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REVISTA
DO
INSTITUTO HISTÓRICO £ QEOGBAFHICO
REVISTA
DO
E
BRAZILEIRO
Fundado no Hio de Janeiro em 1838
TOMO LXVIII
l^ARXlâ 1
lloc farit. ut longos durent beno gesU per annos
Kl pouiat tern poataritata frui
RK) DE JANEIRO
CftJPJEtTDNOIA 1>«A.OXONAL.
1907
AJi-»);
1462
\
ACTAS DAS SESSÕES
DA
Coiíssjlo oriíaDizailora do Frojecío do Código Ciril Brazíleíro
1889
Aeta9 das sossòes da Comznissão organizadora do Projooto do Oodlgò»-
OlTil Brarilelro — I889C)
ACTA DA 1* SESSÃO
Aos doze dias do mez de julho de 1889, ás 2 horas da
tarde, no Paço da Cidade, perante S. M. o Imperador
D. Pedro 2«, compareceram os Srs. Conselheiro Cândido Lui£
Maria de Oliveira, Ministro da Justiça, Presidente da Com-
missão encarregada pela Portaria do l<^ do corrente mez, de
organizar o Prujecto do Código Civil Brazileiro, os Conselheiros
de Ebtado Manoel Pinto de douza Dantas, Olegário Herculano
de Aquino e Castro, José d^i Silva Costa, os doutores António
Coelh i Rodrigues e B irão de Sobrai, membros convocados para
conforenciirem sobro o meihodo e ordem dos trabalhos.
Sua Mat^estade declarou que assistiria ás sessões cele-
bradas no Paço Imperial, dignando-se de occupar a cadeira da
presidência.
(•) A promessa da elaboração do Código Civil figurava no ppo-
eramma do ministério que. a 7 de junho de 1889, foi organizado
pelo V scon le de Ouro Preto. Menos de ura mez depois, nom<ou o
minifitro da justiça, Conselheiro Cândido Luiz Mana de Oliveira,
uma conimisí^ão, composta de conspícuos juri>consultos, para for*
mu) ar o projecto. De 12 de julho a 11 de outubro do citado anno,
celebrou a commissão, no Paço da ci lado, oito sessões, presididas
todas por Sua Mage tade o Sr. D. Pedro lí. O augusto e saudosís-
simo p*oteclor do Instituto tomou vivo interesse pelos debates,
Intervindo nelles mais <lc uma vez. Era membro da commissão o
actual presidente da Republica, Exmo. Sr. Cons^lhni-o Affonso
Auerusio Moreira Penna ; mas apenas compareceu ás sessões do 13 e
27 de 8'tembro e 11 le outubro. A ultima, cuja acta traz unica-
mente» a assignatura do S, Ex., preencheu-a elle expv«ndo hs suas
idéas sobre o direito de succe^flão. Esclarecidas discusões, alli so
empenharam. Adoptou-se a parte geral «lo projecto, divídindo-se
a tarefa ulterior. Accitou-se, igualmente, depois do ampla contro-
vérsia, o índice de ca. la uma das divisões. Prevaleceram adiantadas
idéas, quaes, entro outras, a da liberdade de testar. Occupava o
logar do secretario o Conselheí o Barão de Sobral. O livro das actas,
redigi las por S. Ex., offereceu-o ao Instituto a Exma. Baroneza
Viuva, serviu 'o de intermédia -io o faPecido e prostantissimo presi-
dente C >nsdhei 'o Olejrario Herculano de Aquino e Castro. Fielmente
tir<das do livro, as co ias que se seguem constituem, do certo,
precioso documento júri lico o histórico.
(Xota da Commissão de Redacção)
8 V-..* REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
• •
.•-.línpetrada vénia, o Ministro da Justiça significou que,
jã(3''«lta mento honrada, a Coramissão se inspiraiia no pa-
•* tnotismo do Impei ador "para empregar a mcllior vontade e
•'ttltiu o seu nsforvo no desempenho do árduo e ope^o^o encarí^o;
•*fe. depois de participar que o Conselheiro Aífonso Ai gusto
Moreira Penna, retido por motivos pond«Tosos na provincia de
Minas Geraes, communicára em telegramma que brevemente
estaria na Có.te e entretanto adheria ás resoluções que to-
massem os seus collegas, fez a seguinte exposição:
«Senhor. O coo racto de 15 de fevereiro de 1855 cele-
brado pelo Governo Imperial com o jurisconsulto Augusto
Teixeira de Freitas para classificar toda a legi>Iaçâo pátria,
discriminar o Direito Publico do Direito Privado, e consolidar as
leis civis, teve o principal fira de preparar elementos indispen-
sáveis á organização do Código Civil, promettido pela Consti-
taição do Império.
« A Coramissão encarregada por Aviso do 9 de fevereiro
de 1858 de examinar a Consoiliaçâo das Leis Civis, elaborada
em cumprimento d » contracto, concluiu, em parecer de 4 do
dezembro do mesmo anno, que, a par de profundo estudo,
erudição vasta e methodo aidactico, o trabalho dava teste-
munho do zelo, dedicação e constância do seu distincto autor ;
recommendava c attestava sua habilitação para o Projecto do
Código Civil, merecia approvação e louvor.
« De conformidade com esse parecer dos Conselheiros de
Estado Visconde de U/uguay e José Thomaz Nabuco de Ar.iujo
e do doutor Caetanc» Alberto Soares, o Ministro da Justiça,
autorizado pelo Decreto n. 2318, de ^ de dezembro de 1858,
contractou a confecção do projecto com o mesmo jurisconsulto
em 10 de janeiro de 1859.
<Nes>e contracto, approvado pelo Decreto n. 2337, de 11
do dito mez e anno, o jurisconsulto Augusto Teixeira de Freitas
88 obrigou a redigir e apresentar o Código até 31 de dezembro
de 1862, modificando <> systema adoptado na Consolidação, con-
forme propuzera elle pr<jprio na introduoção da obra.
< Assim o projecto so divitiipía em duas partes : uma geral,
sobre as pesso \b o cousas ; outra especial, subd vidi ia em ti'es
livros, contwndo o 1° os direitos pessoaes, o 2® os direitos reaes,
o 3^ disposições oommuns às duas espécies de uireito : herança,
concurso de credores e preacripção.
€ Informado o Poder Legisi itivo de achar-se quasi prompto
o trabalho, autorizou o Governo pelo art. 24 da Lei n. 1177,
de 9 de setembro de 1862, a estipular um premio razoável que
o Decreto n. 3188, de 18 de novembro de 1803, fixou em cem
oontos de réis, sendo prorogado, nos termos do art. 10 do con-
tracto, até 30 do junho de 1864 o prazo marcado para a con-
clusão do proje<^t(). jã em grande parto impresso.
€ A Commissão nomeada por Deci*eto de 29 de dezembro de
1863 para examinal-o, composta do Conselheiro de Estado Vis-
conde do Uruguay» presidente, dos Cooselheiroj José Thomaz
Nabaco de Araújo, José Mariani, Lourenço José Ribeiro, Fran-
ACTAS DAS SESSÕES 9
cisco José Furtado e doutores António Joaquim Ribas, Braz
Florentino Henriques de Souza e Caetano Ailx^rto Soares, co-
meçou a funccionar, segundo as lostrucções de 23 de julho
de 1804, na augusta presença de Vossa Magestade Imperial,
mas suspendeu as sessões a 31 de agosto de 1865 por estar
incompleto o Esboço apresentado.
«Em 20 de Novembro de 1806 o doutor Augusto Teixeira
de Freitas communicou ao Governo que estava resolvido a não
continuar o trabalho, apezar de já haver publicado 370:^ arti-
gos do Esboço, e ter no prelo 1314, A' insistência do Ministro da
Justiça para que elle proseguisse , respondeu aânalaquelle juris-
consulto em 5^0 de sotembro de 1867 com a exposição dos
motivos que o impossibilitavam de executar o plano traç do
no contracto, embora melhorado no Esboço com a inclusão na
parte geral do uma secção sobre os factos e actos jurídicos, a
exemplo da escola germânica, pois o estudo aprofundado das
causas do direito o tinha convencido da necessidade do preceder
ao Código Civil um Código geral que dominasse a le<;,nslação
inteira, estando portanto em completa desharmonia com as
vistas do Governo que não concordava sequer om fazer cessar
a inútil separação das disposições commerciaes em Código espe-
cial, calamitosa duplicação das leis civis, no seu entender.
< Apresentou um novo plano com as seguintes divisões ca-
pitães :
Ctdigo Geral. Livro l.*' Das causas jurídicas. Secção 1.*
Das pessoas. Sec(,íão 2.^ Dos bens. Secção 3.^ Dos factos. Livro
2i." D^s effeitos jurídicos.
Código Civil. Livro 1.* Dos effeitos civis. Livro 2i." Dos di-
reitos pessoaes. Livro 3." Dos direitos reaes.
« Ouvida a Secção de Justiça do Conselho de Estado, foi de
parecer, em consulta de 1 de julho de 1868, que, apezar de ser
a codificação proposta uma cousa nuva, tudo se devia confiar da
provada capacidade do jurisconsulto. Não se julgou, porém, o
Governo autorizado a fazer novação do contracto poios motivos
declarados no Relatório do Ministério da Justiça de 1869.
« Por Aviso de 18 de novembro de 1872 foi declarada a
rescisão do contracto, e em 3 de dezembro subsequente celebra-
do um outro com o Conselheiro de Estado José Thomaz Nabuco
de Araújo, a quem foi deixada a escolha do systema, e fixado
o prazo de cinco annos para terminar o trabalho, de conformi-
dade com as clausulas approvadas pelo Decreto n. 5164 do
mesmo anno.
« Infelizmente a morte colheu esse jurisconsulto antos que
elle pudesse formular o seu projecto, do qual apenas ficaram
redigidos o titulo preliminar o alguns capítulos da parte geral.
« Em março de 1881 o bacharel Joaquim Felício dos Santos
apresentou ao Ministro da Justiça um manuscripto com o titulo
de — Apontamentos para o Projecto do Código Civil Braziloiío.
« o Governo aooeitou o ofToreci mento o a 4 do julho do dito
anno nom ou uma Commissão para examinar es^e trabalho,
composta dos oonselheiros Lafayette Rodrigues Pereira e Anto-
<0 RF.VISTA DO INSTITUTO IIIfiTORirO
nio Joaquim Ribas e dos doutorei? António Ferreira Vianna»
Francisco Justino Gunçalves de Andrade o António Coelho Ro-
drigiies .
<i A 21 dft setembro seguinte a Commissão omittin o seu
juizo, declarando «jue os Apontamentos para o Projecto do Có-
digo Civil Braziloiro são d ) «rrandn morito. mas nào se coadu-
nam no to lo com os requisitos assenciaos do uma cl;is>ifioaçáo
systeraatica, do i.ccordo com o aperfeiçoamento sciontiflco e com
as circumstancias do paiz, n&o so prestando, portanto, a uma
franca revisão.
« Em 9 de novembro do mesmo anno o Governo solicitou
da Commiss&o que se mcumbissc da urganização do prujeoto,
cooperando o doutor Joaquim Felício dos Santos como um dos
8eu8 membros, e tomando a direcção dos trabalhos o Conselheiro
Laf«yette.
« A Comroissâo reuniu-so pela primeira vez om 25 dí» ja-
neiro de I884Í, o nas suas conferencias assentou os limites do
projocto, o plao«>da obra e a divisão da?' matérias, a .optando
o systema allemão o rcsulvondo aue o trabalho começas^ da
parte esp< ciai, e nesta do direito ae família, uistribuidas pelos
seus mtmbrus as diversa;» secções da obra para serem artl-
culadiis, depois <ie .issentadus as b bses do cada s(tcção.
« Só começou, porém, a primeira distribuiç<ào do serviço
quando apona?» roscavam tr<-s dos cinco membros primitivas,
o consolhciro I^fayetto Rodrigues Pereira, presidente, o os dou-
tores António Fcireiíti Vi.mna o António Coelho Rodrigues,
desses mopmos distraliidos os dous primeiros em outras c-m-
missões at(^ que, sobrevindo a organi/açao do Gabinete em 21
de mnio de 1883, c com eíla a acephalia da commissào, esta não
mais reuniu-80.
€ O Aviso de 27 de fevereiro do 1880 a dissolveu, decla-
randu suspensos os estude « da ..rganlzação do Código ató que
o Poder Logishitivo votasse credito.
«Nestas circumatancias, urgmdo cada dia mais a reforma
da leglMlaçAo civil, que ainda as duas ultima» Fallat< do Thiono
recommendaram, o Governo, na impo^sibil idade de recorrer
desde logo ás Gamaras Legislativas para obter os meios do re-
munerar serviço do tanta valia, appellou para o patriotismo
dos oidadcàosquo compõem a act ai Commissão. e ospera quo,
sob 08 auspicio» de Vos^a Mag(?st>ido Imperial, elles se desem-
penhem do tão diíflcil, quão honroso encargo.
« A presente cjnferoncia tom p.ir fim a discussão do sys-
tema o ordem do trabalho, sobre o que deseja ouvir os membros
do Commissão.»
Obtendo succcssi vãmente a palavra :
O Conselheiro de Kst ido Souza Dantas doclara quo, apezar
de não ser o Diroito Civil a sua esp >cialidade, e não lhe permitti-
rem os sous múltiplos on&ir<;os iucumbir-se do formuiar o
projocto do Codig), nio se julgara com o direito do recusar o
seu concurso para omprohendi monto de tanta magnitude, quo
eonstitue uma das mais justas aspirações da nação o pratriotioq
ACT \S DAS SlÇSSnlv^ 1 l
omponho do sou augusto Chofo. polo (lUi^ (.oiuará parto nas
discussões e na revisão dos trabalhos, quando lli'o facultapom as
funcçõos* do Senador o Conselheiro de Estado.
Entendo que o projecto dove systoniatisar o direito civil
Wazileiro, desenvolvendo -o o aporfeiçoando-o, consultar o pro-
ifçresso da sciencia som p<3rilor do vista as necessidades peculiares
rio paiz, in.spi!*ai>sn nu espirito Iil»iíral dits iní^tituíções pátrias, e
aproveitar í)8 valiosos ohunontos que oíTorecem os estudos ante-
riores» dasdo os do eminente Jurisconsulto Teixeira do FreiUs
iat(J 08 da Commissão, que, na qualida'!e de Ministro da Justiça,
nomoára para rever os Apontamentos do illustrado e laborioso
doutor Felicio dos Santos, que mereceram de alguns Deputados
a honra de ser apresentados como projecto definitivo, e da refe-
rida Commissáo justus louvores.
Apraz lhe ver no >eio da actual Commissão um dos juriscon-
sultos em que recahira naqualle anuo a sua escolha, o doutor Coe-
lho RodrifZfues, que cjm a tradição dos trabalhos encetados e sua
reconhecida competência muito contribuirá para o oxito do t^om
mettimonto, a que tom dado constantes provas de sincera dedi-
caçãot perseverando nas mesmas locubrações, ainda depois de ha-
verem os seus distinctos colle-ias, <^hamados ao cumprimenio de
outros deveres, interrompido o serviço, confornie já foi exposto.
E* sou pensamento, quanto ao methodo dos trabalhos, que os
membros da Commissão, rounmJo-ge frequentemente para con-
ferenciarem sobre os pontos de doutrina e i*edacvão, apresentem
nos sessões que se eff-ctuareiu no Paço, o resultado das discus-
sões e oatuHos para definitiva resoluç lO sobre cada uma das partes
do projecto ; mas quo antes do tudo eonv^m doteriuinar as bases
geraes, e:>colher um dos systemas de codificação e distribuir o
trabdlho de formular as secções respectivas, ouvindo as opiniões
dos collegas que poisam tomar este encardo, ou apreseniar al-
gum plano Jã ehiborado.
O Cousellieiro do Estado Olegário, sem desconhecer a grande
importância do systema em uma codiâcaçào, pondera, todavia,
que se não deve sacrificar ã excotritação de um novo principio
clabSiâca<ior, rigorosamente scientiâco. a necessidade urgente de
completar e aperfeiçoar a nos^a legislação civil Já reforraida no
reino, de que a recebemos na máxima parto, e desharmonica om
muitos poutjs com o espirito das instituições nacionaes.
E' o direito progressivo com a humanidade ; o u legislador
não pôde 6S|)erar qne a sciencia dig.i a ultima palavra sobre as
questões controveriidas para attender ás exigências da vida so-
cial, cuja tranquillidade o progresso tanto dependem da certeza
c segurança de s^uas relações jurídicas, asquaos, modificando hio
conforme o grão de civilisacão, costumes o usos de cada povo,
carecem mais de uina exposição clara, methodica o precisa das
regras que devem presidir á sua formação o desenvolvimento,
do que da invenção de um systema classiileador capaz do p/e^n-
eher as condições theoricas e praticas.
Apezar d«í justamente criticado por defeito do meihodo, o
Código Napoleão não deixa dn ser um padrão de gloria o
IS
RBMSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
um fios maiores benoflcios le^çados pelo Imperador, qiio lhe
deu o Dome. Elaborado e publicado por partes, que nãu sto
subordinam a neDbiim Bystemaficienlifico» 6^ coraiudo, um corpo
do Iei8 que lionra a França o, adoptado em muitos pfijzes da
Europa, sem exercido notarei e beueflca iDíluencia em todo o
direito civil moderno .
Sem ainda estarem isentos de censura, quanto à classificação,
o raoderuo Ci.dif<o do Chilo, na America, do Portugal, Itália e
Btlgica, níi Europa* satisfazdm áa necessidadeâ da vida civil
dessas navoea» e merecom louvores da maior parte dos juris-
consultos.
Entende que a Gommissão, tomando por baso og excelleutes
trabalhos do iniigue jurisconsulto Teixeira de Freitas, que com
tanta proficiência consolidou o oosao aotaal diroíto civil, e no
seu E:if>oço do Coiigo eipoz muitíist das mus rvdiantadas thoo-
rias o deiíou formúladaí* qua^i todas as disposiçõiía sobre os
direi losá reaes e pédsoaes, poderá desdo logo encetar o serviço
da eodificaçSLo, com o melhoramento do plano jjí approximado
no Esiíoç*-) ao sygtema cillí-mãu» monos nas divisões da Parte
Eâpecial, relativas ao Direito de Famiha o ás obrigações. O re-
cente projecto do Código Civil do império Allemão será valioso
auxiliar.
Pondera que a Consolidação o Esboço referidos serviram
de hiiHv ao Código de Buenos Aires, e lamenta que o nusso
eminente juiiseonsullo se houvea^-^e desviado do fou plano cora
a protençAo prematura do orgaoi^ar um Código Gorai, e, o que
lho parece injusiiílcavel, de fundir o Direito Conamercial no
Direito Civil,
Quando ainda as nações mais adiantadas estão a formular
os seus Códigos especlaes. e reconhecem ;\ necessidade de úq-
parar os diversos ramos do Direito Privado, jót por facilitação
da empresa, já por conveniências praticai, não devemos emba-
raçar com lnnovaç5es a i-ealizaçâo do erapeniir de codificar a
nossa IegÍsla<;^âo civil, aperfeiçoando-a.
O Codigo CtommercíaJ Brasileiro tem defeitos ; ma:^ ú justo
reconhecer que, assim como o Coíiigo Penal e o do Proceaso
Criminal, fax honra ao nosso lo^tiilador ; e ai olle precisa de
revisão, nâo complique esta ã elaboração do Codigo Civil, cuja
urgência nào podo ser demai>i encarecida.
O Dr* Coellio Rodrigues julgou dever referir os faoioa mais
notáveis occorridos no seio rta Commistão do que fizera parte,
con6rniando quanto expuzora o Ministro da Justiça.
Adoptada a classiflcaçào allemã, resolveu essa Com missão
reservar a Parte Geral para o seu presidente, o Consolheiro
J^íkyette Rodri^^ues Pereira, o começar o trabalho polo Direita
de Familia. Formulado o Índice àB^s maierias comprebendidas
aessa parte, discutiram-se as respectivas tbeorias, o. em geral»
houve accordo. Dever-so*hia distribuir uma secção a cida
membro ; os capítulos teriam provison Cimento nuraeraçiio inde-
pendente, atlm de faeilttar ap reforcncioH durante a elaboração ;
articulado caila c^ipiuilo, seria .^ubraoitido A discussão, o de«ta
ACTAS DAS SESSÕES 13
sorte se procuraria conciliar a divisão com a unida'ie do tra-
balho, accrescendo a ampla faculdade que pelo Aviso de 9 do
novembro de 1881 foi dada ao presidente para organitar por
si, e com o auxilio dos membros que julgasse precisos, o projecto
preparatório que houvesse de ser discutido.
Infelizmente, ao começarem os trabalhos em 25 de janeiro
de 188*2, dous illustres membros da commissão, o Conselheiro
Ribas o o doutor Justino de Andrade, se haviam retirado.
Distribuídos, entretanto, os capítulos do Direito do Família entre
os presentes, marcou-se a 2^ reunião para dous mezes depois ;
mas, despedindo-se o doutor Felício dos Santos, pelos motivos
expostos em seu officio da 6 de março, e chamado o presidente
da Commissão para organizar o Gabinete de 24 de maio, no
mesmo anno, nunca mais ella se reuniu e, que lhe conste, so-
mente elle articulara os capítulos distribuídos.
Na qualidade de secretario, por duas vezes solicitara pro-
videncias do Ministério da Justiça para o proseguimento dos
trabalhos, e não obteve resposta até 27 de fevereiro de 1886,
quando o Governo resolveu declaral-os suspensos por falta de
credito orçamentário.
Todavia, desde que soubera não estar o Conselheiro La-
fayetto, cuja alta competência todos proclamam, resolvido a
acci3itar o encargo de organizar o p.*ojecto, elle offerecera seus
serviços ao Ministro da Justiça, Conselheiro Mac-Dowell, apre-
sentando o plano que ora submette ã apreciado dos seus
coUegas.
Ao cencluir, declara quo sua experiência na anterior com-
missão o convencera da impossibilidade de accumular as fan-
cções de secretario, visto que o pesado encargo da redacção das
actas absorve o tempo e a attenção do quem haja de tomar
parte nas discussões.
O Conselheiro de Estado Silva Costa, usando da palavra,
sente o dever do fazer algumas considerações sobre as varias
tentativas de codificação, até hoje infructiferas.
Pondera que só iniciou no Instituto da Ordem dos Advoga-
dos a idéa da codificação, depois que viu mallogrados os intuitos
da ultima Commissão nomeada e que foi dissolvida.
Expõe o systema que consta de monographia impressa,
o qual ibi acceito pelo Instituto.
Crê com von Ihering que o methodo que pôde produzir
bons resultados em assumpto desta ordem, é o da nistoria
natural.
Conhece os elementos a que alludiu o Conselheiro Aquino e
Castro ; acredita, poróm, que são por demais escassos, maxime,
diante do desenvolvimento que hoje conta a sciencia do direito.
Entende que por emquanto deve-se considerar menos a
classificação das matérias do que o estudo e consagração das
disciplinas jurídicas, que devem reger as relações civis, deí-
xanclo-se para ulterior tarefa a reforma da legislação commer-
cial ; lemoraria, por isso, como norma do estudos o plano de
Projecto do Código Civil da ^Uiemanha.
li UliVlííTA DO INSTITUTO HL^rORlCO
Soííundo esse projecto, o Direino Civil está dividido em
cídco partes : l^ a ^çeral, 2* a do direito das cousas, 3- a das
obriçiições, 4'' a da Iam i lia o 5"^ a das ^uccessõcs.
Uma vez que se trata do adoptar ura plano para os traba-
lhos do Código Civil, parece razoável que as cinco partes sejam
distribuídas pelos membros da Commissão, salvo ulterior e
definitiva deliberação sobro a clas^iflcação da matéria do mesmo
Código.
O Conselheiro Barão de Sobra' o de parecer que, aditando
todos de accordo em não renovar a muito discutida o intermi-
nável questão do principio classiticador. que do baldo o impe-
rad'»r Justiniano procurou firmar numa si^ntenva de Gaio, o
^nio de Leibnítz nas causas dos direitos, Domat n s vinculos
jurídicos, Teixeira de Freitas no objecto do> direitos, se adopto
o methodo já preíerido pela anterior Commissão, o qu .1 tem
por si a autoridade scientifica da AUemauha, a opinião de
muitos dos nossos mais abalisados jurisconsultos, o iui seguido
pelos Conselheiros Ribas e Lafayette nos seus tratados de Direito
Civil, e ha muitii ó estimado no ensino de nossas Faculdades.
Esse mothodo permitte uma clara e completa exposição do
Direito Civil, nos sous elementos, pessoas, cousas e actos jurí-
dicos (juo constituem a Parto Geral, o nas relações origmadas
do exercício da actividade sobre as cousas e entre as pessoas, e
da consCi uição da fumilia e da herança, que se distribuem pelos
quatro livros da Parte Especial.
Si tal di8tribuiçài> não se subordina a um principio superior
de classificação, õ, codiívja, de utilidade pratica pelo agrupi-
mento de direitos que tem entre si mais ailiuidades.
O systema não se oppòo a que se (aça a divisão do trabalho,
na forma proposta pelo Conselheiro Silva Costa, salvas as modi-
ficações que o estudo aconselhar na disposição das maiorias.
Assim (^. que depois dos esMidos e discusbào. em que tomaram
parte não menos de treze jurisconsultos, a redacção do novíssimo
projecto do código Allomáo foi di^tribui^ia por cinco dentre ell 'S.
Lembra a c«>nvoni( ucia (!o um Tiulu Preliminar sobre a
publicação da» leis e soup tíl^it s quanto ao tempo e ao logar, e
ás relações do Direito Int rnacional Privado, tendo de grande
proveito o que deixou redigido o iilustre jurisconsulto Nabuco
de Araújo.
Assim, ouvidos todos os membros da Commissão, o Ministro
da Justiça propoz as soguinto> conclusões :
1.* Que o projecto se dividisse em duas partes : uma geral
e outra especial :
á.* Quedo esboço da 1» parte, comprehensiva das regras
(feraes sobre os elementos d(s direitos, pessoas, cousas e actos
juridicos, se incumbisse o Barão de Sobral ;
3.» Que se subdividi^be a parte esj)ecial em quatro livros :
Direito das cousas. Direito das obn^^^ações. Direito da familia e
Direito das succes^ões ; encarregandi-se do P o Conselheiro
01'gario, do '^o o Conselheiro Silva Costa, do S» o Dr. Coelho
Rodrigues, do 4» o Conselheiro AíTonso Ponna ;
ACTAS DAS SliSSUKS 15
4.* Que antes de tudo fosse organizado e submettido à dis-
cussão o Índice das matérias de cada um dos livros ;
5.^ Que da redacção das actas e sua publicação, depois de
approvadas, ficasse encarregado o Buião de Sobral, na quali-
dade de Secretario da Commissão ;
6." Que as sessõos ordinárias da Commissão fossem quin-
zenaes.
Todas estas propostas foram approvadas.
S. M. o Imperador, manifestando a conveniência de que,
apresentado o indice na próxima sessão e depois de approvado
so discutissem na sua presença as theorias respectivas, autos du
serem articulados os capítulos, deu por anda a conferencia. Do
que para constar o secretario Barão de Sobral lavrou esta acta
que se digna de assignar S. M. o Imperador, com o presidente o
membros da commissão. —Z). Pedro 2*^, Cândido Luiz Maria
de Oliveira, M, P, de Souza Dantas, O. H, de Aquino e Castro,
Dr, José da Silva Costa, Barão de Sobral, Dr, A. Coelho
Rodrigues,
ACTA DA 2^' StlSSAO
Aos 30 dias do mez de julho de 1889, ás duas horas da
tarde, na augusta presença de S. M. o Imperador, Sr. Dom
Pedro 2% no luiperial Faço da Cidade de S. Sebastião do Rio de
Janeiro, comparecendo os Srs. ConsoUioiro Cândido Luiz Maria
de oliveira, Ministro da Justiça, os Couseiheiros de Estido Ma-
noel Pm to de Souza Dan^^is, Olegano Herculano de Aquino o
Castro, Josó da Silva Custa, e Conselheiro Antunio Coelho Ko-
dri^íues, faltando com causa participada os Con:ielheiros aífonso
Augusto Moreira Penna e o Barào de Sobral, a Commissão or-
gauiba<iora do Projecto do Código Civil Brazileiro celebrou a
sua 2^ sesfeão.
Impetrada a vénia imperial, o Prés dente da Commi^sâo
convidou os membros presentes a emittirem a sua opinião sobre
os iuific^^s apresentados, os do Titulo Preliminar e Parte Geral,
o do Direito das cousas, o do Diíeiío das obrigações, o do
Direito da fiimiiia, começando a discussão pelos dous pri-
meiros.
Obtendo a palavra, o Conselheiro de Estado Silva Costa
fez a^i seguintes ponderações ;
Quanto ao Titulo Preliminar :
Que a obrigatoriedade e os effeitos da lei civil devem ser
tratados sob uma só rubrica ;
Que a interpretação e revogação das leis é assumpto per-
tinente ao regimen constitucional ; pois ao Podor Legislativo ó
que compete interpretar authenticamente e revogar as leis
(Con&t. do Império, art. 15, §8);
Que si se pretende estatuir preceitos reguladores da re-
construcção do pensamento do legislador, acha inadmÍASivel o
16 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
propósito, porque f(')ra querer legislar para a sciencia , certo,
como (', que d hermenêutica se deve buscar auxilio seguro ua
interpretação doutrinal da lei ;
Que. finalmente, para guardar a conveniente harmonia
com a Divisào da parte gei*al. dever-se-hia considerar o offeito
da lei em relação ás cousas, e não aos bens.
E quanto ao índice da Parte Geral :
Está convencido que, graças aos processos modernos que
tornam o surdo-mudo susceptível de cultura intellectual, nâo
pôde ser havido por incapaz aquelle que é privado da audição
e da falia ; podendo, quando muito, figurar entre os que tem
uma capacidade limitada.
Não se conforma absolutamente com a idéa de se contem-
plar a mulher casada entre os incapazes, romanísmo esse que
não deve sor acceito, desterrando-se os preconceitos que obede-
ceram ás influencias que hoje não preponderam mais.
Disso bem Logouvé: a mulher, que nada podia quando ca-
sada, passa de ura momento para outro a poior tudo, desde
que enviuva. Com offeito, pela morte do marido, sua viuva
inventaria o espolio á) casal, administrao, tem amplos direitos
sobre sua meação ou seu doto,conforme o regimen antc-nupcial,
exerce a tuteia de seus filhos menores : torna-se capaz, assim,
quem antes se dizia incapaz !
Não ha símilhante incapacidade ; o que ha é cousa muito
differente : é a conveniência de ter uma direcção unitária o
acervo dos interesses económicos da sociedade cunjugal, e certa
incompatibilidade entre a elevada missão de mai de família
e as preoccup tções exteriores do lar domestico. O que não fôr
isto é uma odiosidado inexplicável perante a legenda deste
século.
Observa também que o Código nada tem que vèr com os
religiosos professos ; pois que só pôde tratar das relações da
ordem civil, ten lo como divisa que o Governo do Estado ó leigo.
A prodigalidade, outrosim, não deve fi^rurar como incapa-
cidade, muito convindo procisar a noção jurídica a respeito.
Finalmente a classificação das cousas não lhe parece a
melhor, visto não se ter fallado em cousas nacionaes, provincíaes
e municipacs, cuj i terminologia está acceita entre nós, con-
forme o theor da organização administrativa vigente.
Seguindo-se com a palavra o Conselheiro Coelho Rodrigues,
lembra que já se manifestou contra a inclusão das matérias do
titulo preliminar do Código Civil ; mas entendo que, no caso
de prevalecer a opinião contraria, deve dar-so a esse titulo,
polo menos, o desenvolvimento que teve no projecto de re-
forma do Código Civil Belga, ultimamente redigido por Mr.
Lauront.
Accrescenta que não lhe parece procedente discutirem os
membros da Commissão os traballios de seus coilegas no mesmo
momenio em que são oíTerecidos, e principalmente quando o
autor não pôde comparecer á sessão, como succede agora ao
Barão de Sobral.
ACTAS DxVS SESSÕES 17
Não obstante íàrd algumas observações em resposta ao
Cooseibeiro Silva Costa.
Approva a separação dos números I o II do Titulo Preli-
minar, porque a obrigatoriedade da lei 6 um atlributo inhe-
rente á própria lei, e não pôde ser confundido com os effeiios
delia.
Também approva o emprego da palava— bons — era logar
da palavra — cousas — que o Conselheiít) Silva Costa propõe,
pois esta não comprohenderia todos os direitos, segundo a
teohDologia da divisão geral do Código, já approvada pela
Gommissão.
Acredita que não ha motivo para a suppressão das dispo-
sições relativas à interpretação. Quasi todos os Códigos tratam
delia, a começar do Digesto, e não deve parecer excusada onde
a jurisprudência é tão pobre, como em nosso paiz.
Passando ao indice da Parto Geral, sustenta que a capaci-
dade civil da mulher casada não pôde deixar de ser limitada
pelo poder marital, que 6 do direito natural e uma con-
gequoncia da superioridade do sexo masculino verificada em
todo o reino animal, assim como dos incommodos naturaes do
Bcxo feminino que não permittem ã mulher contribuir para a
sociedade conjugal com a mesma somma de esforços, que incumbe
ao marido.
Concorda, porOm, com a supprossão proposta da incai>aci-
dade relativa dos religiosos professos; o sobre as outras questões
suscitadas não podo pronunciar-so na ausência do autor dess^a
parte do indice, e antes do ouvir-lho a exposição dos motivos
do seu trabalho.
E conclue ponderando que, por ser mais longa do que
comporta a hora, a exposição dos motivos de sua parto — o
Direito do familia— , lho parece conveniente adial-a para a
ses:ião soguiuie ; o que foi approvaflo.
De accordo com a opinião do Conselheiro Coelho Rodrigues,
foi deliberado que nada se resolvesse sobre as modiftcaçõos
propostas oo indico do Titulo Preliminar o da Parte Geral ^em
ouvir o liarão de Sobral ; e o presidente poz em discusíão o
Índice relativo ao Direito das cousas.
Tendo a palavra o Conselhoií^o do Estado Olegário» disse:
Que dividira em trcs Títulos o direito tias cousas, destinando
o 1** ás disposições geraes sobro cousas, sua natureza o oíspecies,
o 2* á posse e o 3" ao dominio. Considerando, porém, que
das cousas também se occupava a Parle Geral, aguardava a
exposirão do plano traçado polo Conselheiro Barão de Sobral
para saber como deveria tratar do assumpto, sem repetição ou
contradicção com o que houvesse yido disposto na referida
Parte Geral .
Da posse, m^do de adquirii-a e perdel-a o dos direitos o
obrigações ioherentos ou delia resultantes, se occuparia o 2«
titulo ; e do dominio, como expressão mais completa do direito
de propriedade, o 3" nos termos succintamento expostos no
índice.
b3i— ;^ Tu.M'j L.wiii. 1'. 1,
18 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Poudera, entretanto, que convém resolver desde logo si
é preferível substituir o titulo de domínio pelo de propriedade,
sogundo o systema de alguns Códigos modernos, o neste sentido
dispjr sobre a3 raodiflcaçõos a que ella estl sujeita, bem como
harmonisar o capítulo 3.° desse Titulo com o correspondente
do Direito das obrigações, onde são classiflcados como contractos
o penhor e a hypotheoa, compreliondidos no reíorido Capitulo
entre os direitos i'eacs, sobre cousas alheias.
Seguiu-se com a i^alavra o Conselheiro de Estado Silva
Costa, que começou por observar quanto convém que se assente
definitivamente nessa Parte, o Direito das cousas, sobre a enu-
meração das matérias.
A distincção doa direitos, disse elle, sobre a cousa própria,
sobre a cousa alheia encontra-se em Marosoll (Direito Romano
§ 86, si adoptar-so essa distincção, nâo vê motivo por que
deixem de ser contemplados entre o— Jura in re alienai — o
mutuo, o deposita e outros contractos que versam sobre outros
tantos desmembramentos do direito de propriedade, no conceito
do citado romanista, quando se vê que no Tit. :i\ Cap. V, do
índice que formulou o ilustro Conselheiro, se contemplam a
hvpotheca, a antichrese e o penhor, pertencentes á theoria das
obrigações oriundas do contracto.
Parece-lhe que o Conselheiro Olegário deverá tratar do
assumpto conhecido por hypotheoa legal, nâo como hypotheoa,
mas como ónus real, porquanto a hypotheoa, que pela lei actual
compete ao offendido pelo delicto contra os immoveis do delin-
quente, á mulher pelo dote, etc, nâo ó um contracto, ó um
ónus que grava os immoveis do respectivo responsável: 6 esta
a intuição dos Códigos Civis do Chile e Argentina.
Entende que, cm vez de domínio, deve dizer-se propriedade,
palavras equivalentes, já no periodo da legislação romana do
tempo de Justiniano.
As principaes razões de preferencia pelo emprego da pa-
lavra—propriedade— sâo: l», a pilavra dominio, no justo dizer
de Proudhon, decano da Faculiade de Direito de Dijon, exprime
o poder legal do homem sobro aquillo qiio lhe pertence, em-
quanto que a propriedade constiuie o objecto a que so applica
o domínio ; 8.« a palavra propriedade ó a que está na Con-
stituição do Império, art. 179 § 22, e é emprogada pelo Código
Criminal e varias leis em vigor.
Nota, p.)r ultimo, que no C.>Ji;(o Civil doro-sj tratar, não
das acções que nascem do domiuio ou da posse, mas dos direitos
rosultantoi da propriedade e da posso, conformj o plano do
projecto do Coiigo Civil Allemão, porque nâj se deve em lei de
fundo, qual 6 o Código Civil, tractir de acções.
Finda a discussão, o Presidente lembrou a convenicnoia de
organisar cada ura dos m)m'jrosda Comraissão e apresentar o
mais breve possível uma exposição justificativa dos Índices e do
mo<lo pelo qual pretende desenvolver as respectivas matérias,
afim de se resolver definitivamente sobro o começo da elabo-
paçãj dos artigos ; o que foi approvado. Declarou que na au-
aí:tas das sessões 19
senciado Conselholpo Peana tomava a si o encargo do organizar
o índice do Diroito das successões, e a respectiva exposição do
motivos.
Foi rojolvido que a seguinte conferencia so effoctuaria no
dia que S. M. o imperador designasse. Do que para constar
o secretario Barão de Sobral lavrou esta acta, que, depois de lida
o approvada a da sessão anterior se dignou assignar o mesmo
augusto senhor, com o presidente o membros da Commissão.—
D, Pedro 2'*, Candvlo Ltiis Maria de Oliveira, M, P. de Souza
Dantas, O. H, de Aquino e Castro, Dr. José da Silva Costa^ Dr,
A. Coelho Rodrigues, Barão de Sobral,
ACTA DA 3* SESSÃO
Aos 13 dias do mcz do agosto de isHi), sob a presidência de
S. M. o Imperador D. Pedro 2^ e no Imperial Paço da Cidade
do S. Sebjbstião do liio de Janeiro, comparecendo os Srs. Con-
selbciro Cândido Luiz Maria de Oliveira, Ministro da Justiça,
os Conselheiros de Estado Manoel Pinto de Souza Dantas,
Olegai-io Herculano dp Aquino e Castro, José da Silva Costa,
e os Conselheiros António Coelho Rodrigues e Barão do Sobral,
faltando por motivo justificado o Conselheiro AíTonso Augusto
Moreii'a Penna, a Commissão organisalora do Projecto do
Código Civil Braziiciro celebrou a sua :>* sessão.
Lida e approvada a acta da sessão anterior o Conselheiro
Miuisliro da Justiça apresentou o índice que organizara do Di-
reito das successões, o o Conselheiro Olegário uma exposição
imprt^ssa do plano do 1° Livro da Parte Especial, Direito das
cousas.
Com a imperial vénia, o Barão de Sobral tomou em consi-
deração os reparos feitos na reunião antecedente pelo Conse-
lheiro Silva Costa sobro os Índices do Titulo Preliminar e da
Parto Geral.
A' !•* observação sobre o Titulo Preliminar respondeu:
Que, indicando os assumptos, não manifestara o prop(»sito
de tratai- os sob rubricas diversas, porque a mai^r parte dos
Códigos não dividem esse Titulo, o a conveniência da divisão
depende do desenvolvimento dado ás matérias e do methodo da
redacção ; mas, ou seja por capítulos ou por artigos, convém
separar as condições da obrigatoriedade, attributo da lei, como
já ponderou o Conselheiro Coelho Rodrigues, da determinação
dos seus eífeitos, que presuppõem á lei promulgada, isto é,
executória, e publicada, isto é, obrigatória.
Adduzirà outras razões.
O objecto principal desse Titulo é determinar os limites da
lei no tempo e no espaço com referencia uos elementos dos di-
reitos e ás relações jurídicas que se constituam. Para a certeza
ese^urançi do-j dircitoj não ba*3ta regular o modo por que se
20 RENITA r*> IN^TITtTO UI^TIiliOO
formAO, se oocservani e >? 6x'.i2fiieci ess&s re]a^;^es, íáx-se
necesario conhecer qoii \ le: 4pp.:caTei, ama Tez que eila
pôde maliT. e xl^mn d.« eir:^?z'*<:5 i- l:^e:lo e?iir ^u)ãk) á
ki do o:itrA «k^o.
Nio se evi-A o c?r:i::to ias i -i; 2.» V:n2p:, dec!-»ra!;.Jj sfm-
plesnoeot? o ni «ie^ l:? vni ;ue s z^.i -e: o^ieça a *er obn^r*-
Wria, e Tedicio-lne o eiTe;: • reir:u^;ív.... O meio de imjwdir
que o legislador lhe dê fs^- tiTe:: :•, n2 j cabe eni le: orJinaria*
e sem embargo da pr^obibiçáo c»i5ti:ue:ocal. nio deixará do ser
obrigatória a lei que rrin>iifir. salvo o d;reit*j de represen-
ta*>D ao Poder Le^isIniTo. Perícia, iDaúl e iceonst.Uieiooal
seria a diiiineção eairy? leis que podem, ou rio, tei effeito re-
troactivo. Mas eenvem deoiirar qu^ não s- : resume d i lei
esse effeito, prc-hibido pela r .ns;iiu:vão -io Iiiiperi- : e definir
os fdctos consummados e direit-js ai.uirilc-s, a queo jaix não
deve applieal-a se:a expre^a disposição.
Os ccndicws no espaço tam'>em Lã • p>iem ser evitais ocm
a determinação única dos limites da obrig it^nedade da lei tra-
zileira para o nacional e o estrang^-ir. E' preciso determinar
qual a lei qae, nos diversos lebres, dere reçer as pessoas, os
bens ec8 actos joridicos; p?is o ondicto. nõ e?pKo, s<> pi>le
dar entre a l?i da pátria ** a do doraiciLo. a do logar da situação
das cooaaa, a daqaelle em qae se cele^^e^l os actos, uu em que
hajam estes de pnjJuz.r os seus effeivjs.
Si é cerV3 q'i'\ sem uma cnvecçào universal dos Estádios,
não se realizará a communhão do direito civil a qne aspiram
as nações, todavia, mni to fatiili tara a solução dos cunâic tos o
reconhecimento da obriga toríeda'ie para o estmngeiro da lei de
sua nação nos mesmos casos era qoe a lei brazUc-ir a r«r obriga-
tória para os naeionaes no estrangeiro.
As^im, tendo de declarar quando ô applicavel a lei naci'>nal
ou a estran^ira, não deve o Tiiulo Preliminar confundir a
obrígatorie^làde da lei pátria com os effeiv^s das leis nas n^la-
ç0es do Direito luternacional Privado.
A 2»e3*:
Que o legisiad«jr, estatuindo re-^ras e ireoeilos que, na
ezecaçãodfc lei, rroiem c esclareçam a inte -pretaçâo doutrinal,
oa ainda a limitem por fórma que o juiz não julgue a lei. nem
pretenda suppril a pjr sentença com disposição geral e regula-
mentar, não invada a esphera scicntifica ou a judicial, usa de
sua attribuição constitucional de fazer, interpret .r a loi e velar
na sua âel observância. Não propoi ura capitulo de renulis
júris ou ffe verh*jirum significalione, de que aliás ainda se en-
contra exemplo no Código do Chile, m:is algumas disposições
que âxem as regras mais importantes da interpretação, como
propoz a Commissáo revisora do «Código Belga, não corapi-ehen-
dendo o motivo polo qu il o Código Napoleão, ao pas^o que con-
sagra uma .secção inteira â interpretação das convenções, nada
dispõe quanto & da lei . Observa qui> o uovísmuio Projecto áo
Co^iigo Allemão estabelece nos seus primeiros artigos regras de
interpretação.
ACTAS t>A<i SESíwjES
21
Relativíimônt'í á abmgaçãOi o sen ponsamont^o é rostrio^ir
a taeita, o f?;iranlir a aiitoridado dn loi contra o tlestiso e as
con venço L»g particiilan^s <i\m não so cnnlbrm;im cúiti as ílis-
posíçõos de interesse gorai*
A 4- :
(Jfjo o Consillieiro Coelljo Roíírigues j;i preveniu asna
resposta, pois a prefun.»neia chula ;i paJavnt —bens— para signi-
ficar Q ubjoeto (tus dir<3ite, sõbrj' g qual tem do fJõtorminar os
elftntos Jas hns, se justifica pela nooegsitladn de eoniproliooder
no sen estuda :is cousas propríameote tlitaa, o tidos os diroitos
pati'imouiaos, sendo sãbido qiiantí> variam a^ Ingislí çòe^i sobro
o estatuto das eoiisas moveis e immovei-f» pois a estas ^^eral-
ment'í applicam o real, e áquellas — ora o pessoal, ora o real»
ora o do loiíar em que so acUim, com muitas distincções, ao
pa^so que aceordam em qno a snccessão, comproliensiva aliás
de todos os direitos reaí -i o pessoaes, bq rege pela lei da naçào
a qtie pertenço o auctor «la h^Taiicai Íoi ciug a Com missão
revisava do Código Belga propõe se entenda a todos os Ums»
rialvo as disposições do interesso gorai do paiz em que estejam
situadoB.
A'8 observações relativas íl Parte Geral reipondou :
Que concorda em restriugir-so a incapacianda do surdo-*
mudo, sn recooíiecondo^a nos que não souberem oxprimir-so
por esc ri p to.
Que tambt^m nada oppõo a quo so elimino do Código Civil
a incapacidade úo reli ^m uso, creada pelas leis da i;íre,)a, uma
vez que se tomem providencias para não augmoatar a mão
mort i .
Qtie o4á e estêve sempre muito longe do seu espirito reco-
nhecer a incapacidade da mulher, A capacidade do direito 6
comraum a tudo o ser humano desdo que nasce até que morro. O
sexo, na ordom civil, nada influo, nom na capacidade de dtreitOi
nem na d(3 facto* O casamento, purtVra» restringe a capacidade
para os actos jurídicos. Toda rost ri cçào do capacidade é inca»
Íaciííade relativa. Acivilisação ha muito prescreveu a manus
os Romanos, o po^ler marital corno ai adi o admittirani as
Ordeuíiçôes Philipinas ; oia;? em toda a partia do mu ado o
liumom ainda Ô o chefe da familia, o protector natural da
sua companheira, a quem oommuoica, gorai mente, a própria
nai:ÍonalJdade> o próprio dumidlio o defende em juizo. No re-
gimen ila coramtmhão a capacidade d.i mylher easada ú muito
limitada, a ponto que Legou vé, cuja auiuridado citou o
ill listre Conselheiro, rliz meaus exactamente — que ellii nada
pôde. No regimen da ííopar.xção dos Ijens a muliíer casada é
qnaiíi tião capaz eumo o raariíló. O indico nào podia omittir
uma incapacidade relativa, geralmente reconhecida» o que deve
ser ubjoeto do mediíado estado na Parta Geral o na Parte Es-
pecial. Em ^iOio ucftsoé íòvii do d ti vida quo essa incapacidadô
66 limita aos actos dependentes da autorisaçao do marido.
Que não concordJi em supprirnif se a interdlcgao do pro»
digo, miS píinsa í\ni\ eáí.a incapacidade relativa kô deye ser ad-
22
REVISTA DO INSTITUTO UrSTOBICO
mittida 00 caso do existir cônjuge, asoendantes oii dodoeodõntes
legítiaios.
Une nâo omittin na divisão das cousas os bens públicos
germes» provi nciaoa o muaicipaes» porque tem do meacional-os
entre njn cousas que ostão fora do commoreio.
Qtui, tondo de apresentar br;'V<?niente a sua exposição Lm-
pressíi, conformo foi resolvido, ãnvú. mAUí mais complota ex*
plicavào. c. comprebeodorii na o I tinia parto do indioo, aseím os
actos illicltos, como os fictos niíils importantes de qiio era vir-
tudi) da lei resultarem eITuitos juridicoí^.
Seguiu se com a palavra o Cunselbelro Coí^llio Rodrigues,
solicitando explicações sobro o Indico do Direito das obri-
gações.
Primeipamente parece-lUo que, devendo a modalidade o a
forma da obrií^açao inlluir no olTeito d'ella. ora vt-z da ordem
quo lui observada na collocação ám quatro primeiros Capítulos:
Do objecto — Dos eíleitos — Da mo íal idade — Da forma das
obrifrações — , terii eido mais lógico tratar das respo<-Hiva8
nnateriaF nesta ordem : Do objecto — Da lorma — Da moda-
lidade — « e íl lia I m e n to — D u o l!'e i to da á o b ricaço n s .
Taml»em não ooraprehende o motivo, por qne na 1* secção
do Cep. V mencionam so todas as espécies de obrlgaçOcs de-
rivadas dos contractos e nos outros Ires nâu se flizameama
cousa a raspei to dos derivados dos quasi-contractos, dosdelictos
o dos quasl delíctos.
Essa menção lhe parece nrceasaria para sabop-?e em que
secção o autor pretende incluir as obrigações que emsuaopi*
iiiílo derivara propriamente da lei.
Pensa que osquasi contractos sâo actos lícitos, cuja respon-
aalílilad^' V previsu e aoceita pelo agente antes de pratíraUos,
e quo oflQuasi delidos s&o actos illieitos com que o agente viola
o direito de outrem sem dolo (^diás seriam delictos), e não i>údo
ligHp a nenbum delles aresp:)nsãbílidade por actos de terceiros,
como se verifica, por exemplo, na^j acções in^tttoria e c^rrUoria
do Direito Romano, e na que tem o dono do terreno vizinbo a
um ©diflcio para obrigar o deste a vender-lbe a meação da parte
diviaoria, nos termos da Ord. lív. 1 tit, 6^^ § 35, cujafuntio é o
mesmo i/ireiío.
Dahi coDclue que faU% uma secção ao Cap. V, correspon*
dente ás obrigações derivadas da lei e qae a melhor cla^ii&caçâo
das ubrigaçôed quanto â sua origem ó a seguinte :
1 .« Os actos da pessoa obrigada ;
^•*A lei,
A 1* classe divide-se em duas espécies : a dos actos licites,
que, por seu taroo, subdivide-se em contractos e quasi-con-
Iracios ; e a dos actos illicitos-que também se subdivide — em
delictoa e quasinietjctos.
Quanto aos índices do Direito daa suocesBôes» do Titulo Pre-
liminar e da Parte Gerai— declai-uu qae approvava, reservando
pmra outra occasião algumas explicações que eai*ocia do pedir
sobre ponto:^ secundários.
^
ACTAS DAS SESSÕES 23
Qaanto ao índice do Direito das cousas aguarda a leitura da
exposição impressa que acaba de receber para emittir o seu juizo.
Finda a discussão foram approvados o índice do Direito das
Successões, e, com as modificações propostas e acceitas, os do
Titulo Preliminar e da Parte Geral.
S. M. o Imperador designando o dia 23 do corrente, ás 2
horas da tarde, para a exposição e discussão do Direito de Fa-
mília, a cargo do conselheiro Coelho Rodrigues, levantou a ses-
são ás 4 1/2 horas da tarde.
O que para constar o secretario. Barão do Sobral, lavrou
esta acta que se dignou cm assignar o mesmo Augusto Senhor,
com o presidente e membros da commissão. —D. Pedro 2^,
Cândido Luiz Maria de Oliveira^ M, P. de Souza Dantas,
O. H. de Aquino e Castro j Dr, José da Silva Costa, A, Coelho
Rodrigues, Barão de Sobral.
ACTA DA 4'' SESSAO
Aos 23 de agosto de 1889, sob a presidência de S. M. o
Sr. D. Pedro 2^, no Imperial Paço da cidade de S. Sebastião do
Kio de Janeiro, comparecendo o Ministro da Justiça o Sr. Con-
selheiro Cândido Luiz Maria do Oliveira, os Conselheiros de
Estado Manoel Pinto de Souzm Dantas, Olegário Herculano de
Aquino o Castro, José da Sii\a Costa, o os Conselheiros An<
tooio Coelho Rodrigues e Barão de Sobral, faltando com causa
participada o Conselheiro AíTonso Augusto Moreira Penna, a
Commissão organisadora do Projecto do Código Civil Brazileiro
celebrou a sua 4" sessão.
Lida e approvada a acta da sessão anterior obteve a pala-
vra o Sr. Conselheiro Silva Costa e declarou que, mantendo as
suas observações precedentes, precisava insistir mais especial-
mente em alguns pomos :
Ouviu dizer aqui que a opinião de Legouvó carecia de peso,
porque sua orientação de romancista não tinha valor jurídico e
pratico ; duvida, porém, que se possa sustentar oom vantagem
semelhante afflrmação após a reflectida leitura da Historia mo-
ral da mulher, que o notável escriptor publicou.
Observara, entretanto, que jurisconsultos de nota teem com-
batido, com irrefutáveis argumentos, o archaismo romano, se-
gundo o qual a mulher casada é civilmente incapaz, é como
uma capitts minor.
Em um paiz que aboliu a escravidão, não pôde medrar a
planta exótica das capitis diminutiones ,
Entre os jurisconsultos que negam a supposta incapacidade
da mulher casada, citanl os seguintes: Emile Acollas (Droit
civil t. 2p. 394), Laurent (Avant Projet t. l art. 211), Oide
(La coudition privéc do la fomnie Liv. iV Cap. iV) Piranelli
(Dei Progressi dei diritto clvile pa;/. 7<>),
2t REVISTA DO IN3TITUT0 HISTÓRICO
E' preciso salvar a contradicçao que irrompe da legislação
que nega capacidade civil ájuella mesma a quem faculta o
direito autonómico do test:u', e que ao mesmo tempo que sub-
mette-a á tutela do marido, dá-lho o direito do obstar á
venda doimmovol do casal.
Gonfía, como Laurent, no poder dos princípios diante dos
quacs os tradicionalistas não pjdem deixar de cedor : a sócio-
dado também obedece ás loi^s da sua particular dynamica.
Não são só moralistíis e jurisconsultos quo prôtost im contra
a imaginada inciipacidido da mulher c^isada: entre os philosopiíos
merece ser citado Condorcet (Esquisáe des progrès do Tesprit
humain), o qual acoima do funesto preconceito, engendrado
pelo abuso da força — o da incapacidade em questão.
Economistas, por sua vez, reclamam contra a allegada
incapacidade : exemplo Bechaux, no livro que mereceu o
premio Volouski, intitulado — Le droit et los faits óco-
nomiques.
R\ portanto, contrario*! incapacidade attrihuida á mulher
casada, asiim como entendo que devo sar riscado o f.iUido
dentre os incapazes ; porque 6 oUo apenas privado do adminis-
trar os bens, que são vendidos para pagamento do seus cro-
doreg, o que nada tem de coramum com a iueapacidado civil,
certo como é que o fallido não deixa de exercer o patno poder,
o direito do testar o praticar toJos os actos da vida civil, poli-
tica e administrativa.
Tomando em consideração as reflexões do Sr. Conselheiro
Coelho Rodrigues dirá, o seguinte:
S, Er. inquiriu dos motivos porque foram collocados os
oapitulos do índice das obrigações na ordem em que se acham,
parecenlo-lhe mais mothodico que fosso trocaila a cjl locação
dos capítulos II e IV, occupando estj o logar daquelle o viço-
versa.
Não concorda com a alteração proposta, pDrqu^í 6 mais
lógico que depois de tratar-so do objecto, dos oífoitos e da
modalidade das obrigações, se conheça aquillo que, na phrase
de Morin, não intervém senão para dar a evidencia exterior —
a forma: os processos intelioctiiaos toem uma ceria significação
subjectiva, traduzindo assim as impressões individualistas de
uma accontuaçáo autonimica o obadecendo ao que von Ihoring
chamou — educação juridica.
Si o nexo loi^ico, si o plexo juridico, deixarem a desejar
alguma cousa, na re (acção definitiva das matérias poderá ser
revisto e em:>ndado ; antes disso, suppõe menos acceitavol a
lembrada alteração.
Também não concorda com a modificaçào sugu^erida quanto
á ordem em que dovem sor tratadas as disciplinas jurídicas do
regimen dasobri^^açõos.
Propõe o illuátre Consnlheiro que sejam tratadas as maté-
rias respectivas, quanto á origiímdas obri^rações, sob três ru-
bricas, a saber : o contracto, os factos illicitos o a ioi, conformo
a nota quo tomou depois do ouvir a S. Ex.
ACTAB DAS SESSÕES 25
Vários oonoeitos toem sido exteroados noste assumpto.
Primitivamente era conhecido o syatema que dava como
fontas do obrigação — o contracto, o delicto o — o próprio
quodam jure ex variis causarum figuris do fr. 1 pr. do Dig,
L. 44 tit. 7dt» Obiig. ot actionibus.
Seífundo von {^avií?ny, esta triplica divisão não differe
essencialmente da classificação quadrupula do contracto, quasi-
contracto, delicto o quasi-dolicto, quo se víj nas Inst. Liv. 3«
tit. 4 § â^ porque Jimila-se a reunir sob uma só rubrica —
ox- variis causarum figuris — o quasi-con tracto e o quasi-
dolicto.
Uns filiam as obrigações a duas classes : uma immediata o
outra mediata, segundo procede da lei ou de facto humano.
Outros, como os legisladores do Código Civil da França e do
da Itália, contemplam a lei como fonte de obrigação.
A lei, como origem de obrií?ação, tem fundamento no Diges-
to Liv. 13* tit. 2 fr. único — de conditione ex lego — , o no fr,
41 pr. do tit. do obiig. et actlon.
Invocar a loi como fonte de obrigação é, como bem advei*te
Giorgio Giorgi, no seu Tractado que appellidou— Teorio dello
obligazioni tit. 3 p, 4— uma falta do lógica, pois que a lei ó a
verdadeira causa de toda a obrigação, donde resulta, alôm
do defeito de nomenclatura, uma serie de perigosas oonse-
quencias.
O próprio Laurent, quo no art. 1050 do seu projecto do
Código Civil Belga admittiu a lei como fonte de obrigações,
reconhece que, sem embargo de provir da lei certas obrigações,
independente da maniíesiação da vontade nem sempre ó isso
exacto; porque certos deveres como os da tutela, expressos em
lei, dependem da vontade de quem, deixando de escusar-se»
assume o respectivo encargo, e por isso voluntariamente con-
trahe as inseparáveis obrigações.
Abundando nos mesmos intuitos, diz Dalloz (Rep. gén. vb.
Obligations n. 31), oomquanto círtas obrigações tenham sua
origem immediata na lei, todavia sua causa eíllciente assenta no
facto do homem.
Si alguns Códigos teem declarado a lei como fonte especial
de algumas obrigações, outros, como o chileno e o argentino,
a excluem.
O projecta do Código Civil da Allemanha admitte três origens
de obriji^ações : l"^, actos entre vivos ; â*, ò delicto ; 3", varias
causas que se podem reduzir ao quasi-con tracto ; tendo oxcluido
a lei como origem de obrigações.
Não ha obrigação que não possa achar logar entre as que
descendam das quatro fontes indicadas.
A obrigação de prestar alimentos, as relações jurídicas em
que se possam achar os proprietarioi confinantes e oui^ras obri-
gações com prehen d idas no art. 1370 do Cod . Napoleão acham
espaço na parte de quasi-contracto.
A prevalecer a opinião que impugna, fora preforivel esta-
tuir que as obrigações só nascera da lei.
26 nFAT^TA r>o instituto histórico
Dirá por ultimo qne si fez o indíce com a nomenclatiira
nelle exarada, foi unicameDte coroo meio de dar a entender a
matéria gorai do que tem de tratar, podendo prescindir-sa de
usar de classificações systematicas em um Código, que deve
primar pela clar^^za e concisão : foi obtemperando a este dictame
quíí respeitou o methodo observado nos índices de outros illui>-
trados membros da Commissão.
Seguia-so com a palavra o Conselheiro Coelho Rodrigues.
Não insiste sobro a primeira parte da resposta do Conse-
lheiro Silva Costa, porque cx)ncorda com S. Ex. que, só depois
de articulados os quatro primeiros capitules do seu Índice, se
poderá fazer um juizo definitivo a respeito delles.
Quanto, porém, á classificação das obrigações, feita no
Cap. V, posto seja a mesma consagrada nas Ords. Liv. 4 tit.
70 pr. e i^ 5» e 79 pr.. entendo que estas foram inconsequentes,
incliiindo noutros titules obri^^açõcs, que não derivam de suas
quatro fontes reconhecidas, como por exemplo, a da Ord. liv. 1»
tit. OH j:^ .'{5 C3 a do acceitar as tutelas e curadorias nos termos
da Ord. liv. 4 tits. 102, 103 e 101, as quaes procedem da lei di-
rectamente o não indirectamente, como as outras em geral.
Acrescenta que o defeito da classificação das Ordenações
vem da sua fonte, § 2« tit. 13 L. :>° das Inst. cujos compiladores
pretenderam, mas não conuoguiram conciliar o corrigir as duas
do (ialo, a do S «8 livr. :5° dos Com^nentaria e a do liv. '4'* Rev.
cottídianjvr, donde foi extrahido o \^ fnigm. do D. de oblig. et
act., 14,7; porque na prim(/ira (iaio referia-se ás origens das
obrigações civis que eílcctivamente eram duas, e parecem ter
sido fundadas nas duas celebres disposições da L. das XII Taboas:
« Si ncxuin faciet, vel mancipium, uti liugua nuncupassit,
i ta jus <'st(), o «Si menibrum rupit, ni cum eo pacit, talío esto.»
As obrigações do quasi-contractOt do quasi-delicto e as que
o opinante considera oriundas da lei, independente de qualquer
aoto da pessoa obrigada, tiveram origem no fidioto do Pi*etor,
que não so chamava loi no Direito romano, mas fazia parte do
Jus hotumuium, a que se refere Papiniano (frag. 7§ l^D. de
Just. otjure. 1,1) e as próprias Inst. liv. l,tit. ^^l*'. Eis ahi
porque, oommentando provavelmont(í esse Edicto no seu livro
li" Rov. (^ottidianar.. que presume ter sido um iratado pratico,
escrovou o autor : « Obligationos aut ox contractu nascuntur,
aut ex malefioio, aut próprio quolatn jure ex variis causarum
flguris. »
Vãííí conciliação (V confirmada pelo 55 í>0 do Liv. 3<> dos
Comment. cits. , onde a palavra legc parece estar substituindo a
palavra iociy o roferir-se ou a outras piíssagens na mesma obra,
uuo se pirdcram, ou a ouira obra, donde se extrahiu o firag. l*
do Dig. cit. 44,7.
Ciaio, )>ortanto, comprehendeu todas as origens das obriga-
çtVs, tinto iMvis como pretorianas, o melhor que as lostitutas,
as quaes aivumu taram no Ti(. i:> do IJv. 3' duas classificações
ditVorontes, som relaí^ão uoci^ssaria entre si. pretendendo in-
cluir em um dos meml^ros da segunda as obrigações derivadas
ACTAS DAS SESSÕES • 27
da lei, e só por uma raetaphora muito atrevida pôde ser cha-
mada quasi-con tracto.
Do tudo isto concluo que as no8>as Ords. incorreram no
mesmo defeito por um romanismo que nâo tom razão de ser,
o pela Commissão não dovo ser accoito, como não tem sido por
vários Códigos.
Passando a justiflcar a ordem om que distribuiu as maté-
rias do indico do Direito de família, começou do lembrar que
ossa sociedade, lógica e historicamente anterior â civil, 6 deter-
minada por uma lei natura] em sua origem, e mantida uo seu
estado normal pelas relações moraes que a sua formação esta-
belece .
Em seguida expoz os motivos por que em vários pontos
afastou-so do methodo preferido por alguns Códigos ; propoz a
supprcssão de alguns impedimentos canónicos do matrimonio ;
lembrou a modificação do outros e insistiu na conveniência
de continuar o casamento catholico, ao lado do civil, embora
sujeito, como esto, ao registro do Estado para que tenha eíTeitos
legaes.
Propugnou pela doutrina do divorcio com a consequente
dissolução do vinculo, no caso do adultério de um dos cônjuges.
Finalmente justificou algumas providencias relativamente
ã posfe dos íillios, nos ca.<os de dissolução do casamento e de
sepaiação dos cônjuges, referindo-se incidentemente ao casa-
monto putitivo.
Em relação ao Tit. 2°, propoz quo se diminuísse a restricção
da capacidade civil da mulher casada e se ampliasse um pouco a
da do marido, ao monos em relação à disposição dos bens.
<x!aa>)to ao regimen destes, propoz a continuação do
commum, como regra, facilitando- se, porém, as convenções
matrimoniaes, exclusivas de communhão, eo regimeu dotal.
Ponderou que convinha ampliar as disposições da Ord.
I.iv. 4 lit. 10.-), e estabelecer medidas que ao menos indirecta-
mente diíllcultassem o casamento dos velhos, sem distincção de
sexos, c propoz que na falui do pae se transmitUsse o pátrio poder
á mãe, omquanto viuva.
Km relação au Tit. 3° manifestou o propósito de melhorar a
condição dos íllhos naturaes. e de manter o remédio da adopção
para os quo não tivessem filho.
Sobre o Tit. 4" propoz quo se restringisse a divida ali-
mentaria, cuja extensão actual parccia-lhe excessiva e disso-
nante da liberdade de tesUir, que acredita ser ideia vencedora
no espirito da Commissão.
Quanto ao Tit. 5» indicou que só se considerassem tutores
os representantes legaes dos menores orphãos, designando-se
os dos outros interdictos pelo nome geral de curadores.
Quanto ao Tit. C • dou a razão por que não incluiu sua
matéria no anterior.
Quanto ao Tit. 7« lembrou que sua matéria talvez ílcasse
melhor coUocada noutra parte, o aocresoentou que mais perti-
nente lhe paro(Ma ao Direito do familía a condição das pessoas
2« REVISTA no INSTITUTO HISTÓRICO
do serviço domestico, as quacs são qnasi um complemento nata*
ral delia, o occupam no seu seio um v pos*cão tâo especial, que
n&o podem ser regidas pelas rogras commuDS da locação. Con-
clue declarando que fará sobre isto nm titulo à parte, si o Con-
selheiro incumbido di> Direito das obrigaçõ.^s não preferir incluir
essa matéria em uma subsecção da socção correspondente do
capitulo dos contractos.
O Conselheiro Ministro da Justi^i, com a vonia Imperial,
ponderou que o casamento religicso, regido por leis diversas e
todas emanadas do outro podor que não o listado, não tinha cabi-
mento no Código Civil, do qual, polo inosmo motivo, jã havia a
('ommissão eliminaio quanto so leferia ao religioso professo. A
liberdade de consciência, garantida pela Constituição do Império
como um dos direitos do homem, não perniittc distinguir entro
a validade e eireit>s moiaes dos casamentos realiza los segundo
08 differentes ritos. O direito do Estado se limita a regular o
oontracto, a que liga os eífeitos civis do sua competência, salvo
a todos os nubentes o direito de, antes ou depois, observaras
formalidades da igreja ou da seita roligiusa a que pertencer,
como 8e pratica nos paizt)s que teem adoptado o casiiuento (uvil,
Acorescenta que a proposta do Conselheiro Coelho Rolrigues
ô, quanto ao casamento dos catholicos, a conservação do ^/a/u
guo^ pois o registro civil já so acha estabelecido e acceito pela
nação sem as grandes perturbações que se rt'Coi ^vam, e convém
que neste assumpto não fique o Brazil mais atrazado do que a
maioria das nações catholicas, pondo em duvida o direito do
Estado do regular o contracto a que confere os eíTe-tos civis, in-
dependentemente das ceremonias religiosas de que seja acompa-
nhado conforme as crenças de cada um .
Esta opinião, sustentada também pelo Conselheiro de
Estado Souza Dantas, foi apoiada pelos outros membros da Com-
missão.
Em seguida Sua Magestade o Imperador se dignou chamar
a attenção do todos os membros da Commissão sobre o divorcio,
ponderando que a indissolubilidade do vinculo matrimonial era
a principal garantia da paz das famílias e da ordem domes-
ti ca.
Apoz algumas considerações dos Conselheiros Olegário e
Barão de Sobral áconM dos peri^^-^os do divorcio, foi resolvido se
adiasse a solução defliiitiva, devendo entretanto o Conselheiro
Coelho Uodri^íues formular os artigos rospe 'tivos para submet-
tel-os á discussão.
Posto a votos o Indico dos Direitos da familia foi approvado
com as seguintes modiflcições : 1." (,>ue se eliminassem os
Caps. 4 e 5 do Tit. l» — :i." Qm o Cap. l do Tit. 2^^ so inscre-
vesse — Dos filhos legitimes o legitimados, o u Cap. 2" dos
filhos illogitimos ; e salva, em relação a todas as outras partos
do Índice, a reconsidoração posterior á vista <la articulação de
toda a matéria.
Posto a votos o Índice do Direito das obrigações, foi também
approvado.
ACTAS DAS SESSÕES 2 9
S. M. O Imperador designou o dia 30 do corrente, ds 2 horas
da tarde, para discussão do Indico do Direito das cousas o le-
vantou a sessão ás 4 l/^ da tardo.
Do que para constar o Secretario Barão do Sobral lavrou
esta acta, que se dignou assignar o mesmo Augusto Senhor com
o Ministro do Justiça e membros da Commissão. — D. Pedro 2" ^
Cândido Luiz Maria de Oliveira^ M, P.de Souxa Dantas, O, ã, de
Aquino e Castro , Lr, José da >Silva Costa, A. C, Rodrigues, Barão
de Sobral,
ACTA DA 5"^ SESSÃO
Aos 30 dias do raez de agosto do 1889, ás 2 horas da tardo,
sob a presidência de S. M. o Sr. D. Pedro 2», no Imperial Paço
da Cidade do S. Sebastião do Rio de Janeiro, compaiecendo os
Srs. Conselheiro Cândido Luiz Maria de Oliveira, Ministro da
Justiça, os Conselhoiros de Estado Manoel Pinto de Souza Dantas,
Olegário Herculano de Aquino e Ca&tvo, Jcsô da Silva Costa, e
os Cansolheiros Ant nio Coelho Rodrigues o Barão do Sobral, fkh
tando com causa participada o Conselheiro Affonso Augusto Mo-
reira Penna, a Commissão organisadora do Projecto do Código
Civil Brazileiro celebrou a sua 5* sessão.
Lida e approvada a acta da sessão anterior o Conselheiro
Olegário, com a Imperial vénia, fez a seguinte exposição:
Delineado como foi, na justificação impressa do «Índice, o
plano que tem de ser seguido no desenvolvimento das matérias
concernentes ao Direito das cousas, e feitas as alterações já re-
solvidas pela Commissão quanto aos Caps. 4" e O** dos Tits. 2"" o
3'^ que se inscreverão — Dos direitos resultantes da posse e do
dominio, substituindo o titulo do domínio polo da proprie-
dade, o guardada a classiflca(.ão de direitos reaes í^obre cousas
próprias ou alheias, resta-llie tomar cm consideração as obser-
vações feitas pelos Srs. Conselheií^os Coelho Rodrigues o Silva
Costa, com relação a alguns assumptos que devem ser incluídos
nesta parte do projecto.
E são: «Superfície» — «Privilegio do3 auctores e invento-
res» — «Privilegio dos concessionários das obras publicas» —
«Servidão do aguxs».
Quanto a esta ultima sem duvida será incluida em logar
próprio ; nem podia deixar de sel-o, desde que ô uma espécie de
servidão ; o das servidões em geral tem de occupar-se o Projecto,
segundo o índice apresentado.
Quanto á — Superttcie— consistindo no direito de plantar ou
edificar no solo alheio, hesitou em cootempial-a como direito es-
pecial sobre cousa alheia, porque, no entender de Teixeira de
Freitas e outros, cila se acha comprehendida na locação ou no
uso. O próprio Laurent, quo a incluo no seu Projecto, a equi-
para â empbytheuse. O superficiário, diz elle, exerce os mesmos
30 RliVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
direitos do emphytheuta. Um e outro repreaontam o direito do
proprietário ; o emphytheuta no solo, o o superficiário na super-
ficie.
Considerando, porém, que Savigny tem a superfície como
Jus in re, e inteiramente semelhante á servidão, accresccntando
qu3 o direit j do superfície é o único ^'mí in re, além das servi-
dões, a que se podo directamente applicar a quasiposse, pois
que o que goza deste direito, posto que não seja em rigor —
possuidor, o menos proprietário da casa que ediflcou em terreno
alheio, tem delia posso material, não duvidará incluir a —
superfície — entre os direitos reaes sobre cousas alhei is, si
assim o entender a Commissão.
Quanto ao direito dos auctorese inventores, refere-so ao
que jã ponderou na exposição de motivos.
Com Laurent, Lafayette e muitos outros illustres escripto-
res, entendo que a propriedade litteraria, artistica, a de in-
venção e descobertas fazem parte do património, representando
o trabalho, o producto da intelli-encia ; é a propriedade por
oxcoUencia.
Muitos Códigos modernos a reconhecem, c sobre o direito
de invenção o descobertas industriaes já temos disposições es-
pociaesnas nossas leis. A questão que a respeito se levanta,
é sobre a qualidade especial da propriedade litteraria, depen-
dendo, por sua própria natureza, do disposições também espc-
ciaes, que serão ou nao cabidas no projecto, conlormo o en-
tender a Commissão. No Código Portuguez sob o titulo « Do
trabalho artístico o litterario » muitas disposições se encontram
sobre a |)ropriedade litteraria. Esse Código não só reconheceu
o direito de propridade sobre os productos da intelligoncia o
da industria, como entrou cm alguns desenvolvimentos que, no
entender do commjntador Dias Ferreira, teriam melhor cabi-
mento em legislaçfio ospocial.
O auctor portuguez de um escripto publicado pela imprensa,
iithographiaou por qualquer outro modo em território portu-
guez, goza durante a sua vida da propriedade e do direito ex-
clusivo de reproduzir o negociar a sua obra. E' equiparado aos
auctores portuguezes, o escriptor estrangeiro em cujo paiz o
auctor proluguez for equipara lo aos nacionaes. Depo»is da
morti) do auctor conservara os seus herdeiros, cessionários ou
representantes o direito de propriedade por espa;o de 50 annos.
A propriedade litteraria ó considerada e regida como qual-
quer outra propriedade movei, com as modificações que, pela
sua natureza especial, são impostas por lei.
Adopta, em geral, estas disposições da lei portugueza,
attendendo a que a proprieiade não muda de natureza, por ser
distincta a matéria e a origem dos productos a que se applica.
A propriedade litteraria devia ter a mesma duração, e siT
transmissivel por herança, como a material. Com razão já foi
por alguém notado (jue a propriedade mais nobre 6 de todas a
menos protegida. O mais ignaro artista pôde transmittir do
geração em geração o producto de seu trabalho mais fácil o siu-
ACTAS DAS SESsGtíS 31
gelo ; e o maior sábio do mundo, ou 03 soub descendentes não
gozarão exclusivamente dos fructos do sua intolligencia sinão
por um breve prazo .
Si o sentimento da proprieJado ó o estimulo do trabalho, o
si o direito hereditário alimenta esto sentimento, avaliese
quanta protecção falta d intelligencia por nâo ser declarada
perpetua a propriedade de seus productos.
A propriedade litteraria, como bem lembrou o citado com-
montador, começou, como tantos outros direitos, a apparecer
sob a forma de privilegio, e ainda liojo não tom garantias ju-
rídicas, sioão com grandes restricções ; mas ha de acabar a sua
progressão histórica o racional, collocando-so nas mesmas con-
dições juridicas da propriedade material.
Quanto aos concessionários do obras publicas, não vê fun-
damento jurídico para que sejíun incluidos entro os que exer-
cem direitos roaes flobre cousas alheias . Da concessão resulta
direito sem duvida alguma ; mas não direito real sobre cousa
alheia.
Isto quanto ás observações do Sr. Coelho Rodrigues.
Relativamente ás do Sr. Silva CosUi, vè que 6 por elle
acceita, ou pelo menos não ó ropellida, a classificação feita por
Marezall e muitos outros de direitos sobre a cousa própria ou
alheia, entendendo, porôm, que, a ser feita a distincgão, dovo-se
incluir entre os — jura in re alínea — o mutuo, o deposito,
e outrjs contractos que versam sobre outros tantos desmem-
bramentos do direito de propriedade.
Além de não reconhecer nos casos figurados ajusta appli-
cação da regra que determina a qualificação jurídica de direito
real, e não ser a lembrada qualificação seguida pelos Códigos
mais conhecidos, observa quedo mutuo o do deposito, como
contractos, se occupa o — Direito das obrigações — , e para que
não se de redundância ou contradicção nos pontos de direito,
que vão ser articulados, ó de mister que desde já definiti-
vamente se assente na classificação do direitos roaes que teom
de ser incluidos noCap. V do Tit. \\\ ou na substituição do
direitos reaes por— ónus roaes —, que aliás não lhe parece
conveniente, por não comprehenier todas as modificações, a
que está suj jita a propriedade, segundo o que expendeu no
final de sua exposição impressa.
Accresce que a observação foita, quanto ao mutuo, talvez
podesse ter applicação ao commolato, ou empréstimo com
restituição da própria cousa, movei ou do raiz ; mas não ao
mutuo, onde a i-estituição 6 feita no valor corrospondento,
porque versa sobre cousa fun«zivel ou censurai vel polo uso.
No mutuo, a propriedade da cousa emprestada é transferida ao
mutuário, por conta de quem perece ; não ha, pois, cousa alheia
que sir^a de objecto ao direito real.
Também não lhe parece conveniente que se desloque a
hypotheca legal, separando a das mais espécies do hypjiheca,
para delia tratar-se como ónus real, que grava o immovel do
respectivo responsável em favor do offendido, da mulher polo
;J2 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
dote, etc. ; porque embora a liypotheca nesses casos provenha
da lei, e não do contracto, nem por isso deixa de ser uma cspocio
de hypotheca regulada como direito r.al, e comprehendida
na classificação feita pelo índice, ou como causa do oorigação e
portanto da esphera do — Direito dsá obrig^ões.
O que 6 preciso 6 de uma vez assentar no modo de classifi-
cação, afim (lo poderem ser devidamente articuladas as matérias
referentes á propriedade.
E por esta occasião dirá : que talvez fosse melhor
supprimir a divisão geral de direitos reaes sobre cousas ])ro-
prias ou alheias, visto que delia provêem as diífícu Idades do
uma exacta classificação do cada um desses direitos ; e,
seguindo o exemplo do Codi;ro da Itália ou dv) Chile, tratar
da propriedade e suas modificações, modo de acquisição (í perda
desse direito, sem a distincçâo indicada de direitos rears^ ou,
como foi lembrado, ónus reaes ; reserviilos pira a parte rela-
tiva ao Direito das obrigações os contractos que por sua
natureza importam modiíiiíação da propriedade, c teriam
de ser comprehendidos entro os direitos reaes sobro cousas
alheias ; como dos modos do acquisição terá de ser excluída a
herança por pertencer ao Direito das succcssões.
A tomar um Código por guia na distribuirão o exposição
das matérias que teom do ser aqui reguladas, preferiria o Código
Italiano publicado em isô.").
E' sabido quanto a sciencia do Direito tem proírredido na
Itália, e como em toda jiarto são apreciados os notav.ds tra-
balhos que enriquecem a litter.itura joridica desse paiz. O
Código Civil se recoramonda pela clareza e metlicdo quo
guarda ; tornando-so fácil o seu estudo pelo copioso common-
tario do Cattane i o Cario Horda.
A nova ordem ou disposição do matérias agora proposta,
somente om relação ao Direito das cou >:i^, em nada contraria ao
quo jã foideliboraJo em relação aos Índices dis outras ])artes
do Projecto.
Por ultimo observou o Sr. Conselheiro a quem responde,
que não dovo tratar-so no Codi.L-^o Civil das acções que nascem
do domínio o da posse, mas, sim dos direitos delles resultantes,
porque as acções pjrteiicem ao Código do Processo. Declara
que nunca pretoudeu tr itar individualmentíí das acções como
meio — prrscqttendi — posto que om diversos Codi^^os delias j^o
trate longamente, servindo do oxcmido os de Portugal c do
Chile, mas da acção como Jus definindo os casos e condiçõog em
quo pôde ser o direito exercido. Nem outra cousii significa a
locução acceita direitos resultantes da posse ou df propriedade
8inão aquHlo mesmo quo procurou exprimir com a quo foi
empregada no Indico, e que 6 usada por Teixeira de Freitas,
Lafayettc, Laurent c muitos outros escriptores.
Disso, porém, não faz questão, acompanhando o voto jd
enunciado ; salvo o direito de hojo c para o futuro simplesmente
mencionar os pontos de doutrina em que possa estar em dosac-
cordo com a illustrada Commissão.
ACTAS DAS «íESSOES
33
Find;i esta exposição. Sua Mcagestado o Imperador so
dignoii ponderar que ura dos assumptos, o da propriedade
litterai-ia, era marocedor de rnuita roílexão e dosído oxame.
O peDFamonto, observou Sua Ma^'Gata*le, nao pôcle sor objecto
de propriedade corao sls cousas corpóreas. Producto da intí^Ilí-
geocia, participa da natureza delia» é um attributo da porso-
Dalidadt) íçarantído pela liberdade da iiirinifostaçao, direito
Passoaí. Uma vez manifestado, elle entra na comraunliào iotol
IO'Uial da humanidade» não ésusceptivnl di; apropriagâo exclu-
8iva. O i^ensarnento oao m traaaíbro, eoraraunica se,
Dôsaa commuoiiào tira oaiictor, um génio que seja, grande
parte dos elementos íio aeu trabalho, o com as idéas propriaa ^^
communs elabora o síju manuscripto, imprimo o seu livro. Nâo
se contesta que e-'^6 mamiscripto, ease livro, expressão matorial
do predticto da intelligencia, ô sua propriedade, e quo delia
podo livremento di8i:K>r ; mas, trapslurido o livro, publicadas
as idéas, aô om virtude de privilegio, o por excepção ao^ prio-
cipioií geraoá da propi-iedade, ptidor-sõ-tia limitar o direito do
comprador do livro, o manter o conteúdo deste na pa^^ o do-
mimo exclusivo do auctor,
Coíivom que a loi proteja as producçòíis scientíilcatí» litto-
rarias e artísticas, mas chama a atí^nção da Commlssáu sobre
a nccossidadõ de liarmonísar os direitos do auctor eora os da
sociedade, lembrando que em parte alguma lho 6 conferido o
direit*^ do propriedade perpetua ; otn geral é preferido o «ys-
tema de privile^^io tempor^iric^, e inuitoa rscriptores julgam
preferi veí o ajatema de prémios. Ptpndtírou ainda Sua Magc8-
Eade que em Portugal, cujo exemplo foi invocado, homens de
grande autoridade na scieacia. como Vlexandro Herculano,
impugnaram a inclusão da direito do auctor oo Código Civil,
como propriedade*
O Conselheiro Miolstro da Justiça, com a vénia Imperial,
declarou quo o uso da palavra— propriedade— lho pai^ece juati-
ficado pelo art* 171* § 2G da Constiluiçrio que expressamente
garante a propriedado dos inventjroíi ; mas que a CommiffiSa
tomaria na devida consideriçào as r eco raraen dações do Sua
Magestíde ao determinar os limita do direi f,o do auctor» em
conformidade do disposto no mesmo artigo constitucional.
Stíguiu-ííe com a palavra o Conselheiro Coelho Rodri-
gues.
Diz que nâo insistirá, sobre o direito de superfície g a ser-
vidão das aguas, nem soíjre o direito dos concessionários de
obras publicas, porquanto, desde quo o auctor do Indico declara
que ha de incluH«os noa logarcs compotentes, deve aguardar a
apresentação do trab ilho articulado para formar o mu juizo,
quer sobre a collocação que tiver no quadro do Direito daa
Couaaa» quer sobre o modo como hão de ser regulados.
Quanto, porém, á propriedade littoraria o á das invonçííeâ
artis liças entende quo olla nâo é, nem póle ser chamada pro-
prioíiado : l« porque nâo vé na hypothese a realidade objectiva,
a que este direito real por excoUoncia poasa eatar inhorente ;
8:31 — 3 Tomo r.xviii v. k
34 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
2° porque falta-lhe a razão jastiâcativa do exclusivismo da
propriedade material.
Desenvolvendo o primeiro ponto, observa que emqaanto a
obra ou invenção não se manifesta uo mundo objectivo é uma
concepção puramente subjectiva, incapaz de constituir matéria
de uma obrigação pessoal, quanto mais de um direito real.
Quando essa concepção chega a sev materialmente representada
nos manuscriptos, ou nos impressos, ou nos exemplares do in-
vento já reduzido a producto, não ha duvida que estes manu-
scriptos impres:jos, ou exemplares, constituem propriedade ex-
clusiva do auctor, ou inventor, que pôde guardal-os, subtrabil-os
da vista do publico e até consumil-os improductivamente,
mas não é disto que se trata, nom é isto o que está em questão.
Trata-se da faculdade exclusiva de imprimir ou reproduzir a
obm ou invento, ainda depois de conhecidos e vendidos aos
consumidores os exemplares oiferecidos pelo productor, o que
Importa menos um direito para o vendedor, do que um inter-
dicto prohibitorio aos compradores.
Ora, essa prohlbição, diz o opinante, só pôde ser jurídica
em virtude de um acoordo entre o productor e os consumi-
dores, ou por força de uma lei positiva: no 1° caso serin um
direito pessoal ; no 2« um verdadeiro privilegio, e eni nenhum
dos deus casos ^eiia um direito real e itiberento a cousa cerca
e determinada, como cumpria pai^a poder ohamar-se proprie-
dade.
Desenvolvendo o segundo ponto, pondera que a razão fun-
damental de propriedade ô que o homem não pôde viver sem
utilisar-se das C"Usri8, nem effloazraente utilisar-se destas sem
chamal-as ao sen domínio exclusiro ; porque, em regr.i, uiua
mesma cousa não pôde satisfazer simultaneamente a necessi-
dade correlativa de duas ou mais pessoas. Esta razão falta ás
producçõés do en<renho humano ; porque o auctor pôde com-
munieil-as indefinidamente a quantas pessoas quizer, e estas
a outras, sem que elie por isso fique mais pobre. Ainda mais:
uma vez feita a communicação, alie não pôd ^ mais coarctal-a,
nem rebaver a que fez. E* como o dono de uma vela, que
communica a sua luz á de outrem, e depois não pôde impedir
que esta comtnunique, a seu turno, a luz da veia que lhe
Sertence a quantas outras velas lhe aprouver. A um aparte
o Conselheiro Olegário, contestando a exactidão do símile, res-
ponde canfe.<i8ando que realmente não é exacto; porque o dono
da primeira vela, no caso figurado nada lucrou com a commu-
nicação da sua luz á do uutreu), ao passo que o esf^^rço que
íh>zemos para communicar aos outros os nossos conhecimentos
fas-nos ficar sabendo melhor aquillo mesmo que já sabíamos
bom.
Por essas razoes, alóm das que Sua Magestade o Impe-
rador se Dignou lembrar, concluo que o mais que se deve con-
oeder aos anctores e inventores ô um privilegio exclusivo e
temporário para imprimirem suas obras ou reproduzirem ^eus
inventos» nos termos da ;e» parte do § )eô do art. 179 da Con-
ACTAS DAS SESSÕES 35
stitaição, oDde o legislador parece ter propositalmente restriQ-
fido o seatido absoluto da palavra propriedade, empregada na
^ parte do mesmo paragrapho .
Quanto á substituição que o auotor do Iniioe propAe da
palavra — Dominio —■ pela palavra — Propriedade — só pôde
concordar, si elle sulMitituir também a tDeorla romana dos
Jura in re pela theuria dos onas reaes, lembrada pelo Sr. Con-
selheiro Silva Costa ; porque esta considera a propriedade
objjctivamente adberindo à cousa, e aqueíla considera sul^
ctivamente, como attributo de pessoa ~ Dominius — >, e posto
que as duas expressões signifiquem a mesma ideia snpp^ %
relação de direito sob pontos de vista differentes.
Peitad estas ponderações, condue o opinante declarando
que abstom-Stí de tratar da theoria de Gaio sobre os três ele-
mentos do direito c Pessoa, Cousa e Acções» (B sobre o logar
que deve ter no Código de Direito de nimilla, assim como ^
doutrina da exposição da parte relativa & posse ; porque jsui
duas primeiras matérias só incidentemente foi-am tjraSadás,
e a ultima pôde sem inconveniente ser reservada para a dis-
oussão do projecto, depois de articulado.
£m seguida usou da palavra o Causelheiro Silva Costa.
E' sectário convencido da propriedade litteraria e artística,
porque si a idéa não 6 susceptivel de apprehensão, Qxistindo
o desenvolvendo-se qo mundo livre do pensamento hunaano ;
todavia sua concretisação, su^ reducção a ama forma sensível,
traduz o trabalho, manifesta o emprego de meios que entram
no comme'cio, como os bens patrimoniaes, ficando portanto su-
jeito ás leis respectivas.
Conhece a theoria apregoada por Bourdeau, ^ntce outros,
cuja syuthese 6 esta — os auctores são instrumentos que re-
soam ; mas por muito que se deva ao passado e á infioencia do
meio em que se vive, é forçoso convir que nas obras iitterarias
e artísticas ha um cunho de personalidade, ha o pruducto do
trabalho que a oiviiisação de todos os tempos tem sabido honrar.
SeiA comprado o livro, criticados os seus conceitos, divul-
gadas as idéas nelle contidas, não vai nisso offensa dos direitos
do auctor ; reimprimir o livro, expol-o assioi á venda, apforir
proveitos: eis o que envolve lesão de direitos e não pôde ser
permittido.
Discutirá mais detidamente o assumpto quando se apresen-
tar a redacção dos artigos referentes a esta matéria, e então
entrará no exame dos três systemas conhecidos ; por ;agora
limita-se ao que acaba de ponderar, pedindo a attenção dos
iilustres memoros da Commissão para um ponto que tem» a ser
ver, toda a importância.
Sabem todos que a Constituição do Império no art. 179
§§ 2:^ e 26 gurante a propriedade em toda a sua plenitude, afsim
como assegura aos inventores o direito ezoiusivo à^ suas
defecobertas e producções ; é expresso na citada Con;5tituiçãQ«
art. 178, que ó constitucional o que diz respeito e^qs dii;MÍU>s ifldi-
▼iduaes dos fidadãos, especificados no artigo subsequente, em
a6 REVISTA DO INSmCTO HISTÓRICO
0900 g$ ^ e 2^ aeham-^e justaneote e:rotfimpUdQ8 os de que
10 tnta ; e Doruoto ^-v» dos ar». 174 e seguintas da Coosli-
Sio fó peiaf trandies especiaes ahi pre^cripU» é qua se pôde
oir a propriedade litigaria e artística, apenas sendo admis-
iiTel DO Código projectado regalar o exercício desse direito.
EúVeode que oão é mister ;<uardar o rigor de classificações
maibodoloíneaa no Código, o que é maii próprio dos Traiados;
por iieo toma a liberdade de propor a sappressão da qualifica-
çio de direitos reaes sobre cousas próprias e sobre coa as
allieiaSy tanto mais qaanto com e^sa eliminação desapparece a
difliealdade que encontra o illustraJo (^onselheiro encarregado
áo Direito das Cousas em redigir a matéria referente aos ónus
reaes, os quaes comprehendem não só o que refere o índice
allodido no Cap. V, mas alguns outros.
W de opinião qae no Cap. V se trato dos ónus reaes, sen-
do nomeadamente declarados como ónus reaes, além dos da
lei bjrpotíiecaria Tígente, tudo quanta pelo anterior regimen
CTa ol^to das chamadas hypothecas tacita e judiciaria.
Recorda que por Direito Romano bavia cinco espécies de
Jura in re aliena, a saber : as servidões, a emphyteuse, o di-
reito de superfide, o penhor e a hypotheca (Macl^eldey § 2:^.
O projeeto do Cod. Civil da Allemanha divide o direito
das cousas em nove secções que são :
1* Secção — Disposições geraes.
2» > — Posse e detenção.
3* » — Disposições goraes quanto aos direitos im-
mobiliários.
4* » — Propriedade.
Tit. I — Objecto e limite do direito de propriedade.
Tit. II — Acquisição do direito de propriedade sobre os
immoveis.
Tit. ni ~ Acquisição do direito de propriedade sobre os
movois.
Tit. IV — Reivindicação.
Tit. V — Co-propriedade.
5^ Sec<^ ~ Direito do preempçSo em matéria mobiliaria.
6» > — Direito de superfície.
7* > — Servidões.
Tit. I — Servidões territoriaes.
Tit. 11 — Usofructo.
Tit. III — Servidões pessoaes restriotas.
Ô* Secção — Ónus territoriaes.
^ » — Penhor, hypotheca e debito real.
O projecto do Código allomão afastou-se do systema roma-
no, proferindo o do Código da Saxonia.
No projecto do quo está encarregada a ('>ommÍ8são aqui
reunida podo-so adoptar melhor ordem na distribuição das ma-
térias, conforme já tovooccasiào de expender.
Bstà persuadido de que a Commlssão deve oomprehender
noCodigo, do cujo projecto se trata, as grandes medidas que
virlo aíBrinar a prosperidade deste vasto Império o» fiel a este
ACTAS DAS SESSÕES 37
intuito, espera poder offereoer opportunamente á consideração
dos illustres membros da Commissâo algumas idéas que devem
ser nacionalisadas, entre as quaes enumera a lei Torrens, a do
Homem Stead.
O Conselheiro do Estado Souza Dantas, obtida vénia, pro-
nundou-se pela conveniência de ser regulada no Projecto do
Código Civil a propriedade litteraria, mal garantida pelo art.
261 do Código Criminal.
Tendo a palavra o Conselheiro Barão de Sobral declarou
que, em face do art. 170 § 26 da Constituição, a propriedade
dos auctores e inventores deve, na sua opinião, ser garantida
por um privilegio exclusivo temporário. Concorda nas modifi-
cações do índice do Direito das Cousas, propostas pelo seu
auctor, na inclusão do direito de suporficie, e na suppressão da
distincção de direitos sobro cousas próprias e cousas alheias,
conforme as indicações dos Conselheiros Silva Costa e Coelho
liodrigues, com as quaes concordou o Conselheiro Olegário.
Finda a discussão foi approvado o índice com as modifica-
ções propostas.
Sua Magestade o Imperador declarou que, estando assentado
o plano geral do Projecto» e dividido o trabalho, aguardaria
communicação do Ministro da Justiça de estar articulado algum
dos Titulos ou Capitules para Designar o dia de nova reunião.
Esperando que a Gommisàu) empregasse o maior zelo e dili-
gencia em adiantar serviço de tanta importância.
O Conselheiro Ministro da Justiça, manifestando sua satis-
fação p3lo acoordo a que chegaram os membros da Commissâo,
confirmou a sua confiança no patriotismo de cada um dellos.
Foi levantada a sessão ás 4 '4 da tarde.
Do que para constar o Barão de Sobral lavrou está Acta
que se clignou de assignar S. M. o Imperador com os mem-
bros da Commissâo. — D, Pedro 2^, Cândido Luiz Maria de
Oliveira^ M, P. de Souza Dantas^ O. H. d' Aquino e Castro^
Dv, José da Silva Costa^ A, Coelho Rodrigues^ Barão de Sobral,
ACTA DA 6* SESSÃO
Aos 13 dias do mez de setembro de 1889, ás 2 horas da
tarde, sob a presidencii de S. M. o Sr. D. Pedro S*", no Imperial
Paço da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, comparecendo o
Ministro da J ustiça Conselheiro Cândido Luiz Maria de Oliveira,
os Conselheiros de Estado Manoel Pinto de Souza Dantas, Ole-
gário Herculano d'Aquíno e Castro o José da Silva Costa, e os
Conselheiros AíTonso Augusto Moreira Penna, António Coelho
Rodrigues e Barão de Sobral, a Commissâo organizadora do
Projecto do Código Civil Brazileiro celebrou a sua 6* sessão.
Lida e approvada a acta da sessão anterior o Conselheiro
Affonso Penna, com a Imperial Yenia, depois de justificar
M
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
a saa aus6Q0la oas prdce<lenU}í} ^o^tâões, & ile agradacer ao
Sr. Minmtro da Juatiga o tiaveí^o substituiflQ, rlurarit^ o seti
impedimento» com tanto proví^iui do sorviça da Coinmissão,
doclaruu aíherir ás resjíuçfjes dos seus col legas.
Km seguida o Coost^lieiro Coelho liodrigaG^, apresentando
ama exposição impreiísa dos m<itivos das principies disposiçõos
do Direito de Fíiroilia que tom de artitiular, impetrou vénia
p;tra chamar a attençàodoaeuâoulie.u^as sobra itlgumas de maior
ímpíjrtancía, especialraento sobre aquellas ora que proteole;
l.** Reduzir o ímpedimení.o do pi»rent;esco para o casamento —
& íinba i^ecta e ao 2^' grau da linha eoll-iteral ; ?,^ Prohilâr a
oommuohàu de bens entre conjures co irmãon ou ligudos pelo
parentesco de tio e sobrinh * o víee- versa; 3.'^ Elovar a 16 aoDOs
partt o íiomem e 14 para a mulher a edaie em que podom
oasar, ou, pelo menos, vedar a coniMiunhãu do bens aos que se
caaarem mais oedo; 4." Prohibir absolutamente, tanto aos
Jovens como aoa velhos, o eadamento anteá o de puis de certa
ed&de ; ò,'^ Manter o caaaraento cathoiico sujeito ao re^íistro
civil para quo tenha eílettos legaes ; 6.® Adraittir o divorcio
com a diíisolacàô do vinculo matimonial oo caso unioo do
adfiUorio ; 7." Permittir a separaçfio guoad thorum et mensam
por mutuo ooaaeoôo, 8on<lo facultíida á mulher a acção de di-
vorcio por preanmpçào de adultério do marido, sulvo prova
em t*ontrario, ai a ?separa^o prolongar-so por 5 annos ; 8.^ De
elarar que depoiã do Código todas as cousaâ matnmoiiiaí^s Écam
■ pertíucendo ao Toro secular; y.*» Modificar o direito vigente
fluanto d p-jsse exclusiva dos (lllios daila ao pae nos caaoa de
divorcio on sopapação dos cônjuges, alteudoodo ás condições de
edade e sexo dos lílhos, e ás etrcnnistaneias moraes e oc^onomí*
caa do pae e da mâe para attribuil a a um ou a outro conlbrmo
fop mais justo e conveniente.
Sobre outras queal^es dissentidas também na sua exposição
desejava ouvir os seus col legas, mas, estando a hora adiantada,
aguardaria as observaçòeg que houvesse de fazer qualquer
delíes depois de liarem o mesmo impresso.
Os membros díi Comiutssão, manifostaodo-so, em geral, de
accordo cora aa idéas enuociadíis, monos qtiauto á inclusão do
casamento catholico no Código Civil, saJvo di.^pusiçào triínsitoria
sobre os effeitos civis dos anteriores á lei e mantendo as reser-
vas precedentemente feitas quanto ao divorci^j, declararam
que depois de articulada a matéria emittiriara o seu parecer.
Pui levantada as es^ao ás 4 t horas da tarde, declarando
S. M. o Imperador que oppjrtuDamoDto designaria o dia da
aegttinte reuciao.
Do que para constar o secretario Barão do Sobral lavrou
oata acta, que so dignou assignar S, M, o Imperador, com os
yembros da Commissão. — B, Pedro //; Cândido Lui: Maria
de Oliveira^ José da Siha Costa, A. Coelho Rodrigues, M, P,
de Sou^a Dantas ^ O, H* dWqnino e Castro, Affonm AuffUsto
^Jfor^im Penna, Barão de SobraL
M
ACTAS DAS SESSÕES 39
ACTA DA 7* SBSáÃO
Aos 27 de setembro de 1889, sob a presidência de S. M. o
Sr. D. Pedro II, no Imperial Paço da Cidade de S. SebastiSo
do Rio de Janeiro, comparecendo o Ministro da Justiça Con-
selheiro Cândido Luiz Maria do Oliveira, os Conselheiros de
Estado Manoel Piuto do Souza Dantas, Olegário fierculano
d'Aquino e Castro e José da Silva Costa, e os Conselheiros Affonso
Augusto Moreira P mna, António Coeiho Rodrigues o Barào de
Sobrai, a Comruls^âo organizaJora do Projecto do Código Civil
Brazileiro celebrou a sua 7^ sessão.
Lida e approvada a acta da sessão anterior o Barão de So-
bral, com a venia Imperial, declarou que tratando de esbjçar o
projecto do Tuulo Preliminar, desejava ouvir à, opinião do seus
collegas sobre alguns pontos ossenciaes.
Como ó sabido, as disposições do Titulo Preliminar, tal
como depois de mallogrado o vasto plano de Po -t úU e mutilado
na maxim I parte do projecto da Commissão, foi publicado em
seis arugos com o Codfgo Napoleão, e o adoptaram quasi todos
os códigos do Direito Civil publicados uesi;e século, teu bor fim
principal garantir os direitos pela certeza, permanência e fibi
observância da lei que os rege.
Para conseguir este fim accordam em que ô preciso deter-
minar :
l.** O momento em que se presume conhecida a lei e se
torna ella obrigatória, mediante a forma da publicação ad-
optada ;
2.0 O que a lei rospeita no passado e garante no futuro,
at tença a mutabilidade das Íeis no tempo ;
3.<> Os limites da lei no espaço, em razão da mobilidade do
sQjeito e do objecto do direito e da diversidade das legislações
dentro ou fora do território de oada Estado ;
4.0 A applicação da lei ás pessoas, porque ellas são nacio-
naes ou estrangeiras, domiciliarias ou transeuntes, e sua capaci-
dade regida por leis diversas ; a applicação ás cousas, porque
estas sào moveis ou immoveis, aquellas se transportam a loga-
res diversos, e umas e outras podem esiar situadas fora do
território da nacionalidade ou do domicilio do proprietj,rio ; a
applicação aos actus, porque estes podem ser celebrados e exe-
cutados em legares e sob o império de legislações difTerent^s ; a
applicação ás successões, porque, como universalidade de direitos
que são podem estar sujeitas a leis de varias nações, conforme
o estado ou o domicilio das pessoas, a situação das cousas, ou o
logar da execução dos actos ;
6.^ Regras geraes garantidoras da inviolabidade da lei em
sua applic ição assim em juizo, como nos actos e convenções dos
particulares, de modo a ass )gurar o império da lei emquaoto
não fôr pi^r outra lei revogaoa.
Assentado, como ficou, que devia ser seguido o mesmo plano,
pois a tjndeucia do século é unificar a legislação civil e estabe-
lecer a communhão universal dos direitos fundados na natu-
40
REVISTA 1>0 INSTÍTIITO TIISTOBIGO
reca do lioraem e igualmeoto ri?spoitaveÍ8 em todos 03 tempos o
lõgares, reoonheceaso tarabera a conveniência de estabelecer
algunmfi regras íiao raellior fírmom os limites da lei no tempo o
no esparo, pois os dous uoico» íirti^oa que ú Titulo Preliminar
do Código Napoleão consaf^rou a este assumpto seio nbjecto do
tão complicadas controvoí^siaa, quo a jurisprudência é ainda
muito iníserta e vacillanto a rcâpeita dus princípios da não retro-
actividade das leis e dos reguladores dos estatutoâ, pe^íjoal, real
e mixto.
No difflci^ empenho de propor as bases dessf? trabalho, re-
corre previ amento ás laze^ do seus coUegas para evitar des-
harraonía do vistas que prqjddique todo o systoma do prujofto
do Titulo Preliminar.
Antes de tudo consulta si convirá quo o prazo da publicação
seja uniforme, ou graduado segundo as distanciaa.
Ha ne^te jà tão debatido assumpto alguns princípios que nâo
B6 contestam.
A lei deve entrar em execução depois que houver justa
preso mpçâo do aer conhecida por aquolle^ a quem obriga. Já
foi abandonada pela própria Inglaterra a sua iicção leg.U do
estar o povo presente no j.iar! amento para declarar a lei obri-
gatória desdô a sua votação, 0 nenhuma outra nação se pode-
ria Siitisíazor com o correctivo dessa eaj>eci6 de retroactividade»
Í^ela qual Jorge 111 fixou o comet;o da obrigatoriedade na data
la sancçào. Desde os líomanos é geralmente reconhecida a ne-
cessidade da promulgação da lei — Ex die quo promulga ta est,
suas vires obtinat — o essa consistia na leitura da lei perante o
povo reunido dyraníe ires dias, A maior parte das oaçoos, neste
tíecuhi, alôm da promulgação» quo dã força erecutoria à iei
sanccionaila, determina a publicação por meio da imprensa o
marca prazo para a obrigatoriedade : é o systeraa adoptado
pela nossa Ck)nstituição. Ella determina que a decreto da pro-
mulgação contenha a ordem de foier imprimir, publicar o ci»rrer
a lei. O Regulamoíito de 1 de janeiro de 18:S8 estabeleceu
regras que ainda estão era vigor para n publicação nas lociílida-
des, mas subsisto a Ordenação Manuelina que marca o prazo
de oito dias na eôrttí o tros mezea nas províncias, contado da
promulgação feita na Chancellaria-niór para que aa leis come-
cem a obri^iir, Eíiiío prazo é actualmente excessivo, e na pra-
tica não se observa.
Também ha aocordo em quo ao tratando, não de uma lei
especial, mas de um Código de leis, convém que o legislador
determine excopciooal mente um prazo mais largo e forma da
publicação mais completa. IV o que íez o Imperador Justiniano
ao publicar a sua Constituição sobre ta^tametUos. que fazia ro-
íV>nua radical (Novolle 66. Cap. 1) ; assim praticouso ao publi-
í-ar o nosso Código Commercial, o a Bélgica procedeu do me^mo
modo, quanto ao seu Coai^o Civil,
Ainda e incoii testa vel qun, sendo possível fazer conhecida a
l«i em tode o pai/, dentro de ura prazo breve, ô muito pwfe-
riíol o prazo único ao gradativo.
ACTAS DAS STÇSSÔfí«!
Oansiat^, poia, a questão em saber §i as condições acaO'-
Bolham a fixação do um prazo imico para a obriga toríedad 6
das leis que oniioanameEtose publicam. Od coUei^as conhecera
boiu m motivos com qu© Portal iâ jusliflcou a prítrerericia ^ada
aí> pi^aio graduado conforme aí distancias; pareceu incunve-
nieniG qtie a lei ílcasseora stiapeoso por muito tempo atè quo
conataííse ou se podesse presumir haver ©lia cbegailo ao conhõ-
cimento de todas as localidades, e a divergência foi resolvida
com est'i sentença : Tudo é guccossivo na marcha da natureza ;
tudo deve seUo na marcha da lei. Sabem tamboin quo a Bél-
gica e a Italii justiflcaram a adopção do prazo único, decla-
rando quo os seus meius de transporte e conimunicaçoes já per-
miUíam marcar o prazo curto de 10 diaa para chegar a lei ao
conhecimenti) de todas as localidades.
Os Srs. Ribas e Nabuco, estudando a questão, deram pre^*-
rencia ao prazo único ; indicou aquelle que, para abn>vial-o, so
ontass*^ do dia em que a [lesai u(,úo da AsaeniblM Oorai su-
bisse ásancção, pois em rogra esta é concedida conforme o oosdo
regimen; propoz o Sr, Conselheiro Nalmco o prazo de 40 dias
coma loa ái\ publicai-lo da lui no Diurio OfpcinL
Os Srs. Visconde do S. Vicento o Dr. Felício doá Santos
incliaaram 36 ao systema francez.
Parece ao consultante que ao nosso paiz ainda não so
púãe ap^dicar o prazo único, porquo ordinariamento não seria
praticável, sem gravas inconvenienti^s, suspender a ©xocuvao da
lei lia corte o nas províncias próximas até quo ella chegasse e
fosse conhecida no Am-izonas, úoyxi e Maao Q russo, para o
que seria iosafflciente o lon^o prazo proposto pelo Sr. Nabuco,
o não julga accaitavel o alvitre do Sr. Conselheiro Ribas para
amplial-o, fazendo, pon^m, correr do tempo anterior á sancção.
O sen pensiimento è que a tei deve ser obrigatória na c<>rt0 o
nas capitães das proviocias no diu seguinte áqaolle em que
fur annunciado pela Cliancollaria-mór, na Curto, pela Presi-
dência, nas prov meias, o rGcebimenLo no Diário O/j^cinl em que
fòr iosaridaa lei promulgada, o nas outras cumarcas de cada
província, 15 dias depois de publicadas na capitaL
SubmettiJo este [jonto À discuss-xo* depois de algumas
considerações dos Srs, Ministro da Justiça, Conselheiros Dantas
e Silva Costa, foi resolvido que so apresentasse o projecto com os
dous prazos indicados um para a curto, e outro para as pro-
víncias.
O Barãi> da Sobral, prosoguindo, oonijtiUa si convirá, na
matéria da rotroacci vidado, estabelecer algumas regras geraes
de direito tr<insitorio ; pois, comu sabem os meus ooUegas, con-
siderado aquello principio, o da não ro iroac ti v idade, —como
obrigatório para o Legishidor, conforme o panaamunio da Con-
stitnição Franceza du anno :v\ u dos autores do Código Napo-
leão, como muito cLiramento íjxídicou Portalii, o o da nossa
Constituição, basta consignado no litulo Preliminar» si ú quo
jà catando a lei constitucional que, uuiea, podo impor limites
ao Poder Legislativo, náo seria escusada a sua inclusão ; mas
42 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
considorado como precoito para o juiz, é nes^^o titulo que ello
deve ter o seu assento e principal desenvolvimento, porquanto
aos direitos privados tem elle a sua applioação mais rigorosa,
sioão única, como sustenta a aot ai jurisprudência da Franga,
Belj^ica e Itália, o ó por occasiâo do Direito Transitório que
elle mais actui p<ílo respeito ao direito adquirido.
Ao aparte (lo Conselheiro de Estado SíIvh Ck)sta que pon-
dera quanto ô embaraçosa a theorla do direit'^ adquirido, res-
pon .e que não o ignora, pois b<sta a difflculdade até hoje
n&o vencida do bem definil-o para o eíTeito de que se trata ; maa
o próprio Savi;rny, que não é partidário de codificações estra-
nhas que a It^gisl ição tenha deixado no vago e indefinido um
principio garantidor dos mais sa^rrados direitos. Conhece cinco
theonas sobre a applicação d<^ principio, a da interpretação da
vontade do legislador, a das leis de ordem publica, a das leis
favoráveis, a das leis que revogam ou modificam as instituições
lio direito, e a dos direitos adquiridos ; sabe igualmente que de
todas esta 6 a mais difflcil, pois, única, estabelece re<^ras que
não sejam o mero arbítrio ; asbim como 6 a mais commoda a
adoptada pelo Codi^^o argentino, a das leis da ordem publica.
Não tintia a espe anca de poder por si só vencer, mormente
sob a pressão de tão estreito tempo, diffiouldades que até hoje
mallograram todis as tentativas feitas para consignar nos
Códigos «1 Inumas regras sobi*e a não retroactividade ; mas si os
Cv^llegas entendessem conveniente, faria neste sentido um esforço
contando com o sou auxilio.
Subâiettido este pontoa discussão, o Conselheiro Coelho Ro-
drigues declarou que, embora não fosse partidário da juncção
de um titulo prelimiaar sobre a app icnção das leis, como tem
adoptado quasi todos os códigos do direito civil, pensa, todavia,
que, acceito esse systema, O de toda a conveniência que nesse
titulo se explique o principio 'ia não retroactividade e se defina
o direito adquirido que elJe proiege. Neste sentido f >i resolvido
pela Commidsão
Em s< giii la o Barão de Sobral expoz os motivos pelos quaes,
na matéria dos Estatutos, sobre qut o Código Napoleão
apenas contém um artigo no interc^iifle exclusivo dos Fi^ancezes,
mas 08 Códigos da Itália o da Bélgica contêm principies muito
adiantados, precisa de ouvir a upiuião dos seus collegas.
Estando a hora adiantada, se limita a formular as ques-
tões e a enunciar o seu parecer.
E' a lei nacional ou a lei do domicilio que deve regular o
estatuto pessoal?
Até o principio do século esta questão era quasi universal-
mente resolvida oiii theoria, e sem excepção na pratica pola lei
do domicilio imperando o principio de que nenhuma lei ultra-
passa 08 limites do território do cada nação, o dando-so maior
importância aos laços qu ■ prendem o homem ao logar em que
tem os neus interesses materiae-^. do que aos liço» quo o vin-
culam à su pátria e ás qualidades nella arlquiridas por si o
seus ascendentes. Destrniclo o regimen feudal, proclamados os
ACTAS DAS SESSÕES 43
direitos do liomem, estreitadas as relações dos povos, desenvol-
Yiáos o commerclo e os meios de communicaçãx»» opera-se ama
reacQão favorável aos direitos da pHrsonalidade e ao reconheci-
mento «lasieis das diversas naoiooaLidadea. Por outro lado re-
constitairam-se as gran les nações, oessaram de ser governadas
por uma indn idade de pequenos senhores, todas ciosas de sua
soberania territorial, e multiplicaram as leis dentro do mesmo
pais, de modo que somente a Prança tinha mais detresentos
costumes diversos; o que tornava imlisçensavel a applicaçâo
da lei do domicilio dentro da mesma nação, e por analogia era
ella estendida de nação a nação. A França, a Itália, a Belgioa,
a Allemanha, Dinamarca e Suissa já reconheceram a lei na-
cional como reguladora do estatuto pessoal. A Inglaterra, os
Bstados Unitos e as outras Republicas da America sustentam
ainda o principio do domicilio. O Brazil debtide ha tentado
ftiser reconhecer pelas Republicas do Sul o principio da nacio-
nalidade, e ainda no ultimo Congi^esso havido em Buenos Aires
a opinião da maioria foi contraria. Entretanto, parece que o
verdadeiro principio é o que rege o estatuio pessoal pela lei
nacional.
A outra questão éesta: Os moveis devem ser sujeitos & lei
pessoal ou ao estatuto real ?
Pareoe-lhe que não tem ílindamento jurídico a âoQão de que
08 moveis adherem ãs pessoas, e de accôrdo com a theona de
Savigny, seguida nos uUimos tempos pelos mais notáveis juris-
consultos, e entre nós pelos Srs. Teixeira do Freitas, Nabuco e
Felicio dos Santos, adoptada no Código do Buenos Aires e no
da Bélgica, pensa que elles devem ser sujeitos ã loi do logar da
situação, como os immoveis.
Quanto ás successões não fará consideração alguma, porque
ô já principio accoito ptdo Brazil em mais de um tratado, e de
accordo com as idéas mais adiantadas, que ella deve ser regida
pela lei nacional de cujus.
Discutidos estes assumptos, foi resolvido que se adoptasse
no projecto a lei nacional para regular o estatuto pessoal, e
fossem submettidos os bens ao estatuto real» sem distincção de
moveis e immoveis.
Sua Magestade o Imperador se Dignou ponderar que nestes
assumptos de Direito Privado Internacional devia-se resolver o
que foesj mais justo e conforme aos interesses geraesdos povos,
sem dependência de reciprocidade.
Bm seguida, com a devida vénia Imperial, o Conselheiro
Coelho Rodrigues fez a seguinte deciaraç&o :
Náojulga conveniente subi netter ã Coramissão os titules o os
capítulos do Projecto á proporção que forem sendo articulados.
Pela parte que lhe toca, pretende consolidar primeiro o
direito vigente, moiiflcando-o logo nos pontos em que deve sor
reformado, para depois accrescentar-lhe o que pareça necessário
á OKecugào do plano já assentido.
Depois entende que não deve subraotter seu trabalho aos
companheiros antes do critical-o elle próprio, e ^ue não poderá
U UKVIsr.V l» IVSTITUTO HISTÓRICO
oruix^U o ov>n«Kno:uonii>nU' antes de examinal-o em ^lobo para
iuMU .^M-wiAr ;^ uniiUilo o integridade do contexto.
\\Viv.vtM\u ^;a;\ áu ossn* meihodo não fôr o mais rápido, ô,
o\kn\vti^U\ o vjuo lho ivir^vo mais seguro, e que nestas obras não
M» »lo\\^ sa^iuioAV ,*! s^^iTuranca A rapidez.
INsUv w»ruuiv^ v;uo lho permittam deferir a apresentação
%U» .u*uo«l .^Av» ai> SU.4 jvirie, au^ que possa offorecel-o completo
A|^\»>ou,^ .\ xKwu^ião para consultar a esta sobre qual
!**\M .^ iunoi ulAxlo siuo lhe parece mais própria para presidir
\ ^}i^MK<k\^^'^ vlx* o,i:«^monu> : si um funccionario especial, si o
\\\\t ao \\M, SI s* pivsido^.io da Camará ou si o juiz de direito ;
ou. tli>«Uuoiao. SI *v5&i aiioíorilado devo variar, conforme os
loMWs o ,1* oíiwiíusuncias via oi^lebraçáo. Em sua opinião do-
\ov*M»ro.uuc vlo a;:\nu>, ou um funccionario especial: mas
ouo\Sv jvArA iv^»í\or i>su> ciso o não perder o serviço depois
do loiu», d<' ouN ir pi\n;;unonie a los collegas.
1\VNW^ o:u d J^^l*sAo osu qnt^ítào, foi resolvido que o juiz
vU» \\\t do\ .1 MM' ,\ »^Us';.»riàa.lo incumbid i de presidir A cele-
Ím\K'Ax» do \MS.%moiu.».
S. M. o hujvr;u!oi' l<»v-«u ua i^^ssão ás 4 ' '4 da larde.
IVfc vj\ix* iv^i\i vN».ísMr o KirÀo de Sobral lavrou eaia acta, que
M« di>:iu do AssKiui^s. M. o Iinp|L'raàv^r. com os membros da
i'\»muvi><\v». — ;». fWv :^» 0*:»*:i:,> Luiz MKiria de Oliveira^
lu\ .■,'^. i.i N.;-.»» l\ íí,:. '.*. //. (r.l^iiiiio c* f\L<rr.>, A. Coelho
K»N}'' i •!!.•<, M. :\ »:',' > •éi,: /K:i«f,:í» .AflíMJi .lif<;u>*(o ^íortHra
.V- r\ l^V S' SK3SÃ0
Aon 1 1 di:^s do iuo£ do outubro do l8Si>, sob a presidência
do S, M. V» Sr. h. l\\lri> í^\ no Imperial Paço da cidade do
s. soKiskiAt» ito Kio do Jaiuúi\>, compai^ecenio o Conselheiro
(\ui.tido I uu SUwi.i do Oliveira, Ministro da Justiça, os CoQ-
s«^lhoh^ul do Kstadivi Manoel Pintj de Souza Dantas,' Olog^iria
lltMvnlano *!' Vquino o Castiv e José da Silva Costa, o os Con-
'H'lht»iri>s Vítonso Augusto Moreira Penna, António Coelho Ro-
tlruuos o U Kviw doSobi*al, a Commissãu organizadora do Projecto
\\m Toíiifío Cl\ il Uiazileiro cele'jruu a sua 8* sessão.
l.ida o approvada a acta da sefsão anterior, o Conselheiro
Allonito Ponna. obtida a devida vénia de S. M. o Imperador,
iliHi|<u'i»u «lut^ não tíMido podido assistir ás primeii'as conferencias
om iiuo «i» assontaram bases geraes do Prujecto do Codi^, o
Mondo a inati»pia das succossões, que lhe coube o^boçiw, intima-
luouto liííada a i'U trás secções do Projecto, julga conveniente,
,mU« do oMiar ivpt>tições e perda de tempo, expor á consi-
doi^AcA'' dl» !<ouM illustres coliegas da Gommissão algumas
v^wwt*^*^ ,W *>í»«*«* distribuição das matérias, jX sobre dispo-
ACTAS DAS ASSOES
45
siçoes de direita quB se tônham de consignar no Código, afim de
«obre eliaaprònundar-se a Coramisaao-
£m uma das sessões anteriores, diz ella, ficou assentado que
80 adopte nu Código como principio predominante, em matéria de
auccessaa, a plena liberdade de testar, corollario do poiier que
so deve recinhecer ao homem de livremente dispor de seu
património, fructo de seus esforços, Oo accordo com es.se prin-
cipio talvez fosse mais lógico tratar em primeiro logar da suc-
ceasáo tesumentíirin e depoia d;t succossao legitima, mas na
Índice adoptado segi ilu -se a oriJem adoptada ora quasi todos os
Códigos, 00 que aliás não lia iacoDvoDidnte, incluindu-Sij nes^e
índíee uma secção intitulada — Da extensão de successíio testa-
meotaria, — a exemplo de outros Codigoa, era que a liberdade
de testar tem oa limites resultantes áa, reserva legal de uma
parte da herança para os herdeiroâ necessários, pergunta ai
convirá incluir nossa secção as limitações do direito <to testar»
provenientes das relações de família, que fazem nascor a obri-
gação de prestar ti li mentos aos parentes dentro de certo gráo»
ou si esse assumpto deverá 8t3P tratado na parte destinada ao
direito do farailia. Observa que oo Código do Chile, entre outros,
a limitai.-áo a que se refere é incluída oa parte relativa ás snc-
cesaòeg ; mas parecedhe que é matéria peculiar ao direito de
fomilia, devendo apenas figurar nodii*eito das successôes quanto
ao objecto da secção 3* cap, 2" do tit, E» que se inscreve — Do
pagamentu daa dividas*
Sobre esse pon to , res po nd e o Co ase l h ei m Cu el ho Roí 1 ri gnes ,
não ha divergência na Oommíss&o, e está assentado que ella
tratará da divida alimentaria nu Tít. iV da direito de familiu.
Continuando a sua exposição, declara o Conselheiro Alfonso
Penna que uao pretende incluir oa parte que lhe cotlbe arti-
cular as— doações causa mortis — as quaes, segundo o Direito
romano, são equiparadas aos legadoSi por Lhe parecer que só
deve tratar do que ô propriamente matéria de sucoessão, exis-
tindo differençaa notáveis entfe doações causu mortis e legadoB,
conforme o reconhecem oa próprios jurisconsultos romanos, e
se vê das disposições do dii^ito.
Pondera o Conselheiro de Estado Silva Costa que a Commi.s-
são ficcordou era que— a doaçào camisa tnoríii-^devia fazer parte
dodiroito das obrigações, a seu cargo, tanto que no Indico ap-
provado do direito das suceessõ»;* não se destinou secção alguma
ás doações daquella espécie.
Em relação á devolução da herança aos parentes, na Unha
oollateraí, propõe o orador á Coramissão que se limite aos liga-
dos por parentesco não excedendo ao 6" gráo ( segundo o modo
de contar do direito vigente ), parecendo excessiva a extensão
do direito hereditário atô o 10^ gráo, como so acha estabelecido.
Sendo o principal fondamento da transmissão da herança ob in~
teslúo a afTeição presumida do defunto pelos pareotea, eompre-
hende-se que é levar muito longe a presumpção o chamar â
successão os que se acham em gráo tão remoto» que de ordinário
aão verdadeiros desconhecidos. O qxio acontece áa mais daa
M\ RRVISTA no INSTITUTO HISTÓRICO
V0Z08 (^ quo n dovoluçào da hei^aoca a paronrtes remotos consti-
tuo unm surpresa para os inw-essados, e dá logar a muitos
pltMUw ot>ínplio;id..s i>A/a si^ apurar o parentesco, do que não
r.int M' aprovottam os csiXHsiilanorcs para haverem Ika pxrte da
hora nca sob o proioxtn de liquidal-a. 0^a*Hoqiie iD<lica para
limito, isto (S o (V\ está acoeito no Ck^digo do CL ile. e ó a(*uDse-
Ihado i>or Mr. I.:iai*eni no seu Prujocto do revisão do Código
Civil iVani-or.
Altor^itia a ordoni da suceo9sào para se admittir o cônjuge
sobnui\(MUo om 3*' li^gar. logo depois dos dosconaentes easoen-
doiiu^s. ooiHorino foi aoortadamonto delil>erado pela Commissão,
abandonado neste ponto o direito vi^rento quo só chama o oon-
jiigii A sm^*o^iSHo depois do esgotada a lista dos parentes até o
l(w gráo, piiHH*e também conveniente sul>stituir o Estado, con-
forme si^ vc\ tio Indioe approvado, poios estabelecimentos do
instruecAo. hospiíaesou outros estateleoimeatos pios do domi-
eiho tio dotXinto. B* de justiça qw\ não havendo her«ieiros
vineiilados ao doAinto pelos laços do sangue, ou pelo matri-
nuHiitt, seus bens aproveitem a instituições locaes, pelas qaaes
imtnralmente se interessava elle B* de presumir que as prefe-
risso ai» lvst.i«io, easo houvesse feito te> Lamento.
N(%>tc ponto loi (liHilara<io pelo Conselheiro Barão de Sobral
ipm itiima das NeNSl^eN anti>riiin's, a que não as^^ifatira o ora^lor,
Uuh;i :«u;i Ma^'ostaiie o Imperador suggerido a mesma idôa,
qtiii moiMiMiu MMiontimenUi geral. Também approvou a Com-
UilHiao o tlinlti^ pi(»|>oMto da suoco-são nlh-intestaio ,
V\\\ nn^uida (» 0*tMiselhoiro AlTonso Penna oommuniooa á
('.ihiiiiiMihMíno, dt« aiuMrdo com a dei ibei^açâo anterior de que
\\\\,s iiiionii:olo |H«lti Sr. MlniMti-o da Justiça, não incluiria ua
imrlit iiMi* lhe im^uIni nrtttMilar — a instituição de fideicommittoe,
lioiitliiii«ntti (HMttlemnada.e oxelnidude alguns códigos mudemoSt
•uiiMti, |ioi lUiMnplo. 't da lt)ilia. Admittindo-se, porém, em
«Uiiini-^ (lenfi^ eottitftis. o tVnnoex. o portuguez, o chileno e outros
.1 iittiiMiiit i\ti (liloieoutmt'<s:iiia em 1" grão a HeLvor dos parentes
iM..«.iii.^ li.i (.^(ct.iiM-. (It^seja s;ib(r qual o modo de peos^ir dos
muii. .■.•iiii.iiiv II oNfii roM|MMio, afim ae artiouiar o que fòr resol-
\ i.iii iMi nini llie «|ue <*om a eonstituiçãu do usufructo se attende
.iiM hiKiii* •'H.1 logiiinitis na transmissão dos bens, sem ser pre-
Hi.i.t loi.oi iiir iiob (idtMMiminissos, que vão de encontro a valiosos
iuiiiii.<iii ii {iMi^i.ie.s na organização da propriedade e aos bons
10 III. ijihK lid oeohttniia politica, além de serem na pratica uma
l.iiiii. (iiiiiiihi dii litígios, i-omo Stf Yeriíica nos paizes onde
i.«i.i.i. ou i>hi.iiiu tal instituição.
II I .iiihollieiro Oiitllhi Rodrigues opina pela admiss.io dos
M.i. 1 lOoiíiioMife itiii 1" grito a favor dos descendentes do testidor
ii, .11111.1 hiurto». iNiruoondti-lht^ que a providenciada lei de
11 ,|. .-iiuiImii lio lh'<S, ijuo aboliu os vinoulos, é sufflciente para
, iiMi .4 iiiianivuiiioiiLeri doLmIos nos íidei<'umnii8frOS antiga-
iit. iiii. .i.IimHMíI"'^
\ ,i|.i« •' I HiiHtdhriíii iiii KHtado Silva Costa pela oxtínoçio
\(om|>t"*** doa luiiiiiioiiuum&ioii, ponderando que, em vez delies,
ACTAS DAS SESSÕES 47
conviria adoptar, para consegair os fins indicxdos pelo Con«e-
Iheiro Coelho Rodrigues, a instituição ingleza do homstead que
opportunamente proporia.
O Conselheiro Olegário também manifestou-^e contra a
instituição de fideicommissos por ser muito prejudicial à cir-
culação dos bens, e fonte de longas e dispen^liosas demandas.
No mesmo sentido se pronunciaram os Conselheiras Ministro da
Justiça, Dantas e Barão de Sobral.
Prosoguindo, o Conselheiro Affonso Penna suscitou a se-
guinte questão Tendo a Commissão adoptado a plena liber-
dade de testar, deve admittir-se a cuilação de doações feitas
aos herdeiros necessários? No índice approvado, Tit. 8%
Cap. â°, ha uma secção (a 2») que se inscreve — Das coUa-
çoes — ; donde infere que a Commisí?ão adopta esse preceito
da legislação vigente. Com certeza no periodo de transição
será preciso regular essa matéria, pois actualmente os pães
fazem as doações no presupposto de virem elias á coUação
quando se partilhar a herança que deixaram ; mas a liberdade
de testar faz cessar as r izões de ser das collações. Todavia, a
quererem conscrval-as, poderia estatuir-se que só teriam logar
quando não fossem expressamente dispensadas no acto da doação.
Os Conselheiros C. Rodrigues e Silva Costa são de opinião
que não se deve tratar de collações, pois que estas presuppõem
a existência da legitimas, e isto vae de encontro ao systema
adoptado da liberdade de testar, accrescendo que as questões
de collação são das mais freq .entes no foro, e revestem quasi
sempre cariicter odioso, o que cumpre evitar nat* successões.
Os Coost^lheiros Ministro da Justiça, Dantas e Barão de
Sobral pugnaram pela necessidade de regular a matéria das
collações, de modo que fique bem claro quae^ as doações a ellas
sujeitas quando os p<&es oe familia deixarem de usar do direito
de testar.
Lembra o Conselheiro Affonso Penna uma medida que,
sendo de accordo com o principio da liberdade de testar, atten-
dera ás conveniências da pratica das collações, a saber: serem
trazidas somente á collação as doações íeitas com essa condição
expressa. Assim invertem-se os termos do que se faz actual-
mente, passando a collação a ser excepção, em vez de ser a
regra geral. Para resolver as questões nesta hypothese, dever-
se- hão estabelecer regras claras e precisas, com as quaes
poderão os pães se conformar, quando não queiram usar do
pleno direito da disposição dos beus. Com esta solução concordou
a Com missa o.
Finalmente, declarou o Conselheiro Affonso Penna que pre-
tende simplificar, tanto quanto fòr compatível com a verdade
e authenticidade das declarações de ultima vontade, as íórmas
dos testamentos, expurgando 03 de exigências de puro formalismo
romano, de que existem tantos vestígios na legislação actual,
daodo origem a múltiplas e compLicaídlas demandas e a decisões
Contradictòrias dos Tribunaes, segundo attestam as coUecções
de arestos. Pretende conservar âsíòrttfos de téíÉtaúiento de
48 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
accordo com as ezigenciM da sociedade moderna, fíxaodo regras
termioantes para os casos de nuIUdade ; não consignará a
matéria dos codicillos, admittidos pelas Ordenações do Reino,
que os transplantaram da legislação romana onde, aliás, foram
estabelecidos por motivos peculiares ao povo romano, sendo que
o espirito da legisla<^ portagueza posterior ao Código Phi^
lippmo já era contrario a semelhante modo de testar.
Foi levantada a sessão ás 4 *4 da tardo.
Do que para constar o Barão de Sobi*al lavrou esta acta que
se dignado assignar S. M. o Imperador, com os Srs. membros
daCommissão. — Affonso Augusto Moreira Penna. *
* O anico que assignou essa acta.— iV. da C, de li.
LIMITES
BNTRB
O ESTADO DO filO DE JANEIRO £ O DISTfilCTO FEDERAL
Bibliuthocario do Instituto Histórico o Geogmphico
Brasileiro
831 — 4 Tomo lxviii. ^. i.
LiiDiks entre o Eslaè h Bio è Janeiro e o 9\úikk Federal
I
Por satisração de boDS desejos, apreseoto estas noistô para
poderem servir ao estudo da qucaLao de limitos entre o Estado
do Rio e oDistricto Federal.
Não nutro a idéa, 6 certo, de eâclarecer o aasumpto ; mas
tao somente de oacamiQhar a discussão.
Sei, tíimbero, que o objecto destes apuutaraeotos tem
occupíido a attençâo dos represeDtaDteíi do Poiet* Ex"Ciir.ivo do
DLstritíto — doos ios quaos, oa i'.xma. Srs, Dí^s. CooIIj o Rodrigues
e Joào Felippo, em suas mensaffeDs ao Conselho, cunfeí^saram
as dil!1cutdades ínherentes ao litigio.
Pergunia-se : a liuha divisória, qao eiítrôma a froguezia
de Irajà, do E^^tado do ívio, deve ser representada polo MiHty
(margem direita), desde sua nascento ati5 o mar, f>u por este rio
tão sóraenti3 até a couflueocia com o Pa v una, seguindo o limite
pela margem direita do ultimo at'-^ suas ca beco ira 3 ?
Antes de eiitrar era mat^rm, .sej;i-mo liei to dar alguns
subsídios, sobre o povoamento dessa zona de terra, os qimes,
além do que está, publicado o sabidti, foram oxtrahidoa de do-
camonios inéditos e quasi nada coasoUa^los.
SíígUDdo a opinião de Theodoro Sampaio, Irajd é corrupção
de Ira-ijâ — logar do onda bruta o meL Ira-ijá escreviam os
antigos, como por exemplo frei Agosiinlio de Santa Maria ^ no
Santuário Mariano. Seguodo o supracitado aulor — Pavimu
BÍgniúcdL tudo preto . Em documentos antigus encontro também
Patnma e Ipabuna, Era uma de O omi nação genérica dada pelos
mdigenas a varias localidade.^, como pôde ser lido nos dilTe-
reotes diccionarios goographico». Aqui mesmo, nesta cidado,
no logar em que foi edificada a egreja do Rosário, existiu a m-
lebre lagoa da Pavuna^ onde iam tomar baniio os pretas novos.
Em 17ií5» esise paatanal estava já meio entulha ío, Címíoriue o
requorimento feito ao Concellio por Joào Barbosa Calheiros.
(Do'^ Ar-'k. M.)
Finalmente, Merely ou Miriiy^ rio dos mosquitinhos— é cor-
rupção de Mbiriíih (segundo ouer o Dr, Macedo Soares) < logar
onde abundam esses tão inpnitos quão inço modos in,<erlúsiff
quõ ultimamente foram reputados como Yehiculoâ de febre
amareila.
Pouco tempo depois do estabelecida a cidade, no morro do
Gastello, concedia Salvador Corrêa, em 14 de julho de 15(>8, a
r»»>
liUVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
P
António (lo Kranga, ah^in do torras no Irasfo da cidade, 1.500
braviu, (UU Irajd. Comoç«'ivam ellaa do actual porto do i/ária
Afujú att> o rio dt^ IraM. Ki*ança íoi o i\indador da Fazenda
<ir'(ttuit\ ou do Nossa Sonhora da Ajuda, da qual eiu 1642, era pro-
)i'lotarlo Jorffo ilo Souza Coutinho, a quom o j^ovomador Duarte
'orr(^ i Vancjuouiu^s i»o.iooaia tambiMU uma ilha, iVonteira ao En-
Konlio. Km \i\U\\ Souxa o sua mulhor Maria do Qaihegos faziam
(M^M.saiMl(«HsaH torras si laa om (^Mr;ui/Jt)'trtaosdous alhos Igoacio o
Krainl.vt). Data daht a dlvliAo \la Fmenda Onwde,
Tudi) Isitt oousui do (loiMuuentos do Archivo Publico, qaaDdo
\\\\\ lNi;i, Anmro Jo.s^^ Violra. enlào pivpriotario do metade das
torras oonipradu» a Joat^ lVri»ira Dias, tMnbiirgava a coocessão
\U\ mangues ri*ont(Uros d sua h^ituna piH}pri6dade.
Kntro outras so^nlarlas otmoodidas. nioncionarei a de Braz
dtibas, om Mitity (IN\S), do Francisco Raposo (1574), em
iKuaHNÚ. d« Andlt^ ('ardoso (l^:s), no rio Upaouna, que entra
no Mlrity, do IWro Vau (l&ts), rt^stiuíra, om Mirity. de Domin*
gos do Kraga o Lout^^uv^ LuU, lcTr«r< dn binda de além, em
Abril}/ (Ih7\»), do DloKO KomandtMi Pinto Uõ7ií), no sertão do rio
Mlrll.y. do António Alvai*«nga o Krauoisoo Alvareníra, sobejos
iMiirtt a Morra lio (^orlolUiS o as datas quo vle Mirity, Pabuna e Sa-
rapuby vAo p.ira Tampo (Irando (lfv8i>), do Diogo de Brito (1602),
ootito Mtrity o s.irapuhy« tto vigário Martim Fernandes, em
Oortviiio [ \M\), d t K^tovam iionios. om Sapopoma, para Campo
Orando (1(\0H), -> do J«ao Uodriguos Kalon\> em Campo Grande
o TahnanM (hUKO — do JmH.» Barbosa raUuàros (1612) sobejos em
/r.i/ / —o mosnit) ralholixw ainda em IríV^M 1^13) «oftejoí— de
haUha/ar iU\ Abi^m (fonilador da ormida da Penha) — 300 braças
t»m /r.i/.i 0(\i:n; ,i() haltha/ar Kan^ol tambom em Irajá (1613) ;
lio \nionlo Maruns da Palma fundador da Candelária), no
HortAo do Ir.ija (h*«l:í); Dahha/.ar de Andrade,— Mana de
oUvoíra ihU:!), ambos om Ivoj^í, b.Mu como Gaspar da Costa,
mo dl» padro di> mosnu) nomoV^ quo foi funiador da capella de
^J. S. da AprosontavÀo o mais tardo 1* vigário de Irajá.— Ainda
om h»i:í a dt» lUltUazar ilo Amorim — íoí»*;oí em Irajá ; —
do l''olloian> Coolho iam e Podro do Soma Poroira, torras nos
('«viífiros 0<>í'>'M; — do Tlionu^ i;orrtV\ do Alvarenga (U)50), so-
hrjos entro Stip,ypeni,i o .UinV;/;— Jost^ IVroira Sarmento, sobejos
entro sou eiigouho na Pafninu o (.Vr<viM.í. UkSO.— além de outras
ainda, oin 174?, orara concedidas, om sosmarias ao capitão Félix
do Souza Castro sobejos do torras na iVogm^ia do S. Joào de Mi-
rity. (Doe. dolnsi. Hist.)
Para atten ler As necessidades ospirituaos dos povoadoras
dessa parto da Capitania do Rio de Janiúro, ati^ ontão suflfraga-
noos das duas IVoíTuozias da cidatlo. St5 o Tandolaria. o Prelado
hcclosMstico, António do Marins Loureiro, mostrou A metró-
pole a nfvossidado da croa^ào da al^'uma.^ paroohias nas vizi-
nhanvas da ci .ndo, habitadas p.)r mais do vinto mil u^ssoas,
entre livres e escravos. Pelo Alvará litigio do 10 do rovereiro
ae 1647 foram confirmadas as duas novas matrizes — do IraJá o
S. João de Mirity.
i:
LraiTBS
Por uraa ordom constante do livro 0^ da Provedoria (Doo.
do Arcliivo Publico) veriflca-se qBO o rei ordenara íizessem
parte «la nova parochia de Irajá os engenhos pertencentes : a
Diogo ífe Sá da Rodiíi, Aiitoeio do Aguiar, Birtholomeu
Machado, Vicenie da Costa, Luiz do Souto, Jorge do Suuza
Coiuintso» Bartholomeu d© Abruu, .losé António Barbosa,
Gonçalo de Poiítea, Manoel do Valíe, Raltbazar Damory,
Pantaleao Duarte, João Pimenta, de Carvalho, António Pe-
droso, Francisco Vaz, Pedro do Souza Pereira, Francisco
Frazão, Mnria Corrêa. António de Sampaio, Antoriio da Silva,
^fa^tlm de Souza* Feliciano Coelho, Manoel Borges e Manoel
do Paredes,
Este ultimo pareço ser o chefe da abastada farailia desse
appellido, cujos raerabro», residentes e senhores de engíinlio om
Iraiá, tiveram os bens sequestrados por serem accuaados de
Judaismo e for;un purgar poccados dos cárceres do Santo
Officio. Kata ypiniâo ó suggerida pela leitura do tomo fy* —
Annacs ffo Rio cie Janeiro — de Bnlthazar Lisboa, e por extensa
Hsta áty conde mnados como christãos novos, existente no ar-
chivo do Instituto Histórico, publicada em parte no tomo 7* da
Revista dessa asfoclaçao.
Poresae t^mpo, e pelo mesmo motivo, íorara penliorados a
Josó Corrêa Xiraenes mu eiígeabo em Ira já e a João Corroa
Ximenos sua fazenda na fregíiezia do S. João de Mirily. Joáo
Ximenetí foi rico proprietário na cidade, exoi^coii cargos de im-
portaucia, inclusivo na Misericórdia, de cuja lista de irmãos
foi iiolenoeraonte ri^ciído por ser judeu I
fim agradável palestra com o Sr, Dr. Miguel Rangel,
ílliifitre engenheiro, disse-me elle. ha annos, ijue a fazenda
Vicente Carvalha, arrematada era praça por seu!^ avoengos, per-
tencera a um christâo novo, de nomo Lucas da SIIva.
Como 6 8;ibido, díi vistv zona cirnstituida pela primitiva
freguozia do Irajá foram desmembradas terras q\i*ò constituíram
as parochiua do N. Senhora do Dosterro do Campo Grande,
Nossa Senhora do Loreto do Jacarí^paguá, S< Salvador de Gua-
mtiba e S. Thlago de Inhaúma.
Esse assumpto foi bem tratado pur Monsenhor Pizarro, qno
em suas Memorias Históricas entra em líiiDUcias, que não
podem ser aqui reproduz id^is.
Não me foi po-siveL por ora. no Archivo Publico aotiar a
relação das onírenhos de que foi formada a Fnjguozta de
S, JoàodôMirUy* Talvez na camará ecclcaiastioa f?) seja en-
contrado documento explicativo dos tiraitea dessa parucliia.
Segundo Cortines Iaxo, a freguezia teve por sode pequooa ca-
polla sob a invoíiação de S, João Baptista, efiifi'íada pelos mo-
radores de Trnyrapnngt, Arruinada a ermida, sorviu intorin:i-
mente de maT,r»z a capella do Nossa Senhora da Cooceíçâo, sita
no Porto e edificada, antes de 170S, pelo jà citado .loao Corrêa
Ximenos. Mais tarde, fui concluida a nova matriz, em iogar
próximo ao rio Miríty.
S, João, Piedade de Igoassú, Santo António de Jaootinga,
* onsta
• :... seus
.riAucia
•- ie la-
:.:no,
>.? iVl-
-> . \i:' í»
■ '^W'0,
^^Mr do
'». para
..ilo do
M.muol
. P:-
LIMITES
ss
No mencionado documento encontram-se minuciosas Doticlae
sobre estabeleci mo atoa ruraesdo menor importância, producçáo»
exportação de ^eoeros* numero de embarcaçí^ea, eacravos, etc'
Agora, que rapidamente tenbo dado noticia aubre aa anti-
guidades de Irajá e São João de Mirity, deveria passar a referir
o que dizem historiadores e geographoi, acerca do limite em
questão, e anatysar as cartas topograpliicíis, erradas em sua
grande maioria. E* do que tratarei em seguida.
11
Em ligeira reaenba, apresentarei o que se pôde encontrar
em trabalhos publicados» com referencia ao assumpto em es-
tudo e dos quaes se dovam tirar subaidios sobra a que«tâo de
limites.
Dos muitos escriptores, quo* mais ou monos detalhadamente»
se occuparam do Rio do Janeiro, nada adeantnm: Gabriel
Soares, Simão da Va^concellos. Jaboatâo, Santa Maria, Duarte
Nunes, Rocha Pitta, Sf»uthoy, Varntiagen. Fpeycinet, Norberto,
Cortines Laxo, Gonçalves dos Santos, Abreu Lima, Pompeu,
Moreira de Azevedo, ÍL Lobo, Ferreira da Rosa, Mello Moraes,
Fausto dô Souza, Feli^t Ferreira, Augusto de Carvalho, P. de
Abreu, Piro8 de Almeidíi, Azevedo Pimentel, etc.
Não mo lembro ai, em sua apreciável monographia Historia
da Cidade do Rio de Janeiro, u Sr. Dr* Felishôllo Froirc des-
creveu 03 liraif-e,^ das diversas parocbiis do Distrícno Federal e
os deste com o Estado do Rio, Não ô do admirar, não o fizesse ;
}x>rquanto, ainda em 1845, a l>lu^trissima Camará, em oficio
dirigido ao Ministro do Impor io (dtjcumento do Archivo Pu-
blico), declarava ignorar minúcias sobre o assumpto, em ordem
a satisfazer ás informações da Capitania do Porto.
Sm diversos trechos do aua« M&morias Históricas, assim Fe
exprimio monsenhor Pizarro, rallando da freguesia én Irajá.
fpag. IO, voK ;í*') : € Limita-se ao norto, com a fr^guezia do
Sp João de Mi ri ti, em pouco mais de uma e meia léguas, ua
ponte ão rio Miriti, próximo ao mar, otc.»
Tragando ainda ( pag.l3 ) os limites desta ultima parocbia,
disse ; em distancia de í 1/2 léguas se divide, ao norte, da
freguezia de Santo António de -lacutinga polo Rio Serapnby ;
longe uma légua ftca-lhe o mar ao nascente; em 1 1/4 de légua,
ao sul, termina com a F. da Apresentação de Irajá pelo rio
Payuna :
Descrevendo mais adiante ( pag. 17 ), este rio, accrescenta i
€ O rio Pavdxa* qno divide esta freguezia ( S, João ) da de
Irajíl, pulo sul, não se origina immediatamento do serra alguma,
raas de charcos o várzeas alagadiços, situados entre as la/endas
do Retiro e de Jerixinó, visinhas ambas á serra... dahi { mais
acima da ponta por onde se passa ao território de IrajA,,.
Desde a aiia origem, á ponte, tem o oome de Pa v una : o desse
J
56
RHVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
logar por diante, chamasse Rio de S. João, pela Ti8in!iaDça«
em que corre» da Matriz e eotra bo de Miriti.»
Com a opiQíâo do douto ecelesia&tico cijncorda MilJJot de
Saint-AdoJpho . Em aeii Diccionario Geofjraphico, traduzido o ao-
notado pelo Dr, Caetano Lopcís de Moura, tomo 2<* ( pag, 206 )
enconira-se o seguinte: c Payuna — lUbmro da P/oYinci.i do
Rio de Jaooiro ^ Nasce nas serraa do Bartgil e Jerexinó;
separa por uma parte o termo da Froguezia de Miritl do de Irajá
e vai se juntar corn o ri> Mirlti, o qual com este tributo dá,
navegação duas léguas abaixo da povoação de seu d o me. Ha sobre
o Pavuna uma ponte, que dá serventia & estrada do [lio de
Janeiro para a Província de Minas Geraea, Haverá dez annoe,
que 80 começou nbrir um canal entro o rio Ouandú e o Paruna,
para, por alio conduzírera as fazendas em direitura até o Rio de
Janeiro, sem ser mistor ir por mar ; mas este trabalho, foi in-
terrompido em 1841 , e nio iabomos que se tenh i continuado —
Freguezia de Miriii — i limitada ao sul pelos rios Pavuna e
Miriti^ que extremana o 8ou termo do da Freguezia de Irajá
O inolvidável autor da Chnrographia Bruiiiica — o Padre
Ayres deCazal, escreveu: tUm quarto do légua ao norte do
precedente (kaj^) sahe o rio Mirlty, forma-lo pelo rio inM-
muahy. que vem da Serra do Bangu e Pavitna^ que se lhe une
pela ( ííquerda duas lejíuas e meia longe do mar, atravessa
um terreno em grande parte alagadiço e sá navegável por
espaço de 3 milhas, em linha recta, até o porto de seu nome,
onde se carregam caixas de assucar e viveres, prodocções daa
fregueziasdo S. Joào a Xos^ta Senhora da Apresentação,»
Em aeut Annaes do Itio de Janeiro — o mui conhecido
Dr* Balihasar da Silva Lisboa reproduz, ipsU verbis^ a raateria
do um seu ofllcio dirigido a Martmho de Mello e Castro em l do
janeiro de 1788. Este documento, pertencente ao archivo do
Instituto Hi8tí3rico, foi dado á imprensa, na l* Parte do Tomo
é5 desta Revista.
Com aqtxoUe documento muito se pai*ece ura outro — o Hiú
de Janeiro e Seu Termo ~~ manuscHpto coordenado nos fins do
sôculo XVIll, offerecido por P. A. do Varntiageii e impresso
na Revista do JnstiUdo, tomo Hg, Parte !.• Referindo o que
narra este ultimo, disponha mo* nos de referir a opinião de
Lisboa: cAdeante, caminho de Nornuosto, distancia de um quarto
de légua sobre o rio Mirity nasce na serra do Bangú, ràieya
muita terra o por ser toda muito baixa, esprayão se por ela
suas agoas, razão de pouco fundo para navegação, que £ó per-
mitte de roeya legoa Linha recta, que tudo assim se ha de
entender sondo a navegação dos Rios muyto mais crescida em
razào dos giros de suas correntes, o muito deâeultava sua me-
dida* Hô o porto deste Rio de seu mesmo nome frequentado
pelos moradores de tros frcguezias e viajantes de Minas peio
caminho nox^o, >
Cumpre não esquecer que tudo o nue vae referido é o resul-
tado de inspiração bebida nos Annaes ao Rio de Janeiro^ memoria
LIMITES
57
cxistonte na Bibliotheca Nacional e só em parte impressa pelo
Dr. Mello Moraes, no Brosú Etstorico, Não se sabe, oora
certeza, quem F^ja o autor anonymo dessa obra c|ue B. Lisboa
seguiu, pari passu^ om sen imbalhu, emn o mesmo titulo, Rni
tempo chamei a attançào do Sr, Ur. Folisbello Freire para easa
íin guiar coincidência, { 1 )
Baaiiio Quaresma Torreeão, em sua GcograpMa Unimrsal,
impressa em Londros (!8E4)dácomo limite entre m duas iro-
guezias somente o rio Mirity. O mesmo íicontecocom o Dr- J,
M. do Macedo e Moreira Pinijem siváB Cfíorogniphias di Brasil,
M. Piíito. no Diccionarío Gejgrapliico, ora partilha da opinião
de Pizarro, a quem segue* ora dirige-se por diversos rumos.
Kxeiíiplo — (Pag. 544) Miriti, riu quo serve de di?isa entre o
Dífitrieio Federal o o município de Iguasaú ~~ Recebe entre
outroa o Pavuoa. — Comparo-se isto com u que refere esse
operoso geographo. quando trata d<* Estado do Rio e da cidade do
Kio de Janeiro e facilmento ^e verá que não sou exaggerado.
Pondo de parte opiniões quo podem dar ganlio do causa À
controvertia, procurarei pisar terreno mais firme. Em seu
importanlo relatório de ls73, o Dr. António Ferreira Viaona»
ontáo Presidente da Cami\ra MunicípaL fondaodu-se em doeu-
raontos inéditos com a proôciencia do todo-i couliecida, travou
os limites daa varias parochia^ do antigo Município Neutro.
Com relação á de Irajà assim se exprimiu : « Esm freguesia
lim)ta>06 com a^j seguintes, a saber : Inhaúma — da ponte da
estação de Ca8<?adura à situação de Elias de Barros, desta áa
Pedras do Jurameuto, a ganliara í^errado D, Aleiandrina, o
desta ú. Serra da Penha pc-Io rio Escorremão, que desemboca
era Maria Angu. Jacarrpãfptrt —de Cascaihira, onde principiam
as terras do linado Domingos Lopes, do Carapinho a Macacos do
Souza, onde priuclpiam m toras do commendador Pinto,
serras do Valquoira, Cacliaraby, ('afimdà, fatunho, Mivcacos,
dos Castilhos e Baratas ao rio Piraquara com soa nascente e
da margem direita deste rio A fazenda do tenente-coronel
Fetippe, denominada Monte Alegre (seado a esquerda & do
Campo Grande), >
< Do atonte Alegre vae áa fazendas das Palmeiras, de
Nazareth» Botafogo e rio Pamma, onde ditjide com a jYeguézia
dê Merity (que não é do raunicipio} abrangendo Pavuna todi,
Tros Rios, fazenda do Vigário (ioral, Saravatáe dahi á Penha,
onde fecha os limites cora Inhaúma,»
Essa delimitavíío es ti dtí perfeito accordo cora os factos
feguintoá: por edital de Irí do julho do 18'*7 a lllustrissima
Caraara dívuliu a flreguezia du Iraj.! om dois districtos do Pai,
do conformidade com o Código de Prucesso, sendo a divisa — da
ponte Pa^una pL'la o?!trada do mesmo nome ao Areal até o
logar do Sapé e dahi pela de Queimados, dividindo com as
( 1 ) Capi«tratio do Alireu pensa quo ambos os tmbiilhos tio da
Uvra d« Baltbaz^r Lisboa.
58
RKVlSíTA DO INSTITUTO HISTORIOD
terria da Qktenda àh fio» Ksporaiica. Sapopeaite e Fonónbft»
ftlmTiManda a etUiida QerUde s&nu Cnu^ wegvàmia ss diTisas
dii lerroi do Yal^uelrm o liionooa a ooniliHir «on « IhsgwM
do JAoardMTuA»
O 1* (listrtGto coaitgtlHMldttla : o arrai&l da Ufatrlt. Barto
Veilhu, Penh V, ViconW OàrvmllM, AT&ú
oatiiionlo. Kuniit^ha, Mai^iaoMí d<i 8Mua, OMipinto e J
^ O ^\ ltiitofo.íiK \ai(ti«a, AdTailâOS, EagJBQte NoY»» S^p»-
pottiba, Nfítonot^H i)o CAsUllia9« Oalonko e VilQiiiiin.
Kiu viituilo i\\> fctimxçftiu» «iM tfo Tim lo a»i» o por
tin\i\ ilii ivvuiria da UliilBtorlo dâ teiticai. « OuBura, mi
CKtil.nl iit^ H do ifogto d« It^, roTWOtt a snVdiria&a. KaUmI*
rotMito tvaa forMH atlsmilud m ^ntoÁUrm Umútm éo nato
dUirioio tld Pai. qiM eooiyréMoa laia a pax^a^ia ás Iv^à»
limiU^ ira^^o» am 1HS9, aula m n
aaram raiBaUaiíoa. Daqai aoikitaéa
a aiMHVisada pormi^te aara» aai metam
ai ívnliiai aalaa da UlasIriBíaa Cai
itun MttbíaaMalai — iiaaado te«a psi^aa «aa pcaika « dite
mluac^iiâ do AH^ ÂMtHm ai (1 íf^wT ftaan ««aalaMaOBaHr
liim utMva* prituiUTaa aalaa nilpiiaii 4a Maaie^ía lia«lsaw %
marfim dir^lia da P^vuaa M laslaia m £▼!« ifiai «asro
ttiaa oircuuMiertKdà a a aoTm pm^rfaola d# ttb da J^aaira.
^ - "^ioà«wlraUllM.9aWcaia on I9f)a p^Sr. r.
A. oaha :^Mitoa, aomÉnu
lataãéBfliaia Mimietpal aaemaM : « Pémm (pag. «1) (pvi«ttA4
- rrif. da Irajà. ^ dfcnwrtpBÍa aatintiM ; AfatTda
Frt^r 3a Iiali, 14^ preteria, paitiaaa ap tâ^dbar, ém íihjiiHwi
mutiicipaia. Uaiito da DÉaUiitái Federal aaa a IMada ^ Bte
do Jaocíiro. Paria da poote Hgs
Rio da Jaoeifo»* Kal» tàtMa, aanc
aoodrdo oom deeiaoes do GoTarao Geral,
paloa praaideotea da antiga Piwiuaia te Rio*
Federal do Bifado do Rio. Mo mrk praúo aemmatar Ím
'''í®!'^!!.**^** *••/ ^ ^^ <Fíg. »!>. íft^. da^ Undia
aa IMam o leniio da M^S7^
mi a fivf. de OampoOraade, petoa ríoa Maritr e ParaBa ».ala*
Sa aaaa ea^ ama diw rtoa, o Sr- Nofwitt. e«
NaaaraUi. Paviuim, OaaeMarate.,aa ouea^caaa
foram aempra a^ftagiMaa de to JL
Ko AljDBttk de Laeauibert de 1901. pSlieacio djna da
^peia soUioeíQaidada de «dai ialiainiiaooea. com leib»
rNc^mltmlieailalrmíitM. 3Dl)leio: ^Ao aorta, e Brtada
doR^daqneé aepando ptí^ hom M^Hi, « pJ!^ eaaTdaik
Í?Í^.]?!!I2^ ^*'"*® daooiaiBaio T^ea Rioe oa Tr«8 Barraa,
^ I^ ^^ ' i?*^"*?**** ^ **™*« do Disiríeto F^danO»
gSf-Z^^L^^ wi.aOa^oo AtlaatiTO; a i6Kie. a Babia do
na «a naeira ; ao norte, o IMado do Rb da iawivo, aarraida
LIMITES
59
a Unha divisória, reconhecida por tradição polo rio Merity desdo
a sua foz até a confluem ia do Pavuna, — por este rio Pavuna até
smis cabeceiras e tia lú poios limites das fazendas do Rtítiro e
Quaodi^ do Sema c m a fazenda, antigo Morgado do MarapicTi.ii
Lembrai ci ainda a lei a. 947 de 29 de dezembro de 1902,
& qual deiermiDou os iin[iitõs das circurnsoripções policiaeí» do
Districto Federal.
Nãu pudendu copíal*a por ser bastante extensa, apenas
iiot;a"ei que todaa as localidades coraprebendidas entro os dois
rios PavQDa e MereCy, taes como Botafogo, N iZíiretli, Coaceição,
Boa Esperança. Pa runa, sendo esta ultima. Paxyuna, assigím-
lada como limite com o Estado do Rio, ficavam comprehendidos
Dã nova 6"" circumscripção suburbana (Irajá e parte de Campo
Graode).
Antes do entrar nu estudo propriamente do litigio» pro-
curarei, tendo á vista os mappas o cartas topograpbicas anti-
gas e modernas, ver si consigo mostrar a veracidade dai* opi-
niões dos que sustentam ser o riu Favuna limito incoaíeatavel
entre o Districto Federal e o Estado do Rio do Janeiro.
111
Farto e importante é o cabedal do mappas geographicos,
chorograpbicos e topograpfiicos» com referencia ao nosso vasto
paiz. Dessa verdade dão testemunho r os catai ugos da Exposição
de Historia ô Geotpyfphia (1S81), o da Exposiçõo de Geotjraphia
Sul- Americana (1*889), oa da Bibiiotheca Nacional» Instituto
Histórico, da Sociedade de Qeographia» Ârcbivo Publico e Dire-
ctora Geral de Engenharia^ ele.
Desta copiosa collyciauea, porém, cumpre dizer, pouco se
podo aproveitar para definitiva solução do litigiu» em astuilo.
Os mappas geraes do Brazii, desde o oi'ganisado em 1789
por uma commissâo de astrónomos e engenlioiros até os mais
raodernua, incluindo os do Nioraeyer, Xavior de Brito, Pontes
Ribeiro, Bi/llegardOt Beauropaiie Ruhan o tantos outros, cão
referem minúcias sobre limitns de raunieipios e parocbias.
Dos parciaes com rélaçào á cídado do Rio do Janeiro e ao
antií<o Município Neutro ; uns áò descreveram a zona urbana;
outros esta e parto limitada dos suburbioss. Dos que traçaram
limitfei da ^ varias frcguoztas^ abrangendo espaço maior : estes
mencionam o Mirity como limir^e entro a freguezia do Irajá e a
município de Iguassil; afiuellos apontam também o Pavuna
como lieha divisória entre o Districto Federal e o Estado do Rio.
Desse modo os litigantes podem encontrar argumento em seu
favor e contra o antagonista.
Dessa incerteza, que, hoje, pôde e deve ser annuUada pelos
importantes trabalhos da Planta Cadastral, dá sufUdente expli-
cação o disiiocto engenheiro José Manool da Silva, no s^íu lida-
tório final da secção de triangulação do Município da Cúrtt% apre-
sentado, ©ra 1878» ao Cunselbeiro Beauropaire liohau, prí^sidento
da Carta Geral do Império. Como é cabido, os trabalhos da
I
60
BE VIST A DO INÍ5T1TUT0 HISTÓRICO
secção haviam sido saspeoaos por ordem do governo, em conse-
quência do máo pstado das finanças.
Desejando, em fins ãe 1>>T5, a scgniida directoria doa Negó-
cios do Império conhecer as grandezas das áreas de cada uma
das freguesias do Município da Corte ; não pjdendot porém,
deslindar os Umifes > feitas, remetteu todo e-ise trabalho i com-
mifcão da Carta Geral do Império, da qual era cheio da aecçio
de triangula^ do dito mimieipio, o sopra mencionado Dr.
Silva,
< Depois, refere olío, de hayerraoâ examinado es papeia re-
lativos aos limites das ditas freguezias, que foram postos á nos-
sa disposição pela dita dirt^toria, procuramos discriminar o
território de cada uma dolltis, afim de calcular a área d'aqtiel-
las, cujas plantas topograpliicaa já se achavam pôrfoitameute
levantadas e dar nni valor approximado ás das que houvessem
alguns da los no nosso arehivo. Mas a falta de indicações nesses
documentos eram taos que logo vimos serem rauito deflciontas
o qutí pouco nos orieiHariam Recjrremos. então, ao arehivo da
municipalidade, mas ahi nada exisua a essd respeito.»
Liactando o emérito ongenlteiro comas maiores diíllcn Idades,
chegou a concluir que < nenhuma das ft'egu3zins tem limites per-
feitamente definidor, podendj se afflrmar qtfe para todas ellas as
divisões são indeterminadas, senào eni todos os pontfts, liO me-
nos em alguns. » Nâo s6 este, mas todos os outros trabalhos
executadas pola secção (fe iriangidagão podem ser consultados
pelas duas p; ir tos eontrari;js.
Não tenho tempo nem competência para analysal-os ; mas
somente, indicarei* aqui, nestas simples notas, a discordân-
cia, notada em diversos mappns docuchecimeoto vulgar.
Em 18f58 foi dado á ostirapa o importante Atlas do império
do Brasil, organisado pelo il lustre Cândido Mendes de Almeida,
operoso e infatigável cuUor das sc^onciMS o das letras.
A carta u. J5 desse notável trabalho ô consagrada ao an-
tigo Município Neutro.
O il lustre ;,'õographo, limitando o hoje Districto Federal, faz
passar a linha divisória ontre e^te e a antiga Província do Rio
de Janeiro sò pelo rio Mirity desde a foz até as nascentes. Desse
modo, fazen las, que sempre pertenceram & parochia do Irajá,
figuram como fazendo parte do município de Iguassú ou antes
da freguexia de S. JoSo de Mirity.
Citando nos preliminares (pag. 18) o material e outros
auxilies consultados e aproveitados, confessa o consciencioso au-
tor o íseguinte : € como se terá risio, escassos foram os auj^Hios
que tivemos joítrt o mappa deste lerriloriot que podia conter ou*
tros detfil/its ; mas infelizmente ha ãobre o assumpto deficiência
de dados tapographicos ^ O que existe não tem grande importância
e pouca confiança itíspira, »
E isto é mais curioso i na li^^ta de obras impressas, cônsul*
tadaa, oiia aa Memorias Históricas de Munsenhor Pizarro, o
qual, como já mostrei, admitte também o Parunacomo divisão
entre írajá e Mirity.
LIMITES
61
De egnal valor appai^ecen, em iBí^2« o recommeodavel Atlas
do Brasil, coQfeccioiíado pelo Sp. Barão Homâm de Mello,
poderosamente aiuiliado poios Srs. Lomeliao de Carvalho o
engonheiro Pimenta Baenoi próceres na matéria. No mappa con-
sagFãdo ao noado Município Neutro lâ vem traçado somente o
Mirity como limite era quentão,
EDtrtitanto, o contrario está eiarado — na Carta Topogra-
phici e Administrativa da Província áo Rio do Janeiro e do
N!uDicipioNentrOi preparada secundo os nielliores m a ppas publi-
cados até agora, apraseotando pela primeira vez ca novos muni-
cípios iJe S» Joào, Capivary. Bonito, Saquarema e Estrella, as
fregueziaa que foram creadaspula Aa^embléa Legislativa, até
Sâtembro de iHir», e o canal (|uasi acabado de Campos e Macabé,
publicação corri;.'ida e coniíideravelmonto augmenlada polo vis-
conde L Villíei^sdo L'lsle Adam, otc.
No exemplar cotorido qno examinei, Isle Adam, seguindo
talvez as indicações de Milliet do Saint Adoíphe, adopta ã mar-
gera direita do Pavuna, antes de desembocar no Mirity, como
Unha divisória enti'e o Mtinicipio Neutro o a Provi ucia do Rio.
Em sua Chorographia do Brasil, obra d<38tinada ao ensino e
a qual ja tem tido diversas edigõefl, Moreira Pinto dedica
tarabem um m&ppa ao Districtó Fôdoi*aL Dá o Mirity como
único limite. Está era cootradicçao com o que escreveu no im-
portante Diccionario, NestOi ora acompaufia Cândido Mendes,
ora cita Pizarro, e, o que 6 mais» transorevo tudo o treclio do
relatório do Dr. Ferw^ira Vianna com relaçãu aos limitíja de
Irijá* Como já, mostrei, o antigo e í Uns Lr e presid<^n te cJa Ca-
mará MunicipaU na zona do ^lutiicipio Neutro incluiu a Pavuna
toda* bom como Naziireth, Botafogo, etc.
Pendente das parede:* dl esLabclecimoiitos públicos e parti-
culares vè-3e o mui conhecido Mappa do Mimkipio Neutro,
organisado por E, de Maschek e gravado, em Leipzig, por
Giesecko e Devrient — Editoros proprietários — Laenamert
& Comp.
Esta carta mural apresenta como limito somente o ric
Mirity. Da indicação do Canal da Pavuna, o qual doaso mtido
ficaria pertencendo á freguezia de S. João do Mirity. Tudo
iâso e^tá, porém, era opposição cora o que se encontra publicado
nas d i Sb rentes edições artnuas do importante Almandi doa
mesmos Srs. Laommert Sc Comp.» cujas referencias e^^actas
cittii, a propósito de Irajá.
Muitos e importante são os mappas que exclusi vãmente
tratam da antíj^a Provincia do Rio, organisadoa pelus nossos
mais notáveis engenheiros, (ital-os seria along^ir oa liraitos
destes di3apreten ciosos apontamentos. Da leitura dos relatórios
apresontadod por esses illustres brazi lo iroSi encarregados pelo
governo provincial do estudar os municípios da circumscripção,
creada pelo Acto Addicional, Eenlium levou sua actividade
{por parte da Prõiincia) fiquem do rio Pavuna.
Pela lei d© 19 do dezembro de 183 i foi a Provincia dividida
em quatro secções sob a chefia do João Paulo dos Santos Barreto
a
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
oontnsfuai » Gooradõ Niemeyer, Carl(^ Riviére, Jalío Frede-
f|(H>KMor õ Ueoflque Luii Nlemeyior Belle^rde. Seus miau-
«lo OH Tt\il\Uho« sobre obim< pablicas e melhoramentos matoriae^
M tti viu O: mo fviíp<»a«08 nosrolatorios dos primeiroa presidentes
t; unais tarde Viscoode de Itaborahy) e P&ulino
s i u uU ViJSKX>nde de Umguay) e servem de
Mui» algvtia stiMdias d&rei oom relação ao asatimptor o
inir«o doerioi F«vuúu e Mirity mtio bem asaigaaladosi na carta
i\x lUuitaQia do Rio de Janeiro (pertencente Á Bíblíotbeca
NaetoiuiU letanUda por Domingos âipaoi, dbtincto astrónomo
filUttIi •OTlaJo em nWao BoraziU por D. João Y. Esta carta
l oflbfMlda polo autor áquellomonarchA.
VI tambeni carta i>pog'raphiea da capitania do Rio de
Jaaetv iuo se mostni u« limitea desta oom as capitanias de
8^ p 1 18, õic,^ o as dtTl96es particulares dos termos das
otdftdi>9u >iii«^. LN&rtoaoe i BiMiottieca Nacional (som nome de
ãutor nem dala). Na (>urU topograpbica da capitania do Rio de
Íanoli*o, Í^IU por ordoo) do rloo-rei do Estado emoaanode 1767.
Maiiool Vltlra do LaKo, Sarmnto-Mdr e Governador da Furta-
Irí i ^i.^ ("A-iítiiHo ão Sã » SeKasuio da cidade do Rio de Janeiro^ a
, rlf^nal manuscripto desse Importanio
, uardado no archiTodo fuiítituto His-
lorlóL» V iitHígí .*iro.
Si neste >. _ nAo estJío traçados os limites das
fipegue/Jas» vô so m4iv;iaa a posição dos engonhos, a qual
coincido oom a relação dada mais tarde pelo Marquez de La-
vradto a seu suooeesor,
Ondo» tKU*t^m. notei melhor o curso dos dois rios» com todas
as flextiosimuies. flit na Cl^pia tirada em 1854 pelo tenente Limpo
— da Carta Tor>ograpbica do tarreno comprohendido entre a
barra do rio Miriíy, na lialua do Kio de Janeiro e o rio Guandu
no Campo do Engonho de Bel^m» oom o nivelamento nGcessario
para se ajuizar da possibilidade du construir um canal de nave-
ga^, alimentado foni a agua do referido rio Guandu, entre
aquelle mesmo rio e o do Mirlty, em porto de mB,rC\ cujo des-
envolvimento andanor sete Idguas. A referida carta foi leran*
tãda pelos offlciaes ao enfenbeiixjs Francisco Cordeiro da Silva,
Franotgtao .la»t^ do Sousa Soares de Andréa, António João Rangel
do Vasconoelloíí» Pt^drode Aioantara Hellegarde e Aloysio Carlos
^Vel'theim -* Por ordi»m do S. M. o Imperador pelo Tribunal
da Junta do Commortilu.— Esta cópia pertence ao arobivo do
Instituto Histórico o faz parte da colleoçio de mappas doados
pelo Impeniílor 1). Pedro 11.
Neaae raro documonto OíítUo perfeitamente determinadas as
posições dos antigos engonhús do Vabla. Vassoura, Covanca, Bar-
bosii, Pavuna, 8. Matbeus, Carrap«to« Brejo» sítios além da mar-
gem í squerda do rio Pavuna c pertencentes todos á freguesia de
S» Joàu e oa do Nazareth, Botafogo, Máximo o José Luiz da Motta,
avô do Conde de Motta Maia, situados áqucm da margem direita
do mesmo rio Pavuna o flizendo parte da freguezia de IrajÀ.
LIMITES
68
De tudo qusinto fica aummari amento rolatado, não devom
Burprehender os litígios, pendentes entro og Estados do Rio dô
Janeiro 6 Minas, entre oste e o do Eipirito Santo, Paraná o
Santa Catharina, Rio Grande do Norte o Ceara» quando a poucas
horas de distancia do centro da Republica não está perfeiía*
mento determinada a linlia divisória entre o Districto da
Capital e um Estado viaioíio.
K si os diversos contendoroA não se satisfazem com o que
encontram impresso, nem com trabalhos fçeograpbicou^ebufícam
em documentos históricos procurar a Tordado— imital-os-ei.
Todo o esforço consisto em saber procurar.
IV
Paravam ahi os meus últimos apontamentos quando fui
agradavelmente aurprohendido com uma carta do Sr. Dr, Al-
fredo Américo de Sjuza Rangel, illustre chefe da com missão
da Carta Cadastral,
Dessa, para míra^ honrosa missiva, tomo a liberdade de
citar os seguintes trechos : * Em todos os reiatorios annuaes,
diz o digno engenheiro da Carta Cadastral, chamei sempre a
attençâo do g-overno do Districto para a urgente necessidade
de iiquidar-se esta questão (de lifiates], que muito desagradável
se pôde tornar do um momento para outro.
Em princípios do atino passado fiz organisar uma planta da
zona disputada e com a maior satisfação venho olTerecer-lhe
uma cópia dossa planta, esperando quo ella possa auiilial-o
nisso a que tão patrioticamento mettou hombros. >
J^te bello trabalho de engenharia tora a legenda seguinte:
— Planta Topographica da Zona do Diátricto do Irajá, indevida-
mente inckiida no Municipio do Iguassú, pelo decreto n. 1 de 8
de maio de 1892 — do Eatado do Rio de Jaoeiro — Levantada g
desenhada pela commissão da Carta Cadastral em lW:í, escala
l:25iJ00 — Conforme o original— 10 de outubro de 1903.-*
(Assfgnado) Amei-ico HangeL
Antes de mostrar os serviços que deve prestar a referida
planta, cumpre citar, aqui, a lei a que allude o emérito
Sr* Dr. Rangel. Copiel-a, ipsis vcrbis^ na Hibliotheca do Archivo
Publico, — Dá nova organisação municipal e districtal ao
Estado do Rio» Divide-o em 41 municipioa. Sobre o de Iguassil
reza o seguinte ; « Formado do antigo município do mesmo
nome e mais a freguezia do Pilar, desannexada da Estrella com
as ilhas adjacentes,— Sede *- Cidade de Maxambornba — Limites
ao Norte, o Municipio de Petrópolis, pelas divisas neste men-
cionadas e Municipio dê Vasisouras pala Serra do Commercio —
a Lóate — o Municrpio de Magé pelas divisas neste descriptas e
a Bailia do Guanabara.— Ao Sul — o Município Federal peloa
rios Meríty, Maranguá e Merinho, desde a bahia de Guanabara
até a povoação do èeaiengo inclusive a dahi em linha recta á
confluência do Rio da Prata com o Mendanha e Híú Guandu-
a
64
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
mirim ou Tíogni até sua, foz ao Rio GuaDdú, Â Lt^'3tô o muni-
cipio de Itag'uahy pelo rio Guandii e miiDicípio de Vassoeras
pelos rios S. Pedro 6 SanfAnna e respectivos aMuentes até á
Serra, etc.
Felii inspecção da planta, referida, Tê-se que os rios Meirinho
eMarangita são dcnominaçòea dadas em suas origens e conti-
nuação ão Miriíy» antigo Iiiliiniuíiby, do Ayres dy Casal ; que o
Pavuoa desdo as nascentes até certo ponto é timbem conhecido
— rio do Pdo. Além de muitas outras e preciosaa minudencias
essa carta topograpliica dá a verdadeira posição das fazendas
de Botafogo I Nazareth, o loj^ar — CanceUa Preta ^ muito acima
do Pav una, onde em tempo existiu uma barreira do Estado do
Rio, a (jiial M supprimídi, a direcção do canal da Pavuna e a
ponte sobra o mesmo rio, reputada como limito eutre Irajá e
S, João de Merity.
Com relaçáo a esta ponte encontrei, por ora, o seguinte: no
relatório apresentado, em 1847, pelo ministro do império J. Mar-
cellino de Brito, lô-ae: «Precisando de prompto reparo a ponte
sobre o rio Pavuna, foi autôrisado o presidente da provincia do
Rio de Janeiro a mandal-o fazer, devendo a metade da despega,
orçada em 3:823$00{) correr por conta dos cofres geraes e o res-
tante ficar a cargg da presidência; m$to servir de dimsa^ aqueile
rio, entre a mesma provtncia e o municipio da Corte.»
Em seu relatório apresentado, em 14 do maiu de 1840, o
ministro do império, Francisco Ramiro de Assis Coelho, escre-
via: tlnformado o governo de que a ponto sobre o rio Pavima,
se achava arruinada, empedio ordetis á l^resideocia da Província
do Rio de Janeiro, atlm de mandar proceder com urgência ao
concerto necessário por conta do Ministcrio a meu cargo. Fize-
ram-secom elTeito alguns reparos, mas reconhecendo-seque não
podem sor de longa duração, o que convém construir no logar
uma ponte de pedra por ser a estrada muito freqnentíida» orde^
nou o governo, quo se procedesse ao levantamento da planta e
á formação do piano e do orçamento desta obra, para tudo Ber
trazido a vossa consideração (Camará dos Deputados). Aioda se
não receberam esses osclarcciracntos.»
Accrcsce mais: no relatório apresentado á Assembléa Pro-
vincial era l de março de 1849, o então presidente do Rio do
Janeiro o Dr, Luiz Pedreiríi do Couto Ferraz (mais tarde Vis-
conde do Hom Retiro), referia: «Ponto sobre o rio Pavuna.—
Tendo abatido esta ponte, na direcção da estrada da Corte, para
Iguassu e havendo a proiíidoncia recorrido ao Governo Geral
pa^% mandar rep&ral-a tovo dolle autorisação, para fazel-a re-
construir» concorrendo os cofres proviaciaea com a metade da
despeia. Em virtude desta autorisação foi o chefe do districto
incumbido desse trabalho, que teve começo em maio do anno
passado; achando-se a ponte com doÍ9 arcos sustentados por pa-
redões solidamente construídos e com a largura de 30 palmos
quasi prompta falcaudo apenas ultimar o aterro o o calça-
ment:). Toda a daspeza que se tem feito tem sido paga pelo
commeodador António Tavares Guerra, que gratuitamente
LIMITES 65
administrou esta obra e que generosamente se offereceu para
adiantar as quantias a ella precisas.»
Quando não existissem outras provas — o referido serve para
mostrar o direito que tem o Districto Federal á, margem direita
do Pavuna, limite reconhecido pelos antigos poderes provin-
ciaes . Compulsando o antigo livro das actas da Camará Munici-
pal da Corte, li que os vereadores em sessão de 5 de março de
1833, entre as diversas barreiras estabelecidas, determinaram a
fundação de uma sobre o rio Pavuna. Essa prova, porém, perde
de valor, porquanto também nessa sessão os edis marcaram
outras barreiras no Pilar, Iguassú, Pinheiro, Calçada, Santo
António do Matto, José Gonçalves, etc. E' que, nessa época, to-
dos esses legares que pelo Aoto Addicional foram depois per-
tencer ã província do Rio estavam sob a jurisdicção da Camará
da cidade a cujo termo pertenciam, conforme a legislação do
tempo constituindo tudo a antiga província do Rio de Janeiro.
Quanto ao canal denominado da Pavuna, em 30 de agosto
de 1833 a Camará providenciava autorisando despezas para
concertos. Que elle está situado em zona do Districto Federal,
não pode haver a menor duvida, basta tão somente lembrar as
providencias para a desobstrucção, tomadas pelos poderes mu-
nicipaes do districto, nos primeiros tempos depois da proclama-
ção da Republica. Isso deve constar dos respectivos boletins,
relatórios, etc.
A abertura do canal foi autorisada pelo Aviso de 7 de ja-
neiro de 1829, em virtude da resolução de 5 de dezembro de
1828, sobre consulta da Junta do Commercio, Agricultura, Fa-
bricas e Navegação, Aviso assignado pelo então ministro do Im-
pério José Clemente Pereira. Para tal fim foi nomeada uma
commissão de engenheiros sob a chefia do marechal Francisco
Cordeiro da Silva Torres (Visconde de Jurumirim). Delia fazia
parte o di^stincto e operoso major António João Rangel de Vas-
concellos, falleeido mais tarde no posto de marechal, illustre
filho da freguezia de Irajà, na qual existo uma estrada com o
nome do brioso militar, em recordação dos bons serviços pres-
tados á saa parochia, ao manicipio Neutro e ao Brazil. O aviso
«supra consta da Coliocção Nabuco, que o copiou do Diário Flu^
mtnense.
Não tenho em mira escrever a historia desse canal que
tant^us discussões levantou na imprensa. A titulo, porém, de
curiosidade, citarei aqui a opinião do major Rangel, quando
em carta de 1 de julho de 1833 sobre dissecamento dos pântanos
de Irajà, Mirltí e Iguassú, com o fim de acabar com as mortí-
feras epidemias de febres paludosas que assolavam essas loca-
lidades. « Querendo, porém, dizia Rangel, ir com o mesmo zelo
deV. Ex., pelo bem estar dos compro vincianos uma vez que
não pôde haver logar o esgoto intentado e admittido, vencidos
todos os costumados obstáculos e as infsrnaes intrigas^ que nunca
íáitam para coisa alguma se acabar com perfeição (como acon-
teceu com o canal da Pavuna), que tive a^sim mesmo e naquella
época a honra de primeiramente traçar as primeiras parallelas
831—5 Tomo Lxv III, p. i.
bb REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
para sua :ibortam do ponto qui aotea commlífo havia imaíriíiado *
o brijj^adeirn Caldeira*» Eysa cíirta, ou antes moraí^ila, que me-
receu n** seio da Acadeoiia áe MediclQa os louvores do Ur. Jubím,
fui publicada A pag. 157 da «Kev^ista Medica Brasileira», ?o-
lume 4'', sessão ao 10 de marco de ^838.
Devo ser elli Uda agora (}U6 entre tantos melhoramGEitós se
trata da extincçao dos mosquitos e por lito doa focos ouúb eiies
so geram o multiplitmm.
Não rtoixarei do menoronar a Faliosa opiDíão sobre o
litigio de limites, dada pelo provecto eogeubeiro o Sr* Dr.
Emy^dio Ri beiro, no Jornal do Brasil do 11HJ4 — edição da tarde.
O lestemunh" do antigo erieerro^íado poio Dr. Ruclia Ftíí-
goao (que foi chefe dn 1* comimsíiâo do ievantameato da I*
plaota cadastral do Município Noutro^ « de fincar qo terroDo oa
marcost que dete^raioavam o« hmitt»s da 3^' íegua — é todo em
favor da causado Dijjtricto FederaL O Sr. Dr. Ribeiro traz para
a quês tà o o visum et repertum, baseado não aó noa «studos proíis-
fiionaes, como lambem oo conhecirat^aLo prévio d i lonaouates-
tada. DQde esí^o lUustre engenheiro por muito tempo residiu.
Fundando-se oa opinião «le Miiliet e Samt Adolphe, qau eu
já citei, © Gtn ar^umentosí de bom quilate, e Je parecer que o
Pavuna separo o termo de Mirity do de Irajá a vaí so juntar
ao Mirity, que é limite apoDos desde a sua foz al<3 a coalluen-
cia com o Pavuna,
No flnal de aeu brilhante artigo, o Sr. Dr, Ribeiro recom-
menda, si houver ainf.fa duvida*^, aos oncarregalot da questão,
recorrer aos cânon os, onde os inveotarioti e escripturas de
venda e enmpra poderão irazer esclarecimentos*
Comquanto &ó por saásf^çào de bons desvios, me tenlia
occupado dtísta mati^ria, ouso garantir : com oa documi^ntos
inéditos existentes pó^le faser-se o hiétonoo das antiga» f^izen-
da« de Injh,
Sondo a do N;izaretb a mais approximada do rio Paviina,
em pooio pouco distante das três hartas, por ella oomoçarei.
Dos antigos ongenhus, quo por ordom régia, constituíram
a paraehia do Irajá, erecta ao mesmo tempo que a de Miritjr,
— os porLODConte,^ a Pedro de S<juía Pereira, Francisco Froào,
Maria Corroa, Foliei .00 Coelho, Mnuool de Paredeii estavam
situados na zona ent-re Oí* rios Hirity e Pavuna.
Retalhados depi>is esses terrenos, os succe:^»oi^s e haidiiiXM
doâ primitivos donos nunca deixaram do ser suffrafaaeoi de
Nossa Senhora da Apresentação de Ira já.
Cumpre lembrar o quo já memnonei : Autonio o Francidoo
Alvart-n^íAf além de outros, obtivemm por seNmaria (158t>)
SOBEJOS entre a sorra de Oerecioo e as datas, que le Miníy
Pabuna e Serapof y iam par^ Campo (Jrande ; Feliciano Coelho
Cam o Pedro de Souza Pereira '*os Coqueiros ; Tbomé Corrêa
de Alvarenga» tobejoi entre Sapopema e Mirity, etc.
LIMITES 67
Pela explicação do que vai ser lido é bom saber : Fran-
cisco ^razão, casado com d . Maria Barbara, era filho de An*
tonio de Alvareo^a, irmão de Maria Corrêa, mãe de Thomé C.
de Alvarenga e viuva de capitão Manoel Corrêa, Falieceu eui
8 de janeiro de 1644, deiíando por testamenteiros o genro
Pedro do Souza Pereira, o irmão Duarte Corrêa Vasqueanes,
casado com Martha Borges, e ralleeidu em 2H de maio de 1650,
e finalmente o filho Thomô Corrêa. Este ultimo, casado eom
d. Leonor Estosa, morreu, depoi8 de ter sido por variai veses
governador do Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1675, e, em
verba testamentária, ordenou frsse seu corpo sepultado na en-
trada da porta prmcipal da egreja de Santa Casa de Miseri-
córdia, da qual fora por muitos annos provedor.
Feito este pequeno exórdio ent.'arei em matéria.
Entre muitas latas, existentes no Archivo Publieo, ^loontrei
uma dentro da qual estão guardados antigos e preciosos docu-
mentos, que só por si, creio, dão g:aDho de causa ao Dlstrieto
Federal. Escriptos com letra diíiicil de s <r lida devem, todavia,
quanto antes ser copiados por ordem dos poderes competentes,
como prova eloquentíssima que o Rio Pavuna foi sempre o
limite natural da parochia de Irajã e por isâo é a divisa entre o
antigo Município Neutro e a Província, boje Estado do Rio de
Janeiro.
São uns autos tratando de medições de terras Julgadas
por sentença e que tem era seu favor a authentioidade hiatorica
e jurídica.
Auxiliado pelo disUncto funccionario do Archivo, o sr.
Eduardo Peixoto, coniegui declArar o que o tempo respeitou e
pode servir ao direito do Districto Federal . Levando túÍíb longe
sua proverbial gentileza, o emérito investigpador, Eduurdo Pei-
xoto, fez um extracto desses documentos e m*o enviou.
Nem esse me^^mo suinm.irio, attent is as pequenas dimensões
deste trabalho, pôde ^e^ citido m totum, Limitar-mehei a in*
dicar 08 pciacípaes poatos, referentes ao litigio • ãs oircum*
stancías que podem esclarecei* o assumpto.
E* o primeiro desses valiosos luanuicriptos — o documento
sem data, em que Francisco de Veras Nascentes, por oabeça
de sua mulher. D, Luiza Bernarda Ribeiío, viuva de Bento 4e
Olíveir.i Braga e mais herdeiros do mesmo, declara perten-
cer-lhes um «engenho de fazer assuoar sito nafrêyuêzia díe Irajá^
por invocação de N. Senhurade Nazareih, ao qual ptfrfafictf mH
cenio e cincoenta braças de testada eom o sertão e rumos que
lhe pertencerem para a banda da Pavuna^ cujos títulos apresenta
na conformidade do edital.
Vem após o segundo documento, em que o mesmo Veras
pedo ao juiz que o respectivo tabellião ceriiíique o que conster
da escriptora dt^ venda, feita por D. Catharinade Moura, ante-
cessora de Bento de O. Braga.
O tabellião Fernando Pinto de Almeida eer ti ficou que, doi
livros de seu cartório, constava a escnptura de 8 de maio de
1751, pela qual D. Catharina, viuva do Dr. Ignacio Fernandes
68
RE%nSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
de MeiTGlÍQ8, aeua âlUoã m&iores Manuel do Moura Meírellea d
D, Caibarina Beruarda de Josus e os menores represeotadoa
pelo tutor o avô MíDuel de Moura Britto rendiam a Beoto de
Oliveira Bra^a aa lerraus com engenho de fazer aísu^ar, cor-
rente e raoente por Invocação N. Senhora de Nazareih, :íito
na fre^ezía de Irajá, Os vendedores declararam que houveram
as sapraditaa terras do tenente João Pereira de Leraos, teata-
menteiru do padre Lniz do Lemoa, por eácríi^ui^a lavrada pelo
tabellião Jorgo de Souza Coutinho, em 13 do dezembro de
1731.
Novo requeriraonto de Vera» Nascentes pedindo que o
escrivão José Luiz Guedes passasse por certidão o que constasse
de uns autos sobro raediçõos do terras em um liiigio em que
Beato Bra^ contendia com o Dr. I^^nacio de Souza Pereira.
Essa certidão, dada em 30 de março de 1772, foi resumida, com
grande paciência pelo Sr. Peixoto o occapa só o resumo dcUa
mala de trinta tiras de papel.
Eis aa principaes peças destse longo e minucioso documento:
€ A — Verba do testamento de Thoraé Correia de Alvarenga em
a qual declarava ser senhor e possuidor do terras com K150
braças de ^rtão e 1 ,900 de test ida na.^ quaes tem um engenho
de Qu£er assucar com a invocaçtTo de Nossa Senhora de Xoiareih^
situado no distrlrto ãe TuubccajA. > E:sta circumstaneia e mais
adeesiar o immovol iuc;ilísado na íregjezia de Irajá, termo
desta cid ^do do Kio de Janoiro, é repetida a cada piisso, em
todos os documcntus seguttttis :
B— Eacr ptura passada em 2 de novembro de 1650, pelo ta-
beiUâo Pedro Ja Costi. Nella declara Thomé Alvarengi:
€ Possuir ternis* chamadas da Cruz. pari indo de uma parto
com terras de Antomo e Francisco Frazão, até entenar com o
rio da Papuna^ íkzendo testada com terrenos de Ascenço Pe-
reira e nessa meia légua declarou u mesmo Thomé ter feito um
engenho de assucar e disse que vendia ao padre Francihco do
Amara t na sua primeira meia legua« no cabu deliam, 350 braças
de testada ecorrenio o sertão d^lla aU o rio da Pa%>una, com as
terras que se achar aa d^lo R*o tiiTando reservadas a elle ven-
dedor K 150 braças e asáím maia vendia todas as mais tei^ras
que se acharem ser suas at<^ entestar cora Ascenço Pereira entre
Francisco Prazàu e Rio da Pai^una, as quaes terra^f que ficam a
elle vendedor, comeoarâo a medir do Rio da Pavuna, na mesma
forma porque o capitão Pedro de Souza Pereira mede a sua
légua e dahi par de ante começado as terra;! d elle vendedor fsr
zendo pro|»río sertto que fazem os lorras do dito António 6
Francisco Frazão. »\s terras da Cruz foram vaodid-is por 700$,
metade em dinheiro e a outra ineiide em assucar, ^slo no en-
genho dê hoje a 3 me^es ou no Úm dii janeiro de 1651, eto.
C— Auto ia medição d ts terras do capitão Thomé Currôa de
AlvarongL e do-í mais herdeiros», em 22 de julho do ir»^. feita
oa presença do Ouvi lor C^ei ai Joâ» Vulho de Azeve<lu. sendo
meirinho dii oorreicão .Si;)baf'tiâo Monteiro h pi lulu da Gamara,
Manuel Vieira da Costa. Nesse documento fica provada a ex-
LIMITES
tensão do terras de Alvarenga, do Jos»^ Nunos da Silva, Francisco
Frazão e do padre Amanl. Nello m allude aioda ás torras de
Pedro de Souza Peceira. ás de Fantaleão Duarte, àa do Engenho
da Cruz, ás de Sebastião Azeredo, aos cannaviaea de Fira z Pe-
reira então d© João Baptista Jordão. Falla-se no caminho ou
Estrada Real que ia do Engeníxo da Cruz para o do Frazão,
terras de Mamede Alves» roças de mandioca de Gregório CorrOa,
casa de Asceoço Pereira até o rio Af»>»ít/, etc. Pela leitura desse
auto chega-se ao conh(>oi monto de que todas estas terras oa-
ta Vi» m alana do Miriit/ e íliuem do Paviina. Isso nos levaria
longe sem grande proveito para o estudo do assumpto, quo íJca
períeitaraente esclarecido pela seguinte demarcação:
D — Em 4 de maio de 1696» Joào do Andrade Rego» resi-
dente em Lisboa, e então dono do Engenho de Nazareth, reque-
ria a medição áa suas terras para discrirainal-as das perteo-
centes ás de Manoel Martins Cortes e sua viuva Domingas do
Amaral e herdeiros menores (Engenho S. Bernardo), £i3 que
fonim de Pedro de Souza Corrêa e das possuídas por Agostinho
do Paredes (Engenho da Cruz), as do Pantaleào Duarte, ora em
poder de Friictuoao Baptista» todo na freguezia de Irajá»
Náo é possível dar aqui todas as minúcias dessa medição,
em que foram íiucados dez marcos, seguir a direcção dos rumoe
apontados, meocionar as estradas e caminhos atravessados, os
nomes dos possuidores das roças e sítios» Tudo isso fornecerá
aos litigautes preciosos dados topographicos sobre a zona entre
o Merity e Pavuna, entre os quaea estavam, repito, situadas
todas easiis terras. Neato documento nota-so o Merity actual
perfeitamente discriminado e sem poder ser confimdido com o
Pavuna.
Continuando a demarcação teve começo em 2^ de julho dô
1096 a aviventarão de rumo pelo travessão até o rio Pavuna
para onde fica corr&ndo o sertão das ditas terras sem a menor
duvida e «endo no dito uHimo marco da testada do engenho de
Nazareth pela parte que confina com o de s. Bernardo e por so
atalhar alguma nuilidade que por parte dos menores flllios da
viuva Domingas do Amaral, cora quem confinava o dito tra-
vessão, síj podesse oppór o dito Ouvidor Geral liies nomeou por
seu curador André Mendes da Silva, p(*ssoa intolligente por
não haver advogado prompto.
Esse André é soguraraento o avti do infeliz poeta António
Josô, Collocados novos marcos divisórios diz o auto: « Fomos dar
com o rio Pavuna^ a uma èraçã apartado detle inettêmos mais
um marco^ o ultimo terminando a medição pela parte que con-
fina com o engenho de S. Bernardo e desde o marco do im da
testada em que se começou até esto ultimo tem o travessão até
eate ultimo mo 1.156 braças de comprido
O outro travessão (Engenho da Cruz) media sobre o Pavuni
780 braças sondo sempre esse rio considerado como ultima
divisa,
E — Sentença do Ouvidor Manuel de Sou?*ft Lobo, dada em
14 do agosto do 1690 jalgando a medição o respectiva deraar-
4iíBeil reeoastniir o hislonoo te lod 4
DO 4mmfm úm mm», teatn M^ái
K* mm foCntio pramr wàmemU mm ml
' SO JprMf 4^ Brmtii : < 6
4» BngieiilKi YUs/tq, OeridBA. GUnlt
(B S. Matlmn* Nena iram ou fcuteAo;» mm mrtm-
i0Mate m toBpo ái« «fc«Y«i. ffto tan- díTte : a ftwatti ém
Úml$m&, f «• Wi da pfvrteefm 4» Ria te Jmmíiik oob m te
li«Hfe9 IfMv fte pefteoelft ao Mviifitpia Ncvtro ; a te caini
da ProfUieia te ftio te laoêíro oocis a do Bugeolio Nor^i te
MuttMfla BTMtm. a ia S. ICaUi^iis qoe tambaraei^ ila Pra>
wliMia 4o Ho te Jasiiri com a te Maiaretli, perteaoente ao
Maskáplo ffootm,»
Oompwt |or atea doat ollteaa: aai «ma tes latts te
aivMro iiaaptrii wm tetamniloa, em eaja o>^ sa iè ^ Fm*
wnía 4e g, J<tete mtivj — Sog^nlio de s». MaUietta. Sagnote
rtortiOf a aai^la tealo «fl^iraciho M ftiodada e<a 16$7 por Joio
^f»'^ a aai^ia teiío «fl^ifociiio M modada e<a íwj por João
wm Pifvifa a aia J7ti taro ftoildadi^ para poamir pia faa>
IJMITBS
71
ptismaL Kntro m raftáuscriptoa acima oitadog li o requerimento
da p.t«lre P; ancHoD d ' So[i«a Cnutíofu, t^staraenteipo de seu
tio o [»Mdrt? MithMía Maobrulo Haineni» ieclaftnio qn^ est « era
poienidat* de um odíí ntio, ^^tto ti;i paT**gein dê São MnUieus^
oom \2S0 b 'açi\H ^1e tf^stada, as quaes terras o padre Matheys hou-
vera ptir her Loça de 8^U9 pa66 Domiagus Machado Homem o
D. Joaana de Barcellos.
O peticiooario requeria ier c^Ttiserva^io na poase aa referida
íhzeDda, poisuida por sons a ritepass idos, havia mais da 150
anno^i*
Fedia, lambem, que o padre ManopJ do Espírito Santo,
eeorívàu dos rí^aíduo^* eccleíiaíiticíifl, certiflcaiiHe o que constava
do inventaríu do falletíido p idre VíathoiLS M. HortietiK Aqiiíílle
Aioeoioíiario p<*rtoii por fé o sog-uitite: < íím mil duzentas e
oitenta braças de terras de seu engenho, que fazi?ra tastada no
RIO DA Pa VI NA» QVE. AS DlVíDH DAS TKRRAg QCK FuRAM DF.
Bbnto de Olivbiha Braga (dono de Nazaretb), correndo od
fnndoíí até entesiar oom o rio chamado Cacheira Pequena qu©
díílde das terras do capitão Manuel Corroa Vasquei de uma
banda ptii-tem com lerraá do Engenhn da Paruna do capitão
Ignacio Rodrifcuea da Silva e da ourra cora as do capitão Manuel
Cabral de Mel Ir» e o ajudante ígoa^íio Biireellos Machada, » Esta
certidão I tt^ra a data de 26 de raarço de í77^.
A família Cabral posísuia nois;u paragens grande ex te naio
de torro noa : no íçovorno do Marquez de Lavradio ainda obti»
vera Mtgoe! Cabral de Mello — l .2m> braca^ no Enffenho d\igua
em ílericinó— froguezta de S, Jo/lo de Mtdty arrematados em
praça por execução feit* por D. Úrsula da Fonseca ao padre
Josá Rodrigues da C^sta o mais terran provenientes da antiga
sesmarta de Gonçalo de Aguiar ( Arch. Inst. Hist, e Geog.«*
Doe. n. 983 — Códice de Sesmarias» pag. 115),
Maia outros documentos que oonflrmAm oi prõcedantas;
\*> António díi Rocha Koza por caboça de sua mulher viuva e
herdoira de Esievao Rodri-rutís do Carvalho, aetual poaauídora
de terras sitas n^x freguezia d<> S. João de Mirity, as quaea o
seu aaleoessor houve p^r compra que lhe fez Mituuel dtt Me-
deiros, por eaoriptura le 173^ requer e ob&em a certidão ãm
escriptura de vendi e a respwjtiva verba testamentária as
quaws referem o Pavuna; 2^ Ignacio Rodrigues da Sílv^a decla-
Pára ser possuidor do Engenho cha nado da Pavutia de invocação
de Nossii Seuhora «lo Desterro sicu ido á margem esquerda do
Pavuua, na rne^raa tn'iwx que comprou o «lapitão Phellppe
Soarias do Amaral a Rosa Maria da Encarnaçnov viuva de An*
tooio Pereira Barreto ptr escriptura do 2 de setembro ile 1744.
Este Uarrevo ern umi traasa^^çào feita eofu a Misericórdia
dera (1728) como ttança o seu engeiihoda Paouna^ sito na fre-
guezia do S, Joio de Mirity (Livro do Tombo n, 4)* De uns o
outros d-sios autos se vertôca que a testa ii do Engenho do Ues-
terro, repito, era a mLr^'"«3m eBjitnrili do rio Pavuna,
Mais ojitroí Ayre^ Piutj Gíimalti do Mi moda posâutdor de
ora engenho, no íogar chamado Bnnanal, havido por arre
62
REVISTA DO INSTITaTO HISTÓRICO
e ontrogues a CoBrado Niemoyor, Carlos Riviére, Jalio Frede-
rico Koelor e Henrique Luiz Niameyof Hellegarde , Seus miau-
ciasos trabalhos sobre obraá publicas e meltujrameDtcs materiaes
Acuram como apperiííoa nos relato rioa dos primeiros presidentes
Rudrigiiea Torres (mais tarde Visconde de Itaborahy) e Paulino
Soares (ulterioroiuate Visconde de Uruguay) e servem de
prova ao que rotiro.
Maia alg^uns snbsidios darei com relação ao assumpto: o
curso dos rios Pavuna e Mirity estão bom asaignalados, na carta
da Capitania do Rio do Janeiro (pertencente á Bibliotheca
Nacional] levantada por Domingos Capaci, diatiocto astrónomo
jeauita enviado em 1729 ao Brazil, por D. João V* Esta carta
foi offerecida pelo autor dtqtielto monarcha.
Vi também carta topographica da capitania do Rio de
Janeiro^ cm que se mostra os limites ilosta com as capitanias do
S, Paulo, Minas, otc, e as divisões particulares doa termos das
cidades e villas. Pertence á Bibliotheca Nacional (lem nome de
autor nem data). Na Carta topographica da capitania do Rio de
Janeiro, feita por ordem do vlce-rei do Estado emoannode 17(37,
Manoel Vieira de Leão, Sargento- Mór e Governador da Forta-
leza do CastoUo do Sã-j SeHiistião da cidade do Rio de Janeird a
elevou G f^Taduou, otc. O original manuscripto desse Importante
6 minucioso trabalho está guardado no archiro do Instituto His-
tórico e Goograptiico Brazileiro,
Si neste grande mappa não estão traçados os limites das
freguezias, v6se marcada a posição dos engnnhos, a qual
coincide com a relação dada mais tardii pelo Marquez de La-
vradio a seu successor.
Onda, porém, notei melhor o curso dos dois rios, com todaa
as fiexuosidades, foi na cópia tirada em 1854 pelo tenente Limpo
— da (^arta Topograpbica do terreno coiuprebendido entm a
barra do rio Mirity, na tjahia do Rio de Janeiro e o rio Guandu
no Campo do Engenho de Belí^m, com o nivelamento neceásario
f4kT& m ajuizar da possibilidade de construir um canal de nave-
gaçâo, alimentado com a agua do reíeridu rio Guandu, entro
aquello mesmo rio e o de Mirity^ em porto de maré» cujo des-
OQvolvimeuto anda por sete léguas, A referida carta foi levan-
tada pelos offlcíaes de engenheii*08 Francisco Cordeiro da Silva,
Francisco José do Souza Soares de Andréa, António João Rangel
do Vasconcellos, Pedro de Alcântara Bellegarde o Aloysío Carloa
'Wertheim — Por ordem de S. M. o Imperador pelo Tribunal
da Junta do Commercio.— Esta cópia pertence ao archivo áo
Instituto Histórico o faz parto da colleeção de mappas doados
pelo Imperador D. Pedro IL
Nesse raro documento estão perfeitamente determinadas as
posições dos antigos engenhos do Vahla, Vassoura, Covanca, Bar-
bosa. PaTuna, S. Matheas, Garra p&to. Brejo, si tios além da mar-
gem esquerda do rio puvuna e pertencentes todos á freguezía de
S* João e 09 de Nazai^elh^ Botafosro, Máximo e José Luiz da Moita,
avô do Conde de Motta Maia, situados Àquem da mar^^om direita
do meamo rio Pavuoa c ílftzeQdo parte da freguezía do Irajà-
LIMITES 73
costas do mar existia uma grande e antiga sesmaria, concedida
em 1577 a Gonçalo Diniz e Diogo Fernandes Pinto.
£' o qae se deprehendo da seguinte declaração feita por
D. Catharina Maria de Mendonça e Vasconceilos por si e como
curadora de seu marido António da Cunha Falcão: € Dizia ella
ser possuidora de 140 braças de testada com 400 de sertão que
parlem do um lado com Anna Maria, mulber parda, e da outra
com a fazenda do capitão Francisco de Mariz Chaves, sitas no
porto de Trahiraponga, que as houve por herança de seu irmão
Miguel Mariz de Menezes o qual as possuiu, a saber: 100 braças
por compra que fez ao capitão João Pinto Guedes, por escri-
pturade 26 de julho de 174â o as 40 — herança de seus pães,
as qnaes são comprebendidas em uma sesmaria de 800 braças
de testada que principiando no rio Mirity pela costa do mar
didas no anno de 1577 a Gonçalo Diniz e Diogo Fernandes Pinto
que as venderam a outros possuidores. »
Vil
O Estado do Rio de Janeiro e o Districto Federal foram
constituídos: o primeiro por territórios de toda a Capitania de
S. Thomé e parte da de S. Vicente e o segundo por terras,
sOmente desta ultima capit aiia, pertencentes, como é sabido, á
donatária de Martim Affonso.
Ambas estas actuaes circumscripções territoriaes perten-
ceram outr'ora ás antigas Capitania do Rio do Janeiro e
Provincia (1815— 1834) do mesmo nome, conforme, em 1817,
nol-a descreveu o padre Ayres de Casal.
Pelo acto addicional formou se em 1834 o Município da
Corte ou Neutro o a nova Provincia do Rio, constituídos: aquelle
pelo Município do S. Sebastião do Rio de Janeiro e parte de
seu termo muito desfalcado e esta por outros municípios da
antiga provincia, como se vera.
Pondo de parte minúcias históricas, que longe mo levariam,
estudarei os limites do antigo e vasto termo do Distrioto, hoje
Federal : na copia de um manuscripto dos fins do século XVIII,
offerecida por Varnhagen ao Instituto Histórico, leio o seguinte:
«dividese o termo da cidade do Rio de Janeiro com o da cidade
de Cabo Frio pelo Oriento cia Ponta Negra á Serra de Maricá o
com a Villa de Santo António do Sá de Macacú da mesma serra
de Maricá á de Itatentiba e desta por um Ribeyro que nella
nasce chamado Cabossú, busca o rio da Aldêa, donde por outro
Ribeyro, que se diz, das Pedras vay ao rio de Guaxindiba, e
deste pela enseiada ou lago, que se diz Rio de Janeyro, busca o
Rio de Magéassú e por sua corrente a Serra dos Órgãos, da
qual por um Rio, que nella nasce chamado Paquequer vay ao
rio Parahiba do Sul, pela qual agoa as-jima entra a dividir-so
pelo norte com as Minas Geraes, buscando o Rio Pnrahibuna e
por ele o registo e deste o Certão donde buscando o Rio Ta-
guahy se divide pelo Occidento com a Villa de Angra dos Reys
74
RBVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
da Ilha Grande, Da barra «le Tigaihy 4 Poote Ne^rra se divide
com o mir, còrn quem condita pelo Sul: õompiehend? de
Norte a Sul vínt« e ran íogoas, que se contâu do Rio Par*ahy-
huna, f>onde divide polo Norte eom as geraeí* ao Mar, aoQJo
cooitia pelo SuU e cio Oriente ao Ocoidetite vinte y* qu;itro qoe
seconiAo da Ponte Nesrrj» aoatle polo Oriente conflua cora a
Cidade de Ciúyo Frii> ao Rio Taguaby aon le o faz polo Occideote
com a Vi lia de Angra tioB Reii*.»
ContUiie esse díjciimento, era que ha minticiosa doscripçao
topographica di^sta entensa zona, com o se^njtnte : — <h:i neata
ciofide quatro freguezias, em todo o seu tf^rtno. contadas estas,
estão vmte e seis, de sí^rrae di*ntro dezasete e serras fóra nove:
Sàt» aS<^ Caihedral Sâo Sebastião, N, S. das Cau leias, S. José o
Srinta Rita, Obtas quatro na ciHado: fdra delia S« «Toflo do Ca-
raby» 8, Gonçalo, S. Niculan de Siiruby, N. S> da Uuia de Paco-
balba, N. S. da Pieiíide de Inhumtrim. N. S. d- Pilar do
Aguassú, N. S. da PÍe'lado doTinguà, S* Antor»io de Jacntiniara,
N. S, do Desterro de Campo Grande, S, João ffe Meritt/, N. S\
da Apresentação de Irnjd, S. Ihiag^o Mayor do Inhailnia N. S* da
AJQila das lJhas> Sao a» torras de fora: S. Sebastião de Taipu,
N. S- do Ampítro de Maricá, N. S. da Coucnição da. Parahyba,
N, S# da CoDcjoição íii. Ros»a Õrande, S, .íoão M^ircos á^ Gainpo
Alegro, Sacra Faniilia do Caminho Novo, N. S. da Conceição de
Marapíctl, 3. Salvador do Mundo da Sapotlba eNt S* do Loreto
de Jaoarépahoá »
Caminhavam as Coisas neste pô, quando o decreto do 15 do
janeiro de 18:í3 feio djtr nova divisão civil e judiciaria i pro-
víncia íantig-a) do Rio do Janeiro, em executo áo disposto no
art, 3^ do Lodigo do Processo CrinainaL Conservados os termas
de dlví^rsas vilTas o croados novos, — pelo art. 7° desso decTeto,
a povoação de Iguassú foi tarubera eretíta em villa, compra-
hondidae no seu termo as freguesias de líruassO, Inhomirim,
Pilar, Santo Aotouio de .Jiwootinga, 5. João de Mirittf o a parte
da fru^ueíia de iVUrapicú, que ílea A msTífora direiti do Gusindil
o Ribeirão das Lnge»* Hoza o an. 10: do termo da tittafte de
S, ííefmtUão do Rto de Janeiro^ ftca des^innexad^» todo o terri-
tório que lhe pertencia e que na íórraa dus arts, 7* e 8" passam
a pertencer ús vi lias de Itaguaby e Iffuassá. Do^se modo sof-
ffeu. sem uunca protestar, o município da cida .e graudc perda
de torrlwno, compensada, aponas pela acquisição da ilna do
Paquetàe adjaceolé^s desmembradas do termo de Magé (l^ec. ^3
de m«iPÇo de \B3.i} e do curato de Santa Cruz, separa Jo do termo
de Itaguaby (Dec, 30 da dezembro <le 18:^3^
Ne»ta nova orgaaisaç.io as du^tô freguecias de Trajl o S . João
do Mirity con.^ervaram os antigos e tradiclnnaes limites. Não ha
lei a(fjt*pna desse te.mpo que aiitoriíie o Kst ido do Rio a querer
Chamar a seu domínio a Ire i entre Pavuna e o Mirity,
Quando a lei do \t de agosto .io 18^4 (Acto Addicional) de-
clvruU no antgo primeiro : que a A$ít$miíU a Legislativa da Pro*
01 N Cia tm jiití tf*fííu<?»* íi Còrté não comprêhend^fà nem a Còri$ nBn%
^«u pfiiifiict>o * não inuovou os Limitei deste^deânitivamen te
LIMITES 75
firmadofl desde os fins de Y833. Logo, a ft^uezia de Mirity
fiooa pertonceDd> á nova província, separada sempre de IrajÀ,
âae continuou no município da Corte, pelas suas conhecidas
ivisas.
Foi essa a denominação (M. da Corte) adoptada para o
hoje Distrlcto Federal e a seguida em todos os actos offlcíaes.
Segundo opinião de eminente estadista, não ha documento algum
offlcial, que autorise o uko da expressão — Município Neutro,
admittida talvez, pela imprensa por abi^eviatura que foi geral-
mente acceita.
A faculdade de dividir as freguesias em districtos do que
gozava a Gamara da cidade foi conservada pelo Âo;o Adaicional.
Já, em sessão do S8 de Janeiro de 1833 a Camará, presidida
pelo conselheiro Francisco Gomes de Campos, mais tarde Barão
de Campo Grande, dividia em districtos para Juises de Paz, as
freguezlas do Sacramento, S. José, Candelária, Santa Rita,
Sant^Anna e Engenho Velho, reservando a divisão dos outros
Districtos do Terme, para quando se achar melhor informado
sobre elles.
Este docuD ento impresso no Archivo Aftíntctpflí — Publi-
cação lio Dr. Mello Moraes, foi por mim lido em origmal,
Suando percorri, na repartição competente, os livros das actas
a nossa Municipalidade, coadjuvado pelo Sr. José de Paiva
Legey.
Parece que as Camarás que se suocederam nunca deram
cumprimento a essa resolução e qno so guiaram sempre pelos
limite:! ecclesiasticos ou paroohiaes que devem constar do Ar-
chivo da Conceição.
Foi com elles que naturalmente o saudoso Dr. Ferreira
Vianna organisou os limites das freguezias suburbanas, constan-
tes de seu minucioso relatório de 1873.
Essa falta, porém, não deve servir ãs pretenções do Estado
visinho, porquanto, ainda hoje, muitAS das sua;* antigas fk*e-
gueziaâ têm por divisas os limites ássignalados nos tempos
ooloniaes pelos Ordinários ou Bispos.
Que os antigos donos da fazenda de Nazareth influíram na
governação do municipio ha provas manifestas : em 1798 e
1812 Bento Luiz de Oliveira Braga serviu como vereador no
antigo Senado da Camará.
Dep is da reforma de l de outubro de 1828 occupou o legar
de presidente da primeira Camará Manicipal (1830—1833) Bento
de Oliveira Braga, dessa illustre família da qual existem ainda
descendentes nas linhas directa e coUateral.
Não entrarei aqui na anal y se das leis que deram nova
feição ao poler judiciário do nosso município, divisão de co-
marcas, a creação de juizes, a do Código Criminal e a do Processo
Criminal e a de :{ de dezembro do 1841. Basta-me afflrmar o
seguinte : o l^^.uiz de paz de Irajá foi Wonceslau Cofdovil de
Siqueira e Me^loe o eleito para o seguinte quatriennio Fran-
cisco de Veras Nascentes, residente em Nazareth, o qual (ornou
posse em 15 de margo de 1833.
76
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Desdõ as primeiras eleiçõ6!j feitas para depiitados As CòrUm
do LÍ8lioa atô a reforma Sarai v» íBoividuQs daraiciliados na
zona cuQtrstada eram alistados sempre como votaotes de ira já
e foram eleitores especiaes. Abrindo por acaso o eumero 167
da Aurora Fiumincnie, encontro escol liidos para elegerem de-
putados oro 1833, pela freguezia de Irajâ, Francisco do Veras
Nascefues, padre Félix Nascentes da Oliveira Bra^a, Bento
Luiz de Oliveira Braga, padr<J João da Rosa da Fonseca Fialho o
João Marcos Vieira de Sonza Poreira, alguns desLe.^^ perten-
cenLcs d famiUa dos donos do Nazai'etli.
Ora, si esses cidadãos não fossem da freguezia de N . S . da
Apresentação, não seriam alistados o eleiíos por ella.
Em minha mocidado conheci dois vóltios respeitáveis, pro-
prietários da fazenda de Botafogo: Ignacio do Souza Coutinho,
e Luiz de Souza Coutinho, conhecidos pelos moços do Botafogo,
iuíluenoias poljiicas do Irajá, os ixuae^ occuparam cargos do
eleição popular. Ainda, hoje, M reside o meu velho amigo e
condiacipuio Custa Barros, oriundo dos Coutinlios. Outros m ora-
dores do terras entre o Pavuna e Mirity exe /ceram cargos de
policia, como se pôde verificai' recorrendo aoajoroaesdo tempo,
antigos almanaks de Laemmert uu aos registros da Policia.
Quando arrumada a antiga egreja parochial, os moradores
do Irajà reíiuorerara (1841) ao podtvr Itígislativo a concessão do
loteriaa pskVdk reparar o templo, o governo noraeuu uma com-
missEo, composta dos seguiu los paroehianos de IraJ.l, Anacleto
da silva Ramos, João Rodrigues da Rosa e Pranciseo de Varas
Nascentes, que ijor suas ontermidadea pedio dispensa, sendo
substituído por Domingos Lopes da Cunlia. E' bera de ver:
si Veras, residt^nta em > azare th, fosso parochiano de S* João do
Mirity, não leria «ido escolhido para ess;i luiiasâo de cuaâança.
Existem ainda pessoas que podem servir cora seus depoi-
mentOL< A causado Distrlcto Federal. Em caso de neoe^idado o
tostemunho delias poderá ser, com vantagem, invocado.
Recorrendo-so domais A collocçao de Relatórios dos Presi-
dentes áu Rio de Jani^iro vé-so em muitos dc-sses impressos figu-
rando nos annoxos as listas do juizes dt* paz, eloitoreá, subdele-
gados da frej^uezia do Mirity, bem como a relaçâu dos verea*
dores que, em diversos quairiennios serviram na Camará de
IguaííSii — pois bem, nessas extensas relações p>de-sa talvez,
iem oiedo de erro, susientar; nenhum desses cidadàes ora resi-
dente na fi*eguezia de Irajá, na zona eontesiada — prova isto
que o i^avuna era a divisa entro as duas parochias, o que não
acoQtec4^ria si o tinúte corresse somente por toda a extensão
do rio Mirity.
Qtuindo todas essas provas pudessem falhar, tem o Districto
Federal para garantir o seu direito o archivo da Archidioceso
do Rio dó aneií-o. Formado em Ib^S, o Bispado do Nictheroy,
cumpro lembrar, muitos dos livrus pertencuntefl aoareliivij da
Conc6Íçãi> foram piím a feéile do novo Bispiklo,
Alli. porííra , devum ter ficado os antigos livro» da freí^nezia
de Irajá, os quaes tem os seguintes titules : baptisadot de peí-
LBilTES
77
soas livres — bajpHsados dê escravos — casamentos de pessoas
livres e escravas — obHos de pessoas livres — óbitos de escravos.
No3 livros de obitoa de pessoas livres 0í4 vigu-rioa tirihjim
pop obrigação registrar os te«tamfínt03 de seus paraehíanos,
quer os referidos tenta me d tos tivesse m, pela alternativa^ do
correr pelo fôro ecclesiíistico» qtier pelo civil.
Cora estes pretiiosos documeatos ficará pateote a verdade da
minha humilde upioiao:— os Ii;*bitai3tes, repita, da lona terri-
torial outro a Pavuna e Mirity forem sempre Buffraganeoa de
N. S. da Apresentação de Irajá.
Nessa área, com todo o direito, deve oxercer o múnus paro»
chiai o respectivo vigário de Irajá ; pois quo a Buitado Poti»
tiíice Leão Xlll» oreando o Bispado de Nictheroy, uao pretendea
destruir o que estava sacocionado pelo castumet peh tradição
e pela historia.
Vil
Pelo decreto n> l, de 8 do raaio de I89â, Incluiu tamhem
o Estado do Rio de Jandro. aa zona do soti território» a pu-
voaçáo coóhccida cora o norae de Realengo de Campa Grande.
Antes de entrar na analyse do preteiuso direito quo julga
ter o Estado visinho scíbre terras, pertencenles ao Dístricto
Federal, estudarei a origem histórica dessas terras Cim aa che^-
maá^íi realengas de Iraj/K Além da connexâa do f>riy^>m entro
umas e outras» os documentos existentes cora rolaç^ ás ultimas
fornecem» ainda, novos subsidio», ou antesí, ^.irovas de que os tor-
ritarios — além e áquem do rio Mirity, antes de juntar-se com
a Pavuna» pertenceram sei^^pre á freguezia de Noiisa Senhora
da Aprese mação de Irajá.
Demais, estando as chamadas Realengas mb a administração
doa poderes municipíies do Districto Federal» a estes compete
direiítamootô pr^ivideneiai- sobro a usurpação de terras antigos
logradouros públicos, contadas desde ti^mpos remotos ú, guarda
da nossa Municipalidade.
Dos livros ©m que se transcreviam os provimentos de cor-
reições consta a do íG60, em quo o Ouvidor Geral, o Dr, Pedro
de Mustre Portugal, ordenava o sL^^guiote : (proveo mais que
os chàos o terras que estivorem dados grátis sem foro algum»
os õíficiries da Camará lhe ponham rocio : e que o Campo de
Irajá e o Campo Grande sg^mu inscriptos como sempre o foram,
sem embargo de que se haja dado a al/uem parte delles; por-
quanto sendo beos do conselho se não podem dar a ninguém).
Par?* H, Lobo foram estas terras» ao principio, destinadas
ao uso publico e espeoi ilmente á pastagem e descanso dos
gados, que de cima da serra desciam para o ooosumo da cidade ;
sendo que por esia razão tiveram e teem ainda hoje o nome de
Jtealertgas,
Pdra o operoso autor Ho — Tombo das Terras MunicipaeSt
não foi possivQl averiguar em virtude de quo titulo e por que
w
REVISTA DO mSTITUTO HISTÓRICO
mcMio Q antigo Seaado alcançou domínio mhm eâs&s t6rra$, por
lhe faltarem os preebos o-sclarecímeatofl ; qoe, sem duvida* dâi-
ap par n ceram do ioceo^iiade 17150.
Etii miolia bumJIdG opinião peaso como a commisâão de
tombamoato da primeira Camará, que serviu depois da oova
lei de 1 de outubro de 1828: eí»sas terras estavam deatro dos
limites das seis logoas de termo, coficedidaa por Mem de Sà.
£* isso o que se deprehende do pe^Jido úí3q moradares, quando
requeriam ao terceiro governador geral a coDârniação da pri*
moira sesmaria, dai la por Eí»tacio de Sá. Ksses campos, para
pMãtagenã dos gaílos, deviam occupar os espaços plauos exiâ-
tentee entre as diversas serras que cortam o Distrícto Federal»
hoje, preá tau do-se para esstí fim os Campo.^ de Irajà^ onde foi
erecta a egi^oía parocbial, cort^Íu$ pela estrada gerai da Pa-
viioii e margeados pelo rio Mirity e o Campo Grande â beira do
caminho, que da Fazoud,! lios Jesuítas (Sauta CruzJ corna em
direcção à cidaíJe e batiliado pelo rio Piraquára e ainda pelo
Merity em seu prin ripio.
Para emioeules juri>consiiUoa e entreelles o Dr. Carlos de
Carvalho, il lustre autur do Património Territorirjl da Municipa-
lidade do Hio d^ Janeiro eo Direito Emphyteuiico — m&BB rea-
lengos não eram mais que o ager com pfiscuus ~~ o ager publicus
dos Romanos excluídos da distribuição das terras ; pira que as
mittas 13 pastagens Toâsem eoiumuus a todos e cada cidadão
pijduííSe apráveítU-aíí, já para aifascouUr o gado, já para
pr^ver*se de lenbiu Essa matéria havia sido deâmda pela Reso-
luçí&^j de 16 de outubro de 18^0 que declarou o § 4^^ do alvará de
11 de abril do i^\5.
Nãu entrarei na questão de saber si as sottj^as Gamaras
podiam ou não aturar taes terreno», facto explicável, seguiido o
autor sup^aeitido. t)eli»s exce^sus de regriUa que eJlas ae arro-
gavam. Af tend< meias invasoras do Senado, dando <somo fiísendo
parW da seu pitrimooiu o que era eíLclusi vãmente logradouro
publJ''0, sáo plonamoote prova .a^ pelos documentos ulterior-
meu te por mim lidus ao Árchlvo Publico, os quaes servem de
assu mp to às pr ese n tes o o tas .
Seji^m. poriam, quaes forem as actuaes relaç^^ de direito da
Muoicipalídade sobre taes terras, esta como propríetiria ou sim-
ples a^iuiinistrad ra oào ode, por uiodo Ugum, abrir màr^ do que
pertijoci! Itígitimatuente a<j patrimonto do oos^ muaieipio.
A Prefeitura do Districto Federal deve pelo m^^nos tA?r em
vi§ta a iei u. 3.348. de 20 de outubro do 1887. ampliando a
autonsação exarada u^ lei u. ^.t>T^. de '^ deouuibru de IH75.
Esta ultima rt^za o segui ut^ : « as terras em que eaii verem
ou que possam ser fundadas vil las ou povoações o as quo
forem oecessarias para logradouros pubiicos farão parle do pa-
trimónio das respectivas munjcipaliduies e por estas serão
cobrados os respectivos foros para abertura e melhoramentos
das e.strad;ks Victoaes.»
Ora, oa vasta Ãrea do Districto Federal existem ainda des-
ocoupadas giiuides exieosdee de terças, as qiia«s, em virtude da
LIMITES
iê
lei âupra» podem vir a ser, na futuro, novos contros de população
e de artivitlii.ie pan o antigo mimicipio neutri», Xho deitUcado
em seu termo depois da aejiíirarãu úo Acto AddicióuaL
Não estou osor^^ven to rat-'morja justificativa.» m^m sou advo-
gado d « instricto Federal ^ apenaí^ indico chs lunteâondo possam
beber aquidít^s que for(3m de Tender [jeraute os tribunae^ o direito
de posse qtie tem o tove sempre o autiíío míinieipío da Curte â,
zona conteiiUda entre o Pavuna e o Minty.
Muitos documoDtos oitadus peifunclonamente por U. Lobo,
cora relação às terraa realengas do Irajd, foram por mim lidos
no Archívo Publico : concesâõeíí de senraarias pelo C^ncelbo e
pelug governadores, litigius entre diversos moradores sobre
limites do lendas, verbaa testamno^aj^iaá, escnpturti a do com-
pra e venda, do hypotheca, vistori ia dns Cainaras, eentónçaa
de trihunaes, auto;^ de appeUaçao^ e ^tê plantae topograpliicad
— tudo til está d impera de ser eopi rIo p^ra sustentação da juaia
causa do Oistrícto
Faíta-me absolutamente e>paço para dar, om resumo, por
exemplo* os autos de appeUaçào^ ãondo appeUan>e Joné
Gomes da Silva eapppll ida D. Therexa Aní^elíca do Jesus,
E' um grosso in-fulio do perto de líOO p;i;^'in;ia mauuscripta^
onde são apreseotadíja cerca de 40 documi^jj toa e onde vi tos-
camente feito um deí^enho, que di perlei ta idóa d^is terras
situadas áesáe a embocadura do Mority o a^ loealJsadas pam
fora e para dentro de«se rio*
Lá está a historia completa do Engeolio de Nossa Senhora
da Graça, form.ido de duas partes — tudo na ftxgiÁezin de ir aja
— a primeira era torras realengas aforadas pela Camará por
6$0iJ0, a Luiz Machado Homem, em 13 de oiitubro de l<i8 i e
vendidas a G. tapar de Azedias Maobalo que teve por succossor
a Manoel Freire A lie mão e este a Lourenço da silva Bor^^^etí,
pa4:}i'e Dr. Lmz da Silva Borges e Oliveira, António Murtíos
Britto ( juiz da Alfandega ), etc.
A difunda» fora do Mirity, comprada por Lourenço da
Sdva Borges a Maria Tourinba, viuva do capitão João Velho
de Rrit<í, em terras possuídas por Luiz Man .eL os quaes ti-
veram como antecessores a Pedi-o de Souza Pereira e muB
herdeiros.
P<>de também ser lido o t^rmo, feito em 13 d© agosto
de 1741 pelo escrivão da Camará, Miguel Rangel do Souza Cou-
tinhiK Consta desse documento a ees^ào e traSiUksse esponta-
neitiie^ie tbii.oao S^^nato ia Ctmara pelo Dr. Silva Borgea
Siara uso publico doí* moiudores da cidade e de seu recôncavo
e toda a aoçào, direito, posse do domínio e senhorio (|ue elle
podesse ter nas terras realengas couíinantt s cora seu eng^^nho
— asmesmaique o avô Lourenço Borgei havia comprado a
Maria Tourioha. Coraquanto neste termo se diga. refere H,
Lobo, que a cossà'» foi feit^i espontai noa meu te, todavia tal es-
pontaneidade não existio Tendo o Se o aio ido em vistoriai a
lr«ja pcír motivo de quoixaa e r^c la magoei quo a tal respeito
lhe haviam feito os moradores do logar, reconheceu-se que
1
80
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
taes tTras faziam parte dos carapoa Pôaleniaros e náo per-
tenciam ao Di\ Burgos, embora sou avd an tivesse comprado
como atlodiaos ; porquauto a pessoa que as vca<li3a oada mais
era que urn simples iDtpu^o. E' um inédito curioso e está no
Arcliivo Publico a tal vistoria que foi .secreta e occopa muitas
paginas, nasquae^ a eada passo ha referooeias a torras íóra
do Miriíi/ na fYe ff ufzi a de Irajá, Ncíla podem Ser lidos OS do-
poi mentos de varias testemunhas aobre a abertura de uma
celebro valia pelo Dr. Borges, ora terrenos da Camará a des-
aguar no referido rio.
Bem conservadas estào tamljera no mesmo arohivo os
autos eoi publica- forma, extraliidos de outros de aatígnação
de dez dias» OTitre partes D . Anua Maria de Jesus o Gonçalo
Cordeiro de Oliveira, nos quaes existe a certidão ( H. Lobo )
passada pelo escrivão do Senado ♦ Felippe Cordovil de Siqueira
e Mello, na qtial ao lé que, em 13 de agoíito de 1782, José
Furtado de Mendonça íissigriàra termo, no livro de obrigações
o liauças, de reconhecer ao Senado da Camará coroo directo
senhorio das terras do sitio Capão do Furtado— antigamente
BÍtiii de Qinfangombe, proraettendo pagar o foro que íosae arbi-
trado.
Entre outros documeotos que pode m esclarecer a questão
de bmite pelas antigas confrontaçuos, 'i o acoordão do iíooado,
de julho de 1793, mandaodo aforar em hasta publica uma
porçán de térreo os em Irajá, constaates de '515 braças de testada
pela divisado Engenho aa Graça, iodo da cerca do Capio do
Furtado para as margens do rio Mirity. Deiáas 315 braças,
205 íbram arruma tadas mais tai^le por Manuel da Coata Fi-
gueiredo, e íis 5<> restantes por António Martins Quaresma.
O aforamento de Figueiredo passou a Jusé Gomes da Silva,
tudo isso cittido por H. Lobo é plenamente corroborado pelo
rico cabedal de provas conservadas no Archivo,
Este José Gomes da Síiva, escrivão e arnoso damaodista,
trouie de cauto clior&da D. Theresa Aogelica de Jesus, que por
sua vez não se deixou supplantar.
São merecedoras úq leitura as razões finaes em que essa
senhora apresenta o seu contendor oomo conhecido homem do
tricas, capaz de engau&r até S. A. Real o príncipe regente.
Em todos ts^s papeis fatla-se em legares que perderam a
antiga denomiDaçào, taes como Ilha das Ostras, na bocca do rio
Miruy, rio dos Cachorros, Mirity Doce e Mirity Salgado, Ponta
Grossa, etc*
Longe iria se quizesse dar aqui succinto resumo do tantas
questí^s, protestos, representações, cits/çôes, aggravíjs, appella-
çõBS que decorrem da leitura deesea al^in^abios. Denotam elles
o gosto particular due nossos antepassados por questões fo-
renses ou demandas.
Era a feição do tempo. Alem das procissões, os fogos de ar-
tifício, a barrtica do Telles, iis brigas de gálio, jogo da bola e
as ceia tas do Pus^feio Publtoo Qào Havia diversões e a vida con-
OdQtrava-Be na egroja» na botica e uo cartório*
LIMITUS
81
Dcsvtí se, paréru, aos cbicanísU^ o íavor Ug iorem doíxado,
no meio do i ao los provuras et reiiqua, preciosos elementos como
os quo actuttlmeDlo podom sorvir para o Diâtiíclo FederaK
dizer ao tsado visiabo* à semeJluiCiça do Augusto» oaClrina do
Coroei He — soyons amis,
IX
A povoação do Renlengo fez sorapro parte da fiTguezia de
Nossa Senhora do D^atorro» lu Campo Grande» aqualconsiepvan-
do os antigos iimit s, portcncou lambom jemjyre ao município
da C6rtô ou Neutrj.
PuDilada é3 succe^sirii mento engrandecida pelo9 Jesuítas* a
fazenda de S^nta Cruz. esse model<> na iadiiiítria pastoril dot
tempos colcniíieíí, tivoram os activos e inteJigentoa diacipulos
do Loyoía necessidado do pôr cm commuDicação directa com o
Rio do Jufcnoiro esjías fortob ternis, om que existiam vastos o
apropriadus campos de criação o pastagem.
Daia, pois» de tempus lemotos a abertura da longa o ai-
Diiusa estrada, que atravessando as froguezias de Inhaiima, Irajá
e Campo "irando ta ttip a auti^ça suamana de Cbrtatovau MoQ-
teÍi*o. legada em parle, por sua viuva Marquoaa Farreira (nome
próprio)» aos pidres tia Companhia de Je>ue,
Expulsos 08 i*os era 1'50, passou, como é sabido, a Fazenda
do Sant.^ Cruz a sor ineorpurada nos bens da Corô-i. Cora a
vinda d L família real. fui SaQCa Cruz escolhida p.^ra lugar de
recreio do príncipe rtigoot^ e du seus filhos, e melhorado o an-
tigo caminho, graças a Paulo FernandtíS Viaiina passou a ser
chamado — Es irada Real de Santa Cruz.
Nesse tempo, foram fincadod os dos» marcos de podra ao
longo da e^^trada indicando o^itras tantas legoas« supposta dis-
ta"icia entre a ciiiade e Santa Cruz. Era fama entre o povo,
que o rei láo podia ro^i lir mais do doKo leg -as fora da capital.
Que ellas forajn medidas a ullio, não resta a meoor duvida ;
porquanto a dir^t meia entre ura marco o outro não ô sempre
ogual.
Teve então seus grandes dia» a estrada de Santa Cruz : a
passagem do séquito real, de tropas, a civalloe a pé» davam ao
antigo caminho o aspeciio de uma verdadeira avenida. Demais,
quotidianamente cruxavam-se as cariu^tgen^i dt^a mlnisi;n>â de
Es ta d u e fiiialgoM, as t-avalgadas doa nobres, em pregai loa pndlioos
reclamantes, petieioDarios o engrossadores^ que tocfus iam
reoeber ordens e tor a hunra de l>eijí*r a mão de Sua Alteza o
Príncipe Regente. Fácil aerà c^lcolar quanio era diapeoaiosa
para toda esha gentfj a permanência do governo enj ião lon-
gínqua paragem, Soodn pequena a antiga ca^a da fazenda nella
abo teta vam-se a família real e a criadagem indispensaví-l ao
aervjço. Os outros, o eram muitos, bospe avam ^e nn fazenda do
Mdtto fia Pãiíencta^ pertence D la a Jmo Fianciseo da Sdva e
Souza, ca»adti cura D. Marianna Eugenia Carneiro da Costa»
381 — (í Tomo luMU. t. i.
^
82
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
filha mais velha de Braz Caraelro Leão e de D. Anua ^ FraDcisca
Roj^a Maciel da Costa, primeira Barooeza de S. Salvador de
Campos— (Revista do last. Hist. Todio4H).
A generosidade dessi 8 abastadus fazendoiros chegava a ponto
de darejii quartel á guarda da policia e a susteutal-a durante
mezos.
Al^íumos vnsios (diz Mello Moraea), quem aguentava com
aíí dôspozas de hospedagem o dava quartel e sustento á policia
era 1>, Mananna, dopoiá do fallet^:imeoto do marido. Outraa
veze^a faioiija de D, João servia-seda fazenda do Bongà, pro-
priedade de I). Anila do Mopuet eCat?lro. que a recebia o tra-
tava com bizarria» menos é guarda da poiieiá, por jser eaUí de
primitiva pensão da casa do MaUo ãn Paciência, peio menos
duas vezes, em cada anuo, nào se demorando menos do dois
mezes a fumi ia rt?al em .Santa Cruz.
Em iâis, deu-so na estrada de ^anta Cruz nm facto que de-
nota a grandeza d alma do rei D. Joào VI. O marquez de Loulé
havia seguido os exerci tos de Napoleão e por Cr^te facto ínra de*
clarado traidor, deíspojado de honras a privilégios ecouderanado
à morte. Balilo do recui-aos, dingio-sc ao Rio de Janeiro reeol-
vido a sujeitar-se á sua triute sorte . Depois da rauitiis peripé-
cias* contadas por elle mesmo, om uma memoria impressa por
Mo.iló Muraes, na Chronica Geral (pag* 195—199, Tomo â")»
aconsolhaio por paruotes o araigoe resolveu pedir publica*
mento perdão ao ruí. Bin um bello dia esperou o regre*so do
í), Joã.0* que viuhi de Santa Cruze ajoeliioii no meio do ca-
minho* Parada a regia cunQÍtiva, perguntou o moiiarcha o qua
queria o supplieante : «Lembrar a vossa magestade que a minha
exilada rimiiia nao tem paite nuB meus crimes e depois morrer*
aos pés do meu augusto soberano.»— « O marquez expijz-se a
muito vindo a usta corte.— > « As virtudes de vossa magestado
animaram me a dar tão arriscado passo.» Disei «marquez,
estãos convencido de que vos devo perdoar í» «NàOt eeohor
os meus crimes impedem tal veutura*»
VollaudO'se o roi para a comitiva disse commovido:*— E' o
primeiro qm? í>e fiando no meu coração, veio entre^ar-se em
minhas mãos,»— Loulé foi completamouto roiutegi-ado, teve
legar oa corte, foi valido do rei e niorreu assassiaado em Sal-
vaterra^ por intrigas de palácio. Teva um lILho que caaju com
a prieceza D. Arma de Jesus Maria, li lha de D. Juao VL
De Campo Cirande e suas i^onde^a^ dá ampla Doticla a
escriptora Maria Graham, na sua obra Journal of a Voyage lo
tfie Brasil, Ahí não ce^a de fallar oa belieza dos sítios que
f percorreu, sobretudo a fazenda i1 o Vieg:ka, na gr.mdeza e odq-
encia da noss^i fauna« na cultura dos ougenhos* C.tzendjis,
ologiando geniprr a goutiJceacom que íbi tratada e a hospita-
lidade de IoíÍms recebida— »er» ti munto, disbo, que parecia estar,
na massa do sangue bra:eileit*o.
Nào se enganou Maria Graham sobre as eoudiçues to-
po^^raphicas de Campo Grande e foi por amor da uberdade
ao s6lo, que os antigos povoadores do Rio de Janeiro ahi âc
LIMITES
83
fixaram, obtendo como já vimos dos goyeruadores amplas datas
de terras.
Ura densos» seguQdo refere frei AÉ^oaíinho de Santa Maria,
estabeleoeu ee no Bangu^ levantaQdo, abi, pequena ermida,
dedicada á. í^enhora do Desterro.
No sanctuario tídiflcadu por Manoel de Barcellos Domin».'ue3,
tal era o nome daqueJlc primeiro povoador» foi croada em 1673
a parocbia de Campo Grando com terrenos doámom brados da*
freguozias do Irajá. e Jacarépiíguá. Nessa primitiva eapella que
sérvio de matriz reallzuu-se em um Domingo de liamos o
aasadâinato de Joãu Manoel de Mello.
Somente pelo alvará de i'^ de janeiro de 1755 foi elevada a
vigaria coUada, sendo o seu primeiro parocho o padre Bernardo
Ferroira de Souza, com ;i côngrua de '^0$, annuaes (Doe. do
Arcíi, Pub,).
Arruinada a egreja de Barcellos, houve neceasidado da
ediâcaçào de outra que servisse de ^éáe fl froguezia. Dn*
rante mui tus anno^ andou a Senhora do Desterro em com-
pleta peregrinação por alheias casas.
OccupoU'Se inonaoDlior Pizarro detidamente desse facto ;
l>era como Milliet de Saini, Adolphe, Moreira de Azevedo, Mo-
reira Pmío e Agenor Santos,
Em principio, foi escol liiio sitio entre os engealios dofl
Coqueiros e Viegas e a Provisão Régia de 12 de dezembro de
17^0, ordenara ao Bispo escolhesse aquelle local, havendo-so
os paro chi anos comproniottiJo a auxiliar a ccnstriicção do novo
ediucio. EstAodo as eoijs;is no ra dhor pá, surgiu a discórdia —
prevalecendo — diz Pizarro» a parcialidaíie dos ijue se oppu-
nham á execuçào do templo novo (talvez por querei^em desviar
do aí a proximidade da igreja e do parodio cuja visinhança
pouco lhes agrada) levantuu^se a mão do trabalho, e tis paredee
erguidas á face da terra, foram pouco a pouco demolioas pelo
proprietário do terreno que» sem rotribuigâo, se aproveitou da
podra para outros i^didcios da íaztmda !
Passados annoa, foi lembrado o logar de íuriary, onde
alguns dôvotoí doai-am cor ia porção de terreno. O bispo D. An-
tónio do Desterro approvou a idéa, por provirão do 2u de
agosto do 1747. Não víuííou o plano» graças ás intrigas o
picardias surgidas entre dous partidos que se formaram. No
governo do bispo Mascarenhas CastuUo Branco, foi escolhido
o local da Caroba, Fracassaria ainda o projecto si uào fura
a força de vontade do desembargador José Pedro Machado
Torros, que com denodado empeolio conseguiu fosse, aUl mesmo,
terminada a edificação do totuplo, cuja capella-mór prinoipiou a
ter exercicio, em 1808. Como <^ sabido» nào parou ainda ahi o
caiporismo de N, S. do Desterro í em nossos dias foi sua egreja
destruída por violento incêndio 1 Felizmente, novo templo de
grandes proporções veiíi substituir o antigo e serve presente-
mente de matriz.
De uma relação {Doe, do Arcb. Pub-) apresentada em
1777 ao Vioe-Rel Marquez de Lavradio pelo Mestre de Campo
84
REVISTA [X1 INSTITUTO tlISTORIOQ
Igaacio de Aodrado Souto Mâj-or RoQdoii, comm&Qdmnte da
Diâtrioto MilicitiniJ do qtial fada parte a fregnezia de Campo
Gr&ode» nuuierava esui us .<ogatntes 1>> eo^nhos : 1% do B^n^^
da coPODOl Gregório de Moraes C *stro Pimetitel, — com I(/7 es*
cravos, frtíeodo por anno 4) caixas de a^ucnr e ^^ pípiís ée
aguardante ; — 2', da Vieç^xt, do MaDUêl Freire Ribeiro, — 53
escravos* faz íf5 caixiS e 10 p*p*s ; —3.* de luary, de Victoríano
Rodrigues Rí^sa,— 27 escravos, fkzendo nma caixa e meia pipa;^
4'\ de Cabussií, de Úrsula M-rlina— S7 esc^r.ivos, fazendo 20 c^xas
e nove pipJt» ; — 5% de Ivhwtyba, do ca pi i ao Antoni i Aotttneâ, —
tem H escravos e féz •ómanie uma caixa ; — 6*, Gwmdà^ de
Francisco da Silva Sene (sieK — '3^ esem^os, 1^ caíxaa % 10
piMS ; ^ 7*, do X£ffid4inka^ do capitio Francidco Caetano âm
Oliveira Braiga, — :^^» e^raTo», 10 oaixas e oitu pipis ; S». de
Capineiras, de D. AQaa M^rta de JtíSas,— 35 eficravt>8, 25 caixas
• ^ pipas ; — Lsmmraú^ de 0. Bá^riaDQa Nanes de Sotizae mais
hardeuNMW — ^ escravos, IS eaixas e lo pipas ;— 10^, dm
Cúf^ieinu^ de José Vataues Siixaoo« » 3'i eseravos, ^ eaixas e
7 pipas.
Eíte ultimo eogaiiho foi fundado em 1773.
Neae lempo prod«tsia Ctmpo Grande muita farinha* millio.
ft^i^, arroz. O anil era com T^ntagein cultivado e das mattas
eram exirahtda.s muitas maul^^iraa de lei.
Na fazeo ia lo Mcndonfm^ comprada poâteriormeote pelo
paire António Coito da Puo^eca (as escrípiuras Tt-aa no Ar-
cbivo PuUioo), foi cultivado o café.
Segun 40 refert^ o Dr, Francisco Wrmrc AUemão (Rev. do
Inst, Histórico. Tomo 19), em Í85(S, existía no Mèndtmhd uma
vellia preta eaer^va do padre Coito, a qual ainda se lembrava
de ter a^judHdo a tratar doã prime iro:$ caf<*eiro!^ plantados na
fks«'Ddado JítfiiiíaM^i. Nesse local, uasodu. em :f4 de julho de
1797, o illuatre e supracitado Dr. Freire Allemâo. aâlhado o
proiaicido do padre Ooàto. O Df. Freire começou como sacris-
aáo« mas pelos seus estados e prufic^eocia, admirada até em
paixão e^tranf;eí^u6« oooqaiston o logar de v^rd^Mleiro sábio*
Por Qoiavel coioc^denòa, (klieceu (li de novembro de 1874^ no
lo^ar do seu uaseluiealo e fui sepultado ua ÍVeàTUezia de Campo
Graarfe.
D j referido eofonho foi ftiiidador o capitão Luta Vieira do
Mendanha. De uma lista de bens asqnosinidos pelo fiaeo, w^
o Dooie do capitão Meodasba (Tomo 5* — Baltbaiar Usb a).
Teria sido também patMiiído eoiau in teu í PosKiia elie lenas
em Guaraaib« c p *r imo detzo o cuidado de editodar o jisssutnpto
ao dMmeio e operaao investigador Eduardo Poixoio. que ba
tempos leu» no Instituto Histórico, minuciosa manoria sobre
nata ultima íifofiiezia.
Xo tempo de mooaenlior ^isarto exiitlim em Oampo
Gnjkáo aa argaiotas eapeilas âliaes: W Sam^ AnKHNei levan-
tada em Iwriar^ foT FraocÉsoo G»«meau prc nsio do Cabido, aéde
viítoale, em 17^ ; ^ S* m Senk^rm 4ú t^esiêrró e S Msé^ Sfta
esn QoitQeiroi, ei^a ftiudagdkj exceda os amiosda iTaO» ao qual*
LIMITES 85
visitando-a o bí^po Guadalupe, providenciou sobro suas necessi-
dades. Sérvio de matriz no anno de i737 ; 3\ Senhor Bom Jesus
do Amarão e N, S, da Conceiçcio, levantada no Lamarão por
Manuel Antunes Suznno, por Provisão de 12 de março de 1743,
passada na freguczia de António Dias, districfo de Minas Ge-
raes, onde se achava de visita o bispo D. irei João da Cruz ;
4*, Santa Anna, erocta em Capoeiras por João Pereira de
Lemos, por Provi^ào de O de abril de 1754 ; 5", N, S. da Lapa,
edificada por Francisco Garcia do Amaral.
Taes são, em rápido esboço, os d^doa que consegui colher
sobre as antiguidades da freguozia de Nossa Senhora do Des-
terro, na qual sempre houve dois povoados prmcipaos, ú,
beira da Estrada Real de Santa Cruz — : Campo Grande e
Realengo .
Das coisas modernas desta circumscripção do Districto Fe-
deral dão-nos exactas noticias, alOm das obras citadas, os tra-'
balhos de Pereira da Rosa e do ur. Paula Pessoa sobre a
Estrada de Ferro Central do Brazil.
Dos veterauos de Campo Grande já não existem monsenhor
Ignacio Coelho Borges, os capiíães Josô da Cosmí Ferreira e
Damíiso Antunes Marqu.-s, Francisco Medina Coeli, José Cle-
mente Marques, e António Zorra, e o Cambaleão. Vivem ainda
o Miguel P mbeiro, o 3osó. das Casas, Joaquim Ferreira Bouças,
o Alves Campeão e outros»
Apenas fundada a cidade do Rio de Janeiro, jd seus prin-
cipaes povoadores Manuel de Brito, António Fernandes, Simão
Barriga, António de Sampaio, Gaspar Rodrigues, João Fer-
nandes, Balthazar Lourenço, Braz Luiz, Gomes Marques,
André Fernandes, Manuel Gomes, P<?dro da Costa, Marcos do
Veneza, João Carrasco, Thomé Rodrigues, Pedro Rodrigues,
Christováo Monteiro, António de Marins, Francisco Mendes,
Clemente Peres, Diogo de Oliveira, Gaspar de Torres e Nuno
Garcia, dirigiram em data de 18 de agosto de 1567, ao go-
vernador Mem de Sá a seguinte petição : « Dizem o povo e mo-
radores desta cidade de S. Sebastião, que, ora, Vossa Senhoria
novamente situou, que em todas as partes do Reino do Por-
tugal, as Cidades tem grandes Rocios ao fedor para pastos de
fados Como seja coisa mui necessária e por que esta Cidade
e S. Sebastião até o presente não tem Rocio limitado, e se
espora com ajuda de Deus ser muito povoada e além dos
moradores que ora tem, virem muitos do Roído e de outras
parte§ viver a esta terra ; pelo que tem necessidade de grandes
pastos para gados e para também ao redor fazer roçdis do
mantimentos, que <lo presente se não podem fazer em as terras
que são dadas de sesmaria, por a torra não esiar ainda segura
para se neila estenderem a cultivar o fazer mantimentos ; pelo
w^
REGISTA DG ncsTiTn>^ m^oRrof>
qúm-^PúÊam m Vossa SenhoriA até o lofrar áo Pirm^mâ^ em ^oe
padecii tre0 íef oaa poaoo mais ou meiiga, aa ^oaas pedem tttata
para todas as partas em reiuodo, jam inèmto mmktiw^ qwB seoãa
moBos 90 oâo p64e peatorar ca gãdoa por a môr parle deita
terra estar em matos hraTioB e ser neoenario de^terem nos
para lUrem herví^g^is para os gados, ^ne ao proasote aqui ao
redor oio tem. »
FaToravelmeiite daspaobado o reqaerimeato renios oaUe m
génese bistortoa ilo Realeii^ de Oampj Oraods, aobro o qoal
smmpre as anlí^a^ Gamaras do Rio d^ Janeira exmeram o
direito dt' administração o ma» tjutte ricram a eoestítair
parte ár ' imooio, por determlaacio r%ia.
(^ i ^ Coocdltios oealiiuii fôro aoteavam doi b ia-
doir^ t) ivu^^tir^À, aoe qoaee aeâae Isfradourow permiuia a per-
jQaoeoeia» maia ou meõoe earti, pafadeseao» dastKéidas qjm
ooadam de Saotos, de S. Paula a Miaas.
Ojm o correr dos aaooai ou da me^ pr9prià onpor aocenlo
com as Camanks. ountritairam ellas eooi ftaas para eitaMeoi-
meotoB pios« iobretndo os Lasaroa, cimb a eoodlçio da podaiiMi
leniilar aUi barraoat e rancbos.
Por teaes* os poderosos do logar o« oi protíe^gidos piHê,
tento da foremaa^ proinnieraiii* a lllalodeaarem demlalos
lomar por aasmaria as terras realengas da Ounpo <?iaDda.
fioa doonmdQtoa, orne U no Archlro Poètieo, es^ tste pro-
irado; laa õsHo medioo, qiM peto aoaae nío parea, amigo
iniàmn dneanda da Reaenile, dM^ ^^ esMterraa» mas m
tein e reawtesnla,
toTO ifaal paetonçnn D. Aaoa de QMtm
a da Bajagt e wímw% dncaitnflo de
Hãn ibi bManamiiík. attsoln a ift-
mémfOtwmsÊàk aasa tiea aentem: kiYia nassa
~ ée Mme Maneai JtaylM da Sooa t
Ha, renjTa nm nome delia e ]
iibesi Winofti Jnaanim. ftami
In dmtrMonIÍMivedaOiH«ífnOil-
e da tlnvn da Culra Mofnni, ra|ner
de Caoipa Oraadn mnflaináii nsn o
BaTia c liM» a aona na anl: indn n ref
falatei^r iern(natfi era daeapararnstm
idaners»!
m asna da tSIS. i
.IMíTliS
8T
com conseDUmeutu das caraara^ com ca^aá do poíiueao^ nogu-
clõg), So-rairam-^e sceoa^de vandalismo, postas em prarjea pelos
feitoFí»» e escravos dooDííenhõ do Rioííú. Os pí'ejiiln?;MÍo^ tendo
á ôua frente Izi loro Pereini dus Saatoa, J-iâo Manuel, Rapliael
de Víoraoa, Francisco de Aííuiar diri^^era voherncnte ruprcsen-
laçao ao Senado da Camará que procura d< sculpar-so do me-
lhor modo e buscam tarabera a innorveoçâõ do vice rei que
cahiu das nuvení*. Dá-so começa ao rospectivo processo, sáuos
autos remettidos ao Juiz dos Feitos da Corna e Fa/.enda, t^nde
deveria, pre^ontes as partes, decidir «e a quoatiio. Ouvido tam-
bém ochaoceller da Rolaçào Josô Pedro Macliado Co dlio Torrea
esse foi de tipiniao qu9 nunca vira em negocio dt'ssa natureza um
engana maia aorJidumeute projectado.
Todos esses ducuraooíos, a que allude pf^rfunctorin monte
II. Lobo, pudem ser viatoi qj Aroíiiv^o Pfiblico. Enti'e ellos
niGnciónarei o attoatado do vigário de Campo Grande, padre
António Rodrigues do Valle, eortiftcando, em 3 de novembro
de 1805, quo o-i reclainaa Voa, rosideotea na povoagâo do Rea-
loiigo obed^iciarn ao parocbo de Noss?i Sonliora do Doaterro, era
Qujaejíreja 8e conles^avam» bapfisavam os ftlhoa. etc.
Nilo posso ,sa!>er que punição teve o tal Manoel Joaquim,
qu'> nos aut^ífl ao «pr santa tarnííGm coroo procurador de Ilde-
fonso. auserUena oid vde da Bahia. Durou o pleito nove longos
annos até que a Carta Rei<ia de 27 de junhn d© 1814 julgou
ohrsplicia e suhrepticia nuHn e de nenhum offaito a rances^ãi} da
SGíí naria dada por [J. Pernaudo Portugal,
Antes de [iroseguir e com reOírencia a morado red de
Campo Grande tnoi aqui c.ibirnento a iio^iiinte DOta :
Qfiando, em 1827. proco.deu-se por lírdem do ^iroveriio, ;l
modivà^i das torras da Imperial Fazcíid i do Santa Cruz» foi o
conduf*tor do livro dii tombo dos Jeauiias victim i do urn roubo»
oiplicavolou por muito som no ou furiosíi. bebed*^ira.
Vieram eesse t*»mpií. X imprensa, dois iiirpíirtante» optis-
culos recheiaioí! de dotium^nlos o plantas topographícas. xVo
primeiro cora o titulo — /U/e// íçat^^ e Corre ipúnde nnn — b ar-
mado pelo — Zelador da Direito de Propriedade, o patrono dofl
coDfln^tntos que se julgavam lesados com a demarcação feita,
apreseniaVrira os tiluloa de suab propriedades. Deram a entender
que o tal roubo, espeoío do conto Io vigário* ora uma patranlia
inventada pelos demarca'lores. No seguoLÍo *< Memoria Uefu-
tativa, etc, », [>elo Zuladur da V^erdade o da Justiça» attribuito
ao dezembirgador Kígiielr<>a Nabui*u» uolle o anVjr procurava
com a rgu mantos juri.iícoe invalidar as rabões do diroifo offe-
recidaí? pelo;^ heroéa. \esya euiíosa memoria, hoje rara, vom
por exteo;<o o miiuerlto u quo se procodeu, a propo.^íbo do tal
roubo» que fora real. Nossa peça do procesíio» li^uram os de-
pi>imoni,o3 de muitas testerauotias, todas residontos em vários
poDtod da ffeguezia ilo DeaieiTo de Campo Grande. Dolles po-
demos inferira áreii, então, dessa pntocbia e aeus liuntes.
Publicada a ciirti rogia de 27 de jurdio ie 1814, tratou 0
p antigo SeuaiQ da Camará de tomar posso do Realengo de
^ :.' iilho do 1814, pr<>co-
• tsMo dis referulas tí'rr.»s.
ieseinl»aríf;ulor oiiviíloi*
ji!'.ol Pedro <>c»m«'8, ellf-
i ..-s 10 do :igo8to do mesmo
I nraento aos S ii(» novembro
'•: • «. pfoe<f>so, em oppo>ivão
. h v<. iiiu' pura cssu fifii foram
. \?. • ':-nios o tomados, na nle^m.1
/ .idividuos. qiic Já so achavam
^ « ,-i.*-íi<. e f.;ríini conservadas por
^ > .^* í\i do di^zem 1)1*0 lio 18lô.»
, xoi-vo para proviir n dinMto d<i
• vaiida«ie do Districio Federal as
• \ : i oxisliam la boje varius osta-
: - ; \orno tia Tu ião.
.wM%s;is providimciííS tomadas polas
xvi jMrie de s(?u património contra
\,^ .ss • ^'í^'a piM-lVi lamento iraiado i)or
•/. \) (hts Terras Mu.iicipacs^ podem
..VÍ-. .1.' »!»> diroito desíto dinricto contra
,. -k. . .o ivio do Janoirí> qn*», salvo eri'o. mal
^ V . o.í*'*<orio, povoação que lez parte into-
,*,».*'« N^»s»>a Soylinia do Desterro, enjoa
^^ » o>v' *oromo>, nunci foram id« difteados.
.X » * .> ao tanto> pncodonies Bummariaraon»o
^,<.^..o«. .iníí'lii\"ão ^o KsÍMido do Uio — o
^'\ »••/ som eoíTirico prou>to do clioío
J. A v.vínvií Municipal nncontrara, a farta,
V >* ,:\«pri.»ilade patrinioiii.ii dti circnui-
*. 4 \":*^ qnc a l«'i do Estado do Rio do .la-
..V "^ ti» maio de li)o:á, ó tontrodicloria e,
^^ , ... o:*ri'za com quo foi re.li;?ida.
v*«4> •»-''• *-i^'*^ Miais nriia coniigão favorável
,\. j.vVv< tio Kstad») \i>inlio. o qriili I»08-
*''' * ^ • u» ;♦r^vl^<a VH' biiscar O que nunca lho
... 4' ..x.ví«odeiH)i.< do IKll.
\i
«•. < viM*dadeira nieniorja justificfiv.i,
\ .. ^ * * * .vx*.'ríoae snbsidios mi infurmavões,
.,^ »,.vv\*v ''' ,.*'* j^i i;^|itt do mtíthoilo. K a r izão O
. *^<* ' W ^;' om archivos e bil)iiothocas noti-
^ .. . .% * ^ •• * '^ V*/ V À<;uilado não as encontra .le uma
, , .V.- ^ ' :^ *'^
^^. ... »* .4v%AÍ»* do domínio, que sempro exerceu
, . ^^» %»* *^^ soi'iv as terras realeDífas de Camp.}
, ^^^^ * "^ ^ vu< *iUO viMn provar ainda o direito
LIMITES 89
quo a edilidade, sem coatestação alguma, tom sobre essa parte
da freguezia de Campo Grande, pertencente ao património
municipal pela oonce^^^ão végia, de 1814.
Nem 36 penso ser de dimíDUtas proporções o terreno que o
Estado do Rio pretendo chamar ao seu dominio. Segundo o
i Ilustrado Noronha Santos, só a planta topo^raphica deste
povoado representa a íigura de iim triangulo cuja iiypothenusa
tom 1.780 braças (/ os lados 2. 150. O grande campo do Rea-
lengo, outr*oia destinado á pastagem e desejoso do gado,
representa um pa -allelogramino de 165 braças de comprido,
s(»Dre 275 do largura, com proporções quasi duplas de todo
o terreno da praça da Republica e o jardim publico da
mesma.
Voltando, porém, á. mateiia, citarei a primeira postura da
TllastriSáima Camará de sf5 de junho do 18õ3, tomada por deli-
beração de '^8 de maio e approvada por portaria do Ministério
do Império do 20 do junho. Organisava ella uma feira mensal
de animaes muares e cavallares, denomin<Ada cFeira de Campo
Grande», a qual funccioDaria nos três primeiros dias .de cada
mez. A Camará reserva-se o direito de cobrar 500 réis do cada
um animai.
Esse mercado durou por muito tempo e cessou de continuar
por círcumstancias que nào vém a propósito.
O segundo facto é mais caracteristico : antes de publicar
um livro — «O Tombamento das Terras Municipaes» — aou á
imprensa o Dr. Haadock Lobo uns folhetos, hoje raros, com o
titulo de Tombamentos, No numero 2 desses upuâculos occupou-
so o an ih^o vereador com o histórico das terras de Campo
Grande e entre os docnm -ntos citados encontro longa lista de
inaividuos afoi>ando. alii, maior ou menor numero de braças.
No que tem o nurawro 7 vêm detidamente declarados os uomes
dos forciros na Estrada Cweral de Santa Cruz, margem de Pira-
quara e Entrada d* Agua Branca,
Ora, tudo isso, além do mais, servo de contradiota ao
tópico do decreto n. 1 de 8 de maio de 1892, promulgado pelo
Estado do Rio.
Traçando os limites de Iguassú, cumpre lembrar, com o
Districto Federal assim se exprime a referida lei :
€ Ao Sul— o vtunicipio Federal pelos rios Mirity, Maranguá
e Merinho desde a Bahia de Guanabara atô a povoação do
Realengo inclusive e dahi, em linha recta á confluência do
Rio da Prata com o Mi3DdaDha e Rio Guandu Mirim ató sua foz
no Rio Guandií.» Dando de barato seja essa a divisa real, como
conciliar o expresso na supradita loi ?
Sabemos que o Merinho, Maranguá e Mirity formam um só
rio. Segundo Agenor Noronha, é conhecido em diversos logares
da froguezia em que corre, seguindo direcção sinuosa, pelos
nomes de antigos fazendeiros. Conformo a oiúnião de todos os
autores o Mirity nasce n i serra do Bangú, além da povoaç&o
do Realengo, Dahi a primeira difficuidade em interpretar a lei
estadoal.
90
ÍSTITUTO HISTOBinO
Como incíuir doutt-o de certa área de torrcno li'niEada
poi* determinado rio rxtensi zona aitu.tda fora doá<e niíisrao Hg?
Melhor fora ao legislador tomar 1 jgo coroo limito o Pira<|iiara ;
maa nesa^ caso a coisa dava na Ti^ita ; p>ríjuanto diixava de
pertencer aa Diatricto Federal grande pôrç^âo da fnigupzia do
Campo Grande constiíuida em grande pane pela S' circum-
scrípçâo policial suburbana demarcada era protesto pula lei
n. 947 de 29 de dezembro de lííOi. Danais fl estria des ira ida a
divisfi com Irajà oonaiituida pol » margem esqyeráa do Piraquára.
O mcflmo aconteceria si a linba imagioaria, como pre-
tende a lei, em direcção a coníluoncia do Prata com o Men-
danha foííSQ tirada díis nascentes do Mii-ity, no BangiK Neá-se
caso. ainda sotui maior o prejuizo da iiossii parochiu do Nussa
Sonhara do Desterro» cnja superficio pôde aer bem limitada nom
os esclarecimentos fornecidos por hiíàtoriíidorcs o geogi^^iphos e
postos era confronto com cartas 6 plantas, bem como com do-
camentos ineditoa.
Monsenhor PizaiTO refere o seRuinte : a fregnezia de
Campo Gr;inde limita se em distancia de una quaito do légua ao
norte com a de S. foãc de MerUy, em meia légua ao nascente
com a de Irajá, nas Bt-ms Mahiíaraca ar* sul e do Rio Grande
com a de JrtcarApaguà ; em 3 [/2 leguas ao poeaie com a de
Guiiratiba ♦' tarafpiim com a freguezla da Conceição de Mari-
pecú.
Moreira Pinto era seu < Diccionarío Geographicoí», traçou
para a freguesia 'le Campo Grande os limites seguintes : co-
meça do lado o norte na poeto sobro o rio PiraquarA, tiivisa cora
Irajâ, tirando-sa dahi nm.i linha ité o logar deuuminado Jeri*
cinú. indo do ííuatHlú do Sennn íazemlu divisa com S, João de
Mlrity c MarapiciV, Polo lado sul limitu-so cora as freguezias
de Jiicarépagua e (luaratiba desde o 1u)í ar denominado Paciên-
cia att'^ o Campo de Fora. a lesto apauha.se uma linha nue
coria as povoações de Fnrado e Palmares, fazendo divisa cora
o Curato de Santa Cruz, De^se pontj tira-^e nova linha que
passa petos CiunpoK da fazenda do Piahy e Curral Falso até
Kuratilxa.
No PGlatorio de 1873 odr. Ferreira Víanna, referindo-ao
ao Campo Grande dá a seguinte nota: — mio se declaram as con-
^yontaçôes desta freguesia por não se ier conhecimento. Todavia,
tanto no primeiro oomo no aegun io di^^tricto menciona diversas
estradas ili vi sor ias pelasqiiae^ser4 tãcil aos entendidos traçar os
verdadeiro^í limites dodsa circtim cripçào do Diatricto Fi»deral.
Isto com 03 0 iinpos. osjtradas. lir/oa. lo/urejos, morros, t>0-
voador, praças e ruas citados no importante irabalho — Apon-
tnmcntijs imra o Indicadiw do Districto Federal, da lavra de
F. Aguiar do Noronha Santos, podérít trazer g^ande^ o pro*
cioáo6 e^clarocimentosi a» estudo da questão.
O Mmanachde Laemmort (19<):í)» cora relação ao Campo
Grande, prestai o soxainto stibsídi *: E^ta circumscrípçAo tem
cinco l»^gua4 deextent.lo e qoijtro de latitude e limi ta-se pelj lado
do nni t4^ com as fi^guezias da S. Joào de Miríty e Marapicii, his*
LIMITES
9Í
tildo do Rio de Janeiro» peld lado sul cim as fruí^aezias do
Ouftratiba e Jicarépa2ai; pilo lado da leate cornado [rajA,
pelo lado oept í com o Curato do Saota Cruz.
Para caoclUar aa duvidas qin^ pasjam existir o b^m defen-
der 05 direito* do Di^tricto Pedt^ral, lá o^tA o Imhitaaio pessoal
da Carta Cadastral, ciijos tr-i bailios conacioDcioaos e exactos
servirão do rautto ae a queatào de limites tiver de ser docidida
por mutuo accordo.
Na repartição do Patriraooio oiicoatra-ae o infatiííivel Raul
Cardoso, perllnto sabedor lo intigaalhas.
Era raitiha humilde o pio ião rejeitado o Mirity, rejeitada a
iiicluaao do RetileOíío oo território do Estado do' Rio, a lio ha
divií^oria em busca da confluência do Prata com o Mendtnha de-
vora partir dats orií^eaa do Pavanaedabi pelos limites do lietiro
e Guandu do Senna cora o antigo raorgad-i do Marapicú, o iuai
oomo â sabido» foi institaido por escfiptura de 6 de janeiro do
1772 p^r d. H"denade \ndralG Souto Miior Coutinho, v.uva da
capitão m6r Manoel Pereira Ramos de Lemo?í e Faria. O actual
proprietário dosse raor^ado o sr, condu de Aljeziir di^scondente
dessa il lustre iamilia. ([ue deuao Brasd horaona ootaveH, po-
derá pr*í8tar vaíiosas informagõos cum reforenoias aos llratte??
de Campo Grande com a freí^uezia de Marapicú .
Em falta delias, poi^ra, in liearoi a lata do folha, per-
teoíentô ao Archivo Publico, a qual tem o rotulo se^tiinto :
1" secção, 16^^ classe— i* cjllecção, 8° e 9° grupos. Alli» deparei
com pedidos e cincosaões de sesmarias antes de medição, de-
mandas, appellações o aggravos áobre terras partencontes
outr'ora aos primitivos pjvoalores. Na impússibiliilade abso-
luta de lazer extracto de tudo isso, quo ú precioio, para a
questão de limites, citarei apenas os Bej^uintoâ iueditos : Diz
Francisco Ferreira do Sonza, cirur^^ião de um dos regimentos
desta eapitah que concedendo-gc por seítraaria ao alferes Apoí-
linarlo Pereira C\zal, no anno do 1772, uma logua de terras de
testada, com meia légua de sertão , na Fre^ptesia ãe Campo
Grande, disiricto da Camará desta cidade, entre as serras
do (Guandu do Mendanha o Marapicú, fazendo testada pelos
solaeíí da serra do Guandu do Furtndo e dUo Mendanha, de
Lesto i Oeste, e o sertão correndo de Sul para o Norfie a con-
testar com os sertões das lazendas do Piranga o Marapicú, otc,
Alleu'ava mais o cirurgião Ferreira que o ApoUinarto tendo
obtido a sesmaria d vila, nunca se utílisara, retirando-so para
S. João Marcos e fazenlo cessão do seu direito om favor de
Ferreira, Dada a competente informa âo da Camará, em B de
outubro de 1779, foi pasmada a reapeiítiva carta era data de 4
de novembro do mesrno inno.
Outros documentos importantes (de 1789) : requorimonto do
padro António do Cuuto Fonseca, em que ai lega ser possuidor
de um engenho de aasuear sito na freg-uezla de Xos^a Senhora do
Desterro dn Cf impo Grande, co n JStO braças de teauda e meia
h^gua de sertão compr.vdíS ao capitão Franciáco Caetano de
Oliveira Braga e a Josó Vas Pinto. Pedindo a confirmação da
92
REVISTA riO INSTITUTO HISTÓRICO
sesmaria em torras coDcodidas outr'ora a Diogo Martins Cam e
wj padre vigário Marlera PeratiEides, Segue iii-tie muitas escri-
p luras pelas quaea o padre Fonseca provava as succesaivaa com-
prai de diversas? porçôea de terras que consticutram ma li tarde
a importHDte fazuQda dt) Menffanha^ Nesses papeis de diíílcil
leitura, encíjntram-íàe euriusas notícias aubro a tjpugr&phia
dessa parte de CamtJO Grande, que coDÍroata com o Estado do
Rio de Janeiro. A cada pasao se faz menção de uma medição
ordenada em lflí)9.
Ao terminar esta serie de estudos repetirei o que disse em
principio : não nutro a idéa de eísckrecer o a5isumpio» mas taa
somente encaminhar a discussão.
Os eleraentoi historicoa accunni lados com pacienci i, impar-
cialidade e dosíntoresse podem e devem prestur algum serviço
aos competeoiea que forem chamados para de<*idir o litigio entre
o Districto Federal e o E)sca<io do Rio e aci^t>ar para sempre
com Untaa duvidas 6 diíficuLdades, que redundam em prejuízo
do contribuiote* que se vê entro a cruz e a caldeirinha, igno-
rando a quem, ao certo, deva pa^r impostos ou mw <ibrigado a
satistazeios em duplicata neste» ^mposdo tantos apuros
De tudo isso» ptcém, colhi bom resuUada : fui a certeza
que tive da utilidaífo de uma repartição, o Archivo Publico,
tau mal apreciado ou antea desconheoido o digno de toda a con-
sideração dos poderos publícus»onde, quem quer estudar encon-
tra, além de verda leiras preciosidtides, a gentileza o praflconcia
de seus dignos fuuccionarios aos quaes devi dar desenvolvimento
a um aa^Limpto ijobre cuja solução, segunio ora fama, nada
se poderia adiantar ou e^dareoer.
REFUTAÇÃO
CALUMNIAS CONTRA OS JESUÍTAS
CONTIDAS NO POEMA ** URUGUAY" DE .108K
BASÍLIO DA GAMA
AO LEITOR ( '
Kotra as muitas piinnas venaô^s. (1) de qtio ao a^rviu Se*
bastião José de Carvalho, primeiro mioiaLro da còrtB do Por-
tugal* para íQfiiraar os jesuítas, de quem era intmi?/o doclaradíj,
Imiiia íbi, a que escroveu cor Ws cantos, dodicados a seu irmão,
Fraucisco Xavier de Mendonça F^urtado ; beroo verdadeira-
mente ée outros cantos dígao, como v^oremoa no decurso deata
impugnaçào. Teve o autor, ti?io sei se diga a irapiudencia, se
a imptidepcia, de por o ai u nome próprio no f['on(espicÍQ da
obru, podendo com mui ia raaão disíarçal-o com o tingido que,
tomou de Termiú'lo Siptlio, quando fui eoxertado na lUíademia
de Roma, por grande favor daquelles académicos, e eMoaz
ínteret3Sâão dos jesuítas. Mas e^ ta manifestação que de si fi^z o
autor fui útil a todos, que o contiicem ; porque o me»mo foi
ter o >eii nome, que desprezar a í^ua oDra ; e julgai -a por maii
digna de se dar ao fogo, oue a luz ; por ser um dos mais mons-
truosos partos, que produziu neste século a ingratidão junta
com o interesae. Como porém esto ascriptor oào ó de muitos
conliecido, darei aqui previamente uma breve, mas veridica
notícia deilOf para que se ififtra qual seja a fé, o credito que
merece.
Pr^vi& noticia (i& vida, o caractar út) autor do
puema.
Nasceu este novo poeta ; que maia deve ser contado entra
CS satyricoa da geo til idade, que ODlre os árcades de Roma, no
arraial do S. José do Rio das Mortes no estado do Brazil,
aoude, passada misoi*avelmeote a puericia» o entregou a pohro
viuva, sua mãi, a um religioso leigo Franci^aoo, para que por
caridade o conduzisse com sigo para o Rio de Janeiro,
aâm de aprender ali a língua latina. Nesta cidade o recebeu em
Sttacaeaa certo bem feitor ; que suaíentando, e vestindo-o por
esmola, o mandou eatudar ás aul «s dos jesuítas. Aqui, depois de
estar baâtantéineii(.e itubuido p -r estes Fcligíosoa nos preceitos
da íatinidade» pretendeu entrar na companhia, nao sei se com
verdadeiro desejo de servir a Deos, e aos próximos, sesomonto
O Kf» Ai*cLivo do Instituto oxiglt* et^to curioso maDueciipto que
a Coinriiiâeáo de Redacção f-ntcíndeti drvvr publicar u^-sle tomo da
Revir,ÍA , Verilicoii-sssúrripro lucçã*» «ki um livr ► rarissaiio impresíic»
QSã Lu^ano, no auJiu d^! 178 i, íub u titulo «Resposta Apulagclica ao
poema lutiiutado^ O Uruguav— , por Joaó Bdailio da Qaiiu» (N. da
€. fia /i'.)
U6
REVISTA DU INSTITUTO HISTÓRICO
com O intenio <l0 evjiAi* a miséria, com que vivia no soculo,
O certo é* qoe adrni iuúo ao Noviciadu, niostruy lugo n^sta oov^a
escola da virtudes a pouca incli.açái», quo, tinha paia eHas ;
ant.es corres po a deu tão luat aos d ia ta toes que ouvia, e ao9
btins exGinpíos qna presenciaví*, que os suporiures quizérào
despedi t -o; atribuindo, porem» u pouca 6 fngosa idado que tio ha»
08 defeitos que comraettia, parte por compaixão da sua gr vnde
pobreza, parte pjr espuraoí^íi de que crescoado uoa nunoa» .cres-
cesse Dolle a tnaditreza, consentirão íiaulmunte, quo, acabado
o bleonio, flzefl^e os votud relijíiosos»
Pasmados apenas sús im^zes» depoi^i do novioíado, chegou
ao Brazil o tremendo e horrível decretai» em virtuile do qual
erão desterrados e dosnaiur iisados tiidos os jesuítas existetites
nos domínio:* de Sua Mage-stade Fidoliijstma, pelo ^upposto e
nunca jamais provado crjrao do ailentai todo o corpo desta
relígirLOr ''ontra a vida do fldolissirao rei D. Josõ 1, Iseataado-sc
desta pena os que Su temo emento nâo tivessem prolessado ; no
caso que qui^es:^enl dospir o habito, e ílear no reino ; aonde
aeriáo tratados como vajisalod fleia, e gosanáo a quotidiana
côngrua de 100 r^is.
Tendo aproveitado potico na escolado eapirito, eaU3 reconte
jesuíta acceitou lugo a oíTorta, qat^reodo antes dtslructar a
liberdade do século, do que padtícer jiiotiimunto com os mais,
os irabalhos que ameui;tivão a ãita religião. Ooixada ji ca^a de
Deos, se viu este pobre mauctíbo quasi ile ^odiy indigente,
sem a pcn^íâo, que se promettera aoa que sahissem da
companhia, e sem a que se dava interiOii mente aos que qui-
zérào p rseverar nelia. Quiz nesta conjuacturi applicai-se á
PhUosophia em seminariu ; mas resoluto o reitor delle a cas-
tig d-o por uma sátira que foz, agi Lado Já naqnelle tempo do
espirito da maledicência, com a fuga evitou a pona, maa
au/mentou a miséria.
Cahio flaaJ mente em si* como o pródigo, o doterminou ir
a Roma prostrar-se aoa pés do geral da cjrapanhia, e pedtr-lhe
quize^o segunda vez admittit-o à roligião Para este êm soe-
corrido com dinheiro, e cartas rooi mmendaticiau, que Ibei
derão alguma» pessoas caritíitivas, f>e o.oburcuu para Lisboa;
6 de Lisboa para Itali i. Log<* que chegou a Roma, he incrível
o grande bem. que lho flzérâo os josuiias, nào só os que
ti n hão sido seus mestres, aias todua os queo tínbào conh&cido
no Brazil. E.les comas suas osmolas, e com outras, que lhe
procurúrào, o BUstentaváu, e vesilào. Ello^, para ostar oo!n
mais commodo lhe alcançarão um lugar em certo seminarj^i,
3 ue eâtava debaixo da direcvão dosjosuit&s. Eiles, para lhe
arem lionra e fama o ftzeraiu ali&tar entre o-í académicos da
Arcádia : fazendo-the raivez, ou aíii»^nd<iiO>l "itie para maior
credito seu, as oomposiçòes, que ali havia do recitar, Bll^^s
èualmento, não obst.tnte a repuguaocia, que mostrava o eu
geral em tornar a admittil-o, sem duvida porque penetrou me-
lhor o espiritj do preujudontG, á Ib/ça de inslaacias e de sup-
plicas, liohâo ja couseguldo delle o ser aogunda vez acceito.
REFUTAÇÕES AS CALUMNIAS
97
Mas fVastrou eOe todas estas diligencias, e correapoBdoa
mal a todos esles bcnoficios ; porquo caliiraniando noataa
mesmaa circumstaocias de tempo com um escripto satírico o
seminário cm quo eslava pop caridade, improvisameote so re-
tirou par;i Nápoles ; de Nápoles veio á Lisboa, e de Lisboa
pariio para o Brazil. AU» seodo logo conhecido por ei-josulta^
foi prezo, e rometiido a Portugal ; por virludo de uma nova
ordem réeiat a qual estendia o oxLormiuío ainda aos qao ti-
nhão saMdo da companliia.
Dezombarcando om Lisboa, foi aprosentíido ao Tribunal da
Inconfidência» e oello obrigado a fvnQv termo do ir para o reino
de Angola. Mas este desterro evitou elle, valendo so das siiíis
habilidades; isto be, componilo nâo sei que versos, quadodicou
a Imma fliba de Carvallio, a qual alcançou de seu pai o livra*
mento. Desta ex>oca começou a esto poeta a sua, uao sei se Ibe
chamo» fortuna» se desgraça ; porquo penetrando, que aqyelle
minislru a ninguém premiava mais» nom romunerava melhor
que aos autores de alguns cscriptos satíricos, e infamatorios
contra os jesuítas, occorre»i4he, que para ter quo comer, o
meio naais fácil, e certo, era dar .1 luz um poema, om cujos,
vei^Bos c notas confirraa^âso quantas imposturas, e caltiumias
tinha Carvalho estendido em prosii, na sua celebro « Relação
« abbreviãda da republica jesuítica» que os reli^fiosos da com-
< panhia das províncias de Hespanha, e Portugal tinhão esta-
€ bolecido noa dorainios ultramarinos daa duas monarchias
<ôtc. etc.» Coraraunicou a sua id6a ao ministro, o qual logo
approvou ; parece d do- lhe, quo nini^ueiii duvidaria dus factoa,
que oUe tinha publicado contra os jesuítas da America ; vendo
que erão confirmados por um» que o tinha -si. lo, e era ame-
ricano. Também Ibe fa-ítítou os raeios, e sui}ministrou do-
cumentos, tão falsos como elle, e concluída a obra Ih 'a fez
imprimir em bom caracter na estampa ria real, e approvar
pela me$a censória. Além d'áto, vendo que o autor tinha
escripto tão bem, ou, para dizer molhor, tão mal contra a
companhia, o premio que lhe deu, foi o de escrivão da sua
secretaria. Esta foi a remunerarão quo teve esto cscríptor ;
este o officio de que vive ; de^prosado daquallas pessoas quo
sao !iidifí"erente8, e ti verão a paciência tio ler n, sua obra, e sô
obsequiado por algum tempo daqueliãs poucos partidários, que
Ih'a applaudiram . {2}
Supposta pois esta succinta, mas verdadeira noticia da
Tida, e caracter deste autor, he fácil aos leitores o conjecturar,
qual seja a fô que merece o senhor Josó Basílio da Gama.
Seria oUe digno de algum credito se tivesse estado no Uraguay
e assistido no campo das sanguinolentas batalhas, e gloriosas
vlctorias, que descreve no seu poema ; ou ao menos tivesse tido
oocasião de se informar miuJament© de algumas pessoas verí-
dicas, que as tivessem presenciado. Mas se elle, pasmada a
puerícia no Rio das Mortes» muitos centos de léguas distante do
Uraguay, veio estudar para o Rio de Janeiro, e ali antes de
entrar na companhia não conversou, nem tnitou^ aenào com
S3i — 7 TuMo Lxvia i», i.
08 HsnFTi. DO i!fc>rrrupj HKTamca
ja mas «náiacpiiiv -i iiças ' j» smr m r^figâa nãa te man»
io lae indsr sranxe. ^ ^;:&^ÚBii2a. »bid ^^iuk ttsd. ora nu
maroin&miD suo. s» náft». smú «onasi» or& na GBsrrA fiuçaUa
ift Taatcugng, ^jmú r^m . 3i <{iia •■rnni» <:anai{ póiie õa? ie
Sketkjã JUB sicseieriu sn io^tf^s iaaBriBi 9 em paias tãa
p^macuã íaqueilisi lor >iiiiie suíuíl * 3cdi s» otm ^eiitio^ c[ae
np^nmniu, i^ i uiáS :?;gãi>_ laonsaaiÍBv -^ sê^ iisnaâ (fe i± !
Mhá pamjie x.JaoiFn^ ao 1iisss«3iit aBraat:ar a qw adião
em lecn. r?titniii.i, imBsmíHKHCB -M mortim im CwawiHificio
1 ora^iTiina m li^om. T-.aniKu. iuiz iá{iiL por jcsu r^âicar oqne
«is este píiea. liú «iíi:;vj ijs -^«"íog. «m ia» ttidas s&Ii^b. «ia»
oii liáii-a ~ln*rir. inaixtu la^ prrsiiiv m lanuaçôiB qiK Ih*.^ poi.
Praenn7«i na -iiibngn.u.ãd ^aaiitu ms ±t puslTeL ijonar cont
a. bi^^-daõe a. iíiítglw : x .:iar»ia pBTX q^ofi os «xoiiiiias lâd se
«niffmniHn. i ir^v^iiaie pan '\}iià jqõeL^es •^oft a uâa aão. se nio
eaduueau Se lí^zoem^nie irz-ii? ia .uTrtnoiUiw ^ssat qpB CúSo
^IÍtoom pftixãj gg&igni js linirT» ia uriMunffai&^iittOBiTeaie&ce
fyik os aoQkiTJST^d por» Htis ibrtr jt» oOkcs esasdaim CAznbm ot}
no ecrpo ia lòra. .i^^iie im^a^mx in^ra primeiro aJber do
;uitor deíla, % qoe propoãcò tõoi «^peilai <iuae Tersos de Vir-
seUio postM no froatãâpieiu. < A; 3pk!o*as ec caà <iefiKta ^ppaniit
< .'idi^ren.^ r^la, et ombrase peni^as patuere eaTesase.»
JEieUÍ V\ÍU e.;mo se qnixease com eCIes ui«iioir o sospa do sea
poema, e &>!n parar áqiéll^ fa baloiça vn}T:k a s&jrrftiA companhA
oe ieeiLi * Se uat<> lhe oeeorrea «Toe teiBeríIsAe ! que iesoleii-
cm ! Hama religião socoetiaiTaoiêc^ cu aperoTmd^ e oooftr^
ína4a, oa lóavada, exaltada até as escn^uas por todoe os
Sammos PoDtíâces eoatemporaoecs a eiia, meoos o que a
abolio. Hama reiigíLj protejiia por tantos Drincipe» eatholicos,
▼en^ t^ia ^ie ta.tcs biapos zeloecH. amada ^ U)dvâ o« bons, e
8^ t^mi^lA do9 máoe, fíama reIi^?ião. qae deu a i^rtvj a tantos
rnartyreA, a/^.^ altania tin^ií^^ aant.js, ao maoio tantos dou-
toras*, © ífi^niTti, á republica lítteraría untas Tolam^c^som todas
aii MAPítíCAhn .
/íama relí/iáo. ^jne filia só <^rimpreh©ndxa, e abraçara os
InatítíJt^ <Ui (\nx^i u,Im an outras: porqae ella pregara nos
ptjipit/^, aMj^Ua no» conf*rfi^ionario3, catbequisava nas praças,
fjn^inara n i^ /:a/l<?írâ^, rnísi^íonava nas cidades, propa^va a
f^: 1'Mrfi m hhfhuff^ \:m% r^hí^iâo finalmente, que dilatada
por UkUí o fíiufido, (im Ufiío iíU^í na o c jpava em promover a
iíi;tl'#r íf.Uffín ílo Itfjfn, o ff U(*ui ^Mpirítual dos proxim^^. E ho
p04««iví5l. /jij^ajwjfri a hffirffnt/) um fliho adulterino delia, inten-
tfifi'lo /;';/iiíi/'iril-a a um covil 'io Ivlrôes, a ura cscondrijo de
p\ritim, o a urn anilo do rnalfoit^^re^ ? Mas não ha que admirar.
REFUTAÇÕES ÁS CAI.UMNIAS 99
Qaando da escolada Clirísto sahio om diacipnlo traidor a seu
mestre, aãr» ho muito, quo da com pi oh la de Jeaua aahiss© um
filho mgi*ato d sua mãe. A arabus cogon a cobiça, a amboa o
dinkieipo, a ambos o iateresse do < Quid vultis raihi dare i > (4)
Vamos adiante.
Ao3 dous võr»js de que acima fal Íamos, sogue-se logo um
soneto leito ptdo autor da obra era louvor do conde de Oeyras,
seu MecenaíJ. Tevo fortuna esto poeta, mn qae aquello minis-
tro lh'o não mandasae cravar com letras de bronze, para
perpetua raemoria, debaixo da sua efllgie, col locada na praça
do commercio ao pé da e^taliiia equestre» que representa o
BíínboL* rei D. José I ; porque ae l;l esUvesso, bem creio, qu©
ai^sira como a rainha íiuelisairaa, filha» e successora no trono
daiiuelle moiiarciía, para aplacar a fiiria do povo, e os
clamores de todos os seos vassalos contra a tyrannia
daqiielle ministrj, ordenou , quo se arrancasse a efflgie,
assim também mand ida, qye se arrancasise o soneU) ; princi-
palmente leodo-so nello elogiado um homem, a quora uma
junta do ministros deputados para examinar e sentenciar a sua
conducta ; julgou ser digno de morto ; o se a rainha fldelissima
Ih 'a não perdoasse por sua roal pielade, e innala clomoucia,
sem duvida acabaria a vida degolado em um patibulo. {5} Mas
deixando estos preambulo^-, comeccraoa a ouvir, o que diz este
poeta nos seus caotos, o especialmente nas notas ou comoutos,
que Ihea fez*
CANTO I
Neste I canto, em que so invocão as musas para louvar
dignamente o í^rande heroe, irmão de Carvalho, traz o autor
esta nota na pagiua. . , < O [Ilustríssimo, ICxcellontlsstmu
« Senhor Francisco Xavier do Mcndon ;a Furtado foi governa-
€ dor, e capitão general das capitanias do Grão- Pará e
€ Maranhão ; e foz ao norte do Brazil, u que o conde de Boba-
€ dela fez na parte do siiL Encontrou nos jeauitas a mesma
4c resistência, e veaceu-a da mesma sorte. »
Mostrfr-fe numo diversa foi a conducta dcfuteii dou^
govarnaaoroSp
Muito diminuto ho aqui o autor ; porque nem diz o quo
fizérao estes dotis governadores, nem em que lhes resistirão os
jesuítas, nem também o modo, com que foi vencida c^sta resis-
tência. Mas o que ello aqui calou, ou por malicia, ou ignorân-
cia, eu o direi. Era primeiro lugar he falso que o senhor
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, çovernador o capitão
general das capitanias do Grão-Pax*á, o Maranhão fizesse ao
norte do Brasil, o que o senhor conde do Bobadela fez na parte
400
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
do s«L Esto ultimo senhor» eorao homem míidoro, e prudente,
que ora, fez na parto áo aiú um governo pacifico, justo, e recto;
motivo porqac foi bom quisto, e estimíido de todos, assim ae-
culare^t como pdijyriosos ; nem jámai« com 03 jr-suitas teve al-
gum debato, ou controvérsia, que perturbasse .i bja harmonia,
quo ãompro com elloa coaservou ; porquo ainda que cootra 03
seus privile^ioa» aliíitou em uma occasião ú. railicla alguns
mancebos, que flr«qiientavão as aulas daquellea pailrcís, elléa se
acomodarão a sua resolução*, nem sobre este ponto ílzerão
mais passo, que mostrar* Ibe os alvarás doa quacs constava isen-
tarem da milicia oa senhores reis do Portugal aus que estu-
dassem nas escolas jesuíticas. Estí^L foi a conducU do conde de
Bobadela na parte do sul do BrazlL em quanto foi sô gover-
nador daquelle estado, e não ministro plonipotenciario para a
execução do tratado dos Mmitas.
E qual foi a do senhor Mendonça nas capitanias do Pará,
o Maranhão, oii na parte do norte do mosmo Brazil ? Foi to-
talmente diversa ; poi^iie sendo dotado de pouco, ou nenhum
talento, não digo só para aquelle emprego, mas ainda para
outros muito menores, foz um governo tao máo, e obrou taes
despropósitos, causou tantos dam nos temporaes, e impediu
tantos bons espirituae^, que para reforir tudo seria necessário
um grosso volume* (6)_
Basta dizer, que n ao obstante saber-se na America» quanto
em Portugal podia seu irmão, sendo secretario de estado, 0
favorecido do el-rei, com tudo a junto chamada das mi^ssões, 03
superioras regulares» e outras muitas pessoas se resolverão a
mandar remettida a secretaria do Ulti*amar uma exacta coma
a Sua Magestade das grandes desordens, que commetia aquelle
governador, Fouco tompo depois de chegarem a Lisboa estas
delações, foi removido do ministério, e privado do emprego de
secretario de estado nos negócios ul tramar inoá o senhor Diogo
do Mendonça Corte Real ; e gendo-lhe contiscados todos os
papeis da sua secretaria, ontre eitos achou Carvalho as queixas,
e accusaçõèá, que do seu irmão fa^ião a elrei ; (7) e attri-
buindo-asa influxo, o manejo dos jesuítas, a quem sempre teve
de mira, para os abíiter, e aniquilar, Jiirou, que por quatro
capítulos e moio que estes padres da vão contra seu irmao, olla
daria mais de quatro centos contra olles. Talvez em obser-
vância deste juramento (tanta era a sua religião) estampou, e
fez estampar a outro*?» tantos libellos infamatorios contra a
companhia de Jesus, que Juntos podem compor uma grande
livraria*
X — Ortg«m do ódio de CArv&tlio oo&tr&
Malagrtd»,
J«âUJtft
Confirmon-se Carvalho naquelle seu juiso errado» que
formou dos jesuítas do Maranhão com um suooesso, que aqui
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS 101
tem seu lagar. Na soganda vez que veio do Maranhão a Por-
tugal o celebre jesuíta Gabriel Malagrida, se encoal^íou um dia
com elle, em palácio, aquelle ministro ; e saudandb- o pelo seu
nome» lhe perguntou, se o conhecia ? respondeu fn^ohuamente
o jesuíta que não. A esta resposta exclamou Carvalho : « oh
feliz homem, que estando em uma corte não conhece' quem 6
nella o secretario de estado !» Então, o pobre religioscf sp lhe
lançou aos pés, pediodo-lhe perdão da sua Ignorância, * D", ei33u-
sando-se delia com a sua próxima chegada a Portugaí/âtaa
depois de o comprimentar com todas aquellas expressões ' ^9
respeito e estimação, que se derião ao emprego, que occupàva,
lhe disse que supposta aquella occasião de o conhecer, e fallar,
lhe queria pedir uma cousa ; e era, que sua excellencía íizessd
mudar para outro governo a seu irmão o senhor Francisco
Xavier do Mendonça, porque no Maranhão, donde vinha, o
tinha deixado tão mal visto, o odiado de todos, que lhe receava
algum infortúnio ; — « cuidaremos nisso » — , repoz Carvalho,
voltando-lhe as costas. Froduzio esta sincera e ingénua supplíca
dous effeitos bem contrários áquelle, que se pertendia. O pri-
meiro foi conflrmar-se aquoUo ministro na falsa opinião de que
os jesuítas erão os cabeças do motim, e principaes autores das
delações, que tinhão vindo da America contra seu irmão. O
segundo eíTeito foi conceber tal ódio contra o pobre e bom
velho Malagrida, que não descançou athô o não prender nos
cárceres da Inconfldoiicia, sem prova alguma legal, por chefe de
conjuração contra o seu soberano : e porque ali novamente lhe
imputou algumas proposições mal soantes, o fez mudar conse-
guintemonte para 03 cárceres do Santo OÉcio ; tribunal, aonde
foi sentenciado por hereje, e como tal estrangulado em publico
cadafalso.
Dadas de caminho estas noticias, voltemos agora ao que
dizíamos á cerca dos dous governadores do Brazíl, e Maranhão.
O senhor conde do Bobadella, como tenho referido, e foi notório
em toda a America, fez um governo totalmente diverso do que
fez no Parti e Maranhão o senhor Mendonça. Do primeiro nin-
guém raciona velmen to se queixou : do segundo, todos justa-
mente se lamentarão. O primeiro sempre foi bem quisto: o
segundo sempre viveu odiado. Tão differente era a conducta de
ambos; tão diversos os systemas de governo que seguirão:
logo é filso, que o mesmo, que um fez ao sul do Brazil, fizesse o
outro na parte do norte ; como assevera o nosso poeta nesta
sua primeira annotação.
Reftitiição á calumnia de qne os iesnitas impedissem
a eoDcIusfio do tratado dos limites.
Vejamos agora, que resistência acharão ambos nos jesuítas
e qual foi o modo com que vencerão. Esta resistência não
102
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
V- —
he, nem pôÍ9,s^ outra, senão aquella» que Carvalha divul-
gou na suaVfYapJo iéreviada da repubitct jesuitica^ aondo por
loDíçaií paginas, iQCulca a grande oppo.^Íção que os josuit.a«
portuf,^uv^í5^ © hespanhoés, o luaís oâ hespauhooíi e porluguezei,
fizerri<>*iíle. Araaiica a execução do traia-lo dos lirailea, quo
qtierí!ío-.coocluir og nem réiipdctivua aoberaoos ; accumulando
priri^Wõ tumultos sobro tumultos, sublevações, e ^^uerras Co-
mmit^das por esteai religiosos, afim de impedir, quo os índios
se'{nt)d.iSseiD, o oonseguin lamente que o tratado se concluísse,
dra-eu bera pudera impugnar cada um daquellos factos, quo
, ali se allogáti contra os jesuítas ; nuas porque tomo enfastiar
*A«s lei toros eom unia relação tão looiíra, como he a abreviada
de GarvalUo, produ/irci só aqui aU^uns documeotoi certos» e
incontrastaveis, dos quaos evidentemente se prova a innocencia
d 09 jesuit^iS e a malignidade dos seus calumniadores.
DOCUMENTO I
Logo, que cliogárão á eôrto de Madrid, as primeiras noti-
cias, que os Índios deis se to povoações, quo íb bavíão de «^er
a Portugal em troca da Nova Colónia, por conselho o sug^jes-
tâo dos jesuítas, obâtinadiimení-e resistião a deixar as suas
terras, para habitar em outras, se mandou tirar na mesma
America uma rigorosa devassa sobro este ponto, para constar
delia ao certo o juridicamente te erao ou não verdadeiras as
vozes, que corriào nào tô pouco decorosas» mas rauito con-
trarias a»> bom numo o credito daquelles religioso.^. Exami-
nadoi pois 08 factoâ* perguntada as tostemunbiS, ouvidas as
partes, feitis tloaimeote todas aqnellas diligencias, quo o
direito prescrave, e o caso petlia. o que legalmente constou, foi
que a pertiuuz o obstinada resistência dos índios em saliir das
suas aklóas, não piOVtnba do outra cousa sonão da nutural o
Inuata repugnui^cia que iinbão em largar as suas torras em
que nadoerâo eU^s. e todos os seus autepassados cultivarão com
o trabalho de seus bravoá e suor do seu rjato, para ir viver em
outras silvestres, incultas o infructifoTBs e que os jesuítas tão
louge estiverão de os acunselbar e pei*8uadir a esta resistoncia,
que antes tinhílo olirado, quanto est iva da sua parte, parA os
mover a mudança do^ terreno-í» o a accommodar-so a vontade
dos dou 9 soberanos de Hespanha e Portugal, Tanto cevos ta do
processo feito n.x raoama America, na forma m.tis authentica,
asalgaado no dia 7 de Kevoreiro de 1753, o qual se acharei na
cuUocçâo das apologias jesuiticas copiadas nu tomo X, Lea-se
principalmente a pag. ..* o principio do sobredito processo»
Súndo nos ^ ele, A sentença dada a favor doi jeauilas ha em
tudo cotiereota a^s depoituontos d.i8 testemunhas. Es La se poáo
ler no mesmo tomo K, pagina.,, começando das palavnis fw«
per sua paru^ atô as palavras aquelks povos pag. , .
REFUTAÇÕES AS CALUMNIAS
DOCUMENTO II
Iníormado o supremo cyDsolho da corte do Madrid, que cor-
rião por todo aquelle reina algUD3 escriptos, em que se in-
fama, vâo, 03 reli^aoáua da companhia Da Adi eriça» de rebeldes
o desobudjeQtes ás ordena soberanas, araotinadoreá doa índios
ele. seodo tudo falso cgmo cooaUva legal e authenticamente,
repreientou a Sua Ma^restade Cathotica a uecessidade, que
havia de reprimir aquella desenfreada maledicência, tão con-
taria ao ci-íjdito e bom nume dos Jesuítas ; e conformaado-se
o pio monarcba ao parecer daquelle seu tribunal, ordenou por
Decreto de 5 de iVbrii de 1759, que os ties libelloa fla.[Q03oa não
só se não vendes^oni» nem estampassem, mag fossem queimadog
por mão de al^joz em pra^a publica,
DOCUMENTO III
A mesma ppohibição fez o iaqniaidor geral em todos os rei-
nos, e domínios de Sua Magestade Catholica, D. Mauuol Quin-
tano, arcebispo do Farsalia.por ura edicto dirigido a todas os Heis»
allegando por motivos serem os taes ecriptos não só totalmente
alheios da verdade, mas iuíquameoté injuriosos a uma religião
tão benemérita da igreja, como era a companhia de Jesus otc.
DOCUMENTO IV
Passando desta a melhor vida, o catholico rei D, Fernando
Yí, a Rainha D. Izabel Faruese, que depois do sua morto go-
vernou interinamente aquelle 3 reinos» escreveu uma carta
com datjt de ^7 de Setembro d<? 175D ai provincLil dos jesuítas
no ParaguiLy, na qual louvava o zelo, a fidelidade, e diligoucia
com qua os religioflos Si3us subditus nanuellas missões tinhao
procurado reduzir us índios á mudança e?5tiputada entro asdu;i8
coroas de Hespanha e Portugal; depois do louvar eâta suíl con-
ducta com expressoena de grando satislação sua e consolação
dos jesuítas, llieb' permettia o segurava para o futuro a sua
real prote.^gão e patrocínio .
DOCUMENTO V
Com data da 29 de Novembro de 1759 Gatando em Santo
Borjado Paragnay o aenhor Zeballos, í^overnador de Buenoa-
Ayrea, escreveu a aeu irmão, que asaiatia em Sevilha, uma
carta, na qoalJhe di^zla as^im. Em ordem a este negocio (falta
da opposif^o o resistência dos índios a deixar as suas terras)
< não ó posai vol dizer- vos em uma carta tudo o quo tem succe-
< didu: dír-Viia*hei porém o que basta para que formareis alguma
€ idéa do que tem passado. Quando cheguei a estad missões,
€andavão muitoB Oíilhares de Índios dispersos pelos montes e
104
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
€ campanhas da-íte vasto paiz, por cuja catisa se não fez a per-
< muía da colónia pelo eanimis-sario portíi^oif^x ; mas com a
« craca de Deus, e com araaita fu^di^ra, quo tivorâo os padres
€ da compaaliia era os aguntar, sg cantieguio em monos da um
< aono unilas todos ; o ainda que eu tenha jà informado a
«corte athô aqui não tive resposta; o que talvez proceda da
< variedade de succesaos, cora qtie De^te meio tempo se tem
€ visto embaraçado o miniatorio. A má fé dos portug-uezes, sq-
€ gundo julgo» estará j4 convencida com provas irrefragaveís ;
< o t<íráo coíihecido o amor, e fidelidade, com que tora servido á
< El Rei uo tompo da execução deste tratado os jesuítas desta
« provi ncia. Sei que tereis tahi ouvida tudo pelo contrario ;
€ porc;iusa díts falBidades, que tem esp^Ubado os emulas destes
« relig-iosos* principal in-iit© 03 portu^ezes e o nosso coraruis-
« sario o Marquez úq Val-de-Liriog ; o qual vai de aocordo com
€ elleg, para desculpar, e eucobrif a sua raíl conducta. Os in-
«dios a raotívodis violências que lhes tin hão feito, estavão
« vísiohoa á desesperação. Teaho procurado com pensar -lhes os
« máos tratamentos quo lhes fizerão os portuguezes, com oa
€ bons que presentemente lhes faço; e posso jactar^me* que
^ agora executarão qu mto El-Rei mandar, e que se acaso fosse
« necessário tomar as armas pivra defender este estado, não
€ duvidar ião sacrificar as viias em serviço de Sua Magestade.
« Isto é o que vos posso dtzer em breve.» (8)
DOCUMENTO VI
ULTIMO E MAIS RECENTl
O eatholioo rei D.Carlos III, felizmente reinante, por um seu
real Decreto passado aos 5 de Dezembro de 17*50» quando em
Portugal se lia impressa a relação abreviada, o tinha corrido
publicamente em Madrid» ordenou, que para as missões do Pa*
raguay partissem não só 30 jesuitits, como era costume em
cada anno. mas 60; ou fossem naeiQn.ies, ou estrangeiros, que
se achassem nos aeo^ domínios, gozando todos da sua real
liberalidade ; isto é, sendo transportados á custa do seu erário,
pela razão que dava no mesmo Decreto de serem úteis á
cultura daqiielles povos e poiierem continuar a sei -o para
maior soi*viço do Deoseseu (9).
Ora, á vista destes documentos ( n ao fallando em outros,
(^ue deixo por brevidade ) a favor da iQuoceucia dos josuitas*
não he excesso de maledicência, ou falta de juizo, deixar oahir
por eo Ire os fU^los este nosso escrivão nas suis notas, que os
jesuiVif resistíAa a 'Sd<»UA governadores, na execução áj tratado
dos limlu)» í chamo-lho fhlta de Jwtjo, porque Oi suppor, que
o publico acreditaria o seu diio, ostando já falsificado, e dos-
m^titido dez annos antes no Pu raguay por uma sentença
publica ; a na corte de Madrid por attestâções irrefhigaveiA:
REFUTAÇÕES AS GALUMNIAS
106
umas dos tribunaes mais rectos» como sào o Supremo Conselho»
e a Sagrada Inquisição ; outras de pessoas do autoridado a mais
qualidcada, eomo são uma rainha o um rei dsLqaella mo-
narchia.
Nem ao diga quo os documentos acima referidos só
provão íiuo os jesuítas bespanlióoa oSo se oppuserão a con*
clusão da^^uelle tratado ; mas que os jesuitas portuguozes não
Bô oppuzessem a f^ila, está ainda por provar : a isto respondo.
E he pouco desmentir a côrte de Hespanha o que divulgou
Carvalho doa jesuitas daquelía meoarcbia '? Assíim como im-
famou sem fundamento solido os súbditos d'el rei catholioo,
náo infamaria tíinabem os que erão aubditos d*elrei fidelissimo f
iêmel maius semper praesumitur malus in eodem genere rmili. Era
regra e axioma de direito muito familiar a Carvalho, e do
qual se valeu contra os jesuitas na sentença em que os de-
clarou cúmplices do attentado contra o senhor rei D, José 1,
como Be oi tros religiosos ali nomeados ti vestem já sido con-
vencidos de attentíir contra a vida de algum soberano.
V&rdadc^ÍMi cAusa^ porquo so rdtardou a OTâcuç&o da>
4)uo11q irfttado.
Respondo em aegundo lugar que se Sebastião Josô de Car-
valho estando ao leme do governo, como primeiro ministro,
que era, mandasse tirar á Amertca portugueza uma eiacla e
jurídica do vaca da conducta dos jesuitas nas circumstancias do
tempo, em que se queria concluir aquelle tratado, viria em
conhecimento da verdade e acharia que se os indios fu^ãâo ao
trabalho de conduzir 08 soldados e as pedras ptira as liemar-
cações dos limites, que se iotentavio fazer, não era por iníluxo,
ou sugestão doa jesuitas, mas era porque o seulior Mendonça,
governador do Pará, superintendente e executor desta oipe-
dição lhes nâo pagava a excessiva fkdiga de remar muitos
contos de le^as, sem mais emolumento, qoe urna escaca e
miserável comida, O mesmo que digo dos ind.ios, digo a sua
proporção dos jesuitas : se eátes padres, que estão nas missões,
não subtninistravão algumas veaes os viveres, qne lhes
pedião para sustentar a soldadesca, nem os remeiros necessá-
rios pai^a a conduzir, náo era porque quizesaem difficultar
aquella execugão, negando voluntariamente uma e outra
cousa, mas era unicamento porque os i ódios capazes do tra<
balha sabendo que os pori^uguezes nao lh'o remunera vão*
Ãigiào para os busques, deixando nas aldeãs os inválidos, as
mulheres, e os do menor idade, para cujo sustento sendo iieees-
-ario os viveres, que havia^ não podijo nem deviãg os missio-
oarius reparti l*os por outros , sendo igual, e tidvez maior a
neoeasidade daqueiloá, a quem tinhão obrigação de acudir e
proteger.
106
REVISTA VO INSTITUTO HISTÓRICO
Responda em terceiro lugar, que ae o «enhor Carvalho
quizesse nesto negocio proceder lisa e sinceramente, do via
acceitar a ofTorta, que tèz o geral da compaobia Lourenço
Ricci a eUrol Adelissímo» aasira como lb'a acceitou i3l-rei ca-
Iholico. Apenas aquelle grande, maâ infeliz prelado, teve
noticia em Roma, que da Amonea tinliâo chegado á Europa
queixas e himentoa contra os soos súbditos na^ueHa parte do
muuLlo, dizeiulo-S(3 doUds que se op|.iuiihào clara e clandestíiia-
mente á execução Uo traiiido, quo preteudião concluir oâ
monaiHjhas de Heapanha e Portugal, oscrevou a Madrid o a
Liâb^>ai expondo a suas magestadej o rnuito que sentia, e toda
a religião, quo algnas jesuítas, esquecidos (como ae divulgava)
da ti le lidado devida ao9 soberanos» rebistiJiiS&m as suas reaes
ordeos e intouçOes. Que para reprimir, e ca&Ugar com as mais
sevorps pen.is uma lai aost)bediencia ( caso que fosse certa ),
timndassera suas magesiades áqueUas partes ojestiita, que lhes
parec6íSí% uo qual elle geral dava todos os seus poderes, não só
para punir os que so acha^^em delinquentes, mas para fazer
que os miââiunario;^, que proãidiãsem aos índios, cooperassem
(quanto {\\m fosse poãáivel) por mover, e reduzir oâ índios
a elles subordinados d mudança, ou troca que era o objecto
daquoUe tratado.
Nio acceitt CarvaUio a oíforla ^ut fei o gQfkl da
cORipanhift.
Acceitou Hõspanhaa oíTerta ; e mandando a sua Amerfeao
jesuíta Luiz Altamir.ino, sujeito por todos oa títulos grande e
digno desta erapreza, e vi ieo temente moitrou áquolla eôrte,
nào serem osjosuitas culpadas na resistência doj iodios, mas
que toiia olla provinha da innata repugnância, que tlnbfo
aqaeUes bárbaros em deixar o terreno, em quo eUe:í, o tíjdos oa
•eují antcpns,^ados naícorão, o render obeiioQcia a outro sobe-
rano, quo nao fosso aquello» a quem voluntariamente uma voz
se tinbâoflujeitado. O quo sucoudi-u om Hespanba, aconteceria
era l'ortugat, se esta corte aoceltasao a oíTerta do geral da com-
panhia ; mas o senhor Carvalho, quo nada menos queria do
õue saber a verdade acrodit ju a mentira : e aprovei tindo-so
das noticias falsai» quo sou irmào lhe mandava do Pará. conflr-
madai por monsenhor líulhões, adulador e partidário do ambos,
som mais averi^uavão nem exame, publicou na sua relafão
ahrepiatUi, o espalhou dijpois outrus muitos papeis que os jo-
Buitas cpáo desobedientes, reíVactarios, o rebeldes as ordens dos
seus soberanos; o quando o prorincial João mnriqms lho
pi*oi>o« o Èientimeuto & seu gorai, o o do toda a companhia,
polas novas quo corrláo, de quo Kl Rei Fidelisâimo se dcsao por
mal sorvido dos jesuítas portuguo^es da America, oíTerecen-
dolhé mandar um do contineute a beneplácito du Sua Magea*
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS
107
tado, o qual castigasse sôveraraeote a rebeldia dos delioquentes, e
fizesse exactamf^nto executar ainda as mais lext^ insínuavòes d&
sua real vontade \ a resposta que o senhor C<ir valho deu ao
pjovíncial, foi que agradecesse ao seu geral a attençfiOi que
usava cora El- Rei ; equeuij pooto de mandara Am eriça wm
vi imitador, fallaria com elle raaia do vagar era outro tempo ;
mas etjte tempo nunca chegou.
Publica CarT&llio DCticias falsas contra oa jeauUui
íla Americ», o cão crò as vordadetris.
A cima eu, que Carv^aiho imo querendo saber a verdade,
acreditara a mentira ; mas jít me arrependo : porque nem a
mentira acrodltou, EIlo soube muito bom, que todaa aquollaá
Doticias erao fahas, espalhadas peloâ inimigos da companhia,
como testifleoti a um seu ami^^o certo offlclal da secretaria, di-
zendo-llie, (mag em segredo) que na secretaria tinha docuinentoâ
authenticos, que prova vão a falsidade de quanto ello tinba es*
crito contra 03 jesuitaa na relaçiiú abremada^ Confirma í/Bte dito
um facto quoa^ora direi. Tínlia o Bonhor Gomes Freire, pleni-
potenciário deste tratado doa limiteij. escripto a Portugal, que
os roligiosoa da compantiia Ke opi>unhãQ fortomento a execução,
e conclugâo delle ; peráuadido, qua a obstinada resistência dos
iQdios provir» íia do iofluxo^ e auggeíitão dos mission-irios, ao3
quaes estando em tudo oh mais sujeitos aquelle^ bárbaros,
lambem o estariào nesta parto su* os jesuítas lhes não aconse-
Ihasaem o oppor-se e resistir, quanto podessera a naudanca, quo
dellei se pretendia. CertiflcaUo, porem, depois esto mesmo senhor
de toda a v^rdadii, o iiif^yrma<Jo melhor da innotiencia doíí ji*
suitas, escreveu a Sebastião .íosâ do Carvalho, retractando-so
d^» que dissera contra uquelles padres. Leu Carvalho acarta,
B fechando a disse : agora conhe{;Oí qii© t> cjnde de Bobadela
não só esCíi velho, mas tonto ( lOj .
EquOlL vista deátos factos certos, o ianegaveis, alem d.i
outras que omitto por não enfdsliar aos leitores, repetindo o
que já tolos sabdm, 83 animisse este novo escrivão n dizer
nesU sua nota, que o seahor Frauoiííeo Xavier de Mendonça e o
senhor conde do Bobadela, este na parte de sul do Brasil, e
aquelle na parte dó norte, acha râíi nos jesui tas a mesma resis^
teucia do execução do tratado dos limites í Se aqui a palavra
tnesma quer di^íor nenhuma ^ passe, ma^í se qujr si;j'niâcar «í-
^uma he insolencbi. Mas a isto, e a muito luais obriga a pu-
bi*eza, quanJo para ter que comer, ae vé ura homem obrigado a
adular. Vamos adianta, i^a pag se lom estes versos :
E vós quem o Maranhãu pendura
Rota» oudôaa o j^Tilhòxs paz a d os.
108
REMSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
\(o8Íra/-flfl DÍo t]oTer«ai «s índias do Maranhio &
Uberdadt ao Mobor Mondo aça.
NlQgtiem, certamente, entenderia e«tes versos se o nosso
poota 08 não expUcasâo em prosa, dizendo, que querem signi-
ficar ; devem os Índios do Maranhão inteiramente a sua 1 Uber-
dade ao senbor Francisco Xavier de Mendonça, «ligno heroe de
seu poema. Mas aqui, com sna licença, julgo eu que elio não
falia verdade ; porque nem por inteiro, nem por metade lhe
devem ni^ta pnrto cousa íi.lguma, aquelles miseráveis* Elle não
fiillou, nem escreveu, nem procurou tios índíoíí esto beneflcio.
Outro foi o motor, e principal autor delíe. O senhor Mendonça
foi só um mero executor ; e assim como um réo condemnado a
prisão não he devêflor dw soltura ao guarda, que lhe abrio o
cárcere, mas do procnmdor, que lh'a solioitoa, as^m também
03 índios do Maranhão não sao devedores da Uberdade ao senhor
Mendonça que nada cooperou para olla, mas a outro, que ante^,
e muito antes quo elle fosse para o Maranhão, a aconselhou,
persuadio, o alcançou ; como agora direi.
Forão permittidas por algum tompo no Maranhão pelos
antigos reis de Portugal as escravidões dos índios em certos
e detarnúnadoa casos, nos quaes erão, ou parocião jusioj,
Yondendo-se osies miseráveis em praça ptiblica por conta
do El-Rei o recebendo o preço dellesa faaceada real ; mas por*
que 03 governadores daquelle estado a instancia de pessoas
particulares excedião muitas vezes estas permissões, inter-
pretando mal as leis, e intenções dos soberanus, ttnhão sido
revogadas, e s6, o uoicamente pormittira a escravidão, que
chama vâo do Resgate ; a qual consistia em Ir livrar aos ser-
tões das garras do Índios l>ravo8, e forozoa outros iodios,
que tivesáom vencido em alguma guerra, e destinados pur isso
a serem victimas do seu fui^oi', o juntamente pasto da sua
fome. Escapa vãu as^im eUes miseráveis o rigor da morte,
sendo comprados por pouco preço aos que os bavião de comer,
mas trazidos para o povoado pelas tropas chamadas do Resgate
fica vão sujeitos a pena d i c-íiptívoiro : lucrarão a vida, mas
Serdiãu a Iil)crdado ; vendendo -se em publica pra\:a a quem mais
ava por elles.
Pftrocer do jwaíta Bsnto d» Fon«e«& a favor da
libordado doa iadiot.
Como porém atô neste caso se commetterão alguns abusos^
mandou o senhor rei 1>, João V consultar sobre esta, e algumas
matérias relativ;is ao bem daquelle estado, ao josuita Bento
da Foncdca, procurador om Liáboa dos seus sócios do Mara*
nbão, cujo voto ou parecer foi quo Sua Magestado prohibisse
tatalmente todas as escravlaões, como se verá da informação,
que aqui porei.
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS 109
€ A providencia, com que julgo, se acabarião por uma
< vez as escravidões injustas no Maranhão, e que igualmente
< conduziria para o augmonto espiritual e temporal do es-
< tado, é renovar as duas leis do senhor rei D. Pedro, ambas
< do primeiro de Abril de 1680 ; em uma delias se prohibe total-
< mente fazer os indios escravos, e se ordena observar no Mara-
< nhão a lei do Brazil, que totalmente as prohibe. Na outra
« se dão as providencias úteis ao augmento das povoações,
< nâo só visinhas a outras dos portuguezes, mas ainda em
« lugares mais distantes ; e se attende também a necessidade
« de escravos que ha no Maranhão, com a providencia to-
< mada pelo mesmo rei e senhor, do fazer vir os negros
€ da Costa de Africa para conservação e augmonto do estado.
€ Esta segunda lei nunca foi revogada ; e uma e outra pro-
€ mettem o feliz êxito, que a experiência nos mostra no estado
« ao Brazil, do qual parece que nunca Deus quiz o augmento,
« emquanto nelle dará.rão escravidões injustas. O Maranhão
« he uma parte do Brazil, e parece que deve governar-se
< pelas mesmas leis. O mesmo persuade o exemplo da Hespa-
< nha aonde não ha taes captiveiros, não obstante haver
€ tanta necessidade de espravos, como nas nossas conquistas.
« Assim, e só assim se facilitará, a conversão dos gentios, cons-
« tando-lhes, que entre os portuguezes não serão escravos ;
« também por este meio evitarão dous effeitos muito contrários
« ao augmento do estado : o primeiro he a deserção de muitos
« indios para os domínios deHespanha, confinantes com os nossos,
« por temor das injustiças, que os portuguezes lhes fazem. O
< segundo he a grande diminuição de indios no dezerto do Ama-
« zonas, aonde antes erão innumeraveis, e dellos se provião as
« povoações antigas, e se forma vão outras novas, o que no
< tempo presente se faz difflcil, por causa das tropas do Resgate.
« Serã por tanto muito útil ãquelle estado, o ao seu augmento
« estabelecer novas povoações nos confins dos nossos domínios,
« porque deste modo conservaremos o estado em toda a sua
« extenção, e por meio das ditas povoações so poderfU) recolher
< os ft^uctos, que produz o paiz, ainda nos lugares mais re-
« motos do Maranhão, como se diz nas leis acima referidas
« ec. ec. Este he o meu sentimento. Vossa Magestade orde-
« nará, o que for maia justo, e accommodado ao bem dos in-
« dios, e augmento assim espiritual, como temporal do estado.
< Lisboa, coUegio de Santo Antão, 22 de Dezembro de 1746.
« Bento da 1'onceca, »
Resolia daqaelle parecer.
Destas informações resultou mandar aquelle soberano ao
Maranhão uma lei de 21 de Março de 1747, peia qual prohibia
aos governadores dar licença ^ra £azer escravidão chamada do
liO
REVISTA DO INSTTTDTO HISTORJOO
B$$§aie ; e ordeoaT^» ((iie u tn^u; que m tal fim otaTio
00 Ria Negro, se retirusem ; e qoe pm o Aititro. oío podai-
»m sAhlr a faxer o Ul fi^j^isfe, «em penousão da cérte, por
meio do cofiBelbo oitramarioo. Epofqoe a eiia M I6ptlmi o
govemador do ostado, o coosal&o nUrainarliio em Ll^toasd
aajo, e voioa contra elle, como eooala da resposta dad;» em ogto
de Julho de 174d. A qual em sabstancia foi < qne a Itoeaça,
< que m ttaba dado para Ãaer a escr.iYídâo do B£sçoU ÍÃra
« iiKoiiipeteiite, taoilo Soa Ifagestade mandado, que as Iropai
< te reUfameai* e qae a dita escraTidao ouDca mais se liasse,
€ aema approrac^ do onselho ultramariaj ; e que oo maia
< era do parecer, qui3 Sua Mageêtade se eoDÍorma^jEse com o
< seoUmenU) áo jesuíta Bento á^ Fouccca ; fazendo oio só
« retirar as ditas tropas, idis t:imbem estabelecer pOToações
< 008 cooflos do Marão bâo ». Até aqui subetaoeiaLmenite a reio^
tnçâo do conselho* Ag'>ra a de Sua Mageetade. « ObaerTe-se a
€ ordem de Tinte e um de Março de 1747. Lisboa, ires de
4 Julho de 1718 », A caria de el-rei ao goTeroador, que (eobo
diaote do3 olhot, quaodo isto eeereTo, e que omilto por brevi-
dade, he em tudo coo forme a sua real resolução.
Prohibidaa pois, como temos Tísto, todas as escraridões oo
l^faraobão por cooi^lho, e persuasão' de um jesuíta parece que
a este e oaoao seohor Mendonça sâo deTeiores os iodios da sua
liberdade ; mas o nosso poeta a torto e a direito qtier que
elles a devão inteiramente ao seu heroe. A rasio taUeaem que
se funda, he porque no tempo do seu governo apparecea
inesperadameate qo Maranhão uma lei, não já prohibitiva,
comu as outras do escraridão para o futuro, mas annullaiiva
de todas as que se âzeaseoi no futuro, ou sa tivessem feito nos
tempos paandofl, fossem ellas licitas, permittídas pelas leis, ou
não permlttidas : em uma palavra, uma lei que punha forros
e livres todos os índios daquelle estado, descendentes de í adias,
ainda que elles tivessem s^do comprados, como venludeiros a
moima Ãizenda real em boa fé e justo preço. Foi assim
diligente executor desta lei o senhor Mendonça : maa porque
titulo hão de ser os iodios devedores desta nova e inesperada
Uberdade f se elles a algiiôm a devem» he a seu irmão, o senhor
Carvalho, que para não f^zer oo sou ministério cousa que boa
fosse, persuadio ao senhor rei D, José, que fizesse promulgar
uma lei, que maior foi odamno que causou do que a utilidade
que deu.
•ftlmtfiilo prolilbilíVB J« iowft ai 4scfAtidõ«»,
Porque delia so aog aio um primeiro lugar, quo muitas pes-
soas, tendo comprado a el-rei por justo prego, quantidade de
oseravos* flcirão perdendo oj escravos o o preço quo derão por
REFUTAÇÕES ÁS CALUIVÍNIAS
ill
elles ; porque por mais diligôDcfas quo âzerão para se Ihea
reparar oste damno, nunca ge lhos resarcio. Em «egundo lugar
seguio-so que tórios aqucllea, a quem ura iiidispensavolmeoto
necessário para algumas obras servir -se do escravos, se virílo
obrigados a comprar negroá por preço oxcessivo a coíjopatihta
do commercio, da qual era privativa esto contracto, por bene-
ficio do senhor Carvalho, ooi versai protector do todas aa que
havia no reino ; o nellas tão intoreaaado» que nunca perdia,
mas sempre lucrava. Seguio-so em terceiro lugar, quo os ia*
dios inválidos, e talvez com raulhor e filhais, não teodo já se-
nboro3, que lhes dosaem do comer e do vestir, andavao unz,
e morrendo do fome, rogando pra^^as e maldivôea a quem os
privou do captlvoiroi e os poz vm liberdade. Os que oráo ca-
pazes do trabaUio applicados pelo senhor Mendonça a sorvír
nas obras publicas, rendo que a tonue paga, que lhes daya,
não correspondia ao trabalho que ti n hão, desurtavão para os
boáquôs ; aondo esquecendo- se logo do baptismo que receberão,
e da tú que abraçarão, viviao a rédea solta, raais a maneira do
brutos, que de homens. E que desta libardiíde mais prejudicial
e damnoso, aiuda aos mesmoa índios, do que lhes era o capti-
velfo, diga o nosso poeta, que elles são inteirumeníe fievedores
ao senhor Mendonça, seu heroe, não sendo elle o libortadop,
mas ura puro executor daquelJa lei, divida he esta, q^o por
nenhum titulo estão os índios obrigados a pagar ; he beneficio
que certamente lho não hão de agradecer.
rensores da libordndo tios Índios.
Nesta mesma nota acerescenta o autor delias, qnõ ot jesuítas
mmca declamarão contra o capiiveiro deste ^ miseráveis racio-
na05, soião porque pretendiâo S3r sô cíiss os scos senhores. Aqui,
ainda que cunfusaraento, dá, a entender este, não so lhe chame
Seriba, ou Fariseu, que os josuitas algumas veze^ declamarão
contra a escravi ão dos indius. Verdade lio esto, que elle não
se atreveu a negar, sabendo ttdos, os que sabem alguma cous:i,
as muitas injorias, calnmnias o pcrsígoiçõos quoí?offrerào estes
religiosos no Maranhão, e Brazíl por delènderem a liberdado
daquellea pobres neophytos; chegaodo por esto motivo a serem
expulsos dos seus collegios pelo povo tumultuaute, e amotiuado
por iDfluio e stiggestão daquelles que querião possuir e tratur
como escravos a uns homens, que erão por todos os direitos
livres (11). Mas esta verdade, que não pode ctlo negar clara-
mente, logo a viciou com uraa mentira, dizendo quo o fim,
que os jeauiías tinhão nestas suas doelumaçôes era pretenderem
ser sé eites os senhores dos mdios, Pretenção esta, que os je^uitas
aunoa conseguirão, se por ventura a ti verão / Erãoparoclios,
112
HEVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
erão tutoros, erão CKSÔnomodt erâo módicos, erãa pacificadora
e erSo também mestres daquelles miaeraveis : parochos, que
08 iastruião na fé, quo os baptiaaTão e adminiatravão todos 03
mais sacramentoâ ; tutores, cuidando, que não fossem enga-
nados nos contractos quo fazião ou entre si ou com 03 por-
tuguezes ; ocónoraos, fazendo que cnUivassetn os terrtjQos, e
recoLhassem 03 fructos, para terem que comer, e tambom para
guardar para oa annos ao carestia, para repartir com os inva-
lidoi, onférmos, mulhems, o com os de mt^nor idado ; médicos,
aoonselhanlo-lhea remédio, e applicação delies, para sararem
das suas enfermidades : pacificado res, reconclliando-os eas suas
discórdias, para viverem em boa harmonia, e caridade christã;
mestres, tlnalmento, que ensina vão o pouco oa muito, que
sabião lor e escrever alguns delles, nao obstante a bu;i grande
ruíieza. E se algumas vezes por delictos, que comjnettiâo, os
mandavão ca^^igar, era com caridade, que usâo os pais com 03
tUhos, e não seohores com os escravos. Que tudo isto erão, o
faziâo 08 jesuitas, sabe toda a America ; antes sabo mais:
porque sabe, que estes roligioáos tao longe estavâo de preten-
dorora sorera senhores dos índios, que todo o seu emponito era,
que os Índios fossem sontiores da sua liberdade; o que a ninguém
mais fossem sujeitos, que ao rei de quem crao vassalas : e com
efTeito por sua ordem se mandavão buscar íLs aldéas para ti-a-
balbarom aonde e quando queria ; o os jesuítas orão obii*-
gados por esta causa a dar conta aos governadores do e^gtado de
quantos erão capazes de trabalho. Até aqui tie certo e iiiiie*
gavej ; agora, que estes padres com as suas declamações contra
o captivoiro dos iodíos pretendessem ser só elles os seus se-
nhores* he cousa quo não basta dizei -a ; he oecessariu pro-
vai a, mas como ae ha do provar se é uma calumnia, cuja fal-
sidade be jÀ iioje a todos tào tnani festa, que a não jul;^'0 digna
de resposta, mas sé do desprezo: e assim passo adiante.
No tim destsi me^ma nota diz assim o seu autor, € os in-
€ dios ultímamunto forão nos nossos dias nobilitados, o admit-
€ tidos (peio sontior Mendonça) aos cargos da republica. Este
< procedimento honra a humanidade».
Ridícula nobíliUçio doa ÍDdiO0 folt* p«lo senhor
M&ndotic&.
Huma das acções mais Imprudentes, quo fez o senhor
Mendonça, no Maranhão, foi a habilitação o nobilitação doa
Índios. Ocoorrett a este bom homem, mas mào gOTornador,
que ficaria celebre nos Ikatos portoguezes, se tbcetse uma tal
proeza, qae nenhum di^s seus predecessores tivesse inventado
6 muito menos conseguido, Veio^lhe, pois, ao pensamento dar
o nome, e os privilégios do villas a semelhança das que ha
REFUTAÇÕES AS CALUMNlAS
113
em Portugai, a muitas aldeai, que o9 índios Uabitavão, uaa
obstante constarem tudaa da pobres a rústicas choupanas» a
excefição da igreja, e casa los psiroclias. Para isto ra ndaodo
levantar um grande pâo no meio de um terreiro, dava a este
sitio o oome do pelourmlio; dopais escolhoodo enti*e todos
aqiiôUes S'>lvageus al/uoá, que lhe parecerão ou pela physio-
Doinkii ou pela mole do corpo, mais hábeis para os empregos,
a que Oi queria elevar, us constituio como vereadoroá, ou
juizes dcs mais, dizeQíIo-llies que ellea eram tao boiía como os
portu;?ui3Zí^8 : que ao f^-^rivornassom a si, sem dependoocia, ou
sujoição alguma dos missionários. Além disto mandou vestir e
calcar estas ^u;is novia creattiras, a8seDt«I*;is A sua meza* fa-
zendo-llies nella maitos brio^lea, e eosinando-lljcíí inter pocula,
por meio do um lingua, ou ioterpi^te, o mudo como so liavião
de portar dali i>ra diante, administrafi«Joatodosju.HUça, ele. etc.
Os iodioa» porém, acabada a corai lia, e a companhia desfeita,
esquecendo se do quanto lhes tinha dito o áonhor Mendonça,
apenas aahirâo da sua presença, tirarão os sapatos e vestidos ;
e se emborracharão com os seus vinhos, a que charaão mocúroròs^
e era sigual do alegria e contutit;im©nto poios cdi'gos, a qtio
tiDháo sido elevados, grita vão todos dizendo: i^nfui dcl-rei^
vinhii def-iei ; quei^endo dizer : uiua eh^ei^ viça elrci . Mas pas*
sada a bebcdíco, e tornando em si» se fizoram íDsoIentes não sd
com os missionários, perdendo-lhes o respeito e deaobedecon-
do- lhes Qinda nas cousas eapirituaea, aeuâo também com os
outros índios \ e isto com tal excesso, que sahiudo os jesuitas, eos
mais religir>sos, que ató ali forào parochos nas aldèas, além dos
clérigos, quo os snbstiluirão, se vio o senhor Mendonça obrigado
a man-lar alj^uns portuguezes com o titulo fio directores para
os govern ir, e me t ter em sujeição ; o ainda muitos destes por-
tuguezes repugnaram a ir pim as novas villas, smu terem
sempre eorosi^o al^íuns dos soldados, que os defdudossem dos
insuLtns daquellea Ijarbiros. Eis aqui em qtio veio a parar o
procedim«íntõ, do qual diz o nosso poeta, (|ue < fez honra a hu-
< man idade ; melhor dissera, que bem mostrou a simplicidade
< de queui assim procedeu».
Na pagina.- .. .. tendo o nosso poeta chamado na,.».»,
4, heróo, e irmão de herôes» ao senhor Mendonça, commenta
« assim em uma nota este seu dito : om uma bó família achou o
< rei três irmãos dignos de rapartirom entre si todo o peso do
€ governo >.
Que rmça do berros fostem oa Carvallioi de 0«jraa*
Primeiramente, cu n&o sol, que aleguem tenha dado o nome
de heroe a íiuem não fez obras dignas de um maiiá particular, e
distiooto louvor ; mas se também aa que aão dignas de especial
Vitupério, e naaior abouiinagão podem conseguir este titulo aos
831 — S Tomo lxvtu p. i.
lU
REVISTA DO INSTITCTO Hl.-^TORICO
fiGUs autoros, digo que forno berôes, e heróes f^randea os três
iromoí, Seba$ti''\ Francúc*> e Pauto, Os portii^aezes os difl-
niEo com estas três palavras mnius, peíor, pesêimus, O ultimo,
dizimo que ôra poat ti vãmente mdo : o sogundo com parati vameo to
peior: o primoiro su perla U vãmente pesximo. Que a defloiçâo
fosse boa, i^ íuiquafla, as m^^ aL-ççOea o Uioisirim. Paulo enxer-
tado no Santo Otl!cio por presidente, o coná«iitindo. quo Dclleae
desse 8Líou?nça úe morte ao Mul.tgrMla pur liuíesiarca <le-honroa
aqutíUe sagrado tribnnal.O 1'rancisco com m de:ipií)p*isitos que fez
no l-ará. e Maranhão, arruinou aquídie estado rIore8cent43.0 >ebas'
tião com as violências o tyrannías. que coiiímeMbU no tempo do
sou ministério, assolou um reino nti^iro. líaies furão oe lieróes,
por quem se repartio o governo de Portugal , mas como tiniiào
os bombros fracos, deino com ello no châo\ Asaini havia do suc-
ceder, sendo de uma famtlia tão aborreci lii pela sutt erualdade,
<ÍUG o parocho de Oeyra.s por obrigação de um luí^ado, ^zía
vez^kv na i;^reja aos ftegueE^snos dinsdo festa trus piidJo-QOdsos,
o três ave Manas» para quo Deus os livrasse da tyraDBía doe
Carvalhos, ((2)
N^ niei^ma pagina. . . se ló era outra ootn: € os jesoi^as por
< si, e poios seus la uiores tinhão feito na corte de Madria o
< o ultimo osforçtí para imp<?dir a execução do triítadu d^a U-
€ mit"3». EèjUi caluninía ji?í»oz está refutada na apologia dos
ji?suitas» oirurooií^a a ramha fldelis<*iiiia no anuo de 17í<u ; mas
porque esta ainda nào sn fez publica por ju*^io d * t^sliirnpa. bas-
tará 6 sobejará para mostrar a f^lsida^io do quo á\z no»ta nula
o seu autor, ler os docunieDtOb, que aoiína eipuzemos uas pa^
ginas.
Da pagina. . . athé a. . » éti oocupa o nosso poota em descre-
ver a marcliH dos daus oxeixiitoíi de Ile^panha e Pôt-tugal com-
binados p;ira u graodo e llanioí^i empreza do desab^jar, á forga.
de &rma^, dus bu is próprias terras aos pobre» íd<1ios. que para
se dof^nderein desra violência n .o tltibào por si mais armas, que
a justiça da sua cansa, o as llechas dos seus arcus« Donde nascoti,
que podendo esUt iranssmigaçâo fazer-so sem eíTusõo de sangue,
se desseui aos iudioá algum espaçu de t^mpo, para que jkjuoo a
pouco íio mudassem, como ueu^ * o- jesuítas, se exijcotou
naquellJKS uiíseraveis ovelhas. es, talve/,, e mai8 inoo-
oeates» do rebanho de .lesus Chri^io, uma cruel c troiâoina ; sem
se conseguir a tratii^m^graçE^i desejada, porque os índios que
escaparão da morie, fugirão pai-a os a^ri^s, f^ustaodo com a
fàgaa murcha dos liou^ eiercitod e a^^ de^pes^s que n^lla dzéifta.
Ese linatmento punirão o vrcrâo paraasal ícas» foi com grande
trabalho o fadiga dos jesuítas, como diz o senhor Zeballoí^ na
sua caria» que alic^mos no do<nimonto quinto, pag
Na psiglna diz estó eommentador do si me^mo; € os
< jêsaitaa mn Udg a animosidado de ue^^ ir por toda a Eampa,
« õ que se acabou de passar oa Xm
< de doas exerci cos >, E porane n
ventura n&o he Ucito a qn
deites paiires tlveHlo a an i
uossos dias, a vista
tna de negal-o f Pur
/ tre ? Se os emulas
ilúar por toda a tCo*
REFUTAÇÕES A^i CALUMKIA8
115
ropa, sem vergonha de mentir, que elles orão desobédieotesi
rebeldes» e oppustos d:^ America aa ordena doa soberaBoa, cousa
qao não virão, rim» só ouvirlo» os dous exércitos, qimndu lerão
a relação offfevtada ftn rtijmbiica josuitic^u purqua nào 86 unímíi*
rlào ollf^ a cio><montir uroa calumnía, cuja falsidade manifeata-
meate eoohec+*u líespanha, e tambi m conheix^ria Portus'aI, se
Díi cor te de Lisboa se fizesá<^m as raí+íímas díiig^^ncíaa, que oa
dií Madríít. para sabor a verdade. Mas í^arvalbo, aquelle heróe,
em cnpa hombros di^JioaaçiLva o raaior peso da monarcliia lusi-
tana, querondo arruinar o^ jrãuitas valeu-se dag Doticias fnlsaâ,
e f.*z que Dio sabia as vordadeiras, vciritícaodti-se nelle o noíuit
intelltffere, ut benc agerei^ (i:!)
Na pagina.., contínua o autor da^ notaa dizendo,— < que
€ om Roma muitas pe^stoaí^ o busca vâo, para saber com funda-
« mento fv9 tioi.icias do í 'ra^^uay, tepternunbando (quiz dizer
< mostrando) um ostranbo cuatenturaentodo encontrar um arae-
* rlciíuo, que os podiA ioformar miudamente úa ludo o aucee-
# dido. A admiração, quí^ causava a estranheza de íactt>s, entre
^ nós tão conhecidos, fez nascer a^ primei ra:^ idéas deste puema^*
I^aIss jftfi^ttncift do AUtor tio po«uiu.
Muito esViUdoí fáz fiqui o *3nhop Oama ao§ romanos ; nâo
ilCldo elies eeriaiueuti) rodes, e inseusitoa, como os In' IÍ09 da
America, ma^ homens os mais cnl toa, e bem íostruiios la Eu-
ropa. A primeira cousa que os romanos, querendo saber o que
ae pasâou do Uraguay, havino dtí perguntar a ente amencauo
OPa, ee tinha e^tad^j n.Lqueile paiz, ou na^ ^ua^i vIsinhaDÇjis ? E
derendo élle, m quizesífo filiar verdade, responder que não ;
que coneelio haviâa de f;izer dos wtis ditos, quo credito haviâo
de d:vr a soa relação ? Além de que, qiiandi> ente manceba cbngou
a Roma a p«frteQder seiunda vez a cotupanhia, jcl naqueUa
edftofdtavão muitos je«ui ta» amencaoos mais velhoi, que eile,
mais maduros e verlncos, e p^^r ism mais digno:^ de fé, que
tinbào iorormado a toda a Rdtna com te^tentunhos certos e
auiheuucottdrt faltiidaíie, com quo ao lhes at-lribuia na rdííÇífo
abre^indn do senhor Carvalho terem feito u]>poíiiçàu, e mos-
trado rebeldia a& oi^eo» dos soberanos. O que sopposto, dizendo
elie o contrario do que todos m mais dizíão, ntn podião og
romanos ficar sab^iodo com lundamenio as noticias do Lfragaay,
nem mostrar contentamento de encontrar na Europa uma
peaaoa da America, que miudameote os informasse do quo tinha
Sttccedida em iu^^aren tâo distantes daqnelles pi/r on^e andou*
Daqui infiro eu uma de duas cousas: quo ou o senhor Gama
ne^ta 8Ua notn nào iie verdadotrOf oti dá a eoteuder, que Ibi
alHivoSD. Se em llomaoni as niíticias que deu do Para;uay«
nfto desaereditou os jesuítas, nesta nota não dl^ verdade; se
IIG REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
as desacreditou, ao mesmo tempo qao pretenlia ser seu sócio
na religião, cijoimoUeu lileivoâia, l^u maid iocliao a primeira
parte; isto hò, que moate: assim pi^rqui lie meaor o mal,
como ta 10 bom porque nâ> ha crlvol, que viaio íle tio Ioq;?^, o
por mõiode tiatod pu'igiis buscar a ompiabu. fallaise então
cooÈra o.iji3:^uita8. expjQio-u) a perier com as palavras o que
mostrava pra teu Jer cum as obras.
Noíim ddita mosma p.igina... diz,— cque o tratada dos
« limitôt toia us jodu^taa fiíi ai aa, porque pir ello se ontro-
« gãvão aos portu;?íjtíZ *s ai terras, <iuo a companhia depois do
« muito tempo pasauia, como auaíí da parte oriontaí do rio
« Uraíiuay>*,
Hot'ula'»o o fftlio motivo, quo «e atiuuta para roftit-
llrftDt os j«»iritaft a troca fias povoacôc».
Setihor Gama, que signaes de dor observou nos jesaitas, para
delles coDJectupar o dizor, quo lhes íorio a alma o tratado doa
limites/ tim primeiro lugar od mrsaioDitrios, que residiâo nas
aldèiis, tiuo possui fio torra algum-à, o muito menos, como suti.
Todas eram doiii índios, ellen a^ cultivavam, e della-i se susten-
tava. Antes, nem os meamos índios tiufiáo terrenos de terra i-
nadOB, certos e estáveis, sendo livre a cadc\ um or.i o aprovei-
tar*^ d6:jte, ora daquello tmTeno para o seu sustento, por
jKyr caoSii de nio lerem dono ; e súD^m, como se costuma dizer,
primi capientis^ isto é, do primeiro que os quer cultivar. Nem
isto ó maraviíba, sendo vasussima a nxtensâo daqnelles paizes.
Em segundo luííar, os jesuitas nas míssoen-i nâu se >erviao das
tôiTaajiem delias recebião fructo algum, alem do necessário pura
ieu pobi'e susteoto; de sorto que, tào longa esta vão de tirar detlaa
grandes utilidades, convooiuocias e 1 ucr us tõmpjraes, qiae
autos naccBaitavão» que oi collefí^ios os provessem do muitas
cousai prtKílsas para a sua coriíjervaçuw Km tarceiít) lugar,
dado ô Dão conoeaido, que a companbia de mui tus lonos a esta
parto po^ssuisse, coiuo tuas, (u quo cortamoa^e he falso) qoe
motivo bavia para ferir na alma ao^ jesuítas, que ellas por
virtude do tratad<^ dos limites se ení.re-raisem aos purtugu *zes 1
Nesta tro^a, ou nesta eatrega em oaia ficava deteriorada
aquella reglá«D, Para aa sete povoações» biiiaa m8 jesuittLs de
Portugal eiubstituir os de Hespauba ; e comu tuda tlcavji em
casa, iito é, ni»s filljos da eomptiotiia, cuntiuiiava eliu a pos-
suir por meio do» seus subJitiiN purtu^uezeíí aa me^^maa t^^rras
que havia tautos aniius pOí^uia por iueiu dus b «0|>dahues. \í
leudo assim, nao perdia a poss^^^ mudava som>inte em certo
modo de oolunos. os quaes pala boa barruonia, o granda
uniào que tinham enim si como membriia do mesmo ooipo, uào
duTio;iriam ceder uas» para Uit^ itucoeaerem uuiros da mesma
HEFUTAÇÕES As CALCTÍXIA«
117
reUgIão. V*>, senhor Gama, como aindii permittindo ser verda-
doiTO» o que he falso, iato é, que a cumpanhia poasuiaso como
suu» aquilina ttjvras. nào podião forip oa alma dos jesuítas
aquella troca ^ Não loi cortamoate, nâo, o tratado dos limites
que m forio na alma o peoetrou o cora^^o ; foi sim a violên-
cia, a crueldade o tj-raama» cona qae precipitada, o arrebaU-
darat^nki o quizerâo coociuir uí? miniatros deputados para esta
exocugao, uao dando tempo aos Índios, como Jhes pediâo os jo*
suitas, para quo aquoila raudaora* jà quo lhes era ia voluntá-
ria. Jíieg fosso ao menus commoda ; mandando primeiro um, o
dopois oijtrtja estabelecer -a e nos lugares, em qiio liaviâo de ha-
bitíir: antes pelo contrario» querendo levjir a força de armas,
o com oíTusào (te tanto sangoe, o que pudiâo obter sem algam
dispêndio daa vidas, nem lantaa dospems de dinheiro, flzcrSÕ
perrler a igreja a chdstaodade mais florente, e a elrei ca-
tholico rauitos vaasaloíi os mais íleis. Isto sim, isto he, o que
ferio na aima, o Cííuhou grande dor aos jesuítas ; e nao o perder
as terras, que se baviãn rio entregar auk portuguezes, oomo diz
nesta no ti u Sr* Gcima
Na pagina... diz: < os indlossem dticiplina como naquelle
< tempo 86 imaginava i>«
giijto luiilíl tonsi» o \iOHto tle 8jiiilA Tâeiftf para
Aqui para que esto poeta nos seus cantos exagerasse a bra-
vura aos soldados europeus: e juntamoeto a^ vietoriasque al-
ça nçarã^i dos Índios, doa quaes diz : que íortíllcados no posto de
Sjifita ftícla íhes impedirão os passoa, poz a nota — ^ os índios
«som disciplina como naquelle lompo so imaginava* : querendo
dar cum eila a entender que acharão aquellDS bárbaros da Ame-
rica m-áU destros, e exercUadot» na arte militar, do que com-
momento se jylga em Europa. Se a-sím fosse, pobres saldados
portugueses. Bem creio qutf de todos^ os que iãoáquella domar-
caçào, pouous ou nenhun-i licariào com vida, que putlesaera cun-
tar das batallias e muUo menos jacta rso das victorias, M.»a o caso
he que a scieueia militar doá ludioã rraentáo, como sempre foi,
e anda boje he, pouca ou nenhuma, nem o posto de Santa Tecla
era algum caiítellu, ou praça de armas em quo aquellea bár-
baros pudo^sem fazer- e íbrtes ; mas unicamente um lugar
occupado de algumas i:a banas feitas a moda da terra, de estacas
de pão, colarias com folhas de arvores, ondo se recolUião os
p&atcrres, que guardavão o gado, que pastava uaqueUe sitio,
aonde não estava o missionário, nem Joãuita algum do asBis-
tencia.
No tempo que esto lugar cbegarão os demaroadores, m
aohavâo ali nem a^saso alguns índios da aldeia de Sâo Miguel.
us
ttEVI9TA DO INSTITUTO HISTÓRICO
amoti Dados contra o jesuíta AltamiraDO, a quem queríão dar a
morte, por \in29 constar que nào fiivorecia a 3ufi causa, antea
era contra etles* teodo chegado do Europa áquellas partes sem
outro intoQto, que obrigados a sahír de suis terras ; mas uào
encontrando o sobredito jeiuita na nldoa eoi que estava, derâo
voltas, e vierão ao sitio de Santa Tecla a veros gados que ali
tinbão. Clie^andií, pois, a esta st ti o os dflniarcad^ires naoccasião
em que ali se íiclíttváo estes índios inrureoiios contra o supo
rior dos misáionarios pela r^iào acima dita, dis^^eráo aos com-
tnissarios lieapanboes» que se querião pa.s^a^ o tlzossem livre-
mente, e que elles 05 acompanhariam até as suas uldèas por
serem vassilos do mesmo rei ; mas que a nenh^tm «los portu*
gueies consentir ião o mesmo; não querendo da^-lhesaá suas
terras nâni ainda vender-lbe^ oh seu:^ £;adu.s. A vista desta re-
soluçáo intimada por uns bárbaros rúvosos, e inftirecídos» ti-
verào por bern o^ senhores commissarios voltar a iraz, e náo
paftsar adiante «
Os indtos lhes d^râo do mrtntimf^nto que tinhio. e um bom
numero de vaccas ptira comerem no caminho. Este <^ra o in^.xpu-
gnavel posto de Santa TecLi ; ^st fc toda a força cora quo os ín-
dios nefle fortilicados impedímo os passos aos ottlciaes miiíta-
red, quo forâo fazer a demarcação. Passemos dosta acção» em
que aquelles barbarus ílcaráo vencedores, a contar outra» om
qye ficarão vencidos.
Na pagina... toca levemente o nosso poeta um combate
que houve no llio Pnrdo nao pouco glorioso para as tropas dos
dotis chamados ex^ircitos combinados, eontentando-se com re-
cupilar nos poucoá versos quo ac^ui purei, uma victoria muito
agsígnalada:
Náo solVr^in t^anlo oâ tinnoA olrevidgã
Junlos um nossa loilc^ C5ui tanto íis^ailijio
U^ patlroB os iiu!Ítão c aconipautiJ^o
Aijui iiiovnr òtt í^ociííT '• g^iicrra
Os Índio» quíi tt carão pri.%iõiteiros
Aindft os pad**Í9 ví*rn^«tc meu camiio
He poS8Ível« senhor Gama, que uma n>sistí-ncla tio vigorosa
dos soldados europêos contra os Índios americanos «•* era que
houve, além dos mortos, rauUos prisíooelr s. e «sendo elles
€ mais '1t*stros nasceocia militar, do que até aqui se julgava »,
nio merecessem a sua penua mais um rasu^3. e aa seu esiro
uma narraç^) mais dilatada f Muu 1 pm*và efttava n 'Sta ocoasiS.0
a sua musa, que não lhe subministrou pal»4vra8 com que pu-
des^ coutar míuda nonte e^ta bíitalha, e exaltar até as estrel-
las esta ^r^nte viotoria. Mas so e^t*^ poeta foi aqut d minuto
DOi versos estendm-se na prosa dizendo ajwím em uma nota—
«forio cincoDOti ijA pnsiotieiro:j: alguns do^ priucipies 7ÍerlLo
« re^netti 10^ a » Kio da lân dru.a m le oautjr <jd vio »^ fiUou com
€oUes. Omfe-isiram injeuuainoitte que os ptdres tmhão
€viudf) em sua companhia at* ao liio Pardo, ese tinhÀodei-
REFUTAÇÕES ÀS CALUMNIAS
119
«xada ficar ila outra baoda. Mostrarão-se «urpreíiee li los da
< dogora que eticontrirâa nos portu^ueze*!. bmho que os paidpôg
<Qâo ceisavâo da llies intimar nas suas ppiígag$>á «jue u9 por-
< tugueioi liiThão o diàbo no corpo o quw orâo toiloi feiticeiros
< q(i8 em míitíindo al^um» pa^a qiio não toma^íse a vivci% ora
<noi*6gsafio por-lti<^ li, aibeçíi- um palmo long^e do oorpo ; o que
< elles rôli^iosHmoDte observa vao »♦
Ckmi oâta nota ouiDoieoia o Doâso pjeta os ^ufl versos: agot a
commeQtarcn em pro^aasua noUk.
menos q«e «íeis íkMdacIei juoUs
Pi'imôirameQt»3 os iadioa priâionoiroH não forao ciaeoepta,
como áiz tlmlo tio quG roferft na sua relação abreviada
o senhor Carvalho, ítoodo o nos^o yoo ta achou eáto oumo.*o.
Forao dncoeota e tr6.'<i ; não priâioiíeiroa como iogo direi, maa
pretos a fíilsa fé e contra o diroito d. ia píott^s* He certo que
alí^^uns d;i<iuelles índios vieram para o Rio do Jauoiro, quando
as tropas se recMltier.x^j* Que aqui os vií^e o aatjr deste poetna*
paíisa ; Vítlha a ^ua palavra lionriida: masque llie^ fallaníso. oh !
isso nâo. ocra é ve^dde, mm vorosimii. O iiitor naquelle
tempo apenas saberia faltar a Lngua portu^ueza. (lola pouca
idade que tinha, o aaodo assira, comu havia ao fallare eotan-
der ;* dus in<lios ? mas m ;iCiSi> fallou com al^^um d dles, creio
qan seri i 4o mesm^ m*»d0t que os rapazes om Lisboa, ou no
cáef da pelra, ou na praia de .S. Paulo failão com algum rus-
siano, allem/ío. uu a>nburgnGz de calças lar^^^aí*. quíuido dosnm-
bar 'ao diz -odo meias palas riis, o sem cntende.o.ii uns aos
oui-riifl.
Que 03 índios confea^aíísnm qtre os paflres tinhâo vinda ora
sua Companhia atô o liio I^irlo, e se tíohão deixadu ficar da
outra bmda» é fdso, e iilem de lai^o ;ncrivel: só se comídgo
trouieratu algum priíso* e forçado para os abdolver do artigo da
morle.
Disse sor fal?!o e incrível: porque mtiitos raezes antes
que 08 Índios fossem para o Rio P^irdo, estavâu os jesuítas quu
residião uas tklii(*?ií*, pi'o?i08 e bloiu^ados pelos mdioá coui
guardas á vista pela suíi peita, qn^ tioíião, de qu^í ellêá erâo em-
penhados oa troca, pulas íçraude-» dilijceocias que faziào, para
os reduzir a ella ; na qu.d suspeita muito mais se confirmarão ;
lendo Qa carta que o íienhor (3omos Freire mandou aos itídins daa
sete aldòas, a falsa noticia, de que os seus meíjinos directores,
aappcista a sua rabclliáu, diziào, que o único remédio ora obri-
ga l*os a força de arma^.
Copiarei aqui ao mento híj palavras da oarta que fazem ao
ponto:—* Me oxpuzeruo o pouco fructo que os padi^es vossos di-
É
120
REVISTA DO IXSTlTfTTO HISTÓRICO
€ rectopes tirarão das instancias com que procurárrio congegQir,
« que eoteDddSdoiâ a obrigação, que tem o vassalo de obetle*
€ ccr ao que dcterraina o seu moDarcha ; o as circo mstãDcías
€ da ntilidade qtio 70d podia resultar, pref^eotando diaoto do
« real tbrono a rosi^uacão, com que estáveis promptos a evacuar
« as aldraâ, que haEitaes e quo os mesmos padres declararão»,
faqui vai a falsidade) <quo o único remeaio era obrigar- vos
com as armas »: cousa que nunca discarão os jei^uitas ; protes-
tando sempre contra a guerra, e escrevendo não m ao marquez
do Vai do Lírios senão tamb^^ra a elrei, que so concedesso tempo
neceísario par»i se fazer í^ommodamenle a transmigração; o
qne nunca permittio. Continuava a carta: «chegando avessa
< rebellíâo a por em prisão os voasos curas não cooseotindo
« quo olles saião do casa e da vossa companhia, ec, oc.>
K eis aqui porquo acima disse, que se algum jesuita voio
com os índios até o Rio Pardo, voio proso c obrigado. Mas
agoiu accresoento. que ainda que algum cu alguns viessem
livros* expontinearoonto, nenhum peccadn firião, antea cum-
pririao com a sua obrigação, não querendo como bom paro-
chos, desamparar as suas ovelhas, principal monte em circan-
stanoias* em que muitus poderião porder as vidas, sem terem
quem lhes admmistrasse substdto algum espiritual» ião necos-
sario na morte. Nm que rrsp<^ila pois ao quí> diz do se raostrarom
os índios * surprohcndidos da doçuni que encontrarão nu trato
n dos portuguetet, e do que lhes iniimavào os jesuítas nas suas
« prcgiQ^QS », í^laroi agora contando sinceramente o que pas*
sou no Rto Porffo, o depois no Rio ^h^ande, theatros de ^^uooeisos
vordadi^ira monte trairicos, mai.^ certos o innogavoia.
í5 tinindo t^ imliot da ahl*^n .In s ! niz que os portugiiezos
ii-íko em um terrena , iicia aos mesmos índios,
111 imtneit) do qtialro ' inf>edil-08 e lacçal-os íora
kNííWvvãa o quai chiimando*se Fo^^Udczn do Rio
,1 ao depois da Vk^íoWa : devendo melhor cha-
mar :io di\ ptrft^i ui. Logo que os índios apparecerâo, saliirão a
ciim|K> 01 |K>t'tugufk2iv» e ih^rho pnnciplo a batalha : mas os
indioa duanedinlo sobrv> «Ucs uma densa nuvem de frecha.^ o
OH 0^1 i^rArao a nuirar o rinn^her a forUiieza, da qual começou
logo a artilharia a di^^parar : mas ua índios alegres com a
Victor ia, apenas os portugu&ace»* derão as co&tas» voltarão para a
•ua Ald^« ^^11 isto em Fevereiro ; mas no Maio segtiinte
tarnár&o a < oh portugi»e»es« vindo nilo menos do
qutnlitiit(i0e(io^i*jat^osdaqti Ue «lUo, om que peraeforavào
fbrtliotdos. NHo sábio desta sQ^unda tos a campo a soldadesca,
tn?rt'TAçr>Es As cauimniab
mfts T&leudo-se da artilharia com eUa matarão a mtiitoa
íodíos, e entre ellei o que era capUâo, uesaaire foi este, que os
ni07o« a retirar-9©, levanao comsi^o alíruos cavallos quo
acháPâo past Mído* Advertindo, porém, quo a fortilozíi levantara
bandeira branca, que sabiáo ser sigoal do paz, cincornu e troa
Índios dos raiig animosos armados das suas frecbaíí, a de duas
peça^ de canna, se avisinhííráo do muro. Convidados a entrar,
e a fezftr ajoslos de paz, lugo na poria lhos oflferecoráo vinho
om abundância, que oliea beberão com grande líosto e em
maior quaíiTádado do quo podião solTror, por não ter uso deste
licor. Perdidos por eaia causa os sentidos, deitarão-so a dormir ;
e sendo o aomna prollindissirao poderão os purtuguõzes a sou
sabor não sô atar* lhes as raios atraz das cosiaí^, maá amarrai*
os costas com costívs de dous «m dous, e de tros era três» Q doixal-
08 deste modo ai6 o dia seguinte. Quando pt*la ujanhã tornárno
om si estes potjres manietados, cora justa razào lançarão era
rosto ao4 portuguezes a sua aleivosi fc ; esteií, porém, com as
esp^d 8 nuas sobro dles por um inturprete lhos flzerão muitas
pm*gucta8 acerca dos jesuítas ameaçtiudo-os roíti a morto, senão
as cunârmáváo cum o seu dito- Este fui o pri moiro interroíra-
tório, ou devassa primeira, que os poriíiguoíoa tirárào dos
jesuitas da America ; na qual qu<*ro perniittir que confessassem
os índios quanto diz na sua nota o autor delias. Mas que im-
porta, ou que víj^ur tem de posiçáo cúctorta j^rvim, M meium^
da boca d iquelles mísera vois qut» por nao perderem as vidas as
mãos daquelles verdugo.^, nâo ^ó confeí^sariâo tudo, ma3 amda
mttito mais do que Ih i< pergunta vão, pur fal^o que foí^se, e >^em
a mais leve sombra de verdade Tf
E se esta dispiisiçào ftiita no Rio Pardo com tanta illegali-
dado foi barbara, a que depois so foz no Hio Gmmfi*, ainda foi
mais tyranna. Embarcarão para o lUo Grande estes oincoenta e
tre« Índios, raJJis de todos elies s6 qualorze choíçarao vivos ; os
trinta e nove cora inaudita crueldade ( horresco reforeu-j ) forão
degolados no cammho piílus soldido^, quí^ os conduziáo levando-
Ihés somente as cabei.as p;ira là jis mastrar era sijínal de trlura-
plio quõ tinhào conseguido daqu^dlea rebeldes, era que nn reah»
dado executarão os porUiíçuezea a birbandade, que falsamente
díz o nosso poí? ta acouHoihavão os jesuiuií* aos índios nas suas
prefações, isto he, *dej?ohr a^ cabeça?* aos p<)ri,uífuezeH, o
« appiirtíir-lh'ãs do c.*rpo raain ile ura palín.», pai*a quo nào pu-
« dessem resuscitar». Tanto fizerao a<.'ora o^ soldados eu ropÒos ;
sem ouvir as doutrinas áoé joâuitas americanos ; nào o tendo
jamais õxoiutado os Índios/ que as ouvirão : não obstaoie
dizer-se nesta nota gua retufioaamrnfe úhsertãvão este «'onselho
dos padres seus directores, Tyranniii foi vsia, quo íiuaudo soulxi
no Rio (irande o si.^niiur liornejí Freire justitraenio se encheu
dc) honor : e ainda que reprehrtndeo o oílloial o os soldados,
uãtj o^ castigou: como devia e podíi.
Aos quatorzc índios quo choK'Hrâo vivos, mas na verdade
meios mortais, pela rrueídade cum qun furão tratadon, e pela
iKivicía,cora que • »ua visU foráo degolados ostrintite novo
122
REVISTA DO ÍNSTITUTO HISTÓRICO
seus compnohAiros» maDdoii o guverna<1or tratar bem por al^fung
diaa, Ksta soeria a occisião. eíD que dtz o nopso pjeU, — ^ cjiie
€ os Índios ííó ruoãtr*lrào surpreberidjdué d-i dogiira, qae en* on-
< iravào no trj»to dos purtujkfuezi+s ». Nâo dui\»ii por*'»iD mmto
tempo esu pied do, que cora olles se usou. Apenas os virão
roatabrtlt^cidos ura pouco do trabalho, o susto com que vieráo.
o3 levjirào t »dtní juutoâ, e presoa carao sempre eiítavâo. p*ra
uma oaiâa onde tira rnuíato, que eri o interprete» lutimou a
todos que e:>culli6«3e[n — « oti ratificar Cí»ra novo juriímento,
-< quanto linlião dopusto contra oa jesuítas no Rio Pardo, nj
< qDal CASO serião poi^tuD em liberdado, e ra.-tpdados oom bonra,
4c e grandes prtjmios para a sua aldéa ; e nao querendo rati-
€ ftcar perder aa vidas a violoneia do ferro e fogo *. Feita esta
propngta, entrarão imraedi ata mente oa rainisirus de justíÇM, ou
para dizer melhor, da injuatiça, e na prezeoça doa ma is corae-
çílrào a examinar os prirneirons dous um doíátes foi táo animoao,
que protestou —« ser catumnia quítoto ellea e o» ieoe corapa-
« nlieiros tinhào dito contra «s padres no Rio Pardo, que es-
€ tava proraptõ a soIVrer antes mil mortes, que ofTendei- a Deos
« e nua seo-* ministros». Talvez s? resolveu este inaio a reira-
ctiir ae do qu*í «Usj^i^ra pur modo, lembrandos« da boa instruoçào
dos jf>STiita9 em matérias Je reli;<ião, e re^fletiudu ta ubt^m que
as Ttienliras, oãu tinhào podido livrar da mu to a^JS 4eua eom*
paniiwros. A este pobre logo ídi o encherão de riiii nppr*obrio8, e
d (^pQÍs o arrebatarão cum tal ímpeto, que nenhum doa ontroa
duvidou y v)Ulzes.^em queimar vivo*
O compaelioiro a vista de^te barí»aro precediraonto m at-
torrou de maneira, quo nâo ratidcou quanto já tinha dito, roaa
quanto novíimentp Uiea ocçorreu p^rginitir. A osto sultárào
logo aa mílos, o doctarado innocen^.e, \ A trat do como njbre ;
derão-lhe vesdidus novus« o junttraonte outrjs oromios; tudo
em presença dos mais, que chamados aucco^sivatiionte de dous
om (f.jiis seguirão u exeraplo do soi?unilo,quo viao solto vestido.
o premiado, e não o do primeiro» que o tinfiâo jdL por morto ;
mas erradamente, porque todo aqu^lle desprezo e viohmeia,
com quo foi tnitíiio, não se dlri^^ia a ttrar-lhe a vida, mas a
attorrar aos outrtís. Chrisiuilhj Noix>nha um (h» caciques prin-
cipies, que assisúo a toda esta ti^agedia, e escapou delia vivo,
escreveu logo uma curta circular a torias as trinta e uma
aldèas, e nelU conta com um estylo sincero e simples» mA8
próprio de quem diz a veniaile, tod^isas per;/uu rasque se íiserSo
aoa indios, e oomo »e lhes fizerào assim no Hit» Pãi^do^ como no
Riô Grania, acorescentando. quo por pejo, e modéstia cala al^u*
mas perteooentes a maiurka impudiccts* Mas em lo^l * ^slq
papol, ju cartado indi >« aondo relerem purguotas raiudisnimuSt
10 nào lê uma só pabivri, que pos:»a di£er respeiti» a doutrina,
qii0 se áiz ensinarem os joí^uitas n;ia stins pro/oçues« de — € de^'o-
« larem os mortos^ e apartar- Mieí<s as cabeças, para não resusoi-
« tarom », ete. etc. Cousa que por nova e extravagante náo
podia esquecer, nem omitttr-se, Sijrnai evidente?, do quw esta
calurania nào teve a soa origem no lUo Ponh e no Hiú Gmnd^i
REIOTAÇOES AS CALUMMAS
123
mas Das mar^^eDs do Rio Tejo; nSo oas lioKuns dos Índios, maa
na cabeça o pentia de quem compoz a relação abreviada^ e
também na do autor dos cinco caotos. Tudo o que aqui se re-
fere consta de um iiistrnroento autheoticu, ft^iiu no anno de
175^> por ufíí notapio apustolicu mandado a devassar peias aldéas
do Uraguay : tirando as devassas nlo em particular-, mas era
luírares públicos, pertruíjtadoá os caciques desterrado debaixo
do jurameato, e approvando-o u povo todo, cumo se póie ver
mais claramente o a respr^sta apolo^tíetica a relação abreviada ;
num. 54 pig..*
Na p^i^ina... diz outra nota, que a marjsrcm do Í?tOt por
ODde se retirílrâo as tropas cast iiianaií, estata rapada dos g^idos
jesuítico.^. Mas 9(3nhor Gama, donde prova voesa merc^, qiie os
gados erôo dos jesuítas? Até aqui nau consti,, qu j esW'S padres
tivessem ali rebanboi do gado a pastar ; o mais que olles pode-
rião ter ora tiraa ou du%s vatcas, para llies dar leite ; se tiavia
mais, eráo certamente dos índios, cujo numero clio^raudo a cinco
mil necessUivào também do um ^^rande numero de vaccas para
o sed sustento: e quG maravilha 0. que e^to jCfado pastando
oaquellas margens as tivesse raivado ( Por ventura tlnbao obri-
gação os índios do deixar morrer a fome as suas vaccas. para
terem quo comer os cavalios das fcropxui castel lianas f Ora eu
bem me porsuado» que o nosso oscrivão com esta stia nota nào
ppi tendia tanto ; o quo com ell.i quiz dar a entender, foi a
rk|iinza. quo os jesuítas tinh&o nas altíàis. Ma^ se elle al^znm
dia cbogassfl a estar nellas, exercitando ali o olllcio de missio-
nário, veria com os seus olhos» e experimentaria bera a ^ua
custíL, que tão lon^ estavão de serviços^ e passar com abun-
dância, que o mais a que etiegavao« era a po^lor dizer — < ha-
< bentes alimenta, et quibus tííía-mur, hís conteoti su-
« mus > (14). Temos c>om que íios alimentar e vastir ; bem quo
pobfa o miseravelmente ; o tanto nos basta para vivor con-
tentes.
NeatA mesma nota e iiaj^rina**» se diz, — 4 que as tropas
« castelhanas sa retinirão por nao r^fttarem inteiradas da ia-
« tenção do rei ; e que provinha da diversidade de cartas, que
« vinhào da corte de Madrid por uma occulta cabala, os jesai-
4 tisiudu revolviâo, o maquinarão, mais que nunca». Senhor
<;»ma di^^anos por quem lie, em que oonaistiâo estas revolu-
çr»es, e maquinas doa jobuitas ^ E eu o terei nào só por grande
poeta, mas tnt mihi maffíius Apollo{i'^}, ConiíisUào acaso em
represi*nLar aus olliclaeti e dar parte a c<ute das iajustiças e
barbaridades, quo naqualle tempo se praticâvâo rom os Índios?
ou também em acau^elhai', que aquetla tran8migi'açâo se podia
oiccuuir mtu víulencia, coticedondo tempo aos iniiios para lazer
a mudança» senão com gosto, ao menos com alguma commodt-
dade I Hq nisto consistia, d iK:imo«, nao erao estas represeulat^òes
e conselhos nfio sO actos de caruiade í^euãu tirobc^n do justiça V
K ao consistia rm «Mitra cous^i, devia dizel-o ; a uko lançar pala-
vras ao veolo, t>ara com ylla* levantar poeira, que ce^ue os
olhos aos loltoies, e o« faça crttr como certo, o que nao oh^ga a
124 REVISTA DO mí^TITUTO msTOftlCO
ser diividoao, e avaliar por verdadeiro, o mie ^ totalmento
Iklso, Mas í^ste 6 o custtimo do todos os maledico», dizor o maJ,
o nâo provar o i]ue dizem. Arniiii d^z o nusso poota nas noías
que pez aos verbos dosou primeiro canto: vejamos n^^^ora se
Tm o mesmo nnn seo^ninteíí.
CANTO 1!
Nostô secundo canto levantando ra>ííâ a voz a nos«o poeta,
om vez de Tiple mostra ser um máo falsete, recitando em ura
tom tão dissonante» que faz lenir os ouvidos, o que a^ora direi
i^ofutaodo a nota da pagina. . . em qao se Ui — *t todusos padres
« aprandião íi liníjua doá indjos ; o proHiblíxo a estes, contra
« a intenção «lo rã, usar outra língua que não fosso a s\m na-
€ eioQ&U Desta sorte ficada impuásibilitadri, a commiinkaçao
< com os portu^uozoã e cíiatnliKiuos, e impenetrável o segredo»
« do que ae pasmava naquellcs sertões. E o que maia lio qu^» o^
€ jesiijiiis se jacta vào desta espécie dvt t3rrannia na face de toda
< a Europa. »
Moiti'A«sc^ a«r falio, que oa josuíla» prohíbiiMDi
aoM índioM aprcnctar a lingua dos euroii^^^oa ptra
impãfl^iliililar o comoiorcio oic. etc.
Eu creio, quíi o autor destas notas assentou comal^o, que
ftiíls^ndo dus jesuitas nâo l)avia de abrir a boca sem dizer al-
ííuma mentira, F vila a verdade, quando diz que os jcsuiias
nprendíào n linírua dos índios, o pudf^ra aocrestar, com multo
trab.Uho o di (Acuidade» P'>r ser ;issim necessário pura os
instruir nos raysterios da fó, ensinar os preceitos divinos o
occles ias ticos, ouvir de coutlssâo, pregar e dirigir em tudo
aqui lio, a que nào podia chegar a sua innata rudeza. Assim
fazem todos os missionários, que vão, ou plantar, ou conservar
a nossa sant?» roligiâo a um paiz estríinho o bárbaro : apren^
dem a língua da terra, pai^a poderem nelln exnrí*i!.ar os seus
santoa ministérios, At»? aqui disse a vf^rdado ; mas ajuntou logo
a meniira» de que os jesuítas probibissem aos ímlios o uso de
oíitra língua, que não fosse a sua nacional. E* esta uma falsi-
dade raaoifesta, poriue é suppor sorera os josuitas tao iosen-
satoí que para ol>ter o sobredito fim do fm possibilitar aos índios
a coramuoicaçio com o-j portuguezes e castelhanos, o fazerem
impi^ne travei o segredo do que se p«s*iva naquelles sertões
escolliessem um meio inefUcaz, e tutalmente intitit para o con-
seguir. Os índios diL parte ile lle-^panha em U'opv4.<i da duzentis,
c as vezes de tresentoíi sabíao da^ aldéas ú. trabalbar nas obras
reae^ e sítios dos europèos : europèos contraetadorea n&o só
da erva, chamada rmxgonha, que naquellas terras serve de chà,
o se fdz com oUa algum lucro, senào também de outros géneros,
que o fi:LÍz produz, levados ((a sua conveníeuLvía entra vã>» nas
»ldôa% dos Índios a fazer o s«u oogocio, chegando alguns a tor
REFUTAÇÕES Aâ CALUMNIAS
125
nellas o sou doraícíLio; alem dí8to todos ou quaii todos os
anoos orão aqueUas miSdões TiaUaiaâ por ministros r6;2:ío3,
e as vezes poios bispos; e se não hião com tanu froqueucia»
era por nao ter o trabalho de f;izop tão cíjmpridaa e difliciil-
toaaa viagens; o não porque os missionados oá impedissôm,
antiis pelo cuntrario, os coo vidarão para que fosaem, como
attesta o mesmo rei de Hespanh^i eio um decreto impresso,
nâo só em Miulrid, mas também em Napule^ e Veneza, dizendu
que Oj padres se Ilies liolião offerecido, não só para acomji.i*
nhap 09 bispos» mas umbem para lhes por prompto qu mto
Jlies íosao nocoaaario para via^reui. Leia se a impressão de Ná-
poles na pagina w
Da parto de Portugal so praticava o mesmo, sondo os íq-
dioa obrigados a ir traoalhar naa obras de elrei, e aahiiido ou-
tros a servir naa obras de pessoas pariicularoa, perseverando
Qcllas uma grande parte do anuo ; lerapo em que communi-
cavão necessariamente com oseuropêoa, e Ihea podião descobrir
a troco do qualquer pequeno donativo os segredos maia recôn-
dito», so por ventura os houvesse nas aldéas. Entravao tamborn
neâUs, quando qiieriã>> os governadores, ou oa ministros, que
oUes mantiavão, como podo tesUflcar o meamo aenimr Men-
donça, a quem nSo só não impediao o inj^^resso, mas ajudiírão
com gente, com orabarcaç(t>6íi o mantimento. Entravao os bis-
pos com toda a sua coniitiva, © so detinhào nas aldêaa, vendo e
observando devagar a boa instrucção doa Índios iias raa terias
de religiãot o zeloso purtamento dos miasionarios, saliindo
d'ali elitlcãdos» cuino de si aíiiniiou o Exccell. Bulhões» antes
do seguir aa partes de Carvaliio, e do stui irmão o sen tio r Men-
doni;a escrevendo a corte de Lis boi uma Cíirta om que dava
conta a sua Majestade — < de ter ido vi?itir as aidéas e mls-
€ soes perteacenteá a aua jnrmdiçáo, o principalmente mujunHaa
€ em que re^iidlão oa jesuiias, achara tudo em tão buíu t^iiUido,
€ quejulgu^a em m^ consciência serem estes religi^jsos os maia
4( aptos paraae Uie-í comnietter o cui lado o diroc^ão daqueíles
4 neophytoa. > Contemporânea a esía cart ' mandou ello outra
ao jesuíta Bento da Forneça, procura lor era Lisboa dos seus
gocíos no Maranhão, na qual tajobom lhe louvava o zelo
grande, com que oa filhos da companhia in-itroiào, e dirigiâo oa
intlLys naa aldeãs em que e^itavão. Mas porque este josuita
tinha conhecido o génio voluvrl a inço istarite daqueile pre-
lado, teve a advertência tie remettor ao reitor do coll^gio do
Marão hão a mesma Ccirta, rocommeudando lho muiio que a
guêirdaase no archivo; porque talvez veria tempo, em que
íbs.se necessário produzil-a- Assira Ibi, porque mudado o go-
verno de PoriiUgfal, mtidou-se também o anim^» d;iquelÍ0 bispo,
passando a aer tão Urgo nos vituperius dos jesuítas, como
pouco anl«8 tinha sido nos mus louvores : escrevo aqui esta
noticia para que o senhor Gama se consolo, vendo que tom
companheiros naa suas adulações ; q que so ura pretakio da
santa igr-eja* talvez polo inioroíise do c maeguir um bispado
mais pingue no conunonte de Portugal, de amigo se fez iní-
Í26
REVISTA IK) INSTITCTO HISTÓRICO
Tuif o dos jesuítas, não he muito cine elle ílzGsfe o mesmo sendo
um pobre e misôravel secular indigente^ do todo o que lhe
era neoâssarjo para comer e vestir.
Voltando a^oraao que hiatos refiitaodo, confosso ser ver-
dade, que nem a todos se ijerujittia entrada franca e muita
menos estaviíl domicílio nas aldè is ; mas isto era por ordena
expressas dos r-^is, sim de He-panha, como do Portugal, t^elaã
qnaes se prohibia u in^Tesso aos vM^abuodos, o mal viventes;
por causa diís ioiialendas qw commuUiâo nas ditas aldeãs, oP»
ongauaodo hs índios nos contractos, ora roubaudo-Uies as suas
alfaias, ora os fíLboSt o tambom algumas vezes as mulheres.
Se o senliur Gama em lu^ar do ler a relação abreviada do seu
MecenaSt lesse o refpmento tian missões da America^ os decretos
de PheUppe V, rei cathotico de Hespatthap sobre est^ ma leria,
que estão na seuretaria dos ncj^ocius do ultramar; le-se as
cartas de muitos bíspo> e giivornadores daquejtes dous estados,
imparciaes deslnterestjados, acharia ser verdade quanto acabo
de proferir, e por consoguintõ fiilso qoanto elle diií na sua nota
acerca da proliiblçâo que tmbào os indioá de aprender — 4 outra
< Uogua que não tos:^ú a sua nacional para impossibilitar a
€ cooitminicacáo com os europeus, e conservar ileso o segredo
# do que se fazia noa seriDes >; porque entrando os portiiguezes
e liespanhoes a cuntraciar nas aldôaa dos índios, e sabíndo 08
Índios a trabalhar fora das aldòas nas obras de bespanhoes e
portuguezes, era frustrauea iiquella prohibiçâo* a eonseguinte'
raenie é falso e fabissimo, que oa jesuítas para obler anuelle
íim usassem de ura tal meio. Pois j4 o dmer que— «se Jacta^
4 vãu desta espocie de tyraonia na (hco de toda. a Eumpa»
doutra negra columnia e o conUrmal-a com os ver^fos trun-
cados do Vaníor é uma cmssa i^^norancia. fistas palavras...
Ní^êcia ífrns iioctri vivil
, . . . uá intpfiora v^oirí^
4( RoKua vetent homtnes cupidos audita vidondi » querem
á\mr em portuguez : « A gente nào nos conhece, probiba-se vir
« ao iDttsrior destes paize* ge;nte curiosa de vor o qutí ouvio. >
Isto é, como acumi disse, hamens vagabundos errantes, e
que Díio ▼ivom de uutm cuuai mais, do que girar pelo mundj,
prõt<*xtandu curiosidade e com me t tendo na rt-alidade mil idso-
lencias. E aonde vai aqui a Jactância ? Senhor Gama, graode
poeta a meu ver» vossa mercê saberá compor versus ponugue-
ises, maa nào sabe construir oem entender os latinas.
barflnl«iin«aii» |»6lp ãutor da põem»*
UâBta pa.<semo8 a outra oota, que põe na mesma pagina.*.
» 8io umas palavras attríbuidas aos jeeuUas, oomo dadas aos
REFUTAÇÕES As CALUMNIAS
127
iodios em cortas instrocções, que apoata, e 90 achãn no Úm da
relação abreviafia a« palavras são esitag : — «por oatee por tu-
^ guezes áo nos trazem a casa us prementes pi*ejuizo8 : lem-
« brai-vos quo tios rorapos pasmados mala râo ofl vossíjs defunto^J
€ avô«» mataráo uiais milU.iros dtillea fw^r todas aa partes som
€ reaervar aa Innoceaie» criaturas. » Seohor Qiima, aqut nao
concoivLa o texiio oom ã gíosa, O indio, aue oa poema se in-
troduz fallanan, queixa-sií das raaruin ivurna comfueUidaâ peioa
liospauboes no:í shus avóiá, e a uoti i\,s attribuQ aos purt!íf<uezes.
Qtio disparato ! Imputar a mesma couaa 00 vereto a iiu!^ e oa
prosii a outros, Coborencia, sonhíjr O ama ; mas para ag^tiardar
Deste pa^so havia de advertir que aa ioátrucções que lôo aa
reiaçãú abreviadi dadas pelos jesuítas hespaDhóos« furam ÍH*
vontad is pelo Sr. Carvalho ; e senào diga-nje, como podllwj
oqupllospadi es animar aos índios eoutra os portiiguezaa, lem-
braodo-ihtia (jue oUes tinUao morto seus aTÔs, sem pet doarem
aihaa os iimocente:*. sabi^n Jo os índios muito bem que o« portit-
iíuozes nunca ijríháo ido as suas terras, ■jeuao tgora, e os ma-
tadores ti n hão sido os bespanhués (
Além de gue p:jira oa ia lios estarem irritados aiisim contra
0^ hesp tnhoes como contra o:* pi>rtuguezf« nào eráo octM^ssaria*
inst uc<;òes ftJhoia^s. nom traznr-lhes a memoria us tempos pas-
sadoá, bastítva-lhos e sobejava* lhes essperiencia própria de
grao-e birb ir idade, que cora eílos se usava no tempo presente :
ol»rigaDdO'Oâ asaliirdas sua.s terras, com perua de seus bâos, e
tJimbem úA Vida do muitos velhos e ionocentes, nào lhes que-
rendo dar terapo para irem primeira eseolher us sítios, fazer as
eboupanaa e preparar o.> campus, que havi&o de culiivar, e de
CQjOe íhiçtos se havião do sustentar. Unoravíio elles pur ven-
tura a tyraoniji» que 09 pori^uj^uezes exercitarão degoUndo
trinta e nove na viagem do Rio Pardo pura o Hio Granda f Ou
tami»ern a oarniâclna, que um capitâ.o amti^o muito famihar do
aeuhor sove r nadar M^ndonç.a, fez naá partes do Rio Negro,
investindo a mil e duzentos miios quo eni^ontrou nos manos,
os quaes não iho om^iarn^avão o paí^so^ nem fazíão alguma re-
tis^onoia, inas só porque oe viu juuti^s e armadi^s de suas fiexas
foi sobre ejles, matando a mtiitos o UiOitendo aos outroa em tio
precipitada fugiaa. que qu^^rondo salvar &s vidas & nado 80 afo-
gara <« tudos uu itio-vrao TiO i
Deixo outras nào menores cruel lades, do que os Índios
tinliâo noticia e vi^w oom os seus qUio^í, polaa quaes podiào
juaiatuonte e»tar irriudua coui.r.4 os portuguezes, sem que
foiaem naceasarias para isto as flnifidíu insmicçõcs dos josuitas
lioapauhoea.
C«iilliitia-M A flioftr^r &
(ím ftUogftdftt
Ka p«igina. . . introduzmdu no yerk^o a faUar um Índio cha*
ma<la Cacambú em nome áoú maia, que vinhào oom elle buscar
128
HEVJSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O general portuguez, coramentaa^ palavras : buscar^tc venho^
esti nota : — < tiiihão positiva ordem dos padrea para o uão
< fAzer 1*» Senlior Gama que os poetas fl jâo» oti miQtáo, paaiso;
porque tem liceoçaparao fazer,
Pictoribits atqite poeiis ;
Quidlibel attdendi seutper fuit ae^ua potestas (16) mas OS
hUturiadurcjs devem sotiipre fallar verdade ; de oulra sorte,
quem lia via de dar credito a tau ta multidão do factos, de qiio
çst-io cheíi»^ ún livros, e estimai' ou volumes de tautoâ historia-
dores, de que estão repletas as livrarias.
Kallemos claro, que a vinda do iodio Cacambo e a sua
ai locução ao gnneral poriu^'uez &oja uma cousa floífida, todos o
crcm ; assim porque estii oin viirso, no qual seadmittom «ates,
esemelhaates enlliusiasmos dos poetas, como tão bem porqno
uâo ú crível, qtie os iodioã «'Staudo tão a^grarados dos por tu -
guGzefl» livre, esponianeameate viessem a sua presença ; mas
que viesaera tendo pj^ohibição dos padres pjra eirem, como diz
na sua nota, lie uma solomne mofiUra, míiuiteiitii por dous prin-
cípios : primeiro, porquo nao orão os iodias tão tolos, que
vies^sem por sua vontade ii motter-tio aa boi:ft dos lobos» quaes
julgavão os portugdozes : segundo, porque supposta a tau do*
cantoila cega obedÍGncia, quo os indloá liuhao os jesuítas, não
liavjáj de dar um passo contra as suas ordens, nem contra vir
a sua prohibíçâõ.
Na mesma pa^iuíi,. . diz que os iodio-^ caractOFisavão os
eui'opêos com estas palavras .os qoe nos aborrecem. Eu «âosei
m isto é vei-dade : mas. se o he, sei de certo, que com razão o
podíão dizer \ porque qualquer homem, que for imparcial,
atteodendo as iiijuriad, que os europeos Ibes dizião, o a lyrauoia
com que os trataváo em toda a parte, julgará que por aquclles
termo:i so explica vao bem, e que por noohuDs outrus os dirtui-
riio melhor. Era vulgar entre os portuguezes oate provérbio.
< O índio tudo faz e nada se lhe agradece > por isso ^erviudo-
Be deiles nos miuisterios mais trabalhosos, era de ordinário o
pagamao lo pouco, o as vozoh muiuis as pauc^ulas.
Nãosomeote os eurt^tpi^os mais vis» <>s criminosos, os ilester-
radoâ e marcados, ma^s aíada os mesmos negros escravos
os despreauvâo, e tratavftu como brutos. E não ti n hão rasio
índios para asaim caraciere sarem os europeoi í
Continua na mesma uuta o senhor Gama a expior o dito
dos Índios : — t Quando nos pertnndâo Tallar (os europeos) ha-
vemos do escusar a sua oouversavão, fugindo muiio da doa
bespATihoea, e muito mais dos pottuguezea. . . Se acaso nos qui-
serem fallar. hâo ser cinco hespauhoe^ e nada mais ; e não
sejão portuguezes ; porque se viessem alguns doa portuguezes,
não lhes h'i de ir bem. O padre, que he dus iodíos, ^^ sabe a sua
liogua, hado ser o que sirva de íni.eiprete, e eu tão se fará.
tudo como Deua manda ; e seoáo irão as cousas por oode o
dtahoquizer. > Assim o diz o senhor Qama tiuslidando âel-
mente a«i instf ucçOes, que tichou na r^ laçilo abreviads flugidas
por Carvalho» para com ellas iofitmar os jesuiias*
í
REFUTAÇÕES As CALUI^fmAB
129
Mas qu6 bomâra ba de jiiiso, que dos mesmos termos, com
que ellas aqui estão descri ptas, oão conheça quB não são nom
podem ser conceltios, qoe dessem aos índios o;í raiásionarios
S60S directoras, maa seotimeatoa próprios dos mesmus iodics, ou
dos seus caciquea. fandados na longa experiência da crueldade e
alelvosia» cora qoe os tratavão os hespanhoes, e peior aioda os
portyg:ue2e8, como testifica o Sr. Zeballes, aa carui qiio acima
copiei. Se o senbop Gama oâo chegou a conhecer esta verdade*
pouco discernimento tem ; pouco juizo mostra. Aqui porem de
passag^^m quízera fazer -lhe uma pergunta, e ho, se os Índios,
como diz na sua nota, queriao que o padre (que era o seu pa-
rocho) servisse de interprete, « quandu fali assem com os eu-
ropêos >, como pode fkllar com o^ ditos índios no Rio do Ja-
neiro, e saber dellesas noticias, que depois espíilhuu eni íioma ?
Em tão pouco teini'0 aprenderão ollea a lingua portugrteza, quo
lhes não Ibi oecess irio interprete para se poderem explicar, e
fazerem-sa eati^ndt^r / aht como O certo o axioma^ que diz r
Mendaccf^t oporíei ãsie môitiorem , Na mesma pag»,. as palavras
do pooma tanto espero de ti, que siippõinu ditas pelo indio, ajunta
est t nota : — < não queremos ir» aonde vós eâtai« ; porque não
temos confíaoça de vós outros, citando a relação ahrerinda, das
quaas tiriiU o grande crime deste dito ; mas não se percebendo
em queelle consiste ; nom o que quer dizer, serA neceiísario
commentar o mesmo commentOiO por outra nota, que melhor
expliiiuoesta» para m lhe dar resposta. Entretanto vejamos, se
falia mais claro oa pagina. , .
Aqui diz « que o» padres faziáo crer aos Índios, quo os
< portu^íuozes erãogentosem lei, que adora vào o ouro» . Senhor
Gama, também para os iQdios julgarem isto não era necessária
fé, bastava ter ulbos : não erao nocessarias as persuasões doa
j<?8uítaa, bastava- lhes a experÍLTicia própria. K §enào diga-me ;
08 Índios não estavao vendo, o ohí^ervando ena l^dos os encon-
tros, que tinhão com ua portuguezes, que a maior parte delles
vlvião naquellas partes esquecidos de Deoâ, e da obrigação, quo
tlohão de guardar os seus divinos precoit^os ; applicados unic^-
monte aos sons lucros e iotoresses ; procuraado ajuntar rique-
zas por todos os moilos emaoeiras ; som att^eoder as mais das
vezes a que orno i Ilícitos e injustos os meios, de que para isso
usavâOt carao v. g. en^íanar os índios nos c m tractos, não lhes
pagar uala, ou muita pouco pelos serviços, que llias Ikzião,
roubar-lhes as suas pobres alfaias, e assim outra^i insoioficias,
que por modcstia omitto ? todas estas cou.^as arfío diaraeiral-
mente oppostaa as instrucçôes verdadeiras, e não fingidas, quo
os jesuítas seos directores Ibeíí davao nas aldéas ; nafi doutri-
nas e praticas, que lhe.< faziãu ; e sendo assim, sem que os
missionários lh'õ dissessem, podiao ellos jul;?ar, que <s por tu*
gUiizes crão homens sâm lei^ e que adútat>ão o ouiu. Ah ! prou-
vera a DljOS. que os índios íimericanos não tivessem tanta
razão, e Mandamento parv assim o julgar I míis vajuos adiau^ ;
em toda a parto reina a robiva do diniioiro \ em to<las as nações
obriga a commctter graades maldades a fome do ouro ; e para
S31-0 Tomo lxvhi, p. u
i:iO
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
nào irmos mais looge, di^a-nos, senbor Garaai qual M a cauaa
irapulsiva, quo o moveu a escrever em verso o em pro8;.i esio
libello iofamaturio ? A eat^impiír tantas falumnias, com que se
desaoi^editou a sU querendo desítcreditar aqyella m^sma reli-
gião^ qud por caridade o recabou no aeu gr^tinio* e mUe o sus-
teutuu por trea ao nos, e que ainda depois de a deixar, faltando
ao voto que fez a Heoa da perseve ar oella att' a morte?
Qual íbi» torno a dizer, a causa, que o moveu a ^ahir nestes
excessos tio máos e escandalosos, contrários a lei de Oeos e
tamt>em a té, que devia aos homens í Nâo foi a cobiça ao di-
Dheiro, a fome do ouro e a esperança do premio, que lhe havia
do dar o senhor Carvallio por infamar neâta soa obra aos Jesuí-
tas ? He certo, que sim. Pois assim como, at&endeudo só a estes
factoâ, sem alguma outra suggestâo alh(3ii, se pode ailirmar de
Toaaa- mercê que he homem sem fei, e que o ouro é s6 o Deos
que adora: asaim também os indio,s da Americíi, sem que os je-
auitas 03 persuíwiiSiíem» a vista do mal, que obravâo os portu-
guezej, podião crer, que era gente sem tei^ & que ffdorava o
ourot
Paisemos a pagiirn. . . aonde esto escrivão aparou a penoa,
pai'a lançar em uma noiuu estes renglones. « As suas riouezaa
« erão immeosas ^ ( falia dos jesuitas que »ào o muttum ao seu
thoma) — « aa suas casas e os seus templos erao magnifico:*
€ fora do quanto sr*- pode imaginar ua Europa ; mcsrao no Rio
« de Janeiro ( melhor di^sr^ra, uo mesmo Rio do Janeiro) tinliào
< 08 padres entre outras imniensas terras, & fazenda de Santa
< Cruz tao grande, que oenhuina daquellas opuLentÍASimas fa-
€ milms se achou até hoje com fimdo para eompral-a* Tinhâo
« só neala mais do mli escraTOs ; o ^ado era sem numero. Gom
€ tudo lato, lie cousa certa, que se lhes nâo acliou dinheiro do
c oonsideração no seu sequestro. . . . poucos díiui depois de par-
« tirem daquelle posto, se api*esentou ao cunde de Boijadela
< um leigo pedreiru, dizendo, que vinha descobrir o luga ■,
€ ftonde por ordem dos padios tínlui. escondido o dintieir'». Goni
« eífditojâ se uào achou mais que o lugar nos aiict^rces da
€ igreja nova. Elles assim que virão, que despiâo a roupeta,
< âzerão^lhe uma ligeireza das suas »•
VârÍM e3t«gi»rao5M do po«U eonvtneldils de fftltM.
VâDioá dfi Vagar que ao não pode i^esponder a tanta cousa
junta. «^ Aa suas riquezas ei-âi inamenaos». Que exagex*açãG I
Nào sáo immeasai as riquezas de quant >s monarohas ha no
mundo^ nem todas as que eeiào nas entr.iuhas da terra e no
fiUido do mar, o erao línmensaa as ilos jesuítas í Que exagera-
ção ! QQ0 hyperbole I Ma^ osu*a i^rào os uuuhoh também do
Seabor CipralJbo sompro quo fallava destoi religiosos, lêa-io
REPITTAÇOKS AS CALU^t^•IA^
13i
íio pr"ncipio atô o fíra a rolação ahieciada, a carta regia o as
ioíítru clivas, que mandou a Roma ao mioistro pleeipotenciario
o senhor Almada, seu parente, a sentença doa rèos do fingido
attentarjo contra o sonUor rei D. Joáé I, na qual a tovt^ e a di-
reito, sem provas » sora exaino, sera processo e sem alguma
legalidade declarou íambem curapliccs aos jesaitas, Lt^a se o
decreto do extermínio e doanaturalisaçao destes religiosos.
LeEo-se..., mas para qtie me canço se aãj inoiímeraveís od
escriptos. qae estampou este ftirioso hometn, e publicou cootra
a companhia ; mas em tõdo3 elíes os termos cora que falia, sâo
tâo exagerativo>í e hiperbólicos, que basta ouvil-oa para os
Julgar indignos úe fé, o só merecedores de desprezo. Este estylo
du auu Mecenas quiz imitar aqui o nos-ío poeta, chamando < im-
< men.saa as riquezas dos jesuítas >, quanlo se sabe, que apeoas
podião supprír aa ^Tundos despezas, que razíão dos transporto.^,
e malolotagons dos sujeitos que da Europa hião pura a America»
ou na America se mudavílo de umad partos pai*a as outras
asa az d is tu a tes e remotas.
Alem de que, dado, o iiào concedido, que esta religião
excedesse as mais nas rendas o bons que possuía, oem por isso
este excesso lhe era supenluo, antes indispensavelmento uoces-
f^irio para acudjr no tempo da saúdo e da infermidade aos sous
rolidosos, com o que lhes Tos^e necosiíario; principaloionto náo
acõitanJo cila dotos, nem ostipendío pelas missas, -sermões, ou
al^um outro dos seus ministérios, cooío praticao outras sagra-
das religiões. Tudo isto não ignorava o senhor Gaum, nem disto
80 podia esquecer, tendo experimentado pouco tempo aates a
caridade, que com elle usou a companhia, recobendo-o som
dote, c siicrificando-se as despezas do o manter e sustentar por
toda a vida, se oella perseverasse, mas por íSíío mesmo sobe do
pnnio a malicie, com que ehania « immenaaa tis riquezas dos
<t jesuitiis c, sabendo, que apemis choí^avão para os gaatoa neces-
sários» que com eile^se lazião. Quero por outro principio refu-
tai* esta calumiiia, tâo autigacomo é a mesma companhia. Se
evd.0 ifum^jnsas as riqueza,^ dos jesuítas na Arnerica aonde estão
hoje 0 aoode se conservão í Elloa nào as trouxerão com sigo
para a Europa» porque depois do vistos e revistos cora a raaior
Gx acção todos os sous cubículos, e bahds es l^u adicto ha dos todos
os lugares subterrâneos a ainda os tetos las igrejas, despojan-
do-os de tudo, tntjnoa de aigumas poucas o pobres alfaiusdo
seu uso os obrigarão a sahir dos coilegios, mettur nas embarca-
ções*
Vi^rão por ventura para ílespanha ou para Portuíral eslm
riquesiu itt nurtms f mas se vierao como depois do virem se achou
Hespaoha tão faltado dinheiro, que era lugar deste começou a
u ar de coduliis :' E como Portugal r^^quorendo-lhe os ex-je-suitas
seus súbditos que se lhes augmeute a tenmssima pensdo, que
tem, Ihea responde, que uâo abrangem a mais as renias que
possuiUo ? Aqui é necessiriõ confessar, que ou as riquezas oàu
orâo imnièfisas. ou se o erào* por arte do demónio se sumirão
c desapparecerao.
ia2
REVISTA DO ÍNSTITUTO HISTÓRICO
Prosigamoa a ouvir esta nota, tão cUoia lie eacai^ecimeutas ;
€ as suas casas, e os 8bu^ templos ma^alQcos. fora de quanto
<( se pode imagiaar na Europa >, Forte ^or^ohçiida ! Eu sempre
cuidei que sô das cousas do céo se p>dta diz»r com verásLâe,
?[ue erão superiores a quanto se poliâo imaginar na terra, con-
arme o tostomuaho de S. Paulo (11) Xec óculos ridit, nec tutrii
audiritf negue ir cor hominis asçendit, qwx p»*ae paravit Deusdi-
ligentibus se. Mas que esta prerogativa Lao ãíugular pertença
também as casas e templos dos jesuir^s americanos* é para mim
e para todos cousa Dova, Senhor Gama diga-nos por caridade,
em que consistia a m i^ni licencia as casas dos jesuJta^ da Ame-
rica, supposto serem taes < que excedem e passão muito alem
« de quanto se podo ima;çÍQar na Europa ? > Bráo acaso forma-
dascomfllguma mais particular at-chttet"*'^ ? Erao por vcotura
fabricad.i^ de áoo mannore i Tinliao portas de páo ébano e as
fecliaduras de bronze dourado f Consta vâo de grandes salaí^,
umas em quo í^e representavau comediEis o outras em que se
eshibi^isem dauç is / Tinbào os pt^irticos de columua^ de extre-
mada grandeza, ou Jar<liiii de llores deliciosas f Se tudo isto
tiressem. isto o ainda muito mais se podia imaginar na Europa,
supposta a ríque^i, que alj^ans íingem haver oa America ; ma^
u caso Vt que de nada disto constai ao as casas e oollegios dos
jesuitas uaqueiiaa panos, Erào olles íeitos de ]»edrae oal, e isso
muito máo; erão divididos em cubiculos propor ciou ados no du-
luero dos religiosos, que nellos haviáode habitar. Se algum
tiuba dous andardSterá porque um tô não bastava para atoom*
modar a todus, o nâj porque ellos fossem suporíluos. Tinbão
uma liTraria. um refeitório» uma díspeuíia, uma cosinlia, tudo
necessário para a commod idade, noida pomp >9o para ostentação ;
o paru di2er tudo em pouco, erão os seuâ coUegius^ e casas como
erão as casas o conventos do3 mais religiosos, o em algumas
partes mais inferiores que os delles. Ora sendo isto verdade
como é, aonde ost4 aqui a g.*aud@za? aonde a magniôoenoia»
qtia exceda e passe alem do quanto < se polo imaginar na Eu-
€ ropa?» Senhor Gama, ec^n-las mas blandas, se quer que o
acreditem, nem presuma enganar o publico, com e^as suaa
exagerações.
DoH collegioâ passemos aos templos, dos quaos também diz
que erao mngnifiros. Oxalá quoaaíiira fossem; poríjiio só ass'm
corpospondonao de algum i a-jrte a suprema e infinita majestade,
que neUe!i aási8r,e ; mas com grande p^-oa e pozar dos jesuitas
não passa vão de decentes, o de estarem compostos, com tolo
aquelio ornato, a que p>díão chegar as suas posses* Diss:^ com
grpíidô pena e pezar dos jesuitíis: porque d enojar ião estes p.tdros
Quo todas aa suas igrejas igualag^em oa miigniticeocia ao temido
do Salomão; para que da grandeza da casa se conheoesse a de
Deirs, que é o seu h?ibrtador. E que sendo neste ponto talves
mais louváveis que outros rtdi^^iosus, o® jesuítas os queira vi-
tuperar o senhor Gama, ou é excesso de malignidade ou multa
fhitã de fé,
Doi templos passai as fazendas, dizendo que no Rio de Ja-
nEFFTAãjEB AS CALUMVIAS
133
neiro tiQhão oa Jcstiitas enti^e outras imtttensas terras ( aqui
torna a appliear as terras a byperhole dí^ i7nmen$as, cora qm^
exaí^era as riqiicza^í ) — < tinliàí^ diz, a íazenrJa <i© Santa Cniz
€ tao grafMlí\ qui^ oenhiirans tlaqaollas apiiU^ntissimaa fimilias
< 80 achou até hoje cora fondo pnro t -o raptai- a >. Muito pobres
faz aqui o autor daa notas os ni^uociactetí do Rio de Janoito,
poia nenhum delles se íi?!iou coni cabedal para comprar umn
fazeoda» que certo bem feitor, quô nào era doíi mais ricoíí, doou
a companhia, reservando para si a maior e melhor parte» e
dandu a menor e que monos valia aos jesuítas. Deáta diviálo
maoifestami^nte se yi\ que não podia ser tao grande, que ne-
nhuma daf|uelias opi^ienlissiutõsfamUias se alrevessi^ d campral^a.
Se quando eJla se pDZ na praça ninguém a quiz arrematar, não
foi porque nao tuda^gcm : foi porque stindo bens ecclesiasticos,
connsc-ados a relí^iosjs inuocentos e som licença do Papa, te-
merão qtic passa-lo algum tempo lhes fosí^e tirad i, e flcaasena
perdendo a fazenda e o seu dinhoiro, que tivessem dado por
ella. Eis aqui porque ;e nào vendou ; por parecer injusta a
V enda» e perigo7,a a compra : e para llio nâo aucceder o naesmo
que no Maranhão e Pará suci^edeu aua que linhão comprado
em praça publica os indiíis a fazenda nal, que publicando o
a<ioíior ^^endoDQa a lei das alfi>rria« ficarão os donos perdendo
os índios e o dinheiro, 17 ue linham dado por elJes, o qual por
mais feupplicas o instancias que se ílzerâo. nunca se lho re8-
tituio : vamníí adiante. Tinhani cuiitinua o autor das notas ít^'
nest/f fasênda mais de mil escravas ; o gado era sctn ntmicro.
Menos lobos, compadre, diz um a certo mentiroífo, que encarecia
a multidão daquelles ao i mães, Asaim di^o eu agora ao se-
nhor íJama ; purquo nem os escruTíos crõo mais de mil, nem
o gado st.'ta numvn}. Mas ainda que assino fosse, cangaria ad-
iBiraçáo rj a Europa a quem fusso ignonnte do que passa na
America. No Brazil aonde todos os escravos são neí^roB, o não
índios, elles us que unicamente iíorvem nos trabalhos de maior
peào e fadiga, dospresando-so ali oh humens brancori i!e exer-
citar qualquer oíflcio iaixo e laborioso. D'aqui vera, que quem
quer cavar ouro, fazer assucar, e abrir roças, cultivar terras,
e edificar casas devo comprar neirros, sustental-os applical-os
aos serviços que necessita* Ora. estes negroíí casando o fendo
filhos dentro do muitos annus necessária jncn to multiplicào de
sorte, que ptídem formar uraa nunierosa |ji>voaçáo ; parque
ainda qno muitos morrão, seaipro sào mais os qun nascem.
Isto que praticãó no Braz ti todas as pessoai* que possuem
torra^i ou sojôo religiosas ou seculares, ílzorâo também os
jo&uif.is logo que ali entrarão, para terem qtK? os servisaera em
casão lora do casa, nos cullegioa é nas fazendas ; donde se sofíuio
í'm primeiro logar, q^ie os escravos, que presentemente tinhao
ou fossem poucoíí, ou fossom muitoSt ou pas-íassem de nul, ou
nao p i?-sa??>era, nem todua erão corap "ad^^s ; para o que sona ne-
cessária uma gfande ^orama áe inheiro ; erão nascidos e decen-
dentes dos primeiros, que mulii|dicando cjida anuo, como acima
dlisem^^s, viorão a faí?or tão grande numoroi quo julgou o se-
VH
HEVISIA ÍM INSTlTlITií UrsTOHIQj
Dhor Gíima. quo só n'( fa.enda de Santa Crus passavão de ?/íi/, os
que Unhão os jesuítas, Dàu sendo certamente tantoa, antes muito
menos. Por e«ta razão não só a compãohia, senão tambom as
uvús religiões, o pcãâois sooularas» que tinhão alguma cousa de
SGU, abun iavâo de escravos ; sem que a sua rauUiilâo causasác
maraviltia, por ser causa commnm e ordiaaria no Brazil. Em
secando lugíir seguia se, que a propjr<íão do numero dos escravos
crescião as despezas, que com etles fazião em os sustentar e
vesLir : de sort-e que uma granle parte do íraballio, em que se
occupavãg, cedia em utiUdad+í sua própria, e não tJoi josuiUí ;
porque da cultura doa terrouos sabia u SLiãtentu, não só para 08
quo aolles 1 1101111 ivâo, senão tamíítjm pan os eafermos. para 03
iQvaíidoá, para as mulheres e alhos de miin^r idade. Vi\ senhor
Gama, cornuda inuUidâo doa escravos senão arguo, nem prova
a itínttcnsidfuiú dãi í'iqtiei'is'i Ve como podem est^kS ser poucriâ,
sondo oa encravos muitos ?
Pois o mesmo digo da mui ti Ião do gado*
Este vale tão pouco no BraiiL queo maior e o melhor boi
não cu:âta mais do um mil e quatru centos dondi vem que
síindo 03 couros d i juelle^ atiiíuaes um » ixiMiidG porção dos lifMíS
daquôlla terra, é uejossario ler tiuiiiios para rdcebar dei lai
aljtítíra lucro oonsidoravid. Accrestii so, que sendo a cirno o
su.stfinto ordinário <loi reli^Mcsos e escravos ao jantar o a
noite, lie necessário matir cada dt i eioíx» a seis bois, além
dn outros muit<»8 para jírovinunto ♦U rurno se-ca, s^iisteofo
ordinário naqnellas partei da escravatura, quando triiHalhã<T,
00 andio em vútgeai ; o por \^tõ toda aqunlla mukiOào di5 g^ado,
que o senhor f;ama chama innumoravel, apenai ora sulUcu^nto
assim para o consumo, que dulle se fazia com os religio^íus no.
collcgios, como para o sustento doá esiMavos nas fazendas. Eis
aqui como também da i^^ranile qnaniidih! yUi bois o vaccks, que
tinhão os Jeauitas seuào infere, uem prova serem as sitas rique-
zas immettSQS,
Aaaira cuidava o senhor Carvalho, Mocona* de^t»* poeta,
chegando a diíer, das riquezas dos jesuitaw porlugnezeâ m po-
der iâo fazer ile prata tuda^ a^ ruaá o calçarias de Lisboa : mal
eDganoa*»e ; porque f<íi to o sequestro em logar de dioheirtí,
achou dividas. Aqui tal voa dirá o senhor Gama, que o iiriàe
escondido como íizorão os do Rio de Janeiro, manflanJo-o
oocuUar por um lei^^o nos alicerces da sua igreja novi, mas e^u
tal infelicidade do ditj leí/u, que deixando a religião, e indo
dar conta ao senhor c<3nde de Bobadela do deposito, elle senão
achau j por uma dtu suns cosfumaias [igeirezut que aqui fiierão as
j9suHas, indo tirar o dinheiro, logo qiia virão o leigo sem luibito
ruligioso. Tanto diz nesta sua nota. Ora eu uáo quero negar
esco facto (aíodiL que podiu negari nao «abendo de certo, Sd ô
falso ou verdadeiro ; dis:io ainda que podia, poi^que ello mo
parecQ semelhante a muitos aaquelios casos, que tingirão os
emulos e inunigos de$te!^ padres para us metterem em rediculo ;
nâo podendo aoiD^er que todos, grandes, pequenos, nobres o
pleb tus, príncipes e vaasalog os appiaudissem e estlm^iAâem
fiHFÍTTACfiES As CAMT\íNIAS
135
como ellea na verdade merecião. e alétn disto eu Dão posso per-
suadir-mo quo Oí» jesiiitas lanseia tào pouco advertidos» e acaute-
ladoa que tia^aem aiuoUo segredo do um leigo do (^ual nào
estivessem seguros, que havia de conservar a ruuneta, e t>or-
severar na relig-iãin. Tarab«m não po su crer, que ò leigo Ibsae
tâo bardo, que pudendo occultamento, eamáosalvaaprovoitar-s©
Aq todo deposito fosse dar conta delle, expundo sô a não ter outi-o
premiu ou rooom pensa que uma seeca resposta, de tor feito o
que devia. Maa deixando tudo isto, e dando rle barato a ver-
dale do caso, pergunto ao teaUcir Gama se elíe souboííse, quo lho
havjão de ir a casa sequestrar todo^ oe; seuii bons por um ciumo
falso e para o íjuíd do nenhuma sorte tivesse concorrido, não
faria diligencia pur occultar a justiça tudo aqnjllo que pudosse.
a58im de alfaias» como de dinheiro, &ô por ventura o tivesse ?
He certo que aioi . Pois o qutí ello havia de fazer sem escrúpulo,
flzerão o» Jesuítas em hos cunsdincia.
Se um homom ainda ^^endo culpado non tenetur lê tradere^
k fortiori estando innocento nún íeneíur tradere sua. Senhor
Oama, entende e^te latim i Pois se o entende, não vitupere os
jcj^uitas de f^izerem, o que todos íítriào em semelhantes oasus o
ciroumstancias.
Se aeasíí occultaráo o dinheiro, era seu, o não alheio: e se
depois o ttrárào donde o tinhão escondido, não foi ligeireza^ foi
cautela, foi advertência, foi prudente resolução «
Vamos a outi-a nota. Na pagina..* dis asiim : ^cos in-
< dlos e os hoapanhoes fazom do matto o uso que os chincíos
< fazem du seu thé. Este importantíssimo commercio ora tolo d08
« juauitas do Pwraguity. Cultivavào as arvores que da vão a tal
< folha, fabrioavlte-na, e faziâo girar em surrões de pelle, por
« toda America hespanhola. S6 este negocio rendia em cada um
< annomnítus milhões: tudo suor dos misíeraveis indios ».Moha
mentira mais clara e manifesta. Eu para desculpar esttí escri-
vão das notas quero suppur, que sonhava, quando isto escreveu,
porqye estando ac^ràaáo, e em seu juizo perfeito (sa acaso o
ieve algum dia) não podia asseveral-o como certo ; parte por-
que nunca foi ao P»raguay, oom as suas vizinhanças, nem ja-
mais fallou com os jesuítas hespfAUhoes, dos qnaeá pudesse saber
em confldoncia, quanto o nuitto lhe rendia cxd a annu: parte
porque, amda que lá fuase, e se demorasse por alguns annos, não
teria fundamento para aílãrmar o quo diz, como agora mos-
trarei .
Mostra-so falsid;«í!e do iDaportantisiíinO' negocio, «^ao
íusessem on je^aitas do Paragoay com a «rva
cbainada matto,
Naquelles vastos paizes» aonde é licito a Citda um ucctipar o
terreno que quer, e dispor deite como lhe parece, todos 08
13G
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
que fazem nm desta erva a plantão, a cultivao g a preplrão ;
não BÒ para se servir da que lho for necessária, senão também
para vender a superJlua, aoa *\im não querem» ou nao ixKiom
ter o trabalho de a fr, ou mandar colhnr aos raatos, ou plantar
nas suas hortas. D'aqtii vem, qne os hespanhoea e inding a cal-
tivâo com todíi a liberdade, e a vendem sem alguma probítucno,
e não por preço excessivo, mag smi Uraltrido, asâim por não ser
e8t;e necessário, para a vida, c seiíi a qual 30 podo passar ; como
também porque nascendop e produzlndo-Sd em muitos logares,
quanto he raaior a abundância, tanto menor bp o áeu valor,
Aocreacento, que náo sabindo esta folha da America para Europa
nem podendo na mesma America girar muito pela diíTlcultos a-
sima comraunicação do umas partes com outras, attendiveis
nao só as d i st anciãs, mas os d e/e r tos que a a dividem não pôde
ser o commercio grande e o lucrí* muito.
SuppoBta t)sta verdíulo manifesta e notória a todas as pes-
soaj! quo vivem naquellas terras, ou* qun por oUas passarão,
duas consequências âe deduziam» ambas in negáveis, mas ambas
oppostas ao que diz aqui o Nr. Gama, A primeira consoquen*
cia ú não ser esíe importatitissinw commercio Indo dos jêSíntttít,
So 00 Paraguay 6 iivr<í a íitialquer o cultivar, e vender o
matte, como pode ser prioativo dos jesuitnn todo este importantii*
Mimo commercio í Agora digo, que nem todo, nem parte era;
parque quanto vendião, o cultivavâo os índios, que as ta vão naa
aldêas cedia em utilidade sua, a não dos missionários, os quaes
tão longo estavao de se aproveitar de alguma com^Vi, que ant(?a
quando brã o mandados de uma parte para outra, o que era fre-
quento, sahiau como entra vão, isto híi, com aquello pouio, e insi-
gaiflcante, que L*ra do seu próprio uso, sem levarem corasigo
nem ainda a mioimm cousa da missão, da qual nao deáfrntavão
maiií quo o raiieravel sustento, e as vezes Dem o pobre vestuá-
rio: sendo necessário, que para este contribuíssem os collo;:io3.
Disse acima, que cedia em utilidade dos Índios, porque o rendi-
mento pouco ou muito que se tirava das aldeãs, todo se con-
vertia e empregava em bem di s mesmos índios, e das suas po-
voações, dtís seus temidos, nas í»oticas, e uas provi. soes publicas,
e particulares. Nisto e nào em beneficio particular dos missio-
nários, è qua se convertia o suor dos Índios, a quem chama wií-
f^TíTum o Senhor Gama, mas s? o erão, orâo ixir natureza, con-
dição *la pátria, e não pelo mao. e tyrannico governo e trata*
mento, que com elles usassem o« jesuítas. Lea-sc o Muratori no
seu ciiristianií^mo feliz. Leàú-st^ as curtas da tantos bispos, e go-
Teruadores zelosos, e imparoiaea: Ifiâose tantos decretos, dos
genliorc s reis de Hespanha, e ahi se achará, louvado o desicitrv
roise, e oamt>em a caridade^ com a qual os ílltios da companíiia
de Jesus díriíiíão uaquellas regiijea os indios amerieanOM,
RF.FUTAÇÒRS ÁS ( .:VL!.'M>Í1AS
137
Xàu posso ea aqui allegap tod 19 os documentos, o testomu-
uhos irrefraíraveis, o certios que provao a Yerdado, com quo
falia, por nrio lazor raaia cxteos.i o líiâtidíosa esU escripiura.
Coatento-mo cum o produzir una só. que valle par todos, o qiie
por mais larga qu 1 tenha a bocca» (* comprida a liu^ua do
spulior Gama, o fará iraraudecer, E' este um dicroto do senhor
rei Phelippe V, que nRo rei lOu dos ;3eculo8 pasmados, mais nog
nossos dias; 0 qual jtistiljcando o.-? jeáuitaa da Amorica, dolnta-
do8 fíilisamente dan mesmas calumtUí^s, com as quaes noviimento
os pretcíidfi infamar osto poeta, diz assim fíillaado do ponto -1
í-ra f]ue ae trata soa admiuistraçiio daqueile» povoa cedia om utí-
lidade dos missionários, como eni^ accusadus. — < Consta (ííoo a^
« palavras daquclbí ^raado inonarcha) (IKj por informações que
* se tiràrày, de oiiu-os doeumoutos consornenlea a mia matéria
« eomo suppusta a in^íapãcidada e frouxidàj daquelles indioa na
< ailmmistraí; 10, o raantíjos dos seus beos, so as^igua a cada um
« porção de terreno em que tralialhem, para que do fs ucto dellfí
« posaa manter asna femilia o romaaimt.o poia que o commum
« soraoia de íírào, o outros #; ^neros coraostiveia, so ontroga a
< outros in tio-? com dirocçào d..>s missionários , Q mosrao se faz
< da erva (chamada Paraíítiay ou matte) e do gado. O producto
« deataa cousas ííg aivide em tros partes a P he (>ara pagar o tri-
« buto ao meu régio fjrario; du qual trilmío st^ lira côngrua, cora
« que se Bustoniiio ua rnií^sionudo*; a 2" sorve para o^ ornamentos
<í c manuteiiçíVo daa ií^rejas ; a 3** para manter do sustonto, e voi-
« tido as viuvas, es orphàoa, os eofonnos, e oatropeados t^ acudii*
« a qualquer necessidade occurvenk!. , . Dosta administração sa
< toma uma exactíssima conta aus indíu^, que aãu os mordomost
« 08 coraputiatas, og Assines eas guardas dos armazena ; o doatos
« livros se vem eiu conhecimento tia receita e despem que sa f^iz
« om cada uma das povoaçôe^í. . . li tudo istoso pratica ^con ti nua
« a dizer o raoamo rei no decroto) com tanta exacção, ainda pop
< motivo de satiaíazer ao preceito que aob graves ptinas tem
« aquolies rai^sionirios do seu geral para nào se aproveitarem de
€ cnusa alguma, que pertença aos Índios, nem pop via de esmola,
< ompreátum», <in qualquer tiluio ; © assim o testifica o bispo quo
« foi de Buenos Ayres Fr. Pi^dro Fujcardo. , , . protestando, não
« ter visto Pm tua vida causa nsais bem regalada, do quo são
« aqurdlas povoações, nem dcsinteresae semelhante àquolle doa
€ padres jesuítas ; poiá nem para sustentar -se e vehtj_r-se se
€ vaiem de cooaa alguma dori índios. Cora eala informação (pro-
€ segue o meamo monaruha no aeu decreto) do bispo Faiardo
4 concordara outras noticias, nào monos fieis ; osptícialmentn
€ as que mandou o R. Hispo actual de Buenos- Ayres, Frei
< José Peralta, da ordem de S, Domiiigts, em cana de 8 de
< Janeiro de 1713 ; na qual louva o bem que estão educados
€ ^ instruídos aquelles indioa, assim no quo respeita a reli-
« gião, como no meu real serviço, e governo temporal dos
1H8
UEViSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
< msiiTnosde tal sorte, qu© accrescenta, ter sentido pena o das-
« prazor ao partir daquellas povoações.» At<5 aqui o catbolico
rei Phelippe V.
Mas para que hei de ir buscar doeu meu los, e teste munhoA
albolos e antigos, ainda quo de tanta autoridade, quando os
temos nacionaefs dentro do reino, mnis ÍVescos^ Oução^se e
examineníi-so muitos militares, que ainda iioje vivem e habitao
era Lisboa, os ntiaes furam as missões do Para^uay e Uraguay
em curopaniiu do conde do Bobadela, empregados na expediçla
do demarcar oa limites, © dirno que lendo este poeta satyrico
paámarãu de Uaver um hu7tiem, que com tanta franqueza e tão
pouca verdade, so atrevesse a eetampar entre outras muitas
esta Impostura táo clara, eâta calamnía tio manifestH, tenda
elles visto com sous olhos, o como se costuma dizer, toeadtj com
aa suas mâu^, o uso quo se fazia do trabalho dos iud^os na^
aldé&s da America bespaQhola. em que resíiião os jesuítas.
Ali, diz<3m elkvs, que virâu conâerv.^ tórios para se iiistrairem,
e industriarem donztílías; recolfumoatos para viuvas pobres e
desamparadíis ; casa de eorrecçáo para os criminogog ; semi-
nários para educar meninos, não eó nas materiiis á*"* religião,
mag para lhes ensinar a ler, escrever, contar e tamb*:ím a mu-
sica vocal e instnímenial ; fobrlcis, flpíil mente, de tecer, pre-
parar a seda, bordar etc. Sendo todas estas cuusas estabelecidas,
e sustentadas cuni os bens do comnium, ad ai Ini?» trados oom o
ci>nselho u direcção dos paJroa pelos meamos índios pnncipaes;
do sorte que, vivia esta noYíi chHstandade, como a primitiva da
iiíreja ; fazendo*se eollí^ctns pelos di>c.pulot, que aqui ©râo os
mesmos índios de mellior t dento, e distrilniindo<stí aos neces*
sitados (lor ordem úo^ apóstolos, cujos imitadores erão os je*
suiias. Diga agoia o Sr, íiama, ou faça »tizer ao lodio, que
introduz nos sous versus a falar, que it>áa a riçueza, que cobre
os tempiús dos bemditos padres fructo /'tf ff(i ^"^ inÚMitria^
c ff o commercio Ha jolha^ e peiks^ porque os militares por*
tuguezes, quo esúvtiráo no Úraguay e Faraguay o dosmen-
tirào. tosti ficaudõ o ronirarto; o dizondo a boca ch*»ia, quo
quanto ali se vé, ou do ornato dos templos, ou de fundações
nas nldéas, he dos ind ins, que cíípontautíameote concorrião
para todas aquellas tduvns do piedade, do eulio de Deos e
uulidado dos pobres. Ião sautameate estavio educados e
ínsiruidog.
Frosigamcs a ouvir este papagaio, que como avo de arfl*
baçào veio do Brasil a Portugal. Diz elle na pag.. .
< Também nau i^ necessirio ir ao Uraguay. para ter provas
€ do ozcessivo trabalho dos Índios no 8ervi(;o dos padres.
« Kutra a vi lia da Santos e a cidade do S. Paulo, hi uma
€ serra muito Íngreme e dilatada, não se podo subir a caTallo,
4 O conde de btobadola, o mf Jhor cavalleiro do seu tempo,
€ cabio duas vezes ligo a entrada, em cavai los que tiuba
< o.40o)bido para khsj entre muitos; tiidos sobem a pé com o
4 seu cavai lo |>0la mào. Os padres, cumo fasiâo vuto de pobreza.
€ conteotavão-se do a subir, e descer rooostados am redes as
RHFUTAr:ÒE8 As CAl.LMNIA*-
im
costaâ dos niiaeràvds iodiog ; nem jimials pafsíSrilo ali de
< outra ííortc» Esie facto na Europa pareço iacrivel; mas a
a autor o attesta.»
loisptft &Qcu!^iicão i[íifi fftz o Autor áo paeraik ftot
je^intts «m maioria do piobfoza.
Do mi] grandes peccado aeciiaa aqui o sonbor Gama aos
jesuítas, ou paivi malhor dizer, de um grande sacnlegio, feito
contra o voto do pobreza, ura dos troa esseiiciiioa, que coQí>ti-
tuem um homem reliçiosu* Mas aenhor Gama, como minoria
voasa morcè, que 03 jeáíiitaa siibÍ8Som aquella SDfra tão Íngreme
e dilatada, como diz; queda que a aubiasem a cavallo ? Mas se
o senhor conde de Bobadela, sendo o melhor cavalleiro do sen
tempo ^ escolhendo entre muitas^ os cavados melhores para a poder
subir, cahio tfuas vezes logo a entrada, e deu comsigo no cháo,
quaotás ve^ea cahiríno os pobres jesuítas, m nâa teudo eavallúa
que escolher, nem sabendo cavalgar, intentassem subil-a úQma
moílo? c ihiriào a cada pasao; e oào só cahinâo como quebraríao
as píjrnas e a cabota. Diri que a .subissem ;i p<' com o acu
eavikllo pela mâo, como todoá a subirio : aqui mento ; iperdoe-mo
a confiança) porque não a siibiana assim oa bi.spus, o gover-
nadores, (jue erâtj tão bons cavai loiros, como o conde de Boba-
do I a * Mm tos jesui tiiH 8i m , q ae eráo mais m o^;o s o rob u stos,
e por isto mais capazo?í do fizer aquella subida tio íngreme c
dilatada. Mas queria vossa more^^ que timbera assim o flzoâsora
03 provinciaea, visitadun^s e reiLores, homens pela aiaior parto
velhos, e talvez achacados ? Ora é muito querer senhor Gama ;
raai^ carid;».de e menos critica. Nom so pf^rí^uada, quo he, ou
parecerá incrível na Europa, que aquelles jtjumtas, que pela sorv
idade o moléstias, nem a pé, nem a oavallo podiáo subir
aquella serra ta o dilatada e íngreme ^ o ÃzesSem recostados nas
BWiê redt?íí, levados as costas dos ínfjios. Se ern muitas cidades
oiiropéas ae caminha ha muitos tem tios em cadeirinhas coodu-
zilaa em braços de homens, sendo iia eiradas planas, e nada
difflcultos ks, como ha de parecer m crivei, que por uma serra
ififfrefne e dilaiuda^ um, ou outro j^isuita ÚQ poucas forças
e do muitos annos, caminhasse om rodo, qun levassem os
indius as costas? Pois m Americap aoade i&tú tuccedia» ainda
faz moDor espécie, por ser ali mais frequent í o «so das
redes, asaím para andar de dia, como para dormir de noute.
Senhor Gama, pevo-lUe por seu bem, que se quer, que
os leitores lhe dem credito, quand<> não diga couaaa cenas,
as di^^-a ao menos prováveis ; g senáu forem venladeiras,
ao menos verosimeis. Vejamos se o faK aasim nas nelas
seguintes.
lio
REVISTA DO INSTITUTO IM^íTORICO
Na pa^... na t|tjtil v;ii nontioua^du a atlocuçfio du índio
Cacambo ao geoeral poviw/uB'/., trax era vorso estàs palavras ;
Ví^, qiir o tiomc <los rei* nãrt nu*, as^^ntía ;
U lf>u rsta inui l(i)ig^<'; t* nÚR os «nrjliis
N.ií» fi'íiio* oiUro roí iiiai» do f|ui? gs pAdrt^j^:
Pratlcsa folaamentí attribuida aos índios.
Palavras são estas, que o poeta eommeota com esta nota:
estas expressões não são ornato da poesut, lifssov mi realidade
tudo quanto ac faã dizer a «ííif inúio. Que a^te poeta nos vorsos
íingií-so sabir da boca do índio to^la aitiella sua iireng-a com
tirmos íiliivos e arrofí^aiitos» eu Ib'a písrmittiria; sabondo, tjuo
os iiootas assim coaturaio faier, quando Jotrodiizem praticas ona
Sí^molbantos encontros ; mas que ou prúsa di^a, q\*e tudo, o quii
faz diiior ao indio» p<tssou mi realidade, íSíío náo» isso íião Ú\*i*
posso soirrer, íiom desculpar. K dotiando tuilo o mais. mos-
trarei, ser uma solemne raeaLira» que o Caçam bo íUsm^ :
K tiô* os iiitHo-i
Nna t«'iiiii"* ouiro r(»i mnís da «pir os ]kadr<*s:
Todos aouíílles povos rôconhocião por nen monarcha e so-
berano a oírei do tleãpautia, como conáia das meamas in-
«truoç5e^, qtío nauitis V6j(^s cita o seubor í^ama; nns quaes
maia d«dez veaes se introduzem os mdio^ chamando ao rei de
Hespanlia« o nosso bom rei. Atem disto, quando os governadore;!
daquelle estado bí&o as povoações dos índios, não aó os
ca^^uiui^a, mas todos oa outros principaea saliiio com grande
acompanhamento a render-lhes oijediencia. como a pessoa, que
repri^sentáiva a do seu ^oberann. Maisi ainda: os índios pa-
garão tributos aos monarcba^ bespaDÍjoes: li ião sem re-
pUíTnancia a trabalhar nas obras» que por sua i*eal urdem se
faziâo: toraavão as armas para us dfofonder, e estavâc promptos
a expor as vidas e derramar u ^ngue por ellest quando a
necoiisídude o pedís^so, como diz u senhor ZebalL»^ om uma carta,
que jii citei. Ultimamento em uma carta éo senlior roi
IMiolippo V oácripta ao provincial dos jesuitaa no Paraguiiy,
ínctusa em um sim docrf^to pagina.., da odiccào de .Xiípoloâ, no
no anno d© 1771, diz así*iiii aquelle ^^rande raunareba : « Estar
€ juaiiflcjido com mui toa factos veradieos, não Ijaver om alguma
« «ulra parte maior reconhecimento, e subordinação ao meu
« domínio, nom esitar tio bem estiit^elecído o régio padroado, o
"■ a jurisdicçào espiritual o real, como eitÀ nestas povoações »
(governada^ polcs pndres j-^âuitas) « e que consta das continuas
« vÍKttas dos prelados ccoiesias ticos, e dos governadores^ e
« tamlN<m da co^a ot^oiiencia das moamas pavoaçòca as saas-
« ordeuít : motivo porque deterrainarol, que se pa,<so rim do-
« eroto, no qual se notiâcasse ao provincial o meu agradeci -
< mento, o o gosto, quu tenlio do ver dosvariecidas com tantva
4 Ju^tiflciQòe.^ as falí<a3 calumntas, o impostaras do Aldunato,
REFUTAÇÕES AS CALUMNIAS
« e Barra» > (e^itos orão os quo tirthão falsaraeQtíj critiiiQado os
jesuítas do Paraguay) € e da ver tarabeni a cotopaohia erape-
€ nhada em tudo» o que diz respeito ar» sor viço de Deos, e raea,
« o daqtiGUes pobres iadiarius ; e que eipero. que continuarão
€ para o futuro com o mesmo zelo o fervor tia cultura das
« reducções e no cuidadk> dos índios». Ora so todos os i adi os
aldeados na Araeríca hospaoliola reconhocião por seua reis aos
moDajchas catholicos, nâo sò nas palavras, so não tJLmbem nas
obraa ; sg lhes pagavão tributos e rendião obediência com tanta
sabordi nação ; quo afllpma o grande rei, e aenbor Pbelippc V,
não a õxpLírimentar maior em parte alguma dos seos dominioí,
como lie possível que um delles dissesse francamente :
. • . >i<>-> os iadíoá
Não tomioà otilro ivi iijtiis d ti i{\w ou padres.
Seulior Gama, que vossa mercê uos seus ▼er.-sos não lallasse
verdftdo, íijto Ive perraittido aos ptíottis (corau jíl tantas vezes
tonho repetMoi mas que alem de a nâu íUllai' na prosa, fizesse
t unbem nella menttrosj o índio Caçamba» isso é aleivosia,
o que não lie pirmltUdo, nem licito a um histórico.
l^mtiCft do j;«a6ral -^crtugtidE mui coucobídii jkiIu
Xa pag-ina, * . aonde introduz uma pratica do general por-
tuguez aos índios hespanhoes traz estas palavras» que melhor
fora que as não trouxera:
(J rei vosbo pai, quer-voN Telixes
Sois Ih ros. cofiio í*u «ou, »^ sitoh livres,
Nâo niroda iiquj^ em uiitra qualqui^r parle
Mas deveis ou traga r-noB estas tciTiib,
Oh ! que bem arrancada amexíeíraf Oh \ qtie bem deduzida
coD seque o cia !
O rei he vosso pai, que7**iaús f'eli::es, mas pondo^ para aq«í
tudo aqoillo, ora quo consiste a vossa ftilicidade ; as vossas po-
voaçítes, as vossas casas, os vossos campos e hortas, de que
voa sustentaest e tarab^m os vossos grados.
Sois Hpres, como eu sou, e sereis li crés, maLs por força» ou
por vontade : ou queirais, ou não queirais, dovois, e sois obri-
gados a deixar as voisad aldéas cora tudii o que tendes neUas:
aa fabricas, que funlastes, aa obras que fizestes, as igrejas que
erigistes cora tanto trabalho, e gastos.
Não sendo aq>AÍ^ em outra r^tmlqae}' parte
Não sendo apn, aonde Doos, e a natureza vos poz desde o
principio do muodo, dando-vos a poHse de todos estca paires.
I
142 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Não sendo agui^ aoadn nascerãQ 09 vossos pais, e avós, e as
vossos aatepassados toioa. X<7o sendo aqui, aonde estíiis já acos-
tamadoá ao eJiroa do céo, e a qui lidado da torra* .\ãú sendo
aqui, aoQde ealão bem accomraodadíis as vjssas miilhures, a
ftlíioá, aoQio repuii-ão quietas tantus velhas, e infenaosi* Èni
outra qfmtquer parte sim, auade oao ach ireis cisas noin chou-
panas feius piira vossa murada, nem soaras madeiras para
vosso sustento. Em outra qualquer parte sim» aonde «abemos,
qye por vos sereis muitos, d as povoações poucas, as (lue vos
damos, nem a vosso gado terá qua comer, nem vós terrenos
para cultivar. E quo pratica mais inepta, e menos propor-
cionada a mover os índios a raudaiiça pretendida! Dízer-Uieg
quosequerião ver-so livres da escravidão doa josuitas fossem
para outras terra** ; s»i>õndo ollos que nas suas» e debaixo d i
direcção dos jesuíta» titjhão toda a liberdade: dizer-lhes, que
Balissem dos próprios pai z es perdendo qyaoto nelles possuiào,
o foíísem babjiar em outros» aonde nào achariáo oadji ! Por
isso eu acima dtssc, que melhor fora nâo por na booca de
um general portu;:ucz tao sensato e prudente, como era o
senhor Gomes Freire de Andrade, humas razoes tio frivolae,
uns motivos tfio inconcludcntes .
Prova-so « falí^lAae do otiifM in«lriic^s qui M
tingem dadai aos mdiõ!! pelos jesuilani
Kap«9iiia..., aonde mtrixlHZ, o noeso poeta outro iitáio
chamado Cepé a fallar com o general, lhe faz dizer oitas
palavras:
, , . K todún iiabom
Quo fí&taa tv'rra«, í(Uc pi? as, o Côo livros
1)60 a noesuií avós ; am tainberu livrts
As recebti^rtios, d^s tiiitopaãâudoi^,
Livfea as hho de herdar oh nossos II lhos.
(Ju«i não s^ja do Côo pur mão;» áú% padrn*.
Aqui se lem duas Dotas ; a 1' appllcadas áquellas palavras
estoM terras, A qual nota diz B^mm em letra gfito : e.^tas
tm'r<u no ias dsn Úeos^ e a nossos avós e por iiso só ãs possuímos
cm amor de Deos. EHix om letra grifa, porque sao palavras
copiadas de uuíkí oarta, quo cita ; e chama í«edício»a, suppon fo
aer diMÍda pelofl Jesuítas aos iodios» e rcraettida aoa geaeraes
deputados p^ra fazer as demarcações. Enganou-^ porem o
senhor Gama, e suppoz í^lso; porque do mesmo estylo se está
Tendo, e palpa ti do com as màos não ser obras dos jesuítas
aquetLi cartti. R^tes padres não er^^to i:^no o autor destas
notas ; sabiao por paana em }>apeU o por Imà se haviío dQ
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS
143
e\DHcar melhor* Alem da que nenlitini iadio ignorava, que a8
terras em que vivião eráo suas e muito swiê, e que deltas Qio
erio devedoroa aus hameDs, mns só ci Dqv», me por occulios
fltjsda suM provideucia ordenou , que ali aascuH^jú o que ííM
habitassem, o ali morressem ; possuindo aquelled paizuíí por
beDeâcio o dt^stino seu. IsW ^upp^^^to, temeram cousa be,
c alheiii de toda a proliidado, o julgar, que as palavras refe-
ridas forno ditadas pol^a jesuítas, o assimiladas pelos iudioa, que
olleadirigiào nas sete povoac;õeB.
A seguuda nota, que cabe sabre ob duus versos:
Uue nào soja fh^ C^o p*»r mriOHilos purlres,
Diz aadím : « esta mistura do sa>;rado com o profano, ou
para raelUor dixer, aqueilo fazer servir a relijííáo aos seus flns
particulartis, foi sempre o caracter doiá jesuiias. Coo^^idefe-de
attentameute este ver-io ^ :
Noa giatôtM iuipuríu, sed religiouc lenf^mns,
Vanier, Sup.
Aqui torna a suppfjro Sr, Gamx, que as palavras, que poz
na becca desteso^undo índio, eram ditadti^ ou aprearlídas por
elle nas doutriuas doi^ joâuitiiSi cujo etraatór diz, que era « mis-
turar o sã^rudocom o profano» iv fazer servir a religião aorf seus
lias particulares >. Que maleJíco escriptor !
Eu tenlio para mim, estar elle p-irsuadido, qao os índios
aldeados nàj tiotiào fé, nem not cia da nossa saata religião:
que oàocrjãoam Deos» uom em Saota Maria; que não sabião
havtíí' Céo e iaíerno, e nem o mais, que oís christãos somo^ obri-
gados a crer. So asáim o julgiAva, enganuu-se do meio a meio.
Os iodioe tudo isto criào, e tudo isto coafessa^am ; por isso sem
saggt^átao alheia podiam par si mesmos distinguir um jugo de
outro jugo: o ju^O do Céo, a que Cliriato chamou suave o brando
jugum meuni sna[>e, do outro jugo violento e tyrannico, que
Ihesquerião por oa lio me as, constrangendo <m a saMr precipita-
damente das suas terras, sem llies dar tempo, nem commodo
pam se estabelecerem etn outras ; e por consequência dizer, que
doacontiecião c de testa vào outro jogo» que nào fosse o do Céo
por meio deste» padres, isto é, o jugo de Ctiri.sto, ao qual pur
meio dus padres m ti d liana sujeitado. Ora como entra aqui
< o misturarem os jesuítas o sagrado com o profano, nem o fazer
servir a i'eligião aos seus 13ns particulares / » He por ventura
porque assim o diz Vanier iiaquelle verso que cita. Núh ijentem
império, .et/ rdigione itíumnuii ( Pois saiba, seu lior liama, que
aquelle poeta nào quiz dizer tal cou^a ; o genuino e verdadeiro
sentido d iquelle verso é Oi^e ; que os jesuítas domestica vão
aquellas gentes, e as continha entre os devidos limites, não a
força de armas, ou a Hp eros castigos, mas com a suave activi-
dade, e elUcaz attractivo das verdades christois, e maiimaa
144
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
evangélicas. Se a isto chama misturaf o sagrado com o pro-
íano. lie íbzer servir a roliglão aoe seaâ flna particulares, qaaes
eram os louvareis e saatos de domesticar, conter e salvar
aquellas bárbaros, eu de boa vootade lho ooncedo: este sim :
esta era o caracter dos jesuíta^: mas se quer com aquelU soa
nota, iQ(!ulcar>no9 cousa diversa, pix>ve-o ; o então lhe daremos
credito.
Atros eAjaoroift e«BÍra o jesuiift C»ldii.
Na pagina. . , . fallando de um jesuíta, chamado Lourenço
^Balda^ diz o senhor Gain:i em uma nota, que < era uma das
cabeças mais tenazes, 0 que miis auímava os Índios a rebelião ».
Qoe este missionário fos^, o que mais trabalhou e padeceu por
induzir e ma ver os índios a pretendida transmigríiçào sabia eu,
o constou era to<ia a America, como aqui pi*gvarei. Rtitlrando-
se da missão de São Miguel o jesuíta Hervera, por temor da
morte, que os tudír^i lhe querião dar por se oppor a sedií.ão o
rol»0llíào, que intentavao, foi mandado para elli o padr»: Bal«U ;
homem conhecido pela sua loti-epidez e resolução, e de e^ípirito
tão zeloso e ai:»ostolico, que nenhum perigo o atlerrava. Com
a morte diante dosulhos, reprehendia continuamente a obsti-
naçio e pertinácia dos índios ; e occasião houve, que o fez com
tanta violência, que lhe sobreveio uma febre, e com ella uma
eotennidale, peU qoal c^tevo era pontos de perder a vida. Na
íortahiza com quu se expunh:* aos perigos, e solfría os tnibalho?,
parecia este homem ser de ferro. Tratvalhando os outros milio-
nários muito, nenhum trabalhava tanto como eile. Padeceu
injurias e atTrontas que lhe fizeram os índios, quando estavam
tumultuantds prendendo-o e at4^ pondo-lbe (como se costuma a
dizer) as mãos e a boa vontade peba grandes, e repetidas
instancias com que pro^-urava redaul-<is ao que ellps summa-
mente repus^navam. Na relação abreviada se diz deste jesuíta,
que acompanhara os índios, quindo á^is aldèas se retiraram
para os montoii ; cousa, de que se lhe faz um grande crime,
como tarabom ao seu companlioiro o padre Adolfo ;8emadverw
tir* que esta ida nio foi voluntária, ma^ viulenta, e constran*
gida dos índios ; que nao querião e^tar sem sacerdotes, no caso,
que lhes fossem necessariog no artigo da morte.
Tanto as^im, que pedindo lhes estes dous jesni tas licença
para ii-em comprimentar ho genenil hespanhol, talvez pretez-
tando quei-erom ir ro^l-o, que lhes concedesse tempo para se
mudarem com commodo, e nào tão precipitadamente, s6 a um
derão licença, o ao outro a negarão. Ao inissionario Adolfo a
BOgárrMi pondo-lhe logo guardas 4 vista, para impõdir, que
ftigindo ulle não âcassem «em sacerdote. Ao padr-^ Balda per-
raluirào que fosse ; obrigando-o primeiro a fazer um juramento,
de que havia de voltar»
REFUTAÇÕES AS (.AIJMNI
115
Recebeu u general esto jesuita, não só com bcnevoloncia,
6 asrradu, mas purque lho cunstava do muito que ttnba traba*
Itiado por induzir os índios a traiisijiigraçíio, o tratou rora de-
monatrapoea não indill*er«iitea do lionra e agradeclmeiíio . Sa-
bendo purém da promessa jurafla, que tinlia feito aos indíos, o
raandou lo^o voUar recúmmendando lhe d ua^s cousas: 1* quf3
puzesse toda a tíua industria ena impedir a união e caofedera-
ção dos índios ruansos com oa bravos, o que eutão se temia :
a 2 íoi q^ae continuasin com o mesmo empenho, e maior se fosso
possível, a mover os i ódios a mudança desejada* Conseguiu o
padre BalJa a primeira com trabalho» mas com felicidade. A *>t*
cooseguiu-a não era tudo, mas em grande parte ; parque indu-
ziu rauitois raíL a que descerem dos raontea. Eííta foi a cooducta
daquelhj íieK c zeloso missionário, de quem cora tau la deshonra
descaradamení-e diz o senhor Gama nestii sua nota, « que foi
uma das cabeças raaiâ lenazos, o o qu© mais animou os índios a
rebollião: como se o general hespanbol. a quem havia de ser
necessariamente notória a sua tenacidade, e não houvesae do
prender, e segurar, tendo-o na su;i mão, nu sua presença, o
dentro do seu mesmo arraial, para que não pudesse voUando a
companhia dos índios proseguir a animai -os áqoella rebelíião-
Elle que o rocebeu nãu só com agra-lo» ma^ com honra, isignaí
he certo, que o conheceu floJ» e não rebelde ; interessado na
mudança, enãe perr.inaz na rcbelliâo. (VJ)
Na mesma paíítna,,, querendo este poeta descrever a ba-
talha, ou para melhor dizer a esctirarauça que os soldados eu-
ropeus ti vera o com m índios a»ii eriça nos. tín^e, que ura destes
msii^ animoso, e intrepode appareceu no campo, qual outro
Golia« a desafiar os exércitos de Israel, e diz assim.
Ouira muior, o ma.\& atroz calumnia coutra o tnoiitrio
Ot-nlil luaiiccluj pr» ^unisilo, e iicj*cío.
A i|uem ix pupulíir línuiija engana.
Víúdí>so polo eaiupú discorria.
Facundo oí^tantiicão dois aouK potinachoií.
ImpfrUnpnte e de Ta mi lia esícura.
Mas rjuc t oha o <avoi' don cantos padres,
OmlãtJ, H.ÍO aei se In* Cfrtn, 4U0 u tivera
A esler 1 111 â» por orações d<í Balda,
ChíHiiarâo-no Baldi^tta poi* iiieiuoria.
'líiiba um cavallo de iriãnchada ptlb',
Mais viBtoho íjiiíí forti' : a naluroza
Ilutji aiiitíiui jíir-lini pt>r todo <i corpiJ
Llie tlohii\ou : e í?i*a JãtvliiJi chamaiío.
U \iãh'tí na saudosa -íesp dida
DéU'lli'o cm hiírnal le anior : -^ noUe íigora
tarando ao largo com 11 ertos tiros
MíiitOí loria, e a todos inquietava.
«31-10 Tojioi.x%tu. r. I,
14»
REVISTA DO rXSTlTUTO HISTÓRICO
A Qtim versos, que ao autor piírocepão eícuros. aecentou
esia not«, para tjue se eniendíssem melhor :— < os jeftiiitys da
« Âmorica uão erào tào encrupulosfí», coido afieciavâo ^er os
< da Curopa. Era bom fácil aisLíoguír oas aldêas as índias,
« quo gozavâo do Ikvor doa padres da mesma snrte se díotia-
« guião muito bem eu ire os outros os rapazes da família* Na
< Ásia ora o miiãmn* Lea-se a carta do Bi»po de NaukLa a
< Benedicto XIV. »
Tendo Bât6 moderno escrivão dadu ua maieria que fez,
tantos e tão enorme£« orros, como &t<^ aqui temon visto, agora
piura maia ajuda lhe lançou um borrão , com o qual, querendo
escurecer a fama da Tirtudo, que g^nilmeote corna do jesuíta
Baldo ; de tal borto maucbou, e deoigrio toda a »ua obni, que
não sei como teve cara para a imprimir; e dar ao publico.
Não havendo maldade, delit>,ou culpa que 09 libertinos inimigos
capitães dos Jesuítas, nào t^-olj&o ati.ribi]ido a e^^es religiosos,
principal roeute n^sres últimos tempos, era quo soltílráu oa diques
todos ao seuodio, fun^r e mnlediceucia, contudo Den hum liouve,
que em matéria doâbonef^ta. ou menoa pui-a, se atravesse a cen-
suraUoSi por temor de uâo ser aci^eilitado ; tal era neata matéria
a opíDmo, e cr^ditu, que conservou sempre a compaohia tão
graode o táo radicado editava om todos o conceito tia sua b* neá-
tida>le, que uâo Jul^^árâo aquelles ímpios ser possível com Iodas
as suas calumuids, e impoeiurtis fazer mud^l-o, ou ao menos
dimiBuil-o.
Se do todo este fmmeoHo numero de inimigu:^ exceptuarmos
só dous : um o senhor Carvalho na sonteoça que cumpoz, e
estendeu contra o missionário Malagrida [20) dizendo deile
flatsa e 'Ueivesamimie que nos cárceres do haoto officío com-
mettia actrs impuros : o outro o senhor Gauía, dantio a entender
nos aena versos, que o indiu, a quem impnzo nomo de Baldetia
era íilho do padre Balda. Xâo ha maíeáicenci.^ maior, que a
deitotf dous caUtmni adores ! Uma só diíToreoça se achu entre
ellos, e he que o I* fallando geralmente do^ jesuítas europeus
dizia, que nesta matéria erão ac;iutwlaaos : o S^afflrma que
atTectavão ser escrupulosos. Do 8orto que quando neslo p^irii-
cular nào critieavão acçúos externas o publicas, uíto deixavão
de inainoar que as havia Internas eoccul tas : imi ando ni^to aos
cães famintos que não achucido cat ne investem a roer os ossos.
Ora eu não quero ^;^i- injuria ao bom juízo dos meus lei-
tores, julí^ando que pelo dito simples de um malodii^ jKírcâo o
conct4to á'\ virtude de um homem estimado por todos na
America por míeéiunario zelo*j da virtude e de espirito vurda-
deirameote apostólico : mormeuto se reíletirem que sondo
mandiído de novo imra ^uellaâ partos o padre Hal a não (lodia
cm tão pouco tempo ter um fllhu chamado Baldetta, capaz de
montar a oavallo, o faaor as africas, que finge o senhor Gama
nos seus versos : por isso nâo me canço em mostrar a fabídade
desta caiumnia, entre tôdn.sa mais enorme, eoni outra;^ provas,
it documentos «^ue aqui prdia pnjduzir, Contento-me só cora
rt'Aírlr a coramum c gerai opinião que era matéria do honosti-
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS 147
dade o pureza se tinha dos jesuítas, assim na America» como
na- Ásia ; partes nas quaes intenta criminar mormente estes
religiosos. Na America os Índios, quando ou não sabiâo ou não
se lembra vão do nome de algum jebuita, os termos com que os
davão a conhecer erão e^tes : he >im daquelle»^ que não tratão
com mulheres : o que certamente não dirião se alguns, oa
algum neste particular os escandalisasse. Na Ásia sei eu, que
um regulo não podendo acreditar (talvez porque julgaTa os
outros por si) que os je>uitas que naquellas partas viyifto,
j)a8sem sem ter commercio com mulh^ires, secretamente lhes
poz espias, as quaes pagava com mão larga, para que os tí-
giasse, e observassem dentro, e fora de casa para qualquer
parte que fossem ; até que no âm de muitos mezes não achando
indicio, nem fundamento de cousa alguma, em que os pudesse
arguir, confessou ingenuamente a um delles, € agora sim,
agora e»tou já persuadido, que viveis isenios de um vicio, que
6 tão geral e commum a todos.»
AUegue agora o senhor (iama, par^ confirmar a sua atroz
impostura :— « ^er íacil assim na Ásia como na America des*
« tinguir nas aldéas as Índias favorecidas dos padres, e os ra-
€ pazes da sua família.» Como se todos os homens iio bem e que
tem vergonha na cara nào c< stumassom tratar melhor os servos
e as servas de casa, di) que a outros que nonhum serviço lhes
fazem. Se isto fosse digno de nota, oa daqui se pudesse inferir
alguma culpa, bem aviados estavam os príncipes, os fidalgos,
cardeaes, bispos, e ainda os mesmos papas, os quaes todos de-
sejão, que os seus pagens e criados, que os seus familiares, e
servos andem mais decentemente vestidos, sejão em tudo bem
tratados : pelo moço se conhece o amo, e pelo servo o senhor.
Allegue também muito embora a carta do bispo de Naokim
ebcripta a Benedicto XIV a qual, se alguma cousa diz a seu
favor, e contraria a geral reputação, que todos tem dos jesuítas,
deve ser avabada, como apocrypha e calumnioea ; como são as
de Frei Bernardino de Cardenas, bispo do Paraguay e de D.João
Pai kfox, bispu de AnKClopoli, as quaes já a toao o mundo he
notório, que não tem autoridade, nem merecem fé. alguma.
Lea-se o XV tomo da collecçào de Fossombrone que tem
por titulo : verdade defendida por si mesma (21) e ali se achará,
ou que forão retractadas, ou convencidas, de falsas ; como são
também as notas do nosso poeta Gama. Ouçamos agora as que
se seguem.
Na pagina... se encontra esta:— «ainda que os padres
« tinham armado os Índios, e feito quanto podião para os disci-
« plinar, contudo estavão bem longe de pf)der resistir as tropas
« regulares. Era necessária muita crueldade, para entregar
« aquelles miseráveis a morte só por ambição, e capricho •>
ÍM
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Oa joiíuitAé !ien) aftnftrâo ntm dlsoiplioarào os trjúloa
Ao ler esta nota, quem se oão ha de persuadir que os je^
aiiitaa hespanho^ã antes do Irera para as míssoeDs não só apreo*
difio a língua dos índioa par.t poderem iiell;^ exercitar os seus
santos raiDiãterios seoílr) também a arte militar para sabor dis-
ciplinai oá em todo.-i os manojoj, o evoluções que se praiieão oaa
guerras ?
Como 80 onde fazer as miirehas o cootramarclias, o as
retiradas a tooipo e som piTígo í Os bloqueio:}, o ím asfaltos ?
Em uraa palavra oxorcital-os, ^vra todas aquollas maoobras,
re/í^rat, o preceitos» quo oneioão os livros, que tratão desta
arte. Mas o caso lie que ns misáionarios nada disto sabiâo, nem
apriíndíâo. Todo o sou estudo, o empenho ura o maníar bom e
fooi deíitreza a es^tada da pnlavra do f)eos, o o escudo da pa-
cioucia conira as tropas info? naes, e os seus aOiadoa ; ou fossem
em paizes bárbaros, ou om eatbollcos* o civilizados como at-
toâtão em ^euâ bn.^vea, e bulias todos os pontitices desde o pri-
meiro que confirmou a compatibÍA até o ira mediato predecessor
daquetle, que a supri rnio. Veixlade ho. que na America os índios
ou sejã-L» bravot ou mansos, todos andão armadoíí ; mas somente
de arcos e íittcha« ; m^m jam iis vão a campanha, ou se intoruio
DOS mattos ^era i ovarem ©st is armas, ou pan* so dofendurem
das feras, quando as encontrão, ou para caça, que obviam^^nte
•8 lhes offertíce. Xo exorcii^io destas armas se exerci lao com
emulação uq^ com 09 outrirs do^c menío«>s : e pur esta caui^a
íôo lào dootrns, quao^io adtiitos que n<' ar atrav»*ssâQ, e matào
qualquer pássaro: e muitns não tnizera mais, quo duas frechas,
porque é rara a veí, que vejão frustrado o primeiro tiro, isto
supposto, seria cousa supérflua, o redicula quaror um européo,
6 especialmeate um jesuita missionário disciplinai- os do us^, e
exercício destas armas.
Até aqui cr»ncederá o senhor Gama ; mas dirá que nos
oDcontros maiores, o om la trilhas mais 8<'rtas, não usavâo das
sobre títas armas. Assim he: masque inferiíiioâ «la^^ui f Que m
missionar ins Inermes, e n/ida perito? nus manejos a evoluções
mUitares disciplinarão oa imlios parii rosistirum na occas ão de
que vamos fnllanao as tropas n guiarei^ doji soldados européos f
Que ignorância ! Que loucura ! Ou indíos daquolliiâ p;irtoâ ha
mafs de um século, com expressas, o repetidas orJeos doa reis
catbolieus, como cunst^i da hisioria do Paraguay, cstavão
instruídos, o disciplinados em outras armas, que nao eráo os
seus arcos, e as suas frechas. D&sdo o anuo 1637 até o de 1735
sabiram estep de suas aldôas a Z4 etpeJiçõe^^ todos armador ao
uso da Europa,
Em ura Decreto de :í5 de Julho do 1669 dirigido ao vice-rei
do Perii se lé uraai ordem, na qual Jie manda, que os índios do
Paraná, o Uruguay tcobão, c UB*^m armas de to^o, appmvanlo,
«revalidando os íiecrctns aiiio iorea já SH.jbre esto i»o»'to.
Havia tamljem ouíra ordem cxpoiida no anno do 1716 a
RT-Ft TACÕES
CAt
149
D. Fíniao Maurieío de ZíiYidUtj provininJo-o o almoestAiKlcí-o
a quo estes indios 96 conservassem -sDiupro arrnadoií o que con-
tinuaasom como ató ali o maiiojo das Firmas» na rabnc;i daí*
mearnas e de todo o género de niímttõos. D*ondo so vè qiio
militeis annos antos d;i chamada guerra jà ostíivão os iodios
instruídos e disciplimiaoa oo u^o das nriuns de? fogo, Mas por
qtiGm ? Pelos j es uitaí', como áqiii diz Ailsaraontc- o senlior Gama?
Certo que não: mas sim por í»ííieiaoa da milicia hespafdiola, quo
ali erao maadadoii u esU} ílm ; e para to mm oiu líustodiii uo3
armaaons reaes a pólvora, f liaía neceasaria para ns occasiuos
do arutírra. Sondo porOm os iodios por sua natiiroxa rudos, o
por costume maia oxorcitados no uso do arco e frechas, quo no
daâ o>pingardag, não iio do admirar» quo nio pudes^ona nem
soubessem resistiras tropas regulares doa europeoa, Esta des-
igtiaídade o dilteronça, conhecido muito bom os jeiuitas e tanto
a conbeciáo, que esta era a maior rasáo, entre outras, porque
lhes díassuadiào a guerra, o Ibes obslavào a resistência. K a
vista desta iunocente conducta das raissionarios, se atreve a
dizor o senho," Gama» « quo elles não obstante terem armado, 6
disci|jliQado os iodios por surama sua cmehlade, levados da
aral>ição o capriclio os eíitrogavão a mt>rtn *», não os tendo ellos
nem bom, nem mal discipimãdo, íiera arrnado ; atites polo con-
trario dissuadido, o quanto lhes íbi possível embaraçado a oppo-
sição, G a guerra; ho aonde podo cliogar, a nialodiceticia. Diga
assim moito embora e com verdade, f|Uô íbi crueldade grande a
dos portuguezes, hespanhoes. y ííacriftcar tantas vidag, e o der-
ramar tanto sanííuo d wjuelleu pobres nenphytos, ovelhas mansas
do rebanho de Jesus Chrisio, quo uão pediào outra cousa raair*
para stia violjntit transmJí^raçao, que o tempo nacjssario para
conduzi rom com comraodo o sí^u gado, os seus bons, as sua mu-
lheres e filhos, os velhos, e os doenies; o qu^^ jamais se Ihea
concedea. Isto 6 que foi <^ruelJade, isto é que Ibi sevícia e
tyrannia.
CANTO in
Torcoirft Cl liLiniitfl. mão in4''nii alr^ojt t^ua via t|iin^ an«
toccdenltífl» contra o jr^tuila lUMa.
Não contente esto satyrico poetii» peior que n^nhiun outro
da gentilidade, possuído verdadeiramente do ospit^i tu da maledi-
cência, e também da iminundicia pelo muito que se deleita om
faltar em cjuaaa o matérias deshonesta^, e impudicos;; oao con-
íento, digo» de contaioiíiar com uma fin^^ida, mas di simula la
calumnia no som cauto 2" u solida e bem funda !a opiuiào de vii**
tu-íes, que tiniu eui toda a America ojesut^fj Bald;u t>rna nesto
canto .'l'^ som rebuço já» ea í^ara descoberta a infamai -o, nao nú
úe deshoneatOi mas de homicida, qLJal outro David» dizendo delle
150
HEVISTA DO IVSTITÍITO HISTÓRICO
DOS seus versos, que anim.lra, e maDdàra, a guôrra o Índio Ca-
cambo pani que d<'8enibaraç:id*» da sou presença guZAfe»© «nais
llvremoote da companhia de aua Cíinsorie, e quem d4 o nome de
Lindoya; o que toruíirido este tle campanha não eísptíra<lo, o en-
cerrara em um carcoro, e flnalmonto por Tirr>jde de um des-
coohtícidu liqui^íur o matara ; para mo poder mais ue«ta vâda
fallar com a <i:tta stia consorte. Com esios amores L-himericos, ou
enthiisii^íTiQsamorosoa, julgou talroz o nosao poeta» que diver-
tiria os leiloros, o Hiria nuas voltiTnusa a sua canção ; auppríndo
a faltade acçues verJadeirauiente gr.mdos do seu h eme com
delidos fingidos esupp^iStus do um innoceiue miss^mnario jo-
suita. Mas nao ndvcrthi esto raiáoravel o iufelix, (aí»im lho
chJirao, porque é dUuo de compaixão) que não basf^a a hn^fua de
um muleilico liljertiuo, nem a peuna de um p^jCia salyrico. o
sobro saty rico adulador» para deturpar e c^-urecer a íama do
qucra é tido o avaliado geralmente p^^r vlrtU'»àO e santo, So isto
bvstasse. que estimaçào jfozaria hoje no rauodo um Santo Atha-
naxio. umS. Pedro martyr, um B. Henrique Susone. «mbns do-
minicanos, e uma Santo Iriri |>ortugueza, todos infamados em
semi^lhante matéria dccaatululopor boccas de gente ma* vivente;
c infinitas our-ros que pcid coram na bua fama pelas linguas, o
pennasde malevolus oalumníadoros o que tiojo aj)ezar dus sons
contrários os vemos, uu postos nos altares» ou tiio-í vm grande
voneraç.io ?
Esta falta dr» advertência não tovo o Sr. Gama e por isso
met^mo nmius peccatum hnhti. Si com esta sua impostura osti*
vmm per-íuadido, que nâo perigava a Cama e bom nome do P.
líalda, menor 8o*ria a sua niipa ; crendo, porôm. e querendo que
com o<ç anioresj que flng<t nos sons v^^rsos perde-se aquelle tp^
loáo misHÍonario a opiní lo á^i vi-tude cfu quo oitava, ií jii^^ta
mente mor cia, ó p^ccalo máximo »' que seni irremiâsivel, se
arrepe dido delle ao nào i*etractar do que escreveu ia Isa mente*
som vergonha e soju ooíiscioncbi ; peio que agora aqui refirípei
autbeniicado por pessoa vendlea, «lue presenciou que na roal
lidude siiccedeu com o sobredito índio Cacambu. Primeiramente
não consta, nem se pôde averiguar, qno eáte indio tivesse por
consorte iuília alguma cora u nomu de Lindoya n«ra que houvesso
mulher no mundo com esto nomií: razão porque se podo argu-
mentar, que assim o nome, como a mullier são fin^''i mentos do
poiíU. Era segTindo In-ar »^ falso, que u índio Cacambo fossí^ prín-
cipe, descondonte do sangue real, nem a sua ef>poRa, como diz
o henhor Gama nos seus versot* ; nâo tenrlo existido jamais n a-
quella parto meridional da America nom rei, nom roqoo ; mas só
antigamente no México, o no Peru ; paizes a^saz r 'moios das
aldâs do Uraguay, aonde eítavão o» jesuítas. Vamos agora ao
gue de certo cooãta.
Era o iniio Cacambo ura daquelles muitos que vivião na
mis?âo, pa'» ondo linha Ido o P. HaJda, como superior, para os
movor a tran^migracào qut* se protendia: o sendo Cacambo
activo, orgxillioso e íotrôpiilo por natureza, se animou a ir i*e-
coniiccer as tropas auxiliares, o lambem, segundo dizem, a ir
RHFUTApJES ÁS CALUMNIAS
151
falia r ao seu chefe ou general. Causou esta ida. ym grande
temor aoi demais indioa ; o pjrqae lhe conhecião o geoLo nus*
peitarão, qua Ibes era trahidor, indo av sar os inimigos das
mi^as 6 raaoeiras, com as quaes oa podiâo facilmente vencor, e
destruir. Conflraiarào-í*o nestn suspeita quando virão quo tor-
nava piira aidoa, uào sÓ sem le.^ao alguma, maa jactancíos j o
soberbo : cegos com esta doconftança» qui^^f^rão logo raatal-o;
ao que se oppoz cora toda a efficaei'4 o P. Í^Ma ; compadecido
narealídale, e nao pur ironia, (como diz o senhor Gama) da
desííraça do pobre indio. Elles porem obedecendo já. pooco oa-
quelJe tempo aos raissionavios» do qn^m também já dascon-
liavâo, por grandu misericórdia se roâol verão a encarcoral-o ;
asdm por impedirem, quo lhes fo^se trahidor« se amda u não
ti D ha itidot 00 pura que por vingança o oao tjuízoss s ser. Von-
d<i-S6 Cicaííib I encarcerado, e sem liberd ide para poder sa-
tisfazer ao ííenio, quo o predominava, enchenilo-so do raiva, o
de furor frenetic i em poucos dias acabou a vida (cousa muito
ordinária uo3 mliofi, o morrerem quando querem).
Esta realmente foi a verdELdoira causa da prisão de Ca-
cambo^ e esta também a 'la sua morte; sobre a qual ftogio, a
arahitecuira o senhor (iarai tola aquella grande ihachína de
mentiras» quantas se lem noa seus versôs. e nas suas prosas, ou
notas não íjó para enriquecer o aeu raasq ninho poema, liuaoto
parc& adular o senhor Carvalho, sou Mecenas; calumoiaudo e
infamando os jdâuí as. Digo calumniaodo o infamando osjo^
snitaã, porque neato tí^rceiro canto, além de ílngir o P. Balda
amauct^bado, o ânge também homicida; authen^ican^lo este se-
gundo augimonto com o qtie traz em uma nota, na pagina, ... a
qunl diz asstm: « quanto a miúdo se fiirvào 05 jestiJas de temC'
« Ihanie e:rpedicnte (iaio he de licor vonoQoso) nos casos mais
« aportados, ^(yo pode ignora**, quora nunca leu a historia. A
« morle improvisa, de lonoconcio XIll, quando estava de todo
< ro«oluttj a pôr robro nas iie;*ordens dos jesiutas, ainda não
* houve, quem puzesse em duvida ser obra dos mesmos , A
€ mesma sorte teve o cardeal Archioto, Em Ruma he cousa
< publica, í mente) que o cardoíil Passionei morreu do um accl-
< dent« jesfiitico. Eííto incoraparavul purpurado dissera al-
« gumis v^zes, que esperava ler o gosto do vur antes da sua
« moi^tea rx^uí exUnCcçào da comr*anhia. Os jesuítas li verão o
« orgulho do fazerJhe este epitaphioíiomi nico S. R. E. ear-
« deal Pas»ione( S. J, 3iii>eritei8. >
Rfiput&.sâ umft iotigm CAltimaU contra ou jejiultaji, cuja
t«rem com veneno soti «eo« inltiUgos.
Senhor Gítma. muito atrasado está vossa mercê na arte d©
criticar, h^^jo tão cora mura a todos, o» que ao pre ao de noticio-
sas e eruditas ; pois a^edita por certas cousas, as quae$ não ha
152
REVISTA no INSTITUTO HIí^TORICO
Iiomom pmdontp qae a^s nao tenha por faláas* Fallomug clapo ;
isto *ine he darem o jesiiUíis vent*Du ao;» papas» Ciirdeaeii o reia»
são ínsturins da caràcftinhu uu cuuImS cIís velfias, qu6 do prin-
cipio da compaahia invootárâo» e ©spalbárâa os erauliS desta
tão util e saiitíi roligiào para alterar o povo o ftzel-o pnrsimdir,
íjuo os josiiitaií não orão tilo bons como pafocião ; antes polo coo-
trario trabidoreg, infleis, ambípingus, c o que mais t^ feiticeiros.
E a que fim / Pavn qnti smi io despre^dog, não lomas-^í^m
03 povo3 osseu3 consoitioSt nsio 3eg'iiÍBsom as suas doutrinas, oâo
úuvisíiom os 8€n3 sormõns, nâo rrenuoQtassora as auaa osco ias,
nom, íiníil monto, so guiagSíTu pelas s^uas maximad e dictaraos ;
poniuQ &ò então podia francaiiit^nto reinar a libertina^om, tri-
umpbar o vicio, adoptur-so o muterialiamu» o deismo o, uvlvoz,
tambdfQ o atheisíno ; mas como todos os homens de bora juizo e
racit cinio, e dotados ao menos de sento cummura, estimarão fa-
bulosos estes delictos (tantas vezea diismen tidos), como na ver-
dade erão» continua vâo os jesuitaa a exercitar os sagmdos mi*
nistwioíí, diminuição do seu ciiedito» sem minima decadência da
sua roputa^âi>,o bDiB nome ; victorioso sempre doa scuainimigoB ;
amados dog f>on3, lí só aborrecidos do> máos. 0^ ptíiitiflcea os
eu chião do mil bênçãos e louvores: os cardeaes os qiierião por
seua theuli^gOíj e confessores: os reis lhos entrogaváo a direcção
de suas consciências, e de toda a sua familia: os bispos m cha-
marão coaíijutorea» os mais lieis do seu pistoral offlcio; ou
fosse oníro fieis, ou bárbaros, era incancavol o seu zelo: eni.re
fieis extirpando vicies, e plantando virtudes: eutre barl>aroB
arrancaudu a idolatria, o dilatando a fé: mas por osta causa em
toda pari« c^ítimados» vennrados, o sipplaudidos.
Agora per;^'unto se os homens que leom hiatjrfas, quaet são
os que acima apootní, achassem neílas ornais leve fundamento
para prndentemonto jiilj^ar, que os jesuítas araiuío veado-se
< em caso:-)' apertíwlos se dcsembaraçavao delles. usando do ez-
< polionlo de matar rom ven<Tno os quo lhes orão contrários i>,
ostimariãx) estes ocultos trabidore^i» e-sl/s diasimulados homi-
cidas, estes assassinos* e^toa tyrannos ^ Cer lamente nao. Lugo se
08 honravào, se os appldudião. era por serem chímerieas des-
tltuidas totalmente de venlade aquell-^s morte.^ attribuidas a
eltlca{:ia de veneno dado pelos jesuítas. Isto stip posto, que maior
loucura do que traztír uqui a meiíioria, que a m'>rie itnprovisa
< de lanoccticio Xll[ fora obra doi jesuítas, e que a mesma
« sorte tivc^i) os cardoaea Archínto e Paasiooj^, morto» do
umaccídeaie jesuitico f liastando papel, e pondo em publico,
como se fos^iem certos uns f.icios, qtie nenhum Iiomom ^itie
disoorre pode ter por verdadeiros. Se os pontiflcos que sue-
codei^u no sólio áquelle papa, ao menoâ entrassem na sus-
peita, por maia leve e minima que fosse, de que os jesuítas lhe
tinliao dado a morto com veneno, não prucurarião examinar a
verdades ívchando-a iiao os casiifíarião com pena igual iV atroci-
dade de dcílicto tão execrando f
Pois nada disto tízerão todos olles. Continuarão a honrar, a
louvar « e exaltar at^ as estreitas esta religião. Ma i;^ ainda:
REFrTAnOR^ Ar catjníxivs
t53
se o?í ca rd oa es A 'liioto o Piis8ioncÍ tivôssoni sido vlctlraas doa
veneiKJs jeaniticotí dw.xaria por ventura a papa elemento XIII
do. o saber í K «dbendu-^ pasaana a bull^« Ap *siolicum, oa qual
ex motnm próprio, ei €oa prúpria scUniia^ náo í^íi contlrms ô
íip prova tlô ri ►vo a c^mpanliiií, ni:ts a louva, o engmndece
pelo gTiiOde benii o utilidifcíie, 4110 soiupre iV^z iios pmximos por
meio df5 todos n^ seus ministork^a ^ Ainda nno fllsíio tudo* Se o
papa i mine Jiiito successur df* Clom^^nto XIIÍ» t> qviiil consTran*
^niío (Io ilguns príncipes ab.dio (3st.a reliííião, ti vosso nilo diíjo
j;l por cef.o, mas ao monos por provável o dovido^o, (luo 03
jasuilLS tinháo sido um alt^um temçio autciroB da morto de
alguns prineipe*% pimtiOces, eardeaeas, ou roL-^. omittiria no
seu iirov^eáto tão iclovante o forçoso motivo de as oxF,itiguir ^
Ce rume 11 te nkr. pois leia-ao o ««o Ur edito br ove, o nolle se
não achará clausula alguma, que indique uma Ião abstirda» o
atroz maldade por eateá religiosos.
Sr. Gama, íG os jesuítas sou bosBom manipular voaenos, e
doUes se servi!*ííem, nos casos upertaitoii, nào só haviam de dar
aos papas, aos cardoaes, e aos reis, de quem sempre foram es-
timados, e favorecidoH ; hiviam do dal-oa áquelles queaempní os
persogutram o ítifamararn ; .Iquollos que nesl&s yUlmo^ tempos,
dispeedoodo grandes somiii;i8 dt* dinheiro, a torto e m direito»
como dizom, procuraram a sua total rtiina: entro os quaes tom
um lurando, o diátiocto Uig^r o Sr. Carvalho, al«Hn do outroíi
que» o seguiram ; os quaoá tolos conhetídoíí er un raiiíto bom doá
jpsuifias ; eabondo com evidencia que delloa lhes vinha todo o
mal, que exporiment ivam e temiaio.
Mas so t-jdos estes seus contrários, ou ainda estão vivos, ou
já morrerão nos s^eus loitos, b mu bíív fie accnknte jesuitic)^ que
maior prava, que o^tes roligiosiíí, uem a miuío, nom paras ve/es,
se serviram fio ex^pediente do dar á íooite aos seus adversários,
com um litor desconherido? Sii e,'^tas ra7í>e>i não con vencem, ô o
Sr, Gama um daquelles, dos quaes ae diz, que cum fu^tibus esi
af/endum, Afit.es, porém, que pasiseinos a outra couza, direi duas
acerca do epitaphio do cardeal PassioHoi, A primeira é oão
julgar eu, que ôâte incomparável purpurado lançara pela boc^a
fora aquetla tao hnpia e absurda proposição: de esperar ter o
gosto de ver untes da sun marte a íoial e^ctÍn€\no da companhia ,
Mas se assim foi. í seja elle, ou não 8td i jesuita ) nunca mâo dòa
a quem po'/, ou compoz o epitaphio: Dominico s, R^ li. card,
Passion S, J. super t es» A um tal de.sejo convinha uma tal ins-
cripção. Se o Sr. Carvallio, sondo morto a tantos annos, fOi?so
já sepultado, também se lhe podia gravar na uraa: ^gbastiano
Júsepho de Qtrvalho p Meilo Porlwjaliiae Admisiro Soctef is Jesu
superies, porque apezar das excessivas o extr mrdioarias diligen-
cias que fez para extinguir a f^mp^nhia, eile ji eí?ta iiiorto^ ea
companhia aiiida vivo; eonst^rvaudo a Deus intacta com altís-
sima providencia entre sai^matico^. Já que f^d com som ma
injuria, rejeitada dos catholicoíi. Desta panaai^emoi a outra uota.
154
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
VniMM «»lnn]Dt&a OiigidM p«Io po6i& oonlf a os ia-
Ka pUj^ina...^ diz assim: < os indi<ja davara-sd íDtoirameao
t a stipertições, e tinh:im mo s6 por vorosimil amho por ceita,
€ (jiiania extravagância se pode inmgtnar nesta matéria: vt-
€ viam na mais crassa iíTOorancta*
€ Não Ihe^ era licito saber mais, que aqtiiHo que podia ser
« de uMlidade n cumpanbía.» Toda a dotitrína. que Iho^^ onsi-
aavarn se rodozia a aiemorísal-os, com o inferno, < se não o1»-
< deisessem em tudo ao.^ seus s:in tos padres». N&o ha n[ii5ntiL- mais
des<'ar&do. r^ãu h^ clausula nesta nota, que e>Vja iseoti de íal-
sidade. Primei raraootPij «o falia dos indioa ija^ missões, e que
estavam nvs aldèni diriííiííag pelos jezuitas, (como aqui dá a
entender que falia, fiizendk> visionaria Tanajura muito ami.^a de
Lindoya ) ili^ro ser uma ífrossa mentira aíBrmar que inteiramenU
fe flavnm a superstições ; antes era tanto pelo contrario, que
succedendo virera elias a pratica, viam, zombavam e escarne-
ciam, por terem nc^sta mater a tanta, ou mais instrucçãa do
que tem niuiíos rusticoa nas aldêis o term^ de Portugal. Com
isto oãu quero negar, que se achas o um, ou outro que tive?so
por máo 11» ouro o encontrar-s^e de madi^ugada com tat, ou tal
animal ; ouvir cantar este nu aqiielle pássaro nunca portara com
adhesio tflo flrme que immuvelmimle asinutasse. havor de acou-
toctir-líu) aí«um infortúnio. M.is ^juanto ha ne:ste ^nnoro entre
03 europius? E por não irraos roais loníie, quantorí capitães, e
pilotos portuguoz^s nilo querem sahir da barr i de Lisboa em
certos dí bS, que llics c tia mão aziagos^ Quantos Pspt:(so3 se nilo
querem receber no moz de noveròbro, tendo \í\jr roáo agouro
Cttsar no inez dos mortos f Na noite de S. .loâo qu^^ cuuzas se nân
Akzem em Poi togai, p ira delias agourar o estado, que se ha do
ter, e as fortunas, ou dosgra^is que se lhes hào de s*>gutr f È
com tudo nem os que isto fazem são Índios» num se dizem dados
a supêruttçôex , Até aqui pi^lo qu^^ pertence a^s índios mansos, n
qoe residem em atdéns. \xilj que respeita pois aos bravos, e que
nos matos vívom a lei da natureza, não duvido, que haja alguns
verdadeiramente supe sticir^sus ; mas que culpa tMn ou missío-
n«irios d»s suas superní^rit^s. não sendo seu-s pastares nom otles
suas ovelhas f Dum mio duiido que aiguns, [lorque de certo se
sabe, que nem toJos são in ficcionados deste miiL
Quando descer •m dos tiosquí-s para se ostabolecením em al-
deãs as duas nações dos Murumanos, o Gttiratybas, om nenhum
daquelles IrMios se achou indicio algurn daquelle vício ; antes
cooíita, que uma iodia das Muruaoas, depois de estar mui lo
tempo na mÍ!?isào sem saber, i}uoooaza eram superstições, as foi
aprender, o talvez praticar, om casa d©s portuguezes, com
outras maldades peion^s; qú possível, que um homem, que
nunca esteve nas aldô ^s. nem tevf^ corri muou^Lção corn os índios
que rielJas estavam, se atreva u lev&ntíir-lhes o filso teste*
raunho, de qne « eram íBí^-s a srt ei"«ticôe4, e tinham n&o só
« por verosirail, sinào pur certo quanta extravagância se p<^do
RBFUTAÇOBS AS GALUMNIAS
155
€ ImagiDar nosta niateria ? * E isto í«cra outro motivo mais, do
que qu^^ror com estí ftnginiGntõ estender o sou pciema, e doa-
QODi^ar os jezuitas ? Puis ainda aqui nho pára,
Accrtscenta, « quo viviam lus indios) na maia crassa igno-
< raocia. e que não lii^s oriL lictto saber mais, do que aqaílloque
€ podia servi • de u alidade a companhia». Eu desejara aqui
saber, quo entende este Dr, por viver em crassa ignorância/
Quererá Lli/er por ventura que os jesuítas lhos não ensinavam»
nem os índios tinham aiiprendidu as bellas letms. para compor
vorsos, e prosas» assim corno aprendeu delles o Sr. Gama? Ou
t imbera, que aquelieíí bárbaros, nâo se applicavam a matheraa-
tica, nem í^abiam philosophia, ou theoío^iai nem sciencia alguma
especulativa ? Se a isto chama viver em crassa ifínonmcia, isega
assim muilo embora ; não lh"o concedo, poniiiUo-lh'o: mas veja
não lhe caiíi o raio em casa. nem dr sentença contra si, o cha-
mando o alguém tV^riortmíí\ pur o&tar pouco mais ou rtjenos tão
falto desta,9 aciencias, como estão os Índios: mas demos o seu a
S(íu dono, e façamos justiça a todos. '
Nem tie vo^^a mcrcíí, Sr. Gama, nem dos indios» se podo
dizer com verdade, que vivem em crassa ifjtiorantíta. De vo.-ísa
mcrcô não ; pjrque compõe os seus versos, taes ou quaos, Doá
Índios, t «mboíii nao ; porquo além do sabd t^m algumas artes
libcraos. exercitavam, e muito bem, quasí todãâ as mecânicas.
Muitos delles liam e escreviam, aíííuns cantavam ; porque para
aprender tudo isto ih os tinham os jesuítas estabelecido escolas.
Elles sabiam a agricultura; porque euLlivavam ^s artores que
daeam a folha do mate, da qual di/ vossa merct^ na pagina. . , .
* quo OS jesuítas tiravam rada anoo muii^os millioeri de lucro ».
E também preparavam <s os deliciosos jardinjs, aonde esLe-^
« paires recolhiam o.^ e-^pirifas cançados do trabalbar na vinha
< do senhor», como diz na pagina.... Ellci* sabiam alguma
cíiuga do rortiflcaçào, porque <h * militares por(aiiíUí:íZ'3ri os
« acharam fortificados, para lhes impedir os passub n^^ posito do
Santa Tecla > como diz na pa^i^Ja. . . Eram disciplinadofi no ma-
nejo das ar*iiaít, como dÍ2 n i pagina. . , Elles eram ferreiros» pe-
dreiros e carpinteiros, porque <dlas foram os que fabricaram
os templos, quo ali tinham « mais ma^''nifíco? de quiinto bo. pMe
« imainnar i^m Europa»; como diz na pagina, . . Elles íinal-
menr^ « sabiam bordar : e tào pi imorosamonle, que o general»
(piirtuguez) « uào se podia persuadir que o.^ riquíssimos urna-
< mentos (das suas igrejas i tive som sido bordados naquelle
€ paiz, até que lhe mostrou um, que foi acbado junto a sachris*
-€ tia, ain la imptirfeito no tluíar » corao diz na pactua. , . Tanto,
como isto, nâo sabe vossa mercê fa:&er, Sr. Gama ; o com ttido
não ha de quen r, que lho digam que viise cm crassa ignoraiuíai
pois para que o diz dos índias, que estavam nas aldeias diri-
gidas peloi:! je^uttis hespauhòes, sabendo elles muito mais. que
vossa mercê? Vê como he certo u ditado, de que m^fi^ depressa
fe apanha u,n mentiroso do que um co^ ho. Quem mente oár» ha
de ser dosmemorialo» >,epmiio u pruverbio, que ja em outro
lu^r citei, mendaeem õporlH esse memoreryí^ Se vossa merco
15G
REVISTA r>0 JMSTITTJTO HISTÓRICO
queria dizer oosta nota, qiio o^i íniiios^ vivi^tm rm umn 4^rasãa
ifínoroncia^ havia de lerobrar-íJO do quo tiolm dito nm aotece-
tíeut*ts, o ão que ioteotiva dizer na^ soguintes» paia o náa ^al-
culia'©ni do falsario» monlifuão, o impoalor. Ku creiu» que esto
bom hoiuem mfiiliu pela megraa razoui-a os iodios das mis.so.'s
tie Hespaniiri, o os dasí iijí3:*ôoíí do Portugal, jufgando, qae t.odos
f>mm o mesmo ; m.i5 en*3fívnofi-so, porquií og da parte do Brasil»
!■ Mar ^ídiào são m ús brutos o aíHvagens ; v coirio non cr omni
íitjno ftí Mercar ius^ um são Ifia haiíeis para as artes, ou sejam
llboraeíi, oíi m^caoica-í, ooino os outros ; ls quaea exprcitavam
todas aqueU/is que aerviam para commum uUlldado, o nào só
da eompantiia, como ao díK nesta nota» sem fundamonto ali^iim.
DtifllBêiitd 09 U cAlumntii el rei Carlos tlt.
Poíâ 0 que aecra.^centa do Qm da mesma nota, dizendo, que
toda a doutrina que os * jesiiitaa onsinavam aos índios se rcda-
€ zta a atemòrisal-os com o in forno, aw não oWecoss«m em tudo,
o por tudo aos seus santofi padres ■» coutem uiitiu falí!ÍÍLÍade clara
«1 manifesta. Tinh.im oâ je-^uitíiâ mandado imi>rimir um cafiO-
ctiismo, que todos os diai se lia, e explicava aos Índios na
i^mja, o bcírundo elle os exhortavam nâo só ao temor do8 cas-
tigoa, senão taml>cm a físperança do premio ao amor de Deus, e
do próximo, a paciência nos trabailios, a ^e^ígnBçào dqíí enfoí^
midades, a devoção dus santõs, veneração das suas imagens ;
em uraa palavra, ao exercício o praxe de todas aa mais vir-
tudes. Para conlirmar o quo digo, o tapar a bocca a este ma-
iedico, nào produzirei aqui mais que dons testem nnbos os mais
autorisados, e diguos de fé, (omÍ tio outros meitoâ* que podia
accumulari um do rei catliolico Carlos 111, outr^do iilustrissimo
Sr, Peralta, bispo DoraiDÍcano, d:*ndo conta a sui mai^ostade da
visita que fez a todas aqu^llas aldeias. O rei no decreto, em quo
ordfiuou se m anilassem para a America não sò trinti, como i»ra
costume, ma-í sestenta jesuítas, seg^undo já acima disse, dà
ejcoresflameoti' esta razão (repare bem ntdla o autor das notas)
€ para que diclm província did P&ra>guay attienda con el ei-
« mero, e zelo, qno liaste aqui a las eonvorsiones, cie que esta
« eucarreguila)».
Ora se a doutrinados jesuítas se « reduzisse toda a atemorisar
« os iudioB i^om o inferni». se n^ Hies ubdt^essem, e em tudo 6
por tudo » loti varia aquelle monarolia o ztdo, ci^m que estes reli^
giosus se íipplíeavão as converivõ^j, dn que cfstavão encarregados ?
Ou mandaria uuiros operari^/s, que ajudassem os primeiros a ex-
lorquir dus índios a força do terror do iníèrno uma cega. e total
nbõdioneia as onJeus particulares e preceitos dus jeauí las? Que
i^esponde 2^ isto, Sr. fiama ^ Dirá talvez, <|ue aquolle sober^^oo
HEMITAÇÔES ÁS CALUMNIAS
157
Oátiàiido oa Europa nao ora bíjm informado do que m passava na
Vmericaí Orn ouça agora» o que óiz una prel ido eecleaiabticu,
testemunha d o vista de quunto se fazia nm aliêas.
TatDhem » <li3â4fieaie o iJJuitmBimo bispo.
€ Da cidade de Santa Fú » ( diz o itluatrissirao Peralta )
« passei a visitar os povos, e i-educções que eátão ao cuidado dos
< padreá da companhia di: Jesus e ao os tendera por num do 100
< te^'uai>. Sm e^ttes povos .'íO eia numom ; dot; quaes 17 pertencem
« ao bisfwj de líueQos-Ayreá, © 13 ao da Paraía:uay. Vííiitadus os
« 17 da mioba juri^^dicão, passei admiuiitrar o sacrameíito da
< conlirra ição naquelles do Paraguay com licença» e a instancia
*f do Cabido *», íicile-vacanle. « E porque nào duvido, quo o ca-
« Iboiíco real zelo de vossa magei^tadQ terá gírande íçosto do ser
informado do estado o proj^^resso destes pul>res iQdius, oxporei o
que vi aqui com o» raeus olhos, o toquei com as raiuhas mfios
com tanto írosto roeu, o consolação espiritual» quo me fuziam
parecer ligeirtJS os muitos e f^randes trabalhos .^-oíTindo-í na dita
Ti3ttu« veado uma tão grande muiti ião de oveliias, que estando
postarem logares diversos, centre i tão dií^tantoíi, com tudo
estio com lanta obediência pendeutei* da voz do seu pa^-tor,
como se estivt^ssora no mesmo aprisco. Obri irado a pnnir, não
me pude separ»r sem ^Tande doi% e táocheii^ de devoção» que
dou ;^^ raças a Deus de con ti uno pelos copiosos t>enedcios« o benção,
com que assisto aqtielles povos por meio daquelles santos reli-
Kioãoa, e homens apostólicos da Curapanhiade Jesus. (Confunda-se
aqui de c&minlio o Sr, Gama de pór como por zombaria, em letra
gripba o epiuao do San/os aos josuititi, quando um bispo, fal-
lando dolles, Ihe^í dà este mesmo titulo, como justamonle uien*-
cido*) De coíííínwo (prosegue eito a dizer) «t h© occupam em
« instruil'Os, e em radiawl-os sempre mais na fé catholica, e
« fazei- IS sempre mais aptos, e pr^mptos para o serviço de
« vosôík maiíestade, com uma tal Hde lidada, como se a tivessem
€ ti6rd.ido dos seus maio es.»
Ver as iífi-ejas e o dt-cópo, com que se ^* o culto a Deog, a
piedade e devui.ão nc^s ulflcius divinos, a de^trez^t no eantu de-
voto, o ornato dos aUaie?*, o respt*ii.ue mBifoííleencia na eele-
« braçâo do divino t-a«TiIti;io, o am^r de Jesus sacramentado,
« assim como por o ma parto cxciíavãu em mim uma ternura
« inexplic«ivei, aãsim por outra parte me enchia da confubão;
« vendo uma tão notável difTerença onti^e estes povos ha pouco
< oonTortidoâ a fé» os outros christãos antí;.ros. E tudo isto he
m fructo da indusiiia. vigilância o 20I0» com que aquelles santos
^ religi*isos rt;i compmhia »< torne aqui a ntílr-ctir noepití^tu de
iantus a Sr, Ga'íia, d. ido não por escamoo ; mas seriamente, tiog
jesuítas por um digníssimo e zelozissimo prelado) crião e ensiuão
REVISTA DO INSTITUTO HISTORICCi
.iqm^Uespovf s, i , r-^ão no mu cuidado. FiDatmonte são aquellra
povoa uma par tr i i i íií/mw c respL-it;ivel do seu rei»! património,
que bem póife vo^^ã^i ujd.ir^^sudo ter ou trai guid, mm oào mol hor,
qae ella. Só a vlsui deste dous únicos tosterountios podia ou, e
talvGí devia inaultar aijui o Sr, Gama, e arguil-o do insuleoto o
tcmorario arrojo, cora que áo atreve :i dizer na tdce do mundo,
que aos < índios mio era licito salier mais do quo, o que podia
€ Servir para utilidade da eu[iipaQliia»;como m tudo arjuillo que
elletí faziam, e iidma se roftírt3» não fj á© aprendido doa jesuitas,
e mo cede:?3e tudo era proveito, bom^fliio o utiiidaie, a«»im
espiritual como tempural, dos raesoaos Índios, Podia também ín-
ãuital-u da fahidade oom que a doutrina dos jesuítas naquetlas
partes so reduzia toda a < atemorísar m itidíos com o i o Terno, se
« am tudu e por tudo ihetí nào obedece?«om p ; de»^ mentindo nisto
a ura rei, ea umbi^po; a ura rei, que tão claramente louTa
* el e^imero. y zelo, com que la provincia dei Paraguay» aUi-
« ende a las conversionea, do que osíá encaiTegada *. K :í um
bispo, que íhn diffu^^^niente reiere us muitos f» diíT^reoie!* exer-
GÍciuB do devoção e piedade, que nas aidéas ensinara aos iodioa
oí; m<ssioiiario , Consjidor.tndo porém aestccalujnniador confuao
c envergonhado, perdo^.-lho por esta vez. ma^ espero, que se
emende, \ ejamos» se o faz nas notas a-guintes.
N ♦ pa>rina. . . nào ti-ndo esse poeta, quc contar ou cantar do
seu horoe u Sr. Men<1onçai piissada America a liuropa a louvar
O seu Mi^c^nas, o Sr. rarvathu. Para isto finge noa seus versos,
que Lioduya vira no l*ar.»ííuay por arte <io diabo a oídado de
Liíííioa arrumada por causa du torroraoto do 1755, Ora eu não
reparo aqui no grande pulo, e salto, que deu este papagaio do
Brasil pas>ando do um vòo tant:v terra, e tanto mar, para dizer
quatro lizonjaa a quem esporava, que ibe desse de comer; (a
mme a tsts e a muito mais obriga) o que censuro he, que para
adultir o Sr* Carvallio, infamasse os je^uitcis, dizendo em uma
nota;
Moetra-se a falsidade com que se dis que os jesujtaj portu*
gue/^OA se aproveiíai-ào da oecasiao do terremoto para aterrar
03 povoa.
4 He notório quanto os jesuiUm iibtiaàrão, e pertenderão
« scrvirae da calamidade publica {o terremoto) para cansteroar
* m povos c reduztl os aos seus pernicitislsçimoa tnieresses. De
« sorte que a nào s^er a serenidade de animo do nosao amabi*
< ItMmo monarcha. verdadeiramente tmperfurbavel, e a oons-
< tancia do seu illuminadissimo Ministério (quer dker minialro)
* ficava parasem^^jre ForLtii:.il i*opultado ni»?i ruínas de Lisboa*.
Estus fíu lavras» que èet mento tríináladou aqui o sonhgr Gama de
alguns oscnptõs compostos pelo senhor Carvalho, tem sido
▼erdadeiraroeote um migma ; mas tâo confusu e eácuro, qao
ninguém até aqui o pole enteaOer. nem puautríir. A razào be ;
p<jrque por mai;^ torturai que ae tem éênáo au entendimento, nâo
occoriM\ qiiM "s ff^s^om * s peroiclosíaílmos interesses, a queos ie-
smtjis I 7tr os povos consiernando os, e servindo-
8eabuh> w ^^«U publica calamidade f E muito menoa.
REFUTAÇÕES As CALUMNÍAS
que os iotoresises fossem t:ies, íjiig < a não aer a seroo idade do
< rei^ o a consitancia do sen ministro, houvesse de ficar Portugal
€ sepultado na? rtilnasdo Lisboa*.
Estos ji.jbivs rtíligiu?ius com aquella publica calamiiJado fi-
carão tão consternadus 0 fora de si, como Mo o mais povo de
Portugal; príocipalraeoto era Lisboa, ao n do fez maior oátrago
aquelle horrivel flH^i'Uo: vendo-so sem habitações oem igrejas;
umas em grande parte .irruioadíis» omras umeaçando niina. por
causa dos tremeres do terra muito seoaiveis e frequeoteB : para
conservarem as vidas, qiio Deus por sua misericoriia lhes tmlia
salvado Dafia^dle funesto dia primeiro de novembro de 1755, se
retirarão aos ^euâ hortos, não bó admiuindo oeilea, mjnâo
também socGurren«lo cam as ei$iuol&s, qtie podião, a todos
aqadloá, que nec«BiiitaJ04í de abrigo e de sustento, ali se qui-
2eráu recolher. Nosti-^ sittos levantarão igrejas ái\ madtsira., alim
de celel>rftr as mis^ns, como namtjoin para administrar os sacra-
ment s da penitencia ví eomraunhao as ionumoraveis pesboais,
qiio arrepet^d^aaã das huas cul «as deBf^javào ivcouciliar so coui
Deu^i, e uplacir a sua ai v ma justiça. Ali exhurlavão ile continuo
aquelltíá padres a uma ísieria e vor-líuieira canversáú, a um
entranhavel udto ao peccado, a ura íjíUcaz propósito cfo emendas,
ah consolivâo aotj Bífiictos, ali anima vão aos prísillanimes a es-
perar b m na diviíKi misericórdia; ali dando os remédios de
graça, caravão os enfermos o fonaos. Não ho isto ainda o mais ;
porque d'u li i^abíâo lambem a desenterrar os vivos o a sepultar
os mortos, a as-íiatir aos ínori bundos, o até a cooforiar aos patí-
bulos 03 muitos réos, a quem por aqueila oi^caaiào se deu a
morte; em pe^a de dilictos» dos qu-ies talvez fallarcmos,
I^to fizerão os jesuitcis em Liabua, ao tempo da^uella publica
calamidade ; isio sim, isto he, o que foi ooiorio, não eò a toda
aquella côrie. mas a iodo o reino. Ajjrora qua-a fossem ua abusos,
qoo commelterào. quaes os perniciosissimos interesses, a que per-
teoderão reduzir os povos consternados, nem então fui iiuturio a
alguém, oem depois, nem o será jamais. Da sorte que todas
aquerías palavras altíloqitós, tudas aquel las expressões hyper-
boiicns não sãu ^ó insignilieaiitcs t? inintelligíveís mas coo trarias
entro si, o repugnantes, E senãti pergunto ou os jesuítas cnteu-
dião, que a « serenidade do lounarctia, e a cuostancia do seu
ministro )> havião de obstar, e impedir os sgub interesses pe mu
ciosíssimos, ou não ,' se o enteodião. era loucura nelles pertender
reduiir os puvo-. aos taes interesses ; se o não eniendiao, maior
loucura era. e mais rematada ; porque oáo seudo os interesses
impedidos pela * i^erenidaíle do inoíjarcha e constância do seu
« ministro, ficava Portugal» cu 1110 se diz nosia noia, < aeptíltado
< nasntinas de Lisboa ; e por coasequeocla iegitima todos os je-
suitus íícariào mortos» todos os seus collogios perdidos, todas as
suas casas arruioaaas, todos os sons bens e ízeodas, todos os
gens moveis, e alfaias, todas as su:is immensas riquezas, e tnex-
hauriveis tliesourostlcanãti ^ fiopultíiios para sempre nas minas
c de Lisboíi Veja aqui, senhor Gama, as eatrosg^s em que se
mettOf quem imprime tudo, o quo liie vem a penoa.
1130
JllíVlSTA ÍK) INSTITUTO IHSTORICO
Se àis itfi Utnftm^ cutn st^niel nd linf^^iam^ {22} isto lie, sii doas
vezes se bado limar o Que uma. vez se liado dizer ; quantas veze^
será bem, qw) se time. o que se ha le ^'stampar { Eaire as pa-
lawase oé esoripto tia esta notável dilTei*ença ; que as palavras
apenaa nascem raorrem: os eacHptos» se clie^ao a sabir a hiz,
sào imiDortaes, Assim que, meu seDliopescrivno. para outra voz
ou estampe meDos, ou conalilorc mais;âeDrio quer ver-se em
calças paHas, como í>e vio oOííLa d o ta, o em todas, ou qyasi toda a
as passad as . Faâse m o i a:^ a egu íq tos »
hònvae «|u« dá o poetm to seu M*4fliifc- uããa. por glJtí
merecido.
Na pagina,.. • para prosseguir os louvores do seu Mecenas, o
também »io seu herot>T continua eaie poeU a íiagir nos seos
versos, qtie a iodia Lindova, depois de ver por arte magloa as
ruínas de Lisboa, vira lofro esta cidade reodirtcada, e a marinha
em um estado lUirente ; ao qtie traz estas notas: promdencia
sobrt o terremoto »
€ Desentulho da cidade, Reoilificaçâo do Lisboa devida iti-
« telramente a grandeza do coração de sua fiiagestade e ao in-
€ cansarei espirito do lllm» Exm. Sr* Conde do Oeiras. A ma-
< rinha real no ilorentíssimo estado, em que a vemos, Dào é a
€ ultima «loria deste felecissirao reinado (do Sr. D. José l\,
« glorii, que so devo principal meu te ao zelo do Illin. e Exio.
< Sr. Francisco Xavier de Mendoaça Furtado. Não faítaodo
estas notas nos Jesuítas, cuja defesa ú o nieu principal assumpto,
estive para omittil as; mas jiorque vejo» que o Sr. Gama nesta
maioria esU Mio de noticias, quero dar-the aqui algumas
para a sua iustri cção, Pr imo ira mente as provi tUncias itobre o
terrmioto, que deu o Sr, Carvalho nãi sd foram poucas, mas
muito tarde, e as más horas. Lisboa esteve se abrasando por
maia do lu dias successivos, sem ae dar provid(;ucia a apagar
o fogo, ou atalhal-o ao tnenos, para nãu consumir o palácio
real* a igreja patriarchal, a c^isa do thesouro» o assim outros
ediácioB putdicus* não fatiando oas particulares, l>e sorie quo
se um leiíço jesuíta, que residia na ca a profoa^a de S, Itjque,
(éd) st nio animasse^ ajudado de alj^umas pessoas. i\ne para
isso chamuu, a extinj^uir o tbgo e chaoimLsJá visinhas áriuolle
sitio, usando de duas bombiLS^ que bom á^caso se tintiam com-
prado no espolio do emiDentíssimo cardeal Almei la, arderia
sem duvida todo o bairro alto» a cora elle, al^m de muitos
oditicios nubres, a riqyissun.L capella do S. Juão. queoSr,
rei D. João V tinha mandado labricar na igreja dos jeauitas ;
e taral>em os preCía*iBsirno>i í«rnitto8 o pararaetití^ts, dn (|ue a
tiuha ootaflo. Foi »'sta aeçáo tái» singular, e agradou umto
ao Sr. i*et D. José 1, que c^]mtandodh'a o senhor mouteiro m6r«
REFUTAÇÕES AS CALUMNIAS
IGl
mandou par elle agradecer áquoUos roligioaos o grando bo-
neflcio» quo tinham feito ao publico. Mais ainda: poiiondo logo
e dovendo*se por patruUias de soldados, ou por oclilaos físadoa
nos lugares públicos, para emb iraçar e probibir, que so en-
trasse nas igrejas arruinadas, e nas casas parttciilriroa sem
manifesta licença de seus donos á tirar, o que nellas havia,
por muito tempo se omíttiu esta proiridGncia ; da maneira qno
a ptebâ erradamente per^^uadida, quo aquelles luares, e tudo
o que nelleg se achava, estando pro d^relirio, era primi c^fpu
êntis^ sem rebuço, ou cautela, mas com toda liberdade, enírcu
íi aprovei tar*se de quanto encontrava, assim nos teraploí»
como nos edifícios, em parle destruídos, ou totalmente deserT.os;
ati"' que avisado o Sr. Carvalho desta táo griodo doáordem»
cúmo se acordasse de ura profundo letargormnndoii em uma.
madrugada, que urna parte da Boldadesca impodis«e a sahida
de Lisboa, « a outri descor rendo pela cidade preudi^^ae este»
>íuppo8tos ou verdadeiros ladrõís, fazendo nello^ uma cruel
earniticina: porque suramariamento julgados do mesmo lUííar,
om que ouviam a bontença, partiam para o patíbulo, sem maia
dÍ!ípo:3Íçào ou prtpiTO para a morte, do que .iqndle que fi-
zessem pelo caminho. Aqui, foi que os jesuítas tiveram runa
nova occasiáo de exerci tir o ?jeu zelo e caridade, qiui costu-
raavara usar com o» justiçados ; trabalhmdo nuo prubvi im
dispor aquelles réos a receber cora resignação aquelía morte
tão apressada, ainda que bom merecida.
A mesma negligencia houve em nào mandar logo, que suo*
cedeu o terremoto, o se vio arruinada Lisboa, fazer nos seus
arredores f jrnoa de cal, o telha para reparo, oti dos edifícios,
ou das barracas: como também em não cuidar etn recolher o
unir Qm algum log-ar separado as religiosas» esposas do Jesus
Christo ; antes p^írralttir, que andassem por rauito tempo vatsv
buodae: um^is pipias «^asas dos parentes, outras j nlas dos aman-
tes. Estas e outras muitas falias de providcfJ€Ía$, q<ie devia, e
podia dai" o Sr. Carvalho, estando naquelle tempo ao leme
do governo, exi)erim»intaram os pobres portuguezes niquelltt
pnbljca calamidade, e so hei do dizer tudo, tao longe estove
esto ministro de ser, ou mostrar-so provido em umas ciroiim-
stancías tão criticas, como eram aquellas, que antes impediíi-se
continuassem a po" em praxe algumas, que se linbam dado
para commum remédio dos necessitadojs, como agora direi.
Tinha o Sr. Diogu de Mendi>nça insinuado a um, majestade,
que a custa do mu ro^io erário ordenasse matassem al^tmí bois
e vaccis am certos togares, para onde se tinha r»ifugindn maior
multidão de pivo ; e ali se rep trtiásem aos que nceasitaí«em
de sustento, Anouio o pio m marcha ; o com ettVdto so executou
esta ordem, dada pelo meémo Sr. Diogo de Mendonça Corto
Real, da parte do sua magestade aos marchantes pissada:?,
porém, poucas semanas foi por conselho do Sr. Carvalho, sus-
pendida esta tão louvável, e necêssariii, providenciíi : de SL>rt0
que não se aiiiraaudo o Sr. Idogo de Mendonça a fui lar tegunda
vez nesta matéria ao rei, se vio obrigado a pag -r da sua al^i-
ií3l— 11 Tomo Lwiti v. í.
misàXM tkíx % -inçt^zí f<s» Emi cr» íiLljEinHite . ^ts» sãu se '^aha
in2». Xl^ tzxLÍa : iLaja c^utActí tt^ieCè aciríiBa Sr. Di^r:^ de
Mgnifuaca. isppbcaLC > &. fv» Bzaz*;stâiir« ^oc penkass? aè? pe:>-
eftiòntf ^ 7 3iiL>. iTi^ piiATam^ pa;^ jcéerõii T«Bder o peixe
maia fc^r^i^ e xaB:irsiMr.^smmLtjé ccol iccims db^CBiio ter a
farro <ii*^ .sccEeir. ziaí tAAften oca pn^^iencxa iatpedi:> lofo
o St*. CimLo Lasoífo e germirfnM» i «{-reL »;«• pelo ler-
nalk>«> n-^^n 'Q ii^MT^ BLiiJ pcàce w ^v -^Le. Una eeru pro-
Tvii»íii:ti \iiz ei> iaí"- «• * -a-^oc í*» pi:ftr«. mas do« rieos.
f^K '.: orircir. -;3e ha pnçv 4: R^^ci:* «e tktx jsb uma caA.
Bak ^«bI oi: iia!:i*.*iorei ie L::§ci:^ pk>kfls?ai depootcir is 53^3
Ctu, tf sais 1: Jis ^ zza:^ aI:fAU[$ neas q^ze âfojiem salTaio
rixi!:a.i d> c<»rT«fB-.*o cc qvmta sm Uatua ^>^ar eirnsioilo
em ^;k: as Ttjir lar xzi sejnna^a.
Farecec: loavarel esv arzi^a^jOL e ccb efleiío se Cibricou a
ean; mis •>! ponu^izezs ca pi:r is^ratt» áiosUe beoeUeio. oa
por SL^pHtoK» de ^nu b^-iimiiaiê. o» le apro^wurmm da-
qriella írn^a . e ::Í3 oSãta2:c ser (Kti cecasâii^ em qae parecia
iar necTs^iario faz^r do :ai:ã> :!el, cozo c eoiUime dizer, anies
aaízerão v>i « expcr» a •;:ie es seos teres e haTeres, por ria
da roabo c^hisses: q^s c:i:3 ieoQ:rj<s« de 4c? por meio daqaelle
deprxito. rifatsem a lotcia do Sr. CaFraZiío. Tanu> deseoiiflaT«im
doa pro;<>?tos destf? raiaistro: Tio mio eo::;:eito fonnaTam d^s
•nas fín:5*.ra«. e o^ciltas iitca.S5cs !
Aj sotâC.aa de^*jis ccafa^. qae pry^seaoiMi eai Liahôa quem
a esereTd, oã-) ^bia vasti mercê. Sr. 6ama« que naata lempo
afUra 00 Br^zíl «liTerúoij-sc e èriccic-io com oaUoa da sua
idad:; : porqae, se as «oabesâe. craio que cio Miaria aqui em
j/rozi^ier-ria tohre o t^írr^mcto dadas pelo >f . OrTmlho. Verdade
é, qnc. as niv czpeji. ca estende, assim eom-.^ elle f^z, man*
daodo imprimir ara pipel :k!guns mezea co^^i$ de ter sucoedido
iqtielle rciM»to eas > o ^ qaal referzo por minlo as eauwlas, as
dali^encía) e os ra^ícrs, que logo se liobain apolieido pnra o fim
de reparar es fMr\709 daiaelle horríTe! âÀ^lk\ eaeuiir prom-
ptam^nt/^ a n^ce^ilad^; 'le tintos infeliz s e mi^eraTe^. Xar-
rtçio. q^ifi a UjVj» fi-nvji riso, qumdo sibUir, que pjr mnito
temj/> nvfa se v,u\i% ^;:V^ do qu^í alli «e .xr.tATa.
líTiiAl a t//da«i -íí*-»* ne/Ii|f«;ncí.:8 quo WQho apcintado, foi
tambern a ^ju'! >i/í'jt<j /fn 4i;ír:.',t«jUiAr a cidaio eom re.nlirtoal-a.
Quant/^ rno/^ ft^ pa^v^rarn primeir..», qUv^ algumas runs de
\Mhín áf.^^fin |/M«:jíf/;fri \\vut f. franca aos seus habitadores^
QfianV/M ftorri* n trv*tr.ktn ante*, í-uo co^mecassc aquella reedifi-
caç^iO í CivShíi ír/o ;j/jiUíIlí: rnlnU^ro em faz r novo palácio para
si, e '-m ftl'i((*ro ^ntí^o. Cuidou em fingir conjurações e o Ji-
flcA.' cirr-fifon, <; íi/'pots á<i enclior os velhos, entulhar também 03
novíiíi *\(i proni}^ *Vf íjítíido; c;ií:lou cm povoar as conquistas do
di9starralo4 ; ij.; <*íf,irj;(u;r uma parte da nobreza de Portugal, do
abater n buminur a outra; culJou em infamar os jesuítas, des-
poJ«l ot t\ii Mo« of ffí:u** ben«í, o cxU-rir.inal-os para sempre do
conilO''nt'» 'io roíMo, «? do t^dos os sous domínio^. Nisto occapoa
o Sr. (nr WkWw i A'j ^ fj§ HdWi pen-amontas ; nisto empregou todas
REKLTAÇUKS ÁS CALUMNIAS 163
as horas dos dias, e também as das noites, estando suspensa en-
tretanto a desmarcação das estradas, o desenho dos templos, o
risco dos edifícios e a abertura dos aqneductos ; em uma pa-
lavra, a restauração de Lisboa, ecom ella demorado juntamente
o bem commum, o reparo do povo, a utilidade publica. •
Ou*ro louvor r^iic dá ao b' rce do feu iioeraa gemo
morecar.
Da terra passemos ao mar, em que diz este poeta lisongeiro,
que o Sr. Mendonça, seu heroe « conseguira uma gloria im-
€ mortal, pondo a marinha por virtude do seu zelo em um es-
« tado ííorcntissimo.» Que incarecimento ! Que hyperbole!
Sp» o fogo, que so seguio ao terremoto, abrazou grande
parte da madeira, que estava no a rsenal para construcção dos
navios, e a que depois se rnandou vir toda era necessária para
fi>rmar barracas, ou edifícios, que grande quantidade de n<lo8
se podiam fiizer para o mar, que puzesse a marinha em um ettado
floreniissimo ? Este faustoso titulo, Sr. Gama, só compete a ma-
rinha do Inglaterra, e nestes ui olmos tempos a db França, a de
Hespanha, e a da Rússia; a de Portugal, fallemos claro, nunca
competio: e muito menos no tempo do Sr. Mendonça. Duasnáos
de linha, pouco mais ou menos; quatro fragatas e me.a, com
outros tantos chavecos não fazem uma marinha verdadei-
ramente respeitável nom a põe em estado floreniissimo. Dizer
o contrario 6 querer enganar o publico e tapar os olhos ao
mundo. Mas agor.i mo occorre, aue tulvez o Sr. Mendonça man-
dasse fazer em Lisboa no tempo ao sou tal ou qual ministério,
algum hyate semelhante aqueLa náo mandada fazer pjr elle no
Rio de Janeiro, e em que vieram da America desterrados os je-
suítas purtuguezes; da qual se diz na pagina. . . « que era
« embutida do paregrinas madeiras de diversas cores; obra
c muito rara, e admirável no seu género.» E a isto unicamente
se reduza « o por em estado floren tissimo a marinha de Portugal».
Se liiuto chegou a fazor este heroe, e irmão de heroes, e se tão
pjuco basta para merecer o grande louvor, que nes^ nota se
lhe dá, outros o julguem, emquanto eu passo a pagina. • •
Rofuta-80 o qud falsamente se aíTirma da ignoranc'a
dos jesuítas da America porlngueza.
Aqui depois de dizer em verso, que aquella ndo embutida em
peregrinas madeiras^ em que da America vierão para a Europa
desterrados os jesuítas, transportava a « ignorância e a magra.
lo4 ?-Z^-5ta rt> ZMsTTTTTO h:st*}R9:o
< pÊiaezvm^ * t^Csm Í7^«:r:ai.i. «•• > xnx tstsk m^tk « só a
« tt^ mimssen» *"i * nmiiwic • Se» » ix ^ ,
o anbor Gazii. & ;--í£:: nlr^t :««i Bi?r^ilckè;*Kste idíei papel,
diaeiíJo^Ui^, .;i:í fiiliaeso? :bert^ a ««©ier a jmra razio,
poc^«ftâlLesaliaiúâT*!?C25cs;^ r^^yaa» aí:.lit»?>>. Se gs jesaicas,
q:i£ o eBamna zo Br^r:: ^ris :i2s Uucu^ oisao hAvia de ahir
dlis suas «cotas trs ^raa»:*? > trtkio ' Eta i2ipa»reL secio rep-
daife eTan^Ika. ^^è «//« at I.^^ir-ptLS jaorx auÂffnra: (^4)
^ as i^joraaies =&» p«j4iazi fwr aa '4^ãeí|KiÍo sábio. Sr.
, ea o desr^i:^ aatea. s» ^:ci;?aíacs>áa na (SQQ^raQa; eó-
lio afará, q<K se estzaiisãe eoffi a^i^ru ^ae wão foMeoi je-
Eaita}, suppjs^ a n.i friai^e cipar:>ivie» sana um abúao de
sdeoeia ; cosk» x;:rej»iea ^^n «x j» t! u3i aMKtio de igaoranâa.
Mas. Sr. BdUiI:v\ h ^ ^ic ^Jtitu.-j |>-«mMt»í mKj: fcrfo. Tossa
mené neabaaia i*izio tem p^ra i:iv*r qae a fhLnti, que trou-
xera á Portnjral os j^5aiv^d>? ?rkiil« tr&ftsyDrcaTa a im^ramem.
j^gMAiiA proTincia não só ã.4^escea aemnre eot sogeitòs insifiies
em santidade, ( 23 sealo :a!s^eai esBL saVadoru, eonso pode rer
no Barb:?sa. autor da b:bIio:heoa portiuaexa : eatro os quaes
a-^harà om Aaiucio Vieiri. aai Alesandrède Gosmão* um Simio
de Vasooncellofi» am Praieacio de Amuai, vsa Manoei Ribeiro.
Além destes mais aiii;^ js« oa;?os nos ih»9QS tempos» se asrifna-
laram oas Cacoliadas e sdeocias, que pabUcamente eostnaTam,
eomo fimm nm Francisco de Maiios, am Simio Mjtrqaes, om
Franeiseo de Almeida, um Mm.el da Fonseca, am Cbriâtovam
Cordeiro, um Manc«I Xavit^r Ribeiro, e outros muitos, que
omittopor breridade. Se no Brazil não fossem prohibl-ias as
impreosas, teria visto a republica litteraria produecOes excel-
leites dos raros engenb-js que abunda^*a a prorinda da com-
paobla brasiliana. Em Itália sei eo. por ser aii menos custosa a
estampa, que em Portugal, tem elles dado ao prélo obras poé-
ticas eom estylo lãD culto o latinidade tio pura. que os eru-
ditos as lem com applauso, e aimira;io. ( ^) Mas para que me
caoco 7 K^te ii^usto aimotaoel da^ seiencias, e ignoraneias albeias
V5Ttí por mestre o jesui^^ José Nogueira, homem consumado na
arte oe rhot jrica, que lhe ensinou no Rio de Janeiro. Conheceu
o Jesuita Francisco da Silveira, quo além do o favorecer e
Bíjcoorrêr muito em Roma, lhe corregia os versos que eram
dignos doemenia, e os que nio chegavam a s^l-o, os substituía
corn outroH, que de novo f<*zia. Fioalmeote conheceu, fallou e
tratou aojnsnita Jof4 Rodrigues, q le além dos versos por ello
dados a laz, lhe compoz outros muitos, os quaes, como obras
suas rop^itia na Arcádia, para poder merecer com ellos um
1'ifAr entre aqaollos académicos. Isto stipposio, Sr. Ciama, se
Vossa morcé sahio das escolas fraco lettrado, eiti sua igoo-
f «nela nio se pode attribuir a falta de sciencia dos mestres.
BEFUTAÇÒES As CALUMNIAS
mas a 8ua pouca applicaçâo, ecuquaoto maocebo. £ o peior ó,
que ja a^'ora, como preto veliio aão aprendf* língua» segundo o
ditado purtuguoz : sioto-lhe pouco remédio. Mas cansole-se, qii©
tem muitos cumpanheiros ; também os iadíoa americanoi^ vivem
em gVRQilQ i imo i anciã por culpa dod jesaitafl» como diz oa pa-
gina. . . *i com tudo vivom alegremente.
Dada amiga velraen te esta consolação, não me cango, nem
eofdsUo aos meus leitores em refutar os tícIos, que uo poema
se attribuem aos jesuíta?» cJiamando-lhes invejosos, discordes^
furiosos e ^ti/poa^i tas: {pelo qUQ toca a igoorantos, talvez fil-
iarei depois ) purque como aquelles vícios estáo deacriptoa era
verso, iáto basta para se coniiécer, que n^o ílcçoes, ou eotliu*
siasmos poetious. Quero unicamente restringir- me ao que áiz na
prosa. Nella aílirma, que soa posteridade poderá justamente
avaliar esta acção ( de exterminar os Jesuítas, ) que será sempre
a niais brilhante entre iodas as do nosi<o tãj aiqdaudido ministério.
Aqui em parte diz mal o Sr, Gama. era parte diz l^em. Diz mal,
porque nfio ú necessário appelíar para o íuturo. Logo que a
companhia Batiio de Portugal, so avaliou esta ar:^o, ou para
dizer melhor« esta expulsão, não pela causa mais brilhante do
appiaudidõ minisietHo, mas polo golpe maig fatal, que podia vir
a todo o reino: lentindo G chorando todos a falta do uns relí-
gioãofl, cujo único emprego era promover a maior gloria de
Deus» e o bem espiritual dos próximos.
Viram-se de reponte os paí.^jJo famiUa sem ter aquém con-
fiar 08 seus filhos para a boa educavão ; viram-se os díscipuloa
som meatreá, e os penitentes sem coiiíe>soros. os rudes aam ca-
techistaa ;3em pregadores os ouvmtes ; ;^om conforto nos uitimoa
momentos da vida os moribundos, Viram-se os réos sem ter
quem suubosse animal-os» e consolal-os ncs patíbulos, os presoi
sem procurador, ^ue lhes solicitasse e Ibes administrasse algum
sustento. E vendo-ao as aulas fechadas, os coufes^ionarioá de-
sertos, as í;í rejas despovoada^, os pui pi '.os maios o tjdos ou
auasi todos privados da granile utilidade espiritual, que re^it^biani
os jesuítas pur moio dos seus sa^radus iDioisterlos, seniiam
amar^meute esta penla, e a avaliavam por uma daa maiores
o mais lamentáveis desj^raças, que podiam succeder a Por-
tugal«
At4? aqui ha raiáo, porque disse maU proferindo, que tó a
posteridade seria justa, avaliadora deste extermínio.
Agora a razão, porque disso bem, é esta: porque fazendo^so
cada Xiiz mais sensível a f^lta destes zelosos operários, e incan-
sáveis ministros de Deus, quanto mais forem correndo os aunos-
e passando os scculoi?, P3ta mesma fragilidade dos homens» e
corrupção da nossa natureza, se experimentará neste reino
maior deradencia na piedade, no culto de Deus e dos santos, na
frequência dos sacramentos, na boa educação da mocidade, e fi-
nalmente, em todos os exercícios devotos, e conducentes a nossa
eterna salvação. E sendo assim, com razào diz o Sr. Gama, que
6ò a posiendúifê poderá justa e dignamente amliar esta acção de
exterminar os jesuítas, não pela mais brilhante do appiaudidõ
166
REVISTA DO IMSTITUrO HISTÓRICO
miniiUriú. como assevera, mas pela maíá fuoe&ta e oocira, que
lhe podia eucceJtT, comu eu acabo de mostr kP.
Poiíhamoâ íim a esta nota; ni qual se accrosceoU, qa© sêm
se fazer tstc passo (de destoiTav 03 jesuiliis) jamais púdcrii o reino
sahir dd ignorância dn quâ o (íithlo.
iB&olcjite asserto ão tmioe dj i^ocmn, e absiardUfe
coaa«^(|ti0iiei&s. <^a<9 delia se dedaiom.
Sr. Gama, so 03ie seu asserto é verdadeiro, como part>c^.
que quer quo juliíTiemos, dello necessariamonto se deduíera al-
gumas consequências, qac vt^gsa niLU^cé não podei á negar. A
primeira lie, que tudos os que estudaram cora os jcsuiias sahi-
ri3radas suas escjíaà ignorantes. E quererá vossa, mercê bonrâir
com este íauslcij titulo a tair-os liomons grandes por nasci-
monto e por letras, os qtiaes frequentaram as aulas destes
padres, ou era Liáboa, uu em Coimbra, ou cm iLvora, nau ftii-
lando ora outras eidadta, nem em tempos maia uutigos? Quereri,
torno a dizer, honrar com eâio faii8tui>í*o titulo aus cxcellentm-
siraos senhores Josó Francisco, D. Francisco do Noronlia, qí dous
Bonhorcs D. Joa<5 e D. Luiz tle Vascjneell s, e ao siíntiMi* Nuno
da Cunha? ÍLst^s e: colares dos je?iiitas em IJsboit : em Coimbra
aos cxctíllentifhiraos Èsonlioros Ayres de Sã. e M(>tlo, e ao senliur
Josô do Seabra? Em Évora aos exooUeasisâimoâ seuhores Mar-
ttnhode Mello, D. Mi^niiil do Portugal, Hedro Ja^jues de ^fa-
galbâes, D. Nuno Alvares i*orc'ira ^ Jaime da Silva Telles í
Som fazer aqui menção de iofinitos outros do uionor gra tU içao,
roas de i^íiali ou tiiilvez raator sabedoria, quves eram quasi
todos os alumno.^ do real collegio da Puníioaçio, uouií^arei al-
guns, que me íembrtun* e porque são mais moJern'j.«. Hutn Fa-
Iciro, um Monto, um Oraiico, uiu Ferrão, occIn siasticus todos de
uma prolunda scieocia, ou fosso o a th8olo2:ia maral, ou na es-
peculativa. Senhor Gama. si se atreve a cUamar a e^tej hjmens,
igooraotes, digodhes que tem grande ãuin;o.
A secunda consequência 1m, que u.ubem í*jT;im i^nofantea
os jesuitis todos, quoeasinat\4m neste reino. E pret';>ndorii vossa
nrerce ler nesta conta a tantos raoslreíi iosigncs assim na rlií^?to*
rica, como em pliilosophia, tlieol' gia especulativa, e mor^il, fa-
cuidador, que publicamente ensinaram o^tei relgi"SO:b/ r:^'no-
rant;! ura Manoel de Azo veio, um Vij?inier, ora Duarte, um
Motta, é um Noronha !' Edtes rhetjricos. Um Manoel Marques,
ura Sebastião do Abreu, um Francisco António, um Domingos da
Cunha, ura Joãu de Vallalares? Kste* phiiosophos. Um Fran-
cisco Monteiro, um Dingo Pacheco, um Ignacio da Silveira, um
Joté de AraujD, um António Pereira o um Kstanisliio Mano?
Estes lheolíi;:o3. Um Paulo Amaro, um Manoel líapíísta, em ãoié
da Costaeum Jos<-^ de Oliveira-* Estos mor^Uistas, além de outros
iomiraeraveis; d j ^ue pudera Airer aqui um grani© catalogo.
PlErUTAÇÕEí? As CALUMNÍAS
167
raesU"es toios elles gingularnaentii diatlnoto da perfoita compre-
heosão das rnatBrias, qtie ioainavam. A^itii, eorao se traía de
jesuítas, monoa duviíía poda ter o áoalior Gama em nogar-lhes a
aeioDcia, e conceder- lhes a ígQoraiioi:^. Vamos a terceira conso*
qaeocia.
Eàta aluda Ue mais absurda, mas tambom ínnegavol, sup*
poeta a verdade do asserto, do que sem se faier o passa, (de lan-
çar fora 03 jes iitas) não poderia jdmais o reino sahir da ignO'
rancia em que o tinham. E' poi9 esta a terçai ra consequência, quú
todos os douto es e meatres ou foasem reí?ulares. ou seau lares,
que j*egeram cadeiras em Portugal no tompo. quo cxlstlo n&llo
a compauiiia, loram ignoranles por culpa dos jesuítas, Qiio di-
riam agora SG vivoââêíiit a c!3ia consequência tirada ligitima-
mente da a-jserção do soulior Gama» a-ijuo lies grandes homoníí,
não só o que no ^cculo pasmado mais aind i os quo neate pn^sente
ílorcceram na Universidade de Cuimbra ? Um Lucas do Seabra,
um Fernão Pires Mourão, um Di íQíhío LJo i* d nrdos, ura Manoel
Borgeíí, e Diogo Cardoso? Um Manoel Braz Anjo, o ura Niíiolào
Alves Braudào f Qua *! iriam um fi ei Cbriituvão, ura Irei Feli-
ciano, um í'cQi Tbeodíi!?io da Cunha, um frei José Caetano, ura
frei Cliristovao, um froi Feliciano, um frei Manoel da Rocha, o
um frei Pedro do santo Thoraaz f Il-^mens todus doutíssimos»
appíaudidos, consultados o ouvidos, comk> Oi-aculos ? Mas não
inquietemos os mortos: Saibamos o quo diriam os pouc^os que
ainda vivom, ouvindo aquelle asserto: um António Cardoso
Seira, um Pedra Viegna e um Mino^íl Games Ferreira? Sujeitos,
quo Ibram o orodilo e esplendoí' da Universi Jade, regendo as
cadeiras, c hoje nâo o tíbjecio da admiração e assombro aenton*
ciando n)S tnbuna&s? Dirão fallanda com a modéstia, que ó
própria dos sábios, Bjr ura temerário arrojo proferir uma tal
prepo^iç^io, da qual nocessiri amento se soguem iUaçõet tão
faUaSt consíeqaeiícias tâo absurdos.
Mas vamos do vagiir,e nâoqueiramog interpretar com tinta
rigor as palavras do senhor Qama, aom examinarmos primeiro
que oousa intenta ello sigaiftear com aqtiolhi termo igf.úrancia ?
Será por ventura falta de noticia». qU'3 tinliao oa portuguozci
no tempj, que existia em Portugal a companhia, an quaes ge
acíião em livros, que ontào erão reprovados o hoje são livre-
mente perra ittid 08 í (57) Mas senhor Gama, que culpa tem disto
os jesuitas ? Se o tribunal d»* santo oíflcio, sendo eu tau mais
escrupuloso, do que agora é a mesa scnsjria, uoiíorraando-
ae. aos pareceres dos qualificadores ; quo erào pela maior parte
08 homens mais doutos, e timoratos de todas a^ sagra-las reli-
giSõs, prohibia debaiio de graves penas a lição daquelles livros
que queria vonsa mercê que os jesiuitas persuadissem nos púl-
pitos, aconselhassem noa confessionários, ensinusaora nas c (.doi-
ras, que 08 curiosos desobei tecendo aos preceitos o despreeando
as censuras, podiâo ler os taes livros, e seguir as doutrinas, que
tra^iào com segurança, o sem perigo, Oti ! isso nào ; isso nâo
faziâo estes religiosos. Accuse-os vossa mercê de outros crimes:
attribua-llieí outros delictog \ diga que erão invejosos^ discordes,
i68
REVISTA DO mSTlTUTO HISTÓRICO
fttriasas hipócritas ; (88) Ua» corniptoroa dos bons costumes^
e assecloá de doutrinas falsas, erroaeas e heréticas, káocerta-
meiítô uào erão: osso vicio uão tinbão elles. Alem de que nãj
saber fiottcíaSt que em boa cao^ieDcJa se nâo podem ler nem
ouvir lâo longe está de ser ipnorancUt^ ao menos reprebeusivcl
qixB antes é oautella louvável, prudência chnstS, o conselhã
santo iYm/i plus sap*;re, gnam opor ter et sapere, Náo é bem que
â£LÍba oquo nâo convém, diz o doutor das gentes (^) ; de sorte
que nesla mi^teria também ba extromos viciosos; e t^uUo se perde
por carta do menos, como por uma carta de mais, que ao lê*
ou ouve ler. So as notícias, que vera nos livros s-lo boas, ou ao
menos indiíTerentes, e as doutrinas sans é bem que se saibão ;
uiBíi se §âo más e perigosas o nâo saboUas nâo é i^noi-ancia, é
sciencíA^ asciencía do aaotos. Asâím que é necessário investi-
gar ou ira razão, em que possa í uni ar-se o seníior Gama para
dizer, quo íf»i se dar o passo (do exterminar os jesuitas) não
podia jamais sahir Portugal da ignorância em que o iinhõo.
Agora sim» agora julgo eu, que acertei com elia. A razão
não é, nem mo pareoe que pude ser outra, se não esta. Não
eiisinar a companhia nas suas attl;iã as faculdades o materiad
que depois do sahir olla de Portugal ordenou o Sr- CarvaiUu
sondo reformaJor da Universidade de Coimbra, que ali se ensi-
nassem* Oiu algumas outra.^ partes do reino. Ma^j também nisto,
Sr. dama. não :^ão culpáveis os i«>^uitas. Gates religiosos ensi-
navâo aqueilas matérias ou r 'es que os fundadorea dos
;âcus coUegios lhos tinhào d* lamento asslgnado para
que lhes tinhão deixado rendais ULiLM-iumadas, Daqui vinha que
segundo as diversas instituições, em umas part*?s ensioavão só
a ler e escrever, e os p ri moiros principies da grammatica ; em
outras também a rhetorica o pbiiusophia, em outras a theolo-
gia moral e especulativa; e. finulrnente, em algumas^, como em
Lisboa o em Évora, a sciencia mathematiea ; em Loimbra» a
língua grega e hebraico ; attondendo sempr»? os fundadoi^es, ou
ío?sem reis ou vassalos, nestas suas determtnaçòos ao que era
maijà útil e necessário aos povos, o não ao que jiilgavão supér-
fluo, ou em certo modo de supcrrogação. Ê so hei de dizer o
ijue emendo, acertavão nesta part«.' ; porque mostrando a expe-
riencía que em Portugal pur ser um reino pequeno, e nao doa
mais ricos só as Aiculdades, que são lucrosaa, se aprendem, o
quo as que o nâo sâo 80 dospresão restringir&o as suas Tontadetf
a quo unicamonLe se ensinassem as que emo utois ao lucro doa
particulares, o neoessarlas para o bom governo do commum.
Declaro que eu não pretendo aqui controTerter c muito
menos decidir, se aeria ou não conveniente, que na corte, ou
fora delia em um collegío, ou seminário de nobres UouTeasem
mestnii que ''^^^-^ .«>iem todits aquellas artes e sciencia?. e
ainda aa Uml i ^ cuja noticia, e initrucçâo íaz aos homens
cultos e eriL..:^^, . maii LabeU para poderem, Intlo a cortes
oatr^ngeiras, raser nellas maior íigura, o acreditar a nação.
O que djgo, e torno a dixer, he que as tacutdadea a que ao n£o
propõem algum premio vantajoso, ou não dão de ai lucro
REFUTAÇÕES AS CALUMNIAS
160
ífraDée» ordinária mente nom se aprcndom, nem se eatlmão.
Istu esporímeotaTáo CS jeauL&as una stri3 aulas de rhetorica e
pliilosopliia ; nas de rhtnonca pornue oâíliscipuloã cootentando-
se cora o entender os livros laiinus, quo tratáo de leis, ou
Canonoa, thoolo^ia, oii mediciuap íie?am para vão os mestres e
híao aprendera phiiosiphia; nas de philusophia, porque aj»enas
tinhão completo o primeiro anuo, não querendo síiber maPB,
partião para as uni ver* í dados, aonde se não fosse proliibido
admittir al^^um e^tudant^ aa soiencias maiores, sem ter primeiro
aprendido lógica, nem esta talvez esfiUdariao. O que pas>Mva
nessas aulas, succediáo também oaquella?, cm que cQ>in;iváo
matliematica, e as liti^uas hebraica u ^í^^ní^ ; «a^s em t^daa
pela mesma razão de nao eorera instas artes nem lucroea?, nem
premiadas, (30) Sint Maecenotas, f\on deerunt Flace Maroucs,
Hajão Mecenas, não faltarão Virgilios» dizia Marcial jl no seu
tempo* Tanto C certo, qvio mm proveito uâo ha estudo ; e
muito monos grande appUcacão, se doUa não se csprra í:rande
utilidade.
Ora esta fiUa de frequência quo osperimentavão antiíra-
mente os jesuítas nag aulaa, em quo ensina vão as faculdades
menos utciac fruotiferas, se esperimoota j4 íioje em Portugal
era todas aqueilas, em que so cusinão as seienctas, t|iie sao pro-
ficunô e rendosas r o falando particularmente da Universidade
de Coimbra, depois de ser reíormi da, são tao pouco os e^tu*
dantes que a frequootão, qm* nào sei íse alguos chegâo a duvidar
qual seja maior» se a rauíttilão dus Me^tres, se u numero dos
diseij-ulos. Eu teiilio toda a veneração, que devo sos professores
lodos actuaes daqualle novo, ou renovndo empório das leiras,
não obstante náo ouvir fali ir delLs neste reino com aquella
prefação, com que se fallava dos amigos; aolea saber, qtio
alguns delles se quejxão, de que es seus mesmos ouvintes us
despre^-ão e deai&tiioâo. Mas d;iio que todos sejao tão boD5, ou
ainda melhor que seus preiíeccsr^iore.-í, temo muito, que supp^sta
a caresiia de diseipulos, brevemeut.o imo haja mestres ; que com
hõDraos ^ubstituão nas cadeiras, e dcpjis com rL!ctlião V(»ohí\o
a seutenclar nos tribtinaos, Qun alguns sabirão das aulas para
08 cárceres do santo cfflcio por mMttri.ihslas, ia nós sabemos,
(31 1 Que íi^j^o de íahir para os Iribunaes e cadeiras ainda eslã
por ver .
Não sejamos porem ave de mâo agouro: deixemos correr o
tempo: e a posteridade verá, quiDtos annos p^ssao, ou talvez
quantos séculos, primeiro que appareção em Portugal na o poça
dasabeJoria, homens tão doutos, o íetrailus, como os que tio-
reacerão no tempo thamado da ujnoronia ; quer dizer, outro
Pegas, outro Barbosa, pae e filho, Tutro Gama, outro Pereiíu de
Castro, outro Árias Piuello, uulFo Tenudo, outro Olivn, outro
Pedro Nune^s, alera de outros mui tos, que omitto ; estos secu-
lares. Agora os jeBuita?, Ma-? destes, porque também não
posso dizer todos, nomearei somento alguns. Quando appareeera
em Portuíifal outro Alvares e Vellez, em gramraatícii: era
belks-letrds outro liartliolomeo Pereira, e António de Amorim ;
170
HHVISTA DD INSTITUTO HISTÓRICO
<> priraeiro cbamadoo Virgílio, o 9t*guado o Ovídio portii;4aèz:
cm philasopíiia utitm Pedro da Ponc0i:a, outra Sj^res Lusitano,
cairo lííJiicio Monteiro: na tlieologia especulati^/a outro Chri.?-
10 vão Gil, outro Molina: nx moral outro Manoel Pereira,
outro Fragoso, outro Rebello, outro Pinheiro, outro Bento
Pereira, e No;::ii6im : na o i posição da -agrada eseríiittira
om Mendonça, um Carradas, ura Braz Vit^gaa: na predica
quando apparccerá outro Vieira, outro Reis, e outro Sá :
aa tlieolgia polemica, catechotica outro AíTon^o Mendes,
ou Fraucisco Leitão, outro Henrique Honrjques ; na ascética
outro Dio^ío Mo.iteiro, outra Francisco Ayres, outro .João da
FoDceca; na fiiis?>ica um António Carneira, um Gaspar CarduPo,
um Luiz Crandâo: na historia eccIesiasU' a e profan:i, ura Ma-
noel de Almeida, ura António Franco, um Cord^^iro, um Va^con-
eellos, um Queiroz e um Aranha: na cliroloEHgia um António
Fernandes e um Francisco de >Licotlo t Seria certatueoti! impor-
tuno, se quizesae pjiui trazer toJos oâ je-iiitag portuguozes,
assim antíjaru3 como raodornos que compazcrào. e estamparão
nao só sjbre matérias diverí?as, inas om diversia línguas. Quem
os quizer saber, busque os na itynopsis do jesuíta Franco ; e ali
achari o numero doj^ tomos, que imprimirão e a variedade das
maiorias que eicreverao. Ora a vista deste catiil-jgo que pu-
dera ser mziior, se não temesse enfastiar o^ leitores, di^a muito
embora o senhor Gama, que a acyio (de eiteiuiinar 03 jesuitfis)
< sora rieaipre a mais brilhante intre tolas as do nosso tão ap-
< pLfcudido ministério ; e que sem f;i2jr este passo, jr^mais
€ poderia >:aliír o reino da ignorância om que o tmhão » Maá
:iaiba que í utro homem, aem comparação mais doutj o intelli-
^Dto do que eilo, (3^) ouvind^j neáta corto a um seu amigo
louvar i\s' p ogrtssos, quci faziam as letras noste reino deptjis ua
lefurma íios eãtudos rospondeo: « p )Í8 moo senhor, eu jiiI;,^o
« que em matéria desciencta c-ítimjs JV#r'Ji'a mais atrazidoa do
< que estávamos a dois séculos». E sendo esta opinitlo a mais
geral o coromum, dií^o que com a expuLão doí* jesuítas, não foi
Portugal o que sahio da ignor.mcia mas que a ignorância foi
a queentr< u era Portugil* A melhore mais concludente prova
desta verdade he, ai^gumentarse agora nas aula-í de philoáophia
o theologia em liogna portuguesa, porque não se saba a latina*
CitCd Coelho d& i!;IVA.
Sobre aquelU'? p;ilavras <Íq hú^*ío lã* app'audidú m%n\$terio
qu u*o por úm Jembrai* uina cousa, em confirmação deste dito,
e é o elo4o que fo2 ao tal niiniãtefio <tppiaudido o Dr, Fran-
cJsíjo Cjelho da SllTa no dia da solemne acclamação da rainha
Rr:FLFTAÇÕES As CALUMSIAS
171
Rdelisiima D. Maria Fraociaca, preaento toda a nobreza n^cío-
Dul e ettrangtíira, e cum ella a^ princip.ics pessoas, que
rííprosentâo os trea estados do reino. * L'«nçam Li^inda sangue
€ auferidas, que ubrio no coragâo de PortUí^il aijuelle despo-
li tisra'> ilUiuUado e cego, qii^ agora acabamos de soífror. Foi
< elle inimigo por syatema da humanidadu, da religião, da
€ liberdade, do merecimento e das virtudea. Pavcou us car-
« ceres o oa presid.os com a flor do reino ; vex-ju o publico, e
< o reduzio a roiseria: perdeu o respeito a autjrÍQ Mie pouti*
< fit ia e opiscopU ; depriínio a nubreza. infectou oe custumes,
€ perverteu a litgi:ílarão, o governou o estado c^^m ura sceptro
« de ferro pelo rania vil e grosseiro modo, que íttó aqui se via
« 00 mundo,» Sr Gafúa, cuoátrua lá estas palavras; e ajunto lá
eiítes louvores ao Eeu t3.o appliudido mirtistetio, onaquanto eu
piFso a ler outra nota que diz assim ,
Bxpõe^se o vdrdndoiro m<*ÍlvQ porqiio sfthlrâo da re-
publica ÚQ Veaeaa 05í J«sulia).
Nvi paiirioa».,,* por aquelle famoso interdicto do Paulo V
« os jos altas, que em umas eai^abrosas ciroiruátioctas queriao
<t ter da sua parto a cúria, sabirâo de VeneSci aoiidi? finalmente
< depL^is de meio teculo torMrâo a entrar. Parece incrível, que
< os senhores veoosianog se tenhio esquecido totalmente desta
* acvão •>, Desojoso eslo filiio adulterino da com^janliiai que a
republica de Voaosa não rectdiGSse noa seus doininios us jesuí-
tas desterrados de Portugal, traz nesta nota a mcrai>ria, ter
esta religião esculhidc linces obedecer aos dccrctoá t^iontilícios,
que as ordens daquelle senado, no tijmpo nm que Paulu irri-
lando cunLr;i os a^^nbores voncsianog, por cansa, io terem mnn*
dado prender om cónego de Vicenza, e o ab!>adc de Nltv* za, vio-
lando nisto a liborLladc e immunidado eclesiástica, ptiblicou um
rauoiturio pelo qual declarava incurso om excommtinlmo o Doge,
e todo o senado, e Intimava um interdicto a Venesa e a todo o
eitado da republica , ( 33)
Nestas criticas circunstancias julgarão €s jesuítas e também
os tlio uinos, o capuchinhos seguir antes as partes do Píipa quo
aa do senado ; o iiu'il mandava, que nora se consentisse íixar
em parto al^^uma o munitorio, nem deixassem de se continuar
como antes os ofllcits divinos. Por esta causa sahiiâo todos dcs
ost*d.s daquella republica* Ora ou não considero, quo os je-
suitas nesta sua resolução flzerana alguma injuria ião grave
áquolles senhores senadores, que depois do tantos anuoa se não
pníessera odiíueccp delia. A falta obediência do.- tes religiosos as
ordens do serenissimo senado» nào foi expontânea, ou volun-
tária; foi constrangida e forçada; nao foi porque o nào roconhe-
cessem por seu príucipe e soberanoi a si por seus subdiíos» a
I
i
172
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
vassalos ; fui parque sendo ecclesiastlcoa e além de ecclõ-
8iíistico8 religiosos, julgaram quo devia preponderar nelles obe-
decer antes o Papa cabeça da Igreji, qud ao principo se-
cular (laqueile estado. Eãta é uma ra»ão; outra é quererem aqtâa
éacriacar se a porjer a pátria os beos» e a$ coraraudidados todat,
que iili tiuhão, n^ oonlormaQdo^se a roatadedo seaado, do que
expor o corpo todo da su i religião ao ódio, u ira de um ponti-
íice, que se considerava aífrouâdo. veodo-ae desobedecida.
De sorte, que £e havemos de fatiar sem paíjiiOi oem os
j€suitaa iDjuriàrão a republica, aem a republica os jesuítas;
de ambas as partes se obrou pruiieDtomentG: oa j^^suitcis,
porque de doiia males eleg* rào o menor, isto he, sacri ficar -
se anieã a si. do que a toda .sua religião.
A republica, porque de dous bens escolheu o maior, isto
Jic^, privar-si? antes desta religião, do que ver oíToaLiMa a sua so-
berisnia. Esta innocente cooducta doa ja^uitas conheceu muito
bem aquelle sapientissirao e prudentíssimo senado ; por isso,
quando o pontilice Alexandre VII ilie escreveu a favur destes
religiosos, representaudolhe os motivos, que havia pari os
tornar a admittir, sem rcpu;^nancia alguma o faz, restitaindo-
Uies fiel e inteiramente tudo aquiUo, de que os tinha despojado.
O mai8 he, que vendo-os oestes últimos tompos perseguidos, íÂo
longe esteve de desejar ou pretender a sua extlDcçào que antes
não admittio o breve, que oa supprimia em todas as sua^ clau-
sulas* o deteruiiaações ; e a cncyclica, que depois se pa»>ou,
prohibitiva de alguns seus mioisterios totalmente a regeitju^
Pelo quo, Sr. Gama, não lhe pareça incrível, que os senhores
vanesianos se tinhtio esquecido desta acçfio, que certamente oao
foi tão injuriosa como vossa merco se persuade. São ellos pru-
dentes, Judiciosas e reílexivos ; o sabem ava^liar as cousas, oao
pelo que apparecera de lora, mas pelo que» !^ão essencial mento
por dentro; quero dizer pelo que justa e realmente merecem -
Na mesma pagina.., depoiá dj noáso poeta raosirar o
grande desejo, que tinha, quo Venesa não recebei se nus seos
portos os portuguez*.'3, contínua nos versos a exprimir quanto
gostaria, que He3}»anlia, Kran^a, o toda a Itália lhes desaeni
a mesma repulsa, dizendo a^sim :
« Alegre deixarei a luz do dia,
< Se chegai*em a ver meus olhos, que Adria
< Dl alta iojuria se lembra, e do seu seio
< Te taoca ; e quo te lança do seu seio
c GalUa, Ibéria, e o paiz beUo, que parte
€ O Apenino, o cinge o mar, o os Alpes.»
ímpios sentimeotos do poeta, vendo próxima a supprostf<i>
dacompaniua de Jesus.
Commentando a palavra Adria poz a nota, a que acima res-
pondemos; agora íus palavras GuUia, lOerui trazesti, que logo
refutaremos: < Quando o autor escreveu estes ve/ios estava
< l»m loDge de imaginar» quo a maior parte do que nelles se
REFUTAÇÕES As calt;mnia.s
17:^
€ eontein se havia de cumprir em soUxS dias. Temos a^ora do
<f mais a mal"? boas esperanças Je ver cumprido brevemente o
< restoK Qao flna, e minca mais v!sU, nem ouvida caridade,
que 80 alegra, e alvoroça eona a esperançi de ver a tutal rtiina
do próximo! Se este pia e santo buraein deixaria alegre a ítu (fo
dia, se chegasse a ver expulsoa de Venesa, e darcstaote de lU-
lia, Hespanha, e Fran!:a os jesnitas» qoal seria o áeu írosto, vendo
a comp inlua abolida em todo eaUiolícísmo ? Aqui sim, aqni me
persuado eu, que eile com mais rasf^o exclamaria dizendo,
© repetindo aquelle cântico ; Xunc dimittis servum taum DO'
mine. {34} Senliof, ítgora sim, agora quando quizeres, levai-
rae de<t6 mundo para o outru ; porque ,ji morro de «Mnçado,
vendo com meiía olbos extíncta jà a companhia do Jesus ;
aquella que como mài amorosa rae recebeu na sou grémio» mo
deu o sou leite, nducou-mí-^ a ensinou esh» pouco qtie sei ; e
que, ainda depois de eu alKindona]-a ingrato aos soug beneflcioa
me qtiiz toraar a admittir, não por mereííímentos meus, mas
por summa bondade sua. Agora sim ; agora morrerei alegre
(contiQuaria a dizer) porque vejo doátruida o desbaratada a
■ guarda pretoriana dos papas, como eu lhe <'hamn nesta minlia
íbra ; (35) dissipado aquclte esquadrão formidável a lodo o
podor do inferno ; posta por terra aquolla torre, de que esta-
vam pendentes tantos tropli('o:s, quantos erjm os h^reaiarciías,
cuj^is seitas tinham impoírnado oa lllhos desta companhia,
Agora sim ; morrerei conr.ento, vendo co:*tado á i igreja aqijollo
bra/vj direito, que a defendia ; privada a vinha do gr vn'*e pai de
família dos melhores, e main incansáveis operários ; a idolatria
ca infidicidade sem tei"em missionários, quo lhes vao pn^gar
o evangelho, instruir na fé e baptisar. Agora sim, agora jit a
morte me será doce, vendo que faltara a mocidade mestres
que a eduquem ; aos libertinos pre^íadores^, que os intimidem,
6 ao3 penitente?? eoníbKsores» que os dirijam o guiem pelo
caminho do Céo. Agora sim finalmente alegre deixarei a
/uí do dia ; vendo sem op posição, nem obstáculo daquelle-í
ministros de Deus triumptiar o viciOi a dísáoluçáo, a mal-
dade.
Ora, que outros p>diam ser o'? sentimonto^í de ora ijorej?,
ou de um impíoou mio catholíco ? Pois som temeridade pade-
moa crer, que esteíi foram os do Sr» Gami, vendo extiucta a
companhia, s ^meUiaetes em tudo aos do seu Mecenas, o Sr. Car-
valho» que lendo o breve suppro.^sJvo desta religião íicou tão
íú;'a de si por excesso do gosto e contentamento, que fez com
escândalo de todos os bons cantar em todas as parochias o
igrejas de PortUiíaL o hymno ambrosiano era a<*ção de graças
a Deos por aquolle beoeíieío ; como se fosse o mesmo aljolir ura
instituto sagrado, que desterrar do mundo uma sdta htíretica.
Sr. Gama, se lhe parece» quo neste paragrapho o tratei mal,
respondo-lhe com as palavras de Christo : «ox ore tuo te judico
serve nequam^>. (36) Nlo dissesse tanta nos versos, e também
eu não diria tanto na prosa : vamos adiante, o acabemos do
ouvir as notis do tijrceiro cant/»*
ir;
nEVI>TA DO INSTITUTO I!lSTOR:r;u
Na pa^iioa,.. so ié e^ta ; « Gabriel du Malasrridai diiiboíicc>
« roariyr qui! cú deixou a compaobia para tiltimv prova do
« seu sediciQso e fanático espirito. Od jeíuit^s ospítlhíii-áo pelos
€ soiís devotusem Roma uma estampa com a le^M: Vt^norabiiis
« pa lar Gabriel Malaj^rida in Portugallia pm Ôlo occisus ; e
4 inaiâ abaixa, Tui relaxado ao braço secular ». Qie o Mala-
grida fjí martyr muita gente boae desappaixonadao crô, tendo
por si a atitoridade de oao menos, que du Papa OlemoDie Xltl o
qual ouvindo a cruel e infame morto, que se ti n lia dado a oste
tâo celebre e zeloao mi^isioDano» nâo duvidou proferir, ter a
companliia mais um raartyi*. Agora que este marLvr fosse mar-
tyr diabólico, aioda esiá por provar.
Refutaste o *\n» 9e dicdo Matngrlds, o mnis Jesuíta':.
Explko-me asáim. porque a sentença, que delle so publicou
logo que a leu o publicu, a teve por illegaU invalida e nulla,
(por ô:sUP cheia de ineohorencias, e Mix de toda» aquellas re-
§ras, que ensinam os Cânones), e prescreve o dir<*ita para con-
eninnr um réo. Quem quiser ^ihnv fundamuntalmeote a razão
destemeu dito, Icin o livi^o latitulado: « II buon i-azíoeínio,
€ diraostrato iu duo iscriUi. o siino saggi critico apobgetici
c sul famoso processo, o trágico floe dei su padre Cabriole Ma-
< lagrida, sacerdote professo, e celebre missionário delia cox-
€ pagnia de Gesit,^ (37) E delle evidonteraentíi conhecerá, qua
quanto naquella informa sentença s? publicou contra esto sap-
tuageaarío, o quasi decrépito jesui(.a, ou são culpas fipgidas»
oa lo'í curas verdadeiras ; o por boa conseque^icia nào sor me-
recedor daquella mort3. So vier o tempo, co ao ârmomí^a^ se
espera, em nue so coDceda revista ;1 es a cau^a, oatão cotn toda
a clareza saDerá o mundo, so o Malagrvia foi mavtt/r santj ou
diíiholico ; hoje jà se diz, quo mais hereja foi dos mandamentos
o juiz que o sentenciou, do qu3 foi berc^o do c^-edo o rCo senten-
ciado. Pelo que pertence a estampa, do queiafj falia no?ta nota
d 1^0 ser absolntaraeute falso, que os jesulta^i Itie puzessem
aquella letra. Venerabilis pater Gabriel Mnlagrida íi» PorlugúWu
pro fide occiítts. Mas se ucaso corre com ella, uao foi ob>*a dus
jesuíta.^, ou de algum iíen lovoto ; masauies de alguiii seu ini*
migo ; 81 nilo fui erro do impressor que em logai* áú pôr per/idei
trihiinal occisus, po2 cuidando que acertava, ]>ro fide occíuj.
CANTO IV
Querendo o dos$o poeta descrever nest) canto uma inves-
tida, que 05 Soldados europê3S deram aos indtoi cm uma das
tuas aldi^as e exaargerar o valor, com que ueila se portaram,
REFUTAÇÕES As CALUMMAS 175
encarece a (lextreza do3 índios e a sua disciplina militar, di-
Kcndo nos seus vereos:
Que mãos trahidoras a distantes povos
Por ásperos desertos conduziam
O pó sulphureo, e as sibillantes balias
E o bronze que rugia nos seus muros.
E porque attribue aos jesuítas a grande instrucção, 6 dex-
treza, que mostravam na guerra aquelles povos, accrescenta na
pagina .... esta nota: « os jesuítas que hoje negam altamente
€ a verdade de factos tão evíd ^ntes, faziam ostentação disto
« mesmo. Os versos seguintes s»1o do já citado jesuíta Vanier na
« digressão a respeito dos índios do Paraguav. Praod. rust.
lib. XIV.
.... Arma, ducesque pa ratos
Scmper habent, Martisque truces formantur in usus
H;oc operum requies, sacris jam rite peractis
Timpana que, et lituos festis audire diebus
Et peditum turmas equílumque vibero sub armis.
Primeiramente os jesuítas nem hoje, nem jamais negaram
que os índios da America hespanhola tivessem alguma instrucçãa
na milicia, sendo esta mandada o recommendada pelos reis ca-
tholicos, como deixo dito na pagina. . .
Pr jva-se qtie dos officioes euroj;oo>-. o não «los je-
suítas tinham aprendido Q< índios o manejo das
armas.
O que negão, e sempre negarão, é que elles fossem os que
os instruíssem e ensinassem no manejo das armas, exercitando-os
postos na frente das- tropas em todas aquellas evoluções, marchas
e contra-marchas, que ensina a arte militar, como quer per-
suadir ao publica o autor destas ootas. A pouca ou muita scion-
cia, que nesta matéria tinham os índios mansos, e aldeiados
era aprendida dos oíliciaes europeos para este fim destinados ; e
para que delia se não esquecessem, os seus mesmos caciques ou
principaes os exercitavam algumas vezes, segundo as ordens
reaes, que para isso tinham. Ora como entrão aqui os jesuítas ?
Por ventura em consentir que se observassem os decretos da
sua corte, e se cumprisse a vontade de seus soberanos ? Se assim
o não fizessem seria uma desobadiencia furmal, e uma traus-
gressão manifesta as suas reaes ordens. Pois os versos do Va-
nier também não provam que os missionários se jactassem ou
fizessem ostentação de instruir os índios na milicia. E* desgraça,
176 REVl-^TA DO INSTITUTO HISTORJOO
qae o Sr. Oima alle^^olo laaus veies ne$;s soa obra aquelle
poevi, nuQci eDtend?sie o qirf iizia« filUndo elle ião oliro: se
umas vezes o iii:erpre;a r..a!, outras explica i»eior. O Vaaier
CCS seus versos refere s;DgeL«inectea exaeção eom que os iodios
ob-ervivam Qe:>*>a pane as oiNlens dos reis catbolicos. seus se-
nhores, e qie para ss observar icelbor. nos dias de toia. aca-
bados CS o'l:c:o> divia-s Da igreja, costumavam exerciur,
e pôr cm j^raxe os pre:eitos que tlnh^o aprendido da ar;e
militar.
.\qui uma coasa noto eu de eaminbo, e é que o Sr. Gama
nesta sua n >ta não se passa cargo daqaellas palavras do poeta
sfícrisjam rite p^rGctis, As quaes claramente signiâcam. quo
aquelies exercícios militares se faziam dep is do se terem feito
com to !a a davoção e piedale, que isso quer dizer aquelle rite,
os divinos offieios na igi-eji : depois de terem os mísionariòs ex-
plicado o cathecismo, exhortado ao ódio do peccado, ao amor da
virtude : e não só ao temor do inferno, ( como calumniosamentc
diz na nota a pagina...) senão também a esperança do paraiso
ali-m das preces e orações, qiie se diziam : assistindo a tudo os
Índios com aqnella mtidostia, composição, e ternura, que tanto
louvava na sua carta a Ei-rei catholico Felippe V o zelosíssimo
bispo D. Proi iosó Peralta, dominicano, de que jd fizemos menção
na pagma. . . desta resposta computando a uota que vem na
pugina.... Mas como estas palavras do Vanier cediam cm
louvor dos missionari )s, pa&^ou por ellas como gato por brasas,
ecomo aranlia foi atraz de achar algum veneno deixando lugar,
donde podia tirar o mel. Em segundo lugar:
Que mãos trahiJoras são aquellas que
Por ásperos desertos conduziam
O pó sulpliui^eo e as sibillantes balas i
E o bronze que rugia nos seus muros ?
Tudo ca^tellos de vento levantados no ar, quaes os que via
D. Quixote nas suas celebres aventuras. Se as mãos trahidoras
eram as dos indios bravos, ostes nunca tiveram pólvora, nem
viram baUs, se eram as dos indios mansos a estos não convém
o nomo de trabidor'\s, cbamandc-os os reis catholicos fieis súb-
ditos 8 vassallos: além de quo a estes não lhes permittia muita
pólvora, nem elies a appeticiam. gostando mais do uso das
frechas, quo do das espingardas: se compravam algumas, e essas
poucas eram para fazerem foguetes na occasião das suas festas.
As fiuas balas eram de algodão, as suas peças não de bronze,
mas de canna forr idas de couro, as quaes para fazer maior es-
trondo a farinlia podre da mandioca lhes servia de meia carga.
Somente no tempo «ia ^'uorra os foruccia el-rei de artilharia,
bala o pólvora. Tudo o mais que sa diz nos versos é fingimento
vão, d exagí?o ração poética. Passemos a outra cousa.
Na p^<;ina. . . depois de dar ao jcsuita Balda por escarneo o
zombari i, o titulo de bom patre^ trazendo outra vez a memoria
03 seus fingidos amores, salta sem que nem para que ua pa-
REFUTACOBÃ AS CALUMNIAs
177
gina,*.. a impraperap um pobre leigo da compaQhia a quem
poz Q nome áf} pafusca ; descrevoadoo de^ta sorte:
ic uf'i iei^JO fU
4 A quem acompaoliava vagaroso
« Com as chaves d a cinto o írmào Patuíci
t De peíaia e iufjrralssjraa barriga»
< Jamais a os te o som da dura guerra
< Tinha tirado ^s Uurnd do doi-caEiço :
* De iodyl^nnte, moraí e branilo peito
m Que penetrado di tVaqueza humana
*t SuflVo em paz as deliciai desta vida,
«^ Taes o quaea nol as dâo ; gosta das cousas,
* Porque ^!osia ; e cjutenta sedo offeito
^ E nàosLibo nem quur saberás courns*^
Tive a pacioncia de ccjpiar aqui ostea versos, para que visse
u meu leitor, em que gaatou papel e t^ímpo, est.^ pi):tadas
dúzias; em fingir um leigo com todai aqueUas qualidadí^s qu:-
tâcj miudamente refero. Diáso em fingir um lõifjo, porque at»3 aqui
não condia, que oxi^ti-so no mondo ojte iudividuo da uaturezi
humana, nem quo tivo-se tal aicunhi. Donde vera que a nota
quT tr.iz n.ísta mesma pagina... em conilruiaçio i}\ verdade
com que íaii^. é uma sole;nne mí^ntira. V nuta diz assim: cjící
retrato (do Pat^u^a) t* tiraio ao uatTal fie U'.i^ leitão dv. compa^
nhift gite o autor conh€cc\t, Mag Sr. Gama, so V. Moi*c^!* nunca
esíove no Paraguay, nem o Patusca no Brazil, aonJo o co-
nheceu f Em Roma quaado là foi por tender sagunda vez a com*
panhia^Masse em Roma nunci estiveram jesíui tas hnspa-
nhopfl.corao o conheceu ali ? Dird, que p jr notiicfaíi abitraci-ivaa-
I LSSigne quem Ufas dmi» aoolLV, quando e em presença de
^l'\ \a! que tudo isto é necessário, o til voz que ainda não baste,
para ilie darinos credito.
Mas eu sou tão bom, de maral ífTo indulgenU^ e brando péito^
gtí ' penetrada da fraquejo, humat^a íoffra empas, que houvesse,
ou V. Merco conhec^a^e um leigo da companhia, como aqui o
relrato, S^ja asalm ; ma.^ que coust mais alheia de um poema
tão grave, e tào serio, como é ou devo sei' ejte sen íauda^.orio,
c enoomiafitico de um heroe e irmão de he.-oe^, qual foi o lllm. o
Exni. Si*. Franciáco Xavier do Mendonça Furtais, governador,
c capitSLo ^^eneral dag capitanias do Gráo-Pará, e Maranlião, o
di^pois secretario lie estado d i Sua Magest\ilí3 Fidelisiiíua etc,
etc. do qwi intrudnzr oatrc as suas ;;lortosas fttN:õ.^s ridícula
doacripçriu 'lo ura leigo ji^sui ta ; podendo com liciliiule espor
maia largamente aa proezas que foz. as faç^nlías qoo obi'ou estv
seu heroo:' Quinlo miia gostaria o pu'»dico rje ^abor, como go-*
vernoti no norte do Bn zU esíe senhor, qtial r»ji a reslilcnciny que
as suas çrnndíí e úistas ihiãs encontrou noi jeiíiuts] e a prn-
denciu, cu a força com que a ^^cnccM, Qiia'^3 foram aa diligea-
8Jl — 12 To^ò txTi 1. V. I.
178
REVISTA DO INSTITUTO IlIsTOUICO
ciaa que fez, para liiTftp os índios do captiveiro» e os pi)r total-
mente em liíjôrdadô: de que artea ou iadustria se valeu para
nobilitar ôe uma hora para a outra ; e admiUir, e exaltar aos
cargusda republica uns humens até ali brutos, e selvageng: coma
podo cm breve tempo das povoaçoea dos iuíliost compostas unlca-
mento de rústicas o vis choupanas, reduzil-as á grandes villad,
c ín nobrecei as com os nome« d© aígmnas que liavia em Por-
tugal? Disse tm brece tempo, porque o mesmo era entrar este
governador e capitão general, em uma daquellaií aldeãs, que
transrorn^at-a logo cm uma Borba, e ura Aveiro, em uma Viila
Viçosa ele. Pois já se depois, que esto fteroe se restituiu ú Eu-
ropa, c foi promovido ao honorifico cargo ú& seoretario de es-
tado, referisse as náos de linha, as fragatas, os cbavecos, otc*
*luo no pouco espaço» que dai*ou o seu ministério, fez lançai* ao
mar, para pura nmrinha pjrtugueta no ffcrcnlissifiio estado^ em
qife fl vemos f então sim, então mostraria que esta gloria a devia
Portugal ao seu zelo. Mais ainda ; tao pouco memorável e glo*
rio^a lhe pareceu aquclla acçào que obrou o Sr. Mendonça em
destruir 6 abater tantos régulos, quantos eram os jesuítas, que
intrusos na .\merica governavam as aldõas feitos senhores dos
índios ; o despojal-os de tudo quanto ali possuíam este^ tyrannos?
E isto sem effusão de sangue, nem perda de um só soldado;
antes coiti tanta facilidade, que podia dizer com mais razão, o
que era ou ti as circumstancias disse .lulio Cesir: veni, eírfí,
vici \ porque não lhe foi necessário ir a todas as aldeias, em
que se ftiziani fortes estos inimigos de Portugal, e ustirpadores
lios 80 ui domínios ; nem a todos os seus cu U cg í os» e onsas em
que estavam aquartelados; bastou &<j uma ordera sua intimada
com impeli o, para os fiizer retirar e largar o campo: nào obs-
tante estarem irraados de uma tâo grande multidão de tropas,
que se elle se não anilei passe, juatos os jesuítas portuguezoâ do
uma parte, e oa hespanboes da outra, porião em menos de dos
annos um tal cordão i America, que nem todas as forças do«
priucipes de Europa o poderiam romper (38K TSo pouco memo-
rável e gloriosa (torno a dizer) pareceu ao sr. Gama eela
acção, quêai>enas a tocou; podendo justamente exagera l-a* Oh
quanto ^orla mais grata aos leitores, e também ao teu tierea
eHa narração» do que aquella da ílgura, e qualidades de ura
leigo com ííi chavef no cinto, de pezadn e enormi$si'na %rrtí?íf»
Sr. Gama» se v. Mercê antea de começar o seu poema, I<>asè a
arte poetisa de Horácio» sem folhear muitas paginas, logo no
principio (38) acharia estas palavras: f^ed nvnc ncn erat his to^
cits, W também a razão porque eu as applico para sua emenda.
RftfbUii o qti« ftliift ml •*cia «foi lud oi « tbtin-
Na pagina... diz uma nota: « os índios TíTiáo na mator
c mheria, o apenas tinhio aa cousas nr^oesaarlas absolutamente
RKFCTArÕES ÁS CAÍ.UMVIA«i
179
4rj^a a vida. Os padres poréra vivião tórios na abundância.
€ 0 tlnhfto jardina deliciosos:, onde recolhiao os espíritos can-
« çndos de trabalhar na vinha do Senhor ", Se oa indíos tinhâo
as coUí-aB que íáo absolutamente necessárias para a vida, mai!«
aíortiinadofi eraOt de que ranita gente boa, que vive em Por-
tngal» sem ter o que í* preciso para comer e vestir, E se heíde
dizer tudo, de melhor condição estavão, do que o Sr- Gama,
antea d© compor este poema ; porque a falta do que lhe ora ne-
cessário para passar a vida foi, a que o obrigou a sahir no exe-
crando exces«ío de escrever tao atrozes, mas justamente tão
manifestas calumnias contra os jesuítas. Mas voltando ao que se
dÍE nesta nota sobre a pobreza dos indioSr dipro, que tendo elles
as cousas necessárias para a vida, não Ee pódô aíTirmar delles
com verdade, çwe viviam na maior miséria : porque raaior é
ainda, e sem comparação maior aqueUa,que experimenta quem
não tem o necessário para viver. Digo mais, que sf^ os indloa
não tem o siiporfluo, ou nlo vivem em maior abundância, é
eiilpa da sua ocioí^iiiade, e não delicto dos jesuitas. Se elles mais
trabalhassem maia terião. Terrenos não sò não lhes faltão, mas
sobejão-lUes ; o que lhes falta ô vontade de os cultivar ; por
serem de sua natureza preguiçosos, e por esta causa muito pro-
pensos ao ócio. Tendo cum que passar o dia presente, não
cuidão no fhturo. De sorte, que se não fosse o cuidado, e a pro-
videncia, que tem os missionários seus directoi^es em os mandar
semear, e depois colher os fructos, então sim, então digo eu»
que alguma vez pjyieceriao fomes, e nao teriao as camat neces-
sárias absolutamente para a vida.
Pelo que toca pois a (abundância em qui vivião os padrês
sor?i oecessario, que o Sr. Gama nos explique, em que etla con-
sistia: porque não é facil de crer, que em paizes fóo faltos de
muitas cousas, que produzem os da Europa, e delia vão para a
Amejica transportadas por mar, a troco de grossas desMzas,
poasBiO vender-se lá tão baratas, que ainda doa que tem alguma
eouea de seu com verdade se afflrme, quemcem em obutidancitt^
Também será necessário, que o Sr. Gama nos diga aonde vtu,
ou csoube, que na America havia « jardins deliciosos, aonde os
€ jesuítas recolhião os espiritou cançados de trabalhar oa vinha
do Senhor * ; porque perguntados os que Id estivera muitos
annos, unicamente attestão» não terem naquellas partes encon-
trado jardms, e muito menos deliciosos \ o que dizem é, que
quem 14 lem um quintal, ou cerca feixada a moda rústica» em
que crie alguma flor, alg-iima banana, oo outra fructa silvestre,
he um grande potentado. Hortas prouve r;i a Deus, que tá ao
menos as tivessem os ricos. O que supposto, aonde vão aqui oa
deliciosos jardins, aos quaes os jesíuitas depois de ter vivido em
(ibui^d anciã ^ no mesmo tempo em que os « indios vivião na
M maior miséria» recolhião os espirites cançados de trabalhar
^ na vi D ha do Senhor > ? Muito perdeu este poeta, em nao ter
entrado mais cedo ca companhia ; porque se nella perseverasse»
poderia finalmente, depois de trabalhar na vinha, ir descançar
nos jardins, nelles colher as flores, e tambom os fructos dos seus
5
tAO
REVISTA PO IXSTITIT** HISTORIOD
UãbAliios* Mai como 1€t« a def|írav^ ée vir 00 tempo dia
TSttsaj jxngitts, eomo diíean, nsm flroeloiL neoi tteit eolhoa,
Ti»li» porém « eoosoUicio, ^ne o mesmo oertsBeiiti 1^ bâ¥ia
do $ii<ved«r, so tiTcflse a fttrmaa áe entrmr mui oHa mmtM
raltgifió^ o iiolU peinoTiins^i lote m tMa. Do^i»4e ostar Ji
oiajvida do trmkilhir oas ainioi ■• r^oaãkatíâí «oo ooHogloi.
ooma 08 nmis, « monor folMM om «mA oAlkraiiyrb. Sr, floiii,
pev j llie por btm ios, que oos Toms Biita qi«olo ^í^kt, aiftis
ua£ f rosas í^o aempio Tcriado. V^ltmofi ao a Ika aotim lytf
Muito m OÉTga semida lonoQ Ofite poel», % firimí>%ira parte
do coosellio qwB agom acaM èe lit dar« poriao ki^ na pa*
gina. . . o nio aogoiíitM dh aos Toraoo «ma moAtirm 60 ^roâsa
quo l0¥a a bóia ao AMido, e he eapai do o lowmr limbom a oUo.
Uêí^ hOÊM contas. Sr. Gama. iato qoo é molir mm -nnm
dovo-sa ooteodar cmm mica taH$. Qwo #iier* foèa o roata
ftofir quaalo a am l^tasiai Uio dktir ; com a eoMleJo poHm.
quo as oofisia que fingo, não i^Jb» om áamno oe pfi^tso do
DToximo ; maa ws lho ^orrireoa do dea^ootm. e infâmia» aio 6 o
lai doi^áento uma mMtíra lere» é mm poeeado graTO^ o fia«
Tinmo ; do qoal ao o {oaita aio ao anopoadow o retraeta. 00*
cimodoii^effaraaatTaícaio. Neoyk erítioa 1
mercê jSr. Qama, poi^oo nooTaraooMo Irat i
ditaa. fingo qw o padra Balda Í6ra liompio, qaa võodo mofta
liadoifa, dooaza am mfnltaia o aao oada^mr. «apsto a voca-
, o a Itam daa avoi ; qaé para 00 ¥m(iar do aaia
la moama Liado ja. qao oa aesaattara* o«
a ttaba maadido qpBtamr Tiva,
Qooljfaattte ataior f Qoo mator atrocidiácl Foi» eata pca^»
q ao o pakUoo orla tar mdo eiK^oalada por «m Jmaita, mimio-
i^noaoloao, odUeadipaeeamplar. r oadopodo ehoaarapo-
lateaeia do ma maMIoa^ aoo prodomiaoa aan tcs a paixão» e
o m§9m a nifcigi do iaiawarni, TOiloa lodia aa laia divioaa o ta-
maaaa: o nam nmm&aii am taa tomaoral* ai» daTidoa fia-
na, aM allofaroi outro
i<ao flanaiMio o 4
do 8. I%aek aoaioibí» ooaaoTaaSr. Gomca Ptalro,
oaJaaaalawMsomfcBado aio oocrofooao aaqaoUa carta,
ao lhe alirttoe, a aa qaal rateo a dístritaieio da
aidéa» o lado o qao aeQa aooataooa ; a o qao ouia é aio
aaado olte faalmàate omaam^i
ataa ooatra oa j
>m argamaalo aorta, de aor a aaao ftagido^
o Bio tar mais omieacia, dlo qiaa a qua lho doa cale poola
4a aaa Jkaaaiía iJoaadõHi, a aa p^ol omrofaado-o* Nio mo
qaaro afal doaorar maii« para aio mr aMCt^ «^ ^mt
REFUTAÇÕES ÁS CALUxMXIAS 181
quanto me occorre contra uma maledicência tão cstranlia e
insolente.
Na pagina... om que diz, que òb missionários se retirarão
da aldêa de S. Miguel tendo noticia, que estava jl visinho a
cila o general portuguez ; descreve assim esta retirada:
« Por mais que o nosso general se apresse,
€ Não acha mais, que as cinzas ainda quentes.
« B um deserto, onde ha pouco era cidade.
€ Tinhâo ardido as míseras choupanas
« Dos pobres indios ; e no chão cahidos
€ Fumegavam os nobres odiâcios,
€ Deliciosa habitação dos padres.
€ Entrão no grande Templo, e vem por terra
« .Vs Imagens sagradas . O áureo throno ,
< O throno, em que se adora ura Deus immen=o.
« Que o soffre, c não castiga os temerários,
« Em pedaços no chão. Voltava os olhos
« Turbada o General: aquolla vista
« Lhe encheu o paito de ira, e 03 olhos de agiiav
Mostra se se:- tal «o, <|no 0^ jesuitas nnn lai.-)ii dí«-
peílaçar as imageus, e ò stcr\ro lia igrd ja da
a'.d.;a de i>. Miguel.
Sobre a pilavra entrão traz o oramentador esta nota «os
«nossos ainda conseofulrão salvar o terapl'), do qual se ro-
« metceu a planta o o prospecto a Sua Magestade. Os paires
«tinhão mandjvdo despa^laçxr as imajçens, c reduzir a pequenas
« partes o sacrário. > Oh ! esta ô bsíHa ; esta 6 a que faltava !
Que depois do ura J3suita mandar queimar uraa india, estando
viva, e não querer dar sepultura a outra estando morta, ro-
ceiando os mais a chegada das tropas pjrtuguezas, se en-
caminhassem furiosas ao templo ; e vendo ali, auo nenhum
doUes, como Samao, nem ainda todos juntos o podiam abalar,
e pôr por terra, ordenassem aos iniios quo ao men )s despoda-
cassem as imagens^ e redusissem c pequenas partes o sacrário, Ru
jà não quaroaqui notar, que o Sr. Gama nos seus versos, cha-
masse cilade a uma aldôa, composta toda do choupanas, como
diz, nora tarabem, que desse o titulo de nobres aos edificio^, deli*
ciosa habitação dos padres; porque &ei, que os poetas tem
licença para fazer de arguoiros c kvalleircs. \cste passo o que
me occupa e arrebata toda a attenção é unicamente o horrendo
desicato, que os jesuítas, sonlo bacar.lotos, e ministros do altar,
se atreverão a commetter ; profan:indo aquelle lugar sacro-
santopor um modo, quo só bárbaros e idolatras furião. Con-
182
REVISTA I»U IN^TIT(;TO HISTÓRICO
fesso, que eátaodo lenia esta nota parecia-me estar vendo di-
ante dos ollioa aquelia espantosa aOcminatio nem deãolationes^
quae dieta e.H d Daniel e propheta stantem in lúcú santo, de quo
raUou Chi' isto por S. Matheu^* ( 40 ) E ao mesmo tempo me
admirava n^o ler, que Diiis castiv^asse Ioga com mortoá re-
pentinas esta temeridade ipcomparavelmenne maior» *iiieadè
Oza; ( 41 ) porsiua se este levaatou a mãj para impedir» que
cahisse em terra a Arca doTestameo^.o, os jcííuita^ levantarão*
nas para laocar por terra, não só as imagaus sagradas ; mas
para fazer om pedaços o divino tabernáculo, o aurco throno^ em
queseadoraúã um Deus immenso. Mas, Sr. Gama, antes que
passemos adiante, quízera que suppo8ta a incredulidade deste
execran lo lacto, e o frequente costume, que vossa more»* tera
em trucar de falso nas suas njtas, produzisso al^umaá provas,
ou doeiiraea;os, em que fimdoti este seu dito, para se lhe poder
dar credito» e nio o íiar só da cortezia dos leitores. Vos ia mercê
nlo achou esta noticia nas instrucçòes dos jeíuitas, que tantas
vezes allega uesta stia Q>ira; ac:u lambem nas cartas do Exmo.
Sr. Andrade, ou em outras de passoas verídicas, que vindas
daqueilas partes poiessem fazer fé ,- logo em que charco foi
beber esto veneno, que volvendo-lhe o estornado, o fez vo-
mitar, que 04 pmtres tinh/Ho mandado despedaçar as imagens e
retfusir a pc'<juef\íis partes o sacrário f
Mas já sei ; vossa mo rcé achou no seu Alcorão, {a relação
abr<:úiada) que eil^ ticto vinha attribuido aos Índios fugitivos ;
e como o segundo, quo refere um conto, sempre the accresceata
um ponto, vossa mercê para se acommodar a este tiso, ajuntou
de sua casa, que o que os in lios tinham feito, ou para dizjr me-
lhor, tinham desfeito naquelle templo, foram por ordem, e fnon-
rffído dos pa Ires missionários. Pois >iib i, meu citvalheirj, para
SMá tnstrucçãj, que tanto mentio o primeiro, que lho rcfório
o conto, como o segundo, que acjreseentou o pootro. Oâ Índios
assim ó que fugirão, e desampararão a aldéi, maa no templo nào
tocarão, e muito menoi no sacraríj, ou aure^ throno ; as
imageoi, a que tinhão m\íor dovoção» e veneração com mais
ternura» não ;ls deixarão ; levarão-nas com^ígo. Assim o at-
iestao os Diários, c o viram com seus olhos as tropas dos
dois exércitos cambinaio<i, hospjknhol, o poriuguez e o mais he
mte ainda hoji existem om Portugal pe^^as, que o conflrmâo;
dizendo, qu9 podem ser testemunhai de que virão o Taberná-
culo intoirj, o Sacrário sem lesão, e, íinatraonto. o templo sem
ser em ciuia algum v pr. fanado. A única prafanagio, que pa-
deceu este templo, de que vamos fallatiJo, não a caúsárão os
inlioí americanos por ordem dos jesfiítas ; ciinaram-na os sol-
dados europeus, por man lado lo seu general ; como agora direi .
REFUTAÇÕES As CALUl^miAS 183
O4«tirop«iii9 foriOf os iine profanaria ar]aell« tenptv.
L'm iadio mtúto esperto e ladino, quaroiido espiar o que
fazia na aldôa, de oiido com os oatros tlabái fugido, para o
fazer livre tnon te, voLo desarmada dizendo aos soldados, Itie em
oecessario faJlar ao Sr< goneral e revelar-lhe um grau de «e-
grodu: Foi logoadraittido a audiíjacía ; o contando que os mis-
sionarios aates d'' partir tinliâo escondido debaixo do altar-
mór grande quantidade de prata e ouro, e muitas pedras pre-
ciosas, o general ainda esta noticia não era bem dita, deixando
o Índio, mandou logo cercar o templo de um grosso cordão de
infantaria por fora, o por dentro junto ao Ingar asáignarlg outro
senão maior, ao monos semelhante; tudo para que o ihcsouro
não fugisse. Um capitão hespanhol, que assistiu a este blo-
queio» explica em ura seu diário o f^raade oaraero das guardas^
dizendo serem taatad, e tão unidas, que nem um rato poderia
escapar. Feita esta diligoncia, veio o Exmo< Sr. Andrado acom-
panUado dos cabos principaes, trazendo consigo escrivães, que
passem fé da quantidade do ouro, da prata etc, que ali esti-
vesse escondida* Veio a raestrança para demoli i% cavar e des-
cobrir aquellc riquissimo ihesooro. A' primeira vista assen-
tarão todos consigo, que o indio tinha mentido, não appare-
condo aignal do que aíi so tivesse feito al^^^uma cousa de fresco.
Sô o Sr. general a quem o bom iiespanhoí 4è,o titulo de homhre
debuenas crederas, inmstiu no seu propósito, e perseverou no
seu engano. Dcmolio-iío por seu mandado o altar mór ; arrau-
caráO'í3e Oã ladrillros e pedrai=! do pavimento ; cavou-se tola
a capulla mòp; abrirão sõ oellas minas para diversas partes ;
mas o encantado tbesouro nao appiireceut nem o imlio se vÍo
mais. Assim soube illudir a sagacidade européa a rmieza de um
sô americano. Esta foi, como acima disse» a única profann^io
ou insultj que se foz a casa de Deus na aldé.i de São NfigueL
Não a presenciaram os índios, mas oreio qu-i so a vÍ!!i4om*
«turhado^ voltarião as costas > ; e aquella vista Ibes enchem
<i os peitos de ira, e os olhos de agua».
Na pagina. ... em que introduz os soldados portugtiezes
pasmados e com a boca aberta de ver aquellaa regiões
< O rico templo, e os desmedidos arco?,
ot As bases diis tlrniissimas colnmnas
« E 03 vultos animados que respiram >
traz o Sr, Gama esta nota: o € general nSo so polia persuadir,
< que m riquíssimos ornamentos tiveaaem sido boriíados na-
« queUe paiz ; at<> que se Ibe mostrou um que foi achado Junto
< a sacristia ainda imperfeito oo toar*»
Deixemos admirar os portug nozes a grande fil>rica c archl-
ti3ctura daquelle rico templo ; porque tem razão para isso sendo
elle como aqui se descrevo, uma cousa nunca visra. Vamos aos
rf^uiiBimú$ ornamentos, Sr, Gama, se os índios perdoarão a
I
184
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Qgtes sanioâ orDataa e as detxár&o íniactoff* se os via o coa-
tempítm o Sr. general «não podeodo persuadir-se que tiveasora»
y. sido bordados naquelle paiz, * até que so lhe c mostrou um.
quo estava imperíoito no tear > ; como liade p rsuadir o pu-
blico, que elíos < despedaçaram a^ imagens sagradas e redu-
zi rão a pequfínaa partes o sacrário e o áureo throno f »
4 O throno nm que se adora um Deus iinmenao ? »
Os índios erâo christàos, e bons christàos [aasini fossem
todos 09 ifortiiguezos) e como taes adíiravão as imagens, fi-
ziâo-lhoã revereDcia. e aiod» genuflexões ; respeita vão o sa-
crário o diante de LI» oravãj proâtados proíundamento em
terra, E nada dUtu fazião aos ornanicntos ríqus&imos bordodos
naquelle pais ; porque oera quando estavao guardados, nem
quando expostoã, se eocommeudavâo a elles ou lhos abai?caYão
as cabeças, e muito lhes ajoèlhavâo. E sendo a^iim, como so
hade crei\ que despe laçassem as imPffens a quo tinha > ve-
neração D também o sacrário ao qual mostra vâo o mais priífundo
respeito, deixando ao raesmu touipo ilesos, inteiros e Cvm í*HÍa
sua porfeição os ornamectus da igreja aos íiaaes por mais ricos
que fossero e ainda riquifeSiiiios» como aqui se fingem , certa^
mento não tinhIrO os tédios nom maior, nem igufil veneração ?
Sr, Qama, se nesta parte quer quo o creiâo^ busque htmbfc
de buenas çrederas, como O Sr. Gomei Freire ; e se o não
aehar, (42) crcUd judacus (^pclhJ.
CANTO V
CálaiuniJiv Aiaigfts conlr» os jeíultfts. Uaxidas ni,ui
ik meaioria^ nio obstante torom sld^ muíl^s ve;c»
coavencidAb tle faltas.
Parocondo ao Sr. Gama, que tinha sido parco e diminuto
nas calumnias. que nos cantos o notas antecedentes tinha ea-
oriptoem dcshonra dos je^uitas, c que talvez por esta causa a
sua obra seria menos grata ao sou Mecenas, poto de p«rto a
relação ahreviada, charco Jmmundo, dunde bf*beu todas aqueIJas
noticias íalsas, quo Uiiios reluta lu, quiz valer-se de outras,
que alguns horejese libertinos maia antigos, que o Sír. Carvalho,
aí? tampar ao ; [ara cem ella^s c^curocer a fí«raa e desacreditar
o bam nome destes religiosos, do quem eram declarados e ca-
JtUes inimigos. Com oâte intento buscou c revolveu alguns
eites satyricos o infames libeloSi convoncidos já de MsoB^
tantas vtz-s quantas forfio Impresscs e u que mais é proí*eriptoa
já, 6 queimador em praça publica por autoridndu não sô eccle-
iia3tlca, senão também secular; e tirando delles aiuelhis impôs*
turaa quo julgou mais atrozes e e por isso mai^ proporcionadas a
infamar os filhos da sagrada reltgiâo da companhia do Jesus, as
foi encaixando a toito ea direito, ora aqui, ora aUi, já em
veno, Já em prosa* neste seu quinto e ultimo canto, ao qual d&
L
ríEMTAtíHiS AS CALrMNlA!?í
185
prmdpjo com uma ftngida dôicripcào das pinturas que sô viam
no tecto da igreja da aldéa de 3. Miguel dizendo a^im:
« Na vasta íí curva abobada pi o Ura
€ A destra mâo de arnflco faraoso
« Em breve espaço, o villas» e cidades,
* E províncias, e reious. \u alto sólio
« Eslava dando leis ao mundo iniciro
* A companhia. 0^* iCí?p*ros e as coroas
« E as tiaras» e aa purpuras em torno
* SemeadiS nocbâo. Tmlia de um laUo
« DadivtíS curruptoras ; do outro lado
«í SúU'e os brancos aUares suspendidos
* Agudos forros, que gotoj*m sauguo
< Por eátft raâo ao pó dos altos inuroa
« Ura du3 Henriques pordo a vida o o roino.
« E cac por esta mào, tli céos! Debalde
« Uodoado dos seus o outro J leu ri que.**
Qao a â<*çào desta pintura ío^so inventada pelo no?9o poets'
sem outro íim. que inculcar cera ellas a Boboriia á<^3 josuitas, e
as mortes que deram, tai iiutzeram dar aos dona Henriques, reis
da França» ninguém póiíe duvidar, principíilnieote, se attender
as suas uot-is. A primoira, que puz a palavra vasta diz assim:
« As façanhas dos jrsuitas não esíavajti sepultadas sono
€ Uruguay. Mnem se admirar da pintura desto templo, coosi-
€ dere attentampnte as que elles tccm na iíínja do seu coliegio
€ romano e na caaii profes&a ; que cora estar cíjbertas da mascara
< da roligiào naodeixam d-j^t^r .linda raais soberbas.o instillaiilesi^.
Nao mo canço em reíutar o que este poeta diz cos versos, co-
nhecendo lodõ.sser iini puro flugimeoto ttda aquella descri pção ;
vamos ao que diz na prosu . ;b' fàçinhas do^ jcsuttíts íhTo esfrram
sepuitadfís sá .to Uragiwíf. Hom aviados o tavani olb s,Sr. (iama,
soo Uragiiaj fosse o único thiatrodus sua^í la*:anbas c proe^tts :
em outros rauito maiores» e raais ox tensos, e plausíveis tem os
jesuítas obrado ccuísíís maravilhosas. Não é có a America hes-
paobola testemunha occular dos relevantes terviçcs que tem
ibito a Deuíí e aos próximos, es tilhus da companhia : lamlicm u
é a Europa, a Africa, a Ásia. e íinalmenio o mundo todo. porque
por todo elle se propngaram es-cá zelosos operários da vinha do
Senhor, prugando <> ovaogeího, o convertendo peccadorís, o
illu minando in líeis, estii pando vícios, e plantando viríudep»
a custa de immensns traljalhos, peregrinações* viagens por mar
e torra* e também a costa de nmilo sangu? que alguns delles
derramarão em defesa da fé e religi3.o christà ; podendo di-
zerse delles com muita prospriodade, o que se úlz dos prl-
moiros apóstolos in omnem ferram e ivit sonus corum^ et m fi^is
oi'bis terni* eomm (43).
133
REVJSíTA HO INSTITUTO HISTÓRICO
ltt«3 sup posto, nílo se persuiidi o Sr. Gama. ijue oesta Dota
leu ao publica alguma novidaJe. Qao aa Tirtude« e obras
SLiatas àú3 jesuitíuí ichame-llie façanhas muiti» embora) nãí
estaváa a ípultiLílas aú no Unigaay, já todas o sabiam ; agora o
que é novo p:nu tidos ».% que ostes padres na ii^reja do collegio
romaao, e na casa prolessa tíve-ísera pinturas coTiertas da
mascara da religião» mas na realidado soberbas a insuUantes.
Do tantos italianos, qu • estão bojo em Lislóa. e viveram rauitofl
annos em Roma, Uííniiura ba, qtie testifique t-er vigto naquellas
du.vs igrôjad, nem em alguma outra destes i^eligioso-!, pinturas
cobertas com rnascar(i< de religião e muito menoa soberbas e ifi-
suK antes, biZQni q\í^ na igreja da casa professa, delicada ao
nome de Jesira, estava pintado no tecto ei^te sintissimo nome
adorado dos anjos bons, e despedindo de si raios, oão tanto de
luz, quanto dfí íbgo, osquaes Ter indo aos maus anjos, em um con-
ftiáo, e desordenado tropel oa precipitava do alto. Se esta pin-
tura é soberba e i.*j3Hltai^tt\ não se poderA dizor, que e^to norae é
auporior a todo o nome ; que ú respeitado do céo, venerado na
terra e temido do ínlérno. Que iUaçao tão absurda.
Que consequente tão fal:Jo! Di^em mais, que na igreja do
coUegio romano, dedicada a Siiuto Igoacio, se v«> pintado oo
tecto este santo mandando ti seus Úlhos a todas as quatro
parteé do muodo a pregar ú evaiixelUo, Se também esia pin-
tura ô insHtífmtr e soberba^ risiuom so das lições do breviário
aquoll as palavras, que a igreja propOe aos fieis, íallando deste
grande patriarcha:
* Ip^e, misío ad praedicandum indis ovangeliura sancto
* Francisco Xaverío, ali isquo ín alía^ mim li plagas ai reli-
« gionem prop»gand:im diiseminalis, athmicae ítuperstitioni,
« h lireaíqiie belium indixit». Sr. Gama, é de parecer que aâs^m
80 faça ' Diri, qiie sim para se accommodar ao do Sr* Carvalho,
seaMacenus, que nào podendo soltrer estes e outros louvores
dados pela i;^ roja a santo Ignacio nas lições propnas do seu
offlcio, mandou que estas se omiuiâsem, e se Lhes de£â3m as
do commum. como tamb *m a mis:>a, o as* mais orações delia.
Masí^raçasa Dous e a rainha fldelisísima D> Miiria Francisca, que
apenas >ubiu ao tlirono, e eoube desta impiedade, ordenou que
amlssaeofflcio deste sanio se dissessem, como antes; assim
como rMtir,uÍu a s. Francisco de Borj ^ o culto, oue se lhe dava,
oomo o protector do reino, d" que o tinha priv^ado Carvalho no
tempo do ^eu ministério: o a S, Francisco Xavier todas as joías,
6 preciosos donativos, que os fieis tíntiam offerecido om Oòa a
''ste santo, e ornado com ellaso altar, om que se conserva íneor-
rupto o seu santo c ida ver. tliesouro de que o tinha despojado
aqiiolle bárbaro ministro.
Estas que tenho referido, «íío as pinturas, que se vera em
Fioma na igreja da casa profoisa dos jesuítas, e oa do coUegio
romano ; e so ahi se não observio.
i.
REFUTAÇÕES AS CALUMXIAii
187
, , , Oí sccplros e as coroas.
E ns liarai^ e iis púrpuros em lorno. Semeadas no chãa ;
camo na i^ast^t e curm nbobndri do templo da aldríi de S. Miguel
finge o Sr« Gama, quo pint^.ra *( destra mão de ortifice famoso,
nâo é porque fossem insxlianUs g soberbas estas pinturas ; ante«
seriam édiflcativaa e .santas, porque denotavam que os filhos da
companhia, como verdadeií^os imitadores de Christo, rejeitavam
t^ias as grundèza3 que o mundo estimat oa principados, os
títulos, as mitras o ns purpuras ; e tudo o quo é ou se pode
oliíimar dignidade, ou sej^ ecciesiastiea ou secular ; e isto com
tal rigor, que se ubrigavara com voto a não acceitar di^zn idade
alguma, senão oiu circumstancias, que fussem constrangidos por
um preceito formal dos romsmos pontificas. Veja Sr. Gama
oomo nem as pinturas verdadeiras, nem as que fingiu eram
^iberbas ti insidiantei! ; íinie^ quQ tão longe estavam de o ser,
qun serviriam de dar bom exemplo aos boratins e muita gloria
a I>eu.^ ' Para este fim se pintim nas igrejas os passos das vidas
dos santos, as suas obras heróicas, os seus êxtases e os seus mi-
lagres. Se vossa merc»} c<igo da sua paixão contra os je^íuitas se
persuade a outra cousa engana- se, eoora vossa mercC» veriflca-ío
que Cftecus non judicat íÍ<j coioribus* Ouçamos uutra nota.
Na pagina* . , sobi'e as paíavras um dos BenriQ'<es Be\è
«este coniniento: ^< Henrique III assassioido por frei -íaques
* Clomente, Qmm ha, qjie ignore quanta parte lireram nisto
« 08 jesuítas ? E' publico o processo do padre Guinard» e quanto
« a companhia defende ainda hoje este seu digno filho. Vejào-se
* 08 seus autores, e por todos Joveocy . v
Provas» a innocanda (los jeinítas do>i loinltot eoai>
meitidot contra os dou« Ifenrlt^ats dd França.
Eis aqui já uma daquellas calumnias, de que ou acima disse,
ter >ido tanta??» vezes rofutada^e convencida de falsa, quantas
tem sido impressa; o Sr. Garai com uma simples pergunta fà,z
complicos daquella morte do Henrique líl a todos os jesuítas ;
e porque oâo faz também complices delia a todos os domini-
canos, de cuja ordem era frei Ja^iues Clemente, que deu a
morte áquelle rei ? Porque é publico o prucesso do padre
Guinard, todos os jesuítas tiveram parte naquelía morte ;
porqui foi publico, o publicissirao o asistissinio leito por frei
Jaques não tiveram nelle parte oê dominicanos todos. Que
incohorencia I Era uma parte pela leve e mal fundada suspeita»
quo cahiu em ura, culpar a todos r em outra não culpar a todos
pelo crime certo e innogavel que fez um. Aqui ao vê a paiJtão
ora que sempre fallarão neste caso oa emulos da companliia» e
também o ódio, com que agora renova a memoria delle o
Sr* Gama. Ora assim como este novo caliimniador dos jesuítas
cjm uma pergunta lhes imputa este delieto, assim eu com
188
REVISTA DO IXSTITLTO lilSTORUJO
otttrm o poderia refutar; pergootaada, e qoem ha já hoje que
igoore« Oto ter parte oaquella marte o Ooíoard, ou algum
outro Jesaíta ? priocípalmeote depob de Ur lido, não dí^o ji os
aotores da compHohia, romo Joveocf e outros* maamqiieHes que
Duoca foram neita religião, e por iato imparei ;/r9, desapaixo-
nados <) dignos de toda a fé, como sao o DaTila, o Cheveroy. o
cari<*;il Ofrsat, o Maratori* Battagliui o Dupleix, os quaes toJos
defendera os jesuítas e attribuem ao ódio dos heroi^es hugiie-
uotes a morte de Oniaard e o extermíoto da companhia do
reiaodd França.
Mas porque alguDs doe meus leitores oão esUram plena-
meu lo informados da verdade deste horrível parricidio. direi
aqui breTemeate o que jiilg<j serbistante, pari mo^ti-ar a tooo-
c Dcia de Gninard. e de todos os maií» jesoitas Se por eâta
causa sahir m»is eit ^nsa do que ei*a bem, esta rninha impu-
gnação, mereço desculpa ; nâo estando de igual partido os
calumníadores, e os apulogíâtas. Uma impostura por maior, e
mais atroz que seja, dis-s^ muitas rezes ^m duas palivrag;
Íielo contrario a sua defesa, por mais breve e succinta que se
áça, occupa ás vezes muitas folhas do papel. Dapois que u Pdpa
Xisto V com uma bula assígnada por 25 cardea.es. exa>raungou
a el-rei de Navarra, que dopoiâ foi Henrique IV de Fm aça, e
absolveu os súbditos do juramento de fidel.dade, por ser reinei-
divo na here-ia ; logo que este rei (diz o Daviii^ (4I| c teve aviso
€ da declaração do p^ipa» escreveu a todcs os est idos de França.
€ queixando-ae da afronta, que julgava ter-lhe feito aqutlle
c pontiQce, o exortandoos a nâo c^/osentir, que Roma se mct-
< tess í à decidir os no^'oeio!i e razoes daquollu coroa. B^cre*
« veram muitos volumes a í^vor, e em opposiçâo da ^obredit^
« bula os maiores e melhorei enj^eohos da Europa. > Uma grande
mulridão desaiyraselivrog sedicicsoa sahiu nejto mesrno temp^/
a lu2 contra Henrique líL depois do col hm facto huccedido em
Blois, acn-fe este raonarcba tinha manda-lo matar o du"]ue de
Guisa, e ao cardeal Luiz, seu irmão, pren ler ao velho cardeal
de Bourbon, e ao areei i^po de Leão ; por serem cn becas da fa-
mosa e tão decantada liga de França ; aute^ a mesma faculdade
dos th^ologos de Paris tinha decidido ser lícito fazer guerra ao
ilíto rei, a quem tmhapor excommiingado, inftel ao juramesto,
o promotor de herlsias*
Assa&inado, pois. que foi este solierano por frei J iques Cle-
mente, os do seu partido reconhecei ao por successor ao thróno.
o i>riueipe de Navarra, Hu;.'uenoto, Nâo lie crivei quanto por
esta cauta se amofinou Paris, cidaie jade mtiitus mo2es reuel*
de, nem também os louvores, que df^rao ao aíSitssino do rei os
académicos nas cadeiras, e os pregadores nos púlpitos.
Inundou a Europa uma prodigiosa qu;mtiaado de livros, dos
quaes uns tolemniííavão o martyno do matador j outros tiofen-
dião, como justa a morte do monarcba; outrtvs, finalmente, pro-
pugna vão, ser um violento usurpador do reino de França o prín-
cipe de Bearuo: « assim por escarneo chamavão os reis de Na-
varra ». Mas depois, que este soberano se reduzio ao grémio da
nEFUTAÇÔES ÁS CALOiNTAS
189
igreja catliolica , e uagidoem Cbartros, curao monarcha de Fran-
ça, com<» titulu ÚQ Ht^nrique IV, e passailo algum tempo reconhe-
cida tambjjin, e acclainado em Pariz ; be certo, que toda aquclla
iraraensa raultiJão de eatyras, livros, o mais coinposiçõeg infa-
matoria-, se deviào quuimar, como effectívaraeQte se ordi^nou;
mas íiào sendo moralinonte pjssivoi, que cm uma cidade tão am-
plti, como ho Pariz. 6 tâo coo fusa e perturbada, c^^rao estava»
oboílecesaera todos ao real decreto ; sucredeu, o que de ordinário
costuma acontecer, quando se proUibem esct iptos s^raelliantcB,
haver muitos curiosos, que ancíosamf nte bnscâo o zeloza monte
guai^dáo estes papel ii. por julgarem que serão eatimadoij nos ^em*
poa futuros, a^sira como são no pregente, os que so eonservâo es-
criptí:>s nos .séculos passidos.
DadHs previamí-ateestas noticias, ouçamos agora a culpa do
padre Guinard, Era esto infeliz padre bibliothecario do colloírio
doB jesuítas, no tempo que succedeo o ímpio attcntado de Joáo
Castol conira Henriquo IV, o por causa do emprego que tiolia,
poucos dias antes lho tmha mandado alguns escriptus e t>bra3
estampadas no tempo que todo o reino estavi^ tumultuoso, para
i^uo em lugar separado se guaidasaem na livrariu. Preso o as-
aaâsino.eniro outras muitas cousas, de que foi perguntado depoin
ter eatíidado com os jcstíita.s* O padre Ouaret, qiio muitos annos
tinha sido o sou mestm, foi tambhíra immedialamente pr'cso, e
confrontado muitas vezes com o rto; mas fd pelas constantes
deposições o respostas delle declarado innoconte, e livro de
toaaaculpa. Forao m^te mesmo tempo viiítcs e rovistoa todos
os cartórios, e esquadrinhados todos "S cubiculoi dos jesuítas por
ordoiB do piirlamento» e daquclles heregí s Hui:uonoí£^>, que
muito de ejavã<i, que nos je:sui'a.^ .^e eneontrasso al^^nm inicio de
culpa, Ouçamos aqui ao Muratori, (45) Porque o rio (Castol)
^^e que tiuba estudado com os jesuitas, e depois forão iichadois
, camará do p idre João GuiuarJ, sacerdote d t c jmp inhia al-
guns esiiritoa contra o rei, compostos quacirlo eguva no soo
maior fervor a dõcantadn Ují:» ; iBto bastom para que saUissa utn
edito, solicitado por aqti dles, que por uutros pfi^cedcntes motivos
vião cumindcis olhos os josuitiis; oo qual se ordenava, quo todos
eUos siihissem do reino* Sentença que lo los os homens prudentes
julgarão ser injusta ; pois, pelo delicio do um, ou de poucos so
caa&igava uma tâo grande muilidão de hompus beneméritos por
muitos tiuilos da religião e do publico. Ató aqui o Mnraton*
O grande chanceller Chcverny{ 46 | mette em duvidii, se real^
metito se acharão os taes escripios na camará do inioliz Guinard;
ouse foi Gstratageuia, de que so valerão os qneabstilutamente
queriàu, quo os jpsuitas apparecesscm comphces naqueile exe-
crando facto.
Mris fosne como fosse ; o certo he, qnQ imicamente pur estei
papeis maouscripf os, achad*H no cubicul j do pairo r,iiioard je-
suíta, foi tílíe seuieociído á morto, o os jc^sultas todos extermi-
nados por ordem do pAríamento de Pariz ; sinistramente imttffa'
do a fazer isto pãlos heretjes htujnenoíes como díZ Bataglini (47),
Também he certo, que o Cartel no^i últimos momeotus da sua
190
REVISTA DO INSTITITO íirSTOniCO
yíásLt não obstante ta grandíssimas diligencias que so fizerão
para que ello declarasse oomplice no sou deticto al^^-nm dos je-
suitai, sempre rospoadeu francameote : « o que muitus vezes
teoho dllo, isso juro e aflirmo ; neahtim jesuíta ter sido ou oom-
plice, ou Babedor das mio tias deliberações o do racii atteotado. ^
O mesmo rei Henrique IV na allocução, que ítz no parlamento
era 1603 para restituir a França es joauitaf , assim como jualitl-
cou estes religiosos de onlras calumnias, quollies imputara o
primeiro presidente Achilleg Dij-Harlay, assíra também as jtig-
tirtcou desta, do terem didoaraão âo Caatel para aquelle seu
atroz delicio ; dizendo ao Harlay ; o Cast'! nada thsfa contra os
j^êuitas, voltafido-se para os parlaraentarios disse : V6s ínamos
sois disto as 'tuclhore^ e mais irrefYãf/iweis (estemun/ias. Ora se
um rei* que era o offendído, na forma mal.> ^cdemoB attesta a
ínnoceucia do Ouinard, e de todos os mais jesuítas, não he uma
retlnada maledicência, e insolente temeridade dizer o senhor
Gama em uma nota : '^ Quem ha que ignore quanta parte ti verão
os jesuitas na morte de Henrique III» assassinado por frei Jaques
Clemente l
Pois ainda aqui não jAm; ouçamos outra nSo menos falsa,
que se lo na mesma pagina.,, sobre a palaTra «^ o outro Hen-
rique >, < Na morte de Henrique ÍV soul)e-s0 esconder melhor
« a mS) jesuítica, mas não se soube esccnder nas duas occasl5ei9
♦ antecedentes, em que se tinha intentado o roeí^mo parricidío,
< O padre Varado» superior da companhia em Píirií, fui quem
€ desencarainliou ao mi-ieravel Barri*>re. Levou lhe ao sen
€ cubículo, deitou-lhe a sua benção, confess^u-o, dppois lhe deu
« a communhão etc. Os jesuítas no collegio de Ctermonti e na
« sua igreja de Santo António por meio de praticas, conf«>
< rencias, meditações e oxercicla? espirituaos corTOmperão o
€ espirito de Gastei >. Três calitmnias ati'ocl8simas, mas todas jú.
velíias e muito rancidas, convencidas já de falsas por mil mudos,
e maneiras, accuraulou o Sr* Gama neBt% nota contra os jesuítas
de França . Leu elle sem duYida no libollo satyrico de certos
reílexioaistas modernos ( 48 ) estas pabvi^as tirada:§ do livro
€ Cateohismo dos jesuítas >, obra irapiissima do « Pa^quier »»
prose rip ta e condem nada pela Santa 80. « Três forão os aasas-
« sinos, os qnaes em diverso:^ tempos attentan^o contra este
< grande rei » { Henrique IV ) < Po Iro BaiTi«*i*e, João ChatoL e
« Franciseo Uavillac, O desígnio do priraeii*o não sortio eITeitD
€ algum sobre a sagrada pessoa do rei. o golpe do segundo o
€ ferio na face. O assai co do terceiro o deixou por morto. Julgue
* Deus do atteutado do ftivillac ; mas daquelles do Barri^re
M e Chatel podem também julgares homeQ-;.Bum e outro nos exa*
< mes, que lhes flzerào, confessarào qiir gó os jesuítas os Unhão
« exbortido e instigado aquelle horrendo sacrilégio.»» GracaSt
sejio dadas aotSra, reílexionistas, e também ao sV- Gama. por
não imputarem claramente aos jeinitas o ultimo attentado cen-
tra Henrique IV contentando-ee de o p^^r em duvida; os refie-
xlonistas deixando a < Deus julgaln)» ; o 8r. Gama diseodo.
« que nelte se soube esconder melhor a mio jesuítica » ; poderá
REFUTAÇÕES AS CALUMMAS
191
aooreacentar, que do tal sarlo a soube rio c*icoiidcr, quo nom o
mesmo Deua foi sabecíor, d 3 que alguma - raâ.o josuitica ^ 00 n -
corresse lara iseraelhante otteotado.
Ora deixando de parte cioiinto dis^erSo e oslarapurio og ho-
mens mais doutos e os escriptoruí nixii veiidicus de França re*
futando ostas três calumiTia.-, e rarstvacdo ao mesmo tempo t
inaocencia doá jesuítas naquelles três attootados, rmicaraente
exporei aqui (aisíra por rae parecer surperíluo dizer maHt como
por nào causar tédio aos meus leitores ) o que diagc, e ti que fez
em prova da innocencia dos jesuitas o mesmo rei Honrique IV,
depoia de ter plenamente conhecido, que tudo quanto se tinha
escriptu e obrado em dascredito dos religio£03t a.Uribtiiudo4hes
falsamente a morte do seu predecessor, e os iQ&uftos com-
raettidus contra a sua mesma vida e pe-soa era um puro efíeito
do oJiOt com que 09 hereges huguenotes. e alguns catholicos
libertinos poCiíeguiào a companhia, ResuhUo, pois» esso grande
monarcba, por virtude do conhecimento acima dito, a restifiiir
á França os jesuítas, e recupera r-lhes o credito, que com tantas
imposturas llie^ tinhao oscurecido. em publico parlamento, de-
pois de ouvir a.s ultimas 0 mais forte* inatanciaB que os ini-
migos destes religiosos fizerao, paia que não fossem chamados
e restituídos ao reino» começou a perorar p^r elloi dizeodo
a^im:
Alloeuçlú 4o Tt'^nriqu6 IV ccj rJofoift dQ« jomiLtis
€ Quanto mo he errata a vossi ftielidade, tanto me be
« também a representação, que me fazeis aeste encontro, no
t qual vos mostrais mais solieitos do int^TessLi de meu roiao,
« do que eu sou. Mas porque ha uma grande diffrença entre as
€ discussões de processos e matérias de estado, de quo não en-
* teudois, não vos perturbem os vo^sOí; temores dizeis que os
4 jesuítas èí\o ambiciosos ; e eu sei que jurão não acccitar digai-
€ dade algomado mundo. Parece- vos odioso o vocábulo de jc-
« suita; eeu vos digo, que he melhor, que de Franciscano, Oo-
< rainieano. ou Agos^tiníano ; porque arjuello traz d memoria
« Jesus, que é o mestre ; us outros lembrãí> os discípulos, e 03
< quL^ forào seus sequazes, Afflrraaes que lambem forao piríi-
« dario? dosí conf^iderados na liga; raas peiores que eUea, íorão
€ nesta tempo contra mira o coUegio de Soi-bona, e o mesmo
« parlamento: attribuis a culpa o buscarem para a sua com-
< pau h ia q8 mancebos de melhor espirito ; pjis ou vos digo, que
< uso o mesmo na elefção, quo faço dos sjidados ; e bem he que
€ para ministros de Deus, e pregadores do evangelho te esoolbão
€ 08 sujeitos melhores. Inzcis. que sâo immensas aâ suas ri-
< quezas ; ecomtudo eu sei* que rra todo o reino não tem mais
€ de renda que quinze mil escudos. >' ( Veja aqui, Sr* Gama,
quanto he antiga a fabul i da immeasidado das riquezas, que
i
íjl REV!>TA rO IN>TíT?TO HI^ORICO
posi»n:ã3 es je^xziíjk? < Exigeriii ( contíciuL a dizer o me^mo
« rei < a pcrai^iusa obediência que jorâoao Papa; mas eu sei,
4 que esta olieiiec ::a não s^ diri^ a oavo Ôm, que a in^ndal-<H
< ao mar:yri.\ eiviísio-os ásxni&õesdo^ ioítois. Dizeis, que
< tem iiTiês pira se irisinoarem na graça dcs principeii, ea o coa-
< fes>^>, e o ^eoh j t-xperim* ntado eom mnde utilidade minha
<• 003 dcQs graves negoeios da minha aVolTi^o. e na dispensa
< de minha ira^ã, na> quaes o melhor adrogado, que lire, foi o
< c irdeal Tol^o jeãuiu ; e se elles me são bons e ateis em
< Rorca. entre os^ ministreis de Hes{«nha, como não serão dentro
-> du meu reino f O que sopposto, eu absolutam^ite qoeiv) oe je-
4 sai tas em França : e vós também os déreis querer, se quereis
< conservar os vossos cargos, e o credito de homens de honra :
< jà que unicamente es huguenotes. e alguns do clero ignorantes
< e escandal«^5os, klo os que se lhes oppoem.» ( Aqui entre yo,
dirá vtssa mercê Sr. Gama. e cc^m razão) < Quanto aoqu3
reprehcndeis > f prcsegue o mesmo monarcha a dizer ) < na sua
< douirina, eu o cão posso crer : ponjue não tenho «cbado um só
< em tão grande numero de estulantes. qae frequ^snlarãj os
« 8eu3 collegios, o qual aiflrme ter ouvido dizer, ou ensinar aos
< jesuitas, que losse livi^e tirar a vida aos tyrannos, ou de
< tentar contida as pessoas dos reis. Nunca o Barriòre r>i ínsti-
^ ga<{o, ou confortado por algum jesuíta áquelle seu excesso,
¥ antos um delles lhe iliss?. que qujm se atrevesse a commettel o
€ se cunleranaria pua sempre. Aeorescento que ainia que o
< Cartel os tivess:» acousa lo, o que certamente não fez....
< nem por isso se devia criminar a todo o corpo jesuítico : assim
« cjiuo por um judas senão culpa tolo o apostolado. »
Eis aqui o que disse aqnelle rei, depois de lerem succeiido
todos aquelles attontidos, fallanlo da companhia. LoiJi-se Bat-
ta^lini (49). O Du.*!eix (50). E o Mathieu conselh.iro e bis-
toriographo daquelíe soberano» em cuj* vida escreveu elle
quanto aqui escrevo: ( 51 ) E nelles se achaurá esta tão sensata,
e ma<l'ira allocução do grande Henrique IV a favor dos jesuítas.
D^a-iaslraçjoa da esllma-jio, que e^ld rei aza ia
com;aDhia»
I^oi3 ij que obrou este monarcha, em signal da estimação,
quo fazia deatos reli jílísou nã) é menos digno de se sa or, do que
o quii dí>3í. Elle (direi aqui em compendio, o que não S3 p^de
referir exictamente, sonáo em muitas piíçinas) fll»e 03 resti-
tuiu ú, Françi, apozar di opposição dos seus einulos, e contra-
riu8: ell ) 'js encheu de beuíflcijs ; ello os intiroduzioern Constan-
tin()|)la; elle procurou congraçal-os ora os Venezianos ; elle
encolheu por pre^jador da corte, o seu confessor o jesuíta CoUono ;
che;^anilo a til íX'?essjasua real ben3Vol.3ncia pira com elle,
que se <Ii;^nava de o conduzir algumas vezes consigo no coche, e
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS
193
de llio dar a mâo para 3ubir ao piilpito \ 0 querendo dar ao
munda um maior e mais clan> íestomunho da estimarão om
que tinha est^^s religiosos, ordeoau \\o seu testamento, que o seu
cor.ição fosse transportado a Flesclie, logar em qiio tinha rece-
bido a sua primeira forma, e ahi sepultado na Isíreja do coLlogio
da corapaíihia de Jeíiis. como elTi^ctlvamento so fez, no moJo
mai3 solemne, e cora toda aquella pompa e magniflconeia, que
era devida á majestade daquelle grande rei ; como dííTu^amente
descreve o mencionado Mathieu i.ò^). Ouviu, Sr* Gama, como
el-rei Henrique IV dearaentÍLi 03 impostorea. que vossa mercc lea
e copiou nesta sua obra, sem sabei», nnraexãmíáar, se elles erão
dignos de fó, ou merecedores de desprezo ? Ouvi o a prefação,
com que um monarrha tJe T*'fança fallou da companhia» não
tendo si lo jezuita, nem lhe tendo comidt^ o pão, como vossa
mercê/ Ouvb aquolla grande âentença,, de quo ainda qne al-
í?iim deste numeroso corpo fosíse cumpíice era :vigum daiiuelles
atteatados, (o que certamente não succedcu ) nem pur istíO se
havia de culpar toda a rcli^^iât^ ' Ouvio corao este soberano mos-
trou reconhecer os gorviíoíí, que os jesuitus lhe ti n hão feito era
Roma, não senlo tanto^ nem lào ^^^rande-i, como oa qtio íizoram
a V03SX merc'' em Itoraiii» e no Braííil ? Pois se ouviu, aprenda a
ser a^^radecido e obsequioso, e nrio seja ingi ato, nem maleilico.
Na pa^^ina... couiraentando a palavra novos crimes traz o
no.«so ofccrivao e^ta nota: < tragam se a memoria a tarde dcs
* cinco d janeiro, e a nrilc dos tree do setembro» tâo funesta
« para a França, e PortugaU « que podiiio cobrir de luto e-tií
« duas monarchias* Perdidimus oleiím} et operam,»
H«rnta-sa o fino
Aciíbo de dará eate notário no paj':ígrapho acinia um con-
selho tâo necessário para a .sua emeadu, e lo^^o na pagina se-
guinte torna a faliar náo sO na morto de iícnriqrie IH» senão
também no attnit.^do contra o Jide]i^:iimo D. Jo.ô 1, querendo
com esti reneti<;âo imputar novamente aos josuitaíf estes dous
execrandos dclictoíi. iJo primeiro ji eu justifiquei estes reli-
íííosls ; do scijundo os jtj^tiíKarrí agora. M. e para qur? Sabendo
já a Europa toda, qne aquolle íiUuntiido nilo tendo outra o\i5-
tencia, senão a que Ih^ deu o Sr. Carvalho na5tínten«.a de 13 de
janeiro de J759, na qual declarou conipiices doUe a Ircâ jesuítas,
o conieranou a uma cru^jl carnidcina uma boa parto da melhor,
e mais illuslre nobreza, de Portugal, Si\ Gama, o século pre-
sente estíl muito ilhrminado, o o publico e.4u Ir.h m.iij: critico e
reíl xivo do í\n(i .intes er.i. Obácrvou em primeiro logar, que
nenhum daquelleíí Malgos T.inha motivo, nem ainda apparea^e,
p\ra estar i.^a de.^g caloso daqtielle lolerano que o obrigasse a
•'^l ^ i í Toití) uxvjíi I'. I,
Í94
RE\TSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
desejar-lhe, e muito menos, a procnrar-lhe a morte; sondo favo-
recidos delkj com siífiiaôs não indiíToreotes da sua real benevo-
lência o agrafo. Observou em segundo logar, que na aen tença
se lià^o alguns factos totalmenie oppo>to3 o contrários a muitas
noticias certas e particulares, que se sabião na corte. Obaervou
era terceiro logar, qiia suppondo-se réoa do meemo delicto trea
jesuítas, nem fossem processados^ nem condemnadoí a mesma
cu diversa pena» Observou raais q^ie o mesmo Sr. «'arvalho não
duvidou puucoa annoa depois aparentnr-se com a familia Te'
çorct, dando por esposa a um seu filho uma aenhorâ daquella il-
lustrissima casa.
Pois já depois que Deus levou para ^í o fidelíssimo rei D. Jo-
sé I de gloriosa memoria, ainda o publico abriu maí*^ os 0U108
e observou, que a rainha hoje fólizmente reinante, logo que
tomou posse do governo Eao só aliviou das duras prisões, em
que estaváo os dons irmãos do raarqnez de Tavoí^a, D. Francisco
de Assiz, arrotado e morto por traidor, mas os promoveu e col-
locou cm postos bonoriôcus (53). Observoa mais que suppltcaado
o marquoz de Aloraa como procurador da fama póstuma deaeoa
parentes a rainha fídelissima a revisão daquella eausa« alie*
gando para iírso aoharem-se na íentecça factus que não se lião
nos processos além de outras subst anciães nulidades, a i^lemen-
tiasima soberana depois de mandar examinar este ponto, e
certificada por unanime voto dos seus mais melosos e im-
parciaes ministros de que ci"a verdade, o que o marqtiez alle-
gavo, benignamente annuio a sua aupplica : erevendoae a
causa cora ioda aquella circurnspeção» que pedia um caso tão
eslrepitcso, publico c notório em toda a Europa, a respeita-
belissima juala composta dos deaembargadores mais retos o
doutos doi tribunaes da corte, concordemente vototí cstm^ra in-
nocent^s no suposto crime de leza-raagesiaJe e alta traição
todos os réos declarados na sentença de treze de Janeiro de
I7r>0 (c4>. Ainda observou maia, que pedindo o procurador ou
fiscal da 0*net tempo para contrariar e i^esponder a esta ul-
tima decisão da causa, o fez làu de vagar, o com lentidão Tio
-.rande» que raaiá pareceu querer de propósito demorar a res-
posta, do que dal*a. Deu -a porí'm finalmente, e entregando^ se
por ordem soberana a novos ministros, actualmente se vi- e
examina ; mas com tantas demoras e dilações, que dão motivu
ao pui.lico para suspeitar, que por alguma occulta razão nfio
convém ainda declarar, se foi verdadeiro ou ftrgido aquell© in-
sulto.
Ainda aqui não parão as observações quo os críticos tem
tbito -iobrô este tão famoso caso. Sabem ellcs.que tendo os jesuítas
Hupplicado varias vezes á rainha fltielisíima (55) que lhe accor-
dasse a graça de poderem em juiso contraditório provar a >ua
total innucencia neste facto, e moslral-a tão manifesta ao^ olhos
dof homens c<jmo estão certos delia noa de Deus, o íle recenda-.se
todoa nos castigos maia rigorosos, ^epor ventura um íô delles
por legrU o juridicamente convencido Je culpado, a re^sposta
queoã ministros do catado particulnrinente lhes dão, he, <iue a
REFUTAÇÕES ÁR CALUNÍNIAS
i95
aua innocenoia ô clara e notória ; mas qUR por ora ae lhes não
pôde fazer justiça. Observarão uUiraaraentOr <l^^ a puríssima
seberana pi»r um seu real decreto (36) ouvidoa primeiro oa pa-
recerei dos seus rigios rainistroá declarar livre ainda da mais
leve ^ombra dc culpa, a excellentissima áDnhora condessa de
Atongiiia, Ibe restituii^a Inteiramente todos os bcoâ da tua casa,
aadníittira em palácio, lhe dera a mão a beijar^ digntndo-se além
disto de lhe raostrar aquelle agrado, que é próprio da sua innata,
reivl e nitnca assa» louvada híDiga idade ; o que certamente não
faria, se soubesse que tioba sido consorte de um homem pouco
antea assassino de seu augusto é glorioso pai. Destas e outras
mais observações, que o publico tem feito, e eu aqui omitto por
brevidade, infure que o ví?o raysteríoso de alguns motivos polí-
ticos e razõea de estado» impede faster-se publica e formalmente
authentiea a manifestação da veixJade ; mas o véo que a encobre
seja eite qual for, é tão ftoo e transpareot©. que claramente
deixa ver aos que tem melhor vista que a reserva d© mandar o
duque de Aveiro a dous criados seus dií»parar os ti roa a car-
ruagem, em que se ptrâuadia que hia Pedro Teixeira, e s6
Pedro Teixeira, de quem estava gravissímamente offendido tudo
o mais, que isto não be, e se lê na sentença de treze de Janeiro
de 1759, ho uma pura chiinera, um raero bárbaro fingimento»
que ideiou a iferocidade do senhor Carvalho para an^uinar os
|esuítas, e vingar-se daquelleá tidal;^cs, que ato lhe dobravíío o
joelho, como Aman a Marduqueu, privando^oa da vida pelo modo
mais cruel, quo neato século se tem víâto ; e cora a vida, tambam
da honra.
O qti6 supposto» senhor Gama, não devia Portug^al cobrir-se
de luto que succedeu na noite de 3 de setembro de 1758, sendo
tudo o qiie nella aconteceu de ia fausto, nao uma conjuração ur-
dida, ntíui ini^ulta pmmeditado, mas um accideute fortuito, uma
desgraça não prevista, nem sonhada. Outros devião ser os dias
em que com mais razão pudia Portugal dar estf s áignaes de dor e
seiíLímento, Um ilellcs foi aquelle dia era que passou aos eternos
repousos o ftdelisaimo rei D. Juse 1 digno, pelas regiam qualidades
e virtudes de que era ííotado, de reinar perpetuamente, se não
tivesse a infelicidade de se fiar Je um ralnistTO por natureza se-
vera, e por systema cruel e barbara. Outro dia foi aquelle em
que com espanto e horror não s6 desta monarchia o mai:^ de
todas [^ que sào cultas e civil isadas, foi em publico cadafalso
degolada a heroina deste século a excellentissima aenhora
D, L?unor do Távora, marqueza de>ite título; arrastados vivos,
D. Francifco de Assiz, seu marido e seus dous filhos, Luiz Ber-
nardo de Távora, e José Maria de Távora, o duque de Aveiro,
D. .\<jSii Mascarenhas, e o conde de Atouguia, D. Geronimo de
Atayde, alt'm de outras pessoas de inferior graduação^ extioctas
com diversos géneros ue morte, mas todas cruéis e barbaras*
Nestes dias sim» nestes se podia © devia se cobrir de luto a
nos sa monarchia.
No primeiro, por perder um ve\, que se não fosse enganado
do sou ministro, seria as delicia.^ dos seus vassalos ; no segundo,
lOC /í^VIrrTA 1-3 INSTÍTCTO -JISTORIO:»
por yiT i'iT lOâ Tasiailús sappoâicf trahidorcf ^ teodo sempre
lido O! maia deij á^nelie rei. Qoando chegar, cobo finnemeDve
se e0p?ri. a',:iei!e desejado e feliz momento em <|ije a ninba ô-
delíssima Cim a sabscripçáo do seu real e sempre m^^moravel
nome, declare este inígma ca corra o véi) a este myiterioso se-
gredo, o o tão conbe'.*erá o mando com aotheoticidade pablica, o
que açora só coosti por scieocia particalar.
Na pvma. . . explicando as palaTras o seu lArono, traz o Sr.
Gama ('M% n jta : ^ o tbrooo da companhia está em Roma, lá t^
< o centro do seu p.der. Ali recebe o seu geral os avisos do que
« 96 piftSik em ixlas as partes do mando ; e ali eom o maior
< despotismo en%ia as suas ordens ao fim datem. Extermi-
« nala das outras províncias é fazer-lhe guerra pela rama. £*
< necessário cortar-lhe a raiz. Ora os ihesouros das duas índias
« ajadavam muito a sustentar o credito dos jesuítas em Roma.
< y\for.una lamente as presentes aíspC'Siçoes annunciam a pro-
< zíma total extiocção daquelle corpo. >
Mostr&«s« ser íaUo o que diz o poeUi acerca do dospo
tisjio do g«ral Ja companhia.
Qiidni ouvir esta nota, e não conhecer a malignidade do seu
autor, cuidará que o geral da companhia em Roma, era nm
soberano mais poderoso que qualquer outro do mundo ; dizen-
do-se delle, que alli recebia os « avisos do que se passava em
< todas as partes do mundo, e d*alli com o maior despotismo on-
« viava as suas ao fim da terra >. .\ tanto se não estende o
domínio de neobum monarcha. Receberá cada um delles estando
na sua corte os avisos do que se passa no seu reino, nos seus
estados, no seu império e a estes e não a outros que são alheios,
o de diversos senhores, enviará aa suas ordens. Mas o geral da
companhia inferior nesta parte a todos os reis do universo, não
tinha 1 imites certos e determinados, em que exercitasse o seu
doininio ; a todas as quatro partes do mundo abrangia o spu im-
pério. Tanto finge nesta nota o Sr. Gama. A verdade porém é,
que o ^'eral da companhia em Roma era um geral, como os
outros ^'craos, ^jue residiam naqaolla corte ; anta se heido dizer
tudo, ora muito inferior a eiles no trato da sua pessoa, e nos
commolos da hu.i habitação. Klle não tinha carruagem própria.
Como o-i mais /eraes ; ello não tinha apartamento que cons-
taise dr? inui^a<) salas faustosamente ornadas, como os mais ge-
ne^ ; ello i.ão unha criados seculares, que dentro e fora de casa
o servissem, <omo tinham quasi todos os mais geraes. Klle não
tinha rnosa privada, nem cosiuheiro particular ; iautava ece^iva
no refoitor ocoinmiim na presença dos seus súbditos, comendo
o mesm> que elles, sim outra especialidade que ter um prato
do nnis «mi luu se llio punha alguma fructa, do que ello re-
partia com < s visinho?, E^te exemplo não sei eu, que algum
outro :."?:'al desse.
REFUTAÇÕES As CALUMXIAS
197
Vamos ftgora ao mais. Si este superior maior de toda a re-
ligião recebia em Rama osariso^, e do Ruma eaviara ordeas u
todas as partes do muBdn, era porque em todas ellus estavam
filho:* da compila híu. «erviodu a Dons e aos proxíra^s, em col*
tegios, em casas, em residências, em missões, cm áemiaarios. As
ordoQsque enviava a tgilas estas partos, eram noicamcoto di-
rigidas ao bom governo assim espiritual, como temporal árs
seus súbditos, o os avisos qao delli^s recebia, eram do bom ou
mal qutí elles faziam ; do bem para os louvar ; do mal para os
punir. Eia aqui eia qoo ooosistiam as ordens, e os avisos desto
supremo prelado do toda a sua religião. Si nas quatro partos do
mundo ííe fazia in guerras, ou ojtisiavara pazes, se os magis-
trados seculares ad ministravam justiça, ou ííiziam violoKciaa» c
assim outras noticía^^ somelbantes não Ibo viabam a Roma, uem
de Roma mandava ordens concernentes a estes negócios alheios
totalmente da sua juri^dKv^o ; o que ordenava e sabia era o
que lhe importava |[*ara u bum governo de toda a orlem.
VprdAd«iro motivo poniuf omtn asthtitdos om Roma
Diz mais nesta nota o Sr. Gama, que « os the^ioaros daá
< duufí índias ajudavam muito a conservar o credito dos jesuítas
« em Roma >». Não eram os tliesouros da^ duas Índias os que
acreditav itn em Ruma os jeiuitsis ; eram as noticias authea-
^icas, e 08 t,'stemLinhog irieíragavcis. quo chegavam âquella
corte do gran'le fru^^t^j* que fiziam o> filhos da í^ompanbia na-
quellas regiões, plantando em uma^í partias a fé, e c»ra outras
conservando-a acusude immôQ-íos traballins, farjiifafl, pcrrsigui-
Çõiís, atjor e sangue. Por esta causai e não pelo motivo dos ího
sotiros, que viess«m das duas Índias, paásavívm todoi* os poutihceB
tiiutas bulas em louvor, o oredito ilos josuitas, e os G»timavara os
cardeaes, 1)9 principos romanos, e toda a prelauira eoclesiastica.
Altímdeque para estes religiosos serem auredilados em
Roma, não era necessário sahir delia; bastava e sobejava para
lhes conciliar gran lo crdito o muito que naquella cJrte traba-
lhavam em beneãcio áo próximo, ou f jsso na caí^a professa pre-
gão lo e confessando assidnaraonle, explicando a sagrada
oscriplura, e ensinando o catechiárao: ou fosse no cttllegio ro-
mano, aonde toda a mocidade estudiosa concorria a esstudar, o
aprender a lin-^ua latina c hebratca, a grega, a rhetorica, a
philosophia, a muthemaliea, a iheologia especulativa, a pole-
mica, a moral, osc;intjme.<, a historia ecclesivtstica. e os sagra los
rltoá; ou fosso nos semi narioá gerjuanicos, íoltIcz. hiberncz, es-
cossez, gregij, o maronilico ; nos quaes enain?\vara os josuiías as
contjroversias orrespon dentes aos erros respectivos daquellas
naçòes, e em todas cuidavam da boa educação, e exemplar pro-
cedimento dos a lura nos ; ou fosse no oratório chama lo do padre
Cíiraviu, poF ser este fervoroso paflreo seu insUtuídor, do qual
J98
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
cm certas àidM da semana sabia muitos jesuítas pela cidadã a
QODvocar o povo, que cornsigo trasiam a igreja; aoDde depois
de um teroissimo e devoti^simo colloquio a Cliristo crucificado,
se tomava rigorosa disciplina, e acabada elia» so proviam os
confessionários de jefluitas a ouvir conôsiões de muito» peai-
tantest que aproveitindo-se do escuro da noute, tempo era que
este pio exercício se fazia, manifestavam as saas ooosciencias e
di2íam mais livremente sem rubor os seus peccadoa. Neste
mesmo oratório davam os jesuítas todos os annos na semana
santa os exercícios espirituaes de Santo Içnacio a todas as prin-
cezas e damas de Roma. Ko seu noviciado de Santo André os
davâo quatro vezes no aimo a cardeaes, moQsunliores, a nobreza
secular o a todas aa mais pessoas que se queriam aproveitar
deste tao útil bem espiritual. Alóm disto muitos principes e
cardeaes convidavam uma vez no anno aos jesuítas para os ir
dar á suas oasas a toda sua l^imilia. Náo fallo aqui ua missão
urbana, que em todo o anno ora em um, ora em outro districto
da cidade, suecessivamente faziam os jesuítas» de sorte qiio elles
sós, como por si mesmo se está vendo, faziam e trabaliiavam
mais em Roma em utilidade dos próximos e honra a Deus, que
todos os outros regulares juntos, e uão queria vossa mercê
Sr. Gama, que os jesuítas fossem acreditados em Roma ^ Ou
perstiadia-se por ventura, que para o serem erSo necessários os
thesouros das du%s índias ? Como se engana ; ou para dizer
melhor, como quer enganar o publico, attribuÍDdo a estimação
que destes religiosos se tinlmm ua capital áa igreja, não aos
serviços que faziam, mas ao dinheiro que davam. Pelo que res-
peita pois ao conselho que dd de ser ueceasario cortar pela rai^
esta religião ; e ao gosto (jue mo^itra em ver, que < as presentes
«disposições todas anounciam a próxima total extíncçao daquello
corpo 9 ; reapundo que só Deus, que ouve os desejos dos pobi^s e
remunera juiitvraento não só as obrai, sinâo tambom as palavras,
lhe dará o pago ; não s6 neste mundo, como já tem feito com uma
escrivaninha, senão também no outro com aquelle premio etoruo
que iulgar devido todos aquellen, que desejaram e procuraram a
total extíAoção dos jesoitas. Passemos jà a outra nota.
Tendo este poei.4 fingi-lo nos seus vorso?! para calumniar a
companhia,
< Qu^ se viam ao longe errantes e espalhados
4 Pelo mundo oa seus filhos Ir lançando
< Os íbndamentoe do esperado Império
« De dous em dous.»
sobre estas ultinias palavras tmz esta oota:
xtiador.
€ Oe jesuítas em Portugal eram chamados os apoiiolo« ; e
€ esorupulosameiite observavam a exterioridade do » misit illos
tinos.
REFUTAÇÕES As CALUMNIAS
199
Grande alluciaação foi esta sua Sr. Gama ; aqui deti Tossa
mercê com o pé na péa. Quer infamar os jesuitas, e traz aqui a
memoria uma cousa que cede om grande credito e louvor dellesf
Nau ha occurroncia mais imprópria e alheia do aeu Rscopo. O
glorioso nome de npo^tolús não inventaram os jesuitas para se
hoDrar com clle ; oh portuguesas Ih^o derão, e oom ello intitu-
laram os primeiros íllhos desta religião, que entraram neste
reino» não por outro motivo senão porque virara nelles um zelo,
uma caridade e um desinteresse ou igual, ou muito somei hanie
ao que se lê dos primeiros apóstolos. Tão incan^aveii eram em
promover a gloria de Deus» em dilatar o seu império, era fazer
guerra ao demónio e em procurar a saívação eterna aos pró-
ximos, E se até ao ponto, em que sahiram de PorÈugal es^^es reli-
giosos, foram sempre chamados apóstolos, comoo a veixlado foram
6 8© diz nesta nota, é porrjue em todo o tempo que existiram
neste reino imitaram os primeiros que nelle entraram ; servindo
a Deus o ao publico por meio de todos os seus santos ministérios
com desioteresse, com a caridade, com zelo verdadeiramente
apostólico. Se o Sr* Gama, assim como uma vez se a^cgregou a
companhia na provinda do Brazil, se aggregasse a (dia na pro-
Tinciadô Portugal, jà nos sabíamos qurd linha sido o judas do
apostolado português^ ma^s CO mo nâo foi aqui admittido, não
consta ainda qual fosse entre elles este desgraçando.
Na mesma nota accrescenta, que escrupulosamente obierva-
tão a exterioridade do m\ni illos binos. Não era só esta regra
do seu patriarcha, a que escrupulosamente observa vao no ei-
terioros jesuítas; era também a da modéstia, a da mailureza
no andar, a da pobreza no habito, a da afabilidade no trato, e
finalmente o da composição religiosa era todas as suas acções
exteriores.
No interno também escrupulosamente observa vão outras re-
gras, como erÊto a de dar as cousas espirituaei o seu tempo, a
oração, aos exames de consciência, a lição espiritual de livros
santoa, a mortiílca^o das paixões, a obetliencia prompta aos
prelados» ao estudo das sciencias etc, de «orte que não obstante
não terem estes religiosos regra alguma, que os obrigasse a
observância delias debaixo de peecado mortal, ou aiiida venial,
(a excepção dos votos essenciaes) «rão os superiores tãoexactoi
em as mzer escrupulosamente guardar, que muitas vezes com
maior rigor castigavão uma falta leve, do que era outras reli-
giões se castigaria uma grave. So o autor destas não está total-
mente ©aquecido do seu noviciado» bem me persuado que poderá
ser testemunha da verdade com que ftillo.
NÃO he jAet&naia dâs iesaítas be narração Tei'<fii-
<]«ira Ur um úélltt d«iifl«li«rto & font« do Nilo,
Na mesma pagina. . » se lê outra nota: os jesuítas até $$
júctatdo nas suas historias de ter despaberiú a origem do Niíú, Eu
200
REVISTA DO TXSTiTUTO HISTÓRICO
nào sei qa© os historiatiorcs da compaoliU cOQteiu com jactância
t6rôm descoberto a ori^^em do Nilo; mas se assim ho. t'^m muita
rasão para hm ; sendo na verdade um jeàuiia» cliamâdi» l^edro
Paes, morto na sua amada missão da Ethiopia a- s vinte do maio
de lôiá o primeiro doa europeus, que descobrindo a fonte da-
qu©lÍ6 grande o fj-moso rio no mcz de abni de 1(118, dissipou o
engano iioiveriíaL, em que se estava de quo o priticipio» ou ori-
gem do Nilo ora um cutoo fiegredo toialmente occulto o im-
penotravel ao conhecimento do^' horaeos,
E julga vo<8a mercê» senlior Gama, quâ não lie matéria do
jactância, um descobrimento que desterra dt> inundo um erro
commum, e montra evidentemente ser fabula, o que autea os
tinha por cousa verdadeira ? O certo íie, que todos us erudiíoSi
ptincipalmento grwgraphoa. applaudirão e estimarão a noticia»
julgando ser premio devido ao descobridor fdzer publico o seu
nome por beneficio da estampa, pari que em todj o tempo se
soube^so. quem linlii sido o primeiro, que rasgou o vóo. debaixo
do qual estava occulta desole o princípio do mundo a nascença
daquello rio ; o dissipou o orro ena que ix)r tantos aocutos sa
tinha vivido» mostrando cbramente aos olhos ser uma para
fabula quanto sí>bre a origem do Nilo se di£ia« Lea-so o dicio-
nário geogriphico vertido da lingua Ingleza na Franoeza, e ul-
timamente na Icaíi ma, e neáta posteriur versât» se acharão as
palavras, que cito o netlas a verdade com que fali o. (57) Vejtiâo
lambem o raippsi de Africa de Joáo Baptista Homanao, o nelie
ae encun trará ar.tribuí-io aos jesuitaápara aeu perpetuo louvor,
o descobrimento da fonte do rio Nilo. Ne;sta mesma pagina,
tendo este poeta descripto om verso a sujeição dos indlos ame-
ricanos a compaubia por esta^ palavras:
« Com um ee^to innocente ao6 pés áo thrôao
« Yia-^e a liberdade americana
€ Que arMstaudo eaormissimas cadéas
€ Suspira ; o os olhos e a iaclioada testa
€ Nem levanta de humilde, e de medruào *
põem esta nota :< Não ha palavras que expliquem bastante-
« monto a sujeição em que vtvtáo aquelles índios. Vejão-ae oa
« fragmentos das cartas do conde do Bobadela, citadas na repa-
« blica etc-^ Pelo amor de Deus, senhor Gama, não cite mais
nesta su i obra a relação abreviada da ropublici je^uitlca, sendo
um libello sátyríco, iiifamatorio, íodlgno de fé, cbeio de falsi-
dades, c por isso roprovadoí probibido e queimado. Diga muito
embora que os indiuts tiuhio uma grande sujeição aus jesuítas
que oom ellus estavão nas aldèas, porque nisto diz bem ;e se
aâm o dia^e nas suas cartas o conde de Bobadela, disse também
a verdade. Mas que se í^egue daqui!
Qtie oà missonarios ensina vão bem aquelles seus neopbytos,
que os truta vão com amor, que protogião a sua liberdalo, que
zelavão o seu commodo, que os defendtão doa enganos, e quo em
tudo e para tudo iho^ erão utets e proTeitosos ; porque se assim
BIiFL^TAnoES ÁS CALUMNUS
não fos:?e que sujeição liaviâíJ de ter a dous miseráveis sacer-
doteâ fracos o desarmado -í, t;intos milli ires do índios, que esta-
váo em cada poynaçio sendo por Datui'oza letozes» imp ici<"ntes
e viogaúvos ? Ern lugar de Ibea serem obedientes e submisso?,
í?e levaritariãíj contra oUes e oá apartariâo de si quHii lo nào se
resolveasem a prival-os da vida como lhes ora tão fíicil. Neste
perigo S3 virão os JGâtii tas Ioga quo oa iniíios suspeitarão, que
elles oo> tratados doii limites faziào raai;^ as park^s dos dous res-
poctivos soberanos do queasaiins, persuadindo os insíaotomento
a mudança, a que elles suramaraento repagnavâo, E cora olleito
por esta causa a uns pozerát> guardas a viáta, a oiitrus pren-
derão, a outros fiualmoíite obrigarão a retirar-sa para escapar
do sou furor, Idto stipposto, que acha aqui quo creUcar e^te
maledico f Se uaquella sujeição, quo es jnnios tinbáo aos josaita
encontra aiateria para i&sn, critique os fre/?uezos. que são obe-
dientes aos sous parochog, os penitentes aos seu- c^tifesí^ores, os
difcipufos aos s**uâ mestres» os pupilus aos seiíí? tutoi'os, o todos
os que ^ão subordinados áquolles, que por al^nini titulo Jlies slo
superiores.
Nas paginas. , .Ee lê uma nota quasi tão reforla de mentiras
cjnao de períodos ; o dtz assim : * os josuitas do Brasil tmlião
« uma fra^íata inagnifiea, era que o provincial salda tndus ob
« anoosa titulo de visitar a província ; pororai na roalidadoera
f- a quo fazia a maior parto du comraereio. quf> aquellos portos
^ tem entre si. Emquanco a fragata recebia car^a. ostavão
« too los as tadas as o ulras embarcações» ^endo os fretes da-
< quella mais caros, a titulo de íraluzenda maia írjínra. Ora
€ osjetuUas nas alfandegas nuoca pagarão diifitoM, O seu lucro
€ ora iraraenso. Para so conseguir melhor este fim, espalharão
<t pelo povo uma prolL^ssia do s^u padre Anchieta, que aqufdla
« fragata uunca se perderia. Encalharãu-na, finalmente, o
< íizerào outra, que custou cincoenta mil crusad^is ; e sendo-lhe
* necessarij perpetuar aquella síiuta impostura, mandarão
< pregar na nova algumas taboas da vellin, e por^uadirão
« áquelles bons negociantes que bastava aqtiella p:irto para
i comraimicar a virmdo au tudu. O autor vio muitas vezos
« esta fmgata, e oiiirou nella. Trazia ílamtila o bandeira com
« insígnia da compíinhia, e tiulia do mais a mais excellente ar-
€ tllharia. Ao entrar esiliir dos portos receíiia toda'' as honras
€ que se fuzem as nàos do rei. ^
no BrnsM.
Todo Site grande aranzel apanhado as mãos» e bem espre-
mido se reduz, a que os jesuítas do Brasil tendo uma embar-
cação velha, o de poucos comraodos, mandarão fazer outra
nova, maior sim, mas nada magnifica ; a qual grrava todo o
202
REVISTA DO LN9TITUT0 HISTÓRICO
anno de Pernambuco à Bahia, da Bahia á capitania do Espirito
Sasto, da capitania ao Rio de Janeiro, do Rio de Janeiro á
Santos, e de Santos voltava pelos moamos portos até Fernajn-
buço f.om o provincial, ou com outro algum religioso nomeado
por eU6 visitador, e commissarlo ; e junuimeate todos os mais
sujeitos, oum q'4e áe haviao de prouver as muitas e diversas
occupaçâes que havia nos collegios, ca^as, residências, seminá-
rios e miâsoe^ daquella igualmente numerosa e florente pro-
vincia. Tinha esta embarcação sete pequenas peças, que empres-
tavci o pro vedor da fazenda real, para poder salvar os portos,
conforraõ aa ordecs reaes* com cinco tiros, aos quaeâ se corres-
pondiio com três : e isso por alvará Jos senhores reis de Por-
tugal. Pelo mesmo privilegio usava de flâmula e bandeira
branca com a ijisi^nia da coaipanhia ; o o seu capitão tinha pa-
tente do mar e guerra, que Ihe^ pas-^vao os vice-reis da Bahia;
e por 18-50 usava de bastão, tudo por graciosos decretos dos mo-
narclias portuguezes. Tanto quiit^rào sempre honrar estes sobe-
ranos aos jedui tas ; e tanto se mostrarão sempre agradecidos
aos serviços quo fazião a sua coroa naquella parte do mundo*
Ató aqui o que he verdade.
O falso tí íiDgído he» que aquella embarcação fizesse a maior
parte do commercio» que aqueílea portos tem entre si ; porque
nem a maior pane, nem a manor fazia. Alem da carga que
levava consistente no que era necessário para a^ provisões e
gastos dos collegios, carregava por lastro al^^m sal, e esse
pouco, 6 quando o havia, de Pernambuco para o Rio do Janeiro*
Disse, pouLo e quando ha%%a^ porque o commum era ser o lastro
de areia, e quando era de sal, nao se punha a carga« nem a
fretes, mas se levava de graça, assim como tambam alguns
mimos, que pescas partieularei manda vao ar:>s seus amigos
rersidentes naquelles portos, a que a erabarcaçiio havia de
aportar ; como v, g, alguns cocos, boiuesde doce, e outras miu-
dezas semelhantes. Ao capitão e marinheiros erfio concedidas
alguma» praças livres, nasquaes transportavào algumas cousas
de pessoas particulares ; mas cedia em proveito delles o lucro
dos íVotes. £st\ era a maior carga, tanto do sul para o norte,
como do norte para o sol ; da qual nenhum lucro tira vão os
jesuítas como era notório a todos. £' falso também, que em-
quanlo a fragata recebia esta carga, estivessem ociosas todas
as outras emharcaçoes, porqua etla nao transportava fazenda
alguma que fosse da praça ou do eoromorcio, como jt disse, e
podem certificar os negociantes nos portos a que oUa chegava.
E' também consecutivamente falsa, que os f^tes fossem mais
caro nella pela fabulosa segurança do que não se perderia ; por-
que aonde não ha carga» não ha fi^etoá , nem caros, nem baratos.
Que 08 Jesuiias nas alfandegas não pagassem direitos dos gé-
neros, que Ihe:^ erão necessários para "as suas casas e collegioB
é certo ; mi\s deste privilegio concedido peloe reis gosavio lam-
bem 03 mais religiosos do Brasil, Se alem disto transportavào
alguma cousa que lhes não pertencesse^ delia se pagavio os di-
roitoB, e ninguém excepto o senhor Gama, ou outro ^melhante.
HBFCTAÇÕES ÁS CALUMN1A6
203
O poierá negar ; e assim não só era immen^Oi m^ neDbum era
o lucro, que a carga produzia. Daqui viaba, que para manter
a dita fragata era preciso que qb coUegJos o residências coa-
corressem todos os annos a sua proporção eona determinada
quantia de dinheiro, como clara o evidentemente consta do9
liyros, que os ministros régios no conflico levárào das procura-
turas, 09 quaeâ talvez ainda ezíst&o. O qtiediz o senhor Gama
nem clara, nom eacuramente constará de Jivro aJgum que tenha
ou faça fé,
Na pagina.... querendo este moderno escriptor trazer a
memoria aqueJla antiga calumnia de qne os jesuítas forão a
causa da infeliz morte d© elrei D. Sebastião, e da perda de todo
exercito, que comsigo íevou a .^Trica, molhou a penna e sahio
Á Joz com estes versos:
< Por enti-e troncos de umas plantas negi-as
< Por obra sua vião^se arrastadas
« As ardentes aréas africanas
€ O valor, e alta gloria portugueza.
« Ai : mal aconselhado, quando forte,
« Generoso mancebo. Eternas lutas
< Preparas a chorosa Lusitauia
« Desejada duí» teus a incertos climas
« Vás mendigar a morte, e a sepultara. »
Fatal desgraça, que este poeta para compor estes seus cantos
nâoleãseum só autor, que fosso verídico, oão abiússe um s6
livro, que deixasse desBr apocrypho.
Morte de «h*«3 B. SfthastlAo e a p«rdii do seu «xercUo
f»l«ftincQt.0 aitriliQidiíus aoa j«suLtas,
Achou elle talvez na celebre dedução chronologica parto da
XDaladic6Dcia do senhor Carvalho, mas baptisado o Dome do se-
nhor Seabra, aquelia noticia; parecendo- lhe muito accommo-
dada ao seu escopo, sem examinar, se era falsa, ou verdadeira,
Qflkribada em sólidos ou débeis fundamentos, mudadas as setas
em ^o]hti£, isto é, a prosa em verso, a enc&ixou no seu poema.
Ora eu para confundir este novo caliminiador dos jesuítas, e
mostrar-lhe a pouca critica ou muita ligeireza, com que acre-
ditou uma fabula, pouco diííerente daquella, que ainda hoje
crem alguns sebastianistas, nào me valerei aqui o quo dizem os
históricos da companhia, como sao o cardeal Cienfuegos^ (58) o
Telles, (5d) o o Sacchino (00), referindo miudamente as muitas,
e exquiaitaa diligencias que por ai, c por outras pessoas de au-
toridade fizerão os jõsuitaif, para dissuadir aquellG rei mancebo
de uma tão temerária e arriscada empresa; chegando a escrever
ao pootiâce» para que puzesse diante dos olhos o perigo» a que
204
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
ne expoDha e a toda a nionarebia, com aquella tSo precipitada
e ioteinj/estiira resolução: porque se o 8i?nhor Basílio cnoi tanU
facilidade acredita meatira^ claras, Teodo-as esiampa^Jas em
detbuara dos jesuítas, c*>m a mesma e aíQda e maior facilidade
□e^ará verdades maDífestaa, sabeodo, que são eseriptas por
estes reli^oitos em seu abono. Por isso alienarei 86 autores
que QUDca. forão d:i eompanbia, bomcns dignos de toda a ft\ e
mai» viridico, e bem informados, que Jerónimo Praooo Ganes-*
tagío, que talvez foi o prim^^iro, que eitamp m esta calttmnía«
(61 i e deu oecaslão a que alguns emulou, e inimiifug do^ jesuitas
a publicassem. Maséeste historiador pela incivilididecom que
que filia do senhor cardeal rei, pela insoleDcia com que trata eU
rei D. Sebasilâo. e àaalmente pelo atrevimeato com que censura
os Tt*neriiTeÍ9 religioaos de S. Francis o, tão indigno de crelito,
e merecedo ' d « desprezo, que nenhum verdadeiro portu^uez lè
a sua hísttorla. qne não se osotailalisií da sua maledicência. Os
aothore^ poi^ cujis ditas e tosteraunbns, aqui produzirei, sâo:
Luiz Coelho Barbuda, (02) Duarie Nunes do Leão, (63) Frei Jos^
Santa Thereta Ca -melitaoo, (64) e o abbade Diogo Barbosa
Machado; (65) os quaes unanimente ^iffirniao nfio poder nem
dever altribuir-se a outra caiiátia infelíc;d:ide daqaelta expedição
a Africa que o espirito bel 1 coso daqu41e mancebo mo na rc ha;
impaciente de fazer o sou nomo celebre pelas armas, © alcançar
a fama de conquistador a imitação dus ráis seus pi*edece>5orés;
accra-^centnndo juntamente qrje tão longe es tirai ão os reli gnjsos
da companhia de ÍQJ!uir no animo daquelle fogoso príncipe, que
ínt6iitas:ie aquella guerra, que antes (izerão todos as instan-
cias pojbíveis, para q le de^btisse delia.
€ Não sd conhecia (diz Luiz Coelho Barbuda) neste pvincipe
« (D. Sebastião) uutro vi cio « que ocxuelle do seu ardor miliiar, ao
< qual não podia reprimir, foi instruído peloa padres di com-
€ panbis;e nos primeiros an nus, pelo padre Luiz Gonçalves da
€ Carneira, tão zeloso do seu serviço, qae se aillrma ter fiillecido
€ do puro sentimento de o ver passar a Africa, não podendo
« de sorte alguma impedirlhe esta tão temerária ©uipresa. *
Duarte Nunos escreve : < Esta determinação de ir a Africi
€ elrei D. Sebastião procurarã^> impelir i-artas pessoas, as quaa»
« era zelosas do bem do dito rei, e do seu remo curao forão D.
« Felippc U rei de H 'spanli;i. ... O cardeal infante D. Uennque
«seu lio... Martinho Gonçalves da Caraara...eda mesma
« sorte os religiosos da companhia de Jesus soih mestres. >
« Era dominado o coração d el-rei D. Sekistião (diz o abbade
€ Diogo Barbosa Machado) de ura táo ardente? desejo de ir á
€ Africa, que nã« foram eficazes para impedir esta tão teme*
« raria n^soliição as lagrimaâ de sua augusta avó, os consellios
€ Aix cardeal Henrique, os rogos de seu mestre o coníTessor o
4 padre Luiz Gonçalves da Gamara, conspirando to>los na mesma
* preteoçáo de que oào se effectuasse uma emproza, na qoal
< perigava igualmente a sua pessoa e a conservação de t.jda
€ & mooarchia. > Ouça-se, finalmente, frei Joté de í>anta The-
reza*
REFUTArÕES As CALU.NÍNIAS
205
4íT*imfjem (diz olle) o pcidre Laiz Qoõçal voa da Camará, seu
* mestre, procurava disperauadil-o de ura tão preeipllado con-
4 selha ; mas, s^Btido baldadas as diligancias de ambos, isto é, da
< rainha D» Calíinrini e de seu mestre o padre Luiz Gonçalves,
4 afflicto perdeu a vida de para dòr e sentimento.*
Ora, depois de oovir o testemunho destes gravissimog his-
toriadores, além de outros que poderiam alle/arar como o Cam-
pana e O. Juào de Castro, q 110 escreveu a vitia deste infausto
rei, homen» tolos ímparciaes o desapaixunadíS, diga ranitu em-
bora nos seus versos o nosso poeta, fallando dos jesuítas :
< Que por obra sna viara-se arrastados
« A's ardentes arè is africanas
< O vaíur e alta gluria pertugurza, »
porque eu lhe applicarci o que o carujolitano acima allegado
accrescentou na sua historia por est.is palavras ; < pelo que
4 ÍMou apaixonado quem dissí* terom sido os joáiiitsis autores
€ na perda dVl rei II Seha&tiãe o por cun^equencia da luina de
€ Portugal.» K portara tão clíira o manifesta a falsidade desta
calumnia, que ainda que faltassem os testemunhos dos erulitoae
verídicos autores qne cilei^ a qualquer homem, ai aia do me-
díocre juízo se dl por si moámo a cotiliecer ; e senão pergunto,
que utilidade ou interesse podiam ter os j-^suítas em persuadir
áqaellô rei uma tão arriscada empresa? Kxpnndo-o a tanti^s e
tãa graves perigos, quantos costumam encontrar-so em uma
guerra feita em paiz alheio, e além dís tilheio bárbaro, ardente,
e por isso summameate nocivo Ainda que etite princtpe por
cons^elhos dos generaes 'o abstiveíise de tom?ir as armas e de
assistir pessoalraent3 aos combates {o que seria diíílcll acabar
com elle, supposta a fofros idade de seu génio e brio marcial,
quo o predominava), .sen lo t^o incertos oa succes«os das ba-
talhas, e tão inconstante a fortuna em repartir as vicioriís,
facilmente poderia acontecer, que ílcassc prisioneiro o cum elle
grandtí p\rto do exí^rcito. Que perturbwçào para o reino .' Que
dor para os jesuitasí
Era este um perjg) ; outro maior era pela intempeiio do
clima excessivamente calmoso contnihir o rei uma doença, que
aggravada com a duvidosa e continua eonsideravaó ^o irrfausr^,
cu feliz ííuccesso, que teriam a.^auas tropas, faliando Ihe^ aquLdle
animo, aqulle valor e fort!4'^za, que Ihe.^ influía a sua real pre-
sença, daqui solhe originasse a morte. Qtie maior dos^rraça l
Que fatalidade maior ! Ora estes e outros periííos lâo f.iceiB de
acontecer naquella guerra occorrertani aos jestuitas ; e pi^r isso
tão lungo es la riam de o lacitar áquclla m presa, quo antes
poriam todo o esforço para o rotrahir dolla Eram e.^tes rtlí-
giosoíí, mais que nenhuns outros, estiraad(^s e fiivorecídos da-
quelle monarcha ; e se licito é dizcd o, ai*' venerado.'* o amado».
Elle Ds tratava com familiaridade e conílanga; elle tinha um
por seu mostre o confessor ; (66) e log^o que est*o falleceu, es-
colheu outro que lhe ouccedesse naquelle sagrado emprego. (67)
9
SM
REVISTA DO IXSTITUTO KISTORÍOO
Elle lhes tialia fundado e dotada com mâo lar^a quatro eotlegios
na AáU, qnatro na America* c doas na Africa. Elle lhes tinha
feito muiios oatros beneâcioã: tudo sí^n^es manifestos. Qioaé
éÊk ÉOft real liberalidade, mas da grande estimarão, qne (kzía
dflsttt padres. Sendo pois tudo isto coz^o, o ínnegavel todo o
9ea caidaJo e desvello ,>eria í como era Qa verdad;*) apartar da-
quelle príncipe ain<ia a mai^ re nota cccasiâo de perdera vida,
011 a aaude ; e não expol-o :i ri.^cos do perder uma cousa € mais
a outra ; e isto nao sl> por elfeUo da virtudo de ^.fpatidão. mas
pelo innato desejo que toJo^ tem de qud se conserve lirre e
salvo quem lhes é liberal o insigne í>emfeitor. Qu-iro por
outro lado metter peloa olhos a esta ealamoiador quanto por si
mesma se conheça a falsidade desiia impostura. Sc por obra,
como elle diz dos jesuítas, el-rei D. Sebastião,
« Deaejado dos seus em certos climas
fosso rãendiffGr a morte e a sepultura^ ficando ellâ 14 morto
e sepultado, quanto se mostraria indignada contra estes reli-
giosos a rainiia D. Catharina que tâo ternamente amava este
aeu neto? O cardeal lieorique, que summamtnte amava este
sobrinho! Os senhores da corte, que adoravam este prmcipe ?
Todo o povo, que o desejava immortril? O reino todo que o qui-
«era eterno.' Pois nau íuocedeu assim: a rainha não JíTroniou
no amor a estes pidre^, ante.-? morrendo no mesmo anno. que seti
neto, fez delles honor ifícamencào no seu testamento. O cardeal
m&is intensamente, que antes, estimou e favoreceu os j<3suitas.
fundando - lhes ocoUegiade santo Antão em Lisboa, o de Lvora
com a universidade» e tarabera a da Purificação; tudo para ser
governado por elles» Os senhores da c'u"ta não só se laman^
taram destes religiosos, mas oo espaço de trinta annos lhes edi-
ficaram um cQllogio em Taro, outro na llíia de S. Miguei, um
noviciado em Lisboa, o um sominario, e também era Viila- Vi-
çosa uma casa professa. Finalmente, o povo todo o todo o
reino continuou como antes, a \enerar estes padres, e a utl-
lizar-se delles em todos os seus í^agrados ministérios, O qne
tudo cortamento não aconteceria, se par culpa L-ua S9 perdesse
na Africa o rei o o ro'no. São e>tis razões tâo claras e evi-
dentes, quâ quem Dão conhece a sua força, ou t^ iailo de jtiixo,
ou e^tâ cego de alguma paixão. Vamos a outra cou^a.
Na mcíma pa^^ina,., passando da America e da Africa
á Ásia traz esta nota. entre todas não §6 a mais improvável.
seirfU também a mais ríílcula. Dh nella assim :
tf os jesuítas na China no inno de I6i5, approvcitsrão-se
€ da divísilo daquoUc grande império entre os dons perten-
REFUTAÇÕES AS CALIMNIÂS
207
«dentes pani. o etitregarera ao Kara dos tártaros. Foram em
« premio elevados a Éíisínadade de raaodíirins e ornados c^m
€ 03 ricos vestidos, a coi lares, que 8tí podem Ter oaestíirapa,
€ que uoB deixou o padre Bunam no catbalogo das retigiòes
« etc. >
Chamei a esta nota nâo sú a maia improvável, senuo
tanibem a mais ridicala, porque nenlitim Itomom do juizo
até aqui aJllrmou, nem j,i mais se poderi capacitar que trez
ou quatro religiosos estrangeiras, allemães e íVanceaes, que
estaváo por aquelle tempo nu China, semeando naquella in-
culta seara o grão da palavra ae Deus, isto r, a doutrina
evangélica entre 1000 sustos e temores, entre IijOO perigos
e trabalhos tivease tanto poder e auloridad ', que a seu ar-
bitrío, D ao obatante as forças dr* dous poderosos pí^rteiidentes
áquello grande império, a nenhum delles o entregasse, mas
o puzessem nas mãos do Kam dos tártaros, coUocando o no
thròno, e fazendc-o acclamir imperador. E oão ò isto uma
eliimera que só a um louco da casa dos Oratts poderia oc
correr? Pois occorreu ao Sr. Gama ; appruvou-a o sev Me-
cenas, e deixou-a estampar o tribunal censório daquelle tempo.
Pois não é menos ridícula a asserção de que 'N.; premio desta
façanha foram os jcsuitas elevados à di^nt lad'j 'J6 jriondorinF ;
quando t^inguem lia que iguore que esta honra dtlo oa im-
peradores a alguns miationarios, assim pelas suas virtuden e
aciendas» como pelos grandes e relevantes í^erviços que llics
fizem.
Na mesma pagina... depoirji de tor dito f m verso u des-
propoaito de que 05 jesuítas : « perraittirno aos Bonzos a fazer
4 de Roma o indigno culto do seu le^^islador, traz e-ta nota
€ o Sr. Gama ; e de mais a maia o servi rem-íe para no-
€ mear. D verdadeiro Deus das vozes Tien Céo, e Xantí, au-
c premo imperador ; o fazerem certas oblaf ôes aos aeus de-
€ fuatos. ^
Semelhanto ao <|ue disso em verso é o despropósito, quo
agura acEvba de dizer era prosa* A razão é porque L**m Roma,
nem os jesuitas tinham sobre os Bonzos, quo sao oh sacerdotes
daqueJla gentilidade, jurisdicção aljíuma para lhes prohihir,
ou permittir alguma cousa. Os Bonzõ-^, em quanto Honzos
não erão cathoíicos, e assim não necessitavam da permisaão
dos õuropens para dar o culto que quizcÊsem ao ^on le-
gislador. O mesmo digo a respeito do explica rera a verdadeiro
Deus pelas palavras Tien, Xanti, A questão que ;-o moveu
em Roma nao foi esta, Sr. Garaat vossa mercê tumou cesta
por balcsta, alhoa por bugalhos, e ouviu cantar o ííallo, o nâo
Èíoube aonde. A questão que em Roma se moveu» foi í^e us je-
suítas na China permittiam não aoã Ronzo-J. como aqui diz,
maa aos christãos neophitoa al^um culto do £<ju leí^isladoí
ConfHcio, que fosse ÍRdi«?uo» iIJicito. ou incompativel cora a
roliiíiào catiiolica* Esta ?^im, esta foi a qui àt o, em qiu*, como
vossa mercê traz na sua nota da pagina. . . « cansou do lutar
« Roma por mais de um século com a animosidado dos je-
1
20í^ iíEVI-sTA O-.» INSTITUTO HISTORir^
1 jTiius, a&sresoesvuido neiU o friicco que fe ^liroa dijs dd-
4 orev» «i^â aagraiias eon^rreiracões, pobileado^ em Id4^ foi
< o lae tiroa mua^enhor Mãizrot em 16^ o cardeal <ie Toaraoo
A em 17 i4 Climeatd XE, cSeuedkto XUI Clemen^ XII, Beae-
< iico XIV cjra ;ado is^o ainla liojo oão cessam de repelir,
< qae sio a .a:\r;a pretoriana do P«&pa ; e o maia é «iie
< faliam Terdade. »
Ea cão p.»ço r>r jírír a<iai ludo aiaillo. a qve se aUnle nesta
a ^ta. Não obstante y&rái ia e dos olbos, quanJo i5to «ereTO. noti-
oiaâ ex bc^as de 'oioâ oe paâtk», qae se derio naqoelia tão lomn,
e iau*iaca*1a controvertia âobre a permis-ão de alguns riiotr
chinicús. Tenho a vista qaal foi a soa origem, quaes oa promo-
terea delia, e o porqne ; as niões que aúejmvào os je>ni»3 da
China, para serem es taes ritos permittiluâ: as sentenças doe> que
em Ruma jal/avam, qne denam ser reprorados ; os pareceres e
sentenças doa qne juLravão, que ae deviam permittir. O motivo
porqa * f^i mandado ã China mun^enhor Kai^rrot, e o cardeal de
Toumon. e que iQstru<xôas levaram : os dngostos que amboi
tiveram do imperador : o cardeal pelo decreta que paUicoa
Intempestiva, e contrario á coDserrK^ão daqoella ohríatan-
dad ? ; o bi^po por cão enieader a lini^at chiniea, tenlo-o assi-
^Qido, e eleito o cirdeal por seu interpn»te. lie s^rte qoe foi
obri^oiiio do Impera ^r, con%'eoceQdo-o da sua ijnjrmneii, a
fazer um so'enice attestatlo, qoe não entendia os livros e litte-
ratuia ehineza ; o que o dik> bispo extrcotou ; mas sem com isto
evit ju se:* expulso da Ciuna. Tenho também a mão as instan-
cias, que o cardeal :ez. para qoe os jesuítas lhe jurassem obe-
diência, e exeeuta>Srm o decreto prohibttiTodos ritos; e obede-
condo a tudo os j ^soitas eoi» .rangidos do medo, foram também
ontão exierminadt/S peio Imperador. Al^m disto tenho também
diante ios olhos i» prK>testo, que o geral da companhia Tamba-
riui fez av> papa Clemente XI de que a sentença favorável aos
ritOBí cnmioos nãoer» própria de to^la religião, mas só de alguns
pariioiilares, o 7ue elle e tuda a ordem reprovava. \6S) O breve
que o p,ipa inr.o.^ncio XI mandou ao jesuíta Fernando Verbiest
vice-pivvincial da o>. m^anhia ca China, (6(^) no qual aquelle
papíi lep« is -!o llie a^raK»' er o donativo dt» < am nii-sd rjmaco
* e-ori^to na lingi.a chinica, e ;.s figuras astronómicas deli-
< neíída> p^ir elle a ^ mo.lo chinez. alimde conciliar a f» caího-
* l.ca. ckjIuo allí d.z o niesmo papa a fikVcrdaquellas gentes dis-
€ ci;.lina«ía.s í-ni t-.da a ^ rie de artes liberaes. e propensa a
< todos os íreno:o^ de virtu-les, o kuva o a Uxios es seus sooi-s,
< do qu»; o nvert* Ldo o uso da> scioncias profunas em tem da
-f rei:;? âo c.itíiol ríi, rís.ifuidas áquolle império e com elles
< a no->a sanu f»';, -e í 3p«;re sempre a esta o maior augniento ».
Quíírim-iíjii í!iilií.|ic.i *io b:>po de Mala.^ dominicano, em que
d<;S':iontM quanU"* ciluiiiDia.s o imposturas vomitarão contra o:?
joMijjtfifl ,Ja ciiini o Arn.il lo c o Jiineu, inimigos d.^stes ••eligioso:'.
A« quaeH no;ifioM UAhh. se íu aqui as produzi-Nse, uão cederião
oní {^'ixn^W) louvor dos miá.-íionarios chiutzcs. Mas pa>so oin si-
l<ín'i'^ a t^HÍus elIaM, afim porque se aqui asoscrev sse faria um
REFUTAÇQKS A9 CALUMXIAS
209
grussD ôftibtiiiíoso volatne, como tambern pela-^ julgar âu per íliiiis
aoflm qiio pretendo.
Para fazer tapar a boca ao Sr. Gama, e por íi^io a hua
maledicenriíi, bn-ita d zar que m Ob jeauitas da Cliiiia pur tão
largo optivo do tempo dffonderão a opiaião que favorecia aos
ritoá cUiOiCos apQzar daís contradiçôis da Rjma, aão era certa-
Oiente com aiurao lQ feniiooUp a idolilria, nem cora o espirUo
de dosprezir os docr«tu3 pontiftcios ; ora UDicaruente para quo
m marii Itistasse a vordado, o se não impedisse a coiiverôã*>
daquellasigeoto reprusentando-se aos papaa eom a mascarado
suptíi^tíciosos, G illicitos aquellea ritos, que elles julfíavào iouo-
centea. K iiiâto tâo longe estavam do acr rcpreben^íveis, q«o
antes eram louváveis. Si m houvessem de calumaiai taatos
homeoa gaútisaimos o douiiss.mos, quo seguiram doutrinas» e
nâo poucas detlaa communs cutm os caiholicos, aa qaaesexa>
minadas mel bordepoia cuniJemnou a igreja» calumniaina também
o Sr, 0:ima a Gofas (que os paires antigos querem que fosso
Sao Pedro) por suster contra Sao Paulo, que observasí^em os
ritos Ju laicos os neoniiytua do gentil ismo. Calumniaria São Ci-
priano raartyr, o biupo de Cartliago, e cora eile a mais de ae-
tenta e seto bispos da Africa» que ^crernente defendifio dever
ser rebaptíâado quem tivesse recebido o baptismo do um licrege
dooatísta, CaiumDÍaria também a tantos padres 6 e^riptores
eccle>ia3r.icos nos primeiros três seouloa da igreja abertamente
segui r-am ser o remo de Christj milenário com todos os justos
E'*ãte mimdo, antes do juizo univíírsal ; erro que depois foi con-
domnado por lieretrco, primei, amen te no concilio Ecumentcj
Florentino, e depois no de Treniio* Calumniaria tantos bi.^poa
zelo/os, e sacerdotisa dotitisaimoa da i^roja galllcann, por uma
diíatwia serie de ao nos nâo só defenderão, maa promoverão a»
perotciusas raailmas doí? seraipela^^ianos. Calumniaria a tantos
pailres theobgos iniji^ues e famosos, que no concilio deXrouto,
juntamente cum Seripaudo, geral naquelle tempo da aua reli-
giftij, e dtípois cardinal da santa igreja e presidente no mesmo
coacilio, sustinUam que a|í*m da jusUflcaçáo intrínseca se ro-
qnería a extrinsoca imputação dcs merecimentos de Chrihto ;
senteoçíi a qual, porque favorecia muito aos sectários daquello
tempo, foi justaoieate comfutada, o contradita doa mais paires
e iboologors .
Eu bem creio, que o Sr- Gama niio se atreverá a calumniar
a tantos liomeíis táo sábios, o tâo santos ; pois se nem Cefaf,
nem S, Cipriano como os mais bispos da Africa nomos prelado;^»
e riiicerdutes da Fiança» nemoi tlieotogo^ ão Tridontioo morecôni
ser ealumniridos por seguirem opiniões, que depois reprovou a
igreja, e i-fto nao por outro motivo, sinâo porque o animo, com
que as seguiam, náo era do introduzir douiriníia erróneas no ca-
Ibultcjsmo» mas purque julgítvam não serem contrai iaâ a^s
dogmas da té ; porquo razáo se hão de calumniar o« jesuita!^,
que c^m tantos outros homens sábios, zelosos e santos, doml-
oicanos, francisc mos e bispos defendiam o uso dos ritoâ chiui-
cos; nao por favorecer a idolatria, mas porque julgavam, quo
S3i — í i Tomo lxviu i», i.
j
210
REMSTA DO ÍNSTITUTO HISTÓRICO
senda obséquios puraraenies civis em nada se r^T^nin'!:* ^ nossa
santa relJjBrião ^ Paliou âDaJmente com decis culo do
Valicana» fallou ClomoQte XI pelo sen decreto - .e,Q qnal
reiBmettido a China foi ix^ntualment© po^to em exeea^.
Logo que lá chegoa monsenhor Carloâ Amorosio lletabirbo
p&trí&reha de Alexandria, legado de Clemeate, ordenou aos
bispos e mi93ionario3 que observa^ssem o tal de^sreto com as i>er-
miiBÕesque nelle vinhão declaradas; <? os bispos e missionários
todos obedeceram a quanto nolle se mandava, ou permíttia. E
porque nUimaraente Beoedicto XIV deôniu serem também sa-
persttciosas aquellas ceremonias qoe nâo tinhão sido prohi-
Didas pelo legado pontificio logo os que propuimivao aqudlles
ritos se mudarão era outros tiotoíí propognaaore? delles ; com
animo leal e i^ellgioso os reprovarão, os abjurarão, os detesta^
rão sera recorrer aquolle eelebre reftigio de certo siiencio res*
peitoso, para mais se confirmarem na perseverança do seu antigo
erro* Isto conhecerão o^ mesmos papeis que proliibirão os ritos
protegido», como lícitos pelu? jesuítas : por isso tão longe e^ti-
verão de se dar por a^graradc^s desta sna innocente opposiçao
que nenhum delles deixou de os estimar, e ter a religião da com-
panhia por sua (^^urda pi^eUrUmc ; c^usa de que se jateão e
sempre jactarão os jesuítas, como diz concluindo esta íua nota o
senhor Gama ; accrescentando demais que nitto faíl^Q vêf^dfíé*.
PPOVft S^ 9«r ttã99 0<}il« M (Hl <l«» jCtttilM #i JSfl«.
Na pagina depois de dicer nos versos, qve úí}e$uiia$nê
Japão f^mentarõo domesdcáê ' e le esta nota* a mais
maligna, a mais insolento e i re todas as que tenm
ouvido e refutado ; e dií assitu : •> -siitis com as suas ros-
« tricções mentaes não duvidarão ao princípio calcar o cradllio
€ por não perderem aquelle riquíssimo commercio. Quem
« quizer íkzer conceito da eitençto desta e de outras curiosida-
€ des nesta matéria leia as viagens de M', Duquesne mandado
« por Luiz XIV as índias orientaes.» Tomo 3 pa;?. SK Sr. Oama
diga nos por quem he, aonde achou esta noticia tão nova, o
tio extraordinária? Que autores verídicos a trazem* Qtis do-
cumentos e attestados alienam certos e irrefragaveis, para se
poder acrediur um feicto tao escandaloso, como he não duvi-
darem 08 Jesuítas calcar a Ch.'i3to crucificado, por não pep«-
derem o riquíssimo commercio do Japão ' Mas advirta que se
nSo produzir um ftindamento gravo, solido e incontrastavel, no
qual flrra^? este seu dito» será avaliado em todo o raunio pelo
maior o mais atrerido impostor, qu-^ at4 ao dia de hojo tem pra-
cnrado infamar a companhia, O rn «^ tem chegado os ini-
migos desta religião he a querer duas fklsidadf^s : a
primeira, que os jesuítas fôramos p^r ij! '^adores da pkz da chrls-
landade naquelle império.
REFUTAÇUfiS As CALUMNIAS
aii
A seguoda, que eatea religiosos ae enver^onliavani da pro
gar a Jesus Chrlsto cnicitlcado. Mas estas duas cal uma ias asíiaz
eatâo coni atadas por escriptores vertdicoa e imparciaes como
agora mostrarei.
Em qimaiõ a primeira caluinma» he do aaber» que 47 aonoa
antes quo os mi^^dionarioa Franciscjanoa vindos das Philipjijuaa
entrassem no Japão, já a nossa santa fé estava ali plantLitla por
S. Francisco Xavier, o polo jeduita Cosme de Torres ; eerajà
tão fíoreconte aqíieila christaDdade cultivada ifó peloei jesuíta:?,
que oonstava de mais de cento e trinta mil neoptiytos ; como
conata dos registros dos baptismoá. e dâs iiiatarias do Japào. Ti-
nham crecido igrejas, fundado coliegkos» al>6rto seminários » esta-
belecido residências ; e até casa para os noviços com reítures d
proviociaes. Nem em todo esto tempo, que precedeu ao i egresso
dos religiosos Franciscanos, foram tào poucas as fadigas ap*iSto-
licas dos jesuítas naqyella parte da Ásia que nao cliegassem a
admirar-se na Europa. Partiu no auno de 1573 para o Japãj o je-
suíta Alexandre Valignani napolitano com o caracter de coin-
missario 0 veaitador geral daquellas missoos ; e depois de ver
ali estabelecidas varias eonlTririas e hospitaes, mais de treseotas
igrejas, escolas da Ungua latina, e» tamparia de caracteres japo-
ceaos, academias de rauaica e de pintiii^a para ornato don: tem-
plos e decom dos divinos officios> converteu e baptisou pela
sua mão a Francisco, Rei de Ari no, e a Bartlioloineu, Koi de
Omura e fez que expo<iiaiem a Roma uma embaixada ao Papa
Gregório Ifdll sugeicando ciquell s reinos a fé calhoiica, e a obe-
diência do viga_rio de Chrislo, Então fúi, como diz o Miirat^ri,
( 70 ) < que virão os romanos um ia sol í to espectáculo isto é dous
€ mancebos 11 lustres japoneses acompanhados ti o alguos poucos
« jesuítas os qujxes depois de ter 1 eci-bido em Portugaí, Hesp i-
€ nha e em França distinctissimas honras o ânezas, chc^garam a
< Roma aos -di de Março ; c admiUidos cora grande soleuini luJo
ii o em pleno consistório a beijar o p6 ao Poutiflce, lhe apre>oa*
€ taram as suas cartiis crede noiíirs, sendo depuis tratados com
€ as maiores demonstrações de benevoioncia eamor, nau sO ptdo
4< Papa, mas por todos os carJeaes e nobreza romana* A vista
« destas primícias daqualla nova christaodado, foi tão grande a
€ consolação e alegria que cuncebeu o pontiôco Orexorio XIIÍ,
« que não pode conter as lagrimas , nem também todos aqueiles
« que tinham verdadeiro zel<j da propa^iição da fé 0 augmento
€ la igreja catlidica. > Aié aqui o Mur.Ltorú
A desgraça porem foi que o g.isto de ver tãç copioso fructo,
0 as esperançus, que eUe dav l de ser ainda maior naquellapíirto
do mundo, em breve jse désvanecurã 1 e frustrarão; não sn des-
cuidando o inimigo coramum de semear a cizânia om uma seara,
que promettm o gvkú melhor e mais câcolliido. Que os jesuitas
tivessem a culpa de ira mal aquella llorentissima ohristandade
por causa do commercio que afi ahrirãú, e agora diz o ^íeoíior
Gama» que não quLTxão perder, Ue impostura, que delles es-
creveu o Sci:ppio em cena relação attribuida ao padre frei Luiz
Soiêlo, e citada com louvor do Arnaldo no tomo 3 da Morai pra~
ROVTA DO IMb^lIlUIO
iStm^mém Gwiiépn Tm
*» la«9 ^fpOflKBOá^ ■Pt—jl áttpNlIft fwwiii. põt
I • ifCf«l^ éi t«í 4
>IV^
I ^«0 tbilm si«lo tãa florente*
i^SK.
tV 4% I
€ Tenos i
I que
tom o
ie iiirtrms
I eflèiloe, qoe »c ÚnÈM visto
eotrário na Japio reli-
EraDgetho produzido
' ali 96 esta Tio eo
QoaiM
segtdnda os ]
de 8. FrtiielMO Xmvter, q«o (teu friBdpio m eonTenio ili«
qoellee poTit. iam feito grmiMi aenriçosm Dou ; quando pelo
emilrario o oãote áe oWar ée eertos nlígioeos tem sueeitado
eonlGiida» e diAsnoças iitvito pr^pdidaeoa cooTonio e pro-
pagi^ da fé ; pdrfae dálias le tea oi^giiído, qoe aio §6 a
evasgaUÉi tem ali perdido o aeii credito, seno qno também
deriloeeeasâo a serem laiK9<toi Ibra de lodoe aqnaelles estados*
fmpoado-ie graves peaasaqoQB iiiKeiitasw U eoirar. 09
avMoe e relações que temoa tido de todas eslas cousas, teodo
excitarão em cós iquelle justo âentlaMoto, que Adlmeote
^j*1em j»lgar tudos aquellcft, que coDheeBm quão gn&ndo é o
df scjo qoe temos do maior serríço de Deus, e augmeDto da
reiifião ebristi, ordenamoa que se tormasM um eonseliia
dtqaeUet ooeaoe fninistros mais lelosos e eiperímentado», de
maior seieoeia e autoridade; assim para qi»e re^ulvessom
qoaaeseriio op maios opp^rtuoos para rocuperar o eTangelha
o eredito perdido aaqueiics reinos, e tomar pêra o folião os
joejolgasiem miib ou-isao «ugmcuto da ign^ja caiiioliea*
Dopofe oe te terem feito sobro e^ta matéria divei*>as câosoltas.
temos determina-lo de eommum e uoi forme consenço deste
moo eonselbo, que por ospaço de quinze aDQiá potico mais ou
menoo, ^fr^^ndo o pedir o est&do das cousas para bem Ja no^sa
iaota fííUifiho D&õ possa entrar no Japão roUfi^ioso atgtim nem
Afim de propagar o eTaogt^lho, nem por qualquer outro mo*
ItTo; õieeptoaâdo somente os reHgio$<»da compaDliia de Jesos.
REFUTAÇÕES As CALUMNIAS
€ Ordeuftudo juutameote quo poasa entrar o bispo «lo Japão, e se
« íor posíivel quQ ienha tarnb im íili a swa residência ; se, porem,
< as cifcuniataQcias nào pormitUrem ist >, rórida no íugar mais
€ visíiiho, aonde (josaa melhor exercitar aa funções do sey car>:o...
« Maddanios também que om coosequeDcia ddste nosso decreto
« 86 poça a Saa Sentiilado em nosso uomô ao ffição expedir os
4 breves necessários para oste efTeito, o quo se «lera todos os des-
« P^ciíoa que serão necassaríos. Feito em Madrid aos 6 do Jullio
< de I6á8. A
E^te decreto não tinlia lido o Sr. Qama porque de o lesse
não diria dos seu^ v^oi^sus pagiaaa**» gue a companhia enlrando no
Japão ihniciUãrOr ihme^íiicn ãi^cordia ; mas por íss j niosmo» qn©
O não leu, ireslou. Eis vaqui o que suecede a quem estampa tudo
o qu.! acha nos livros gem examinar primeiro» m os autores sao
veridico.^, ou raaledíca^, nnparciíe ou apaixonados. Eipõo-sea
ser meotiroao e também a ser desraentidi» mi ra'*e de iodo o
mundu, comn agora é este escriptor. Queira 0«us aos menos,
que 80 envergonhe, e diga arrependido confucio faciei mede co-
opct^uit *ue (75),
Vamos a segrmda impostura*
Conaiate eata em se attfibuir falsamente aos jâsuitas da
ChlíW^Çffe seent^cftjonhacatH de pregar ChriMo cmci/icadú. Esta
impostura, publicaram tx*es eacriptorci, O Varo, o Moraes, o
Navurrette ; mas a este se oppusísram tre^ cscriptores domi-
nicanos: os pidres frei Domingos Sarperrí, João da Paz, e Gre-
gório Lop*is, bispa de Pekim ; e para confular a todos basta o
fundamento o testemunho do que diz o Sarperri em abono da
innocencíi dos jesuítas ; nasceu elb em Sicília e foi religioso
muito beoomonto d.i igreja chiaeza, pelos ;,^randeâ trabalhos,
que ali p ^deceu, sendu eucarce^-ado e dejí terrado e chamado por
isto mesmo com rasuo o santo Sic^liuna, Delia se lê na eh ro nica
da sua orlem, * qurs fura de gran io valor, e de um espirito
< próprio (lo mií^sionario apostólico (76) i^ Diz assim O seu teste-
munho: < testirtco eu em socando lugar, quo ua padres da com-
« paQhia tem annunciado nesta i-eino da China a Jesui crticifi-
< cado, nàa só cjm a voz, sináo também em livros, que em
< grande namero tem ascrípto ; que decliram com miudeza os
< misteri^is da paixão aos seus neophytos; que era algumas das
4 suas residenei-c^s ha confrarias d t paiiao ; que pouco tempo
« ha, que o seu perseguidor .lamquam*Sien nenhuma cousa
« vituperou timto aos pregadores do Evangelho, come adora-
4 ração de um homem crucmcaio, do qual diziam ser Deos do
« céo e da terra» o que provava t-om os livres doe padres da
< corapanhia. -> Es»^ attestado se piídeler na defesa dos missio-
nar tos chinezes da companhia da edição de Colónia no anno
nm (77).
Que n>sponde a isto, Sr. r.ama? Dii*A talvez o que dizem
certos reflexionistns modernos, aproveitando-se do que já
tinham dito outros maledioos, como ellcs inimigos da compa-
nhia; « que o jesuíta António Rubiao estampou om Turim um
€ livro aonde nas paginai? ...e,,. propugna, que não se deve
21{
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
< eoUoear nos altares oem na igreja o ganto craoifiio ; e que no
« n. 48 do mesmo livro accreáoeota: com grande difficuldade
€ nos costumamos na Europa i% ver a nudez de <;hrista ciruclfi-
€ ca4o ; pela qaal razão foi nocessario por longro tempo cobril-o.»
Sr, li ima, se voâsa mei'€6 dú, esta resposta, dígo-lhe nue eUa é
tão fklsa, como ^ verdadeira a noticia que agora lho (íou.
O jeijuita Ru bino nunca estampou iivro algum, nem jamais
escreveu ^Ilal«i que se dirigisse a propor umas doutrinas i5a
má8 o escíkudalo^as , Nasceu ei te em Strombmo de nnbre cangue
em I59G; passou as índias em 1002, e no Japão morreu ulti-
mamente martyr de Jeaus-Christo no tormento das covas japo-
nczíia era Naogazachy em março de K* i3, por ordem do To-
xoiigun imperador idolatra. De aorte, que desde que sahlo da
ItaJtA noTtca mais voltou a eila, e muito mcDos a Turim, aonde
30 díEqne fora impresso aqueile livro. Sondo este santo religioso
eleir^ pelo seu geral» no aono de 1639, visitador da China e do
Japão, se determinou a responder em 1741, isto ó, dous anno«
an-es de ser martyr isado, aquellas atrozes calumnias, com que
eram Infamados os Jesuitas da Cliina naquelle tempo* A esto
fim compoz um oscripto em Ungua partugueza, o qual sendo ello
vivo» nunca se deoao prelo. Veio esta obra raanuscripta muitos
innos depois da sua morte, as mios de outro jesuíta chamado
Joáo Phiííppe Marini. o qual vertendo em italiano a fez es-
tampar, não em Turim, mas ora Leão no anno de h"^^>5; pas-
sados oáo menos quo vinte e Joos annos depots da morte, que o
autor tinha padecido por Christo. Tem este livro por titulo
c Methodo da doutrina que os pairei da companhia ensinam aos
€ net;phytos da Cliina» cora a resposta as objecções do alguns
« moleraos, que a impugnam.» Naquella oácriptura portuguesa
(traduzili depois polo Marini, como fica dito) confuta o Rublno
aquellas atrozes calumoias que algimii, uu pouco infirmados da
TerlaJe ou muito faceias era crer tudo, o que ouvem divulgavam
doa missionários da companhlct naquellas remotissimas provín-
cias sobre a adoração de" Jesus crucificado.
Aqui é, aonde com monumentos authenticos moitra este
óptimo o douto religioso, que alies somente nâo oxpimham as
imagens do crucifixo naquellas únicas occasiõe-ie circumstanciag
em que havia algum prudente temor, de que os pagãos houves-
sem de de^a togar contra eila a 9ua raiva e furor, como algumas
tftm tinham fiPito, apredejaudo-as, o dizendo-Ihes mil vilanias,
injurias e aíTrontas.
Finalmente, como grande ttaeologo que era, o versadiasimo
em erudíçSo sagrada, com author idades e rasdes justíílca a
sabia conducta daquelles missionários (T8).
Esta mat interpretada escripiura é talvez toda a origem
da atrocíssima calumnia. com qtio nesta sua nota pretende o
Sr. Q ima infamar os jesuítas, dizendo detlei oom audácia día-
bfílica, o maledicência veriladeiramente infern U, que « pjr não
€ perderem o riquíssimo commercio, que faziam naquellas
« parteedo mundo não duvidaram ao principio calcar o crud-
€ 0x0, » E o mais é, quo para confirmar 0Bt« seu (^bissimo
REFUTAÇÕES ÀS C.VLLMNIAS
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asserto noa manda ler as viaoém de Mr, Duquesne mandado por
Luiz Xív as índias úrieniaes, como ae estos tivessem maior au-
toridade, e merecessem maior fé da que aa bulias de tantos
papas, 08 decretos de taatos rei3, os attostados do tantos car*
deaeã, as cartas de tantos bispos honoriíicentissimas a com-
panhia, e commendaiicia doí^ trabalhos, das fadií^as, das porâd*
guiçõeg, do suor, e do aangue, cora que os ftlhos desta sagrada
religião procuraram sempre em toda a parte entre cíitliolicos e
iafiois propagar o reino cie Christo, accreaoentar siJt^ditos %
igreja, servir aos próximos e glorificar a Deus- Leia, Sr. Oama,
estes louvores no iivro intitulado Elegia societaía Jesu^ e oon-
fundft-se de ter faliado tàa mal de ama religião da qual bomena
tio respeitáveis peUs suas dignidades, pel«s suas virtudes, ou
lettras tem faliado oom tanta honra e prelUoção.
eornft «appo^tos cumpllets 9m Inglgttrra o» eon*
jQra<:ÍodA poIvOi'&.
Na pagina sobre a palavra Conjumção traz esta nota: « Os
€ padres Garnot e Oiaeciirno réos convictos e confessos da
^ conjuração da pólvora. > Graças sejam dadaa ao Sr. Gama, o
qual fdllaudo aqui dosjesuitas mortos em loglaterra por trai*
dores não mette ne^te numero o Campianú; taíve/ deu mais cre-
dito aos autores catholicos, que afllrmam que asâim esto jeiuita,
coíbo também os mala sacerd^>tes. a quem naqiiolla perseguição
deram a morte, a padecerão innocentes, do que os escriptores
protesta ntí*s» que asso ver&m terem morrido culpados. Paliando
em gerai de todos eetes suppoatos r^os do lesa magestade aqueUe
grande mestre de eapirito e ben 13 mérito de tijdo o mundo o
padre frai Luiz de Granada da ordem dos pregadores di2 que
foram duas veses viortyres ; uma voz pelfi fé, OUtra pela ca-
riilade ; isto é, uma por nio consentir com os hereges, outra
por não descobrir os catholicos (79). E fallando particularmente
do jesuíta Edmu tido Campiano, o Sr. D, Bernardino do Men-
donça ^ emlíaixador de el-rei eatholieo na corte de Londres, diz
assim em umacarti escripti a sua irmã com a data de 4 do
dezembro; «: Porque me acho era um paiz onde não mo eatl
« bom mandar dizer em meu nome o que toca a estes martyres,
< Q iaberá por uma carta do Sorrano ; peço, porém, a V* à. de
« a mandar copiar, e reniettel-a da rainha parte aos padres da
€ companliia de Jesus, pira que a promulguem em todas as
< suas casas, e lhes accrescente que quautos se acham aqui, o
< eu particularmeate posso passar fi\ que attendido o modo,
c com que derão a morte ao padre Campiano, elie f?.^ pôde
« coutar entre os maiores martyros da igreja de Deus j e
« como tal Mp41e ter a sua religião ; eqae em paga de ser
€ eu histórico de martyrio tfto exemplar, lhos peço que nm m
€ esqueçam de me encommendar a Deug nas suas oraç5es. x(80)
!s^Ia>m Aj- ;»!Six:^ E.zmaA} CuELzimo. ^^r q-ie razão in-
t\ZLí xm e«Cê a:^:a^ii;so ícae »:<* jiínL9ttG;ir»*( e OUecorae,
J^ .l;.:^ zi s^jfcconc .^ FiI^uB por ^ea^r^ eseriptores caUk^cce
di^nus ^^ 'ziiiicr Í4 dj qoe âj ^ Oí;2<a>xk>. o Cook, o ADÍrei«
c:-i3 ^ z:'3r% iroaoecti» • fadec^m ctumar -» ícartyn» o Gar-
cet e ^ OlKcurne ! O e&nfe&I BeI&niLÍ2. na napij«;a que fez á
apoI'>.'lap7oy«'c.>A<fitrj «rfeiír^^ifj em qaa o m de Inglaterra
láz c^HBpLeeôa ecnjvira<;ã<c c;i pcLTO(r:à »» Summo Poocince com
tD^i if CS :(:sa::ai, depois de parg-ir j Pipa de tt>ia a «upeiU ie
-?ilpi. Li 3^£m tillândo le GartH: : « eí;i» jemia em preaença
< d: n:es:/.o re: Jijcbo pcv^^iestc:! sempre -;»& nem ell-í. cem 08
< ieiT fjrom aa^or^jâ. coosrlheir'?. eaoipLioeov e^AScio de i:il
< conjirajcÃo : •; i? elle depo.á qoe oaTiii im aiíto da eoaíbsio
< 5.'v:r^2i«rn*.al aq-elie int i.^. piieri if>ia a sua iodibtria
< pira «3 3 ie •ie^rs-isôe delle. IsVr que ca:n JTii*ameou> aiíealoa
< cm ;ai20. cjarirmoa c:m jinaieato nj {►iiibulo, na presec^i
< de :3íiíii:.3 povo. E i^iai cosij 2:nfe&5oa lirremence a ff ca-
< i::ol;:a, e execr^a a heresia ac^Loana. eom a mesm ^liberdade
< ae^oa ler sido eil^ aitor. campli re. ct^oselbeiro. oa de algum
< :ii-.d> co2S:nt;d-r diqie.iac curaKão. »
^r. jimi. fular:a .\<íí-íi j 3elanria;.> ca saa resp^^iU a
ei-re. '^:'jb^ ííl;, s,- .> 'iarne'. fvsse réo eoavicio e confesso
óxiu ];e 3upp:su> dclt*u> .' O Bati:>^liQi iK»ã seus annaea (c^) diz
afc.::,: * eaire os ré-> decliradoã c ãm phces daquelle detesiavel
< crimo f-ri cDcar.vrado H.«Dri-ia? Onímet saoeriote da compa-
« íiiiií '1-: Je^u^, do idade d-.* setenta aon s. o qual confessou ter
« '.lio nAicia .03 d^^signios daqueKa maldade* mas dentro dj
« i o violarei segredo da^conâ^são sacrarueatal : e que tendo feito
< -riaotj estava da sua parte por dissuadir os peoiteotas de tão
< iáib^r'*s, o injustoá pjnsimenv.s. a prohibi^o eccK-siastica
« de n'ij violar o <ij;illo da penitencia o tinha impedido a dar
« coan aos magistrados ; n j que se julgava innoceote. bto n.lo
< obs ante, lhe deram a morte oom a pena própria de irahiJi?.
< M'jí-.r'jM p'^r6.ii quão injusta foss j a sua seotenca um suc^esso
« pu->Jico e constant; «{ue cahindo uma gota do sou sangue sobre
« umi espigado trigj se formo i lugo delia asuaedgie coix>ada
« C'jm :jfiia cruz: o foi succesTsivaraenUí uâo só pelos mereci-
« montos da *jua vjdaanujrior. mas também por aquelle authen-
« íico pr<jJí;/l'i venerado entre os c vtholiccs por mariyr.»
rallim p^-Ja mosma boca o Duplelx, e o Spondano ; o pri-
mei/u na historia de França í^J), o segundo nos annaes ecclesi-
asUco;, dizi.ndo asfeim: « Intor c* leròs Henricus Garnetus So-
« t'';^itijs Jesu jam sopturigonarius prodiíoium p^i^na sublatQS
< <'fit cunfííssiH, so rora sei visse, sed tantum modo in confes-
< ijione ff'V:ramentale, qua ram omnimo diíssuaberat. El san-
< gijJDis r*jus gutta in spícam tritici decideoto, formata est In
« iJJi oyin efíigies, ciim corona, et cruco ; unde non parva ojus
IIEFCTAÇÒES As CALUMNIAS
M7
« sanetítatU sparsa fíiraa, habitua est pro martire», E é p08
siveí, Sr. Gíinia* qno seado q jesuíta Game t tido e UaviJo por
martyr na opinião dus caUiolicos hu qiiasi dous séculos, pertende
voflsa" mercê ao fim di^Hos persuadir ai> publico, qni? *- morreu
€ convicto c confesso da conjtiraçíio da pólvora ern Inglaterra,
porque asáím o di^em liere^^es» que o conderanaráo a laorte?
Que pretençrio raais estólida !
Pois nào Tui raeno-^ injusta a morte do jesuíta Eduardo 01-
decornc. Toda a cul['a quo us ruínistrog hereges da loglatorra
iraputarào a esto réu foi definir por licito om consciência a coq-
JTiravão da pólvora. Mms quão bom elle ie doscul passa ouça*
moi-o da sua mesma buca, e pitlaa mesmas palavras vertidas na
no^a liuííua, com que se. explicou no processo ; allegadas pelos
dr>us lutheranoa AlboUi o Coul^. * ímdo me dito Humjyedo
LitUet^n ?> (asíitn o nlie orno uu oxame quo so fez na torro de
Loodros» QO dia 12 do margo do IWi ), que o Caiesbtj ( cato Ibi o
principal tiutor d^quello attenlado ) «< qii»niÍo se vio a si, e
« alguns dos sons sócios na conjuração quasi suíTocaílos da pol-
€ vora inesperad.ifuente acesa e a outros era termos de escapar
4 a morte Tugindo, tmtroa a duvidar, se teria offendilo a Deus
«f em ^mpi eliendor uma cousa, de que tantas des/?raçcis se se-
« guiam* Eu lhe resp indí que ts f^^ctos não se julgavam buQS,
« ou ra.ios pelo mal ou bem que succediam; mas quo a sua bon-
€ dade ou maliciu se arguia do fim com quo se faziam, o dos
« meios do que para ellos se Uísavam, Era prova do que lhe ai-
« le^ifuei um f icto. que se It^ no iivro dos juizes, qual é ter D >us
« mandado as onze Iribua do Isríiel fazor fruerra a tribu de Bon-
<t jamin ; e coniudo qlto Dã primeira, nora na segunda batalha
€ "sahiram as onze tribiis vicLoriusis. Além iliáto sabemos, que
-( elrei de Frain;a, querendo fazer guerra aos turco-í, e reunir
« de sou podor a Terra Santa, perdeu a maior parto do seu
* ox e rc i t o o fe r i \ * ) u l ti m a iTie í i te d a pe 3 1 e m or re u . o u i r o ta n to
< 86 tôETi visto n is muitas occ^isioes em quo os christaos tom
« do fendido Uliodos contra os turcos o os turcos vencido e desba-
-K raTado aos christaos. Do mesmo modo se podo dis^orr r do
* facto de Catesby, o à^i-i seus sócios; nào se deve jul^rar bom,
< ou máo, polo succeáso que teve, mas peio obj^^cts ou dm cora
< que ae fi-z o pelos raeíus de que usuu para conseííuir do quo
< nào estando eu iuiormatJo náo posío defluir, nem dar sentença
€ mas deixalo as suas consiencias, e ao juizo de Deus. Com esta
« circumspecí.áu e cautela respondi ao LiUleton ; porque duvidei,
< ?e rue querja armar alguma tradição, e não quiz que pudesse
< valer-se da mmba resposta para algum mào usn, ou a con-
<* tas^o aos ciitholicos» ou aos protestantes. » Assim fallou o
Oldecomo. e assim sa ló nos autos autiion ticos do Inglaterra.
Pergunto agora: e quo reposta mais ianocente, o mais
judiciosa St' podia dar para evitar a occasiào de que o tra-
liidor Litlet on se nào pudesse valor delia em prejuízo daquelle
jesuita, ou entre us eaiholicos, ou oiatre os proteatantes^ O
lutberano Abbottí a julgou tãosensati, e prudente que, que-
rendoa criticar não condemnou» o quo elle proferiu com a bocca»
218
REMSTA DO FNSTITUTO lUSTORICO
mas o que oecixitoú no animo ; não aa . palavras que didset
mas a intenção oom quo as disse; eoDcloiado assim « Rem-
noa dixit impjam ; cerce eo ipso vuloit erisUari, videri
piam (84). p Mas o senhor Gama dôâcobríDdo mais veneno do
qué aqueLlo luthorano, naquelia resposiyk do padre Oldecoroe,
jtiLga quo «Ib foi uma ciara coDâssão da sua culpa o por isso
assevera fraucamente, que convici) confesso morrei* complice
daquella coD^juração ; apartando se neste juizo do parecer de
todos os autores ca tholicos, e conformando-se uni cameo te aos
sentimontos dos hero ticos: Sr. Gama, escreva a Loadre^ esta
noticia, de que vossa mercê doprosando a autoridade de mui toe
mestret, que seguindo ao Doutorei Exímio Francisco Soares Gra-
naiense (86), afflrmâo que examinada em tcdo o rip^^or theolo;íieo
a perseguiçJKo de Inglaterra desde Henrique \\U até el-rei
Jacobo, foi verdadeiramente perseguição da fé provando isto
oom texto dos sautos padres, e mostrando que os que mor-
reram poraquella causa tem todas as condições requesítas para
ae pedir a Santa Sé, que os deolarasse martyres. Vossa mercí*
uâo obstante eâte parecer dos f>rs da íj^reja caiholioa-romana
Begue e adopta a seutença dos ministros tmreges da igreja an-
glicana, afllrmando que o Garnet e Oldecorne jesuítas morrerão
cooviotos e coofessoâ dacoojuração da poLvi ra: porque se assim
o fizer, talvez que seja premiado com o lionoriQco titulo de
Miíord de laglaterra, e o ponhio no cathalo^o dos t»eus mai^
celebres escríptores. O que mai-^ quer vossi moixè ? Náo ó isto
melhor do que ser escrivão de uma seei^taria I ofãcio que lhe
deu o seu Mecenas em premio de ter comporto este seu livro ?
Tome omen conselho; o saiba que não ILie irá mal. Passemos
a outra nota.
Na mesma pagina,,, depois de trazer nas aotecedentes
iiteg verbos:
€ JíL ^tisfeitas do fattl desígnio,
< Por mão de ura dos Felippe^ afogavio
« Nos abismos do mar, o emmudecião
« Queixosas lioguas, e sagradas boccas.
« Em que ainda se ouvia a vuz da pátria.
< Crescia o seu poder, e se tlrmava
€ Entre surdas vioganças. Ao mar largo*
« Lança do profanado oocutto boío
« O irado Tejo os frío^ nadadores
€ E deixA o barco e iogB para a praia
« O pe0oador, que attonito rocolUe
€ Va l<mj?a rede o patlido cadáver
€ Privado de sepulcro. . . »
REKUTAÇUES ÁS CALUMNIAS
219
a mort«D<i£td4 qne se dl/ acontorc^ra do tetrrpOj
qQQ Portngâl eitava sajekto a Heiíf i^nha.
Se lê esta Dota sobre ag palayras: « Noa abismos do mar;
« veja-sè a dedução clironolo^ica : obra que servir! de época a
€ restauração dis lotraa em Portugrvl ; moaumento rJe zelo e d©
* ftdelidade. ^ Primeiranitíate nestes versus, allude o seohor
Gama, a certa mortandade qtie se di7. ter 3Ído feita hj tempo
que eate reino esteve sajeito a Hespaoba. Quo aobre dita uior-
teodado fo^se tão grande, coma se divnlgou pelo povo, e que por
cauza delia em luírar do peixoa recolhessem cadáveres os pescR-
dores. é eousa que nao quero discutir, fusso assim ou não íoãs&
pouco importa ao oosao caao. Mas como entrâo aqni os jesuíta ?
Que culpa tera ellcs do que fízerâo, ou deixarãn de fazer os mi-
nistposdeel-rei de Hespanha em uni tempo em que muito se sui-
peitava» que houvessem era Portugal pessoas infleis o traliidore>»
aqaelle soberaoõr que nao era oacional, e jutgavào ser intruso,
Estea religiosos naqwílla época erão por ventura o» governado-
res do iNBino, 03 que administra vSlo a justiça, osqueseotenciavao
as causas, os que tomavão depoimento dos crimes, e os que llies
impanMo as penas? Nâo. Tinbào acaso ura tal poder, que
podease ordenar aos mioiíitros de ju3tif*a qrie de noite prendes-
sem taes o tae>s pessoas seculares o eecledíastíc^s, e com todo
o segredo as afogassem no Tejo ? Sâo i^to umas eh ira eras, qae só
Decorrera a homens destituidos total meute de juizo, prudência
e reílexào. Se os jesuítas daquclle teropo fossem os primeiros
ministros do rei nu, e tâo bárbaros, como o senhor Carvalho no
tempo do seu ministério, então digo eu, que talirez se llie pode-
lia attribuir aquella mortandade: mas nao tendo elles nem por
oíHcio, licm por beneficio ingerência absoíuta e despótica no
governo, não é e6 maledicência, é loucura írapntar-llies aquellas
mortes,
Maíí vamos de vagar : assim o diz a « deducvão chronolo-
€ ifica, obra que servirá de época a restauniçào das letras em
« Portugal: monumento do zelo e de fidelidade, * Orando funda-
mento se aííega, para não poder negar aquelle facto.
Qit« fá mftceçA A obr& iuiltuladi. « diducç&o chronotcgica*.
De uma escriptura, qoe é uma continuada cadêa de men-
tiras, uma succôâsíva cnunioraçâo de falsidades, uma serie per-
petua de imposturas, na qual citando- ge fora do seu lug-ar os
autores, invertendo se o sentido das palavras, attrj buindo a
vício as Virtudes, chamando hypocrisia a santidade, e fazendo
dizer aos eacriptores o que nunca íhesoccorreu dizer» so furmou
ama obra, a qual logo que sahio a luz íbi tida por apocrypUa,
e desprosada de toda a nação portugueza, por ser totalmente
allieia da verdade e inteiramente fabulosa. Oh quantos vezes
220
REVJSTA h i INSTITT^IO ílIATORICl
teràoSi», Seabra chaiuaJo infuiáto aqiieUe dia, aquellu hora,
aquellõ instante, em que calão na fraqiioz;i de deixar por o seu
nomeeiTi umi obra» sem a vor, nem eximínar, seundaadcia
ToaUdeda quem Jhe pedii uu mandava ; que era, quom o^iquelle
tempo cm Portugal tudo púdia, ,Ma.^ este sou unico defeito tem
allQ remediado* protestando q dizendo ctaranKinte atodusos que
o querem ouvir, que naquolla infc*rao a iofamatoria eâcripiura
Dão t4:m ello mais qu » a sua sultócripçãu e que a ubni toda a de-
testa e abomina ; nem de âorte alguma a conhece por parto legi-
timo do seu engenho ou pruducçâo própria do seu raro talento o
errando capacidiíde, E anima-se o Sr. Gama a asseverar da
«dciução clironologica^que servirá * de ép^ca a restauração das
Jottra^ em Portugil: e queíi rao< numeoiode zelo e de fideli-
dade f Que iniigno censor do livros ! Diga deáte muito emb>ra
que servira de época a maledicência Cum qu9 esscrevia doa je-
auitíis um primeirv> ministro do Portu;^'al ; diga que é um monu-
mento p|erpetuo do seu ódio. e um tes^^muntio authontico da soa
porversidadG (8t>). Kste é o jiuzo»qiJO todjs furmam díiquellaobra
00 tempo presente e tamhom o '^uo faráo noá séculos futurt^s,
Per?íuadir o Sr. Gama, que linha louvado tisaaz o seu horoe
o Sr. Francifc > Xavier da M-jadonçi Furtado, CAíjtando em
ver^o as áua^ prooz s e lison;<oa lo ao seu Mecenas, o Sr. SeboB-
tião losó de Carvttllio, divulgando nas notas imposturas contra
os jesuítas, poz fiaalmeuto termo a suaobri: na qual paroce-me
qae quíz imitar a porlliia de Arrio. Deste hertaiarcha so re-
fere qtio para introduzir mais facilmente a he-esia contra a
fiii&çâo conâobatancial do vorbo divino, compuzera uma obra
poética intitula' ia Tníifu para que attraliindo a si os ouvintes
cora a doçura dos versos, IJies pudessi3 com suavidade insinuar
U03 ânimos o veneno do ^eu i?rro (87), ^ssini fez agora esto
escriptor. Ideiou e deu íl luz um poema, a qu* poz por titulo
Vrug^íoij^ dividido cm cioco cautos e illustrado com muitaa
not.iS, pjra que os íeitores atirabidos da harmonia, que aoa
onvídoii fd/iam os cAotjs, fu>>soin ao mesmu lempj gostando daa
calumni^s do que cooitiva^u as notas, cm doshonra dos jestiitaa.
Mas ooganou-stí ; porque nem uma cousa, nem uutra estimou
o publico, recebendo com desprezo, o ijuo este pobra homem
tinba composto com tanto trabalho, e com tao pequena remu-
neração. Os jesuítas mais quo todos escarneceram tia obra
porque ainda que calamnia conturba t sapierUem, et perdei rabur
coi-dis illins, com i diz o ecelesiastiío (88}, cora tudo eítao ellea
ião costumados a ouvir c utrá si opprubioa, imposturas e falsi-
dide??, quo n«mliunaa moção lhes foz o ridículo parlo do seu novo
ealoraniador. O mesmo mo ^ucoedoria s? a grande veneração,
que tive sf?mjirc a t^^tes religioso*, pelos relovant 'S serviço» que
neste reino nzeriim a Dous c aos próximos, me nao obrlgíissa &
pegar na penna, para fazor em seo obsequio est i apologia ; não
obdtanie saber» que para ser immortil em toui a posteridade o
seu credito, e o seu bom nomo nao tom olles neiessidado,
Xf^ tali auxido, nec ttefensoribus iitts ( 89 ).
REFUTAfÕliS As CALUMMAS 221
(1) Tal foi a lio abba«le Plat.-l nas ?íu..::í nf mor í'f- lu^ío, i.cas . y,\\
a do P. Toáftti n: s suas: r('ff'\''n.'s, 'l'al a do I*. Dir^ lli na sua obra
intitulada: lobos desy}iascar(i.d:>s. Tal a do Ilottari na sua rritir,<i. ; o
as de outros innumcravei^. nãu fa liando om alguiní-s de portuçruez s,
cujos nnmes por su i honra aqui .-se calam.
(2) Joaquim ígnacio de S ixas o ígn^cio de Souza AIvar.>nga
autores de dous sonclos, que Vi.em no íiiu da obra om louvor do poeta .
^ (3) Assim o dá ello mesmo a entender no vcr.>o truncado de Vir-
gílio, quo poz debaixo do soneto do lic.ido ao condo de Oivra^, dizendo
assim: Sciecis, , . periclc:i. Sen-ati fariuiiis. A EQ'.'id VIII.
(4) Ma th. 26. V. 15,
(5) O Decreto, em que se lè este p3rdão se achará no tom. V da
I edição da vida do marquc^z pag. . .
(6) Divulgou-se no Maranhão ter dito o mniedi;ilo >uccc.sáor do
sig. Mendonça que ou (dle havia d,; ac.ibar de de.-ítruir aquelle catado,
executando aa ordens e inslrucções, r^uc lho deixaram ; ou não ah
executando, se havia de arruin.ir a si : -upposto o despotismo de
Carvalho, irmão do seu antcce>sor.
(7) Assim liz o autor da vida do Marquez de Ponib í1, c^cript.i eisi
ital.ano pag. . . tom. í da I edição.
(8) Desta carta escript;», quasi in facio loci, íiondo succoderam
aquellas sublevações dos indios, claramente so prova, que se os
srs, commissarios os levassem por bem, como lhes aconselhavam es
jesuita.«, não encontraram nelles tauta resistência : mas, a preci-
pitação o violeneia, com qu"* os quizeram desapossar das terras
em (jue estavam, os irritou de maneira, que nomo.-? mosmo^ je.su'tas
a quem sempr^» mostraram sujrição, por mais dil g'nci;-.> (jue liz?rai;i,
os puderam aplacar, e rv.'duzir á mudança.
(9) As mesmas gaz tas quo deram esta noticia, refletião estarem
todas admiradas do que criminando a corte de Lisboa osjosu t.:.s li •»-
panhôos, estes nado Ma<lri l fossem no mesmo tempo louvado-, e al-
ten lidos. Lôa-sc o FostiUião n. VIÍ daquelb- anno na dala de Ma«hi l.
(10) Assm so lè na viila do Carvalho, tom. í da 4' edição, pr.g. . ,
(11) L-^a-s ' Francisco d<' Brito Freire, Guerra br; silca. i>afi. . •
n. . . B?rnardo Per ira de Berredo. pnnacs histor (-CS, livro 14, pag. .
livro 18 pag. . .,(•. . . oMuratori christ. Felic. Part. 2, p.^. . .
quando não queiram ler-so os hstoricos i'sult;is, por se julgar, lu
apaixonados; e n( lies se verá quanto est s religiosos padeè-^ram no
Brazil e Maranhão por defenderem a 1 herdade dos indics.
(12) Assim s ' Ir na v.da do marqucz ; Tom. I da edição í, pr-c^-. . .
Fidcs sit penes cntctorem ,
(13) Psalm. a5, V. 4.
(14) Ad, Timoth, 6, S.
(15) Virg. Eclog. 3. v. 10-í.
(lô) Ilorat. ad. Pisou. sciidrAvt, Port. v. O,
(17) Ad.cor. í. 6. 2. v. 9.
(18) Dec. pag. . .
222
REVISTA DO IS>5TITLT0 HISTÓRICO
(i9) Sã'i i stcMiiunhas dj?^t> facto não «ô o gen Tal hcspanhol,
mas todos os offit^aes, c «lidados, rjue com cll ? *>ííiavam.
(90) L 'a-so o livro intitiihi lo // huom raiiocinio psg,
, Hf II ' ^'' acliurâ d^suiení da e^^la tão m^^ra uíiIuhuiíji.
.XXI o
{2i) Pag- . . e sr^g, piíç, , . í^ s !ír,
(23) Pieuê /fci'nai*d. Spec. Monnc~
{2^} Channido Brás Duarte,
f25) Tan» fgraiii o Vr^a. José dr^ Ancli ela, o J"sui!a João d^ Al-
mciiia, oV-n, Al syn Iro do Giísiilíu, o j-tiiiita Man lel dr- Nubregj
pojesutu Bi Icliior dr Pontes, oão fallauik> oiii outra>i que morreram
em Roíjia com op nião 'lo santidade.
(2<») Prudrntii Amanlú Braz 1 n^ h d Sacchar Op Hcio Cannen,
Pisfluvi 1780 Jos''idii Rolri^u 's de M^tUo Liisjtaiii Portuensie, *\v Rus-
t c> Bra^lLi^ rebus Carninuui libn IV Eoiita- 1781.
[27} Espiou di^ tontos 1 ■« couis ríí>s princfs chn^^tinn^ ou LfUiN-s et
M<?mo r.'s d'un envoyé a^trel «k* la Portf ilsns líscniirs d.l'Europ'\
LMltr-s rabali>tii]ii' fi. L^^Ltr si citinoisríí, Ltitres ju Ts. Liliví* snr la
Tí^í jr ou ej*ifl<^iil llrt M rii>miue. Kiivros du pliilòsoplir* .Snnis Souey.
TaM 'flu dti s ícl'" it riírt! d > l'liÍ?^tíí:ro uDíV Ts rllo du mí^iiio anhuV.
LHí^jifjadM ãu uiríJif. Pivc s do receios rantcf*. gí d iutiiju»». Ueí^prit
do Mr, dl* VoUijim. Eiiciclope 1 ou tltotionnar • raií^oattc di's íjoonces,
de!bíU'ts, ri dcfc m l'<-r*;. De IVsprit- I/ospion de Thomas Ívauli-Kua
daa* 1"« cours d*' l'Earop'. Lo conh';Jcl isoeíaL L.i pLilo^opliío do
rjiisio r •-Ditíi'Ours sur Tia ;,^alilè d<?s liomiiií g, dr Mr. Rou^sscau, D c-
lionua iN^ plidosopliuiii'. L-* dopot ^mo or enlj^l. Dup n d" Aiitqua
Ecile-^Ufi dlsc id na. U^siTlal oh-ls H storira». Justinu^ Fc^brcmiuB
tl«3 SIatu lu-closiip, ti Irg-itina pot fintai' Romatii Ponl llc s. La
pucdl- úr Orliíana de Mr, Voltar í. B li.saire, par Monbi iir 5kL*r-
moiit 1^ d«'I'Afad iiir' França ae. Tolos proh bufos por orron^os, us-
Ciu talosos o Iier l'i'u.> ; f por '«la cauí^a mais d jrnoá dv wv íjuei-
Jiia Iva, do quo li dos.
(f^) f^biíto lhes ehama na jKtgina.,
{29} Atí Homan, iS v. 3,
í30> Murt, Lih^ 8. Eyigr. 5(3.
(3i) Não m 'ooíi dí^vintr* foram os c*ludant 'S da Fnivori-idadL' de
r.o uihrít p ■Jiiti-nciafios p lo tr Imiial do Saulo Ofíicio por eulpfts
jntirit^A ouviluí fiu Portu;;al, t|uo 'S eram Id spbi*mur da ís ali -si ma
Tr ji tadt*. dl» til ir ih trr, d Mui%a Vítít *m : «pixlrojut* jíh t»aj?t'i>das ima-
jl<"o«i D *}í»r olpuiiH 8a<'rjm nloa^ rec 'b r n "lubar stia nao cstíuilo
cm jojnm, n 'jíar a pureza d^ Maria S ul es uia, n frar, que foss ' pec*
cad^i u tiVíns.TiSftílLj do ^exto pi-ecr- to do d. ca lo}.» o, jips lu outras im-
piodo I V seítifdh -nl 's. aprinlid « s 'in duvi lo dcj» muitos livros, qu '
os novoí .ipostuloa do século iluiii;indo, introduzir, nu '*iii Purlug^.d.
E pm»quo <> it' dos.* o smlo bispo ICombra, D. Mi;ru 1 du Anaua-
i:inçãa» Ois pi*õlií}i u iia ^ua D oc s-, foi ruáarcí-rado, dcpoíitõ da
cad'!ra ep'8copn1, dospojido na iiabiv-za qu ^ t nlia uascancttto, o
tãaíL'in p l;i sua ihij^n 'ííid •: p ío uasciíiii^nto, p^rquo ^nl da casa dos
nxr lb'nl ->imoi coad s de PoviLdo, peLi «ua digni ladi', poivjuc A
ília lEtava ana^ia ujii coaJado o um í>,*iiborio.
oP
^02) O Exm^. Sr. Jofií^ de S abra o Silva» Íhmji conlioíido t*n\ todo
•ortugaljii iWj d. 1L? p^la sua scionc a» o f^rjnd ' t.daal ».
REFUTAÇÕES ÁS CALUMNIAS 223
(33) Leia-so o mardtori nos annacs annt 1605.
(34) Luc, 2,
(35) Pagina
(3Ô) Licc, 19. V. 22,
(37) Impresso a primeira v<^z no anno 1782 o segunda v.?z no anno
1784 com novas anodoctas, e notic a^5 inlercssantes ; alem de um
appenilix, em que se mostra a innooenca dCíte mesmo jesuíta no caso
(la supposta conjuração contra o lidefissimo rei D. José I.
(38) Tudo o que por irona se diz aqui dos jesuiaas, disss dellos
falsamente o Sr. Carvalho em muitos scuá rscriptos.
(30) Lih, ad. Pissows,
(ÍO) Ma th, cap. 24. 15.
(41) Lih. 2. Jirg. cap. 6, v. 0.
{A2) Oral. Satyr. J, »?. 12.
(43) Psalm. 18, v. 15.
(44) Lio. 6. pay....
(45) Marat. nos annacs de liai ia , an. 1594.
(40) yas ninnorias históricas ^ p<^<J'
(47) Líattayl. nos annacs do sac. impcc. an. 1603 ^ u. 14.
(48) No apcndix as reflcx. n, 50.
(49) fíattagl. aiin. 1003, n. 14.
(50) Dupl. Mem. ífist. tom, 4,pag..,.
(51) Mathitu lih. 3. Xa continuação da sua hist. pact. 5, pag. ...
(52) Malhicu na continuarão da sua historia, etc,
(53) O Sr. Nuno de Távora no govorno de Évora e o Sr, João
Gaspar no de uma praç.i do rono do Algarvo. Veja-se a vida de Car-
valho, tom. 4 da 4'^ edição, pag..,.
(54) As-iin í í lè na vida do Carvallio, tom. 4 da 4» odic,, pag....
(55) Eíttns suppl cas se acharão na vi ia do Crirvalho, ubi supra
pag-...,
(50) Pas.sa Io ao 1 de julho de 1780.
(57) II padr.' Pietro Pais pr.^suila ô slalo il primo fra gli Europe»,
(ílie abbia scop-rt le forg -nti di questo íhime (Nilo) n d mese di Ãprile
delTanno lOlM. Tutto ció, che n'ò scalo detto è favoloso. Dizionario
G.'Ograph CO, Vvn*bo Xilus.
(58) Na viila de S. Francisco d « Borja» i^ag....
(50) Chron c. d^ Portug., part. 2, lib. O, cap. 29.
(00) Anno 1578, ns. 1S8, 189, 190, 200, 207 e 208.
(01) Ilistor. da União d' Portuíj. a Ca-tella, pag....
{d2) Iliitor, dos reis de Porluj,'al, e eiiipr -sas militares dos por-
tULru"z.'S, lib. 0., pag...
(03) Genealog a verdadeira dos reis de Portugal, impressa eai Lis-
boa no anno d«' 1008, pag...
(04) Memorias do el-rci D. Sebastião, tom. 3, cap, 27, paj....
SOCIEDADE DEFENSORA
l».v
LIBERDIiDE E INDEPENDEIICIIi NliCIOlillL
8)1 — 15 Tomo i.xviii i*. i.
Socíeflate Defeiisora fla Líleriale e liiflepleiícía Idona!''
SeflBÃO de 30 d» eeiemliro U 183i
PRESIDINCJA DO SR. FERREIRA BA VEIGA
Aos 30 dias do ]iiez de setembro de 1834, pt-Ias 5 horas
da tarde na casa da Caraaiu Municipal do Rio de Janeiro, rc*
ooldo o conselho da Sociedade Defensora da Liberdade o Inde-
pendência Nacional, sob a presidência do Sr, 1 ' aecrotatio
Ferreira da Veiga» feita a cbamada acharam-se preseni('S 28
Srs. conselheiros, laltando os Srs. Diogo António Feijó. Leitçi
Pereira, Alencar, Roza Salgado» Henriques de Rezende, Limpo
de Abreu» Odorico Mendes, Paula Araújo» Caminhiv, Ferrei m de
Mello, Vasconcellos, Paiila e Souza, Silva Araújo, Ciimaco Ran-
gei, Amaral, Cordeiro, Ribeiro e Cirne, Ferreira da Silva, Eu-
génio Tavares, Leite Bastoa, Souza e Oliveira, e Brito : Uymtí'
ram apsento nove aupplentes» oa sri. Bazilio José Pinto, Silva
(•J A Sociedath Dffrvsora thx Liber<iit/h* <t Ifulf^pendfnríft Nartoncií
foi tim^liída em lí> «le jíjí^ío do 1831, poncvi ^.eitipo ilepoi^ <Ia rovolo-
i;aú àr 1 de abril desno iiicjimo anoo.
U p.^rtíílo íiiúdorado, que tomara cmiU *lo Govorno, ot;bon qo^
devia instiluir uma íiLr|írí>niÍa»7ão ondo se rounts^om uh uicifibros do
partiilo ^luo não per funr esrif^m ao parlaiiií^nfo, luatj» (jur^ por 8:tuf
talcíitoa po Icssom em discussão franca oncíiitiinhar c dar apúio nò
Governai iius-^fjs pjrimoiroí tempos de TrerdodciPa-s cri-e^ rtvoliirjo-
uririas,
O promotor e alma d«ssa a.^^sooiíiçfio foi* neta duvida, ETarlítc»
Fertvira da Velg.i que apcna^» se eont^ntou e«m o car^o í\ú sei^ré*
tari-^<
Durou a Socitídaile alf^ 183 j, qurmrlo era fívjdentn n dt!^<NÍd(?ncJa
no fifíio <lo partido *? mio dotenuinou a renuncia do n ^i íil<3 Fei.ô,
Mauoel Odorico Nfcndes foí elotío p>r iiO voto« prsij fazer purtq
doi 2\ Jbôtiibfofi do OjuscIIio, Em Í3 tk maio o Om^eííio i-i^unido cm
casa do 80i'io António Borí^en da Fons^cí* p;i«aou. n,i í-írtna tios
Estatutos provisórios, a cloí^or o pposidõnleo o ?* orí-tario qnn foríiMi
Odorico Nlendcs e Domin;j"os LopE^u da Silva Araújo. ÍAn rtonuada
nma corumissão composta do Limp>> díí AbPíU, Soares tlr* Meirí»He« o
Ferreir » tia Veiga para aprcsenla^ãtj doíí Rstaiutos dpíínilivoB.
A Soeiciladntinccionoii ua Gamara MuuHiipl.
PuldúMn Io o>fl^s ri^i^m^ntos das Actas, o ínstituf (> pri'>ttíí home-
nagem af>íí patrioíicófl mcíuhros da Socicd,id'* Di?'CD8cira, ttijos nouJt^a,
ãhi estão exarados,
( Xúia dã Commiéêãú ãe Redacção.)
Lin#. 9 Dr.
mSt,^
a>í
reSBro,
#Sr.
OlíTflra^
iiderí-
» f aliiQio
MrmmPtBlftOraaie» » ly ^mImiiííu wmmÊB «JUr pam fóim
fb Imptrl^o tefio ito Bmov, vvIo lar «k» perá«4o eom essa
condido — e ma siçviíiies enfladss, foBtem idJftdii — 4o Sr.
itereíra da Veigm : Qm » re^mim ao Oov«nio prorldttDeiafi
toargfcas ft HK^eito da aadfteii eom qtie oi migistndofl eiiâo
procedendo em Ikror doi rwtaetmdníreB — Aditivo «So Sr. vía-
ríotio r Qae o GoTeroo Uçm mh\r par& fór& do Império umbem
o António Egtev^s Chaves — e o mesmo autor do i^^nerimeoto
requerêo* qticso lhe permittísse retirar :& sua emendai a'iitiva
ê a primeira e uUima parto do seu requerimonio ; pois que
estaTam mtI*>feitos os seus desejos com as provideocías daiias
pelo Exm. mfoUtro da jostfça, susteotando, todavia, a outra
parto acrrca da ma íança da relação, o que seodo lhe permit-
tido pelo Concelho, depuis de discutida sumcioQtemoDte a parte
do requeri meo to, posto a votas não foi approva Io» e ig^iial monte
a emonda do Sr. Fermra da Veiga,
O Sr* Baptista Caetano mandou a meza o segainto roque-
D mento — Requeiro» que este Conselho represente ao Governo
5'f»ra auiillar cora ttfda a presteza a Provincia do Rio Grande
e 8* Fodro, com forçai suffidentea para podor conter is amoa*
ç$ã do Governo da Republica ao Urujk(uav — que seadu apoiado,
e entrando tm dtsettssáo, eflUodo adiado pela hora, o Sr. Ma*
rinlio requerèõ prorogaçao da Seí»5no, que fbi approvada, e con*
BOCJEDADE DEFENSORA
229
tiQuoii a discussão do roqueri mento, que tora\rio parte caloroza-
DieDt© muitas Srs, Conselhoiroa ; o Sr. FeiTeira da Yeign re-
querôo, que fosse tratado o requeri raoato eiB reunião do Assem*
Dléa GoraJ, para o que requeria quo se convocasse o mais íjrove
possivet, visiQ ser objocto do tauta magnitude» qual a invasão
EãtranKeira ooi tiuma das Províncias du Império, o M approvado
esteseo roqmírinientQ.
O Sr. Presidente dando para ordem do dia cm Asserablôa
Geral o requerimento do Sr* Baptista Caetauo.
Levântou-âo a Sessão áa oito horas da noite, ^Luis de Sousa
Lobo^ 3* Seci^etario.
Secsl9 do 30 de setomlbro do IB34
lllm. Sr.— Re<:;eí)i a caria de V. S* em que me participa
haver eu stdo ad mi ttido sócio de^sa Sociedade Patriótica, quo
tanto tem trabal liado para a prosperidade do nosso paiz.
LísoDgcando-me muito com a honra que acabo de receber,
tenhode Bignifllcar a V. S. qoo amto não tor conboci mentos
ãuâãcientes para que ajudada da boa vontade* que me acom-
panha pudesse scp útil a e^^a socíediíde; peco com tudo a V. 8.
que certifique ao Illuetre Consollja, que a repreiíenta, que
eu cooperarei com o meu fraco coutingento para aqnillo quo a
lociedaíe juigar necessário» e íkrei esforços para corresponder
á boa opinião, que de mira fez quem tembrou-se do propor-me
pai-a membro de ama Sociedade» de que tsempr^ ambicionei
fazer parte*
Deus guarde a V, S.
Rio de Janeiro, 20 de sotombro de 1.S34.— Sju com estima
e consideração, lllm, Sr. Evaristo Ferreira da Veiga, secre-
tario da sociedade.
DeV. S. Altonciosó Venerador o Criado,— lanacio Manod
Álvares de A^ecedo.
Sôs&lo de 30 do setembro de 183i
lllm* Sr.— Siiiente da deliberação do Couaelho da Sociedade
DeOTenâora da Liberdade e Independência Nacional » admiliiíjda-
me membro da mesma 3i>ciedado ; teabo a signlficar-lhe a rainha
gratidão, e respeita, eque procurarei íazer-me di^no da con-
Sança que de mim faz, contri buindo com seu^ illustres membros
á proencíiar os íins, para que i*ji instituída a digna sociedade.
Deus Guarde a V. S. — Rio de Janeiro em 20 de setembro
de 1834,
lllm, Sr. Evaristo Fen*eira da Verga,
Francisco Cândido de Castro Menezes,
1^ secretario. —
2S0
REVISTA DO INâTITUTO HISTÓRICO
Sessio Ae 30 de seiem^ro d« 183t
nim. Sr.— Recebendo agom o offlcio de V, S., com data
de 27 de julho próximo passado, partícipaado-me que o Coose*
ttio da Sociedade DefFensora da Libjrdade e lodopeadencia
Na.cíuoíiL 56 havia digraado admittirme na meama Sociedade :
tenho dô respoader a V* S. para que che^uo ao eoDhecimeiito
do Coníielho* que honrado cora o suíTragio do Conselho, farei
por dt;sempeahar quanto io deve esperar de lodos os Membros
do tão patriótica Associação.
Dom guai'de a Vossa Senhoria. Rio» 21 de setembro de 1834.
lllm, Sr. Sraristo Ferreira da Veiga, 1** secretario da
SúCíediído.— l>tfl^o Duarte 5i7wi.
Sag$S9 de 19 da outubro de 1631
PRESIDÊNCIA 00 8R* FERREIRA DA VEIO A
Ao§ dezenove dias do mez de oiitabro de mil e oitocentos e
trinta o quatro amios, peias onze horas da manli^ ua Caza da
Camai*a Municipal do Rio de Janeiro, reunido o novo Con^ôlho
da Saciedade Defensora da Liberdade e Independência Naeional.
sob a Pi'e9idencía du Sr» 1° Secretario Ferreira da Veiga, feita
a eham.vda, acharam*se predontos vinte e dous Sra. Conselheiros,
faliandu os Srs- AiJiaral, Leite Pereira. Monta Alverne» Dr,
Souza Martins, Caminha, Odorico Meadeí», liulhôes Ribeiro^ Mi-
randa, Coriuiibá, Santa Gertrudes, Gomes doa S-iotos, Marinho
Tavares, Baptista da Rocha, Carneiro Vianoa, Foncoca, Bap*
tista Caetano, Costa Barros, Bandeira de Gouvôa, Castro, Costa
e Sousa, Moraeâ Tortas, Fernandes da Torre, Costa Miranda,
Trava^^ios, França^ Nazareth, Leite Bastos ; tomaram asaeoto
seis Suplentes os Srs. Victoria, Picanço, Santos, Cordeiro, Souia
Moita, e Lírio,
O Sr. Presidente abria a SaesIU), e que pâssava-se a eleger
a Meza.
Prooedeu-se a eleito de Pi*eaidente, e sahio eleito o Sr,
Albuquerque Cavalcante, com vinte e dois rotos, que occupou a
cadeira da pi^sideneia.
Para vioc-presidente, saluu eleito com dezesote roto»» oSr«
Manoel Moreira Lirio da 8.^ Carneiro.
Para l Secretario o Sr. Ferreira da Veiga com vinte e
trez rotos, c para 2 ' secretario o Sr. Ferreira de Castro com
vinto e dois votos.
Para 3* e 4*» íjecretarlos, Lobo, com vinte e trez votos, e o
Sr* Cardozo Fontes com vinte e dous votos.
Para Thesoureiro o Sr. Rosa híalgado oom vinte e cinco
Toios. O Sr. thesoureiro mandou á meza a conta da receita e
SOCXBDADE DEFENâORA
m
deapeza do tnciãftre Únáo» e foi rdi]ietti4;i a CommiâBão de
GoQtaâ pÃra a qual o Sr. Preàidente aameou o& Srs. Feraiodei
dn Torre. Viotoria, e Saatc^s,
O ^r. Presldeate dando para ordem do div da sefuiote
Bão, Pareceres de Commisaõdâ, e admissões do docíoe.
Levaatou-âe a aeaaâo depola do meio dia, ^ Alhuquêrqíiê
Cawlcante, Presidenta. — Luii i^e Sou ta Lol*o, 3*» Secretario.
Ssiiio de 26 dd oatabrd iê I83i
PRESIDKNCflA DO SR, ALBUQUERQUE CATALCANTE
As* onze lioras, feita a chamada e aberta a ses^o, foi Uia
e approrada a Acta da antooedeotâ, Forão prementes S7 saiihores
ConâelUeiroô ; faltarão 03 Srs. Amaral, Avelino, Moet' Al verne,
Sousa Martine, Caminha, Odorico, Biilliòes, Ribeiro, Corumbá,
S^la Gertrudes, Gome^ dos Saatof. Baptista da Roclia, Car-
neiro Viaona, Carloi da Fonseca, Baptíata Caetano, Coita Barros,
Bandeira de Gouvéa, Moraes Torres, Alves Branco, Cirae, Tra-
TBSEos da Costa, Pontes. F. PL*dro* Geral da Costa Souza ; e
tomarão assento sete snpplente^, os Si*»- Ataíde, Picanço, Salles
Pereira, Saato:^, Feíj<5, Victoria, e Ribeiro da Silira.
O Sr, \^ Secretario deu conta do soi^uinte expediente :
ofíkiv) do Conselho da Sociedade DeíV^DSora da Liberdade o
Independência Nacional na Villa de Nfangaratíbat dando parte
da sua jastallaçio, e remetteado 13 e?tcmpkres dos aeusesta-^
tutos ;
dito do Sr. Conselheiro Luiz Carlos da Fonieca, dando aa
razões por que nâo pôde compareoer ia Sessõe;^, tendo nos domin-
gos de distribuir o3 pontos para 08 eiarainandos da Escola Me-
dica, e de ti^aubmittir copias aos examinadores ;
oMcios doa Srs. Manoel Joat^ulm Pereiía Baptista* Bento
Benedicto de Almeida Baptista, Aotonio da Silveira Caldeira,
Jeronymo Baptista Pereira. Jos*'' Pedro de Carvalho, e Joào Joáé.
Sererino da Rosa Júnior, respondendo ás participações, que se
Ibeis aterão, de terem i^ido admittido^ sócios desta Socied.tde,
do que muito se lisong^vam. De todos âcou o Cooselho inteirado
resolvendo que se i^spondeâse ao do CoaseUio da Sociedade de
Manga ratlba.
Foi tido e approyado o Parecer ia i'^mmi$ãão oucarreg^da
do examinar a conta da Receita e despesa no trimestre próximo
passado, apresentada pel>> Sr. Tlvesoarelro na l» j^ossâo do
presente.
OaOEM hO DIA
O Sr« Ferreira da \eiga expendeu as razões» pelas qnaes
julgava, que aào devia ter lugar a reuniio da Asstmblea Geral
da Socieiade para nella se tratar do Requerimento do Sr. Baj^'
i.^ 1 :-.'.-<:«. .1 ^-^zz^zn ^=srrmaiz
jcãíSigÊiL JLãfl
* ;i!Çà li» âo^^s^iii I samonziiiixst Afilas^ : â:. Pfi^^a&tíiv
— j^^nfaeri^MT '.«MàicaKrf. rraB.ãfíi3?- — IkTOtór ^mí^sr^ i^
..Iji. S^. — Ttaini ^s siiL 3iBiBP«in> IfeiBÉro tfltUi*» é»
G::tr x«^^ Â Saottiaàe Iiiííicsin. ;v» ia ^ wii>,; ao» x?9»
<» ->i?Eãr^ m Deaeoxân^ enLlnrmt me Ik diaLxai.-»i9 ^.*r
G^:^ fts T. S. ÈÊ r* 6i atXTsai» : 'iBW^i it b^v^r «• e»-
it*:.:=íW«0 ie V. S. 7KS çat ie feri»» &wr pnesm^ »> Co*-
i^, ;^>^ zieslcb^ ^*W7«L A:iB^«úr«i:«r ^ «qu Sanoesc peU
:e:i?9 «a ^ae '.ecc fe ^ooKçir a§ -^xàSKS vnArfyi» ; por
h .: oif poBio! per o» ExiauMoèns^ •* tnviKCtir aos buAis^-
d:;*! u Coptis reíçeetirai.
v.sre B&ann boiraJo. ^a&2.> c\nn.i> pix* os tovjs
«f^ 3^19 Ccc riUifiotf para oooipar «}cii>|aef Iviar. wào h^eaito
l::«:3 «ó aaoowBW ^m prescar á $<cieliáe Qgfeaawrm tyios os
^:ri',oi qoe peracifieiii miakis fracu te^BU. • P^ ts*» aoiU
*^..>»*\Ãti TTJt aDiccpaaha o mais Tirapaar. por vcrow eolI«>.'ado
n2'CA 'xÀXvào perfeita eoa^ o impsUo •!« aiea putrioCi^ao e
<feK>9, « o derer a qa« ao obriA a L^ú inj m? send-j ao menos
p^rmittida a líberlide da es^oLíi: ^Mlftal3 p»M ni j«istiça do
^>>:,» úhff, e«i oaf*) esperar, «^ae b^MKT.^Io auouirá 4 minha ea-
rrjir), fieaoioeertoqoetiodepre^A ^^ g|^ t<^ éeaembaraça«lo«
vjr*fí proflipto ea comparecer, j^ra exercer as taQ''ções a que
ih/fj chamado.
■tnn foardea V. S.
*iío Je Janeiro, 21 de outubro de l^M.
\\\m. Sr. Krariito Ferreira da Vei^, l* Secretario da So-
' ut*\nfUi fjerenmra da L. e I. X. desta Corte.— Lcii Carlos da
IJlín. Sr.— Tenho a honra de aocusav a recepcio do officio,
*im V. s. me diri^^o, de ÍH de julho p. p. no qual me participa
que para aprovaç^ 'lo í^^n^lho da Sociedade Oeffensora da U-
SOCIEDADE DEFENSORA :í33
bérdado e Itidependoncía Nacional dessa C6rte íui admittida
oomo membru da mesma ; (tarlicipaçáa esta que me eoctieo do
maior prazer nor ver -mo coQtalo em o numoro de Cidadãos que
tatito se desvelãõ pelo bom da nossa Cara Pátria^ o BrazlL
Approveitú GAÍ\ ociiSáiao para rogar a V. S. que do minha
parte ag^rtideça ao Ulustre Coiisellio a approvaçao com qiio 010
honrou, BCiontiÔeandti quajlnaai-í parde /ei a occdsiâj de empre-
gar tudo ao meu alcanod aflm do de^empeoliar a In íH rosa con-
âança que em mim depositou* Já como Bruzileiro livre, amaato
daaey Faiz,Já.comiJ membro de^sa Illuátre Sociedade.
D. G. V- S, 23 dô setembro de 1834, —Sr. Evaristo Fer-
reira da Vo'ga, — Manoel Joaqiim Pereira Baptista.
lílni, Sr. Evaristo Ferroira da Veiga»
Tendo recebidj aparUcipaçâoquo V. S, por part-.' do Con-
sellio da Sociedadõ Drlbnçura da Liberdade Nacional mo faz de
me haver o mesmo Cousulho honrado com a nomeação de Sócio
daqueila Soci''dadô eu mo liaongeio ter raorecido sinielhante
osculiia o diuincçào^ e por i^o rogo a V. S, queira det mioha
parte asseg-urar ao meimo Conselho que lUrei quanto fòr po3-
si vai por do.^flm[ienhar restricumeiíte as oi^flgaçòei a quo sou
libado comj Socío.
Dqjs Guarde a V. S, por muitos annos» Rio de Janeiro,
10 do outubro do 1834.
Sr. 1* Sacralario da Sociedade D, da Llberdado e Itide-
peuiloncia Nacioaal no Rio do Jaoeiro. — Anlonio da Silveira
Caldeira ,
lUra. Sr. -^ Em resposta ao oíHcio, que V. S. mo enJoresoti
flom data de 27 de julho» e recebi uos tins do mez passado,
tenho a di/er-Uie pí^ra íazer constar a llluatre Sociedade Defcn*
sora da Liberdade o InJapondencia Nacionai que recebo cura
satisfasão a honm quo so fiiz em admitirje*me no numero de
seus Illu:íU'es Sócios.
Ignorando quem seja o Thesoureiro para mandar entregar
a jóia de entrada, tomo a liberdade do pedir a V, S, que lhe
diga que pode rauodar recebel-a do Dr. Joaquim Francisco
Vianna, a quem nesta dala pai-a isso escrevo,
Deos Guirde a V. S. muitos annos. Campos 10 de outubro
de 1834.
Sr. Evaristo Ferreira da Veiga • — Bento Bmeãcio de
me Ida Baptista,
Al'
Illm. Sr.— Acruao a rocepçãode haver recebido com exces-
sivo gosto, o oíEcio de V» S< em que me participa qoo por
I
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REVISTA DO IKSTmrrO mSTORICQ
apjproTaçio do CosaeUio cU Sociedade I>efaHora d& Li^rd^áe ^
lia Naciaoalt fui admiltido Membro áa
SmÍ
Deos r»iiard6 a V. S.«^ S« Saltador 3 de outubro da 1834*
Ulm. Sr. Evarinto Ferre^ira da Vei^, L» Sooratuio. —
Jâtaninio Baptista Perrira*
Ulm. Sr. — Em re^potta á Carta que V. S. me dirigia
em dati de 27 de jtilbo proxtino pundo, comiioicand«HiDe ter
()u aidoadmiUdtj Membro daSooMaAo Deíèiiaora da liberdade
e ladepeadenoía aesia Corte, apcano-meAoertilioar a V. S. par»
o f izar coDstar ao CoQst lho da mesma Sociedade de que me foi
assaz Iboogeira a honra, com qoe me distinguto ; e que da
minha parte faroi todos esforços para aâo desmereoer o ran-
lajoao cuQceito, que lhe mereci.
Dees Guarde a \\ S. Bio de Janeiro 25 de setembro de 1834.
Ulm. Sr. Eraristo Ferreira da Veiga, 1« Seattârto^ ^/áié
p0dn> de Corralho.
Itla. Sr,— Recebi a partieipaclo de \\ S. em que me oem-
mimioava que por approrac^o do Goatelbo da Sociedade Defen-
sora da Libei^lade e lodeponieneía Nacional, fóra admittido
»ocio da mêeraa: tenho a participar a V. S. que com o maior
praaer farei parte de tio Pátrio ti wi SDciedade, e que em qual-
quer occasião que aejam necesaariaa as minhas débeis foiças, de
bom grado me prestarei a ooedJuTal^a. I>«os Guarde a Y, S.
Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1634* — io^ Jmsé Cêêstimê êa
Ra$a JitniQr,
Stmd dt 9 do n^Tem^rs de U3i
PRBSinEN0I4 I>0 8R. ALaUWl^BSWUE: CATÀLCANrE
Aos nove dias do mez de novembro do anuo de mil oito-
ceetos e trinta e quatro, pelas onze boras da manb^ oa Oasa da
Gunara Municipal do Rio de Janeiro, rennido o Conselho da So-
ciedade Defensora da Líberd&áe e Independência NacíonaU sob
a presidência do Sr. Albuquerque Cavalcante, feita a chanoíada»
aehando-ie presentes trinta Srs. Consel liei ros, faltando os Srs.
Amaral, Leite Pereira* MonfAlvorne» Miranda, Dr. CoramUi,
Rosa Saljipado, Fortunato Tavares, Baptista da Rocha, Paula
Cândido, Carneiro Vianna, Costa e Souza. Moraes Torres, Fontes,
Costa Miranda. Ribeiro Cime, Monte Negro, Pontes França e
Leite Bastos: tomaram assento seis supplente^, os Srs, Atbaide,
Rocba, Picanço» Feijó, Vianna e Ribeiro da Silva.
O Sr. Presidente abrlo & Sessio, e lida a Acta da antece*
dento foi approTada.
SOCIEDADE DEFENS<:»RA
235
EXPEDIENTE
O Sr. h Secrotario deu conta do e^cpedienie iimdo ámiã oíE-
elos de Josi' Maria Vargas acceltando e aíçrade eiido a aua ad-
missão de Sócio» e de Bento Luiz Coitinho de Uliveira Braga,
participando não accôitar a sua admissão de Sócio por ser cuntra.
03 sem priõcipioá partencer a Sociôdaaes Politicas, de que ficou
o Conselíio inteirado.
OR0EM DO DIA
roatmaoi) a discussão do requerimento do Sr. Moote-Negro
que tinha flcrido adiada c Requeiro que o Consolho da Sociodiide
Defensora aponr^e algumas medidas au Guverna, tendentes a
questão com o EsUdo Oriental, e peço ao Governo o cumpri-
mento deilaa » que depoia de discutido não Toi apprt^vadò »
O Sr. Ferreira da Veiga fazondo ver os serviços prastados
pelo fklecido Fortunato Marcondes de Carvalho Magano, apre*
sentou uma carta achada entre seus papeis, recommendando á
Sociedade Defensora sua mulher e um fiilio ; depoi* do «lue oíTo-
reeeu a seguinte tadlca.ç$0t que sDndo apoiada, entrou em dii-
cussão— Proponho que se õê a viuva de Fortuoatu Marconde.^
de Carvalho Magano a ponsáo do dez mil rela mensaes íiraquaato
existir a Sociedade Defensora — O Sr. Silva Porto, oflíereeeu o
seguinte requerimento — Requeiro que a indicação seja remet-
tidã a ama Commisi^ão para na seguinte reunião apre:}entar o
seu parecer, que não sendo approvado, conUnuou a diacussão da
indicação do Sr. Ferreira d;i Veiga ; vieram á Mosa as aejç^uintea
emendas, do Sr, Mariciho — Para que e^ti^ exeniplo não abra a
porta á abusos, requeiro que esta Sociedade tome medidas pre-
ventivas, ou quando torne a conceder, aeja era idênticas cir-
cumstancias — do Sr. Eugénio Nogueira — Que m dê metade do
soldo correspondente á Patente do nosso ex^socio — do Sr. Ga-
mara Uma — Que a pensão proposta pelo Sr. secretario, seja
elevada a quantia de vinte mil réis measaes — e discutida a ma-
téria, posta a YotO!^i foi approvada a emenda do Sr. Eugenia
Nogueira, e regeíttda a do Sr. Camará Lima, e a do Sr, Mari-
nho, ficando prejudicado o requerimento do Sr. Ferreira da
Veiga.
O Sr, Dr, Souza Martins mnoduu á Meza o seguinte reque-
rimento — Requeiro que se Q'jrneie uma commimo a quem m
encarregue de fazer o elogio do ex-soclo Marcondes Magano,
recolíiendo us factos da sua vila» mais dignos de serem momo-
rados, o que ease elogio era Sessão solem ne» seja lido o depoiii-
tado nos Archivos da Sociedade, devendo ser o ei-socio Magano
declarado pela Sociedado Defeaíjora» Benemérito da Pátria, que
entrando em discussão foi approvada a primeira parte do re*
236 REVISTA ípy INSTITUTO HISTÓRICO
querímeaw» e regeitâJa a segonda, aendo o Sr. aIfcs Braiioo
Domeado pmrm 9S eoesmg»F da rodacçat» do elogio.
O Sr. Pfwdeote dando para a Ordem do dia da Ses^o se-
galate pareceres de Commimões, e adiDi985es de Soekw.
LeTaDtcKi«#e a Seano a I bora da taHe.-- átòntfuerfmt Co-
Z^aàã â« :£ df ^rres^ro do IS3i
FRSSIBKNCIA IO SIU AU^rvCaaièUC CATAIXANTB
Ám ilatnaeii dbs do ii>ei de noTembro de mil altocootos e
tr lota e <|iialro aaoos, peiai 1 1 hona da nuuihi, na Casa da Ga-
mara Maoieípil do Rio de i voeirOt reuoido o Conselbo da Soeie-
dade Defeosora da Liberdade e ladépeodeiicia Xacioaal, m\» a
Presiieocia do Sr. Albuquerqoo t^avatcaniiif, achando se preisiH
t^ viQte e doas Srs. Conselhetras, faltando os Srs.: Amaral*
Leite Pereira, MoQlAlreroe. Dr, SuQxa MarUn*, Camíníja, Ba-
Ihòe^, Miranda, Dr, CtromVi, saaia Gertmieâ, Silva Porto,
Ferreira de Cajtro, Mirinbo de .Vzevedo, Caraeirj Viãona, Foo-
ceca, BipUsta Cveiano, CoeU Barros, EaDdeira de GoaTèa,
Moraes Torre», Dr. Tr^raâsos. Silva Caini>Oí, Fontes. aItos
Branco, Ribeiro Ciroe, Trava «oí. Abreu, Cunha e Câstro, Naza
retb e Leite Basia^. tomaraoi assento O supplente^. os Sr». Sil^a
Araojo. Athaide, Florim, Sallôi Perefra, Ribeiro da Silva, Feijó,
'K I. dot Santos. Plcaoço e Lv/io.
O <r. Presidonte abrio 'a Ses3âo« e lida a a:ta da antece-
dente, fut approvada.
O Sr. Tbe^areirOt Ro»i Salgado, consnlton ao Cunaelbo,
desd« qTtandod<;vía principiar a correr a meosalidade concedida
a vifiTa da ex-«ocio Fortunato Marcondei de Carnilho Magano;
r*f%ilTrtMe jrj} fosse j/i io premente raei.
OrtDEM DO LIA
Vi*' '>'Zíi 08 se;?uiQteâ reqncrimeotos: do Sr. SíIti
7^5*^ ^^'^ ****** ^ ^^' ^' -Secretario apresente nm rela-
lano diivi- M H n>flo!riçi>ii tornadas pelo Conselho da Sociedade,
aue aiDda fiào tom iMo cumpridas, de.:larando qoaeí bio os
Membroi nomeadoK p-vra aj respeotivaâ Commifsue^ que sendo
apoiado, foi approvado.
1 A^t *Í*'*j ^Hn '^^.^'^^ •ppareoido uma circulir em nome
deita Soelidade dirigida aoi Èldtoros do Campo, enviando-liíee
uma Hita de DepuUdoí Provinclíioi. e nâo sbndo tratido este
n^ocfoeoniffio: r-qfioíro» qno o Conselho façi publicar qne
SDClliiíAlíE riiJKXífílíA
2:t7
Qão M do mesmo Conselho que sahio nemelhantc Circular—»
que entrando c-m discasaSo» o Sr. Saotos ofíerccca o seguinte re-
quôriraento ^ Requeiro, í^ue este Conselho por meio do uma
Circular declaro, quo chegando ao seu conhecimento ter ura:i
reunião de patriotas perLcncentes ao seu grémio aproseutado á
consideração dos Eleitores desta Província uma lií^ía de Caudi-
datos para Deputados i Assem blí^a Provi nciaí. o Conselho deso-
jando ampliar os desejos da dita reunião ãe Patriotas, a recom-
raenda a todos oí Membros da Sociedado Defensora, afim de
obtor-se o Èm desej kdo por ser justo e iatoressantc — que en-
trando também om discussão, atltial o seu Auctor requereu per-
missão de retirai o, o que sendo-lhe concedido, continuou a
discussão do reqtierimunto do Loíio, que depois do ser sufllcieií-
temonte discutido poeto a votos, nâo foi appruTado.
O Sr, President;i dando para a Ordem do dia íía íuguinte
SííSScão, Reiiueri mentos, Pareceres de Conamissues c Admissões
de Sócios.
Levantou-se a Sessão a 1 hora da tarde,— José Marinnode
Alhuqiferque Çaxnkanlet Presidente. -^ L\nz de Soitsa Lobo,
3» Secretario.
Sessão de 23 de ii07dmbro de IZU
PRESIOINCIA DO SK. ALUUQUERgLri: CAVALCANTE
A's onze horas fez o Sr, 1" Secretario a chamada, e lida depoL^
a Acta da antecedeate foi approvada. Poram preaontfs 23 Srs.
Conselheiros, faltaram os Srs.: Amaral, Aveiino, MunfAiverne.
Souza Martins, Caminha, Odopico, Corumbá, Santa Gertrudes,
Silva Porto, Gomes dos Santos, Marinho, Tarares, I^aplista da
Rocha, Paula Cândido, Carneiro Vianna, Carlos da Fonseca,
Bandeira de Gouvêa, Aprigio da Veiga, Cunha e Castro, Fre-
dorlco Torres, [>i% Travassos» Silva Campos, Cardozo Fontes,
Montenegro, Luiz Fortunato, Nazareth e Leite líaaios ; tomaram
assento 8 supplente^ os Srs. Athaide, Dr, Justiniano Ivocha,
Picanço, Saltes Pereira, J. J. dos Santos, Fejjó, Cordtiro e Pinto
Cerqueira.
O Sr, 1 ' Secretario dew conta dos oíllcios úos Sra» António
Diniz, Costa Guimarães, Guilherme José Liábò^, Joaquim Bar^
hoza de Sá e António de Moura g Brito, agradecendo a sua ad-
miSí?ão ao Grémio da Sociedado Defensora: de todos ficou o
Conselho inteirado*
O Sr, Ferreira da Veiga apresentou o parecer já approvada
pelo ultimo Conselho afim de se alterarem os Estatutos quanto a
duração do mesmo (ooselho, a t^poca de sua eleição para que seja
de quatru era quatro raezes, e não de três em tre» mezes como
até agora ; e resohendo-se que se nomeasse a Cummiísão orde-
nada "pelos Estatutos e a qual se roraettesse o dito parecer, pro-
cedou-s/3 a apuraçfio das cédulas ; e sahiram eleitos o Sr. Dr*
i
li REVISTA Dtl INSTITUTO HISTÓRICO
Mivaada com 15 votoa ; Fermra de Castro oom lú ; e teodo sa-
hjdu empatado com nove votos cada um 09 $i*s. Dr* nulhõet e
Dv> Rocha, decidiu a sorte a ÍUvor do primeiro.
O Sr . Alves Brani^o apresentou o leu o elogio faoebre. dedi-
cado i>el3í Sociedade Derensora ao teneote Forumato Maróoodes
de Carvallio, do qual tinha sido encarregado oor voto deste
Conselho ; depois kIo que o Sr. Presidente sgranecea em nome
•ia moiDia Sociedade, o trabalho do Ulustre CoDiõlheiro ; doei*
dlodo-ãe por úm que fosse impresso.
ORDBM DO Dia
Entrou era discussão depois de apoiada, a segniota pro-
posição do Sr. Ferreira da Veiga — Proponho que a Sociedade
Defeioiora enrfo às demais Socierlades uma Circular em que
r^ietiâque a declaracÃode seu§ principios politicos.
O Sr, Rosa Salgado propoz o adiamento até qup se veri-
ficasse a morte do Duque de Braf anca, o sendo apoiado íoi re-
gei tado.
Voltando a discussão o mesmo Sr. propoz que fosae esta
ne^o^io levado a uma Commissão ; e como desse a hora ficou a
discussão adiada.
O Sr, Presidente deu para a Ordem do dia da Sessão se*
guinte, a coatiouaçâo da discussão adiada, e levantou a seesfio
depois de l Í»L»ra da tarde.— St aristo Ferreira da Veiga^ oomú
Presidenie-— luii deSmza Lobo, 3*^ Secretario.
lllm. Sr.— Acuso a reeepçio do ofll^^io que V. S, me
dirigiu em II de setembfo do pneeente anoo, o qual me veio à
mào era 30 de outubro próximo flndo ; comrauuicando-rae V. S,
no mesmo a reeoluc^ do Conselho d:i Sociedaie Defensora da
Liberdade e independência Naciunai, contem^dand^mc Sócio
da mesma oom o qoo multo m*3 honrão : 0 quanto antes pasi^
a dar cumprimento ao artigo 15 dos estatutos da dita Sociedade.
Deus guarde a V. S. Quartel do minha residência na Omh
serratoria, 5 de novembro do 1834.
Ulmo. Sr. secretario Evaristo Ferreira da Veiga»— Anf^fo
Dírtíj Coita (7ía*m^r<f(fí, socio.
nfm- Sr,^ Tendo recebido a comraunicacao de V. S. datada
deí7 d»i fuího dn corrento anno declarando me, qutí por apro-
vaç?lo do da Sociedade Defensora da Li bordado o Inde-
penicncíE . , fora eu admitttdo raombroda mesma Socie-
dade ; rogij a V, S, se digao levar ao conhecimento do mencio-
nado Conselho, que pri-Zimio sobremaneira a Honra de pertencer
a essa Soeiedade, muito mt* lisongeio de ter sido nclla admittido.
Deus guarde a V. S. Rio 2Qde outubro de I8:u.— Ulmo.
^ <9to Porreira da Vei^, 1* secretario dt Sociedade
da Liberdade e ladepeadeiiaia NacioaaL— Gut^A^nns
/ojc Lt.twa,
SOCIEDADE DEFBN&ORA
230
Iltoo. Sr.— Âccu2iad3 a recepção do OfHcio de V, S, da-
tado de 14 do soterabro próximo passado, e recebido em 17
do corrente, queira V. S, p\pticipar ao Goaseilio da Sociedade
DefoQSor:^ da Liberdade, e Ind<ipeiidcncia Naciooal, que muita
bonra Lenho em mv admittido Membro da meâraa Sociedade,
tendo eu intenção de procurar ser admittido, o que não fiz logo
pelas minha occupações.
Daus guarde a V. S. Jacarepa^uá, 24 do outubro de 1834.
— Ulmo, Sr. Evaristo Ferreira da Veigai r Secretario. — Jca-
çuim Barbosa de Sà,
Ulmo» Sr,— Accuzo a recepção do ofl3cio que V. S, mo diri|fia
em data de U de setembro próximo pa«5ado no qual me partici-
pava ter sida admitudu aocio da Sociedade Defensora da Liber-
dade Nacional ; tenho a participar a V. S. que foi eom a maior
satisCkção e prazer que recebi a dita participação por ter a
gloria de pHortencer a uma Sociedade qiio é toda analo;>.i aos
meus principies Liberaes; e sempre estarei prompto a coocon'er
para o augmento da Sociedade, e defender o que a mesma tão
juitamente ae propõe. Rogando ao mesmo tempo a V, S. o
obsee^iiio de maDifeatar os mem» puro^ .sentimentos no primeiro
ponto que ouver da mesma Sociedade.
Dous guarde a V. S, — Freguezia do Campo Grande» â9 de
outubro de 1834.— Ilimo. Sr, Evaristo Ferreira da Veiga, 1'
aecretíirio da Sociedade Defensora da Liberdade Nacional,—
A0têtmio de Moura ê Bri(i&,
Sd86i9 àe 3 de dezembro de lÔ3i
PRBSIDENCIA DO SR. FERREIRA DA VEIGA
Aos trez dias do mez de dezembro do anuo de mil oito-
centoíí e trinta e quatro, palas cinco horas da tarde, na Casa da
Camará Municipal do Rio de Janeiro, reunido o Conselho da
Sociedade Defeosara da Liberdade e Inde[)endencia Nacional,
sob a preBidencia do Sr. l*» Secretario Ferreira da Veiga, feita
a chamada acharão-so presentes vinte e dous Srá. Conselbeiros
Mtando os Srs!. Amaral, Leite Pereira, Monte Al vorne, Dr. Souza
Martins, Caminha, Oiorico Mondes, Dr. Corumbá, Santa Ger-
trudes, Silva Porto, Albuquerque Cavalcante, Gomea doa
Santos, MafTnho. Eugénio Tavares, Baptista da Roclia, Carneiro
Vianna, Fonseca, Costa Barros, Gouvea, Cunha e Castro, Frede-
rico Torres, Moraes Torres, Dr. Travassos, Nogueira, Silva
Campos, Ribeiro e Círne, Monte Negro, Travassos, e Brito,
tomarão aíisen to dez supplentes, osSrs. Ataíde, Florira, Rocha,
Vlanoa» Picanço. >Ales» l'ereii-a, Feijó, Dr. Siqueira, Victoria»
e Ribeira da Silva.
O Srr Presidente abriu a Sessão, e lida a acta daaótece-
dente foi approvada.
REVISTA no IHSTITUTO IHSTORICO
O Sr* 2^ Secretario den coota <1 > cxpedi<rato, l«Ddo ties
offieioe dos Cidadãos C8 Sr^. lgn.icio Coelho Borges, Maooel do
Valle Amado, e l^acto de A^is Saraiva e Fonseca, acceitaudo
e agradecendo as saas admissões de Soeios, de que ftooti o Cod-
setbo infeirado.
ORDCX VO DIA
Eotroa em dísctusío o requerimento adiado do Sr. Ferreira
da Veiga ^ Propoolio* aue a Sociedade Derensora envie ai
de mais Sociedades nma circular, emqae ratifique a dociaraçào
de %Q5 prioeiplos Politioos— O mesmo Sr. Ferreira áã Yeíga.
deixando a caaeira qae foi oceup^a pelo Sr. ^ SoereUrio of*
fíireceu asbaaes, que Ibe pareotao dever sor adoptadas, r^K^ue-
rendo qoe fossam remettidas a uma C<>mmiasio para redigir a
Circular, e aeodo apoíalo este seu requerimento, entrando
também em discuisao, depoU de longo debat* em que tomarSo
parte dlíforentes Srs. ronsolbeiros, posta a Totoa, rorão appro-
Tados ambos os requerimen U)s, e o Sr. Presideute nomeou
parm i Commissio os Sri. Ddorieo Mendes, Al^es Branco, e
Ferfeira da Veiga,
O Sr. Frt^sidente danio parm ordem do dia da se;^utnle
8esâio, Reqaenmento.H Pareceres de Commiasões, e Adtntsades
de Soeios.— Leviíutou^ae a Sea^Âo dí?pois das sete horas da noite.
— O Vice president?, Manaei Mor^tra IaHo da SUva Corrtdro.
— Luís ih Sf.uia i^, 3»^ Secretario.
Sauio Af 19 âe rsTtrs!ro da 183S
rRESIDENCU DO SR, ATBUQUBRgCl CAVALCANTE
A'á cinco e meia horas da tarde, reaoldos os Sn, Conselbeiros
Mra a installaçio do novo Conselho, e nomeacIU} doe Membros da
Ilesa, o Sr* secretario. Ferreira da Veiga, fes a chamada de-
pois do que o Sr. 1" Presidente abriu a Sess&o, á que oompare-
cerão S8 Sr». Conselheiros e novo Srs. Suppleote^, fiilianda dos
primeiros os Sra. Baptista d^OUveira, SilTa Porto, Odorico,
Oliveira Pilar, Oliveira Penua. Darrigue Firo, Jobira, Gon-
çalves Pereira, Dr, Vianoa Pinho, Dr. Brito, Guimarães, José
Florindo. Dr, l^ereira de Carvalho, Velloâo Rnboilo, l^atiU Cân-
dido. Pontes Franca, Dr. SUva Pinto. Co^ta Barros, e Di\
Tarares.
Procedeu-so I eleiçlo do Presidente e recolhidas 35oedula3
SOCIEDADE DEFEVSORA
c açuraíjas, i^ahiu eleita o Sr*
maioria absoluta de 30 votos.
Paâsgu áo 1 eloição do Vice-ProsideiiÈe» contadas 30 cédulas,
neDlium Sr. Conaelh ira obteve raaioria absoluta, entrando
por mo em 2^ Eseriítlnia 03 mais votados, tiuo fjrao 03 Srs.
Ataide com 15 votos, o Rosa Salgado com 9 ; seado o resultado
deata apuração sahir eleito o Si", Ataido cam 'iO votos,
Pi^ocedou-sc á eleição do i'' Sr* Secretario, o recolhidas 37
cédulas, e apirrarâo-se, e sahiu eleito o Sr, Forreíra da Veiga
com 36 Totoi.
Tove depois lugar a eleiçSo do 2* Secretario pira que viorão
â Mesa 30 cédulas ; o resultado doesta apuração foi não leunL*
neahura Sr. Consellietro maioria absoluta ; o cntraíido em 2'
escrutínio os mais votados, qua farão o Bi\ Souza Lobo com
17 vuto-í, o Ferreira de Castro com U, sahIu eleito o ultimo com
^9 votos,
Passou se á olei<;âo dos 3"^^ o 4»SLíoretmcs, o ^alúrSo eleitos
osSrs, Fontes com ^9 votos, a Soura Lobo com 25,
Teve por aUímo lugar a eleivào (fo Tl>esourc'iro e aabiu
eleito o Sr. Rosa ^^ilgado coii 3i votos.
O Sr, Ferreira da Veiga propoz o voaceu-s3 que na 1 Si^ssao
próxima .se procedesse á nomeaçílo das Comraissòet, aíSim como
decidir-so que catão fosse lido o relatório do Sr, Tb 'Soureiro
a respeito das contad da Sociedade.
O Sr. Presidente levantou a sosíiào pouco atites ilass te horas
da noite; dando para crdeindodía daSesiãoseguiiUe Indiv-açocs
© RequerimetUos»— y. D. .4. Moticorrr}^ Vice-l*residettte. - /. F.
de Ca. ir o Silc.^" Secretario,
IH'*", Sr. — TífDlio a honra do accu^tar a Recepção do Oí^ohi
do V. S. com data áa E4 de setembro, contendo participar da
miuha í^dmis.:âo como Membr.j da Saciedade Defensoia da Ljber-
dade e Independo ucia Nacional bera como tle utn Eítemplalí-^dos
seos E tauitog, que tudo Recebi cm s do orrentc ; outroáim
aproveito mais esta o^cisiãj pir iní.ormedio d':? V. S.
si^nifloar ao Conselho da Sociadado o Reg^ zijo a particular
Ov^tima de ifi? fi«'0 provido i^m considerar uio pertencer de di-
reito a uma Sociedade que tora por tim 3us'.entir a Liberdade e
Independência Nacional, p.'o:estandodbe maia de ser fiel as so-
liduB ba?G3do3 3eu3 Rstiatutog, o du om orcasiào opportuoa cum-
prir cjra oi quaoi me <'♦ iooumbi lo no art, lõ do referido
E-ítalnto.
D, G. Y. S, Nova Friburgo, em 2 de noTcnii»rode 1834.
íii'"^. Sr. Evaristo Ferreira da Veiga, h Secretario dj Con-
i^elhj da Saciada ic llefcn^ori do
Ffanciico de Oíiveiro »
Rio do Ja'iéirj,— jV,'níír7rn3
IL ' . Sr,— Accuso o Olleiu, Sr. Secretario, p-doj|iialme
fis&ôstos vor em nono do ConáclSio da S. D, díi L. c I. N, do
ília do Janíiiro, que en Tora lembrado 0 proposto pira provar
a distioctA honra do sei* vo^^ú consócio, me foi sunuTTcnto
5
2i2 REVISTA DO INSTITUTO HISPDRICO
agr suiavol; e como de coração almejo a maaviencâo áoè tão sa-
grados ciclos que aqaeUa Pauiotíca Sociedade se propoz
á garantir corao de facto o tem praticado, inapirada sempre dcs
miis nobres e acrisolados aenUiLaatos da amor ao progresso na
ordem Dão era poa^irel qae deixasse de annuir a am oonTíte
que tanto aprecio. Ea me felicito pois por ser de hoj? avante ine-
cripto cm o numera de tantos e tio ill&strados Patriotas e bus-
carei p3r meus actos não disneoúr o conceito que de mim for-
mou o Conselho, de quem sois tão digno Secretario.
O portador deste vai incumbido de satisfazer miaha
jjía e mensalidades.
D. iw y. S. como no9 é mister. Valença, 14 de novembro
de 1834.
Ill* . Sr. Secretario do Conselho da Sociedade D. L. I. N.
do Rio de- Janeiro.— Padre, Jjrquim Cláudio Vionna d *$ Chogas,
Soclo.
Ssmo de 31 de xarço de 1835
v: r:-::iE>iDENciA do sr. ataide moncorvo.
As ^eis horas menos dez minutos fez-so a chamada e aberta
a sessão foi iiua. e approvada a Acta da antecedente.
Comparecerão quinze Srs. Conselheiros, e doze Srs. Sup-
plontes : faltaDdo dos primeiros: os Srs. Baptista d'Oliveira, Bo-
telho, Dr. .'ulij. Silva Porto, Odorieo, Dr. Gomes dos Santos.
M. Josf de Oliveira, A. José da S. Pilar, Oliveira Penna. Tra-
vassos, Darriíjue Paro, Dr. Cerqueira, Dr. Bulhões. Dr. Jobim,
F. Joaquim Torres. Gonçalves Pereira, Caminha, Dr. Vianna,
Pinho, J. VicíMiíe Gomes, Dr. Hrito, Guimarães, José Florindo,
Dr. MíDool Feliciano, Veloso, Dr. Nogueira, Pontes França.
Dr. Silva Pinto, Cosia Barros, Duarte Silva, Dr. Tavares, Fr. í^o-
licarpo. Albuquerque Cavalcante e Picanço.
ORDEM i'0 DIA
() .^ i*. Ferroira da Veiga relatando os luctuosos aconteci-
m ritos que ti verão lugar na Capital da Província do Pará
offoieceu o seííiiioto requerimento que foi apoiado. Requeiro
que soji diriííida ás Sociedades Patrióticas do Império hua Cir-
cular, rci.írindo os últimos acontecimentos do Pará o fazendo
auroa dollos a> reflexões convenientes.
PrincipianJo a discussão o Sr. Marinho oíTereceu a se-
ííuiato umoiula, que sendo apuiada foi depois retirada á pedido
do me.^íino Sr. e que se accrescente também algumas conside-
raçOc ctc.
SOCIEDADE DEFENSORA 243
Tendo dado a hora fícou a disciiasão do requerimento adi-
ada, não se venoondo a prorogação proposta pelo Sr. Presidente
que deu para ordem do dia da Sessão seguinte — Continuação
da mesma discussão .
Lovantou-ao a sessão ãs oito horas da noite.—/, D. A. Mcn-
coroo, Vice-presidente.— /• F. de Castro Silvj,2' Secretario,
Sassão de 5 de abril de 1835
VICE-PRE3IDENCIA DO SR. ATAÍDE MONCORVO
A*s onze iioras fez-se a chamada, o Sr. Presidente abriu a
Sessão, e foi lida e approvada a Acta da antecedente. Foram pre-
sentes dezeseis Srs. Conselheiros e doze Srs. Supplentes, faltando
daquelles os Srs. Baptista de Oliveira, Botelho, Dr. Júlio,
Silva Porto, Odorico, Dr. Gomes dos Santos, Manoel fosó de
Oliveira, A. José da Silva, Moreira de Carvalho, Pilar, Oli-
veira Penna, Travassos, Darrigue Faro, Dr. Cerqueira, Dr.
Bulhões, Dr. Jubim, Gonçalves Pereira, Caminha, Pinho, Gui-
marães, José Florindo, Dr. Pereira de Carvalho, Velloso, Castro
Vianna, Dr. Nogueira, Padre Delftno, Dr. Tavares, Dr. Paula
Cândido, Pontes França, Dr. Silva Pinto, Duarte Silva, Veiga,
Fr. Policarpo e Albuquerque Cavalcante.
O Sr. 1» Secretario deu conta de um offlcio do Sr. Fran-
cisco Borges da Fonseca, agrade^en Io a sua admissão de Soclo
desta Sociedade, ficou o Conáelho inteirado ; e não interveio,
por deliberações interiores, na alforria do pardo João, como
solicitava sua mão Mai^celina Joaquina.
or:»eii do día
Continuou a discussão, que ficara adiada, do requerimento,
do Sr. Ferreira da Veiga, para que se dirigisse uma Circular
ás Sociedades Patrióticas do Império acerca dos luctuosos
acontecimentos do Pará no dia 7 de janeiro ultimo, julgan-
do-se discutida a matéria, foi approvado unanimemente o dito
requerimento; dando o Sr, Presidente para a ordem do dia da
Sessão seguinte — Indicações e Pareceres.
Levantou-se a sessão depois do meio dia.
lllm. Sr.— Recebi a carta do V. S ., que mo participam
em approvação do Conselho da Sociedade Defensora da Liber-
dade e Independência Nacional, fui admittido membro da mesma
Sociedade, cuja participação me foi summamente grata o que
2t» REVISTA IO INSTITLT-' iUSTORICO
comiLiLíz:^ a V. S.. para íiíer aíieníe ao Conselho quanto
me íj : >>ãsivel conceber em meus fraeo? elementoe e íárei por
desempeihir ao bom ooi:oe:to que de mim faiem.
Deus gnarJe a V. S. — Birra io Pirahy, 6 de dexembio
de ;'^3í.
Illai. Sr. Eraristo Ferpein ia Veiga, !• secretario.—
Frr.Kcis:. Bonjfs da Fonsi:-^.
Sts. — Maroeliina Joa^iuina ias Dores, Tendo nos II lustres,
e Dignos ti !adãoe que formam csai Patriótica, e Illo^rada
Soei^de, I^elTensorada Liberdade e Independência Nacional,
08 mais acérrimos sustentador es de direitos do homem, to^i
perante tão conspicuos Tarões, revestida do maior e mais pro-
fundo respeito implorar a graça de auxiliarem, para o hon-
roso âm de dar liberdade a seu filho Joio, pardo, escravo
do JAo Leite de Souza Bastos.
A Sapplicante yem. senhores, cheia da maior confiança
Implorar o yosso patrocinio, certa de qao não deixareis de
prestar ouvidos a tio justa supplica, pois que além, senhores,
da razão tão ponderosa para commover Tossa tio reconhecida
Philantropia, como é de fazer enirar no Grémio da Liber-
dade quem ilella estava privado, aecresce, senhores, para mais
cxcitar-se a vossa commiseração, que sobre o filho da Sup-
plicacte, que ella pretende restituii* á liberdade, se acha actu-
almente preso no Castello e em risco de ser exportado para
fói'a ia sua Pátria ; Portanto, senhores, a Sapplicante efspera,
qu3 V Js nã > deixareis frustradas suas tão lizonjeiras esperanças.
A Commissão nomeada para examinar a Conta da Receita
e Dospeza dc^ta Sociedade no trimestre decorrido de julho a
ser^mbro pi-oiimo passado em resultado de seus trabalhos tem
dd declarar a este Cjoseiho, que na referida Conta nada en-
controu, que mereça desapprovação. Quanto a receita, estando
seu cr-iscimento na razão do zoilo, actividade do encarregado
de sua arrccaílação, elogios são devidos ao actual Thosou-
roiro, poí< quo a cobrança de l:02i>; de mensalidade em uma
Soclodade Politica, e no decurso de três mezes só póJe ser
flllio do zello, e bom grado com que o dito Thesoureiro dcsem-
?)enli\ os seus deveres: e quanto à despezi, sendo toda ella
feita por d(3terrainação deste c^onselho, é de sua origem legal.
E:n consequência pois, ô a Commissão de parecer quo sejam
approvadas as referidas contas.
Sala las Sessões do Conselho, aos 26 do outubro de 1834.
— Jortj t ;j Jo<é dos Sofit^s. — Jo^é Fernandes da Ton-e,
SOCIEDADE DEFENSORA
2i5
Receita e despela da Sociedade Defeiiora da Lllierdade e iBlapeideiicia Nacional,
10 terceiro trliettn do correite amo, a cirgo do nésooRiro. José di
Rosa Saleado. a satier :
RECEITA
1834 julho— 18— importe do quo oxistia
em Caixa do balanço do 2' tri-
mestre :í9;^493
1834 outubro— 18 — importe recebido
de entradas de vários sócios . 74s000
Importe das mensalidades de so*
cios 1:021$000 l:0l>5$000
1:4S7$403
DESPEZAS
1834 julho— 28— importe pago a Luiz
de Moura Telles, da coata da
madeira, que tinha sido gasta
nasallado Baile 164$400
1834 agosto— 3— importe entrado na
Caixa Económica $530
1834 setembro— 13— importe da des-
peza com o Te-Deum no dia
7 do corrente, anoiversario do
dia, em que se proclamou a
Independência Nacional. •*.... ()4l$745
1834 setembro— 2i— importe da im-
prosao de circulares, e papel . 74$)00
Importe da impressão do da com-
missão central para a subsori-
p;,'ào da Casa oe Correcção, e
papal 17S00.J 91 $000
1834 setembro— 30— importo ao cobrador de sua
comraissão 8lt300
1834 setembro— •JO-impjrte das 10 assignaturas do
Diário dos Annuncios, por três mezes, de
junho a setembro 24$00}
1834 outubro— 1— importe ao porteiro dagratiftca-
çào do 3» trimestre 3e$000
1934 outubro— 18— importe da ciTa para as duas
sessões de tarde 3|000
1H34 outubro— 18— importe do porte de cartas. . 1$860
l:043§835
Pelo quo existe em Caixa 443$658
• 1:487$49J
Rio de Janeiro, 18 de outubro do 1834. — Jaé da Rosa
Salgado, Thesoureiro.
Ofc» ...... ... » a- 5.
X hr^s^-ji. ie fm:rt -aL Ia •» -rKa.lr^T. jaga» :». 3 > ?
'lál^A/. . . ". . «^
T':iyir.e ia li^ is irriir.w ... sasi 2. .'^ $
aiffin 3a gTTikíiTr ... . > 2. II I5i}!^«>
Hbh ift n-jsis . » z. .^ '9O$0m
kbSBL » UBk sutiã;:! t*i XOE» IVft ^. 3f. :.««K.U
a. .1 «ãpúO
L^cjHiQft pujri : jusri OKmm. 14 -lo^lOO
JLi p!r4:aAx? e s^. ..... » a. 14 b%$0HO
«44:45
•^OSM 3 TknoixTecr^ istt SocHiteiBL • Sr. Jxmé 4i Roca
•iUfado. ii Recãu e ZissgeKk 4hé» li^i ée amaàn éú auo pro-
«xíéú o sdii> a f^T.Y ia Saàed^e T^tjffT, mbA» 13l$a7!S em
eaíia, e i^^Is ni :.ixxi Booaoate : é ée fmar o^ aeja
•pproTada.
dala daj SeMúe* i^ Soôdide D«!)HMn da LOcrdade e In-
^epeod^^cda Xaciooal. aos â de aarco de 1635.^ Au Fhr^
ksluelHKB vtsstts I SnMíBMBliUMritiMieh
(? It35, 1 ani b ncMRlR ]« lilB ttim, aalv:
RBCETTA
l«34 otjvjfcrro — IB— Btíanço da coirta
le^ •.iflí?i^^V"*,^*^^^^*«^<^" 443?«58
irn nowi5M\/ro^tif}^imporie recebido
°^. ^2flí>'>ni'ogoi de Ataide,
pfíU «ubicrtpçâo para a Caia de
Correcção 40$00O
l*íM o^enibr/>— U— Importe do quê
•íeretír^»! da Caixa Económica i:4éfl|314
SOCIEDADE DEFENSORA
247
1834 dezembro— 24— importe recebido
da commissão encarregada da
sabscripQão do !<> districto da
freguezia de S. José. • . .
1835 fevereiro— 14— importe de entra-
das de vários sócios. • • •
1835 fevereiro— 14— importe de mensa-
lidades
52$000
6001030
567$000 619$000
3:149t032
DESPEZAS
Importância paga a Miguel Marquez de Souza, pela
despeza da illuminaçao do memorável dia 7
de abril 2:096$960
Importância entregue ao thesoureiro da Casa de
Correcção 640$00a
Importância de dez assignaturas do Diário de An-
núncios desde outubro a dezembro do anno
passado 24$000
Importância ao porteiro do trimestre passado. . 35|00O
» » escripturario 20$0G0
Importância ao cobrador, por ter recebido 185$ de
vários sócios 18$500
Importância a D. Virgínia Henrique Nunes Magano,
por três mezes de novemoro do anno nndo,
a janeiro do corrente 37$500
Importância de portes de cartas o papel . . . i$200
» entrada na Caixa Económica • . . 140$000
3:014$160
Existe em Caixa 134*5872
3:149$032
Existe na Caixa Económica 140$000
> > Caixa 134$882
Rio de Janeiro, 14
Salgado, Thesoureiro.
274$872
de fevereiro de 1835.— /o5e da Rosa
JLSòaiESlTVQ
DO
Conselho Ultramarino
ARCHIVO D9 CONSELHO ULTRAMARINO <'>
CORRESPONDÊNCIA DO «JOTKRNAD^R DA BAIÍIA, 1783 a 1807
DOCUMENTO H, 2Í2, pg. 186 «rlNST. IIIST. LiEOGR. BRA£».
1805— lllm, Eim. Sr. FraucLaco d& CuQlia Meneia.
Renidtta a V. Ex. o Mappa da Costa, aeus rioa e barras e
mwè terroQOfi, na melhor forma que os pude descobrir, deâde a
Barra do Rio Doce até a divisão da CapiUDiã de Ilhaos, entre
o Río de Belmonte e o de PaUp3. coma se yé do mesmo ; e
também o diário do Rio Grande até o ejicontro da b^rra do
GiqaitinboQbae Areâsuaby em Mtna.s« e tudo quanto vae e$-
c rip to e desmarcado é certo, e toloa os obstáculos relatados no
mesmo diário, que precisamente 03 deve ter na subida, por ca^
recer estar o Rio bem vaaio para se poder navegar, debaixo de
todo o trabalho, aendo certo que tendo qualquer reí)oquerye
4'agiia, flea maia facU a sua oaTegação, mas a multa corrente
não deixa dar pas3o adiante, nem ha varas que o agoentom.
Em quanto ao Rio, pelo diaiio e suas notas verá V. Ex., o
que precisa : o sau terreno, p3la parte do Sul se pude fazer uma
boa estrada para todo o Commercío e a mesma navegação, bem
fácil em tempo próprio, tendo na Cachoeira Grande povoação
para ter armazéns de uma a outra parte, que só neste lugar de
sorte nenhuma pode ser o subir embaroado, fui saliir a ^finaa
Nova.^ distante de Villa Rica cincoenta e duas léguas e ficaram
09 moradores daquelles arredores tao contentes pelo descobri-
mentOi que se posaivel fosse se faca estrada, concorrem para
ellã pelo vexameem questão do nem comprarem nem venderem,
que o seu negotrio é só algodão o pannos do mesmo, que
mandam para essa cidade com jornadas muito trabalhosas, o
que sendo por es&a Villa Rica fica muito mais fácil, e os mesmos
^adoB e com o seremos nesta Comarca fertilizados*
Este descobrimento, me disse o Capitão Regente da Aldea
doa Índios do Tocajõií de Lorena, encarregado na doraação delles
o da mesma guarda do Giquitinhoaha, que b:^ desoito annos
emprehendem nelle,pois, jã descemm com tresentos homens,
porém o não p^ideram fa^er, e ao tem chegado a S. Miguel no-
tado 00 mesmo diário, e vinham de vinte o cinco legoas a ver
M famosa canoa em que fui embarcado, a qual é de carga de
(*) Não hko sem imporUncia pai'a a biitoria o Lfí^o-rrajihia dos
110S8OB K^tado^ ofí ruttii-Ofí partiaes íoituis da-s custu^ do Hcanl, O
uros.eiite danola o 4:uiila lo <? minúcias caiu quo o levaraiu a eleito.
Projecta luz »ol>re a cthno^Tapliia da.s duas auti^^as capitanias *la
Ksprríto SãJito e ilos rih>'fi>', cfciiiais na zona dtscripla cocontra-su
vatsta *^^Tii)eriicio d»-' tcrrentí qiia^i inhabitrulo. Sobre elln nestes
ultimo^ aiini^í líe t^m fic-pcrtadoo intero>iBe puldico pííla esLÍ^cacía
4«areia>i mojijziticí>s.
(^Q^a da Gomiuissão de E^acçãu)
1
252
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
centoe vinte arm)>as»e todos aclamara a V. Ex. como Redemptor
daquotias MíDaa pelas mandar ilescobi-ír« chamaQdt>s:3 a si ia-
tcirameate frouxos. Persu^dom-se que eu sú c^>m expresia
ordem de Sua Alteza Reat« jjoderk eatranliar-me tanto por
Mioas dentro por um Rio prohíbido e vedado como fos^e o Go-
quiiinhonha; ma^eu o fiz ver que só naveguei pelo Rio Grando
de Belmdote, até o fím de lie como me era mandado, e cumo
0ão topei outro aíé as duas referidas barras, aii o dei por findo;
o nem povoíido que mo ooticiasso a Capitania e sua divisão,
e bem se mostra que o Riu vedado, acaba ourle fez barra, piiis,
dessa pam cima é que tem, na distancia do duas legoaa e meia*
o deitacameuio para a sua guarda, o na mesma aberta sem dis*
taucía neulitima, está da parte do Sul outra com nome de
Arussoahy, formaodo-se o dito Rio Grande aostes dous, de sorto
quo se capacitaram assim serdÍ'elto. Também me disae o dito
Capitão Mór ser a divisão na Serra da Cachoeira Gi-ande, ou
abaixo em correspondência das esc^inhâs do Rio Doce ; a este
dizer Itie respondi que nem eu nem elle nos pertencia essa de-
marcação, qwi seria o que fuase mandado a quem competia, e
assim ficámos e me trataram com muita honra b liospitalidadc
o mo fízeram prompbo sacoorro para o mau regres o, o que
tudo saiisflz; e quereiHo eu trazer um pratico das pedras, que
tendo o Rio abundância d'aguas, carecia ter o cuoliecLmento da
sua fundura, para eviUr os perigos pelas grandes correntes;
não só me deu o pratico coma mais sete Compauhefros, ondo
vieram dous pedestre-j pagos do Rey, cjm o píirtido so o Rio
abaixasse, que d i Caclioeira Orando podessem voltar em ama
canoa, o fizessem, es^não que os trouxesse para baixo e fossem
no tempo competonto quando ou tísso que era raanção ; quiz
me escusar deste incomodo porém o não pude r^zi^r. e com
muito gosto me acompanlkiram, eaqui seachkm muito desani-
mados para subirem, se ?o lhe DíLodorgeule MtéS. Migu I, ondoé
meiocarainhu, a isto só V. Ex. determinará o quo devo fazer.
A navegação estfi doscuberta, perdera o favor do gentio pela
paz que comigo Ézeram, e hindo g^nie da minha comitiva quo
ccnheçam, levando alguma ferramenta e bogtnízangas os não
offendem, pois, para me evitar de irazer alguns, lhes disse quy
havia de voltar, a mandar-lhe ferram nta e rosarinhos para as
mulheres; respeito a eito doscobrimento tendo dito o quo hadti a
\\ Kx., dxTÉk as proviJenciaa que vir sam úteis* como íambem
nesta demarcação da Capitania do llheos, que estíiodo situados
raais de vinte moradores nas terras desta Villa» nat» querem
õbdecerem nern í1 repanhas nem á Justiça, e menas pagarem o
dízimo do que plintam. oisó querem estar a roveria st^m domi-
cilio» e ass^m esi>ero de V. Ex, a que se junte das duas Comar-
cas para se dividir esta deraarcuçSo o o raafs que devo fazer.
Eu Kx. Sr. queria ter o go.sto do mesmo ser portador do
quo flz, porOm me acho impossibilitado de o poder fazer no pre*
sente, por querer levar eoniigo uma sumaquiuha que aqui deixei
para carn^gar de madeiras c fabricai a, para nos fins d« maio o
junho bir Ije^jar a> raãoi a V. Ex», sendo que seja sorvido dar-me
ARCH!\'0 DO CONSELHO ULTRAMARINO
253
esta Iicoiii;a,a<itial esporo, e ao entanto fico destacado sú a ordem
do V. Ex.; su peço pprdãoda demora ft mal escripta, poia Qostes
paizea nâo tcQho quem o faça millior.
Villa do Belmonte 28 do janeiro de 1805.- De V. Bx. súb-
dito obodiento» Joãa da Silta Santos^
MAFPA
Mappa e dAscHpvào da Costa, Kios, eseus Terrenos de toda
Capitania do Porto Seguro, e at6 ondo podera chí^gar Sumacas
e Canoas e Laacíias, com seus fundos, feito e examrnaao pelo
capUão Jiâo da sãvn Snntos, por ordem qm* teve do Ulm. e Jíx,
Sr, Francisco da Cunha e \Umezes, governador e caMitão fene-
ral da Capiínnia dn B^ihia, de Sdejimho de J802, principiada
em abnl do 1H03, o do Sul para o Nurte.
Barra do Rio Doce, tlivísfio da Capitania do Espirito Santo,
a qual se acha na Latlitnde 19' 33 e Lon^íitude 314" -13,
Es\e llm Doce, a sua barra, ú das mais perigosas qm* tera
esta Coâía, pelos muitos o grandea bancos quo tem p/ocolidos
da velucisiííma Correote do Rio, quo cliega a botar aifua doce
duas leg04s pelo mar fora; o seu fundo, no Canal, i' de treze
palmos o cbegfa a quinze em marC'^ grandes; a sua entrada
corre ao rurao de N, 0,-S, E,, encost.do ao pontal do Sul *3
sempre com mm to risco, em cujo punial está o ílestucjiiijonto da
Capitania do Espirito San '.o; tom a dit-.i barra do largura trez
quartos do Jegoa, o da sua f«'Z pim cima segue o rumo de
O, N. O. distancia do seto lagoas, unde se acha a entrada da
Lagoa Jiparaná, que entra na margem do Nortí do mesmo rio,
cajá entrada é eatreita o corre N. S., distancia de uio torço do
legiia atr* entrar na dita Lagoa a qual tera para o Norte largura
melhor de oito logoaá, e no meio da *Iita tem uma Ilha que
demora N. S, com a erjtrada ; o terreno da parto do Norto
desde a barra at»} este logar é raeanus; oao tnçú nwuçXo do Rio
até o seu flm, pur mo constar decerto que está desooborlo, e
mappeaiopelu Governador da Capitania do Espirito Santo,
Da barra fluis le^^oas ao Norte está uma barrota que é
dohaguadouro da dita lagúa o nem para catiúas servo, e ha
tempos quo sécca. Desta dita barrota [tara o norr.e, distancia do
seía legoas. está um riacho chamado Barra Si^cca, que aesagua
do uns brejos quo ílcam otq dis<.ancía do uma legoa ao O — E.» e
desta barra secca até a barra do Rio Doco tolo 6 praia, com
maltof? p» lu comoio e seu tiTreno raas osper^sos, e a aroia da
mesma praia ruiva e feia e por isao tem o appolido de praia
feia. Neste lugar poz o Ouvarnadorda Capitania destiiciamento,
para evitar oseitravios quo puderiara haver, pelu dito desagua-
douro da mesma Ing<>a. à^^^ue-í^e paia o Nojte em diataucíade
sete legoas, o pontaí do Sul da barra do S. Maiheus. ondo se
acham quatro casinhas quo stirvom de abrigo aoa pobcadores
da Yilla, e em toda esLa distancia peta costa correm as mesmas
confrontações já. ditas.
1
2U
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
BÁERÀ DE S» MATHECS K SEU IXIO
Lai. 18^ 50'. Tem osta barra Lon^. 344*, 45*iua eoti^ada
ao S. SO. e ao ESG, cora fuodo de 13 palmos cm aguas gríwoíks,
e entre os poataes imn beus baocos do areii: depois da onti*ada
corre ao rumo do NO udi quarto deieífoa. ondi* ae acha um Pre*
sidio da parte do oorte» cjm Ifi casas de palUa o nove do telha,
sem formalidade de arruameíitu o tem Juiz Vintenario ; servo
esto Presidio para acodirem á3 erabarcaçoos aa barra e fazerem
pescarias pira suateotaçâo da villa ; e do dito Presidio para
cima em distancia de cídoo legoas ao SO, está o logar denomi
nado Pedra dWgua. da parte do Su!, e da mesma parte em meio
da dita distancia desagòa uum Ribeirão, que cerre NS o finda
nos brejos da birra seeca dita, e por elle sú navei^^am *"anõ:us
pequenas por embaraçados de pios. que cahom das mar^en^ rj<>
mesmo ; o terreno de uma e ontra parte do no até o dito
liT^ar, Pildra d^Agua, sam brejies de raangticâ o guacbnmas, o
seu fundo é mesmo da ijarra» o larirura 3i) braçns pouco mais ou
menos .
Viilrt fte S, Mãthevs^ Deste logar distancia de três legoas
a rumo de O. está a Vi 11a de S. Matlieus, situadt da part» do
Sul era ura alio aprazível ; a planta da mesma A illa can^e E-0
como duas ruas e quatro travessas ; a rua direita tem cera casai
de telha õ 11 depaUin por umae outra parte, e a rjufra cln-
raada rua Nova tem TiO do telha e U de palha, as tr-i
priraiíira que confronta cora a Matriz chamam travess .
a segunda travessada Konte. a terceira da rua Nova» e t
quarta de José Peieira; ti^m e^^ta Villa de comprimento 2n^
br iças e largura de uma i outra rua 2õ braças : esti fundada a
Matriz entre meio das duas ruas com írjoteâpicio para O. ca
ladóa na mesma correspondência para O. DO braças ; tinda a
VilU da parle de O* o líca o Potourinlio defronte da cadna, em
distancia de 10 bracaj? pira E ; da travessa Cirande para o
porto, desce uma la eira ao NE, por ondrj rtndam c irros e tem
de distancia até ao porto 55 braças, e no mesmo porto tem uma
rua de casas que corro E-O. ficando a lideira no iiveio que ihe
serve do travessa, e tem 21 easas de tellia o 22 de palha ;
onde ha o maior coramercio e estalei i o de embarcaç5és.
o rio tem de fundo, na distaocía de Ires léguas até ao an»
coradouro» novo braças» e a largura corresponie a mesma qno
tem no logar —PeiJra d'Aí?ua — e o seu terrc^no de uma eoutiM
parte, terras propnas para mandioca e de todas as mais qualt-
dad»*s de plantas, e co:n vários niorador»?s atazendaílos ; e da
Villa p*ra nma» distancia d«)sete legoas ao mesmo rumo, cua-
sorva aenípre a mesma largura, mas o fundii so sorve para pe-
quenas barca> o canoas, ê o simi {í '' i
pratinado, e tamb.nn ctdtivado th* Ia
reparte urio em dous, cjrre o braço dv - íí lu -■ > ^ '^'-^
sseiâ ioíroaíi. ondi^ tropeçaram as canoas ma ; •:•-
choeira9, e se foram puc bando d mão até ao num^u^ ^^^ oito,
com pouca distancia umas de outr -s, o tindou em um c^mpo
ARCr!íVO DO CONCELHO l LT^A^rARrND
25.
que ao pirecer da vista tom claco legoas, e por detrai^ do dito
tem ama grande serra que corro N- S. ; o rio é estreí»-o o o
seu terreno do ambas as pirtes próprio para agprlcuUum áo
mandiocag.
O braço quo diviJe para o N. ao rumo de ONO., atten.ietido
ÚB Buas peqaeoas voltas, em diataneia de seti^ log-oas, se eucoatra
o mesmo qae na repartição do Sul, com o mei^rn^ campo e .^erra.
A corrente deste rio desde n sua foz atô a repartirão do i dous,
é de eacliQQte e vagante* por onde se presumi' unscer do dito
campo, e nâo vir de sertões, nao obstante ^er tado de agi ia doce,
e vem a ôcar o eatro médio dos dou5 nos, na littitude de
18° 55' Q ioogimde de 343% 3i\
Uma le^oa ao N. do pontal da barra de S, Matliens, esU o
rio chamado Goaxioidiba que a sua barra s6 serve para caoOae
ocorre ao rumo do NNO* distauciu de quntro leííOãf-, o depois
corre a 0., e mete-se por nm bamborral au tremedal, qup se*
não pode cliegar ao flm delle, e --^e fazem nello pescarias de
peixes de agua dócc ; o seu terr<'Xio da parte de Oeste t^ brejos,
e da parte de Liaste é campo nativo de bi-ira da prai:i que c.írre
a co^ta .
Sete legoaí em distancia ao Píorte mti um Riacho doce,
que corre oor-ostado a um areal branco, formado d beira da
praia em um penhasco, em cujo riacho nem canúae podem en-
trar, em a qual distancia corre um campo nativo. onco:^tado ao
maio carrasiuenho que lhe fica pela parte do Oo3*í.\ c temo
campo de lar^^ura meia legoa. Do dito Riacho paiM > Norto
trea legoa^ pela beira-mar, é tudo arôa branca pelo coraoro dií-
tancia de meia le^oa, e toda a mais é barrai ra*^ vermelhas onde
bate o mar a que chamam as Velhas, e acabam em outro riacho
chamado das Ostras e navegável ; e no ten-eoo destis trea lo-
goas é mata virgem que vem do ^sertão accabir nas díta^ liar-
reiras. flcaado a pa^-^agcra dos carainiiarite^ atravessando a
dita mata, que ha fri,\to e r/ow: anrios mandou n Ministro, que
então servia oesta Commarci, deitar um roçado para mandinea
e se plantou, afiro de se situarem alguns tadios para afii^erj-
tarem o gentio que- nesta passagem se acoitava : xcjsá quo tove
eCTeito porque foi mudado logo aquelle Ministro, e ao cliAnto
cresceu o temor introduzida pela frouxiilã j, de fOrma que hoje
se passa o dito sitio com muito risco,
De.^te Riacho das Ostras para o Norte e^tl a barra do Ca-
morujil em que S'^ entrão canoas, e dista do riacho atra?: dito
uma legoa e se entranha pela terra dentro outra lego\ ; o «ou
terreno de uma e outra parte é plano, a ana branca, cercado
todo de brejoà e mata escura. Do Caniorujd para o N., dí-tanria
de três legoas, «stá a barra do rio MUCURY. que fica oa latitude
de 18«— 15' e longitude 344'— 43\ onde se acha L^ituad-i a. ViUu
ric .S. Jrj w* efe Porto Alegre ; esiá fundacli tf a pnrfe *fo Nortc^
pòitco âitante do seu poY^t' I, o da margem do mesmo rio for-
mada N. S.. com ires ruas e duas travessas ; tendo ni rna Di-
reita 10 casisdô telhas e 13 de palha, entre ellas uma íorvedo
Cadôi. ftca a dita rua d i parte ue Oei^to; 3egiie-?e s«:^gnnda rua ;
256
BKVJSTA DO INSTITUTO HÍST0RI^:X>
chamada do Fâlourínho, o qaal âca na primeira travessa ; esta
rua só tera qtiairo c;isas de palha, três de uma partcí e uma da
outra, eaoiesraa rua vai tor à outra ti'aves8a, que fica om
li a ha cora o froníoòpicio da igreja, <tue está fundada para a
parto do stjl, e s>j acha ooborta de t>3lba, mas aioda Dão acabada
de todo; a terceira rua da parte de leste até a primeira travessa
não tera casa algunia» o da primeira travessa até a segunda ha
oínco C4isas de palhi : tt?ni de comprinieatoo seu allDliameuto
ou risco 120 braças, © de largura 00; poréui jà vari.is vezes tom
o Mar desbarraocado, tanto que tem derrubado alguíiias casas^
o que não obs^tunte não sopóda negar que o Ingar é aprazível
c o noipo lliQ I? próprio.
A l>arra deste lUo é uma das melhores que lia oesta Com-
raarca» por sur a ^ua entrada a O, S, O, direita a MAE do Rio,
o levantar aj^uaa 15 e M palmos em mart?s de aguas /ivas, o
ter pequenos baufioá ; mas para dentro o seu ftindo sò dá lugar a
ancorar cinco aié seis embarcações, ticanJo o aeu surgidouro de-
fronte da mesma Villa N. S. cora olla pelo raesmo rumo de
0. S. O,, attendcndo a algumas voltai que Um na distancia
de 2õ legoas, sempre se conserva o Rio alegre e com largara do
tiro de ar^^abuz» e pouco fimdo desde a Villa até a dita dii^tan-
eia, que só serve paracaiõaa o pequenas barcas que demandem
de quatro até ciuoo palmos da^ua, 6nali>ando esta distancia
na primeira cachoeiríi, que só passara ciDiJas puclutdas a mao
por uma das mesmas pedras, asquaes vão subindo frixeudo uns
intervalos de ujuas a outras como taipadas, o pucharam-se
33 pela distancia de 10 legoas ao «Vito rumo* de sorte que veio a
fochar a Serra do N. coma do S. como que troápussa uma pela
outra ; o pelas margens das mesmas Serras desentranha o dito
Rio âcindo como um ribairáu, e até aqui chegaram as canoas
<jue nfto pode rara mais passar, e porque não ee s;Lbiamas serras
loram por min lia oom missão algims mdios a descubrir, pelaa
mar;;en'i do dito ribeiro até a Aldè» do gentio larbaro» que atO»
se conservara de paz comigo, e acharam cuminharem até a dita
Aid"" i seis logoas pouco mais ou menos, cuja situação fi<:a ena
um pUno entre a serra dita, o outra quo lhe flca a O, em dis-
tancia do meia legoa seguindo sempre o mesmo rumo, o ao fa-
zendo mensãa das miúdas vcdtas cjstandopela margem da dita
Al.iOa pela parte do Norte, m qual se achno lod<'SOS vivei-es da
priíneira necessidade, como me asseveraram trez mesmos
indios. e autecedeutemente um escravo meu quo com o dito
gentio foi fugitivo, o Id se conservou aono e meio e depjis mo
tornaram a trazer em junho de IdOo; e fasendo eu considoraçSo
pelo que me noticiou o dito escravo, tem o milhor do 2000 pca-
sòas, e o mesmo me parlieipa o lingoade nome António Josõ, e
que ddlii a Minas gastam-so cmco dias, ehegando a uma fazenda
de um $r. comueJ, quo entre os cri idos que possTiia uumeava
um por nomo DomiogoA Ttiruço, que si^^niflca grand^e «lordo, o
que da tal fazenda a Villa lv»ca s^ ia a cavallo ou em carro, de-
nomlnanlo se sempre o Ribeirílocom o nome de Sancta Barbara,
e eu assim o acredito; porque no aono de 178<^> em que o dito
ARCIIJVO IIO CONSELÍJíJ ULTHAMAlUNn
257
gtmtio mesahto do paz a priflaoíra voz, apreseatou-niõ um, quo
0Dtre ellcs se fíizia Caba p->r no mu Tiíome um paaaap ;rte firmada
polo Sr. D, Manoel quando í-^overnou Villu Rica» e dizia o dito
pa^ií^afiorte: ao Cabo Tbom<l do nação do gentio bárbaro, dot-
xarão andar iisquadrinliando cum a sua patrulha iis caboceiras
do Rii> Santa líarbara, por ondL3 vonho a coligir ãor aquelloo
mosnio ribeiro ; t) o meu dito esí-ravo dií! quo o mesmo indio é
cabííçíi da dita aídca, c ni> anno do 08 voio o dito TiiomÔ a
uiinlia ÍVuonda, oudo so faz de Hi;ichado» lououáí, íieõos, faeas
o o mais que Ibo lui niystor; o voltou para doutro om lil do
dezombro do Í7ít0,
Ksta éa iníomiação corta dfí4o Uio que o toiíbo avíguarado,
líom ontoíidido qu*J atr íuiIo clieííaram as canoas dou infoi'-
ruaçáo occularí pon^m jul-^o pov certa a quo mv doram do dito
lugar para cima.
A corrente do mcsáinti Rio é sofri vul no mu tempo couipe-
tento, quo ó de abril aU' íiui do acit^miEu-o ; o seu terreno por
uuia o outra parto 0. torra rir me, o das cachoeiras para bai?(o
sào vargtvns tao ancbutas, que 8g podoni fazLír estradas ató
a liuira do mar; dofí-ontu da vil la iKilaptirle tio Sti!, á, sahir a
mesma pela do Norte, o das cacboeiraa para cima» as faldas daa
mesmas mvríis sáo soíriveis*
Náo faí;u noijt.a duscripção miMigao de Ribeiros, quo saliiain
ae mesmo Rio pelos nao ter, o someriU) nas quebrad^ts do alguns
morros tom alguns Ribeiros indignificantes : a dita Aldoa do
fJentio veio a ficar om altura do Pólo, na lattitude 18'^— 47'e
longitude 343*— 0\
seguo-se para o N,, era diatancla de soiá logoas. a barra de
Villa Viçosa» a qual so entra O. N- O. e tem de fundo desea-
Bèis t) dezoito palmos no sou cordáo, mas dcpoití delle no seu
lagamí&r tem tantos baixos que por isso se faz perigosa ; o
segue*se este rumo a distancia de meia legoa, onde se ene rosa
a divisão do rio que vae para a Villa do Caravellas, o deste
lugar corroa rumoa do S. S, O. e S. outra tanta distancia»
a chegar â Villa do Nossa Senhora da Conceição da Viçom, quo
está situada da parto do Sul distante da Costa o Barracão rocto
meia leííoa, d ceofronta a mesma villa a rumo de N, O; da
parte do X* tem um rio chamado Pituassú, e desdo a barra
at^ ao princípio da villa tudo é mangues,
FORMALIDADE DE TILLA V^OSA
Tem GStaduas ruas estreitas (digo direitas) quo correra de
K* a O. com o coraprimonto de duzentas braças e de largura
50, com quatro travessai em linba recta; tem a matriz no moto
das duas ruas com o frontespLcio para O., distante da primeira
travessa, que tlca da parte de O,, toda composta de casas» 20
braças» e a segunda travessa passa por detraz da eap3lla Môr ;
a terceira travessa sahe a Praça com fronte á Casa da Camará,
que se acha fazendo frente á segunda rua, cuja Praça tem
831—17 TuMO Lxvni. i\ I.
i
.i. : "- ^^ i# ":. . r.-ri» : - € ^t^miT^ df ra:* :í ra;*. e s-.- Fvl^u-
r.:.!: x».?.. í— '-.-: ;:::«.r.*.jCi3o di Pn*.-*. e Liei • ia s:-
;^-...-_. :2iz.:*-r:t ■ I . :-L_:k— -li* ia I^^TAiije^rase i.s*u4
1- ...T: •.. ^. ir..,^-.: ~ -.— -:■:; çíV 1..LI x nv-. nipi
".r.. -. ->. -■ . >T.*7-rA.._-. e L. . .zi. ii ?:*;Ã.'vra li nrr.di*.
...:-. I.. .•;•-> i : -> r"-..'- . 1: 7.1^ :.-. jra^i *:é .. ■;aar:a :-i-
-. . r: ... ; _ . li." ir .- : ^rz - : i rr r. .á :':■■: r.:: r ►rd^ f&z^m o
: 1 *•.... ?í:-. :.:-.. .irre :■ r::-. f :: i.-:-.::.: k :uâ^ '■•^ja'i.
-. :.<. . :.::■-. r.: :■ ■—•--; M.-ror.i.iiLO. ,:ec:r:-o N. <.
j À : - :•- :- :- aT ."» : a ' r i > - ie r. L . ■* . •:• o m - <mo caai; • :■ so j u v aTv a
V: 1: a" :: í ?õ: ; 5 a I j : v . ; : :ie . d . ; •? j di ;o rio prla o .pai J » lu 1 . •.*
p.ri :::::^ c-i-rre .x O., iisan.-ia dv? IMe^ofti. e >? âciísi •:m
.ovo k >: r? iu vem dj> 5>t'r'."-eíã, e {►jr u'iii e ou;.-.i f4Lr>?
l-^.e 5.J \tfrrfc> propriís e Wxè j-íta toji u qualiiadode
pUnisis.
IK) «iit.' Mu.-iry p^ra ^irui. Ji-uoeii J-- lueii IOçTO.i, >ia
paiw V ^ il * :umo je O., esu t» iíaoÍíO Moroha que orre ;io
^. S. u. e u--.iAi LI i.suac.a le ;rez lrg.>as. o por elle eiitrão
cauÔAS ; p^i' uma - pjr •>-Jtra p.trv. ha si:ius do< inoradvn:^ -l:!
VI Ha que lavram -'ia< lerra>. lULt-ts sã d próprias pára m.iQd:o-
cas. dt's;-i par^i o ojiruinlio i*i O. N. O., durws leg0uL5, está u
lii icho ch-Ji:aa^i^> Poc!ij'o, da pi .te dj Norte, distancia do uma
Ugoi ao XN. O. , no qual t*jm vários lavrad^ires, o pjr uma «•
outra parte uimbem tem U^rras hons para mandiocas: deste Po-
cb<jtij para cima. a rumu de O. na distancia de meia le^oa.
estí *j riacho da fizend i da mesma parte do N. e (.•ori'ea rumo
do N. O. até a di;itancia de duas legoas, onde checam as canOas
d'^s lavradores, que noile plantam por uma e outra parte ; ató
a bucca deste riacho tom o Rio desde a Vi lia, o fundo de duas
\triiJí:^H até duas e meia, e a largura é de 30 braças, o o seu
ternmo iK>r uma e outra parto, á burda d'agaa, sãu mangues e
bamijorraes, mas porto lhe ílca a terra enchuta pelo centro.
l>ií dito ria<;bo para cima distancia de seis logoas, a riimu de
O., se acaha eni um bamborral o não pode passar canoa, e até
esU; lugar por uma e outra jpjarte sam torras altas, e b jas pai*a
serem agricultadas, se bem já tem al^ons moradores situados ;
a corrento do dito rio ó do enchente e vazante, sem embargo
de aer agua doce até ao riacho .Mucuriziuho. Não falo om iat-
tttude e longitude porque na barra nâo falei, por se uão
nijder demandar em razão dos recifes que tem por fora, na
S^âDoia de trez Icgoas N. O— S. E. com o pontal do Norte da
JUu barra.
D«sU barra a E. N. E. duas legoas está a barra velha na
^^;;udo de \fi* '^ que fica E-0 cum as Ilhits dus Abrolhos quasi
AA iMUacia do doze Icguas ao Mar, o a E. S. E. da dita barra
x^bLw flci uma coroa muito vermelha em cima de tmi recife,
ARaiJVO I>0 CONSELtrO iJLTRAMARiXO
259
cuja SC coDSorva sampre d osco horta, o ao N, dosta barra dons
terç'iS do le;?aa, deaoraboca ura cmal grande com fuQiio de doz o
o aze brifcças, c|Uo tera ãe largur.i raina legoa, e so pote entrar e
sivbir pur elle a rumo do K. S. E. e O. N, O. até o fundo de
quatro braças ; na entrada desta barra vélha tem dua.-j roróas
dmttinte do cordão um tiro do ospiagarda, que entro uma e outra
se entra a caminho de O. pola barra druilroi o tara do fíiudo ona
rnsLí^és vivas de treze até quatorxe p;ilmos, e segue o rio do agua
Salgada ató «abir na barra do Vi lia Vi<:.osa, o seu terreno da
purto do Stil, t'í campo» em o qual o« moradores da dita Villa
costumam apascentar seus gados, e da parte do Norte é tudo
mangues.
Desta barra velha para o N.,iima légua, se acha outra bar-
reia qu9 chamam nova, o se Jhe deu eate nome por entrar por
eila uma suraaca por engano, mas esta barra nao tem rio e íína-
Usíi o seu lago a pouca distancia entre mangues. Desta ]»arte
para o N., legoa e meia» está o pooml do Sut da barra de Cara-
vellas, o deato a Nordeste, uraa leú':oa, fica o pontal do Norte da
dita barra, com o nome ponta da balda n^^'^ éstá na lattitude do
l7'-50' ; nstii barril ilo Caravellas tem doud cauaes qu*? fran-
qu^jíam a entrada: um oncodtado ao poutal do Sul, o outro bem
chegado ao do Norte, o em ambusse acha rundo da quat(irzoaté
díízeseis paimos do marés vivas» e com íargura de IQ até 12
bríiçaa am^os, todo o raais ospjiço da largura da dita barra 6
baixo, o coroas de arèa taeá que cbegam a descobrir com maré
vazia, mas por ter por fora da barra e coroas, um reeiítí de
pedras que cbumam pare-las na distancia de três leguaã, o qual
dá um grande abrigo ao nrtar e faz que sei a a referida barra
tão mansa, que aiucia encalhando nas coroas não perigam as em-
barcações; pulo canal do N\ se entra a rumo de S» s. O, e S. O,
até ficar N. !S. cora o pontal do Sul, om cuja aberta do rio ou
braço de mar, que é o mEiis certo, tem de largura um bom tiro de
peçae do fundo ciac^ o seis bruças: a entrada do canal do Sul
com N-S.j e desde a barra Velha» dita atraz, até este pontal, o
aeu terreno beíra-mar é praia com Cômoros de arêa, oom al-
gumas moitas de manguei*; á raargem da parte do norte desta
mencionada barra da Caravellíis, se achara seia casatM de mora-
dores qye alli assistem, e planura mandiocas por alguns Coraoros
de boa terra que nus seus arredores tem, e a pouca distaucia das
casas Ttedá o Rio ura pequeno Riacho ijue vem circulando as
mesmas, na distancia de um li ro de espingarda, peio qual re-
colhem as caoôas aquelles lavrador*^s como do s^^ti ; e segundo a
intôlllgencía de alguns natnraes, é isto v causa porque charaam
ao dito lugar Aracarô ; esta fazenda ou sitio, na verdade, faa
aprasivel a entrada da barra; da parto do Sul e deíVonte da
dita fazenda do Acare, se acha um morador com casa de telha,
o qual noa ciirtoa iiuitos que tem para o centro, planta algodões
e mandiocas, que bem lhe chega para o ncceasario.
Corta este Rio ou braço de raar da Villa de Caravellas ca-
minho de O ; e na distancia de uraa legoa, tudo é mangues pohis
suas margens, que analisam pela parto do Norte em uma fazenda
I
260
HB VISTA íyo INSTITUTO IlfSTORIQ»
chinmdii Ponta d* Arca, a qtiaí é composta do um grande co-
queiraU o dost;* fazoada, oiu distancia de meia Icgaaa 0. N, O.,
se ãcba ímira fasuoda alíiis um pequoQo aiTayal, a i|ua charaâo
o Quitonf^o» ondo haMtam doze rauradurcs ou casaca, cijin suas
casas de palha 6 ontro ollas quatro do tcllia, o nos seus arre-
dortíí? lia quantidade do Coquoiroi o arvores do espinho ; estua
moradores plantim afgodoGá í3 maniiocas para o bou gasto,
poróra, o mil maior (.r.tflco é o da peíícaria, delVonte da mesma
distancia so a^íia da parto du Stil, outra fazonda (^ub cliaraaiu
Capurúlwv oodo rezidem quatro moradorei: um dollos o opulento,
tmn íamoSf> Coqueiral o bòa ^asade t(*llia. o toílos os quatro pro-
porcionada moiít© (ílantara muitas minilii^Cíis, e noite h\g',\v fruo
ita terras béaa c produzem toda ;i qunlidado ilo uiantiiuentos; da
parte do Sul, desde a barra at«j osta íHzonda, se acham dous
Riachos graodes : o í»nmeini ua sua entrada terá trinta braças
de l&r^^o o este Jhe chamam Pernambuco» o o segundo, lho
chamam Riacho de Antorii<í Gumes o c monor ; por ellos amítos so
faxeiu ;írossa8 po^íariíis» mas nfio dào matéria a tiescrover eousa
al;7uma, porque ambos iieabam entre manguea e a pouca dis-
tancia*
Do reíorido sitio do Quiton^^o para cama, ao me^mr» rumo do
O. N» O, da parto do Norte, distaneíu ãr meia légua» m acha a
Ponta do Dondt!, entrada do terreno d:i Villa do Cara vol las, cujo
lu;;ar teui dous raomdores com ;Jrrande^ coqueiraes e boas ca^sa^j,
daqui corro o asscuto da Villa a qual oátà funlarla NE-SIí, com-
posta do ires ruas o quatro travessas: a primeira chamada da
Ribeira ni entrada da Villa, se compõe de dozoito moradas do
easas que f^em frente a N. O., doata primeira travessa á se-
gunda, chamada do José Corrêa, dista 50 braças e da segunda ú,
terceira, chamada do conselho, ha outra tanta distancia; e desta
á quarta, chamada da Olaria; Hm da Villa, tem a mesma dis-
tancia: esta ultima travessa faz frente a S. E. o nella ha dese*
aeis mora-las de casas, e noa fundoidas mesmas 1 olhando para
N, O* ao acham quatro moradas de casas, querondo-se assim for»
malisar outra ti*avessa.
A8 ruas direitas são três; a primeira chamada com o mesmo
apelido de direita chegada a margem do rio, a segunda, a rua
do meio, o a terceira a rua do campo, todas Jia distancia de 120
palmos, eicepto a largura dm rua^ quo s^m de 30 palmos.
Na direita so acham 124 moradas de casas com fronte a
N- Et entre ollas são quatr-j de sobrado, destas esLão trca entre
a i^tiaia e terceira íravesta, e á quarta fica chegada a quarta
Ir&TdSsa ; nos fundos das casas desta rua da parto do mar, se
acham 35 casas com frente para o mi?amo, o ainda £o acham
37 chãos devoluto.
A rua do moio i^ composta de 125 casas por uma e outra
parto com oit^ cbáos deyolotj entro a primoira e a segunda
Iravessa* A rua do Campo so compõe de SB moradas de casas
da quarta travessii até a segumla, e desta nto a primeira se
acham todos os chãos devolutos.
A Casa da Camará está fundada entre a primeira a seguuda
ARCÍÍIVO FK) CONSRIJIO líLTRAMARfKO
261
rna, com frentn a N. O, flí^antlo em linha roo ta com a terceira
tniiresHa e cm» frotití^ a dita casa so adia riituiada a Igreja Matriz
Cqiú u íVuniiíídpitíio a s. K, o eorn O oj^pavo de quinze braçaa d#
terreno, nenão o «au Adro de dtvz.
O Pelourinho esift idíintado no príníMpitj da roa do Meio, e
eni c r uzil h ad a d a i >r i m o i r . i tra v essa c h ;i raada da R i be i r a .
A largura áe^U* rio ou brai.^o do mar dt*rronte da Vi lia, é a
mesma que tem na barra o meama fnndo ; pon'ím ali E-a-0 com
a meama Vi lia ao reparto ora quatro bocainas ou rios; o primeiro
flca íla parto do Bú\ odomora da Villa a rumo de O, e correndo
este ao S. %'ai saliir á barra de Villa Viçoaa jà dita, e por elio
n.ivegam Suma-^aa carregadas do uma para outra Villa. O ter-
reno de ambas aa partes sam mangues, cora alguns intervalos
dii poquonos esteiros, poios quaes, com maré cheia entrao esahem
algnoa moradores, quõporaii teooi roças o habitam, cujos sítios
não se avistam do ria por flearom encobertus dos mangues, que
varn sorapre dianteiros á tom enehuta.
A esta entrada do rio chamam Boeca da Tapera. O seg^undo
braço ou rio flca da parte da mos ma Villa, arredado delia dis-
tancia do um tifu do arcabuz, cuja entrada apelidão — Bocca do
Macaco—, o qual í^oguo a N. E. até a distancia de duas legoas,
Analisando em um campo onde forma pequena cachoeira, pelo
encontro do pedras do qualidade fraca ou moio, pelas quhãs
corre pauca porção d'agua qíio dimana de brejos, e por esta ca-
choeira .se passa a cava lio do uma para outra parto, som o
menor o nco modo.
Na raargí^m deste rio da parto de S. E. em meia ciistancia
dello, so aclia iira morador rom sua fazondade caaage engenhoca
com lamhiquo demiti lando a^'ua-ardíínli6 : doTronto da dita fa-
zenda estrl uma Ribeira q[io ciianfiam Bica— por cibir do alto,
em a qual Id^em agunda as pmharca<^òe9, a boi^ca deste rio tem
delar^'o cincoonta l)rat;aã o tia fim lo trez.
Atorcâira bocaina usta «im distanciai de moía legoa a O. da
Villa, o chamim a sua entrada Bocca da Piudóba^o qual Rio
segue a N. O. até a di4ancia do duas o raoia léguas, e finallsa
em um limitada ribeiro quo nasce do lirojoa ; o s«m terreno por
ambas as margens sIj mangues, m-m tamlií^m ha mui tos; riachos
© esteíru«, que ontranliando-se ptdo3 mesmus vão ter ú terra
enehuta, dos qua"'S&o s+irvom o:^ muradorefes afaznEidados p4>r eâte
rio, para clH'garem cum m:ir<^ eh 'ia aos seus pjrlo^, o botarem
seus m;uitinn3ntos ou lavuuraii psira fora, sendij o maior tratlco
o oecupaçàõ drdloi a a^íriculturada ratndioiía. A booca deste rio
tem a mesma largura qu^ se acha no rio do Macaeo, porém u
seu fundo não passa d© iloze palmos,
A quarta e ultima bicaina hca na mesma distancia desta
que liça dita, o lho oliamara Taquary, cuja entrada *'; a rumo O.
8. O. o 80^''ue ati!i o s^u iltu dístaueia de cinco loíroas, e noile
concorrem ua mostnos paralellos ílo antecedentr'. Também é de
notar que todos os lavradores habitantes de^sla Villa, trabalhara
Uís suaíí ruQ:i8 pída torra dentro, louíjfti do porto do embarque
uma a duas Jpffuaíidf» distancia, conduzindo siias farinhas e mais
I
262 nnVíSTA IK) íNíyriTTJTO HI.<m)RICO
t^ttiiMon (la lavoura om oavallof, e descarregando em talhi» qoe
eonrtnpvtim noH porto», para c!*ali llief darem extracção, ea cnji^
condiiovAHH ha grando detrimento e alguns prejaizos.
A<l virto quo todo o tnrroQo desde a barra desta VilU at'- o§
flnH da todos os seus rios, e quando se tem dcseoberto e radiado
paio (^ntro das respectivas matas, e todos os espaços da terra
nfto ooQsta do monte algum, mas tudo plano e razo e igualmente
o terreno da Villa, (\ da mosma forma aesentada em plaaieie
raxa multo apraiivei, pelas boas vistas de campo e largo rio on
braço de mar oumo íloa dito, o qual é com os demais qoe delle
se formam salgadoH at<^ o seus flnj, com enchente e vaxante de
nmr<^, sem ntilos haver inundações em tempo algnra.
CONTINUAÇÃO DA COSTA
()a reflirlda ponta da bahia para o Norte está o Rio Hancé na
diaianola de quatro legoas, e na soa margem do Norte se acha
Aindada a Vllla de S. Bernardo de Alcobaça; e sua barra con-
serva o fundo de dose a quatone palmos de marés vivas, nella
ioui entrada suroaoas grandes pr ser peqneoo o sen banco,
sendo a sua entrada a O. S. O. direito a um riacho, ane logo se
r^ salm de «lentin» os nangues, o qual chamam Ponta ao Sobrado,
^ ll^a i«la da parte do Sul do mesmo rio. O terreno da Cknta
\Um\^ a p<knta da Rahia hXA ao dito rio, é praia de aréa limpa,
a \\\\ «Huuom delia para o centro ha mata escara e terras boas
iiai^ UhIas a!« lavouras, cinjas mattas comprebendem dislaaeia
do mola l«v^M« dep^ds da qval acaba em campo e brejos dilatados.
\ y\\U %^ AKH)hiça é assentada entre a margem do dito i*io
e \ \\vt%ik í\k\ mar, que nfio terA mais distancia qae trezentos
i<iuoiH>iii V p^^lu^ivi, lugar este aprazível à vista, por^m insuffl-
oioiutt |k|i,;i r\iud>^r uma Vllla, porque a oorreato do rio destróe
M «HiiiuMM do sou terreno, sem algama resistência por ser arêa
fdM, \\Am ^|ue hojoserétio vailoomosmo rio, qne ameaça
iMtivjji rmuA do i.hU a YHIa-
»*i i do AohA formUL^da oom troi ruas, qoe correm do E.
Iiil ' ****"' <^»nrtíwmçào fie travessas, mais que ondo findam as
II.» * "\^ d.i |i«rte (i« i\i«t^, o bom no oomoro delia onde tom
V, rHllrJj;.^*^* >^-^^* IH» quatro de telha somente, o para
liiKk diu t^àvo^^'^^^ ^"^"^ '^'^"^ quatone chios devo-
tr> § /'i>''H'IiIl'tnih"'^ *^l\«mam-dirvWia— e t(^ composta do vinte
'•"'* '» »''*<Mud i ii*L** ^^^ ^'® ixilha, com deiessiús chãos devo-
'/' "' ' hi*in dii v.i iit I"*'" do—nieio— com cineo easaa de tolha o
'/'f/ír '.««M'i (III uiii,; ' "^ ^^^«'cotr.i rua-nio ft^fo— composta com-
( '''' í /»! âliira I m\ ?«?,?'? ^"^ *^*^*- ^ ^* ^^^^ «"^ ^®^^
^. h ftfiit^ .„, "Miiiprimònil *\*.P"meiM rua '\ i^reeira, é corres-
w^th d/Mi, „ii„M .in^íIS^^^^i-^^ira rua, iMU mela distancia,
' '- ^'^*.<i ,„» ,,,; ^«""^ dPTe praticar, cujas si^guen uma
ARCHIVO DO COXSELÍIO ULTRAMARINO 26H
A Igreja Matriz ó uma pequena e mal concertada choupana,
era a qual com fatal indecencia se celebra o tremendo sacrifício
da Missa ; não sei ben; entender a causa ou razão porque se
acha semelhante indôcencia nesta Villa, mas atr<ívome a com-
jecturar que proceda da pouca sufflciencia do lugar cm que se
fundou a Villa pois, as continuadas inundações do rij, o o quanto
desfaz este em levar as soltas arêas do seu terreno, annuncia a
pouca subsistência delle ; motivo esto que me deixa capacitado,
que não só receiam- aqueli es habitantes faz<)r boas casis para
suas moradas, mas nem se animam a concorrer para a factura
de uma Matriz mais sumptuosa, havendo sem duvida moradores
com deliberação, o forças para fundamentarem com magnifi-
cência uma e outra cousa ; a dita Igreja Matriz está fundada
na frente da rua do meio bem junta ao i io, o com a porta prin-
cipal para B.
A cadeia se acha no íim da mesma rua do meio,com a frente
para O., mas só tem a cobertura de telha, nâo tem portis, o som
mais formalidade do prisão senão um tronco de madeira ; c de-
fronte delia ostá levantado ó pelourinho também de pão. A casa
da Camará é no alinhamento da primeira rua, som distinc(;ão
das outras e nem alguma differença, o O contada no numero das
ca^as particulares.
A Villa fica pouco distante da barra, e o Rio segue a rumo
de O., distancia de duas iegoas, até o lugar que chamam — a
Passagem— onde formallsando um grande circulo, é atalh;ido
com uma vala feita pelos moradores c a custa dos mesmos, cuja
entra pela margem do norte e sahe no fim do circulo ««lito, ata-
lliando-se pelo breve e.spa<,*o de braças, o rodeio do Rio distancia
de Iegoas.
Também se acha antes de chegar ã dita passagem, e em
meia distancia que ha para so chegar a ella, um riacho da mesma
parto do Norte que chamam Itanhotinga, o qual segue sempre a
rumo de O. N. O. atr* a distancia de trez Iegoas, onde so desen-
tranha dentro uns outeiros. Ksto riacho (S navegável om toda a
dita distancia, e sua a^ua <^ doce e bóa,da qual tomam os mora-
dores da Villa pai*a beberem, por ser péssima a que ha n<dla em
alguns poços.
O terreno das margens do rio, dosdo a villa ató ao dito
lugar da passagem tudo 6 mangues— guachiimas—e brejaos, se
h(^m da parto do Sul tem por dontro alguns cômoros enchutos,
pelos quàcs plantv.m alguns moradores da Villa suas roças do
mandiocas, formando postos çor entro os mesmos mangues o
brejos, com grandes inconvenientes.
Da referida passagem entrando pela vala e sahindo ao rio,
segue este o mesmo rumo ; e na distancia do légua e meia so
acha a fazenda chamada do — Limoeiro — siia da parte do
Norte, onde ha porto de fabricar e construir embarcações, e todas
ab qu(; carregam nesta villa vão ancorar ao dito porto. O ter-
reno desta fazenda O tnrra alta com bem direita e dilatadíssima
planície, de alegre o delei lavei vista, lugar este bem suíílciente
para nelle se fundar a villa, sobre cuja transferição tem havido
2Gi
RRVISTA DO INSTITUTO tlíSTORICO
ii3quí»rimeaton aos mioUtroa da comarca, qiin nada l»^m de
Dm ík^ooda do Limoniro para oima segue o rio o m^^ísmo
rumo, e na distancia dfi diia-s Irgoas na acha a fazenda denomi-
nada — Ponta do Gontb — em a qual ha fabncan de en^t^nlío
de assucar, de faria lia, dy mandioca o df^anil; aV' este Ingar
cheiram i^mbarcações a carregar, uão excedendo a 10 palmos íIi»
fundo» Nesta mesma fazenda se acha assistindo o gentio bai*-
baro, dosde que aí a salurann de paz no anoo de 17 até ao pre-
sente, lendo ido aiguos .i sua aldea na^ cachoeiras do ria Mo-
cury e voltado utitros, mim são estes Índios tão aeeiTÍmoí< na
oeiosidade que pouco ou nada trabalham, o s6 cuidam em do8-
trnir os cana viaes— roças de mandiocas, o totlus os líiaía le-
ííumese fríictasda dita fazenda» e clieí^aíido a matarem quan-
ti dado de gado eoni <jue se te em feito perniciosos ; raastodo est«
destroço lera tolerado e tolera o senhorio da fazenda, por eu-
tender que conservar par o amiztdo com aimoUianti* gente,
e por este meio pertuadil-os ao Christianismo, é cousa do
agrado do Doos e serviçti de Sua Alteza Real.
Desde a barra at<? a mencionada fazenda da ponte, conserva
o líio a largura de um tiro de espingarda, o fuodo do duas
braças com pouca dilTerença cm alguns lugares, 6 daqui para
cima vai estreitando e aeguí? o rumu de O 4' — S. 0< até a dis-
tancia de 15 legoas, sem fazer menção das pontas e en ceadas,
om cuja distancia se encontra a primeira cachoeira, que para a
subir pucham>se as eantias 1 mão eom muito trabalho, e passada
est^a logo se encontrim mais seis pequenas, que sem muit^j de*
trimenlo se stibom a n^mos e vai^a^, e passada estas a putica dis-
tancia se encontra uma maiur ou mais alta, peia qual se n»o
sobe por s*'r ili latada e falia d\igtia, e só por entrei tos e tor-
cidos lugares cerre violenta, [loitca porção delia,
í* terrè[*o de uma e outra pirte dc8tf3 líio» des?de a decla-
rada pasíaírem at(? ã prim<*ira cachoeira, sam terrus enehutas e
na maior par ha altas, e as melhores que se p<}<lem euconti*ar
pã r:i p 1 a ii taçn ^s d * ' m a n d íoc; i .
CONTINUAÇÃO PA. COSTA
Da barra de ítanbeo fiara o N. peia Costa, <^ bmita praia de
arAa, e »lo Si'U camoro para dentro <^ terra rixa e enchuta
comporia do mat^:tM, ttm parte carrasquoubos e eni outros altus,
R ua dislancia de duas logoas se aclia a ponti da Goaratiba,
e scapididaaífsim por ter K, a O, um recite de pedi^aa descolxírtu,
ao qual dão o niesmo apelido, e dista da terra um^ le^nia, que
por entre el lo e a Costa ha canal cora fundo de duas braças e
passam Sumacas.
Em a dita ponta d • Qaaratiba fle acha uma Laííúa pequena a
lieírada praia, e ptda sua margem mato^ da «loni^htmia e palha
de q u e se f axe i u en te l ra s ; il ímíUi pa ra o N . eo n ti ri Ti a a m es m a
formação de praia n mati>s como fle^ dilo, e na didaneiade
ARCJÍIVO [>r> CONSRIJIO ILTRANTAniXO
meia Inj^oa se oncimtra uma barrota, precetliila do yina Ingfia
lie a^iíii salgíiJa, a qttal Au lia ^5 íiririt*» d mi pouca lin vi-la,
íian a do rio Jiícurtí-^n ; a Unta i^-tti distancia acompauba pur
Ibra o roe i I e d a í i na r a t i ha .
Uosta barrota para oN, ^e ou contra eiu disíaBcia demeia
loíítja a nova barra do dtto riu, o alti no couioi'o da praia m
acha um morador com criação de ^ndo vaccum, nos paat^:>s ^nn
b;i pebi margem do Utgoa ati:^ a Costa, ainda que os tr cl to é
oxcoí lente, pois se ve bivra nutrida a criação. Esta dita barra
tem sons bancos ; mas sam perto do mesmo ívssento do rio, c os
seus pontaes pouco lançara ao mar, o seu ftindo nas marés vivas
Tião alti-a mais de 1 1 até I:d palmos, porém, aí^sim mesmo teem
eutradu Sumacns a carre-rar farinha» a sua eotraíla Ô direito a
O.; nesta altnra finalizam as paredee dos abrolhos queda praia
distam quatro le^oas, em cuja dhtanri.i, ha canal de quatro
braças ati^ 12, jà mars porto aa ditas p;iredos ; ú, margom m
achará a altura Latitiide 17° 27' a f^ongitudo 3-14" 45\
Da barra para cima, ura quarto de lej^oa fta parte do norte,
Pii tá fundada a Yilla de Nossa Seu hora da Purificação como
iiome do Prado, cujo titula lhe é próprio p(>r estar plantada em
campo ameno ; ílca um pouco retirada do liio, cora íormoso
porto de altii ribaoceira do aréa branca, e louge da costa do
mar á disujncia acima dita, ostfi furmada com três ruas quo
correm E. A. O,, com o comprimímto do 120 braças, as qnaea
fjcim compn^hendid.tH no empaco do HW bra<;as de tiifL^iirii, cora
a pr.ií:a em Tueio do quaiiro, e no niHo delia levantado Pelou-
rinho d<í madeira.
Compòese toda a villa do 73 caí^a^^, massA 19 de telha o
di^stas serve uma. de cadea. A 1^'i'eja Matriz «'' nova, ainda que
de madeira e lai [ta *ie mão; está vistosa e decente, o fundada
no ílm da villa da parte de O. com o frontoíípíciti para E,; o
tíUTeno da villa é piano e campo eorao ílca dii^, o qual ao es-
tendo para o N. fí para O., distancia de uma leg^oa, omíe se
nchara algumas lagoas de agua doeo, pelo que v bum eriadouro
de gado^.
0 anoorailonro das embarcações 6 no dito porto íla villa,
ondo tom fuíido de duas hmçaa N. S. com a mesma, e dahi para
cima 3e;?ncj o Rio o rnmo ile O. sem attimder as voltjis ;
dtatancia do íiuía le-roa .so encontra terra alta da parte
do mi\ a borda d^ajíua, onde estão três moradores afazendadrjs
cora fabricas do farinhas ile mandiocas, o eii^^enho de assiicar: e
atr Gííte Itigar pela » nos ma parte é comi»e^ta a marjíem de
raíin.ííuee, e em nieio da dita distancia ha da pane do norte
um sitio com engenhoca o labrica do destilar agua-ardirnt©, o
deaí^ sitio se vai á villa por terra com bua estrada, p^ir onde,
andâo a cavallo, lerra>r virgens o boas.
1 > a d í t a í'i\ z en d a d as f a b r i ca ^ de fa r i n h a o as«u c a r , pa r a
cima, segue o Rio a rumo de N. O. uma legoa at(^ o riaclio da
parte do nort^i, e il*iles se vò di nie^ma paru* terras alla;^ cora
campo que se esteuilem pruí^urande ,i vilbi. e neate riaobo se
acha nm morador queda dita parte do norte lavra mandiocas
à66 RKVi-^A ro issTiTUT*:» histórico
e eams^ « em taU » <liu Tília >zm bois m terrms para toda a
QualMlâtfftd «^ planU«S>es, se tem sajeiUs as grandes iouu«lavões
por agietiâ ^ar^eai ; o no at»^ esia lograr coaserva a larguei d*^
40 brai«C3k»« pooeo mais oa mefK». ftuido basunie e poaeo cor-
Do diu> riaete para «aa siifue, á distaneia de duas e meia
Itgwai m«^ «^ ^Uo chaaado Goaraakée a romo de O. sem at-
r^E^^LJ» ^B Toliâs ea aõo sitio wt tceai eonscmido embarcações,
e oell^ bíft mwioks arTw de espiobo planiadas pelos iudios
Mor«i^tora« ; d«»^ l^iV^ se xai por torra a Titia, e o caminho
aialbi^ i&iiiw a Jiitiacta do rK\ o lerreno por ambas as mar-
««ftS s^m TSU'gqBi> eon as mcamas qaalidades ditas, e a corrente
If^iido %fc>rioéifaaiaooMesUdiu>.
IV0«« sitto do GoaianMo para cioMu segue ao mesmo rumo
(«^otts^ eoi cfM^ áisteneia sa eneontra da parte do norte
^ alia ^ Oaieiro. a que » dá o noBie de S. António, e
siuo é o aliuBo dos moraaores, e as terras sam próprias
_^;i^ ^Q:andiockàS. . ^ , .
1>««K» «MUHro de S. Aatooio para emia, segue o Rio
ruiiii> èe O. duas e meia legoas até onde se reparte em
T,,^^ e ^t^ ^qai coowrva o sMsmo Atndo e largura e fraca
^!^!*^^ : as tsfnàs de amlas as panes sam boas para man-
^Im^»^ e bii logai^ para a atoar e Auidar íksendtès de con-
^l^ilenci»* i^«Mta repariiciía «goiadi^ pelo rio tio N, por ser o
i^a^or. «»csauiab^a miuodeO. N. O., distancia de oito legoas,
MHàoeòatrMtt as primeiras serras que chamam dt' João de Leão,
arf^A^^ da nvàrgc^iu nH:>la legv>a com (oooa duTida ; em meio
d'% «liuà dislanda do rio ;» adia, da parte do norte, um ribeirão
Que d%v!s«iitnuiha das mesmas terras ; o terreno «le uma e outra
uarttf' «K> Kío «%m I^kis matas, e tambi^m descobre boa^ malh:id;is
de oauipo iiaitiTo« e bom uara criar gado : o Rio desembaraçado o
^ ftaoik oorrente^ (»m fViado ci^pai de aaTegar embarcações de
boa carg,!. . , . * , 2
l>as serras de Jv^ao de Leio para cima, segue o no o mesmo
rumo de o. N. ^^« qoairo Igoas, at^ encontrar>se a primeiíu ca-
ohoeiru, quo par:\ se subirem |>ueharão-8e as oantVas a ni&o :
nosto K^Ar^^r olu^a a l^irda dagua uma alta sorra, a qual se lhe
ohaniou tio S;inoto .Muln^ por se chegar a este sitio em o dia do
lUto Saiioto, |K>r oima da sua planicie ha um grande campi» em
3 lie Mt \Mi Ckííiw. w n<^ta aecão se eocontrarào se;!^undas estradas
i\ Kohtio harlvii\> iH^ta cachoeira para cima continuam
(lUtrai^. 011 hauiHitM a bivvi^s distancias, at(^ que se chega onde en-
ooiitrundo a <ilu sorra do N. com outra do S. com altas po-
dritirart, o (\»riuando uma cachoeira dilatada com recatos de
poiíoa agus, usem A^rma do c inal, de modo algum foi possivol
hUMrtar (itltanlo, o para ohoji^ar a este iogar foi excessivo o tra-
Ii.iIImi, <lu OuoiMiiliir in:lnui;ule de bancos oom as canoas pu-
tilimlai (H iiiii M. iIlHtauoia do cinco lagoas a O. N. O.
|iM4t't |i»K.ir pvraoiiua [tov faltado naTegiiçio, foi averi-
lliiAilii |»<'i' t«H ra um os)mgo, o subiiido-so H sernv se observou
imiliih' H riu >i nimi) <l(s o., o também a boa distancia se vè uma
ARCOrVO DO COXSF.LUrv ULTRAMARINO
267
l?r!iníte serra que corro N. S. o sobro ella so divulga nm objecto
br,i.Dco, Nmlamais *> pôde noticiar <le4e Rio que nest.í la^avr o
dou por fiufic), pur ser lotil mente uma voga vel do eíicontio duí<
seiTas para cima ; s^í as^im atrevo- me a dizer uma ijuposirãu
rainha» quo inllru ser este rio nascid«i do Rio íirande do Hel-
raonte ; r- a razão i* i>or ver que este ao incliua í^empi-o ao Norte,
B ser informado por peãsoas vordadeiras e que oceutarmente
teem observado, quo o dito Rio Grande so^^ne aoStil olq todo o
espaço q0o tom siio vadeado, e não pouco, e também além de
que sor superabuodante em ;iguas e de auberba corrijito» pelo rjue
pretendo no:;eu descobrimento examinar com mais iodividaaçào
a margem do suK aâm de alcançar se procede, ou de^en-
ganar-me ; está a dita cachoeira que so não paaaa, na latUludo
11^— 27, 3<» N — ' 26, ' 17 — i. e longitude 344*» — 45\ " 1 —
27, :^43 — I».
O braço de rio que segue ao Sul tora as mesmas cor fron ta-
cões, o BI* et>m a dilToronça de serem maia baixas as suas margena,
sujeitas á» pequenas cheias as ionundarem.
CONTINUAÇÃO DA COSTA
Desta barra para o Nortí3 quatro legoas, se oní^ontra um Ri-
aqho que desagôa oo mir ao qual chamam Japará, e ^i^ pasfia a
váo de maré vazia; este entranliaodo-se a O. ó navegável até a
distancia de duas legoas comi bóis raatas pelas sumi marianos*
nas quacíi fazem muitas canoas os moratíorea da Villa du Pi rnlo. O
terreno desde esta íííA ao dito riacho pela co^tíi r' bonita praia,
© peio cômoro matos altos, e em distancia do uma lejíea princi-
piam barreiras— P^ntíi das brirreiran^ — lãstaiitemeule iu^Temes,
do cores vcrmelhatí e branca o alj^umag manchas aziíes, om
cujas bato ou choi^a o mar. e por quebradas da mus ma cerrem
d im inatos retratos dagua duee e bera clara, e compõe-íse a sua
planicítí do matos carrasquenho?, e ellas acompanham as três
iègoas ató incidir adita distivncia. O Riacho Jai>aríi para o N.
distancia de duas le^oas ; está u pnntal de Comixatiba —Comi-
wnHbn -^ onde se aetia uraa casa de telha, e duas do pai li as cum
mora Joroá índios, e neste Jogar se aposeotam para [>6rnoitar os
Ministros e viajantes; ao chegarão dití pLmtal m encontra um
cúrí^o, ou peíjueno riacho que chamam de Ouro, parece que por
ser mui lo huira a aua aréa ; o seu terreno é mata virgem até
au comi>ro da praia e buis t frras para fundar intoressauLits fa-
bricas de ngricul tu ra e madeiras ; a ioda esta distancia acom-
paoba líor mar um recife razo, que c«>m martí vazia descobre
íon;;e da Costa um tiro de pedreiro ; neste recife fizeram os rta-
cezea ou holandezos uma Ga mb 6a de pedr^a, cuni muitos *; bem
formados enganos para apanhar peixe, cuja iieudo fabricaiia em
tempos táo aiiUyros^ ainda hoje bem mostra (oi obía muito
perfeitij puis mesmu entupida de aré;i como kô aclia, fica peixe
alyumas vezes em seus enganos.
Ue^tíi pontal de Comixatiba para o N. uma legoa, se en-
cjntra um Riaciío que lhe chamam do p<:i^e — liio do peíjc^ — o
I
ARCillVO ITO CONSEíJiO ULTRAMARINO
im
lu^ar u.sLiveratn aldeadoSi dondo os removau o Miaistpti José Xa-
vier Macliado par^ a Villa du Prado, para se aproveitarem do
molhar commercio e civilizarem, lío^ dito.ií canaviais para
rima seííuo o nimo do O. S. O — novo léguas atú a primeira
Cachoeira destii, para diante nào passam canôaB, o torrcrio do
ambas as inarfíons sam matas virgens o boas terras : o o Rio
dosdo a barra aL<; a dita Cachoa ira íl navogavol ainda quo es-
treito, e nolio Fazom os moradurea Vtll&íi viziahaSt ;j:randes poi-
carias do bom poixe*
Deste Rio para o N.^ dístaiit^ia cto duas Iegf>as, mià outnj
<|iie chamam Crameimaá ; sua barra é baixa qne do ra^ró vazia
se p-issa a v;io, porém, o Kio é mais fundo o a correiíto puurm:
tia dttt barra íi&í^nt! ao s. odua^ milhas, o no Hm de.ssa dis-
tancia so acha na parto do li — sííís cabanas do palha, e alii
residem seis casaes do Índios das jurisdiçõe^í da Villado Tran-
í^oso ; dnisia sitio para diante acguc o Rio o mosino rumo dis-
tancia de nove h^^oíis, onde sti encontram bumlnjrraes em ípie
flnda. o não tmss<un canoas iiom corro agna ; o sou torrono por
anjbas as marfçcns sam terras boas para plaiitaçrH^s, o tur-
reno na Costa na distancia íjobro dita é carapu nativo o se
oáLendo uma legou para O e a praia é iio areia branca.
Da barra do Cramonuaá pira o N* dihtnucia de quatro
le;íoa«, t^e oncontra o Rio do Frado ; sua barrai em marés vivas
tem nove e do« p- Imos de ftimlo, c neíla so podo entrar cum
embiircaçoes poqnonaa como já tem acootocido ; o seu canal
Uca N, E— S. U. e no mesmu rumo so^uo o Rio distancia de uma
tcgoa, o as margens são compostas do fracos matos e cam-
pestres, e doâtii distancia em diante segue a rumo do N. O
otjtra legoa com o mosmo fundo, e ora alguns lugares muito
maia de dez palmos; a na dita distancia é o seu ti^rreno peta
parte do Sul boas matas, e pola do Norto o vmpo ; e do flm da
referida distancia í*eguo o rumo tio O seis legoas até ao lu-
gar que chamam Itapiquéra com outeiros por ambas as
margens^ dahl segue o rumo de S. S, O, oitt> legoas até ao
ponto chamado de F'ào Bra?alr o torreno nesta distancia são
vargoas encbutas, e boas terras de matas viff^ons ; o lugar
do dito porto é terra de oiteiros, o rlahi para cima segne a
rumo do O. S. O. seis lo^^oas» até um nactio estreito quo
entra ao N. com bom fund i par,t navegarem carnias, ao qual
chamam — Entrui ambas as aguas — ; o terreno de aml)as as
partes boas matai e torras nobiiisimas para plantações, dalii
para cima soguc o mesmo rumo distancia íte sois legoas, onde
flo encontra a primeira caohooira da qual se não passa adi-
anto com canoas, por s^r dilatada coju grandas pedreiras, e por
eutre ellas muitos regatos dagua, que sua corrente a cada
passo tropeça; o terreno de ambas as mirgens am toda a
dita distancia, sào terras altas e boas como Uca dito. O ter-
reiío da costa desde Cramenuaá até esta barra, são barreiras
vermelhas, ama relias e brancíis, o nellas bate o mar de maré
cheia, pelo qua para caminhar esta distancia e&prjra-so a va^
zante ; ainda at^siin em um logar chamado Juassémar nâo dá
270
REVÍSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
pBdmífitmn pcOa praia, o por isso hi cstnida poroíma dessa bar-
reira, ^à na rtistancÍJi privada que nfio ú gniode: ao mar
pouc^ distancia com estia barreiras ha redr43, e Imxm do pedras
cobíTtas.
Da barra deste Rio para o N. trez o meia lefoas ^e eu<
cantra o Riacho de Traocoso, — Of-sta. distancia é a praia des-
ombaraçadv e boa, logo da seu cômoro principia campo ameno
e criador ; em meia disUocia tia nu mesmo e perto da praia
(tma casa do campo, o a este sitio chamam Itaquóaa e t«^rá
de largo o dito campo ti-cz quartos d<^ legtia, e Delle apascentam
alguma criação de ^ado vaccum, o para elle mudam os mo-
radores do Porto Seguro os seus gaoos. quando os a ham to-
cados DOd S0U5 pastos ; a barra o eutrajla do dito riacho é a
N. O. a cujo ramo segue cousa de um tiro de peça, e dahi
para cima segue a O. S. O, distancia de trez legoas onde
acaba.
Este insígnílleaiite Riacho tom nome proveniente da Vtlla
do Trancoso» qne se acha fundada em uma suflknoute planície
do outeiro* arredadíj da casta um qu/irio de le^oa. cujo Riacho
[lassa ao pú do mesmo outeiro, que fica na sua margem do
suL Esta vilia está lançada do E. a O., ou para melhor dfzer,'
fstá com pouc t difterença da formalidade do um quadro^cuja
similbaoça tenho Tisto em todas asaldéas da direcção doe ex-
iii\ctos Padres Jesuítas. Comp5e-se o quadro de sessenta n
duas casas, das quaes satri quatorze de telha e im meAs do
palha ; o Collogio h<^e Igreja Matriz está logo a principio
do dito quadro da parte de E. o com o fronteepicio a O. o
arredado vinte e cinco braças se acha Armado o Cruzeiro;
DO fundo da viLla está & casa da Camará que é de aobrado
com frente a E., e arredado vinte braçAS eêtÁ lovaniado o
Pelourinho que é de madeira ; tem de arabltoa praça vazia em
!9eu comprimento cento e noventa e uma hraçiis. e de largo
trinta e sete braças de oito palmos: do accento da villa para
a Costa dtíscahe uma íadoira que chega á bcira*mar, e por
olla ó a entrada que ^xhQ á praia, a qual atra voasa o meneio-
nado Ri.who sobre ptnite de madeira, o terreno da vill i e seuíí
arredores t* campo aprazível, com espaçosas vistas do mesmo
o do mar.
Deí^ta para o N. uma milha se acha um Riacho que chamam
Mugibura, o qual entra a O. S. O. distancia de uma milha
por entre mangruês* e pela parte do Norte se vê uma alta
barreira de crVrea vermelha e brancíi» a qual toma o passo da
praia pelo que ha estrada por dentro, e ponte de madeira no
dito Riacho que facilita e franriueia o commercio da Villa
do Por to- Sq^' ura com a de Trancoso, cuja estrada sahe á praia
logo que anda o obstáculo da diti bandeira*
O referido Riacho continua depois da milha dita, repartido
em doQ.H ; o braço r' ne ao N. lhe dào o nome de Sâo
João de Miuas, v [ido distanciado ò&íg legoas a O*
N. O» acaha «m v.^ ^,1,1^0 nos lundus da» rocas de uma fa-
zenda dos moradores da Purto Se^tiro^ a qual chamam Buiuem;
ARCilíVO DO COXSEIJIO ULTRAMARINO
271
1.^ todo o torronu por araba^ ns partes do dito S, João do MinaK,
sáa outeiros biíxos com miltiad is do campo o penueaas mataa,
O Riacho*/ lie é braço do Stil segue a O. S. O, dbtancia de oito
léguas» oDdeacabiena tromedaí e temas mesmas confrontações,
se bera na terra do intermelio se achara boaií niãtaus virgens,
capazes p.ira toda plíinta. Oeato para o N. d a, is milhas se en-
contra outro RiaeUo que chamam Taipe, ena margem da Nal
ÚQsio ^aUo á praia a estrjda, que já ficou dito segtio por
cima daf< barreir^i^, qtio tomam o passo da baixa-mar ; o
qual Rtachu entra a 0. distancia ile trez legoas onde se acaba
om vertentes d& terra, e o sou ten*eno por ambas as partes
são barreiras verraelban e brancas ; é d"^ advertir que esto não
admttte alguma navegação, pois é tâo fraco que chega a sor
entupido pelo mar.
Do Taipe para o Norto distancia do quatro míibas tudo
são barreiras, mas dão livro pisso pela praia, e a ultima
que 86 vr no fim da distancia dita, fi^ca correspondcnto a, nm;4
lx)a e bem paramentida Capolla de No.4sa Sinihora d\\Jeda,
a qual ostá [andada otn a chapada da mesma torra alta da
dita barreira, demorando deste a N, O. a dita CapoUa e o
seu frontoBpicio a O, e art lado do sul tem uma boa casado
romeiros; pela distancia da Custa se acha em meio delia uma
casa de ongeohocã, com tratico do fazei' agíi^-ardeatc fundada
entre dous outeiros, oporalíi mosmo sabe um regato com
b^a agua.
Da dita capella para o N. uma legoase encontra o rio de
Porto Seguro, o toda esta distancia acompanha polo mar o
perto a costa um recife, que entre elle e a praia navegam
canoas ; o terreno é composto da carrasquenlio e escuro mato
da ponta da torra do sul; desita barra sahe um recife com largura
de dez até doze braças, o se^ua ao N. distancia de um quarto
de lagoas e com resguardo a elle se enti^a pelo canal da barra
da diía Villa direito a rum» do O.» a qual está na latitude dõI6'-
40^' (^ iougifcudo :U4" 45. e seu fundo, com marias vivas, é do 16 e 18
palmos, sem embargo de ter logo Mra do lia 8*3ia o oito braçag;
vencida a enuada segue o rio o rumo do S. U,, iicojupanliado
IKda parto de E, com o dito recife e de 0. terra firme » isto na
distaocia que Já li ca dito tom o meimo recife o íicar N, S, com :í
pés de coqueií^os da parttí do N. a cujo lugar chamam pontinha,
onde ha algumas casas de tolha e esuUeiros de construir lanchas
de pescarias, negociaçào de que fuais usara os moradores desta
Yilla; e neste nu^smo Ingar ô a passagem de uma para oatra
parto do rio para o que ha sempre uma boa barca do Conselho ;
aeste lugar lem o rio 150 braças de largo, e o mesmo fundo da
barra, e daqui para cima segue o rumo de N. O. uma milha»
até ao Arrayal cora o nomo de Maroos á borda d'agua onde íia o
maior comraercio, o qual so estende até outro lugar que chamam
Pacata, communicando-se por estrada desde a pontíotia até tis te
Arruyal, e toda a distancia com casas e moi*adorea, porém sem
alinhamento formal om meio a iim riacho o boa poute, e tora
o lagar denominado Marcos, 99 casas de telha, o o lugar do Pa-
J
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REVISTA HO INSTITUTO HIsTORICO
GaU quo é unMo a este tem 30 também de telha ; todo o dtto
lerreDaé raso e delle para o N. vae uniíi cstradi até 4 VJUa
que tevá um ^ doei ma do leg^oa, a qual sóbc* uma laJfeira o do
cimo delia so conserva uma cruz, quo chamam du S. Pedro,
onde 80 v*í a O, biUi quint i com cinco moradas d© casas do
telha, ô desta diía cruz principia a plaoicti em qwí estl fundada
a Vdli. AWm dn dita ostraila ha otitras, quo sorviííji da f.»nlrad.i
u ^íahidii pai'adíirttrontuáiu^.irei3, pjnVm, a^ úe maior coiiimor<^.io
i>adiLa, íMjíUtra qtie vem Jo lugar da referida poatiníia, ser-
vitidu ali do e:?trada ã praia atr^ ílcar li. O. cnm a punUíloro-
ei(b da barra, o daUi ontra o fianiiiibo a O. <> a poucoa pasboa
so oii<'ontra a ladoira qu© chamam do collogio, ao qual so enca-
uiifiha itóta estrada quo no ciriiu do! la QHÍá o dito lund^i/lo, o aht
priívipia a mosraa VI lia,
Ksta ko acha um forma do ineio quadro» l inçado o gnii maiur
cumprimento N. S, ; a piiiniiira rua t^ a quoctmmam do í"ollo^'iu.
cujo odiflcio ostá uo principio da pai to do E. à iKSim d t ro^dio,
o serve de aposontidoria aos <tuvidores da Coinarci, o drislo
soíTuo o l'^ O* 4> ciurdào do casas pela buirei do outi^iro toJiU com
frei Ho a O,, o da outr;i, p.irto v,u) outro curdilo didlaiscum íri/ntn
a K,* (ornando uma Iar;^a rua rpie não tom i)it!uu:>s de ^oio
braças, o ao os l «indo ato a Misoricordia» distiuí-ia tU}. I li brara.?.,
romprobendondo nesta rua a numero de 30 ca^-i^i, o delias
bão trof do ííobrado, o varios ohàos dovututos do ambas aa
partes,
Contiuuaa moi^ma rua ao mosaio i-uniu, por^L^m, com o Ululo
do Miaericord ia, porque soaclía ali funhido o aou sancLuario
ainda quo aem magniâcif?ncia, mas C'jm docência fabricado; os-
tondo-sn õiita rua distancia do 84 braris, porôm, só com cííicode
larífo, e eompôo-Hõ por ambas as partci cjra 24 casas, odestas sam
duas de sobrado o ha da mesma forma châos do voiuto. Continua
a mesma rua volteando a O, na forma do aubredido meio
quadro, © s ' estende na distancia de 1 10 braças, mas, só com
qoatro do largo, c compor ti da amb.ií^ as partos com 32 oasas ;
a esta vulta d^ rna dâo o nome do S. Sebastião, o nolla também
lia bastante chão de volulo. Km moía «listancia desta rua, separa
a corda das casas, a sahida do uma estrada quo vao ter a praia,
a qtial serve píira os viandantes qye soguem ao norte, o da
meia dhlaneia da dita estrada vao ootra a O, aU' uma fonte do
boUi^lma agua que H^he da rocha ; corre ^ponden te a dita sepa-
ração da estrada, lia uma travessa tambom lançada N. S. com
distancia de 81 braças e de largo cinco, composta do ^6 casas por
ambas as partes, o muitos chãos devoluto^ cuja tra?essa passa
polo lado da Matriz.
Ao Jãdo da Misericórdia da parte do O., se vé um largo ter-
reno onde foi a antiga Matrix, e deste lugar aS, O* segue uma
curta rua composta de quinze casas, e estas com pouca regula*
ridade. Polo lado do Sul da Matriz so esioudo uma rua qoo
chamam Nova, composta de 18 cas:is nó pelo cordão de O- no
espaço do 57 bra^.^as, o do B. nenhum mais que a figuração ; 4 de
quatro braças de largura a chamada rua.
^CifrVO DO GONSEIJIO ULTRAMARINO
273
A Igreja Matriz está fundadai quasi no fim da rua do co-
legí> no centro da parte do O., pelo quo forma canto o cordão
de CAaas da dita p:irte, cuja líçroja. tera formosa perspectiva em
aeu froiitesptcio, eaeachui decentemente paramentada; o seu
adro õ um; boUa praça com l>oa YÍsta de mar^ pela abertura
qye tom no c jrdâo de Cciais da parte da rocha ; do alto mar em
gTrtodo diâtancia se avista o ft^ontespicio desto templo, com
niQHa satisfação dos navegantes, o o Orágoda fraguezia é N, S,
da Pena*
A casa cfa Gamara âca a parte do norte com frentes ao sal e
lesto, uma pari o adro Ha igrej i e oatra cordfiada com a rua do
Colégio» cuja ca-^a iortialmente é de boa perspe^-tiva» com gran-
des galas, e nasstiis lojas prizões e cadèas ; o Pelourinho se acha
levaotiido na rua do Culegio, e perto du mesmOp Todo o terreno
da Vi lia é uma bel ta planície de oateiros com campo qtie terá
decircumfereocia duxs legoas^e por isso tem aprazíveis vistas
delle, e do mar. Ho lilo da vi Lia da parte do sul, no espago
âuQSo acha vazio, delia até a Cruz de S. Pedro, tem uma casa
e campo com sobrado, mas ô antiga .
CONTINUAÇÃO DO RIO
Da pjnta do Sul, desde a barra até a altura do Pataca pela
margem, tu lo é munguea e daqui para cima segue o rumo O. seis
léguas, com fundo aó para cauôiaou lanehas vazias, e para eataa
é necessartõ marô cheia, e adita (li'9taacia finaliza em o lugar que
cbamam Entre ambu^ as aguas ; neste mesmo logar se acua um
riachij da ptrto doSaU que segue nave^^avel, distancia de meia
legoii, até ao porto da fazenda de Ri4)'aem,ji declarada na dis-
cripção da costa; pelas mirgens do rio em toda a dtta distancia,
por uiua e outra pirte eo ach^m sitaados muitos moralores.
Desta para cima, distancia do trez léguas, segue o rio a O. N. O.
e ahi ae acha o porto de Viiia Verde que foi Aid^a dos índios
antigamente, e do dito port<j sosobB para etla por uma boa o for-
mosa ladeira de verde campo, a dual se estende cousa de uma
milha, e 00 eituo delia é boa planície de alegro vista ; está plan-
tada a villii hinçada N. 0> S. E. mas, ao modo dos Padres Jesuítas
furmalisada a maneira do quadro com praça vazia, o seu maior
con^primoiktu occupa a distsincia de 111 braças, e de largura
33, composta esta íórma de quadro com Sb casaa, compre-
hen^Jendo o dito uuDaero a todos os quatro lados, e delias s6 duas
sam de telha que aam a casa ria camará e do escrivão director, O
Colégio que serve de matdz está fundado em rasio do cordão
de casas JoS. O. aerviudo-lhe de adro a mesma praci vazia, e
110 mesmo Colégio é aposentadoria dos vigários da freguezia
cujo Orago é S. Miguel ; o PeLouriaho está levantado nv frente
da ctsa da Camará, eto espaço proporcionado « A dita lado ira, por
onde so caraioha ao porto de embarque e desombarque, fica a
S. E e i4 villa a^ta situada da pane do aul do rio^ e pelas margens
deate até ai^ui ae acham e sâo continuados, os altíos dos ma*
831 — 18 Tomo lxvhi. p. i.
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274
BBVÍSTA DO INSTITCTO HISTÓRICO
radores da ri lia de Porto Seguro, os qn^^es umm das lavouras do
inandiocas e canas.
DMta sobredita pi ' • segae o mo^mo rum>, distaocia
dé meia le^oa* até a :om o oome de Iraipe da parte do
norte, a qual <> dos padres Mantos da Ctd Mie da Bahia, com casa
e capella mtiítu bem Hoeadas o fiibriea de lavrar mandiocas e
mais úteis, com bons pastos e ofeiijâu de gvlo ; desta ÍUzenda a
estrala por terra até Porto Seguro, e por ella se aoda a oavatlo
sem embaraço algum ; a morada é distai te do rio e ^eu porto
cousa de um tiro de peca.
Deste logar para cima segue o mesmo ramo, e na distancia
de duas e meia léguas, está o porto que chamam de Sant*Anna,
lOiinv onJe 08 Jesuitas tiveram fazenda, ou roças o uma capella
fundada é. margem, em terreno razo. e nesu distancia sam boas
ab terras o mais produziveis ; dmtf* porto para cima segue o rio
a O. S. O. tros ícguas até o porto do Píicaifi, oode estiveram
afk**!ndado« o^ primeiros e antigos lavradores portuguezes.
Deste para et ma seguem a SO distancia de oito léguas até
a primeira cachoeira, c nella sobem as cjinôjts poehadas á mão,
porém, pouco monu, porque logo fica o no em diminuta riacho
sem admittir mais navega^^ão, smdo também continuadas pe-
dreiras o cichoeiras entre serraa ; mas, este logar é de formosa
e alegro vista, porque as ditas pedreiras sào de cor alva e bem
lisas, e muito semelhante a qualidade do mármore, com al-
gumas obras pprfuitis da curiosa natureza ; ^ité e^te logar são
altas collina^.e terras mais próprias para plantações queda
Vllla Verde para baiio, e delia para cim i conserva o rio a lar-
gura de SO braças com pouca duvida, a funda só para caoôaSt
e em todo é sua corrente moderada,
coNTixraçio da oosta
Descendo a ladeira pela estrada do X,, que reparfce com a
dk fonte, se sabe da vSlla de Porto Seguro o vae ler á pi*aia, e
MgiilRdo esta para o mesmo N., distaneía de meia iegoa^ se en-
•âttra um ribeiro que chamam MumlaM ao qual as vezes o mar
eDtttpc a sua barra, e até este acompanha perto a terra alta,
mostrando algumas barreiras vermelhas e a ultima delias é
tranca ; e os mattos do cômoro até o outeiro são baixos 6 car-
rasiiuenhos, e a praia direiía e apraii vel. Do dito ribeiro para o
Níjrte uma légua se eaeontra um riacho que chamam dos Mm^
^U0»^ e destes arvoredos são compostas as suas margens?, cujo
rillohodi entrada nxsua barraaoanôas em marés vivas, por
serahi a costa mai to mans\, em mão de ficar na enseada
da ponta, que m^ls ao Norte ss v6 lançada buí^nlemenie ao
mar, a qu^l chamam Ponta infando ; da dita barra w^ne o refe-
rido riacho a O — boa distancia, e acaba de enooDtfo ao outeiro
que acompanha por dentro retirado, ficando razo o terreno da
costa e dos carrasquenhos mattos.
Deste para o l^ , duas milfias, é a dita Ponta Grande oti da
MuU que fica £. O -^ com um Ikkiu nrào polo qual eotraraoi
ARCnn^O DO CONSELHO ULTRA^IARINO
27?!
doQS lanoh5e8 carragados de Liomens ffADcQzos, dodfriiAtlo? &
-atacar Santa Cruz segaatlo constoiu Desta para o N»>rte uma
milha está a Coim Ver me lha. ou Porto Seguro ao anr.iiio desco-
brimento do Brazil, o n(»3te ao abrigam as embapeaçoDiS pe ju mas
6 graodeSp o Uca E — O ouin um ribuiro que cbamiin MuLary,
6 por cjDheeôOça de sua entrada tem no cume «la berra alia,
tros pés de eouqueiros era distancia de ura tiro do paca, E' -ie
advertir que deido a barra da villa de Porto Seguro ;i, é t.vste
porto do mar, a^vompaoliani os recifo§ por fora toda a distancia.
Este porto da coroa vermelha para o N. uma [o;^'uri se co-
coritra o TiO de Santa Cruz, e toda osta distancia é a praia vi^s-
cantilada e Úim com altos e baixos, e atoladiça acoíiipan liada do
mato escuro c carra^quenho. e da ponta do sul dosto riu í^ahe
um ]'ocire de pedra;* para o N. dUtaucia do tr^ts quarficH de
le^ua, o por elle ilguus arvoredo^t de maogxioa, e nn ponta do
dito ríjcife ó a barra de Santa Cruz, a qual se acha i 1 «ti.! .nde
Igc. _ 4K' ; e por cila se ontra a O — até flcar ^í. 8. oom a
ponta do recife, com quatro e cinco braças do fundo, e dahi vol-
tando a S. S. O se acha a pouca di^^tancia no portj do '^ancto
André, em cujo sitio ba dozenovo casiis de telha» dibpersns, e
todas com moradores distantes da margem meia mi ília. em t*3r-
reno razo o aprazível oomposí,o de matos o campestre^, com
porto de bonUa e direita praia de areia branca, e a largup.i da
barra póleser quanto alcance ura tiro de arcabuf.
Dojte porto para cima segue o rio o raeirao rumo S, S. O,
6 na distancia do três quartos de le^^ua ú o porto do ancora-
doum, onde se vo da parte doS., í'i borda d*a;j[ua, um arr.iyal
com .sarando trafico de varaes e armazéns de peixe do mar Jilto;
negociação de que mais usam os habítantee desta t< rra o onde
ê o maior comraercio ; o terreno em que ostão funda-Ioíí o^ dií.oís
armazéns, o tarabcra multas casas do morar* é r izo o r^m
pouca largura e por isso parece que é a disforraidalo lio a-rua-
monto. Q quB se vô sem maior regularidade ; e se eíimijoo *'Ste
aiTayal de 12 casas de telha» comprehendendo nesio nnraero os
ditos arma^íena. Ao lado de O, dcííte logar eliega a uitimi casa
ao pé do outeiro^ o q^al tambam chega alll a bordii ilo rio, o
pela ladeira a Fiba teiu uma eátrada em parte calcada que vae
a íreguezla, e para o sul segue outra perto ao mesmj uuieiro,
e na distancia de 30f> braças 3p reparte em duas, urna que vae
a uma belltssima fonte de agua oUryátallina, e desta vae tnr a
praia pela qual se Cummercêa com Porto Segui*o, o a outiva
toma ao N. O — subindo pela ladeira do mesmo outf^iro, s^tbre
o qual está Aindado o arrayal de Santa Cruz era b ^a pUntcie,
6 yffltas para todos os lados. A igreja matriz esta Ainiada no
beiral da rocbaoom o froiíteapicio para o S., e pi'b> lado do N.
delia corre a primeira estrada que vae ter ao porto ; o a po-
voação se estende N — S, e do adro da igreja princiíia a rua
direita, estendida a distancia de 200 braças e de l irgo 14. com-
posta de uma e outra parte de 32 casas de telhas, era nff jia <1Í8-
tancia da parte de O — ha uma de sobrado contada no mií^mo
numero, e nesta faz canto uma travessa que se eatendo deito
n
276
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
para O., distancia do 201 braiças» e tpea e m©ia de lar^ro compoa-
ta com nove casas, com grandes ÍQter^^allcs de chão devoluto áe
casas, mas occupadas com lamu jaós e cercados. Do mesmo adro
entra uma travessa a O — quo aó tam duas moradafl de casas
Qo espaço de 100 braças estas duas travessas floalizam em outro
rua qae cliamam nova, a qual comprebonde só a distancia da
uma a outra travessa, estendi la também N — S, e do largura
trose meia braças com 15 moradas de casas, e ao lado se contam
nosta povoação 59 moradas de ca^s, todas de telha* A igreja
ô de pedras e cal bem labrií^ada e decentemente paramentada,
e o Orágo delia é Nossa Senhora da Conceição, e o lograr o do
termo da villa de Porto Seguro, e alternativamente serre um
juiz ordinário da villa, e outro dtj termo, e o mesmo a respeito
dos Almotacf^s,
O rio desde a barra até d freguezfa, conserva a mesma
largura jà dita o fundo da 22 palmos, e o sou terreno pelas
margeoâ, mangue'!, menos da parte do Norte até ao porto de
Sancto André,
Do arrayal para cima segue o rio a rumo de O. X. O, dis-
tancia de uma légua até ao porto chamado do Barco» onde ha
uma boniu pedreira e fica mais estreito, e em moía d stancia
forma da [larte do sul enseadií. onde se aeba uma ilha do mao-
giies ; o terreno om tola a dita diatancia pela dita parte é bom,
e do oortc é mangues pela margem .
Doditíj poulo para cima segue a rumo do N. dis^taocia de
um quarto de légua, até umoi barreiras vermelhas á borda do
rio da mesma parte, e ahi mesmo sahe um ribeiro do agua
chry^taljma ; o lerrono é b^m de ambas as partes.
licsto para cima segue a rumo de S. O, uma légua» até ao
porto chamado das Laran]?eiras da parte do sul, e o terreuo é
a mesmo, e o rio continua estreito, porém navegável.
Deste para cima se^ue o rumo do O, distancia de duas lé-
guas, até ao porto que chamam do Tanque, onde se acha um
riacho da i>arte do Sul, o qual nasce de uma grande lagoa íor
mada entre d^us outeiros, onde cora certeza houve em tempos
antigos ongenliu de agua, poia ainda ^^ conservam os paredões
e por&a ; o terreno pelas margens do rio é da dita parte do Sul
brejos, o do norte terras boas para mandiocas e oanuas.
Deste para cima segue a O.K. O ^distancia de uma legua,
até io porto que chamam de Mombaça da parte do SuL onde
io acha um diacho da mesma parto do mencionado Tieupl, o
Qual segue ao mesmo Sui e ao S.S.O. distancia de duas lognas,
aonde mais não pa^sa oanôa, e ainda nesta mesma dita dis-
tancia ha muito? oju baraços ; o rio até o dito porto de Mombaça
dà navoguçâo a lanchas vazias, que ahi vem fazer aguada
para as pescarias * e o terreno por ambas as margens ô de boas
terras.
Deste para cimi segue o rumo do O.N.O. —distancia do
duas léguas, onJese reparto o no em dous, e chega ao Ou-
teiro da parto do Norte á borda da agua, e lhe chamam Ou*
tcíro da Onça .
ARCilIVO DO CONSELHO ULTRAMARINO
277
Deste para cima seguindo o bTaço do Norte vae esto a Fumo
de — N.O,— e — NNO,— distancia de quatro leguaa alé ao sitio
chamada a Vargem Grandei o só até aqui chegam canoas per^iue
se torna o rio om diminuto ribeiro ; o terreno é vargens mas
por dentro acorapanh L terra monluosa, e boa para plantações.
O braço que segue para o Sut, coiitinila até outra tanta
distaocia a rumo do O.S.O. — , e dahlpara cima nao passam ca-
Eôas porque acaba em brejos ; o seu terreoo tum as mosmas
confpontagõss e não padeço innundaçíjeâ, porque não yera de
longe nem tem cachoeiras.
Continuação ba costa
Do porto de Saocto André para o N. uma legua, está um re-
cife juflto á costa e netla arvoredos de mauguea que representam
Ulia, e contra o mesmo sabe de terra flrrae, um pepuono ri-
beiro que chamam de Itapemerim ; o terreno nessa distancia é
razo coíu matos carras';uenhos o campestres, e a praia direita
e boa,
Deíite logar para o N, distancia de uma e meia légua,
se encontra o rio que chamim de Sancto António» o qual se passa
a váo com maré vazia e tom de largura cincocnta braças, e
até esti dita distanoia é o meâmo terreno o boa praia ; o rio
segue a rumo de M.O.— ,não at tendendo íLg suas pontas e ensea-
das até a distancia de quatro leguis, onde se reparte em
dou3 ; o braço do Sul a pouca diãt mela acaba em um bam*
borrai, e o do Norto segue o mesmo rumo, e vao incopporar-s^e
com o rio que chamam do UBU', braço do Rio Grande de Bel-
monte três léguas por eíle aciraai e pelo dito braço do Norte
deste dito rio de Sancto António, por uma e outra parte ha terras
encbutas e montuosas boas para plantações.
Desta barra para o N. duas le^^uas ó a ponta chaumrla do
Goayu\ oude se acha um morador com boa casa de toltia e
roças de mandiocas, e algumas arvores de palmoiras ou co-
queiros ; em meia distancia se encontra um ribeiro que chamam
das Babocaíí, o qual em muitas occasiõea tapa ficindo como
lagoa entre a terra firme e a praia» e quando assim fica re-
bentam varias ver^3ntGS pela praia como olhos d'agua» O ter-
reno na referida distancia é razo com maltes carrasquenhos,
e por dentro acompanha a boa distancia terra alta do escuro
mato, a praia o espaçosa o bem direita e suas areias amareitas.
Desta ponta para o N. uma lagua se encontra ura riaclio
que chamam Goapemtrimt o qual se passa a vilo de meia maré
de rasante em diante, e de parte do Norte delle se acham oito
moradores com suas cabanas de palha, e estes vivem de atias
roças de mandiocas ; o terreno é razo de matos carrasquenhos
e entrelaçados pelo cômoro da praia, e por dentro ha campo
quB se estende até á terra alta, e até 1 mesma chega o dito
riacho porém, sem navegação, e a praia é na mesma fórma
boa.
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278
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ailvlf^o r|uo àié eati altura acompanham interpolida mente»
l^toif^^a pulQ ttK^r diâtaDcia da custa uraa loguu. e dahiparaa
miilii um uUuuis lo^Mres chagam á praia , desde a barra de
í^»rto ííi»íiuro íM t\ ditii altura de Goapeinirim, portam, não
iloíxiuu du iiweífar oUeâ os meamos recifes boas práticos, pois
IMVti^ «iVMH ititorftkltos sempre se acha bom fundo.
11.. ,v.i....i,|o riaoho para o N. uma e meia legui eêtá a
WMt iquicaba» oude chega perto da praia a terra alta
3k* V» .. . . , ú torreão uosta distancia a beira mar 6 razo. com-
p^^b ^ de fi^Aoufl matoa e campestres, e a praia é apr^iziTel, di-
roUii n toa.
S>iHixt o morro da Mo^riquíçaba ac acha uma boa fazenda,
iHim ttuMala nciua da fabrica de farinha, amb^is de telha, e do
i|il itt tvii t íitirunH p^â iU^ coiíieírus; e pt4a mesma chapada
# Whvil Ma altrtnifl moi^ores até a distancia de uma logua
* motT\) continua sempre a tô ao RIO GRANDE
ondo lho chamam Outeiro de Ipeliura, e dabi
ai^ subir no rio do Uh\i\ já dei.lanado na des*
SutlolO António ; os diloâ moradores conduzem
* íh om cvoídas, o pi>r tc<rr.i, cm carro, para a ftsj-
K^^^ \^ Onti* dondt' s^o parochiauos.
t^ Alte P&rt O N. a ptmcos passos* oátà um com o
lii«> ykk «te llofiquI^W, o t^ttiil dá entrada íí:i saa barra
- , i mar lir raaréá vi?aa, o e§te
\ at<^a dita distancia, onde
M>mooie navegável ató gs^
nieaino rumo em forma de
.. ,,v., V ,w^. niièi-**iM.i ,.v^'-— ••»( ntô en corpora r-se
«^vni o rlvi» bo dv^aottlM^I qtxe vem do Rio
^ kiut.^ to liN^tuixiiili ; d% l*4t, ,. „ : L ic» Mugiqutçaba» dls-
Mutu tfsgttfk illio Qiti ribeiro rum bastante agna
na. da ^ual MMOl oi rufnridos moradorei, por sor a
ilu ri ^ turva 0 yottti» di>c»« a Qi^a ehatnam C<t6ii#sit*.
iia b^\r\% i0 Mê^^imiiiM para a N • , pega um campo raso e
iàU.¥\> at4 a «nliiM 4o tiViítti ite VliU do Bolmoote. o qu&l
li^tm do iHvnuirtmaak» otaeo hMOMt o aa oatondo na fOrma de
' « <»m mr«to «o acha uma lag^^i a quul e ao
«murti do Hmc^» e a dtu tmu do coiiiprimcnto
jhaii M M li^ larKO um tiro do espingarda ; aella ae
fa ^Mn p Mia piuioada. dtita da costa cento a cin-
(I I tuaU aatruita o terreno, onde também é
I , j ii\ • >r («xtouf&o doato, da dita ia^ôa para O,
"^ pelas margens tem qu^intidade do
<) i \'ilLi onde vae ândlizar se vêem
^.\i4iq, o entre oLiai ae acham ribolros
i bom peixe.
I u> iMtui^io oileroco uma doteitavel vista, por ter
ioloi Oi Mui oopados arvoredos* e outras dila^
,«., inurlAt Ml«y^rua e «ravatáa de còrea carmeeim
ti. ♦MMU iujat violai ao ionge recréa muito a natureaíW
ARGHIVO LK> C0N8ELIIO ULTRAMAaiNO
â7s
G nelle apascentsiiD q9 moradores da Viila souâ g{\áQ8 e algUQi
do Santa Cruz*
Já perto ou jtinto da Villa antes de a descobrir, se acha
uma pequeDa mata, oa qual ha muitos cajuèiroâ, fructas de
ai me cegue iras e araçla» qu*í sorve de divertimento e piísôeio mo-
cidade, e por esta mesma se acha um lago e algumas poças, onde
laram roupas debaixo de bell^> e frescas sombraa, de cujo
lago, que vem desde a costa, ^e forma um riacho qtia vae ter
ã outro denominado e já. fallado Oarapiuna^ e tambcm delle ae
reparte um braço que vae ter ao Rio Ciraode, depois de pastar
pela parte do O. da Vil la ; e este mesmo lag> era tômpo da
inuiindagoes do dito rio ou de muita chuva, chega a arrombar
o oomoro da praia, e forma uma barra djfflcultosa de passar,
os primeiroa dias do sou rompimento.
Deste lagj para o N.^distaDcia de duas milhas, está ia
Pootal do Sul do RIO GRANDE, em cujo plano se acha ai^seotada
a VILLA DE BELMONTE, em um alegre campo que terá de
largo da costa â colina do rio uma milha, no meio da qual eatí
íuadada N.S. am tros ruas u quatro travessas; a primeira
ma da parte de E. se Lhe eh ima da praia, a beguiida do meio,
e a terceira do brfjo; a primeira travessa da parte do Sul liio
chamara da Igreja, a segunda tia Cadêa, a terteira da Praga
Velha 0 a quaría do Furtado,
A matriz está fimdada no principia da Viila da parte do
Sul, como froatespicio para o norte recto pela rua lio meio, o
tem de adro 130 paltQí.jS ató à primeím travessa; a casa da
Camará oátá sUuada com frontes era linha recta com a rua do
meio, o a priDcIpalpara a Praça cuja frente é ao Horie, e no meio
do cuja Praça está levantado o Pelo uri n lio de madeira, e deste
para cada lado tejá 25 pafesos e é forina<ia em quadro ; as
ditas casas teem ã u rtindameuto de pedra e as paredes de adoNt
sam de iobrad >, e á proporção da Viila nãt> podiam sor milhoref,
pois tem pouca dlíTurença em .^ua grandox^i e asseio, da de
Porto Siiguro, Capital da Comirea, e sobro a sua portada tMi
as armas reaesi executadas em madeira e pintadas com peiv
feição.
Da primeiro, rua que t* a da praia, tem da primeira tra-
vessa á segunda pela parte de £. sete moradas de casas de
telha e al;íuns chãos devoluto da parte do sul, e iio cordão de
O. s6 três e os mais devoluto ; da segunda traveja seífuiodo
a mesma rua, pelo cordão de E. tem dei moradas de casas e doua
chios devoluLos, e pelo cjrdãj de O. tem quatro moradas» e os
demais chão.^ de volutos até a terceira trave^rsa, e de:^ta até a
quarta pelo cordão de E.— tem uma só, e de O, neuhuma
peloâ fundos das cisas do cordão de E. tem quantidade de co-
queiros, que dm abuudantissima fructo.
Rua do Meio, da primeira travessa att^ 4 segunda, tasoa
Helo cordão de E. quatro moradas de casas, e de O. três, e de
amba^ as partem chãos devolutos, e desta que é a praça
até a íorceira quo Ô a velha, tem seis moradas e dons ch&os de-
volutos, pelo cordão de E» e pelo de O. oito moradas e dottí
n
280
REMSTA DO ÍNCTITUTO HISTÓRICO
chãos devolutos, é& terceira e qaai*ta travessa tem pelo cordio
de B. cinco marádas, o de O. tem 12 moradas*
Rua do Br<yo : da primeira travessa até á aeíruada, teia
pelo cordão de E. duas moradas e muitos chãos dovoluios, e úm
O. tudo é deYoIato ; e da segunda á terceira p^lo corião de
E, tem sete moradas, o quaim chàos devolutos ; e do O, Dove
moradas com dous chãos devolutos ; da terceira até á quarta da
parte de E. nenhuma, o de 0« nové moradajB,e destas sam quatro
de palha, e todas as mais da Villa sam sem telha, e nest i parte
flDaliza o corpo delias; e também pelos fuodos do cordão du O.
desta rua, da segunda aié a terceira travessa, tem graoies ar*
vores de coqueiros com abundante fructo ; era correspondência da
terceira traTe>sa ^he um caminho, que vae ao Rio, e ali se lhe
dà o nome de Porto Grande, cujo caminho atravessa um riacho do
lago, declarado perto ao torreão da Villa sobre ponto de o^adeirai
o logo pairada esta flca ao lado do norte uma casa de Dcgenhoca»
com imbrica de distilar aguardente e em seus fundos so vêem
dezoito pés de coqueiros que bem produzem ;e no dito Porto
Grande ^^. acha pelo lado do sul cinco cabanas do palha, e do
norte uma casa da raeama espécie cora fabrica de fbser farinha,
e todas estas casas pagam foro ao Conselho ; também da pri-
meira travee«a sahe autro caminho a O. que vao ter ao rio,
onde lhe chamam Porto Ja Qa moleira, e em meia di^tancia
deste tem punte de madeira que atravessa o dito riachu, a esta
chamam ponte grande ; pela margem do mesmo riacho se vé
ao lado do norte do caminho da terceira travei^, antes da
ponte em uma n^volta que procura o tlm da Villa, dous esta*
ieiroi^ de embarcações onde se acham construindo dou^ barcos,
e no mais concavo da revolta eutra nm braço do mesmo, que
vae aos quintaos que ha da terceira e quarta travessa ; e deste
para o norte segue um caminho peta margem do mesmo
riacho, e oa distancia de mela milha, se acha uma ca-sa o no
lado do sul delia dous péz do coqueiros, e ha na sua frente q
margem do mesmo riacho um barco construindo-se, isto é jâ
ptrtu á sahida do dito rio, e p^^las margenii doUe desde o fim da
Villa díU} sahir sam compostas de mingues, a desta cusi se-
guindo para o rio a E, N. E. â pouca distancia, so acham
ÊÚ barracas de palha onde habitam os Intlios da naçào Menhãa*
6 deita para o pontal da barra corre uma grota de mangues,
pouoo dist&Dte da margnm.
£8te rio tem do pontal de sul ao do norte 500 braças de largc,
e o canal da barra â encostado ao pontal do N., que está na
altura de 15* 50 do sul, pois tem corrido no decurso de seu des-
cobrimento três léguas para o sul, e por ella se entra a O, S* O.
até ficar N. S. oom as ditas barracas, o dabi corre a S. O.
meia milha até ao Porto Grande, onde anooram as embarcaç^ea
chegadas á ribanceii*a da terra da parte da Villa, o era meio
desta diftancii entra o declarado riacho, que vae ao terreno delia
a caminho do sul ; o fúndu da barra em maréâ vivas é de 15
a 16 palm^fl, no banco, por«ím, estreito e nunca corre a marô
de enchente para dentro, por causa da impetuosa corrente
ARCHIVO DO CONSELHO ULTRAMARINO 281
do Rio, pela margem do norte ha alguns mangaes, porém, na
maior parte ó matos e praia com alguns boquetes de pequenos
lagos, até ficar N. S. com o Porto Qrande, e tem orlo de
largo defronte da Villa um quarto de legoa, mas todo baixo,
e 86 com canal pequeno encostado ao sul, com o fundo da
barra.
Deste pontal para o N. duas milhas, sahe uma barreta ao
mar que ô chamada do peso, a qual entra a O. e vae circulando
para o sul, ató sahir N. S. com a mesma Villa de Belmonte,
cujo braço segue navegarei e tem pelo meio muitas ilhas de
mangues, desparcelados de lamas; o terreno do dito pontal
até á dita barreta pelo cômoro da praia, tem boquetes, coroas
de arôa e lagos com poQos fundos, e lhe chamam a barra velha.
Da barra do peso para o N. seis milhas abriu outra hir-
reta, onde tem uns mangues e chamam ao dito lugar porto das
fiskrinhas, e nesta distancia pelo cômoro da praia, se acham dous
moradores com casas de palha, e estes lavram mandiocas nas
matas beira-mar, com pouca distancia dentro porque sam brejos,
e pela Costa é bom pa^to para gados, e a praia ó bem assen-
Desta barreta nova para o N. duas milhas, observei o sol
em 15<> 40' em um pontal de aréa que fazia horizonte bom des-
coberto para o N., e que aqui é a verdadeira demarcarão da
Gommarca e Capitania dos lihéos. cuio pontal fica ao sul de uma
barra chamada Imbuca annexa á Patfpe, e por esta distancia
chegado ao cômoro da praia, vem correndo um braço de mar
desde o porto das farinhas até ao dito Patlpe, e por dentro
mangues alagadiços.
£' de advertir que as justiças e moradores dos llhócs e
Patipe, se querem chamar a posse e domínio da barrado peso
para o N. innovando eíita questão de lurisdicções uns mappas,
que dizem tirara da Costa o Dr. Balthazar da Silva Lisboa,
cuja questão creio ser mal e indevidamente levantada, por ser
sem duvida pertencente á Capitania o Comarca de Porto Se-
guro, até ao dito pontal da barra da Imbuca, tanto pelo des-
cobrimento dos roteiros marítimos, oomo pela criação da Villa
de Belmonte, em cujo pontal foi ou foram as Justiças e Ministro
creados, fazendo pessoaes a sua divisão sem a qual seria im-
possível subsistir, nem ter algum augmento esta Villa, pois
lhe ficaria vedada a margem do norte do Rio Grande, se a dita
Commarca de Ilhéos lhe houvesse de pertencer a sua divisão na
referida barra do peso, o que não deve proceder de forma
alguma, pois além das razões já. ponderadas, é também sabido,
que deste mesmo Rio Grande sahe grande força d*aguas, por
O o mappa citado o tirado peloDr. Baltliazar da Silva Lisboa,
antes de 1803, dovcrá so achar na Torre do Tombo (N. de C.)
282 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
um braço qae aqui se lhe dá o nome de Paaasú, a vae ter ao
Rio de Patipe ou Imbuoa, com o que se fas possante e llie dá
barra capaz para o seu commercio, sem o qual seria impra-
ticável.
Também sou informado, e ó publicamente sabido em todas
estas Commarcas de Porto Seguro e Ilhéos, que o ministro desta
o Dr. Francisco Nunes da Ck>sta sendo ouvidor, fez remetter ás
eadcas da Capital de Porto Seguro, ao juiz Vintenario,Franci8CO
da Costa e outros, que por elie foram notificadas para emba*
raçar a uma prisão feita pela justiça da Villa de Belmonte,
nas margens e matas do Rio de Imbdca, e desde este tempo que
foi logo no da creação da dita Villa, ficou sempre na boa posse
sem alguma contravenção em outras diligencias, até o em que
Teio o dito Or. Balthazar que começou a suscitar novas du-
Tidas, as quaes não parecem acertadas por motivarem pertur-
bações, por cujo motivo fiz aviso ao Juiz Vintenario de Patipe
que se não embaraçasse com os moradores, que estivessem na di-
Yiaão da parte desta Commwrca, no entanto emquanto pelo Illm.
e Ezm. Sr. Qeneral, não for decidida a questão e verdadeira
divisão.
No impedimento do secretario offlcial maior — Ignacio
José Aprigio da Fonceca Galvão»
I3SnDIOE '
Revista do Instituto Histórico e Geograpliico Brazileiro
(voLuaíES 1 a 67)
A.lbdiea;Qilo de 13. I^edro 1° — Um episodio da re- /.
volução do 7 de abril do 1831, polo Capm. de fragata José
Eíçydio Garcez Palha — Vol. 63, pig. 275 (8» parte). .
^1boliça,o no Bi-a2Eli (A.) — pelo Barão do Loroto — A
Vol. 63 pag. 187 (2» parte). ^
A^eadeinia, Una^zllioa dois; esquecido» — Estudo
histórico o literário pelo Cónego Ur. Joaquim Caetano
Fernandes Pinheiro— Vol. 31, pag. 5 (2* parte).
A.ea;deiii.ia; Brai2Eiliea. dos rena^seidos — Estudo
histórico p3lo cónego Fernandes Pinheiro.— Catalogo dos
académicos.— Vol. 32, pags. 53,61 e 65 (2* parte).
Seus estatutos.— Vol. 45, pag. 49.
A.celaiiia»ç£Lo — Do Sr. D. João IV na Capitania do Rio
de Janeiro e nas mais do Sul. — Vol. 5^, pag. 319.
— Carta do Marquez de Montalvão ao Conde Nassau, noti-
ciando a acclam\çáo e juramento de D. João IV como rei
de Portugal — Vol. 56, pag. 161 .
i^^cclimaçâLo — V. Plantas,
A^oousa^rôes feitas a Aureliano de Souza e Olircira Cou-
tinho. — V. Período Regencial,
A.ota —Extracto das actas das sessões dos raezes de de-
zembro de 183S e janeiro, fevereiro e março de 1839
— Vol. lo, pag. 57.
Do abril, maio e junho — Vol. 1, pag. 144.
De julho a seíembro — Vol. 1, pag. 247.
De outubro a dezembro — Vol. 1 paj. 355.
De janeiro a março de 1840 — Vol. 2\ pag. 138.
De abril a junho —Vol. 2% pag. 261.
De julho a setembro — Vol. 2«, pag. 393.
De outubro a dezembro — Vol. 2», pag. 517.
De Janeiro a março de 1841 — Vol. 3% pag. 119.
(•) KmIc trabalho foi prcparadu pelo commeuclalor Manoel Joa-
quim do Nascimento e Silva, chofe (fc secção aposentado da Secre-
taria (la Guerra, autor do varias obras do justa nomeada, como a
Synopsis da Legislação lira zile ira, em 9 vols. e a (Compilação das
Consultas do Conselho de Estado (secção de Marinlia e Guerra).
A Commisião de Redacção ien lo lido o índice da Itcvisla deli-
berou publical-o sem demora, prestando com isso um serviço aos
estudiosos, poia nello encontrarão subsidio completo para qualquer
consulta nos 67 volumes publicados.
284 REVISTA ro instituto histórico
A.cta. — De abril a junho — Vol. 3«, pag. 227.
De jolho a setembro —Vol. .T pag. 347.
De outubro a dezembro — Vol. 3^, pig. 484.
De janeiro a março de IS42 — Vo!. 4*, pag. 95.
De abril a junho — Vol. 4% pag. 213.
De julho a setembro — Vol. 4% pag. 379.
De outubro a dezembro — Vol. 4% pag. 519.
De janeiro a março de 1843 —Vd. &>, pag. 88.
De abril a junho —Vol. 5% pag. ^39.
De julho a setembro — Vol. 5», pag. 355.
De outubro a dezembro — Vol. 5% pag. 499.
De janeiro a março de 1844 — Vol. 6°, pag. 123.
De abril a junho — Vol. 6\ pag. 253.
De julho a setembro — Vol. 6<>, pag. 380.
De outubro a dezembro— Vol. 6% pag. 506.
De janeiro a março de 1845 — Vol. 7% pag. 116.
De abril a junho — Vol. 7«, pag. 263.
De julho a setembro — Vol. 7", pag. 415.
Do outubro a dexembro — Vol. 7«, pag. 559.
Do janeiro a março de IH4C— Vol. 8^ pag. 144.
De abril a junho —Vol. 8^ pag. 284.
De julho a setembro —Vol. S\ pag. 4)2.
De outubro a dezembro —Vol. 8», pag. 547.
De Janeiro a março de 1847 —Vol. 9% pag. 127.
De abrila junho- Vol. 0°, pag. :^5.
De julho a setembro —Vol. 9», pag. 409.
De outubro a dexambro— Vol. 9«, pa-/. ')60.
De janeiro a ma :*ço de 1848 — Vol . 10, pag. 120.
De abril a junho — Vol. 10, pag. 246.
De julho a setembro — Vol. 10, pag. 390.
De outubro a dezembro— Vol. 10, pag. 547.
De abril a junh>de 1849 —Vol. 12, p:kg. -^77.
De julho a sotembro — Vol. 12, pag. 413.
De julho a setembro de 1850 —Vol. 13, pag. 40(3.
De outubro a dezembro— Vol. 13, pag. 518.
De maio a agosto de 1851 —Vol. 14, pag. 41i).
De outubro a dezembro — Vol. 15, pag. .iAB.
De julho a novembro de 1852— Vol. 15, pag. 579.
De dezembro de 1852 a 4 de novembro de 1853— Vol. 17,
l>ag. 70.
De IH de novembro de 1:^53 a 24 de novembro de 1854 —
Vol. 17, pag. Ô77.
De 7 a 22 de dezembro de IP54 — Vol. IK. pag. 448 a 453.
De 4 de maio de 1855 a 24 de dezembro do IH j"i - Vol. 18,
pag. 418.
Das sessões de 1850 — Vol. 19, pag. 1 — supplemento.
> <ie 1857 — Vol. 20, pag. l — supplemento.
» de 1858 — Vol. 21, pag. 469.
» de 1859 — Vol. 22, pag. 035.
> de 1860 — Vol. 23, pa^r. 603.
» de 1861 — Vol. 24, pag. 699.
» de 1862 — Vol. 25, pag. 649.
índice dos volumes 1 a 67 285
Acttt— Das sessões de 1«63 — Vol. 26, pig. 839.
» » de 1864 — Vol. 27 pa^\ 350 (2* parte)
» > de 1865 — Vol. 28 pag. 274 >
» » de 1866 — Vol. 29 pag. 332 »
> > de 1867 — Vol. 30 pag. 429 >
» » de 1868 — Vol. 31 pag. 314 >
> » de 1869 — Vol. 32 pag. 243 »
> » de 1870 — Vol. 33 pag. 359 >
> > de 1871 — Vol. 34 pag. 30' »
> > do 1872 — Vol. 35 pag. 519 »
» > de 1873 — Vol. 36 pag. 543 >
> » de 1874 — Vol. 37 pag. 387 »
> > de 1875 — Vol. 38 pag. 330 >
> > de 1876 — Vol. 39 pag. 351 >
» » de 1877 — Vol. 40 pag. 409 »
> > de 1878 — Vol. 41 pag. 377 »
» > de 1879 — Vol. 42 pag. 219 >
> » de 1880 — Vol. 43 pag. 385 >
> > de 1881 — Vol. 44 pag. 341 »
» » de 1882 — Vol. 45 pag. 437 »
> » de 1882 — Vol. 46 pag. 630 »
» » de 1883 — Vol, 46 pag. 565 >
> » de 1884 - Vol. 47 pag. 553 >
> > de 1885 — Vol. 48 pag. 329 »
> > de 1886 — Vol. 49 pag. 421 »
» » de 1887 — Vol. 50 pag. 281 >
> > de 1888 — Vol. 51 pag. '^09 >
> > de 1889 — Vol. 52 pag. 373 >
> > de 1890 — Vol. 53 pag. 390 >
> > de 1891 — Vol. 54 pag. 163 »
» > de 1892 — Vol. 55 pag. 261 >
» » de 1893 — Vol. 56 pag. 137 »
> > de 1894 — Vol. 57 pag. 201 >
> > de 1805 — Vol. 58 pag. 285 >
» » de 1896 — Vol. 59 pag. 215 »
» » de 1807 — Vol. 60 pag. 303 »
» > de 1898 — Vol. 61 pag. 569 »
> » de 1899 — Vol. 62 pag. 283 e 451 (idem)
> > de 1900 — Vol. 63 pag. 433 (2* parte)
» » de 1901 — Vol. 64 pag. 153 >
> » de 1902 — Vol. 6.1 pag. 405 >
» > de 1903 — Vol. 66 pag. 121 »
> > de 1904 — Vol. 67 pag. 397 »
— Da sessão publica e solemne em 6 de abril áà 1848
para inauguração dos bustos do cónego Januário da Cunha
Barbosa e marechal Rayraundo José da Cunha Mattos,
fundadores do Instituto —Discursos, poesias, elogios histó-
ricos, etc, Vol. 11, pag. 215.
— Da sessão de 15 de dezembro de 1849, primeira celebrada
em uma sala do Paço da cidade designada para as sessões
ordinárias do Instituto e honrada com a presença de S. M.
o Imperador— Vol. 12, pag. 550.
S8d
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
,/ -
A^ota.— Dfrsasalii de 16 da fevcsreirode IB50— VoL 18, pag. 1$9.
— Oi SQilão ediobrada em 21 do autul)ro de 1888 para com-
raomorar o qainqua^^esimo anno do Inatitiito — VoK 51"
supplemento.
— í>.i sessíàL» solem De em 4 de julho do 1889 pava comme-
raõnr o r-eotonario do poota Cláudio Maootd d& Costa^
ura d'>9 conjar;tdo3 mineiros — Vai. 53, pag. 7.
— Da so^ssão solemoG om 31 de otitabro de 1889 em home*
Da,L'em 1 navão cbileitft e consais^rada á offlclalídade do
couraçado Aí mirante Cochrane, cín qae se acham ptibli-
Xcadoa diversos trabalhos de escriptores brazileiroi o chi-
lenos — Vol , 52, in fine. Discurso da commUsào ODTíada
ao eoram.mdantc do couraçado diileao e respogti deste —
Vul. r>3, pa^. 40G (2- parle).
Da sessho extraordinária celebrada em 4 de março de 1892^
em cooimemoração do Ta llecí mento de S. M. o Sr, Dom
Pedro l[ — Vol. 55 (supplumonto).
Da sesallo extraordinária celebrada om 12 de outubro de
1803, era coramemoraçaa do 4*> centeoario do descobri-
mento da America— Vol. 55 (supplomonto).
Dasesiaio extraonHínxria celebrada oti 7 do julho de 1895
para a pas^e dos sócios honorários conselheiro Thomaz
Ribeiro 6 D. Martin Garcia Merou — VoU 58, pag, Hi3
(2' parte).
Da seásko extraordinária em :f8 do uutubro do 1897, em
tioora da c^mml88&o belga exploi-alora do Pólo Aotafcttco
— Vol. 60. pig* 379 o 393 (8' parti3).
Da somo ettraofdiaaria em homenagem a Vasco da
Qania e m\i not&btlíBsimo feito (descobrimento do caminho
dus líidiís)- VoL <U, pag. bdS.
Da sesdáo extraordinária celebrada em 22 do abrtl de
1900, em commemoraçào do 4** ceoteoario do descobri-
Qiouto do Brastil — VoL (52 (supplemento) — Vol. 6:?,
pag. 433 (2* parte).
SeSSÕEB ANNIVEEaARIASr
1 pag. â55.
2 pag. 5(7.
3 pag* 515.
4 pig. l (snpp).
5 pag. l (áupp*),
6 pag. 517,
4 pag. 95 (2» serio).
15 pa^r. 477.
Km 3— 11-I-S39— VoU
Km 27-^ n — 1840- VoL
Em 30— U— iH4l— VoL
Em 27— 11— lH4e— VoL
Kra 10— 10 — 1 843— VoL
Km 14-1-.^- 1844- VoL
Krn y— 9— 1847- VoL
Era 15-1^—1852— VoL
Em 15— lá— 1853— VliL hi "pag. 56L
Em 15-12-1854— VoL 17 pag. l (*upp.)-
Rm 15— 1?— 1855- VoL 18 pag, 1 »
Sm 15— 12— 1850— VoL lõ pag. «7,
Em J5-12— ia^>7— VoL 20 pag. 35 (iUpp.L
Em 15-l2-lH58-VoL 21 pag. 469.
Bm 15— 12-|850--VoL 22 pag. ÔBL
Em 15-12— l8íK>- Vol, «3 pag. 655.
Em 15— 12— 18f»l— Vol. 24 pag. '69.
^^^^^^^^^^^ índice D0.«: VOUJiVfES J
287 ^^^1
^^^r^ jLotfi
^H
^^M 18,' Em 15—12— ld^;2-Val, 25 oa^. 705
^^^^H
^■^ 10.'» Em 15— 12— Í8Ô3— VoL 26 pag, 913
^^^H
^H 2^).^ Em 16-12— 1864— VoL 27 pag. 391
(2« parte) ^^M
^H SU^ Em 1 5-1-^- 1865- Vol, ?8 pa^r- 331
^^^^H
^B 22.' Em IS^-r^-ie^B— Voi. 29 pa^, 431
^^^^1
^H 23." Era 2,3— 12— i867— Vol. 'SO paj?-. 491
^^^B
^H 24.^ Em 15— 12— ISan— VqK 31 pag. 401
^1
^H 25.* Em 15-12— 18rtD-VoL 32 pa^. 3íJ5
^1
^H 26.» Km 15-12-1870-VoK 33 pag. 415
^M
^B 27.* Em 15— 1->— 1871-VoK 34 pog. 385
^^^H
^B 28,* Em 15— 1^^1872-- VoL 35 pag-. 603
^^^^1
^H 29.^ Era 15-12— 1873— VoL 36 pag, 009
^^^H
^H 30.-^ Km 15— 12— 1874— VoK 37 pag. 453
^^^H
^H 31.» im 15— 12-1875— VoK :ís pag. 387
^^^^1
^H 32.* Fm 15— 12— lH76— Vol. 39 pag. 4*>5
^^^H
^H 33,* Lm 15-12-18T7-^Vol. 40 pa^-. 539
^^^^H
^H 34**Em 15-^12— 1878— VoL 41 pag. 457
^^^^1
^H 35.' Em l.-^— 12— 1879— VoL 42 pag. 291
^^^H
W^ 3e.» Em 15^12— If^O-VoL 43 pag, 497
^^^^H
K 37.» Era 15-12-1881-Yol, 44 pag, 431
^^^^H
^^ 38.' Era 15— 12— 1882-VoL 45 pag, 493
^^^^1
^H 30.- Em 15^12— 1883— VoJ. 46 píig, 637
^^^H
^^B 40.' Em 15-12^1884— Vol. 47 pag, 611
^^^^Ê
^H 41.' Em 30- 1— I8SÔ--V0L 48 pag. 407
^^^^H
^H 42,' Em 15— K>-lf?86— VòL 49 pag, 489
^^^^1
^B 43.' Em 15-I2-'ie87->VoL 50 pag. :í9l
^^^^1
^H 44.' Em 15— 12-1888— Vol. 51 pa;.'. 3>2
^^^H
^B 45,* Em 15— 12-18rK>— VoL 53 pag. 555
^^^H
^H 46,' Era 15-12- IB92—V01. Õ6 pag, 426
^^^H
^H 47.' Em 15— 12-1894— Vol, 57 pag. 393
^^^^1
^H 48.' Era 15-12— J 895— Vol. 58 pag. 307
^^^H
^H 49.' Em 15— I2--1H96— VoL 59 pag, 345
^^^^^
^H 5a.' Em 15-12-1897- Vol, m pag, 415
B 493 (idom) ^^^1
^^1 51.' Em 15— 12— 1898— Vol. r*l pag. 723 (
:2' parte) ^^H
^H 52.' Era 15-12— 1899— VoL C^ pag. 405
^^^^H
^H 53.' Em 15-12--1900-VOL 63 pag. 533
^^^H
^H 54.' Em 15-12— 1901 -VoL 64 pag. 317
^^^H
^H 55.» Em 15-12-1902— VoL 65 pag. ,537
^^^^1
^^1 56,» Em 15— 12— 1903— VoL 66 pag* ,303
^^^H
^H 57.» Em 15— i2— 1004-Vol. 67 pag, 477
^^^^1
^^m j%^iTÍoul lura,— Momoria sobre a agncuUura qo BraziU ^^^H
^^H pela chaQceller da relação do Maranhio coD^lheiro An- ^^^H
^^m tOQio Rodriguos Vello^o rio 01tv<ufa
- Vol. 36, pag. 91 . ^^m
^^H Jk.^nmm thertiia^^s — V. Caliaâ da Imperatriz — VuK 42, ^^^^|
^^H pag. 29 42' parte).
^H
^^^h A.la^oa.fi — Quairo das comarcas, cldadofi Tílias, povoações ■
^^^^ft e freguesias aosta província até 18
de agosto de 1840 — H
^^^H Vol, 3^ pag. 200. ^^^
M
^^^^H — Extracto dos trabalho§ sobre esta província, apresentado ^^^H
^^^^H ao respectivo pn^ídeote pelo 1* teneo ta de engenheiros ^^H
^^^K José Carlos de Carvalho — Vol. 13, pag. 336* ^^M
288
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A^íí\g:*>sLf^ — Relação das mattas daji Álagôa§, qae lêem
principio no lago do Pesooço e de todas aa que ficam ao
aorte destas até ao rio da Ipoj uca, 10 léguas distante de
Pornambuco— VoK 7<», p\g, 507.
— Providencias acerca das mattas das Alagoas c sua
descri p<:ào — VoL 22, pag. 339.
— Lista dos governadores, presi<ientea e cunuDandantes de
armas que tc^m tido a províDcía das Alagrias. de&de i819
aié 1811, peto M.ijor Fraoci^eo Maaoel Martins Ramos,
VoL 46. pag. 53 (2- parto).
A.lleiita.iil&a — Boatos de aggre&sao ao Brazil por parte
da AUemanha, provocada pela prisão de offloiaes da
corveta JNymp/ví% envolvidos em um conOi^^to havido era
umaea.sa de pa^to do Largo de S. Francisco de Paula em
1871 — VoL 6L pag.5.
— indicação do Instituto sobre um artigo publicado em folha
oHlclal aLlemã ^erca das preteDÇô&sda Allemaoba com
f\,^ relaçáo ao BraziL — VoL ÔT., pags- 150, 157, 103 e 210
*" f ■' (2* parte).
A^ltitutle — Tiibella das altitudes sobre o nlvej do Oceano
dos principaes logares e moo tos da carta topographica
do Minas Geraes, pelo Dr* José Franklin Massena,— Vol,
45, pag. 15L
j%.iiicizoii£i» ^ Noticia geral sobre o thesouro descoberto
no máximo Rio Amazonas. — VoL 2" pags. 3^1, 3â9 e
447; VoL 3\ pags. 31*. 15y, 282 e 372; VoL 5% pag.
253; VcíL 41» pag. :í3.
— Viagem do capitâotenentc da Armada Nacional José
Miria Nogueira, commandante do vapor de guerra Giia-
púiísú, primeiro que subiu este rio — VoL 6^ pag. 38'J.
— Memoria escripta am desenvolvimento do programma
dado p)r S. M. o Imperador ao Dr* António Gonçalves
Dias — VoL 18, pag 5.
— Alguns escLareeimeatos sobre as missttos da Província do
Amazonas, por JoEo Wilkens de Mattos — VoL 19,
pag. \i4.
— Extractos do relatório apresentado  Assembléa Legislativa
Provincial pelo Dr, JoSo Pedro Dias Vieira, presidente da
provi ncia. no dia 8 dejuHio de 1856.— VoL 20. pag. 4GL
— Extracto da falia dirigida á Asserabléa provincial em o 1"
de outubro de 1857, polo presidente da provinda Angelo
Thomaz do Amaral.— VoL 20, oag. 407.
— OíUcio do director interino das ooras publicas Joíto Wil-
kens de Mattos. — VoL 20, pag. 47 L
— Quadra das distancias, em legua-í d© 20 ao grào, entre a
capital, cidades, viltas, freguesias e mais pavoados dusta
província,— VoL 20, pag, 2ij2,
^ Novo descobrimento do grande rio das Amazonas, pelo
Çadre Christoviode Acufia— VoL 28, pag. Ui L
iiesonro descoberto no máximo (ruj Amazonas pelo
^adre ^oâo Daniel, da Companhia de JesQ^ — Parte sexta
(cópia authenttca; — VoL 41, pag* 3:í.
rVDICE DOS \'OLI'MES 1 A G7
280
- ?n'
A nia^oiiaíí»— Cartas e relatórios de GoJeon Morris do Jonge,
no tempo do domioio bolliiadez, sobre os logares deno-
minadoa Maranhão, Ceará* Cametà, Grão Pará e outros
rios comprohôndldos ua bacia do famoso rio do Amazooma
^VoL 5íí, pag. 237.
— Auto de posso qtie se tomou entre PorLugal 0 domínios
do Caitella por Pedro Toixeira, capitão-mór por S. M. dm
entradas 0 descobrimento e rio das Amazonas, etc.— Vol.
67, pog. 331 (1* parte),
— Cópia da carta qae João de Abreu Castello Braoco díríí^iti
ao Provincial da Companhia de Jesus da Província do
Quito, ena respoita .1 que receb jra do mesmo provinciíi
acerca do direito, que se arrogava, do pertencer ao Bis-
pado de Quito parle do território do Amazonas perten-
cente a Portugal — Vul, f;7, pag :132 f l'" parte),
America. ^ Memoria sobre o descobrimento da AOLdrica
no século deeírao, escripta por C. C, R=ifn, secretario
da Sociedade doa Antiquari^is do Norte — VoL 2«,
psg. 210.
Pretençoes da Inglaterra sobre a America — VoK 4"^,
pag, 505.
Investigação sobro as povoãç«'ie3 primitivas da America,
etc, por Warden, traduzidas pelo cónego .lanuario da
Couha Barbosa, da obra iutitulaia— Antiguidades mexi-
canas — VoK 5'\ pag. 187.
Xoticiasobre a obra publica la era Cjpenhague pela So-
ciedade Real dos Antiquários do Norte com o titulo de
^ Antiquitatea AraerícannB, otc— Vol. 2, pag, zOá.
Quaesos auim les uitruduzidos na America peíos concluis-
tadores ? Memoria lida pelo Dr» José Ribeiro de Souza
Fontes — Voí. 10* pag. 509.
Commentarios sobre a obra de Alexindre de Humboidt—
Eiamo cri tico da Historia do Noto Continente, por Joa-
quim Caetano da Silva.— Vol, 26, pag. 2m, voL 29,
pag, 5 (^* parte).
Jo* Sctirmer e P. Apianus (Benowitz) — Influencia de um
e outro e «le vários de seus contemporaDeua na adopção
do nomo— America; e primáros globos e primeiros
mappas-mundi com cate nome, etc. por Fraocisco Adolplto
de Varnhagen — Vol. 35, pag. 171 (2* parte).
Os Predecessoses de Colotf}ho — - João Cousin, pelo cónego
Dp. Joaquim Caetaao Fernandes Pinheiro — Vol, 37,
pag. 71 (2* parte),
O Qome de Amorici a^rá americano ? Memoria lida por
Cândido Mendes de Almeida — VoL 3Q, pag. IDl
(2* parte).
João Ramalho, o bacharel de Canaaõa, precedeu Colombo
na descoberta da America?- Vol* 40, pag. S77 (2* par te j.
Projecta para lovantar-se uma estatua a » hilitovão Co-
lombo, tendo por poiostal o Pão de Assacar â entrad;i do
Rio de Janeiro— VoL 53, paga. 4:j5, 440, 447 o 567
(i* parte).
831--jy To:ao lxmi . v, u
200
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A.mericn' — America abreviada -« Suas notícias, o dô bôu^
naturacs, e cm particular no Marachão, títulos» contendas,
e instrucç^ed» á âua conservação e augmento mui utaia,
pelo padre João de Souza Ferreira— Vol. 57, pag. 5,
A^ml — Qual a orijíem da lultura o commercío do anil eiitr<^
nós e quaes na causai de seu progresso e do sua deca-
dência —- VoJ. 15, ptkg, 42.
•- ( ôpia de lira extracto sobre a sua preimração — Vol. 23,
pa;?, 489.
Auiiuti'!?^ ** Quaes fôramos animaes introduzidos na Ame*
rica pelos coDquistixioreJi ? Memoria lida poio Dr. José
Riboirodo Snaz;i Fontes — VoK T*. pag. T^ou.
AunUerpurio — A Sociodado de doographia de Lisboa
convida c Instituto a commemorar o 4* centonario do
descobrimoíito da índia por Vasco da Qama — Vol. Ò'J,
pag. 217 (2' parto) ►
— FropOííta para que sejam commcroorados em s 'saúes
solen^nes e publicas os centouarios : :!" do ptissamento do
Padre José de Anchieta (9 de jnltio de 18£>7); 2° do falle-
címento do Padre António Vieira (18 de jtilho de 181^) ;
r' do natalício do príncipe D, Pedro de Alcântara (12 de
outubro de 18í>8), que proclamou a fndopendoncia do Bra-
zll; e 4^ do doscobrimeato do Brazil (?■? de Abril de lOoO)
— Vol. 50, pag. 294 (2i partn).
A.Uilir<>i»ologri^^ — Emaio de anthopologia — Região e
raças helva^eos, pelo Dr. José Vieira Ckiuto de Magalliâes
— Vol. :m, pag. 3r)9 (2» parte).
.^a^eti' Ue «ímíIIo — Prr posta pam a sua creação -^ Vol*
íí«, pag Tig? (2» serie).
— Pareço i* da commlséào sobre a utiLdade da creação dette
deposito — Vo!, ♦>% pag, i:^3 (2* serie).
— Artigos regulamentares -* Vol. C*, pag. 114 (2* serie).
— o cun telheiro Manoel Francisco Correia faz entrega
de um invólucro laciado, que deverá sor guarJado na
arca de sigitlo para se abrir trás mezes depois do
dia de 3eu í'iIIocimento. —Vol. o3, pags. 4iri q 4í*7
(2* pirie).
'- O CuDiellioiro Manoel Franeisco Correia deposita um
cuvolwcro lacrado para í©r aborto e lidodepoií- da morte
de S. M< O Imperador o Sr. D. Pidro do Alcântara —
Vol. 53. pag. 49í5 ( ii* parta )•
— Vm enveloppe laci-ado apresentado pelo oonselhelro Ma-
noí 1 Kraacifíco Correia para ser aberto quando etle derrear
do ior presidente do Trtbunal de Coutas. —Vol. r.6, pag.
l\i i 2* parto ).
— Aberta osli arca no dia 8 de abril de i8i;»2 dílla ó reti-
Or
Fines — an;
lavia sido depositado pelo coose-
j Correia o p^»r este lida a memo-
a obra de i:. de Presseiicô — Le<
r D. Pedi-o da Alcsnlara— Vol*
291
^-%.põa fie si^illo ^ ^remoriaa câcriptas pelo Vítconde
deTafinay— 4 voiamoi para j?erem abertos e publi-
cados depois do anno de VMi — VoL r>5» píijyr. 344.
— Retirado ura eavolucro «:od tendo uma memoria, que a
Conselheiro Manoel Fraacisco Correia apresentara para
ser aberta quando deúa^aeelle o caL^o do Presideate do
Tribunal de Contas,*? submettida a uma ccrammào espe*
ciai — Vol. 57» pag. 36!>, 370 e 501 (2* parte).
^A.i*iiia.<;&a ti» pei^eL% div t»cLlem —por Luiz á« França
Alraelda e Sá — VoL 62; pag. 186 ( 2* parte ),
A^siateiubléii Oonsiititiiliiie dt* 1Q\^3 -^ Digcus^^ão
hiatorica sustentada em 1863. na imprensa diária do ilhj,
entre o Consolbeiro José de Alencar e o Dr. Prancifico
Igaacio Marcoodes Homem de Mello — VqL 64, pai^* f^i \ .
— XjOS"l^lit*livíi. — Sobre a abertura do parlamento
no dia 3 de maio — Vol . 48, pag. o* '3.
— A primeira aaaemblêa legislativa ao Brasil ^ Vol. 5 í.
pa^. in.
A^^Higri^AtufA —Quando começarão os reis a aasignar
manualmente —VoL 18, pag. íf^K
— Assignatura raoDograpbica e autograpba dos reis — VoL
45. pag. 203.
^ã!$sooiaçâ,o Oi>mnioi*eml do Rio de Janeiro —
V. Diversos f Tol. 4r>,
Sitli^hi —Traslados doa privilégios que S, M. eonoedeu aos
cidadãos da Bahia de fodos 03 Santos — Vol- 8, pag. 512.
— Relação verdadeira do tudo o suceedido na restauração
da Bahia de Todos os Santoâ.desde o dia era quo parliram
as arn^adas de S» M. até o em que em i dita cidade foram
arvorados os seus estandartes — VoL 5", pag. 476.
-^ Breve noticia sobre as mi nas ha poucu doscobertas no
Asaurá. nesta provioeia, pelo Tonego Binignu Joaí de
Carvalho e Cunha— VoL 5'\ pag. 524 ( S* serie ).
— Foral da Ci^pitania da Bahia e cidade de S, Salvador
( manuscripto offerecido ao Itiátituto por S. M. o Impe-
lador ) — VoL 18» pag:. lõíL
— Recuperaçãu di Ci^lade de S. S. ti viador, pt>r D. Manoel da
Menezes — VoL 2i^ pags. 357 e 525.
— Memoria topogriphicahlsturica, commercial e politica da
Vi lia da Cactiouira da Provi ncii da Bahia, par José
Joaquim de Almeida Arnizáii — VoL 55, pag, 127.
— Memoria des^riotiva dos a t testados da f^àcçào demagógica
na pnjviaciada Bahia, contendo a narração circumitan-
ciada da rebelliao do 2õ de outubro do 1824 e mais factos
relativos att^ o dia do embarque para Pernambuco do
3*» batalhão de linha denomíiiado — Periquito.^ — e con-
tendo as relações offlciaes da tropa reunida fora da cidade
par causa da dita rebelliao, por ... — VoL 30,
pag. 233,
— Fundação da Casa da Moeda — VoL 33, pag- IS3,
— A Sabinada na Provinda da Bahia em 1^37, por Joaquim
pireg Machado Portella — VoL 45, pag* 13 ( 2» parte).
1
202
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Rabia — Sabinada da Bahia em 1837 — Memona do
Dr. Moreira de Azevedo — Vol. 47, pa^» 2^3 (2* parte),
— A revolução desta provinda era 7 de novembro de 1837 e
o Dr. Pjanci8C4i Sabino Alves da Rocha Vieira, pelo
Dr, A.V.A. do S. Blake —Vol, 48. pag, 24.'^ ( 2" parte).
— A revolução de 7 de novembro de 1837 e o Dr. Fraocisco
Sabino Alves da Roch^^ Vieira — Vol. 50, pag. 177
( 2* parto ) .
— Noticias do arcebigp ulo da Biibia para supplicar a S. M.
em favor do culto divino e salvação das almas — VoL
54» pag. 323.
— Diacarso sobre a conveniência de fortíiicar* a cidade da
Bahia, capital do Brazíl — Vol. 56, pa^?. 77.
— Coiiv<^cação do Bispo de Angola par^ o gioodo da Bahia
em 1707 — VoL 5(5, [lag, 103.
— Grande tempostade nx noite de li* d 3 março de 1781 —
Vol, 56, pag:, 107.
— A revolução de 7 de novembro do 1837 e o Dr. Francisco
Sabino Alves da Rocha Vieira — Vol. 60, pag. 47
(2» parte).
— V. R:publica,
BLi,la,ia.<iu. — Depoimcoto dos heróes do cerco de Caxias
sobre a revolu^o dos < Balaios» —Vol, 05, pig. 283
( 2* parte ).
BalòeH aeroi-itii^t leo^ — Memoria quQ tom por ob.jecto
reivlndicir para a Nação Brazileira a gloria d.i invenção
das machinas aerostaticas* pelo Cónego Francisco Freire
dtj Carvalho — VoL 5^ pag, 33^\ ( 2» serie l
Sanaeiru — Descripçâo aa bandeira da Republica do
Equidor — VoK '^4, pag. 750.
— Memoria histórica sobre a bandeira nacional, por Joaquim
Norberto de Souza e Silva — Vú], 53, paír. 2i3.
— Da Republica dê Peraambu'^o da 1817 — Vol. 56, pag.
122 (2' parte).
— Que pertenceu ao l« Batalhão de Voltintarioã da Pátria
na campaQha do Paragua]r e oITerecida ao Instituto —
Ver 59, pag. 271 ( Z'^ parte),
Ba^ncloH dos tempos colooiaes, vol, 55, parte W
Escrúpulos de um governador Ã06
Vexames praticados por otHoiaes públicos. . 200
CoDtaLno àa bexiga 20fl
Provídeociaâ sobre masearados 200
Luminárias pola vlctoria alcançada contra os
francezes. 207
Prchibiçio de escrever sobre successo da ba-
talha contra os fraocezas sem prévia
censura 207
Embarque dos prisioneiros franceses, vol. 55. 208
Baiallàa — Dos Guartír(ip*:f — P^tudo histórico pelo cónego
Dr» Joaquim íaetano Feraandes Pinheiro — Yoh 2^»
paf . 30J (2- parte),
índice nos vor.rrMES 1 a íu
293
BatGàlba — Dos Gutrarapes — Carta de Francisco Barreto
dau o coo ta da victoria alcançada nos Guararapes em
1648— VoL 56, pag. 71.
— Do íiiizaingo — Hiatoria d& campanha do Sul era 1827 —
Vol. 49. (parte l"), pag- 28©.
— V. Brasil.
Beuite^^i — Periedico MaraDhense — V. Maran/i^o,
Denflejyrõ — Meteoro de Bendegó — Vul. 56, pag, 141 .
Benedietiito^ — Apontamentos históricos .^obre a Ordem
Benedictina em geral e em particular sobre o mosteiro de
Nossa Senbora de Moosorrate da Orlem do Patriarcha
S. Beoto dacidaie do fiio de Janeiro» coordenados pelo
Dr. BenjaEiin Franklin Ramiz Galvão — 1869 — Vol* 35,
pa;r. 249 í^-* ^arte).
Bi1>liosrr«pli.Ía. ^eogrrapliiea^ BrckasileifCL —
Cumraissào encarregada do organizar este trabalho —
VoL 5<, pag* 289 (S- parte).
lÍH>liõilieea,rlo— Proposta para a creação desto logar»
oíTnreciraenio do raajor Gomes Netto para eiercel-o gra-
tuitimonte — Vol. 57» pag, 381 (2* parte),
— Creaçlodo logar de bibliotheeario-arclii vista — Vol. 50,
pags* 215 a 2^1 (S* parte),
SÍo^rapliia.s — De diversos sócios do institato— -VoL Gl,
pag. 74ÍÍ.
— Traços l>iographicos de Serranos illuatres, já ftiUecidos,
precedidos de um basquejo histórico sobre a fundação da
cida^Ie do Serro, em Mioas Geraes — Vol. 65^pag. 333
(2* parle).
— Dr. Abilio César Borj^^eá — W Barão de Macahubas.
— Adriano Krneato de Castilho Barreto — DesembarRador—
Vol. 20, p&g. 85, siipp.
— D. AÍTonso (Príncipe Imperial) — VoL IL pags. 5 a 84,
voL ^9, paíí. 306, (2* parte).
— Agostinho Marques Perdigão Malheiro —VoL 23, pag. -
70 L vol. 41, pag. 474 (2» parttí).
— Albino da Costa Lima Braga— VoL 5ís pag- 408 (:a*
parto).
— Aleiandre Dias de Rezende — VoL 29, pag. 294 (2*
parte) .
— Aleiandre Generoso de Almeifla e Silva, padre — VoL
05, pag. :^3 {t* parte).
— Da vida e feitos de Alexandre de Gu^mlo e de Bar-
tolometi Lourenço de Gusmão — Vol. 65, pag. 379 (2»
parte).
— Alexandre Herculano— VoL 40, pag. 578 (2* parte).
— Alexandre de Humboldt— VoL 22, pa*?. 720,
— Alexandre Maria de Mariz Sarmsnto- VoL 33, pa^. 452
(2* parte).
— Alexandre Rodii^^ues Ferreira — VoL S, pag. 501 —
Noticia dos seus eseriptos — Vol. 2, pag. 506 — llela-
torlo apreientado á Academia Real de Scieneiaade Lisbm
— VoL 2, paíí. 513,
29*
REVl-íiTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Bio^rapHic^^ — Aleiaudre de Serpa Pinto — VoL 6i|.*
p»g. 351 (2» parte).
— Alfredo de Escragoolle Tauoay — V. Visconde de
T&uõay.
— Dr. Al freio Piragibe — VoL fl^i, pag, 46) (2^ parte).
— 'AlphODse de Lamartioe — Vol, 3í, pa^r. 338 (8» parte).
— Álvaro Barbalho de Uchõa Cavalcante — Vol. 53, pai^,
519 r^" parte).
— Dr. Ameriod Brasilienae de Almeida Mello — Vol. 50
pagfl, 221 e 3[^J a 40^ (2* parte).
— I). André Lacnas — VoL 55. pag, 511 (2* parte).
— André Vidal de Negreiros, pela cónego Dr, Joaquim
Cattaoo Pernand»3« Pinheifo — VoL 32, pag. 329 f^*
parte),
— Angelo Maniz da SUva Ferraz -- V. Barão de Ura-
guayana.
— António .alvares Pereira Coruja — VoL 53, paíf, 604
(2» parte).
— Frei .\iitonio de Arríbida, bispo de Anemuria — Vol,
2'j, pag. 299, e voL 62, pag W [2* parte),
— Dr. Antoaio Augusto de Queiroga — Vol, «lô, pag. 361
12» parte).
— AUtonfo Augusto Monteiro de Barros— VoL 3\ pag, 541.
— António Cari *s Ribeiro de Andrada MachaJo e Silva —
VoL 4\ pags. 153 e 205 tâ^ strle).
— AntouiO Costa — VoL 23, pag. 701.
— António da tosta Pinto — VoL 4:i, pag. 547 (2* parte).
— António d.i Costa Rego Monteiro — VoL 22, pag, 719-
— Dr, António d.i Coeta de Souia Uaoodo — VoL 55,
pag. 5'^1 (2' serie).
— António Dfjodoro Pascual — VoL 37, pag, 401 (2*p\rte),
— * António Elisiaria de Mtr.iQda e BritOt marechal do Ezer«
cito— VoL 2\, pag. bb2.
— António Enno3 de Souza — VoL 64, pag, 359 (2* parte),
— António E^rnostj Gomes Carneiro, general — VoL 65,
pag. 347 (ii* parte)-
— António Feliciano de Castilho. (Vide Visconde de Castilho).
— D* António Felippo Caraarâo (guii naturalidade) — por
Francisco Adolpho de Varnhagen — VoL 30, pag, 501 (l*
parte) e 409 (2* part^).
— D. AntoDio Felíppe Camarão, pelo cónego Dr. Joaquim
Caetano F^ernandes Pinheiro — VoL 33, pa^í- 201 •
— Dr. António Felif Martins— V. Barão de S. Félix.
— António Fe:Teira V«lho, pa-ire —Vol. 29, pag. 270 ('^'
parte),
— António Florêncio Pereira do Lago— VoL 56, pag. 73
í^* parte).
— António Francisco Dutra e Mello — Estudo biographico
polo Dr, Luiz Francisco da Voíga — VoL 41, pasf. 143
(2* p&rte) — pelo Ur, Josô Tito Nabuco de Araújo —
VoL 30, pag. 185 (í* parte)— VoL 4% pag* 152 (2* swrieL
— Dr, António Uonçalve^ Dias — Vol. 27, pag. 4è8 (2*
parte).
índice dos volumes 1 a 67 205
8io^ra.plii€t« — Antooio Gonçalves Teixeira o Souza —
Vol. 39, pag. 197.
— Dr. António Henrique Leal — Vol, 48, pag. 430 (2*
parte).
^ António Joaquim Alvares do Amaral — Vol. 45, pag.
193.
— Dr. António Joaquim do Mello, Wspo de S. Paulo —
Vol. 24. pag. 813.
— António Joaquim Ribas —Vol. 53, pag. 020 (2* parte).
— António José e a Inquisição — Vol. 25, pag. 365 — £x-
oerptos do seu processo — Vol. 25, pag. 380.
— António José Duarte de Araújo Gondin — Vol. 29, pag.
289 (2* parte).
— António José Gomes Brandão — Vol. 60, pag. 463 (2«
parte).
— António José Osório da Pina Leitão— Vol. â9, pag. 288
(2» parte).
— António José de Paiv^ Guedes e Andrade — Vol. 15,
pag. 524.
— António José de Serra Gome» — V. Marquez áe Po-
naflel.
— António Josó da Silva — Vol. 2», pag. 114 (2» serie).
— António Josó Vialle — Vol. 53, pag. 602 (2* parte).
— António José Victorino de Barros— Vol. 55, pag. 470
(2» parte).
— António Ladislàu Monteiro Baena — Vol. 15, pag. 524.
— Frei António do Lado de Christo — Vol. 45, pag. 181 .
— Dr. António Luiz Patrocínio da Silva Manso— Vol. 53,
pag. 385 (2* parte).
— D. António de Macedo Costa— Vol. 55, pag. 475 (2* parte).
— 'António Manoel de Campos Mello — Vol. 41, p«g. 475
(2* parte).
— António Manoel Corrêa da Camará — Vol. 40, pag. 505.
—i António Manoel de Mello, brigadeiro-— Vol 20^ pag. 488
(2* parte).
— António Maria Coelho, general — Vol. 58, pag. 337.
— António Mariano de Azevedo — Vai. 48, pag. 427 (8»
parte).
— Antuuio Marques' de Sampaio, cónego— Vol. 4*, pag. IÒ2
(2» serie).
^ António de Menezes Vasconcellos de Drummond — Vol.
37. pag. 487 (2^ parte).
^ António de Moraes Silva — Vol. 15, pag. 244, yol. 23,
pag. 495.
— Dr. António Navarro de Abreu — Vol. 4», pag. 1(38,
(2* serie).
— António Nunes de Aguiar, marechal— Vol. 3ft^ pag.
512 (2" parte).
— António de Pádua Fleury — Vol. 23, pag. 698.
— António Paulino Limpo de Abreu — V. Visconde de
Abaete.
— António Pereira de Araújo Pinto — Vol. 6, pag. 558.
296
REVJSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Dio^rupHÍH,«^— António Pereira Barreto Pedroso— Vol. 46,
pag. 671 {^ parte).
— António Per<3ira Pinto — VoK 43, pag. 559 (2» parte).
— António Pereira Rebouças—Vol. 43, pag. 540 (2* parte).
— António Pereira do Souza roídas, paáre — Vol, 2", p*ff8<
127 e 133, voL 29, pa;?. 287 (2' parte).
— António PiíTH da Silva Pontos Lemo — Vol, 20, pa^,'. 267»
voL 36» pag. 184 (2» parte).
— D, António R<idrigues di Cunha — VoL 28, pag. 35íJ (2"
parte) .
— Frei António de Santa Úrsula Rodovalho — VuL ^7, pag.
187 ; voL 29, pag. 299 ; voL 40, pag, 177 (2» parte).
— António Thomaz de Oodoy, desembargador — Vol. 21,
pag. ri37.
— António Vieira, paiire — Vol, O, pag. 229 — Breve me^
moria acerca da sam naturalidade, de que foi encarre-
gado pelo lostitii to o arcebispo da Babía l^ Romualdo
Antoeiode Seixas — Vol. 19, pag. 5,
— Fi-ei António da NatiTidade Moura — Vol. 24, pag. 800.
— Arari^íjoia (dupois Martin Atronso) -^ Vol. 4*^. pag. 207.
— Dr. Aristides Augusto Milton— Vol, 67, p,ig. 498(2'
parte).
— Augnito Fausto de Souza — Vol. 55» pag. 459 (2* parte).
— Augusto Henrique Victorio Grandjean de Moutigny —
Vol. 29, pag. 206 Vi" parte).
— Augusto Leverger —V , Barão do Melgaço.
— Augusto Victoriuo Alveo do Sacramento B ta ke— Vol, 6<j.
pag. 333(2* parte).
— Augusto WoncGsláo da Silva Lisboa — Vol.tiO, pag* 203.
— Aureliano do Souza Oliveira Coutinho — V, Visconde de
Sepatiba.
^ Balthazar da Silva Lisboa — Vol. 2*, pagi. 384 e 590.
— Baptista Caetano de Almeida Nogueira. VoL 46» pag^*
243 e 659 (2" parte).
— Barão do Alhandra (José Bernardo do Figueiredo) — VoL
48, pag. 425 ; voL 49, pag. 378 (2* parte).
— Barào de Antonina (Joào da Silva Machado) — VoL 38,
pag. 420 (2* parte).
— Barão de Ayuruoca — Vol . 34, p&g. 2í^9.
^ Barão de Caçapava (Francisco Soares de Andréa), mare-
chal do Exercito— Vol. 2L pag, 548.
— Barão do Catuaraa (João José Ferreira de Aguiar) —
Vol. :iL pag. :í70 (2* parte).
^ — Barão de Cayrú (Bento da Silva Lisboa) — VoL 28,
pag. 350, (2* parto).
— Bário de Cotegipe (João Maurício Wanderley) — VoL 53,
pag. 6^.
— Barão do Desterro (João José do Almeida Couto) — VoL
03, pag. 573 ('^* parte),
— Barão Gustavo Schroiner — VoL 49, pag, 534 (2* parte).
— Barão de Jaguary (Marcos António Brioio) — VoL 34,
p«g. 409 (8* parta).
à.
índice dos volumes 1 A ÍM
297
Bio|^ira.plLÍe.s — Barãa de Japurá (Miguel Maria Lisboa)
— VoL 44» pag, 452 (2* parto).
— B;irão do Laiario í Josó da Costa Azeredo) — VoL 67»
(2' parte).
Lavradio (Or. .losà Pereira Rego) — Vol. 55p
pag. 505
Barão de
pag. 55.
Barão de
Lopes Nelto (Dr. Felippe Lopes Netto) —
Vol. 58, pag* 445 (2- parte).
Barão de Macahubas (Dr. Abílio Ccsar Borges)— VoL 55,
paga. 79 e 46:^ (2"^ parte) ,
Barão de Maruiá (Joào Wilken^ de Mattos) — VoL 53,
pag* 604 (2' parte).
Barão de Melgaço (Augusta Lôverger) — Vol. 4ct, pag.
T^m ; vol, 60, pag. 89 (2' parto)-
Barão de Miranda Kois (José de Miraoda da Silva Róis)—
Vol. 66, pag. 330 (2-- parte).
Barào do Oliveira Castro — Vol, 59, pag. 407 (â* píirte).
Barão de Petrop^li3 (Rr, Manoel do Valladáo Pimentel)
— VoL 45. pag, òSZ ('^^ parto).
Barão do Planitz — Vol. 4", pag. 168 (B* serio) •
Barão da Pont> Ribeiro (Duarte da Poate Ribeiro)—
Vol. 41, pag. 489 (3- parte).
Barão de Qaarabim (Pedro Rodrigues Fernandes Cbaves)
^ VuL 29, pai?. 482 (2» parto).
Barão de Saal Ânua Nery — VoK 64, pag, 3H4 (2* parte).
Barão do Santo Angelo (Manoel do Araújo Porto Alegre)
—Vol. 43, pag. 5Í7,
Barão de S< Diogo (Diogo Teixeira de Macedo) —VoL 45,
pag. 527 (2* parte).
Barão de S- FoUx (Dr. António Félix Martins) — Vol.
55, pag, 524 (2^ parte).
Barlo da S. João Nopomuceno {Pedro á& Alcântara
Cerqueim Leite) — VoL 46, pag, 670; voL 47, pag.
147 (2* parte).
Barão do Serro Largo (General José do Ahreu) —VoL
31,j>ag, <,2 (2- parte),
^ j. r.^..-^ r_„ (Franciíico António de Souaa
492, (;í^ parte).
Etnilio Taunay) — VoL 44»
Bamo de Souza Queiroz
Queiroz) — VoL 55, pag,
fiarão de Taunay (Felii
pag, 486 (í* parto).
Barão de There^epolia (Dr
Francisco Ferreira de Abreu)
— VoL 48, pag. 423 (2" parte).
Bário das Três Barras — V. Visconde de .laguary.
o.-=r^ j. rr„ ^__ /*___!. M^£Jí^ da Silva Ferraz)
Francisco Bonifácio de
Barão de Uruguayana (Angelo
— VoL 30, pag. 516 (S"* parte).
Barão de Villa da í Jarra (Dr.
Abreu) — VoL 5L pag. 2^1.
Barão de Villa Franca (Ignacio
Motta) — Tonao 49, pag. 372, dO
Barão de Walkemaer — VoL 17, pag. 52, supplemooto,
Bartholomeu Loarenço de Gusmão — VoL 65, pag. 379
(2« parto).
FraEciaco
T voL
Silveira da
J
298 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Bio^rarpl&iafii — BarUiolomefa Paoca, cardeal — Vol. 6,
pag. 563.
— Basílio de Carvalho Daem<m ^ Vol. 57, pag. 455 ; yol.
63, pag. 173 (8* parte).
— Beatriz Francisea de Assis Brandio-^Vol. 55, pag. 59
(2* parte).
Bellarmino losé de Sousa, padre —Vol. 61 , pag. 771 .
Benj imio Vicafia Makeoa -- Vol. 50, pag. 427 (2^ par
Bento de Figueiredo Ferreira Aranha -^^Vol. 2», pag. 257.
Bento Manoel Ribeiro, teneote-general — Vol. 31, pajr.
384.
Bento da Silva Lisboa — V. BarSo de Cayrú.
Bento Teixeira Pinto— Vol. 13, pags. 274 e 402.
Bernardino José de Qaeiroga — Vol. 65, pag. 3G0,
2« parte).
Bernardo Jacintho da Veiga— Vol. 11, pag. 16S; vol.
42, paff. 55 (2* parte).
Bernardo José Pinto Garilo Peixoto, brigadeiro— Vol.
:í8, pag. 721 .
Bernardo Saturnino da Veiga — Vol. 64, pag. 375 (2*
parteK
Bernardo Soares Pereira da Silva Masdarenhas — Voh 29,
pag. 270 (:?• pwte).
Bernardo d-a Souxa Praneo — V. Viseonde de Souza
Fr.xnoo.
líernardo Vieira Ravaseo — Vol. 4, pag. 377,
Braz Carneiro Nogueira da Gosta e Qauia —V. Ck>nde
do Baependy.
Braz Carneiro Leio — .\pontameiitos biographicoe da sua
ftwnUia — Vol. 43. pag. 365 (2* parte).
Dr. Caetano Alberto Soares— Vol . 30, pac. 527 (2» parte).
Caetano Alves de SounPilgiioiras— Vol. 45, pag. 523
(2*^ narte).
Caetano Lopes de Moura — Vol. 24 pag. 800.
Caetano Maria Lopee Qama — Viseonde de Marangnape.
Caetano Pinto de Miranda Monteoegro- V. Marquez da
Villa Real d i Praia Grande.
Cândido Baptista de Oliveira — Vol. 2>í, pag. 353
(2* parte).
Cândido Borges Monteiro — V. Viseonde de Itauna.
Cândido José de Araújo Viaona— V. Marquez de Sapu-
cahv.
Cândido Mendes de Almeida — Vol. 44, pag. 4^
(2» parte).
Dr. Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo — Vol. CA,
pag. 372(2» parte). . ^ . ^
Carlos Carneiro de Campos — V. Viseonde de Caravellas.
Carlos Frederk-oPhilippe de Martins— Vol. 32, pag. :^23
í2* parte).
Carlos Oomss ' Anlonio)-.Vol. 59, pag. 293 e 418 (2* parte).
Carlos ílonorio de Figueiredo — Vol. 44, pag. 470
('^ parte.)
índice dos volumes 1 a 67 299
Sioj|r>'Apli.iarS — D. Carlos de Ibanes— V. Marquez de
Munhagem.
— Carlos Reybad — VoL 27, pag. 411 (2» parte).
— Dr. Frei Carlos de S. Josó e Soiiza — Vol. 39, pag. 183
(2* parte).
— Casimiro de Abreu— Vol. 33, pag. 205.
— Casslaoo Spiridião de Mello e Mattos — Vol. 20, pag. 67
(supp.)
— Castríoío Luzitano — V. João Fernandes Vieira.
— Dr. Ceiar Augusto Marques— Vol. 63. pag. 577 (2* parte).
— César Cantu— Vol. 58, pag. 448 (2* parte).
— Christiano BeaedictoOttoni— Vol. 05, pag. 350 (2' parte).
— Chrlstovâo Colombo — Vol. 7, pag. 3; vol. 55 supp.
Vide diversas memorias históricas.
— Frei Chrislovão da Madre de Deos Luz — VoK 13,
pag. 125.
— Clara Felippe CSlmaráo — Vol . IO, pag. 387.
— Claro Monteiro do Amaral, Monsenhor — Vol. 64,
pag. 369 (2^ parte).
— Cláudio Manoel da Costa — Vol. 12, pag. 5í9; vol. 32,
pag. 113 (2» parte).
— Dr. Cláudio Luiz da Costa — Vol. 32, pag. 337 ; vol. 34
pag. 117 (2« parte).
— Dr. Cláudio Velho da Motta Maia— V. Conde de Motta
Maia.
— Clemente Pereira de Azeredo Coutinho e Mello — Vol. 4®,
p^g. 88.
— Conde de Anadia, Ministro da Marinha — Vol. 29,
pag. 279 (2« parte).
— Conde de Biependy (Braz C:irneiro Nogueira da Costa
e Gama) — Vol. 50, pag. 42ô (2» parte).
— Conde de Irajà (D. Manoel do Monte Rodrigues, Bispo
do Rio de Janeiro) — Vol . 26, pag. 938; vol. 27,
pag. 194 (2* parte).
— Conde de Linhares (D. Rodrigo de Souza Coutinho) —
Vol. 29, pag. 275.(2» parte).
— Conde de Linhares (^) — D. João Carlos de Souza Couti-
nho — Vol. 29. pag. 878 (2* parte).
— Conde do Motta Maia (Dr. Cláudio Velho da Motta Maia)
— Vol. 60, 475 (2» parte).
— Conde Mole — Vol. 21, pag. 532.
— Conde do Rio Pardo (Thomaz Joaquim Pereira Valente)—
Vol. 29, pag. 292 (2* parte).
— Conde de S. Salvador (D. Manoel Joaquim da Silveira,
Arcebispo da Bahia). Vol. 37, pag. 483 (2' parte).
— Conrado Jacob de Niemeyer, Coronel— Vol. 25, pag. 727.
— Frei Custodio Alves Serrão— Vol. 36, pag. 625 (2« parte).
— Damiana da Cunha— Vol. 24, pag. 525.
— Daniel Pedro Miiller — Vol. 3, pag. 542.
— Demétrio Cyriaco lourinho— Vol. 51, pag. 382 (2* parte).
— Diogo António Feijó, Padre— Vol. 48, pag. 591 ; vol. 54, -
pag. 131 (2* parte) ; vol. 00 pag. 357 (2» parte).
300 RE%1?TA DO INSTITUTO HISTÓRICO
DiofiTi^^pl^^A^ —Diogo Aroudie de Moraes Lêlta — V^l. 7,
pag. 256.
— D. Dio^o de Bíitjs Araoa — Vol. 35, pag. 528 (2* parte*..
— Diogo Duarte Silra — Vol. 23. pag. 91 sapp.
— - Diogo Copke — Vol. 6, pag. 553.
— Diogo de Sà Rocba — Vol. 29, pag. 27,» (2* pirteu
— Diogo Soares da Silra de Birar — Vol. ás, pag. 3u
(2« part?).
— Diogo Teixeira de Macedo — V. BaHú> de S. Diogo.
— Dr. Dionysio de Oliveira SilrJra — Vol. 31, pag. 4.0
(2* parlei.
— Dr. Domiciíno da C^^ii Moreira — Vol 45. pag. 520
(2* pirto).
— LK>miogos Bjrges de Barros — V. ViBConie da Pedra
Branca.
— Domin.os Caldas Barb>sa — Vol. 4« pa^'. tlO : toI. 14
— D. Lomiok^os FaDsiinD Sarmieoto — Vol. 51, pag. 3õi)
(2* pane).
— DomiDgJs Jjãé GoiwalTes de Machies — V. Visconde de
Ar^uruaya.
* Dr. Domingos Marinho de .\zer«io Americano — Vol. 15
pag. 523.
— D. Domingos de Santa Maria — Vol. 53. pa-r. 605
(2* pirle).
— Doarte Gasta vo Xogu^ira Soaria— Vol. 64, pasr. 3^*3
2* parte).
— Duarte da Ponte Ribeiro — V. Bário da Ponte Ribeiro.
— Duque de Cadaval (O. Miguel Caetano AlTmres Pereira de
Mello) — Vol. 60, pAg. 151. (2» parte).
— Duque de Caxiia (Luiz Alves de Lima} — Vol. 43,
Iiags. 386. 520; vol. 44, pag. 163 (2* pirle).
— Duque de Saldanha (D. Joio Carlos Gregório Domingos
Vicente Francisco de Saldanha de OliTeira e Daon —
Vol. 39, pag. 523 (2* parte).
— Eduardo José de Moraes — Vol. 5S, pag. 443 (2» parto).
— Eduai-do L-^emmert — Vol. 43, pag. 6J2. (2* parte).
— Eduardo Olympio Machado — Vol. 19, pag. 607.
— Dr. Eduardo da Silva Prado — Vol. 04, pag. 386,
(;:• parte).
— Dr. Eloy Benedicto Ottoni— Vol. 65. pag. 3-52 («^ parte).
— Emiliano Faustino Lins — Vol. 20, pag. 88, supp.
— Emilio Adot — Vol. 30, pag. 517 (2" parte).
— Emilio Eugénio Raffard— Vol. 61, pag. 364 (2^ p;àrte).
— Emilfo Joaquim da Silva Maia — Vol. 22. pag. 707.
— Emmanuel Liais — Vol. 63. paír. 371 (2* parte).
— Epifânio Cândido de Souza Pitanga— Vol. 57. pag. 480
(2* parte).
— Dr. Ernesto Benedicto Ottoni— Vol. 65, paff. 363 (2*
narto).
— Dr. Ernesto Ferreira França — Vol. 35, pag. 627 ;
vol. 53, pag. 596 (2* parte).
índice do? volumes 1 a 67 301
Bto^rapli.ia!9-'SstiQÍsl;io de Campos, Padre da Sociedade
de Jesus — Vol. 52, pag. 5 (2* parto).
— Estevão Raphael de Carvalho — Vol. 11, pa?. 163.
— D. Eugeaio Kmmxquol Josô Mar^a Paulo Francisco
António de Savoa Carigaan — Vol. 53, pag. 595
(2* parte).
— Eusébio de Mattos — Vol. 8\ pag. 540.
/.^^ Eusébio de Queiroz Coutinho Mattoso Gamara — Wol, 31,
pag. 429 (2^ parto).
— Frei Fabiano de Chrislo — Vol. 29, pag. 297 (2'^ parte).
— Fausto Augusto de Aguiar — Vol. 53, pag. 623 (2* parte).
— Felippe José Pereira Leal — Vol. 43, pag. 570 (2^ parte).
— Felippe Lopes Nefio — V. B;irão de Lopes Netlo.
— Félix Emilio Taunay — V. Birâo de Taunay.
— Félix Peixoto do Brito e Mello — Vol. 41, pag. 472
(2* parte).
— Dr. Felizardo Pinheiro do Campas — Vol. 53, pag. 016
í2» parti).
— Fernando Delgado Froiro Castilho — Vol. 29, pag. 268
(2» parte).
— Ferdinand Denis — Vol. 53, p^gs. 474 e 624 (2* parte).
— Dr. Fernando Luiz Oiorio — Vol. 59, pag^?. 330 e 403
(2* parte).
— D. Fernando, Rei de Portugal — Vol. 48, pag. 4 9
(2' parte).
— Dr. Fernando Sebastião Dias da Motta— Vol. 53, pag. 395
(2* pirte).
— Firmino Herculano do Moraes Ancoía, Tenentegenoral
— Vol. 25, pag. 733.
— Dr. Firmino Rodrigues Silva— Vol. 42, paií. 333 (2* parte).
— Dr. Flávio Farnese da Paixão Júnior — Vol. 65, pBg. .353
(2» parte).
— D.*. Florêncio V-in^lla — Vol. 15, pag. 525.
— Francisco Adulpho do Varnhagem — V. Visconde de Porto
Seguro.
— Francisco Agostinho Gomes— Vol. 4", pig. 28 supp.
— Francisco Alvares Machado —Vol. II, pag. 176.
— Francisco António Martins — Vol. 62, pag. 277 (2* parte).
— Francisco António Pimenta Bueno — Vol. 51, pag. 382 ^
(2=» parte).
— Francisco António de Souza Queiroz — V. Bar lo de Souzji
Queiroz.
— D. Francisco Balthazar da Silveira — Vol. 50, pag. 424
(2* parte).
— Dr. Francisco Bernardino Ribeiro — Vol. 30, pag. 188.
— Dr. Francisco Boniíacio de Abreu — V. Birão do Vi Ha
da Barra.
— Francisco de Brito Freire — Vol. 6% pags. 3t39 e 377,
— Francisco das Chagas Santos, Marechal — Vol. 40, pag. 5
(2* parte).
— Francisco Cordeiro da Silva Torres e Alvim — V. Vis-
conde de Jurumirim.
302 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Bia^rai>]i.iaH — Francisco da Costa Curyeaii — Vol. 29,
pag. 280(2* parte).
— Francisco Diogo Pereira de Vasconcellos — Vol. 20,
pag. 929.
— Dr. Francisc) Ferreira de Abreu — V. Barão de There-
zopolis.
— Francisco Freire Allemão — Vol. 33, pag. 51.
— Dr. Francisco Freire Allemào de Cysneiro — Vol. 37.
pag. 493 (2» parte).
— Francisco Gomes de Amorim — Vol. 55, pag. 618
(£• parte).
— Francisco Gonçalves Martins — V. Visconde de S . Lou-
renço*
— Dr. Francisco Ignacio Ferreira — Vol. 55, pa^^. 49"»
(2* parte).
— Francisco Josô Borges — Vol. 55, pag. 509 (2» parte).
— Dr. Francisco José Ferreira Baptista — Vol. 53, pag, 012
(2» parte).
— Dr. Francisco Josô do Lacerda e Almeida — Vol. 3ò,
pag. 177.
— Francisco Josô Soares de Aa'lréa — V. Barão de Ca-
çapava .
— Dr. Francisco de Lemos de Faria Pereira — Vol. •2\
pag. 378.
— Francisco de Lima e Silva, Tenente-general — Vol. 16.
pa«r. 015.
— Francisco Manoel Alvares de Araújo — Vol. 42, pag. :^2C
(2* parte).
— Dr. Francisco Manoel Raposa de Almeida — Vol. 49.
pag. 535 (2* parte).
— Francisco Manoel da Silva — Vol. 31, pag. 306 (2^ parte).
— Francisco Manoi^l Souto Maior — Vol. 29, pag. 28^3
(2* parte).
— Francisco Manoel Chaves Pinheiro — Vol. 63, pag. 165
(2* parte).
— Dr. Francisco de Mello Franco — Vol. 3", pag. 345.
— D. Francisco de Mello Manoel da Cimara. governador o
Capit'AO general do Maranhão — Vol. 55, pjg, i3
(2^' parle).
— Francisco Monteiro Mdades de Carvalho —Vol. •■^:\
pa«r. 270 (i^ parte).
— Fr, Francisco de Monte .Vlverne — Discurses proferidos
por occasião de dar-se á sepultura o teu cadáver —
Vol. 21.pags. 497 e 499.
— — Vol. 21, pa^. ."50; vol. S9, pag. .'Í03 (2 par,.e.; :
vol. 33, pag. 143 ; vol. 45, pag. 3^)3 (2* parte».
— Francisco Muniz Tavares, Monsenhor — Vol. 3^, pag. 4.7
d' partt').
— Francisco de Pauh de Almeida e Albuquerque - Vol. 3!,
pa;,'. 436 ri' parte).
— Dr. Franciaco de Pada Cândido — Vol. 27, pag. 413.
(2* partOí.
índice dos volumes 1 a 67 303
OioflprAplifclas — Dr« Francisco de Paula Menezes —
Voi. 20, pag. 74, supp.
*«- Francisco de Paula Souza e Mello -«• Vol. L5, pags. 241
e 537.
— Dr. Francisco de Paula Toledo — Vol. 53, pag. 623
(2* parte).
— Francisco Pedro do Amaral — Vol. 19, pag. 375.
— Francisco Pedro Guilherme Guizot — Vol. 37, pag. 471
(2* parte). ^
^ Fr. Francisco dos Prazeres (Francisco Fernandes Pereira)
~ Vol. 54, pag. 279.
^ Franeisco Rapbael de Mello Rego — Vol. ô7. pag. 500
(2* parte).
— Francisco Renato — V. Visconde de Chateaubriand.
— Dr. Francisco Sabino Alvares da Rocha Vieira —V, Ba?iiii
— Revolução de 7 de Novembro de 1837 — Vol. 00,
pag. 47 (2* parte).
— Francisco de Salles Quoiroga — Vol. Ô5, pag. 366
(2^ parte).
— Fr. Francisco de Santa Thereza de Jesus Sampaio •—
vol. 7, pag. 260: vol. 29. pag. 302 (2* parto) ; vol. 37,
pag. 191 (2* parte).
— Fr. Francisco de S. Carlos — Voi. 10, pag. 524 ; vol. 29.
pag. 302 (£» parte) ; vol. 36, pag. 517 (í^ parte).
— Fr. Francisco de S. Luiz, Cardeal — Vol. II, pag. 169,
— D. Francisco II, Cardeal Patriarcha de Lisboa. Vol. 11,
pag. 193.
— Francisco de Souza, padre — Vol. 10, pag. 244.
— Dr. Francisco de Souza Martins — Vof. 20, pag. 82,
supp.
— Francisco Villela Barbosa— V. Marquez de Paranaguá.
— Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio — Vol. 7, pag. 4)4.
— Fr. Francisco Xavier de Santa Rita Bastos Biraiina —
Tomo 49, vol. 2», pag. 383.
— Fr. Francisco Xavier de Santa Thereza — Vol. 5«,
pag. 80.
— Dr. Frederico Augusto Pamplona — Vol. 28, pag. 350-
(2^ parte).
— Fructuoso Luiz da Motta— Vol. 34, pag. 410 (i* parte).
— Gabriel Augusto da Silva — Vol. 66, pag. 305 (2* parte).
— Gabriel Getulio Monteiro de. Mendonça — Vol. 15,
pag. 5-^3.
— Dr. Gabriel Rodrigues dos Santos — Vol. 21, pag. 513.
— Gabriel Soares de Souze —Vol. 14, XIll ; vol. 21, pag. 453 ;
vol. 39, pag. 410 (2» parte).
— Dr. Gaspar Gonçalves de Araújo — Vol. 5», pag. 349.
— Gaspar José Lisboa — Vol. 28, pag. 350 (2* parte).
— Gaspar Ribeiro Pereira, Cónego— Vol. 5, pag. 494;
vol. 29, pag. 265 (2* parte).
— Dr. George Bancroft — Vol. 55, pag. 457 (2* parte).
— Geraldo Pacheco de Mello — Vol. 65. pag. 346 (2* parte).
— Giacomo Raja Gabaglia — Vol. 35, pag. 6^1 (2' parte).
304
REVISTA DO INSTITUTO HBTORIGO
riloíari'oi>Hia.s — (lomc'^ Freire de Andrade — Vol. 3^
pag. 457; voK 44, pig. 187.
— Orégorio de Castro Moraes — YoK :.'9. pag* 210 (l* parto),
— Gregório de Mattos — Tol. 3'tpag. 333,
— nuido Poki^ano, iodio, e Guido Mtirliòre, teoente-coronel
director ^reral doa iadios na Espírito Santo — VoL IH,
pags. 4 to e 4U).
— Ouilhepmo Pinto de MagiUjãi^s — VoL 65, pag. 375
i^^ parte).
— Gustavo Adolplio de Agiíilar Pantoja — VoL 30, pag, 5^»
(2* parte).
— Henrique do Beatirepaire Rohati — V. Visoondô de Beau-
repaire Rolian,
— Fr* Henrique de Coimbra, roUgios^i franciscano, pri-
moiro 9 icerJote que celebrou Missa no Brazll — Vol. 59
pag* 393. ' '
— Heoriqtie Dias — Vol, 31, pag. :>Ô5
— Henrique *Tosé á^ Garra ílio e Mello — V* Marquez de
Pomba 1(2'^).
— Henrique Luiz de Niemever Bellegarde, Major — Yol. I,
pagg. 138 e 290.
— Henrique do ^^alenstei li — VoL 6, pag. UI,
— Heixjuleíí Ploi-ence — VoL 4:í» pag. 321 (&* parte).
— HermLjgeTies Generoso da Silvft, padre — Vol. 65» pag. 3ti4
(J* pai'T.e).
— Dr* Honório Beoedicto OttoQi , paii-e*- VoL 65, pag, 372
(2» parte).
^ Honório De,3;o da Costa Lobo — VoL 04, pag. 3M
(8* parte),
— Hon^jrio Hermeto Carneiro Lefio — V. Marquez do Pa-
raná,
— Hyppolitj Jusí da Costa Pereira — VoK 35, pag* 203
(2- parle).
^ tx'nicio AccíoH de Cerqueira % Silva» coronel — VoL 28,
pag. 3j8 i2* parte).
— Ignaclo de Andrade Souto Maior Rendou, Brigadeiro —
Vol, 5, pag, 227.
— Ignaclo António de Assis Martins — V. Visoonde do Asaii
Martins.
— Dr. fgnaof o de Barros Vieira Cajueiro — VoL 21 , pag, 542.
— Ignaclo Francisco Silveira da Motta — Y, Barão de Villa
Frarci.
— Ignacío Ga^'o da Camará — VoL S9, pag. 279(2» parte).
— Ignacio José de Alvarenga Peiíoto — Vol, 12. pag. 400 ;
voL Í3. pag. 5Í3 : voL 30, pag. 427(2' parte).
— Fr. Ignacio Ramos— VoL 13, pag, 126.
— Innocencía Augusto ci3 Campos — VoL 65, pag. 373
(2* parte),
— Innooencio PrancUco da Silva — VoL 39» pag. 521
(^* parte),
— Itiíioceocio da Rocha Galvão — VoL 48 pag. 243 (2* parto).
^ Irioeu Evangelista de Soma -^ V. Visconde de Mané.
índice dos volumes 1 A 67 305
Biog^raphias — J. B. Eyriés — Vol. 11, pag. 168.
— Jacintbo Roque de Seona Pereira, cheíB de divisão —
Vol. 15, pag. 523.
— Januário da Cunha Barboza, Cónego — Vol. 11, pags. 151,
185 e 240 ; vol. 65, pag, 197 (2» parte).
— Januário MeroUa —Vol. 15 pag. 585.
— Jeronymo Francisco Coelho, Brigadeiro — Vol. 23,
pag. 689.
— João António de Azevedo — Vol. 15, pag. 523.
— João António de Miranda — Vol 24, pag. 807.
— João Baptista Debrot— Vol. 15, pag. 540.
— João Baptista Leitão de Almeida Garret — V. Visconde
de Almeida Garret.
* Dr. João Baptista Libero Badaró — apontamentos bio-
graphicos e chronica do seu assassinato na cidade de
S. Paulo em 20 de novembro de 1830— Vol. 30, pag. 3:T7,-
vol. 53, pag. 309 (2* parto).
— João Baptista Marques da Cruz — Vol. GO, pag. 293
(2* parte) .
— João Baptista Vieira Godinho — Vol. 6^, pag. 500.
— João Benedicto Gaspar Giffeoing, Major— Vol . 0% pag. 55S,
— João de Brito Lima— Vol. 10, pag. 110.
— Dr. João Caetano da Costa e Oliveira— Vol. 23, pag. 698,
— João Caetano dos Santos — Vol. 33, pag. 387 (2* parte).
— Dr. João Cândido do Deus e Silva, desembargador —
Vol. 23, pag. 687.
— D. João Carlos, Principe da Beira,— Vol. 29, pag. 305.
— D. João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de
Saldanha de Oliveira e Daun — V. Duque de Saldanha.
— João Carlos Pereira Pinto — Vol. 33, pag. 457 (2* parte).
— João Carlos de Souza Coutinho — V. Conde de Linhares.
— João Clarimundo de Souza, padre— Vol. 05, pag. 372
(2» parte) .
— João Dias de Solis — Noticia dada pelo embaixador por-
tuguezem Madrid — Vol. 5), pag. 167.
— João Duarte Lisboa Serra — Vol. 18 pag. 49 — siipp.
— D. João Esberard, arcebispo do Rio de Janeiro — Vol. 60,
pag. 482, (2» parte).
— João Evangelista de Faria Lobato — Vol . 4% pag. 174
(2*^ serie).
— João Fernandes Diniz — V. Ferdinand Dinis.
— João Fernandes Vieira (O Caatrioto luzitano) — Vol. 5%
pag. 82.
— João Francisco Lisboa — Vol. 2G, pag. 834.
— Dr. João Franklin da Silveira Távora— Vol. 51, pag. 354
(2' parte).
— João Gualberto Chavenat, padre — Vol. 02, pag. 245
(2» parte).
— João Guilherme Ratcliff— Vol. GO, pag. 235 (2* parte).
— João Henrique Freose — Vol. 29, pag. 484 (2* parte).
— João Henrique de Mattos, Coronel — Vol. 20, pag. 83 —
supp. ; vol. 40, pag. 237 (2* parte).
831 — 20 Tomo lxviíi. r. i.
30G REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
JBiojsrra^iililaH — JoSo Huet BacoUar Pinto Quedog —
Vol. í?l, pag. 54:d.
— Dr. João Josô de Carvalho — Vol. 30, pag. 514 (à^ parto).
— Jofio .losô Porreira de Aguiar — V. Barão deCatuaraa.
— João Jos(^ de Moura Magalhães — Vol. 15, pag. 52:í.
— João Jo.-é de Souza Silva Rio— Vol. 49, pag. b'M (2» parte).
— João Lopes da Silva Coito — Vol. 5Ii. pag. 609 ( 'i^ parte).
— João Luiz de Almeida e Souza, Coronel — Vol. 6.\
pag. :í64 (2* parte).
— João Manoel Pereira da Silva — Vol. 61 , pag. 702.
— Dr. Jjão Martins Charcot— Vol. 57, pag. 441 (2» parte).
— João Maurício Wanderley — V. Barão deCotegipe.
— João Mendes de Almeida — Vol. Cl, pag. 76^.
— Jofio Nepomuceno Kubitscheck — \ol. 65, pag. 'XO
(í>'^ parto).
— João Paulo Bezerra — Vol. 29, pag. 277 (2^ parte).
— João Piíulo dos Santos Barreio— Vol. 27, pag. 417
{'j' parto).
— João Pedro Gay, Cónego —Vol. 55. pag 488 (2'' parte).
— João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho — Vol. 2%
pog. 118.
-' João Uimalho, Bacharel de Cananóa — Vol. 40, pag. 277
(2*^ p:ute).
— Juão Soveriano da Fonseca— Vol. i50, pag. 477 (2^ parte).
— João da Silva Carrão — Vol. 51. pag. 3>9 C^^ parte).
— João da Silva Machado — V. Barão de Antonina.
— Jofo de Siqueira TUedim— Vol. 17, pag, 67. supp.
— João To'ontino Guedelha Mourão— Vol. 67, pag. 504
Ci- |>artc).
— João Nioipa de Carvalho — V. Marquez de Lagos.
— João Wilkens do Mattos— V. Barão do Maruíá.
— Juào Xavier da Motta — Vol. 68, pag. 439 ( c* parte) .
— Joaqniin Antão Fernandes Leão — Vol. 50, pag. 425
r-' parte).
— \)i\ Joaquim António Pinto Júnior— Vol. 43, pig. 576
C^' parte).
— Juaqu.m Uornardino Pereira de Queiroz — Vol. 05, pag.
::03 ('^•' i>aito).
— nr. Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro— Vol. 25,
pa;;. HV,i; vol. 39, pag. 508 (.* parte).
— Vr. Joaquim Caetano da Silva — Vol. 3v5, pag. 63 '(2"
por'e) — Tomo 49, vol 2% pag. 361.
— Joaquim Cândido Soares do Meirelles — Vcl. 31. pag. 438
{'l' parto).
— Dl. Juaquim Felicio dos Santos— Vol. 65, p.^g. 356
(•^ pai tv).
— L»:\ Jtaquim Ferreira Carneiro — Vol. 65, pag. 372
ri* parte).
— Joaquim Floriano do (íodoy — Vd. 6'). pag. 57) (2**
p;«rt<).
— oaqiiim Francisco Alves Branco Moniz Barreto— Vol. 18.
P'ig. 43 í rv* parte).
índice dos volumes 1 a G7 307
Sio^raplxias — Joaquim Francisco do Livramento —
Vol. 1% pag. 391 (2" serie).
— Joaquim Franco do Sá — Vol. 15, pag;. 524.
•— Joaquim Gonçalves Ledo — Vol. 4, pag. 169 (2» serie).
— Dr. Joaquim Gororós — Vol. 05, pag. 364 {2." serie).
— Joachira Joseph Gomes da Silva Netto— Vol. 66, pag. 346
(2* parte).
— Joaquim José Ignacio — V. Visconde de Inhaúma.
— Joaquim José Rodrigues Torres— V. Visconde de Itaborahy .
— Dr. Joaquim Josô Teixeira — Vol. 48, 429 (2* parte).
— Dr. Joaquim Manoel do Macedo — Vol. 45, pags. 437 e
507 (2* parte).
— Joaquim Marcellino de Brito— Vol. 42, i»g. 314 (2* parte).
— Joaquim Maria Nascentes de Azambuja— Vol. 59, pag. 391
(2-* parte).
— Joaquim Marques Lisboa — V. Marquez de Tamandaré —
— Joaquim Norberto de Souzi e Silva — Vol. 55, pag. 484;
vol. 56, pag. 35 (2« parte).
— Joaquim Nunes Machado — Vol. 15, pag. 525.
— Joaquim Pinto de Campos, Monsenlijr — Vol . 50, pag.
427 (2^ parto).
— Fr. Joaquim de Santa Escolástica Maviguier — Vol. 23,
pag. 688.
— Dr. Joaquim Vieira de Andrade — Vol. 65, pag. 354
(2» parte).
— Jomari — Vol. i:5. pag. 737.
— Jorge do Albuquerque Coelho — Vol. 1°, pag. 79.
— Jorge de Albuquerque Maranhão— Vol. 25, pag. :í53.
— Jorge Canning — Traducçâo feita por Miguel Maria Lis-
boa, do capitulo 1 1 da vida politica do Jorge Canning,
oomposta pelo secretario particular Augusto Granville
Stappletton, com aunotaçõesdo Barão de Cayrú— Vol. 23,
pag. 241.
— Jo3é do Abreu — V. Barão do Serro Largo.
— D. José AíTonso de Moraes Torres, Bispo resignatario do
Pará — Vol. 29, pag. 453 (2» parte).
— José Alves de Mesquita, vigário — Vol. 65, pag. 334
(2* parte). /^
— José de Anchieta — Vol. 7^", i ag. 55i .-'"''^
— José António Pimenta Bueao — V. Marquez deS. Vi-
cente .
— José António Lisboa— Vol. 15, pags. 116 e .■^37.
— José António Marinho — Monsenhor, vol. 10. pag. 601.
— José António dos Reis, bispo de Cuyabà— Vol. 39,
pag. 535.
— José António da Silva Maia — Vol. 16, pag. 614.
— Dr. José de Araújo Coutinho — Vol. 15, pag. 525.
— Jcsô de Araújo Ribairo — V. Visconde do Rio Grande.
— Josô Aroucho de Toledo Rendon — Vol. 5°, p^ig. 4'Jl .
— José Arthur Montenegro— Vol. 64, pag. 378 (2* parte).
— Joié de Assis Alves Branco Munlz Barreto — Voh 16,
pag. 607.
308 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
liiogrraplilaH— Dr. José do Barros Pimentel — Vol. 57,
pag. 430 (á° parte)-
— .lOBô Basilio da Gama— Vol. 1% pag. 152; vol. 5D, pa-
gina :^9.
— Josô Bento da Cunha Figueiredo — V. Visconledo Hom
Conselho.
— Dr. Jo3ô Bento da Rosa— Vol. 43, pag. 547 (2« parto).
— JoÉió Hernardo de Figueiredo— V. Barào de Alhandra.
— José Bernardo do Loyola — Vol. 47, pag. 030; vol. 48,
pag. 2M)(2* parte).
— José Bonifácio de Andrada e Silva — Vol. 1\ pag. 110 cí"
serie); vol. 54. pag. 308.
— José Borges de Barros — Vol. 7', pa/ 557.
— Dr. José Carlos de Almeida Areis — V. Barão de Ourem.
— Jo3é Carlos de Almeida Torres — V . Visconde de Macahé.
— José Cesário do Miranda Ribeiro — V. Visconde de Ube-
raba.
— Joáé Chrisilno Garção Stockler — Vol. 24, pag. S06.
— José Coelho Tocantins do Gouvêa — Vol. 65, pag. 364
{.i^ parte).
— Fr. Josô da Costa Azevedo ^ Vol. :n, pags. 293 c 123
(2« parte).
— José da Costa Azevedo — V. Barão do Ladario.
— José da Costa Carvalho — V. Marquozde Monto Alegre.
— D. Josô da Cunha do Azeredo Coutinho — Vol. 1",
pag. 349.
— José da Cunha d^Kça — Vol. 59, pag. 47 (2» parte).
— José Domingos do Athayde Moncorvo — Vol. 15,
pag. 5^7.
— Jos^ Domingues Cjdeceira— Vol. 07. pag. 502 (2' iiartc).
— José Egydio Alvares de Almeida — V. Marquez de Santo
Amaro.
— Josô Egydio Garcez Palha — Vol. 61, pag. 758.
— José Eloy Ottoni — Vol. Is pag. 531 ; vol. 35, pag. 501
(2» parte); vol. 05, pag. 343(2- parte).
— .losô Kloy Pessoa, brigadeiro— Vol. 3^ pag. r>í4 ; vol. 4%
pag.í»l.
— José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha — Vol. 42,
pag. 307(2» parto).
— José Feliciano Fernandes Pinlieiro — V. Visconde do Suo
Leopoldo.
— José Fernandes dos Santos Pereira, tenente- general —
Vol. 48, pag. 181 (2* parte).
— José Ferreira Souto — Vol. 27. pag. 409 (2* parte).
— Dr. José Florindo de Figueiredo Rocha — Vol. :;í5,
pag. 71'.>.
— Dr. José Francisco Leal — Vol. 00, pag. 53 (2» parle).
— Dr. José Francisco Si^aud— Vol . 19, pag. 149, supp.
— José Francisco da Silva Cardoso, padre — Vol, 15,
8ng. 5v:í.
r. José Fi*ankliQ Massena — Vol. 40, pag. 656 (2»
parte).
— Jo
índice dos volumes l a 67 309
Blo^x-aplxias— Dr. José Hygino Duarte Pereira— Vol. 64,
pag. 392 (2*^ parte).
— Josô Ildefonso de Souza Ramos— V. Visconde de Jaguary.
— José Izidoro Martins Júnior— Vol. 67, pag. 509 (2* parte).
— Josô Jacintho Nunes, padre.— Vol. 65, pag. 347.
— Dr. J03ô JansBQ do Paço.— Vol. 57, pag. 460 (2* parte).
— José Joaquim Carneiro de Campos. — V. Marquez de Ca-
ra vellas.
— D. José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho— Vol, 1,
pag. 349; vol. 7 pag. 106.
— José Joa(iuim da Qama e Silva — Vol. 55, pag, 515
(2* parte).
— D. Josô Joaquim Mascarenhas Castello Branco — Vol. 4,
pag. 368..
— José Joafiuim Machado do Oliveira, brigadeiro — Vol. 31,
pag. 422 (2* parte).
Josô Joaquim da Rocha— Vol. 15, pag. 535.
Dr. José Jorge da Silva — Vol. 43, pag. 591 (2» parte).
Josô Lino dl' Moura— Vol. 18, pag. 46, supp.
José de Luca— Vol. 33, pag. 457 (2* parte).
Josô Luiz de Freitas— Vol. 4*», pag. 102 (2* sorie).
Dr. Josô Manuel Valdez y Palácios — Vol. 17. pag. 68,
supp.
Jo^é Marcellino da Rocha Cabral— Vol. 15, pag. 52i.
Josô Maria do Amaral — Vol, 48, pags. 371 e 433
(2* parte).
José Maria Latino Coelho— Vol. 55, pag. 504 (2* parle).
José Maria Pinto Peixoto— Vol. 42, pag. 322 (2* parte).
José Maria da Silva Paranhos — V. Visconde do Rio
Branco.
José Maria Velho da Silva — Vol. 23, pag. 688 ; vol. 64,
pag. 381 (2» parte).
José Marlani-Vol. 38, pag. 421 (2» parte).
Fr. José Mariano da Conceição Velloso— Catalogo de suas
obras— Vol. 2% pags. 593 e 609; vol. 31, pag. 137
(2* parte).
Josô Martinsda Noronha— Vol. 2°, pag. 254.
Josô Martins Pereira de Alencastre — Vol. 34, pag. 410
(^•^ parte).
Josô Maurício Nunes Garcia, padre — Vol. 19, pag. ^4 ;
vol. 34, pag. 293 (2* Mirte) — Catalogo de suas composi-
ções muslcaes— Vol. 28, pag. 487.
Josô Maurício Nunes Garcia (Dr.) — Vol. 47, pag. 641
(2* parte).
José Mendes de Oliveira Castro — V. Barão de Oliveira
Castro.
José de Miranda da Silva Reis — V. Barão de Miranda
Reis.
José Monteiro de Noronha— Vol. 2», pag. 254.
Josô Paulo Dias Jorge— Vol. 65, 346 (2* parte).
José Paulo de Figueiredo Nibuco de Araújo — Vol. 26,
pag. 937.
REVISTA DO 1?<Í5TTTUT0 HISTÓRICO
Blo^rapliicb^ — José d9 Paiva Magalhães Calvet —
Vol. 16, piíTs. 133 e 609.
^ Joíé Peilfo DuB de Carv^alho— Vol. 44, pa^. 474 (i» parte).
— Josô Pedro da SUv4—VoL 5), pag. 273 (2M»art6)-
— Josô Pedrj Xavier da Vol;,'a— Vol, 63, pag, 578C^* parte).
— Dr» José Pereira Rego— V. Barão do Lavradio.
— José PiQbeiro da Silva, Pi\dre — Vol. 65, pag, 371
p* parte).
— Dp* José Piato de Aievo.io— Vol. ,;'', pag, 015,
— D. Fr. José R iymundi> Chichorro da Gama Lobo^VoL iO,
pag. 2<c* (,;» parte).
— José Reionde da Costa— Vol, 3\pag, 53!L
-^ Dr, José Ribairo de Souza Foatoa— V, Viacoodo de Souza
Fontis.
— Júâé Ricardo da Costa Aguiar e Auirado— VoK 4<», píig, 101
i2' serie)
— Jost> de Sá Bittencourt Acoioli— VoK 6% p i.sr* H>7*
— Jojó Silomè d'3 Qaeiro^'a, de3Gaibargj.dor — VoL 65,
pag, 349 (2* parte).
— Fr. José de Santa Bafíra^ia Perea — Vol* 4% pag. 162
(2Mórie).
— Fr. Jo9(> da Saata Rita DtiriSo — Vol. l\ pag. 27*> (2» so-
rie)— V- Paulo Rodriguea Durão,
— Joflé daSUva Guluiarâes, cónego— VoL G% pag. 558.
^' José da Silva Lisboa— V. Visconde do CayriK
— Jo** da Silva Mnfra— Vol. :í4, pog. 418 (Z" parte),
— José Silvestre Rebollo— VoL 'V% pag, '^57,
— José Silvestre Ribeiro— VoL 55, pag- 472 (2' parte),
^ Joaô Soares de Azevedo— VoL 58, pag, (;9.
— Josô de SoQza Azevedo Pizarro e Araújo, monsenlior —
VoL 1«. pag. 352.
— José de Souz:l Marmelo— VoL Cí\ pag. 503.
/.-— Dr* José Tavares Bistoa— VoL 57, pai?. 1 15 (2^ parto).
^""^ — Dr. José Tito Nabuco de Araiyo — VoL 42, pag. 3^9
(2* partt3).
— José de Vasconcellos- VoL 58, pag. 43ri (2'* parte),
^ José Ventura Bosooli— VoL 37, pag, 491 (3* parto).
/ — D. José Victorinj Laãtarria — VoL 55» pag. 456
(2» parte).
— Dr, José Vieira CouW de Magalliãea— VoL *n, paga. 583,
ri'j5e76õ.
— JosephíQoPíies— VoL 6\ pag. 366 (£* parte).
— Josíqo do Nascimento Silva — VoL 49, pag, 537
(■^* parte).
— D, Julio Eiplaosa— VoL G3, pag. 432 (2* parte).
— Julio Frank-VoL A'\ pa^. 516.
— Julio Frederico Koeler— VoL i5, pag. 5^5,
— Jaotiuelra Freird- Vol» 19, pag. 4èí,
— Dr. Jastiao Ferreira Câraeiro — VoL 'i5, pag. 369
f2» parte).
— Dr. Ladiallo José de Souza Millo liotto— VoL 57, pag, 456
C2* part6).
índice dos volumes 1 a 67 311
Biosri:*^P^ÍAft — Ladi3ldo dos Santos Titara — VaU 21,
pag. 802.
-- Dr. Laurindo Josô da Silva Rabello — Vol. 42, pag. 75
(8* parte).
— Fr, Leandro do Sacramento — Vol. 32 pag. 181 , (2'' part i).
— Libanio Augusto da Cunha Mattos — Vol. 29, pag. 486
(2» parte).
— Libera to de Castro Carreira— Vol. G6 pag. 352, (2* parte).
— Dr. Lino António Rabello — Vol. 20, pag. 84.
— Lourenço Callepi, Cardeal, arcebispo de Nisibi — Vol. 29,
pag. 266 (2^ parte).
— Lourenço da Silva Araújo e Amazonas— Vol. 27, pag. 411
(2» parte).
— Dr. Lucindo Pereira dos Passos Filho — Vol. 05, pag, 354
(2* parte).
— Ludgero Lapa — Vol. 44, pag. 461 (2* parto). ^ -
— Luiz Agassiz — Vol. 37, pag. 469 (2» parte).
— Luiz Aleixo Boulanger — Vol. 37, pag. 491 (2* parte).
— Luiz d^Alincourt— Vol. 37, pag. 383 (2* parte).
— Luiz Alves Leite de Oliveira Bello, Desembargador —
Vol. 29, pa;j. 484 (2» parte).
— Luiz Alves de Lima — V. Duque de Caxias.
— Luiz António Barbosa de Almeida — Vol. 55, pag. 527
(2* parte).
— Luiz António de Castro — Vol. 37, pag. 491 (2* parte).
— Luiz António da Silva e Souza, Cónego — Vol. 3, pag. 54^
vol. 30, pag. 311 (2* parte).
— Luiz António Vieira da Silva — V. Visconde de Vieira da
Silva.
— Luiz Augusto May — Vol. 15, pag. 524.
— Luiz Augusto Ferreira de Almeida — V. Visconde Fer-
reira de Almeida.
— Luiz CarlQS Martins Ponna, o creador da Comedia Nacio-
nal — Vol. 40, pag. 375 (2*» parte).
— Dr. Luiz da Cunha Feijó — V. Visconde de Santa Isabel.
— Dr. Luiz Couty — Vol. 00, pag. 74 (2* parte).
— Luiz Fortunato de Brito Abreu Souza e Menezes — Vol.
50, pag. 427(2" parte).
— Luiz de França Almeida e Sá —Vol. 66, pag. 347 (2* parte).
— Dr. Luiz Francisco Bonjean — Vol. 55, pag. 467 (2» parte).
— Luiz Francisco da Veiga — Vol. 62, pag. 436 (2* parte^.
— Luiz Gonçalves dos Santos, cónego — Vol. 6, pag. 558 ;
vol. 25, pag. 163.
— Luiz Henrique Ferreira de Aguiar— Vol. 38, pag. 423
(2" parte).
— Luiz Henrique Pereira de Campos — Vol. 6G, pag. 315
(2* parte).
— Luiz Moutinho de Lima Alvares e Silva — Vol. 26, pag.
933.
— Luiz Pedreira do Couto Ferraz — V. Visconde do Bjm
Retiro.
— Manoel Alves Branco — V. Visconde de Caravellas.
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AlitfMlo.
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M.iiiiinl hiitnlIpMln Ollrolr* — Vol. 2, pig. 1&4 Hr" ktj» .
Iif*. MriMiinl (la ('tiNta l(<iQorato, moataobor— Vx. :'.
iHill 'Itíi» í " pkfl»); voL r)fl, p.ií(. 63 í^* partei.
MiUIíimI (lii (liMiliA — Vol. :n, [>a;(. ^:í (2» pirte..
M*tiiiiH| (In OuiihaSiiutd Mtlor— VoL29,pag'2T&ít» part»..
MiiiiiMil iKniiloni (la Konff('fla - Vol. 55, pags. 345 e S :
1^»" imrio).
M'MHM*1 liiiM, (I lioinano -^ Vol. 4^ pag. 49o (2* teríe .
Mdiitinl iMiiirU Miirolm dn A/ovelo —Vol. ^A pag. Zk\
MHiMHtl K«ilU(^h1tMlo Nousat^ Mello — Vol. ^, pag. 47§
NUmouI I^DiMuMra do AiaiiJ» (iultnarã» — brigadeiro —
V»d i\Mmir. .W
IMi NUmH^l l^rh^li^A dti Tâmara HIttonoourt c Sá — Vol.
4''i iy<ui. ^l^ I voK (U\, pag. M.M (S^ parte).
hl' \Uhofi\ MM^ii*a I «^ihMi - VoU \\\^ pag. 413 (2» parte).
hv M M^^H^l Uh^^o» mU sava Alvawnífa— Vol. 3% pag. 338.
Mmio^I xr^\Mu(l\.» Nvyuotra da Uama — V. Marquez de
lt\OIMMld,V .
m» Xluu»^l »*^^«m.* VVrr^lra Vol. 47, pag. r»39 (2» parte).
Ma)i\^'l d(^ J^vu^i VaMi^Iam — V. VUoonde de Valdetaro.
Maui^ol .K^«(UM\i \\\ \mai\%l Ourgol — Voh 27, pag. 412
r ' ys\\s\\ . \x^| 41. i^m. «:C ()í« i^trto)
u Ma»v%ol .Ks^\)\Mm da Ma^ dot HonioQi — Vol. 19,
^\\\>s\ Ss\\^\\\\\\\ da sUYftra — ^ V. Ooade de S. Salvador.
Mm^.vI »v^x>» U^sivvw^^ V\vL 30, paff« 2ir».
\\M\y>^\ \-^ V\\\^ k\\ Silta INMUtMi — Vol, K>, pag. r^3.
M^^^o.^n Mi \Vx,M'i.^ N . Marv) UM do nerval.
\\\ >\\\\>>\A MauruM^^ KoK^uc^A •• VoK W, pag. 447
\^* |v^»l* \
í» MmuvI d.^ M,«io Usstiuuee - V. dmdo do Irajá.
MauN^I J^» N.*í> huo.i*.* Outiwe SiUa — Vol» :?7, pag, 333.
M Muvi .U N.^í^ >viA v^K^aiU^ • N v^, >. P4f . 4iV^.
\U^s^\>\ Ul>^r,.v M.uid«vi -. \vxl. íT, iví^r. 43ÍÍ: rol. :^í,
)\\\\smA V\\\\\^v\s \^\\k^\^ ^ \A. 5í^ |V«- 454 lí* partem
f\A\\\^A WsWk vumouv \\>*ak^i -V, Vieconde de It.i-
Kv\atu.
IM\ >Xwv>^\ s,i^ix^t aa Silva Ha«#rra — Vol. õU pa^. >$2
i;'
II^DICE DOS VOLUMES 1 A 67 313
Bio^i*aipli.las — Dr. Manoel do Valladão Pimeatel — Y,
Barão de Petrópolis.
— Manoel Vicente Lisboa — Vol. 63, pag. 575 (2° parte).
— Marcos António d3 Araújo — V. Visconie de Itajubi.
,— Marcos António Bricio — V. Barão de Jaguary.
— Marcos António Portugal — Vol. 29, paç. 890 (2* parte).
— Catalogo de suas composições musi^aes — Vol . 22 ,
pag. 4S7.
— Mário José Luiz Adolpho Thiers — Vol. 40, pag. 566
(2* parte).
— Mana Úrsula do Abreu Lancastre —Vol. 3«, pag. 225.
— Mariano José Pereira da Fonseca — V. Marquez de
Maricá.
— D. Mariano Pelizi — Vol, 65, pag. 565 (2* parte).
— Mariano Semmola — Vol. 59, pags. 231 e 414 (2* parte).
— Marquez de Abrantes (Miguel Calmon du Pin o Almeida)
— Vol. 28, pag. 362(2* parte).
— Marquez de Baepindy (Jacintho. Nogueira da Garaa) —
Vol. 4°, pag. 171 (2* serie).
— Marquez de Caravellas (José Joaquim Carneiro de Cam-
pos) — Vol. 3°, pig. 478.
— Marquez do Herval (Manoel Luiz Osório) — Vol. 42, pag.
262, â75 e343 (2» parte).
— Marquez de La?es (João Vieira de Carvalho) — Vol. 4«,
pag. 172 (à* serie).
— Marquez de Maricá (Mariano José Pereira da Fonseca) —
Vol. 15, pag. 527 ; vol. 32, pag 291 .
— Marquez de Monte Alegre (José da Costa Carvalho) — Vol.
23, pag. 710.
— Marquez de Munhagen (D. Carlos de Ibanes) — Vol. 55,
pag. 520 (2* parte).
— Marquez do Olinda (Pedro de Araújo Lima) — Vol. 33,:
pag. 439 (2* parte).
— Marquez do Paraná (Honório Hermeto Carneiro Leão) —
Vol 19, pag. 137, supp.
— Marquez do Paranaguá (Francisco Villela Barbosa) —
Vol. 2% pag. 398 (2* serie) ; vol. 15, pag. 525.
-— Marquez de Penafiel (António José da Serra Gomes) —
Vol. 55, pag. 528 (2* parte).
— Marquez de Pombal (2*) (Henrique José de Carvalho e
Mello) — Vol. 29, pag. 287 (2» parte).
— Marquez de Santo Amaro (Joié Egydio Alvares de Al-
meida) — Vol. 29, pag. 292 (2» parte).
— Marquez de Santa Cruz (D. Romualdo António do Seixas,
arcebispo da Bahia) — Vol. 24, pag. 817.
— Marqu z de S. Vicente (José António Pimenta Bueno) —
Vol. 41, pag. 503 (2* parte).
— Marquez de Sapucahy (Cândido José de Araújo Vianna)—
Vol. 38, pags. 245 e 403 (2» parte).
— Marquez de Tamanlarô (Joaquim Marques Lisboa) —
Vol. 60, pag. 446 (2» parte).
— Marquez de Thomar — Vol. 53, pag. 610, (2* parte).
3ff
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
ltio^fii,pliiA9 — Marques di VilU Real da Praia Gmodo
iCautano I*into de Miranda Moateoogro) — Vol, 29.
¥>ag, 271 (2* partoi»
— Martim AíTonso— V. Arariíboia,
— Martim AíTonâJ de Sjuza— Vol. 5 pag, 232 ; vol. O"
pag, lis,
— D, Martim Fernandes dd Na varrei — Vol. ô' pag. 559-
— Martitu Francisco Ribeiri^ de Aodrada— VoL 6 pig. 5^0 ;
voK 54. pa^. 3Í3,
— Martim Rivadavia — VuL 64, pag. 367.
— Dr, Maximiano Aotonio de Lamos — YqL 4d« pag« 535
(g'* parte).
— Maximiano António da Silva Leito — Vl*L Ô, paíf . ^8.
— Dr. Maximiano Murqaea da Carvalho — Vj1^5':*, pagj.
2C0 e mi{'l' pai te).
— Dr. Mi^ruel António da Silva — Vol 42» pag. 332
(2" partc).
— Miguel vVrchanjo Galvão — Vol. ôt), pa^^. 350 (2" partr).
— Fr. Miguel Je Bulhues o SoQza, 3^» IMpo do Grãú Pai*â—
VoL 50, pag* 14:^(2' pnrto),
— D. Miirael Caetano Alvares Pereira de Mello — V. Duque
de Cadaval.
— Miguel CalmoQ Du Pin o Almeida — V. Marquez do
Abrantes.
— Míguol de Frias o Vasconoellas, brigadeiro Vol. — 2^
pag. 712.
— Migu-I Mariíi Liaboa — V. Barão de Japurá.
— Fr. Miguel da SantA Maria Friaa — Vol, '.^9, pag. 299
(2* parte).
— Miguel de Sonsa Mello e Alvim-* VoL sn, pag, 463
í^' pT\rto).
— Narciza Amália — Vai. 45, paíz. 1^5.
-^ NícjMu Antunio Nogueira Valle da «^ama —V* Visconde
de Nogueira da Gama*
— Niculáo Jaaquim Moreira — Vol, 57* pag. 476 (^ parte);
voi. õ8, pag. 327.
— Nico] 10 1'ereira d'3 Campot Vergueiro — Vol- 22,
pag. 723,
— Nioolíio Rodrigues dos Santf^s França e Leite — Vol* 30,
pag. M3 {.^» parte).
— Octaviano de Tolodo — VõL 57 pa;?. 478 (2* parte).
— Ovidio Feroaodo Trigo do Loureii^ — Vol. 07, pag. 508
(2* parte).
— Dr* D. Paschoalo Eatanisláo Mancioi —VoL 53, pagi. 616
eôIT (2* parte).
^ Patrícia José Corrêa da Camará — V, Visconde de Pe-
lotas,
— Paulino loaíi Soarei de Souza-- V. Visconde de Urug uay.
— Dr. Paulino Joeé Soares de Souii — VoL m, pag. 71
{%• parte).
— Paulo Harbosa da Silva — VuL 3L pig, 443 (8» parte).
— Fr. Paulo da Conceição Moura — VoL 15 pag, 52 L
índice dos volumes 1 a G7 315
Bio^rapli.ia« — Paulo José da Silva Gama —VoL 89,^
pag. 290(2» parte).
— D. Paulo de Moura, depois Fr. Paulo de Santa Catha-
rina — Vol. 24, pag. 685.
— Paulo Rodrigues Durão, pai do Frei José de Santa Rita
Durão —Vol. 60, pag. 301.
— Frei Paulo de Santa Catharina — V. Paulo de Moura.
— Pedro Aflfonso de Carvalho — Vol. 15 pag. 525.
— Pedro de Alcântara Bellegarde, marechal — Vol. 27,
pag. 404 (2* parte).
— Pedro de Alcântara Cerqueira Leite — V. Barão de São
JoãoNepomucsno.
— Pedro Alvares Cabral — Vol. 5, pag. 496.
— D. Pedro de Angelis — Vol. 22, pag. 719.
— Pedro de Araújo Lima— V. Marquez de Olinda.
— Dr. Pedro Caetano Sanches de Moura— Vol. 65, pag. 346
(2» parte).
— D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança — Vol. 29,
pag. 281 (2' parte).
— Pedro Carvalho de Moraes — Vol. 24, pag. 799.
— Dr. Pedro Fernandes— Vol. 65, pag. 3'>7 (2^ parte).
— Dp. Pedro Guilherme Lund— Vol. 43, pag. 596 (2* parte).
— Pedro Lopes de Souza — Vol. 5, pag. 352; vol. 6,
pag. 118.
— Pedro Maria da Silva Brandão — Vol. 65, pag. 365
(2* parte) .
— Pedro Paulino da Fonseca— Vol. 65, pag. 568 (2* parte).
— Pedro Maria Xavier de Castro, marechal — Vol. 43,
pag. 588 (2^ parte).
— D, PeJro, Príncipe Imperial, filho de D. Pedro II —
Vol. 29, pag. 307 (2*^ parte).
— Pedro Rodrigues Fernandes Chaves — V. Barão de
Qua^^ahim.
— Fr. Pedro de Santa Marianna, Bispo de Chrisopelis —
Vol. 3S. pag. 221; vol. 02, pag. 19 Í2' parte).
— Pedro Torquato Xavier de Brito — Vul. 43, pag. 5S5
(2^ parte).
— Príncipe da Beira, D. João Carlos — Vol. 29, pag. 305.
— Príncipe de Joinville — Vol. 63, pag. 567 (2^* parte). -
— Prudencio Geraldes Tavares da Veiga Cabral — Vol. 25,
pag. 723.
— Dr. Prudente José de Moraes Barros— Vol. 65, pag.571
(2^ parte).
— Quintiliano Josô da Silva — Vol. 53, pag. 608 (2* parte).
— Raphael Tobias de Aguiar — Vol. ;^0, pag. 83 supp.
— Ray mundo losí da Cunha Mattos, marechal — Vol. 1,
pags. 72, 283; vol. 4, pag. 234 (2* serie) e vol. 66,
pag. 83 (2*^ parte).
— Ricardo Gumbleton Daunt — Vol. 57, pag. 432 (2*^ parte).
— Ricardo Josô Gomes Jardim, tenente-general — Vol, 47,
pag. 036 (2» parte).
— Robert Southey — Vol. 6, pag. 556.
310 REVKTA I>3 IXSTrrCT: HLSPmK»
— Frf'lt>Ír.'go ie S. - lié — Vd. li*. pi#. 612.
— D. Rodrigo de S:aza CoaUn!^3 — V. Cooie de Li-
nhires.
— Rodrigo de Sjoza da Sira Pcãte? — Vol. IS, pig. '»
wpp.
— D. R:>!naMd-: Aav:n:o de Shxis — V. Maiqaei de SaaU
Crez.
— D. Rcmailio de S^aza Ccelh?. Bispo áo Park— Vol. 3",
pag. 469.
— Dr. Ro^oe Schach — Vol. 6. pa?. 538.
— Rf.-sa Maria de Siqaeira — Vcl. 3. pig. t:á2.
— Rozendo Muolz Barreto — Vcl. C-.», peg. 454 ^á* parte).
— Saii Carno; — Vol. 57, pag. 461 <2» parte».
— Ur. Saint Uilair^ — Vol. 16. pa^. Ôi5.
— Salvador Corre . de Sá e BeneTidèi — Vol. 3», pag. 10> ;
Tcl. 5% pag. 2S4.
— Samuel Brandão — Vol. fô, pag. ^5 i2* parte;.
— Santiago Nanei Ribeiro — Vol. lõ, pag. 513.
— Satamino de Souza e Oliveira — Vol. 15. pag. 517.
— Seipiio Doniin;^» Fâbbrni. abbide — Vol. 3^, pag. 545»
— Sebastiio Ferreira R;\bello — Vol. 65. pag. 372 i£^ parte).
— Setasiião Ferreira Soares —Vol. 50, pag. 487 (i* parte).
— Sebastião do Rego Barros — Vol. 26. pag. 926.
— Sebastião da Rocha Pitta — Vol. 5», p»g. 25*^ <2* parte).
— Sérgio Teixeira de Macedo — Vo1.;í'>, pag. 5:^1 (2* parle).
— Silvestre Pinheiro Ferreira — Vol. 11, pag. 195.
— Dr. Simeão da Cunha Pereira— Vol. 65. p»g. 3^
(2* parte).
— Dr. TheoJoro Miguel Vilardabo — Vol. 20, pag. 86 supp.
— Theodoro Taunay — Vol. 43. pag. 6'j7 (:?* parte).
^ — Theophilo Benedicto Ottoni — Vol (fâ, pàg.:?75 (2* parte).
— Thomaz António Gonaga — Vol. 12, pag. 120 ; toI. 13,
pag. 4^6: vol. 30. pag. 425 (2* parte).
— Thomaz Ribeiro ^Thomaz António Ribeiro Ferreira) —
Vol. 64, pag. ?55 (2^ parto).
— Thomaz António Teixeira de Gouveia — Vol. 65, pag. 372
(2* parte).
— Dr. Thomaz Gomes doa Santos — Vol. 37, pag. 477
(2* parte).
~ Thomaz Joaquim Pereira Valente — V. Conde do Rio
Pardo.
— Thomaz Jo8<^ rUnto de Cerqueira — Vol. 48, pag. 403
(2» parto).
— Thomaz José Soarca de Avellar — Vol. 15, pag. 526.
— Thom.iZ Uno de Assumpglo — Vol.fi5, pag. 50o (2" parto).
— Thomaz Pompeu de Souza Brazil, padre — Vol. 40,
pag. 558 (2* parte).
— Thomnz Xavier Garcia de Almeida — Vol. 33, pag. 45C
(2* parle).
— Thdmaz Maria da Fonseca e Silva — Vol. 15, pag. 526,
índice dos volumes 1 A 67 317
Biog-^^f^P****^^ — Tiburcio António Craveiro — Vol. 6,
pag. 558.
' — Tito Franco de Almeida— Vol. 62, pag. 434 (8* parte).
— Dr. Torquato Xavier Monteiro Tapajoz — Vol. 60, pag.
468 (2* parte).
— rr. Urbano Sabino Pessoa de Mello — Vol. 33, pag. 457
(â* parte).
— Valentim da Fonseca e Silva — Vol. 19, pag. 369 ; vol. 32,
pag. 2:í5 (2^ parte>
— Venâncio Josô Lisboa — Vol. 43, pag. 535 (8* parte).
— Vicente Coelho de Seabra — Vol. 2«, pag. 261 (2* parto).
— Visconde de Abietó (António Paulino Limpo do Abreu; —
Vol. 46, pags. 587 e 672; vol. 47, pag. 161 (2»^ parte).
— Visconde de Almeida Garret (João Baptista Leitão de
Almeida Garret)— Vol. 18, pag. 35, supp.
— Visconde de Araguaya (Domingos JosJ Gonçalves dô Ma-
galhães) — Vol. 45, pags. 197 e 546 (2^^ parto) ; vol. 46,
pag. 247 (2* parte).
— Visconde de Assis Martins (ígnacio António de Assis
Martins) — Vol. 66. pag. 336 ^2'^ parte).
— Visconde de BpaurepaireRohan (Henrique de Beaurepaire
Rohan) — Vol. 57,p.g. 407 ; vol. 58. pag. 75; vol. Qt^St,^
pag. 199 (2-^ parte).
— Visconde do Bom Conselho (José Bento da Cunha Figuei-
redo) — Vol. 56, pag. 45 (2* parte).
— Visconde do Bom Retiro (Luiz Pedreira do Couto Ferraz)
— Vol. 49, pag. 517 (2*^ parte).
— Visconde de Caravillas (Manoel Alves Branco) — Vol. 18,
pag. 456 ; vol. 18, pag. 50, supp.
— Visconde de C»ravellas (Carlos Carneiro de Campos) —
Vol. 41, pag. 497 (2'^ parte).
— Visconde de Castilho (António Feliciano de Castilho) —
Vol. 38, pag. 416 (2*^ pirto).
— Viboonde de Cayrii (Jos3 da Silva Lisboa) — Vol. 1%
pag. 238.
— Visconde de Chateaubriand (Francisco Renato) — Vol. 15,
pag. 540.
— Visconde Ferreira de Almeida (Luiz Augusto Ferreira de
Almeida) — Vol. 66, pag. 343 (2* parte).
— Visjon'le de Inhaúma (Joaquim Josô ígnacio) — Vol, 32,
pai?. 330 (2*^ parte).
— Visconde do Itabayana (Manoel Rodrigues Gameiro Pessoa)
Vol. 11, pag. 163; vol. 15, pag. 523.
— Visconde de Itaborahy (Joaquim Josô Rodrigues Torres)
Vol. 15, pag. 523; vol. 35, pag. 63s (2* parte).
— Visconde de Itajubá (Marcos António de Araújo) —
Vol. 47, pag. 630 (2« parte).
— Visconde de Itauna (Dr. Cândido Borges Monteiro) —
Vol. 35, pag. 646 (2» parte).
— Visconde de Jaguary (José Ildefonso de Souza Ramos,
Baráo das Três Barras) — Vol. 46, pag. 670; vol. 47,
pag. 157 (2* parte).
318
REVISTA DO INSTITUTO III9T0R1CO
Bio^rn]>liia!^ — Visconde de Joramirim (Francisco Cor-
deiro di Silva Toprea e Alvira)— Vol. lí», pa^f. V^O, ^upp.
^^ Visconde de Macahó (Joaé Carloi de iilcoeldA Torrei; — -
VoU 15» pag- 5^^5-
— Visconde de Marangua^e (Caetano Maria Lopes Gama) —
Vol. 27, pag. 413 (2- parlek
^--— Visconde do Maul ifrinpu EvaoireUsta de Sousa) —
Vol. .'>3, pag. 612; vol. õ2, pig, 74 (2' parte),
— Vigcondô de Nogueira da «íaiiia (Nícoiáo António Nogueira
Vallã da íiama) — Vol, <">0, pag. 4C6 (2" parte) «
— Visc?nde de Osery — Vol. 11, pa^'. 107,
— Visconde de Ourem (José Carlos de Almeida Ar^as) —
VoL 55. pag. 5'íO (2* pari?),
— Visconde íia Pedra Branca (Domingos Borges de Barros)
Voh 1«, pag, 51*, supp.
— Visconde áú Pelotaa (l**) Patricio José Corrêa da Camará,
tenente- general — V« I. P, paíí. 555,
— Visconde do Perto Seguro (Francisco Âdolpho Varnha*
gem) — Vol. 41, pai?, 4S t (2- parte).
— Visconde do Rio Branco {Jos(^ Maria da Silva Paranhos)
— Vol. 43. pags, 475 e 610 ; voL 44, pag, 157 ; vol* 47,
pag. 133; vol. 53, pag. 304; vol, 02, pag. 137
(2* porte).
-^ Viacnnde do Rio Grande (SOãê de Araújo Ribairo) —
Vol. 4;í, pag, 322 i2' parte).
— Visconde de Santa Isabel iDr, Luiz da Cunha Fe^ó) —
Vol. 44, pag. 45y (2^ parte!.
— Visconde de S. Leopoldi> (José Feli<nano Fernandes Pi-
nheiro) — Voh 11, pag. ITÍ?; vol. K». png. 133; vol. 23,
pag. 131.
— Visconde de S. Lourenço (Francisco GonçalveJ Martins)—
Vol. 35 pa^'. 631 {^^ parloK
— Visconde de se^petiba ( Auroltanj de Souxa e Oliveira Cou-
tinho) — Vol, 18 pag. Oi, 45S supp.; vol. 23 pa|Z, 345.
— Visconde do Souza Fuotoa {\h\ iosô Ribeiro de Soiua
Fonte>)— Vol, 57 pag. 427 2' parte).
— Visconde lie í?ouza Franco (Bernardo de Sou s&a Franco) -
Vol, 38 pag. 424(2^pirU>L
— Visonde do Taíinay (Alfredo de F^ra^^oaUe Taunay) —
Voi. »-i2 pag. 430 (2* parl»^).
— VÍ3condo de Uberaba (Jo«é Ceaario de Miinnda Ribeiro)
- Vol, 27 pa;/. 338,
— Visconde de Urupíuay (Paulino Joaé Soares de Souib) —
Vol. 'i9 pn^r. 471 (2' parte^,
— Vlscúodo de Valdetaro (Maneei de Jesui Valdetaro)—
Vol 60 paK. 4(J4(2^parte).
— Viscundo do Vieira da Silva (Luiz António Vieira d%
Silva)— VuU 53 pag. 6U íâ» parte).
— Wiiltcr Hauser— VqL 6^ pag. "í5í (2*p.irte).
— Wenct^ídau António Ri bcLj — Vol. 11 pag. 1Ô3: vol. 15
. Wenceílau Paunero- Vd. 34 pag. 41ê (áf parte).
311)
Bispado do >Iiii*iaiinA— Provisão dô Q do Março rie
1751 approvando o reL'Uiicnto promul/iido polo Bispo dô
Mariaona rek'ulaEHÍf> os emoluriientos pirocliiao?, monos
na parte que manda cobrjir e í lio famen tas antigos no caso
de se nao accoittr poloa povos o encarj^o novo dos oUícíjs
— Vol. 6pa<:. 201.
— Cópia do requeriraoota qtie o Bíapo de ^íananna foz era
13 de Abril do ITô^aobiô a cobi-ançi de eraolumeníos
paroehiacs— Vol. 6 pa^^ 202.
Bispudo df> li io *le ^raiieli-o — Fundação do Bia-
pa;lo do Rio de Janeiíú : raemoiia lida pelu socio Carti.8
Honório do Figueiredo — \ uL 10 pa^. 571>.
Bra^Jl — Discurso sobre esta palavra, por José Silvestre
Rebello— \oi, 1 pag. kOB; voL -d pag. G2â.
— OníííjDQ desta pai wra, por Joaquim Caetano da Silva—
Vol. 29 pa^- 5.
— Tradicçào flobre eata palavra— Vol. 47 pag, 119 ; vol. 59
pag. 421.
— Introducçã» ao tratado da terra do Brazil, /eito por
Pedro de Mij-Mlbl^s Uandavo, reirapreeso pela Acade-
mia Real d:^s Sei enfias do Lhboa— Vul, 2 pig. 4 -'5.
— Noiicii dos annos em qu^ se descobriu o Brazíl, e das en-
tradas d LIS reli^dõcá e suas fandaroes^etc— Vul. ^ pig, 427,
— Rotação dos oianuscripios a respeito do Brazil» exi^teotes
DO archivo da Secretaria d»? Estado doa Ne^ocioflEstran*
geiros— VoL 4pag. 394.
— ínforraarõos das terras do Brazil — Vol. 6 pag. Ôl .
— ioíormação do Brazil e de suas capi^ranlas - ir»R4 — Ma^
cu-cripto oITerecido pelo sócio VarnhagRn — Vt,>l. n
pa;/. 4 li;.
— Trata»Io descriptivo do Brazil em 1587, por Gabriel Soares
de Souza — \'oL 14 pag, U
Brevos coramentaiius sobro esta obra por F, Adolpbo le
Vanitiagen— \'oL Hpag. 3U.
— Parecer sobre o opu culo^ Une fète breailienne eelobr^e
a Rouon era IS^iO, siiivi d"un fragraent du XVI siedo
mulaní snr la Th(?ogenie dea onciens peupies du Brôsil
et des poesiesen langue tupique, de Chrisijvara Valente,
par Ferdinanl l>eats— \oI. 14 pag» 402,
— Prograrama: o descubrimeLto do Brazil por P, A, Cabral
loi devido a nm racra aca?o, ou teve elte alguoá indicio»
para fsso? Dosonvolvido por Joa|ulra Norberto de Souza
o Silva— \ol. 15 pftg. lv5.
— Memorias sDbre o descobrimento do Brazil — Algumas
considern^òes por J» J. M-ickaao de Oliveira — \vi* IS
pag. m^
— Reflexões acercada memoria de Joaquim Norberto de Souza
e Silva, por António Gonçalves Dias — Vul. 18 pog. '^'89.
Retutaçâo do autor da meraoría— pag, 335.
— Historia da Provi ucia Seia ti Cruz a que vulgarmente
charaaraos Brazil, por Pêro de Magatbães Gandavo— 1570
" Vol. 21 pag. 301.
Fír-,vx i I— '.r:-. -■^i: : Irfc:: l ?•: ij, z^% i^é ^iccess.. < dad . 3 em
?' .--i-n. i ia rrki^ii :?::;: * .?.:.• — V:l. 25 lag. ^13.
: I .:- :..r-ai. Títtl^: íbí F-xiuu:::— V:-:. 23 pkg. 67.
— 1: .L-r^-I- :•: J^^a^i: í: rn.::! e sai* acce>òiiade> —
^.. ir :^ 7?53.
— . -j>"^ =-:-. rSi^â^i ri. zA Z^^rnâftTvTii:* António Ro-
— - I- ~-nL» -.>r-:!»fL5 i- 3r^: — M:*-zor:i li ia pc-lo co-
i-c : : : : :- a -X-: ^i-: .- .r^isies Pjúr jr^ — Vol. 23
— \ -c:^: 1 :.■ ?r*z.- .a :::".r!=i.^ par* servi- de base á
I. Tsi.- ::-* ■:^>,.Li.-.# r:Tj:vxí;jLÍi =j iza.' ie :>:y, com a
ií . .:?--: -i à:i jwçil: jf.-i: i-* ?:ncL cix:?:ier^d^ em todas
Lí-.ii? .:_?:ría:í5 :liS5«^ Si coif:.mLdade dos mappas
*..>:-.-? -. ~ii ?l-:t-í,:;v5 e zj2i?ro de seushabiianios,
nfv viTse :ȒLr: iivcji R.ilr.iiKs VeJcsj ie OLvcira
— >w-.u ... ? :'-iR»5;í 'sxe* fcVc* X yi\ p3palAçri.\ por
— .1 ^ji:ã:..r-: .i. .. Sj^.x..^ Y:;. 55 jd^r. 71 .•^•pirie).
— ?rv-: :: $.-.:at5Í,- r:rvcci:^^A «fervia ia ddsooberta do
b^r^x: :w.'," -vcr^ni^Ar*,' H^iriiae d« Beaoropalre Kolian
— V ., *.>í ;.!^. i?: •>« jurre».
— > *'!' ZI-: ru : v7wA'*íCvs ii A<5U ^ni.IicA de r<)i 1 15'?(J,
7. .; :*:!,• ií :-\*íí>: 5í«?>>— VM. 26 ^g. 55 .2*p:irte).
— >\5J» : : .v-c ilc í,c si - vVrvVA Yer:::elha — ca enseada
::•; <*j 4k .' a. ;^ OjkKràl pria:^:ro ie>emlarcou e em
< :f.r ií:r * 7r::rtf,rA mt$». aeomí^::ha.1a do texto
í , .- ..vj.o'.\ »*ri:.io pjbi:.vu OJiial Ja caria chro-
.: .V. i; ÍL>v\>rv.u^c^\ «»:r:p'.4 lo Rei D. Manoel pelo
vnik^iL:e..v -:* >UA cjkst EVni) Vaidt Caminha, que ia do
. vc .. ,• .1 arirJkiA— Vol. 40 po^. 5 ^S* parte).
. '.■.,;,-: irrAcl-í tUtocicm de Matheus Tân dcn nroe:k,
.r :: .• /Ic ,^ ;» í *;í via e rAAl&ente aeoa;Toeu no começo
.\ tk'- \u i.í jv*t; v^***s '^ iíriíiU bem como as con-
sl\-V# •.,-. *-;.\^.i vtAS ihKSU íontlexas — TraJuzido do
./.: . • 3 fk*r \^' HviiDv» ;>UJir;e Peneira— Vol. ^0 pa^r. 5.
v^ .iu < .í ::í:,> de Ín^í— Memoria lida polo Dr. Mo-
:t A -;.* v:^^e^Uv- VoL 41 i^. 5i7 (i» parle).
Vsi : . .» . > o A ,U^ i*4o wrriíori il :o Bwzil, por Augusto
rui>iv* .>S,.,:a— \ol. 4^ r«#. i7 (2* porte).
• K U ' .(.t.^ 'i KAmiíia Keal iwtu^ueu ;i Pro\inoia da
\\ !uA t»m.».4:*e.rv de lS'>s por .Uuiuim Piíes Mucliaio
IVii.r.i N.l uMU^r. 5 :,;.* parte).
\» síiM\ >\>u» x\irv*«oU»í::oA av-erva do dia em «lue foides-
». is\ v»: wnnv:-^^* j'**r iHvc^siAo da notntKkViV> Je conJestavel vlo
kV\\v«xA^^ >^^* ttr«4eil lYUuvameute ã origem e iniluenci a dos
M iHftaluvi |H^v\suloiV4i |H)rtiU'ueso4 nos costumes nacionaos,
Çj^rj^Mlv^it»*»» K»»Mlo-VoK 45 pag. 3;í7 (;í* parte).
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67
321
Brazil — Protesto do Dr, Maximiano Marques da Can-alho
aobrô o que diz Cezir Cantu em rolaçlo aoíi briziíeiros na
suahiatoría Uaiversal — Vol. 4h paga. 347, 35G e :{5y
(2* parte),
— ' Cartas do padre António Blaaquez sobre o Brazil (155''i e
1565)— Tomo 49 vol, 1 pag. 1.
— Trechos do relatório do Dr . José Hygino Duirte Pereira
incumbido da fazer aequiaiçSo di Hol landa de do Mim^titos
relativos às, lutas com os hoUaudezes ao Brazit— Tomo
49 voL 2pag, 183.
— Ideiam do José Bonifácio sobre a organizí^^ão politioíi no
Braííil, quer corno reino unido a Portugal, juer como
estado indepoo iente— VoL 51 p:ig, TJ (3* pu'te),
— Novas cnlturaá, oi^ras publicas e dospezas do Brazil colo-
nial: oílcio do \ ice- Rei Luiz de Vasconcelloâ — Vol. 51
pag, 183 (2^ psirte),
— Cartas sobre a revolução no Brazil pelo consellieiro sil-
vestre PiDhoir.i Fârreira— VoL 51 pag. :;^í9,
— Trabalhos doi primeiroa jesuítas no Brazil — Vol. 57
paç. 213.
— Batalha Naval de 16;U, nos mares do Brazilp entre as es-
quadras hespanhola e liollandezi, aquella ao mando de
D, António de Oqnyndo e esta de Adriaen Jansz Patur—
VoL 58 p"ig.2()3.
— Batalha Naval de 1040 e outivas peripécias da guerra hol-
landeza no Brazil— VoL ri8 pag* L
— índice chronologico «las bulias e outros documentos semi-
Ihantes, existentes na Turre do Tombo, quo interei^ara ao
governo do Brazil e á Igreja Br az ileira—VoK <i2 pug^;* 158
e vol, 64pãg, .^17 (2' parte).
— Histórico do Brazil nos centenar ioa de U\úú, 1700 e 1800 e
ligeira noticia com i olaçâo a eâte ultimo século — Vol, ^t
pag. yi. Vide C.^utjuarioa do Brasil.
^ O selvagem perante o direito laspecto americano da
commemoraçâo do centenário) par A. F. do Souza Pi-
tanga— Vol. 63 pag, 19.
— Carta relativa ao trabalho sobre BuUas e outros do-
cumento» referentes á. Igreja Brazileira — VoL 64
pag. âl7 (i" parle).
— Historia palitica d'i Brazil — AnteceJcntea históricos da
hidepdudtíuoia — lie^oncia do Pnncii)e D. Fi3drode Al-
cantar?,, Lugar— Tenente de El-Ret D. João VI— VoL 66
pag, 5 (l' parto),
— Historia dus principae^ successos poUticoB do Império do
Brazil, pelo Visconde de Gayrú— \ oL G6 pai?. I7t> { I" parte).
•^ V. Capitania-' Dcicobriínento — Híêtor^ia — Dieefsos.
Bramir infc<*lleoiiiíi.l ewn. l>§íOl-- Memoria hiitíK
rica poio Barão Homem do Mello (noticia sobro os homeníí
notáveis nni^ Bcioncias, nàs lettras» na^ armas e nas
artos)— VuL 04 pa^. V. e 255.
Tli-UKÍ1eii*ii^i4 eel<-^tjr©M— V, Biographias,
lli-arxclo^ cto Bra.zii^Lígetro estudo— Vol* &4pag« 283.
^31—^1 Toiío Lxvui, r, u
- z
e
322
REVISTA DO INSTITUTO lilSTORlCO
Bullaiit— V, DvãziL
Ou^itoH — Inaufi-uração dcs bustos do cónego Januário da
Cunha Barboza e do Marechal Raymundo -losé da Cunha
Mattos, fundadores do Jnatituto — Vol. 10 pag. 545 a
S85.
— Sobre a substituição dos bustos de gesso existentes no
Instituto por outros de mármore — Vol, 49 pag. 473
(2* parto),
— Do Msconde do Bom Retiro e de Joaquim Norberto de
Souxa e Silva— VoL 60 pag. 30o (5* parto).
Oal>a JFrio — Cópia da resposta que o secretario de estado
deu ao embaixador de França em Lisboa sobre a sua re-
plica offerecida para mostrar que pertencem á Corúa de
Franca as terras de Cabo Frio— Vol. 8 pag. 433.
— Offlcio do governador Constantino de Menelau datado de
1 de Outubro de 10Í4» dando parte de haverem alli apor-
tado cinco náos ingkzas no intuito do carregarem pâo-
Brazil— Vol, 18 pa^. 407.
— Memoria histórica deàta cidade o de todo o seu dislrieto
coraprehendido no terreno de sua jurhdicçao — A ol. 46
pag. 205,
— Escríptura de contracto entre procuradores de S. Mages-
tada e Gil de G6es e sua mulher, sobro a cessão que
fazem daí? terras, capitania e jurisdicção de Cabo Frio—
Vol. 5iJ pag. 151.
OarCUoeirai^^ V, Viagem,
Oafé— Breve iiotim da primeira planta que liouve na Co-
marca da Car .vellas, ao sul da Província da Babia, es-
cripta pelo Dp. AntoniodeSarapaio Viaona— VoL5 pag. 73.
Oal€l£i.s aa, Iiiii>ei'att*iz— Aguas thermacs, do Santa
Catharma — Breve noticia por Alfredo de Escragnolle
Taunay— Vol. 42 (â"" parte).
OamaprR. BXiiiiieipal-- Da cidade do Rio de Janeiro —
VoU ao pai?. \4iK
Oanipo tle l^aloin^— V. Paraná.
Champô cia«i va,eca*?i l>i-iiaeas — Pesquizas para o
descobrimento deslo campo, feitai por Jeauino da Silva
Nunes e Lauriano Vargas— Vol. 21 pag. 3^3.
Oaiiii>0!s dog) Goytacíizen — Representação sobre os
mei s de promover a povoação e desenvolvimento dos
cimpoadô Ooyt ^cazes em 1057 peto capitão André Mar-
tins Palma— ^ ol. 47 pa»:. 107 •
— Memoria pelo Dr. José Alexandre Teixeira de Mello—
Tomo 47 vol. 'ip:i^'. 5.
Oa iialiator-oceitaieo — ^^ Soe ieda Je de Geograph ia
lie Pu ris,
Oanaao!^ (cidadella na Bahia)— A campanha do Canudog—
memoria pelo Dr. Aristides Augusto Milton — VoL 03
pag. 5 (2* parte),
Capella Itiipei^ial — Inreatarí j das peças de ouro e
praia pertenctíutes á Calliedral o Capella Imporial do
Rio de Janeiro- Vol. 60 p»g. ri5 (2* parte).
índice dos volumes 1 a 67 323
Oa*pita,l Fed.ex*al — -Saa mudança, pelo Dr. A. Pimen-
tel — Tentativa de ama descripção physica do Brazil
Central— O Planalto— Vol. 63 pag. 207 (2» parte).
Oapita.nia.a— Reflexões sobre a Institaição das capitanias
do Brazil— Vol. 19 pag. 398.
— Relaçã > das capitanias do Brazil escripta no principio do
17* Sftculo— Vol, 6*2 paç. 5.
Oa.pitu.ltiy lLo — feita polo Rei o a Rainha de Hespanha
com Vicente Yanez Pinzoa no anno de 1501— Vol. 23
pag. 445.
Cn.r-a.imiirii — O Caramarú perante a Historia —Disser-
tação apresentada ao Instituto pelo sócio correspondente
Francisco Adolpho de Varnhagen — Vol. 3 pag. lé9
(2* serie.)
Oa.i*ta.* Traduc*ção da carta que Nicolau Villcgaígnon es-
creveu da America (Rio de Janeiro) a Calvino— Vol. 2
pag. 200.
— do pa Ire jcsuita Manoel da Nóbrega, copiada do Real
Arcnivo «le Lisboa— Vol. 2 pag. 279.
— De D ogo Nunes, escripta a D. João IH, acerca do desco-
brimento de sei*tões onde podia chegar atravessando a
terra de S. Vicente (Província de S. Paulo)— Vol. 2
pag. 3)b
— Carta (cópia) escripta ao Padre Dr. Torres a 10 do Junho
de I562« copiada de um manuscripto da Biolietheca Pu*
blica do Riode Janei o— Vol. 2 pag. 420.
— Copia de uma carta, de S. Vicente, do irmão José de
Ancliieta para o Padre mestre Diogo Laynez, preposto-
geral — 16 de Abril do 1563, dando noticias do Brazil —
Vol. 2 pag. 541.
— (48'') do Padre António Pereira de Souza Caldas — Vol. 3
png. 144 e 216.
— do Padre Joseph (Anchieta) da Bahia de Todos os Santos»
escripta em Julho de 1565 ao Dr. Jacomo Martins, Pro-
vincial da Companíiia de Jesus — Vol, S» pag. 248.
— de Henrique Dias — Vol. 3^ pag. 258.
— Copia de uma carta do Padre Leonardo, escripta de S. Vi-
cente a 23 de Junho de 1565— Vol. 4» pag. 224.
— Da algumas cousas que ião em a náo que se perdeo, do
bispo para o nosso Padre Ignacio, copiada do Registro
das cartas Jesuíticas, manuscripto da Bibliotheca Publica
do Rio de Janeiro, pelo Padre António Blayques— Vol. 5<>
pag. 2i4.
— Copia de uma carta do Paire Manoel da Nóbrega, que
escroveo ao lUm. Cardeal, de S. Vicente, 1« de Junho de
15150— Vol. 5^* pag. 328.
— do meátre João, Physico de El-Rei, para o mesmo Senhor,
de Vera Cruz ao l*de Maio de 1500— Vol. 5« pag. 342.
— que o Padre Manoel da Nóbrega, proposto provincial da
Compan lia de Jesus, no Brazil, escreveo ao Padre mes-
tre Sim&o em 1549 (Noticias da Bahia)— Vol, 5* pag. 429,
433 e 433.
?ii ?:rr!?TA !*:• instituto histórico
Oaur«tt — » r*i*irs áB Góes para El-Rei. Da Tilla áa
3ULiàft a & K Akrsi de 1554^VoL b* pag. 443.
~ hl Pai?» Nj*ir-!ra. iAfido noticias do Brasil— Vol. >
— hl rat?* AZ'L.11^: Pi?s5, ds âO de Agofto de 1S5I, daa&o
HKisna^ àí Psaasiioai»— Voi. fl^ pag. Í6.
^ L7 ?% SY S.ãraca. damia de Pemambaeo, da 1551 ^ao^
— .• .11:1?? laúfi. diada de 33 de Abril de ISSB. pira
— ^ Ilas^ieMB S^f^ra aurtrudo ili«Jui de sv adaittíiA
isa SiKiiiièaÃí Sea^c— T.:4. -: pag. 36?,
— T-ii JaTiara Âí S. Fa-sb ao úefivrcadur do Es^ads io
Bírajc: r. .Vi: 5* ^^«Bway, de a>^ JaaeiíD ée i «H,
*)ãca»— Vil. "i^ p«r. 33.
— ^ JíkTQki m Irosb» fiar— in— '^*' â]
— Jiar^iâ w ^. -Tornai:? e 4
a^r-* ?tLTi
:?,-:.-. jL«« j r«a
a," jcaí3í i»?
dei
e
Vol. cT poif . ÍT.
— im aacanrtpa» ranasT* Cana ao SeaaAiNr CàMtàádo
>leoie> de .viflieiía e p^r esâe ipriwnmli aa Inetitato—
Vol. 4^pag. Ir».
DKlara^ioo de Ia ioccrtoa chmliaBa iTkmÉBiia pelo Dr.
ABi-aJo JoanViai de >lwie Oiawl ¥ol> dSpay. leo.
— I>o^ '3ov«nndor ij BtibblID. DeaitodaOaitt e do :•
Bispo ÍQ SalTadúT D. Píéed FlarBaoda« SaidiB':.a, ae-
rjmalo-se rec-pieieiwte peranie a Gèrte de Lial»a—
Tomo 49 Toi. i * pag. 35$.
— do Seo^r D. Pedro I a wm filho D. Bedio IL datada de
16 de Abril de :â32. de Angméo líwrei— u— Voi. 55 pag.
.-^56 i2* partem
— De D Aoiré Lamas s^hre a Lei da extioecio da eserayi-
dio^VoL 57 pag. \jõ.
— Do Dr. Carlos F. tod Martiiis, cootendo observações sobre
botaalca. rocabnloe tupys e oiéea das tribos ameríca-
naa— Vol. 5d pag. 59.
*— De D. Pedro II ao V.sooade de Itaúna Súbre a mudança do
Mioisteho— Vol. 64 pag- SOI.
•- relativa ao trabalho BMUm o oatros doeomentos referen-
tes á Igrctja tírazileira— Vol. 04 pag. 217 (^ parte).
<«- Vide Diversoê,
Our iia ir«ra4 aoBpsixil-^aioeer sobre o proieetoapre-
seatado pelo Estado Maior do Exereito— Vol. 14 pag- 170.
índice dos TOLimiES 1 A 67
325
Oai>ta i-e^-ia — D6 12 de Juaho de 179^ sobre a fundação
de tiíóíi compaoliia ptii-a escavíição de minas de cobro e
ferra na CapilaDia da Bahia— VoL 4'^ pag. 40:i.
— de 10 de Maio de 1753^ a qual depois de relatar 03 serviços
de Pedi'0 Dias Paeá Lema e alí^ns de seo pai, ainda não
romuner:\do:3, llie concede a pensão annutil de cinco mil
cruzados por trea vidas, e contém alguns factos interes-
sa íUos— VoL 6« png. 224.
OartA cie ii^an<,'» — De Juiz ordinário do julgado do
Desemboque prissada ao capitão Manoel Fârrreira de
Arauju Souza para servir cm 1821— Vol, 47 pí^. 117.
Oa,rto«*i"up!iiív — Vido Z^avríOí— Vol. 3:í.
Oa^sa da. M:oedH.— Fundaf/âo dada Bahia— VoL33 pagJ23.
Ontítlog^o dos doíumontos mandados copiar pelo S 'olior
D, Pedro 11— VoL G7 pag. ^{V' parte).
Ciitcclie^^e — Breveâ reflexões sobre o 8\Ntema de cate-
ohese, poguido pelos Josuitas no Brazil— VoL 19 pag. 371L
Oa^^alvu^c^o — V. Multo Grosso.
Oei«râ< — Inforranção sobro os portos desta Capiíania, onde
Be podem carre^far as embarcagõea roaes do madeira de
CO ns t r ucrõ o — Vo 1. 6« pn g , 498 ,
— Creaçãoda Villa de Aracaty— VoL 20 pa^. 170.
^ Actas da Camará do Crato, de 1 1 de M^uo de 1817 a 2'* de
Janoiro de 1833— VoL 25 pítg. 43.
— Extracto dts assenta nien tos do antigo Senado do Icó desdo
1738 até 183Õ, Do itmerario do presidente José ^íariano
era 1832, Breve noticia subre a capitulação do Juiz. Dita
sobre a raarc'ia de Tristão em IK2L Dita sobre antigui-
dade de Cariri» collígídaa pelo Dr» Pedro Theborge—
VoL C'5 paLí. í 2,
— Auto de creação e levanlamento da povoação de S, Vi-
cente Ferrerdas Lavras da Man^abeira em Villa. com a
denomina ;ão de — Villa de S. Vicente de Lavras— o
creaçíiíj da i^umarca do C/ato des iiembrada da do Geará
Grande -VoL 25 pag* 14:L
— Momoria sobro a revulurâo de 1821 . por Bm« da Costa
Rubim— VoL â^pag. 2Ql {2^ pirte),
— Memoria subro esta Capitania p jr Luiz Barba Alardo de
Meíiezes— VeL 34 pag. 855,
— Regiijto dos autos d:(. creação da Villa de Mooto-mór o
novo do Grão Pará— VoL 35 pag. 13 L
— Documentos para a revolução de 1H17— VoL 37 pag. 123,
— Documentos para a revolução do Ceard ©m 1817 — VoL
:^7p8g, 123, voL 38 pag. 15 >.
— Vide Cartas de GedeoQ Morrina de Jonge — VoL 58
pag. §37.
— » Expedição em auxilio do Pinul^y e Maranhão por occa-
flião da loiependeneia do Brazil — Vi d. iS pag. 235,
— Execução de Joaquim Pinto Mndeirai chefe da revolução
em 1S31 — VoL 50 pag. Pi5.
— Letreiros antigos r Noticias sobre os caracteres do Serroto
da Rola — VoL 56 pag. 407.
IlliO nUVlHTA DO INSTITUTO HlríVjí^-jZl
l*oii.PÍli Julio critico Mobro a bíitorU 4o Osskrk, àiZ^.
'VvUWo fio Alonoar Ararl|>e ( carta do 3iarL> HrcMo. et
Mollo ) Yot. M» |UK. 2\\ {W' parta ;.
- hoaoiMKâo goDKraphIca abreviada da Capr»&ila i: C-t^íj^
|»olo roíMuol \utonli Jofâ da Silva Paole; — '•:.. •:..
i»^*!». í » \l^ i»iU'tt») o 100 (i* parto ).
i U»u(%«tiui*Uft lu degoobrlmonto da America — Vj^. :.!
(Hl dons>br(uUM\tvt do Urazll ~ Vul. fK) pag. 3í^j t Zzi
i \'-' \^%vi^ ) o vviL rta Huup. nag. i4 { ^* parte >.
K' vi\>«\vtM'im0uio do oaialnlio das Indiaa— Vol. 61 par-
IV ('i^utoum \K I^Ht^) do Alcântara ; dos padres António
\\^vv»H^ o .W \i^ Vuohlota - Vol. íK) pags. 'S^íj e 331 (i"
v\m\uu^Ux^^«;<\v^ dv> otMitonario do Claodio Manoel da
v\s«u \Mu 4 sL' lulho do 18S0 — Vol. 53 pag. 7
U\*\n^'Mxv do iiisw.ii luw ooutonarloa de 1000, 1700 e 1800—
t 'l%i*l««««% a\«\ s%l%%iuU.% - iVrauto a civillsaç&o.
lM«>^i\*««' hK' x^' \h\>sU^ \avuuonto uor oooaii&o do 4<>oen-
^M^^ví^i sko xW«vNi'UUouu*dA Vmorloa— Vol. 55 pag. 15
v^H \ \ .1^ ;' \U\auu^ K' MiiiN)\uui do (^irvalho sobre este
xi\-x ^i-N» \v*: >^ imjcí, i>»i> ^» :í:\) [ V* parte ).
\)xM\^v^i^ ^\«Kv.tNM^ luU om »iM«Ao do Vi de Outubro do
U^^* ^ví V 'A^WHWv* \\uUUo -Vol, Oií pag. 39 (2«^
\ ^\\\*\\\s\\^%\ iV ^\«i««' do IHà^ \ a)HHkodUv ) polo Or. Diogo
^ IU«i\l«« %0%t%H\l\^ui««l%% UoUv^^o UUIorioa da occulta
o tiM^l^ y '\\\s\As^ .%oVviuUMU(;a« MUU luoradoMs, que 80
tV^«>«»uu^« >«o i^uus» do IVvl UAI «ortvVsi do Urazil — vol. 1
(HM \ ^1
\\i>iii mil. i.ii dt v^^u^utou do uma aiiiiKa |H)voac&o
Umm I u^i-i. uvi ÍMhoi'U«v d i ISvviuoU d.« Mioad Oeraes,
|iv|.i NUhtt Muuiul Ho.lrij}Uiii do Olivoíra— Vol. 3
{i«0 •*' • \ * ' iKUlO )
i-4ru dit ÉKtMKi (Uirrt^po idontu C.>nogo Benigno José de
(\ii\4Ut01t (uuUa, trataudu da Cliade abandonada nos
éuiUiun d.i UaUia - Vul. 4*' pag. 3(^.
r\iV(0«|iiiudtíaoÍa do Oouogo Aonlgno Josô de Carvalho e
\ UI1U4 uai'-u|iadu niNi sortòos da Kahia no descobrimento
diuUoidado - Vut. (> pag. 3'^'». vol. 7 pag. 10:^.
|^li%«l%> %lo <4iitttili*ii. — Vol. IH pag. V77.
^UlUi) tiulflllciMln 4% InMorlpv^e» lapida-
Viiv ' Mtiiuuria por Tristão do Alencar Araripe — Vol.
índice dos volumes 1 A G7 327
Gi0platiaa— Recordações históricas qae se prendem á
campanha de 1827, na guerra travada entre o Brazil
e a Republica Argentina sobre a questão da Pro-
vinda Cisplatina — Vol. 23 pag. 497 — Vide a errata á
gag. 751.
.elação da prata e ornamentos perienoentes ao saque
feito aos insurgentes nos povos do lado Occidental do Rio
Uruguay em 1817— Vol. 30 pag. 209.
— Reminiscência da campanha de 1827, pelo Coronel A. A.
F. de Seweloh — Traducção do Dr. Thomaz Alves No-
gueira — Vol. 37 pag. 399. .
Oolle^ríocle X> rodro II — Origem deste collegio.
Memoria lida pelo sócio Francisco Manoel Raposo de Al-
meida—Vol. 19 pag. 528.
Oolonia; milita;!* — Plano de uma colónia militar no
Brazil, por José Joaquim Machado de Oliveira — Vol. 7
pag. 240.
Oolonio; do Saerameuto — Extracto da resposta que
Alexandre Gusmão, secretario do Conselho Ultramarino,
deu ao Brigadoiro António Pedro de Vasconcellos sobre
o negocio da praça da Colónia — Vol. I pag. 334.
— Documentos que lhe são relativos — Vol. 31 pag. 161,
205 e 350.
— Relação da conquista desta Colónia, pelo Dr. P. Pedro
Pereira Fernandes de Mesquita — Vol. 31 pag. 350.
— Documentos relativos a esta Colónia, Montevideo, Buenos
Ayres e prisão de fabricantes de moeda íálsa — Vol. 32
pag. 5.
— Memoria do assedio e rendição da praça em maio de 1777,
pelo Bacharel Pedro To rquato Xavier de Brito — Vol. 39
pag. 277 (2* parte ).
Oolonio; de S. I*edi'o de AlcantafO; — Memoria
sobre esta Colónia allemã estabelecida na Província de
Santa Catharina, escripta e oíferecida ao Instituto pelo
Vigário Joaquim Gomes de Oliveira Paiva — Vol. 3
pag. 504 (2* serie ).
Oolonii^a^çâo — Discussão histórica.
O que se deve pansar do systema de colonisação adoptado
pelos portuguezes para povoar o Brazil ? /
Ponto desenvolvido em sessão de 16 de Junho de 1871 por / f
F. Ignacio Marcondes Homem de Mello — Vol. 34 pag.
102 (2* parte).
O mesmo ponto desenvolvido em sessão de 14 de Julho de
1871 pelo Dr. J. C. Fernandes Pinheiro — Vol. 34 paar.
113 (2* parte).
— Serviço da colonisaçâo no Brazil — Vol. 56 pag. 125 (2!^
parte).
Oometo; — Memoria sobre o cometa visto em Março da
1843 no Rio de Janeiro, por Maximiano Ant. da Silva
Leite— Vol. 5pag8. 207 e 379.
.128
nnVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
í?»» lUiulo — NoticKi gubre e ta commiêtflão, por Hên-
vi<\m Rí*lT»rd — Vol . tvi p\g. I4ii (á* parte),
Ck»tuiiii«^>«âo Moientlfion — Nomeação do uma eom-
missão seientifiea do otiKeoheiro^i o n.Ltiiríil)8t.ífc« eocarro-
^atti d^o^plor&r o ioterior de aUar7;&s provim^ia^ moaoi
c s e r>rmar p%vn o Museu Nacioml colleoçíJes de
; doi? reino» orgânico e inorgânico — Vol, iò
{ fiupi». ) pags. 12, 18, 2K 36, 43, 7õ, HiK iH ; vol. âl
píig. A9^ ; Tol. M pa#r. 73 •.
Oonimuiileci/çuo — Abortun da commQQloaçâo oõmmor-
líiaI ontr-o o dUtricto do Cuyabi e a Ctdado do Parë por
meio da navegação do8 rios AriDo.i e Tapujôs, empr^beo-
dt \\ cm Seteml>ro do I8r^ o i^^Uiznida ern 18i:i» pelo
reiíceWi) daa pessoas quo nessa dili^^^^uacia mandou o gover-
nador e capitio í^^onoral da Capitania du Matto Gi-osso —
Í)ÍArÍo doH* viagem — \\>{ 31 psig, 107.
— Resposti dada ora ls47 ao Proãi lento da Província do
Par;l pelo Tr*n**file coronel António Lariislào Monteiro
Bi 'ni. sr^brea coranauQÍcaç?io mercantil entre a dita pro-
vi ona e ade Ooyaz — Vol. 3 pag. 80 { /» sorle ).
^ Entre a cidade da Bahia o a \ Ília do Joazeíro pelo
enjrentií^iro André Przewniosvsky — Vol. iOpaK. 374,
Otiniimiiltia. <le Oomniereio <lo RrttKil ^^ Re-
presentavão que ftzoráo os povos de Portugal juntos
em tortos contra a companhia do oommorclo do HrazU
Vol. ^"i pag, 459.
rk»nJut'ftçÍko minei rn. — Conspiração em Minas Geraei
em lT8>i para a Indepondeneiíi do Braxil — Vol. 8 pag*
— Sf^utí^nça proferida contra oa réo§ implicados nesta ooo-
juração om 1789 — VúL 8 pag 3tl.
— BitTictjíí da correspondência de Tliomaz Joflfar.^on, acerca
da revolUQ^ do Minis Gjru^íi^ da independência do
Bri/.iU tratados de cx>i> Ác -- Vol. 3 pag. 20d.
— Documentos sobre a > j uj do Tiradentes, o^rre*
spo dencia do Vice*Rei Luiz do Vasconoellos com o Mi*
n stro — Vol. 30 pag. ]9i).
— C'>rr'?3poQdoncia oíll^ial do Vioe R'3i Luiz de "^ -los
aoorca da coajuração que tevo logar na ' do
Mtna.1 Troraes êni 178'J — Vol. 3:.* pag, itU.
— Cartas do Condo Keiendo em U de Março e 23 de Outu-
bro de I7l»i>3obrea conjurnçaode MinaJ— VoU 37 paga* G
o ití.
— OfYleto f cópia ) do Tf scofide do Barbacona dando cont&
io haverem abortado os plano^j de Tiradeatas e aeos
áu* ios — Vol. 40 pag. 157,
— O Tiradeotee powite os hUtotiadores oculares do soo
tem pospor Joaqoim Korberto de Souza e Silva — VoL 1 i
Pãg. 131.
— Memoria do êxito que teve a ooi|Jaf«õio de Minas edos
f)icto8 relativos a oUm — VoL 44 pag. UO.
índice dos volumes 1 a G7 329
Oojij uPAÇilo mineira.— Últimos momentos do4 iDcon-
íldent.ed de H 89, pelo frado que os assistiu de conâssao—
Vol. 44 pag. Kil.
— Pretiio de uma traição (Joaquim Silvério dos Reis ) —
Vol. 55 p:ig. 403.
— iQconftdeacia mineira pelo Barão Homem de Mello —
Vol. r>4 pag. 85.
— Inventario e partilhas dos bens deixados por D. Anna
da Encarnação Xavier sendo inventariante seo marido
Domingos da Silva dos Santos, pais de Joaquim Josô da
Silva Xavier, o Tiradentes^ Vol. 66 pag. íí85 ( 1* parte).
Goní$elli.o dle Fuzendu; — Chronologia do pessoal que
nos diversos tempos compoz o Tribunal do Consolho de
Fazonda — Vol. 21 pag. 177.
Cornstituivúio politica; — A Constituição do Brazil —
Noticia histórica lida pelo Dr. Moreií^a de Azevedo —
Vol. 32 p.ig. 71 (2* parte).
Oontra.l3a;n<lo — Alvará de 5 de Janeiro de 1758 provi-
dencidudo sobre extravios de ouro e outros contrabandos
no Estado do Brazil — Vol. (> pag. 812.
Oon^entoj!) — Descrip^ão do Convento da Penha, na Pro-
víncia do Espirito áanto, pelo coronel José Joaquim Ma-
chado de Oliveira — Vol . 5 pag. 113.
— Fundação dos do Rio de Janeiro — V . Almanac — Vol .
21 pag. 5.
— Apontfímentos histórico:? sobro a Ordem Benodictinaem
geral, e em particular sobre o Morteiro* de N. S. do Mon-
serrate da Ordem do Patriarcha S. Bento tia Cidadã do
Rio de Janeiro — Vol. 35 pag. ::^49 ( 2^ parte).
— Extracto de um mappa das ordens monásticas e Toligio*
sas da Capitania do" Rio de Janeiro — Vol. 46 pag. 187.
— Resposta a um artigo do « Jornal do Commercio > sobre
a intorvenção do Instituto para consorvação do Convento
de Santo António, caso se tenha de arrasar o morro
sobre o qual se acha o me^mo convento — Vol. 53 pag.
460 (2* parte).
— Os Claussroi e o clero no Brazil, por José Luiz Alves —
Vol. 57 pag. 1 (2^ parte ).
Oorreio — Plano económico e provisional para estabeleci-
cimento do correio da Corte para a Cidade da Bahia —
Vol. 7 pag. 464.
Onculiy — Significação deste termo — Vol. 5G pag. 41
(2^ parte ).
Defbi^a — Do Conselheiro Manoel Francisco Correia à cen-
sura que lhe foi feita por haver pedido aposentadoria —
Vol. 03 pag. 281 ( 2^^ parte ).
Deposito — V. Arca de sigilío.
r>eseol>x-imeiito da» jVmoi-ica, — Quarto centená-
rio — Vol. 55 (supp.)
I>eâoolbY>iiiieiito do Bi*a,zil — Quarto centenário —
Vol. 62 — Supp. e pag. 24 ( 2* parte ) .
330
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
l
I>e'!?c<>l>i'l mento dr» ea^^iiiiilio <Itv^ XiictiiiS —
Voh r»i pag* 5»8.
l>fiitun,nte**— Cartas ao Conde de Rezende sobre romessa
e appreheD3io de diamantes — Vol. 37 pag. 18.
— Histórico do sua djscjb^rti — Vgl, 03 pag. 305,
]>ÍeeÍoiin.i*lo topograpluc:» da Provi Qcia do E^^pirito Santo,
por Braz da Goata Rabini — VoL 35 pag. 597.
— Parecer acorca do plaoo do Diccloíiario Histórico e (^m-
graphico da Província d>D Maranbã:), pelo X^^. César
AugTisto Marques — VoL 33 p.ig. 40S ( S-* parte ).
— Parecer sobre o Diccionai-io Topa^raphico da Província de
Pernambuco, por Maooel da Costa Honorato -^ Carta do
autor sobre este parecer — Vol. 34 pags. 353 e 357 ( E*
parte).
-» Apontamento par» o Diccionado Corograpbico de Matto
Grosso* pelo Barão d^^ Melgaço —VoL 47 pag, 307 ( 2*
parte ).
— Histórico e Oeographico das Campanhaa do Estado Ori-
ental do Uruguay c Paraguav — Vol. r>} pag, 197
— Da liogua gorai do Brazit — VoL 54 pag. 185 — V.
( 2" parte ). Vocabular o.
Oio^o Alvure*4 — "V- Caramurtj,
iMploEtiaeiti — Historia diplomática,
Relatori I do rainialro doa eistraogeiroa Francisco Carneiro
de Cirapos, apresentado em H de Abril do 1831 — VoL 04
pag. 187.
— O primeiro relatório do Ministério dos Negócios Estran-
goiroa — VoL 05 pag. 3DI { 2^ parte ).
— A9 primeiras negociações díploraaticis re3pecti?at ao
BraziL por Frincisco Adolpho de Varnliagen ^ VoL 65
pag. 427.
Oireoii ( Thoraaz Gonzaga ) — Dapoimontos para o seo casa-
monto — VoL 55 pag. 36L
— V. Conjttrfíção mineira,
Oiniiuctivo — Proposta pira que se estabeleça ura disUo-
ctlvo para os sócio» do iQâtltuto — VoL 53 pag» 394 ;
VoL 59 pag. 277 ( 2* parte ),
— Medalba para ser usala pelos sócios nas solemnidaJes
dolDstitutoeaíásociaçOea scientiíicas — VoL 65 pagí, 517,
o 53í; ( 2'^ parte ) .
X>lNtrleto I^etlerul — Parecer sobre a Historia do
Díitrícto Fodenl, escripta pelo l>r. FoUsbello Froire —
VjL t;5 pags. 408.452. 1^9 (2^ parte),
I>lvepiao« — Eecordat;ã'j mõmoravel da pessoas illustroa
(juo servtrjlo á gloria deste paiz ( Brazil ) at'} a época
de 1710, pelo Conselheiro Baltliazar da Si^.va Liaboa —
VoL 5 pag, 4>0,
— Cópia !1ol do titulo de Tatiuei Pompeu, que fez Pedro
Taqueodo Almeida Paes Leme pelo anno de 17'»3, e tiue
se scha em podor de Joio Pereira Kamos de Azeredo
Coutinho — VoL 18 pag, 190.
330
RBVISiTA 00 INSTITUTO HISTÓRICO
?
De*^e€>l>rl mento do eii.*iiluUo cla*^ Iaclici.s —
Vol. <il pag. 5U8.
J>fii'iuf^iite^— Cartas ao Conde de Rezende sobre reme33a
e appreheoaáo de diamantes — VoL 37 pag. 18,
— Híatorico áa aua d^scjb^rti — VoL 63 pag. 305,
X>icoioimrlo topagrapliici da Proviocza da Estpirito Santo,
por Braz da» Gosta Rubini — Vol. 2ò pag, 597.
— Parecer acerca do plano do Diccioaario Histórico e Geo-
graphico da Província do Maranhão, pelo Dr. César
Augusto Marques — VoL 33 pag. 403 ( 2* parte ),
— Parecer sobre o Diccionario TopogTaphUso da Província do
Pernambuco, por Manoel dn Costa 11 onorato ~~ Carta do
autor sobre este parecer — VoL 34 pags. 353 e 357 ( 2*
parte ).
— Apontamento pai^ o Dicciaaarío Corograpliico de Matto
Grosso, pelo Barão do Melgaço —VoL 47 pag. 307 ( 2*^
parte ) .
— Histórico e Qeographico das Campanha» do Estado Ori-
ental do Uruguay e Pdraguay — VoL 50 pag, 197
— Da língua geral do Brazil — VoL 54 pag. 185 — V.
(2* parte )t Vocabular :o,
I>Io^o ^Ivitt-e^ — y, Caramurú,
lilplomnciti - Historia díploraalica*
Relatori I do rainistro dos estrangeiros Francisco Carneiro
de Campos, apresentado em 22 de Abril de 1831 — VoL 64
pag. 187.
— O primeiro relatório do Ministério dos Ne;íocios Estran-
geiros— VoL 05 pag. 391 (2* parto).
^ As primeiras negociações diploraaticis roípoctlvas ao
Brazil. por Frmcisco Adolpho de VarnUagen — Vol, ôri
pag. 427.
Dlrceii ( Tlioraaz Gonzaga ) — Dí3poiraontos para o seo casa-
mento — VoL 5'» pag. 361.
— V. Conjittação mineira.
DlHtiuetivo — Propost:i para que se estabeleça um distin-
ctlvo para os .rocios Jo Inatituto — VoL ^'S pag. ^^91 ;
VoL 50 pag. tri { íf* parte ).
— Medalha para ser asada pelos sócios na^ solemnidaJas
do Instituto e associações seientificas — VoL 6"» pag-s. 517,
e 52ii { 2* parte ).
I>lHtrÍetí> F^ederal — Parecer sobi-e a Historia do
Districto FoderiL escripta psjlo l»r, Felisbello Freire —
VjL Ii5 pags. 408,452. i59 (2- parte )-
I>lvcp«a^ — Recordação memorável da pessoas illustrãs
que servirão á gloria deste paiz y Br:izil ) at'} a ópoca
de 1710, polo Conselbeiro Balthazar da Si'va Lisboa —
VoL 5 pag. 420,
— Cópia fiel áú título de Taquei Pompeu» que fet Pedro
Taquesdé Almeida Paes Leme pelo anno de 17f;3, e que
te acha em poder de Joio Pereira Ramos de Azeredo
Coutinho — VoL 18 pag. 190.
índice dos volumes 1 a 67 331
JDiversos— Documentos relativos a João Pereira Ramos de
Azeredo Coutioho e seos irmãos sobre os seos serviços
— Vol. 22paif. 451.
— Relação do que acon teceo aos dozembargadores portuguezes
c castelhanas no sertão das terras da Colónia ; opposição
que 03 Índios lhes fizerão ; rompimento do guerra que
houve, e de como se aplanarão todas as difâculdades, por
Félix Feliciano da Fonseca — Vol. 23 pag. 407.
— Memorial das mercês que se não âzerão e das que se
desâzerão a Bernardo Vieira Ravasco, irmão do Padre
António Vieira, Secretario de Estado do Brazil — Vol.
23 paff. 423.
Considerações sobre o estado de Portugal e Brazil, desde
a sahida de El-Rei de Lisboa ató ao presente, indicando
algumas providencias para consolidação do reino unido
— Vol. 20 pag. 145.
— O padre o o medico — confronto entre os dous — Vol. 31
pag. 436 (2*^ parte ).
— Noticia acerca da introducção da arte lltographica o do
estado de perfeição em que se acha a cartographla no
Império do Brazil, lida paio Bacharel Pedro Torquato
Xavier de Brito — Vol. 33 pag. 21 ( 2* parte ).
— Correspondência da Corte de Portugal com o Brazil acerca
de diversos assumptos.
— Conjuração Mj neira.
— Apprehensão de diamantes.
Rompimento com a Nação Franceza e protecção a João Manso
Pereira para fabricação de as ucaf, aguardente & — Vol.
37 pag. 5.
— Cartas dos padres da Companhia dos primeiros annos da
Colónia — Vol. 43 pag. 81.
— Prec€S em desaggravo por sacrilégio — Vol. 46 pag. 183.
— Tinta sobre a farinha das roças aos moradores da Capi-
taniiA do Rio Negro — Vol. 40 pag. 185.
— Distincção entre vassallos europeos e vassallos americanos
— Yol. 40 pag. 237.
— Systema preventivo da metrópole contra o Brazil — Vol.
40 pag. 239.
— Diversos objectos encontrados nas excavaçõas para as
obras a cargo da Associação Commerclal dq Rio de Janeiro
— Vul. 40 pag. 591 ( 2'^ parte ).
— Rendimento dos empregos e offlcios das diversas reparti-
ções da cidade do Rio de Janeiro nos tempos coloniaes :
offlciodo Vice-ReiLuizde Vasconcellos— Vol. 51 pag. 157
(2* parte).
— A tenda do guerreiro — Canto épico por Joaquim Nor-
berto de Souza o Silva. — Vol. 52, pag. 1.
— Epilogo Académico ^Noticia, sobre um facto occorrido em
S. Paulo entre os estudantes do curso académico e do curso
de preparatórios e o Presidente da Província, Coronel
Joaquim José Luiz de Souza, no theatro da Capital,
na noite do 15 junho de 1843. — Vol. 53, pag. 257,
332
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
r>ivcr80N — Urna Flneraria. — Noticia sobro orna
urna ladigeaa encontraia soh uma antiga casa da
praia de S. Christovao com ossada do itmiodio, — VoL
53, pag. 343.
— Commentarios de Álvaro Nunes Cabeça do Vaoci, adelaii-
tadoe governador <lo Rio da Prata ; r^di^idos por Podro
Fernandes, ootario e secreUrío da prõviucia. — Vol. 56,
pag. 193.
-^ Impo "tanto documento. Subsídio para a l»i8f»ona da admi-
nistração publica. — VoL õO, pa^^. 209 (2-^ parte).
— Douá eriibaixadorea man lados á Babia peio liei Da^foméi
— Re^iesíío <lo um delles para a Coata da Africa. —
Võl. W, pa^. 413 o 417.
— Reconstiti K'Ão DAM FisASçxB Brazileiras — Memoria
ilda Da sessão do 5 do Setombro do IS97, pelo Ms<Mnd<.*
Rodrigues dt» Oliveira. — Vol. íV>, pag, 2í. (8» parto).
— Explicaçíto reclamada pelo 3^ tomo da obra do Dr. Joaquim
Nabuco. — Lm estadista do Império, — VoL 62, pag. 137
pag. i:^7 (2* parte).
— Explicações roclaniadas pelo artisfo bistorico do Dr. Eu-
napio Deiró publicado no Jornal do Commercio^ de 10
de Dezembro de 1891? (pelo Conselheíi^o Manuel Francisco
Corrêa K - VoL 62, pag. 150 (2* parte).
— Armações para a pesca da baleia, por Luiz Francisco
de Almeida e Sá. —VoL €2 (iiir. 18& ( 2^ parte )-
— A morto do com mandante francez João Duolero.^VoL 62,
pag. lã;, (2' parte).
— João Ramalho — Proposta para avoriguar-so da aua
existenci.t no Brazil autos d© 1500. — Vol. 62, pag. 285
(2* partí>i.
Pai-ecer aobre a proposta. -* VoL («2, pag. 2t>8» C^* parte).
— Noticia sobie núncios, intornuncios e delegados apus-
tolicoa quo desio 180H ató bojo ( 1H08 ) repreãontaram a
Santa Sé no BraziL — VoL 62. pag. 251, (íf parte).
— Cântico a S. A. o Sr. marechal do eier.*ito Conde
d'Bu, ex commandiínto em chefe do exercito brazileiro
em operações no Paraguay. —VoL r>2. pag, 5, (2*
parte ).
J>l^l»ii.o l^eele^lnstiea — V* BranL
llivifaiuo tei-i*itot-ia.1 — V. BraiU.
l>oouiuemto» ollloiae^ — Sobro o commercio entre o
Pará e Matto Grosso e sobre as comrauoicações que oon vem
estabelecer entre aa diver>as capitanias do BraziL —
VõL 5, t>a^. 76.
^ Corte^pondeocia oUcial da C^rta de Portugal com o»
Více*Rejs do Eetado do BraziL Conde da Caoba. Ayres
de SA e Mello o Conde do Azambuja— 1766— 1768. —
VoL 33, pag, 24;í-
— Corrôfpooienoia oúlcial do Vice Rei Conde de Rezende
com a Carte de Liisboa, acerca de um projecto de revo*
luçio.^VoL 3e, pag. 285.
índice dos volumes 1 .\ í M
333
l>oouiiieiitow oílleiftes — Correspondência offldal do
Conde do Rezende cjin a Corte de Lisboa, acerca da
devasm a quemaadoií proceder contra o b:icliarel Mariano
Josó Pereira da Fonseca i Marquez do Maricá), Maauel
Ignacio de Azarabujri e outros. —Vol. 3:?» pag, 2\n.
— Corres poedenci a do (onde de Rezende cora a Corte de
Portugal, acercada frequência no porto do Rio de Ja-
neiro do navios de guerra ioglezes, — Vol. 32, pag, 295.
— Vice-Reinario de Luiz de Vasconcelloa. — Correspondência
com a Corte de Lisboa— 17x8 — 1789. — VoL 36, pag. 135,
— Correspondência do Biápo do Rio de Janeiro com o governo
da Metrópole nos annos do 1754— 1«00 gobre a creaçilo
do novas fregaezits no Bispado do Rio de Janeiro ;
sobre a esquadra franeoza no Rio do Janeiro em 1757 ;
e sobro*,. — Vol. 63, pag. 39,
— V. Caiaíogo,
] >om Meeiro sses'uii<l€> — Noticia sobre a maioridade
do Imperador, por Tristio de Alencar /iraripe.— VoL 44,
pag, 167, (2^ pai't3)*
— Vide Pedro O.
Eelipee— Memoria sobre o eclipse do Sol de 15 de Março do
1839, pelo capitão de fk*agata MâxímiaDo António da
Silva Leite, — \'oL 1, j^^g, i'S,
l^leU^Áa — Nas sessõee de eleição do Institutc^ não se admite
votação por moio do procuração, E' essencial a presença
do so<'io, — VoL 6J, pag. 30!, (2'' parte).
^ V. R(^iires''nU'ção,
Elliiiiiiaça.0 de uni síocÍo — V. Socio^
£]l»Í'#:octlo acíi,«leiiiio*> — V. Diversos, voL 53.
.^Hoola Norniíil —Primeira Escola Normal existente na
Capifcni do BraziL— VoK 62, pag. 11, (2'^ parte),
1 %ae o 1 a d e p i ii t u r a — Memori a sob re a a n t i ga esco la
de pintura liumínense, lida peio sócio Manoel tie Araújo
Porto Alegro, — Voi. 3' pag^, 547.
E*iaríwiclílo noôra^ll— A oxtincçâo da escravidão no
Brasil— O jubileu do In-^tituto Histórico.— VoL 51, pag. I7,^vljj
^ Circular cora que o Ministério dos Estrangeiros deu co-
nhecimento aos representantes do Império nos paizes
estrangeiros da promulgação da Lei de 2H de Setembra
de 1871 libertando o ventre da mulher escrava, —
VoL 55, pag. 259 {if* parte).
^ Carta de U. André Lamas, sobre a L*3i da eitincção da
escravidão, — VoL 57, pag. 155*
— Opinião dct ura lirade capuxinho sobre a escravidão no
Braiií, em 1794. — VoL GO, png. 155, (2" parto).
l.i:acrii,voíH— Programraa desenvolvido pelo cónego Januário 1/
da Cunha Barboí*a —Se a introducçio de escravos afíi* ^
canos no Brazil embaraça a civitisação dos nossos iadi-
geoLis, dísp:"Qsando-se-lhei o trabalho, que todo foi con-
fiado a oscravos negros. Neste caso qual o projuizo que
soffre a lavoura brazilelra ? — Vol. 1, pag. 159,
/^
1/
334 REVISTA rO INSTITUTO HISTÓRICO
O mesmo programma desenvolvido pelo sócio José Silvestre
Rebello, — -Vol. 1, pag. 167.
— Fugidos do Pará para Cayena e relações dos padres das
duas localidades. — Vol. 5G, pag. 105.
ISffiplrlto Santo — Extt^cto de uma viagem feita a esta
provinda por Manuel José Pires da Silva Pontes. —
Vol. 1 pag. 345.
— Informagâo que Francisco Manuel da Canha deu sobre
a provinda, então Capitania do Espirito Santo, ao mi-
nidtro de Estado Autonio de Araújo e Azevedo. — V. 4,
— bescripgiio do Convento da Penha na província do Espirito
Santo, polo coronel José Joaquim Machado de Oliveira.—
Vol, 6^ paK. 113.
'— Annua da niissSo dos Mares Verdes, do anno de 1624 e
1()25 mandada a Roma pelo padro António Vieira. ^
Vol. T)», paff. Sa") o 339.
— Carta notioTusa de D. AíTonso Braz, de 1551. —Vol. 6^
449.
rovernador d:\
do ouro nos córregos aa estiíida de Minas, como de ha-
OflfoI
iOio do governador p:\rtidpando nfto só conter riqueza
vot^em Ires fkmilias de Índios puris procurado aldearem-
10 Junto ao quartel da Villa do Prindpe. — Resposta a
osto odloio e disoripç&o da estrada para a Provinda de
Minas )K>Io Rio Santa Maria.
MotlivàOi dlroocão o obsorvavlio da nova estrada que da
Caolim>ira ao rio Santa Maria, termo da Villa da Victoria,
dOgue p^^lo sortlio intermédio á Villa Rica, etc.
Copia do oinolo do coronel Ignaclo Poreira Duarte Carneiro,
do 7 do Sanoiro de 18:U, sobro a estrada desta provinda
l>ara a do Minas Ooraos.
Dir^ooào, medicÀo o obsorvaçiVs da nova estrada que dos
ii«ri(k« da povoacio do Vianiia seguo ao quartel de
Ourtnn, situado na nova estrada que da caonoeira do
rio sauu Maria ^togue a Villa Rica.
Kogulamouto inioriuo lu^ra o aldeamento e dvilisaçâo dos
índios b^>tuoudos do rio Doce.— Vol. 6% pag. 468, 469,
471. 474, 477 o 4>9.
- Deolarac^k^ feitas polo sargento Norberto Rodrigues do
Modoiiw», fobro a abertura da picada para Cuietd, man-
dada taor e contraotada polo pieaidonte da provinda. ~
Vol. IO, pag. 4lkí.
- Otttcio dirijíido em I$l 1 por Francisco Manuel da Cunha ao
Conde de Linhaix^s sobro esta oapi tania.— Vol. I:í. pag. 511.
- Notas: apontamentos c noticias para a historia desta
proviocia; memoria estatística no anno de 1817 por
Francisco Alborto Rubim. — Vol. 19, pag. 161.
- Noticia chronologioa doo fitctoo mais notáveis da historia
desta provincia, desde o sou deocobrimonto até a nomeação
do governo provisório. — Vol. 19, paff. 336.
- Memorias históricas e documentadas desta província, por
Braz da Costa Rubim.— Vol. :í4, pag. 1.1.
índice dos volumes 1 a G7 335
li^spirito Sttuto — Dicclonario topographico desta pro-
víncia, pop Braz da Costa Rubim — Vol. 25, pag. 597.
— Historia das roais importantes minas de ouro, pelo major
Joaquim José Gomes da Silva Netio — Vol. 55, pag. 35
(2* parte).
— Incorporação da capitania do Espirito Santo á, Coroa Por-
tuguoza — Vol. 59, pag. 424.
— V. Limite.
£:atAcio de ^sl — Documentos relativos & exhumação dos
ossos de Estacio de Sá— Vol. 26, pag. 301.
£]stii;tistica — Offlcio dirigido a Fernando Delgado Freire
de Castilho, governador da Parahyba, sobre o trabalho
que se deve emprehender a respeito da estatística do
Brazil— Vol. 6spag. 450.
— População da Corte e Província do Rio de Janeiro em 1821
— Vol. 33, pag. 135.
— Memoria estatistica do Império do Brazil— VoU 58,
pag. 91.
S^ttituu — Projecto para levantarse uma estatua aChris«
tovão Colombo, tendo por pedestal o Pão de Assucar, á en-
trada do Rio de Janeiro — Vol. 53, pags. 435, 410, 447 e
567 (2* parte).
— Sobre a necessidade de levar-se a effeito não só a ideia de
erigir-se uma estatua equestre a D. Pedro 1», oomo a de
erguer-se uma cruz colossal e monumental em Porto Se-
guro que restaure a que Pedro Alvares Cabral aii plantou
no dia 1 de maio de 1500 — Vol. 17, pag. 591.
— Proposta para erecção de uma estatua a José Bonifácio
de Andraaa e Silva na cidade do Rio de Janeiro e a cons-
trucção do um tumulo onde jaz sepultado seu corpo —
Vol. 54, pags. 715e74S; vol. 34, pag. 315 (2^* parte);
vol. 35, pag. 597 Cí*^ parte).
— Auto da inauguração solemne da estatua do poeta An-
tónio Gonçalves Dias. era is?^, na cidade de S. Luiz do
Maranhão — Vol. 36, pag. 589 (2* parte).
— Do Duque de Caxias — Vol. 43, pag. 594 (2» parte).
— Do Marquez de Herval -— Vol. 43, pag. 419 (2*
parte).
— Do Marquez do Paraná — Vol. 43, pag. 420 ( 2*
parte ).
— proposta para levantar- se no campo da Acclamação uma
columna de bronze tendo na base a Lei de 13 de maio e no
vértice o symbolo da Justiça representado pela Princeza
Isabel, regente do Império— Vol. 51, pags. 220, 243 e 25Ô
(2* parte).
— Carta do Sónhor Conde d'Eu communicando ao Instituto
que a Princeza Imperial não pôde annuir a que se
me erija uma estatua, por qualquer motivo, e espera,
portanto, que não seja nesta piarte accoito o projecto
apreseatado com o intuito de commemorar a lei que
extinguiu a escravidão no Brazil — Vol. 51, pag. 318
(2* parte).
336 REVISTA ro INSTHTTO mSTORICO
Eis t A tua — Guta ^:^ai \Ia«stidd o Inipers'lor ao ministro
i^ is;«nx â&ifríA a*^ i9^de buvo de !^'\ peiiodo que
V- ?7oiiieto d& s^^seriscio que ae preteode fuer para
erurtr se Ite '.Bà eitanu «^ applieado na eonatruot^^o
i^ ^i: !<:-'« irr':^iiK'S so «orlno dis ese> la« primarins e
li) 2«£]^^r42Í«c:.^ «i» !=;kieRaI é» oatKs «stabeleeimentos
c-í :2S7r;,\* — Voi. 5K p^jr. 31í* S^pArie).
— D^ ;»>?»r ?^7>'>lfcj53 — Sei:* ã T«»ia do m&o»'l90 que se
d€»*i:=;aTii A ^mráv u õaas dv> prari^rriíi do Inde-
r^jiiocã — Vol :>ii* pa£9. 4lSe 44? (^ pait?-.
^ I>v«em:io prc-axaàti^^ s» ^«euao de ioMt^urjr le a «•
tann i# Joa^ de A:-i»car — Vd. ^, pa; . 3V> :r pvte^.
— IX* «anelai Ma».«\ ^lac^isro da FtMHeea.
— :\> j»»r:^rjd ^cj:.r:: v>:2çaa; Bowlbo de Mag-ilbies.
— I>o asiTveâul FA^aK» FVixjto — VoL ^\ paf 385.
— MecKria da ccouússão eaeajregadm de orgmoixar o placo
ia «utae et^^KflCrv S>bipefedòr O. Fedro l* — Vol. 61,
ju^, r9.
— A Cl:i*vrTlc» CoC-OEnbe — Y. Amtrkwi.
— Ao .ce^.\|rrapê^ e hUuMnedor br» aleira Dr . Cândido Mendes
de Almeida -- VciS. 6^. par* 47 •:^ pane).
ir^%arm^l9k9^ ~ Pn>>wso de nnsa e^treda da Babla ao Rio de
Janeiro — Vcl. 5w pa^. Í5!.
— O.irta Re^ ise 10 de eoTOslo de ISIO 9obre a entrada para
Mioas utbr;e$ pelo rw Doee — Vol. ^, pe^r- 351.
— ProjeeM> da ama estrada da eidaie do l^esierro ás missões
do Umffvav e ouira» pioTineias qoe devem scrrir de en*
saio ao melhoraoMniD da piv^TíBda de Saita Catliarina
— Vol, ?•, pajT. 534.
-» Medicâ<L\ direcção e obis^ervacfice da noTa e:4rada qie da
caclioeira do no Sanu Maria, termo da Vi lia Victoria,
safQo polo sertã;) intermédio á Viila Rica — Vol. C\
pag. 46 í.
£:^tr<tiigreirof9 illnstr» e prestimosos qne eoncorroram,
com lodo o esforço e dedieação para o < ngrandecimento
inteilcetnal, artístico, morai, militar, litterano, económico,
indabtrial, commereial e material do Rrazil. dosdo os
principioe deste hocolo até 1&92 *- Vol. .V, pag. 225 (2*
parte).
KAtuclo* UIstoriccMi — V. HIftioria.
JiStlinolosria (Us(« o eostnmes) — Noticia etbnologica so-
bre um povo que J4 h ibitoa acosta do Brazil, bem como
o seu interior Hotes dodiinTio unirerstl, pelo Dr. Carlos
llath — Vol. 34, pa?. 287.
dtymolosrla — Coiieoçao de eijrmologias brasileiras por
Francisco dos Prazeres Maranliio, tiradas dos termos da
lingaa tupinanibá —Vol. 8". pag. 69.
Kxaonamiaulaft'» eoolei<ilfi«tloa, contra tribuoaes,
ministros, magistrados e mais offldaes do ja5(tiça — Vol. 58,
pag. 341.
— V. SfgocioB EcchiiasUeos ^
índice dos volumes 1 a 67 337
Ejtcureiiío — Do PriQoipe regente D, Pedro de Alcântara &
Provinoiade Nflnas Geraes em março o abril de 1822 —
Vol. «6,pag. 7.
A' Província de S. Paulo em agosto e setembro de 1822 —
Vol 66, pag. 83.
S^SLpediçilo t>eljgra glo polo an.tarct.ico ~ Notl-
oiaé darias pela imprensa — Vol. 60, pag. 205 (2* parte)—
V. Viagem^ vol. 60.
— Vide acta da sos^^ão de 2S de oatubro de 1897 — Vol. 00,
paga. í79e 393 (3* parte) .
£jxpo«iQã»o universal — Proposta para inaugurarse
•nire nós uma eip^si^^ universal em 19'J0 oommo-
morativa do 4^ centenário da descoberta á) Brazll —
Vol. 55. pag8.3l0, 324, 329, 331 e 336; vol. 56, pag. 155
{2» parte).
Falbrioas — Alvará de 5 de janeiro de 1785, p-ohibiado no
Ebtado do Brazil to uís as faiorlcas e manufactura» do ouro,
piats 8 da«, algodão, li<iho o lã, ou tecidos, sejam fabri-
cados de um só doi referidos géneros, ou da mistur.v da
uns com outros, exceptuandose tão somente as de fazenda
grossa do dito algo.ião — Documentos relativos a esto al-
vará — Vol. IO, pa*r. 213.
FaouldAdes <le direito — Memoria sobre a funlaçao
desias ficullndes no Brazil — Vol. 22, pag. 507.
Fa/CUldade de mediolua' *>- Noticia histórica da Fa-
culdade de Medioina do Rio de Janeiro, pelo Dr. Moreira
Azevedo — Vol. 30, paj?. 397 (2^ parte).
F*allecliiieiit.039 ^ Listados sócios fadecilos até 31 de
dezembro de 1896 ~ Repertório da «Revista do lostituU»
publicado em 1807, pag. 2f^l.
lPa.zendA de (Sttxiti. Oruas — Cai*ta do Condo do Re-
zende om 9 de março de 1790 sobre esta íázenda— Vol. 37,
pag. 5.
— Historia desta fazenda por Josó Saldanha da Gama —
Vol. 38, pag. 165 (2* parte).
Finta —- Sobre a fariniiadis roças dos moraioroida Capi-
tania do Rio Negro — Vol 46, pag. 185
Fortalesa — Disourso sobre a oonreníenoia do so fortiâcir
a cidade da Bahia, capitai do Brazll — Vol. 06, pag. 77.
-* Aoont^^oimentis na fortaleza da Conceição em 1844, por J.
de Souza Pereira da Cruz ^ Vol. 25, pag. 453.
— Memoria sobre o ftjrte lo Mar, em Poraaraiuco, por An-
tónio Bernardino Pereira do Lago — Vol. 125, p.ig. 589.
— Portidoai;5e8 no Brazil — Época da respectiva luaduçâo,
motivo detertnlnabivo delia, soa importância defensiva o
Valor actual — Memoria por Augusto Fausto de Souza -^
Vol. 48. pag. 5 (2» parte).
*- Patente de capitão da Fortaleza da Prúa da Carioca —
Vol 55. pag. 211.
— Oonta nobre a fortificação e artilharia e mais fortalezas
da praça e armazms do Rio ne Janeiro — VoK 55,
pag. 221.
831 — 22 Tomo lxv:ii, r. i.
338
REVISTA DO INSTITUTO HiSTORíCO
Fartnleza.— Real Forte do Príncipe da Beira, em Mitto
Gro§so, na margem oricnUI do rio Guuiporé — Auto da
sua flindição Vol. 55, pa^. 36ín
— Memoria histórica aobre a Fortaleza de Paranaguá e feito
lieiH>ieo doi^ habitantes da então villa deste nome, no anno
de 1850 — VoL 03, pa;;. StH (2* parto).
i-' Fundação do Forte de Coimbra e oi acootecimeoto^ quo
oom elle se relacionam, peio General Fraocisco Raphiol
de Mello Rego — VoL 67. pag. 171 |2» parte).
— V. Pro]ftrÍos Xaciotioa ^ Rio Branco,
Fosneis — Cartas escríptas da Lagoa Santa» em Mínaã Ge-
raos, ao 1*^ secretario do Instituto pelo Dr. Lund, sobre a
croação extincta de animacs que em outro tempo babita-
râo aqui^li regiSo — VoL 4% pag. m,
^ carta do Dr. Lund, oscripta da Lagoa Santa, om Minai
Gcraes, sobre oovae descobertas de ossos e craneos
achados em suas excavacões — VoL ú, pag. 334.
— Parecer da coraraissâo especial oncarreíçada de examinar
03 os^os fosseis remettidos do Cantagallo au lQ.^tituto por
M . Jarob Van Erven — Duas estampas com os desenhos
dos ossos — Vol, 7*^, pag. 519.
Oeneti^Io^ia. — Genealogia paulista — Carta do Dr* Ri-
cardo QumbletoQ Dauat — Explicação da goraçio de Pedro
AíTonso, — VoL 51, pag. 9l (S* parte).
•^ Catalogo genealógico das principaes famílias que proce-
deram de Albuquerques, Calvacaates, em Pernambuco, a
Caramurns, na Bahia, por Fr. António de Santa Maria
Jabuatão— VoL 52, pag. '>.
— Vide NoHHarchia Pauli4ana,
Oeogrn^plim — líitracto da descripçãogeographiea da Pro-
vi ocia do Matto Grosso feita em 1797 pelo sargento raôr
Ricardo Franco de Almeida Serra — VoL 6^ pa^sr, 15^.
Cjtoolai^^iii. — Investigações scientifl-as para o progresso
da geologia mineira pur Josó Franklin da Silva Masisena
— Yol. 47. pag. 249 (:,» parto).
GO'y&,'m, ^ Memoria om que se mostram algumas provi-
dencias tendentes ao melhoramento da agricultura e
commeriiu de Goyaz, pelo s:irgento mór Prancitco Joié
Rodrigues Barrão — VoL IL pag. 33G.
— Carta (relatório) eícripta por D, Francisco de Aásia Mas-
carenlias no dia em que deu posse do Governo da Capi-
tania de Qoyar a Fernando Delgado Freire de Caitilno,
seu succesáor.— VoL 5% pag. 58.
— Memoria sobre o descobrimento, governo, ^opulacío e
cousas mais notáveis (íe^ta capttania, pulo padre Luiz
António da Silva e Souza. — VoL 1^, pag, 4Sy,
^ Roteiro para oi Martyrios, ícdo em canoa i elo ribeirão de
Ooyaz — Noticia di-*eta paragem — VoL *S*, pag. 319-
— Co^iía de ama cartn do cupitâo mòT Jo>fia de Oodoii Pinto
^fn <iu*i»í.*a «obre os limites que deviam i9r marcados ás
V quo confinam com a de Qoyat. —VoL 7%
IXDICE DOS VOLUMEâ 1 A G7
339
Qi>yaz— ItiDôrario da ctiade de Palina, em Goyaz, á cidade
de Fielf^m, no Pará, pet^i rio Tocantins e brdve aoticLa do
Norto da Província d*3 Ooyaz — VoU 25, pag. 485.
— Anuaesda Província de Goyaz, por J. M. Pereira de Al-
cautara— Vnl. 27. pa^d, 5 e 230; vol. 28, pag, 5(2» parte),
— Chorograiiliia litstonca desta proviQcía, peio origadeiro
Ruymundo Josô da Cuaba Mattos — VoL 37, pag. 213 •
vol, 38, pag. 5.
— Breve reflexo sobre o meio cflflcaz de se remediar a deca-
dência desta capitania — VoK 55, pag. 3í>9.
— Planíilto da Formosii o cólon isaç ao — Vol. 56, pag. 163,
Gruta eiu. C3»rQ.iisrola — Cemicerio doa indíos nas
aguas áo Fervedouro, em Santa Luzia de Carangola —
V(iL 5'J, pã^. 4^3-
Orutu. cio Inferno — Descri pçao feita em Cuyabíl
pelo [>r, Aleittodre Rodrigtie^ Ferreira — Vol, 4% 363.
— Gruu do Inferno, juoto ao Forte de Coimbra — Memoria
apfesenLula pelo Dr, João Severiaoo da FOQsoca — Vol.
45, t.ag. 21 (> parte).
O-r u til. claí!4 Oll^a.» — Vide Viagem,
Oa-ra-puava, — Memoria sobro o descobrimento da co-
lónia, escripta pelo padre Kraacisco das Cbagas Lima —
VoL 4% pag. 43.
— Descoberta dos campos de Guarapuava, por Aotonio Bo-
tí^lbo de Sampaio — VoL 18, pag, 252.
-^ Via^íem fêítíi por J^sô Frau cisco Thuni az do Nascimento
ptiios sertõjá ^lesconheciíioH d© Gaaraptíavai e relação que
teve cnm os índios coroados, maía nravios daquelles le-
gares — Tomo AÔ, voL <f% pag, 267.
õli'4t'0'i"'áXl»BS — Vide Pernambuco,
Ouarai;>'t>a — Apontamentos sobre esta froguezia, por
Kduardu Marques Peixoto— VoL 67 pag. !?4:í (%*' parte).
Ouaáteiicliilbíi — Memoria pelo Dr. (^aar Augusto Mar-
que?*— VoL 48 pag. Ul (2* parte),
Oueri*a Civil— Vide os diversos Estadoa.
Ouemi com o# Jli.olla.iiíleze« — V. Braiil^^Per-^
nambuco .
Gueira, dos Míi.íí*e!».teei — V. Pernambuco^
Guei-ra. doí^ l^almapcei— Memoria dos feitos que ae
deram durante os priraeiroa annoa de guerra com os
negros quilombolas tios Palmares, seu destroço e par
acceitíi emjuntiode 1078 — por Pedro Paulino da Fon-
geca— Vtd, 39 pag. 2í)3.
— CoQdíçõaa ajuatadua com o governador dos friulisitas, Do-
mingos Juigc Velho» em 14 de agosto de 1693, para con-
quistar e destruir os negros dos Palmares — VoL 47
j.ag. 19.
líistoriti— Programma histórico: O iTiatituto Histórico e
Gooirraphico Braziieiro é o repreaentante dos idéas de
illustrai;âo, que em diíTereates épocas se manifestaram
om o nosso continoLite, pelo Vlacoade des. Leopoldo—
VoL 1 pag. 77.
V
BI94 ona^P;.ziB2SQr suàre l mam^i^ úí rsmzil jaftúiskdíi em
Pira paii le F 5 . I^onsifiiicir — Ta : jm£- 3 :ii^^
— Pr.ipnixnBL: ^'qks^ as iubioe de gn^ k àrreò. its^r mãe*
jvsTii imi£r !• TTihifir laxznsn- lanuvfil de docnzDOLXDf r^âi»-
-L' .« ii luTtnrA Ir ^:srrkjih!t dr< IiTkíI? I>sBsaiTD^TiD: jiqAc
^ Prinej-í jca: suziiup;:Liàr &: liSLiiiitc- pnr FrúzuBcc
— ran» « àpi* ^aes^TK & insia-m Ad dirfcz- — lí.ssKTaçiL-
— I^-T:..^ jcir^e á;f225 pcc:» ái I^ssatu piir:!— Me=:?rii
— Va eM>Í2^ Ã h:sicrir. p>trA. prf» I>r. Jasí Vieira
^ C^ra de Jò!ia Armiaf^ a Kvmrisu» Ferreiím da Ve:gi«
>:tei a soa «Hliattna dd Bimnl>— Vol. S5pif . 5s^.
-- Djt»ria{io iwroft dd iystaaa da eser^rer a hHtoria
aat^ • ai»i»Taa dd Império ào BraxáL pelj nurecbal
RVttuaSo :^>da C^uihi Sáaiio»— Vol. S0 pa^. 1^1.
^ QwKSm iMtrti^nnii. piw Jjaqaim Cadaiio la Silra (Ela-
ciiacio de al^Qt pomaa %wb Atenndra de HmnMdt
d^ioa :si«eia» ao «a eiaine critíDo da Hbtoria e gej-
^taphia do n^vo contioente ~ Vd. tt pa<. ?>9 e vol. S9
pag. 5 i2' parte).
— Odia 9 de janeiro — Memoria liia paio Dr. Moreira de
Azevedo— Vol. 31 poff. 33 f^» per;e).
• Os Padres do Patrocioio. 00 o Porto Real de Itá — Es-
tado histórico lido pelo oraego Dr. Joaqniin CaetíDo
Feroande» Pinheiro - Vol. 33 pif . 237 (^ parte).
-« Xotas sobre a historia ^tria— Prímeirof tempos da desço
herti do Brazil. Vários assumptos. Re^idcaçSos, pov
CADdldo MeiKks de AlfflBÍda— Vol. 39 pag. 5 (2* oartv).
— Notas para a historia patriA — Segaaáo arti^. Oi pri-
meiros povoadorse. Qaem era o bacharel da Cananóa ?
Memoria lida por Cândido Mcodes de Almeida — Vol. 40
1(S312^ vêrU).
otas para a historia pátria <- Terceiro artigo, J(âo Ri-
malho, o Bacharel de Oanuida, preeedea Col^mb^ni des-
coberta da America?— Mejiorla lida por Cândido Man-
des da Almeida* Vol. 40 png. «77 (^ pvte).
— S^
INDIGB DOS VOLUMES 1 A 67 341
IIi&itoi:*ia»— Notafl para a historia pátria — Quarto artigo. Por
ÍIU6 raião os indigenas do nosso littoral chamayam aos
hiDoezes Mair, aos portuguezes Perô? — ^Memoria lida por
Gaodido Mendes de Almeida— Yol. 41 pag. 71 (2* parte).
— Notas para a historia pátria — > Quinto artigo — A catas-
trophe de João Bolós foi realidade? Uda por Cândido
Mendes de Almeida— Vol. 42 pag. UI (2^ parte).
— Rectificação á historia do Brazil de 1831 a 1840 do con-
selheird João Manoel Pereira da Silra, por João Brigido
dos Santos— Vol . 42 pag. 207 (2" parte).
— Memoria sobre o melhor plano de escrever a historia
antiga e moderna do Brazil, por Júlio Walleatein — Vol.
45 pag. 159.
— Protesto do Dr. Maximiano Marques de Carvalho sobre o
que diz César Canta em relação aos brazileiros na sua
Historia Universal — Vol. 48 pags. 347» 350 e 358 (2*
parte).
— Questões a estudar em relação aos princípios da no38a
historia, pelo Barão de Capanema— Vol. 52 pag. 499.
*- Um átomo da historia pátria — Histórico da Sociedade
Amante da Instrucção, pelo Dr. Alfredo do Nascimento e
Silva— Vol. 55 pag. 97 (2* parte).
— Indicaçõds sobre a bistorla nacional por Tristão de Alencar
Araripe— Vol, 57 pag. «51).
— Esclarecimentos sobre a organização do Ministério de 7
de março de 1871— Vol. 00 pag. 105 (2* parte).
— Histórico do Brazil nos centenários de 1600, 1700 e 1800 o
ligeira noticia com relação a este ultimo século — Vol.. 64
pag. 91.
— Relação dos manuscriptos portuguezes e estrangeiros do
interesse para o Brazil existentes no Museu Britannlco de
Londres— Vol. 65 pag. 5 (2* parte).
— Historia dos principaes successos politicos do Império do
Brazil, pelo Visconde de Cayrú — Vol» 6ô pag. 179(1*
parte).
— Historia politica do Brazil — Antecedentes históricos da
Independência Regência do Príncipe D . Pedro de Al-
cântara, Logar- tenente d 3 EURei D. João VI — Vol. 66
pag. 5 (1* parte). «
— politica.— Ministérios do Brazil em 1862 — VoU fóê
pag. 204 (2» parte).
— riistoila politica do Brazil— Vol. 66 pag. 5 (1» parte).
HCoIl^ndeze»— Vide Brazil,
Hospital cio0 ]L«azairo!-4 — Documentos relativos á
fundação do Hospital dos Lázaros do Rio de Janeiro—
Vol. 23 pag. 431.
XXjr limos pati'io tico»— Compostos por Bvaristo Fer-
reira da Veiga, por occasião da Independência do Brazil—
Peiuani memoria lida pelo Dr. Luiz Franciíco da Veiga
— Vol. 40 pag. 89 (2» parte).
XconofiT^^Apl^ui. Brazileira — Por Manoel de Araújo
Porto Alegre — Vol. 19 pag. 349.
242
REVISTA t»0 INSTITUTO HISTÓRICO
êík OoQceíçãUi^ ao Bispo do R . :. D . Pedrn M&rsa de
LieaitU por Oli^en Lám&— Vi*!. G4 pt^. 209,
I^r^iwk»^ De» S. SebisUE^— Menosift da soa Andaçim cena
um f«la^ dos ptrelAiM idmuiiiUmdorQi da jari^icção
Eefitaiastíoa, e éo§ reTerepáu DtqiQi que toem bftvido
mU Q presente (1810)- VoK 2pa^. 175.
^ FQndi^ de igr^^ai no Rio tk J&neL^ — V. ÁIamimc —
VoK21 pag. 5,
_ da Candelária— Memoria historíca da Igr^a Matríx de
Noasa Seohora da Candeiaria pelo cooe^ Dr. Manoel da
Coeta Honorato— Vol. 39 pag. 3.
I IHa do Ochl>i*ltA ^ Ú comãaiê dm ãkm do Carita — Me-
moria lidi pelo Dr. lloíeiím éeAaefiode— Vol. 33 pa^. 5
(S» parte).
lllk*.% de Fern&ndo de Xorenl&f^ — Informação
Bobr» Cila ilha — VoL tiõ, pa^. Itil (^ parte).
Xllara de Jouitaetç — )lBiiioda a>k« aita ilha. pelo
tesonte-eoranel Jjaé SiiftSjs de CarfaOio ^ Vol. iS;
pâg.3ô^.
— NoUdas delta ilha, dot noa e i^arap&s qoe tem na anã
cireainfareiíeia, de algons Ugm que aa teem deaeob^^rto e
de algumaâ oonsas earioaa^ — Vol. e7« pa^. 291 (l*
partei-
niiA da Xritidade ^ Hemiria hisiorlca e feographiea
deita ilha, organizada e dedicada ao Banu> da Ponte
Rlheira peJo baehaftl Pedro Torqaato XiTier de Brito—
VoK 4a, pa«. «49 (ã* pane).
— Occupi^ desta ilha pela Inglaterra e reJtituiçâ> ao
Brasil — >Vol. 50, pag. 5 (t" parte).
— Reatltuiçlo desta ilha pelo goreroo britânico -^ Vol. 60^
pag. 1«(2* parte).
— Menaageoi do Presidente Dr. Prudente Je Moraes ao sen
suecearár — Vol. 61. pag. 711.
— Memoria historiea pjr Moreira de Azevedo ~ Vol. 6t,
pag. ^^^2* parte).
Icni^Qi^to do -frlnteiti — polo Dr. Moreira de Azeredo
— Vol. S8. pag. 322.
Xoapren^a — Pro^raiao do joroalíimo no BrazlL (Artigo
esâripto peto Dr. Francisoo de Sonzi Martios)— Vol. 8«,
— Origem e desenvolvimento da imprensa no Rio de Ja-
neiro — VoL 28, pJig. 169 (i* ptirte .
-^ Historia da Impronia no Maranhão, memoria lida pelo
Df . Ceair Aiignsto Marques — Vol. 41, pag. 219 vol. 51,
pag. 167 (t»nart0).
— Probibi^ do aso da imprensa no Brasil nos tempos
colonlaea — VoL 47« pag. 167.
— Origem e desenrolvimeoio da Imprensa colonial brazi-
letra« pelo Dr. A. da Conlia Baiteaa ^VoL 63, pag. S37
(2* parte).
índice dos voix'mes 1 A n?
343
Xinpi^esefio de clociinientoa -- Formação de um
fundo iDalienavol ^ujo remtí mento «í deatioado á reim-
pressão de obras raras sobre o Braztl o para exploração
polo interior do Império — VoL 10, paga. 303 e 403,
liicotifiileiíelíx mineira — V. Conjtfraçãí^ mineira,
Xii(lei>eiifleiioia ^ Cartaa do Thomaz Jefferdon a Joha Jay
VoK — 3^ pag, 208.
— Consulta do Conaelíio Ultraraarifio n S. M, noaanode
1732 feita pelo coosolheiro António Rodrigues da Costa»
sobre a conservação do Braxil unido a Portugal, o que
elle conaidera muito duvidoso pelas grandes riquezas
daquelle Estado, represo ntadas pelas suas minas de ouro
6 diamantes — \oL 7^ pag. 498.
— Descripçâo dos factos de roariolia que 98 derao desde que
se proje»íto« a IndepeEsdencia do Brazil — VoL 37»
pa^', 195.
— Motins políticos e militares o o Rio de Janeiro (prelúdios
da Indepindenoiá do Brazil, estudo histórico pelo cooego
Dr, Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro — Vol. 37,
pag. r'41 (2' parte),
— Noticias doi succeasos políticos que precederam e se-
Suiram*se á proclamação da iodeptndencia oa ProTincia
8 S. Paulo, pelo Dr. 01e.'ario Herculano de Aqniao e
Castro — Vul. 41, pag, 231 (2* parte).
— Memoria sobre a deolamção da independência, escripta
pelo major Francisco de Castro Caato e MeUo — Vol. 41,
pag. 333 ^2* parte).
— Dous ti*aballios importantes sobre a independência —
Vol. 41, pag. 414 (S* parte).
— Ideias de independência do Brazil em flos do século
passado— Vol. 47, pag. 123,
— Espedição do Ceará em auxilio do Piauby o Maranhão —
\'oI. 48, pag, 235.
— Mappa doá navios apresados pela esquadra braiileira na
lutada independência, áesáe 21 de mirco de 1B23 até
12 do fevereiro de 1824 —VoL 50, pag, 267 (2* parto).
— Eiposíçâo de factos históricos que comprovam a priori-
dade de Pernambuco na independência e liberdade na-
cional, pelo major José Dorain xuee Codeceii*a. — Protesto
conti^ o acto do governo provisório dos Estados Unidas do
Brazil considerando do festa nacional o dia 21 do abril
consagrado â commemoracao dos precur^res da Indepea*
dencia b.f»ziloira reunidos coi Tiradentes — VoL 53,
pag. 327.
— Reconhecimento da independência do Brazil pelos reis da
Africa— VoL 54, pag. 161.
— Patriarchas da independência nacional —Conferencia por
Tristão de Alencar Ara ripo — Vol. 57, paç. 167,
— Ensaio histórico da independência do Brazil, por Franklin
Dória, Barão do Loreto— VoL 59, ptg. 151 (*' p\rte).
— Memoria escripta pelo Dr, Moreira de Azevedo í— VoL 60«
pag. 97 (2^ parte).
^-
I
rii4
RFAISTA lj<> INí^TrTUTO IIISTOIIJCO
^ ^'
Xndcipoiídouota ~ Pè^Hq que aelU tomou o padre Diogo
Anti^aío reijó — VoL 60. pig, 357 (8* purle).
Hiit'>ria poíit^iL áo tírastl — Aniooaddates tiiitoricoi da
lDd'ipoa'loncla — Re;?eackda priDOipe D. Pedrode A.Ic&d*
tatM. luACar — tiMioiilo de Bl-Kei D. João VI ^ Vol. 66»
piílí 5 (l* parto),
Kscratoí — llijmnof,
lOflIf^M — DaH inumorift« e blograpbias publicadas nos pri*
moiro* U Tt/lumei da «ftevku do lustitutu- — Vol. 14.
fi^ 46 !•
^' iliOf^rjàpliLiJi do tiooioD;! illustroâ ou do pessoaa omiDentes
qu« hOPVlratii im Brm/il uti .^o Hrasiil ^ VoL U. pag. 473.
— f*arfi5<»rsiMbrt* o ItuUoe chroiiulof^Mca dos factc^a mais no-
la Ycsli» da li iU)ria dv> Urazih do Dr. Agoitinlio Mai^ue^i
l't>rilifào MuUieiro — NoL la^pig . 77» 87 e 113.
— Momoria» putu.os desonvAlvidos õ outros trabalhoi doi
Miiviún dg hintituU), desdo a ^e^Aâo de i6 de geteuibro
íio 1847 ató 10 d»< dt*/*!iubri> de 1858 — Vol. 15. pag. 545.
^ fU^liig&o dúH tnauuscripio9ojroreoida8 ao Instituto desde
t**» «lo iottniibra de iS47 at6 10 de detembro do 1B52 —
\ui. i&« fMitf. :i4H,
-* lndl^4« ir*«rAralpbaUeUeodM niMiorUs. documentos e bio*
fir iblicadaj aos võluroM 1 a ^:ã da «Revista do
III NuL S22, pay. TdBt
*- Cl ^ra puUlcaQioda illdiee*^ Vol. 40, pag. 5:í3 ;
-i* Hubm .1 iiiètaiU^t^o do iodleodi «Hevista do tostiliito» —
vul* :m, p^, 3«^ ; vol, 4), pag. 5:í3 ; vol, 4t, pag. 408.
-* hl ( " ^' n'''"^Nitloo da^i memoriai, dõctitoeutos e
bM ki noi volumes 1-44 da «Eevíf ta do
Iiu. i . . . Moralra de Aieredo — vol, 45.
(a^í. 4KI7,
<- ReTayio doi auiof raphod o orlf l&aea do losUluto —
Vid. 47. |»i.5aft(S^ parle.
^ l>o arilgoi eonlliloe em 60 tomos éa «Revista do ludUluto»
um raCÃ/^fo a oada uiiia das piovíaoias do Império —
Vol. 5K pa«. S70.
^ Apveeenticà > de um limbalti^ laUliilaáe — ladloe alpha*
beileo a Ml «Ri»viHas 40 luitllila U0lnrt«>» » Vol. 57.
mil%. 371 e 4(1 r2» parle)
<- R^^rlorie da «ftavlaU Mneaial éa laslilato» compre-
titadaado os 54) valamea da elatMa do Inaiitiito», do
ia>9 o imw pahUoado am xmt.
Itttlloa^-HIelDiriadioaladloieavaUeiroe ou da NacioOuayatrd,
por FraMleea tadfftaiMe do Pvadu ~ \ol. i% pa§. ss.
^ NoUcla aolire os lodios Tupiaamháa, aenj eoatomea^ alo. ,
de um manuicrlply da Bibliotímoa do Impemdor-VoL 1%
^ Pfv^lffammai Qaal aena teija o mtlMr àystsBA oa eaUH
alair oe ladíos aotmiliadoe aa aMMsmrtiíes *DaKii-
valvkk» pelii OMUgo iaaiitHo da Quiiia Baiteea »
Vcl. ^% paf . 3.
índice dos volumes 1 a 67 . 34t5
Xndio» — Memoria sobre as naç9es gentias que liabitam o oon-
tinente do Maranhão, pelo major graduado Fraaciâco de
Paala Ribeiro ^ Vol. 3», pags. 184, 297 e 442.
— Qual era a condição social do s-)xo fernioino entre os
indiganas do Brazil ? Programua desenvoUiio por José
Joaquim Manhadode Oliveira — Vol. 4\ pag. 168.
— Republica estabelecida nos sertões dos rios Uruguay e Pa*
raguay pelos religiosos Jesuítas das Províncias de Por-
tugal e Hespanha — Vol. 4», pag. 2Ô5 '
— Memoria sooro as aldeãs de índios da Província de São
Paulo, segundo as observações feitas no annodo 1798, por
Josô Arouche de Toledo Rondon — Vol. 4», pag. 895.
— A colebin^o da paixão de Jesus Ctiristo entre os gua*
ranys,por José Joaquim Machado de Oliveira — Vol. 4^
pag. 331.
— Programma:— Si todos os indígenas do Brazil, conhecidos
até hoje, tinham uma única divindade, ou se a sua reli-
gião se circumscrdvla apenas a uma mera e supersticiosa
adoração do fetiches ; se acreditavam na immortalidade
da alma, e se os seus dogmas religiosos variam conforme
as diversas nações ou trious ? No caso affirmativo, em
que diíTorençavam elles entre si ? — Desenvolvido por
Josô Joaiuim Machado de Oliveira — - Vol. 6°, pag. 133.
~ Memoria sobre os usos, costumes e linguagem dos
Appiacas, e descobrimento de novas minas na Provinda
de Matto Grosso — Vol. 6\ pag. 305.
— Regulamento interino para o aldeamento o civilisação dos
Índios botucudos do Rio Doce, da Província do Espirito
Santo— Vol. 6\ pag. 489.
— Parecer de Ricardo Franco de Alrneida Serra sobre o
aldeamento dos Índios Uiacurús e Quando, com a do-
scripção do seuí usos, religião, estabiliiadee CDStumes —
Vol. 7», pag. 204.
Resposta do general Caetano Pinto de Miranda Monte-
negro, vol. 7» pag. 213 — Continuação do parecer —
Vol. 13, pag. 348.
— Sobre o plano de colonisa^^o dos Índios botucudos errantes
no território entre o Rio Doce e o de S. Matheus—
Vol. 7», pag. 235.
~ Artigo extrahido do tPanorama» sabre os indígenas do
Brazil— Vol. 7», pag. 524.
— Noticia raciocinada sobre aldeãs de Índios da Provinda de
S. Paulo, desde seu começo até a actualidade, pelo co-
ronel José Joaquim Machado de Oliveira — Vol. 8s
pag. 204.
^ Informação dos casamentos dos indios do Brazil, pelo
padre José de Anchieta — Vol. 8*, pag. 254.
— Carta do alferes José Pinio da Fonseca dando conta ao
general de Goyazes do descobrimento de duas nações de
índios —Vol. 8S pag. 376.
3ir.
aEvisTA ix> iNSTirirro iustorico
Xadlõ^ — NatieiíL da conrerákú dos lAdloiaitoi Orixea Proe^ses,
POTO0 babiliUkias e goerrems io sertão do Brazil, dota-
moate redazídoi à fé citbntks e à oliodieDcta da coro?.
portuguesa, com a qual ie àeserefr^ tÊOUherú a aspereza
00 sitio da soa liabiiaçio. a eefireira da saa idolatria
6 a bajrbwdado de seas ritos— Vol. 0*, pag. 494.
— Noticia sobre 08 botueado?, acompaobada de um vocabu-
lário do sen idioma e de at;?iiinai obsêrraçâes, por M*
íammard— Vol, i*», pa^. 107.
-- Croaç&o da directoria dos índios na ProTincia de Matto
Grono — Offlcio dirigido ao goTeroo imperial em lS4t>
pelo presidente da mesma proriacia Rícardu José Qomes
Jardim— VoL 9\ pig* 5tó-
-^ Dissertação histórica, eihnograpbiea e politica sobre as
tribos aborígenes qae h&bitaTam a proriocia da Bahia
ao tempo em que o BrazQ foi cjoqulstado ; sobre as suas
mata^, madeiras e animaes qoe a povoam, etc.. pelj
coronel Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva — Vol. l^r,
psg, 143.
— Carta escripta pelo soeio Francisco Adolpho de Vambaueu
sobre ethoographia indigen^, Itogiias, emigração e ar*
cbeologíat padrões de mármore dos primeiros descobri-
dores —Vol. l^,pag. 36^5.
— Retrato do cbofe indio Qaoniambebe— Vol. 13, pagolT.
— Vocabulário da liogua bug»"© — Vol. 15, pag. 60.
— M^^moria histórica e documentada das aldeãs de indios
da Pravincia do Rio de Janeiro, composti peto sócio
effectivo Joaquim Norberto do Souza e Silva c laureada
na iiets&o magoa dd iSde desembro de 1852 eom o pre-
miu imperial — \'>1. 17, pa?, 100.
PagÍQâ«
Parte historiei 109
Considerações geraes 113
Aldeia de S. Lourenço* . * . . * 160
» » Barnabé ....... 17^
» > S, Francisco Xavier. ... 178
p » N. S. da Gaia ..... 195
> p 8. Pedro 206
Aldeias de Ipuea, N. S. das Keves e
Santa RIU .......* ZiB
Aldeia de Santo António dos Gaarutbos. 213
Aldeias de S. Fidelis de Sígmarioga. de
S. José de Leoni^, de Santo Antó-
nio de Pádua, de S. Fidelif o outras. 2^
Aldeia de S. Lais Beltrfto .... 24^
Aldeias de N. S. da Gloria de Valença
e Santo António do Rio Bonito. 249
Cuncloáio Í6t
Notas e citações 3^
Parte docamootads. ...... 301
índice da memoria ,....,. 545
INDÍCE DOS VOLUMES 1 A 07
347
XikIIoj^ — Vocabulário da li agua '^Qval U3ida hoje no Alto
AraazoD'18 — Vol, 17, pa;j. 551.
— Plano sobrfí a civili.'íait;aodos iodio:5 oo Brazil e principal-
mente para a capit-mia da Bahia, cora uma hTQvt* noticia
da misáíto quB cnire os meámos indioâ foi feita peloíí
proíícripfeoa Jesuius— Vol. 19, pag, 33.
— RetiueriniiiTito foito a S. M. em nome dos índios domes-
ticadug íla capitania da Bahia — Vol. 19, pag. 91.
— Mappas dos índios Cherentce o Chavão tes na povoação
de Thereza Chnstina o o Rio Tocantins o dos iodioa
Cliaraos da aldtia de Pedro AíTon^o nas margens do mesmo
riOi ao norte de Goyaz — VoL 19, pag* 119.
— A emigração do Cayoaz. Narração coordenada sobro
apontamentos dados por Jo5j Hiniriciue Elllot, pelo sócio
Brigadeiro J. J. Machado de Oliveira — VoK 19, pag. 434.
^ Dos Índio ^ Cayuaz — Vol. 19, pa^?. 448.
— Carta rogia ao Capitão general do Pará acerca da eman-
cipação è civilisaçâo dos índios ; e resposta do mesmo
acerca da s«a execiiç<ãí3 — VoL 30, pag. 433,
^ Noticia :^obre os selva^rens do Mncury om unia carta dg
Theophilo Bonedicto Ottoní — VoL sÍL P'ig. 19L
— Et,hno^a*aphia indígena : — Lingwas, emigrações e archeo-
logia. PadrÕ33 de raamioríi doa primoiroa descobridores.
~ Carta do Rrancfseo Adolpho do Varnhagera. Madrid, 1
de abril de 1849— Vol 2L pa:^. 431 .-Vido voL 12, pag 3G*l.
* Os indígenas do Brazil perante a hiít-jria — Memoria
offerecida por Domingos iosô Gon, alves de Magalhães —
VoL 83, pag, 3,
— Oa Cayapós, sua origem, dcjcobriracnto, accommeiti-
meutoí pelos Mamelucos, represálias, meios empregados
com vioíoncja e com arma em punho para aubtrahil^os
âs mattas, esses raeius substituidos liela brandura, seus
boneficoa resuitados, ai :e miento, conclusão — por Machado
de Olivoira.— VoL 24. pig, 4'Jl.
— Breve noticia do gentio bárbaro que ha na derrota da
viagem das minas de Cuyabá e seu recôncavo,— VoL 25,
pag. 437.
— Descripção das aldêas dos Apinagés, seus usos e co-^turaes,
— VoL 25, pag. 4EíK
— Brazil e Ocrania — Memoria apresentad» por António
Gonçalves Dia^, sobr.í o editado dos iniligenas do Brazil
no tempo em quo, pola primeira vez, se a'^havara em
contijicto com os seu^ descobridores e que probabilidade
ou facilidade offerecia nessa epocha o emprego da cate-
chese ou da colonização. — VoL :i(\ pags, & e 257
(â» parta).
— Summario das armadas que se flzerão o guerras que se
derâo na conquista do Rio Parahiba.— VoL 3fj, pag. 5.
— Noticia da voltint iria roducçao de paz e amizade da feroz
nação Jo gentio Mura nos ao nos de 1781 a 1780, do forriel
commandante do deátaeamento do lugar de Santo António
do Maripi no rio Japurá — Vol. 36, pag. 323.
I
ai8
REVISTA DO INSTITUTO tlISTORIGO
Xtitliov — Offlcia do VU^ooda do PoHo Soguro sob:*»' (vido
p&g. 4H Ho va!. 34) urna obiorvacão feitii pjlo Dr- An-
tónio Hdnrlquo Leal a uma pubiícaQão do mesmo Visconde
*jb o iilulo —Os Índios &rat?oi —*VoL 33, fmg. 1<J3
(8* parte).
— Relíquias de uma grande tribu extincta — por Aútooivi
Manuel Ounçalves Tocantins — VoL 3íí. pag. 51 (2*^ parte).
~~ Estudo aobre a tribu Munducurú — Memoria eseripta por
António Manoel Gonçalves Tocantins — VoK 40, pag. 73
$^ parte).
— ]arormaç$3saobre 03 Índios bárbaros doís sortões d<? Per-
nambueo : — Offleio do Bispo de Olinda acompanhado do
Tariaa oartas — VoL 4<^ pag. Hi3.
— Memoria sobre us^s e costumes dos índios Guar.mvâ»
Cayuúó G Botocudos— Voi. 63, pag. 263 (5?» parte).
— Proposta parív a creação, sob os auspiciai do Imiti tato, do
uma aaâoctacão protectora dos indios brazis — VoL 65,
ptgs. 492 0 503.
— Direcção c:»m que interinamente so devem regular on
índios das novas vielas o lugares erectos n \ capi tinia de
Pernambuco e suas annesu — Vol . 46, pag. 121 .
— As popntaQõdS indígenas o mesUoas da Amazónia -* Sua
liniuagcm, suas creuQas e seus costumes, por José Ve-
rissirao — Vol. 5o, pa^r. 295.
— Rekição verídica v succinta dos usoa e costumes dos
Tupínambás, por Hrins Stadcn trad oxida por Trtstao de
Alencar Aranpo — Vol. 5">, pag 267
^ — Indígenas do Brazil em Françi no século XVI — Voi* 5'5,
pag 171.
*- Noticia de antiguidades indígenas ctiatenteis em Minas —
Vol- 5tK pag. 4US?.
— Principio e origem dos indios do Brazil o seus oostume?,
adorado e cero mon ias— Vol. 57, pag. 185.
— Partículas de la leo«íua ^uarany — Vol. 58, pag. 101 .
— Od iadiõs Cavapó-í, pelo Padre Desgenottes — Voh Ô7,
pag 216(â» partoL
Iii€£ul^iVf\o — M >moria de Franeiáco A^oinli-j de Varnba^en
sobre os habitantes do Brazil oon ^ pelo Santo
Offlcíu, era Lisboa, desde 1711 ató IT ; L6,pag.33i);
vol. 7» pa^c 54 e 427.
— Pr^oe^so feito pela Inquisição do Lisboa contra António
jos^da Silva, poeta brazileiro— Vol. 59. pag. 5.
Inaioflpfiio |>liuii te itt. —Carta sobre uraa inseripção
pb< entrada (*m uma da.^^ montanha:^ do tittoral
du 1 I aeirj, ao Sul da barra -- Vol 1, pag. 06,
Eelaturiú da commíbsâo encarr^ada de analisar e copiar
Q«ta ÍQScripçlo — \ õl . I , pag. 09.
1 1\ ao r i p (^õ £*« 1 a p i « l f 1 ref^ — V . Cidades pe f f i fundas .
Instiliiio IXi9toi*ic:*o — Sua creação— Dl i^uno inau-
gural peb Cónego lAnoario da Cunha Bar boza-^ Vol l«
pags. 5 e 10
— Extracto dos seus estatutos — Vol l. pag. 2^.
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67 3i9
Instituto KliHtoi-ieo —O Sr. D. Pedro II acceita o
titulo de seu Protector —Vol . 1 pag. 67.
— O Instituto Histórico é o representante das ideias de illufi-
tração que em diíTerentes epochas se manifestarão no
nosso continente — Vol. 1, pag. 77.
— Do que devem procurar nas provindas os sócios do Insti-
tuto para remetterem á Sociedade central do Rio de Ja-
neiro—Vol. 1 pag. 141.
— Novos estatutos — Vol. 14, no fim.
— Proposta para a juncção da Sociedade Vellosiana ao Insti-
tuto — Vol. 17, pags. 79, 88, 90 e 100.
— Decreto n . 2482 de 2 de Novembro de 1801 , approvando os
artigofl que devem fazer parte dos estatutos — Vol. 24
pag. 865.
— Parecer sobre duvidas que occon^era na applicação Jo
art. 6 dos estatutos.— Vol. 34, pag. 372 (2* parte).
— A sua revista é pi-emiada na oxposiçào geographica da
Veneza — Vol 44, pag. 419 (2-' parte).
— Sua creação e insíallação — Vol. 48, pag. 315 (2* parte).
~ Parecer sobre a proposta r(>lativa à admissão de sócios
— Vol. 50, pags 3^5 e 300 (2* parto).
— Ceremonial que deve ser observado nas sessões de recepção
de novos sócios — Vol. 50, pags. 314 e 341 (2* parte).
— Alteração de alguns artigos dos estatutos.— Vol. 5?,
pagi. 508 e 544 (2' parte).
— Estatutos approvados em sessão de 1 de Agosto de 1890.—
Vol. 53, pag. 629 (2* parte).
^ Os sócios beneméritos são constituídos em commissMío para
o âm do reunirem donativos com os quaes se possa con-
struir ou adquirir um edifício em que funocione o Insti-
tuto— Vol. 54, pags. 193 e 197 (2* parte).
— Memoria apresentada ao Ministério da Justiça em 1897 —
Vol. 60, pag. 171 (2^ parte).
— Minuciosa noticia sobre a existência desta Sociedade —
Vol. 61, pag. 7.
— Alteração do art. 12 dos estatutos para dar- se a denomi-
nação de bemfeUorei aos sócios de que trata o § 2* desse
artigo.— Vol. 61, pags. 6920 718.
— Alteração do art. 15. — V. Di$Hnctivo.
— Modificação dos estatutos na parto relativa aos direitos e
obrigações dos sócios — Vol. 62, pags. 358, 388 e 454
(2*^ parte).
— Por meio de procuração não se admitte votação nas
sessões de eleição.— Vol. 66, p-ig. 301 (2» parte).
— Proposta para alteração nos seus estatutos — Yol. 06,
pag. 296 e vol. 67, pags. 432 e 463 (2» parte).
Jn Hstx"ue VÃO — Discurso sob 'e a necessidade de se prote-
gerem as scieneias. lettras e artes no Bi*a8il.— Vol. II,
pag. 259.
Instrucção publica nos tempos coloniaes do Brazil pelo
Dr. M. D. Moreira de Azevedo«— Vol. 55, pa^. 141
(2* parte).
350 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
In**truocõOí^ — para MarMns Lopes do Saldanha, gover-
nador e capitão general da Capitania de S. Paulo.—
Vol. 4, paj?. ;^50.
— Olllcio do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos e Souza com a
copia da relação instnictiva pari ser entregue ao seu
sucoessor.— Vol. 4, paga. 3 e 129.
^ Registo do regimento de S. A. Real que trouxe Roque da
Gosta BuTOtj, do Oonse'ho de S. A., mestre de campo,
gt^neral do Estado do Bratil, a cujo cargo está o governo
delle.— Vol. 5, pag. 288.
— dadas ao Visconde de Barbaoena Luiz António Furtado de
Mondtmca, governidor e capitão general da Capitania de
Minas Geraes.^ Vol. 6, pags. 3 e 197.
— p:\ra O. .\ntonio de Noronha, governador e capitáo ge-
neral da capitania de Minas Geraes (24 de Janeiro ae 1775).
— Vol. (\ pag. 215.
— D;\ra Fernando Delgado Freire de Castilho, governador da
ParUàba. — Vol. O, pag. 444 e vol. 27, pag. 249.
— Fr.iiJrmentos que existem na Torre do Tombo das instruc-
cOos dadits por Sl-Rei D. Manoel a Pedro Alvares Cabral,
quando ohofe da Armada que indo á, índia descobrio
oasualmenta o Brazil.— Vol. 8, pag. 99.
^ Ci^mpílacão dos objectos mais esseoeiaés ae que es'& encar-
rt^gado o i\>mmanaante do Rio S. Francisco Xavier, segun-
do a< ordens existentes no arebivo do mesmo commando ;
e alguns a^v^ntamentos de instrucções para regular a
sua oonduoia no me;>mo commando.— Vol. Il,pa)f. 487.
— para o governo da capitania de Minas Geraes, pelo Desem-
bargador Joêé João Teixeira Coellio.~Voi. 15, pag. 257.
— dada$ polo Conde de Bobadella a seu irmio o preclaris-
simo .^^Sl^ .\ntonio Freire de Andrade para o governo de
Mn)a;$ Tior.uvs a quem veio suceeder pela ausência de seu
irmJto. quando pass^»u aoSuK— Vol. lô, pag. 359.
— Rt^imonto dido a Ant^mio Cardoso de Barros, cavalleiro
tid.iUv» da Csisa de Kl-Rei. como provedor môr da fazenda
qao primeiro foi ao Braril (manascripto offerecido por
5i. M. o Impt^rador).— Vol. 18, pag. 106.
— De .Mirtiníiu do Mello o Castro a Luiz de Vasconcellos e
Sou.'a aoo^^a do governo do Uraiil.— Vol. 85, pag. 479.
— Padas om 2:í do Outubro de 1797 por D. Rodrigo dtj Souza
Couiiu!ioa Fernando IVlgado Freire do Castilho qae aca-
bava do sor nomeado para o governo da Farahiba.—
Vol. -.'7, pag. 249.
— Kxpodi las ao C.mde da Cunha.— Vol. 35, pag. 212.
— Para o capitíio general D. António Rdlrn de Moura,
governador das capitanias de Cttyabl e Matto Grosso . —
\ol. 55, pag. :í;U.
XutouLtleueia «?efnl <la PoIIoIa — Riulo Fernandes
N ianna e a policia do seu tempo — administração do
conselheiro IMulo Fernandes Vianna. de lSi>8 a 1821. pelo
cónego br. Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro. —
\ol. 3íí. pag. 65 (2- parte).
ÍNDICE DOS VOU MES 1 A G"
351
Xiiteucleneia. j^erii,! ciu r*olieit\ — Abreviada de-
monstração úoâ trabailiús da pulicia em todo o tempo
que sérvio o Dosembargadar do Paço Paulo Fernandos
Viaana. — VoL 55» pag. 374.
rnve-*ti*^'4x<;iío a'-*ti'oiioinieíi. — Memoria scieatiflca
acerca da longitude da torro do Arseaal de Marinha de
Poroarabuco, por Jo:é da Co3ta Azevedo.— Vgl. 32,
pag. 125 (2» parte),
XriiLaiul«t.cle <lo i^»ox*uiiieuio cIa Oa,nLlelfit*ia.
— A Irmandade^ etc. e o empréstimo decretado pelo
Alvará de 13 de Março de 1797. F. B, Maniue> Pi-
nheiro — Vul. 60, pag. 35(2* parteK
XmíUiik» tio r^anamá — V» Sociedade de Geographia de
Parif,
Itac^ui — Noticia desta eidade, por Luiz de França Almeida
a Sá.— VoL 51, pag. S7 (2* parte).
Itatiaia -- Descri pçâo do Itatiaia ou Itatiaiu, por José
Franklin da Silva.— VoK :í9, pag. 413.
rtiitev.ii"Jo— Das visitas fi itaâ na sua Dioceae pelo Bispo de
Pernambuco no 3 annoe de 1833 a 1840.— Voh 55» pag. 5.
— V> Viagrm.
Jaeol>tiioíí no Uraail — Vigilância do governo poi*-
tuguez contra os principioa jacobinos no BraziL— VoK 59,
pag. 4H5.
«Xaa!i^-o — De Pedro Alvares Cabral.— VoL 2, pag. 158.
— Noticia da sepultura do poeta Manoel Ignacio da ísilva
iUvareoga.— Vul. ::8, pag. 151.
— DocumentuB rulativofi â exhumação dos osaos de Eataoio
de Sá,— VoL ■^f\ pag, 301.
— V. Mauzoléa.
Jeí5*iiitaM — NotLúa hiàlorica da expulsão doa jeatiitas do
CollegiodeS, Paulo. Composta pelo sargento mór Padre
Taques de Almeida Paes Lt?rae.— VoL \2, png. 5.
— Eoíiaio sobre os jesuítas — Memoria escripta pelo Cónego
Dp, Joaquim Caetano Pornandea Pinheiro.— VoL 18,
pag. 67.
' ApontamcutoB para a historia dos jesuítas no Brazil,
extrahidoa daâ cbroaicaa da Companhia de Jesíiia. pelo
Dr» António Henrique LeaL— VqL 34, pags. 47 e L^3
(2» parte) ; voL 3G, pags. 05. 201 e 347(2» parte).
— Aviso acompanhando unra cópia da Promemoria feita ao
Conde da Ega^ pelo padre Iguacio dos Santos Meírelles
sobre a abobad:i subterrânea rio Collegio dos .lesuitas no
Rio de Janeiro, em 18í>1.— VoL :^5, pag. 19k.
— HísíOiia da Companhia de Jesus na extincta província do
Maranhão e Pará., pelo padre José de Maraoa.— VoL 36,
pag, tOl (2* parte).
— Trabalhos doe prinjeiros jesuítas no BraziL— VoL 57,
pag. .^13.
— Vide Brozil — Cartas — Cutep/^eie.
«Toâo OoiniUa — Senhor de Boléa — Memoria pelo Dr . B.
F. Ramiz Galvão,— VoL 47. pag. 30 (2" pa^-te}.
— T«|.
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v>n^ 4»taM4»#«MniÉpáftLi^i»S»iflfoéif)raitu.
f >iAiiitiiUf«i -* Ci^Mflfi^ pmUMMUa» áa iH^ftete • lati-
Itttfte «kíMrlAodA c«|4tul& ^ 0. Lote te Mum^âo.—
WiinMtÉl # G«tté» WiiatMií — CtfU ooBTi-
lio 4 proMkter 4 obierv)içOM MiiMtiirii
wliOfipiggiig 19 MM» á0 flWgttirtitnio tofrwli» e à
MiêciflJi ám miÊfonê lortiif.^Või. 39, piis. 399, 403,
** t)úiiifi4* áêê loOKiiadeif # UUiiidai da grwaàm parte da
^ UM^ãAm 0 ton0tf]d«i dof dlArmlei logaroi du pro-
vifiiioi d« i. í^mniat QofMZ • lUtto GroM», tegisodo o
rn Ui ni rtit f.uis AUfl0õO't.— Vol. 4S, pag. 157.
l^lml<4«M — íu^Jjiuirlo áú VleiUti Luiz de VamonoeUos e
t-iMiA^i nvMtriifi'l<i o ottiido arri qui* (J^iza oa negócios im*
SoriíMiUiM lio I4U guveroo, imitida uaa clelle« & demarcação
11 UmiUtÊ da Anuirio^ Meridional, — Vot. 4, pags. 3
n UM
tír»t»iDn*)u aproionia^lo polo capitJlo cmíteohelro Ricardo
Kr;»iJOíí tio Alfníil^la H»rr» a flr* António Plroa da Silva
Í»Miitiii«cnrfii "la «iploragíLíi ijua fluirauí para examinar
n^ .^.Étniniinlonçôi)»* (|Uo jmdiiriiiin haver oom a oolonfa
I I dti 8tirlnamí» pwlu Li lo do Hio Branco ou
i iilwK TtMiiltí « Pirará, o réoonhecor os Umitos
^nuliM^om iorvlr do rala liQtre os domiiiios
I is* tia uta oulonía O of dai ooloQÍa« portii*
■■ ■' ' ' ^ ' '^ pa>f. H4,
«- rS»|thi »1m nuW JoAo do OodolS PJQIo
<i t|Hti «^miH
viio ser maroadoa és
li3 Goyai.— Vol. 7,
mtolCB ©os VOLUMES 1 A 67 353
Tjímitem — Parecer da Gamara dos Deputados sobre os
limites do Maranhfto e Goyaz.— Vol. 7, pag. 2.6.
— Do Brazll com a Veoezuela.— Vol. 7, pag. 329.
— Do Brazil com a Qayana PraBceza, conforme o sentido
exacto doart. 8«do traiado de Utrecht-— Memoria escripta
peloDr. Joaqaím Caetano da Sil?a.— Vol. 13, pag. 421.
— Memoria sobre a questão de limites entre o Brazil e Monte-
Yídéo, por J. J. Machado de Oliveira.— Vol. 16, pag. 385.
Pareceres diversos.— Vol. 16, pagSn 425 a 547.
— Da provinda do Espirito Santo » Memoria por Braz da
Costa Rublm.— Vol. 23, pag. 113.
— Manuscripto sobre limites do Brazil, offerecido por S. M.
o Impei ador. — Vol. 24, pag. 113.
— Do Brazil (1403 a 1851) — Memoria lida por António
Pereií^a Pinto.— Vol. 30, pag. 193 (2* parte).
— Apontamentos diplomáticos sobre os limites do Brazil,
por Ernesto Ferreira França Filho.— Vol. 33, pag. 213
(2» parte).
— Do Brazil com o Paraguay : Carta da fronteira do Im-
pério do Brazil com a Republica do Paraguay, organizada
pelo conselheiro Duarte da Ponte Ribeiro.— Vol. 35,
Kig. 485 (2" parte),
oaed são os limites naturaes pacteados e necessários ao
Império do Brazil f — Vol. 65, pag. 341.
Breves annotacdee a esta memoria* por Manoel José Maria
da Codta e Sá.— Vol 65, pag. 459 — Resposta do Vis-
coniede S. Leopoldo.— Vch. 65, pag. 97.
— Instruccão a respeito das demarcações da parte norte,
na conformidade do quo foi estipulado no tratado de
limites celebrado entre Portugal e Hespanha a 13 de
Janeira de 1750.— Vol. 67, pag. 301.
— Systema das demarcações approvado por S. M. quanto
ao Rio Negro.— Vol. 67. pag. 310.
I^in^ua»0 indlsreDO'» — Memoria sobre a necessidade
do estudo das iinf Oas indígenas do Brazil, por Francisco
Adolpho de Varnnagen.— VoL 3, pag. 53.
— ■ A grammar and Vocabulary of the tupy language. Par-
tly collected and pjirtly .translated from the Tvorks of
Anchieta and Piffueira noted bf^zilian miftdonarys by'
John Luccoek.— Vol. 43, pag. iíí63 ; vol. 44, pag. K
^ Questões propostas sobre alguns vocábulos da língua
geral brizíielra, por FranciscoFreire Allemfto. — Vol. 45,
pag. 351 (2»part9).
luon^ltndes — V. LmHtudes.
Mtixleirtfts — Carta Rej<ia de 13 de Maio de 1797 sobro
corte de madek^as.— Vol. 6, pags. 456 e 4 0.
^ Memoria sobre as ouistões : i .* Se convém vender ma-
deiras d i coDSiinic^o ás nações estrangeiras ; 2.* Se no
Brazil ha abundância das suas madeiras preciosas de
construo^ que possam venderse sem damno, ou f^lta
das mesmas para a nossa marinha real e mercante.—
Vol. 33, pag^ 113.
831—23 Tomo lxviii p. i.
354 REVISTA LO XX^ITUTO HíST^DRICO
3lAioi*i<lAcle <lo Imperfàdox- — DeoUn^io ix
maioridade do Imperador em I3*j — Memorji peio
Dr. Moreira de AzeTedo.— Vol. 42. pa^. õ '2* parie .
— No*.icia sobre e^te f^2i<>, por Tristão de Aleaear Aranpe.
— Vol. 44, pag. l«7 (5* parte;.
Muno«ioi*ipto^ — Exposição sobre satalo^acão doi mA-
cmeriptca do lostitato.— Vol. 47. pag. 547 (3* parte .
— OÍEferecidod ao Instituto — V. índice — Oi^erias.
Bfttppa^ — OíTarecHloi a.3 lanftuto — V. Iniize — 0^-;tíz3.
MarauUâo » O dia rS de Julho ^ Memoria pelo Dr. César
Auguáto Marques — T-m. 49, rol. 2». pag. 3'A.
— Memoria hí«t^rica e documentada da revolução iesta pr«3
Tiocia desde 18/<f até IS4Ú, por Domingo* José Gonçalves
de Magalhães — Vol. 10.. pag. âà3.
— Descripção do território de Pastos Boní, noa sertões do*Mi-
ranlião ; propriedades dos seoi terrenof, suaa producçOes.
caracter de seus habitantes, colonos e estado actual
dos seus estabelecimenios, pelo major Francisco de Paula
Riboíro— Vol. :2, pag. 41.
— Exame feito nos archivos dos mosteiros e dis repartições
publicas para a collecção dos docnmentos históricos rela-
tivos ao Maranhão, por A. Gonçalves Dias — Vol. 16.
pag. :.7>.
— Memoria relativa a esta capitania, por Francisco Xavie:
Machado — Vol. 17, pag. 56.
— Memoria que contém a descripçã^ problemática da longi-
tude e latitude do sertão da capitania geral de S. Laiz do
Maranhão, que igualmente diz respeito ao namoro das
fregnczias, e ao das almas de que consta a mesoia capita-
nia, por Joaquim José Ferreira (padre)— Vol. 20, pag. I'-5.
— Itinerário da provinda do Marahh&o.por António Bernar-
dino Pereira do Lago— Vol. 35, pag. 385.
— Notas diárias sobre a revolta que teve logar nas proTin-
cias do Maranhão, Piauhy r> Ceará em 1838, 1839, 1840 e
1841, CMcrlptas om 18r>'l á Tista de documentos offlciaes.
por J. M. I'ercira de Alenoastre — Vol. 35, pag. 4^j
W" parti".
— Citaloffo doM Governos que tem tido osta província depois
do pr^elamad'* a Independência, em 28 de julho de 1S2 :.
orghnlziílo pelo Dr. César Augusto Marques — Vol. 36.
Mj/. 171^ ri^ parto).
u</cumento importante a respeito de António Teixeira de
Mf;JI<^, o restaurador do Maranhão áo poder dos hollao-
dezcs — Vol. 3», pag. 411.
-* Kolação histórica e politica dos tumultos que succeJeram
na ciiiado do S. Luiz do Maranhão, com os suocessos mais
notáveis que nella aconteceram— Vol. 40, pags. 67 e 3u3.
— Memoria histórica da administrado desta provinda, pelo
bacharel Franklin Américo de Menezes Dori% — Escripta
|N3lu Dr. César Augusto .Marques — Vol. 41, pag. õ
íS» parte).
índice dos volumes 1 A 67 355
M:araiilEao — Historia da imprenea no Maranhão —
Memoria lida pelo Dr, Gesar Augusto Marques— Voi. 41,
pag* 219 (;i» parte), vol. 51, pag. 167.
— Papel politico sobre o estado do M iranbSo, apresentado
em nome da camará ao Senhor D. Pedro II por seu pro-
cuPcodor Manoel Guedes Aranha — Vol. 46, pag. 1.
— O dia 28 de julho: Uma pagina da historia do Maranhfto,
pelo Dr César Augusto Marques — Vol. 47, pag. S38
(2* parte).
— Independência desta província — Memoria por Tristão de
Alenc:ir Araripe — Vol. 48, pag. 159 (<,•' parte).
— Estabelecimento d i Igreja Catholica, Apostólica Romana
no Maranhão— Memoria pelo Dr. César Augusto Marques
—Tomo 69, vol 42, pag. 283.
— O Bemtevi, periódico maranhense, e o seu redactor
Estevão Raphael de Carvalho — Memoria pelo Dr.
César Augu^iio Marques — Tomo 49, vol. 2«, paga. 289 e
?95.
— • Poranduba maranhense ou relação histórica da província
do Maranhão — Vol. 54, pags. 5 e279.
— D . Francisco de Mello Manoel da Camará, governador e
capitão general — Vol. 55, pag. 25 (2* parte).
— Catalogo dos primeiros i^eligios^s da companhia da vice-
presidencía do Maranhão, com noticias históricas, pelo
jesuíta Bento- da Fonseca — Vol. 55, pag. 407.
— Expedição do Axuby para o descobrimento de uma riquís-
sima cidatle encoberta no interior da então capitania .dp
Maranhão — Memoria pelo Dr. César Augusto Marques —
Vol. 56, pag 1, Í2» parte).
— V. Cartas de Oedeon Morris de Jonge — Vol. 50, pag. 237.
— V. America abreviada.
I^Xa^roo ou pa*di*ão — Junto ao cabo de S. Roque plantado
pelos navegadores que percorreram as costas brazílicas
Das primeiras investigações do descobrimento das nossas
terras — Vol. 53, pag. 499 (2"^ parte).
IVJa^rianna. — V. Bispado.
IkCaiTciueaB cie I?4>iiil>al — Documentos interessantes e
inedictos relativos ã admissão do Marquez de Pombal —
Vol. 8, pag. 65.
— Offlcio que, como ministro portuguez em Londres, es-
creveu para a corte de Lisboa em 1741 — Vol. 4,
pag. 505.
M^ai-t^rjrios — Roteiro para os Martyrios indo em canoas
pelo ribeirão de Qoyaz — Noticia desta paragem— Vol . 6,
pag. 319.
IMCatto Orowso— Memoria ou informação dada ao Governo
pelo tenente coronel Ricardo Franco do Almoída Serra —
Vol. 2. pag. 19.
— Discurso (extracto) do presidente de Matto Grosso Dr.
Jos(^ António Pimenta Bueno, na abertura da assemMéa
legislativa provincial, em l de março de 1837 — Vor 2,
pag. 170.
356
REVISTA DO IXSTlTirrO HISTÓRICO
Matto Oroa^K» --Noticuu praticas das mioaa do Cuvabi e
Oojaz» na capUaala de S. PaQio e Cujrabá, dadas ao
revereado padre Dloga Soarei pelo capitãa João AntoDio
Cabral Camêlto, sobr^ a víagom que fez À9 mioas de
Cuyabá — Vol. 4, pag. 487.
— Sobre o com mero io eotre o Pará e Maito Grosso e sobre
aa eommiinjcações que oonrém esUbeleor eotre as di-
versas capitanias do Brazil— Vol. 5. pag. 76.
— Descripçao geoRrapbica desta capitania (<4Qao de 1797) —
Vol. 6, pag. 156, voK 2<upag. i85.
« Memoria sobre oe usos, oostumes e tínguagf^m dos Appiacás
e deacabrimeoto de novjs minas na proTiocia de Matto-
Grano. Vol. 6, pag. 30:>.
— Reâczões sobre esU capitania, oíTerecidaj ao governador
e capitão general João de Aibuquerqae do Meuo F^ercira
e Caçares, pelos t mentes-corooeis Juaqaim José Ferreira
c Rioardo Franco de Almeiia Serra— VoL lE, pag, 377.
' Compendio histórico e cbronologico das notícias de Cuiabá
desde o priocipio do anno da 177B até o fim de 18 i7, por
Joaquim da Costa Sequeira ^ VoL 13, pig* 5.
— Memorias cbroDologicas dest% Capitania, principalmente
da F^ro\'edoria da Fazenda Real e lutendeacta do ouro,
por Fotippe José Nogueira Coelho — Vol. 13 pag. 137,
— Termo de revalidação de posse ou, sondo oecesaario, de
Dova posse, tomada por parte de S. M., que 0eus guarde,
do lagar que até agora se chamava Fec^o d<^ Morros,
sobre as margens do Rio Paraguay.— VoL 20, pag. 33«3.
— OtTlcio do engeobtíiro Luiz de Alincourt de 10 de No-
vembro de 1824 contendo noticias sobre a parto meri-
dional da provincia de M^tto Grosso.— Vol. %% pag. 332,
— Resumo das eiplopaçõei pelo eogenhoiro Loíí do Alia-
oourl.desde o registo de Camapuã atéá cidade da Cuyabi*
— Vol. 20, pag. 334,
— Resumo das observações feitas pelo engenheiro Luiz de
Alincourt desde a cidade de Cuyabi até 1 Vi lia do Pa-
raguay Diamantiao \Wb\) — Vol. 8», pa^r. 345.
— R^eiSes sobre o systems de defbsa que se deve a loptar
na fh)n leira do Paraguaj, em consequência da revolta e
doãt insultos praticados ultimamente pela nação dos Índios
ciaatcuriis ou civalleiros — VoL 20 pag* 360.
— OíBoio sobre a estatística, despezas e admioistrsção da
província do Mat to Grosso de 1H24 a 1826, — VoL 20,
Mf. 366.
— Roietrooorographico da viagem que se costuma flizor do
Forte do Príncipe da Beira á VUla Bel la, Capital de Matto
Grosso. — VoL 20, pa^. 390.
-* Obosrvaçdes sobre a carta geographica desta provincia,
psloeapitao de rt*agata Augu-ito Leverger. — Vol. 25,
Mg. 346.
— ttipioraçloda província de Ma tio Grosso para fundação
de uma lúbrica de ferro e outra de pólvora — Ro lolpho
Waohneld'. — VoL ?7. pag. lí>3.
índice dos volumes 1 A 67 357
Matto Oroeiso— Expugna^ pelos hespaah^^ do presidio
de Nova Coimbra — Vol. 28, pag. 89.
— Fundação da ViUa Maria do Paraguay e pro\idencias
para o seu engrandecimento — Vol. 28, pag. 110.
— Estabelecimento de Nova Ck)imbra e Viseu, e noticia de
um mappa geographieo por onde se mostra a corrente do
Guaporé — Voí. 28, pag. 118.
— Gonstmcção do Forte do Príncipe da Beira é conservação
de outros estabelecimentos. — Vol. 28, pag. J21 .
— Saa popula^ em 1800 — Vol. 28, pag. 123.
— Breve memoria relativa á corograptiia desta província,
por Angusto lAverger —Vol. 28, pag* 129.
— Noticia da ritnação de Matto Grosso e Cayabá ; estado de
uma e outras minas e novos descobrimentos de ouro e
diamantes, por José Gonçalves da Fonsfca. — YoU 29,
pag. 352.
— Tabeliã das latitudes e longitades dos diversos lugares da
província de Matto Grosso, determinadas por observações
astronómicas, pelo Barâode Melgaço.— Vol. 47, pag. 53.
— A cidade de Matto Grosso (Antiga Villa Bella) e rio Gua-
poré e a sua mais illustre victima, pelo Visconde do
Tannay — Vol. 54, pag. 1 (2* parte).
— Povoação de Casalvasco. Termo da fundação do novo esta-
belecimento^Povoação regular de Casalvasco na margem
oriental do Rio dos Barbados, oito léguas, com pouca
difTerença para o sul da Villa Bella, capital da capitania
—Vol. 55, pag. 366.
— Instrucçoes dadas pela Rainha ao governador da Capi-
tania de Matto Grosso D. António Rolim de Moura, em 10
de janeiro de 1749 — Vol. 55, pag. 382.
— instrucçCes para o capitão general D. António Rolim de
Moura, governador das capitanias de Coyabá e Matto
Grosso — Vol. 55, pag. 391 . (Instrucçoes de 26 de Agosto
de 1726).
— Patente de D. António Rolim de Moura, governador e ca-
pitão general — Vol. 55, pag. 395.
— Memorias de 1816 — Senado da Gamara da Villa do
Senhor Boro Jezus de Cuyabã — Vol. 57, pag. 159.
MausEoléo — De José Bonifácio de Andrada e Silva — Vol.
24, pags. 715 e 748 ; Vol. 34 pag. 315 (2* parte); Vol. 35,
pag. 597 (2* parte),
Ililedallia, — Para commemorar a data da aboIi<^ da escra^ . y
vidão no Brazil— Vol. 51 pags. 256, 258, 288 e 301 V
(2* parte).
— Para commemorar a convenção celebrada com a Repu-
blica Argentina para que seja resolvida a questão das
Missões— Vol. 52 pag. 4(30 (2* parte).
— Distribuição das medalhas oe praia commemorativas da ^
extincçâo da escravidão no Brazil —Vol. 52, pag. 551. ^
— Historia de uma collecção de moedas e medalhas do Brazil,
desde os tempos coloniaes até 14 de novembro de 1889,
por Miguel Archanjo Galvão— Vol. 66, pag. 5 (t^ parte).
358 REVISTA DO INSTITUTO HISTORrO
MedAlliA — V. DitíineHto. — Olfe.-ia.
Meio eireolante— Moeda circol&ate oa capitanU io Rio
de Janeiro — Vol. 46, pag. !«?.
BI emoria — Colleocio de memorias archiradas pela Ca-
mará da Villa de Sabará — Vvl. 6. pag. 2õ9.
— ConUanacão das memorias de Frei Gaspar di Maire de
Deoj — Vol. 2h pag. &39.
— Os tamalos de am clavuro, memoria pelo Dr. M:re:ra
de Azevedo — Vol. 29, pag. i63 (2* parte).
— Memorias do Visoonde de S. Leopoldo, Ji&é Feliciano Fer-
nandes Pinheiro, compiladis e poetas em ordem pelo coc-
selheiro Francisco Ignacio Marcondes Homem de Mello*
Vol. 37, pag. 15: YoK 38. pag. i2' parte)
— Primeiro navio francez no Brazil — Mencoria pelo sócio
Tristão de Alencar Araripe—Tomo 49, parve 2, pag. 315.
— Memoria apresentada em 10 de outubro de I8v0 {Mir i se?
^ lida depois d % morte do Imperador D. Pedro 11, sobre a
obra de E. Presaensé — Les Origines, annotada pelj Im-
perador— Vol. 55. pag. 1 (2» part^).
Complemento desta memoria ni qual se traia do prooedi-
^ mento do Imperador nos dias 15, 16 e 17 de Novembro de
1889 — Vol. 63. pag. 193(2* parte). — Viie Arca de «-
gUo.
^ Pater-famiUas no Brazil nos tempos coloniaes — Memoria
por Tristão de Alencar Araripe— Vol. 55, pag. 15 (2* parte).
— Sobre os trabalhos de observação e ezploração eflTectua-
das pela se^nda secção da conami3sa# militar encar-
regada da linha telegraphica de Uberaba a Guyabã, de fe-
vereiro a Junho de 1889 — Vol. 55, pag. 233.
— Movimento colonial da America— Memoria de Tristão
de Alencar Araripe— Vol. 56, pag. 91 (2^ parte).
IftliittH — Carta regia de 12 de Junho do 1799, sobre
a Ainda^ de uma companhia para ezcava^ de mi-
nas de cobre e ferro na Capitania da Buhia — Vol. 4«,
pag. 403.
— Breve noticia que dá o capitão António Pires de Campos,
do gentio bárbaro que ha na derrota da viagem das ruínas
de Cuyabá e seu recôncavo etc. — Vol. 25, pag. 437.
— Terras auríferas do Caparão — Vol. 58, pag. V4í) (2*
iparte).
— Subsidio para a historia das Minas — Consulta do Conse-
lho Ultramarino resolvida em 12 de maio de 1677, co-
piada pelo professor João Capistrano de Abreu do Archivo
Fublleo Nacional— Vol. 03, pag. 5.
— Informa^ sobre as minas deS. Paulo e dos sertões da
sua capitania desde oanno de 1509 até 1772— Vul. 64,
pag. 1.
— um município de ouro (Jazidis auríferas) — Vol. 65, pa-
gina 141 (2» parte).
— V. Espirito Santo. ^Relatório.
— Mineração primitiva no Brazil — Regimento para as
minas da repartição do Sul— Vol. 56, pag. 109.
índice dos volumes 1 a 67 359
Minaci Oeraes— Levantamento no aano de 1708 (Extracto
da vida do padre Belchior de Pontes, escripta paio padre
Manoel da Fonseca, jesuítas e naturaes de S. Paulo)—
Vol. 3\pag. 261.
— Relação do levantamento que houve em Minas Geraes no
anno de 1720, governando o Conde de Assumar D. Pedro
de Almeida— Vol. 3% pag. 275.
^ Memoria sobre a villa do Sabará, apresentada pelos ve-
readores da Camará de 1785, 1807 o 1810— Vol. 6%
pags. 269, 280, e 381.
— Compendio das épocas da Capitania de Minas Qeraes
desde o anno de 1694 até o de 1780 — Vol. S'', pag. 53.
— Memoria sobre a Capitania de Minas Geraes, seu terri-
tório, clima e producçôes metailicas ; sobre a necessidade
de se restabelecer e animar a mineração decadente no
Brazll ; sobre o commercio e exportação de metaes e in-
teresses régios. — Escripta em 1799 pelo Dr. José Vieira
Couto — Vol. 11. pag. 289.
— Considerações sobre as duaâ classes mais importantes de
povoadores desta Capitania, como são as de mineiros e
agricultores e a maneira de as animar —Vol. 25,
pag. 421.
— Descripção dos sertões de Minas, despovoação, suas causas
e meios de as fazer florentes — Vol. 25, pag. 430.
— Bando do capitão general Gomes Freire de Andrada, de
1751, sobre a execução da lei aue prohibe que haja ouri-
ves no Brazil e manda sahir todos os que existem— Vol. 25,
pag. 451 .
— Seu descobrimento — Vol 29, pag. 5.
Panorama do Sul de Minas, pelo Dr. José Franklin da
Silva — Vol. 45, pa^. 405(2* parte).
— Movimento politico de 1842, pelo Dr. Moreira de Azevedo-
— Vol. 47, pag. 5 (2» parte).
— Noticias de antiguidades indígenas existentes em Minas
Geraes— Vol. 56, pag. 409.
— Bosquejo histórico sobre a fundação da cidade do Serro —
Vol. 65, pag. 333 (2* parte).
Miiiiâterio — Esclarecimento sobre a organização do Mi-
nistério de 7 demarco de 1871— Vol.60, pag. 105 (2' parte).
Missão especfa.1 do general D. Bartolomeu Mitre ao
Brazil em 1872— Negociação confidencial- Vol. 60, pag. 5.
Missões — Memoria sobre a província de Missões, por Tho-
maz da Costa Corroa Rebelto e Silva — Vol . 2<>, pag. 155.
— Relatório do vice-rei Luiz de Vasconcellcs e Souza, mos-
trando o estado em que deixa os negócios mais importan-
tes do seu governo, sendo um delles a demarcação de
limites da America Meridional— Vol. 4», pag. 3e 129.
— Onde aprenderam e que foram os artistas que fizeram le-
vantar os templos dos jesuítas em Missões, e fabricaram
as estatuas que ali se achavam coUocadas? — Programma
desenvolvido pelo desembargador R. S. da S. Pontes-^
Vol. 4«, pag. 65.
360
REVISTA DO INSTITUTO llISTORÍCO
3ILlss4>ed ' Carta sobre aa Mtssõea do Ceará, do Klara-
nhâui do Pará e do Rio das Amazona.^» escripta pelo
padre António Vieira, da Companhia de JesuB— Vol. 4%
pag. IIL
— TumadJa dos Bete poTos de Missões da America de Hes-
ranha.que boje se acham ao nexos ao domínio do Principa
Regi^Dte de Purtugal : roeraona esaripta era Lisboai em
1806, por Gabriel Ribeiro de Almeida— Vol. b\ pag. 3.
— Memoria da campanba de lâH, com a exposição dos
acontecimentos militarei das frooteiras de Missões o Rio
Pardo da Capitania du Rio Grande do Sul — VoL 7% pagi-
nas 125 e 273.
Mappa das três priacipaes batalhas dessa campanha —
VoL 1\ pag. 328,
— Memorandum sobre as raissÕes orientaes do Uruguay o a
ribeira esquerda do Amazonas entre o Forte de Tabatinga
e a boca mais ooeidentaldo Japurá ou o Avatlparaná —
VoL 9% pag, 43G, — Carta do Visconde de Santai^m
licerca deste memúrandum — VoL 12 ^ pag, 414,
— 1801. ^ Noticia dost acontecimentos pela presente guerra
DOS Sete Povos de Missões e nesta frooteira do Rio Grande
do Sul — VoL Hl, pag, H22.
— Breve Qoticia dos sete povos das missões chama^Jo» com*
munimente Tapes orientaes do Uraguay, por Francisco
JvSé Roscío, 1802- VoL 21, pag. 299,
MoeduLiBi — Histaria de uma collucção do medaibas e moedas
do BmzíI, desde os teoipus culuniaes até 14 de novembro
do 1F89, por Miguel Arcbanjo Galvão — VoL 06, pag. 9
(2' parte).
Bfouiiiiieoto — Desoripção do monumento levantado 4
memoria do \'i&coiide de Purto Seguro na Fabrica do
Ferro de S. João do Ypanuma — VoL 45, pag. 483 (2*
pane).
— Proposta nara levantar-se no oampo da Acclamação uma
colnmna de bronse teodo na ba^ a lei do 13 de maio e
no vértice o symbdlo da Juãt iça representado pela Prin^
eeza Isabel, regente do império, o outros— VoL 51,
pa;,'3. âi20, 243 e ii56 (lí» parte) — V. SUatua, Tol. 51,
pag. ;sl8(2'' parte).
Blonte^id^o <» Campanha de 1S1G--V* MíísÕôs,
— V. Colónia do Sactamento ,
l^lotius politleos^-Oâ tiroe no Theatro pelo Dr. Moreira
df* Azevedo — VoL 36, pag- 349 (2* parte).
— Motins puliticos e militares no Rio de Janeiro. Prelúdios
da independência do BraziL Estudo histórico pelo cónego
Lr. Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro— VoL 37, pag,
341 (•> pa "te).
— Documentos relativos á pri^^o de M. J. da Silva Alva-
renga, Mariano So9é Pereira da Fonseca e outros, por
ordeiQ do Conde de Rea&ende— VoL 2B, pag. 157.
^ No Rio de Janeiro em 1832, pelo Dr. Moreira do Aze-
vedo—VqL 37, pag, 367 ; voL 38, pag. P^7 (2* parte).
índice dos volumes 1 a 67 361
lHotins politioos— Em dezembro de 1833, no Rio de Ja-
neiro—Remo(^ do tutor do Imperador— Memoria pelo
Dr. Moreira de Azeredo -Vol. 39, pag. 25 (^ parte).
-^ Movimento politico de 1842 pelo Dr. Moreira de Aze-
vedo—Vol. 47 pag. 5 (2» parte).
— O dia 30 de jalho de 1832. Retirada do Ministwio e de-
misflãoda regência— Vol . 41, pag, 227 (2* parte).
— V. JndepencUmcia,
Museu — De antigaidades americanas, fUndado em Co-
penhague pela Sociedade real dos antiquários do Norte—
VoK 7, pag. 94.
— Catalogo doe oliijectoe existentes no maseu do Instituto —
Tomo49, parte 2», pag. 393.
NauA*a;^io — Relação do naufrágio que passou Jorge de
Albuquerque Coelho, vindo do Brazil no anno de 1565,
por Bento Tehceira Pinto— Vol. 13, pag. 279.
— De Martins no Rio <ie Janeiro— Vol. 51, pag. 73 (2^ parte).
'NcL^e^Cbç&o — Informação sobre o modo por que se faz
presentemente a navegação do Pará para Matto Grosso
—Vol. 2«, pag. 283.
— Digressão feita por João Caetano da Silva em 1817 para
descobrir a nova navegação entre a capitania de Qoyaz
e a de S. Paulo— Vol. 29, pag. 314.
— Carta regia offerecida ao Instituto pelo sócio honorário
António de Menezes Vasconoellos de Drummond (sobre lun
plano para a navegação do Pará para Matto Grosso)—
Vol. 4, pag. 232.
— Do rio Tapajós para o Pará, pelo tenente -coronel Ri-
cardo Franco de Almeida Serra, esoripta em 1790, sendo
governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro—
Vol. 9o, pag. 1.
— Memoria da nova navegação do rio Arinos até a villa
de Santarém, Estado do Grão Pará— Manuscripto oflfere-
eido pelo sócio brigadeiro J. J. Machado de Oliveira—
Vol. 19, pag. 97.
— Diário da navegação de Pêro Lopes de Souza (de 1530 a
1532)— Vol. 24 pag. 9.
— Carta de F. A. de Varnhagen ácerea da reimpressão deste
diário eque lhe serve de prologo— Vol. 24, pag 3.
— Memoria sobre a navegação do Paraná e seus affluentes,
o Parahyba e o Mogy-Guassú- pelo Dr. António Joaquim
Ribas- Vol. 25, pag. 149.
Carta e roteiro da navegação do Rio Cuyabá, desde o
Salto até o rio 8. Lourenço e deste ultimo até a sua
fluência como Paraguay— Vol. 25, pag. 331.
— Tra<iucção de alguns artigos da c Gaceta de Buenos
Aires» sob o titulo— Navegação dos Rios— 1846— Vol.
27. pag. 77.
-* Informação sobre o modo por que se effectua a navega-
ção do Pará para Matto Grosso e o que se p6de estabe-
lecer para maior vantagem do commercio e do Estado,
por D. Francisco de Souza Coutinho— Vol. 28, pag. 38.
302
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
l^
?<?fi,^e^a.çÂo —Abertura de cammuoicação entre Cuyab4e
a eidaie do Pari por meio da D&vegaçâo dos rios America
e Tapajóá— VoL 31, pag» 107,
— NavegàcSo dos Normandos para o Braxil— Vol. 53,
pag. 3m9.
N"oci"olog'ia — /. Biof/raphin,
Píeg'oeÍo^ JScole*^lii«iicoH— DocumGDlo ecdesiastko
sobre o dosipparecimento de uns autos relativos á medi-
ção de terras e no qual se premo ttô tirar cartas de ei-
communliao— VoK 47, pag. 121.
— Negócios ecclesLastlooa oo Brazil colonial : officio do Yice-
Rõl Luiz de Vaaooncollo× VoL 51, pag. 97 [2' parte}.
'Nol>Íliarc*hta l^nuli^taun. — Genealogia das prinsi-
paP3 famílias de S. Paulo, colligidas pelas infatigáveis
diligencias do diatiocto paulista Pedro Taqueâ de Al-
meida Paes Leme — Vol. 32, paifS. 175 o 209 ; voL 33,
fags. 5, 157, 27 e 149 (2« parte); voL 34« pv\gâ. 5 e 141 e
e 129 (:í- parte); vol. 35, paga. 5 e 243 e 5 (2* parle).
— Permitte-se que o Instituto Bistorico de S. Paulo Oftça
uma edição especial deste trabalho— Vol. 58, pag. 388
(2» parte).
^o niitt u tlo« — V , N(^ tégúçdQ •
~~ova. F^riliur^o — Breve noticia sobro a colónia de suis-
sos fundada em Nova Priburgo, por Thomaz Maria da Fon-
seca e Silva— VoL 12, pagt 137.
^uneioft, internunciof e delegados apostólicos que desde
1808 at«? bojo (1898) ropresontaraai no Brasil a Santa Sé—
Vol. G2. pag. tb\ (£* parte).
01>olÍKieo de Niiz'Ai*etb— Conta quedou da instauraci-o
do obelisco da escrada de Nazareth ao Dr. João António
de Miranda, presidoQte do Pará, o teneato- coronel An-
tónio Ladislcto Monteiro Baena— VoL 3% pag, 204.
01>ito«-AsaeQto de óbito de José Bonifácio na igreja do Carmo
da Corte— VoL 51, pag. 95 (í* parte).
— Sertanejo: notícia ao óbito de Joaquim Francisco Lopes —
VoL 51, pag, 95 (í* p:\rte).
-- V* FaUccimenio,
Olilaçâo — Da Institulo Histórico á memoria do Prín-
cipe Imperial D. AtTanso.— Eittracto da acta da sessão da
17 de junho de 1847. — Prograrnma da solõninidade oue
se realizou no dia l* de julho.— Discurgo do presidente.
—Discursos, poosias. ele— Vol, IL paga» 5 a ^1.
— Januário da Cunha Harbosa. —Canto inaugural, por Joa-
quim Norberto de Souza e Silva— VoL 11, pag. 200.
— Cauto iDau;^ural 4 memoria do cónego Januário da
Cunba Barbosíi, por António Gonçalves Dias— VoL 11,
paj^. âS5.
OíTei^tA — Relação da« obras, impressos, manuscriptos,
n]appas, medaUiss, etc, oíTerecidos ao Instituto:
Em 1847 A 185S, voL 15, pag. 548.
liCm 1853, ToL IG, pags. «Uô e 626.
Em 1854, » 17, » 88» 89 e 97 do supp.
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67
363
OíFeiTta :
Km 1855,
vol.
18,
pa^r.
7() e 79 supp.
Em 185Õ,
19,
155supp.
Km 1857,
20,
93.
Em 1858,
21,
565.
Em 1859,
22,
741.
Em 1860,
23,
717.
Em 1861,
24,
827.
Em 1862,
25,
740.
Em 1863
20,
947.
£m 1864,
27,
441.
Bm 1865.
28.
371.
Em 1866,
29,
499.
Em 1867,
30,
541.
Km 1868,
31,
455.
Em 18G9,
32,
345.
Em 1870,
33,
461.
Em 187],
34,
425.
Em 1872,
35,
655.
Em 1873,
36,
651.
Em 1874
37,
605.
Em 1875,
38,
437 (2* parte).
Em 1876,
39,
549 (2» parte).
Em 1877,
40.
585 (2» parte).
Em 1878,
41,
507 (2* parte).
Em 1879
42.
347 (2* parte).
Em 1880,
43.
627 e 632 (2* parte)
Em 1881\
Em 1882'
Em 1883
Em 1884
Em 1885
Em 1886
Em 1887
Nas actas das sesâões.
Em 1888
Em 1889
Em 1890
Em 1891
Em 1892
Em 1893Í
Em 1894,
vol
57,
pag
. 489 (2* parte).
463 (2» parte).
425 (2* parte).
Em 1895,
58.
Em 1896,
59,
Em 1897,
60,
497 (2» parte).
Em 1898,
61.
781 2* parte;.
Em 1899.
62,
457 (2* parte).
Em 1900,
63,
585 (2» parte).
401 (2* parte).
Em 1901,
64,
Em 1902,
65.
579 (2^ parte).
Km 1903,
66,
361 (2* parte).
Em 1904,
67.
Nas actas.
364
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
OITerta -> Da caneta de ouro com que o marechal Deodoro
assígDou o projecto da Coostituíçío da Republica*— Eda
uma coroa oferecida outr'ora ao conâelhei.-^ D. Fran-
ciBco Baltharar da Silveira— Vol. 58, pag. 288 (â* parte).
— Rflclaraa<^o destee objectas por parto doOoTerno— Vol.
58, paga. 3^, :i31» 353 e 3'U (3* parte).
Ordem fSerAfiea. — Nota sobro a obra < Pequenos na
Terra, grandes oo Céo», memorias hbtoricaá doa religío-
Bos da Ordem SeraQca. por Fr. ApolUnario da Conceição
— Vol, 00, pag. ;Í99.
Or«©?si I*i*ooar3Eea — V. índios.
Ot*to^rfi.pKltíà — Sobre a ortographia phonetica a^ada na
«Reviaia do Instituto»— VoL 46, pag. 570; voU 47, pag. 5Í^
(ê* pirte).
Ouro— Probibe-sc a sahida de ouro extrabido du mJoas sem
sor fuodido uas ca«as reaea de fun lição que se mandaram
erigir nas raosma^i mioas.--Uei de 1 1 da foTeroiro de 1719
o alvarA de 3 de dozombro do 1750 — Voí, *>. pajja. 206
e 214.
— Memoria manuscriptt do Dr. Josô Joio Teixo ra—^obre o
qutnto do ouro e das diversas formas de sua cobrança, di-
reitos de passageos de ríoa caudalosos, diamaatos, etc. —
VoL 6\ pag. ^,>i'.
Oyctpoelc -í'ropiiedade e posse do Cabo do SovU, entre o
rio daíj Amazonas e o Oyapock ou Vicente Píqxod» pela
Coroa de Portugal. Memoria escripta do Fará em 1792
paio Dr. Alexandre Roirigues Ferreira — Vol. 3%
pag, 380.
— Rospasta que se deu ao embaixador de França sobre a sua
replica otlereoida orn oriem a miitrar quo pertônc(?m á
Coroa de Fraíiça as terras do Caba do Norte — VoL 8%
pa;,^. 45;:í.
^ OOtfapock, dirisa do Brazil com a Guyana Franceia & lus
de documentos hiâtorioos— VoL 5^, pag. *^15 C-* P«rte),
Pií^tlrôe^ de 111 Ltriiiore— Existentes no Instituto, pelo
Dr. Moreira de Azeyedo— Tomo 49, parte 2*, pag. 261 —
V, Marco.
Palmei 1*11 6 — Protesto do Dr. João Barbosa Rodrigues a
respeito dos descobrimentos por elle feitor e attribuidoa a
outrem (uo valb do Amazonas) do no?^ espdcle de pal-
meiras—VoL 4'<d, pag. 2^ (2»parki).
T^iiuain4-*V. Isihmo.
l*a fá.— Sobre o commercio entre o Pará e Matto Grosso e
sobre as oommunioa4,>>es queconrém ostabeleoer ontreas
divei^s Cíípitanias do Brazil— VoL 5% pag, 70.
— Sobro abertura de uma estrada entre esta província
6 a do M 4ttij GroSâO — VoL 7*>, pag. 3:r7.
«— Corres poLideneia acompanhando três documentos offlciaes
sobre a proTincia do Pari ^ VoL 7% pag. 329.
— * Memoria de Felíppe José Pereira Leal sobro os aconte*
eimentos puliUcoa quo tiveram logar no l^rá em I8t2~
1883 — VoL ^l, pag. 161.
ÍNDICE DOS VOLUMHft 1 A 07
305
Pa i*Á— Memoria sobre o traDsito Ou Tgíirapé-mirlm ú a oecesâi-
dada de am canal a bem do comniercío intemo da Pro-
yiacía do Pará, por Antooio Ladislào Monteiro Baena —
VoL 23, pag. 470.
— D^scripção chorographíca do Estado do Orão Parâ^ por
Joio Vasco Mauoel do Braunn» goveroadur da praça d«
Macapá, em 1789-^ VoL 36, pa.g. 269.
— Cartas de Gedeon Morria de Jonge — Vol* 58, pag. 837.
— lodjce iias poToaçous portoncentei ao Bispado do Fará —
Vol. 07, pag, 290.
Paragriiay — Apoaumentos sobre aigung factos notáveis
Que 6« acbam relatados na historia da fundação da cidade
de Âaeiímpção, Capitil do Paraguay, e das conqniâtas
dos hespaohóes no Hio da Prata : obra escripia ao co*
m6í.'o do século XY 11 pelo paraguayo Ruy Dias Guzman,
descendente de um dos coniiuistadoreia.^Vol* 17, pag. 5.
— Diário da diligencia do reconbeciínento do rio Paragnay,
deade o logar do Marco, da B)ca do JaurQ, até abaiio do
Presídio de Nova Cohnbra, one coroprehende a coníi-
duração das lagoaa Gaibu, Doar aba e Maadioré, e das
serras do Paraguay ; e igual mau te o recoDUecimento do
rio Cuyabà até a villa deste nome, o delia por S. Pedro
d*El-Rid até Villa Bella. - Vol. a>. pag. 293.
— Reflexões sobre o systema <^ue se deve adoptar na fron-
teira do Paragnay. — Vol. 20 pag. 300— Vide vol. 25,
pag. 319.
— Diário do reconhecimento do rio Paragnay desde a cidade
de Assumpção até o rio Paraná, pelo capitão de fragata
Augosto Leverger — Vol, 2b, pag. 177.
— Roteiro da navegação do rio Paragnay, desde a foz ào
S, Laurebço até o Paraná, pelo capitão de fragata Au-
gusto Leverger. — Vol, 25 pag. 211 ,
— Roteiro da navegaçSo do rio Paraguay, desde a foz do rio
Sepotuba até a do rio S. Lourenço, pelo capitão de fra-
gata Augusto Levcrgor. — VoL 25, pag. 287.
— EitracW do Diário da diligencia ao recoabecimento do
rio Paraguay, desde o logar do Marco, na boca do rio
Jaurà, pelo capitão de engonbeiroa Ricardo Franco de
Mirand:* Serra, commundante da expedição, 1786— VoL 52,
&ag, 319. — Vide voL 20, pag. 203,
íxploração do rio Paraguay e primeiras praticas com os
Índios guaicurúá. *- VoL 78, pag. 70.
O combate da Ilha do Cabrita.— VoL 33, pag. 9 (2* parte).
Breves considerações acerca de alguns documentos tra-
zidos do Para^qiay pelo Dr. João Ribeiro de Almeida. —
VuL 33, pag. 186 ( 2* parte ).
Viagem em fevereiro e março de 1869, pelo Dr. Fran-
cisco Marcondes Homem de Mello — VoL 36» pag. 5,
f 2*oarte J.
Confiscação dos bens de Francisco Solano Lopez e de
Blisa Linch, no Paraguay — Limites do Breíil com o
Paraguay, —VoL 53, p^Lg. 345.
- 1^
3GB
REVISTA DO INSTITUTO inSTORIGO
FeLtra^^t^my-^ Rectificação hiítortca, O conselheiro SdraÍFA
e o Dp, Vasquei Saííâ«itarae ( Prelinainares da gnerm
do Pai-aguay ) — VoL 59, pag. 26^,
— Saque de Assumpção e Luque attribuidj ao exeroito bra-
zileiro. Refd^içao — Vol. 59, pag. 339.
l*»i*«Hy l>a -- Relação das mattaa da Capitania da Paraliyba
do Nort? e informações sobre as mesmas mittaá,— VoL d»,
pag. 359 e 401.
— iQforiQaçí^es sobre os portos desta Capitania em que 80
pudom carregar as embarcações reaes de madeiras de
construcçào. — Vol. 6**, pâg. 4^8.
— Caialogo dos goTeraadorea o presidenteJ da Parahyba do
Norte, pelo teoeate-coronel Frederico Carneiro d a Campot
— VoL 8*, pag. 8! ; voK S3, pag. 491.
— Chronica do Mosteiro do N, S* do Umt Serrat da
Parahyba do Norte, por Joaquim 3o%à da Silva Castro —
Vol. 27. pig. 119.
^— Summario das armadas que se fizeram 6 das guerras que
se deram na conquista do Rio Parahyba— Vol. 36, pag. 5*
Paraná — Narração d:* viagom quo a ellô foi João Fer-
reira de Oliveira Buono - Vol. 1^, pa;^. 179.
— Descripçao por Manoel de Campos Sil va— VoÍ . 2*, pag, ôO^.
— Noticia da descoberta do oampo de Palmas na comarca
de Corytiba, província de S. Paulo ( hoje Paraná ), de sua
povoação e de alçuns siicc2s^os quo ahi tém tido logar atô
o presonte mez m dezembro de 1850, escripta por Joa>
quim José Pio to Bandeira — VoU 14, pag, 385.
— copia da carta do commaadaate da praça de Iguatemy,
em que dd parte ao governador capitão f?eneraL D, Luís
António do Sousi Botelho e Mourão do descjbri manto da
um'\ grande povoação, que sj suppõe ser as ruínas da
antigdk cidade — Roal — Vuh 18, pag, 877,
— UiBerario do reconhecimento do estado da (^trada da
cidade de Antonina & colonÍ;i militar do Jataby, na pro-
vincia do Paraná — VoL 2^, pag, 537,
— Salto do Visconde do Rio Branco — VaL 49, pag, 311(2»
parte).
^ Curiosidades materiaos destas províncias — Memoria liiU
pelo visconde do Taunay — VoL 53. pag. 103.
— Memoria d'j conselhoiro Manoel Francisco Correia sobre o
morticinio praticado na estrada de ferro de Curitiba m
Paranaguá, com uma carta do barão do Serro Arut,
uma das victimas — VoL 53, pag. 317 {^ parte).
— Subsídios para a bistjrla doata pix}vlQcia ( Munlciplo de
Campo Lirgo) pelo Dr. Antónia Jijaquim de Macedo Soa-
res -^ VoL 63, pag. 301 ( 2* parte J*
I*a.rana^u4 ^ Apootameintos hlatoncos sobre esta oldada
marítima do Estado do Paran&, pelo sucio Honório Deoío
da Costa Lobo — Vul. e?, pag. »27 ( 2* parte ).
Piai*ecer — Sobre a historia do Brazil áo Dr, Francisco
SoUno Constâncio — VoL l\ pag* 103.
IKDICE DOS VOLUMES 1 A 67 367
I^arecer— Juízo aobre a obra intitulada — Histoire des rela^
tions commerciales entre la F)'ance et la Brésil », por
Horácio Say—Vol. l^ pag. 320.
— Juízo sobre os Annaes da Provinda de S. Pedro, publi'
cados por José Feliciano Fernandes Pinheiro, visconde de
S. Leopoldo — Vol. !<>, pag. 327.
— Juízo sobre a obra — Noticia descriptiva da Provinda
do Rio Grande do SuJ, por Nicoláo Dreys — Vol. 2o, pa-
gina 99.
— Juízo sobre a obra intitulada — Eccamen critique de l'his-
toire de la geographie du nouveau continent, por Alexandre
do Humboldt— Vol. 2% pag. 105.
— A*cerca da obra — Reflexões críticas sobre o escripto do
século XVI impressa com titulo de « Noticia do Brazil »
no tomo 3"" da collecçao de noticia ultr., por Francisco
Adolpho de Varnhagen — Vol. íí^, pag. 109.
— Da commissâo de geographía sobro dous mappas oífarc-
cidos ao Instituto — Vol. 2«, pag. 113.
— Juízo da commissâo de historia sobre a obra intitulada ^
Compendio das eras da Provinda do Pará, por António
Ladislao Monteiro Baêná — Vol. 2^ pag. 237.
* Sobre a segunda parte da chroníca dos Frades Menores da
Província do Santo António do Brazil, por Fr. António de
Santa Maria Jaboatão— Vol. 2o, pag. 370.
— Sobre o 1» e E** volumes da obra — Yoyage pittoresque au
Brésil, por J. B. Debret — Vol. 3*. pag. 95.
— Da commissâo especial encarregada de ajuizar do mérito
de duas memorias que se offereceram ao premio proposto
sobre o melhor plano para escrever a historia antiga e
moderna do Brazil — Vol. 9o, pag. 275.
— Sobre um manuscripto em latim offerecido pelo sócio cor-
respondente José Feliciano do Castilho como producçâo do
bispo deCochim — Vol. 10^ pag. 400.
— Sobre o índice cbronologíco dos factos mais notáveis dx
historia do Brazil, do Dr. Agostinho Marques Perdigão
Malheiro — Vol. 15, pags. 77, 87 e 113.
— Sobre a memoria relativa ás inscripções achadas nas
ruínas de uma cidade Incógnita, que se diz existirem aos
sertões da Bahia — Vol. 29, pag. 373 ( 2« parte ).
— Sobre o diccionatio Tupico-portuguez e Portuguez-tupico
— Vol. 29. pag. 397 ( 2* parte ).
— Sobre o trabalho do conde de la Hure — Vol. 29, pag. 417
( 2^ parte j.
— A'cerca de 26 volumes manuscriptos propostos á compra
do Instituto — Vol. 30, pag. 478 ( 2^ parte ).
— Sobre o Atlas do Imporio do Brazil por Cândido Mendos
de Almoidi — Vol. 32, pag. 298 ( 2» parte ).
— Sobre as scenas do viagem por Alfredo de Escragnolle
Taunay — Vol. 32, pag. 300 ( 2» parte ).
— A'cerca do plano do diccionario histórico c geographie o
da província do Maranhão pelo Dr. César Augusto Marques
-- Vol. 33, pag. 408 (2* parte).
368
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
I^arecer —Sobre o diccioiíario topographieo da proviocia
do Pernambuco, por Manuol da Costa Honorato — Carta
do autor subvQ o pareciíf — VoL 34, pags* 355 e 357 (2»
par<e).
— Sobre as investigações históricas e scientíflcaa sobro o
Muiea Nacíoaal pólo Dr, Ladisláo Netto— VoL 34, pag.
351 ( 2« pano )
— Sobre o elogio hiatíjrlco do conselheiro Manoel Joaquim
do Amaral Gurgel, piAo Dr. Olegário fíerculduo de Aquino
e Castro — Vol. 34, pag. 3Ô1 (â» parte J.
— Sobre a dõscrifíção histórica as moedas rjmanas» pelo
Di\ Au.-,^usto Carloa Teixeira íle Aragàa— VoL 34, pag.
m2 {2* puna).
^ Sobre a noticia da provia ia de Grosso, por Joaquim
Ferriíira Murtinho — VoL 34, pag. 365 í 8» parto).
— Sobra d<jciimeoto3 legados peio conaelheiro António de
Menezes Vasconcellosd© Drummond — VuL 37, pag* 424
( 2» parte ).
^ Sobre a questão da aliertura da um canal inter-oceanico—
VoL 39, pag. 403 ; voL 40, pag. 437 {2* parte).
— Sobre o eatabelHciroento de uma estação 8cientíí3ca para
observaçôaa synchroaicas, reliitivaa Á meteorologia o ao
magnetismo lei reatre — VoL 39, pag, 4í>3 ; voL 39,
pag. 44ii (2» parte).
— Sobre as trv>cas intern^cionaes de publicúiçõos e outros
o^ijclos de iutertsiíse scientiSco propoátas ^^elo governo
poríuguez, segundo o accordo do ooogresâo de scionciaa
geugraphicas de Paris — YoL 40, pags. 439, 444 6 457
(•/■ parte),
— Sobre o compendio de doutrina clirlatlL em Jingua Ama-
zonas, offereddo pelo Sr. SaofAnna Nery. — VoL 60,
pag. 350 {'d" paiiei.
— Sobre o projecto da carta geral do Brazil apresentado
peto Estado iMaior do Êiorcito.— VoL 64, pag. 170.
«— Sobre a Historia da Distrieto Federal» oscripta pelo
Dr, Feiiííbeiio Freire.— VoL 65, pags, 408, 452 ô 459
(2* parlo).
— Da ro Hl (iiisâão especial nomeada para examinar a questão
ây.sLÍtada entre oa Drs. Alfredo do Nafícimento e Silva e
César Auiruj^ij Marques.— VyL 57, piig. 29 í (Si** oarítí).
reiiro Alvitre* <Jttl>ra.l — Sobre a execução de uma
obra oi namtíuul no sitio onde repousam soua restos.—
Vol, 66, pag, s;6*J o 277; v^ol. 67, ^>ag. 443 (2^ parte).
!>• I*etix"o I — Duas palavras sobro O, Pedro l* na epo*
cha da IndepeDiíencia. por José Maria Pinto Peixoto.—
VoL 56, pag. 5 (2* parte)*
-^ V. Carta,
X>« f^e<li*o IX— Noticia Bobi^ê a maioridade do imperador,
por T iMào de Alencar Araripo.— VoL 44, pag. 1Ô7
(^* pHrte).
— Sua apresáeotação no instituto depois do tiro no Theatro
de SaufAnoa.— VoL 55í, pag, 434,
índice dos volumes 1 A 67 369
r>. Pedro II — Proposta approvada para que a cadeira
de presidente não seja o:;cupaaa emquanto for vivo S. M.
o Imperador e seja conservada coberta por um yéo.—
Vol. 58 pag. 537 í2» parto).
— Um livro annotado pelo Sr. D. Pedro â».— Carta ao
distlQcto littorato Sr. Martin Garcia Merou, enviado ex-
traordinário e ministro plenipotenciário da Republica
Argentina no Pei*!!.— Vof. 56, pag. 401.
— Homenagem do Instituto Histórico Brazileiro á memoria
de S. M. o Sr. D. Pedro 2*.— (Apontamentos acerca
do poMoas e cousas do Brazil).» Vol. 01, pag. 7.
— V. Presidente.
Penitenciaria^s— Memoria apresent^uia pelo Dr. António
Pereira Pinto sobre penitenciarias.— Vol. 21, pag. 441.
Pensão — V. Carta Regia. — Visconde de Cayru.
Período reg'exicia«l — Documento que faz parte da
coUecção dos opúsculos políticos e litterarlos que o
Instituto adquiriu do espolio de seu bibllothecario Fran-
cisco António Martins : — A impostura do Sr. Bernardo
Pereira de Vasconcellos desmascarada (defesa ás aocu-
sações feitas a Aureliano de Souza e Oliveira Ck)utinhó).
- Vol. 66, pag. 327.
Periiaiiil>ueo — Descripção da costa de Pernambuco
até os bairros de S. Roque, ofTerecida polo tenente co-
ronel Ricardo José Gomes Jardim.— Vol. 6, pag. 343.
— Guerra civil ou sedlçSo de Pernambuco.— Exemplo
memorável aos vindouros.— Vol. 16, pag. 5.
— Relação das guerras foi tas aos Palmares de Pernambuco
no tempo do governador D. Pedro de Almeida.— Vol. 22,
pag. 303.
— Rolación de la victo ia que los Portugueses de Pernam-
buco alcanzaron de los de la Compania dei Brasil, em
los Guirarapes, & VJ do Fevereiro do 1619,— Vol. 22,
pag. 331.
— Soimão da restauração de Pernambuco, do domioio hol-
laniez, prégaJopor Fr. A. doa Santos Maria Jaboatão,
em 1731.— Vol. 23, pag. 365.
— Memoria acerca da casa em que morou João Fernandes
Vieira.— Vo!. 23, pag. 399.
— Documentos relativos ao tremor de terra havido em
Pernambuco cm 1811.— Vol. 23, pag. 401.
— Luiz do Rego o a Posteridade — Estudo histórico sobre
a revolução pernambucana de 1817, pelo Cónego Dr.
Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro. — Vol. 24,
pa?. 353.
— Memoria sobra o Forte do Mar, por António Bernardino
Pereira do Lago.— Vol. 25, pag. 589.
— A confederação do Equidor, njtiiia histórica sobre a re-
volução de Pernambuco de 1824. pelo Dr. António Pe-
reira Pinto.— Vol. 29, pa<,'. 31) (2* parto).
— Documentos sobre a revolução do 1817. — Vol. 29,
pag. 201.
S31 — 2k Tomo lxviii. p. i.
M»
RBnSTA D> INSTITCra HISTOMCO
dô LuU do Refo.— Vol. ^, n^, 2íl3.
— Documentos rebtiTos i revoíacão de 19)7 e toèro a
admiiúslraçâo áõ Uúz do R6j$o.^VoL 30. pifs. Tê e ISd.
^ D^emiiMtoinank a bísiofria ám reTologio de t»17.— Vol .
' RaToliiciadt lHi7.^ Intoriofãterios ouite UniMrtantes
dos rt>08 ;
Luiz Fraooisco de Fêu\m GaTiaoaiiU de Albuquer-
que, ^g. ^13.
Joio do Ra^ DtBtis, pag. ?37.
ÂgoeUnlio Bewrrm« pa^. 253.
BuUie Quanana Torreão, p^*:. 251^.
Vol. 31, pagioas citadas.
^ DDcamoQtof para eerrireou à bistoria da r<!Tolti^ d»
1884. -^ VoL 37, pi^, 3i.
-> Historia da imerra de Pej^naifilHico efeitos memoráveis
do mestre de c^mpo João Peroaiidea Vieira, por Diogo
L'>pesde Santiago.— Vot. 38* pag. 210 . vol. 3*. pa?. 97
e 2:;; toL 40, pag. 411; rot 41. pag. 143 e 3SÍ ; voL
4.\ pãf , 157; vol. 43. pag. 5 6 191.
^ ObserTações meteoixjlúgicas feitas n\ Villa do Kei^lfe, nos
ttOQos de 1808, ISO » o istO, por AnU>Qit> l^^rnardiíio Pe-
reira do Lago. — Vol. 45. pag. 01 .
_ píiv i.f . cf,> tQstittito Ar<:lieologk^ e Goograpbico de Per-
t . pelo Dr. Franklin Távora, sjbre o exrime
u^ ^,. .100 to» ezi5tentea noa arohiTOs de Haya pira
apurar o mais poi^ivel a àlatoria das nosiaa lustas com os
holianJeiee.^ Tomo 49, parle. 2% pag. 2*J\
— Narrarã-j hbt^jri --a das oalamidades da Pernambuco stjc-
re^iidas de^de 17/7 ati^ I7iri com a noUcÍA do iLwantedos
P^v.>a do 8Ua3 ■Apltaoias.— VoL 53, pag, 1; voL 64,
pig. 853 {'4^ parte}.
— í^cTannibu^^o no domínio hoUaades o sua r«taurAção-—
Vol. 50, piig. 5.
— Kxposiçâo sob e a aJiaioistracúo do» fanios da Compa-
nhia de Pernambu j.— Vol. 50, pig. 57,
— Preparativos p^ra a restnuraçio do Braail do podor doa
hoUandózeJ.— Vol. r>0, pog. *i?-
— Fare^^or do Padr«^ António Vieira sobre as cotisa!? do
Brasil, prm-ípalment j á.% restatmiçâo da Gapittaia de
PorQimboío.— Vol, 5(^ pag. 85.
— Hi;$toria dl revolução de 1« 17 pelo Dr. Pran* iteo Muniz
Tavare?,— VuL 00, piig- ^^^*
l^etroi>c»lW — Jubileu do Potiopolii (qatnquageiuuo anni-
vorsario á^ fundaoção desta cirUde.)- Vol. *^, pig. 5
Í2^ partf).
I*ti>-Nleatut*a*nic>r <a> eo uirurgi3o<mòr dea KxereU
tOi [10 a^iioo de Portut^al e Eiiado do Bractl, polo Dr.
i:duardr> Augusi:> P.^reir.i de Abrrii.- Vol. C3, pag. IM,
l^iautiy— Memoria reUitiva a oâtci Capitania o á tio Mara-
iibio, por Fran "iico Xavier Maclrido.— Vol. 17, pag. 5'».
ISDICM m>B VOLirMKS 1 A 67
371
l*iaiiUy — Memoria cbroooloiííia, histórica e geo^raphioft
desta proviocia, por José \T;irtins Pereiía de Alencastr.e
— VuL 20, png. 5.
— Notas (liarias sobre a rovolta que teve lu;arâr naa pro-
vindas do Maranbáo, Piauhy e Ceará em 183S. Í8:í9,
184'© 1811» oscriptas em 1854t à vista do documen-
tos olHciaes, por J, M. Pereira de Alencaatre — Vol. 35
pai?, r^3{29 parte)»
— Oocumeiito sobre a prislo do Jo5o JoaÔ d& Cu: ha Fidlé
— VoL 36, pag, 174.
Pitaníçuy — Memoria sobre esti vilU, feita polo 29 ve-
reador da Camará em k9 do dezemlro de 1785 — VoU 6,
paj?. 284.
F^lniitRí** — QtneBfto as prinõipaes plantas que hoje (1856)
se adiara aecliramlas no Brazil ; niomuria lidi pelo
Dr. Francisco Freire Allrniáo — \'oL It^ pag. 539.
I*oliol:%- -^ V. — Ldendentia.
l*olo tintai*clico — \ iaprem de cxploraçltí — V, Exiie-
diçãi beltffi — Viagens.
I*oi*to ^egr«i^*> — O primitivo e o actual PoHo Seguro
— MeinurlLi lida na sesião de ^^^ de novembro de 1h8o
pelo fiocio Henrique de Beaurepaire Roban — VoL 43,
pat?. 5 (2* p^rle).
I»fnçí». cio Oonituercio — Descarga do fVixilaría dada
pela pivisáo Portogueza contra os Eleitores e povo
alli rctiniiJose toií.aila doedlíloio pela mesma Divitão —
Vol, 27. pig.27l.
ir*A*eoeH <le €ie!=!ín.g'g'i'iiA'o — \ . Ditêrsos,
I^rentiom — Propostas por S. M. o Imperador e polo
Instituto — Vol 2\ pa;,^ 628 ; vol. 3% pags. r,57 e 559 ;
vol. 3', p^g, 43 do supp.; vol. 4*, pag, 35 do supp.;
voL 5« pig. 30 ão supp.: vol. 6, pagí. 5>2 e 4 '^ do
Bupp ; vol. ll,pig. 14-i; vol. 19. pa^-. J5i,
— Relação doíi momb os premiiid' s pelo lostituto era cum-
pri meti to do prograraraa apresentado ni sessar> de 14 de
dezembro de 1814 — Vol. II, pag. 147.
— Trafiallioá que concorreram aos pre ralos propostos por
S, M- Imperial e pelo Instituto —Vol. 18, pag. 90, supp.
— Conferido ao Instituto na expoalçàij continental Sal -ame-
ricana, celebrada era Buenos Ayres era 1882 e pelo Jury
da oxpoítii;à'j da industria nacional realtztda no liio de
J'fcneiro e inauiíuriída em \2 do dezembro do 1881 —
VoL 47, pag. 603 {2' parte).
l*jre«i<ieute íionoi-.irio — Proposta para qneasn'^
cadeira nâo seja occupada emqaanto for vivo S. M,
o imperador e seji conservada coberta por um véo —
Vol. 5^, pag. 537 {2^ parte).
-f- D, AfTonso» Príncipe Imperial do BraziU
4^ D, CarlOi I, Rei de t*orluiíal — Vol. 59, pag. 324 ; voL
m, par, 319 (2^ parte).
+ Cbriatilatio ÍX, oatr*ora Priacipe Real e hoje liei da
Dinaraarca — Vol. lO, pag, 399 ; voL 50, pag. I.
372
RE\TSTA DO INSTITCTO HISTOiUOa
- ComSm ã^At^v^ (D. Loa
Priaelp.* óms Dm» Sidlías)
h
Oftftoii de
Vol. 3, p*|r.
Presidente Ieouoe
Gkrioi Marim Joé ée
— VoL 40,pttg. 1.
— C3oode dTEa (D. Lofs PeUppe Miria
OrtoillS) — Yol. 27. >lf . 377 fE»
— 0«9llBdoSaiJe(L>. Lsiz A
e OoUia — Tol. ^* Mtr . 377 (2» pvte»
-h D. Fernando, R^t tituUr de Puríuf il —
353 ; ToL 4* pag* 221 ; toL 5, pa.?. lU.
H- D, Fmidia» Ftmàúáa F^liapo Luiz Maia d# Ortam
(PriBcipo de Jeiaville) — VeL 5. pof . 'i4^ e di7,
— Dr.PimiKleeo do BiitlaRoddiíiee Ali^ey— Vot 65»pi^. 535.
^ GrúTer dereiaiid, Preddeote Am £itodot UaiAttida Ame-
fiem do NeHe — Vot, 59. pac* 31^ (^ perte).
^ Jeiie Rúca« Preskbste da RepeMíee Arg^tttea — Vai.
esvpeg. 316 e 327.
+ LeapÕMoUReidflsBal^ea — Vol.25.Bit. 9LS3.
+ Mwooel Deodoro d» Pomeeat Frõôdeelo die ttepuMIea do
Brmzil * Vd. 51. pe^. 183 (^ pmrto).
— Dr. Mâeoei Fams de Gmpoa Saltes. Pieiideele da R^a-
Mica do BnsU — Vol. tíí, pag. 298*
— Mí^oel Jaarei Celmao. Preeidanle da CoaMeraçío Ar-
gentina — VoL 5^, pa^. 4X» p' parle).
+ D. Pedra Secado — Sua apresaalacio F^I* primeira
rei oo iQstituto á sessão ordinária de 15 do oeiembro
de IS49 ^ Vai. 5, pag. 550.
+ 0r PruJeute José ae Morjies Barros — Vol. 57, paf.
3:?f7 {2^ parte >,
4- Sadi Camot, Presi lente da Republica Praneeta -- VoU
54, pag» 18:í (í* parte).
-f O. Sebastião Maria f .abriel de Bragança e Bdorboo. Io-
fknte de Hespaolia— Vol. 25. pairs. ÕH e 755.
+ Walter Haoaer, Preâideatâ da GoaMeracâo IlelTeitea -^
Vol. í53, peg. 5?S; voL 54, pig. ZU (^ parteK
Pireteiic^^^ ísi^i^z i»4— Memoria sobre o ioteatoqae
tAoL 09 ingleses de D^merari de usurpar as lerr^&sao Oeete
do Rio Repunorí ad^ioeates à táce auitral da eonlithôifa
do Rio Braocapara amplificara sua colónia, fc^seripta
por Aotonio Ladíiláo Monteiro Baaoa— Vot. 3 . pa#, 322.
— Carta de âobaetião Sa9é de Car?a[b > e Mello. mUUálro por*
tu^^oez ern I/mlrM^aUfa de 8 de julho de ]7il.aeereadas
preleiiçfl3sdcv Inglaterra sobre a Ainorica^VoL4,pa^.5'}5.
— V. Documentas n/ficiaes^ vol. 32.
I*reveiiçtio — Sjstema preventivo da metrópole contra o
Brazil -^ Vúi, 46, pa^^ 239.
Procea^o — Peito peta loíiuisiçSo de Li^sboa c;)iitra An*
tOQto Jo0é da Silva, poetÀ brazileira — Vol. 59, pag. 5.
l^i*oouc*f t^^o «flug^uLur — Passada pelo Bacharel José
da Natividade s&idanha ao Presidinio de Peruambaeo
para qne, em seu lQ,Jrar, p^ísi morrer ©Qf>}rc«do e sofft^r
qualquer pena qne a commíâsâo miUtir julgar impor*lhe.
Vol. 48, pag. 589.
índice dos volumes l A 07
373
JPi*onietUeii a,c50i*i'eiiiaclo — Trasladação poética
do teitOi í|ue do orif^inal do tíschylo, voi^ido para por-
tugu€Z pop D* Pedro H, Imperador da Brasií, fez o
Rarao de Parnuapiacaba — VoK 67, pag. 5» (2^ parteL
I*i'oprioN( ii;.i.eiõii los — Apontamentos extrabidoá da
relaçíLo do^ próprios nacionaes (|ae existiam na Bahia
em 1839 — Vol. 03, pag. 295 (t' parte).
I^rotento — Do Dr. Joáo Barbosa Rodrt^íues a respeito doa
do8cúbrim6iitoa por elle foitoa e altrilmidoa a outrem
fQo valledo Araazjni.-s) do nova ©apecio de palmeiras —
VoK 42, pag. 223 i^ parte).
Q<J^*^=^*^<**?® a^merlouiiiVíí — V. Historia,
Quil<>iiil>c» do-í* r^iiluaiireH — V. Gmrra dos Pal-
^tilU* — V, Ama so nas*
R-e^-eiioiíi -^ V. Pcrioio regenciaí ,
]Re;4*iDieiito — V. Insírt^cções,
Reíutorio — Da cominissão scientiôca que fui explorar
dlTorsas províncias — Vol. 2, pag. 03» supp.
— Do Vice-Roi do Rto de Janeiro Marquez do Lavradio
entregando o froverno a Luiz do Vasconcellos e Souza,
que o auccedtíu — VoL 4, pag. 409,
— Apresentado ao vice- rei Vasco Fcrnandea César, pi3lo
mestre de «mmpo d * engenheiroa Miguel Pereira da Gostai
quando voltou da comroisaào om que fora ao districto das
miuíia do Rio das Contas— Vol. 5 p.ig. 36.
-* Ao Ministro da Instruçção Publica por Caatelnaii, oncar-
regddo do uma com missão na Americii meridional— Vol. 7
pag. I9G.
— Exposição doB rioS Mucory e Todoa os Santos feita por or-
dem do governador do Mina» Geraea polo engenheiro
Pedro Victor Roinault, tendente a procurar um ponto
para degrede— Voi, 8, pag, :i56.
*- Diriiíido ao Governo Imperial em 15 de abril do lí?47, pelo
inspector geral dos tcn^onos diamantinos, da Província
da Bahia, o Dr. Benedícto Marquea da Silva Acauà —
Vol.O, pag. 227.
— Dõ yice-rei do Estado do Brazil, Luiz de Vasconcellos, ao
entregar o governo ao seu success jr Conde de Rezende—
Vol 23, pag. 149.
— Relatório geral da commissao de eogonheiros junto ás
forças em expedição para a Província d© Matt>Crosso»
1865—1:6, apresentado por Alfredo de Escra^noUo Taunaf,
secretario da mesma commissao— Vol. 37, pags. 79 e 209
(2^ parte),
Rein'eHeiita.çilo — Dirigida em 1707 a El-Rei D. João V
pelos portuguezes residentes no Rio de Janeiro, acerca do
procedimento que contra ellos tintiao os flllios da terra nas
eleições oÉciaes do Sonadoda Camará.— Vol. 10, pag. 108.
X^epubltcii, — A Republica e a federavâo no Brazii— Aoonte-
cimcQtosna Bahia— Memoria p3lo Dr. Aristides Augusto
Milton,- VoL 60. pag. 5, (2» parte).
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67
Rio l>o43e — Documctttoi sobre eáte rio, oflfereoidos pelo
coronel Joáó Joaquim Machado de Oliveira. — VoL 7,
pag* 351.
«- Memoria o r^^aQhâcimeQto da foz e porto deate rio, poir'
Loií do Alííicoiirt,,— VoL 20, pags. 115 e 139<
X^io Orande <io Norte — Catalogo ou relação doa
capitães móre^ e goveroadorea do^taCapitaaia*— Vol. 17,
pag. "^2,— AQDOtaçáo do mesmo catalo^'o.— Pag. 25,
— Aulo de posQôqnô se deu ao goveraador João Femaadeí
\ ieira, da» torms do posto do Touro ao Ceará-mirim. —
Voí. 19, pag. 15U,
— Memoria sobre a extrema fome e triste situação em qua
se achaFa o sertão da iiibeira do Apofly da Capitania dt3
Ivio Grande do Norte, da comarca de Parahibi, de Per-
nambuco; onde se descrevera os meioa de oc correr a estrs
males futuros, pelo Padre Joaquim José Pereira,— VoU 20»
pag. IV^,
— Memoria relativa ú, defesa do lUo Grande do Norte, ca
qual se moâtra o que è neeessario para ella e o que poz
era pratica para o mesmo fim o actual ^^overoador, por
José Francisco do Pauia Cavalcanti de Albuqnertjue. —
Vol.á7, pag. Hb.
Rio Ornmcle do Sul^Memoría sobro a caropantia de
1816,— Vols. 7 paçs. 125 o 27:^.
Mappa dos três ppmci pães batalhões,— Vol, 7, pag. 328.
— InvoDtario de todod os papeis oíficiaes que por óbito iL;)
teDente-gcneral Sebastião Xavier da Veiga Cabral da
Camará, governador do contiDente do liio GranJe do Sul»
íicarâo a cargo do aai^genlo môr Joáé Ignacio da Silva.—
Vol. 11, pag. 445.
— Coilecgáoda vocabulários e pbrases usadi^ nesta Provín-
cia.—VoL 15, pag. 210.
— Representação feita era 34 de agosto de 1801 pov Sebas-
tião Xavier div Vesga Cabral da Gamara, ex-govornador
desta Capitania, sobre a neoeasidade de separar iiquelle
território, como também o da ilba de Santa Catbarlna, ua
juriadicçáo do bispado do Rio do JaOBlro- Vol. 10,
pag< 347.
— Noticia particular do continente do Rio Grande do Sul —
VoL 21, pag. 239.
— A lgum:is annotações ás memorias hlstorícaa de moDsentior
Pizarrot oa parte relativa ao continente do Rio Graúda
do SuL por A. A. Pereira Coruja, 1857— VoL 21,
pag. 303.
— Cópias de algumas commnnicações offlciaes relativas á
fundação do forte de Santa Tbereza, tomada do mesmo»
c invasão do Rio Grande, 1762-17^)3 — VoL íii, pag. 325.
— Governo desta provineia pelo teiente-coronol José dos
Santos Viegas — Memoria oxtrabida do primeiro nu-
mero da Revista do Instituto da provini;ia deS. Pedro,
acompaobada nesta Revista de algumas notas por A. A.
Pereira Coruja— Vol- 23, pag. 585.
37G
REVISTA DO INSTITUTO HISTORÍCO
]Í^Ío Crrauíle do Sul — Extracta das cartaa do marqaez
do L&Tradio que dizem respeito ás tropas, ao militar e
aos movimentos dos castelhanos no Rio Grande do Sul —
VoK 27, pa^. 23 K
— Almanak da vil] a do Porto Alegre com retlexõeã sobre o
estado da Capitania do Elo Grande do Sul — VoK 30,
pag^* 43 e 74.
— Documentos sobre esta província — Vol. 31. pag. 265.
— Documentos aoUre a perda do Rio Grande do Sul — Vol.
3â, pag. S90.
— Documentos reloitivos á historia desta Capitania, compi-
lados por ordem do conselheiro Barão Homom de Mello,
Qx-preâidente da entio provincia — Vol. 40, pag. 191 ;
ToL 41, pag. â73; Tol. 42, paga, 5 o 103,
— iDdioe chronologico dos factos mais notáveis da historia
desta Capitania, depois provincia, por Francisco Ignacio
Marcondes Homem de Me lo — Vol, 42, pog* 115 (2*
parte).
— Guerra civil do Rio Grande do Sol — Memoria aoompa-
nliada de documentos, lida por Tristão de Alencar Ara
ripe — Vol. 4;^ pags* lis e 293 (^' parte).
— Memoria lobre a guerra civil acompanhada do documen-
tos, lida por Tristão de Alencar Araripe — Vol. 45, pag.
33 (^ parte).
— Relação e mappas em que se mostra toda a ordem, dis-
posição e âucces>os que houveram na tomada da margem
do sul do Rio íírando de S* Pedro — Vol. 45. pají. 91
— Guerra civil nesta provinda — Memoria acompanhada
de documentos. Udano Instituto, por Tristão de Alencar
Araripe — VoL 4(^ pag. lO: (^ parte),
— CTuerra civil, p.»r Tristâ'j de Alencar Araripe — Vol. 47,
pag, 47 (2' parte).
— Descripçao e viagens por Henrique Schutel Ambauer —
Vol. 51, pag. 25 (■?* parte).
— Noticia desta cidade por Luit de França Almeida e S4 »
YoK 51. pag- 87 (** parte).
Rio I^uajdb^ii — Viagem ao rio Igu&ssd, peio presidente
do Paraná, em março de 1886 ^ Vol, 50, pag, 157 (3*
parte).
Rio ae Janeiro» Memoria sobr.» a fundação da cidade
de S, Sebaj^tlào do Rio de Janeiro» por Autonto Duarte
Nuoee — Vol. l\ paga. 1^3 e 2^9 ; Vol* 21. pag, 5,
— Relac&o das capítãesmòres governadores, capitães ge-
nermes e vice reis que lêem governado a Capitania do
Rio de Janeiro, deade a sua primeira fundação em 1565
alé ISll — Vol, l\ pag. 305; voL 2». ]»ag. 49,
— Catalogo dos capitães -mores. gGneraí:^ e vice-reis que
teem governado esta Capitania desde o annode 15* 5 até
1799- Vol. 21, pag. 32.
— Excerpto de uma memoria maouscrj pia sobre a historia
do Rio de Janeiro durante o governo de Salvador Corrêa
dê Si e Benevides — Vol. 3», pag. 3.
ÍNDICE DOS vo^^^[Es i a
377
Ri4> cie *Ta.uoix'o — Extracto dos Annacs do Rio do Ja-
oeiro, paio conselheiro Balthazar daSilr?4 Lisboa— Das
Seasoas distinctas que ajudaram a fíindagão o ediicação
eáta cidade, etc. — VoL 4\ pa^. 848 e 318 ; voh 5%
pag. 403.
— Extracto das memorias do Rio de Jaoeirr»! pelo monsenhor
Pizarro — Do assento primitivo da igreja Caihodrai, da
aua mudança i>ara outros lo^íares, etc— Vol. õ^, pag.
453.
— Noticias e refloxôes sobre asininas do Canta^^allOi nesta
pros^iQcia em 1805 — Vol. 12» pa;-% 518.
— Almanack histórico da cidade de S. Sebastião do Rio de
Janeiro, por António Duarte Nunes, 1799 — Vol. 21,
pig. 5<
— Faníaçio das lirrejis, conventoa e diversos estabeleci-
ment-^^s dacídado— V. Abria itacf', vol. ^1, pag- 5.
— A França antárctica — Hosrmejo histórico do estabeleci-
mento do^ francezoano Rio ae Janeiro o sua expulsão no
socnlo XVI e das suas novas invasões no século XVílI,
j>elo cone^^o Dr* Joaquim Caetano Fernandes l^iuheiro —
VoL s;2, pafT. 3,
— Relação da vtctoria qae os portu^^uezes alcançaram no
Rio de Janeiro contra os fran ezes em 19 de setembro
de 1710 — Vol. 2:í, pag. 41'^
— Memoria i^obro a defeca militar da capital do íírazil, e
dos pontos que será bom fortificar, aflm do a pôr ao
abrigo do um desembarqtie repentino, acautelando o
estabeleci mento mais util» c o mais exposto dos aeus
auburbiori de qualquer tentativa hostil tie um iními^^o
vií^ilaiite e emprchendedor — VoL 25, [ing, 44''.
— Memorias do dos lobrí mento e fundação da cidade de
S, Sebastião do Rio de Janeiro — VoL ^7, paír. 7,
— Memoria sobre os acontecimentoii dos dias 21 e 2S do
abril do ia-2l na Praça do Commercio, por uma teste-
munha í^resencial —VoL íí7, }iaj<. 27L
— Reparos eannotações sobre a barra do Rio de Janeiro,
suas fortaleziís c defensas — VoL 33, )>a^'. 2SL
— População da Corte e provincia do Rio de Janeiro em
18:dí — VoL 33, paí.% 135.
— Os tiros no theatro — Motim popidarno Rio de Janeiro,
p^elo Dr. Moreira do Azevedo — VoL :iG* pag, 340 (2*
parte).
— A biihia do Rio de Janeiro, sua historia e descripção de
suas riquezas, pelo sócio Augusto Fausto de Souza —
Vol 44, pa^'g. 5 e 260 (2» jtartoj.
-^ Productos exportados da cidade do Rio de .laoeiro no
anno de 1700 — VoL 4d, pa^', 105.
— Prerofíativa e titulo da cidade do Rio de Janeiro —VoL
46» pag. 64 L
-" Memorias publicas e económicas da cidade de S. Sebas-
tião do Rio do Janeiro. j>ara uso do vice rei Luiz do
Vasco nceiios — VoL 47, pa:/. 25.
378
REVISTA PO INSTITUTO HISTÓRICO
Rio ae «JiirUeiro — Ataque o tomada da cidado do Rio de
JaDclro pelos friiTieezes em 171 J, gob o commaotlo de
Uu^^uay Trouin — Vol. 47, jia^r. 61.
^ PerftiQcLorio oxame dos moios de dofesa da cidade áo
Rio de Janoiro — Vol. 47, pa^', 160.
— Carta Ré;íia |>edindn informaçÕ(*s sobro os bons das relí-
Klòesda CaiiiUkoia do Rio de Janeiro— Vol, 47, pag* 175.
— Eatrada dos francezea no porto ão Rio de Janeiro om
1711 e o reí^i/ate da oidíide — Vol. 55» pai;. 215.
-^ Artilharia das náo3 fraocezas queimadas oo Rio de Ja-
neiro — Vol, 55, pít^. ^19.
— Conta sobre a fortificação o artilharia o mai.-? forta-
lecia da praça o armazoos do Rio de Janeiro — Vol. 55,
paí^:. 221.
— Provisio por^^ue serve do governador da praça do Rio
de Janeiro Mathias da Cunha — Vol, 5'», pag. |si),
— I>08críp<íâo que f,izo capitão Mij^aol Ayres Maldonado e
o oiipitào José de Caâtiljio Pi a lo e seus cjmjaoheiros dos
trabilhoij o fadigas das âua^ vidas, que tiveram naâ coq-
quisa^ da Capitania il'> Rio de /aaeiro o S. Vicente oom
a gentilidade o com os piratas nesta costa -~ Vol. 56,
pjg. 345.
^-> Correi) jondencias de varias autoridades o avulsos sobro
esta capitania» de 1757 a 1791) — Vol, 65, pag, 71 .
*- V. Bispado.
— Côro^'ra|>lna Flumioenso (O Entala do Rio de Janeiro
em kS^.N"») por ÂQtonio Jgs4 Caetano du Silva — Vol. 67,
pig. 2Ô3 (?* paríe)-
Rio •Jai>tii*i'i -- Jntormaçao dada pelo pratico Eugénio
Ribeiro em 4h de Mar*-o do 1755 — Vol. 07, pag, 8^1.
Rio Ma Jõírct — Diário do Rio Madtíira — Vui^em que a
expedição destinada 1 demarcação de Ji mitos fez do Rio
Negi-OfttéViUa Bolla, capital de Matto Grosso — Vol.
;âO. pag. 31/7.
I^to Xe^ro — Noticias geograpbioas da Capitania do Rio
Negro ao ^rrande r^u Araizonas ex ornadas oom varias no-
ticias históricas do puz do seu governo civil c pi>litico,
ede outrajj cousas dignai» de atteoçâo, pelo cónego André
Fernandes de Souz^ — Vol. V\ r»ag» 411
^ Dascrtpçâu da viagem feita desdo a cidade da Barra do
M\i) Negro pelo vuy do mesmo nome, p^r ihlario Ma-
ximiano Antunes <iurjão— Vol. \%, pag. 177,
— Diário da viagem phtlosophica por esta capitania com
a iníormaçio do seu estado, deede a VilU Capital de
Baroellos até a fortaleza da bu*ra do Rio No^ro polo
Dr. Alexandre Rodrigues Forreira — Turno 4«, pirte 1,
pag. 1^ ; tamo 50, parte 3, paf . i% \ tomo 51, parte 1,
— Expedição do naturalista Dr, Alexandre Ferreira Bi^azil
— Vol 5j, pag. 229.
— Dos rios qun deiagu-^m no Rio Negro — Vol. 67^
pag. 314.
índice dos volumes i a 67
379
Rio ^e^fo — Syaop&Q de algumaa iioticia.s geograpbtc^is
para o coQheciraeato dos rios, por cuja navegaçãa se
|K>dem comniuincar os dorainios da coroa portugaeza em
o Rio Ne^-o com os de ílôspatih:^ e províncias unidasi
na Aracrica — VoL 67, pagp. 322.
— V . Limit c s — Vifí tjetu,
I^io I*a.iMlo — Diário resumido do reconhecimeiíto dos
campos de novo descobertos sobre a serra geral, nas
caboceií^as do Rio Pard j, por .losô de Saidanba — Vol. S,
pají. 64.
Rio @. Fi*Aiieiâeo — Navegação deste rio e seus eon-
flueotea — Memoria do tenente-coroael José Jgaacio do
Couto Moreno— Vol. 6, pag. 451 .
— Itinerário deste rio desde a 8ua foz até ás cachoeiras de
Paulo Aliunso — Carta do Dr* José Vieira Kodriguea de
Carvalho e Silva — Vol. 22, pag. 201 .
Rio "Xoeamtiii!^ — Regimento cora qual o governador
Bernardo Pereira de Berredo mandou degc.brir o curso
do rio Tocantins— Vol- 4Ô, pag. 177.
— V. Goyaz,
Roteiro'— V. Yvxijem,
Sa^bixinl — Memorias sobre esta vHIa apríiseotadas poios ve-
readores da Camará em 1785, 1807 e InIO— VoL6,
p^s. 269, 2âUe2.SI.
^a,l>ii]£i,dà — V. Bithia,
f^n.ci*i legrio — Preces em desaggravo por sacrilégio —
Vol. 46, pag. 193.
í**al — Nota áú todos ris marinhas em qae se faz sal na costa
doBrazil — Vol. 46, pag^. I7:í.
^£i.lto ^''iseoticle <!<> ^Rio I5i*aiico^ V. Pamn<L
j^a.iiil>aqai« — Sambaquis da Conceiçào do Arroio— Vol» 47,
prig. I7í>.
— Excorpto do Dieeionario geugrapUico da provincia de São
Paulo, pelo Dr. João MeudOíá di3 Almoida ^ VoK 56,
pag, 43 (2* parte) •
íSantíi OAi't}fcíi;i-in«^ — Geologia desta provincia — Vol, 7,
pag. 87 a 178.
— Defesa de .\ntonio Canos Furtaio de Mendonça, ro peito
á ontrega da ilha de Saota Catharina— VoL 27, peg. 201 ,
— Documentos sobro esta provincia — Vol, 31, pag. 265.
— V, Estrada jí,
^ii^ntix Oi-iiz — Memoria sobra a Fazenda Santa Cruz,
pelo Coronel Miinoel Martins do Couto Reis — Vol. 5,
pag. 143.
^niito Otfloio — António José e a luquisição — Vol , 25,
pag. 363,
— Diplomas de nomeação de familiar do Santo offlcio —
VoL 45, pag- 2U1.
— V, Liquisiçc^Ú»
^, «Joílo <lo "irpaiitMiim — Descripção do morro do mi-
neral de ferro, sua riqueza, methodo usado na antiga fa-
brica, seus defeitos— VuL 18, pag, 23.>.
380
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
8. «Vo^é <lo Rio IVe€rx*o — V. Rio Negro ^
S, ]p4i.ulo — Carti do Oiojfo Nuoes eacripta a D* João 3«.
acerca do dascobrimeato do sertões aunde 3? podii checar
atrave^aodo a terra de S. Viciinle (proviacla de is%q
Paalj)— Voí. 2. pag. 3*55.
— Noticias praticas das minas de Cuyabál e Óoyatea, na ca-
pitania deS. Paulo o Ciiyabá, dada^ ao Reverendo Padre
Dio^o Soares» pelo Capi ao João António Cabral Garacllo,
gúbre a viagem qut* fez is minas de Cuyabá em 1727 —
Vol 4. pag, 487.
— Docameotos relativos á doacobdrta e exploração dos
campos denominados do Payqueré — VoL 4» pag. 5111;
vol. 5, pig. Íí9.
— Noticias da Capitania do S. Paulo, da America Meridio-
nal, escriptas era I77â, por Francisco de Oliveira Bar-
bozíi— Vol. :?, pag. 2è,
— Noticia díi fundação e pdocipios da aldeia do S, João de
Queluz, na província do S. Paulo— Vol. 3, pag. Cli,
— Epitome de creaçâo do novo bispado de S* Paulo, rei que
impetrou esta |3:raça« pontífice que a concedeu, seu pri-
raeiro bispo e cónegos com que se fundou a Cathedral —
Vol. 18, p3g. 22*3.
— Descripçào do morro do mineral de íérro, sua riqueza,
metbodu usado oa anti;;M fabn^^a de s. João do íprinema,
seus defàtos — VoL 18, pag. íá.15,
-^ lnresti<íaçao do arcliivo da Camará Muaicip,al de S- Vi-
cento, pelo Briífad iro J. J. Machado de Oliveira —
VoK Hí, pag. 14?,
— Memoria aobre o melhoramento da província de S. Paulo,
&ppticavel em grande parto ás províncias do Brazil, por
António Rodrigues Velloso do Oliveira — Vol. 31, pãg§, 5
e 103.
— Os Padres do Patrocioio ou o Porto Real de Ita — VoL 33,
pag, 237 (:í» parte),
^ Memoria em que se mostra o estado económico, militar e
politico d:i Capitania de S. Paulo, qu ^ndo do seu governo
tomoti posso, a 8 do dezembro do 1814, D. Francisca ie
A^n% Maséáfentias, Conio da Palma, tendo notas histó-
ricas e iidditamentos pelos quacs se mostra, om esboço, o
estado da mesma CapiLanis no governo do mesmo Conde,
por Manoel da Cunlia de Azeredo Souza Cbicborro —
VoL 36, pag, IV*7,
— Amador Buoou — Memoria pelo Dr. Moreira de Azevedo
— VoL r»ij, pasf. l (2' parte)*
~ Alguns dia^ na Paulicéa, por Heoriquo RaíTard — VoL 55,
pag, 15*» (i* parte),
— A Igreja do CuUegio da Capital do S, Paulo, pelo cnge-
nbetro António do Toledo Piza — VoL 5,>, pag. 57
ítí* parte).
^ Informações 8 jbre as minas deS. Paalo e dos sert5es
da sua Capitania desde 1597 até 1772 — VoL 04,
pag. 1,
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 07
381
S. I*aulo — Noticia histórica e artística da cidade de
S, Vicente, pela Dr. A, da. Cunha Barboza — Vol. 04,
pag. i::3.
— V, VUla (h Caminêa.
%, r*c«li'o cio Rio OraiKle cio Sul — V. Rio Grande
do SuL
8. V ieeii to — Histórico deaia Capitmía desde a sua funda-
ção, por Martím AfTontío do Souza em 1531. escripto por
Pedro TaqiiBs de Almeida Paes Leme em 1772 — Vol. 9,
pa gs, 137, í;lí3 e 4 15.
*- Investigação do archivo da Camará Muaicipal da Vi lia de
S. Vicexito pelo Brigadeiro J, J. Machado de Oliveira —
VoL 19, pa^. IO.
— Legenda hisioHca — Memoria lida pf^lo Dr. João Mendes
-'» de Almeida sobro a descoberta destacapitania — Vol.
53, pag. 289.
— Descri pçao que fazem o capitão Mii/uel Ayres Maldonado
e o capiUo Jusè de Castilho Piolo o seus companheiros
doá trabalboâ e fadigas da^ suas vidaa, que tiverao nas
conquistas do Rio de Jaoeiro e S. Vicente cora a gentili-
da<ie e com os piratas oesta Cj8ta — Vol, 5G, pag. 345.
Seiil€;*ilo iiiilitai* — Na Ilha das Cobras — Memoria
lida polo Dr. Moreira de Azevedo — Vol. 34, pag* 276
(2* parte),
— Ne Ftio de Janeiro em 1831, p<?lo Dr. Moreira de Aze-
vedo — Vol, 37, pag, 170 (&" parto),
^eg-ui^-o — Da Biblíothccat museu e mais haveres do luati-
t.ito — VõL 61», pags. 345,349 ^^* parte) ; voK í>l, paj?.
578, 635.
Senadorefli — Mappa d s senadores do Império existenteB
até 30 de Junho de 1866 com a idatle do tempo "ia nomea-
ção Q actual, nomearão, posse, duração senatorial e
media. pf>r provinciai — VuL 29. pag. hi\.
— Mappa necrologico doa senadores, cum a data de stias
nomeações, posse, óbitos, duração seu-itorinl e media por
províncias, até o ultimo de Dezembro de 1865 — Vol.
2ff pag. 521.
Seriuee^tro — Feito em I7í>4 nos bsue que forao achados
do Bacharel Mariano João Pereira da Fonseca— Vol. 63,
pag. 14.
^^Yfgll*e> — Copia de ura offlcio do Monsenhor Aittooio Fer-
nandes da Silveira, ^obre a eiistoncia do preciuais
minas do ferro e de um rico subterrâneo da província de
Sergipe — Vol. 23, pag* 12S?,
— Infurmação sobre a província de Sergipe em 1821 — Vol*
55, pag. ^6K
íSermu.o — do padre José de Anchieta — Vol. 54, pag. 10&
\Z^ parto).
Serra da £jst relia. — Esclarecimentos relativos X
montanha brazilica Serra da Eãlrclla 6ol;citados pela
Sociedade Oeographica de Lisboa, pelo Dr. Moreira de
Aievedo— Vol. 45 pag. 470 (2* parte).
.182
REVrSTA DO IXSTITirn iirsTonico
Serrft clo^ Or^âoft — Relação de ama vlagam a ôsta
serra (artigo tradtizidoí — Vol. 3, pag. Tr».
ISet^niArins — FrdgmeDto do uma mõniaria sobro as sos^
mariító da Bjbja — Copia uo ura manuscpipto otrerccido
pelo ConseUieiro Bento da Silva Lisboa— Vol. 3» pag. 373*
— Informação de D. Francisca de Souza Coutínlio, govar-
Dador do Pará, sobre meditas que coDviuiia adoptar
para que a lei dd sosmara di 5 de Outudro <1e 1795 pro-
duiiase o dfMsejado efTeito — VuL 29. pag, 3^5.
— Reluçâo das sesmarias da capitania do Rio de Janairo^
extrabida doa livros de sasmartâs e rttgistro do cartório
do uteliião António Teixeira de Carvilliu— De l.>65 a
ntíô— por Monaenlior José Pizari*o do i>ouza Asevedo e
Araújo — Vol. 63. pag, 93.
^oeioclatle A.itia*iite<l& lusti^ueoâo — Umatonw
(ia fiistatijt pátria — htâVjrico de-ta associação, pelo Dr.
Alítedodo Nasclmeú to e Silva— Vol. Tv), pag. 97 (S*
parte) •
Sõcie<^lu(te Auxilia. loi*t% dit In^iu^tria. IVa^
cicfuul — COQSulta sobre o requerimento de Igoacio
Alv€8 Pinto do Almeida pedindo approvação do« esia-
tuí.osi da sociedade que proteiidia fundar, e que fundou»
no Rio de .íaaeiro c<)ni aqueila di^oomlnaçâo — Vol. 63,
píig. 4í»7 1 8* parte).
©oeietlf^cle de Oeog-i-apliií^ de I*arl« — Carta
do PresiicQte da ComiDi^iirío do geuí^niphia couiraerciaí
chamando a atteoçâo do íottituto sobre o Lklo geogra-
phieo da questão da abertura de um catial iDÍer*ooQanioo
• Vol, :VJ, p:)g8, 418 e 439 ; vol. 40, pag. 437.
^oelodade I^tttez*itrlii do Itlo de ^nnoiro^
I>Í8ctjrgo em que ge moíitr.i o tim p.ira que foi estabele-
cida Ci?t'i sixiedadc — V^r»!, 45, p«ig. 69.
ISocieduOe Vello^lniiM— V. íntUla^o Siêtorico,
^uoiediadeiNi — fiio<iada9 n) Brazil desde ostempõa oolo-
ulaesaté o começo do actuvl reinado iáe I). Pedro 2")^
pelo Dr. Maneei Duarte Moreira de Azevedo — Vol, 48
pag. 205 (2* parto).
BooioM — No âm de cada volume so encontram as rela-
çuO£ i^eraes dos presidentes esooios eiistentes, dos admit*
tidos durante e aonu v dos í^llecidoi ^ Vide também o
Repertório da Rei^iita do lostituto publicado como sup-
plemnntc» àde 1897.
— Relaçio dns âocioa d^spedidoâ até 31 de Di^zembro de
1890 — Reiíertcrio da Revista p iblícado om ltí97.
— Memorias, pontos dee^in vol vido:* o outros trabalhos dos
50GÍo<dofidea sessão de 16 de Setembro de 1847 atá IO do
De/ombrode 185^ ^ Vol. 15, {lag* 515. Ap['e^ntado8 ôiq
1^5í-^ Vol. U\ pag. 630.
*— Creavão da <*ia$i0 dos aocios beoemerítos ^ Vol. 5S
pag. 455 (^ parte).
— Ceremouial que so deve obsorv&r uai 9eft»^)68 da rocep^âo
do:í novoíj socioá — Vol. 50, pagf. 324 e 341 {2" parte).
índice dos^ volumes 1 a 67 3S3
(«$ooio9 — PfoeecUmeDto ioconvenlento do toeio Joaé tonaolo
de Abreu Lima publicando um opusoulo em TeapoM ao
juizo sobra a 8n% historia do Brazil escripto pelo aocio
Francisco Adoipho de Vamhagem — * Yol. 7» pag. 421.
— O Dr. Bento Mure ~ Incidente occorrido por ocoasiSo
du resolver o losUtoto não se publicar o 83U disoai*8o
pronnnciado na sessão do 1 de iiilhO de 1847, incidente
que motivou a exolusâo do Or. Mure àx^ niimiro dos
sócios - Vol. 9, pags. 411 ailO* 488 e 423.
— Discurso pronunoiado pelo Presidenie do Instituto por
oeeasião da apresentação de um «ooio benemérito — Vol.
52, pag. 629 (2» parte).
R^^lacào geral dos sócios do Instituto desde a sua iostalla^o :
A. D. Pascoal ^ Vol. 22, pag^ 640.
Abbade Orslni — Vol. 1, pag. 365.
Abílio César Borges — V. Bai^o de Macahubas.
Abílio José Borges ^ Vol. 9. pag. 568.
Achiles de Oiovaoni — Vol. 52« pags. 470 e 521.
Adelino António de Luna Freire ~ Vol. 61, pags. 059, 689,
715 o 721.
Adoipho António Frederico de Sohewelock— Vol. 4, pag. 218.
Adoipho Augusto Cpsar Dureau do Zamalie — Repertório
da Revista, pag. 298.
Dr. D>m Adulpho Saidias — Vol. 62, pags. 341, 356, 363
e3S6.
Adoipho Thiers— Vol. 9. pag. 568; vol. 40, pag. 614 (2*
parte).
Adriano Augusto de Pina Vidal — Vol. 06. pags. 105, 212
e 232 (2' parto).
Adriano Balbi — Vol. 6», pag. 126.
Adriano Ernesto do Castilho Barreto— Vol. 9, pag: 500;
vol. 10, pag. 257.
Adrian de Qerlache — Vol. 60, pigs. 378 e 379 (2« parte).
Dr. AffoQSO Arinos do Mello Franco — Vol. 61, paga. 298,
3J4, 312 e 315 (2* parte) ; vol. 66, pag. 214 (2» parte).
Alfonso Celso de.Assi& Figueiredo — V. Visconde de Ouro
Preto.
AíFonso Celso de Aisis Figueiredo (Conde de Affonso Celso)
— Vol. 55, pags. 360, 302,. 374 e 413 (2« parte).
AffoDSo do Lamartlne — Vol. 9, pagr 568 ; .voi. 40, pa-
gina XIX.
D. Agatino I^ngo — Vol. 40, pag. IX.
Dr. Agostinho Albano da Silvoira Pinto — Vol. 1*, pa-
ginas 150 e 250.
Agostinho Guilherme Charem— Vol. l", pag. 356 ; vol. 55,
pag. 207 i2» parte).
Dr. Agostinho Marques Perdigão ^íalheiro3 — Vol. 14, pa-
ginas 439 e 443 ; vol. 33, pjgs. ^74 e 579 (2» parte).
Agostinho da Silva Nevei — Vol. 40, pag. XV.
Dr. Albano Antero da Silveira Pinto — Vol. 40, pag. XV.
Dr. Alberto de Carvalho — Vol. 40, pag. 432 (£» parte);
vol. 66, pags. 247 e 255 (2* parte).
!>!$oei09 ~ Alberto •>ilUim — V:4. 4^>^ fif 3L:.
Aií^rVj dos Siai» Damai — V«b. ^15. pàzz. 2^1, ^>X 24B,
244 e 248 ri* |v:e«.
AlberKi Tx/Ui — Vo£. 3^. pug. 443 : t^. 4\ pt^. 505 2^
pute .
AihiDO Aires F.IíjO — V«|. «. pa^. 5.; ;^ ptfte'*; toI. 'Jô.
pog». 14>, iõ:. 15: e I-S <^fvte*.
Ai»i» áA Ca«i& Usa 3n^ — Vol. 51, pu . 172.
Dt. Álci\riMáeM Farttio >- Vol. e7« pvr. 443" ^ par^e*.
Alcidei dOrti^T — Vol. 4\ pi^. IX-
Aleufrire Ra^ttel — \\]|. & pari. 4&4. 482 e 4S5 ; r<A. 4*3.
pig. 63).
AlexADire Hwemiiao de CftrTmlh> Anajo — Tol. 9, paf .
266; Tol. 2?, pi^. 312. 319 e 325 2^ p&rte .
Atex «Ire .1e Hiai:uldt^ Vol. 4j. pif . XIX.
D/. Alexiairo Jotfé de M«Uo Mon^a * Vol. 23. pie. 668 .
IV. Aleuaire J;;sé d^ R.virk>~ Vol. !•« pi^. 383'.
AlexftDiTd Mifao de Coslilho^ V->I. 31, PMS^ 345 e 397
<*• parte).
.^lexiQ^ire Muia de MArIz SormeaV) — Vol. 1», pi^. 9 ;
vol. 3í, pig. 25 .• 'i* pA?tei.
Alexandre de Serpa Pinto — Vol. 44, pAfj. 44. 156 e 3^
(2»l»r;c>.
D. AloxAQlre SJro3l^— Vol. 5X pazt- 5^ e 55.^ (^ ptrteK
AlexJiaire W. Braifori — Repertório it R^rbtm, pig 278.
Dr. Alfreij de Jirralho — Vji. 61, pig. 639.
Alfredo Deaeniy — Vol. 5^3. pag. 3)7 t2* part^i.
Alf.txio S*a jãto Jieqaes Oariqad — Vol. 5^), p^. 309 ;
Tol. 53. pa^. 531. 532 e 538 (2» parte>.
Alfr&Jo de Escr^^oolle Taooaj— V. Vlscoade de Taonar.
Alfredo Ferreira Rodrigues — Vol. 59, pag^. 23^, 2i3, 268,
e zl4 (i* parte).
Dr, Alfredo Cugeoio de Almeida Maia— Vol. C3, pags. 4ô5,
46», 477 e 487 (2* parte).
Dr. Alfredo do Nascimento e Silva— Vol. 53, psgs. 522.
5Í6, 5:^7, ã3S e 544 (2* partei; vol. 57, pag. 297 (^* parte»,
Dr. AlfíOlo Piragibe — Vol. 43, peg». 412, 450, 473 e 484;
vol. 48. pag. :<08 (2* parte).
Alfrelo Romario Manias — Vol. 6^ pag. 532 : vol. 64.
pig. 2:^4, 255, o 258 (2* pirte).
Dr. AlfroiodeTolodo — Vol. 04. pag5. 293, 3'X\ 312 e 315
(2* parto).
Alfr^ Varella~(prop3Sta apreecntada) Vol. 60. pag. 405
(2* parte).
Alvarvi Barbaibo Vehòx Cavalcanti — Vol. 40, pig. III.
Amadeu D^vid Pastoret (Marquez) —Vol. 49, pag. XIX.
Amâncio João Poreira de Andrade— Vol. 40, pag. XV.
Dr. Ama-^o Cavalcanti — Vol. 60, pag«. 367, 375, 398, 404 e
407 Í2' prte).
D. Ambrósio Campadooio — Vol. 3, pags. 497 e 504.
Dr. Américo Braziliense de Almeida Mello — Vol. :^9. pags.
431 • 455 ; voL 40, pags. 436 e 445 (2* part e).
índice dos volumes 1 a 67 385
ISociosi — Américo Novaei, pxdre — Vol. 61, pag. 581.
Anatole Saolnler — Vol. l'^, pag, 365.
Anatolio Dermidoff— Vol. 40, pag. IX.
André de Albuquerque Maranhão — Ropertorio da Revista,
pag. 281.
Andrô Alves Pereira Ribeiro Cirne — Vol. 40, pag. XV.
André Bello — Vol. 3, pag. 236.
D. André Lamas — Vol. 10, pag. 405.
Andró Paulino de Lacerda Werneck — Vol. ^^ pag. 332
(2' parte).
Andrô Peixoto de Lacerda Werneck — 59, pags. 317, 327,
332 e 334 (2* parte).
Dr. Angelo Justiniano Carranz\ — Vol. 36, pag. 603;
vol. 39, pag. 477 ; vol. 50, pags. 290. 321 e 340 (2* parte).
Angelo May (cardeal) — Vol. 5«, pag. 368.
Angelo Secchi, padre — Vol. 26, pag. 898; vol. 27,
pag. 379 (2« parte).
Angelo Thomaz do Amaral — Vol. 15, pag. 248.
Annibal Echeverria y Reis — Vol. 52, pags. 441, 476 e 521
(â» parto),
Annibal Ferrero— Vol. 52, pags. 476 e 521 (2* parte).
Anselmo de Andrade — Vol. 66, pags. 129, 135, 148 e 152
(2« parte).
Anselmo Hevia Riquielme — Vol. 65, pags. 470, 472, 473 e
474 (2* parte).
António Affonso Ferreira — Vol. 40, pag. XV.
António Almeida de Oliveira— V. 50, pag. 302 (2« parte).
António Alvares da Gamara —Vol. 43, pag. 444 ; vol. 51,
pag. 255; vol. 52, pag. 517 (2* parte).
António Alvares Pereira Coriya — Vol. 42, pag. 283;
vol. 48, pag. 393 (2* part?).
Dr. António Alves da Silva Pinto — Vol, 1% pag. 9.
Dr. António Augusto de Lima — Vol. 63, pags. 406 e 521 ;
vol. 64, pags. 214, 223 e -^40 (2* parte).
António Augusto Monteiro de Barros — Vol. 1«, pag. 58.
António Baena— Vol. 42, pags. 274 e 280(2» parte).
António Bernardo da Costa Cabral — V. Marquez de Thomar.
Dr. António Bernardo da Encarnação e Silva — Vol. 40,
pag. XV.
António Borges de Sampaio — Vol. 46, pag. 602; vol. 40,
pags. 478 e 484 (2* parte).
António Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva ~
Vol. 7°, pag. 577.
António Corrêa de Lacerda — Vol. 1», pag. 364.
Dr. António da Costa —Vol. 43, pjg. 44Í ; vol. 45, pags.
480 e 481 (2* parta); vol. 46, pig. 635 (2* parte) .
Dom António da Costa — Repertório da Revista, pag. 290.
António da Costa Miranda — Vol. 2», pag. 268.
António da Costa Pinto — Vol. 7«, pag. 422.
António da Costa Rego Monteiro— Vol. 40, pag. XV.
Dr, António da Cunha Barbosa — Vol. 01, pags. 588, 637,
645, 659 e 602 (2* parte).
831—25 Tomo lxviu. r. i.
B8G
REVISTA DO INSTITUTO UrSTORICO
Í47.
e394
269;
P'ií,'
^odIos ^ Dr, AntoQio David Canavarro — ^'oL ti, pag. 481.
ADtonio Deodoro de Pftácual — VoK 82. pag. ò40; roL 40,
pug. XV.
AotoDio Eliaiario de Miranda «Brito — Vol. I, paff.
António Ennca de Souza — \'oL GO, pa^ís. 36V, 374
(S* parte).
Dr. António Folix Martins — V. Barão do S. Fellit.
Aotonio Kerroira doa Sautof Azovedo — Vol. 7, pag
voL 15, pag. 570 ; voL 47, pag. 545 (S* parte),
Dr. António Ferreira do Souza Pitaoi^a — VoK 03,
423, 458, 461. 472, 479 (2r parte),
Dr. António Fer^^eira Viaona— VoL 3L pag. 338 (2* parto).
António Forrei 'a Viçoso. — V. Conde da Conceiçâru
António Francisco Bandeií^a Júnior — Voh 54, pag. 808;
Tol, 55, pagã. 273 o ?88 (2» parte),
António Francisco Dutni o Mello — Vol. 40, pag. XV.
António Francisco de Paula HoUanda Cavalcanti de Ailiu-
qufirquf*— V. Visconde de Albuquerque.
Dr. António Gonçalves Dias —Vol, 9, pag. 563.
Dr. António Henriques Leal — Vol. 29, paga. 341, 358» 403
(^» parte),
António Homem Louroiro de Siquiera — V. Visconde do
Carvalhaes.
António Joaquim Alvarez do Amaral — Vol, 40, pa^. XV.
Antoniu Joaquim Danmzio— Vol. '^(i, pag. 4'íR (í* parte).
António Joaquim Fortes Riistamante Sá-- VoL 40, pag. XV.
António Joiiquim de Mací'do Soares — VoL 5?, p«g, 423
(2* parte) ; vol. 53, pags. 491, 4íl2 o 495 ($• parte L
D. António Juaíiuira do Mello, Bispo doS. Panlo — Vol. 40»
pag. XX,
Vr, António Joaquim Ribíis — VoL 24, pags. 734, 745 o
748 ; TOU 5a, pag. --88 (2* parte).
Aotonio Joaquim de s jora — Vol. L pag 3St.
António José Dias da Costa — VoL 5»*í. paga. 553 e SU ( a*
parte).
António José Falcão da Frota — Vol. l, pog. 145.
António Jos^ Ferreira da Costa — VoL l, pag. 360.
António José Gomes Brandão — VoL 53, pags. 495 o 4 »i
(e* parte).
António José do Uma Leitão — VoL 10, pa^r. IX.
António Joaé de Paiva Guedes —VoL l, paj.'. V
António Jo«<? Rodrigues — VoL 50, pag. I.
António Jijsti da Silva r.omeB — V. Marauezdo Pc-nafleL
António José da \qÍíI\ — Vol. 4o, pag. X\ .
António José Viale— VoL 45, pag. 486; vol. 48» pags.
Íi46err^l {','* parte).
Antorjio MM Victorinod ^ Barros — VoL 35, pag. 560 ; vol.
40, p:ig3. nOL 6)", **B rs ♦ 28 [2^ parlo).
Antjnio Ladííílau Montoiru Baona — VoL L p^. 38 L
Antouio lx>pe9 do Costa Almeida — V. Birao de Roboredo.
António Luiz Patrício da Silva Manso — Repertório da
Revista. p:ii?. ^8i.
índice dos V0LU»«8 i A 67 887
IBooiod — D. António de Maoedo Cosia, ArceUmteMhfa
— Vol. 50, pags. 302, 340, 349, e 352 ; vol. Si, pag, Í34
g^pirte).
António Manoel Ayrosa — Vol. 60, i^gs. 364 e 371 (2*
parte).
António Manoel de Campos Mello — Vol.^0, pw. IV,
Dr. António Manoel Oonoaives Tocantins -^ VoT. 86, pags.
532 e 604 ; rol. 37, pags. 400 e 415(2^ Mrte).
António Manoel de Mello — Vol. 40, pag. ICV*
António Manoel Sanches de Bfito— Vm. 3, pag. 809.
António Manoel do Torres Bandeira — Vol. 14, paga. 429
e443.
Dr. António Mareiano da 8í1te Pontes <^VoL 80. pag.
437 (2* parte).
António Nlaria do Miranda e Castro —Vol. 40, pag. III.
António Mariano de Azevedo -« Vol. 21, page 4t5; yol. 22,
pag. G40.
António Marques de Sampaio, oonego — Vol. 40, pag. XV.
Dr. António Martins de Aaeredo Ptmedtel ^ VOÍ. S4, pag»
175 ; vol. 57, pogs. 3*20. 337 e 939 >• patle).
António Menezes Vasconcellos de Drammond-^Vol. 1, pag.
252: vol. 4, pag. 219; vol. 10, pag. 128; féí. 37,
pag. 424 (2* parte).
Dr. António Moniz Barreto Côi^ Rml~ Vol. 10, pag.
262; vol. 40, pag. V.
António de Moraes e Silva — VoU '88, pag. 632.
António Navarro de Abrou — Vol. 1, pag. d47.
António Nanes de Aguiar — Vol. 12, pag. 413.
Dr. António Olyntho dos Santos Pires — Vol. 80, pag.
182 ; vol. 57, pogs. 304, 328 e 988 (2* parte).
António de Pádua Fleury -^ Vúl» 14, pags. 480 e 443.
Dr. António de Paula Freitas — Vol. 61, pags. 582, 594,
645, 659 e 662.
António de Paula Ramos — Vol. 54, pag* 315 (2* ptfrte).
António Paulino Limpo de Abreu ** V. Visoondedd Abaete.
António Peregrino Maoiol Monteiro •— V. Visconáe de Ita-
maraoá.
António Pereira de Araitfo Pinio ^ Vol. 1, pag 886.
António Pereira BaiToto Pedroso — Vol. 1, pj^.-SM.
Dr. António Pereira Pinto — Vol. 19, pag. 178, sup.
António Pereira Itebouças — Vol. 1, pag. 147.
Dr. António Pereira Rebouças Pilho — Vòl. 30,'fags. 537 e
603 (2^ parte).
António Pinto de Mendonça, padre — Vol. 40, pag. IV.
Dr. António Ramon de Vargas— Vol. 9, pug. 664.
Dr. António Rangel de Torres Bandeira — Repertório de
Revista, pag. 283.
António Ribeiro de Andrade — Vol. 50, pag. IL
Antonip Ribeiro de Maoedo. — Vol. 49, pag. 432 ; rol. 50«
pags. 323, 340, 349 (2^ parte).
Dr. António Rodrigues da Cunha — Vòl. 7, pag. Ml.
António da Silva Lisboa — Vol. 2, pag. 888.
BEVÍSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Antónia Thomaz d^ Goiloy — Vol, 40,
53» paga- 317, 361» 376
353,
336.
58,
l>ag. XV.
Dr. António de Toledo Piza — Vol
e 377 (:í* parte),
Aatoaio de Vaicoacallos Menozea de Drumoaond — Repai*-
tório da Rôrista, pag. 283.
Aotonio Vai da Siíva — Vol. 40. p%g. XV.
AotofiíoZaferinoCiíididg — Vol, 62. pags, 348. 301,
36) o SUO (â» parto).
Apollonio de Miltití (Barão) ^ VoU 49, pa^'. XIX.
ArfÇômiro António da Silveira — VoL 54. pags. 184,
8We263(2'* parte).
Aristides Augusto Mtlt>n — Vol. 57, pig, 391 ; vo!
pmgí. 327, 359 o 3<55 {E* parte); voL 67, pag'. 400 (Z^ parte).
Aristides Marre— Vol. 53, pag, 483; vol, 54, paga, 2?5,
226, 242, 203 (ií» parte».
Armando Octávio Maria do AlonvíUe— Vol. 49, pag. XIX.
Araonio da Natividade Moura— Vol. 40, pag, XV.
Arllmr Capeil Brook^i — VoL 40, pag. VIK.
Arthur Forreim Machado lUimirâeâ— Vol. 67, pags. 460,
4iU, 46^1 e 471 (^' parte).
Arthur índio do Braifl — VoL 51, pi^gs, 225, 229, â5S
e 266 (2" parte).
Arttmr Sauur— Vol. 47, pag, bdb;
e04 e 209 (2* parte).
Dr. Arthur Viatma de Lioaa — Vol,
vol. 52, pag. 520 ; vol. 54, pagí!»
Arturo de Ljon— Vol. 53» pjkg. 4ô0 ;
5?09e 214 (2* parte).
Augoato Carloi Teixeira de Aragão —Vol. 34, paga. 3^5,
33*, 34f3, 36ie382 (2» part^).
Augusto de Carvalho - Vol, 33, pag. 412 (2* parta).
Augustj dú Ciíáliltio Barreio e Noronha. — Vol, 59,
paga. 243, E51 e 260 (2* pirte).
Dr. Augusto Ceííar da Mirania Azevedo — VoU 62,
pAgj. 295, 314. 327 o 333 (2* parte).
Augusto Emílio Ziluar — VoL 2t5, pag. 899
paga. 372, 450 e 459 (2* parte).
Augusto Pauffto de Soaxa — VoL 41, pag. 381
paga. 27a, 280 e 485; voL 4i, pag, 396
pag. 45y (2* parte).
Augusto L^verger— V, B^rao de Melgaço.
Augusto Saint-Hilaíre — Vol. 2, pag. 519
pags. 44^) e 448.
Dr. Augusto de Si Queira Cardoso — VoL Oú,
159, 172, 175 o 181 (2* parte).
Dr. Augusto Victorino Alves do SaeratneQto Blake —
VJ. 46, paga, 598, 615. 619, 62S ; voL 48, pag. 368;
voL 65, pvgá. 522, 525 6 535 (2* parle) ; vuL QÔ^
pag. 133 (2» parle).
Aureliano de S;uaa Olive ra Coutinho — V. Visooada de
Sepetiba.
voL 54, pag^. 203.
5L pa^â. 2>5, 229,
214 eZ^O (2* parte).
voL 54, paga. 207,
vol. 39,
voL
pagf.
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67 389
Soolo» — Aurélio Prado y Rojas — Vol. 36, pag. 603
(2* parte). B. M. Normann— Vol. 40, pag. XI.
Balthazar da Silva Lisboa » Vol. 1, pag. 58.
Dr. Baptista Caetano de Almeida Nogueira — Vol. 39,
pags. 365 e 379; vol. 40, pags. 428 e 439; vol. 45,
pag. 458 (2* parte).
Barão de Alencar, Leonel Martiniano de Alencar — Vol . 52,
pags. 4Ô0 e 461 (2» parte).
Barão de Alhandra, José Bernardo de Figueiredo —
Vol. 50, pag. II; vol. 1, pag. 252.
Bar&o do Amazonas, Francisco Manoel Barbosa ^ Vol. 44,
pags. 366 e 377 (E* parte).
Barâo de Antonina, João da Silva Machado — Vol. 7,
pag. 267.
Barão de Apollonius de Maltitz— Vol. 1, pag. 374 ; voU 3,
pag. 130.
Barão de Beberibe, Francisco António de Oliveira — Reper-
tório da Revista, pag. 283.
Barão de Caçapava, Francisco José de Souza Soares de An-
drôa— Vol. 40, pag. XV.
Barão de Capanema, Guilherme Scbuch de Capanema *-
Repertório da Revista, pag. 274.
Barão de Capivary, Joaquim Ribeiro de Avellar— Vol. 7,
pag. 268 e Repertc^rio da Revista pag. 283.
Barão de Cattas-Altas, João Baptista Ferreira de Soaza Cou-
tinho — Vol. 40, pag. XV e Repertório da Revista
pag. 283.
Barão de Catuama, João José Ferreira de Aguiar — Vol. 59,
pag. 11.
Barão de Cayrú, Bento da Silva Lisboa ~ Vol. 1, pag. 156 ;
vol. 40, pag. XV.
BaHLo de Cocaes, Josó Feliciano Pinto Coelho da Cunha ~
Vol. 7, pag. 422 ; vol. 40, pag. XV.
Barão de Cotegipe, João Maurício Wanderley — Vol . 40,
pag. IV.
Barão de Dayser, Leopoldo Daysor Sylbach — Vol. 2,
pag. 276.
Barão de Desterro, João José de Almeida Couto— Vol. 40,
pag. IV.
Barão da Gamboa, José Manoel Fernandes Pereira —
Vol. 23, pag. 625 ; vol. 47, pag. 545 (2» parte).
Barão Gore Ouseley — Vol. 40, pag. VIII.
Barão de Guajará, Dr. Domingos António Raiol — Vol. 29,
pags. 335, 363 e 416 (2» parte).
Barão Gustavo Schreiner — Vol. 39, pags. 431, 444 e 451
(2» parte).
Barão Homem de Mello, Francisco Ignacio Marcondes
Homem de Mello — Vol. 21, pag. 487 ; vol. 22, pag. 640;
vol. 40, pags. 452, 525 e 530 (2» parte).
Barão de Humboldt— Vol. l,pag. 363.
Barão do Ibiapaba, Joaquim da Cunha Freire — Vol. 54,
pags. 184, 192, 198 (2* parte).
390
REMSTA tio INSTiTUTt) MISTORZCO
i^ooio* — Uikrão de Ibituraua — V. Viscúõde.
Barão de Uamaraca — V, Vidconde.
Barão de Japurá, Miguol Maria Lúiioa^ Vol. 50, pag. U.
Barão dô Jaguarary, M&rcofl ADtjQio Bncio ^ Vol. 4f\
Pikg. XV.
Barão de Javary. João Alves Lottroiro —Vol, 50, p«f . 11.
Bai^o de la Barre-- VoL 63, pags. 491, 4\Ú o 5Q0 (^ parte).
Barão do Ladarlo, Joiô Ua Coita A /.e vedo — Vol. 25,
pjgs. Ô7T e 691 ; voL 67^ pa«. 46á (^* parte),
B^rao de LaQ^adoriT^ Kiuilio Laogsdorff —Vol. 40, pag. X*
Barão do Lavradio, Dr. José Pereim Ro^^o —Vol. 40 paif. l;
voL 52, pag. V ; toI 55. paç. 537, (H^ parte),
Bii^dd Lopes Netto. Dr. ^llppe Lipoa Netto — Vol, 3,
pag. 494.
Barão d0 Lorena, EsieTão Ribeiro de Rmeode — Repertó-
rio da Htívisia, pag. 2>4.
Barão de Loreto, Dr* E^ankllo Américo de M^neze*) Dória
—Vol, 33, pag. 391; voL 59, page. 294, 3Cf5, ^2><, 332 e
33 A {^ parta).
Barão de Macnhutas, Abilio César Borges — Vol. 49,
pag. VII.
Bamo de Marauiá, João Wilkoos de Mattos ^ Vol. 33,
pag. 377; Tol. 37, pag. 423; vol, 3^, pags. 374 e 382
(2* parte).
Barão de MaUojo. Joeé Joaquim Rodrigaea Lopoe — Vul. 4,
pw. «18 ; vol. 40, pag. IH; voL 47, pag. 545 (2^ parte).
Barão de Mauá — V. Viecoiide.
Barão de Melgaço, Augneio Levorger —Vol. 15, pag. 576;
vol. 40, pag. V.
Barão de Meodes Xota, João Aatooio de Mendes T jta —
Vuh 54, pags. 172 e 17i» (2* parte).
Barão do MíraQd'4 Reis, Joêá do Miranda da Silva Reia —
Vol. 4 s pig. 570 ; vol. 49, pagi. 478 e 484 ; vol. 50,
poif, 290 (2* parte) ; vol. 66, pag. 121 {^ parte).
Barão d^ Muntiba> Manoel Vieira Tosta.- Vol, 67, paga.
438, 443 o 44Ô (2* parle).
Barão de Nogueira da Qama — V. Viâconde.
Barão de Olber^ — VoU 4 J, pag. VIIL
Barão de Oliveira Castra, José Mendes de Oliveira Castro
-^ VoK 53, pege. 538, 539 e 542 (> parte).
Barão de Ourem, Joeé Carloa de Almeida Arèas — Vol. 48,
pags. 3'>3 e 379 ; vol, 4J, paga. 461 e 454 (2* parte).
Barão Polet — VoL l, pag. 365.
Barão do Peneio» Prancitoo Igaaoio de Carvalho Moreiíu^
VoL 50. pag. VI.
Barão de Petrópolis, Dr, Manoel do Valladão Pimentel —
VoL 50, pag. HL
Barão de Planttz— Vol. 41, pag. XX.
Barão da Poote Ribeiro, Duarte da Ponte Ribeiro —Vol. 2,
pag. 14« ; voL 3, pag. 5}8 ' voL r>0, pag. L
BankFdeQaaralnm, Pedro Kodrígties Fernandes Chaves »
VoL 1. pag. 145.
INIMGB DOS V0LU.>ÍBS 1 A 67 831*
^oeiof3 — B«rão de QaarUm, AQtonio Thomaz Quartiniv
— Vol. 54t pag. I7á (2» parte).
Barão de Raboredo, António Lopes da Costa Almeida ->
Vou 3, pag. 354.
Bai€o de Ramiz, Dr. Bdajamin Franklin Ramiz Qalv^o
— Vol. 3ô,pag8. 277 e279; vol. 35, paga. 547, 551 o
561 (2» parte).
Bai^ de Reiffanberg, Frederico Augusto Fernandes Tiio-
maz — Vol. 40, pag. IX.
Barão Ribeiro do Almeida, Dr. João Ribeiro de Al-
meida — Vol. 28, pags. 313 e 315; yoK 29,
pags. 358 e 401 ; toI. 64, pags. 303, 311 o 315
{f^ parte).
Barão do Rio Branco, José láaria da Silva Paranhos Júnior
— Vol. 30, pag. 470, 484; vol. 58, pags. 301, 307 e 313
(2* parte).
Barâo de Rouen — Vol. 2, pag. 531 .
Barão de Sant*Anna Nery, Frederico José de Sant*AnQ.\
Nery— Vol. 48, pags. 356, 3t55, 368 e 395 ; vol, 60^ pag.
353 (2» parte).
Barão de Santo Angelo, Manoel de Araújo Porto Alegre —
Vol. 1, pag. 145; vol. 22, pag. 640; vol. 43, pag. 394
(2* parte).
Barão de S. Diogo, Diogo Teixeira de Maoedo — Vol. 5(^,
pag. 11.
Barfto de S. João Nepomuceno, Pedro de Alcântara Cj>
queira Leite— Vol. 40, pag. IV.
Barão de São Falix, Dr. António Fellx Martins— Vol. 10,
pag. IV.
Barão de Souza Queiroz, Francisco António de Sou: a
Queirós-^ Vol. 40, pag. IV.
Barão de Teffé, Luiz António von Hoonholtz —Vol. 27,
pag. 350; vol. 45, pag. 475; vol. 48, pag. 338; vol. 5 »,
pag. 308 (2* parte) .
Barão de Therezopolis, Dr. Francisco Ferreira de Abreu —
Vol. 25, pag. 695 ; vol. 2ô, pags. 891 e 898 ; voL 60i pag;
434 {2^ parte).
Barão das Três Barras — V. Visoonde de Jjwaary.
Bai^o de Uruguayana, Angelo Mualz da Silva Ferraz —
Vol. 40, pag. XV.
Barão Wallkenaer — Vol. 2, pag. 307.
Barão de Wlldiok— Vol. 41, pag. 241 ; vol. 43, pags. 434 e
439 ; vol. 45, nag. 458 (2» parte).
Baronet Arthur de Capei Brooke — Vol. 1, pag?. 374 —
V. Arthur Gapel.
Baronet Sir Gore Ouseley — Vol. 1, pag. 380.
D. Bartholomeu Mitro — Vol. 34, pagj. 346, 947 e 333
(2» parte).
Bartholomeu Pacca, Cardeal —Vol. 2, pag. 267; vol. 3,
p»g. 501.
Dr. Basílio Augusto Machado de Oliveira -^Vol. 53» pag^.
477 e 485 (^ parte).
80i HKVISTA IK.> INSTITUTO HlSTOniCO
l9i>cto4 -- Carlos Rifcw — Vol. 40. pag. YIII.
Carlos Roberto de Planitz tBar&o) — Vol. 49, pag. XX.
Carlos Vidal de OliTolra Freitas -- Vol. 63, pags. 494, 498,
505 o 510 (Z*' parte).
Carlos Wiet — Vol. 40, p.ig. XI.
Carlos Zuechi — Vol. $, pag. H(S.
(-ussiai)o Si>orldíSo de Mello e Mattos— Vol. 1, pag. 248.
Coi\)Ul — Vol. :?í, pa^jT. 763.
Dr. Oesar Aaçusto Marques— Vol. 17, pag. 593 ; vol. 28,
pags. x^, áw e 29i) (S* part-^) ; vol. 50, pag. 348 ; rol. 51 ,
oaií. 24Í; vol. 57, pag. 597; vol. 60, pag. 337
(3^ |\vrto).
t\*aar Cantu — Vol, 33, pags, 386, 3Í^. 405 e 400 (2* parte).
l>r. Ooííarlo Kiigenio Gomes do Araiigo — Vol. 10^ piíg. 857 ;
vol, 15.;^*:. 55e
Or. U^sarlo da Mott^. Júnior— Vol. 59, pags. 271, 297, 305
o :íe5 (i^* \urto).
hr. Chaiwt vJoan Martin) • Vol. 5^ pags. 476 e 521
U'* part*K
Pr, rhristiaDO Fn? Jericó Seybold— VoU 56, pag. 185;
vvil. 57» pag.^. :W, :ví5 e 33í> (?• parte).
Ctnoinato (>«ar da Silva Braga — Vol. 58, pags. 301, 323,
:h4o.vc v3^i>arteK
t'íar\^ Montoiro do Amaral, monsenlior -» Vol. 63, pags. 503,
>*n> e 5h\ : v\d. 6i. pag. h>7 («• parte),
(laudio Oarlv^s Kstevào Hernoux — Vol. 5, pag. 499 ;
vuL ÁxK iwfcg. XX.
riuudl.» i^haby — VoK 3í, pa^^. :i79 (2* parto).
Olautiio l.mi da i osta — Vol. 1, pag. 144.
inv Olauaio V; lho da MjtU MaU — V. Oonde de Motta
Maia.
\h\ riomoato Alvatve do Oliveira Mendes de Almeida --
VoL 40. ivk^:. l\.
Olovis Lam*rr.i - Vol. :>U pag* 255; rol. 6í, pag. 477 ;
^ol. M. i^Míí. í^M e :í»J9 (í* i»arte).
i\»ndo Ain«»d^ Pa^toret — Vol. U pag. **^.
i^oiulo Aruwn do Alloavillo — Vol. 1, pig. 365; rol. '^\
\^« M\
C\»udo do H xop^^iUy, Brai Oaraoiro Nogueira da Gama —
VoL 50, i^g. u,
Coiide do Blou loiT a>oittotdo vle Bloodoff) ~ Vol. 1, pag. 367 ;
vol, 4. jw^g. ^^^.
Conde da Rja Vi$ta - Fr^nolsoo do Rego Barros - Vol. 40,
SíUiS ''i* «->"**¥<*•» - ^■'>»- »• P»«- -*3 '. ^>- ■»». pai- XX.
™S «»* Cinorlne (tí. d* C.) - Vol. í. v^f. S<>7 ; toI. 4.
pag. «icf.
Conde Oematrio Blodoff _ v. aSi9&B&t.
índice dos volumes 1 a 67 393
Sócios — Caetano Maria Lopes Gama—V. Visconde de
Maranguape.
Camillo João Valdetaro — Vol. 15, pag. 579; vol. 47»
pag. 545 (2* parte).
Dr. Cândido de Azeredo Coutinho — Voi. 40, pag. III.
Cândido Baptista de Oliveira — Vol. I, pag. 64.
Dr. Cândido Borges Monteiro — Vol. 1, pag. 24S.
Cândido Costa— Vol. 6i, pags. 188,* 815, 257 e 258
(2* parte).
Cândido Gaffrée — Vol. 53, pags. 483 e 492 (2* parte).
Cândido José de Araújo Vlanna — V. Marquez do Sapu-
cahy.
Cândido Luiz Maria de Oliveira — Vpl. 63, pag. 4B5
(£* parte) ; vol. 07, pags. 416, 422 e 435 (2* parte).
Dr. Cândido Mendes de Almeida — Vol. 31, pag. 349;
vol. 32, pags. 253, 296 e 300 ; vol. 39, pag. 443 ; vol. 40.
paga. 435 e 445 (2* parte).
Cândido Thadeo Pereira Brandão (padre) — Vol. 50,
pag. II.
Carlos António de Bulhões Ribsiro — Vol. 40, pag. XVI.
D. Carlos António Lopes — Vol. 7, pags. 116 e 559.
Dr. Carlos António de Paula Costa — Vol. 55, pag, 417
(2* parte).
Dr. Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo — Vol. 37,
pags. 392 e 398; vol. 42, pag. 284 ; vol. 43, pag. 396
(2» parte).
Carlos Augusto Peixoto de Alencar, (padre) — Vol. 40,
pag. XVI.
Carlos Baptista Pereira de Mello — Voi. 58, pags. 300, 312
e323(2» parte).
Carlos Christiano Rafu — Vol. 40, pag. VIII ; vol. 3,
pag. 509.
Carlos Emilio Adet — Vol. 40, pag. XVI.
Carlos Estevão Brasseur de Bourbourg — Vol. 30, pag. 474;
vol. 31. pags. 345 e 395 (2* parte) ; vol. 49, pag. XX.
Carlos Frederico Felippe de Martius — Vol. 2, pag. 401 ;
vol. 49, pag. XX.
Carlos Frederico Hartt— Vol. 38, pags. 348, 360 e 372
(2» parte).
Carlos Honório de Figueiredo — Vol. 40, pag. IV.
Carlos de Ibanez, Marquez de Mulhacen — Vol. 52, pags. 476
e 521.
Dr. D. Carlos J. Alvares— Vol. 36, pag. 603 (2* parte).
Carlos von Lede — Vol. 40, pag. X.
Carlos Lix Klett - Vol. 64, pags. 305, 312 c 315 (2*^ parte).
D. Carlos Luiz d*Amour, Bispo de Cuyabá — Vol. 55.
pags. 352,363, 384, 413 e 420; vol. C4, pags. 163,
164 e 168 (2» parte).
Carlos N. Allon — Vol. 3, pag. 347.
Carlos Pradez— Vol. 39, pag. 443; vol. 40, pag. 488
(2^ parte).
Carlos Reybaud — Vol. 22, pag. 703.
oí5.> Ri^-^r.v uo Evsrrrrro HZSTOfii»x^
s^ooiòs^ — Dc3L.ejàiu ia Costi Morcin — V.-l. 1. pi^. 774.
Dr. IXxxun^M Aaioaio Raisl ~ V. Barlo de GiuJArã.
DoauAx<:« Bocv^ àà BarTos — V. Tisoonde di Pedra
BnoA
D. Oooiin^cs FiLOBrâtj Sàrmittiu — Vol. Itt» pag. 6i0 ;
^n>í. IT. ?a.ç$. ?5 e n5; TQi ♦», psiL:. SI.
DomíxcoÊ :^}Sé JoiscftlT^H >!• ¥.iyuft,l<» — V. Viacoode de
O?. OoJiia^v Jodé Xmtkíta Jj^nsirlbe PiU^j — VoI. 4U
pi-r. *>: : Tv>^ -iS* pa^ ?0e^ íli^. «? ; toÍ- 54. pj^. Ifi»?.
A'. :ÍL>i .:? paríe»
Dr. Docxuo^ns 3iLànak> ie Axr«^i«> Amert^suio ~ V^>1. 1,
Dr. D. CV^díac:» S^wu Uirii — V^. oi ptg. 2S4 ;
CHKiirz^w Stfànis P^rrcLra PteiLà— Vol. :9. paga. 362,
;iíf^..^; Tot. *X pikrs. «k 4» i:i* par»).
0«ar» G^i<5aTj X\rj«trA S^<àr«i -- Vol. 5ô. pxr. 453
i^ pane — V. OtfòtaTj Oiur^ No^cueiri Sv^anss.
Djurte ia FVav RiNkto ~ V. VsíqojÍiÍo de I\nte Ribeiro.
D»i::e ioí Abrais» — Va. â?» pjk^. :?*), 243 e 217
ir* par»».
Du^iTie de 0;!kxUs. Laii aIt^ ia L =3a — V<>1 9» pa;. 136.
Duque de :>oad^^an:i^ ~ v^L 1. pa^. :^ ; toI. S»
pa^. ^;>. Tcl. ^^M^:. :?:7ve*pir:e>.
Daque d KlcMn^^eo. Mif lel L ;U FeUx Nej — Vol. 1 •
p^vr- o7l.
DoKaa de U NCiU — V^I. 2. pa^. 39?.
Duqoe de \I<xx;ao:^íoey« A&ce L*iix Victor Raal — Vol. I ,
pajT. 355; Tol. 2. par. dãi^.
Daqo4 de PilmeU» — Vol. S, pa?. 5.r : rol. 7. pa*. 2C7.
Du^ue de Põix. .\nUQio c;aa«uo D.^maaieo Jnsi — Cinde
de .XoiUes -- Vol. 1, PM» ^-^*
Dnque de Saldanha -- Vol. 10. pif. 123.
Doqua de SanU Chratíaa. Prinoipe de Sc;lla~Vo1. 40,
pa^. VIII.
Duque de Saxe — Vol. 27. pa^r. 377 i** pirte).
Da^ue di Serra di Falov\ Djcueaico de ia Fa4sa Pieira Santa
— Vol. ò» pa^, 5^*^.
E. Glaiiou — Vol. 5S. pa^. 510 (2* parte).
Edmo Franoi9e^ Jomard — Vol. 1, pag. 3Sl ; rol. 2.
paíC. 51S.
Eduardo Alchorne — Vol. ^, pag- 405.
Dr. Eduardo Augusto Pereira de Abreu •- Vol. 49,
pa)c. 432; toI. 50, pagf . 341, 352(2- parte).
Ed. Uureau — Vol. 31, pag. 360 (t^ parte).
Dr. Eduardo Ferreira França — Vol. 18, pag. 430.
Eduardo Jaegher — VoL 4, pag. 21*3; Toi. 56, pag. 207
(2* parte).
Eduardo José de Moraes —> Vol. :«, pag. 280; vol. 34,
pag. 349 ; rol, 35, paM. 63m e 547 (2- parte).
BduÚHio Laommert — Vol. 9, pag. 503,
n)
VI.
•lo
10.
10,
523
IS4
l/a
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O.
de
39G
REVrSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
^oolò*4 — Domiciano d» Costa Moreira — Vi»l. l, pag. 374.
Df. DoQiJD^os Aotonfo Riial — V. Barão de Oiiaj<irá,
DomUigoa Borgeá de Barros — V. Visconde da Pedra
Branca .
D» Doralngoa Fauattao SarmieQto— Vol. 16, pag, 630;
Yol. 17, pa<?8. 78 o 83; vol. 4(1, ptu-. XI.
Dorain;,'OS José Gonçalves de Magalhãoa— V. Visconde do
Araguaya.
Dr. Domiogoa José Kogaeira Jagaaribe Filho — Vol. 41,
pauf. 400; voL. 46, paga. 606, 619, 628; vol. 51, pags. 198,
2ú:u â09 (2^ parte)
Dr. Domingos Marinlio dô Azevedo Americano — VaL 1,
pog. 360.
Dr. D« Domingos Santa Maria -- Vol. 32, pag. 264 ;
vol. 33, pag3. 384, 405 (3* parte).
Domingos Soares Ferreira PaDua— Vol, 39, paga, 362.
3^9,393; vol. 40, pa^s. A2S, 439 (2^ parte).
Duarte Gustavo No^rueira Soares — VoL 52, pa^. 463
(2» parte) — V, Gustavo Duarte Nogueira Soares.
Duarte da Ponte Ribeiro — V. Visconde de Ponto Ribeiro.
Duque dos Abrtizzos -" Vol . 66, pags, ^40, 243 e '^47
(,;^ parte).
Duque de Caxias, Luiz Alves de I/ma — Vol 9, pag. 136.
Duque de Doudoiunlle — V(^l, l, pag, 36b ; voL 2,
pag. 2i3S; vol. b% pa;?. ^7 ('^^ pafto).
Duque d Elchia;?:eni Miguei Liiz Fellx Ney— Vol. !•
pag, 371.
Dureau do La Maile — Vol. 2, pag. 30*/.
Du^ue de Montmorency, Anne Luiz Victor Raal — VoL i,
pag. 3Ô5; voL 2, pa;^. 264.
Daque de Palmella — Vol. 3, pag. 397 ; vol. 7, pag. 267.
Duque de Poix, Aatonlo Cláudio Djmonico Just — C>nd0
do Xoillea — Vol. 1, pag. 3j5.
Duque de Saldanha — Vol. 10, pig. 128.
Duque de Santi Christina, Principe de Scilla — Vol. 40,
pag. vm.
Duque de Saxe — VoL 27, pag. 377 (2* parte).
Duque di Serra di Falco, D ^menlco de la Passa Pietra Santa
— VoL fs pag. 50*).
E. Glaziou — VoL 52, pag. 516 (2* parte)*
Edmo Francisco Jomard — VoL l, pag. 331; voL 2.
pag. 518.
Eduardo Alchoroe — Vol, :i, pag. 405.
Dr. Eduardo Augusto Pereira de Abreu — Vol, 49,
pag. 432; vo!. 50, pags. 341, 352 1 2- parte).
Ed. Bureau — VoL 31, pag. 360 (íi^ parte).
Dp. Eduardo Ferreira Fraaça — Vol. 18, pag. 430,
Eduardo Jaegher — VoL 4, pag, 210; yoL 56, pag. 207
(^ parte).
Eduardo José de Moraes — VoL 32, pag. 280; vol. 34,
JKig, 349 ; voL 33. pagf. 53y e 547 (2* parte),
uardo Laommert^ VoL 9, pag, 563,
índice dos volumes 1 a 67 397
Sócios — Eduardo Marques Peixoto — Vol. 65, paga. 430,
446 (2* parte) ; vol. 66, pags. 266. 270 e 271 (2» parte).
Eduardo de Mello CoutíDho Mercior — Yol. 56, pag. 194
vol. 57, pag. 328 (2» parte).
Eduardo MuUer — Vol. 63, pags. 528, 530, 531; vol. 64,
pag. 211 (2* parte).
Eduardo Paulo da Silva Prado— Vol. 52, pag. 516 (2* parte);
vol. 62, pags. 309, 31?, 316 (g*» parte).
Dr. D. Eduardo Poirier — Vol. 67, pag. 402 (2» parte),
Dr. Eduardo de Sà Pereira de Castro — Vol. 31, pags. 345
e397 (2* parte).
Dr. Eduardo da Silva Prado — Vol. 61, pag. 687 ; vol. 64,
pags. 226, 260 (2^* parte).
Ecfward Everett — Vul. 25, pag. 673.
Elisée Reclui - Vol. 56, pag. 179 (íi« parte).
Emiliano Faustino Lins — Vol. 19, pag. 172, supp.
Dr. Emilio Augusto Goeldi — Vol. 63, pags. 528, 530, 531 ;
vol. 64, pag. 161 (2» parte).
Emilio Eugénio RaíTard — Vol. 63, pags. 528, 530, 531
(2» parte) .
Dr. Emílio Joaquim da Silva Maia — Vol. I, pag. 8.
Emilio Langsdortf (Barão) — Vol. 5, pag. 246.
Emilio Levasseur — Vol. 52, pag. 516.
Emilio Rodrigurs Meadoza — Vol. 65, pags. 518, 521, 526,
535 (2* pane).
Dr. Emraanuel Liais — Vol. 29, pags. 358, 363, 415
(2» parte).
Enrique Moreno — V. Henrique B. Moreno.
Epiphanio Cau-iido de Souza Pitanga — Vol. 30, paga. 470 e
48Ô (2* pariu).
Dr. Epitacio Pessoa — Vol. 64, pags. 159, 163, 167, 193
(2» parte).
Dr. Ermoliodo A;?ostinho de Leão — Vol. 63, pigs. 455,
522, 530, 531 (c» parte).
Dr. Ernesto Ferreira França — Vol. 22, pag. 658 ; vol. 23,
pag. 618.
Dr. Ernesto Ferreira França (fllho)— Repertório da Revista,
pag. 286.
Ernesto de Hessc Wartegg — Vol. 66, pags. 171, 174 e 176
(2* parte) .
Ernesto Quosada — Vol. 64, pags. 160, 305, 312, 315
(2« parte).
Ernesto Senna — Vol. 66, pags. 206, 223, 239 o 244
(2» parte).
Ernesto do Stackelberg (Conde) — Vol. 4, pag. 391 .
Dr. Estanisláo S. Zeba lios — Vol . 45, pags. 460, 464;
vol. 46, pags. 609, 618, 623; vol. 52, pags. 460, 461
(2* parte) .
D. Frei Estevão de Jesus Maria, Bispo de Angra — Vol. 15,
pag. 577.
Estevào Leão Bourroul — Vol. 64, pags. 209, 280, 294, 297
(2» parte).
308
niiMSl A DO INSTITUTO UÍSTORIGO
iSocioB — BstevSo Eatphael do CarTalbo -- Repertório da
Revista, pai?, 2m, voL 40. pag. XVí.
Estevão Ribeiro de Roxende — V. Barão de Lorena —
Nfarquex de Valença.
Euclides da Cunha— Vol. m, pags. 139, 131» 141, 149,
171 e ãs9(2*parte).
Eugonio (laray de Moaglave — Vol- 40, p\g. Vllí.
Eugénio de Sabóia Carignan (Pnncipo) — Vol. 49, pig. XXI.
Euzebío de guciros CoutiQbo Matcoso Camará ^ Vol 1,
pag. 157.
Evaristo Affonso do Cistro — VoL 5ti. paf«. 414, 422;
voL 54, pag^. 22ae2:i7 (2- parte),
Evaristo Leoni (coronel I — Vol. ?2, pig. 075; toI. ^,
p.vg, 618 — V. Fran;isco E varia to,
Dr. i:var 8to Nunes Pirea — Vol. 36, pag. 5G0 ; vol ♦ 37»
pag8. 411 e 447 ; vol. 56, pag. IB3 ; vol. 42, pag. SOI
(S'^ parte).
Ezequiel Uricoechôa — VoU 37, pog. 421; voK 38» pags.
377 e 2S'Z (2' parte).
Fausto Augusto do Aguiar — Vol, 53, pag» ft54 (2* parte)»
Fedor Petroviteh Lutko (contra-almirante) — VoL 49,
pi^. XXI,
Feliciano Pinheiro Bittencourt — Vol. 58, pags. 408, 420.
476 e 521 t2* parte K
Felício Pinto Coelho de Mendonça e Caatro — Vol. 40,
p«g. IV.
D. Ptílícd Santaogelo — Vol. 5, pig, IM ; voL 40, pag. X,
Felippe Francisco de Lavonundiere — Vol. 49, pag. XX f.
Pelippe José Pereira Leal — Vol. 40, pai? IV.
Felippe Lopfs Notto — V, Barão do Lopes Netto*
Felippe Maria Quílhormo von der Macilen --Vai- I, pa^r.
304 ; vol. 49, pag. XXI.
D. Felippe Pardo — VoU 40, peg. IX,
D. Felippe Rizzi - Vol. 5, pag, 369.
Felippe Victor ToJichard — VoL 5, pog. 499; toL 40,
pag. X.
Dr. Foliflbelto Firmo de Oliveira Freire— Vol. 53, pags.
481, 498; %oI. 57, pag. 328; vol. 03, pag. 47 4
(2» parto).
Dr. Feliíbellode Oliveira Leite — VoL 51, paga. 826 e 233
(2> parte).
Féíisbe ta CaMoira Brant— V. Vificjnde da Barbacena.
Folix Kmiíío Taunay — Vol. 1, pug. 157.
Felíx Peixoto do Briio e MiMlo — VoK ."SO, pag. UK
Dr. Felizardo PinhHÍi*o de Campais — Vol. L pag. 3í>7.
Dr. Foliara o Toscano de Brito — Vol. 7. pag. 3»í>.
Fordinanii Herthier — VoK l, pag. 365; vol. 2, pig, 2úS ^
Ferdínand Denis — Vol. Ô, pasç* 510 ; vol. 7, pag. 415.
D. FcrdinanI di Lticca — Vol. 40, pag. X.
Fernanfk» Halíeld — Vol. 40, pags. IX.
Dr. Fernando Lniz Osório ^ Vol. 56. pags. 300, 328, 3^4
o367t2» parte)
INDICB I>OS VOLUMBS 1 A 67 399
fllodos — Féroando Petrioh ~ Vol. 40, pag. X(.
Fernando Sebastifto Dias da Motta — VoL. 1, pag. 145 .
Fernanx Gois pana •— Vol. 40, pag. IX.
Ferrero, General (Annlbal Ferrero) — Vol. 52, pjigs. 476 e
Wl (2*pirte).
Ferri, commendador — Vol. 40, pag. IX.
Finn Ma«rnu88em — Vol. 40, pag. IX.
Firmino Herculanode Moraes Ancora — Vol. 40, pag. XVI.
Firmino Rodrigues Silva — Vol. 1, pag. 6£.
Dr. Florêncio Varella— Vol. 40, pag. XX.
Florlano Vieira da Cosia Dalgado — Vol. 1, pag. 355.
Francisco Adolplio de Varnhagen — V. Visconde do Porto
Seguro.
Francisco Agostinlio Oomes — Vol. 40, pag. XVI.
Francisco de Almeida Portugal — V. Conde de Lavradio.
Francisco Alvares Maohado do Vasconcellos — Vol. 40,
pag. XVI.
Francisco António Monteiro Tourinho— Vol. 46, pag. 623
(3" parte).
Francisco António da Oliveira — Vol. 50, pag. 111.
Francisco António Pimonta Bueno — Vol. 40, pags. 463,
487 e 504 ; vol, 46, pag. 6:^7 ; vol. 49, pags. 478 e 484
(2» parte).
Dr. Francisco António Ribeiro — Vol. 40, pog. XVI.
Francisco António de Souza Queiroz — V. Barão de S^uza
Qieiroz.
Francisco Augusto Pereira da Costa — Vol. 46, pags. 692 o
625 ; vol. 49, pags. 478 e 484 (2» parte).
D. Francisco Bafarull y Sanz — Vol. 63, pagti. 474, 488,
494 e 499 ; vol. 64, png. 275 (2^ parte).
D. Franoisc3 Balthazar da Silveira — Vol. 3, pag. 499.
Dr. Francisco Baptista Marques Pinheiro — Vol. 57, papr.
352 ; vol. 58, pags. 316, 359 e 365 (2* parto).
D. Francisco de Borja Magarino de Cerra to — Vol, 3, pa^'.
50C ; vol. 4, pag. 379.
Francisco Callieiros da Graoa (contra almiiaate)— Vol. 3D,
pasr. 377 ; vol. 40, pag. 425 ; vol. 45, pags. 467 c 47r. ;
vol. 48, pag. 308 (2» parte).
Dr. Francisco de Campos Andrade —Vol. 66, pags. 246, 278,
296 e3C^2(2* parte).
Francisco Cerveileri — Vol. i\ pag. 253.
Francisco Cordeiro da Silva Torres — V. Visconde de
Jurumlrim.
Francisco Diogo Pereira do Vasconcellos— Vol. 40, pag.
XVI.
Francisco Eugénio Oaray de Monglavc — Vol. 4), pag.
XX.
Francisco Evaristo Leone — Vol. 23, pag. 745 — V. Eva-
risto Leone.
Fi^ancisco Ezequiel Meira — Vol. 1, pag. 368.
Dr. Francisco Ferreira tle Abreu — V, Barão de The:czo-
polis.
400
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
iSoclo^ — FrãQcísoo Ferreira da Rosa — (proposta) VoL 61,
pag, 640 : voJ. r,4, pagg. 158 e 162 (^ pariej.
Dr, Francisco Freire Allômâo — VoL J, pag. G2 ; vol, 36.
pag«. 55;j e 557 <2» parte).
Fraociíieo Fi-eiro de Carvafíia — Vol. 40, pag, XVI,
Df. D. Francisco Garcia Calderon — Vol, 55» pags. :i09 o
317 (2» p^rlo)*
Francisco Gé Acayaba do Mootciuma — V, Visconde de
Jequiiitihonha.
Fraocisco Gom '9 de Amoi-ini — Vol. 2'J, pag. 350 j vol. 43,
pjígs. 393. 4Õ-3. 473 e 484 (2* parte).
Francisco Gonçalves Miinins — V. ViscoaJo de S. Lou-
renço.
Francisco Guizot — VoL 2, pag. 149, voL 40, pag. XX.
Francisco Igfiacío de CarvaMio Moreira •* V. liarão do
Penedo.
Dr, Francisco Ignacio Ferreira — Vol, 48. paga. 334. 345.
351 o356{2»pari0).
Franciscj líoacio Marcondes Homem de MoUo — V, DarSo
Homem de Mellu.
Francisco Joaquim Ferreira do Amaral — Vol . 61, paj^s.
709. 711, 719 e 720 (.i* partv).
Francisco José Borges — VoL W, pa^, 5CS.
lír. Fraucisf-j Josó Forroira Baptista — Vol 1. pag. 251.
Francisco José MeiíSer — VuL ofj, pag, 207 (2» parto),
Francisco Jos<? -la Silva — VoL 40, pag, IV ; voL 47,
pag, 545 (^« parte).
Francisco Jos<3 Soarea de Andréa — V. Barão do Caçapava.
Franolsco d^í Lima eS;lva — VoL 9, pag, 5Ô3.
Francisco Matiod Alvares do .Vraujo — VuL 39, pilgi. 301,
3j4, 444 e 451.
Francisco Mano*il da Cunha Jiinior — VoL 53. psi??, 423
o 4yi ; voL 55, pags. 'Am, 37:?. 383 a 413 (^ parle)»
Francisco Manoel Martins Ramos — VoL 50, pag» U.
Francisco Manoel Riposo do Almeida — VoL 40, pag. XL
Francisco Maria Avelino — VoL 5% pag. 365 ; vol. 56,
png, 207 (i:* parto).
Francijco Maria di Cunhi (General) — VoL 63» pags. 42),
430 e 436(2* parte).
Fi*aucisco Mariani — VoL 50, pag. UI ; voL 47. pag. 545
(2^ parte),
Prancls*o Markoe Júnior — VoL 40, pag. X.
Frei Francisco do Monte Alverne — VoL O, pagí, 291 e
6í>l ,
Francisio Munjz Tavares, pa^lre — VoL 7, pag* 46í.
Frei Francisco de N- 8. doa Prazeres Maranhão— VoL L
pig. 405 ; ToL 53, paga. 424 e 428 (2» parte).
Francísoo d») Paula Almeida Albuquerque — VoL 1, pag.
260.
Dr. Francisco do Paula Cândido — VoL 40, pag. XVL
Pranoiacode Paula Maxrink —VoL 53, pag, 538 ; voL 54,
pag. 175 (2'* parto).
íHúUb dos volumes 1 A 67 401
Soelos — Dr. Fhtfieiseo de Paala M^iesM— Vol. 6, pag. 51S»
Dr. Franoisoo de Paula Rodriraes Aires — Vol. 59, pag9.
855, 268 e 274 (2» parte).
Francisco de Paula Sooza ~ Vol. 3, pag. 501 •
Francisco de Paala Sooza e Mello ^ Vol, 40, pag. XVI*
Dr. Francisco de Paula Toledo — Vol. 44, pag. 966; vol.
46, paga. 603, 6I9e 688 (8^ parte).
Francisco de Queiras Coatilino Mattoso Gamara — Vel. 40
pag. XVI.
Francisco Ramiro de Assis Coelho — Vol. 40, pag. XVI.
Francisco Raphael de Mello Rego — Vol. 60, pag. 364 ;
vol. 61, pags. 587, 593, 635 e 637 (2* parte) ; vol. 67,
pag. 448 (2» parte).
Franoisoo do R^ Barros— V. Conde da Boa Vista.
D. Francisco do Rego Maia, Bispo de Nicttieroy.— Vol. 60,
pags. 330, 845 e 348 (2» parte).
Francisco Renato — (Conde de Chateaubrland) — Vol. I®,
pag. 363.
Francisco de Salles Torros Homem — V. Visconde de
Inhomirim.
Fr. Francisco de S. Luiz, Bispo resignatario de Coimbra —
Vol. 1% pag. 367.
Dr. Francisco da Silva Lopes — Vol. 1«, pag. 248 ; vol. 47,
pag. 546 (2» parte).
Dr. Francisco de Souza Martins— Vol. 40, pag. XVI.
Dr. Franoisoo de8òiiEa'Ramos — Vol. 8, pag. 152.
Francisco Travassos Valdez— Vol. 42, pag. 269 ; vol. 50,
pags. 349 e 358 (2<' parte).
Francisco Villela Barbosa — V. Marquez de Paranagaá,.
Franciseo Xavier Monteiro da Franca— Vol. 40, pag. XVI.
Dr. Francisco Xavier Muniz — Vol. 9, pag. 568.
Frank Vicente — Vol. 55, pags. 365, 404, 413 e 420
(2» parte).
Franklin Américo de Menezes Dória — V. Bai^o do Lo-
reto.
Dr. Franklin Távora — V. Joio Franklin da Silveira
Távora.
Dr. Frederico Augusto Pamplona— V. 40, pag. XVl.
Frederico Carneiro de Campos — V. 40, pag. 16.
Dr. Frederico Erràzuris — Vol. 35, pags. 585, 689 e 533
(2* parte).
Frederico Francisco de la Figanière — V. Visoonde de Fi-
ganière.
Frederico José de Sant*Anna Nery — V. BarSo de Santa
Anna Nery.
Frederico Luiz Guilherme de Varnhagen -* Vol. 40,
pag. XX.
Frederico Luiz Jorge de Raumer— Vol. 40, pag. IX.
Fructuoso Luiz da Motta— Vol. 40, pag. XVI.
Gabriel Garnier — Vol. 42, pag. 251 (2* parte).
Gabriel Getulio Monteiro de Mendonça— Vol. 40, pag. XVI.
Gabriel José Rodrigues dos Santos^Vol, 40, pag. XVI.
831-26 Tomo lxviii. r. %
Míí
REVISTA DO IXSTITUTO HISTÓRICO
Hocioe — Dr. Gabriel llilitão de VílU Nora Machado-*
Vol, 32, pair. 268 (2' Fmrte).
Dr. Gabriel do Monte Pereira — Vol* 57, pags, 319 e 375 ;
vol r)8, pags. ^97 o 305 (2» parte).
Giildino Juetiníano da Silva Pimentel— Vol. 50, pag. 11.
Gaspar Josó Lisboa — Vol* 40, pag. XYl,
D. Genaro Merolla — Vol, 40, pag. XK.
George Bancroft — Vol. 25, pag, 673,
Dr. Goorge Martinho Tbomas —Vol, 26, pag, 891 ; rol. 27^
paga. 380 e 385 (2* parto).
QeoTge Tícknor — Vol, 25, pag. 077.
Giacomo Castnicci — VuL 40, pag. X.
Oiacomo RajaOabaglia — VoL 21, pags. 4>7 e 4sõ.
Olacomo RampoMa (Cardual) — V. Mariaoo RampoRa dol
Tindaro.
Giovani ÍAchilles do) —Vol. 52, pags, 476 e 5íl.
Oiovani Semmola— Vai. 6, pag. iS3,
D< Glrelano Pirozii — VoL 5, pa;r. 30l>.
D. Giuseppo Cova Grimardi (Marquez de Piotracatôlla) ^
VoL 40, pag. 10.
Dr. Gonçalo da Silva Porto — VuL 1% pag. 383 ; vol, 40,
pag. lô.
Goro Ousely — V. Baronet,
Gregório Tiiaumaturgo do Azevedo (General) — VoL 63,
paga. 425, 473» 477. 485 6 487 f:i* parte).
OsíílliermíJ A. Seoane — VoL 04, paga, 184, I9â o 198
(:d^ parte) •
Ouillierme Baldaino Embirussd Camaoan — VoL 40,
pag, 111
Guilher Blest Gama — VoL 20, pag, 35» > (2* parte).
Ouilhornne Cândido Bollegarde — VoL 50, pag. 290
(8' parte).
Guilherme Hunter — VoL 5ô, pag. 207 (aparte)*
iiuilbermo Schoch de Capanema -* V. Bário de Capi-
aema.
Dr, Guilherme Studart— VoL 54. pag. 294 ; voL 55,
paga. 272, 287 o 300 (2» parte).
Gustavo Adolpbo de Aguilar Paotoja — VnL 1% pag. Ô4,
ÕW3»avo Duarte Nogueira Soares — Repertório da «Re-
vista», pag. 275 — V* Duarte Gustavo.
H, Baillon — V. :n, pag. :j60 (íf-^ p.irte).
Hamilton Hamilton — VoL 3*», pag. 449.
Dr. D. Híinrique B. Moreno— VoL 5;', pags. 430 e 461
(2* parte).
Henrique de Boaurepaíre Rohan ^ V. Visconde de Beau-
repa ire Rohan.
Henrique da^ Chagas Aodrade — VoL 54^ pags. 275 e 280
(2* parte),
Henrique Guilherme Fernando BUfold ^ Vot. 49« pag, 21.
Horirique JuUo VValensteio —VoL 49, pag. 21.
I*r. Henrique Kcpke — VoL 7\ pig. 27a,
llenriluo Luiz de Niemeyer BoUegardo — V. 40, pag. 16.
índice dos volumes 1 a 67 403
Socioai — Henrique Marques de Oliveií^a Liaboa — Vol. 18'
papr. 420 ; vol. 47. pag. 545 (2* parte).
Dr. Henrique Marques*de Santa Rosa — Vol. 58, paga. 364
e 393 ; vol. 59, pags. 265 e 268 (2" parte).
Henrique Raffard — Vol. 48, pags. 355, 363, 373 e 381 ;
vol. 59, pag3. 256, 272 e 275 (2* parte).
Henrique ScHutel Ambauer — Vol. 30, pag. 468 ; vol. 31>
pags. 345 e 379 (2» parte).
Henrique Ternaux Compans — Vol. 49, pag. 21.
Herculano Ferreira Penna — Vol. 40, pag. 16.
Hercules Florence — Vol. 38. pag. 349 ; vol. 39, pag. 373 ;
vol. 40, pags. 526 e530 (2* parte).
Hermann E. Ludwig —Vol. 8», pag. 557 ; vol. 56, pag. «07
(2» parte) .
Honório Decio da Costa Lobo —Vol. 62, pagj. 292, 319;-
336 e 33S (2» parte).
Honório Lima — Vol. 62, pags. 326, 343, 351 e 356
(2» parte).
Horácio de Carvalho— Vol. 63, pag. 492; vol. 64, paga. 276,
294, 297 e 302 (2» parte).
Horácio Emílio Say — Vol. 40, pag. IX.
Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva — Vol 40, pag. XVI.
Ignacio Alvares Pinto de Almeida — Vol. 1», pag. 157.
Ignacio de Barros Vieira Cajueiro (Dr.)— Vol. 40, pag. XVI.
Ignacio Joaquim da Fonseca — Vol. 52, pag. 480 (2* parte).
Ignacio Manoel Alvares de Azevedo — Vol. 1<>, pag. 144.
Ignacio Rodrigues Bermude, padre — Vol. 3"*, pag. 843.
Ildefonso Leopoldo Bayard — Vol. 2», paga. 397 e 518.
Innocencio Francisco da Silva — Vol. 22, pag. 663 ; vol. 23,
pag. 618.
Innocencio da Rocha Galvão — Vol. 40, pag. XVI.
Innocendo Serzedello Correia, Dr. — Vol. 62, pags. 298,
352, 363 e 385 ; vol. 63, pag. 467 (2* parte) ; vol. 66,
p.g. 268 (2* parte).
Ireneo Ceciliano Pereira Jofeli — Vol. 54, paga. 864, 881,
295 e3.)0 Í2» parte).
Ireneo Evangelista de Souza -> V. Visconde de Mâuá.
Isaac George Strain — V. iO, pag. X.
J. B. Eyri(?s — Vol. 8% pag. 397.
J. B. Leagrô — Vol. 43, pag. 401 (2» parte).
J. C. Millietde Saint Adolphe — Vol. 40, pag. Xí.
J. Ferreira Moutinho — Vol. 32, pag. 259 (2* parte).
J. du Fief — Vol. 4:3, pag. 401.
J. J. Peçanha Povoas — Vol. 33, pag. 391 (2* parte).
J. L. de Saint Georges — Vol. 5, pag. 246.
J. Nunes de Andrade — Vol. 14, pag. 429.
J. P. Hoebecke. Dr.— Vol. 56. pag. 207 (2* parte).
J. S. Leite de Moraes, D.— Vol. 47, pag. 587 (2* parte).
Jacintho Pinto Teixeira — Vol. 1% pag. 145.
Jacinto Reglno Pachino — Vol. 60, pag. 307 (2* parte).
Jacintho Roque de Seona Pereira —Vol. 1% pag. 158.
Jacob van Erven — Vol. 8«, pag. 404.
404 RK\TSTA Th:» IXSTnTTO HISTÓRICO
«Vio^u.^ Allwni» Uaibsffl Oaetalat— Vol. 0% pag. 264;
tal, 4)l«i>ji^« \X2i.
Jaiui \no 3a iVimka âftrKa» — V^l. i, p&g. 8.
.*AN^i :^pàní — \4^, :% }*|r, 5:4 ; toI. 2», pag« 533.
J^Aiav» 0«M4^n FWi^íMf — Vcú, Sw pigre. <r73« 691 e 7^«
.'*v4n Tl* N onnr — N ol, ?• s ?•#. âí3C' í* p&rte;.
Jíofou\n)«> iCmU)A.3x^ d« Jk-nàraâ» — V«i« IO, pagr. 2GI«
.i«i^uy.«t^ Frjui.-^iiei» Coe^: ~ Vai. 4X paf. XVI.
Kr»i .)<M\\<vnM \Uria i>útt:^ CÊ^àsa^^ Vcu. C^, pafi. *»,
r»Si> ♦ c\;M i?» panei,
b. J«i\ui>«d rh£i9a àa sank ftPDslúyada Baiia— VoL 'O,
Dr. JlA.x^Ya>,> Y;Uftia i» C^firo TariTB — Vai. *:,
l^^ XVlK
J««ttiao «U :^>rm >W1.^ — Y:*:. •, , pa|». 2*.- 54-- àx. e
í» Vi** >>arie .
\4%^ AhlN^.to v\^n^ ^ Ou:Tftra e:.i.áeLiic^j : — T^- 4-,
Job V)v^ l^ourvin» -• V. âar&» ét iamrj.
Aiào Aiwa rorirUa — \\a. 5 >. par. 13.
;>r« Júàa \auv&io ie .va»T«dL^~ Vil. .-, pa^ - ^'^- ; '«'âC. 4',
MC í^^ \^* r*«* ,
João Aatoiíio P^wrvirA làa Co^-^a — V^x. ' . pi^- : .
Joio Anu>a)o Lmtmjm — Yal. i, pai. P-r ; tM- ^j.
pat. XXU-
Jli4o A
Ji«o Aiiuxuo Miei<!« r.^^ -- Y. ^ir'.> âa >f«:kiaf T>ia.
Joio AaiMiOií^^ lliraaia — Yal. :. pàf. 144.
Joio Aaioaio FVrKzm 4a iTi»^ — Vol. s. pa; . à4>.
Joio ABto:)io 4« Síaapaão VaB»a ^ Vol. 1, pa^;. 145.
Joio Antoik» V:.'tx- .ManA li«ffT ^ Yal. 4\ w. XXI.
Joio Bapbjii^ B5aoJ)ev> Sttí^ — Rs3)L-:jr-:- Is 5*r-jí^,
pac« '*•- .
JobBapCUta Ojac^^ras— Vol. Tv. paç. ::.
J(âo Ba^^usti dd Castro Moraes Asias — Yol. 17. po,;. 6 1*.
Joio Bap; suk I>eb;:«t — Yoí. li, par. I^ : Tal. 4 .
^pag.XX.
Jcâo BaptUu Gaspar &U)ax de Ro.*balld — Vo!. A\
pag. XXIL
João BapQsti Perdi^j de Oliveira — Vol. &.\ pjLj. c^X^
Tol. Si, pagt. -^^á^ *.i4 e íLV vi* parto>.
Joio Bapti^u da Silva Laitio do Almnii Garrai — Y.
ViKOQ.ie de Almeida Girrat.
Joio Baptitta Ferreira de Sooaa Coutinho — Y. Bário
da Catias Altas.
Dr. J<no Bap^isca doe Sanioa — V. Visoondade Ibim-ani.
Joio Baptfsti dl SilTa Lopsa— Vol. 4, pag. ^i^.
JoiaBarIxMa Roiri^uea — VoL 38, pag. 3i0; roL 3\
paga. 173, rjy>, 4^7 • 435; toI. 45. pag. 438 (S^ paria).
índice dos volumes 1 a 67 Í05
iSooios — JoSo Benedlcto Gaspar Giffening — Yol. 40,
pag. XVII.
João Bernardo de Almeida — Vol. 50, i>ag. IIL
João Brigido dos Santos — Vol/ S5, pags. 668 e 677.
João Caetano da Costa Olireira— Vol. 9. pag. 272.
João Cândido de Brito Vol. 50« pag. m.
João Cândido de Deos e Silva — Vol. 2^ pag. 26S.
João Capistraoo de Abreu — Vol. 50, pags. 309, 321, 340
e 349 fô*" parte).
João Carlos Pardal — Vol. 40» pag. XVII.
João Carlos Pereira Pinto — Vol. 26, pags. 871 e 875.
João Carlos Saldanha de Oliveira Daon — V. Dnqiie de
Palmella.
João Carlos de Souza Coutinho — V. Conde de Unhares.
João Carlos de Sonza Ferreira — Vol. 51, pHf- ^^ » ^ol.
52, paíf . 544 (2* parto).
João Coelho Bastos — Vol. 1, pag. 300.
João Cravello Cavalcanti (proposta) — Vol. 49, pag. 477
(•c» parte).
João da Canha Neves de Carvalho Portugal — Yol. 6,
pag. 266; vol. 7, pag. 426.
João Damasceno Vieira Fernandes — Vol. 53, pags. 492,
500 0 512(2*^ parte).
João Diogo Starz — Vol. 6, pag. 129.
Dr. João Daarte Lishoa Serra — Vol. 40, pag. XVn.
João Elenterio Garcez Palha — Vol. 1, pag. 363.
João Esberard (D.), bispo de Olinda, depois areebispo do Rio
de Jaueiro — Vol. 54, pags. 243, 252, 254 e 258; vol. 57,
pag. 380 ; vol. 58. pags. 296 e 305 (2* parte).
João do E&pirito Santo Cabral — Vol. 1, pag. 374.
João Fernandes do Barros (pr.) — Vol. 40, pag. XVII.
João Peraandes Bertier — IZépirlartò dm Rêmtta, pag. 302.
João Fernandes Tavares (Dr,) — V. Visconde de Ponte
Ferreira.
João Fernandes Diniz ^ Vol. 53, pag. 654 (2» parto).
João Francisco Lisboa — Vol. 18, pag. 438.
João Francisco de Souza Coutinho— Vol. 40, pag. XVII.
João Franklin da Silveira Távora (Dr.)— Vol. 43, pags, 393,
402, 453 e 462 ; vol. 45, pag. ^56 (2« parto).
João Oomes Machado Corumbá — Vol. 1, pag. 360.
João Henrique Freese — Vol. 40, pag. XX.
João I^nriqne Lowndos — V. Visconde de Leopoldina.
João Henrique de Mattos — Vol. 40, pag. XVII.
João Hnet Bacellar Pinto Guedes — vol. 2, pag. 271.
João Ja>*qties Germain Pelet Beirão — Vol. 40, pag. XXII.
João Joaquim Ferreira de Aguiar ( padre ) — Vol. 2,
pag. 146.
João Joeé de Almeida Couto — V. Barão do Desterro.
João José Barbosa de Oliveira— Vol. 4o, pag. XVII.
Dr. João Josô de Carvaiho — Vol. 40, pag. XVII»
João Jo ó da Cunha Estrella — Vol. 1, pag. 260.
João José Ferreira de Aguiar — V. Barão de CSatoama.
liíoelcMi — >Ã'/ .'i^ Fír?r?n «la C*:^^ — '.ol. :. par. >:••.
>Ão ^Oié d'^ Mcii.*m Ma.-a.iíes — v^,. ]. paz. .\t,
ItAo kné ttt Oiíreíra lxiz/\Mr\ — v^l. 4 •. |ku. X'« II.
icio Jcié tfe Scvza SilTi Rio — Vol. T, p*g. 2f7: : vol. "%
idb Lios vie.rm CácttQfãr> de Sísíoioii — v. vuecDie de
Sinimbu.
Joio Lop^f da i^ilra Coito — Vol. i. pag. 144.
ioSo LfKrio d« Ai^T^rdo — \ol. õT, pags. L,:5 e ?r j ; vol. 58.
Mpi. íM e r/j6 '^^ parte*,
lolo Loftcia da Ciuba Parana^á ~ v. Marqaez de Pi-
faoa^.
Joio Maooel Pere.ra da Silra — Vol. !• pag. 157; t>1. 44,
pag. C^.
Joio Maooal de Rofas — Vol. 49, pajr. XXH.
Joio Mara Gotíerrca— Vol. .v>, paz. ir>T<2* pftrte).
Joio Martios Aqaíleide '>iovaDni — Vol. ã-3r. paga. 4T0 e
rj21 (2^ parte).
Joio Martinf Cbareot — Vol. V>, pags. 4T0 e 521 : t^I. y\
Mg. 207 t^*" parte).
Joio Maurício RagenJas — Vol. Vj. pa/. XXII.
Joio .Maurício WanderJey - V. Barão d*; G^tr>gipe.
Joio Monden de Alm^íwia Hir.; — Vol. r>j, pii». ist. 4*j1 e
4í« íe» parU').
Joio Mendel da Almeida Jualor (Dr.) * Vol. Oi. pag. 18?,
Vjri, 2M #j Sr>8 ú^ parte); toI. 0^;, p.g. 'tA <5^ parte).
JOio de Olfrefra At Sá Camelo Lampreia — Vol. »^'l,
/rage* r/^i, ''-n 0 :m (íí* parte).
João Paulo dot Santof Harretn ^ Vol. 4^). p «. XVH.
.foio Pedro Oay (cooego) — Vol. Jáó, pags. •>;d e 677.
Joio Pie Namor — Sij^ertoriú da ãkviãta, pag. :)iJ2.
Joio QalnoY Adame — Vol. ^t pag. 531 .
Joio Ribeiro do Almeida (Dr.) — V. Barão Ribeiro de Al-
meida.
Joio Ribeiro de Avellar — V. Bário de Capirary.
Joio Rjbelr*/ de Avellar (íilho) * V. Visconde «ie Ubá.
João Ruf^ol Bartlett — Vol. 40, pag. XI.
João SoTcriano da Ponseca (General, Dr.) — Vol. 43,
pagf. :<03, 4<.0, 46ÍÍ e íôõ; vol. A\ paíç. 45^; vol. 52,
pag. 54.'! {2* parte).
lo da Silva Can-io— Vol. 50, pag. 11.
.Joio da Silva Maobndo ~ V. Barão do Antonina.
Joio de Slquelm Tbcdim— Vol. 2, |>ag. 1^71.
.loio Tbomaz de Carvalho n Silva— Vol. 50, pag. III.
Joio Tolentino Goedelha .Mourão (monsenhor) — Vol. 05
pags. 488, 4ÍM, r.ll, 5I'J e S'{2 (2* parte); vol. O7!
pag. 46í>(;i* parte). \ 1- /.
Joio Vicente Leite do Caitro — Vol. 51, pag. 268 ; vol. 52*
pags. 418« 470 e 5vl (V» parte).
jdo
índice dos volumes 1 a 67 407
fiooios — João Vieira de Carvalho — V. Marquez de Lages.
João Waterhouse — Vol. 49, pag. X.
João Wilkens do Mattos — V. Barão do Marauià.
João Xavier da Motta— Vol. 55, pags. 317, 348, 360, 304
e365(2* parte).
Joaquim Antão Fernandes Leão — Vol. 7, pag. 268.
Joaquim António Gonçalves Lessa — Vol. 50, pag. III.
Joaquim António Pinto Júnior — Vol. 50, pag: II.
Joaquim Arooverde (D.), Cardeal arcebispo do Rio de Ja-
neiro — Vol. 60, pags. 370, 374 e 394; vol. 61,
pags. 574 e 648 (2* parte).
Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo ( Dr. ) — Vol. 50,
pags. 264, 268, 276, 297 e 309 (2* parte).
Joaquim Baptista Avondano — Vol. 54, pag. 318 (2» parte).
Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro (cónego)— Vol. 17,
pag. 606.
Joaquim Caetano Pinto Júnior * Vol. 51, pags. 2^5, 226
e 236 (2^^ parte).
Joaquim Caetano da Silva (Dr.) — Vol. 1, pag; 58 ; vol. 22,
pag. 645.
Joaquim Cândido Quillobel — Vol. 6, pag. 374.
Joaquim Cândido Soares de Meirelles (Dr.)— Vol. 1, pags. 62
e 148.
Joaquim Cosar de Figaniôre Mourão — Vol. 3, pag. 243.
Joaquim da Costa Barradas — Vol. 65, pags. 443, 446, 449
e 451 (2* parte).
Joaquim Constantino de Freitas Muniz (Dr.) — Vol. 62,
pags. 341, 351 e 356 (2* parte).
Joaquim Duarte Murtinho (Dr.) — Vol. 63, pags. 406, 472
e 477 (2* parte).
Joaquim Eleodoro da Cunha Rivara — Repertório da Re-
vista, pag. 302.
Joaquim Fioriano de Godoy (Dr.) — Vol. 38, pag. 372;
vol. 39, pags. 374, 390 e 397 (2» parte).
Joaquim Fioriano de Toledo — Vol. 1, pag. 63.
Joaquim Fraacisco Alves Branco Muniz Barreto — Vol. 54,
pag. 316; vol. 47, pag. 545 (2» parte).
Joaquim Francisco Vianna — Vol. 1, pag. 157.
Joaquim Franco de Séi — Vol. 40, pag. XVII.
Joaquim Gomes da Silva Netto— Vol. 51, pags. 233, e 254
(2^ parte).
Joaquim Gonçalves Ledo— Vol. 40, pag. XVII.
Joaquim Heleodoro da Cunha Rivara — Vol. 3, pag. 354.
Joaquim Jeronymo Fernandes da Cunha (Dr.) — Vol, 31,
pag. 338 (2* parto).
Joaquim José de Campos da Costa Medeiros e Al-
buquerque — Vol. 39, pags. 372, 448 e 459 ( 2*
parte).
Joaquim José da Costa de Macedo — Vol. 2, pag. 414.
Joaquim José da Cruz Seoco (Dr.) -— Vol. 40, pag. IV.
Joaquim José de França Júnior — Repertório da Revist€f9
pag. 279.
406 RE^^STA do ixstitlto histímuco
fik>eÍo« — JoÊmlm Jotó Gomei da SiIt& Netto — \ oi. 51 ,
pftf. 187 ; Tol. 54. pag8. 2 33 e 254 (2^ parte) ; toI. C^,
paf . Z42 (2^ parte).
Jeeqidiii Joeô Gonçalves de Mattoi Corrêa — Vol. 4\
pag. 111.
Joaqiim Joeé Luiz de Sousa— Vol. 40, pag. XVIl.
loagaim José Paebeoo (Or.) — Vol. 1, paic. 146.
Joaquim Joeô Rodri^nei Torree V. Vieeowle de Itaborakv.
Joaquim Joeó da Silva ( Dr. ) — ãUptriorio da Retidj,
pag. »9.
Joaquim José Teixeira fOr.) — Vol. 40, pag. in.
Joaquim José Teixeira Leite — Vol. 7. p«g. 368.
Joaquim Manoel de Ifaeedo ( Dr. ) — vol. 7, pag. 270 ;
Tol. 32» paga. 267, 274 e 302 (2» parte).
Joaquim Maroellino de Brito — Vol. 50, pag. K.
Joaquim Maria Naioeotes de Azambuja ( Dr.) — Vol. I >,
pag. 6^; vol. 17, pag. 89 e 100.
Joaquim Norberto de Souza e Silva ^ Vol. 32, pags. 267,
«74e 302 (-a» parte).
Joaquim Nonee Machado — Vol. 40, pag. XVII.
Joaquim de Paula e Sousa ( Dr. ) — Vol. 44, pag. 40:>;
vol. 47. pag. 570 (£<' parte).
Joaquim Pedro Cardoso Caaado Giraldea — Vol. 2, pag. 397.
Joaquim Pioto de Campos (mooaenhur) — Vol. 18, pags. 431
0 436; vol. 50, pag. 530 (2* parte).
Joaquim Pires Machado Ponella (Dr.) — Vol. 32, pag. 276 ;
Tol. 33, paga. 3<38 e 403; vol. 53, pag. 542; vol. 65.
pagi. 4-2. 424 e 420 (2* parte).
Joaquim Ribeiro de Avellar (Dr.)— V. Viaooiíde de Ubá.
Joaquim Saldaóba Marinho Filho (Dr.)--Vol. 50, pcV. 347;
vol. 51, pag. 253 (2* parte).
Joaquim de Santa EscoíSMtioa Maviguier (íirade) — Vol. 4«),
pag. XVlI.
Joaquim Silvério de Sousa (padre) —Vol. 00, paga. 344,
355, 3(>4 e 268 (2» parte).
Joaquim Vicente Torrea Homem (Dr. )— Vol. 40, p\ff. XVII.
Joaquim Thomas do Amaral — V. Viaoonde de Cabo Frio.
Joaquim Vieira da Cunha (Dr.) ^ Vol, 40, pag. IV.
Joaquim Vieira da Silva e Sousa — Vol. 2, pag. 142.
Jonathaa Abott (Dr.) — Vol. 7, pag. 270 ; vol. 17, pags. 12
e 100.
Jorge Braocroft^ Vol. 27 pags. 364, 367 (2» parte).
lurge Cancrlne (Conde)— Vol. 49 pag. KXll.
Jorge Ceaar de Figanière— Vol. s23 pa^s. 025 e 634.
Jori^ Martinho Thomaz— Vol. 40 pag. XJI.
JoêÍ Affooao de Moraes Torrea, Biapo do Pará— Vol. 2
pag. 265.
Joaó Agoatinho Vieira de Mattos (Dr.)— Vol. 2 pag. 142.
Joaô Alcsaodre Teixeira de Mello (Dr.)— Vol. 44 pag. 419;
▼ol. 45. paga. 480 e 481; TOl. 46, pag. 634; vol. 48,
pag. 368(2* parte).
INDICp IX>S VOLUMES 1 A 67 4Úd
Sooio◠Josà AlTes da Cruz Rios (Dr.HYol. 40 pag. XVII.
José Américo dos Santoa (Dr.) — Vol. 62 paga. 340, 361,
387. 408 e 452 (2* parte).
José de Andrade Pinheiro (Dr. cónego) — Vol. 63 pags.
442, 452. 461 e 478 (2* parte).
Josô António de Araújo Goatinho — Vol. 54 pag. 318
(2* parte).
José António de Azevedo Castro (Dr.) — Vol. 47 pag. 595;
Yol. 48 pag:^. 343 e 346 (2> parte).
José António Corrêa da Camará— V. Visconde de Pelotas.
José António Ferreira da Costa (Dr.) —Vol« 1 pag. 360;
Yol. 2 pag. 268.
José António Ismael Gracias — Vol. 62 pag. 320; vol. 63
pag. 462 (2"" parte).
Josô António Lisboa^ Vol. 1 pags. 157 e 356.
José António Lopes da Silveira— Vol. 3 pa^. 347.
José António Marinho (padre)— Vol. 40 pag. XVII.
José António de Oliveira e Silva — Vol. 47 pag. 545 (2*
parte).
José António Pardo— Vol. 40 pag. X.
José António Pimenta Baeno— V. Marquez de S. Vicente.
José António dos Reis (Dr.) Bispo de Cayab& — Vol. 40
pag. XVII.
José António Rolrigues de Oliveira Catramby— Vol. 61
pags. 581, 587, 593. 635 e 637 (2* parte).
José António da Silva Chaves— Vol. 2 pag. 265.
José António da Silva Maia— Vol. 1 pag. 157.
José de Araújo Couiinho (Dr.)— Vol. 40 pag. XVII.
José de Araijyo Ribeiro ~ V. Visconde do Rio Grande.
José Arthur Montenegro — Vol. 57 pag. 351; vol. 58
pag. 297. 309 e 313 (2<' parte).
José de Assis Alves Branco Moniz Barreto (Dr.)— Vol. 40
pag. XVII.
José de Assis Mascarenhas (D.)— Vol. 40 pag. XVII,
José Augusto Gomes de Menezes— Vol. 40 pag. XVII.
José Barandier— Vol. 40 pag. IX.
José de Barros Pimentel (Dr.) — Vol. 56 pag. 207 (2*
parte).
José Bento da Rosa (Dr.)— Vol. 40 pag. IV.
José Bernardes de Loyola— Vol. 1 pag. 247.
José Bernardino Barmaon — Vol. 60 pag. 405 (2* parte).
Jobé Bernardo Fernandes da Gama (Dr.) — Vol. 40
pag. XVII.
José Bernardo de Figueiredo— V. Bariode Alhandra.
José Cândido Guillobcl— Vol. 44 pag. 384; vol. 45 pags.
480. 481; vol. 48 pag. 308 (2^ pvrie).
José Carlos de Almeida Areias— V. Barão de Ourem.
José Carlos de Carvalno- Vol. 52 pag. 431 (2» parte).
José Carlos Machado de Oliveira— Vol. ^5 pag. 700.
José Carlos Pereira de Almeida Torres — V. Visconde de
Macahé.
José Carlos Reybaud— Vol. 56 pag. 207 (2» parte).
410
REVISTA DO INSTITTTO IIISTORIGO
fioclo^ — José Cesário de Miranda Ribeiro — \ . Visconde
de Uberaba.
Jjfié (D, GuUeppo) Ceva Grimaldi — \\ Marqacz do Pie-
tracaateUa.
José Cbrist^ano Garcex Stockler (Dr.)— Vol. 40 pajç, XVII.
Jos*} ChrtstÍQO da Costa Cabral » Voi, l paf . 141; yqL 40
pag. XVII.
Joié Clemente Pereira — Vol. 1 pag. 1571 vol. 4ú
pa?. XVIL
José Clementino Sotj ^Dr,) — Vol. 50 pa^3, $26, 3!63, 315
e 3^5 (2* p^irte)— V. José S. Souto*
José ConàtaDtiQO Gomes de Castro — \oL 1 pa:r. 355; vol.
40pag, XV IL
Jos<^ da Coãta Azeredo— V. Barão de Ladario.
José da Costa Carvallio— V- Marquez de Monta AJegre,
José Delavaty Rincon— Vol. 3 pag, 509.
José Diaa da Craz Lima— Vol. 33 pig. 388 (2* parte).
Joáé Domingues de Atbatde Moncorvo— Vol. 1 poíí. 2«54.
José Durain^iies Coieceira — VoL 53 pags. 482,542; vol. 54
pAgs. 173, 176 (2^ parte); voL 67 pagt. 400 e 50^ (.i^
parte).
Jcrsí' figydio Alvares de Almeida « v« Visconde de Santo
Amaro.
José Eíryd 10 Garcez Palha— Vol. 4> pag«. 467, 609. 619 e
028 r-^" parte J.
JoíéEloy Ottoiíi (Dr.)— Vol* 1 pa|r* 204,
José Eloy Pe<soa— VoL 40 pa-. XVIL
JoaéEwbank— VoL i) pa^'. X*
Jof«* Pelii^iano de Castilho' Barreto o Noronha — Vol. 7
paíí. '^08; rol. 9 paç- 567; vol. 10 psai. 400,
José Feliciíino Fernandes Pinheiro — V. Visconde de Sâo
Leopoldo.
Joeô FeíJciano deOlíveirv (Dr,)— VoK 66 pags. 241 ô20%;
voJ, 67 paga. .197 e 40^(4." parte).
Joeô Feliciano Pinto Coelho da Cunha—V. Barão deCocaes,
Joaô Ferreira Souto— Vol. 40 pag. XVIL
José Florindo de Figueiredo Rocha— \ ol. 1 pag. 144.
Jo«é Francisco Andrade de Almeida Monjardim-- Vol. 40
pag. XVíl.
Joté Fi-anclsco Diana— Vol, 52 pag, 460 e 462 (2* parte).
José Francisco do Paula Cavai.- anti— Vol. 40 pu>j, XMI.
José Francisco da Ro^ba Pombo — VoL 03, pa;'8. 439, 453,
401,472,487 (2'* partj).
José Francisco Si^raud— VoL 40 papr. XX.
Joié Franciaco da Silva Cabral (padre) — VoL 1 pa^, 374.
Joaé Francisco da Silva Cardo>^o-- V ol . 40 nag. X HL
José Francisco da Silva Lima (Dr.) — Vol. 5-'» pags, 287,
296, 302 e 30S {^^ pirte).
José Franklin da Silva Massena— VoL 24 pep. 715, 725
0 734.
José Freire de Andrade Parreiras— \ oL 4) pag. XVII.
José Henry- VoL 49 pai?. XXIL
índice dos volumes 1 a G7 /*11
Sócio 4 — José HygiQo Duarta Pereira — Vol, 38 pag. 380;
V01..49 pags. 459, 461, 464; vol. 57 pag. 328 {2'' parte).
J08ô Igaacio de Abreu Lima — Vol. 1 pag. 364; vol. 47
pafir. 545(2'' parte).
Josô Ignacio da Cunha— Vol. 40 pag. 425 (2-^ parte).
íosA UdofoQBo de Souza Ramos — V. Visconde de Jaguary.
José Izidoro Martins Júnior (Dr.) — Vol. 59 pags. 821, 231,
264, 268 (2* parte); vol. 67 pags. 448 e 509 (£* parte)-
José Jacintho Ribeiro— Vol. 63 pa*?. 477.
Jofcé Jacquesda Costa Ourique— Vol. 40 pag. XVII.
Josô Jansen do Paço— Vol. 40 pag. III.
Josô Joaquim de Carvalho— Vol. 40 pag. IV.
José Joaquim Corrêa de Almeida — Vol. 56 pag. ItO;
vol. 57 pags. 302, 321 e 329 (2* parte).
Josô Joaquim Fernandes Torres— Vol. 40 pag. XVII.
José Juaquim da França Júnior — Vol. 55 pags. 243 e 267
(2^parte)3
José Joaquim da Gama e Silva— Vol. 12 pag. 285.
Joâé Joaquim Lopes de Lima— Vol. 8 pag. 423.
José Joaquim Machado de Oliveira— Vol. 1 pag. 273; vol.
22 pag. 665.
José Joaquim da Rocha— Vol. 9 pag. 563.
José Joaquim Rodrigues— (Di\) Vol. 7 pag. 415.
José Joaquim Rodrigues Lopes— V. Barão do Mattoso.
Josô Joaquim da Silva Pereira — Vol. 40 pag. IV; vol. 47
pag. 545 (2* parte).
Josô Jori,'e da Silva ("Dr.)— Vol. 40 pag. IV.
José Lino de Moura- Vol. 1 pag. 9; vol. 15 pag. 255,
Josô Lourenço da Costa Aguiar (D.), Bispo do Amazonas—
Vol. 61 pags. C92. 704, 709; vol. 04 pag. 285 (2^ parte).
José deLucca— Vol. 30 pag. 474; vol. 31 paga, 345 e 396
(2»^ parte).
José Luciano de Castro— Vol. 55 pag. 281 (2^ parte).
José Luiz Alves— Vol. 51 pags. 2^1, 228, 5;52 e 206 (2*
parte).
José Luiz do Froitas— Vol. 40 pag. XVII.
Josô Luiz da Gama e Silva — Repertório da Revista,
pag 291.
Josô Manoel Cardoso de Oliveira (Dr.) — Vol. 65 pag. 518
(2» parte); vol. 66 pags. 139 e 151 (2* parte).
José Manoel Fernandes Pereira— V. Barão da Gamboa.
José Manoel do Rosário— Vol. 1 pag. 62.
José Manoel VaMez y Palácios— Vol. 40 pag. XX.
José Marcellino da Rocha Cabral (Dr.)— Vol. 1 pag. 9.
José Maria do Amaral— vol. 50 pag. 434 (2* parte).
José Maria Corrêa de Lacerda (D.)— vol. 10 pag. 202.
José Maria Latino Coelho — Vol. 40 pags. 503, 514, 526,
e530 (2* parte).
José Mana Pereira de Lima (Dr.) — Vol. 66 pags. 151, 166,
239 e 224 (2- parte).
José Maria Pinto Peixoto —Vol. 25 pag. 670 ; vol. 31 pags.
345 e 398 (2» parte).
412
REVISTA DO I>?STITUTO RrSTOIirGO
Hocio» -* José
Maria Reya— Vol* ti pag. 708.
da Silva " " "'
Paraahcm — V, VÍBooode do Rio
Barão do Rio
rol. 58
IV.
Oliveira
José Maria
Braoco.
Joíé Maria da Silva F^^raobos (Jiinlor) — V
Branco.
Joflô Maria Torres Cticodo (Dr,) — Vol- 25 pa^. 680 : vol, â6
l^ag. 892 0 898.
JoBô Maria V^lbo daSilra (Dr.) ^Vfrl. O pag. ^419
pagti. 300. 315, 5164 e 3 7 ; vol, 64 pag. 2U3,
So^ Mamoi - Voi. 40 pag. XVUK
Ju»é Marques Lisboa ^ Voi, 1 pag. â52.
Ji 8é Marâoiano dd Alencar — VoL 31 pag. 338 (2* parte).
3096 MartíDs Pereira do Alencastro — Vol. SO pag. 18
supp-
Jo8é Maurício Fernandes Pereira do Barroa — Vol. 19 pags,
17, 28 e 89 ftupp.
José Maurício Nunes Garcia (DrO ^ Vol. 40 paff.
José Mendea do Oliveira Castro — V. Barão de
Castro.
JoKé Mozzofaotl ícardeal) — Vol» 40 pag. XX.
José do Miraoia da Silva Reis — V. Barão de Miranda
Ra%,
José Napoleão Ney {Prindpe de la Moskowa) — Vol . L
pag. 385.
José de Paira Magalhães Calret (Dr.) — Vol. 40 pa^.
XVllL
Josô Pastorlno — Vul. 54 pag. i^í>8 ($• parte).
Jos45 Paulo Flífueirôa Nabuoo de Araújo — Vol. 1 pag.
Jofô Pedru de Carvalho — Vul. l pa^, 58.
Í08é Pí>dro Dias de Carvalho — VoL 50 ptg. I.
Joté Fedro da Silva — Voi. 40 pag. IV.
Joié Pedro Xavier Pinheira — Vol, ^5 pa^. 61 1 .
J08é Pedro Xavier da Voiga — Vol. 59 pag, 332 ; vol. 00
pags. 309, 3^, 328 e 330 (ã* parte).
José Porei a Rego (Dr.) — V. Barão do Lavradio.
Joaé Proeoiiio d» Castro*— Vol. 1 pa^ . 66.
Joeó de ReíM0d(3 Co^ta — Vol. 1 pag. 38í ; voL 2 ptg. 143.
José Ribeiro da Silva — Vol, 40 pag. XVllí,
José Ricardo da Costa Aguiar de Andrade ^ Voi. 1 pag. 144.
J0(Bd Rjcirdo PireH an Almeida (Dr.) — Vol. 48 pag. 362 ;
vol. 52 pags. 476, 479 o 5^1 (2* parte).
Jos<^ Romaguora Oorrêa —Vol. Cl pags, 686, 603. 704 e TííO
(fi* parte).
José Rosendo Outierres (Dr ) — Vol. 31 |»9g. 967; vol. 3^
pafs. 274 e dtil ; vuL 56 ]>rkg. 207 (2« parte).
Joié^. 8oto — VuL 00 paií. 343 {^ parte.) V. José Cle-
neoUtioSoto.
ícMá jii Si lijti.noourt e Chn^ara — Vol. 7 pag. 4)00.
n da Gama (Dr.) — Vol. 40 pag, VI.
íà dl Gama Júnior — Vol. 28 pags. «3» 298,
M iut\ jí* parte).
Jiiié (Is Santa Kufhisia Peroi (Frei) ^ Vol. 1 pag^ 63.
1
INMCE DOS VOLUMES 1 A 67 413
€k>OíIo3 — Joaé de Santo Alberto Cardoso (Frei) — Vol. 4
pag. 104.
Jo0óde S. Bento Damásio (Frei) ~ Vol. 40 pag. XVin.
JoBÓ da Silva Carvalho ~ Vol. 40 pag. XX.
José da Silva Guimarães (padro) ~ Vol. 6 pag« 2C3.
José da Silva Mafira — Vol. 1 pag* 145.
José Silvestre Rebello — Vol. 1 pag. 9.
JoBÓ Silvestre Ribeiro — Vol. 143 pag. 443; vol. 45 pag.
480; vol. 46 pag. 633*
Josó Tas tu — Vol. 49 pag. XXII.
Jo6ô Tavares Bastos— Vol. 56 pag. 207 (2» parte).
José Tbomaz dos Santos Almeioa (Dr.) —Vol. 40 pag. XVll.
José Tiburcio Carneiro de Campos — Vol. 1 pag. 62.
José Tito Nabuoo do Araújo (Dr.) — Vol. 31 paga. S55 o
280 ; vol. 32 pag. 302 (2» parte).
José Upcallú (D.)— Vol n pag. 354.
José Vargas (Dr.) — Vol. 7 |^g. 577.
José de Vasconoellos — Vol. 37 pag. 447 ; vol. 38 pags. 376,
e 382 (£• parte).
José Ventura Boscoli — Vol. 9 pag. 271.
José Veríssimo de Mattos — vol. 50 pags. 289, 311, 352,
e360; vol. 61 pag. 744 (2» parte).
Joaé Vicente Barbosa du Bocage (Dr.) -— Vol. 42 pag. 241
(2» parte).
José VicioriDO Lastarria — Vol. 34 pags. 339, 346 e 382
(2* parte).
Josó Vieira Couto de Magalhães — Vol. 25 pag.^. 688, 698 ;
vol. 57 pag. 328 ; vol. 64 pags. 225, 279, 295, W7 e 302
(2* parte) ; vol. 67 pag. 457 (2- parte).
Josó Vieira Rodrigues de Carvalho e Silva (Dr.) — Vol. I
pag. 355.
Josino do Nascimeoto Silva (Dr.) — Vol. 1 pag. 62.
Juan Maria Qutierrez (D.) — Vol. 19 (supp.) pag. 2o ;
vol. 20 pag. 18.
Júlio Baií^idos Espinosa (Dr.) — Vol. 52 pags. 516 e 517 ;
vol. 54 pags. 220 e 237 (2* parte).
Júlio Frank — Vol. 40 pag. XX.
Júlio Frederico K(J3Uer — Vol. 40 pag. XX.
Júlio Maria (padre) ^ Vol. 60 pag. 354: vol. 62 pag. 303,
334, 338, 339 e 367 (2« parte).
Júlio MeiU — Vol. 63 p^gs. 446, 449, 451 e 493 ; vol. 54
pags. 263, 275 e 298 ; vol. 55 pig. 26S (2* parte).
Jules Parigot (Dr.) — Vol. 1 pag. 372; vol. 56 pag. ?07
(2* parte).
Jalio Victor Armand Haln — Vol. 40 pag. VIII.
Júlio WallestoiQ -Vol. 40 pag. XX.
Justiniano Joáô da Rocha — Vol. 1 pag. 157 ; vol. 47 pag.
545 (2- parte).
Kidder— Vol. 7 pag. 267.
Ladislaudos Santos Titara — Vol. 2 pag. 405.
Ladislaude Souza Mello Netto — Vol. 34 pags. 310, 325,
361 e 377 ; vol. 46 pag. 622 (2=* parte).
-414 REMSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
^ooioi^ — Laíáyette de Toledo — Vol. 53 pâg. 455 ; toI. b5
paga. 21*8, 302, 308 (2* pane).
LaUemant (Dr.) — V. Roberto Avé Lallemant.
Larenaadière ~ Vol. 40 paç. IX.
LandeliDo de Oliveira Freire (Dr.> proposta — Vol. 60
pag. 370(2^ parte).
Lauriaoo Figoeirola (D.) — Vol. 66 pags. Ii8, 167, 197
e206(^ parte).
Laaro Sodre (L»r.) proposta— Vol. 59 pag. 313.
Leo TeremiQ — Vol. 40 pag. IX.
Leocadio Ferreira de Goavéa Pimentel Bellexa (Dr.) —
Vol. 1 pag. 63.
Leonel liariiniano de Alencar — V. Barão de Alencar.
Leopoldo Arnaud (Dr.) — Vol. 54 pag. 208 (2^ parte).
Levy Maria Jordão Paiva Manso (Dr.) —V. Visconie de
Paiva Manso.
Libanio Augusto da Cunha Mattos ~ Vol. 19 pa/s. 37
(sapp.), 41 e43.
Liberato de Castro Carreira (Dr.) — Vol. 54 pag. 274 ;
vol. 55 pags. 272, 281 e 284 ; voL 63 pags. 446, 450. 451
(2» parte) ; vol. 66 pag. 200 (2" parte).
Lino António Robello(Dr.)~ Vol* 1 pag. 158.
Lino do Monte Carmello Luoa (padre) — Vol. 22 pag. 640.
Lourenço da Silva Araújo AmasoQas —Vol. 15 pi^'. 588;
vol. 20 pag. 19 (supp.) ; vol. 22 pag. 640.
Luciano Cordeiro — Vol. 39 pag. 372; vol. 42 p^ 241
(2* parte).
Ludgero da Rocha Ferreira Lapa (Dr.) — Vol. C pag. 253.
Luiz Agassiz — VoL 25 pag* 673 ; vol. 27 pags. 3 >4 e 367
(£• parte).
Luiz Aleixo Boulanger — Vol. 1 pag. 253.
Luiz Alves Leit? de Oliveira Bello — Vol. 40 pag. XVIII.
Luiz Alves de Lima — V. Duque de Caxias.
Luiz Alves da SUva Porto — Vol. 60 paga. 370, 375, 376 ;
vol. 62 pag. 323 (2* parte).
Luiz António Barbosa de Almeida — Vol. 8 pag. 216.
Luiz António Barbosa daSilva— Vol. 40 pag. iV.
Luiz António de Castro — Vol. 40 pag. XVIII*
Luiz António von Hoonholtz — V. Barâo de T»*fTé.
Luiz António Patricio da SUva Man<o— Vol. 40 pag. XVIII.
Luiz António da Silva e Souza — Vol. 2 pag. 142.
Luiz António de Souza •— Vol. 1 pag. 20 1.
Luiz António Vieira da Silva — V. Viiiconde de Vieira da
Silva.
Luiz Augusto Ferreira de Almeida — V. VLscondo Ferreira
de Almeida.
Luiz Auirusto May ^ Vol. 40 pag. XVIII .
Luiz Augusto Rebello da Silva — Vol. 28 pags. 304,319,
3i6(2*parte).
Luiz Augusto da Silva Cancdo — Vol. 54 pag. 172 (2« parte).
Luiz Cruls -^ Vol. 50 pag. 360; vol. 51 pags. 241. 252, 265
(2* parte).
índice dos volumes 1 a 67 415
Socioíi) — Luiz Fortunato de Brito Abreu e Souza Menezes
— Vol. 40 pag. IV.
Luiz de França Almeida e Sá — VoL 35 pags. 560 e 575 ;
voi. 39 pags. 427 e 435; vol. 61 pag. 743 (2* parte);
vol. 66 pags. 2SS e 347 (2* parte).
Luiz Francisco Bonjean (Dr.)— Vol. 9 pag. 419; vol. 56
pag. 207(2» parte).
Luiz Francisco da Veiga (Dr.) —Vol. 29 pag. 368 ; vol. 30
pag. 474 (2^ parte); vol. 31 pags. 325 e 377; vol. 45
pag. 458(2^ parte).
Luiz Gomes Ferreira —Vol. 40 pag. XVIII.
Luiz Gonçalves dos Santos (padre) — Vol. 1 pag. 158.
Luiz Gonzaga de Camargo Fleury— Vol. 1, pag. 360,
Luiz Henrique Feri^eira de Aguiar— Vol. 5, pag. 505.
Luiz Henrique Pereira Campos— Vol. 49, pag. 454 ; vol. 65,
pags. 489, 511 e519 (2'' parte); vol. 66, pags. 207, 245
e345 (2* parte).
Luiz Isidoro Duperrey — Vol . 6, pag. 506; vol. 49, pag.
XXII.
Luiz Joaquim de Oliveira e Castro— Vol. 35, pags, 560 e 564
(2*^ parte).
Dr. Luiz José Lecoq de Oliveira— Vol. 53, pags. 533 e 538
(2* parte).
Luiz Leger Vautliier— Vol. 49, pag. XXII ; vol. 8, pags.
404 e 547.
Luiz Maria da Silva Pinto— Vol. 40. pag. XVIU.
Luiz Martins do Amaral— Vol. 60, pags. 370, 375 e 376;
vol. 62, pag. 318 (2» parte).
Luiz Moutinho de Lima Alvares e Silva— Vol. 1, pag. 368 ;
vol. 40, pag. XVIII.
D. Luiz de Orleans e Bragança— Vol. 66, pags. 264, 268 e
287 ( 2* parte ) ; vol. 67, pag. 452 ( 2« papte ).
Dr. Luiz Paulo BalthazarCoffe- Vol. 2, pag. 148.
Luiz Pedreira do Couto Ferraz— V. Visconde do Bom Retiro.
Dr. Luiz Pientzenauer— Vol. 21, pag. 471.
Luiz Reybaud Ceroni— Vol. 22, pag. 640; vol. 20, pag. 4
(snpp.)
Luiz Ribeiro Gomes— Vol. 54, pags. 294, 295 e 300 (2» parte).
Luiz Riedel— Vol. 40, pag. XX.
Lulgl Rizzi— Vol. 40, pag. X.
Luiz Rochet— Vol. 35, pags. 568, 585 e 594 (2^ parte).
Luiz Rodolpho Cavalcanti de Albuquerque— Vol. 54, pag.
243 ; vol. 55, pags. 302, 303, 325, 354 e 360 ( 2« parte ) :
vol. 57, pag. 328 (2» parte) ; vol. 66, pag. 145 (2* parte).
Luiz Rodrigues de Oliveira— Vol. 51, pags. 232,237, 252 e
266 ; vol. 55, pags. 323, 360, 304 e 365 (2*^ parte).
Frei Luiz de Santa Theodora— Vol. 40, pag. XVIII.
D. Luiz Sementini— Vol. 40, pag. X.
Dr. Lund (Pedro G.)— Vol. 1, pag. 249.
Luther Bradih— Vol. 25, pag. 673.
M. Eugene de Monglave— Vol. 1, pag. 158.
Dr. M. Martius-Vol. l,pag. 158.
416 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Sócios — M. Paulo Gaffarel— Vol. 41, pags. 399 e 119
(á» parte).
Mago-Vol. 6. pag. Ifô.
Dr. Manoel de Albuquerque Lima— Vol. C3, pag. 439.
Manoel Álvaro do Souza Sá Vianna^Vol. (K), pag. 307;
voi. 62. paga. 342 e 347 ; vol. 63, pag. 459 (2'*^ parte).
Manoel Alves Branco— V. Visconde de Oaravellas.
Manoel Amunàtegoi— Vol. 65, pags. 518,520, 526 e 531
(2» pHrte).
Manoel António Duarte de Azevedo— Vol. 62, pags. 341, 346,
351 e 300 (2»partp).
Manoel António Oalvão— Vol. 1, pag. 264.
Manoel António Vital do Oliveira— Vol. 25, pags. 608 e 674.
Manoel de Aravjo Porto Alcgre^V. BarSo e Visconde de
Santo Angelo.
D. Manoel da Assis Mascarenhas— Vol . l, p<ig. 148,
Dr. Manuel B. Ottero— Vol. 64, pa^rs. 189, 191,201 e 275
(2» parte).
Manoel Baena— Vol. 38, pags. 373. 377, 382 e 385 (2* parte).
Manoel Caetano de Faria e Albuquerque— Vol. 7, pag. 270.
Manoel do CeixjueiM Lima— Voi. 4<', pag. XVIII.
Fr. Manuel da CuneoiçiLo Neves— Vol. 50, pag. I.
Manoel da Costa Honorato— Vol. 34, pags. 346 e 380 ; vol.
52. iKig. 405 (2* parto}.
Manoel da Cunlia Azeredo Coutinho Souza Chichorro— Vol.
1, pag. 63.
Dr. Manoel Duarte Moreira de Azevedo— Vol. 25, pags. 08s
e 698; vol. 50, pag. 308; vol. 66, pag. 142 e 341 (2'' parte).
Manoel l£stev&o Benet^Vol 40, pag. VIU.
D. Manoel Estrada Cabrera— Vol. 67, pags. 401, 428, 432,
446 e 448 (2^ parto).
Manoel Felizardo de Souza e Mello— Vol. 1, pag. 253.
Dr. Manoel Ferreira Garcia Redondo— Vol. 65, pags. 426,
432, 540 e 442 (8» parte).
Manoel Ferreira Lagoe— Vol. 1, pags. 247 e 258.
Manoel Francisco de Barros Souza— V. Visconde de San-
tarém.
Manoel Francisco Oori'éa— (Cou<>.) Vol. 48, pags. 385 e 391 ;
vol. 49, pags. 461, 461 ; vol. 53, pags. 522 o 534 ; vol. 61,
pags. 580 e 592 (2'' parte).
Dr. Manoel Herrera y Esplnoza- Vol. 64, pags. 102, 201 e
205 i2* parte).
Manoel Igoacio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho— V.
Marquez de Itanhaem.
Manoel Igoaclo de Carvalho Mendonça— Vol. 40, pag.
XVIII.
Manoel Igorido da Canha Menezes— V. Visconde do Rio
Vermelho.
MaooelJiiointho Nogueira da Qama— V. Marquoz do Bíie-
pondy.
Manoel Jeronymo Emiliano de Andrade, padre— Vol. 15.
pag. 577.
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67 417
Sócios — Dp. Manoel Jôsuino Ferreira — Vol. 39, pags. 361,
394,431 e 437 (2*^ parte).
Manoel de Jesus Valdetaro~V. Visconde de ValdeUro.
Manoel Joaquim do Amaral Qurgol, padre— Vol. 2, pag.
261 ; vol. 34, pag. 351 (2» larte).
D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São
Paulo — Vol. 2, pags. 143 e 277 ; vol. 15, pags. 587
o 589.
Manoel Joaquim de Sá Mattos— Repertório da Revista,
pag. 293.
Manoel Joaquim da Silveira— V. Conde de S. Salvador.
Manoel José de Albuquerque— Vol. 2, pag. 142.
Manoel José da Fonseca— Vol. 54, pags. 225 e 236 (2"" parte).
Manoel Josô Maria da Costa e Sá— Vol. 2, pag. 395.
Manoel José Pires da Silva Pontes— Vol. 1, pag. 147.
Manoel José de Souza França— Vol. 3, pag. 141.
Dr. Manoel Ladlslau Aranha Dantas— Vol. 10, pag. 405.
Manoel Luiz Osório— V. Marquez do Herval.
D. Manoel Maria do Amaral— Vol. 40, pag. XVIII.
Manoel Martins Ramos— Vol. 2, pag. 143.
Manoel Mattos Gonçalves— Vol. 54, pags. 294, 295 e 300 (2*
parte).
Manoel Maurício Rebouças— Vol. 40, pag. XVIII.
Dr. Manoel de Mello Cardoso Barata— Vol . 67, pags. 405,
514, 415. 420 e 438 (2« parte).
Dr. Manoel do Mello Franco— Vol. 40, pag. XVIII.
Dr. Manoel Mendes da Cunha Azevedo— Vol. 40, pag. XVIII.
D.Manoel do Monte Rodrigues de Araújo— V. Conde de
Irajâ.
Manoel Moreira Lirlo da Silva Carneiro— Vol. 40, pag.
XVIII,
Manoel do Nascimento Castro e Silva^Vol. 1, pag. 355.
Manoel Oiorico Meados— Vol. 1, pag. vn.
Dr. Manoel de Oliveira Lima— Vol, 57, pa^?. 388 ; vol. 58,
pags. 321, :í59 e 365 (2» parte).
Manoel Pereira Pinto Bravo— Vol. 45, pag. 467; vol. 46,
pags. 604, 619 e 623; vol. 48. pag. 36S (2* parte).
Manoel Pereira da Sil/a Ubatuba— Vol. 40, pag. XVIK.
Manoel Piuheiro Chagas— Vol. 43, pag. 356 (2* parte).
D. Manoel do Portugal e Castro— Vol. 4, pags. 213 e383.
Mano3l Roilrigues da Costa— Vol. 2, pags. 143 e 393.
Manoel Rodrigues Gameiro Pessoa— V. Visconde de Ita-
baiana.
Manoel Roland y Paz Soldan— Vol. 34, pag. 323, 346 o 381
(2* parte).
Manoel de Sallas Corvollan- Vol. 1, pag. 350; vol, 2,
pag. 265; vol. 56, pag. 207 (2» parte).
D. Manoel de Sarratia— Vol, 2, pag, 531 ; vol. 3, pag.
349 ; vol. 56, pag. 207 (2« parte).
Dr. Manoel da Silva Mafra— Vol. (34, pags. 1G2, 212, 2.''>6e
^j8 (2* parte).
Manoel Soares da Silva Bezerra— Vol. 40, pag. IV.
831 — 27 Tomo lxviii. p. i.
418 REVISTA r»0 INSTITUTO HISTÓRICO
.Sooios — Dr. Manoel Thomaz Aires Nogueiía — Vol. 37,
pag. 399 (8* parte).
Manoel Vicente Lisboa — Vol. 51, pag8. 172 e 179
(2» parte).
Manoel Vieira Tosu—V. Barão e Marquez de Muritiba.
D. Manoel ViUamil Blaoco— Vol. 52, pag. 536 (2* parto).
Fr. Marcellioo do Coração de Jesus— Vol. 40, pag. XVIII.
Marcellino José Ribeiro .Silva Bueno, Cónego— Vol. 1, pag.
157.
Marcos António de Araújo— Vol. 1, pag. 248.
Mareos António Bricio— V. Barão de Jaguarary.
D. Marcos António de Souza, Bispo do Maranhão^ Vol. l,
pag. 150.
Maria Nicolao Bouillet^ Vol. 5, pag. 3C9.
D. Marianno A. Pelliza— Vol. 61, paga. 572, 576, 580 e 487
(2» parte)
D. Mariano £daardo do Ri vera— Vol. 40, pag. IX.
Ma ri mo José Pereira da Fonseca— V. Marquez do 2kfaricá.
Mariano RampoUa dei Tindaro, Cardeal^ Vol.^, pags. 14:^,
148, 156 e:^06r^' parte).
Dr. Mariano Semmola— Vol. 52, pags. 476 e 521 (2* parte).
Mariun de Pracô — Vol. XL, pag. IX.
Marquez de Abrantvis (Miguel Caimon du Pin e Almeida)
-Vol. l,pag. 147.
Marquez de Haepcndy (Manoel Jacintho Nogueira da Gama)
Vol. 1. pags. 02,66, 158 383.
Marquez do Caiias —V. Duque.
Marquez do H(3rval (Manoel Luiz Osório) — Vol. 42, pags.
262, ;:75, 343 (2^ parte).
Marquez de Itanhaen (Manoel Ignaclo do Andrade Souto
Maior Pinto Coelho) ~ Vol. l, pag. :\5ô.
Marquez de Lages (João Meira de Carvalho) ~ Vol. 40,
pag. XVIII.
Marquez de Maricá (Mariano José Pereira da Fonseca; —
Vol- 1, pag. 5s.
Marquez de Monte Alegre (Joaá da Costa Carvalho) —
Vol. 1, pag. 145.
Marquez de Mulh icen (General Carlos de Ibánez) — Vol. 51,
pags. 470 521 (2* parte).
Marquez de Muritiba (Manoel Vieira Tosta) — Vol. 47
pag. 545 (i^» parte).
Marquez de Olinda (Pedro de Araújo Lima) — Vol. 1,
pag. 158.
Marquez do Paraná (Honório Hermeto Carneiro Leão) —
Vol. 40. pag. XIX.
Marquez de Paranaguá (Francisco \ illela Barbosa) »
Vol. I, pag. 58.
Marquez de Paranaguá (João Lustoaa da Cuoba Paranaguá)
— Vol. 51, pags. 221, 227, 852, 266 (2* parte) : vol. 62,
pags. 283, 295, 303 (2» parte).
Marquez de Pennafiel (António Josó da Serra «iomesi —
Vol. 7, pag. A-^ò.
ÍNDICE DOS VOLUMES 1 A 67 419
íSoolos — Marqoez de Pietracastella (D. Ginseppe Oérra Gri-
maldi) - Vol. 40, pag. X.
Marquez de Sã da Baudeira — Vol. 40, pag. XX.
Marquez de Santa Cruz (D. Romualdo António de Seixas,
Arcebispo da Bahia) — Vol. I, pag. 147 ; vol. 3, pags.
238,491; vol. 40, pag. XIX.
Marquez de S. João da Palma (D. Fi*ancísoo de^Astis Mas-
carenhas) — Vol. 1, pag. 58.
Marquez de S. Vicente (José António Pimenta Boeno) —
Vol. l,.pag. 247 ; vol. 41, pag. 533 ; vol. 54, pag. 144
(2* parte).
Marquez de Sapueahy (Cândido José de Ataujo Vianna) —
Vol. 14. paw. 446, 443; vol. 1, pag. 9.
Marquez de Thoniar (António Bernardo da Gosta Cabral)—
Vol. 40, pag. X.
Marquez de Valença (BsteTfto Ribeiro de Rezende) — Vol. 2,
paga. 142, 397 ; vol. 3, pag. 227.
Marquuz de Villareua (D. Vioenzo MartlUaro) — Vol. 40,
pag. XI.
D. Martim Fernandes de Navarrcte — Vol. 2, pag. 397.
Martim Francisco Ribeiro de Andrada —Vol. 40, pag. XIX.
Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada Pilho —Vol. 65,
pags. 429, 490, 511, 519 (á- parte).
Dr. Martim Garcia Merou —Vol. 58, paga. 301,308, 313,
333(2" parte).
Dr. Martm de Moussy — Vol. 40, pag. IX.
D. Martin de Rivadavia — Vol. 52, pag. 536.
Martins (Carlos Frederico Felippe de) — Vol. 40, pag. XX;
vol. 2, pag. 401.
Dr. Matheuá José Boaventura de Orflla— Vol. 2, pag. 149;
vol. 49, pag. XXIll.
Matheus Luiz (Conde de Mole)— Vol. 1, pttg. 365.
Matheus Orsini (Padre)— Repertório da Revista, pag. 303.
Maurício Riigendas — Vol. 40, pag. XI.
Max Pleiuss — Vol. 6;í, pags. 44i, 448, 462, 472, 479
(2* parte).
Maximiano António de Lemos — Vol. 50, pag. III.
Maximiano António da Silva Leite —Vol. 1, pag. 144.
Maximiano Augusto Pinto — Vol. l, pag. 355.
Dr. Maximiano Marques de Carralho — Vol. 7« pag. 415 ;
vol. 51, pstg. 24£.
Maximiliano Wied de Newied (Príncipe)— Vol. 1, pag. 232.
Máximo Raybaud— Vol. 40, pag. IX.
Dr. M.dsser — Vol. 40, pag. 3V4.
Mezoffanli (Cardeal) — Vol. 2, pag. 149.
D. Miguel António de La Lama — VoL 55, pags. 309, 317
(2* parte).
Dr. Miguel António da Silva Júnior — Vol. 29, pags. 339,
363, ao (2» parte).
Miguel Arohaiijo Galvão — Vol. 60, pag. 405; vol. 61,
pag. 582, 593, 645, (2* parte) ; vol. 66, pag. 180
(2* parte).
420 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
tSocios— Migael Calmon da Pia e Almeila ~ V. Mar-
ques de Abrantes.
Dr. Miguel Ferreira Penna—Vol. 43. pags. 422. 489. 2* parte).
Dr, Miguel Ferreira Tavares — Vol. l, pag. 859.
Miguel de Frias e Vasconcellos — Vul. 9, pa^. 2:70.
Dr. Miguel Joaquim Ayres do Nascimento ~ Vol. 7,
pag. 200.
Dr. Miguel Joaquim Ribeiro de Carvalho— Vol. 62, pags. 3:56,
362, 387, 40^ (2* parte).
Dr. D. Miguel Juarez Celraan — Vol. 52, pags. 460, 461
(2* parte).
Miguel Luiz Amunátegui — Vol. 34, pags. 339, 346, 382
(2* parte).
Miguel Luiz Félix Ney — V. Duque d'Etchingon.
Miguel Maria Lisboa — V. Barão de Japurá.
Miguel do Sacramento Lopes Qama (Padre) ~ Vol. 1,
pag. 146.
Miguel de Souza Mello e Alvim — Vol. 1, pag. 148.
D- Miguel Tenore — Vol. 50, pag. 36t^.
Misael Ferreira Penna^Vol. 4'^, pags. 261 ; vol. 43,
pags. 422, 489 (2« parte).
Narciso da Silva Nepomuceno (Padre) — Vol. 1, pag. 25<>.
Dr. Nelson de S^nua — Vol. 1)3, pag. 508; vol, 64;
pags. 214, 250,258 (2» parle).
Nicolao António Nogueira da Gama — V. Visconde do No-
gueira da Gama.
Nicolao Carliálo— Repertório da Revista, pag. 303.
Dr. Nicolao Joaquim Moreira — Vol. 35, pag. 546 ; vol, 37,
pags. 3íí2, 316, 408. 415 (2* parte).
Nicolao Pereira de Campos Vergueiro- Vol. l, pag. 63.
Dr. Nicolao Rodrigues dos Santos França e Leite — Vol. 40,
pag. XIX.
Nicolao de Santo Angelo — Vol. 40, pag. IX.
Nicolao da Silva Lisboa— Vol. l,pag. 157.
Dr. D. Norberto Quimo da Costa — Vol. 52, pag. 463
(Ji* parte).
Dr. Octacilio Aristides Camará— Vol. 54. pag. í:94 (2' parto).
Octaviano de Toledo — Vol. 53, paj?. 4.5r> (2« parte).
Ociavio Lepelletier d'Aulway (Conde)— Vol. ly. pag. XXÍIÍ.
Olegário Herculano de Aquino eC^asiro— Vol. :i4, pags. 310,
325, 37í;; vol. 51, p«g. 2:íV; v(.1. (M . pjig.Q. 5' 6, 5í»;í {^-^ parte).
Olive Haldane Siokes ^ Vol. :^l, ^ag. 475.
Dr. Olym[)io Eusébio do Arroxllas Galvão — Vol. 35,
pags. 540, 564 ; vol. 40, pag. :>3«j ; vol. 4i, pags. 4ol e 40^
(2» parte).
Dr. Orvillo Adalbert Derby — VoL 63, pags. 491, 417, 50")
(i* prte).
Oscar Leal — Vol. 58, pag. 326 <2* i^arte).
Ouvaroff (Cunselheiro) — Vol. 4o, pa;;. VUL
Ovidio Fernandes Trigo de Loureiro— Vol. 52, pag. 441 ;
vol. 54, pag. 251 ; vol. 55, píig. 5i7l, 281 (i* par;e) ;
vol. 07, pag. iòO (2« parto).
índice dos volumes 1 A 67 421
Socf os — P. Cicarelli — Vol. 40, pag^. XI, e Repertório da
Kevista, pag. 303.
. Dp. P. Namur— V. João Pie Namar— Vol. 40, pag. X.
Pascoal Paccini — Repertório da Revista — pag. 303.
D. Pascuali Siasnilao Muncini — Vol. 40, pag. X.
Patricio António de Sepúlveda Ewerard — Vol. 1, pag. 63;
vol. 47, pag. 545 (2» parte).
Paulino Joáô Soares de Souza — V. Visconde de Uraguay.
Dr. Paulino Josó Soares de Souza Júnior — Vol. 61, pags.
581, 594, 633, 641 (2* parte).
Dr. Paulino Nogueira Borges da Fonseca — Vol. 50,
pags. 289, 304, 340, 349 (2» parte).
Paulo Ananias di Lucea —Vol. 40, pag. X,
Paulo Barbosa da Silva — Vol. 40, pag. XIX.
Fr. Paulo da Conceiçào Moura — Vol. 40, pag. XIX.
Dr. Paulo Ehrenreich (proposta)— Vol. 62, pag, 298.
Paulo Gaflfarel — Vol. 42, paga. 339, 449 (2» parte).
Paulo Luiz Balthazar Caflfe — Vol. 49, pag. XXIII.
Pedro Affonso ao Carvalho — Vol. 40, pag. XIX.
Pedro de Alcântara Bellegarde — Vol. 1, pag. 9.
Pedro de Alcântara Cerqueira Leite — V. BarXo de S. Joio
Nepomuceno.
D. Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança— Vol. 63,
pags. 424, 446, 450; vol. 64, pag. 159 (2* parte).
Pedro de Angelis — Vol. 1, pag. 256.
Pedro de Araújo lima — V. Marquez de Olinda.
Dr. Pedro Augusto de Carneiro Lessa — Vol. 64, pags. 188,
224, 254, 258 (2^ parte).
D. Pedro Augusto de Saxe Coburgo Gotha — Vol. 52,
pags. 440, 441 (2* parte).
Pedro Carvalho de Moraes — Vol. 4, pag. 382.
Pedro Clausen — Vol. l, pag. 204.
Dr. D. Pedro Galvez — Vol. 22, pag. 647.
Dr. Pedro Guilherme Lund — Vol. 1, pag. 249.
Pedro José Mesnard — Vol. 40, pag. IX.
Pedro Maria Xavier de Castro — Vol. 40, pag. III.
Pedro Muller — Vol. 1, pag. 158.
Pedro Paulino da Fonseca — Vol. 46, pags. 580, 603» 619,
628 (2» parte).
Pedro Rodrigues Fernandes Chaves — V. Barfto de Qua-
rahim.
Pedro da Silva Rego— Vol. 1, pag. 368.
Pedro Torquato Xavier de Brito — Vol. 28, pag. 303 ;
vol. 30, pags. 470, 487 (2» parte).
Pedro Victor Larrôe — Vol. 40, pag. VIII.
Pedro Wenoeslau de Brito Aranha — Vol. 42, pag. Í52 ;
vol. 48, pags. 330, 351 (2» parte).
Philoteio Pereira de Andrade — Vol. 62, pag. 321; vol. 63,
pags. 455, 461, 472 (2* parte).
Príncipe de Cariati — Vol. I, pag. 249.
Príncipe Comitini— Vol. 40, pag. IX.
PriDcipe Eugénio de Sabóia Carignan — Vol. 1, pag. 374.
422 REVUrTA LO INSTITVTO HLSTORIOj
^k^sioA — Príncipe Muimuiu:) W.-ad de !(ev:«d ^ V^l. :,
Pnneipa da Ia Moãkovi. '39; N:ipoleio Xey — V:!.
piff. %5.
Prioeipa Roland axapute — Voi. Si, pa^. V>>, I#S
Í2S* partei.
PriDcipe D. Seb&stã.) de 3n.f«ii^ Boorbcn — V:-!. 4i^.
pw. XXIIL
Priaeípe de S:illa, DnqTie de SaAta CinniiM— Vci. I,
pag. 240; Tol. 3, paz. ^«7.
Pradene.o Oin«ldes Tà>araê da Veiga Ca'>ral, — Vol. 23.
pagi. *y35, ^43.
QuioiilíaiK» ioeé da SilTa — Vol. 40, pag. III.
Raoul Rúcbete ~VoL 5. pa^.e45.
Raphael MariaOalaDti—iPAÍirefVoL 57, pags. ^ò, ^». 3C'i.
$Si; Tol. »>'j, pig. 3IÕ (2S* pane).
Rapháel TM-ím de Agoiar — Yol. 3, pa^z. 4'Jl .
Rapbiel Zarieoga— Vol. 40, pag. X.
fU/mnoio Cynaco AUes da Cuolia — Vol. 58, p^^gi. 3«So,
57;í, 381. 38;ii2» parte;.
Rajrffiuiido ioié Aogier— Vul. 40 pag. IV.
Rajrmuodo Jo^é da C inha Mattos — Vol. 1 p:ig. 8.
Rajmoiido Pinto Seidl — Vol. 06 pag. ;»{ ipropasii).
Dr. KajmuiiiO de Sá Valle ^ Vol. 42 pag. dJl ; toI. ^ ;
pa^. 440 r;^ paiteN
ruymu d«# S iTaríno de Mai^iOS ^conogo) ~ Vol. 3 pag. 347.
Dr. Rteanlo te Oambletoa Dauna — Vol. 9 pag. õO^ ; vol.
50 ija/. 207 i2» parte)
Dr. Ricardo José Oj.ncs Jardim — Vol. 40 pa?. IH.
D. Ricard i lOjS^el - Vol. 55 pag. 3il9, 317 (;S* ptf te\.
Dr. líoborto ATé Lalleniant — Vol. '.; pag. 95 j; vol. 15
pag. 579; vol. 47 pa^. 545 (;;' parla).
Roberto C. Wiathror* Vol. ã pag. 073.
Robarlo Uraobam — Vol. 40 pig. II.
Roberto Hermana Sohomburgb -- Vol. 40 pag. 1) .
Robart .Soutbey ^ Vol. 2 pig. 151.
Rodoluho yiAvrm Theophllo — Vol. 52 pig. 4ii3, 477 ; vol.
63 paga. 454. 4^J (^* paria).
Rodrigo da Fonseca Ma<albáes — Vol. 2 pag. 397 ; vo!. 3
pag* 3>i.
Dr. Rilrigo .ioié Fernandes Brotas — Vol. 21 pag. 48*^ ;
vol. 2^pag. 040.
Dr. Rairtgo Octávio de Laagaard Meneses — Vol. 63 pags.
474, 4H5. bOò, 609, 516 (^» parte).
Dr. Roíirigo de S. José — Vol. 40 pag. 19.
Rodrigo Soires Cidde Bívar — Vol. 4 pag. 213.
Rodrlgii do Soaza da Silva Pontas — Vol. 1 pag. 150.
D. Rofflualdo António de Seixas « V. Blarquez de Santa
Crus.
Roque cichucb — Vol. 1 paga. 145, 382.
;>r. RosenJo Munlz Barreto — Vol. 36 paga. 563. 560 ; vol.
H9 pttg. 3'^, vol. 55 pag. 311; vol. 57 pag. 318 (2* parte).
índice dos volumes 1 A 67 423
19ool09 — Dr. Ruy Barbosa — Vol. 05 paga. 423, 431, 4^,
441 (d^part^.
Dr. Sabino Barroso Júnior^ Vol. 65 pags. 420, 4t9, 433
(2* parte),
aoii
Sabino Bertholet — Vol. 2 pag. 518 ; yol. 56 pag. 207 (2«
parte).
Saint Jorge, Cavalleiro de •— Vol. 40 pag. XX.
Salvador Henriqae de Albuqaerqoe — Vol. 15 iiag. 576.
Salvador Pires de Carvalbo e Albaqaerque — vol: 66pags.
440, 442, 445, 449, 461 (2" parte); vol. 06 pag. 268 (2«
parte).
Samuel Dutor— Vol. 40 paç. IL
Samuel Jorge Morton — vol. 40 pag. 11.
Santiago Niraes Ribeiro de Aguiar — Vol. 10 pag. 120.
Saturnino de Souza e Oliveira Ck)atinho — Vol. 40
pag. 19.
olp
Solpião Domingos Pubrini — Vol. 2paff. 265.
D. Sebastifto de Bragança Bourbon (Príncipe) — Vol. 49
pag. 23.
Sebaatiâo Ferreira Soares — Vol. 17 pags. 8 ' e 85.
Dr. Sebasti&o Paraná do Sá Sotto Maior ~ Vol. 63 pag.
508 ; vol. 64 pags. 208, 255, 258 (2« parto).
Sebastiiodo Rego Barros — Vol. 40 pag. XIX.
Dr. Sebastião de Vaseoncellos Qalvao — Vol. 62 pag. 336;
vol. 63 pags. 425, 506 (2» parte).
Dr. Semmola — V. Mariano.
Sérgio de Lomonosoff — Vol. 3 paM. 490, 504.
Sérgio Someoovitch OavarolT (CJonde de) — Vol. 1 pag. 374;
vol. 49 pag. 23.
Sérgio Texeira de Maoedo — Vol. 1 pag. 256.
Silio Bocanera Júnior — Vol. 67 pag. 463 (2» parte), (pro-
posta).
Silvério Cândido de Paria — Vol. 7 pag. 265.
Silvestre Pinheiro Ferreira — Vol l pag. 141 ; vol. 2
paff. 274.
Dr. Susviela Guareh — Vol 64 pags. 169, 191, 201, 226 (2«
parti.
Syivino Ourgel do Amaral — Vol. 66 pag. 172 (2» parte).
Dr. Sylvio Romero — Vol. 64 pags. 202, 213, 254, IfôS, 293
(2« parte).
Tanoredo Amaral — Vol. 60 pags. 807, 312, 390, (2* parte).
Theodoro Maria Taunay, Bispo eleito do Rio de Janeiro —
Vol. 1 pag. 374.
Dr. Theodoro Miguel Vilardebo — Vol. 7 pag. 415.
Theodori Mantlceili — Vol. 1 pag. 247; vol. 3 pag. 487 ;
vol. 40 pag. XX.
Dr. Ttieodoro Sampaio-- Vol. 65 pags. 414, 449, 510, 519
(2* parte).
Theophilo Benedicto Ottoni — Vol. 1 pag. 300.
Thomaa António Ribeiro Ferreira — V. Thomaz Ribeiro.
D. Thomai O. deMesquera— Vol. 8 pag. 404*
Thomaz Ewbank — Vol. 40, pag. 10.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Socios*— in\ TUomaz Garcez Paranhos Moatenegro—Vol , 40»
pigs. 419, 453. 513 e 534 ; Vol. 4i2, 42õ o 430 {2- parte) ;
vol. 41, pag. 381 {2^ parte) ; ToL 67. pa^. 4Z().
hr. Tliomaz Gomos dos Santos — Vol. l, pag. 58.
D. Tliomaz Guida — Vol, 3, pag, 506 ; vol. 4, pag. 218.
Tliomaz Guimarães — VoL 4, pag. 218.
Dr* Tliomaz ^osé Pinto de Cerqueira— Vol, 1, pags* 3íif}
e367.
Thomai Jo3Ô Soarei de Avellar — Vul, 4, pag. 2\ú.
Tíiomaz Lino do Assumpção — Vai. 64, pags. «99, 305, 313
0 315.
Thomaz Pompeu de Souza lirazil, padre —Vol. 40» pag.
614 (2» pano).
Thomaz Ribeiro frliomaz Antoaio Ribeiro Ferreira) —
Vol. 5S, pags, 302, :U1, 317 o 333 (2^ parto)»
Tliomaz Xavier Gai*cia de Almeida— Vol. I, pag, 144.
Thomô Maria da Fonseca — Vol* 1 , pag. 9-
Tiburciú António Craveira — VoL 5, pag, 376.
Br. Tito Franco de Almeida — VoL *<í» paga. 15, 18 e 109
(supp.).
Tobias Lauriano Figueira de Mello — Vol. 53, pags* 532,
533 e 542 (á'* parte).
Torquato Xavier Monteiro Tapajtys — Vol. 51, pag. 281 ;
vol. 52. pag3. 485 e 432 (2* parte).
Trisião de Alencar Araripa Cons*»— VoL 3^. pag, 270; vol. 33.
pag». 393 e 40G ; vol. 51, pag. 242 ; vol. 61, pags, 580
e 502 (:á' p^rto),
Tristão do Alencar Araripe Júnior — VoL 5t>, paga. 156,
líA 175 e ISO (5* parte).
Triãtão AntooLo do Alvarenga — Vol. 40. pag. 19,
D. Ulrlco Valia — Voi, ID, pag. l-sí4.
Urbinu do Faria ^ Vol. 54, pasf, ViH (*^-^ parte).
Urbano Sabino Pessoa de Metío — VoL 4m, pag. 10.
Valentim Alsino — VoL 40, pag. 11.
Valentim Fernandes Moraria — Vol, 35, pag. 50<i (!• parte).
Venâncio Jusé Lisboa— Vol. 1, pag, ifc,
Vicent'^ Rucafuerto — V, Rueat\ierte.
Dr. Vicente Chermont de Mirauda — Vul. 57» pags, :i53
e 374 ; vol. 58, paga. 295 0 :m {2* parte).
Yi^nte Ferror de Barros \N anderley e Aramo — Vol. 06,
pag, 231 (2* parte) ; vul. 07, iiags. 416. 4S0 e 422
(^* parte).
VicoQte Ferreira do Castro e Silva — Vol. 47, pag. 545
(,í* parte).
Vicente Ferreira Lustosa de Lima, monsenhor — VoL 66,
pags. 128. ir>H, IG9, 172 e 181 (2-* parte».
Vicente G. Quesada— Vol. 40, paga, 58í, 599, 618 o 028
(2* parte).
T. Vicen
Dr. Vicenzj Grosai — Vol. 55. pag. 237 <2» parte).
Dr. Vicente Jasé da G ata Ca)>ral — Vol. 4<), pa^r. 18.
Vicente Marlillaro, Marquez de Vilarena — Vol, 40,
pag. 11.
índice dos volumes 1 a 67 425
Sócios — Vicente Rocafaerte — Vol. 40, pag, IO.
Vicenzo Stellati »Vol. 40, pag. 10.
Victor Maximiano Ribeiro— Voi. 66. pagg. 206, 228, 239
e 244 (2* parte) ; voI. 07, pag. 401 (2» parte),
Virgiliovon Helmeiriclien — Vol. 4, pag. 379.
Dr. Virgílio Martins de Mello Franco — Vol. 51, pags. 227,
233, 252 e 266 (2* parte).
Viriato António da Silva — Vol. 35, pag. 563 (2* parte).
Visconde de Abaeto, António Paulino Limpo de Abreu —
Vol. 40, pag. 44.
Visconde de Albuquerque, António Francisco de Paula
Hollanda Cavalcanti de Albuquerque — Vol. 47, pag. 545
(2» parte).
Visconde de Almeida Oarret, João Baptista da Silva Leitão
de Almeida Garret — Vol. 40, pag. 20.
Visconde de Araguaya, Domingos José Qonçalves de Ma-
galhães; vol. 1. pag. 63 — Vol. 22, pag. 645.
Visconde de Assis Martins, Ignacio António de Assis
Martins — Vol. 54, pags. 172 e 179 (2» parte) ; vol. 66,
pag. 122 (e» parte).
Visconde de Barbaoena (2<>), Felisberto Caldeira Brant
— Vol. 03, pags. 502, 509 e 513; vol. C5, pag. 451
(2'' parte) ; Repertório da Revista, pag. 276 ; vol. 50,
pag. 6.
Visconde de Beaiurepaire Rolian, Henrique de Beaurepalre
Rohan — Vol. 50, çag. 375 (2* parte).
Visconde do Bom Retiro, Luiz Pecfreira do Couto Ferraz —
Vol. 15, pag. 595 ; vol. 18, pag. 43S ; vol. 40, pags. 503,
512 e 523 (S*^ parte).
Visconde de Cabo Frio (2o), Joaquim Thomaz do Amaral —
Vol. 62, pags. 291 e 302 (2« parte).
Visconde de Caravellas, Manoel Alves Branco— Vol. I,
jpag. 36) ; vol. 53, pags. 504, 507 e 523 í2» parte),
Visconde de Caravollas, Carlos Carneiro de Campos —
Repertório da Revista, pag. 296.
Visconde de Carvalhacs, António Homem Loureiro de Si-
queira — Vol. 53, pags. 504, 507, 523 e 528 (2» parte).
Visconde de Castilho, António Feli.iano de Castilho —
Vol. 40, pag. 20.
Visconde de Chateaubriand, Francisco Renato — Vol. 1,
pag. 363.
Visconde Ferreira de Almeida, Luiz Augusto Ferreira de
Almeida — Vol. 53, pags. 533 e 538 (a* parte) ; vol. 66,
pag. 214 (2»^ parte).
Visconde de la Figanière, Frederico Francisco de la Figa-
nlôre — Vol. 26. pags. 881 e 885.
Visconde de Goyana, Bernardo José da Gama — Vol. 15,
pag. 179 ; vol. 47, pag. 545 (2» parte).
Visconde de Ibituruna, Dr. João Baptista dos Santos —
Vol. 50, pags. 302 e a53 ; vol. 51, pag. 234 (2* parte).
Visconde de Inhaúma, Joaquim José Ignacio — Vol. 31,
pags. 315, 327 e 394 (2" parte).
426 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
^ooioÃJ — Vísconle de iQhomírim, Francisco do Salles Torres
Homem — Vol. 1, pag. 147 ; rol. 40, pag. XIX.
Visconde de Irvin? — Vol. 40, pag. 20.
Vísconle de Itabaiana, Manoel Rodrlflrnet Gameiro Pessoa —
Vol. 1, pag. 853.
Visconde de Itaborahy, Joaquim Josô Rodrigues Torres —
Vol 1. piíg. 65.
Visconde de Itajubá., Marcos António de Araújo -* Vol. I,
pag. 248 ; vol. 5<J, pag. 2.
Vis onde de I tâmara à, António Peregrino Maciel Mon-
teiro (antes B:a*ão)— Vol. 1, pag. 05 ; vol. 40, pag. r>.
Visconde de Itailna, Dr. CandMo Bororós Monteiro — Vol. 1,
pag. 248.
Visconde de Jaguxry, José Ildefonso de Souza Ramos
(antes Barão das Três Barras) — Vil. 40, pag. 5.
Visconde de Je loitinhonha, Francisco Gé Acayaba de Mon-
ttízuma— Vol. 1, pag. 157.
Visconde de Jurumirim, Francisco Cordeiro da Silva Torroíii
— Vol. 40, pag. 19 ; vol. 1, i)ag. 8
Visconde de Leopoldina, depois Ck>nd6, J<Ao Henrique
Lowndes — Vol. 53. pags. 53?., 533 e 538 (2* parte).
Viseonde de Macahé, José Carlos Pereira de Almeida Torres
— Vol. 40, pag. 19.
Visconde de Maranguape, Caetano Maria Lopes Gama —
Vol. I, pag. 157 ; vol. 40, pag. lU.
Visconde de Mauá, Ireneu Evangelista de Souza — Vol. 20,
pag. 4 ísupp.).
Visconde de Moraes, José Júlio Pereira de Moraes —
Vol. 53, paç. 550 ; vol. 54, pag. 179 (2» parte).
Visconde de Maritiha — V. Marquei.
Visconde do Nogueira da Ganm, Nieoláo António Nogueira
da Gama — Vol. 50, pag. 7.
Viteoode de Ortery— Vol. 9, pag. 278; vol. 5« pag. 360.
Visconde de Oarom — V. Bário.
Visconde do Ouro Preto, Affooso C3I8O de Assis Figaeirelo
Vol. 63, pags. 497, 503, 509 e 524 (2* parte) ; vol. 66,
pags. 128, 147, 152 e 162 (2^ parte).
Visconde de Paiva Manso, Levy Maria Jordão Paiva Manso
— Vol. :i8, pigs. 2*.)7, 319 e :í26 ; vol. 49. pag. 24.
Visconde de Pamatiyba, Manoel de Souza Martins -~
Vol. 40, pag. 9.
Visconle da Pedra Branca, Domingos Borges de Barros —
Vol. 40, pag. 19.
Visconde de Pelotas, José António Corroa da Camará ^
Vol. 44. pags. 3a(( e 377 (2^ parte).
Visconde de Ponte Ferreira, Dr. Jofto Fernandes Tavares
— Vol. 1, pag. 157; vol. 36, pag. 579; vol. 47,
pag. 545 (2'' parte).
Viseonde de Porto Sdgaro.PranelaeoAdolpho de Varnhag<'n
— Vol. 92, pag. <í45 ; vol. 50, pag. 2.
Visconde do Rio Branoo* José Maria da Silva Paranhos —
Vol. 9, pag. 270 ; vol. 41, pag. 447 («^ parte).
índice dos volumes 1 a 67 427
9ooio9 — VisooDdo do Rio Grande, José de Arai^o RiMro
— Vol. 1, psg. 256.
Visconde do Rio Vermelho, Manoel Ignacio da Canha Me-
neses— Vol. 2, pag. 265 ; vol. 40, pair. 18.
Visconde Rodrigues de Oliveira — Vol. 63, pags. 441, 450
0 451 (2* parto).
Visconde de Sá da Bandeira, depois Marquez, Bernardo de
SÀ Nogueira de Figueiredo — Vol. 3, p»ig8. 131 e 354.
Visconde de Sanciíes de Baena» Vol. 50, pags. 303, 348
6 352 (2^ parte); vol. 06, pags. 165, 225, 239 e 244
(2» parte); vol. 67, pag. 401 (8* parte).
Visconde de Santa Isabel, Dr. Laiz da Cunha Feijó -~
Vol. 50, pag. 2.
Visconde de Santarém, Manoel Francisco de Barros Soaza
— Vol. 2, pag. 397 ; vol. 4, pag 389.
Visconde de S «nto Amaro, José Egydio Alvares de Almeida
— Vol. 40, pag. 19.
Visconde de S. Leopoldo, José F^tciano Fernandes Pinheiro
Vol. 1, pag. 8; vol. 9, pig. 427.
Visconde de S. Lourenço, Francisco Gonçalves Martins —
Vol. 40, pag 19.
Visconde de Sepetiba, Aureliano de Souza e Oliveira Cou-
tinho — Vol. l,pag. 157.
Visconde de Sinimbu, João Lins Vieira CansançSo de Si-
nimbu — Vol. 50, pag. 2.
Visconde de Souza Fontes, Dr. José Ribeiro de Souza Fontes
— Vol. 10, pag. 128 ; vol. 56, pag. 207 (2* parte).
Visconde dj Sonza Franco, Bernardo de Souza Franco —
Vol. 40, pag. 19.
Visconde de Taunay, Alfli^o de EscragnoUe Tannay —
Vol. 31, pag. 338 ; vol. 32, pag. 253 ; vol. 51, pag. 255 ;
vol. 54, pag. 193.
Visconde He Thayde — Vol. 62, pags. 296, 312 e 310;
vol. 63, pag. 435 (2* parte).
Visoonde dd Uuá, Joaquim Ribeiro de Avellar (ftlko) —
Vol. 7, pag. 268,
Visconde de Uberaba, José Cesário do Miranda Ribeiro —
Vol. 1, pag. 360.
Visconde de Uruguay, Paulino José Soares de Souza —
Vol. 1, pag. 65.
Visconde de Valdetaro, Manoel de Jesu? Valdetaro —
Vol. 40, pag. 4.
Visconde de Vieira da Silva, Luiz António Vieira d;i Silva
Vol. 26, pags. 863, 870 e 885.
Visconde de Wildick, António Pedro de Figudredo —
V. Barfto.
Vivien de Saint-Martin — Vol. 31, pags. 327, 345 e 395
(8» parte).
Von Andréa — Vol. 4, pag. 213.
Washington (ou Wellington) Irving — Vol. 1, pag. 374 ;
vol. 2, pag. 529.
Wencesláo António Ribeiro — Vol. 1, pag. 368.
428
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Soeio^ — Wencesláo Paanero — VoL 33, pags* 3Ô8, 393
6 407 {t' parte).
Wililam B. Hodgsoa — VoL 40, pag. U.
Willíara iiore Ouztley — VoU 1 pa^s. 374 e 381.
William J. Barchell — VoL 3 pag. 347 ; voL 40 pag, 9.
Wiliifioi Prescou — VoL 14 pag, 446, 448.
william Sniyth— VoL 2 pag. 393.
Woodbioe Pariíh — VuL 40 pag. 9.
— Rolaçào do3 que so despediram ou foram eicluidos :
Aiffodo do EscragnoiLo Taiiaay — V. Visconde de Taunay.
António FeiTOira dos Santoa Azevedo — VoL 15 pag. 579 ;
voL 47 pag. 545 {2'^ ptrte).
Aotonio Pranc.sco do Paula KoLIanda Cavalcanti de Alba>
querque— V, Visconde de Alb «querque.
Barão da Gamboa — VoL 47 pag. 5j5,
Barão do Mattoso — Jo8(? Juaquim Rodrigues Lopes — VoL
47 pog. 5!5 (2'* parte).
Dr. Bento Maré ^ VoL 9 pags. 411 a 419, 488, 4t3 ; voL
47 píig. 545 (.' parte),
Bernardo Joa(5 da Gan>a — V. Visconde do Ooyana.
Camillo Joáo Valdetaro — VoL 15 pag. 570 ; 7uL 47 pag.
545 (S* parte).
Francisco J<»9é da Silva ^ VoL 47 pag. 545 (2* parte)*
Franci^o Marianí — VoL 47 pag, 545 {^^ parte).
Francifico da Silva Lopee — VoL 47 pig* 545 (íí" parte).
Henrique Marques de Oliveira LUboa -- VoL 47 pag. 545
(í:* parto),
João António do Azevedo, vol. 47 pag. 545 (i* parte).
Dr, Jo^o Fernandes Tavares— V. Visconde de Ponto Ferreira,
Jouquim Francisco Alves Branco Muniz Barreto — VoL 47
pag. £45 (^ parte).
José António de Oliveira a Silva •«- VoL 47 pag. 545
(2» p&rte).
Jotô ígnacio de Abreu Limi -^ Vol, 47 pag. 545 (2* parte).
José Joaquim Rodrigues Lupes — V. Bário de Mattoso.
Joai^ Joaquim da Silva Pereira— VoL 47 pag. 545 (2» parte).
Justiniano José da Rooba — VoL 47 p ig. 545 (2* parte).
Manoel Vieira Tusta — Marquez de Muriíiba — VoL 47
pag. 545(2* parte),
Patriclo António de SopuI veia Ewerard— VoL 47 pag. 545
(£'* parte).
Roberto Ave Lallomant — VoL 15 pag. 570 ; voL 47 pag.
545(4;* parte).
Dr. Rozendo Muniz Barreto — VoL 55 pag. 311 ; voL 57
l>ag. 318(2» parte).
Vicente Ferreira de Castro e SLlva — VoL 47 pag* 645
(2» parte).
Visconde de Albuquerque — António Francisco de Paula
tloilonda Cavalcanti do Albuquerque — VoL 47 pag. 545
(•^* parto)*
Visconde de Ooyana — VoL 15 peg. 579 ; voL 47 pag. 545
iji^ parte).
INblCE DOS VOLUMES 1 A 67 429
Soolo^ — Visconde de Muritiba — V. Manoel Vieira Tosta,
Marquez.
Visconde da Ponte Ferreira, D. João Fernandes Tavares —
Vol. 47 pag. 545 (2* parte).
Offlcio peJindo reintegraçáo — Vol, 36 pag. 579 (2* parte).
Visconde de Taunay — Alfredo de Escragnolle Taunay —
Vol. 54 pag. 193 (2* parto).
(Solita^x-io da. I^agroo. SántO; -— V. Fosseis — Dr.
Lund.
Xele@'iTa.pho — Rede telegraphica entre Uberaba e Cuya-
bá — Vol. 55 pag. 233 i8» parte).
I^enda. do grucxri*eiro ( A ) — Canto épico por
Joaquim Norberto de Souza e Silva — Vol. 52 pag. 1.
Terremoto — Memoria do Dr. Guilherme Schuch de
Capanema — Quaes as tradições, ou vestígios geológicos
que nos levem á certeza de ter havido terremotos no
Brazil — Vol. 22 pag. 133.
— Na Bahia em 1724 — Vol. 47 pag. 115.
— V. Pernambuco.
rrefttameiíto — De João Fernandes Vieira (copia de algu-
mas verbas) — Vol. 23 pag. 387.
— politico do Condo João Mauricio de Nassau, governador
do Brazil HoUandez ~ Vol. 58 pag. 223.
— e certidão de óbito de Paulo Rodrigues Durão, pai de Pr.
José de Santa Rita Durão, autor do poema Caramurú —
Vol. 60 pag. 301.
XUeatro S. I*edro de Alcântara — V. Motim
politico.
Xlioiiiaz Ooiiaea«g'a/ (Dirceu) ~ Depoimentos para o seu
casamento — Vol. 55 pag. 361.
— V. Conjuração Mineira.
Xirtidentes — Exposição de factos históricos que com-
provão a prioridade do Pernambuco na Independência
e liberdade nacional, pelo Major José Domingues Code«
ceira. Protesto contra o acto do Governo Provisório doa
Estados Unidos do Brasil considerando de festa nacional
o dia 21 de Abrii consagrado á commomoração dos pró-
ceres da independência brazileira, resumidos em Tira-
dentes — Vol. 53 pag. 327.
Uniforme — Proposta para adopção de um uniforme
para os mombros eífectivos do Instituto para as ses-
sões solemnes e festividades nacionaes — Vol. 15
pag 596.
TJniversidade — Crcação de uma universidade no Brazil.
Indagações feitis a mandado do ministro do Império
Barão Homem de Mello, por Joaquim Norberto de Souza
e Silva — Vijl. 51 pag. 1 (2** parte).
— I?opiiliir de estudo» livres— Vol. 64 pogs.
287, :sdt54 (íd* parte).
Xlrna f*uii.era;rla — Noticia sobre uma urna indígena
encontrada sob uma antiga casa da Praia de S. Chris-
tovão com a ossada de uni Índio— Vol. 53 pag. 343.
410
REVISTA DO INSTITUTO HISTORÍCO
XT&*u^uayaiia— Hendição da divisão paraguaya ao mando
lio Coronel Estigarribia, pelo Teatote-Coroiiel Auguâto
Faiiãto de Souza — Vol. 50 pag. L
Va^oa tia Oamu — V. Descobrtmmito do Camin/io das
índias,
T^la^^reiti — Extracto da TÍagem feita és povoações da Capi-
tania de S. José do Rio Negro pelo ouvidor e intoa*
deote geral Frauciâfio Xavier Rodrigues de Sampaio em
1774-1775 — VoL 1 pag, 109.
^ Extracto do uma viugem feita á proviocía do Espirito
Santo por Manoel Jotó Pires da Silva Pontes — VoL 1
pag. 345.
-^ Rotelix) para sdgnir a melbor estrada do Miranhâo para
o Rio de Janeiro, feito em isio por José Pedro César de
Menezes — Vol. 3 pag. 512.
— Roteiro da viagem do I>eâdmbari.rador Henrique da Silva
o dú Major Maaoei Ciirdoso Saldanha á «erra doa Mootes
Altoa pani o es Uibelec imanto da Pabrica de salitre
(Bailia) — VoL 5 pag. 447.
— Roteiro para os Mariyríoã iado em canoa pelo ribeirão de
Guyaz. Noticia desta paragem — Vol. 6 pag. 319.
— Do* capltâO^tenente da Ai*mada José Maria Nogueira.
oomniandanto do vapor do guerra — Guapiasíút pri-
meifoque subiu o Amazonas -- VoL 6 pag. 336.
— Itinernrio da viagem que fez por terra, da Batiia ao Rio
de J;iDeiro» por ordem do Priacipo Regente» em I8C>8, o
Deâembargaaor Luiz Tiiomaz d^ Navarro — Vol. 7
pag. 433*
— Reiâçio da visgem que foz o Conde de Azambuja, D.
AQ&ooio Rolim. da Cidade de S. Paulo para a Viila de
Cuyabá em 1751 — Vol. 7 pa^. 469.
— Diano da Via^'em que fez á Colónia Hollandeia do Suri-
mao o porta- bandeira da 7^ companhia do regimento da
cidade do Pará Friiaoi^co José Rodrigues Barata, pelos
aeriões e rios deste Estado, em diligoacia — VoL è
pa^s. [ e 157.
— Aa Vill sde Car.ivellas, Viçosa. Porto Ale^e de Mucury.
e aos rios Mue^ry e Peruliipe» por Kormoaegilio António
Barbjza d« Almdda— Vol. 8 pag. 4^5.
— Eoieiro das Capitanias do Pará e Maranhão, Piaah^r*
Peroam^juoo o Bahia, pelos si^us caminhos e rios cen-
Iraos — VoL h pag. 527.
— Resumo do itinerário de umn viagem exploradora peloi
rioa Verde. Itararé. Paranapanem:! e seos aílluentes do Pa-
raná, Ivahy e sertõi^s adjacentes, emprebendida por
ordem do Barão de Antonioa — VoL 9 pag. 17.
— Viagem e visita do «ertâo em o bispado do Grtk> Pará»
eml7e2ol703, eíscripta peio Bispo D. Fr. Joio de S.
jQSé — VoL 9 pags. 43, I7í). 328. 476.
— l»e Cuyabã ao Rio do Janeiro, peb ParaguaytOorrientô!^,
Rio Qr. do Sul e Santa Catharma, em 184(^ pelo Major
Henrique de Beaurepaire Roh^n — VoL 9 pag. 370.
índice dos volumes 1 a G7 431
VlettíBnx — DiakTioáQ uma viagem mineralogio\ pela Pro-
Tinola de S.Paulo no anoo de 1805, pelo conselheiro Mar-
tim Francisco Ribeiro de Andrada — Vol. 9 pajç. 527.
— Roteiro da viagem do Capitão Francisco de Paula Ribeiro
ÚÃ fronteiras do Maranhão e de Goyaz em 1815 — Vol. 10
pag. 5.
— Itinerário das viagens exploradoras emprehcndidas polo
Barão de Antonina p «x» descobrir uma via de ojmmunica-
cão entre o porto da Villa de Antonina e o Baixo Paraguay
na Província de Matto Grosso ; feitas nos annos de 1844
e 1847 pelo sertaoista Joaquim Francisco Lopes edescriptas
por João Henrique £lUot — Vol. 10 pa«. 153.
— De Goyaz ao Pará em 1840 e 1847 — Roteiro do Dr. Ru-
fino Tneotonio Sego tido— Vol* 10 pi»g. 178.
— Diário roteiro da diligencia de que foi encarregado em
1791 Manoel Joaquim de Abreu, ajudante da Praça de
Macapá— Vol. 11 pag. 365.
— De Thomaz de Souza Villa Real pelos rios Tocantins,
Araguaya e Vermelho, acompanhada de importantes do<-
cumentus relativos á mesma navegação — Vol. 11
pag. 401.
— A' Gruta das Onças, pelo Dr. Alexandre Rodrigues Fer-
reira — Vol. 18 pag. 87.
— Diário roteiro do Arraial do Pesqueiro d'Araguary até
ao rio Oyapock, pelo Capitão Manoel Joaquim de Abreu
— Vol. 12 pag. 9(5.
— Memoria a respeito dos rios Baures, Branco, da Concei-
ção, de S. Joaquim, Itonomas e Maxupo ; o das três mis-
sões daMagdatona da Conceição e de S. Joaí^uim, pelo
Dr. Francisco José de Lacerda e Almeida— Vol. 12
pag. 106.
— Roteiro corograpbico da viagem que Martinho de Souza e
Albuquer<^ue, governador e capitão general do Eitado do
Brasil, determinou fazer ao Rio do Amaxonas, em a
parte que fica comprehendida na Capitania do Grão
Pará, tudo eom destino de occultamente observar o soc-
correr a praça, fortalezas e povoaçSes que lhes são repre-
sentantes— Vol. 12 pag. 289.
— Itinerário de Joaquim Francisco Lopes encarregado de
ezplorar a molhor via de commnnicação entre a Pro-
víncia de S. Paulo o a de Matio Grosso pelo Baixo Pa-
í?uay — Vol. 13 pag. 315.
-*- Itiuerario pelo rio do Somno acima desde a sua coufluea-
cia no Tocantins — Vol. 14 p^g. 438.
— Carta de Diogo Garcia — Memoria e la navegacion que
hice este viage en la parto dei mar Oceano desde que
saii de Ciudad de la Corua que alli me fUe entregada la
armada por los offlciales de S. M. que fue en el ano de
1526 — Vol. 15 pag. C.
— Diário de Gomes Freire de Andrade — Missão do Uru^^uay
— pelo Capitão Jacinto Rodrigues da Cunha, testemimba
presencial — Vol. 16 pags. 137, ^^59.
barra dj Krj Nrf: » '"ji .: :i: =*-::.. i-::!* Ti.-t .-_-
ia: ; .' W. . r . ': -tu:- A : ". /l*- ■ > : '.:: . — "■" : • p— " ""
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V/. SI. ].uí:. "..^íí.
— Ro veir 3 i'. T.-^-rn ..^ y :■ -T-ilí :_r-: -- !j-í.-': j*
I>r;-:n2 j . - iVà * "» . í ;':_<i , . ! -~.. .-:■. =*' ■^ » . .. i' •
pa? 438.
— L'hrrf vá;'!:- b:-:r- i lu *:•-•■.':■_':.: I":. ? . ".::il i*
vrr^r: - -. .. ^ . ; /.:,
— -u-rr-'..- c. c.i*_v -. rii .,■- :l /li ..i:-ií --^
- . ' .ririi j: Pi -i _:•■••. :■ : . . T -■ ■ ■ i = — v': . ^-^ ;■ r -iSS' .
— I: rer-.;.- ib -r ir^J. :^:: -^-^ -:. : . - .t - "i*p'?. m
S. r^fc-ij. ci ;::ri-.. ^ .-,:. :r:..-: r: -t" i •> .' .^r _•: V.-
".;*■•.*'- Cl» 3 Ti '■ " "■ • "* ' '••;,'' ^* . ' — _ • : . ; r s I .
— :..-., :- ^,^..z: ■-..,- :-. -- :^-:^ • •"•■-■■• -- :■: ^-^ ^^
■-■- 5 -ris: _. .r - . /I.:l.» "i^ ■=■ V:,r:.:.-r:
■ >S : • . r : N.. . ^ ::: .1. ..;.:? rj.r.i i-
- Te
índice dos volumes 1 a 67 433
Viag^em -*- Itinerário da ProTíncía do MaranbSo por Ao-
tonio Bernardino Pereira do Lago Vol. 35, pag. 38^.
— Apontamentos da viagem feita por terra desta Corte á
cidade de Cuyabá, por João Vito Vieira de Carvalho.*
Vol 35, pag. 423.
— Ao Paraguay em Fevereiro e Março de 1869, pelo
Dr. Francisco Ignacio Marcondes Homem de Mello —
Vol. 36, pag. 5, ( 2» parte ) .
— Uinerario dfa viagem feita da Cidade do Rio de Janeiro
ao Coxim em 1865 pela commissão de engenharia militar
junto ás forças em expedição para Matto Grossu— Vol. 37,
pag. 81. 209(2» parte ).
~ Expedi^ do Coosul Langsdarff ao interior do Brazil,
por Alfredo d'Bâoragnalle Taunay —Vol. 38, pag. 337.
— Esboço da viagem feita pelo Sr. Laogsdorf no interior
do Brazil, desde setembro de 18:^5 até março de 1829, por
Hercules Florença. Traduzido por Alfredo d^Escragnolle
Taunay— Vol. 38, pags. 355 e 231 (2* parte) ; vol. 3Í,
pag. 157 (2» parte).
[lelatorio da viagem de exploração dos rios das Velhas
e S. Francisco, feita no vapor € Saldanha Marinho», por
Francisco Manuel Alvares de Araújo— Vol. 39, pags. 77
e211 (2* parte).
— Diário da viagem que fez o brigadeiro José Custodio de
Sá e Faria, da cidade de S. Paulo ã praça de Nossa Se-
nhora dos Prazeres do Rio Ignatemy — Vol, 39, pag. 217.
— Cartas de Américo Vespucio sobre as suas viagens ao
Brazil — Vol. 41, pag. 5.
— Narração da viagem que, nos annos de 1591 e seguintes,
fez António Knivet, de Inglaterra, ao mar do bul, em
companhia deThomaz Cavendish. Tráducção do hollaadez.
Vol. 41, pag. 183.
— Jornaes das viagens pela capitania de S. Paulo, por Martim
Francisco Ribeiro de Andrada — Vol. 45, pag. 5.
— Diário da viagem philosophica pela capitania de S. José
do Rio Negro, pelo Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira —
Vol. 48, pag. 1.
» Ao rio Iguasstl, pelo presidente do Paraná, em março de
1886 — Vol. 50, pag. 157 (2» pirte).
— Descripção e viagens, por Henrique Schutel Ambauer —
Vol. 51, pag. 25(2» parte).
— Historia de uma viagem feita á terra do Brazil, por João
de Lery— Vol. 52, pag. 111 (2« parte).
— De exploração ao polo antárctico — Vol. 00, pags. 354,
368, 377, 378, 379 e 424; vol. 6;, pag. 702; vol. 62, pags.
312, 342 e a50 (2* parte).
— Do Imperador D. Pedro I a Minas Geraes, em 1830 a 1831
— Vol. 60, pag. 305.
,— Diário da viagem feita de Villa Bella até a cidade de
S. Paulo pela ordinária derrota dos rios, no anno do 1788,
pelo Dr. Francisco José de Lacerda Almeida — Vol. 62,
pag. 35.
831 -)fô Tomo lxvui. p. i.
índice dos volumes 1 a 67 435
Voca.l>ula>]:-Io •— Vocabulários indigeoas, omnizados por
Eduardo Arthur Sócrates — V. 55, pag. 87 (2^ parte).
— Palavras guaraays — Vol. 60, pag. 145 (2* parte).
— V. Diccionarlo.
ir^u.reii.y — . Cópia da parte que deu Gaodido Xavier de
Almeida e Souza sobra o descobrimento do rio Ygarehy
- Vol. 18, pag. 844.
Zoopli.oiiia* -~ Memoria escripta por Hercules Florence,
em 182d, e traduzida por Alfredo de Escragnolle Tauaay
— Vol. 39, pag. 321 (á* parte).
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índice
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Ixsútx:.: Ei?r:r:M e >flc^np>r:ro BmilÃr.-' ?49
BanaIflLrg». ToC^scs t 1 57 «sj
?3: — Rij :* Ji-*ir3 — laprfs*! Ni^viocal — IA!»?
J
^
REVISTA
DO
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAPHICO
REVISTA
DO
E
BRAZILEIRO
Fundado no Rio ds Jansíro em 1838
TOMO LXVIII
PARTES II
11 00 racitj ut longos darent bene gMla per annos
Bi possint serA posteritato frui
RIO DE JANEIRO
1907
2158
PROMETHEU ACORRENTADO O
Trasla(b(io poética do kiU, que do original de Mylo, yertido littenlnente
para portugoei por D. Pedro il imperador do Braiil, fei o
Barão db Paranapiacaba
( Cotitinuação )
(*) Constituo verdadeira monographia histórica a continuação»
3U0 ora publicamos, do Prometheu acorrentado. Trasladação poética
o texto que do original grego o Sr. D. Pedro ÍI vertera literalmente
para o portuguez, ort*erecia a primeira parte grande interesse. Accen-
túa-se esse interesse nos capítulos que ahi vão. Encerram elles
curiosa narrativa de episódios inéditos da vida literária e politica
do inesquecível protector do Instituto. Quando outros méritos não
tivesse o trabalho, cuja publicação na lievista foi pessoalmente au-
torísada pelo saudoso Presidente Sr. Conselheiro Aquino e Castro,
bastava esse para lhe determinar a inserção nas paginas da Revista»
(Nota da Commissão de Redacção.)
A* MEMORIA DE DOM PEDRO II, DO BRAZIL
Saudade e admiração.
A' Serenissirna Princeza a Senhora Dona Isabel, a Redemplora
Veneração e lealdade.
A carta, que em 10 de outubro do 1899, di3figi ao Sr. Confio-
Iheiro Lafayette Rodrigues Pereira, encerra o tópico seguinte :
« Ao teu prefacio accrescentarei um artigo, em que sejam
mencionadas as minhas relações particulares com o Imperador,
desde que esto foi a S. Paulo, em 1846, até moiados de outubro
de 1889, em que o vi, pela ultima vez, passando com elle
grande parte de uma noite.
Assignalarei ahi factos, que servirão para accentuar as fei-
ções d'aquella physionoinia moral, injustamente desfiguradas
por alguns. >
D(3sempenho-me d'esse compromisso com o artigo, que se
vae ler. Algumas vezes abi se exbibe a minba obscura individua-
lidade-só porque está ligada a factos, que so prendem ao Au-
gusto Personagem, principal escopo de meu escripto.
Desculpem-me as incorrecções doeste trabalho, onde em os-
tylo simples e despretencioso vasei toda a abundância de um
coração sincero e leal sobro a campa do Benemérito, que fora
um dos Heroes na galeria do Carlyle, ou de Emerson, si estes
gloriosos estatuários do Grandezas humanas o houvessem es-
tudado.
A tarde de 12 do abril de 184») em S. Paulo.— Chegada do Imperador
a essa cidade om 21 do fevereiro desse anno. — Recepção na Aca-
demia do Sciencias Jurídicas o Sociaos.— Viagem a Itú o regresso.
— Recitativo no Thoatro de S. Paulo.— Volta de Sua Magestade
para o Rio do Janeiro.
Foi sombria o húmida na cidade de S. Paulo a tarde de
12 do abril de 1846.
Eram cinco horas e doz minutos. Declinava o sol.
Nuvens do cinzento matiz, que lhe envolviam o disco, adel-
gaçando-so, a lirevcs intervallos, consentiam, a custo, que o
asti'o do dia coasse pelos crivos de um rareado lençol raios do
luz empalledecida, á que um vento frio, precursor do inverno
o a sacudir arrepios, roubava o calor.
Sentado no rclvoso tapete do uma d'ossa3 encostas, domi-
nadoras da estrada, que levava de S. Paulo a Santos e demo-
rava Jias immediações da CJiacara da Gloria, propriedade do
(já então iUUecido) bispo Dom Matheus de Abreu Pereira, con-
templava eu, em vaíçoscisraar, ohorisonte d'esse brumoso c(^o,
quando ouvi, bem próximo, á direita, o tropear de cavallos e
o tanger de trombetas.
Voltando a cabeça para o lado, d'onde vinha esse estrépito,
avistei uma carruagem, com batedores á, íVento e seguida de
pequena escolta montada o do selecta cavalgata. Passou-me
tudo isso, rápido, ante os olhos pela trilha, que om baiso alve-
java, e ia perdnr-se, logo adianto, no primeiro angulo da estrada.
Nesse momento o sol, que, jd livre do envolucro nebuloso, pro-
jectava, dos umbraes do poente, os últimos clarões, illtiminou a
12 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO*
paizagera, projectando auri-foscos raios sobre o vehiculo de
viagem e toda a comitiva.
Pouco a pouco, foi emmudecondo o mysterioso murmúrio,
que descera ás campinas nos véos do crepúsculo.
De vez em quando, porém, acordava o silencio do diluculo
ao eco longinquo das trombetas, sopradas pelos batedores, vindo
unir-se em coro ao esganiçado estridular de alguma retarda-
tária cigarra.
E a noite cahio espe>sa e pesada sobre aquelle scenario, que
parecia reflectir a melancolia e a saudade, de que minh*alma
estava saturada.
Deixando o meu jwsto de observação, segui, lenta-
mente, para a cidade, desensombrada pelos raroít lampiões de
azeite, cuja baça e amortecida luz attenuava o vermelho doesse
caminho, não calçado, que do sitio, d'ondo eu me afastava,
se estendia em ladeií-a até o Largo de S. Gonçalo.
Recolhido ao soturno lar, uma d'essas casas do porta e ja-
nellas de gelosia, hoje desapparecida com a Igreja de Santo An-
tónio, visinhad'ella, accendi minha pequena lâmpada na mesa
de estudo e, nrertrulhando nas mãos a fronte, interroguei o es-
pirito e o coração sobre a causada minha tristeza.
Por que razão dirigira eu, naquella hora. os passos i>ara a
estrada de Santos ? Fui alli ter por simples excursão recreativa,
ou teve outro movei a minha vontade?
«Teve sim (resp.mdeu-me voz interior :) teve. »
A'quella hora deviam seguir viagem, pernoitando no Ponto
Alto^ distante quatro léguas da cidade de S. Paulo, e chegar no
dia seguinte a Sant'>s. o Imperador do Br«\zil» D. Pedro II e sua
Augusta esposa, a Im^^eratriz D. Thereza Chri<tina. Era para
ver aquelle Principe que eu me puzera de atilaia na escarpa,
a cavalleiro da estrala.
A carruagem. qa:i passArvi, precedida de l-atelores mon-
ta-los. era a do ímpera*lor. Dirigira a e^te minha siuJaçiio, ti-
rando-lbe o chapéo e abaixando a ea>je^a. tUe mo correspondera,
sorrindo, e com leve aceno de mão.
PROMETHEU ACORRENTADO 13
Que razão me assistia para essa homenagem ? A* que im-
pulso obedecera quando me dirigira ao alludido ponto? Estava
nos meus dezoito annos. Havia cerca de mez e meio, vira eu o
Imperador pela primeira vez. As noticias, qued*elle me davam
os collegas e amigos, que de perto o conheciam, e mais parti-
cularmente, o mallogrado Joaciuim António Pinto Peixoto e Cân-
dido da Silveira Rodrigues (hoje residente em Nova Friburgo),
despertaram minha admiração o sympathia a Dom Pedro II,
sobre cuja educação velava a virtuosa Senhora D. Marianna de
Werna Magalhães. Amava clle o estudo, a ponto de Jho sa-
crificar seus lazeres e até as horas, que a natureza exige para
descanso do corpo e restauração de forças . Frei Pedro de Santa
Marianna, mais tarde agraciado com o titulo de Bispo de Chry-
sopolis, sorprehendeo o augusto alumno em vigilia, occupando
em lucubraçõcs horas, reservadas ao som no.
Vira-so Frei Pedro obrigado a apagar a lâmpada, revela-
dora d'essa hafracção da disciplina, o que seria digna de louvor,
si não conspirasse contra a saúde e bem estar de quem a prati-
cara. Diziam-me também aquelies collegas queo joven principe
honrava com sua predilecção os poetas c artistas, acolhendo,
benevolamente, em sua intimidado a Manoel de Araújo Porto
Alegre, pintor e poeta, e a Domingos José Gonçalves de Maga-
lhães, o autor dos «Suspií^os Poéticos e Saudades».
Descrê viam-me, finalmente, o monarcha braziloiro como o
Mecenas dos homens do lettras, que deviam d espontânea ge-
nerosidade imperial os auxílios necoiisarios para completarem
seus estudos no Brazil, ou na Europa, habilitando-se, deste modo,
a servirem a Pátria.
D. Pedro II era, e.ii minhas cogitações, um alto espirito,
ardendo na sede da cultura intellectual, e o propulsor de todas
as medidas e providencias, capazes de levantar o Brazil á altura
de seus destinos.
Venerava-o também como o transumpto das virtudes do-
mesticas e civis.
Eis o juizo, quo em minha obscura vida provinciana for-
mava eu do moço Imperador, quando a 20 de fevereiro de 1846,
IHílas duas horas da tarde, ouvi o toiuc festivo da ; trombetas.
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Kf.ii.i'!., n'.t'.\i'\(, .v/, IÍ-I.U l'trjtí?í «irii jjm_m, i-m il.s.."ir>. m»í is'
Mi K't. .'U. ',ti'>.t'.r.'\'t *-ín l":i«. jj'H Ofi: iJil-A". i -•- «*:r...!.M r.jin o
f-iii/í-r ifi.f :iw 'l*H '-iin^fi ti t-ipin o . niiivo í<»ns ili> Mergulhai1ur,'\.'
i'Ant\ O ifiolíini'! fíiiviiipííito Jifi<'r.jiri«# r-iii Fi-anv.t, «••>ii)|'Ul.-;iv.i,
PROMETHBU ACORRENTADO
15
"tenio f Qu« iria dizer minlia pobre muna a quem era. familiar
com /Uúosto, Dante, T^mo e Maiizoni, na Itália?
Fluctuava triumpUíitite o baháo do Rumantiáíiiii, arvorado
polo innovador, de cuja, mente brotaram «Atala»» * O ultimo
Abcuceragô* e <Q goiíio do ClirísUauiamo».
O grande homem» que produzio as OrienUxei e Lucrécia
Borgia, esci-evera ito Prologo do Oomv>iií o Kvaiiííolho duma
nova religião e» íl^aterai/iando com AíTonâo Prat do Lamartine,
(iue no Jocéhjn tiora ^ França uma epopeia « dtzia-lhe:
Nous iienãrúns, pour lutUr dans Varéne lyrique,
Toi la lance j moi U coursier,
Magalhães (mais tarde Visconde do Araguaia ) publicara o
seu volume do poesi;iá — Suspiras poctícoe o Satidiides, ^ que
*be valeo o Utulo de i\mdadar da esoola romântica no Branii,
e contimára sou alto valor poético na Traí^edia < António Jo6<5 »
e na « CoQlederaçâo dos Tamoyoii»» poema, superior ao Ca-
ramurú e que em bollezaã nada tem que íavejar ao Vrugucyy
de Ba^(ilio da Gama.
Porto Alegre, ensaiar a*«e nas BrazUimuM9, e ainda aâo
(irmlra seus créditos de poeta no Cúiúmbo, puema, onda a
pompa e a magniílcencia das doscrip<,^õe> corre parelhatí cora
a opulência do venudcaçào, do invejável harmonia, áa vezes,
por<^m, monótona por causa da repetição do aceento tónico noe
moamos lugares doíí versos.
guem primeiro corroo o véo á vida dos autochtímes da
America, descrevendo- lhes, lirl mente, era poesda o caracter c os
cofetunietí, íbi Alongo de Ercilla, guerreiro hçspanhol, que no
século XVI combateu coutiM. os t^Vraucanos», indigonas do Chili.
Seu poema fa Araucana>, em oitava rima, rivalisa com o de
Ariosto* Corvautes equipara a ep;>poia de Erciila íws primores
e|iíoo6 ttalianod. Ck>niiiiettem gravo ínjn^íça os que» fundadoij
na í inpeivteição no plano <Li « Araucaua », põem esto poema na
mõéraa linha da Menriada, O Qoionéo mo oceopa logoi* iníe*
rior ao da Araucaina, . *' í.
1
i6
REVISTA DO INSTITUTO HISTORICQ
OooaciOt pois, do mloba iosofficioncia, Tieram*mc o^-
somos de procurar o Director da Faculdade e rogar-lhe mo
eicusa»e da tarefa, á quo. tomerariamoate, mo compromo^
tora.
Já penetravam pelaa fiâgas das gelosias os primeiros clarões
da aurora. Ergui-me; accondi a lâmpada tias fucubraçoeí;
tomei uma folha dt^ papel almai^^J e fiz por elta correr a peana,
sem Laterrupçào. Qu?jido o velbo Carlos Godinho, slatclro da
Academia, agitava a corda, presa ao sino» que soava a^ fati-*
dicas i«tê horas^ — convite cruel aos e^tndaotes para, na phraso
do Quolruga, correrem ao* Geraes do Coevento de Sâo FrancisoOt
aifida engMnâa o pão mal mastiçado^ — esorovia eu a ultima pa-
Livra íla moxinifaíla, íi que puz u titulo — cSiudação á Sua Ma.
ge^ttulu O Imperador em sua visita á Academia »— Pa^isei os
olhos sobre essa peça de cjLlligraphia, quasi iaiutcllígivel, ris-
cando e substituiodo phrases. Li-a, depois de corrigida í\ no
meu fí^fo orgulho, julguei tor fabricado uma peça de architectura
{ líDguagom maçónica ), superior a todas, que havia ríicitado,
como orador da < Loja Amizade». Afignrou-^e-me que havia
desbancado Camòcií.
Nisto soaram nove boras. Eu verguei a humilde fíitiota
escolástica, e, depois de parco almoço, dirigi-me á Acade-
mia»
Azal^mava^«0 a ostudantada, príncipalmeute d porta, que
dava para as aulas do proparatorios» ainda fechada.
Soaram, aâaaK as cornetas doi batedores, que pi^ecediam o
cocIms imperial. Deãíceo delie o moço Imperante, que foi recebido
ji (furtaria pelo litrector e guiado á sala» onde devia ser, ofR-
cialmente, naud^Mlo e ouvir as homeiiagens dos poetas» Eu
Ocára ti porta da sala, do caso pensado, para o eífeito, algo
thoatral, preparadi3 nos primeiros versos da minha — «Sau-
dação».
Quando, ílndo o recitativo de Paulo Âutonio do VfUle,
cbegou meu turno, ao appí^llo do Conselheiro Brotet^o, que mo
iU>4!liHava o nomo, p>urdt da porta, oiitreí a passos rápidos, pela
sala e, poodo-nn^ em &euto do Imperador, sentado em impro-
PROMETHEU ACORRENTADO 17
visado throno, proferi, em voz, a priacipio tremula do emoção
e que, pouco a pouco, se foi tir mando, a seguinte:
€ Saudação á, Sua Magèstado o Imperador, na sua visita á
Academia, cm 3 do março de I84C» :
Onde está Elle, o neto dos Affonsos,
O Ungido do Senhor ? Quero expandir-me
Nas effusões do amor, do qual 6 fonte.
Onde está Ello, — o brazileiro excelso,
O Pae da Pátria, o anhelo do seu Povo ?
Kil-o, que empunha o s^optro fulgarantc ;
Cinge-lhe a fronte augusta auroa coroa ;
Luz-Iho o génio no rosto magestoso !
Salve ! Nuucio do paz ; Sol do esperança !
Junquo-se o pavimonto de perfumes ;
Brotem íloros do chão ; ondule a myrrha.
Gloria, gloria ao Senhor ! Verteu na torra
Um raio de esplendor, que espanca as sombras.
De nossos corações so alenta o fogo,
Nossa alma se derreto em grato aroma !
Gloria, gloria ao Senhor I — Mandou-me um anjo
Roçar-me o coração co'as brancas azas.
Vinde, orvalhos do céo, banhar meus lábios.
Borrifar do harmonia as cordas d'harpa !
Vénia, Senhor I — Meu estro é como o incenso,
Que em aroma se osvae do fogo ao toque,
E, como impetuosa catadupa.
Rebenta em borbotões á flor dos lábios !
Ah ! Senhor I — Si essas brizas do Ypiranga,
Trazendo o brado do teu Pae nae azas.
Vieram rec^rdar-te a gloria d'elle,
Banhar-to de saudade as fibras d'alma ;
Si no teu coração sentiste o fogo,
Que accende a gratidão e amor alenta ;
lia de insensível ser a juventude,
Vergontea humilde, que te Ci'esce á sombra,
2i58— 2 Tomo lxviu. p. ii.
18 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
K 8iirila a lauto amor, com quu a punhora^,
Nobro impulso ooutor, calar aouh hyinnod
K a ti, seu Anjo o Pae, noKar as bonçãos M. •
Vô-a Souhor ! — Teus olhos a oloctrizam.
Nos .seus rostos lorás <la ;rIori:i a sôtlo.
K* (la rsporauça a llor ; expande o vivo
No jardim, que teu Pao deixou no gorraoii,
K quer dever-te cultivado esmoído.
Kntra, Senhor, da floria o poristylo !
Ifraços do toU'( Avós do lá te chamam I
Tu, quo enxugas o prauto da orphandude,
K pões da viuvez termo aos fremidos.
Km nossos corações teu tlirouo escora.
Mente de Aui*elio, coração de Tito,
Que lazes reviver da (íi*ecia os tempos ;
Sim; — completa os te us plauos gigantescos ;
I^ropaga as luzes, que teu sólio esmaltam;
Dá-uos os doces Ituctos, que colheste.
K no porvir um plácido sorri.so
Virá, laffueiro, rociar teus lábios,
Quando vires na cruz entrelaç.uios
ITarvore da sciencia os vastos ramos.
Anjo do paz ! Ampara a juventude ;
Nella pousam da pátria as esperanças ;
Si a vere<la da ^'loria lhe apontaste,
lul-llio as sublimes azas. «lue desdobras.
O ili.'ulein:i, que sui^tous, Lâo Joven,
K' J.í viiNMit" lauiHja, que ti* adtirna.
\h) auivola di> luz t-o inunda a íVonte,
(*omo a lio heivioo Fundador do Império,
Quunrlo. abrasado em santo enthusiasmo,
S4iÍT.(Mi o brado: «Ia lepoutlencii ou m(»rtel»
Ah ! SiMihor ; minha voz t«Mn liMco aot^cnlo
P.ira oxprimir as onuN;ões, quo >into.
M.is 11:1 II i<< dizem J.i b;isr.aiife os olhos.
K «s ou<i is de prazer, quu o itistu ospidha?
PROMETHBU ACORRENTADO 19
Não 0UV03 os anholitos do jubilo,
Que íaz saltar o coração uo peito ?
E quantos pensamentos esvoaçara
Nesse aíTavel sorrir, que vès eni todos ;
Quantas bênçãos da pátria nessas flores,
Que os passos te perfumam !
Anjo de paz ! Não colhas teus adejos !
Deus avigoro teu heróico esforço !
Génio da liberdade ! Exalça a fronte !
Protege-nos c'o a sombra de teu throno !
Talvez não esteja aqui reproduzido, íielmonte, o texto pri-
mitivo, pois não possuo um exemplar, siquer, do livro, em que
foi impresso esto recitativo e só de memoria aqui o transcrevo.
Ouvio-me o Imperador com a maior attenção, dando de-
monstrações do mais benevolente apreço e na passagem seguinte:
Quantas bênçãos da pátria nessas flores,
Que os passos to i)er fumam,
desviou de mim a vista para fltal-a n'uni cravos, que juncavam
o tapete, onde pousava os pés. Ao erguer, d(í novo, para meu
semblante os olhos, uotei-os ensombrados de uma leve tintura
de melancolia.
Nesse momento havia eu feito pequena pausa, aliás exigida
polas conveniências da leitura. Bastou-me esse momento para
comprehender o que se passava n*alma d'aquello rei do vinte
annos, que, profundamente versado na philosophia da Historia,
não devia ignorar a instabilidade das grandezas humanas, de
que tinha o exemplo, ainda recente, na sorte de seu próprio Pae.
Passar-lhc-hia então polo espirito, com a rapidez do relâm-
pago, um vislumbre do futuro i
Qual de nós pôde reter, pxra sujeital-os ã analysj, esses
raios de intuição, (lue, subitanoos, lampejam no espirito, e
desappareeem, fugazes, só d úxando após si impressão tranâ-
toria, obscura, incompleta e indefinível ?
20 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O corto ó quo uaqiielle olhar, ciiji duração foi, apenas,
de ítlí^^uns scírundos, revelaram-se-mc signaes de mysteriosa sym-
pathia, da qual, mais tardo, em mais do uma vez, tive maui-
festaçoes c provas.
Findo o recitativo, inclinei-me, respeitosamente, o ia reti-
rar-me. O Imperador chamou-me ao tlirono e podio-me o papel,
em qu(í eu escrevera os versos. « E' um borrão informe. Senhor I
Fermitta-me Vo>s i. Magesti.de qu(! ou o passe a limpo,—» Não,
( replicou o Imperador, est mdendo a mão o sorrindo) ; dó-me
assim mesmo como está. ! »
Tive de obedecer. — Roijei-lhea mão o lui seiítar-me entre
os espectadores.
O Imp.^írador absorveo-se na leitura do meu manuscripto
o (cousa extraordinária nelle, í[ue (»ra o modelo da cortezia !)
não doo a menor atten^ão ao recitativo do poeta, que viera,
depois de mim, sauilal-o.
Soube ([ue l<'vou comsiijro para a côrtn o meu auto.^raplio
e que o mostra r.i a (lonçalvos de Magalhães.
Muitos annos depoi>j, travei estr»'itas relações com este
poeta diplomata e inter])(dlei-o a este resi)oito. Respondoo-me
que conservava dess(;s versos lembaunca vaga e natla me i)odia
dizer <le positivo.
Fiíiuei, poiA, ignorando a apreciarão, que daquella minha
proilucção lizera o traductor de <01giato».
A iSnudação teve a sorte, que lhe cabia. Afundou no
bo<iueirão d«» es luecimont').
I)ias d 'p(»is, seguia <> Imperador para Itú, deixan<lo em
S. Paulo, com o llto do po:ipaI-a ;i fadiga da jornada, a Impe-
ratriz, que, nem uma só vez, sahio de Palácio, durante a au-
sência do esi)OSO.
Foi em It!i (jue improvisou o deo a glo-ar a um verseja lor,
a conh 'cida «luadra :
() sincero acolhimento
Do fiel povo Ituatxo
(travado fica no peito
De sen grato soberano.
PROMETHEU ACORRENTADO 21
Glosou-a também o Senador Nicolau Pereira de Campos
Vergueiro. Dessa glosa lembra-mo sómento este começo :
Do dever o cumprimento^
Que se estende a muito mais^
Vós, Senhor, por bom, c?uimais
O sincero acolhimento,
O grave estadista e parlamentar, que só por especial gen-
tileza poetou nessa espécie do oitoiro, presidido por um rei,
nunca fez cabedal do seus versos.
Antes da partida do Imperador, offcroceram-lhe em 8 do
março um espectáculo dramático no antigo Theatro do Largo
do CoUegio, ou de Palácio.
Quiz saudal-o, pela ultima vez, pois elle devia partir dentro
de três dias.
Procurei um camarote para recitar. Fui, por(?m, impe-
dido pelos offlciaes, encarregados de flscalisar o espectáculo, que
haviam recebido ordem do vedar aos barbados a entrada nos
camarotes, reservados ás Senhoras. Veio em meu auxilio a
Exma. Sra. D. Anna Margarida Martins de Toledo, minha ma-
drinha e parente, sempre aflavcl c aíFectuosa para com-
migo.
Chamou-me para seu lado o consentio que d\alli me diri-
gisse ao Imperador, apozarda tacita dosapprovaçilo do militar,
que mo queria expellir daquolle recinto, não sei para onde.
« O Senhor sujeitou ao «visto» da Policia o seu recitativo ? »
Perguntou mo alguém, que não vi, pois ou já mo voltara para
a tribuna Imperial e soltara o verbo.
Terminando, tomei a benção da respeitável matrona, quo
me protegera e cujas relações ainda por muitos annos tive a
felicidade de cultivar. Recolhi-me aos lares.
Eis parte desse recitativo perante Sua Magestado Imperial,
no Theatro de S. Paulo, em 8 do março de 1846:
22 REVISTA DO INSTITUTO HISTORIOO
Olha, Senhor, a pagina dourada.
Que ven^ encher em n<H8a Historia Pátria !
Vé como a Pauliceia. envolta em galas.
As plumas do coc^ít esmalta d^ooro ;
Como espalha da uma, que sustenta.
Flores, perfumes, hymnos o sorrisos ;
Como te embala em cmntieos soares
E te embalsama a Tiração da noite !
Berço da Independência ! Exulta, exulta !
Um anjo tutelar pisou teu solo ;
A sombra de Amador da campa eróca
Para render-lhe preito de homenagem ;
Os teus prodígios naturae? desdobra ;
Sacode o pó das tradiçôoí de gloria !
Polga, pátria de heróes, riyal de Athenas.
Raiaram para ti dourados dias !
JoTen, que apenas a existência estreias.
Como susténs o peso desse sceptro?
Onde foste colher tão lindas flores
Para enlaçar á fronte magestosa ?
D*essa cori5a, que ao tyranno opprime,
Nâo sentes o gravame ?
Não ! Tens por guia o facho do Evangelho,
Que 6 teu pharol divino !
Tua missão no c(5o traçada existe.
Deixa na terra luminoso eeteiro,
Como Uriel, o espaço perlustrando.
Vae; que te aguarda a sombra das palmeiras
E a folhagem do oásis do frescura !
Vôa, Senhor ; a nuvem já te espera ;
I^os S(»raphin8 as azas to convidam ;
Prííonche os teus destinos ;
Sol^e da gloria ao templo !
PROMETHBU AGORRBNTADO 23
Os encómios, feitos nesses rocitativos ao imperial viajante,
quasi do minha idade, traduziam os sontimentos de uma alma,
que desabrochava, cheia de crença e fó. Aquello enthusiamo ora
sincero, como o é também tudo, que acerca deste vulto, um
dos mais insignes da Historia contemporânea, tem aahido de
meos lábios e de minha obscura ponna, nunca, (Doug louvado! )
poUuidos de mentira e liypocrisia.
Ardia-mo n^alma a scen tolha de sympathla, que nella
accendera o olhar do Imperador, quando eu symbolisara as
bênçãos da pátria nas flores, que ello estava pisando.
Por essa razão é que fôra, triste o soainho, dizer-lhe o meu
adeos n*aquella t:xrde ennublada, sentindo profunda soledade
n'alma,comosi delia me houvessem arrancado uma oiperanga,
ou um conforto.
Tornaria ou a ver o Imperador i Cbogaria a tomar o gráo
de bacharel q com eUe adquirir a capacidade para Aincções
publiQí^s om qualquer carroira, que me pososse em contacto
com Q Chefe da Nação ? Haveria onsojo de poder olle avaliar
minha leal dedicação no limitado contingente de ierviços, que lho
prestasse paia auxilial-o em sua diílicilima tarefa ?
Via eu todo o futuro atravez de uma nuvem. Tudo ora in-
certeza. Sempre í\ii dominado do profunda melancolia e pa-
recia-me que o horisonte da minha vida, cujo arrebol empallide-
cera entre sombras proceUosas, condensadas em tuílLo durante
a minha infância e puberdade, sj estreitava e que poucos
aanos me estavam reservados.
Finou-se minha esperança ;
Com alia minha ventura ;
Meu l\ituro vae sumir-se
Na gelada sepultura.
Era este o começo do uma das monodias, que desferio das
cordas a minha «Harpa Qemedora», publicada em 1847.
Minha imaginação, distendendo o voo, via presontimentos
nas sombrios reílojios da atmosphera de tristeza, que mo
envolvia.
24 REVISTA EK) INSTITUTO HISTÓRICO
Fora talvoz niolhor se houve-ísoin i^onvertido om realiiladc
(íssíis aspirac^ícs «ruma alma, «iiiti. quaiiiio ponde p -nsar e sentir,
mariiíVskm o almejo do id'*ial e qio, á mo lida que se vão
quol»rand> o-; viinv.il »s, {uAo^ quao^ se preá lo d matéria, mais
anhela niarar a s-^lc ih) Iiifiniío.
Si assim ínra, nã > teria assistido á catastrophe, que ar-
rancou o poílor A'quolIe, qíie o ext^rceo, somente para mostrar-
s^ supriMuo fvpo da Justira. representação do Direito e pei*so-
ni Meação do Pr.>^'re>so.
Fad;ira-<j a Provide-icia para intelli;rente motor da «grandeza
do Paiz, que lhe Ibi iKírco e de cuja terra íjuardou no tumulo
algun-i pu;,'i!os, cerio para que o cérebro e o oração se lhe as-
similassem á querid i glebi, que os havia for. nado.
Si assim íV>ra, não teria eu ouvido proclama r-so junto ao
mausolco de um dos maiores pnxxjres da Revolução e na Camará
dos Deputados a necessidade de resuscitar-se o Terror, filho do
jacobinismo, c explosão da m:ús infernal da*? paixões de inveja e
Oílio, inimÍL'o encarniçailo de tinias as superioridades moraes e
sociaes, de todas as nobi-ezas do coração, do espirito e do cara-
cter e o mais collo^^sill vampiro de horror, com que o Espirito
do Mal assombrou a Terra».
Tomei em ISH o ííviiodG bacharel em Sciencias Jurídicas o
Sociaes, na Academia de S. Paulo. Desde o meado desse anno me
havia eu i)roiM)sto ao lujrar de profonsor da cadeira de Historia
o (ieojrrajdiiado Lycèo, creado em Taubatt'* pela Assembleia Pro-
vinêial.
Fui approva<loem concurso e nomeado professor das indi-
cada-; «li-cijdinas. Tomei posse daquella cadeira e comecei a lec-
cionarem l><41^ entreKando-me, simultAneamenTe, a») exercício
da advocacia. Ainda exi<te hoje um doH meus alumnos, o Dr.
Am<u'iro Xífticondesde Moura, iidvo^rado no foro desta Capital, o
(|U il e\iM*ceo, ílurante o lmp<'rio, importantes Cí)mmissr>es.
Fm lHr>'> jH\\\ uma iicen^^a de três mezes, transportando-me
para. a »;i<laded(' Paraty, onde assu ui i)osição i)olitic^i, conti-
nuando a a<lvo^'ar.
PROMETHEU ACORRENTADO 25
Não voltei a Taubaté. Foi, mais tarde, extincto o Lycôo
daquella cidade.
Levava nessa mudança para ura porto de mar o intuito de
approxiraar-me do Rio de Janeiro, centro do Brazil e de minhas
aspirações.
II
Minha primoira viagem ao Rio do Janeiro,— Vi«ita ao Imperador,—
Sermão d<* S. Pedro de Alcântara.— A cadeira de Anchiotta.—
José do Alencar o a «Confederação doa Tamoyos».— Visconde do
Souza Franco.- Minha nomeação para sub-director do Thesouro.
— Orat dão a Souza Franco, S. Vicente, Campos Mello, Itaborahy
e Abrantes. — Commissio bancaria em Pernambuco. —A «Pharsa-
lia»; Jotíé Feliciano de Castilho e Dom Pedro II.— Abertura da* pa-
lestras ImperiaoM com a leitura do «Jocelyn» (versão)*-^ Recusas
do Impsrador.
Em 1853 fiz minha primeira viagem â. Capital do Império.
Oito dias após chegado, fúi ao Paço de S. Christovão, residência
Imperial. Conservaria ainda Dom Pedro II alguma reminiscência
do estudante, que o sauddra, havia sete annos, na sua visita d
Academia de Direito de S . Paulo ?
Levava ou comigo ura exemplar da Harpa Gemedora, qu©
mandara encadernar cm marroquim, e em cuja primeira pa-
«rina escrevera uma dedicatória ao Imperador.
Sem habito doftxíquencla no Paço e ignorante da etiqueta,
curvei a cabeça para beijar a mão Imperial ; mas nXo a toquei
com os lábios.
Foi machinal essi) acto. Tinha pressa de falar ao Impe-
rador. Elle, porôm, fi^anzio ossobr*olhos e encarou-me com es-
tranho semblante, jul«?ando, talvez, que cu qulzesse inculcar aos
que o cercavam submissão e respeito, sem que desse sentimento
completasse a manifestaçcLo para com quem era delia objecto.
«Venho trazer a V. M. (disso) um exemplar do meus pri-
meiros veráos, publicados. NcUe se distinguem, por causa
do assumpto, os rocitativos, que tive a honra de endereçar a
V. M. na Academia o Theatro do S. Paulo, ha sete annos.»
28 REVISTA DO INSTm.T:> HISTOEUCO
earu^aio o >*?:ríXvi:io. Ler.::r'>r::',\ rcriei^imen^e. de seus
reo i ' a :i V ..X? . do u ?a i >< vi'i Ae> ■-'lí i -o ? v i i x^ ? rã? . »
E, :orji"i -■» Livr;. a ?.•:•.:-«: e .\'??e'3 >s .'IJio-! ::-:■? alruaias
pcigln .i>. :ii.vroS'. t :.t JLzl • :
poesia . >
T'.»mei-rae a RrÃ-:». ^:-vr\al.^-a «le^vv vez. :>::! :•> I.í' is, e díTí-
rei-me, liS'.^.i'ei il ► p»:-? a-iii-íle A..vl!;:r.i':i*>. ri^y mo p:''-'Vavjl uãu
se haver da me m ■:■ ri a - 1 > m ■ "«n i rcL ■ i w- 1 j" \ : > i : i: : -: : . i y >.? -.i ra
pcrsi>nali'iade e o- n«>s*)sd'jMseno.3:.rr ■< ::a<'\'. i^^.i ioS. P\íiI^.
Não \*AT"Í ao Paçj deS. C:iris:«jvão . Vi i -^ Imioi t i.:- r. i-i
Thoatws, prii:oi]Xilment j no Provisório, nunca Ih»* m :•:»•'» n I.^
a atienção, «luc, aliás, não pi*oc'irava aitrahir.
Em 10 de outubro ilo^^^e ;inno »"el"brava-se na Ca polia ImpK}-
rial a festa de S. Pelro de Ale mura.
Dirig^ia-me cu piri «a-a. quando, a» passar p -r mira um
amigi\ tomou-iiic o ])iacu, dizen-l«j :
«Venha. Vamos ouvir M'^u'e Alverne. Ha H iinnv^ [ue a
cegueira o afastou do púlpito e da cadeira dtí pr«»fo«or de plii-
losophia. vivendo em uma solitária cella do convent» «lo Santo
António, onde raros amigos lhe Tão tributar o merecido preito d ;
admiração. O Imperador, que sabe quanto vale o grande pr(>
gador, convidou-o a sahir de sua solidão e a quebrar o diuturno
silencio nopanegyricodoSanto, ciyo nome deram ao moaucha
na pia baptismal. Vae V. ver que o velho monjjo alcança rrl mais
um triumpho, igual, ou talvez superior aos que na m'vitla«le e
na idade viril lhe valeram o titulo drprincipe án tribuna sa-
grada do Hrazil.»
Entrei no Templo, exactamente no momento, em que ci Impe-
rador c a corte lhe transpimham o liminar. Era pequen.i. ma^
de escol a concurrencia. (iiannini regia a orehostra e a^ har-
monias de sua musica sacra resoavam nas arcada >; da ('i< i da
Oração, onde, de costume, aji-^istia aos actos religiosos a Fami lia
Imperial.
Ih^ súbito, reinou o silencio. To<loso>* olhares concentrar a m-
jio no viMierando vulto do fra<lo, quo se ajoelhara ao5 ju^^s do
PROMKTHEU ACORRENTADO 29
Prelado, para receber dello a bonção e, depoi* de profunda
saudação ao Throno, se dirigio ao púlpito.
Indefiuivel foi a impressão, despertada pelo aspecto daquelle
ceaobita, cuja fronte, embora o roçar das azas do Tempo, a
ausência dos raios do sol e a mão da enfermidade houvessem
descorado, parecia resplender de luz interna, que em vivas irra-
diações se reflectia nas pupillas, invadidas pela gotta serena.
Era uma resurreição. Vinha da soledade o sombra do
claustro aquelle novo Tobias, a quem faltau o auxilio do ar-
chanjo. Erguera-se da base da cruz, onde se acry solara na prece
e na penitencia. Acudia ao rosoar do sino, que o chamava com a
grande voz do Christo ao semeio da Fé, da Esperança e da
Caridade.
O que foi osso sermão só pôde dizel-o quem ouvio Monte Al-
vorne, ao vacillanto clarão dos cirios sagrados, em arroubo
sublime, gesticulação enérgica, olhar como que immergido no
horizonte do Infinito, e voz, que parecia um éco de outro mundo,
proferir aquellas palavras: «E' tarde! E' muito tard3.» Cale-
frio eléctrico correo pelas veias do auditório que, mudo, nem
pestanejava.
Mais do 41 annos decorreram desde esse dia e ainda a me-
moria me retrata com as verdadeiras cores, aquella scona,
como si a estivesse presenciando.
Retirei-me, absorto, e fiquei largas horas recolhido sob a
excepcional influencia daquelle extraordinário acontecimento.
No dia seguinte, publicava o Correio Mercantil um artigo
de fundo, dando a noticia da revolução, produzida nos espirites
pelos raptos do orador, que de véspera nos extasiara , e apre-
ciando-lhe os transcendentes méritos.
Era da penna de Francisco Octaviano. Nunca desdobrara tão
largas azas aquella águia de colossal envergadura.
A critica do sermão, cora que nos encantara o grande
Franciscano, interessava tanto pela profundidade dos con-
ceitos, quanto pela opulência da li ngoagem. Fina e superior-
30
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
munte (iduoado ora o O:ipíríto do Odèaviano» Ju^to o imparcial
o seu enterio o vastíssima a sua Uiustraçãg. iie\i ustyjo, ura It*
geiro o l6Y<?, coiiiQ a tiorbaleta pfjrpbSfl&ndo pulo cálix das Jlôrtís ;
ora oauíítlco, qual uma lUrp^ do AlfôDde Kai*i% líríucipalmcato
ao oxorcioio do ropresalia ; ora âuavo, dolícado e vaporoso como
um Téo de gaze« que ondeia ao Eopbyro, toruou-so gravõ, aovoro
o seateaciosQ no juLzo, expendido acerca daquolla p«ça do olo-
quoncia sagrada.
Ferreira Viauua, taml>oai lumiaar da impreos^i politica
— polemista do nervos do aço e teaiaeuloí^ de furro, que sá se
descravavam do adversário quafido eí*to modía, pi^>steriiado,
o eíiao da Jica,— eonbocla o lírando valor de Oetaviano e, mab
de uma vez» o luuvou puijlieanietite,
Firmino líodrigues òilva, jornalisita, que oltrigí^u a dep<ir
armas aos detractores do Fundador do Império, caminhou
sompre do par oom o redactor do Correio Mereantil^ som que os
triumphosdo rival Ibe rau1>assem um momcuto do somno trao-
quiUú. Laetf OuanalKira o Tobias Monteiro, grandes Joraar
listas da ímprônfía politica actual, si Oct^iviano ainda existisse,
nâo julgariam uioaos virentes, que aíá suiu», as palmas, coltiidíis
polo valente atlilotii da imprensa diária^ e, vivendo ix>m alio ora
firatorna communbào, exprimiriam a seu re!«poito o mosmo f ers*
didum dos contemporâneos.
Na tarde do dia 30 de outubro entreguei á Redacção do
Ctm^eia Mercantil o meu artigo» escripto sob a influencia
daquella oravão do sorprrhendeuto pregador.
Veio Á inz a^^uelto olog'io, que outra cousa nâo foi a minha
aoalyso. Pt^r muitos annos <te£ esta escripto parte de um livro
de leitura eiâcolar. Lisonjelome quando a!íf uns homens de moro-
dmento, hoje de ai ta po^si^flo social, lhe ropetem alguns
trochos.
MonfAlvernenão demorou sua visita. Agradecco-me, com
movido; abracou-mo oom eíTusâo e fei-me protestos do amiEade,
comprovada doitois em raai^ do uma oe<*a:iiãti. Con?4orvou-se, at^
marrofimeu sincero amigo. Guardo dollo uma carta, revrlando
sêndAdo c exprimindo vivo dG>íOjo de quo eu tratisforisso minha
residência para o Rio de Jaaeiro.
PROMBTllBU ACORRENTADO
31
UiiW dt^iKíís 4o Ktírniáo do Sao Pedro do Alcântara, subiram
u Impcrudiít* li ;i IniperatriB a ladiâíra do Santo Anioiíiu a
roram á colla do convotito, em que o vellio cenobita, iíii-
possÍ1)[Iitado do coutempíar a,s sciauas da Natureza, sontiu^do
alumiado pGlm iiitoniotj clarões, noilo dorramadoâ polo Espirita
Divino.
Foi cordial, a mais não ser, aqtiollo oiicontro. Pedro o Tho-
rosa sontaram^e ua^ vollias catbodras, que ibrmavam, de par
com lima poqiieua niosa, a modogta moíiilia do humildo sorvo do
Deus. Ksi|uivatido as maoa ao boijo do c^tylo» ontretívorani-fi),
com o présfador tym animada o simples poiostra, tondo por oxolu-
sivo objecto a vida du cego» o modo, por que pas^va aw horas
naquello acanhado recinto, onde potioos amigos rocebía* o os
trabaOio8i philosophmos o roligioao!*, quo concluirá, ou tinha
0tQ olaburacãu .
Entroíçarain. por ordem do Imporaí»or, ao velho rulij^ioso
umaoatloíra do braços, estoMa, accnsando, pelo estado da ma-
deira, uma votustez do sooulo^i.
lilra a cadeira do Anc!iietta. Viera da província do Espirito
SAnto, onde aqucllo Lai Cenas da Ameriea do Sul, que morreu
em Bcnevonto, pasnara f;rande parto de sna vida a o range-
Usar o« autóditonea.
Mait! do uma vez, sentoi-me natiuella cathe<lra, tine fòr»
pousj habitual do companheiro de Manoel da Nóbrega, Imagi-
nando quo m mo santlllcava o coi*pí> na velha madeira, tantas
vezos aquoeída ao oontaoto do virtuoso jesuíta. Km vítot Só
as gybillas podiam rooehor pelo afila to a alnm o a fufiplraç&o
do Deos, quo Ihe^ dictava oy oráculos.
Qnintas fraaôM e gOâto^ai^ risa^h^s na*.! tiemo.^, meu ven^v
rando amigo e ou, a propósito ttaquella annoea almaíijarra, cuja
aulhenticidade é maié que pnjbiematica 1
Bitroltaram-«o maia m nosaas relaçííeíí dopoi» do ãormáo,
pr<!gado, a instanciad do Imperador, na Capetla da Gloria do
Outeiro, em agosto de 1854. Na pregação tove o grande orador
de faier pausa, por aljíUítT? momentos, acommettido |K>r IVirto
3ya*íopô. Conseguio clu^gar ao dm, nom grande aacriíicio o perigo
do vida, pois recuaou doi^ocr do púlpito*
a2
RE%'IBTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Escrovi a analyso dessa outr.x adniiravel composição, que
também figurou na mencionada selecta.
Em 1856, irapiignanJo tópicos do um folhetim de H. C,
Muzzio, publiquei no Jornal do Qommercio largas considerações
a respeitai de cartas, trocailag entre A. Feliciano de Castilho e
o Píidre Mostro Frei Francisco de Monte Alver.ie,
O poeta dos c Ciumea do BaMo *, a quem as íj^justas dia-
tribos, dirigidas a seus trabalhos e que ainda corvojaram sobre
seo tumulo, nâo lograram deâjilojar do Pantbeào da Gloria,
veio, líom a fiodei-osa palavra, collocar a Monte Alveriie no
pedestal da immort ilidade, do que não o poderão descer os de-
molidores por Índole e syntoma.
Nem tão pródigo em eerobrus fecundos tom sido para com-
nosco o solo da Natureza» que se tomo desculpável o vêso de
amesquinhar aqucdlos que, do vez era quando, exuheram em
seiva espiritual.
Mudado para o Rio do Jaoeiro em dezembro de ia55,
acceitei o convite do consolhoiro Aotonio Maooel de Gampoa
Mello, varão honestíssimo, de cultíi intelligeneia, imra com elle
collaborar em wòu e>eriptorio de advocacia, á rua da Alfandega
n. 7, casa^ hoje demolida no terreno, onde se ergue o ediflcío do
Banco do BraziL
Abrio-me o velho Manoel Moreira de Castro no Jornal do
Commercia^ de que foi principal redactor, uma parte para apre-
ciação, commentario o censura das decisões do:^ tribunaes. Dela
easa Secção o titulo de — Parto jurídica,^ Era publicada duas
vea^ l>or yõmana.
O eraineoto jurisconsulto Pimenta Bueno, depois Visconde e
Marquez de S* Vicente» que me honrava cora especial amizade, in-
digitou-mo para uma Preidencia de Provincia, F.ji commigo á
casa do Presidente do Conselho, que era o Marquez de Paranl
£m doa» conferencias com este eminente homem de bstado,
pudtí admíral*o o verificar que não eram exagerados os elogios,
UQiversaimento foitoi a seu alto merecimento. Por raais do uma
hora, em cada um deise^ encontros, o Marquez falou quast ex-
oluiiívamente, descrevendo oom particularidades (algumas das
PROMBTHBU ACORRENTADO 33
quaos mo eram extraahas) a região, dosde Itaoorussá até
Paraty (oado ea morara por mai^ de tros anãos), a lavoura
dessa zona, os recursos de cada povoado, sou pessoal e os meion
de desenvolver e morallsar aqiiella parte da província do Rio
de Janeiro.
Náo poudo elle realizar a promessa, que me fizera, de no-
mear-mo Delegado do Governo em uma dis províncias do Im-
pério, porque a morto o empolgou, privando o Brazil dum do
seus maiores homens políticos.
Foi por aquelle tempo que veio á luz da publicidade a
€ Confederação do? Tamoyos >, do poeta Gonçalves de Maga*
Ihães. José de Alencar, que então fazia suas primeiras armas
na imprensa, começou, sob o anonymo, a censurar aqilelle
poema. Araújo Porto Alegre sahio a campo a rebatel-o, em
tom do altivez.
António José Victorino de Barros fazia, ás vozes, coro com
o censor, em tom do graci>jo, excitando assim a bile do Porto-
Alogrc, que mais provocador se tornou ,
Por ultimo, o próprio Imperador onvolveo«80 na polemica,
sob o vôo do mais absoluto sigillo, só agora revelado pelo Dr.
Manoel Barata, ex-senador pelo Pará, que doscobrio o manu-
scripto imperial c delle foz presente ao Instituto Histórico, em
cujo archivo está guardado.
O escriptorlo do Conselheiro Campos Mello, que havia sido
Ministro da Justiça, ora frequentado por notabilidades politicas
e p:»los altos Dignitários do Paço, entre os quaes o mordomo
Paulo Barbosa da Silva o o medico Dr. Gomes dos Santos, in-
tclligencia de alto quilato.
Em certa manhã, á hora, em que eu estava labutando na
minha «Parte Jurídica», chegou-se a mim Thomaz Gomes, em-
punhando um livro. «Sabe o que é isto ? ( perguntou-me elle ).
E' ura exemplar da € Confederação dos Tamoyos», que o Impe-
rador lhe manda para qne o leia o se habilito a defender
o nosso amigo Magalhães dos ataques injustificáveis, que o
Alencar c não sei quem mais estão fazendo a este bello poema,
2158 — 3 Tomo lxviii p. ii.
;ii IIKVIMTA no INSTITUTO HISTÓRICO
(111 |iriMtiliiiti>nii tin|iitrtal. Ku nm» hiMh <iun o senhor era apre«
1'hMtii ti nrtfii ii>iiil<) fHtlo AoM»<tm. |<:iIo nii^ino disso-mc que só o
niiiihiH )i«iili'i <ior o >ronor,U triiiiupliador nosta guerra. Ahi
ilfkhii II li\ IP Nt»i M»»«^ i»'^'* ***' iiviisíuvi ;l incumbência, pois
1^ |iimn.i tl«t <UioNal«u', 1)110 lif^a.v Nou ta lon to o d sua proficiência
II ihiMu ilii I' <iihlo. *
;N,i«l.» luoiuoMl. liíjANani-iut» a Jom^ ilo Alencar laço 3 do
.Mii('<hl(> \.»'' Ni^-iu^r.^-í (luhA lUtM^Uo jHvlitlo oserevesse para o
mm .'.iM.ir V. oou\ olVoUo. Al^ruus mr.'iK do^vns, oreoi no Diário
ili* ICi.». do \\\\\' \li»u»^n' ova ioxlsiou»r tMU oliofo, uma secção, des-
(Uuida A \s\\\\Us\i\\\\^ ^^^'' al^MUua^ iMivsias i^sivUiidas do autores
Iriéiloiu^si t.^-íV soovsívo IAnuvuM\ou iK»r a^um tom^x) o foi pela
l<oda\v\o lAHxMUu^oudada a a^louv^^^» *los loiívnv:?.
Mu» I usio. V» NhuisuN» dv» hu^v^no .K^sMlioi>iiik^ do Souza
U ^»uo.. \l«^\^M!* Ií.uAn» *l.^N Tívs lUrius o \ :sovv.do do JaiTuary,
oo. a\ \ o.: 'M ',• -^^ do v;.^ ixvr.' d.^ . ;aK»:\r/ i:'n '^>:v; a t . de 1 'i para
^ uvuM.' à.* liuvr.A^ \v»ií!í.U tíi*.u'ili'::v. j^i\ve.*:.^i;-.u j^via ser
NUÍ*>o.%'r,..l ' a^ V .uuai\v>i ^vU» v»o\or:K^ O niosv o:k'rip:or já
uio\vuA> A *'M\ Sv^u *:/.i';:u^ío do tralvilho as pnxlucvx^, .|ue
d.MAv.\ •tr:í\.r.--"io v^ v»A\Uio li:ierari^\ t^s^ri l^ido ao m-?xn:j»
UMo\K^ o v'v»í:\ .ií: Vv» a Sv-ioaoii da Adraiu:s:,\ks\\o, a d.> :>:re::o,
iH,»'.»»M. a K.v.*..»*.iv..^ lVl:uoa»oo\hib:uL»d'osu br.lhAutets ani;^
do .ki*i»s\^^ -• iVNiv:S » vK* lii^vw* Ur (ir.uvw ík^' rv a >;::ia .
l.íiha x*'. .V aoNNO !0'*.i\v\ vV':v'; :;.L^ /» rr.nA:v,v < :r.;:'è:"..í. >. ;::o
>\^í»vU'\.v\\ V .í:'-víi'- i"U'...x\ a *u ..^i ^r.:::a,:u <. i^^ a:v .-:;:
^V-^^*^-' *"* " v--.í-X.v." , -.• ,i> ■.í-V- \<.>^.-, aV-« X.' \^ •.. ;
t,xx. .t^ *- '^ ■■■' ^ ^ V >. '.»■.* ^: : > -. s- ; .s.. . -;
Vi- - > y. • ' ^
hVv^ í^v.iR.-Ctt^ii^
;i^^.i ,' rití^::::'.' í:;c*,v.v
PROMETHRU ACORRENTADO
35
Alíoguoi estas razoe í pira excusar-rae á tarefa díj contristar
o critico lia « Confodoniçào doa Tamoyos », o ellft!^ calaram no
animo do Imperador, que .se dignou» por via do Dr. Tixomaz
Gomas, louvar a minha lealdade.
Divergências de carvicter pjlitico separara m-me de José
de Alencar nti Camará dos Depiitaíloa. Tivemos pela imprensa
uma discussão litteraria, em que oUo mo tratou com suprema
defi>rencia.
No umraento, em íjue laucci a «seu cadáver a pagada do cal,
tiniia eu os olh >s ra^os do lagrimas o os soluçoi^ ombarga-
vam-rae a voz.
8umira-se uo occaso iim dos maia dcalutnbranto^ sóo^ do
nosso horizonte liLtorario e politico.
Foi assim que llie lanientoi o dcsapparecimonto, na Po-
lianthôa» organizada por Joaquim Serra:
Como Virgilio a Danti>
Gooper no céo te a-spora,
Estrella scintillaute
Da conatellada espheuji ,
Deub eternal descanso
Deu- to e da gloria a palma.
Houveram já jM3manso
Os ésiúâ de tu'alma.
Poiíquissimos linuiens públicos vivem hoje, que assistiram
ts sessões da Camar.^ dos Deputados em 1850, época, om que a
febre amarei í a appareceo neííta capit^d, dizimando-lbe a
popuiaçáo com violência, quaâi igual á que desonvolveo nas
cidades marítimas dos E-^tcUlos Unidos da America do Norte.
Eeses vethos políticos o alguus cidadãos» contemporâneos seus,
poderão dar tcstoraunho do assouiiu^o, que então caunava
o Dr . Bernardo de Souza Franco, deputado pela Província do
Pará,
M
MliVMrA §0^
«fjfj lei 4u «itU»f»i/r*/ p«il9
furifiaviftrii a ffiicturiJi dtf$ Miafl âwgfÊkfim •
liOU v«MW{ <;xtMO*i é4//, Atiii44i At ti# 1
per8Í4teficj;i mu iuu o «í^m nukMf JUunBro im
pitMtraHW) /m lifiiu, nA/i r«irt«tram ai j
de S. Paulo. Aii0Í4ti ««u ao baile, qttBaIlilhe<
Sondo-lbc SkprotitniwiU} puío í>r. Uaárigam (
conversei por vluUs minuV/M, Ao comprimantal-o, no tdp» ii
escada, qiiando ia retirar-^ : € Adeoã, dive-ma alia. Ha^iaBM
encontrar-nog na vi^Ja jmblica > *- Nio sei, Ezmo. Sr.; ]
mo que fa<^> bem om Jimitar mlohai Tiitaa á
Lycôo do Taubaté.— Qual! (torooa alia). Tanha ML K
linúiado o horizonte, em que vivo. Até o Riodo
Sou/a Franco era um dos primeiroi íinABaainii i
No estudo de Adam Smitii, Malthua, Sismondi a J
Sriy bobcra a sciencia, que o tomou celebre. Ko
roniidílo orn iHhO p.ilo Marquez de Olinda, M ai
/ Mló dl p ista lia Fazenda.
(* 'onsííihííiro Campos Mello lembrou-lhe i
•^ni.im-Tíi,» í-ortoM artigos sobre finanças o, entra (
6Mm íwoript<,s iK>r Mugemio do Prado. K'
rt\nifm mma » respeito do matérias, que se
'V Pht»«r,ur»; rn.w fiiipfsa tornei a paternidade do
* *^ rt^A f^iiiba Moridfdo o n^imo de «au ca
(k*Ahu. ; ro^pf,r,,|^^, ,, ífrando parlamentar. Di^arlteí
^ O *onb(»r a'ixiliar*mo ^— «Com a
PROMETHEU ACORRENTADO 37
Fui nomoado em outubro de 1857 ajudante do Procurador
Fiscal do Thcsouro, e só ora 1870, por oícisião da primeira
vaga, passei a Director.
Ainda atô hoje md vivem na memoria aquelles grandes
homens, typos de honra e de lealdade, a quem devo haver es*»
treiado a minha vida publica num cargo de alta importância, ao
qual, em regra, só so chega por accesso.
Toda a minha veneração aos eminentes cidadãos e immor-
taes servidores do Estado Visconde d 3 Souza Franco, Marquez do
S. Vicente, conselheiro António Manoel de Campos Mello e igual-
mente ao Visconde do Itaborahy e Marquez de Abrantes.
Logo que apparoceo o decreto de rainha nomeação, tive de
ouvir do CJonselheiro Nabuco, uma das maiores glorias do
Brasil, as «eguintos palavras, que me encheram de orgulho :
« Lamento nâo me coubesse o prazer de havel-o nomeado. »
Indo ao Paço de S. Christovão (onde nâo entrava havia
muito), agradecer a minha nomeação paratãoimporcante cargo,
fez o Imperador uma allusão á infecundidade de minha Musa,
que, por certo, ia ficar completamente esterilisada pela papelada do
Contencioso. Respondi que Sua Magestade teria prova de que
não havia eu esquecido a trilha do Parnaso, pois dedicaria os
poucos momentos vagos, que me restassem, dcultura da poesia.
Absorvido paio serviço da mais trabalhosa Directoria do
Thcsouro, que, mais de uma vez, exerci em substituição do Chefe,
não mo restou vagar para complacências do pensamento.
Em 1862 realizou-so a inauguração do Monumento á me-
moria de D. Pedro 1. Compareci, uniformisado, áquelle acto e
fiquei junto do Imperador no instantj, em que elle empunhava
um dos cordões, que prendiam a cortina da estatua. Era visivel
a emoção, desenhada na phjrsionomia Imperial, ordinaria-
mente calma. Foi com voz tremula que elle se dirigio ao Vis-
conde de Abaete para recommendur-lhe certa particularidade,
relativa ao acto.
Corrido o vôo, romperam os vivas e as aoclamações. Notei
nos lábios do Imperador um sorriso expansivo e vi que di-
88 REVISTA EKD INSTITUTO HISTÓRICO
rigia a aJ<^'ut4iL tnn corii|jri mento» Se^uí a dirocçàu do ulbar
e do iicono e verííiíjttei ser uivo dallos o Sonadur Firmino
Rodríííuoâ Silvfi, qiio íifiradocia» curv^ai^ilo o busto. Era aí^uelli
saiidav^iíJ explicada pido artigo, com que Fir.nino naquelle dia
rebatera, triumphuitomGnte» os que, do véspera, tinham sido
publicadoíá pífios (iiio davam a qualifloaçâo do ^moiitira «le
bronze» ao mununionto^ cm que Kotíliet ptirpotuára o vulto
beroico dj Autor o Pro^slamador da ladepeadencia do tmperio
Brazileíro.
ímíumbido de divoraas coramis€>os do Miolsk^io da Fa-
zeflila par.i ínra da Capital, uno pude, por al.^um tempo, viver
em contacto com o Impnradnr.
Soube, porém, que nâo me abandonani a 8ua sympathia.
Servia de Míuistro de Extrangeiros o da Fazooda o Con-
aõlheii'o Miguel Calmou dii f*iu o Almeida, Maniuez de Abrantes,
cG^nano do Parlamento» t^ra a antonomásia, applicada a í*ss«
boaemoritu cidadão, rico do t.ilonto o vorsado em todas i\s dis-
ciplinas do ííovorno,
Fíesportava ccdu. Despachava a pasta do Extrangeiros, pre-
parada p.do 80U ollieial do gabinotj, o iilustradissimo João
Baptista Caio^eras. Foi então qtif! Abrantes ra-oiveo a qnestào
Çhriftie, í^om sup -rioridiíuie o nobreza, salvando a nosí^a digni-
dade nacional o sfanhan to-:ii)S a admiração e o rospoitc» de todas
as iJívcooa civilií^adas,
A*s nove liuras, olTorocía-llie a ileí*imcho Au^^nisto Frederico
CoUin oí papeis do Ministério da Fazenda. Ao meio dia, expedia
elle tudo, que di2ia rospoito é, Santa Ca:^ da Misericórdia, do
qne ovà l*ro vedor» Antes da sessão do Tribunal do Thesouro,
dava audiência publica e, cerca de hora o meia, ííontava-se na
catbodra do preai leuto daqucllo Tribunal, oíferecia-me um de
seui mvgnitlcos charutos ( que eu tintia o lioni senso de nâo
accondor, apa/.ar de convidado), e começava a Hiinar o seu,
rfM*ostado ao eifpãldiU' o cerrando ots olítos, eomo adormecido.
Discutirmos, nós o^ voga^^ doTrilmnal, as diíTerentos quês-
tíjcií. I<^gut adoH os argumentos r* teito o silencio, tomava o M>-
nlstj^Q a palavra; resumia em breve relatório os argumentos o
-L
concluía apreciando» qujLsi sompro, ít utiestào por face nova»
G daudo a solução conveniente, que nos havia escapulo.
Era aqLiiilo uni phoQomeno, digfio de proímuLa atmiraçao
num sexagenário, cujo cérebro devia tíoatir cansaço, em
consequência do emprego de attençao om tantas iioras..»
No dia aeguhUo ri juello, em que deixei o lugar do Di-
rector, que estava exercendo interinamente, ouvi eorrer o repos-
teiro á sala do Contencioso, Entrou o Ministro e veio eorapriraen-
tar-me. Dous di u^i dei>ois, publicava o Diário Official um Decreto
condecorando- me cora o oillciaUiío da Ru-ía, e precedido de
íiraa exposição do motivos, que bastam para ufania do um
funccionario ,
Corri ít 8alã do Trtbnnal e abracei o munificente doador do
tamanha graça. € Fui eu quem, de próprio punho, escrevi a ex
posição do motivos », diâse-me eUe.
Expliquei ao Imperador que tal diâíincção era devida ao
valor do agi^aciado. E parece que essa declaração dEo lhe
Cã usou d esp raze r , »
Presidi, por espaço do um anno, apppoximadamente, a
Caixa Filial do Banco do Brazil em Pernambuco, cargo para o
qual, em 1H63» es80 Banco me convidou e ([ue acceitei o exerci,
cora licença do Ministro da Fazenda, solicitada p»ir aquello Esta-
belecimento de credito, de que era Presidente meu particular
amigo Conselheiro Cândido Baptista de Oliveira.
Terminada a commissão, retomei o exorcicio de mou
car^o no Th^ouro. Co mm uni cou-me, um dia, o Conselheiro
José Feliciano de Castilho que, ao ler no Paço a sua traducção da
* Pharsalia », de Lucano, so referira a meu nome na roda dos
ouvintes e que Sua Magestado manifestara o desejo de que
íissistisse eu á leitura, pois sabia de alguma^"? traducçoes minhas,
que reproduziam, fielmente, os originaes.
Por os&o tempo fui encarregado de inspeccionar a AUUndega
de Pernambuco e nEo pude l^zer acto de presença naquellas
conferencias litterarias.
Soube, depois, que foram aproveitadas pelo tradnctor da
«Pharsaiia» correcções, que lembrara o Imperador. Um verso.
REVISTA DO IXSTiTUTO íllSTORICO
incluído na tlescripçâa da bosque do Mar^olha, Í5ra aasím
vertido ;
Um mudo horror as arvores abrange,
o âoou gtibsiituido pelo seguinte :
Soturao horror áj arvores iiihoro.
Na passagem:
Vioirix canâa DUs placuit* aed vieta Catoni.
assim interpretada por Castilho:
A causa vencodora aprouve aoi Doozcs,
K a vencida a Catão,
perguntou Dtim Pedro II : cNâo podia o hexametro latino ser
vertido num »6 verso?»
< — N5o mo foi possível ( respoudeo o traductor ).
€ Vou teotal-o o o gpnhor empregue os esforços para eonsc»*
guíl-o.»
Prii8trou-si% dn parte a parte, a tentativa e permaneoeo a
ver^Lo em um verso e um hemisticbio portugueses.
Èlujiebío de Queiroz, desgostoso da política, buscou dístra-
htr*«e no cnltivo das lettraa. Pediu a Jusé Feliciano de Cas-
tilho que lho apresentasse um aucleo de prosaduroji e poetas,
junto ao qual passasdo algumas horas em duas uoitoâ de oada
Sâmana ud Kxteraato do Collogiu « Pedro II»:
UouniO'^ ease núcleo, por breve tempo.
O Cuusalheiru M;\noeI Pachaoo da Silva, nomeado Reitor do
Externato, lembrou ao Imporia! Protector das Lettras o 8cl-
oQOlaji abrir aa oojiferonoias litteraria^ uaqutdlu oditicio.
Acabara eu, de jKtucos mezes, a verÃâo ilo Jocil^n, do La-
martine, para vartús portuguezes.
Crôlo quo ÍUi u primeiro a rornocur maioria para essas oou-
ferencias.
O pooma é eitenso; a leitura dellc consumia muitas horas em
cada cúOfSQfoaoi^ Noitas houve, em que ou nâo ohâgara a ler irei
PROMETHBU AGORRBNTADO 41
das paginas do manuscripto, tantas cra^ as observações c notaa,
feitas polo auditório.
A' bem da verdade, devo confessar que as reflexões, feitas
peio Imperador eram, quasi sempre, acertadas.
Possuía elle alto senso critico e conhecia, a fimdo, as duas
lingoas, — a do autor e a nossa. Algumas vezes, com o original
á, vista, melhorou a versão ; outras, declarei-lhe que não estava
nem podia ser convencido. E o texto da versão permaneceo
inalterado.
Dos outros membros do auditório só aceitei um substi-
tutivo, oífereeido por Dr. Luiz Vicente de Simoni, poeta, aliás,
pouco versado na lingua portugueza. No libreto do Tropador^
de Verdi, urgido pela necessidade de rima, traduzio xingareUa
por ciganella.
Até o próprio Octaviano, vexado por não suggerir alguma
cousa no sentido de apontar defeitos e remedeial-os com emendas
de sua lavra (o que é difflcil, quando não se conhece a versão),
obtemperou-me: « Ha muito v«n<re nesse trecho. A palavra é
vulgar de mais. Substitua por seio.»
— € Não posso, ( respondi sorrindo, pois me pareceu que o
grande jornalista gracejava). O trecho contém igualmente muito
seio, K, demais,-- ventre é a palavra apropriada, pois se trata
do lugar, em que Jocelyn foi gerado. Uma das mais repetidas
orações da Igreja,— a Avo Maria — diz : « Romdito éi o ft*ucto
de vosso ventre ! »
Tenbo agora mesmo ã flor dos lábios estes lindíssimos
versos:
. . . Antes eu fosse.
Como si nunca ^ra, trasladado
Do ventre á sepultura.
Isto faz parte de uma versão do Livro de Job, firmada por
um poeta, que se chama Francisco Octaviano de Almeida Rosa.
Octaviano rio-se; rio-se todo o auditório e proseguimos
na leitura.
Este episodio recorda-me outro, havido também em palestra
Imperial, alguns annos mais tarde. Lia eu a versão da < Aulu-
42
BBTETA DO L'Wi^lin/m
teria»« da PlUlii, em mÊÊsmée^enli
wsÊâm, m mmam «
Siileeti qoe Alw^ m
iímTwèi
^cNadatroaaiaiTvoQ. W^ním
— «Pmbea. Lâm: « Alli níate ais
Binte a ptoraaa» ooís ADerte o artúa
q«0áj
I.»
De«if
râéil
iBím e o Impe-
poleitr» litlerarà»
tâmém
, teminei, mnitae v«a^ cob €l
dciíflt, em q«e eo espendim «an m maior lifmdada i
opnSte nhre lioaiMSBfl e eoaae do Bruíl* A
Udã^ tem «MWtraiiguiMDla os eoitengo, omrf» mi eostr»-
mr 08 ameriot de Soa Magm^tade» que, em emo nmàiim. dava
parte 4e ooayeneido oa de Temsldo. Oorlea ao extremo, o Im*^
porador cjogenniTa i» argumentaçio a jlacidei aeMoa do ea-
]drHo e a mais polida lLQgaagem« nm que, va momeolo* si-
qaer* traliime na phiriiofiomia oq na voa o meoer eignal de ,
k ou eonlranedade.
, OieooTi doelaM» aa palavras :€T\»inriUi»,
▼enado i^ ffiftoiia Unirersal, pliílosaplilcameitlil
«9llmda pcir Wolf, ?«lelliiir. OUfHed Maller e \lco. era diacíl
aoler^e^llie oema icieAda mn eogano, ainda mesmo em re-
lacioadalaf.
ApOi am eoaouno, por elle pi^tdido e em que eu f5ra
eaamloidor» aignlc^me Stia l^gesiade am erro de ehronolo-
ffiM mi irlamUlcaçio doa poroi, qae haTiam sido elemootofl
etlmologtooa do Romano* ESttaTa ea eeito de qae o eqaiTooo
erado AafmCo Penomkgem« pois, de maolift, antes de tít seotar-
me á mim do coneiirio* haria oompolsado doas aatorei, que
AlIlfmaTam o mea poatoJado.
«Pordôe-me, Voasa Magostade, Amaobã trarei a prova de
que na o errei . >
No dia seguinte, sobraçava eu dous livros, em quo marcara,
a iapi?, 08 tópicos, rotativos á matéria da impugnação.
Percebeu o Imperador do que se tratava. Tendo feito sua
consulta e verificado que a memoria lho fora infiel ( facto aiiás
rauito raro)» sorrio-se. Lancei os livro^n a um canto da meea e
nunca mais mo lembrou tal incidente.
A tenacidade em suas affirmaçí5eí loi ura do§ ligeiros
defeitos, qu3 lhe notei.
I
r
Proporcionava- me sempre Sua Mageatado occasiâo de com
elle conversar a aús e prostava-me bonevola attenção» quando,
levado polo natural pendor de ser utiL ao próximo, ma consti-
tuía órgão e intermediário de supplicas, dirigidas á Imperial
Munificência.
Não escolhia ou hora, nem lugar para me apresentar era
S. Cbristovão. Tomava um tiibury e eis-me a caminlio, nos
trajofcí, qtie envergava .
O Souza, criado particular do Imperador, ia logo avisal-o*
Nunca houve tardança.
Certo dia^ flcílra o pretendente em minha casa, á espera do
que ou voltasse paracoramunicar-lhe a resposta Imperial.
Esse cavalhoiro havia occupado alta posição social, do que
se domittira, indignado por humilhantes aecnsaçoes de seus
inimigos.
Logo que toquei no assumpto, atalhou- me o Imperador :
€Jíl sei. Estou procurando accommodação para ííeti recom-
mendado. Reintegrai- o não ú possível. Longe de mim acre*
ditar que elle praticasse abusoa de confiança. Os boatos malé-
volos, porém, principalmente quando se trata de factoe da
ordem dos que articularam contia elle, trazem perda de força
moral.»
Voltei, e dei parte ao interessado do maliôgro de sua pr»*
tenção o da solerajie promessa feita-
k
PROMBTHEU ACORRENTADO 45
— € Folgo cona essa declaração, Senhor. Como «ou amigo
do Ministro do Império, que é também admirador do F., vou i*o-
gar-Ilio quo o proponha para OíBcial da Ordem da Rosa, >
— € E cu recusarei o meu assentimento. >
— € Pois que ! Vossa Magestado recebe-o nô Paço, reconhece
os seus predicados de poeta e prosador, e oppõe-se a que seja
distinguido com o gráo de uma ordem honorifica? Será por
causa do que dizem de seu lar domestico ?»
— € Não ! O Jar domestico 6 defeso á devassa. Quer saber?
Desejava eu que elle se servisse de outros meios para adquirir
os cabedaes, de que dispõe, »
E nunca mais voltei â, carga sobro este assumpto.
XXX
Salvador de Mendonça.— Melhor que barão,— Minha nomeação para
Phiiadfilphia.— Os* Lazaristas» e o Cónego Senna Freitas. — A
*M»8cotte, )» — Opinião do ímperaílor sobro O vetQ do Conservató-
rio.— Caiíta «tPcrjievcraoça» c o t]hefe do Policia.— Minha aposen-
ladoria larçada,^ Leitura da vorsão das «FabnJas ile La
Fontaine >,^ Jaizo lU Dom Pedro II sobro Ferreira Vianna,
Atinoa depois, ílz outra tentativa do igual natureza.
Publicara ou na Ga2eta de Noticias mh o titulo — Moau-
meato a Lougrellow — , o seguinte artigo:
«De meu amigo Salvador de Mendonça recebi, ultimamente,
uma cartii, datada de New- York, que encerra o seguinte
trecho:
< Ató hoje, não tive opport unidade de dizer-te o que fiz do
exemplar da tradacçâo do Jocxlyn, que mo cutre/aste, para dar
a I^ngfellow. Façcho agora. Depois de mandar encadernar o
livro em couro pi^eto (encadernação fiixvorita do poeta), remet-
ti-lh'o. Tendo ido a Boston, mexes depoi.s, perguutci-llie si o
havia recebido, pois nada me dissera a tal respeito, Respoií-
deo-mo que «im, e que, apezarde lêr o i)ortuguez com alguma
diíliculdade, recitara passagens da traducção, cujo original
lhe era familiar o gostara rau:to da < musica da lingoagem ».
€PedÍ-lhe que te o^crcva*íáe duas linhas» relativas ao as-
sumpto. Prometteo maiidar-m"as ; mas foi colhido pela morte,
antes de o lazer. Como a casa, a bihlíotheca de Longfellow
vai ser conservada no estado, em que elte a deixou. Tua tra-
ducçâo 11 ílca entre os outros amigos do ponta.
« Aqui uma BUggestào. O luiperador foi amigo p:^soal do
Loegfellow, que era ti, no Dma^ no B. Sampaio o em outros teve
entre nôs admiradores e traductorea. Os inglezes vâo pór-lhe o
busto na Westminster AW^y— o Paatheào Anglo-Saxonio. Os
1
48
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
norte-amoricanos abriram uma subscripçãij i>f>pular para
comprar a casa aos fllho^' do LoQí^feítow o fazor-lbe uma esta-
tua am froDto a ella, om Caniln'idgt% iio meio do um campo,
quB pertencia ao poeta e qtio os íilhos oíforecerara A com missão
do oioniimóíito,
«Por quo vo<5tíâ, homoíisdo iGttríia do Bra/JI, uão fazem al-
guma cousa para que ficú^^^iu^s reproseotado^ nesse monumontof
Consulta o Imiwrador; pcd^-lho quo abra tima lista dcs eontri-
bulç^ío dos homeus do lettras do Brazil para o nionumoato á
Loni^fr^llow, e vocêa asíignom*n*a. Pouco que^eja, valent, prin-
cípalmontQ a sympathia o o oíípirito fra torno e americano da
noâsa quota, A subseripçâo aqui tora quasl toda sido do um
ãoUar para baixo; mas está crescendo o total, graças á contri-
buição das escolas do paiz, dos moços, das crianças.»
Apressei-me om moNti- arta ao primidro cidadão
do Império, Como era de < . M* o Imperador, prom-
pto em abraçar toda a ideia nobi-e e grandiosa, acudio, Immo^
diatamento, o com grande satisfticilo, ao preneroso appello, con-
cedendo-ran vonia para escrovor seu Augusto nomo ti frente da
subscrlpção» qtie vou iuaugtirar e que tem por fim comprar a
casa doLongíbllow, om Cambridge, e ora fifonto a cila lovan-
tar-lhe a ostatua. Dignarrse-lia íítia Magestado, oorao A sua
imperial Muniflconcia aprouver, coclier o eiíV&o, que flca em
frente de sua assjgnatura.
Quanto aos homens de lettra* do Braiil, estou eonvoncldo
do quo nilo tarjarão cm trazer o seu pequeno contingente para
o monumento, projectado ©ra honra do Immortal poeta, quo nos
seus inspirados carmos soube, oom tanta bolleza e sublimidade,
roprf^dtizlr as magnlflccnclas da natureza americana o traduzir
OOfpírito de Ubeniadfj da grande Ropublica, que, apezar dos
germens de decviencia, que em seu gromío fermentam, (^ a s^rn-
theae da clTillsac&o o tem a primazia entre os Estados do Novo
Mundo.
Todo o qualquer donativo, por mais insignlflcanto quoieja,
ser d acoelto com applauso o gratidUo. O quo bq deseja é o
PROMETHEU ACORRENTADO
49
preito de homena^eni nacional ew grande génio, que vio a Juz e
fenecoo na terra do Colombo, o cuja alma fraterna tíe inspirou,
como nôd, nas auras eraíyalsamadas das floreatas virgens, que,
roçandi>]lie p^Ias cordas da lyra, t?e desfizeram nas harmonias
de Evangelina ede Siawaiha,
A oblação, par diminuta, não perderá, do valor. As duaa
moedaSiquo a viuva lançon no gazophylaclo, tiveram ante os
olhoâ da Caridade maior acceitação, que o ouro dos mag-
natas.
No Gicriptorio da Gaseta d& Noticias, que, graciosamente, so
prestou á minha supplica, acha-se aberta a .suljscripçaOj onde
ja Oíitão iuserip tos no mes de grande vador litterario, e aos quaes
ouôoa&sooiar o raeu, que devia ser o ultimo, mas que ahi es-
crevo já por um acto de uortezia ao honroso convite para tao
louvável ideia.»
A minha lista de subscriptorei ficou, em breve, cíieia, sendo
um dos primeiros a as>ignal-ao Sr, Conde d'Eu,
Dando conta ao Imperador do modo, por que me desempe-
nhara do encargo, tomado por suggestâo de Salvador do Men*
donça, solicitei vénia piira falar dos serviços relevantes, que e^to
representante do Orazil estava prestando. Do accordt> com as
rainhas observações, revelou-mo o Augusto interlocutor factos
e esforços, honrosos para a pessoa, de quem falávamos, o por
miju ignorados,
€ Como lhe assentava agora um baronato i Exclamei. >
— «Ahi vem o Senhor com a mania dastetoias! Admira
que certa classe de homens so namore de embelecos ! »
---« Vos^a Magestade é o Grão-Metítro das Ordens Hoiíoriâcaa
e guarda a chave do cofre das graças. Tem tudo. Os pobres
mortacrí, porém, ttáo desdenham as provas de distincção, que
esses embelecos traduzem.
— «Eu sou como Carnot. Nâo gosto das honras, que se
despem com a casaca. Em todo o caso, o Salvador merece mais
do qne isso. »
Nunca Salvador de Mendonça veio a saber desta minha es-
pontânea lembrança. Estou certo que elle se jíilga pxgo do que
fez pela Pátria e pelo Imperador com a particular estima e ca-
2158^4 Tomo lxviii. p, ii^
1
M
HEVKTA DO INSTITUTO lOSTOfUOQ
ám Hação, a»ifiii
iiIsTitepiiWca.
, 400 Ito fftiealoâTmo
F«m membro d:^ Etpoiiçio de Phltiilplpliia Ati oomrMMáo
pelo Mloislro ási Agrieullora, ^lus mo dsT^t ao mera» temiMX
a Incniiibeiicia de estudar cetim «smnploB n» Bimipfli.
Deci&rcí qtto acoeitavm a eooiaiteio, « Aio ifaMB nomeedo
prcMideate delia o ex-depatado Mí]ipe Lop» NeUo, iopote lurio,
geralmente apootado para 600 lugar. CnlttTaYa eti reb/còeteon
aquelle oarattietro* 4líás ilfintrado e eertei. Oíiiafli*aie, fopÉoi,
qoo era aittortiario. a«pen>, esifeelee meimo hitâtíeraiiie para
com 9808 ooIJega9 no trato oAeial.
Aoreditaiido oaqaellas íaíbroiaçôes, miaiâtrada por penoa*^
que die perto o eoflhemani, nloqoerla arridoar-iiie a sn* por
ello deiodmitieraiio, oenrtnda mh 9tta direcção.
< Ni0 lenha t^ceify^^ djase-me o Míni:^tro. A Pn<9ideficia da
Oominiflrfo eabe-Ib^, não tiô porque o senhor é Ameeiofiark» do
alta categoria» como porque é meu coUe,^a ua Carneira do!« Do*
pttladoe^
!fio pondo o Ministro manter a promewi. Ao afioun-
ciar^-mo quo o I>eeretc de minha nomearão estaca aesiirnado,
docUrou-ro<? rjne tivera d^ ce^Ier no pootu <la noiseaçiodo Pre*
aldaote, qoe era o mencionado Lopeis Netto* roífandoHne, eomu
eipedal fhror que aeeeitaase o lu^r. Respondi* posítiTa-
mente, qn^t nho; pob »l o ixypes Kelto ma elIbndooBe a
ãttieeptiHitídatlo, como <*«tava aeoelumadu a íkier eoiD ontros,
011 aliaadoiiaria a oommiiHão, o que s i^ria muito desagradarei.
€ Mde dfier i«to rnenno ao Imperador. »
AnnuUou^aK! u Ijccreto e fui uomca«lo outro
?^a primeira palestra Utteraria, em qne me eaoontrei oom
II }nip(*raiior. meetron^ee elle reesnraiiú> deliaodo d» oonoil-
tar« como era de costume, a minha opinião s^obre pontoe coik
trofi»Hiil*>í
CrtotiiKi qoe Itie haria de«gradado o mey proeedi^r. Deiíel
iltf fNN|tteniar ai aetiOes lítierarian, oonrenoldo du qne tinha de
PROMBTHEU ACORRENTADO
51
mou hi(io ik razão u quo não havia í^itlo desrespeitoso para
com o acto do tjíículba do uiotiarchLi, coaiorme opinava o MI-
Distroda Agricultura.
Prohibira eu, como Preaidout© do tónservatorio Dramático, a
represeataçào dos «Lazariuta», drama de António Equcíí, por ser
umapâça de propaganda contra o^poilroíí daqueLla OúinniUíiidade
o contra aa irinãís do (.aridade, cujo ovaageltco sacerdócio liara
officiaimonfco acceito pido aoèm Govotao. Eram e-ssa^ duas
eiassci accuaadaa, no drama, de abuaoií e crimes.
Recusavam a^ Empreziíi acceiiar a^ orneadas < modianie aâ
iiuaes enconêentíra naexUibição ácenici,
Ne^ãas emeudaií as censuras e ag imputações crirniausas re-
oahíani «obre certos c determinados padrv'.s e náo sobro a Coromu-
nidíjide.
lu^istírajM em dar ívo publico a Ooaiedia« tal eomo oitava
oácripta. Requisitei í'or\;ã, Que impodio a represoatac^io» ha-
veuílij re.sii?tf'n<'iã e derra namonio ilo sauKLio-
E.stava a Familia Imperial om Petroptilis. lurormou-nu^ o
MiujstrJ do Império, ao voliar dode^paclio, <iue aíiuell*'.^ aroii-
teciuKíutos ]ia%iam produzido po si uii iíupre*?àono lmí>eriUloi\
« If muito lUcil o reaudio, dine cu. Deuiittam-me e ttido
otítará atMiliddõ. Niio me dc^moraliííarei em pedir exoneração.
A' de^jbodieaeia ro^poudoi-ei inante^ido o respeito 4 autorldailo
e à moraL*
Para ijuâteotar o moTi act^J e refutar as singularo'! tkíu-
trinas, com que a« impu^uou Aí^onio Kuuos, oscreveo o Revmo,
Si\ Sen II i Freitas uin íolheto. ♦lue ú inodtílõde mtylo o d iítie titica.
CoQL a Maicútte deram-M» tauibem 6piso<]Íos bui'l escoa.
Aceedei^ia eu á represt.^utavão díuiuiilla opereta*, si não fosso
o toai aggressivo de uma parte da imprensa^ (jue chamuv a a
Kmpreza e os actores â dosobedioacia.
Qt^aado o actor ob!*í4*Yon o c6rt,e, ordenado ao meu des-
pacho, batiío qu4.sL toda a platé.i cx)fu oí p^ no stalbo, par
teaudo-oe iiicituiudo^ a dizer a palavra suppi^mida, que só
violaria a moral pelo ramio án prounucia. Proterio^ u pubce
ajior e Uiua. iemi»e>tdde de ^ar.j:aibaditôe rumores e^tr^toiofy
PROMETHEU ACORRENTADO
53
exame acurado do texto. Dahi e da asaignatura gratuita do
milíiarea de ceduías, eraittidaò pelo Thesouro Nacional, vie-
ram-nie o enfraquocimento da vista e, mats» tardo, aa cata-
ractas.
Só resignei o cargo de Presidente do CoaaerTátorio Draiua-
tico em 1886.
Quando occupou a paita do Interior o Dr. Ucbôa Caval-
cante, coavidara-me a voltar d© dovo áquelle posto de mar-
tyrio .
Recusei, apesar do ínâtado*
A 25 do Agoito do 1885 tomou poase o Mínisferio, organi-
zado pplo Barão de Cotegipe, accontuadamente infenso á ideia
da emancipação doa oscravos.
Nunca tão ardente o encarniçada se travara a tucta, prin-
cipalmente nesta Capital o nas Provincias do Rio do Janoiro e
S. Paulo, onde havia maior numero do captivos e onde, por
conseguinte, maior prejwizo adviria da oxtincção do trabalho
escravo.
03 energúmenos serviçaeíí e oa cegos coaí(j uva toros doa
planoa e das intenções do Governo aceu&arani os abolicio-
nistas, ou libertadores, de exercerem .sedutíção sobro os Oíjcravus,
incitando esícâ á fuga o ató ao latrocínio, de ciyo productd,
diziam, aquelic^ se aproveitavam,
Funccionava nesta cidade uina Associação do soguros mútuos,
a € Perseverança Brazileira, » cujos estatutos tinliara sido ap-
provadoa pelo Governo, depois de ouvida a Secção de Fazenda
do Conselho de Estailo e que, de molu-proprio, solicitara do
respectivo Ministro a nomeação de om Fiscal. Esto acto, quo
tbom demonstrava o honesto intuito da Companhia do realizar
suas operações sob as vistas im mediatas do Thesouro, mereoeo
o tácito applauso do Poder Publico. Desceo uma Portaria no*
raeando-me para exercer o cargojmpotrado . E a Em preza ina-
crevco na sua taholeta : < Sociedade, garantida pelo Governo,
por sua immodiata fiscal isação.» Por mais de vinte annos ficou
exposta na rua do Ouvidor á fi^cnte do edifício da € Perseve-
1
" - '^r • •: ^ iámais
«^•- "-. > ifç mi?
- ; Ti::
V\ \V^N ^^'*
PROMBTHEU ACORRENTAPX) 55
GoTôrno, por olílcio, ou mesmo por chamado jvoasoal o oortez,
para qiio lhe desse oa necessários osclarocimnntog ,
Assim o cltíclarBÍ pelo Jortial do Oommercío, om ptifasio
coramodida e redpeítosa, que, dó lurnia aíguma» podia ner
clasâlftcadaoorao provocadom de poloraiea ou reveladora de op-
poeiçáo a qualquer iiiquorito, ou oxaiiio em prol da verdade»
R«flpoíidec>-mo a Policia com íusifiuaçõos desairosas por
meio de mofinas, pubíícT<das sob o anonymo.
A um fló desses artigunte? mspondi, itidiguado, tornando sa-
liente a contraposição de minha leal íVanquoza ils covardes ag-
gressões dos mascarados.
Confiado no apoio de um de sôíis amigos do Ministério, o
Chele de Policia crescoo em viniJencía na tlilTamstção o poios
•eus arautos assalariados ameaçou-mG da pí"i\la tio m^u lugar
de Procurador Fisovi do Tbosounn
Nunca julguei quu sm ameaça pudesse tornar-se eíFectiva,
Era eu amigo do Ministro da Fazenda» Por varias vezes» ve-
rifiquei o conceito, emqueollome tinlia o retribui-lhe fuioza*.
Kí^quècia^me de quo a paixão politica tira a serenidade ao
espirito maia luoiio, principalmente quando de lábios» quri
parecem interpretes da verdade, côa nos (mvklos, som ce!<sar,
o fel do aloive, inspirado por vil despeito.
Convenci-me de quo perdera a conliança do Ministro da Fa-
Eonda quando recebi dolie uni olUcio, em que rae commu ni-
ca va ter Domea^o uma Cotiimiââão para examinar a escripta
e os actos da Directoria da Caixa € Perseverança Brasíí-
leira]» e reconimend^yido-me pr^stas^e a eesa Commissão todo o
auxilio.
Dessa Commissáo* composta de tree empregados do Tíich
aouro, inferiores a mim om categoria, níio fui ou nomeado
Presidente,
(iujirdo silencio a respeito de toriiczas, á que então se pres-
taram certos desgraçados» que, ombitçando-so num mantijde si-
muladi. indopcndencia, através do cu,joá ríisgòes appareccm-lliGíJ
as hediondas chagas d'alma, cunaQguom, á custa de vis in*
tfigas e iiojenttjs manejos, prejudicar na alheia opinião,
aquelles, de cuja nobreza e altivez se temem e ganhar a bene^
j
56 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
volencia úo^ Ministros, de quem alcançam posiço^ IticraiíTas,
para que nào toem habilitações.
Míseros ! Só asco me infundem !
Dolorosisaima impressão causou-me esse acto do Mi-
nistro dit Fazend:^ inspirado, ceitamente, pelo Chefe de Po-
liےa, quo desejava vin^ar^e de minha andaeia por quei-
xar-me dum acto, do qual me reeuitaya doâconsiderações e
menospreço.
Tensas toroaram-se as relações entre mim e o Ministtt» da
Fazenila, que, aliás, era um cavalheiro de Ãdo trato.
Resontido daquelle acto, era que parecia collottar o Vice-
Presidente do Tribunal do Thesouro soh o pe-^o de uma suspeita,
entrava para a sala das 8es8o;?a, depois que elle tomava assento,
buscando assim evitar-lhe o aperto de mão. Não trocávamos pa^
lavras, t^iuâo as necessárias ao serviço. Assignados os despachos
e a acta» fazia-lhe apenas uma cortezia e retira va-me.
Kra um coostrangi mento. Que mudança ! Não havia muitos
mezoi, eu tinha ouvido naquella mc^ma sala os elogios, por
S, Ex. prodígalisadas á versão do prologo do— Jocclyn— , de que
elle recitara ver^sos.
la Abril em segunda metade.
No dia 17 desse mez, publicava ama das folh&s diariae
desta capital ume consta » sobre minha aposentadoria no lugar
de Dlrectar Geral do Thosouro.
Nio perdi minuto. Tomei um vehiculo e, após meia
hora de corrida, entrei o Paço de S. Christovão. F-stava o Im-
perador na sala geral de recepção, conferenciando com alguém,
que logo se dospedio.
€ Senhor, disse-lhe ou, sem preambulo. Li, ha pouco, esta
folha, quo dá notícia de minha aposentadoria no Thesouro.»
-> « Eu não as^ignei Decreto algum nessi sentido.»
— « Maa esta noticia deve ter algum fundamento.»
— tf Venha cá^ respondeo-me eUe, » E, dirigiQdi>^ para a
salinha particular, sentoo-se no soDI e indícou-me uma ca*
deíra proiima.
PROMETHEU ACORRENTADO
57
— € Vou fazer para com o senhor uma excopção aos meus
hábitos de quaronta e seis annos de reinado. Exijo, poFíím, que
guarde ácerea do que lho vou revelar o maia InquebrantEivel
segredo.
O Ministro da Fazenda apresentou-me a proposta de eua
demissão,»
Levantei-me, de súbito, como si houvesae eentido o im-
pulso de forte mola de aço,— « Como, Senhor I Ousar tanta
monitruosidade ?»
— « Sente-se e não me interrompa com essas exclamações de
censura , Lemhre-ae quo so estíl referindo, em minha presença,
de modo inconveniente, a um Ministro da Coroa.
— «Bera, Senhor! Procurarei ouvir, silencioso, as confi-
dencias, que Vossa Majestade se digna fazer-me.
E\ de c^rto, grave o facto, que motiva essa proposta.»
— «Disse-me o Ministro, para justifical-a, que o senhor,
mais de uma vez, lavrou pareceres contrários á Faííonda Pu-
blica, dando razão aos particulares, e que nessas occasioes expla-
uava-^e, desdobrando píu* muitas paginas a sua argumentação.
Si os particulares tinham direito, observei eu ao Ministro (ao-
creseontou o Imperador), curapife seu dever o funccionarlo e
devia mesmo aer extenso noa pareceres para esclarecer todos
08 pontos da questão e salvar a sua r<?sponsabilidado. Ao Mi-
nistro cabia indeferir o requerimento e pelos pareceres, manifes-
tamente inftmdadoa, mandar proceder contra seu signatário.
Tora o senhor prova de malversação do empregado nesses
iiego€Ío« f >
— € Prova não (disse-me o Ministro), Confesso, por^m, que
mo impressionam desagradavelmente essas opiniões, contrarias
ao^ interesses fiscaes.
— « Mas o fuaccionario, de quem se trata, serve, ha
longos annos, sempre a contento de todos os Ministros da
Fazenda,
Nunca me chegou aos ouvidos queixa alguma contra elle a
antes elogios pela maneira, porque exerce o aeu emprego e
desempenha importantes Commissões, tendo ganho Jus a ti-
tolos e condecorações.
I
60
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
tada, íi liando me dirigio as palavras de deapedidfi» acima escri-
pta«, o ao eoiisallio, quo no mesmo sentido me d^ra o Sr» Con-
íiolhciro Joào Alfl'cdQ:
«nniviHsijiK» o dcscommunal dove ser o facto, quo ol»rigou
o 8r, Ministro da Fazenda a repellir du funccionalismo activo o
nirpntor Ofirai ão Contencioso do Thesoiiro, que esU na pleni-
tudo c(« Biim líiculdades o íbrças.
Faltas ou trrimos d'essa ordem» porém, não m cobrem com
o palllo da aposímtatloria, íjue é galardão de serviços e jámaia
contribuição de piõdade á malversação, deslealdade, ou outra
fiuaíquoróápoclo do demorito. O fuuccionario, culpado de taes
deliíJtoH, dovo ser demiítidú a bem do serviço publico,
Nilo ml quo calurauía aooayma, segredada ao ouvido, sér-
vio de |írntí>xto ao Sr. Ministro da Fazenda para alciuiçar da
Ooròa a medida, excepcionalmente violenta, e traduzida no Do-
oreto, quo mt> aimaentou. Soja ella qual for, cumpre quo venha
A pulílicitlailti pelo Duirio Offícial o não pelo orgào dos ptisqui-
ncirnã, qttn iriiitii um tiM>m iiijuriado, ín?entandOi ou tornando-se
écp de mineráveis intriga», da^* quaeã nâo desci a defen*
doi^mo*
O Decreto do 2b úo corrente equivale a uma sentonça de
conde ninaçãti, cujos fimd amentos não podem ftcar ena segredo
Inquisitíjrialt jioifl deixa sobre a pressão de suspeitas desairosas
o m4m caracter e os meus créditos de funcciouario, apreciados,
lia X^H annos, por tantus N[inÍ9tios da Fazenda de ambos o% par-
tidos (incUisUw o actual presidente do Conseílio), com quem sorvi
o quo mo lionraram com sua confiança e estima, conferindo-me
títulos» dirlgindo-me portarias de elogios.
Naoô de crer que todos esses gloriosns ex-Ministroít^ muitos
dos quaes vieram-me hontem coufortíir nesta grande provação,
se enganassem no juizu, «lue de mim formam, o quesô agora
(de Ifevei-eiro uitimo om diante ) se voriflcasse que eu era ou
me tornara indigno, ou íac^ipaz de continuar no exercício de
meu alto cargo.
Caoscio de que não mereci o e^yg ma» com o qual me tentou
desair&r o .Sr. Mini;$tro da Fazenda» ci^o conceito individual,
por mais autorizado» não 6 o da consciência publica, é-me im-
PROMETHBU ACORRENTADO 59
eeíii á leitiiiM ú<i uma imitn,ção, que dessa bsilata, só por mim
conheiiila íln oíliva, íizoiu nos ppimeipos ariiios ib minha
moci-Jado.
O Imperador cunfroiitíiva com oa de Herculano os meuá
versos e declaroíi-mcí riuo era uni de raeus melhoro»* trabalhoa.
Nunca me. tratara com tanta amabUidade.
Reculhi-m*?, com o espirito desassombrado. Presumi que
nada tinha havido em dcíipaeho» que me fosso imgudi-
oial.
Nada também apparecoo nmjornaês de domingo e f^egunda
feira.
Na terí,ui foira, porém, era publicado o Decreto, que me
apoquentava.
Fui, imraeíliatameDte» ao Paço,
< O Miiiktro, disse-me Dom Pedro II, não veio a despacho;
mandou o Decreto pelo Presidente do Cooselho, com*a declaração
qu«, ú nau Ibsío aiíHijyraado, refcirava-sc. De nada valoo haver ou
opinado quo não me parecia justa ^i inoiida. O Secrotaríj da
Fazenda estíi uegi>eiaudo ura cmprostínio. Não poilia eu proferir
o fuuúcionarlo, por malí graduado que ^eja. ao membro do Go-
verno, qiio tem peodontes providenoiaíí de alto akance. Seria
:ilturar o syíítoimi, .seguido, úialteravelmoiite, até hoje. Continue
a freiíuentar-rao e íique na certeza que lhe darei, em toda parte,
maia do que até ho;c» demouatraçoos de consideração o estima,
« Paciência e moderação » !
C'Ofn eífeito. Algum tempo depois, ora oíTorecida qo i^alao
de honra do Lycík) de Arto« e OíUcios uma fcí^ita litteraria a certo
osiÉ rangei ro diplomata, o Sr. Quosada.
Eatava en numa da,s primeiras cadeiras da í^ronto. Ao
passir perto de mim, Sua Mageatade parou, compri menti >tj-
me © avançou duus pasiíos para chegar ao ponto, em que ou to-
mdra assento. Evidentemente, asaim procedia para despertar
a attençáo,
Liraitei'íne a publicar no Jornal do Commercio o seguinte
artigo» que obedecia á recommeadação, feita pelo Chefe do Es-
L-
62
HEVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
se t)izia tardia. SeDtaTaHãG elle a uma pequena me^» ouia
pousavam os livros de consulta, ficando outros no tapete, ao al<-
cancô da mão. Além dos livro»» qiio podia accommodar, con-
túitia a mesa uma ^aiva com dong copos vadios, uma bilha com
agoat um aisucareiro e uma lâmpada com anteparo, ctjya luz
suave e límpida era alimentada com óloo do coLca, Por duas
vexe» o meu Augusto CompanlRviío preparava uma bebida a -
suearada e deUa oíferecia-me, delicadamente, um copo« que eu
não rejeit;wa.
OoraeçavamosT então, a comparar o original com a trauiucção.
A cada pas^o, era intorronipida a toítiira, para apurar um
ponto* Houdo tributo d verdade, declarando que .1.^ ol»servaj5eg
criticas do Imperador devo o ter ticado mais tiel a versão e
mais aperfeiçoada a forma de meu traballio. Dom í^edro U falava
o Irancez como ura Kus-ío; conhecia bem as subtilezas do €bom
homem » e dava ao texto interpi^etaçõos. que nâo deturpavam,
antes lhe con^rvavam em tinia a pureza o sal gaulez. Da
liDgna portugneza era elle iiiestre consummado, pois havia, em
sua mocidade, compulsado o^; melhores clássico». Si em certos
casos, o seu estylo desdizia úan iíçòt^s, qtte sabia dar, era porque
escrevia sob a oxigoncia da instantaneidade o pressão do cansaço,
causada pelos múltiplos e dilílcílimud prvbli^mas, quo lhe absor-
viam o espirito.
Far iotervallos» fechávamos o« Uvrrjs e nos entregávamos 4
amigaToi oonTeraacao sobre os accwieci mentos do dia, sobre
poesia e theatro.
«Aqui estiveram commigo Castro Alveje Varella, que
recitaram seus melhores versos», E apreciava os do texto do
cada um desses poetas.
A^s mioha» impugnações sobre certos pontos respondia eUe
oisltando sempre aqueres dous grande.^ poetas. A discus^o
corria, ora piaaida, ora acalorada. Pareciamos doui esiur
daiiti». A Ma^ttsiaáe nioso impunha, bem que, ás vexes, eu
me osquecesso das conveniências, atalhando o Príncipe no qiia
ia dizendo.
lasUj^va-o a expemler su^ opicuãa a respeito do c<araoisr 6
das *>brss de asrtús oonlemporaueo;».
PROMETHBU ACORRENTADO 63
Abandonando a habitual reserva, elle discorria, ftratncamente,
sobre os actos desses cavalheiros. Pudo então conhecer quão
longe da verdade andavam os boatos, espalhados a respeito do
antipathias e resentimentos, que se attribuiram ao Chefe da Na-
ção. Nem nos lábios, nem nos gestos trahio elle o menor si-
gnal, justificativo daquellas atoardas.
António Ferreira Vianna tinha proferido no Parlamento
o celebre discurso, articulando que os quarenta annos, até então
decorridos do segundo reinado, representavam um longo pe-
ríodo de perfídias. Corria pelos corredores do Paço e do Parla-
mento que fora mal acolhida a indicação do talentoso Rio-gran-
donsc para occupar uma pasta.
Tinha-o eu proposto ao Ministro do Império para membro
do Conservatorij Dramático. Nenhum obstáculo surgio para
essa nomeação.
Citando eu ao Imperador uma reflexão daquelle meo col-
Icga do Conservatório, allusivaaSalvini, sorrio-se elle, benevo-
lamente, e disse-me a respeito de Ferreira Vianna o que de mais
abonador se pôde attribuir aos méritos o habilitações de um
homem publico.
Voltávamos, depois, á mesinha da consulta, undo a lâmpada
já Unçava sobre o papel a sua serena claridade o seguíamos
na confrontação do manuscripto com o original francez.
Logo que soava a trombeta da guarda, próxima ao Palácio,
levautava-se Sua iMagestade e dava por íinda a conferencia.
A essa hora devia a imperatriz estar á, mesa da refeição no-
ctui^ua e o Imperador, sempre cheio de attenções para com ella,
como era para com todos, não queria fazer-se esperar.
IV
De funccionario a ai vogado. — Goinuiissão, «lo quo lui incumbido pela
Municipalidado do Rio do Janeiro. — Enfennidado do Imperador.
— Minhas saudações ao iliustro enformo. — O Dr. Carlos do Laet,
— Fundação da SociodadoCommomorativa da Emancipação. —
Discurso á Princoza. — Sonolo do Imperador o {,'iosa. — Ultima
palestra no Palácio Itamaraty. — Prisão c partida da Familia
Imperial.
Abri meu escrii)torio do advocacia.
A Camará Municipal dosta cidade, por proposta do emi-
neiíto abolicionista JosCt do Patrocínio, encarrogou-nie de re-
fundir o Codi^'o d(i suas Posturas o de í\)rmular proje^itos,
relativos ú. reforma de vários serviço^ municipaes. Acceitei e
desempenhei a coramissão, olToreccndo á. Municipalidade esses
trabalhos, precedidos de umacxpoflição de motivos. Ao cabo de
um anno, cxonerei-me dessa incumbência, a cujo desempenho
nâo fora marcado prazo.
Não sei que flm deram a todo e>se ft*ucto do consciencioso
estudo.
No dia, em quo o Decreto de minha aposentadoria apparcceo
no Diário Official, havia eu dado minha exoneração de Presi-
dente do Conservatório Dramático, cargo, aliás, gratuito. Logo
que a commissâo, nomeada ]>ara examinar a escripturação o
gerência daCaix i «Perseverança Brasileira», entregara no The-
souro o relatório, em quo declarava, por dous votos, contra um»
regular aquella escriptui*ação e consoante com a lei e a pro-
2158 — 5 Tomo lxyui. p, ii.
66 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
bidado da administração da Directoria, solicitei e mo foi con-
cedida a dispensa do cargo de fiscal da < Companhia >.
Eram esses actos os corollarios necessários da aposenta-
doria no cargo de Procurador Fiscal do Tliesoiiro, que eu não
requerera, e que fora forçadamente imposta como pena á inca-
pacidade, manifestada para as altas funcções, que, por trinta
annos, exercera com dignidade c louvor.
Correram dous annos, sem que o Ministro, autor daquella
violência, rv^conhecesse a necessidade de reparal-a. Já havia
encartado no logar o sub-director, então chefe da Delegacia do
Thesouro em Londres c que (era sabido) queria lá perma-
necer.
Cahio enfermo o Imperador o partio para a Europa.
A* partida, dirigi-lho a seguinte saudação:
SAUDADES
Partio I De um vi^o de lagrimas
Seus olhos empanadoí»,
Inioçam aos sitios próximos
Olharoti contribtadoiE},
Onde saudade vívida
Funda impretóao gravou .
Suspiros meiancolicjs,
Que os lábios seu^ a^cit<vm,
Pintam as magoas intinins,
Que nelle regorgitam ;
Mas d alma nos recônditos,
iXí prompto, as recalcou.
Amigos fidelissimos,
gue junto ao cáes soluçam,
I] em terno adeus, frenético.
PBK^j^TifPM ACOBHENTADO 67
Da rampa se debruçada,
Movem-lhe as fibras rigldiui
Do grande coração.
Da filha dilectissima
Ao fervoroso amplexo,
Luz-lhe nos olhos túrgidos
Vivo, í\igaz reflexo,
Trahindo d'alma enérgica
Algoz consternação.
Fitando as ondas túrbidas,
Que a náo levara no dorso,
Soffreia o forte anhelito
Com soberano esforço,
1$ jQprdo çs l^bj^â 9a^4<y*
( Ai ) 1 i)|^a ^ cftg^^, *
fintã,o aquoUa indómita
E senhoril vontade
Verga, afinal, ao cumulo
Da mais cruel saudade ;
E vem banhar-lhe as pálpebras
Pranto, que embarga a voz.
Na J£urop«i, oatre as e^eodi^^
(X>nqwtas dç progresso^
Nessas viagens rápidas
,De príncipe indofesso.
Da patri^ o do jseus ^ub^itou
Lov^ a lembrança apoz.
• E para não chorçir os lábios mordo.
o Sr. Dr. Carlos do Laet, honra da improima e da litteratura
brasileira» que na occasião tie mioha aposentiidoria forçada e^ro
vera na Jornal do Commerciú com sua penna do tjoro um artigo,
censurando om plirase enérgica o ifinistro. que a propusera o rea-
liBiríi, repi^oduxio em ã5 de dezembro d\} 1890 no Brasil, porelle
redigido, eiisa poeííia^ que qualificou de esplendida, c sendo dilU-
cíllimo (dÍKia o generoso publicista), uma vez que se trata do
ioipeccavel traductor áoJocelyn, acbar compoâiçào, era que A
mae^iria da férma mais ardentemente se aUie d belleia do pensa
mento e d firme ci^nmeção^ que a tnjptroit,»
Sô me rjstii inclinar-me, agradecido» ao illustro escriptor,
por imprimir o reiâvo doseti jnizo a uma peça, qualificada de
lepra postiça pov àiguem, que se tem por juiz competente do mé-
rito litterario.
O mesmo elogio, que s6 prova a sua munificência de nababo
das lettras, estende o Sr, Carlos de Laet a outra peça intitu-
lada €A volta», que aaliio á luz no dia 22 de agosto de 1888,
om que o vapur Conga ontrou no porto do Rio do Janeirj» con-
duzindo a bortlo o Imperador,
O folhetu, contendo esács dous p«jemoto8. um dosquaos c Siu-
dade > foi traduzido em varias lingoas/ sahio dos prOlos da
PROMBTHBU ACORRENTADO 69
Imprensa Nacional, nitidamento estampado, e dello se podo
uftinar aquelle Estabelecimento.
Eis a Saudação, intitulada:
A VOLTA
Partio ! Levando as ancoras.
Veloz na marcha, o Congo,
Lança do tubo ignivomo
Rolos do fumo, ao longo»
E fende as vagas túmidas,
Que nelle vão quebrar.
Em breve, o equóreo páramo,
Que em derredor vanzeia,
E a othérea, enorme abobada.
Que sobre o mar se arqueia.
Vem do infinito o symbolo
Aos olhos desdobrar.
Singra o vapor aligero
Em mar, todo bonança,
E, ao sopro d'almo zephyro.
Suave se balança
Sobre a planície liquida.
De transparente azul.
Súbito, em noite plácida,
Quando o silencio impera.
Surge do cóo da America
Na constellada osphora
Vivo pharól, esplendido,
Das regiões do sul.
70 REVIDA m tnsftrtff» tbmoAoGO
Dii i^idenil Cruzeiro I
Salve I CusuVie mv^iico
Do Iraporio Brasileiro I
K*8 D03:»i luz benefíca,
O' oirio protector I
Quoni íita olhar srmjiaihlco
N\» ^iiruo resplendente ?
Quem p.Ma< l^ices mldida«
Correr o pranto sente I
E' uosM saudc-sisbimo.
Amado Ini|*eradcr.
LerabrA-lhe o acoeso láMro,
Tudo. q:ie wnio amarj !
I.omb:-a-lho a lillia, 05 príncipe?,
O povo, a pa;r:a oara :
Suspin o em d-xv-í Iisírmaí
Sim aIm.A >e Jt*<íaz.
Já sul^a o mar bras:I:e.i
Na emKirv\vão li^oira,
O ríimj vi o olivoir.í,
j :.■ O :v\:-.\ .\ oa;j>\ p':*'!:?.^
>.i ■:•.' i-eii'..'»:- :•' pAz.
i 'iio j .'U ! li- • ■ e n:a om can* : o**?
N : àíi \\'^ri \ ::nnio::r?a :
^ :Iv> i ;.:•: .'xl I^-^a...
Fvr7e:.t*r orv':'jri.
PRDMBTFIEU ACOBRENTADO
71
Junquein-lho a entrada olympica
Flores, latireis n palmai ;
Oiçi. qtial hyiimo harmofiieo»
Toma expansão das almaâ,
E arda no intenso jubito,
Que agita os oorações.
Decretada a emancípaçào, por ioi de 13 do maio de 1B88,
celobroii-se, trcs diaw dopois, ua igreja do Nossa Seuliora do Ro-
sário desta eidade, missa cummomorativa da exti acção do ca-
ptiveiro e laTrou-se o fcícguifite:
Auto da primeira 9olemnÍdad(^ commomoraHva da extincção úo ca-
ptÍTeiro DO Império do Brazilt em 16 de Maio de 1888, oílerecida
i Suas AUezaa Imperioes na Igreja de No«Ba Sonhora do Eo>
aario, depois do Hdo pelo SccroUrio e aasig nado polo Preâidoute,
Barão do Faranapi acaba» pelo principal iniciador Eloy Podro
de Santa Barbara e iniciador Manoal Francisco da Trindade:
« Aos 16 dias do mez de Maio do anno de 1888 Sum Altezas
Imperlaes honraram com suas augustas presenças, na ign^a do
Rosário e S. Benodicto, cldale de S. Sebastião da curte do Im-
pério do Brasil a missa com preees, como ppimeiro acto com-
memorativo da áurea lei, que extinguio a escraridào no Hrazil«
em tenção do restabelecimento e prompto regresso de Sua Ma-
gestade o Imperador, assistindo as damas o caraaristas, o Mi-
nistério, a lUma. Camará Municipal* imprensa, cbefe de po-
licia, autoridadoíí civi:s e ccclcsia^ticas, diversas asaociações, a
Irmandade do Nossa Senhor-i do Rosário, o povo, a realísada, a
esforços da Associação de Auxilio Mutuo e Commemorativa da
Libertação da Escravatura no Brazil, findada a 19 do Feve-
reiro ircííte anno. Celebrada a missx e depois de obtida a de-
vida veiiia, entregou a Associação, por setis representantes, a
Sua Alteza a relação dos nomes dos mm fundadores, dos sócios,
approvados como fundadores honorários, oní reconbecimcnto
72
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
dm rclevaoti» servif^*oe, por estes cidadãos x^restadoeá eãuâ&da
abdrc^o; irapetraodo-se, em degatda, da mesma Aiigiisti Se-
iiliora 1^113 se dignasse aceitar o titulo do Protectom doesta Aí»-
sotíiac^o, ao que Sua Alteza gmeioâimente aocedeu.
Relação: — Padroeira da Associarão, Nos^ Senhora do
Rosário ; rocios protectores, a Augusta Familia Imperial ; Pre-
sideatc, Barão d % Paranapiaeaba ; íoiciadored o Tuodador^s :
Eloy Peíro de Saota Barbara (iniciado.' principal), José Poa-
cUno de Oliveira e Manoel Francisco d\ Trindade; fundadores:
Dr- João Pereira Lopes, Coronel Manoel Jo^é Pereira Júnior,
Paire Cassiano Coriolano Colonna, João Zeferino* Kangel de
S» Paio, Dr, Ricardo Lustosa da Cunha P.tranagal, « Insta vo
J Jí5<5 AU>erto, Antoiíi j Araújo de Souza Lob<\ Ismael Níiinnho
Falcão, Leopoldo dos Santos Freire, Oscar Pereira da Silva, An-
tónio Jos<5 Marques Zamith, Jos? Ramos de Paiva ; í\iadadorei3
honorários : Imperial Associai^âo Typí^graphici Fluminenso,
Con^ieniciros Luiz António Barbosa de Almeida, Manoel Pinto
de Souza Dantas e Jeronjrao Sodrô Pereira, as redac4,-5e* tiuo
publicaram noticia da ftindaçãu d'csta Associação, Jcfâé Carlos
do Patrocínio, Dr. Joaquim Aurélio Nabuco de Araiyo, os mem-
bros do Ministério lu de Março de 1888, Conseltieiro Manoel
Francisco Correia e o Dr. ArthUi" Fernandes Campos da Paz.
Igr^a de Nossa Senhora do Ro*íario— Rio de Janeiro, 16
de Maio de 1888,— Pre^sid ente, Barão de Partinapiacaba.-^lni-
ci adore J : Eloy Pedro de Sania Barbara,-^ José Ptmciano de
Oliveira t — Manoel Franchco da Trindade,
Em seguida, li este pequeno discurso :
Senhora!
« KÁJi, Aíssocíaçaov pobre e desvalida, começa a cnsíiiar os
primeiros pas-íos. Tomou a sou car^o promover a educação
dos ingénuos, a instnicçâo prorls^ional doestes e, eni f^eral, da
raça nej^ra.
Náo vos poudo, porta u to, oíferrcer uma itóU pomposa
em sumptuoso templo : mas i<\m uma singela .solemnidado reli-
PROMETHEU ACORRENTADO
73
giosa em pobre igreja. Neoi por isio aeríl meuos accoita por
Deos a hóstia iacrtiojita do sauriílcío ; aem por is-so deixará de
descer com o mesmo calor As màuá do loviía aaííradoo raio da
mísericorília divina. Aqueile» fjiie escolhoo p^rjt seu berço a
palha de am pres?po, acolhe, complacente, a obJação da po-
breza e da humildade.
IC por issi:» qiio esta Associação não se enverííonha do
oílorceer-vos estí? ramo de ílorea ; bem qtie toscas o som aroma,
exprimem a homenagem do coração. Mias .sào apenas a pal-
lida iMiagem d'af{íie]la8, que o Eterno voa ha de eotrolaçar no
câo ao diadema, ciiju brilho não ae empana, o qiio nunca mur-
charão nem perderão a fragrância*
O voí=tj?o régio manto, Prineeza, está coostelbido de es-
trellas; essas estrellas são os diamantas, em que êè crystali-
saram n^ lagrimas do 600,000 creaturas humanas, a quem
quebrastes as algemas do captiveiro. As prece* d*eâ?íe3 redi-
midos obtiveram da Rainlia do-s anJo8 qua comvosco dividisse o
sou manto.
Filha dilectíssima de Jeiía^ diristo, a quem i-endeis culto
sincero e fervoroso, jâ tendes a seu ]a<lo e junto de Santa Isabel,
) voisa avoenga^ um lu;íar de eleição. Do Pae da Christandado
recebestes a rosa de ouro, reservada aa^ sol)eranos do exemplar
!i e pia virtude. Oxalã veja um dia o mundo eatbolico a vo^^sa
boatiricagão o a i;.'^reja acolha também em goit ^nio a Santa
Isabel Brasileira !
Senhora! — No firmamento azul, em que esplende o aol da
liberdade, que vossa puríssima Doxtra acceod(>t>, ha uma
nuvem; — a iembrança da enfermidade do vosso Augusto Pao.
E* per tsso quo o nosso jubilo tom um rellexo sombrio e a
I minha voz éeo plangente.
Maa, Senhora, quando nao losscm vossas virtudos, qne
fazem de voí^so coração um sacrário» a grandiosa obrada re-
dempção, com quo vo4 im morta libaste? na torra, dar-vo?í-hia
direit') a sorem vossas orações atteiididas.
Acabamo^í de acompanhar* vos nas preces, que alçastes
pelo restabelecimento e regresso do nosso adorado monarcha.
Pcrmiíti agora que eu, um daquaílo», que foi honrado com a sua
74 REVISTA DO INSTITUTO IIISTORIGO
amizade, mais do Pae do qne de rei, termino esta aDoníçfo
com uma das estancias da poesia, que lhe dodiquei em 7 de se-
tembro ultimo:
Aqui rogamos, supplices,
Aoâ pés do Omnipotente,
Saúde o paz ao inclyto
Imperador clemente ;
Que a nós regresse, incólume.
Nosso monarcha o Pae.
Este anhelar unanime
Do povo brazileipo
Suba ao supremo Arohetypo.
T5o sábio o J usticeiro.
Preces, môu Deos, tão férvidas,
Benévolo, escutai I >
Ferreira Yianna abraçou-me, depois deste recitativo, a
que, por bondade, teceo exagerados elogios.
Quando voltou da Europa disse-me que, em visita & Princoza
Dona Isabel, rocordara-lhe a profunda emoção, por olle sentida
ao ouvir-me e iér-me.
Em 13 do Maio do 1889 a Associação, fundada em 16 de
Maio doauno anturior, festejou o primeiro anuivoraario daoman-
cipaçào dos escravos, mandando rezar missa na Igreja do Ro*
sario. Estavam prosonU's Sua Ma/estadc o Imperador e a Prin-
ceza Imperial .
Notei <iuoo Imperador me Atava com insistência.
Finda a inissa, dosceo ellc a pu<iuena escada do altar-mór ;
veio diroctamoiito a mim o porguntou-mo :
— « Vio o meu soneto í
— « Sim, Senhor ; li-o.
— € Pois vae glozal-o.
raOMETHEU ACORRENTADO
n
— « Com todo a prassef ciimpriref a ordom do Vossa Ma-
^ífwtfwio, «i í)om qiie diíTlcil, pois ha no soneto a iermirmçâo am
aio« para a qoal ^âo edeaesne aeocHiflOiíntea, sendo qiio muíia.^
não vêm a pôUo.
€— E' vordadc^ ; mâs sei que ha de vencor ttido.^
O eonoto, publicado, mnfí túm\í\ no cJornal do GoramercKí»
âfa o seguinte:
No BratíU brilhou sempre o mez de Maio ;
Mas só do livres hymnoi eUo ouvia }
E oit, mísero» gonior bera o sf^ntia
Do castigo crunl outro o desmaio. ■
Veio. poisem, da liberdade um raio,
Qde o brasileiro humano presentia,
E exultando \\\\ intima alegria.
Diz : € Firmo no que ó bom, jamais eu caio ».
RondamoB gíaças mil ao Creaílor.
Já todos eomo irmãos e Mmpre unidos.
Sirvamos nm^ pátria mm fervor.
Grande ella seja e em perennal ardor
Veja em bem seus esforços convortidc^s.
Taes votos são do amigo Imperador.
Voltara da Europa» restabelecido, o imperador e tore en-
sejo do sentir nas ospontaueapi eariloiitepi acclftmaç^eíí do povo
e nos e«cript09, aftsijínaJos por muitoe homonf* notavely do Paiz,
a admlmçSo^ oti antes a idolatria^ que de eofac^Oi lho eon^ft*
gravam oa Braaiieifo^.
Enoontrou-me rostituido ao carga, de que eu tinhA sido es-
poliado ^
Ao Ministério Coteíripe succedera o Ministério Jo&o AlíVedo.
Requerera eu a minha reintegração. Ouvida a Sooç&o do
Pasendado Oonselho de Estado, relaitor o OonHelhoiro Lafltyette
Rodrigues Pereira» o immortal autor do c Direito daa oou8ai»i
76
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
este orainoQtG juriscoasulto oxaltoií-ino no seu parocer, do
modOí qu6 gorou no meu espirito e doi que o leram a convicção
do qyc eti valia alguma cousa. Com elle eoncordou o Conse-
lheiro Manoel Pinto de Souza Dantas» opinando o Coasôllieiro
Paulijio José Soares <lc Souza quo ou podia sor Jiomcado para
outro eargo da mesma importância o não para o requerido. A
raímo occulía deste potreeor era, ix>r certo, a neceasidaíe do
evitar a minU:*- approxi mação do Ministro, cora quem me tjov-
nára iBcompativel.
Na conformidade do voto da maioria da Secção, rosolvoo-áe
a Consulta.
Foi eoíierente, como de costume, o Sr. Consellieiro João
Alfredo, cuja carti escripta om r88í> ao Consellieiro Barão de
Cotegipe, encerrara conceito.-t, equivalentes aos da maioria
daquella Secção.
Rõitero-lhe m(s\is gi'atos protestos, bf^m como ao Conse-
lheiro Lalayette, cuja poílerojsa e esipontanea influencia romoveo
todos 08 obstaculoíí, oppostos á minha reintegração e ao Con^e-
Ihoiro Cítndido de Oliveira» que censurou a violência, contra
mim praticada o ^uggerio o meio de reparal-a.
Corcíi de meados de Junho, fui ao Paço da Cidade p lira dia
de despacho o editava reunido o Ministério. Entretive-mo com
alguns dos amigos, que dolle faziam parte. Apparccoo o Im-
perador» Ao ver-me. dirigio-se a mira e disso-rae:
— < Ha dias que o esperava. Siga-me. j>
Existiam ainda os pissadiços, que uniam ao Instituto His-
tórico e á Capella Imperial o Paço, Atravessamos o primeiro
e entramos numa das saletíia do Instituto Histórico.
Sentamo-nos junto á mesa e alli entreguei ao imperador um
livrinho, em que, por meu punho» escrevera o soneto e a
minha glosa. Começou Sua Magestado a leitura, ftizendo ast^uas
observaçôeíí a respeito da ven^iticação e da rima, o, depoití do
uma longa hora da conferoncia, terminou com estas amabilis-
úma^ palavras:
prometheu acorrentado
77
€ Muito obrigada ; ou bom Babiu a quem iucumbU o tra-
balho de fazer esta diíílcil gtosa. Vamos recomoí^^ar as nassas
paleiítras, ouvio ? >
Bem difflciJ» na verdade, íora o eucargo e nâo me agrada a
^losa, gua Az, bem como não mo agradara o mote, pois o soneto
c^itá,» em tuda e por tudo» muito loiií?e daquelled» pelo Augusto
Priucipe compostos a bordo do aavio, que o transportou para Eu-
ropa e do outros, quo formam parto do uma pcquona collocçào,
editada depois do sua morte.
Esses sonetos do exílio podem figui*ar entre 03 priraoirou de
nosso ropertorio litterario.
Quào longe fiquei do António Jo>é da Silva glosando o So-
neto do Camõetí i
Eiií a minlia glosa :
Km Maio o côo de azul im maculado
Do mei^'o sol .se inunda noi lulgoros :
E o solo do BraziU por Dous ladado»
Nova eh la my de tríya e abrolha om flores ;
Fazem ôcoao trinar do coro alado
Do virgem boique harmónicos rumores,
A ti? na lucta contra o Píiraguayo,
No lírazil bríliiou sempre o mez do Maio.
O Sete de Setembro em nossa historia
Abrio-nos, larga, a estrada do ftituro ;
Grande conquista ibi, timbre de írloria,
A lei, que libertara o nascituro.
Bíinio a escravidão, de atroz memoria,
— Troze de Maio— teu ciarão tào puro ;
Do ^^ala o povo om jubtlo «orria ;
Mas aú do livrai hymnos elle ouvia,
Qun Ilíada cruel do soffrL meu tos
Foi na Terra da Cruz o captiveiro !
Era uni pungi i* do íieMles lamentos,
De norte a suJ, no Imporio Brazileiro !
MLlIiõeí do escravos, tristes, macLloiitos,
A' nos^s plagas trouxe o vil negreiro.
T9 REVISTA DO IN6TITUT0 HISTÓRICO
Devorava o Brazil Ainda agonia
£ eu, miseio, gemer bem o sentia.
Pudesse a mâo da Liberdade a^giista
liasjrar da Historia a pagina ocecranda,
Em que com sangue e pranto a raça adusts^
Traçou do seu n^u*tyrio a lenda inl^nd^ !
Pudoiie da opprçisâo, aiggz e injusta,
Apagar-se a memoria miserandla !
Quanto soíTreo o escravo I Imaginai-o,
Do castigo cruel entre o desmaio.
Qual de nuvem de horror, que a torra obumbra,
Roubando á vista a abobada azulada,
Frecha um raio de luz, que nos deslumbra,
Espancando a calligem oarregada ;
Assim da escravidão rasga a penumbra
A Liberdade e diz : «Quasi u^M^ada
Vcgo a luz immortal. que, ao mundo espraio.»
Veio, poróm da Divindade um raio,
E o monstro, q«Ae Ua três seaujk>8, suitava
Kómora inerte-^a ^arcjtia do ppogre^so,
Precipitado em fuga, mergulhava
Do eterno olvido no fatal recesso.
Condenmatorio aresto lhe lavrava
Da razão nacional pleno Congresso,
liaiára da Justiça o claro dia,
Quo o lirazileiro humano presentia.
Poldra a Navão, de enthusiasmo acoesa,
Po la victoria otuplendida e incruenta ;
Despindo o vaso escuro da tristeza,
Livro e Kí^rbjsa, ao miuido S9 apresenta,
Tuu acto heróico, luigolici» Prino(»za,
He<]>oit<» e iimor nos corações cimenta ;
\'ès o povo sagrai'-te idolatria,
E oxuitaado nu intima alogri^.
PROiqSTHBU AOmRESTADO ... 19
Erguondo o eollo, a mtp^áo oseraTknio
Contra a Prlnoeza Redemptora investe ;
E oUa cxtranha, de dof no paroxismo,
Quo hostil ao thnono algum se manifeste.
Bradar oavindo : < E' fatoo o teu oivismo«
Não se repara o mal, que noB âaeste ;
ídolo vão ! Ohl Povo, demíbai-o ; >
Diz : € Firme no que é bom jamais ou caio« »
Está finda a epopeia magettosa.
Confirmação da pátria Independência ;
Jamais lucta gigante e porfiosa
Vio campeões de igual beoem^^neia .
Renome eterno e fama gloriosa
Votou-lhes da Nação a consciência.
Por tantos lances de exemplar valor,
Rendamos graças mil ao Creador.
De dez de Março o iiiustre Ministério,
Joaquim Serra, Nabuco e Patrocínio,
E tantos filhos d'este grande Império,
Quo já da Historia entraram no dominio.
Na escravidão,— da Pátria vitupério,—
Desfecharam o golpe de exterrainio.
Hoje se abraçam, livres e remidos,
Já todos como irmãos e sempre unidos.
Devem-te agora, Xm^parig «Àmerioaao«
Posto hanroso as JMaç^es do velho munda I
£' lei a aboiáção I — Traçou-^lhe o plano
Teu génio liberal— Pedro Segundo !
Jorrou, á flux, do Firman Soberano
De bem e luz manancial fecundo.
£, pois, no arroubo do mais santo amor«
Sirvamos nossa Pátria com fervor.
80
REVISTA DO tNf^ITUTO HISTÓRICO
O braço eficravo, jí» lacga, esperdiçava
Desta ubérrima gleba a^ forças vivas ;
DeshottPado o trabalho, agonisi^va
Ena condiçuas precariaà tí alMictivas.
Clama a Brazil, que triste eoDti^mplava
Lavoura morta, industrias inactivas:
< h]rga-íío a Pátria ao augo do asplendor.
Grande ella soja e, em perennal ardor.
Quebre á lavoura oh vínculos, quo a tolliem ;
Desenvolva da iuduátria as í^raudos fontes ;
Jamaicí suores de caj-ti> oí molhem
Sem férteis vilte, m\i»i rocimtUji mooteâ ;
Fructos de benvào» du terreno abrolhem :
liasguem-se á luz os Jivres horisonto^ ;
E utiída ao?í ftlho^, pulo bem movidos.
Veja cm bom seus esforços coavertido^ ;
Arvorando o balsão da Liberdade.
Entre na communljao dos povos cultos :
Fiiljam nos penetra os da etõrjiidadc
Do se;?tindô reinado os nobrca vultos.
Seja firmado o iraperio da vcrdaio ;
Da< más paixões acalmom-seostumtiltos.»
Fervente, oraudo aos pés do Rederaptor,
Taes votos são do amigo Imperador.
Transferio o monaroba sua resiilencia temporária para o
Palácio Itamaraty, na Tijuca.
Alií reoomegãram m pale4ra« litterarias.
O Imperador deo ordem para que, ás cinco horas da tarde,
nos dias, por elle marcados áquellas conferencias, tivéssemos
no antitro ponto dus bonds do Andaraliy quantos carros preci-
sassoíiios para a viagem do ida e volta.
Entravamos em Palácio aoeácurecer ; ás dez horas da noite
desciaraos para a cidade» onde chegávamos, cerca de oaze e
meio.
PHOMBTHEU ACORRENTADO
Nesáas íiltimas coe foro ncuis ouviraos as Mil e umi noites^
traduzidas do árabe pelo Imporador.
PiíJtóaiido eni silencio varias e intL'rtí8:<a0t'3S ocjurreocias»
que houve nessas p;ii6,4ras, occupãr-mo-h 4 do qiio so puvsou
na ultirna.
Chovia, Meus compaahêiru,'?, Drá, Caídos do Laot o llay-
niundo Correia tio liam napedimeuto para cjinpirocer. Cha-
mei à fala pelo telephoue o módico di semafla» Dr, Motca
Maia» e pcJi-lho que ru^asso ao Imperador me dispen!>assõ do
oljedeoor nessa tardo ás ordeus de Sua Ma^^estadc» poia uos íUl-
tàva o conferonte, a quem cabia exhibip o traíialho combinado.
Respoiideo-me, quisi immiídiatanu^atOt u se natíarío que u
Imperador mo esimrava o uào me coucedia a diaponsa ro-
gada.
Sdgui, á hora costumada, o, ao luscio-fuaco, apoava-mo, sob o
açoite do uma baioga, á porta do Itamarítty. Subi a pequena
eacada do podra o bati, por Eil^ams minutos, á porta principal.
Vendo que ninguém acudi^i, dirigi-mo a uma porta lateral.
Não havia porteiro, i^^mparrei, levonient 3» a port i, que obstava
cerrada, e entrei. Graças íL raeia luz e.ubaciada, que penotrmva
pela abertura, pu^le distinguir os objectos.
No centro da sala divisei uma sin^^ela moía de jantar, á
que se poderiam atentar oito ou dez pesisoa-í, algumas cad'jtras
o a raobili i commum do ttes salas, som luxo.
Ao fundo, dum V peqiieu i portt aberta, roílucttara-se 03
raios de um bico de gaz. Para esse pout^ encaminhfíi-rae o divisei
a Imperatriz, sentada era uma poltrona» junto de uma cesta a
transbordar do roupa branca, qu.}eíía eximinava, poça a peça»
com txli a attençãij, a ver ai precisava de algum reparo.
Nenhuma dama a seu lado.
Ao rumor de meus passos, ergueo Sua Magestadc os oUioi
e, veodome, saudou-ma com o s>rrisõ nos lábios,
Pedi-lbo desculpa do haver perturbado a sua fcjolidáo» ex-
plicando4hoo que so havia passado* Tocou elZa uma campainha*
Aaudio, pressuroso, o Dr. Motta Maia, que mo guiou para a
sala da freate, lugar, em que o [nipeFddor nos reuuLa para a
palestra.
2158 — 6 Tomo lxvui. i\ lU
82
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Logo tjue tomei aflsoatu, entrou na sala u Veador de 8t>
raaiia, trazendo em poquuiia sah^a ura tolegramma.
Por esse tempo, estava gravemonto onlermo Eíom Luiz,
rei de Portti^i. Náo se apressou olmporador em tomar coube-
uimen^ó do tolegramnia, pois se occupava em di«i>or oi livroBe
o maniiscripto, quo forma vara uma das matérias daconfterencia.
Já se armara com o âeu dilecto pince^nêz de tartaruga
para começar a leitura, quando lhe lembrei o papelinho azul.
Tomoti-o, e 11 ta o, da salva o tentou abril-o.
Onío, porem, a en ferra idade lho entorpoeèra os dedos e
debalde se oâtbrç:iva pax*a romper o feclio, peili-lhe Itcoacae, de
pronipto^ oíTereci-lho aos olhua o conteúdo do aviso.
Leo-o ; pousnu-o sobro a mesa, o, após \)equono iiitei^
vallo, diss<' : < U rei esiri melhor, p
Fiquei impríitísionado com aquella impassibilidade, quando
ao tratava de svber noticias de seu sobriíib«% em meliiidi*oâo
estado (e que, alguus tiiasdopois, falleceõ).
Era, purcím» cai'actiU'Í8tico do Imperador aquellaindiíTerença
e o estoicismo, com qtie supporlava as dores o as conirari 'dades,
se m íiua hjuer man i l\is Laçao .
Ao retirat-^me, S. Maj^ostade recoramendou-mo oào mees-
quecesstí do «Frometlieu acorrentado », cujo origiaal me havia
Bfitt*egado na penúltima conferencia.
NuncA mais o vi. Par tio para Petrópolis, donde regrasson
a lõ de novembro» para úaxr prisioneiro uo Paço da cidailo.
Empreguei todos oa eslbrços para entrar naquella prisão,
Náo pude ooii3oguU-5* Pa-^oi, frequentes vezes, por diante das
janellíis, que correspondiam íí.o aposento, em que elle estava ea-
cerrado e rogtioi, do lora, ao marechal Miranda Heis, que acom-
panhava o monarcha» licença para entrar. Keipondeo-me elle
que não m'a podia conceiler.
K na íiiadru^adii de 17 de novembrj embarc-avam Dona
Pedro n e a Família Imperial no < AlagòiiS», qno o levou tio
banimento, e dabi a morle» ou antes, á Inimortalidade.
Oí «enriço» "Jo Imperador,— Um uecrolog^io hijig^ular.^ Befutação Je
doutrinas abstriisas,— Juízos de Exlratigeiros c Nacíoaaes sobro
o Muuarcha Braziioiro. — Q ianque Ma^giú, — Sonotos da Impç-
rador. — Carlyle oEmeríion.— Apreciação politica da guerra do
Paraguay o da libertação dos escravos.^ O Dr. Coelbo Lbbôi ©
seu projociOi" Epilogo.
Algumas obiet-vaçõcs, agori, a i«>piiítx.i do Irapcrador, sob
o ponto de vi:áta iatellectual c moral. Procurema^ aprcciar-lho
a ciíltiira do espirito o, principalmtiiit.ttii iníluencia, «iiic excrceo
tíQ t>r e a i n str 1 1 cçá( » p u hi i ca .
Os seua mciítmá abalisados, tnitre m qiiaeíí aTiiitiim Frei
Ptxiro d<j Santa Marianna ti u Marquo^ do Sapacaby, não S' i\-
miiurara a iii-stnui-o ; educara m -no. No liíiiiUdu eogiiu, que
Ibederiini ac.irca da scieiíeia do governar» certo fjiio llie luram
o Interpretaram Macbtavel e Ibô rapetirara o cuu^ielho, que do
jiuf or do < PHficipo )• otivira Varchi nn jardim do Commcn-
tlador RU'ícelai, em presença de João de Medicis e do Duque de
Mantua. Este conaelho erai Não àeU&eU o povo l$r U^ro algum ,
nem mesmo eãtemeu.
Deviam top-Jhe explicado também que a razão d*easo dito
ú a me^ma» que inspirou cstaa palavras de Didcrot quando, en-
carrega 'o pela Imperatriz Catbarioa U de redigir, para a
ítusMia» um projecto de lei do in^ítrucçáo pubiica, di/.ia» em
carta, ao rcmettelH> : < O athoismo, feito para uiu pequeno
numero de êi^piritoii, não convém ii uma si>ciedad©* »
«Orgulho estólido ! (escrevi eu a tal roipeito em certo
livrj» que «.^dodomiiiiii publico.) A conseienciai tranísparecendo,
lúcida e iraporiosâ, nciísas expressões» con lemaava a tbeoria
corruptora, i^ue elle e seus coLlegas Ungiam abraçar e sustentar.
84
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
SÓ para manterem a supremacia de piopa^raudistas, Innova-
doTGs e adextradoa nas subtilezas da dialéctica e nos brilhauteá
aopliismae, com que embaíam e deslumbravam intolligeiícias»
ermas de eí>t tidos suúos,»
Certo, qne o Imperador cojiíiecia, desde que se entregju a
estudos superiores, as palavras do Voltaíi^e, rioali ficado pelo
grande Carlylc de « um dos mais baixos exemplos do culto dog
Ueróes », < Deixae, — dizia o velbo de Ferney ao Duque do Cboiseul
— DeUae que os patetas ieiara aa nossas frioleiras. Que ba niíso
de iDcouveniente ? O povo é a rali* e nossos livros não pad^am
de tolices,»
O Imperador seguio, entre ostas^ duas proposições contra-
rias, o alvitre de Victor llngo. Não tolhe j a liberdade de ler-se
MacMaveI,«(quo põe na íVentc de sen príncipe um diadema
de vicioíá e torpezis )♦, nem do ler-ao Voltaire» aquello inspi-
rando horror o este desprezo do crime cornado.
E Dom Pedro 11 apreiídeo e po/. em pratica o lemma : « En-
8ÍD&Q I > Todas as revoluções do futuro estão incluidas nesta
phrase : < Instrucção gratuita o obrigatória.»
Creou» pois, e coUocou sob seus auspicies escolas prima-
rias, secundarias» ostabelecimentoa e socied vdes, de caracter
flclentiílco.
São conhecidas as Academias do Direito do S, Paulo o do
Recife, institui las no primeiro reinado, e em cujo desonvolvi-
meoto e progresso D. Pedro 11 se emieri»u ; a Faculdade de Di-
reito ô do Modicina na Capital do Império o na líahia ; oa Corte,
na Capital da Bahi i e em Ouro Í>reto líscolas dejpharmacia ; Ks-
colas de Mina^, também em Ouro Preto ; Kt^eolas militares no
Rio, em Porto /Uegre e na cidade da Fortaleza ; o CoUegío
naval, a Escola do marinha, a Edc-da superior de guerra e a
das Bellaa-Arteg, Lyceos do arteâ o ofllcios no Rio, no Recife, na
Bahia o em S. Paub ; e, íhialmento, o Conservatório de Musica,
o Instituto dos Sunlos-Mridos, o dos Cúítos, e varias Escolas de
agricultura, além das Escolas normaos.
O Collegio Fedro li ( hoje < íymnasio Nacional ), dividido em
lot?3rnato o Externato, foi sempre objecto de predilecto do
mperador.
I
Ha o Observatório astroaomico do Rio de .Janeiro, era enjoa
€ Annaea » se publicaram as obaeFvaçõas dos astrónomos brazi-
loiros sobre a paasagiíra de Vemis, feitas em S. TlRimaz e no Ea-
treito de Magalhães, Tarabora exi4e no Rio de Janeiro um Escri-
ptorio central meteorológico; outro hydrographico ; a Bibliotlieca
imcional, enriqueci' Ia por morte do Imperador com o legado
de 5.000 volumes, que jA Hioacbam cataloèjados; o Museo .Vactonai,
abundante cm riquezas arcbeologicas e, annual mente, regis-
trando importantes estudoà de Historia natural e Ethnographia ;
a Sociedade de Geographi l, presidida pelo venerando Sr. Mar-
quez do Paranaguá, que applica em trabalhos nf^is a activi-
dade excepcional, conservada pela Provkleiícia como premio á
uma vida, consumida em gervir a Pátria. Ainda ultimamente olle
acceitou, para continuar a hoaral-a e imprime-lhc brilho, a
cariei ra de Presidente do Instituto llist-orico e Gcographico, ao
qual Dom Pedro 11 tinha entranhado amor, e que, regida por esse
varão, prospíTa, continuando a dar na sua «líevista» preciosas
amostras lio cérebro fecundo c da variada illustragão de seus
membros.
Alí^m de todos estes Estabelecimentos de instrucçao, nota-
se o Instituto Polytcchnico, de que foi Presidente Sua Alteza o Sr.
Coniie d^Eu ; aSocieiladfi Propagadora do Bellaa Artes, presi-
dida sempre por altos personagens ; não uioncionando ijuti*as
escolas e inaiituiçõt^s, â ^emftlhanca das que existem em França
6u'outros Estados eivilisados da Europa,
Existem DO Brazil muitos collegioa particulares, al^runa
delles aob a direcção de Corporaçõeít eclesiásticas, soado livre
aos alttmnos aprender abi qualquer doutrina reli^osa.
Era assiduo o Imi>crador nas acessões do Instituto Histórico
e no dos Cegos, Assistia, regularmente, aos concursos do Col-
legio Pedro 11 e ás fest^is anuiversarias do Lycéo de Artes e
Ofllcios, instituição, que nada inveja ás melhorei da Europa e
dos Estados Uuidoa da America,
Diz o Sr, Biíojamin Mossé, a paga. 332 e 333 de seu livro
J>am Pedro, pu diL^ailo on Paris no anuo de 188Q :
€ O Imperador reúne, fi*equentes vezos, em sessões Ilttera-
riaa 6 scíentiflcas os homens de lettras o os sábios brazileiros»
86
REVISTA DO INSTITUTO IIIBTORICO
par^ com elles examinar alguma nova producçao ou discursar
sobm litteratura, scieacíaa e artes.»
Refere-se, clanimente» o i Ilustre escriptor ás conferenciaSi
conhecida» por < Paiostras Imporiaos»*
O Jomaí dâ BrasU publicou, dapols da morte do Dom
Pôdro li, um artigo» aa^igíiado, do t^uai destacarei os trechus
seguintes : € Oa homens de lottras, que ollo acolbeo, conaidorou
o protegido, foram o^ mais nuiios o meíliocres. , .
AO redor dmtQ Augiistií não so contam nom Virgilios nom
Horacios (eomo ti andasse rn a garnòl oh génio») o os famosos se-
rras litteraríoíi do Paço qtiasi Roriaoi, como litteratura,
apenaH um assumpto do poema hei'oi-comicõ,» E* meu o paren-
th«Bía.
Aí?radoçfira ao jornalista, d^entro os vivos, oomineucepoí^ta *
Ray mundo Corrnia, o vernáculo Carlos do Laot, oi<criptor *'h^-
gante o fino om proí^a o vorso, quo bn^ta para aymbolizar o
ííoííto littorario, o gonío critico o a porfoivao, 4 qup! pòilo
cljôgar o organismo de uma lingoa; agradeça -Jho José Joaíinim
do Carmo, o philosoplio e erudito.
Entram uo rói, dentro o^ mortos, Aragunva, Santo iVngido,
Octaviano, Joaquim Manool doManetío, Tronçalves Dia.H, Barão de
Loreto, Josô Maria Vollio da Silva, Marquei de Kapueahy,
Barão ãnS, Félix, Rosendo Moniz e outros.
Todos aites &ão litteratús de terceira ordem ; homens de í«f-
traãf aceites como taes ; alguns H'êlles destituidos de merecimento^
e çííe obtinham do Imperador a prefiBrencia^ especulando com
esses sentimentos.
Eisoquopiiáocolherdaphraao autoritoria do articulista nm
relação aos que, habituatmento, faziam parto daa conferencias
do Paço, E, como eu era um dos aa^istcntea a oasas coni'í*ron-
clas, igual quinhão me cabe aesses deprimentes qualiflcativos,
applioados a todo.*.
Digno, sario e polido era o monarcha ; gravea, respeitosos
e cortôzoà oa «on vidados dquellas oonferenciai*. Guardavam-so,
de parte a pirte, todas as conveniências,
O [mperador odeiavao servilismo e sabia quo era dura a
cervJR doa cavallioiros, seus eouvidadoa.
PROMHTHEU ACORRENTAtK)
87
Naquella mesíi, onde não tinha assento a coteHe litteraría
do elogio mutuo, quiisi sempre raereenario, e onde sô se com-
muDgava puro o pEo do osprrito^ nuíica appareceo quem, 4
80melh;mça das avos da Stymphalo, o conspurcasaí.
Mas Dora F*edro U desapparoceo do mundo e nem mesmo
pôde defeiider-!>iO da acctiaaváo do tur incitado o Conselheiro José
Castilho a sustentar ^uorra contra Jo^ú de Menear .
DefendíM) eu. Na época, em que Castilho» íiuxiliado por
Franklin Távora, escrevia contra o autor do Guarany, estavam
rotas as relações notro n autor da Çtrinalda Ovidiana « o
[raperador. E ainda mesmo que assim não fí>ra, só quom iírnc-
ra completamente a nobreza d*alma de Dom Pedro [(, jul-
gal-o-hia capaz de manchar-»e com a pratit-a de um aeto odioflo
e ignóbil, como esse*
Attribtiir-íh-o (^ uma dis maiores injustiças. Aquella pura
memoria não p6dQ sev mareada com essa mácula. Nem mesmo
quando Alencar, em oppuííiçâo ao Mioisterio Itaborahy» do qual
sahira, se referia ao lápis fatídico, alludindo ao monarcha no
«Eor^e ilertirn Chn^pimig», nem mesmo então (repito) soltou Dom
Pedrn a mínima queixa contra aquelle grande BrasHeiro.
Homero pintou em Marretes o peraoria^rom heroi-comiai>.
Km t-odfis os tempos e povos ajiparoce o typo do poetii de fan-
caria, que, com visivol ent<mrj, oxliibo na fronte os louros,
a ai mesmo decretados, e impinge, como primores do euííenho^
s3m^al»orÍas, qii.indo não dif lates.
Bocage cncaraou-o na pessoa de Chrispiuiaiio Saiilnier,
Faltava admittir .is paleitras imperiae$ alguém, que lem-
braase o leitor burlesco, a soletrar no Byssopi o nome do raptor
de Helena, como ú fosse o da capital de França, listaria achado
o prot'jt.í*OEista da burleta. Nào faço allusôes.
Desde o começo desta memoria {que estou escrevendo ao
correr da penna e mh a pre^sàn instante da iypographia),
tenho afilrmadõfietos, sem outra prova, alem \b miíiha palavra.
De alguiia ha passoas fidedignas que podem testemunhar ha-
ver-lh'os eu relat:iflo, por mais de uma vez» taes como agora os
transmiítoriopublicíi :dei*utr08, pon?m, nenhum attestado píjsso
apresentar. Aflirmo-os, no emtanto, eom toda a segurança de
PROMETHEII ACORRENTADO
^8»
«As lottras, por isua natureza» aristocralicíts (diz ainda o
articulista), não podem sor be.n viadas aoâ Paços dos potoa-
tado», íjuer sejam reis» quer Presidente- do Republica, pois iiãu
Bómeuto aqueiies têm cortezaos e auticos,
A democracia nao é litteraria, porque é a igualdade; e a
iotelligeriida» que elía pretende íii velar t^, forçosamente, indisí-
pensiTelmentís aristocrática. Nada mais aristocrático que o
graude poeta da democracia, Victor Huíío. A littoratura, ou a
arte democrática não emstem, semlo maaifestações do qtio ha
de melhúr a super^ior jia intelligeacia humaua, sài» ihrçosaniente
aristucraticas. Si exceptuarmos Atlienas, essa democracia ex-
cepcionai e a moderna democracia fraoceza, tão aristocrática
e talvez a única, que itqtióHi liaja arremedado, a8 scienciaa, as
artes e as lettra^ jamais floresceram nos Estados sociaes, oiide
impera a deraueracia. Os Eitados Unidos^ coma $ua mediocrifíade
espiriíualt são erêmplo disso, {Os griphos são meus.)
Sendo, portim, aristocráticas a-s lettras, nao podem ser pala-
cianas, porque o seu caracter é serem indej.jojideuto-i, tanto desse
soberano, o povo, como do outro soberana, o rei. Acontece, pois,
que o protector da-s letcras, em regra jíeral, apenas encoDtra a
raodiociádade para prote;?er.
Os espiritos de eleição e as grandes peraonageDS, esses fur-
tam-soauiiia protecção <jue, quando imoé humilíiante» ó tlmesta,
porque asphixia a atmo>pliora» unde respirara. Daíii o nâo se
encontrar junto ao throno, mesmo quando oceupado por um
homem» como Dom Pedro lí, nem junto ao poTO, mo n ardi a tão
goBiúão de lisonja, como os outros soberanos, nenluim desses omi-
iientea espíritos, que são a honra o a gloria da humanidade. i>
Assim» na opinião do escriptor, os PiH?sideDtes das Repu-
blicas, isto é, os ropreiontantes mais altas da democracia» são
potentados, istoé, aristocratas, e repollem as Ictiras» isto ('•, oí
lettrados, pontas, artistas eeíciíptores, quo pretendera adulaUos,
como cortezãos e aulicoj I
Assira a democracia i^^ualitaria, que quor nimlar a intelli-
gencia» não a nivela porque esta i^ ari^torratica !!
Assim, nada ha d 3 mais aristocrático quo o grande pootada
democracia, Victor Hugo ÍI!
«o
RBTISTA DO INSTlTaTO HISTÓRICO
Limftaodo-nia a citar proporções, expreastf 001 forma, que
níl*> quero qaaíiflcar, transcreTerel palavras do aotor da^ «OrlesH
tae^. que importam completa aejracao ili^llas:
€ O drama de Siiakegpoare é o povo ; indigna-ie a eacola e
exclama: Odi profunmm vulyta. lia em sooâ versos demaj^gia ;
o atitor de €Hamlet» sacritlca ao poviléo (la caoaUle).. ,
Si aljruma cousa de grande ha, é isto.
• -. O poviléo é o i?enoro humano em miséria. O povil^ ^
o começo dolorow do povo ; é a gTcinde victiraa da? trevas, e
inclina pira ella o ouvido, a> mão!!, 09 braços, o c^^raçâo,.,
Ensina, radia I EUe ha mister de ti ; tu és sua irrande sede.
As miiltidôe^sfeé eetíi ssua belleza) ^o profundamente pe-
nef.r.ivei< pelo ideal . .. A turbai^ uma extensão liquida e viva,
offerecida ao fromlto* . , K at^. quando o homem do povo não
*í4á incorporado ú turba, é aluda ouvinte das írraades cousas,. .
I)evom-+f' aí> p^jvo todos os ousinoa. Quanto mais divino é o
fbcho, tanto mais foi to para esta alma -simples.., Asnim j^na-
reis a burfníeasia e crearei^ o povo. . . .
Pertences aos jsrenioâ, p<>vo ; elles ^0 teus filhos o tous
pães ; tu m ijníLrendras ; olles te ensinam. .. Saem do ti os génios
multidão my^terio^l
Voltem, ptjí^, para ti. povo, O autor — Doo^ — tVis dedica.
A historiíi veridicfi, a historia verdadeira, a Instoria defini-
tiva, do òra avante, encarregada da educação desta grande cri-
ança, que 80 chama pivo, respeitarei todív a ficcao . »
To<los e^ies dolinoimefittfti, diívidosa peauade Victor liugo,
não quadram, por certo, a uma pb5 ^ionomia aristocrática I
J.Lm;iiH fiti democrática Athonas ; é, pelo contrario, ^ a mais
brilhante pní;tçã.odoo*ípirito aristocrático na antUíuídade, como
fioma ha Hjdoa ma ím poderosa. Nas dissensões da-t cidades antigas
não havia, na realidade, lucta entre doraíicratas e aristoeratas
(no íiftntido hojo li^íidoa estas piílavras), uns, querendo restringir
o numero dos mpres^ntante^ do >ro\'erno, outros amplial-o. ura
tanto mais. . , l'i* por i«8o que oi velhO'* autores profertun a pa-
lavra oti)íarohia ã aristociacia, e fazem de oligarcha o syno-
nimo pepi«tuo do — rmu >,
\
PROMETHE0 ACORRENTADO
w
Qtianto maia estudada é AtheQaa (diz Mazel, de quem resu-
mimos a opinião), mais m lhe revela o osplrito aristocrático,
náo d*o.<8i estreita olig^trchia dórica, que tão caro vende uma
hegemonia politica, mas da breve aelecçao» queconstitue a ver-
dadeira civilisaçáo, coUo^iudo ao poder o genío e baseando o
podur lio amor. Democracia, .segiindo nossas ideias actuaes,
âeria um contraseaso , Nuuea Athenas Cí^nheceo o suffragio uiii-
versal, como o refergttãum suiaso, nem o systhoma de eleições,
que tão facilmente pí^rmitto a um clan do pjiitiquoiros o ma-
nietar uiu paiz, ., O oápirito de sua leíJrislíwâo permanocoo
longo tempo oup^tridica, e sua assomb leia popular em nada s^
parncia com o nosso corpo elcitoraL , . Di/*ia Tliucydides que o
Gov(*rno de Péricles era, «^m nome, uma dt^mocracia e, de facto,
um imporio.
.,.Us gprracns fb^ma^ojjrií-os» Icvaiitudis durante a guerra
do Pelopone-so, foram semeados ao to nino tle jVi-istideti o Po»
ricle^.,. A íuveja, paixão ignóbil da democracia, explica o
♦ostracismo.
Péricles morroo a tempo, Lllie, que banira Cimmão e TUu-
cydidõí?", haverí:i si<lo victima do ostracismo.
O sôf*i'o de grandeza, rle euergiii c de civiliaaçáo, que
vinba do p^issadi*, impedio que o miasma democrático e a
inveja, que ú o hálito empestado da ocblocracia, isto i\ da mui-
ti dão, do povilóo, — não dirigido por individualidades ialolli-
geateSf noUroâ e bem intencionadas *» anniqullaaso os gene-
rosos sentimentos o os sublimes impulsos, transmittídoa no
sangue pelo^ autíjpasaados, ás novas geraçòei da metrópole da
Attica.
Foi Aibenas quem deo ao mundo gnerroiros, como Tlieml-^
tocles o como Alcibiaile*, loiíisiadoros como Dracon o Solou» pbi-
losophos como Socratoíí, o divino Platão e Aristoteto ( sendo as
doutrinas deste aiuíla hoje objecto de ensinamento), poetas, como
Oi que formam a trindado trágica, oradores como D^mosthones
e Kschinf^s, hiatoriadoreí como Heródoto, Tbucydides e Xeoo-
phonto, e>tatuarios como Phid ias o PraxitoleSi além de outrai
estupendas superioridade'?, que atravessaram, até nôi, a< idaded
para synthe ti saram os Ci-eadores do bel lo o do sublime.
RSATSTA DQ INSTirUTO HISTÓRICO
l^fffcito, orador de fi&candía i^ial á do DomoBthenei, eipl
fit> <>«tl3Ti4o, administrador de primeira ordem, ci^o patHo^-
gMlt(ie<ur» na aUur:i do sen amor á^^ artes e sciencias; — ^9-
I^Hia^o mando de Aspa-la, 4110, como ella* conhecia os gosUM^oa
If^wmcclta^^ as manias dos Aibonieofes, de aea tempo, era um
^1^ arUiocrata^, avaliador da vaota^^ra, que ú. ariftocraeia
|«^TÍiilia dê cmar uma posição popular. Como Pisistrato,
rdáfiat^a pelo ascendontr) poi'^>aU pela persuasão, pcla^ amizades,
bio ooiiflnna a tbeso do que a civilização é creada pelo escol
ift kamanidade e oao pola multidão, de que aUáâ os factores
do progrresso não dispensam a coliaboração.
Péricles IHvoreceo as artes e .scíeDcias o dco nome a seu
saetilo, o mai3 ^'loKo?o d<^ Athenaa,
Esparta floou estranha a toda a evoloção. Nem cultura
iatdlleciuai, nem mdusfcri:k, nem lavom*a, nem commercio. Era
uma republica oxclu^ivamoato guerreira. Reza uma tradição
que, para diminuírem a força physica de seus escravos os
Espartanos saiiírravaui-no^. Era a Esparta do socialiárao mi-
litarista e aristocrata.
Sua roltjrião iiiíipirava-lhe o culto do valor, mais tarde
abraçado pelo:* imvoQs da mytholojL^ia escandinava, escoUiidos
peUiâ Walkyrías pai*a habitarem o Walhala. Alli occupavara
lugares de honra o^ que por maiores raígos de valentia se hou-
vessem distiiííTuido,
Havia om l!Ísparta dous reis, descendentes de deus filhos ge*
metiíí du her adida Ari.stodemo, Apczar de rovegiÍd<.s de
amplos poderes, nào oram ijoberanos propriamente ditos.
Eis por que Esparta é muitas vejses qualificada do « re-
publioa ».
O principal orgao do seu goverao ora o Senado» assembleia
de vinte e oitj velhos, do sesseuta annos, ao menos, k que se
juntavam, mi qualidade de mombroa privilegiadus, us dous reis.
Com o volver do tempo, crearam-so os ephoros, supervigil antes
geraes, oncarraga'los de fiscalizar o proceder <los reis. Graças
Aquelle Senado, perpetuo, teuaz c haliil, como foram os de Car-
thago, Veneza e Génova» e aos epkoroi — poderosa e feroz oli-
garchia — conseguio Esparta dominar o mundo grego.
PROMETEIEU ACORRENTADO
93
Os cid-idãos, tract-idos oítlcialmoiite do Iguaet (Omoiot) í'qt-
nmvam um socialismo núlit;u', qiio eriv aristocrático» porquo
dizia somente respeito a uma pequena clasao do dominadopes,
a uma casta de privilegiados.
Quaatj ít alhisno do Jirtiniliata, feita ú, Franc-^. direi que
esta Nação está prof^iadamen tu modilieada cm suas condiçôea
politicas.
Aííolida a Uíbreza, privado o clori> do acção directora,
rc^a o torço iro estado, i-to \\ a biu^ueziaí quo se vae, dia a dia,
cnfraíiutícendo e oamiDlia, a pa^8u> rápido i, para a dacadoncia.
O Francoz typica dr3 hi>jo é colibatnrio o ruticcionario. D*ahi o
egoiamo, negação do amor, e a covardia, nof^ração da alii%'£íK,. •
E* um dever sagrado destruir o falso ideal, que oulbitiçji a
França» ha um século. A loírenda rovoluciunaria é a causa da
»ua baixoza. , . (refiro- mo ao mnn do uncratico,— o da.H raas ias ).
Oá protensos *?igante3 di^ H9 a 03 foram mais que atrozes;
foram ineptos.— Quem nâoroiio^^ar essale^onda não sabe o quo
é f-Tandõza d'alraa. , ,No lumlu do toda a dMuocracia esifi a in-
vLija..,Estaé sO í;,'i)omiaia e baixeza. Quem -onda a alma do
puro democrata nella encontra o desejo, não da justiça, mas do
nivíjl cummum. Até (guando combato iníquos priviloi«:iu^ nào a
iiíspira a deltjsa do ojfprimido ; revolta-a o udío do auperior*.»
Todos oí grandes pensadores, o evolucionismo iní,'^lez e o idoa-
ii-imi) alloiiirin tloclarâm SI3 contra a democracia i^íiialitaria,
Nestij ponto Sckopojdiaaoi' é Darwin e. tão dr, accordo. lienan
pensou como eiles, ao menos até certo tempo. Darwin dizia uão
80/ vordado quo um bo;notn 3e"a iirua! a outro, assim como o
bruto nãíi é i^^ual an linmcjin. Na oí^íranização social lia divisão
o liiorarchia do funcçilos; aoqaidade nâo t^ igualdade o sim pro-
porcionalidade o iiierarcbia de taes fmicçõo^No pensardo Ronan,
a democracia é a antípoda dí Deo', puis <|ue Deus nâo quíz «luo
todoí Tivos4om» no me-? mo *^rJlo, a verdadeira vida do espirito,
A Revolução Francòza de 178^ foi o jioviíeo, a massa bruta,
a arraia miúda, qU3 a produzio. Fanática, a mnltidáo, cuja
alma (^ diíTorento da de cada um de mn^ membros, revelou o
caracter destruidor daquolío írraiide movimento ton-orista,
cíjjo fanatismo contaminou a todos, iiuo nolle figuraram , Até o
94
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
grande homora dii Kstado da<iiieJJi} toiíipo, Mirabcsuíi, soprando
na imniLiUH^i pyra, irapollio á íííirniticiaa as foras Inunanas,
Kssa revolução» quo, na plirasa de Macaulay, é tixla cloticura
G crimes», absurdo em theoria e atrocidade ua pratica. Ibi quora
impoUio á Vorsaillcs a^ doz mil Monadas ; Ibi quora trucidou a
innocõnte princoza do Larabalu, apreseataudo á rainha mm ca-
beça, espetada Tiuni chtiv'* ; íoi quum inaugurou nas ruas ta
JampoõGs humanos c no Loire as ombareaçuea^tumulai ; foi quem
soparou da rainha viuva o cã^^al do li lhos, ainda tonros, conlian-
do-os á. ^arda e direcção do sapateiro Simào, quõ, açoitando,
diariamente, q embriagando o Uolphiin, assegurou a Fouquier
Tinville quo ossa mi sor a criança declararia haver sida doí>ho-
nestada poi- sua iiropri i mãe ÍI
Tão horrivel calumoia» contida a qual protestou a nobre
víctiraa com indiífnaçao. appcliando para os corações de todai
as mãe-í, laz daquolio miserável monstro a incarnação do iodos
oj insiinctoíi ferozes o mostra as perversidades da multidão, im-
pntíida pelo ífonio do mai. Auto aquelío e-corpiào, rormeutado
nas as^^utuo^as sentinas da deuia>ro>fia, doscem ã propuj-çòes
do piguioo-* todos os quo tem horrorisado o mundo com ret[uintas
do atrocidade.
Foi a Rovolução que decupou na guilhotina a fronte genial
de Andr*> Cbenier o Bacriftcou toda a llor daquella antiga n« -
broza» glorillcada p ir tan tus sor viços á Naçào ; foi elJa quem,
«ndeosaudo Robe -ípierre» mostrou a que ponto p<kle ir a incon-
sciência humana.
So pola perla completa da synergia social se explica que
um punhado de loucos Itiriosos coiiquistasseni o grande paix,
que foi creador da Europa. A multidão, que píissi vãmente
gora os génios e que, brutal e pusillanirae, é incapaz do
ee elevar acima do bem, torna-^e um instrumento dos espi-
ritos do mal, que, sdin o concurso dfdla, nada poleriaiu fazer, e
teem, perpetuamente, em suas iuconscieates mãos a surte do
mundo,
Esaa turba inerte, — ameaça viva í\ ordem, .1 liberdade, ao
progreasjeá orgatúzação. — foi que produ^io em França o ea-
íhiquecimentu progressivo de tolas as foi^ças uaciõaaes e arro-
PROMETHEU ACORRENTADO
95
juu á morte seis míllidea do Vviinmzm, lia mais do ura gecalo
que o teiTor e o jacobiQisrao sào os herpes lentos, a Irivrarera
imlas veias do organismo social dessa generosa Nação ; ha
mais de cem anooâ que elLa morre desâe corrosivo maL Ha mais
de um seculo« iiue a crise jaeobiaa ú a causa de toda.s as suas
convulsões, do todoií os seus enfVaquecíi mentos. lia mais de um
sGculo que a França é, psychQlogicamGute, o relloxo de uma
dombra, a projecção de uma legenda.
Era tão p^jante a seiva da Franga iio íim do século XVIU*
que, apezar de a tor empolga Jo, duraute a Revoluvâu, o mons-
tro, que 83 nutrio de seu sauguo, não poude sugar-lhe ioda a
Jbrça, revelada uus grandes iiensadaros, qu.» são as lloroj e os
Iructos da seiva nacional, Napoleão, qualificado por M. Barres
de professor da energia e que .será o .>ymbolo da Pátria, si esta
riscada íor do mappa das Nações» cercou-sii, ao abrir do século
XIX, da genial e brilhaiite piíViadedo. sábios, que illumiuavam
a Terra de Sao.Luiz e, discutindo com eliei, cumo igual, dotou a
França de monumentoí>, attestadorcs da superioridade intelle-
ctuaU
Pela energia» pela nobreza d'aljua, pela altivez, ou fé na
pr*jpr ia grandeza moral, i>eloamor ou dedicação altiva, erguer-
stí-ha a Mãe da raça latina, depurar-se-ha do toxico jacobino 0
continuará a sor Dirt-ctora e Rainha.
Aí> dínnoiíraciiLS, em quo domioaram esses princípios» expan-
dir*s©-háo em heróes, valentes iadividualidadcs, repix-soQtiyitoii
do progres&õ e nuneíos da civilisaçào.
Sirvam de exemplo o^í listados Unidos da America do Norte
e a Ck>nroderaQãõ Suissa, onde tantos génios exaltam a digoi-
dade nacional, auginentaudo o numero dos cultores do bem e
da virtude.
€ O po€ta oao é bani vindo para esto outro soberano, o
povo».
Proposição desta ordem causa assombro,.
uuçamoá ainda Victor Hugo : < A Jitteratura secreta a d-
vilisaçào, a poesia seereta o ideiai. I^is porque a liUeratura é
uma das njceá^idade» das slh: iodados, Ivs porqu« a poeda é
uma avidií2:.dalina.
96
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Kís por que os poetas aíLo od primeiros edacadoresdo povo. « .
EÍ5 por jue dtímos ora traduzir Sbako4pearô, Molièi*e e todoa Ofl
productores de gi^andezíiH d'alma.
Penetrar de luz a cíTiliaaçãa— eis para tiuc servem os poo
tas ...
Escancarao as portas á poosia . . ,
Farei > da ttírba povu, dar-lho-heis littaratiira, civiliíjaçâo.
Cumpre que o povo entro em coínmuoieaçào com oí ge-
oioiJ.,.K o povo comprehendei-os-lia. Esta eommimicaçãtj do
povo eomoí génios serd a pilha de Voita da civilisiivão,»
E Victor Hugo mostra que em um espectáculo gratuito o
povo, espontaocameiíte, se cora movo com os lances da geena ;
sjute 06 calefrios do sublime e sae do tbeatro com o coração
a paloitar de eathuslasmo e admiração pelo poeta e pelos sen-
timentos, que oste pinta. < Bradae a esta i)opulação (accr^
scenta eile ), o povo será capaz de uma Thermopole, , . Quere-
riamos houve^áe» em cada aldeia, um prafessor explicando
Homei^o.ifr
ConTeâso que, ao Analisar a leitura ám trechos do articulista,
acontecec-me o mesmo que ao padre Lacordaire, íio depor o
livro, em que lera a argumentação de Strauss contra a realidade
histórica de Jesus. Caliia-me pelas faces abaixo o suor em bagas.
O autor da^í «Conferencias de Xos.s i Senhora de Paris » apa-
vorou-se com a erudição do casuista a He ma a, parecendo-lhe
que não poderia reftital-o.
Assustiva-ine pela mesma causa. Desconfiava do meus
fracos recursos inteLlectuaes, pois_nao comprehendia o que lera
e sentia uma espécie de vertigem ante a djutrina, exposta na-
quellos textos, qn* s í me afigurava abstrusa, ou tão subtil,
que só um poderoào cérebro podia cuncebcl-a o expol-a.
Ao cabo de a^jjuns miuutos de reflexa >, porém, fez-ee ante
meu espirito a iuz, E como ao grande orado i' Dominicano,
cocre.^parafu-se-me os lábios num meio sorriso. Ne^^ar que
Jesus houvesse existido, que elle nascera quatarze annos antes
éa morte de Octaviano Augusto o que a historia lhe r*3ffl8trára
m wU, era urna afOrmavão, i^fual (si iicet magna, ,,) ^ summa
éMfnoae encontram nai^uaile fragmento de Jornal,
PROMETHEU ACORRENTADO
97
O poeta das < Odes e Balatat;* é órgão autorizado de uma
verdade intuitiva» cuja negação coustituo um peccado coatra o
Espirito Santo,
EUe próprio podo ser viva exeraplidcação de seu as-
serto.
Quem ouvio a «Lucrécia Borgia» não podo Gst|uec©r o mo-
mento scenico, em que a protagonista diz a Gcnaro e seiíâ
companheiros: « Estaes todos envenenados 1 >*
Quem não estremece, ao lembrar-se du grito do Dcsdemona»
estrangulada por Otlielo?
Quem, assistindo íl representação do « Demónio Familiar i*
do José do Alencar, deixará de guardar na memoria os ditos e
gestos do moleque, quando acha demasiado o gasto do cbamtos
do senhor, e o aíloctado palavrorio afrancez^do do rapaz do
O povo tem sympatliia, tem adoraçlo pelos seus poetas ;
gabe de cúr seus versos, c muito livrinln» do luxuosa e o ca der-
nação repousa em cima de formosas mesas do cabeceira o
de ]>er fumados toucadores. Os rccitativos ao piano dos versos
de Gonçalves Dias, Casemiro de Abrou, os monólogos om verso
de Olavo Bilac e outros, constituem no palco o om reuniões
particulares a distracção dos serões elegantes.
Quem pôde desdenhar, ou antes, quomnâo applaudirá uma
bella prodiicção de um poeta ¥ Os livres dos que são inspirados
merecem» ás vezes, a honra, que .Uexandre Magno prestou á
Ilíada.
Nâo calumniem, pois, o povo attribuindo-lho sentimentos,
diametralmente oppostos aos que nutre, Sao os poetas e os ar-
tistas os seus dilectos, Só nelles encontra os verdadeiros inter-
pretes d'alma- Chora e ri com oUes ; pedo-lhes c delles obtém
confortt», fé e esperança.
Como o povo abre a alma o os braços aos poetas o philo-
sophõs, que na torr.i os deleitam com o encanto da po?sia e os
edificam com o ensino da verdade, os reis e potontados da terra,
também sensivois ao Bello o aos dictames das Sciencias, que
educam e esclarecem a razão, amam a companhia dessa classe
privilegiada.
^158^ 7 Tomo lxtiii, r, o.
98 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Para não remootar aos tempos íabolosos, citemos Hierão,
de Syracusa, chamando á saa corte Eschylo, Pindaro, Simo-
nides e Epicharmo, daniolhes regia recopção e com elles oon-
vivendo ;
Alexandre Ma^^no, apaixonado admirador de Homero, sal-
vando dos arrazamentoâ de ama cidade a casa, onde morava
Pindaro; comalando de riquezas e de testemanhos de apreço
a Aristóteles, s?u professor, e fornecendo-lhe, para compra
de livros, 1.600.000 francos; prodigalizando todas as compla-
cências a Appelles, seo pintor de predilecção, e a Lysippo, de
Sicyonia ;
Jolio Cosar, invectivado por Catullo, procorando ganhar^lhe
a affeição ;
Octaviano Augusto, exercendo sua protecção sobre Horácio
o Virgílio, que tantas lagrimas de ternura arrancou no Paço
Imperial á Princez\ Co ta via lendo-lhe o < Tu MarceUus eris >
(Si Ovidio foi desterrado para o Ponto Eiixino, é porque offendeo
gravemente a magestade ou a lei );
Carlos Magno, cercado do Alcuiuo, Eginhardo e outros sa»
bios, a presidir as sessões da Academia de Sciencias, (a Escola
Palatina) e fazendo reviver o gosto ás lettras, sobre as quaes pou-
sara, por séculos, a caligem da Idade Média ;
Carlo-i IX, distinguindo a Ronsard com* o celebre dís-
tico:
Touã deux également nous portons des couronties ;
Mnin^ roi, jc la recais; poete, tu la donnes ;
Uííi roi, cav^lhoiro, inclinaado-so para apanhar o pincel que
cahira da mão doTiciano ; outro, corpoââcaçào do poder abso-
luto, Horvíado á mesa Moliòre e fazendo dos dois Corneilles seus
assíduos intíjrlociitorcs ;
Frederico II, charaan<lo á sua corte a Voltaire, vivendo era
sua companhia algum tempo c sujeitando ii correcção do
poeta os versos de um detestável poema ;
Goethe e Schiller, amigos privados do Duque de Saxe
Weimar.
Todos sabem a consideração, do quo a Republica Franceza
cercou a Leconte de Lisle e outros poetas do >eculo passado o
PROMETHEU ACORRENTADO 99
03 toetemunlios de aproçí», i^ue oa roís da Itália prestam a Josuó
Carducct, a quem acabam de gloriíicar depois de morto.
Carmea Sylva, a briJliaiite escriptora» om cuja fronte mais
resplende a coroa da poesia, que a da realeza, é itlolatraiia por
iodos oi intellectuaos do mundo, quo sa Itio cufFam aoâ pôs o
ao6 quaes rende homenagem.
King nem ignoL^a as adoráveis trocas <le flnezaa entre
Victor Hugo eo Imperador Dom Pedro H, iia visita» que eite lhe
fez.
Agora mesmo, Tolstól contraria com seus escríptos ob in-
tuí toa do Autocrata e este proliibe que se tolha ao voneranáo
aociaoaa expansões do pensamento e da Jiberdade,
Eiâ de que modo se deraoustra a inexactidão doe aa^ertoi,
que dão como incompatíveis a poe.^Ía, a arte e as sciencia^ com
os potentados da terra, quer sejam testas coroadas, quer chefes
de republica.
€Ás jgcioncías, as artes e ai lettras nunca floresceram nos
paizes, onde impem a democracia. Os Estados Unidos, com a
sua mediocridade espiritual, Bao disto exemplo.»
K" deitar muito longe a barra A ougadia.
Eis aqui uma ilsUv das rmdioci*Ídadcs inUltêctuaa doesta
fnediocre Naçãa:
Fultí.m, que apóii longas e múltiplas viagens, exerceo a
raechanica. Foi inventor da machmap:ira fazer saltar os navios
(primeira formados torpedos) ; aperfeiçoou o navio a vapor,
(XUC dizem iuvcnt ido em Franr;t por Jouífroy ; escreveo o c En-
Biiio sobro os canaes». (1807) — Franldin, o inventor do para-
raios. Come^íou como operário impreesor ; ftiodou, fl^pois,
umaimprensa, creou bibliothecas, collegios, hospitaes eostu^fou,
fundamente, as seiencias. Franklin não só avultou como grande
cidadão e hábil pby4oo ; Ibi tambom exímio moraliHae modelo
do virtudes. Escroveo ainda:
«A scienciaílo Itom Homem Ricardo », escellente livro de
Economia ;
Morso, inventor do teiegrapho eléctrico, instrumento, que
tem o deu aome e liinda hoje é o. base da telegrãphía. Piutor
áo primeira ordem ;
iOO
RKVKTA DO IXSTITUTO HISTORIOO
Petef Còopen fabricaote de machioas a Tapor, oonstra-
etor da primeira loeomotiTa, que serTío nas primeiras estradas
éft í3b8TO Am^caiia o Inglesa. Essa ^tmeira locomotiTm
ainda está na Miiaêo americano. Foi, além diâso, eonsaiomado
pbílaolropo e creador do « Coope.* hmitai, » em Nora YoriL;
Aadrew Camegíe, outro exemplo de philantropia e &ota?el
eseríptor ;
Beiíj&nim West, Presidente da Academia Real de Loa*
dre«, eminente pintor, et^culptor e architeoto ;
Charles Leslie, piator e raenibro da mesma Academia ;
George Innes, pintor na segunda metarie do século XIX, e
que, na opinião autorisada do pintur Benjamin Qinstant, é um
dos maiores paisagistas de seu tempo ;
John Sargent, o mais celebre retratista do mundo, conho*
oído por € YoJasquez Americano ». Eduardo Vil encarregou-o
de lhe tirar o retrato, depois da Coroação ;
John Draper» inventor da photographia, natural da cidade
de Ouro Preto, em Minas fBrazil), astrónomo de nomeada e pro-
fessor. E' aíitor do conhecido livro: cConíiicto da Religião e da
Sciencia >, obra ciassica, traduzida em muitas lingoas. K
pai dos quatro Draper^, tudos diãtinctoâ na sciencia e nas
lettra« ;
Feniraore Cooper, um dos primores romancistas do século
XIX,— o Wãlter Scott Norte Americano ;
Washington Irving, pri moroso e^riptor, contemporâneo de
Coopei? ;
Prescott, historiador do alto mérito, consultor incompa-
rável para a historia da America Ho^^panhola ;
Nathaniel líawtbome, romaacista ; conhecido autor da
€ Letra Vermelha » ;
Ralph Waldo Emerson, autor dos € Sobrohumanos » e ou-
tros livros, hoje consultados e comraentados pelos primeiros
críticos ; — escriptor assombroso, que tem acompauhdo a evo-
lução da Scieneía ;
Olivor Woíifioll HolmoSt poeta o osculptor, que escreveu
o « Autocrata da mesa do almoço» e outros romances, de clr-
cidavâo geral ;
PEONÍETIIEU ACORRENTADO
toi
Jamos Rusael Lowell, poeta, escriptor o diplomata, de nota ;
EiJgard Poe, poeta tran.scendeiite, ciijaa obi^as immortaea
prendem a attençao do mundo ;
William CiiDon Bryaut, poeta que. aos 17 annos, publicou o
conhecido poeraa « Thanatopsis » (ura aspecto da morte), Co-
ahecido traductor de Homero ;
Jolm G. Whittier, notabilisJâimo poeta;
Henry W . Longfelíow, poeta moderno, em toda a parte
lido. Autor da «Evangelina 3> «Hiawata > otc;
Edwin^Markhara, moderno socialista, poeta lyrico, autor
de composições dcílcadissimas ;
Jobo Flisks, um doe mais conceituados philosophos mo-
dernos ;
Mark TwaiB» conhecido oscriptor humorista.
Na medicina e na eirurtria flí^uram nomes, como o de James
R, Wood. operador, que sls notaMlldadeiíS cirúrgicas da Europa,
á fluente Nelaton, consideram, fazeodo-lhe respeitosos encómios
eo Dr, Simms, parteiro, que o Imperador Napoleão 111 mandou
convidar era Nova York para assistir ao bom succesgo da Im-
peratriz Eugenia.
Para arauto principal do progresso no campo da electrici-
dade ahi e.stá o immortal Edison, inventor do telepiíono, do
pbonographo e da divisão das correntes eléctricas para illumi-
nação domestica. O horísonte da Sciencia é constantemente alar^
gado por Edison, que, incansável, conquista era cada dia á na-
tureza um segredo. Tem tirado mais de quinhentas patentes do
invenção • Que paiz poíísue mais nobre glorificador do trabalho
e da inteiligencia?
E*orgulhO| não aá da grande Republica, como do toda a hu-
manidade.
Não admira sejam desconhecidos todos estes illustres jjío-
neiros da civilisaçao (perdão para este neologismo, jil empre-
gado por alguém). A attençao geral converge para a littera-
tura franeoza. A' chegada de cada transatlântico dospojam-se
em nosso mercado iitterario milliares de livro i. Sâo, na maior
parto, obras de imaginarão, cuja leitura absorve o tempo.
Essas producQõcs, scintiUantes de engenlio e compulsadas á
102
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
pressa, gao mal assimiladas. Muitas vezeS| tentio visto as ideias,
que oncerram. reproduzidas na imprensa em arre vesado calão,
que poucos lêem e quo ninguém analysu.
Quanto aos paizcs, fUhos de lingoa não Ij^tina, si alguma
traducçâo não nos dá notícia de algo do que lá se passa, é
como si se tratasse das regiões dos Címmerios on do Raat-
cliatka.
Não fui protegido do Imperador, na accepçâo, om que se
toma essa palavra. Todas as fkiQcções, por mim occupadus e aa
incumbências, quo desempenhei (â excepção do relatório sobre
coloniaaçãõ, elaborado e prorupto om poucos mezei), foram
gratuitas o constituíram oficargos ouorosissimos, em que at<* as
ileypoza-s com livros pax^a consultas e com aposentadorias nas
pxciírsôes, á quo me via forçado, oram feitas por mira.
Vá a quem cabe a malévola ia^inuação. E creio que nao
cabo a nonliiim dos meus nobres companheiros do pa-
lestra.
A falta de sonso critico, arguida ao Imperador, quasi que
o rebaixa á condição de sandeo.
Sô quem nâo o vio de perto, só quera não o ouvio rácio»
Gínar sobre escriptoros o escriptoa, ousa rebaixal-o asaim.
Desí^a qualiâcacão é credor quem lhe nega o dom do co-
nbocor os homens.
De sábio foi denominado. Oh que o examinaram atravéz da
loTite do binóculo^ quo (iiminue o afasta o objecto, dízcm qne a
sua scienciaora negativa, pois «aquello cérebro,— mosaico de
bagatelas— era como um kaloidoscopio, cujos vidruia só mos-
travam nas facetas o íructo de super fiei aos impressões».
Nada importa para taes espiritoa obcecados as optDíries de
vultos eminentes, de verdadeiras glorias europeias, que, ha-
vendo estudado, conscionciosamento, o Imperíidor, não Mam
por informações, pois têm de zelar 09 créditos de probidade,
nelies universalmente reconhecidos.
Vejamos o juizo de alguns dei los.
Dom Pedro II, em ^5 íle junho do 1877, foi eleito sócio efitran-
geiro pipila Academia de líoienciaa de França e a sua eleição
approvada por Decreto do 4 de julho do mesmo anno.
PROXnSTHBU ACORRENTADO
108
Para dar pare cor sobre a admissão do propósito no-
mearam E* CUovrPul. Péza-nic imo podt^r aqui traiiacrovor seu
lougoo luniiiioso parecer. Delio destacarei os trechoâ mais
salientes ,
€ Quiz Dom Pedro 11 vCt os sabio:*, particularmente
aquolles» cujos escriptos estudara.
Nas amistosas conversações, em quo o Soberano só ao dis-
tinguia pela maií? nobre simplicidade, moatrava-so em harmonia
com 05 sábios, do quo estava cercado. Depois de repetidas
confcrenciaa nas suas visitas íí, luropa, os juizes, d© commum
accordo, reconheceram que jamais .Soberann algum manifes-
tara, como Dom Pe4ro U, tão esclarecido espirito na sciencia
nom igual amora oivíLísagão ;
Croio que esfci verdade passará iem eotitradicgâo.»
Chovroul expoo do parecer os esforços do La Condamine
para acclimap na Europa as Cinchanaít, o naufrágio do sua tenta-
tiva e a roalisaçâo da ideia om lugiatena por Marcbaml^ cujo
proátante auxiliar nas Índias era Mac Vvor.
O Júurnfd d€s Savants ptblicfju intcreíisantes artigos sobrai
e«te l>Lcto ititernacioiíal, que eile deaomiiia grande e á quo pre-
cedera no Journal de ia Sociéié d' Acolimation uma noticia cir-
cumstanciada de ^^onsieur« Delondro e Soubeyran.
Qual não foi a ívdmiraçÃo do redactor dn Jõurnal des Sa*
vanis, quando o Imperador se moiítrou plenamentô sabodjr de
quantu, desde 1785, se passara a respeito deste assumpto, dando
provas de haver acompauliado a leitura de todas as memorias!
Dom Pedro 11 conimunicou-Uie quf% dnsde 18«30» plantara na
Quinta de S. Cbristovão aquelle vegetal, cujojdoaenvolvimento
poília vêr das janoUas.
<tE' pois do Justiça dizer (concluía o relator): Honra a
Dom Pedro 11, <iuo demonstra ser possível acclimar ,iio 'Novo
Mundo a^í Cinclionas, longe das regidos, ondej estas arvores
crescem» naturalmente.
K:?tl provado m^^z que nelle o amor do progresso scíea-
tlflco iguala o progresso 'do uma civil isação, capaz de asse-
gurar a foLicidade de todos.»
104
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Gladatone, o colebro heUenistfv e homem d^Eátado. pronun-
ciou em julho do 1877, no bauqtiete, dido f!m Londres por mo*
tivo de al>rÍr-so a Caxton Ejchibition^ uití discurso, do quê cita-
remos escas palavras:
< Kâte Impí^rador é um modelo pai'a todos os Sol)orapo3 do
raundo, graças d sua dedicação o energia para b^m desem-
penhar seus devoro^.
Elle começa o sen dia ás 4 horaa da manliâ, só descan-
ç a rido por ai ta noito.
E, prc>(3nteraont0i estas dozoitt» ou vinte horas de activi-
dade quiitidiaiia, cmpreí^a-a-! oJle com adquirir nn mundo, por
esforços suocassivos, conhecimentos do todo o género, que sa-
berá, no rôíçresso á pátria, aproveitar.
E' um exemplo e uma !»enoão para sua raça, >
O liça moa Arsune Hòussaye :
€E'principalmento para o Egypto e para a Groola, Itália e
França que Dom Pedm li dirige os pasios c os olhares
invostigaílorei. Elle moviraentou» piedosamente, a mesa dos
Pharaôs e interrogou a Roma antiga e a Itália da «Renas-
cença» .
Era Paris visita, diariamente, trea ou qiiatm monumentos
e recebo três ou quatro homens do Escolas.
O que sorpreheade é quo elle conheço todos os Franceze^
not&veiSf como si entre esteai houvesse passado a vida. Lembra
a eada um os livros, os discursos, por cUes escriptos o proferidos,
6 de que já se não recordavam.
Fala, qual verdadeiro (Hhítanie, a lingua franceza do
melhor tempo.
Tudo ha visto era França este liomcnL que não crê simo
na soberania da intelligencia.
E* duas vezea Imperador cora a simplicidade de ura Espar-
tano, »
€ Todo o sábio dovo-lho o raííis profundo respeito (tlizia
d'elle Darwin). j>
C!iaraava-o Pasteur homem de seiencia,
LongfeUow aíllrma que tiM3s poetas verteram para o por-
tuguês < The Story of King Robert of Sicily >^ mas íjuo a vei^sâo
de Dom Pedro 11 era superior ás outras*
PROMETHEU ACORRENTADO 105
Tambom a sua tmdiicçno em verso homcomotrico do
Cinque Maggio, de Manzoni, 6 uma das melhores. E não sou eu
quem o diz.
Assim tenho ouvido aprecial-a.
Transcrevo-a, com o original ao lado, bem como três so-
netos, denominados de Exílio, produc(,*ão posthuma de Sua
Magestado .
IL CINQUE MAGGIO
ODE DE ALESSANDUO MANZONI Á MORTE DB NAPOLEÃO
Ki fu. Siccome immobile,
Dato il mortal sospiro,
Stctte la spoglia immemore,
Orba di tanto spiro,
Cosi percossa, attonita,
La terra ai nunzio stâ .
Muta, pensando airultima
Ora deir uom fatale ;
Né sa quando una simile
Orma di piè mortale
La sua cruenta polvore
A calpestar verrà,
Lui folgorante in sólio
Vedi 11 mio génio e tacquo ;
Quando, con vece assidua,
Cadde, risorse, e giacque,
Do mille voei ai sonito
Mista la sua non ha :
Vergin di servo encómio
E di codardo oltraggio,
Sorge or commosso ai súbito
Sparir di tanto raggio ;
E scioglie airurna un cântico
Que Ibrso non morra .
106 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Dair Aipi alio Piramiili,
Da Manzanarre ai Reno,
Di quol socuro il ftilraine
Tenea diotro ai balono ;
Scoppió da Scilla ai Tanai,
Dairuno alFaltro mar.
Fii vera gloria ? Ai postori
L'ardua sontenza : niii
Chiniam la fronte ai Massimo
Fattor, che volle in lai
Del croator suo spirito
Piu vasta orma stampar.
La procellosa e trepida
Oioia d'un gran disegno,
L' ânsia d'iin cor che indocile
Servo pensando ai regno ;
E il giunge, o tiene un premio
Clfera follia sperar ;
Tutto ei provo : la gloria
Maggiordopo il periglio,
La fuga e la vittoria,
La roí^gia o il tristo esiglio :
Due volto nella polvero,
Due volte suir altar.
Li si nomo : due secoli,
L'un contra ]'altro armato,
Sommessi a lui si volsero,
Come aspottando il fato ;
Ei fé silenzio, ed arbitro
S'assise in mezzo a lor.
PROMETHEU ACORRENTADO 107
E sparvo, o i di nell*ozio
Chiuse ia sí breve sponda,
Sogao d'immoiisa invidia
K di piotà profonda,
D'ini8tinguibil ódio
E d'indomato amor.
Como sul capo ai naufrago
L'onda 8'avvolve e pesa,
L onda, su cui dei mísero,
Alta pur dianzi e tesa,
Scorrea la vista a scornoro
Prodo remoto invan ;
Tal su quell' alma 11 cumulo
Dollo memorio scese !
Oh quante volte ai posteri
Narrar sé stesso improse,
E suir oterní^ pagine
Caddo la stanca man I
Ob quante volte, ai tácito
Morir d'un giorno inerte,
Cliinati i rai fulminei,
Lo braccia ai sen conserte,
Stette, e di di chc lurono
L assalse il sourvenir I
E riponsó le mobili
Tende, e i percossi valli,
E il lampo dei manipoli,
E ronda dei ca valli,
E ilconcitato império,
E il célere ubbidir.
108 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ah I forso a tanto strazio
Caddc lo spirito anelo,
E disperò ; ma valida
Venne una raan dal ciolo,
E in piíl spirabil aere
Piotosa il trasportò ;
E ravviò, pei florldl
Sentier delia speranza,
Ai campi eterni, ai premio
Cho i desidéri avanza,
Dov' ò silenzio o tenebre
La gloria che passo.
Bolla Immortal ! benéfica
Fede, ai trionft avvezza !
Scrivi ancor questo, allcjorrati ;
Ché piú superba altezza
Al desonor dei Golgota
Giaramai non si chino.
Tu dalle stanche ceneri
Sperdi ogni ria parola :
II Dio cho atterra e suscita,
Che affanna e che consola,
Sulla deserta coltrice
Accanto a luiposò.
aNCO DE MAIO
Versão de Dom Pedro de Alcântara, Imperador do Brazil
Morreu e, qual marmóreo,
Solto o postremo alento,
O corpo jaz, exânime,
Orpham d'ura tal portento ;
Assim sorpresa, attonita
A terra co' a nova está.
PROMETHEU ACORRENTADO 109
Muda, pensando na ultima
Hora do homem fatal ,
Nem sabe si tão celebre,
Planta de pô mortal
Seu pó, de sangue ávido,
Inda pisar virá.
Fulgido sobre o sólio
Meu génio o vio ; calou-se.
Quando, por vezes varias,
Cahio, surgio, prostrou-se,
A minha voz d'innumeras
Ouvido não terá.
Virgem de vil encómio
E de covarde insulto,
Surge abalado ao súbito
Finar do ingente vulto,
K solta á urna um cântico,
Immorredor quiçá.
Dos Alpes ás Pyramidess, (*)
Do Mazanar ao Rheno,
EUo fuzila ; e rápido,
Raio é o seu aceno.
Troou de Scilla ao Tanais,
D*um até outro mar.
Foi vera gloria ? Aos pósteros
A árdua sentença: a nós
Curvar a fronte ao Máximo
Factor, que delle apoz
Quiz do Seu Almo Espirito
Rasto maior deixar.
(1) Escripto perto das pyramides do Ghezel a 5 de novembro de
1871.
(Nota do traduetor.)
110 REVISTA DO INSTITUTO HISTORIGO
O procelloso o trépido
Prazer d*um grande piano,
A anciã de qaem, indómito,
Sorve p'ra ser soberano,
£ o 6 ; e ganlia um prémio,
Que era mania espVar ;
Tudo provou: a glória
Maior depois dos trances ;
A fuga, e a victoria ;
Do paço e exilio, os lances ;
Duas vezes no pó inílmo ;
Duas vezes sobre o altar.
Sou nome diz ; dous séculos
Um contra o outro armado.
Humildes vão ron<Ier-se-lhe,
Como agu irdando o fado.
Impoz silencio, o arbitro
Entre elles se sentou .
K foi-s ). £ os dias no ooio
£m praia cxigua finda ;
Alvo (Je inveja iiviíla,
E (lo piedade iníinda,
irinoxtinguivel ódio,
E amor, r[uo não mudou.
Como a cabeça ao nduírago
A onda verga e cnvulve ;
( )nda n:L qual o misoro
De ciiiiaa vista V(»lve.
li a ílivisiir e.síurça-.se
Praia roniota em vào ;
PROMBTHBU ACORRENTADO 111
Tal da memoria o cúmulo
Sobre aquella alma cai.
Que vezes elle aos pósteros
A si narrar-se vai,
E sobre a eterna página
Tomba a cansada mão I
Que vozes elle, ao tácito
Morrer dlgnavo dia,
Baixo o olhar fulminco.
Braços cruzados, via
Os dias, que já foram-se,
A mente lh'assaltar !
As moveis tendas lembram-lhe.
Dos muros os abalos,
Dos sabres os relâmpagos,
A onda dos cavallos,
O concitado império,
O prompto obedecer.
Talvez ao cru mart3'rio
Cedeu o forte seio ;
Desesperou ; mas válido
Braço celeste veio,
E para um ar mais limpido
Piedoso o transportou,
E guia-o pelos flóridos
Trilhos da esperança,
Ao campo eterno, ao prémio,
Que alem do almejo avança.
Onde é noite, ú silencio
A gloria, que passou.
112 RBVKTA DO INanTlTTO HZSTORIO)
Bella. immortaU benéfica
Fé. a vencer affeita,
Inda ir. o &^^T^Te: ale,rn-te ;
Que alteza mAii c-L:;.^
Ao deãhoLor -io Ool?o:La
Jamab se pro^tern-ji.
Ta «rest^kà oinza.* ir:^i«laá
O ímpio fala? i«Ia.
Deus que te abate e eleva-fe.
Que artiige-te e coas^la.
Sobre o deserto t Lai imo
Ao lado seu poupou.
A' IMPERVTRIZ
Corda, que eátala em harpa mal tangida.
Assim te vaes, ó doce companheira
Da fortfina e do exílio, verdadeira
Metide de minha alma estristooída !
Dr3 augusto e velho tronco hastea partida
E trxnsidanta la á terra Hrasileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira,
Emqne tolo infortúnio achou guarida.
Ferio-to a ingratidão no seu delírio ;
Cahiste, e eu lico a sós neste abandono,
Do Uiu sopiílchro vacillanío círio I
Como fuste feliz í dorme o teu somno. . .
Mão do povo ; aoaijou-so-te o martyrio ;
Hlha do reis; ganhaste um grande thruno !
ASPIRARÃO
Dous, que os orbes regulas, esploiidcuteá,
Km numero o modíd i i)onderados,
No lios abri^ro dás aos desterrados,
Que so vão suspirosos e plangentes.
PROMETHEU ACORRENTADO 113
Assim, dos céos ás vastidões silentes
Eríço os meus pobres olhos fatigados.
Indagando, em que mundos apartados
Lenitivo á saudade nos consentes.
Breve, Senhor, do cárcere d^argilla
Hei de evoiar-me, murmurando ancioso
Timida prece: digna-te de ouvil-a.
Põe-me ao pé do Cruzeiro magestoso,
Que no antárctico eúo vivo scintilla,
Fitando sempre o meu Brasil saudoso !
GRANDE POVO !
Desfallccido, errante, forasteiro,
Jíí das sombras da morto circumdado,
Súbito ouvi: Resurge! que extirpado
Foi no Brasil, p*ra sempre, o captiveiro.
Presto a fugir, o alento verdadeiro
Volveo-me ao coração, quasi parado:
« Grande povo ! exclamei, povo adorado !
Kntre 03 demais da terra és o primeiro I >
Traguoi, depois, meu cálix de amarguras ;
Mas da verdade a lei não ha quem mude:
« Grande povo ! ou dissera entre torturas,
Grande povo no brio e na virtude !
Sô feliz, ^osa em paz as mil venturas
Que deparar-te quiz e que não pude ! >
«Possuia uma assombrosa memoria (proferio o Sr. Dí». Al-
fredo da Cunha) e uma erudição vastíssima, sendo dotado,
como observou Tissindier, de umi intelligencia, verdadeira-
mente universal ; —sábio, litterato e artista. >
2158 — 8 Tomo lxviii, p.ii.
114
REVISTA DO LNSTITUTO HISTÓRICO
«Tudo isG reuDe (escrevia o Ui\ Joacmim Nabuco em O de
dezembro de 1891) nessa ctemoDstraçào única (o funeral oní
Paris) para dar-lhe o cunho de uma grandeza original e su^-
ge^tiva, O primeiro caracter denso luto é ser universal. O
mundo inteiro toma parte nelle, soni indo que nadn mais fkz
que elevar a própria knmaoidadc rendendo esse tributo a um
de seus vultíjs supremos» e é a França, o cérebro e o coração dii
raça latina, que se tài o oru-ão da veneração humana de dous
Mundos, o condoctor dessa epopeia fúnebre...* Na I^eja da
Magdalena o cortejo tomará as feições de um Congresso do Es-
pirito Hiímano*»
Vem a propósito a citação de um conceito do Sr. Dr, Affonso
Celso:
€ A utiica individualidade, que pôde emparelhar com a de
Washington no continento americano (dizia esse escriptor a
Dom Pedro U em Paris) é a de Vossa Magestado.»
*- Oh ! (protostoo o Imperador.) Nào 1 Washington é
uma das mais completas e elevadas creaturas, vindas ao
mundo.
— Pois a Historia coUocou as duas figuras no mesmo pe-
díidtal, reconhecendo talvess miioroâ virtudes na brazileira,
para orgulho nosso.., A Washinirtõn faltou a apetheoso da in-
fortúnio.»
E oSr, Visconde de Ouro Preto desenhou este traço do
caracter imperial:
« Sua Magestade governa, ha quasi meio soculo, o nunca fez
uma victima, nera tovo um valido. Neste íUcte reconhecerá a
Historia uma de suas maiores virtudes.»
No exercício da grande l^cu Idade de mandar executar a
prmade morte mostrou sempre o monarcha espirito christao.
Por lãr^'03 annos negou seu firman, quando para esse fim lhe
era solicitado pelo Ministro. Dizia sempre: tO condemnado
soíFre mim com a incerteza de hwa sorte.» E os rÔos morriam
cm prisão, ou nellaenvelh 'ciara. Sublimo demonstraç.io da ca-
ridade "
KáSO rospeiio. nuiiiilesUnlo pela vida humana, a inimitável
bondade, íhííu qutj viiiia o próximo um necct^sidade, a cí^punta-
PHOMETHBU ACORRENTADO
115
noidade» com que perdcmva e esquecia as oITeasa!^» a ausência
completa do odío ou inveja* e, mais qtiu tudo, a adorayel resi*
gnação, com quo supportava os golpas dJk lojustíça, sem um
murmúrio, antes desculpando os quo os vibravam, elevam
aquclie homem a uma espliera ideial, em quo somos forçados a
veoeral-o, como a um onte superior, em quem uiai;* vivas m
reflectem as iri'adiaçôei divinas. Mo só não vêem olhos,
couderanados á cegueira moral ; só o negara almas privadas
da comprehensào do quo é bello e sublimo.
Desde sua infância, aoastumou-ee o Imperador á siugeleza.
Sempre teve em ódio a ostentação e o luxo. Não so encontrava
naquellcs salõ&s, austoríimente mobiliados» um traste de luxo.
A mobilia mai^ confortável do Paço foi comprada a IJom
Cíirlos Ai*co, rico chileno, que se retirara para a Europa.
SaHia-:>e estar ntima residência regia pela presença de um
corpo do guarda, que dava sontinellas para tros entradas, e por
ara pequeno numero do archeiros.
i>s visi tintei halátuacs daquoUa modc^ata casa eram os dos*
hurdadds da fortuna, quo nunca so retiravam de mãos vadias.
Quando o poiuenu principo sahia para suas excursões in-
f*uitis, podia lhe enchessorn os bolsos do mc*»jdinhas de prata.
Assim o pi*aticavam, Ello voltava, allivíado completamente
d^aquelia car^a, quo dividia entre os soldados e oi indigentes.
Só nessa quiMÍj\i da existência sen tio oUo o contacto do dinheiro.
Desde que sublo ao throno^ mandava distribuir os donativos pelo
mordomo o, si o* cntroíçava om mão, fochava*os em envolucro,
E a raezíida do U. Pedro, do D. .lanuaria e D. Francisca era
do úo7,B mil réid a cada pessoa !
E i) tutor dvqucllaá augustas crianças declarou, por uma
portaria, íÍs dam is d cm quartos de D. Pedro e suas iimas que
não teria valor podido algnoi para o gaarda-roupa, sem qUQ
viesse assignado i>0lis roípectivas damas e retretas o rubri-
cado por ello tutor.
A que abu^ «[uereria obatar Jofió Boaií^cio com aquaila
oi-dem ?
116 REVISTA DO INSTITUTO HISTORIO)
Diipliiinoiíto orplião, o pe'[ueiio herdeiro da eòroa imperial
estondia o> olhos poLi -oiedadr da guinta de São Christovão,
onde cada oh.je«-to lhe reoor.lava us u.stremeeido.s Paos e a não
monoá caiinhosi iiiadrast;i. «^ue lhe enviara, ao dospedir-se,
uma farta, unírida no perAinie do mais pu:'o amor maternal.
Eram-lhe apenas eoniorto suas meigas irmãs, que, mais do
que elle, pr.K-isavani de consolação.
O palácio da cidade estava oc;-upado pelo Governador Conde
dos Arcos quando em 18 »'S I). João VI e toda a Família Reai
Portugueza, fugindo a Junot. general írancez que, por ordem do
Napoleão 1 invadira LísImia. aportou ao Rio de Janeiro.
Mal houve tempo o Governador para lazer no velho casarão
alguns accrescimos e melhoramontos, aôm de tornar menos iu-
commoda a hospula^em do rea' fugitivo. De uma das janollas
da face principal d'aquclle eiiíicio foi, om 7 do abril de 1S31,
apresentado ao povo e por gsíq acclamado o Imperador
\). Pedi'0 II.
Ahi residio h?ua Magestade com suas Augustas irmãs desde
lins do anno do 1s:í:j até fins de 1834, em que se fixou, definitiva-
mente, no Paço de São Christovão.
A geração contenijoraiiea conhece o palácio da cidade, que
ainda conserva o aspeot o das volhis eras. O interior d'aquolla
con-ítrucção estava em harmonia com a fachada. Pela simples
escada de mármore, jil desbota la polo tempo, cheia de fendas
e gasti p )los j) 's d<? t:uitas gerações, podia-se julgar da mobilia
e ornanioiit içâo iraquclla m-M-ada do reis.
S'» d<í relance transluzia o luxo na iioito da quinta-feira
de Kndoeiíças. em que o Imperador lavava os pés aos pobres,
;unt«> da niosa, onde lançava resplendentes reflexos a argentaria
do tempo d'í D. João VI.
Tolos, que o viram no exen-icio daquelle acto piedoso, podom
afíirmai' o >eu aspíicto d 3 r^ícolhiineiito, incompatível com o
scepiicismo vultairiuio, qu", malevolamente, alguns lhe em-
prestam.
Fr 'i Podro de Sant i Maiú mm esLen leo o p ilUo da Fé sobre
aquellas innoiíentos frontO:;e verteo-Uies nos corações o bálsamo
da ro-ignação, que a Esperança guarda em urna divina. Jamais
PROMETHEU ACORRENTADO
117
aquelle virtuosa Prelado peiou as manifestações de caridado de
seu iilumno, o qual Iov;iva aalinegação ao extremo dado santo,
que 36 deepio da capa para cjobrír com oUa os membros enre-
gelados do mendigo.
O exemplo da modéstia, do recato, dos bons costumes e de
todas a< virtudes sociaes e domeâticas, que dignificam a croa-
tura hunaana, eoti^ou em Palácio com as illustres Senhoras
Donas ^fanaíHla o Antónia Werna Bilgteio,
A ed meação da Família Imperial Urazi leira, dirigida por
damas, quo como esta^* conatiluiam os typos da mulher christã,
abeberada dos suecos do Evangelho, foi esmeradíssima.
Em 18:^0 escrevoo D. Mariano ít, para wso de seu educando,
precedendo-o de dedicatória bem fundamentada, o opúsculo, in-
titulado: < Introducção do Pequeno Cathecismo Histórico, offere-
cido á S. A. Imperial [). Pedro do Alcântara por D. M, C.
de V.»
Em 18 de julho Je 1841 ofTectuou-âe na cathedral do Rio de
Janeiro a coroação e sagraeao d^^ Dom Pedro II, que a Assembleia
Geral Legislativa proclamara maior em 23 de julho de 1840,
Assignaioii o primeiro acto do novo reinado a concOíisâo de
amnistia geral a todos os imjdicados em revoluçues,
A 23 de jullio do 184á assignou-ae na capital da Áustria, o
contracto do casamento do D. Pedro II com a Princeza Thoroza
Christina Maria de Bourbon, tílha de Francisco l, rei das Duas
Sicilias.
A 2 de setembro do 1843 entrava no porto do Rio de Janeiro
a divisão naval brazi leira, escoltada por uma divisão napoli*,
tana, compoatado navio Vesuviú o das fragatas Amíríí a, EHsabeih
o Parienape, teodo esta a bordo a virtuosa Impâratriz, que des-
embarcou dotts dias depoia ,
Diz o Sr, Mossé que, «desde aquelle dia se assentou a cari*
dade no Throno tio Brazil.»
Não ô assim . Essa virtude jl tinLa alli a s*}de na figura de
Dom Pedro 11. O que fez D. Tiíereza Christina loi munir-se do
outra cornueopia, que derramava ampla enchente de benefícios.
118 RHVBTA DO DíSTlTDTO HmOlUOO
tonuiido-«e. por fiua angélica bondade* mais aeeesíTel á po-
breza feminina envergonhada.
Refórindo-«e á Imperatriz. dis?e outro escripior oomem-
poraoeo que o uaio pezar, ^^r elia ea isad j ao e>poêo, durante
06 49 annos de ca^uimeato. foi o de sui mone.
O enlace de^í^as dua« creaturas priTilegiadas. que fe for-
maram na moral do Evangelho, fez da corte do Brazil o as3rlo
da honestidade. A pureza dos cotstnmes, o respeito á santidade
das leis c^jnjugaef?, o culto da honra eram condições para
admiasio .íunto aos Imperantes. Bastava uma suspeita para
afastar do serviço palaciano; queriv^^ um proceder sem
mancha, apurado pelo mais rigoroso syndicato.
Contrjbnio isso, em grande parte, para o respeito e «tima,
que o povo dedicava á Família Imperial do Brazil.
Ao Imperador eram indifferentos as observações da mordo-
mia sobre o excesso Jo? írastos com as esmolas .
Recebia sompre adiantada a «lotação. O honrado Consílheiro
João Haptista da Fonsi-ca acudia ao deficit^ som nada lhe dizer,
adiantando os fundos, de que aliás foi, integralmente, embalsado.
Vuma tarde, em quealli falavj eu a D. Pedrj no corredor,
que levava aos aposentos da Imperatriz, veio dizer-lhe o por-
teiro : F. pede permissão para se apresentara V. M.» «Mande-o
entrar aqui ! > E voltando-se para mim : « Recolha-se o senhor,
por momentos, a esta sala,» (a sala dos semanários).
Recebeo o Imperador o visitante. Era um dos que o impor-
tunavam, quasi diariamente, com pedidos de dinheiro. Desta
vez avultava um tantj a quantia solicitada.
«Sr. Nogueira da '^araa (perguntou D. Pe^lroK quanto ha
em caixa ?>
— «Cento e quarenta mil réis.»
— « Poi-> ílividamos, Sr. Mordomo! Mande dar aqui a
Sr. T. M. setenta mil reis.»
O suj^Mto não se mostrou muito satisfeito ; mas re:irou-9e,
pensando, t:Alvez. om novo assalto.
E assim, aquellc grande homem, personificação do desin-
teresse e da philantropia, semeava tantos l>enefieios, quint.\s as
horas, que lhe dilatavam a vida.
PROMETHEU ACORRENTADO
119
O Paço traquello rei, que sé vivia para dar as Eiaís admi-
ráveis amostras áu amor do próximo, oíTt^recia o tjspectaculo
de um refugiu ás victiniiis da di)€veutura* Era todos os dias o
raetííiiQ Bcenario ; — o doa desvalidos, que requeriam ponnoes e
recursos, e cujas petições obtiriliani doferimonto, Ouviam-so
bênçãos em curo ; vlam-so doces lagrimas do gratidão a ro»
lareiM por Ikces, qiio a misí^ria oRipallidoccra e escaveii*ara.
E e^sat^ benvão'* e esaSLB lairrimas coiistituiam o maior ju-
bilo e o mais sublime galardão ao [ieraCeit )r, quv. escondia a
mão esquerda no momento, em que a direita dava a esmola*
Appellidaram-no de disdmiiiado, E' uma grave iujustiça.
Dissimular é aíTectar sentimentos e ideias.
Guardar^se em reserva, isto ô» não revelar os planos de
novt*rno e o juizo/que se faz dm homens, que nos cercam e das
cousas, sujeitas a exame e ú, deliberação, não é dit^imular.
« Olha cm torno de ti (aconselhava, em Eschylo, Prometheu
a Neptuno ) ; não vá esta visita redundar em prejuizo teu. >
♦Ciruyraspioo » : diziam os Romanos, exprimindo o ineeino
pensamento.
Ser ciroumBpecto, eonservar continência o nunca expan-
dir^se em cousas de goverjio é dever du prtiu-ipG. Nâo me
lembro si Macliiavel lhe prescreve esta regra — e nos mesmos
termos.
Os que taxam de dissimulado ao Imperador por observar
essa compostura eo Governo, eensuram-llie uma vlrtu^le po-
litica.
Eu, pela minha parte, jamais conheci caracter, <i que
monos caiba essa arguição. Cerca de um mez, vivi cinco
horas, cada dia, era communhao de ideias com o Impi^rador o
cada vez mats admirava as grandei^ qualidades, ou anti^^, os
dotes excepeionaes d'aquella extraordinária organisação.
Sem impor-se pelas maneiras, ou pela palavra, seu gosto
sirapies e sou olhar suave e franco int\indiam respeito. A
phraôe manava-llie espontanpa o s?m resaibo de autoridade.
Tinha sempre nos lábios uma dobra amável* que (^ilineúie
120
REVISTA DO ÍNSTITUTO HISTÓRICO
(lesaíírocbava om sorriso. Nimcíi d'olleíi soltou expressão, que
não fosso pautada pela deJicadeza, Itfííúifa em finíssima nrlu-
cação. Expnmiado-so acerca dos homens, que mais acremento
o bavlam ceusuraclo, não so referia íl iajustiça das aggresaões
o sim aos mereci mpiit os e sor vi 003, por elles prestados e aog
quo ainda podoriam prestar ao paiz.
Procurando imitar, de. longe, o Dívíbo Mestre, pagava as
ingratidoi^s com clemente indiíltn, que a^^ua ítenorosidado não
fazia sentir para niío oíTeiiíIer o amor próprio do inhtltado.
Nunca pude imaginar tào brando espirito, coração tão bem for-
mado» alma de tão sintas aspirações a glorificar a natureza
liumaiia. Culto, e não simple^s admiração ú que merece a me-
moria d'c8se varào, que ha áa durar em quant'3 se queimar
iQcoQso á Virtude.
Dcsprezador da vaidade, rejeitou a oíTorta da estatua, que,
debelíado o déspota paraguayo, lho tentaram erguer 09 Brazi-
leiros, bem como a de um palácio, em sulístituiçãoaos mais quo
modestos oditlcios» em que residia, rogando aos que ise liaviara
lembrado d*esí>as provas do gratidão que applicassora á fun-
dação de prédios para escolas as quantias, destinadas áqueilaa
ediflcaçõGS.
Possuía o Imperadoiv em soberano grào» o espirito de justiça
e observava, do perto e miniioÍmaraent.e, a distribuição delia,
quer no administrativo, quer no judiciário*
Mais do que tudo odiava a prevaricação, o peculato e todo
o criminoso desvio dos dinlieiros ptiblicos, mandando proceder
contra osmalversorese í^cliandf>ll!es a porta de reeatrada em
toda e qualquer fuiicção puldica.
A' esse amor á justiça, presidido pela sabedoria, rendeo
a Republicados Estados Unidon da America do Norte a devida
homenagem quando o escolheo arbitro na celebre qnestnodõ
Álãbãma^ em que foi representado pelu Vi^conle de Itajubá,
Nító duas audiências diárias, que em S. Christovão dava.
ouvia a todos com attcnçâo o atTabi lidado, discutindo com os
postulantes a respectiva pretenção, c aconselhando-os, pater-
PROMKTHFAJ ACORRENTADO
I
nalniojite. Si se tratava de algnin artista ou sábio, levava a
converíiaçáa para o assumpto de suas proflssrios, mostraado
semprn ronheo<^l-o e sug(,'erindo alírunia iiuTidado na oxccuçao
díMtm rpmdro, oan^ exponçâo do alguma doutrina.
Fiííurou como julgador no fribuou! d^Wuahington, -.endo
FCti r.^preí^entanto oViseomie de Arino:?, quo prnsidio as cessões.
Tratava-sp do resolver algumas roclama*;5fis de vários goveimos
ouropeos a respeitJ do ííic tos da guerra de Soco^sào, aendo o
alvitre iíado o mais ;u8to e acceit/» com applaugo.
Foi o Imperador quem rosolveu outras reclamações idên-
ticas contra o Chile no Triljunr-il de Santiago,
Para fazer uma perfunctoria critica do modo por que íarerio
os negócios públicos tomarei dous factos cardeaos :— a guerra
do ParajBTuay e a abolição da eaoravatura,
O Sr. líonjamín Mossi'- publicou om 188i1 um livro, do 420
paginas, em formato 16, contendo a biographia do Sr.
D, Pedro II.
Na gentileza, com que trata o Brazil e o jieu gaudoso mo
narchfi, o distincto escriptor logo hg revela membro da gene-
rosa nação, qu'3 fez pomposíts exéquias ao ^'■lorioso banido,
morto em 5 de de^emíiro de \h9\ no QUíirto n. 301 de um botei
da rua d' Árcade, em Pariz.
Diz elle que uufiea teria emprebendido contar, mesmo
Bummariamente, a vida de D. Pedro 11, si pste, além do soberauo,
nào se exhibisse pliilosoplio, phflantropo e ami^o da humani-
dade» justitican<lo plenamente a celebro phraso dí- Platão : < Os
povos não serão felizes seufío quando os philosopbos forem
reis, »
A' sabedoria do autor do Ph^jdon oppoz Frederico 11 a sua
intuição governativa, dizendo €que si quizesse an'uinar uma
provineii,, mamlaria que a governais ^ ura pldlosopho *; into é,
afilrmauíio que a arte de governar povo^ não ô uma philoso-
phia sentimentalista. F^sa arte é a politica, que (já so disse)
nao ier entranhas^ o que s© podo exprimir melhor com as pa-
182
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
lavras p<>etica$ dd Liimartine: « Dons ix)Ilocoa a cabeça mais
alto do que o coração para que a razio domine o senti monto.»
O ImperíMlor I>>m Podro li foi, em gerai, no govc^rnu o homem
da politica^ o typo do Governador» definido por Frederico IL
A GUERRA DO PARAGUAY
A guerra de invasão do Brazil no Paraguay é uma epopeia
grandiosa, svathetisada na piâsagem do Chaco, que Caxias,
novo Ceisar, eífectuou, brad vudo < aíea jacta est », Ati^avessou
elle Ituroró» contando victorias por batalhas, até arvorar o
pavilhão auri-verdo era Assumpção, nào para alardeiar a con-
quista e sira para íleclarar livre am povo, até então soques-
trado pela tyrannia du convívio da civilisação.
Nessa ejxipeia foi r>om Pcvdi*o II o Ai^goB, de olhoa ^rapre
abertoâ em patriótica vigília, para attendcr a todas as neces-
sidades da guerra, auxiliado por C^xiaa e pelo ronde d*Eu,
Estes, por tíua vez. eram seguidos de capitães, como Osório,
Porto Alegro, ííarroao, Maurity, Silveií^a da Motta e outros,
que por deu9 prodígios de valor abrilhantam as paginas <la
nossa historia e ae immortalizaram.
Eia o (|ue eu dizia em i de junho de 1869 Da Chamara dos
Deputados a r.^^speitnda guerra doPíiraguay :
< A mâo da Providencia, por meio dos arcanos de sua sabe-
doria iniluita, parece agora amiiquilar todos os elementos da
nossa prosperiíiade e ^'rande/a. Klla, poróm, prefMira para
nôs apeaai} uína transformação ascendente, rasgando novos ho-
rizontes e descortinando lar/jas vias de prospero futuro, em
cujos piai nos sem termos desmaia a nossa vista.
A Providencia divina servio-ão da guerra do Paraguay
como do mu moio píira acordar o Brazil do lethargo, em que
jazia. Esta guerra íbi para a6s pudeiHJso incentivo, salutar des-
pertador, O ijespota do Paragtiay é iostrumeato, que Deoa
emprega pm^a iev -intuir a nos -ia patri?i do leito da indilTerença
o da indoieueia, dar-lhe um lugar de hom*a entre as grandes
1
PRC^MKTHEU ACORRENTADO
123
potencias militares o maritimíis da Kuropa» ifiHcrev<?l-a no
mappa daô naçõjs oivilísadas, í'azel-a conhecida at(? oa ul-
timoíí términos do mundo» e» finai monto» iiisculpix^llie noá
fastos da herói cld Lide o orne», a par dos qttao8 se ame^ulnbam
<>s de muitos ãos maiores capitães, imniortalizados por sua
heroicidadtí.
Pela grande íei fatal do progresso humano, que caminha
sempre, aoguiido nas diz a Histuria, do orir^iitn para o o€ci-
dente, a América tem de ampliar c d<í3t.mvolver o legado de
civilisaçâo, que recobeo da velha Europai a quem substituirá
DO eyclodo desenvolvimento da espécie humana. O Brazil, co-
ração e cérebro da America do Sul, tem do marchar sempre
na vanguarda desta importante região do novo Uemispherio. . .
E que direi do patriotismo dos Fírazileiroii !
Na escala dos aentimontttó generosos uenlmra lia mais en-
"'ondrado- Arde-lhes no coração o togo sagrado, que ani-
mou Otí Aristidas, oa F^hilupomens e os Seipiôcí*. Moldes de
heróes mais sublimes i-nde eiif^ontral-o? na galeria dos immor*
taes, que hão feito holo 'austo de 8na vida no altar da pátria?
Para nxalçàr a par dou da» outras naçoos o Pantheio Bra-
zileiro, bastam dois vultos, — o Ouqiie do Caxias e o Visconde
de Inhaiima. Ambnsteem a tt^onte cingida com o brillianto dia-
dema da gloria ; amttas, por baixo desse diadema, conservam
08 vestígios das feridas, que por entre um orvalho de sangue,
alli ilie gi'avou a coroa de ospíjdio do martyrio.
Para Inhailm^i já começou a jtistica da posieridaile ; já a im-
parcialidade da Historia despontou sobre a campa« que encerra
as suas cinzas, os dentes á vibora da inveja e da calumnia.
Martyi' iiii mortal do dever, aacrirlcou a vida pela pátria
e só abandonou o convc» do navio MÍmiranto quando nào lhe
restavam mais inimigos a combater, tíemolhante ílquellos cele-
bres coaquratadoros, que 9<> pararam quan<]{> no horisonte não
descortinaram ura s6 palmo de terreno íi conq<iistar.
Caxias, porém, que com a perícia de mu Maurício de Sa-
xonia realizou as brilhantes operações de guerra da mais dif-
ílcil camimiiha do mundo, baldando oa ardis de um inimigo
astucioso, que se encastellára, como em inexpugnável reducto.
124 RE\7STA DO INSTITUTO HISTÓRICO
por ílctríís do-* bat^Tía- d i aiUíTicana >o^»astopol; Caxias, qm
Cfm H,']n\u\(r.iíún a ílono.lo da ma Cari- s XIÍ, preparou e levou
ao í-aV^a.s ftrilharit* .s j ^rnula.s »ht K-uibolociínento e Curupaity,
íirn qno, foi piot;i.;/onista; Caxias, quo u a Pomo de .Sant j António
H'Mliírori'í fie Nipulírãí na <le Arcolo, por ter combatido em
mais íliíIlr-oÍH c >níJií;õí*-í!o tciTonu, ({w, o conquistador Irancez;
Caxiím, qiio í'om «-ssa s<íriíf do í-rilhante? victorias salvou o
Hrazil f a monarchia, é, ao ro/ressar á pátria, accusado do
do^í*rtor, n por aqiiolles quo Jlie doviam 'un^^ar do palmas e
í^rinalda-í a vicíoriosa estrada, por aquolies mesmos que, íl
soml>ra da ('írido do illiístro ;roneral, puderam por mais alguns
mez"S prolongara duração do um poder, condeninado pela opi-
nião do pai/ ! »
O exercita), Ibrmado em qua^i sua totalidade do Volim-
tarios da Pátria, ora a nação feita em corpo. Lavando o
ultraje, que IIkí negrejava na fronte e regresí^ando ao paiz,
doiM)is do tantos fiâtos heróicos, orgulhoso ann os louros da
victoria, trazia aspirações indefinidas e irrequietas. Não pre-
viram os estadistas governantes que a liberdade dos paraguayos
jíoilia ivv c(»mo íromplemento a libertação dos negros. Ksta
mudança da Ibrnia de governo previram-n'a os republicanos,
que polo sou órgão O Pais, re-ligido pela sagacidade de Quin-
tino 15(Míayuva, ílzcram do exercito o amparo de seus planos.
A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
o primeiro acto, que se pódc qualificar como do poder pes-
soal na giando reíornia, foi a rospusta esperançosa que, em
nomo do lm])i'radi>r. á revelia do Parhimento, doo o Ministro dos
nego(íi()^ e.\ti'ang(Mr<)s, Murtiin Ki-ancisco Uiboiro de Andrada, a
uma. cartn, nuecerti, s.K"i(»..lade abolicionista nuropoi i diri.Mra a
Dom Pedro II, ;i|>penand<> para os >eus sentiniento-; jdiilanuv»-
pici><. atim de acrolerai*-so a al>olição do captivoiro no lirazil.
PROMETIIEU ACORRENTADO
12r
Alexaadre, da Ru^ísia, dissera: c As veze.^, é necessário quo
as revoluçõaá partam de cima. si não sq quer que partam do
biiiito* »
Podia dÍ2el-o o autoerata do todas as Russias. Parece,
porém, que não quadrava tal idrjia no Imperador constitucional
do Brazil.
Podia aiucllo, cum appareute auxili^j dos senhores, li-
bjrtar, por um nhaic, muitos miUiues do servos, para cahir
Biaii tarde, victima de dynaraito ; e^te poderia, talvez, sacri-
ficar a sua dynaíítia, mas não ira portando a queda das institui-
ções politicas, de que elia crosc^^ra.
O rei constitucional do?o lubrificar apenas, semque niu-
guem o perceba, o raechani>mo da momípchia e não dirioril-o, de
modo quo se dííscubra o impuli^o dado, soh fíona do p^^rder o
encanto mysterioso, que Ibo dá o privilegio do conaervar
semprí^ a afl^eição doa partidos contrários.
Revolucionário, o caracter da roibrma mais o mais se foi
accentuando. deíidG o Quilombo da Gávea att? ao de Petropfjlis,
desdn a «batalba das flores» até a puld tenção da foliia al^o^cio-
njsti, iraprejísa no prelo do Palácio Isabel, follia qih* se dizia
traduzir os sotitimentos ardentes doá principes nionores o á
cuja redacção presidiam o i^eu il lustre profozísor Dr. Ramiz
Tialvao e o amíg-o da íaiiiilia imoeriíd, o distiucto Barão do
Lore to»
Nem »õ diga qu í m tomou o consoíhu ile Alexaíidro H,
precipitando-«0 os aconteíumentos. afira de nao fazer explosão,
do baixo para cima*
Os ventos da opinião, que supram em direevões oppoiítas,
dos pontos cardeaoí do quadrante social, cíicrespam apenas, o
por muito tempo, a sii porfiei o <lo oceano popular arro.s do nelle
se formarem as ondívs, qtio se deslobram luata o raagustosa-
mento, pira realizar os grandes acontocimeatos, que dotcrml-
nam o prognisio da h'imanidade. K d vdo que essas ou las es-
tivassem lormadas, oní pt-lação ao facto, quj rae oceiípa, ú
certo que si o pjier publico tinha fort;a para lhos accolerar,
também a p Ds^uía para retarda r-Ihes os fcrvitlos «^sto.-í, apoaas
quanto biv^tasse á fim do ao evitarem calamidades.
126 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A oloíiuencia do Visconde de Inhomerim (Francisco de Salles
Turres Homem) sobrara para denunciar a escravisação do
homem pelo honiom como brutal violação do direito.
Kmbv»ra iiitellitroiicias, quo não Ilio Ibrara somenos, susten-
tassem que tinha razão de ser ocaptiveiro em certas phases da
civilisação, lor.iin iusulllcientijs para provar que a pro-
prioílado servil, considerada tal pela legislação do paiz desde o
pacto rundamont il, ora uma instituição do direito civil, que
podia ser expropriada, sem indenmisação. O exemplo em con-
trario dos Kstados Lnidos da America do Norte não podo sor
invocado, ])oniue Lincoln entrou na Casa Branca com a reso-
lução do libertiir os nei^^ros, indemnisando os senhores, e só não
o fez i>or(iu(» os Kstulos do Sul se constituiram belligcrantes e
os vencidos na guerra não recebem e sim dão indemnisação.
A Inglaterra, p^u'Om, paprou os escravos, que lib(nnára, o quo
Tez Wilbf^Minve exclamar em seu leito de morte, recebendo a
noticia da votação «lo bifi, nue assim dt^cretou a reforma:
«(iraças a Deos, realizou-se o que eu desejava e sem que
ai .rnem ficasse roubado I >
O Barão de (\)ieí:ipe, propondo no Senado a indemnisação,
cm se^^uida li lei, q\w abolio o captiveiro, não tinha cm vista
o ni<'N'ininii<) inter«'<-i» j»(.vmi .iario do lavrador, di» quem conhe-
cia ;» ^''jMii-le L^•n^r«>.si.lade.
Kra s.Mi lim ;u\ilín ir-lli » d insto resentimento, oriundo da
d<'si-on<i.Iera«"u), c »m qn.' iv.i-:i tratado ni reforma, cu^jo processo
correra .i. sum. itv»'1íí, ao inverso do (lue íez na emancii)açào
dos s Tvo-i ■. aiiíi)ci\iía ru>:>.).
TlDina/. c'o«'iii », r.'-p nileii io iine a indemnização seria unia
aíIVoíit i ao- lío.irrrs ])iiM:oos, ]ii.»«*irou-se inferior ao seu t<il(»nto
e espirito de .iustir.i.
I)u-de íju ' <o p)'o<eniio «[u- a recusa da indenmisação era
para olnij) 'rolor i'o;i.Iiv'n> --inc qua non da reforma, o conllicto
estava travado, já nã-) onrrc o Ministério e a clas<e mais
imp(»rlaníc da Naf.-ào, nuis (»n'rr i Nacã.) «' a ror<)a. Não se
ine«)rp<'roii ('>r i ;i i'c\.ilu<-;o> ; mas cMn^pin-u jk>i' nn-io <li iudil-
fcrcnça . A auiorida l ' li-uu mmh os s.'ii> ileren>orL's tios dias
da mVcnda Grande», e o exercito al^io alas para que [m soasse a
PROMETHEU ACORRENTADO
127
Republica, que, aliás, jít havia, em eolemne maDifosto, coaJiado
os seus destinoa á tivolução,
O direito de propriedade é o gigante, que os aiitigoa figu-
Tavam deitado sob o Etaa, o cujos raovimeiíto:^ provocavam
tremores de terra.
Seria, oo eíitretanto, fácil conjurar a tempestade, concedeu-
do-se uma iiidemfiizaçào módica ao3 agricultores, que ob ha-
bilitasse a fazer as despezaa e evitar perigos da transição do
trabalho servil para o livre*
Nao .surgiriam diUiculdadeís pecuíiiarías, pois os rocursos
estavam no fimdo annuai de i^nancipação, jtl votado, e nas
terras devolttta^ do Amazonas*
Eiu seu «Commomal Diccionary», edição de 1856, asse-
gurava Mae-Cullocli que haveria receio de alteração no preço
docaft?, Sítlvo medidLiH violentas relativas á escravidão. Vieram
ellas o at(^ que ponto conwrreram para chcgar-se i situaf^âo
económica^ que determinou o convénio do Taubaté, não o direi
agora,
Ouso aventurar a ideia de que um Gablneto do oolligaçào,
em que dominassem Cotegipe o Saraiva, que já se haviaíu bem
enieu ilido na reforma clnitoral, faria a alKílivào do olemtínt.o
servil de mais conveniente ídrma.» Foi com a politica do Jwi-it»
meio, que, reunindo ii'am Ministério Harailíon e Kenox, do
pvrtidõ íederalista o Jellerson e Raudolph, do partido deiuo
cratico, Washitigton verteeo (diz (luizot) as grandes diílicul-
dades de fundar a Repuldiea Norte-Americana*»
O lmporailíU% rt^juitando a indemnização, comraetteo um
erro. Chrislào» d,níes de rei, ouvio apenas a sua conscieueia o o
aeu coração, quo oondemnavam o domiaio do homem sobre o
liomem,
OSeahor Di>m i*odi'o li Já per í ruce d kistoria o e^ta fala a
verílatle:— O grande monarcha lui Chefe de uma nação e liber-
tador de uma raça, Si a esta síicrincou aquella, nem por isso se
amesquinhou a gratidão dos rtrazitoíro». bl o rei philantropico
terá & veneração de todos os povos e as acclamavòcs de tudos
06 séculos «
128 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Es-rieví, ha 3j anão- : <0 caracter di<tineiivo da espécie
huniáL:i •- a p'rit>::r:l:iaJe.
Km vii*ii.li3 .i:->rti l«^i < jS.-;k:»a. «iu For^^jsí-ja de-envolveo
s>:- a l>.ri ií:'jair?h::i iiigiéz.i : que Kr^ni < i5ien:ou <jh o re-*
jnrr.e::, '.ijii'. í-^uiil, -i 4 Alleni:ii:!n ; [ue Turg^ot r»rofes3Jii sob
um «.^overn > i:'íiiT:»ar; :». : «L-m qa»? m'>ie:-a'l , e nie G'>l\viii, Con-
•loroot e Talieyrai; d t.int:»ev ;lt ira^ii, — ;t humaailade, como o
le^^Q-iirio hebrej da K-nda chiisiã, c^alaaa, desole o berço
o;ie::ial, ^^r ir.i .<:o:'m».v"»*-> a>-»jadi*:ii *- e oor siieeeà>iva3
ruiaas de Im: eri j 1 ar^ o iiia, ^lue le-js lhe as>ígaaloii.>
Cahio a civlli<AÇ;"io do m-ia lu anii^o. Passou a humaaidade
por graade meta.aorpliuse. D,»? raiaasdo pai^nismo surgio a
reliirião saaia. qut* uaio o- uoaieai pelos viaculos da caridade.
Jesus prí'-'ou o am-»r e elevou o e>piritj das raças novas, que,
irroaipeado em eaxame^ das fl «resiis da Hercynii, dos moates
Karpithos e de toiu e-< i ro.-ião, cjiihe^idi por ofpcina ffentiunij
acudiaai a.» sursum corda. No laMratõrio da médii idade fun-
dir.im-<e os i:.»vu> elemenios do progre-so. Não eram, porém,
a ultima p-ias-:» dellf . M-iit is iinperreiv">?s ainda encerrava a
estru-rtiira ^-jcial.
P-»i- vo/es parecei que a humaaidade estacioaava c até
retr.Ȓrra'!;ivri em su i marolu.
Kram ap" ia< liesiia^^õ^^s. i»roveiieates da febre ile elabo-
i/Vào porá p /íivíífter em ^^crmeas de hirmoaia a desordem e
a 'íonHHv» do í•aho^, r^u/as tr»^va< ^o iam rasgaado.
íiíi '!';-■ rfi;i.i jli-itro-; -.nvu-es do* século pa<Sido disse que
f< .,i. r. »i''>.';- i.'|;i,' ;io (-vi • j>jMr(;..tu. i! c íDiparava-a á da cara-
víi/j'!. ')'J"- í'»/!» iini l'>.i'/ > 'ir- iio )>aM evitar paniaaos, laou-
t.anfiâ.-^ <■ rit/íH íi.nl.ar.H-os á \iagerii.
A -"-/tiu lu ii':\.ii>ir:ii) proiTC-sista, começada eoai a <\cS'
iut\)t',i'\.:i t\ i .\uvui--i, ;iiíi'la <'>í í ji-j período <la clTcrvescencia.
|jií't.v.e |»;if;i, lixar o (íipirito d i- .>ociodadP.s e remover os tde-
Tiie;jlo-; íW- mina, IVurtfH da deca-ioiícia de instituições cipitaes,
aia«;aç lias íie di solii»;.''0.
* A hamaiidade lio 0<; :id<'iitc, em prociuM de r<'gião dcsco-
aliocida, e.jil>ai'rou e vu^ra uas caravellas de um iiivencivol c
impérios j CoJomljo.»
PHOMETHBU ACORRENTADO 129
Assim diz Carlylo, om dos ascriptores m^is esclarecidos
dessa Terra> que Beatliam íiualilkou da Magna Virum Parem m
Carlylt? publicou um excGllente livro, á que deo o titulo—
€0s Horúes», A Historia uuiv^ersal (escreve ello) ó, na iubslancta^
a historia dos Cirandes Homens, que trab illiaram no muado. . ,
Todas as graod&** cousas, que veraos praticadas na Terra, são,
proprianiento, o resuUadu material exterior, a reilisaçãu pra-
tica o a incarnação do^ Pensamentos, que habitaram aos Grandes
Homens, enviados ao Mundo...
. . . Nenhum mais nobre Hontimento, qu<? o de admiração
por outro homem, maior que nós. Náo é o gérmen do Christia-
nismo o cuUo dos Heróes, admiração sentida no coração e ppos*
ternada subraissão ardonta a iima nobre e divina Forma de
Homem Mj maior doá heróes é um, quo íiào menciono aqui.
Um sagrado silencia medite esta matéria sagrada.
Si heróesigniflea homí3m si n coro» porque razão cada tini de
nôíí não pôde sor um heróe í Não é de mister uma grande alma
para formar um her.io o sim uma alma, creada por Deos e que
não queira mentir A sua oriprem» ou, segundo pensa A miei,
homem verdadeiro, nmstno no complemento da perfoiçtão. Nâo
são extraoriliiiarioí, e sim de ordem geral ; os outros exem-
plares da humaoidade é que Jiào s?ào o que deviam sor.»
O ente superior, que Carlyle chaoia «Heróe», é denominado
Sobrehuma'jo por < Nietzche » o «Ropresentatíf man>, por
Emersun,
f Carlyle (diz Mazel) 6 iào aristocrata como Nietssche ou Re-
nan ; mas o sou hcri'H\ a transbordar de amor, é muito mais alta
que o Sobrehumauo do Aíso $pracK ^aralhustra, , , O herúe de
Carlyle nào ô monstruoso, como o Sobrebumano, de Nietzche ;
é o homcira ideial.
O sou predicado caracteriatico é a sinceridade, a lealdade,
a verdade. Seu valor deUréea falsidade, único iaimígo real do
homem aa terra, Oá contemporâneos, o mais «lue elles, os pós-
teros veneram comi pQrsoniíicayão divina eátea € aomcadores
do bem» que espancam as trevas.»
2i58 — í* Tomo lxvmi, p, ii.
' I eomo áxã
ruQdor dftft
^o maadci. yteiaeia itmii m goipw da
éesperUri
lA«Mlr«,â ver «n Wafifir o i
Eatre o 4nti-cariilio e nutorUiisU XMiciío e a repr^
ieaiiiite 40 C1iri§tiaBiitiM> itaTi^ fifvn oomo liiieniiiedÍArÍi»«
éã tmérfin ; tiA» aêmiUe d«tffw «trMís fiitf « li^ ettrttfir,
ftitf |MkÍ£ ex^rc^ atcendenU êférw 9 p»m. Mr&tm á Aenocmcis
ígtt&ljtaria, aiereditâi que o «aieo m^^io de raaolver o
ddfma de 1793 é & tntrodoc^ de mu élenieeto de arEstoifaeia
ita ridm iocí&U — a aristocracia da rontade, d(» caraetert da
atma.
Dom Pedro It tinlui apenas qmnzo annof e J^l posâum coube-
cimentos, r^ros para a gaa Idade, adqniriJoii cm asliido
iOíADO.
A Prorinda do Rio Gravide do Snl» uma da^ maís impor-
taniet do Império, era atfotada pela grierra, qne ameaçava
ataatrar por oiitra«< provincial.
HoUanda Cavalcanti ídopoli VisíJoadc de Albuquerque), Vor^
gtieirn. m Andrada?. Ahare» Machado» ViUola Barl>osa (Mar-
quez de Paranaguá), Franciíc^i de Uma e Silva e o Conde de Uv^e
«uppl içaram ao Imperador accoitasjíe o poder, pois, nisso viam
o unlco meio do pr/r t^^rmo án di.saení;r>c^, quo, em breve, sub-
verteriam o throno e o BraziL Faltavam tros annoá para a
maioridade, que tomaria o príncipe capaz de reinar.
í>oi« P*^Íro 11* af^ontandíí o irrigo, aceedeo ao de^ojo, ma-
nifettado por tt'|uellèUUuíií.re^ patriotas, aos quies não queria
míii>trar-»e Inferior om jmtriotiimo.
PROMKTHBU ACORRENTADO
131
«Quero já»; respoadca aoá que o coajfuitavam sobro a
<?poca da immissão no poder.
Kssa doelaração correspondia aos desejos dos que lhe ha-
viam feito aquelle couvite*
E foi declarado maioi' pela Assembleia Geral Legislativa a
23 do julho dó 1840, proíítando juramciito no Senado As três
horas da tarde desse dia. S6 a 18 de julho de 1841 ú que íoí
sagrado o coroado.
Si da parto doa conspiradores, que prepararam e re iM-
sarani, por meio de uma revolução, o reinado prematuro de
D, Paãvo Q, houve intenção de lhe conquistarem o animo e go-
vernarem á sombra dello, enganaram-sc.
Antjuio Garloií» autor da conspiração soffre, logo, demissão.
O Imperador mostrou, por esse e outros actos, que sabia manter
a i!ua autonomia, governando por si .
Quiz o partido liberal i-eagir contra e^sa vontade soberana •
que uão 86 subordinava aos manejos da opposiçâo politica, A
revolta, provocada por esse partido, finda, vencida era Minas»
S, Paulo e S. Pedro do Sul.
Efierí^ia viril como esta, manifestada, logo ao sahir da pu-
berdade por acto de franca sinceridade, f?eni que um vislumbro
de Himulacáo ou hypocrisia transi] uzisso de qualquer acto, col-
looa o iovtn Imperador bobrc h 'roico pedestal, do quo nunca
polerá ser derrubado .
A persistente ideia de extinguir a esci^avidão, — desmen-
tido formal do Evauírelho ; contradiccao viva das nosms libér-
rimas doutrinas ; anaehronismo inexplicável no século XIX ;— .
era nutrida pelo Monarchi Brazileiro, desdo que poude racio-
cinar. Não só o instincto de sua alma bem firmada, como o
dever de um espirito chríst\o levaram-n*o ao ódio do captivoiro
e ár necessidade de abolíl-o.
DBsde a prohibiçâG do trafico da escravos, em 1850, medida »
por elle instigrada e para cuja execução envid<iu ioám os seus
esforços ;desd<* as alforrias par< i les, eífiifctuadaspur particulares
e sociedades emanei padora^, por elle acoraçoadas e muitas pa??as
132 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
de seu bolsinho, até a liberdade do Tentre,— camx>aiiha difficil,
que immortalisou o Visconde do Rio Branco ; — desde ospi*ojectos
de emancipação parcial dos Conselheiros Dantas e Lafayette até
a lei de 13 de maio de 1888, que decretou a abolição total dos
escravos no Brazil, a iutervenção do Imperador sempre se re-
velou pronunciada.
Sua Augusta Filha, a Prioc jza Regente, que firmou aquella
áurea lei, herd ^ra de seu Pai o humanitário sentimento, acceso
em sua alma pura pelo Deos-Homem. Perdeo Dom Pedro II a
coroa por aquclle Acto Sublime, sendo assim a causa iuvolun-
taria de ficar também destituída de sua imperial herança
Isabel a Redemptora. Ganharam ambos, porém, diadema de mais
Ailgencia — a aureola, com que o Omnipotente coroa as frontes
dos gi^audes Bemfeitores da Humanidade.
Quando ia sahir do Paço para o exilio, a ex-Regente do Im-
pério, ao pass\r ante a mesa, em que puzera a rubrica do De-
creto da AlKDliçào, bateo noUa com Ibrto pulso e declarou que,
ainda mesmo nvquelle raomonto, lançaria, sem hesitação, o
firman naqiiellc i^rgaminho.
As suas palavras, proferidas com o acceato da mais entra-
nhada convicção, devem serescriptas no sob-pé da estatua, que,
om próximo futuro, lhe doJicará a justiça da Posteridade c bri-
lharão mais que a constellação do Cruzeiro.
Estes dous actos de energia de vontade, como só os Heróes
os sabem praticar, bastam para collocar o Imperador do Brazil
enti*o os (irandes Remfoitores — Orgulho da Humanidade.
K ahi figura o ha de perpetuar-se nos séculos. A historia
registra os actos do< personagens, que influiram sobro o pro-
gi^osso social e deram impulso á civilisação. Como Franklin,
Washington e o General dos dous mundos, que marcaram época
i\\ historia do Novo Continente, realizando a independência dos
Estados Unidos; como Lincoln, que alli se assignalou pela abo-
lição da escravatura — o nobre D. Pedro. 11 ha do passar da
trama da Historia pátria pi^ra a da Historia Univers.il, por ser
uni dos homon<, que melhor comprehenderam o espirito do sé-
culo, IMm roAi*o recebe nas fachas da infância uma Nação, que
i^tevo a p^mto de cahir dissolvida nos abysmos da anarchia, si
PROMETIIEU ACORRENTADO
133
eUe não a houvera amparado ^lom a sua poderosa dextra; ac-
oeitou a árdua tarefo de dirigil-a. e coiiferio-llie, iK>r sou ho-
nesto Governo, lugar de honra entre aa raaií^ civilisadaa.
Um provérbio italiano, citado por Emerson, rosa que si
algruem quer conseguir êxito, nào deve ter muita bondade.
E' ati'', certo ponto, uma vantai^^^m o mio sor o homem do-
minado por sentimento do piedade, í^ratidao e generosidade.
Napoleão renunciou, de todo, os sentimentos o affeições e
8ô quiz 8ervir-8o da cabeça o das mãos. — < Minlia mâo é de ferro,
dizia; não está na extremidade do Ijraço o sim ligada, immo-
diatameote, á cabe^. Aecusam-mo de crimes, Oa liomens de
minha tempera não 03 perpetram,» E*o conceito, assim ex-
presso por Lamartine:
Et vous, íléaux de Dieu, qui sait si le géaie
N'est pas une de vos vertus ?
A Dom Pedro II accusam de sentimental i?^mo, principal-
mente DO impulso, que doo á emancipação dos eaptivos, Incre-
pam-n'o de não haver manda<lo executar a pena de morte em
casos gravisjíiraos, e de nao empregar ti>íÍo o õt>forço para abo-
lição dessa pena.
Não se lhe imputa ura acto criminoso, nenlmm act^ de
vingança ou ódio e nem síquer leve resenti mento ãe al-
guém.
Não fez derramar sangue, como o vencedor de lena, 0
ninguém Julgal-o-ia capaz, em caso nenhum» do attentado
contra o Duque deEnghiee, que levou Lamartine a duvidar do
seu génio (génio, que Carlyle não enumera etitre os de primeira
ordem). A sensíibil idade, porém, que distinguia o Moaarcha
Brazileiro não prejudicou, era regra, seua planos de Governo.
Quando era preciso sacrificava suas afifeiçôea ao cumprimento
dus deveres poli ticos,
E amigos elio os tinha e verdadeiros. Limiterao-nos a citar
dons fiomes— os dos Viscondes de Bom Retiro e de Itatlna.
Si o seu coração o arrastava a quebrar os grilhões do es-
cravo, não perdia de vista que essa medida era imposta pela
134 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Lei natural e <iae si a lei civil se oppunha ao iminediaio e io-
coadicional oumprimeoto daquclla, a civilisação a impunlia.
Si a lavoura, fonte principal da produc^^, ix ticar privada
doâ cooperadores da cultura agricula, convertidos em iiutro-
m^ntos de trabalho, não pereceria, de todo, uma vez que âe
applicaãsem as providencias nocess irias á revivel-a. E para
lâ30, o seu, guverno, representado pelo Visconde do Rio Braoeo,
cíuava na iotroducção de trabalhadores livres e na creacão de
b^a^ix de credito terriU}rial e privilégios aos engenhos eeo-
irav^a». 'ionde viriam os remorsos i»ara pagamento doe aLvrios.
a 'Lminoição de encargos e as vantagens da divisão do
A opp<Hloão dos corri Ih<:>s políticos vedou que o cimjiineso
i^ssí-i jr >'.iJe.;cia5 so cun vertesse em realidade. Dalii ;i d^
<3i*i^£.';ia da agric iltura e a triste condição, em que íe enoon-
:rir-r:í C'* proprietários ruraes, quando a al-jli^-ão socai se
ÍZíyjz, a:i;r>íK"i-'ÍJ arrazar o paiz.
•.r-a-dr. ce fríiruciuri henjica é o vulto de D. Fedro IL A
^b^^^^-l^. q;.^, iMaonav^râneate, lhe erguerá esia gen<ã'.^ âllia
i^^jiÈÚa, a q-if ui form>i a existência poI:tici« daAA>-ite wAw
a* <:v>v^ ii-iaé oa psz e as três liberdades taxÂMimesaM» ém
yy^\n^ 3k ia -y^Ls^crieLL-.a. a d j .oto e a da palivra— - ^.'poiuvi
tu i^?audão i^aeic/i^ai— manri'>re indeairuciivel. imn^Mumifu
r^o d:jer de Garreo,
Lemhran^a grota d€ prestantes feitms^
Qjeuns d':>vitros h^d j m r^#i.: 5 ■: ínlisr í«aF .
S!f ^jiviT*.'} ame=qiiiih".r-lhe a e^tat'iraL>«T.TnH?*:tn.'«!c ';7i©
tal':' nsei*^"?! '?o-n o «çei sovado l:::pnt:ar5>. EzLhuJò'. ?»:cttt.
«-er p rrr:e!ir r.5o ie i»rr:';'ir-Ih«? si as :!ech!is : ^lia- lenwiiario
€3íy-r.^:- jisio e pr>*Teàs:Tj. apr^âe2'^Du l ;• Sanado, eci f ^;^iã^
PROMETHEU ACORRENTADO
135
de 1906, um prc^octo autorlaando o Goveroo Federal a ex^áir
para Lisboa ura navio de guerra, atiai Jo trasladar [rara o Rio
de Janeim o» oorpns do LK Peiro de Alcântara e do D. Thoreza
Christina. ex-Inip oradores áo Brazií, e a majidar coQstruir um
PantheãOj onde sejam dopositjkdos, vinte e cioea aiino'^» poaí
rnoriem, os despojos dos homens illustres «io lirazil.
Asai^uaram f.anibem esse projecto oa seguintes senhores
Senadoras» cujos nome» í^^nstitiiGiu os ayia bolos da mais acen-
drada justiça ;
C, Baratii Ribeiro, Pires Ferreira, J. Catunda, J. Joaquim
de Souza, Raymundo Artliur, Belfort Vieira. [Oliveira Figuoi-
rodo, Altodo Kllis, Braz Abrantes, Stíiueira Limai Ferreira
Chaves, J. L. Coelho Campos, VipgUio Damásio.
No notável di>cui*so, justiíieativo de sou proiecto, o Sr.
Coelho Lisboa disse que a trasladação diíiuelloí» Augustos
Restos era uma aspiração nacional, AccrescentoUi em accentos,
vibrante i do siucoridade. que, cguando, por occasiào da retirada
do fundador do Impíjrio, rojnpera no Campo da Acclamaçao o
movimento rovolacionario» o povo acalmava bqus Ímpetos re-
publiGános mais auto o sorriso da criancinha ionocento, a
quem adoptara a tutelara, do que ante as bayonctas dos sol-
dados » ,
Não se pôde l^zer de maneira mais eloquente o verda-
doira a conMssâo de que o imliute de cinco arino^^ fora naquelle
tempo o salvador das iaslituiçOe^,
«Esta esperança (accresoentou o 8r, Coelho Lisboij neste
momonto se manifesta diante do tumulo daquelle» tjutj repre-
sentou durante cincoenta annos, a soberania nacional e vem
dizer- lhe;
— Nào I Vós nào ropousaroíB por mais tempo em solo exti*a-
nho .
Vinde ao seio da Pátria, que tanto amastes, jazer
entre os cidadãos, que formastes pelo voaso civismo o^ ca-
racter I ! »
Palavras sublimes, que pintara no orador caracter do acry-
solada nobreza» só equiparável a sou alto espirito e a seu co-
ração de ouro.
í^yy KBVfsríA DO rv^nrrro histórico
wWíj r/iA^írrirn *^ri, a ;;fn'yíi re'>^:;tr/-, aa4jv:;«>2 daprjein^ qae
O f#roj*'/,'V> <pft?^> opf/Hi^;ào da pir.e i; um •!•>? mal- il-
HawJU; Hrf;r, pK/.V; n, coavertí'io ern lei. E o eaiaTer do
Dor/i P#'^Jro ÍI ídentífl^ar-?íí>ha com a torrada Pátria, que tanto
am/^fj o qfiíí anh<;U gu^rdir auas cinzas, até «lue sejam
trarMr>rrnvJ'i^, tilví-z, no ^ínvolu^ro i^ oitra almi privi-
U5^ía'ia.
OiUV) t('/'Aio (icíét.fi imperfeito traballio. que nâo pude rever
á miri;fua d^j Uimy), transcrevo o que, h'i seis aanos, escrevi a
nmptúUifh) Hí;í(ijndo o ultimo Impr^ra^lor do Brazil.
Na crypta do Sâo Vicente de Fora, jazigo dos reis de Por-
tuf^al, em IJaWa, ergufvfle um tumulo recente, que encerra o
CiwlavíT embaI«amaíJo do Dom Pedro de Bragança, segundo Im-
pnraíJor do Brazil.
Na iioíto dí! 15 de novembro do 1889, o Monarcha, com Sua
Maí((íHtade a Imperatriz, a Princeza Imperial D. Izabel, o Prin-
clpíí í!onMorto o um de seus íllhos, ílcou detido n'esta capital no
Paço da cidade, sol) a vigilância de sentinellas, alli postadas por
ordem dos proclamadores da Republica.
Doiis dias d(ípois, a horas mortas da madrugada, flzeram-n'o
embarcar no Alagoas, vapor mercante do Lloyd Brazileiro,
que, armado cmi ^ruorra, seguio, barra fora, levando-o ca-
minho (Io exilio.
Alguns (lias mais tarde, fitava, pela voz extrema, melan-
(H)llcM) olhar do tl(vsp(ídida no sideral Cruzeiro, que ia desappa-
roíuM* do horisouto.
Km dezembro do 1881), na cidade do Porto, vio morrer,
violimada i)or torturas moraes, a virtuosa esposa, que lhe
f^^ra anjo do ronforU).
Pungido pela saudade da Pátria, A cuja grandeza e pros-
lM>ridade oonsiignlra, em meio sooulo do reinado, todos os
ttlTootiW do su;i alma, tinlos os instantos de sua existência, nunca
PROMETHEU ACORRENTADO 137
exhalou dos lábios uma queixa, siquer, contra os que lhe pa-
garam com feia ingratidão sou dedicado patriotismo.
Conservando no semblante sereno e no limpido olhar a an-
tiga magostado, lem\'rava o Imperador o retrato hom.^rico, quo
do ancião de Pylos delineia a Iliaia. A sua heróica resignação,
acrysolada no mirtyrio, imprimia- lhe á veneranda fronte as
fulgurações de um nimbo.
Vedaram-lhe o regresso a seu paiz natal, a quem outor-
gara todas as liberdades, deixando-o grande, forte, unido e
respeitado por todos os listados civilisados.
Na oílusão do entranha vel amor, com que o estremeceo,
fez transportar á Europa uma pouca de terra, extrahida do
solo brazileiro, para encarnar o ataúde, em que devia ser con-
duzido á derradeira morada. K com effoito : Seu coração, já
enregelado, esse coração, cujas fibras haviam estalado com as
pulsações das mais cruciantes angustias, repousa hoje, unido a
esse punhado do torra da Pátria, pela qual sempre palpitou,
afervorado, até o derradeiro anceio.
ICngolphado, hoje, no oceano do gloria immortal, e escoi-
mado das leves manchas da matéria, sou alto espirito, con-
templando o esphacelamento do Brazil, roga ao Altissimo
cubra com o pallio de sua misericórdia os architectos da nossa
ruina o infiltre nos que dirigem o^ destinos da Pátria algumas
scentelhas do santo patriotismo, que lhe valeo o titulo, já pela
Historia justificado, de Primeiro Cidadão Brazileiro.
o THEATRO ANTIGO E O MODERNO
Considerações Geraes
Esta succinta resenha do antigo e do moderno Theatro,
escripta ao correr da penna, nada tem de novo.
Levei, escrevendo -a, o intuito de dar algumas noções da
scena clássica para melhor comprehensão do c< Prometheu
acorrentado», a mais assombrosa producção do génio grego.
Essa espécie de commentario é um transumpto de opi-
niões dos distinctos hellenistas Brumoy, Paul de Saint Victor,
Irmãos Croiset, Jules Gerard, Gabriel de Azambuja e do no-
tável critico litterario Georges Pelissier. Em algumas pas-
sagens usei das próprias phrases desses autores e em outras
fiz de seus conceitos um resumo, dando-lhe feição minha.
Na analyse do Theatro moderno occupei-me, principal-
mente, da França. Nâo tractei de Shakespeare, o Eschylo do
século XVII, de Lope de Vega, de Calderon de ia Barca, de
Alfieri, de Ibsen e outros, dos quaes ha muito que dizer.
Fora isso incompativel com a natureza deste trabalho, que se
deve limitar á observações geraes, de caracter perfunctorio.
Quando der ao prelo a versão da «Antigone», de So-
phocles, talvez me abalance a falar desses vultos geniaes da
arte dramática e a comparal-os entre si; talvez até me occupe
da moderna evolução theatral, valendo-me para isso dos
Grandes Mestres, cujas «Memorias» são, no género, modelos
de gosto, erudição e critério.
A Thcssalia, berço dosPolasgos. — Amenidade do clima da Grécia. —
Divinisação das forças da Natureza e dos diversos ramos de acti-
vidade'humana. — O valle do Tempe. — Território da Grécia, —
Sea povoamento pelas tribus agricolas, vindas do ^Cáucaso.—
Monumentos Cyclopicos. — Desenvolvimento da navegação. — O
bandido montanhez. — Hellen; represália dos Titans (filhos da
terra).— A flauta.— Homero.— Os Dorios e Achoos.
Dasencadeiara-se sobre o no.so planeta o cataclysmo, de
que ha memoria nas cosmogonias de todos os povos. Por toda a
parte as agoas, jorradas dos abysmos da terra e das cataratas
do céo, formaram, conglobando-se, um oceano, á que faltavam
praias. Só na China, do alto do montanhas, que parecem to-
petar com o firmamento, poude o centenário imperador Yáo,
tendo ao lado a máxima parto de seus vassallos, contemplar a
salvo, a immersão geral das terras na ec[uorea vastidão.
Foi berço dos Pelasgos a Thessalia, onde o Olympo, o .12 ta e
outros montes formavam uma cadeia, parallela á costa, e cujos
valles eram regados, d'um lado, pelo Sperchiuse do outro pelo
Peneo. Ahi, quando 250 annos após a inundação parcial de
Ogyges, irrompeo o diluvio, chamado universal, reinava o my-
thologico Deucaliáo, casado com Pyrrha, filha de Epimetheo e
de Pandora.
Quiz Zeus salvar os seres humanos, como Jehovah salvara
a Noó e sua descendência. Ordenou-lhcs que se refugiassem
no cume do Parnaso, onde não chegariam as ondas invasoras.
Vendo elles dissecado o vasto paul, em que se haviam con-
vertido as planícies occidentaes da antiga Hemonia, desceram e
espalharam atraz de si, a mandado do rei do Olympo, ossos da
terra — , mãe daliumaoidade.
142
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Kssed osãOB eram pedras, do que estava j uocado o soio. Dasi
pedras» arroja-la» por D3iicaUãu, nasciam honieoíí ; aã que sa-
liiam das mãos de Pyrrlia traiisformavanl-HO (Tu iniilheros.
Dura «? consistGntQ como o grauito» devia ser a estructura
da uova geração, que brotava doa projtíctcsiíí, lançados por
da!iuelle3 põítí da Thossalia,
PyrrliM ora neta do Pandora, a Eva grega, modelada por
Poscidon e atiimada por Minerva, Destinaram Zeus a I*PO-
metliGU, quo de argila farm^tra o primeiro liomera e lho espi-
rara a alin i com o fogo, siibtrahido aos Deoneí. Do via Pandora
ootiugar ã l^ronietheu o mysterioio c jlY^e que, aberto, derra*
maria sobre a terra uma unchente de males. Seria este o ca^
tigo ao Síierile.;;o latrocitiio «lo Titan, como o pecoado origioal foi
para Adão e Eva a pena de haverem provado o pomo vedtido.
Suspeitando Froraetheu do mimo, não quiz abrir o coí^e.
Doscí»rrou-o mn írmào Epimeiheo, a quem dove a humanidade
o tropel de infortúnio-?, em que m debftto.
Promotheu n*iim infando supplicio de myriados de anãos
expiou o crime dtí haver aíreiçoado o primeiro homem e nelle
iDHUílado o aletito com a chamma, quf*, íraiçoeirampnte, !!•
r-lni do Olympo. Z^ms, por<?m, invi-stio t)e«calíâo, sou niho, da
faculdiide eroaílora. Foi Deucaliâo o ixípovoador do mundo,
continuando a missão do seu pac, que fora o bemfeitor dos ho-
mens.
A nova gente, creada dessa maneira rude e brutal, era,
como a que desiapparôiiera, fiih i da Terra o de Titan, o filho
maia velho de Urano» desthrooado por Kronoy. Só Prometheu,
o pae de Doucalião, procurou a Zeus, unido a Themis, sua mâe,
quando oíj Al«ddaa, ainda na puberda lo, sobrepunham ao
Oíympo o Pelion o a este o Os^a. A Thesíalia produzio oá La-
pithas, (de que foram chefes Ixion e Perithoiis), os Centauros, os
MyrmidòB^ e m Dolopes, (citadoíi por Virgílio como exemplod do
fòrocidade) n os inquietos r.jiíí, doic.mdeatey de Ilerfulejí.
Parte desses povos dosappar0ceodaTh0'^>?alia, Os Phthiotas,
DoHos, Achçoâ o outr*!^ fixaram-sc em outros p,úm% da Grécia,
Na Invasão de Xerxe^ os Tho^salic^ Pu1imott*jram-^o, esponta*
neameuto, íi Perdia.
PROMETHEU ACORRENTADO
143
Ksm raçíi» dura o f^^a, sol> a influencia das condições, exco-
piíionalmente benetlcai, de que a cercara a natureza, raodiíkou
o sou caractor, do qual âô vishimbraram roílexos em Ksparta,
quando os cidadãos desta Republica arrojavam aos abysmos do
Taygéte as creanca-^, quo viuhaoi ao mundo mal conformadas
ou debela e mandavam açoitítr com varas ante o altar de Arte*
miea as que nasciam o.ipaxeâ para os exerciciog militares,
açulando-as a imitar o exemplo do impúbere, que preferlo
sentir dilacerado o ventre por uma raposa, a confoísarque
se deixara por dia sorprchender. Raça privilegiada !
Pavilhão de sereno azul. raro maré ido pela estria dn um
cirrua ou do uni nimbo, arqueavií-se-lhc por cima das cabeças a
abobada colosto, ITaUi» como aviterna lâmpada» o astro do dia
derramava num cíiudal do lolí^ores os germens da creaçUo em
todo o uuivorso.
Quando o roi da luz surgia dos ciraoá du Hymctto, acor^
davam em enxames as abelhiis das moitas, que bordavam suas
pedrt3ipas de marmor*^ cinzento, e. espanejando-so aos ]iri moiros
raios, despediam das azas fulvo^ reflexos, so^^urrando o concerto
do labor quotidiano» sensiíiílisado por Virgílio em bollissimos
versos, Pnllulava a viila.
Os alados cantores uniam mos gorgeios em liarmoniosá or-
chestra, quo fazia coro com a melõp'»a das crystallinas a^roaa,
a pro<íipitarom-se das roctias em migídas espadaoas. Por toda
a parte o movimoufo, o alvoroçai, que alegrava o coração e
agoniava o espirito.
Parecia beber-se naquoUe ambiente, impi^gnado dos perfu*
mos das arvores e ilas flores, us haustog desse ar vii'giuai, que, na
plirase do l^arairtino « dissolvia 03 rios da terra, ainda envolta
110 primeiro inverno, qnaQdo se iH3spÍrava o amor e a vida>.
No oveano, que ora espelhava o azul do Ci1o, ora oflerocia
aspecto glauco, ora se tin^^^ia do inimitável vorde^mar, abriara-
se, iUuminavara-se e dnsiUziam-se» ao í^opro de iVesco zephjro,
graciosas covinlias, somei Ijautes ás de uma li??a face juvenil;
as enseadas e bailias, onde aos bandos brincavam os golphinhos,
deslumbravam .10 treaieluzir de i enumeras e ephemeras es-
trellas.
144
REVISTA DO IXSTITUTO HISTÓRICO
Era ardente» croadora» a soiva quo traníibardava do aeio da
Natureza» Tudo ia viçaado a olho e robiíntava dos gomos, como
aasas inciibaçõea, uttribuidas aos rakircs. Era o Pari, quo fazia
actuar a força geratriz o quo da rude aveaa, por eUo iuveiita-
da» extrabia o hyraao da. fecundação do Universo ; — Pau, (Tudo)
o ombloma da Universalidade, o Osíris ou Mandou, pela Urecia
tomado ao Kgypto, a qtte na mytbolugia romana ropr»'>enta
igual papid mh a douumiuaçáo de Fauno*
A pbikiJàophia Paathoitíta poem-n'a VirgiJio jia hucca de
Anchii ís quando, nus liiyseas, exp3e ao lilbo o priUí^ipio e razão
das cousas : . , ,
Spiritua intua alit, totaquo infusa por ar tus.
Meus agitat molem et raajçuo m corpore miâcit.
Tinham personiíicavão todas as forças aotivaa da naturoza, ao
principio em idolcM inforuíe-i o mal esbuçado^ e, mal^ tvrde,
{quan lo as idoias furam tuiiiando o caracter de anthrupomor^
phiiínio), em ílí^ura?, moldadas pelo seotimento do ideirtl osthe-
tico, cxbibiudo n-j attributoí- syni eólicos dos elomonios ou ramos
de actividade humiina.
Os babitantea do Olyrapo, isto é, do céo, sôde da luz. da se-
renidade c da ventura divina, dividiam-so em duas elassôs: —
os do alto e oa de baixo (íi^upori et Inléri, na nomenclatura Ro-
mana) .
Destoa era rei Zeus, que, ligado a P^soidon, derrubara do
BOlio sno pae Kronos (Saturno). AenSf o Nubicogo (ua exproisào
de Homero) fulminava com o raio. Como todos os Felizes^ (outra
antonomásia da I liada) Zeiis obo locia ao Fado. Amoaça-o Pro-
motheu em nomo do Fadtj, do perder o poder, 8i elle tornar pop
mulher a nympha, depois esposa dé Polêo.
Posoidon, li íymn que abala os coniinenics com a haste de três
gumes ^ uaqu.Ma coube o dominío ilooceiu-j, timbem obteve em
partilha o Orço ou Áverno,
Zous, que ao .>enborio do céo juntava o da torra, povoara
os campoi e o* bosques do Dryadas, Napeiaa, liamadryada^í e
OreiadaSf aqueilaa teceado coreias ua espessura, estas fazendo
PROMBTHEU ACORRENTADO
145
seu habitat 6 refugio doá troncos das. florestas, vivendo ou mor-
rendo cora as arvoros, do que constituem ns almas.
As Náiades occultávam-se uo.s rios e ním fontes. Debru-
ç^idas sobro as urnas, án ondo resalinvam as argontinas agoas,
ouja frescura attestam a Ca^talia o a Hippocreno, estas nyra-
pbas dolicia\am-í^e nas libações o aspersões daqueilos puros
mananciaes.
Não é que os recessos e os cimoí5 das montanhas, os vl^os
sombrios e os mysteriosos rumores das floresta-í, das arvoras o
tias correntes d'agoa, iii fundissem nos Gi'<igos o encanto da na-
tui-eza, tâo sublimado depois pela poosia ; não. Oidiam elles
apenas ao que cliamaraos senti mcato sobrenatural das mara-
vilhas do creado. E' que aJli actuava sobre elles mais forte-
mente a voz da Divindade, Prestavam, por os.íg motivo, ado-
ração e culto aos instrumentos o phenomonos, que, desta f6rma,
lhes feriam a sensibilidade*
O Oceaao, considerado como grande rio, de fluxo e reíluxo
incassante, a rodear a Terra, possuia as grutas uatiiracs de es-
talactite 0 crystaL abertas na rocha viva, onde se abrigava o
Deos de seu aomo e as Oceanidas, suas âlhas,
Só o fogo, mimo o privilegio do Eleptiaistos (Vulcano),
alimentado. ínextinguivelmente, cm Athenas, sempre aeceso
em Delphos e ainda boje perpetuado pelos Guebros, em Guz-
zerat, nãj tinha habitantes, como ainda hojf3 iiâo tom, pois
as i:damaudras só se podem ntjllc manter por alguns mi-
nutos.
Kterna primavera reinava naqiiellas paragons» em que as
Deosas e os Deoses se identificavam com os mortaes, Arte-
mis, tllba do Zeus, metamorphoseiara Acti^ao em veado, porqoe
este caçador sorprehendera no banho a ella, Deusa da Casti-
dade. Entregou-se ás caricias de Pan a dí Oriào o foi também
amante do Kndym ião. Aphrodita» a Vénus da mythotogia ro-
mana, após varias iulidolidades a Vulcano, das quaes são
cúmplices os Olympiades, aceita os amores de Adónis, ftnicto
de oiioso incasto e no refugio do lia retribuo em amoroso
enlace os sôfregos abraços do AncMses, simples mortal, oomo
o íilho de Myrrha.
2158 — 10 Tomo lxviii* p. ii.
146 REVISTA DO DenrUIO HBTtXUOO
Só ii«m,aaliiT& Jssx mxsxere^iímké^xM^dMàBétes^os^
Pelo infaio d» òjc. B3$<zxii ^x* F^ú^-à. sn^eàe:- Muna, jem
entro o Oijmpo e o Oask. -é 7v&i> picsj I^*a£ix ;?« miasiksaeote
nur^pesc^ ;r«c&:»;à e ex9rj:ã«3Sàzxii*.« riT^e^hiàAs* reoquâ» de
e 40 âo^redir ie par * jk:3:-c:c*:«?. Ezs». 2i':-ri::i-si*:i* 4S nnui^iis
dl» ^iai^aeiro^ ix*^?tí Tej^ifíjaiicíSL 1 >:-23erTir«m, por mais de
um dU« v> t:^v <e Jk :!^r«^?:LaiKA d^s àaí1Ei^ TxrieAÍ\s, que
U}HijiT;jaii iqa'ecU di^-r^ jfcLLOkií^zi. Ali: T:;i»>ni «o sol, sa-
cudiado o p».i,í?£i ik? TrjLTd-*piiiJks xTiàs, rrSatnft? de bor^colevis ;
^li on>iuiak^ec>rjL::»iT-4^>aiS3aTes=:K\iiJh]^ s^reoa^ noites
de iuar. Foi iaK ie cerv^* iie 3mcu>, o inspirado auw»? do òlephi%'
toj»W*í» i^ jíJU^rir poc ciai triiSusne soeoArio. qae vi numa das
nViías vlesf^sai irraridi-j*» pÃTtiiarai, isia^Inou o Sjííò-ií cl<issico^
do quaru» aok>.
Como a^uoli^* devia 5er o reúro, em que Fausto, remf>-
çado« ooubeci^or ie k>dj^ os se^r^ios da arte e da scieacia,
exclamou avx< jkSs dt? Helena:
Fyrma idétai^ divina^
De U beiUsa dUma ;
e unido com ella o:u Iiomogeneida ie de seaúraenio, griwu em
extasi» no mais apaixonado dos caaic«:
E caiilú*mo ToBianf /
A península hellenica, propriímeate diii, o as praias do
Archipelago podem ser wmadas pira am«>sira goographioa do
territí)rio gretro.
PROMETHBU ACORRENTADO
147
Dizoí^r, Gabriel de Azambuja, num excellente livro, pu-
blicado o anuo passado, quQ essa regiáo api'e«ent k de particular
o íacto de não haver grande distancia do mar ás torras, e quo
estaa, retalhadas era forma de cabos, que se adoautam para o
mar» de golpUos profuados e de ilhas numeroiias, multiplicam
seus pontos de contacto com este mar.
Ahi Quaca se perde de yista a terra, havendo muitos
pontos do escala nos promontórios o nas ilhas, que formam es-
peclos de pontes entro a Europa e a Aaia. Correm as terras
em escarpa, sendo raras as planícies e terminando, muitas
vozes, o solo em rochedos a prumo sobre o mar, sem que lisga
caminho praticável entro a terra e a pniiia, ou riba.
Ausência de grandes rios. Só riachos o pequenas torrentes,
formando perto do mar paludosos deltas. Fstrta vegetação de
oliveira?!, vinhas e figuoii*as. Fre(|uencia de pesca e navegação,
que nào offereco difflculdades, pois é de costa a cosia.
O Grego oílereco três typos:— odo vallc, o da montanha, o
do porto marítimo.
A Gi^ecia ú raais facilmente aceoásivol por mar.
Tudo induz a crer que ella Ibi primeiramente povoada nas
costas marítimas*
Diz o Sr. Azambuja que a k-geoda de Proraetheu» filho de
Japheti menciona como lugar de orig-em da raça a região do
Cáucaso. Reza também essa legenda que Prometheu ora ura
Titan o os Titans eram filhos da terra.
Traduzida em linguagem social, pude a le^^enda significar
o seguinte: € Os primeiros habitantes da Orocia foram agricul-
tores, vindos dos valles, que estão nrv base do Cáucaso. •
Conforme tradição mais seguida, uma horda, emigrada da
Beócia, era eras remotas, tomou a direcção díi Colchida {hoje
Mingrclia), valle, que finda nas raarsrens do mar Negro, apei"-
tado entre o Cáucaso o os montes da Arménia a banhado pelo
Phase (hoje Rion). Dal li, l^zendo em mal so;íuros barcos a
navegação de cabotagem, chegara aos Dardanellos, o antigo
Hellesponto, ondo se abiH3 o Archipelago ante os navegantes.
Nesse ponto (ajunta o Sr, AzamlíUja) 6 que se elevava
Troya, ou (mai^ exactamente) abí ê que tsa deparam as ruinai
148
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
de muitad Troyas superpostas. Os Troyaoos foram, por conse-
quência, Grefços, Oregos antes de existir a Grécia, e a famoei
guerra de Trova foi um retrocesso contra irraãí3S da raça,
fixados na Troada, bem como a famosa expedição dos Argo-
nautas foi retrocesso contra outros irmãos de raça, que haviam
flcado na ColcUida.
Esses iramigrantes» derraraando-se pelas costas da Ásia
Menor e da Thracia, constituirá m o typo Pelaspico, que se pro-
piíjíju de iltja em ilha, «atravessando, racilmeute* muitos
golphos do pequenas dimoiiaòej, que, podem ser vingados por
uma borboleta» e fundando vários estaboleciraentos nos pootos,
em que tocavam na sua navegação costoira*
Foi na Arcádia central, parte do Polopoueso, que os Pe-
lasses maiores fuutlaçoes flzuram, AUi aui'girara vários esta-
beleci mentais agrícolas, que prosperaram, graças á uberdade
do solo e á amenidade du clima. Contra as invasões dos au-
tochtonosda moutaníia dõfendiam-sc eliess erguendo muros cylo-
picos,graiidcr^ moloíí tlepodr l .solta, accurauladas, sem cimento,
umas sul ir n outras.
Pasmaram os Gregos das gerações postliumas ao verem
aquellas ceiossaes massas de graniio o attribuiam aos Cyclopes,
Tindoâ da Sypia, sua t^onsírucçâo. Igual assiirabro produziram
os gigantes monolitboíj ijo Halbek. cujo transporte para as ele-
vações, aem o auxilio de machinas poderosas, a tradição em-
prestava a cõlossn.s humanai, dos quaes se podia calcular a
estatura pelas dimeusííos do < Tumulo do Gigante >.
As cidades, villaa o burgos eram i*efugios, collocados noa
pontos mais elevados, A MOdia Idade tumou, talvez, por mo-
delo 03 castellos feutlaes col locados, quaes ninhos de águias, nas
cumíadas das montanhas. Toruavam-âo deste modo inexpugim-
vois aquellas furtsilezaa. O próprio Eschylo refere-so no «Pro-
metheu acoiTentado» ãos roqueiros fortes nas msinfiãnças do CflM-
caso^ centro da raça polasgica.
Da divinisação das forças e da fecundidade da uatiu*eza
passaram os Pelasgos ít divioisaçlo do certos homens, que ha-
viam feito descobertas utoii á humanidade. Tal a dos Curetas^
inventores da astroaooiia e da crcaçào de al>elha3 ; a doa Dao»
PROMBTHEU ACORRENTADO
149
iylos, que eiigeaharam instrumentos E^ratorios. E' o pi o no reino
de Krí>n03 (Saturno), ideialisado poios poetas. Por idade de ouro,
coliO(3ada por Saint-Sinion no ftituro» foi conhoclda aquella
época de paz 3 serenidade .
A« legendas de Orpheo e Amphiao pertencem áa idades
posteriores. EOas não são importicdas do Oriente ; revestem o
earactor pelasgieo.
Do desenvolvimento da naveíração pelo ^íediterranoo veio
o das relações com outro.s povos, caveííantes p;>r excellenoia,
a que se podem applicar o?; verso^i do Mantuano:
Põstquam aitum tenuere rates ^ nec non ampHui ullm
Apparent terrcs^ ojslum undique et undique ponius.
Oh Polasgos conhecerara os Pheaicios, peritos nas viagens
marítimas de longo curso e (|uo íVeiuentavam o Egy-
pto.
Estes navegantes do Egypto trouxeram da Mesopotâmia o
culto das sciencías , das artes e das industrias, desconhecidas
dos Pelasges,
O egypoio Cecrops representa a introdiicçao da cultura
agricolu, a fundaç*ao do Areópago, a regulamentação dos ritog
conjugaeâ.
O pheuicio Cadnio symbolisa a invenção do alphabeto e da
esciipta . lá, li lha áú Inach-.», rei /Vsiaiico, raptada pelos Pheni-
cios, diz a lucta entre a Europa e a Ásia.
Por raais fortes, que fossem 03 vincules a prenderem oa
povos polasgicoa naqiielles tempos pre-historicos ; por mais com-
pleta, que se descreva a harmonia da era de Kronoss, a dissenção,
nascida do embate dos interesses e das rivalidades (sentimentos
inherentes á, natureza humana) devia appareeer naquolles agru-
pamentos sociaes» K appareceo. Perturbados alguns príncipes e
directores de certai circumscripções nos aprazíveis valíos ou
noi suaves decHves das coUinas, viram-se obrigados a procurar
nas montanhas azilo contra o banimento.
F]ssa retir.i'la das planícies para as hispidas elevacoeSt onde
a vida seria mais imirau» siífniflca a rebolliào dos próceres,
opprimidos pelos que empunhavam as rédeas do governo e
demandavam campo de acção, onde, escapando á tyrannia,
PROMETIIEU ACORRENTADO
151
oô^rte do rei peLíisjfO Laomedonte e ajuda-o, como engenheiro,
a construir os muros de Troya.
Apullo ú a divinisaçâo da poesia o da rauâica, materiali-»
sadas na invenção da lyra por este herúe da montanha.
Pan continua va a soprar na sua avena radiaientar, qua
ainda não tinha as molas de latão ^ á (ina se reforo Horácio, So-
pral-aora talvez mais f^il do que preparar o calamot sua ma-
téria prima. Monótona e, muitas vezes» desagradável aos ou-
vidos, a flauta quadrara a pastores grosseiros. Obrigava o tan-
gedor a inchar a^í bochechas. A lyre^t porém, aspirava a foros
de nobreza; afinavam-n'a os dedos delicados do uma das
Musas, que delia extrahia mm harmoniosos. Para dedi-
Uiai-a era de mister mais estudo, intelligencia e delicadeza.
A lyra, pois, assigualava á musica e á poesia um adianta-
mento.
Apollo revestio-a de uma caixa, que lhe ampliava os tons.
Si Ampliião, para movr^r as pedras na construcção dos muros
de Thebas, uaava de uma caixa de casca de tartaruga» é por-
que não posBuia com que adquirir a âna madeira, onie lhe en*
cordoasse as quatro úhvm,
O novo iniítrumento, Ibi de então em diante» considerado
como superior .1 ílauti. A' Midas, rei da Phrygia, ornou Apollo
com um formidável par de orelhas asininas pela audácia de
sustentar opinião contraria, iâta ó, por haver, na phrase do
Sr. Azambuja» preferido ura aysthoma retrogrado a um ays^
thema progresâivo.
Soljrevivoo nesta sociedade a raça pelasgioa, vivifloada,apÓ8
curto unfraqueci monto, por valentes priuoipes montanhezes,
que se ufanavam de serem EeracUdas, EUa irradiou por toda a
Grécia, especialmente na Lydia* Amalgamada, em parte p^
quena» com esses novos elementos» coneervou-^e, todavia, pura
e indepeodente, ooncentrando-se em pontos privilegiados, ou
Ofícapando, pela fuga» á ftwão com os dominadores, Servio-lhe
de grande refugio Attienas.
Convergira para o grande valle central do Peloponeso,
para as ilbas do Lemnos» Thasos» Samotbracia* ribas do Helles-
ponto o nordeste da A aia Menor .
r
i52 RK\75TA DO INSTITUTO niSTORICO
Cnni Q andar do9 tempos a prole de Titm, aaCr*ora
cida pelos moatanbezes, tomou cootra estes formidarei
ealia*
IleileD, flilio do DeacaUIo, velo reallsar a amea^ éõ PrK>-
metbeu, quando na Sj^hi^, acorrentad;» ao roehedo, preii— i m
Zeus igaomtQioe^a que la.
Chefe e guia dos homens dan planícies* elle qoa* para
ftigir dos invasores, se retirara om os seot para as doces
encostas do mooie Othris, eipellio os HeraeSidaÊ das alticrms.
Intervindo eom seus capitães no caracter de oonelliidor, aas
liieta8 iatestinaa do^ moradores da planura, toraar^-sa, de
auxiliart que era, em senhor.
Representavam os Palasgos os antigos euliivadoresda tetra,
que V iuham, de novo, armar a sua posição de a^eollopes e
operários,
E* a época do% hasilêug, ott pequenos chef^ de redoetos nos
cimos escarpados, dos thêêouros^ dos anax (commandantes ou
coDductores de homens), das discusaoe^^ no agora, de todos esses
sub-chefes, reunidos no elan dot basíleus, dos adivinhos e, final-
mente, dos ad(2a#. poetas e cantores especialistas, que davam re-
levo e encanto 1«) reuní^jes palacianas. Os eidas canta vanu pre^
ludíando na lyra, os Deoze^ e a gloria dos combates. Homens
de memoria feliz, sabiam de cór todos o^ f^tos bellicos. todos os
Tdsgm de heroísmo e, rocitando-os, accendiam enthustastlca ad-
miração no€ alumnos, que lhes frequentavam as escolas de
musica e poesia.
Ao aéda (cantor) succodeo o rap^ode írecitador), que espa-
lhou pela Greeia a poosia harmónica.
E^ opinião seguida que a Itaula não foi comporta por Ho-
mero, e sim que os gramniaticos Cyclico-joaios, reduzindoa um
todo uniforme e harmónico os cantos dos aédas e doe rapsoJes
(recitadoresem verso das tradicçoes dos séculos anteriores )t
formaram aquella grande epopeia.
Si Homero é personagem real, apparece na posteridade
sob o nevoeiro da legenda.
Foi um Jonio, altamente cultivado, rico em recordações e
já vivemlo em ijpoca desafortunada. Viajou, errante, de cida Je
PROMHTHEU ACORRENTADO
153
em cidado, o, como UIvhsos, eonlioeoo muitoí^ e variados co-s-
tumes, Lltiliâoii-se, provavelmente, ile immemsos ('antos, com-
postos antes dalio por outros aédm e, graças á sua experienciíi,
fez desses cantos alguma cousa de melhor.
Os Dorioi íirara Pelasgos, isto é, robentos leiÇitimos da pri-
mitiva arvore grega. Foi grande a sua força de expansão e
fecunda sobre a Grôoiaasna preponderância, qiio ainda hoje se
faz seatir* «Seo diaíocto (diz o Sr. Azambiya), o mais viril dos
dialectos gregos, fi, depois do oolio, o mais approximado do
latim» — isto ó, do priíiiitivo tronco linguístico. . . ^Ue totyioti-se
o d(j poesia grega ^ ca n feda em coro.*
O estyio arclútectonico dorico foi o escolhido na construcção
doParthonon pelos seus rivaes, o.s Atbenionses,
Na Jonia desiobron os mais alto^ voos a poesia. A epopeia
trovana tevo alli mais de ura cantor» NaqueLle dialecto ce-
lebrou Homero a!í proezas de AchiUes e Agaraomooíi, sendo
adoptado por líesiolo na Theogania e nos Trabalhas e Diat, e
por outros poetas.
Após um iníervaLlo de deoade leia, essa poesia retempera-sii
nas fontes da inspiração. Callino accende com seus versos o
patriotismo de seus compatriota^, cidadãog de Epheso. Tyrteo
reanima, cantando, a coragem dus Atliefliensos, o Archiloio, a
quem attribuem a invenção do rytbmu jambico. diffãmando a
Lycambj, que se suicidou por ciusa de^ísa tíatyrv e a sua
filha Neobula, que, com applauso do publico, o imitou nesso
acto, mostrou qual o eíTeito social do talento poético.
Também ues^a lín:joa corapuzeram iiymno.-s Anacreonte e
Mimnervo,
Com a invasão Persa cessou a ijifltiencia jonia.
Chega o poriodo da decadência dos nell.?noH. Surge o typo
achôo, que se accentua em Myccnas. A pelas^ica Tyrintho
cede o logar a esta cidade da nov.i raça preponderante. Em My-
eenas, e maia que tudo, em Espata, aldeia da Atíica, nasce a
estatuária grega, OTliesouro de Mycenas, qtie as ultimas exca-
vações puseram a desi^oberto, encerra nào monos de 20.000 peças
em otiro, prata e bronzo, e raris3imas de ferro. De sua Acró-
pole 1'estam colossaes ruínas.
IM RSTVtA DO IM&liLLlU
Y>>s±iÉà*ir^ ^.Hixat^, LiõMia K^er?^ ôfirk sn ara» l^prtzr-
inei!«i!i9iiíi: : i<:aie íé leiíâa ta ^:iSiii:r!a.
vji»i-:i^ !:aiií*ST>ríi* ia :Õ!$cnz!i£aiiS-.
naia^ nnài-jiiíi: -t "nitsv.riiaajii; : 'P*úi:i:*:aem:^ nau: k sciísKZ^
«iiittr» k TiLia £s:Jkj^ « «ir« k urru !r*t .*Lk i»^iii» Iíitjjml
aeiaiiikõaii ia 'atjt a la 1~ i irx^ i 2i:~i r^pojõia xn aitCAç:^
II
Athenas. — O culto de Dionysos. — A Tragedia nasce das festas da
TÍndima. — Theatros, Hypodromos e Odeons. — O coro primitiTO
constituindo a Tragedia. —O canto, a dansa. — Estructura da
Tragedia. — Sophoclcs e Euripides. — O Fado o Némesis.
No soculo vn antes de J. C. Athenas começava a flgurap
como grande cidade. Depois de Sólon, soo legislador, surdio
outro grande homera-Pisistrato.
Esto Rei da montanha, sem assumir titulo algum, que
designe a supremacia do poder, toma-se, naquella cidade^ de
566 a 527, o homem, que faz o que quer,
A popularidade, de que elle gosa, justiflca-a pelas grandes e
úteis construcçôes, que, de próprio impulso, realisa. Abastece
d'agoa Athenas, abre estradas, que ligam essa cidade com outras
importantes; erige aqueductos; encarrega Ictinus de começar a
edificação de Parthcnon, toma aos Mytilenios Sigeia, collocada
no Hellosponto, manda reunir o copiar os poemas de Homero,
promove-lhcs a recitação e concede toda a protecção a um
montanhez, (Thespis) inventor de novo género litterario, fadado
á immortalidade. E' a Tragedia, que no incunabulo solta os pri-
meiros vagidos. A poesia lyrica, que no vetusto povoado de
Sycionia, sita no golpho Corinthio, lhe dera, sem o saber, a pri-
meira forma nos coros em honra de Dionysos, compostos^ptolo
poeta Epigenio, transmitte estes coros á Attica.
A. e M. Croiset ass igualam o culto dionysiaco como
origem da Tragedia. Do dithyrambo, que Peladan doflne cpas-
sado por duas portas ou nascido duas vezes» (allusfto ao mytho
do Deos das índias encerrado na coxa de Zeus) nasce o poema
dramático.
Era, ao principio, improvisado esse dithyrambo, propric^-
mente popular. Quem preludiava, attesca Aristóteles, era um
156
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
caotor^sobro thoma narrativo em tml ryihmo; o coro» or-
dinariaraonto composto do satyros, resporidia-lhe por fragmen-
tos, que deviam ter sido, de antemão, decoradojí» o ordina-
riamente moáclados de gritos de dor. , .
A Tragedia foi uma transformaçno do goncro satírico.
Heródoto, o pae da Historia» dá tof^tera unho de que o as-
sumpto desses dithyraniboi saty ricos não era excíusivamonto
Dionyaos e rnn também as legendas heróicas locaes. Assim
Epifjronio, o por^ta iyrico, aeiraa nomcatJo, oscolhendo episódios
do Homero e outros poetas, híirJava sobro ellft.s cantos trágicos,
doí* qnaes pouco diíToria a Tragedia Athenicoso, aiuJa nascente.
Quando o objecto do canto era Dionysos, representava elle o
nascimento e a vida de Dcos, exprimindo-se os lances de dór
por ais lastimosos.
O plantio, cultura, poda e colheita da vinha att* a vindima,
gymbolisavam as diversas phases, por que passara o alumno
de Sileao.
Vinha depois a yindima com a estrepitosa alegria, que o
vinho novo prodnz na í>ecasiao do envasamento ; soguiam-se
transportes de exaltamento, O Deos possuia a todos! «Evoh(5l
Sabot^ !>' grifos de folia, carnaval de bachantf^s. Succediam aoa
hymnos triumphaes as monodias Itíctuosas, tudo acompanhado
de gesticulação, primórdios e en^taios da mimica thi^atral, que
não se compadeciam eoni a simples recitação dos textos lyricos
fóradaquella scena revolta, Produzia-se alli a escandecencia
dos ânimos» mui dilToreute do ardor, nobremente onthusiastico,
que despertariam no auditoria os aédas com os versus patrió-
ticos de Ilonieru. Eram permitttdos todos os disfarces» que
apix)xjmassem os excitados do Deo^*, ou dos outros protago-
nistas da or^'ia. Dizem A, o M* Croisot que elles procuravam
arremedar no vestuário a â^ura d^aquclles, euj is aventuras can-
tavam. Coros de homens enroupados em pelles de cabras, dando
a si próprios o oome de bodes (IpaTo) representavam, os sa-
tyroe, sócios turbulentos do Dionysos,
Estes córo§ saty ricos constituíram a forma elementar da
Tragodia.
De outra modo ó explicada a origem desta palavra.
PROMBTHEU ACORRENTADO
157
Dionysos, ha veado desicoberto o segredo án cultivar a par-
reira, o d'elia extcaliir o viaho. revelo(M> a carto pei-Hoiiai^eni.
de Borao ícaro, e natural da Atticík.
ICMi'o, eucontramlo utii liode, a comer folhas de uma de suas
viohíis, imtuoIOQ-o a seu bojnícitor, íaiito por interesse [iropriu,
cõiíio em signal de recmhecimnato. Os carapouezes dausaram
em redor da victima, entoajado !oas ao Deos, Esso divertlmeuto
veio a sor uso aunual, tlepoís íJiorificio píiVlico, c<3remoma
universal e, alfira, eápoctaculo prolano. Tomou, com o decurso
dos anaog o caracter de festa, celebrada no templo. Compuseram
os poeta:^ hyranos em honra a Dionv.^os, lira premio uos con-
cursos do pocísia iim odre tle vinho, ou am bode» por alktsão a
esso hymno dionyaiaco, de ha miuto deaominado «Tragedia».
Estos cúroíí audatorios de Dionysos não formavam propria-
meate a Tragedia.
A ideia do poema dramático é commum em todas as na-
ções do mundo. Vem da natureza. Narra Acosta que 09
Chinezes possuem tlieatros vastos e a^rradaveis, magni liças
vestes para 03 actores o peças, cuja representação ae eflfectua
em dez ou doze dia<, som que sejam ia ter rompi das» salvo nas
horas de refeição, 'iartíilasso doía Vega cita 03 theatros dos
Jnca.-^, no Perti, 0.^ objectivoíá das Tragediai oram as prooíía^í e
viciarias de seus cheies e heròes.
Cansaram-so os poutas ^^^e^os dos elogios dionysiacos, que,
aíinal, como todíjs os elogios sobre um só thema ou objecto,
&3 tornaram frios, redundando mais em favor do4 sacerdotos de
Dionysu?*, do que dos espectadores. Thospis foi o primeiro a
oosir íazer com exit:i, mudança nos hábitos tradiceionaes. Sob
pretexto do conceder ao coro pausas do descanso, mtcrrompeo-
Ihe a acção, introduzindo na scena um mascara a repetir uar-
rações .
Enta innovaçãoíí gradou. Esses i>er3onagens, que, repetindo
as proesas do DionysoSi ou dos hor6os, protagonistas do dythí-
rambú pupnlar, em representação, dialri;>'avam com o coro»
eram 0^ aédas dos cantos épicos, animados pela mimiea. Des-
«reve-oâ Horácio com as faces besuntadas da lia do vinho (para
mais parecença terem cora os 9at\Tos)i 0 em passeio n'uma
168
RBVIOTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
c&rrocÀ, d'o£ide ellcs jogavam cbufaji e agudaa larachas aos
que paleavam.
Era o^ta a Tragedia satyrica, de Thespis, Não passava de um
«flbo^* O actor vinha á, sceaa qo^ iotervalloá do coro ou recitar
luna acção real, ou de^ompoahar o papei de um primeiro
her^, e» em seguida, desaguado o terceiro. Havia nisso maiJ
de epopeia, que de Tragedia.
Pouco a pouoo, o accêssorio se substituio ao principal.
Foi sendo» pro^^ressivamente, esquecido o destino do coro o, por
Hm, nem mesmo se pronunciava o nome de Dionysos* Dahi o
dizer PiutarcTO que a Tragedia fôra desviada do seu âm, <E'
bello tudo isto (ex clama v»-se) ; mas nada tem oom Dionysos,»
Thespis doo preponderância ao elemento da Tragmlia, do
então em diante dialogada; oão poude» porém, eitijiguir o ele-
mento satyrico, tão caro á população rústica, onde liouve berço
a acção dramaticatá que Pisistraio abrío entrada ua cidade...
O culto aoe beróes, doaenvolvendo-se de par com o dionysíaco,
foi desterrando da Tragedia o elemento satjrioo.
Cherilos, successor de Tliespis, ô, conforme certo provérbio,
um doa mestres do drama satyrico,
Phrjnicos, que (diz Suidas) admittio no theatro o persona*
Içem feminino (naturalmente melhorando a mascara e o vestuá-
rio, poi^ os costumes AthenieOrtes se opp unham d appariçâo
da mulher em acena) deo á Tragedia mais brilho, variedade
nos sentimentos, nas emoções e no exterior apparato. Foi o
primeiro a exhibir no theatro acontecimentos oontemporaueos,
como a Tomada de Mjfleto,
Os sai^rroB acaram excluidos do cdro» no Y. século. Foi, no
eatantOf oeceasario resuscitar o género satyrico, para attender
ao gosto do publico e aos reclamos dos padres de Dlooysos.
ementa formou o coro
lim^ dii Croiset, que alem da Tragedia attica, des-
satyrodç, huuve outra peloponesa, iniitada da pre*
ii»i) cora Kschylo e Cherilos na líF
este novo género, que foi aceito i
i»f cui4w»»w, 1.^ .....^uiense» renunciassem á. Tragedia
PROMETHKU ACORRENTADO
159
ordiaaria, Datii em diaatG as^soeiar^m-se os doía géneros, sendo
regulada por lot ossa associação.
Os poetaa, que tom a- vara pane no coacurao trágico, deviam
aprtíaeutíir três Tragedias» propriamente ditas, e um draraa
satjrico.*. Esto consi;>tia» na opinião de Demétrio de Piíalera,
numa Tragedia jticosa, O género sityrico nunca se elevou ao
meemg gráo de eetima do outro.
Exprimindo homenas^em a um Deoa, a Tragedia era era
Athenas uma das íbrmM do culto publico.
Servií^noB-hemos do algumas expressões de Peladan t^bre
a origem liacra da Tragedia p
KQuaJquor, que seja a decadência deata arte, merece eJla ser
estudada como a expreasao mais alta de no^sa raça e o rito
supremo da civilisaçào aryana*
guando Platão appellidava de the^itrocracia a constituição
athcnionse, revelava a origem sagrada da Tra^'edia.
O mais antigo dos Tlieatros surdio do uma crypta, inven-
tada por aiiuelles, cuja dominação não podia ser alttrmada sem
que 80 puseae em suspensão a sensibilidade de uma raça» A arte
scenica, que para o cloro actual é antecâmara do inferno, nas-
ceo do íoco oiaití intimo do poder tlicocratico. Leodo os antigos,
deacoíírimoa um complexo machinismo, cujo apparellio provo-
ca inveja de no>íios Tlieatros. Vozes de oráculos» appariçòes
de defuntos, ceremonias canónicas, tudo exige gfande fiabi^
lidado. .. A arte sacerdotal englobava todas as outras.
Solou quer oppor-iO ás audácias de Thespis ; em Kiparta,
pregam ao pelourinho a lyra de Terpandro, porque esto lhe
accrescontara uma corda; Luciano diz que Orpheo e Museo
prohibiram a explicação das cou-^atj sacras sem a dansa e o ry-
tbmo e Platão exige leia para regular os canioa e as dansas,
não ae podendo cantar e dansar de outra maneira... A Tragedia
I repreaentat ao monos sob Kschylo e Saphoclea, o rito admirável
I de uma seita, a coremonia dti um credo, para nôs desconhe-
1 eido,
L No Theatro do Diouysos em Atbeaas^ a cadeira do centro,
^B n& 1*^ âla, tinha escripto no rebordo o nome de seu titular, o
t
160 REVISTA DO INSTITUTO HISTORIC»
d08 oráculos Pythícoé e atraz «leile o poQtilice de Zeoâ, pro-
tector de Athenas.
Por to«la a parte o hymno foi a forma primitiva da poesii,
tendo, pijr eoQâegumte, como aator o -faoerdote.
Hoarapam a Ther^piá p ir haver inventado o coriphêo, que
r>íspoQdia Is :nterr»>g%«:Ge- do eòn3 e se eoaservava ao pé do
altar dos perfaiieâ (thymelé». . . Não aos che-^ju um s<j dithy-
rambo. P:a«iaro irusirue-notí do metro especial, que eiria tal
peça pjetica ; lx>u, porém sempre mysterioso esse cauto de
imcii«.-ão.
O templo de Ele^isis era um Theatro.«
E Peladau dxiolue com este magnifico trecho :
«Quem destacar áxs quatorze Tragedias, qae dos Gregos nos
reatam, as proporções methaohysicas, aohar-se-ha em face de
uma inteIleouiaIida«ie espleadila. a um lemp^, alada e rasoavel,
illumia^ada e experimental e que até contêm os principias do
Christianismo. Oppoem->e â esta pes^uiza «:s noss^^s hábitos e
tememod. a CvVli pas?*:». >er ill ididos. De que mo^lo o canto do
bode, aiaia mesmo t >rnado Tragedia era Sopho le-, miijife>ta
a iraraensa concepção <J> cérebro hellenico ? Como aconteceo
que esta arte do theaíro, só a reílectir costumes e modos
contemporâneos, dovco o nascimento á necessidade de exprimir
para alguns, em presença de todos, o mysterio de nosso des-
tino ? Assim foi ; e esta aíDrmação achará, um dia, suas
provas.»
Nenhum esoriptor se estendeo sobro a origem religiosa da
Oragedia. como o illusírc o infeliz allemâo Frederico Nietzsche,
que morreo louco em 1900.
Diz Poladan qu Nietzsche, lauto por sua pujança cerebral,
como por sua extraniioxa, « merece compartir com Paracelso o
epitheto do € doutor illuminado » o que a Origeyn da Tragedia
projecta imprevista claridade sobro o nascimento do drama».
Siigundo Nietzscho € a evolução da arto c'* o resultado do
espirito apoIIiiKío o do espirito dionysiaco». « Ksta formula (con-
tinua Poladan) íl(;ará corno opigraphe noctíssaria dessa ordem
do ideias. Kstíl, porómjlon^^o de rigorosa ser Adefinivào d'cstos
espíritos o de acbar-so na musica a parto dionysiaca, sendo
PROMETHHU ACORRENTADO
161
quo ú ditliyramlx* não t nc origem na iustiQctividifcdtí a C\ pelo
contrario, a expressão da mais alta consciência. Nietzsche foi o
primeiro a medir o abysnio, qrie separa o C&nto dh bode de
Cinna ou do Cid.
K' singular tiuc, no intuito de exaltar Nicts^clie, Petadan o
approxirae deParacelso, que conipr^mottiindo a ira mortalidade
seo elixir de vida, morreo aos 48 anntis, sem firmar créditos de
sábio o antís deixando memoria de charlatão. Tratam mais
respeitosamente á Nietzsche oatros autoi^es notáveis. Escreve
ura dellej^:
€ A .sociedade* sonhada por Nietxáehe, tem i>or força uuícao
orgulho ; mo dá Ingíív nem ao amor, n Jni ã consciência, pare-
CLUido destinada a ílaniraejar ou extingo it"-s0, como um incêndio*
Corpo social assim não ha talvez oxUtido, salvo o do^ Chaldoos,
cujas v^irtobras foram as almas ferozes o titanicií* do8 Nabu-
chodonosorcíít tiuo sustentaram sua monstruosa ossatura e m
abatido no dia, em que UEUt dêllan pjrJeo a fé do orgulho, ao
ver uma dextra de fa!it:isina t^screvor jia paTOde»»
F' por ii?so, talvez, qui; o citado autor da Oriíjêm e ÍCítheíicd
da Trít^edia o appelUda de visionário.
Faguet, o grande critico francez áii aetualidadc, presta-the
toda a eoiisideraçáo no livro En íisaiií yielzsche,
Eaçamo^ breve i*esumu úo livro — Origem da Tra-
tjedia .
Nietzácbc 6 discipuío de Schopeuhauer ; proleasa o p«íf í-
mismo; pensa que a Vaniade é t> principio do mundo*
Discorrendo ítcerca da píúlologia, proferio estíis palavras:
€a phihloçia não é nem Muia nem Graça; é uma msnsa^
^eira dos Deo*es, E como as Musas desceram^ mdr'ora^ a ter com
os caníponios da Beócia^ cujas almas sofflfiam^ inquietas e pertur'
Imdús, da mesma sor(e, iDém visitar hoje nosso mundo^ cheio de
câres tenebrosas e de imagens funéreas^ repleto de ^ingustias^ que
não se ctiram, A philologia irm^nos o mgthú consolador das
belhis Divindades lutmnosas, que kahitatn nos longínquos asuei
díiíua terra nforiunada :^ .
Eis ahi, a propósito duma licção sobra philologia, a dou-
trina dí3 Schopenhauêr, prôgada a« auditório.
16á REVISTA DO IVOTirOTO BB10IU03
NieiZi^eii») áò Té QO bcmso mui»lo soArimeoto. auitfufiUw.
Musa:» outr'orm viera oi cooaolar.
«»s íeviaaos p*?rgan^arão: — A* iioe vem a phiMo^ia. trft-
(ando-rie da doomua io fcssuufaw f Vlad «m eipintoB, robuste-
- eidos pela raeditasrio, illainiftMlus pela seiflacia. reeoohooom
que o peoi^-vdor aliemia romoata á origem e proetira a rano
doe? phffiomeaoe d i Ti*ia inieileetoal da kamaaidade.
Xie(2,Mbe eoteode qne a pliii'3loeia é ama áeieiícia moilo
complexa, e qae toca, por am Ixlo^ na historia. qaereodaaliraiH
ger a iodiTidualidade dum poTo. segvaáo ai maaifestações di-
renas do 9pu génio ; doatro Wio tom Mtreitaa e intimas r»*
iações com a e^ifcelica. invQ&tigaado entre toiat as antigai*
dade^, (de preta^eocia na antiguidade clássica) os
OQ croações, qae apresenta oomo um tjpo ideial da
e ao caK>. a» ^^ieooi;is natur«ies em tndo, quo penem lelalíTm-
mente no iQ5tiaeto mais pronio«io do homem, isto é, o da lln-
K, por, iàâo um historiador da litteratura allemi jniga que
o escopo especial dos estudos pbilosophicos de Nieiaehe o»>
^tiste em liwestigar a maneira, pela qual oi poToe, que mais
se teem notabilizado pela acção e pelo pensamento, resolTeram,
antes dos povos modernos, o problema da existência, oa« í^
lando a lin^oagom do próprio Nietzsche — como os povos suppúr
taram a dor de viver. Os í^^íregos, eontiniia o historiador, não
tinham a alma tão serena, qual imaginamos; ellee, maisdoque
nós, supporar.im o supplicio da dôr universal. Os combates
dos Titrvní, referidos na orii<em de sua historia : o inexorayel
Destino, que pesava sobre toda vida humana : o a» «tre devo-
rando o fígado de Prometheu ; a sorte de (Sdipo ; a maldição,
que torturou a feimilia inteira dos Atridas e que impeliio
Orestes a matar a própria mãe ;— sem duvida, eram elementos
d*uma pliilosophia, que levou os Oi*egos ao desespero. Como
se livraram d'elle ?
Os factos dos m.Ues, das misérias e do s >írri mento universal
si\,) confirmados pelo testemunho de siiccessivas gerações,
servindo do base As inducções e ás conjecturas.' Entre taes fttctos
PROMETHEU ACORRENTADO 163
apontam-8e as (estas dionysiacas c o culto apollíneo. Os Gregos
iuventaram-nas, o graças áellas, se livraram do desespero o do
dor do viver. Assim pensam todo < os coaimeatadores dos tragioos
da Hlellade; conjecturando que as visões apolHneas e as jdansas, os
cantos dithyram bicos, a embriaguez dos actores, vestidos, de
peilo de cabra, doram nascimento ao Thoatro grego. Apollo,
creando as visões deslumbrantes, foi origem das artes plás-
ticas e autor das harmonias do lyrismo e da musica. O outro,
actuando para a embriaguez e a loucura, fez com que os Grego)
supportassem a dôr de viver. , ...
Nietzsche doscrevo uma destas festas. — € Nao podemos
cabalmente compraheader o estada dionysiaco ^^jfoisk an^ogia
da embriaguei. E* pela força da bc]|^ida narcótica^ que toil^ os
homens c tojdos os povos primitivos teem cantado hymoQS. E* a
. força despótica da reapparição da primavera, que despçrta a, ex-
citação dionysiana, arrastando om suas agitações o individuo
subjectivo, até aniquilal-o n*um completo olvido de si mesmo.»
£ o autor alie mão, querendo dar uma ideia das referidas
dansas, diz: € Ainda durante a idade medieval allemâ, multidões,
cada vez mais numerosas, agitaram-se, voltearam, tripudia-
ram, cantando, dans.indo aqui c acolá ; n'essBi dansarinos de
S. João, ou de S. Guy reconhecemos os coros bacchicos dos
Gregos, cuja origem 80 perde atravez da Asia-menor, om
Habylonia o nas orgias saceanas,
« O Grego, prosegue Nietzsicho, sJÍlVeo angustias e horrores
da existência e, para ter a possibilidade de viver, precisou d*esta
protectora o deslumbrante evocação das visões apollineas.»
O mesmo aut;or pen^a que, em face das potencias titânicas
da natureza e dos mythos, tudo pôde ser supportado com o
auxilio d*esse mundo invisivel, intermediário e esthetico dos
Numes olympicos.
Assim, para poder viver, os Gregos viram-sê como que
forçados a croar ou inventar doosos e cultos religiosos. Po-
demos formar uma ideia d'03ta evolução anto o espectáculo da
primitiva thoogoaia titânica. Como este povo, dotado de bellas
qualidades, do emoi^ues tao delicadas, de desejos tâo impetuo-
sos, excepcionalmente idóneo d doir, teria supportado a exls-
164
PROMETIIEU ACORRENTALfO
teucia* ú náo Uouvegse cuniuinplailo em sqmh Deo&e^ a imagem
a mais pura e radiosa ? ! Fsto inQsmo iiistincto» que roclama a
arte na vida, como ornamento e coroação da extâtoocia, como
o enlevo» que nos ioduz a viver, cngendraríl também ummuodo
olympico» que foi para a— wnfarfí— hellonicao espolho, om quo
apropria imagora do homem ^ o reJlectia, transfigurada. Dam
os Dooscs exomplo de supportíir a vida, cmpcnhando-se em
íTonserval-a e em tolerar esto iíohso mundo com todas os sua»
angustias e dores, desesperos e males, embriaguez oas folias e
nos prazere.s das orgias e dansas.
Metzactio entra em minuciosas anal^^sea de^a phyehologia
da vida grega e escreve:— « Quero faiar do i^lienoineno do sol-
frimonto e do delirante prazer da arte, iuvaílifldo a naturoza,
deatrtiindo o princípio do individualismo. O execravel philtro
do poder toma-se impotente; a singular mescla» que forma o
duplo caracter das oraoções dos sonhadores dionysiacos i*e-
vivo a lembrança, como um balsiimo salutar nos desperta a
ideia do nioruíero veneno — (relíro-nie a e^se phenomono do
soflVimonto, suscitando o prazer e an*ancando ale^xTja dos ac-
centos dolorosns. ) Da máxima volupin brota o ífrito do horror,
õu o lamento puii^fentn duma perd i irreparável. Através díts
festaa gro.^as pa&ísa como qtie um suspiro sentimeiítiil da natu-
reza gomebanda sobre o seu IVaccíonamento em indivíduos.
O cauto e a music t ,a mimici destes loucos, obrios e sonha-
dores de alma hybrida eram para o mundo grego aliruma cousa
de novo e inaudito e, em particular, a musica dionysiaca lança-
va-lhes na alma o ten-or o o 1 remito. Si a musica era já cora
nhecida como art<^ apoilinea, nâo tinha tal caracte;* sinào em
qualidade de tora cadoncioso das ondas do rytbrao, cujo
poder plástico foi desenvolvido ató a representação das im-
pressões apoliinoas.»
Nietzsche expõe as theorias estheticas, demonstra o pesiu
mismo perenne nos phenoraonos da vida social e o seui nfluxo
sobre a Tragedia.
E\ na verdade, importante a parte do sou livro» em que
trata do meclianismo e organismo do poema trágico, da lin-
goagem, dos e^^pectadores, do coro, da íorçã àercwlea da musica,
I
REVISTA DO INSTITUTO UÍSTORICÓ 165
que na Tragedia attingio a mais alta expressão e toroou-se*
apta a interpretar o mytho com eoergia e profiindQ sentiraento
quo 6, no seu concerto o a mais poderosa fiiculdade da musica.
Esta illugão apolliíioa allivia-nog da oppressiva plethora dlo-
nysíaca* Km subtaiicia ; — a rolaçao da muslíía com o Drama (S
a verdadeim ídoia do mundo ; a Drama nada maia é quf> um
roílexn, uuia sombí-a concreta ãvMíi ideia,
O livro cantem out^;as tlicorias csthéticaíí c psycholoíricad;
p não é poí^sivel aqui repr^wluzil-a.«í, aiialysiiiidoas.siquftr pcr-
fimctoriamt>nio.
O próprio Niotziícho rtvonlioco a diíTlculdadõ dizendo:
< CtimpríMioâ aíçora appoUar para todo^ os principio ;o;ithetico3,
atô aqui expoHtos, afim de acliar direc4:ão neste labyrintho, que
outra cotib«i não O a orij^em da Tragedia ^re^a.»
Ora, ai til é o íabyriíithoda Tragedia antiga, tambom o da
moderna nâo parece monos intrincado.
De foi to; Quem comprohemie lioje as cmoçôoí?, quem sente
a intensidade das alegrias, ou das angustias; qtiem estromecs
sob o influxo da religião dionisyaca ou da visãa apoOínoa?
Parii sentil-as» seria indi^peosavel po suir a alma do Grego
daquelliis eras e viver em idêntico meio ; ter os seos eostumoa,
goíítos, ideias e crenças religi jsaa.
Comparar a Tr;ige(!ia moderna e antiga parece tarefii muito
difllcíL A alma moJerna, transformada pela mysteriosa graça
dos raios diirinos do Christiajiismo, niio sente, uompensatCom &
mesma emoção do devoto do Doos Apollo, ou doNomeDionyaoa.
Osi jnoderno > teem sentimentos e concepções^ ideias ecmuças,
quo os antigos já mais poderiam sonhar. A8 ai maa duas não
.se identificam aem se conluadcm com as dos outros; distin-
guem se, d V mesma forma q«o seus sentimcattrs, concepções,
ideias e ci^enças ; scpara-os um abysmo :— a religiàQ s^ei^osauta
dl* Calvário, antiilicse do Polyiheísmo.
Floria a arte dramática em Atbeoas porqua tinha grandei
protectores. Foi Pisistrato o maior deOe^. Engenhoso mecha-
166 PROMfiTHRlI ACORRENTADO
Chamava-se «liturgia» uma espocie de imposto o:itraordi-
nario, do que os mais ricos cidadãos oram os contribuintos. Re-
vczavam-se elles em dar lautos jantares ao povo o organizar
para este representações scenicas.
O imposto (las «liturgias» o a a consagração de antigos usos.
Os argontarios, desdo tempos immomoriaes, gauliavani a
sympathia do povo, por meio d'a<sas grandes liberalidades. Pi-
sistrato, como os seus predecessores i Ilustres da montanha, am-
bisoionava a popularidade. Não obstante o crescente luxo das
reprosentaçõos o a enormidade das de3pc<as*d'ollas, havia cho-
regas antadafes,
€ Os poetas em Athenas (diz um escriptor) enteadiam^o
primeiramente, com o Archonto eponymo, quoora, d<í ordinário,
um homem de boa tamil ia o do bom gosto. Kste, uma
yez oelebíado contracto directo com os concurrentes, enviava
três, d'entre elles, a outro homem, o chorega, ricoc intelliífente,
talvez ambicioso, mas de uma ambição, em nada pr^udicavcl.
Desempenhando, momentaneamente, uma func^ão não paga o
sim pagante, era livi*e do realizar, como entendia, a sua pequena
empresa; Numa palavra, todas as cireumstanoias erno favora-
vois ao mérito litterario, que, graças á intervenção livre e pes-
soal do patronos osoolliidos, tinha mais probabilidab; do
êxito.
O charéga, no exercício de suas luneçõos, era o personagem
sagradO{ objecto do veneração religiosa ; não intervinha, po-
rém, como protector do Thnatro. Na íJrocia. para empregar
uma formula moderna, o cloro ficava insulado na siicristia.
Os descendentes dos Pclasgos haviam deixado ao sacerdócio
lujrar muito restricto na sociedade.»
Ao principio, eram os actores pagos polo Kstado, figurando
tamliem, entre elles, o autor da peça. Depois do Tliespis, que
introfluzio om scona o primeiro actur, Eschylo aílmittio se-,
gundo Sophocles, torceiro, iiinovavão ost i a<loptada, na velhice,
polo autor do Pvometheu, Si o drama exigia (luarto actor, oste
só dizia algumas palavras.
Dita do fim do século VI a exhiláção das iragedia^ em
theatros.
REVISTA 00 IXSTITUTO mSTOBICO
167
A palavra ^vegn. &««Tpov signiflca lugar, onde se olha,
( ÔiSírflati )i3 se assíjíte a mn espoattculu. OriginarSaraente,
contantava-sj o espectador com uma praça publjoi, ou ri n es-
paça livre, jtintô ao templo do Dhmysos, Ksparíia«? nas planicieg
da (ir^íníaoxiatem ainda os vestígios dos x!i€átroíí ílr» Jím, Patara
KariDos, Telmisiios, Cnide, Suniuni, Epidaiiro, Argos o E^arta.
Tomaremos por typo o Thaatro do Dionysí:ís, em Aftlionas.
Expuzeratn^na ílft vhtas as exeavaí^oos, praticadas em 1S62
polo Sr, Strack* Situado no angulo audeííte da Acrópole e domi-
nado pela muralha, ao sul de^ta, estava encostado ao rocheílo.
Assim fiol-o descreve certa medalha do Athonaíf, íiun indica a
grandiosa perspectiva, do lado da Acrópole:— o rochedo, atra-
vessado por uma gruta, a muralha, a correr no topo do ro-
ehedoo em cima o magestoso remate do Partheoon. Pai^eeo^iue
a disposição interna d*esj?e theatro sérvio de modelo a outros
odiílcios j^egos, no mesmo género, Kr pois, bailta descrevelni,
summ-iriaraente, para dar-^e um eslx)<,'íO dõs Theatros gregos,
em gorai.
Compif hende esta construcçào três partem f^seoeiaes : a
seena^ a orehestra O oí? assentos para ng espei tadoiM>íí,
Foi, muita s vexfs, rfítocada a scmm» para mais lar-
gura d^eata parte do Theatro, com prejuízo do espaço, occupado
peJa orchestra.
Sob a administração de Lycurgo (^0 ante-i do Ciiristo),
foi coDcltíida a acena liellenica, cujas muralhas sâo aind i vi-
ifiveís, Ignoram-so os nomes tÍ08 afchitecto*^. Ksta soena
ddixava á orchestra todo o desenvolvimento. Comprehendia,
como todas aa scena.^ grega*?, duas partos : — um espaço
rectangular, onde talavam os actnres, e o J\indo, onde ae
erguia um muro com tree portas, denorainaudo-se a do meio
porta rêdl.
Sob afí duas azas em torno da scena, abriara-so duas portas,
uma daa quaew euppunha-so olhar para o canipo e outra para
o Agora ^
Representa va-se a Tragedia no moio de decorações perma-
nentes, e cujos destroços fbram de-icobertos. Fragmentos de
columnas dóricas, de arcliltrav^i de frontõei, formavam esta
168
FROMBTHEU ACORRENTADO
decoração, de caracter siniplO'? o arcíiitectural , Outras deco-
ra<;5e3 pintadas editavam diapoííitas iio muro du Unido.
Quanto ái fiiarhiiia^i complicadas, aorviodo paiM figurar
appainc<'>es ou para produsiir mmlan<;aá d i enscenação, es-
tavam eucerrada^ om ^im porão, dividido mn compartimontoâ
!íopara<lo*i o do oujo ma nojo so roíiliocoí» an témi>o das o x cava»
çoító tio tlioatro Athoiiionao,
A refina, mais alln que a orchestra, ora sustou tada por um
muro» oníado de o,«ciilptura. Descobriram um uiuit* da stena,
rneonstruido por PhiBdr is. Mguras de Saibros ajoelhados, for-
mando f-ariatideíí, aiiíítrm o prasccnium, Knire o^tas ílguras ha
um intervallo com baixos rolevos, roprpáeiítaado m Jaocesi da
vida do Dionyso8 ; no eeiitro, uma e;H^ada commuaicanilo a
scena com a orchestra.
Esta parte do Theatro, quo separa a scona das bancadas,
tom forma de um hemicyclo. calçado de lages do mármore.
Itrguia-Si3 no centro o altar de Dionysos, em torno ao qua-
evoluia o coro, em seguimento ao coriphêo. O contorno seniU
circular ê dcsen liado pela primeira fila de bancos em amphi-
theatro o dividido em 8ecçÔL*g por escadas. As bancadas foram,
&era duvida, restauradas por A<iriano, porque as divisões são
treze, numero das tribus atticas sob este Imperador, A pri-
meira ordem de aríjíont >s ptírtcncia aos ísacerdotes e aos ar-
di ou tes, que tinham o diroíto de proéfíerie ; 05 dois bancos se-
guinte!! eram, também, oeenpados por i>esao;is notáveis. As
cadeiras, ccím forma de pjltrana^, «ao do marmorn pentelico,
ligadas entre si e separadas umis di» outras por meio de i*ele-
vod esculpidos, e com pejueno vâo adaptável a umaalmoíHda.
Uma inscripçíio, cravada no rolxirdo fio cada poltrona, iu-
dicava á que alto personagem , religio.so un politico, estava
desítinada, como jior oxempb> aos sricerdutes do Zeus Olympico,
Zeu.-t protector da cidiMie, ApulJo Delio, Poseidou PhytaJmioa,
Ajxdío Pytliico, e(i\ Tinham ainda radeiras o exegeta do
(U-aeulo deApollo, i» iiií^roplunte, qui^ presidia a iniciação díB
mysterio-í lie Kieo^ia, u hiéromnémon, deputado ile Atlienas ao
concelho ampbictyouico, e. ílnalmento, fi^archontea, o epanytm,
o hãitiUuf,, o pohmnrca e o theimathetés.
REVISTA DO INSTITLTO HISTÓRICO
lee
A poltrona, quo fuz dircictameiíto fiico íl ííceoa, é a do ta-
Cfirdote do Dionvsus íLleuthorioa, D€o?§ a quem era consagrado o
Thc*4fro. Distinííiie-.^íP da^ outras por uma rica oníamantaQâo.
O espaldar conU-m elejíafito bako reLQ\'o» rep recontando sa-
tyroí*, ao gosto archaico; no rob^rdo p3:iuoaa frisa, asculpida ,
mostrando o comhatedo doui? Arimaj*po>i contra í?ripho3» Afinal
í^m cada um dutí iadoá O ílí^invido A»qíí, "rc^nii» iIíh íiri^*^!!.^ <í<j
gatlõ, exhibidas no tlin^atro.
Oimpelia, potá, o lugnr df. liuura a<i sacerdide do Dio-
iiysoí^ CJi)mpreh<mdc-i?p. facilmente, o ;?rato eíToito, produ/Jdo
por lima scona da^i^an^í, du Ariistophaiies. Quando Dionysos, se-
guido de tifíu ascravo Xanthiaií,clK3g.iva aosinferjios e era presa
de I omico terror ante oa mountroá, que lhas guardam a en-
trada, o actor» oncarreííado do papel do Deos, voltava-so para
o publico exclamando :— -«Tu, meo padre ; silva- me d*aquí
e lova-me. qeu ser 'i too compiin beiro de festim I »
A' dii*eita e A esquerda da scena abrem-:e largos corre*
dores» outr'ora ornados de estatuas^ em cujas ba^os (únicas
p. :'tc.^ eonsorvadaa ) lèDm-«*3 ainda os iionios dos jxMstas dra-
máticos mais celebros— Tbespis, Kupolis, Tiraostrate o Menan*
dro.
A Idíítoria do Thoitro antigo prende-se ao eírtudo doa
monumentos choregicos, lembranças das victorias ilramaticas,
;iloançadas na festa do DiotiyHos, Sabe-se quo om Atboíias
tinham as representa*;rioá theatraes o caracter do uma insti-
tui ição reliííiosa e naeijjnaí» cabendo oJTlei ai monto aos cidadãos
abaat-adoi as da^ípesas com o^ coroa Ivrios. O choréga devia
reunir m elementos dos co^^ôs, composto de homens, de rao-
niuus de p> rríiikhistaH o ilan^arino8 cyclicon» da tocadores dn
flauta, c forjiocor o trajo, as mascaras, o^s acceíisorios.
Havia um cfioréga por Iribu, Si o eôro» por elle formado,
obtinha victoria» o chon^ga i^ocobia» como premio» uma tripoça
lio bron/ % que ello co Haj<rava ao nome rle nua trilu, fosse
numa das r.ias do Atíiena^» que tinha o nomo il© rua das IVi-
peçaa, fossG no teménos, do Dion^so:^, ou n líj vi<i dxanças du
Tbeatro. A tripeçA era collocada àobro pequeno raootiraenío^
B de caracter architeetiiral» sempre da forma variada.
m. . ,
ITO PROMBTESTJ Aa3fUIS>'Tja)0
Aan*n. nv^a jmra. s^iiLi y^task •&> Tb^%3p> e trmarfor-
BLiíA e -1 'fempi.:-. >*i»> ^iiòr^íí- T.:t;,rj>í Trki-lJáK i wiao 380>
.■.iwTiri.*. -11, • ii«-iii' 7*^'i»'.-:\ X '.r.z^ri. • • na;:* '^.xili^cído dos
:nf>n;iií:i»Q%M :ai re^r ■!»- ■ • í»» L. * i5r-i>i?«. i nu 4as Ti ytjaj,
^ lUCf^m I X i íru^ ir . wi . rAii tme ne : rr.i^, à ie ba lío relê t.% r^
'.>•• iatarrijlxTmia^ «ãi> preeúooit :< por plicas lie mariBor^,
aji-tt.í*.'» • ^11 «ií^iTíílo '^ >x*3;ftiiii«. ii pfcne *«p«rt:r. de tri-
pé*; m •im reiero. O e»i:n';>- o.-er*) ítítiti wet» tie mamiore,
íiajr;:i'i:> :»^.an^ e .>?r.'3it' -l^ im il-rÃo. «líi-? sereia de >«aeá
aat6^? l- i. r. > L.ie .•'e?^i>» :ira «i > maS aui fw exemplos da
<'>rd«iíin«?a iriTia^.bia, -ipDlit.^ii i .^rrlin*^.-íara.
bava-i4 o aome •le'>tf«nLf ao8 The.i'r'>. «lae especialmente je
d»>t liaram a i>>no»?rv-* , C>s pjeíis o '.<« m :si<.*os ahi exerciani
lambem o -alerit), an:*^ li • ^u^m♦?»;:or '«ua.s pro*iuo«^3o6 ao jaizo
áí> ptiMíco. '> Orf^^iM differi im «los Taeun». prioeipataente
pelo te<:oe por certas partii*iilrvr:da.les de di^^^r.s^o interior.
Ffla^i de oolrimoas sa^tentaTim o tecto : a<« oaileiras« dispoclas
^m ítm^ítiíreíitro. <;ram rrjíi to n'imer»is.
P >*»n a Ath^ffia" am 0<!lMf» oel*»bre — o qne Péricles man-
dara f'f>u¥iXrM\T. em ■'iMr.ijií:^'^» J.> antizo, situado peno do
V\un^ftr<r\tíf^, VjiUt Miflcío epfiruia-se perv> da Acrópole,
^•//fjMírrj'; a/i Th •atr'* de biony3>i, a lét^. O lecto, pontudo, tinlia
pí>r omat/^ antennarf e mastros do i;avio3 persas, «laniio a«» rmv
numerjf/i aspecto, ^lemelhiMe ao «la tenda ie Xorxes.
FiUa Plutarco do jr\w\e numero de cadeiras e cidumnas,
qne alli havia, sí 6 dííllcíl boje formar ideia exacta daqaelles
efJíflcir^fi, prjfiemos estudar as di-p»>-ições c*->mmuns ao^Theatroe
do mosíí;* nart ruínas de Oc(e<m, levantidas p«ir tlèivHle^ Attico
em memorím de sua mulher Regilla.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 171
Os Stades (estádios), onde luctavam os pugilistas, os corre-
doroá a pó etc. e distinguiam-se doá Hippodromos, reservados aos
páreos do carruagens . A disposição geral destes monumentos
era igual, o o seu piano fora muito simples, desde a origem.
Formavíim-nos vastos espaços ai)lainados, lorcados de
terra artificial em pequenas meadas, ou comprehendidos entro
monticulos naturaes, onde se apinliavam os aspoctadores.
O traballio do architecto o do cngenlieiro consistia, princi-
palmente, em dispor-lhes as barreiras, e ntre as quaes se distin
guiam as do liippodrorao de Olympia, construído por Cleotas.
O fótadio 6 uma arena estreita c longa, terminada em uma
das extremidades por um somi-circulo. quo pan^e com um
Theatro, graças a seus bancos o íl sua f(')rnia arredondada. Pro-
longavam-s) os assentos ao longo da arona, como so ve em
Cibyra, na Ásia Menor.
A diíterença essencial entre os Stadios e Hippodromos é que
noS primeiros aáo ha stales, nem barreiras para os carros.
Qilanto ao mais, as mesmas disposições e os mesmos termos
para análogas partes. Com o progresso do luxo publico e
privado, os Estádios foram ornados de ban<íos de mármore o
columnatas, de que ainda se voemos vestígios em Messenas. O
Estádio Panatlienaíco de Athunas, que servia ao? jogos das Pa-
uatlieneas, fora magniflcamontc ornado polo rico Herodes At-
tico, que cobrio de mármore pentelico os taludes das cadeiras.
Paflsanias e Philostrato íHlam, com admiração, desse trabalho
luxuoso, executado em quatro annos. Foi ahi que, mais larde,
A(Íi*íano deo á população de Athenas o espoctaculo de jogos san-
guinolentos, imitados dos Romanos.
Ao contemplar as ruinas desses monumentos da velha me-
trópole da Hellade, surgem-me ante a imaginação as sombras
de Alcibíades, Platão, Péricles o Asi)asia. Absorvo-me na ad-
miração dos monumentos que, ainda entre destroços, attestam
ã grandeza o o gosto daquelle povo, que pelo cinzel do Phidías
c Praxiteles e pela palheta de Appelles o Zeuxis sensibilisou, im-
mortalisivndo-o no mármore ena t:da, o bel lo ideial da ÍVirma.
Com que arroubado recolhimento contemplo a Acrópole,
o Partheoon, o Tlieatro de Dionysos, o Panthoon de Agrippa,
172 FROMBTHEU ACORRENTADO
edificios, Oíu cujas pedras dormem os vestígios de tantos pés,
formando sco pó, ba sdcalos, a matéria de outros corpos,
em que toi transfUndiílo !
Quam proflmdameate mergulho a vista nesse mar azul do
Pireo (hoje Porto Ijeoiie). onde me parece ver branquear ainda
as velas lias nãos do Xorxesi, postas a piquo por Themistocle?,
em Salamiua I
Com que intendo jubilo assistiria ou a esses jorras olym-
picões, ha pouot) celebrados e quo rasuseitam todo um passado de
gl)rias daquollo imp;M*io de uma civili^içÃo extincta, H qual o
mundo actual tudo devo!
No Thoatro de Dionysos ha um amphitheatro de bancos,
talhados na rocha ou construídas^ sobre o declive da coUini. A
dansa ou úrchestra occupava. lo^o em seguida aos bancos, mn
ospaco circular, bem aplainado ou lageado. Ahi se eíTectuaTam
as evoluções do coro, que se movia em ronque ou columna, atra-
vessava a orchestra, grupava-se ao p<:* do altar ou se adiantava
até a scena. Ora eile seguia, em passo cadenciado, cantando com
acompanhamento de flauta, ora se agitava em dansa lenta e
grave, mui diíTerente da tumultuosa dansa da Comedia.
«Bem que a Tragedia tenha sabido do coro (díz um escri-
ptor) cumpro differençar o hymno, mesmo dialogado e pura-
mente evocativo, do drama, realisador de uma serie de acções.
Não aos rosta cijro algum primitivo ; os de Eschylo, quo
sâo os mais antigos, atastam-se do dithyramU) inicial. Consi-
dera-se, cm geral, o coro como representação constitucional
do povo. Schleger dá-lho o nome de «03pocta<lor idoial» o
Schiller vc nelle muralha viva, a separar a Tragetlia de um
mundo exterior.
«Representa o coro a humanidade, em geral. Lyrico ou scn-
tencioso, clle manifesti a cons-ioncia nu'dia, o homem honesto
do nosso grande século. Bom, sem horoismo, a detestai* o crime,
piedoso ante os infortúnios e sempre razoável, paroce-se com
OftUs figuras exclusivamente pittorescas, coUocada^ ao pé de um
REVISTA no INSTITUTO HISTÓRICO 173
monumento para lurnccercm dados ao calculo do 8ua pro-
porção.
Nada diz, nada faz, que não seja de uma sensibilidade
usual edo comcsínho bom senso; a^iui instinotivo, allí expe-
riente, 6 o eco á voz do protagonista. Em lugar, poróm, de
amplificar, cllo reduz o som ; contemporisador, do prudência,
um tanto racoiosa, protestando em tudo sua fraqueza e sua
piedade para com os Deosos Reitoi*cs, díl o tom á impi'cssão e
vao acompaniiando essa impressão até que ella se exhaura no
assistente o tira da scena final um ensino, fazendo applicação
moral da catastrophc á alma coUectiva. . .>
Referem-uos os eruditos que o coro dansava e cantava...
Segundo Platão, a dansa, denominada choreia, designa a união do
gesto o da voz, c a que chamavam carola constituía um canto
cyclico dithyrambico ; não ha, porém, certeza sobre este ponto. .
Dizem que o coro, formado sobre trcs linhas de quatro ou cinco
pessoas, se adiantava em flla, ou em colunma.
Esta entrada apresentava um caracter pjithetico, análogo
ao Drama. Atravessava o coro a scena e descia, por degraos, á
orchestra, precedido do flautista. Em tx)rno do «thymelé» ou
altar dos porfumos, conipunha-se o dythirambo de três movi-
mentos d istinctos; evoluia a estropheá direita, a anthisthrophe
d esquerda, doando o epodo no meio da orchestra. . .
Possuo a bibliotheca do Toulouse um Sophocles, de lt>03,
annotado por João Racine, na parte relativa á enscenação.
Contém esse livro esta curiosa passagem:
< Estrophe: A passagem dos dmsarinos da direita para a
esquerda exprimia o movimento do ceo, que é do Oriente para
o Occidente.
Anthistrophe: A passagem da esquerda para a direita sym-
bolisava o movimento dos planetas, que vão do Poente ao Le-
vante.— Epodo: a parada dos dansarinos, exprimindo a immo-
bilidade da terra.»
E' até hoje impenetrável o, provavelmente, sempre o será
o segredo da musica dos antigos. . . Os cantos lyricos, que en-
quadravam o dialogo, eram, provavelmente, em jambo; em-
pregavam o trocbaico nas passagens mais vivas.
TH **A:r*r: íl^- i»fiii : í^t*. z-?fi_r , iriSL : ^nicrkTj jctiíaa
A zs-.Zjí ;._•:. . k-7 ir i* iz-v^Lx -ark ;i»*ci i&^sssímT» os
:±.:t> & :i>^.'k ir --^-rr^ i: .-:.-: . Z.JiA : rdr: k^ís49 mestre)
íiEiíír-fr- :-?o:= i.vi: r:-nt_iÀ*:. : ir : Lr.r;fc, *, Urezas rezes,
fiIiT^ «?::- j.-r-.-ç :»> :l-« j. ?>:-. :.:r>: :ii v-r^-rc^es. tnxiun os
V,t^^ ^;/ír.^-' í^ f »/;:j* •;* -l^-iia •^:-c:*! r: >^\ . ^r.m fa-» para as
f^f-Af, '■,'*-, ' rtr^Vx protr^nio. .Tí-r^êi^sd :• • ;uiir:« -ie telas
*^j i.^ r.:, •: T'.* ;;,íi.;:í. :.<!-. ; r.;:i*:vi$ J, ;- v* >. ::; desti-
.'./»/i*< í *'i'.\^'/.,*..'i 'í'/í ifi^j^f^i por '.-ima i> proscénio,
'>yí.*-'f/'vi*.;ir/j-v- o^ v;V>r'f aLtiô a -:eni. cão era ifSUiAo
on //UVif/rr/j*. 'J#; r.jAíf^r aiturA que «j ta'>ja#io ou nivel da
OAn-I.Ví* or^/.», ^ m '.-cari. de<tini.1a a traduzir, de
IH'/ lo ííáíjj>|í;' " vy:<;'ítij;i'J'/. '^ -rx^, ;* c^.-Ddivnõ Ju pers»:»iiagem
*i íi «entimífriv^ n':ll> /lo-níriant .-. P .r nieio i^s jesios. dii< .itti-
Xuái» e da <J«;laííj í/;ío, '-oíj-^f/u.am os a^i ji-.-s .iis;an;ar á bocca
e cw olbos, <|uc' ficavam a .Jescobertu. Os traje- sceaicos, imi-
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO t75
ttuios dos hieropbantes e sacerdotes, imprimiam aspecto ma-
jestoso aos vultos trágicos, e os oalçados de saltos elevados
davam-lhos uma altura sobre-humaaa.
Didascalias eram os processos vorbaes de julgamento dos
concursos trágicos, em que oj juizes attribuiam lugares c pré-
mios de valor aos três concurrentes.
Tratemos, agora, daestructura da Tragedia.
Temos, cm primeiro lugar, o prologo, que, seguado Ai*is-
toteles, é a parte, que precede a entrada do coro. Eschylo in-
troduzia o prologo desde o principio da Tragedia, processo que
o próprio poeta abandonou. Consiste o prologo na exposição da
peça, ora em dialogo, ora em monologo.
Posto de parte este preliminar, divide-se a Tragedia em
episódios, correspondentes a nossos actos. Entremeiam-se a esses
episódios os cantos do coro, denominando-se o primeiro delles
parodos e os outros stasima, tendo, algumas vezes, o ultimo
canto a denominação de êxodo.
Ha episódios longos e curtos na mesma x>eça, sendo mais
seguido o systema de reduzir a quatro o numero delles, alóm
do prologo. A divisão em cinco actos, porém, só se tornou de-
finitiva no período alexandrino.
Eschylo concebeo, visivelmente, que a Tragedia se devia
nutrir de paixões, como o poema épico, mas do modo differçnte,
isto ó, com ar mais vivo e mais animado, â proporção dadiíTo-
rença, que ha entre a duração de um e a da outra, entre um
livro e um espectáculo. Imaginou elle.a epopeia como rainha
augusta, assentada em sou throno o cuja fronte, carregada de
nuvens, deixa entrever vastos projectos e singulares revoluções,
ao passo que íigura a Tragedia desolada, e de punhal na dextra,
acompanhada do terror e da compaixão, precedida pelo deses-
pero e logo seguida da tristeza e do luto.
Para excitar est^s movimento^ são indispens^^fVeis inte-
resse^, mídanças de fortuna, reconhecimentos e intrigas, o que
exige muitas acções. Homero escol heo uma só acção, que es-
tende por vinte o quatro cantos. Quer a razão qua isso tudo
soja tratado em um espectáculo de poucas horas.
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x.r» ^..,. ^ „^^ y^^ ^.^^ ur-fc:. -IH CTT"
REVISTA DO INSTITUTO HISTOBICO
177
portado ào um palácio a urn pr;vdo, ou da uma cidade á outra.
A thesGáe unidade xÍq iugar tem sido objecto de renhida dia*
cusíião, Com oiia nunca se conlbrmou Cornei lie. K' uma regra
conforme a natureza ; a Eschylo cabe a gloria do a ter in-
Tentado,
A unidade de interesse, quo, oa phrase de Croiset, té uma
lei da arte, é também uma lei do espirito humano e que se
impõe» empecia) mente, ao Drama», nem sempre foi posta era
pratica. Respeitada por Eí^chylo e Sophoclea, disci^epou delia
Euripedes, que enxertou na fabula principal aoeidenteg epi-
sódicos*
A Tragedia grega era simpleg. Poucos acontecimentos,
cuja ac^íâo e desenvolvimento se percebia sera esforço porque
Àsua trama não se mesclava flo estranho.
Bem que ella excite mais peripécias e lances theatraes, não
oITerece tanto amal;íama de factos a entrebaterera-se.
A exposição não menciona todos os personagens, nem ellea
BB reúnem na scena final ; ap parecem e desapparecem quando
as necossidaded da scena o exigem»
«Desta simplicidade ( reflecte o autor, jíl acima citado
o de quem temosr esumídu o texto) resulta que os termos— aó
(Sí-nç), desenlace (kwç)^ e peripécia (Ttiairíptiri), bem que ap-
plícadaâ por Aristóteles íL Tragedia grega, em geral, devem
Ber entendidos em sontido largo e sem muito rigor quando ae
fala dos dramas do V século. O nó é, na realidade, menos um
incidente ineaperado, que uma serie de scenas, estabelecendo,
pouco a pouco, a situação ; a própria peripécia nem sempre é
súbita o violenta ; o desenlace prolonga-se, ordinária meate,
além do successo ílnal e, mais de uma vez» leva as cousas a
uma espécie de apaziguanLcnto relativo.
A arte de tornar felizes e naturaes oa desenlaces foi aper-
feiçoada cora o estudo particular do génio trágico* Os mestra*
deste género conheceram, aprofundando-o, que um desenlace
flào podia ser conforme a razEo, si não nascesse ila própria
Bubátancia do assumpto. Foi por isso que Horácio condemnou
o Deus ex machína^ a menos que o nó aão pudesse ser detía-
tado de outro modo, O mais perfeito desenlace é o de CEdipo,
gi58 — 12 Tomo lxvui, p* lU
\H
PROMETHEU ACORaENTADO
em Soplidole». Começa com o próprio nó o continila tâo babil-
mont© a ligar o quoé desligado, qat3 a sorte d© Cãdipo «o eii-
reda, ao passo que ae vae doscobritido, « séé, afloni e?^darecLda
por uma palavM, Somclbanto a ura r.úo, lova, do reponto, a
luz ao espirito de CEdipo; dt^scorra-lhe, Iníeiranieatõ, os olhos,
ÍHíeudo-lUí? «abor que ello é o Eissasslno ilo soo pii© o o o^paso
de 8Uamãe.
O desenlace dovo conter, além dhso, a puníçfLo do vicio o o
triumpho completo da virtude ; mas do motlo quo, longo do dl-
raíttulr o prazor do terror o da piedade, contiibila para au-
gmental-o .
Os pei*sona?íons da Tragedia serão s*empf .! illustres, sem que
se excluam delia figuras de ordem infofior. Na Ilíada, ao lado
dos hepóes Arliilles e Uíys^es e das próprias Divindades, appa*
rece Thewite. Também resaltam na scena estas oppofllçôes e
dodígualdadds*
* Oorao o poeta d*Aacra escrevera em vor^o a Miada e a
OdliiOla, B»oyhllo lambem vasou o texto da Tragedia na lin-
jfuagom divina, ou dicção poética. Antes deste poeta, quamlo
a Tragedia n&o pa^^sava de simploí côpo, ou de recitativo, serio
ou burlesco, misturado ao coro, sefriam-se, pam este ultimo
penoso, devei-tío.í tetrainetrosjstoô, compostos dop<*s cem uma
lf)Uga o uma bi*eve. Mais tardo, coiifbrmo o testomunlio de
Aristóteles, ftrmou*«o o j^enero diverso, que llic convom —o
Jattibo-*de todoa o mais próprio á eoiiversaçáo. o sompr**, nella
flguraado, Kondo que oh hexamotroíí &á appareoem quando
Iranflpomot os limites do discurso ordinário, para mudar d6
harmonU e de tom*. »0 cdro falava em outros versos, de mais
movimento o apropriadoíi ao cauto, em que a i>oo8ia ostenta\a
todas as riquezas, aliiadas á datisa eá musica. Oh honres exprí-
mam-flo em liugoaxem, oondoaute a iuas íd^^iasdaseo caracter...
A TraítôJla peíA Ixxíca do Kselvylo tíjm .íu um tom muito mai«
poillpO«i>t que o da Ilíada, A olcvaçU i do sou gonío nm Ibo pot-
mlttla falar como i>s outros bomens. SopUocles imítti^u, do mais
jjerto, a linKoaiEfom do Homero. Vertendo uo e'ítylo, al<^m da
doçura do mel» 4% severa larravíilade, doo á Tra-rodia apparencia
i!« malix)aa, obrigada a apparec«rem publico oom dignidade,
.1
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 179
conforme a expressão de Horácio. Euripedes usou de ura estylo
mais approximado ao falar ordinário. Quiz antes derramar ter-
nura e elegância do que força e grando2a.
Duas forças poderosas havia na reiigilio helleoica e se r^
flectiam na Tragedia— a Fatalidade e a Némeêis.
O Fado, ou Destino, ou (como o die Prometheu á pag. 69 da
tragedia, por mim vertida), € a Parca inevitável, que leva tudo
aseo fim (nota 147) » era o poder soberano, a que tudo, mesmo o
Reitor dos Deoses, obedecia, sem que, de modo algum, se pudesse
fUrtar a suas ferroas leis. Eia coinose exprimo o Titan, ao lugar
citado:
PHOMBtHBU
Assim, porém, não quiz a Parca inemíavelt
Por alia decisão do Faio inexorável,
Sà depois de curtir innumeros flagellos.
Partidos me serão desta cadeia os elos.
Ante a Necessidade é mui fraca a sciencia.
o CORO DOS OCEANIDAS
Do timão do Destino a quem cabe a regência ?
PROMBTHEU
Esse grande poder tem-n^o * Parca Irifermei
E a$ Fúrias, de feliz fMemeria^ que não darme^
O CORO DAS OCEANIDAS
Sm face de de Joee é seo pod&r m%is fftrte ?
PROMETHEU
O Deos fugir não pôde ás férreas leis da Sorte,
Eis^ estabelecido claramente o dogma da Pat dldadê. Este
erro era abraçado péla esdola dtJ Pythagot*as ô t)èlo3 EStoiool'.
180
PROMETHBU ACORRENTADO
RofiumiiBos para esclarecer este ponto, algumas obser*
yaço€3 de Croií^et:
...Promethoii age com evidente liberdade; mas. aânat
de contai, esU liberdade vae dar, com veroaimilhaDça, a um
result ido em harmonia com os decretos do Destino, Xerxes»
arremessado á ruina por um espirito de vertigem, inspirado
pelos Deoseíí ; Eteocloí, posatildo de cerla espécie do delírio.
em que se manifesta a maldição paterna, e correndo ao fratrU
cidio ; Clytomnestra, cumprindo no filho de Atroo o d estio o he-
reditário de sua raça; Oredes, armado contra sua mal por um
oráculo formal e excitado ao morticínio por terrores diverso^
obedecem a uma forra raysteriosa, superior, que vae, com se-
gurança, a seus fins, mas s^im conflÍL*tu e até sem dualismo.
Ksta vontade superior ú conformo á sua vontade, ideias e pai-
xões. Não so oppõe á sua personalidade nom a supprime dei-
xando-a, peio contrario, subsistir inteira.
Todos estes personagens, praticando o que o Destino ou 03
Deoses determinaram, praticam também o quo elites querem.
Agem» c JUÍorme sua natureza, paixões c desejos de momento-
Não poderião proceder diflferenteraente, sem se violeataremt
SãOí portauto» livroíí, na aecepvàu acceiU desta palavra ; são,
como nós o somos, bem que cedamos ás lei^ eternas das cousas,
Sâo'n*o pela consciência, que toem, do quererem certo acto e de
querel-o em razão de seus seiitim<_uitos. Si ba neste facto
obscuridade, não pertence ú> Tragedia. Klla esta na própria sub-
stancia da vida e da reatidado.»
A outra força é Némesis.
NémesiB exprimo, na religião grega, o sentimento de inveja,
ou ciúme, que os Deuses teem dos mortaeSp
No Congresso dos Deose.**, reunido por Zeus, quaado des-
ilironou a Kronos (Saturno), quiz o Rei do Olympo, diz-nos
llácliylo no « Prometheu acorrentado* aniquilar a espécie hu*
mana c crear outra nova, O Titan foi e único, que ousou op-
por-se a esie projocto subversivo, persuadindo Zeus a desistir
delle.
Bem que destituída do privilegio de immortal, facto que
o tornou muito inferior ao Celicola» o homem brilhava pela ia*
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
181
talligoncia o lUzia coniuistas sobre a natureza, roubaiido-llio
segredos, o que importava um attontado contra os decretos di-
Tifloa, Proraetheti subtrahio ao céo o fogo, attr ibuto do íle-
phaísto*
O fogo fora d ido pelo Titan em partilha ao homem» coasti»
íuindo para este o maior beneficio.
Ease furto pagou-o Prometheu com o horrível suppUcio,
golTrido am myriadas do annos. Hercules» por tor diaaeceailo la-
goas, saneado a terra e por outroa grandes serviçog á huma-
nidade, foi igoalmente submcttido a duran provas ; Uellero-
phonte, que deacobrio os meios <le evitar os eíleitoado raio e da
tempestade» é oouilemnado pelos ciosos habitantes do Olympo á
mais negra mysanthropia e Esculápio, por arrancar â, morte,
appUcando salutares misturaa, m quo gemiam sob o aguiltiao
de varias enfermidades, é suspeito de querer beneficiar com a
immortalidade oa ephemeros e fulminado por Zeus.
Xerxeâ constróe uma ponte sobro o mar o passa o Bosporo;,
Dário attribue a essa espoliação dos direitos divinos a serie do
desastres, que dahi proveio.
Morrem, devorados pelos vermes, Demócrito e Pheréeida
porque tentaram devassar arcanos, reservados aos Celicolas.
«Nômesis (diz P. do Siúnt Victor) guai'itava as fronteiras
celestes, que separam os eíToitoa da causa, conservando erguida
a espada sobre quem ousasse trauspol-as . »
Zeus e 03 seos cele^teá súbditos, que a si mesmos se appelli-
davam «Fe lixes*, queriam para st o monopólio de todas as ven-
turas. Si sabiam de algum mortal, á quem sorria, por domais
a Fortuna, tractavam de abatel-o*
Eschylo e Piudaro aconselham aus opulentos de renuncia-»
rem grande parte de suas ritíuezas, evitando assim o ciúme
dos Deoses e lembram*! hes a humildade e o nata da ftilicidado
mortal, provocadoí^ dos golpes da sorte, apontando em Tântalo,
Typheo e Bellerophonie os exemplos do orgulho, prosternado
por Zeus.
cO' Zeus (exclamou o poeta no fim do canto, em que celebra
a victoria de Alcimedonte, do Egina), dá que tanta ventura nâo
excite contra elle o ciúme do Némesis í»
ÍWI
1'ffOMKTIfW ACOfillESTAW
Jtmlê fMl« aloQQ^iile pàr» exprimir aite diame do qnt m
ly#(^iil4 lin PoiyfT^im* (/ roi do mar \ism, Ki« elie iookor do
Af9bipol«iío» f<)lU cm toJ^ 84 empras^i» e pcMRM riqii£«i»
MSikíulAvoii* Nivtx lho pf^ririrbava o bem estar.
* • Amiiiiii ní do K«r.%i»t0, amigo d alltado de Polf erato*, pré-
vio, íwno phW&Aoiiho, qru? íMptn pfoiperidade teria ura termo.
«K^olho (ewreveo-lba) orjuo teoadQ mais prenfoso, on cuja pri-
vaçlA t4 ieja malí» %mi$iv*i\ a atirai ao mar.»
PoIyí*rat«i! prezava, maln que tudo, uma esmeralda valío-
íilN-ilmtt, onoaifyOArla no ourrí do cci-to anaol. Tomou-a, ô sahindo
barra fVira, ftú-tv Tnori^ulhar nun ondas.
Pflia pHmoiríi yoz, hpbíío o iíicommodo da insiôraíila da
lima iKiitíi, prOílii:íldo por íiqiiella pevãn, oquívalente a um
íftcrlflnlo» qun o fif-vla iiAr ijuitti i*om a Giumentfi N^mesis,
(Unco diais <lopí>l?í, fat nchfida a joía na^ entranhas de um
pollfl, comprado para a coninha do píjÍ.
Polyiíralnfl df^o parto n Amasia desse Iketo extraordinário e
porltonovo eofianlha. r» rni do Kgypto» pon^m, mandou a Sa-
moa um arauto para aniiutioiar a ruptura da amizade, pois
(dttla *dle) Prdyíiraiiw n^i iva ci^ndemnado pela Deom, que lhe
rnnufmva o roígatp*
!5 o rei de Samoa, attrahtdo a uma ombosoida do iDimigo,
ft)l wrolfido vivo e «eo oadavm' fStiou pregado numa cruz,
Ni^nuwlí* perdfH*»CH)m o desenvolvi mento da civilisaçÃo Hei-
lenloa, «ile oar aoler fbrot e Indigno de uma Deosa« Puioa a
repretenlãr a vingadora da opprciggfto, a humilliadora da so-
berba e da arroganeia. a reparadora da It^iistíQft.
Uè rtoelo de NtMne$is, reouaa llo^ de Ephjrra, attender a
Utyeitt, que lhe i^ede um veneno p^ra a ponta de raaa
«NUniili (ila Salnl Vietor) deteata e pune a prasnmpçio
tiMltiiK a vMeaelA tai^tta. a cstealacio da íbit», o iimilta.
4 áeftffi^, oimfÊmth eo«ifoaiioUmlaioi«qfiM8iippllew,
o ÉIU^ aos morloi. a íiifrmmie doi Olte^ para oom o8 pa^
' I #4o etiHArto « a mvn io gmto de
loMtaM de InMob
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 183
Em todas as Tragedias de Sophocles figura no frontespicio
uma figura de Nómesis com esta inscripção:
«Castigam os Deoses a quem, havi^ndo nascido homem, não
p(ínsa como liomem.»
«Rhamnusia virgo» era a antonomásia de Némesis, porque
a veneravam em Ranuto, povoação de Attica.
No «Prometheu acorrentado», de Eschylodizem as Oceanidas:
«De Adrasteia em presença é sábio quem se prostra.»
Aqui a Deosa da in iignação é invocada como debelladora
da soberba, o que está de harmonia com a opinião do Saint-
Victor.
iir
Preeminência de Athcnas.— Os Archontes.— Dracon e Sólon.— Guerra
do Peloponeso.— AOrocia procura para assumptos de suas Tra-
gedias fjsictos, exclusivamente nacionaes. — Suppressão do coro nas
Tragedias.— O que será o Thoatro daqui ha vinte annos, no con-
ceito de Poladan.— Ausência do amor e da galanteria na Tragedia
antiga. — Os Deoses, como interlocutores em scena. — Resumo dos
característicos da Tragedia clássica. — Fim da Tragedia.
Ao tempo do Eschylo, elevou-se Athcnas ao auge da gloria.
Haviam-oa íçovernado reis, que eram antes seus primeiros con-
cidadãos do que Cliefes de Estado, e que faziam consistir o
poder em compartir com o povo, ou antaà, a conservar neste
a autoridade soberana. Creonte, em Sophocles e Hyppolito, em
Euripedes, desdenham da coroa. Só a graduação distinguia os
reis greí^os. Reinar para elles era ser homem de Estado, Chefe
no gabinete e braço na guerra. Era da guerra que venha, prin-
cipalmente, a força da soberana dignidade.
Dos dezesete reis de Athenas foi Cecrops o primeiro e Codro
o ultimo.
Fundou-se então a Magistratura dos Archontes, ao princi-
pio perpetua, mais tarde, de dez annos e, ânalmente, annual.
Descontentes deste Governo, entenderam os Atheaiensos que
a reforma das leis devia, corrigindo os costumes, corrigir
também os vicies de administração.
A' legislação aspérrima de Dracon, que apenas vigorou por
26 annos, succodeo a do Sólon .
Não poude Sólon evitar as facções, em matéria de Governo
e Pisistrato, aproveitando-so duma dessas facções, ageitou para
si o throno.
Três vezes expellido, voltou o tyranno ao poder, íirme e
prospero pela paoderação o severa observância das leis.
186 PROMETHEU ACORRENTADO
Auxiliados ptílos Espartanos, os Atheniensas sacudiram, para
Homppo, o juí^o monarchico. A í?uorra que elles romperam
contra Ilipqi.is. íllho de Pisistrato o pretendente ao throno,
vaí<o j)ola niort i do sou pao, ai)rio pira Athenas o estádio
da íçrandeza. Foi o soo sofuilo mais brilhante. Ostentou ella
toíias as rna^'niíl(;encias om monumentos o espectáculos, des-
lumbrando o mundo com a plêiade do soos poetas, oradores,
philoaophos» historiadores o hoinoiH eminoiítos era todo o gé-
nero.
A b itallia do Marathona, om ([uo morroo Hipplag, enoheo
do orí<ulho os Athonionse^. Julgaram-so ol los os árbitros su-
premo» da Orocia.
Foi então que Kschylo, guerreiro o poeta, concoboo o ex-
híbio a verdadeira Tragedia. Soguiram-so as victorias de Sala-
laina o Plateia íí finalmente a do Mycaio, que livrou, de uma
vez, a Orecla dos Persas.
Os Athíinlonses celebraram em Salamina esses triumphos.
TJíUnosos de tanta gloria (quo oxclusivamento a sous esforços
attribuiam), tiraram dahi novos motivos de orí?ulho.
Athenas aíToctava para com a í.acedomonia o Tliecas des
dem, que degenerou ora ódio para com uma e em desprezo
para com outra.
Athenas fortlflcou-se ; Xorxes mostrou-se conciliador, oflTe-
rocendo indomnisação. Themistocles i^ejoltou conte mporisiçSes
e opinou pela continuação da guerra. Soo alvitro foi vencedor.
Ató entSio, coubera o coramando OiU chefó da guerra a La-
cedemonia. Os Atheniensos tomaram a dirocçtão da campanha.
Da primasla passaram A soberania, díihi A tyranuia. Susoe-
ptivois ora extremo, tractavam os outros Oroí^os, mais como
súbditos do que como alliados.
Accumulava Athenas riquezas extremas, proV(^niontes da
contribuição annual, que devia pagar-lho cada cidade, como
quota de guerra.
Estas sommas eram recolhidas ao Templo do Delphos. Só
com precaução levantavam os contingentes necessários As
despezas. Era breve, poriam, dispuzeram doThesouro commum,
empregando-o, sem quo dessem contas, em constrnccoes de
RHVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
187
toiiiploa, theatros, circos, oolumnas, estatuam, pnrtico.s o oaiaa
de banho. Por cinco 8 qU annos ftcupnm 03 LaGôtlemoDÍDg tole-
rantes aafco o abuBíi» Fixeram» afliial, oxplosão íia queixas e os
rcaeoti mentos, e Eaparta, auxiliada por otitra cidades gniíí.n,
olleadidas pelo orgulho atheiiion>e, declarou a Atbenad a
guerra, uhamada do Peloponesa» Suatentou-a Atlienaí* durante
vintj annoa, Hom qitôS3atí8«e abaln. Alleal, a tomada de Syra-
cua&i a posto, dahi, proveniente e o abandono doá alliado.^, fez
Buccumbir a poderosa Republica» quo pordoo a sua liegomoma.
Durante o seu perbdo do ^florias, o orgulho de suas con-
quistas, as suãa grandOií riquezas, a couscioutiia, 00 atites, a per-
su&«ào lie sua suporioriílado om toJoâ os geaeroa, iniUuam dn
t4l modo no espirito doa Atheniensoa, que Qlloa so julgavam
acima <ios outros Greiroji e do8 extraiijyrojrõs,
A Attica translorma om Divindade as suas chiraeras, Atbona »
a Deoaa das bella« artea, eonceJo-lho a sua proteoção. Não podo
a eatãtiia de Di:ina ticar entre asThraeios. O/estea, de concerto
com Iphigenta, a rebata áquellaj barl>aros assa estatua. He-
réos a Dooses submettem-so ao Areópago, A Attica possuo os
monumontoa mais formidáveis, como o corpo do (Édipo (([uo lhe
serve de baluarte contra aa ompre^a^ dos Thebauos) o m corpos
dos Chefe^í Ar^olicos, que a inanteeni contra Argos. O povo 6
insaciável do Thoatro, Aprende ila oôp Tragedias inteiras. Os
reis dus Kstadus viainhos tdiammara ás suas cortes os poetas
õ cumulam-nos do honrais o presentes. Repetem em tti<la a
parte as tragelias gregas!, aqu<^llo povo, descuidado e] amador
de quanta era novo. Igualdade completa. Cidadãos livres sahiam
4 rua, som séquito, sem pompa e snm escravos,
O Magistrado ia em pessoa ao mercado comprar, aquillo, do.
que precisava. Bastavam para alirnontaçào um punliado do
azeitonas o algum ftgoa,
Aristophanes, em trecho de uma sua Comedia» tractade lu-
xuoso um homem, que estava a comprar sardinhas.
Todos íbrmivam um ramo dí^ familia. Palestravam, aos
grupos, cm luiar.is publico;; anilavam desocupados, á cata div
noticia-í e reuniam*se noâ amphiíhoairos para discutir sobro
philoáophia ou negócios do Estado, Simples de maneiras eapu-
k
188
PROMETHEU ACORREXTADO
radofi no gosta, timbravam do falar justa e polidamente e
couhcciam-80 por osse atticismo.
EvATii í^íiívttcos pela liberdade » idolatras do patriotismo,
cultores de seus usos e indifferentos para tudo, que uâo fossem
Mm 011 doUeí^,
Eschylo lisonjeia, exaltando-os era sceiía, estes sentimentos.
Atheniis é incensada por est-e poeta em seus monumentos,
em sua politica, na exeellencia das artes, e na aua preeniH
nenoia sobre todos os outros Estados da Grécia*
D espoctaculo redecto seus usos e costumes ; é a mesma
maneirado contestar» de discursar, de defender-ae, de chorar
OH tnorto:^, de appellar para a Divindade ; a mesm x liberdade
nos coro»,— imagem do povo — , a mesma escolha de sentenças,
o mesmo espirito. Via Eschylo como nura espelho a figura, a
physiouomia iiioral dos Athenteuses. Os personagens» fossam de
qualquer paiz» eram sempre Athenieu^es.
Os costumes dos extrangeiros, tidos como bárbaros, eram
objecto de desproso. S^i para os cidadã'js da grande cidade
havia lu^ar no Theati*o.
Eschylo fez excepção á regra na Tragedia «Os Persas».
A relativa civilisacâo, da Pérsia merecia a attençâo dos
Gregos,
Não se limitaram os poetas a exaltar os Atheniensesi ciijo
fí^aco, a fuado, conheciam. Para mais attrahir-lhos a sympathia
satyrisavam os povos extrangeiros ou as pessoas, de que o
publico não gostava.
As peças de Eschylo, Sophocle^í o, principalmente, de Eu-
ripidest estão cheias do apodos contra os Lacedoraonios, em que
Athenas é levada ao céo o Thebas e Esparta são deprimidas,
Tiuha a Tragedia vistas politicas. A cada passo o culto da
Republica se traduzia em Be-itenç;vs, cujo sentido de occasiSo
hoje nos escapa» mas que era comprohendido, facilmente, pelOíS
finos e inteHigeates espectadores • Muito apreciavam os Atbe-
niensos as aliusoes, uellas contidas, ainda mesmo quando os
poetas os tomavam por alvo de bons e espirituosos d* tos.
Não fizeram, por exemplo, cabedal de verem-^ prefe-
ridos aos ICspartanos na Tragedia «Helena»« quanto ao systema
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
189
de Governo, nem so offeBderam da preferencia, qao o cora da
€ Androraaca » deo ao Estado monarcíhico subre o republicano,
íliici abi »5 ridiculiirisado. E' que o poeti sabia dowrar-líies a
satyra. Ai do poeta, porém, si dava golpes em falso !
Os três íírandea trágicos da Grécia retrakira os Atheni-
enses, sim que nas de:?cripç5es se pareçam.
Os aíiáurapt'js5 áà seus poemas dramáticos foram aompra
nobres, E-sses assumptas tinliara o caracter da verilade, Nunci
a Tragedia versou sobre uma ficção. Esta era» muitas vezes,
objecto da Comedia. Tragedia de pura imagioação 0ao existe.
A razão disto é que este género dramático toma por objecto
soberanos e heroes e a vida destes mesmo guando figuras
mythologicas. São pcrleitamento couhecidaíí na tradicçao, nâo
pjdendo ser adulteradas, sem so iboâ diminuir ou apagar o ia-
teresse e extinguir a admiração» suscitada pelos setis raigog
do valor ou de virtude.
O contrario fora acabar com es anuaes vivos da huma
nidade, A Tragedia, qiio attribuia3G novos factos aos heróes o
reis, pareceria inerivel c oíTendería a verosimilhança.»
Náo assim a Comedia, que descreve a vida coramum e
08 factos reaes. Outra cousa íora, si nella se houvesse mister
do maravilhoso.
Entào seria isto autorisado por fabulas conhecidas, qtie pro*
duzis^em o mesmo effeito da Historia, pois estão para nós na
clas^se dos factos verosímeis.
Os Gregos não procuravam seus assumptos fora daGrecia*
Era-lhes extranho o resto do mundo.
Fazem o contrario os poetas moderaos.
Raro, escrevem sobre assumptos naciooaes; vao buscaln^s»
em geral, á Greeia e á Itália, A orgulhosa Grécia nada esti-
mava, que a si própria não fosse, e tratava de rdsto os outros
POVBO .
As suas numerosas Tragedias rolavam sobre a mythologia
e a Historia Hellenica,
A Coiucdia, que delia recebemos iwr imitação, nao teve a
mesma sorte da Tragedia, pois que tomou os costumes e as
maneiras de todos os povos» que a adoptaram.
190
PROMBtHBU ACORRENTADO
Molíère é qtio llio así^ignaltíu o verdadeiro papol-^, o de
lançar ao ridículo todos oa viciou e seUros populares.
Reia o hoi*oeH sào oií principaes porsoflagen^ da scena Oro^a
e da dos modernos» Euripedes e Racíae tioitoaram de Ksohylo
e do Sophocles na pi atura da lierocidade e da soh^rania, bem
que, no fumlo, m carcteros continuassem 08 mesmos.
Os rtíLs, no conceito daquelles, não passavam de homcEíJ,
medidos pela craveira commura. Queriam-nos em sceoa para
se regozijarei ri com seus abatimentos em ódio â dignidade su-
prema. No do8 ul tirai m os raonarchas mo Deo^es ou maid que
Deosa*, formando uma classe á parte e semente «eiaelbantes
aos outros homens pelas IVaquezas do amor.
A Ore:?taconsider.ivaa voroduiilbança comoeleraento easoíi»
(jíal do ôspectaculo. Dispunba o thema de suas Trageclias, de
modo que houvesae, ao meoos* uma unidade de terapo e do lu^ai',
uma sombra de acção ou uma acção real* uma espécie de
começo o termo» uma eipoaição, ura fiei, um d<.'8fecho.
Os grau fies mestres modernos, por»Vni, afasta rara-se fre-
quentemente deátíwi regras da arte pura aformosear a arte,
A simplicidade dos costumes í?rejsíos estendia-se ao go.sto.
Ocoupavam-se, i>or longo tempo, de um objecto ; consideravam-
n*o pop toflãs as suas faces, antes de pa^sanim ao exame do
ííUtro. Os moderaos, e principalmeutj» os Franaezes perpassam,
como borboletas, por diíTorentei objectos, sem se prenderem a
um só, A acção da Trageilia groga ô a mais simples pa??siveh
Nem epíaudios, nem personagens oxtranhos. Plena tiniilrvdo do
acçào. Os uíoderno:? complicam do tal modo a acção com ac-
ções subalternas, que, nâo raro, acontece ser dlOici? o desfecho
com plena e clara comprehonsxo da<^ situações. Deitas cum-
piioaçõeí escapa a «Athalia», do liacine.
No» Eoasos traí/ieos, íto csontrario «los gregos, ha mais dis-
cursos, que sonliraentos e paixííe^. As scenas de sorproôi e de
iittia^sU) é que, precisamente, flo animam, de incldontos o, para
c^iset-as, violam-se todas essas regras dos antigod, oomo se vê
em Cinna e Uo Cid ,
Supprimio-se ua^ Tragedias o oôro. Pretendem justificar
essa suppresaâo, dij&endo que o côiv grego tinha por ti m as-
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
191
samptos, sopresas o acootccimeatos» num lugar publica d vista
doe cortezáos e do ix>vo, a^i passo qua aá noasttó Tragedias ver-
sam sobro negoc[o>^ partlcutares, oní que imda tem ciuo vér a
corte ou o povo. Outroi dizem que st» prosciudio do coro porque
agrando rogtitarídade é que nos priva do muitos maguiflcos
assumptos, como os que vemos tão tbliz o nobro monto fcractados.
Deixou- 90 de parto uma vantagem para adquirir outra mais
solida,
Poládan é de opinião que, «doutro em vintoatmoa, a Tra-
gedia se imporá como a única foríB^i propicia ú, união dos
termos grandiosos do publico raC-dio. Além digso, as conquistas
de Wagner sobro o drama, propriamente dicto, Doceasitarão
de ospeetaculos, modelados de canto ; poií já nSo podemosí dis-
pensar a musica. A accommodaçãr) lógica entro a Tragedia e a
Opera oão se poderá rGalisar som a renovação do coro, a])pa-
reccndo como o «parodos» ante os actores, ou guccedendo a
uma scona do oppo.4içào. Desapparocará o entre-acto para dar
lugar ao stasimon o será restabelecido o oxodo ou coro com-
mum*
Uraa Tragedia, ad instar das de Soplioeles, tora sete Ct^ros ou
Síi três, conlbf mo soo caracter, sendo oste ponta debatido entre
o poeta CO musico. Recobraríl o coro seu caracter ; julgará
com equidade cada acção» excitando os nobres movimentos,
moderando as violoncias e, espectador itleial, marcará o com-
passo virtuoso ante o quadm í^bril das paixões fortes, mistu-
rando-8é os personagens por m>iio do cantos alternados, como
na Electra e nas Coephorai,
Ha enorme dlfíerença entre uma obra prima e um modelo,
ODtro a eapella Medkii o as Parcas, entre a Paijcãa segundo
S. Matheuíi, o Tristão. As cousas, que maia ao devera admirar,
uEo são as que mais nos convém imitar,
Nora todas as obras primas são gregt\s ; sáo gre.i^os, porém,
os modelos, Nlni:ruem conte4arâ á^ iirotuccòes beílonicas eate
cai*acter de pedagogia transcendentaL
As metopasdo Parthcnoo, exemplos incomparáveis da bel-
leza plasfiiui^ permanocerâo ísompre como elementos forma-
dores do desenho, até para aiuelles» que acreditassem terem
192 FROMETBEC AíQORREVTADO
eilas sãdo exoddídas. A «zii^d^àe àísL'>M& xôo entra en i
I«e 2^t:*1 znoáo pipiemos, ã»rin likrlí*rii. preferir o
TolTimesto nietàpiTs.eo d> Sei^wi^ FmmgU^ o mysrlcisnu de
«Pc^'tfte» e o í&ojiiiftino de cAt&ixJia» aas mjukog dioojs^acoi
ea^bâLT pinxer mii>7 em Slokfiçpe^e d^ q:ie em Sopi»»
oles. A lixãD dr&:a;^iiea niõ £>: d^ria mais q:ie unu rez : u
eoDdicT<es ideiaes da em^^ãf* ibeatral »> se acham reimidas a^
pé do «thiine>». Fahl qoe a democracia v:*mari um dia. po^3
da arte, í^?b as 'cíçCes d3 cò^j — as mais Dobres^ qae ella
tenha revestido.»
Outra grande di2ei>â2ci eatre a ^cdoa antiga e a actaal
<^ a auáenoÍ3i niqueiii de am:? e galanteria.
Os pcvta$. ^;aer Irrioas^ qxier dramatiox. não oonheciam
c^ta ivaixão ah^^rveste. qz;e b:-;e • nche t?es qnartjs da poesia
ÍVaiuvia. Si o velho Aaiv^r^eix^te cintira o amor, iseus carmes,
fX^moos de Sapbo« eram cv4fto a expiosio de nm furor sigrado»
semelhante ao que prvxiuziai o c&i» exaltado de Dionjscis.
£* na epx^a alexandrina que .t ^Kvtsia amorosa toma caracter
obeedante.
Platão coUooa^-a uma €«}H\no de amor em cada andar da
alma. O amor sensual tinha $tVlo no andar inferior ; o amor
corojoe^^) no andar intermeliario, o raeiocil no andar superior-
Foi este o sentimento mais aorysoiaio que do3 <Migem á ex.
pressão— amor platónico. Certo qne oe p>eta3 da Alexandria
cantaram o amor do andar interior, o sensial.
A p:^esia alexandrina loraoa-se alambicada, subtil e cheia
de ohscuri'iade. Predominavam então a emphase eoamphigouri.
Foi ella que inventou o madrigal . Pôde o ^>sto da época ser
equiparado ao do século, que vlo triamphar o Pays du Tendre.
O que é certo é que o amor :bi de^oonheoido aos grandes
poetai» heilenicos. Homero não se digna dizer-no$ unia pala\Ta
a re^^nio de Briseida. pjr causa de quem Achilles entrou em
col<;ra mortiL Sopho.^es, na Antigone. de'x.i ;\pen.ts entrever a
aflfiíição, que une a tilha de (Bdipo a Henion. olho de Creonte.
Cwauctores modernos para agraiJUr os espeei uioros, natu-
r<ilijntm m per-jonagens em seus Theatros. Si um dramaturgo
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 19»
fraucez representasse Achilles ou César, não despiria a estes a
chlamyde ou a toga ; mas imprimir-lheé-hia o aspecto doe ho-
mens de sua naçáo. Os poetas gi-ogos, que se Umitaram.a
pintar o caracter dos Gregos ou dos Barbjfcros visinhos, descrê»
viam-nos com as vcixladeiras cores, sem na ia alterarem.
Nas scenas greg is ap pareciam os Deoses a Talarem a lin-
goagem dos homens, sendo agitados pelas mesmas paixões, que
estes. A scena moderna nao admitte esses homens divinisados.
Racine rofero-se na € Phedra >, á Vénus o á Neptuno, que, entre-
tanto, nao apparecem. Nisto obedecem ás exigências da vero-
similhança, pois as ideias mudaram, e seria, alóm de absurdo,
ridículo querer que os christãos encarassem com olhos gregos
o paganismo.
A Comedia exhibe-os, porém, sob o caracter burlesco, eomo
na «Opereta Orfi/tôo nos Infernos».
O Theatro nada soffreu em altura e nobreza oom o aban-
dono do maravilhoso. Distingue-se pela eloquência e dignidade.
Bárbaros c odiosos tornaram-se os costumes antigos, quanto
dignos de louvor e excitação nos são os costumes aotuaes.
A antiguidade gi*ega apparece com o seu oaracter geral,
simples e nobre, e por causa dessa simplicidade, núa de ele-
mentos emprestados e de episódios ; regular ató o escrúpulo,
verdadeira como o natural e mui justa no jogo das paixões. E
que estas ferem a alma do espectador» sempre com segurança e
jamais em falso, como acontece em muitas scenas actuaes.
Concluiremos esto tópico oom uma transcripçao do Padre
Brumoy sobrd oa três géneros da Tragedia antiga.
€ £scbyIo, como inventor e pao da Tragedia, ó uma tor-
rente, que rola atra vez doa rochelos, florestas e precipicios ;
Sophocles é um canal, a rega^ deliciosos jardins, e Euripedes
um rio, que nem sempre segue c\iv9o recto, aprazendo-sc a
serpenteai* em prados floridos.
Todos elles fizeram pela Tragedia o que os Desoes era prol
de Pandora. Eschylo, que fez desjibrochar a Tragedia, impri-
mio-lbe aspecto, um tanto rude, delineamentos algo fortes,
marcha demais fogosa o porte mai?^ do. gigante, quo do lie-
reina. _ -
2156 — 13 Tomo lxviu. p, ii.
iÕ4
t-^wmmmTnnv AceRRBNXADe^
-poijto á^parencia de ms^trona; dotou«ada novtu» gra^B; mas
obri^cm-a a, GxU>ir-^, iimaur resd^^ de^eábollada e úuti%& com
tioturaB de philo-ophia
Em r es ai tio :
1 ,** 0 aatig© TheatPO © o moderno estái) do iicoorá^ qtiaudo
i!fi|)^llem cl;i Tragedia <x) tbemaé fingidor o dé pura linagitia^^àd,
di^riodo )ia escolha dDs hisCéii^õÉ ^ fa.l>Ul09O^. Para (>s ttit>-
dflasaw *«w> boiíy; k^doS esteei í^uiispto* ; ptirá os iíiregm sé eram
aáiptaMsiííos qne«e oíírteHíaVam <^ortl fis^ Uti>j iniidades clas-
ates; O^ modernos eiscoltieFii bítjeetivoj!, extranhon á sua iiaeio-
nslidide; m anti^é^ 's^\ *nmv'if\m m domestica fnda^ tirados
de sGiisaiííiaes.
líalli a inaioi* líeeinididade dos mfidern<w» fino tioum para
reapigar o vasto campo do ujii verso, cnjo^ costumes e cai-a-
oteDèt deacroTem, eori^uaoèíido eoni essa dt^neripçâo a Historia.
:í»'^ Quanto aoà persoH^gena divinos, hei-uicos e rèífios, o
'Hàa;Ltru actual nàú m oonipopta, aitmita a díâbrenva das ideias
sobre Ikbttla, hBtím e diudema.
3:* No que diz roti peito A eeoUoiDia e direeç lo ám pB<,'a!í, a
sílpertóindado cabo ao Theatro ^nrego, que nao quebrava, eomo
u nosso, as unidades, all*|açâ^j, 'm episódios.
4.** Dihi decorre oativt superioridade para os Orego.^— a
.iimplicidade, gi-aça» t qual íícià imaginação i>rozaao objecto
princMiat, podendo as^itn i>residir ao jogo das paixões cora
preoiB&a^ prudonôia e voi^dade, maiore??.
j.» Coma supí^i^^áHífto do Coro giinhou o Theatro moderno
U41Í» «r Bumero ^é fioUoi^ as-*u tu pto3 * Sobrecarríagaridose , pof ôm,
4%:Qiaitt4eflt^9^ pêpd« a coirtirtftidádfí do caso e um espèotacdlo
^MPÍte^« & subtfiaooitv e ai!omparihamt;Dto rfoquádi-o.
<#.MOB)ͻtioeB de amor no no*so Theatro tendem a attenuai^
a impressão do terror» a picdidoou apaitão prini^lpai da peça.
' ^j#õdiift» lie. nlâatôrii, p*rém, n^ún tVoquenteâ, eail'a-
qiH^ti n ;uiti«t|jitf^aixtlii, roíTVjleiído-lhe:^, a o^blapas^o. aòadeia*
>k>íu todq^ os pii»M^c|ttá ficai p vdínMffti o ínstincto genial ão
ductorde «Xi^om^iíel»^ ^ue eúi ^tvm^^ú^ tkl ao amor graniA
parte, mas nuuca a principal.
RBVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 195
< Desde o começo do século IV (iiz Croiset) ó a Tragedia, de
dia em dia menos conhecida. Vae em decadência o género. Eu-
ripedesé oduia vez mais apreciado. . .Quisi todas as grandes ci-
dades gregas constroem the úvos permaneatas. Cresce a magni-
ficência dos espetaculos, progride a arte da declamação ; apa-
ga-se, no emt^into, em proporção a originalidade ci'eadora dos
poetas o, na au^sencia dis grandes obras, que haviam sobrevi-
vido, torna-se diíllcil o determinar com precisão os caracteres
do género expirante. .
Em definitiva : Pelos meados do século IV, ao tempo de
Alexandre, o Grande, a Tragedia, posto ainda domine o gosto
publico, não produz peças verdadeiramente originaes. Perpe-
tuar-se-ha nas novas capitães do succassores de Alexandre, mas
aem renovar-se. . .Dui*ante a Média Idade contribuirá sem du-
vida para o nascimento do Theatro clássico entre os povos mo»
demos ; mas p jde considorar-se morta, porque não surge um
só poeta, que a cultive. A sobrevivência deste género, devido
ao talento dos actores, que tentam rejuvenescei-a, deve encerrar
muito de artificial. E tempj vira em que o publico, fatigado
de repetições de peças, preferir-lhe-ha a pantomima, em que
serão reproduzidas as mesmas legendas.
A Gome-lia gr,'ga am facfl da mculorná.— Homi?r>, Eschylo. Aristo-
Iclea,-- As If,"^ CóriíLia tlu Tragofiia fcíitiga.— fj.-noru-Jíe^ o n-mio
* I *> pr i j li <^ i r\> CO m (íd i og rapJi o , -^ Ar i s t u p Ji a nos , — M m e . Da c i f r . —
PlalíÍL», Plutarcj e Fr schlino- — Miínandr^, Phtiriniíi r Epi-
charmo,— Dilp^rençajs entre a Trag^^dia e a «iOinedia antiga, o
entre odta o a Gom<*dia incMÍerna,- — E-ítniclura da C^iinedia.
Ponhamos agora a Comedia í?TOga íím face da m^íderaíi,
SqvA dííRcil a eoniparaçãa, porque a tnrmo líainolía so limita,
qiiasl exeltisiv.imeiíta, ás obras d** um só autor — Aristophanes.
AsjcHíoaidados gpoasôinis, com que a^te poeta, mopectda*
mento cltamado « Pae da Comedia j^, mettía a ridículo penso-
nagens do seu tempo, devem hoje oífender a suseoptibilidade
dns pe530v>í honestas, poleando contra o dectiro do Theatro.
Ainda, porém, que a.^ r0;>roJuí isso mos em no8?ía lingoa, per-
deriam ellas tiuiat todo o sal, pois de íapparoceram ou objectiTo?t
e as nircumstancias de caso e de peâsoa» de on le Ihea resultava
o pico e a agudeza,
Aristopbanpâ conhecia, a fujido, oj AtUenieoíei o niugiiemt
melhor que elle, Ihea dejcrdve o caracter e os oo^ítumos,
K» piis, nâo 86 pMe pre:*cLndir duma noticia perrunctoria
da personalidade e producções des^e poota.
Os começos da Comedia são obacuro-i, como oi da Tragolia.
Parece quo a ComiMia na^:eo dis foitança^ na vi [i lima» c em
ôpoea posterior d Tragedia, de que é imitava). No coro de
Thespla uas cantiivam, otitroí deelamava^n, como o áls^B Ho-
rácio, Um i3 actor falara, Elrí o esboço di Oimpdta. Dopoisque
psGhylQ revestio a scona trágica de sua fiirma, apparecoo a
198
PRO^fTíTTÍEU ACORBEXTADO
velUa Comedia. « E sons cimeços (affirnoa Aristóteles) aleao-
çaram grande êxito. »
Eis ai|iii u Coínediíi. «lerivandtHiô ila Tragedia o., por oon-
oqiíencia.da imitacã«» de EseLy]o, (o para ir aos priricipioa das
cousas) de Homero» queigíírvira de jsruia a EíoUylo, poiâ que o
mesmo AristotelOíi 6 deopinirio que n Mar;^^itéa, poema satyrico
de Homero, dera origem íi Comedia» <."orao a ilíada e a Odysaea 4
Tragedia. '
Margités, poréoi, foi um embryâo.
Qual o primeiro compositor da comedia í
EupoIiSt Cratirios e Aristophanes, cit.uioa por Floracio» re-
presentam 08 coinposi toros mais estimados lo gctier >, aera que
lliegcaibaa pnmazi.Ti om tempo» Dms'à triniado colhoo a palm i
Aristuphanea» em eii,i«> m\o m h iviam aniuliado as gi^ac»^, con-
tornm afílrmava Platão. Elle i^ontribuio, mais qiio os outros
autores, a levantar ao apogeo a Comedia antiga.
Na romodia dint-inííuo o Padre Fírumoy, citando Platonius,
três íbrma«,
A 1^ fbrma é a que Horácio r^hama-^ relha.
F/ a primitiva, ainda mído o lurbara, que figurava na
eaprô<ra dô Thespij^ e cujos autore^i, mm íjs ro^tog untados d©
vihhOf proToeavam os que pa&siram eom piiboirinâ o oliuruui
inconvenientes. Dominava a licença, Iiisolente at(^ a impiedade*
ludibriava ho.rinns o Deo808 n nunca ii^injoiava. Deita conde m-
navol liberdade ião exemplares algumai das peça^ tle Arinto*
phaiíeii.
Vfiio, afinal, uraa lei reíYeiar essa lleooçai de que até ^^
próprio Sócrates foi victima* Velaram o pronuncia r-se em
scoria o nome de (jualquer pessoa. A lei foi itludída o o in-*
di Tldi (O saty ri ?ia'Jo era conhecido sib triUíparentes aíltisofí^^.
Embora ílcticio^ os nomes, tão pareeidoe se r^xlblam oe re»
tratos, que o« orígiuaoa so revelavam, aue prinaoirotí deli-
neamentos,
A segunda forma é aquelfa, em que os magíatmdos prohi-
íaarn a exhibicào de aasumptos verdadeií-os e u appirato do
um octro, maldizente em excesso. Viram-so os poetae obrigiwlõe
a lomar aisumptos de pura invenção, atormoa^Mido assim e
BE^TSTA M TKÃTmrm Hl^tTORICO
f9B
enriquecendo a ÉPceoa oorafóa» A ComMI* dõixAm' dê sei» Me^ay
armadi da archotes e tornou-sa eípelho ^t^f^^mM w f iiiKKí6iitfc
da vida hurnaiT i. K* est\ a billa CO:níi Há» tntltut^^ «"tfi^íliaíi'
Aristophaftiog, apezai' dEW duvldaís levAotadas ácertí^^ #é
higardeflait na»cÍftiont<*i foi r*3c Hiliéííldo ísifittdld alhi^níí^rt^^
mais por seu taleaia do q^lê pcn* tltiil<M píís^a©*;- T^6 gt^anVlfe
celebridaiJe durAfkto a guí^rra do P^lopí>n^«>, |/fifRnpAlíftonto
pelaô censura», ivfa^^m *í) poder. Efa eíUáa ífUaM Ò Arí>iíw>
da Pátria*
MoFiai^dro 4$ o iMdadtn* d» Oèrrtèfiíl aorra. ííé^iMTitiiíy^
iil^a»dt)s jiiisftm;, tbrmnlMdíJí a Af^ti rBípeitrt: '"'' ^' '^' "'^
Díxo padre Rapin que gHo nit> a eiaclíi ha 6i*íJèithçfo lia
tkbnlat (lue naa ficcfiOí? €4Teô^ d« vGí*ò*íninimni;?a qtmildb
desnuda grosiiiítfameiíAo^ «oliH poi^onagenjí. Ellô pi^U ít ^^'o-
jjmt^s eoiuo o maíâ dé!ipijsião'dos at^henleo^CB.
r.2Í- E* vordade (fue ArfBtopll*iie4 éB^^frevia prira 69 Atheníot«s6g,
cfietii!iiíi;dt>« ás UcBaças da velha Comei tia, o quetla listwijeiar-
lhos o gosto. O poô ta. pjr6mV'l<^ve dirig^ii' o p<7V0 e hão acd-
lan-lho a» míloè ínstinctos. M0a;ii3dro agradaVíi dfe ^ mbâo Irttí-
vaval, ômppeífiadtí oatyJo maiíi ivitiM>: íílam, oí^O^ado t^ n^âfai^l,
pemuatlJiidi^i como orator g iii4riiindii, coido phiLoíioptia, í^
ítiodaqua, na jai»a de* PlutaiJolio; a Miísiíl dó Aí*i9topll;inos iíè-
melba ama coste^fl impndioa p a de Mèn^Qdt*ò liliia hriaefítá
matrona.
io ^ilMaiM' rj^ler disse a foíipèltò dé Menaiielrò :
^' ' "4íTf tnitea homem aijíum possiiíd tanta Mm^ pini dar abín o
l*tdi^itjo © paira enhibil-o. Tem l^cll e iiatiii^al á ôríticá 0, b
que é raro, conserta áobera^a deJÍcádé«a ehi grande ífeirtíli-
dide;
. '•' O ©ãplrité atfáea, d«í que tátitu íí© jactam í>9 adlipoa» "brilha
itia48 nelíe qiie em outm qiíalquer- atrtnr daã%*elhas #raíf.
O *tt;ufladmiratôl ô qne se mostra tSo sísnhòr dae hiaptíiriaa,
fleqtie írata, que, çtefil a ittbhfcír diflSiá tildado, atíhá ii meiíJ de
"rliamar ao tei^reno eon^á» que, ao principio, pai^dànl í^ríiii])!^»^
tamenle ostranhas ao aséíimpto e qtie s'os capricho^,* ahiil.t >>
-^íiMíi vÍTOT e^^bs nfeods ô^efadoF/ ímí^etóm ' bfòíoOárlos 1. --
tarioe dos incidentes preparados. Tem o estylO^rà^iVel, com
200
ÔD; PRONÍETHEU ACORREKTADO
o espirito. Mêm da pureaa, nitides. forc& e doçunu 4líqi»
de oarta harmoaiX que é am encuito para o onvtdo. Bsootmi
de baUeza D eitjlo lúoJeroo e commum. NLnguQm* como elle«
maaeja^ sem obscuridade, o sublime e sabe moáclar toios os
geaoroi dô «Hcrever. Som lel-o, náo ^comprebeade o (nie lia
de beUo e eacaotailor n\ Uagoa gr^^.»
Plutarcho i^ niaiâ rôservailo. Exalta Meaaadro em prejuízo
àe AristophaaeÊH. Critica a e^te do ultrajar a oatureza, de fAlar
ao povileo e uâo á genii do bem, de aíToetar um estylo oliseuro
o licencioso, trágico e comioo, sublime e baíxOt serio e j?race-
jador 2íi6 a piteriliiade« numa pala^Ta» um e^tylo mui
igual, de não pôr na bocca dú !i$cu^ persooageus Ungoagooi '
conforme a seus caraetereã, de modo que se possa distí aguar o
âUio ãa pai« o oidailão do camponês, o heróe do burguez e o Deos
do fâmulo, ao passo que a Licção de Meoauáro, untforni3 e pttra*
se ^uâta aos diferentes papeisi âem despresar o cómico alj
maii» forte, do que é de mister empregai-o» mas âôm perdepl
de vista nem ultrajara naiure^...» Meaaadro (acene^entai
Flutarcho) eonserva sempi^e uni ml coasagrado, que pareod
ter satiido do próprio mar,oude houve nasci monio Aphrodita.
entretanto que o de Aríâtaphanei 6 amargo, acre» pangeate o
ulcOKidor. E' censurável pelo jogo do palavreia e aUitsões aibJ
JtitheUea« ; eatraga ai^uiLlu, que tonta copiar da natunesa* i j
Nelle a astúcia é a malignidade» a injEenuidade pari
oí gracejai aatSí^ i)(iece$U9doros de vaia^, quede applaufloâ« oõT
amorei monos divertidfs, que livres, O p^ta, aâaal de e4kataa,
' ^Bsereve menos para as pesioaâ sônsatas que para os
poasuidoá do jjiv**ja, crimes e devassídõcâ. »
lio pesátmismo drsta apreciará )^ feita por quem vivQiiâOO
^anuotídapoid dQAriátopbaaes^bomeomo do optimismo deMmo*
Daí^iei, appellemos para Platão, o qual no f^3íi Banq%^ete^\& Itigar
dístincto a .U*iíítiíphaup^» qiie abi fala com ís^erateí^ conforme
^^u caracter. £* fama que o pbilosopbo divino enviou a Dio-
lEiysio, tyrauQO de Syracusa, um exempiair de Ariátoplianeg, ex-
^hortando-o a iol-o com att^iç^o, âL queria conhecera fundão
astí^do daRepubliea de Atheuas. A refutação de Plutarcbo e^tá
UKVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
201
r
Quaes as re^as gí^rans da Come lia? A Comedia» no álzor
do paílre Rapin, é a imagem da vida. Tem por fím mo-strar no
theatpo OB seníios dos particulares para enrar o^ defeitos do
pubiico o corrigir o povo poto rocnio do i^*n* ol>jcd.o de zomharia.
A:i^im, oridieolo ^ n 4110 ha do mais osHístunal á c^miodía. Ha
um ndiculo nas palavras e um ridicíilo nas cousas, umridíciíto
honesto e outro ímrloíco. To<la^ a^ vordado?» da vifla loom sou
lioni e mao lado, K\ pois, um úom da naturoza aeliar om eada
eousa o riditnilo. Aristoteleg, íjtie doo rcisrraapara o pranto, não
n'as do^) [lara «* liso, Is;o vom poramonto do rospoctivo
gooio.
A grando arte do eonodianto c;OiisÍsto om prondci^-SD á natu-
lisza o niinea abaodoiial-a, de ter soDti montou communs e ex-
prossõG>t ao alcance de todo^, devendo evitar os termos baixos
e viilííareií, salvo si Ibrte doi^o do agudesa os sustenta»
Doremâor f^vitidos os provérbios e os bons ditos do povo, excepto
qiiatido natiiraes o revelando sentido amono. Tudo perece sem a
vnr'0!íimilhan<;'a; com olla tiilo i^ liello. Sejam bem preparados
os iíicidentos c nada cuntenham do gro.ssoiro.
Qtiasi -sempre a^ ciraeilíai naufraíram pelo dvío desenlace
ou desfecho, qur* j*e aíksla do natural.
Dia Jiilio Girard, citando Jamblic >, que Epicharmo, traiisi-
'portando-BO A Syracn.-ia, se absteve, receioso do tvranno HierJo,
de ooníbssar sua fé de philosopho, masque a dissimulou sob a
fárma poética, servi ndoso da Comedia para publicir as dou-
trinas de Pythagoras, sem deixar de attonder-áa exigências de
um puhiíco, ávido do scenas de cirnaval. Nessas pcçaa a nota
oomica não r acceniuadi. Bem que soja simples o familiar a
fo ma, nadíà lembra nella o falar vivo. sciotillante e ousado da
Comedia antiga.
O moiro empregado ó o trimetr j jamblco, qiio a poesia
satyrica pasmou ao drama, de que é iustrumeoto ordinário, ou
o tetramelro trochal^o, não apropriado a uma expOííiçâo philo-
sophica.
Aristóteles li ira, em vista geral, a Comedia A poesia Jam-
biea e lhe assi^rnala, por oriífem particular, os impra visos dos
phaiiophõmSf Hto é, daquelles, que tomavam parte na procisião
,*.v
ao2
PnOKfETHEU ACORHIMTADO
dioiíysaca do pkallHs, An phnUophQriãí ffTram mais brilhanlífeí cm
Sití .oniii. Eutrava o oru pn- flilFerentôã purta^í da diíéna, oocqI*
tando o soinldantô sob iinn í5ípeL*io da cabellfiira de Acautho e
ãe sorpol, sobre íiug pousava esposm ooi-ôa do beraa o vk>l&ia«;
e vôstiiíf) dn uma peliga porsa. m. -
IEi guiado pído lí^rtííopÂâm, adiatitandi>sc em bon ord^rn,
ennGiírocidotJo fuli^om e a cíMit:ir,efii honrado Dionjrscw* veisos
tradieioimes, aaminclaidoreB da liberdade, que .« iâ seifiKír.
Punham-ííe a eorror os qmi^ o corap unhara, parando ora ftee
dúgeaiHJut idoreí.atíraiidolhií^pilhoiias licencio isia. Ilivía en^o
nas p/míííjpAíiríaj uraa procissão f!õ' 11 m eífeitos do t.rj*jiir; «
improvisas saiyFicos, como oa autoi^ÍJ^a^ a o owlto doa outros
A aia^i^fa Tragoii^ athonioaso toinou á^^ ph(iU(>ph9r{a$ 09
douselemantos niiaacionadda. No conceito delApistotyl *í, d Drama
cQmia) eho^iJU a^j pleiío dã'^õUYoÍviniont'C> qitaudo so libertou da
(WtliAa Jami*ica, Mn 4, da .^t>^ra penáoaJ g <1is Córmas» em qM
Oííti íicUiTaj*4 produzia, aii tempí, em que o Drama de^ncm
marcha lonm « rogular , qiiaiiioi lín Umeuto, sts tornou cm
Comedia no^a^
MogviiM , d 0 N i sa , i n iro 1 a ?,io uo síie í d't ve r i i m >ifi U>á di on y ^i a
jBps o ppiocipio viviíkanta da acçíW. Os primeiros eu^íilos da
Comi)diã foram jiiformâ^. Kntravam m ncUivès om â^on^i., a^
aca^o, em di^j^ordem* Maíj Já nâo ora unia procis^o, ou ua>a paa»
toiEíuia, ou om pQvmn^xgem; h<bvia pi^ra cada peca uma ideia
4kova^ á tiual «a roportavt, c mio a um oontro. o jogo lívi*e dtsi
iu^tores. Nascoo eate »3âfarço de iriveaçãoiigs QKcessos de utnft
íjuMevação popi^Uar, Urre do ji^^o de TiíeaMâuos e 'Ja appoaitâA
dos nobres» o povo, que, na ôxprei«ão4^ Plutarobot et» enibriat
gõ(i cio DínAo ptíi-o ciei liberdade, usou desses esboroa di^ Coiumiia
qomo r^j}râ|9otlU oontra a ariítotir^eia^
A que gráo de mTobat.fcWôíitq n^o chegaram» enttm W
fedtaa dô Qionyáos l
Ahi Oitavara, no ©ra tanto, os começos da arte.
Sus j.rião raifcstr^iu aum déiti^ 4I0 Ather^a^ o t^erraen áo íjuo
4ôvií^ ge|:, um sucuJu ^epyi:i, a ikitoadia política a M^ifai^ Hí"
bleia receMa d^ sua iaeU'opola a tr^cilQ^ci da^ Hirç^^ bui^OMkf
í
REVISTA DO INSTITUTO HIST0RIO3
qíi(í, tran^írormada» p^la arte do Kpicharmo, deviam dar se ih
modelos a. C*>media de costumes o df* Intrl^ía.
E' do suppor, li vl^:\ áf» testíViniulu-;, qnn entre os Mo-
g^rezdH da Sitilia tirio oxi-ítio a liberdade de ins«ilto, a^pezíir
de poí^ãiiirem ellos gmiio afoí?re n ítanstict».
Em Seliniwte, colónia do Mugara ÍI) hieia, vivia Aristoxeno»
vBlho poôta, qtiasi ©ontem poraoea do ArcdidoiM). Klle \o\ o pri-
meiro a (li^tiii^'uir-í*e na compoaícào do poemas Jarabicoí. Epi-
charmo imítou-lh(' a forma litteraria.
Fliormis compartilha com Kpieharmo a gloria dú haver
consUttiido a Comedia pela invenção da Hibula. Kríearregado da
eduí'acão doa fllho^^de ífrd^io, deSyrafUisii» intrniiuzio o liixu lum
apparalhos da repnH^ntiçâo siieoica. Nem imH projluoí 5oy» nem
no renome igualava Epicharmo.
knten de Epieharmo r6 m representavam pfMiiienas scenaa
insuladas, ideiaíj comuas limitad.v.s a ura qualquer pouto tluí*-
tacado da legenda mythologica ou iim promonor do eoetume^
tractado em si mesmo, mm re aç*ão cora aa-mmpto mais geral «
nem eom uma iotriu^a dr^imaUca,
Foz Kpktharmo da r^onieilia «ma obra do arte, não só pelo
íiosen volvi mento da fabula e pela corapnsiçáo, itomo íHjrque
eserevflo suas peças om verão* o quo nonhum outro, anle-idelle,
o fizera. Varia \' a sempre o metro com elí*fíantn neglioeucia,
arlapiiodrj-o ao assumpta n ao doieKo di litigoa e d(» dialecto
popular. Corto, que em suaa compi>siçoDa nào so roaniam todas
ng riquezas de combinrif^ão o todas as pf»5quiza8 da arte, que
emArÍ5'toplian'Ssáoa<lmiradasi; muita, poriam, se deve a osto
cultor da Oattiôdia. Vejamos o que lho df^ver» seug íucceí'
sores ,
fíUe ©mppogou na Comi^Ua diversos motros p^ticoà, a mu*
ísica e a dansa, imprimindolfm aííi^im ajípooto da nobrez», qm
a ejialtoii na antiguidado. [)e*Hlhv, ab''ra disso» t*.nn9tituiçào, iui-
ventando a fabula, i?íto (*, a ooncepçào e o des-nvoAviínento de
orna acção i*egular* Ab^trahtiidi da velha Otmi^dia atheníonso,
abrio caminho recto e legitimo part a arte.
Ah cemotllas d© Epicíiarmo ostao i^achoiadds de masimas e
provérbios, Axiopistos attribuio-lUe também. a autoria de Brú^
204 PROMETHfeu ACORRENTADO
cardos e de um Canon, ou regra de vida. Tomou elle, ao caracter
de moralista, dístiacto lugar eatre os gnomieos Phocyiide e Tbe-
ognis. Thoocrito escr^veo no pedestal da estatua, que lhe er-
í?iieo Syra-usi, ena iiiítcripcão: «Elle disse a iodos muitas
«•oiidis úteis para a viila o deixou um thesouro de pre-
ceitos.»
Não fevo Ion?i dura(.*no em Syraeusa a Ci»media de Bpi-
cliarmo, Ap<')sellíí, sóe fitado Dinolochos, seo filho ou seo disei-
pulo, do qual reíítam apenas aiirumis palavras, conservadas nos
Glossários.
A invençílo de Kpicharmo não morreo, porém ; foi conter*
vada c ampliada pelos Atticos, primeiro no período da Comedia
politica, em que as imitações da Comedia siciliana impres-
sionam, máo grado á pobreza dos fragmentos e, mais que
tudo, na media e nova Comedia, que é a continuação directa
das comedias de Epicharmo.
A Sophrão deve-se a creacão da mimica, que consistia num
curto dialo/o, som acçã) propriamente dita, sendo os interlo-
cutores personagens populares.
Dim-nos ideia viva e aproximada desse género as «Syi*a-
cusanos», de Theocrito.
Cita Aristóteles a Chionidas e Magnt^s como as mais antigos
poetas cómicos athenicnscs, dignos de menção.
O grande poeta cómico do período (século V) foi Cratinos,
rival do jovon Aristophanes. Eraatheniense.
€ Cratinos (diz Croisot) devia ter feito muito para acabar a
oganiz içâo da ComoJia; mas não h\ disso testemunho fidedigno.
Era um censor ousado o cuja franqueza ia, em certo? casos, á
brutalidade. Agradavam suas satyras pela invojição. Se o génio,
livre (í fecundo, achava facúlmente a forma dramática.
Era-lhe natural o lyrismo. Andavam em todas as boccas alguns
das seos cautos.»
Só <e:nos d elle títulos o ÍY»a jumentos.
Km seguida a Cratinos, floresceram Aristophanes, Crates e
PherOcrates.
Crates foi o primei]*o a romper em Athenas com a satyra
directa e pessoal.
REVISTA DO INSTITUTO ItlSTORIO»
205
Pherécrateá cultivou o mcíírao genoro quíj o pouu a^;iitiii
apoirUrlo.
Diffcrmças, assignalmlm por A, M, Croisei tnirú a Tm*jedia
c a Oaniedia antigas e entre esta c a Comedia Mi»iei'na ,
A ComcUia, no V shjcuIo A, C, era rcprusontiula ait Attíca
duranto as Lonlaiiuai^, as DioQÍsyacan urb^jbiias e as campeã tros.
Etjt ts ultioias,pí)rdra»conio fastas de burgos ou do aldeias, tih im
pouco brilho e aaimaçâo. Nas Dioaysiacas urbaua^í a Tra-
geilia occupava o primeiro lugar e a Comedia o seguudu . Nas
Leu i ;i u nas diva m-:íe ao pubUeo todas a-i pcça'5 do Arií^tophanoíí.
Applicavarse á Comedia tudo, <iue retipeitava ao côio e ao
lugar de ar choute na Traj^edia. Oá poetiiíi!, aduiittidos ao con-
Guráo, liraitavani-ae ao uuuioro de ti-es» Cala uui trazia uma
peça.
A dispoáirâo uiaierialtto theatro era am&sma,coiu a uúica
diíTerença de que o.s perâonagená da Comedia se deslocavam
mais livramento, o a eufícefia(.^o exigiíi mais eonipiacencia da
Ímagiuaí;ão do espectador. A acçáo era trausportada, sem mu-
danças de decoraçr»e3, da cidade para o campo, da torra ao céo,
sem que algueui eoute^ta^^ o^ direitus da fantasia,
O coro, em vez de do/.e, contava quinzi pessoas» (juc eram
disfai^çadas, conforme a invenção do i)oeta, semi voi*osimilliau<;a,
8ob trajes variados e oruado« de attributiís ciractoristicos. A
danya míii8 uza-da «um a cordace, espoí*Ío de sarabanda vio-
lenta e dóííi^egradii até a obscenidade, com requebros e pulos,
cheia de evoluçõos rythniailas e carreirag em desíllafla.
De actores cantavam-se, ao principio, três» como na Tragedia ;
havia, no cntank», liberdade para augmentar &sse numero n.i
Comedia, beru como de variar o traje do^ parachúregemas^ tor-
nauilo-o^ exquiaitos^ Os actores comitjoá, assim como o coro, enver-
ga vara vertes justas ;ímííífoíí de coreá «arapintadas formaram
a'peça principal. Por meio de chumaços, aíTeiçoavam-ie abdómens
proeminentes, aoeafj rechonchudas e panturrilhas inverosiraeis.
Oabriam-se de túnicas e mantas, obdecendo à moda e á con-
dieção do pei'soiia«rera, entrando sempre nisto certa dceede fan-
206
PROMBTBEU ACORRENTADO
tasia doé actores e do guardar-roupa do theatro. M maacíu^&s
dos aetores cómicos, á^ mais das vezes grotescas, variavam
como a in*opna Comedia,
Nas ^Amsp^áe Ariéto^huniMi, a muscai^a iiaha tã4^ prodi^090
bico, que os eâj>ectadoruâ, ao vel-a, riam a baudciraa despre-
gadas.
Sstr%jictura da Gomêdia
Da mesma norte que a Traria» a Comedia, ao icjnpo do
ArisWpbanes, tem uma estraetupa normal, que pouco varia de
uma pai^a outra peça*
Uma peça comiea eatreia por um prologo, isU» é, por um
dialoíío pi'títiminar, que aerve de expor a situação* Esta situação,
quasi i^mpre, envolve uma these politica, ou mot*aÍ, de que a
peça deverá ser a demoastraçao.
Ao prologa succediam, como íia Tragedia, diversoa episódios,
reparados pelo cauto áo coro* t^sta divisão era mais caprichosa
na Comedia, em que aâdiversu^ partes do met^mo episodio di Ha*
riam, maí8 frtiqueu te mente* umas da.^ outras,
O metro da íiJomedía é muito ineuos disciplinado, que o da
Tragedia. Por uma serie de liceu va^, permittia-8e uma poeísia
deleixada.
Dos eomediograplios atiienienses, couteoipom^iieos de Arls*
tophanes, o mais notável foi Etipolis. quasi igaal em génio o
fama ao autor das Nuvens, Deátaeam-.^o de suas Comedias
As Cabras^ o Maricas^ os Démes e OS Bapkis. fc]upoiis igualava
1% rratiuos oa iajurla e tia mordacidadi' . O Misanthropo, peça
do Piíryaico, em coucurso com AriíStopSiaaoíí, teve tei*ceiro
lugar, cabeado ás « Avesí^ o priiin3Íro,
Platão, o Cómico, toruou-se notável» nessa época, pela pa*
rodia*
Vúm essa pletade de poetas esplende, como uunoa« a Od-
media. Tojou o zeuitb, d^onde mpidameute descambou, su-
jiliiido-se 00 occaso.
A causa d^essa quedafoi, pix)vavelmente. como o dUem A*
e M. Uroiiôá» a tmaâTormagão do goito e do espirito publico, . ,
REVISTA m INSTITUTO HISTÓRICO
207
Cansou-se o publica da Comedia íiBtiga ; desgcmtou-s© de suas
hyperboles, de sua^ palliaçadas, Tiolencias e grosaeri ia.
Esáéá di verti moatu^, acauipaahaduí de cantos fiada vam em
desordenadas e tumultuarias scenas» que se pj.reclani com m do
um carnaval, íLqtjecido por libaçritis, EUas cauiititulam o cornos^
nome de ^\lQ se derivou comedia, Aocreiôia a i^io o des*
tilar das carroças dos viahateií-os, «^ue levaram toneis clieios
á cidade .
Em Megara 6 que parece eábo^ar-^, com aa «ceaas úb Su-
sarião, alguma cousa de organizado oa Coaiedia. Âppareceui
ao tempti ^le Pisiâtrato, toQtativaá do Tlicatro cómico* ropre-
soDtadas porMylos e Meaou.
ÀMim, porém, doo esda arte o seu primeiro vòo «a Sicília-
Foi EpiehriiriTio a águia, que o desferiu,
O que, porúm, distiajíuia a estructura trágica da estruotura
da Com^edia era o caracter próprio dos cautos ilo coro, parodos^
parabase e intermsãio*
Na Comedia de Aristophaiies o jjarodos éj um trecko, táo
dramático quíiato lyrico, mesjla de cauto, de rtícitaçòet:, de sim-
ples dialogo, comportando sompreTiva aiiimaçâo, iiuc vae, si a
(jccasião o exigo, até a turbuli-ucia. L>'ahi resulta que, em vez
de constituir tima e^specic de iutormedio entre o prologo e o
primeiro episodio, assigaala um relbrgo da acção principiada,
uma acceleração de movimento, após o primeiro grupo do
sconas e Ii^'a-se, do mí>do mais iutimo, ao grupo seguinte^ qtié
participa, em geral , de íieu caracter,
A parabase é um grupo de canto e li^agmentos recitados ^
e-^^pecial á Comedia do V inoculo. No ftm do primeírí» GpfsoAío,
que nórf chainariamos àuí/undo ai^tu (coiití^jido o prologo como
LI primeiro), estando vasia a sceua, os coristas agrupados te
orcbestra, despiam os mau toa, l*ajicndo meia volta, e, dando
costas á scena, adiantavam alguns passos para m e^pectadorea,
A este movimento é que propriamente so dava o uome de pa-
rabase^ mais tardo ampliado a toda a scona, que so aeguiat Uma
psirabase completa comprebendia sete partes ditjtincÈas, sendo
a principal uma espécie da dÍ2*curâo do curipkieo ao pnWico.
Este discuríio cliamava-se os anapeslos, om raeio ilo rytèmo
208
PROMETHBO ACORRENTADO
ctirto» u cllc ui'dinitri.imtótit43 usado, Procoiia-o uqi brevíssimo
c.ink>(}<o|i|jLoÍTiov) o tiH"nií(i;i\ ci-o oxtetiso poriodo, rwitado d'um
fôlego, e *ieaoíniiiíido lo iga phraSij<>«xç>o^í,ou «utfocavão (i^vtyo;),
8uce*NVta a osto ires rragriifjiitjs uma segunda parto» eom-
po-stíi. de^íusitro ostriíplien iyncaí*»— a pri moira, scgtiida de umii.
copla doclaiiiada»qiií3 doiioaiínavam «pirMema» a sogtiii d a He
otitnv cíiida, de igual medida, quii ora o antipirkema. Só nas
Yullia.^ pegas de Arisfcophanos lui 03tumpio d'osta parabasn
ctímploti. Mutilaram-ii'a as eomediographos posterioros, sondo,
afliial, abolida.
Mém da p«ra&twt' completa, ciic?rravaiu algumas eoietídiaí,
a^iétí o lercoiro ou quarto epiaodio, u:u truchó aaalogo, por
sua Qstructura, á. segufida parta da parabase,
O diacursu do coripheo parece havor «ido a rocordaçãu de
um prologo primitivo, deslocado, tio correr do tompu, pelas
transíbrraaçoeá da Comedia. A parto epirrhemaiica repre-
i<eutíi, provavelmeote, uma lórma di intermédio, especial
ao gonoro.
Havia outros iiitermc lios, monos imporlautes» para separar
O3opi8odio«. Piram, era geraL cantos pouco extensos, de duas
estrophes, quando muito, com suas autistrophOíj, ligeirati o sa-
ty ricas. Revive nij^tas coraposiçõeí curtas, lestas o joviaoí,
toda a etpout.ineidade capriehosa da Comedia primitiva,
Vé-se doo .posto que a liga<?ão dn partos na Comedia diJfei*G
da da Tragedia. Os stcísima trágicos marcara ^doter mi nado du-
mero de jmusas ua ac^áo, todas do quasi igual importância- Na
Comedia tíé ha, ua realidade, uma pauera, ou, ao muito, duas
pausas— a das pa ra bases e dos cantos epyrrhem áticos. As outras
separações sào ligoiraHoqiutsi não se pereeliem, A ra^âo distai
estiL na própria uatureKa da acção cómica.
Natffreza da acção e das penonagcns fia Comedia do V secuto
— Séo tàipirUo,— Definição da Comedia^ conhecida por antiga ^^
Sua linçoa.
Fabula burlesca com fundo satyrico era o assumpto da Co-
media do século Ví A. C. ) Devia S3r'simple^ a fabula, que
RKVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 209
não pasmava do pretexto. Si lhe lultava ^'raçi, que consistia,
principalmente, na alegria o no movimento, naufragava. O
poeta cómico devia, antes do tudo, inventar um facto principal,
um processo, (luoreila, viagem phautastica, rosurreição de
mortos, creação de cidades imaginarias, conspiração, alguma
cou>a, finalmente, que servisse de sustentáculo a tudo, o que
tivesse caracter de alegria o de novidade. Ahi é que batia o
ponto. Por falia do typos e assumptos originaes, que se haviam
esgotado, copiavam-se os auctores, accusando-se ^entre si de
plagio.
Sobre plano geral bordavam os poetas incidentes agra-
dáveis, som muiío apurarem a verosimilhança. Tudo
se llios permitiia o perdoava, uma vez que excitassemSJ o
riso.
A fabula importava em satyra e em demonstração, sob
forma dramática, fabula e demonstração, intimamente unidas,
ou antes, identificadars, progredindo, naturalmente e juutas,
em geral, uma pela outra. As combinações dramáticas eram»
de pLeferencia, produzidas no começo da peça, porque então o
po3ta organizava a fabula, ao passo que na segunda metade se
succediam por simples e r.ipida juxtaposição.
Quando ha nó na Comedia, e>to é, ás mais das vezes, desa-
tado em meio delia. Para além desse ponto, a demonstração,
proseguindo sob a forma de sconas, ligadas umas ás outras,
sustenta a acção e dá- lhe andamento.
Estão os personagens em harmonia com a acção. Graciosos e
burlescos, antes de tudo, po:>su?-os a loucura carnavalesca.
Aristophanes soube pò.* nessas figuras extravagantes a realidade
humana, e neste esforço o acompanharam outros comediogra-
plios. Em taes personagens cómicos, emtanto, pela maior parte,
os sentimentos do homem excluem-se pela própria natureza
do género. EMhes extranho quanto é serio, profundo, intimo ;
não teem o direito de amar, ou de seguir um movimento ge-
neroso, nem de ter consciência. Nada de pudor e delicadeza ; são
meio loucos, mesclando a ideias de homens caprichos de criança
e extravagâncias de alienado. A própria natureza da acção
veda ao poeta o desenvolver um caracter.
2158 — 14 Tomo lxviii. p. ii.
210 PROMETHEL' ACORRENTADO
A' incoíierencia -io^ fa^-t.-í dev»? rt-^p^jiider 't d-Jt? s^res. 'im
qfK;m íísács fa.-t^ cjíi^tifij m a ví'li : si ha um e5bi>ío de ca-
T2u:lf;r, <» pr^ípívidamente o > pi .-.ido pelo prâz*?r de dizer- se
nrna Wic^*. Nada do .-olid-^ e c>:;si-tenf .
O py:ta faz do coro o «ific* quc". Ti-aiisforraa-o em pasBai^jf.
raa^, iDV:';to=. nuvoa^. vespas, rf^mM o ilhas. Essis meta mar
pl;r>« r- fão dr; curta d>ji-a^ío : -i h-vr. ♦•s^e permaneocii, nio-
frufctn a-í supportaria.
A Come-lia athoníene *:• uma ^iuiirar-âo, um liWllo sce-
oi<>>. Seo f-pirit/i <• o d j opp'>sicão a tolas as novidades. Os rl-
dicilos antigí/s atUínu'jm-íe p.*I»j iiabio e pouco se lazom sentir ;
a» ootiaas nova*, po«to que não ri'JicuIa.> em sal«st;t!icia. csean-
dalíj^am, qua.-jí s^-mprif. o pp»vooam o riso. Por secreto
instíncto, torua dellafí posse» a Comedia. Ki< por que ella <? hosttl
aorf sí^phistas, á eJucavão philosophica, ao luxo, **> melhora-
ment^j matorial das condiç«Ví.s da existência. Também invectira
a nova musica, as Inn^nações dramáticas, maxime^ as de Enri-
pedes. Combate cm politica o po^ler e os influentes do dia^
cujos defeitos revela no exerci cio dis funcções publicas. Li-
sonjeia a malignidade publica o parece, sem que isso entre em
8ua?í intenções, que se limita a divertir o povo o censurar a
domocracia.
Qnant^i á lingoa da Comedia, dizia Quintiliano :< A Co-
media antiga 6 quasi o único género, que tem guardado, em
sua parf3za, a graça nativa do falar attico, possuindo ÍVanca
o aílmiravol eloquência na satyra dos vicios e grande força
nas hn^.ViíH partes do seu papol. Grandeza, elegância, encanto
natural-eis suas qualidades. * Quintiliano não levou em linha
de conta a variedade de tom, que a Comedia requer. Ligeira,
clcg.knt',-, moía iora em certas paites lyricas, que são canções
de rua, reveste sua lingoa, em outras occasiões, grande brilho
c gravidade, torna ndo-se, atí*», séria em outros. Parodiando, por
excepção, a Tra;/e<Iia ou o Dithyranibo, pede emprestada a
e-^tas geiíerus, par.i toinal-íjs ridículos, sua própria lingoagem.
Esta lingeagcm attica desdobra-se em lórnia familiar, apro-
ximada íl do j)0vu, distincta da que se entrevê na Tra^'odia o
empregada nos dl a lo;: o- socráticos. De encantadora lluencia.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 211
dolcixada, simples, vivamente graciosa, despida de pretenção
e do vexatória conveniência, maneja a Comedia o mais franco
instrumento da palavra. A todas as cousas, sejam quaes forem,
dá ella o nome, que Ihea cabe. Servindo-se de um vocabulário
do mercado, de injurias, de palavras livres, ignóbeis, offereco
lances descriptivos, phrases e allusões felizes, termos palpi-
tantes d© vivacidade, som pedantesco resalbo escolar, expres-
sões delicadas de Ana palestra, proferidas com ousadia e como
ao acaso. E' o falar do Agora ou do Pirôo, mais rápido» mais
delicado, mais elegante e aperfeiçoado, segundo seo génio pró-
prio, por espíritos superiores.
Sobre este ftindo exerce-se a creadora phantasia dos autores.
Toma, os elementos por empréstimo aos . velhos poetas jam-
bicos, ás canções do povo, ou sobre estes modelos faz creações.
As palavras, por ella inventadas, são formas, muito variadas,
longos compósitos, em que se accumulam, aprazivelmente, um
mixto confuso de ideias, uns derivados, que não se esperavam,
formados por absurdas analogias e uns trocadilhos equivalentes ;
em summa, tudo que o desejo de excitar o riso pôde suggerir a
um homem intelligente.
Todas estas feições geraes, que compõem a physlo-
Qomia da Comedia antiga, estão reunidos nas producções de
Aristophanes.
o Theatro moderno, tendo, como o anUgo,|berço no sanctuarío. — Ef-
poctaciilos do Natah— A fenta doí» Loucos. — (Feitum Fatuoritm.)
— Jodelle.— Larivey,— Odef, de Turnébe.— Tabarin,— Adriano
deMontluê. — Pcrchior, — Ocanto na Comedia. — 0« quinzo ju-
bilofl do ca^^amento,^ A volha Bazoche. — Mostre Pedro Pa-
tbelin, precursor de Molii-re.^ Cu vier ; a Fat^^a Xúra,
Intorcalemos aqui algumaa ol)sorvíM?5e3 do inimitarol ea-
tilisU Paul de Saint-Victor sobre o Thoatro moderao :
« Como o Tbtmtro antigo, o Theatro moderno nasceo no san-
ctuario. Assim como a Tragediei grega se formou no meio dos
ritoâ e das procissões díonysiacas, assim o drama novo teve
berço na igreja, cujas ceremonius punha em acção. Foram
padrea c clérigos Oíí primeiros actores o o órgão íiua primeira
orchostra ; de primeiro scenarío servio-lhe o coro ou a tribuna
da cathedral. Mnham os pastores, pelo Natal, adorar o Menino
Jesus no seu prasepio ; conversavam com Horodes os Maííos da
Epiphaaia e figuravam sua viaííem para Hethlem, fazendo o
circuito da nave, guiados por um cirio, que repreacntava a es-
trella maravilluí-sa ; o anjo da Pasclioa mostrava a Madaglena o
gepulero rimo.
Ksta enicenação rudimentar muli ficava apenas o textx> sa-
grado; era antes uma attercaçãíj, que um dialogo. Em breve»
um sopro tle vida anima estas rc preso ntaçõo^ hiei^ticas ; alar-
ga-se-lhe o reportório e a Dimpanhia torna-so numerosa. Por
vezes até, a lingoa sicerdotal se casa ao idioma vulgar ; mea-
elam-a<? aos rythmos latinos rimas romanas ; tilintam oh guizos-,
ftntrejuntando-se A voz dos sinos ; o vasconço entremeía-so ao
canto-châo,
Nessea dramas theocraticos nem siquer havia um começo
de arte. Era a pantominma regulada pelas indicações do ritual ;
o andar era o de uma lenta procissão, a lingoagem reve^itiã a
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 215
O que vao (lescripto contv'm as brincadeiras do XatU. A
loucura popular entrou nas ogrejas, convert^ío o sanctuario em
theatro c introduzio na iiturj^ia occlesiatija « a Festa dos
Loucos.»
Desde o século X existia uo Haixo Império essa fesia. Tinha
o caracter das Saturuaos pagãs. Da mesma forma que em
Roma, os escravos, durante tre^ dias do anno, tomavam em
cada casa o Jugar de senhores; assim nessa festividade o clero
plebeo usurpava em cada igr ga, por espaço de um dia, as
honras e as func^oes do alto sacerdócio. Nesse dia, o subdiacono
punha Da cabeça a mitra, o meai no do coro apodera va-se do
báculo, o thurifei^ario insceusa va-se, o caudatário dava para
carregar a cauda de seu manto. Os histriões desse carnaval
prendiam guizos aos trajes improvis idos, sacudindo-os nossa
festa de doidos (Fortum Fatuorum).
Começava a lb.rça pela eleição do um bispo ou de um arce-
bispo. As igrejas, que dopendiani immodiatamente da Santa
StS tinham o direito de eleger um papa. O bispo e o arcebispo,
nomeados pelos conjgos, eram recrutados no baixo clero o o
papa podia sahir da tenda ou da taberna. Feita a eleição, pro-
clamavam os dignitários do novo pontifico e vestiam-lhes as
insígnias das burlescas dignidades. Um coíY^o especial encei'-
rava na sacristia os ouropéis da festa, samarras de to<loa os
tamanhos, mitras para todas as cabeçais. O novo papa, uma
vez coroado da thiara, era levado em triumpho p<ila cidades e
saudado por ^ivas o genuflexões irónicas, até o palácio. O bispo,
cedia, ordinariamente, o lugar ao intruso. O papa dos hiuoos ap-
parecia no balcão, immergido, at(> a cintupa num tonel «cm
Amdo e datil abençoava a multidão. Voltando á igreja, sonta-
va-so no throno e começava o oflicio dos loucos.
Inicia va-se a foata em pleno despejo ; os clérigos, raavSca»
rados ou besuntados do lia de vinho, dançavam qm torno aos
pilares da navo ; falhos conngos, com as luurças ils avessas, do
lunetas sem vidro, cantavam com voz estentorica em raissaos
de peruas para o ar. Os thuriferario> lançavam uo> thuribulos
chouriços ou chinelos vell^os, cuja fumaçíi. incensava o soo papa.
Outros sopravam-lhes as cinzas aos olhos do celebrante. Levan-
21G
PROMETjmu ACORRENTADO
íava-!5e o pnoo, on o lii^^po do tbroinj, ^ seo osínolor, tendo um
traveaseiro na cabr^çaj promulgava as iudulgeiícias burlescas ú,
sua iVitastica dioeeso.
Terniiíi.ulo o oílicio, o clero empilUava-se em carroças e
transitava pelas ruas, trocaodo cora o povo vai-is o puihi»,
Nalgumas íjidailts, om Sons, llxiào, AiituFi, Beauvab. cha-
,mava-se esta fQsid,— dos tJSfjos, A vir^^em, írazendo nos braços o
Menino Jesus, era ropraseittada pur uma rapariga e conduzida,
procossional monto, polo oapitulo d t'at]indraU servindo*llie de
montaria ura burro, cobert<3 í*om ífuablrapa do ouro. CoLloca-
vara-n*o no coro, do lado dn Evangelho, diante do altar, O burro
ora levado por dous conegõs aiCi a estante do côpo, aeiido ahi
saudado, eeremonioííameuto, pelo chantre, com a famosa Pro$a
<iú burro f composta por Pedro do Corboillc:
Orieatis partibus
Advcntavit Asinus,
Puleher et fortisaimus,
SarcíQis aptissimua.
Apôs cada esírophe, cantava o povo om coro*
Acabada a prosi» í'onflu/,iani o burro para a mauírodoura,
guarnecida de cardos; proclamavam oa conegns, em algazarra
ns nomos do snus commonsaos ; cantavam, após, a raissa e oa
responsos, desde o Kyrie au Credo, pondo /.urros na voz. Em
vez do — Ite^ missa cst — ti jmdro zurrava, por U\^íí vozeí*, e em
vez de Dêo graluu respondia *» povo Binham^ hinham, hinham,
QtiQ maior irrcvereneia o impiedaii*? I A<iuillorepreíW>ntava
a sombria flírura da itlado mOdía. Havia ir uo povo, mas íò de
carvoeiro. A ííar^al liada, fiue retinira, do véspera, uas abíH
badas do sauftuarlo, uaila tinha do síom bateira ou saeriloíra:
era a rudu hilaridade do pastor no prosiípio de H«*thJem,
Toloi'a,va a Igreja estas loucuras oãtropítõsaÃ. As religiões
sào indulgentes nas epocai do í'é, Emquauto os povoa
sáoseiis íllhos, líermiUem-lhes brincar, familiar monte, com as
cousas do alt\r. De tempos a tempos» os coudlios, os sínodos,
os papas, os liispos censuravam a orgia do Natal : rans « festa
ia prosôguijítlo. Por fim, oj Parlamoutos proliíbiram-n^a. Ex-
REVISTA no INSTITUTO HISTÓRICO
2r
pellida do sanctimrío, tornou-se leií^a» sob a forma* de coniVarias
provmciaea» até que desappareceo.
€ Cumpre respeitar as velhas carroças de Thospis» cujo os-
cilar guiQchante ombalou a Comedia nascotite. Sao» ú,s vezes»
levadas por asnos ; mia vam sea ciminho» esforgatido-sio para
adiantar a maeliína. Essa machina cllei a conduzem, dia por
dia, atravrz do escombros e obstáculos, ao paradouro, oado a
espera o génio.
Methamorphofloiam-se, enfao, om carros olyrapicos as bu-
mildea carroças ; Pégaso, nitrindo o batiíiilo as azas, toma o
lugar do jerico ingeauo e do pesado boi ; Shakspeare, Cornoíite
ou MoliíTíi, travara-lbea das rodoas ; abro m» lhes a carreira,
descortinam -lhes a estrada, ongrand'}aem-n'as o deaen volvem-
n'a^, em todo o se.itido, E as lagrimai, os risos, as acclaraaçôes
do mundo» acompanbara-a'as em Hua gloriosa marcha, atrav(?z
dos séculos.»
-lodelle 6 uni poeta bem inculto; tem o verso rouco, o
hálito emphatico de um amplificador de collegio. Suas tra-
gedias Dido o Cleópatra e sua comedia Eugenia são os primeiros
esboços clássicos do Tbeatro francez, Ronsard oíTereceo-lhe iim
baníjueto, onde o acclamoii por auas Tragedias. Leiído-as,
porém, o Eoúhê do amigío de Carlos IX expira-lhe nos lábios, em
raeio de um l>oceio,
A comedia Eugenia tem, no menos, o valor de um quadro
de costumes. 1' uma satyra, no gosto das historias galantes de
Prautôme, refinada, grosseira, cynica e subtil.
Vinte annos depois, Larivey jíl assigiiala progresso sensíivet
P6de eslG poeta passar pur um antecesfsor directo e legitimo de
Moliêro. Compoz os Lacaim, a Yiumt, o Escornifleur e nutras co-
medias de íírando valor.
Seguio-sedhe Odet de Tournèbe, filho do erudito, que res-
taurou o helletiismo em França* Pela primeira vez, apparece a
comedia» verdadeiramente fra^iceza, nos Conténs, em íjup a 3f>
ctedaile polida faz 4tm primeira entrada em mmn ,
218
PROMETIfBU ACORRENTADO
(hífeapaUiãineM, il ) Fl-ançois da Ambraise, tornam a f^nirAt
oaa Operaâ iuliaaafi, sazonadsàs de ^roneíro sal gmalez
O/ma nos C<mtêns de Toura^^be, o estalo dos NããpoiiUima
distinguem do das comedias precedentes pela vivacidade e da-
reaxa.
Tahsrín. Esta ffraeia$o popular é o Jovial e burlesco aot^
lo do Tbeatra da Feira* Tabarin era o farcista do chai^
latlo Moadoro; com eograç-ulas pilhérias atraUia á sua barraoa
de empírico o povo, que, ditrauio os eotreact s, Ibe comprava
oplatos e panaceias. Era uma afnneacia, uma voga mm
exemplo #
Si acreditarmos no atitor das Invenções Tabarinicaã^ ti aba
Tabarin a cabeça al'inga'ia em poal^i, cumo um campanário dâ
igreja, cabellos espetados, comj aa puas de um poroa-espiubo,
um nirls, que podia passar pelo coflre de Baccho e uma bneca»
rasgada até as orolbas, «luo fíiria melu a du^ento:^ pâeti de och
ve libras. Era c ílobre o sen cUapéo; amasia \a-o cjmo a cara
moita, passando-o ligeiramente, entre a^ mãos, esujettando-a a
todaii as metamorpbosos. Favoneava-se eom elle em ar triura-
phante, arredondavam como um capuz de firade gorda, daadoa
forma do um honet de doutor ao disíbrme casquete, pousava qval
mendigo, ú. borda de um fosso o carateava a quem passava.
O que ítn de comíeo nas rapsódias de Tabarin 6 a gravi-
dado de (Édipo, oom a qual o mestre ensaia advinhar os
onij^mas, qnolhe propuio uma sphyngo dii orelhas burrlcaes, na
qual dá um pontapé para o lixo, depois ãi^ e^j^^otaílo o aranzel.
Tííraou-so legendarit> Tabarin, Fizorani delle urn feiticeiro,
um trilmno, um doutor; ©lio 6 o histrião favorito da Franca.
Iiiiaginarii ou roal, generallsa-se o petriflca-se, p^n* grios, o
soo typo. Como Pasquino, de Roma. ri com a bocca do mármore
no centro díw pravan publícag e ao cm to das ruas, o todos vão,
passando, coliar ura jaiuHo ou uni epijírdmma em seu pedestal.
Curioaa iiroducçâu é a Comedia dos Proterbioi, de Adriano
de Montiuc, rX)U8 mil provérbios constituam esta pí^ça ventri-
loíiua.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 219
Não mon>3 oxtravagmte é a Comedia dã$ Canções, de mn
anonymo. E* menos orna peça do que ura viveiro, qo qual os
p43rsonagens, nada tendo a dizer, esguelam-se, a cantar como
pardaes,
A Comedia das Cúmedias, do Sieur do Porchier, foi a pri-
meira parodia no Theatro ft^aocez.
A prodiicçao capital d'uma litteratura, que, exprimia^
do-a, rejurae-a toia, é mestre Fedro Paíhêlin, Do decimo
quinto século ô ella o vivo retrato, o na sua primeira otjra
prima reflecte-se o seo geaio gaulez» seo zombeteiro espirito e
o dobre ftmebre de um mundo expirante* No geoulo quinze de-
clina a Igreja ; volve-se a soienoia sobre as velhas formas ; a
politica é traidora o perftda. Época ingrata, itlade de baixeza e
astúcia, aem idelal sem fé ! A iitteratura espelha o caracter
do século; og poetas liraitam-se a provérbios e lugares com-
Diuns prosaicos, maeb malmente alinhados.
Em repreaalia» o espirito popular germina o dosabroeha
em todo o aeo verdor, florescendo, como em um estrume, sobre
císta vulgaridade, que o cerca. As cem Novelias Not^as ar-
rancam o conto das fachas da trova 0, desde o primeiro passo,
levaiitam-ii*o á perfbíçSo, Os quinze júbilos ãú vasamenio sào
modelo de satyra fina e ingénua, c a Comoiia nasce, como um
grosseiro estabulo^ sobre a Taboa de Mármore da velba Ba-
zoche. Pullulam as firças, esfuziam a^^ burietas, — eutremezea
esboçados e quasi sempre informes, mas que derramam aqui
e alii Bcon telhas de génio cómico. Súbito, desta íUrragem in-
digesta surde uma farça immortaL S<V1>e íl seena Meitre Pedro
Pathelin, a preceder Molière. Patlielín torna-se um typo. Entra
seo nome na iingoa e ahi fica, Rabolais satura-se do pan-
thelinisrao e Marot tUIa-o, muitas vezos, eoi seus verãos. Mais
VI
o apogco ilu Tiíeulro mu.lcrno.— Corn?illo. Moliôre.— Dancourt.—
Rcgnard.— Lesagc— Favart.
O soculo, conhecido por scculo do Luiz XIV, marcou oní
França o apogêo do Theatro moderno. Foi então quo ftoreceram
Corneillo, autor do Cid, dePoliutOy de Cinnaj do MentirosOy dai/-
lusão Ckymica e do Peyché ; Racine, autor de Andromaca, de
Britânico, de Miíhridaies, de Phedra, de Esther o do AihaUa ;
Moliòre, autor do Estouvado, da Escola das Mulheres, de Z). Juan^
do Misanthopo,á'á3 Sabichonas, do Casamento Forçado, do Amphy'
trião,áQMonsieurde Pourceaugnac, áo Burguês fidalgo, do Doent9
imaginário, Seguiram-se-lhc Dancourt, que oscreveo os Bur-
giiezes da Moda ; Ronai^d, autor do Jogador ; Lesage, de Turcaret,
do Chrispim rival de seu amo; Crcbillon, que produzio Atrêo,
e Thyeste; Marivaux, autor de tantas obras primas; Al-
lainval, que compoz o, Escola dos Burgueses; Favart, aut^r
das Trez Sultanas, de La chercheuse d'e$prit; Diderot, autor
do Pae de Familia ; Sedaine, autor do Philosopho sem que o
saiba o, finalmente, Beau marchais, autor de Eugenia, do Bar-
beiro de Sevilha o do Casamento de Figaro.
Não cabe nos limites dosto escripto a apreciação destas
glorias do Theatro moderno, que, aliã?^, tantas memorias hão
merecido dos competentes.
vn
o Theatro no século XVííI e XIX.—Dídiírot.—Mcrcipr*— O pseudo cIA"
çissisiiio. — Lfí!i3t^rcier> — Sauiol . — Pffrlra Ix'brun. — Hemtuat ein
1820,^ O RomantÍMiiio no Thoalro,— 'Victijr Hu^jo, u graiidí» ri-
fonnador*— Prologo de CromwelL— AllVodo dn Vigny, — Alo-
xaudro Damas. ^ Eagenio íScribe.— Balzac o scii realismo. ^^
Duma5, Filho,-* EmiJioAugier.— Victonano Sardou,
Na mntaílo do s^eoulo XVItl \oí liiderot o clitifo do Nattirii-
li^mo. Num rora^ioco fiiz idlo o proetístíu d;L Tragedia classicu,
que» em s^ua opinifiú, altera e Msoia a natureza»
F/ autor de peras, com postas sob «ova forma e que,
do ha muito, estão eaquecidas, Didorot era o invorio do talento
dramático, Transiíbrmava todos os personagens era si mesmo ;
pocuava pelas eíTiísòêíi de uma sensibi lidado declamatória, por
joogos diíícursos, pelo furor de raoraiisar a torto o a direito.
Na Tragedia mdilia tentou, em vâo, conciliar o riso com as la-
grimas. Faltii-lhe a unidade. Em vez de provocar, altorna-
damoDte» o riso e o praoto, o seo Drama novo apresenta o
quadro fiel de nossa existência, conservando-so em igual dis-
tancia dosdous extremos.
Diderot, apezar dis^so, inventou, após a Comedia seria, o
que oUe chama a Tragedia burgueza. Si o riao mal perpassa por
seo Theatro, as lagrimas são ahi copiosas, Ifa Oagranto contra-
dicção entro sua theoria da GometUa séria e da Tragedia bur-
gueza» que, como a alta Trairedia, versa sobre os infortúnios e
eatastrophe^ da vida humana, A Tragedia clássica pue em scena
personagens, extrauhoa para nós por Bua condição, polo tempo,
em que viveram © pelos paizes, onde habitaram. Esses perso-
nagens viviam em meio do perigos extraordinários» Quer Dide-
rot que a Tragedia burgueza se prenda á vida real e contem-
porânea; que tire seo objecto do meio actual ; que seua herôes
sejam simples particulares, cu,jos infortúnios fai^ tanto maior
impressão no€ espectadores quanto todos se reeonhecer^
224 PROMETHEU ACORRENTALHJ
outrc kí. To ia a esthetica de Diderot é subordinada a prex-cupa-
t;iMt^ nnracs, que o Torçam a considerar a s^oaa comj uma
rtUitÁii. Opcimisti, nem siquer vê o mal uni to /no de >i. Como
poderia rejirosentai-o no theatro? Exliibe-u>s eile em M^ena,
uao verdadeiros individuo >, mas sim typos ideiaes,em que nâj
podcriamos reconUoccr-nos.
Seu íim nossa reforma ú pintar mais tlolmente a vida.
As mosmas ideias expende Sebastião Mercier, autor de um
Kmaio iobreaarXe dramática, Mercier parte deste principio:
«Si o Tiiratro nào passa de mentira, 6 do mister approximal-o
da maior verdade p083Ível.»Elle condemna, sem piedade, amiais
OH nossos ^tmeros ci^issicos. Em seo conceito, os poetas cómico^
aiu*ram o i!Ui*so ordinário das cousas, tornam cari-egados os
lUiort pm^sona^ens, excluem os caracteres mixtos e. linalmente,
sacrificam a natureza aos mais grosseiros effeitos do riso.
Quanto d Tra^odia, é um phantasma, revestido de purpura e
ouro. o li(«i*oe trafico excluo a verdade; é semelhante a um
inanequini, ciijos movimontos attestam, por sua rijeza, as
niolas inatiiiuad.iri, sobro que joga.
Bstrcíito pare.itesc^j li;,'a as ideias de Diderot ás de Memer.
CmU uni dolies pro|K)o uma fórmula nova. A do Diderot
appliiM-se, mais i)articul:irmonte, á Tragedia burgueza ; a de
Munier abrande campo nuis vasto. Dorme ahi talvez o Drama
rtiuuíiiitU}^ iulaptandíHMo melhor, quer ao melodrama popular, de
qne i«1Im pr(q»rlo fiv. ensaio, quer á nossa Comedia contempo-
ran«'i, d.i qniil U«Mnn;uv.h;us,soo discípulo e de Diderot, devia
lii';atriii' em nn^iui n primeiro modelo.
André CiMuilnr prodiizio a omcdia cHermes». Nos versos
tiiuani liouta, murto aos :{() annos, domina o amor, sentimento,
i|iie nadii Li'ni At) ioinmunieom o vaporoso ideialisrao, cantado.
Ilidia do de, por l.umartiiie nas Meditações.
;Na npiM ihi (lo pHeudo el;issi(íisnio ainda S3 siiscenta a Co-
liiudhi no Ibii.ifro. Ooaracti»r de scos assumptos e jKTSonagcns,
llrudiK* da it«H h-ibido «'Oiitemponinea e da vida commum, asse-
Hiir«i Ih" iHiiiqno/íi'', vmladíisao ^renero trágico. Si as comedias
dii qihnlKi l»i|Nui.i| «!io. c»m í^^ral, muito superiores ás trage-
ilhiH, inlu-lbtMi vitUwi) u urigiualidado, que nào podem ser com-
HRvrsTA r>o ivsríTuro msTORfco
pousadas por sti.L uaturaU amarei q elegante liberdade. As
mais cijlííbiMá, dtíutre olUd, sao (Mboçud úè ubíàerv.iQáu toda
supertíctai e de est> lo áehú e lacil.
Incapazes do d;irein vida aofl ciMcteres, limitam-so os
siutoras à piaturaa do c<jíjtumes sera alu líicô e sem cofiso
4uencici, á todas as gaiautarlaij a a ridiculus Tugazes.
A Tragedtíi jaz prolhinlaraente degenerada. Dosmestríís du
século XVII apenas tierdarani oa píietas do ImfHirio o systemri ii
o apparolho theatral, todos vasados em nrti só molde, Siibsti-
tuem a narrativa ao drama. Citaremos, de pa^sai/em, Maria
Stuart^ de € LeHnini», Mnus U^ «le Brifknt. O í,'ost(j fivtncoz es-
tava de tal modo estragado, que nài> nomprehendla ishaskes-
peare, nem inesmonas itiiitaçòeí» de< Ijucís »» ¥* verdade que
este Shakespeare era mitigado, mõlicíu. prestuido-tíe a todas as
convenções 6 a todas as tíonvejaiencia?i de nossa sicena, — nm pueta
a final, sensível e virtuosu, ao goetu de Dtderot.
Nepomuceno Lemereier, impacLeote de abrir nova estrada,
mistura a Comedia íl Ti-agodia em sbo Ohruioxião Colomha, E'
inimigo rancoroso do romantisímo.
Rayijonard eompoz os Templários, tragedia, com os uou-
fideiite> e oji ] ►erííonaí.^ons di» cbissismo, áú iu no vau do u aa-
sumpio.
Sob a líOíítauraçfío (íuiraud pyblica em 1H'>:^o sen Conds Ju-
liano; Somet produz, i'm tHidri, a na Jtanne d*Arc g om IH^^H
Isabel de França. K* Ihe^ sopurior Pedro Lebrun. autor de Maria
S^mart o do Cid de AndcUuzia^ peças que obtiveram graude
ailif^. l^brun, p<iròm, não uoni^eguio, apezar de seu talonto,
acabar cnrn a Traj^edia cdassicíi. Sò a cornetíi de Heraaid po-
deria derribar as muralhas daquelJe formidável baluarte.
O Othela, do Vi^ny, foi acolhidir rom assobios,
Seotia~se, havia muito, aneressidado Jeniíia Renascença dra-
mática, < O signa! raais notavíd tio movimento, que se pre-
para, (escrevia em I8:í0 Abel de Remusati é o esboçu do
qae pruduzem no espectador as obra^ c >nc(:!bidas o executadas
tlentro das rijaras. Parece terem perdido a eíflcaoia todos oa
meios do com mover. De baldo procur.irarenova!-<»8, disfarçaa-
do-08 ; o espectador reconhece o artiílcio e Uca possuído de tédio,
£156 ^ 15 ToMu I.XV1Í1. PU.
22B
PROMRTHRU ACORRENTADO
Certos poet^ííi liavi.tm teutado reduscitar a Tragedia do âeouio
XVIU blra, precisa uma reforma e nau si (tiples retojuss.
Nada de rner-i4í coficesisõea, Nao ha re;,'ra, nem modelo*
€ (proclama Victur Hugo), ou antes não hii ou í.ra re;íra ainão
a^i leis geraes da art^ e íisloia especiaeii, que para cada compo-
sição resultam das cuiidições da existência, próprias a cada as-
.Humpto » ,
J.l depois do DidRrot e Mercier havia Madame de Stael im»
puguíido tudo, quG fazia de nossa Trax^edia uma arte factícia na
própria peift^ção «le stii-s forma>.
Man/-oui oscrovia sobre as unidades dramáticas e Sthendal
dava batállia ao ooaso velbo Tiioatro. Victor Hugo resumio a
nova poética do Tlloati'u em um âublma* prefacio e Alfredo de
Vigny n:i a l verteu ij ia sobre o Úlhslo.
O seenlo XVH reparava, rií^orojamente, i Comedia da Tra-
gedia. O publlc^> i[ueria a unidade de intere^isa v a impressão.
Tudo na Tragi^dia devia ser graTo. pomposo, augusto. Eram
delia banidos us vicias, n feio, os ridirnlos. Só adiniltia o crime,
qtiando revestido de irapuíiente í^^ráDdeza, No Theatfo divi-
dia-se a vida em duas porções dístin^<ta$, — uma de Melpomene e
e íMitra de Thalia. A Tragi-comolia não ora* na r»3i.iídale, a
m&siia de doas elementos o sim uma tragedia de feliz dosou-
lace» Oa heróes tragíõos nunca rieiH, nem ^íquer á irriem. Sua
n^ibreza nunirt derroíía,
Abstrahir du cómico no trágico é uma convenção....-.,
Foi justam »'ute a f^isâo da Comedia e da Tragedia que produaiu
o Drama i-omaiitieo, — combinação natural do sublime e do
grotesco, a Be mesclarem noTheatiM como na existeocia humana*. ,
O Romantismo dram liico l^ antes de tudo» a sutjstituição
do concrtíto iio abstracto e do particular ao geral.
Os românticos oollooaram na acena, não typoa, mas indi-
víduos,., Aíí personagen.'* tragieass vivem no mundo ideial. Como
não são de um t^^mpu, ou de pai2 determinado, absteem-Si) os
poetas de emprestar ao meio, que os cercj», algo de precíbo e de-
terminado. Não »ão Gregos ou Romanos, e sim tMitidades lo*
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO 227
gicas, sem data na duração, sem lugar no espaço. Substituiu-'
do ás figuras ideiaes da arte trágica homens de uma existência
individual o concreta, devia o Romantismo determinar-lhes a
physionoraia por muitos promenores locaes e contigentes. « Co-
meçamos (diz Victor Hugo) a compreheuder que a localidade
exacta é um dos primeiros elementos da realidade. Kxcederia
as dimensõe> desta memoria a exposição completa das dou-
trinas, contidas no "Prologo de Cromwell", publicado em 1827.»
Limitemo-nos á. mais alí^^umas considepações sobre o Theatro
na primeira metade do sjculo XVIII, Victor Hugo, Alft^edo de
Vigny e Alexandre Dumas pae, resumem ascena romântica.
Hernâni, Ruy Blas, Lucrécia Borgia sfto uma trindade dra-
mática immortal .
Os personagens de Victor Hugo, € vivem de seu sopro e
falam com sua voz». Alguns representam, não a alma do
poeta, e sim a sua imaginação. Não teem pé na historia, nem
na verdade humana. A.s figuras importantes de Ruy Blas
representam os factos mais relevantes da monarchia hespa-
nhola de 140 aunos antes, o Lucrécia liorgia é o amor materno
purificando a deformidade moral.
Em Alfredo de Vigny são mais sensiveis os defeitos de
Victor Hugo, sem que qualidades iguaes os resgatem. De suas
peças só vingou «Chatterton», que, na expressão de Sai n to Beuve,
é a analyse de uma moléstia litteraria.
Alexandre Dumas, pae, oppoe-se á Alfredo de Vigny por
inexhaurivel fecimdidade, peio fogo do temperamento, pela fa-
cúndia expansiva, pelo amor sensual da vida, do movimento,
da côr, de tudo, emúm, que se agita e brilha. Desde 18^9 ex-
hibio no Henrique III meios dramáticos de raro vigor.
Ponsard ensaia, debalde, conciliar a Tragedia com o
Drama. Caminhou, passo a passo, para os iimovadores. Char-
Mte Corday^ a melhor peça deste pretenso restaurador da scena
trágica — ó mais drama romântico do que tragedia .
O Romantismo, mesmo no período de seus maiores suc-
cesBos, nSU) abolira a Comedia, apezar de soa preten^ de íúo-
22^ PnOMFTHRr; aCORBBNTADO
rllf-fi ('om o Urnmn, fU»% (ymt^ídia, qneapenaH *)n[u Hxiãi>. ns.
•liv^pMrnnnÉ/» «íí^íri •inAíif!»», pf?iiiriift-se em KujfBfliij ácr:r»t- ite.
O Mi*tlNiiiM (nififirorniilra o lu>rnance, que ALUâ i^iciimisu
gt» jiiM^Urr^ A r«ipi'*^'^*^ii^'^OA" ^'^^^ ^ directa da ▼id.i ínmiaiia. ?!i
lrilMl|fitiH»iilM hivatllo o Ilu^aLn'.
ii;i|r(M> fniifníi ii' inA|Ht] tn' <i wiooa d voitlade aonia^ n ^ a^
tMi'ft>MK, iiw oiif4ÍHiiMv< o (loM iiinjort, quo c<>m tanr.<> e tão loãe-
t(Hii rrlntM I lio iiiitiiira. o >tn«> roíiunoista. CiiuiderkT^ ^ile
.» lluMin» lurin» inUirlnr. IHl^a n. a» íii esmo tempo, t^ial, w
|,.,<.w -w irmiiiHi. V u'^»» íHM* \hnHttiêt, comedia repr»:«a'aia
,t»lM*t.' ip MU'» ni.Tlo, nnilt»» M^imlnla. níiurpagapam Coda» ^
»M í jis» » ■/ <•* "«'*« r.i»»*i»W«í ííii^íHMi o a Mddratta.
V •« .\m iNi^Ni^Mt, lio .VION:^t)«iro Dumas, Pilho, mart::! na
•i . u.^ ti *.HM. % L' MvuU» a xiyunda i^poca notável. A pr.-
.» .. i 'í. » ^ . .^1 »*U I % )vo ,Vy»H.mi. ao Victor Huí?o. A iaíla-
iH I i » **' ■»', ^ ^;.-»i»i v|u\ \\\k\\ Abala 08 nervos lia geração
-tuM«nk(> k^>>\«^ «oi'i%v->-^MM -I X' u hun pho ^\>nipleto do Natora-
\<4iM \\* '\ X » M» */ :**, o ÍV^^i U%Mi<<', o Pae Pródigo^ o
» n» u-v% .^^\'iv^ «^ Is* »^rí^v>^^>iíNv*i^ louroíi o'oonqui8tou a
% •♦:•,' \ »,<;or. vvmedii>grapho de
^v.. í^s* '^»Ni^ .io .^ru^ mais hu-
^\«- , A A.* .^4nro do Sr.
'O.- A ■ v* * %^o, io :íeu ta-
', ♦ * ^ - vi-*.* S< ■ : ifAma G^s
* ■ •. ^ V * ^ ^ • "A"^ •. «i J^imâ da-
• \SNv.>^.i v^ •^^ - ,v .^ V.,. ^^ ... ^./^ ^^ ^. .;a.vú<í«.
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RBVISTA DO INSTITUTO HI8T0RIG0 229
Não ^ie Tx^de guardar silencio a respeito do Victoiiano
Sardoii. O autor do Divorçonse de tantiisexceilontes obras ô, antes
de tudo, o mais experto, o mais maleável, o mais inventivo, o
mais divertido dos t>audsoilli$tas , Sua originalidade distinctiva
ô de reviver o antigo Vnudevillc, do que Scribelhe transmittira
a formula, reu jvar-lhe as convenções, e nelia introduzir mais
verdade, e uma observação de costumes contemporâneos, pouco
orofUnda, porém muito viva e mordaz.
ROBERT SOUTHEY
2iõS — 1j Tomo lxviii, p. xi.
ROBERT SOUTHEY
Entre os oscriptores ostrangoiros quo para nós voltaram
sua attenção e de nós se occu param dosde que temos historia,
nenhum possue mais justificados títulos <l admiração e gratidão
nacionaes do que Robort Suiithey, o bem conhecido auctor,
afora diversos outros trabalhos relativos a Portugal e á Ame-,
rica do Sul, de uma Historia t/o Brasil, a mais conscienciosa,
detalhada e exacta antes da do Varnhagon, a mais littoraria,
formosa e capti vante mesmo dí'p.»is da de Varnhagon. Cir-
cumstancias particulares da sua vida flzeram-no tambom in-
clinar sua imaginação do pueta o dodicar seu talento di» nar-
rador, uma e outro solicitados por tão variados o attr.ihontos as-
sumptos, á. descripçâo da actividade hispano-portugueza no con-
tinente europeu e nos outros continentes além dos mares —
actividade de paladinos christãos ; do cavalleiros andantes da
Cruz muito antes das descobertas, actividade de conquistadores
impávidos, de pesquizadorcs do ouro logo depois das desco-
bertas: sondo igual o interesse com quo ello celebra o Cid,
Amadis de Gaula e Palmerim de Inglaterra, e Aguirro, Cabe/.a
de Vaca e os bandeirantes paulistas.
Southoy teve um tio domiciliado em Lisboa, o reverendo
Hill, o qual primeiro viera a Portu^ral com sua irmã mais velha,
a tia de Southey, qu») quasi o criou, Miss Tyler, uma solteirona
de máo génio cm busca de boa saúde, e mais tardo ahi st^ esta-
belecera como capollão da feitoria ingleza. Esse illustrado mi-
nistro anglicano, de seu natural affeiçoado ao cultivo das
lettras, reunira por desfastio o curiosidado uma blbliotheca rica
em livros e sobretudo manusoriptos relativos aos velhos e mo-
dernos fastos peninsulares, e o juvenil te mf)ei' amento poético
de Southey abrazou-se ao contacto de nma tal fogueira de fô,
de enthusiasino e do cubica, talve/, a mais ardente e crepitante
em que se ha consumido a humanidade.
Quando Southey primeiro visitou Portugal, (ím 1705, tinha
21 annos o abandonara a contragosto a sua lua de mol, ficando
em Inglaterra a ^'•entil esposa, ;i que. por opposiçoos do fa-
mília, se unira quasi claod«3s .inanif^nto e que p>r tauto.^ imnos
seria sua carinhosa conipanheiía. l*on'*o havm que deix:ra o
Baliol de Oxford, renunciando a"s ostud(»s re^^nilarus polas aven-
turas li t terá rias. A sua voca<:ãu Huellectiuii era irresistível e
por ííSsini dizer espouLanea, porquanto tudo de prefei*encia o
fadara para a apaihia increadora de uma carreira libeml.
Nem era por sorte um bohemio. Nascera em uma ílimiliade
2âi
RBVtSTA DO IN^ITUTO HISTÓRICO
9181100 iDcmbroa e limitados racuriM» taoúiU áê actíâsiftt-
Hfiofl e éo neradofai, Hoarando a igreja estsMeeidâ e o
iMlciOt ealtifaodti m re^eitalntídade, rmmn4o n reiatfn 0 a
Caiaaim dos Locdi» orralEoei todaTia da C&nara doa Gommiiii^p
etãã menot dm gnuiéesa MUooioa, oa^tm fonáameiílaâ já ac»
aebaTãa tem lançados. Nio é mesmo poisivel diíer-ae qae
desta» peíaa tradidanaas ae tíFesâo por oornplQto emaoeipado o
seu efptrltOt como um momento chegou a promelter. quando
na mocidade a aw\ ima^nacío fogoda e o sea temperamemo
afíaeo o arrastaram rtuUfré io%U para as tísÕss democra liças e
para as chtmeraâ igualitárias.
Sotithoy podia ter, como teye, graça, hmmour^ fiiotasU, ori-
gioalídade de poosamento^* talcato oa conforme elle modcs*
tamtjQte se exprimiu numa do suas deliciosas cartas, cuja
coUecçao forma a melhor parte das auto-biograpbias, altrtness
njf mind and qmckneí$ of apprÊhension ( Tiveza de espirito e
grompta percepção): tudo isso àsearradas; podii ter* cumo
ire, o ÍQodo amor das cousas passadas e a íQtuiçSopor tcxos
poética daâ faturaá. No fuudo, porém, havia em muitas ooca-
«iões de cur^ar-se à ioílueocia do meio e da raça e de ser o
borgaez estreiío o pi^esumidu da Bíblia e do Áct ofSeíUemenia.
Apezar de bom, compassivo c misericordioso nas suas relaçães
c coQCt^pçõe^i, ao ponto de não raro se nos afigurar impregiMMb»
inconsciente e liiturarifimcoto de catholiclsmo, um ealliõli*
cismo largo o tolerante, nunea Itie seria dado medir com per-
feita isenção e justiça o horoiãmo e a caridade dos eTaogeti-
sadores jesuítas, c p;ira a peainsula o para a sua producção
sociíil americana, máo grado todo o eattiusissino despertado e
expresso pela admirav9l defesa dos seus filhos contra as armas
n ipoleotiicas, olharia sempre com um carinho miâiorado de
oommiseraçio provocada pelo espectacul > do fanatismo beato e
do obscuraoUsmo depressor. O ambiente moral pesaria sobre
ella oom as suas idèas adquiridas, digamos togo o lermo exncio»
oom os seu^ prejuízos, e o peior resultado de^t i pressio dAS
convcnçõeít e prcvençõej*, seria que o Poeta laure<xdo não pouds
í-evelar-se um grande poeta.
A faota^la de um grande poeU não conhece restricçõeSt
oom pautai, nem adaptações, alt-ni da^ iotuitivaSt aoonselliadas
pelo bom gosto in.stinctivo que a acompanha. O sen corpo nao
conheci* u Udi^a* o seu e^ipirito não conlíet?o a saciedade. O
conchog-j nâo pan^r» rntrar cm harmonia cora o seu estro.
Dante contemplava Foren^^ com o olhar saudo^so do exilado ;
Camões ooropoz as saa^ estrophes errando sob difTercntes céo
da Atiia. l m o outro soíTrcram c gozsram mai^ do que o eom-
mum da humanidade. Um o outro exporimeotaram grandes
ma^uas o graades prazeres ; choraram co u de>usado amargor
o amaram com ioâoito delírio Por i^s^j foram não só artistas
da forma, como mestres do sentimento.
A Southej foi suíllciento, para tratar do thema peninsular
eom o seu calor habitual. di\-agar em espirito peias terras,
empapadss do sangue de mourod e cbribCaos, da Andai uziai pelo
RUBEBT SOtlTIlEY 235
campog, percorridos por missionários o minoradorei, do Pa-
ragiiay, polas mattas, em qiio m acoutavam e degolavam í>ra-
zileiros o hollaodezes, do S< Fraociaco. A sua forte imugi nação
litter im evocava com paciência o reeorapunlia sem altlíecào
03 scenarioa o os dramas. A imipressâu objectivai por mais
sugirestiva» não so convertia em uma mórbida sensação aiilyc-
ctiva. Um Byron carecia do mais. Carecia de fazer reviver em
ai mesmo, reconstrnit-as e, ei pcssivel, agiiçal-as com oefitimnlo
dos proprioa lo^^^ares oodr- m tinham um dia manifestado, as
aensações, aínão das gerações dosapparecidas, pelo menos dos
grandííá iodividuos, cuja psychcdog-ia elJo anceiava por delinear.
Carecia de sentir pulsar dentro do seu peito, em Veneza, a alma
dolorida de Marino Faliero, era Sevilba, o coração empedernido
de D* João Tenório, em Babylonia, a sensualidade òarbara do
Saidanapalo.
O génio errático de um contrasta assim com a efiuilibrada
idiosyacrasia do outro . A Byron Iiorisonte algum bastava , Era
um eterno descontento que, onjoado do carú britannico, tentava
fkrtar a sede de soo lyrisrao volopltiogo e desordenado na velba
ItaMa, na Grécia, mais velba aioda, por cuja liberdade mor-
reria combatejido nn flor dos annos, nas torras mais túmidas
de senaualismo e maia recamarias do belh-za, que maia de perto
faliam aos sentidos e ao devaneio. Southey doscjíiu immenso,
por um interesso histórico, residir em Portugal, viver á fresca
sombra das arvores de Cintra, mas consolou- se da sua dooepção
com a paizrigem docemente sombria do Cumberland, onde por
quarenta longos annos morou perto do Keswick, compondo
poesias, compulsando chroíiícas, percorrendo romanceiros, re-
digindo narrativíLS, traçíiudo biograpliia^, criticando livros e
aiuda derramando o excesso da sua extraordinária producçáo
intellectual pela raais copiosa correspoadancia que um bomom
de lettraa ha lej^^ado aos seus admiradores e á posteridade. '
Verdade é que nunca exiatio maia completa organisação
littoraria, E o que mais improsaiva a torna ainda, ó que a sua
foiçào mentalt comquanto íllha de um chamamento intimo ir-
resistível, de um pondor fatal de escriptor nato, parecia antes
voluntária e regrada do que impulsiva e febril, si bem que
nella ae oacontrassera o ardur e o gosto da sua profissão levados
ao derradeiro limito.
<' Nâoalimeíitic com relação a mim raais alíaí? ambições do
que eu próprio nutro, esorevia elle uni dia ao seu amigo
Wynn, que duranto annos lhe serviu uma pensão annual do
l'yt) libr,!^ e, quando sub-gecretario dos negocies estrangeiros»
om 1807, o fezpjníiooar pela corte com 200 libras. Acho-me na
situação de vida em que Deus houve por bem collocar-me, para
a qual nasci e na qual me vejo contente, nem é do suppôr que
» Tlio LiTi' and GorrospondencôoCtho late Robert Sotinji'y,London,
18^», G vohimes.
23^» REVI>TA DO INSTITUTO HISTÓRICO
paJessc ler-rae erapeabado em ouira tão Titilmente, tíío digna-
mento e tão .'ifjr'uni-jiimen;3.>
Sj«j:iiey c::nrnj'j -j ;ypj 1^» vorda loiro homem de letras :
devotii j aj i.a^jila.'. píiô pui-.) vraze? d-j trabalho; seauodo
os seus i^omíis. si bem quo rt-iioxa mente : prep irando l.u»nga-
meote .s >eus íí^z?:^\,s históricas, para vai fim revolvendo
pilhas de documentos, impressos e manuscriptos. e comtndo não
sendj um meio erudii •. mas i^^ualinente um artisn dotado,
além de >íív\x cultura, de apurado :^'osto litierario. Eu próprio
tive nas minha? mãos as dezenas de livros de notas nos qnaes
Sjuthey raetli>:icie infxiijrivelmente colliaria o maíerial para
um . ííi>toriad > j.riuíuezes na Europa. Airica e Ásia, que fícoa
em i>rujejto, mio g:':iio tcilj o caminho percorrido para sua
realiz:K*'~io, o í\m*í c-^itau.ente so:ia o d.gno complemento da soa
hisio-iadtjs p nu ju zes na Americ;i. Não se póle trabalhar
com mais consciência nora cora melíi.^r critério. Os autores es-
tudidvs eram sjm; re os ra.iis ah lisados. os apontamentos
colhidos 03 miis interes-an;es para illusirarem os casos e ex-
plicarem a sua trama. Niniruem jamais se entregou à sua faina
c-vm mais cresci io prazrr nem com sup-rivr intel li vencia.
A incriv..'! iiciiidad-:* lif.eraria pre: «ce e duradoura— o que
menos vczes va«* de a ?co:J3 — leS-íUihey foi siilva da vulgaridade
e da meiiijcriia :e por l-s^^o fervor de estalo que a distinguia,
e também ip.j!iuj nio '.«as uria a applica.ãu» pelo periume
penetran:e de pi-s ido ia sua obra. pela elevação da sua doutrina
moial, pela gener^-.-i lale •li suri alma, pelo amor a um tempo
mystico e prit.co das ousas espiriluies de que todo elle era
saturado. K tmto assim é «^ue. quanio uelle pro^iominou a mo-
deração — nunca a mediania dos i leâes. subsistiram u entbu-
siasmo e o ardor no afflrmal-cs e propigal-os.
Coraprehende-se sem diiliculdâie :ira Byron enthusiasta o
ardente em luiv». :.as gra.d.*> c.»ran na:í peqienis cousas : fasci-
na vam-no a Ii'.)Mrda le e \ rev .Ii i. tor;urava- • a expressão do se»
individualismo. Um So-rh y enthu-iasta o ar.ieute <* raeaos co-
nhtv.do. Tiia> u fict j ♦' iiietl!»^ anií^u inv ui i\-elmt*n'ie a iade-
pendenci i -lo pers.i:ii«'ir.o o *\w aci,.'i •. sinão cm a paixão e a
pircei»a de dojiilem .a sui .iuveijiude, polo menos o^m a ^Ta-
vi ! .de e í Ik m ^e:*sj da virili iade, •; le o mandaram nnunctara
utopias p:?ri j'o> is, sem comt ido •> converterem de um adoiavel
benediciiuo lei-'o em um desprezivel conezão tleiivel.
Das su\s illusões juvenis, por mais que as contrariassem
novas convicções pess aes e e.Iljrescencias hei*editarias, que
vieram a combinar se, ficu lhe sempre o res-iibo através di sua
vida inaUerivid e gloriosamente ir.t ilect lal. Da sui alacridade
juvenil p»rm:uiejou sem; re a ch.'nini nis suas ulteriores e
mais ojiiipos: i< :i:y;;õesi :i ! i'i::': !\s : -Ii t^x 'TionMa e zeladas
co:u ».■ ::iv'sinj .rir..'» e a nix?-?.: a 1. vi! Til-'. ;::.:: lo * risio .as
fTuerr.is n ip.''.v* r.i.-is. o . !:j -j .x*:' •._•■" co r.'a LVn-pirte,
o n i:iv siào .V il'a Io u eiva:- .::: 1 • :• v. v*".i-.-:' ::.\ ■. — m =smj poi^
que naaa vs i unis pe:':^ •!'• u.;i j.i \ bau- d » <;;o 'í::i autori-
♦nxrio — íoi c.>m a mc^ma animação que elle advoirou, sob a capa
ROBERT SOlJTriBY
23T
doa priocipioH llbcraos e |)atnotÍcoj, uma politica de repin388^,
de medidas despóticas e violentas.
Faltou por certu a Soutliey, como poeta, o pofler lyrico de
Byron, a rae^ítria de Colerid^^e ou si quer a vibração de Worás-
worth. Foi um poota de scgimda omem, poato que fluente, cop-
rí3cto o attraliente. Tampouco foi um prosador insigne, si bera que
tivesse slJo ura escriptor terso, elegante e oom id(^as. Entre-
tanto aobra poética de Suuthcyé inseparável da transfurmação
do gosto ingiez na primeira raetado do século XIX i sem ella
a cadeia estaria privada de um ú\o. Igualmente a ííua obrado
prosador couserva um logar distincto nos annaes jitterarias da
lingua como a de um historiador i ilustrado o im igíuo^o, cheio do
acerto na composição o dn graça na narração, e do ura critico
dotado do singeleza e agilidade de es tyio e de geral imparciali-
dade nas aprecíaçõeíí, numa palavra de um escriptor com um
conjnncto de qualidades quo, amalgamadas» produzem um autor
notável.
Southey — poeta possuiu a qualidade l^undaraimtal da emoção.
Havia de msto nelle tudo quanta a pôde estimular o aquecer,
sem deixar attingir o ponto de ebuUlção em que a emoção se
toroa delido o o arrebitamonta robelliào. Havia nelle em alto
gráo o araor da natureza, que muito contribuía para o levar a
preferir a vida intfillectual no campo, aos cargos o posiç5es
politicas de Londres, que cordialmente detestava- Havia uma
âése sensível de romanesco que em novo» depois da leitura de
Jean Jacqyes Rousseau, o quiz arrastar para America do Norte,
nura projecto, com Colerídge e outros, do fundação do umacom-
munidado li Iterar io-agricola. e que sempre impediu o seu es-
piri to disciplinado e ponderado de merg^ulliar na banalidade.
Havia um escrínio de aflfectos — araor da fttmilla, araor dos
amigos, araor da liorabri^lade e da altivez — transbordando do
seu coração era odes ternas, elogias melancólicas, eplgrammaa
mordazes, missivas túrgidas de seiva intellectualv d© entíia
siasmo ou despeito coramunícativo, de sympatliia liumana.
Southey dizia que compor uma poesia equivalia na stia
alma a cultivar al.^um sentimento de benevolência e honostldade.
Esta benevolência sempre o acompanhou aliás, dando á sua
vida a coherencia e a tonalidade grave o harmónica que adistln*
guem. Por outro lado foi a sua fundamental honestidade que o
afastou da c&rrêira ocelesiastica, na qual o futuro se llie apreien-
tava fácil e calmo, porque, comquanto professando horror deci-
dido pelo athelsmot não julgou, como depois Eenanp possuir fé
bastante para tomaras ordens.
Renan, porém t descambou na duvida amável* no scepticismo
tolerante, na irresoluçao espiritual que chegaram a caractorisar
toda oma geração. Southey» pelo contrario, foi sempre a alma
impetuosa» crente, corajosa que» abalada muito embora pela
feição de sicriâcío do Catholicismo, pelo magico appollo desta
reli^náo aos que soíTrera, pelo seu poder único sobre os ânimos
supersticiosos, por quanto lhe haviam revoladu as leituras ec-
elesiasticas e históricas^ e para mais possuído da convicção da
b
REVISTA DO INSTITUTO JIISTORICO
ãupromacia moral úa religião cm gemi — Ja qual dizia cllo 60*
tarem mais perto os quo temem do que os que esperam, — ex»
traMft do seu rancor rerormista fel bastante para aíQroiar que
desejaria ver aliolida to^la a iocapacidado poliUea, meamo a dos
judeus» excepção feita doa catíiolicas, quo apenas dspiram à vin-
gança o ao throno. *^ Romaoismo sigoiicava para elle i atole-
rancia, argúcia, ardor de proselltytaio, a maior obra da aabedo*
ria liumana e da maldade tumiana. > (Carta a C, W. W, Wyun,
de abril do 1807,) f)
A ioda giie inalteravelmente desaffec to ao papíimo, oem sem-
pre eiitretatUo o jtjlgara com a mesma amarga vebemencia.
Quaado novo, por mais ani^licaiio que fosse o seu pri:»ma, âcaiu
insensivelmente predisposto, cora a leitura das chrunícas peoiD*
sularoít» eoi favor do cathoílcismo, das ordens monaaticas aspe-
ciai mento. < Escarnecemos da ijínorancia dostas ordens, escrevia
elle, mas as mais mu tais a néscias d^ltaa ii^m produzido mais
obras do erudição do i[ue todaa as univí^rsidado» inglezas e es-
cosaezas desde a reforma, o ó minha flrrae crença que hojti em dia
melhor sociedade se encontra num mosteiro booedictino do que
em Cambridge e certamente melhor do que em Oxford. * (Carta
a i. RickmaQ, de 2^ de março de 18U5.) (') De outra vez es-
crevia a Wynn que o catht>lieismo seria o melo unico do civilisar
a Irlanda : os jesuítas e os beuedic tinos nâo esclareciam os sel-
vagens, mas humanizavam* Í403 — o abrtim o paiz delles á cul-
tura* l-^ela vida adianto é que estas velleidades nimiamente to*
loraut 'S para um anglicano, se foram deevanecendo mais e mais,
crestadas pelo vento abrazador do proles Lantismo. O historia-
dor do BraziL proseguiu admirando a dodicaçio do clero cv
tholico aos seus deveres de caridade e apostolado» mas entrou a
negar-lhe toda ínflLieiíeia benéfica sobre os costumea e as idáas,
por outra para o progresso
Repudiando a theologia como carreira, Soulhey condemnoa-
se a uma vida dn muito trabalho e de quasi pobreza, pelo menos
de inteira dependaneia da soa penna como meio de subsistência.
Suas ambições foram com tudo desde começo limitadas* a nãc» ser
no campo litterario, em que se não conheciam limites à sua fome
de leitura e sôdo de sclencia. Si a^spirou a alguns cargos, fel-o
ou porque elles lhe proporcionariam condições para o estudo, ou
porque lhe forneceriam os meios de vida que eracompellido a pro-
curar nas repetidas contribuições para a imprensa periódica. O
próprio spúri, paSz&o commum aos ^eus compatriotas, não en-
cerrava para elle grandes attractivos. O caminhar, o remar
eram no seu caso, afora uma expani^ào physica útil a saúde úo
ínttdlHctual, geralmente recluso no #íabínete, antes formas da
sua devoção á natureza do que ao ideml da fortaleza. Southey
nao quiz ser clérigo, nem athleta, nem politico, nom homem de
i*lThe Lifi' an í Corr^sponiiôttcc, otc, vol Hl, pag, 7Ô,
( ')Th(? LifíJ oad Correspondence, etc, vol. 11, pag. 320.
nOBERT SOUTIIEY
239
8ociedad6 ; qiút tao somente ser um homom de bom o um litte-
rato do solida ropu tacão*
A primt>ira obra om que Southey aborda os assumptos po-
nlostilai^Bs é a collocçao dits suas cartas de Hespaoba e Portugal,
escriptasá aos 22 aaQos, primeiro ^sabidas á luz em 17'J7, reedi-
tadas em 1709 e publicadas ero 3^ edição em IHOH, o que asaás
indica o smi siiccesso de livraria. No emtanto, quando era 1795—
96 Soulhey avistoti e percorreu parte da Península, que tiraa se-
gunda vez visuariri, seu coração estava loofçe de pulsar do
accordo cora suas emoções intellôct.uaes, provocadas [jela súbita
©utrada numa vasta e ondulante seara bistorica e Jitteraria, ctijo
lado romantisco tanto devia casar-se com o romanesco ainda
pujante da su:l alma. SouUiey atravessava imtão a quadra mais
incerta da sua vida sempre iustavol na sua e^tabelidade appa-
rente. Era a crise decisiva, l^ur causa dos seus projectos do con-
sorcio e emigração para o Novo Mundo a tiii» Miss Tyler, rom-
pera irroraissivelmente com elle, o o tio, o Reverendo Hili, trou-
xer a-o para Lisboa, senão para eonvencel-ú a entrar na Egreji an-
glicana como miníetro, puis que lhe promettera apôs a defecçáo
theologica ajuJal-o a forma i'-se era direito, o que taz suppor
conformação^ pelo menos para dij^suadii o de um csiS Amento poore
com uma menina, cujas duas irmàs tinham despcsado, uma o
poeta Coleridge e aotitra LovelL
Suutliey todavia, fiel á palavra dada, casou-so A capucba na
véspera do* embarque e os senlimentos de ternura o de saulado
desse noivo exilado» desse Petit Dtic separado da raulber, por
maior castigo, no p/oprío dia segumte ao da ceromonta que oa
unira, pedem ser aquilati^dos das suas cartas aos amigus, daiadas
de Lisboa com a opigrapbe seguinte: «From which Ood grant me
a speedy deliverance».
As cartas por ai somente não teriara estabelecido a reputação
litteraria de Southey. Entre as numerosas impreijsOes de viagem
na Península, na se^junda metade do sectilo XVIII, figurara até
essas entre a^ menos compreliensivas esuggestivas, A par de en*
raizndos preconceitos contra o Catholícismo, de resto communs
aos viajantes in^lezes o que em Southey apenas aqui e ak^m são
mitigados por uns laivos btimoristicos, o que as Carias porém
revelam tão a ab^^orventu iraa;^inaçáo poética de Soulboy, o vo-»
lume de elevados ientinicntoi que em sua alma surgiam diante
das vicissitude^ da vida e que na poesia encontra vâo a mais
adequada expra-são, e o poder utscripiivo da sua penna quando
a movia o rythmo e a guiava a iaspsroçào. O Portugal dos fius
do século XVlíI ojrorecia fiolitica e social meu ti3 um espectáculo
do índole mais a enrijar do que a incitar o estro de um poeta,
, mas a natureza península— rica era contiMela^i na Gallizu, aurabria
nas Astúrias, grandiosa em Leão, desolada em Castelía, sorri-
dente na Estremadura,— é a mosma em todos os tempos o ninguém
pôde ser esquivo ao sen encanto.
Como appendice ájs Carias^ Southey traduziu o famoso Papel
240 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
úô Estada om quo o lúcido e tolarante eipirito qtie foi D. Lnízda
Cunha corapeniliou para uso e edificação de Marco Aotooio de
Azoredo Coutinho, repiesenlante porUiguez cm Londres, o es-
tado do ReiDo e conquistas. Nessa por tantas títulost curioBa ex-
posíQãu» o ospiríttioao diplomata uconsclhava muitas daa mediíías
que foram um pouco maia tarde postasi em pratica pop Pombal,
por exomplo revckndo para com ob Judeus a mais nobre caridadô
e para com os íraies a mais j os ti deu d a prevendo, e é ahi tamhom
qiio aconselhava a trauáíbrencia da corte de Lisboa para o Rio
do Janeiro, apontando para o caracter americano qiio forçada*
mento tomafii a realeza por tu gu o z a, e para as muitas vantagdQi
politicas, económicas, cummerciaes o de todo género qn • hh lir*.
rivari vm da creação do Império transatlântica. Nào
zoado suppor que da kitura deaso documento, que ei e
paia sua intellrgencia e superioridade o feriu, especialmente no
moio da degradação de que se via cercado, derivasse Southej o
sou pi^ecoee íntL^eãse pelo BraziL lo^o expresso em 1B08 pela
seífuinte phraso prophetica, motivada pelo facto do Governo
Portu-íaoz occultar com afan todas as infirmações relaiivas ao
Brazily pos.^6:jââo da qual estava coniplotamtute dependendo:
€lloi galho táo pesado não podo ficar por muito tempo ligado
a ura tronco tão (}odrii»(So lioavy a brauch eannoi loQg remain
upon so r^Uen a trunk).
8i a historia da colónia o n%) tent'^u antes que a da metro*
polo. polo monoâ a executou antes. * Fazor a historia do Por-
tugal foi com eJleito mia prímoira idéa. A 22 de setembro dd
17"«Hí esr-revia ao seu amigo Josoph Cottle, o editor das suas pri-
miciari litterarías:
«Ultimamente deoidi^mo a ompreliender nma grande obra
histórica— a historia do Portugal»,— e como que antevendo o
futuro, ajunt iva: «mas para isto, e para outros muitus nobres
planos, careço de ininterrupto lazcir, de tempo todo meu, que não
seja desperdiçado (fritti^red awayj em pequenas occupaçõos perió-
dicas.,.»^ A John Rickuian. tim politico e economista da ^ua maior
afl*eiçáo» escrevia a 9 do janeiro de IBOUi^A poesia nào mo absorve
por completo a attençáo; a hiãtona da litteratura hespaoliola e
porlu^ueza é um assumpto ao qual pretendo devotar trabalho e
que pôde fornecer muit^j assumpto interessante,.,»*^ Eram as
consequências da sua primeira excursão à Península.
Esta ordem do impressões intenectuaes, a necessidade de
^ Diz Soiathey nuina das auas cartas que ^m 18'***
Lisboa uui fraiicez (?) escrov^^ndo a bisloriíi do Brni I
pando dc! fxcollonto mate ria i p naíi^^íiviú oní
francoif iidi> era «sDjíiiraruoiile Beaiichamp, tine flt
de caradaineute a Historia de Southey, iadã por cima *IU<* làav;»aJo
francoif iidi> era «sDjíiiraruoiile ííeaiicha!ij[% tine úoaos d«^puÉà |>iií^(á*a
de carad ' ' ^ , • ^ - ...
dcrtíitgs,
"Life and Corre>pondcnco, vol. It, pag^ 25.
«Life and Correspondeace, voh 11, pag-45*
RoUigir matoriaea sur place^ '^ a tenlíwjão do assumpto, inexplo-
rafio cm liiglaterra» e a doença— pois qu© o excesso do seu esforço
meutal e a variedade extrema da sua npplicação littoraria, so-
licitada por ura mure maíjnum de projectos e esboços de trabalho,
tiul^m produzido o quo na Mia linguagem do século XViíI olle
chama uma sonsibilidade enftírma {a dUeased sensibilUy) b nóa
chamariamos com pompa scieotifica oeurasthenia— decidiram no
a Gscoíher Portugal para a mudauça do ar que lho acousolbavam
e quo igualmente requeria o verdor da nua actividade physica,
do gou gosto de locomoção, aiicioso por uma grande viagem.
Corria o anuo do 1800 o tinha Suuthey 26 aimoá quando, poía
seguniJa voz, desembarcou em Portugal, com o sacco identica-
mente carro^^ado de poesias e planos de poemas, que atanazaram
cumo demónios turbuleoios os escorços de pi-osaa ponderosas.
Desta vez levava comáigo a mulher, e eata cirourastaDcia e
pouco depois o seu resti^bcdeci mento fizeram-oo vor a terra com
olhos mais compadecidos, mesmo a breve trecho plenametita
beoignos, Saudoti-a cumo uma velha conhecida ; cucou trou-iho
09 mesmos defeitog, mas algumas qualidades também; esoar-*
necou com mais indulgência das buas fraquezas religiosas e dai
suas miíi^erias admiaisirativas ; tomou-lbe aíTeição e quasí ca-
rinho. Era que para eOa olhava agora com os olhoâ da alma,
não com os do corpo e6mente ; penetra va-a polo ostudo intíilU-
gCDte do seu passado, não a explicava apenas pela observação
superíleial do aeu presente ; aformoseava-a coiu o encanto das
suas tradições históricas, nào a deprimia com a coEdomuaçáo
única, i^om atteuuante^, das suas mazailaa.
Niio quero dizer que desculpasse o atrazo de muitos cos-
tumes nem que applandisse a vileza do muitos corações, numa
palavra quo acquiescesao ao fanatismo e ao dospotismo. Qin
inglez nunca se rendia em matéria do opiniões, e Southey era
Itiglez ató a modulla dos ossos, mormente depois quo os horrores
do 93 o desviaram da França rovoliiciooana, o que ao jacobi-
nismo, quo o seduzira pela sua appai*encia estóica, ello cumpre-
hendera faltar o a^eoto moral,
Em sou espirito entrou todavia a predominar a tolerância
do conhoclmento sobre e sarcasmo da ignoranoia, até quo a im*
mobilizou a friaidade da aympathia reformista. O ferrenho pro-
tfjstanto foi sempre theolog içam ente ineioravel para as super-
stições catholicas, equiparando o papismo á poíáte o ao fogo,
"^ «Já lenho «Lrcupndo moas ócios com a historia de Parttigol e o
intcri^sso quo uisUí ojicontru Ic^^ar-me-ha a v sitar o campo tr0uriiiu(%
as luíirjípns <io Mondrgu o íi tumba d€> h^íwr,^ Os nepoi ios ila lai a sáa
domasiaíios para um ep sódio e precisam sítir tratndu^ separadaraonte,
Oa eostaoios e líttiTatura du paix dcvrr iiin acnriipanlj.nr a ordí?m chro*
nolojric.i (loa acontccimenlus* Ilfí rir dr-^alojíir as ãi^anliaâ das Necossi*
d.ulos o nau Ikarà livraria d'- coijvuíi^» que eu não va^culojt*.» (Carta
a Jobn May, da 18 Ibvercipj du 180U. Life and Cor responde nc#, vol. Ui
Pg. 51),
242
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
mas o lado pHtoredoo daquellas supera tições cbegou a prendei -o
quando daiuos oxclusivameute o irritava. A saúde recuperada
o fazia, como diz rima daa suas cartas, projectar sobro tudo um
raio de luz^ o aU^. desejar cojii toda a velieiriencia do seu tempe-
ramento que o dostiQQ o localizasse o enraizasse uo itil da
Europa. '^Como laranjas, figos e peras deliciosas, bebo viobo de
Colbrea, que excel lenda fica tíntrc Porto o Ciareto — leio
tudo quanto me cae au atc^iiice da mão — devaneio poema
depois de puema, peça depois de peça— durmo uma seatíà de
duas horas, o sinto -mo tão feliz corao bi a vida fosse um só dia
eterno, Beni ter a gente que se importar coui o amanhã»* ^
A Coleridge escrevia com o mesmo enthusiasmo: «de co-
ração aqui viveria o raoreria {/ tcould ffladli/ iive and die here)^
propoado4lie o trocarem ambos a brumosa Inglaterra pelo Por-
tugal banhado de sol .
lotellectualmenie sen tia- ac isolado: faltava-lhe ooovivio doa
amigos, mas sentia so cheio de vigor . Aprendera portuguez, sem
o quô não pjderia tirar proveito das sLiits investigações. «Filio
a Ungua, comrmmicava elle a Rtckman» não por corto gramma*
ticalmente, porí^^m li tien lamente, a o purtuguez. quand > articu-
lado por uma voz familiar, me ú quasi lao intelli^ivel quanto o
inu^lez», A Historia preoccupava-õ extraordinariameiito e delia
esporava derivar rauito pjira Mseu renome iittcrario» que começa-
va a cultivar com a vaidade peculiar ao vrétier de que \}^ român-
ticos catavam para d:ir dentro era ^muc* a odição ne vorieiur. No
inicio aiuda da. fua carreira litteraria» antes mesmo do publí-
camento unir á poesia à prosa, já so imaginava» como bistoriador
igual \ ílot>ertsun; como poeta, enta», linha a jicSancia de ei*
crever qiio o seu p^ema Thaloba rivalizava coraOrlando de Arios-
to... apenaíícom ndilTerença que Thalaba continha « propoi\iâo
maior de metal o menos escoria».
Ao cabo do um anno regressava Southey para a Inglaterra»
aeossíido pela pcíito nogra que reinava era Caíiíz o Sevilha e
ameaçava Lisboa pf^los soldador? do príncipe da Paz, otijo exer-
cito, roías as hostilidades ent-reas duas naçõjs peninsulares o
estando a llespanhu. resguardada com o apoio da França consu-
lar, ameaçava a frontvira. .1 Hisíoria de Po rfN^ii ideara esboça-
da e continuaria a ser activaila, dependente no emtsmto para sua
íinal elaboração de fui uras visitas e pesquizas que nunca ae pu-
deram roílizar» si iiem que a t^rofa histórica primasse qualquer
outra no conceito de Southey:« d mil vezes mais interessante do
que as demais».
Não foi por certo culpa su i si não voltou mais ás livrarias
e arohivos de Lisboa. Portugal coniinuou a ser a sua torra do
promisáãij. A vida, ()or^'ui, oTnp dg^ou-o na s^ia dura engrenagem,
c/eaceu lhe a família, os meios nunca se tornaram abundantes,
« Garl;i a C. W. Wynii, de- 23 d« jallio do 1800, Life aad Corroí-
poadâQce, vu), ti, pag. 98*
ROBERT SQUTHEY
243
tendo como única fonte o lititeiro, e para fazer faço íis contio-
gendas inaieriaes, víu-se Southf^y perpetuaaionto eundemoado
aos trabalhos forçados da littoratura,
Jiistaraento em 1801 dava o pobrt» homem do lettras ingresso
noutro período de incoruâzaa sohpo o í?ou futuro. Assim como
previamente abaníonara o estudo da medicina, abandonava
agora complotamente o do direito & hesitava entre fie^ruir, como
secretario particular, ura embaixador nomeado para Conetiinti*
nopla^ entrar no serviçio diplomiuico ou L-onáulart ou ttcar tra-
bíiíliando era Keswick, ao lado de Coieridge, que aliás u degor-
taria por Londres. Si o apaixonava a existência indepondcnte do
litterato, atormentava-o a nocessidad© de ganhar bantaete para
ai li pader raanter-ae. Os Lagos, com tudo» o não fascinaram
á primeira vista: desaponta vam-Eo pelo contrario, posto qne
sua '«sublimidade» o (of^r^e aos pnucos capiivaudo, lamentando
apenas quo aa montanhas em redor .se nào erguessem sol> um céo
mais ameno. *As montatilias pouco sào. comparadas com Mon-
chique; e quanto á belleza» toda a pai za^em irij^^lnza, porven-
tura toia a paizagerado mundo, tem de ceder a palma a Cintrti,
mioha residência do ultimo verão*.
O céo portuguez banhava ainda a sua imaginação com toda
a claridade que desce do seu azul transparente. Neste ponto a
carta a Grosveaor Bcdíbrd. do 6 de setembro, é do todo expan-
siva:
€ Meus sonhos inclioam^se para Lisboa como lo^ar do des-
can<;o; aou deveram airaiçoado ao imiz e. por mais estranho que
isto pareça, íi gente. A de uskia 6, como a das outraá capitães
todas, basiante velhaca {rõffsush}, mas ;i do campo achei-a lios-
pitaleira e mesmo bondosa quando deilja careci, embora lho
foaae absolutamente estranho*. E menciona odo que o seu ideal
aeriii o cooaiitado de Liaboa, ajuntava: «Kstes lag-os parecem
rios — mas oh l o Mi mi togo e o Tejol Estas mo manhas eão na
verdade lin lamente Torra idatie a^Tupadas — mas oh í o ^'rande
Monchiqoo, e Cimra, o meu paraiso ! — o céo na Itirra tias
minhas esperanças. Si jamais em possuir uma casa em Cintra,
não me concederá V, um annu da stia companhia pnra comer
uva^, andar do i>iirro e .^er muito Totiz ? A verdade ó, íin-s-
venor, qiie teidio residido demasiado no estrangeiro para poder
viver feliz em Inglaterra — faltam-rae as delicias do ^iul —
as fruetas, os vinhos : falta-me o sol no firraamouto, sobre-
iudo tendo udo iiostos dez dias uma limitada raçáo dos seus
raios; e si o íluido nervoso ô o lluido galvanico. e o gahanico
o eléctrico, e o oleotrico luz condensada, por Deus! que elfeito
não devom estas feias escuras nuvens, grossas de chuva, exercer
sobre um pobre ente nervoso, cqjj cerebi'0 acaba de estar por
quinze mezes num estado de Incandescência (high illumlna-
tiOQ).»
Um empreito sulBciôntemeo to remunerado oflereceu-ae-lhe
aob a forma do logar de secretario particular do ChanceUor of
the Excheqmr (Secretario do Thezouro) para a Irlanda, c Southey
exerceu taes ruacçõe^i em Dublim o em Londres, ma^t comenta
lU
REVISTA 00 INSTITUTO HISTÓRICO
por pouco mais de um anuo. A vida ol!lcia1 nunca ofTereceria
suriad attricçues ao sou eapirito loucamente amigo dos livros
o do recolbiraento, nem a políticíi tampouco o aodiiziria, MaU
turdo cngeitúu sem hesí tacão uma cadeira na Camará dos
Communs, 0r^'ulhú80 como ora. e cônscio do seu valor, quiçá lhe
agradassem os primeiros legares — mas ao que tinha horror,
do tanta repugnaocia, era a snbir adulando e mentindo. A soa
copiosa o attrahente correspondeocia deixa-nos claramente ver
a evolução do 3ou espirito operada kobre um faodo mimutavel
de honestidade o de dignidade, a consistenoia dos sens gostos
esclarecidos o dos eeus ideaea alevantados, e as mil ramiâcações
da sua actividade mental o da sua não menor actividade aíTe*
ctiva.
Depois de abandonar o emprego Southey flxou-se por atí^ura
tempo em BribtuU vaeiUaote quanto ao âeu futuro e mesmo
quanto á çua residência— certo apenas do ^jue precisava viver
em p;iz, porque queria trabalhar como ura mouro, E.s80 próprio
tempo de incertezas foi, por^ím» com eíle um tempo de prodricçãí>
poética fòbril, a qual englobava pooma.^ orienta es, celtas e
outras, e de estudo nãij menos febril, o qual abrangia a velha
historia e a primitiva litteratura castelhanas, a dominação dos
árabes na Feninsula, as lendas do Cid, a veri^o do Arnsdis de
Gaula e a leitui-a doa outros livros peninsolaro» do cavalíaria, o
desenvolvi monto do MoDachiamo, especiaimonte da oi^dom dos
Franciscanos, a obra dos Jesuítas, por que professava sincera
bom que hostil admiração, o o vasto projecto de «ma Biblialheea
Britannica, â. qual não fora altieia a maj?nífíca compilação bi-
bliographica do abhado de Sever, Barbosa Machado.
A morte da sua então unica ^Ihinha, oní 1803, fazeodo-o
mudar-80 temporariamente para Keswick, on.Je Colerídge« seu
concunhado, se achav.i então domiciliado, decidiu sinão do seu
destino, que já estava traçado polas circuraãtancias e pela de-
liberação, pelo menos do mu e.stabolooi mento permanonte.
Ahi foi viver, isto ó, trabalhar, o morrer.
J4. ficou ligoiramente indicado o motivo por que nunca sahíu
a Itirae a Historia de Portupal, a obra sobre a qual Souihey—
que ge considerava melhor historiador do quo poota, procla-
mando não ter chegado como poeta áqiiillo a que visara e aspí<
rara— dlaia desejar descansar sua reputação lítteraria. O as-
sumpto sabemos que o onthnsiasmava mais do que qualquer
outro a que so dedicou, e tâu completamente delle m assenho*
reara quo, segundo assuaa próprias palavra**, hiíitoria nlguma
seria superior ílquella pelo que diz respeito A pesquiza e varie-
dade das fontes (íflM^^j^o/^í/jaierirtíí), íía sua applicação chegara
ao ponto de estiidar o hoUanil«^7. afim de, lendo os autores ba*
tavos. melhor poder tratar das lotas de Portuguezes e Hollatide«es
na Ásia*
Bm julho d0 1804 escrevia ter promptos Itm volumes iii-4*
ROnERT SOUTHEY
245
da SOO paginas cada um. Em agosto de 18i35 communicava & um
eorrespondontc estar a obra praticamente concluida, devendo ir
para o prelo no decorrer do inverno^ si o tio Hill €8tivessoom
iDglaterra, pois que por seu intermédio aguardava dados õ
papeia que lhe pareciam indispensáveis. Koi esta falta sem du-
vida a causa principal do íidianiento e floalmonto do raalíogro
da publicnção, lamI>Gm iliíflcnltada em aua conclusão por tra^
ballioâ de natureza niais tirgonte e sobretudo de gauno mais
prompto. Repetid:vmenlo declara Soutliey naa suas crirtas
8©r-ili0 nccéâJsarlo consultar em poá^oa os arehiros portu-
guezdd.
Cara semelhante ppeoecupação preparou se mearao durante
annos consocutivoíi para voltar a Lisboa, eísforçando-so primeiro
por ir com Sir John Moero e seu malftidado corpo do exercito
na qualidade da commisario ou do auditor das contas, e depois,
por obter o consulado alll, o posto de secretario da lega^^ão ou
qualquer comniiísao ofílcial, por exemplo a de rfcollior do*
ctimontOií c infoimaçôeíí ?obro essa Ainorica do Suí quo o destino
ia franquear ás outras nações que ítào súmente as suas rae-
trop^dea. Por fim, falhando todos os referidos projectos, deci-
diu-SG Sõuthey em lso6 a ir> como simples particular, passar
dous anãos nas mirg^ns do Tojo, mas por esse tempo a tu-
tola assurtiidi por Napoleão sobro tuda a Europa» resultante
da víctoiia de lena, tornou do súbito a situação dos Inglozea
arriscada, melhor dito, impo^sivôl em PortugaL
A iovasíío drj Reino* a retirada dos Braganças, a forçada
emigração doa súbditos bríUnnícos, o proconsulado grosseiro de
Junot, a guerra poniosulnr que atravoz das suas peripécias do
annos conduziu Welliiigrlon a Waterloo, foram outros tantos
sucoessivos empecilhos para a realisavàa do plano í^vorito
de Southey.
Em 1807, encontramol-o resolvido a permanocer indefinida-
mente era Kosvick, l\mdando seiu idéas <le altíirarão immediatíi
a $ua existência methodioa, opemsa e, mercê do trabalho, quasi
beatiflca, no seio da familia e no recesso da sempre crcs-
eente Mbliotheca.
Era uma exlslonciã retirada do bulicio da sociedade, mas
em que se vinham refli^ctír o vibrar todas as correntes do pen-
samento oontomporaneo, ao mesmo tempo que as aspiraçõos ter-
renas se concr^n travam exclusivamente num accrescimo do bem
estar material que permittisse o dosafogado cultivo do maior
renome litterario do escriptor. Bem tardo Yiria entretanto
essa saiistocçao* Contava Southoy 61 annoa quando Sir Robert
PiK»t lho fez outorgar uma pensão complementar de 90fJ librai.
Quinhentas libras oram a independência, eram a segurança dos
seus meios de subsistencii, eram a alforria dos cscriptoa feitos
dia a dia para revistas e annuarios. mas iufelizmento já nao
chegavam a tempo para emprestar ao historiador a energia
precisa para Unalizar os seus trabalhos máximos, come-
çados uns, como a Bhtoria das Ordens Mona^cas^ quasi con-
cluído.^ outros» como a Historia de Portugal, da qual elle ainda
240 RETIDA Irj IVSTTmO HST>r>LO
pmi::;avi ^3 -53.. friê iii.>5 ii;ef ic rõiTTíT. ihílor^c se
juivj ^^le s» i>9 'i^fjL&kBíZi Ai a^iiiio?^ cs^stibc^ls âe ser.
qukl erpersjacriiTi Teriidr-ri e z43>. *r:>r. e z.i ;ial ^ra lio
oQfn> lA^lez. ab!ran#yg>Í3 asú^^ôlA^eí. Li^g^a. art<: e babá-
taaies, e oolij í?,:Teo2fc:^ qae -.L.- 9a:rp!« aliseaioa centra
Búoaparàe i-i^srSToIrea-*? «cpe^lilxieaii?. a:Us2iiàÍj a («kase
a^im, depois da izsarpacÃ.) írA:ixzi áj v^tcpzo íjs do^zòjos e
da panafea armaia újê P^rpeoe:^.
Por nm lado a maior ac^iniazi^ia Sm djcame2«» rr^>âÂiios
em Portugal pelo tio sobre a ?»rvão ai^erieâiii do laperij
Lozitmo, e pM* oatro a ida do Pr:&2.p*d Kez<c:e Z>. .':«o iMra
o Rio de Jaceir^. desperundo z\ IzzMtm. os fpr.meiTOS
nunores oa trasladação da corte de Lisx^i pin j Bra/:1 uma
víTa ciri05xii.le no (oeanie á possesão es^^Ihid-A pira re-
sideocu real, e cajá iiistoria* geofraphia, eostasie? e piõiocções
erars o*Jtras dietas íabaiaj oa, na melhor hj^ibese, cireciam
de dimJp^ o de veracíiade, determíÂaram S>atliej a
ultimar lojo a qae ieria ser a par;e ^oai da S3a projectaria
ohm ij^'iorici. .\S5im TA compi.aia e eiit^ia a ffist.ri: 'U
Braiil^ eilão da maior a^^iualidade e de imnieiíato inie-
res«í.
NÃO .'yi f:fjm\ií'j um me/o i.-o;ivo dt- e.>;*-^*ulAÇA^ iii^^r-
ci;/.:. o ij* íez i^ivar l*:.;ro r\ cíVj i-s. irarre-i. >oii;?iey
Tl iLC^ iL^i^ íLecaa.iainesv.- *yi sjrd.iamen*.^! \íi^\k^xi€i ai-
*arnpv) a ',ue se emiegasse tiaha o coclão de exuoL^-o ;
por i-^j era que o escolbii, e s^mpro o n^auva com em-
peabo e rnosmo cr»m amor. A* Hisuoris do Brazil exienieu parte
da feua Ur^'a ^ympaibii in'jeilectual. a .;ual ia dei-ií 05 ha-
hiv.B do rifjndo aniioal até a5 cooperativas e qac-jaLdis iiéoLi phi-
laathrop.co~S3eíae8« na^idas dos iaicios do re^imea industriai
oa primeira metade do século XíK, a época dj Foarierismo,
-i''w» íf .;/*/;.;, ,í/|. Uí, p^
ROBERT SOU THE Y
do SaintsimoDismo, e de outras goaerosas utopias que pedem ser
clAssi içadas sob a categoria do romantismo do socialismo.
Posto coníjiderassô a nossa hi^ítoria deveras ioteressanta era
si, Southey anão julgava assim aos olhos doa outí-os o pousava
com modéstia, quo oeste caso se podo cbamai* aliíeia, que o
valor do uma Historia do Brasil realmente nao ia muito além
do circulo dos nacfonaos, poucos encantos devoodo possuir para
Europeus, Ficoti atô âurpreheadido, conformo escreveu ao tio
Hilí (a quem a obra ó justiceiramente dedicada) que, publicado
o primeiro volume^ os amigos o tivessem achado attrahento; as-
pirava, ponho, a ser o Heródoto da nova nacionalidade quo via
esboçar-se» e nenhuma duvida tinha da sorte qiie no futuro ca-
beria ao seu eraprehendiraento, do favor com que mais pini
diante seria olhado aquillo que então julgava o seu Opus majus,
€0 terceiro e ultimo volumOt escrevia, do meu Opus majus
será publicado dentro de dous ou trez annos ; está-so impri-
mindo o Índice* Que eíleito produzirá t Escutar as sinceras con-
jecturas de um autor experimentado poderá contribuir para
moderar as esperanças de um autor javentl. Pois nenímni
offeito, para assim dizer. O meu volume mudar-se-ha quieta-
mente da ca>fa dos odi toros para as estantes de um corto numero
de sociedades do leitura e pant as dn um certo numero de li*
vrarías particulaiM^s» guiliclentes eotro estas e uquellas para
pxgarem as despozíis da publicação. AJgumas vínto pessoas na
Inglaterra e uma meia dúzia em Portugal e Brazil o lerao com
avidez e deleile. Taivez umas cinooentã o comprarão por causa
doaastimpto o perguntarão umas ás outraa si tiveram tempo
para percorrel-o.
Entre os que me conhecem e mo estimam, alguns desejariam
que tivesse empregado o tempo que aquetle livro representa para
mim, em escrever poemas; e entre os que não me conhecem,
alguns se ospantarão do que na maturidade do meu espirito d
no estio da minha reputação eu houvesse dedicado tão grande
parte da vida a uma obra quo não poderia do modo algum tor-
nar-se popular nera render. Eis tudo? Nâo, Chauncey Townshend,
nau é tudo» Seria faltar á sinceridade quo vos devo, eaconder
que minha obra, daqui a loníroa tempos, se encontrará entre as
Í[ae não são destinadas a perecer ; que me assegurará o ser re-
ombrado em outros paizes que não o meu ; que será lida no
eoracáo da Amerit^a do Sul e transmittirá aos Brasileiros,
quando elles se tiverem tornado uma nação poderosa, muito
da sua historia que de outra forma haveria desapparecido, fi-
cando para olles o que cara a Europa é a obra de Heródoto.
Concordareis commigo num ponto pelo menos— que nao corro
risco de solTrer desapontamento. Mas também concordareis em
que ninguém merecerá ou obterá oapplauso das eras vindouras
que for demasiado solicito em obter o da sua própria era.
Deus vos abençoe.» ^^
«o Carta a C. H. Townshend, de Keswicki 20 de julho do 1819, Lifa
anã Corrcsponãi^nçet vul IV^ pag. 353,
iibS — 17 ToAig Lxvm. p. ij.
248
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A Historia do Brasil constituira-se Opus Majits na falta da
outra nisto ria, bom vozea maii suggostiva quo a da colónia,
mas filie, apezar áos ma toriaes amontoados, se vio.grarloal mento,
abanaonada pela prefeFencia forçadamente dada a trabailioíi do
mais ai*ííencia o de maior proveito. 0§ raateriacs não podiam
escaasoar : a questão era serera completos ou abrangerem o es-
flencial* «Quem quor que examinar minhas collocçoeg de apofiia-
mentos para esta {Booh of lhe Ckurch) e minliag outras obraa
históricas— e sem duvida sorao ellas um dia analysadas^desco*
brirá que eu sompre tive por costumo preparar muito mais
mattíriacs do qut} Im para ellas usado.» ^*
Deiíou 00 emtanto sobro Portugal um livro do historia» a
uarrai;ào da guorra poniosular, feita em três groisos volumes
iu, 4*, cxactamonte como a Historia do Brmii, \ elle se refoiíe
0S49guiuto trcclio do uma carta sua : «Nada sei sobre a yeí\á%
do meu livro ; Murray nada me Oácrovou desde quoello ap-
pareceu.
Duas opiniões apenas chegaram-me a res^peito, além das dos
amigos— uma na missiva do cortozia do í>r. Littletoo, marabro
do Parlaraeuto por Staffordshin?, e outra numa carta do cide*
voni Grand Parleur qoo Ríckman mo enviou, Corlamenle nada
podia ser mais lisonjeiro do quo o que elte diz— qtie é uma his*
toria thucydideana (oomo as de Thucydide^) que duraria tanto
quanto nossio paii o nossa linguit* Dtivo comtudo confessar que
nao uncuntm qualquer outra semelhança afora a qur* o titulo
suggere ; ai bem quo sernpre me deivaneci de que rainha outra
obra histórica -sobre o Brazil— poderia era mais de nm ponto
ser comparada com Heródoto» ftcando daqui por diante na
mesma relavâo c^om a tiiiitoria daquella vasta porção do Novo
Mundo, em que a historia dolle permanece com refaçào â do
Velho Mundo.» »•
O filho o bíographo, n MogTaphta se pôde chamar à com-
pilação da corrosp^judencia de 8outhey, raórmente sem a pre-
ceder da designação auto, não doiía de apontar para a fundação,
em 1808, da Quarierly Review como tondo sido a principal causa
da demora o do Unal mallogroda publicação da Histórin de Por-
iu^id, Southey esteve aasociado desde o primeiro, dia cora
essa revista trimenial, creada era opi>o§ição á Edinbnrgh Re^
ífiev\ cujo pendor pela paz o inclinações liberac.^ estimulavam
o zelo adverso dos partidários da guerra implacável contra o
despotismo sem limites da França e a invasão estranhamente
simuítatiea, nos pai /.es estrangeií-os, das ídé&s jacobinas. Sou
collaborador se manteve atí5 qua^i o momento em que dosap-
paroceu dentre oa títos.
t* Ciirlii a Joh&Míiy. <h> K^swíck. 7 de niArço d« 1^24, Life and
oorrfipondt^uee . vol. Y, pn^í* ITi,
^* (jarta a Groãvenor C. B«dfurd. deKeawick, ^ de jineíro d«
iêífy, Lifs mnd Vorr0»pond0nee .
nnBERT SOUTHEY
249
Pobre como sompre foi, atij qua ik generoflidade aílicial
o tornou reraodiado, vivendo dia a dia do producto da sua
ÍíaiíiLHJsa actividade iittcrarla, d§o llio era dado dosdenliar os
ucroâ immediaiOií^ o iis contribuiçõeíí para publicações pe-
riodicaa no «^^enoro daquella revisita resultavam infiDitamente
melhor retribuídas áo que quaesqucr poemaa oueatudos histó-
ricos cuja compoaição mais agradaria á sua maneira in te 1-
iDBtuaL Eíle próprio descreve sua existência, sogundo lli'a
talharam aa circamatancías: <E assim desLi^ minba vida;
pequenas occupaçõè», acotovelando o orapurr.indo para os lados
iimpreliendimontos mais dignos e maia vastoa, e a necessidade
de g range ar recursos para a subsisteucía quotidiana impe-
dindo-me de eiecutiir metado daquillo que mi poileria 1'azer
o toria feito para m outras gerações, E nâo obstante, como é
muito superior issg a advogar causaSi tomar o pulso a doen-
tes, ou trabalhar numa ropartiçãa publica; ou ainda sor
biapo com todas as preoocupações seculares que um bispado
traz comaigo, sem fa Liar nas suas maia serias responsabili-
dades.» '*
Verdade é q no opublieiata tomou gosto pelas qucístõeis do
dia. Soutbey de si mesmo dizia que era € tolerante com as
pessoas e intolerante com as opiniões » e com eú^eito tinha
a virtude aggresâiva, e servida por um graúdo talento de
polemista* As suas controvérsias com Lord Byron — para
citar fíômente as mais celebres— provara qoão vigorosa e di-
recta era essa combatividade, a qual de preferoneía se exhi-
bia litterariamente, porquanto , apezar dtJ sentir muito aa
alTeiçõea como as íJesairõigòos, de aor tio sinceramente amigo
como cordialmente inimigo, o seu trato de natural amável a
carinhoso impediu-o no geral de converter uma conversação
em discussão.
Soria também muito por enííido» por alkmoría, por so-
berba—a pordoavei soberba do homem de talento — que cos-
tumava dominar-se e disfarçar perante estranhos os aeuí
sentimentos ; ijorqno occasionalmeote, no seio da família ou
no meio doe iotimos, não i^e dava ao trabalho de refreiar su»
onergia, phyaica e raoralmentti activa sem interrupção» o
pktenteava toda a dolieadeza da sua sensibilidade o toda a
robustez da sua tempera ospirltuaL Nesses momentos Southey»
o manso rato de lubliothôcít, indi)ínava-ae, rugia, entorne-
cia-se, tonitruava, produzia ioatinctl vãmente, gozando-oa ollô
próprio sem que por faceirice os procuraase, seus melhoroí
elTeitos do voz, de gesto e de attitnde. Fazia ootão realça?
toda a Bu a elegância nativa, a sua esvolteza apoliinea, o sea
semblante furte, os seus olhos faiscamos, os seus cabellos en-
caracoladoa, que tudo h^vava ao desespero o poeta coxo 9
enfesado do Childe Huroíd^ o qual escrevia cheio de dõí!ipeito,
!• Carta a Mrs. Hodaon, do KôbwícIi, 20 do janoiro de 1830,
Xtife and Corre sjMtndene^ ,
250
REVISTA DO INSTITUTO lUSTORICO
após ter feito o oonhõcimento do poota da Roderich^ quo de
bora grado se sujeitava a assigaar os seas versos em troca
de atta cabeça e ospaluas.
O luolhor do tiileoto do pulem ista de Soutlioy rusidia
no mu estylo incisivo, quento, vibnmto, por qIÍ© postr* ao
SI T viço do muitas ídéas oubros e do algumas oatroitas, cotiio
a da iiuaioralidade da iitlerattirii quo Tosse mais ímpregnadn
de sonttmouto do que do peasauioatu, o a do vima da n<^;^'açâo
oon tarai oando toda a íraaqueza da intorprotarão bíblica e toda
a aoturidade papaí, a Igreja Romamv as^im coiao as áeitaH
disgidentoi do Protesta n tis mo» numa palavra tudo quão to não
fosse a Igreja esta belec ida, a Igreja Anglicana» da qual Soutbey
ao tornou cada vez mais uma oàpõcic de ministro leigo» apaixo-
niidamonto interessado nos assumptos da sua GConomi;jt. o
penetrado, em mataria religiosa, de um reaccionarismo com-
pungido*
Nos nossos paizes latinos cUe soda apodado do clerical
de casaca. Nem admira que oa libaraes à porfia o accusassem
de trahidor o vendido, qu;tndo viam c^^so antigo republicano,
esse visionário da igualdade das condições humanas, osso quosi
domagogo, combater com toda a vehemoneiíi da sua lingua-
gem a mlíiima extensão do suffr:igií^ paiiuLir, a mínima
alteracilu nas con^^runs e dizimos ecclesiaj ticos, a mínima re-
vogaçâo da>í i acapaci d adu.s pol i tiead ,
Muito embora generoso r. altruisla ao ponto de se ioto-
reesar vivamonto imV um projecto do acclímatanuu dos h*jin-
natjf^s ílamoog-os» iio intuito um tanta ousado d© croítr irrans dii
caridada protestantes, mirava southey de esguelha todos os
problemas politicos^ religiosos c sociae^, íurgidns da itovo-
lução ou deson volvidos com o século XIX, como a reforma
eloitural, a omancipação dos Catbolicos, a propag:içâo do Me-
thodismo, a própria dissomioaçâo do pauporismo determinada
pela apparição de uma maior industria, I>así3ada na mudança
das condições do trabalho, qtie do manual se elevou a moca-
uicu* Considera va-03 outrus tantos obstáculos oriruidos contra &
manutenção do statu quo, teinpera'lo pela beuovolencia, om
quo paroceii crystallisar-so u seu idoal do civil iaaçâo o pro-
gresso.
Para defender semelhante ideal foidhe a Quarierhj ReHew ,
utllisslma. Foi a sua iribuna, o sou instrumento deeduca^^o
mííral sob capa de critica litteraria^ e tinto u julgava ba^-
tautíj íjuo recusou num «lado mommto, era is 17, a direcção d»j
Times ooni o ordenado antiual *\r duas mii libras o uma por-
centagem nos lucros, posição que lho foi posta ao alcance.
A razão náo seria :<ó monto casa. Para assumir a rodacçao
Um giando orguo brilanuto*, por mai^ que o ^cduzi^sna perspe-
ctiva do paptl do iutipiradur da opiniáu publica, por mais quo
para assumir tal oncargo o arrastassem as gmves prooecupa-
çõea de um momento histórico quasi angustioso para a lo^da-
tíjrra, far-so-hia mister deixar o romanso de Keswick, com sua
paizagem selvática, a que se uHeiçoara em extremo; abandonar
a oxist43ttcia ©xclusivamunté, ciosamente littorariii, com o en-
cAnlo das reconstrucçOPS históricas a architectar o a ambição de
ulilisar para ollas um enorme material do traballitiacciímiilado
om tantos anoos ; sobretudo renunciar a sua lom amada indc-
pendeticia, do vontade e de espírito, quo em moço o afastou da
sor cierigo, depois o disaii adiria de ser membro do Parlamento, u
constantemente o foz vívor satisfeito eom sua sorte» julgan-
do<so felitíissimo neste muntJo, máo grado os de^js^ostoa o aa doa-
íllfisões* t* com maior alegria e confiança ainda osperando
pela revelação do outro.
Inútil serárí^petir ar|ui o quo outros do monstra ram cnbal-
meute: que ag accu.saçòeíj th} que Soiitbey íbi alvo er;uu pnrnsi
irivônçies, malícias caliimniosas. Tliaclveray disso com razão
quo consolava dcparar-ge cora um fímitieman do seu quilate nos
tempos em que era rei da Gra Bretanha um cjoico e dovasão
como Jorge IV. Democrata ou conservador, quasi jacobioo oti
tory, admirador de Siey*'S e Barnavo ou inimigo íl^iidal de Na-
poleão, o escriptor Jbi sempre, inalteravelmente siacero. Sua
penna nunca obedeceu a motivos indi^^íno!?, raas invariavel-
mente da suas próprias, cândidas suggestões. Ninguém jamais
Gs^^rcveu— conforme ol Io so prezava do haver de todo tomíjo
QEcvipto— hiorefaithfuUi/ from hés heart. Por fim, mesmo, au-
mento compunha para dar vasão ao seu coração t O Roman-
tismo annunciou-so iielle polas duíi.s foiçoes capitaos, externa
uma ou de apparencia, intima a outra ou de substancia: a forLo
vaidíHlo que o diatin^^uio, o a completa sobreporsição das obras
subjectivas ás objectivas. Depararemos com tal caracter so pas-
sarmos em rápida revista os mais importantes trabalhos dos
g^us cincoenta annos: Southey tinha íW quando íailccou,
O Bocior, livro era que persiste e vibra a nota titteraria lo-
cada p'^r Swíft o Sterno e tornada inseparável da litteratura
ín^doxa, foi por assim dizer o testamento da sua ironia, a ul-
tima ropercusslío daquella petulância o garrulice da sua adides-
ceucia e Juventude, qu;iljdades que da sua correspoudeneia se
deprehende c!arament-e terem grad ti aí meute cedido o passo á
gra vidai lo e omovào, as i[uaus uiais a-utla tot naram aiuíla a sua
sousibilidade, levandoa ao extremo da garama. Um facto sobre-
tudo, a morto om 1816 do seu filho Herbort, esperançosa crian-
C;í de dez anãos, companheiro e enlevo do pai, fel-o passar na
sua phraso da jovial mocidade para o merencório decliuio: Sou-
they tinha 42 annos quando o íeriu somelhantc golpe.
A já mencionada Historia da Guerra Peninsular M O es-
coadouro, reUectidameute escolhido, do seu ódio a Buonaparte^
constituindo uma serio de variações í^obre um motivo da politica
externa quo ti%^era o condão de apaiional-o e quo com eITeito
resoava em todo o mundo* A invasão da Península Ibérica v a
usurpaçau do thri^íuj de líespanha prineipalraento ati^^aram
aqufíií» rancor e prevecíirrím o ^eu jingoismo. Porque í^outhey
252
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
f\À um }in{ia, um preettrâor com mais seiva de Rudyard KipHog,
com tuâo-í os característicos da ppofiâsàa.
O Piiffrima^0 a Watorloo foi a sua otio Mltcat o mu tri-
buto ao ôjterci (.0 victoriosu, qno ello e-^trenifícia o queria grande,
tritimphante© intan,i?iv0l. O nacioualismo vibrou a ultima ea-
tocada no seu lii)oralisino politico. AquelLo mosmo espirito que
condomnar;i com viruliíucia a cruzada inonarcliicii contra a
Frauça revoluciouaria, por isso onaltecoudo Fox (^ injuriando
Pitt, acabou reclamando a OJctorraioaçâo de Napoleão como
inimigo da humsioiJade, oxactamenie cumo osjinffões do hontem
reclamavara a eiterraíDaçâodus Boers como ioimigos do povo
brjtinnico. Num censbro inglez aâ idt^as de liumauidade e Grã
BroUiuha localisam-se na mesma cellula.
O poemeto Taie of Paraguay foi uma manifestação raaíB
daqtiillo que appollidei o catholicismo litterarío de Southey,
fundado era parte no recoDtiocInieDto da perseverante, posto
que não debloteressada luta dos Jesuítas contra a oscrarisação
doâ Índias, à qual sua agudeza histórica romotamonto attribuia
com razão a destruição da Ordem.
Southey foi em todo oaso um verdadeiro crente. Sua reli-
gião era básica, vinhalbe da alma, não dos sentidos.
Poderíamos mesmo cbamal-o devoto, observando todavia
que olle não sacrificou sua independência espiritual nem ab-
dicou sua liberdade moral, jurando d< 'testar a beatice {higotnj)
e encontrar joio entre o trigo da Igreja estabelecida. Na moci-
dade seus prinripios religiosos tinUam sido— já o sabemos e elle
mesmo o confessa— abaladus pela influencia mais que todo do
Gibbon, o autor do famoso Declim' and Fali of lhe Roman Empire
e inlelligeuoia eivada de scepticismo. Nesse tempo Soutbey e«-
tudou com afinco Epicteto o praticou o estoicismo como uma
doutrina igual si não saperior ao chfiitianismo.
A* sua conversão não foi porém estranha, por paradoxal
que isto pareça, a residência na Peninsula com o espectáculo,
antes repellente na superècie, de intolerante fé religiosa que
abi lavrava. Era que Southey sabia discernir, ver o bom en-
volto no mão— especio do penotração para exercer a qual é pre-
ciso ser- se dotado de uma bondade ingenita, além de natural
perspicácia, Impressionou-o assi_m, comquanto a achasse muito
decadente, a belfeza da instituição monástica, tanto que. em ^^ua
opinião, a Reforma deveria de preferencia tor modificailo a
haver abolido as ordens religiosas qae llorcsciam na Orã Bre*
tanha.
Achava-as excellentt^ ftindaçõos pervertidas, sinii pelas
imperfeições humanas, mas que ainda praticavam muitos beo»-
ticios, pois que a pobreza e a morto não poderiam sor suppor-
tadiá, com resignação, sem religião. E de todas as roliçiões ô
certamente a catholica— elle o proclamava, o autor da Historia
do Braztl— a mais consoladora» e portanto a mais efiílcaz.
Tokio, ldú2,
M. de OuvEiRit Lima.
o BRAZIL CENTRAL
(ESTUDOS PÁTRIOS)
PEí o
Dr* António Martins de Azevedo Pimentel
SÓCIO DO INSTITl'TO
(Nalural do Valença, Estado do Rio df Janeiro)
A Sua Excei.lencia Reverendíssima
O SR. BISPO DE POUSO ALEGRE
MONSF.Nlinn D. JOÃO BAPTISTA flORR^A NFRY
( Natural do Campinas, Estado de S. Paulo)
Prelado Domestico do S. S. o Papa Pio X, Assistente ao Sólio Pontifício,
Conde Romano ;
Fundador das Diocoses do Espirito Santo e Pouso Alegre,
e de diversas instituições de ensino e de caridade om Campinas, Victorin
e Pouso Alegre ;
Patriota de largas comprehensões ; Rstrella de primeira grandeza no clero
braziloiro ; Distincto 0 hábil estadista; Grande orador polo talento
o polo saber, fluente e imaginoso ; Alma aberta a todos
nn sentimentos nobres, de indulgoncia A prova do ingratidões,
de palavra sempre cortez o sem azedume
O. C. D.
O Amigo
Dr. Ant'>nio Martins dr Azkvedo Pimrntei*
PREFAÇÃO
A pablica^ desta narrativa obedece paramente ao desejo
de tornar conhecida uma parte extensa do interior do Brasúl,
oode ao agradável do aspecto physionomíco da região se juntam
a ezcellencia de um clima saluberrimo ; a grande fertilidade
do solo ; a ílMilidade de communicações oom as regiões do
littoral uma vez estabelecidas a aerostação, as estradas do
ferro o a regular nayegação fluvial dos seus muitos e cau-
dalosos rios ; a sua riqueza mineral e vegetal ; e a pureza de
um bello céo azul, sempr^ sereno e calmo e recamado & noite
de estrellas do mais vivo Ailgor.
E* ahi que deve, um dia, levantar-se a nova capital da
florescente Republica Brazileira.
A minha ezpressSo ô simples e singela, o á simplicidade
da narração allia a verdade do exposto.
Por isso, com a maior sinceridade, procurei dar ao Brazil
« a realeza, »
« Nesse throno de bclleza, »
« Em qne a mão da natureza »
« B}smeroa-se em quanto tinha, »
Rio de Janeiro — 1907.
Dr. António Martins de Azevedo Pimentel
260
Capitulo VII Pa^^s.
Meleorologia , 322
CAriTULO VIII
Climatologia 3:85
Capitulo IX
Pathologia 332
Capitulo X
Antigas e actnaes vias de comniunicaçâo, lorrestres e fluviaes • 339
§ I
Antigas e acluaes via.<$ terrestres de communicação. • • . 3.'^
Navegação flavial até a admini&^tração do General Dr. José
Vieira Couto de Magalhães 348
.^ ill
Navegação a vapor no norte do Brazil contrai 359
Capitulo XI
§1
Aeronavegação 365
Futuro da navegação lluvial o tia viação aérea no Brazil
central 369
-O pai ^0X01 *íc -fe Wi5*it'
Jmndr^
TENTATIVA DE UMA DKSCRIPçAo PIÍYSICA DO PLANALTO
CENTRAL DO BRA/JL
TivG om minha vida a leliE íxic^igião do visitar as terrad
elevadas do Brazil fcti trai, era 189S, 18U4 o I80f), o pia em eoD-
tribuicào 03 coDhectnieiíto» que no correr úb algiiaa aoDos tenbo
adquirido na leitura e estudo úb» cousas quo dizem respeita à
minha pátria.
Erabara pequena soja a sorama dos racufl conbLcimet»to^
tcHÍa¥fa o puro sentimento de patriotismo que mo leyou a tào
longínquas paragens foi -a avultar deaute da farta messe de
ek'moato8 de observavao; assiíii prestei toda atíenção ao estudo
da gwgrápliia physica e geologia, da fiuna e Hora, da patlio-
logia particularmento, da climatoloííía, íio aí*pecto do paíz no
tocante á faci lidaria de com i n Tini caço ea o condições naturaos fa-
voraTeis ao desenvolvimento e relaçíkia dessa com outras zonas
do Brazii e com as dt^maia nações*
Desae conjunto do observações conto dar aqui mui pai lida
noticia, sentindo profundamenio não poder lazer maia, porque,
depois quo cheguei no Rio de Janeiro, tive conlieciracato da
perda completa das minha* notas cuidado^mento colUgidas* dia
a dia, na destruição vandalioa praticada naa canastras, que me
acompanha vam^ e que eu havia deixado com algum atrazo pela
necessidade e presíía que tinha de chegar a esta cidade.
Por felicidi^e, algumas notas vinbam commigo e esca-
param ; e Qssaa« j altamente com o que a minha memoria por-
ventura poasa prover era rae^ «occorro» servirão de base a este
estudo, tendfDte unicamente a mostrar a GXOíiuibilidade, facili-
di^e B vantagens da mudança da capital federal para um ponto
no centro da BmziL
Sem duvida os estudos iniciaes e a preparação de planos
deste tentamen requerem, além de certa somma de conheci-
mentos reaea e um espirito patriótico, desabusa^do e sem pre*
juízos nem timidez, muita ^isaiduidadé e grande trabalha útil ;
9em duvida» a aua execução, nos menorefl detalhes e circom-
262 REVISTA DO INSTITLTO HISTÓRICO
taacias pirticuUre^. além do tempo, reqaer também maiores
trabalhos o avuluios disp^^adijs, qae feitos economioameote
sor&o ao dopois larjramentd compensados paios seus resaltados
fecundos .
IHMto^ oxAoiiaoiUvXS aU'u:i> om poucas palavras, pois per-
tOQcom a ulterior discussão.
O cousoquente conhxniuento dâ fertilidado das terras de
uma va8ii:ssima ivgiâo saudável, aiuia hoje quasi totalmente
desconhecida, abrirá uma novâ época para os grandes intereases
das inlusirias aproprtadis ao nosso paiz c da agricultura, que
tomar;! foicão mais scientiàca. mais civilisada pela orientaçio
ditrereute da actual.
O renascimento dâ agricultura e de nossas industrias
também, sem qualquer outt\> auxilio talvez virá minorar, posao
dizer mesmo extinguir, os eíTeitos da crise económica que ha
lon^;os annos assoberba o Bnuil ; o que, sem contestação, por
sua voz, porá termo á crise tinanceira dtquella emanada.
Viril d luz do dia â navegação interior cm dilatados limites,
o as pe<iuonas distancias de algumts dezenas do kilometros
ontro os pontos navegáveis dos rios do norte, do sul e do nas-
conti) ser&o rapidtmento vencidas por estradas de ferro ele*
ctrioas, que receberão o movimento das possantes, ma^estoNSUi
o i utlni tas cascaUis o catadupas espalhadas por todo o interior
do Hrazil , ou pela aeronave .
A mineraç&o tomará novo impulso, mais intelligente e
económico, num solo abundante de preciosos mineraes.
Emflm, será uma verdade por todo o mundo reconhecida a
salubridade do Brazil central, ora sacriâcada (como a salubri-
dade do Brazil inteiro) pela iusalubridado acciaontal do Rio de
Janeiro.
Ma^, nesse emprehendimento gigantesco, entre outi^os por-
ventura, de beneficiar o nosso paiz ainda novo, rico e quasi
inexplorado, é quo está o melhor dos merecimentos dos que
governarem o Brazil, sem outro interesse senão a nobre ambi^
de servir utilmente á Pátria e de promovei* o seu poder e a sua
grandeza.
O governo quo isto realisar merecera louvores e agradeci-
mentos da posteridade o iniciará a éra do desenvolvimento
vital de todas as artes o industrias deste p.\iz.
Antes de concluir este preliminar, devo expor era poucas
palavras a profunda impressão em mim produzida por tão exce-
pcional região, certamente a mais interessante do grande araxd
brazileiro.
O que corro mundo de impresso sobre os altos raassiços
oentraes do Brazil tom muita cousa do fantasia o de romance,
conformo o viajante pecorreu o Brazil central na estação secca,
em que tudo ê bello, agradável, encantador mesmo, ou na es-
tação chuvosa, em quo se observa quasi o contrario .
A época das chuvas, para quem viaja a cavallo. ó real-
mente tempo do difflculdades, contrariedades, atrazos, aíjorresi •
mento o até do perigo.
o BRAZIL CENTRAT, 263
Bftsta, por í3xemplo, citar o facto dB quo um córrego po-
qncao podo, era poucas horas, transforraar-se era rapid;i o cau-
dalosa lorrenle, subi d do aa aguas, d^ vezes, dons o ires metros
oa mais, o impodiv a viagem um ou dons diaí>. em logar sem
abrigo nem conforto ; a poeira tinlssiraa das estradas couver-
tB-se em lama escorre;j:adía do grandes e muílad vezes fundoB
atoleiros, mais inconiraodo3 de se vencer do quí? perigosos, etc.
Eu gozei 08 regalos do tempo secco e soíTri 03 incommodos
do tempo chuvoso.
A3 agiias» apezar disto, raantêra-se ôxcelleates, a saluíjri-
dade proverbial, as perspectivas, a cada momento raudando-se,
encantam a alma do observador em cujo peito bate um coração
patriota.
As moléstias que vi no planalto s^lo moléstias banaes, qtie
existem por toda a parte e que, regra geral, deverão desappa-
recor cora o advento da civilisação nosíias gratas pam^^ens ; a
morphéa eacontrarà nas Caldas de Pirtipetinga e Caldas Novas o
Volhas, o na« Tlierraaa do Cavalcaut<i em ítoyax» o lenitivo
senão a cura ; a terrível sypliiliií» que iiinumoras vozes leva po-
deroso auxilio á caclioxia pacliv dérmica, ao bócio, etc, e esia-
lieleee por cont:i própria um (oeíMiíientc do degeneração mórbida
variável, sorá supplantada pola pnitica dos di<"tamesda scieocia
moderna ; e para o universal paludiíítiio lia, como prova do que
valera o saneiími^uto e a hygiene naji cidades e paizes adian-
tados, scientiflca e iuteltigcu temente contiozidos, a tidade de
Londres, que no começo do XIX século contava de paludismo
um qxiinto do seu obituário geral, e ha mais de ciucoenta ânuos
raramente nota um ou outro caso do morte por esta moléstia ;
o, em maior escala, a Hollanda, uma das mais saudáveis nações
da Europa, conquistada palmo a p;Umo aos natoiros do mar do
Norte e dos seus grandes rios.
Sempre tenho dito, e essa crença já croou raizeg Aludas no
meu animo, que o Brasil central ô um p iraizo» um verdadeiro
parai zo ; que, se no mundo houvo nos tempos históricos primor-
diaes. como reza a cscriptura sagrada, um paraizo de delicias o
vida lon;:a, a^sse paraizo não existiu na Mesopotâmia, entre o Eu-
pbrates e o Tigre, não ; ma?, de corto, na porção maia ceatral
das terras elevadas do meu caro Brazíl.
« Credundum esí Paradisum in temppraUssimo Iocú esse cans'
Itíuftiíií, tel swb AEquinocUali^ ísel aliffi, S. Thomaz, L p. 9,
Wt. a* 2 aiquart,*
§ n
o rL.lNALTO CEXTIÍAL
Ao contemplar as cadeias de raootanhaa quo cruzam e os
cursoB d'agua que regara a vasta suporfioie do Brazil central,
entremeiadas de grandes o amplos ohapadCíes e immensas planí-
cies balias em todos os mentidos dirigidas, domina ante todii a
t
964
REVISTA no INSTITUTO lUSTORICO
cnnsftleraçlio salientar suas condições e propriedades jçoogra-
pljicas, piíra esboçar cora eilfis o j^raade quadro que oí variados
díHalheg da lopographia do suas divorsis zon. 13, juntamente
com o» íiccidoutea mais notáveis da natureza, dcvom cobrir e
oorapr3r.
K' facti de se verificar que úos Anúm Oricotaes íla Holivia,
defronte do chapailâo de Ornro, úv maia de 350U metros dn alti-
tude, e entnj Cochabamba, ao iiorfe, cum 2500, Putosi, ao sul,
com 3960, eo originam as elevações de terreno, vjndaií do po-
ente e que no Hmú horveoi de divisor das lygn-xa no seu desea*
volvi meu tu para o nascente» ;tt(í o ponto culraínatvto do elevado
nía>t8Í(;o central, nas visinlianças da cidade da Formosa, no
extremo oriental de Goyax.
Errtro o rio Gtiapay, um dos coroponeiit**5? tio Maraoré e o
Pileomayo, confluente da margem direita do riu Para«çuay, coin
distancia de menoií de mciu gruo, eatendeaa paralle Iminente o
e^^pigão- mestre de altura gradativamente decrescente para os
pampas de Chiquitus, oode tem a sua maior de}jressâo. cal-
culada em monos de \5n metros acima de uivei do mar.
Pouco adiante de Pndillía, não muito aíTastado do meridiano
(ie Santa Cruz de la Sierra, na Boi i via, os duns rios, separam^se
em direeçõeíí oppoátas, e o espigão vae so aprumando para
léBUiírdivste, líneaminbando-se cada vez mai3 para o rumo geral
d** norte. at<^ untrar era Matto Grosso, cora o de nornordésta,
perto do marco internacional do Morro da Boa- Vista.
Atravessa todo o território desse estado de oe»t^ a téstd,
com inflexões alter nadas e rumos vários, sem írrandea eomplí-
cavíSes da feição topo^rapliíca, despedindo para as vastissimas
bacias do Amazonas 0 do Prata muitos e caudalosíos rios nave-
gáveis do Brazil e das mpublicas visinbas.
Este raasíico do terraii altn.s, a principio do 600 a 700
metros de altitude miVlia e dopuis com mais de 800 a íK)0, tem
os nomes de snrra do Aguapely, Santa Barbara, Tapirapuan,
dos Farecis, C.iyatwX Cleral, da'^ Vertentes, das Divisoeá, smn
coutar um sem numero de denominações locars, constituindo u
divisor das áL-uas.
Releva dar íií|uí ura líí.^eira explicavão. suí^gerlla pur uma
observação do diaUnctti o mtiito i Ilustrado íh\ Orville A, Derby,
sobre o que acab j do expor no tocante as relações da hydro-
grapbía a oro^raphia deste ponto da America Meridional.
De moio algum sr^devo concluir do exposto, que o indioe
orograpliico desta região é determinado pela disposição bydro-
grapliica dos citados affltientoâ do Paraguay e do Madeira, isto
é, a passagem de ura peão, sem atravessar a<íua, desde Potosi
até Diamautrno, por exemplo, não representa a cnracterlstica
do levantimento das niontinlias dfj poeni.e do Brazil central,
em í'elação com os Andes bolivianos, como veremoB depois.
Posteriormente e iudependentes destes. ííublevarum-se as
montaolias de rochas feidspalliic.*» primitivas on metaraor-
pbjcas, em ;dgumas dopreat<5es sobrepostas de grez ferniginoso,
que no estado de Matio Grosso tem o nome de Serra dos Parecis»
o BRAZIL CENTRA!,
265
atmressadla. pelo rio Madeira» mala ou menos na kUUude de 10
grá.08»
Dtí concomitância cum esses rios navegáveis e de ordinário
entre cada douá rios» eraittô o maíssiço central diversas ramiá-
cações, maia ou menos planas, para o norte e para o aul, limi-
tando no seu percurso variável oú leitos e valles dos mesmos rios
6, às vezes, de tributários importantes também, servi (ido assim
de muralhas gigantes aos chapado^js perpendiculares ao ^râo
massiço» chapadòús secundarioa c a outros meiíoroa, que sao, a
bem diziír, chap-uiões do terceira ordem.
Uns fliaj3ad5es seoundarios contúra verdadeiras serrais, na
girla aortaiiBJu, que íic trao^jfoi-mam ^ra^J-u-tlmento om piamos
mgularcs, conservando a alttira inicial om gr ando parte da m^
extensâu, com nenlmiria uu pouca dilforença para maiíí oa
para menos aUS a extremidade do taboloiro.
Outros, ao contrario, tem a siiporílcio chaUí, ura pouco
íQcImada, e vao baixando insensivelmente até coufundirera-se
com os valles nas suas ondulações torminaea» ordinariamunte
no ponto de encontro das planícies dos gramies rios, particular-
mente além dos limites da secção das cachoeiras o catadupas
desses mesmos rios.
Umas vezes os chapadões são de porimotpo uniforme, re-
gular: sào oblongos, polygonaes, do conformação digitada e
com a superfieie lisa ou ligeiramente ondulada, porém limi-
tada por faces de brandos declives, qiiaes taludos imponentes
com sua^-es descidas francamente accessivois e formando na sua
base curvas regularen e barmonioi^as.
Outras vezes estes chapadões e.stâo atulhados de graúdas
penhascos, de grandes blocos do rochas diversas, grezos, itaoo-
lumitos, micaschistos decompostos in Ijco^ ou desprendidos dos
alcantis ou das cristas despedaçadas pela acção commum e inio-
lerrompida dos agentes meteóricos ; e» outão, apegar do gran-
dioso asptícto, apresentãui verdadeiros perigos ao viajaute,
quando nãn são intransitáveis ou mesmo inabordavoi.^. Têm
verdadeiros paredães, em cujos ac^ciden^i^s *iscabrosos e aspe-
rezas vegetam poucos arljustus e floreia, e do ondií se pn^cipitara
ruidosas to r remos d(í um só jacU) era falhas a Ha íí^ imas ou se
despenhara violentas por entro pedras o rí)chedijs alcantilados,
originando saltos e cjtócatas, i^gra geral, do bellissima appa-
rencia.
Verdadeiros ampbitheairoa magníficos se formam na baso
dosses paredões a pique, e ahi bc ub^rvam pequenas cadeiae de
montanhas €om suas ramificações pouco elevadas, quasi sempre
da fido origem a novoi systemas de irrigação o paizageus novíts,
que se esteado iii por todo o horisonl^ limitado, ísorpreljondentes
de bel lesa e variedade de vegeiação luxuriante.
Quem, no triaogulu mmivirOt viaja era biisca do porto dos
Barreiros, no caudaloso Parauahyba, tondu deixado em tí. Miguel
da Ponte Nova, au uivei de 72^ rastros, o torrentoso Ho das
Volhas, de curso rápido e desordenado por entre soca voes e
aprumados paredões denegrido^i de mica^^ehisto alturuaudo com
S66
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O aiigito parpbyritico, que servo de base ti sua pontei dii cerca
de t30 ijietros, \ó alguns kilometroa ad^autu um poqticno s\^a-
ente do coiTego do Brojão precipitar se do um só jacto du al-
tura maior de lOo metros em uma fallia do torre lo argillo-Bro-
nom), era cajj fundo se vèm sotopostas grandos lages e pe-
daços destacados de uraa roei ia quo, na distancia em que me
achava, pareoeu-me micaschistin
As pa rodes* dosta falha Drauí talbadas a pique o cm toda
a sua ospessura apresentavam a rôr auiarellada*
Com raarcha excedente de 00 kiíometroíí» em directo ao
porta, Yi} SG que domina a composição geológica exterior, o
apparecimento de rochaa oruptivas da espécie mehphiro até
uraa bifurcação da estrada, quo tomou o nome do caminho
BO V o do Pa r anah y I va .
Dahi em diante, toda a .^uperflcie do terreno» cada vez
mais elevado, é coberta da rocha eruptiva ; o distante corça
de 10 kilometros do porto, ha uma quebrada abrupta, dr- pa-
pedo8 verticaes, grande desonvolvimertío em linha sinuosa pai-a
um o outro lado, formando ultissima muralha de gi^^anú^sea
valia, cm ^-iijo fundo o Paranahyha €arre;ía suas aguas era um
leito ííemíjíidu do jje.fJrãS em lon;;o trcclio.
Maior iíitoresso apraseuta esta região, quando se vê a úis-
posiçíío do imraenso valle aprovoitar tambrou o rio Conimbà,
perto da 25 tia loz, onde é ião caudaloso como o próprio Para-
nahyba,
A barra do Corumbá fica abaixo do porto doa Barreiros,
mais ou meuos a mosma distancia que do porto de Santa Rita»
40 kilometroi abaixo do qual esti a bella cachoeira Dourada,
ora cujas proximidades faz barra o navegável rio Meia Ponte,
Isto vera a pello citar» porque do tSpe da descida para o
porto dos Harreiros a vista atc&nca A grande distancia, um
pouco para a direita, a nornordestc, o extremo da elevação do
terreno entro o biuxo Corumbá o o Paranahyba, e mais liara o
norte, ou approximadaraente nornoroúste, n 'serra do rio Meia
Poute, eniro o Piracaujuba e o, Corumbá de ura lado e o rio
daquelie nome do outro; mais afastado, a noroeste, a serra
de Maz&gao, já então além do rio Meia Ponte, entre esto e o
rio dos Bois.
Entre o Paranahyha e o Corumbá, que íi travessei no porto
do Limoeiro, com a distancia intermediaria úp -in Kilometroa,
o terreno é ura tanto onduladr» e pouco so eleva, c só ali?fn do
Corumbá é que a elnvação do solo va© se approxi mando da al-
titude média geriL
Não posjiuo a altittíih> rxacta ão porto doa barreiros uom
do Limoeiro; mas, se para afiuelle 8c tomara de 45ti motroo
(a úo Porto Velho uo Parauabyba é de 4í»5) o para oate um
pouco mais, nao se í içará muito longo da ver<ia-Je, pois que
transposto o Limoeiro, o teri*etio cora^ça a nttbir iraraediata*
mente, e na distancia de 25 kilometros chega-ae a Caldas Nova*
de G.-iyaz, cora 80(í metros, atravez de accidcntado icrrono, na
8uaqua.^i ti^taíidade caiupo8to áegVBZ argilloso eutrc^raoíado do
o miAZíL CT^XTRAJ.
2Lj7
granJos manclja^ tio aríirillii pura. TamlMin se enfionira grez
de varias ceves, o próprio itacoluraito, rjtiartzo o i> sehíátu mi-
cacua, muito ílAcom|)oáto oiii líeral nas encostas o duraiadas tlus
morros»
O steascliista ou achisto liydromicacoo do rtorcoix n' abim-
dante era Caldas Novas, o omprega-se no rudimentar calçamonto
do povoado.
No lo^^ar das fonteâ tíiermaeá, sobre o raicascliiâfco era parte
j4 ura tanto alterado, rlepositiram-se alluviur^a recentos, com
predorainiodo ÍVa^raentos arredondados do quartzo rolado.
<M-iíido em 181*2, eu viajava dti Caldas Nova^ de íltjvaz para
a cidade de Pyrooopalis. pela primeira vez, aristei os tre.^ pieoíi
dos Pyrencos, no rumo do uúrnurdr^ste, mais ou monoí?» em tltíi-
taQcia oxcecloníie de ^*>0 ki lo metros, achando -rae de fronte ila
Cftpelliiiba da aldeia da Posse, a meio caminho da lazenda das
An ti íi ao .sitio do Caruru, na estrada fino de Bomílm conduz
a Pyrenopolís.
Estes pic^)8» cuja maior altura não excede de 6f> metros,
pareceram cwmes de altíssima montanha,
EatretLinto, eata perspectiva é cjmpLetamente ilíusoda» pois
que cojn a altura tneucijnuda, descauçam oa picos sobre um eh a-
padiío do maia de l:íO<i metros acima do nivel do mar, c nmn ao
monos se constituem cm cristas in interrompidas por causa das
SAliencias e de]íresaõoi que dão á divisora das aguas o aspecto
tilo pittorosco que tem no seu extenso desénvolvim^ento.
O atalho das Purnas, na ostraJa do Anta^ a Pyrenopolí.^,
na fazenda do commeniJador líarbo, representa uma Terdarleira
ar('ísta viva no djr^o do massi-^o contrai, sem ter dt^z mrvf.ros,
talvez, de supor ílcie plana ; e do ura e de outro lado se viíiii
respectivamente as afjuas que vau paru o rio Oapiv.iri, ;io sul,
e para o rio das Almas e o riu Padre Souza, no norte.
Esta estrada, tros léguas distanto da povoação diu Antas,
percorre o chapadão unido áis Duas Oitavas e da Porquilha,
cora muitos kilomBtPosdo largura e ligeira inclinação, entro os
rios Capivari e Piancô, seu aííiuonte, so desprezarmos a bai-
xada formada polo córrego do Andrequicé.
A estrada diri^re-8e para !*udoeste, e o chapadão toma o
rumo de oosnoroeato, e raL^smo noraesta, passando pela aulig^a
lavra do Gongo, pelas fazendas de Joaquim o Manoel de Araújo,
Manoel Meades o outros, ató ijue, se reduzindo í^rradati vãmente,
transforma-se de novo em espigão cada vez mais estreito,
SoíTreu este espigão uma funda ruptura no sentido da ver-
ti c:il, com o afastamento talvez de õOO moiros de face a faeo,
o os depósitos modernos, que lentamente vão obstruindo a
fonda, formam um pi»rÍLnt'> arco de circulo, no logar denomi-
nado Tira -Chapéu^ onde as aguító correm indiatinctamente para
os rio:í tio sul ou do norte.
São cummuns nesta parto tio Croyaz os lo;íares como este, a
que 86 dá o nome expressivo de Agua Emendada ; bjm aSSim,
no dorso do raassiço divisor das aguas, muitas vezes sa en-
contram fendas como a do Tira-Chapúo.
268
REVISTA DO IVSTrTTTTO inSTOHICO
Niiâ vl«inh;\nca>íÍo morro do Abbade, perw dos picos dos
P>T«»neãíJ, ha umi í^rande ; 0, além eerca de 25 kilometroíi, ha
oòtm pi^rtodo Plohoá.
Mirg^iiiilo-sõ .liQtb, o espií^ recebe a denomioação de Kj:-
|)i<jja tíú J«*r<-^ I j. d podt^ sí"" "—^í orado como oíoioio do espleo-
dido o íiltu eíípigào da >' ', que procura a sudoeste ou
iH^stidaOitto os tímito^du i^âv..v' lo Mãtto Groâ^o. o cuja vista
alcança, para a^ bandas do sul, nma extensão talvez maior de
CO ktlometro0» 0 abrange em ampla, immensa e pouco profunda
bacia .as vo^tenti^s «Ic todoís os a(!laenti*s da margem esquerda
do c»ni vloso o nave.^avel rio Meia Pofite, até a eonrlueocía do
ribeirão Jiiâo Linte.
Mais ou menos um kilometro distantf* das nagcentos do pri-
moiro aOluentc do rio Mena Poote, o riacho do Cedro (agtia^ do
rio da Prata), brota na faoe do norte do espigão a principal
ca)x?coir I do rio Padre Souza, affluento do rio das AUiiaa (agaaa
do Tocantins).
Al^^uus kilomotros autos de se p;t$sar petas cabeceiras do
ribeií-ão das Trahira?, tributário du rio Pudro Souxa, do alto
doe tos Dous Irmãos, deseortina-te uma das mais belias
Q a t^s paiiagens qae é d:ido ao homem grosar.
Voiuiiij para v dtr^c^o -^eral do poente on 'r •- * -^te,
do cni"so do rio Jtvlo Loire* depois que, abar ri-
co«t^' '- p^pigio, se dmli$a pela plantcie, vi u tLiicuu i.»ív^
íom nW tíi vtUyusiio de mais do oito kilomotit)s aiéao
unic ...aario inrii* r- .,itA J/Vi».* rio, o ribeirão JurHf>'ftul*a^
e com a vista ac s mari^inaea ia duas corr^^otes,
qUe liõ mí'io do :,...^ — - -...^.„ em uma 96, om buscado rio
Meia Ponte, ap6s um corso do mais de 70 kjlomelro8« pouco
além du eilremidade aquilonar da serra do mesmo rio.
Ao norte, acompanhando o espigão até perdel*o de TÍata,
pode dirisfir delineadots, oomo ramíàeações do grande maasiço
eentral, oacoott^a fortes aue soparmm, uns dos outros, os aJlIu-
enteai da margem esquerda d j rio Mola Ponte, até a sua eabe-
ceira principal; e, ao sul. a campina oniulada, rerd^ale o
forra^eal de excellento relva« quo ligeiramente se eleva p^rm
eoeontrar-se com uotras que a conlinoam se^indo a região alja-
eeote ao mesmo rio Meta Ponte.
Naa ioflftxões alternadas e rumos varies de sou exleoie
desenvolvimento, o grande massiço central e suas ramlfloa<dea
reTelam uoia obra benéfica da Providencia, não só pelos attra-
elivoa e eneantos d.ns suas variadas persp<x^tivaâ e pela f^dtdade
de alliorvar e conter em i^uas dobras infiuitis l« erâuvios da at-
nuiipliera, como Lambem para servir de rooeptaeulo as Inou-
meni fonlee que se euapam do asu sdii> em formodasimoi burí-
tyaaee. em fjroodoaoa e deosoa eapdes ou eia lagoas, e que levam
a abundância e a vida por toda a perte no solo Ibrax do Brasil
central.
Do alto desses ma^idcos* a viáta acompanha sem querer as
slnuõeldades tlesiveis do seu trajeto, cheias de moiros ahidiu-
lados o valias profundos, tisos it regalares, morroe que oaIs
*> HRAZIL CENTHAI.
26!r»
longo so traosforniain em coIUniiã gracioBas o na iúáa< as dim-
cçõea» c^jrtaado íimpJaíí e verdejtntoa carapioas liíçe ira mento
concavas e fortoií?, sempre lordoiâ» e <!o ricas pasUpfGns o fíxcah
lente agua.
E' raro qne ae n&o encootre nfitiiú con junto de acoiilooto;:]
i> perfeito accordo do grandioso com o bello» do pittorcaco oora o
fértil c o yineQO.
Picoy o montes do faces e^carpadaâ^ projectam bu&s pyra-
mides no azul souibrío do límpido ci5o àiia nossas re^í^iõeíJ cen-
traes ; collinas e contrafortes «e juntara, confundem-se com
outras Gltíva^'5ná de mais vulto e formam grupos diversos mais
pro^rainontes, cobertos de verde c basta vegetação, ou áridos
e descai va dos*
Esse gmndioso panorama, bastante só por si para des-
lumbrar o espirito do observador intellíi^onte, emboMezam
ainda horisonle^ vastissimo.s» som cossar r^jnovados, om que
apparecem no tempo secco estiradas nuvtmsifibaa alvacentas de
formosa brancura iioa oUios snave; 0 onde cada perspectiva se
apresenia quasi seropro matizadíi de veget^í^âo abundanto nos
cerros o coUiaa-s, do qut* surgem luzes 0 sombras com tanta sy-
metria do cores *^ linlmSt que parei^oni li^^adas sob a mais feliz
combinação» na abobada celeste sempre í^ercn a do Brazil central.
Nosiioâso:^ chapadões não ha belicza só nos teri^enos utets &
lavradios, não.
Ha oocasiSes em que, parecendo ter havido rápido abaixa-
mento do lolo, passa-se bruscamente do-í plainos re^nJares de um
ioterminocbapadão para o fundo de um vão atravessando en-
costas escabrosas, de descida incommoda» quando oão acontece
encontrar lan cantes estreitos? ou larg-os, quaes de^^ràoa g^ i dan-
tesco s» a marcar a tran^siçào de um terreuci ;^^ratf> ás defires^ões,
em que se patenteia visivelmente a arção ero fento das aguas
no correr de muitos séculos, pondo a descoberto rugosa superfí-
cie, tão rugoaa tf accidentaíla que dir-sehia uui aystema de
montanlmíj levantadris por força,? eruptívas insuíBcientes pana
Ieval~as aciraa» e soterradas por camadas de sedimenta de mais
idade.
Esta variante se observa claramente na bacia do pio Des-
coberto ou Monten Claros, quando, ali^m das bellisssimas o fmn-
dealescampinaida Cliapadiniia, graciojíamente ajardinadas pela
catureza tropical, começa- se a descer o vai lo conjunto dos ri-
beirões do Rodeador e dan Pedras, de physionomia agreste e es-
cabroso tracto a U*' perto da solitária capellínba da Santo Antó-
nio do Descoberto, no meio de um vasto campo desbabitado.
Ha uma forma interessante de transição dos cliapadões para
os valles dos grandes rios, a que o povo, em geral, dá o nome
de i't7õs, ou simpiesraente para án grandes e largas baixadas de
desnudação, ou mei^rao para planici<?s em que se nota uma
depressão no meio ; ?em a ser: a existência d** raonticuloa
contiguoH, de ordinário cobertos de vegetação rasteira ou de
mui pequeno porte, de forma cónica regular, em dilatados
limitt^s*
270
nEVISTA hO IXftTITUTO HISTriRlCO
São 03 cúmtií, pi-ova vai monte traia! íio ila.^ Ibrmiííiuí ou dos
cupins,
Notam-&e munticulna de alturas diversas, do um metro ou
raoQOS até dezcoas de metros .
Em uma chapada próxima da parte superior do vuUe do
ri)>eirão chamado Riacho Fundo, nas cabeceiras do correio do
Guará, no planalto do Qoyaz, existem os referidos moaticulos
de i>€qaea^ altura em numero inficiito, occupando immeasft
área; asísim também» em ambaa as margena do rio S, BartUo-
lomeo, principalmente na osfiuerda, logo abaixo da sua for-
maçâOt da cooílfiencia doâ rios Pipidpào o Paranoá, também
em GoyiLZ, ha da^es mouticulog, mas de notável ai tara, pelo
povo duoorainados covods, cm tão grande quantidade que forram,
por assim dizer, alguns kiiometros de extensão nas vertentes do
estreito vai lo.
Do alto do chapadâo do Sarandy, do cerca ^Je TíDO metros
de altitude, entro o Sobradinhu e a ví lia do Mestre d^Armas.
olhando para nornoroesto, ou para nortCi a vista acompanha a
VíTo dú$ Angicox, em seo aspecto grandioso, mn muitas Jezeoas
de kilomotroií cornpletauieDtc revestido de eoaods, na vertente
fronteira ao obaervadur» produzindo ú grande distancia em quo
se olha, impressão idêntica a de uma .stiperâcío rugosa, com
syraotria na juxtapogiçào d aa saliências de admíravol uniformi-
dade de altura^ inclinarão e contornos.
Estes systeraas culminantes primários sao dignos da maior
atteuçâo por sna diíip<>siçíío geogiaptiica e sua pbysionomia
particular, o lonnauí diversas regiôfís pliyaicas, (leteruiiua(l:us
em sua extensão por uma hbuq. de vertentes .ííoraes, iiue dollaa
emanam o que vâo dotar as mtisniaa regiões, tào la^ orecldas
pela naturexa e tilo avantajadamente situadas, de condiçõei
sobre oxcelíentes, de rara fertilidade entre todas as outras quo a
zona tropical da America do Sul abrange.
Opportimamente veremos que oíferecem tambom particular
interesse: a niíperelovaçâo de um a outro ai voo do muitos riog
de cabedaes diíTerentes, em curtas distancias relativas ; os valleâ
doi actuaes cursos (Pagíia cjm alveo desnivelado de tal forma
que muitas veaes apresentam verdadeiras linhas quebradas em
grande parte do seo comprim*;uto» mormente oá (jiie procuram
nas baixas latitudes a grande depi'os:^ão do rio Amazonas ou a do
P&ranà;ei flnalmonte, aquasi uniformidade na^ aituraados
chapadoes de primeira, segunda e terceira ordem, parecondo
indicar primitiva formação unívoca de toda a siiporflcie do
^^rande continente emerso, desde us seus tempos primordiaes.
Como já ílcou dito^ <5 a cidade da Formosa, a antiga VUÍa do^
Couros^ em íloyaz» o ponto mais importante do gráo massivo
central do Hrazil, represeptanio o entroncamento das diviíiora;!
das aKnas das bacias do Araazuna,s— Tocantins, Paraná —Para-
guay 3 S, Francisco, o tio outros rioa que buscam o mar, naa
costas áú norte.
AUi, o espigão tilvide*se e emitte uma ramificação para o
norte e outra para o siíI, soparando da^ tlna^í primeira» citada*?
U HRA/IL CENTRAL
27Í
lacíasas aguas que procuram o Atlantíeo, nas costas orlonttieá
ílo Rrazíl o unia parti! uas do nopta.
A ríi mifi cação Jo norte sopara a bacia do Tocantins das do
Guruny, Orajahú, Parnaliykv o da bacia do S. Franci^o; o a
do suK mudando divorsas vozes do forma o direcção, separa as
aguas do Parauahyba — Rio Gmnde das do S. FraocUco. e vae
perto do Carandaby, nu Alto d.is Taipas, ligar-se com a Serra do
Kapinbaço quo, com aa suas múltiplas divitiões o subdivisuua ú
conimunicaçõea com a serra do Mar, corta o recorta toda a ragiao
a íéste da divisora centrai das aguas, complicaQdo a ciítructura
topo^raphica doòsa rej^íião, que cnuãtituiria a bacia orientai, s<i
conservasse a superfície sem as alteríições o desigualdades até a
zona marítima ou do Jittor.iL
§ III
SYNTUEStt CONFRONTA Tl VA
Neste estudo» devem-se eoasídorar as planicica baixas o as
altas chapadas: aquidlas represontam verdadrsiras charnecas,
<3 estas regiões fraricamcnttí habitáveis do Velho Mondo.
N'uraa 0 n outra» eiu grande part % encontram-sii oleraontoa
do compAração cara aa Tiorras altas do Brasil centrali e com as
zonas baixas do liltoral, dos alagados do Faraguaycjda vasta
bacia do médio e baixo Amazonas, propriamoíi6odiDi>,
Aextenm re^riaoplana d.is lanffes do sudooàto da França, de
cerca de um milhão de hectares» com fyjaGO metros do altura,
dí^^ce brandanioiite papa o Garouue o o Giron«lí>, para aa laíroas
do iittoral o para & i>acia do Adour : e tal é a uniformidade da
soperficio, que a estrada do ferro de liordeaux a H lyono entre
l.amotíioe Labouheyro tera uma taoííenie de 4") kilometros.
Em grandes áreaa, o terreno snrperflciiil das iandes comi^ôc-
se de uma areia branca» quasi pura, solta, em alguns pontos mis-
turada com detritos vogetacs, o sobreposta a um estrato de
areia agglutinada seo)eliiaodo ao grez ferruginoso, com o nomo
genérico do alios.
De algims annos para cfi, o intelli gente servido agrícola
francez tem conquistado parte deste vasto domiuio, e vae subs-
tituindo a^j urzes e tojos por plantações de pinheiros e outras
arvoreã de utilidade.
Além ãaMÍan'íe$ de Bu)rdeau;(, ha ainda as do Boiogne e do
Brenne,
Na Riilgica, 03 grandes terrapleno.^ arooosos de Cauipine,
que eui I84'.i tiiiliara NiíJJíIi) liecLares, tiVm sido reduzidos pelos
valentuáagriciilturai IjeUa^ de cerca lie 1*^ím huciares iumual-
niente (E. Laveleyô).
Na Hí d landa o norte da Allemanlia, ao occidonte do Elba,
uma área de i ,700. Oí^Q Hectares condiste em um solo arenoso,
qui3 ha poucos ânuos ora uma verdadeira solidão o cujas parleis
ainda incultas contrastam de modo palpável com os ricoi poi^
ãers e a.s ítaixas campinas do Iittoral.
L
272
REVISTA DO INSTITtrrO HISTÓRICO
Ai terrM allaviaes ao na^ifceDU* do Riba. abrangeodo om
qamio da toda a depre^^âa !<iepi4?ntrirjnal da AUeniantia, sàa,
com as 84508 la^os e lagoas, o trago dominance da paisagom;
al^iio^ campos U^m 10, ^ e 50 kilometriís qua< Irados de stipor-
Ucio, e raosmo um, o de Lewitr, tem 1<h>.
Aa landes do norte da Euit>pa : Inglaterra, Irlanda, Escoada,
r^tandia e Scandinavia, de Tog^<íta<:^io mais branda, menoA Tm-
!'i;i ia ainda, por causa do clima frio, tem a me^ma eompOâ^içio
mioeraiogica que as landas do centro.
As grandea planícies hervosas da HaDj^Tia, diCTerentet p6hi
sna vegetação, são immousoâ prados uniformas como as landu
fraotiezag, mas de aspecto mai^ gracioso e mais agradável
sobretudo no tempo das flores.
X% puísUt magyai-ês (asídm se denominam) representando
um antigo la^^^o de 500 kilometros do circamferencia^ âo li*
mitadaji: de (im lado, pela grande curva do Danúbio, de Pesth
a Bul^rado, e. de outro, pelo hemiciclo dos CarpatLoâ e dia
mantantias occidentaes da Tran^^ylvania,
E' muito fértil o rnuíto produz esta solo, alimentado peLu
ftllQTtões das serras circumjacentes trazidas pelos rios Pista,
Mmmse outros.
As steppes da Rússia meridional não tem, como as pus9ta
da Hungria, o admiraviM enquadramento dos altos picos, mas
Dem por isso oíTei^ecern menos encantos peta belleza das âoires
e dos rructos (K. KeclusL
A immensa região dos ichúmosjdm (terras pretas), assim
(;b amada por causa da cor do solo, é ainda em grande parte um
mar da Uervas com pouca«$ povoa^i^ões, e ostende-se a um tempo
uas bíiciíis do Dnieper, do Dun o do Volga, com >^ mlUujcs de
Ueítares 4^ prolund idade variável de um e meio a vinte metros,
de terrf^no abundantL^í<imo de hiimus »* de extraorílinaria fer-
tilidade, cuja causa patente^tram oxe^tuilos de chimica agricola
de rtrandeau.
* nnití a natureza do ternmo mestra, esta enorme plauieie
T\^o é de origem oceânica : em parte alguma acham se ve^tigins
niarifihos ni^m blocos de granito pelos gelos trazido? das mon-
tanhas acanctínavas.
Ao sul úon tchornosjam vt^m-se pequenas sanas da u^esma
nature?^, igualmente notáveis pela riqueza da vegetação : mas
a mór parte das steppe^, que sâo fundos raaritimos omorgidos
em i^iioca recente, só na primavera mostra vegetação. O calor
qU(Mitj;t rapidamente as relvas doí^i steppes, t\ m rebanhos sào
obrigados a se relugiar nas margens dos rio^« em busca de ;í1i-
mentos.
Além da Rússia meridionaU na grande depressão do Mar
Caspio, uncoatr.im-í^e apenas stoppes ainda mais áridas: ^o
intérminas planícies de areia moveU bancos do argilla dura, ou
mesmo enMdas de rochas a(|ui e acolíl com lendas onde a terra
vegetal tem se accumulado no correr dos secnlns,
A« planícies da Sibéria meridional até o^ montes Altai e o
U^o Dsai-Sang oITerecefli mui variado aspecto relativamente
o BRAZIL CENTRAL
273
ÚB steppes caspiaanasi e mesmo ás landtM da Fraraça. e charnecas
da Alleraanba ; s?ão diversamente cortadas àe cad«ius do monti-
culos arredou dado a, Oírbertag do conireríta que limitam c» liurisún te
e dão um pouco do movi memo ao conjuntu <la paisa^^otn. Ali^m da>i
gramioaceas dos prados, conteoas de qualidades dti liervãâ e ar-
liuatoB embeliezam também a superficio do sola i ros^iceas»
amendoeiras espinbo^sas, eodecos, tulipas, e outr;ia plantas do
fiores róseas, brancas, amaroilas o mulucores brilbam na pri-
mavera aobro a verdura, no^ vallos ondulasoa das stappea
(Hwmbúldt),
As altas chapada.^ da Kíiropa oíTtírecem singular aymetriã <>m
sua disposição» excepto n estreito chapadão da Noruega ;»u.s trai;
achamse todas as outras situadas no tul da Europa e limitadas
de um lado por uma cadeia de montanhas,
A oeste, jaz o cliapadão da Espanha, de GOO metros de altura
móiUa e apoiado sobro a uui formo muralha doa Pyríinoosf ; no
centro, os da Suabi a o Ha vier a, dominadua ao sul pelos Alpes
da Suisaa o do Tyrol e a lesto os da Turquia perlougam com a
baso meridional d(>s Haikans.
Asiiírat dos trea chapadões, o do nneio eatendo-so ao norte
de um systoma de montanhas, era quaoto «juo, por uma especio
dr polaridade, cada um doí* outros dous, situados om cadu ex-
tremidade da Europa, repousa ao sul da cadeia de montiinliaíi
que lhe serve de ponlrj de apoio {Cari Hitter).
Além disso, essa^ terras altas, moito mais ricamente or-
ganisadas que as da Ásia, recordam a lórina do seu continente
erirado de penmsulas q denteado de profundas babias ; sem
contar os promootorius que se projectam ao longe no interior
das planícies, abrera-so Jargos valles na sua espessura e name-
rosas sabidas tom os habitantes dos massiços dos chapadõi^s e
das regiões circumvi.^inhaíí.
Na região do Jura, cbapadões análogos, parUctilarmente o
do Nantua, forauí corroídos pelas aguas cora tal regularidíide,
diz E, Ri'clus, que involuatanamoflto se peuí^a nos gigantes
legendários cortando o« montes com suas espadas.
Em França a chapada a mais elevada ê a de Auvergíie,
aubre a qual rfípousaíu o Mont Líoro, o Cantai, o Puy do Dome»
eto. e cuja elevação, segundo Lí^opoldo de Hucb, i'^ do liiO metros.
Os chapadões da Colónia do Cabo, cuja ai t«ra mi5dia é de
ãuO metros, gradativamente elovara-se para o norte até o tle^
39©rto do Kalahari, de altitude variável de 600 a 1000 metros*
Dessa Colónia ati'- o ifl'' gnio do latitude austral, o aolo ila
A (VI ca, conforme as oÍJservaçOes de (íordoo, eleva-se insensivel-
mente aU5 íileaníar 2íuíú melros, no Transvaal, Oran^^e otc.
Todo o cliapadâo africano, ao norte do paratlelo do3I ', ha-
bitado pelos Hetehouaiias, os KorannaB e os Bosjearaans, eto,,
tem cerca do hoo a 90iJ metros acima do uivei do Ucoauo; e esta
altura, com pequena dilferença, piide ser considerada a mesma
em Angola central para biixíir um pouco no estado livre do
Congo» constituido, por assim dizer, s6 pela vas&a e pouco ele-
vada bacia do rio Congo,
21\
RFVISTA DO INSTITUTO HISTOniCO
Na \<m tiim-se preslAilo m^iis at(.6ngã*j ao>; picos o ás gar-
Kaiitaíí oti lJass-^^Qns d li^ cadeias de moiUanltas du r|ue. própria»
mento. :ls plnnuras oIoTrridiís. Kfií.rõL:Aril.o, como refero ifumboídí,
ontn3 m pariiUt>los do :>4^ e \T de latUiidó boreal, <Ticoatrani-sô
cliapidriã análogas ás do México ; o acredita esto no lavei oaturA-
lista 4ue a altura média das chapadas comprelumdidas entro o
Iltoiaíaya eo Kouen-Lan nao vao além de 3500 loetros. Mai?í ao
iiurto, o grande deserto de tiobí, scjíiiodo o Padro DuUaldí?, nâo
att inicie a cifra de 1400, Mas, Sclirader diz, quo a região do
noroesto d i Clima íérma um onorrae chapadilo interior, comple-
tamente cercado de montanhas, e que sob a fórraa de grandeg
terraços vem ih^scendo por degràos da vertente eoptentrional
do llimalaya, onde Be achara om uma altitude míMia de 400<}
metros, passa peloThibet cora 3<i00a 3500 metros até a grande
superftcie lifíeiramen te concava que íórma o deserto de Gobi o
as eat^íppes da Moo;,'olia, cujo nivel inferior não vao abaixo
de 900 a 1100 metros.
Nog Estados Unidos, na região coraprehendida entre as
Moo lanhas Rochosas o a cadeia littonil da Califórnia» estonde-se
uma intumescência do solo, de [HOO a 20O0 metros do altura,
lormãndo o que o capitão Fromont o Walkor chamaram a
ffrande bacia ^
E' ura vasto terreno árido» pouco habitado, não interrompido
por accideme algum, cheio de laj^ua salgados, doa ijuaes o maior
tem a altitude de Ií80 metros ecommunica com um mnnor, Yuta,
que retíchí! um rio caudaloso d^noniinudo Tirapivnog^».
E' paipavoi o contr isto entre estas terras elev.tdas do ncci-
deuLtí nortc-ameiicano o as plauicins baixis, li^^eiramente
nndnhiíias, bustanto re^jadas, farteis, cheias de babitante^, pró-
ximas do Mississipi, entre as MoiitaDlikS Rochosas e os Alie-
glianys, cujl>s vcnicijs» o monte W.ishinííton eo monte Murcy,
sPírimJo Lyell, levantam-í^e a 2037 o UAd metros ; sondo qu*J a
maioi" parto desaas terras biixíis attinge apenas à elevarão va-
riaiíel de i:iiOa lií5 metros.
lira geral, ocliapadao mexicatio, de direcção norte-sul, é tilo
pouco interrompido por vai los, tem o declive tào brando o uni-
forme, f[ue em distancia su|>erior a 8rX) kiiomotros o solo con-
vier vaso com altura entre 17(J0 e 2700 nietros sobre o nivel do
Oceano vislulio-
EsU^chapadâo fnciina^se iosensivolraente para o norte até
os Estados Unidos, e para o sul nambem ; mas, para oeste, para
Aiipulco, repic, etc., e para lúste até Vera-Cruz, a descida
V mais rápida e durante muito tempo sorvio de serio obstáculo
a»» dí^senvolvimonto do paiz.
Com o rápido pro^-resso do Meiiro, asdiíllculdíidesdo traus-
[lorte desappareceram com a construccão do uma iinha férrea
q n o par t i o d o d ô V o ra - Cr u z e Al varad o , vae á c i d ade do M ex ico,
e dahi, se^aiiodo a ííoral direcvão longitudinal do chapadào,
procura 08 Estados Unidos, onde penetra, cora altura de 1148
nietrosi na chapida do La Sierra Madre, no Novo México.
Na America Meridional, a Cordilheira dos Andes a priucipio
o BRAZIL CENTRAÍ.
ilo
é dividida em ires ramos, o oriental, o contrai o o occídontal ;
ílopois red(iz*se a dous no Kqtmdor o Poni, e assim continua
caiii afastafocntos differeotejí at<* m proxiin Idades do vulcão
CopÍap6, mais ou menos, entre .1 provi nci ^ chilena do Aí acama o
a rtrgetttiDa de Cataraarca, onde de novo forma um só systoraa
até as terras do Ma^zalhãed.
Por toda a parto a Cordilheira v cortada o interrompida
por Í^Ddas abortas c oâo obstruída t por substancias hetaro*
geneas.
Se 1m piai noa de 2700 e 3O0O metroíí, como no Equador,
Colômbia. Bolívia, otí^., são de pequenas ílimensões, iiodendo
mesmo ser autos considerados como v alies limitados pelas cor*
d ilhtíiras secundarias, cujos picos mais elevados constituem as
cristus dos Andiís.
Os valles transvorsaos da Porú o da Coiombin^ mais do que
das outras republicas sul americanas» tèm ás vezes profundidade
vertical de 1400 metros. Isto ató bojo tem irap*MÍÍd>>> talvex, a
construcçào de vias ferrea-í transaudiuas nesses paízes, nbri;^Mndo
os viajanles a andar só a cavallo ou áa costas dos indius cha-
madoa tvírrcí/«dor«, o roduxido a nada a OHporttçâo itgrjcola,
mjnond ou outra, para aâ regidos do oriento pola tmpossibi-
lidado do transporto.
Ed Ire tanto actualmonk*. rom eídor«;ados trub.illíoií, eblím se
construindo forro-vias transandin^n, em m aí» de uma republica
dul americana, tributaria do Oceano Pacifico.
A despeito das j^randes altitudes, na lu^pubhca Argentina
coDstruÍo*so Uma estrada de ferro transandina, que de Buonos-
Ayre» vae a Vaiparaiso, cum a ei tensão de I íOi kilometros»
dos qaaes cerca de trinta reprôsentara a pro^fecção do desenvol-
vimento klíometrico di curvatura no dorso dos AnduSi de Las
Lerws, na Republica Argentina, ao /ii^v-aí, no Cíiiít^ Ness»3
desenvolvimento a estrada corta 03 Andes oa altitude de 3180
metros, na garganta da La Cumhrf, por um tunol do 4800 metros;
além dessa grandtj aloura, tem avia férrea transandina nada
menos de oito túneis de tlimonsõi^s variadas; sendo quo o maior,
de 4800 metros, tem uma secção plana e outra inclinada cora
uma rampa do SVo- Este é o declive geral, pdo quo houve
necessidade de estabelecer, oos dous flancos da montanha, a
línba do cremalheira do system-i ^bt, mesmo nos túneis,
R* esta, talvez, a maior altura a quo tem chefiado at*^
aííora uma estradado ferro, í3m relac-ào cum as quo se tem
obtido na Europa, ondo a e^ta<,^o de Pi lato nao tem mais do
2i)7Ú metros o a de Rigbi 1755,
Pela succiíita doscripçâo quo fíz de diversos plainos do
mundo» rui comparação com o iiusso planalto, so iu ferirá a
incontestável .superioridade desttn visto que das tro;i ^onas em
que Humbolilt dividiu a America do Sul» temos que as duas, do
norte e do sul, são esteppes o planuras bervoaas, do pouca
altura; em quanto que a do meio, da um lado em contacto com
a serra de Pari ma o do outro com o systema das elevadas mon-
tanhas do Brazil oriontal» pode ser coniidorada como uma pia-
276
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Diira ael^atica qoe, na porção mai« eleirad^k, tem a aUitrtde
média de \W) rnetroa sobre o nivel do mar, e dhnoaaõff« igaaes
a qiiaaí tres vezes o território de toda a Republica Francesí*.
Põlíi su;i QoofornQiQão physica e cliiaatolúgica, o vasto
planai to central do Brazií facilita sobre miiooira a acclimaçao
do trabalhador europeo, sem os prejuízos das regiões torridiíff»
cujos predÍGad'>s atai desappamcem pela ísaunite altitude módia ;
pelos aou"^ rios navegáveis o brandos declives favorece o movi-
mento commercial interno o as demais rcl^içôes dos estados bm-
ziloiros entre si e do Bra/.ii eum as n^ publicas vizinhas, a America
do Norte,a Europa e a Africa, bom como, garante innumeraii
pan tos estratégicos para a dciesia militar.
A fertilidade do solo conabmado com a altitude, clima ete,*
eortfíurii^ para o bom oxito ua cdltura Uo froinouto, como em
mioinia aacalu m\ observa porto de Cavalcante, no nurte do es-
tado de Goyaz; e toda as plantas da zuna temperada poderão
bem se acciimar nesta r^ião afortunada.
CAPITULO II
GEOLOGIA DO BRAZIL CENTRAL
§1
ENSAIO DE GEOLOGIA DESCRIPTIVA
Entre a parte occidental do estado de Minas e a meridional
de Goyaz existo in as mais estreitas relai^õe-s naturaes. pelo fine
^ impossível separar uma da outra em qualquer descrip^
physica.
Outrosim, é incontestável que as regíõos limitrophes doíi es-
tados minhos goáam des^tas mesmas relações, embora os estudos
nU) hoje feitos» pos tu que sufllcií^otes para uma noticia geogra-
phica, não bastem para a de^jcripçao geológica minuciosa de
toda a vasta área do planalto central.
Idêntica constituição ^^Gologtca abrange nos dois meneio*
nados estados a superlicie que se entende dos limites da bacia
do rio S. Francisco atá as divisas do Goyaz cum Matto Grosso, e
neste estado vae muito além dosiíes limites.
Sobre camíidas fiindamentaes, primitivamente dispostas em
linha horizontal, de rochas schistosas crystallinas da época pa-
leozóica ou de transição e do natureza raetamorphica, deposi-
tíiram-se outras camadas oonsti tu idas pola^ variedades do gréi
edo itacolamito» da mesma iá^d^^ o formaçião que as i*e feri das
rochaSp o que so encontrara com persistência deade aaerra da
Canastra, secundo Ptssis ♦* < i jrceit, ató os arredores da cidade
de Matto Grosso» segando Ca^tolnau.
o BRAZIL CENTRAL
277
Apó3 ft íbi'raa<7áo do coniplexo lundameiítal das schistaa
crystallinos o outras rochas coevas, liouve rao%imeoi.os uroifo-
ntiíicOv-í era virtude doíi «luaes os schistoâ foram luvantadoa,
fortemente dubradoâ o inetatnorphosoados, ao mas mo tompo
i[ue, provai mente, so produziu por solevamento a zoDa grani-
tica do Ho Claro» ííoyaz, Harr erros, otc , e **h áiqum do pognaa-
lito otKODtrados era vários pontos do caminho ( Dr. Hussack ).
E' ixissivel <|ue íbsse o me^mo, o phenomono que, *.íra Matto
firosso ua serra don Parecyíj o na sua ramilicMçáo da surra do
Aíçuapehy, ievantou os gre/^eá e os sclustijs talcosoa pertoncijutes
ú, opOí*a das schiatos micui-eus e outros do poriodo do traDsi<;ào,
tí que cuustituera, ora geral, as elevações abrupta» d(? cerca de
CjOO metros, verdadoirog piredòes, entre o planalto o a super-
fície baixa dos Xaraeís ( H. Smith ),
Da mesma formação parece «er o calcarão quo naanti>ça ca-
pital do Ma tio Grodso se usa para a coostrucção e caiação de
coisas.
Aind i mais, o i^Tatiito róseo de grãos íiaos. cora mura nessa
região, forma cora toda a probabilidade a massi inforior, o
base de toias as elevações de terreno desse canto do futuroso
estado.
Reraontando-nos agora ás épocas mais remotas doe tempos
geológicos, ( escrevuii Pissis era 1842 ), vemos antes de tudo a
as rochas crystallkiris da parte austral do Brazil forraarom uma
ilha assaz considerável, cuja forma era a de uma ollípse alon-
gada,tendo o sou Jiiaior eixo na, direcção de nordeste— sudoe^to
e que estendia se entre 16' e ^7° de latitude austral. Ella era
atravessada 61 n totio o seu oorapriraeoto por cadeias de mon-
tanhas parallolas ao seu eixo, ofTerecendo ura relevo analo^jo ao
que Jipreseuta o intervallo comprebeodido entre o mar e a serra
da Mautiquf^íva.
Já a esse tempo, atravás das largas fendas produzidas pela
»>leTaçãodosga6isa e dos talcitos, so tinham expandido granitos
de ;/rau ftno, abrindo tinia pas.«agera ora na baseda.-^ montanhas,
ora em «ua parto au?ítraL ondeeiies appai^ecera em possantes
betas, orientadas sêííandu o eixu das mais altvs culeias.
Depois da eniis>áo destes grnnitos, que se po<leni referirás
primeiras revoluções do globo, o continente ou antes a ilha bra-
zilica, gozou de um longo periodo d^i reix>Uiáo, durante o qual as
eamadai áo terreno siluriano so depuzorara no^ inares occi-
dontaes, no e^pa^jo occupadd hi*je pelas vastas planícies dos rios
S, Francisco e Paraná (iiohito da Limeira, Est ido de S* Paulo),
Alguns seres vivos dep gaitavam seus rostos na p;vrte supe-
rior dessris ctmadas, ca rae te risadas pela prosetiça do calcareo e
de poderosos ilepositos du silica gelatinosa, quando nova revo-
lução \ elo subitamente interromper a eoutinuação desses phe-
n o menos.
As caraadas do terreno siluriano são solevadas em algous
pontos à altur.i dn luOO a 1í(H> raritros :\cima do nivel do mar.
As grandes d0stocaçòe>,quo se operaram na linha léste-oesle,
tízeram-se sentir lambem sobre as paletes emergidas das roclias
278
REVISTA UO INSTITUTO HISTÓRICO
crystallinas, e imprimiram ás primeiras cadoias de nm^M ^ . .«^
um HOgoijdo movirr-PDtOt 4 ias não podendo mudar nw\ •
lovaotou as IídIuiíí de cumiada o Ihca deu uma incJinaí. .1. p,; . «J
de sul par.t oorte ; ao pasáo quf*, noaí iutorvanoa que oá sepa-
ravam, f*jrinarrimso novas raontaDhas dirigidas do líatc* para
oeste» excedendo multas vezet em altura as cadeias formada^^,
pela emissão dos granitos.
O resultado destas poJfíro.^aa perturbações foi ura accrescen-
lamento considerável da arca da parte emersa. O mar foi re-
pellido maia para o norte e para o oeste, e a parte austral do
Brazil oíTei^eceu desde essa cípoca uma configuração muito seme-
lhante a que boje apresenta.
Com elTeito, a ina.^síço contrai do estado de Minas oxistia
já, o tiem assim a8.^rradã MantiquêLra e asorra do Nfar. Os
valles looííitufliaeB orara, pois, o^ mesmos que liojo e as aí,'uas,
que escapavam dessas altas terras, deviam, reunindo-so con-
forme as meMKis leis ííeraos, farmfir rios seiíielliantos «mi sua
dirocçáo aoa que i»aiiliam ostas re^iõeí»,
Nao Dijfltaoto, a theoria do titias Ai^ lioaumout nstar bojo
fim pouco abalada, todavia as so^^uintc^ consifloraçõea vem
-oulirmar .iJi a-iserg^jus ilc Pi&ais, considoraçoí^á extrabfdas do
livro de Onrlíf-r soi)ro íiímtjg-a província do Minas Geraeá, do
lH74. Teodo i:iias de HeaumonL com evidencia df 'num. s trado que
a idado das diversas partcí? do aussoíflobo, i.HtLi ó, a época do le
vantamento das mesmas acima do nivol do mar, deve sor
anterior á mais antíg:a formação limitioptio, cujas camadas sj
conservam iiorisontaea, a^sim como posterior á idade das for-
mações que por clTeitô do próprio levantamento se acham tncli-
nadas, é claro que em vista do referido facto, do se acharem as
lor mações de transição (paleozóicas) horisontalmento estratifi-
cadas gem serem cobertas por forraaçõôá secundarias ou ler-
ciariag, plien jm^^no do que não consta haver somelhanto exemplo
em ou Ira parto do oiundo, é claro, repito, que esta piírte do
continente sul-americano já se achava elevada acima do nível
doa marea, em época, anterior ao tempo em quo começaram 03
dcpoíiitos sub m;trinos; ou, em outros tormof, o Brazil central
já oxisUacorao um continento extenso, quando o reato do mundo
ainda estava submer^ndo no oceano universal, ou apenas sur-
giam partes delle como ilhas insigniíicantos, como se observa no
contro da França (Elias de Beaumont e Dufrenoy), na Rússia
íltC..
h]\ pois, ao Brazil, o em papticular ao EstTido do Miiia^ Oo-
raea, a quem toca a honra do ser o mais anti;i:o continente do
nosso planeta.
Ao ri'dor dessa região, diz o í)r. Hussack, poriam, ao norte
o a oeste, na bacia do Tocantins* A raguaya o na do Xin^u^Pa-
raguay ; a leste, na de S. Francisíio ; e, ao sul, na do Paraníí
houve enormes depósitos de sedimentos, que por transgretsio
cobriram as margoni da antiga ilha goyana e se esieoderAm
sobre as enormes regiões que kiojo constituem ^rando i^rie dai
baoias menoionada^i. Ksteã depósitos tém permanecido em po-
o BR.\Z1L CENTRAL
sição h^JrisantaU como já demonatrarain o Dr, Orville Derby e
outros, em S< Paulo, Paraná* Matto Grosso, Piaoliy, Bahia e
Minas Geraei, parecendo ter começado ea época dôvonoana e
continoado, com interrupções, até i época secundaria.
Assim constituído cm terra fírme, o continente que algum
dia havia de chamar-ae Brazil, começou a soffirer a acção des*
nuaotc doa agentes desaggregantes, que em tim sem numero de
séculos tem lhe esculpido as actuaea feições topo^raphicas, e
cujoi limites se patenteiam claramente, attent&ndo-se para os
valles das acttiaes correntes d'agua, para o desnível do alveo
destas em pontos dífferentes, e para superelevação de um alveo
em relato a outro.
Onde tem sido inâígniticante a resistência & acção dos ele-
mcntoa erodeotes, formou-se bonito valte, perfeitamente deli-
neado e o cupso do rio tornou -se brviDdo e sem obátãculo sensível
á navegação; ao contrario, onde ;ís rochas toem oppoâto diílieul-
dades, o vallo tomou o fundo com a forma de uma litiha irre-
gularmente quebrada» facto ca rac teria tico da regi-to das cacho-
eiras qni^ em qtmú todots os grandua rios ae encontra.
Para exemplo do primeiro caso, íi\ o rio Parantin e a
maior parte, cercii do í^-^iQ k ilomotroi, do rio Araguaya ; e
t>ara o aegundo os rios Tocantins e Tapajós t>as tanto encachooi-
rados .
F/ evidente» \iokt QO© * physiononiia geral dus chapadoea
está muito modiíicada. e tanto mais quanto maior t\ era relação
ao centro, o afastamento do ponto do que ae trata ; o quo de or*
dlnario coincide com a região das cachoeiras ou com o grande
augmcnto do volume d*agua que um dado rio acarreta.
Segundo Castolnau, perto da anti^ía capital do Matto Groa^o,
o terreno apresenta uma crosta siiperflrial do dois metros de
espeasura de tapiocanga ; uma camada inferior de quartzo fra-
gmentado e de grez itacolumitico, de cerca de três metros em
que se encontra ouro ; e, em^m. maia abaixo veem-so pissara e
argllla ròia, amarella e branca, em ordem decrescente de ri-
queia auiifera*
Em Goyaz, e^ta constituição foi verificada atú o chapadão
dos Veadeiros, ao norte, ati'^ Caldas Novas e Velhas, a audo^ate,
e chega também aos Estados visinhos da Bahia, Piauby, Matto
Gpos.^0, Minas, o parte de S. Paulo e Paraníi,
A formação do schiatos argillosoa e grezes, que ne vae esten-
dendo, segunilú a opinião do Dr. Huasack, para o norte do
futuro districto federal, constituo ehapadões de 1100 a 1200
metros de altitude.
As terras >d.o entao pouco produciivaa, duras e só própria^
para pastagens ( Relatório do Dr. Francisco de Paula Oliveiraí.
Aífectou a formação doa schiatos argillosoa o grezea itacolu-
míticos um levantamento geral de leste oeste que, com a alti-
tude media de 1000 metros, estende-se para o norte, e deacahe
rapidamente cerca de 250 metros para o lado occidental, naa
proximidades de Pyrenopoiis, no valle do rio das Almas ; e
para leste prolonga-se provavelmente até além da Formosa.
íli>b-lj
XuJ4y L.\viji, l\ lí
280 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Fazem o seu i>oDto de juoocâo qiiasi em angulo recto, daí
TisiDhaiKas da cidade da Formosa e La^óa Formosa, na aJti-
tade de perto de 1200 metros* onde começa o chapadão das
Brancas, os dous levantamentos qae formam: um (odot schistos
argillosos e caicarcus paleozoi^s ; as divisas das agnas do rio S.
Marco e rio Preto, qae vão para o snl o leste, e rio Paranan. para
o norte, das do rio S. Bartholomen, que se dirige para o sul, e
Maranhão para o norte ; e outro (o doa schistos micaceos e
^;rmes Itacolnmitícos, em rumo qoasi de leste oeste) as divisas
dos rios Corumbá e aíTluentcs, e cabeceiras do S. Bartholomen,
que a>rrera para o sul, das do Maranhão Tocintinsinho e outros
que procuram o norte.
K* digno de referencia o facto do que nesta região só appa-
recém os gneiss cm altitudes excedentes de 800 metros.
0^ gneisH ^anitoidcs o os granitos com miiscoTita formam
apophyMS mais elevadas que attingem até 950 metros.
Da sua decomposi^ resulta melhoria dos terrenos que a
ellesseavisinham.
Os micaschistos patenteiam-se cm altitudes superiores a
1000 metros o formam camadas muito movimentadas, incllnan-
do-se ora. para lesto ora pam oeste, mas com direcção media
geral de norte a sul.
Os rios e ribiúrões, que nellescorromquasi parallelos, se-
guem esta direcção e são separados por chapadõos pouco largos
de muitos kilometros do extensão.
Os sohistos argiliosos e grezes itacolnmi ticos formam as
fíorções mais altas da região, sendo os picos dos Pyreneos, com
395 metros de altitude, e outros menos importantes, íbrmados
do itacolumito e 08 altos chapadões do Guariroba com 1130, do
Jatobá com 1230, o do Qama com 1170, etc., do schistos grana-
diferes.
A alteração destes schistos produz uma terra fortemente ar-
roxeada o argillosa e as aguas, acarretando as porções leves,
deixam grande numero de granadas alteradas, constituindo uma
variedade de cascalho ferruginoso, que cobre, ás vozes, immcnsas
aroas de chapadões o a que os sertanejos denominam areiâo.
Nestes schistos existem muitas minerações auríferas em
(foyaz.
Também os grezes estratificados estão sotopostos aos gneis-
sicos.
Na passagem do rio das Antas, nota-secm uma extremidade
da ponte o lafjrea«io de gnoiss com o rumo S 60* L a N 60* \V,
mergulhando 45" para S :50» W, e na outra o grez branco bem
característico, qno se prolonga para o norte, e é de novo visto
no ribeirão da Vacra Brava.
Formam os grezes c os schistos argiliosos os terrenos que
vão, de oeste á leste, da serina dos Pyreneos á Viila do Mestre
d* Armas.
K' noste divisor das aguas que se veom os mais elevados e
ooxtonsoH chapadões do rectângulo, parcialmente estudado para
o futuro districto íbderal.
o BRAZIL CENTRAL
28Í
Como acontíice com o grez e oitacolumito» também é con«-
Untíi a oxistencia giraulUni/a de tatcito, Mro olíginio ísob
a fornia í!e palhotas hexiigonaes oii do martÍto(Dr. José da
farapebiis ), do itabirito, odeschistoa bituniiDOSosc argilloao^»
soodo que nostos achUtos, df :írdinario, se eacootram ioterca-
laçòes do calcareos d i versam ou te ooloridotj.
Os calcareos (iaa bacias do rio das Mortes (Dr, Álvaro
da Silveira)» do rio S, Frinciâeo, oDde o Ur. O* Derby en-
controu foâseis, rm Bom Jeaun lia Lap^i o át^ rio das Volhaa
tomam importância relativamoote i^onsideravel, o bem aa%ím
em vários logares de Goyaz o Matto Grosso.
Domaiií, oncofitrara-SB camadas de dtilrito-s motivei mente
íiorisontaosí, com aígiimas interrupçòas por vallos dí3 desnu-
daçiio» c-imadas rjtio paro«:i3m jío liífar á época actual por bal-
eias turfosas, em cpio sj^ acabam vo^etaes idênticos aos da Hora
actual, como sejam rubiareas» approximando-so dos genei*03 ob*
phalia, eriocaulou ecyporacoas.
Sobre estas rochas, mais coramura mento sobm o isobisto
ferruginoso e argilla scliistosa e «^om íeíçao de grandes mantas
suporíiciaea planai, nas encostas o altos das montanhas, on-
contra-se ti tapio canga, i^Lpanhoacanga ou simplesmente a ran^a,
Schwoge nos aeuí fleognostische Gemâliíe uon fírasilien (Qua-
dros ^eognos ticos do Braxil) p.ig, 3(K dá tão interessante expli-
ciíçè,o á^ ta piocanga, qu6 a transcrevo í^uasi inteira.
Eáta rocha (escrove Schwe^fe) è composta de fra^rmontos
ponteagudoa, angulares e raramente arredonda' tus na «tiper-
ticie, de ferro mieaceu (eUenfflimmerh fbrro especular c oxydo
majçnetico do lerro, unidos coDJjmtamento por ura cimento
ocroau vermelho, amare Uo e pardo. Estes fi^iíímentus teem de
alguns Diíllimetros a al;=runs centimetrog de diâmetro. Muitas
vezes é mui auri fero o contem tambeni laminas do tíiloo,
eblorito e a^ui o acolá pedaços de itacoliimito.
Em alguns lugares, o cimento torna-se i.ão abundante que
as peças acamadas ficam nivisiveig ; este forma, então, de-
pósitos d isti netos de um mineriu do ferro vemelho em delgadas
camadas, cootendr» de ordmario mui poiíuenas folhetas de mica*
Não se depara com esta rocha somente nos vai los e naa
eneoatas daa montanhas ; ella cobre aa mais altas cumiadas e
flancos como uma espécie de manta cuja espesiura varia de
meio metro a três metros.
Era geral, é aobrepostíi ao schisto ferruginoao e argilla
âchistosa. Os mais importantes depósitos míneraes estranhos,
noUa cncontradoSi sâo a homatile escura e wavellite, quo
om massas consideráveis occorríim perto de Ouro Pretu.
A Serra de Tapiocanga, (Tapantioacanga, escreve Schwoge),
perto de Congonhas do Campo ^ Minas <ieraes), cujo pico attingo
a altura do 1580 metros, ú jior ellt^ completamente coboria
em uma aroa de muitoa kilumotros ; toda a encosta da mon-
tanha, í-m quo eslá situada a cidade de Oura Preto t^ iocru-
siada delia o tem a super âcie toda remexida pelos traba-
Iboa de miueração.
282 REVISTA DO INSTITUTO HISTOniOD
O fronteiro campo do Saramenha é como se fosse calçado
com ella.
E' al"tmdante ao loego do camiobo de Ouro Preto ao Surro
Frio» e om Goyaz entro outros muitos lugares, oncoutra-tc
uma oxteusa suporflcio de tapiocongt^ no caminho <i«e da
villa (ioMestrod" Armas ronduz para a liajadinlia, om rumo
de banta Luzia do Goyaz ; assim também, om víngem de
Caldas Novaa dtí Goyaz para a cidade de Bom-Fim, nas pro*
ximidadesdo pouso de Vista Alegre^ Dova camada de iapiocantja
cobice a estrada em longo tracto, 8om deixar perceber qual*
quer outra roclia (*).
Os mioeiroB, diz Schwege, deram este nome á roclia em
questão por causa da sua supcrlcic desigual e nodosa, semO'
líianteá forma concrectonarii da íieraatite,
E' difBeil explicar a origem deste conglomerado de cara-
cter limonitoso.
Os fríígmomos an^^u laicos, a irroí^ul árida Jo com que sáo
oâtes juxtapostus uni aos ouln^s o a maneira pela qual esta
rocha cobro, como uma manta ou um verniz» os cumes c 08
ílam os das montão has. toudem a íUior acreditíir qur a f^í/jío-
oxHfja uào <' o resultado do súbita dcstruiyão do montaDhas
ferryginosai*» coustituintes doa mais t levados pontoá da região,
e de quo aão vcstigios o pico de Habira, a serra da Tiedadc o
outras ; maa« que 6 dovida á dessecação extremamento rápida
do liquido que anterlormonto cobria a montanlia, e carregou
para ai 11 o^ rra^montos ;x cila liojo superpostosr.
Kstes nâo ijuderaiii acompanhar o liquido para o fundo
dos vaUes, pararam como lavas solldtíicadas uo meio das
encostas. ^
A desordem em que so achara dispostos esses fragmenios
prova fiuflloientcmonto quo o deposito não fofez gradualmente.
OJJerece particular interesso a quasi uniformidade nas
alturas dos chapadôes secundários, em .^ua^ relações com o
principal, o ao mesmo te rapo comprova a primitiva formação
univoca da superfície do grande continente emerso •
A altitude mais coramum dos chapadÒes lirazileiros oscilla
entre 800 a 1000 metros na mrdia, O que fica entre o Rio Pardo
e o Rio Grande tem a altura de looo metros» ea estação da
cidade da Franca, com a do 1^94, os ti 4S6 acima da ponto do
iaguara, cujo nível ó de 5^>íi metros sohre o mar (Dr. tionzaiça
de Campos).
O triangulo initieiro, tao bem limít;ido pelus riosi Para-
naliyba e (trando o pela sorra da Canastra, que >e deixa cor-
tar por esto ultimo rio perto da povoarão do Pontal, n;ida
mais roprusõnta do quo um eitouiía chapadão, com olovavàu
de 76o motivos em Uberaba, 1000 pouco alom do Brejao, cerca
de 70 kilometros de Go>az, apenas com a depressão do izi
(•» Tupíucau^j oui liixgua tupi q\k*v àiiat: cabrra tic negr*»^ de:
o UBAZn. CKNTRAL
28.1
k
metros no leito do tornmioso riu das Velhas, cm S. Miguel da
PjTit'3 N'>vi. D> Brejà-j ao P^ranaliybi dõsec i\\ú 495
metros» no Porto Velho.
A h^tc do tftaoj^alo se acham an principaes cabeeetrai a
os primeirofí aJllaentes do rio S, Francisco, que por emquanto
sú nm interessa até a cíacliooira do Pirapora, perto da barra
do rio daí? Vc?llias» o aati»ío nitaicuhy (♦]•
Kflta sitna<;ao i* In ferior a das cabecoims e primeiroá compo-
nenta-í do rio OríiMilo, porque cBle, com a extensão do cerca de
cem kiloraetroíí, no arraiai de Santo António da Ponle Nova»
pouco antea da barra do rio daa Mortes, com a largara maior
de cem metros, está sobre o oivel do mar 014 metros, set^^ondo
Schwe^^e, ao passo que a rio S, Franciíco cora o mesmo
comprimento tom, oa barra do rio Pará» 570 metroâ apeoas-
Se corap&rarraos a^^ora ossa aUitiido das naacentea do
rio Grande com as do rio Preto e rio Paraliybuna, aíMuontes
do Parabyba do Sul, e cora o leito desto ultimo rio» então a
differença excederá de 500 meti'os. Com eíToito, o Para hy ha,
era Campo Bello, nas contraveitenlea do rio Grande e dJ rio
Preto» está na altitudo de 408 meti^o.^.
Na cachoeira do Pirapora, o rio S. Francisco desce cerca
do seis metros na oi tensão de nm kiloraetro o algun.^ metros;
o nas barras dos rios Paraeatii e Urucoia a altura ó respecti-
vamente.' de 503 e 405 melros (HalfeliJ) ; notando- se que o
primeiro tem uma das puaa principaes nascenteií. rio Preto,
dentro da cidade da Forraoiía, e o so^nndo nasce ao oriente
da sorra daa Vertentes, perto desta cidade, cuja altitude é de
cerca de ííOO raotfoa. Ora, re>íulando o curso destoa dois
i'Í03 o com pri monto pouco maior de v*no kiloraetros, Ví''-se que
o?í eliapadoes entre olles col locados sâo de grandes diraen^õeM
e sulcados om todo.^ os sirn tidos pi dos vali es dos seus nu me-
rcas e caudalosos afflaente.^,
o que se observa em Minas ílereaes, com referencia ás
cabeceiras do rio Grande, com aa do S. Francisco e com o rio
Parahyl.^. etc., se nota era Goyaz cm reiaçáo ás cabeceira» doa
rios dag vertentes do uorte eom as dos rios das vertentes do suL
O ribeirão do Itiquira, que vae fazer barra no Parauan,
precipita-80 da altura vertical do 12<i raetros o corre ainda
om borbotões em plano inclinado de trinta raf tros para alcan-
çar o nivel da correu to plácida o tranquilla do mesmo rio
Paranan, que apus lung^o ©urso, geralmente desimpedido^ vao
desaguar no Tocantins, quo tem ainda o nome do rio Mara-
nhão, e cujo leito ura tanto pedregoso tora opposto obstáculo
á navegação íluvial desta parte de Goya^.
Ao contrario, o Ara^uaya, depois de tornar-se naveíravel,
apra^enta-ae completamente desembaraçado i-m exten^^io 9U-
(') Kslfl T.o i' f> ;J1lnf'irlp do Sio Fratieisro, c n mv^ \tR^^R cm
S. Mi^Uí^l <ln Ponto Nova. roni T22 melros ilf a\\iUuu\ «^ allliienlo
da mare-íMU ftquf^rda do Faranahyba. São, p<>iN, rios Jislincltw.
2*4 HEVisTA f^ ivstití:to HI?Tr»RICO
par^/r UÍTf;z a l;f>yi kíloi/ietnw, o>iiio ficoo dito, ífto na
oootâr o Mm /rao^io tnb^tario rio 4ad Mortes, formado da
unIJU/ d'>» no <ÍÍm ^VarçaÁ 'r<HD o rio Barreiros. \o\o* três câo-
éi^Umm a íuíUm doon de franca navegação até bem perto das
ealiMK^irai, s^fgondo ínform^wão verbal do distiocto major de
eoircnheiríM, Dr. Cândido Mariano da Sííts Rondou.
K* int/;re«»anu^ o se^inte eitraeio do relatório do Dr. P.
P. OllTeira, relativamente aos rioâ S. Bartholomea e Commbá.
O H. Hartholorneu 6 fOi mado pelos rioe Paranoá e Pipiripào.
KniA, oom o rumo ^eral de N 10^ a 30* L, tem soa origem
em toríiihjf/fftH Ho roicanchistos, schistos argillosos e grex, e é o
rfssul(a'i i de dívorsos aíRuentes dos ribeirões do Sobradinho,
do M^^lre d* \rma«f3 <lo caudal do Pipiripào ; e aqoelle, da
Juneç^i dos rilieirões do Torto í; do Gama, aos quaes vem
trazer suas ai^uas, entro outros menoitss, o Bananal e o Riacho
Pondo, e a direcçãi> aproximada de oeste para lésre, correndo
também em rochas da mesma natureza.
PtativM mv o PipirípÀo o que determina o rumo do São
Bartholorneii e eHte o que vae por sua vex marcar o eixo do
baixo (^rumtiá.
Ape/wir dí) mais volumoso nm aguas, não é o Corumbá o
rlomaiH antigo. Numerosos aiiluentes, que recebe de uma e
outra margem, augmentamlho a doscarga, mas o seu leito é
mais eiovíulo que o rio S. Bartholomeu.
Nasce o Corumbá ao norte da serra dos Pyreneos, corro
A principio para leste em grez itacolumitico e sohistos, para
tomar deprilH o sul, perU) da vili.a do mesmo nome, onde a
sua altitude 6 do ^*W metros ; logo abaixo segue de novo a
leste e procura depoin o rumo de S 3(r>0, para jnntar-so com
o 8. Bartholouiou. Ató À barra oom este rio, tem approxima-
damento o curso de i5í) kilometros e a sua altitude na coo-
íjiioncia (^do 7(K) metros, descendo pois, 230 metros.
O S. Bartholomeu, depois que toma odse nome, isto (^.
na Junoçíio do Paranoá oom o Pipiripào, tom a altitude do 830
moiros r num porcurso do 140 kilometros desce 130 motros.
Com punindo os douH rios, vò-so quo o S. liartholomou
oorro oiri leito mais profundo a muitos kilometros do sua união
oom o Oorumbá.
Al('m doH limites occidontaes de Qoyax, a oosto da serra
do Ta(|uaral. o torrono vae baixando som cessar na região ele-
vada do Matto Orosso, a <iual tica algumas contenas do metros
acima diis planicle-t alagadas do Xaraes, do quo 6 soparada
por oihMts tas abruptas; ao norte o noroeste o terreno ondulado
vae |>ouc(> a pouco piU*dendo as altitudes do planalto, e a phy-
ilonomia os|>ocial d.i vegetação do cerrado vae lentamente mu-
dandi) OiU m.iis luxuriosa n abtmiianto vegetação.
I>e tal inoili) são os sorrados o mattas fechadas, porto do
rio Pomvuro, ailluonto da margem direita do rio Coliseu (jue
< seriam pnn^isos graii<los trabalhos para se abrir uma picada »
que oominunioasse essi^ ponto como salto grande do mesmo
rio ColisiMi.
o nnA7AL CENTRAL
2â5
A este s;ilto dou o nome do Salto Senador Tntmai/ ú alferea
Luiz Perrot, cúnipaalieíro dos irraãus Stomeri, dn Vogel o do
^!hr«orelcli, nasua eipodiçâo do Xiogú, 6ío 18S7.
Assim, os ctiapadõas afatsUiios do mas^siço centraU collo-
c:ulo8, ás vo«'ís, c-ítreita o loti^aríionlo eotru valles de rioi
caudalosos» sem coocor r^r para soparar aií cabeceiras doi grandes
corsjH d'agua o dos prirai^roa tributários, propriaiueoto fal-
lando, teem pordido furando parte dos at tributos pbysioaomicoa
do dito maasiço contrai, e era todos os sentidos teera as dimen-
sões reduzidas ái modo a iornarom-^e indívídualisados otj, por
assim dizt^r^ indôpundentos pela sua disposição topographica.
gn
EWSàia tjE «íKOLO<lt\ AGRÍCOLA, DKDtJijrÕBa AúRóNOMlCA». APTI-
ti5i2j iiOáOLo A«micoLA mn o ponto [♦pí vjaT,\ das formações
Umaliulia irrt^ulaimentfl ritrva atra v<»3âa o rectângulo dfl-
marcadíi no planalto central do iira^iL em si^ntido diaconal
quasi ri^-^oroso, de noroeste a soes te, o nosso trajecto a 8s iguala
preaumptíTainento os limites, ali.ls muito confusos, das duas
formações g-iologtcas: arcbaica o paleozóica.
A formação dos schistos crysta Hinos raotamorphicos (com o
cambriano f] dos guarzitos, granitos, gneiss grani toides, guoiss
scbístosos. ralcascbiatoíí, congiuraorados, occupa, regra geral, a
zona occidenUK onde íka o vórtice sudoeste ttodítt> rectângulo,
e pôde coro muita probabilidade ser filiada ao systema lau-
renciano .
A formação dos grezes, dos calcareos paleozóicos, om ex-
tensas camadas, du oligísto. ferro magnético, scltistoâ argillosos,
ás vezes Iranslbrmados em ar d os ta ( pruximo dos limites do es-
tado de Minas), apresenta se CQHio do systoma huroniano, ou
quiçá, raais moderno, do slluriano, embora nosto ponto do inte-
rior do Brazll haja ainda muita obscuridade nos homontes
geológicos dessas formações primevas, que, por oraquaato ao
menos, nem são exclusivas nem bem definidas*
O systema hiironíano ( escroveu o Dr, 0< Derby, na
Oeúgraphia phifska fio Brazit, ffe \Vappfeus } é esppcialiiiont©
característico das regiões da serra do Espinhaço, da Canastra,
Matta da Corda e das montanhas do Goyaz, em que as suas
rochas formam as principaes oleva<,ms da superdci©» Schistos
hydromieacoos e cblorítlcos, e quartzitos schislosos e micacaos,
ás vezes flexireíSt que receberam o nome de itacolumito, sfia as
r^3chas predominantes desta serie .
A mica é ranitris vezes substituída pelo ferro rolcaoeo»
dando uma rocha peculiar chamada itabirUo que, com o desap-
parecimeiíto do quartzo, passa a camadas massiças do hematito^
ou, maia raramente, de nuunictiío.
280
REVISTA DU INSTITUTO HlíáTORICO
Estas eamadas de forro, de abuodaocta e extensão eztraor-
dioariaa, coUocam aa reíriõea liuronianas do Bra/íl entre m loaiâ
ricíis do raiindo vm mincvra<>s do ferro do primeira qualidade-
0 liuroniano representa tara bom o grando repositório da
riqiiezii minorai do israzil, em diamante, topa/io, ouro, ctc,
este 111 U mo com abundância encontrado na tapioca nga. quo tom
sido eiitensameate lavrada, jiorqne o Uabirilo, que ella sempre
contem, è ordinariamtmtr" mtíito rico de i>iiro, que appaveoe em
iiniiasi i^^0gtllar^^^s do uma mistura de fixydo de ferro ♦! oiydo de
manganeZi pfílos miíieiros cUamado /íi cm íí«í/íí, forma çlo. sogundo
ge suppoe, particular dos terrenos auriferoâ lira/ileiros.
Ao que parece, nâo alteraram a feição goologica exterior
da área estudada, as levoluçoes occorridas durante o período
de trausição, ao contrario do quo se observa um pouco mais
para sudoeste, no logar denominado Olho d^A^ua, caminho de
íioyaz, entre o rio dos Bois e orio Uruhú, em que irrompeu uma
espessa camada de diorito on porphyro, provavelmente d^i serio
primaria» produzindo furtilis^irao terreao, corao semelhante*
mento íie observa na rica zonacafeeira do estado de s. Paulo,
Os diversos componentes dos terrenos deste período j4 so
apresentam misturados mais uniformemente do que os do an«
terior, posto que ainda tenham soITrido a forte pressão atmos-
pl^erica o a acção do calor da crosta precedente que lhes deu,
em geral, a forma se histosa mais ou meuoa crystallina.
Entrofanto, os agrupamentfjs dos seus principaes elementos
constituintes raisturaram-se» confundiram se mais ou menos
perfeitamente, dando logar a grandes deposittís horaofjeneos
lacustres, »^gundo tod;i.s as prubabil idades, & em muitaa pa-
ragens entremeiaiMm se ãa vastas o densí^s camadas de alhi-
viões modernaíí, como se nota no ^nauo tjros.^õ de (íuyivz. ecutros
silius, dom desvirtuamento do suíu local, em ci!rt*3 ^vào,
Desta succinta revista da composição ^.akloííícri da a roa de*
marcada podem se tirar deducçiu^s praticas ile :ipplÍeação pró-
xima d cultura dis torras,
Infõrese que os granitos, diversas vozes alterados ou trans-
formados, originaram todas as formações qtio a vista alcança,
as quaes» depois que surgiu a cal» mostram-&e compostas, afinal,
dos meamos elementos immediatos t argilla, cal e sílica, sem
coutar o bumus também componente dos solos aráveis, embora
de ulterior formação.
Estes materiaes produzem os diversos depósitos, variando
apenas no modo como £0 jnxtapoem, nas quantidades respe-
ctivas com que llguram em cada agrupamento o no seu estado
de aggregação molecular.
E' intuitivo que os elementos chi micos das roebas, podendo
sem limites variar em quantidade i? qualidade, venham ocea-
«ionar o predomínio de uns com diminuição ou excltisão do
outros, de modo a se constituireoi em dopusitoa extensos e pos-
santes dos meíhores terrenos lavradios, om estado do matéria
mais trabalhada e por isso mesmo mais misturada o aífeiçoada
ao cultivo.
o DRA/JL r:íiKTUAI
ís:
r
Embora certas terrenos araveia sejam pobres por defeitos da
qualidadtí, todavia podem ser facilrnent© corrigidos e transfor-
mados em fecundos Foloa agricoíaa.
Asaim, a primeira vista, pareço que o sulo a;n'icoIa da
região estudo da devotM aer incompleto ; entretanto a cnltura
existente, (1 ilti ha muito anu a contimiacía sem interrnpçílo,
apefiar fia pratica invariável da rotina no traballio rtiral do
Hra/.il cnniivaL rrio^Èra t?xieUinente o contrario; devido
isto ííem duvida á providencial alteinacâo do solos da« forma-
ções prinnítiva e primaria, ititoreatadaí? àc espessos terrenog
aedimentarioa, com certo olTeito de raetamorphiBmo, com abun-
dância ivlaliva de calcarooâ» pliosplmtos o azotatos minernea
( como indicara as grutíis o certas argillas salitradas bastante
para que os animaes as procnrem para comer ), de modo que
uesseâ 90 lo a nao se acbam. pode se dizer, def<iitoá physicoa.
São fundáveis, .^em serem demasiadamente plaa ticos c im-
permcaveis» e accommodam-£e mel lio l- a mais variado numero
de cnliuras*
Na actualidade, nos campos e nos cUapadi!>e3| onde com mum-
mento nota so maior permeabilidade, aa chuvas teem lavado
um ponco a superfície terrena, e o âolo, ^russeiro e áspero em
determinado?? pontos, ú de ordinário pobre e nio ti»m serapro a
massa sufflciente para a radificação daa grandes arvores e dos
arbustos ; não obatanto, é por oesini dizer, o ao lo do selecção
de inourneras plantas herbacfías e de pequeno porte, entro as
qnaes mui til s aroniattc.is.
Ivssas lavag^eos pliiviaos, anniialmente feitas durante os
longos mexes da estação chuvosa, no final de comas, nâo
causam oa dam nos qnt\ a principio» púdo parecer; porquanto
sobre tríizeram da atmospliera, pela acrãu dos i^aioa, o valioso
aubsídiodo azoto suba fornia nítrica cj ammoniaeal, ab-m do
outras substancias por ventura originadas por nr-asião da^ tem-
pestade-^, dissolvem e diiVundem no solo a^rieultavel as í^inzas
das extensas queimadas emiuaes, ciuzis t^ijo oíTeito lerlili^
sador é devido não sd aos principiou que contem, mas ainda á
soiuLilidade que determinara em outros existentes inertes na
terra .
Ha um notável factor da devastaçlo e do desappareciraento
das iífandes arvoras e das mattas virgens nos campos o nos cha-
padôe?, e da origem dos carrasquenlios mattagaea, que geral-
mente as tom substituído, e vem a ser : as quoiraaaaa da <m-
laçáo secca» todo a os annos, repetidug no longo período decor-
rido desde as doscobertas dos bandcirantea até nossos diís.
Esse modo de pensar também é do grande Ur* Lund e do
emérito naturalista francez Auiruato Saínt-Hilaire, que como
Lund durante muitos annos babitíu e viajou pelo interior do
BrS7dl, e do il lustrado Dr. von Ibering, director do Mns.^u Pau-
lista.
Tanto mais verosímil parece esta supposição, quanto não ô
raro encontrar em -se arvores de talhe gigantesco ou restos aTul-
tados do grandes arvores» ba muito extinctas.
288
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Perto íle Catalão vi os restos di5 onorrae tronco de vetiiíto
aD;srlcode mtiito mais dtí uiti metro de diamotro na base^ or|U(il
duranto a vida, c^.^r lamento secular, espargiu tanta resina que
o toinpo foi lentamente sepultando até cerca de metro e meio
de pro Tu nd idade.
O faeto curioso e singular de se encontrar i^ssa resina tào
abaixo da superlicie terrena fez nascer na crendice do poYO a
exíateneia, nesae logar, de oma rnina de breu^
Numa das margens do Riacho Fundo, na fazenda do Sr. Jobô
Mairolles, no chapadâo do Gama, lionve um vinhatico, que Ti
cahido, do tão colossaes propon;ões que um homora norraaí de
um lado nao via outro igual no outro lado.
Independentemente doiitea factos ain^'ii1ares« ha. ás vezea.
1108 chapadões verdadeiros capoeirões dê machado, como se vê
um de considerável extensão no caminlio que de Santa Uizi i
condtiz ao porto do Ouro Fino» no rio S. Bartliolomeu.
i\ pos^sivel, oiiirosim, que i^to si* d*> por nào ser uraa e
uniea a superfície da zona lioá Hclii?tos laurencianos, como
tambera naoo è a dii. zona Ijuroniatia, em reLicão fis roclias nri-
j^inador^.^í doa solos agrícolas, que froqueu te mente salpicam oa
opulentos oiiapádões em ^li latadas stqmrâcií^s, como eitenaas
manchas sedimen tosas, que s*3ra cessar altei-am-lhes os cara-
cteres oitoriores, o sigoiíituira natureza chimiea e mineralógica
diversa da dos princípios componentes dessas formações re*
motas,
Nâo é propriamente montanhosa a área destinada a ro*
ceber o futuio diíitriíto federal, mas tom os accidentes da su-
períicie de tal modo dispostos, que formam verdadeiras que-
f»rada.s, valles e vãos. mais ou meno^ fundos, mais ou meooe
lar^íoíí. porém sempre de muita fertilidade pela rniiitura de de-
tritos arrastados das elevações, pela abundância de agua nativa
das rochas refendidaa ou faliada.4, pelo incalculável numero do
córregos, ribeiros o ribeirões, de sorte a determinar a aptidão
liei-vos^i de toda a re^rião.
Us vãos. por assim dizer, representam os mais vastos depo-
sitosde pujantes solos constitui dos» por quantos detritos as aguas
e os ventos acarretam dos campos e das chapadas, i.^ acamam
nas encostas o fdodos dos mesmos vãos, a manoim do immeosos
lençôes do mais rico solo lavradio.
C' por isso que para se razerem as arrotêaa 8&o procttrudos
de preferencia os vãos ou os terrenos margioaes aos cursos do
agua, onde o calor, a humidade e o polme, doixado pelas aguas
fluvíaes dm prolongadas enchentes ou pelas enxurradas das lo-
calidades sobranceiras, com usura garantem abundantes oo-
Iheítas.
Em Cavalcante, norte de lioyaz, ha muitos annos, cultivaHia
o trigo ; e não obstante a completa falta de substituição das se-
montes o da pureza da plantação, portanto, o producto em ^rão
e em farinha, é de boa qualidade, como pessoalmente verifiquei
na villa do Mestre dVVrmaa, em pães feitos com farínba dessa
procedência.
o BRAZIL CENTRAL 289
CuUiva-se o trigo bambem em Santa Luzia, em Eotre Rios,
antigo Vai- Vem, e em Santo António do Cavalleiro. povoaçãu)
de mui férteis terras, fundada pelo finado Revm. P^ Dr. Hen-
rique Desgenettes, que no século foi medico distincto e Intel-
ligente.
A vinha encontrei viçosa, de muito agiudavel paladar e de
bom aroma, em quasi todos os Jogares visitados ; e em Pyre-
nopolis o ânado capitão Antooio do Nascimento fazia vioho bom.
O mesmo acontece, em geral, com os demais pruductos de
utilidade e regalo da vida, uma vez que higa a conveniente lo-
tação da massa arenosa e silicosa, embora persiita ainda por
toda a parte o mais anachronico systema cultural na sua maior
pureza primeva.
E, pois, apezar do inveterado costume da rotina, os campos
e chapadões produzem bem e sempre que a agricultara, ainda
extensiva dos nossos sertões, solicita da terra o seu benéfico
concurso para o custeio da vida o para o modesto commercio
dos sertanejos.
A canoa, o fumo e o cafó, como vai referido em outra
f^arte desta narração, dão com multa abundância e muita regu-
aridade, sendo que a soca da canna dura seis, oito o mais
annos.
Quando os primeiros povoadores estabeloceram-se nas terras
devolutas desses longínquos sertões, não faziam mais do que
cercar ou vallar a área escolhida para a sua posse ; e som perda
de tempo entravam a cultivar os campos adjacentes o as cha-
padas.
Só muito posteriormente, e mais por habito e espirito de
imitação do que por infertilidade do solo, om geral, é que pas-
saram a arrotear nas beiras dos rios, nos valles e vãos, onde
nem sempre a producção compensa nem augmenta na rela^
da dlfflculdade do trabalho e distancia das lavouras.
E' o que ha de mais commum, nas cidades e povoações do
interior, Uberaba, Catalão, Bomâm, Santa Luzia, otc, ver um
individuo construir uma casa, em um bairro do património,
em chão de tal modo limpo, que parece de todo estéril.
Constróe a casa, puxa para ella um rego d*agua, cerca-a
convenientemente e começa o novo morador a plantar tudo o
que é necessário para a vida, inclusive uma roça de milho,
mandioca, alguns pés de café, horta, etc.
No tempo próprio tudo nasce, cresce e muito produz, e isto
durante dilatados annos.
Mas o preconceito ])óde muito, e é frequente verse um si-
tiante abandonar perto da sua casa a terra que nunca deixou
de produzir, para ir, ás vezes ã três e quatro léguas de dis-
tancia, procurar na beira do rio um valle ou encosta para a sua
plant içao, sujeitandoa aos estragos de muitos animaes dam-
ninhos, que chegam até a destruir nm terço do plantado.
A propósito deste habito arraigado e injustificável, vou eitar
o que observei no pouso da Briosa quando em janeiro de 1693
eu voltava de Qoyaz.
29Õ
inzvisTA i>o issTíTi TH lijsTonrm
Um dos moradores (l'alli por qualquer motivo nào poude
faxei' a roça do logar do costume, longe da cas^, para
ond© ia íia segundas feiras cora os trabalhadores o só vol-
tava aos sabbados ; o fel-a era área provisoriameote fecliada
ao redor -ia mii raorada, em pleoo campo.
Contra a sua espectativa» a roça for raou-so vigorosa e pu-
janto o tanto promettia produzir, quo clií> estava dispoato a
nili) mai.^ af'tstar-s^ ria nua casa «^ a uâo abandonar timbom o
campa t'io bem osLfiiraailo pelo gado, e qik* em troca do sim-
pios reviramonto superficial do solo pela enxada, olitioba com
fartura o necessário para sobslstonoia e para negocio, sem o pro-
jui20 de quaosquei* animaea e sem o incommdo afastameoto da
família.
Sobre a íreral fertilidade dos nossos campos 6 chapa-
dõ08, 08 drs. Thcodero Sampaio, distincto engenheiro civil e
Or%uIkí Derby, ci- presidente da Corara isaão Geographioa e Geo-
lógica de S. Pauloi teera magistralraeite cscripto o apreflentado
considerações probantes do modo indiscutiveL
Com sobrja razão diz o dr* Asais Br.i/il no seu livTo inti-
tulado CuHura dos aunpos: <0 costume de derrubar as florestas
para fazer lavoura no terreno que cilas occupavam é gorai
eiu todo BraziL Chegou raosmo a formar-ae de nort(j a sul a
opinião de que só em terras de ma tio é peasivel plantar com
proveito, A oása falsa suppoaição, poréra, oppõe-ae a obser-
vação do quofazera oa povos mais ricos e adiantados em agricul-
tura de toda Kurupa, dos Estados- Uni d o^it da China o do Japão,
da Austrália, do Ri* ãi Prata, do rhile, do toda parte, emflm.
Todos cs-^ea povos só cultivam terra do campo e pi*oduzem
nellas o necessário para a própria jíiibsistencia e ainda teeni
sobrai para mandar aoa que, como nos, deitim almixo fiorentas.
Quanto ú. arvorcH, [dantam-oaa em vex do as devastai^m.
\'ou mostrar que a destruiçào das florestas C- um grande
mal desoecesaario e que a cujT.ura das terras de campo v, ao
rnesmo tump), a mais agradável o a de pesultados mais uteit
0 pnrraanentest nao só quantos ás colheitas que o liomera pedo
X terra, como p(do raais largo erapi^go e aproveitamento quo
proporciona ú, própria jn te Urgência.
Em t^das as suas phaaes, desde a semeac-io atô d oo-
1 liei ta, a cultura no campo é maia fácil e amena do que a cul-
tuia em terra de matto,
O tralialho do arado, rasgando a terra, 6 menos penoso do
que (> da Ibíce roçando os arbustos, ou o do maonado cer-
ceando troncos seculares.
No rnatto são mais difllceis do que no campo, quando nílo
ímpíissiveis, todas as opc^racõos no solo : correcíivoa, dre-
nagem, f^strumaçõGí, ele.
Nenhuma das machinas agrícolas, que tanto ajudam o tra-
ialho doliomem, multiplicando o poder da sua força muscular,
podo operar tào bem no matto como no campo : a que rasga
a terra, a quo desterroa, a que comprime © iguala o solo ;
a que si^meia, a que t^orta a^ hervas damninhai : a que cfifa,
o BRAZIL CENTRAL 2U1
ajunta e ata em molhos i^egulares o trigo, a aveia, o coo*
teiOt a CO Tilda, depondo-od om grupos iguaes a dktaneias
exactas ; a quo desgrana c eosacca; a quo prensa e enfa,rda— só
eicepcionalmentô poderão trabalhar dos ásperos terrenos dos
mattcB*
A industria agrícola é por ifiso muito mais iatolligeEito o
progresiiva no campo do quo naá lior^*itas.»
Na^ regiões graníticas do BusaifTc-GallaQt, a 415 metrus
de altitude^ não longe das divisas das Cítbecuiras dos riua
Loire e Garonne, em Ifante Vicnne, no planalto central da
França, em ttido semelhaote ao do BraiíiU Sciama, antigo on-
gonheiro do caDal do Suez, creou sobre as cliarneca.s o campos
estéreis prados tão férteis e productivos, que em doze annos
augraentouaâ rendas de 2,500 a 13.000 francos, em 134 kecLares,
A irrigação foi feita com aguas de fontes muito puras, o
no aduhamentu empregou o ongoaheiro Sciaraa adubos do sua
propriedade e aíluboj chiniicoa fjíeíso e .superpbospbato).
Segundo líislor, director do lo^tif-uto Agronómico de Paris
em 18'S4, as regiões grani ti cas do rorerido planalto ceulral da
Fi*ança ropresentam verdadeirua armaxens «lu criarão dos mc-
Ihoretí bois, igualraenUí bons p;tra o t^ervivi ^^ para o lallio.
O que se observa com a raça boTinUi obsorva se também
com a raça lanigera e a cavallar ; e posto não lenbam
a grando potoncia muscular que os trabatlios modernos exigem,
todavia são bastanto poforçados, e os cavallos de montaria
ropresentam bellos typos e são muito ágeis (líisler).
Uemalarei, em Hm, estas succintas uoticias. com o brilbanto
trecho do fioado dr. Joaquim Manoel de Macedo, ext rábido das
suai Noçíteá de Chorographia do Brazíl, de I87:í :
*A grande parte de Goyaz, onde a vegetação O mesquinha,
oíferece em compensação condições Yantajosissiuifis para a cria-
ção do gtdo, A fertilidade do ?olo não precUa ser gabada; porquo
pot-a em duvida fora desconhecer as maravilhas das margens
e dos vallea do Tocantins, do Araguaya o dos seua aforiuuadoa
tributários . Goyaz é qnasi um deserto escondido no coração
do Brazil, mas desse coração partem artérias d^ opulência, quo
não podem mentir ao futuro, ao dastino que a Providencia
marcou-lho nos faTor(3s e nas dispoàiçfios da natureza».
CAPITULO Hl
OHOGRAPIifA
A grande .^uperMe da America Meridional» comprcliendida
entra a casta oriental e a ftralda oriental da Cordilbeira dus An*
des, êatá dividida por doÍ2^ grupos disiínctoâ de terras elevadas-
292
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
i3m planieies de ^limonaooB differeDtes, cada uma dai quaes ma-
peclivaineiibo representa a bacia de cada um du^ ires maiores
rios da America do Sul : o Oronoco, o Amazauas e o rio da
Príita,
O primeiro grupo* o mais boreal, chamailo Umfcem de Pari-
ma» com diversos nomos indo do õrienlo» das Goyanai braziloira
e Íraoc43za, torraina ©m frente dos Andes de Cuodinamarca, on-
de o canal do Cassíquiari ostaboloce a ligaçfto fluviíil do Amazo-
nas CíLim o orenoco o marca a sua menor aítura. A secção maiíí
idevada desta .scrratiia aoba-aa eomprebcndida entro 20'* e 2v* dd
1 íOgiludo oecidfoUl do moridí ano do Rio do Janeiro, i\ Xém a
lósto da serra do Parara ima a altitude mMia de 487 motrof, bo-
gundo as observaçriea de Reaberto Scliomburgk.
O «egundí^, o grupo brazi loiro, separa a bacia do Amazonas
da do rio da Praia por moio de uma exfcensii raraiticaçâfj, quo,
partindo da corddheira central do Espinhaço, em Minas Geraes,
caminha com direcção mui poticu roguiar para o ocoidoãte, aob
a fárma de altos maasiços, cuja elevação diminue à proporção
qae estes se afastam tio ponto inicial.
Nesse trajecto apresenta eata ramiílca(,ão & maia variada
configuração, quer pelas grandes alturas do extremo oriental, quer
pela estreittma das cumiadas em alguns logaros do sou enorme
desenvolvimento para o poente, quer, emflm, em outros, pelo de-
masiado alai^amcnto do seu dorso que se tran^ft^rma em vastos
taix>leiro3 no sentido de suas diversas ramificações no centra e
oe.ste de Minas Geraes, oeste da Biihia, sul do Píautiy, meio de
Goyaz. léate o sul de Matto Grosso, noroeste de S. Paulo até o
Paraná ; e oo sentido de sua direcção at<^ porto do monto da Boa
Yíst ^ no» sitioa fronteiroia da provincia boliviana de Santít Cruj»
nos Andes de Caupoltcan o Cochabamba, onde tem o mais Ikiíxo
nivel^ variável entro 135 metros, sobre a superHcie domar, na
cidade do Corumbá, rio Para^^uay, segundo o Dr. João SeveopiaQO
da Fonseca» e 3o5 metros nas ciboceiras do mesmo rio Para^iy»
segundo Castelnau .
No extremo occidentaU tanto o ^rupoiie Parlma como obra-
/jleircs nenhuma communicação^ propriamente dita, ostabelece
oui a CordUbeira dos AndOiS, de maneira que ba a mais perfotta
onliauidade entre as planioioá de Venezuela, Colômbia, Peru,
s da Bolívia Cis-Audiua e oi pampas da Republica Argentina e
Patagonla» (Llanosdol Oronoco, Pampas dei Sacramento, Uaoos
de Apolobamba, Majos» Guarayos, Cíiiquitos.a Hylea Brasiliense
de Mumboldt» o Grão Chaco, e os pampas do sal),
Kata ramificação do grupo brazileiro. que com vários nomes
vai de Matto Orosso a Minas Geraes. atra vez de Goyaz, se une no
Alto das Taipas, cerca de trinta ki lo metros ao norte do Barbace-
oa, cora uma bifurcação muito importante, do direcção sudoeste-
nurdesto, originada na serra do Mar. nas immediaçôes do Itati-
aya, com o nome genérico de Mantiqueira, e que vem a consti-
tuir o trenco principal do sy^tema urographico brazileiro, com
muita propriedade deoomíaado pelo barão do Schwege: & Oor-'
dilheira do Espinhaço,
o BHAZIL CENTRAL
293
t)6 BarbiveoDaá Diamantiua aegue esta eordilheíiu o rumo
quasi flirectodo norte. 0 depois rctuma a priíuitiv^ direcràr} tle
nordeste cora a qual entra no ostado daHaliia, porto da cidade
mineira do Rio Pardo.
A 8UA altura média pouco excede de loOO metros sobre o Oce-
ano, não obs tanto conter riíguns dus mais olovadoa picoa du Hra-
zíJ at<5 fioje conhocidou, coroo sejam í o ítiitiaya, o Alto da I^ie-
dade, o Uacolnmi, o Itabira do Cjirapo» o ltaml>í» u Itacambi-
ra. rtu.
Neste percurso, a íhttb, új Kspiíibaço guanla^seosivel paral-
lelismo com o iittoral oriental do Brasil e a serra do Mar, cuja
elevação m(''di&^ inferior á sua, e da qiiul esU 3ep;irada apenas
por algumas dezenas do klloiifjtros.
A denoraioad \ serra das Vertentes nepara as aguas do norte
das doâul, e estas das do» oriente, se considerarmos, como deve-
mos, a bacia do rio S . P^ranctsco» que, embora pequena em rela-
eao ás do3 treg granies citados rios da j\mericado Sul, é todavia
uma daa mah importanieíí do systcma hydrograpliico bra-
zilõjro.
Este ramo concentra* se entre Piumhy, a leste, e o Araxá e
Desemboque ( conhecido pela oxnberaate fertilidade do seu soloK
a oeste, formundo a serra da Caaastra, da direcção septentriunaí,
da qual brot i o majestosa rio S* Francisco, na c^ichoeira da Caaca
d*Anta, de uma queda de altura superior a 20:^ metros (saint Ili-
laire). 24 kl lo metros apenas disUnte do Rio Grande ou Paraná,
j4 então bastante caudaloso e de mais de 400 metros de largum
média.
A serra da Canastra, além da nascente do *S. Francisco, ca-
minba para o norte quasi a prumo, com o nome da serra da
Mattada Corda, atéas catieceiras priocípaesdo rio Paranabyba,
perto de Patos ; d'ahj em diixnte coutimkv mais ou menoa o rumo
de nordeste até se ex^in^mír perto da coníluencia do rio Paracatd
com o S, Francisco; e a das Vor fontes perlunga com a margem
aqnilooar do Paranabyba para oeíjte, atO o ponto de encontro
deste cora o rio S. Marc.js, que do norte vem perpendicular-
mente .
Forma então a serra um angulo recto o passa a dividir os
estados de Minas Geraes o Goyaz, nos limites septentrionaes, ao
mesmo tempo que separa as aguas dos rios Paranabyba ao siil,'
S. Marcos ao norte e os tributaiios de S. Francisco, Paracatú»
Urucuia, etc. ao nascente.
As profundas inflexões da serra das Vertentes, maia impor-
tantes pelas suas articulações na superflcie accidentada do terre*
no do que pelas suas retaçõi^s com a configuração bypsometrica
da região, no.^ levam a esiudo mais detalhado ; visto como o que
ô meramente nm appendice, um prolongamento do grande mas-
siço divisor das aguas, por muitos é tido comu próprio masslço,
em virtude da mgren^iffem íjtie formam as cabeceiras dos rios do
norte com os do sul, chegando mesmo em alguns legares a se com*
muniear, na estação das chuvas, ou gciardar iostgnlâeante dis*
tancia entre si.
294
REVISTA DO INSTITUTO IIISTOHICO
Isto acontece com as nascentes do Jaurú e Aguapehy, de um
lado, G as do rio Alegre e Guaporó dõ outro ; com os rios Coxim
e Pardo; com o ParagUíiy e o A ri nos ; o Cuj-aliá e o Xiogú. em
Matto Grosso; com o rio das Almas e u Corumbá em Goyaz; cora
o ribeirão dos Arropeu lidos e o S. Marcos, q&s divisas do Minsm
com o noyaz, etc.
Cerca de doze kilumetres a oeaaoroeste da cidade da Fvvnio-
BH, e perto da lagoa do mesmo nomo, exiâte um quadrilatoro,
cujo maior lado não tom três kilometros de comprimentiu de
cada um dos angatos do qual brota agua para as três ^^randcs
bacias hy.Jrúgraphicas do Bni^if» a do S, Francisco, do Am&zo-
nasTocaotios» e do Paraná- Paraguay, e vera a ser: o ribeirão
de S. Rita, sub-allluente do S. Franciscu pelos rio^ Preto o Pata-
ca tú, o da Banleirinlia o do Itiqaira, sub afllueutes do Tocan*
tins, pelo rio Paranan; o o Pipiripáo» cujo caudal som duvida
al^oima detarmioa o eixo liydrograpbico da vasta bacia do Pa>
i*aná, originando i^^lCCl^'^si vãmente oa rios íS» líartliolonicu, Cu-
lumbà, Paranabylm o Paran-K
U levantamento de miraM'hi:^tos, a «lue me referi do oo:saii»
du descripgao treologica, o que separa as af^^uus meridionaes dus
nos S, Marcos e Preto das dn s. Barlljolomuu CLin.siii-ue a sorra
doa Crystaus, que começando um pouco ao sul da Furmosa, ci-
tende se, banhada pelo S. Banbolomeu na sita fralda occidontal,
atd perto da nascente do braço grande do rio Veríssimo, impor-
tante arílaeota do Paranahyba*
Segumdo para o norte, oa latitude de IT a 15°, o levan-
tamento se reparte para nordeste e noroeste, o separa, o primei*
ro, 08 Estados da Babia e Pernambuco do Piauby, e esto do Ma*
ranhâo e Goyaz; e circumscreve o 86;Lryndo as 'bacias dos rios
Parnabybat Itapicurú e ouiros que desaguam no mar, nas eostaB
do norte.
A linha tortuosa que divide ai agiias do Amazonas- Tocan-
tins das do Paraná-Paraguay, escreveu o Riirâo de Molgaço, vem
de Ooyaz em rnmo de sudoeste, e entra em Matto Grosso nas im-
raelíaçoes do pai*aHolo de 18"* e do meridiano de lo», onde se
acham mui próximas as rutites do Araguaya, tributário do To-
cantins, as do Sucuriíi c Corrente, aitluentW do Paraná, o as do
Taquary, qae vae para o Paraguay.
Nesta paragem muda bí"Uscamento a áirôccào para noroesto
e sopara os rt beirões das Pitombas, Bonito, componentes do rio
Cayapó lirande, o rio das Garças o o dos Birroiros, aJlluentosdo
Ara;;uaya, do Piquíry, Corrente, Itiquira, í*eixe de Couro, Agiia
Branca, e Pornidos, aílluentes do S, Lourenço, que, por sen tur-
no, confluo com o Paraguay, depois de receber o ^rando tributo
das aguas do rio Cuyaba.
Antes de chegar ao pirai lei) de \z/* inclma*se para oeste ti
depois para sudoeste, passando entre as foniies do Aricámirim»
pequeno al^ueote do Cuyabá, e as do rio Man^o. principal cabe-
ceira do rjo das Mortes, nua vae desagaar no Araguaya, na pro*
ximidade «ia parte superior da ilha do Bananal
Deãte pontOia linha da divisão segue para nordeste, com oa
o BRAZIL CENTRAL
295
Qumos de serra da Chapada ou de S. JeroQymoj serra Azul, do
Roncador, etc, deixando á esquerda as fontes doa riaclioa que
ailluom para o Cuyabá, e á direita, as nasceu tea de diversos rios
que 08 mappas represeDtam como galhos do Xingu, mm que mos-
traram aer tributários do Tapajóx o Barão de Melgaço, os irmâus
Stúinen e seus companheiros, o intrépido naturalista allemào Dr.
Henrique Meyer, a commi^isàu eiploradora do rio Paranatinga
ou S. Manoel, chefiada pelo floado capitão de engenheiros An-
tónio Lourenço Telles Pires e o Dr* Franciíwo António Pimenta
Buono,
Perto do parai leio 14% toma de novo a direcção de noroeste,
que continua com muitas sinuosidades entre aa origens do Ari-
nod entretecidas com as do Cuyabá e do alto Paragiiay« para
toroar ainda para sudoeste passando entro as visinhas nascentes
do Jaurú e do Guaporô, que descera parallelos a escarpa da cha-
mada serra dos Parecis.
A linki divisora continua pela curaiadada sorra do Agua-
pcliy, onde quast juntos oascem o rio Aguapehy, aíEucute do
.laurúi e o Alegre?, galho do Quaporé; o, fiaaJmente, entra oo
territjriú buliviano, mais de uni gráo a susoesío da cidade do
Nlatto Grosso, perto do marco internacional do Morro da Boa
Vista, a Itísto o no mesmo parallelo do marco do Morro da Ba-
lisa ou dos Quatro Irmãos,
A linha divisora oào forma crista de serra, como geralmente
so ensina e os mappas figuram: cori*e por uma chapada im-
raonsa, desde o oceideoto da bacia do rio íS* Francisco í\Xé pouco
a oeste das nascentes do Guaporé, omittiodo ramiôcações, que,
pelo lado meridional, separam as vertentes do Paraná dua do
Paraguay ; e pelo lado septentrional dividem as do Tocantins,
Araguaya, Xiogú, Tapajoz, GuaporO o o haiio Madeira.
O terreno dessa chapada e suas ramiticaçõei nao é pro-
priamente montanhoso, mas accidentado por coMkias do pouca
altura e por vão$ mais ou manos profuudos, formados pela erosão
das aguas.
A sua maior elevarão, acima do nível do mar» em certos
pontos pouco excedo do 900 metros.
F/ col>erto do graralnaceas, cyperacoas, sarças, arbustos o
arvoredo baixo e ponoo corpulento ; em algumas partes espa-
lhados confusaraônto, om outras, agrupados em bosques mais
ou menos cxt(^ns<is, a quo >!o denominam rerradox, ccrrathles ou
rúpòes^ door«linario com urigoiis de córregos, rios ou ribeirões,
O solo, ora muitos logares, r areiento, o quasi st^ pode dizor
que é 30 nas margens o cabeceiras dos rios que so voem mattos
relativamenta extensos, o torras alluviaos própria para agri-
cultura da actualidade.
A chapada central o suíís raraiticagúa^ um algumas /,ouas
baixam suavemente até as vargeos, c em outras terminam por
Íngremes declives, ;ls vezes ora grande distancia dos rios*
Este facto observa-se especialmf^ntí^ na bailia do Paraguay
onde as aguis que tran^íbordam periodicamente estendem-so em
ânuos de copiosas c aturadii.« chuvas até muitas dezenas de kilo-
I
293 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
metros da^ marjeoí, formando am imineiuo lago, onde ia mis-
taram o rio priocipal e seus aiflaeoies.
Aos referidos declires e ás coUinas de meiiani eleTaoão
dá-se o nome de i rras.
E, pois. mais uma vez, toroo patente a impropriedade da
nome de sem dado aô massiço ceoiral divisor âãs aguas ; par
IBBO que verdadeiramente serras nio ha ao oocidente das serrms
da Tanastra e da Malta da Gorda.
Somente, sobre aa altas lombadas do grão massiço amas
vezes se etovam cristas isola-las ou seríaes. cnmiadas mais oa
menos uaifoimemeoie dispustas, de diversjs comprimentos, em
geral pequenos ; ouiras vezes o próprio massiço mais nio é do
qne um taboteiro largo, comprido e rectilíneo, on estreito, tor-
uioso e ligeiro ou profuodameaie accMeoudo. quer no sentido
transversal quer no longitudinal, na sua curta eztensão.
O mesmo se observa com os diversos ramos do nujiyjJCT
central, tanto para o norte como para o sul, sobretudo para o
norte, onde é mais manifesta a diíTerença de desnadação de am
cbapadào a ootro, e mais fundos os valle^ produzidos pelo leoto
esgoto das aguas no o^rror de muitos séculos.
Kotra Formosa e os Pyreneos ba uma porção do massiço,
erradamente conhecida pelo nome de serra do Albano, quando
o verdadeiro nome (í Urbano, de um ilhéo-portuguei que, em
tempos passados, mnivj ouro extrabiu e durante longo prazo (*).
Kiiste entre 00 moradores desse logar, a rersão de qne
Urbano deixou muito ooro ooculto na serra que tem o seu nome.
Seja isto verdade ou nâo, é facto que de rez em quando um oa
outro individuo, cum a cubica aguçada pela perspeetfya illoao-
ria de uma fortuna instantânea, tem-se aventurado à infk-o-
ctifera empreza de descobrir o thesouro enterrado.
(*) Urbano d»» Ctuln ciiamuva->e. Eui 177n era UrI>aiio sucio de
uma <la> rxpo Lçõos Jr do^c «horta «le ouro. cm (ioyaz, no çovitdo de
António íiarlos Furtailo ile M«'n»li»n<;a. roroni»! o liri_'a<l'iro «lo ri'gi-
iiionio flc Moura, noriicado pelo Vice-Ríi Mar<|Ut'Z <i«> I.avra«lio, «»iu
iftulinlilui(.*«to ao t riuiiivirato i-omposito «lo uuvidur «la oamara AntuDio
Jojio (J-'ihr;il <!•• Almeida, sitif^onto-inór du cavai laria auxiliar António
Thomaz da C'>»ía c capiíão df dra^õo!» Damiã » José 6a Tere^ra, eiu
8uccoa8ão ao fall.*i-.id'i ^ovoruador João Mau<>el de Mello ; o triumvirato
não oi rt( oiihccido 1 elo Vice- Re , embora crcado. á imitação de
«cmolhaiil»" oxomplo- do Riod<^ Jaueiro. Bahia, por uma convocação
<la Ornara e dos homen- !»on> do |>ovo. E>ta exjjodioão formada em
Jarn..'uá. a custa do capitão Franci.sco Soare-» d*» Bulhõe^ e por ello
oommaudada, ora dir.^^ida pelo iiht:o l'ri>anodo (louto. e destinada ao
Io;jar cliamndo «» Kun la i«na- vt-i t« nl«> ilo Rm (ilaro, com rehendido
nas terras diauianlnia-^, d z o (À«neL:o Luiz António da Siiva e ^ouza
qaclor das Memorias fiot/ana». v por isto. c nio lolvasallo. suspendeu
as secavaçôcs que principiírani, c volt »u cli«!-Mndo no i:overno seguin-
te á .-^aa casa, t»>ndo pi-rdido a jran ic dfspezi i|Uo linha leito, ooni
juuito> homens e um capellão ijuc o aranipanharam ». Urbano falleceu
• m Jaragoá em 1772.
296
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
metros da.^ niar;.'en», fornci^iado um immeaeo lago, onde so mis-
turam o rÍG principal e sous aíHtieDttís.
Aos referídoá declives e ás collinas de medíaaa eJeração
d&^so o Dome de irtras*
E, pois. mui8 uma vez, torno patente a impropriedadq do
nome de ser ri dado mo massiço central divisor das íxoujíB ; por
iflso 4 lie verdadeimmeDto serraá não lia ao occidente da,s serras
da rana8tra e da Matta da Corda.
Somou te, sobfô as altas lombadas do gráo massivo uma8
vezo» 86 o levam cristas iBolailaíí ou seriaeSi cumiadas mais ou
menos uniformenieoto dii*pusta'!| do divcráJà eompnmoatos, em
líeral pequenos; outras vezes o propriu raassiço m tia ciao é du
que um tabaleiro largo, comprido e rectílinoo, ou onreíLo, tor-
tuoso c* ligoipo OH profunda meu te aciníienUdu, «juer no sentido
irãusverrial quer uo longitudinal, oa sua curta extensão.
O mesmo se observa cora oíí diversoá ramos do ruartsiv^
central, tanto para o norte como para u siii» sobretudo para o
norte, ondo é mais manifessta a diíTereuçii do doáoudacão de am
chapadãoa outru, e mais fundoi os valie-^ produzidos pelo lento
esgoto das aguas no ojrrór do muitos íjoctitos.
Bntre Formosa e os Pyreneos ba uma poi^ção do masBiça,
or rada mente cuiíiíeotiia peio nume do íiorra úo Albaoo. quauda
o verdadeiro nomo r Urbano, do ura ilbéú-portuguez qne, em
tempos pasáãdos, miHtj ouro oxtrahiu e durante lon^^o prazo (*).
!5xÍHt*) ♦-^otre 0s m^íradoros di^sse iog-ar, a versào de que
Urbano deixou muito ouro occulto na serra que tem o seu nome.
Seja iito vordado ou não, é íao&o que de vez em q ruindo um ou
outro individuo» com a ou bica aguçada peta per3|K'cttva Hluso*
ria de uma fortuita insUiiUanea, temse avonturado à iofru-
ctifei-a oiupivza d<j do-ícobrir o thesouru ent ^radu.
(*) Urbuiiu du Luutn 4:liMi}jaY£i'Stí. ICm 177U vrn Vs^haa^ âuciu iIit
uma lio* «'X|i6ihções de iloscoberto de ouro, em ÚoyAst, no govf-roo d^
Anltinio tlurloft Furlãiio do Bíi»iidoiiça, cítronrl <» lirií^nií írf? rín tp íti-
iiiciilu He Muiirn, riMnicíiílo pvl<i Vire-RcM Mar4(U''7r d*» i
i»ub>^títuíc«HJ^ âo 1 riutDvrrulu comporto riti ouviítnr t\n c.» ,
j - ' ' !' 1 ik' Aliíieulíu sAJgfnlo-iuur ilc cavallíiri '
1 I Cfísia u ciunlâo tio drií^^õos Damiii j J
H lí f.illi ííl ► l^ovyrníiduir João MsiUuel do M ,
uãu 4>i í ! i i-elo Viee-Rúi, aiiiboru cruw.lu, n^ lui
«f^mdlhhtil '^ ao Rio do Jaueiro. Bnhía, por umn cm
loi^ur cjiatiiíiilu u 1' uti tai>.i « iiin> vm inito^ ilu Ii»ú r>Ufii, n
nu" t«^rrn'!i 4iMfMf<niínM*«, t) z o Conogo Luix Autoni'! d <
íiu ' " n por JíjtM, ir.uiolie! ,
a , O voltiu olm-andu
It .. i- * — i . k. i . .i ^riinde dr^pit/a x\\i^ * ...... . ,,mi
jiiiiila< tiMUidus K UTu capellâo quco è<?ampaiiharjifi». Urbano follcceã
«iik Jari^^uá om 1772.
^
o BRAZIL CENTRAL 297
Dentro de poaoo te mpo, os pesaJos e custosos trabalhos, os
ioateis esforços accamalados com a deserença da rápida riqueza
desTiam o aventureiro da mallograda tentativa.
tma das mais bellas Tariaotes deste massiço ocoorre na
serra de Itiquira, eigo salto tem 120 metros na vertical, no
começo do mal afamãio Vio do Paranao, o mais importante
tribatario do rio Maranhão.
Alguns kilometros a nordeste dos picos dos Pyreneos,
avista-se uma serra que a leste lermina-se por uma face quasi
alcantilada, abrupta, serra que nas vertentes do norte tem os
nomes de serra de Mombaça ou de José de Oliveira, onde se
acham as cabeceiras do rio Verde, tributário do Maranhão ; e
nas vertentes do sul. os de strrsL do Funil ou dos Macacos, com
algumas das numerosas fontes do rio Ciirumlá. E' digno de nota,
que após a sua communicação, a oeste, com a serrados Pyreneos,
c a sua continuação ininterrompida, á léstc, oom a do Urbano,
concorre neste trajecto para formar o vasto, extenso e tão bem
delineado rtconcavo, em que se vêem, do mais elevado dos três
picos dos Fyreneos, as trinta e seis cabeceiras do rio Corumbá,
que mais parece estudada obra da mão do homem do qae wat
facto bruto resultante da eãcoriação da superfície terrena pela
aeçio destruidora das aguas.
CAPITULO IV
RIQUEZA MINERAL
A riqueza mineral de Goyaz é de verdadeira opulência
embora tenha até hoje jazido, por lissim dix«3r, no mais com-
pleto desconhecimento.
Na maior parte da área percorrida pelas Commissões do
Planalto, enoontra-se o solo coastituido por excellente terra
lavradia, como exprimem as vastas superfícies de massapés, e
da afama-la terra roxa, quiçá da mesma composição chimica dá
que tanta nomeada, desenvolvimento agrícola e riqueza tem
dado e continui ainda a dar ao prospero estido de S. Paulo.
S' isto muito natural vi:>to que todo o sul de Goyaz, como
deixei dito, de um lado é continuação do triangulo mineiro,
que por sua voz participa, em geral, da natureza terrena de
S. Paui'j, e do outro é o prolongamento do oeste de Minas
Geraes. onde é proverbial a fertilidade da terra.
E' fora de duvida que os primeiros exploradores e povoa-
dores ':e G^^yaz deixaram-se cegar, de todo, pela minerado do
ouro e pela escravisação dos Índios, abandonando por completo
o cultivu da terra, e não aproveitando a navegado dos milhares
de kiloa^tros dos seos grandes e numerosos rios, até onde a
298
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Davejíaçao póíle chegar, o que tie certo íaria de Goyaz uma
verdadeira jóia no interior do Brazil.
Noa ultiriiofc aonoa do XVil c nos primeiros do XVlli fciulo
tanto avultou o trafico doi indios escravizados, r[ue em S* Patilo
cltégou a barcr mna casa de commi^m^s quo possuía mais do 6<K)
destiesdesgra^dos.
Maooel CoiTÔa, cm 1647, saliio de S, Paulo, com uma bun-
diíira no eneaJçu dos indios, e clmgou ató o rio dos Aratus. Doí^sa
aventura trouxe noticias sobre a riqueza da re^íião percorrida,
o, como amostra, dez oitavas de ouro (35 grammas)» tjue ofTo-
receu para o diadema da coroa da siigrada imagem de N. S. da
Penha de Sorocaba,
Entre outroti aventureiros se distinguiu Bartholomeu Bueno
da Silva, que em 1G82 partiu de S. Paulo, levando um âJho de
doz© annoB o muitos sequazes. Avançou pelo interior, empe-
nhado em seguir a dimcçao tomada por Manoel Corrêa, o foi ate
o rio Vermelho ; muito aniiu^iu-se observandu logo que as Índias
ffOijãs usavam íuíoilcsdô ítliictas de ouro peodontes ao pescoço,
Imiigiuoii dominar a tribu selvagem de cujo concurso tanto
prcci^iava, e para iíí^o lançou mãu <los mais manhosos estrata*
gomtu.
Ateou fogo a uíua porção do aguardente íciuc o.s iodios enUio
nio conlieeíam) e os ameaçou de queimar (oduã o.s ríoa, privando-
08 de plantar e deixando- os morrer a s<''de, se não fio rendesseni
com tudo o quo ao famigerado panliiíta convinha arrecadar
(.1. M. Macedo\
Do outra feita, achando-so defronte de numerosa e aguerrida
tribu, imaginou Bueno, depois do captiir-lhos a confiança,
agrilhoar traiçoeirameute os chefes uns aos outros, usando
do argolas de ferro com correntes, no intuito enganador do
os íazer dausar, como fal^mcote havia feito com algunt^ dos
t»eui^«
Mal os chefes ficaram encorrtvntados pelo pescoço, o astuto
Cueno 09 prendou c grande numero doa maiíí, durante a im-
mensa confuífâo era que se viu a tribu, uma vez doíícoborto o
embuste.
Por estes o outros factos, teve dof* indioa o astucioso
explorador o nome de Anhanguera^ que quor dizer ffmiú
tio maL
Em Hif^, o iiiho do Anhaj^^nei^i, c do mesmo nome, por
ordem do governador do S. Paulo, sahiu cora cerca do duzentos
homens, entre os quaoíi o leu içenro Joào Leite da Silva Oriiz,
em demanda das minas do ouro o do e^moralda^, o no (im de
trez ânuos inutilmente rcn&nmidos^ voltou para S. Pauio, onde
envergonhado se etcoodeu á vista do governador. E&te, conhe*
eeudo o seu e>pirilo t íidtd idade, o procurou, e aninuu-o a pro-
seguir n'uma omproza quo interoiíí^ava tanto a sua gloria ^Co
nego Souza .
Bueno entrou de novo, em l7âG, para o sertão, com
um ínequiio não inferior ao da primeira expedição, o no correr
do mm mozcá» toiTrendo vicissitudes e contrariedade*, chegou
o niu/n, CENTRAI
sm
às yismhancas do terreeo do sen desejo o das suas espe-
ranças, f )
Baittiolomeu Piieno da Silva lisonjeou, attrahiu d ailieiou;
0^ gúi/ãs^ fvomovúii uniões de alguns dos seitaDejoã com a^ índias
e tendo lançado os fundamentos das povoaçúojí de Furreiros,
SanCAnna, Barra e Ouro FÍqo, tornou a S. Paub, onde apre-
sentou ao governador oito mil oitavas de ouro (28*720 grammas)
Das grandes o rifiui^simas doscobertis de Bueno» a fama
correu promptainoníe, por toda a parte eehoou, o fortemente im-
pressianoii o governo da metrópole. A ordem regia de 14 de
março do 1731 conferSu a Hartliolomeu, dotado do juízo priiden-
ciai, oxperieneia o int<^i reza, a patente de capitão-mór re>í6nte,
eam a promessa do rendimento das passagens dos rios, munida
de juri.^dicçâo quo l!io deu o govijrnadm', e muitos privilégios,
entre os quaos o do conceder sosraarias do terras auriforas etc.
Cheio de dias o capilâo-mór regente cagou á natureza o tri-
btilo que lhr> devia, e aos 70 annos de edade chegou ao dm do
sua carreira» a 19 de setembro de 1740, muito pobre, não obstan
Ui ter doscoljerto tanta riqueza, possuído as melhore;^ lavras o
oxtrabido gro&sas sommas de ouro.
Do Pernambuco, Bahia, Mina^^.S. Paulo, Matto^Grosso» etc,
a emigração irrompeu em grande allluoncia, e as povoações da
Meia Ponte, hoje cidade de Pyrenopolis, Santa Cruz, Crixd. e
uutras ergueram-iie» onde mais ric:ig eram as raínas ; m3L% m
ifesordens, a insiiliordi nação, m levantamentos da íçenle aven-
tureira e desmoraiisada s*^ flzeram sentir, e a pertur bacilo por
liemaiíí auj^mentou, pois, no dizer de Cimiia Mattos, ^randra ca-
i*avanas de 25 e 30 mil pessoas levavam verdadeira vida nóma-
de em barracas, a cada nova descoberta tra^ladando-se de um
para otitro ponto .
tmraenso lein:ol ile ouro so desenrolava ás vistos ávidas do
mineiro ambicioso, e suas esperanças oram plenanient-e satinfei-
tiiií, ao principio, tiuasi í*em trabalha ou sacrifício.
O proprieiario, o induitrialisla, o aventureiro, todos» final-
mente, convergiam suas vistas, seus esforços» seuà capitães,
toda a sua acttvi lade^ para o mister da mineração,
O grande ostado de íioyaz om poucos annos tom ou- se uma
vasta mina, em que trabalhavam milhares de operários, obrmndo
pividitfios de esforces e de paciência, qno ainda hoj*^ fazem
pasmar aos que observam os vestigioa dessas extensas canal isa-
çôes deS, Luzia, Trahiras, OuroFino, etc, emprebendidas e roa-
Usadas somont** a poder do braço do homem*
Foi um insano trabalhar!
Mndam-se cursos dos rios, formam-se taboleims e poípiarít^^
raFgam^so profundos valloá, revoivem-se as entranhas da t^rra,
**r^uem-se montes df> cascalhes, levnm-se montanhas a talho
OSolreftgla via^t^m il^^ Harlliolomea Ba^no (l:i Silva liacontro-
vpríia, t\ rei^peitoda qual niíiín adiante, í*m tratnndodat vias dpííOlIl•
300
REVISTA W INSTITUTO flISTORICO
aberto, trabalham picaretas c almocafros, ílescobwm-^e 03
veieros, e no fundo das bateras brilliam as folhetas de ouro e os
granitos, rocomponsa de tantoã suores, romuoeraçào de tantos
irabalbos !
Como o vasto iotorior do Brasil era povoado por um sem
Dumero do tríbus selvageos, que aos garimpeíroa e exploradores
embargavam a c^ida instautp os passos, levantavarase Fmndeiras»
opgaoisavam-ae custosaí? expedições para a sua couquiâta» raaa
quasi sempre a cunta do forcudad derramas, e da coiitribuioao
dos povo»; 'j com ellas se desentranhavam do solo as euaa pr»- |
ciosidadeg, e da superflcie da terra varriam^se os seus babita-*
dores ( J» M. P. Alencastre ).
Dovastadas e destruídas a ferro e fogo as aldeias, até então
paciflcíis o tí^anquíllas* os aolvicolas, qtie escapavam a fúria dos
bandeira ates, iam se rídugiar nas solidões das norestas inte-
rioras, onde auppuu!iam-se ú salvo do tão estranhos civil isadores;
mas embalde, que para esses aventureiros não havia devesas,
nem distancias, nom obstáculos insuperáveis, e os indianas
que por ventura procuravam na resisiencia salvar o direito do
seu lar, dag .suíls terras e da sua lil'ordade, eram iodos os anooa
dizimados pelo fiirro Rxterminftdor de^s cabos da conquiííta, ou re-
duzidos ao mais execravel captiveiro.
Na ordem dos írovernadores de (joyaz, destrusam-se alguns
pelus serviços prestados om benefício do desenvolvimento geral
da capitania o dos sous liabitantos,
O conde de Sarzcdaí»; Aulonio Luiz do Távora» que tomou
posse do governo de S. Paulo, a que estava U^ado o Goyaz, om
19 de agosto de 1732, tendo, por ordora re^ia de criar uma villa
dirigiu^se ao arraial de Meia- Ponte, e em junta reunida criou o
imposto da capitação e censo^em virtude do qiial, annualmeute
paga ;•* cada escravo quatro oitavos e trcs quartos de ouro
( 7$i:^ da raoeda actual ); cada loja, botica e curte grande i^O,
( {H)$(m ); cada uma das medianas 30, ( 45$00ti ); das pequenas
15, ( Í5|500 ); cada venda 2m ( riO$(K>0 ); cada mestre de cdllcio
6, ( 12$000 ); o cada . fflcial 5 í 7$500 ),
inopinadamente teve de seguir para o norte, a pacificar as
pcrtarbaçíJes suscitadas dos ricos denco brim entoa de Carlos Ma-
rinlio, mais tarde arraial de S. Fidix, e nessa viagem fallnceu
som ter fyndado a vrlJa em Mõia-Ponte, como eia desrjodoB in-
fluentes deste arraial
Luiz Mascarenhas, condo de Alva» Vice*Rei da Índia, succe-
deu- lhe no governo de S, Paulo, creou a Villa Boa de Goyar <
attencão no seu descobridor Bueno e aos índios Goyaz ; promoveu'
os descobri meu tos de muito ouro na serra Dourada, a quatro
léguas da villa, do Rio Rico, dos Araí?s, do rio Cayapó e das ce-
lebres minas de Amaro Leite, que deu o seu nome ao arrai^Ll,
tao rico de ouro, diz o Cone;=ro Souza, que o capitão Thomaz de
Soti/a viu «unztí pedreiras que tlobam dado muito ouro, e um
veleiro de crystal, em quo se fizeram jomaes de seis oitavas
por dia. aíHrmando-lhe aílí o alferes Jos^é Pereira da Silva ter
cnoontradõ no papo de algumas perdizes granetes de ouro de
o BRAZIL CENTRAL 301
peso de uma oitava e menos, pelo que suppunha haver algum
campo rico, que ainda se não eiaminara».
Com a morte de Amaro Leite, os trabalhos de mineração
pararam desde 1768*
Mascarenhas visitou quasi toda a capitania e pessoalmente
assistiu aos descobrimentos de Arrayas, Conceição, Cavalcante
o Natividade, que deram immenso ouro.
Gomos Freire de Andrade, conde de Bobadella, ultimo dos
governadores de S. Paulo, com jurisdicçâo em Goyaz, tomou
posse em 1748 o no anno seguinte foi a Goyaz estabelecer o con-
tracto dos diamantes do rio Claro o de Pilões, com Joaquim e
Felisberto Caldeira Brant, que tinham arrematado este contra*
cto com condição de estabelecerem um serviço de duzentos es-
cravos, o que se realisou; mas, não correspondendo os diamantes
ã sua esperança, ainda que acharam o jornal de duas oitavas
por dia, pouco depois se retiraram, domorando-se algum tempo
a minerar na serra Dourada, onde encontraram muito bonsjor-
naes, antes de se recolherem á Minas Geraes.
Marcos de Noronha, Conde dos Arcos, primeiro governador
privativo do Goyaz, aboliu, por ordem regia a capitação e censo
que rendeu immenso cabedal, constando haver annoa de 40
arrobas de ouro ( 600 kilogramas no valor de 900:000$ ) segundo
o calculo do Cónego António Luiz da Silva e Souza, em 1747, aue
foi dos menos importantes, esse imposto deu mais de 200 arroDas
de (ouro três mil kilos ou 4.500 :000$000).
Estabeleceu uma casa de fundição em Yilla Boa, hoje cidade
de Goyaz, em 1752, e outra em S. Félix, em 1754 e baixou a 1200
reis o preço da oitava do ouro, que ató esse tempo se contava
por 15U0.
Em 1753, que foi o anno mais pingue, a intendência e fundi-
ção de Villa Boa rendeu, em real quinto, 16980 oitavas de
ouro (20:376$000) em 1807 só rendeu 11899 oitavas e meia
(14:378^00) e d*ahi em deante a renda foi diminuindo cada
vez mais.
A de S. Folix, no anno seguinte ao da sua fundação, teve o
maior rendimento que chegou a 59569 oitavas e meia (71:483$400)
èm 1805, apenas 3808 oitavas e três quartos. (3:Q69$600).
No seu tempo, diz o Cónego Souza, se descobriu o local que
em menos espaço que um oitavo de logoa, ( 833 metros ) deu
cento e cincoenta arrobas de ouro ( 2250 kilos ) rendendo as
suas datas de preferencia cinco mil oitavas ( 1795 kilos ).
José de Almeida de Vasconcellos de Sobral e Carvalho quiz
auxiliar a mineração do morro do Clemente, no districto de
Santa Cruz, que é riquíssimo, ainda que falto d'agua. Mandou o
seu ajudante de ordens Thomaz de Souza estudar o modo de a
introduzir, o qual, nivelando achou que poderia ser conduzida ao
meio do morro, embori com o serviço de um açude e rego de
54 kilometros, absorvendo na obra a quantia de cinco mil oitavas
de ouro.
O alferes Pedro Rodrigues de Moraes entrou nesse serviço,
administrando tresentos escravM ; mas a sua morte prematura
304
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
aliimen, eãt4inho, chumbo, ametbysta o agatba em larga escala;
pedra de afiar* arfrilla^í do diversaacôrnse consistoncia» desde a
labatingra, o taaá até o schisto ar^illoso e a ardósia, em Coimbra;
ft pedm litbographica, o grez duríssimo, o kaolin, grandes cryg-
taes de rutilo» etc.
Em diversos pontos encontra-se o manganoz que constituo
hoje um dos primeiros, senão o primoiro producto metal lo rgico
de exportação do estado do Minns, o u seu emprego creaoe cada
ve£ mais na moihoria e appllcaçõea do ferro, além do consumo oa
arte da tinturaria.
O amiautho (que significa incorruptivol, i ncom basti vel) tera
sua historia, pois já aa imliífaidado aervia para a coufecrãode ura
tecido especial, em que era costume guardar intactas as cinzas
dos mortos i Ilustres.
No Museu de Napolea encontram-se fragmentos do tecidos de
amivntbo retirados das minas de Porapéa.
Nos tempos modernos, paasou a í'ou,stituir um corpo preci-
oso para flUraçõcs ospeciaes, e para a preparação de isolador
eléctrico ou caíoriflco. Na industriados teci<Ios, e na do papel, ó
de souionos valor, por causa da falta de homogeneidade e de
tenacidade de suas fibras;, e da massa do papel portanto; não
obstante, no século XVIII o Dr. Brakmann, de Brunswick, fez
imprimir m\m liistoría desse minério, era papel de asbesto, de
que eii&tem exemplaras na blbliotheca de WolfenbuttoL
Por sua suporiorldadfi sobre o^ twidos vegetaes, j4 se vae
empregando o anii.mtho na preparação dus pannos do bocca»
S-cnarios e outras decoraçucs thí^atraepi, nas caixetas dus pistões
de cyliniros das machina?< a vapor. Sob a forma de cartão ou
laminas, serve para revestir cabos tele^riphicoá, caldeiras,
tubos de vapor e as juntas expostas ao attrlcto e alta tempo*
ratara.
Na imprensa serve o amiantho para a confecção dos moldes
em que se fundem os bloco» de coraposiçfio para ulterior
(sf.erootypía. Kstes cliii/iés duram vinte vezeí* mais que os de
jíapel.
Og espaços entre as placas de aço o as parodea dos cofres sâo
cheios com essa substancia.
O barro argilloso, misturado com o amiantho, presta-se
melhor do quo puro para os artefactos cerâmicos, que além de
raenois frágil, ficam mais leves o resistem mais ás alternativas
súbitas do frio e do calor.
Por sua ibrmula chimiea e pela teouidade das fibras, o
amiantlio pulverísado e amassado da uma excel lente porcelana
poFO!^ ou vitrificada, segundo o grilo de temperatura a que 6
submettida.
Com a porcelana porosa de amiantho fazem se as velas ou
balões de filtros modernos estéril inad ores, de tal modo con*
struidos que os líquidos a filtrar se põem em contacto com a sua
superíicie externa,
Durand-Fanlel e Rordos» das experiGooiaií feitaíi no labora-*
tório de toiieojogia de Paris, concluíram que, ap6s continua
o BRAZIL CENTRAL Í05
filtração de sois semanas da agua do abastecimento de Paris, os
ensaios de cultura sobre gelatina nutritiva n&o manifestavam
colónia alguma bacteriana. Caldos de cultura com bacillo typhico
e bacteridia carbunculosa foram esterilisados pela simples fil-
tração no filtro de amiantho, e tão perfeita foi que uma cobaia
inoculada com o liquido que passou da filtração do que continha
a bacteridia nenhuma perturbação accusou; e uma outra in-
oculada com o liquido antes de filtrado veio a fallecer 36 horas
depois da contaminação.
Os liauidos alcoólicos, contendo levedes ou bacillos caracte-
rísticos de determinada moléstia do vinho, nem traço de mi-
cróbio encerravam depois de filtrados, conservaram a mesma côr,
e ficou inalterada a composição chimica.
Os ácidos sulphurico e chlorhydrico, a soda, os óleos,
a estearina e a margarina liquefeitas, são purificados em sua pas-
sagem atravezda porcelana de amíantho.
Com o desenvolvimento espantoso da electricidade, nestes
últimos tempos, o amiantho passou, de baixo de ou iro ponto de
vista, a sor aproveitado com vantagem. O isolador de amiantho
tem uma resistência de isolamento tríplice da porcelana com-
mum, e em relação ao isolador a óleo, tem a superioridade de
dispensar esse liquido de difflcil conservado. Os vasos porosos
das pilhas são menos resistentes de cerca de um terço do que os
vasos ordinários.
A porcelana de amiantho tem os jpovos muito menores, mais
numerosos e mais rociares do que a de kaolin ; a sua extrema
Jorosidade dãlhe maior avidez para a agua, tanto que o peso
a agua absorvida pôde attlngir a 43% do amiantho, ao passo
que a porcelana ordinária não absorve mais de 22 por cento.
Sob a pressão do O", 10 d'agua, a filtração se opera na pro-
porção do cerca de um gramma por hora e por centímetro qua-
drado, e eleva-se a 100 litros, nas 24 horas do dia, em uma vela
de seis centímetros de diâmetro, sobre a pressão coromum do
abastecimento d*agua canalisada.
Por esta succinta resenha, póde-se facilmente julgar da ri-
queza mineral de Qoyaz.
CAPITULO V
AGUAS MINER0-MEDICINAE8
Além das innumeras riquezas goyanas já indicadas, ha
também as aguas minero-medicinaes, que só por si bastam para
chamar a attenção dos poderes públicos para o quasi desconhe-
cido Estado de Goyaz.
Bartholomeu Bueno, em 1722, por ordem do governador de
S. Paulo, Rodrigo Gesar de Menezes, ia a reconhecimento de
Ooyaz, Já anteriormente explorado por seu fae, o oelebre Anhan*
300
REVISTA DO INSTITUTO IIIÃTORICU
gncra, quando teve & ventara de: de.^^cobrir diversaâ fontes
d'agU3 quí^nie oa extremidade meridional do tima serra, boje
dita de CaMaí?, cerca de quinze kiloineiros ao norte d(» poriodo
Prmdào, DO rio Corumbá, oiteuta mais ou menos a sudoeste da
cida^Je do Santa Cruz e cincoonta a leste de Morrinbos.
As Rtimero&as fontes achadus, formara um córrego de bas-
tante caudal para ao não resfriar com aa Q;^iias iiue nelle vão
t<>i' no seu percurso.
E' a^stni que, nao obstante, logo no principio receber um
tributário de a^^uas frias relativamente importante e mais al-
guns no seu trajecto, o Corregú (l'A(f\*(i Qitenic, tal é o seu nome
depois de uni curso approximado de quaiorze kiloroetro^. lan-
C«-9e aind^ morno no rio Piraeanjubd, allluente do Corumbá.
tendo fornecido os seta décimos do tributo da a^ua quo leva
para iquelie rio.
Em 1777, Martinho Coollio deixou Santa Luzia.para se es-
tabelecer nos mtuiS onde Imvii*m bido encontradas as Caldas de
Santa Cruz. como eram ontâo conhecidas essas fontes» e era
uma das muitas occasiõcs que teve do se defender dos ataques
dos i ódios Cayapôs r* Chavantes, os habitantes selvícolas de.^ses
sertões, descobriu outras fontes thermaes maia abundantes e nu-»
merosaF, viuio liifometrosa it^te das antigas, na extremidade
oriental da mesma serra,
Tomaram estas o nume do Caldas Nova», em oppo^iriu ao
das outras desiiínadag pelo de Caldas Vellias,
Caldas Novas (sta situada a 11"' l.V de fali tudo austral e
a rfO" 30, tie lungitude úccidentul do meridiano de Paris, S4>-
gnndo o Ur, Jtao Maurício Faivre, e a cerca de 800 metros
sobre o uive! do irar, segundo minhas observaçúea possoaes,
O fmvuado tnm pasição aprazível e muito bunita, extensa
vista» bem distribuidos os terrenos c ire um jacentes, e goza da
vantaífem de npresentar esplendidi localidade para rmia po-
pulação immi*rusa com boa a^^im, bunsmattos, e com os pastos
IMS terrenos de cultura quo nada deixam a desejar»
O clima é ameno, aecco e mui agradável ; os ventos rei-
nantes na estacão chuvosa não sâo regulares, predominando,
entre tau ti í. os dos rumos noroobte, oeste e sudoeste ; e, lim-
pando o f^mpo, sopram íjeralmente os úo noite, leste esaesto,
líoino soe a<*on tecer em lodo o sul de Ooyaz,
í>intn quo a lititudo nao seja muito afastada do equador
terrfjslre, tmlaviaesta a notável distancia do oquailor thermico
qiif^ passa nas* poqiiânas Antilhas, o qtie, unido A grande ele-
vação do terreno, torna bninda e supportavel a temperatura
media b/caU
« E' ahi mofleraílo o calor pela posição elevada do terreno,
diz o Ur. Faívre, o pela ausência de altas cadeias de montanhas
• iup poíleriam impedir o» ventos reinantes do í^oprar livi-emeato
boUvv todjL a regi;lt> e d ti as^im refrescar o ar o a fe^rra, abra-
7a«lcs pelo sol. A temperatura ob-ervada á sombra e três veze.^
ao dia , deu a media de 2 r c«nt. nos meze?* de dezembro a março
t\ pelo moio ind libado por HciUíisin^'ault, a tomperatura media
o BRAZIL CENTRAL
307
r
p
noDual íieve ser de 22*^ eeDtgr, O abaixamento ôii temreratura
durauto â niíite, ua siíperficie da tt?iTa foi du 6*' cent. naií
vezt*3 em que as osliervaçOes so flzoram ».
Todo o chapadão *iue eii'cumda a logião dos Puços dosde o
rio Corumbd até a será de Caldus, ó íbrmado pulo gi*ez ai*ííiU
loso. entremeiado cã q lá da uma grande feno de manchas de
argilla pura* Nos morros, serra c serrotei oncon irara so g rezes
de varias corest áa vozes o granito, o itacolumito, o quai^tzo o
cm muitos pontos o lauá ea canga ou tapíoeanga.
Grandes massas de &chisto mie 'ceo lamboni apparccem na
díreCí:âo de noroeste e a sudoeste, par ticulaf mento no rio Co-
rumbi e seus atlluentes que atravessei.
O steaschisto» ou schisto hyduomicaceo de Gorceix» abun-
dante na povoação e seiía arredores é empregado no rudi-
mentar calçamento e nas sepulturas, omic talvez substitua com
vantagom o marmóreo o grani to •
A' pcíjuena distancia o no próprio lugar das foutos aclia-sc
o micUascbito, onde outrora o primitivo proprietário, Afar-
tinlio roelhoi cxLrahiu ouro encontrado om vcojros do íraci
possança, de um conglomerado i poudiítfjKv í formado de sseixos
ruladotí, ctL\, atravessando potlorosos o diin^imos banct-s do
-•ichiatu mií.:aceo <j talco tí, misturado de íeldspatlio granular, de
quartzo 0 de argilla ( pissara )<
A serra de Caldas está a sudoeste, distante da povoação
corça de seis kilometros. IntoframentL' isolada, b-m a serra ít
direcção de ^ssueste a oésooroeste, e é composta de granito
porpbyroide o granito cômmum na base, de grez, quartzo o
de schisto micaceo no rosto da sua extensão ; numeroías veiíia
de quartzo de varias cores, mais ou menos possantes» atra-
vessam estas rochas em diversas dirocçoas.
O alto da serra representa uma cliapada levemente imii*
nada, de dezoito kilometros do comprimento por seis do lar-
gura, eru grande parte ool>erta de deist roços angulosos de
quartzo, que tornam o solo pouco prodtictlvo ou de natureza
tal que íó permitto vegetar o carrascal.
Umaií o outras fontes tbermaes passaram íiuasi desperce-
bidas atr* o anno de lâlS, em que Caldas Nov^^s adquiriu al-
guma reputação, porque Filmando Dolgado, penúltimo gover-
nador de Goyaz, com o uso das suas aguas conseguiu curar- se
de uma dôr rbeumalica com paralysia incompleta do braço di-
reito.
Apesar da fama que dii^tii lhe adveiu, o logar progredia
lentamente, e era pequena a frequência dos enfermos que alii
buscavam o restabelecimento da saúde ou o allivio dos seus
males. Entre eWe^ avultavam os morphetícos por isso quo
corria mundo a fama de que aquellas aguas curavam tâo triste
doença.
Ao lado da povoação passa um aurífero córrego de aguas
í^iag, em cujo leiío e bordas Cambem se encontram alguns ollios
d'agua quente, e cuja origem tica em um biirytisal distante da
povoação cerca de quatro kiiometiNJí a sudoostw, porto da serra.
308 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Em 1838, constou ao director da Faculdade do McdicÍDa do
do Rio do Janeiro a existência dessas aguas, tidas então como
sulfurosas e com a fama do haver curado grande numero de
morpheticos e melhorado alguns.
O governo teve logo noticia das virtudes medicinaes das
aguas de Santa Cruz, e offlciou ao presidenio da província, José
de Assis Mascarenhas, em fins de julho desse anno, ordenando
as mais escrupulosas indagações uma voz que não tinha havido
dos foctos propalados averiguações exactas por pessoas pro-
íisaionaes.
Em 16 de outubro o presidente respondeu ao governo affir-
mando a existência das afamadas aguas, e encarregou o Dr. Vi-
cente Moretti Foggia, medico italiano de origem, do exame das
aguas o suas virtudes therapeuticas, o qual em setembro de
1839 apresentou ao governo provincial o resultado doa seus
trabalhos.
O Dr. Foggia ainda vivia nonagenario na capital de Goyaz
em dezembro de 1892, quando ahi estive. Gosavade muita es-
tima e justa reputação tanto na capital como em todo o Estado.
Em agosto de 1838, tendo do partir para Qoyazo Dr. Ma-
noel de Mello Franco, ao governo pareceu azado aproveitsur a
opportunldade, c incumbiu-lhe de proceder á analyse das re-
feridas aguas no próprio logar das suas nasoentes, de colher
as informações precisas para um Juizo seguro e decisivo, sobro
as suas virtudes medicinaes na enfermidade em questão, e ík-
cilitou-lhe todos os meios.
O relatório do Dr. Mello Franco, entregue ao governo, foi
em agosto de 1840 submettido ao Juizo da Faculdiâe de Medi-
cino que, ao que parece, não deu resposta.
Ebi 1842, o marquez de Barbaceua convidou por parte do
governo o Dr. Faivre, que se achava em Goyaz, a fazer ana-
lyse das aguas thermaes de Caldas Novas e, ao mesmo tempo,
a observar e julgar o seu pretendido effeito sobre os doentes de
morphéa, em grande numero attrahidos áquellas fontes pela
voga da sua ofllcacia .
No anno seguinte, o medico franccz apresentou o seu re-
latório, composto do duas partes: a primeira tratava das «iguas
e a segunda do seu eíTeito curativo sobre a morpbóa. Deste re-
latório uma copia foi remottida ã Academia das Sciencias de
Pariff, o, submettida ao exame do uma commissão composta de
Royer CoUard, Raycr, Henry, Pariset o Delens, tovo um pa-
secer interessante. Outra copia julgada pela nogsa Academia de
Medicina, teve interessante parecer do Dr. De-Simoni.
Infelizmente as opiniões discordas dos deus médicos impe-
diram qualquer resultado definitivo sobre o valor thorapeutico
das Caldas, no caso em questão, e as duvidas permanecem até
hoje.
Entretanto devo consignar aqui, para melhor juizo dos
mais competentes, que o Dr. Faivre não negou de todo a acção
dynamica das ditas aguas, apezar das inumas quantidades dos
seus resíduos fixos, o especificou a sua acção tópica ; quanto á
o BRAZIL CENTRAL
30d
P
morphéa, nãa acrclitou no sea aíTeito curativo, erabora ftiase
a sua opiniàu pi-ovisoria, e attribuiu as melhoras dn iiígMaa
doontesnâo á dirninuirào do seu osUdo morpUettco, mas á beao-
t!ca raudtficaçào de affecçuus secuad.iriaa.
Eis, em syutliese, o redultado dàá obáorvações do Dr. Foggia.
Na parte do relatório ba:»eada. sobre ia formações do poíisoas
do critério, deduz-so que com o uso das a*jruas therraaea sa-
raram perfoitameate» desde 1833 até i> íiiii de 18JH, altím de ura
sypbilitkxjo 1110 darthmíso, oovo morpbeticos; quo ubtivoram
considoravol melhora 17 oii formos ãeslB. ultima molostia ; qtie
o U80 das atíuais foi iaíVuitifero a sote ; que, íiaahnontu, íalte-
corara quutro. Na paHe do mesmo relatório, baseada sobro a
própria observaçào do i>r. Foggià, se iafero que, ora julho de
iy39, existiam em Caldas Novas, ora tratamento, 60 posdoaá,
em CíUdaá Velhas nove e om Caldas de Pirapeiiaga sele, perfa-
zoo d o o total de 7*3 pegsoas.
Deste total dous morpheti cos estavam perfeitamente curados ;
quatro enfermos da mesma moléstia e um d.irtbroso quasi sãos ;
ires mor phe ticos cora melhoras consideráveis; 22 morpheticos,
doU8 darthrosos e um svpliJlitieo cora melhoras seosivoiâ ; 16
morpbe ticos com poucas melhoraíí ; finalmente 23 no mesmo es-
tado era que tiahara ido, dos quaoí? 19 raorpheticoa e quatro syphi-
li ticos, sendo que 12 delles ai li se aehíivambavia pouco tempo.
Os dous que faltam, para completar os 76, falleceram na
presença do medico, em consequência d^j inllammaçào aguda
dos intestinos.
O Dr, Fãivro, um dos mais illustres ri* present antes da ge-
ração medica passada, fez umaanalyse chimica qualitativa das
aguas de Caldas Novas ; mm a íallar a verdade, essa analyse
Soucoíwiian ta, porquanto a existoneiíi nos insignificantes resi-
uos fixos, do cbloro, dos aculos silicico e carbónico, o das
bases potassa, soda, cal, raagaeiíia e aluraina» fiada exprime,
visto serem estas substancias ODcontradaa era todas as aguas
naturaes ou doces.
O oxy génio ou o ar aimospherico, qae o iUustre medico a
priocípio suppoz ter acbado, por causa da lurainesidade e dos
vapores brancos de acido phosp bórico formados úí^. tempos a
terapos em ura eudiometro de plioaphoro cheio de ga?,, nào
existia do facto ; e a isso se oppoeni as experiências de Beckman,
pelas quaes, ticou provado que o mesmo phenoraoao se da igual-
mente com o azoto puro .
Falvre, conboiiciido as experiências de Bôekmao, acceitou
as suas conclusões e terrainou por dizer que < assim i>eoso
agora que não existe oxygenio nas aguas destas fontes»,
A temperatura das diversas fontes varia do 36"»0 cent* a ;19*
e a 41", O cônt. o não me foi possivel verilicar qualquer relação
entre essas temperaturas, a quantidade de agua fornecida por
cada fonte e sua posição relativa, ao contrario do que pareceu
ao Dp, Faivre,
No meu relatório aouoio ao relatório parcial da Commissào
do Planalto, eso;*ovi ora 1892, o seguinte: < Destas duas fonteà
310
REVISTA J>0 INSTITUTO HISTORino
(as únicas actualnieote aproveitadas e mo mesmo para banUo
de asseio aute^ qy<i camo remédio ) a quo t^stáum pusivào mais
cilcvada marcou durante os dias om que lá me demorei a tem*
peraiiira invariavol 4g 31P, /% resuJtuda de observaçõôi feitas
de tiea em trei horas, das 7 da maahil ás 4 da tardo ; a outra»
em situação iníeriort tem a temperUurã, lambem invariavol.
de 4i*, seodo portanto a dillerença do gráo e meio conte-
áimal».
« Além destas, notei mais três: uma na margem direita do
córrego de Caldas, om contacto cora a a^^ua corroo te edo tem-
periíturade ^l^^.O; outra, no lottj do rae'írao córrego, e que
se revela r»€la sensação ác forte calor na planti doís pés. coino
pestoalraeute verifiquei ;e a ultima, na margem esquerda e
com a temppratiira do 36'% o, sendo que não é maior de um
metrc a dous a dist-Tocia que a separa do córrego. »
A reacção sobro o papel de to;irnesolt íaul c vermelho,
foi neg*&tiva. o que indica ausência de acído.^ ou alcaliij, ou seus
(icrivados ácidos ou alcalinos,
A a^^na ê límpida, incolor, inodora e insipida, de doutsidado
do KOO^SíDr, Faivro h e no fim do algum touqjo de ropoUBo,
apóá i^esíriameíiti-i. náo íorma deiíoaifo ulgura.
Uma vez rosíriada, è excellento de beber o da um appotitu
ver dadeírameu te devorador .
A acção do banho, a mesma com a agua de 39," 5 o 41 ."K)
raanitc3ta-so por ura elevado f^ráo de deiseccamento da pello,
que 1'hega a incomraodar.
A pelle resequida produz pelo attricto das Testos seosagão
Bemelhant^j á da palha sccea de milho; o elfeitu geral no orga-
nismo é de magnífico bem estar, o corpo parece mais leve, o
sorano é calmo e profunda, a digestão i erfeita, a raspi ração
ampla e c^tosoladora o o movimento desembaraçado.
O resíduo da evaporação de um litro d'agua dá, na média,
cerca do 210 milligrianmaá; isto não consUtue, porém, uma
quantidade fortemente mineralisante, em iUce do grande nu-
mero do elementos encontrados pelo Dr* Faivro, e l* m^smo
algum tanto aproximado das medias de muitas aguiis potáveis,
pois alguman ha que lêem maior pesa de resíduo fixo em igual
quantidade d'agua.
As agua^i do Silvestre e da rarloca, no Rio de Janeiro,
tomadas perto das nascentes o fora d.i acçÂt> prejudicial da
estrada do ferro do t^orcovado, dâo de resíduo fixo, a priraoira
50 miiiigrammas e a segunda 38.
As mesmas aguâs tomadas nos encanamentos de disirí*
buiçào dos respectivos reservatórios» no morro do Inglez e
o no de Santa Thereza, teem aquellas 102 milligrammas e
estas 52.
A excellente agua potável de abastecimento de Narbonne
deixa de resíduo 213 rnilli^rammas v a de Mcntpellior, reputada
de primeira oualidade, 346,
A axua do Sena, em Boixsy, dá '-dyi, a do Rheno, em Slras-
bur^o, :^3l Ct finalmente, a de Arcaeil, praça Saiiit Mi^heK
o IJRAZIL CENTRAL
311
543» limito máximo das arruas potáveis, A do rOurccf, aciraft
da primeira eclusa do can%} de Saint Déaia, tem 470, e o Mame,
atites da sua junção com o Seoa, 180.
As agoai thermaes de Aix, na Sabóia, tanto as deDomi-
oadasde— alumen—corao as do— enxofre— dão reapectiTameote
311 õ 290; as de Louecho deixam I >i^r, Q89; as da ilha de
TliasosTgr. ÔOO» om que predo < inani o sulfato do magoesio
o o chlorureto de sódio; aa de Bourbonne oscillara entro 7 gr,
156 e 8 gr. por licno.
Das aguas potáveis raineraos aó consideraremoa a agua
acidula torrosa de Saint Galmier, cora I gi\ B\D de residuo», em
que predominara o» bica rbo na toa de cálcio e magnésio, e a
agua acidula-alcaltna de Snuitzmalt, com 8 gr, OlU, em que
avultam oa bicarbonatos de aodío e cakío.
As foDtea quentes da Islândia, Java, Nova Zelândia e
Estados Unidos «ào saturadas, póde-se dizer, de acido ai licico,
que immediatamenti) depositado forma graudea bacias do turf
ailícoso o opala, ornadas dabellisimos estalactites,
DeposUam-se Iojjto á saída sob :i forma de tufr^ catcaraos,
silicosos eoutros, o carbonato do caicio, a siUca, o oxydo do
ferro, otc.
Assim acontece com o jjrande (ííjyífcr daplaniciedeBer-
nafell» perto do vulcão Hekla, na Islândia; com as fontes ther-
maes de Tokaíiu o de Te tara ta, na Nova Zelândia; e no Gei^ser
í:;i^aníe da Montanha Branca, no vaíle de Gardin, nos Estados
Unidos.
Mas em Goyaz não ha absolutament.^ o mais leve vestígio
de deposito silicoso, calcareo ou oatro qualquer, o que está
do accordo eom a qualidade e a min ima quantidade do
resíduo.
Por esta ligeira comparação ae vé que aa aguas tliermaea
goyanaa se aproximam da agua potável pela quantidade do
resíduos e qualidade dos seus oomponentes, differlndo apenas
pelo elevado c conjatante grào thennico.
Embora a elevação da temperatura de uma ax^a augmente
o aeu poder do dlasoluçã j, todavia nas thermas de Goyaz isto
se nào obsorva, mui provavelraeoto devido ú, natureza da
rocha fundamental— micaschi^sto— que as aguas atravessam, e
tanto mais verosimil parece ser isto quanto a^ aguas thermaes
européas o outras acima citadas, são todas mui carregadas de
saa^ diversos, levados dos legares por onde passam, aobresaindo
pela grande abundância os carbonatos, sulfatoít e cbloruretos
dt^ sódio, caicio ou magnésio, acido silicico, borai, oxydo di?
ferro h yd ratado, o te*
Como devem ser classiíieadLfcS as aguas thermaes do
Goyaí r
Durand Fardel escreveu uma obra de alto valor sobre aguas
miooraes, que 6, pòde-se dizer, ura codcx dessas aguas appli-
cadas á therapeuUca, e do qual se áuduzque as aguas das Caldas
de Goyaz pertencem ao grupo das Agms indeterminadas^ olasso
das Bj/tiroviineraes shnpky,
2158— 21 ToAiO Lxvm, r# lu
:íI2
REVISTA DO INSTITUTO ÍÍISTORICX)
Si, porém, soquizer prtícisar mab os termos de uma claaBl»
flcaçâo, deve sa prelcnr m dcrjoininaijão de Ai/uas oii0o-meíaUiea9,
dii cla.siirtcaçào de Dujanim-Heaumetzr
Eslediãtiuclu mudieo fraacez íatribiií^os etfeilaé eur^iívoa
destas aguaa :
1% à acção d iâsuiveule da agOii minero* medicioal, quo ab*
Sr>rvida pelo oíit^maga v pela peíio pãí-sa para a corrcoto cir-
culatória» pôDrtra por íuúií a ocoiioiuia^ irri^^a^ por asfitm
dizer, os tecidui>, dissolva e eliiiúDa us elemeotofl mórbidos ott
«juo não podem mais st^rvír à^ combus^jií^ intimas^ bi^ndj que
o fiitior, a uriou e as evacuações ^^âo os veliiculus da eiimioaçiu
é3Sã4?3 uiemeoio^ toraados inúteis e que podenam dogenerar em
prioeipios perigosos por sua prolongada demora do orgaQÍ^mo ;
ii°, à tíiermididiido que, dando ás agua3 um poder dUiol-
vente ma^or. as fazem I coufurmt! ográod© ealorL^o, ora seda*
Uvas, calmaiiies, qiiaúdo a tbcrnjalidade é media ou baixa, ur4
eicitaotea, i^vuUiva:» o mesmo rubefacientes, quaodo é maia
alta.
No ponto de vista chimico, as aguas desta clojeae teem como
caracter commora o facto de aerem apenas raioeraJisadaa, e
do õào posáiorem aesta fraca mineralisação ncúLuma domi-
Danid ebtmtca ou medicamentosa* cod hecvd a e estudada qoe as
p<?rmitta classificar.
Na Europa, o tuulo de mioeraiiíta<,'ão das aguas oligome^
tallieasde Dujirdin-lieaumetz varia deO,^'r 250, em Piombler^,
com 4:f 1 metros de aUitude, a Jgr 300, em Evauí com 4âU e a
lempõratiirado í l gráos em Eviao com a altura de 3êo metros*
a Bè graoa, em Cbausedaigues com ô&f metros, em MoDVDore.
Na Itaiia, Bormio tem a temperatura de 3J gráos, princí-
pios flxos Ogr, 980 e altitude de 1.448"^; na Suiitóa, Louéchd oom
59",00 resíduo, gr, 9(H> e altitude l.SCN,***'; na Áustria, Gastoio. com
43^0 reííitJuogr., 3;í e K047='; tia Allemaoba, Wiidbad, com 33*%0
resíduo Ogr, 54 o 43 metros ; oa lEiglaterra, Bath, com 42^,0 re*
siduo l.gr9^)0.
loconiestavelmente a importância pralica das iliermai
goyanaâ nào guarda a relação comiiium das» a^^uas minero- medi -
einafss nem com o sou titula de miueraiisa^^o nem cum o seu
pesaespeciâco ; enti^uinto, a ;»ua actividade iberapeutica, o seu
GiTeíto curativo é notável, como também são digooe de nota oa
phenomeuos de excitação e de aedaçâo produzidos oa pela sua
tbormalidade condiaotc ou pelo seu estado physico, ou outra
condição ainda não bem estudada.
Náo se pude imaginar na sulfliraiia de Fontan, clasaifloa4a
por Lambron como uma conlervn; nem tampouco oa barfgloft de
LoDgcbamps, nem na giairma de Anglada, visto que essas a^iaa
oâo são sulfurosas.
Parece, pois, mais ooDsentaiteo pensar, que as propriedades
th^rmpeuUcas das aguas ibermaes de Caldas Novas de Goyaz,
e provaveimente também as de Caldas V« lhas, de Pirapetioga»
de Cavalcaute, de Palma, e da Nalividade» em Goyaz, podOim
bcr explicadas por íiuai? qualidades pbysicas particulares».
BRAZIL CENTRAI.
âts
r
b
A tlieoríã dos effoitts tlierapcuUcos ligados ao estado
olec tricô é decorronto das pesquiziía de Scuutetten.
Acbcii eete obscrvadur que cada fonte soodo ligada á leri'm
por uTn cooductor, podo p<»r t^m evidencia a es Meneia de
uma corrente Glectrica, iodo da terra para a aguu, L'ontrAria-
raente au quo se pussa quando .^e li^a a terra á corrente da agua
f!'ift de um rio.
Sendo assiro, em caticluaáo, a a^'ua miueral Nerá um poten*
ciai ii6í2:ativo.
Em França, GigotSvard e Armiour prose^uirara nestas in-
veâttgarãí^íí e reconhooeram, na superlicie ilõ uma camada de
agua Rulfurusa uma tensão positiva o no fundo tt?nsão negativa.
Kaiil Boruard, em Loxeuili uporou <im raelliores condições, o
chegou a verificar os fados annunciados por SciiUteUen, maa
uào admitte relação alguma entre a reacção eleclrica e as pro-
priodades iherapeuticas dessas aguas,
Wattenhofon, em Gastein, fez interessantes pesquizas nesta
sentido, e determinou com precisão a elevação sensivol do
roefflcieute de conductibllidade eléctrica das aguas minero- me-
dicinaes aobre o das agnaa potáveis .
Certas aguas de eonstítuição ctimica fraca ou indífferonta
parecem estar era um estado eléctrico particular, o par conse-
quência poder exercer por Oiita qualidade physíca uma acção
talvez análoga á que eierce um bunbo eléctrico (Hayera)*
As diíTerenças nos ofTeitoa tborapeuticos de uma' a outra es*
taçâo bydramineral demonstram claramente qu»} os banbos mi-
oero-tíiermaes exercem fora de duvida uma acvâo própria.
A absorpçao dos poucos princípios salinos das aguas in^nsi-
volmenirv uiineralisadas teni sido motivo do coutrovor.sía entre
in%'estigadorõH nutavois ; mas todos acceítam r[ue os corpos cm
dissolução na agua eml^ebem as camadas super ficíaes da upi*
derme.
Este trabalho de embebiçáo é favorecido pelo calor o pelo
desiipparecHDOQtodo iuducto sohaceo da pollo; por Uinto mais
pronunciado na sela dos p<^s e na palma da^^ maus onde u^ ha
glândulas sebaoeas.
Esta embebivâo não suppõo forçoíja mente a absorpção. Fric-
ções enérgicas» feitas durante o banho* podem Tazor penetrar
agua nos conductos glandulares (sebaceos ou sudorireros), naa
bainhas dos pellos escorjados» sem que nas condições ordinárias
se possa notar signaes sensíveis de absc>rpçâo medicamentosa.
Segundo Aubert e Schott, os corpos dissolvidos na agua po-
deriam mesmo» sem ser absorvidos, chegar ao contacto dos
nervos que avançam na epiderme mai^ perto da miperticíe do
que os vasos.
E, poi0^ é possível appellarpara uma ac^ao especial e directa
sobre aa extremidades dos nervos cutâneos (Hayom).
Portanto, si o banho não pôde introduzir no orgí^nisma
maia do qtie traços apenas dos príncipios activos, e se observam
umilas vezes elTeilos que a alwíorpvãu do medicamento não ex-
plica, não so pode deixar de admittir uma acção do contacto
314
BEVJSTA DC) INSTITUTO IKSTOnK^O
suBcoptivel de roporcutir por via Dervoísa sobre tojo o orga-
nismo .
Esta acção locul, (|tio é facilitada pela etobebição da epí-
dormo^ pódy ro iiUar tanto das qualidades pb^^lca^j das aguas
como do sua constiluirào chimica.
Uos toem invocado as plie nome nos clectricuá, lia pouco ro-
f feridos, outros toem clioííailo alô a cotejar os cJTeitos doi
banbos» minoralisados por combinações mctaUicas, com as plio-
nomcnos produzidos pela nptilicaçâo dos m^^taes na auperílcie da
pello ([layom),
A thormalidaile não conflituo uma qualidadu especial, |>or-
tantfj; m^s nas ostaçn^scomo aa do Caldas Novas de Ooyaz, cm
que a agua ó Ck>rreDto o sem oe-sar renovada, a grande conataucia
da temperatura c também» talvez, a renovaçáa IncessatilG do meiu
devem ter uma certa imp^rtincía. As qualidadGíí propriaa da
agtia» no ponto de vi>tada ioaprrsíão táctil ou da reacção ner-
vosa, ropreaeoti^m tim pai>cl i? vidente,
Deve 80, ontroíím. uccresccutar que a repotii,tao dos banlioá»
qtio cíjnnihio a cura, irnz «ima sort.'^ dft summacno de eífuitos
mioimo», capazoáde se traduzirem, no fim do certo teíiipo» par
uma acçio mars accontuada,
B poiív, a meu ver, as aguas da^ laldaa Nuvas do (íoyaz, o
116 otitnis deste 03'.adu sào simplosraonto tlicrmaotí» e devem,
som du\ ita, os seus rcâultadoij ilierapontic js á presença dod gazus
raro», t:ílvc*/ o hélio e o argo, que os estudos moderoos tocni
revelado acompanhando o azuto livre de&saa aguai!.
O bir. Kaivre e^omve.u ua sua memoria {pag, S| que rc-
cidheu grande quantid hde do gaz que ^o deaprendia da agua.
n íjiio rccunhcceu ser axoto ; pois, nao tinha cor. nem
t^hejru, cxtmgíÉÍa oS curpoi em combusLaõ ; agitado c*im agua
de cal, não a turvou; o oào foi ab^^urvldo por uma âolugãodo po-
tasaa.
* Ce «V^í pas ífu (ifí3 acide carboinque : je pense qwj c^est
dl* l'tf:oÍi'. y
Ora, i\m receutí^s estu bs [QOò • do profossor Ciiarlos Mouron,
da Escola do Pb-irmacta do Parix» aobre oa ga/oíi de 4:i nas-
centes minoraos, doa qua^ 30 francesas e 4 do outros paizes,
retulta que a prvpoi^çào doa gazes raros acompanha com re-
gularidade a prijp jrçâo do azoto ; o paio contrario, é inversa
do acido carbónico, scodo corto qtie nos ga/.es das nascentes
ou predomina o azoto ou o gaz Girbonicj.
A ua<coQte do ICiux-líanneá» por exemplo, p:ira uma por-
centagi^m em azoto de í>s/3o coiiti*m l.2n do gaze.^ rann ;
omquants que a uaicente de Moot l^re, eom 99.3'J de gaz
carbonicj, tom apenas de gazes ruros O.OUÔI.
Em geral, a proporção doí gazes «5 proiími do l a 15
da do azoto.
Nas aguas de Cillellas» em Portugal, quo contam noa
gazes OíjA'} de azoto, a porcentagem dos gazes raros ú 'Ifí \ .IG.
Pop m^íodo e^picLroscopio reconheceu Mouren a presença
do argo em li u.isceutus, o a do liolio em 3l> ; naij 4 re^
o imA/II. (ENTRAI. ;M5
itcs devo, segundo o auotor« existir tamljem o hélio ; mas
^proporção é tão pequena qne o seu eppectro ô mascarado
lo do argo.
*-^ Os factos desta ordem estão em estreita relação com a
^^adioaotividade das nascentes, e esclarecem o problema aioda
áo obscuro da medicina hydrothermai . (')
^fe Em todo o caso é preciso ter delias uma analyso ccmpleta e
werfeita, o só assim poderão prestar á humanidade os grandes
^Deneficios atò n<^^ora quasi perdidos.
=^ Cerca de dez kikmetros a nordeste de Caldas Novas existem
as Caldas de Pirapetinga, em completo abandono, quasi tão
^ abundantes e da mesma natureza que aquellas, apenas com a
m- temperatura um pouco mais elevada (42», O cont.) em um ter-
f rcno plano e fronteiro a uma cadeia de morros pouco elevados,
i na direcção do rio Corumbá .
I Na Chorographia Histórica do Marechal Ray mundo José da
Cunha Mattos lò-se o seguinte: «No districto do Amaro Leite ha
' aguas thermacs ; também existem no districto de Cavalcante e
navilla do Palma. No arraial da Natividade, um quarto de
légua ao oriente, ha om olho d'a^ua tépida: é muito ooa para
beber, e pouco distante delle está uma mina de pedra elástica.
O riberão d*Agua Quente, no arraial deste nome, sahe tão volu-
moso no tempo das seccas rigorosas como no das chuvas mais
continuadas; a agua do ribeirão nasce tépida.»
CAPITULO VI
BOTÂNICA
Interesse particular apresenta o estudo das plantas na
parte de Ooyaz visitada pelas Commissões do Planalto.
Ahi se encontram, sob a mesma latitude, vegetaes que
muito diíferem pelas exigências do seu habitat, dependendo isso
simultaneamente da feição topographica, da constituição mi-
neralógica do solo, do clima local, da altitude, etc.
Posto quo afastada da zona das mattas espessas das re«
giãos do littoral e das regiões baixas das bacias do Amazonas e
do Prata (terrena depressa nmximorwn fluviorum interiora do
Spix e Martins), grande parto do planalto central do Brazil
apresenta numerosos bosques o verdadeiras mattas virgens,
embora o verdor e a Magnificência da vegetação não produzam
no animo do viajante o mesmo gráo de admirado e conten-
tamento, que a natureza das mattas do littoral ofTerece.
(•) Da Tírrixia ãc Chimica Pvra c Applicada, do 15 do Julho
316
RKVtsTA I>0 IVSTITI^TO HISTÓRICO
No sul dc GoyaZf ttléin das espessas maltas que acom*
paDham os âeus ciirãós d* a^un, quasi sempre de gr&Dde Iar<
gnvB, e (MQ ioda a extenção do caudal ; além das que algumas
Y0Z6S 80 {^neoLiiram na« encostas das scírras, existe uma l^xa
ílorfiata!, que pissa inúra Pyreoopolis o a capital, cora a lar-
V'ura d© PO a lÕD kilomotros e o comprimento oxcedento de 400*
E' o maito grosso do Goyaz.
O mniá podo se tom parar com o qno eo estado do Rio de
Janeiro so denomina ív/yiogírôcí tí cnpoeiras, constittiindo aquoUeâ
qua^:! Uúm os CMpòes das cabecseiras, e qsUs grandes porçõe.^
de ínipnt flcie Invraília.
E<Us formas sào communs ao liUoral e ao centro du Brazil ;
roas. o qno ao centro il peetiliar, o que excita a admirição pela
estranheza íh\M appareneiaa ísin;^nlaros edoftne o oaracter phyto-
lógico do uma ^Tandc parte do planalto, vora a ser a vegeta^
doa cerrados baix^ts^ a dos cerrados altos o a doa campoa,
Aquella é escassa, cuTezada, bãi?ia, de pouca variedade do
componentoií.
Ti*'m aa arvores o porte pequeno, a côr um tanto desmaiada
e as f^dhas, cadentes 5a estação se^ca, em quaai todas; sâo
nimiamentí* tortuosas* garranchosase c-m exuberante íbrmaçâo
da camada suberosa da caaca, que se mostra quasi sempre
profundamente rendilhada.
O cerrado fdto «tem garbosos e elevados madeiros que, m
bem nâo tomem todo o corpo de quo são capazes ú, beira dag
a^nias correntes ou reí?íiíios pola lympba dos córregos, com-
íudo eniorabram com íblhiida rama e terreno que ilies íicv
em derredor e mostram ni casca lUa a foi*ça da seiva que os
alimenta (Viscon 1e de Taunay)»*
Al{?umas arvores de maiores dimen$?õe8 tt'^m a copa fron-
dosa muito suDenor ao pinno geral dos cen-ados. e sí^ distin-
guiam nío so pela sua ^Tandaza mas ainda pela óptima quali-
dadí^ tio ceroe.
A vegetação dos campos é composta quasi excl uai vãmente
de gramínaceas, cyperacea» e de pequenas outras plantas, onri
grande numero raati^ir^LS, sobi-esabindo a maioria pela Uelleza,
brilho e colorido das ílores, que, muitas vezes» com a pequena
baste delicada em que se ostentara, formam a planta inteira» bb
nao se levar em conta aa diminuías follias ordinarianiente se*
raelhatites a delgadas lanceias .
E' nos campos mnt varia irei o nunfiero das arvores dos
cerr;*dos ; ás vezes vêm síô íilguraas e^pe.^;is ou em gLMipos des
tacados com boa sombra para o {j^ixáo ; outras vezes, ao coo-
í rar lo , f^ m iã o peq uon a q ii a n ti liade so a< ha m q u e p6d o se coil*
siderar o campo como completamente descoberto.
Isto mostra em alguns pintos a paisagem inseosivoi da
vegetação úoíí campos para a dos cerrados, e destes para aa
mattaíí ou para os capões das eabeceiras-
Kntrotanto, capões existem do tão fraocos limites era re-
lação aos eampos contíguos, oue muito se assemelham 'ioa oasia
dos desertoé arenosos ou ás ilíias do Oooauô,
imA/tl. CENTRAI.
31"
I
Poíú exposto, parece que om Ooyaz In poucas mattas tíf-
frens, mas bom depressa se csonvóncpra do c^iut ratio qaem
aUondrT a que nm^Q estado i' prudií^ii»8a :\. qiiantidado do rios,
rilíeirõas c córregos om qye Sr^ encontra derni^x matti mar-
ginal de grande la ri^ura e d • exí.ooíjão de contonas ocGotona»
de kilometroá; que 6 irjiiumerrivol a quantidacla de capões das
nascentes ; e, flnulrnente, que nas vaatissiimas ro^fiSea daa ver-
tentes do norte v do sudonsto, re^Mões dos seus í?fandea rios e
tios cauílaloftos aítlnentO!* do Aiuazooas e do Paraná únúe a
accáo pnríinne de tim clima, liutnido favori^cfí o sãu flt\stíuvrd-
vimen tu, a voí^mlíiçrio í1ijre.st4U *'* íTrandioí»:i o abnndantiçaima de
vêgetatís próprios para as consdrucçõfís civis o navaiiJ?, para
todos os ramos da actividade mdiJHtrlal, para a rne licina otc,
Tomo jiidi:íae, os capões represenlam orna das moiialidades
dos terrenos generativos doa rios e ribeirões ; nUm desta, ha
também os brejos ou alugados, as lagoas e os buritysaes.
Nada de interessante ofTerecem as nascentes brejosas ou
l&custro, o que nao acontece cijra o burylisaL
O biirytiííal é um dos maU belloa omamootos com que a
natureza dotou as terras altas do BrazH central.
Tem a superflcie circtílar ou oblong-a, lígeiramento con-
cava cara uma depressão linear no cantro, em fórma de rego,
abun lante de boa agtia ; ú coberto em toda a sua área de um
tapete de verdejante rolva, homogénea na altura e na civr. 9
toma por esse facto o aspecto risonho de um prado artifloi&l
ondo o trabalho do artista 1^ objecto de cuidivlos coastantea e
ternos,
O solo pantanosa do buritysaU extreraaraente comprossivel
e movediço, aprosenta-se como pj rixoso atoleiro lamacento,
meio li^|iiído, soli os enfoitos graciosos de exquisita combinação
do buritys do dilTerentes alturas v idftdi'!5\ ora vm grupos
magnifícos do verdum fre&ca, ora indistinctamente. isolados,
ora arruftdua e indicando pela sua direcção a do curso d' agua
sempre crystallioa.
O burity, a Mauritia mnifera doa botânicos, a arvore da vida
do padre Jo^é Oumila, í^ uma bcUa palmeira dos sitíos húmidos,
de cerca de 25 a 40 centímetros di_í grossura e íí a 10 metros do
altura, «im folhas grandes em forma de loque aberto na extre-
midade livre de longo e resistente peciolo.
Antes de se erítreabrir na palmeira masculina a cober-
tiim delicada das ílores e só oeste poriodo de motamorphose,
o tronco provê-se do uma fécula pareoida com o sa^ri'», e que
endurece formando pães dulg^ados e redondos ; além díaso
eerve o tronco para fazer casan oaqueductos do longa dura(.*ão.
Da seiva do mesmo tronco fermentada em coxinboa que nelle
se fazem, depois ae derrubada a palmeira, faz-se o vinho de
palma, excellente bebida eupéptica e refrigerante, com aqiial
os Índios costumara se erabriaííar.apôs terminada a fermentação.
Odffuotosdoa cachos colosSóies, cobertos do estreitas escamas
iriaiignlares imbricadas em castanhos estrobilcs, semelhantes
apinha eu rop('a, dáo como quasl tndos os finictos tropteaes
3 IS HRVISTA DO INSTITUO lUSTOHICO
alimentos diversos, conforme são consumidos depois do des-
envolvimento completo do principio assncarado, ou antos
dello, quando ainda se acha em estado íkrinaceo.
As folhas do burity servem para cobrir casas táo bem
como a telha do melhor fabrico, o as nervuras das folhas
novas, não do3abrochadas, dão a seda do htrity, de delicada
maciosa e arando resistência e que serve para diversos tecidos.
Além de todas estas qualidades da arvore providencial, o
burity tom a propriedade (como se diz em Goyaz) do chamar
agua para o legar em que vegeta, o que motivou o costame
de só excepcionalmente se cortar uma dessas palmeiras.
Quem das folhas precisa, sole pela tronco, tira as apro-
veitáveis, mas a palmeira fica em pê para não seccar a fonte.
Sendo fastidioso expor todas ;ís plantas úteis dos to bellis-
»imo estado, tomarei apenas algumas da quellas que á quali-
dade ozellente da madeira juntam a grande abundância, ou
apresentam qualquer propriedade quo as torna dignas de
nota.
A aroeira átkmfíi,Íià,Schinuslenliscifàliu$^ Le Marchandoc-
cupa o primeiro logar nio só pela extraordinária quantidade em
que se encontra em aualquer matta de Goyaz, como porque
póde-se com aíbiteza dizer, ó industrootivel.
O tronco aromático e resinoso da colossal Terebinthacea en-
grossa muito, tem o peso enorme, a rigidez de ferro e a duração
admirável. Tem se achado aroeira em edificios sccolares em
perfeitissimo estado.
Km Pyrenopolis, vi um grosso baldrame do aroeira per-
feito, não obstante ter sorvido, no chão, do alicerce de uma
casa por espaço de cerca de cincoenta annos.
Segundo o Dr. A. Delveochio, o peso especifico médio da
aroeira ô 1211), e a resistência ao esmagamento ô de 1005 kilo-
grammas, maior do que a do páu brasil e menor do que a da
mocitahyba, a muirapenima, o páu ferro e o páu do peso.
Ojatobdoujatahy^ Hymenea Courbaril, Linnêo é um dos mais
volumosos espécimens das florestas goyanas.
Entre os enfezados vegetaes dos cerrados também avulta
esta Leguminosa pelo porte, sem todavia dar uma idóa apro-
ximada, ao menos, da magnifica apparencia que tem na matU
virgem. O tronco cuja grossura não poucas vezes excede de um
metro, dá, bem como os galhos e ramos ,a resina animada dos
antigos, a resina dejataby, de tamanha applicação na thora-
peutica das aífocções catarrhaes broncho-pulmonai*es, etc.
Também resina animada sob o nome de gomma copal, ama-
rellada e aromática, serve para o preparo de verniz.
Tem o peso especifico de 861 e resistência de 841 kilogr. O
cerne é muito forte e em larga escala procurado para moendas
de engenhocas, eixos de carros, etc.
O óleo vermelho ou bálsamo, o Myrospermum cryihroxylon.
Freire Allemãcé uma Leguminosa- mimosacea, cujo tronco muitas
veies passa o do jatobá em grossura e em altura. K* uma das
mais valiosas madeiras do lei, que, pela sua durabilidado, seu
o IJRAZIL CKNTRAI. 319
peso especiâco 954 o sua resistência ao esmagamento 762 kilogr,
tem ao lado da aroeira e do jatobá, preferencia sobre muitas
outras nas constiucções duradouras, no preparo de moendas,
rodas do carros, occ.
Uma das mais interessantes arvores que vi em Goyaz foi o
tambonl, o Enterolohium tamboril ^ Mariivs,
Como o óleo vermelho ó uma Leguminosa-mimosacoa.
B* semelhante ao codro, um pouco mais escuro, de bonitos
ondeados ; engrossa muitíssimo, o tem o lenho tâo leve, que em
leveza ganha certamente o nosso louro de forro.
Um tecto do tamboril envernizado o artisticamente traba-
lhado, sem duvida, levará vantagem ao próprio ostuque.
Augmcntam a riqueza florestal goyana, além do muitas
outras plantas próprias para todos os ramos da industria, o no-
tável páubrasil. abundante nas vertentes do rio Araguaya, jaca-
randá, gu irubú, também chamado Gonçalo Alves, páo roxo,
braúna, garapa, oleo pordo, pereira, viuhatico, peroba, pàu-
raarflm, cedn), pàurosa, também conhecido por Sebastião Ar-
ruda, ipóou páud'arco, angelim, ubatan, maçaranduba, e di-
versas outras sapotaceas que dáo a gutta-percha, borracha, etc.
Muitas são as plantas medicinaes, em cujo numero Ee acham*
entre outras, a copahiba, angico, barbatimão, arnica, caburel-
cica ( bálsamo do Pciú), coca, jataby ou Jatobá, cajii, cajuim,
icicariba ("gomma elemi), caroba, sassafraz, anda-assú, juru-
beba, manacá, jaborandi, sensitiva, cayaponia, poaia, Jalapa,
rhuibarbo, nhandiroba ( fava de Santo Ignacio), tiborna, miz
preta ou cainca, mangerioba. etc, e a plumeria, ou hei*va santa^
quo das mais destaco por suas qualidades oxcepcionae.s.
Esta planta herbácea, mucilaginosa. rasteira, é uma Polygo-
nacea,o Po/i/^onum teiragonale de Ladisláo Netto, o apresenta
duas variedades: uma roxa o outra branca, sendo aquoUa do mais
enor^ica acção therapeutica do que esta.
Vegeta em logares húmidos e em margens do correntes
d'agua.
A acção curativa da plumeria^ nos casos de mordedura de
cobra (Jararaca), ^jt mim verificada no estado do Rio de Ja-
neiro, 6 admirável, soja administrado o remédio sob a forma do
extracto alcoólico fluido, seja sacada a herva o ingerido o suoco
puro ou de mistura com aguardente, seja, em rocurEO extremo,
simplesmente mascada ; nos dous últimos casos, então, o bagaço
devo ser applicado sobre o logar da mordedura.
Encontra* se também a plumeria em Matto Orcsso e Rio
Grande do Sul, de onde vem sob a forma de tintura homeopathica.
Em Goyaz, onde era complotamcnte desconheci ia, achei-a pela
primeira vez nas margens do rio Padro Souza e em alguns dos
seus pequenos af!1uentes, quando viajava cm companhia dos fazen-
deiros Joaquim de Araújo e Francisco Rodrigues Chaveiro, a
quem dei a conhecer a planta, salientando o seu valor medica-
mentoso.
Entre os vogetaes celebres pela sua acção violentamente
venenosa, occupam, sem duvida, o primeiro plano : a tapparaca
KHVISfA DO PCflmTTO HBTOfiiao
.mPS»9dkotrtc rméméfitHm é€ Jm§mim
: m mÃméiúfmimkm uv kerwm mmdm ímàM^^m Ihpim Ifa «#ptt*
, éê WgUãÊú, «ns M»jiiiiiiliii.oi fte.
IMft wMiiHi tm a po40r ésMerio «n lio ^íta grte, ^tt»
I«tiiti4ftáe iagfrtáfc, mi «Mca os IVgaea»
íoiiemljvi» da grwwm íiiloxtecio.
_ «do ii fnwaBÊÊ^ é o m fiia-
dBld iMieo* d oiB Mkla mulo volatiLe r^gemom <Dr« TbeõAoro
Poueo deiwb da íogeestao do reoeno, o eorpo da rleUma
eomeçm m iaebar, priQciíAlmeDte o abdómen, cnjtm mn^euioê
pêfmem rort<^m#iite c<Hitr«hídos ; a marcba <^ profbadat&eQte
alterada ; a Tista perturbê-se ; maDífesUni-^ vtrtlfrei» e que-
IramêDlo feral das Ibrcas ; o aaimal nada coma ; tem $èáe az*
•enira, B&n t^mpo relati sãmente earto. morre do meio de
aii|nifftlo«a foqtiietaçio.
A autopsia revt>ía loi^ões ganirronosas das Tlaoifia abilo*
aitBaei*
E* raio eeea par um aDimal hervadfy.
Tão grande titrago produz a hema no estado de Goyai, que
o gado OTiportado pelos madore^ do Vào do ParaoaD, em nu*
mero de 3í) a 40.<^00 rexet por anno* perde cerca de 3.000, isto
é, 1M V.« niaifl ou meno-^, 9e>njnd«j as informações que no Meatre
d^Armáa e na Pormota mo fofâm ministradas por um doô prio-
cipaeecfiadoreg do Vão.
Em f3oyax, o famo dà muito Item, e, pur aieim dísar. alé
hoje, além ao gado, é am dos poucos productos da dim inata ex-
portado, oio obetante ter chegado a ganhar fama, meitmo ou
Rio de Janí'íro ; e nào ha fumante do cigarro que não conheça o
cigarro e o ftimo goyanue» ao menos pelos di2en?« do eovoltorio
do m ,ço .
A canna de aasucar vegeta perfeitamente oeste eetido, • 00
aeoe prodnctoi re^ultantee aão aeexceíleDte qualidade..
A «lOca do cani)a dá i«)ise oito annos seguidas sem oiilro
trabalho quti nâo i^pja a projudioial queimação du cannavlal,
após a colheita ; e quando recobc trato conveo tento, dura u
dobro.
O eafezeiro também é de mui longa duraçiío, embora as di-
mensões das arvorou nào me pareci s^em differeutes das de Sio
F^uloe Rio do Janeiro.
A lerem verdadeiras ds informações que obtive oa cidade de
Santa Luzía^ vi um quintal todo plantrtdo de pés de café de 70 a
60 annos de idade, dando sempre mais ou menos regularmente.
Os pradurtoa da canna e do café não .-^o em quantidade tuffl-
cínnte para a exportaç^^io, o, taivois, nem rno-smo pam o consumo
estadoal, porquanto em muitos iogares em vez do assucar ainda
o BRAZlf, CENTRAL
a2i
f^-se usada rapadura, e da Estada de S, Paulo é importado
alirum cafi^ .
Ha om Goyaz ura capim ratiito procurado polo gado, dono-
mifí^áo jar agua ou provisório ( quando novo), nimiamente abtin^
dante, e que passa por sor muito nutriente.
Coafurme se expressão Dr. Gustavo d* LI Ira, no boletim n. 7,
ílo Instituto Agi*onomicode Caiu pinas » de VJtH , <í o GH0mjarapuà,
reitnindo qualidades afí-ticolas qye o tornara muifo cultivailo
como furra^em* nâo tem todavia, sob o ponto de vista <Ja saa
composiçào chiniica, í^raode valor, saniJo eertoque está abaixo do
morocimoolo que lho dispensam aquellesque o oonsidamm uma
das fúrragens mai.^ ntAÍrÚivas u.
Não olislanie esta valiosissima opinião, vou. todavia, tran-
screver do Catalogo ria* artigos enviaffoít peio Èítado de Malta
firossoâ E.rpQSfçt7o de S , Luiz, lí)04, o seguinte, de iro mediato
interesse a tioyaz, >obre o capim jaraguá : «De facto não sq
precisa em Matlo Grosso importar fõrràgena o* trai] ge iras, nerii
mesmo procurar adaptal^as ao noisso clima. Possuo com fartura
as melliores onlre as gramineas e legumiaosa.s. Citaremos entro
as primeiras újaraguã, gmrainoa do genepo pGnkumqn& pela
mm compoaiçâo chimíca rival isa com a luzerna ( alí^fa ), t*tnJo
sobre ella a vantagem de desenvolver-se ora qualquer parte e
em todo clima» de modo espocial (Estevara de Mendonça).
Das analyses feitas até bojOta do Dr, Otto Sjngol apresenta
uma media dè 2, :ífj% do protoina ; a do Dr. Dafert, com planta
na opoca da maturação e coro plotani ente /enofift^ 5, 17". ; o a do
Dr. Jacy Muntoiro & de 2, 24*,; com plantas frescas anto^ída í!o-
rescencia. ( Dr. Travassos — Monograpliias agrícolas.)
A Ciuinéa, Panicum auricidalum^ cumpetn com o jaraguá
om crescimento, fertilidade o resistência ao cíilor, ílâ seccaa o
ao inverno; é t am bem m u i ttj ri í^a e m .s u bs tan eiits ; izotad as o
talvez mais do {\n% o jaraguá em hydratos de earlíuno*
Ainda temos nos no^isos campos f 'amapuam, o miroó;^o nas
suaa diversas variedades , capim branco \i gordura» além das dif-
fepentes gramas, que abundam tanto noa campos de serra
acima» eomo serra abaixo, constituindo todas essas Ibrragens»
por sua variedade o composição chi mica, segura garantia para o
dejenvolvimento rápido do gado no ostado, melhoradas as .suas
condiçr>es de raça.»
Finalmente, muitas graminaceas, eyporaceas o outras
plantas dos campos, venenjsisou não, que bojo í^ao uraa verda*
deií-a praga, algum dia teráo aproço, quando por exemplo, a
industria do drogas medícínaes e o fabrico do papel, em Goya^,
na era do progresso e de paz, dispensar o importado europeu ou
outro.
:í22 HEVISTA l:i> INSTITUTO IIlsTUlUCO
CAPITULO Vil
METEOROLOGIA
Inaugur«i<1os oi^ trah.ilbos da demarcação do vértice sud-
cGstc da ároa destinada a receber o futuro districto federal, al-
gumas interrupções se deram nas observações astronómicas,
pois Icndoso ílmiado definiu vãmente a cstaçSo das chuva:^,
muitos dias houve cm quo não foi v.ito o azul sereno do bra-
xilco cóo tropical, em horas apropriadas p>ara toes observações ;
não obòtante, as observr.çues meteorológicas, at^enta a sua na-
tureza, flzeramsc continuadamente.
Estas observações duraram quarenta e quatro dias, de 1 de
outubro a li du novembro do 1892.
As vari li.õcs diurnas médias do tbermometro tiveram logar
entro 19",o e V>,0 com a média geral de 22^.ò^ em um dos mezcs
cm que o :'ol passa pelo zeni th do ponto de observações. A mi-
nima absoluta foi de 1)%0 o a máxima de 34o«8, respectivamente
nos dias 7 e *J do outubro ; o a excursei o nycthomerica tevo a ma-
ior amplitude do 23^5 determinada pelos extremos ih>,o e 32^,5.
A media das minimas alcançou a 15''8 c a das máximas a
29», l.
A temperatura do ar (thermomntro fronde), quo variou
entro a minima do M",.") o a máxima de 3*?>,0, teve a média de
A mnlia do percurso da pressão do ar foi de ri71.*''°'4 a
ri7<'.'""3, o que da a insignificante oscillaçSo média de 4. """9,
notando-se quo a pi*cssão minima foi do G70.'»»4 o a máxima
(»77.'""9.
A humidade relativa, que oscillou entro a minima de 40^" ,2
6 a máxima do 1n>",0, teve a media de 71«,7.
A quantidade de chuva attingiu a 245. '""'3, occorrendo
vintoedoos dias dias do chova e outros tantos de trovoada;
poróm, nem sempre esta coincidia com aquella* de maneira quo
houvo íl.as em qun choveu e não trovejou e vií»evoi*sa.
Pela primeira vez, no dia 10 de outubro, soprou o vento do
sul, depois a 12, 13 o 15 ; a 10 ventou de suosto, edc 27 cm de-
ante a frequência dus ^entos do quadrante sul foi gradualmente
augmcntando até exceder cm numero, no mez seguinte, a dos
que reinaram no principio daquellomez.
Nos (lias 24, 25 e 27 ao amanhecer, havia cerração bastante
intenda para nada deixar ver a poucos metros de distancia, so-
prando fresco o vento do noroeste.
O céu aitida ligeiramente enfumaçado, manteve termo módio
a nebulosidade de .'>; sendo que no começo das observações mo"^-
trou-so maior numero de vezo:? coberto no todo ou na maior
parte, do quo nos últimos dias.
Em ^eral, até o m .^z do agosto a transparência da atmos-
phora é perfeita : mas, dentro de poucos dia.s, a fumaça lac*
cumulada das ext^^nsas o geraes queimadas do^ campos o roças no
o BRÂ/IL CENTRAL 323
tompo secco torna o ar pumbleo, obscurece gradativameate a
atinospUera e forma, ao depois, tão espessa camada que, á« pri-
meiras horas da tario, o brilho do astro da vida reduz se sensi-
velmente ató desapparecer, e um pequeno disco de vermelho
vivo, semelhando uma gotta do sangue no cOo, vao lentamente
sumiudo^se nas névoas carregadas do poente.
Nesse momento da tarde, o viajante dessas regiões quasi
desertas sente uma extranha impressão, mixto de dô *, do as-
sombro e de saudade, que se experimenta e se nào descrevo.
Tal impressão ó increm3ntada polo completo silencio me-
lancólico da natureza, o que, por seu turno, augmonta ainda
mais a monotonia do aspecto sombrio do ar cinzento do crepús-
culo vespertino, c uma sensação de vago, de indefinido, uma
tristeza mortal apodera-se do viajor.
As primeiras nuvens começam a apparcccr subtilmente á
tarde quasi sempre, no fim do mez do agosto, ou nos primeiros
dias de setembro atravéz dos densos nevoeiros scccos da fumaça
das queimadas.
Durante os dias de observação, predominaram, de manhan,
os cirros, o do tardo, os cirroscumulos, os cumulos-nimbos o os
nimbos.
Em algumas tardes apparecerara os cst.'ato3 ou ostratos-
cumulos, ordinariamente, ao occidento.
Quasi sempre, a segunda motide do dia era mai^? farta do
nuvens espessas do que a primeira, o não poucas vezes a uma
tarde tempestuosa succedia uma noite serena o clara em que
tocavam ao auge o intenso brilho das es^irellas, nas noites es-
curas, a transparência o a extrema pureza da atmosphera, par-
ticularmente nas noites do luar; notando- se apenas algumas
nuvens em forma de fljcos, brandamente impcllidas pelo vento
do sudoeste.
Este estado de quietude da atmosphera, em geral, não du-
rava multo ; cm poucas horas, as nuvens accumuladas engros-
savam, o novas borrascas desencadeia vam se tempestuosas,
muitas vezes acompanhadas de fortes rajadas do vento, relâm-
pagos e trovoada.
De dia, quando se formavam as diluvianas chuvas tropioaes,
á medida que o calor crescia e a reverberação augmentava, no
céo acamavam- se negras nuvens sob o aspecto de titânicas
archibancadas, movendo-se lentamente no espaço, tangidas pela
bafagem o uen te que envolvia todo o horisonte.
Por baixo dessa abobada colorida de cinzento escuro e do
azul meio apagado, viam-so correr em direcções diversas, ás
vezos mesmo em sentido contrario das pezadas nuvens, uncas
nuvensinhas ténues, irregulares, de contornos fulvos, franjados
de rubro cúprico, quando passavam doante do sol, n*alguma
fresta fortuitamente existente entre duas grandes nuvens.
« Cerra se depois o céo, escreveu o finado Visconde de Tau-
nay, enfusca-se a atmosphera, impregaando-se de vapores azu,-
lados, que cambiam para o vermelho ; zune sibilante o vento;
amiudam-sc os roncos do trovão cada voz mais próximo ; rolam-
324
REVISTA TK> ÍNSTITt TO HISTÓRICO
pojara os coriscos ; serpenteiaoi o3 raios eni deslumbrantes
2ig-£ag9, lívidos como ferro eiii bnisa, abalando os ares como a
oi^t repito do graudcs pilbaâ de porcdllana âna que desmoroDam
por oscad^LS abaixo, e despejam se aguaceiros coin íntervaJlo!»
em quo não ú raro reapparecer a luz solar, dourando os bo-
judos cuutorDos das nuvens © accordando em &ou oegrejante ro-
CGBSQ tim mundo de phaotasticas >ciotiLlaçudÊ. »
Com ulleito, a di^taocia toma siDguJares a variodado e o
caracter da detonação do Lrovão no i^omet^o daa grandes chuvas
tr<»picae8.
Ora, aââemeltia-sL% como vem dito, ao ruído estrepitoso da
qnOda do uma pilba de fina porceHaDa p^^r umae^M^ada al^ixo«
com forte sonido metaílíco ; oro, parece o som tétrico do tiro de
uma grande peça de artUberia, som secco. sem b;irulbo oeiíi
ecbo, som qu-^ subitamente cessa, ou repercuto intens^imente
por tempo demasiado lungo de encontro áa asperezas da sapar-
ncio terrena ou as irregularidades da abobada nebulosa do céo,
e por âm rosumbra um echo estriduloso atordoador e demorailo
também.
Umas vezes o ronco começa airoador e pára derepente ;
oniras. assim começa, soflre pequena interrupção, para depois
continuar violento com o mesmo ou com dilTerente diapa^uy
atô findar.
Não ba relação entre o ruído do trovão e a intensidade, a
luminosidade o a ^^'andeza da bcgd telha -
O perigo dos raios depende á;i tensão eléctrica da atmos-
piíera, e guarda íntima relação com a côr branca, amarella ou
roxa da luz dos relaiii pagos.
As densas nuvens, quasi sempi^e bastante altas, dão me«
donbos trovões ; mas, um céo cinzento claro, irrcgul armou te
manchado, offerece muitas vezes maior perigo pela quantidade
e violência das I^\i8cas.
Mais assusta ainda, dt3 dia ou de tarde, a tcmiiestade precedi-
da do lufadas de ventania cyclonica, com as nuvens baíxatí, pare*
condo cinereas flimaradas, perpassando por sobre os morros, em
vertiginosa correria e desprendendo consoes de todas as fòrmaa
e roncos incessantes.
Por esse modo inicia-se a estação chuvosa nas terras alias
do Brasil central, no mez do outubro, regra geral; e cada vq%
mais brandamente continua, mais ou menos até meiado ou dm
de dezembro ou principio de janeiro, quando ús grandes ter-
msQias succedem chuvas mais brandas, porém mais prolon-
gadas, ^W que cessam de todono mez de março ou, o maiS
tardar, no mez de abríL
No correr da estaco chuvo:sa, é muito oommom nos grandat
ebapadôes observar chuvas parciaes, ao mesmo tempo em Tarios
pontos do borisoQte, em distancias mui differeotea, do local da
observação, com a inclioaçâo dada pelo yento que impslle a
nuvem .
Tarmiuada a estacio das cbuvas. em poucos dUs a Um^Nles
e tiransparencia da atmospbera %ão perfeitas, e no azai odeste
o BRAZIL CENTRAL
325
de ioeíceclivel pureza nenhuma nuvem ^e vu. No liorisonte,
bera loDííe» apeoas cblinidaâ uuvetisiohaa alvacentas fie íormoaa
brancura estvndc^m-se rm lérnia de íiU, de U[iaDhaa cedo ou uas
horas sileDciosaa da Uiixie,
Oa canjijos estàa culíerios tio eicelleotes pabtageui, e as
mattaa de vigoroi<a vegeiaçâo de basta rama^ícni.
Deâappareceni os atoloirose as iaundac«>Bât que sãuiubiti-
tuidos por íloiss ima poeira doíí catniDUo*; e urua ininterrompida
secra do alf^^uns inezea em conipeuseção uuí o frescor às noites,
faz condensar o e cr eco e o orvalbo cot teju r dorf telhados o das
folltas das arvores.
O sei com vivo íulgor illumina mãm alegromente a oatu*
Qua^i sempre no ílm do mez de maio ou principio de juniio
começa a soprar, desde a^ primeiras tioias da m<uJruK^da até as
dez ou oDze do dia^ um vente fiesco do 8ul ou sueste, incem*
modo 6 de!jagrada¥el para o viajanto*
A contiQui 4ade da acção desse vento durante o dia, com-
binada cora a mais franea irradiação nocturna muitas vezes
occaáona a geada, que em grande extensão se observa nas altas
regiões ceatraes do Bra/;ii, como aconteceu om julho de 1892,
a meio cíiminlio do Portu Velho do rio Paraoahyba a Catalão,
tendo descido a temperatura a :í^,5 oent. abaixo de zero.
No ci}o a luz zodjacal apresentasse com o mai^ vivo brilho.
Ktícreveu Humboldt : 4 Qualquer pessoa que too ha passado
anãos inteiros oa zona doís palmeiras, cooservari toda a .sua vidik
uma doce lembrança dessa pyramide de luz, que alumia uma
parte das noltoa sempre iguaes ám tropicoà.
Acontec6u-mo de a ver tâo brilhante como a Via- Láctea,
em Sagitário, nao sô no^ pincaros dos Andes* em altitudes de
3 ou 40j(J metros, ou<le y ar é tão puro e tâo raro, coma
tamliem nos imraensos campos de Venezuela, o a beira mar, no
céo sereno de Cumana.
Algumas vezes, entretianto, uma pequena uuv^em projeeta-sa
sobre a luz zodiacaU e destaca-se de uma mauetra pittoresoa
sobre o fundo luminoso do côo; ootâo, o pheuomeno torna-se dd
grande belleza».
Em ( ioyaz, depuis do pôr do sol uma hom, mais ou menos,
comega-se a perceber o clarão da luz zodiacal, que em poucos
mmutos attíngu h sua maior intensidade, até extinguir-»s a
meia noite.
CAPITULO VIII
CLIMATOLOGIA
Encontra-se no meu reiatúrio de 1893, sobre o planalto
central do Brazil, diversas tabeliãs nieteofõlogicas, em que estão
eipoãtos, embora resumidamente^ o^ principaes elementos» cujo
s
enise comparai to '-«ita p%r& v>*nar conbec^io o ^Irm d9
onoâ parta da á.'ea 'iem%rcaia peU2 O^amiaõe? do PI^!!2lto.
Es'.c ecuido eesenlúarlo p^i-» c^r^r. €pO'.r>^iiD, a t^»di a re-
ferida área. e qr^í^ % m »-o.- fzteasão aiaia, anoa rez que noito
além dos f€ra9 limitei existam por toda a ^«arie os mesmcs iltri-
toiott TMiKAoiieoê.
Procurei partíeolarisar esui resesha, porqae •> dima local
é o UDíco. cojo estado praticj cíTeroe?. na aetoaltdylescieQt:-
fica, nm íntere3.<c real, pois que á\ reoa.ão das divenas infla-
eoeias Uja^ts •,t>m-j sejam a alwtade. a oonRpnraçio do eolo. a
vc;reta<âo, ef.c, c/^m a ac*;ão de ai^ur^ meteoros âo iaftre <xm
seguraDça o caracter da zona estudada.
Esta exposição é a qae a hygiene dere considerar em pri-
meiro iogar, porqno ella dá os mais práticos resultados (Joa^aet*.
E" aeeeito em climatolologia, que a zoaadcs climas de altaa
tampeiataras nada mais representa do que uma serie do dimas
parciaet differindo entre si por signaes bem decisivos IDn-
trooUu), Foi pcDi^ando como este grande onedico francez. sem
duTlda. que J. R'jchard deu a seguinte definição de clima :
<a reunião das superficies do glotoqne representam as m«j$mas
condições [ih ysicas c que reagem do mc^mo maJo ãu!>rc a saúde
dos seus habitantes».
Toda a superfície da área demarcada, perlo, porém fora da
latitude dos climas tórridos ou byperthermicos, segundo a deno-
miçio de Ponssagriyes, acba-se entre a linha isotbermica de ^5
6 a de 15, na zona dos climas quentes ou thermioos, onJe o sol
o soberbo domina/lor dos trópicos, nabelia pbrasede BuíTon,
eieode a todos os outros agentes climatéricos.
Collocado no interior do Bra/il, muito afastado do equador
thermlco, que passa além das costas septentrionaes da America
do Sul, nas Antilhas ; f jzendo parte integrante das grandes
Slanicies que participam do fresco e do a^*adavel das cadeias
e montanhas interiores do continente o bem exposto á acção
dos differentes elementos in3teorologicos. o futuro districto fe-
deral recebe igualmente o beneficio do aquecimento solar, ora
nas partes superion.^s ora nas parte.^^ inferiores dos accidentes
do solo. eein os damnos do excessivo calor, devido já á sua alti-
tude média, já ao manto de relva qiie durante grande parte do
anno furta a terra á acção directa dos i-aios calo ificoe do sol,
sem enumerar os capões das cabeceiras, os carrascaes, as mattas
e os buritysaes.
K* crença corrente e íofclizmente partilhada até por homen.s
de alto morecirocntoscioniifico, que o interior do Bra/il é uma
ri^gião intolerável por causa do sou calor abrazador, chegando
me:ímo Le Royde Moricourt o Eugénio Kochard a collocar o clima
thermlco do Hrazil ao lado do da Arábia, da Tripolitaua, ondo
nunci chove, o do sul <:e Marrocos, isto é : ao lado de climas de
paizes, cujas altas temperaturas provêm essencialmonto dos
seus grandes desertos de ai*eia, sem contar em relação a Mar-
rocos a influenoia thermogenica dos ventos do Sahara que, no
Senegal* situado ao sul de Marrocos e nas mo.'imas condições to-
o BRAZIL CENTRAL
:^27
pogfaptiicas, fj.z o thBrDaooieiro subir em jiqmcos mintito^ da
Í0* O a, 40* O e mesmo a 50^1 no dizer de Dutpoulau ; nas
margens do mar vermôlho» Arábia, onde se fazem sentir os
vantos doâ desertos arabss, A. Hoche vio o thermometro eltívar-
80 quasi insta» taneamea te de 20M a 40°3; o na Tripolttana,
segundo a citação do A. de Fontpertnis» os algarismos das tom-
peratuius mostram s6 mníto elevados tam1>eiii.
Nesta parto do interior do Brasil, a differoDça entro a
menor mínima e a maior máxima observada» foi do ^ib^^Q, o
que constituo execepclonal phenomeno, sendo quo a média destas
Oflcillações é de 13**1.
«Em nenhum ponÊo do Brasil tropical, diz o Dr. Em. Liats,
tive occasião de observar 40* durante minba longa catada.
Somente uma vez noxei ^^9H noa arredores do Rio de Jaociro
e l>^'S em Olinda» porto de Pernambuco. A raais baixa tempe-
ra tura observada neste ultimo pooto foi de 15*5, donde a dí-
íToronça de ^4^^3 entre os extremos. No Rio a diíTerença entre
os extremos Ct de 29*/o. Em Montevideo, onde o thermometro
at tinge a 0*^ essa diíTerenca vae a 4r ...*
Na Ri'publicã Argentina, cujti topograpliia asseraellia-sc
alguma cousa com a área estudada, com a vanTÁgem aioda do
valor imiforraisLidor de temperaini-as da vasta extensão do Oco-
00 Atlântico Meridional, o a cuja latitude, mais ou menos, cor-
responde a altitude do planalto central, a differença ó, segundo
o Dr. Pedro N. Arata, do39<6, entre menos 2"0 e mais 37"5,
sendo a média superiora I3"l.
A altitiulo representa papel importantíssimo na modificação
dos climas tropicaes, temperando-lhos o calor, tanto que muiías
regiões situadas debaixo do equador ou delle próximas, tom as
temperaturas diminuídas a tal ponto, quu apresentam médias
aaalLTgas lis dos paizo^ temperados lía l-:uropa, como se dá com
a Atíí^clia, com as índias Orion tacs, etc.
Tom íie prt>curtido estxbclcccr uma lei matliumatica para
essa relayão da temperatura com a altitude, o mesmo Humboldt
chcg:ou a admittir que a caaa ascoação de 156 a 170 metros cor-
respondia, na Europa Central entro os parai lolos de 3s'' o 71^1
o decrescimento de um gt-ào thormomctrico.
Com os progressos da thermometría, climatológica sensível
impulso tem obtido o conhecimento da dÍ!?trÍboiçSo do calor na
superfície da terra, pelo estudo das ídíI^iõos e distancias das
linhas isothermieas iwthnricase isochimeniíías, noa diversos
systomas de temperatura a Ualo o a no^te da Ai^ia, Europa
Contrai o America *)riental, o quci em aumma, permittiu e&íta-
beleccr a seguinte questão» desde o tempo de Humbodlt: «a que
fracção do eilor tht?rraometrItíO modlo do anno ou do voi^» cor-
respondo a variação de um gráo em latitudo quando se desloca
om um mesmo meridiano í*
Qualquer que seja, porém, osyâteraa de linhas isothermicas
de iguaós curvaturas, exiãte neeeâãaria e intima ligação entre
os três seguintes elementos: 1, a diminuição de calor uo sen lido
vertioat c do baixo para cima ; U» a variação d\j temperatui^a
2168 — !2;í Tomo ixviii. p, ii.
328
REVISTA ÍX> INSTITUTO HISTÓRICO
|Kiia um ;^'tâa do mudaQçi aa Utituclc googrupbica ; o, Ht* a
rulaV'UJ <jntn^ .k turopuratura media de uma (BJ^taçíio dtt moo^
taolia ú a, distancia au pulo de um pontu situado ao Qivet do mar.
KiUiM.' os paralkdobdtí líy*' o 71" diz Huiobuldt, a tempuratuxA
dofTtsce uDillíi inomLsnto tm i az/ào de meio gráo dcj tliormoiíietrõ
(lara cada grau do ULitudt'. Múh como o caior díminue de um
^Táo Híjíísa regiào quando a .iltura cro^c*.^ de 156 a 170 mi-'tros,
resulta quo 78 ou 85 metros do elevat;áo a4jima do oivel do mar
proiuzom o meísmo uííeito sabi*o a temiiâratura annual cumo o
Uoslocamoruo para o polo de lun gráo do latitude.
Vssim a tninperatupa media animal do cxjuvento do Moato
S. Ueruardo, a 24ÍM meti os do altura aa latitude de 55,^ 50\
corrôiipoude 4 de uma idauicio a T.V^ 5<y de latitude, ao nivcl do
mar.
No syslema da Amorica OrienUlt íj f-einpL^ratuiM media ao-
uual varia, da^ custas do Labrador a Boslon, do 0.'^s8 por cada
gráo do laútude; de Boston a Cbarle^wtou úa 0;" í^5 ; desta oi-
dadii ao trópico do Caacur (Cuba) a variiivão doat.e a 0,«íj6- Na
zona tropical, a temperatura varia com taota leotidão quo de
IlaNana a Cumaua a jBudaaça, para um grko do latilude« uao
vao além de 0/20.
Como clarameuto se percebe, todas estáíi observações foram
feitas ao iilvol do mar, ou C(jm pouca djllereoça desse nÍTel.
A.S õbíjorvaçõos feitas por Humbuldí, na nrimeira década do
XIX !? óculo» na parte intertropicat da cordilheira dos Andes,
deram a diminuição do um gráo do temperatura para 187
metruít do augmonto na aHura. Triuia aunos mais tardo, Bous*
smgauU adiou, iormo médio. 175 metros. Trabut julga maia
coiiseutauõo dizer que a muteorologíade um logar O modificada
pela elevação do terreno, que a altitude loprcsenta um factor
conaidoravel na diíTerenciação dos climaí? parciaes, som com-
tudo» piaciear exactamente o seu valor, e resume dizendo que.
a partir de HKX^ a 1200 metros, o clima torna-se muito seme-
lhante ao da Europa Central.
Edta opioiàode Trabut é corroborada pelo facto da diml*
nuivào da temperatura d luedia que se eleva sobre o nível do
mar, uu sentido da verttcaK
Para a diminuição do cad-L um grào do calor, segundo Loin*
bard, é necessária & elevação de 160 metroB na media, 200,
se^^uudo Réolus, e 150 a 180 segundo Ilayem, na zoou temp
perada,
08 irmXos Adolphoe Hormaun Schlagintweit acceitam a
media de Lombard, referida aos Alpes; porém Gaudier,
ba.soando-se em quatro annosde observações, cré quo a altura
a íjtie íse deve clieí^ap para obter o ubsixameuto de tempe-
ratura de um gráo O de VSú metros, termo médio.
Segundo o Ur. Em. Liais, noBrazil, a temperatura media
de um logar coUocado acima do nivol do mar, deve ser inferior
 tem[>eratura media da mesma latitude nesse nivel tantoe
grilos quantas v uzos a altitude do logar em queâtão encerra 200
metfOá, mais ou monos •
BII4ZIL CB.NTHÂL
329
Kaômtz diz que, ôm geral, póde-se admittir quo a tempe-
ratura decresce de um gráo por 18'^ metros; mas, esse numero
varia com a latitude, a ostaÇíào o a liorado dia» pois* que o de-
crescimeoto é mais noUvul uo vorâo Jo que ao iaverno, depois
do meio dia do que de manbã. o te.
Partindo do quo acabu de dizer, e applicando íV área de-
marcada, na latlt^ide de 15^^—1^)^ o altitudo media do 1000
metrus, conclue-se que a latitude é comparável com a das r»í«
giõea situadas entro ^í^" o 3*>*, e a tem piíra tuia media deve
oscillar entre 18" e 20<>. âo
De facto, observações ulteriores vieram provar a exaetid
do meu calculo em 1892, pois acliou-se a temperatura media
annual, de um auoo de obsorvaçôeí^, iguai a lU". 5.
A elevação da temperatura não alcança, poiá, lào alto gváo^
que possa dar ít ro^'iâo estudada o caracter do região torj^ida
ou bypertliermica»
AO contrario, as priucipaes caujas tia dimiouiçau da tem-
peratura pela altitude ahí se acham perfeitamente dolintdaíí,
B vem a ser: a rarefacção relativa do ar, o, consequeiuenioute,
a diminuição do seu poder absorvente para u calor ; o isola-
moo to do solo pela camada permanente de vegetação durante
qyatsi todo anuo, o que impede, de uma maueira mais on menos
completa, os raios solares de cliegai-em ató a ►^uporflcie do í^oIo,
moderando, por conseguinte, o aquecimento da terra, além de
que as planias por si actuam como moderadores do calor em
razão da evaporação constant*.'! de que sào a sedo; a intensi-
dade do podei' diathermaDO da atmospbora ; o, linalmentn, a
diminuição da pressão barométrica noííses vastíssimos c li apadões.
Weber veriíicou entro um solo sem vegetação e uiitro de
um campo vií^inho a dtffertííiça de 11" a 17»*.
O efreito geral da ve^íe tacão ú abaixar a temperatura no
verão e tornar o ar mais húmido*
Correlativaraonte, o gráo da humidaile atraasphei ic i não
attinge os algarismos das regiws baixas c hamidas, ou da zona
do littoraL ^
Para osse estado do humídado <ioncorre, .som duvida, a na-
tureza do terreno (EUiott) que em parte é oonstiluida jwr uma
camada de grez argilo.so ou ar;4^il lo- ferruginoso, ora sobre p^jsta
ora soto posta a camadas de cascalho de quartzo rolado e,um
conglomerado (tapiocanga),dandu ideia do que iramediatamêoí/e
abaixo destis alluviões acham-ae, horizontal ou obliquamente,
o schisto raicaceo, em geral decomposto, a argilla, o steachisto
ou pedra sabão, etc,, como de facto se verifica em muitos le-
gares,
O solo asííim formado, com a oríoniaçào goograpbica e con*
tíguração túpofrraphitui lagarmeuto expusta tvni oapitulus an-
teriores, lacilita smgularin íJito a expedição do excesso das
aguas superíiciaés e a prompca evaparaçàti das i n li li rada^í»' ga-
rantindo por essa forma a mais perfeita droriiigem natural,
Dus trabalhos de Bucbanan, neste parUcular, se infere :
que a di'6nagem eleva de um gráo a temperatura do solo
â30
REVISTA DO IN.<nTIJTO HISTÓRICO
arável ; que o fria atravessa mais rapi-líimt;iitt3 as tornia náo
drenadas do <iuo as dron;ukia ; que a torra drennda perde menos
calor quanilo a temperattira do ar é mais elevada que a do
solo; Oíuíira, qtie o solo drnnado dosembariLçaiido se mat^ facil-
raonio da sua humidade, apresenta ranis estável tcmperaturii.
Com o augmento da temperatura dm mozns éo voráo,
tambom atigmeauí a cíipacidadn doabáopt;âo do ar para o vapor
d*t^gtia^ razão pdla qual duraoíe 09 moz^â de maio a aicoí^to m
raramente o céo apresenta nuvens; ao passo que cjm a appro-
limação do mez tie setembro, vúo appiipecondo, atra vez dos
densos nevoeiros soccos produzidos pela fumaça accumtilada dos
prejudiciaes incêndios dos campo.^ o das roça^> as nuvens pjuco
a pouco, até tjyo o estabelecimento doa ventos de noroeste,
venha iniciar o período das chuvas, qno nesta part.* do interior
do Brasil tom particuiaridales dtgnas do nota, cuimo pretendo
demonstrar em outro trabaiUo.
Com o access^do sol ao zetiith» coincide a vinja do cortejo
da abobLiiia da nuvens» olevação de temperatura» Iiumiiade,
electricidade., otc.,q 110 o aci>mpanlKim na sua ojtoursào entre
03 trópicos, dando variações accidontaos, quomodirtcani al^^uma
cousa o caracter do clima, do uma época paia outra.
Os vários ventos do pericklo seccu do anno são fracoa, em
geral, sec^os o frio^, e qu isi sempre vera dos rtimoa de leste,
su4ste e sul depois de terem oa doi^ primeiros et^pecialmeatc
atravessado larga siiperíicie plana de paiz secco, c terem trans-
posto as cadeias de montanhas da serra da Canastra, da Matt^
da Curda 0 suas ramillcaçdes» e da serra Oer-il, que para o
norte, io dirige com diversos nomes.
No período das elmvas, ramo ji disbe, são astos ventos»
stibálituidos pelos ventos equatorÍao.s, queoles, Immidoí, dtt
origem marítima e dirócçao norto sui, atravez d:ís extcn.<u8
planictes de iVacus acei lonteá, rc;radas por muitos e caudalosos
rios com aíflaeiUos de cursos vários emnuíoero infinito, com*
yrehendiios entre o Amazonas o a serra Geral.
Mas, em virtude da rot-içlu ú^ terra (Halleyi os referidos
ventos chegam rts roí?iues contraes rio Brazil pelo rtimo de
noroeste» acomiKinliando.gn nâo poucas vezos do torm<mt4i8 o
borrascas.
Assim aquecidos e goltrecarre^ados do vapor d*ak'ua, os
ventas elevam-sc na atmosphem resvalando pelos planos incli-
nadoi ou encostas das torras altas do interior ; e, pela dupla
razão de chegarem a regidos etev&das da almoi^phera com tem-
peraturas inferiores As sua» e de díliitarem-se em virtude de
mais fraea pressão do ar, a tinraid.ide condensa-se e formam-Fe
nu^^ons ao mesmo tt^mpo que grande produccííe do eloctricidada
tem lo^ar*
E' no meio do relanipagos e truvõoíi qno estas nuvens quaii
sompr.? sedoáfazem em diluvianas chuvas táo commtins no in-
terior do Brazil no comovo da estação ciiuvosa.
Considerando a altitude doj ehapadõea do planalto central
em fUncção da m^ lati tudo ^ naturalmente conclue^se que o clio;»
n imA/ll, CnNTUAI,
asi
r
des3QS chapadõea tropicaes pôde ser classificado na categoria dos
climas das rt^giõRa montanhosas medias, cuja olG^^açâo vao de
5U0 a 10í>0oii 1500 metros acima do mar.
Nessa altitude, o abaixarncnto da temperatura ropra^anta
importante papel como correctivo da^ perturbações das funcçCkJS
physiolojtricaa, porventura, oliservadafci.
Entretanto, senu attentap para o conjnnctíj dos aguentes
oosmieos qtie podom infliiir sobro o iiomem pliysiologico, ainda
}ja aiictores que acceitam a theorica anoxliemia de .Toiírdanot, a
pliyaiologica hypermegalia hepática inlcrtropical e a consõ-
queute polycliLíiia phyBiologica, a fraqnoza muscular» o deposito
do pigmento cutâneo, otc*
Esáaa noçõôs nfio t€em fundamento scientiflco, a sao contra-
fiag ás leis da physiología liygida.
No clima daa terras ai tas do interior do Braziít nenlium
desses referidos ostadon mórbidos oncontra-so sem um determi-
nado gráo de ai toravào pathojogica : dyspopsia gástrica, alcoólica
iiu alimentar, dilatarão do estômago, cíitarrho gástrico ou gas-
tro intestinal, alcoólico ou não, aííecçuos iH^patJiicas catarrhaea
calculosns ou entras, agudas ou clironicas» paludismo, neuras«,
thonía, etc.
Ah pesf? as do meu conlieei mento que se queixam constan-
t eme D to d essa 9 porlurba^oei, andam sempre soba influencia no-
sogenica do uni organismo adoentado, são irritavniíi em estremo,
de susceptibilidade verdadeiramente hystorica, e tem algumas
ou todas as funcçòes orgânicas mais ou manos alteradas : essas
poíísoas, em pumraa, apresentam modiílcaçoes geraes do orga-
Dismo ioteiro em tão alto gráo que, pode se dizer, tíjra maia
de doença que de ^aude.
Uma pori^io do outros agentes etiológicos podem ser copai*-
tici pautes, a divonos titidoê, na prtHiucçao dessas doença.s
alt*m doH apontados, como por exemplo : a svplíilia, a lieredita-
riedade morlúda de qualquer natureza, a influencia das míis lo-
calidades, a situação material e moral da populaçílo, etc.
Uma população que recebe o beneílco inlloxo da cívilisaçâo
moderna tem como seu apaoagio privativo : aconstituçáo physíca
mais robusti e mais vigorosa, o maior desínvol vi mento do ttdlio,
a f^uperioridifle da energia pliysica, moral e intellectual, os ins-
ti netos guerreiros c o espirito do independência, tudo isto con-
trastando os hábitos dos povos das regitíes mais ai tas, em dema-
íiia secca, ou das regiões mais baixas demasiado húmidas.
Na Africa osaby&sinios e os lieroicos boers sao o maia fri-
sante exemplo da excoltí^ncía do clima da região montanhosa
media.
t
332 RE\7STA rrt IXSTITfTO f!IST'»RIO^
C\PITUD'J IX
PATHOLOGIA
Nenhama AfTecçãi) ooiutuita da estatística por mim organi-
•ada, e qae se acha no meo r^riaioriê de lSã3, é peculiar á pane
eiplorada do eitado de Ooyaz« nem tvi poaeo depende do clima.
As molefiias alii indicarias, entre as qoaas algumas graTcs,
como n 5yp lilis.a boaba, a morpbéa o diversas ontras em qne
a anem^ i predomina, observam-se lambem em vários pooios de
toda a z jna ini-rtropical, em medida desiguil para as differeotes
raças, para os differenxes gráos d^ receptividade mórbida indi-
vidual e, bem assim, para as influMieias sociaes, mesologicas* eic.
A isto, certamenve não são estranhas a altitude media dos
saudáveis chapadões. que também ^ do vastisinmo planalto da
America do Sul, na sua metade oriental; a exellencia das oon-
dicções meteorológicas e atmospheroiogicas ; a constituição do
solo, até hoje geralmente indemne do paluiismo : a grande alinn-
daneia e pureza da agrua potável, etc.
Foram poucos os doentes de morphóa por mim encontrados, e
a acreditar se nas informiç5es de pessoas dignas de fé, já hoave
tempo em «^ue era muito maior o numero de doentes dossa mo-
léstia.
Era rara a cidade, viila ou povoai que não tinlia, n*iim
extremo, uma casa especialmente destinada á morada destes
doentos. Ifoje tem desappareeido este costume e a não ser pert>
átt Pyrenopolis, não vi mais nenhuma dessas tristes moradas.
Apenas notei um ou outro doente avulso, viven'io promíscua-
mente com as »ipulações ruraes oa collectivas, sem infundir
outra cousa mais ao que a natural repugnância qne inspira a
doença.
Apezarda exagerada afflrmacão do Dr. Hilário de Goiivêa,
na ('anferencia Internacional ti e Berlim, deontubrode IH(r7, eu
continuo a crer, como os dlstinctos collegas Or. José Lourenço lie
Magalliãí3H, António Pacifico Pereira e Cosme de Sá Pereira, que
a morplif^^a tom diminuído no Brasil, com o progresso da civili-
saçã'), sobretudo depois da suppresiAo do trafico dos escravos.
Di líVPO do Dr. José L^>urenço, A morphéa no Brazil, oxtra-
hio a seguinte passagem, de uma carta do Dr. António Pacifico
Poi'Oira, moliço multo inteliigente e abilisado, pratico estadioso
o distinto e respeitável professjr da Faculdade da Baliia : ,. O
numero dos lep'osos diminuo felizmcnt') aqui, (na cldalo/da
Bailia) como em tola a pro*^incia. O numero dos doentes do
Hospital '1)S L)p(*<>^')^ elovava-se, em outras tempos, ao alga-
rismodscom ou miis; desls alguns annos. porém, raramente
exoio ao de vinte. No io^orior da província, segundo me
aíllrmam alguns modicjs e outras pessjas, os leprosos são ainda
mais raros, excopt j nos limites de Minas, onde o seu numero,
dizse, é sensivelmente maior. Bstas informações abrangem, de
um lado, a região comprehendida entre Alagoinha e Joazeíro,
URAZIL CENTRAI.
ââd
f
e, àú outro, a zona íjue so estL»nde da C;u:lioeira a Caaleti^ a
Leíiçôes, e 3.tr aíí mar^ong de rio S , Prancisco» .
A hunba, quepansnsnr imia moltstiade naturom8ypliilit.ica,
foi Importada p^^los primeiros Rfrieanoa qtio aqui clioiarariím» ia-
vadíudo rapidamente nosí^os ostal>cilecimí^nios raraos r> tomou
grando incremente com a continiiavSo do trafico.
Diío Dt\ Lopo do Albuquerque Diniz, no sou inf.eressante
Estudo da Bouba , que st/philts é o O ame quo a dciencia moderna
repete em lionra a Fracxietos, medico de oomeada qtm vivou no
XVI século ; q^ie htibis ou bi4as é o nomo da mesma raolostía,
pela primeira voz conhõeida na l^itropa era 1494, e quo nós bra-
síleirfjs, por urna corruptela pronunciamos houhas ; ftnalmento
que a palavra r//Y//i>(?oxprÍrae ainda a mesma moléstia.
Durante a? Diinhns viagens no interior do HiTizilt tive
ensejo de verificar pí^atícamente que o tjallico v a modalidade
bouba da syphiJis, firmado no aphoriíímo de Mippooratea : Xatu*
ram morborum curationes ostenduftt.
Nesse presupposto, apoiado nas valiísas opiniões de notáveis
médicos, como João Alves (Carneiro, ('liristovãíj dos Santos,
Jckaquim Silva, José Silva, Barão de Petrópolis. Harão de La-
vradio, NicoUo Moreira, e outros, institui a minha therapeutica
externa servindo-me do nitrato de prata foudilo e da agua
phagedonica negra um pooco ciueintrada, e u íutorna, de diver-
sos compostos raarcurtaos, sern contar os vohiculoso coadju-
vantes diversos, etc.
Entro as diienças mais communs em Goyaz, sem du viria oo-
cupa um doB primeiros logaroí» a sypbilís» sob todas as suaâ
formas clínicas, de.sdo a iofecção hunteriaaa reconto aié ás ma-
nifesta ç5es terciariasi, a heredosyphilis, a bouba o elTeitos r orno toa
representados por lesões visceraaa quasi sempre graves.
No Tííiíifario de 1893, lé-se o seguinte: As manifesiaçíles
agudas da infôeção syplu lítica dos cinco doctntes apontados na
estatística eram exacerbações de moléstia atitiíí^a em dous, o
significavam recente c^n tirai na<;Ho em três.»
cAFSim também os doentes soba rubrica de lesão cardío-
aortica eram ambos syphiliticos ; e um, aMm disso soíTria da
paludismo chronico de forma intermittente, ji quasi no decliDio
caclietioo ♦
Apresentava este doente uma eodocardo-arterite prolifemute
syphi titica tão avançada que o sopro presystolico ouvia-se a
mais de vinte centímetros da parede anterior do tborax, seme*
Jbando um assobio e impedia o doente de conciliar o sorano re-
gíifarmente.
Applicando-llte o traíamento capeei fico, om poucos dias
melliorou sensivelmente ,
O outro syphili tico tinha um vasto aneurisma da crossa da
aorta, causando táo profundas perturbai^ões oa circulação o
nutrição do bra^o direito, q^ie esto ja tinha tomado proporções
gigantescas em relação ao outro.
Uma das maia interessantes manifestações da syphilis, en-
contrei em um amaurotico que havia quatro annos tinha doante
REVISTA DO INSTITUTO llISTuRICO
da TÍ8ta una nmmn branca, qii© o impedia d© distinguir pessoas
n cmisas, o naal ílcrm rnlativamoDlí^ curada dontro dos j¥>ucos
dias ôiii (i\m estiví^ na FoiMnosã.
Mais fommuna ainda do qtie as múltiplos variodadea das
molestiua sypiíiliticas 43 veneieas era Goyaz, são as quo do.
pendem dos desequiliiuits ou pervcrsõns da nutrição orgânica,
ou sejam devidos á impróprias o pouco nutrientes snlistonciasaji-
mentan^s; cm á evolaçSo anurinal da digestão em suas diversas
pliase^, com producçào o consoqnento aL^sorpçâo do toxinns ; ou
á vicies e defeitos dts pJienomenoa physicos, clii micos, ou dô
ambos dos proi^essos intimiis da nutrição intersticial.
Estes desvioií do func<,'õeíi nutritivas, particularmente nos
estados do desequilíbrio mental e d©ííí*noreBcencia» terminam era
perturbações gcraes da nutrição, que sào a úiigtm das diathcsea
( Dallemagne )•
A natureza dos alimentos, o grande abuso dos condimentos
fortemente excitantes, ai íTuns mesmo irritanleíi, pelo que se tor-
nam vordadoiros cáusticos do estuinago e intestinos ; o abuso daa
bebidas alcoólicas, cm doa grandes fkctores degenorativcsdo j^e-
nero bomano, o que entre nós infelizmente vae segeneralisandõ;
a sjpbilis, a bouba c outras moléstias diathoáicas que teera pas-
sado de geração em geração, em preparo da graodo Iam i lia ne-
Tropathica ; o foueo cuidado na escoíba da agua pnra beber; a
ausência, de ordinário* do conforto o a ííeral falta das mais eb^-
raenlares noçues do Uygleno privada ; todas esí^as coiíí^s, em
summa, concorrera para o apparecin.onto das referidas enfi>r-
midades.
Em qualquer destas bypotheses, porôra, a serie do pertur-
bações geraes de toda a economiai ou pelo menos do alguma ou
algumas das pHncipaes fuocçôes; ou a modificação da consti-
tuição anatómica ou íunccional do organismo, suppõe fatal-
mente a diminuição da resistência dos meios orgânicos contra a
invasão de tudos os agentes da nossa destruição, para os quaes
o homem são nao é hospitaleiro, na expressiva pbrase de Bou-
chard .
E\ poia, essa prtívia modiflcaf;ão da nutrição intersticial,
juntamente com o descalabro mórbido bereditarioconcoraitiaoto,
que representa o ÍTanco determinismo de íima vasta serie do mo-
léstias dilTereotes» daa quaes se destacam : as diversas dyspepsias
por atonia dos órgãos digestivos, ou oulrag, o indefiDiJo anbri-
tiemo, as anemias parasitarias eu não parasitarias, a chloroso,
a cachexla aquosa, etc.
A observação destes factos k^vou-meíl convicçlo do que
certas doenças dos centros nervosos, vegetalivcs, fiíTccfivnsou
Eycbicos* nrvrose» sôpticaíi^ eutre as quais iiccupam íogares s^i-
jotes a liysteria, a epilepsia, a neuit^itbetjit, algumci psy*
eboses, ate., podem encontrarem sua eiiojcgia, cc mo factores
principaes e doa mais importantes, estas í. Iterações raetabcdicas,
íeeorreutes, como disse, da corrupção e desvius da digestão, de
«jQiQ resulta uma assi mi Ilação cheia de princípios tóxicos, uma
^^adeira autointoxicação digestiva, se^m duvida os geradore
o IIRA/IL CRNTIiAL
335
I
desses protheuâ cUnicoâi que tanto obscurecem ainda osae ramo
dos estudtiÈí médicos .
Muita mais fremieates encontrei ns aíTecçoes gastro*intes-
tinaes idiopalltit^as do que symptomaticas.
lios pliOQ orne nos maia couimummente observados iioá casos
do neuraíitiienía, dcstacavam-s^i! o moteorísmOp a appro^são
svmprrt penosa, as pijpifci.uos alIliiHtvas durante as digosLuos
sempre lentas, rfíplialajgia 6 fraqiieaa muscular.
Nessa doença, 09 soíTriíiionlos depressivos das faculdades
intellectuEies eram pateotes, e em tim doente» que apresentava
alto gráo de excitação nervosa^ nmDífestavan>se por uma ex-
quísita indecisão em mms resoluções.
Muitas veies o abatimento em deviJo ao estado do pro-
fundas perturbações gastro-iotestinaes^ a um sornuo invencível
ou a um sentimento de tristeza acabruDliadoura» que levavam o
doente ú. falsa crença dti congestão cerebral, quantio dava-sc o
concurso de desarranjos scnsoriae^í ; e causavam, outrosim, ver*
tiírens, ceidíalaUias grcracs ou paroiaeg, abalos musculam?, etc, '
Nesse neurastbanico do forma mi\U, em que predominavam
os symptonias fçastricos e cerebraes, na acena mórbida sobre-
sabiam pbenomenoií psychicos apparon temente inquietadores,
sem outra qualquer manifestação, entretanto» além do eraba-
raçoia a incolierente cunversaçâo o difficuldado do ideiação.
Emííora li^ssa^^oiro, esto ostado, no fim de al*íura tempo,
devo certamente concorrer para o apparecimcnio de uma ser:o
interminável das mais variadíis enfermidadi^s.
K\ portanto» nas moléstias deste grupo nosologica, quoas
vanedades avultara em numero, o as suas moáalidrviles se mos-
tram éob a base tiionomica dos priucipios otíologicod sy rapto-
ma ticos.
E' corrente era todo o sul de ^'loyaz, que na época do comoço
dos ventos boreaes^ occorrem muitos casos de broncliitesi bron-
ciio-pnetimonias» pneumonias 8 outras moléstias inflaramatorias
agudas dos órgãos tboracicos .
E^ta proposição carece de fundamento, pois^ a não serem
os casos de pnoumonia, succedido^j por causas bana es, assim
mesmo não muito communs, o que mais ordinfl ri amento se ob-
gerva é íiontraliirem esta doença e suas .similaní-í as pessoas que,
om seiTivo de queimada do roças ou de campus, expõem brusc:!-
mente o corpo a acçã 1 do frio, ou bobeodo agua fresca ou la-
vando o rosto, molbando a i-aboça e os prs para abrandarem o
calor commtmica'io, ou recebendo stiLilamente uma corrente de
ar íVio-
Uma mallioF adoeceu gravemente de pneumonia duplit
comprohendendo a totalidaitle doa dous pulmões, por baver la-
vado a eaboca em uma bica d*agua corrcnto, ao raoio dia, tendo
o corpo l>anhado de copioso suor, ooa consequência de serviço
que fazia perto do fugo .
Um dos mais curiosos casos por mim observados foi a bc-
mato-chyluria do coronel V., que também soflTria de uma bron-
cbítô chronica. Tinha melhoras duradouras, som comtudo obter
in*! íT^>^:^ >■ ^^b-.r."^' lEr-*:»!
?••«;*. • i:» -«i ^ra »
arnn ia sLcn* fr^r Da'
n*. aDfl i - 111 rTjrsB-^r-:^ ttr liíl
I ^ iiiiii" : :xrvr^r^ mii£^;% rx^ ia raiiiiÃ> m ««as » m
sca ^. riiiis ixi^foÃ* ^aeicr^v. ia stxiui ^ii«^?!i[ ht jàAt^m
J^mã t ^tiarg ls 2qrT-tnT: "^r^ ãa ó. '«10 V^r^aaj » mi
f5í-«-5 •- 3a<.4 :ii "niWia. iii^r»» rra í .LUixnix tt^-t* * nnctíten ie
'«Mnt/^, tpb&SQija rif» i4. ?aanx :an *Lra it^ por': ò: ? i^
«Ur».
%H^ii%M, \vjrí\T%:Át (keiltofia^ xwor:!!. ^ j* q-ae .-ni'^*^-
^mfi^>. um «t faon.W a^r iir^* *!*ani4w ^ [-^tiynÁ i - ?*>
//í fíi^uovr^ riégTkm % Mlectr c-t^oeUeH. ipóa três is:x« •!•
/y/A' ni6« ik>frnmentr>fl.
Krn tod« » ares demarcail^, fó ha om ^or^r. e^^e riesnM
mniV^ p^fKrtio. em qu*^ obs^rrei ^fii^rno. Poi perlo di rilli de
MmKrfi á'ArmAâ, 00 ramo doi BKrros do Oitiafueiro. "i pi»,
niei"!; bqmiia que arompanhi as siaoo^iiideâ do ril^^irâo do
mfisuno DOffH^, f; oode je hana inatallado, por occisiio d » minha
pM^a^em mai^ otj m<riio9, o doto cemitério, contra taij o qu- a
ad^ncia « o «i>oso comroain indicam : lendo de noiar q:i*- o nii-
niueulo (Antaoo promptamente «J^Vipparecerá desJe qae o .^ar<o
do ri ^^i rio Í5r lirre, e desembaraçad-i o leito dos ionumer^s tron-
cose ruzef de arvores que o atravancam em todos osíontidoa.
Eiíiro,\MTíto, em Mestre d'Arma« nada se eonboce de paio-
dismo, e o avpecto da população, na mia qaaai totalidade mui
yobre, é lodicatiTo de boa eande.
o BRAZIL CENTRAL 337
O começo do Vão do Paranan, onde se determinou o vértice
nordeste da área marcada para a futura capital federal, é sau-
dável como a Commissão teve eosejo de verificar.
Mas, por pouco que o caudal do rio Paranan se avolume, o
paludismo vae appareceudo, oomo em todos os ^andes rios,
em todos os vOos^ onde ha lentidão na expedição natural das
aguas, em todos os legares em que as a<?uas costumam es-
tagnar-se.
A turbeculoseé desconhecida nos sortoes goyanos.
Os dous doentes que encontrei na Formosa èrao^ ambos de
fora, e haviam procurado essa cidade pela fama, justamente me-
recida, da exoellencia do sou clima: uma moça mineira, que
anteriormente havia exercido o offlcio do cigarreira, e um moço
vindo de S. Paulo por ArazÀ.
Nâo ô raro o papo em Goyaz, e as pessoas que o tem, salvo
uma OQ outra, não ligam a menor importância ã doença.
Em certas regiões, eom especial idade no norte do estado,
ha pontos em que o papo é mais generalisado: e, ao que me foi
referido, já houve tempo em que era motivo de estranhesa para
os moradores desses longiquos legares o apparecimento de pes-
soas sem papo.
O papo, em geral indolente, é pediculado ou não. No pri-
meiro caso, a extensão do pedículo, pelo que eu observei em
Ooyaz, é de alguns centimentros apenas e de larga base, e no se-
gundo, o papo é adherente, apresenta-se com formas e dimensões
muito variadas, seja uniloculado ou multiloculado; e alguns ha
cuja manifestação exterior se traduz simplesmente por um en-
grossamento mais ou menos accentuado do pescoço.
Algumas vezes, no periodo inicial, o pnpo dóe a ponto de
incommodar o paciente.
Examinei um homem que possuía um incipiente doloroso.
Acontecendo ir ã capital do estado, notou que no fim de cerca
de vinte dias o papo havia dosappareeido, sem deixar o menor
vestígio.
Voltando, poróra, para a sua cidade, de clima mais fresco,
mais secco e mais consi;ante, vio com magoa reapparecer o papo
doloroso .
A natureza do papo ató hoje ó. ainda desconhecida ; mas acre-
dito que não são estranhas ás suas causas efflciontes as influen-
cias do processo evolutivo da herança principalmente e do estado
social, das intempéries, da miséria, da alimentação, da agua,
provocando tudo isto determinado grèo de enfraquecimento or-
gânico, e, pois, íácilitando a acção do vigente toxiinfeccioso.
Desde o tempo de Morei e Vingtrinier, acreditava-se na exis-
tência de um agente miasmatico especial, produzindo uma de-
generescência mórbida cujo primeiro gráo era o papo e o ultimo
cretinismo.
Saint-Claire Deville, em suas pesquizas, reconheceu que
todas as substancias da atmosphera de uma região encontram-se
também ua agua da mesma região; pelo que comprehendese,
uma vez admittida a existência de um miasmia papogenico,
m>i
RlíVlSTA DO INSTITOTO HISTÓRICO
pàãe oll6 achar-se no ar e na? aguaa da localidade assolada pela
KdberhS Tourílôs c outros acreditam ca ideotidaxla do
a|cont6 papogeBica e inal(%ríco, porquanto, tie^uodo Toardes, a
oiulemia do papo «i3 cm grau<le fíivifò occasiooâa pela iDJiiteoeta
pantanosa*.
rom Baillarger» pólo-se di2»^r qiu> oxiste sem contestação
um *.iíTente toxico, o^special» "nico» o mesmo por toda a piarte*
qno nf*^ ^^ ' ^^ organismos \ivo3 d lhes imprime uma tara de
ú^gi ia sempre idenUoa, a qual oomeçano papo e acaba
Entro ííòs, o Dr. Jios^S Ricartlo Pires de Almeida, ifiTasii*
gãdor iateilígente e opero:^, descobriu nm micróbio, a que doo
a quolidado do prmiuctor do papo, segundo eip«>e no seu r^im*
tm^o de medtcohygionista, qtte foi em 1893, da Ofmmisãão «te
Ksiufíos fia Nora Ctnniof do Ksiatio de Minas,
Estes estndtis do Dr* Pires de Almeida, embora da lAuíla
valia, não tiveram ainda a sancçâo dasoiaiiela*
Acredttãmlo-s \ como o iliosirc medioo acredita, que a eausa
eiSctonte do pa^^ e suas degeoareaoeiíeias é um mic*oMa. d^
Yo-aedizcr om Tísta do estado aelual doatea e8lodo8]iaHieQlare9«
como Bor iíer, que é permittido pensar que a eaoaa do papo
ot^ste em tim microorganismo ainda daacoobecida, eoiaparar< 1
ao.4 r«'rmeutu<, impasâi?el de mt deaeolierto pela diimica. eouia
o do pdudismo, e^ja exlsteneta a micraieopio reTelon e atWH
culaçào eoQÍlrmou.
Oam o ttaluditfiio, dan-se a maaoia eoosa. kto é, aeredilaii-aB
■a eatsieaicia de um «gante iitfbeeíoao, eapariftao» o meono por
Ioda a parte, aiMaiiio o« orgaaisaos vítoi e Iboi im|ifiBÍDda
lima taradedeftiiorKeaDeiaaemprefdeiiiica,deaii6a M^ ín*
lerwItliBla aimplaa eim o prunatro lermo e a cam&ia paJoftre
ou paludismo aroUmm era o «Itimo.
Depoía dos timb-Ulioa tntelligoaica de Lairoiao« aa EurogOL. «
do Dr* Fraaoiseo F^k^urdo, entro aâa, domohrm lo o a^eoio pro-
dootor da ialoiko<io aalai iea. o ifUaMoria de LaT«vaa,
Oa diTOfoea giêos da dfl(gooogomintja molíTada peto papow
m, oeoa de Qojgkm per mim Tiaitad^ eeam layy tadwi por
odooirMa* 008 aiiaiPfladoiL 'Oom loaBUsastaGosa orBBOJ^eaa ▼ariao*
éOMo o eaeooineo, o Dmeo do eopiíilow o ámeqolliVrodo, o im-
o idiola myioèrmaloBo dolWwawi, ooroiíBa^tarpeo, pu-
00 lio^
imaloopordoli
u olc«aléo
16» Olé 01
r.âM
I q«e era o
o IIRAZII. r.iíNTRAL
330
I
aiitaraáto; e nosso descalabro do todaa as furça^ riflicaca do es-
pirito, sobreaaMi uma mogi perfeita, iíitelligente, pir(íoeixdo
peli correcção da aeu enten iimonto e da suíi boa moraL ser
estranha do aasci mento e €ria<;ãg a es^e iiiei'> do tào profundÍD^
dogradação humnna.
Vi uraa negra o um lilbaaiiuUo, caJa am com um onormo
papo multilocQlado, a:!ndo» não obstanto» os dous perlei tcunonte
sãos de corpo e do espirito: aquulla boa co3tnbeira o este per-
foito carreiro.
Ao cúntrario destoa* uma velha octogenária da cidade de
Homllm, tr acenda na rogiào media do pescoço um pequeno papo,
do tamanlio de uiu ovo de j^alUntia. apreseniav i cni alto grào
09 eaLigmaa da degeneraf^ao paposa, dentre os qn9.es so desta-
cavam o idiotismo o a surdo- mudei quasi completos.
Porto do Santa Luzia» cncootrei um acramogaíico, oujog
sympiomas, mal acceottiados, todavia oram bastante claro:) para
nâo deixar uonbuma duvida âobru o diagnostico.
Final mento, p6de so concluir, com Uaillarger, Brisáau I, Dal-
loraa^^ne, Dagonet, Jullo do Mattos, Foderé, Morol o outros:
l<>— lia estreita relação entre a papeira e os diversos estados
de degenerescência cretinosa ;
^ '— esta relação não ô absoluUimeato constante, mas guarda
ligação multo intima ;
:; — a papeira o o cretinismo sâu unidos pelos raais estreitos
laços etiobgicos e patholo;;^icos, e, na realidade, não sao mais do
qtie duas manifestações di Heron tos de uma uníca e mesma en-
demia ;
4*^0 maior numoro de croLínos unconira-se nas fimilia^ do
papudo.s.
O papo, adfiuirido ou Uoreditario, póde-so curar, p vto trata-
menta opotbeiapico iuiciaiJo a tempo o pela modicaçQo iuierna
e exleriia^abuudantumente iodjula,
A mudança do meiu o u t*3mpo sào LuDbum fdctoreá de pri-
meira ordem na cura de tão triste doença.
CAPITULO X
ANTIGAS E ACT( 'AES VIAS DE r.QMMUNlCAÇÃO TERRESTRES
E FLUMALiS
§1
ANTIGAS K ACTUAE3 VIAS TEíiREgrRES DE COMMCNÍCAÇ \0»
O primeiro desciíbridor do Goyaz, conforme a tradição, fii
Manoel Corrêa» que em 1017 ^Di^^ Joaquim Manoel de MBcedo)
ambiciosamente visando os lucroi do ouro e da tscraviííação dca
I
iiU UhVlMlA IH» INSTITUTO lUSTORICO
luai^ «it^<<«riaoH \H>\s> abu^h» O pelas oircumsUneias de eotSo
i^.lnuU». iMiti\^Mhou-5M> v^U»í> «eriite a dentro atô oriodos
V,a»vi av* .juAi Mivu Ji**oiuvo# de ouro em pó, poroMiode
um ui.i .» »U' iHiauhv^. O uwbeui wcraTi»)U «oiloe iodio».
\v.u \ .v.;\'tu aoi\\>u um mdl e«^cripto e coofoao roleiío
. luii ^' u.» * í^'u vlo^visdu u)n)rni» (Ayres deGml).
vsi. : .> I . ti)v^;c«;.i'\utt Mc' Ul'^fie mi»cir« em tMnpús diflÉraolas
«>;.ii uUs • ;n ;or.4l. * iui'«uku ciimiDbo aw as ltrrai^ do indifls
. ^^.,.,:)^io ^ .^i\iè^ti<i^ pred^ridu pelo iLuiio gneral Dr.
>..... N . .1 .'^ u ^^ .k> ^.;l^.llUae^ e em curto pcui» de Mnpo
,,uAv^'«^^ "^ ^\oaHir^ir«^j^ :^cr picadas «m todas a« õizsc^
..»v*' ^* '^ * !*uuiUviK'> úA.'A><.>'*ífcf ie jur*í*
\ ........ \A«'« .;uv >«arrvjiàruu i aaT^gscíK» peotíaa • áes-
...11. ..J.iA, *it .wouè*.» i<í .vix-» i» tuaOTj mil SlíIumbbpm
\, .. .u .. u.x ' ^aoithk :K>rou^i:^rHM;i«»p«iiiiiaiMÍa-e»fefia«
.,^. .isv.:^- ' v...:i^v^ \.^uiiUM» v»ae$ :Jor *«rra. e soiiriFimii#4
.^M U , , «s oiis ..X - Avio si «u r^Mii. piua ieK'j(B7.rantciim
w. , l \.. v-.v ^'X'.^^^h ^ H».-.u -txNM i <ãai praeiuflBS 3Iub»k
«..K.x > .«u^»^■ >> « :^«AU it^ xir<àoioiiiBtt jasnu ^
^.(« .. .1 «... wv\»c«Lu%^«« ' ^ ^'* ^'^ 'Sim, iu OBMDB
.;. .^;. tí*. 4c- r*!V iií.
^ . :»-♦ . ■ V'^' ^•- \Li .. uy w -w-t ^ .«^te
.a.. A... u.. -- á ■:.> . > *=JÀ»^. ■ vr«- • ;;.-. 'r!ãttcaf;\# m
y.^--. -* . ^--.A." . -m u: lã x.."'.c^.s t-:*crai3.
.: •y.j^i :r..:i^. •. ■■•liav \-rsáa 5 ■ ?av»?í 1^.44, .-js* ;tr à^
u. ■ -.■ ■ae<r ,: -. 3L TI'; -t -à^*'-: íin:.\-, ..ftiparvs. wu
j?-ai.;- ■• ^ *^-.i. aii».* - i-.r'^- a ^j^w^^-^f ?z«vai.eaea &
w i-'* .^-. T : :»* - "i,. >•■ • . ^r ■. «
>3aLMi-. ... ,* ;:- •. 'Oí-^- • -V
li -■• ^: .. í t " .-^ :: is ^ . '« L"---^!*. j
o BRASIL CENTRAL
341
govôrauidor, qinà tmoobstaaí.o coahocia n ^un íideli Lido^ espiri-
to recto e reconht^ciJ i [>rL)bridíjiJtí,
Em 1726 péla iiiíjámo gdvorniwlur CQVi;do coiíi todos oá re-
cursos necessários, de uovo ontrou Humm com giviode séquito.
Mais teliz desta vez, eacontroii o desejado sitio dos mdios
Ga^Qzex^ ou Oútjàs corau escreve o coQogo Suuza*
Eáte ponto liJsLorícti d;is antigas viagens du descobrimento
de ouro pelo auteriordo Brazil, apresenta uma coutruveráia,
que< entre lanto^ pôde ser sem base pelo «ipparecimjutu, uos
tempos maia raoderaos, de intere^j^antesducuaientoa nos arclii-
vos do governo de Goyaz como va.mos ver.
Noa 80U8— Annaes d.t Provmeia de Go>;a— diz Josi^ Martins
Pereira de Alencaatro, quo foi prosideotLrda mesma provincia:
«Nâo vemos fundamento ;ilguja que induza ;i crer quo olle
(Bnenu Fiilio) tivesse cliegadu com os aeus companlieiros da
miiirgensdú Paraoan, no norte da provineia, o muito menos que
alí^una d^iS seus aventureiros, desQorteados, se tivessem erubar-
caâu no Tocantios com dirocçào ao Para. Tudo isto temos cm
coQla dfí novel la mal contada, O que acreditamos é o seguinte:»
€ Desanimados alguns dos ciielea da bandeira, oâo sé por oão
lereoi acertado cora o rumo demandado, como por x,^vim\ mor-
rido muitas praças e escravos, alguns até de fome, vondo além
disto em perspectiva aterradora uovus perigos atravOs de flo^
restas povoadas de innu meros selvagens» projectaram voltar
atrás um anuo depiiis do haverem partido de S. Paulo ; poróin,
á vííjta da altitude eaorgica de Bueao e da ^ua conskiiicia nos
perigos, molbor aconselhados, resolveram prose^niir, comianto
quo iim expresso fosse a S. Paulo com cartas ao governador
pedindo os socoorros de que careciam.
ví Com offeíto assim so pn^icou, oscrevendo Bueno a Rodrigo
Cosar de Menezes, latítimando-Hte, por não ter atr» então podido
descobrir as paragens que buscava com aquella fi; o condtan^da
de um novo Colombo.
«Quiz, porém, a Divina Providencia que, dopoia de trea
auuos dos maiores sOiffrimentoB^ chegasse Bueao com a sua
gente ao ponto do seu almejado destino (').
r
* Bàs,io-mo na Reguinio carta» qne El-Rel escr«vea ao gover-
nador de S. Paulo, pam lejeitarrin o depoim^íiio qufr sobre eato
puBto da tlisturia d*' Ooyast <e Ir nas Mtmorius do coiiego Luiz Aa-
tOQio da Silva o Sotiza, Bôrredo e muitos outros :
«Senhor, havendo dado coata a V, M. da forma vm que tenho
estabebcido as Ilova.^ minaa di» Cnvabâ. e Oslando para dfapnrlir as
via?í. tíliega t» oxploriídur tJo> dfscobrímudtos dos 'Ii>ya7es, BatQi>loni<iu
Bu6iio lia íSilva,iiuc m.iiidei oui o anni> tle 1722 liqiiclle M^rlao. em o
(jual aniou tros aiinoa e dons m^z^^s, -s«in poder acerlar com a fjarajjeni
que buscava, por haver auareuta ânuos nu© tinha vÍa(o, io cu,c* dila-
tado tempo ae st^guiu dilrícultíir-se o íjup r\ raQla>ia lhe facilitava^
©, 3fm embargo de se vor diminuto de forças, por lhe hnver iHorrido
od-aertado a maior parto dj ?jentfl íiac o acompanhava, nâo atírouxou
na diligência porque, como ¥alorosio, cousilaJito e leal vat^Uo ilc
3'»2 REVISTA DO INSTITUTO HISTOKKO
<!>iz a tradiçio qae oa^ntnra aíoii Tes(:g:us d* paaéxzeia
d3 Sf^a pae, e qae eotre os íQá*'3« gojá.i hwia vir^ã reior-
dições do Drrirel Anha^gu^ra. Eram já pa&»ad>3 quarea^a
anões ; desta vez, por^m, aão f.»r.im periidos piri o Estado
Untos trabilbos e STcriâ:^.03».
<Xã3 ox^ pareia de grande iaferei^e saber qaal ÍA pr-i^i-
sãmente essi íocnlMale qae l>ieo> e-^m tanto e^ipenho pro-
curara. Dizena ans que era o sit.o do Ferreiro, outros qa ■ a Esar ra .
E* eerto qae Baeno tinha n^te ultimo lo;^ar as «nas livrais, c
?[ae dahi se transf-^ríram cm 17^7 os primeiros hibi cintes, para
andarem na mar/em do rio Vermelh j o arraial de SintWnna.
depDís Vílla-Boa, e boje cllade de «^oyaz.
cO grande desfai ju? s >ffrído no p^sml da bio leira, r&iuziia
a mnito poucas praxis pali mor^ da amas e des3rção de o^jtras,
e a demora na ida d » soccãrros pxliios ao Governador, resol-
Teram Baeno a regressar aos iar^s d'>mesticos.
«Corria o anno de 17^. Xo dia 21 d 3 ontubro cbegoa a
S. Paalo. precisament:^ quasi qaindo jà estiram preparados os
anxiiiosqoe peiira».
V. Já., dr-ípr,/ iU ••• cvi-IeQt.-i purígu^ .jue tra/.ia dunt'- dos oiíf»*.
ajisim p«Ia multiJã>d^ £:<e>a*io ÍKir)«aro. qae continuam. ate se a\i9i-
nliavacom •11". ojvao p.-la granlc esterilidade {u-- e\\.tT.uiCAi^\:. dj
iiocci?>ari«j para ;iliuientar-S''. atse «tando ccin<ig> -lu..- n'\o ii iv..i
appareccr d"anto d • mim íc.-n *^t:s.az-r o do qne *»; havia en arreda J*^.
c mais faríl gíria p^rdor a vida : «•. 'Oií<ían//*>-»#i'' '/o •■í''J'Ío ^/z- «/i*.
fc nchnréi ,- thi *u't fii'ut*'z-t. jã,-(ym''i so*'rort't-f-". >*'»»• *-» parj ''<ir-
Ih'' r^il^n' a ilitn (lil'ti''ncin, n'a* ninóa jt^ira ratvr-ih- «i •*' ''i ».* •*•'<
fcrç"i'e ' iiuhidojHir". u t/ifhir-fh'' acft-Oi-ro. ch'*/'t t*.o 'fUt l'í t- • • -r-
rrnt'\ tnHU'> -iatuíffifo jfjr h*i cr ron^-fjuith» *, ///* ■ # jti^'aito .V*'^'»' 'i>
batia buK*.i'ln, iX- cxiy* ác^i'*yhT\m*'nio s.-.-Mira i-nae- ::raol.i:.:3 a s d •
4>uial»á «uni a íne-!ii.i pt.rpiaDcti* ia c íjíii aL-uui 1 v^ní-vr». .1.. p-r nt*
ttrem os are^ tso contjL'io.í>i9, e por-fuc c ta Qoti> ia tem tants^ • .^-
cu'i--'dnci.iS cm utili iade <j<j 3<rviç«» de \ . M. •• •!'■ *'.ia r-a la-^nla.
;i iid'1 dilato, pondo íii%taiiie<it^ oa re^l presença •! \ . M. o -r.aM i.o
íí lealdadí^ dos p:iii]i<ita^. 'i«e, ^ • ^ m algum tciii;»'r. >e di/, a nã > m-.i--
fr;ircrn, riu o do !ik-u eov-rno t -.m d.<>fniiio d'* -«iff? aru !;.\ «.pi-
luão. < ofiio acredii;» n õ)h dicncia e a 'U.f-ição. em ^{HQ - acLj. e ocmo
o "iplor.idor Ii.it !iolo:i.í;u Bucn» da >ilv.i ■• -'.w g^nr* .í.. \o L lí^» da
>ilv;i Oi /. qiio o afoiuj»anIi «u. s m d^saiuparal-o. ainda r.jii..e-
í-í^nd'» (t* <».ident'A i» ri.o- n quo stava exposto, liiv.^nl) p^rdii»
2Z í*"'« ravo áv mãos do L''nlio. o ni.T.ii*! p«»r « lu-^ da '.rand *^\>-
rilid id '. p .1' tridíi- <• la < irouiii-t.inii.is -i- 'a/'?m d« . n .> -i .;ur \ . M.
0-- louvi-, iiiaitlaii l<> a7rad''C<^r-lli'^'; .► ■;. rv < • .pi. !!» • 1 / V.-: ., por
niia honra bíí d^'\an/*'em in-^ain nl»-, «• 'a/ nd)-lh s ; «^u- ilas ui to -
quo V. M. ío-tuiiia di.-ttrihiiir com os hen«íim;ritO'. •■ eniãi h".n
podciM aiiimar-me a pedir. s*-. .» r- ai LTaudoza d« V. M. :o^s». ne-»;-
•ario kml»r.ir o serviç<Miu«; nt>t<- írovi-ru > Ih». lenh«j w\\.'> i oin tauo
dc.?\íl'», a^.iin nos de.s 'obrim 'nt'>À ilo ouro •• s u rstai.tic» nuenlo
coTiio auLTiiúiito da .'az(;iida real c arcr« scimo do^ diz-ituo;,;, cuj«j2 ser-
viços acTolitnm os mes'iios íiil'«ilo«. Deus iruard • a real p-.-á'»a do V.
M.— s. |»aulo, '/Ti *\c outubro *h- 17^>.— /ío'/i'V/u 'Víj. ^V MiritZis,»
Dys Anna^n de Juíc Martins Pereira de AKncaslre.
o BlíA/-tL CENTRAL
343
•irDaiido conta áo& seus serviços e reqtmaitfiQdo auxilio? p ira
proaeguir m\ orapreaa, que tão bom ia começada, teadoos con-
seguido em raaio de 1720, voUqu a Ooyaz aompanhado do
pa5re AQtjniií do Oliveirx Gago. Manoel Pinto Guedes, o enge-
heiro Manoel de Barros, .loio Leite e outroa, quo j4 o liaviam
acompanhado na primeira expedição».
*Uô8de que resolveu voltar a Goyaí foi com tenção formada
de e^taf>elecer*se ai li deíirntívameiite».
Atada uma vez, om 17:^8, Bueno voltoii a S, Paylo para dar
noticiai jjobre o estado dkts minas, e iiesBa occaaiào requereu a
[■emuueraçao do seus valiosos serviços.
Foi- 1 lie conferido o titulo de capitão -rege ate e supeiiutoíi-
dente geral das minas de ííoyaz, cora juri-dioção absoluta no
civeU crime e militar, e direito do conceder sesmarias, l-^oi
depois promovido ao posto de coronel das ordenanças, e cora
a ci'eaf,^ de Villa Boa uomeadoseu <Kipitão-mór. ííriiz te^o
em rcoompansa a nomeação de guarda mor, ua conformidade do
art, 7" do regimento de 30 de junho de 1722, ( lutras poquonas
mercêf foram conferidas aos sócios de Buono,
Diz o cónego Souza : <K' verdadu que podemos chamar a
usto lorapo a odade tte ouro do Goyaz, mas desde oníio como-
çaram a evapoi.ir-se as buas gi-auduzos, O ouro fugiu do seir
centro e nao tornou com a mosma facilidade com que se ad-
quiria» o se lho dava consumo, o sem fallar no luxo desregr&do,
quG veiti depois a consumar a decadência emquanto se não po-
voou o Ciiminbo de S. Paulo, o único que então havia, emqtianto
a agricultura não miuistrou mantimentt^s; as cousas mais ne-
cessárias para vida m vendiam a peso de ouro. . ,» *
Como 6 natural» os homens concorriam cada vez raaii,
e vmhara de toda a parte : de S, Paulo, Minas Geraes, Rio de
Janeiro, Bahia, Pernambuco, Piauhy» Matio Grosso, Maranhão
etc. e por sertões incultos abiia.ni picadas de coramunicaçâo
para a região dos Araés, como a princípio se chamava esta
p;irtedo Brasil, notável pela sua riquezi aurífera.
Mas stmi orientação nem destino, essea intrépidos ban-
deirantes rarai vezoi marcavam os caminhos percorridos, e
quando isto faziam era mui vagamente.
Entretanto, as novas expedições o camvanas de Ortiz,
Galhamaro, Manoel Rodrigues Ihoraa/., António Ferraz de
Aritujo, Am iro Leite e outros, em tudas as direcções, iam le-
vantando arranchamentos nos sitios oscolhidos para a fundação
lios seus os ta í>nleci mentos ilr* mineração, úi^ que se originaram
muitoH íirraiacá : Ouro ilno, Trahiras, Meia Ponto, SinfAnna,
Amaro Leite etc.
Ao passo que as terras goyanas eram assim descortinadas
pelo6 seus primeiros povoadores, os míneiro:^, imitu.ndo o
exemplo dos pxulistaf, faziam largas explorações pelo alto rio
S, Francisco, no das Velhas, Paranahyba ató S. Marcos, abrindo
achtraada piada ^Ííj Goí/ííi, guiados pelo vaqueano ssertaiima
Urb tno de Couto, cmos conhecimenloi praiicus dos sertões do
interior do Brasil o diatinguiam nesta nattiresa de tr^ibalhot.
2158 — 2i Tomh Lxviii 1-. II
L
34 i
REVISTA DO INSTITTTTO JIISTORJCO
O traDSito estabelecido para o Ptauhy, Maranhão o Pará ett!,
ôra í^rande, tanto p* r terra como por via íluvuU. e também
para M.Uto GroFs-*, pela estrada aberta era 1736 por Theodo-
ricn Nobre d seu g( oro Angelo Preto, amboiã paclistas, <iae esta*
belecerftm esta cora iiunicaç?.u bonofica (Southey). em substi-
tui*;no íi primitiva picada do Bartbulomeu Bueoo da Stl^a,
António Pjreg de Campes, o íIei?cobrid«>r de ruyabâ, mais oa
menos do mesmo ter jpo de Anhnguera, e, porventnra de outros
com numerosas comitivas (Barão de Melgaço).
Knlrc outras, a picada de Goyas ia ter aos curnies do rio
í>. Francisco, como áo denominavam o^ campos de criaçio, e
por cila ?e r.iziam is permuttas do ^ado e fazenda» com o ouro
cm \mS, quasi que n utíica moeda então existente para toda a
espí-cM.^ de traosacçõf 3 comraorciaeí
lígta picada, cin^^ideradã grande fonte d*^ extravio do ouro
«3m pó, fíCJju inteilnta pelo ftando do 5 de oulut-ro de MX^t
publicado a toque de caixa, em o qual se ordenava que fossem
coDtlscados todos os. ^ons dos que comprassem géneros entrados
por essa via de coi/imuaicaçào.
As numerosas pi lada^í para Goyaz eram portas francí^s para
a prevaricação e o contrabando, c motivaram uma serie do
medidas exiravaíjan -es, daj; qiiaes citarei as mais curiosas.
A cana vògvà. de 10 de janHro do 1730 determinou que bou-
vegae um ió camiiil o para Goyax; pouco tempo depois, flcou
vedada a uavegaçi< do Tocantins; em outra occasláo se or-
denou ao govõrna(^o ' do Maranhão que tivesse todo o cuidado
cm não adeantar ;w povoações para as partes das minas, o ouo
líkv consentisse qur <!e modo algum se abrissem caminíios
para oUas, pela al^a conveniência o ccoQomia quo devia re
saltar da execuçáu íi 1 e Invioiavel da lei de ',^7 tJe outubro de
17:^3 í
Alem destila nudidas, o conde de Sarzedaspor ordem de 25
de jullio de 1732 tíjiha determinado que ninguém fosse a Goyaz
sem passar pelos rc^iStros ; e para melhor fiscal isação e cobrança
do direito das ontrÊ^dis raandoíi estabelecer, sem levar em conta
o? registros de &e^'u ida ordem, o da margem do rio Jaguary*
o doi» Arrependidoís, uos limites de Minas e Goyaz, e o de Sio
Domirtgos, porto d i Formosa, antigo arraial itos Couros, para
Minas ; os de S. Doaúngos, Tagtiatinga e Duro para I^bia ; o
da Formiga para P auhy ; para Níaranhâo o da Boa Vista ;
para o Pará o de S. Joáo das Duas Barras e pai-a Cuyabi o re-
gistro du rio Grande (Araguaya).
Sobre todaít as medidas se destacavam a expulsão dos ou-
rives como outros untos inimigos dos direitos itíaes ; a celebre
dispoâição que ve<ia*a nas minas de ouro» cnnnavi"' ^ ^ - nge-
Dhoeas do agnardeite» pelo bando de 13 de junho lue
ao mesmo tempj o.^dânara áquelles quo iive!>3em p: .. ^ de
canoa as destruísse a no prazo do dous mezes, bob pena áé
serem reraõitidoa ,>T9308 para S* Paulo, afim de serem casti-
gados na fórína dait leis o s^oíTrerem as mais penas quô se Ihel
qtiitè8á»m tmpor, além das dt bequeõfro.
M BRAZIL CENTRAL
345
Tal nKjdlda, como as outras, produzia os mais lameoia-
vôii resultados, qm^ foram aggmvaiiog rundii mais pelag dispo-
airôeada regimenta do f* de f voreiro de 1733» dado ao provodor
do registro de S, Paulo pelo conde de Sarzerlaa, oo qual se do-
terminava que ninguém podia entrar em Cíoyaz sem apresentar
despacho on licença do governador.
A deapeito da severidade destas ordens e sua rigorosa exe-
cução, o contrabando fazia se, o extravio continuava em maior
escala.
A improdcuidade destas medidas e a falta áú cuniprimcato
das ordens do governador, não por calculada desobudíentia mas
por falta de m<?ios para fazei -os observar em toJa a pie ai tudo,
levaram o ;íovernador a expor a El«Rei, em exttjnso relatório,
til situação das minas, o que <íelorrainou a provisão régia de "'
dM di^zembrode 1734, era virtuJ*^ d.i qual o ^'ovornalur devia
coovocar nm jnuta, que eitodasse o propuzosse a forma que se
devia observar na conservação, augmeuto o estabUidado das
mínaa de Guyax.
Com efTéito, essa junta extraordinária e solemtio convocada
para 25 de abril de 1735, resolveu que convinha: elevar íioyax
ao gr-lo de capitania independente da jtiri^dicgâo de S, Paulo;
tran- ferir a fUndií:ão doS. Paulo para o arraial de Mela Ponte,
além de ouíiras medidas tendentes a augmenlar a renda o re-
primir o contrabando.
Entretanto, só por alvará de 8 de novembro de 1744 é que
se realísou a creaçio da capitania iadependeaíc do Goyaz (jttn-
taraoDte cora a de Guyabá), sendo nomeado Gomes Freire de
Andpa<lo» que linha a governação do Minas e Rio de janeiro, e
dispensado Luiz de Mascarenhas, ontào govern:wior de S. Paulo*
Mas, só por carta patente de 14 de setembro de 1748, é qae
a nova capitania tove o seu govornador privativo D. Marcos
de Xoronlia, raais tarde Conde dos Arcoa, que governava Per-
oambuíso.
Em 4 de março de IS49, deixou D. Marcos o governo de
Pornambiico o í4e>ruiu para o liio de janeiro, de onde só pode
seguir oui 18 íte agoístíj para ft caiíitania de Goyaz, oude chogurí
no dia de 6 novembro e tomou posse em 8 do mesmo mex, i>e-
rante a respectiva cíimara.
Após a creação da capitania independeuta de Goyí*z. du-
rante o tempo dos governadores, algumas picadas de mabi geral
interesse tran^ formaram -ííe em vcrdadeiríu e!ffraíí<w reaes, pas-
sando peloH registros; e ainda hoje» quasi dous séculos passados,
encontram- se easas largas e^^trad as nos chapadões, nos v alies e
srias encosta!^,
O governo de Luiz António de Távora, conde de Sarzedas,
maroi a «r^poca do fastígio da prol acção do ouro em Goyaz,
como tambi3m a da abertura de maior numero de picadas e nm*
dação de arraiaed.
Luiz de Mascarenhas, conde de Alva, assistiu aos primeiros
movimentos da decadência da mincraçào goyana, e ao rçtírar-se
para S. Paulu, em 17 dts maio de 1746, nlo Uutia coOieguída
346
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Safltaradimiouiçãoíloa r©'lifo4 damiii-^raçâi, apaz\r da tenta-
tiva da descobt^rta rtog Martyrios, da fundaçAo de diversos
arraiaes em terrenos auril'n"03> da urganisação de importantes
tiandeiras, dm quaes sobrcsahem a de Bento Paes de Oliveira,
a de António Pires de Campos i; a numercaa de Airayas para
exploração do rio do Som no qye ae dizia rieo, segundo as
informações de alguns aveniureiros i]ue haviam entrado do sul
do Piatihy, por es*e lado até eniào coiíiplí^tanr.onte rtciscunhecído.
Em@ni« nao lhe valeu a ideia de explorar a vasta campjknha doa
rios Verie» Turvo e Claro.,
Um dos mais notáveis .governadores de Qoyaz. José de AU
meida de Vasconcellos de Sobral e Carvalho. Barão de Mossa-
medes e Visconde da Lapa, cm visita ao3 auri feros arraiaes em
1773 notou por toda a parte tão grande redtJCi^âo do serviço dos
lavras, que sú um supremo eaforçc poderia fazel*o voltar ao an-
tigo esplendor.
Para conseguir isto, pensou, entre otitraa medidas, na or*
ganisa^ão de novas handeims que elTuc ti vãmente, em numero
de quatro, tiverim rumos difUiren tos» mas sempre em busca do
ouro.
Das duas de Meia Ponto, a primeira commandacia i»elo cn-
piUo Francisco Soalhes de Bulhões, tendo couio ajudante Tliomax
iÍB Souza Vil la Real, ao depois notiivcl scrtanista, demandava o
preeonisado rio Rico; e a segunda» em succossao á primeira,
chefiada pelo padre José Si mães da Motta.
Desta expediçòeíí nada mais resultou do que a completa
mina de Bulhões, pelas grandeíí despesas que fizera,
-'► A do Filiar, commanilada pelo valente eapítão Maximiano,
e destinada ao pontal do Tocantins, teve furioso encontro com os
índios Chavante de canoas, os Carioeiros, na margem do ri*
beirão d:is Almas, da <|ual resultou a morie du capitão traiçoei-
ramente atirado por ura indio que elle tinha cre kdo.
O êxito fui uegativo por completo.
Finalmente, a de Trahiras, confiada ao capitão José Machado,
ia a procura das cek^brns mina* das Martyrioa, e chegada a
oxtromidade meridional da grande ilha do lianaoal, sofTreu
encontro com m Cai^jás n Javaci^, e receioso o capitão de atra-
voíísar as numerosas tribua, regressou A Goyaz, sem nada con-
seguir.
Dahi por deanle, novas tentativas infructi feras se fizeram
por estradas conhecidas o mais ou menos frequentadas, o as
afamadas e fantíistícas riquezíis auri feras dos Martyrioí, rio
Rico e outras, ficaram como ainda lioje estão, no desco-
ulieeido*
Das antigaís tsstradají roaeá muitas desappareceram com a
extincçâo da extracção do ouro, e as que tlearam são de lute-
rosaos antes fnteresti^doal, para Nfatto Grosso, Bahia, o Minas
principalmente, do que qualquer outro» e ^o som coniervaçio,
mudando consinn temente de leito e quasi sem pontes.
Oi carros da bois e as tropas, que ainda hoje são os únicos
meios de transporte uo interior elevado do Brazil, á pruporção
o HIIAZIL CHXTRAL
347
que Tão pasâftodo, afaadam m bitoa dessas estradas ; e oa car-
reiroíí e tropôiros vão traçaDdo novas estradas ao lado daa
velhas, íis vexus sem raaia trabiUios ílo quo roçar grosseíra-
meote al^^unia capoeira ou cerrado oxíatoate.
Por es9G facto, ooflm de algum tempo, todo o leito da nova
estrada estil cheio de tocos arrodondadoa pelas patas dos ani-
mães e roítas d 03 carros, o quo de ordinário é liois tanto iocom-
modo ao viojan to .
NSíO ó raro oacoóírarem-sa estradas com maia ãe cem o
mesmo comduzeatoa metros de largura, apenas aprovei tidas
em dimeQãôeâ úteis a um ou doii carros do boi 8 00 trapa^,
O A fundos sulcoá produzidos pelas roslas doa carros de boii
e tropas nas o^t radas abandonadas» no tempo daa chuvaa tor-
nam-30 verdadeiras valias d« es.;^oto3 da^ abundantíssimas o
lorrentosas aguas pluviaes que as vão lentamente corroendo e
formando caldeipoes e desbarrcincados, que ás vezes tomana
dimensões colossxos em largura 0 profuotl idade.
As terras acarretadas vara constituir era distancia variável
as planieies aliuvionief, ou, se são em pequena quantidade,
depositamse pert j da foz dos raosmos dosbarrancadus, aoli o
aspecto de conoa de dejecção torrencial.
Vou transcrever um roteiro de Urbauo doCoutj, do 30 do
juoiíode 175íi. escripto no Palácio da Ajuda, em IJsbôa.
A pes8oa que mo forneceu esta cópia, António Pereira,
bomem conceitua>io e de idado avançada, disse- me tol^a obti lo
dos arclvivos do governo de Goyaí. Apezar do não ter tido op-
poptunidade do verificar a existência do oriffinal e confrontal-o
com a cópia, com tudo publico o referido roteiro por que pôde
algum dia ser útil o porr^ne timbem tem pontos de semeltiança
com o que ubsorvei no Sitio No^o, perto do Mestra d* Armas,
ponto inicial do eixo hydrographico da vasta bacia do majestoso
Paraná, e com a descri pçáo do Cijoego Soukx, naa Memorias
Got/anast em que ha noticia do um distincío roteiro que Urbano
dou ao seu s.j^io o capitão Francisco Soares de Buliioes. p do
qiial ae ^overoou^ st^m discrepância, duranta sessenta e aeto dias
do marcha.
Eis o roteiro de Urbano do Couto:
«Irão lís meus novos bandeirantes de^sa^ minas americanas,
pela picada da Bahia que vae para Goyaí!»ao loí^ar maii alto da
terra, de onde emanam quatro ribeirões, dos quaes ílcarâo
intituladas as sua^i cabeceiras» estas as principaes do rio Preto,
no arraial dos Couros, S. Bartboloraeu, Paranan e Maranhão;
nesta altura verão ires ligóas em carreira, em campinas
claras, verão um poço sem praia e nem alcance de fundo, verde
c*jr de mar» que não secea e nem va^a quar no inverno e quer
ua calma; desta altura verão um morro de feiti j de uma ca-
nastra, em mez de Agoísto, áii parte quo entra o sol, nâo o pri-
meiro, ao segundo, um morro Três Irmà-js, depuis de passarem
quatro ribeirões de matus e roclja^ ou rochas e monies, verão
trea páa de buritys» vâo acima delles, não o primeiro o derra-
deiro, e verão um morro do feitio de um cuscuzeiro, 0 pela
348
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
parto da serra, cact^m o verif> ouro b im, <; m acharem pela cinii
íi cabe-.^:! i^íicnatrarão ^''raiiíioza til que não torão vistrj cm
Goyaz. Palácio da Ajuda, 30 du junho de 1750. Em oorae de S,
M- S. D. MnriaiiDa, mulher do 8r. H. João V. mandou para ser
arehivado no Palácio da Capitania de Goyaz».
Na in:striictlva— xl/cmoriV/ íi respeUn do de^^cobrimento tlo$
Mtiriíirios áo Padre José Maoonl do Síquoira. iosotrta na edição
definitiva da Viagnn ao Aratjuaya^ do ílnatlu tteneral Couto do
Mai;cilliâeá* S. PaoJo, 1902, pajr. 273 o aeííuintos, oncuntram-ae
divt^raús roteiros tias famosas niin;is dos Martyrios, de cuja ifli-
ítira ee infere com faci lidado a contuBào c obscuridade d^i d es*
cripçno dos mosmng votoiros» eorao ora o caso geral. Asssim
também» na pag. 457, tumo o*", da goguoda serie, da Rovista do
liiãtitut.j Histórico o Heo^rapliico, do aono de 184íi, o era nota
daa Meniorina Gotfanas, do cónego Souia, vem o intcrossante ro-
toiro dita mesmas minas dos Mart.jrios^ escripto em ' uyabá pelo
capitão- raór António Pireíi de Campos, e p u* este apresentado ao
capitulo António Rodriguea Villaros, em 175íi mai^* ou raonuá.
No tempo de D. Marooa do Noroníia, ao depois Conde do«
Arcos, pretendeu Francisco Tosse Colombina o companiiia abrir
uma entrada dt^ carros e carretas de S. Paulu a Goyaz, o dahí a
Cuyabã, querendo o pnvile;?io do rendimento das carretai por
dez aniios, c uma siasmaria de Ires em ires legoas na estrada, o
qijo lho foi concedido por provisão de 6 de dezembro de 1750 ;
mas, etita protoncão nâo pa-íj^oii dn enthuslasmo, o ficou na ordem
daquellea projectos que só so eraprchendem o nunca 5e ete-
outam (Cónego Souza).
iU
NiVf^AÇÃO PLUVt^L ATÉ A ADMINISTRAÇÃO DO OVNEaAL OR. lúSt
VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES
Ao mesmo tompo quo se tratava de melhorar a viaçíio ter-
restre, a nave^ic^o fluvial torna vâ-í*e objecto de tentatlva^í. al-
gumas d:iá quaes importantes e animadoraa, por parte dj alguns
gfoveniíalores e particulares.
Em oxplor;»çâo dos sertões do caudaloso Tocantins. emBde
agosto do [ôíb, ojesuiU Chhstovão Listoi, acompanhado da com*
pett-nto comitiva, de que fazia parte Fr, Christovão doS. Ji>aè,
\i\ conhece lor desses sertões, sahiu do iildciamento do Una guiado
pnlo cacique Tomaíjica, maioral das aldeias do-í indios Tocantins,
Na alleia prfncíp;il, li,ivi.i ii^e^ praças, em cada umíi da^.
quaes levantou uma cruz, no meio de festivos alvoroços dos bár-
baros ; u no Ilm do :Ll^'^um tempo havia conseguido a paeiQcação
de grande numero desst^s Índios^, cunstruido uma igreja, feito ca-
samentis e bapti^dos.
Na volta trouxe, como reftíra no pacto da pacificação, um
íllho do cada ca-?iquo espontaneamente cedido, e chegou a Ca-
metjlem :> do outubro do mesmo anno.
ÍTBÃI
319
Daraato o loago período de duzoíLit aanus, ustívoram sem
navegação de valia as duas grandes arterii^-â de Goyaz ; de sorte
que ^ò em 1753 é que o p idre António Vioira» que exerfua as
funcções ÚQ Superior da Companhia de Jínis, na provinoiada
BraziL o de Viaitador Geral das Missões do Estado do Maraobão,
organisou líma expedição doaimada a chau) u i civilização os Ín-
dios Poquiz úu Poqiiigoaras (Potygoaraa» ua grande nação do3
Tyiabiraâ, habitantes áaa selvas» do rio To; ntins, o, por vontura
de outras ti ibos*
Levava om sua cora pau h ia u3 padres Francisco Velloso, Ma-
noel de Souza e António Ribeiro, oxi mio ccubocedor da llojíup,
indígena, ocapil^fo de e^itrada Gaspar Card >eo, por ordem do go-
vernado/ do Pará, Ignaciú do Re^^o Barreto, ô o peaaoii neces-
sário para viagem, em que occupava dezoito canoas,
ííiz o Padre Vieira, om sua carta de 4 abril do iíjõ-l, oscriptii
dfs S. Luiíí do Maxanhao :
Partimos para o rio Toeanfins, oti o entro» trus religiosos,
todos sacerdoteií LUisulogos e práticos na Isc^^^ua da torra, o doia
defles insignios nella. Navegaiiius pela rio icima duzentas e cin-
coenU legoas, e cbogamos ao Ug^v qííúq instavam os indio.^ qiip
iam 08 buscar.. .»
Km. outra carta, datada do Para, de l^ do Fevereiro de í*'»OI,
e dirigida i Camarada mesma cidade, sojre a injusta eseravi-
saçaoaos Índios, escreveu o Padrn António Moira:
*. . . o neste particular se Vossas Meriéá bem lançareiíi as
contas, acharão que n^o só alguns annoi? (como suppoe o Regi-
mento das Missões) houve missOcs, maèi qve foram maiít sa m\a-
^ões í)ue os annos; porqne desde oaimo de P355, em que veia o
dito Regi meti to, ao fez a missão dos Tu^íaamb;i?í pelo padre
Francisco Volioso, a dos Nhoingaibas pel i padre João de Souto
Mayor, a dos Pacajás pelo metímo padri% i iios Aruaqtjizos pelo
padre Francisco VoUoao, a do rio Negro >i lo padro Frànciàco
Gonçalveíf, a dos (■arajáia pelo padre Thomô íti beiro, a dos Poquiz
(Potygo ares) pelo padre Manoel Nunes eji de Ibyapaba pelo
padre António Vieira, e agora actnahuente, eUá outra no rio das
Amazonas, em que morreu o padre Manojl de Souza e fíeou o
padre Manoel Pires ; nas quaes raiíssões, e tu outras de menos
empenlio, se lom deseído mais de três mí\ ndios forros» e mais
de mil e oitocentos osei-avos* . .»
Seiguudo A lencastre, é também citado como verdadeiro o
facto de haver em IGríO navegado o Tocantins at^j alôm da con-
íluenciado Araguaya, Manoel Braodílo e Oorçalo Pa<^3.
Depois destas viageni, grande interreste apresenta a qno f«'Z
em 167.H, o capitão Francisco da Motta Faljào^ por ordem do go-
vernador Pedro Cczar Menezes, o aniilia^ío por António Pinto,
capitão-mor do Pará (que como Maranhão, Piauhy o Amazonas
formava eniào o estado do Maranhão), parji expulsar d is mar-
gens do Tocantins tima bandeira de paulistíis cliefiada pelo
mestre de campo Paschoal Paos de Ara^j i, o qual, attraves-
gando os sertões do rio s. Francisco e àO Pianhy , ja De>í!e
tempo descobertos por Domingos Aífonso, chegou ás terras dos
âSO
RRVISTA im INSTITUTO HISTÓRICO
índios GuamjyE (Ouarahus, como escro?o<J. M. P. Alencaslre),
quo ©lie logo reduziu ao captlvuiro.
Mutí^a vendo-se impoienlo para atacar o oosado pauU^tú,
retrocedeu í* orn Heli^ra deu conv,í do occorrido.
Pmparavu. o govornadur uma for to expcnlicáo militar píiva
fim ulentíco, quando ehegou d»3 Lisboa, António Raposo Tavares,
elerigo do habito do S. Podro, encarregado do degcobrimento f!o
mesroo rio que logo entrou a n&vogíir at(^ a região dos Guai^juz,
Maa» tendo-SG íJadu o fallecimonto de Paes de Araújo, o a
Bl]bs&<]uente retirada do^; seus companheiras, o padre Raposo,
cujas ifcsperanças ^e fundavam só na commonicaçào daquolle
paulista, miiiio a sou pe/araa chorou todas mal logradas dentro
d 4^ poucos dias com as in formações da sua morte ; e &em oiaii
frueto de tantas fiidigas, que o desengano» quo assaz lho Ibi cus*
toso, voltou para a cidade d© Bel(^m» doudo brovemouto se re-
colheu aPoriu^^al, conveDcoodo bem com as experiências das pre-
sentes dcFgraças as passadas invejas da sua expedição (Herrodo)>,
Nfto obstante o sentimento de desanimo motivado pelo mal-
logro desta viagera, em 1675 0 próprio governador Bernardo Pe-
reira de Berredo, levando em sua companliia o capiíào de infan-
taria Diogo Pinto da 4.Taya, subio O rio Tocaniios, í* na altura do
O «íráos descobrio a foz do grande vraguaya*
A estas seí?uiii-9e» em 1775, a do alferes José Pinto da Fon-
seca» em companhia de F. Francisco da Victoria o dfis c'ilio>^
Jos<5 Machado de Azevedo e António Pereira da Cunha. Fon.srca,
alcançou sem maior novidade, a ponta austral da ilha do Ba*
naoal, onde fez pacto com us Índios Caraj<48 Java<?z, o ãesae
paeto resultou a fundação do primeiro presidio, que foi deno-
minado a Nova Beira.
Por essa forma, floou a«]ritada a questão da nriveji^ação do
Tocantins, o mais tarde, ordens régias vieram .^atisfazof os de-
sejos e aspiraçr^es do todos os povos do nejrte do Ooyaz, do
Pará o do Maranhão,
D. Luiz da Cunha Menezes, se.L'Uindo as normas de U. Josô
de Vascõncello8,qiíe durante o seu íroverno mostrou a mais ele-
vada intellijaencia e patriótica capacidado governamental, pro-
cedeu eom a maior correcção e h ah i lidada na tentativa de le-
vantar a capitania da decadência em que se achava.
A conquista dos Caiapós animou Luiz da Cuiiha a em-
pFehender a dos Cha vantes ; mas bem claramente percebeu que
dstei Índios só com a navegação do Tocantins poderiam ser tra-
zidos á civilização.
Pei^suadido disto, representou á c<'irte portujsrueza mostrando
de novo a conveniência de ser cx**sada a prohi bicão » que por
tantos annos matava oíí interes.^es do norte da ea pi tau ia ; e
netsft mesma oeca&iáo, o ^'overnador do Pará, í>. Josi^^ de Ná-
poles Telle!4 de Meneze^^, recj»bin oivleíis termioanf^íi para pro-
mover a nave^fíição do Tocanlins e mais ri<"s intfiriores.
Em principio de setembro de 1782, chojaram á Vi lia Boa, o
capitão Paulo Fernandes Bello e o porta- bandeira Manoel
Jouquím de Mattos, vindos do Pará, ilo onde haviam partido
o LníAZii. <:kntiiaí.
ar»i
em janeiro» cora um graado carrogaraoiito quo deixaram no
Pootal, para ser votidido, e dalli soguíretii por terra para a ca-
píUl em 31 do julho .
Km uraa das siiíis cartas, assim ao exprimia o goveni-idar
do í^vrii 1 * Vencidas, íolameale, todas as d iíticn Idades <la iia*
li I reza e da politicai, ton lio r^mfim .1 furtuna o a honra de di-
rigir a V. E., por esto no?o meio, a fíesejada noticia da
prompla e miis fácil comraunicacao que a elFeitos da minha di-
ligencia edo meu cuidado vou pr^eurcir estabelôoer com V, K»
entre estas duas capitiinias.)^
« Para restabelecer com a rogularid;ido 0 permanência de-
YldaSi mando o capitão de auxiliares Paulo Fernando^ BeLlo abrir
e do.'Oiiibaraçar a naveííãçao do rioTorantina, pelo qiio respeita
aõadomtnios dest- Esiado, 0 recebor as ortJt>ai do V, IC. rela-
tivàíí aosdíiãsa ctipjtania.»
« Na n«*va fortulozade N. S. do Nazareth» por mim man-
dada erijarir nas margens do rio, acharão us commerciautcâ
que houveram da froquontal-o, de qualquer das partos um re-
gistro prompto o conveniente para a segurança dos seus trana-
pofteá.3^
Por infelici^lade DO tompo do Luiz da Cunha tros males
assolaram a capitania, e um grave erro da sua adminid ração
veiíi cooperar com aquellcs para ob desastres de sou g-ov^^roo.
O primeiro dos males foi a fome, result:iuto do completo
abaniooo da agricultura em proveito exetiiâivo da mineração.
Os monopolintas e atravessadores ,suigiram, ♦< uao Ibr-im jwuros
os castigados por Oápecularora com a miséria publitía.
O segundo foram as inundagôes de I7H2, prolongadas e ta-
manhas como nào m conbeciam outras e causaram os maioros
malofl nas casas, plantíiçCtes e no próprio gL^do.
O torceirot foram os ciganos, mesinheirus a hxlorci áefnteno-
dicJia, que apruveltando-se da ignorância do povo, praticaram
todos os excessorí com o uiaior esc^andalo a publicidade, nàu obs-
i.anto os castigos iniligidos aos mais desfai^adus.
O gi^ande erro de Luík da Cunha foi a translerenciade mais
do í^iJO Índio» Carajá?, e Jav(?7, do presidiu da Nova Beira para a
aldeia do S, Jos*^ do Mossamedes» com o íntuno de incrementar
«'i^ta nascente povoação « destruindo dn^t(^ modn nm dos presi-
dios que mais promcttia pi-osperar pela sua avantajada si-
tuaçáõ, uma das garantia^i futuras ila navegação ^ftessa im-
portante via de sua eommunicaçâo ílurial.»
A conquista dos :ujOO cUa vantes de Qud., por Tristão da
Cunha t irmão o sucessor de Luiz da Cunha, na qual mais uma
ve£ sobresaiiiu o liabíl sertanista capitão do dragões iusé
Pinto da Fonseca, foi ura dos mais noíavcis foi tos do seu Inngo
ííovornu, o btíiu ussioi, o intei esse qmí manileí^tou mais jela na-
vegação do Tuc m ti ns do ene pela do Aiaíçnaya, que deixon :io
govern;i.dor do Paríl, D* Francisco de Souia Cuutinlw, om cum-
primento áú ordens rigiis,
D. Francisco, que Ja havia mandado 'Tose António do Ara^tjo
em exploração íío rio Araguaya, sem contestação foi o primeiro
352
REVISTA r>0 INí^TITIlTO HISTÓRICO
qtie olhou com vistas largas piira o futuro desta oavegaçao, e
pro-nirou tmismo onirnal-a muito concorronrlo para que os ne^o-
ci iQtíís do Para, Feliciaao José Hoaçalve^, Aotooio Henriqnes
da Silva o Man^ tíl Xo»é da Cunha, organizassem uma sociedade
fiue devia subir peio T<icautíiis o, qo seu regresso, exploraria o
Araguaya, rio que. na snn opiuiâ^í, era o camiQho pi-eferivel ao
Tocautíns para ria futuras viajgrens.
Ficoii encarreíí mIo de levar esfa oxpadiçao a cabo o va-
queauo c;i pitão Thomaz <íe Souza Vi lia Real que, partindo do
Pafíi em 5 de fevereiro de 1791, subiu o Tocantins» chegou ao
iin^íal do (armo, então <■ ibeça de julgado, a!ri diapoz as mer-
cadoriiis, e se^íuiu por torra para ViUa Boi, onde chegou a 21
do abril, sendo recebido por Tristão da Cunha com a maior
cordialídíide.
Após oito mezes de domora, Villa Real embarcon uo porto
da íbz tio rio Porreiro, a III uentií do rio Vormellio, o pelo Ara-
guiiya foi ter ao Par;l, coni pouco mais do cincoonta diajs dii
viagem, duiante a qtial coDvencau algumas aldeias de indioa a
irem ao Pará, como, eífectivamon to /foram e fizeram tratado
de paz.
Do Panip entretanto, dSLo subiu mai9 expodivâo alijuma
para ííoyaz atv I79r^auno em que chegaram a Belóm do Pará,
tendo uave;:ado pelos rio> Vermelho e Araguaya, Mijíiiel Alves
do Oliveira e .Jos*^ Eustachio Lobão, com carregamento do gé-
neros da terra.
Fm I7í)7, D. Franciscu mau dou o ai Teres Joaquim Jost:' Má-
ximo, estabelecer um rogislro perto da grande cachoeira de
itaboca, no baixo Tocantins, para facilitar o auxiliar a nave-
gação.
A despeito dofi >íUCce3so^ destas priraeíran oipodiçoe:*, parti -
cularmeote da do capitão Villa Rival, a navegação do Ara^^uaja
p baixo focantins trouxe desanimo aos mais corajosos empro-
hendedores.
Em ttjda a extensão navegável da grande artéria, superior
a -íMÚ kilometros, não havia uma uoiea povoação, circum-
stancia esta que se não existisse, teria sem duvida concorrido
para que fosse o Araguriya preferido ao Tocantins.
Não ubstante. D. Francisco de Souza Coutinho, assim se
exprimiu em cot respondencia com o secretario de Estado, Mar-
tinho de Mello o Castro ; « A dita exploração o reconlieci mento,
de que vou dar conta, aio só carresponden, mas excedeu, quanto
a mim» ao tjue ^c pudera desejar, e, se em toda a occassào fSm
esta dMoober ta do gmnde interesse pelo noUivcl at^croscimo que
deve prodtis;ir na cultura e no commercio do uma o outra capi-
tania, na presente eonjunctura ainda a i^otisidoro mai^ impor-
tante pela facilidade dos prum|ttos soceorros que esta pôde re-
ceber daquelLi, oíTerecendo-se a occasiaode os precisar ».
Depois deste facto, Thomaz de Souza Villa Renl voltou a
Ooyazefoi empregado no serviço da capitania com muiio pro-
veito para a navegaçio do norte, da qual so tornou o homem
mais pratico.
o BRAZn. Cf^NTRAL
351
Não íintilíiou a Tristão da Cunha a pouca fnMjíiLmciíL da
Diivcgação dt> Tocantins, e tcvo opportunidaclo do rciilizar a
iáéí* de trazer essa navegação atô as Tertont<*s do i'io Uruhíi,
a poucos kiJomotros di Vil la R ia. quando, tendo ordem de
soccorrer ao (ipam Pará, cora 800 homens, fez a expodif-ão
iniciar tl descida, no dia 2Q de março ã*^ 178'), no porto de
SanrAnna do Capimpuba, no mesmo rio Qruli«'i, sob o com-^
manrto de Miguel do Arruda» sondo pi loki Thomaz do Souza
Villa lleaL Após demorula via^^eni a tixpedií;áu i^hegon ao F^ará
apenas cora 80 homens invaiidus, por leiííra deserta lo oí mríig.
Nâo ora, portanti, sem razào, qiio tK Francisco de Souza
Coutinho, libava mai.s importância A navt»ííação do Araguaya
que à do Tocantins.
Es tu nunca mais se continuou embora tenha ^tdo julgada
raai,s breve, e ness(^ prewupposto, em ^arta osoriptit do I^aríl nm
14 df setembro de I7í>7 a Tristão da Ctinha, h. Franclscu in-
sistia peta sua id^a.
D. Joào Manoel de Menezes, alguns mezos depois d*^ no-
meada governador de Goyaz, recebeu da Rainha. I). Maria, a
carta n^^gia do I:;í do maio do 1798, na quat tendo « tlolerminado
promover elíhmzmento a ríQueza, a foiicidífcde v. eom modo dos
naUii^ntes dessa parte do í^razil, sou servida, alt?ni de outras
providencias jci dada», dar outras pai-a a eommunicaçào áty umas
liapitanias para outras, enciírreerando da ,su:t execti^ão e da ?iiia
ílireeeâo o inspecção de todoí? o« trabalhos que roquer a reali-
zação (io piano que mandou pôr em pratica o govern ulor v ca-
pitão general da c^apitania do Para, D, Francisco do Souza Cou-
tinho ; e porque a soliredita communicação .<e ha do lUzor poios
rios, ordeno-vo8 que, conformando- vos, como quero o mando
vos conformeis com o que vos ftVr proi>osto polo referi<ío gover-
nador, e de accorlo (Mim olle quanto ao tempo e ao modo de
principiar e proseguíro^ (rabalhos nofiess trios, façais explorar
os rios que correm p^los districtos dessa capitania e qui- vEo
levar as suas a^uasao Amazonas, o qxw por eMe^^ so façam des-
cimimtos em épjcas determin tdas, que vos annunciar o f^ovor-
nador do Pará, de sorte que eui logir dado venham encon-
trar-86 com iis partidas que úo Pará subirem pelos mcstiios rio»,
aílm que por este modo se facada e continuem as explorações ;
que di> toios 08 rios, que do interesso do Braail vãu desaguar
naque:la capitania o suas restas, vindo assim a conseguir-se os
preciosos conhecimentos para 86 regular depois i me-íma com-
rnunicaçào. . .».
I^ara melhor estudar os moios de f^umprír as reaos recom-
mendações» eralwircou o gevernador <'m lielím, e subindo pnlo
Aragoaya e rio Vermelho, -he^íou a Villa Boa, onde tomou
posse era 25 de março do IHOO.
Fundou-se um pi-esidio na carreira do Arai^uaya, junto á
barra do Itacaíuna, ponto proitmo da condueneii dos doua
rios, empregando íiest»? mister Hriv: Murlinho de Almeida « uma
^uarni;ào, mas dentro de piucus annos mais esta povoaçiio foi
desamparada, com g-rande prejuízo da nave^-^açSo,
a5i
REVISTA D«> INSTÍTUTO IlIvrOBiCO
Iq felizmente, a taIU de tino ode iDstnieções apropriada!
desta governador destruíram por corcploto & obra regeneradora
da capitania do Goyaz, cusiosameote iniciada por João Manoel
de Mello, o haMlmonio eontinoada por José de VasconcelloiSp poa-
teriormenío ViáL-oiiJe tia lapa, e por rristãj da Cunlia.
D. Francise.i de Aa^iâ Mascarenlias^ mais tarde Conde 6
Maniiiez de S. .laio da Palma, apossado em tiO ie fevereiro de
18<)4. por alvará de 18 de mar<.-o de 1^09, creou a comarca de
S. João das iiuas Barras, prumo vendo uella o de^rníiargador
Joaquim Theoti>»io Serrado, que no norte do Goyaz c<íle-
brisou-so pelos sem bons servíí^Oíi ; mas teve Uoeoça dâ
de poder ri^sidir em Natividade, eniquanto não se creavo a
referida vil la de S. Jjão, na barra do Ariíguaya com o TocantiJts.
Protejíeu a navegaçiio do Tocantins, Maranhão o Ara-
^'iiaya. animando o povúamento dag margens desertas desses
rios, atí'* tres léguas do distancia, por meio de isenções do di-
zimo e outras medidas; e para facilitar o de^nvoivimento da
navegação, contlou a do Tocaotmíi no desembargador Segurado*
e enipeuliou-se pela du Araguaya,
Apezar de Ibe faltar o coqcui*so do governador do Pará,
D. Marcos de Noi^onha, Conde dos Arcos, nesse emprebondi*
mento patriótico, nâo desanimou D* Francisco, e peia junta da
real fazenda mandou, em 1805, fazer cinco grandes canoas,
Príncipe Refítntê^ Minerva, ThetU^ Aurora e Veana^e duaS mon-
tarias, que, em maio de 1806, para o Para paniram do porta
de Santa Rita c ^rm^ndo cerca de 2i toneladas do prodoirtos
diversos.
AlguQj particulares associados, com quatro grandes canôoa
feltis á espensas suas, desceram com o mesmo do^tioo a 13 de
maio, eom tempo de alcauçar a flotílba real.
Em abril de 1807, nova leva de idênticos productot, em
íiçual quantidade, foi para o Pará, sob o commaodo do capitão
Thomai de Souza Villa KeaU na^ canoas Princesa Cnrtôla, Con-
de$m (U Otidí^s^ Águia ^ Pm^úla e c^sne^ pertencentes a tres ne»
goeíantes.
No aono seguinte, outra expedição partiu com carrega-
mento menor e deu pouco resultando,
Ejitas transacções nio puderam se raanier entre as doas ca*
pitanias, a despeito do denodado esforço do D. Francisco, por
quanto os governa*iores do Pará naa prestavam o aeo coaearsoi
nISo obitante o interesso commum da navegaçto.
Asiim cessou o commercto com o Pará pela via Aragoaira.
O abandono a que cUegara a navegação do Araguaya ood-
traitav.! até certo ponto com os progre^sisos da do Tocantins, em
cnjas mirgens mais pj voadas se achavam os mais distant»
pontos do Rio tte .lan.^iro, Bahia o S, Paulo, com os quaaa, até
enlào, oommereiavam os liab imantes de Goyaz e offereciam aa
comm.rcio lío Pará outras commodos e facdidades.
E II :^ • de maio do l8Ud, na fúz do rio Manoel* Alves Grande
fundou-se um presidio militar para proteger o commeroio d a
esra:aentn> Porto Real e S, João das Duas Barras.
o BHI/.IL CENTHAr,
:í5n
< Ao desembargador TheotooSo Segurado e coronel José Ma-
noel da Silva oliveira, afjuelic ouvidor e esf.6 commMnlante
Tiiilitar da nova comarca, miitto se 4o ve o ter sido naquelle
tempo a navi^giição do Tooantíos mais prospera do que ó boji'*
Cíicreveu Aloncaslre em 1803»
Muito aoimoti Umbem essa navej^^açâo o estabeltícimènío
da linha de correio de Rio do Janeiro ao Pará, via Goyaz, a
cuja realisaçao o cle&emba/gador Segurado o coronel Oiiveirvi
ptealarant) o valioso auxiliada abertura da estrada de iSão Romão
ao Porto Imperial.
Em 1810, Dogoveroode D. Fernando Delgado, esse serviço
era regular e 09 estafetas percorriam 'U98 kjlometros, sendo
1848 por terra e ir»50 p«lo rí.> Toca o tina.
Náo loi D. Francisco mais felia na nave;,'?\çâo do rio doa
Bois ou Anicens, por onde contava achar uma sabida para
S, Paulo, maia curta o mats Itarata do que pclaâ estradas»
E^te rio na estaçAo das chuvas, di oavegaçáo cerca da 4tí
kilometros ao sul da vi Ha do Anicuns ou !3H da cídaíbt do
Oeyaz; e na estação da aocca líBdaquella v illa o Jiiaia ou menos
211 da capital tío costado de Goyaz.
Es ta n i iil à o de O l i r c i ra G u t e r j^cíí . lio m e i u o 1 1 sad o o 1 1 esej o b o
do prestar al^um scrv iro que o recemraendasse, em 1808, qo
eomeço das a^^uda, embarcou em uma caaua eem seis corapa-
ij bei roa, com destine a navegar o rio doa Bois, o Paranahyba e
cliegar a S. Paulo subindo o Tietó.
Em uma primeira cata-dupa perderam a eanoa o os manti-
mentos, salvando-se apenas os intropides navegantes.
Depois de indisípansavel demora, continuaram ousados a
viagem em uma jangada que fizeram ; maá com poucos dias do
viagem foi ter a jangada a outra catadupa, onde não só perd^^u-sa
como perderara-ae tambL*m tros vidas, escapando somente Gu-
terres e dons companheiros.
Após muitos solfrim 'ntos, errando pelas mattas empossas
déssaíJ regiões selva Ucas, Ealanisláo falieceu a miogoa, o íetis
d..'U9 infelizes cempan hei roa, depois de andarem perdidos deus
annos, foram ter á villa de Lages, no R«raná, valendo- lhes muito
piira a sua sustentação os pinhaes do sul» conforme se exprimo
um contemporâneo de tão temerário eommettimento.
Ahi furara pr ííos, e mais tarde soltos, depoia de conhecer-se
a verdade ; e nao querendo mais voltar a essa capitania to-
maram destino diverso; um do nome Gregório, secunde o ma-
rechal Cunha Mattos, oxist ia casado em Jundiahy, em 1817, e
outro, em lf^l2, no dizer do cónego Souza, vivia na Bahta.
No governo de I). Feriiando Delga^io Freire de Castilho,
ftova tentativa, desta voz feliz, foi feita para realizar a nave-
gação do rio Anicuns ou dotí Boiti sob its ordens do muito pruticu
capitão de dragões José Pinto da Fonseca, celebre pelas suas
na* vegaçõea no Araguaya e seus aitiuoiito5» e João Caetano
da Silva.
A navegação de S, Paulo para as minas de Cuyabá, ja era
conhecida pelos rios Tietê, Paraná, Pardo, Camaquan e Taquary ;
I.
r
O BRAZIL CENTRAL 357
A actividade agrícola do Pinto de Magalhães foi sogiiia ga-
rantia da prosperidade da nova povoação, que em 1813 teve
uma guarnição militar comraandada pelo próprio Magalhães ; e
muito influiu para o seu rápido desenvolvimento a completa pa-
cificação dos Índios Macamecram^a affluencia para ella dos povos
que viviam dispersos pelos sertões de Grajahú, Balsas, Farinha,
Lapa, etc, as estradas que se abriram para diversos pontos,
a navegação do Grajahú em 1811 descoberta por António Fran-
cisco Bandeira, a do Tocantins e o commercia com o Pará,
Maranhão e Aldeias Altas.
^ A ambição do Maranhão de possuir tão prospera povoação
' provocou a demarcação dos limites com Goyaz, da qual se
^ lavrou um termo em 9 de junho de 1816.
Em 1820, entretanto, Fernando Delgado considerou-a pcr-
^ tonconte ao Maranhão, em cilicio de informação ; não obstante,
tal offlcio ficou sem resposta, o auto de demarcação de 9 de
julho sem approvação c o termo até 1845 não havia ainda
^ sido sanccionado.
Como seus antecessores Fernando Delgado não teve melhor
sorte no tocante á navegação do Tocantins, e apezar do bom
auxilio do ouvidor da comarca do norte, o desembargador Joa-
quim Theotonio Segurado, cujos felizes resultados coroavam as
tentativas deste magistrado, até 1822 continuaram sem resul-
tado 08 louváveis esforços de Delgado, para cuja permanência
e êxito era preciso mais perseverança e actividade, de que não
deram provas nem os goyanos nem os paraenses.
O successor de Delgado, o ofllcial da real marinha portu-
gueza, Manoel Ignacio de Sampaio, foi acolhido pelos grandes
movimentos politicos que tinham invadido as nacionalidades eu-
ropéas, mudando em algumas delias o caracter das instituições,
em consequência das ideias liberaes em toda a Europa, o que
em Portugal produziram os memoráveis acontecimentos do
Douro, os quaes chegando ao Rio de Janeiro reflectiram-se
por todo o Brazil, e tiveram como resultado ultimo a indepen-
dência de 7 de setembro de 1822.
Em 1824, Caetano Maria Lopes Gama, mais tarde Visconde
de Maranguape, prestou juramento e tomou posse do cargo
dè presidente da provinda de Goyaz, e em 25 de novembro
do anno seguinte assumiu as rédeas da administração pro-
vincial.
Durante cerca de três lustros, quasi nada se fez no tocante
à. grande navegação Interior de Goyaz; e só em 18^, na pre-
sidência do senador José Rodrigues Jardim, é que mais uma
vez foi solicitada a attenção publica.
Em seu relatório disse o finado presidente : «. . • • são os
rios Araguaya, Tocantins e Turvo, os de que fallo, são estes
os canaes por onde ha de vir a felicidade dos goyanos...
Quanto ás difiãculdades da navegação, ellas já não são desco-
nhecidas ; os seus maiores obstáculos estão superados ; as mais
perigosas cachoeiras demoram para baixo da conâuencià do
Tocantins, cigò espaço é aásaz ft*équêntàdo».
358
REVISTA DO tNSTITUTt» inSTORlCO
Xn ad mi Qist ração do iotollígente e provecto Dr. Jnac]utm
Ignacio Ramalho fundou- se a osfcirços <le seu governo uma
sociedade para lovar a elleito a navegação regular doa dous
grandcfl ri s, sob a hábil direcção do Dr. Ruâno Theotonio
Segurado, juiz raunicipíil o <le orphãos do ('nrolina, e riue em
pessoa dirigiu, era 1847, a primeira viagem para o Pará, onde
loi recebido nora grande satisfação pelo raspeotivo presidente e
mais auttjridados civis e mílitaves.
Xa a<lmini.stracâo do Cummendador Autonio do Pádua
FJeury, outra socieda^o foi fimdada, cm 1848, pel^^s trabalhos do
Dr. Rutlnj, com o ca^jiul de seto contos do n^a ; o na primeira
viagem ao Pant, guiada pelo mesmo doutor, deu cincoenta por
conlo de lucros.
Mas ficando a administração desta sociedade nas mãos de
um Id dos membros da sua directoiia, no fira do tn-s anoos
estava completamente arruiQadr\, s^^guodo voridcou-se na única
assem blí^a convocada por eaTdmulação da presidente da provi a-
cia do então o Dr, loaquim \nLonio da Silva Gomes; í|Uo com
o auxilio olllcial eoíiseg^uiu dar nova face á sociedade de nave-
gavãu, qiio progrediu lenta mas íointorrunipidameuto,
O Sfíccessor de Padna Meury, o Dr. Eduardo Ulynipio
Machaílo continuou esforçadiimoiUo na mesma senda.
M^^ infeliztnento, oo sou governo cheguuu á Goyaz o eoge-
nlioiro fivil Juão Baptista de Castro Moraes Antiis, cm cora-
misaão do ^^overno gerado qual por sua inhabililade muito
concorreu para manter no animo deste presidente e no do seu
atiecessora utopia irrealisavel ( Couto de Magalhães ) de <|Uo a
navogmção do rio Vorraolho devia chegar a 7í> kilometro^ de
Ooyaz, o na desobstrucçao dease rio osgotou grande som ma do
capi taes e trabalhos .
Além da desobstrucvão da parte innavegavel do rio Ver-
molbo, a má collocaçÂíi do presidio de Sanu Isabel» de tão
funestos resultados, fui outro revez p:ira a navegação do
Araguaya, e s6 a vontade ene r;:ica «lo Dr. Sih^ Gomes ira o 3-
portando esse presidio para a foz do rio das Mortes, impediu
qne no sou tempo dosapparecesso a oaveí^açao do Araguiya.
No terreno ingrata, preparado pur estas dua^ «'íícum-
stanetãs, deaenvolvou-so o gérmen fatídico lançado peio pro-
sidente Francisco Marianni, que matou por longos ao nos essa
bei la o utilissifna navoí^ação, muod.»nrio, om leví, retirar a
guarnição du presidio de Su.nui Maria do Arairoaya o considerando
essi navegução impraticável agora t^ de futuro,
K para maior raaf, no aiino seguinte fui ín*cunf*ado ne?8e
modo do pensar, pelo presidente sou auecessur Cruz Miicliado,
mais tardo visconde de Sorro Frio, que também a considoix)u
Irroaliaavel, raeí>mo depois que era j-1 praticamonto uraaacqui-
siçi!kO antes nacií^nal que iriterpruviaclal.
Ho seu relatório do 181^3, djz o {n\ José Vieira C<juto do
MagalU&os: < os Srg. Gama Cerqueira e Aragáo o Mello prepa-
ran^ni d © n o vo e % ped i çõeu pa ra restan rt r tiq oe 1 le p res id io ; ma s
parâ^ v6r qyaiHo ú fácil destruir, e o quão dlííleil é con-
Itel
o BRA2IL CENTRAL
.159
struip qQBLlqmr cousa, coalemplo-se agora o facto d^ nâo terem
sido bastantes m esfoFÇCs reiteirados de cinco aanos de adminia-
tração para fázep-so aqui lio que aa tioba doátruido em poucos
dias. A expedição preparada por ds^es aenliorea só poude
chegar ao seu destino nos iíqí da admiois tracto do Eimo*
Sr» Josú Mar tios Pereií-a de Alencastre, a cujos esforços e me*
didas se deve a «LKisieucta des^o presidio, cuja destruição
acabou cora a pouca navcgaçáo quo havia para o Pará, o a
cuja ijombra coincga et Ia a medrar de uo?o »,
§ III
NA ?E0 AtJÃO A VAPOR N«> NORTK t>0 BRAIII. CENTRAL
Tal era a situação era que se achava a navegação fluvial
nessa parte do interior do Erazit, e quaes as múltiplas victssi-
todes e peripécias que havia soíTrido» quando em i863, assumiu
a presidência da antiga província o Dr. José Vieira Couto de
Magalbâes.
Bem depressa o ootavel mineiro» comprehendíjndo que o
melbor meio Jc augmetitar as rendas o de reduzir ou evitar o
contrabando ora tor boas vias de commoiiica<;ão, procurou com
todo o interesse eí^tudar as sabidas naturaea do futuroáo&stad>>*
A própria uatui^oza preparou os oicoadouros para o norte
nos grandes rioe Araguaya e Tocantins, e» porventura, nas
com muni cações ílaviaes com o Maranbâo, Piatihy, Bahia o
Minas Geraes, a leste, Pará ao norte e i\r:i.tto Grosso, a oeste.
Rfipresentara os melhores canaes de exportação para o sul
o rio dos Bois e o Taquary, esto principalmonto: porque como
muito beu pondera o I>r. Couto de Magaíliãos, a -'ommunicação
do rio úoH Bois ou Anieutia, no seu tempo, ia ter a um pmto
reutra! Jo Brazil, a cidade de Piracicaba, além de qu«p por suas
condições particulari-s, j-traais prj<leria lur outro agente motor
que nào o braçii liumsmo; ímo passo quo o rio Taquary, sobre
levar os [iroducios de Uoya» a um porto de mar. via Paraguay,
podena com o pro;íresso dos leinpos vir a ler o vapur como
força motriz.
PoBto que actualmente a navegação do rio dos Bois possa pôr
o Hoyas can communicação com a cidade do Santos, oomtudo
não ú esta a sabida natural.
Não obstante, Couto de Mii^^alhã**^ não desço nhe^ rei i os be*
nelicios desta importante linha de aave^^ação fluvial, que encon-
trava otHoaí^concurroucta nas ejtrartas reies doi antigos Ijandei*
rantes ; e volveu suai vistas [lara os grauJis rios dj nurto,
oud«iuma uave^façào ru lime atar, deáde alguns ânuos, i^rmutava
entre Qeyaz e Par4 os seus eífeltos eommerciaed e íadustriaeâ.
Entretanto, o Dr. Couto de Míi-^alhãet, em^uanto presi-
dente de Uayaz nào logrou eíTectaap tào louvável quão 68-
forvvlo commettimentri, e a navegaçilo a vapor no Brazil
central, cjntinuou a ser uma bella esporauça.
2ir)>í — 2'i Tú,MO LXMIJ, V. U.
<Hi» -í^ .r . ^ j>mm* ãSfzZ^L
mf^íl0m lê^«^9M j<8frWMWi fií
^ %¥*7^ ^ Má-iâméí ^ ÊKif^
MÍM#r4MiMMrli»« âiiiMM> 4« rum
IMa f^n i/^jtUUru fi4/f t/^e, corno m mobrrior. em Goj^n,
#4^/f Hffmêfitiértêf-ti^ tfisúA *Uf /|0^ iMflyia oiifu Tez tonur paleate
n, m^ê^umíMléi^ áéf 'twíUíUM e Aragoaja, eum peqadOLiséia-
t^fUmilM âoiàM nhtUf4 utítU Uid';, em l^^, na presidência de
léuÀUt hiífMOt htí qws o liiiMiri; admuiístrádor, tobrepiganda
Ma» iM téftiimriétihyUm, tmvo a vcratiiri de ver realizada a obra
Hilêím¥\ê MiHnnUtnêiiUUt cifín «urenidade e firmeza, e com de-
liim • \iiiifi Miiifimo «UAiMfitttdo dufíioU) ftein aoooi.
lA/i iKiMiiUtlOfMi r6ra a ';u«toMa ompreza, que seus beDo-
lÍÊ^m Mpruvif liavam uliouUaneamunte íio Pará, Goyaz e Matto
Uri/N4i/, if pura Un(i, mandou com ímmensos sacriâcios abrir,
um Hiifiifilio dn nnrro dn boin, <le coroa do 16 metros de lar-
Ifiim a N«i(4t de lêliu. na exiooiuo do b*^ kiiomelros, entre
nm
REVISTA DO INSTITUTO UISTORICO
Em ISfiô, no Faríl, obteve, a custo, do çoverno geral era-
dito pura mandar desobstruir ai) cachoeií-as do Araguaya; en-
commendou na ínííiiitorra um oavio próprio para quebrar ro-
chedos abaixo du nivel d agua; umudou ras^^ar cauaeís ; preparou
com paoieucia o material uecesísario para su paru i* cacboeU'as;
instruiu o pB^soal destinado a guarnecer a^ tíoibarca^goes oxplú*
radoru^ ;docret«jiip mediante auclarisaçao solicitada da asâeiubléa
prov io ciai, premi us para fomeatat' a pequena navegação; dis-
cutiu proficienlrementii a exetiuibi lidado de seus phiooí», ora om
raemoriaesao Pai-laraento» pedindo subvenção, ora em offtcios
à praça do comraercio de Beiêm, documentos {consianie o ul-
timo do I Harto Official úG 2'J de outubro do 18G6) em que expõe
a matéria do furma notável» com preciosa abundância de in*
formações ííeogrupbicíis, floanoeiras e commerciaes ; por fira.
apromptou dous vapores consagrados a nave-íar o Tocantins e o
Ai'aguaya; g como a sua prcsonça ^eria vantajosa â direcção e
animação doíí tra bailios preparatórios da transposição daa cor-
redeira.s» alcançou permiã&ão do embarcar no uãvio iniciador*
Era um tentamen perigosisíiimo. O vapor oatava arriecado
a quebrar ns macbina^, abalroar era pedras occulta^, «oa^obrar
a cada minuto. Couto de Ma;^atliâei) tudo pi*6vira« ordunando
mie&ò SG ullimasae o (ireparode um dos uãMos (o Fardu adni
de que, em caso de oatastrophe. restasse o outro (o Jurupefmni.
ProvidencLou até para que, se as ^ acboairas estorvassem
inbjiramente a passagem, o barco toáse desmontado, conduzido
as^áim por terra e montado de novo mais acima (Conde de
Âirouso Celso) .
Neste propósito, Couto de Ma>:aibães jMi^ou a presidência
ao Dr. ioáè Maria de Moraes, L" vice presidente, e foi «tentara
potttgem do vaf^or através das cachoeiras do Tocantins e Ara-
guaya, 86 as aguaâ estiverem em ponto que me paxeça isso
possiveU comodiáse em respectivo oíílcio.
Elfocti vãmente, animado de rara jnti'epidez> inaudita cora*
gem 6 temeridade, oon^guiu, entro lutas o perigos, vencer nu
vapor i*arà, a cachoeira de Taptiiunaquara, 1^96 kilometros
acima de Belém, e assim entrou na leogâo encacboojrad* do
Tocan ti ns- Ara <2rua ya *
Esta feliz tontativa não t<'ve, como a ant*?rior, em Ooyaz,
outra consequência mais do que ainda uma ve^ tornar patente
a navegabilidade do Tocantins e Araguaya, com pequenos dis-
pêndios e fecundos resultados.
Somente dous anno^ m^iis tarde, em isr^s, na prosidoncia du
Matto Gro&^o, toi que o iUustre aduun is trado r, sobrepujando
todas as cjoutrartedados, teve a ventura de ver realizada a obr»
quo bavia empieheudído com serenidade e ârmeza^ e com de*
nodo e pairiottsmo sustentado durante seis annos.
Tão auspiciosa fora a custosa ompreza, que ^eus bene-
âcios aproveitavam simultaneamente íw Fará, Goyaz e Matto
Grosso; e para isso, mandou com immensos sacriíicios atirir.
um «^mioho de carro de bois, de cerca de 16 metros de lar-
gura e sete de leito, na extensão de 328 kilomeims» entre
(U:ní:ral \)r. Couto i>e Magalhães
o BRAZIL CENTRAL
a6i
Guyabá e o ultimo ponto a que pôde chegar n va]^r no rio
Araguaya, Itacayú.
O capitão Agostinlio Peroira de Macodo foi encarreiíftíio
do cun^truir o trecho da ositíida da Coyabá ao ribeirão da
A^ua Branca, dosviiiDdu-a das vertentes do Prata para os
€hapiulõea pertencentes ao systema da cordilbeira dos Parecys,
u diúortium aguarum das daas im mentas bacias do Amazonas
e do Prata*
D'ahi ao Araguaya, a coustrucção foi confiada ao intolZl-
gente .sertaniaiaf o capiíao Antopio Gomeâ Pinheiro, que teve
de aíkstal-a um pouco para o nurte, nào só para encurtar
distancia corno para evitar as duas únicas serras que existem
em todo ease sertão: a da Lagioba e a do Taquaral.
O vapor que serviu para a realização deste grande feito,
foi comprado bom o alada iiuvo da extinota companhia de
navegação do alto Paiuguay ; foi desmontado e conveniente*
mente encaixotado, aasim como apparelhoa o instrumentoa do
uma verdadeira ofíiciua, o transportado para o Araguaya,
conforma o sí^guiule iUnerariu: sob a chefia do V tenente
da ar ilíada Pedro Maria Duroclier a expediçrie desceu o rio
Ciiyabri até a barra, no São Loiírenyo ; remontou este rio
ijkiú a foa do Piquiry* ondu entrog<iU ar* capitão Luiz líon-
çalves de Lima, incuiubido de armai -o no Araguaya.
b:;ate capitão subiu o Piquiry ati3 o porto de Tauã, e abi
fox entrega de tudo ao capitão sortani8ta António Gomos Pi*
nheiro, que devia leval-o em tO carros de brus, por terra,
através do í>riM kiJometros de caminho, escoltados por 20
praças, também com obrigação de abrir picadaa, onde hou-
vesse necesaidade.
De^^inteiligencias entre Pinheiro e Lima. juntamente com
uma epidemia de seroes, pu^eium a expedição em risco de
mallograr-se ; mas a boneflca iatervençao do capitão de fra-
gata António Cláudio Soido, por doterminaçrão do general
Dr. Couto de Magalhães, de ura lado, e de outro» o trata-
mento apropriado dos doento.s, evitaram tão grande desas-
tre. 6 tudo chegou ao Araguaya com a maior llâlicidade ô sem
mais contratempo.
Depois que o vapor ciiegou ao iau destino, seguiram a pes-
soal operário e o capitão do fragata Balduíno SoS& Porreira de
Aguiar, em caracter de oommaníante de navio e cbefe da expe-
dição, e a cujo impulso tudo se moveu com admirável presteza,
no próprio dizer da Couto do Magalhães.
Do Pará e de Goyaz vieram tambora objectos indispensaveit
ao cuiteto da navegação e reconatrucçào do navio : ca boa» po-
liame, tonas, breu, tinta, taboado du cedro, etc,
Installon-80 a oíncina naval oní pleno sertão, defronte da
barra do rio Vermelho e armou stí o Aroíjifaif-neritaMiús
Km 15 de maio de 18r>8, o Dr. C^nto de Magalhães, em via-
gem para ItacayiK achava ao de pouso na praia das Ortigas,
quando viu chegar o vapor Afaí^uaiz-nerúassú do commando
úo Balduíno de Aguiar, qae veto buscal-o, 2m a 230 kilometroa
3tí2
REVISTA DO INSTITUTO UÍSTORICO
acima daa oOlciQas, teodo veactdo fdcilmaate, duraQto a subida
do rio, as i taipavas da Cacáoeirinhn . f)
«TiVG inoiprimivol gitLsfação qiiaudo vi este primeiro
ag6nte da íaduatria e do commeroio acortaado, por assim dizer,
este gigantosco rio e ostas explendídas solidoe^f do sonino em
que o trazia o deserto ; o assim do via acontecer. \**)
W E. (*") que tora oltiado com Unto inter oáse para ei^ta
questão» aabo que Ititis e cootrariedades tom tido o {jo verão
Eôstes cinco anuas utti mos piM trazel-:i ao deáuj ido termo» ;í
que oao teria chij^g^ado ^o não íosãe a energia coiii que u
Exm» Sr. raiuistru da agricultura (" *)e V. E. se diguaram
apoial-a.»
No dia 28 tevo logar a cerimonia relifriosa da benção
do navio a quo se deu o nomo de Araguatja, o da ioauguraçaa
oflâcial da navegação a vapor no Brazil central, ci;m a presença
do muitas peáâoas gradaa o povo,oumo se verá da acta extra hida
do livro — Navkgaçào Interior do Brazil— do Dr. Eduardo
Joaé de Moraus.
^ Auto da inauguração da navegação a vapor do rio Ara-
guaya.
Aos vinte e oito dias du moz de maio do anuo do aaseimcuto
de Nosso Senhor Jesus Christo em Is*íS, 47« da Independência do
Iraperii), á margem osquorda do rio Araguaya o a trinta ioguas
da ca p i ta I de O o y az , reu n i ram-so o K^m S r . D r . JoãO V leí ra
Couto de Magalliiôs, presiiientc que fui dcjâta província o por
cila eleito depuUdú ã Assem bléa Geral Legislativa, actual-
menta presidente da província dó Matto Grosso^ a o Exmo. Sr.
doserabíirgador Dr, Joáo Bonifácio Gomos do Siqueira, V* vice-
presidente da de GoyaZt eiu exercício, oom muitos funi^eiooarios
puMíeos o grande numero de outros ciJadãos quo concorreram
para o fim de itssistipem â cerimonia religiosa da bonçao do
vapor Amíjmuj-nerà^assH o a inaugurai Ío da navegação a
vapur uo rio Aiaguaya, em consetíitencia do o haver ♦ ommurjí-
eado o mcdíi3o Exmo, Sr. presidente da provincia do Matto
Grosiío ao desta provincia, íjue dirigiu convites e iez publico
este lacto da mais ^«ublda importância pai^ao ougraadecimeotu
V prosperidade da provincia de Goyaz,
E achando '8e surto no porto, em frí^nte á fóx do rio Ver-
melho, o mon^nonado vapor, do quo é commaodante o capitão
d(í fragata commnndador íuldaino José Ferreira de Aguiar,
i^ecolhoramse a bordo os Esuioh* Srs. presidrmteíi das pro-
(*} Dá-iic Q iiwme ú.v Uaípataii a rccitco i^uc aliavtíis-jum u rio.
(**y Ofiicio tk 2íí dô maio tio i8t>eí, dirííridti da ni.'ir^<-GUi e*-
qucrrta <Ju Ani;Ttiaya, p^>U!sO dulVowto da lòií do Riu Votmclhu, ao
míniálro da marinlia o Sr. coa-tolheiru ViísconJo di* Ouro Preto,
entãi> Dr. Aíloiisu Celso do Assis Figueiredo.
(•*•) RoleríJ-^e ao Sr, rõnsolbeiro Visconde de Ouro Prcio. oa-
im xmvkUivQ da um rinha,
í'*") O UiittJo coastílheiru Maiiotl Pia lo de Soaxa Daata^,
h
O BBAZIL CliNllíAÍ.
ms
í
Tincias de Matto Grosso e de Goyaz, acompachados doa Srs, Dra,
Theotlora Rodriífuei ãf Moraes,' 3' vice-presidente; Dr, Fredo-
rico Dabney de Avellar Brotóro» cíieíe do policia da proviecia ;
Dr. João Luix de Aratijo Oliveira Lobo* inspector geral dos pre-
aídíoa ; Antooio Honório Ferreira» iospeclor da Ttieaouria do
Fazenda do Goyaz ; Dr* Joaquim Rodríguoa do Moraes iardim,
eogeolieiro ; capitão Luti Gonçalves de Lima» engenheiro
constryctor ; Dr, Joã^í Tiioraaz do CarvalhaeSí l"» cimrgião do
exorcitj ; muitog outros fUnccionarios públicos e pessoas impor-
tantes. íííP seguida, precedendo os necessarioa exames e reco-
nheelniento!?» teve logar a cerimonia religiosa do vapor, alô
então chamado Arogiiaif'nerú~(ts${4, o ffl ciando o Revo» padre
R, da Costa e Oliveira» capelláo do pro5i*lio fia Loopoldloa,
tendo-se antes assentado em mudar-se o nome do vapor qno se
pjASSOii a chamar ÁragHaya^
Terminado o neto religioso, cr^ueram-se vivaa à religião do
Kstado. a Sua Magestade o Imperador, ao governo imperial,
aos Eiraoa. Srs* Ministro da Madaha, Conaellieiro AfTonso
Ceim de Assis Figueirodo» e ^f inistro da Agricultura, Conse*
liioiro Manoel Pinto de Souza [ motas e, finalmente, ao progresso
da nave^çâo a vapor no interior do Império. Logo depois, o
vapor su^^pendeu ferros, íargou do porto em direitura á margem
oppoâta* atravessou n rioAraguaya, cruiou em differentes dí-
i^eoções ao som do hymno nacional, ^ubiu o rio Vermelho o,
voltíindo ao ancoradouro, foi s o! em n emente proclamado acliar-
se instai lada a navegação a vapor do rio Araguaya, acto esta
que foi saudado enthusiasticamente por todas as peasoas quo as-
sistiram de bordo e das praias, Entào o Exmo. Sr. desembar-
tíador -loão Bonifácio Gomes de Siqueira levantou vivas ao Kxmo,
Sr. Dr. José Vieira Couto de Magalhães, a quem se deve a reani-
mação da navegação do Afaguaya e seus a ffl uen tos* a iniciativa
da navegarão a vapoi-, quesa^tentoii com tanta constância eaa-
critlcios, e acal»ava de ser realisada, a despeito de todos os
obstáculos econtrariediidet, a qu© sempre se mostrou superior,
O Exmo. Sr. Dr, Conto foi saudado e comprimentado por
todos, portão alto feito, rrMíoHendo as mais vivay demonstra*
coes de gratidão o reconhecimento*
Assim terminou a cerimoniada inanguraçao da navegação
a vapor no rio Arn^uaya ; e df* tiido^ para momoria, se lavrou
o presente auto, quo vàe por todus ansignado e do que se oxtra-
l) iram seis cópias, pari. serem remettidas» a sabor: doas, aos
Exmos. Srs, Ministros da Marinha e da AgricDltura ; duas, para
a secretaria do governo província de Matto Grosso o a Camará
Municipal da r apitai d -h mesma e, finalmente, duas para a as
magmas repu" tições de Goy az, António Honório terreira o os-
crevi; Ur^ Jost' Vieira Couto de Marfolhãen, Dr. João Bonifácio
Gomes de Siqne*ra, Theoftoro Rodritfues *Í€ Mornes Jardim,
PYederíro linbnetf tft' Át*'Hnr Brotéro, Dr, João de Araújo OH''
peirn Lobo, Antanio Honório Ferreira, Joaquim Rodrio^es de
Moraes Jardim^ Luiz Gonçahex de Ltma* João Thomat Cerva*
í/m*»*. Confere: Antomo Honório Ferreira,
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O governo imperial dairio o devido apreço ao3 patrióticos
esforços do Dr* Couto de Ma^alhaGa oa brilhante empreza que
com tanta difficnllade acabava de roalisap, a^signou cora o in-
trépido geoeral o contracto da navegação a vapor do Tocanti oi
o Araguaya, em abril de 1869, e ao raesmo tempo lei -o di-
rector da cateelieae nes^ reg-ião (Octaviano Esãelin).
Km virtiiile deste otjn tracto a navegação, rjuo era do 2.266
kilortietros 3e;jitQdo o relatório do Dr. Antooio Florêncio Ite-
rei ra do Lago o Dr, Bríõjamiíi Frankilin dô AIbuqnerf]ue
Lima, ooramtsaionadoa para a exploração desses ãom rios pelo
dccriiton. lB(i8^de2nde agros to de íh70, comprehendia qua-
tro ítecções: 1*, \lo Eíelém á cachociira dtj If-aboca, do tempo da
cheia do rio, e do restante do aDno att'^ onde Tos-^o possível ; 2», a
secção da-^ciíchoefras, isto i5, do Itak>ca ao presidio de S. Maria ;
:í*, deste presidio ao de S. Le^ipoldimi ; 4\ de S. Leopoldina a
Itacayfj, no estado de Matto Grosso.
DaríiDt * cerca de dona annoâ, Couto de Mafalhaos trabalhou
sem treífya nem descanço para re^iilarisar a naveg;tçàu do
matefitoso Ara^r^iaya» tnndí^ eamo gerente e dedicado eumpa-
niioiro o seu primo, tenente-coronel Josô Maria Borges (como
Couto de Magalhães Dm bravo da jíiierra do l^araífDay)» o
como superintendente o engenheiro iuLrlez Willtam lluist*
mortoá ambos desastradamente.
Em moíado do 1871. por motivo de saado ou i>orc|tio a
empreza roxu lar mente já, estivesse fun<'CL0DandQ (O, BsseHn),
oDr. Coiilo dfMíi^alliães retirou-se para o Rio do .í«iiieiro. e
nio voltou mai.^ ao Arai^uajra.
No 86fví<:o dacateches ^, o general Couto de Maf^falliãeis oâo
detienvolvou menos actividade e patrioli^nun c^omo no mistor da
nave^gão a vapor, e do inicia j dessn m L^niflco trabalho marca
a rundaç&o do Collesrio d ^ Santa Isabel qtte cuntav^t entre i>s aeus
víote aliimoos de arab4j5 us SBioa, ahavãnies, Ca^fifiÓi, (iorotirés^
(^arítjàs^ Tapií-úpth^ o trt^s da extincla tribo dos Qmijajarai,
Os |»riraeirõf? pro fessí ires, capitão Fel tciss imo do Flspirito
S40ÍO, mai!i tarde elevado í% brigadeiro doHt inditJíj, e sua i^nhora
[I. Kmeroncíaoa Vicente do Azeve^iu, além de to< la competência^
tinha para com oh oeocivilisijulos todo o carinho n alago ^0,
Esselrn).
Hm pouco tempo, os pio^, amigos e parcntog dos collo^íiacs
tinham tnivado ;iraistosaH relaçOas i-om oa cí vi liíiad na c entra-
vam a prestar rei ^viinte-i íorviços: lorneoiraontfj de li*nha era
acba8« hera empilhadas f^m ileterminadoíi pontoM da rnarííem do
Aiuguaya. sempre Junto das suas aldeiaii, c^im o lim de entreter
foiftçôes de commercioe de amizade cjra ob hoys {cÍitIhíáos} nlc.
O Frei Savioo do Riraini, franciscano, muito coDheci do na
Bib ia como emérito proltaaor e pregador no respectivo con-
vanto, fundou a Cohnia da Pedra Branca, no aldêlnmento do8
Chamhiods, perto da cachoeira dos Martyríos; e dentro do trei
nDooi, no dizer de O. F::sseliD, havia boas 6 bonitas casas, bem
alinhadas, abundância do neoeMarto para a subaisteocia, tua
pequeno cafezal a até roaoirus de variadas espécies.
o imA/IL CF.XTRAL
•ãfíS
m
Alli reinava Sn bi-o Uiãn a orleiíi-
Km Snniít Maria do Ara/itaya, o Fr, Francisco do \fimte Bão
Vícto, apozar (íe muito velho e qiiast cogo, dirigia com «írande
proveito o serviço da catecíhe.sfi, tauto como om S. Jogé o Frei
Si gi9 rmi o d o d e T.i gír i a ,
Aflsira torra iíiou a benéfica ioíluencia do Dr* .í«i8<* Vieira
Couto de MagTilhãfiíí n«> rico e fritaroso astado de íloyai.
A emprezi da navegação progrediu e clm^ou n adquirir o
vapor JkfínWro, ospecialmonto oonstriiido pa ran navegaçào
nas maiores bainisdo rio.
A retira-la do immortal funda lor da navegação a vapor no
norte do Brazil ceotral entretanto marca a ora da decadência
dessa navegação, apezar das ominentoa finalidades do activo
o laborioso goyano, o coronel João Josr Correia de Moraes,
pari cnjaa niaoa passo ti a em prez a, «» qtie a manteve com mais
ou metius dillculdades atô o anfio do 1887 ou 188H, quando
foi tranàferida p ira uma oompanliia norte americana, conoea-
sioQaria lias íatjulosas minas do Cayapó*
A fundaçàodji Companhia Viac-ào Férrea e Fluvial do Tocan-
tins o Araguaya mo melhoro ti seriamente a navegação da
grande artena liuvial. embora luri do? maiíí notáveis goyanos
contemporâneos, o raarecíial Joaquim Rodrigues de Moraes
Jardim, eatí vosso na sua suprema direcção.
Depois do advento da Ropubiiea passou esta eompanhía a
novas raãos sem mai«i Tirtuna e sem raeihor sorte» posto con»
ta 36 maia o vapor Colofubo,
Kra 20 dit junli I dol!H3í)a Idrectoria Geral da Industriíido
Ministério da Industria, ViaçSo o Ot>ra» Publicas cliaraon con-
cnrrencia para a vendado material da eitincta empreza, onri
cujo acervo figurava o vapor Ara/f tf aifn, o antigo e log<^ndario
Araptoff^nsrit-itssú, que Couto áti MagralhUes transporttiu
da bacia do Prata para a do Amazonnâ, como ja M dito, em I^
Cíirros de bois no pofcurao de cerca de ti60 kiloraetros, era
sertão quasl desconhecido.
Em 1905 novaempreía or^íaDizaTi-se, e pela actividade do
emprezario t\ justo esperar no progreííso o dt^aenvolvimento
dessa poJero^ arma da nossja prosperidade.
CAPITULO XI
AKRONAVEOAÇÀO
E' fura de duvida que a direcção do?^ balões hoje reprasanta
uma brilbanto conquista scieotiílca do XX S43Cuto» o signiílca a
estrondosa reairsação da bel la concepção do genío do i Ilustra
366
BE VISTA DO INSTITUTO mSTOniCO
«[lie Impul-
padro íliia-
fie estreitos
bmzUeífo, o Dr. Alberto Santos Diimont» o victorioíW) triiimpho
do9 gramlcs esforços de um (k's maia notáveis brasiloiros da
XVUI soeuli», o padre l^artliolomoii Lourenço do (íosmâo, o
voador, humeiB de extraoidinario talento» de grande e variado
sabí^r, do olevada ímpoftaucia, espirito superior a todas f* ao
seu 34*culo também,
Ofl hm tos pro;?iYví5os da aoi^onavogaçilo. posto
monadoa prdo!^ mairidistinctcps sclent!sf.as? depois tio
mão, nos XVIU o XIX secubjg, nao pa^mram
limites, o, podo ^6 mesmo dizor, eram a consoiiueiacia das mais
arriscadas asconções, ont,regues os a roo nau tas noa vae-vens da
sorte em verdadeiros [>alôes perdidos, e^im verdadeiras teme-
ridades*
Proust 6 Pilatre de Rozier, era junho de 1784» om Veraail-
les. doanto de Loiz XVI e do rei da Suécia, alcançaram a
altura do 2. loO metros, mercê dos ventos.
Blnncliard e Jeílerios, atravesaandoo canal da Mancha, eolro
Douvreae Calais, em 7 do jaoeiro do 17^5, estiveram quasi a
afôgarso á vista ánM costas da Fram;a, ena virtode do pequena
calmaria, cuja occtirroncia determinou a parada do aerustato ;
e isalvaram-se por um verdadeira milagre.
Não obstante, leram mais felizes do que o norte-aiiiericaDo
Wíso que, em 13 de setembro de 1783, não se atirveu á arro-
jada travessia do Atlântico, em rumo da Europa.
O boliemio aeroiianla Kátcvara Gaspar Robertaon no prin-
cipio do XIX século fez exploracõ^^s aeronáuticas especulativas
que o tornaram millionario.
Depois destas ascençoe^í interessantes, destaca m-ae peto
valor scientiftcu ou pela grande altura que alcançaram, aí
de Guyton de Morveau, de Biot e Gay*Lussac, em 20 de agosto o
16 dtí setembro dn 1804. om Paris ; a de GifTard que appijcou o
vapor como força uiotrix, pela primeira vez erapix^gada por
fulton ;ade Tissandier Crocô-Spmeili e Civel» em l:;!de abril
de 1875, úe fi3Cundos resultados scientificos,
Gambeta (<i Tissandier dias antes) sahiu do Paris em 7 de
outubro de 1870, durante o sitio estabelecido pelo exercito
aílomâo» o foi pousar om Mootdidier, gem ter sido alcançado
pelas balas inimigas em sua direcção projectadas.
Maior interesse oITereceu aascençào de Rolier o seu com-
panheiro» o« quaes sahindo de Paris em 2i de novomliro desse
mesmo anno, quasi a meia-ooito, no dia seguinte do manhan,
depois dos maiores perigos, foram de^^cer a mais de 06m kiio-
metros ao norte do Christtiania, na Noruega*
Sem embargo de todos esse a insucee«st:>ã, após a guerra de
1870, o governo francesE em 1875, restaurou ít Escota aeronáutica
miiitar de Meudon, supprimida havia muitos anoos j»olo
capricho de Napoleão 1, escola esta que durante a primeira re-
publíra prestou aasigoaíados serviços Aã armas francezas. Nosta
escola, uma companhia de aoroackutasoccupa-so incessantemente
em estudos theoriooa e práticos, observações, investigações o
experiências, tanto jjelo que diz rospoito d direcção dos aeros-
o 0UA21L « EKTÍUL
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r
ta to a, coms> pelo qtie so rpfero ;U diversisaitnas a ppU rações
destas (\. piifíooharia iiiíUtar.
Já ora 1861, na guerra dos Estados Unidos, a aeronave re-
prosentoM imii iraport inte papoí. commnnieando o observador
aerco, \Mxt meio dn um fio eléctrico imaírinado t>elo engenheiro
aeronauta norto americano, Allan, com o *]iiartnl ^onerai do
f^ampo.
Maf, a primai ra mnnsaífem tolegraphica transmittida do
seio ildâ rogíôea aeivag foi a do professor Love, em \\'a9liiQglc»n,
ao prosidento dos Estíidos Unidos, o era concebida nos termon
seguintes:
« Waí»hÍiigíon. halãú The Enterprize,
€ Senhor pro«Monte. O ponto de observação domina uma
extensão dn ciucoenta milhas proximíimonte do diâmetro. A
cidade, com a sua cintura do acara pamentoF, apresenta uma
scana síoborba. Tenho imraengn prazer em onviar-vos nsi-e des-
pacho, o primeiro qiio Jamais se toleírrapboti do uma estação
aí*re.i, n em reronhecor tudo íiuanto vos devo por todas as anl-
maçons que nso tendes dado, o por mo haverdes concedido en-
sejo de demonstrar os serviços que a sciencla aeronáutica pôde
prestar ao exercito inatas regidos. >
Em setembro de 1861, nassa mesma guorra, um dos mais
arrojad iS aeronantaj* eonhecidog, Mountaín, forneceu pela sua
así^e Qçâo ae rea ao gonei^al Mac Cl o 1 1 a o ta o pre c ioKi'* i n fo r ra a -
çõos, que, por proposta deste, o Dapartamonto da (luerra deu
ordem para se cooslruirem mais quatro balões.
Na guerra A-ancj-prussiana, < desdo ^3 do setembro de lH7i)
até 2H de j-ineiro do ISTl.aesseuta e quatro balões atmve?isaraiii
as linhas prusaían.s, Cmcu foram apridioiíados o dou» caiiiram
no mar. Traoaportaraiií peios ares 01 aeronautaig, IM (passa-
geiros, 363 pombos viajantes e 90(X) Ivilograramas de despachos.»
Também o bsláo tem sido empregado em foati vidsides pu-
blicas, o para não ojt;ir mais do quo um faííto, banta di/.er que
sobresaiie a asceoçâo feita por oecaaião da coroação de Nupjteão I
porS, S.oPapa í'io Vil, que so achava enlao em Paris
í*m h\ de dezembro de IH'I4.
A^sonze fioraa da noite foi solto aos ventos um balão per-
dido, feericamente iiltímif^ado com troH mil vidros de eòr. No
dia seguinte de manh^io, o tíaíâu pairou por sobre a cúpula de
S. Pedro c o pilacio do Vaticano, e foi eahip ídgum terapo de-
pois no lago Bracciaou, do onde o retirou a enorme multidão
que o seguia e que poude eotào saber o que annunciava, era
Huas leltras douradas» estii espécie de mensageiro coícste.
Desta expedição se pôde concluir, como fact» positivo o
jueramefjte casual, aliàa de muito interessa, a celeridade com
que t*oi percorrida em poucas horas, a irrande distanela entre
as duas capirues do mundo. Paris e Roma.
Ivm I8HV, o distinclo paraense, Júlio César Ribeiro de Souza,
protestava perante as sociedades sciautiílcas, contra a imitação
de seu aerosvato fusifurme pelos capit'«es franceícs Renard o
Krebtt,
nàátáã
REVISTA Da IVSTITUTO HISTÓRICO
TodATia, aem aqoelte aporoso braiileiro, pela morte lio
c^o roubado aos serviçoâ dã pátria, nem estes liTeram a btm
sarte de con^guir a direcção da aeronave*
Vinte lionos mais Urde, em 19 de oatabro de 1901, o Im-
mortal Dr. AlberU) Santos Duinont, iambem brasileiro, depois
ã^ militai e repetidajs expi^rieiícia^ em que haTia já oonsiimido
cinco baJõos, annuncioa haver descoberto a direcção dos
balões.
Deaote desta ^-andiosa ooiicia o Aero^Club de Paris, pro-
pôs um eoncursT) em que íícoq íDstituidoum premiada cem mil
francos, ao aeronauta qne, em trlnU minutos, sahLndo do pateo
Aero Club, déaae uma volta cm torno da torre Ellfel e voltaaso
ao ponto dti partida.
Sani'>s DumoQt apresentou so com o seu dirigitel, queent^
tinha o numero *,, e effectuou rígorosaraenie o programma do
Aero^Club.
Dopois ÚQ lonj^os debíttes mais ou menos apaiionadot , o
Aero Club conferiu au) ím mortal aeronauta brasileiro o premio^
como recompeni^a da real descoberta que acabava de f^zer ; 6 a
data de VJ de outubro de 1 901 paâ^ou a marcar om;^ nova era
ua historia da aeronavegação.
Passaíioe cioco annos, em 2Z de outubro de 1906, no hipó-
dromo de BagiiteUe, em Paris, Santos Immoat, pelo mvL gtande
meritó, porseverantes trabalhos, tenacidade inexcedivel eeu-
geobusos etforcoí, e deaote de milhares e milhares de especla*
dores, conseguiu dar um vôo de sesííenta metros, no seujã
famoso aeroplano automóvel mais pi sado do que o ar, obtendo
assim o primeiro prejuio Arcbdeacon, uma rica taça.
A* i5 de outubro, novo voo <io 3?0 metros, em 21 1/:^ se-
gundos de tempo, seis metros acima do ohâo, fez o ílhi.^rreaoro-
n?iuta ganhar o segundo premio A rchdeacou, do 1 .3(Xl francos.
Ofl mciií^saateâ triumphos do nosso grande compatriota
abrom as portas da Hiatoriasoseu nome glorioso ; e desappa-
vpoi* para í^emprí^ o temeroso problema que o homem, desuea
legí^ndarii i- infausta aventura dtí ícaro, por tanto tempo con-
aidorou como superior ao seu poder.
Um outro brazi lei ro eminente, AugtfSto Severo, deputado
ao Congresso Nat^ional, e emulo do Santos bumont> foi vic;lma,
com n sou hábil iD<vchÍnistaSachet, da sua intrepidez, cahindo
da íiUura ú^s 45õ metros, na rua do Maim% fim i'aris, era conse-
qm-ii(!ia da terrivel explosão do seu grande l>:ilao Fax. nn dia tS
di< maio iln \9iU, r^yando se preparava pfira festejar no dia se*
guintfn a data \i de maio, anijí versar io ú\ extincçào da
íísícravidão no BraziL
Pretendia o deputado Augusto Severo fazer uma ascenção
doQnitiva no seu balão dlrigivel, com o llm de mostrar os
melhoramentos por ello introduzidofí e que, eegundo os doutos,
coQstituiara na verdade um progresso na arte da navegação
aérea .
Entre nós, infelizmente, não existe ainda uma escokide
aeronavegação» como a militar em França» Inglaterra, et6«
o BRAXIL CENTRAL
369
de maneira a Santoa Diimont ou seus disoípulo^í poderem prestar
ao Braz^l, os relorautei serviços da sua descotierui. destiaada
mm maiores heQOÔciuae maia fucuniioa resultados.
FUTimo DA KAVKOAçIO PLIIVIAL, E AÉREA NO BHAZIL CKNTRAL
I
A natureza ilim ao Brazil central ura dos melhores gya-
temas llíivifies do mundo, onde a navegação cotivenientcmente
o rpfftQizada representará, do certo, um dos raai3 importmto
instnimotitos da prosperidado dessa bel la 0 íortilissima rtigiào.
Entretanto, a despeito das mais satisactorias tentativas,
no correr de quasi t pôs séculos, desde osjeauita«, padre Cli ria -
to vão Lisboa em agosto de M>:^, padre António Vioií^a om
riezorabro de ir^ò'! até o í?enrsral Dr. Jos^» Vieira louUf do Ma-
ííalliâea em maio de 1808, uos rios Tocantins e Araguayj; a des-
peito dos grandes esforços de dislinetos pairiotaí», doa primoipog
iniciado ros do movimento progressista lluvial a vapor, o Vis-
conde de Mauá, Dí*. Christiano Beneíicti Ottoni, o oDr* Aure^
liano Cândido Tavare> íiastos, era doz'^mbro de 18 i6, no rio
Amazonas ; os Drá. .íoàf> .losé do Oliveira Junqueira, om no-
voínbPo de 1853, o Franklin Araericn de Menezes Dória, no rio
Parnabyba, om fevereiro ile 1H6(>, o 1° te no n te da Arina<la
Francisco Manoel Alvares do Amujfj, no rio S. pj^anciaco, i^ra
fevorí^iro (Ilí 1871 ; a dospeito dos animadorns msultados das
poucaa amprezas do rommunicacão Huvíal actualmí^nte exis-
tentes, a navegação a VEipornos poderosos riuíidõ planalto bra-
ziietro aí orla está muito loníç« da verdadeirii expressão do seit
valimento rôál.
A fundação da cidade de Matto Grosso o do FovU^ Prin-
cipo da Boinu nn rio Guaporr*, noa tempo-^ colou iaog» naturat-
mente, foz convergir quasi toda a navegação do Amazonas
unicamente ptira o rio Madeira, náo ob.statile a grande oxten-
síiu de cerca do 4fi'} kiioínetpof, cheia do diíl!»ni Idades o perigos,
na sua secção encacboeiraíia ; e tem ficado lúú agora ^uasi
esiqueeidas as viagens, tanUs vezos cojn oxito «^íTocluadas» pelo
Tapaj àz < \ polo Toran ti n^í A r-t^uay a .
Não tiVm si lio mais lombrãle us dois caudalosos aíBuentes
do alto Ara^uaya, rio daá Mortos o, principalmente, o no Bar-
reiros e o sou giande trihutario o rio da.4 Garças, pelos antigos
jeauitas priíforidos desde a^ suais primeiras internações em
bus Vi dr» Matto GrofiíO,
A boa navegação de Par^jsruay, seus afluentes o sub- af-
fluentes, ao sul, e a téatíí, a do TJóté. outr^ora, atrahiram o
commercio destinado ao Maito O rósea para e:ásas linhas Huviaos,
Qoa grandes rios do norte fíc^ram inaproveitados, apQzar de aô
370
llBVISTA iíO INSTITUTO llISTOÍlIflO
ainives?arem o solo pátrio e oocurtarem muito ai distancias
nntr© 06 priacipaf^s centros de oomraercio e iniu^tria do ParA
o Ma.ibo Grosso.
Não são estes os uaicos rios Daveg^iveisque, mais ou menos,
directamento íatereásarD a zona domai^ada no planalto ceoti-al
para a futur i capital fedoral ; mui toa confluentes caudalosos
o oavMgaveii, qoíisi todos aiíida inexplorados, tom as suas nas-
centes 011 em lerintorio goyano ou era seus limites, defrootando
com oíitros que, depoi'* do um curso relativamente pequeno»
prfístam-se a n;ive^açâo também.
O rio Paracatil, o maior aítiuento mineiro do rio S, Fran-
cisco» nasc© na serríi dos Pitões ; tom um cui*8'J de cerca de 6:^0
kitomotros, dos quaes 42i navegáveis, seí^ondo o í)r. Eduardo
Josr* de Morai^s ; o o seu aiHuente rin Pretíí, íjue nasce na cidade
R-oyana ãn Formosa, tom mais de 5tNi liilometros de compri-
mento 6 em içrande parte é uwe^aveL
r» rio l^rucuia, de porto do óviO kilometros do extensão» dos
quaes ^31 navegáveis, som contar o seu caudaloso tributário
o rio Claro, ainda im^x pi ora do o mal conhecido.
O caoilaloso rio Pardo^ qne nasce nas rronteiras de Goysss,
tem porto de rj5 J kiíometrus de curso, sognndo íJerlier : eo rio
Pandeiros, í|Uõ n:isce na st*rra Negra» em Minas, porto do Goyaz,
não eâo conltecidos ; ma&, no dizer do t>r. Kduardo José d d
Moraes, aquelle ái maia do 81 kiloitietms do navegação e este 40,
O rio Carinlianlia, cuja origem esld na sorra do S. D>
mingos, limite de (íoya/, divide Min«a da Bahia, tem 4Gí kílo-
metros do curso, e é francn mento navegável em extensão dó
12J {*), nãoso levando em conta a impraticável cachoeira de
Marni;íz, 48 ki lo me troe da barra, por ser remo vivei medi ao to
pequeno dispêndio, conformo o parecer de competento com-
míssao de en^'o aliei rosque a visitaram.
O vapor do rioS, l*Yancigc*>, Prêsiftente Ihintn-^, jd percorreu
o Cannhanha 2(j kilo.uotms sobre o comiíiando do 1* tenentn
da Armaila ICmilio Augusto Moilo li Alvim. A zonagoyanaa quo
p6de mteressar <i navogacão do t'annhanha o seu importante
ailluenlo Ita^aary. tem as cidaílcs d© Flores e Forte, no Vâo
do Paranan. ontle o rio Paranaa j/i é navogíivcl.
O rio C«»rrenle, críjas nascentes tlcam lambem na serra do
S, Douiingus, tim iiuij ou m»!iios o mesmo curso quo o Ca*
rinhanh i o |i foi nave^rado peto vapoi* do rio S. Francisco
Stiídnnfui Mavinhn, sob o com mando do 1^ tenente da Armada
Alvos de Araújo, atí^ o porto da 8anta Maria a I3:i kilometros
da baira, o ainda continua navegável, nuis ou menos 30
kilometros, até a povoação de S. Jos*^, segundo Durval Vieira
de Aguiar.
(% KtLfahido úo numero único, êdiç&o e^pêeinlf do Jom&I, O
S, Fiíififin-o^ jvdo comm^rcio da eapilnl da Bahiti, pnlilicadríern 54 da
t>»ver<*if'> d<^ ISÚí), oní homeo;igem ao Ur. Aliguel de Teiíe *' Argolto,
íllrw:lor(»<*ngfiiU«irocb«fe do j\rolon)í.iiiierj lo di^ K^ra^b da Feno d»
Ii:*lMft ao SAo Franoinofi,
o BRAZIL CENTRAL
;i7l
A meia distancia eotre S. Josâ e o por. o de SaDta Maria,
desemboca o rio daa Egíias, navegável até a villa Correntiaa.
Defrontam osíes rios cora a região govana em que se acham
S, Domingos 6 Posalí, na liacia do caudaloso PíiraDaru
O rio Orando, um dos raaiopcs tributários do S. Francisco,
tíoiíi o percurso dtí cerca do 5(M) kilometros, náo oUt^reoe em-
baraço algum á uavéj^açâo alê a €Ídado de Campo Largo, :/'J7
kilomstros da lítirra, e d*abí ao JJiuoeiro diíitanLo 132 í5 ainda
navegável» nao obstante os rápidos era algumas curvas do rio.
Acima do lirauoiro começam íts pedras» a ponto de turaar
impossivel, Qiu alguns locares, a navogagao de canòis.
sáo aillueotes do rio Orando, o rio Freto, navegável na
exfenífâo de 264 kitomotros até a barra do Sapào (do maior
volume d*agua do quo o rio Preto a também navegável), o
Branco até Jacarú» e o rio daa Ondas I:: kilomeíros-
O rio Sapão nasço em uma afjua etnendado, mais ou mcuua
na latittida do 10 gráoa auatraois, a noroeste da Bali ia, nos
iimitea deste estado com os do Maranhão o Goyaz; em toJa a
sua extensão o Sapão não apr-senta pântanos ; rt^cebo nume-
rosos ai11uentea« vindos da base dod plauittos adjacent*3s ; o
cheirando na Chapada da Mant/úbeira Ibrma cora os seiíB tribu-
tários» na phrasô do James Welli, um voriladeiro labyrtntlio
de cauaes, ao logar denominado Vanjem BoniU, a 689 metros
acima do mar, ©onde cmsoe ora espantosa abundância a bel la
palmeira barity.
Na foz, o rio Sapão tom cerca de quatro metros de pro-
fundidade, e até bem perto das nascentes consorva trtís metros
© triiita_ centimetros, sem qued ^s nem caclioeiras, e com a
inclinação geral de 1 para 3000 (James Wells).
Da toji*** cnif^ndaia úo rio Sapào saUe lambem o rio í>Íõgo
que vae lazer barra no rio do íSomoo, ailluento do Tociiutios,
•í O rio Dio^jo dista cercado 20 Iiilomotros da cabeceira do
rio Parnahyba. que o perfeitaraonto n«vogavel de8aj>ta Pliilo-
mena para baixo e dividia as |Tovincias do Maranhão o Piauby ;
portanto, uma estrada de ferro liganJo o rio DiojíO á parto ua-
veg.ivel do Parnaliyba seria de grande alcance pjndo ora <iom-
muQicaçâo as províncias do norte do Império oom as do
centro». (*)
n
Desde que a aeronave entrar ora decidida concurrencia com
os g^randes elementos da civiíistLção moderna, dos progressos
dua Dações cultas, era stias relações comine rcia es, indusldaes e
outras, o que praticamente só parece possível quando a electrJ-
(•) Dã rela tório— i?í£í<ííoí tk Unhas ferrcaã e de naffegação ttaê
ftiinf^A dnji rnx^t S» Frã7itn)(en c Tarantiits, citado pelo Dr. KJaardo
Jofé de Moraes, DO eu li^ro^Xacftjarão ítactivr do Butsih
S72
REVISTA DO iNStlTUTO HISTÓRICO
cidaUâ for a foiv.a motora efTectiFá, é fópa de toda a duvida qae,
o eentru áo 6r&2il neste particular, será uma região exce-
pcionalmealo privilegiada.
Salubridd.dc perfeita coDsoaote com o sou clima verdadeira*
nieute sadio ; grandes e aljuodaoteii quedai d agua para pri>-
ducção da etectricidade nrotora, em distancias relativamente
pequenas, umas das outr-iA ; curtos trajectos a vencer peia aaro-
nave ou pela ferro-via eléctrica, eotre os portos dos rios uave-
gaveis do norte, sul, íéste e o^te do Brazil central, cujos cha-
padôes são om geral arriínados por brandos decliveis taludados ;
desueceséidade de caminhos especíaes, portanto, para a rápida
transmissão doe Tapores de navegação fluvial aos seus respe-
ctivos portos, ou Ás estradas de ferro de penetração, regionaes,
traneeontinentaes ou estratégicas ; franca e rápida communica-
ção e translação de objectos urgentes, entre portos commer-
ciaíís de rios navegáveis ou do littoral mariíimo ; entre esta*
ÇÔC3 importantes dos entroncamentos das grandes ferro- vias ;
ejitre as cidades, de un^as áis outras.
Ha absoluta ausência de temfieâtades c^c Iónicas e de
outros grandes perigos para a aeronavegação- Neste movi-
meu lo progressista, dove-se levar cm conta m novas eznlora*
çòes iudustriaes, cujos maleriaes, lia tantos séculos guaroadov,
espertm r> alvento da ctvilisação e do pi*egreBSO no vasto pla-
nalto centrai do Braxil.
Novas e numerosas offlcinas, protegidas pelas estradtts de
fori^o, pela navegação íluvial e peia aeronave, conforma
a natureza da sua proincção, verão os seus eifeitos com-
roerciaes rapidamente transportados ás feiras do consumo
mundial .
Milhares de operários de todo o género e suas famílias,
aos serviços da aerostação, da navegação fluvial e da loco-
moção ferro-viaria eléctrica, terão remunerador traballio, e
por sua vez promoverão maior producçáo e maior coosumo,
que devem trazer augmento do movimento comraercial, agn-
cola, etc.
A nossa situação actual, no convítio ãns nações cultaLSt
mostra claramente o atrazo em que estamos no tocante ao
Srogre^so dia vias de coraraunicaçao férreas e tluviaeSt isto é,
e vias lie coramunicação rápida c barata.
As nossas estradas áv. íorro são poucas, de mui lenta con-
strucçâo, de fretes em geral excessivamente caros, o qut-^ diíH-
culta muito, senão impodo o desenvolvim<*nto da lavoura va-
riada, e nem sempre tena ubadecldo aos interesses geraes ou
regiouaes ; pois que a funesta intervenção de mal entendida
polittc^gem ás vezes tem sacrificado o interesse coUeetivo aos
interessai politicas de uma «luv idosa ou pelo menos epbemera
aucuiriiade de aldeia.
Isto tudo, porém* vae desapparecendo pouco a pouco com a
immígr^ção utíl o laljonosa quo tem feito do Lirazil a sua nova
pátria ; e os iieneíicios do seu fecundo trabalho, em poucos
annos terão mudado fundamcnlul mento a feijão da actual
o BRAZlt CENTRAL
373
vida ligricola e iadustrlal, uísa vez que» í^ejam secundados pelos
das via:^ de conimttnicação rapidu c Ixir^t^i do centco úo Brazil
para qualquer ponto do sou Imn^eilso tittoraK
BIBLiOGRAPHlA
1 — l*ros|je<3to dd Capitauiíi íie Goyaz lio auno do IHO.*s um
que turno o pusae Úg recreia rib do Governo deJJa o ba-
charel Manoel Joatjyim da iiíjveífii Felu» JdaÈiuscripto do
Archivo da Secrelaria de Estado dos Negócios Estran-
geiros^
2 — Memoria ora quo se moetrara algumas provjdoncias ten-
de nton ao melhoramento d ti agriculturu a commercio da
Capitania de Goyaz, oJterocida ao Ex. 8r. Condo de Li-
uharofl, Ministro e Secretario de l^]s"ado dos Nogocio.s Ks-»
traogeirus o da Guerra» por Francisco Joctú Kndrigues Ba-
rata, sargeoto-mór da Cíipitaoia do Fiuã. Manusvriptfi
do Archivo da S. E, JV» E, Tubi içado na Revia úi do In-
stituto Hiôtorico» turno IV, .seguoda serie, pag. :í:^*
1848.
3 — Descrlpção do estado actual da navegação dos rio» Âra-
guaya, Tocantins e Maranhão, dirigida em 1808, ao Kx,
Sr. Dr. Rodrigo de Souza Coutinbo, por José Manoel da
Silva Oliveira.
4 — G^ivii esoripta por O» Francisao do Assiâ MaBcaroEhas,
no dia ena que deu posíçe do governo du Capitania de
Goyaz ú, Fernando Delgado Freire de Caatilhu, nomeado
seu Bucceásor , Manuso iptú do ÁrcJnvo da S, E\ y,E.
5 — Promemoriada mhiade ferru e áis minas de dali ire: a
primeira oa Capitania de mina^ dn Goyazea de Vi lia Boa
e A segunda de i»alitre naCapita^nia da Baliia, e lambem
perteDcente á. Capitania de Minas Geraes {Nho traz
quando foi aecripta nem por quem foi). Mapiuscripto do
.Ire Atuo da 6\ E, N,. IC.
6 — iQÍormação sobre algum pontoa relativos á Davegação e
índios da Província de Goyaz, dada em 1808 ao Ex. Sr.
D. Rodrigo de Souza Coutiulio, por Álvaro José Xavier.
Mtrmucrtpio do Ar chi tio da K^êcrtítati^. de Eilado dos Xegv'
cios Estrange iro:> .
7 — Digressão que fez João Caetano dit Silva, natural de
Meia Ponte, em 1817, para descobrir, como com eíTeito
degeobrio, a nova oave^ação «ntre a capitão ia de Goyaz o
a do S, PauiOt pelo rio doa Bois até o rií> Grande, que
divide as duas Capitani is; cuja navegação tinha sido teo-
tada pelo Ex, Sr« Conde da Palma, quando ioi gover-
nador da Capitania de QayaZf mas ou^ja tentativa não
374 REVI5TA DO LV^TITLTO HirTlHX-^
t0Te ettsiVf pijT Mt ter ^piida «t ^x^vêiíãl. JáLjautcr^mu
oftTHniia %-j Li^lOito riíttorier> e ijfHf=!iauc9L jua ir.
s _ Viajam 'te Thofxtu te Souxa v:Ua xájw Ttóuá _t;:s ~j—
Uuufe <&)cniiii«aVjft oAfiintH .««tatíTon i uttãOLfc Xkveçr.ao
ií*?. laciaita «m •i«>miihro ie lT.-â-
Lmz Antoaio ia .%!▼& % ^jjoxk. 'A.±^ '^imiran nk .ifi^
▼úca io Inscitar^, vuno v. ^«tfníiiia «rio. .9tf). ?\ic. 4â9 .
Lij — aeiasiiria •tirijinuo tn V(iai8r^*o «ia L-ucanoqía ?aiiuc& ^Bb»
Camiti 7, «ie Caacrtuaa, »ai»r?r>acuia '^ ima mmixii^o
na .imanca ia àoi: -Viyaz, 22 'ii» inniôpi » at*. ?a-
biioMfa mi túma vir -ia ftr7:sta <ia 'ny.mm, s úíbí i&
1946.
IL — Documenciiíf aiflciasit. i, . •«i. :2; pair. *<âl * Tãçmzt;».
•iu 4JIIID vir.iaR«visca Ia Ixtfricir^). Pit-^i la/omni uk*
Depsca^H. 3M <if» upixCa i*» ."fia. i^iss .«BkiuiiB. M&fiuiuo
•ík OLi^eirri. 1. ^, itaitntfTiHS-liiAiaaat.i. Aatomo ^^^nu^.
•ie •iodoy.
^ — LjpKi ia arii ias a úifersa ;ti.« ?Ui&] uk ? narii •??-
•it22MiQnixxaita ie iuaa lairÃiM ie jiiiioá. lir.^ja Lr -í.^j
■inoe punun. Jfimwjicrsiir*! io jiaCicusD.
13 — .uma» -ia Pravuieia is «^oy àZ 9eiú 3r. ase iaràns -•i^-
?Bra ie AIihicmcts, uCi^ 3r»:«iaHfli» i;k lita ?7aTT:LL*i^
3a ana >LXVU. parte «fonda ia EUt^i^a m liBUSoto.
iifi-fc. 3w. 1 <» iR:nniit«9.
-i -* ffiiOuRa ia ■'^^pTn^ni» «ie «loyaAL sjorifluuía laiD «nirgião
4Bé '-buiuei líitooes ta ?n(ii, sobiicatia t>in •sfiEau:^^ k*
5 — V>jv3^n9 uix wurces m ílio S. ?_":uici?cb -« laTr^iiico
«ÍB 'njyro. por M. uU^UaiC Sunr. iiiUWPí. -• '••!. ^«r.
:»i — iJLiòeR júinhev. 3^aUu"Jk. lu ii-asii. «i Más. T-^aulICtUi ie
Loiz u* ZjKn. ' nnrTi^-ra 3eia JjiuiC' **srTcuBie9 ^-^
aueun .
-"* — larijn^plua .titfunea ia^n^oncia ie íovas peiv ?:*:-
.piieirn aaraumoo ^oiá ia JiiniiaMaaaa. niMjtlininr ias
.iiTmas la npiwna Pr^vroca. ?*iiiiieaiia nu 'JowsMà :T i
Sf ta leriflBL i* juKitma vn ST-k i v^T3.
.3 — l^HaCuTú ^grwMuiadn ^ k^emiut-a .e^sMaava lo • j^-vl
3iÉo ireanKite ia ^nv^jacia i ixnr. ^r. Dr. Jtí:st« '*:e>ra
Ijiira le Magilhiit itivaz r«^.
.'J — iar^aw lu P^iiro .uitonia Viaira. ~.uiiu) . ikj .^^ -*--
^smtB^ ia •idiçaii ie .^?ã. !.^^í«l. Imuffvza ^«UKuria
^vominaise.
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ier. PiiiP» Hj.^ ^aiiu«á ie iiuiava. tiferm lO jr. -'roo*
RIO ABANDONADO
( o PURUS )
I
RIO ABANDONADO
( o flRUS )
O geograpUo norte-americano Morris Davis reví^loii o
*' í*ycJo vitftí - dos rios. Era uma concepção reTOliicioiíam.
Nâo houve scientistajungidoá r^nfe^da geogpaphia descri ptiva,
ilomlnante aioda ^ntve n(m^ que ^ nào escandalizasse aote o
coDCoito desaasombrado do Yankee. Maa o antagonismo foi pa»-
aa^eiroe trâgU* Uma simples monographia, Rivers íind vallsys
úf Pennsyl^nin^ deslocou, dc golpe, desde 1389, toda a fortaleza
inerte dà rotina ; e firmou um noYo mmo ao critério gix>gpa-
phíco, não jà apenas pplo associar á forma a eâtructura dos
terrenos, completando os fácies inexpressivos das guperâeies
com 08 elementos geológicos, senão lambem esclarecendo a
génesis dos mais breFea aecidentes e descobrindo nas linhas
pinturescas da movei physionomia da terra a expressão elo-
queniíí das energias naturaes quo a modelaram o sem cessar a
transfiguram. Pôr fim ninguém mais oxtranhou que llorria
Da vis, impellldo aos uUimo.^ corollarios da nova doutrina, se
abalançasse a uma espécie de ph jsiologia mon^^truosa, e descrê*
vesse, dramaticamente» as complexas vicissitudes da existência
millenaría dos fartos curdos iie aguas, mostrando- nol-os com
uma infância irriqaíeta, uma adolescência revolta, uma virili-
dade equilibrada e uma velhice ou uma docrepitude melanco*
liça, como se eUes fossem estupendos organismos sqjeitos âcon-
currencia e a selecção» destinados ao triumplio ou ao anniqaila*
mento, consoaoto mais ou menoa se adaptam ús condições
exteriores.
Não acompanharemos o ^nial bio>?rapho dos rios pennsyl-
vanieosno explanara theoria admirável queé o caso imprès*
.sionador de uma entrada triumphanto da imaginação e da
fantasia nos remansos da sciencia. fiaste- nos notar que olta foi
aeceita em todo a linha e é Inf rangi vel, esteiando-se em dad<^
induetiVDS e seguros.
Todas as caudaes, de feito, atravessam períodos inevitáveis,
de rnhmos uniformes e constantes, máo grado a variabilidade
do theatro em que se operam: a principio indecisas, erraiites
e frágeis, derivando ao acaso, ao vici ám pendores, como a
procura de um Ííoiijõ *3m cada dubra do chào, e accamiilando-se
nos numeiijsos lagos, incoheren temente esparso», onde repou-
sam; depois, definidas nai primeiras linhas do drenagem, maii
estáveis e fundas, para onde convergem, adensadas, as chuvas,
formando-se o apparelho das correntes, repro fundando* se os
leitos esboçados e iniciando-se, com a energia tumultuaria das
380
RKVíSTA DO
ÍTO iiisTomco
cacboííifa^, o cliinjue secular cora as asperezas da torra, lon^o
tempo ; at.^^ qne, exUnctus oa ompeçi>s ostruchiraos, estabelecido
ura Íe4to © definido ura Iraçulo, n rio m coD^ititua, cora os aeua
alTltien toa fijcns, om declivo continuo era curvaturas i^^olares,
um tliahviig íAjustade X contextura do aôlo, o a dilTerenciavíio
morpliolugica íjíie reflecte os seus varioa estádios — das cabeceiras
onde perduram as aguas selvagens do antigo regimen torrencial,
ao curstj míMio que ihe caracteriza a situaçílo presente» e ao
trechi) inferior* profigur^ando-lho a decrepitude, onde elle se es-
praia, repouâ adam ente, e constróe, pela «colmatagei» das Ttzas,
que acarreta com velocidade tnseufliveU a própria planície ai-
luvial era que deacausa.
l\ a pt];ise de madureza. O rio está na plenitude da vida,
depois íia molduragera coinpleia de todi^s os relevos, Attinga-a
rematando um esforço pertinaz» que 6 por vezes tcda a historia
geulo^'ica da rogÉíio.
Não húÈive um ponto em todo o percurso de centenares, ou
de milharei^ d^ kilumetr >s, que ello não atacasse, um grno de
areia que nílo removesse, balanceando as excavaç5es a mon-
tante com 08 atcrro.-í á jusanto — construi ndo-se a si mesmo —
obediente Á tendenciíi univer^al para as gjtnaçô s estáveis*
AdqiiSrio, por fira, o seu perfil longitudinal de oqnllibrio, eeste,
ainda alu*npto nas vertentes, onde a rorrenteza é máxima e o
volume miniiuo, vem continuamente amortecendo se, em sue-
cessivo ca h ir de declive, atô ao quisi liorísontalismo no nivel
de b/ise, da fu2, onde aquoHeseleraenton se invertem, resultando
o equilíbrio dynaraico do syatoma da relação inversa entre as
massas liquidas e as voloeidadefl que as arrastara.
Como quer que seja, desde que alcança rste ptariodu tiwlos
oa olemont*)» do Sf^u tbahvet.% prnjm^íadoíí em plano vertieal, de-
senham^se com a forma approiimadade um rAraíHie d^^smedida
parábola, úv concavidade volvida para as allurajs*
Assim se traduz genmetrieamente um facto mecha nico
complexo. K bem que a tend<*ncía para aquelía figura síya em
geral perturbada nu oxtíócta nas camadas de resistência varia*
vet, onde as rochas desvendadas originam oMntagnnismo das
cftclioeiras, r iimí^tTíivcl que a curva parabólica se delineia nos
terrenos liomogeneos eomo scmJo a forma definitiva da sí*eçào
longitiidinfil de todos 08 rios no remnie de suas vicissitudes
evolutivas.
O Purtls ^ ara dos melhores exemplos.
Desenha ndo-se lhe u perdi era tuda a extonaio itinerária de
3.21H kiloraetros% nua vai da embocadura no Solimões aos ul-
íimoii raanadeirr>s do ril^eirio Pucani, na >orrania deprimida e
aem nome que separa as maiores bacias hydroj^raptiicas da
terra, chegasse muito approximadaraente áquelfe ramo de
parábola.
Pelo raenoa nenhuma outra curva o definirá melhor.
t>emo8stra o este quadro» onde os vários trechos se ^uocedem
í
RIO ABANFIONAIVO
38 1
(111 raoiio a acorapanhar-se em todo r» seti pArcnrso a rjnnía re^ii-
larísiinia á*\9 agna^ :
SECÇÕES
Dm nascentes ao Curiuja.
Do Curiuja a Cítraoja , .
» Curanja à foz do Ghao-
> C 1 1 a nd í o.^ 8 á foz d o Yaco
» Yaca ao Acre , ,
> Acre ao Pambiiiy •
» PaQhmy ao Murjiim
^ Macuim ao Solimões
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Ahi sé hatim dado T.icillante : o que rcsolta. da differeoça
de uivei nos pontos eitremoa do yliirao trecho- Deduzimol-o
adoptando um mínimo de 18 metros para a altiim da foz do
Purrts, sobre o ríi^el do mar, quando ella ê. certamente, maior,
e mais favorável, portanto, ás nossas conclusões. Oa demais eJe-
mentos, dovemot-os aos trabalhos de William Chandlpíís e ás
nossas observações recentes.
Ora, ao main rápido lance de vistaa. e sem que se exija um
deienho facílimo, veriflca-se qiio o «írande rio. atravessando um
terreno homogéneo e mais ou raenof? irapermcavtil, suíjonli-
nado a um declive que, apezar de diminuto é dominíinte na
vasta planura, omie as chuvas se distribuem eom regularidade
incomparável— ó doa que mais sa adaptam ás condições f heo-
rlcAi indicadas por Morris Davis ; o no ultimar a sua evolução
geológica retrata-se admiravelmente na parábola raagestosa de
que tratamos ha pouco .
No estudar o seu regimen geral vamoá, portanto, com a
firmeza de quem discuto a equação do uma curva.
Assim, considerando o prtmeiro trecho, aquelía declividade
do l"',nO por kilometro, tão diversa da que se lhe succede, de
0«»,g2, diz- noa para logo, dispensando o exame local, que o ver-
dadeiro Alto-Purús, demarcado oíílcialmonte a partir da boca
do Acre, e estendido por alj^^uns Reographos ainda mais para ju-
sante — principia de facto muito aliara» a 3019 kiloraetros da foz»
na confluência do Cujar ©do Curiuja, os doustribumrios em que
elle se reparte numa dichotumia perfeita, perdendo o norae e
osgalhandose líirgamonte fraccionado pelos mais remotos pontoa
da aua vasta bacia de captação.
382
REVISTA DO INSTITUTO IIISTOBICO
Por outro lado, o deelíTe raal, de ^
ty\9
mal se approKima
da conhecida relação -^- firmada com o limite mioimo daa
verteot435 torrenciaes.
CoDclucse, então, de prompto, que o rio, até do sea ul-
timo segmtj^to, oDde é sempre mais difficil e remorada a regu*
larisação doâ IeÍtos« está numa pba.se avancadiBsima de deseo—
Tolvimento* £* o caso excepcional de uma j^rande artéria, eotro
as maiuraes existentea. capaz de ser Davegada nas mais extremas
naseentee, durante as cheias que llie encubram os onruerosoa
degjáos das corredeiras— porque em tal quadra, admiti indo qno
as aguas subam de ti*es metros numa calha de doz« ct^m iquelto
declive, que corresponde a 0»,(K)IG por meti o, o F^imple^ em-
preiío da fbrmula de DWiibuisson nos diz que as correntes de-
rivarão com n velocidade matima de apenas £"»,20, facilmente
vencida por uma lancha yoIoz.
Ora, estas deducç^^s resultanús do breve exame do um
quadro tão expressivo que dispeo?^ o dia^amma correspondente,
resaltam, vivamente, ás maia incurioias vistas de observador
escoteiro, que alli passe depois de varara planura amãzoutca.
num itinerário de quinhentas léguas.
De Tacto* o que sobremaneira o impressionou é o espeoia-
culo da terra profundameote trabalhada pelo indeânido e in-
commensuravel esforço dos formadores do rio. Chega, depois de
trilhar o cânon coUeante de Pucaoi, ao opé das ultimas ver-
tentes; defronta a divosa escarpa de uma corda iasigaiOcau^e.
de cerros deprimidos; vinga-lhe em três minutos a altura rela*
liva de sessenta metros escassos— e não acredita, obstinada-
meniet que esteja na fronteira b.vdrographíca roais extraordi-
nária do globo* podendo ir de uma passada uoica do valle da
Amazonas ao valle do Ucayali . . .
A altura em que se acha não lhe basta a desapertar os hori-
zontes, ou a atalaiar as disiancias.E' inapreciável. Não ha abran-
gei-a cora a escala luais favorável dos mappas. E sem duvida
jamais comprehendoria iao indeciso ditortium oquarum a tão
opulentas artérias 8<^ ao huscar aquelles rincões, varao^lo, ao
arrepio das itai^vas, por dentro das calha«t reprofundadasdu
Cujar, do Cavaljano e do íHi^ani, o observador se nào habitu-
asse a contemplar, ton^'os dias, os inais energictis offeitos da
dynaralca poderosa das aguas que transmudaram a paragem
outr^ora mais em relevo e dominante. Nào lhe importa a inópia
de conhecimentos paleontologicos, ou a carência de fosseis nor-
teadores. Está, evidentemento. sobre a minaria, de uma suble-
vação quasi extincta, cuja synclinal elle pôde reconstruir, pro-
longando a^ linhas dos estratos que afloram nos sulcos onde se
encaixam aquelles uUimo-i^ tributarics, denunciando todo^ na
tranquílJidade relativa, quasi reman^ados nos intervallos do
soas corredeiras (restos de velhíssimas catadupas deâtruida^i),
a derradeira phaso do uma luta em i|ue o Purtls, pru^ alongar
a sua secção de estabilidade, teve que derruir luontanbas. Pelu
RIO ABANDONADO
38;í
raenos a aeti vidado epoBiva e o volume de raatoriaes arreba-
tados de todoa aquolíea pendores, foram mcalculaveis, para que
as liahas de drenagem se abateasem até ao substractum rochoso
©declioasscm, como vimos, aos gráos apropriados aos cursos na-
vegáveis.
Apezar disto, a transição para o trecho seguinte ainda é
repentina, Passa-se da declividade kilometrica de 1"\60 para a
deO"\22.
Mas é o imico salto. DaUi por diante, como o rôvela o
quadro anterior, ató ao ultimo segmento oxtremaíío pela foí,
oade para descer-se ura metro se tem do caminhar íií).7<X), a
alteouaçâo doa declives proaeííue com uma regularidade pnr-
ffiiti, iociuindo o Punis entro as catidaes de tudo regularizadas,
cuyo «cyclo vital» progi^essivo vai cerrandose.
Não aprofunda mais o leito. Os próprios afloramen tos ilo
gréa (Parasõndslein) apparocoadQ nas vasaetes, dispersos ontre
Huytanalian e a embucaduia do Acre, e dalli pnra cima ainda
maii raros att'í pouco além do Vaco, reforçam a afflrmatívã,
bem quG na apparenciaa invalidem. Restos do antigas corredoiraa
detmantelladas, í^urgem como te^t8muubi18 das erosòes primi-
tivas e n&o provocam, em gorai, u minino desnivelamento, O pe-
queno povoado da íaclioeira, que so erige defrontando um
trecbo tranquillo do rio, lem o mais iroproprio dos nome-^, ei-
presíiívo apenaa no recordar iim acci dente perdido oin remoto
pas.sado ^eoíogico o do qual perduram apenas alguns blocos de-
sordenadamente accumulailos em minúsculos n:cifes, o breves
«tpavesfioes)^, Alli, como nos outros trechos, o meí^mo quadro
da terra estirando -se complanada, pelos quadrantes, ou doce-
mente ondulada denunciando a mais coraplota moMuragem. as-
sociasse aos demais caracteres no suggerir a derradeira phase do
processo evolutivo do valle.
Um elemento apenas falta : a regularidade na sucessão das
curvas dn nivel das vertentes immodiatas âs margens» que se
fronte iam* Qualquer É?ocção tran versai do Purús re prezou ta ás
mais das vezes uma praia deprimida <{ue mal so alteia va^o-
rosameoto ati'« au rebordo longínquo íia plauicie pouco elevada»
con trapos in a uma barranca despenhada, como a da margem
opposta :í hoca do ChanJIe^s, ou eabindo ils vezes a pruun»,
feito uma muralha, como na situação aimimvel do Calhay.
E' que á im mutabilidade daquellc perfil de equilíbrio sf an-
tepõe & variabilidade da sua planta, em escala capa?, de justiti-
car aos que o incluem entre os rios *ciyos leitos e margens não
estão sequer delineados em seus períls de cstructura deãuida o
assente*.
Realmente, o Punis, um dos mais tortuosos cursoi dagua
que se registram, é também doa que mais variam de leito. Di-
vaga, consoante o dizer dos modornoa geographos, A própria
velocidade diminuta, que adquirio e vai deseteacendoâompie até
ao quasi robalsamenio» nas cercanias da foz, ai liada à íncon^íitsten-
cia dos terrenos alluvianos, formados por elle mesmo com us ma-
teriaes conduzidos das nascentes, determina-lliõ e^te eafacíep
S8«
RRVÍSTA rKl INSTITUTO MlSTOmcO
voIaveL A'3 f?rias ng-tTaa, derivando em correntezas 0'nca«, thH%
a quantiilailH de movimento opoessario íls direcções intoreirefa,
O minimo obstáculo dfi^l-jca-aí?. Ura tronco ãf^ .síimaiímA que
tomba dê uma das mar^^ens, abarreirando-aíí líjBreiranaeotj, dearia
oemptiío rli mas3.v lifini-la contra a outra» onde ác. proinpto 99
oiopcita, monos om virtude da força viva da correote que da in-
coherenoia daa terras, inteosiasima orosôo de effeitos precipi-
tados.
A Indecisa arqaeadura, que logo ae forma» ciretilarmente, se
accentua, e, á medi la que aiigraenta. vslí tornando maia vio-
lentos os ataiines da comprinente centrifuíra da correnteza qae
lho solapa a con-avidade crescente, fazendo que era pfjucos an-
nos todo o rio se afaste, literalmnnte, do primitivo rumo. Mas
como osLo se traçou adscripto aos pontes deterrainantvís de oto
perÔLde equilíbrio inviolavol, aqiiollo desvio nunca ^ uma bifur-
cação, ou definitiva mudança- O rio, depois de rasgar o amplo
eirco de erosão, procura volver ao antigo canal, como qaom con-
torneou aponas um «obstáculo encontrado em caminho,
O circulo por onde ellese aíongfa tende a fecbar*se. Do sorte
que toda a área de terrenos abrangidos S'? transmuda era vorda-
deira peniosula, lií^ada poMim istlímo tâo delgado, da vezes, qu©
o caminhante o atravessi em minntos, emquanto gasta um dia
inteiro de viagem, embarcado, para perlon/yap o contorno da
torra ouasi insulada. Por fim estaae dessaca, iltiando-ae de t-odo.
No sobrevir de uma enchente o Puriís despedaça a frágil bar-
reira ão tsthmo ; e retoma* do golpe, o primitivo curso, dei-
xando â margem, a relembrar o desvio por onde divagou, um
lago annuiar, não raro amplíssimo. Prosegue. Reproduz adiante
ontros mer^ndros caprichoso», completados sempre pela creaçao
doi mf*3mog lagoa, ou írtcmJo?. Ka^im vai — perpetuamente 0*í-
cillantoao.s lados de sen eixo invariável — num rytlimo perf»íito*
reíliTCtindoo jo*rar de leis mecânicas capazes de so synthetixa-
rem numa formula, que seria a traducçao analytica do curioso
movimento pendular sofare um plano de nivol.
I>esta maneira, ai li se rósolve naturalmente nm do« mais
«erios pn dilemas de hydraiilica tíuviaL De facto» aquelles lagos
eSo vcrdiídeiros diqnes, fanccionando cora um duplo effeito ; de
um lado, impedem as in nu n dações devastadoras absorvendo os
excelsos tias cheias tratisbord antes ;de outro lado, regulam o re-
gimen das aguas,, durante as grandes estiagens, era quo se abrem
por si mesmos» automaticamente, csiourafifto^ para usar uma ei-
prossio local, e re^ítituindo ao rio empobrecido da vasante partas
das massas liquidas ijue econoraizarara.
Nào se calcula o valor destes trabalhos coloasaes da na-
tureza.
Revela-noí-08 bem nm confronto expressivo. Os bydraulloos
fk^ancezes. que averbaram, em 1S56, como pormenor Inveroiimll,
uma subida de I0'",90 dafl aguas do Qaronne, originando uma
da« inundações mais fUoestas entre as que tOm occorrído Da
Europa, — certo nilo comprohenderiam a própria existência do
vasto território amasonlco eonvizioho&o Punis ( que vale oeroa
njO ABANDONADO
dfi ciocof fita Giironaofi c liei os ) se souíwsj^ovn qiio elln se alteia 15
nitítros na foz, oníle teni uinn mil lia. úv. largo, e que dal li à
raoiitantf^ na agtias tufam iiura er^sreiíilii i^spantoso ati5 23 metro*,
aobre as estiaí^ein» na condriK^ncijv do Acre.
No e m 1 ao to ost as e nch o n tos sS o i n n ocu a« .
A massa liquida, inílada logo áíí primeiras ohuvas, sobe,
galgando velozmente as barrancas o ora poncg dias vai bater
nos esteios dos barracões erectos nos «^ firmou» main altos do
terreno... o todo ^ste diluvio eni marcha não acacliôa, não
ttimuUúa, não so arroraesaa era corrento^aâ vertiginosas, nào
enleia as era barca çòeií torce ndo-as naa espirae-i vibrantes doa
reraoinho3, e não devasta a terra. DÍíTunde-»e; extingue -se, si-
lenciosamente ; i>erde'se, rnoíTenaivo, naqiiollas niilliaren de vál-
vulas de segurança; e espraiando-se, raso, pelo chão das matas,
ou eapaliiiandij-so, desafogadamente, em desm^rcad-is superflcies
ondn repontam, aalte-id as, as nltim;is ramas iloridas dos igapÓJí
afogados, vai, ao contrario, rcgeoer.mdo aquella nie^nia ten-a,
o recooatruindo-a, porque a torna dii ao no oin armo mais elo*
vada, com a ccolmatag^o» perfeita de toda a vasa que acarreia,
ASâim, em toda aquelta planura, o notável ailluento ama-
JEonico» serpenteando nas innnmeraveís sinuosas que llie tornam
Ti3 distimcias ttinerapias duplas das geographicas, inetne-eo
entre os mais interessantes «rios trabalhadoroa », construindo
os diques submersíveis que o atlíviam nas enchentes — e lhe
repontam, interroittentoraente, is duaa bandas, ora próximo» ora
afastados, salpintando todas ^s várzeas ríbeirínbns, e avultando
maiores c mais numerosos ;l medida que so desre, e se amortecem
os declives, atéalar^^a kuxadaeentmlizada em ('antuam.», onde
as grandes aguas tranr|Uíl]as ilerivam m digestos amento, pquiH-
bradiíg» sulGiodo de meio a iiumo a vastiflão de riivel de um
mediterrâneo esparso.
Mais esta formnçãõ de laj/oí*, ou regftrvat*)rios naturae^,
cuja fa noção í>enefiea vimos de relance, ae arrota inronvonifmtes
de tal porto que turnam, por vozas, em alguns pontos, qua^i
irapenetravel uma artéria Huvial qye pelos olerneulós privile-
giadosideseu perdi concorre com as mais accessiveia â na-
veííação regular.
Realmente nosse aiTano^o derruir de barrantsos, para tor-
Cí'r-se em seus incontáveis meandros, o P urus entope -se com as
raízes o troncos das arvores que i» marginam .
A's vezes e rim lanço unido, de kilometros, de *barroira»,
que lhe cahe iJe uma vez e de súbito era cima, atiraiido-lhe, de*
sarraigada, subro o lecto, uma donista inteira.
O facto r^ vulgaríssimo. Conhecem-no todos os quíj por alli
andara ,
Não raro o viajante, â noite, desperta saeudido por uma
vibração de terremoto, e nturle-se apavorado ouvindo logo
após o fragor indescriptivelde my nades de frondes» do troncos,
de galhos, entrehíitendo-se, ranjendo, estalando e cahíndo todos
386
REVISTA IMJ INSTITl TO HISTÓRICO
a um tempo, num baque surdo o prolongado, lembrando o
assalto íuimiDantM de um cataclysmo e um desabameota da
terra.
Sao, de facto, os «terras cabidas» das qiiaes resultam
sompro (luas sortcj do obstáculos; de um lado, o inextricável
acervo ila calhadas o troncos, tiue so entrecruzam á sapcrâco
dagua, ou irrompem om pontíis ameaçadoras, do fundo ; o do
ontro, as mag^a^ ar^nllosis, ou argíllo arenosa?» qne a corivíoto
pouco veloz nio di-ísolve, põrmíUinlo lhos accumnlarera-ae nas
mi Eiusculas ilhotas dos «torro H»,oiu mais prâjudíciaes, nos raaos
bancníí compactos dos -áalues-^, impropriando a passai^em ao^
mat.^ dimínutoâ calados.
Não precisamos insistir in^sto facto,
A sm. ^mvidade i:- intuitiva. K conslderaiHloge inw elle to
rnpi-oiiuí; em tola a e^ttetisão tle -isO kilometros» quo Ví*i da em-
bocadura do Vaco a do Coriíija, onde se acrumulam cada Tez
miis aciuellãs entraves, mílítftnidaraonto erescenU^St chega-sea
conclui]' que o Purúâ, depoiíí do haver conseguido iim dos mai9
regulares porils de toda a hydj'ographia» od*3 apparelhar-se com
os mníliores elementos predispostos a uma rara ílxiiez de re-
gimen, erigindo so modiílo admirável entre as eaudaes mais bom
talhadas á grande navogaçào— está, agora, a pouco e pouco per-
dendo a maior parto dos seus requisitos superiores, com o pro-
gredir de um atravancamento cm larga escala, que o tornaríi
maia tarde inteiramente impeoetraveL
Dizomol-o basejindo-nos em penosa experiência culrainaJa
pur II m naufriígio Sobretudo além da embocadura do Chandless
mtiltiplícajn-se tantj esteg empecilliOi?, de todo extranhos á <te-
c tom ca» especial do rio, que em longos cestinlos» com a pro-
randid.idi> média de cinco a seis pcs, nas vasantes» onde passa-
riam c:tr regai a.H as mais poderosas lanchas, mal pede deslizar
uma montaria ligeira.
Excuánmo-nos de exempliflcar, alongando esta^ consido-
raçoMg ligeiras. Notemos apecias que a partir do tributário
pn^cjtado nio á bifurcação Ciy.irCnnuja, o Piirús ora vários
loirarei parece correr por cima de uma antiga derrubada. Vai -se
como nnirc, galhos ustonados 6 mvoltos de uma floi^esta morta,
E m observarmos que além dtis orapeços era si mesmaf encer-
rados, estis trinqueirai^, 1'ebatsando as aguas que ^e tiltramíi
entre os ramos unidos, facilitam a formação de toda a sorte
de baiiioíí, compiolirmder^^íc ha em toda a sua latitude o pro-
gredi imanto continuo de>sa obstrucçáo prejudicialissima.
Porque os homens que alli mourejara— o cmucheiro peruano
com as suas tanganas iljas, na^ montarias velozes, o nosso aeria-
guejro cora os varojões que lhe impulâiunara as ubás, ou o re-
gatão de lodns as pátrias que por alli mercadeja nas ronceiras
alvaren^ías arras^^das á sirga— nu nc^i intervém para melhorar
a sua un^C4 e magnifica estrada ; pasmam e repassam nas para*
gens perigosas ; esbarram rajl \&zqs a canôi num tronco cabido
h 1 dez annos junto á beira de um canal ; insinuara-se mil vezos
t*i)m as maiores djíííctildades numa ramagem revolta barrando»
RIO ABANDONADO
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lh63 do lad) a lado o caminho ; eacalhani o an*astam peao:^-
mente is cangas aobreoâ raesraos câalôes» de argiila endurecida,
vezes sem coota arriscam se ao naufrágio, precipltaoilo, ao mm
das aguast ae ubáj contra as pontas diirissimas úm troocos quo
«o ©Dristam inviâiveis, submersos do um pilmo— mas lião cJcíí-
peadem o mioimo eâforço c nào despodom um goljx) uníeo do
facão» ou d*j macliado, num m fJaquelles páus, para da^albí^ar a
trave>íiia.
As liineíiaB, © até os vaporas, qm; ííIIí xão apparccuudo
mais a miode, á medida quo avullaaias safras ãm côiito o vintn
opulentos eerin^íLOS que já se abriram acima da coniluencia do
Vaco, viajam, invariavelmente, naa quadras favoráveis das
cheias, quando aquelles entraves se afogam em alguns metros
de fundo,
Sobora, velozejí, o Pio ; descarregam, precipitadament(3 ,
cm vários pontos, au mercadorias consignadas ; carroííam-so do
borracba ; o tornam logo, precipites, aguas abaixo, fuí^iudo.
Apozar disto, algumas não se forram a repentinas descidas do
nivel, prondendo-as. E lá» so ficam, lon-us mexei?— esperando a
ou ira onclionte, ou u inesperado do um -repiquete ' propicio, in-
vernando, paradoxalmente, sob as soalbi-iras cíiuicti lares— nas
mais curiosas situações: ora em pleno rio, agarradas pelos cen-
to narcs do bniros das arvores soocas, que as imrnobilisaoi ; ora
a meio da barranco, ondo as eorprondeu a vjisante, -^roííseíra-
menta especadas, encorabentes, com as proas afooinbando, incli
nadas, em riscos iKjrmancntes de queda ; ora no alto de uma
barreira, como autbenlicos navios fantasmas, apparecendo do
improviso o sorprendedoramente, em plena entrada da inata
migestosa.
O contraste desta navegação com as admiráveis condífne.-í
teclmicas im manentes ao rio o rla;;raute* O Punis— e oomo olle
todos os tributários meridionaos du ;\ma/,unas» d parte o Ma-
doira -cstà inteiramente abandonado.
Entretanto o simples enunciado destes inconvenientes, t)vj-
dente mento albinos As suas adm iráveis condÉçòos estructurae^,
delata que a remoção delles^ embora demorada, não demanda
trabalboB excopcionaea de ení/enharia c oxcopcionaes dispên-
dios.
O que resta fazer, ao homem, e rudimentar o simples.
Os grandes, os sérios problemas de hydraulica flavial que
alli houve, resoiveu-oso próprio rio, agindo no jogo harmonioso
da^ íbrças naturaej que o modelaram.
E ellos mpresentíim um trabalho incalculável. O Puriis ú
uma das maiores dadivas entro tantas com que nos esmaga mni
natureza escandalosamente perdulária.
Yojaraol-ode relance.
Toda a liydraulica fluvial pareço ter nascido erjtre os leitos
do Garonoe e o Loiro, taes e tantos os monumentos que alli le-
vantou a eugeniiaria franceza. Nunca o homem arremoleu com
tamanha pertinácia o brilho com a íirutalidado dos elemeotoii.
Os Romanos transfigurando a Argélia e os Hollandeisos constru-
h
388
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
ind> a Hollaoda, emparelham-se bem com os abnegados profiS"
&iooa6â que dui^ou? um suculo, impasâíveíiá, ante successiva^ vb-
vozes, lie devotaram <l (jtnpre^a exhausu va de paralyzar torreei t430,
de aUeauar iauadagòes e de eacaluiar .ivalanches', oa dupU teo-
tativa do facilitar a navej/ação o rle proieirer os territórios ri-
l^oíriíiliosi. E todo esátí muu'Diflco esfor^^o om que ^a irumortali-
zararn Descliamps, Dieulafoy o Belgrand, resultou em grande
)iarte inútil. Inútil ou coutrciproducciíte. Ob primorõs da ooge*
n liaria estragíiraiíi o Loire. Os diques submeriJiveU ou iosubmer-
sivoí^, destJDud.rS a bãlvarein a^ povoações, ua caoae^ de lijoeurra
que 30 Uws anaexavam, a^ margens artiâciae^ lade^indo om
dBZon&s de kilometi-od o Irito menor da^ caudae0,os eurocamaatos
antopoêtos ás erosões, as barragens antepostas ás curronteina —
tínhini, om ^^eral, u dunição eptiemcra úos mis mezes da es-
tiagem, tal a ínconsuucia irreparável datiudlas iirterian.
Por lim HUgeDh.Lram iití estupeudos i-etiej-vaturios alçando-
radua nos Pyrenoo^, ej>calonando*ae por todos os peudorotí, para
armaztíuai' líé itiuodaçòeíí, E armazenavam oatastrophei— roa-
pendo-âo-lbes ob muros, de onde salta vaoi as onda^ aõâpeohadaâ
varrendo povoados inteiroíí...
Mas ainda quando estas rupturas áoá reservatórios compen-
sadores Dào formassem os epij^odios mais dramáticos da liistoria
da engenharia, e elles pudessem origír-se estáveis e sem riscos,
n<jB, quaesquer qoo fo^^sem os nossos esforços e os nosios disp(5Q*
dioii» jamais os construiriamoacorao nol-K)â oonatruio o Furdi.
Consiilere-ae» para isso, esto exemplo: Dupoochel, para dar
ao Nest?— um pequeno rio com a defeza múdia de 25 metros cú-
bicos—um modelo oonstanta, que lhe amurtocos^ as inundaQÕeB»
calculou um reservatório de 300. fXM), 000, 000 de litros, e recuou
ante o algarismo colossal.
Ora, o Neste é três vezi^s menor que o Yaco que, entre-
tanto, não se incluo ontn^ maiores aiUaentes do Purús*
Diante dosU^s dados for iii ida veia pOo-se de manifeeíto que a
construcçEo áv iiíservatorios t*omp**n.sadorQs no graúdo rio seria
o mesmo que fazer um mar, Cuucluf-so qnv os cxístented»
nuinero<í^iTnu8, ás suas margens, r(^pi'osentam um capital incA-
timavel e íicima dos mais ousados orçamentos. Frocizamos ao
me nos con se r v ai ' o ,
Aprovei temoíJ uma iíçào velha de um século. O Mi^^isAipi,
que no seu curso infertor retrata o tra(;ado do Furds oom a ex*
accio de um decalque, era, pel;^ mesmas causas, ainda mais
inçado de empocilhos, toraaiidu se quasí impenetrável e em
muitos legares de todo íntraospooiveL Alguns de seus tribu-
tários não estavam apeniis tranca.dos ; desappareciam, littaral**
mente, sob os abatizos,
Xu eratanto o grande rio, liojo, transâgui-ado, do^enlia-se
como um dos traços mais vívoh da pertinácia norte-americaoa.
Lá está, porém« no seu valle. em um de seus arlluentes, o
Ho Vermelho» um easo desalentador. £* um rio pei^dido.
O yanken descobrío-o tardo demais, A dosmedicb trangueira*
tfis grdat rafl, õxa^^tameulo formada como as que eitao for*
1
^
RIO ABANDONADO 389
mando-se no Purús, estira o labyrintho de seus madeiros e das
suas fh>Qdes mortas por 630 kilometros — e lá está, indestru-
ctivel, depois de desafiar durante vinte e dousannos os maiores
esforços para uma desobstrucção impossível.
KstaDolticida a proporção entro aquello rio minúsculo o o
Purús, entre nós e os norte- americanos, aquilata m-sc as diíli-
culdades que nos agaaiiiarão, se progredirem os obstáculos
apontados, e cuja remoção actual, completando-se com a defesa
embora rudimentar das margens mais ameaçadas pelas erosões,
ó ainda da relativa facilidade. Ao mesmo passo se attonuarão
consideravelmente as «divagações» precitadas, que constituem
verdadeira anomalia num rio apparelhado do um períil do es-
tabilidade demonstrável até geonieti*icumente, como vimos.
De qualquer modo urge iniciarse desde já modestíssimo,
mas ininterrupto, passando de governo a governo, numa ten-
tativa persistente e inquebrantável, que seja, ujna ev<pecie de
compromisso de honra com o futuro, um serviço organizado de
melhoramentos, pequenos embora em começo, mas crescentes
com os nossos recursos — que nos salve o magestoso rio.
Von den Stein, com a agudeza irrivalisavel de seu bel lo es-
pirito, comparou, alguree, pinturescamento, o Xingil a um
«enteado» da nossa geograpbia.
Estiremos o parai leio.
O Purús é um engeitado.
Precizamos incorporal-o ao nosso progresso, do qual elle
será, ao cabo, um dos maiores foctores, porque ó pelo seu leito
desmedido em fora que se traça, nestes dias, uma das mais ar-
rojadas linhas da nossa expansão histórica.
Euclides da Gunua.
2UESTÃO MAURER
OS MUKERS
t:DUAlU)0 MARgUUS 1'KIXOTU (nocio ilu IiiUitulu HisWrioo)
2lh6 — 2>3 T«^jio Lxvii. i-, it
QUESTÃO MAUHER
os MUKERS
Um facto bem curioso e conhecido occupou a attenção do
Governo do Rio Grande do Sul c do povo daquella Província, no
anno de 1874.
Foi a resistência opposta pelos niuckers á furga armada
enviada pelo Presidente, depois do diversos compromissos por
elles acceitos e que romperam, compromissos que tinham por
fim evitar as reuniões que aquclles colonos faziam, cultivando
uma seita religiosa.
Não queremos entrar na apreciação, na critica das funccões
que exerceram os muckers e as autoridades policiaes, subal-
terna e local.
Narrando com as provas documentadas, zelosamente ^uar«
dadas no Archivo Publico, aquella questão tão cheia de peri-
pécias e de mysterlos, temos um fim único : submettermos á,
apreciação dos estudiosos os erros e actos criteriosos prati-
cados pelas autoridades daquelle tempo, muitas das quaes
ainda vivem.
Hoje, com a liberdade dos cultos, aquella questão no seu
principio, no cultivo da seita, passaria como um caso de espi-
ritismo, francamente tolerado e professado por um grande
grupo da nossa sociedade, e não chegaria ao sacrificio de tan-
tos individues, alguns de grande valor moral.
£' verdade que o ultimo acontecimento que revolucionou o
sertão da Bahia — a questão de Canudos — muito se assemelhoa
ã dos muckers, e assim como foi attribuida a jagunçada um mo-
vimento politico, pois se afflrmava que os monarchistas ti-
nham feito naquelle sertão o seu quartel de ordens, também
a principio, foi attribuida aos muckers um fim politico, como
se verá no correr da presente descripção.
Ainda nos lembramos — com pezar — da teimosia dos ser-
tanejos da Bahia em não obedecerem as ordens do governo, e
do que, por isso succedeu.
Muito 80 assemelharam aos muckers. E um ponto deveras
impresâionador foi a coincidência da morte do commandante do
12<» batalhão do infantaria, coronel Gencsio Oiympio de Sampaio,
em S. Leopoldo, Ferra- Braz, e a morte do tenonte-coronel Tris-
tão Sucupira de Alencar Araripe, no sertão da Bahia.
Ambos com mandantes do mesmo batilhão, que a sorte
designou para abafar movimento ae fanáticos religiosos, foram
victimas das balas estúpidas de diligencias policiaes.
394 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Não sabemos se liin pacieotd mais hahil e maia compe-
tente dõ que anoas.1 pobre vontade tenha sa dedicado à qaestão
cujo» apootameotos pira uiíia narração intt>ressan(e ahi flcam.
Comtada, podemoa aHirmar, o o fazémõs cjm sÍDeeridade, a
exactidão de5tes apotiaoiônios, extrahidos do docmneQtos otã-
eiaest como j L notinúmos.
O nosso trabalbo não foi pe<)ueQO. Reunir documentos es-
partos em diversas ctiUecçoôs» o qne muito tempo exigia, pô\-^m
em ordem chronologica, e apMveitar o maif possiTel na lin*
guasrem oflicíal o seu extracto e muitas vezes a sua copia fiel,
eoDStituio» por alguns mezca, o nosso principal cuida lo. a ncnsa
demorada atteaçâo* afim de constituir uma espécie de pftm*
porte, que nos permitttsso merecer a honra de Doe asseatar 4
vista doâ meares, a quem o aproseatamos, a merecer julga-
mento.
Capital Federa], 25 de março de I9<~J2 ^ Eduarda M^rqmes
Peixoto,
Xútv ^lhn%a,moA de tratar sobro as^^umptos de carAeter re^
9crTado, TOotivu por que ivtiramos a temi*o aí folh ts 71 e ?:*.
16 de abril de 1902, ^ E. Sf, PsLeoto,
Que í^ tf to 31aurer
João Jorge Maurer e sua mulher, raoradores no 4^ dtstricto
do termo de S. Lo^^poldo, Província do Rio Graodo do SÕl, Éi-
ziara reiiDi«5es um 8'iacisa com fios religiosos, havendo já eon-
eeguido fanatiz>)r um grande numero de colonos, ao passo qae
excita''ara a ludi^iiaçlo de outros homens crf»dalos.
Tendo conhecimento destes fkctos o chete de Policia daqnella
província, qoe era então o Sr. Luiz José de Sampaio, ofHcioa
em 14 do maio de 1H73 ao presidente da mesma província, João
Pedro Carv<^Íhode Moraes, narrando o que estava acontecendo,
o que ft^z com que o presidente por otTIcío de 16 do meamo mes,
determína^e que a mesma autoridade policial se dtrigevae a
áqunlla tocai idádti. auxiliada com Torça militar sa0!cietiu«, para
tomar por si mo^m:i— conhecimento dos factos o, provideQ-
ciar de modo quocf^sasseni f aos occtirrencias e fosíom manti*
dos o socego ea traquilídaiie publica '.
No dia h) embarcou uo vap»*r Get^mania o chefe de Policia
com 50 primas do batalhão 1:^ de infantaria^ ^h o mando do
tenente Lino Pereira Rebouças, tendo na véspera partMo
para o mesmo logar 10 praças de cavallarta do corpo De-
liciai.
t, Ollkio de 31 d*' inaia de lí?73, n, iíÈ^, do presidenta João
Pedro d« Cd rvalbo iTe MAracd, do Rio Orande do Sfil, ao i»iitiUtr*i
dos Negócios dâ Justiça, cojiseihetra MvaovI Ant^^aio Dmarte d«
J^ev#do.
<is \[i:kERS
^«5
Era opiumo gaial quô Maurer reãiatiria u auturiJade pu-
blica, para o que havia foinpraílu armas o muDições.
Ao tiiiirar a autoridade na lovoação fnicootrou ua moradorea
bastante se» broísa liados.
No dia seguinte ao da sua chegada mandou o chefe de
policia ama eíscoita de 12 homenií da cavÉillaria do corpo policial
sob o mando da tenente de mesmo corpo» Mantel Francisco de
Miranda, acompanhado do um oficial ílo justiça com o compe-
tente man^ladú, cdn um individuo versado no allemào e conho-
cedor do iogar, para servir de guia e iaterprete, com ordem de
conduzir á sua presença João Jor^íe Maurer e sua mulher, e
do appronhunder todo o armamento e munlcào quo Ibase en-
contrado,
A ililigencia teve o resultado í^sperado» pois que se efifectiioii
sem a mab leve resistência. Foram conduiidos Maurer, seus
sectários em numero de seis, deixando de ser nessa occasiao a
sua mulher Jacobina Maurer, por se achar doento>
Foram interrogados \íaurer e seus sectários, emquanto
outra diligencia, acomprinhada de um carro, foi busc^vr Jaco-
bina, que i'oi encontrada em ostado de letliargía, estado em
que viajou durante oito horas, em completa i use naibi lidada.
Traur' por liada para a casa da Camará, onde sa achava o
chefe de policia, e conservada aobra uma mesa» deit^ida» assim
ficou, insensiveU ^i^i oâ B horas da noite.
Deaconíiaudo a autoridade que Jacobina tivesse tomado
qualquer dose de opiOt ou outra substancia que pudesse
comproraetter a sua saúdo, mandou convidar o Dr. .loão
Imniel llillebran. que declarou não podt^r assignalar com
precisão iia cauí?as daquello estrido, mas que a.-^se^iirava que
naíla havia a nrceiar pola existcncia porque ptílo aspecto
I' regular idade das pulsações mostrava gu.-^ar .Jacobina uma
saúde vigorosa*
Quando a escolta que conduziu Jacobina cheguu ao logar da
sua resirlencin, encontrou ali vários seus adeptos, de amboa os
sexos, entre elles algues cegos e alaijacloa, que esperavam içar
sãut com as applicaçoes feitas por Maurer, mediante o auxilio
divino obtido por intervenção do sua mulher.
Continuando, i^ntretanto. Jacobina Maurer a permanecer
no mesmo estado de torpor, nào obstante o^ meioa empregados
pelo Dr. Hillebrand para despertal-a, e declarando alguns dos
individues quo a tinham acompanhado que ella despertaria se
lhes fosse permitiido entoar alguns dos seus cânticos, a instan*
cias do mesmo Dr., consentiu o chefe de policia, e, com eíTelto,
depois de alguns cânticos, começou ella a mover, os braços,
abriu os olhos e pr o ferio em allemão as seguintes palavras :
« O meu coração está contente* Aqui ha muitas meninas más »,
Referia se ás senhoras que, movidas pela curiosidade, haviam
adluído à casa da Gamara*
Logo, em seí^uida, os seus devotos a cobriram do beijas,
mostrando o jubilo de quo se achavam posàuidoi e a f é que de-
positavam DO seu Ídolo.
.996
REVISTA no INSTITnTO HISTÓRICO
Interrogada no díasa^aitUB declarou Jacobina Maurer que
ii9 rpuniãoíí qon fazia cm sun casa tinham por fim a ex-
plicação do verdadeiro es piri ti da Bíblia sagrada ; que fazia
essas explicações por iuspiragào divina, ignorando a mandira
porque Ih s vinha tal inspiração; que 09 seus sectários não
prestavam jura tnentj alííum o quo a ontrada era livre para
todoa qnoquizessem ouvir as suas explicações; qne era ver-
dade quo prohibia a seus seof-arius de rrequentarem as igrejas
e de mandaí'jnrn seus dlhng ;ís escolas, mas quo assim procedia
porque ali m nâo ensinava a verdadeira doutrina ; que, com
eíFeito, HO osperava uma graodií rí^uniâo pira e dia do fópirito
Santo, mus que não sabia o que havia do apparecer noila ;
que nada suífrin em sua saiidu e oue só tevo uma grande eu*
fermidíide aos \2 annos ; que do sois annos a essa parte
é que cú.sturnava dcar ás vezo^ no e-stado de insonaibilidade em
que foi vísia ; que as suaâ reuniões nno tinham dias marcados,
o que seu marido era que as promovia em tempo opportuno.
Inquirida sobro a ajiparição que liouve era uma das ulti-
mas n^uniões o do quo tratavam alguns do^t seus adeptos, de-
clar^iu que tinha ouvido IWllar níssu,' raaí quo não pocíia dizer
a í-espeito por estar fura dos sentidos nessa ^ ccasião.
Todas as declarações de Jacobina Maurer foram coníirniadas
por vários dos seus ndeptos» tornando-se sobremodo notável a
mforjinçao prestada por Carlos Etnsíeldt, homem laborioso e
hem conceituado, que declarou, com uma ingenuidade sem
igu^il, que acoeitara de bem grado o papel de Judas, que lhe
fura dado por Jacobina, porque estava convencido que esse era
o legar que lhe estiva destinado pela Bibiia !
O eholíR de Policia mandou dar busca na casa de M;mror e
na de outros seus sectários, o explorar os mattos do Perrabraz,
onde se dizia haver ^rrande^ depósitos de mantimento^, armas e
muniçries, e nenhuma virma ou mimiçio fui encontrada.
Maurer e Síia mulher, sf^Lfundo afflrmou o chefe do Po-
licia nu seu reJaí^orio ile 2 de junhi d*' lft7;í, eram protestantoJi
e seus sectadus, cum eicepção de doas ou trei cathaHc<is. que
ultimamente se tínb im retractaii* (^ furam aos pí^s do con-
fessor pedir abiolviçã<* do suas cal pis. eram peia maior partf3
da mesma religião.
Os únicos livros enconinitlos em ca^a de Maan^r o seuã
adeptos firam a Bíblia e algumas oanvôes religiosas em
manuscriptos,
O chefe de policia procurou com aftnco descobrir si havia
alguma mào ucculta, que fizesse iMpecular cum aiuelias reu-
niões, segundo ^' prop liava, e as suaf pos luizis o cnn venceram
de que IVfaurer e seni sectários eram simpiosmtuiie levados
pDla crença d j [u • Jacobina Maurer snaiíUiva inspirada por
Dean pari, oí il In minar.
Na^ in(>rma';jM prnatid»« pelo chefe de policia no sau
relatoriu, iliziaaqmUa auioridale quti crença mais se robustecia
— daquôlles bomens fanáticos ^- pelos transtornos nervosos
e a moaofuania reli^:ioaa que sofTria :u]uella mulher, enter*
os MUKERS
397
mrJadeqae, sogimdo constava, era hereditária mas que, ontfe-
tanto. os 3tíU8 ailopadoroa attiHbiiíiim a cjiusaâ sobrenatQraeá.
A opioiâo que o clicfe de policia emittira A eerci do estado
mórbido de .laco bio a Maurer se actiava confirmada pelo exame
medico a que mandara preceder, o qtie constava das cópias que
remettei^ ao pra-íidetite.
Para evitar que Maurer e sua muliíer fosaera T^ictimas
do raDCíir que cootra elles m liaviani maaifrstado na maior
parte dos moradores das colónias, e disaip»i' os riioeios que
haviam íncutidG com as suas reuniões, pelos íjoatos aterrado reíS
que corriam, julgou acertadfj o cbeíe de policia i^motfcel-os
para a capital da Provi ncia, o que foi leviído a efleito no dia
2Í, seguindo elle pira o quartel tio corpo policial e .íaf^obina
Mauper para a Santa Casa da Miaericordía, devendo reííi^ssar ao
logar do seu domicilio logo que cessassem aa cauBas que impel-
lirara a se lançar raãx> daquelle arbítrio, acompanliando-os
seis de seus companheiros, também presos.
Com muito Keío e intolligencja se portaram nesta eom-
missão o íi^ente interprete da colonisação Luiz Krann Walter ,
que de ordem do presidento acompanhara o ebefe da policia.
Foram igualmente áifimos de inonção o tononte Luiz Pe-
reira Rebouças, commandante da forga de I" linha, o o h
adjunto do corpo policial, capitão honorário do tíxeroilo Manoel
Francisco de Miranda, aquidle pela boa ordem e disciplina om
que soube manter as praças i^b o seu cummando e este pela
actividade e inteliigencia com qun se houve em varias dili-
gencias de que foi erici pregado *.
Interrogatório do Joào -íorgo Mauror: — Deolarou ter 32
anoos e sev fllbo Carlos Maurer, da linha do Hortencio. ser
&nalphabeto ; que fazia curais sem ser profís^ionaU que em sua
casa .HO faziam reuniões, m^xs somente cora o fim do ser expli-
cado o veMadeiPO sentido da Bíblia ; qun essa explicação era
dada por sua mulher .locobina, inspirada por Deus, que esta
Dão sabia ler, nem escrever, mas que aprendera ler tettra
redonda depois que Deus commjara a inspiral-a ; que nào sabe
como é que o e&ptrLto de Deus descera sobre áua mulher ; que,
ella não soffria ataques, nem inçara modos de qualquer ordem
ma.4 que nessa ocuasiao m^ achava muito fraca, em consequência
de »eas trabalhos de espirito ; íiue ignorava o numero de «eus
adeptos ; que estava talvez próximo algum grande aconteci-
mento, mas que nâo podia afflruial-o ; que Carlos l^^linsfoldt
era adeptr> e que era possiveL que a Bíblia lhe houvesse dei^ti-
nado o papel de -luda^ ; que elle (Maurer) fazia curativos, le-
vando uma pequena espórtula, devendo os doentes altíra disso
trazer víveres ; que sua seita não tinha estatutos, nem leiíí e
segredos ; que o.-* adeptos não pre^stavam juramento algum, e
1. Helatorin <bí chefQ de policia, Laií Joaé ác Sampaio, no prf»-
iidonte <la provincia João Pí^dro Tar tralho do Moraes, de 2 de
jiinhu de 1873.
398
BRVISTA 1)0 INSTITUTO líISTORIíTi
que podia entrar f! salj ir fiuftm quizesse; que ostava raal com
.1, -L Ivloin, ali:'is seu parente (ih) « líir> Orandense * do 2i iln
jnlliQiJn IK74.)
Interrogatório do Carlos Einsfelíli : —Declarou quo era
rival haver rí?utilòes om casa de Maurer» nas quaes Jacobina,
por directa inspiração de Deus, explicava o verdadeiro sentido
da Bíblia ; quo todos os adeptos da soita juravarti observar o
5« capitulo do Kvangellio dí^ S, Matiíeus ; que ero luosfold <^ra
opposto da seita; cabendo o papel dt> Judas porquo tinha mais
amor ao dinheiro do que a Deus ; que so aeliava plenameoto
gatisfeito eom osse nomo; que Jacobina Matirer não sollro doonça,
nem ataques alj^ung ; que Maurar curava doentes por inspiração
divina ; qíie ás reuniões de Maurer a^siatíain mais do quarenta
pessoas; que a seita nao eoraprava armamento porque jamais se
serviria da violência ; que elle, Einsfeldt, comprara pólvora,
chumbo, oundoá de armas, etc,,*, mas que o Hzcra para as
exigências de sua proíissão de ferreiro e arraoiro ; que retirara
seus íllhoa da escola per ordem de Jacobina Maurer; quo
estavam á espera de granrle.'? acontecimentos ; que os adeptos
continuariam fieis íi seila, ainda que se rotiraísem do logtir
Maurer e sua mulher ; que o governo pudia sulTocar a seita o
elle» EíDsfeldt, não resistiria, mas si a seita continuasse, caa-
tinuaria elle também a aconapanhal-a, porque elle o seus com-
panheiros obrariam sob a directa inspiração do Deus» sem
inteuçilo alguma de so revoltarem conira a autoridade, a qual
obedeciam, respoiíaodo-a, (Do < 11 io Grandense i» de '2í de
julho do 1S74.)
ínterroííatorit» úf Joíío Nicolâo Fucho. quo falleceu na
cadêa da capital : — liedariíu que Mauier e tava cucando a
sua mtdher, quo estava totalmentt^ ee<ía o quo oUe (Fucho)
fazia parte da soita porqEio ontondia quo Jaeolnna explicava
bera a lliblia ; que em uma das reuniões fiii casa do Maurer
apparecera Jacobina, vestida do branco, com uma grinalda na
cabeça e cora um ar sobrenatural, abençoando os presentes quo
tinham ficado muito comraovidos. <Do « kio Grandonee» de24
de julho do 1874.)
Augusto Wilborn ; — Declarou (que so acha preso nacadéa)
quo assistira diverms vezos íts roímioea em caga de Maurer
para oiivir explicar n Biblia, por inspiração diL*eeta do Deus ;
íjue ora uma das rf^uniues apparecera Ja^-obina de lorma sobro-
nalurol o myteriosa, i^arecendo um espirito e nada tendo dn
Immauo ; que ella nossa occasifto diasera quo alli se ncbava
o maior inimigo de sua familia, mas que lho pediria perdão ;
que de facto, se adiantara um homem de cabe lio preto e de
nacionalidade alleníã. que s^o ajoelhara pedindo perdão ; quo
elle não podia dizer so esse homem era ou nfio o pastor Kleiu ;
que Jacob ma propheLisara que on dia do Espirito Santo li avena
um grave acontecimento, que elles deviam aguardar reunido?;
que não tinham comprado armas, nem munições ; que o QU-
moro do adultos qm* se reunia vn\ casa de Maurer cheirava a
sessenta ; que finai mente elle» NVlIborn. «'gtava sendo tratado
<»S MIKERS
H99
por Maurcr u lhe rcmun oraria o3 seus Hor viços raetUc\>8. (Do
« Uio Grandensc > tio 24 tli? jnlHo tia 1874.)
O mesmo jarníil <^ Itio fírandensii >^ terminando o sj^u artigo
sobro os iutciTOgalorio;!, assim se exprimiu :
* Como bem vêem os Jeitore^, confirmam os interroga-
tórios acima» que Ibram publicados na occaaião, tudo quanto
narramos alé lioji? sobro a origem da soita o íiobre a comedia
que na tal reunião Ibra ropre.^entuda por klrin. Jacobina o
Mau 10 r.
l? fora do duvida qno iodi>8 os assumptos do ordf m geral,
Klein ensinava nus presos o <itie do viam ai loirar ; rans não 6
menos eorto qti.^ os adeptuíS acima (cora única «ixcepçào quíçil
do Carlos l^inslerlt) criara piarnentr? díi divindadíi de Jacobina,
como expressamente mautlefctiiu Wilborn, declarando que para
eUe era Jawbina o verdeiro Cliriáto í
A kilyra do rtilaturio do Dr. Cliere de Policia o do;í inter-
gatorios acimoi d»_^ve pois convencer o leitor do quo no presente
caso temos mu director oeculto (Ktoin). dous perigosoa irapo^ores
(Maurcr e Jacobin i ) íj nm grande nnmuro do illudidos, do quem se
apoasara uma v erd aád ra mo uoman ia reli^no^a* tornando os cegos
encravos da auiiaciosa impostora que .se diaia Cliriíto,
Kram estes õs eíemuntos que deviam contribuir*
No dia S8 do maio chegou á capital o chefe de p^linia cora
as praçan fia I Minha quo o a^MimpanhuMiri, deitando em Sfiu
LiHjpoldo, íl disposivao do deli^fíido, ají da eavallaría do corpo
prtficial, que tinham seprtiilo eui auxilio da liiliirnneiá, li-
cando aquelle município de^msõmhi-of/ti c iivro í/m proptttrattdft
f/o novo Mes^ins c seus tiptistoloji^ conformo diz om informação do
2'J de maio, o presidente.
A 13 dn junho foram postos ora iibcrdado oi esposos Maitrer
por ter veriílcado o pre,sidi!nto <la Província que era infundado
o terror do que so achava possuída a popuJaçâo da cidade de
S. Loopoldo, 4" diatricto, o que rienbura fim poli tit:o Unham s:--
inclhanteg reuniões, occurroncia:^ que tiverani por origem a
i^-^noranci^* e o fíinaUsmo religioso do alguns iuiiividtios da pouca
ou nenhuma importincta íoilieio u. l^^Hl, do M de junho do 187:»,
do Prasidontn da Proviucri João Podro Carvalho dc^ Mo: aos ao
Conselhoiro Manoel António Duarte de Azevedo, ministro da
Justiça),
A 10 de de/,embro do mesmo armo os colonos do Campo
Rom e de Forrabraz :— Karls Lufipar, João Jacob Karát, lleínrioh
Web ir, Aadors Karst, Christian Kust, lobanus Selín» Jacob
Rrhn, Míirtin Sehn, hdiaouí-fí lulz, nr*dôlpti S^lm, lleinrich
Wilhelm «ia^iber, J. C. II. Snhnelf, Joseph Sohnídl» Karl M;iurer,
400
HKVISTA DO msTITtTTO HISTÓRICO
Karl Maurer Ir. CtiristiaD ^f,lll^o^, Nioolíla Bartb, Peter liarth,
Freelrííscli Bartb, Jaciíb Men'.z, Luiz Kilsen, Jacob Muller, Taddin
Wasan. Georg Rubison. Christiaa Kassel, Felfppo íleisner, Au-
gusto Uil bom, representaram ao loiporador o quanto soffriam
nâo M» de alguns moradores das coloni is, quo erara deáordoiroa
e intrígautes, como tíirab^m do próprio subdelegado e alguns
inspectores úb quarteirà^i do distríeto, qiio protogiara oi mal-
vados, consentindo t? fazivndo vtolenoias contra os requerentes,
cbe^^iido a ponto de aerer» insultadoB por palavras obsoonas e
atacados de TRbenque <> podras, persoguidoa assirn doede maio
daquGlle anno.
Repi-esentav »ra que a 20 da maiu fora presto o colono .Torgo
Maurer^ conduzido o escoltado para a eidjide de S. Leopoldo, lo»
gultado em todo o caminho e dcâfeíteado, sem quG alguém oe
repollisso atô aqntdJa cidado, oado chegaram a lhe cuspir na
cara, soodo reraettido nn dia sosulote para Porto Alegre, onde
flc^ira preso no quartel de Policia; que no dia 2/ do mesmo mez,
dia da Ascensão do Senh<^r. fora presa a mulher de Maurer, so
achando olla doente dn um mal qu:> a costuma dar. ficando sem
sentidos, sendo 1 f rada — por ufna escolta do 8 pravas — em unm
carreta» sondo que. na viagem, que durou 9 horas, foi ella in-
sultad K continuando doente até aquella cidade, onde a deposi-
taram na casa da caraara, exposta ao publico, tende sido exa-
minada por médicos, afim de ver si era flngida a moléstia, com
applicações de agulhas e pontas de canivetes por todo o corpo e
mais applicaçòes medií^ai* para ella tornar a au o que oonso-
guiram só depois de 5 hoivtá ; que no dia soguinlo fora embar-
cada em nm vapor o mandada para Porto Aloire, recolhida a
SanU Cas:i da Misericórdia, flcando assim cinco filhos sem pães o
entregues aos estranhos; que foram conservados 45 dias auaeotes
de suaa i^asas por ordem policial e obrigados a nsslgnar
um tt^rmo para não consentir nmn fa/.or reuniões relisrioíí*^*
aendo depois mandados para í\s suas casaa ; quo Maurer
pstLLva fazendo uma casa e pedira ao Ur, chefe de Policia
que Ciíisiíniisso ter em sua casa os trabalhadores precisos
para a sua obra, o qne lhe fÔra consentido, mas «lue o snbdele-
gftiio -lempro ia inonimodal-o, prohibindo o numero de pe-isoas
precisas, per mi ttindo apenas quo flí-assem três pessoas, e, sabendo
que nâo havia rouniào, mesmo assim ^ o incemmodava ; qao
ao cíilono Nicolau Fiareh estragaram uma porção de ix>upa
branca, quo se achava estendida no quintal o que encontraram
em pedaços ; estragaram 40 milheiros de abelhas, e que indo em
passeio, com ^lias irmãs, um fllho deste fora espancado por um
inspector, acompanhado por um vadio; que ao colono Lu ppa
atacaram fogo em uma ceíHsa de roça ; que no dia '43 do corrente
prenderam novamente Maurer, em sua casa, por ordem do
subdelegado, arrancaram-n o* som motivo, da sua mulher que se
achava doente, llcaudo com ella os cinco filhos menores ; qao
prenderam 33 fies^oas, sendo deste numero os petlcionarloi
que foram presos em snaa casas, trabalhando uns em suas ro-
ços o outros em passeio, sem quo li viíssem eommottido o mínimo
ns MIÍKERS 401
delicio, foram todos condazidos presos para uma tavernx, oode
os deixaram dous dias. Ali receberam visitas e tomaramllioá
os animaes, que tioham moatados.
Que foçam escoltados para S. Leopoldo e iosultados em
caminho e recolhidos ao xadrez daquella cidade, donde tiraram
um menino de 14 annos, orphão, da companhia do seu padrinho,
contra a vontade de ambos. Que no dia 27 mandaram para
Porto Alegre cinco moços para assentarem praça na marinha.
Que os cavallos pertencentes aos queixosos foram postos
em um potreiro e os três melhores, de estimação, inutilillzaram,
morrendo um de uma facada que lhe deram e os outros dons
com talhos de faca. Que depois de presos sete dias, sem saberem
por que, foram postos em liberdade, mandados para as suas
casas, e, como soffressem todas estas vergonhas e desfeitas
pediam justiça.
Esta queixa foi a informar ao Presidente da Província do
Rio Grande, por despacho do Ministro, do 27 do dezembro
de 1873.
O Presidente da Província, em offlcio n. 171, de 20 de
janeiro de 1H74, mandou que o Chefe de Policia informasse.
Este, em oíficio de 22 do mesmo mez, mandou que o Ddlegado de
Policia do S. Leopoldo interpuzesse a sua informação. O delegado
não estando em exercido, remetteu a informação prestada pelo
r suppLmte, chamando, entretanto, a attenção do Presidente
para o seu offlcio de 2(5 de novembro do anno anterior em que
communicava a tentativa do assassinato do que fôra victima o
inspector de quarteirão João Sehn, e para o ofdcio de 19 de ja-
neiro com que o supplente daquella delegacia Guilherme Haestel
informou o € abaixo assignado > dos colonos daquelle muaicipio
contra João Jor^re Maurer o sua mulher.
Accrasceatava que orafu infundadas as queixas daquelles
representantes contra o subdelegado e inspector do quarteirão
daquelle districto e somente fllhas da inimizade que os mesmos
representantes, como cogos instrumentos do Maurer e sua mu-
lher, votavam contra o dito subdelegado e aos inspectores pela
vigilância que, em desempenho dos Stjus devoras, empregavam
para que cessassem as reuniões que Maurer fazia em sua casa.
Esta inimizado se manifest iva da própria representação, attri-
buindo ao subdelegado factos que se deram sem sua intervenção
ou sciencia, e ainda mais com o sou ulterior procedimento,
porquanto, além da tentativa de assassinato do João Sehn,
por que estavam sendo processados es dous representantes Jacob
Sehn e Rodolpho Sehn, partiam constantemente ameaças de
morte cunti»a o subdelegado, que, não julgando segura a sua
existência, se retirou para fora do município.
( Informação do delegado de policia Lúcio Schreiner, n. 221,
de 28 de janeiro do 1874, ao desembargador Luiz José de Sam-
paio, chefe de policia da Província. )
O 1** supplente em ex^rcicio declarou, em 20 de janeiro, que
nenhuma intervenção tivera a autoridade policial daquelle
districto nos factos relatados na representação e que se deram
i02
nF,VlSTA D»» INSTITUTO HÍSIORICO
íirQ maio, porquo kies factos torara praticados por ordem do
Ur, cliefe He policia, qne fora expr^asatíionto ílquello raunicipio
S3^rídi' ar das n'iioir»os que se faziam em casa úe Síaiirer» reuniões
quo peitnrlKivam o succgo publico e a paz d is faaiUiaa o quQ
íoraiii demiflciadiis poios jarnaca da cidade o da capital da Pro-
vi ncia. Asseverava, eotròtanto, que Maurcr» mm rauUier o
seus adepto? não Unham sido victimas, como ao inculcavam, de
violências o insultos, por parte das antoridadfs» lií*m como não
foral II in.junados pfdo povo.
Os factos dí^ quo tratava a rcprõseutatao com r*3 í a (, ao a Ni-
colau Bartli e B,m colonos Luppa, eram do ordem particular t^
uellcs não poJeria iotorvir u autoridade pulHca sinSo om vir-
tude de uma queixa, com as formalidades fegaos ; nuoca o
fizeram os snppostos o íTo ndidos, segundo constava, nem ao
mrtiií!? iudií:av;iin o^ nomea do &euij oíTeosorea, limitando^sa
unícameote a dizeroin-se viciimas desses o outros actos insigní-
dcantBíí, quoas autoridades nâo protegiam.
Tendo Maurer o aua mulher promettido ao clmío de Policia
dji não cuntinuaiem com aá reuniões que faziam em suacasíi,
ordenou o subd^Io^^ado Christiano Speniler a Jofio Sobn, iospe-
ctor de quarteirão» que oa tivo^so em vigilância, uâo sn para
foramiinicar o proccdimooto de Maurer como para obstar que,
a titulu do opíírarios de sua cai^a, com fórraa cxqiiisita, que so
dizia ser o templo em que so doviara rounir os adeptos da sua
nova seita, ali êc reuniram om contravenção ao termo quo
Maurer Imviam assifínado. Na noite do S2 do noveml>ro do
anno passado, achando-se o inspector dít quarteírào .loâo Seho
em sua i-asa, com a mi f^railia., foi chamaio por diia.s jiessoas
(|rm linhum cliesíJdo á porta*
Acudi n Itj ao chanri lo» ao abrir a porta, dispararam sobre
íV.le um tiro, que o feriu ^Tavr^mento, Senli eoniiecôu €3 seus
.is&assiuoi^, os qj(aes li^niraia na ropra^outacão quo informava, e
denunciou os ícuâ nomes.
í^st ' facto deu em resultado a exacerbação do povo contra
Maurer o seus ade^-toií, o o socet^o foi completamento al-
terado.
Vendo o sub^lelegado Spindlo o perigo imminente de Maurer
o s 013 ãíleplos e, querendo, como tíie cumpria, evitar coníiiotos
de graves cousoqueneiaSi oa mandou conduzir a sua presença o
os pez sol» íi vi;:ilanr'ia do força polieiaL Tendo chegado ao
distrii-to o Delegado Lu^do Sclineiíior neste interesse, us mandou
coniluzir para S. Leopoldo alé que os ânimos se acalmasseni
e qUos pudes-em vol>,ar seguros para suas cesas. Nao lhe
constava que Maurer e seus adepros, duraut-j o lempo em quo
estiveram deli'! os cuquelle dislricto, fossem iusuUadoa e inju*
riadus por alguém, mas era pc^sivel que uma ou ouira pessoa
do povo, que se ai^bava exacerbada com o barbiiro attentado do
que fora victim i o inspector John Sehn, que todos suppunliam
partiíso do Maaz^r o seu> adeptos, Ibe iliri/isse alguma palavra
ineonveDtenii\ visto a autondalo não pjder pre.?or tudo no
oatalo dl» ,i|^i tição ODQ que estava o povo.
as MUKBRS
403
\
Cumpria dlzor que Maurar e seus adeptos não eram os
ill&li£Oâ cordeiros que se inciileavana; elles Uzmm í,'arbj em des-
obedecer !i9 autoridades e se diziam auporíores a ollas, andavam
conaiantemonio armiidos e ameiçavara aquelles quo os não
acompanhivam nti sua deaespera.daraaDÍa cbe^aniio ao ponto fio
inttraarem ás aiitoridadoâ c jrao etii principio -íoíito moz Ôioram
Claristiano Karst, Pedro Mentz o Carlos Ltippa, qtjo foram il casa
do subdelegado Spindelr oxijjír e ordenar, sob pena de haver
balas, que, dentro do prazo de três dias lhes fizesso entrega do
armamento apprcdienditlo cm caai ãe Maiirer 0 a í^olttíra de
Mculau BartU, preso para cumprir smtença por ordem do
Sr, juiís municip.il do termo, ((níonnaçio íIo 1' siipplenle em
ciorcicio do 4" districto de São Leopoldo. Felippe Boadii ao
Sr. ilelegado do termo, eapitao Lueio Sciíroider).
O chefe do policia, Luiz ^osú do Sampaio, roraettoti c«tii
informação ao proaidente da Província, por oíílcio n. 93, do '^^1>
de janeiro dt^ l>í7I.
i^, em í^\o "uçâo ;io díiapaciío de ?7 de dezt^mbro, do Mirtlsf-ro
da .lusliÇii informou o presidente tia Proviucia. -loâo Petlro
Carvalho do Moraes, era oílkno n. 412, de 10 de fevereiro de
IS74, d i tendo que, visto os esclarecimentos prestados pelo dos-
embar;:ador chefe do policia, polo delegado do termo d 13 São
Leopoldo e subdelegado do 4" di^írieto do mesmo tormo, julgav i
deatjtuida de fundamento a mesma ropríHòD tacão. A' vista án
quo o Ministro da Justiça, Dnarto di Azevedo, despachou
€ qui um baver que deferir». (Mar^o de Ií^74.)
Accusando a recoprãu do aviso expedido i^do Ministro da
Jus^ii;a era H de março, partioipavi) o l*residente em olUcio
n. 9n6, de. '^9 de março de 1874, quo, t ndo-se retirado daquella
província João Jorgo Maurer, ceasaj^am os símis adeptos dj pre-
mo vor deaordens no Ferrabraz e Cimpo líora, reítabolecendo-so
assim oaocego publico nãquehõs íogares.
Informava aqiiolla auUjridride quo linha havido exo «rgeraçíío
nos boãt.03 espujhadog a respeito das disposições attrihuidas
a taes individuõ.H o ão^ scua sectários.
No dia;:n ile ai>ril ilf^ 1874. d?is 7 para a? H liura'^ da noile,
na cidade tl<i S. Leopoldo, tim indivi^Iuo ombn<;ado, ao pa>isnr
pela casa de (Juilhormo CI03, na rua do Píisíu. disparou um
tiro gohre o menor Jor;íe Humbert., que se achava no interior
da casa, fallocendi» inbtaiiUiieaniontu, ficando ferido do mo>mo
tiro outro moço, que estava perto daquclk^ menor.
IVrsoguido o assassino pela policia e pnvOt ao approsi-
inar-so o pelicial .loão Francisco de Almeida, disparou o individuo
ouf.ro tiro sobro a praça, que fleou gravemente f<'rida no braço
direito o, correndo em direcção aos corturnes, juntou-se com
outro corapanlieiro, que di.9parou noví» tiro mhvfi oh policíaes e
peafloas que os acompanhavam, ísom que nenhuma llcasée
oiti n lida.
404 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ck)DtiQuaDdo OS assassinos cm sua fuga sempro perseguidor,
aioda feriram gravemente com outro tiro a Guilherme Daa,
morador na margem do rio, que os quiz atacar pela frente*
conseguindo afinal entrar no banhado grande que ficava por
detraz dos cortumes* não se tendo conseguido a sua prisão até
ás 6 horas da manhã. (Informações do chefe de policia interino
Abilio Alvares Martins e Castro, de 1 de maio de 1874 ao pre-
sidente João Pedro Carvalho de Moraes.)
A' vista desta grave occun'encia ordenou o presidente qae
aquella autoridade partisse para a referida cidade a syndicar doB
factos e dirigir as indagações a quo procedia o respectivo dele-
gado de policia para a c<iptura e punição dos criminosos, leyan-
do comsigo as praças de policia que julgasse necessárias.
O chefe de policia seguiu no dia 4 de maio o regressou ali,
mas foram incompletos os resultados de suas indagações.
Occorrendo, porc^m, ter aquella mesma autoridade trans-
mittido ao 1 residente da província com o oíficio n. 516, de 17
do mesmo mez, copia do que lho dirigira o delegado de policia
de S. Leopoldo Lúcio Schneider, em officio n. 296, de 16, e parte
do inspector José Hueno Netto. de 15 do junho, 1** districto*
quarteirão n. 2'^, dos quaos constava que naquelle município
acabava de se dar o assassinato da mulher o cinco filhos de
Martim Kassel, cuja casa fora ao mesmo tempo incendiada, se-
gundo a voz publica pelos sectários de Maurer, por ter Kassel
abandonado-os e procurado de novo a communidade evangélica,
e parecendo provável que este attentado se prendesse a outros
factos de igual gravidade alli occorridos, julgou conveniente o
presidente que se tomassem enérgicas e promptas providencias
para o restabelecimento da oi^dem publica e tranquilUdade dos
habitantes daquelle município e, por isso, determinou ao chefe
de policia no dia 18 do mez do junho, em ofiãcio n. 1601, que
sem demora se transportasse áquelle município e procedesse ás
diligencias necessárias para o nm indicado.
Para que aquella autoridade pudesse bem desempenhar a
referida oommissão foi acompanhada por 10 praças de oavalla-
ria da foi*ça policial, determinado |k4o Presidente ao coraman-
dante geral da força coix>nel José António da Silva Lopes, em
oíficio n. 160:^, força que seguiu no dia 19, ás 9 horas do dia ;
e por outra de oO praças do 12» batalh.ão do infantaria, requisi-
tada por oillcio n. 1603 do mesmo Pi*esidente ao commandanto
das armas, no qual mandava que as fizesse seguir a 20, ás 7
horas da manhã. (Ofiicio n. 16:^, de '^ de junho de 1874, do
presidente ao Ministro da Justiça.)
hra, de facto, Martim Kassel morador daquelle termo, dis-
tante quiitro le;Lruas, perto da divisa do 6** districto. Ello fazia
parto, como adepto, do Manrer. H ivia pouoo lompoque se tinha
retirado da sociedade o procurado de novo a communidade
evangélica a que pertoncia. motivo i>or que na noite do 14 cer-
caram a sua casa . A visita daquelle cerco elle pediu providen-
cias e foi portador da pano do luspeotor do respectivo quartei-
rão, 22, l*» districto, José Bueuo Netto.
08 MUKERS
• 105
Em c&miuho âCQu de pous^>, na noito do 15, ern cusa de um
sou cunhado da nume Jo^é Biclj *
Nu manha seguiu t3 soube que naquella noitú linlia havido
para os ladoa de sua ca>a i^ a 10 tiros coosecutivos o om Soguida
se soube que a casa do mesmo Mai*iim Kassol tinh;i 8Ído
quoimada.
Acudindo eilo o muitos visinhosso cortiftcaraiii da voFdado,
tendo sido qufjimada a casa com a mulher o emeo íMUoh de
KaáseU dons maiorus <Jo 14 aanos e outros dous menortis, que so
suppunha todos ínortet porquo nenhum tinha sido ODContraOo,
achando- s€, polo cotitrario, debaixo das ruioiís o ctQzaa da casa,
restos do corpoá liurai^nos.
O povo ÍL'oa alarmadí) por aquelle tào hoiTivel quão bár-
baro aeonteciraentb. Si não nouvesse oocrgicíiâ medidas aquelles
;í raves a t tentados iriam progredindo de dia a dia, trazendo a
exterminação das pessoas pacificas o laboriosas do termo. Era
iodispensavel uma loira respeitável, (OftlcJo de 1(> do .jtmho de
IS74, do delegado Luiz Schneidcr ao chefe de policia Abílio Al-
vare^i Martins e Castro.)
Achava-sei pois, em S. Leopoldo o chifre de policia, para
onde tinba seguido t^om 50 praças de Hnba e iam ser vomúã-da
outms tantas da (iuarda NaciouaU puis coustavii querosistiriam
os adeptas de Mauit^r. (Carla oílicial de João Pedro Carva-
lho de Moraes ao conselheiro Manoel António Duarte de Aze-
vedo, de 23 de junho de 1874)*
No dia 21» áfl 4 horas da tArde, seguiram para aquoUa ci-
dade, S» Leopoldo, mil is 20 praças du i:í" batalhão de inlanta-
rla, com mandadas por um capitão, que o cheíe de polícia soli*
citou em otlcio da mesma data.
■ O presidente autorisou, por telegrarama de 21, a mesma
autoridade a requisitar directamonle ao uiajor commandante
da 4** secr&o do batalhão da Guarda Xacionat daquoUa cidade,
as praças que, porventura, ainda julgasse precisas para conse-
guir o bom êxito da commissao em que m achava,
Aquellô commandante o presidente oíJIciou em âl, n» I6â9,
participando esta auiorisação.
No mt^smo dia, 2), au escurccej\ <^ho;/ou de S. Leopoldo, no
trem da h^strada de Ferro. preí?o, o rro Carlos Einsieldt. (Offlcia
a. 524, do delegiido do policiada capital ao presidente da Pro-
vmeia,)
Nú acto de desembirque do trem do preso, Juotiram-se
mais de 4(>f> pessoas, quaai todas d<; nacionalidade allemã, dando
vivas Èl justiça brasileira, ao presidente da província e ao Dr.
chefe de policia» e proferindo depois gritos de ^ morra o assas-
sino », mas que felizmente se eontiverani cem algumas admoes-
tações que lhes toz o delegado Feliciano i jaquim de Borbann,
sendo logo o dito reu recolhido á prisão. (Offlcio n. irj38, de 23
de junho de iíí74, do presidente do Rio i.iraude do ííul João Pedro
Carvalho de Moraes ao Ministro da Justiça.)
-406 RBVI8TA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ainda no dia 21 cheg:Jiram as praQ&3 do 12^ batalhão a São
Leopoldo.
Em oflíicio do 23, o chefe da policia iaterioo pedia ao presí-
deote *Á) clavinas, i^^ual dumoro de o:spada9o nõoesdaria muDi-
çáo ; commuiúcàva a prísã'» do Carlos l-^msfultd o participava
contar prendera urn ódtro indiciado Jorge Itobiason.
íi prcaidcQtG em ollcio da mos ra:i data, n. IG19, autorisa%a
o major Júlio Anacleto Falfilo da Frota, director do Arsenal de
Guerra, a mandar psira S. Leopoldo, 4 disposição do Iir, chefo
depolicia, 50 clavinas Menier com os competentes cartnchaiues,
50 espadas com liainlias o boldrié:?, arraíimentoà quo devnriarn
ser fuitregiies naqueilo dia, na estação da Companhia d** Ferro,
afim de seguirem o seu doâtino na manhã iiumediata, 24, nu
wngon da$ 8 horas.
O director kU Arsenal de rtuerra, por offlcio n. 2Z2, dí^clarou
em .Xisposta qiM (Izera» cmn íirgonci;!, ci!tre/?ar ua esticão da
K. de Vt.vro para seguir para S. Lo«ipoldo, u 21, ;l diápo:iii;do do
rhefe de puliciíi, u armaiiienlo requisituito.
Aoelmfe de pulicia, irm oí1íl'í<» n, h.íi, o pre?ttdente partit*]*
poii ter expedido ordens para que fusse reiíiottido uaquellc dia u
armamento e c;vrtucham<i qnt^ pedira.
Durante a noite do 2i\ de jurilm foram incoodiadiís l*í ' ;í .
c a.ssastíinadoá os seua moradoroi, pelo «lue soliL-itiJU por -
gramma o Dr. cbele de policia a raaiur força pnasivul e «li
pevíis de artílharJri, não sú para so poder perse^^^uir cora enr
cclHcacia a quadrilha de Maurer, cuja casa estava íbr ti tíc
como também para fazer a policia da cidade e reanimar a<
o povo, ater rorisado por tao insólitas atrocidudes o desmo: tj
nado por yt íahir toda a força que alli se achava e que a mvs-
m\ autoridade so via forçada a eipedir p:irA o interior. (Tele-
grama do Dr, chefe do policia» de 20, ao pi^e.ddente da Pro-
víncia.)
Em consequência da continuação dos factos reprovados do
S* Leopoldo, fez o presidente marchar no mesmo dia, ás 4 horas
da tardn, em um trem oxlraonlinario, que requisitara ao cUefo
do trafeíío da K, P. de Perto Alegi'e a Nova Hamburgo, *Ji
praças do it" batilliào com lo oiiioiae^» força i^quisitada no
commandante dasar-masem oillcio n. 1657, o mais |-i praçAs
e l ollieiat de peliria, *J praviís de artilharia c^m 2 ulllcitios o a
eompelenttí ^luirnivao, ia lo toda a lorça convenienLemuete
armada e municiada, -job o oommaodo do coronel ueuuina
Olympio de Sampaio.
Naquolle raoí^mo dia foi por ordem presidencial detarmina-
do, olllcion. 1805, ao inspector da Thesouraria da Fazenda^
Leopoldino Joaquim do Freitas, que se entregasse ao quarlol
mestre do il' batalhão um conto de réis para occorrep ás
despezas com o foruect meu iodo etapatf, v.íuíú a foi*;.v quu lonUa
seguido, como a que b&gau.
os MUKERS
407
O director geral dos Negócios da Fazenda Provincial, Dr,
João CapristraEo de Miranda o Castro, recebeu da Presidência
Súf offlcio D* 1650, ordem para ijue fosse entregue ao alferes
a força policial Marciano de Almeida ile Oliveira a quantia de
300$ para a despeza eitraordinaria que havja do fazer.
Ao director do Laboratório Pyrotecliuico capitão Firnaino
Herculano do Moraes mandou o presidente, ofllcio n, 1806, que
foásera íiibr içados, com brevidade» 2Ú0 . 000 cartuclioa emliaiadofl
de 14,tíG para supprimento do Araenal de Guerra.
O presidente da província, á, vista da gravidade da situação,
resolveu partir no meamo dia para S. Leopoldo, aâm de m en-
tender com o chefe de policia^ o que fez, tendo regressado no
dia 27» as 2 horas da tarde.
Em S. Leopoldo» o presidente da Província, por proposta
do 87 dô junho do chefe de Policia, exonerou, a bem do serviço
pu!>lico da subdelegado do 1« distrioto Francisco Keuse, sendo
nomeado o l" supplento Antonino Gunther Mesngfleisch ^mra
aquelle cargo,
Naquelie mesmo dia foram remettidaa mais duas peças do
montanha, que feiram requisitadas por lelegramma do presi-
dente ao commandante das arraas,
Aquetla presidência expediu ordem ao marechal superior
da guarda nacional da capital, S.Leopoldo e Camaquam, para
chamar ao serviço de 100 a 130 praças dos corpos de cavallaria
da ííuarda nacional do serviço acUvo ns, It o 13, fazeodo-o.^
marchar á projxorçàu que se íoasom reunindo em nu moro do 25,
por str insufllcíente ii cavallaria existente em S« Leopoldo, qm
se reduzia a 43 praças da mesma guftrda naciaaal daquelle mu-*
nicipio (õMcio de 2S de Junho, o. 1661, da presidência ao Mi^
nistro da Justiça »)
A 27 recebera o delegado L, A. Feijó Júnior» deS- João do
Monto Negro, participação que uaquelles dias próximos transi-
tavam daquelle districto para o de S. Leopoldo, e vice- versa,
homens suspeitos de serem adeptos de Maurer. A's 9 horas da
noite, do dia 28, teve participação qoe haviam transitado alguns
homens vindos daquelle districto, suspeitos pela pressa com que
quizeram passar, por nio quererem encarar e por irem muito
armados, a ponto do trazerem três pistolas. Julgava aquella
autoridade que havia qualquer cousa e notava receio de parte
da população, principalmente da de o ri^^em allemã. Por isso^
pedia instruoçõod para poder marchar com acerto, e requisitava
ao chefe de policia oito ou dez soldador de policia e alguns
cavallos, em offlcio do 28,
Achava-se, pois, a Incta travada. Os adeptos de Maurer em
uma sd noite tinham incendiado ti casas. Contavam-se 14 oasas
ínceudiadriâ . As famílias que as habitavam foram barbaramente
assassinadas, não seudo poupadas nem as mulheres, nem as
crianças.
213Ô -. S7
Tomo Lx.Ttn. p. o.
408
HEVISTA nn rNSTITriTO iustorico
Tendo partido da cipiUl, a 26 do juaho, pela Eatrada do
Foro paraS, Leopoldo, ííheguu As 5 }/2 da tarde âquella ci-
dade o coronel Jeauiao Olympio de Sampaio, com 9 ofllLMaia o
í)0 praças do batallino, dons ollici.tíjs e 17 praças do artilliuria «
duas loccua dtí ío^o de calibro 2. NaquoHa noito acampou o
cormiol naditacidado o no dia so^' um te, íls 11 horas, ínarchi>u,
deixando :iú praças o l ufflcial ás onlen^ ilo Dr, chefo da
polifia.
Depois do transpor o riu foi (fomot':ulo pela faltado vulií-
cuíos para a coíidueçâo do tiiatoriaí. o qiiu foz com qiio .só au
anoitrM'er aÍciin(;a.sso a casa do capiláo Droyor, no Campo Bom,
ondn pernoitou.
Na míinlia dt< '/8 continuou o coronol a inarcba o :U ^í horas
da tardo so reunio á forga commaoilada pelo capitão José Joa-
quim Alves, mio so corapimlia de '! olliciaes o 45 praças tam-
bém do batalhão, e mais 3 otliciaos o 4U praças de ciivallaria
de g u ardas n ac i on a 03 .
Ala deiícançou a Jbrça duas horas, oraq íanto o coronel
colhia iorormacõesdoB vaqiieanos, que íq aprasontaram, acerci
da posição occupada pelos m-etarios do Mayr<*r.
Tevo, íMita<:», uotMíia o corufiol do um cainp«stro que ficava
ftntio graúdo oxteii.-^ão da picada qui^ tinham do pôrcorrer,
aiguiiiaili^í.ancia :>.rjí»o!s lia casa de Maorer, ponto do n^uniao <Io
lodosos rovoltosuí?. ideado logo suppoz o ooroiiol a vaoLa^em
dooccupar iiquollo ío^*ar qiio o approximava do ponto de oLtje-
etivot ratnlítanilu o litaiim? n;t miulruj^^Lida do dia »eguJHto, além
da conveniência do atravessar a maior parto da picada tiara sor
hostilizado porque não tinha sido pri?3cntido. Aqiiellas com-
inunicai^oes recol)idas de homeos reputados práticos o idóneos
pelos próprios habitantes paciíicosí; resolveram o coronel a
seguir ás 5 heras da tarde, sendo protegiilo pelo luar esplendido
daqoella noito o, conforme as informações chegaram as forças
sem etístaculos, dopais do percorrerem quasi meia légua do
pica-la, ao referido campestre que tencionavam occupar.
Alli, porém, foram as forças recebidas por uma descarga
de fuzilaria que parUu do matto, avístando-je logo a casa do
Maurer muito próximo. Foz oi?oronoU immed latamente, avançar
toda a lorça do que dispunha e í-olloc^tr as duas boccas de
fo*fo que principiaram a atirar sobre a casa o, juatamento,
al^HiuB ío^^uottííí incondiario,s.
A infantaria sustentou, entrio, por cspaçí) do ti*es horas um
vivo tiroteio, que foi i^^ualraeote ro!*pondido peio inimigo
emborcado. Uma das boecas de fogo fui desmontada pela
jnsuíãcieucia do reparo, o logo depois foi encravada a se-
gunda.
A forç:i de cavallaria flcou situada protegendo o flanco
esquerdo e do retirada, único por onde deiíou a força de receber
fogo d 1 1 r an te a refrega . Fa 1 1 ii d do j á a m u n it.uo úg i n fan tar ia e
tendo inutílisado as peças, ordenou o coronel a retirada, que se
eflectuou em ordem, oâu obstante o inimigo os perseguir du-
rante treb quartos de hora na pKMrla .
os MUKERS 409
A's 10 horas da noite chegou a força á casa de Pedro Ser-
rano, onde acampou, fozendo recolher os feridos que foram,
durante a noite, des veladamente tratados pelo Dr. Raymundo
Caetano da Cunha, que fora acompanhando a ambulância.
A*s 9 horas da manhã rotirou-se o coronel para o acam-
pamento do Campo Bom, não só para evitar que o inimigo
presenciasse os movimentos, como por offerccor mais facilidade
de communioaQão com o commanJanf.e das arma^ o mais auto-
ridades, oraquanto prepirava-se do necessário.
Lamontava-se a perda de tros oíllciaes o .'{2 praças feridas
e quatro praças mortas.
Constava terem os mauristas grande numero de feridos e
soffrido a perda do outros que morreram no combate.
Recommendava o coronel Genuíno á consideração do com-
mandante das armas, como dignos de louvor os olliciaes, praças
e paisanos: Dr. Raymundo Caetano da Cunha, que assistindo
ao fogo oom toda a calma se tornou digno de elogio pela cora-
gem com que se portou e dedicação em soccorrer ;ios que
cabiam feridos c o alferes ajudante João César Sampaio que,
a seu pedido, viera de Porto Alegro, muito coadjuvou pela
promptidão com que cxei^utava as ordens do coronel, e pela
bravura e coragem com que as transmittia no mais renhido
da acção.
O major graduado Rafael Fernandes Lima e capitão Joáô
.loaqoira Alves portaram-so com bravura ató receberem os fe-
rimentos que os fizeram retirar. O capitão Silvério José da
Cruz, calmo e valente, assistindo ató o iim, prestou importantes
serviços, sendo encarregado do remover a artilharia inutilizada
e proteger a retirada, o que executou de uma maneira heróica,
digna dos maiores encómios pelo valor com que disputou ao
inimigo a execução daquelle diíllcil trabalho, no qual foi coadju-
vado heroicamente polo valente alferes Francisco Duarte Vianna;
o capitão de artilharia Nicolúo Ignacio Carneiro da Fontoura,
ferido gravemente, dcsenvolvou-se com admirável coragem e
sangue frio ; o capitão da guarda nacional António .losó da
Silveira e os odiciaes da força de cavallaria que comman-
dava cumpriram as ordens que lhes foram dadas ; os tenentes
Tertuliano de Campos Duarte, do 1<* regimento de artilharia a
cavallo, e Frederico César Vianna, do 4<» batalhão de infantaria ;
os alferes Paulino Júlio de Moraes Carneiro, Francisco de
Paula Andrade, Fobronio de Brito e Estevam de Souza Franco,
do 3** regimento do cavallaria, portaram-se dignamente du-
rante o fogo mortífero de fuzilaria ; assim também os 2°" cade-
tes Alfredo Alberto de Alencastro e António Monteiro de Albu-
querque, todas as praças do batalhão cumpriram o seu dever,
portando-se com coragem ; igualmente os operários militares
que formavam a guarnição da artilharia e as praças da guarda
nacional que souteram o legar que lhes foi contlado ; os pai-
sanos Frederico Bier Sobrinho, Lucas Franco Martins e Pedro
Serrano assistiram ao fogo e atiraram sobre o inimigo, de-
monstrando boa vontade.
410 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Os dous primeiros coutinuaram do acampamento prestando
serviços com muita dedicação, o ultimo foi um dos vaqueanos
que na informação que deu sobre a casa de Maurer não foi bem
exacta, porém estava o coronel convencido de que elle o não
fizera de propósito e antes pela falta de conhecimentos precisos
e levado pelo desejo de se prestar.
(Relatório apresentado ao commandante das armas Barão
do S. Borja pelo coronel Genuíno Olympio de Sami)aio em 3 de
julho de 1874, om Campo Bom.)
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O major graduado do li^ hatalbâo do infantaria Raphael
Fernandes Uma (^ o capitão do 1<* regimento de artiiliaria a
cavallo Ignacio Carneiro da Fontoura so recolheram ás capas de
suas familias paru se tratarem (oíTlcio n. 1970, do oommandante
das armas. Rarão de S. liorja, n.areclial do campo, cm 30 de
junho de 1874, ao presidente da provincia).
Foram recolhidos X cdfermaria militar os oíliciaes o praças
feridas com armas de (b^o. <-ís II horas da noite do dia :i9. C)
Ç) o oriicio <lo 30 de jnnho. n. r>37, do deli^pado do policia da
Cíipitíil, Feliciano Joaquim Horinann, ao pre^^idriilo, dava como tendo
sido n-('olhida> 38 praijas. Também participava ter sido pro>o um
panlo, escravo do uma viuva, moradora na Barra, por ter lançado
uma bomba inflammavel em uma casa.
os MURT^nS
41S
o presidi li j to ila Provincia «Himnmaicoa us iiltinicia aeonte-
cimontoa ao Ministro da Justiça em olilcio de 4 d& Julho de 1h74,
11. 190L
Na dia 20 chegou â capital o cliefe do policia.
Fora ás 7 horas da noite requisitar mais tr<>pa de linha a
vista da resistência opposta pelos Mauriítas fi força do eoroneL
líonuino.
líríi possível que 03 ^utatiua — com sua, audácia —ata-
cassem S. Lopo Ido, á via ta do que mandou o prés ide oto que
partisse .^ força do linha que exiatia. A policia o a guamiçê^o
da capital tia liam do ser confiadas á guarda nacional. Foi deter*
minada a vinda da tropa de llnba do Rio Grande, Polotas e im^
periaes mapínheiroa. (Carta do â9 de junho, do Presidente aa
Conselheiro Duarte de Azevodo.)
Nesto mesmo dia 20 expediu o presidente da Província a a
seguintes determinações :
Ao commandaBte da força naval, por telogramma, que
para accelerar a vinda das praças do 3' hatathão, em goarDiçâo
no Rio Ora ode e Pelotas . e im periaes marinhei ros» fizesse om-
barcai-os no < Guah y ba >» ruantlando a Jaguarão o vapor
« Apa », para condazir o conUo gente, que d'ali devia vir.
Ao commandiíotrí superior da guarda nacional dos raiini-
cipios da capital, S. Leopoldo e S. João Baptista do Camaquan»
que, com urgência, chamasse a serviço de destacamento a
guarda naeíon&l da capital, S. Leopoldo, Aldeia Viamão, e
Belém.
A guarda nacional da capital seria destinada á guarnit,^ao
o policia da mesma, e a de outros pontos dever t:b seguir para
S. Leopoldo* aâm de auxiliar a força de linha quo lá estava
operando.
Ao chefo de policia» i>or telogramma, participou qu'i se-
guiriam a 30, duas peças de montanha com 100 tiroif, 500 arma-
mentos de cavallaria, inclusive clavinas o 3uu armamentos do
infantaria*
Ao superi tendente da E. F. de Porto Alegre a Nova Ham-
burgo determinou qun providenciasse, a ílm de que ás 4 1/2 horas
da tareie estivesse prompto o trem quo iiavia de conduzir a Sâo
Leopoldo a força d<í linha que seguia com o chefo do policia.
A esta autoridade eommuDicou que o marechal comuian-
danto das armus participara que se achavam promptos para
acompanhai- Q dous offleiaea, um corneta e raiús 30 praças, bem
como, realizando, naquelle dia, os meios de serem rendidas as
praças da gu.irda da cadeia, seguiria, a 30, o re.^to do batalhão p
Recommendava ao chefe de policia quo expedisse telegramma
fiara os offleiaes e praças que houvessem sido feridas, fossem»
ogo depois dos primeiros curativos, remettidos para a capital
pela E* de Forro, providenciando sobre os meios de locomoçãOt
para sei-em conduEldoa im mediatamente da estação para a enfer*
mar ia militar.
416
RKvisTA 00 ucurrirro msroRico
Aò ètrii> da H. Borji* oomnmndaaie dia «nui» dotAr*
intnau q«e. pur Ur A^MBetto o ofTerpétniciitij do barâo de Oilijr n
ter ebama/io a retinif os yoluutirioâ, <|U6 iam render a força 4e
llnbn qois fru^rdava a cadèa* ierrÍMe expedir as soas íHFéoom
para qm to<la a força de linha cu disponibilidade, na ddidet
matún» á$ A ]/Z i^ra s. Lr^poldo.
Ao delegido do esipltio «to fiorto autorizando a freiar om
yapor dci poqartno ratado, qiio mguimè tmmed latamente com
urna lancha a reN^^iuo fjara S. I^^oopoldo, âcando ili :U ordens
do rhfífo iJo pui leia.
Ao fíírfWítor do Araenal áa Guerra rníin^laodo appompUr
o riUTiííttíír p;ira arjriollíi rfdado [.0<K* armamentos do cavallarta
8 M'K) d 15 hl fintaria (í i^ntriígar a João Daniel CoUin, subdolegado
do 5' diHtricto d(3 8. Leopoldo. IcO carabina». IQ() cinturões
e pritrfmas, Hi houresao, o 6,uD0 tiros.
Psiãêmi no mofmo dia os seguintes telegrammas :
Aí) cliofo do divi.iio commandante da força naval detor-
nilriitndr? qitft fo^j^cni lo^o romettidoi para a capital m coii-
Unuftutfíti ún Hnlia t[Ui* faziam a guai-nição do Pelotas, Rio
Ora ri dl ^ ii NorU% pjira o f^ue seria posto á disposição o vapor
« Apa », fazendo emliarcfir as praças d^ imperiaes marlntioiros
i\nn loRtie i:K>!ij!iivel di.4pen^iar.
Ao commamianto superior da guarda nacional do Rio
r}mnr!o n Pah4a:«i rmítiiniu^^ndaDdoa prompia exocuçao da ordem
(^xfiedlda iiiif|uel[t^ dia ]tai*a a subi^tittiiçâo da força do Huba pola
da guarda naolonul, d<i inotlíí que pydosge vir pelo € Gualiyba »,
f[iiif df^ia partir para a oapiíat.
Ao curofioi pommandante da í^^uarda nacional do Rio
Orande o lMlota«, dotíirminaiido q«e ctinipria qnn chara.xsae
a í^n^irda iiaf^ional a sorviço de dfstucamento» para suUstituir
M ft>rça iU\ linha íhu guarnli;ao naí|nell;i cidaio o Norte, visln
liH- ella dív mtirc^liar para a t^&fdtal pari duli partir para São
t «nu pold o.
Ao m>u) mandante an perto r da ^'tiarda nacional de .la^uarão
ilidormlthíN que ex|w\liíííío ordem para que, com ur^íi^nGía, ro-
íiniMsr íi r^xa da iiif^tna guarda que, pelo eoinínandanie da-
miHl.i. A'oniiiira, lho fosse rít<jiiiflilada» para sulístituir a força
*lé liiilin que tiavia de pariír para a capital.
(U Qtfoatofl em S. Loopoldo continuavam com o oaraoter
a!4:<iijitado? para a ptiputaçãu, quo, do todos os pontoa, pedia
auillio de força e armamento» que deixaram de sor Ratisfollos
por não (HMlor a autoridade oompeteoto dispor de maàa fbrca
o a matnrritu.
\*%^HH dl' ter o ooronel Oonuino acampado noramente. a
iK^i •m OamiM iloos. lr«i léguas msls ou menos dislaote de São
LtapoMO) aaod<Hi balw %m omi eaas, om que ocmstava baTor
^ãgéíÊê ém aoatiirades. com IhiUs faram eneontridiia éoits
liiMPsetis a duas iuulbort\^, que oppoteram tio !brle fiiísi«iela
os MUICBRS
4!7
qae oTjrigaram a eacolta ropelíír com valieraoncia, oonseofuindo
prendel-us, tetidu sido aómeuto lèridooom um bngode ohubo uma
praça oa um cadetn. Nada eonslíiva oflflcialraento.
Foram conduzidos oa prosos p-^lo trom da tarde com os quo
}ti so acbavam presos,
A casa da viuva Bonder fora atacada polus maurititas, a
26. em S, Josõ do Ilortaneio, ficando a mesma aonhora gra\6-
mfintô fi3iída e à morte, ^seapaEdo um flllio e filtiri. por topi>m
acudido oa vizíuboa e não terem acnrtodo os tiros,
Conatava que na picada dos € Dous írmãuj^ » tinham appa-
recido quatro Ma uri 3 tas e que lo rara batidos peloíí tãdadaos quo
ali st^ achavam muni d os, rosuitantlo a morto de nrn do cada l mIo»
constando ser um dos sadorados pnretitio do chefo .íoàu Jorgo
Matirer* ( Carta do chefe do polícia ao proaidente, do 29.)
Do f^cto, estava a cidade de S. Leopoldo desí^ílcada do força.
Apenas 18 praça» de Hnha tinham flctido para garantir aquolla
cidailo o fazor a guarda da cadéa» ondo se achavam os prosoa
quij tinliam cliegado. O resto ila força que fazia parte do com-
nianfJo do coronel Genumo aeguir.i a 27. O resto da munição
seguiu acompanhada do tonento Mai*oiano e de 12 praças dô
policia «
»Si a^ontí^cessé ger acommettido qualquer ponto dos arre-
dores daqtielle logar não tinfia o chf>fo do polici i como mandar
de promplo acudir, uâu diívendo contar com os cidadaoi que «n
proãtassem ao serviço de ronda, ng quaí?í?, apozar do;^ seus
bons deítôjoa, eram paisanos» o nelíes não so devia tor plena
confiança. Por isso e sondo certo que do lia talhão 12-^ aímla
havia na capital 100 praças, Bolicitou o chefe do policia an
presidonte da Província, a '^, que se dignasse expedir orJeon
para que, no trem dji tarde, seguissem raai 3o praças* O
tenente Garcez, que ficara cm S. Leopoldo, reclamava um cor-
neta, indispensável para o serviço.
Vimos que o chefe do policia fora attcndido.
Naquelle mesmo dia, ^9, o barão da Graça, por tido-
grammap participou ao presidente que, de3de as .'í horas da
tarde, tomara as providencias necessárias para, em qualquer
momento, sor dispenamla a guarnição de lluha o seguir o des-
tino de termina*! o.
No dia 30 passou o prosidonte telegrarama ao major .losi'
Luiz térrea da Camará papa qtie, na ausência do eomm^indanto
superior, expedisse ordons, com urgência» para ser sulístiiuida
— pela guarda nacional - a força de linha que devia pnrtir
p:Lra a capital, O armamento seria remottido pelo depoaito
do liio Grande.
Deu ordem ao superintondente da E. de Ferro para dar
pasfagem ao 1* cirurgífio do corpii do saúdo do exercito
Dr. ttaymundo Caetatm tia Citnha que 8Q ia reunir k força do
coronel Ganuiuo*
418
niíVíSTA 1)0 INSTITUTO JJISTORICO
NaqucUo dia ebogoii a Porto Alegre, iis 7,30 da Urdo, a
caiiIiOBGira < Hoorique Martins» e a lancha a vapor « Jiirit.r*.
acudo a demora devido a grandea dillictildados nas voltas do rio,
( Telegramma de 30, do Conrmandante ao presidente*)
Ainrja a 30, o chefe de policia passou ura tGlegranima ao
proãidente, no qual dizia achar convoniente que fosse provi-
denciado para que, com toda a urguncía, chegasse a S. LcopuLdo
poças lie alcance e toda a força ãe Unha possível.
Participava que o coronel Genuíno, declarara que sem 5í)f>
ou iloo homens o boa artilharia do alcance não se podia tomar
ã casa em que ost^vam os scolt^radoa.
Em resposta, o Preside me disse que» como o chofo sabia»
olle dora todas as providencias para augraentar a Torça alli
existente. A tropa que estava oo Rio Grande o imperiaea
marinheiros chegar, am a 1 áe julho # e segueriam im medi ta-
mento. A artilharia de que se podia diapór ora a quo
tinha ido*
Por telegramma de 3íl participou o capitão do porto Rodrigo
António de Laraaro que ás 1 1 horas partira a reboque do vapor
Otífthf/hn a lancha a vapor da provi uc ia.
famliem por telogramma v comraandante da forra naval
participou torem seguido no Gtmhf/òa os dous contigentes da
1=^ linha e imperiaes marinheiros,
O Ápa ia ao Jaguarão buscar a tropa, que se destinava á
capital. n.j prevenção requisitara a capitania o vapor Jaguarão
para qualquer emer^'encia, visio que o lerao du Siiceira ainda
nâo eslava prompto.
rnmeçoii no mesmo dia 30 o serviço das patrulhas no-
cturnas» coníbrme o ofRcio do delegado de polícia da capital,
de 1 do julho, Feliciano Joaquim do Borbon.
Est|uecia-nog de relatar que no dia 2 J de junho áa 2 horas
e 29 niimif.oá da tardo seguira para S, LoopolJo o vapor JtnHy
com a sua lancha, para tlcar a!i ordens do Dr . chefe do policia
interino e do conimamlante da canhoneira ff enrique Martws^
cuju vapor e lancha furam fretados pelo dolega«lo do capitão
do porto a Frederico Biar Sobrinho pela quantia de M»0$ diários
fornecendo aquotla delegacia todo o carvão que foste preciso
gastar dur.inte o tempo que se empregasse naqnella com-
miiflioo dito vapor, até regressar ao porto. (Oti!ciode30 de
junUo» D. gí>, do delegado do capitão do porto ao Presidente.)
Accuaando u oítlcio do presidente do ií9 tio junho» em que
autoriz iva o delegado du lermo de S. João do Mont<i Neirro,
S* A. Kaijo Júnior a reqnisitíir do commandante do corpo da
gUiirJa na^^ional djq\ielle município até :>Q prai^-ai para manter
a oiilem e a trauquil lidado publica o rec*?pção do 30 clavinas,
Oto., agradíiciaem nume dapopnla<,'ão da dita villa. Partici-
pa\'a Já ter reqiiísitítilo a for^a, do tonente-corooel Apolinário
Pereira do Moraes o este dera as suas ordens, esperava ver a
30 aquartelada metade <la força.
Pedia al^nima.<i pistolas para cavallaria, alguns cavailof e
forrairen^.
os MUKERS
iid
r
Em outro oflicio úix mesma O a ta reiterava o peditlo doi
cavalloíí o participava estarem «abresaltados os t-oloDoa de
Marati, qíu Tirtude ão que coaífireDciara com o 1" juiz de paz
,1. F, I*edro Schneidor para operarem os movimentoa quo
tossem indispensáveis.
No dia §0 expediu o presidente ao Ministro da .Huliça o
soguiDte telegramma :
« Negócios S. Leopoldo -rravissíinos, 14 casas itirendiadaM,
€ famílias assa iisi nadas. Ca^a Maurer ata^.wla Ui>atem por k'n
« praças do lioba, artilharia, também guardas nucionaes, po-
«t ficia, Síesiâteiicia tenaz, loridos Ires oííioiuos, 80 praças.
€ SeguG resto do 1'^'^ batalbào; requisitei infantaria es»taoionada
< Rio íirande, Pelotas. Jaguarão o iniporiaos marinhoÍro>í*
€ Guarda nacionril opt-rou cora Ibrça linha» policiará reforida-!
tf cídmdcflT nacionaes e eslrangetms oireroeeranise na capital.
€ Esiea 3UCC0SS08 o bombardeiamento Al voar exigiam mais
€ força linha na provioeía.»
No dia 1 de Julho o presidenio dirigiu outro letegramma
ao Ministro :
« Sectários Maoi-^r uâo foram atacados, atacaram. Sáo
€ 150 ora posições dirtícuisdo tom?ir. Convém bater já. Poniem
« reunir outros malvados. Artilharia aqui mú, S, tíabriol
< virá maisdomorada «^ue Corte. Requisito qual ro pras mon-
« tanba, guarnição, ofítciaes, :^ÍX> congréves^ primeiro vapor,*
O rroéidento da Provincía por officio n, 1844, do l do
jiilbo, declara ao barão de S, Borja ter ficado inteirado do
contendo do seu oíficio n. 1360 sobro os ferimentos do major
ííraduado do 12^ batalhão Raphael Fernandes Lima e do capitão
do 1° regimento íle artilharia a cavallo Nicolào lífnacio Carneiro
da Fontoura, recolhidos ás casas de suas familías» o do capitão
José Joaquim Alves e praças que se recollieram á enfermaria
militar.
O major .iuUo Anacleto Falcão da Frota, director do
do Arsenal de Guerra, foi autorizado a mandar satisfazer o
pedido de barracas para offlciaes e praças áo 12^ batalhão.
(Ofílciode Ido julho, n. 18^0.)
Ao suporinteDdcnttí da Estrada do Ferro da Capital a
8. Leopoldo autorizou^te dar passagem no trem daquolle dia,
U a 60 praças, inclusive officiaesdo 3* batalbào, um guardião e
^ imperiaes marinheiros.
Ao chefe de policia foi tran&mittido um ttiloi^ramma
participando quo seguiram 6(í praças no trejudas 4 horas o que
doiíse providenciai precisas para regularizar o fornecimeuto do
rancho. Seguiram um goaiNiião c VO marinheiro». Que man-
dasse um machinista e foguiátíi da Henrique MtrUtis para
levarom a lancha quo ta substituir a Juritt/^
Ao commando das armaa declarou o presidente que tele-
graphara ao commandanto da guarda nacional mandando
retinira força precisa para substituir a d© linha que tinha de
vir de Jaguarão e ao commaDdanteda fronteira do Rio Graode
mandando fornecer armameoto para 80 praças de cavallaria e
■
420
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
infantaria que lho fossem apresentadas* (Resposta da cópia da
te legmmm a quo o presidente dirigia ao coramandAnte da froa-
leira c gu^iroiçâo do Jaguarão, á qual acompanhou o offlcío
n. 136L)
No mesmo dia I foram expôdidos telogrammaa á presidência:
Do iimjor João Liiix Carpèa da Caiu.ira, do Jaguaiú^j, par-
ticipando terem sido expedidas ordens neoessarins para o
corrimandrinto da 3'^ companhia arul^ de loraataria para
reunil-a com a maior br< jv idade possivcL
Do cummandinte âup&rior da gaarda naciooaJ do municipro
do Rio GranJe, participando qiio a t irdada 30 se reunira para
destacamento aguarda nacional daquâlla cidade. Precisava de
prompto r^o fardiuiaentos e o compõteote armamento.
Poi at. tendido na parto relativa ao armamento, por sor di-
rigida ao commanilanttí da guarnição e frooteira do Rio
Orando.
Nij dia 2 de julho devia âcar completo o dastaca monta
do 30 prai^uis do guardas uacíonaBS, requisitadas peio dolo*
gado do termo de 8, Joào do Monto Negro, L. A. Feijó
Jun ior,
Aquclle dele<:ado pedirão máximo da autorisação dada
pelo proâidente da Proviítcia por julgaha indispeaaaYel. £ra
possível que l¥) praças fossem insulflciontes, caso appareoesa»
Hú Vi dado por fora lía vi lia.
Contava qne havia no formo alguns individnos que
estavam sentenciados á morte pelos sectários de Maurer,
sendo um delles um FeMppe de ^al, com casa de negocio na
costa da fiorra» pelo que havia noticia de que olle e al-
guns visinhos a ti^es noitos liavtam ^tado em alarma.
Constava maia que o I« juiz de paz daquelio terma,
Joào Frederico Sclmeíder, receiava ser victima d&o êò por
ser primo, como se Julgava, da mulher de Maurer e ean*
trario á seira deste, como por sor elle irmão do di>le^ado
de S, tj^opoldo.
Naqunllo termo foram presos no dia 1 áe julho doas
iodividuos que tiníiam ido do município de S. Leopoldo <-4>m-
prar oito arm.uj e quatro pistolas, e que se tornaram suspeitos.
Pelo mesmo delegado fora ordonado aos passa geiíos do
Pa^so do Monte Negro, que distava daquella villa cerea de
uma logua, o em virtude de repetida-s reclaruaçòes, que,
até segunda ordem, não dessem passagem a mais ninguém.
Dera lo^ar a esta ordem o tor attluido ao dito itBAso. nus
últimos dias de junho, nmitoa transeuntes, armados e apres-
sados, sendo que antes o ntimei^o delles era inferior.
O delegado, á vista disso, peáki autorlsiic^o ao presl*
dente d:i Província para requisitar mais for^a, si as cir*
inirnstacias exi^nssem, assim como reiterou o pedido que fl»€>-
ra de cavallos, visto serem elles indispensáveis, no caso 4a
haver necesj^tdade de acudir com força a alguns pontos dis-
tantes, bom assim de espadas, id^i^das e mais armas do io^
fantaria para occorrer és necessidades que podiam haver»
os MUKERS 421
ató armar os cidadãos que a isso se quizessem (''^^tar, em
ordem á revista, a ataques, que se pudessem dar, em vis-
ta do que se dizia que os sectários de Maarer buscavam o
apoio dos desertores, criminosos e escravatura. (Offlcio do de-
legado do termo do S, João do Monte Negro, L. A. Feijó
Juuior, ao presidente da Provinda, do Sdejullio.)
Naquelia data enviava a mesma autoridade á conside-
ração do presidente a traducção do uma carta de Jacobina,
flcaudo com o original.
Bis a traducção da carta:
Sr. Mathias Schroeder, no Maratá,
Padre Ktcrno em 29 de maio do 1874.
Meu prezado primo.
O procedimento e a conversação que você teve na Ga-
pella da Piedade com o meu mano Jacob, no domingo do
Espirito Santo, mo faz lembrar os seguintes factos; e muito
eu estimo que você por íim se lembrasse das doutrinas e
admoestações quo a fallecida sua mãe lhe deu.
Você mencionou quo ella lhe tinha tido que veria o
»Anti-Ghristo— o que teria muitos adlierentes. Isto ó pura
verdade, meu caro, e ou lhe posso confirmar que também
tenho muita lastima disso, quanto mais que cheguei a ter
o triste conhecimento que você cahiu nas ciladas que elle tem
armado.
<Anti-Christo> quer dizer contra Christo e destes ha
muitos. EUcs toem a intençÃo de excitar e persuadir os seus
próximos a serem espiões e trahidores falsos como o primo
Lúcio (^) tem feito comtigo, e como elle tem atiçado ha
já perto do um anno.
Por isso lhe digo aue eram horas de você se lembrar
dos preceitos de sua fallecida mãe. O Lúcio, Anti-Christo,
também procurou excitar teu génio dizendo que eu tinha
deshuarado toda a parentada em fallar mal numa carta
sobre o defunto seu pae. Dahi já vocô podia observar que
idéas injustas este homem formou de nós; e você deve acceitar
melhores lições e preceitos.
£* certo que por cima do corpo de um defunto po-
dem nascer capim e hervas, porém por cima dos seus feitos
ou para melhor me explicar das suas mal feitorias, nunca
nascerão sinão a historia do mundo que não podia ser o Tri-
bunal do mundo.
Os homens mais poderosos e celebrados não puderão im-
pedir quo as suas acções fossem faltadas e censuradas pela
]X)stcridado. Não consiste a reputação de um liomem em
alcançar alta idade, mas âcar idoso na probidade, merecer
estimação.
(^} Ert o áeletrado de pulicia de S* Leopoldo.
422 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A circumstancia de você ter servido de espião a favor
dos nossos contrários nunca lhe íôra honra, nem quo vooé
morra de velhice. Também acho que é preciso restabelecer
a sua lembrança, você não se lembra que a fallecida sua
mão muitas vezes eo queixou que não tinha sido estimada
pelos seus soberbos parentes. Não !se lembra quo a rica fumilia
dos Hanzen tinha vergonha dos Schroeders» Andrés c Menez
es por serem pobres, que preferiam ver elles cahirem a elles
chegarem .
Vocô não reparou quo vieram nos visitar somente
quando precisaram de nós, por exemplo como o Lúcio tem
60 servido de você, não para boa causa, mas para espião
o traidor.
Para tor noticia do nós não ó preciso espiar. O oogso
comportamento o as nossas acções estão abertos e claros,
sem secredos e sem fraude alguma, porém quem não se
confia em ninçuem também não merece confiança
Para explorar-nos o Luclo não procisa de ninguém,
mas para diíTamarnos e tornar-nos suspeitosos perante o
mundo oUe procura gente. Elle mesmo por fim ha decahir
na cilada, que elle com tanto zelo tom armado para pegar
08 nossos correligionários. —Bile que tome o Spindler (*) por
modelo. Destas minhas palavras já podia você tomar a no-
oeasaria clareza o explicarão; agora você escolha de qae
forma o maneira quer proceder daqui para diante.
Km legar do obedecor cegamente ás ordens do Luoio
lho dou o bom conselho do vir aqui no nosso melo c você
logo pôde aabcr das feitos e procedimento delle. Appare^^a
c& para eu poder lhe dar as necessárias explicações sobre
elle, sobre o que elle tem praticado e sobre as preten-
ções secretas que elle ainda tem.
Vae perguntar ao padre Klein, que lhe tinha prestado
tantos serviços, como foi recompensado pelo mesmo Lúcio.
O gosto e prazer delle consiste em improvisar abaixes assignados
contra nós, fabricar cartas maliciosas e informações falaas,
86 esconder timidamente e depois negar tudo. Por que é
que ello procura absolutamente a nossa cabeça r
Julgo que ó porque elle mesmo não a possua provas
disso etle já tem dado. Elle para ser alfaiate era muito
estúpido, pai*a ser oleiro muito preguiçoso, e para ser
advogado, ora meu Deus nem sei o que vou dizer ahi. Final*
mente lho dirijo a per^^unia, se está scientc das declarações e
oommunic;vçòes que fizemos ao seu cunhado .lacob Attentrofen f
Caso não o saibas venha que eu lhe digo. Aqui sou com
estima tua
Jacobina Maurer. (*)
(M SpindUr era o >uKleloi:a<lo do Caaipo Bom, c a:-<:».CaJo
por aviuella sociedade tíve Je se rt^tirar, o cmikTou.
i'^ Traduc<:âo do proI"c•^^>r G^'ita^o Adol''o Brandt.
os MUKERS
423
O Jornal Rio^rãndens^' de 25 de jiiUio attribuia eáta carta
fto pnstor Kieio. A lôttra afflrinava ser delle e, por iiso, jul-
gava provado aquelle jornal ser o pastor Klein quôm din^^ia
as operaçijei do Jacobina Maurer,
Esta carta, dizia o meamo jornal, escripti em nomo de Jaco-
bina Maiirer, em '.-8 de maio do corrente anuo, quando Hixmborto
já tinha sido assassinado e quando estava, desde o Kspirito Santo,
decretado o extermínio d© 14 lamilias qiae haviam incorrido no
oJio dessa megera, <5 uma obra mestra de hypocrisia,
€ Seus termos do linguagem provam que nao t^ do uma
€ mulher analphabeta, como é Jocobina, e a iettra é de João
€ Jorge Klein, conlurroe ex-pastor do Padre Eterno, que a
< edcrevcn pouco aotes da sua prisão,
« E baje quer negar que foi a alma e o occulto director de
€ todo o moviuieiíto.
c Convém accrcscantar que duas cartas do ameaças, que
Jacobina Mauror e sua irmã Elizabcth Mentz dirigirão ao
snr. Lúcio Scbri^iner, sâo lambera do puõhfj de Klein, assim
como eJíisto uma carta de Klein ao snr, Scbremer, oolão dele-
gado de policia, olTtrecoodo seus aervit^os como espiãc de po-
licia nas indagações sobro a tentativa de assassinato contra
.loào Silva, mas com a condição de so lhe dar prévio couhe-
« cimento dos depoimeotos já feitos (!i) e dos autos do reâpe*
« ctivo lírocesso ! *
O mesmo jornal afflrmava ter tido osta carta achada era
casa deMaurer a VJ de julho. Entretanto, vimos Aor ella oa-
viada polo delegado Feijó Júnior, ficando em sou iwdor o ori-
ginal, muito antes, ao Prcsidonto da Província.
Pela locomotiva que partia da capital do Rio Grande, ás 4
horas da tarde do dia '^ de julho remettott o Presidente da Pro-
víncia ao Dr. Chefj da Pulieia interino, por intermédio do
Thesouroiro da Secretaria da Policia, a quantia de ura conto
de róis, afira de ser entregue ao oflicial mais graduado do 3"
Batalhão, para fomeciraento da etapa ás praças em S. Leopoldo.
Ao Delega lo do Capitão do Porto mandou entreg:ar a
me^raa Presidência a quantia de UMD^fHiij, que devia sor en-
tregue ao Cora mandante íi a Canhoneira c Henrique Martins ^
para fornecimento de rações yos luiperiaos Marinheiros,
Pelo Arsenal do Guerra foram enviados para S, Leopoldo
5U.000 cartuchos, 55. OCO capsulas cora destino ao 'S' Batalhão
e mais 50,0no tiros para o 15^.
Residindo na fregoezía do S. Anua do Rio dos Sinos o
Tenente Coronel José Maria do Aleocastro, commandanie do
1 1'^ corpo de cavaltaría da Guarda Níicional, determinou o Pre-
sidente ao Chefe do Policia que officiasso direotamecUe áquello
commando, pura que activasse a reunião das pra«;as do corpo
do seu com mando, como já lhe íôra ordenado polo âou oomman*
daoteauperior*
tí^^2S Tomo Lxviit r, ii
424 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Bste corpo, 1I« deoavaIIaria« em fias de Junho apeaas con-
stava de três offlciaes, alferes. O seu oommandante prometteu,
comtado satisfazer ao marechal Luiz Manoel de Lima e Silva,
em soa requisição.
O Tenente-Coronel Tristão José da Fraga, command&nte do
14® corpo de oavallaria de Viamão, partira às 5 horas da tarde
do dia 30 de junho a reunirse às pragas que fosse possível,
devendo em seguida seguir para S. Leopoldo a apresentar-so ao
Chefe de Policia,
Ató o dia 2 de Julho se tinha reunido na Capital da Pro-
víncia, no 1<> Batalhão de infantaria da Guarda Nacional apenas
190 pragas entre oMciaos, quando o Batalhão tinha maia de
1.000 praças.
Eis o mappa da forca daquelle Batalhão:
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altondft, ranli
iLi êocMêâp^r de Gf nauliess e AUnéocvi .
bléak giiral de 1 de joUií», oiTerenr ao gOTemo éà
a lea ituilio i^ra a gu^nucio e polieíftiiieiíto dm ci4adle.
qoaalo etla esUresie das^a d^ tropa, por euisa dos m
tecinealos de S. Leo[poldo.
A^qoella reaoiâo ooapareeerim e ititgMfUMi o
mmo 00 Sffs. Barnanlo FliUBiaf. Antoaio Bliim» Gkrios
Kaiier. Haiirtqiie Pryielili^, Tereidni Raietio. Jacob gio|ip.
Frederto» Uarmls, H* iMm^ Aleiaodre Martosodort Plrederieo
Molz, Carlos Reicbel. Germaoo FraiM^ A. H. Graa^LaeiL,
Edoardj HoeQ«. W<er Keíla, J. SchuloeMriL P. H. Joe^^*.
A. Darkeo. F. J, Saeh, H, Soeger» J. H. Reatar* Jolio ímàer.
L. Bastou, João BroDfeli» J. L. Rampp, A, HollJBiaD, H. Uam-
iarleio» F. Schultx, II. Goaso. João HeiQtz e F. Wtlde*
O affere<!imei]io foi acceiU) e louvado por otUcio do presiieata
da ProTiaci^ de 3 de JQlho d. 16111. Por outro offlcio n. 16%
delêrmiaou a preaidaocia ao chete da policia da capitai mo
eipadiase ordem kflm de que fossem os oliertaote» csoatemplaaoo
DO numero dos eâtrangeiros que faziãDi a polida da capital.
Era preiideote daquelli socioiado Herm^mo Traot. e secre-
tario A. H. Gríndlach.
No dia 2 de julho passou o presidoate ao Minisiro da Joa-
tiça o seguinte teiegraoimi :
« Para S. I^eopoldo preaciadirct difllcitmeoto da força, niaa
« não da ariiliiaria e polidos feitos auto*kioDtdm* Podem elio*
gar a 12 muito em tempo.
« Coronel Genamo não poda atacar sem ^e^>^ço* Goarda
< Nacional reoue lentameate* auxilia pouco e os colonos nada,
€ Compro dever in^iâtiado para evitar demoras prejudieiae$.
€ V. tx. reviverá.»
No dia 30 de julho partiu do porto dj Rio Grande para a
capital da ProTincla o vapor < Apa» e o rebocador € Ja^txa*
rao» conduzindo o 3" bitaiiião de infantaria ( Telesrraatmas do
capitão do pork» do Rio Grande Rodrigo António de Lautarc ao
presidente e do brigadeiro Francisco de Paula Macedo Raogel
ao commaodante daã armas.)
NaqueUa data o marechal commandaote da guarda oa-
cional Luiz Manoel de Lima o Silva oíficiott ao presideaie íqIa*
gando sij podia nomear os olllciaas da reserva ou refjrmadas
para preencher a falia quo havia de ofQciaes no 1"* baiulbâo,
conforme representara o comraandanle do referido baialbõo.
Na mesma data participou o cbofe do estado maior (*>« por
telegramma, ao presidente qno a guarda nacional de Jaguarte
(^) Xea^ut«; corr>n«l Jo&quliu Blarja dg Oliveira Villfts Boais,
m !^rnKERs
427
estaca se rminíodo por ordom tio major Camaríi» quo s<3 as-
signava « commandaate í^uperior interino s», o quo ellc não
tinha sciencia de semelhante fèic to oíílcialmc a to. Pediu» por-
tanto, ao presidente rcgiitarizar aíjuplje serviço.
O presidente, em resposta, ofllcio do 9, declarou quo tendo
— pur tole^ramina — ordenado ao liri gradei ro commandan ta
superior que flzesse substituir com urgência por praças da
guarda nacional a força do 3* hatalhão de infantaria e sendo
também informado por telegramiua do quo aquello brigadeiro
estava em sua fíizenda» determinou ao sen ajudante de ordens
que procedessem cora urgência àquella reunião» visto constíir
por cummunícação do giineral commandanto das armas, de 2%
ílé maio ultimo que o Sr. chefe do estado maior, não obstante
ser tombem offlcial reforraadt» do Eiercito. tinha-sô auBcntado
sem licença para o Estado Oriental.
Ao gerente da companhia de carris de ferro Porto j\Ie-
grense. Manoel Soares Lisboa. ofHeiou a presidência, <3), espo-
rando que facilitasse a acquisição. por preço razoável, atG On
anlmaes, dos que possoispo aquella companhia, em condições
de sorem montados alguns e outros servirem para puxar a
artilharia.
A companhia, attendendo a urgente Deces>idíide, dispensou
das suits cocheiras o numero de animae* indicados pelo proí^i-
dente. E, porque na carga do material os aniraacs de tiro
estavam representados pelo valor de 80$ cada um. foi aquelle
o preço por que se fez a descarga dos animaes da companhia.
( OíBcio de 4 de julho do gerente da companhia ao presidente.)
Foi ainda no dia "i, ás 8 horas da noitL\ que rdcel>eu o
major eommondante interino do 13^ corpo de cavalEaria da
Aldeã Alvear do José Ferreira o o til cio do com mandante supe-
rior da guarda nacional Mnnoel Luiz de Lima o Silvo, que
fora expedido a ^7 de jnnho, em que ordenava que ae reunissem
todas as praçns do corpo do seu interino cominando.
Aqiiefíe oííicio foi parar em casa do negociante Ismael da
Rocha, no Jogar chamado Pamieo. Alli chegando o alferes Ma-
noel CarvaJliõ de Oliveira o levou ao major commandante inte-
rino, quei de volfa» encontrou o professor do Passo do Feijó
Joaquim Álvaro Xavier que o instruiu das ordens naquello
oílicio contidas,
A' vista de um cíBcio do juiz de paz do termo de S, João
do Monte Negro João Frederico PoJro Schrcvner D sobro ;i
lesoluçio que tomara e que foi appr ovada pelo Delegado do
policia daqtetle termo, quo lhe recoromeodou que tomaí^so
qualquer providencia quo on tendesse que fo.sso altamente re-
(') Bera molivo át^uelU tflicio, datndo de 2 da julho, a noticia
que rií\9 cpbecelríifl do Chhy Unhom pnsiado pnrn íiquollo Imlo uns 30
tLOiT.eBB, e que ynr prev^ençao cliamara lodoa os liabílanlefl fíaqiiplLi
colónia as arma» para reunir no centro uma forcíi e pi^r nriH entradas
um piquete, motivo tM>r que requisitava armas.
428
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
clAtDida pela iranqaillilade publica, para a Kguraaçsi das fkal-
Íi9m dA íiDportaote coloDia Maratà, em qne elle Foaiihft, davenda
la^o dar parte para aer lerado ao coubecimeDlo do preãitaite ;
reiteraTa Dovameiíte o pedido de liJ<» arntiflde isfkDtari&, dO
pistolas, 3^» espadas, e os seus pertenoea, o 4 a 8,000 cartociícMk
1103 tambo^, alguDs apitos, caTalIoâ otc, O delegado sâ eaen-
aava, caao fo«6 âcceíto o pedidu da compra de cavallús, indt*
cajida para aqaelle fim o Vineate-corooel Apollioario Pereira de
Moraes*
Na colónia de Tcatonla ee achava o ourives Carlos Racheri,
de S. Leopoldo.
Como o director da oolonia Oaear V. Barooski tivesse aoti-
cias pariiculai-es que Reichart andava fo^do, commoniooii o
fai^to ao delegado de policia de S. João do Monte Negro, pe-
dindo ao mesmo tempo noticias da seita dos 4 muckers » de
S. Leopoldo, visto qne naquella colónia existiam algomas fa-
mílias ameaçadas de morte pelos ditos < mackers» (Offleío do
director da colónia ao delegado de policia de S. João, de 4 de
julho,)
No dia 4 de jnlho o presidente determinoa ao chefe de po-
licia providenciasse para se remeticr ao din^ctor do Arsenal
de Guerra os recibos dos artigos de guerra e mais objectos
que* por aquella repartição, se tinham enviado para a cidade
de S. Leopoldo, com deatiQO ás forçai de 1* linba e guarda
nacional, o quo tudo foi executado e enviado a 7 de jalho*
conforme o offlcio daquella data do cheíé de policia ao pre>
iidente.
Ainda a 4, o delegado do policia da capital, por offlcio
n« 550, pediu ao presidente dispensa do serviço da guarda
nacional, pelo serviço accumu lai o, dos inspectores dos 1% S* e
3"daquella cidade,
A 6 de jiillio seguiam o tenonte Manoel de Oliveira Chaves»
dous alferes e ciocoenta e oito praças para S. Leopoldo, do M**
de cavai I ária da guarda nacional.
O presidente accusou, em data de 7, o offlcio do tenonte
coronel-commandante do 11, participando a partida ao com-
mandante superior marechal Lima.
No mesmo dia seguiu para S. Sebastião o tenente coronel
Josó Mariz de Aleocastro» comman lante du 1 1** corpo de caval-
lari^ em S, Anna do líio doa Sinos, aflm de alli i^euoirSO praças
para o completo das 100 que deviam marchar e destacar as
necessárias para freguezias de São Sebastião eS. José do Hor-
tencio, e ari*ecadar todo o armamento que estava em poder
de João Daniel Collim.
Tendo o Dk Chefe do Policia requesitado, por telegramma,
a remessi de munições precisas, em resposta o presidente, |K)r
oílirío de 6, declarou havendo tendo o Sr. Ministro da Justiça
annunciado que seriam romettidos da Corte a artilharia e fogue-
tes a côngréve, resolvera esperar que chegassem aquelles re-
cursos para que se eflocttiaMe o ataque, que linha de ser dado 4
casa onde se achavam refugiados Maurer e seus adeptos. Cum-i
os MtJKBRS
429
prl» que a força ao mando do coronel Genuino Olympio de
Samptio se conservasse em posição, de unde pudesse eVltar qae
os referidoa adeptos fizessem correrias na colónia, recommen-
d ando que o haMli lasso com os auas commnni caçoes a dar ao
Governei D formações precisas dos successo» qoe fossem correndo.
A 6 foram i^mettidos ao delf gado do capitão do porto, como
rocnitado!^, os meoores Jacob Kenner e João Pedro Kenner para
a companhia de aprendizes marinheiros.
Na ante-vespera, 4, tinham sido recolhidos à cadca do
capital» idos do S. Loopoldo, os presos Pedro Couzado, Carlos
Kist, Jacob Cobei% Pedro Kolem or Robem, Miguel Konner,
João Kennor, Nicolau Coura th e Chrístiano ScieíFel.
O coraraandante gera! das armas. Barão de S. Borja, dotôr-
miaou ao coronel Aufíusto César da Silva, em ofiicio de 6,
n. 1417, que logo qoe o batalhão de seu commando cho/^asse a
S, Leopoldo, flzeesse marchar y ma ala sob o coraroando do
reapectivo major a aprepenlar e ficar ás ordens do coronel
Genuino, cntendendo-se com o Dr. chefe de policia para aquar-
telar a outra e sobre os meios de mobilidade para se encetarem
as operações, devendo lhe informar do numero da carretilhas
que exiatiam, especificando o algarismo das apropriadas para a
cooducção de íeridoa e do para a do munições ; si eram co-
bertas e quantos animaes bastavam para conduzir cada uma.
Receberia o coronel Augusto do ooromd Genuino as partes
que elle enviasse e Ih as transmittiria, assim como lhe auxiliaria
com a força, no caso de a requisição.
O delegado do cirurgião môr do o^cercito tamhem seguia
para S. Leopoldo afim de montar uma enformaria ambulante,
destinada aos primeiros curativos aos feridos* Convinha que
lho fosse prestado o auxilio que elle reclamasse para aquelle
âm» (Enviado coraooflflcio n. 1421 do comraandante das armas
ao coronel Genuino),
Aquellas instrucrões foram levadas ao presidente da
provincia por oíUcío n* 142íí, do 7, do Barão de S. Borla, O
Presidente occusou e as remettou por cópia ao chefe de policia,
recomraendando que prestasse ao coranel Aui^^uâto Silva todo o
auiilio ao seu alcance para a boa execução do servido de que
elle estava encar regido. Esporava da actividade o solicitude
daquella antoridade que daria as providenciai precisas para as
respectivas autoridades policiaeH coadjuvarem effleazraente a
força que, ao mando do coronel Genuino do Samp'iío, tinha
de atacar a casa onde se refugiaram os autores dos attentadoa
ultimamente commettidos, e concorrerem para que se verifl-
cassô a prisão dos criminosos, reunindo nos pontoa por onde
elles poSessem se esconder, cidadãos dispostos a enfrentai- os.
As requisições do chefe de policia deviam ser feitas ao
coronel Augusto César da Silva» ou ao oronel Genuino Olym-
pfo de SampaiOp coníbrme fosse mais conveniente ás diligencias
a que tivesse de proceder, além do que ficava incumbido ao
coronel Genuino .
430
REVISTA DO IXSTITUTO HISTÓRICO
Estavíim com plano de se sublevar e passar ao distri-
cto da freguezia de N, S. dos Anjos os escravos tloa moradorna do
districto de Miraguaya, dô Santo AtitorJo da Patrulha.
Sabendo oa moradores do Míraguaya de tal plano, se divi-
diram em ires fortes escol tus, e guarueceram o a trea passos do
arroiO Mimguaya atira de batorera taes reuoiões dos negros;
raaSt sera duvida porque clles suuberaru, uno houve novidade.
0 tenoute-coronel Sezefredo da Costa Tones estava cora
gente retinida e entrara para a Catandurx cm diligencia de al-
guns dos cabeças .
Aquelles negros tentavam algyma acção. O subdelegado da
freguezia du N. S, dos Anjo», Andri5 Macliado de Moraes Sar-
mento, julgou conveniente a partida dag praças da guarda
nacional para S. Loopoldo* o que, aliás, se podia demorar por
mais iim dia ou dous, a ver si dispersavam os negros* pois
podia ser a reunião um plano do combinação com os sectários do
Mau ror.
Tomando em consideração a exposição feita polo sobdt^egado
Sarmento, mandou o major Bernardo Joaquim Ferreira,
Gommandantn interino do 13" e^ rpo de cavalkría da Goai-da
Nacional da Aldeia, que o capitão Marcas Carvalho de Oliveira
(off, dci 7, do raarocbal coranianiiante superior da gtiarda oa*
ctonal) continuasse acampado a^íoardando instrucçtes do com-
mandante superior.
Do l^" corpo se achavam reunidas o aquartelladas «3
praças de prot e ae esperava naquello dia a 4*^ companhia, con-
formo participou o commaodanto da mesma. (OIT. de 7 de julho
ao marechal Luiz Manoel do Lima e Silva, do Bernardo Josô
Teixeira, major i ommandante interino»)
O marechal Lima o Silva communicoueste íkcto á presi-
dência da proviacia em olílcio do 8 do julho.
A 7 do julho o presidente da província passou as seguintes
ordena o participações:
Ao general com mandante superior da guarda nacional dos
raunicipios dacapttiil, S, Leopoldo e Camaquim, determinando
que enviasae o mappa da força do ir, 12'', 13'* e 14** corpos do
cavallaria da guarda nacional Que se reunira e marchara para
S. Leopoldo, md içando desde logo qual o numero de cavalloa
do que necessitavam m praças d aqtiellescurpos.
Não soube o commandante superior^ marechal Lima o
Silva, dar, por ignorar, o numero da força que existia naquelle
dia. Ia pedir inlbrmaçõos ao3 commandantes doa corpos pois,
além da que se athava acampada, tinha de seguir a que se fosse
reunindo. Eram precisos 390 a ICK) cavai los, fornecimento de
bocca, barracas o ponciíes. (OíT. de 8 de julho ao presidente^
rieclarou a presidência que offlciara ao director do Arsenal
de Guerra (off. de 8, ao director do Arsenal, major JuIio Ana*
cletõ Falcão da Frota) para remetter ao coronel Augusto C. da
Silva IDO ponches do píinno para serem distribuídos, por em-
préstimo, ás praças da Qtiarda Nacional, que oa precisassem.
Quanto ao fornecimento de bocca, seguiria um offlcial do ík-
os MUKERS
r
zeoda para, á yiata doa respectivos preta, fazor o pagamento do
90 (do e o tapa*
Ao eoramandaute das armais, barào do S, Borja, coramíi-
D içando que naquelia da la» 7, experlira ordem ao marechal
cominaTidari te superior da guarda nacional da rsapital para qoe
determinasse aos corpos de cavallaria da meama í^uarda, 1*",
]29, 13^ e 14, quL\ ao chegarem à cidade de S, Leopollo, se
apresentassem ao coronel Augusto César da Silva» comman.
d ante do 3' bataJhão de infantaria» o do terminando que provi-
denciasse» fora a:á suas ordens, ao coronel Augusto Silva
para que fossem ftrnecidaa as etapas ás praças daqitelJea
corpos.
Ao barão de S. Borja enviou dous mappas dos terrenos de
Ferrabraz» onde se achava a casa em quo se refugiaram Oâ au-
tores doa iitten Lados commettidoa no mnoiciptu deS. í.eopoldo,
sendo um delles destinado ao oíHcial encarreirado do perseguir
eefloctuar a prisão dos reforidos criminosos.
Ao chefe de divisão commandante da furça naval, por
telegramma, rocomiiiendarido que apressasse o embarque para
aquelJa capital» da artilharia o pragaiií vindas no transporte
No dia 7 de julho mandou o chefe de policia apresentar ao
coronel Qenoíno, comraandante do 1S<* batalhão de infa rataria,
111 guardas nacionaes dos corpos 12« e 11% os quaofj foram
reunidos pelos respectivos cammandantos, tenentes coronéis
João Lourengo Torres e Trbtâo José da Fraga, sendo 54 do 1'* o
57 do 2*» corpo* Todos foram armados de clavmas e espadas e de-
vidamente municiados*
No mesmo dia o tenento-coronol Josô Maria de Aloncastro,
Ckjmraandantedo U^, apresentou-se com 5g praças, armadas o
municiadas ; o Dr, chefe de policia mandou que se apresentasse
ao coronel Genuíno.
Dec I arou a ixi e 1 le t e ne u te- c oronel AI e n cas t ro qii9,aeí;rundo
as ordens da presidência, fízera destacar no districto de Santa
Anna 50 praças do mesmo corpíj de seu cora mando, e para os
quaes o chefe de policia mandou o necessário armamento que
elle requisitou.
Ainda no dia 7 se apresentou ao coronel Geauino a força
do 12« curpo de cavallana da guarda nacional, cora posta de 54
homens e comm andada peto tenente Dias» que foi acampada
convenientemente.
Naquelladata recebeu o coronel Genuíno duas boccas de
fogo e dons carros com ferrameatí\s e granadas, do que jd ti-
nha bastante.
Continuavam a faltar balas razas e metralhas, queaqueltô
coronel pedira para S. Leopoldo era nnraero de:200
As duas boccas de fugo foram para Campo Bom, guarneci-
das por 13 homens do 3^, com ordem de voltarem, port-m no-
nhum artilheiro as acompanhou.
Era o que havia de mais necessidade.
Naquelle logar existia bastante trem bellico accumulado
432
REVISTA DO IMSTlXaTO HISTÓRICO
iiso tornava a força pequena, porque havia necesBidade de
guardal-o e cobrir á noite o acampamento.
O coronel Genuioo requeri tara do chefe do policia todoa oa
oíUciaes e praças do seu commaodo que em S, Leopoldo se
achavam, mas julgava ser o numero pequeno.
O capitão de c^ivallaria da guarda nacianal António José
da Silveira i-eclamou fornecimonto para as praças da forca que
coTnmandava, e qtie era composta da mesma gnarda nacional,
declarando não ter recebido quantia alguma para aquelle fim,
A' vista disso, mandou o coronel Genuíno fornecer a ração de
240» conforme as forí.-as de linha.
Aconselhava aquelle Coronel para ser o local da enfarmaria
a povoação denominada * Hamburgo r-Berg», que ficaTa no
meio do caminho, entre o Ferrabraz o S« Leopoldo e roRavii
que toda a força que fosse para o Campo Bom levasne o abar-
raeamento preciso. (OíT* de 7, do coronel Genuíno aocomnian-
dante das armas.)
Aceitando o oíTerecimento feito pelo capitão Fernando
Schneider para com os seus serviçcs auxiliar a captura dos cri-
minosos de Ferrabraz, determinou o presidente, no dia 8, que»
depois de satisfeita a commissão que naquella data lhe coo*
flava, se entendesse com o coranel Angusto Silva, aám de que
o dirigisse ao coronel Genuino de Sampaio, com o qual deveiia
combinar os meios mais eOlcazes para evitar que os alludidos
IUccioso«, quando fossem atacados, pudessem escapar.
Aquelle capitão tornou-se digno da ocoflança publica pela
dedidacâo ao Império, de quo deu provas durante a guerra do
Paragoay. (OÍT. ao barão de S. Borja, de 8, participando aquelle
offereciraonto.)
Foi-lhe determinado que, se entendendo com o gerente da
Companhia Estrada de Ferro Porto Alegi^nse (^), procedesse á
escolha de 6^3 muares para o serviço do Estado, em oondiçSea
de serem montados, e outros de puxarem a artilharia ('),
A' proporção que fossem separados, deveriaam seguir para
S. Leopoldo, em turma» de 24, á disposição do coronef SUva,
para o que passara ordem ao representa o te da E* de Ferro da
Capital a Hambiirger Berg, para oâ transportes.
Ao capitão Thet dolindo António da Rosa, commandante
interino da força policial, em offlcio n, 17^, mandou o Xíie-
sidento que fizesse immediata mente partir, no vapor ^'
o tenente da força policial João Henrique Knell para a l
do Curral Alto, de propriedade de João Ferreira Porto, ikúm de
tomar conta de lí)0 cavai los destinados á (brça de ca vai lar la do
Rio Grande, que tinha de marchar para S, Leopoldo*
(*) Aviisdo por õflílcio do m^snio dia S, do pr<^«ideiiie.
(*> O pre^dcnlo. por cilicio dc« 8, cominaiiicou ao cominandanto
da» arutai a ueinracâo do capitão Schnoider e a compra ttaa
nifiares.
os MIJKBRS
433
No mesmo dia, por telegranima, ao commaodante da ca-
nhoneira Henrique Martins autoriaou o pvosiílonte a regres-
sar ao porto, logo que julgasse coaraoiento, om coosi^ueiicia
da Yasaatedorio.
Á força da guarda nacional oomniandada polo capitão An-
tónio ^08é da Silveira deu logar a repetidas queixas dos iiabi-
tantes paci íleos daquelleg arrodorejí.
As deserções eram muitas, 15 praças daquella milícia,
pertencontes á 4* se<!ção se ausentaram sem licença.
O capitão do destacamento fez sabor do occorrido ao
coronel Qenuino era ofiicio.
Tendo scieocia o presidente do qtiese passava mandou ox-
pedir ordena pelo commandante superior da guarda nacional
para que se procedesse ás necessárias averiguações, mandando
submetter a conselho de disciplina as praças culpadas, sob o
commaodo do capitão Silveira e accusou ao barào do S. Borja o
seu oflicio n, 1448» em que transmittira por copia os officius de
7 e 8 do coronel do 12^' batUbao sobre aquella falta de discipli-
na. Ao chefe de policia, por officio de 9^ mandou lambem syn-
d içar o presidente.
Ao direotor do Arsenal do nuerra ordenou o Presideoto» a
9» para que remettesse para S. Leopoldo a ser entregue ao co-
ronel Augusto Silva as duas cstatjvas de foguetes a congrèvo,
que se acbavam encaixotadas, requisitadas por officion. M59
ao barão de S* Borja.
Ao coronel commandante da guarda nacional de S. Gabriel
declarou o presidente que nào devendo ser deraorafio o tempo
do serviçíi das praças que vão para os postos» nào podia fornecer
fardamento. Quanto ao armamento podia requisitar do de-
J)OSÍtO.
No trem das 10 horas do dia 9 fez seguir o capitão F. Soh-
neidor 24 muareis, apartados da cocheira da companhia carris,
pani S. Leopoldo.
A' mesra.i hora segui ii para a capttil o Jaguar ão, condu-
zindo oa artilheiros, peças de champanha e as respectivas muni-
ções» que tinham ido da corte no Vossimon,
No dia anterior, 8, o SUmira sabia em procura do Apa
que sahira da capital âs 5 1/2 da tarde. O Vossiman lo^o que
conoloisse o r.?cobimento de carvão, seguiria para Assumpção,
O Barão de Serro Formoso pedia por lelegramma, ao presi-
denta armamento o fardamento para as praças que iam para
os postos.
No mesmo dia, 9, passou o coronel Augusto César da Silva
ao commanilaute dai armas o seguinte telo^rrarama expedida
de S. Leopoldo:
" As 11 horas aqui cheguei oom o batalhão de meu comman-
do, não lendo encontrado casa para aquartelar. Nada por
43i
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
eniquanto se faz preciso para se pcMler devidameote operar,
sinão íirtyiiaría cuni as competentes munições como havia
requisitado o corou ri 1 Genuíno. Amanhã pela manhã, faço mar*
char sob o commando do major ílíicai a alii esquerda a apreson-
tar-86 áqtiello comoeL Apresentou-se o capitão honorário da
exercito Schneidor com 18 mulas. Hojo taco poguir pelo trem
quatro praças doentes acompanliadas por um cabo que devo
voltar.»
Até 9 de julho a unic» notícia que chegava da casa de
Maurer era a do se estarem íbrti ficando. Xouhuma partida
delles tinha sabido do matto,
Da força de infantaria que existia em Campo Bom 30 ho-
mens estavam na frente coraoiandados por ura ofíicial, e o
resto, no acampamento» estava occupado com o serviço pela
vigilância forte nas munições o nos utensilios que cobriam o
campo.
At tendendo a isso pediu o coronel Genuíno, poroílllcio de 9,
ao commandante dag armaB. alguma gente do li" hataitião para
fazer o serviço menos pesado.
O tempo eitava chuvoso havia dios, No acampamento exia-
tiam alguns doent(3s.
Os incêndios que uUira amento tinham apparecido nas pro-
priedades abandonadas doa sectários de Mauser haviam parado.
Entretanto havia ainda roubos, praticados á noite e cujog
autores debalde aquelle coronel procurara descobrir.
Depois do encontro de '-dH do junho no Campo Bom Unha
feito o coronel Genuino s ihir diversas partidas, afim de pwndôr
alguns dos princípaes revoltosos, que lhe constava acharem sg
era 9uaí5 casas, porém nada se tinha conseguido. Attnbuia o
coronol aos avisos que ellea recchiam logo que ise movia a força,
não õbálante procurar a noite, com Iodas as precauções. A 8elta
reunida em casa tle Maurer» desds o enconiro que tivera com
as forças legaes, parara com as tropelias que praticava, nofihu-
ma queixa linha havido contra elleíi.
Um fkcto, porém, lamentável, se dera aos olhares de todos.
Apezar da vigilância que Unha leito exercer, o clarão do incên-
dio apparccera repetias s vezes, denunciando a vingança co-
varde e barbara contra os sectários de Maurer.
Ateavam fogo em &uas propriedades abandonadas, ao que
precedia o í^aque de tudo quanto encontravaníi . Já tinha denun<
ciado o coronel ao Dr. chefe do policia como autor de alguns
delles o cidadão <loâo Daniel Collin, autoridade policial, * > coronel
não descançava no trabalho de evitar a reproducçâo daquellea
crimes e procurar oa seus autoies para romettelos á auto-
ridade competente.
Era para sentir que a própria guarda nacional, que seapre-
sentava para ajudar a manter a ordem e reprimir os sce lenidos
de Maurer. se tivesse desviado do seu posto para praticar o
roubo o o incêndio. (Oíflcio do coronel Genuino Olympio de
Sampaiir ao commandante das armas. )
Estas occurrencias furam lovadas ao conhecimento da presi-
09 MUKBR»
485
ddnolai. polo oommandaate das armas» por ofUdo n. 1428, do 7
de julho.
Tendo desarvir a cidade de S. Leopoldo de base de opera-
ções para a tropa que dovla perseguir os críoilDOsos s&ctarios
do Maurer, l ornou o inarecbal do campo commaDdaDte das armas
a doliboracâo, de que dou coDhecímento ao pr0áideQte> por
oflftcio de s de julho» de ordeoar ao dulegado do cirurgião raúr
do Exercito uaquella província, que se^uiásu pxra aquelto dis-
trícto afim d© mont ir uma oorermaria arabulaote pira nella sq
prest^rera os priíueiroa curatiroa c tratarem aa praças qua
enferraa$aem. (Offlcion. 1910, do IQde jallio» do Prosideoto ao
miuislro da guerra Oliveira Junqueira.)
A 10 de Julho chegou á capital da província do Rio Orando
no Sul um contiugento de 30 praças o 2 ofQciaes de artilharia
com 6 bLíCcas do fogo do montanha» palaiFientas e mutiinões cor-
reapondenteSt que o ministro da guerra ãzera embarcar no
transporte Vossimon, iam contribuir para a restabelecimento
da ordem em S. Leopoldo.
Tâo depressa terminasse aquella diligencia deveria re-
gressar o con ti n gente â Corte e ser remottida a artilharia í
commissâodo tenente coronel Conrado Jacob de Niemeyor, i
qual ae destinava* (Ofllcio do li de julho, n* 1995, do presidente
ao ministro da guerra.)
A 10 de julbo remetteu o coronel Genuíno Olympio de Sam-
paio os paisanos sectários de Mauror, Jorge Jacob F^uRã e Adão
Muller, agarrados pela força dopaisino Nicolâo Schoxeitter, em
o€casiáo que tentavam reunirso aos outros revoUoflos, na casa
de Maurer* O primeiro era reputado como um dos cheies da
seita.
No inteiTogatoHo a que foz o coronel íienuino proceder res-
pondeu Fuks que pertencia i sociedade de Maurer, e que fora
ferido na ponto dos < Dous Irmãos», quando do outra vez ir
fonuir-se com mais dez dos seus compaubeiros no Porrabraz, e
3 ue sendo atacados fugiram d is persjs para o matto.deíiaudo um
m seus morto stjbre a ponte; que depois de andar alguns dias
escondido tentara, no dia 9, juntar-se a Maurer, quando fora
agarrado e trazido paraaquelle acampamoato, Xada soube dizer
sobre os prejuízos que tiveram no eocontro do 28 do passido, do
qtie disse não t^r conhecimento. Veriflcou-se í|uo tinha um
ferimento produzido por arm^ de chumbo oa ci^ixa esquerda,
ao terço inferior*
No dia 9 se apresentara ao coronel Genuíno o tenente-
coronel da guarda nacional Fi^aga, com 57 guardas do corpo
docavallaria o. 14, os quaes foram acampados conveniou te-
mente.
Requisitou o coronel 25.000 cartuchos para a cavallaria,
(OíHçio de 111 de jutho do cjronol Genuino ao coronel Sil-
veira.)
O coronel Augusto Silva remetteu por copia o offlcio acima
do coronel Genuino ao commaudanto das armas o participou ter
feito recolher a boi-do do vapor de guerra Henrique 3Iariins^ a
436
REVISTA IK» INSTITUTO HISTÓRICO
disposição do chefe de policia, Jorge Jacob Fults o AdEo Multer*
por não haver naquella cidade prisão de segurança. (*)
No dia 10 de juiho, pelaB 7 horas da muihà, fez marchar o
coronel Augusto Ct^ear da Silra a ala esquerda do batalhão sob
o commando do raajor fiscal Américo Aotonio Cardoso, a apre*
sentar-ae ao ct»roQel Genuíno, como fora ordeuado pelo com-
mandante das armas» eníi offlcio n, 1417, de 6 do correote
raez, achando-so aforça restaote aquartellada na cidade.
A' disposição do coronel Genuíno se achavam ci oco carretas,
tendo idle pedido mais seis, como alUrm^u ao coronel Aug^^ta
Silva o chefe do policia» que ainda não tinham sido remettidas
pela diffleuldarle de so obter.
O coronel poudOí co^itudo, obter quatro carretas e espe-
rava a chocada da artilharia para fyzor seguirem Jnotas.
Estava informado, por pessoas habilitadas, que» com muita
facilidade, seriam encontradas tantas quantos qnizesso, por
existir grande numero.
Julgava íjue as que movia, inclusive as cínoo» seriam
bastantes para o serviço que iam prestar.
Entretanto ia pedir conflr mação de tndo qno nece-ai-
tasae para o bom êxito dai operações (Ofll, de 10 de jolho do
Coronel A. Silva ao Comniandatite das Armas.)
No mesmo dia che^^-aram ao acampamento do Campo Bom
a ala esquerda do S*^ batalhão e í¥) guardas oacionaes, do íl«
corpo de cavallaria, sob o commando do Tenente Manoel do
Oliveira Chaves. (O 111. de M do Coronel Oaiiuino ao í^Joronel
Augusto.^
A IO de jniho se achavam rL^tmidas lôo praças de pret
do 13* corpo de cavallaria, da Aldeia dos Anjos. (Olll. do Ma-
rechal Commandante da Ouarda Nacional, de 10 de julho» ao
ProôidenteO
Por haver falta de oíBciaes da arma de artilharia offioioa
o Presidente, a 10, ao Brigadeiro innocencio Vollozo Peder-
(*) 0« referidoií itresos foram conduiidos por unia escolta de oiko
Íiraças, 8oh o nianao do iilfero^ da 4" s^ocção do InTantiiria da
liiMrda Naciottal, Rodrigo José do Ki>:aoirmlo Sobrinho, ao com*
miiurlo da» forças em S. LoopolJo. Declarou aqiiello ciliciai ao r*o-
ronel ComiDandanto {{ug o Major João Schmtlt, ác ordem do Chofe
do Poicia. lhe tinha dotormínado que entre|i;asso o armamento e
cavâHo? do riuatro praça» <la mesma escolta, mostrando confiden-
calmlGDte o oHi. do mesmo Major ao Capitão António Jo<^u da SiU
vieira, vara qu© eate flaesso retirar toda a forca da dieta secção,
indo a aua presença para receber ordena, á risin da commnnicação
do Dr, Chofo do Policia, que dina continha fazer retirar a forca
daquelia companhia.
Na mesma dacta o Ck>ronel Auf^usto Ccaar da Silva doclaron ao
Ciimmandante das araiaí! que a eicistencía do seu commando in-
cuiiimodava ao tir. Dr, Chefe de Policia, polo que ^o julgava in-
conveniente ao prosoguimento das o^ieracõcâ policíaos por ollc execu-
tadas. AHaim, pois, parecia conveniente se retirar mcfmu porua^
a« adiava doente, (Olli. do 10 de julho^
os MUKERS
437
neiras, CommáQriante da curso do cavallaria o iQfantarla,
esperíiodo que o Brigadeiro empregasse os sorviçoa do Capitãg
Fraacisco ClBmoDtino de Saotiago Dantas, do municipio de São
Leopoldo, mandando apreseotal-o ao General Commaudante das
Armas.
Aquelle Brigadeiro participou à Presidenclat a li, ttírem
gido cumpridas as suas ordens^ apregoo tando- se o Capitão
Dantas no mesmo dia ao Commandanto das Armas.
Na mesma dacta a presidência preveniu ao Gerente da
oompanliia carris de ferro Porto Alegrensc — Manoel Soares
Lisboa, q tio 30 achava encarregado o ajudante de ordens do
Commaodank* das Armai, Francisco Franciáco Maria Pinhoi ro
de Bittencourt, de separar 36 muares, devendo 24 seguir no
trem das 8 horas, de U o os restantes no das 4 lioraj da
tarde.
Ao delegado Luiz AntoQio Feijó Júnior, do Termo do São
João do Monte Negro, approvoa o Presidente não aô as pro-
TidoQoiaj que adoptara para manter a tranquíliid&de publica
e prisão dos sectários de Matiror como a deli Iteração que to-
mara do autorizar o Diroctor da Ctilonia -tTeutonia» a i^eunir
pesssoas que voluntariamente se prestassem a manter a ordem
e prender aquelles sectários na referi-la colónia* Declarou quo
»e achando aqueiles criminosus concentriidos naa immediaQOõs
do Forrabrax e Padre Eterno tinham do convergir para
aque!l69 pontos as forças mandadas em sua perseguiçào, e sendo
os 30 homens reunidos oaquelíe municipio e os cidadãos que lhe
prestavam o seu concurso, sufficiaotes para conterem o mesmo
pronderem um ou outro criminoso que, porventura, conse-
guisse cvadir-se iaoladaraente, deixava de providenciar e de sa-
tisfazer ao seu pedido, constanto de armamento para maior
numero de praças.
D Commandante da canhoneira dleorique Martins» estacio-
nada enfrente íl S, Leopoldo, participou ao Preei dento que cora
aa chuvas que tinham cahido achavam se paradas as aguas do
rio, que promettía âochõr, e, por isso, ta se conservando, de-
yeudo descer logo que principiasse o rio a baixar,
Em cumprimento do que determinara o Commaudante das
Armas, em ofR. de 7, n. K437, seguira a 9, para a cidade da
8. Leopoldo o delegado do Corpo de Saúde do Kiercito, Dr. José
Joaquim ám Santos Corrêa, cirurgião- mor de Brigada, onde so
entendeu com o Chefe de Policia relaUvameute ao edificio em
qae devia se eatabelecer uma enfermaria transitória, pam
nolla ae pi^estarem os primeiros curativos e se tratarom as
praças que enfermasaom»
Concordaram, na falta absoluta de outra accommodaçãOt
que 30 estabeleceria a referida enfermaria oa casa om que
se achava aquartelada a tropa, passaando esta para outra.
A caaa em que m eatabeleceu a enfermaria era situada à,
rua do «Fogo», esquina da do €Sapucaia», do propriedade de
D. Saturnina Goolbo do Prado, e ja se achava alugada pelo Dr.
Chefe do Policiai por 40 mil róis menaaea. Nesta caia aot^Tam-se
498
REVISTA DD INSTITUTO HISTÓRICO
ocondiciopados, e em compartimentos indep^Bodonte^, caixotes
com munição de guerra ,
Ficara encarregado da on formaria txansitoria o 2o Cirurgião
do Corpo do Suiidet Dr. Salustiano José Pedroza, aqoera o Co-
ronel Auit^ustít Cezar da Si lira havia do aprosontar o pessoal
necessário para o serviço daquolla eiafermaria, (Off. n, â528, de
10 do julho do Delegado do Saudt* ao Barão do S, Borja.)
O Presidente teve coo tieciment^j por oíT* n, 1.48Q, do II, do
Commandanlo das armas ; o Minbtio da Guerra Juao José do
Oliveira Juiiqueira, por off, do Preaidente, de 15 de julho,
n, 2U27,
Não querendo o Dl-, Chefe de Policia receber os prasos
Jorge Fuks e Adão Muller» reraeltidos directamente ao Com-
mandante Coronel Augusto César da Silva, maadou este que f©
apresentassem competentemente escoltados aque II es presos p^\t-
sanos ao Commandante das Armas, Barão de S Borja, os quaes
foram para líordo da Canhoneira «Martins» íi dispoisição do
Chefe de Polida, que insistia era não quor«r recel>âl-os,
O Cominandante das Armiis, em olT, resorí^ado, declarou
ao Coronel Augusto Silva que muito bem procedera cm relação
aos prisioneiroá recolhidos a bordo da canhoneira e que lhe
tinham sido remettidos paio Coronel Genuino, e que surprehen-
d ido com o flnal do mesmo oíT, aconselliava que tivera paciên-
cia e que não se importasse com o incouimodo quo causara a sua
presença, em S. Leopoldo^ ao Dr. Chefe de Policia.
Devia coiUinuar a proceder militarmente, como tioba feito.
usando de ioda a urbanidade, aiteução e circumspccçâo com
íiquella autoridade, prestando-lhe o auxilio que reclamas^ o
tlveiSd relação com o serviço policial simplesmente. Participava
qoeno trem das 8 horas da manhã do dia 14 seguiria para
aquella cidade e, então, ooDrerenciaría com aquelle Coronel e
cora o Coronel Genuíno. (OfT. reservado de 11 de jnlho
do commandaQto das armas ao Coronel Augusto c\ da silva )
Os dous offs. citados foram enviados, por copiarão Presideoie
da Província com o do Commandante das armas de 4 de juliio,
O Coronel Augusto César da Silva, com off, do i l de julho,
ao Dr. Chefe de Polícia interino Abilio AlTaro Mariiase Castro*
pedia quo declarasse em virtude de ordem de uuem ae achava
p<,istada a porta da casa da camará daquella cidade de S. Leo-
poldo, onde i-esidta aquella autoridade, uma guarda de 32
praça9»eom mandada por um official, o qual a sua missão, [Kira
reaulvcr se devia ou nào continuar aquella guarda, isto em
virtude da forçi diminuta para attonder os dilTereiites o mul-
tipUcadcs serviços militares, que competiam ás pmças da l
linha do exercito (ofT. de 11 de julho). No mesmo dia com-
muDicou o Dr. Chefe de Policia aoDr, Presidente da Província
que linha chefado aquella cidade o Coronel Augusto César da
Silva, que ia tomar conta do commando das forças, quo foram
e que baliam de ir, para so levar a cffeito a ditígeocia de
priâào dos criminosos adeptos de Maurer, uo morro de Ferrabraz
oom animo de resistência.
GS MUKERS
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Sondo a prisão daquellos úrimiaosos uma diligoocia policial,
ootoodia que toda a força devia obstar a sua disposição o não
podia 80 mover sem maadado e ioátnicvà.o aua e não por iní-
ciativa própria. Assim, entendia que qualquer prisão feita de
ties criminosos llio devia aer pelo Coronel encarregado da força
e da diligencia comratiaicada directamente por offl,, embora
este % os presos viessem por intormodio do Coronel que estava
comm^iodando toda a força para satifif.izer ás suas requisições.
Entretanto, a 10, tendo o Coronel Oeuiii no Olympio de Sampaio
prendido Jacob Fucks e Adão Muller os rometteu directamente
ao Coronel Auf nato César na Silva com oíUcio» relatando o oc-
corrido» e esto lhe dera de tudo conhecimento com o offloio
daquolle por cópia, O mesmo Coroni?! Augusto Siiva Julgou-so
com atitor idade de exigir que o Chefe Policia informasfio por
ordem de quem tinlia aquella autondadi^ na casa da cambra,
ou de residia, uma j^uarda, e isto a ti m ãe rf^i^olver,
DemaÈi», tinha retirado força i^ ííq movido sem a bua scieu-
oiat ignorando o Chíiíe de Policia **m ijiie circumstauaia se
teliava o Corouel iienuino para poder proscguir na diligencia
}il encetada, e do qye í(*ra por ollo incumbido.
Tudo idtu fazia crer quo a pei^cguição dos sceEerados
tomara um cara^-ter que não tinha, tícanloBob a dirocvão
militar, e nu I li ficada a ac^-ão de sua autoridade, fí>ra da qual
oâo podia a força publica abusar legal e regularmente.
Para evitar confltctt>8 cora os comraaudantes da foix;a
publicii dúu o Chefe de Policia conhecímonto de tudo ao Pre-
stdcntiv pedindo que providenciasse io(t!. do II). Declarou o
Coronel Augusto Casar da Silva ao Commandanto daij Armas, a
il do julho, que coutando com os reouraos que aquelie com-
raaodo havia declarado que seguiriam para S. i^eopoldo» decla-
rara em seu tolegramma de 9, que nada se tornava preciso
para as operações. Entretanto, só recebera 50 mulãí^, inclusive
*JG, que naqaelle dia lhe apresentara q Capitão Bittencourt» as
quaei com as demais se achavam om poder ao capitão Shneider,
e 100 ponches de panno.
Declarou aquelle Coronel que para bem satisfazer com
a precisa pr^mptidí^o qualquer exigência que lhe tízesso o
Coronel Cenuino, lhe faltavam to4o3 os meios do provi*
denciaa a sanar algumas faltas quo, porventura, pudessem
apparecer.
fN oiuproLMdosda pigattoria n.io ne tinham ainda api^esen-
tado mnnidoíi do d in!ie iro para oceorror ;la deí^pezas, porquanto
Sí^ndo dífhcil se encontrar =- pagando — carrr-tas de conducção
l>ara Campo Bom maiíj diíflcil m tornaria Mtaiido o pagamento.
O Commandaote d^ia arraiis, om ollL n. 1 185, de Ti, levou
40 couheci mento da Presidência este facto.
Os oíllciaei cammauil antes das forças dos diversos corpofl
dã Guarda NacíonítT^^ue se achavam em Campa Bom, foram
peiVir providencias ao Coronel flenuíno sol^re o fornecimento
de suas praças.
O Coronel irornuiuo commuuicou o facto ao Coroool Silva,
1158-23 Tojio Lxviii V, u
440
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
esperando providencias com urgeocia, viaio que não podia
aquella í?eDle coQtinuar oaqaelhs circurastancias.
Os iiíílciaes cuinraaadaotes eram subalteroo^ o oao liQh:iiii
levado meios do reitiodiar aijutdU neeeisidadô. (J Ccmmandanbe
do l,:'* Batalhão nào tinliít ordem para deliberar sobre o dkãsum-
pto, iieTndiaíieiro para buppf ilus, pol^ quo o que í-ecebera er-t
para o Ibroâcimeuto das praf;a:!3 dr ^eu iiomellatu cotDtaandt), e
nâ.0 d<"<ípjavíi stí envolver no.s duMjytroâcor|Kfô,
Naqiiellí! dia, U, i)«jiti aaribá. lez o Cooimandaiit^ do 3^,
marchar compe tonto mu n te cíicoItíMlosdoiscârrolâetá, carrejsra<ltJi'
com li.tMMi i-ari.uxns oinbaladus para clavioas» seis pyramidas
de mil t rali ia, 15 ditas, contendo nove balas razag cada «ma, e
maii novo doato olTeito, nVo p^idcndo litleralnieiUe ^aUir^aer o
pedido do 25.000 cartuxua quo fizera o Coronel Gonuiuo, em
olll. de 10, por m achar na deptíndc?ncía do rerursos
Subj-e os tiros do metralha^ granadas o baias rasis que
reclamava o Coronel Qrnuiuo orientava aqiiollo Coronel ao
r^mmandauto das armas qoo nó exísii.^m granadas o que
i^ítioravíi m i>oderia servil* para aa pe<;.%a qtn* elie^íaí iam oaqueJEo
dia, quo ora de auppur vicasL' com a corapotoato mimiçàt*. (otH.
do Curonel Aum:u.^Iu, do 11, ao Barão dií S. Borja.)
Ainda A li escrevia o ( uru manda n to do li'<* ao Goronol Caai'
inaridani.c do :! • dizendo qtte .soria bem aprovei taífa a artilharia
qiHj tfevia cbegsir do Riu de Jitneiro na acca-íiáo de attcar oa
cercara posiçào d-ja Sectarius de Maurer, puia julgava- a do
mais alcance do que as que linha, as quaoã podiam ser retiradas
logo qut? fossem substituídas.
Precisava dt; mais íei3 carretilhas, com couros suíllcíentes
para cobril a^^, para era ocasifio de marcha conduzir toda a mu-
oivàu, poi3, apenas dispunha de cinco descobertas. 08 «vnimaei
destas cinco carretilhas so achaviím om Hamburg-Berg com o
seu encarregado, o paizano Felippe Runls, lá morador (offlcio do
coron*d (Jenuiao ^Sampaio, do 11, ao ooroneí A. Silva).
O commandant<í rias aríiitaem oíHciode 11, n. 1472» pòiiíu
ao presidente da provi ncia que foíiS«^m abonadas^ v^inta^eaa ge-
raes aos otBciaes quo foram íendos em S. Leopoldo, no ataque
contra as nossas forçaá o a.^ de Maur r, o se achavam com licença
do mesmo commando se tratando um suas ca^ad. O presidente* a
13 dó julho, olllcio n. 200-i, solicitou do mÍiii3ti*o da guerra que
resDlvosse se devia fazer extensiva a disposição do aviso de l4dc
uoveoibro de ISúO.
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REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
A 12 foram recebid&s os cavalte que polo fazendeiro Jocio
F<?ri'êifA Parto foram oíferecidos ao Estado» cm nu mero de «i*J,
ficando cãncadoí? na vintíeíii dou? (^ raorpcodo ura, como decla-
rara o capitAo honorário Selmeíder. que os fazia eoDdazír a |.^
para Campo Bom (OITlcio He 12 de julho do coronal AU|jríi«lo
Silva iiõ Birão de S. Br*rjai-
Aifidasobréa forra comtnandada pelo capitão António Jrm&
da silvoirii, quo se campanha, a ^ de junho, de 40 ^í^nnrias.
iíHlciou o corjiiel Genitioíi íio coronel Augustr» Silva a 12 de
julho, csomraun içando quo o Dr. cheíb d<í Policia detorininara
qOG p>dia dispersar aqnella força, heixou o referido odieíat dij
o tàtev, não ^'y por entender qi»e não df^via aquolle aet*^ v, ^^ ;r-
do >i, como porque se achava de posse do oíBcio do
Augusto Silva. [íelo qual licou a:ibendo qii© díiquella lí
doante er.i a autoridade a quem tinha de ao diri^nr. Os :
nacumaea daquelli for^-a» que tinham seguido em ser v ^
haviam voltado» i-norava por ordem de quem, %"lsto q«e
nenhuma cainmmicação recebera.
O commandante das armas a I:í do jntho* em ollleio
n. 14U4, ioformando um ou Iro ofHcio. dizia que real menta o
l^. chefe dl' poLcm se Unha íncommodado com a existência
do command' do 3^ batalbão ; que a autoridade do Dr. cbefe de
polícia não fi>ra menoscabada e que o pr»eedimeoto havido oS^
era si não o cumprimento do regulamonto que re^'ia e que
terminantemente disponha os tramites por onde devia chegmr
íkit ti>nliecimento superior qualquer participação eom respeito
ao âerviço e porque parecia fadifferente ao fim que m tinha
em yi5ta que as communicacdos das oecurreocias da f^rente
foseem levadas ao sen conhecimento directamente pelo coronel
(íennino Olympio de Sampaio, ou por intermelio do predito
commando, nâo podia deitar de qoalirlcar de sem razão o pro*
cedjratmto do Dr. chefe de policia, a quem aliás respeitafa por
sua illustraç.10, civismo, honrosa attitudc e providencias que
Uimara para terminar a inmirreição de Maurer é msm
adoptes.
I^odia 14 dejuJho partiu o presidente da provineía pstm
a cidade de S. Leopoldo» e depois de conferenciar Ckoni o
Dr. chefe de policia, commandante das armas e coronéis Au-
gusto César da SilTa e Geou i no Olympio de Sampaio, sobre úd
mddentes que se deram entre elles.
A 14 de jnlho, em officio dirigido ao Dr. ohefe de Policia^
dijtia o presidente da proTÍncia que aquellas proridencixs ns
tinha organiza<io de conformidade comas leis militares, a ler :\
de tioba o a j^uarda nacional, mas que não tinha modifkadii a^
attribtiicOes da autoridade policial, competente no easo ver-
tente, nem akterriram as obri^at^ões que ^a autoridades peliciaâd
e militares tinham niiiãs para com as outras, quando Itiea
cumpria proceder c*>iúaatamente. Tratara se de prender éri-
minosos» e f o Dr. chefe de policia competia requisitar m fk»rç%
oâu? êò [)ara que IbaseiD eíTecti vãmente presa<< aqueUes qae
e^Uvam refugiados na sobredita easa^ mas qaaeaqQer ontro^^»
ns MnivFR?^
445
ondo roâsera encntitradoá, Eim, poi^. f^ra lie duvida que, além
&x inencionada diíiLTôDcia, devia a força unida pa.ra auxiliar a
aíi;^^ dl juftiça, attendor a qualquer outra acquísiçílij que
tivesse por fim prendar us indiciados ou manter a tran<|uil-
lidiKieo ordem [mídica, onde juí ti as se qnc íleviam ser garantidas.
Quinto l1 roferiíJa dilígoocía Umlíera não havia duvida de
qne á aritoridado poHcial »*Oínpotia dar iastrucç<Víg p:ira quft
a fr>rça tivesse crinhccimento exacta do dover quo lhe ora
imposto o muito conviria reí'om mandar quo procuriiSí*ô ovitar
a oíTasão desanfjue ou a mina do propriedades partictilaroa S6
liou vf'Ssepoí?sibi lidado de prcFcindir-sodo rao lidas tão eitreraas,
K\ entretanto, eerto, qiio a força» continuando sujnita ás leis
quo a pe^'om» tinlj:i responsnljilídaile própria pelo modo porqu.í
executava as díliu^ancias de que fora oncarre^^^âda o por «'oníie-
^'uioto que lhe G.^\bia li bín"dade do acção, tanto mais quanto m
indiciados, pelo sou numero e pelas fundições para ellua van-
tajosas do terreno qno occupnvara» assim c «mo pola audácia
que já tinham dado prova, oxi.^iam o empreíro de uraa foi^
considerável a do medidas que davam á dilifíencia que lhe ora
confiada o c.T.r actor de uraa verdndelr:i <3xpi*díção militar. Em
aumma, a forra dependia do chefo de j>olicia no qtie não podia
procedo r, sem que houvoâse requisição sua o lnstrucv5í?a que
ÍJirijifiam a oxecnção dèllaa ; mas foiU a requisição era inde-
pendente nao S'i quanto 1 direcção df> seu serviço, mas tirabera
quanto aoa meios a empregar o modo do nperar para ma lixar a
dili;?encia que lho cumpria dosemiiouhar.
Assim que pertencendo naquella oceaaiao ao coronel Au*
gusto César da Silva o eommando da força reunida no muni-
cípio, era ci>m aquolle odicial que o chefe de policia devia
entonder-iie, fliriíTindo-lhe jis rejuisiçõos qu' fessem couve*
nieut^s, >:em que iio ©m tanto ficisne íuhihido, eomo já lhe decla-
rara, de rí'claraar directamí^ute dn coronel (lenuiuo Olympiõ de
Sampaio, quando e.^tivessn imperando, isoladamente?, o cumpri-
menti) de alKf*nia diJifr<*neia que por uquolía iV^rma puda^ae
ser maia pnunpta e olllcuímeute iie-sompenhada.
Com o quo precedia, juli^ava haver dito o ííuíUciente para
quo se eatabõlncesse entre a autoridade policial o os oíBciues
mencionados a necessária harmonia do vi st ia quanto ií apro-
«iaçâo dos deveres de cada um, o conso^uindo este ponto
ossenciíil, pensava que, havendo igual ompen lio di* uma o outra
parte, do manter as relaçõeg reciprocas em um pé de perfeita
intelli^encia e aceordo, st?riam facilmente evitados alguns incon-
venienles quo podiam resultar da oiíceas idade em qtie estavam
ile combinar a sua acção, como muito convinha ao interesse
do sorvido publico, esperando daquel Ia autoridade, magistrado
il lustrado e circnmspocto, assim como dos oníciaos superiores»
diíTuos de consideriíí.ào pela sua graduação o íáer viços preá Lados.
(Carta oflfjcial escripta no Palácio S. Leopoldo, om U de julho,
do pi^©si<lente aoeliafo de policia.)
Foi enviada por cópia, e ai^ompanhande offleio reservado
de 15» ao e^m mandante da« arraaK,
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HBVISTA IM> líCSTITUTO IlISTOfUOí»
O presidenta <l«»1xaTa de paria et íoMeaúméê qmm WàÈÊWm
ft^nelle oflSdo, isto ^. o ofUeio que llio dkifto 0 nnii— niinfi
êSã anuas sobre aquetlo aasnmpio» mbíib eoiBo o ijob enie^
rac^ra ao chefe de polieui.
Tivera em tísu reaolfer o caao ooeorriílo o editor ifiie
mlDrena demora a diltgencía. A' oodsiáencio ém Mínialri é^
Justiça e da Guerra suboietteria a sua resposta eooi os oAsiss
4o magistrado o o do eonumaiKiaiite ilas armas» o qnã és ChgU
fesem oflldo de ^"i de jollio o. 17^, ao Misislni d» ivstiça.
O preeídeiite da proviocia^ por o0iek> áe 15 da jnllio,
n. 1797» deu eonta ao Mioisiro da lustK^ àa % oe átí0màmam*
áTiflta da ^rrare cerarrenda qae poacani toda m pepUa^ia ila
cidade de S. Leopoldo de tal fúrma alarmada i|iis utm éqm» se
anima Ya a pr&star aaxilio ás aatoridades polidas, mottn» por
mê eotenden qae se xerí acara o caso prensto peia M a. Sãfi^
de 10 de setemoro de 1873 e refulamento a. 5573, de ^ èe
marçodelS74«parael»nimroserTlQodedeâtacameQtodm gOMiék
nadofial e dar as segniotes providencias, que repetiraoioa, por
eonveaieneia de aonotacões que flae^oa, e por ser útil 4 noosa
mí^norii
Expediu ordem para ^oe Ibs^ai chamados m aarriço de
destacamento o l'' batalliâo de. intãotarta da giiaNa narieiíal
aetiTada capital, allm de fazer, era siibstlliEÍ$o d«^ raiÉn d%
forçado 1^' baulhãode infaotaria. qoe deria imaBsdiataiSMiale
flianhar a se leimir ao oorooel Gemiiiio e os eorpos de eaiml-
laría da mesma f^uarda ** classes ns. 11, \% 13 e 14, mim de
ifosJaieDte se^írem para o mesmo ponto, bem esmo para que
▼iesaem paim a capital os destacamentos do r^baUlbio de iam-
l^ria, i|ue ^ scbavam no Rio Orande. S. José <ia Norte • 1%^
lutas, e toda a força do mt^mo batalhão ostacâoioaáa em 1^
intario, doTeodo sor sabsiituidas todas aq«ièUs& praçss de Unlm
pnia goaida naeiooal dos respeetiiros eommandos mipatef*.
HaToodo-se reunia o 1* batalhão da capitai eom mnita
prnmptidão e tendo sido aeceito o oflerecimeoto, por elleio de
^ de janbo. n, 1662, 'lae fé% á preaidencia o Bário de Cal^r,
de reonir 50 TõIunUrioe oadonaes e eêtrao^eirQS para ftmraa
m guarda da cadeii, o 400 se realuon immedlalaBwnta, oB-
elando o Presidente ao direcV^r do Arsenal de Guerra, lu 1^63,
parm fornecer o respectíTo armamento, seguindo lo^^o mais
60 praças do 1^ batalhão a se mmir 4 lorça ao mando és
eomoel Genoino.
Aooeitou, por offlcio de 30 de junho. n. 167^, o offereni*
mento que fizeram os empregados aa Directoria Geral da Fa-
neoda lYoTÍncial e Mesa de Rendas (ofQcio de 30, n, 3Q|> por
intermédio do director ^eral João C&pi^trano de MiraMa i^
Osstro, de guardarem a^iueJIe estabelecimento pnblieo^ pelo
qoe, em offieio n. 1073, du mesmo dia, ordeoen n
dante geral da força policial que âsesse entrega por
timo de seis arnias de infantaria, sabres, bonets, ele.
A população da capital m tinha prelado, expontaneasente,
a úuser o sertlço de patrulhas uoctoroas e ultimamente a soeie-
í»S xMilKlvriS
4t7
dado de Gymnasticog o Atiradores Allomria.s tambflm 59 offere.
cora para fsUj ser i? iço.
Ordenou ao commandíinto superior interino da ífuard*
r^aciotial do Riu Purdo o Encruzilíiada que mãndasfiii sulístituif
por praças da mesma guarda as do i° regimento de artilharia
a cava lio que se achavam em pregoadas nos po^&og militares
nntro o (íit^ Pardo e S. Gabriel» visto teroin eatas de vir para
a capital, por Imver írilU de arHIlieiroá pnra guarní cerem a<;
pncns q"© d<^vj:ini ser romeU-idaH ao coronol Genuiao.
Autorizou o delegado de policia da villa de S. -íofio do
Monto Negro a n^unir AO praças da guarda nacional para poli-
ciarem aquelio muníeipto e romoLtor o corapetotito arma-
mento.
Tendo igualmente autorizado o subdologado do policia do
5''districto e do termo de S. Leopoldo a rc'unir força para
ganiotir a vida 0 u propriedade dos h.ibitaotes do mesmo diâ-
tricto c mandão io reme t ter- lhe armamento do infantaria para
aqueilelím, pos&eriormente lhe lU cat^s^ida aqueila autorização
o retirado o armamento» por não tor ellc evitado que fossem
saqueadas easas pertencentes a adeptoa de Mm *er,
Oâ corpos de cavallaria da (itiarda Nacional ns* 12» 13 o
14 jà ao achavam era S, Leopoldo» com os cotit ingentes que
puderam reunir; do 11*^ se podia contar 150 guarfas, dosquaea
ordenou que marchaasein |íW para S. Leopoldo» licando TiO na
Freguesia de Santa Anna do Rio dos Sinos para a segurança
daí famílias ám mesmos guardas o mais pessoas do logar,
ai tente o i^eeeio do que f(* achavam possuídos.
No dia 1 dn -lulho chegaram 60 praça.'? do 3'^ baíAlhâo de
infantaria, que se adiavam no Rio Grande. Norte n Prdotas,
I' naquellf mr^nio dia mnreharam para S. [.eopoldo*
A "1, desembarcou n.i capitil lola a íorça du mesma la-
triUiTio, que se adiava ern Jaguamo e marchou para o niesííio
ponto no dia 9,
Fez seguir, por oíTlcio de 29 de junho, ao seu cominandanto
Capitao*Tenente Joào Gonçalves í>uarte, para estacionar em
S. Leopoldo a canhoneira « Henrique Martins*, com forte tri-
pulação, que» posteriormente, foi reforçada cora '^0 iraperiaes
niarinheims e I guardião, que a Preííidencia mandara vir do
Rio Grande.
Seguiu também para o me?ímo local, (telcgramma de ^í> ao
commandaiUe do porio),uma lancha a vapor, que depois foi sub-
Htituida poLi ila íloiilha de excavaçào da Provi ncia, que se
achava no Rio Grande» afim de conduzir tropa de S. Leopoldo ao
passo da Cruz, nu líio dos Sinos, que ficava próximo ao Padre
Eferno.
Acceitôu o Presidente (oíllcio de 30 ao chefe de Policia)
o offerecimento feito polo capitão honorário do exercito Fer-
nando Schn^^idor para reunir artilheiros voluntários, 24» da
eilincla bderia alieraã, tendo seguidn pam s. Leopoldo na-
quelle intuito, ondu havia prestai! o bons serviços. Foram re-
mei tido*? ao coroind Generino 4 peças de montanha» de calibre 4,
.448
REVISTA I>1 INSTITUTO HISTÓRICO
No dia 4 farnm rocuUiidos á cadéa d:t capital 8 presos,
V iodos do S. Leopddo e, a «'», reme t tidos ao do legado do capitão
do porto 2 moDorea cora deatioo á comparjliia d»3 aprendizen
miirinbeiros, indàviduoa ú8tQ.s pârtoncentes áa ramiliaa da seita
Maíjrer.
Havendu ST^íidf> difflculdade em obter- se cavallos par«i
a montaria dajs í)r.'u:a.s da iJuarda Nacional, no dia B oITerfícnti
o cidadão João Ferreira Porto Inii cavallo.s ííratuitaini*Qt(» para
;u|Nt>H6 fim, os quae.M mandou o Presidente receber em tuía
EstancÍJL do < Curral Alto » o eenduzil-os a S. Leopoldo (oíflcio
n. I 772» de I í dn julho, ao ríiiniiítro da guerra).
Cumproti ao gerente da Companhia de Carris de Perro
Por do Alej^Ten^e. r»o anímaes a preco de s]siK30ciida um par^
montaria e puxir a artilhari;i, e os mandou entre;=;ar ao c*ipitão
honorário FemaudoSctineider para íazeí-o^ seguir para S. Li>o-
polio, á dJapoáíção do corooel Au^juntu i\:^ar da SUva. com-
fíiaodante do 3" batalhfio dí? iníantaria.
A ala esquerda do S"" batalhão de infa otária achava-se
reunida ás forças ao mando «lo coronel GenulDO* o a direita em
S. Leopoldo com o respectivo chefe,
O eoronel Genuino remettera no dia 13 os paisanos Jacob
Nay, Pedro studeg, Jacob Fuks, filho de Jor^ío Fuk8, Carlos
Fuk«, íilho do mesmu ; Wilholm Aren e Jacob Arend, ambos
cnt(3ado8de Teorge Fukí, que, pelos moradoros da costa da «erra
do Bom Jardim foram presos, por pertencorona A sei ti de
Matirer. Aehavam-.se reunidas a 15. todas as lorças ero Campo
Bom, ao mando do coronid Genuíno. (Offlcio n, K787, de 15 do
jiillio, do Presidente ao ministro da jostiva.)
Acompanha ml o o oíflfiio dn 15 de julho, n, l,79í. envioa
o í'rctsident*í ao ministro da justiça as cópias das ordens qui^
expedira n<» sentido di* se sup]>rirem as sommas ní^eeHS.\rin.^
pira necorrer ás despe?,n reservadas da i"eparli«,ão <!a iiolicLi,
ã liejn da seí^^nratiça e trai*íjujUi íad»' publica, em consí*'jueDcia
ilris a eoiH-oei mentos de Maitrer e ííoiis sectários» no mifuieiplo de
S, Leopoldo.
Kstas C4')pias constaram, da requinicão do chefe de polícia
de 18 de Junho ao Presideulo— para 8er entn^guo ao Theumn^oiro
.loaquim Balbino rordeiro rV)0s()(>0.
Foi aberto um credito extinordinario pelo Presidente do
Kstado, de tjn<)$000 íoíllcio n, KíSíHí, de I« do junho, ao ministro
da justiça) .
O Presi lente participou ao chefe este credito em odkio
n. K6ffU, (íe 18 de Jtinho.
Tendo a chefatíin de policia» por otllcie de *0 de junho
j'eí|wisitado mais (iO0$00n por se achar or^g-ot&dA a primeira
remessa, a Presidência, por of II (do do 30 de junlto* ti. L66<i,
respondeu ter altorto para tal fim o cre^iito de 4:CHX»$<KX> ao
inspector da thesu oraria do fazenda.
Fm dotado J5deelarou. por oll*. u. 1,788, a PiHísidencia ao
Con.^elheiro Duarte d© Astevetlo, ministro da justiça, que m
achavam em S. Leopoldo a artilharia e munição qiio tinham
os MUKERS 449
sido reraettidas no transporto « Vassiraon >. tendo o inspector
colloctor ordem para effoctaar o pagamento das dcspezas quo
fossem de mister fazer-se, quer com a etapa das praças, tanto
de linha como da (iuarda Nacional, quer com o transporte de
todo o material bollico para o Campo Bom.
Na mesma data submettii a Presidência, em ofllcio n. 1 .791,
á. aprecíiação do ministro a planta de Padre Eterno, do líorval
o outros da Colónia de S. Lfíopoldo, levantada pelo aj^rimonsor
Josô Maria Vidal, representando a parte do território occupada
por Manrer c seus adeptus.
Segando as declarações que prestou verbalmente o coronel
Genuino; aquella planta apenas dava uma idéa da sitnaçâo por
elles occupada o não representava com exactidão tod«>s os acci-
dentes do terreno, áendo corto que naquella data as estradas,
que naqiielle ponto S3 dirigiam, estavam completamente al-
teradas.
Ainda na mesma daota, 15 de julho, recoramendou-se ao
subdelegado de policia do S*» districto do termo de S. Leopoldo
á cheftitura, que tomasse todas as providencias para ser preso
qualquer dos criminosos sectários de Maurer que alli procurasse
se refugiar, reraettendo-lho com as devidas se^^uranças, c dava
outras recoramendações sobre as garantias das propriedades dos
sectários ou de outra qualquer familia.
Ao mesmo tempo requisitou do commandante das forças
coronel Augusto César da Silva para que dôsse as necessárias
ordens aflm de que o coronel Genuino movesse a sua força e
procedesse áquoUa diligencia conforme as instrucçoes que en-
viara ao mesmo coronel, visto ter o Presidente da província
declarado que se achava prompta a força requisitada pelo co-
ronel, com todos os elementos de mobilidade para a diligencia
da prisão dos criminosos adeptos de Maurer.
Por offlcio da mesma data dava instrucçõos d autoridade
policial ao coronel G nuino para que, m'> vendo a força sob o
sou commando. conformo requisitara do Sr. coronel Augusto
Cosar da Silva, commandante das forças naquella cidado, tra-
tasse de eíTectuar a diligencia interrompida, da prisão doa
adeptos da seita de Maurer, indiciados autor^^ dos bárbaros
attentados commottidos na noite de 25 de jun no e de outros,
anteriormente praticados.
Determinava que, dirigindo-se aquelle coronel á casa do
Maurer, situada junto ao morro do Forrabraz, a faria cercar,
dispondo a sua força de modo a nfto deixar escapar um só dos
criminosos, quo na dita se achavam refugiados o para isto se
devia tomar as precauções que a táctica militar aconse-
lhava.
Posto o cerco convenienie na casa e nos pontos que jul-
gasse necessários e cumpridas polo oíílcial do justiça as forma-
nda los legaes, o auxiliaria, para quo fossem presos os crimi-
nosos, fazendo repellir «jualquer resistência no grau em que
fosso esta offerecida, convindo quo so empregasse tudo quanto
fosso po88ivel para que nâo houvesse effugâo de sangue da parto
450
REVISTA fM3 INSTITUTO 1ÍI--TORICO
da toTi:% publica e das crimiaosoi^ aenao no caso abeoluiameoie
iodíspcnsavol.
fiffecUiadis as prisões com rf^sUteocia oo sem âUa, deTja
íazor garantir os presos, d5o cooseniindo qae nenbam deUe?i
sofTreftse a meoor oíTenãa por parto da força publica oa doe
cidadSo que a esta se reuDínsem. e bem assim oão permitttsse
a ruioa da propriedade dos meemos criminosas ou da outras
pes.^ >a8, nem quo das casas se tirasse cousa alfruma* eicé*
ptuailos as armas n muniÇHOs quo fossem oncontradas Aquellns
n^commendações tornavam-se necossariag fazer para que não
se reproduzissem os factos do pilhagem, Jl praticados peios
guarffas nacionaes ao mando do capitão Aotonío Jo^ da Sil-
veir i« cm algumas casas qut> foram varejadas em dias paasados»
o do que tivera conhecimento, com pesar.
Si por qualquer cireumstancia os crimJQOBOS ou algum
delles se evadissem da predita casa, refugiando-se em outra ou
no matto, deveria fazei os prender, ontíc quL^r que os encoa-
Irasso, tomando para iito as providencias precisas o que dui-
xava ao ^u reconhecido cri tono.
Nenhuma pessoa da fiimtlla dos crimiaoaos seria conduzida
presa som ordem para isto, salio a mulher de João Jorge
Maurer, jacobina» e a mulher de Rodolfo Scbn.
Terminada a diligencia deveria dar-lhe parte ofllcial cir-
curnstanciada, sem omissão da menor occurrencia, remettendo
09 presos, e não retiraria a força daquollos arredores sem a sua
requisição, porquanto era n^^ceçs irio que as famílias dos presna
ficassem í=raran tidas em suas vidas e propricMÍades. nlo sendo
vit^íimas da indií:nacâo, filha dos bárbaro?? attentados praticado*»
por aqaellos eiimloosos.
No dia l(í participou o chefe ãn policia ao Presid<*nte da
Ijrovíncia q»ie. nchando-sc prompta a força, com todos os meios
de mobilidade, conform»! lho cora mun içara aquella presideoeia,
mandou quo se levasse aquella diligencia.
Para isso foi oo dia i'^ ao acampamento da força, 3 léguas
d is tintes da de S» Leopoldo, eu tender -se com o coronel Genuino
Olympio dn Sampaio, acompanliando-o o coronel Augusto César
da Silva, e dera as suas instruc« ões verbaes e esoriptas. Ficara
asseotado que seria levada a elfeito a diligencia no dia 18. Aos
ffublelegados dos districtos ofDciaes. no i^ntido de prtividen-
ciarem a priBão de qualquer dos ta es criminosos que, logrando
escapar-se da casa em quo estavam, procuraasera refíigiar-se
em seus dísirictos o tomarem todas as medidas quo juT^Mrem
convenientes.
A 17 >e opresetitoii ao Chefe de Policia, que mandou se
apiTseutar au coronel Augusto C. da Silva, o major Bernardo
Jonquiui Ferreira roju VJ guardas e i:í ufficiaes do Corpo n. líí
lio sou Píjm mando,
O coronel A, C. da Silva oi'denou, a 18, quo se apresfo-
fasso a fbrva ao í-.oronel Genuino, no acampamento de Campo
Bom ( utr do 17, do eoi*onel A. Silva ao eoramandantn das
acnia:»)»
os MLIKEKS
151
Oá míirad«iL"oíá do Siipiranga Fclippe Sebn o MarLia*
hresoTi^iarara ao To d ente- coro o el Tristão Josj de Fraín
Gr.iy
represoTiiarara ao roDente-corooei Trisiao ,íosj ae rraía que
indivíduos da fort;aíitie se achavam djsticados do ouívo ladi> do
Pasáo da Cruz, oitavam arr.íbiiihando q carrc;íando gados d*.- sua
propriedade, pmvaieoeodo-se da ordem de tirarom liado dos Mau-
ristas» e aquoUe oriiciat levou ao canliociíQonto do coroael
Gomiiao Olyrapio de S irapaio.
Por este motivo o Baráo de S, Borja determinou qae as
praças da torça destacada, que tio ham arroHaiiliado i^ado dãs
Colonos não pertencentes A aoita de Maurer. deviam sor ro-
mettjdas com a competente pirte a aatoridade policial re-
spectiva pira proceder contra e! la, conforme fosse de direito
(off. do liarão de S. Borja» de i7 de julho ao Presidente da
Província. )
O Presidente, por olf, d.' ^^^ da juUio rcíípondeu ao uia-
reelial Birão doS. Borja o approvou o a^^to que tinha deter-
minado sobre aqueUaa praçcts.
A IB ^Q [>rovidenciou sobre o fornecimento de etapa o jta-
gamento de vencimento as B30 príi<:as de Kí' corpo rio cavai lar iar
daíUiarda Nacional (on\do Presidente ao Commandantesuperio
da íJuaríla Nacional da Ha pitai, S, Leopoldo e Camaquan.)
No dia líí o Dr, Chefe de Policia eipediu o soju'tiinte tele-
gramina ao Presideote da Provi ncía.
« Sao 2 horas ©4'3 minutos. Clie;;'aram noticias do
ataque a causa de Maurer ; offoreceram tenaz resis-
tência, foram dollea mortos ao todo em numero de Oú ou
80. De nossa parte mortos o feridos uns lio. Offlciaes
somente 2 feridos, A cidade está em festa. ^
Este tclegramma o Presidente da Província trausmittiu na
integra, no dia '^0, ao Ministro da Justiça.
No dia seguinte, 20, o chefe de Policia paESOU outro telo-
gramma ao Presidente,
< Acaba de che*?ar do acampamento do Ferrabraz
um olT. do major do 3" Batalhão Américo Antoniu Car-
doso, que dá a triste e lamentável noticia : € Acam-
pamento no morro do Ferrabraz, 20 de julho de 1871.
lllm. Sr,— rommunico-lho que, neste momento,
5 horns da manhã, foi irravemonte ferido e acha le
em perigo do vida o lllm. Sr. coriuiol (ienuíno Olyrapio
de Sampaio, por 6 ou 8 bandidos, que por occasiâo do
ataque de hontem ©aca parara e trat?mi-no« de inpom-
modar, occultados na e9|'«3sa ma!.la, onde estamos
acampados ; o que scienUflco para coulí0'.*i mento disso,
dando 08 devidas pi'ovideocias. Ao conchíir i'sta soube
que o rtí^iuito íSr. Curouel tdlocora. I^jug «íuarilo a \ .
Ex. Ul. br. Corontl Augusto César da Silra, Commau-
dante das forçaa em operai õe^ — Américo António Car-
doso, major. » O coronel Augusto Cezar da Si Iva. íáegue
neste momento, meio dia, para aquellc logar. Esto
pedíí que m mande um medico, que se torna necessário
e com toda a urj;'6ncia,t>
45â
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
ToDdo fallecido o CommandaDto das forças Coronel Qoauioo
Olyrapiu Sampaio» Ibrido gruvemonte iia msinhãde 2u do c^jr-
reute, asaiiriiiti o cummaodo d^ força em S.ipiíMQga o Tooente-
egrunel Tristãu Juhó da Fraga, que participo», vm oíl', da
meísiiia data, au coronel Augusto da í<ilva, quo áa 3 horas da
madrugada daquoUe dia. do um serro ooboito de matto, o qae
tica\ a p oximo ao legar do acaruparaetno no Fonabraz, appskre-
coram ua soclariud do Mauror. que cm resumido mi moro tinham
es<-*apado do coinbat*^ e da lá fizeriím iogo sobre o acampamenVi,
ficindo gravemonte ferido o Coioiiel Couimaudauto das forcas
Coronel íienumo Olympio Sampuio o alf^^anias praçiís. O tiroteio
su 8 tentado pela força le^^al e que foi diri^^ida pelo ra ferido
Coronel afogo utoií os crkjjiuosos pelas 4 l/:j da manhã.
COMBATES DE U) E 20
No dia 17 de julho o coronel Goneríno Olympio de Sampaio
levantou o acampatoento das forças em Campo Bom e marcboy
até o .Sap^ranga, oode acampou á tarde, toroando todas ;ts prti-
vidtíiiciaií para levar o ataque á casa do Maurer no dia se-
guinte, y que nào ponde realizar pelo mau tempo que sobreTeia
na madrugada de 18,
Transferido para o dia 19, determinon iis forçiig da maneira
geguinte : a artilharia com 4 boccas "le fogo e uma estativa do
foguetes a congráve, toda a forçai do i2' Batalliào de loíantaria
e quaroDta praças di; cavaUaria deviam ontrar pela estrada
da direita ; a ala du 3« Batalhão de infantaria, pela estrada do
centro, despendBndo tima furçíi de cioioenla homonspai*a a en-
trada da esquerda, acompanhadas esta^ úhslh ultimas forç;is, a
primeira de 'M\ homunade cavalJaria o a sogtiuda do outros triQta«
al«''m do toda a força do U'^ c^rpo de ciuardas N/icionaes. que
logo quo sahiâso no Campestre operaria separadamente no
oerco de toda aquella exleueâo*
As tros estradas a quo me refiro convoigiam sobro a casa
de Mau ror, por picadas extensas unicofí pontos accessiveis ao
esconder ijo dos criraerosoa fanáticos.
A's 6 horas da manhã do 19, as for^^as a.ssím dispoitad inter-
oarara-se nas mattas, observando todas as regras da arte.
O Coronel Cymmandante seguiu á frente da columna da direita
e junto a elie marchou o Tenente Coronel Fraga, conforme a
sua ordem.
Logo quo os atiradores descobriram o inimigo principiou o
fogo moderado, a li a há da fronte foi reforçada considera velmon to
e passou a commandat-a o inr repito capítàu Silvério José da
Cpu£, avançando, até deixar col locar a artilharia cm uma altura
que domina\a a casii de MaurcT. Aos primeiro;^ tiros admira*
volmente dirigidos pelo distincto capitau Francisco ClementtDO
de Santiago Dantas rucharam^se os reparo.^ de ties pe^as. 6 aoi
uKimog. que os esforços temerárias do mesmo capitão, tentaram
sobre os canhões mal montados, faziuní se os reparos vm pedaços,
os MUkERS 453
restando apenas uma bocca de fogo em bom estado por não ter
ainda trabalhado.
O Coronel mandou tocar avançar. Quando a linha de ataque
superava as primeiras diíficuldados que otterecia o terreno acci-
dontado, apparecia a força do ;{° Batalhão pula frente da casa
do Mauror, commandanda peio raajoi' Américo António Cardoso,
e pola retaguarda o Capitão I.uiz Alves Leito do Oliveira Sal-
gado com a giia força dinfantaria e os clavineiros do 14® corpo
de Guar*ia Nacionaes. A linha dos combatentes avançava en-
tão formando um semicirciilo.
O Coronel Comraandanto, mandou ordem ao major Américo,
que já se aproximava ao ponto onde se dera o ataque na nouto do
tàH dc .lunho, quo sustentasse aquella posição en trinchei-
raudo-sG na primeira ordem dos cercados que o separavam do
inimigo e dahi sustentasse o fogo protegendo o ataque dos
atiradores.
Os sectários do Mauror, cegos pelo fanatismo, faziam uma
resistência barbara, aproveitando todos os obstáculos para dis-
putal-os com ardor.
A infantaria vencendo a valia profunda formada em torno
da casa pelas aguas do arroio Forquilha, nas suas enchentes,
fazia recuar os criminosos que, concentrando-so na casa, formavam
delia uma cratora vomitando balas pelas quatro faces ; oâ Ca-
pitães Silvério .losó da Cruz e Luiz Alves Leite d'01iveira
Salgado, e os Tenentes Jesuino Melchiades de Souza e Lino Pe •
reira Kebouças, cercavam a casa á frente dos soldados mais
destemidos, que debalde tentíivam entrar, eram repeli idos por
descargas em que tomavam parte até as mulheres que che-
gavam a descobrir-so nas janellas, tazendo pontaria. Nessa con-
Junctura apresentou-se o Capitão Dantas, que fez chegar a sua
dedicação e bravura ao ponto de acompanhar a linha, debaixo
de fogo, vencendo obstáculos incríveis para conduzir a única
bocca de fo^o que lhe restava, com o âm de metralhar a ca>a,
porém aos primeiros tiros que fez, os reparos tiveram a sorte
dos oubros. As balas continuavam a partir certeiras do sótão
da casa, quando um dos cantos delia principiou a arder.
O fogo tomou proporções e, de dentro, apenas o grito de
crianças se fez ouvir, ao que alguns soldados arrombando a
porta atiraram se a salvai-as, conseguindo tir^r para fora 52
pessoas vivas, entre inulhcres e creanças, e 8 mulheres mortas.
Algumas das primeiras sahindo arrastadas forcejavam tentando
de novo entrar para a casa procurando a morto ; o fumo e o
fogo nada mais deixaram fazer .
Dahi a momentos tudo era devorado peias chammas.
O desditoso coronel Genuine Olympio de Sampaio dirigiu
o ataque na linha de fogo; calmo, o valente militar tudo pro-
videnciava o ao seu tino se dove a precisão com que atacaram
as forças, obtendo o resultado quo tiverem.
Terminando a jornada do dia, acamparam aís forças ás 11
horas junto ao Perrabraz, a poaca distancia dss rninas dos
sectários de Maurer.
454
RBVISTA lin INSTITUTO iílSTORIGO
Sahíratn ilívors^s partidas orn p€i'3e^uição de ali^ans dus
criminosos, qyo tinham fugidu para o matto, parem, dopois de
rauitu procurarom voltíiram sem os terem orican trácio.
Cuidou-so, ent^o, principalmoQte ua conduccão dos íeridos,
entroguea ao desvello do prostimoso Dr* liayraundo Caetano da
Cimba, que tove ordem do Corúool para ucompaDhãÍ-os até São
Leopoldo,
Tivcmoít í ora de combate 3 ofBciaôS c li3 praças. Foram
ferid o s d i verso s pai sa p oa .
Do iciraigo cahiMra sem vida 11 fun.iticos. DeDtro da casa»
antes de queimada, viram-so muitos homens raortoí; e não cessou
de partirem deUa tiroa certeiros, emquanto retava alguma
parte em qwe o foífo eão tivesse chefiado.
Foi Liiiíunitrudo alííum dinheiro, que sendo apresoutado ao
coroDel coiHraaadanto ellc o íeí contar com testemunhas u
t^ntrogar em dcposití au i.idadá-i Nicolau SclnnUbi con-
etando do 73 om;aii do ouro» 315 bolivianos o ;.M I balasiracos»
Pelas 3 Iioraii da mad rugi ida do dia 'iO foram .s»? atidas d ti
acampamento da direiUi, descargas no da infantaria, .^o ama*
iibccer dirigiuse o tcneoto-coronel Fraga para aquello pouio o
encontrou muribundo o valente que na vespora lhe tinha causado
admiração c respeito.
Teve entiio o tenonts-coronel Fraga conhecimento de quo
Da primeira descarg;i dirigida do isatt^) sobre o acampamenio,
por alguns dos re vultosos que na véspera tinham coDseguitla
fugir, o bravo coronel Qentiino Olyrapio de Sampaio, que ae
ucbav i acordatiOt sahindo da sua barfaou, determinou que rosB3
a tropa collocada em linha resptjiidenilo aos tiros do matto oam
descargas cerradas de fuzilaria, e tendo assim diapoito a for<;a,
êlle, sereno passeava na rectaguarda da linha, quando lufeliz*
mente, um baía o ferio em uraa perua.
Assim se dirigiu, sem se queixar, para um rancho próximo
e de lá determinou que o major Américo António Cardoso,
continuasse dirigindo o fogo, rocõmmeudando qoo nài^ queria
quo 03 seldadoa soubessem que ístava feri^io, O velho militar
oh^er\'ava os deveres do solevados atíi noi momentos em que se
sentia morrer.
A'3 4 1/2 lioras da manhã o fogo tinha cessado e rts 7 o
cor.mel Genuíno era cadáver. O listado o o Imperador perdiam
um dos 8CU3 mais valentes e dedicados servi doros. Mais um
Ciipitão o ein<^o praças foram leridoa naquelta in;Miliii.
Cumpria um devo? o coronul Fraga recommendando a ron-
siderai. 'áo dos seus superiores como dignas de louvor o toaeniií
Jcatiirji Mtílcluades do Souza e alferes Joàn Cc^zar Sampaio que,
servindo de ajudantes de ordens do coronal por l aram -so com
bravura* O primeiro tniUtimittindoordeDS na linha de aliradurei»
avançou com oa valentes que primeiro a^ísal taram a casa dâ
Maurftr.
O capitão Silvério Jos»** da Vniz era conaidera<lo pelo dee-
ditoso corond como um do'^ eeus maia distinotos oíQciafts. QiiMido
terminou o ataquo viu o tcnoatc-coronel Kra^a aquolle oo*
os MUKERS
455
i
Tonol chamar o capitão Cruz © apertor*lhe a mâo. agradecendo-
lho a coadjuvação heróica qae lhe tinha pr eatado .
Fora um acto dd josttQa que encheu m eothusl&smo aquello
teoento- coronel.
Os vatentêã capitães Fi^ancisco Clementiiio de Santiago
Dantas, commandan to da artilharia» Lytz Alvei Leito de oTi-
veira Salgado, que commandou uma força de infantaria, pres-
taram Oti serviços importantos relatados.
o Dr* Ray mundo Caetano da Cunha, medico u soídado,
humanitária o Valente, prestou-se sempre com a maior dedicação,
Oa capitães da Guarda Nacional António José da Silveira e
Josó B€nto, o primeiro tendo empregado a sua resumida força
na conduci^ de munição, recebeu ordem para juntar-s© at> co-
ronel, onde p resto u-se baatantet como sempre o yíu í^zer o
tenente-corooei Fra^a, emquauto achou-^ servi ndo ; o segundo
que 80 apresentara nas ve&peras do ataque foi dos vaqueanos o
que concorreu com os seua aerviços de boa vontade.
O capítãu da guarda nacional Andr4l líios reuniu^fto íi força
na madrugaria do ataque, i*3sUtiu a todo o fogo o mui fyo mere-
ceu pela maneira com que m prestou.
Oií ti'Dõiites da mosma Guarda Vicente Corrida da Silva, que
avançou com a força do 14"^ corpa dd cav aliaria, e Manmd
de Oliveira CUavefl, que serviu juuto ao coronel, âzcram-so
dignos do encómios.
Osalíerea da guarda Dacional Saturnino Cardoso da Silva
Fraga, Augusto Caetano da Silva Neco e o sargento quartel
mestre Joào \lcente de Andrade, que acompanharam o tenente-
coronel Frsf^a, prestaram importantes serviçoí? com decidida
coi-agem. Os maia offlciaes e praças de que se compunha a
força e que se engajaram no fogo cumpriram o mm dever.
DeJicaram-3c os paisanos Frederico Bier SobrinUo o Lucas
Franco MartineSi que preatando-ao constantemente deade o
fogo de 2H do pâss;i4o foram feridos no ataque de 19, em
que ie conduziram com toda a coragem,
O tenente-coronel Fraga terminava a parte que deu ren-
dendo li devida homenagem ao valente coronel Genuino Olym-
pio do Sampaio, rogando ao coronel Augusto Silva para fazel-o
junto àa autoridades suporiorea para que recommendassem á
magnanimidade dolmpenidur a familia numerosa daquelle mili-
tar distinoto quo morreu pobre defendendo heroicamente a
causa publica* (Parto oflieial do tenente- coronel Tri^tlLo José
da Fraga ao coronel Augusto César da Silva» do 20 do julho.)
Nii madrugada de VJ recebeu oitlena o major gratinado
Américo António Cardoso, de '^^ batalhão de infantaria, para
marchar de Sapyranga, despendendo uma força de 50 homens
commandada por um capitão» que entraria pela estrada da
esquerda da casa de Maurer e com o i^esto da ala devia seguir
pela estrada do centro, ^endo cada uma deafl<is forças aoompa-
"" 2158 — 30 roxo txvm. r u.
456
REVISTA rwl T^^^TrT^TO íli^TORICO
nbada de 30 homens do cavalgaria, ^ue deriam proteger a
rotaííaanla ,
AS r> horas da maaha eotraram nas picadas que termi-
Dam defronte a câsa do Mauivr* com iustruoções oeot^gevtn
pai*a aaHir áeiUs ao mbsmo tempo.
O cripitãu Luiz Alves Leite de Oliveira Salgado, que i'oí a
ooiDmaQdanto da força quo ontrou pola esquer<da» doi sevL tra-
Joclo, dentro da pieadii, foi atacada por alguns do» ertiBi-
nosoa que foi recuar avacçando a sua gente, resultando desse
encontro alguns feridos.
A força com quo maixíliou o mujor OanloBu depoii de vencer
ofl obstáculos encontrados na pu a»Ja obstruída e tranuada nin
diversos ponloSi o tendo cessado o íbgo de artitbavta, âabtUt
camo ao tinha cv^nvencrotiado, em um i^ampo^re, onde eetavani
alguns mortos dos oo&his no dia 28 do pissado, esCnodo a casa
de Mau ror a 60 metros de distancia. Abi recebeu um foifo viva
do fuziíru-ia diriííido p«do inimigo, oiitrinciboir.ido por tro«
ordens do corças de paus grossos e uma vala profutida. Nessa
occasião um ajudante de ordens, o tenente Genuíno MelchiadiBS
de Souza, vindo jd pela direita trazia-rae ordens do coroDel
eommaodante da força Genutuo de Sampaio para misteoT^r
aqm He ponto, estendendo em linha juoto ao primeiro cereado
que devi:\ servi r-nos dt: trinchoiía.
Todas as furças appareceram ao mesmo tampo e o cofeoal"
Qenuino de Sampaio, avançando com a tinha de atiradores o
o capitão Luís Alves Leite de Oliveira Salgado com a fòrga
do 3"* também em linha, tomaram a casa de Maorer a bayoneta^
debaixo de um fogo desespttrado, que da easa dirigiam contra
os que a assaltavam .
A*s 1 1 horas do citado dia, depois de varias peripécias, aeam-
pou-^ junto ao Ferrabrás e pelas 3 horas da madrugada de 20
a linha ixsspondeu ao fogo que sobre o acampamento faliam
poucos homens coliocados no matto.
Toda a força de tnflaiiteria foi eiteodida em linha e na re-
laguanfa deUa pmeeiaTa calmo o valente coronel Genuine 01 vm-
pio de Sampaio. Quando ia rctírar-ee pax-a um rancho próximo
e mandou ao major Cardoso otNlem para liirigir aforça por ae
achar ferido. O fogo contiunou até aa 4 'i horas da manhã,
ás Mte era o coronel cadáver.
Houve alguns feridos ne«sa manhã.
Poram dignos de louvor : oeoapitães Luíe AÍvpíí LiMto de
Oliveira Salivado, que diri>iiu com aeerto e bravura a força que
lhe foi i-oD fiada no assalto da casa de Maurer o foi um doâ in*
trepidoe que primeiro a escalaram ; o capitão Aureliano Au-
guito de Azevedo Fedr.i, que marchou com a forca da ala
flimerda, portando- se com a bravura que já Uieera resenlie-
elia na companha da Pamgtiay ; o tenente Jesoino Itololtaiai.
de Sbuza^ .Uferes Joaqmm Machado de Souia e Joio Oeiear
Siiapaio, deetemidos a toda a prova, fbmm dtgnoi da coêêM^
ra^ho de iotie superiores o companheiros.
Os õffleiaei aapitâo Justuio Feesia de Audiade, tanenlv
os MMKEHS
457
Tristio FIotoucío doa Santas, De to António Bornardo de Fi-
gueiredo 6 os alferes Manoel Rodrifíues das Chagas, Jogo Ca-
pístraoo de Oliveira Epaminondas» Maiiool Luiz dos Reis Corrêa,
Josá Joaquina Luc ia, Cosrao Sosv da Silva e Raymyiido Nonato
Pinheiro de Freií^as, 0 as demaia praças sob o com mando
daquoUe major cumpriram com dignklívie oá deveres de soldado.
(Parte oílícial da força que ooramandou o major graduado
Amorícu António Cardoso, dj 3' batalhão do infanteria, no
ãtique do 10 Li 20 de julho. Acatnpanieuto de Ferrabraz, ííf> de
julho du 1871.)
Relação nominal dos oíflciaes e pra- as que foram mortos,
feridos ou contusos uos combates dos dias 19 e 2Q do cor-
rente, no morro do Ferrabrás. Ala esquerda do 3» bata-
lhão de infantaria
<«lâl>UHÓK'-
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OHHERVAÇÕES
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iTu^lino Pc^^oft je Andra-Je. • , . .
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Bkfanoel .)o«tt ,199 Pas«oh. • . .
Morto
13
Jo»<í F 11 r Pt' ira do Carino. . , .
Feridn
ti
Francisoo Forrííra ^o«r«s. . •
CoutUijO
!'.
14 armando Gonçalves da Silva •
Fftfído
16
Joai^uim Fraiicí«<o.
17
Manoel Luk Moiao*
l.^
Jo&Q Atitouiú da CruE*
IVt
Lour«iiço Peroira d« AlcanUta.
SiO
Cláudio Jo»iV António d« So«ua.
21
Joiii|iiÍDi Maxiino d« Sonaa.
^8
Joã« Jfjsf* de SOTiita,
2:í
Knieluoso Metido*.
£4
Matioel GoQ]«« da Silva. . . • . .
hViiila ikã força
«ommaruittflft pí^lo
oapiiào baigado,
da, qual fez parU,
.ír/itfrico t\(f (Cõ^õ. — Em £i de julho, maaittpamtíotõ de Saptranga.
Na Camará Am Deputados» em sessão de 14 do julho
de 1874, presideneia do Sr. Cornvii, osundo na tribuna t>Sr.
Carlos Peixoto orando sobres a qiioslílo religiosa, o Sr. Silvf»lra
Martins, p.da ordnm, pidiíi a palavra o disso :
Sr, Presiilentt^, dfísejo fazer ura requeri oien to pedindo
inn>nnagõe64 ao g-overno sobre div-orsos assassiuatus o iocendios
praticados na minha província .pela s^ita do novo pi*oplieta
458
REVISTA ÍK) rNSTTTLITO HISTÓRICO
Maurer* (Risadas). OuerenrJo evitar uma interpaliaçio regrulart
peço a V. K%, que consulte a Gamara se me concede urgeDci:v
peio breve ttirmo de ura quarto de hora, para summaria-
mente justificar ura requorimeotu.
Parece-me quo com isto ganliaremoa todo-t. conseguindo
ou mais depressdfc o que protoado, e o Governo evitando a perda
sem duvida do al^íuraas liorasde sessão.
Rogo, pois, a V. Ex. que consulte a casa iicerca do roeu
requefimento,
ConaultadíL, a Caraara resolvo p^Ia aíTlrmativa.
O Sr. PreiidetHe: —Tem a palavra o Sr. Silveira
Martins -
O St\ Silveira Maritm ; — Sr. Presidente, as narrações
que faz a iutprensa desta cidade transcrevendo as noúcías
publicadas naB folhas da província do Rio Grande Sol, sobre
os asdassinatcs e incêndios praticados em algumas colónias
daquella província, causara- nos a todos triatí^a approhens*'*e3 de
maiores catastroptie*, q\m ai mia possam ter logar, pela incapa-
cidivdc do administrador.
A foi ha oITlcial, para desculpar o.s j^^ravissinios crroií ninj-
mettidos pela presidência, procura sempre alterar a verdade ;
nem outra cousa ao pôde esperar do deliniíuento senão a ne-
gativa do dolicto, para livrar-so da reapun>?abilídade* A fulha
oiKcial é redigida sob a imraediata inspecção do presidente,
que, do corto, se nio confessará incapaz, antes diariamente se
elogia, se eleva e glorifica.
O Oovemo, pois, não se deixe levar pelas maravilhas que
a folha offlcial conta do seu reJactor- presidente, estnde us
factos por bí^ que acabará aprecia udo*os de ramlo contrario ;
e quando mais oão seja, pelos resultados ha de conhooer a capa-
cidade de seu delegado.
A derrota vergonhosa sofTrida pela força de linha nas pica*
das já não é amostra de desprezar para copjecturar-fe o qoe
ainda |ódo succeder, ai os Sra, Carvalho de Moraes e Victorioo
coniinuarem a felicitar aquella terra.
A folha ofBcial explica esta vergonha pelo modo se^^uinte :
« EÍTectuada a reunifio, i?ôz-se em marcha para casa de
Maurer com 120 homens do IS'\ l?*" do artii liaria o in« de cavai-
hiria do guardas nacionaes, e o coronel Genuino, não quei^endo
aboletar a ti^opa nas casas dos colonos, quer amigos» quer
mauristas, tratou <!e ver posígâo para acampar e no dia se-
guinte de manhã -ercar a casa de Maurer.
Infelizmente, os va<jueano3 que guiaram aquelle valente
offlcial, nao comprehendendo as stias intenções e desejando
leval-o ao lugar mais commedo para acampar, o entranharaai
pela picada que conduz directamente para a casa de Maurer,
e, sem o praverera, lizeram-o cahir era piena emboscada dA
gente de Maurer ; que presen lindo a iropa, se preparara
para aggredii-a. Logo que foi atacada, formou- se a tropa em
um pequeno campestre, próximo á casa de Maurer, única posi*
gâo que podia tumar.
os MTTKRRS
450
O ooronol Genuíno eoUooou-ae ah i com ãua força debaixo
dd vivo fogo do fuzilaria» ao qual respoodeii com algua? tiros
das pecrueoas peças quí^í tinlii o tiroteio do caçadores.
A força foi logo cercada p«la fronte, llanco direito c rota-
guarda, e em pouco mais ile duas horas, que ám\m o fogo
teve fora de oorabate o major Raphaeli o capitão Alveá, o
capitão Nicoláo Fontoura e *iZ praças, soodo 7 de artilharia
uma dáá peçaíí ficou logo com o reparo inútil, o a ouira com o
ouYJdo oucravado ; a munição do inftintaria tombem acaliou, e
a^m tovo o coronel do f^iz-^r uma retirada l)em diíílcil, qun
felizmente não íoi ranito poi^segtiida. »
Ora, j^Guliorcs, esta uoticia da folha oíliciãl, quo só pjrc-
tende desculpar os ^raviflâimos cr roa praticadoa dodraente-s©
i)or outra noticia da raoâiua folba descrevendo o lo^ar onde foi
b;\tido o coronel flenuino ; veja-so :
M Ooâcro vemos em primeiro logar o tlioatro dos sticcessos»
u que no!S impretísionai^ na occasiâo era somente o con-
trasto daqnella negra montanha, coberta de secuíaros e inac-
cesâiveis maltas, com o alegre valie do Padre Eterno.
E razão tivamoa para contemplar aquella medonha mon-
tanha, com seus não monoâ selvagens arrabaldt^s, com um
certo terror.
Era ai ti o covil em quo enlao se preparava a horri?el
tragedia, quo dalii a anãos devia fazer estremecer do horror a
província, reproduzindo ;».g sconaa da media idade o dando lugu^
bre nomeada ao morro do Ferra braz t*. suas atljaceoclas.
Recostado sobr^^ a matta viriíem que cobn? as fraldas da
Serra Geral, desde a:i nascentes do Jacuhy at**» og camp »s do
S. Francisco de Paula, é o Forrabmz o maior morro daqueUa
região; estii como que preparado p^la própria natureza para
servir de covil a bandidos e salteadores.
Ha apenai duíis picada:^ que dão accosao As immediaç5e$
do morro, onde demiira a casa do Mmrer, que fuaesta nomeada
adquiritin, e onde fumega hoje o sangue de quarenta bravos,
que jogaram a vida na defesa dos colonos do Padre Ele rno o
Campo Bom,
Uma das picadas
afftrmam-nus, conduz
da Serra. y>
r)ra, vé V. Bx. quo a folha que descreve logar assimi de
modo tão tétrico, nâo narra a verdade quando noticia que a
força procurava pjuto para acampar nestas picadas. A verdade
é que a ibrça ia a^vsaltar a casa de Maurer, e que antes de
chegar ao seu objectivo fui assaltada por todos oa flancos e
solTreu um torrivel desastre, íicando 5 mortíjs o 35 feridos,
rntre estes 3 ofRciac5, ao todo 40 homens postos lora de com-
bato, ou a terça parte da força total !
A mesma folha oftlcíal, ou antes o presidente, qne manda
puldicar ostea factus, publicou t^imbem cora a maior inge-
nuidade uma reclamação dos allemães do Pelotas, concebida
no.stes lermos :
é por onde penetrou a força ; a outra»
por detraz da casa de Maurer ao matto
MO REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
« Ilim. e Bxm. Sr. Dr. .loâo Pedro Carvalho do Moraos,
proAldoQto da provinda.
Polutas, 20 do janho de 1874— Oi abaizos assignados.
AllomfteH, profundamente indignados pelos crimes de tão estú-
pida quilo malvada seitrv do fanático Maurer, appellidado doutor
inilagroiío, fisso^sorlado poio, por tantos tKulos, réprobo e
InDimo ex-padro protestante Hein, ambos quiçá occultamente
amparados poio próprio delegado de policia de S. Leopoldo,
que, oomoaibomos, 6 amigo o parente muito che^o de um
ode outro....»
O próprio presidente manda publicar a reclamação dos
alldoiàes, om que ae diz que os fanáticos são amparados
polo dologado de polioii !
O Sr, OuítmtTo Lobo : — Não é o jornal official que o diz,
d a ropnisontaçao.
O Sr, Silveira Martins : — Mas o Governo accoitou e man-
dou publicar a accusagão que lhe foi ingenuamenie feita om
l)M>o, sem que ao menos possa desta voz empregar o subterfúgio
do dizor quo são censuras movidas por paixOes políticas, por-
qu ' não se pOde dizer que os 03 allemães que assignaram a
r^pn^sêntaçio as tenham.
O Nr, Gnsnuio Ixibo: ~ O jornal, por ser official, não deixa
de ser noticioso.
O Sr, SilPftim Martins : — Não tiro argnmonto de ser 9
noticia publlead i no jornal otticial ; disso rio-me, tirj ar^-
mento da ventado do íkoto, alias noticiado por todas as folbaa
da província, pois dahi se concluo qual a opinião publica
8obn« a administração do Sr. ('arvalho de Moraes.
€ O Jú9*iMl (/i) rommât*€io da oòrte ha di:is publicou noticias
doÉ reotMilivi ai>on(ecimento^ o irjinserevou vários artis^os,
on(r«^ outros mi) quo aqui tenho, o assim com menta os factos:
« (Vi primeiros atteniado^, quo aliás não foram eonvenieu'
toaieo(t> Imprimidos, doram logar a que essos homens não desa-
animasstmi na ounsumação de seus tenebrosos planos, o creaa-
fUMU «MU duvida um ooili^n que n^pcitam e fazem respeiUr.
pois s%\ :«:fts)m se piulo o d^ivo explicar a monstrtioaidade de
i)eQ8 ultinuv^ atteniadi<«. Os adi^pios re^ulara-se por eso código
4^ at>eilt> quo elle ^ violado, jiilgam-se no diroiío da infligir
a^^ \ioUdvn\>^ occistigo relativo : o alepto nâo pôde abando-
nar a soita, o que a abandona é punido com a murta e •>
incêndio !
« O assassinato d(> um meai n * e div-ersas tropelias exerci-
das |Wa g^M)U> d<^ M 4ur«r dftviam ter posto de sobre-aviso o
foverno da prv^vinoi u pois ora de esperar que commetiess^n
Qovos alternados ainda maiores. »
« XvUtra pullicação da província li quo um inspector d«
quarroirão. qu> oscapou a^» ftiror dos í^natieoe. lisse-a ao
pr^Vj^r;^Si\ v arv alho de Moraes q:e o culpado de tn;o era o
« Compro h:»nio-et hem c^omo piVie sar o Governo cr*lpado
doeitc^ s;iAv>Ss"«; nÃo i> de vvrto por hiver cooâentiio em tio
OH MllKERS
MM
horrendos attcDlíuios» mas porque se não pôde livnir da grão
diásima responsaMlidado que sobro miia h-jinbros posa (apoia-
dos), pola saa fraqueza ua ropre^são d\^ delictOÈ, o pola
inépcia com que tem deixado deeenvolvar-^e uma seita, qtio
desde o seu principio manifesU-se prejudicial, o deade o anno
pasãiado apresoDtjii-se cora caracter ameaçador, teodo anua
memliFos praticado variou asi^assinaloâ impunemente <
O Sr, ftõrencio de Abreu: — Apoiado*
O *Vr . Sii ve i ra âíú rt inai — A po 1 ic i a já p rocode u , n ão n ego ;
mas como procedeu í Com fraqueza, com inh abilídade; pren-
dou alguns aos ían;tticosí © Soltou-os, conte alando -se em J^azel-os
assiguar termo de bism vivei\ sem prooeí^al-os nem pu-
ni l-os piílas mortcis commettidxts,
Ha muitos mezes 8iiceedem-se assaesinatos, qno teem alar-
mado aá coiomaB, sempre tão paciílcas, laboriosas o alegro»;
quantos criminosos foram puaidoa V Quantc^ a polícia prendeu ?
Nenbum I
O resultado ô hoje a morte o o incêndio por toda a colónia,
aohando-se a cidade de S* Leopoldo ameaçada, pois, segundo
li, .iá houve ct>atra olla tentativa do incêndio o até contra a
própria capital da província í
O Sr, Florêncio de .i//r«ii:— Apoiado 1
O Sr^ Silveira Martins: — Não é po&givel» portanto, des-
culpar as autorida^les; o cheA; de policia que propõe os ci-
dadãos que eatao nomeados delegados ou subdelegados, foi, desde
o principio do anno» dispensado polo d es [i acho que teve do
desembargador ; o nomeado ainda não checou .i província, o
que estó aerv iodo é um botn magistrada, mas ttervo int(<rina-
menti% oau Tem a íorça m<»ral precisa para o cargo que exerce
p4ir nomeação do presidente, v não t'i<t4 isentn,. nomo ourapria
que eâtive^se, das paixuos politicas dos partidas iia pmvincia.
O prasiiíente» pon^ui, nao pód» ter desculpa, ptjís desde o
anuo passado quo a imprensa o atlverit^ do perigo.
K o que maib é necessário para provar a íírapde incapaci-
dade do adminisTxador do que o extraordinário j-uldo que fex
elogiando as provldoocias tomai las. que no em tanto derim em
resultado um revez rergonhosiâsimo que d as m oral i sou oomple^
lamente a autoridade ?
Si considerarmos tanta inopcia debaixo de outro ponto de
vista, senhores, que espoctaculo damos com tal desmazelo aos
nossoâ vizinhos do Rio d\ Prata^ defroota de quem estamos por
assim dizer, com armas sobre o hombro (
Agora mesmo surge nova difflculdade internacional e a
administração da província do Rio Grande do Sul revela aos
nossos vtzjnfios que é litepta, que nao dispõe de fori.'a alguma
respeitável, pois não sn foi batida toda a que pt»de reunir
contra algumas dezenas de ignorantes fana ticos, mas a arU-
Iheria quo tem é tal que as duas pecas onviadan para o lo^ar
do oonflicto se inutilisaram aos primeiros tiros.
O administrador da província não sabe usar dos meios que
lera, e menos poderá ereal-os onde os nãi) encontrar. Estará
4G2
REVISTA liO INSTITUTO lilSTõRlCu
agora conTôneldo o governo do qup lhe iemoe dito, nu
sidfinto c o g<?neral das armas nào estão na aUtira ac
itie o pre-
los oargoa
oxorcem (
O prestdoDtOt depois de ir pam S. Leopoldo, onde plaoeoa
a campanha, que teve tao ridiculo desfecho na derrota de
Ferrabraz, voltou e dedlca-âo a fazer rondas de noite na cidade,
o que nâo passa de pretexto, segundo me informam, para beber
champagne e cerveja cora alguns amigos quo tarabnm r^nritUéi.
Sm, pois, estas des^raç IS para o pi^.sidentft, juotivosdo ts*n^, d&
broiiioi e léstanças *
O gcnoral das armas da sua parte, emquanto o presidente
festeja, eaUl mertido em casa, basof&ndo que foi ello só quem
venceu a guerra do Paraguay; e o coronel commandanle rio
r^ batalhão, apezar de haver feito a gtierra nos matos daquella
republica, metie-se mm a artilharia em estreita picada ^ Doiie
o gacrifíca vaJentea soldados por maneira que exige um
conselho.
De todos estes íkctos resultai grande desmoralisa^ pira a
força publica e para a administração da província t (Apoiados.)
Mas o que se ha de fazer f Todos os dias clamo desta tribooa
contra os factos que se repelem» e são, não digo symptoma^,
mas documentos vivos dessa relaxação moral que o naeaDabre
amigo^ deputado por crinas Oeraes, o Sr, Martinho Campo», vê
grassar cm todo o império; o governo, por^m, não ouve, está
.surdo ás censuras, sò aâ attenção iits adulações e Usonjas.
Veremos se acorda agora ao estrugir do canhão no roon*o
do Ferra braz.
Quem qruzdr sustentar um presidente é censural-o; o ga-
binete entendo que demittir um mÀo empre^ulo, uma autori*
dade incapaz» por consura do^ adversários, ^«jam eUa:^ as mata
justas 6 sensatas, é prejudicar o préstimo da autoridade que
representa! E* justamente o contrario (apoiado): o governo que
mantém um ftinccionario indigno commette dons crímOiS, se*
nhores, pactua com os arras praticados e toma a respoosabi-
lidado de todos tqneiles que se praticavam.
Qualquer govorno pude fazer uma nomesçio iuléiit, é pena
que assim seja, mas ninguém é infallivel, e um erro reisedala-
ae a todo o tempo, e emenda-se. Nâo é assim que proesdeo
nofiso governo; alie entende que deve sustentar o admiotstndor
por iocapas que s^ja, e quô 6 uma falta do decoro dar rasio â
oppoeiçfo por mais evidente que seja a aceaiaçâo,
A consequência é que, em vez dos ministenos sacridcarem os
náõs presidia tes ao bem commum, sacrificam ^se etles aos mãos
preaidantes ! Todos os dias clamaoi que as censuras são úlbas da
opposi^ systematica; e não considerm-se que ha do kiaver por
fÔE^ opposiçao systematica emquanto o governo Tyrtumslifii-
mento sustentar (^ é impeocaveUo que Umos os dispaxalit dos
^us prepostos sao actos ju liciosos, tegaes e dignos do kNivor.
Ainda a opposicio muitas veias louva algum algua acto
do governo ; mas o governo acha que todas as ncoas asimras
sio íf^ustas e apaixouailts :
r-
Oft MUKERS 44i:Í
Perguntam ao nobre miaistro do império até quando q^ier
tla^ollar i proviíiria do Rio Hrande cana um administrador tão
inepto, como ii Sr, Carvalho de Moraoa ? Qao ♦\stí* adminis-
trador não eaU na altura de sua posição^ acaba ilo mostrar de
uma maneira desgraçada para o governo e para o paíz.
A conlEnuarem a felícuar aqnella província homens da
ordem do presidente e do «íenoraí ànê armas, o nolmj ministro
não se deve maravilliar si oste^ fatai^s acontecimenloa da serra
íle Forrabraz s© reproduzirem om p^y^íi nas campinas» esíeo-
dendu-ia por toda a provincii úo Fiio Grande <lo Snl.
O governo não tora maia tarde drsoulpaa: lomtre-se qyo não
é governo para cuidar «ò de hí, ma^ principalmente para des-
empenhar 03 alto» devores do vebr pela liberdade do cidadão,
de garantir a propriedade, de manter a pns e a tranqnillidadâ
pnblic;^.
Oex-pastor Klein^qíie f«ira k presença do proaidente, com
quom trocou algumas palavras em allemão, foi mandado om*
bora em santa paz ; ontretanto acba-ae agora presõ, eomo
sendo um dos inâtigadores dos at tentados commettidos, e até
passa por ser o fal^ricante dos Toguetes incendmi Jos.
Si o governo da província não está livre da responsai)! lidado
não pôde estar o ministro qoe iâima em manter taes admini^j-
tradoras o multo mais grave seià a sua responsabilidade dtiquí
em diante, porque os factos não farão mais do que coii firmar
.iquílto que S. Ex. jà Stbedo antemão, g não quer evitar.
Daqui por diante, portanto» não me cangarei, senhores; nSo
ffasT-ard o meu tempo censurando a administração d"* Rio Grande
do Siili aprovei tal-o -liei ataeando o governo, e principalmente
ao Sr. ministro do império que é quora nomeia o prnsitJonte.
Concluindo, requeiro á camará que se peçam informações
authenticas do^ acontecimentos que tem tido ultimamente lo^^ar
no Rio Grande do Sul, do numero de moríeí? praticadas e de
casas incendiadas pelos sectarÍMâdo Maurer, bom cómodas for-
ças de que a preaidcocia disptle para manter a ordera*
Vae a mesa, v^ lido, apoiado, entra em discussão e fica
adiado, por ter pedido a palavra o Sr. minisiro da Justiça, o
seguinto requerimento :
« 1 'edido de i n for ra açoes :
€ Requeiro que se peçam ao governo informaçOes sobre o
numera dd assassinatos e incêndios que teom praticado ni pro-
vincia do Rio Grande do Sul os sectários de Maurer» e quaes ws
providencias tomadas pelo governo jmra evitar maiores raalosi.
—Em 11 de julho de \S14,—Silmíra Martins, *
O St\ Áraujú (ióes Júnior (pela ordem) í— Sr. presidente,
os ílactos do que tratou o nobre deputado polo Rio rtrando do
Sul são tão graves quf? devemos ouvir a palavra do governo
(apoiados); eu, portanto, creio eori cspondor aos sentimentos da
camará i-equô rendo urgonc ia par.i quo continue a discussão do
requerimento.
Consultada a Camará não é apprivada a urgencii,
464
REVISTA DO ÍXSTJTLTO llI?!rTOR|CO
O discurso do Dr. Silveira Martios íoi— por émemio d#
ftBeadAraaçiu— Incluiiia a&^t «a p&giais 54 a &^ loftârrompoiída ã
narracãa do combate de (9 o 20 do julhi^. oomo fè túi^
Como« de íórma alguma, fica pr.:^judicada a nm^^ oanmci»
o doixamoaahi— «mal coJ locado».
(Noti dl} autor J
A«' T hoius da fflaohâ do dia 20 o capitão Luís Alwm IMtã
de OUToira Salgado, eom a sua Torva de 5«i praças avuiçoii
pic^yfa qoe da caia do padre Ktein ia ;er Rm á do
Maarer*
V£tíL picada, que além da ter 1/4 de le^oa maii oa
era qaasi impenetraTel, (bi em tempo, vencida, nào otetaaii
at^uoâ tiros recebidos em seu come*.^, os quaas para oao no-
tíT^^r grande perada oa força, obrigaram aocapit&o a faiar matm
peqoeoa carga, debandando compleUimente as emboseadaa »té
o poDto principal p.ra o qual cotí¥ergi;im todas as Baú íbrças
(saia do Maarer)*
Ao ebegar á casa alludida* procurando traoapor os o^&a-
cnlosde seus eontoraos o que prompio a felizmeote conaeigiua o
capiuo Salgado, mandou elie carregar sobre ella para aTiiar o
FITO fo^o qne Taziam os rerolbosos entri achei rados*
Doranto o tempo de aoçio deâia força fícaram fóea da
combata o alferes Manoel Luiz dos Reis, '^ sargento Vicdola
Ferreira da Fonseca, 8 soldados, ttm corneta do 1^ kitalhío és
inlknteria, que marcbou oom a lòrga do commando do capltio
Salgado, e um soldado morto. Destes foram logo ^ ao eatrmr
na picada feridos e oe demais já sabre a c«iisa de Maut^er,
Eram dignos da attoagào superior os alferes Manoel Luta
duâ K^t<r, ioaê Joaquim Lucaâ e o 1' cadete Alf)r«do Alberiõ de
Aiencsatro e S» sargento Vicente Ferreira da Fonseca pela ina-
aeira digna com que cnmprirain osaeu^ devt^res de soldado, ta*
sondo igual meo^ do 2* sargenui Vicente Pi^rreírada Foiiaec%
que Intrepidamente foi l^rldo no seu posto.
Acampanieotu do T batalhão de inían teria Juu to á caM^do
Maurer« no Ferrabraz, 20 de julho de 1^4. — Luts AJxew LeiÊ0 dm
Õ/tctftret StílgaiL\ capitão.
H major ^aduado Severiaoo de Oeraiieíra Daltro maiduMi
do Sapyranga ás ô horas da manhã de 19 em direocio ao
Ferrabraz, peia eatraíla da direita com a força do batalUo de
infantaria n. 12, apresentando-se no caminho o allérea Manoal
Marques de Souza, que com 30 homens fazia p irte da TaiiguaiHla
deada 4 do correntd, e entrou na picada proiegaado a ariilluiria
o flkaeiído parte da columna dirigida pek» coronel cosi*
mandnnte»
Chegado a um campestre fji reforçada a yanguarda qo^
estendeu em Unha de atiradores. aTnnçando até um ponlo mím^
▼ado em que fot colltjcada a artiliteria quo aos phmatrae tiroa
teye inútil isad08 os repaitM de tra^f peçoii. Ao toque de «▼ançar
os MfJKRRS
carre{á[oii toda a linha de atiradores confiraandada polo valcíote
capitão Silvorio Jo:?ú da Cruz. Nessa occasiao appfireoorara era
dois pontos a D mesmo t?mpo» estomloodo em linlifi a, f^ín^a do
3 ' liatalhao de infaiitaria ; o coronoí Gonuino de SarapAio, na
íinlia de fojfo, dirigia o raoviaiento debaixo de fogo iacesísanta
do JBi mi iío qua disputava o tnrrotuj nas õiíBcuIdtdos que nos
aprosGUtava o fiscondMrijo que dofendiam. R^itidoíí por quasi
todos os Iad08, concentraram ae na casa <le Maumr, á GXo*.»pção
ãfí oito liornons quo foram vistos entrar para o mntto. e íi>.sim
cruzaram foíço sobro 03 assaltantes qiie iam cahir feridos junto
ao antro dos criminosos. O fogo tefidu sido ateado em um dos
cantos da Cíísa frz diraiauir í^mátialmouli^ os tiros, que de
dentro faziam atè as mulheres.
Terminado <> ataque acampou a pouca diitancia pelas 1 1
lioraw lio dia, Na madrucfítda de 20, peías :) horas, o piquet^^ fez
lo^o sobre o matto, de onde algun-; dos críniinogoís. qu«^ hô
tínbam esrapa [o na véspera, atiraviiín sobní o acampajueoto da
infantaria, sobrevindo a infelicidade de sor ferido o coronal
Qenuioo deSampiio, commandante da for«;a, qtte retirando-sf^
para um rancho próximo, mandou que dir-ígitise o fog^t o major
Amoricfí António Cardoso, recoraraoritlandu silencio sobre o qua
Ibe tioba acontecido. A'9 4 1/2 terminou o tiroteio e ás 7 o
batalhão lí" perdia o seu chefe o o exercito ura dos aeua velhos
e valentes militares.
Reconjmendava om?ijor Daltro :1 consíderaçno dos aupe-
rfores os olflciaea que relevantes áor viços prestaram: o Dr, líay-
mundo Caetano da Cunlia que, já enr 2s do próximo passrad o,
fora devidamente apreciado, e?tí>ve Junti* no8 cnrabatos at»- que
rí dn vin* de sua profissão o arredou para curai* o^ prim*dro5í fe-
ridõíí. ITomaiiiiario e d<'fítemid í o Hr. ^ uuba reunia, estaí^í im-
purtantps nualidade^ píu;i uin mcjico militar, o teuniitt:' .Ití-
suino Mídohiarins de sou/a ii o allVTCs João Cf*?íar ^'aítipaio.quo
serviram j*into an Cfjromd, fanara m-s** digniim^nti^ ii» t orapri-
mento do aeus devcrt*;^,
O capitão Silvério Josi^ da íJruz, que avim^ou cumfnan-
dandõ a linha de atiradores do batalhão, portou se hôroica-
mentfn levando os soldado.s ao heroísmo, uaa occa8ir»e« mais
arriscidas do combate,
O capitôo Domingos Baptista de Carvalho, os teneotus Her-
meto Gomcí^ Tourínho, Lino Pereira Rebouças, Carlos Maria
da Silva Telles, Frederico Cea tr Vianna, as alferes Paulino
Júlio de Moraes Carneiro, Fraucisoo Duarte Viaana, Kstovara
de Souza Franco, João Francisco Minna Hann^tu, Manoel Mar-
ques de Souza, Francisc í d^ Paula Antlrado e Frederico Joaquim
Liâljoa, que combateram na linha de atiradores o portarara-se
com bravura. O 1' cadetiU^eo vigi Ido da Costa Araújo Mello,
ti" dito Maoocl da Silva Coelho Júnior, 2" cadete José Au-
gusto da Soledado o os l*»" sarg^^ntos Juv*-acío Imborem Alves
o Francisco Gomes da Silva dí^tiugtiiram-se pela coragem
que demonstraram • íM niíus oflaciaes cumpriram o seu dever
nos legares que Ibe^ foi determinado. A» pravas de pretavan-
\6i\
HEVISTA DO INSTITUTO IIISTOHKX)
çaram com muita ordem e promptidSo. (Parte oífloial de 20
de jalho do major gradaado commandaote interino o tenente
coronel Fraga, commandante das forças.)
Relação dos offlciaes e praças mortos, feridos e contusos do
12» batalhão de infantaria, no combate de 19 de Julho
liRvnrAçÔFs
S
p.
Alferes
1
10 sargento . . .
2
Ans^teçada • . .
3
» . . . •
4
SoMado
5
» . . • .
G
» . . • .
7
» . • . .
7 A
» • • . .
S
» . . . .
tt
* ....
10
» • • • .
11
Corn«l»Mro. . , .
12
Coronel. ....
12
Anspcçada . . •
14
Soldado ....
15
Total. . . .
10
V)
M
■O
o>
NrtMKS
2S
fd
«B
=3
O
Francisco Diiarto Vianna
Ferido
Juvenclo Zubaram Alves
Contuso
Jesnino Francisco de Almeida . . .
Ferido
Vicente dos Reis
»
2o cadete ãoné Augusto da Soledade.
»
JoSo Francisco Pinto
>
Jo»*« IVrelra da Silva
»
Francisco Pereira do Silva , , , .
»
Manoel Leandro Borges
»
José Joa<iulin de SanfAnna ....
»
Jacintho da Rosa
»
Cláudio Pinheiro» ••.....
Morto
Manoel Gomes da Silva
Ferido
TimU-io de -ÍO de julhn
Genuino Olympío de Sampaio. . . .
Morto
António .loaquiro Pereira
Ferido
Pedro de Si-nna Sarp^s ,
»
Acampamento em Ferrabrax, 21 de julho de lS7i. -^ Sev^iano ríe Çef-
qn^irxi Daltro. major graduado, commandnnto interino.
No dia IO, pelas O horas da manhã, marchou com a força
sol) o seu commandoo tonenl«-í»oronel Josô António Dias Filho,
os Ml/KEBS
467
íkzeDdo a retaguarda da coluraoa que avançou pela direita
da caía de Maurer» commaiidada pelo coronel Gonuiuo Olympio
de Sarai»aio. Na occaãiào de coUocar-se a artilbaria prestou a
força deste coraraandu auxilio para levol-a ao ponto elevado
do lo^ar em que principiou o fogo,
DuraoLo o ataquõ alguns dos guardas deste commaDdo cm«
pregarara-se no trabailio da munição o conducção dos feridos.
Todiis portaram-se com coi"agiím. Acampada «o Fer-
rabraz soffreti a, lorça, pelas 3 horas da raadruifada de 20,
uma descar^^a doi crímiaosos que se tlnbam escapado do atariue
de 19» resultando o ferimento do guardn nncionalJacob Ponsue.
(Parte oíílcial do tenente coronel José António fHas Filbo ao
tenente-coronel Fraga, de 21 de jtiUio de 1874. Acampamento
da força do IB» corpo de cavai lar ia da guarda nacional no
SapiruDga.)
No dia ]0 sõgniri o tenente Vicente Carvalho ila Silva pela
estrada da oj>qiíorda, quo vao mn dirocno á casa dtí Mírurui",
iiroTtipatUiando a infan leria commnndadik pelo capltào Sat;^'.j.(lM .
[lepuiâ de transpor a picada^ venctntlo al^^uraadJÍllculdade sabiu
em um campestre, onde, eslondenda a força era linha, esperou
que tenninasse o rogo da artilharia. Depois de pouco» tii^os
ouviu se o signa l de carregar, ao que marchou estíi força,
atrave-ssando o matto que separa da cisa de Maurer, debaixo
da fogo mor ti fero fci terçada a casa, u que Ibi presenciado
pelo tenente-roronel Fraga que se achava junto ao coronel
Genuíno. Foi esta força coadjuvada pelo a f feros Sattirnino
José da Fraga que portou&e i-ora bravura, assim como lodos
oa guardas que eu mp ri rara o seu dever. (Í*arto do tenente
Vicente Carvalho da Silva Fillio ao íenento* coronel Fra^^a, de
21 de julho de 1874. Acampamento do 14'' corpo de cavai I ária
tioSapiranga«)
Convém salientar o seguinte facto: As pari es oíllciaes do»
combates de 19 e âO foram enviada» ao Presidente da Pro-
víncia pelo commandante das armas muitos dias depois da-
quella acção, isto i- a 3 de agosto» em oíllcio n* ld82, como
havemos do observar.
No dia 21 o Preaidente da Provinda pas^inu u seguinte te-
legramraa aos Ministros da Justiço e íiuerra :
« Alguns sectários de Manrer, que conseguiram es-
capar do ataque levado hootem á casa em que estavam
refugiados, acorametteram hoje sobre a raadí-ngada a
fopça acampada nas immediaç^es do logar do ataque.
Ha que lamentar a morte do bravo e dietincto
coronel Genuíno Olympio de Sampaio»»
468
REVISTA DO mSTíTUTO ilISTORtCO
A* ciáèã, da Ciipltal f<n*a rocolliido, a 20, o alieraãa Luiz
Cliriatiuiio Schoinol, pmso na districla da Eatrolla cm Tuquary,
por peiM^Qcer á soita da Man ror, (Oílcio de -^1 tio delu^ado
Feliciano Joaquim de Borman ao Prosilent^.)
No dia 22 do juillío roraetteu o Prcsiieúto a*» ConsoUioIro
Duarte de Azovodo a cupia da cart;i do cbofe do I'olici;i, díiodc» oo-
titíias doqiio linliaoccorrído dopoiadrKktaquo à eaáa ile Mriuror.
Na falta de cominuTiicaçâo"nâo podia fizer senào ánv oo-
iihocirnonio dos seus aiítos,
Knvi.4va o^ rtítalhoíí dos jornae.s fjtie ^'uíitiohaiiT ludo tjufiDlo
a impitSDsa iiolia publicailo sobri; a<juella onmplitíada e mys-
tmvioâa qu©»tâu.
Jul;<ava-a u Promi dento ein pontíj di? .sor terminada bre-
voiuoDk% comquaiitú sunda pudessem existir alèfuns sacrificioi
dolorosotí, como n>ra u da vida do distiuctt) cnroriol «'Onuioo
Olyinpio do Sampíiio*
Restava uoíí mattos de Perra braz tal voz a«i fármtico^,
quo tiobam do sv.v porsoguiLlng « mortfiã uio por ura» lona
lelizmeotu nâo apparoeerara, rouio i^ecoiítva-ae, elementos ox-
traniios A seita, venladçiraiiieDt« singular e excêntrica, tanlo
por suíis doutrinas como p<>r sua ferocidade.
Não dovia extranliar u Ministm a liaí^majk^em dos artigos
d Rci^rma, (1)
OfljoVivQs pedi ticos que redigiam aqnella íollia eâtavarn
a;í;iiiitadiç<>s com a Preaidencía, o, além disK<\ tinluvm na cansa
intercisse especial que sejii duvidíi lliea parocia profundo,
Eiplir iTia em poucas palavras píira nãu duixsir visos do
eoygmatica. O Sr* coruíiel írenuiiió propendia para iXíè idóas
ODUservadorag, mas arit*^s de todo era ogi-mcuvímeMte militar,
modesto, amigo da orilenk e dos principies da ^lutondade, 6
sabtit Cfjoservar-so allieiu a tofla^ essas idéaíi do liberalítímo
q lio deram cabo da dinciplina do exercito. Náo podia, poii,
merneor as symjKittiiiis da He/bmitt. Assim piném ná<t aw>n-
teria í*om o coruaol Vuííiisto Cosar da Silva, qu*> mnoquanto
também llie constasse ser militar circumspecto »í cumpridor
dos seus deveres, merecia as íjons graças dos jovens reda-
cíorea da Reforma. Hra pois muito simples 4ue aquelles moç<:tS
queriam dizer que o coronel CienoiBo nada li^om na questiu»
para quem o coronel Augusto» a quem talxirá euncluil-a, »^a
digno de maiores encómios. (Carta de J-ão Pedru <*arvalín» de
Moraes ao Conaelbeim Manoel António Duarte do Azevedo,
de 2â de julho de 1874.)
M) A /ífi^/bítíi* ora um jornal |vei!itlco «lo Rto Õrand©. orr^m fio
partido liboiíil. A na^ãu bra^ileim aetiav&*Ho >ub a iaú«ienciii do
uarlido r irí*.crvadí>r, qu<% rlc íacto, íi» torta lo ciTft ilurrmtc o pcri*>do
de Ali- imiiuft.
A lo de jullío compl Uram .sij^ anuo<i qui^ fAra iuaiigufãda a
ãiluiiçuu tHíU^urvadora que »e acUavit ú lr«ato dos d«»ti&ctò do paii*
os MUKERS
460
A morte do eopottel Genuino tíauBJU^a geral consternação
e eonfesáiiva o chefo (íe Policia í{uq na oommbsao que se
achava não potlui tor maior deâí^ost^i.
Xãu rocef^eríL ainda ;i cluiíatiira parte oíUcial da dili-
goncia a qual pedira ao coro mil Augusto, e sora ella não
poderia 4ar A Presidoa-íia informaçõiis oilli iaos que nâo deviam
ser atlministríwli^s pelas noticias verbaea e cootradicturias que
U^m tido. Corria *".>[iio certo que (ia resfstontM,!. íbram ra">rto3
15, além dos quo se julgava terejii Mlecido .ibatados no poiao
da casa, í^nja e.xcn.vaçâ<> êncommamliMi ao corunel Auguáto que
maíidíisse l^zer par^t se verificar, e se escaparam lU a Ti
para ims oacotnmodar ainJ»..
No dia 21 chegaram as muliioros presaâ e vieram i-J e 28
epeanras, alguma» fórida», Korara as cr0AO«;íi8 e ia interrogar
as muLherea,
Morto o coronel ÍTonuim» ticou no eommando d is íor<?a8,
antes do rí>rniiei Augtist<j, '» tnnento-con>nel Fraga, que feire*
tirar toda a gente da pr»8inâo couquistíida e d'íuide so obser-
vava 05 críminoS4.)s e os seuá movimentos. isLo ao ver do rhoio
de Pidi'ia ibra um errot deu om retíultattu virem durante a
noite ao iogar os bandidos e retl parara todos os cadáveres,
de aorte que, tendo ido o Delegado proceder aos preoisus autos,
não o« encontrara.
Já tiiiUa o titio Io de Prdicia recommendado ae forencl a
perseguição daquelles rrimino^s, ipie se conservavam perto
e sobre o miu-ro, e constava que aquello coronel ílzera saUir
no citado dia, 2), com va[ueano3 ura i escolta para tal fim.
tímquanto não se acabasse com todos aíiuelles batidfdos
nâõ .se restabeleceria a trauquillid ule e o socegn desta po-
pulação, que continuava, com razão, a julgar-se ameaçíiaa.
A artílhari t seguiria a "^ com o oipítão Dantas e Sch-
neider.
Pensava o chefe do Policia que se p >di:i retirar a goarda
nacional que estava em servido naquelle munioipío» mas não
a força de linUa som a prisão ou entormiuio dos malvados* Es-
perava que u o n-onol lhe dissesse o que Itzera a escolta que
axpedira a Ui para melhor declarar ao Presidente o qim era
preciso.
Esta *M\TÍiii iUe Tot esc ri pt a até as du^is horas da ma-
drugíida pelo rhefo de í 'oliciai era citensa e continlia matéria
que se prendia a assumpto roservailo.
Tivemos de supprimir o t|tíe se ciuUiuha uo final da carta,
assim cõra«>, como é íacildo ser veriíicado^supprimimosas folhas
dt^te nosso trab ilh > ns. 72 e 73, o isto pela seguinte rairão.
Para ser crmsultado ou publicaJt» do comentos ile caracter
reservado^ archivado na repartivan competente do Ministério
do hl tenor, t'^ necessítrio uma liceu va do Mlolstri» daquellc
departiimento adujinbtrativo.
Ni^s solicitamos a licença necessária, mas uão obtivemos a
peruiissao, como se vê do Diária Official de 16 de abril do
presente annu ([002).
470 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
AqucUos documentos oram interessantes e muita falta
fazem ao nosso tia^alho.
Antas de tudo deviamos cumprir a lei, que acatamos com
muito respeito.
Km offlcio de 22 de juibo ao Ministro da Jusitíça in-
formou o Pi*esidente que no dia 19 se verificara a diligencia
que tinha de ^er cfièctuada para o fim de cercar a ca:^a de
Maurer, situada nas immediações do morro do P. ri*abraz e
prenderes criminosos alH refugiados que já liaviam resistido
a força contra elles mandada no dia 28 de junho.
Sobre o resultado da diligencia nâo se possuia outra com-
municaçao offlciai além do telegramma que o Dr. chefe do
Policia expedira ao Presidente, de S. Leopoldo, sobre in-
formações yerbaes de um official que mandara a<> chefe de
Policia o coronel Genoino de Sampaio, logo depois do cdu-
cluido o ataque à (;asi do Maurer, e isto piíra (lar conU do
occorrido.
As primeiras informações, porrm, não >g achavam comple-
tamente confirmadas pelas noticias posteriormente chegadas <;
publicadas nos jornaes. Comquanto fosse muito difflcil no meio
das asserções vagas e ás vezes contradictorias da impi*ensa
fbrmar um juizo seguro, parecia averiguado que alóm de cinco
ou seis dos sediciosos que, durantd o ataque, conseguiram es-
capar-se, outros em igual numero ou pouco superior se ha-
viam anteriormente refugiado nas mattos ; entre estes se
asseverava que se achavam Jacobina Maurer, sen marido e
Suppa.
Depois do ataque o do incêndio da cas<i Ibram batidos
os mattos, mas sem resultado.
Por officio n. 1572, do 21 d(í julho, do co!umaodante das
armas à Presidência, dava aquelle commando superior couta
do qae hou e:a entre mortos e fe /idos 31 praças, e inclusivo
dois offloiaes levemente feridos, conforme a seguinte relaçiio :
os MUKERS
471
Relação dos oí&ciaes, pragas e paisanos, feridos no ataque
levado à casa de Maurer no dia 19, os quaes seguiram para
a enfermaria de Porto AJegre
NUMblO
td
9
ce.
CORfOS
NOMES
1
20 s4.rgento.
30 batalhão.
Vicenta Ferreira da Fonieca.
8
Cabo. . .
Brás Odorico de CampOi».
3
» . • •
Manoel Florêncio Gomes.
4
Anspeçada.
José Rodrigues de Oliveira.
5
»
Jot< JoaqaUa deOlÍTeira.
6
Soldados .
Jos<S dos Santos Oliveira.
7
• . .
Joaquim Francisco dos Santos.
8
»
Rajnonnde Qomes da Bilra*
9
»
Manoel Lois Moco.
10
»
Lourenço Pereira de Alcântara.
il
»
•
Joaqijioi Maximino de Souza.
12
• ■
Vicente Pereira «Io Monte.
13
Cláudio Jo^^ Autonio de Souía,
14
»
João Vieira da Silva.
Ij
»
João António da Cruz.
lô
»
José Porreira do Oarmo.
17
»
Cândido Frutuoso dos Santos,
18
»
João José dos Santos.
IV)
Alfores
Francisco Duarte Vianna.
80
2» largeiílo.
João António do Carvalho.
SI
An s pecada.
Josc Augusto da Soledade.
»*j
»
Jobuino Francisco da Almeida.
W
Soldados .
Vicente dos Hei&.
24
• • •
José Joaquim Sant*Anna.
85
• • .
João Francisco Pinto.
9Ò
» • •
José Ferreira da Silva.
8158-
31
Tomo lxviii p. ii.
472
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
nvu&tío
a
COBPOS
KOAIlt
m
Soldado». *
IS» bnUlbÃo*
Mano*.^! t^mndro Borgút. .
2â 1
* *
Francisco Pereira da Silva -
sti
»
lacintho d& Hosa,
90
Corii«U . ,
Manoel Gomei do sUva.
31
«« wirg» «.rl^
Francisco Alexandre da HiUa E6»a^
M
l'ai«aDo.
João Aalouio Moreira.
33
» 4 *
LucaM FriincÍK(^« MariiriA*
Sentia provável que uii SecUrioá <Ui Mimn-r quo, ny dia
PJ, i;<*iJSc;íiiitMiu oscjipiuv, ttíntastsi^ui intiTíiar -ppr cliffíTenteíí
p<)n('js da Pruviíjcia, evadiodo-íic aiír<ím á acvãu íI:í justiça,
determiiKm o Prirsideiue ao cheíe 4ií Policia, <-'m ufflcio do
â2 dê juflit>, n, 1784, qm» ri^^oiiinjcíjdassi! aos dtilf^gatioíí iioe?
tcrmois do Tuaizak», S, Juàíi do Monte Negro» Taqu-iry, Rio
Piínlu, Santo António dit Patrnlha õ Conceição do Arroyu»
qtH! empreitassem toilos u.s eslorços pai^a que ellêí* fo!»«eto cik-
pturados 6 enviados com xse.uruninça para a Capital,
No me-smo dia, ollício u. 17S2, oHletoii ao conimauilamle
das arrnas e ao chefe de Policia dizendo que pare<.'eiidu-lho
que para continuar a pi4*íe>íUiçâo do^^ s*'ctarJOs de Maurer,
que em pequeno numero, <;o« seguira escapar, uào ora ntícoi*—
sario toda a força rendida íjo muhicipio do S. Leopoldo o con-
vindo alliviar a gnanJa nacional do pesado serviço, que, com
tanta deditíaçào tinha prestado, reoommendava ao cumman^
dante das armas para que expedisse ordeiíi ao coronel Au*
gusto Ccsar da Silva piirr lUzel-a voltir a Capital per con»
liDgeatea, a proporção qnt* se fosse rccolhen«!o do Campo Bonu
a Força <1$ linha que existia naquolle inanicipio, e tUspeiisai*
a guarna nacional depois ile arreeadíKlo o arinamenro, niu-
íiição, púíicíies e cavall ^s que \\\i\ foram foi'neci«los.
Para manter a ordem e a traniiuil lidado publica, bem coaio
para qualquer diligencia que a autoridade policial âupefior
tiveve que eílectuar, fie via se conservar naqueíle inunicipio alô
segunda ordem, a força qiio julgasse indispensável o requisí-
ta^tí o monciouado coronal Augusto Genar da Silva.
03 MIJKERfe
473
Este coroneU tio empenho Je capturar os cnralnoííiis qae
csca liaram no dia VJ, Éiíera no dia :^1 seífuirduas partidas para
o m;Uto oufíe elles se achavam, |>oríÍm já. pri^paratlos osperrivam
a tropa sofire quoai atiraram som serem visto-s, fazeado dos
nosflos cinco mt>rto3e sete IVíridoíj.
Nào excediam ollea de dez homens que, vatjiieanos como
oram daquelleâ logares esciíbrosoSi tiravam tcada a vantagem.
Os paisanoíj daquelleíí arredores que multo doviarn ajudar a força
negavam 80 a toda a coadjuvanâo» que delles s>e devia esperar.
(Oãoio de 21, do coronel Augusto Silva ao comniandaute das
armas )
A data de £1 de julho foi tiiomoravel na Provineia do Rio
Grande de Sul, Foi qirindo teve lugar o enterro im capital do
coronel Genuíno Olympiu de Sampaio. Furam geraas as de-
monatrações de pezar pela perda de um oflici vi qyo so recom-
mondava por s ios valiosos serviços e qun deixou na viuvez o
orphaedade uma numerosa rmnlia, (Ofllcio de 22 do julho, do
Prestdenie ao Mioiairo da .hislíí,a, n. l>9rj,)
< O en torro do vatentti coronol Genuine, que se realizou
huntein. ás U huras do dia. foi umíi demonstração imponento
de sentimento publico pela perda de tilo benemopilo veterano,
qne, crestado ao sol de depenas de batalhas» veio a euccurabir a
uma bala dispararia de nm escondrijo do Fermbraz.
Nâu fui indoria essa morte, pori|ueo soJdado^ondequiT que
ôuecumba no desempenho íio i^eu dever, morre g tório st» mente,
mas foi lamentável o prafundamente commoveu a todos, par-
que o finado gozava de grandes e juntas 8ym[íathias, e sua pre-
matura morte deixa na viuvez e orphandade uma numerosa
fHmilia.
O sahimento do coronel (tonnioo foi o maia numeroso o im-
ponente que ternos visto ne^ta rapital,
O corpo foi condustido á mão do ca^ á igreja, sondo já nu-
luerosissimo o acorapanhamont * no qual so ditítinguiam repro-
gentantea do grande conselho Firmeza e Fidelidade (que haviam
depositado uma coroa sobre o esquife), da loja do mesmo nomee
da Luz e Ordem, do que o finado era membro.
Na igreja recoboram o préstito cerca de mil pessoas de
todas as condições sociaes, côreir politicas e nacionalidudeá, que
assistiram em rigoroso respeito ;i oncommeodaçáo solonne, ©m
que offícíou S. Ex, Revm, o Sr. Bispo.
O balalhào da guarda nacional formuva a guarda de honra
0, ao sahir da ií^reja, conduziram o caixão os Srs. Presidente da
província, general coiomandante das armas, general Pederneiras
e mais oíHcíaoíí superiores do exercito.
Achavam-ae preíientes e firmavam parte do préstito todos
Oi empregados ealumnOB dae^^cola nirliiar, os oJíkiaos do quartel
general» os honorários e i-tjf-i mndos residentrs nesUi capital,
Oiversoa magistrados, os clieíes de mnitis repartições puidicaa,
CS caracteres mais dislinclos ^^ membro>i do fuirUdo conservador
da capital, um gríinde numero de cidadãos por<eQcenles ao credo
Uberal, o commereio qua^ii sem citcepçao, mnumoros cidad^e
474
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
de todas :4S classes e muitoa estrangeiros, avultan.io eolre elies,
pelo numero, portuguezos o alLemâos»
Pôde dizer-so que l^arto Alegre em peso acompanhou o
saliimeuLo do valente oíTlcial, que o recel>eu como iiliimu *h*-
monstraváo do apreço, aendo o corpo coodnzído á n\B,o até u ce-
mitério extramuros !
Foi uma yUima ^ expressiva íiomeo&gem proatada au ca-
racter e ÁS vii-tudtvi do linado. quecahira exaugue oa senda do
derer,
Foi um momíiQto .sobremodo tocante quando os restos mor»
taos do coroQol Uouuino doacatKarara tirii momento á porta desse
quartel do qual sahira o o dia *Jt) do mez passado, gaihardamont.t
â frente da seu batalliào .
Vimoa cDtao moUiaroin-stJ de lagrimas olhos que ha muito
nau sabiam chorar,..
E' que havia alguma couija de exiraerdinariaraonie com mo -
voíite nosta ultima visita que o morto fazia ao seu quartel. . ,
O enorme acampauhameQto levou o corpo até o oemi tório,
onde foi deposiUdo era seu ultimo jazigo, voltando todo« pro-
fundamente com movidos de&sa fúnebre ceremonia,
A capital da província pi*estou ao valente coronel as ultimas
honr:is de fornia tão digna e compietiit que, se ha consulo pos-
sível om tal des<^raQa« deve a família do finado encontrar um
agridoce lenitivo neáfla solenne demonstração, que excedeu
a toda a expectativa,
8i amargurados foram os últimos dias do hravo, censurado
injustamente o com mera aerimoiiia partidária, apagou a mlemm
maairestavao do povo da capital a lembrança dcs^aá injuístiço!}.
Ante o esquife que eiioerrava m t^miHrusttjd mortauít, calou-
§e a palião política, o todL*8 a<» livoram lagnmua de dor para
esse sildado encanecido no fumo das batalhas, nuc veio a buo
eumbir tristemonto numa aurpreza uocturna, IVita pov alguos
sediciosos nos maitos da culonta.
líonra seja feita ao iíovo de Porto Alegre que mais uma vea
so mostrou na altura do seu dever.»
(Jornal Rio Grandvnse^ '^J de julho de 1874.)
Ao Ministro da Justiça deu conhecimento a presidência, por
copia^í, das ordens qur> dera ao chofo do pnlicia, para a retirada
dos contingentes da força que ^ acliava rtnmida emS. (.nopoldo
o da detormi nação as autoridades policiaes visinhas para a
captura dos sectários de Mauror, íiiio, porventura, apptirecetsem
noa respectivos diFtrictos. tOlUcio jk lí<í>3, de 22 de julho.)
No dia 23 remettou o pi*esldentc ao mesmo mioistro os
i^etalhos áos jornae^ daquella dau e que fallavam tiobre a
quiàstào Mauri^r.
os MUKi:U«: \7h
No dia 24 expediu este teK^gramma :
« llotpoQdc} qoo a casa de Maurer foi tomada a 19
o incendiada, escapand^j alguns scdicii^soa .
Destes, <', na madrugada do 80, atiraram sobre a
forca acampada junto áquolla casa; friram repellidos,
mas feriram 5 praças. Coronel Cienuioo fôrido era uma
porna por bala que cortou yraa artéria, curado, ÍUlloceu
pouco dnpois. Coronel Atigusto tomou coramaedo da
força.
Bt>je consta particnlarme^ito (|!io 08 sediciosos
foíum encontrados no raatto; liouvo tiroteio e 10 praças
onírc mortos o feridos. >
Era Docessaria a perseguição do^ criminosoi internados nas
mattasjimto ao Ferrabraz» serviço qim não dependia de grande
força» m.as ffm áv. pessoas praticas e conhecedoras ílaqTielles
mattoa, com a inteliigeneta o boa direcção rio um offlcial.
Não era com a força pnbiica, nó ouracro que existia e com
a direeçào que tinham levado as diligencias feitas dopois do dia
19» que se Jiavía de conseguir o flm desejado, maxime quando
era conhecida dos oíficiaes» oncarregadoa daquelle serviço» os
quaea diziara quo nâo lhes pertencia por não serem capitães do
matto.
Entendia o chefe d© polícia quo podia sem prejuízo do ser-
viço ser retirado o coronel Augusto Silva com a fòn.a» ficando à
.sua disposição l'^ priiças com um oíllcial subaitemo inte in-
gente (* dí^ toda a confiança, tle vendo a pro.sidencia dar aulorl-
sação para contraetar de ;:0 a 40 paisanos que, com o auxilio da
íbrça, quixe^ssem entrar nos mattos para perseguir e pren-
der aquelles criminosos.
Por esta forma o tendo ura ofiicial nas referidas condições,
julgava que em breve se conseguiria a conclusão daquolle
negocio.
Tcndo-se retirado para a Capital doentes diversas praças de
policia, solicitava ao presidente as suas ordeos para que se lhes
apresentassem outras, pois necessitava multo dí« força policial.
Cilicio de 24, do ctiefo de policia ao prnsidonte.)
O Capitão Dantas — O Jornal A Reforma, no soo numero
do 24 de julho, publicou o seguinte sobre o capitão Dantas :
Pessoa chegada li untem de S. Leopoldo o qu o assistiu ao
combale do 19 com os muckers, infurmon-aosí de que, depois de
ter funccionado a arttlheria e fuzilaria, quando (tira atacada a
casa de Maurer» entre os bravos o í1 lei a es que primeiro entraram
na referida casa, conta-se o Sr. capitão San Tiago Dantas.
Depois de ter no combato dirigido a arttlheria e fuzilaria a
seu mando, e quando cila deixou de ser prestavel» S. S, ga-
476
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ihardamente deixou aquello posto p&ra ir z^judar os sens bravos
oompanbeiros oode maior era o perigo.
Dentro Ja casa do Matiror, foi morto pelo valente official,
um raocker que estava para desfechar aua arma contra a gente
nossa ; e nõJísa occa-ião o dostemi .o otllcial, com uma certeira
bíila de revolver,varoQ"lhe um olho e o fez cahir morto. Dopoif,
ajudou a ooUocac colobões e tudo quanto podia servir para o in
Gondio da cada, dando outras acertadas provideocloâ na conti-
nuação do combate daquelle dia.
Tâo dlsiincio <iii;tnto valente oilicial prestou, pois, rolevaiH*
tiasÍMíos eerviros á causa publica na jornada do Forrabraz,
.h\ lhe foz merecida justiça o órgão otBcial ; o 6 cora
som mo prazer que transcrevemos em nossas columnas as suaé
palavraíi:
< Pessoas víndaâ do tlieatro das operações contra os
sectários do Maurer, nos fkzom os maiores elogius rfo
comportamento do distinctooíflcialdG artilha ria.capítão
Dantas, que não só fez quasi o Irapossivel para bem
manejar a sitadillloil arma. nuni torreão absotutameote
impróprio o em colli>cação que nãu podia deixar de
causar o desarranjo dos reparos, mas também penetrou
com os artilliLurijs a seu mf*ndo, depois de cessar o
bombardeio na casa de Maurer^ e mais tarde aioda
rouniu-se á tropa que batia noá mattos, i)ôr8eguindu
os sediciosos de revolver em punho.
Fazemos um acto de joatiça. mencionando aqui es-
pecialmente o nome do Sr. Dr, Dantas, sem pníjutzo de
outras olliciaes que também se distinguiram. •
Listft dos muckors. — n jornal Ria Gmndf^nMe no seu nu-
mera de 40 de julho piifílicou a seguinte lista dos muckeríi :
si^gundo um calculo que nos garantem exaoto, havia no começo
dalucta <7ontra os muckers 70 homens capazi3S do pi^iíaroin
em -irma>s; deste* foram pi*esns ou murlns antes do ataijue de
19 de jullio, '^ ; morreram naquolle ataque 19 o rendeu-sa 1
(o airaiato Volz); du ,sorte que o mais quo pôde haver ainda em
íirmaH sfiíi .^í homens, destes porem d<^vo estíir parte mutiH-
sada por ferimentos.
Oê raucker^ que foram reconhecidos noa incêndios da noite
dn *^5 sào 0f< seguintes :
lím casa do Huforaeirtor : Pedro c Frederico Rartli,
Em ca«a do Drí^cyer: André Soppa, Carlos Soppa, Chria-
tiatio Koe^t o sen 11 lho.
Em casa doJ, Moui'er: o v*^lho Carloa Maorer oum suaii
filhas (irmão o sobrinhos do offendido).
Km ctsa de Jacob Maiirer : os mesmos.
Em casa do Jíioob Schrnitt: RodolfScheu,
Em casa de Carlos Hronner; Henrique Meus e Jacob Sehn»
Em caia de Ohlwelldr ; Carlos e Martin Hebn.
(-« MIIKRRS 477
Em casa de Felippe Sehn: o velho Schnell o aeus filhos.
Em casa do U. Herey : os mesmos.
Julga-se terem morrido no combata de 19 :
Henrique Maarer e sua mulher;
João Carlus Schaell, com 2 filhos e 1 filha;
Um filho de João Sehn e sua mulher;
Carlos Sehn, sua mulher e 1 filho;
Um filho de Rodolpho Sehn;
A mulher de Christiano Karst;
Carlos Suppa;
Nicol&o Bar(>h, 1 filha, a mulher e2 filhos;
Pedro Barth e 1 filho;
Jorge Robisson e sua mulher ;
Christiano Cossel;
Jacob MuUer;
Jacob Fnchs;
2 filhos de Jacob Noó, Jacob Fochs e um íllho, Valentim
Yason, Henrique Uebere, Carlos Maarer.
Ao todo 31 pesjoas, d^s quaes 11 ou 12 parieram a vida
dentro da casa incondiada.
Estão presos na cadêa da Capital :
Augusto Uilborn.
Um filho da viuva Schneider.
Um peão de J. Robinson.
Carlos Einsfeld.
Pedro Coura th e um irmão,
Frederico Schefelle um filho.
João Ronner eum filho.
£x-pastor Klein.
Freaorico Schnell e um pardo.
Jacob Kober.
Carlos Hert.
Christiano Fachs.
Jacob Noó.
Jacob Cherobin.
Pedro Stut.
Dois filhos da viuva Amdt.
João Jorgo Fuchs (f^lleceu) e2 filhos.
Um filho de Courad Noóe Alexandra Hosbaoh.
Ao todo 28.
(j^ailherme Maurer morreu antes do ataque na picada dos
Doifl Irmãos.
Foram presos no ataque de 19 : *^
João Jorge Maurer, uma irmã o 5 filhos ; a nmlher, 2 fi-
lhos e 2 filhas de João Carlos Schnell; duas filhas de João
Sehn; a mulher, a cunhada e 3 filhos de Jacob SeUa; 3 fillios
de Carlos Sehn ; a mulher de André Suppa ; 3 filhos e 3 filhas
de Christiano Harst ; a mulher e 3 filhos de Carlos Suppa ; um
menino cego de Nicoláo Barth ; a mulher e dous ftlhos de Pe-
dro Barth ; uma filha de Jorge RobinsoD ; a ma(her e 5 filhos de
Carlos Maurer (pae do propheta; ; a viuva Maots e uma filha.
47K
RKVíSTA DO INSTITUTO ItJSTORlCO
Entra^ou-âd expontaneamonte depois do combato do disk
19, o aUaíaTf^ Volz» (\\m tí^ra foHr» importantes revelaçS****.
Por ^mi ititermodio sabe- se qin^ Jacobina Maurer p»ti%
fííToctivarannte no matlo, para ontlo se rotirára dias íintos
do ataque» om cotnpaD]LÍ;i úv. feii actual amante Rodolpho
Sohn,
Alli lho arranjaram uma haiTaea d*í couro, com <íama etc.
perto íla roca; depois porém rptiraram-se raaiK para o ifiterior.
SalMJ-9e por Volz Larabf*m f|Uf^ oh muckers apanliarani dos
campos do combate armamonto, bliizaa, barretinaí^ ♦" mnni-
çoót, d© que se sí>rvem. K* de suppor qiio Volz faça revela-
ções completas, ponotrando-so por sou intermociío em UMm os
inyeteno!^ da seita.
Por ojicio de ^5 do Jolbu o Prosideata communicou ao
chefe de polícia qye naqnella data ofúcíara ao commandanie
das Armas, recoraraendando que activasse a retirada da força
renoida naquelle munieipio, ficando a disposiçào do chefe de
líK)a l^n praças e, mitrosim, qiio estavam dadas as ordens,
por oiflcio de 95 n, 1,9^^7, ao coram and ante da forca policial,
para que, sem denriora, fossem díriííida.s a s. Leopoldo as pra-
çae do policia quo estivessem disponiveiF.
Auctori^ava a contratar 30 a 40 homens para a execução
da diligeocia, conformo o alvitre da cliefatura polici&U po
dendo despender até a quantia de cinco contos de réis.
Encarregara d^vqueíla commissào o capitão de artilharia
Fraoci.^co Cleroentino Santiago Dantas, por oílleio dn 25, que
dpsempenlmra dignamente a ciímmispào que lho fora confiada
í>m u ataque .1 casa do Mí^nrer» o que participou em ulUcio da
mesma data ao iMTecU>r do curso de Infan teria o Cavai-
larla.
Ainda na mesma data ofllciou ao commandan te das Armas
aâm de que o commandante da força, que âcou uaquelle mu*
nicipío, prestasse ao capitão Dantas todo o auxilio de que elle
precizasse para o bom êxito da diligencia que ia executar.
Cumpria dar providencias do modoqtio aqueile oí13ciai logo que
se apresentasse dósse começo á sua commisívão.
Determinou a presidência ao commandante Qeral interíDo
^da Policia que íizesso seguir para S, Leopoldo» no trem das
4 horas da tarde, aa praças de policia que estavam díapoDiveis
(oíflciodeSe.)
Ao MÍDÍãtro da Justiça passou este tele^ramma: —
cAs forças do governo tiveram a 19. 2 mortos, 30 Iteri*
<:o8* A 20 o coronel Genuino morto, 4 feridoe. A 21»
5 mortos, 7 feridos, Telegramma recebido pelo Dr.
Gaspar é filso. Para evitar iguaes falsidades conviria
suspender as coromunicações telegraphicas partícula*
rea sobre estes negócios .
Casa Maurer mcendiada a 19. Não se sabo quantos
sediciosos morreram ; Jltgiram apenas 6, que com ou-
tros escapados antes nfto excedem a 15, que incom-
raodam sem inspirar receio.
1
k
08 MHKKltS
i79
Mantiei rotirar oontingentô da força rennida em
S. Leopoldo, íievondr» ficar ahi a Indispí^nmvel para
concluir a diligoncia,
Eipediram-SG os seguintes telegr&ramas ;
A 25, ao Ministro da Pazeuda. — «De S. Leopoldo nada
consta de importao to. A Guarda Nacional está se retirando •*.
Oo Cliefií ao Pmsídont© ^ A 20. cNíula con??r.n. dt\ Maurcr.
i^tiúo ([UQ a forca í*9 fí o n sorva snm obrar, nao obgtanf-e dizerora
ouf* o-j crimiuosí^fr^ andam íl vista, perto da roça da casa inccín-
díada. Honcom, loíço qyo chc^uoi, maufloi »ma i^raca ao
acaropamenio com oírtcio ao coronel Augusto. Veremos o quo
estfí me diz»*
Do Presidente ao Mioistro da Fazenda — A âô. fPop tole*
gramma expedido hoje de S* Loopoldo, comrn única o Chefe do
Policia que de Maurer nada consta, e quo a força continua na
posiçílo tomada no dia 20».
Da Cliefe de Policia ao Presidente — A 2Ck < São 5 horas
da tardo, oad a de novo, O sul(!a(io que mandei liontem ainda
n il o vol to r r . Do ve c b < ■ gar pp 1 a no u t e » ,
Do Clu^fí^ ao Presidente. — A 27. ^ Ainda nenliuma no-
ticia me mandou o coroad Augtisto da diligencia de que eatíi
encarregado. O í^oldado quo mandei ao acampamento e do
que já noticiei a V. Exa . não voltou » *
Do Preaidento ao Ministro da Justiça — A S7. *Km 26, co-
lonos combinados com o cor.íiiet Augusto atacaram sediciosos.
Foram raal snccedidos. Kntraram rio matto 150, mas sfimeiíte
parle avistou crirainosnfi, aos primeiros tiros iHjErocederara ,
.•ínetentando-He Sd, que ílnaloienta recuaram. Houvo três
mortos, 4 feridos. Chefe ílo Policia vao í^oniractar <"onheca'
dores dos raaitos ijue, apoiados pela força de linha, persigam os
malvados, Chegoti a acta do 3° batalhão*
No dia ^, pelas U horas da manhã, chegou o coronel Au-
gusto Silva a s. Leopoldo cora a sua força. Até íIs 5 horas da
tarde aquelle coronel não tlniia se entendido cora o cíiefe de
Policia, AÍTIrraavam que aquclle coronel deixara no Sa piranga
e outros iogarea, conforme a reqniaiçlo, 80 praç ls, comraandadas
por um tenente, içando 40emS. Leopoldo com um alferes.
Nada dis^eaobroa diligencia que se fez a 20, de cujo resaltado
o chefe sabia por informação particular.
Entraram no matto 150 paisâQos, não entrando a forçA
publica, que ficou longe e nada fez, dariuelles ficaram mortos 3
í* feridos 5, sendo 1 gravemente.
(Telegramma do Chefe de Policia ao Presidente),
Do Presidente ao iMinistro án Justiça — A 27. cO Chefe de
Policia cúmmunic^-mo que o coronel não lho deu noticia da
d S I i ge nc i a íl e q ue es 1 1 v a e nca rregado » .
Discurso proferido ao terminarem as miasas do 7^ dia por
alma do coronel Gennino Olympio de Sampaio, no dia 27 do
corrente, na igreja do Rosário, por Alexandre B. de Monra:
Senhoreâ — Calaram-se as vozes dos levitas do Senhor, oi-
ti nguiram-sc 09 Cíinticoa sagrados, ceasaram as proer»s ondere-
480
RRVISTA DO INSTmiTO HISTÓRICO
ça4as &o Altíssima pele» descasco etorna, poloa goso» aa mansão
celeatò, em favor da alma de iim intrépido jfuerroir«j, brayu
entre ob brams, distinctu e dedicado servidor du paiz,
Nâo é licita a duvida em rolaçao ao promio na vida d^ak^m
turonlo outorgado pelo Juiz Infalltvel ao espirÉti> animarlor da
matéria, que, abandonando o^iia, pasto íios vermes, coraparôco
peraote aquello Juiz, jamais ao havoíido desviado díis oonnas do
dever» dos principios de rõctidao o justiça, <la áen la da virtude*
Ura desses ospiritoa rectú>% se^^rogado do èuvolncro mato-
riaU Toi aquelie quo abandonou o corpo do curooel Gf^nuino
Oljrmpio do Sampaio,
A alma pura tio valente sold ido, independente dos paal-
moa e uraçôes, fruo ria niunsão dos juiílos u mi:*rt>ciiju o condigno
premio, deplorando entre os ;{osos celejuaes a amarga saudado
que no8 turtura, a^ ta^rímas pungentes o crucianteâ dorea da
extremecída os posa e idulatrate filling.
Ao terminaroin oh miniatros do altar sua santa mi^s&o, o
sou piedoso ministério, »3ja-me licito occupar por alguod ma-
mentor a vossa attenção, íallando daquello por quem aeaocaa-
doram os círios, erabãlsama-se o esiJ&ço a nos achamo^^ reunidos»
nois te sagrado re<!Ínto; daqnelle de quem fui« de quem foâtc»
amigos e etUhusiaãtas adnjlra^lores.
Náo VU3 descnnerei, as virtudes privadas do lUustre raorlo
08 predicados do oxcoUeQte esposo, a 0*60109, extremos paier-
naes, demonstrados no lar, na convivenciada lamilia.
Se quereia conhecer as Uirgnmas intimas, os attributoa, aa
qualidades apreciáveis doeomnei Genuíno como chefe do famí-
lia» pedia narração -í esposa e fllhoa, entre líigrimaa o soluços.
Quero unieamoote fallar-vos do servidor do paiz, do »ol*
dado modelo da iáubordi nação e disciplina, exemplo da bravura,
prototypo da coragem.
O coroo ol Genuíno, desde o primeiro posto de official sub-
altorno, até o ultimo do ofUciat superior, coníiuistou-o par
serviços relevantes, por honrosos e brilbantea feitos milít<ire&».
A'r*do Dezembro de í8:i7, na província da iiahis, berço
de tantos vapões que têm illastradoa'^ pagiQíisda historia br.i-
sileira, na idade do 10 annoí^, aliatou-se voiunCiirio nas fileira^
do exercito o joven Gomiino Oiympio de Sampaio; 19 dias de-
pois, a 20 do mesmo mez, foi commisaionado no posto de alferes»
Nesse mesmo anno r> imberbe alfert^ de comraisão revelou
distinetfjs dotes milítaros, deu provas do reconhecida coragein«
fazendo parte das forças quo batiam os revoltosos da proYincia,
disti(igutnd4>se em diversos encontros das mesmas forças com
aquelles rovoltoaos.
Quatro mezeá e alguns dias depois do sna praça, a !• do
abril de 1^33, deixava o distíncto aiferes do cominissâo a terra
natal, e, abandonando o lar, doslocando*se da família, vinha
pedir aos guerreiroíi do extremo sul do império comparticipação
doe seus louros, um lugar entro elles, que a tão alto tinham
elevado o renome do soldado brazileiro, oonquistindo a aureola
do ralor.
os MUKICRS
48i
Incorporado is forças le^aoa que nesta provinciui í^omba-
tlítm em pvoi do throtio e la^.fiífrKJado do império^ oatrou o al-
ibreô do cararnissão fTonuiria Oiympia de Sampaio nos combane«
de 3 (lo mfiio do 1840, no pisio dfj Taquary. de 3 de jíinho de
1841 oiii S. Burja, de 2'3 tio mesmo rnez e armo no banhado do
[uliatlniD.
Era *i7 do maio de 1842, contando aiitifirnidado de 18 de
JuIIèo do 1H41, foi promovido u íUforeB olTiutlvo. Toraoti p;irte
ojoven alferes era diversos otttro** combates» além diU|m^llos
mencionados, até a honro^^a paciíicagao da província, no anno
de 1845.
Doía anno.i depois, era 7 de setembro de 1847, ora a<|imllo
que m diistiognira, eombatendo duas revolações, promovido ao
posto de tenente.
Uma nova revolução íieciarando-s^e na província d« Per-
nambuco, deixou o tenente Ganuino as pltíran rio*^r;indnaMefí,
seguindo para Aquella provinoia em 47 dedezumbro ile 1819.
JA ontào ornavam o peito da farJa do jovon oflicial ?íubal*
terno os habitori de Cbrifitie da Rosa, qui havia conquistado
remuneração deaous iíorviços, corati conquiíiUra glorioa.imeate
os galões de alferes e tenente.
O soidado da revohtrâo de PernambucOp soubo continuar a
manter os foros que adquirira combatendo as reyoluçõei da
Uahia o Rio Grande,
Os combates em que tomou parto nesta ultima revolução
atlet^^am í-emelbante verdade,
Paeiflcada a província de Pernambuco, réí^rossou o tenento
íienuino para esta, sendo om 2 de dezembro de 1885 promovido
ao posto de capitão.
Ou galres de cai>itào foram adquiridos por serviços, por
merecimentos comprovados na campanha sustentada polo Im-
pério contra o listado Orientai 1 do Uruguay e Bueno Ayres, para
onde marchou a H de junho de 1851, fazenrlo parto da iMli visão
do o\ercito brazileíro, assistindo ao combate de Toneleri>a em
17 dezembro de 1851, e tomando parte ua batalba de 3 do feve-
reiro de 1^52 nos Campos fie Moron.
A raodallia commemorativa dessa batalba lhe veio ornar
o peito.
As moléstias, os aofln mentos phyi^icofi coaj^iram o capitão
í^nuino a deijtar o s trviço activo do exercito, abandonar a ar-
ma om que tanto se distinguira, conseguindo transferencia para
o eata^lo-maior do 2'* olasise» por doiToto de 1 de ííetembro de
18fV8.
Seus sopvicoi foram aprovei tarlos om diversas eommissôas
corapativcís como seu estado de saúde.
Possuindo já os babitogda Rosae Cbrlsto, em 1358 obteve o
de Aviz, como retribuição e atte-tíição honrosa do 20 annos de
bons aerviçus som a menor nota que pudesse marear sua con-
ducta militar,
A guerra declarada ao Imporia pelo dictador do Pavaguay,
a InTasão do território desta provinota provocaram um brado
REVISTA DO INSTITUTO HISTORIOT»
UDisooo do indignaç^, a exptosão dos seatímefitoã de palrfotis*
mo âf^ uma extremidade a oatra da terra do Craseiro.
Em todas aa pruvineiaa levantaram- í*e le^iôea de goerrei-
ro3. or^anisaram-so c<)rpãâ de voluntários, phalangcs át* de-
fensores da hoora aacional. Aos miltia es oíferecer^na-ie vn-
ienie^ braços a empiiobar as armas de soldado, cidadãos po8*
$Qidort'fide santo amor d\ pátria apresentaram se presstiiTWos a
seguírt^m para o campo de latallia, fi ali dnrramapom sou
gue* erguendo bem alto o pendão auii-verde*
A província do lUo Grande excedeu a todas as outras
irmãs no enthu&iasmo patriótico, no numero do ^^uerrelrtM e
valenteâ braços, na indignação pela invasão de seu lerrilorio,
pelo proceder audaz e Tandalico do inimigo. O T&lor río-graa*
don^» mais uma vez posto à prova, attingiu ás raias do th»*
roismo !
Nio ora possível ao capitão Genuíno conservar-ae ioaciÍTo
ante o movimento geral de enthusiasmo, que se t>beenr&Ta en
todo o Império.
O solda io experimentado esqueceu os pa*ÍecÍraeotaí physi-
cõsante os reclamos da pátria olfendida, e foi do^ primei roc« a
servir os bradei de reparação e vingança appellaodo ao eoa*
euno de todos os brasileiros.
Declarando se prompt » para marchar para o tlieatro dm,
guerra, sua declaraçÀo foi atieudida e seus serviços aprovei-
lados na or^^anisaçao do ^3^ corpo de voluntários* rmbaiido a
commtssàu de major cm 3 de setembro de 1»^.
Seguind> para o campo da batalha, para a arena do com-
bati», tomou parte o distinguiu *se o nu^r de oommísíâo ík»*
nutoo Olympio de Sampaio nas batilhas de IGe 17 do abril. ?
eíi de maio do 18íV;.
Os actos da bravura, a serenidade do animo, a pir da es*
oeâsiva intrepidez o indómita eoragem, nieroceram-lhe a prth
moçio ao gráo de offlcial da ordem da Rosa. Novos feitos, oo*
▼as provas de valor nos c^^mbat^ de 3 e 22 de setembro do
mesmo anno motivaram que fosse agraciado com o habito do
Cruzeiro.
i>avam lhe assim condoooraQdes. quando a outros menoe
distiiictòfl libara !isf\vam postos da aeeefiso*
Sò a '^t de setembro de 1866ol>toTe o major de commisiio
Qenu*no ser provido na offectívidade desse p*^to, por actos da
bravura.
Ante^t pelofl s^^rviços pr^tidos nos combatee de 15 o lE da
julho do mesmo anno. foi elevado ao grio de commendador da
ordem da Rosa, sendo seu nome. com relação áquelle prinieiro
combate, c^pocialisado om ordem do dia, pela calma e dlgní*
daJe que mostrou durante a acçào, recebendo no segundo um
glorioso ferimento.
Com relação ao ataque do forte de Curupaity, em 2â da
setembro de Icíd'-, coná^i^a a ordora do dia que trata dene
ataque, referiíida-se ao coronel <lenuino, eoti&o simples flOJ^r
de commissÃo. o s«»^tnte! « O major flenuino Olympio d©
os MUKERS
483
r
pnio, coramíLDdante do 6^ batalhão de infantaria, do pr^-codea-
tos sempre hoaroaos par sua bravura, intolligoncia o poricta,
adtiu riu ura tiiulu mim ú. coasideração c^ua merece : no es-
ta lo maior do 2" classe Ita ranitos annos i^, entreíaiito» perfeito
oílkial de infantiria ; ferido na acção, não qiiiz rfcolher.su ao
hospital» couservaoJo-so no comuiandodo bata.íUão,>»
Toinaudo parte iíj ataquo a tomada do putr<jiro f> velha,
cora ;is fijrçaua ao mando do bngadeiri» João Manoel Mene^t
Harreto, diz a ordem do dia da general, oiítrio iníiriiiioz de í ca-
xias, comniandruitc om cliefo do exerci ti:
« Traospondo com o seu batalhão um di^sliladeiro do difllijil
accesso, que ia ter ao logar em que a força inimif^a no achava
occupandu uma posi<íâo fortílica-^a, viincoivlo tolos oá obstaiuloa
debaixo do mais vivo tr^o o praticaudo octos de bravura que
muito o distingia iram, mostrou a tiabittial perícia, c denodo^ e
raais uma vez a bem mei-ecida repuUçáo de que íçoáa.x-
Entrando no ataque c tomada da posição doaomioada de
Tayi, foi mais uma vez elojjiado pelo arrojo e bravura cora
qne ee portou.
Além de outros muitos con^bato^ distieguíu-sd ainda o co-
ronel GenuiQo noa seguintes» fazeodo-se como sempre especial
menção de seu nome oai respectivas ordens do dia r
Assalto e tomada do reducto 1]^ ta beleci monto, a 19 de fe-
vereiro de 1858 ; ataque de 4 do maio do mesmo anuo por forças
numerosas das fortificações de Huma\ tá ; assalto o loraada do
reducto sobre o passo real do T.tbiquary, era 1*h do referido
moiíde maio; ataque e tomada da ímptjrfcaute posição Suru-
biahy.
Por decreto do ll do abril do l^OS fui elov.iiiu a uíliciul di*
imperial íU^dem do ('ruzeíro, pelos snrvivu» [ ire. ^ tabu uvu nora-
bates de '^J de outubro, 'l d" novembro do lí^6T o VJ de feve-
reiro do 1868.
\o anoív da 1861) foi íln? coníerida a medalha de mérito ml*
litar, em attençao aos reiteradosi actos de bravura pratica los
era diversos combates.
A 20 do fevereiro do mesmo auno foi promovido a tenente
coronel, por successiva serie do acton do bravura. A guerra do
Paraguay deu ao exercito brasileiro gcneraes menos distinctos,
inferiores em serviços ao coronel Genuíno Olympio de Sampaio,
A Qiste ultimo posto foi o il lustre finado elevado depois da
terminaçiio da guerra, por merecimento.
reuho voa descripto com singeleza e verdade a ionga e
gloriosa carreira militar daqneUe cuja porda lunentamos.
O valente soldado, poupado pebs balas iniraiu^aa em deze-
nas de san^^uinolentos comúiíes, o bravo que viu sempre ful-
gir Bo liorjsonte da exí^toucia a tstrella brilhaiilo dá victoriai
o i o trepido guerreiro que airrontou com despivzo os maiores
perigos, perconendu glurioso estádio, caliiu, baqueou cadáver,
traspa.^aado pela bala impelltda por fanáticos adeptos de uma
seita repulsiva, por màos de liodiondos asãassino^í o iacen*
diários l
481
REVISTA 1>0 INSTITUTO IIISTOHICO
Fatalidade !
K (lUEindo a fatalidade o afisigoalava« quantia a morte Ibd
adejava n fronte e o Bscolbia Tictima, o adio, a paixão poliUca*
pre*izava ferir u coranel íjenuino cem sua reputação iiiilttar,
daodo-lhe o diploma de inepto Da persèguiçào a vândalos era
desespero de cama, toado por iheatru de suas operações aS
maUas espessas e por trincheiras anno^^os troooos, eolre eetes
encobrindo-se ao fogo daquettes por quem erum perseguidos.
Não era realmente para taes ioimi^íos o coronel Genuíno
o m:us apto combatente. Devia necessariamente sor victíma,
como foi, de sua coragem levada ao extremo da temeridade.
A bala que o tornou cadáver attin^^iu-o à fronte dotí soldadod
que Oíimmandava, instigaodo-íjs ao fogo» o avançaram era per-
segui í;ã o dos facínoras, dos réprobos sociaos e rebronbados aos
mattus.
Sí^ntindo correr o san^^uo da ferida que recebi^ra, perder as
forças» esvai r-se-lhn a existência, o bravo experimentado em
tanta* batalhas, teve sem duvida cruento [>ozar.
Não cortou-lLe a niort*' o fio da existência om uma batallja
refíular, li; ii>t tinido a a forças que eomm:indava o estandarte na-
cional, misturando ^ o til ti mo suspiro com o som dos hymuos da
victoria, e sobre seu cadáver, desfraldando-se altivo e soberbo
esàe mesmo estandarte « que tantas vezes engrandecera.
Já consagrámos or&ções á alma do il lustre finado; consagre-
mos 4 sua memuria eterno sentiraouto de saudade.
Lembre-se o governo imperial da fkmilia d aqaelle que tao-
tos o tao assí^nados servidos prestou á causa da pátria, esten-
dendo-lha mão protectora, amparando-a da miséria, j4 que não
ô possível lenítivrj à dor, á saudade que a flagella.
Sào essef necessariamente todos os votos em tão solenne
memento. Frtta a alma dojoHto na maosão celeste o preniio
devido às buas virtudes, restando- nos a memoria da sua passa-
gem na iorra, de seus brilliantcii feitos, que seráo oommemora-
dos íias pagioaê da tiiíítoria.
Seja a lerm leve aos preiíiosos despojos de um bravo, que
lhe foram conílados. (F^ublicado no Rio (h-andensc de l de agosto
de 1874.)
Do chefe ao presidente. A* 28 — < Nuda me consta do Pôr*
rabraz, para onde hoje segue o capitão Dantas a dispor as cou-
sas. Rogo a V. Ex. te digne dar as suas ordens para que fique
um medico com ambulância para curar qualquer ferido que
ainda po.ssa haver nas diligencias que m hão de fazer.
Xa enfermaria existem em serio tratamento algumas mu-
1 beijes presas. Si desmontar se a mesma enfermaria, onde e
como serão elles curados? Digne-^e também ordenar que a es-
Wi\% mulheres© aos paisanos feridos o me<íico preste sotis sooonr-
roíf, e para elles oh raedicJímentiH da ambulância» Seria convu-
nietUe virem as ordens por leíitKr.uuma, p^iniue me consU que
os médicos se retiram hoje â Uide.
i
os MUKERS
O presidente expediu ordens ao commaodaQlo dan armas
pani quii fossam recebidos o trilados oa enfermarlii uraíuílaote
de s» Leopoldo os individiioa cootractadofl pelo Dr. chefó de
policia, que cahi^Bera leridoa, providenciando pura qun so lao-
çnkáse á cjuta doMimiterio da Justiça aa despe/^as ndia^ com
as feri d OH, asâim coma o tratameotf» das niulhnres e criauras
que naqueUa mesma bnrermaría coutiniKiâsem em tratamonto,
Telegramnia do presidente de 2^, em r«\^poâta ao do chofe
de policia :
4S Ao cGOimandauti.^ da.^ armatí estão expedidas as necossarias
ordens para u tratameoto ua enfermaria ambtilinto, não hó cias
iiiullierOí e criançi^St alii recelljidas, como também doacoatra-
ctados quo fossem íeridtís,»
Tele^ramma do chofo tle policia ao presidente — A 3H.
< Seífuiu o capitão Daota-í.com elle foi toda a força que eu linlia
aqui 40 praçaii e o alferes Febrooio ; o f|ue se de ti com Oíítá
forçai antfg fie marchar direi a V. Ex. depois. Aquello eapitáo
pede com iijstaucia que líie mandií para ser viretíi com elh o
isadetu da e^^coia Jr^âo Marcos doi Sautose o tenente Arilmr 0^*
cardo A* Gnimaraes, a este etkTevi, Jul«:a >mpiH3»cmdÍvel os
serviços destes como o do tenente Carlos Telles, cm queiii do-
pu si ta plena conílança. Voja V. Ex. 4 elles vêem amanha. O
mosuio capitão pede de 40 a 50 armas spenc^n% com os cumpe-
tentes cartuchos ; convinlia vir tudo tsio logo e Iojj^o,»
Por oíBcío de *^h de julho o presidente transmittiu ao Dr,
cliefe de policia por copia o oítlcio ». 106:% de 27, em qtie o
comniandante das arma^ dirigira o do capitão e commandante
da força do lií" batalhão Hermenegildo Otimes de Castro e Mello,
de :í5, do qual constava que era poiler das praças Pedro Fer-
reira do SanfAnna e Olympio Bernardino d© Senna nonhum
dmUeiro fora encontrado.
Telcgramma de 2*J do presidente ao chefe de policia :
*í K^itâo dadas ordens para que amaiihã sig^am HO íispiní^ardaií
íspencer com canuchames. Quanto aos offlciaea euteFid<ír-m«liei
cum o commandante da^ armas. Aguai'do o ol"flciíj quo me an*
mincia o que flcou do oaviur-mo.
Por cffício de 2\) o chefe do policia iuíòrmoa ao presidente
tju© o alferes Fettronio de Brito, teodo-eo-lhc apresentado
doente, seguia para a capital com o soldado seu camarada. O
coronel Auíiusto César da Silva se retirara sem mandar provi-
denciar a cerca do depoi^ito de raiioições, deixando do tomar
contado armamento que distribuirá o levaiu cora sigo o tenoute
António Garcia de Miranda, que sempre estivera ai li encarre-
gado daqUGllo serviço^ quer antes ou depois da sua cho;íada. Re-
quisitava» como era necessária, a preisença daquelle i/frtcial,
oraquaoto hc)Uvesso armamento a distribuir e arrecadar-àe,
pur estar pratico o naber a quem entregara o mesmo arma-
mento.
N*» mesmo dia acampou ao Campo Bom u capitão liantas
para tomar doscunso e dar algiiman providencias, aílm de quo
a í>jrça coramandada pelo tenoute ílermetu Gomes lourinho se
486
REVISTA DO !XST1TLIT0 HISTÓRICO
puzesse tambom oní marclia para o Sa piranga. O alferes Fe-
broaio de Brito tioha vindo de S. Leopoldo com 08 homens
dali sabidos a ^H^ e por isso ílzera voltar c se aprescotar ao
chefe de policia*
\ tropa fjiic tiíiha u napitao ruuLaíá oitava cum o auiiiio
também abatido» mas nsporava que cuiu dous ou três dias de
iua&ruc^ao rullocal-a-hia iia altura da míii.Hão qiio lho estava
(30 u ri ada.
Lembrava rum iii.-iií!tiíucri os KilVniitrus. lílles íiiíloiaiii
Siibre o mural dii íorva bruU o elUca/jaento, quauiio oi'am bofit^.
Convifllia aotcií que los,^cm nioí-os, íimbiciosos o susceptivoia do
eatiraulos que grandes pjipoletes e mimiciosos okaminadoroâ das
proscripçõi33 do um regolamonW dracooiaúo como era o nosso,
(Glíicio do 29 do julho» de Ciiiirpu Bom, do Franciâco Clemeotioo
de Santiago Dantas ao chulo de policia.)
Ainda a 2ii o delepa^lo Kelidano loaíiuim H^niian, na
atiáonoia do cheio do policia, osn oIUlúo n, G18, enviou ao pi-esi-
dente a relaçàa dos homens, mulheres o criaoçaa, que a 28 ã
meia noite, tinham chegado presos do S. Leopoldo e tinham
sido recolhidos á eadôa :
nOMENiJ
1. Pedro Mentz.
2. .Lieob Montx.
3. pioao Toltz,
{. Jacob KrebiíK
5. .lacob Noú-
ú* Juào ChrisUí4!io FuoM.
Mí LIILIiEo t t HUNÇAcs
Carolina Meotz — solteira ,
Jacob Maurer, tillio de João Jorge Maurev
Henrique » 3» » » » »
Praiicisco > » 5^ > * »
Xfathilde » > » » » »
Amélia t > » * ;► »
Guilhermina Mentz» fllha d*5 Henrique Mentz.
Amália » » » » »
Felippioa Maurer, casada com Carlos Maiiror,
Susana » JlUii da »
Carlos p fíUio » >
Carolina » (lllia * »
Felippioa » w » »
8ubioa » w » 9
LoopoldiQti > > » >
i:ií8abet!i Seliu > > João Sí^hn.
Guilherme tíoalzcrt filho » Maria »
Catharina San toes, solteira.
Carlota Suppa, mulher do Aressé Su^pa.
t>S MUKEBS
4«7
2ti. Frederico Karat, íllha de CbrísUano Karst,
?7. Luiz » » » * »
28, rarloa.
29, Carolina.
30, Amália.
3L Ouilbormina Sehn, mullier de Kodolplio SbUq.
32. Kmilia * filha p » >
33. Margarida * mulber j* » »
:í4, Bertha > fllha » > »
35. GiiilhermÍDa » » » ]► »
36. [lay mundo > » » » »
O jornal Rio GranfJcnse, de 30 de julho, tarabom publicou a
relação que acima estampamos , concluindo um sou artí^ro com
um appello á caridado publica, que dizia :
* Estagentti pordou tudo quanto era aeu ; as mulherGS o
crianças não te^^m colebôest oeiB coburtaa e ostâo dHtadaa no
chão nestas frias noitoíí de julho*
O alimento dado aos presos também não 6 próprio para
crianças, nem é tão abundante que possa dispensar reforço.
Criimos que a caridade, neste caso» não devit distioguír
entre molhares e outras pessoas.
São raulhoros e eriangas, c estas ultimas, pelo menoíí,
nenhuma culpa teem nos crimo.-ir dos seus pães.
Kotre as raulhores também ha muitas quii tiveram parte
nos crimes» accrescendo que João Jor^fe Maurer, na noito dos
incêndios, llics declarou quo eram os seus inimigos de S, Lm^
puído que tinbaiu ido incendiar as casas.
Tanto descontava elle díi adbosão das raulhoroá que pro-
ourou illudíl-as.
H' justa a indignação contra os muckers, que luiiv-^jaiu
ai'maíi contra os nossos; mas as crianças ao menos devem
inspirar compaixão ao publtco*
iiias se acham eipostaí ao frio e fome, e p,>rtinto invo-
camos para olla.*s a caridarle das almas l>em formadas.
Quem as vir em sua triste posição nio poderá deixar de ter
Srofunda j^elm dessas pobres crianças que culpa alguma teem
os crimes dos seus pães. »
A so4!iedado rio í^Taiid^nso, com os seus sentimentos bons
de caridade, soiitiu a dôr da dosgntça quo invadiu o lar daixuelles
colonos. Polo "|Uí^, vejamoM:
O Ur. cliefn do policia declarou fto SdinUdegado na capital,
por oíllciu d<^ 2!s. r|ue provjdonci.isse suIhn^ a íwpar.icão daa
criáiira^* qii«í acompanh iv:im as mulheren iiri*^as em S. I,eí>-
poldo. E, comu iioiivossít ramilíím quo desejavam ròetíbolas,
oUrigundo-se a enti^egal-as quando a autoridade ©xiffisse, aquelle
delegadij, por oíílcio de 3<>, expo^ ao presidente da provincía,
que ímniediatiÃmente o autorisou quo as entregasse sob as oou-
díçõôd expostas.
Por officiodoSO, u. 1^7, do barão de S. Borja, enviou
aquelle commatidante a copia de uui ouiro oiIlcio do chefe do
ãílfiíj— 3jí Tujiit» Lxvtd I', n.
4&8
REVISTA DO LXSTITUTO HISTÓRICO
bíiUllião di! íaTuDlariu ao prcaídôiito da proviacia sobre o quo
liceornHU foiíi níspeito ao ataqim travada no dia 2^3 isntro as
Colonos ú QH nmuvisus, quo si? acliavani rèrngiadQii oo tnatio.
ATAgri^ im 211 1>K JULUO
Nu acari» («ame II to du Saijiran^a, <» paigaiiu Pedra Sarraoo
prucurou no dia 22 ao i-urutitil Siívit, peduido para eonsiiotir
tjuo rcnmdoíi cuni outroii ci<ladaos ^a^i^olIl ao matto do dia ^,
pula manliã, um perseguição iloa últimos adrpto» d«.t Mauitr,
para o quu rtíqucna que al^tíiii;L forga do Imha gs ajudai^»;*,
chamando a atteaçào dou criinino^^os para que elles pai^ano^»,
loiímndu na véspera pusíçâi cunvoniente, os ataca8í>úiii pvlsk
rota^-^narda; ací-rescendt* qui:* uâo «losejavam que a rorça de
línlia ontnibáu nem engajavSSf logo, porquo podia iWJontecBr Ibrir
;ilguos dos seus com pari liei ros, persuadi ndu-so que fo^ysom d,*
8QÍta.
A tudo isso anauiii o curouol Silva, de^daraodo quo pt*ê8tava
a Ibrça quo podiam» íi qual chamaria a aiiençâu dos rcvoltusou
nii tuuipo í*omp*itt»nt6 uo dia 2r», coo for mo <"ointiiDação.
Nõ dia cUado fez sr^oir uma força do :^0 praça* do 12'* ba-
talhão do infanU>r ia com o kmrnle Uermoki Gomos lourinho s
o alíbrçs Frederico Joaquim Lisboa ; o outra de igual nuinora
do 3"" da mesma arma com oa alCercs Ray mundo Nouato Piobctro
do Freitas e Manool Rodrigues das (^ba^^as.
Depois do procurarem o inimiíío com aU^uns Ufos que
Ibrara pes;ondidos pelos criminosos approximaram se os pai-
ai nos o principiaram o fogo, retlrando-se a força do lio ha para
um iaranjid próximo e ali so conservou fonnada, l'ouoosiiio-
mentoii oram pasí^ados o a maior parte doa tádadãos retira-
ra-so em ^TUpo-. Dopois tove o corouel noticias que cahindo
um doUes ferido moftalmente na primeira descar^^a que fizeram
Oâ rovoltosof!. ficara o ou moro dus combato ites reduzido a 20 »
(|U6 contmoaraTii a fmzer fogo relirando-se, o assim perderam
mais duiis que morreram o quatro feridos.
A' vi^ta daquella dobaudada do 15D homens ' contra uma
dúzia d<' criminoso» prosou o Coronel Silva um roíturi.o que
pediram ia tarde e além da forç^a que lá m adiava dotde a
madrugada afim de retir^ir os foridos com segurança si accaso
f ossfi m po rse ;: u l dos .
Do jornal her Iioit\ do S. ívouronço, uadu/ju o jornal
Bio firantlenst\ com supprcssao de algumrts particularidade, a
seguinte descripção do comi ia í o de 2r> do corrente :
< O ataque do duotíj^o contra os muckors de Ferrabfaa^
" ' \ itiQCit d
que stí pensava pi
certeza, foi í
custou a vida a ri
í;t .-nlonia.
Era opicii
'í»f .ii
si a tropa hoi
tr,M .
se tio liam offerocido
9m-
0 tcn^Tiol Au^
a mnnhíi de do
ataque, ii
r pre\imir im v
os MUKERS
489
Na occasiâo porém viram-so õ.^ cnloiio^ sós, mas ainda aagim
atacaram e soíTi^eram o fo^ro tias 2 ás 4 horas, r-jem aiuilio da
tropa.
Um mortífero fogo recebe» us colonos o no momento em
qno um ilelles, Thoodoro MeiDliardr, do narspicado dizia:
€ f cevemos eitnr porto do acamprimento t^ cahiu eiie traspassado
por íliias balas, com a^í palavraís : « Para mim chegou ! *
Morporam o foram r<irido8 mais outros colonoíi cujos nomes
já osião conhecidos. Como do costume, estavam os mnckeiâ
omboscadoíí no matto e detraz de arvores dcírrubadas.
Com tudo ?abe*íie que dous foram mortos ; um quo tirilui orna
1>arí'etina de moldado, cahiti rodondamenta no chão a outro, ao
cahir^ du til .«orte moveu os brados, que tíimbcm devia ter
forimonío mortal.
Os bandidos se sèrvimm du capiní?arda a Mínié o o seu
numero ú avaliado em 8, julgando-se que a outra metade do
banilo estava de guarda ao covil de Jycubina.
Ao passarem pelo matto acliou a Dossa gente o logar ondo
oB tnuckers váo buscar agua oura fbgar ond<i tinbara rocente-
meute collxido «boboras e morangas. Ha Urabom rastro» quo
provam que eiles ainda p€s^stlem cavaJloa.
8ou acampamento ó au lido do uma ix)ça, reeoD temeu te
foi ta, e é «'oberio de troncos de arvon^s,
Eiles faziam barracas baixns, de couro criK
Di8tiiiguiram*se sobru modo o Sr, Coíiio o o professor
Fiâcher, do Mundo Novo* O primeiro esteve sempre á freote
daa tropas, e o segundo voltou diversas vezes ao matto« em
moio de um chuveiro de balas, para salvar feridos, como ixjr
eiemplo o infeliz Htiorique Hofmann, que gravemente ferido*
pedia pelo amor de Deus, que não n dcíixass*3m cahir nas máos
do^ cíioibaes, Elleeipirou iogo depoia de tirado pikra fdra do
matto.
U jornal Rto Grantiense pubHcou a 21» uma carta do seu
CO rrospon dente, comusttomeá doíi coloous que com o Sr, Colliu
entraram em fogo do domingo» 26,
Sâo 08 soguiutes :
Henrique Hofmanu, do Leonahuf, morto*
Pelippfa Kessch, dii Nova I 'içada, morto.
iqEo íídz, áo Sconerhoft leridu.
Lind. do Somn^erersclmeir. raorio.
_ Theoaoro Meinbardt* Haropicadet morto,
■^íicolíio Adam, do Sconerhof, forido.
>oaf) KronoL fendo,
íicoíáo .Michaolsen, do Sconerbof, lerido.
Pischer, do Mumlo Novo,
(Jo&o JColfeiibultel, do 8, f^opoldo.
Andreaií Krmfd, do i^anipo Huiu.
Ri»bert^ Ueitreich, do Soonerbof.
HfilTmaiip, do Hamburgerberg.
kicnrdo Schircitt, do Sconertiof.
Jacob HoDiiemao, de ílarspread.
4ÍK>
ííKVí^TA DO IXSTITLTtl UfâTORlCO
J<âo fictoeb, ^ Borspicade.
A 27 da jallia, eu ama cirli qat? o pres^ieoi: ' i pr •
Tioeta escFeveu ao cbafe de pjticta dizí^i que o^ S .
ftlleaiá43i que iho apresentara o cangai allemão tioU^iin tia/io —
aobre a iiiTealída ao abrigo dos mackers^ ínrorm:icoe9 qa«^
combi Davam cam a^ da autoridade polidaL Naqoella ovile^
por<^m, Tiera á ^ai c sa o roajir do Ji* batalbâo e diaas que ao
:u:4X>rdo bavi<io entre o cdraod AogOãto o coloooi, que ^oimrain
fio matto, ficara aju^ta^lo que a tropa de linha eotrarim aoica-
mente para attrahir oa muckers, e qae oonsegaído este Tesultãdo
Ihea caberia peraegair aqoelles malvados
Não secauaaria em efimerilhar a verrJade* não ^^tavai de
le demorar sobre fa^to^que oaj unham remelio. O que bAirii
de real é que ^mallograra imús umi leouiira.
Tractemos pois do futtaro, diiia a prestdeocia.
No os(«do actual das cousas jatgava iadjâpen^Tet. -xini^n,
mais que no princípio «:)a «iiiestâo, contar rom oel^inec^
inào. Inssera ao capitão San tia;7C} DanULsqoe prociini^âo
nisar-fie com oâ colonos u os trataaac <*jni benevolência. ^!
asitm proa)des>c tmlij :*»3ria tdcií. No caso contr^irto |ii:tana
oom ^'fandBS diftlculdadcs, e com i^nindo ctigto ^ileançariae re*
Buludo deseja-lo.
Pelo que lhe dizia oiieu ultimo telo^uuma estará o eh<.*re
lie policia cura 4<» praças de JinUa em S- Loopoldo. Pciks^iva u
presidenta qtie nas círeurastancias actiiaos, era mai-i á»i quo o
Deoessario, principalmente tun«lo <0 praças de pohcia.
Destas prtMjiaava algumas puni a cidaie capital quo «stava
completamoote desguarnecida c não padia ricur «.«ntreg^ud s^
mente à. guarda naoionaU A força chegara a til ponto qtie uo
dí:i 20 foram chamados oito guarJas í^ara o thoatro.
Ao proííi lente da província escreveu o Dr. Chefe do Polioi^
uma carta, datada de í^ do jultio» affírmando, conforme o telo-
gramnia que passara, da checada no dia 21 do coronel Augusto
Silva, tendo seguido para a capital 9\mi ter se entendido com
ello, chefo do policia, Põra bom asâira.
Não ora exacto o que dii^scra o maji^r acerca dos últimos
acontecímentoíí. Rolcreria conn» tinha ouvido, pois de luida
sabia oíllcialineatc, porque o coronel Silva nada lhe participara
o com razáo, visto quo nenhuma parltí tomara cum a sua
lorv"i.
Cd paisanos combinaram entrar no niatto no domingo r .se
apresentaram ao Augusto dizoodo o plano, o pedindo o auxilui
da força. O plano ora entrar<?ra elles em niirnt^ru de I5t^ pela
retaguarda uni trcíi pir tidos i>or pi 41 tos ilivin-áos, eutraodi.i ao
meííuiu Inmpo a força para siiítontar um |»*^queno. fogo, »inin-
UitHlo «rutiríMla» umquanlo clluH iio internassem o aiiortassem
os crímiuõsoí».
ns MlíKHRS
491
leio comhinado c corto o coronol Augusto oncontrara cam
efTeito os priisanos pelos loirares cònvencionadoiíjmas a forçupti-
14ica í m numero do 40 praças, cora o «ou coronel não paasoudos
da caaa de M larer.aiosados os paisanos de esperar foram pre-
sjyQtidtjs poít»3 crirainosus e principiou o Tog^o. Vando-ao raal
aqtiGlIií-^ cúfidiat<>nLns p<Mlirani aoccorro ao coronol, qufl não
íí8lando jíi no lo ff ar, í*aranj;uig, não o prestou, nom o o í II ciai que
estiva com 40 prai^-as^ dízondo qim não queria sujeitar-so a con*
wlhos d<i ííiici*ra pitr sacriflcar a iíua gente Os paiíJauci assim
c í^iítando jí 3 mrjrtort v 4 róridos se retiraram, e teriam
muito conseguido se tivessem tido o auxilio da Torça, Isto
llio fura informado p'>r pessoais fidedignas t» dentre oUa^
Colíin» Nr^'oIa[l Sclimith o Jacob DieíTarlljelIer que dirigiam
os partidos*
A toílos ouvira o chefe de polícia lamonlar a falta do Oe-
nuiuo, dizendo que se elle extstííss©, e alli estivesse se teria
daquella Teita acabad<i com m maivados,
Oá paisanos ficaram indií^nadoa e pop pouco nâo houve ura
conflicto. Por isso o com a retirada da força os hibitaoteis
daquolles legares m queri;im ausentar, abandonando tudo, c »ó
cem esforço os ti n lia podido conter, anímando-os.
Compreliendia a pi^esidencia que mau eIToito não produziria
semelhante resolução, e que do correrias nào fariam oa &oele-
radijS, nao tentlrj nas cotonias e picadas quem os pudesse <"onter.
O Augusto levo a habiíiilide ãi\ noj poucos dias que m demo-
i'tui no acara pamento> ai bei ar do si todo o auxilio que lhe pode-
riam prestar o.s cídiJãos» roíluzíndo-se ao estado de nao poder
conseguir o frete de uma carreta. Erafloi se retirara ello, a aza
negra de todo o negocio.
Tanta gloria devia pertencer ao Sr. bário de S, Borja pot'
têl-o chamado a São Leopoldo.
Sobre o saque cada vez se fallava mais e diziam que aquelle
coronel recorn mondara a alguns dos soldados que dispuzessem
do que tinham de modo que não apparocesse nosta cidade. São
Lfíopoldo.
íjue bcía disciplina militir ! exclamou «> chefe na lua carti,
n homein que prece lia daquelle moifo Juigara-se cora direito
em fa liarem lírio da força qrie co mm andava, quando a alguu:!
delia se imputava fact^js quo realmente praticíiram, e ainda en-
contrava gencraes que o apoiavam.
fíUe se fura e o chefe de policia esporava a «Reforma*, em
tí^mpo poria tudo a limpo,
O capitão Dantas seguira a .?8 com o ofllcial e 40 praça.^
que o clieíe de polifia tinha em S. Leopoldo ; ficara» portaotu,
com '/O praias de | olieia e não 3t> como jiensava o preside nt4>.
Não podia dispensar um soldado e antes delles precisava.
Cora-j merecia ainda a confiança doa habitantes daquella
logar, deu iro de meia hora conseguia reunir ("'0 liomeoá, que
Oitavara fazendo o aer viço de ronda e piquetes nas avenidas da
ciiade.
Veria o presidente como estava liem l Como autoridade não
^92 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
contava o não tinha força publica suflíicionte e havia do conflar
nos cidadãos.
Não desanima V a comtudo e tinha fé quo levaria ao cabo
aquel la tão tormentosa dili^íencia, apezar de t>das as difflcul-
dades o desgostos que tinha tido.
Confiava muito no (capitão Dantas. Rlle exigia a vindi cios
tenentos de artilliaria Oscar do Andrade Guimar&es, Círios
Telles, do cadete João dos Santos,e a ida delles ora tão necessária
quanto ora corto que o Sr. Augusto não deixava mais oíflciaos.
Corria a noticia, cuja exactidão iria verificar, de que ô ou 8
dos sceleradus tinham transposto o pouso de Supp^i em distancia
de dua 4 léguas da cidade, e diziam que dous delles eram o Suppa
e o Jacob Sohn.
O povo ficou logo aterrorisado e o Chefe do Policia tomou
as providencias quo o caso urgia. Ató aqueila hora nada appa-
recera de novo.
Algum intento traziam ellcs ; a autoridade policiai
procuraria frustrar-lhes qualquer plano de virom À cidade,como
se suppunha geralmente.
Ainda isto fora o resultado do modo por que Augusto dei-
xara a íurça distribuída, não tendo satisfeito a requisição sua .
Fizeram seguir na lanclia a vapor os presos que estav im
em S. Leopoldo, ficando somente as mulheres doentes em trata-
mento. Precisava que a lancha voltasse com toda a bro vidado,
ilocommendara ao presidente não se esquecer de mandar os
offlciaes que pedia o capitão Dantas, bem assim as armas do
Sponcer e cartuchos. O capitão Dantas queria ver si podia bater
03 criminosos a :m, e o chefe de policia tratava de mandar lho
os paisanas quo lhe fossem chegando.
Carta do presidente ao chefe do policia em 20 de julho.
Recebera as cartais de 28 e 29. A 1"* resp)ndeu o seu telegramma
Quanto ás providencias que pedia o quanto a parte antí^rior não
tinha quo demorar porque preferia tratar do futuro.
Sentiu não poder attender a tudo quanto desejaria o capitão
Dantas. Não lhe era licito requisitar estudantes do curso, mas
não deixaria de oíllciar ao commandanto das armas a respeito
do tenente Telia-}.
Mandasse o chefe u oííicio que anuunciara relativamente
ao tenente P^ebronio para que o presidente exigisse oíflcial-
meute a sua substituição. Precisava do offlcio do chefe de
policia sobro a reproácn tacão do coronel Augusto e de commu-
nicação oíllcial sobre o «lue oc(!orrera com as praç is que sahi-
ram de S. Leopoldo cora o capitão Dantas.
Requisitasse oíllcialmente todas as providencias que julgasse
necessárias para a boii execução da diligencia quo tinha de ser
offectuada. Prevenisse ao capitão Dantas que não procedessíí
sem segurança de boni êxito, fíra melhor esperar alguns dias
para rt'uuir todos os ídementos precisos do que se arriscar a
um mal logro.
os MITKIÍRS il)3
Kstas 3 c u'ta8 acima foram reinettidas por copia
ao conselheiro Mano^»l António Duarte do Azevedo eni
carta de 3 de agosto pelo Dr. João Po Iro Carvalho do
Moraes.
Como vimos nas cartas acima, no dia 29, :l noite, alarmou-se
a cidade de S. Leopoldo, porque constou que o velho Suppa com
6 ou 7 raackers fora visto nas iramediaçíies do logar em que
foi sua casi.
O boato se espalhou e a cidade se poz em immediata guarda
porque homens verdadeiramente desesperados, como eram os
mucliers, oram muito capazes de tentar um ataque a S. Leo-
poldo para libertarem as mulheres e crianças presas.
Por essa raião foram os presos a 28, á noite, i*emettidos
para Porto Alegro, a bordo da lancha a vapor, c em toda a
cidade dobraram-so as patrulhas, tomando-se todas as demais
providencias necessárias, para o que prestaram-oe da melhor
vontade os habitantes do logar.
Os cidadãos occuparam durante a noite todos os pontos peri-
gosos, mas não houve novidade.
(Do jornal RioGrandense^ de 30 dejuflio,)
Por ofllcio n. 1660, de 30 de julho, o commandante das
armas participou ao presidente que antes de receber o seu officio
da mesma data, já tinha determinado ao tenente António Garcia
de Miranda que seguisse para S. Leopoldo, a tomar conta do
deposito de munições ê armamentos e que não podia informar
sobre as instrucçõcs que o coronel Augusto Silva deixara á força
que lá ficara, por ter embarcado naquella data o > batalhão. (1)
A presidência por oflicio da mesma data pediu áquelle com-
mando que, não havendo inconveniente, desse as necessárias
(1) Antoriormcnto communicara o Dr, chclb do policia á pre-
sidência que sopruira «ara a capital, com um soldado seu camarada, o
alferes Folironio do ftrito, que tendo partido na véspera de S. Leo-
poldo fom as pravas existentes, r<^«rressara com parte de doente do
Campo Bom, on ic haviam acampado as forças. No oílicio dizia aquellc
magistrado qiio o coronel Augusto César da Silva se retirara de
S. Leopoldo som provid nciar acorca do deposito do. munições, doi-
xan<lo de tomar conta do armamento quo distribuirá o levando com-
8ií?oo tenente António Garcia do Miranda, (juc sempre estivera encar-
resrado ilft pielle serviço. Por isso podia as necessárias providencias,
attendendo que convinha íjue conclui<<se o serviço o mesmo oflicial
uocoine>;ou. Recommendava quo lhe desse conhe(!Íínento das provi-
encias tomadas polo re''erido coronel com relação á tropa quo deixara
em S. Leopoldo á disposição sua, aliin de quo pudesse intervir aquelle
magistrado sobr»* o moiio porque d<*v»ria >:o iiaver, uuando tivesse de
r«'qui^itar o auxilio da mesma torça. (Officio do 30 ao presidente ao
commandante das armas.)
í
496 REVISTA DO FNSTITIITO HISTDRICO
carreg^ado do Detalhe, ter re<;ebido todos os doentes da 1^ linba«
menos os dom Luanias i*m í]U08tãí>. respoDdondo o mesmo
Sr. Tenetite-comnel qiuí ê)iiííisso a Hímo^jão ániUis para a eofer-
maria, tsto dt^ cardem 'lo Sr. commaQdLinte das armas, YÍsto
Sí^rem praça-s em dostacamonto,
Hxi^iu o eiicarrogíido, áa oon forni idade cora aa ordon»,
aquoUas praças do a Jininiatrador, dizendo nste quo só as poderia
roraover para n eorermaria com préria ordem do Sr. Provedor
o, entcndeQÍo-96 comesle, disse ao encarregado que uma vez
eotriodo aquelh^s dous doontes naquoUe estabelecimento, fozia
milito gosto de os tratar ali, visto qae desejava so prestar ,
attenta" íi umergeocta em que ae aeliava o Governo em dobellar
as di-sordena eiistODtes em S. Leopoldo, resposta qae tve a
honra di* verbal rarinle relatar ao Sr, General, quando em visita
á eníermaria. Si aqnelles guardas ficaram na Saota Casa,
onde aliás eram liem tratados, e não na EnTermana Mtfitar,
Coi devido unicamente á ignorância do enfermeiro e não das
autoridades inilitires e dos médicos. (OíBcio de 28 de julho
do Encarre;^'ado liínacio Manoel Domingues cirurgião mór ao
Dr. .José Joaquim dos Santos Corria.)
Esta informação foi enviada ao Proíidento da ProviocJa por
cópia junto ao oílicio n, irj49, de 30 de julho, do commamlaritu
das armai», que terminava dizendo: <«que tão leviana putdicaçào
serviu apenas para provar» si ainda era preciso, o pouco cri-
tério e indiscripviid da imprensa do nosso paiz».
As duas informações foram ao conhecimento dos Ministro»
da Justiça o da Guerra, pelos offlcios 'iiXK) o 2ÚÚ\ , do 31 do julho.
Km ofTlciu circumslanciíido expoz o Prí^n] Itmteda Provinda
a 31 aos ,\íiíri9tnw da .lustit.'a e Guerra os acontí^cimentos que »«
píLssaram depois da partida do ultimo vapor para a Corte.
Repeliremos aqui os successíoa occorridoa e narrados noi
cita los officios como necessários á ordem que oborlrtcerang :
ot No mesmo dia em qufí chegou a S. Leopoldo a noticia do
fall^eimento do cornnel Oennin^^ de Sampaio, st^gaiu daquella
cidade para n acampamento o í^oronel Augu^^to César da Silva.
Aconteceu, porf?m, que tendo o (^omm uido da força passado
para o Tenente Coronel Fraga, julgou este oflkial da ítuarda
Níicionar que devia retirar-sií do logar onde acsibava de »er
incendiada a casa de Maurer para ponto mais abrigado dos
insuliiOB dos sedicio-'*os.
A consequência dei^a r« ^solução foi quo oS orimiiiOAOfl
llznram d asa p parecer do logar ilo cumliatc* os cadáveres de «teus
curapljcm, e que o Delogadu de i^olicia não pôde fazer os cor p<H
de delicto, quatido ali chegou.
No dia 2] de julho tratou o Coronel Augusto t^esar da Silva
de contmuar a perseguição tios criminosos» luíis não íoi bem
succeilida a tllligene^a que mandou elTeciuar. Kntr.iram no
matto 50 praçaii de iinha, cummandadas por dous ofiãciâes, o
os >n'KKRS
497
r
apeirnsfio approxímando do lo^ar ooítc so acliavara refit;?íadoí?
08 sediciosos, foraiii por estes recebidas coni láo vivo fogo de
fuztiaria quo tiveram dn retrocetler, soíTpeodo a perda d<?
5 moptoa 6 7 feridoi.
Os aedíciuaos occtilto» atrás d© ironcos do arvoreg e da
ramagem do mat.to mal foram avisUdo^, e não se ponde sabor
se sefTreram al^iim d a mo o dos tiros que lhes foram dados.
Depois dessa diii^^naeia uíTí^ijliiada a ?1 do jallio, coiifervou-
se o Coronel Aui^iisto Ceaar da Silva no Sapiranga, logar pro*
ximo ao esconderijo úm sediciosos, a tá 36, dia em quo n-> tirou -se
para S. f.eopoldo o mandnn aiulliar o ataque que de combi-
nai, ao cora elle tentaram vários coíunos.
remo teve o Presidente occasião de communicar ao MÍQtsiro
por tele^framma, foram tristes os resultados do novo com-
metti mento. Os colonos marcharam em oumero de 150» mas
semente 50 cheiraram ao ponto onde o:^ e^pt^ravam os siítliciosos
e ficiíram rn-luzidos aâO, logo que principiou o fo;.'o o iino dous
dentre oUes ca li iram feridos.
Do olTficio do Coronel Augusto Ct«ar da Silva via-se que
naquelle meamo dia 26, começara a tropa a sua retirada para
S. Leopoldo, om cumpri mento da-is ordeas que expedira o
Sr. commandante das armas, determinando primeirameatií que
a foi*^a fosse reduzida ao offectivo iiidi^ponr^avel para que pu-
dessem ser attendidas as requisirôes do Cliefo do Policia» o po!*-
teriormoDte limitando a 120 o numero das praças que deviam
ficar á disposição daquoUe magistrado.
Segundo as ootiLdas dos jornaes e informações que eram
dadas ao chele de Polícia, estavam os sediciosoi em numero
do 15* Nao havia pois necessidade de empregar om sua pÉírso-
gaiçán tuda a força «juo se achava reunida e por ouiro lado
convinha alíiviar a Guarda Nacional dos sacrítkios qui* ilip
haviam Jíído imp»stos nâo só nesta Capitai, como vm outros
po n U* s d a i ^ r o v i n cia .
Ai<5ni disso a nova tentativa de invasão da Estado Orion-
tú que l^almas e-ítava preparando, exigia a presmça do
3" batalhão em Ja^uarào» anm de que a ausência do força de
linha oaquelle ponto da nossa fmntera não íavorecesao a riía-
lízaçào de planos que tiuhara de ser contrariados.
Resolveu, portanto, o Presidente, mamlar dl^pon^ar a maior
parte da fbrça e autorizou o Chefe de l*olicia a contractar
indivíduos conhecedores dos mattos onde ««stíivam refugiado.-* os
sôdiolosos, que perse^fuindo-os em seu esconderijo, ai II fossem
prendel-os ou oxterminal-os com o auxilio da força de linha
que ficara íl disposição da autoridade*
Convindo, i>orém, que eáses coutractad^s fossem dirigídon
por pessoas que tlvessoin titules para merecer a confiança da
autoridade, convi lou o Pr-esidente o Capitã > de artilliarla Fran-
cisco Clemontino de Santiago Dantas a encarreirar se da dili-
gencia» quo exiifia tanta rostduçâo quanto espirito <lo iniciativa,
qualidades que deu pn^va iu> utaquc? de 19 de julho ; no dia 26 à
tarde seguiu o Capitão banias para S. Leopoldo, e ^2S partiu
iON
BKVISTA 1X1 lVSTITÍ'Tf* JIISTORICO
para Forrahraz, Idvando cainsjgo 40 praçaa, que Daqaell& cidiide
deixara o Coranel Augusto Cosar da Siíva, na occasiâo em que
ae retirara para ►à Capital, cnde cheirou a 29,
ftefenra um dos jornae.^í da cidado i\ufí na occasiâo da
saliida do S. í.oopnldf^ os soldados roeus iram marchar por não
quernrcifi se sujeitar ao curnuiafido dd uni oíftnial oxtraolio ao
s(\u corpo.
õ Proãidcutn aindna uào tiiiha reiMíbido sijljto oáte íncidonto
i^otumuniíaí-õm oíllciaes do Cliefó du Policia» mas era certo que
os soMaíIos tinham se^^uiiio omi o Capitão Daulrm o com os
ordciaes do seu tíorpo que os commaiidava.
No dia HO partiu o :;" Batalhão para Jaguarão a bordo dos
vapores Silv*'tni e Ifenri/jue JAiWtwíf, com ordem de deixar no
Rm Grande í^ em Polotíis 09 respectivos de& ia ea mentos, e no
mesmo dia deteimínou o Presidente quo. ò. nwi checada, fosse a
Guarda Nacbmal dispensnfLt ilo sr^niro a qui^ fôra cli amada.
Do dia 2iy at*^ esla da la íorara dadas as providencias para
habilitar o Capitão Santiago a oíTectuar a diii^ennia quo Jtie
íòra conflada, o pira arrt^^adar-sa n nrmamontú, muniç5íis o
cavalhada <iur a retirada da raaior parlo da força tornou
dispensavois.
Communicou o Chefe de Policia a 31 an Presidont/? que so
lhe aproson taram 5 sedicinsos e qa^^ om consequenrda de revê*
laçoes iinportanteg por elles íniias ácorca do logar onde ae
occuitava J.icnbina M.uiror o sous adeptos, sí^iiira para For-
r.ibraz, si fim <ie sn enlender com o Capitão Da fitas n com oUo
combinar o atique íjiie tenha de ííer dado onntra a([iiollca
erimiiKHi^s.
TelegraraiDa do Chefe de Policia ao Presidente da Pro
vineiíi:
*< 2 de ajíosto — Estoíi junto ao Ferrahraz, de onde assisti
•< ao ataquf?, lista tudo acabado, tivemoíí leridoso hr. Dautois f^
< 03itro oiflcial. iim sulda^lo morto e poucos feriilus leves*. O
* próprio accnísceutoii «jue tmlo tirou morto, inclusivo Jacobina
<í e dutis muURTe^'. CYt-?o que e*íapou um, »
TelegraUima do Presidente ao MmiBlro da .lustiça :
€ Recebo do l>r. Chefe do Policia, tlatiojo de S. Leopoldo :
Acabo de choíçar, íi hora.? da tnrde. trazendo coramigo o Danta^*,
eujoH rerimentoa í<âo lovos. Esti nendo traiado na minha casa,
não iíispiíM o menor cuidado. Kslá tudo acabado. •■
l*or cirta pariicular do .loão Podro Carvalho dw Moraes
ao coQ>tídl»i4i'o ÍJ íarto de Azevedo, de ^í do a^rusto de 1874,
enviou ixjpia d t carta do Dr. chnro de Policia que dava infor-
raiçòB^ sobre o resultado do ata:iuo que o Capitão Dantas
du*iglra no dia 2 contra os ultiraoa setítiriog do Maurer, que
sí achavam alojados noi raittis pro si mos ao Fcrrabraz.
O ehefo do Policia na sua carta de 2 do agosto in formou
ao Prõiidonto que arguira para o Ferrabraz nu dia I" e depoU
os MI KERS
4UÍI
do cotiferoDCÍiir aom o Ui\ Daatas fit-areL dellLerado que ^ena
a 2 o ataque.
Com e!Ti!Íto, ao amaoliecer do dia acbava-se o clicfo do Po-
licia em lugar próximo e d'ond6 ouviu o sibilar dia balas, e
áa 6 1/^ b jnid priucipiou o citaque.
Us criminosos flíemin vivo logo c tenaz roalstcocia, niíis o
Dp,, iolropido e denoUdo, titjba disposto o ata lUB do fórraa
tal qiiG não escapou ura só, e todus foram morlAs ii;i própria
loca, quasi quo a Torro ou arnia branca, nob a^ balas que f.i-
ziam ellaií cliover om nossa gejitii. V perícia do Dr, so devia
tào bora resultado. H^iuvl» duas horas d«i íogo.
.Tá no úm do atíiquc Infii ídli\ Dr. r)iata.s, ftírido. O iliefo
do P^jlicia, que tiabatulo provideoeíalo o fizera oonJuzir t>tó o
pasío da Cruz, d*ondo vieri erabircado até S. Leopoldo; a ti;
ai li fora conduzido eui uma cama em bombros de povoas dis<
linclaa. Fora hospedado om casa do chofe de Policia, sondo tra-
taílo como ora pojSáivcL Os acua ferimentod oram levo.i.
O chefe de policia escrevia (|ue coiti o despacho da lucLa
Unha respoodiíjo â — Reforma — o ao próprio Sr, coronel Au-
gusto, quo tendo ido substituir o bravo e distincto corouííl Oonu-
ino^ de saudo.>!4i uiiMuoria. e cuul ui^lííj <le 5(Ni [iraçai» nada fez* o
disiijra cm itíTícLo f\uo nada tííilia a tizer.
Como di^ísera fi^ou |)rovado quo o íic;j:olúo não era do nu-
mero, maB .sim deboa direcção. Nora todaa as providenciais para
a oonducçtão do todos os mais íérilos, que estavam soado tra*
tadus pelo ln\ Haymumlo
S<i pcrdiuiíos ura stildado ú di/s feridos m um ora grave,
u;io coutando um outro que aind ^ uão chegara.
Os criminosos mortos e que pelo chefe do P-dicia loraia
vistoi foram: Joào Selm, Cuios Sohu, Martin Sehn, iiodol lo
Jacob SehTi, Oiií-loá Mauror, laeob Maurer, Hearif|ue Noí, João
Noé, tíonrath Noé» Nicolau Bar th, ChrJstiaiio kast, ValeiUiui
Tosou, Nicolau Sctiioell, Jacobina Maurer, Mariana Hopotactas
e Cathurina Arnt, 17 ao iodo, sondo 14homeíiS0 3 mulher^.
Não ao sabia noticias do Joào Jorge Maurer, que ou se ti n lia
escapado ant^sa ou morrera no encontro dos paisanos uo do-
mingo passado.
Não escapara nenhum uoatique de :.\ Estava, poÍi resia-
belecida a tranquilidade uaquelle município.
Ficaram tei'i 'os três dos cinco paisauos contratados pela
cbeíatura da Policiai .
o(K) REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
BdlftQio d08 feridos uo «ucoatro do 2 do agosto
OK Al
»l ArÕKS
NOMES
OUSKRVAÇÕtS
•
Ctipilâo (
Alteres
talliHo
riirliliiaria
.lo Í2' Ha-
Francisco Oliuii^ntíno San-
t a«.'0 Dantas ....
António J. Ribííiro. .
Ferido ievcnientí*.
SoMuilii
Antão Eítcves Tavares. .
» »
»
. . . .'Francisco JoȎ Bezerra.
1
» »
»
. . , . Ponriauo Vanocl Fornan-
i «Irs
1
» »
»
. . . Dniiiysio José do Nasci-
iiiciito. ......
» »
>
. . . Francisco José Per^-ira, .
» gravrt.
»
. António Franc'sco da
Tunha
» leve.
»
. . . Manoel José Joaquim .
» »
»
. • . . Raymundo José Picapua .
Gontusj.
Paihano
. . . . João Baptista Dias Figueiró
Leve.
»
. . . .João Agapito dr Souza. .
»
T»
. . . . Manoel Joatiuiin Ribeiro .
»
No dia :> o Presidontd expedia o soguinto tcle^ramma ao
ministro da Justiça:
« No ataque de hontem,commuDÍcii o cbefo de Policia, foram
mortos todos os sediciosos, ao todo 17, sendo 14 homens o 'S mu-
lheres, entro os quaes Jacobina. Escapou mystcriosamente ou
morreu João Jorge Maurer. Da força legal morreu 1 soldado,
foram feridos levemente o capitão Dantiis, Alferes Ribeiro, 7
soldados, 3 paisanos e juntamente 2 soldados. O fogo durou ::i
horas. Os sediciosos íoram mortos dentro do seu covil â arma
branca.
O chefe de Policia participou ao Presidente no dia 4 ter
seguido toda a força do l:d" Batalhão de Infantaria sem ter
deixado praça alguma por não ser necessária e se achar resta-
os MUKEHS 501
belocida a ordom o tranquil lidado publica naquollo municipiodo
S. Leopoldo.
Alguns oíUcios, extractos, dirigidos a diversas autoridades
peio Presidente da Provinda:
OlHcio n. 2029 A, de 4 de agosto, ao chefe de Polícia par-
ticipando ter expedido ordem para se recolher á eapital o 12^
Batalhão de InTantaria.
Oíllcio n. 2031) ao Sr. Raphel António de Oliveira, Professor
da I ' aula do V distrioto da Capital, louvandoo pelo oíléreci-
mento que foz por offleio de 31 e proveniente de que naquella
dacta dava conhecimento uo chefe de Policia.
Odílcio n. 2039, ao chefe de Policia, coinmuniciíndo que o
professor iiaphaei António de Oliveira se oíforccera para reco-
lher na habitação de sua família os menores filhos dos adeptos
de Maarer, que se achavam recolhidos a cadôa civil.
Officio n. 2040 ao commandnnte das arm;u3 Barão de S . Borja,
cojiimunicando não ser mais necessário a conservação do \2^
Batalhão de Infantaria na cidade do S. Leopoldo, podendo se
recolher á capital, sendo preciso, entretanto, que se conser-
vasse o numero de praças que o Dr. chefe de Policia julgasse
conveniente <! segurança publica.
Ofâcio n. 2041, ao mesmo commandante, para que provi-
denciasse para que fosse dispensada a Guarda Nacional, por ter
de embarcar no trem das 4 horas todas as forças que se acha-
vam em S. Leopoldo.
Ofâcio n. 2009, de 5 de agosto, ao sub-deiegado de Policia
do 5<> districto de S. Leopoldo João Daniel Collina, para
que mandasse recolher ao Arsenal as 100 carabinas, cinturões
e patronas, com I.OOO tiros, para armar a força de volun-
tários.
Oftlcio n. 2070, de 5 de n^osto, ao juiz de Paz da freguezia
de S. João do Hetaren para dispensar do serviço a força do 11®
corpo d(i cavallaria da Guarda Nacional.
Ofíl'*io n. :i071, de 5 de agosto, ao delegado de Policia do
termo S. João do Monte Negro Luiz António Feijó Júnior, man-
dando dispensar a força de voluntários d*aquelle termo, e reco-
lher ao Arsenal de guerra o armamento e munição que foram
distribuidos.
Ofdcion. 2072, de 5 de agosto, ao subdelegado João Roiz
Jacques, sub-delegado da Povoação deS. Sebastião do Porto de
Guimarães, dispensando a força do 11" Corpo da Guarda Na-
cional.
Offleio n. 207:j, ao Tenonti» Coronel J.sé Maria de Alen-
castro, commandante do IT de Cavallaria da Guarda Nacional,
dispensando a guarda da povoação do Porto de Guimarães, e
que ordenava ao juiz daquelLi freguezia e sub-delegado da
povoação.
Offleio n . 2095, de 7 do aj?osto, ao commandante superior
da Guarda Nacional da Capital para mandar dispensar a força
do 1" Batalhão que «guarnecia a Capital, isto por ter chegado o
129 Batalhão de Infantaria.
502 REVISTA DO INSTITUTO, IIÍSTOHIO)
Offlcio n. 2110, de 7 d(3 agosto. Por oíllcio do delegado ao
chefe de Policio d. 649, de 5, ficou o presidente inteirado de
que todas as crianças, vindas de S. Loopoldo o qu*) 83 achavam
recolhidas a cadêa da Capital, tinham sido entrc^^ues a respei-
táveis familias allemans, de accòrdo com o curador de órfãos o
da sociedade de beneflcancíji allemã, e quj além disso se achava
promovendo uma subscripção para educação das mosmas criín-
ças, quo por não fallarem portuguez foram entro>^uos às ditas
familias.
OiTioio n. :^113,do7 de agosto, accus indo o oíllcio n. C58, do
7 do delegado ao chefe de Policia, que acompanhou a relação
demonstrativa dos nomes dos menores quo vieram do S. L30-
poldo o foram recolhidos á, cadéa, bem como doi nomes o mora-
aias das pessoas a quem foram entregues.
Relação dos mcnoros vindos de S. Leopoldo com a declaração
de suas ftliações, nomes o moradias das pess)as a qncni foram
entregues:
os MUKERS
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2158 — 33
Tomo lxviii. i>. ii.
504 REVISTA DO INSTITUTO MISTORICO
OÍRclo n. 2136, de 1° do agosto accusando o oíílcio n. 663
do delegado de Policia da capital participando qne a 9 chegara
á noite cm S. Leopoldo e tinham sido recolhidos á cadéa os
prosos constantes da rolação que acompanhou o mesmo officio.
Esporava quo o Delegado providenciasse para que tivosscm o
mesmo destino os menores re 1 ai* io nados, que tiveram os outros
cm idênticas circumstancias.
10 de agosto. Do Delegado do Policiada Capital ao Presidente,
participando (lue a U,â noite, che<i:aram de S. Leopoldo os presos:
André Luppa, Carlos Luppa, Henrique Wober, André Karst, Josó
Kirst, Maria Isibel Mentz, Maria Magrialena Schnell, Carolina
Joauna SchnoU, Majifdalena Maria Schnoll, Felisberto Schnell
(menor), Germano Sclmell (menor), Catliarina Webor, Henriquo
\Vober Filho (menor), Carlos \V\iber (menor) o Isabel Robison.
For offleio n. '^U^9, de 13 de agosto, remetleu o Presidente ão
ministro da Guerra as cópias doa offlcios do General CommaQ-
dante das armas daquella Província com as partes do ataque
leyado & casa de Maurer, no dia 19 de julho. O oíficio do com-
mandante das armas era datado de 3 de agosto, n. 1082, e dizia
que deixara de dar conhecimento ao Presidente das partes que
recebera sobre o ataque levado á casa do Maurer em 19 de
julho, por estar persuadido de que o tinha feito o Dr. cbefo do
Policia, em consequência de haver solicitado o coronel Augusto
Osar da Silva, que oriontou-o do occorrido, conforme lho com-
municara, quando deveria ter lho participado do que houvesse
em rtílação com a policia. Ma;^, como a Presidência, por officio
do "^9 exigia quo mandasse oxtraliir cópias para aquelle fim,
prevenia, entretanto, de que tudo dera gciencia ao Sr. ajudante
;:eneral, como era do seu dever. Em oíílcio do G de agosto,
n. 1718, o commaudanto nas armas transmittiu por cópia as
partes que recobera sobre o ataque do 19 e tiroteio de <fO.
Obedecendo a ordem chronologica, no logar competente,
incluímos as partes offiriaes acima alludidas.
Por oíílcio n. 2208, de fi2 de agosto, enviou o Prcífidonto
ao Ministro da Guerra, conselheiro Juão Josó de Oliveira Jun-
queira a parte ciliciai do cliefe de Policia dirigida áprosi-
dencia ao terminar a diligencia que lhe fora encarregada,
c dizia que tendo regressado no dia 10 de agosto da cidade áv
S. Leopoldo, pai^a onde tinha ido syiidicar du incêndio da casa
de Martin Cassei e assassinato das pessoas de sua farailia, cujo
inquérito fora romottido ao Dr. Juiz do Direito do respectivo
districto criminal, continuando alli na perseguição dos adeptos
da seita de João Jorge Maiirer pelos bárbaros attentados prati-
cados na noite de 25 de junho ultimo, participara em parte
official aquoUa autoridade ao Presidente, em 1:^ de agosto, se
achar restabelecida a tranquilidade publica naquelle município.
A diligencia do dia 2 de agosto dera aquolie resultado.
No ataque d'aquelie dia, dirigido com tod:i a pericia e va-
lor pelo distincto Ciipitão de Artilharia Francisco Clemeutino do
San Thiago Dantas, foram exterminados todos os scelerados
fanáticos da referida seita, os quaes, escapando da casa no
os ÍÍUKERS 505
ataquo do dia l'J, se haviam refugiado na matta de Ferrabraz.
Eram ellas em uumero de r.\ inclusive 3 mulheres, e todos
oíTereceram lio viva e tenaz resistência quo não foi possivel
salvar a vida de um só, toiuando-se necessário que a força
publica tomasse á arma branca a barraca ondo so achavam
acobertos p:)r grossas arvores quo lhes serviam de formidável
intrincheiramento.
O chefe do Polícia quo do uma collina próxima assistiu ^
lacta viu o quanto foram os scileralospjttioazes na resistência.
Finda a lucta foi o Presidente quo procodcju aos respectivos
autos de carpos do delicto.
Naquelie grande combato (assim podia sor qualiúcado),
cujo fogo durou o tempo d3 2 l/*^ horns, mais ou menos, tive-
mos morto um soldado do 12» Batalhão de Infantaria, feridos o
capitão Dantas, o Alferes António Josó Ribeiro, 12 soldados e
13 paisanos contractados.
Felizmente o ferimento daquelle capitão fora leve, não tendo
inspirado o menor cuidado o bem assim o do Alferes Ribeiro.
Os criminosos mortos na lucta foram:
João Sehn, Nicolau Schoell. Martim Sehn, Jacob Maurer,
Valentim Uossun, Christiano Karso, Rodolpho Sehn, Nicolau
Barth, Conrath Noé, Jacob Sehn, Jacobina Maurer, Mariana Ho-
pstactor e Catharina Arnt. Garantia o chele de Policia quo eram
to<los quantos so adiavam refugiados úaquelle logar, d*onde na
occasião do ataque não se evadiu um só, jà porquo tinham
assim o propósito do morrer resistindo, e já porque, pela forma
que o distincto capitão Dantas dirigiu o assalto, não havia para
ollos a possibilidade da fuga.
João Jorgo Maurer, chofe da seita o conseguintemonte dos
criminosos, não foi alli encontrado, o era convicção do chefe
do Policia crença gorai quo ollo Já não existia.
Havia (luem ponsai^se que elle se retirara para fora do mu-
nicipio, procurando garantir a vida e evitar a justa punição do
seus crimes ; o chefe de Policia julgava isto pouco provável,
porque não havia delle noticia, apezar das instantes recommon-
dações por elle feitas ás autoridades dos municinios limitrophes
com aquello, o aos colonos que mais do quo qualquer autoridade
tinham intercbie em descobril-o, o denunciaio á justiça.
Achavam-se recolhidos a cadèa civil desta cidade, Porto
Alegre, 50 adeptos da seita quo são considerados autores e cúm-
plices dos referidos attentados, o quo vão sor sujeitos a processo.
Nesse numero se incluiram menores o mulheres,sendo que alga-
mas destas terão a sorte daquelles, e outros serão postos em
liberdade, logo quo pelo inquérito policial, de cuja conclusão
tratava, se mostrasse sua uu não culpabilidade.
Os menores seriam uns recrutados e outros, por sua pouca
idade e sexo, teriam conveniente destino. Esperava a parte official
que lhe devia dar o Capitão Dantas, para então apresentar ao Pre-
sidente o Relatório geral de todas as occurrencias da diligencia .
o DIREITO NO SÉCULO XIX
PKLO
ir. $tk0 ^npst0 (kmm f tssa
SÓCIO CORRBSPONDBNTB DO INSTITUTO HISTÓRICO B LXNTB CATKBDXATTOO DA
FACULDADB DB DIKBITO DB S. PAULO
• »r, ••
o Direito no ssculo XIX C)
A celebre pliraso latina, barbara o quasi grotesca, proferida
por Francisco I era 1820, exprime ao vivo um doa factos ca-
pitães que assignalam o desonvolvimento jurídico do século
XIX. Apprehensivo, perdeudo por um momento a sua habitual
iodiíTorença, exclamou o impcrsidor austríaco por occasião das
manobras militiroi? em Buda-Pest : < Totus mundus stultizat^ et^
relictis antiquis suis legibus^ vult hdbere novns constitutiones ».
Em verdade, ao representante das antigas tradições mo-
narchicas de um paiz enraizadamente conservador, como tem
sido sempre a Áustria, o que se passava no scenario politico de
quasi toda a Europa e da America, devia causar a impressão de
que todo o mundo ostiiva enlouquecendo, por quorer á viva força
novas constituições. Com os olhos fitos na Inglat «rra, que tem
tido o privilegio de offerecor o modelo, para o qual convergem
as vistas dos amigos da liberdado constitucional, os partidos
liberaes o democráticos das nações europóas e americanas
pugnavam pela promulgação de constituições, ou pela reforma
das jã existentes. O Espirito das leis era, então, o evangelho
politico dos povos. Montesquieu triumphava em toda a linha.
Narias cansas, meramente occasionaes, contribuíram para
a^isa remodolaçao politica. A repercussão qu(í tiveram os prin-
cípios proclamados pela revolnç(7o francezft de 1789, a indepen-
dência dos Estados-Unidos em 1776, a promulgação em 1787 da
constituição federal americana, e as profundas alterações por
que passaram todos os Estados Europeus em consequência do
tratado de Vienna de 1815, explicam a vasta ebulição social,
que transfundiu em preceitos constitucionaes os princípios con-
cernentes á organisação do poder e ás garantias dos direitos
Sublicos, principies que na Inglaterra foram o f):*ucto sasonado
e uma experiência prolongada, o resultado lento e gradual de
conquistas parciaes, as consequências de uma evolução maltas
vezes secular. Das muitas constituições que teve a França, en-
genhadas pelo espirito revolncionario do 89, a de 1791, a de
1793, a de 1795 — conhecida por constituição do annoIII, ade
(*) Inclnimlo n>sla part:* da Rcvisla o ppo*< «nl » estudo sohro o
Diroití» no suriilo XÍX, a <k)ii)inis:sâ(» d»- Rfilai-vão torna puldico
mai» mu substancioso tral)a1lio,dt' raraiti^r lundanientalmont > hi.sto-
rico, dí'vido á roin]n.'t.*níia do ilIu.Ntrado consócio, cnjo nome ayni-
bolii^a o «lo um dos mais c^clar<'c.idos pens»dor<'8 cõiilemporan<íOii
do niiMo pfliz.
510
REVISTA DO fNSTITtíTO HISTÓRICO
P
1799 011 do aDOO MIT, a de 1804, só ficon, bó resisti ti À proTS
real da experiência, a parte em que se condensaram os prin-
cipitii c:iríl'íaoá ão tlireito cor3sttliTeii>nal, As eitravagaotei eoD-
cepçoei revolueiunaria-?, a» iJ<'\is ináp.ra-iaí^ peio canimtú
soii^ti de Rougaeau, par Mabty, p<:»r Steyes, pelos precfir^ores oti
collalxiradores da revolução, aá innovaçòeg radicae?. farAoi
i;líi ninadas pQ\.%» injunccues da vida pr.itica. Os esc ri pioras
iJoUticoa o os pliilosoplios da França no século XVÍII eram todos
uns dmequjlibradoíí. só a razão ealmae ítiiperior dõ Moiitesquicíi
potlia legar cnsinamentoa e conselíios, de que efflcaz monte se
aproveitasse o legislador. Qíianto á Ciflstttuii^o feder;il noi-U^
araoricana, o seu typo espoliai nòo permittia facilmente a
imitíiçâo» .Vs nações que mais tarde, afastanda-se do n^^imi^Q
paríarnontar, ensaiaram o presidenciaíísroo dos Esradijs-Unido«,
soffrcram desastrosas conserjuoncias para a liberdade politica a
para a moralidade admiuiíitrativa.
Uonaa;?racão da soberania nacioiíalt .^^pa ração doa poderes.
systema represoatativo parlriraenLir, garantias constitiicionans
para -in Ijlterdades do consciência, dfí culto, iadividual, do
ímpriinsa, da palavra, de reunião, do associação, de represen-
liçíio o para o direito de propriedade, f*h os principio? lun-
damentae^ do íliToito eutistitucional, os lifioamr?nlos psseneiaes
do uma eon^tituição» no conceito» doa pensadore:^ mais auti>ri-
sados, e n t prati^^a da^i niições politicimonto mais adeaotadan, na
H<^ciilo qne findou. í'ura ama ou outra excepção, com rcstricçõris
o vadanlos, impostas p'da tradição, pelo ^enio e cjndiçijes cspo-
ciaas de cada povo^o Jiroítu constitucional positivo se conteve era
r-gras amoldadas a osses principios sobre a nr^anisação dos po-
deres e a ííãrantia con^ititucional dos direitos do orlem publica,
O coDjunctj das Id ms o dt-* leis qno íbnnain í> direito con-
atitudooal no secnlj XIX, não fji uma conquista desse st^culo,
ou do ultimo quartel do século XVllI. iCmquanto a monarchja
aUsolutíi, ou illusoriamente tomp^raia» coiíio em FraDça pelos
E^imíos Gemes e Pfn*lametUo.<, na Hun^rria peiasí asse rabi eu a
Holenne^ da Bitlln th* Ouro^ ou era Portu^íal pelas CMrs^ era o
regímen poUtico dominante* a SuJhsm ia dosdn lif'^1 lançando os
fundamentos da sua eonToderaçao de ilemocracia^, a Suécia
df^sde 1322 ora irovernada por uma realeza electixa, e a Tn^
glaterra decide 1100 jíoztva ria sua ' ' rí'f d'*r, Liherdúdv:^^
uutirgada por Henrique i. E <*3ti foi a primeira pí^ira do«
alicerces do cyclopica munumonto conRtitKcional, que os ros-
tumoí? e diver^?a^ lois eseriptas, entro as quftos raeroceni espís-
cíal monção a M^tfttvf fo^ta do rei iofio Som Terra em l^ir*, a
Petição if o direito ÍÍo 10â7, o IHÍl dos f/iívtfo.s- de IÔH'íí o o Ati cf
súiliemenl de 1701, foram pouco a potico levantando» para ser
aceroscentado o aperfuiçoado no secuL> XIX pelas n^ for mas
eleitoraes e parlamentares de 1832, de iWM e de 1884.
Com os principios dn direito publico inglez ecom as tlieorias
ptulosophicaa o politicas dos e^criptorís fraocezes do sé-
culo XVni, fizoram-se aa diversas con^Utuiçoes que teve a
França logo depois da revolução.
o DIREITO NO SKCULO XIX 511
Assim, ([uando começou o século XIX, já ostavam prepa-
railus us matoriaes de que so conipuzerani as innumoraa cam-
stinuíções da Kuropa e da America, no docurso do soculo.
A afanosa, a febril activid.idíí constituinte do século XIX
roduziu-so a uma tarefa de atlaptação, a um o>íf(»r«;o, não raro
penoso o infru<;úforo, de mera a ^>imilaçixo. Em grande parle
íbi um tiabiUho artistieo.
Assistiu-.se a um vcrd.ideiro deslilar de constituições. A
França teve a 0'rl<t constituciomil de 1S14, a C^n-tu de liS.JO,
a consútuivão republicana do 1848, a constituição imperial do
185V0 as leis coiistitucionaes, do 1870. A Allemanha, depois da
Confrder tção (h liheno em IXOG, da Conj'edrrffÇ(~o Grrmaytioi em
1815. teve a sua constituição não executada, de 18JÍ), acon-
sUtuição da Cnnfedernção di Aliemonh" do Norte em IS<>7, c a
do império all<3mão em 1871. A Pru.ssia (íumeçou pelo seu
Decreto constituciondl de 18 lõ, promulgou as ordi;nançjis con-
stitucionaes em 1823 o 1824, o afinal a constituição de 1850.
O mesmo íizeram os demais lOsrados ollenuv^s (mu (épocas di-
versas, como a ÍJaviera e o Grão Ducado de Badou em 1818,
a Wurtonhi^rg em isií), a Saxonia em 1831, tendo sido mo-
diticadas tndas essas cí)nstituiçfteâ pola or^rauisar.ão do império
allemão. A HolKinda promulg.ui uma constir.ui(;ão em 1801,
«lutra em 18:0. mais urn:» em i8U(», outra em 1814, n, final-
ment'?, a de 1848. A HoUnca, menos irmovadora, pro^irou
b';m comprehender o applicar a sua constituição de I83i, a
única que teve em todo o século, so exccptu ^rmos a lei fun-
damental dos Paizrs- Baixos de 1815, commum á Hollanda e á
Belgi -a. A Suécia fez a sua c«.nslituição em 1800, o a ^'oruoí,^a
em 1814. A Dinnmarca em 1840, depr^s em 1855, em 186.'} o
em 18'>ó. A hsuissa começou polo Pado fedcr'd de 1n15, pro-
mulgou uma constituição em 18J8, e a vig.Mito — em 1S74.
Os seus caniões foram regilo.s por constituições de Opocas
diversis. 4 Áustria- Hungria ensaiou uma constituição em 18^^!,
para mais tarde elaborar :is suas leis constitucionaes do IHdl,
Dasta mesma data são as leis constitucionaes da Áustria.
Os pequenos Estados da Itália d»^ 17í 7 a 1840 tiveram 23 coa-
stituieões. De todas ollas Hísta a de I84s. promulíxada a prin-
cipio para a Sardenha, e hoje (vstendida a totla a Itália unificada.
Portugal fez a sua címstituição em 1822. tovo a sua (VirM em
1826, revista em 1838, modifi-ada pelo Acto Addicional de 1852,
e pela lei sobn» o pariato de IS78. A Hespanha promul^rou
uma constituiçrio muito liberal em 1812, suspendeu-Ihe a
execução em 1814, come«;ou de novo a obsorval-a em 1820,
substituiu-aem 1834 e em 1837, fez outra em 1845, que alterou
por um Acto AddU.ionid o.u 1851), po/. do novo em vigor a de
1845 (íin 1864, pro uulgju una out.a era 18VJ. para terminar
com a de 1876. A Grécia começou pela constituição de 1822,
refundiu-a em 182:{, rofundiu-a de novo em 18^7, creou uma
outra em 1844, o terminou o século cun a de 1864. A própria
Turquia alimentou a velleidade de ter uma constituivào, eera
1876 publicou a sua Curln constitucional^ nunca observada, 6.
512 REV7STA DO IN^ITUTO HI^^TORICO
d6snec«fliario dizer. O oonititacionalisiBo alastroo-ae jkié ao
Egyfito, qiio em W^> teve um simolacrode oonstítuiçaa, q«e
foi sempre letra morta.
Na America, o Brazil promulgou a sua coafltitaifpo em
1824, modiíicou-a pelo Jr/o Áddicifmnl em |h34, e sateUtsnu-a
em 1891. O Chile de 1812 a 1874 teye nove coostitiuçOaB.
A Argeniioa promal<?oa seto entre 1811 e 1860. A Boliria te
o dcsfoz dez no espaço de 45 annos, isto é. de 1.^^^ a 1871.
O Perrt — oito ííDtre 1823 e I8<X). O México * cozo de is^ a
1877. A Colômbia, Venezuela, o Equador, todas as mais rapo-
blícaj da America hespanhola revelaram qnasi a mPMma
instabilidade em suas leis fundamentaes. Em meio de tantas
reformas e substituições, esses pactos não podiam ter o earael«>
an^sto que a tradição lhes adjectiva.
Em alguns paizes sujeitos ao regímen oonstitncioiíal re-
presentativo, o poder executivo é exercido por um gabiocte,
emanação da soberania parlamentar, ou commissão execatíTa
do parlamento. Em outros, o poder ezecntivo está confiado
a nm presidente: ó o governo pessoal de uma aotoridade
meramente executiva. Esta classificação não comprebenda os
typos cspeci^ics do governo, como o allemão, em que o chelé
da nação não ó obri^a<lo a escolher os seus miniitros no seio
do parlamento, e desempenha funcções muito mais amplas
que as de nm pi^esidento no regimen presidencial.
A distincção entre o governo parlamentar e o presidencial
é anterior ao scculo XIX. O primeiro gabinete foi constituído
por (íuilliormc III na Inglaterra, ora fins do século XVII. O go-
verno presidencial começou com a constituição americana do
1787, a qual, posto quo tenha sido uma reforma da de 1778,
aSHÍgnala o inicio da fecunda c gloriosa evolução politica dos
Estaílos- Unidos nos<ículoquo findou.
Dos dois regimens foi o parlamentar o que melhor garantiu
08 direitos do ordem publica. O jverno presidencial só pro-
duziu OK resultados que a theoi a ideou, como consequências
lógicas do principio, nos Estados Unidos da America do Norto.
Em nações pertencentes a raças diversas, sujeitas à acção de
meios diffcrentes, com vários gráos do.eultuia, alli ido á repu-
blica ou á monarchia, na Inglaterra, na Fi*nnça, na Bélgica, no
Chile, na Itália, no Brazil, na Hospanha, em Portugal, o parla-
mentarismo foi o regimen que menos imperfeitamente garantiu
as liberdades politicas e a paz social.
A federado e a confederação são formas do Estado, ante-
riores ao século XIX.
Montado o machinismo, disposto um apparelho especial
fiara a formulação das normas jurídicas, creado o orgam reve-
ador do direito, nada mais natural do que a incoísante activi-
dade legislativa do scculo XIX.
(.'om o doscn volvi monto do princípios ostabolecidos pelo
direito constitucional, formou-so o direito administrativo. Este,
sim, ^ creaçãodo século XIX ; e -— oircumstanoia digna de nota
'*- começou ase constituir exactameuti' no principio do ^culo.
o DIREITO NO SÉCULO XIX
513
Níioqim antfví não tivessf^m existido í^ia administrativas. Nor-
mas jiiridicíijí dossa ospecio Hnmpm liouve, ãmáfy qiio b% opga-
dÍsou o FÍ3t,ndo. Nunca sfi viu ^^overoo sem admini;dtraçao,
O EHíteaU), o Coúi^o o as Novellas contam raiiitos preceitua de
ordem ndíriinií*tratíva, Sob o reinado de neorleciano, o iraporio
romano tom um syst^raá [latavel ão administrai-ão, Anteí5 da
8U, a Praoça re^'ulúu os smis Hc^rvíças públicos por n nino rosais
leia, entro as qiiao^ sfio famrjsas as ordenanças do irj«H, do iri6<»
lí de I57^í. O que ('• cre^açâo do ^octdo passado ú o direito a<lmi-
nistrativo considerado como sciencía, ou systema do princípios
o deduc vDos* Em toda a parto e se cipro, aá oorraas jurídicas
precolerara a alienem jurídica, a^ssim como a arto do curar pre-
cedeu as sciencias quo — enfeixadas — formam a medicina.
A arte vem antes fia scíoncia, para dopoí^; ser por esta explica-
da, corrigida e riesen volvida .
A França, estão concordes nestn ponto os escriptores d©
todas as mais naçõea, a França foi a miçào ([iw creou a scieiioia
de direito administrativo, iK*pois que a conatituiçao do anuo
VíUt isto é, de ITím, reor^raniarju o cuosollto de Eitado* ao qua!
nesse mesmo anuo íoi conforida a faculdade de decidir os coo-
flictos e íu> questões contenciosas, ioleiou-so uma Jurisprudunda
administrativa. O docrelo de 22 ác jullio do WMl creou no seio
do conselho do Kstatlo uma commissâo especial . * :ncarre;rada do
contencioso, e deu ás questões desta ordem um pro<;esso diffe-
roQUí do das moramento administrativas. Em 1848 Maçarei
publicou sons En.uiÚKi de jurisprudência alminiitr^tíivT, primeira
obra de salor que se es-^revou sobre esto ramo do direito pií-
lilico. Os tratíuios de Portiez TOise, divulííaJo em 17'.»0, e do
htonnin, em 1812, srio livros som morecimento. Miicarel. tle
Herando© Cormonin, se considerara a justo titulo oscoustiUií-
dores da sciencia, cumprindo não o.^quecõr os subsidios proata-
dos por Sirey com o seu trabalho — JurisprudeucUt do comeUtú
fie lui'Hio, Uq Gorando ora um philosúplio. o Curmenin um
pamphletario, O jurisconííulto, no sentido rigoroso do termo,
foi MacareL Entretanto, ãm três o quo mais concorreu para
a divulgado dns noções do direito administrativo nesse poriodo,
foi Cormenin, f? raças ao seu ostylo lapidario.
A revolução de 18 !0 deu novo impulso aos osíiudos do direi*
to administrativo. Com a elevação ao poder de Gaizot e Tliiora,
nessa época memorável em que o romantisrao triumphava na
litieratura, foram croadas diversas cadeiras de direito admiois-
iratlvo. Jl em 1828 de Gorando tinha recomeçado o seu curso
na Faculdade de Pariz. lie 18Í8 a 18 n iaauguraram os seus em
Dijon. Poitierse liennos, Sorrãirny, Foucart o Luferricro,
Foram esses os primeiros a (fotermioar a natoroza do con-
to ncioso iiiimiui»t.rativin Km seus traballioSi classil Içaram os
assumptos administrativos i'm três íírupos oues[>eriõs : ri) ma-
térias da comperencia d.a:s jurisílicçõos ordinnrias, <i nau úiin
juri!i<licçôí'á administra ti vas, a quo indevidamento estavam
antes sujeitas; /') matérias da oompeteneia das Juriiidicv^i^H
adminivlratiyna, e para as quat)s w) faimltava o nnsurMQ oonLen-
511
RE\'^TA DQ ixsmtrro nistORioo
ekK> ; c) materõA da oempeteiieía dê j
eUn», «q dí9erietdi»rim* ICesU ébm i
laUgaíer, VuiUeOroy e omrof.
O golpe de EftUdo de Xapoleia IO Ibi O btieío de «a ]
fie eolacioaauDeoto psr^ o direito adialBiiM#tiro> O '
iBiadon eúmriámrím iffuiivnuic» dent rMBo de diratie m ee Itatt-
Ufeos mm oooiflwitmHji dot texim, A revMa te Pefizea
de Waluwiày, qee erem et efgea
eaHerei do dirtiie ednÍQi9timlívo«
eeçio*
Gom e iaei^wsciadii imperm »$na era iseo «
wmi iiaa éim de flerâeeíaiMite pem os 4
Bttitieeiíi 1151 e Dareite em l»S? epneseetinra mm pUoo de
effmiiaCTe dadúeite sidieisi^iratira. diTiJinli^-o em trm |iv^
tes t u pe8R«i, SM eoimf e os bmkIoi de adcfelrir. íTcpereu wb %
efUido dtf aoleridedes ednínkiraliro do 'lae
idmfDiitnilJr:is. Deeroeq em 1*<M o Avieúe em IMP.
x<*rutt rai>iii!eaicde« oe eleasideaç^ de Eithéeu Piímli^pote.
1&C7» LafiMTiêfe palMksoti o e^Q TWtod» tf* jwriãdéeçtÊ» t
fr^ftivt ^ 4» «r^ r«nrr«of eoi«f^ri««d*,4|iieBeiirióa eoi I0ST ifeetli^
eoQ itiB Terd^etn» i»ad«,*le,
AfQitDi. DO correr do «eciilo XIK. se eooedtiijii em Frmaça a
adeeeiã do iif^tto Ailmiaiâtraliro, que nai dc« msmm etifcores
maia íosigiiea, Bertli^leinj, pcefesor Bà Faeobbdede OíríSí» de
P3rtz« «^m tim Ihru fiablicMe no ãltíoio aano do aecoie sth-
tb^tisia n'>»eguia;e «luadro : o díie.to adndiiMrativo ^ orái-
jiioto 4o« r r tr^^, ,r^^ g ^j|2 1^ ee^ttiido aa qeaei a admlntitmcte
eaero! v ; ide, e são ftm^.-çõra «la iMliMiíaiilre^i» todas as
de poder ^ v^ que eoneàrrem para a ffiwemje daa leia,
I aa de justiça, oa de erlem jodieial. ^ta dirello
a of^oiaaci^ adjaíflismtára, a aeoío adaioie-
tiaÚTa e a jottica admiiiistratíva. Na ^§amiM^ã» mémÊwmtãrit^
I M oiloism ^ : n separação do poder eieentivodo legrvUltro,
aaepara^ ?i>r aJmini^traUra do )iidl6iariex a leraonali-
dade inu: ado e áo% deii9 «nfKof^afiDiei e a tlieorla Ú9m
fknioçjSes puMu^Li ; OiQr^\m^ n ntvos^ cli^fi» do K^tMto,
iníBlitrnit, artmiellto io Estado í' ra<m^ r6gioaae§> dla^
láufri 1 14101 filscracâo dci^ i ave n^çf^es g^raesda
trai" ^ r«3eees loeaeii. Na e©ptfi*o<f w tpi^f rxiiíee i
oeci ^''- "ipetoaqoaea a adiainigUacâe aggggMnfc a
rt3«(^ p^Miea? ; ce «erriço» esKociaee do Bi*
Udíi, i^... ..., .^ç.,i,i^,è miUtar de terra e mar, deiaiBio pmblioo,
rtaiçie lôrr^tre, domioio marí .imo* domliiio mlUiee uu^ial e
r^riín^i das âj^nas eoçTefite>« domiaKi privado do Bflaio e aaaa
í 5e8 e tribalbos pablioo^ ; oc serTiços fa-uiuttros do Bita*
intrrenjQ fj E-tado na iiidiietrie <ie IraiitpDTle*, fodaa*
veo^^ão admiitlitrMiva en masteia eriíoi-
:vereoe gráo^, íoitituíQOeidepteTideMia
. u.:v^' d^ atefiiaeiícla; legislação flaaoeeini. rabdÍTidèda
e.i TT ameotaria e flecal. Ha jufiiçti tàdmimifiroUpa i os prte>
clfiiis damioaatcs do oonteoeloeio adãiifHatmtivo, a
o DIREITO NO SÉCULO XIX
5í;
ilaa juri^dicçòtíS adoiinistrativaá, iu attribingões ilafí juriádieçòe^í
A iidministraçàu ítdgae a buHpaijlioIa iiuiUrtim largamoní-o
a IVatiCtízai da quai muito sí.^ approximoK Caiiíhom a noa^i^ du-
rante o império. Na \Hnraanha* m diroito adii/inistrativo, até
ao ultimo quartel do século, nâo ora Iraetado com a prulundeza
o com o brillio Mue dldítntíuiaiu u cultivo dos outros ramos do
aaber jurídico Foi ji noa últimos anooâ que o actual imperador
fiou um ;/ramlo imptilsíQ ás reformas adminisi-rutivas, o quo esti-
mulou oa estudos de.si^ã ordem,
O direito aclrainiatrativo iogloz <Iesonvolvcu-sc lentamente,
euuio o direito constitucional. Quanto d scíencla admÍQJâtrativa*
o espírito practico dos in globos tem sido avesso aos trabalhos
meramenlo theoiicos, ou eaiwi^ulativos. Na Itália, líoma^^^uosn e
Mauna muito fizeram proííredir esii parto da soioncia jurídica.
As ioiií d^ ordeni admmiistrativa, reunidas em um vtdume im-
propriamente denominado Codijo dfJHiitiçft admini:;tra(ica^ rcson»
tera-so da inllueneiii fraiiceza» (iuo m oxore^u i^m qaasi lodos os
paizos da rava latina, O facto mais importante que as^igoalou
o desonvolvimeoto du direito administrativo italiano, Ibi o pro-
jecto de loí aprosentado por Miuglujtli, em IStH, com o intuito
de rostiLuir aus tnlíunaos judiciários as nttribuiçõos conforidas â
j uri -dicção contencmsa admini^^trativa. Do rosto» non ultituos
anuoii do aeculo ioi esta a tendência observada em quasi t^jdoá
OíJ paizas quo tiobam adoptado as ínstituiçucs administrativas
fraiicezas. Dos iarouveoioute» que Mingbetti procurou remover
na Itiilia, tístiveram sempre isentos 06 h^tadoá I nirlos, onde
nunca m confiaram ao poder adtiânistrativo a.s aitrlbuivõus
próprias do judiciário,
Na America latina o direito ;ulmuH8tratÍvo foi um reflexo
da^í idiías e das leis da França, ou rios liUado.i-Unidoa.
A' codificava o ilo d irrito admuiisirativii, repeli ida pela
maioria dos estadiHtíi.s o jurisconsultos, tem-sr oppObto a própria
natureza das leis aduiinislrativai^, oesoncíalraentõ variavei>.
Nas monarcliiítsabsiilutaa. rouaidos tododíH poderei públicos
na peaaoã do rei, ora esle o chefe supremo do puíer judiciaria,
cajas ftincçoeâ ora tlelegava a individuoaou a corporações, ora
reservava para si» om seu couselbo ou de qualquer outro modo.
I>abi a di3tincçao entre justiça detetjnda e justiça tdida.oii
reservada Os olTLcLos da judicatura oram objocto, não raro, de
compra o venda.
Verdade O que a própria venalidade e a pro/ria Iiereditarie-
dadfj desses car^^os foram constituindo uma garantia para os
direitofl om litigio, porquanto produziram como uníural conse-
quência a inamovibilidade dus magistrados, u que permittm a
estes manter uma attiiudo li une e independente em face da
realeza, o do„^ pleiteantes, O maior mal desse regimen consistia
n.v falta de selecção das capacidades, e nas espórtulas exi^ridas,
ou, melbor, nas extorsões impostíis poios que exploravam a
judicatura como fonte exclusiva de proventos, O regimen judi-
cíario não ora o mesmo em todos os paízes. Assim que na lugla-
5in
HEVISTA no INSTITUTO nn?^ORICO
torra á camará dos pares, o não ao fúí, competia a eti|»r
jurisdicção do piiz*
Na Âlliíraanha a soberania dos imporadores toroou-so
quaâi nominal, p;iS9auJõ a attribaição de administrar justiça j
para of^ oleiLoro^, os aoburanos cíTeclívos do império. Nata iule-^
rc^iDtc da urgaoisavâu judiciaria allemâ a <s5e tempo : áa
uiiJverMdadcs» i|uo enlau gosavain do jírandts importiioeia so-
cial o politica, eraiti sujuítas ixs qnQsiòQ^ rorenâí?s, <\Vi
curporaçõcíi rcaulviam ííuutrioiílniente. A Itaiia, a H*
Portugal, rescntiamsu mui tu da iollm ncia do direito caulhiit-j,
tanto na judicatura como no processo.
Em toílas aii eoDííUtuivões d» século XIX» consagrado o j»río*
ti pio da se paraijâo <ÍiiS poderes» Tjram esiabelecidos preceitos'
garoutitiortís da iiidi! pendência do poder judiciário* K* corto
qae subsistiram na pratica viístigios úo antigo reí^ímeo ; pr^-
valeceu em parto a tiadicào do qoo o poder judiciário ú uma,
delegação do chate do Estado.
O podor executivc, em geral, manifestou a acentuada rela-
Líiiicia em rtcoíiliscor rio judiciário um podor ímiop^^n dente*
Em poucas na«;õeB, como os Estados- Unidos e a io^^latcíri-a,
Lem sido respeitada rigorosamonto a indúpendencia do podar
judiciário*
Ao lado dus juízos to^adod para o jul^aiiionto das qucstõe-»
eiveis, adoptou 'So na Europa o na Amorica, t^Kl'Opto na ffol-
landa, u jury criminaU q»Jõ os ingioxeíá conhocíam e praticãTam
doado a odade média » o os nortO'amoricaf)Oíá clesio o inicio de
iisua (áxistuiicij: cijJoniai, quv os próprios íVaficeics im[»erfeitíi-
raojjlo orgaiiisurami dcpuia diis ínvaaôoci i^ermanicas» at<í ao
geculo XV.
D diroil*o judtLiario tiau prii;^rediu 80uu'ute im quo õou-
corno .1 ur^aniayvi^'> do puder judiei luíft, iU ro^rras sobre a invos-
tidtii a nos cargos, Icudontca a aiiSí icurar uuia corta t»oleoí:&o, ao
oxercicio das fimcvóoLS» e-ftíib^loaondj a vitaliciodado o a inamu-
%'ibHidado, à exteníjâo da.s attribui.u js dos juízos, O procesFo
tornuU'Se meno$ iontu, furam eliminadius as precauções o\cí^-
Pi va>í» dimi imi u-so a profusão doa actos oscriptofl. M uitos codigoa
de procoífo civil m promulgaram, entro os qiiai^s o francnz em
l<S06t ú o italiano em 18<í5, ambos modítlcados o de^^envol-
Tidofl por varias leis*
No procè.sííO crimicai, autes de comtv;ar o século, eram
cunhocidoij diius hystomas : o accusaturiu, quw liavia sido pra-
ticado em França duádc as invasões germânicas ató a sccolu \V,
sysLeitia que dava u direito de acL-Uíiar à-i vicMmas dos deliclos,
ou aoi seusí cunjunctosi estatuía a pruva o os debates oraes, a
publicidiwie d tó atidi/uLÚas, o admiUia a defeca L*ia todas aa
plittães úo priice^o ; e o mquísitono, applic ido tius tros últimos
séculos autes da revoittçno franc&^a, systcma âuccessi vãmente
organisado polaa ordenanças dé IVJS^ de I'>:í9edõ I07'\ e em
virtude do qual o dii*eito do accusar compi^tia a funcionários
especiaes, rf^iervado ás partea o direito de dcnimciar* a 1o>
strucçao eri escrípta e sncrcta, as pi^ovas le^^aes, a defesa —
o DmEiTo NO sECTH/i xrx
limitafia, (m siipprlmida, os juizes — funccionarios piiblicog, o
não jurados. Com oa elemeutoa aecoitavoiá do^ise? dous y^lomatí
íippostoíi constitíiiu-8ô o gystonia mixti^^ geralm^jata adoptíulo
iK) íieculo que lindou, alargandu-atí buccosííí vãmente u publici-
dado da in8trticç;i'j o as gariiutías da dofesa.
Or;/anij<oii-sii o mioía tório publico, cxcopto na Inglaterra,
CUJO systoíua do quuixaa v donunciaa particdtai^j.s é absoluta-
mente ín d JL.no de imita^^Oi Oj»pocialiii€Otc pelas nações de raça
latina. Ctimpro notar que o coiiigo í\'íxno^z do IrutrucçtJo cn-
tfiitíttí, pruuinlgado cm l-snH, o o lUilisixioÚG Processo penal, pro-
iunl;/ailu oní Ih65. por síu í^rnii cercearam» mais do (juo convj-
nh t, o direito do queixa em benoíkio das atlribuiçõos do miuis-
tório publico. Suporior a qualquer dosaas legitilaí.'ôes 6 o nosso
Votiiffo do processo criminal áe \sA2, pelo modo com O acautelou
o interesso áooial e os dít^eitos do individuo.
No direito ponal proseguiu, aló quas^i ao fim do século, o
motfhnefito humanitário, miciirio 00 seculo Xlfllf por Itecciíria e
l^'ilaní.,'ieri na Ualia, por Bt^ntlum na Inglaterra, pelo» Ency-
clopediatas na França, por Ivrint e Kicbto na Allemanbiv, movi*
mtmto quo teve precuraoroa em Orotios e Wolil no gtculo XVII.
Ja auleb da rtToíwfíío franccza, Frederico cj tímnde, i^atharioa
da Uiissia o Loopoltlo da Toscana haviam refurmadu alguojas das
i^egras maiH erueis do direiti> p^naK eliminando om parte o
rogimen feroz o arbitrarin di" rtjpre^âo do crime. A Assvmhicn
conMUnntt\ desenvolvendo princípios contidos na /^fc^mfp^ro dos
direitos do homem, ftrmou normas, que foram univorsalmento
arroitiis no século XIX. Sendo o lira d« toda a assfjcinçâo poli-
tica* uo.s termos do art, Si* da Dcriaraiylú dos hireitos^ a conser-
varão dis direitos oaiuraeii e impiescríptivojs do homem, se-
gue-seque: r^a lei sodcve prohibir Ui? a«"çuos pn juJiciitesàbo-
ci»34lado ; :."' alei sO pode estabelecer penus eatrietJK e evidente-
mente necessárias. As jjeoan oram arbitrarid-s, deseguacSi uem
ftompre pessoaes, A As-satMc^í roníUittintc estatuiu que ninguém
pôde ser punido» senão em virtude do uma lei anturiiirmenti
promulgada o le^^almeato applicada ; que us delicios da meama
es^Hície £ãj punidos com pena^ da mesma espécie; que o stjp-
plioio dõ um dtdinqnente e as cond o m nações infa mantos, quae<i-
iiuer qtio sejam, não passam it faniilia do condemnado. Aboliu
a confis" açâo e a sobre vi vencia nas penas,
O Citditjo ptjnU franeezde IKiO, obra do dospotisiuo riapoleo-
Dico, Jbi orna reacvão contra prineipios declanidus pela
Assem' >íetL comi tuinítí. exprimiu um regmsâo no systeiuit da
iotimidaçao. consagrou dishesigõus de injustificável severidade.
Km l8o2 deu-se um i reacção contra o syst^ima das pouas desse
codi^iro. traduzida pela iei de 2í5t de abril.
Acceutuavu-sui eotào. em todu u muodo culto o mevimeato
humaoitario o»j direi lo peual. Aboliu-so, geraluieote, a pena
de morte paru, as delictos p^Utico^, e, em mui to i paUes, pftra
os propriod crimea com m uns.
Abrandaram-se as penas em quac^i lodos o.s códigos, como
no coiig^o líolga em 18*77, no italiano de 18H9, no hollaiidez do
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
lí^Hl, ijQ alloraão cli^ 1880, no auslriaco de 185?» no portugue-^
da mosina. tl:it't, na i-usso de 1845, í\u<\ aboliu as tortui*aseas
ponas tíurporao:?, rijvístu Jopois mais unvx vez, .sempre oo seo-
Lido ãú duninuir o rJíí«>r dos castigos. As prisòes foraio coDà-
trutdíu» attoiídoado-^o áa eundições liy-ieriicas, disoipljoare^,
ccoDOuiicas o moraes, que a doutrinai exigia par.i ea ta beleci-
raontotí dfssFa ordem. Fizeram ho penitoDoiaria^, quo fão ver-
de iros aiudeloíá ^ob esso quádruplo aspi^cto, coijkj a dt- Vionii4
d'Augtria, imitada pol.j architecto dade Lisboa. Mstabclccea-i^
u syíitoma dastjparação dos menorea dos atlidlos, KQéaiaramâo
diversos iiudosí do obter a correcção dos didinquenies» como a
líf>ertai;;iJo condicintial^ a conil^mtmção condicionai^ cjusa gerada
pela IUmosoíí'L o sabia lei Bõi-ongor (*^i do marco do ÍH*H),
o jKúronnlo, ou prutccção aoá condomnadod q ii> cumpriram a
pcaa c so rotiram da prisão. ^ irffniíporlai;ão^ para. poniten-
ciaria.^ ou colou ia8 ú\^%a.wWs,i\reh<OiÍlHa(;rto, Frocurou se pre-
venir o crhiK^ por mniu ài\ leis tio protoe^ão à ioLiDrí * <• -j^tf ro>i
oul*re opisrarioiíí, mutualidades, uniões proflssionaos ira
o aícooliamo. I*romatg u^am-so mnius lois para a ix, . l_- da
va^ralfundagom o da íiieadicídade, p^nlendo servir do mi^delo
piíra osta í^pecic a lei belga de 27 do novembro do IXíU, Co-
vardia ou relaxação moral, a magDanimidado do jury tocou au
exct-sso.
Vm meio de todo esijo movimento huraaoitario, j4 ao^s
ullimuá aniitis do ^íoculo, uma reacção m myiiiiíV.gtuu. l*anit»-
cou se a TK^rceber quo aá lucdidas posUí* em pratica nilo pro-
duzi ram oíí resiilUíio.s alm**jadoí> : a criminalidade proLrrodia^
ii reineideiiciaeb'v.iva-ge a uma proporção do oitenta por couto
Hobre a poputai;ão <luljni|H0nu% a poquona criminaUdado tri-
plicava, a precocidade do8 crinjinf»sos crescia aí».HU>^tadorameuUi,
a vida o a propi iodado oriíra miiia amoavadas do que ante**. A
aM ir mação des-ea fítctos iiâo deixava de sor verdadeira, moémo
quando í)0 aUendia ao au;^monto da pupittagâo, ao dasenTolvi-
iueoto áxá ri(]ueza^, e á precisão duâ meioa judlcjaes |»am a
ver» flcavão dus d el i c toá .
Vau upiíosição á escula clássica» qm^ havia preooQisuda
toda^ essa» medidas, fo m u ou .<o a eãcola denomÍJiuda pf»$ítivigta
italiana. Ksta câcula nao proc^cdeu iinicameiit<i dt> movimoota
reaccionário» despor Lado contra as theorias Uiitnauitarios p^lo
insuccosso destaii. Tem um londumeiíto seio o ti tico, uu mera-
mente dontrinariõ : u determiiiiiímo ip.vcologico, thooria geral-
motite acceita por todos uá ^'randod penéádorea do ííOCuIo XIX.,
^' o fiOU principio ; e oiiietbodo positivo, transportado dvis í^eieu-
cíjls pliy^icas c naturatí> para o daminio daseociaea, é o 8eu me-
Ihodo. A tóíácola positivista di vidiu-áo lt>go em dtius tlieoriaâ tlis-
tiuotas: a atHlírupolugjca o a suciolo^íica, iioteudo a escola authro-
polu^ica quOi as^mi comu urio se pôde esluilut* a moÍeíit,ia abs-
iraindo do d«íento, não se póie o?ítadar o dolícto alstramd»)
do deliu jucQle* b^tud;u>do o deltnqtienre, fez a conUocida olas-
si doação ; diviliuos ein delinqoenfes nutog, didinquentes
por babito, delinquoule^ por paixáo» delinquentes de occaiiào
o DIBEITO NO SÉCULO XIX 519
e delinqueotcâ alÍQU&do8. Os delíQqueuLes uatas se distingiiein
por cor tos osiii^raaíi pbyíiicas, como a írontii fugidia, baixa«
eatroiti o achaUda ; a grande proeiniuencia das arcadas sa-
lnn'cUiai'ií3 ; o pro^^uatliismo simiaiio o o progenoismo ; as
orelhas alistadas, Lu-gas e por vezes deseguaos ; a asymetria
craoeauae facial ; as ^raades salieacias zygoinaUcaa» corrcís-
pODdootcs a uma mandlbulni larica o robusta, do mento qua-
drado ; o nariz platizThiaeo uu alto e adunco ; os ollius dtâ-
tao te s, escuros o cavo.s, obliqu<jS, flxos e jílacians, quasi mar-
moi«oa, ou cxtrematiieotu moveiá c intorrogadores ; a pálpebra
fr;iozida o íuBtigijula peio nystatjnms; as maçaiis do rosto de uma
ctU" uniformemente mureoa ou paliida ; notável predomínio da
face sobro o craneo ; incisivos sobrepostos o cauiaos beatiaea ;
03 labioíí íirmcs — viíicaioa pelo tkius ameaçador daa commis-
suras. Oa delioqueotea oatoji ainda se fazem notar pula ausência
het^edttaria do senso monil, imprâvídencia v iníiensibi lidado.
Nascem dolinquentutf, o Dão i^ possível corrigil-os.
ÕB crimiQosoã por habito adquíi-em, ainda jovens, o habito
do cri mo, Nâo b.^m os caracteres anthropologicos dos crirainosoa
natos oiif pelo menos, não os mauirestam de modo tao accentuado.
Aâsiui como os criminosos natos sáo viotimas da horelitario-
liado» os delinquoDtiíS por habito são víctimas do meio* A
fraqueza moral de taes indivíduos» alliada ás circumatancias
I ambiõutes, trausforma-os em ladrões e vagabundos* O alco-
I olismo o a prostituição muito contribuem para a formação
I dessa classe do delinquentos*
Os criminosos natos e os por habito tém no crime uma pro-
flasáo, Sáo os reincidentes, tao conbeçidoa da policia o do jnry.
' Os criminosos natus são os híadapiirsis hereditíirios; os delin-
í quentes pov hábitos sào u> inadaptaceis sociaes,
I Os delinquentes de occ^isião fiao manifestam tendência natu-
ral para o crime ; o que os caracteriza e a fraqu(?za ilo ^cnso
moral, o não poderem resistir às inlluencias externas. Ao mais
I ligeiro Impulsoi cedem á tentação» A miséria, as possibilidades
^ de fugir á punição, a imitação, facilmente os levam & practica
do delícto.
Os delimiueRtes por paixão coostitnem uma variedade
dos delinquentes da occasiao ; agem sob o império de um ai^re-
batamoQto stibito» do um assomo irrellectido, da colora, do
amofi do odío, do ciunio. Em geral são dotados de um lem-
peramouto sanguíneo ou nervoso, ô do extrema sensibilidade.
' Depois do crime sentem o remorso.
Finalmente, os delinquentes alienados formam uma classe
composta de todos os doentes : os loucos por hereditariedade,
por aegenerescencla. por alcoolismo, os epileticos, com todos
os mitioiilt.'^.
Partindo de um principio verdadeiro, applicando um me-
thodo scioQtiíico, a escola anthropologiea, em \qz de proceder
com a discrição que a sciencia eiige, tào precipitadamente
induziu, tao sem baae generalisou, tantas contradicções re-
velou entre os seus adepiosi tanto exaggerou, tanto desvir^
2158— ^íí Tomo lxvui r» ii.
HEVÍSTA no INSTITUTO 111STOHIO>
tuou na practica o sou principio o o teu íbu* líivorocGado e
augniuntando injustas v pcrníciusas nbsulvirOes, que afloaí caki
í^ulj o raai;^ oatroudosn lidículo, O typo do criminosa nato,
punlo capital para a escola anthropulbgicai ató hojo nào fbi
Jctormiuado com prodsão o segurança . Qual»' o intifco cs-
plialico do crionuuso ? E* a «luli» hoceplialia V K' a metattca-
plialia? li* a hracbionptiilla? O criminoso nato ó t!*/ cIovaíLi
ustatura o envergadura hercufoi, ou frauxino, do cíjijIotdos
mulliuris? Snfue ess*.'?!; o outros iiiititos pontua nada ?*?
gabo do jíosiUvo, nào ses pos ucm noções scientiíicas. A ioda
quiinrio hou vosso perfeiln unaníraidad.) entre os socfarios da
eseulci quanto aos caraetoras anatoniicc8 o physiulogicoíí do
criniinoíío» o quo ô ritsottitameiiií^ iiiconiutítavol, ó que mnito>;
delinfiuíintus da poor espécie nio ostentam nenhum das cstígmaii
da delioquencia, ao passo qui% por outro lado, eutro os nossos
aniiífos o ccnjitnctQs, pessoas sãs o justai, rospcdtadoras d:tó
íeis, o quo jdmais commettoraiii :i mLiislii^õíra iniVacção pi.mal»
notamos inJíviJíioscom todos os signaos physico^í da crimina-
lidado.
Alguns criminalistas, reconhecando quo é destituída d« btí©
a classifleaçílo da escola antliropologica, e ao mesmo tompo
diatiiiguindo entra as idóas da escola algumas noçôeá verda-
deiras, algumas ínlicações úteis, propuzerarn uma classifioaçâo
dos doUnquontes em delinquentes primários ou do occaslão,
delinquentes prodssionaes ou do lia"bito, e dolinquentea anor-
maes ou defeituosos,
A escola do .sociologia criminal estuda a iniltiencia do meio
social. Ma um meio social normal, favorável á saúde morai, ©
ura moio social moral moo ti insalubre» om quo o crime tem
um terreno propicio, O delicto provera do ílactor individual,
da cdade, do caracter, do temperamento, da?? disiosicoe.s pos-
Noaes, c do factor social, do meio» Tomando se ura meio .^jcivil
dado, descobro-se iinia i-eluçao tjntruesse liuito o sua íiiniina*
lidíido. O moio nío ú idvíiriavol : diversas condiçô « ]
uiuracs e suclaes, combinadas comas teudcnciag indi
íbruiaiu um nível do ciiininalid;ide, r|u«' sooltív.LOU soabaixa.
O <juo ,so vliania ci imo, 6 a principio um impulso instinctivu,
sem nenhuma iiléa do culpabi lidado. O honiom primitivo msk da
íorça pbysicii para saUsír/j?r í<ous iiitorosso o apiK^titea, St^sks
por iodo uiá actua illicilos tão raros : a riioralidado «iu j>/stíca du
acções ♦' detetiíiinada pela opinirio dominanto do grupo, que n<H
primeiros teiupoá <!' pouco ou (juaBi nada eii^ciíto. O ^rodo-
min ioda lorça, uís o ira«;o carai-tcristico da8 ttLrreraiaçòes rudi*
meutartv<.
E I y n ta e d i íll c u 1 toga monte < j n o a h n ma n i dad o vae coo ce-
bendu o fonuultudo n direito, u. prolee<;ao dos fracos contra 09
forttiá. A experit,ncia rtívola .1 «jciodado que Ih) é imposi^ível
tolin'ar a violência e a fraudo. Sente se a necessidade da urdem
publica e a utilidade de fixar lho os preceitos garautidores
«5111 textOã le^aes* A criminalídadt» se tmubiorma. O Qtie
liòjô é acto lícito, amanhã se converte em crime bediondo.
o IMniiíT*! fio 6KCUI.t' XIX
Âft
Sparlít tiíliirava o itinititicidio; Alheriaa a piratacía ; na
cílíttlo mt'día S3 justillcavaiti om inai-f violentos att4BOtBdoá
contra a vkla e a proprltMlaie. Na épocjv actual o auí^'metií.u
lia crimlni^lidade 6 áQ^iáú ao onarmo deienvolviriRMiUj das
ciíladoa, com o i>rtijttizo da iKjvoaçâo d is cau.pos ; ú seiísua
lidado excitada pela expaoilo dná r^íu^za^^ ; â avidez, ao
^aMto o à fac ilidindo da8 «.•^ifeculagòee; ao contra^Uí entro o
luxf) o a pobifjza ; ás nocoiíiitivdtjs i^iovitaveís da IncLa, cuda vez
mftiij aíspcra, pfda vida. U f|Uo cumpre é tppíiar OôUdas
prcviMiLvas ; fvilitai* ao pr'dt3inrialo a ací|uiífiç&o dc8 ali-
inotitus e habita<;r>e« hygiocicag ; uniÕ,*j! proflssii.maea ; a urgfii-
nisavão d?\ iu^Utonda imblica ; a ediícaçãa physica c mural da
infância abandonada; lactar contra a imprcofa líc<iiífiosa, quo
cnvi^n* na a ii\nr\ poimlar ; cstalieloctT ôOLruraw opírarios contríi
a mtlí*ítía, o accidentô o a vrlbicc. A i^eprossào «'■ tambcrn
ncco^aríji, Ksta devo etercítar-H\ aprociando Ui íiatureza maií
ou menos antí-aocial do dpíiníju-inte, o o gtfíu do intfjtisidado
do rnovol anti social qnõ o íiopell ■, leni o.mo as eondií-ôed du
mein Convf^m nfinlliplicar os tnbiinaL^á liKaee, difacontralifnr a
Juíslir.rj pór o juiz bom petto dos jnri dicciotíadoí»» era cnotacto
imiti o i* 'm a [Mipulaçau, qne diive corlieoer» para jul;íai* do
act^ordô com hh regras do bom sonso, com a experiência dos
liomoiis o da vida. A Oác- la aocicíogica eDcerra, 'Somo se ve, al-
gumas iodjcaçoos uttíiç, o baseadns cm preciosaa oís^i vaç^íes.
O seu conceito do csime é qtif^ é inao^xíitãvei. AlgUDJas das
snas idóas ja haviam sido procoiiisadas e parclalmtnte appii-
c;idas p^la escola clasfiea.
Doí3 noiaveis eodiíroB civis, quaos marcos milliapios, aaM-
f^nalam o ectteçoo o tim do íoculo XIX : o Irancez, promul-
gado om 31 de mm. o d* IníiI, o o alÍi?mao em \>^ de agosto do
IHíJií, paiM ser ap pi içado do i do janeiro do 19W em dtanli^.
Anteii do cídíí?o Napoleão ííó Uavia na Et-ropa ura coiigo
civil, digno desta dcDominavãL»: u prnasiaQo. «to 1794. O código
suoiu de 1734, era um aumlíraina do di-sposieí"^!*» de direito civil,
dêdirtito í'rmnicirí:iL de dit^oiCo penai, d© prcco»so, de dl^
rc i to ad nn' niat rati vo * O cl d ig< > bav a ro d o 1 756 era ao tcji uma
obra dê doutrina do qno um «^odi^o proprianíontp dito : conlinlia
extonsu^ desenvolvi meiíloíí tic tíiooriíwi d^^ direito romano, qno
u legislador declarava no fim laappl içáveis. S'ím embargo cíom
seus muitos o grave*! defeitos, da furando pirte coneagrada á
pura doutrioa, da falta d>^ ctuci^jáo, o ofjdigo pinisfiaao foi o
inicio da cudiflcavâí civil da Europa.
u código Napuloão inspira 'U-se om quatro fontoá : os coá*
tomes, especialmente os do Faríz, o direito romana, as orde-
nanças rtgias. e as íeis proiiiul^^a as depuis do reííoiuçtirt fran-
csza, O direitj (an' nico o a jurisprudoncia do« parlauiOíitos
prestaram iniuima contribuição. A^ duas ordcui* de censurae
í^itoã aos redacturoêi do cudlgo oxpimiem o uspinto quc prc-
aidiu à bua elaboração : ia. a ^J^niOíi o codigu Napolvao tem o
defeito de haver reproduzido cm grand- parta o direito ru-
mano ; para outrus o de »er um eodtgo revolucionário, A ver-
522
REVISTA BO INSTITUTO HISTÓRICO
dade á que o^ mm rodtictorm se timi taram a combinar m
principiou do direito romano com oâ costuraea da França, d&ado
prefonineia a eâteiSi espeoiainientu om relagáo ao casamooto,
ao pátrio poilor, ao poder inarttal, á tilíaçao, á tutela, à
commtirjíião do bons uo matriínooio, o .is ordeuaDçae do que
toca ás doaçtitís o kstamentus. O elemonlo goroaanico pre-
ponderou na redacção do código : o chofe do família nao tem
o puder dísputícu © duro qu6 os romanos lhe attrí buíam ; é
aateá um tutor, um prolectar ; o pátrio i^oder nào afisouta uai-
c-imente iio interesso do pae, mm também no do fUbo ^ a por-
sonalidaiie da mulher no caâam Mito nào 6 mutilada* oti quasi
oitiuctai i'omo eiu Roma ; a viuva tom o |*atrio poder ; esta*
boleceiB o regimen da c o mm unhão do ben^, tjiEo os ronsaoot
nlo conbtíciam ; a mtillitír ú íiontoir.fc do iiiaritio depoiâ dos
culkt temes do discirao segundo grau ('). Os redactore.s do codi^u
NapoJeão inapiraram-se maitj na ofjuidado do qua uo rigor ló-
gico do direito ; abstrair; im do (bnnaliíímo rujiiauo,
Nâo cabo duí* limites dctíte retruspocto lembrar toda.i n^
niodilicaròes IVitaj^ uo direito pelo cudi;^o írancoz quanto à
cumpra e venda, ils servidões, ás obrigaí.-õe^, em graoJe parto
modeladas polo direito rumano, íÍ liypothcda, cujo rcgimeo
ttiDto f«j) censurado peloy molht>rea jurisconsultos Tranco/es, ils
■ubsti toi<;oeSj matéria em que o cgdigo alteruu profuiidamonte
o direito anti^ío. Não uori ú tào pouiio permlttido por em rulovo
a inriueneia quo exerceram sebro os redactores do codíj<o as
ubraã da Dumoulin, Cujacio, DWguesáoau e l'otbier.
Todos 08 códigos promulgado* oo correr do século so ro-
sontem da inlluoncia exercida polo loèjblador trancez. O aua-
triacode \BUk o ^ardu de 1838. o du cwitão de Vaud de 1819,
odaLubíanade 1S24, adoptaram em parto as diâposiçõe^ do
código Napoioão. O código civii italiano, de 1865, ò o francez
aperfoiçoíido . O hospanhoí, de 1889, se abstrairraoa das nor-
mas que consagram usos e costumes peculiares ao paiz, ainda
t^ o código rraooez, cora algumas í:orreí5çòes na redacção. Não
obstante a disposição diversa das matérias, o chileno, de 1855,
o argentino, de 1869, e o porluguez, de ls07, este ultimo sem
methoilo o mal redigido, traduzem o ospiriÈi^ dominante na le-
gislação francesa.
Dessa coiTentc do idúaa jurídicas afastou-so complutameoto
o coiigõ allemâo. E' o que so v6 logo, ao primeiro exame.
quanÍLí se compara a classiíicaçao doáto código com a do
írancez. Km trea pirtes divide o código Napoleão todo o direito
civil, das pessuas^ dos henit e da^ varias modificações dii propric'»
dade, dos diversos modos de adquirir a propriedade^ divisão quo
merecidamente ti^m sido acoimada de .so não cingir a netibum
criteriu meihodolugico SGientiíico. Neste ponto, ai' ^ ■ «-digo
allemào nào foi innovador, |>orquanto a sua cia- íS a
d(j excelicnte código de Zurich do 1887, isto é, a ^.->.^..,.ação
(*) Dispo^içio U]ai« tani« iuoditlcada.
o DlRTirrO NO SFCULO XTX
523
^cientifica de Savígny, liíereiraraento alterada por uma trana-
])Osição do matérias. Alt^m desta divisão scientífica, os attri-
butos que distíngíiom o cotli^o allomão, no dimr de ntn doí* seus
aonotadores, podnm rcFiimtr-sa no jue^uintu : <t lógica, desea-
Yolvioieiíto integral, emprego de formnlas coraprehensivas o
^oraei, espirito pratico/ ausência de formalismo inútil, ten-
dência phllosíipliiCM ô Bcioniifica, sob: ledado de rogiilamon tacão
e de prohiliição *• O código é tão completo quanto possível ;
resolvo um grande numero de questões que em outros pai/ea
< ontinyam ontregues ú. jnriíiprudencia. Para conseguir este
resultado o legislador germunico estabelece o?* principiou, ou
leis funda m^-ntaos, de cada mater ia» principios que já foram
corapanvdos « a formulai algébricas >, Ao juir, compete por meio
da deducção tirar as regraa par lie u lares para cada es pi -cie
regrai que o codi^ro formula, não raro. dando exemplos do me*
íhodo applicavel. por que so devem deduzir os corollarios dos
principies firmados.
Profund.iíj in novações intei*cs§antes, e é este o ponto a que
ora maiií nas cumpre attender, fez o código tedesco. Porraitto
a promesm a^n^tmctn, uma eapecie de stipul líio dos romanos»
em virtude da qual nos obrigamos a uma prés tição sem
cau:?a : é uma convenção meramente formal» cuji mite i i» ou
conteúdo, pode variar infinitamente. Creou a hypoiheo' ahs'
f ra cia, direito real independente do um credito, sem relação
necessária com um contracto principal. Uma ouira inoovação
curiosa é a renda territoriai : pôde constitui r-se sobre o a
prédio í rústicos um direito reaU que garante, nâo o pagamento
do capital, mus o de uma renda em dinheiro, ou juros, pe-
riodicamente pagos. O código admitte que oa esposos íaçain
contractos sobre o reírimen patrimonial depoH de celebrado
o casamento. O homem só podo easar-so aos vinte annos; a
mtilbor aoi deze^eii. A mulher é associada ao marido no exer-
cício do pátrio poder. Notável modificação : pormitteavse <i^-
ppessamente os pactos successorios. Os lierJuiros só rt!>pondera
pelas dividas da herança dentro dus? forças do 4a. São her-
dei roti necessários unicamente os descendentes, o pae e mão
do de ítíjus ( e nao os outma ascendeoins ) e o conjugo su-
perstite. Ifa a desherdação f^ona m^nte, mais uma ríovidadc.
Para que se não dividam os grandes prédios rústicos, as fa-
bricas e quaL»squer outros imraoveis dr* grande valor, os di-
reitos á reserva legitimaria o ao legado são direit-os pí^sfioaes.
O le;yratario é um credor apenas, assim como o propríu her-
deiro necessário, A mulher casada e o filho natural são multo
mais protegidos que nos códigos anteriores. Dilata-salhea no-
tavelmente a e^phera de actividade juridica. A mulher ttím o
direito e a obrigação de dirigir o lar comraura. No circulo das
oocupaçOes doruesticas representa o marido. Não precisa da
autorisaçáo deste para acceitar ou i*epudiar uma herança,
para recusar doiçSes, ptira fazer valer em juixo certa?j di-
reitos. O marido é essencialmente?, um administrador ; não
podo obrigar a mulher por actos jurídicos, nem dispor dos
REVISTA DO INSTITUTO IIISTORÍCO
bens qno eibi transo. para o casal. A mulher tem a faculdade
pedir ex pi ieaçôns sobre o modo como O administrada sua for
tuna. O lilho natiiiul, 6m relaçiio á mão e «eus pa^s, csU
po9i<.v^o jurídica de um rlllto legitiTna. Qua.nto ao pae. os obri^^
gaçúeg sãL» niai5 rig^rosad do que uaa outrfti logislaçoââ. Ha
tendência manifoâta para cjnsagr.Ar p rocei tos puramente rao-
raeSt o qtie levou um criUno illun^tre a dizer que cortes artigotfa
do código teora laivos de predica e do evan^elisação. A pesioftf
que eae nm pobroza por sua. imrauralídade, e tem íilgum parem
quô llio dova alimentas, ^ú póJo podir o estrictaraeote iodispon*
Havei paraaua mnnutopcao. Aembríriguoz ú fuodamento siiffíoi*
eu te parn a decretn<;riQ da iaterdicçáo. Crouu se o tribuoaí dati
lutoías» quo iloiide as f[m'stôe'io quariííquiu*cauííictos eoiro o tu-
tor e o pupiUo^tutre us paos o oa fllUo^^ootre o marido e a ratilher«]
a propoaito do roousafl do autoríaaçlo, arbitrarias ou abusivas. .
l':m certos oasos, o li^tiuiiv polo trtbimal dai tutelas ^ibâtltud<j
o pae. A intonção ^lar^ pariea nuâ coutractus deve ser Císcru-
piílosaraeoto iuvoíítigadii pelos juizes. O art. 133 declara ox-
prcs>!amQnte quo importa incíagar qual fui a vontade i^eal dns
partos^ 8em proucctípacoos com o sentido lii.toral dos termos.
Não so dovom admiUir iuterprelaçõos de contracto?* eni que
prevaleça a iint (é. ¥/ ovidcuto o cuidado do lojíisli^lor eiiij
evitar dooÍ!íi5í.*â contrarias á Ima To. O artiâoe tem um dirott
real sobro as coisas ptrr oUe laboradas ou repararias, K^italie-l
lec 'mse as Karantias ora favor do operário doiuito do patrão, ikm
quem so impõe a obrí^açàa de providenoiar do modo que a vidai
e a saúdo do operário uíio estejam expostas a corto?! perí^OB.
r>emaiSi o pitrào é obrig^ado a volar poios bons costumou i\o^
ompro«íãdos, o a facilitar-líics o 6X<^nMí3io do culto religioaiT,
So, durante um período muito cui-to, o oporario ho vT' impodiílo
do prosUr os sorvíçoa coiiUacrado!^» de:-<da quo não si^ja poipj
culpa Hu;i, o código til o a8:jo^^[ira o d i rol to á poro opção dusi
salariOií*
O código tom incontestável niimto uui caracter momli^adoí
0 socialista fraotamenr,a íiccenumdo.
Uma herança oberada ao liquida pela faUeneia.
A fallenciàjíl havia sido admittida no díi^^ito civil allemâo
desde 1877* Outras naçòi?^ t^rabam eí tatu iram mne melo de
liquidação para 08 devedores» moramon to civis; foi o quo f»^í
a Inglaterra em IHÔI e em 1H$3, a suí^sa em \Ss9, a Hollanda
cm 1893, 09 Katiidos Uníd m pela logislação fi^a^meatada dos
Kstadoi O.
O diroito commoreíal teve o 80^t primeiro eodigo no prin-
cipio do ítículo passado. O codi;íO civil da Prússia do ITOil
havia ostabolocido roeras sobro us commorcianlcM, os livros do
cjramorcio, a sociodado morcxutil, o transiporte do morcadarías
por mar» os corrotores e ageot^a do cambio, a-í avarias, «o-
i*^ H d>*jido o começo da odado morlerna Dl^'un4 eitalulos da«
pidadra iln Unlíu rston-liiim n fallfíiuda ao^ nio conim(*rciaiiÍ«<*
gnvm, letra de cambio e fallencia. Mas, taes pi^ecGitos, ruJi-
ment&TOs e eât^ssos^ Dão satisfiizfam as Qece8:iidades do com^
morcio, que se íoi deseíivalvenilo incf*ssanti (5 extraardina-
riameiíto nosoculo flmlo.
O eodigo coninii^rcial franccx. pruíimlgado em Isu7, p;ira
For applicado de I d<i jau oiro do 1:^0^ em <itviiiti% iiilo foi itm
innovador ei»rao o i-chÍíjío civil, A maior p:irí.« do.suasdiapo-
Biçiles já estavíim consa^ni^diis piíLis onlcnanças de Luiz X(\ ,
de líi73 n Iiísi. N*vi ol>!jtatiti\ fui o coí1j^'õ cõminorcial francíjz^
para noa sorvi rmoí! da pliraso de Vidai i, o * pao » doa codij^os
4iio tovG o 8(iciilí3 XIX, O nosso do 1^50, o ttaliano de IH 55,
fluÊatituido em iss?, o pijrtugiie2 d*? 1^*33, completam ente re-
fUíidiilo om i^sSs, o argenlino do 18^*2, rníorraado om Iís^m, o
diileao rlc i8í»5, os da Hespanlja, ílollauda, RuSiíia, (ímcia» Tur-
<juia, so filiam ao código íranr<>/..
A Jnfflalorra, cumo em ndaçâo a ouiroíi raraoa do direito»
se tuna oianilastado avessa â t edificação de suas lois com-
morcia(j3.
Os códigos promulgados dos ullimoa anãos do soculo firidn
revolam as mudiflc.ições o pro^re^sos por que passou o direi tu
commercial. O código fraDe9z do começo do socuío oâo regu-
lava a venda mercantil, nem a coQta-coi-i^ente, oom os se^airoáí
torrestred, nera og segui os sobro vida, nera os tiuilus do obri-
gaçõos ao portador, oom varias outras rol iç5oi d(j direito. Ús
promulgados no uUimo quartel do século, como o italiano do
IKtíá, por exemplo, coniêta normas especiaes sobro cada uma
ílesâas matérias, que regulameotam desonvolvidamoiUo,
O contracto de compra 6 venda mercantil é siijoito a dis-
posições monos rigorosas que as do direito civil, Estabolocora-
86 preceitos si>bre o contracto de reporte, A rogulamrmlaçâo
das sociedailes do toda ospeclo i? roíuodida, pai'a o flm do f^e
ctmciliar a iiberdado cora a responsa bilidado privada, restrieta,
ou os ti neta, a ingureocia dos j^^ovornos, e creadiis garantiam
contra a iVaude, Para íaToreeer o dosonvolvimento das soi"io-
dadea e garantir os creiore^, regularaenta-so a emissão do
tiíuloado obrigações ao portador, ou noroíaativos, Precoitoa-
se sobre as sociedades cooperativas. A lotra de cambio, por
disposição expressa dos códigos mais adeantados, deixa de sei*
mero instrumento do cambio trajoeticlo, para tor eonjuncta-
mcnto a funcção, nào menos Imporlanto, de substituir a
mooda. O contracto compleio da conta-corronto è disciplinado
por normas es|)cciaí'i. Incluem-so disposições sobre os cliequee,
sobrí^ osarmazeas goraeso os irarrants, aobfo oa geguros ter-
restre'!, sobre os seguros de viía. NoíJ paizes mais arteantaíloa
o legislador so esforçou por cscoimar a falloncia ihm ^írandeu
iie:jpezas e prolongada duração do processo, o por evitar as
íraudos e conluios do fa Ilido com ulguua crodores.
iNo código commerctal allemao de IO úq maio do l^í07, nào
raai^ so vêm capítulos, ou secçiles» om que eo disponha sobiHi a
letra de cambio e sobre a ÍUUencia, Uma e outra sio rrpu*
ladas in,stituiçfío5 coramuns ao dii^eito civil e ao commercial.
520
RFVrSTA DO iM^íTITfTTO ÍUSTORICO
 letra de cambio, segundo a theoria quo afinal foi aceoita
geralmente» constituo prova do uma obrigação formal» qiio
pòdtí ser assumida iodistínctaraente por commerciaotos e não
comrasfciantes, postai quo ainda ajuizada porante os jniziis do
coramercio. K a falloncia civil já está doe rolada em varioi
;)aizefl, como vimos ha pouco,
A imifioftção dõ dirríto privado, a promulgação de umeo-
tU}£0 Doico, em quo se encerrem o^ preceitos discriminadOH em
civis o commorciaes, nao passou do mera A>ipiraçao do al^uu^ jn-
rislas,repeHiitft poios legisladores. Prova-o o codiíío promulgando
pela Allomanha ora 1897. Uma notavol excepção a essa regra
foi ensaiada pído código federal das ohrignçôes díi Suissa em 1881 .
A libordado dt> comraerclo» isto <^ a faculdade coacedida a
todos 08 estrangeiros do se estalielecerem e roramcrciarom cm
um paiz, nas mesmas condicçôos quo os nacionaes, consagrada
pela revolução franc.^za na celt^bro lei do ^ do março de 1791,
foi se dilatando rada vez roais no correr ilo século XIX, o que
tambom succedou á lil-erdado do commerciu iotornacional, ter-
restre G maritímo.
O direito internacional ptiblicj progrediu admiravelmente
A escola idealista» que s6 admittia ura direito das iiíentes ideal,
pUilosophico, o a escola positivista (oo s 'Oiiilo ospecifil desta ex-
pressão Qo direito internaeionat)» íiue só recooliocia os principíoa
jurídicos consagrados ou formulados pelos tractados, fundi*
ram-sô na escola ecléctica» de que ibram repreaenlantes aa-
ctorisados no século fiudu Befflcr, Bluntschli, Neuman, Holt-
zendorir, Fíore. Calvo.
O Congresso de Vienni do isi5» que reorganizou politica-
mente a Europa» proclamou a liberdade do navegação era iodoa
os rios quo separam, ou atravessam diversoi Estados, desde o
lo^^aremque so tornam oivegaveis até ao mar; ostaboloceu
preceitos repressores sobro o trafico doa escravos ; e tez a co-
nhecida clossiíicação dos agentes diplomáticos ora embaixado-
res, legados o nuaciuíído papa, enviados ordinários ou extraor-
dinários, c encarrexados de negocias» accrescentando mais
tvirde» e-n 1818, o Congresso do Aix-laCliapolle» a clasae doa
ministros residentes, Regressouse á tbeoria do oquiíibrio eu-
ropeu, estabelecido pela pas de Wostphalia em 1618 consolidado
pela paz de Utrecrht em Í713 e roto por Napoleão K
A inda em 1815 fo i as s igu. ado era Par i z o t r a t ad o d a Snni a
Ai { i*i nça, c u jo fi m os t r msi vo e ra a p p l içar aos negoc i os d e i n to-
resse com muni das três potencias sic^natarias. Áustria, Ivus-
sia o Prússia, os preceitos do Evangelbu» da religião e da mora!,
bum como obrigar por todos 03 meios og súbditos dessas nações
á observância dos priocipios do cliristiatiismo, po?to quo o iu-
tuito recôndito e verdadeiro do famoso ti atiido fosse estabe-
lecer uma politica reaccionária, obri^^ando-se as potencins a
preataçío de auíilios mutuou» o a uma vi-ilaocia activa sobre
a politica iotf.^rna de to los 03 fótados, pari impedirom. ou re-
primirem, todo movimento popular tendento a raodiQrar a
ordem de coisas consagrada polo congresso de Vienna» Para
o DÍRFJTO NO SFGtILO XíX
527
oato mesmo úm de suíTo^ar as iáéxs revolucionarias, asaigna-
ram-so os traUdoa do A íi-la -Chapei le em 1818 o de Trop-
pau em 1820.
Contra a polífica do intervenção iníino;ar.ifla p*>la Santa-Aí-
/f>iíi<vf, os Rstadog-Uiiidoa em 1823 alopUu'íim a eelebro dou-
trina do James Mo n roo» quinto presidenín da RBpjildica* o qtial
iia sua mèna:ii;íiHn doasn -um o dí^olaroii qiio a íri^rlaterra o a
Uuisia não tinham o dlnnto do alargar a rrontmra de suas pos-
aoHSõeâ cora prf*j(jizo da re-íiâo conto nta la ao noroesti* dus Es*
tado3'L'nido8, ti que m não devia adiníttir quo a Hespanha
transplantasse para a Am<írica o^ princípios da Santa- AU.ança,
nem que impedisse o movimento emancipador de suas colónias,
Ei^sa opinião pessoal d(* Monroc foi elijvada á categoria de uma
dout-rina do direito internacional sob a toma da conhecida
máxima : a Anii^ríca pnrtenco aos americanos. Sem era-
har;:íi de ter sido estaliolecida no interesso úm ameiiciínos do
Norte, a doutrina dn Monroe mal^ de nma vez aproveitou às
naçòos da Araerira.
PpIo tratado do Pariz d*? is^r» foi aholido o cors>» llrmou-
•e a TGííFã de quo o pavilhão nootro cobro a mi^rc^idoria
i ai mi ira» excepto o cunirabaudo de ífu+rra» bem como a do quf>
amorcaduria noutra níi o <'í conrtseavol sob o pavilbáo inimigo,
oieepto se íor contrabando de guerra, o deelaron-se obrigatório
o í>loineiõ — somente quriudo élTt'ctivo, O nua i* negro foi neu-
tralisudi, e seus portos» atíertuís à marinha mercante, ficaram
fechados para todus os navios de guerra. Abriu se o Daíiubio
ao commercio. A Sublimo Porta começou a participar das
vantagens do direi Co publico europeu Fífíalmente, os plenipo-
tenciários da Inglaterra, Áustria, França Rússia, Sardenha e
Tnrquia, emitiram o íízcram transcrever no protocollo o so-
gainie voto: «Os Kstadus entro us -quat^a surgir qualqui^r desiu*
telli^oncia devcrno, aiUes ilo reconerás arraíis, appellar para m
bons oíflelos de uma potencia amiga. *
Oti^atadode l.ondres de 1871 modificou a ('onvençno dos
Estreitos á&lSil, paragai^antir a execução das estipulações do
tratado do Pariz de 1856,
Era 1878 o tratado de Berlim remodelou a vida politica do
Oriento, así^gurou a he^ernnnla da Rus.sia em ralnçào a essa
parte da Kuropa, n fírmou a liberdade ndigiosa na Tnrquia*
Recorreií-fe largameotc á arbitraarom duranto todo o sé-
culo, para a solução de questões de ordens diversaa. Assira : em
casos de dotenção arbitraria de subdir.os ou agentes de fim Es-
tado por í*ul:di tos ou íigonu-s de outiT> Kstado foram proferidas
decisòés arliltíae» na questão L(j Forte em 18+33, na do capitão
Wite em IHfíl ; em contestações sobro fronteiras ou limites do
territórios, o tratado de Gand de Í814 instituiu trea commissoea
arbitraes, ejá noa últimos annos do soculo duas decisões foi-am
f proferidas, inolvidáveis para a noFsa pátria, representada no
itigío por um de seus li lhos mais illiístres por todoíí os títulos
de benemerência ; era hypothosas de damnos soffridos por um
Estado» ou pelos cidadãos des??o Estado, quanto às pessoas o
528 REVISTA DO INSTITUTO ÍIISTORICO
aos beu^t em consequoucia do actus iUicitos, ou Qogligoucia» d#
outro tísttiíio, nu Uocíiladâos du otUro Kstada, foram julgadl«»«
entn) outra-s, as questdps do purtn díí Fsiyal eia Í814, do Portaa-
dic em Ift34 vt 1835, m.h i eclaoiAC^Sea am*^f i^aiift» contra o \ít»itcii
tm ls3l» lí IHIS, :\ (|tiestãcv do navio n 185:i, í» lití^^ia
do Mactidnniano, em 1858, a quéatão ii '*/'>! em IHíil o
1827* Km IH71 o ti'utado di3 Washiu^non ctetermiaou a^ cori-
du;õod em (|Utí so do viam áubmeUcr d arbitraj^oiu ^is vi^clamaçúes
da Alãf*ftma, Êsm moemo truiido aioda Uzou as se^uiotcâ
normas: l^ — um jioverao neutro deve ompregar toJoa Oi
moii^spara impedir quo na sua jurisdicção territorial »eja ar-
mado. (Ml 64]Uipado, um barco qualquor, qHQ se suppontu, com
funda menti), osUr destinado ao oor»Ot ou a aotoa de UoslUidado
contra uma potoncia amig;i ; ^" — um govertio neutro nâo tj^ve
tolerar qiJõ Uín dos b(dn}ííM\tutei Ibô faça dos portos, ou das
a^ua^ territorian*, a bise íh\ suas operações navaoii contra u
outro bel li^ií^oranio, nom qt^A no íou território um ÍK?Uiííerantô
ae ;ip<.^pcolja do provisões ou de rusmicue-^, ou recruto soM.idoa;
H.^ — um ^'ovorut.i miutro está obrigado a todas as dili|jr«meiaó
noceisaí'iA8, mn soua portes q afluas territoriae.s, para provouir
qualquer viulaçúo dos d«vern:í miuicionados. Dcpoia do tratado
de Washington em 1871 fori\m immórosaíj as decisuí*^ arbitracsé :
oumpro entro outras qu sStòes lembrar a do Chile com div<!rj«:v8
potenciaií, porquantf* ao represontaiUe do Bra/il coube a honra
do prnshíirás t^ommiaaôcs da in^^laterra, da França e da Ititliâ,
qno doviam julgar as reclamações motivada-* pm actoa das
íopças rbilon^s do torra «* mar, uos torritoring c costas do Peru
e da Hulivja.
ííaranHU'90 a tihordade do commorciti naa regiões maia lon*
í(inqiias. Em líí85 o tratailo dn Horlim, assignado pela Allt**'
manha» In,?Iatorra, AnstríaHungria, Bolgiea, Dinamarc*i,
Prançsa, líjilia, Hollanda, Portugal, Rússia, Hospanlia, E-itíidoa
Unidos, Suécia e Turquia asse;?uron a livre naví*gíiç?\o dos tloia
principa<*a rios da Africa» quo di^sembocani no AtlauUcOt o
Confio o oNiífí'r. O tratado do Bi^rlim obriga as navAJus âi^fua*
tariaa a protegerem os imlijenas, mi8SÍou»iriot<, " ^ e
quaeaqner instituições roligio^f, sciootiflcasjou plíi a»,
que tenham por fim espalhar a civiliaacào entro v-~ i- 1 i^naa
da Africa. A tolerância roligiosa ojti efiireaaamontc mt nuda
O tratada di? ronatantiuopola de 1^88 dispoí que o canal do
Suez sor.t livre, o estará sompre franqmmdo, tanto na \ràt, con]o
na guerra, a todos os navios mercantos ou d** gunrra, soin díji-
Itncção rlõ pavilhões. O tralado do Pari/, do issi organizou
um systnmade legrati oapeeiaes tendentOfí a pri.tnycr i-^ eabodt
mb niarintís. Pormuu-ae tnua fhr^Jn /'<jííi.í *i «*
aultaiite ria convíinrãndo lH7r>, r«»vista em litt i '. u
da de 187H, desenvolvida pela de 4 dejiiHiodu ití4ii, itm Vimilia
odopois em Wiisbioííton. em 1807.
H^tabolocuu>ge o
diapeonda áa obraa iitlorariu ai ^b
D niRKITO XO SF.CULO XIX
52í>
ClvilHou-se muito a guorra. A conTenv^^L) de Genebra de
1864 poz em practica a Vt^gvx : hosieís^ dum mdnerati^ fYatrt^s,
Secundo essa convonção, as ambnkncias o hospiUea milit\re>{
sdfão reconhecidos neutros, o conno taosi pTOti^giiios e reftpei-
tadofi peloa bellig^eratitos, oraquanto conii^^erem doentos ou fo*
ridos, A neutral idado cessa dosde quís as ambnlannias e liox-
pitaes sejam guardados por uma torça militar. Todo o p<\^.^oal
dasambiilanciutí 0 bõspitaes gozado beneficio da noutra lidiído.
Os soldados feridos ou doeníes fjerào recondiizitloa para áua
pátria, a^isim como m que, depoi» do tratamento medico, so
verificar quesáo inoipazos de continuar a servir. Os que sarm-
rem coinpietamoiito, títmbora pcdorão s<vr rocoiidiiKidos para o
peupaiz, sn prostaroin o compromisso do FoabFitor da lucta. A
<;oaví>ncâo exige um si^rnal dislinctivo uniforme para todos os
hospitaes n anibtil an tias, uma rru/, ví>rrael lia sol ire iim campo
branco. Era l^Ú^ p ^diibiu se o uso de batas e^íplosivas, abriu-
do-sp uma exft^prrio para :ls arman de gro&so oaliiu^^.
rormubraui-so regras para evitar a abordagem no mar*
As rolaç<'ieg com os povoa áo K x tremo- i>n ente tiveram
iiotavel inci^omento*
O prújftto dt' }>ft; prrpetna iiflo SO p<Mle maH dizer um sonho
do abbado dfi S;iint-Fjerre, ou a conetípçào do um idoõlú^'o
como o philoH »plío de KcBnigsburg, depois quo prrr iniciativa
do ciar de tudas Kuí^sias foi convocado o sr' reuniu o congroa o
de llaya, qtie, !íe nâo priHÍii/ui rttsultados de^do jd aprociavois,
iucontestavelmíuito UeDOta uma «ova ciUTcntj do idt^t>í uai
relações ínlornaciouaog. Nus uliimns .mu os do século XIX
muitos conllictos intorniicionaos Ibram provou idos poios di-
versos ídoíos admittidos no dir 'Íto úim irnntes : a iutorvencS-o
amistosa, oa bons offlcius do «ima põlrn^íln íimiga e a modioçrlo,
nvi taram miiitas guorras.
O dir 'ito intcrn:icíí»nal privndd tauto «o í^urir|UGr<Mi d'i
oiiras doutrinarias dti 184'* om doantfi, fde convGni.ôjH inter-
nacionaos na ultima mota-k^ do século, qiio ^ absolutamente
impossivcd enudonsap em um quadro wynoptico os piMj^ressoi
quB fez este ramo da sciencia jtiridica- sú as convenções inter-
nacionaes que Asser o lUvier áonomíutira—primipacij expostas
muito resumidamente, tomariam maior ospaço que o concedido
a esta resenha. A^ marcas do fd.brica o do commorcif», a assis-
tência judiciaria, a f^xecuçâo dos julgados, ^s gucoossões, os
actos do osradoeiviU aji socioiiados romm^rcinos o iniustríaeíi,
as questões nílalivas aos silvados di^ naufragio-í, tudo lõrn sido
rogti lamentado por raein d*-* canvençtlos intornacinie!*. O Si/m-
iemn tie fhrfliio Rúmnnn de Savignv, OS Comrnâfifori^ít sof^rr a
eònfliilo dtia htiít d^» Story , o Tratado tf o Direito lf%tern'teionat
Prí^ulú de Fo^íix, os fotmnefi tórios Aohre í»< h^ímnúnlox do Di*
reito Internficiúnnl de Whoaton, \mv Lauronce, os Commetuariaã
sofirv as Leis I,iUvnac\ow[f^f do Pliilíimoro, o Diivifí» Cií^il íntet*'
ntíciannl do (.aurent, o Direitn ítt Ur nacional Priú^do do Fíore»
O Traindii .^obfê fts l^nn iintt*rnnfÍQnties Pritadts de Weâtlake,
constityom os prlnaipaea subsidioii lofentlflcos que contribuíram
530
REVISTA DO IVSTTTtTTO HISTÓRICO
durante osectilo passado para a formação da direito interna
et 00 ai privado como scíencía autónoma.
A despeito de todos e^sos oâforços, as opiaÍMes cootínnarani
divorg-entes 9obro a questào pHmordtal de saber se a lei pessoal
èi a da Dacionnlidade, ou a ilo domicílio. O código civil Allemâo
coosao-rou o prin*-ipio da n.icionaljdado, que <^ o quo so ooq-
forraa com as id«?as modernas.
O direito romano pisson por notáveis modiâcações, quaoto
aoa eiementos di3 fístndu e ao methodo do exposição. As JnsU-
tiitas de Gaio. de que apenas so conliecia um resumo, incluído
na collôccão daa leis romanas loita por ordem do Alarioo 2*,
foram descobertas por Niebuhr ora Vorooa* no anno de 1816. Km
182.': descoluiu-^^e a coilecr-ão de fragmentos de jiiriscoosulloi
edo eon?ticuícòc3is imperiaeSf contieeida boU a denominaçâj do —
Vaticann júris rufnaui fYtigmenta, Km 1871 Joram acliadas na
Andaluzia dnas tahoaa de bronze, em riue se continham fra-
gmentos conijiíieraveís do reguliimento colonial, le.c coloni(e^ que
César, pouco antes de raorror, dou á culonia denominada 'i-
Geneíwa JuHti. Km 18íl encantmnim por acaso em Malaca
duas taboas de bronze com o regulamento munícipat que o
ímperatlor Dioolt^iano, notivel peli adrainisfraçào que or^a-
nisou, concedeu á cidade federada de Málaga o k cidade dtí Sal-
pensa. Muitos outros fiNigmentoá do direito romano áó foram
conhecidos no correr do secilo XIX.
A constituição politica do Roma era imperfultaraoníe oj*
nbecída. Gra^^as aos trabalhos colossaen de Mummsen e de Mar-
qoai^dt, pode- se boje estudar o direito publico romano tao pro-
rtindameote como se estuda o da Inglaterra. Ni Mtm^tal das
AHHguid"d€s Romanas depara- St*- nos uma exposição minuciosa
da organisacâo da magistratnra romana, da~^ atiribuições e
emolumentos dos magistradoSi du peííioal poato sob as ortlena
do^ magistrados, d is insi^uiai e henra^ desses luncdouario.^^,
da sua representação e responsabilidade, da i*ealeza, dograode
pontífice, do consulado, da díctadura, do mftgisier equilum^áo
triiumftTo, da pretura, dog governadores de províncias, dos tri-
bunos do povo, dos censores, dos edis, da qnestura, dos presi-
dentes de jurys, dos magistrados extraordinários, dos magi^-
trados í\tiiiljares, dos poderes constituído'* e%traord!ni\riOf<, do
principado, do patrianíado, dos cHcnte^^ da plebe, do estado pa-
trício — plebeu, dj3ft impostos, do serviço uiilitar, da com po-
tencia e funccíonamento da asaemblfti do povo, do direito de
cidade, da ordem senatorial, do regimen municipal, de iodas as
instituições do direito publico romano.
A escola liistorica, que, teudo como vexillaries no ultimo
século Xiebulir e Sivií?ny, dominou por largo tempo, muito já,
havia feito progredir os ostudi>3 de direito romano. No começo
do século deu se um reflorescimento dessa disciplina, ainda
mais pujant*^ do que o movimento fio século XV1« qnasi sus*
peuí?o no século XVII, e capeciamente no século XVIII. iJepois
qu<* mais tardo Savigny publicou o seu Sífstêfnn tie Direito
Romano, o metbodo syntheUco foi geralmente adoptado para a
o DIRKITU NO SÉCULO XIX
i3i
erpuaiçáo das leiu romEoas nas ubraa didácticas, ^ô oa grandes
commeotadortíJí dos pandcctas continuaratn com o metbodo
aaal> tíc(.s ista é, com os conimonUrios, quo aao doáenvolví-
menio^ das íjlosa^í. I^irtcncom ao aectilo XIX nomes de iti ma-
niatas comt> eutofl : íduí»l£, PuchU» Hasse, Vau;3:eru\vd, Cramer,
Guscben, Windsclmid, Muhloobrucl», Wariikuenig» Ihering» e
Untos outros.
I.) direi ío roíiiauo no socula XIX deixou de ser a loi vi-
^oulõ (lei principal e nàe subsidiaria i noa últimos paizes quo
ainda o appliaavam, ialo é, deixou de aur uma parto do direi Iq
commum ijermtmicK Sò su íjsLuiJa o direito romiiio actual-
mcnia como loíJÍsia(,áo ^subsidiaria» ou por iuterea^o tícienf.ilico.
Mas. umica osse direito fui lido am míãor ostima fKJlos ciil-
torts da jurisprudência do que no seeulo XIX. tlstu pondo, ma-
raviiboso senso jurídico o desse povo que, ba cerca de dois mil
aunos, organisou um corpo do loís qyo a ia da hoje oHerece as
niaítí salisiv^, as mai8 jualas solui^uea |iara tini scitI numero de
dililcultoso^, át) intrtacados, do particularússimoia litígios da
complicada vida modoruii !
\ luôtoria exteroa geral do diroito, para no8 servimoí? da
pbrasc de Rousííol, ainda aguarda o .sou Buáiiuet. Escrevcram-ae
iinicamonte aljirtimaá hiatorias oapueiaos, «lu locaes» como a
oxccllonto Historia do DircU*) c d"S Lfstituií;õtís l*oÍiiicas, Cieis c
Jndiciarias, da Inglaterra, por Glasáou, os Estudos sobre a his-
loria di>s instituições jrrimitivas do SufQUior MaíDe, a do direito
Irancoz do LaforritTi!, o mau uai do historia do mesmo di-
reito do Poiíjrnet, a historia do direito italiano de Salviolí, a do
^,'ovGrno e le^^islaçao do Portuí^ral por Coelho da Rocha, a ma-
Kuiíica Hisiút'1*' flx Adminish'ai:<''o Pufdica cm Poriuyal por
Garua Barros, os estudos de historia do direito do vários
paÍ2'.'S por DareãU', a historia das fórmari primitivas da pro-
priedade por Laveleyc,
A pbilosopiíia do direito pasâou pela mais prodinda revo-
luçao» para não dizermos <|ue â3 constituiu na altiraa metade
do século XIX. Renovou-so c impletamente o motiiodo appli-
cado ao estudo desta dotítrina. n que se denominava philoso-
phia do direito, ou direito natural (expressões até ha pouco
usadas indistinciamonto), era um conjuncto do ]irincip'os que se
afUrmavam revelados de um modo sobrenatural, ou dados pola
ixívelação Uitural da razno, reputida uma faculdade mera-
mente transmissora das idéas uuiveraacs o absolutas, ura poder
intuitivo, comparável â percepção externa — pela qual adqui-
rimos o conhecimento dos pheíiomenos que se passam fora do
eu, Admi t lidos os p ri nci pios religiosos^ os corollarios deduzidos
constituíam as regras de direito, e desse moio se formava uma
theoria sem neahuio caracter scienfltico. uma iloutrina que se
apresentava como ge fora uma sciencia, mus cuja base era a
revelação sobrenatural, um ponto do 1*3, uma afflrmacào theo-
loííica. Acceitu» 00 princípios subjectivus do racionaUsmo, as
ídéas absolutas do mothodo aprioristico, deduziam-se as alhr-
mações virtualmente contidas em taes priíieipiost e desse modo
532
RRVISIA l>i> rN^^TITUTO THSTORim
36 furmava uma tliooria cuja bascc?rft nm rin1ím»'nfnr c Impt^r*
finito conliccimertto da pgychica humana. Assim, a i -
direito nâo era uma íjouirina sciontiQca, Assertoou
do cronçus religiosas, ou idéa^ a priori, não miniiitriiui íuoda-
mcQU> para a furm^vâo do iima acioucia.
A applicação do niLHliodo pusilivo (o i ' " m:
dispòe a intoMigoDcia humana para a
scionlifleas) ao estudo ílos phonomcous sonn-.- iim:
pro!uDd;i. (]\m havi.t enti*© a moral, u direito, e i
idioas <iue SC occupavam com os factos *'" "» ■■■
as scieucias cuja oQjoctivo ú u cslQdo d^s *
pUy&ico, inor^Tinico ou orgânico, Itivi>8U;. ...
factus juridicus, etliicus. políticos, ccononjicos, on
pelouuismo methodo Io^tíí^o por qiio so estiidani o , ^. -
s\c%, (la cbimicat ou da biologia.
Toda douUina que actualmeutB pretendo roT<»7?t,fr-£n ^p «m
oiiracter 8vi<ín ti fico, precisa tor como biso a o'
ftiotos, quQ é o aliuorcô comiunin para a» índucç^^^
«cienciíiíJ.
A ul)serv3çãa, directa e hi«toricai mostra-nns i]ti« n vMa
social é uma injunoç<io da natnrezi úq certos ji
(juaoB ostíVo liomora : é um facto geral, con
ii^to é, uma lei, A observação» din^cta o hi
ooíloctivo mo8tra-no8 que :i UííL-eraiaçáa i5 ínii
certa rostricí;ão da actividade doa int- ' ' ■
Kssa restricçáo do ae ti vidado» oín
;írei, impõo-se Tatalmonte ás pr^^p' t '
as das formÍLr:is, das abelhas, d^
seres dotndus do uma or^^anizar:»
superior, cuja intelliiíôncía se rir
d adc H mais *^e r a^ i s , d tis ge n o r 1 1 í
tade obedece a uma rique
sídade da rostrici.fio das a
todo lt:va ualuialmento A lunrm
dos í:omuiaodoí< impostos ^ aoi,
applicação de uma verdade gorai : • . • i
84nencia com nm fim utíl ; procuram^'
numoDos para poderinoíí prever; c <
a nossa comlucta, evtt;iudo o qao & i
humano» e ^ujeilan' -
A8 jiornia^ jui
— sob a furm ' '
scieti titicas, o
gciencia é di-
rias, entro vr e
coDsequeneias *Tr ^
dencía para o i
que nos imitou .
vagão e o de^eavoH
Báse foi tsempre.y
eeitos da moral e do ^^^H ^^^P^* '4 mu till^i
o TííBIllTO \*0 SECirf,0 XtX
f>33
f«n'mi-l<í m ijiOametitoa roligtoaos, er» subjoctiviíínio aproaouu*
ra como corollarios ik\ princípios íutlômonatraTtiU.
Foi |á na u 11 ima niotade do se cu lo pa.Hsado quo philosoptioa
como 8liiftrt-MilU ^peiícor, Schallle, arrlinados ao metltoilo
scicritHico applicado por Comtn ao estudo de torJus aa gciencíAS,
inclusivo as sociaes, <? jurisconsultos cmno Cario, DW^^uaanu,
Cuglioio, Mlra^'li:i »i tjnt4jâ o tantos otitroa, er^íucram a plillasa-
phí.i do ílireito» !>lo »\ a doutrina qm? investiga ob princípios
rundamcntaos do diroito, á digntdado do aeitíiicia.
O Sôcula XVIII leguíi ao século XIX a prcoccupaçno da Irbc^r-
ilado puHticv, qno doranto lungo tcíinpo foi objecto ôa, rjuestão
jurídica msiis empol^Mnto, mais incandesconte.
O secuío XIX nao expirou sem formular, itara sor tíolvidy
pidó século XX, utn problema do ordem jurídica.
fota éo mais formidável do quantos jamaisi se agitiram no
dominiii do diroito»
A organifiação Rctnal da propriôdado, resultado do oraa
lODta evolução de muitos séculos", porquanto acciíradaa investi-
gaçí5€a híátorícas o se«:ura9 mducçoiís nos mostrara que noa
t jnipoa iirimitivos. a^sim como ainda hoje entre aa agremiações
bumanaã rudimentiires, dominava a propriedade collcctiva da
terra, tem sido iiidoinente combatida peloa sectariog de novos
idéaos ergonómico -jurídicos.
O socialismo» nome coramum a todas úm theorias que subor-
diaani mais ou menos complotamonte o individuo ao Kstado, e
realríoífem maia ou manoa a propriedade individual em bene-
ílcio da proprioilade collectiva, preconisá a necesaídado de corri-
gir as dosogualdadea soei les.
Nao se confundem os -ocialiídl-aí? eotu os anarcliiata^r Eatea
querem que a humaiiiilado re^roáso lo c.^ta fo fttftuml, ideado
pelo empirisnro roveUicionario do Juao Jacques Ronsfiíau. Não
prel^ndem Hõmente a abolição da propriedade índiviílnal» tal
como ^e Rciía coiisliloida. Vílo alem, o inspiram a um i*evira-
mento completo da vida Iminana, cm que so extingam todas hs
Ttia^iíilratura^^, toioâoá vincutog di? direito, todos oá inatrumen-
to>í do policia social, & uma existência, cm aumma, mo7*v fera*
rum. l*ara realiííirauiopia anarcliista, que it um idyl lio todo
teí'ido de optiíviíMiio, di? caridade, do airoirõeíi o d« henevolnocia
mil Lua, n>ra iiii.ii«jr deatroir a íiuciedadc v*ctual pela eíjpoltuyao o
pídu aííiiasM ítalo. A cruel pliauUâHUi iiiiarchida ;ipr« ,t'oíi como a
lòrmasuprama da jiiòtiv^ o anriiquilamerit.0 d» ^ tiitaaçáo
que se eítcrtuou iiiiceaianaiueuto. fiudínuntt% o irape^
rio de. forras naturaos incoercivci», ^ómoiite tei 1 1 iiubMvol n rea-
liai¥;;ifí desiia veHoidiifle aulÍ-»'ientiHLM, se ou liumeuíí fossem
dulados de lodaâa^ viriude^, cuja eumpl^^f* 1 ■■ - "de-
para exactamente uauueltõi. que, ^em o i uti-
meutod'* piodale ou ae probidado, acarte,.. „ ^.„ >.>uhõ
negro de tudo piirifloar p^la chamrna dos inccndíoá ♦.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O iiiiai*cbisma nãa é uma ibooria discuti vul om face d^ttl
8C mo cias que estudam o bumom u a s<j('iodiuic E* aponiis uma
incitação aocrima.
Nú 5i3]itido lato dii GipresâãOi o aociulismo compreliemlo u
coaimuolsmo, l> culkctivismo a o tíocialismu propriamcuLe dito.
Pretendo u comuauiuamoqiio uao uxiata o direito du propriu*
dado aiiigular : toáa^"í as GoiãnB saij jiropriedttdo caminUDi do
Uidm os liomeos. A* auctoridado publica, ao liaíado, cuiupi^
rOi^rtlr com egtialdíido o uso e í^^quo doá boas cujn. prupriedade ià
toaus porloaco» Em quo consisto essa distribuição egualltaria f
Aqui aurgo a diverge UCÍ.V (.«ntre os sortario^í da ihõoria, o pr^j-
funda, ífTcd lio ti vel. Qtiareiu al^xuns quo se distribua a riqu» z.*
dt) cíUt^umo coíu e^fualdado absoluta, abjtração feita das dOiíus-
fiidadua t^ doa meneei lutin tos do cada uru. Adoptam ouiruá u
Icmuift : (* Cifíín ani òeffttndo sutts jiCtc^y$idadvs , Final iiieuto, nao
í.iluni ooiijmiini^sta-í qun almojcui .i reparu<íà*> da riqueza do
conaumu scijuudo a capacidadu producUva do cada iudivlduo.
U com munis mo ogu;iiitai'io» distribuindo quiuliòua idoutvooH
aus dilí^íoiites u aos dusidioiíos, cuiiaat;raria a maior das injusti*
gaSi í2 i.íâtaDCdria taJos us LQccjitivuí» da produc^/ao oconomica ;
pois» dado.^ os actuaes caractorcá pjychicos do homem, 6 a maia
v.ip<n"OiJ.L utopia protcudor quo gIIíj traballiL^ iiiii)ellido >»óniento
por motivoá aUruÍ::iticoií, sociaea ou UamauiUrioii.
A diHtril>ui(;ão das riquozasdtí consumo so^uudo a
dados d«> cada um, alôm dos gravoit incunvcniftoti^s ai
croaria um numeroso oxeixjito de (uiicci ^
carreando a iiberdiide u sáob um rugiiuou i
por miafi'^0 averi^^ár i:-^ — ».•!.. i^
cada família. l't5lo pri
da riqueza du consumo quo aoí forto, activo», int«3li
profiuctoroa,
Stí praticasseuioa u
duotiva de cad.i in I"
toriaU maia ve
mos adoâegUL!
diversidade d»
Quer o cij
em duiiâ partos,
r
n DIREITO NO SÉCULO XIX
535
veis, m&s as próprias coiãaa movôis que formam a riquâza repro-
duetora; passam ao dominio do Estado. Organiaam-so coopera-
tivas para a exploração de todos o» raraos do trabalho ; e, visto
que »e oão retira do producto a renda da terra, Dom o premio
éo capitalista, oem o lucro do emprezario. oá operários perce-
bem um ealario equivalente ao producto pleno do seu trabaibo.
Não BB excluo o interõsso priviido; o individuo podo accumular.
Verdade é que ha um limite rigoroso a asaa accumulação» poiá
qvLv todo ii capital porteDOt.^ au Estado, o só as riquezas de con-
sumo podem ser accurauladas pelos iadividuoá. Nâo se supprime
a herança» que fica reduzida áj riquezas do coosurao, as ynicas
sobre as quaes pôde incidir o direito de propriedade sing^u lar.
O collectivisiuo, parcial ou integral, não viria de modo
ooobum implantar entre 03 homens o pleno dorainio da justiça e
a sonhada egualdade. Em primeiro logar, dada a variedade dos
climaH e da fertilidade das terras, aeri sempre impossivel fazer
uma distribuição egualítaria do solo enti^e as a^a-emiações huma-
nas. A desegualdado latalmonto bubaistiria ontre nações» Esta-
dos ou ooramunas diversas. Como m cultivariam as terratt ? Por
rontractoís de emphytouse, ou de arrendamento t Surgiriam for-
çosamente novos (actores de desegualdade económica. Por meb*
do operários eoniractados pelo Estado í O extraordinário augmen-
t^ do funccionalismo cercoaria a liberdade iudividual e a ioiie-
peudeucia politica do cidadão. Se admittlmos a lierança, temus
uma fonte permanente de desefuatda4les e injustiça^. 80 aboli-
mos a herança, desap parece um dos melhores, dos mais efllca-
ses estímulos da producçao o do progresao, porquanto, dada a
impossibilidade jaridica de transiuiUir os bona por e!?^e modo, o
homem nao despendera a mesma actividade pliysica e intelle-
ctual que hoje. Se permittimoa a accnmulaçào das riqnozns de
consumo, appareee a prupriedado individuil com as dosegualda-
díís que lhe sâo inhe rentes. Se vedamos eam accuraulação, temos
o communismo com todos os sons inconvenientes.
O socialismo propriamente dito não alimenta a aspiração
eommunista de fa^er do todas as coisas propriedade comranra do
todos 08 homons, nem pretende abolir a propriedade privada
sobre o capital, ou riqueza da roproducção. Sem extin^íuir a
propriedade individual, quer attenuar quanto possível as des-
egualdades economic&s ora existentes. Para conse^íulr esse resul-
tado, invoca a acção do Estado, cuja intervenção os adeptos do
todas as theorias socialistas reputam indispensável,
Eis aqoi algumas das princii>aea idóaa do progrâmma socia-
lista: a regulamentação do salário ; a diminuição o íliaçio dss
boras de trabalho ; a fundação do sociedades cooperativas esti-
pendiadas ou auiiiiadus pulo Estado ; a .supjue^síía j do trabalho
das creanças e mulheres cas ida^-j ; ;i creação das corporações de
artes o olfleios ; o estabelecimento do eaixasí de ítoccorros para os
Eivalidos do trabalho, e para a^ viuvas e orphans de operários ;
Klucaçao pelo Estado doa filhos de oporarios ; um imposto pro-
sivo^ ou de qualquer modo pezado, sobre a herança eo
8158 — 35
TgMH LXVltl P.H
536
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Muitas das a^piraçoofl daâ yarias escolas do socialismo pro-
priamente ílito hão do l^e^ fatalmeiíto «'oncrotísadíis em leis. Nào
ha um só liomem «1o curarão bem ft>rmado, quo í^o não sinta con-
fiaogido ao euntcmplar t> doloro.so quadro ulTerocido pelas bocío-
dadoa actuacs com a sua moral mercantil o €g:oistica. O socia-
lismo ha do ti iumphar parcialmente. O seu triuiDpho 6 infhiUi*
vid, necnsísurio.
A ;^raDdodiflicnIdado do problema csU em do tal arte cun-
ciliíir (s pritioipios da egualdadu e da justiça coiu o da utilída<le,
que, mitigadas os luales económicos do prolt Cariado, s« nào ííap-
primam os eatimulos opoisticob da produci.ão, o que seria suppri-
uiir t> progn^sso áíi espécie hiunaiia, puid não ha desenvolvi*
ínclito intollcctual e moral sem eerta« condições da bcm-e^tar
maUTial,
Ks5a \ae ser a fírando, a cnljbbal tarefa do soeulu XX.
« O inundo iutetro ost4 ;itlenlo ao i\uo so vae passar, (rpreaa
dí^ uma a,!4Ítaçâo iuimensa» e pergunta *'oin an;^uslia qual será a
soluç.iodo mais temeroso profcleraa quo j;ÍmaiâBe formulou.^
O estudo retrospectivo da evolução jurídica do século XIX.
£Ó deve infundir-nus n lentos e esperanças. Nào ob.^tanie os seus
erros o os seus cniues» nunca, em periudu ncnhimi da historia,
os homens fíoxaram do mais liberdadi' politica e civil ; nunca a
porsonali liado humana foi maia respeitada ; rjanc:i os diroifcoí
em jL^er:M foram menos violados; nrmca as guerras foram maiff
espaçadas ; ounca as tuctas entro os fudividuos e entro as nav6oa
tiveram um caracter menos selvagiím,
Í)U« P£t>ao 14£&;a.
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
l» SBSSÂO ORDINÁRIA EM 10 DB MAli(;o DE 19fJ5
Pr^iidewta dQ Si\ Comielheiro ti, H. itc [r/mno e Castro
A'» ií horas da tarde, preseutca oaSrs. Conselheiro Aqiiiúo
e CtíHtro» Manju»^/ ilo P;irau}i;.Mí,Í, Comrnt?ridudf>f Heiiri<iue Raf-
íUrd. Dogorabaríí^wior Sunza PiUníÇ^i, Cnrisi-lhoiru Caíidido de
Oliveira, hr. \. do t^aiila Freitas, Koclui Pombo, Aribur Oiii-
marães» Kdnardo Maríjiio Peixoto e Max Floitiss, 2** sccreUrio,
abrese a sessíío.
O Sr, Meííisí», 2° secretario, lê a acta da 18* e ultima . ses-
são ordinária do anno passado, a qual ô approvada,
O Sr. Presidente commuoiea nos ge^niintes tormos ao Insti-
tuto o f^Ileci monto dos euiisocijs Srs. Dr. Jos(? Saldanha do
Gama o Commendador Oliveira Gatmniby : ^Encetumos hoje 'ás
nossos trabalhos literários sob a dolorosa ira pressão que nos
deira a lamentável porda ae dons di;:nos consócios — oâ Srs.
DP» Jo^é Saldanha da ' iãraa g Cornmoniador Jo^é Antunes Ro-
driíTuôs de Ollvoira Catraraby, ultiraamonte falleeidos nesta
Capital.
Recoramendavam-se ambos ú, nossa consideração o apreço
pelas suas qual idados pessoaês. ser viç?a dcan.-a publica, amor
tjts letí. 'ialoiente ú. nosga Associação, q ti o tanto os pre-
zava n t por èlles distíOiíiiida. <» elevado merecimento
dv ' companheiros ill tis três. pelo caractoro pola iu-
tr I devidainooto apreeiado no ologio biogiupijico
quii Jii L N4' L> Iri^titul.o realiza.
Hqjo, em nuriprimnuto do rigoroso rlever, limitam o -nos á
expresâãn <!'- ,,.,.., .^ f<jrdt'ae^ seotimontos, f izeodo insorir na
íicta da pr sno niii voto de prtífondo pezar por ião de-
plora vel i' rito. •
O Sr. liilor Henrique [taffard, 1" so(srõtar:o, lè o
riiiiih^ , mí: ollloio do Sr. Joaquim Carneiro de
|! ia, de 15 de dtízembrj de 1904. comraunicando a
para o cargo de Director Geral dosCorreios.— In-
lece-so.
» <1tih ifp KnpTí^nha"!?!, de 16 de fevereiro, commti-
' lado o agradece «íe,
ita Cath\rinae do Secre-
lalu, a<: "^í:; de dt^zombro de lí«)4, com-
ao oílíeio do lustitnto, de 16 de agosto
538
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
altimo, que foram sipedldas as necessárias ordeoá para sor ea^
tregae á redac^^áo do Jomal do Comm^jrcio a quantia de um
coalo de réis, pira auiiiio da obra ornamental a executar ee na
igr^a dê N. Senlkora da Graça « em Saa tarem» onde repousam of
fostoâ mortaes do Pedro Alvares CabraL — Muito se agradece
o doDativo.
— Da íSocieté Koyal do Geogriiphío d^Anvcrs, do 15 de do-
zerabro de I9m4, pedindo a remessa da Remsta do Instituto ílís*
to rico — A' Secretaria para providenciar,
— Carta do Dr. Alberto Conrado» Cansuí do Brazii no
Porto, de 26 de novembro do IÍK)4, remet tendo o l'^ tomo da
obra intitulada O Commerciae a Naioegaç^o na Historia — Muito
ue agradece-
n Sr. Presidente justifica a auiiencía do Sr. Conscllieíra
Manoel Francisco Coriv^a, 1" Vice-PrcjBidente, e ié a seguinte»
carta que llio ibi dirluida pelo Sr. Barão Homem de MeUo»
3' Vicc-Presidente: <* Teolio a honra de participar a V. Kx,
íjuo six** 1^0 dia Ti do corrunte raox» a bordo do /i'»« Aamionas^
para «»ii bantos Logareíí.
Fazendo esta communieavão, rugo a V. Ex. «juo se df;icn<
turnal-a presouttí aos nos»rjs consócios do lujítitut.o Hisforiou, sk*ji
q uaos d i r i jo m i n I » aji re.spo i tosas sa u d iiço» vs v d eeped i das » p^n id t>
tíRmpiia ao ^ervií^o do Instituto oa inous esror<;o8 e dedicação onde
fjuer que mt3 aclio.»
O Sr. Gotnmaidador Kalíard, t ' secxtjiario, h* as oITeciitik
d6:»tacando entro estas a^ íoLtas pelos consócio j Dr. Maoool
Barata» da Vida de iloines Freire df Àndradat eni dous volumes
(17;?1), de um retrato emoldurado do .loaé lin Araiijo Roeo,
1^ presidente da rrovinela do Para (17y:MB:J3) c do trabalbo da
lavra do me.^imo consócio — A Jonuida de Frafwisco Caldeira de
CaiitUú Bmn€*^ ; e ado consócio Dr. Antunio de Toledo Piza^ do
Annuariò Estaiislico d<i S. Paulo,
O Sr. Floiuss, 2" secretario, oíTeroce uma aquai^ella íbita
pelo aeu doaio pae Henrique Fleiu^s, repreaeotando uma .ses-
são imperial em 1859, trabalboestedeâK^riptono penúltimo ou*
mero da Re¥iaseença pelo notso emérito bibliotbeoario— Dr. .loié
Vieira Fazenda.
O Sr, Raffard, |« secretario, lè aa sõgaintea propostas:
€ Propomos, do conforroidad© com os F>statutos. para aocio
honorário do Institnto, o Sr, Dr. .loscí -íoaqnim Seabra, Ministro
do Interior, om attenção aos lions sf*rvir'08 qiio tenn prailado ah
Instituto, sala das MosaSes, |o de mar^o ilo rJOõ. — O. //,
d*Áq*nno e Vtistra^ M^irt^wz d** Pnrãnn^uã^ Utfnrigu*' Haffat^^
A. F- de Souãa PHanfja^ A, d*' Paula Freiius, Etluardo Mar*
fjucs Peixoto, RocJiit Pombo, M, Fieimi.*—X' Commí^ào do imÍ-
missão desocioíí. Relator o ih', lV\u]aFrottã±^.
€Dd eontormidaie com o .^ r do art. :0 dos Estaiuios, e
reconhecendo o valioso serviço preatado ao Instituto peio Sr. Dr,
Joe^ Leopoldo de Bulbões Jardim. Ministro da Paseoda, que
detorniiQou a relmpr^^saão, nas odiei nas da Impransa Nactonal.
dos volumes ivsgotados da R^vi^ki Tri mensal, o que consta da
ACTAS daí; SESSOE8 Wi lí)05
530
ordem n, 88, do l:í do dezembro p. p., publicada no Diária
Official de 13 da meaino mez, propomos ãeja o mesmo seohor
admíttido como sócio honorário do Ijistltuto. Sala daa sossoeg,
10 de março de 1905. — O. Jí. d* Aquino e Casiro, Marquez de
Paraná fjud, Henrique Rfiffard, Max Fleinss, A. F. ffe Sousa
Piíanga, Àrihur Guimarães^ Eduardo Marques Peiroto^ Rocha
/Viw//f>.>— A' Commi>?são de admisaão de sociofl. Relator o f>r.
Píiiila Froitas.
* Propomos para sócio corn^spoodente úo Instilíilo Histó-
rico e Geographico Brezileíro o Dr. Alfredo Ferreira de Carva-
lho, natural d© Pernambui^o, com 35 annoa de idade, enge-
nhe iro cívilf autor, entre outras, das seguintes obras: Diário de
um toklado da companhin das hidins Occideniaes ítraducçâo e
notas), Olinda conquistada (traduoçao do hollaedez), A im-
prensa Bahiana e Jornaeí^ Pernambucanos^ O Dr, Alfrodo Fer-
reira de Carvalho tem> além doB referidos livros, publicado,
em revistas e jornaea, importantes e numero^ai mono^rapliias,
abrangendo estudos de historia pernambucana, critica literá-
ria, biOíírapMas de Itraziltiros celebreis, etc, eé o !'■• Secre-
tario do Instituto Archeologí CO Pernambucano, Rio de Janeiro,
10 demarco de 190ri, — Affúnio íWío, Henrique Ràffard, Max
Fleiuss^ Rot^ht Poíiiha^ Arthur Gmmitníe^^t Ed-uardo Marques
Peii^otú.^ — A' Com missão do Historia. R«^Íator o Dr, Ijeite
Velho.
< Propomos para sócio do loitituto Histórico e Geographico
Brazileirõ. nos termos dos K<^ ta tu tos, o Sr. Dr. Luiz Gonzaga
da Silva Ijeiíie, natural de S. Paulo, advogado e autor da obra
cm cinco Yoluraes, intitulada—Oenefí/o^ía PeuUsiana. Saladas
.^ss^es, 10 de março de 190.1.— //enrí^wí Rúffard, Rocha Pombo^
Max' Fimm.'í, Ar ih tf r Guimarães^ Edttardo Marques Peixoio ^^^k"
Commísião de Historia* llelator o Sr, Coniellieiro Cândido de
Oliveira.
^ Propomos para sócio correspondente do Instituto Histó-
rico o Geoí^i-aphico Brazileiro o Sr. Ur. Diogo de Vaaconcellos,
natural de Minas Geraes, advogado, autor da Historia Antiga
de Minas (ier^ías, de que oITerocc* um exemplar ao instituto.
Sala das se^sdea, iode março de 19( ^.^Heni^ique Ma^aní, Rú*
eh a Pombo t Mae Ffeiuss^ Arthur Guimnrtfes, Eduardo Marques
Peixoto, » — A' Commissâo do Historia. Relator o Sr. Visconde
de Ouro Preto.
* Propomos para sócio corieapondento do Instituto Histó-
rico e Qeographíco Brazileiro o Sr. José Jacintho Ribeiro, na-
tural de S, Paulo o alH empregado na Repartição de Kstatis-
tica, autor da obra denominada Chronologia P^fulista, Saia das
sessões, 10 de março de llwiS, — Henrique Raffard^ Rocha Pom*
búf Max Píeiuss^ Arthir Guimarães ^ Eduardo Marques Peixoto,w
—A' Commissâo de Historia. Relator o Sr. Conselheiro Cândido
ie Oliveira.
* Propomos, de accordo com os Estatutos, para locio cor^
respondente do InsUiuto Histórico e Geographico Brazileiro o
Sr. Dr. Luiz M. Fernandes Sobrinho, ofTerecondo como para a
640 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
soa entrada o sou trabalho sobro D. António Fdíppe Cam&rfto.
Sala das sesáões, 10 de março do \9{)5,— Henrique Raffard^ Max
Fleiuss, Souza Pitanga, i^ — A' (.k)raraissão de Historia. Relator o
Sr.Con.sol beiro Cândido de Oliveira.
Levanta-se a sessão ás 4 \ ò horas da tarde.
Ma:r Fleiuss, 2" secretariei.
OFFERTAS
Pelo sócio, Sr. Senador Manoel Barata, Vida de Gotnes
Freire d'j. Andrada, em doas volumes (obra rara), 1724 ; A Jor~
noda d^ Francisco Caldeh-a de Castello Branco^ Fundação da ci~
dade de Belém, estudos dd historia p:ir<iensd, por Manoel Barata;
o um rotrato eumldurado do Josó de Araújo Roso, I"" Presidente
da Província do Pará, 1793-1833.
Pelo Sr. Diogo de Vasconcellos, Historia Antiga das Minas
Oeraes,
Polo Sr. Klesbão Alveá Maia, sua obra — Miscelânea Esco-
lar—Elementos de Geograpliia do Brazil,
Pelo sócio Sr.Dr . João Barbosa Rodrigues, Uiraêrg ou Curare.
Pelo Sr. Commondador José Ribeiro Duarte, 1» secretario
da Irniandadodo blorioso PatriarchaS. José, Relatório,
Pela E-cola de Minas, Annaes,
Pela Sociedade Nacional de Agricultura, A Lavoura,
Pela Repartição da Carta Marítima, Boletim,
Pelo Museo Nacional do México, Bolelin e Anales,
Pelo Grande Oriente do Brazil. Boletim,
Pela Societé de Geographio Comraerciale de Bordoaiiz,
Bulletiii.
Pela Real Academia de la Historia do Madrid, Boleiin,
Pela Socielad Cientifica Argentina, Anales.
Pelo Ministério de Fomento do Peiú, Boletin dei Cuerpo de
Ingenieros de Minas.
Pela Directoria Geral do Siúdo Publica do Rio de Janeiro,
Boletim mensal.
Polo Museu Gceldi (museu Paraense). Boletim,
Pela Socielá Africana d'Italia, Bolletino.
Pela Real Sociedade Geográfica de Madrid, Boletin.
Pela Socioiaíle de Goog^-aphia de Lisboa. Boletim,
Pela Societá Geográfica Italiana, Bolletino,
Pela Société Khedivale. Bullelin,
Polas redacções, as se.L'^uintes revistas: Revista do Instituto
Arcln^ologico e (ieologico Pcrnamhvcan(\ Revista Trimensal do
Instituto do Ceará, Remsto Medico-Civuriiica do Brazil, Revista
do Are/iro Publico Mineiro, Rrvista ifilitw, O Trabalho, O
Oriente Portuguez, Rciísta Didnctica, Rtjrist". Men.^nal de la Ca-
mará Mercantil, de Avellineda, Proviocia Je Buenos Aryos,
Revista de la Real Acadchiia de Ciências exactas, /Isitas y natura-
les de Madrid, Revista da Sociedade de Medicina e Cirurgia^
Revista Maritima e Renascença,
ACTAS J)AS SESS<m>í DE 1005 541
Pela Junta Superior do SaniUd do Cuba, Tn;<orme 3/«n-
sual,
Pola Ripirtiçãodo K^Utistica o Archivro Publico de S. Paulo,
Annuario Eslathlico,
Pela Associação a)mniorcial do Rio de Janeiro, Boletim.
Pelas redacções, os jornaes: Le Sourem Monde, Jornal do
Recife e Club CoritiOano.
2» SESSÃO ORDINÁRIA EM 24 DE MARÇO DE 1905
Presidência do Sr, Marquez de Paranaguá {2^ Vice-Presidente)
A*8 3 horas da tarde, presentes os Srs. Marquez de Para-
naguá, Gommendador Henrique Raífard, Mnx Fleiuss, Rocha
Pombo, Dr. Marques Pinheiro, Eduardo Marques Peixoto e
Arthur Guimarães, o Sr. Presidente diz que havendo numero
legal abi'e-se a sessão.
O Sr. Fleiuss, 2° secretario, lê a acta da sessão anterior, a
qual é approvada sem debate.
O Sr. Presidente diz que o Sr. Conselheiro Aquino e Castro,
Presidente do Instituto, por justo motivo de serviço publico
deixa de comparecer, e que o Sr. Conselheiro Manoel Fran-
cisco Correia, 1« Vice-Presidenke, também não comparece por
se achar ausente desta Capital.
O Sr. Commendador Raífard, 1® secretario, lê o seguinte
expediente :
— Offlcio do Sr. Ministro da Bélgica, datado de 8 de março,
acompanhando uma carta do Sr. Edouard Jansen, Secretario da
Societií Royalo de Geographie d'Anvers, em que commnnica
remetter a collecçãodos boletins da mesma Sociedade. —In-
teirado, e agradeco-sc.
— Offlcio do Sr. Juan P. Perez, datado de Assumpção, de
fevereiro ultimo, eommunicando ter sido nomeado Director Qeral
da Eâtatistita do Paraguay . * Inteirado, e agradece-se.
Programma para o concurso da Societé de Geoçraphie Com-
merciale de Bordoaux, para a obtenção dos prémios de Salnt-
Laurent. — Inteirado.
O^Sr. Presidente diz que se achando na ante-sala o sócio
correspondente estrangeiro, Sr. Carlos Lix Klett, digno Cônsul
Geral da Republica Argentina no Brazil, designa os Srs. secre-
tários para introduzil-o no recinto.
Ahi chegado, o Sr. Presidente dirige-lhe a allocução do es-
tylo, felicitando o novo consócio, ao qual o Instituto vai certa-
mente dever os serviços que uma dedicação esclarecida sempre
traz.
Pedindo a palavra o Sr. Klett profere o seguinte discurso :
cSefior Presidente. Seôores. Quando fui honrado por esta im«
Cortante Institucion ai reconocerme como á uno de seus miem-
ros, aprecie ontoncos el mérito de la designacion como surgida
de un centro eminente de cultura tradicional ; y la aprecio aun
mas, Sefiores, en este momento; por cuanto el caracter queaquel
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
nombramieulõ mo confiore, ai proporcionarme la oeaaióa de
sal lidar eii sus actuales reprosuntantes la brillante tradicioo do
ííste Centro, dedicado á iiiiã vida prollcua ile labor cientifico,
mô brinda i^imlrarmto Ia oportuoidad do reniJir homenaj^eo su
próprio seri(/, Ú. las figuras prooaiíi entoa cuya vòz hi escuchado
(ilrora este roei n lo. Eti ol lian actuado porsoiiajeâ vonorables»
íií^enti'» valiuscts dei dcaonvcVlviniento social y ntmliíico íIm osU%
p;ii3, ctijos iiaíiubros ptTtoncen ã la liistoria lloJ pitoblo á ciiyo
engrandoeimcnto lian c.jiU riba ido fn oseoiiarios divers^is. Vq
íaludo en recuordo t^omo rc^prosontante do una Naí'ióa que,
(loida á la quo cl los farmarou liiclia por idotiticos íde^iloi de
progreso Sul-AmcricaDO,
«Senor Prosidonte : Agradosco la cordial acogida dul Insti
tu to Histórico y Geograpbico BrazilL^lo, ai cual rao honro en
perteneof y ruego Uagaes I legai' la expi'e9siôii do este saa-
limiento á cada imo do su^ dignos mierabros. Jíedlcho.»
O Sr. Prcsidooto diz que não se acbando presente o orador
do Instituto, Sr, Desembargador Souza Pitanga, convida o Sp,
Max Pleiuss para responder ao recipiendario.
Usando da palavra, o Sr. Flõiuss diz que, ^o Instituto acollio
com muito prazer o Sr. Carlos í Ji Klett. A obra que ba dous
annoaUijeafíu o iuí^resao no Instituto teve o parecer do emi-
nento brazileiro Sr, Visconde de Ouro Preto, presíidissimo
consócio, que a examinou om longo parecer aqui apreciado por
quantos tiveram a veotura de ouvil-o e que so acha hoje incor-
porado nas paginas da Revista.
E osconceitoâ emittidos sobre os Esiuiiiosão Sr. Klett polo
i Ilustre consócio, Fouberam desde logo despertar a? sympatnias
de todos pelo novo companheiro, que agora» pela primeira vez»
comparece à sessão do Instituto, onde é recebido com o maior
carinho, prova de que tudo se espera da sua coadjuvação intel-
ligonte e loaL »
O Sr. RafTard, 1*^ secretario, lo o relatório geral de 1904,
apresentado pelo thesoureiro Sr. Dr. F, B, Marques Pinheiro.
E* enviado ú Commissào de Fundos o Orçaraento, sendo relator
o Sr* Conselheiro Souza Ferreipa.
Ilalnitv^ fçerol da Rt^^eelta e ffioMiiezct <lo Ifiutltiito
Hintiirloo «"í C^i^«}^rii|»llleo llro7,l1e1rcft. AliAo *0-
einl de lOOt
RFXaiTA
Saldo em 31 de dezembro de 1903 l:257$73n
Subvenção do Thesouro Federal 10.49
Juros de apólices . 4:93
.luros de inscripções .,,....,. 453í!<J<J()
Juros na c/c do Banoo Commercial 34s8ri0
Annuidadesdo^iSrs, aocios, ..,..,. 414|000
Remissão de um aociíi 150|DOt)
Joias pela entrada de sócios 2(jQ$Ò00
17:03[)$SB6
ACTAS DAS SESSOKS DE 1905
DESPBZA
Património
Despezas geraes, empregados, seRsSU) magna,etc.
Purcentagem ao cobrador
SnUio para 1905 :
Km caixa 14â5<)'>
No Banco Commercial 1:322$580
Renda com applicação especial :
Na Caixa Económica 73$000
No Banco Commercial 261$540
543
6:72í$700
U:439$900
105íi;300
1:3:^TÍ;146
334$540
17:939$586
S. E ou O. — Rio de Janeiro, 31 de dezembro do 1904.— F.
B, Marques Pinheiro, thesoureiro*
Demonstraç&o da conta Becrita e Despesa do Instituto Histórico e
QeograpUco Brasileiro, anão 1901
RECEITA
Em caixa om 31 de dezembje de 10()3
No Banco Ck>mmercial. • . .
Na Caixa Económica ....
Subvenção do Thesouro Federal
Reoebido em 12 de Janeiro . •
Recebido em 8 de Junho • . .
Recebido em O de Julho . • •
Juros de apólices :
Recebido em 12 de janeiro . .
Recebido cm 18 de julho . • •
Juros de inscripções :
Recebido em 28 de marco. . .
Recebido em 30 de setembro . .
3Glí2;470
841$260
55§0()0
5:' 8^330
l:166$0r>6
2:430$000
2:500$000
^6$500
226$ri00
1:267$730
10:499$990
4:930íí000
453ÍO00
Juros na c'c. do Banco Commercial :
Contado em 30 de Junho • • . • 12$530
Contado em 31 de dezembro . . . 22:^30
34$860
544
RKVISTA IX) INSTITUTO HISTÓRICO
Annuidadc dos Srs.
Affonfio Coiso de Assis Pigiieirodo
Amaro Cavalcanti . . .
António O. Santos Piros . .
Artliur Sauor
Augusto Siqueira Cardozo, .
António da Cuulni Tiíirbjza .
Alfredo Nascimento Silva, .
António Paula Freitas. . .
Barão do Loreto
BernaiNlo T. de M. Leite Velho
Capistrauo Je AbTOu . . .
Cândido de Oliveira . . .
Carlos V de Olivoir;i Freitas
Evaristo Xunea Pires . . .
Eduardo Marques Peixoto. .
Francisco Ciltieiros da Graça.
Francisco R. de Mello Rego .
João Barboza Rcíiirigues
João Carlos de Souza Fofi-eíra
José V. Couto ^l© Magalhães
José A. R. Olivei a Catramby
José Mauricio F. P. de Barros
José Cândido Gu lubel. . .
José Francisco Rocha Pombo.
Luiz Criíls
Manoel Oliveira Lima . . .
Manoel de Oliveira Lima . .
Ovídio F. Trigo de Ix^ureiro .
RyiJrif^-^u í>ctavio L. Menezes.
Riiy flarbríza
Saivrtilor P r^n do Carvalho e Albu
querque
Tristão de Alencar Araripe
nior
Thomaz Q. Paranhos Montenegro
Visconde de sinimbu . .
Ju
lâjoon
l-2$000
12^0(.)()
12$000
12jí;000
12s000
DsiíOOO
12$000
l^SOOO
l:i$O0O
ojooo
12$0()0
12$000
12$000
12s00()
l:>$000
lájjOOO
12$000
12}í;000
12$000
12S-000
12Í00O
12$000
lâsOOO
15$00()
lásooo
12SO00
12,^000
12$0()0
lâlOOO
12$000
r2H;ooo
414.<;000
Remissão do Sr. Francisco de Cam-
pos Aodrada l5ChJ000
Jóia do Sr. Francisco do Campos
Andrada Bô^OOO
Jóia do Sr. Cândido de Oliveira . • 5n$0(X)
» > >» José F. de Oliveira . . r)0.'f;000
» » * Vicente Ferrer . . , ÕOífOOO 200$000
I7:939$586
ACTAS DAS SRSSURS DE 1905
545
DBSPEZA.
Património :
Compra <lo 2 apólices a
981$n00 l:96iW<K)
Sello 2$200 1:964$200
CJompra do 2 apólices ( do
4()0$<)0i) a 77G»;000
Sello 1$100 777S100
Compra do 3 aix)lic6S a
Dííi-ÍOOO 2:97<;$000
Sello 3s300
Corretagem 7|500 2:9>^6$800 .
Compra de l apólice . . 991$000
Sello 1$100
Copreta.!?era 2$500 994$(5()0 QiT^pOQ
Despezas geraes« empregados, etc:
Laemmert&C.*, conta de
190> a 190:J .... l:208$100
Laemmert tSc C% couta de
1903 a 1904 . • . . 589$300
Jornal do Commercio, pu-
blicações de 1901 a 1904. 244$800
Ribeiro Alves & C.» por
uma moldura . . . 25$000
J. Mendes &C», por um
landau 120$000
Restauração (A. Dagiier-
re) 8 contas .... 140^0
Ronezes para uma missa. 20s0(l0
S(»nos para recibos. . . 2$700
Recibos do P. M. GuimarStos, supp. à Secretaria:
do T) do marco. 10()$()00
de II» de abril. ÕO^oOO
do 6 de junho lOo^OOO 250íí;000 2:349$900
Vencimentos dos empre-
gados ():030!f;000
Duas gratificações ao por-
teiro 60*000
Recibo de P. M. Guima-
rães para ornamenta-
ção do tumulo do Pedro
Alvares Cabraí 200$00í)
Estampilhas para recibos.
Sessão maírna.
Recibo de 10 de dezembro. 20o$000
Recibo de 12 de dezembro. 150$000
Recibo de 20 de dezembro. hít^*)OQ 450$000 9:430$900
Gommissões aos cobrado-
rei 105$300
516
BEVI&TA ÍX) INSTITUTO HISTÓRICO
S&ldos para 1905 :
No Banco Commercial 1 :584$1^
na Caixa, Económica *.,.«• 73$000
©m (^iia ( mooda cor-
rentíí) U$Vi6 1 :a71$6as
17:039)580
S, R. O. — II io dft -lanei 1*0, 31 lie lif^zombro de 19í>4.
/^\ /?. M^rí^Mtfs Pin fugira, tb&soiireiro,
ííKFLKXÀO
O mou diímissirao antecessor o Sr* Dr. Castro Carreira, de saii-
dos^a memoria, apresentou a Idi^a de remíaeões de godos e aca-
bar as annuidadeg, A iJéa é útil ao Instituto •
Os Estatutos regem a hypotheae para os sócios actuaae
(Est, art. 18). Para os sócios em atrazo, art. 19 dos mesmos
Estatutos, a Mesa providenciará» assim como maroarít o quan'
tum para a remissão perpetua.
Nas i*e flexões do balanço de 19)1, notara o Sr. Dr. Caeiro
Carreira que havia a receber de aanuidadea atrazadas ():790$
(Rov.de 1901, patf. 43>).
A cifra hoje «1 maior o do mais diíTlcil cobrança.
Para ^u*^ o Instituto possa apreciar este facto apresento a
nota doa rocebt mentos de anauidades desde IWi e ahi verá o
decrescimento da renda nos annos do líKr? at^ 1904 .
imTy ^ aanuídades 7I4$00O
1896 — » 81Õ$íK>0
1897 — > i;24$í)(M>
1898— » 672 "
1899 — » rJ
1900 — *
1901 — > 630i00:i
1902 — » 540
1003 — » 45í*}Ol)
1004 — > 414$iXK>
O Instituto tem a recobar as contribuições doTliesouro Fo«
deral dos dous últimos trimestres.
As apólices adquiridas tem as de 1:000$ os números
100.707— 54,0^^7— 27ií.í>8ã a 84 e I89.a5l ; as de 4<>0$000 os nu-
meros 502 e í?,OI7 — F. B, Marques Pinheiro, thesoureiro*
O Sr. Fiei uss justifica a ausência do Sr. Conselheiro Sal*
vador Pires.
O Sr. Raffard, 1° Secretario, diz que, era virtude da deli-
beração da assembléa geral de 23 de dezembro de 1904» sobre a
homenagem que deve ser prestida pelo Instituto ao seu presi-
ACTAS DAS SESSUKS DE 1905
5Í7
dentas Conselheiro Aquino o Castro, tomou diversaa provideaoiasí
quo enumera, acban lo-se tudo a termo de poder ser cumprida a
resolução da mesma as^ãembléa.
O Sr. Presi-ieote dií que o lastituto approva, porisao quo
não houve a menor obíervaçãoa respeito» a^ medidas tomadas
pob Sr. l*^ Secretario e de^igoa o dia 30 do corrente* o do annJ-
versario natalício do Sr. GonscUieíro Aquiiio e Castro» para sor
«íFectuada a inauguração do retrato na sala da Secretaria, ás 2
horas da tarde, h para essa demonstração ju^tissima do apreço
ao dedicado president4.^ da Instituto pode o comparecimento dos
consócios e das pessoas que a esta so desejarem associar, sendo
que o Instituto espera que o Sr> Conselheiro Aquino e Castro,
contrariando embora os ^eus sentimentos de modéstia, não re*
c usará assistir á manifostação do que vai aer alvo-
Nada mais ha viando a tratar levanta 8o a sessão ús 4 horas
da tarde.
Maje FÍ0iusi^ £• secrotario.
01 KKRTA^
Pela tàiiouce SociSkie—fítdkdn,
Pelo instituto Hanhf^manniauo n*jHvsLZíl-'Anínies,
Pela National (ioographicSocioty— //ttí Xiíti&n*sl GeQtj**aphic
Pela Sooiedadc ú% Geograpliiad > U ^1; m'~B(}letttn,
Piíla Socretarii da Agricultura do Estado da B úiivc— Boletim
Pela American íJeographic d Socieiy ^BolHin,
Pelo Observatório do Rio de .lanei r o— ífo/dím Mt*tisaL
Pela Real Socjedad Geográfica de Madrid— OwÍÉjan.
Pela Accademia delle Scienzo Usiclie e Matematiohe de Na*
"poii^ Renãiconto,
Pelo Observatório AstronoraicoNacionaldeTacubaya— Ai'><i-
rio de 1905,
Pela Socledad Cientifica Argentina— jlnâ/e^.
Pela Universidadde Santiago do Chile— Ana/« de la Univer-
sidade
Pelo Superior Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
"—Jultjados e decisães^
Pelo Sr. LuíE Leopoldo F. Pinhoiro^ Elementos de Geotjrã*
pliin physicn^ pofiiicti r attrofvmiita i Historia do Braiií r&ntftdn
aos fiwninús^ JJçms ('lemcniàres de Geographia sef/undo o meihodt*
GmUHeTt Curso MHkodictt de (ieographia^ Pequt^tm Geoffrapkm
da infâmia^ Pefuena Bistoriu ff a BratU^ Nom AHos Umeerêai
da fnftfnciít.
Pelo International Bureauorthe Amoricati Ropublio— M^m^
thiy BulUiin,
Pelo Mu«euGoeldi, do Pará, vlrporíi.s frucíi/erasdú Porá, A%
Vespidaíi aociafis do Parà^ Os Músp4Ítos no Parfí, Ax Arwres Bva*
silicnx^ Arovresde bfirmrha e deimtata f/a região a^núsonicg.
Pe l o G r ande Or i ente do Hrai = l —Boletim •
548 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Pela Igreja Matriz de S. José de Alóm Parahyba— Z)trtfi7<i
do Património,
Pela Directoria Geral dos Correios,— jBo/eiim Postal,
Pela Junta Superior de Sauidad dela Ma de Cuba— /n/orm€
Metisual,
3^ SESSÃO ORDINÁRIA EM 7 DE ABRIL DE 1905
Presidência do Sr, Marquez de Paranaguá^ (:?« Vice^Presidenie) ,
Xs 3 horas da tai^de, pi*eseiites os Srs. Marquez de Parana-
guá, coramendador Henrique RaíTard, Drs. Marques Pinheií^o,
A. de Paula Freitas, André Werneck, Conselheiro Salvador
Pires de Carvalho o Albuquerque, Rocha Pombo, Eduardo
Marques Peixoto e Max Fleiuss, 2<» secretario, abre- se a sessão.
O Sr. Fleiuss, 2« secretiirio, lê a acta da 8(^ssão anterior, a
qualó, sem debate, approvada.
O Sr. Presidente justifica a ausência do Sr. Presidente do
Instituto, Conselheiro Olegário Herculano de Aquino o Castro e
a do 1° Vioe-Presi dente, conselheiro Manoel Francisco Correia é
justificada pelo Sr. 1° secretario Raffard.
O Sr. Presidente diz que, de accôrdo com o deliberado na
ultima sessão, foi inaugurado no dia 30 de març ) ultimo, na
sala da Secretaria o retrato do benemérito Presidente do Ins-
tituto.
Desejava o Instituto dar o maior realce á solemnidado,
mas, em 25 daquelle moz recebeu o seguinte offlcio do illustre
Sr. Conselheiro Aquino e Castro:
«Rio de Janeiro, 25 de março de 1905 — Exm. Sr.: Por no-
ticia hoje dada na imprensa soube que na quinta-feíra próxima
será inaugurado no Instituto Histórico o ratrato do actual Pre-
sidente do mesmo Instituto, retrato que por excessiva obseqnio-
sid;ide dos dignos consócios se mandara tirar para ser collocado
em uma sala dessa esclarecida Associação.
Summamentc^ penhorado por tão delicada fineza, por inter-
modio de V. Ex., dirijo ao Instituto os meuscordoaes ;^radeci-
mentos, vendo na graciosa deliberação tom ida um novo incoo-
tivo ao amor e dedicação que de luní?o3 annos consagro á cor-
poração literária a que temos a honra de pertencer.
Nâo podjndo, porém, por motivo imperioso, compawcer ao
acto da annunciada inauguração, rogo a V. Ex. o favor, que
ainda mais obrigará o meu reconhecimente, de. dispensando
qualquer formalidade, dar por inaugurado desde já o retrato
com a simples coUocação no lugar que lhe é destinado.
Servirá elle em todo o tempo de significativo testemunho
<la generosidade e gentileza dos actuaos consócios e n(ybre esti-
mulo a que outros pelos seus bons serviços mere<; im e^sa hon-
rosa demonstração de apreço, n*» seio Je táo illustr.ida quão
patriótica associação.
Exm. Sr. Marquez de Parana^jrná, M. D. Vice- Presidente
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905 549
do iDStituto Histórico.— Olegário Hercvlano de Âquitij e Castro^
Presidento.»
\' vista distoi convocou a Mesa, quo se reuniu a 27, deii-
bprnndo ínatiLíurar o retraio sem íorinaíidailo algumn, oo dia
30, envianilo-se nesse dia um i. Menmgem ao S/. Consclbeiro
Aquino © Castru, a ijue acompanhou um r-Eiitao de ouro, reror-
dando a dolil>ora(;áu da Assenil)lea Geral quo inanduu collocar
na Secretariado instituto o roti'aU> do incsmo Sr. l*rc58Ídent»^
Ineumbiti-de de rediofir a Mens*uje)n ao cousoeio Sr. Dr. AíToa^^o
AriDO»,
No dia 3^3, com effeito, o lu«tituí^ inaugurou com a pj-n-
Èítín*;a do variij« coHíííieíoíí o rotiMtu e enviuu ao Sr, ConseUioiro
A^juiuo e Gastr » a so^juinio Mfn^uíjrm^ assignaJa puv 47 íiOCiOS
e encerrada («lo bfbliothtHjario, impro!?fíaem per^-aminlio, toudo
nu alto uma !>ellis»im i illuatiMçãu syuibolica, í'*/í(íl pelu a[>|dau-
flidg pr^>re!5ííor lludulplio Amoedo, <iiie taoibem pintuu o relrato:
«Illm. e Exm. Sr, ConseilujirO Dr, Olegariíj Herculano de
Aquino o Castro — O InsUtutu HistoriCM e Geo;,^rapliieo Ijrazi-
loiro. no dcsempcnlio dos flns de su-i instituição s^jcial, tem o
grato ensejo do celebrar boje, nuraa data histórica, uni dia de
feaia intima, o anoiversarío natal i^^io do i Ilustre yai-ão, que h:i.
34&anoa faz parte de^t;i Sociedade, e ha li annos é seu benemé-
rito Prc!âident3.
Vimos celeHr. ir uma datt higíorica» dissemos, porque o
noraede V. Er. que appireceu na vida publica na aurora do
ííegundo reioad •, ona o nono anno do Guvorno do S, M, o Sr.
D/ Pedro II, < sttã ii^^ado a muitis das plíftsos gloriosas da exis-
tência nacíonnl, como magistrado, como parlamentar e como
administrador.
Como maí^^stradOt Borvindoá pátria durante 56 an nos, dosdo
Promotor Publico em 1^'40, até o posto culminante do Poder
Judiciário— a presidência do nosso Tribunal Supremo ; como
parlamentar, representando a província de São Paulo em duas
legislaturas ; como adralni.^tnidor, presidindo a província de
Minas Geraas.
Do modo por quo V. Ex. exerceu esses cargos, dá prova
a própria marcha, sempre así^encionaK da sua loo;:a carreira»
além ã'\s muita^ demontitravões de apreço que tem recebido,
O dõseiiiponho de tào altos cairos, já é em si um titulo de
Irenemoreocta ; mas» V. Ex* lem ainda enriquecido a litteratura
histórica e jaridica do nosáo {miz com a con cri buirão de traba-
líios vaíiosofí, reunindo a espontaneidade de talento, que crôa,
á madureza da experiência que rolleto e «orrí;:©,
E" pois, com desvanecimento, que o Instituto Histórico vera
ora prestar esra riuigela hotrienagem ao ^gu Presidente, man-
dando gravar n'um c^rião de outro a auspiejosa data, e eullo-
candoo j^etraio de V, Ex. numa das Siihia do odiftcio, ao lado
dos vultos venerandos da noss;i historia.
Quiz o destino reunir no mesmo hom*Mu a representação do
duas grande-^ ín4itiiiçõea humanas ; a historia e ajustic*. Ha
oeste acaso da fortuna, uma lição subtil ; a iiistoria e a Justiça
550
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
fundem-ao oum mesmo tribunal, tão duradouro quanto a pro-
picia existência do Uomem» abrangetido o pasmado, o presente e
o futuro. Se, cjmo prejidouto do nodso raais alto tríbuuil,
V, El- raprofleata a justiç:4 de agora, como preaideoto do In-iti-
tu to Histórico b> mbolíaa. a juâtiça do futuro. E esta união Ó
tarabom uma ameaça e ura cunsolo ; ameaça para os que eííc^ipuni
da ac<;ãiO das leia e um coasolo para us que soffreiíi sôm razão
oa seua rigores, Cunaidofo soI>eranamente felíiea, dizia Cicei-o
no seu Brnti*^^ o.s cidadãos que pódern, alO ao fim dus seoa dia-í»
gozar da considerarão iií?ada a a seu nome, da ^'loria conouis-
tada por seus serviços e da estima propori-iouada pelo saber.
Feliz também — afcrescen taremos com Mídherbe em aeus ver-
sos a Luiz Xlll —o espirito que ^sentu do ri^or do tempo,
pôde, uasfl^aj^ ultimas obras, attestar o ^eu vij^^ar primeiro.
Saudamos a V. Ex*
Rio de Jaaeiro, :J0 de mar^^o de 1905.»
Agora cab« ler o i>fficioquo roeotjeu do Sr* PresidonUj, ^^ra>
deceiído as manifestações que ílir foram feir.nsi
« Eim. Sr, — Ri^ébi com summo prazer e Justo desvaiiec;!-
lUOQ to a delicada I' honriíKi.ssj ma MeusíiK<!íii qm* dj;fnuii-se o
Instituto Histórico e (ieograpiíico Br;* zi loiro tio diri^^ir me o *M}
do mel próximo píUi!*ado, data flnamooto í/nivada em um ri* -o
cartão de ouro junto á icesma Mensuífem*
> a devi iJa estimação será tido, enf.ro m tJtulus que maifl
prt'3o, esse importante dcf-umento» d u piam ente pDioioso pela
forma primorosii de que se reveste o peto subido valor da.§
assiguaturas que o abrilliaatam.
Tão aiisnuflcatíva prova de benévola at tenção da parte da
iliuatre e benemérita aoricdade litteraria, que tenho a honra do
presidir» ó o mais generoso pn^raio que pf>ieria ser daio aos
esforços de uma longa existência dedicada ao trabalbo o com
dignidade percorrida, sem outra aspiração a iiâo ser a f*atisfaç.ão
da própria consciem-ia pelo exact«j cumpi-imeiíto do fie ver.
tteiterando os protestos de minha profunda í^rafidâo pelos
obséquios recebidos» cumpre-me ainda uma \ ez assegurar que
procurarei eorreãponder á con dança e estima com que sou dis-
tinguido, collaborando com fiedicação o aífecto na irrande obm
de Qtie se acha encarreçad l a douta o i^spnitavid ASi^ociaçào,
que tão bons serviços já tem prestado á gloriosa historia ila
nossa Pátria. Rio, 7 ite abril de 1905. Exm. t^r. Marquez di
Paranaguá, digno 2** Vice-Presideii to do instituto Histórico,—
Olegfiriú Ihrcuiana ãc Aquino ê Castro^ Preslilente.»
Rm eoiiclusão, o Sr. Presidente declara que o Instituto fiea
de tudo inteirado*
Emseííuida o Sr. Presrdenkí diz que depoia do um ;ussum-
pto tão ;,rrato vai, inlelizmentc, tratar de um uutro qut: pungira
o loraçao dos consócios. E' que os jornaos de hoje dào a triste
noticia do falleci mento do i Ilustro sócio correspondente Padre
.lo.*^^ Joaquim Corrêa de Almeida, na cidade fie Barbacona, onde
nascera, O venerando saceniote era merecidamente estimado
petos dotes de espirito e de coração. íJnriqueoara as iettraâ
ACTAS DAS SES80KS I>H 1905
55 1
pátrias cjm muítxs producçõe^ puôtica-s íí liadas ao ^'enoro
satyricQ da qiia oa í5pOiía contôraporLQoa era o maia noliivel
cTiUort attonieuio sempre ao 8ab'o cõQaulUu do puoU qiio dizia:
Satjras pp«staiu, saiyras so entimam
Quaadu Qeltas caliLiiiiiiai, fel niio verle.
Como bomoro ãe coração, o Padre Corroa de Almeida pra-
ticou ionuraeras acrôes meritórias e sempre procurando rn-
deal-as da maissinDora modéstia.
Entrou para o Instituto a 20 do aljHl de 1894 com o tra
h^lho— Noticia sobre o inunicipio de Barbaccna*
Cumpre, pois» a nossa sócio lado um acto do justiça inse-
rindo 0a acta da sessão lIo hojiii um voto de profiiudo pezar
por tão la^timivet perda.
O Sr. Fleiuas pode a palavra para tostoraunhar quo o
vonerando Sr* Presideato soube com rara folicidatle traçar o
perfil do bom velbioho que agora so fluou.
ConlioccLi o orador o padro Cori-êa, como vulgarmeute o
cliamavam, era Barbacona, no anuo du I8S1 t.% dosdo ontâo,
habituou*3e a admiral-o e a pru£al-o. Sob a^ apparouciafi de
extraordinária modoiitia eceultava^so no oadro Corroa um
b ornem profundamonte illusLrado, conhocíídor dos factos so-
ciaos o do mus protagonistas, apreciando-Oíí com um tacto
especialíssimo*
A sua longa existoncia— 4 do setembro de I8:i0 a 7 de
abril do 1905— ílcarà eomo exempio do um liomem quo aos
primores do espirito aliiavx as opulências do cjraçao.
Pede licença para ler um sonetj de António Figueira, no
qual se faz brilbante justiça ao Toibo sacerdote:
o l-ADRIJ CORRÊA
U pobre padro auciãOi quo humildemente passa
Entre a turba feliz doa príncipes da Igreja,
Debonraria, a meuurt uão uioi*eceu a gnL<;a ;
liado padre morrer, o na la mais deseja.
Mas a morte no cliegar, transmuda- se a desgraça:
O rebanho do anõea, que boje provoca a inveja,
— A purpura ou a murca» o b if^iilo qno soja, —
Tudo PUI pú so fará, e 6 justo que se faça.
H u pobre padre velho, o sicerdoto obácuro,
í) nomo salvari do ciqueci mento humano.
Ha de a raiira cingir no templo do futuro.
Na ironia— primaz^ no voi^so— veterano,—
EUe soube fundir eiu o molde n iwlííí puro,
O estro de Juvenal na liugua de Herculano.
O Sr. Presidente di^ que, eiú vista do golpe que acaba de
ferir o illustre consócio, Sr. Couselboiro Souza Furreira, nomeia
ií^ — :^ú
TfJMO LXVHI, V, II
5n2
REVISTA DO INSTITUTO DISTORICO
para sorrir intcrinamonto mi comoiissão de admissão de mmú8
Q Sr. Conselheiro Salvador Pire«.
O Sr, CoTumcDdador RaUard, 1" Sdcrdtario, lé as ofTerUm e
depois os seguintes pareceres, quô fícam sobre a Mesa para to-
Uçào o a próxima Sôssior
* A' Coraraissão de admissão de sócios foi prpsente, aíim do
emittir o respectivo pai^ecor, a proposta ju d ta, da Mesa do los-
titulo Histórico e rit^ogrAijhico Brasileiro apresentando para
socLo líonorario do tostittito. S, Kx. o Sr. Dr, José Leopoldo do
Bulljõea Jardim» Ministro da Fazenda.
A proposta em siCs^titOm a josliflcação da disfcincção quo
lie 111 mereço o Sr. Ministro da Fazcndu, detorniinantío a reim-
priíssfxo nad oíHeinas da Improns-i Naciotuil dos voliimos oi(/utv
dos da ilovísta Triraeatral do Insiitíito, por aviso n. SH de 12
de dôzombro de Í9ij4| publicado no IHariò O/ficinl de 13 do
inesnio mcz,
E' um síírviru relovante, pois o lusiiUitj conluva J!Í diversoiá
immeroH aati^n^áda sua preciosa Ivuvistat qtio teudiam .i ní^sip-
parei^er, e deixavam lacunar sensíveis na sua notável
Nestas condições baseando so no § 1 ' do art. lo i j,-
butoSr é a Commlâsâo do admissão de sócios do parocer t^ue a
proposta ajjrcbieõtaudo para sócio honorário do Instituto o Sr,
Ur. José Leopoldo de Bulhões Jardim, osti uo caso dd aer
ap provada.
Sala das sessões» era 24 de março do 1905.— António de
Paula Freitas, relator. — Salvador Pires 4ú Cart>aího e All^u-
gtierque, — Manoel Francisco Corrêa, t^
M A' Com missão de admissão de soo toa foi presente aâm de
emittir o respectivo parocor, a proposta juota da Mesa do Ins-
tituto Histórico e Geographico Brazlleíro, apresou tando para
sócio honorário do mesmo instituto, S. Er. o Sr. Dr* José Joa-
quim Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores,
Kiitre as diversas instituivòes scientiftcag» que tem mereci-
do de S. Ex. evidentes pruvaà de consideração, achasse indu-
bitavelmente o Instituto Histórico e Googr^iphioo Brazileiro
para o quat foi sempre sou pensamento destinar um ediíli^io
em que ptidesso funccioiíur coudiij;naiJiente e alojar o impor^
tau te o rico arcbivo que possue,
Faxendo concluir o ediflcio do cács da Lapa foi logo o sea
primeiro intento alíi colloear o Instituto, destinando-llii» uma
das alas assim, como o restante ú. Academia Nacional de Medi-
cina, ao Instituto da Ordem do& Advogad^is Brazí loiros, c 4
Academia de Lcttraa,
luf^ diz monte o ospavo reservado para o Instituto foi veri-
licado iusuíficient(\ o por e;sse motivo doixou o Instituto de
oocupal-o. Nuè descurou entretanto o digno Ministro, a oarg^o
de cuja pabta correm os iie^^ocios da insirutção do paiz, de
procurar alojar o Instituto em algum outro ediflcio.
Vários alvitres foram saggeridos e se al^,'uns falharam foi
sompro «m virtude do causas ostrantiaM ^ob sons bons desejos.
Actualmente tem o la^tituio promassi de ir occupar o
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905 553
grande edificio ondo fiincciona o Archivo Publico, logo quo <^sto
80 remova para o odiftcio ora obras á praça da Republica.
Evidentemente todos estes esforços dâo uma somma do
serviços que o Instiiuto não pôde deixar do bem apreciar, con-
ferindo a distincção de quo trata a proposta, de accordo com o
§ l» do art. 10 dos Estatutos.
Nestas condições julí^a a cora missão do admissão de sócios,
que a proposta, apresentando o Sr. Dr. J. J. Seabra para sócio
honorário do Instituto, vstà, no caso de ser approvada.
Sala das sessões, ora 24 de março de 1905.— A. de Paula
Freitas, relator. — Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque. —
Manoel trancisco Correia • »
O Sr. Fieiuss diz que na próxima sessão lerd. talvaz a carta
que vai dirigirão Dr. Alfredo de Carvalho, distincto l» Secre-
tario do Instituto Archeologioo de reruambuco, a proposit> da
versão, citada por Lord Rusebery e outros, sobro uma conspira-
ção preparada em Pernarabuco cora o fim do libertar o grande
Napoleão do captiveiro em Santa Helena.
Sobre esse íissumpto o Sr. Raífard adduz algumas informa-
ções.
Levanta-80 a sessão ás 5 horas da tarde.
Mar. Fieiuss, 2" Secretario.
OPFERTAS
Pelo Sr. José Jacintlio RibeiíX) Chronologia Paulista 2 vols.
Polo Sr. F. de P. Chaves Campello— Er/)o«iVtfo de Motivos
da Associação Commercial da cidade do Rio Grando, quanto á
preíerencia da construcção do Ramal da Estrada de Ferro de
Santa Anna — D. í^edrito—S. Sebastião, no Estado do Rio Grande
do Sul.
Pela Associação Coramercial do Rio de Janeiro— Br/e/ tm—
Pelo sócio Sr, J. Barbosa Rodrigues— A/i/Wac^<t.'í de Para-
guay
Pelos Srs. Mirko y Stero Seljan— El Salto dei Guayrá.
Pela American Geographical ^oci^iy—Bulletin.
Pela Société Khédivale— Bulletin.
Pela Sociótó de Géographie Commerciale de Bordeaux—
Bulletin.
Pela Repartição da Carta Marítima do Bvdail^Boletim Se^
niestral»
Pela Societá Africana dItalia—jBoíteítno.
Pelo Instituto Histórico o Geographico de S. Paulo— -Rtf-
vista.
Pelo Dr. Paulo Ferreira Alves, prefeito de Nictheroy— iWe-
morial .
Pela Directoria General de Estadística de la Provinda de
Buenos Aires — Boletin mensual.
Pela Real Academia de la Historia de Madrid— Bo/e/t».
Pelas Redacções as seguintes revistas— /^evúta Medico
554 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Cirúrgica do Brazil — O Trabalho— Renascença— Revista Corri''
mercial e financeira — Mala da Europa — Jornal do Recife — Cliib
Coritibano— Diário Official do Amazonas,
4*' SESSÃO ORDINÁRIA EM 28 DE ABRIL DE 1905
Presidência do Sr, Conselheiro O, lí. de Aquino e Casit o
A*s 3 horas d«i tarde, presentes os Srs . Ck)iiselheirus Aquiao
o Castro, Marquez de Paranaguá, Commendador Henrique
Raffard, Desembargador Souz\ Pitanga, Capistrano do Abreu,
Barão de Alencar, Rodrigo Octávio, Arthur Guimarães, Couto
do Magalhães, A. do Paula Freitas, Rocha Pombo, Marques
Peixoto, Luiz Cruls, Salvador Pires de Carvalho o Albuquerque,
Andró Werneck, Visconde do Rodrigues do Oliveira, Carlos
Lix Klett o Max Flciuss, :^° secretario, abre-se a sessão.
O Sr. Floiuss, 2* Socrctario, 16 a acta da sessão anterior, a
qual ô som debate approvada.
O Sr. ('ommcndador RaíFur»!, l" Secretario, lè o expediente
«iue consta de um ofíicio do Sr. I*refeito Municipal romettendo
um exemplar da Mensa<<om apresentada no dia 6 áo corrente ao
Conselho Mimicipal, o que muito se agradece.
Lê depois as oíTertas e cm seguida o balancete do !•* trimtís-
tre do corrente anno, o qual ó remotti lo á Comuiissão de Fun-
dos o Orçamentos, relator o Sr. Conselheiro Souza Ferreira.
Diz ainda que o Sr. Thesoureiro communica que, oní 13
do andante, foi comprada, por intermédio do corretor Sr. Al-
fredo G. V. do Amaral, uma apólice geral do valor do 200>;,
juro de 5 %, de n. 2.601 ( decreto n. 9.370, de 14 do fevereiro
de 1888 ), à razão de 990$, custando 198$000.
O Sr. corre ter dispensou a commissão. Esta apólice fui adqui*
rida com o rendimento dos títulos com applicação especial.
E' apresentada a apólice.
O Sr. Presidente declara quo o Instituto agradece a com-
municação feita, bem como o obsequio do Sr. corretor Amaral.
Procede-se em seguida á votação dos pareceres da Com-
missão de Admissão de Sócios, que haviam ticado sobre a mesa
na ultima sessão o, sendo os mesmos approvados por unanimi-
dade, o Sr. Presidente proclama sócios honorários os Srs. Drs.
José Leopoldo de lUilhõos Jardim o José Joaquim Seabra.
Achando-sc na sala iramoliata o sócio recem-eleito Dr.
Leopoldo do lUilhõo3, o Sr. l^residonto designa os Secretários
para introdiizll-o no rcjinto. Alii ch<juMdo, o Sr. Prosidence di-
rigolhe a .Ne;j:uinte allocução :
« Ao illustro Sr. Dr. Jt»:ó Luopoldo de tíullióes Jardim,
muito digno Ministro dos Negocies da Fazenda, tem o Instituto
Histórico e Geographioo Brasileiro a satisfação de ofiferocer um
Jogar de honra entre os amigos das lettras e desvelados cultores
da scioncia aquo ospecialmerit^ 0. coiis.iícp.ida oaX-x lo«rendariae
douta associação litteriíria.
ACTAS I»AS SKSSnfííi DE 1^05
r.55
A admi8sí5o de novos coliaboradores, intolligoDtos o presti-
mosus, é Êcrapre motivo da jiil>il<jí pam o Instituto. O qne con-
stituo a grandeza dosti bolla instituirão é s<im duvida o valor
moral c iutellochcti doí? seus ní^suciados* S§o devidamente
apreci fidas as qnaliiirvkíS po8so;ies do di^tiõcto consócio qito com
:v m.x ]í resenha vem hoje dar l^rilho e animação aos nossos tra-
biillios ; st^u nobre earai^tcr, eminuntn pusiçna social o bona ser-
viços prés ta doa á causa publica, írui merecida monte graogea.do
a consideração c estima que lhe são tributadas.
Os favores dispensad^js is letti'íis e à sciencia t>eIos Poderes
Públicos directa i* efRcazmento concorreoi para o dosenvcílvi-
raonto o proífrosso do paiz ; bem o comprohendeu o hoarado
Ministro, quando fácil concedei o Ctovernõ o apoio de sua auto-
rizada inllucní'.ia aus que a procurara movidos por elevados
intorosses.
Já deve-lhe o Instituto bêneflcios outroá de maior valia,
espera ainda obt<7r de stiJi l)o:i vontíide e patriotismo era pròl da
importante o trabalhosa empem era que se acham aqui
empenhados m dilif?entns obrorros da nossa hi8toi"ia.
Seja bem vindo entro nós o novo ron^orio ; e pos^sam os
nossos votos assegurar a telieidade que iateiramente desejamos
o ttcompanhe na brilhante e rápida carreira que alé hoje tem
seguido na siia vida publica.»
O Sr. Dr. Leopoldo de Bulhões profere o seguinte discurso:
€ Sr. Presidenne — Agradeço muito cordialmente a esta
dotíta corporação a bene vidência com que acolheu a indicação
do moii nome cumo dij^no de IlíruiMr entre ou qnv tralialham
pelo proííresso e estudo da historia egeographia do lirazil. K ao
meu recolhimento, ainda que aisim possa parecer A primeira
impressão, uâo sr ajuntai timidez nem em braço de me sentir
euTí meio extranlio.
Não fossemos todos nascidos na mosraa terra, fallando a
mesma língua (' commungaudo no mesmo ardente culto da
esperança no futuro, da iírandezi politica em proporçfio e har*
morna com a grandeza physicíi do Urazil ; não fossem quasí
todos aqui rostoí? meus f:i mi liares e algtins de amij^^os caros, e
ainda eu me acharia ;l vontade nesta assernblt5a.
Aqui rae ainto prepanido para acompanhar, não sô com
nym patliia, mas tamb<mi com coTihecimontos de experiência
pim^oal, ai estados para a descripção physíca do nosso ignorado
tf^rritorio. Nisto ao menos uie vale o tt*r nascido muito longe
do mar, bisUntelnn^re do extrangeiro para que, antes de vtr
entender o"? encantoa* do exoti^mo^ tenha crescido i' merlrado
era mim »* amor iTiiiucbL':vutivel da terra nataL
Nunca se pr» Jo discriminar entre os tantos estimuloí? phy-
sicos de um caracter qual o determinauto da escolhii de uma
carreira, Araso seM o meu nuâciment<3 no sertão o quo fez de
mim ura politico? Cedo kl vi que a t^/rra ó grande e a
gente pouca o o ^'overoo diíllcil de tao vasto domínio sem cul-
tores. Acc0ndeu*se-me o desejo de aprender para ensinar qnaes
as necí^^sidadeR do paiz e qimos os mnios de as satisfazer.
55G REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Nesta ompreza tonko lidado com succoeso vario, mas
sempre com ardor sereno de quem yO a terra antes dos homeiíB
do presente, a terra para os homens do futuro que aerão os
brazileiros mais ditosos.
A fíoographia das viagens polo sortão e do sertão para o
mar eu tenho para justificar até certo ponto o meu assento entre
geographos.
Agora a historia ; sam immodcstia na comparação com
aquelle homem do Estado inglez que não queria estudar a
historia d ifferento da que oUe tinha feito, parece-mo que a
contem ]'< raiiea o que se vive, toda cheia de reflexos do pas-
sado, é ainda uma garantia de que somos capazes do entendel-a
e continual-a.
Tenho dlco.»
O Sr. Desembargador Souza Pitanga responde nos seguintes
termos; «Sr. Dr. Leopoldo de Bulhões. O Instituto Histórico exulta
ao acolher-vos em seu gi'emio porque neste penetrais, seoão
cingido dos louras do historio^rapho, aureolado pelo alto
prestiprio de um modesto mas primoroso factor da historia da
nossa Pátria. Em vossa existência ainda poucj longa o vosso
nomo. jíí illustro, ?:o inscreve como o do paladino estrénuo e
sympaGhico das causas mais gloriosas que se têm agitado na
arena politica do nosso paiz.
O liberalismo d ove á vossa illustrada coUaboração o trium-.
pho do vários princípios e seu pi*ogramma ; o abolicionismo o
vosso prestigioso concurso para sua grande victoria ; a Repu-
blica ao vosso dedicado auxilio o traço honrado de sua vida
financeira.
K é esse acervo de serviço que vos habilita a erigir o vosso
perfil singelo de homem publico sobre a peanha desse planalto
em cuja base tentam entrelaçar-so em fratornal amplexo.
Tocantins e o Araguaya. E* essa a razão do vossa prepon-
derância nesse vosso amado Goyaz ondo encontrastes amanhada
a terra fecunda pelo cultivo jã iniciado por ihustres antepas-
sados e pela acção benéfica de um magistrado d i estatura de
António Félix e pelo talento desse astro precocemente eclypsado
quo deveria hoje luzir comvosco em uma constellação doa
gémeos, do António Augusto de Rulhões Jardim.
A at ti tildo resolut:imente austera que assumistes na guarda
do erário publico, sem as deformidades e as rudezas do mino
tauro, mas com a coragem do cherubim, que com o gladio do
fogo repelle os robell is quii o tontam assiltnr, não impediu
que acolhesses com desvelo a solicioaçxo deUo Instituto na
reimpressão do suas rovistas oxti netas ; 6 justi portanto a ho-
menagem de gratidão que elle prosí,a atjuolle quo soube com-
preheudoí' que não ó uma prodigalidade, uras uma economia o
que se dospen<le em proveito dos que eiabjram a historia do sua
pátria.»
O Sr. Fleiuss, â*" Secretario, le a seguinte proposta :
< Propomos para socio-correspondente do Instituto Histórico
eGeographico Brazileiro o Sr. Alberto Pimentel, natural de
ACTAS DAS SESS:1ES DK 1905
557
Portíjgal, onde resido, ootavol h imoin de lettr.is o autor de
diveraud trabalhos hi9torii3og b litierai*ioií, servindo de base para
esta proposta a suíi obra A Carte dr D, Podro IV,
Sala díis sessões, era íi8 de abril de 19ii5. — Henrique Raf"
farth — .4. /*» í/e Souza Pitanga, — Saicado^' Pires de Carvalho
e Albuquerque , — Ltíis. CruU. — Roõfm Pombo ^ — Couto de Mft'
tffilhães, >
Vae á commissão gubiidjaría de historia, do que ú rel^hiv
o Sr, Max Ficiioss.
O St\ VíscondG de Rodrigaoa de OllFeira obtendo a palavra
íliz a .seguiíite exposição:
« l''xra. Sr. Ppmideote — Ha cerca de oito annos oonsmltoi
a V. Ex, píiíu sabor si seria ag-radavèl ao Instituto ouvir a lei-
tura de uin projecta do reconâtitui<,€o das finrmç,i9 braziloiras*
ScFviu-sõ V. Ex, de respuoder-roe qun o Instituto já possuía
furando copia ãe documentos que serviram a hi-ítoria flnan-
ceira do Rrazil o que ac 'ittva com gosto tinia nuva contri-
buirão. Os n rmifírosoií e venerandos aocius presentes âqunlla
sessão de 5 de Setembro d<3 1897 autorizaram a k^itura imme-
dia La do m^u manuscriptot a que d^ram muito benévolo aco-
ilíimeiíto, pelo qu;il reitero o meu pr^Tundo agr.idécimonto»
Hoje desejo oíTorecer uma nova contribuição para o arcliivo
do venerando Instituto ; ú um trab.tlbo fuito por mão de mes-
tre, o projecto da reforma raomjtaría o da ereação de um baaco
de emissão no lípaíil, olaborado f>elo íír. Edmond Théry, de oo-
toFia competência no estudo e no concerto das íioanças ava-
riadas.
Tonlio a iionra de oiforecor ao venerando In?!tltutu a refe-
rida obra »í também uma traduc.ão partfiiíueza da mesma,
iradiiíívjij que mandei Hizer a podido de patrlcio^^ qu«í tomam
vivo interesse em que o Hrazil posisoa inooda convertível em
ouro o fiao Cíotiniie eiccluido das nações civííizadas que fazem
aa fluas pLTmulas internacionaes em ouro o que assim evitam
aa desastrosas ilitctuações do valor da monda.
Essa traducçào eiíá prer«:iaila pelo Sr. Dr, Dominiíos
Olympio e trnz como a n nexo um despreteucioso pare«íer meu
Acerca do credito aj^ricola no Brazil. táo reclamado pela nossa
depauperada lavoura.
Já. se tem occtipado com o referido projecto tanto a im-
prensa da Capital como a dos untados. Para não abusar do pre-
cioso tempo do Instituto» abatenho-me de fazer considerações
sobre o alcance do referido projecto, mas mcobendo hoje de
S, Paulo a Fo//ia ATora, de25 do corrente mez, que traz umOi
analysô daciuelle projecto, toitio a iibnrdade de onerecel-a ao
venerauilo instituto^ referindo- me a ella. Ha, todavia, com re-
lação ao projecto do Sr, Tliéry, um facto que cumpre-me men-
cionar, porque asdegura os meios da reíilização do dito projecto,
e sobretudo por ser muito lisonjeiro para o BraziL
Eis o facto: uma grande potencia íinanceira, a Banque de
l' Union Parifiionne, fes seu o projecta do Sr, Thr^ry o deu-rae a
missão da propol-o ao iloverno Fedoral, o que envolve o oíTere-
RHMSTA DO INSTITUTO UIS1
ci monto t\e cont#>nn> do mil coDtoft om ouro, qoe raeLàiiift ft n-
pciiçãa do prujecto. Paroei* mí^ quo ne»e fiicf-». ta*í liaooiHm
para o HrazJU Ti»í>roce s<*p coníiírnado no:i an Tcnenoda
jo^títuto. íi quem agradeço a l»enevoleDcÍ;à cc : ^saprviíiilí
óurip esta succinta communiroçáo».
AebaDdose na sala immediaiao Sr. DeputãtJci Sjlvio Ro-
moro, íwcío efl^octivo clêít) em .f3 de agosto de 11*01 . o Sr, Pre-
sideate «iegijçtmos Srs. secrot irios |>ara íatrodoxU-o no reeioto.
Ahi cheRad ) o Sr. Prt^idonte diri jo-lhe a se^tnto aUocoçiii:
« Sr. Dr. Sylvio konaero — O iQstitnto Histórico o Gecigra-
pUlco Brazileiro, confrindo-yog o titulo de so^io eíTc^ciiv^a, hoje»
com muito prazer tos acolbeDdoem seu grémio, d& tesleaiBiiika
do apreço que liga ao dúsenvolvimento das uoasaâ lettraj ew-
titdus históricos a que do longos auoos se dedícm, procitfmiido
colln^r nas noUveis habilitaçõiís de provocUjs mestres daseieocM
o valioso coD curso de i]ue necôssita para quo Uem pos» ser
prtíenchidô o uobn* o difllcil encargo que a 91 tomou do proparar
Fegupos olomentm para a ^rran iiuaa historiJi *Ui nossa pátria.
Em felizes condições vos acbaes, ao virdes tomar parta ein
nossas lidos .
Tendes amor ao trabalho, cabeis prezara seieada o a tendes
bem servido com as vossas luises, do que aâo prora os variados
e ÍQteressantes trabalhos acieniiâcose litterarius que traafim o
Yosso nome. Com tão legítimos títulos de coaLpalencia m coma
lustividado que é própria do vosso zelo pelo progr^esso moFal a
iatellectuiil do nosso paíz, ser-vos-ba f.icíL o agradável f»r-
mspítnder ao muito que espera o Instituto do vosso prosttaw
em proveito dxs nossas lettras.
Reotbei, p^is, as coidiaoâ sandaçí>ei que em nomo do losti*
tuto vos gào por mim dirigidas nesta occasiâo.»
O Sr. Dr. Sylvio Roraero. pedindo a p,Uavi*a, profore o s^
gulnte discurso :
< Sr. l^residonte, meu:^ senhores — O adiantado da bora
priva-me do prazer e da honra de entreter por algum tampo
esta selecta companhia com a leitura do trabalho que aqaí
trago ai^ei^ca do Brasil social o que me serviria do discurso 4b
apresentação. Limito-me, poU. a duas palavras de mero agrada*
cimento.
Os creadores deste Instituto oom o haverem intitulado —
gc&graphico^ ethnographico e histórico, tiveram ã eiaru tntuicio
de que os problemas nncionaes. mais sérios, mais graves» mais
proluodos, tudo que Be pôde cliamtir o cííso h-aiUeiro na ordem
íjooial e politica, tera de ser estudado e solvido A cusia da iote-
gridadi? ão solo, da aatouomia da raça e de sen desenvolvimento
histórico neslo meio.
As goraçôíiâ que se t^.^om succedldo após a dos iDiciadorefl,
não tem desmerecido ;l desie^ no triptiae empenho indioado«
Este Institut*^ tem prestado relevantes serviços ao paiae
podel-os á ainda prestar no presente e no ftituro, no encalço dos
masmoff idéaes.
Perteocer a tão selecta oompanbia é por certo honraria
ACTAS DAS SES.SOKS DK 1005 559
pai-a sor muito prezada. K o ouvir phrases tão amáveis o tuo
conceituosamonto elovadas, como ossas quo mo dingio S. Kx.
o Sp. Prosidonto, seria motivo para envaidecer -me se não mo
sobra -isom razões pira attribuir só o só a esse generoso cava-
Iheirisra), tão delle, que costuma repartir com os outros os pró-
prios merecimentos.
Agradeço ao Instituto a generosidade que teve cm colher
om seu seio um homem do ordom tão secundaria como ou ( n/ro
apoioflos ffernrs ) e faço reverter sobro o Sr. Presidente as phrases
encomiásticas que ouvi à sua bondado.»
O Sr. desembargador Souza Pitanga, orador, responde da
seguinte forma :
< Sr. Dr. Sylvio Romero— A vossa presença neste recinto
faz-me instincti vãmente lembrar, a mim, que carinhosamente
cultivo as recordações encantadoras da vida académica, o perfil
de um outro vulto que devera ter pertencido ao nosso grémio:
o do Tobias Barreto dcí Menezes.
Iniciastes vosso tirocinio litterario sob o inlhixo desse philo-
sopho que á vo^sa delicada propaganda devo a divulgação do
suas id(?as e a consagração do seu mérito.
As polemicas tão renhidas quão eruditas que tivestes de
sustentar nesse piedoso empenho, constituirá m- vos tal patri-
mónio litterario que por si sós justi ficariam vosso advento ao
nosso convívio ; mas outro titulo de maior propriedade impu-
nha osso acontecimento qu^í nos rejubila : O a voasa Historia da
JAIeraiurn UrazUeirn, que valo um trecho do íirchivo de um
Instituto.
Não tivesse ella o mérito que eíTecti vãmente tem como obra
didáctica, e seria um titulo do alta benemerência para a historia
do nossas letras.
Em suas paginas salvastes da obscuridade o do esqueci-
mento diversos distinctos litteratos que, sem ella, não teriam
talvez transposto as raias dos seus Estados nataes e cujos nomes
são por ella transmittidos ã mocidade estudiosa.
O Instituto acolhe, pois, com o maior acatamento o novo
consócio de cuja comprovada aptidão muito espera para seu pa-
trimónio scientiílco.»
Nada mais havendo a tratar, levanta -se a sessão ãs 5 horas
da tardo.
Max Heiuss^ 2» secretario.
OFFEPvTAS
Pela Associação Typographica Paulistana, Estatutos e Rela,
tórios.
Pelo Cuerpo de Ingenieros de Minas dei Peru, Boletin,
Peia Sociôtó Imperiale des Naturalistes de Uosco^y ^Bulletin,
Pelo Ministério da Viação e Obras Publicas, Brazil at the
Lmisiana Purchase Exposiiion S. Louis, 1904.
Pela Sociedade N;vcional de Agricultura, Boletim,
50U REVISTA DO IXSTITmi H1ST>ORIOD
Feia Academia Real das Scienciai de Lisbcn*
cm 19 de ferereiro de 1905.
Pelo Sr. Praneisoo A. ChaTes, ArcMi99 dmt Aç«m^ a MitUtrit
Pelo Sr. Ao^ Floro t' #sla. Discurso,
Pela >oci*^lé «ie Gdoi^raphie de Geof-re^ Le Gfo^.
P*.-U '^eographkml Qaeeoslaiid Jounud, i^roewedêMÊ^,
Pel^/ Inteniaáooal Bureaa of the AOMnema Sapnãtieii» Mtm-
Mj B^ifiin,
Peaa Inrectoria Geral «le Saade Pnblica* BcUiim Mgmsfi.
Pela R^al Socâaiad Gda^rraphiea de )fJhdridL BUmêêm^
Pela American «3€OJTaphicaI SocieiT, RMlIcrõi.
P*'lo InstiUito Geo^iÂoo Arg«Qiiiio. Boietím,
Pela Hiftjricai Soeietj of PaosjlTaiiia. Tke "
Pela Natíooal Gao^raplúc Sodety. Il^
Peli Seene-taria de A^ricaltora V. I. e Obrms
K3taio*ia BaJ.ii. Bxeii ..
Pela Directoria Crera; d;- Correi-^, Boi€iim i^cMmi^
PeU JuDU S'ipen-:r de Sanuiad de la IsIa de C^te. /»;>«
Pelo Moseo Nacional de Mexioo, A«kii«f .
Peli DireccioQ ^^neral de fetadii^i.^ de Ia Pf%>Tiaeia de
Buenos Aires, Z>nR:'.^T«.<3.
Fel A Aá90cia.:rlo Commerrl i d> Rio de Jaaeiro. Bjiiiwm,
P^I<js Srs. Moa:fon e; Grande — Rcp^-n s^tr va^ JKsm»
Peio Sr. Fr:L:^.*^^ Vi ie'ie Viaiini — ZH^^ -í - _c^-.-v*n»3> w
.Vrehi TO ? :;l< ico .la Baiài % .
Pel^- K:»lt»s ArMer.-MolstíS — BuiU^im.
P»-!^ Sr. Ea?eci> jo C4:it> — Kf»' ■•'•.
Pelj 5*>*: •Sr. Dt. OliTeir.\ Lima — V;.í,s dtp>l.>^^t%r^ ^
?*•!> Si:*^.^ Sr. Dr. Xelãot; C'^.:*> -ie ^^fllaa — O Eti^^ê •?
Jftiur' Gír':s z\ Expos«;ão de S. Loiz.
P •. i >..v:e:. Jes E:uies Inio Ch::i.i-es ie Saiís:* — B^Uetm
Pe.viTj Kepabli.MQj de ComneiBoricâes C^riesséeSM
Paalo — ' :^ .:•*«-.:&» f€ e/ <í^ A: -.; <í^ /9'>#.
Pe;oObMfTAV>rij i. R;o ie ;aceirj— B;^^ãi.
Pelas rwpee;;TA« ^^iicções as s?^in;K re ^nms — g^iila
rfí^wM 'f Oiv^-v:j ie Miirid, r; Pí*--«ití^ I«r?« :., £ímsU
JííN.*:; it- i: *;: .:-: lí^-: • ív. de ATrlliae^ia, S' -v<<^ .V^*-#
Oi^ -.-. : io :■; -: j:;, O T-i -i." ;. Rítísí^ Z>ii:rSk-vt, O A»":it -# 4j
K^lado *e \tk:-.wr-3r*>> , Ã.^i^--v.v^ -:. v. r^: Vj-*í>. J^r^zi là
Rect-i, Jj-^ri. 0-*í ii.". I.. A31^ :ii5, L:*^:^^-, Orwií^i^ A^^m-,
JÊc*'.' -ia £"•.» ".•'ííi .
?e .-• S:.\r. L^:i u»>rr.iin ia Sii^i Leaae — As.->fmér«caj.
uate
ACTAS DAS SESSOBS DB 1905
5Gi
,V SESSÃO ORDINÁRIA EM 12 DE MAIO DE 1903
Presidência do Sr. Marques de Paranaguá (S*' Vicc^PresidmU]
A 'a 3 huj-aa da Urde presontea 03 Sra. Marquez de Pam-
na^uâ, Com rno lidador Horirique RalTaríl, Max Fl*¥iiii^% Viacon lo
de Ouro Prot«i, Desembargador Paranhos Montenegro, Eduardo
\farques Peixoto, Barão de Alencar, Carlos Lix Klett, ConselliníTO
Salvador Pires de CarvalliOG Aibuquerquf% Cândido de Oiiveim,
Arlhur Guimai-âe? o Dv, André Werueck, abre-so a «essa o.
O Sr. Fleiass, 2" Socretario, lê a acta da sessão anterior,
a qual é, sem debato approvada.
O Sr, Presideote diz ter recebido do Sr. Conselheiro Aquilo
6 Castro» digQo Presidente do instituto, a aeguiote Ctirta que
pxssa a ler: € Rio, lâ de maio do 1905. Exni. i^r, Marquez do
Paranaguá, M. D, Vice- Presidente do Instituto Histórico —
Deixo de comparecer hoje à se^aao do Instituto Histórico por
haver sessão no Supremo Tribuoal Feden^L Para o património
do mesmo Instituto oflfereço as «eis apólices jimtas do empres-
timo municipal, do vator do 2<}0$ cada tima, o de ns, 42J>li a
42,íV79. Respeitoâaa saudaç.063.— O/íJ^jrif? !hrciUano d*í Áquitto
e Castro, Preaidente.»
O Sr. Presidente dií que o Instituto recebe cora indelével
reconhecimento o novo favor do seu benemérito Presidente que
nào cessa de provar o verdadeiro amor pela associação que
justamente ae orgulha da sua sabia direcção. Diz. qun íia ,\po-
licea serão entrog-ues pelo Secretario ao Sr, Thesoureiro.
O Sr. RaíTard, i" Secretario, justifííma ausência do Sr. Con-
selheiro Correia, I» Vice- Presidente.
O mosrao Sr. V* Sf^crotario Id o !íOí?uinte expediente : —
Offlcio da Soriíídade de (íoognipliía do Lisboa, do 1 de Mirço
nlUmo, remettoodo ao Instituto uma collefção de puiilioaçoes do
ConQrt^aso Otímutil P<*riutjue^, — AgWJLTãem-^St jis puhlicaÇi'*BS
e agradeça-se.
— Oríiciodo Dr. Baoh, chefe organizador do Museu Ama-
zonense, datado de H de Abril, communicando ter aido uofnoaílo
para aquelle cargo.— Intciírado» agraileç i-ae .
O Sr. í° Secretario lo os seguintes pareceres da Coramissao
de Historia :
« Foi presente á ConimiMo do Historia a proposta que
pira sócio coi-rospoodente do Instittito fizoram osSrs. Henrique
Raííarde outros do Dr. Luiz Gonzaga da Silva Leme, advogado
residente na ciíade dn S. Panio. A Com missão teve occaslão
de examinar a (lenf^iúi^gia Paulistana extenso trabalho em
cinco volumerí, no qual revela o Dr. Leme grande aptiilâo
para a,s pe^íquizaii tíooeal>gicas e muito couhecimonto das coisas
« dos huraens de aua terra natal. K' uma obra de largo fôlego
que suppre deílciencias e lacunas de similares emprehendi-
mentos aníeriores e de utilíssima consulta. Com totla a justiça
constituo u (i^nedogia Paulistana ura titulo de admissão do
Dr» Lema no quadro doa nossos aocios correspondentes* Sala
5G2 REVISTA no INSTITITO HISTÓRICO
das sessões, 12 de maio de 1905. — Cândido de Oliveira^ relator.
— OuroPreio,— Lcitr Velho, > — K' approvado e vai á Commissão
de admissão do sócios. r<ílator o Sr. Dr. Paula Freitas.
« O autor á\ C/ironolof/ia Paulista, Sr. José Jacintho Ri-
bairo, prestou um bom serviço aos futuros historiadores da
sua t^rra natal, colloccionando, nos dous volumes oíforecidos
ao Instituto c editados ora isoo e 1904, os succfssos mais in-
teressantes do prospero Estado, cuja Repartição do Estatística
exerce funcções importantes.
Para aquilatar o merecimento da obra, impressa iK>r ordem
do Governo Estad ai, basta o lisonjeiro conceito que delia faz
o il lustrado prof(3ssor Dr. lirasilio Machado, nosso apreciado
consócio. Parece, pois, à Commisião de Historia que deve ser
approvada a proposta para sócio correspondente feita na
sessão de 10 de Março ultimo pelos Srs. RalTard, Rocha Pombo
e outros.
Rio. Sala dos se^ssões, 12 de maio de 1905.— Cândido de
Oliveira^ 1'elator. — Ouro Preto. — Leite Velho. >
E' approvada o vai .1 Commissão de admissão de sócios,
relator o Sr. Coaselheiro Salvador Pires.
O Sr. 1° Secretario lê as offertas.
O Sr. 2" Secretario as seguintes propostas :
« Propomos para sócio correspondente do Instituto o Sr.
Hernardo Horta de Araújo, natural do Espirito Santo, com .35
anncs de idade, autor do trabalho cLimites dos Estados de
Minas Geraes e Espirito vS.into>. quo ofTereceuao Instituto.
Rio, 11 do Maio de lUOry.-^fíenr gw Ra ff ar d .—-Max hlei^ss^
— Anhur Cuimardcíi . — Sylvio Homero,-^ Eduardo Aí. Peixoto»^
Vai á Commissão de Historia, relator o Sr. Visconde de
Ouro Preto.
€ Aventando-so a id(?a do arrazamento do morro do Cas-
tello, terá, se for levado a elTeito, de sor demolido o templo
occupado pelos relií?iosos Capuchinhos.
Nessa igreja, que servia de Sé, estão desde l.'>73 os restos
mortaes de Estacio de Sá, 1« capitáo-mór do Rio do Janeiro.
Em 1861 mandando aquelles religiosos proce<ler á recons-
tmcçào do templo o mo'lirtcan.io-se o respectivo soalho, houve
nocessid:uIe de remover a pedra sepulchral gravada por ordem
de Salvador Corrêa de S?t.
O Instituto Histórico o Ceographico Brazileiro, tendo á sua
frentfí o inolvidável protector Sr. D. Pedro H, resolveu, então,
oxhumnr os osso^ de Estacio, os quaes mais tarde foram reco-
lhidos ao mesmo jazigo, dentro de uma urna do pão hrazil,
adrrdo prepa rada .
A' vista, portanto, dos projectos com relação ao morro do
Casti3ll ), propora-^s quo o Instituto tome as providencias ncces-
sariís. afim de que as preciosas cinzas de Estacio de Sã sejam
guardadas no prosbyf.ero da Archi-Cathedral, obtido o indis-
pensável consentimento do nosso venerando consócio o Sr. Ar-
cebispo D. Joaquim e dos religiosos capuchinhos «jue, de certo,
não 4j recusarão.
xV.TAS DAS SliSSÒES DE 1U05 563
Rio do Janeiro, 12 de maio de 1905, — Visconde de Ouro
Preto. — Cândido de Oliveira. — Salcador Pires de Carvalho e Al-
buquerque. — Carlos Li Klett. — T. G, Paranhos Montenegro,
— Barão do Alencar, — Eduardo Marques Peixoto. — Arhur Otit-
marães, — André Werncck. — Henrique Raffard. — Max Fíeiuss,
— Marquez de Parana(/ud.»
E' approvada a proposta, ficando a Mesa do Instituto auto,
rizada a providenciar a respeito.
Lovanta-se a sessão ás 4 horas da tardo.
Max Fleiuss, ::i" Secretario.
OFFERTAS
Pelo sócio Sr. Senador Manoel Barata — Relatório dj.
Venerável Órdoni Terceira dos Minimos de S. Francisco de
Paula, de 181J2 a 1897. seguido da noticia histórica.
Pelo sócio Kaymunlo Cyriaco Alves da Cunha — Eápcri-
mento de cura da Malária com o Esanopheles [ia Amazónia.
l'ela Societá Gcogratica Italiana —liollotino.
Polo Grande Oriente do Brazil — Boletim.
Pela Real Suciodad Geo;íra(ica de M idri l — Bolelin.
Pela Real Academia de la Historia — Bolotin.
Pelo Sr. Deputado Bernardo Horta de Araújo — Limites dos
Estados do Minas Geraes e Espirito Santo.
Pela Sociótó Internationale de Science Sociale — Bulletiu.
Pelo Instituto Hahncmanniano do Brazil — Annaes.
Pelo Sr Alfredo Schreiner— Deux questions sur la Guerre.
Pela Universidad de Santiago de Chile — Anales.
Pelo Instituto Geograpbico o Histórico da Bahia — Revista.
Pela respectiva redacção — Revista Marítima.
Pelas redacções os seguintes jornaes : A Semana — Diário
OíDcial — Mala da Europa — Diário Oíílcial do Recife — Gazeta
Commercial o Financeira— O Século — Portugal Moderno— Re-
foi*mador— Cruzada — Correio do Povo — Gazeta Medica.
Pola Associa';'ão Commercial do Rio de Janeiro — Boletim.
(>* SESSÃO ORDINÁRIA EM 20 DE MAIO DE 1905
PreAdencia do Sr, Conselheiro O, H, dWquino e Castro
A's 3 horas da tarde, presentes os Srs. Cons(jlheiro Aquino
e Castro, Manoel Francisco Correia, Marquez de Paranaguá,
Commondador Henrique Raltard, Conselheiro Cândido de Oli-
\eira, Eduardo Marques Peixoto, Rocha Pombo, Dr. Mai*qut)S
Pinheiro, Dr. A. de Paula Freitas, Carlos Lix Kletí, Ar hur
Guimarães e Mix Fleiuss. '-^ secretario, abre se a sessão.
O Sr. Fleiuss, 2"* secretario, lê a acta da sessão antorior
a qual (\ sem debate, approvada.
O Si'. Con3:)lLeiro Correia, i*» vice-presiílento, explica as
razões de sua prolon^^^íia ausência por motivo do enfermi-
dade.
564 RRVI.STA DO INSTITUTO HI.STORICO
O Instituto, polo órgão de sen presidente, dedara-se iaiei-
rado e se felicita pelo oomparecimento do eea respeitaTel
1* vice- presidente.
O Sr. Commendador Raflard, V secretario, diz que tem Ta-
ria") p>nderacõe3 a fazer sobre o U)iiio LXVl da Revista^ ora no
prelo, e cuja conclusãfj o orador teve qae chamar a si em
eoosoqacncia da partida inopinada do Barão Homem de Mello,
qae se havia incumbido da referida pablica^. Parece que o
referido tomo será menos volumc^so qoe os anteriires. Deixa,
por exemplo, do apparecer nelle uma interessante memoria lida
em iHt.s pelo seu auctor, nosso ooneocio Sr. Fxiuardo Marques
Feixotj. sobre a •lenomina<;ão da freguezia de Guaratyba, por
isso que não foi entregue á Imprensa Nacional pelo Sr. barão
Humem de Mello que. provavelmente, a conserva em sea
poder. Achando-se atiazada a impressão da Revista e não ood-
vindo mais deroorala. resolveu o orador actlval-a, deixando
pani tomo pcsieriur outras matérias. Paz desde já estas decla-
rações {lara evitar reparos.
O mesmo Sr. 1* secretario lé o expediente, que eonsta do
seguinte:
Offlcio do Sr. Joaquim Augusto Gama. datado de 24 decor-
rente, oíferecendo vários documentos de sen finado pai, o com-
mepdador Cesário Augusto Gama. — Muito se agradece e râo
á Commmissão de redacção.
— ^ Otficio do Sr. Carlos M. Uriese. datado de Buenos-Aires,
de 18 de Maio, dizendo ter enviado nm exemplar de sua obra
Geografl ' Argentina . — Agradece-se .
— Carta do consócio D. Joaquim Silvério de Souai, Bispo
Coadj lictor de Diamantina, datada de 20 do corrente, offere-
cendo o erboço do longo episcopado de D. João António dos
Santos.— Agradece-se e vai â Commissão de redacção.
O mesmo Sr. 1^ secretario lé as olTertas, entre as quasB
se destacam as das obrss offerecidas pelo consócio Sr. Vis-
conde de Sanches de Baena.
O Sr. 29 secretario lê a seguinte proposta: < Propomos para
sócio eíTectivo do Instituto o Sr. Barão <ie Parauapiacaba (con-
selheira João Cardoso de Menezes e Souza), eminente homem
de letras, antigo procurador fiscal do tbezouro nacional, dire-
ctor geral do contencioso, ex-deputado á Assembléa Geral e na-
tural do F:stado de S. Paulo, onde nasceu a 25 de Abril de \S^^
formando-se om direito em 1848. E autor de varias obras de
alto merecimento, servindo- lhe de titulo de admissão o no-
tável livro sobre Theses e Colonização no Brazil. Sala das
sessÕeis, 20 de maio de 19<Jõ. — Marqttez ile Paranaguá. — On-
di'fo (fe Oliveira. — F. B. Marques Pinheiro. --Arthxtr Guimarães.
— Henrique Raffard.^ — Vai à Commis&ão Subsidiaria de His-
torit, rei itor o Sr. Rocha Pombo.
O Sr. l" Secrf^*tario coininuQica a visita que ao edificio do
Instituto fez no dia 18oiIlustre consócio Sr. Dr. Leopoldo de
Bulhões, ministro da fazonda, «' da promessa que fez de mandar
proeeiJer aos necessários coocertjs uo prédio, uma vez provad o
ACTAS DAS SESSÕES DK 1905
565
qoB este pertenço au Estado. Ficou o digno bibJiothcMsafio Dr.
Vieira Fazenda, como profundo conlieceflar f]íio é dcâáoi asg
sumptús, de redigi' imi hititorico sobro o poolo cm questão,
(3 um architectocoustnictor, devidíiraeoie autorixadOí jíl exa*
minou o que indiápens;iveliuonte se deve fizer e om breve
aprosootará o respectivo urgamèDUi.
O Sr. presidente da qiii*. o Iti&útuto fica inteirado, agra-
decoudo a boa vontade do aeu iLtubiro consócio o Sr. mínijítro
da fazenda.
O Sr. Max Floiíiss iò o seífuinto iiarucor da CommiaBâo
Subsidiaria de IIidturi;v o de que 6 relator:
ítDti í|iiaiitos tralíiilhoi temos lida sobre a iodividualididn,
ainda t«T.o pouco ostudaia, de IK í*nâv*j l do Brazil c IV de Por-
tUí^Ml, nenhum uus agradou lantia corao o do qtifí ó autor o
Sr, Alberto Pimentel, cooliecido boratítii de lottr.ts porLutJUfZ.
e que yá, tom public:ido outras obras amlbidas euin apptatisos
que lho testemuuíi iio o v,iior.
Para n6á — Braziioiros— a rigurado D, Podro 1 tom um ro-
lovo especial, crodor de acatamento e sympathiu, nào obstanto
a sc^Mo de calumnia:^, falsas apreciações, exã^'oros de toda a
surte com que so Ibo pi^tendem diminuir os serviços que nos
prestou .
A etle se deve, iodíacutivelmente, a nossa independência
poli Uca, quando apenas sabíamos do re^^imen colonial o entra-
vamos no sotimo anuo de remado.
Eapoatanea oa curo liar io de hábil propaganda sobre o sou
animo exercida» o certo ô quo so não fora a sua acção decisiva,
leal. heróica, a Independência niio seria levada a eífeito tão
cedo e muito nos custaria, pois naquella ópooa s\ como ^emp^e,
o patriotismo braKil(»irt> constituía apreciável elemento, tí-
nhamos contra nós as forças portu^^ucza.^ c att> as do outras
nacionalidades. Teatomunha contemporânea dos succa^sos da
abdicação narra, por exemplo, baver naquello tompo constado
que o commandanto da nao ingleza Warspile dissera ao Impe-
rador quo com a sua esquadrtv o Cl>1 locaria de novo no tbrono
se Sua Magesiado quisesse, reapondondo-lbe, porém, o exlmpo-
rador que não queria o derramamento de sangue. Reforo isto
António Francisco Torres Júnior, na Gazeia LUtirarui, uotavol
publicação dirigida por Toixeiríi dt^ Mello e Valle í'al)ral e que
vio a luz da publicidade noâta Capital em 1884.
Soma resuluçáo de D, Poiro a luta seria inevitável ô a in-
tegridade nacional ficava om oxtrcrao ameaçada,
Não sabomojí, portanto, porqtií» ra.zâo cspiritos cscbrmdos
buácum desenliar a figurado IJ. Pedr>/ apoucada no seu valor
moral, retirando d iie as qualidades pava 8o apontar-llio os
defeitos, iiié certo ponio de^^culpavoisem ura rapaz do -ii annoí,
pois foi cora tal idade quo elle nu Vpyranga lançou o primordeo
da autonomia nacional .
K não só Brasileiros, mus também Portugaezes, o doiscrevem
eom rancor e pai mo desmedidas.
Oliveira Martins, a mais bella organização Utteraria dos
565
Revista do insíjtuto iiistouico
últimos aoQos om l^oriugal, dà-nos de D. Podro a segutata idóa
no âôu Porlugul Contâmpuraneo*. «Pobre vaidoso, a quem íaitaT^
ensinar aíDda, que nem simpli?8 ^eoeral era ! b
Já QO Brazil c as CtAonias Portuguesas o mesmo tllustrd ea-
criptor dizia qae o < Priacipe quo se julgava arbitro dos deãtíncs
do Brazil %t\ apeaas o iQâtrunionto de um movimouto que o
dominava e o arrasiava. Títere coroado nas mãos de Aodrad'*,
D, Pedro, arrogante, ap^iUonado, teraorarío, capricUoso, soHu
de costuínoí!, viulento, culorico, despolido pur tem porá inento^
poi' sangue o pur educação, não tiolia a fur^a que, f:iz Oâ Impe-
radoi^es aom íi intelligeacia que dirige o^ estadistas *.
Ora, (5 preciso ler sempi o em visti qtie ii t t^poca em que
se exigia do Príncipe os dotes supenorcâ dos homons de lotado
e as virtudes dos varõiis, era olb um moço inexporieulu !
Os juízos I ontr<^iaatu, a seu resiMjito são, om );,'eral cou U a-
dictarios, pois ua própria obra do Oliveira Marti us, p:ií,'iua Jia
om que do diz acr IJ. Pclro ^o pvimcirii em coragem, o pri*
meiro de iíaii:i .soldados, o prinielro de soas frLXÍna:s:iiâo teoíiiti ^k
morte» , líntre nós pouooís nat> téru sido i^íuilamuto os mdos julga-
dores de D. i^edro, diremos moikiio oâ seus de triWí toros. Compro-
hoode<%^e, toiavia, ai;^ cjrtj pouto e sa explica a paixão politic;i
quo na époja abáorvia o obliterava os ojpiriios. Entre 05 pr.j-
prios que queriara v trabalhavam pala ludo pendência, for-
ma va-te a CLírrento do dcápoito, uegando-se com furor uns aos
outros reciprucos trabalhoí* e valimentos.
Se D- Pedro tivesse procurado a facção opposicíonista, não
evitaria oi doestos da que onrão teria esáe ni>me. Eile era o
alvo ; elogios e baldoas preferiam-no em qualquer situação.
Habituado, pnréna, a na » accoitir definitivos os juizo:? de
cortos histúfiograpiíos eolliemõs, em footea variaa, .sub-sidius
sobre a entidade do Pr in cipo, o isto nos autoriza a a^áe;?urar
que o Sr. Alberto Pimentel saubo debuxardhe o retrato com 04
traços seguros do eicript jr ^ue á perícia habitcd reúne a proll-
eiencia do obííervador apurado,
01ivn>d(7Sr. Pimontal, de que esVamji trat-^tnio, jà <^,
aliás, cjníiecido dos socio:i do Instituto, pois do lutttieuloso tra*
bailio do nosáo pre.sado colloga Hearir^ue Rairard st>bre Pessoas
e Cousas iío Brãiil h;i largas traugjíripQões e referencias ao
estudo sobre a Corts de li, Feifro IV, que em lH\i6 appAreoeil
Pim folhetins no Jomni tln Commerrio desL:i Capital.
TransJbrmandoMj em livro, o Sr. Pimentel evitou que aa
suas p;igina3 bellas c verdadeiras fosáeiii condemnad-is ao oi*
vido ila.s p ubliea<L'Ões só iusortis na imprensíi diária. Applausos
uào serão nunca demais a ([uorn com taoti siucorida^lo e brilho
cultiva as lotíras biátencas.
No po jueuo prefacio diz o autor : «nesti^i ultimo?! an lo^
de uni seeulu que tjni sido a gloriíiciçâo pratici da mooauica,
o bstoríador ba de, para s^r liio com algum agrado, conver-
ter^se em machiaa de dístlllação, rcoolhendo com paciência ou-
raeroâixs noticias do quo para uio do publico apeuas do\erá
extrahir a ãubatancia e a critica >.
ACTAS DAB SESSÔBS DE 1905
Sob easa orientarão é que foi escrlpta a obra e dahi se
cúQchie u quantíj elta tem ée agradável, i-roporoioDaiido ao
mesmo tempo inforraaçõea precisas e eriteriogoã eonceitoa. Em
Boaií primeiras paginas o autor traça o perfil úb D. Pedro quo»
em mu enteníler -< Nascondo e vivendo orn uma Corte onde a
í Ilustração era uni luxo de^contiecldo e onde o gosto pela eda*
cação artística nào chegou luinca a lançar rajreá, D. Pedro
possuía» por um dom de natureza, a i m premiou a hii idade vi-
bratil, que, so tivesse BÍdo devidaunTite desenvolvida o duáci--
1)liíiada, podoria ter foito dollo um artiata, um poeta, ura
lomeoi intellectualmeDto diâtiocto ^.
Deicrlptft a pliyslOQonnia de D, Pedro, no dupio aspecto
phyiíico e moral, o autor occupa-se desenvolvidamente do
papel que elle representou oo Braztl até 1B31, contendo taes
paginis variafi observações quo tem a sua base no criterioso
julgaineoto dus ractus,
Nao fim esquoçiimos, poi^m, do que disse s, Martíos, Arce-
bispo da Laeodlémonia, quanta aos primí?iros annos do Príncipe
DO Brazil : * Paasando au Brazil no flm do anuo de 1807 com
seus VtifíusfOíj Pai^i procurava ahi cora aunimo desvelo a
sciencia, qtie a politica afastava delhj com ardil. Quanto o
Principo via» observava ou ouvi i na arte, achava quíisi sempre
uma decidiíJa reprovação ora sou nobre coração, em sua alma
fraur^a» em .seu ^;enio incapaz de doblez ».
Essas palavr&a são talvez o traço mais seguro da indivi-
dualidade do Pr in cipo. que no curto governo soube dotar-nos
cora o admirável estatuto politico de ^õ de Março de I8<í4.
Narra em seguida Alberto Pimentel a attltude do primoim
Imperador em a nova eampanUa, tão teoieroaa quão brilhante,
em que bg envo-lveti com o inttjito de repor no tlirono do
Portu^^al li, Maria da Gloria, aua filha, patrícia nossa, poiíi
nasceu aqui a 4 de Abril de I8lii na Quinta da Boa Vista.
A or^anizição do exercito liberal na ilha Terceira, as
manobras diploraatic^is, a entrada na Porto, as guerrilhas o
combates, a intorvenção d ' Saldanha, a tomada de Lisboa, o
triumpho completo da caum, seguido em brovo das dlssenções
politicas, tudo vem flel e agradavelmente contado, de modo
que o livro, tf^ndo grande valor histórico, reúne igualmente
primorosas^ qualidades litterarias.
Aliá:^ esto deve ser o flui a que coJlimem oa trabalhos his-
tóricos que por sua ari-lez muitas vezes deixam de ser lidoi*
O livro do Sr, Alberto Piraentel tem pagma^^ verdadeira-
mente e a cantadoras. Não só a figura de D. Pedro, como a de
D, Maria, maa também as de Garrett e Mousinho são defie-
nbadas com uma nitidez írancamente admirável, e o autor
aproveitou com igual habiUdade certos episoJios que muito
ooncorrenj para u interrease do livro.
Meroce acr transoripto o ctao lio Marquez de Rosiende como
typo não só descriptivo. como revelador de circumstaiicias
características, depois da morte de l>, Pedro IV» Eil-o :
«Como sempre acontece» alguns velhos cortesãos dosappa-
iifpS — 37
Tomo Lxvnt. v.
568
REVISTA DO INSTITUTO HÍSTORÍCO
iccêJu «U ^^irnua piLM aor âubiiítuidos por outi^oa. Vm áoH que
iiQ tíonioni diaiito do hoí qiio uasce, é o M;*nnioz do Hazeuiíe^ ta^
niansU do Imperador. I^ay^ííam a iraballmp, f'»ra utn araigu
diidií adu, Napíor descrcve-o dcisembarcaada cuíii ello an Pi-
jíueira : * era coiisd biiíii divertidíi ver um cavalloiro do MaJU
oiu grarido uaíforíiiL*, adurnado cum toda» as sh^b ordeas o
LTti74*s, muiitado nas cosUi de um pGScador, c^itnbnleatjd'? por
moio da re«.*$aca, u, depoU, âcutado nuitm má cavalgadura,
taz^tr ;v sua etit raia ua trigueira. > Indicado a D. Pedra o 4
causa tíQDstiluciuú:il s^/nUa acmpro iitu i crânio aotipatliia por
D. Miyjuel o di8iíera-lb,o cara a cara om Vienoa d'Au2$lría«
como ídie próprio o couta : « Seiílior, noa nâo tetiKM oerUinont'-»
alfoicão tjm polo outro. »
1 Ilustrado académica, ti riba, pirétni ropeutoâ du lu^^»
geaio o obstínaçõojs iavenciveiíí.
Soubií <iuc a jovcn Jí;AJaba, tiuo^ como li, Podro, Dào 8íkhk%
dbfarrar as âuas aatlpaihiais o bs sua^ pro<lileeg088« diissera
uma vez r
— Quando meu paa morrer, o Rozoode oão toroarà A toa*
tar-so á. me«a commigo.
Loíjo que o imperador oxpirou, o Marquez sahiu do Paço
do Queluz iao deiso rio atado qucu arrancando a graa-crus que
trazia* eniiuu a pela cabeça da prim^^ira sentidolla «[uo on-
controu.
O soldado ficou aparvalhado, estupefacto; Rezende t|Uí ti a
oertameoto aigniãcar tioni osso pro<30fli mento : < Voluntaria-
mente oparaáempro, dispo bojo todas as miubag honrarias. »
A Imporatriz separou-so da liaínba depois da morta de
D, Poflro; foi habitar o palácio das JanelIaM Xerdcs, lastott
coni liezemlõ para que fie asso ao sou :*er viço. O Marquoz fleou,
porque pertencia á, Varie Velh* o a Imporairiz repre^^ontava o
passado,
Nào havia uom era fácil poder haver uma iutimídado sma
uuvons ontro a ra:idra8tu o & entcNida. D* Aniolia fura, ó c©j*6j,
uma espoja dedici^iís^ima ; oo lirazil uiostrara se carinhosa
para como m filhos do U. Pthlr«j, di'Spo«Íira*,^ doUns coro »io-
ceras saudados, mas, ;^<(»ra« no ruiulo do mii ciravãu, seu tia «i
magua do vor-se reduzida, pela morUj do Imperador, a uma
íigtu'a íiocundaria, do vor sua Jilha om uiuu obictiridado rota-
tiva» ao passo que D. Maria da'Jlona, soa oote.ul a, ora rainha.
cmxia a ci^rõa, eu}íx coiiqiiiiíta dia prupria, a imperatriz, regara
wm A8 âuas i.ieriínus de o>po!sa amante e sobre.^aÍtada durão to
as campanhas da liberdcide.
Complicações fatu.e§ do um secundo ca^Aiueuto, dubreiudo,
quando., em ujui elovada jerarchia. oâ de^itinus dad pesâoat de
uma mesma família se tornam senâivel meu te diffurontei.
Gora a luurte de D, Pedro, a mU&ào da imperathr estavm
acabada. A da Rainha ia pvineipiar.
Da próprio b tVictos mediam uma movi tivel diiitaueta entre
aa duas ttenhoras que uuiira deixaram de vjsitar*»e» mad qu«
I custo se tinham jínpara»Ío uma da outra.
ACTAS DAS SESSÕES DE 1*^05
:*6!J
O Mariiuoz tio Riizeudo maátmvii se, ri prosiinga do D,
Maria II, respeitoso o retraindo, Nao acecita' a ULMíbum ólidoquio
du Fáçj daa Nocaseidaduá o, sultrocuda» nao queria .sentar se á
íl TUí^sa da Raitilia.
liiia voz terminava o juntar íias Nccefísidade!», tiaaudo a Im-
pci^atrix oliegou de visita, aconipaoliada pelo Marqtio/.
— E' agora, díiásu u Kaiidra pura al^fi •m, quo o lli»z<íi)du
vae qiiobrar o â<^u proUislo.
OíTorcceu-llie algumas d-is exccd lentas li m.10, quo «stãv uii
iiá mc!sa,
— O Marquoz ú giiloiío, disa • a R^iialia, c nao pordcrà cor-
tamenti! a ocrasião du coruor tão lioas limas.
— Dovoíii ser ox» ollenios, resuoadru ellr, õ^aiiiioandci a«, o
eu jâ as nào como Ita nuiito tempo. A 11 (ti ma voz íoi iia quinta
das Lupas, l^ram magnificas! Ma.s, minha seniiom, a idade
vao ?e upponda auíí inriis ca^írichoií úq giUaso* Todiís as cau-
telas sao poucas,
— lima só, Marquez.
— Tenho pena, minha senhora, pnrqno dovom 81^1- didiciosas,
a appartíncia c? magniíloa* Realmeiíto não podem ter melhor
cara !
K pouson :vs limas, A Rainlia fii^ara viTjcitli.
De outra v**z estando j ti n tas a Rainha o a Imperatriz, foi
prccisu mandar al?Jiiem a S. Vicente, com tu<la á prossa.
— Si a Marquez Jiie íi/ej^se esso favor, ., disee a Rainha,
eu mandava p^>r uma earrtiagom»
— Sim, minha senhora, "eu von, respondeu Reiíende, ma«
a pi>, porque mo faz mnifo bem andar, oRtnodicos rccomraen-
dam-mo isto í aode nmito, Eu vou, eu. , . vou.
E foi a pé com sacrifício, para 11 ao se aproveitar da car-
ruagem do Paço.
Como Bsse, de outros episiidios vem o livro clieio, o que,
aem duvida, lhe traz uma feição interessante.
Jul|^^imo5 ter dito o snllleíeote paraqut^ ae mauifesie o juízo
da Coramissao Subsidiaria de Historia, IntoiramoQte favorável à
admissão do .Sr, Albertij Pimentel no q ti adro de seus sócios
correspondentes.
Merece-o olle e muito lucraril a nossa aí?sociação cora o
possuir na velha raetropoie quem disponha de elevada cultura
intoltectual e grando amor ao trabalho, pelas rograii do coUe-
ííuismo so veja obrigi lo, o que lhe será de certo taretk satisfa-
ctoria, a forneo-ernaô os elementos hUtoricos que só 08 archívos
porteguezeís conservam.
E' o que peusaiiioa.
Rio de Jaueiru, -id de maio de 1905.— Max Fíexuss, relator.
— Affonsú Celso. — Rocha I*omlh) ,*
E' approvado e vai á.Commissão de admis&ào de aocios,
relator o Sr. Conselheiro Miuoel l»'raiicisco Correia ,
Levanta-se a iáessáo às 5 horas.
Max Fl^iuss^ ^ secretario.
570
HEVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
uFFEHTAS
Pelas Srs. Abrou Ca^do^o & Corap, — Apontomentos para tt
Histarin do Vaptíania de S. rfwtm\ por Augusto de Carvalho.
PeJo luteroaliooal Buraau of thQ Americau Republica —
Monihlt/ Buikiin,
Pelo Sr. José Campo.s Novaes — Metropolitana Paulista,
Pela Assoch^áo Promotora e MantoDedor^ do Asylo Heií-
riqae Valkdares — Eslaiuíos.
Pela Soeiéut Africana d*Italia — Ilultdrtio.
Pelo Ifiátituto Histórico o r;eograpliico do Rio Cirande do
Norte — Revúta,
Pelo Musoa Nacional do Montevideo — Anates,
Pela Sociêtó útj. fkographio Coiiiniflixsiale dtj Bordi.*4itix
— BuUetin,
Po!a Assrsfcí^noiit a Infância do Ki<» dií Jaoeiro ^ Archiros,
Pela Dirocioria Gorai de Saudii Publica — Ihictim Mensal^
Pelo Gnmdc Oriento 4o Brazil ~ Boletim,
Pela SocíedíMlõ de Geo;2:rapliia do i.isboa ^ fíoletim.
Pela National Geograpliic Magiizine Sucioty — T/it Jllií-
t/íiiine*
Pela Gamera Italiana di Coiiimorcio o d'arti ia Sâo Pautu -^
— Builetino,
Pela Dirocioa ííeneral do Estatística de la Provincia du
l^uenos Aireá — Demo tp-a fia .
Pela Associação Cominercial do Rio do Janeiro — BoleUm.
Ptda Repartíí;^o da Carta Maritima — Boletim,
Polas respectivas redacçõos as rõviatas — Renascença^ ltevis(a
Diiiactica, Hevista Caríophiht, O Oriente Português — Rem^shi
Medico Cirúrgica do Braiil^ Recisin Comtnrcial e Financeira, ^-
Pelaa ^edacçí^es vs iorn^es — Lc Xouveau Monde^ O /i^vbr-
hu\úú)\ Maln *f** Kiíío/jíí, Bi^trin O/ftiinl da Vapilal Fed*.Tal^ Di&riú
Vfji<ini do AuimontfSf Jormú do Recife,
T-» SESSÃO ORDINÁRIA EM y DE JUNHO DE 1 905
Prútidenàa do Sr, Conselheiro O. E, de Aguino e Castro
ÁS 3 húvnM da tarde, preaenteios Srs. Conselbeiros Aquiaa
e Caati^o, Manoel Francisco Correia. Commendador Henrique
Raflardt Des<?mbargador Souza Pitanga, Visconde do Ouro
Preto, Consellieiro Cândido do Oliveira, Dr. Aotonio do Paula
Ppeitas, Rocha Pombo, Barão de Alencar, Bolixario Pernam-
bucoí Dr. Manoel Barata» Dr. Marques Pinheiro, Desembar-,
gador ParanliõS Montenegro, Dr. António da Cunha Barbosa <
Max Fleiusa, t' aeeretario, abre-se a sossao.
O Sr. Fleiuss, 2" Secretario, lê a acta da sessão antoHor.
a qual é. 3em debate, approvada.
O Sr* Predidenie communiea da seguinte forma o falled-
ACTAS DAS SESSÕES DÊ 1905
571
meoto dos coosocios hooorarlos D. MarUn Garcia Mérou e
Monsenhor Jos<5 Lourenço da Costa Agoiar, Bispo do AmazoDas:
« Com grando pezar tenho a cornraun içar* voa a p Ttla de
dois diati actos consócios do íiis titulo, que assim do dia em dia
vae toado deáfalcadi a b/ilhanto plialaiigo do sem prestimosos
auxiliares,
A 7 de julho de 1805 recobla o Instituto Histórico eoa aeu
grémio o novo consócio hoaorario Sr. D. Martia Garcia xMíírou,
acolhido cora as raaís siigíiiUcativa» manifeatacoes do apreço e
coDstderação devidas ao seu alto moreciniento 6 elevada posição
social.
As lisoojeiraá pti rasos com que foi jastiftcada a admissão
do nobre consócio, ontáo rop tese a tanta da Republica Argentina
lio Brazil, habil diplomata, poeta o littcrato que merocen de
autorizado juizo o conceito no notável estylista e escriptor de
muito talento, e a belliásiiTia alloeuçao cora que respondeu ás
saudações que por essa occisiáij lhe foram dirigidas, l)em mos-
traram quáo justa e acertada fui a honrosa distincção que lhe
conferimos e a que soube corresponder com a gentileza própria
de um porfeilo cavalheiro. Hoje, lafolizmenlo, anuimcia-ao a
perda do distínclo consócio, fallecido lia pouco na Euroi>a, se-
gundo as publicações feitas na imprensa.
A tio desagradável noticia veio juntar-se a que pelo mesmo
moio nos fui dada ultimamente,
A 5 do corro nto falleceu em Lisboa, volkindo da peregrl-
Baçào aos Santos Lugares* o Sr, D. Jo^Ó Lourenço da Costa
Aguiar, l*" Bispo da Diocese do Amazonas, noss^ estimado con-
sócio honorário desde 1898.
O venerando prelado, i ilustrado escríptop, orador e parla*
mentar, tirnou-ao especialraeotí? notável peto zelo apostólico
com que se dedicou de longa data .jo ser viro de catechese dos
indígenas, chamando» pífios seus esforços e benéficos ensinos, ao
greraio dalgren e da cirilizaçâo, e??aea transviados da senda da
verdade e da fé.
Para melhor fazer oomprehender aos eathecumenos as bel-
ezas da religião e & sublimidade da missão a que m dedicava^
publicou ura cathecismo escripto em lingaa braiíileira qae lhe
era familiar.
Devíí o Instituto á sua generosa ob.^Of|UÍosidade a offerta da
iraportaiite obra — Santuário MariBuo, de Frei Agostinho do
Santa Maria, em 10 volumes,
O orainente sacerdote, ornato de sua classe, era ura digno
ministro da religião qui^ professava cono desvelo e ai*dor iucít-
cediveis» e tão respeitável pelo sou caracter e sou sabor, como
pelas suas virtudes,
lamentando inHmaraente as perdas que acaba de soffi^er,
cumpre o Instituto riíjoroso dever fazendo inserir na acta da
presente sessão um voto de profundo pezarpor tao infausto e
doloroso motivo. >
O Sr, Commondador RaíTard, 1'^ Secretario, \6 o seguinta
escp^^líoute:
5?2
RF.VrSTA DO INSTTTITTO ITISTORTCO
Convite do Gabinete Porliigw^z de Leitura» para a sessão
litíeraria cm comraomoraçao ão iriceatcuaríoda publicação do
D* Qt4Í2:ot€ de ia Aíancha, a realizar-se na noito de 12 do
corrente.
— ConvUe do Retiro Littorario Portuguez, para a cooforea-
cia qu6 o Dr. Luiz ^lurat roalizarfl na noito do 10 do carreote,
sobro Cervantes o as suíls obras.
— CoQTite do Clíib Naval, para a sessão magna do dia 1 1
do corrente.
O Instituto agrítdíico esses convitos o far-se-.l ropresoo-
tar nas referidas 8ol'imn idades.
Carta do Sr, Miiiiairo da Juàtiça, datada do 7 do correcto,
Doa seguintes termos:
ly lllm. Kxm.Sr. Presidente do Institato Histórico e Geo-
graptiico BrazilHro, Contelbeiro tíle^^^ario Herculano do Aquino
o Casirj,
Tenho a honra de, accusando o rriolnmeato do diploma de
sócio bciuorario d esto ilioBtro Institiitc» manifestar» por intor-
modio de V. Ex,, o meu desvanecimento pela dialinc^So qu«í
rae fui feita o a quo procurarei sempre corresponder na medida
de minhas forças. Folgo de mo ver ligado a tão veneranda
i^ofporação, áqual dtíve o nosso paiz relevantissimos serviços
no domínio daliistoria o da L'ei>gi'apliia o k quu! estão associa-
dos os mais enrainentes vultos das let trás pátrias.
AcceiíG V. Kx., e d]gne*se transmittir aos iltustres mem-
brusdo Instituto Histórico e Geogrraphico Brazib4ru, as expiea-
s o es sinceras do meu agradecimento o as sog^uranças do meu
prol'undo apreço o elevada estima. D? V. Ex, amigo c adnil*
rador, patrieiu t* rospeitador, J, J, Seal>ra.* — O luitituto flcm
inteirado.
* Míni^t4:Tio dos Ne^íocios da Fazeudai7 de junho do 1905,
— Exra, Sr. Henrique Haffard, l^ Secretario do Instituto His-
tórico e Oeograpbico Hraxi loiro.
Accusaudo recebido o oUlcio de V, Ex. de 2 do oorrente
mez* com que rae enviou o diploma de aocio honorário deste
Instituto, cargo para o qual tive o honrado ser eleita por nna-
nimidr^de de votos em sesgâo de '^"^ do abril ultimo, agradeço
a V, Ex. og elôvados termos em que se referiu á minha pessoa
e que mui lo me pí^nhoraram, protatando dedicar com a raniur
sinceridade U^ãm os meus i\*fiu\*08 á benemérita ^ >.
tjuo ba bciísenta e sete annos afflrma diariamente a -i-
petejicia o devotamento ás uTande.s qu« atoes da historiik e gi^o-
gr^iphia pátrias. Saiide efraU^rnidado.*- Ltupoblo de Bnlhòeit, —
—O Instituto fica inteirado.
«^Ministério de Relaciones Exteriurea. Archiva Esp<H:ial
dr» Limites. Lima, 2:1 d^* abril de !9()5. Sefior inrector dei Insti-
tuto Histórico y íieograflco Hmsilero,
Sefior.
Conociendo la importância qu-. justamente dú e>o lu^titut»
rica dei Sra,» tengo ol agrado de romitirle los seguie
* El Istmo de Fincar rabi » y Xui vos Ea-plorúcioner <
ACTAS t>AS SESí^KS DK 1905
Madre de Dtõs, echos hap mui rlire^íon i que tratan úo impor*
t!vtitC3 expodicionos praticadas en ol ínlerior dol Porá linjo loa
EUisiacios ílel suprorao nobierno do íísta Republica.
Se^un\, pues» do que lua eiprosaííoslibros ee ande intoroasB
par.t í>l lusUtuto, ih qtio es Ud, difrnn Presidente, mo es grato
suFcrihirmo su atto. y A, A, — Carlos Larrabur y Corrf}a,)if
— Afirraíleco-so.
í) consócio Sr. Eduardo Ma^qllo^í Peixoto commuuífa que,
por motivo do moléstia, deixa Jo comparecer*
O Sr* PresirJonto declara quo o cooâOCTo Dr. Sus viela fiuarcU
tendo de retírav-80 para o seu paiz, veio possua! monte despe-
dir-se do Instituto o offoreccr es bous serviços em qualquer
parte onde issteja.
O Sr. Presidente diz que o instituto se despede aífectuosa-
menti' de seu digno consócio, desejando-ltie todas as prosperi-
dade. O Sr. 1" S<?cretario In as segriiotea propostas:
« Propomos qíio seja elevado a aocio honorário do Instituto,
de conformidade cora o § 2* fio art. In úon Kstatutos, o vene-
ranilo consócio oíTeetivo Conaelheiro José Maurício Fõrnandes
Pereira de Barros» quf dead^í li' do setembro de ISSfJ faz parte
do Instituto. Rio, 9 dojunlio de 1ÍW5. — O. E, de Aquino e
Castro. — M(>nocl Frajicisco Correia, — Henrique Uaifard. —
MãJ' Pliiitss. — Mocha Pomho — A, }\ de Sousa Pitanga, — F. /?*
Marguf.t Pinheiro^ »
Vai á Com missão de admissão de sócios, i^lator o Sr, Coo-
sollieíro Souza Ferreira.
— < Propomos para focio eííectivo do Instituto Historioo o
Sr. Dr, Maneei Cicero Peregrino da Silva» natural de Pernam-
buco, Hirectorda Bibliotlicca Nacional, carito em qne tem re-
velado a maior competência aliiada a inexcedivel dodiCtii;ão.
Homem de lettras, espirito emioeutomente investigador, o
Di\ Manoel Cícero trax lustre ás corporações de que fàz parte.
Para, entretanto, justificar esta proposta, nos termos dos
Estatutos, apresentamos os seus trabalhos de selecção, cora-
ment<arÍ09 e critica, constantes dos Ánnftes da Bihliúihrca Nn-
Hoíifd, publicados sob a sua Intolligente direrçâo e rodacão.
Rio, 9 do junlio de lí»05. — Ma^i Fleiuss, — Btnrique Rafjard.
— Epiíúciú Pessoa. — A, P. de Sousa Pitaaga, — Manoel Barata,
— A, da Cunha Z?or6^ ;a. ^ Belitario Pernambuco, —Leõfohlú de
Dulbõcs, — Capisirnno de Abreu ^^
Vai d ComraisHâo Subsidiaria de Historia, relator o Sr. Dr.
AífoD^o Coiso.
O Sr. l" Secretario lê as olTertas, entre as quaos m des-
tacam : os 6* o 7" volumes da Genealogia Paulistana, pelo autor
Dr. Luiz Gonzaga da Silva Leme ; o Àtmannh do Ministério da
Guerrff, offereeido poio Sr. General fíarào de Itaypii, e llelatorio
da Cou^raissão d d Tombamento dos próprias nacionaos, olTerecido
por intermédio do biídiotbeeario Dr. Vieira Fazenda.
O Sr. líelizario Peruambiico oíTerecít um exemplar da sua
conferencia sobre a Uuificaçao do operariado, Commemoraçiio
do 1" de Maio.
^74 REVISTA DO D^TrrUTO
Cúrrelor Aiflreto Otitão Valmor do ABnnJ, aeli apaUoe» va»-
isnte, Em* Cnwllniirn O. H. AVía» #
; e ma^»mm eampnr nwm afobe «erO, do
aetair a oúaprm 4e
Ik0« eoai a of^teiB lan o
Veada d«i apolkee mmieipaat, ao
da 10^M> li
GonMa de «na afoite gvai n. ^OSO
(fei a. #0 « Dae. a. 2.907). . . t :aoa|OOtl
«*101 1:M
SaMo.
O Sr. ValmoT iHipwiiioii a mttetskgem
k> iMtiteto. O 8r. IteaMtrriro
Q Sr. ruMhlratn dis aiw o lajlitsla ftea íqí
agradioee o aerrico obaeqiiiflio èb Sr* \ almor*
O Sr. l* Socnuria proiSa ^wt^ a esea^la da q«a rio ptê-
• OQtraa aasieiâjcSei» a Lasti tnto » (^ repctageatar m asb
í do Sr* SolTiela Onairli.
'O Sr. Proaide&te amnèa para aale ftni oa Srs, Seeixstarísa
O Sr. ^ SacreUrio lé os aefuialet paneearei :
<A' CoMtíariio da admíBãiOdaapeinafiii greaBaie o »ai^e<r
aoe aaja f oieloido aisira oa aoetos txjmrnpoúàeoím ém teiUIalo a
Uliístre eaerlplor porlittaei Sr. Alberto Pimaiitol, realdaBlB aai
Uakia.
Naan bem aiaborado e erwiito pardoer, ISta*ae
atgninaa qaaatSea Idrtarleas «foa ae praadaia á '
' do Bfmxil« aolira ^oa raraa o intansaate tn-
balbo jaiãaealiro da «imíMio.
â Comaiiu&i» de adiiaiii de aoeios. mm aatrar na spn^
dação de laet qoeildee, qoe "«erâo mais tatde reaalrtdas ^loi a
iiagarei alidade, oae o teoipo aaaeigiira a eei praaoii^ de ácécm*
neaCos aio eivados de fkrar oa de odie, jalfa eatreiaitto darer
deelarar, de aeeordo ceai o lefMdo parecer, que eia aoa
eatto a Historia dirá aoe a iaterceaícia úMqmúe rdadpe
sacia do Brwt foi proTcItosa e taiellea 4 ooaaa
Alada da eontbnaidade eom a epiaão da iUnstada
miiiM SabaUlaria de HlatorU a de adwtolo de soeloa é
pareeer que a proposU «lo aooie áo Sr. AlWno Piaieatel
»^ío corrmpoiíileQie aoja approvaia.
Sala das <>>uilaa9es io laitítttio iristorJeo e
I
«
Brazileiro» 5 dti jynlio de VJOo. — Manoel Francisco Correia ^ re-
lator^ — .1. de Paula Freitas.''
Fica sobre a mesa para ser votado na sôssão segui ate,
« 0^ trabalhos originaes o traducçõe» hicluidas na revista
de dezembro do 1903, publicada pelo Instituto Archeologico o
Geographico Pernarabiicano, constituem nò por j^i titulo baa-
tanto para ad ra i 1 1 i r o D r , Al f redo Fe r re i r a de Ca r va 1 h o como
sócio correspondente do Instituto Histórico e Geogrrapbico Hra-
zileiro. Os originaa^ revelara esipirito indagador ikís investi-
gações 0 penetração Incida em interpretar os documentes que
jnstííicani as opiniões : as traducç5es provam igualmente, além
de dotes preciosos que são o conhecimento de idiomas, não vulgar
entre nós, a escolha dos livros que são para a liistoria nacional
subsidioa vai iosiíss imos. Sento a Commissão de Historia grande
prazer pelo ensejo que tem de concorrer com o sou voto paiM a
admissão do um sócio tao qualificado o que jú devia, ha muito
tenipo. ser distinguido cjm o titulo pai*a que v. propoíito.
Rio, 9 de junho de 19Õ5. — Bernardo Teiceiru ãe Moraes
Leite Veliio^ relator, — Cândido de OUioeira, — Vtiúondtr de Ouro
E* approvadoe vae d Commissao de admissão de sor-ioi, re-
liLtor o Sr. Conselheiro Corrda,
— cOs iraballioa do Sr, Dr. Alcibíades Furtado dâo-lho
pleno direito á admissão no Instituto Mistorico, nr. qa ilidade
do sócio eíTectivo, conforme a proposta apresentada. Os seus
estudos sobre os ("orrêas de 5i, sobre Escriptares nortistas , so-
bra Eippolijto da Costa são paginsià que revelam ao mesmo tempo
um escriptor primoroso na tórma e iwssuidur de erudição no-
tável.
De facto, no Sr* Dr. Furtado se encontram as qualidades
raras do verdadeiro homem de letti^as, capaz dn enfrentar e re-
solver com brilUantismo qualquei" problema histórico.
Acolhendo-o,o Instituto fará. acquisiçao de seguro elemento
para rôalce d* doita o vau iravol associação. E' pft(\ pelo me-
nos, o pensar da Commisíào Subsidiaria de Historia, tilo, 9 do
juniio de 190 >♦ — liar Fieiuss, relator. — Affonso Cjíso.^-» Rocha
Pom/jo. *— E. approvado e vai â Commiâsào de admi-ísào de sócios
relator o Si\ Dr. Paula Freitas.
O Sr, Floiuss pado licença para chumar a attcnção do In-
stituto paia o brilhantíssimo editorial d a Gaveta de Noticias de
7 do corrente» sobro a repatriação dos despojos raortae» do
\K Pedro 11. Ê' uma íd(U que caminha victoriosamonte e que
nasceu do Instituto, como ao verifica das actas das suas sea-
Bõe desde 1892.
Não constituo ella a manifestação de partidos politicos,
mas tão somente oiprime o voto unanime doa braiileiras, dese-
jo?oi de concorrer para esse preito do justiça f\ memoria do
maior patrício.
Levíinta-se a sessãr» .Is 5 horas da tarde.
Mtim Fiieuss^ 2» secretario.
ACTAS nxs; sE^*?rjr:s rm 1905
gnjmio om 1874, daiído da suaa ospôcia^^s habílitat.õaa iiíorarias
aíjbejs^s províís úm diversas memurias geograpbicMfí eonci^nmii-
tes ao Yalle áo Am;izouas, om trabalhos jublicadoii ivx nos$a
Rei^i>ta, 8ervia<ío-lbe de titulo dtí ay missão a rneriiofia odgi-
ual inédita intitulada Reliíjuias dt \tmn fjranilc trihu e^tincta^
iraballio que raorecf u favoravid parooT da Cammi3são do Ar-
cheología e liauojeiro «-nnceito de autoriz ido mestrt% que con-
sidorava iatcressautlssiniiesaa memoria pola abuiidíinte luz que
vinha dorr amar sobro o porioifo prrliistorícot ap<mas cotro-
Tisto e aiDda não aprofundado, srndo de esperar que o labo-
rio3t> escriprnr, pod<T«ísanirnto tonourresae fiara olticidaçâo de
problemas por eOo propno inif-iados.
IiifeliEmeore (v passamento dê tâo digno consócio voia privar
o Instituto do valioso coiicupso dr uma ijitrdlig*'íicia esíilan^cida
poloeâtudo e j.ola experienciíi . Rcsta-nos o dover d<* deixar na
acta da presouto sessão, manifestafia a exprísaao do no^so pro-
fundo pezar por tão lamenUvei acoDteciniont-j».
O Sr. Commondadur RalTard» l*' Secrotano, lê o srguinta
ox pedi 00 te:
— Carta do Sr. Barão de Muritiba, datada de Boulogncj-anr-
Seine, accnsando o rorebimiíUto do diploma dt> sucio honorário
o. aí^rítdecendo e.sti dmtincvão*
—Cartado consócio M. Araiinafoí?ui* podindo novo diploma
dosocio.— A'SecreLaria para providenciar.
^Do Director dx Bibliotbeea r Museu da Marinha, âolioi*
tandõ a remeisa do alguns volumes da Rei^iiia TrimcnítaL— A'
S rre tarja para proviííenciar,
— Ofíício d'i Sr. do Sainitdet, MÍDistro da Bulgica, offért^eomlo
um cxmnpktr da pmgratoma tio Congresso liitísrnaoioual do Êi-
pa n são i: lou o m ic a M i md i a U q u o s r i b w e rá r o 1 1 i zar a 24 d o Se-
teri^bro do 1905, o convidando o Instituto a tomar parta nosso
C» tigresa. — Agradecõ-ge e vai á 8ticr©tiiria para outriva provi-
do oc ias .
O Sr. Commcnílador RalTard, 1*» Soe r otário, lê depois íu
tdTertas» que ronai-arn do appemlic^.
O sr. Kleiuas, ^d'* Secretario» li* os seguintes pareceres:
— Ua GoiííiníSèão de admiasãi> úo sócios *
«A iluuta Coramissâo de Historia, aprociiàndi* com abun-
dante í* nierieiíto louvor os Lralaihos n qualiilade;* do Sr. Dr.
AlfiMdo Forroíra dv Carvitlbr», proposto para t^túm correspon-
dente do jnsiituííi, turmini assíim o sou oarlareoido pnn^or-r do
l* do corí enfci hk;z:
« SeniG ;h ('ommissão dr^ Ifist<»ri.i o giande prazer pelo en*
Sííjíi quo tiiu do riínorrnr cora o seu voto pata a admissão de
UTo sócio íh^o qualificado e quo jl devia, ba muiui terapo, mv
disiiaguido I om o título para que O proposto.»
Dõ aceordo com este autjnzido juizo, ,t Cotnmíssâo de ad-
missão do sócios é do pardti^er quo sija approvitda a proposta de
que St* IraU, o incluído ontreos Si>cioa í^rrespondi^uies do íniti-
tuto o Sr. Dr. Alfredo Ferreira do Carvalho.— Sala das GOm-
missões do Instituto HLst-jnco o Geograpbico Brazilerro, 14 do
578 REMSTA DO INSTITUTO HISTORIOD
jaDbode 1905. --Manoel Francisco Correia^ relator. Amionim és
Paula Fretfccf.»— Pir:asobreamefa para TOUçâo na i>rouumâ
«—A Cornmíssâ^i de admissão de sócios do lastítato Hiatori^w
6 Qco/raphíco Brazileiro, tendo fia minado o3 doeomentoa ju-
tofl, relativos á proposta apreieDtaodo para sócio elff^etiTooSr.
Dr. Alcibíades Furtado, conformar se com o parecer da Comima-
slo Subsidiaria do Historia, e entende qae a referida proposm
está nas c<3ndic5es de sor approvada.
Rio de Janeiro, 23 de janbo de 1905. —Dr. António de Pamím
Freitas, Y^XdXoT, -^Manoel Francisco Correia, — » Fica sobra a
mesapara ser votado na próxima sessão.
Dl Comiiiissâo Subsidiaria de Historia : « RazTies Taliosas.
Kohejos titulo» legitimam a admissão do Dr. Manoel Cioero Pe-
regrino da Silva 110 Instituto Histórico. B' ama individaalidae
de fino valor, tão modesta quanto operosa, filiada ao grupo es
casso dos mothodicos, dos perseverantes, dos organizadores
cujo moticaloso esforço, desronhocido, não raro, da multidão,
grandemente aproveita a altos interesses sociaes.
Depois de haver servido durante mais do iO annos como
bibliothecario d i P.icuMado de Direito do Recife, foi o Dr. Ma-
noel Cicero rhninado a dirii/ir a Bibliotheca N.icional. Merecea
a nomeação applausos <ie quantos com ello haviam tratado. O
Dr. Manoel Cicoro revelara no Recife, a par do fidalgos pre-
dicados mora(*.s, ampla (competência na especialidade que
elegera.
Operando oní área mais vasta, accentuaram-se, desenvolve-
ram-se as suas aptidões. Não 0. facil, senão árduo c complexo, o
cargo do cliofo do dononiioado maior repertório do conheci-
mentos humanos di America do Sul.
Funccionando ha cerca do um seoulo, pois a instituiu o
benemérito D. João VI, logo após a sua chegada a esta Capital,
a Bibliotheca quojá cm 1814 contava 60.000 volumes, tem
augmentado progressiva e extraordinaiamente, encerrando
hoje para mais de íi50.000. Enriqueceram-n'a as collecções e
livrarias do Conceição Velloso, Silva Alvarenga, CJonde da Barca,
Francisco de Mello Franco, Jo-ié Bonifácio, o velho. Do magnâ-
nimo o saudosíssimo Imperador D.Podro II, recebeu ellaum do-
nativo verdadeiramente ré^no : 50.0.0 volumes, magnificas
obras sobre todos os assumptos, volnmos ciija valia d quasi
sempre encarecida pela dedicatória autographa dos autores.
(íuaida a Bibliotheca inestimáveis preciosidades em edições
esgotadas ou do luxo, manuscriptos, estampas, coUecçoes nu-
mismáticas e philateticas ! Administraram-n^a liomens supe-
riores, quaes o Bispo de Anemuria, Januário da Cunha Barbosa
(um dos preclaros fundadores do Instituto Histórico), Camillo de
Montserrat, Ramiz Galvão, Raul Pompeia e Teixeira de Mello.
Manda a justiça aflirmir.que o Dr. Manool Cicero mostrou-
se digno desse notável estabalocimento, umas das puras jóias do
património brazileiro, continuando as tradições de seus mais
brilhantes antecessores. Vai gerindo a Bibliotheca, mais do que
ACTAS DAS SESSÕES
579
zelosanieoto, cora extremado cariaho. Compulsem-so osaeys
relatórios, redigidos sóbria o luoiiDosnoicnte, e verse-hão os
€Qnáiiomvt?i3 mellioramentotii ahi effec tilados, a despeito de
tíxiguoíí recursoí** líeforniiifam-se e accresceram-H^j a« estantes,
Iimparam-ne, restiurarim-^ãe livn j^, comhaterarase-lljea os
ioiraigos d«8truiiÍor(3s, indo praticando para raclhor acconi-
nKidar a consorvar os volumes. Ao lado desces c.thauativoj
cuidados materiacs, procedeu-se soriameiíte ;l eatalogaçrio,
ampliaraiii-se iiamoosameote as porrautas quer naciõiiaoi, quer
e:>traagõtras, augrneQtaraniiJe as acquisiçdes, fundaram so oíD-
cinas de encadernação o lypofrraphia, ira prim indo se nestas os
Jnrtíit'5, a mais relevante publicação Htteraria o acíentiflca do
Brazil, dopois da ííecista do nosso Imlittito.
Além disso» tomaram-Ho medidas de defesa contra o incêndio
«enipre a temor so em ediflcio impróprio como n da BibliotUeca,
elaborou so uíji projecto de novo i'egtilameiito, idoou-se o
oxocutou-be iiiíi artístico cx-íibrn e um bollo ombiema para o
lustítuto. Escrevou, de mais, o hi\ Manoel Cícero eruditas
introducçôes para os Ântmc:>^ «joraprovadoras da sua sciencia e
ainordascoiiHas pátrias. Em surnma, sob o fecimdo o Oí^ctare-
(Sido impulso delir. Manoel Cirero prospera a Bibliotheca d© dia
em dia.
Não bastarão os méritos e sorvi^^a-í ligeij-amento ai>ontados
a justiflcar a entrada do Dr. Manoel Cícero no Instituto í
Cremos que síiik estamoa certos de que adquiriromos nelle
um excellente consoiíio, estimável e respeitável pela ^ua i^apa-
cidade, talento e virtudes. Rio de Janeiro, :^3 de jimhod© lí/Oõ.
— Conde dtjAffortso Cífíí", relator. — Rocha Pombo, — ãí&.,v
Fleiuss,*
¥' approvado c vai â Commi^o de admissão de líocios,
relator o Dr. Paula Freitas.
*— A' Commi^sao Subsidiaria de Historia foi presente a pro-
posta, assignada pelo Sr. t onseUiínro Cândido de Oliveira o
outros* para que seja admittidoconio sócio elVoctivo deste Insti-
tuto o E x m , Sr. Consel I í o í ro . ( eão Card ozo < I o Me n eze s c SoU2a ,
Barão de Pai anapiacaba.
A' referida proposta acompanhou um volu^ne da obra
The^es sobre a colonização do ProM, da lavra do illustre escri-
ptor de quem se Ira ta. — Ksto livro, qne mareou i''po*-'a nos
annaes da nossa administrarão, occapa-se om divergias partos,
subdivididas em capituloa de assumptos, cuja loa^nitudo ú im-
poBsivel desconliecer e que interessam altamente aos destinos do
paiz. problemas quacíi todos ate )ioje importantissimos» pois que
entendem de porto com o futuro da nacionalidade.
Incumbido pelo Minísteno da A ^^ri cultura de estudar <, em
todos os detalhes, a questão do povoamento do nosso vasto ter-
ritório e de oriíanizar um plano jíoral de coloniiavão— apresen-
tou» em 1^75. o Sr. Baião de ParanapiciCíiba ura notável traba-
lho que. fora do duvida, eice<lu aos limites de um relatório,
para assumir proporções de ura esUido profundo de todo o pro-
blf^ma sob os seus varloa aspectos, constituindo a obra talvez
680
FtKVl^TA DO INSTITUTri HISTÓRICO
P
mais comploxA a mikis proiicuív do qudnlas se tom eâ^ripto aqui
BOgoncro»
ComeçiA u II lustre oscTiptor por deliQLí;ir todo o moviraciito
da civil izaçáfi européa» tlilatíiud^^-á ^ do contioente por todo o
planeia o jutercurrentumonto af8U'Qí^'la. com utnn perfeita
vUão doa phcnoinenoá» a ruturoza das rolaçõos quo se foram
crcíuido antro os povos da Europa, e oi da America, da AfrJci.
da Ásia e da Oceania. Oei^upa-so em sie;^'ui«ia, da modu osp<?r*ial,
doíâ Eslado:^ iDidas, quti o ijruprio Govorno lho indicara cnmo
«ando o paíz americano. uíkIlí :?o achava já iiaquolle tenipo,
Eoolhor oncaminliado o pniblejiia da iniraigraçâo. fndív-v '■-
dt^poiií» quaes í\h caiisaá a quo so devo attribiiir a pi
qu€ o iniraigraute dá quasí sempre, ao iUo da Prati, . .
OAi motivas que o inculcavam do tul anomalia — anomalia que
nadava no espirito de muitos, compromcttondo as condiçor^ du,
^Itdjridade do noss^ paia. O Sr. Harârt do Paraiiapiacaba, da
monstrou com absoluta se;.nirauça, que nào ora o clitna. uen
uiitra4 quaesquor cundiçõiís de natureza que deviam õiplicar
repugnância do cmIjdu europou pelo Hrazil, e com uma co;
gom digua de homem do l-Istado* expoz fraiicaraeotn as causal
reaos de semelhante desvanlagem para o nosso paiz, fardado
resaltar : — a falu do li herdade de concurrcncia : — a não
existência do casamento civil como instítuk'ão ; — a in^ufB-
ciência do ensino ptquilar o principaliíientii a ausência do lus
trucçào agricola o proiissioiíal ; o diminuto numero do ini<ti
tuiçõtjs de credito, especíulraentede bancos destinados a aaxílt;^
a pequena lavoura e industria; a nossa incursa em fazer o
Briízil conhecido na Europa, sobretudo nos paizes do onde pro-
samos derivar pijpuiaçáo que Ví3nlia aíifij^meatar a noss.t capa-
cidade productora, etc. Kisalii : ha trintii a unos já ha? ia cí? pi*
rito neste paiz que proidamava resolutamente conceitos, idéas c
roformast, muitas daa quatyi ainda hoje constituem ohjocto de
propagada. E não se pimso que o 8r. Barão de IMranapiacaba
se lijniUva a indiear essa.s no e.^sidadcs (uQdamentacsda nossa
Tida social, puliticíi, iuridica, administrativa e eíonoraica :
8. Kl. estudou proruudariiou te, cu 111 am|dn descortino o reve-
lando uma competência oxcepciujial, todas er^isaa causas quo
andavam empecendo o povoamento do paíz cuja riqueza
económica Cátevo infelizmente, coiitiuúa a estar dependendo da
exploração dos múltiplos e valioísOíá eloiuentos com qun contamos.
Falta- nos espaço para destacar todo o mérito e oxcellencia d«
obra; hào de permitliruiiS, no emt,anto. citar aiuda coiuo d
mais notáveis pela ext^JU a e variadíssima erudição e pol
firmeza de puláo com que íoi edcriptu :— o Lapiiuto I da longa
brilhante explanação, capitulo que sd por si formaria um livrai
do mais alto valor e digno de e^tudú e melitacÃo dos uos.<o9 bo«
meníi» 00 capitulo II em que o autor areeiílúa i necessidade »1<||
ensino agrícola a i^roft&ííionul. Esta parte conserva ainda hnj<|
lodo o caracter de oppurtamdale e é de lamentar uue não seja
maia conLecida e aproveitada doS uoâàos adminitítradoreâ*
Kxoede naturalmeute Ja as proporções dte VMii inreoer o qn^
I
ACTAS DAS SfiSSÔES DH 1905
581
eâtumoâ fiizando : sirva-uos, porúm, do tíscusa a ImporUufia
ild obra ci o mérito cxcoiícional do ominuuto escríptor do qiium
temos a fgrtuoade oonupai' nos, E uma vííz quo jA tiieorremos
a^im lutm.i iufraogn j de praxris o;io duvidamos om completar
osti) parecorGom esto íècliu quo náo se reduziria — é claro —
a símpluis nota ligeira c acce^fioria, miis «uria o tliuma priocipal
do pr^íiSontB trabiltio, Su^ em vox do tratar cotno wjh cuíiipro» du
livro roferido. tiv^ssomus ile tratar da p«jrsonaí idades du Sr.
Barão de Paranapíacaba . Por mais fiue osla ubra. a tra^-od
;;oraea anafy;sada» dj;,^ áos lalejitua do illustie braziiciíu, oâo
poderiamoH terminar estas liiiha.s ijem fazer notar quu u sr»
Barão do Paranapiaciiba é um dus nomea mais queridos da
nossa mocidadi\ um das próceres mais re^puitavulíi d.i littera-
tura pátria, qíioS. Ex. tLvni eu riqiiocido com tantas producrnes
lie subido valor, Qome cm ^utoma, quo lia ilo padsar á posto-
ridadocorao umaymbolo de amor da pátria, d© espiritj labo-
rioso o do poeta distincto,
Nào sabemos do quom noíito paiz seja inaii digno de vir
lioíirar uma cadeira nesLe Instituto. — sala daa sessões, 2 t de
junlio de IPnS. — Rocht Pombo ^ rol^xtor,-^ Max Plciuss*— Võndâ
í/t! Affonsú Ceho,'»
[\ approvado o vai á Commiss"1o de admissão de isocios,
relator o Sr. Conselheiro Souza Fendei ra,
E' adiada a voLação do parecer da Coramissao »k! Historia.
FHdo Sr, 1" Sueretario sao Udaa as sejçuintod propostas:
^ Coíicorreado na pessoa do Exm. o llevoí. Bibpo do Petro-
polis Moiísenlior D, ioão Braga as condi ç^a-j do art. 10 dos Es-
tatutos, propomos o raeamo Rovni. Sr, para sócio bonorario do
Instituto Histórico*
SaU das sefliões, 23 de junho do UI05,— Olegário Líercultmo
de Aquint* c Castro, — Manuel Francisco Correia, — Uaniquc
Ra(ft*rãn—Unrão ãc ÁírHCur.^^CvHde de Affonso Celso, — Cumlido
de 01 ivei m, — S* 1 1 cador Pira de C, Aib uq ue i 'y >* e . — Bel tia ri .
Pernambuco, — Jostl J, du França Júnior, — Aríhur Gitimartrcuo
— Rocha Pitíd/a,*
Vai à ComraíFsão de admissão de socioa, relator o Sr. Con-
Rd lio iro Torreia -
— « Pi opoiuus para sócio correspondon to do Instituto líis-
orico o Oeo^írapbico Brazileiro o í?:r. Ut\ Jouo Paudiá Calogeras.
Ingeiíhoiro de minai* e civil, UepuUido federal, cum 35 ânuos do
edade, residicd<i em Míuas, serviuilo de basíio sen trabalho olfe-
iiecido á bibliuiliec;i da nu^aa Aí>«uciiição aob o titulo *Aé minas
do Brazib. — S, R,— í>aia das sesíões, U3 do junho dó 1005-
— Henrique Hoiford. — Ctjpistntno de ÁOreu, — Max Fieiuss, —
Rocha Pombo,'^Átthur Guimarães, — JasiJ J. da França Jonior,
— Eduardo Marquôif Peixoto,'^ Leopoldo de Jjttlhúes,^
Vai á Conmaísião do llistoria, relator o Sr, Vtsouode da
Ouro Preto,
O Sr. 1" Secretario lè o &egumte documenio ;
« Instituto Histórico o Geographico Brazileiro, Rio do Ja-
uoim, 10 de junho do 1^05. lUiu. e Exm. Sr.— Peço a V. Ex.
582 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
a minha exoneração de Thesoureiro do Instituto. Agradeço a
V. Ex. a distincção que se dignou conferir-me, designando-me
em 1903, para exercer tão honroso cargo. Apresento para es-
clarecimento do digno sócio que for escolhido para me substitair
o balanço, dos mezes do janeiro a maio do corrente anno social,
demonstrando o saldo do 3:581$120, no Banco Commerclal, eem
caixa 27 l$l 48.
Aproveito a occasião para manifestar a V. Bx. os protestos
de minha subida consideração e maior estima.
Illm. o Exm. Sr. Conselheiro Olegário Herculano de Aqaioo
e Castro, Muito Digno Presidente do Instituto Histórico e Qeo
graphlco Brazileiro.— P. B. Marques Pinheiro
Balanço da Receita e Despesa do Instituto Histórico e GFeograpUco
Brazileiro, de 1 de janeiro a 31 do maio de 1905
RECEITA
Em caixa 14$566
No Banco Commer ciai. . l : 322$580 1 : 337$ 1 46
Renda com applicação es-
pecial na Caixa Eco-
nómica 7af000
No Banco Commerciah . 261$5'^0 334$340 1:671$686
Subvenção do Thesouro Federal 3:68^18^
Juros de inscripçOes 226(300
> de apólices 2:600$000
Annuidades dos Srs. sócios:
1904 Max Fleiuss . . . 1:^0
: Monsenhor Vicente
Lustoza 12$000
Dl*. Sylvio Romero . . 12$000
Dr. Luiz R. C. do Albu-
querque 12$000
Dr. António de Toledo
Piza. lUOl a 1904. . 60$000 I08$000
.loia do Sr. Arthur Gui-
marães 50$000 50$000 158$000
VenJa do seis apólices municipaes, ns. 42.074 a
4?.079, I0:>$0()0 1:170$000
9:500$368
ACTAS DAS SESÕES DE 1905
583
DESPESA
Paga pelas seguintes contas :
Ribeiro Alves & C 704000
Domingos de Luca 284$000
Goulart & Irmão 99|000
António Ferreira Lopes Sobrinho 75$000
soares & Baptista tXh^OOO
Abilio Correia 280$000
Rodolpho Amoedo 500$000
Costa Júnior 100*000
Ribeiro Alves & C 280$000
Recibo de F. Guimarães 100^000
Folha dos empregados 2:500$000
Estampilhas $900
Commissão aos cobradores 14|700
Compra de uma apólice de 1 :000$, do
n. 26.030 1:008$000
Sello ^00 1:010$^0
Renda com applicação especial :
Compra de uma apólice de 200$ de
n. 2.601 198$000
Sello $300
Na Caixa Económica . . 82^000
Em caixa •J3$240 175$240
No Banco CuiumcTcíal. . 3:58i$l2í)
Em CHixa 177$y()S 3;76:?sU28
3:9378268
S. E. ou O.
Ks. y:5()9$308
Rio de Janeiro, 10 de junho do 1905.— F. n. Marques Pí-
fiheiro,*
O Sr. Prosidonto entende, o assim i*esolvo o Instituto, que
não se deve acceitar a demissão quo do cargo de Thesouroiro
apresenta o prestimoso consócio Dr. Marques Pinheiro, po-
dendo-se, pornm, dispensais provisoriamente dj exercício do
cargo.
E para substitnil-o ioterinamente designa o consócio Sr.
Arthur Guimarães, membro da Commissão de Fundos e Orça-
mento, sendo por sua vez, nessa commissão substituído polo Sr.
Barão de Alencar.
Por unanimidade o Instituto appro vou essas deliberações.
Procedendo*se a escrutínio para votação do parecer da Com*
missão de admissão de sócios, que floara sobre a mesa da ante-
•^158—38 ToMu Lxviii. p.ii.
584
REVISTA DO INSTITITO HISTÓRICO
riorses^o, é o mesmo approvado o, acto continuo, o Sr. Pre-
sidente proclama sócio correspondeDlo estra[i^'eiro, o escríptor
portirguez Sr. Alberto Pimentol, rtísideote era Lisboa.
Nada mais havendo a tratar levanta-se a s^gsào áa 5 honiB
da tarde.
il/íia? Fieiuss^ 2" secretaria*
0FFERTA8
Pelo Sr. nr. ioào Pandiíl Calogenis sua obra — As inim^u d^
Brútii e ,<Hti U^íjislaçrU) — dois voluioois»
Pelíi InU^ndencia Municipal — B^lciíti.
Pría Sociedad líeoííraliea de Lima — />oMi«.
Pi'U lHriHítoi"Ja Geríil do S.uide fnídica — Bfdeitm,
Ptíla Aniericao Gaoí^nipliical Syfitíty — tíuiletm,
Felu íioftio Sr. NeliíOO do ^euiui — Serra noi líiu^itte^^ ^f§^
boços biog:raphicos.
Pd a Sociedade de Goographia da Linhoik ^ (MaUj^o dn i&c-
posição dt^ ('artõgraphifi Nncianaí ,
Peia Real Academia da Cieaciaa exactas* fiaíeas y níUurmim
de Madrid — Retiisia,
Pelo Cuorpo de Inginioroti de minas dei Peru — Hoietm .
Pela UniviTSiíiad Central do QuiLo— Anates,
Pela Sociedaíl Cientifica Argentina— Anaidi.
Pelo Mnaeo Nacional de Buenos Ayrcâ — Anale^M
Pela American International Biiroau of the Amerlcax) Re-
publica — Monihfj Bulieiin .
Pela As^cía^nio úm Empm^^ados no Commerolo de Saota
Catharina — St/nthese da Ekyosiçfio,
Pelo Sr. Barão de Vasconoeílos — Traços Biographicos da
Visconde fie Gttaratiba,
Pelo doutor era direito Joào Baptista de Castro RodHgiuw
— Thesrs.
Pelo Sr. coronel António Paes de Barros — O Archira,
Pelo sócio Sr, l*IriJOSio Quesíada — /^ Suciolcgia,
Pelas redacções as seguintes tqvuIíís — Medico (irurgica
do Brasil, O Orienie Portugiwz ^ R&\'úta Maritimo^ Renascença,
Reptita Co^mnierciaf e Fitwnceirff ,
Pela Assooiação Commercial do líjo do Janeiro — Bolttim,
Pelas Reílaccôes os jornaes — M(da ãa Europa, Diário Offf-
ciai da Capital Federal, Diário Official do iVmazonaF, Jomai éã
Rêciflí^ PortUffal ModetmOf O Século^ Correio do Povo^
íl» SESSÃO ORDINARU\ EM 7 PK JULHO DB 1905
Presidência do Sr, Conselheiro AT* F, Correia ( í" Vicã*Pre^énlUf )
A*8 3 boMs da tarde, presentes os Srs. Conselheiro Manoel
Franniáoo Correia, Commendador Henrique RaiTard, Deí^em-
bargador Souza Piun^ítt, Arthur Guimai-áes, Rooha Pum-
ACTAS DAS SESSÕES PE 1905 585
ba, Visconde do Ouro Proto, Drs. Manool de Mello Cardoso Ba-
rata, Antunio de Paula Freitas, António da Cunha Barbosa,
Desembargador Paranhos Montenegro, Barão ile Alencar, Con-
selheiros Cândido de Oliveira e Salvador Pires de Carvalho e
Albuquerque, Dr. Josó Américo dos Santos. Carlos Lix Klett
e Max Fleiuss, 2® secretario, abro-se a sessão.
O Sr. Fleiuss, 2^ Secretario, Ic a acta da sessão anterior, a
qual é, som dobate, approvada.
O Sr. Presidente participa que o Sr. Conselheiro Aquino e
Castro, presidente do Instituto, por justo motivo deixa de com-
parecer.
O Sr. Rallard, 1" Secretario, lô o expediente que consta do
seguinte :
Ollicio do Presidente da Commis.sáo Promotora do Cente-
nário de Bocage, datado de Setúbal, convidando o Instituto a
tomar parte nessa celebração.— A* Secretaria para informar.
Ofncio do Curonel Dr. Manoel Rodrigues Campos, Comman-
duntedo ColleKlo Militar, pediudo varius tomos da Revista para
a bibliothecado mesmo estabelecimento. A' secretaria para pro-
viflonciar.
O Sr. RaffarJ, 1° Secretario, lè as oíVortas.
O mesmo Sr. Secretario le a 8e«,'uinte proposta :
« Propomos para sócio correspondente do Instituto Histórico
e Geograpbico Brasileiro o Sr. Dr. D. Daniel Garcia Acovedo,
natural do Estado do Uruguay, advogado^ Ibrmado pela Uni-
versidade de Montevideo, onde reside, membro do Instituto dos
Advogados Brasileiros, e da junta de historia o numismática
americana de Baenos-Aires e autor do traballio junto — Con-
tribucion ai estúdio de la cartOfjrafia de los paises dei Rio de la
Plata. Rio, 7 de Julho de \^)b.— Henrique Raffard,— RocTia
Pombo. — Arthur GuimaMes. — José Américo dos Santos, )> Vai — á
Commissão de Historia, relator o Sr. Conselheiro Cândido do
Oliveira.
Lê, depois, os se«^uinti!S pareceres :
Da Comissão do admissão de sócios:
« As condições prescriptas nos estatutos para a inseri pção
na classe dos sócios honorários, concorrem todos na pessoa do
illustre Bispo de Petrópolis, o Exm. Sr. D. João Braga.
A Commissão de admissão de sócios 6, pois, do parecor que
a proposta da Mesa, também assignada por outros consócios,
apresentada na ultima sessão, incluindo o respeitável prelado
naquoUa classe, seja approvada, não só pelos dous terços exi-
gidos pelo art. 11, § [o, dos mesmus estitutos, mas por uuani-
midadfo de votos .
Sala (Ias Coramissões do Ini^tiiuto Histórico o Geographico
Brazileiro, 30 de Junho do llíOri.— Manoel Francisco Correia,
relator. — -Iti/oHto de Paula Frei' as, — J. C, de Souza Ferreira, i^
E' approvado e fica sobre a mes^ para ser votado na sessão
se<ruinte.
«—Abundando nas considerações feitas pela Commissão Sub-
sidiaria de historia no seu parecer do 23 de junho ultimo,
58R
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
quaota ao raeriro litterario do Sr. .loilo Cardoso de Mooe^e^ e
Souza, Barão ile Paranapiacaba, aCommisâão de admiásJlo de sa-
cio» entendo que a molu^ão desse nomo. por varioa Ulules
illuetre. noriuidi-u dos sócios odectívo^ do fa^tituto Histórico c
GLT.i^raphicu UvimU^Ávo é, não só liomonagera devida a provecto
cultor das lolLi-ds pátrias, riia^ laoibom bom serviroa owim (ktao-
ciaçâo, para cojus patrióticos líns •> ÍUrào d*! Paranapí acaba
eontríbiiii^á podorosamaiito com siíli iiotavol talento o copiosa
illustrai^áo, largamento comprovada, tno de Janeiro, O du julho
de HK)'. — João Carhs d*' Souin Ferreira, relator. — Anionio rfí
Pa a kl t rc i las. — Man o et Fr a n c isca ' ' o r j v ia . »
E' approvado e ficasubrc a inosa para ser vota-lo a^
ik^gutntc,
« — A* Cu lu mi ti-sao lio admissão de soei' íS foi presontja projiosia
apLvsoíilaudo para 8olÍu eiroctivij do Inítituto Histórico o ^eu-
tçrapliíc(iBraztK'iro. oSr.l>i\ Manoel Cícero rt3r*?grÍflo da Sjlva,
actuai Ltiroctor da lUldiolln;ca Nacionali o bem a>sim o parooi;r
da Commlsááo Subsidiaria d(j Historia sobro os traballios e tof»
viços prestados polo proposto.
A Commisaão de admissão do socloâ coiiforma-^o Jntoira-
meote com o meocioQado parecor, julgando o proposto em oon-
diç5Gá tio ílizer parto do grémio do Instituto, pelo que entende
que a propostíi Sjbre a admissão do Sr. Dr. Manoel Cicero Po-
rugríno da Siiva» satisfasiendo aos requisitus de ídoDoidaiio e
conveoieucia dn que tr.Ua o art. 7% í:? 3**. doi KstatutOá, esià
ao ca«o de aer approvíida* Scjila das soasõos, 5 de julho de liMCi.
— ÂtitoniQ dtí Pnuhx Freitas^ relator. — Mn f toei Fmnciyca
Canvúi.^ J. (', ttc SoHiii Frrreirit^t
l!:'appr<»vado,e lii^a Àobrn a mosa para ser vo(adf) uit pr^aiiiia
ieatflU).«^A' cooimissao do admissão do sotsiõs Ibi priv^euloa pi-o-
poBta, apreseEfandtj o Sr, lir. Luiz Guuza^a da Silvii Lome para
aocio coríe.^pomloDtíMio Instituto nislorieo e Oeugraphico Hra
zileiíij, bem remo o parecer da Conuuissao do Kííitoría. a
respeito do tra^lho de composição dti proposta, sob o titulo —
(lenoalugia Paulistana— cora a qual a presente Commissão se
conforma inteirameíit<3,
Satisíazendo, pois, a pru posta ás prescripções do art, 8*,
l^â l'*, dos estatutos, é a Commis^GU) de admissão de sócios de pa*
rocer qut; a proposta apresentaudo o Sr. Dr, Luiz Gonzaga da
Silva Lo mo para 9<>ci o cor respou dente» está n-is coud1«;ôes de
sor approvada. Sitia áii^ sesaõeSi 5 do jfilho do IW05. — Dr.
António ih Píiniii Ircitits, relator. — -Uííjioe/ Fmncisco Correia ,
— /, i\ fíc Sou^a Fcrrciru,»
bV approvado e (loa sobre a mesa para ser votada na f^osaão
seguia te.
Da Comisão de historia
« A— Comraissâo do Historia leu, com a devldu am ngao, o
livro Líiiíi7í?j fíoA" FsUifios (!c Mindi Gerctj <i E>piriÍo Santo dií
lavra do tsr, Horiiardo Horta dts Araujj, proposto para íío*_íu
corruspondente do Instituto.
ACTAS DAS SESSÔICS DTÍ 1005
587
E' uma colloçção do excerpLos de uuiLero^issiitios documuD-
tos, ftoiiííos e modernos, oiBciaes e particularos, rofereutei á
queátão indicada no titulo.
Precede-a exposiçáo do motivos destinada a jnsti ficar os
votoa emitlidos pi^lu mitor acerca do accordo a que devera
chegar os deus m ^nciona los íí^tariof , para ao nâo reprodiizi-
rom contestações deííagradaveis, quo podem asHumir certa
gravidade, oriundas do proituií^õníí anto^^onicas no to<;anto os
fronteiras icspeL^tivag,
O Si\ Jieriiardu Horta opina om prol do Espirito Santo, que
lhe confiou a honrosa tamfa de defonder-llio ^i causa.
Abstom ae a Comraií!.são th^ fíiatoría do apreciar a soIíjç§l)
adoptada pt^lo?? coníirnissarios das partem liiioraritea, anaiimpto
extraiiho ao encargo a i^i conuneUido, isto »\ maoitestar-scííoíiro
o merecimento ílo e criplo.
Estotí ineonteslaveL Representa o livro grande esforço om
peaqtiiy.a ©estudos, inspirado polo desejo de apurar a verdade
e nizer justiça. E' trabalho promis-or doolifaa do maior vulto»
concopuente á historia e gwjzraphla pátrias, para os qua&s não
lultam aptidões a quem, por dili^^^ancias pcsíoaeá, unicamente,
como declara, logrou onfeixn* tam^anha c6pia de elementos de
informaçõas, E' de pari^cer a Commissão quo a proposta seja
approvada. Ilio» 30 dn junho de 19l6.— Vi^romlc de Ourú Pido,
roA-úúr,— (*nndíido d/; OHvfHrtf ,— Leite Vefha.*
B' approvada o vai á ( o m missão de adraissilo do sacíofl,
relatiOr o Sr. í>r» António de Paula b>eiÈas.
— Da cora missão de fundos í> orçamentu :
*i A Commi.s^ào de Fundo >e ' irçaraento, toado examinado o
halanço do Theiíoureinj Dr. Francisco Baptista Marque;? Pinhei-
ro, dotado rle in de junho ultimo, julga qtie nenhuma obser-
vação toma fazei", podundu o mesmo ser appmvalo por estar
nos dovldo3 ÍTmos. líio, 2í> de junho de 1905, — José Maurício
Fernande,^ Pereira de //a rr os, relator» — Barão de Aíencar,
Fica sobro a mesa para ser votafío na seguinte se-sílo.
O Sr. Arthur ijuiraaraes, Tíiesoureiro iaterino, podo a pa-
lavra para aalientar, o que julga um dever aeii, o editado de
escrupulosa ordoiii em que lím ibrun entref3''ues pelo Sr, Dr,
Marques Pinheiro toei os os npofociosda thesouraría do Instituto,
E aproveita o eiiseji> para dnclarar-so mais uina vez penlior.vlo
piíta |?entilf>z.i do f>iv. Presidente ilo Instituio, escolhi -n d o-o
para Ihesouretro interino.
O Sr. Prcsiilonto diz quo o Instituto Mca inteirado,
Di/. f> Sr, Príísldonte que o Sr. CoíHolheiro José Maurício
Fernandes Pereira dp llirros em earta dirigida ao Sr. Conse-
íheiro Aquino o Castro, Presidente do Instituto* pedio demissão
de membro di Comraíssão de Fundos e orçamnnto.
Aclia o Sr. Pre3Íd'3:ite qa© p61o lhe svr concedida dispensa
de exercício do cargo, o sí o Instituto assim resolver indicará
o Do^íemlí armador Paranhos Montenegro para membro da citada
Gommissão.
O Instituto approva pur unanirniíltilíi.
1
588 REVISTA IX) INSTITUTO HISTÓRICO
O Sr« Visconde de Ouro Preto pede dispensa de represen-
tante do Instituto junto ao 3* Coní^resso Scientiíico LaiÍDo-Ame-
ricano, allegani«j não dispor de tempo sufflciente para assistir
Is reuniões.
O Instituto conceie a dispensa e o Sr. Presidente Domeia,
em substituição, o Sr. Conselheiro Cândido de Oliveira, a quem
ó rlesdo logo entref^uo a caderneta de in;rresso, expedida pela
I)ircct>ria do Congresso.
Proceder! Jo-so á votação dos pareceres da Commissão de
admissão de socíoh, que haviam ficado sobre a mesa da aniorior
sessão, suo os masmos por unanimidade approvados e acto coa-
tiniio u Sr. Presidente proclama sócio ellectivo do Instituto o
Sr. Ul'. Alcibiaies Furtado e correspondente o Sr. Dr. Alfredo
Ferreira de Carvalho.
Achando -se na sala immediata o sócio recem-eleito, Dr.
Alcibíades Furtado, o Sr. Presidente designa os Srs. Secretários
para introduzil o no recinto.
Ahi chogifcJo, o Sr. Presidente dirige lhe a soguinto al-
locução:
^ Sr. Ur. Alcibíades Furtado —O Instituto Histórico vê oom
pra/xT hoje alistado entro os seus prestimosos eollaboradores
o Sr. Dr. Alcibíades Furtido, autor de vários tribalhos litte-
rarios devidaraento apreciados, e que bem demonstram soas
habilitações, amor ao trabalho o iníatigavol actividade.
Kspuia o Instituto que sorá de muito proveito para as
nossas Letras a auspiciosa admissão do novo consócio a quem
bão dirigidas, neste momento, as nossas aír»3ctu'jsa8 saudacõ^.»
O Sr. Dr. Alcil)iades Furtado responde da seguinte forma:
« Cumpro o mais ^^rato dos deveres, manifestando o meu
reconhecimento ao Sr. Presid(?nte e a este illustre Instituto,
que mo acaba do ad nittirno seu grémio, a que t-m pertencido
os grandes espíritos de minha pátria.
A minha emoção, neste recinto, ó semelhante ao alvoroço
de um homem sensível o culto, contemplan lo os monumentos
da civil isação latina.
\'uma evocação suprema se me afiguram presentes os vul-
tos s<ji)eranos de Gonçalves Dias, João Francisco Lisboa, Porto
Seguri\ Araguaya e tantos outros, entre os quaes o do preclaro
M jnarcha, cu.j i cadeira dofrooto, vasia, prolongando a desola-
ção da sua ausência: precursores e continuadores do mesmo
afin. qu ' lembra o esforço solidário do coral nos sedimentos
calcaroos.
Emquanto, porém, os organismos inforiores lutam, unidos,
para continuidade bi()logica, pugna-se aqui pela continuidade
histórica da nos^a raça, pela aíílrmação d i, sua influencia no
tempo e no esp iç).
lia um lustro iá, SíMihores, que expirou o século que se
poderia chamar da historia e da geographia ; ainda que, outras
disciplinas foram nelle o escopo dos estudiosos, mas. porque,
no dizír de Altainira, se transformou, por completo, o obteve
foros do scioiícia a Historia.
ACTAS DAS SESSÕES DÊ i905
589
Por cim iÍo3 uUiinos dias des^o século, lia eti uma oração
acadiiinica, que foz bastante ruiinr n js centros littorarios ; por-
ventura, rnai^ pola celebridade do sim aut-jr, do quo pi>lo valop
(!a sua ar^n monta cão.
iieíko-mo ao notável discurso do Sr.Feriiinand Bninnotiôm»
da Academia Franceza» arHitro das roputarííos li turrarias dosou
paíz, cuja fama proveio, prinoipíilmenLo, ila iissiduídade da sua
CO II abo ração na H^rue dc^ D<:uj Mondes, oade tovo oríti^iaa íJb
certa Onara, que us annua cuii verteram em acurada ironia d rile-
^ n ta i rn iie r ti nooo ia .
Tímlioo prazop de c^infesflar-vos qoo fechoi tj livro do mostre
cora friesa.
Na nossa America jovon, íòra úoa cenaculoá parixienííos, o
pequeno grito de forni nino de-aleutu rt^soava oomo a queixa de
um vencido da fortuoa, perdida no rumor da vida rliaria.
Apregoada banoarota da âciencia, «qu© não realizara os 3/4
doa compromissoa tomaios », na dizer do critico fraocez — isto
porque a sciencia fechou o balaoro do século XIX com muita**
questões abortas quo passam u conta nova do século XX — está
porfeitamente desmentida pelo ardor com qne, á esta liora, se
CLíUtínúa a obra dos scien tintas do soculo passado.
A frequência dos con grossos, ncstos uUimos tempos, é a
mai8 eloquento alTlrmaçá i da fO sciontifica.
Entre nóí?, na hora em que so vai reunir o 3* Corií^rosso
Latino Americano, (jstaaltir mação é uma necsessidade.
Vai occupar a vaagiiarda nesse certamon o Instituto, que
de certo reuno o escol dos nossos contemporâneos e oatá, por-
tanto, .'ip parei liado para a continuação da obra de Ferreira
Penna. Baptista Caetano, Couto dfi Magalhãa^, (Jonçalvos To-
canlioíí, Sòbastiâo Ferreira Soares o outros, que da-íta associação
foram membros di st me tos.
Kíjta *' a eorporação capaz de iniciar a sy.slematização das
conclusõea sociológicas do século XIX.
Imaginai o meu onthusiasmo juvenil, o mou ano(3Ío de tes-
tf^munlmrlhe a iniciativa, de sontir que arde, viTaz, na minha
pátria^ a cou fiança nas conclusões da soíenc ia eit por í mental e
que esta^ preoccupaçoos americanas não serão sem fruííto para
a humanidade.
No vosso exemplo, euros consócios, e, particularmente no
vosso patriotismo e saber do Exm. Presidente do Instituto, o
mais obscuro dos presentes porá a mira das suas aspi-
rações .
Assim lhe consintam os esforçoe,»
O Sr. Desembarí^adur Souza Pitanga, orador, responde a
esto discuraOj salientando os méritos do novo consócio, ci^as
obras dão-lhe direito pleno â ca<Jeira para que foi eleito por
su^aglo unanime* Muito p6tle e deve ei^perar o Instituto do
conenrso do distincto homem de lottras. »
O Sr, Fleiuts diz quo, no Instituto, nao pode passar desper-
cebida a morte de Elysée RôcLus, a âgura culminante na
geo^raphia contemporanoa. Pede, portanto, quo na acra da
L
590
REMSTA DO INSTÍTUTO niSTóBia>
presente soef^ío flqiio registrado o pezar que o facto áeve^
raiiaar a (inanlús se deílicam íios eHtiidog ^oographíoos.
Nada mn\H havejuio íí tr&Ur, Ifív-inta 3ie a sosí^ao íla 5 tionê
da tarde.
OFPRRTAS
Pelo Cí^níttilado Geral ilol P&ra^uay en el Brml — Mttppa i
la Repuhlint (hl Par<i{)uait por C» Romero,
Pt^la nireetoria Geral aos Correios — Boletim Foliai ^
PeJa Sotíiôt'1 íieograílca Itália na — Bi*lh'iino^
Pela Dlreeloria Gc*ral de Saudõ t*ol>lica — fíoletxm MetiMtt,
Pola Acadomia dellc Scienzo Fisjche e MaiematicUo — ner>^
tleconto.
Pela Museo Nacianal do Mexioo — Anal,'$,
Pela SociótíS de Geo^^rapbie Coramorciale de Bordeaux— /íi*/-
lelifi .
Pela Real Academia de la Historia de Madrid — Bokftin,
l^ela GeograpUical Socictv ol" ih^ Paciílc — B*4leiin,
Pt^ta Real Socieda^l Geoíírafica do Madrid — Jíntelin,
Pela SocioíJatlo do Geo^riphia dn Lisboa — Boletim,
Peio Sr, José Jiiaii Bieduna — Càroniôa HiHoricn def H4ú
Xegro, Í7T4 - iSSÍ ,
' Pela Bib!iath0oa Nacional — Rdaiorin apresentado pelo di-
rector Dr, Manoel CÍ<^ero Peregrino da Silva — ► i'at'ilog') dns Râ*^
tratos coIJígidos por Diogo Barboza Machado — Dornme*Htfs par
a Historia da Cooquista © Colonização da coata de Leste e O^te '
do Braiil — Annjes da Bibliotlieca Nacional do Rio de Janeiro,
voLXXVL 1904,
Polo Director — Ann\Âario EstadiHico de la Repuldica O, dei
Uruguatj,
Pela Afisoriaçào Commemaf do Rio de Jineií^o — BaUtim,
Pela Jíinta Superior de Sanidad de la lala de Cuba —Informe
Mensuai,
Pela Camera I tal lana di Gommereio ed Arti en Sio Paulo — ,
Bolietino,
Pelo Instituto Hahttomanniano do Brazil— - Ann^tei,
Peio Cuerpo de íí»geni«roí! de Minas dei Peru — fíoletin.
Pelo Intoroacional Buroau of tho American RopublÍ«'S —
Monílthj Bulleiirt.
Poías redacções as seguiu ted revistas — Revista do ínftUuta
Histórico e Cteogrfrphicu do" Rio Grande do Norte» JíertJía Inter*
mtcional Jílustratfa, El p€n.^amie*^to Latino^ Revista Commercial t'
Financeira .
Pelas redacções oa segai ntea jornaea — Le Kouí^au Monde^
Jornal do Reiife^ Diário Officiai do Amazonas. Diário Ofíicial da
Capital Federal, R-formad^r^ Correio do Povo, See^ilò o Mfiln da
Snropa.
ACTA^ DAS 8HSSÒES UK 1005
591
10* SESSÃO ORDINAklA EM 2\ DE JULHO DE 1905
Presidência do Sr. Comelheiro O. H^ de Aquino e Castra
A's 3 horas dsi tarde, preaentea os Sfs. Conselheiro AquiDo e
Castro, Conimendador Henrique Rôffard, Arthur rjuimurâes^
Roei ia Pombii» Viscoodí* de Ouro Presto, Coiiaellmii-o Canrlido de
Oliveira, Salvador F*ires de Carvalho e Albuquerque, Barão de
.\leQcar, Eduardo Mai^ques Peixoto, Coronel Di\ Tliaumaturgo
do A^^Vfido, Drs. Jogfl Américo dos Santos, MancHjl dii Mello
Cardosío Barata, António do Pania Freita»^ Alcihiftdeg Firrtado,
Carlos r,ix Ivlett e Max Fleiuâs, ?■* secrotario. abre-se a cessão,
O Sr. Floiuas, 2«> secretario, lê a acta da «esaão anterior,
a qual ^, sem debate, approvada*
O Sr. Presidente conimnnica nos seguintes ternioa o Mleci*
mento do sócio benemérito e I" Sice-P residente Consoltieiro
Maooel Francisco Correia:
< Com prolunda ma^ua teve o Instituto Histórico noticim
do passamento do prezado o benemérito consócio, di^^no T Vice*
Preííidente, Sr. Consoilieiro Manoel Francisco Correia.
Ainda na ultima sessão presidiu elle os nossoa trabalhos
com a animação o zoIíj que mostrava sempre no cumprimento
dí! seus deveres e com o interoáse qrm intimamente dedicava á
douta corpoi^çâo de qíic era ornato; e pouci^s dias depois, a i I
do corrente inesperadamente descia ao tumulo, rodeado ilas
cordeaes e ospressiva^s raariiíesloçôes de afTiícfa, considr^rarSo e
i^espeito, que todos Justamente tributavam ao subido mereci*
mento de quem tanto se recammendava á as ti ma publica pelas
qualidades moraes o iotellectnacíí que o doitinguiam.
Era uMi vulto saliente na nossa liistorja o prestimoso com-
panheiro cuja fatta deploramos ; seu nome aeíia-se ligado ao
generoso Impulso da grande n huiaaiiitaria reforma do ele*
mento servil : seu4 valiosos serviços prestados â causa publica
no exerciein das mais elevarias luncções, na adminisiraçaa,
no parlamento* na tribuna popular, com as aabias lições da
educação moral e religio&a, proíiisamente abi expendidas, e
especialmente o inctinsavel amor que consagrava as letras o à
instrucçâo do povo, que o presa va, sào títulos de honra que
engrandecem a memoria do illustre morto. Monumentos que
attestiim a sua vasta e provei Wjsa col laboração na propaganda do
euainoedaínstrucçâo serão sempre as llorescontes instituiçõesdo
Ásifio Amantes da ínslrucção^ Associação Promotora da Insirucção^
Mantenedora da Escota liarão do Rio Doce o outt as que creou
uíi dirigiu com a proficienria do sabj^r q da experiência que em
longos annos de vida conquistara esse desvelado apostolo do
ensino e da instraccão popular da nossa i.erra.
Hoje, cumpre o Instituto ri^oreso dever re)?Í3trando na acta
da piamente sesíào ura voto de intenso pezar pela irreparável
perda que acaba de soíTrer» reservando para occasião oppor-
luna o elogio blographico do estimável con&ocio que úf^ nós se
dasprende deixando-nos immorrednnras aaudades.»
REVISTA DO INSTITUTO HISTORIOO
K^tas palaTraa do Sr. Preiiâonto são repotiiamootc ^péMu
O Sr. (:ommenda4or R&ÍTard, h SocreUno, declant gipe aí»
ha oí!lcio^« e té depois Moffertis.
<> 8r. Preâideate nomrta o sr. Knrão Ja Alencar parm sqV
stitnir o Sr. (^uns^^llioiro Corrf*ia na CominUsão de iitmíwlii áe
soeic», conliauaiido na mo^ma Corjnniíoão o Sr. fUnaotlloifl
Sal?iidor FJres, sabstiioiDdoos í mpedí mentor do 9r* CbosallMiro
Sonm Korroin.
O I DF ti tu to approva taes deliberações.
iy Sr. R iíTarfí eomnitiDica que cõm o Sr. 2** Secrolauio Mai
FJííiusrt represeritõu o Instituta dos fiineraes do Sr, Ckíosettelni
Correi k doiiodtantJOf etn nomo do Insiitutij, âobre u tumiilo áa
pranteado brazileíro, (ima cor<>a com as seguintes macripçòmz
€U íosÊitiito Histórico e Geogniplncvj Bnizlieiro ao sen 1* Vioe-
1 'regida D te.»
Informa ainda que, conforme as ordens reobldas do Sr, PTt^-
sídeote. o Instituto, em si^mnl de pezar, coQsorToaas suas purtâa
eprrada« durante três di.is.
O Sr. Presidente declara que o íostituto fica lateLrado,
O Sr. Dr. Alcibíades Furtado communica qae reprcaentOQ
o Instíttrto nii sessão inaugural du Congresso de Expaaaío
Económica.
O Sr. ppeiklorite declara que o lu&tituto fica inteirado.
O Sr. 1* Secretario lê a seguinte proposta:
^ Propomos í|Ue o Instituto Histórico e G(^o)?r^pliioo Brazílei-
ro irnnirntjao escuiptnr bF-azilníro Henevenuto H^rna cie fix/rr q
líuslo, ein fjfessKí, ilo fios^o fíillciiido con^^ocio, I ^ Vice-1 o,
Conaolhniro Míukx*! Kp*iiícíscu Cornna, p:iPã ser c<A i na
ttala lias BtjSíirjos.— Ifjo de Jaíifiro, vi dejuHíode lytfâ,— ti. ff,
tf£ Aquino t* Qistro,— Henrique RnfYarti^ — Mm* FíeitáSi. — Jofé
AifWfico f/rtí Santo» , -^Thaumolurifit de AsftXfr/o, — Rorha Pomtm,
~-' (\tntHffo (h* Oliteirn, — Hoiíandor Pim de (\ Aibuquerque,^^*
fífirfTti th Menear, — Vinemide deOuro PreU*, — Mam^nl Barata,
^(*titiíni /,ií' lihti, — ICduardft Marquei Pei.volo, — Arihur ituimn"
rtJffâ, A, df í*aula Freitas, — Aicíbictdes Furíad/i.
O 8r. Prosidonte declara approvada unanimemonte a pro-
poiU,
O Sr. 2* Secretario lò os so^fuiníos parocores:
Da Commissão de Historia,
« Não ty mera exposivâu chronolQgica de factos nem uma
apreciaçilo syntíietica do deiienvolviraento social e politica de
Minas Gonies, a obra do Ur. Dio|ço de Vasconeallos.
Consiste, cotno o autor p^^conlioee, nnrau rtmuiâo de memo-
rias sí^bre acoiiteoi 1110 n tos occorridos em úpoca^ remotas, mal
estudados pelo^ biatoriadoros, coQf»ervftda!í pela T,cadicçii'j.
Kmbora som |d tno, deâprovidu de idéas gei*ar::í a que subor-
dine a aproei. tçáo dos snccessos, tom o trabalho notarei mereci-
mento revelando brilhante espirlt*» investigador, esclarecido,
devotado ao rebarbativo oxame de cousas mortas ba séculos.
Occupa-sõ o Dr. Diogo de Vasconcellos com as primeiras
ACTAS DAS SKSSORS DE 1905 593
expedições ao território mineiro, os jesuitas, os paulistas, os
aventureiros levados pela sede do ouro, à procura de esmeraldas
conquistando a pouco e pouco o sertão .
Fundam- se arraiaes, doscortina-se o inteiior, dobollara-so
os Índios tupis, «roias, guaranys, tupinás, tapajóz, cata^uás, cada
grupo dos quaes merece, no livro, descripção particular.
Sur^'0in conflictos, armam-se motins entro os povoadores. Ov^n-
niza-30 o ferrenho regimen das minas. Trava-se a guerra dos
emboabas, que por ^i só fornece assumpto a extensa mono-
grapliia. Destacase a Capitania das Minas da de S. Paulo. Vem
os fecundos governos de António de Albuquerque, D. Braz da
Silveira e do Conde de Assumar.
A propósito de tudo isto, apresenta o Dr. Diogo do Vascon-
cellos documentos, retratos, genealogias, anecdotas, dados
sempre inspiradores de at tenção e interesse.
Um dos trechos mais attralientes é a defesa do governador
do Rio, Francisco de Castro Moraes, batido em 171 1 por Diiguay-
Trouin.
Acoima-o o geral dos chronistas de traidor e cobarde.
Generosamente pretende o Dr. Diogo de Vasconcellos reha-
bilital-o.
Outro ponto curiosíssimo 6 a longa narrativa da conspi-
ração de Villa Rica, em 1720, chefiada por Philippo dos Santos.
Em summa, traçado com estylo elegante e terso, possuo o
volume do Dr. Diogo de Vasconcellos, pelo menos, estes titules
— Grande conhecimento das cousas pátrias, amor a ellas, capa-
cidade dfí as contar agradavelmente •
Representante de um glorioso nome nacional, illustre depu-
tado sob o luiperio em varias legislaturas, é o Dr. Diogo de
Vasconcellos perfeitamente digno de entrar para o Instituto
Histórico e Geographico Brazileiro.
Sala das sessões, "-ii do julho do 1V>05. — Visconde de Ouro
Preto, relator. — Cândido de Oliveira, — Leite Velho. j^
K* approvada e vai á Commissão de admissão dn sócios,
relator o Sr. Barão de Alencar.
Da Commissão de admissão do sócios:
« A* Commissão de admissão de sócios foi sabmettida a pro-
posta apresentada em sessão de 1 de março ultimo, acompa-
nhada do parecer da i Ilustrada Commissão de Historia acerca
das «Chronicas Paulistas» publicadas em dois volumes nos
annos de 1899 e 1904, o offerecidas como titulo do admís^ião do
lUm. Sr. José Jacintlio Ribeiro, residente no Estado de S.Paulo,
no grémio deste instituto, como sócio correspondente.
Concluo o alludido parecer pela insufflciencia histórica do
valioso trabalho, que não só mereceu ser publicado a expensas
dos cofres públicos do dito Estado, como ser prefaciado pelo Có-
nego Kzoquias da Fontoura, e lisonjeiramente criticado pelo
il lustrado professor da faculdade de direito, Sr. Dr. Brazilio
Machado, nosso distincto cuns>>pJo.
Em virtude do que fica exposto, a Commiss&o de admissão
de sócios, considerando que o Sr. José Jacintho Ribeiro, ao
HEVXSTA DQ INSTmiTll HtSTOiKlQO
demais, reiíoe as exigeociiiâ do § S' art, 7*
saa iamo o/nclua que a proposta acl» go
rsoor |>leQa af^pravac^ do Inititato HísUmco e Úeoç%f^'
Br*zilaTO. Sala dai «m£ei, âl de ^tilbo de ISI06. — r '
Piret '/« Ctfr»<íW^ € .4l^^t»^^r7ii^, relator. — BowJo ^ ^i/e
— Dr, Á^ de Paula hrtitat,*
Ftea aolire a mesa para aer roiado na
l>roedde*sc i yoUk&o do parecer da
OrcamentOi que haTia ficado sobro a me* ^
relativo ao balaaço á^y Thcsooreíro eflip<
Marques Pinhf*tra, de 1 de .iacieíro a «"^ d
rneumo apprurailo pí>r a o :i n nn í d aile.
curreadri 94^ u r- roti^itL. pnra Toia^fto doa pÊífmbmm li
romminãô do udmi Mog que fiísirain 9olire m iMia<di
tilUma sessão, são • ^ approvados por uiiaiiliBldade dl
iUÍTrigio^ c« ^to conijuuo, o Sr. Frosidenta proelama mtím
o(fectíVi/s do fnstituio os Srs. Dr. Maooel Cícer^i» Por^ritts <i
8il?a c Barão de Paninapi acaba, sócio liooomno a Sr. h."
Braga, Btapo dt! Petrópolis o correspodiientõ o Dr. Ltiu O
dii Silva L^me.
Ijeyaota-He a ^«^frio ás i 1 2 da tarde*
Mar Fleiutt^ !*• si*or«LiHí*^
aPFBRTAS
Pelo aiietor • Departamento do AÍto Junai *— ,i f W i '
Pelo íírando Oriento dn BazU — Boletim,
Pela Estatística Commeicíal ~~ Boletim,
Pela SocU^té Imperlale dos Naturalístffl da MoooDw — <
Pela Unirerseity of Upsala — BuUetíA,
Pela American Geograplnc Society — Buileiin,
Pela Socioté de Geograpbíe de Genéve — Le í:/abe.
Pela Siciétií dn Gcogrraplue Commerciale de Bot^caux -
Pelo sócio Sr. Barân de Sliidart — Bt^cument^ts pmm <i
toriã d*' Marlim Saarex Morâno i» Revi f ti* trimern^U tio Ímãi\
t/o f''nrd,
Pt^la liirôccjoD Gonoral iln l*:stndhcica út^ ta Província
Peia As.wciafrio Comincrcial do liio do JanRiru — fí^Mim,
Polo Observalõrio Astrunonolco Nacional de Tâenbaya
(MejitCô) ^ Ohservaciones MetêotoiògicífM,
Pelas Rdílacções as segui otes Ke^istas* — Rm^ascêncúm — U^
vhta Medico ('it'urg ca do Braz ti, — Rerixta Mentwil de ta íMmitm
Mercantil de .A^ellaneda,— Provinda de íiuenoã iiyrej,— O OH*
ente PorÍHtjuúz, — Rcmfta Maritima Braiile^m,^' Hevittn Didm~^
r l ic*t , — fi'evi ^í a Com m( veiai e ! inancf im ,
V^Am kmlacçõps m sng^aintníi >>rnafi9: — A Semamn^^^
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905 595
Districto Federal, — Gazeta Medica. — Mala da Europa. — Cru-
zada,— Jornal do Recife. -^ Diário O fficiaL — Diário Official do
Amazonas, — Le Nouveau Monde.
11" SESSÃO UKDINARIA EM 4 DE AGOSTO DE \9'}b
Presidência do Sr. Conselheiro O. H, de Aquino c Castro
A's 3 horas da tardo, presentes os Srs. Conselheiro Aquino
o Castto, Commendador Honrique RaíTard, Desembargador
Souza Pitanga, Rocha Pombo, Eduardo Marques Peixoto, Con-
selheiro Visconde de Ouro Preto, Cândido do Oliveira. Salva-
dor Pires de Carvalho e Albuquerque, Desembargador Paranhos
Montenegro. Dr3. António da Cunha Darbosa, Nelson de Senna,
Alcibíades Furtado e Max Fleiuss, ^' secretario, abre-so a
sossâo.
O Sr. Fleiuss, 2« Secretario, lê a acta da sessão anterior, a
quul é, sem discussão, approvada.
O Sr. RaíTard, l« Secretario, lê o seguinte expediente :
— Offlcio do Instituto da Ordem dos Advogados Bra^íi loiros,
do 31 de julho de 11)05, convidando o Instituto para assistir á
inauguração da estatua do insigne juriscousuUo pátrio Dr. Au-
gusto Teixeira de Freitas, no largo de S. Domingos, no dia 7 do
agosto, ãs 3 horas da tarde. O Sr. Presidente nomeia os Srs.
Desembargadores Paranhos Montenegro, Salvador Pires e Con-
selheiro Cauuido do Oliveira para representarem o Instituto.
— Convite da Academia Nacional de Medicina para a sessão
solemno da recepção dos delegados estrangeiros ao 3» Congresso
Latino Americano. O Sr. Presidente nomeia os Src^. Max Fleiuss
o Alcibíades Furtado para representarem o Instituto.
— Oíllcio da Academia Real de Soiencias de Lisboa,
datado de 12 de Julho, prevenindo que o Sr. António Cabreira
se intitula membro correspondente da mesma Academia,
quando delia foi eliminado a 2õ de levereiro de 1904.— Intei-
rado.
— Carta do consócio Dr. Manoel Cícero Peregrino da Silva
nos seguintes termos : « Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1905.
Ezm. Sr. Secretario do Instituto Histórico. Sciente pela com-
municação que de V. Ex. recebi e a que tenho o prazer de
responder, de que por esse Instituto acabo de ser distinguido
com a inclusão cio meu obscuro nome no quadro dos seus sócios
effectlvos. cabe-me declarar a V. fez. que, sobremodo me desva-
)iece semelhante acto com qu ) essa douta corporação aprouve
honrar me o que aos elevados intuitos que presidiram a sua
fundação e são a garantia de seu desenvolvimento, procurarei
servir, prestando ao Instituto Histórico e Geographico tírazileiro
a contribuição que permittirem as minhas rcstricias aptidões e
limitadas forças. Queira V. Ex. acceitar os meus protestos de
apreço o consideração. Do V. Ex. admirador e criado.— Dr.
Manoel Cicero Peregrino da SiUa.> — Inteirado.
596 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O mesmo Sr. 1<> Secretario lê as ofTertas, entre as qoftes se
destaca a do consócio Dr. Nelson de Senna de um retrato do
Dr, Lund.
Currendo-so o escrutínio para votação do parecer da Com-
missão de admissão de sócios, que ficara sobro a mesa, da ante-
rior sessão, é o mesmo approvado por unanimidade o, acto
continuo, o Sr. Presidente proclama sócio correspondente do
Instituto o Sr. José Jacintho Ribeiro.
Achandoso na sala immediata o novo sócio enbctivo, o
Sr. Barão do Paranapiacaba, o Sr. Presidente desigcia os
Srs. Seci*etarios para introduzil-o no recinto.
Ahi chegado, o Sr.Presidente dirige-lhe a seguinte alioenção:
< Sr. Barão de Paranapiacaba — Em tempos que bem longe
vão, nossa heróica tori*a em que por fortuna de ambos tiTemos
modesto berço, juntos sentamo*nos, em descuidosa idade« nestes
toscos bancos escolares que tantas vezes deixam-nos suaves e
saudosas lembranças do passado, proseguimos após oa afanosa
carreii*a da sciencia a que nos dedicamos, attingindo sempre
unidos o almejado fim a que nos propúnhamos. Mais tarde, por
largo periudo, fomos separados pelo vario destino que desviou-
nos os passos, e eis que hoje, já alquebrados pelos annos e pelos
trabalhos, ainda uma vez nos vemos com prazer reunidos neste
vasto templo consagrado à sciencia, e illuminadopela sabedoria e
pela experiência de seus desvelados sacerdotes. Ainda que tarde,
aqui nos achamos, mas como no ardor da mocidade, votando
constante amor ás lettras, dedicação ao trabalho, e á pátria
tributando os últimos esforços de nossa intelligencia e boa
vontade.
G* grato recordar passadas eras quando dão testemunho da
elevação dos sentimentos que nos tem animado em longo per-
curso uma vida honrada e laboriosa como tom sido a vossa, dis-
tinguida pelos serviços que ao paiz presidistes com dignidade e
prortciencia.
Bom podeis comprehender quão viva por isso 6 a satisfação
com que hoje aqui vos recebo, assogurando-vos que desse sen-
timento comparti lh;vm os dignos membros desta illustrada cor-
poração, que com intt^ira confiança vos acolhe cm seu grémio,
dando- vos um logar de honra bem proporcionado á vossa su-
perior e reconhecida illustração.
Acceitai, pois, as cordiaos e alfectuosas saudações que por
meu intermédio vos são dirigidas pelo € Instituto Histórico e
Geographico Brazileiro> .
O Sr. Barão de Paranapiacaba pede a palavra e profere o
seguinte discurso :
«Exms. Srs. Presidente e mais sócios do Instituto Histórico
e Geographico Brazileiro.— Depappareceu dentre os vivos o ma-
gestoso vulto, de quem, por longa serie de annos, presidio esta
aggremiação de incansáveis exploradores do riquíssimo veio da
historia nacional, edificando os com o exemplo de perseverante
esforço .
Esta cadeira* que ninguém mais ha de occupar, jamais de^-
ACTAS* DAS SESSÕES DE 1905
597
pirá o longo dó que a reveste, Dahi cahio derrubado pelo braço
iconoclasta da revolaçâo a<iuello que era no Brazil o que p^ira
a ciciado do are«/pago foi a eâUitm do Athené, o poahor án Uber-
dade o do progre&>ia. Palladie de que despojara m o tidytu sa-
grado, D. Pedro do Alcaut;irá, filho da terra, a que deu o nomo
a cruz, merece aos antíslea deat-e templo de sciencia, de quoi foi
fiiQdadur e se conservará perenne uragu, o culto que se rende
atj.s méritos transcendentes. Tonhu tv que em breve veremoa
perpetuad;i ora bronze o mármore pela justiga da hi.stuii;^ o
cJTi^ie desse primeiro entre nossos benemeriLus — symbolo jm-
poliutoda reli^íiao do pairiotismo,
Corau. ainda auiiliado du tele^copio, nosao olhar desmaiando
nas profundezas dos paramos azuLS, ^ú diviza uma zona de nàbn-
losas DO espaço» onde resplendem as innuiiieiaá constei laçdes da
í ííí /rfdf/í, assim a vida da humanidade quanto mats anterior aoa
moDumentos eseriptus mais caliginusa ao torna, envulvendo-se
n*<s lírumas do myiho e nos véos do maravilhoso.
No roa, cuja prudente direcção uu governo o sábio espirito
legislíidor a legenda attríbne a inspirações da celeste IÍ<^oria, é,
no critério do Niebiihr, [jersonagem imagioario. Do heróe de
Marathona, cujo ostra<^israo appl vndiram os Ubenienses, fati-
gados de ouvirem sempre ligado ao nome delle o opitheto de
justo; do vencedor de Leucir;is e Manlineia, f^i^e nem zombantío
incutia, e do imraortal iriuraphador de Salamina restam apenas
meraonasá truncadas, factos deíiflgurados por idéfis, impedindo
que sitas personalidades sojaíri claramente despicadas no sce-
nario histórico.
A peiflonalidado de D. Pedro de Alcântara avulta» porém,
distincta, ilhirainada em plena luz da vida contempíiranoa,
O ultirao Imperador do Brazil realiza o typo do aabio
moditlu, em que Zeno compendiou turlas as virtude^j que ^Glori-
ficam a natureza humana. A' creaçao ideal d«> chole do Stoi-
cismo, falta» DO cmtanlo, um caraeteristico — i> da bondade —
que ncceniúa a adoruvel physíonomia mural de D. Pedro II, No
mundo pagão nem o philo-opbo de í.Utium, nem Marco Aurélio,
seu discípulo e admirador, que no Etnfieaiífon lho consubstanciou
as lições, podiam tromprehender aquelle sentimento — fíôr do
coraçâu, abrolbada ao auigronto orvalho do Cordeiro Imma-
culadu, quando no Golgotha, próximo a oxhalar o infinito — ai,
em que se continha dor maior quo a eíernidado» rogava ao Pai
das mlsericoiMJms perdão para os algozes, que pagavam com a
mais no>rra iniíratidao a maior e a mais santa da? dedicações.
Sim ! A bondade — graça concedida aos eleitos, rellexo da
que resplendia no coração o nos olhos do Divino Mestre — era
um dos raros privilégios daquella cxcepeiíynal creatura.
Olvidando as purpuras do berço, que jubilo sentia quando
se nivelava com os pobres e humildes. Era nessas occasiCfes,
aliás muito frequentes, que aquella muniíicente expansão Irans»
bordava em frncios de iienção .
O grande poeta» que, por sua mão, eícreveu a dedicatíiria,
mu que desigoava Marco Aurélio conioauccessor de D, Pedro lí,
598
REVISTA IX) INSri íLini HISTÓRICO
tinh-i em loente o sigoil^car do moDarcha brazíleiro a sabedoria,
o amor da sciencia e o espírito de justiça, que realçavam no
Romano Impeíadur ; raaâ não se referia a ^êse exoUo dote do
amor christão, ungido de celos to ternura nas fontes do E?an-
gellHi, impulso da compaixão, que m traduz em dco< s higrímas
íiuto íiB miíiuririá do proxiino. V;tga o indeciflamenie Iruxuli.-ou
tísEi} stuitimentfj ua alma de Tilo, que ■ rjnsidi.irava ptrdidu odiíi,
nao assign alado pola. pratica de :dgum leiíoíltio.
€ O sol é a sombra do Ooii>' >, digiro o cantor, * ujaá lmi"uics
eoutintiam a resuar oa entrada deste século com ah harmonias
quQ vibravam na alma da ííí 'ração passada,
só o Gonio podia seíisibilizar por este conceito o deslumbra-
mento» auc aos fr Jureis olhos da cr e atura, incíipaz do flí-ar o rei
da iiiz* deve produzir o fulgido Conspecto do AUisjáimp, que 6ô
Moyaôs no Sinai oai^arou altenuado oa Sarça ardimie.
Pois bem I Na alma de l). Pedro H e^palliava*8o mais
clTuscadora que no eola sombra do Omnipotente, reítectindoaHi
os esplendores da Caridade — caudal da vida, quejoirou da9
chagas e do suor de agonia do Martyr do Calvário,
Occultaado no mais mysterioso sigilo aeuá raégoá de bene-
ftccDcia o is generosas íloreâconcias de ura coi*ação,qae o EteruO
eomplaceatemonte aflfeiçoara no mais perfeito molde, a palma,
qu0, por seus ment^:^, llie ouubo na mora la dos justoâ, não
cede em viço e fragrâncias ás de S. Francisco e íJ, Vicente
de Paulo.
E morreu no oxilio J O cataclysrao politico arrojou-o para
ioflge da terra, á qual desejara restituir o corpo, delia forraadu.
A'á pi int;i.s do virtuoSíj Aullieu, que sòmonte cogitiiva de con-
•strui^ções ciYíltaadarafl o não coino o da Lybi.t, do tnonuiuetitos
de dostr«H;oH linin.uios, laltort o contacto <h} rimo iiiUal. de quo
hauria aleiíU), Síi1Ío*íou o no ar o Hercules rta nn^sinlgra.
Nei>8a oíí^-iní/íiçâo. í^cnuinameute bríi^íileira, pullulava (»rii
gypremo gráo, o que Chateauljrtaad tiruoioina o maii sJgr.Mhi
moral dos iustinctos — c amor da pátria, (orça que preQdo,«itia|
o iraan, os pés do homem ao solo onde houvo o berço.
E' essa mysteriosa attracçào, que li^^a o Samoyed i e a
Esquimau 4 sua <\'ypta de troglodita, preforivol pura elias á«
confortáveis habittiçõea do homem civilizado e que, em moio dj
luxo tíis ^q-ande.s cidades, arrancou ao tilho do Oitaltí, des-
cripto por Deliile, a ingcoua eiclamaçío : < Resiitue mo as
minhas llcreatas.*
Foi a inílnencia desse in venci v<?l insiincto í|uo, aetiiando na
imaííi nação dm Scandinavos» oreou entre as nuven^ do ^en cin-
zento céò o WaUiúia, reservado por otlin aos triíimpliarlores
í\os f^randís combates — esse paraízo illuminado pelas auroras
líorcaes, onde oa guerreiros, reclinados era mrintõosde grinaldas
e cori>aj^, so entregam, por toda a eternidade, ás libações do
liydromel, servido pelas Walkyrias em craneos humanos.
Km nenbum coração ardeu mais intenso o puro do que ao
de D. Pedro II o fogo do BQthtisiasmo pela Alma Mater, em ouju
regaço alvoreceu para elie a aurora da Uberdade de que im-
ACTAS DAS SBSSÕEÍ5Í DE 1905
puDhou ua mão firmo o baMo e preparandu a hei^moniik do
Brazil, dcstíEiado a ^r o regulador do fiel da balaaça politica
no equilibriu sqI america^ia.
Sua figura, irradiaudo todas as ftilííiiraçíSea da gloria, povoa
de saudosas lembranças esao aayio de paz» oEde outr'ora, mm
lazeres da >:ovôrnam;a somelbante ao debellador de Witikiml
na Aiõ^iemia Paiatina, outro AlcÍDo © Egiiiliardo, dirigia os tp-v
bailios ao lado du3 memhposdeâto instituto» com os quaes fra-
ternlsavíí, aoorapanbando oa naa inveátigaví>os do pasmado o
alargando o oampoda iiistoría do Brazil.
Imprimir ordem o luz aos nossoá aooaes, revolver aiitigod
maiiyácriptosf. iiacudindo o pó das tradições e apurar o quo
nulla:í havra do eerto o verdadeiro era uma das auas mais caras
occupaçocs*
O seu amor da pátria eradíKjuellosquc Bomiparte qualificou
— primeira das virtudes. Sua immaculada cõnscioncia extro-
niava o falso do roal patriotismo, conilemíiandu u suicídio do
Catão, a quom aliil^ ALmeiJa (larrott diiítinguo com o tiinlo do
— maior uos lioraena — , e o de Lsocratci^, qtic, aos 1*9 anãos,
auccumbiu volUBtariamoulo. aralioií dfsalenlailos por um oclypso
na lil»erdade da Pátria.
Sobreviveu, graças á sua gi^andoza d*alma (• jitsta coinpro-
hoo-^ão do patriotismo, ao golpo ilo oxteriiduío wxê losUtuiçõoíí de
quo ora o roprosentrintoo quQ Cíjusoliduu e desenvolveu.
De^e cruel oxilio, ond6,Da pkrasn dií Venuí^iuo» so conscn>ou
imj^atíifío na lont^iuiploçilo «las ruinas om que >(es''b(tra o stít*
orbt% ainda c-^tudav^i. nos livros o na pratica to mel liora montai
adaptáveis ao Brazil, indKKtndo-u^ em Crirta a um do>; ministíroí»
do Ooverao pmvbjorii» quo decretara o aeu lianimento.
Nuaca se lhe uuviu formular uma queixa ou exprimir u
maia leve retscnUmuuto contra o.-í que o deathronaram, role-
gamlo-o para o estrangeiro.
Alma pura o saBta, em i o to lucro de lus^ ! Em qual outro,
mollior que «/m ti, íoi sinceramento dr3iiion?*traiJa n virtude do
CbristUi quo presci^evo o perdão das injurias o a compoaíía';áo
do mal pela offorta e iiratica do b ^m?
iííanto ! iíanto I Sauto !
Como na visão em que Shakespeare pinta o príncipe do
Diaamarca cm íaco da sombra ul trica do pai, atQgura*so-me
agora ver aurí^ár du entro aquello vóo de crepe a froute do
imperial ancião, calma» lumiuosa o coroada de um uimbo» sol-
tando do:í labiog o celebro * remembar l »
Nusíjaa feic;r>ed, j^ravadas como i-m vida, do sei to de indo-
fioivel dogura» nessoâ lábios, que jamais se crisparam no ríctus
da colora ou do odio, esaa palavra não exprime o appeilo á
Yio*raíiça ; e sim a resiu^nafuio de Carlos 1 quando, no cadatalao
de Wbute Hall, entregava, em signal de adeus ao Arcebispo
Juxon, o cordão do S, .lor^'0, Urado do collo, quo ia, em seguida,
roei i na r no cepo ia tal.
Sim, espirito de amor l Já perdoastes os erros e as culpas
dofl <iuet per íalsaa apreciaç5r3â te afastaram da Pátria* O Brazil
21ÕS — 3y IVmú Lxvni. i>, ii.
600 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
não te ezpelllu do seu grémio. Agora, osteodondo os bra4,'0<(
reclama a posse do teus sa^Tados restos ! £i dulce moriau
remini cilur, Argos, dizia Virgílio do amigo de Wandro, a lutar
nas vasicas da agonia.
Quando já devassava o horisonte da eternidade doviam
também acudir-to ao eipirito, vivas, ioopitas, as soooas qae
tantas vozes coatcmplasto. Corto que, nos momentos derra-
deiros, vias ainda, em recordação suprema a reflectir-se nas
aguas do Guanabiira esta abobada sci*ena do saphira, dondo o
sol como cviterna lâmpada, derrama num oceano de Ailgores
os elemenios da vida o da força creadora.
Tens agora na froote a aureola dos bemaventurados*
Tua memoria sorá immorredoura neste mundo, onde, JL
11 uz, semeaste o bem.
In memoria eterna eril juslus.
Em mim, qui) sonti de perto, o influxo do sua iuoxhaurivel
boudado e que pude avaliar os thosouros de aíTectos daquello
grande coração, seja- mo licito exprimir minba saudado nestos
versos de Alexandra Herculano ao fundador do Império bra-
zileiro :
Para o >o\ «lo oriente outros se voltam
('alor o luz ^u^^cau^lo,
Qurm, p«^lo bello sol, quo jaz no occaso
CÁ ficarei choramlo.
Possam meus olhos, qae j4 lobrigam as margens do paiz.
dondo nenhum viandante ainda voltou, testemunhar a repara-
ção, que se csiÁ preparando. Possam neste cérebro, que }A
d^espendeu cm serviço da pátria quasi todo o seu limitado ca-
bedal, scintillar, como em lâmpada vizinha de apagar-se, algona
vividos lampejos aproveitados em trabalhos, quo se appro-
zimem das primorosas producções, com que nobilitam o ar-
chívo desta casa eminentes varões, tilo conspiruos pelo sabar*
a quem sou reconhecido pela honra de aqui me collocarem como
seu par.>
O Sr. Desembargador Souza Pitanga, orador, responde da
seguinte forma :
« Sr. Irarão de Paranapiac^iba .
Si no perlustnir desta mísera piM-egr mação humana, uma
compensação existe que deva ser cousídei'a<ia uma felicidade, 6 a
de traospur a montanha da vida, conservaudo ua mente o fogo
sagrado da poesia.
Ser poeta moço, quando o sangue em bortotões estimula as
vibrações cerebraos que geram a inspiração, ô um phenomeno
commum ás naturezas a ellas predispostas ; mas conservar
viva a chamma luminosa do estro, apôs as luctas da vida e a re-
voada intérmina das illusões perdidas, é dur que só é peculiar
kn complei^-ões sobronaturaes de Victor Hugu, oa França, de
Longfellow na America. Sois desses poucos privilegiados, pois,
ainda cm longa idade transportaes para as lettraa pátrias
ACTAS DAS SK8SÔES hli 1^05
601
os pritUQfcs pooUoog de Byrua, oa lições humorísticas de Lu
FoiíUiuij !
No ^^iHj^yrk-o quo acabaes d6 fazer ik» moiiívrcha líhuraJ,
fuíitlaiior o prutectoi* dtjí>ie Instituto, prosti^atos sei' vira ido n tico
ao dos graiiiieíi poetsia que caotam em seus poomaa os bordes o
niíirtyi 08 do sua pátria.
U instituto Hísiorico eGiJu.iírauliico Braziiciro vos ucollio,
pois, com os luuros iJovídoK ii um bencoionto da.s lotuus.]^
O Sr. ViôcoQtlo do Ouro Preto lé o s^^guiní^ pjirôcor da Cmn-
mm^o riô Historia o do que lai rolívl/jr :
< [íelibíiroti a Cainari dosi Depuia^lus nomoar uma Com-
miasão especial j>ara rover todoB aá projíKítL>8 acerca da lejíis-
Jaçau das minas e prop<>r o que julgasse acerta lo, para o
desenvolvi monta da indusu*ia extractiva.
O relator de.s a CommitHãoe iuiaiador daidéa, a Sr. Dr, Juâo
Pandià Calogoras, escreveu os dous volumo^ intítutiMloâ — Às
minas do Brasil e sua Upislaçâo,
Nao está corapieia a obra ; terá maia um volurao prova-
velmente, expondo o jusii ficando o projoeto de lei que,
no entender da <;oniuiis;íãa, devora reger o importanto as-
sumpto.
inacabado, porém, 6 já trabalho do fôlego e do ijulndo rae*
rito, coDstibiíndo minucioso inquérito sobre tolos 03 pontos, a
cuja respeita as aovag lois devem estabelecer regras» que at-
tondam às exigências ecooomicas de utiUzaçiiodo sub^súlo.
No 1" volume occupa-se o Sr. Calogeras do historia das
descobertas d.* ouro nas diversas regiões do Brazil, doa raethodos
emproados na extracção, do desenvolvimento e deoadeocia
desse» servi^íos, dos preoeitoa legislativos a quo estavam subor-
dinados e das quantidades apuradas até reci^nte data.
Em seguida trata, Bob (jua^L todos ossos mesmos a^^púclosi,
do diítmanto. dis p&dras coradas e das terras raras i mais deti-
damentOf das arvãa^ minazitica.^.
Pam o ::!'* volume rosõrvuu o Ferro, o manganez» o cobro» oi
combu^^tiveis, a prata o subâtancia.-j divet san, como o ohumbot o
mercúrio» a platina, o p.lladium,8;tUtr0t etc.
Cada um (Uja eafiltulaj tormma com a extensa lista dos
livros e documentos com pulsados.
Mo ultimo, fcob a epigraplie — Coiniusões Geraes — íbrara
ai3lgnalado.s os embaiaçus qae ao alargamento das industrias
da eitracçào de mineraes resultam da Constituição Pedoral,
que ligam a propriedade do sub*salo á da superticie, cujaa títulos
de domiuio, na maicr parte, irregulares e imperfeilos, ^Uácitam
pleitos frequentes» amodroutamlo kimm capitães* podieriam ulti
applicar-se pi*otícuamento.
Nesse mesmo capitula critica o Úi\ Calogi^ras o projecto
de lei, em elabaraí^ão nu Ctmara do quj é mumbru, para crnuvao
de um cstabelecimeato de cx*cdU0j destinado a auiiltar a iedus*
tria de minerava o.
Acompanha o impor tau te dacumento o quadro da im*
por tacão e exi)ortaçâa de niineraei, eutre n6i^ uo anuo de TcHíJ
í>02
REVISTA DÕ INSTITUTO HISTÓRICO
tle onáú SC vè a unorme somma quo doiipeDdea u Brazíf
adquirir o quo tomos em aboodaocia o da melhor qualidade*
A ísimples insípecçâo dessos algarismos mostra quanio im- j
porta para o futuro do paíz pi-omover a exploraçãu aotívm dái '
riquezãd do sub- solo que, s6 por ai, podem avolumar aâ rooeítai
do paíz, diapensados outros oqub que posam dobro os eontri-
buíntes.
De par com o conliticimeíito profundo do assumpto, rere*
la-se o autor das Minas do Bmtil um espirito obserTador o cm*
scjouciosameote cntico, que sabe, através dos erros commeitido^,
o cuja demoDstraçao faz, recoobecer as boas iatençoos ú3l< auto-
ridades e funccioDarios, incumbidos^ em differeato^í épocas, de
dirigir e iQSptj^scionar q^ trabalhos de mineração, sob o pontx»
de víi^ta ecjoomico e fiscal, dando o devido doscouto ;is difi-
culdades do meio em que aííiam.
Muita censura injusia en contra no curioso oscripto cabal
refutação. Merecida repartição ahí se dopara aos que, era
tampos idos, se dedicaram ;i causa puMica, coosagraudo seus
labores á árdua utilização das jazidas mineraes.
Nobre exemplo dos sentimentos de justiça qau ornam o
animo do autor app.irece em míiis de ureia pagina dos dous
volumes publicados. Aã^sim, entro outros., o juizo manifestado
a respeito do illustre Governador Geral U. Francisca de Souza,
que couiíoguiu despertar a attencào de PMtíppe MV para as
recentes descobertas de no.^tsas riquei^aa mineraes e promover a
concessão do favortis aos colonos que aqui viessem estabe-
lecer-se.
A' memona do benemérito Sr* O. João VI rende igual-
mente culto, quando, á pag, 3H, 2» vulume, escreve :^ < E' veso
constante, pouco explicável embora, descrever D. .loao VI comu
príncipe incapaz^ educado por frados, eternamente hesitante,
e arrastando suas duvidas e dupUcidadess pelos paços reac^.
E' tempo de restittiir-so a csi?o monarcha o lo^ar que Ibo
compete na evoluçàa portugueza e brazi leira. De que viveu
(pag. 114) a 8Íderur^na brazileira ató liSTo f Táo somente do
impulso adquirido, mh a poderosa o intelligento aocào de
D, João VI e seus miniálros .» •
Quem quer que folhear a obra de que a Commissâo de
Historia apresenta eslit ligeira noticja, nutrirá seguram on te a
grata esperança de que nao lhe será o ]iro.jecto ue lei que virá
coroal-a, attendendo sabiamente ao escopo principal de uma
legislação sobre minatí ; conciliar o direito do proprietário com
o interesse superior da comrauu idade.
Que não se demore o advirta o illastrado autor que o em*
prego abundante de terminologia scientitioa ou de pbrases de
uso [Kiuco commum, diminiie o numero dos que estão no caso
de apreciar a stia grande ej^udiçao e primoroso talento : taes
são os votos da secção de Historia.
Dis iiDhEus acima decorro naturalmente a conclusão de qao
a bibliotheca do In&iiíuto Histórico ts Geographico Urasileirú
possue mais um livro precioso, fructo tanto da scíencia physioa.
ACTAS DAS SEaSÕES DE 1905
603
oomo da económica e histórica, livro que deve franqueir, a
quem o produziu e mais p6de produzir, ag portas do nosso
gremio. Rio de Janmro, 31 de julho de 1905. — Vi<cõnde de Ouro
Preto, relator, — Cândido tie OHveifa, — Leite Velho, »
— E* approvado e vae á Com missão de admiasáo de sócios,
relator o Sr, C^náelheiro Salvador Pirm
Pedo, om seguid.i, apiilíivra o Sr. Dr, Nelson de Senoa e
lí} uma commtiDÍcação relativa ao Río Doee,
O Sr. Dr. Alcibiades Furtado lô depois um trabalho relativo
a um naturalista do ^ecuIo XVIII — Pedro de Montenegro, da
Companhia de Ibííus— missiotiario das raissõos do Paraguay,
sua obra existente na Biblíotheca dos Condes de Oásuoa (Madrid).
Escreveu sobrí.^ a í\orB, dij Paraguay, Brazil e tíoiivia.
Por proposta do Sr. Presidente o Instituto delibera que
as Buas sessões ordinárias passem a ser celebradas ás segundas*
feiras ás 3 hora?.
Levanta-se a sessão ás 5 horíís da tarde,
Miix Fleiuns, 2^ secretario.
OFFERTAS
Pelo sócio Sr, Dr* Nelson de Senna — O retrato do
Dr. Lund o um jornal Álbum de Mimts. Á Edade da Pedra do
Brasil,
Pelo Gabinete Por tuguez de Leitura no Rio de Janeiro —
Catalogo da Exposição Cervantinn e discursos pronunciados na
eesi^o commemerativa do Tricentenário da publicarão do
2). Quixote^
Pela American Goographical Society of New Yorlv —
BuUeíin,
Pelo Bocio Sr, Jos(5 F» Rocha Pombo — Paraná^ Sanín Cu"
tharina (questão do líraitos).
Pelos Srs» Estevão de Mendonça 6 António Fernandes de
Souza — FiViT dê Communicaçi^o ,
Pela Societá Geographica ítaliani. — Bolletino,
Pela National Qeographic Society of Washington -^ The
Natioyial Geogropkir Ma^osine,
Pela Directoria Geral de Saúde Pubíica —Boletim ^fenífoL
Pelo Grande Oriente do Brizil —Boletim mensal ,
Pela S jciedad Cientifica Argentina — Anales.
Ptílo Verla>r der Archiv Gesellschaft Berlin — Árchivo,
Pela Universidad de la Republica de Chile ^Anates,
Pela Real Academia de Ciências de Madrid —Beviâfas,
Pelo Muííeu Nacional do México '^Anaies,
Pela Junta Superior de Sanidad d*) la lala de Cuba — In-
forme Mensual,
Pela Associação Commercial do Riu de Janeiro — BolHitn,
Pelo sócio o Sr» Dr. Erailio August> Goeldi, diroí^tor do
Mtiseu do Pará — 0$ Mosquitos do Pará.
Pela Redacção — Regista Commercial e Financeira.
Pelas Redacções os jornaes — A Scmnna, Jornal do RecifH,
604 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Aurora^ União dos Proprietários^ Cidade de Sanios^ Orusada^
Diário Official da Capital Federal, Diário Official do Amazonis
Le Xouveau Monde,
12» SESSÃO ORDINÁRIA EM 21 DE AGOSTO DE 1905
Presidência do Sr» Conselheiro O. H. de Aquino e Castro
A*8 3 horas da tarde, presentes os Srs. Ck)ii8elheiro8 Aquino
e Castro, Visconde de Ouro Preto, Henriquo Raffard, Drs. Ma-
noel Barata, A. da Cunha Barhosa* P. B. Marques Pinheiro,
Conselheiro Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque, Desem-
bargador Paranhos Montenegro, Marques Peixoto, Beiisario
Pernambuco, Rocha Pombo, Barão de Alenear, Conselheiro
Cândido de Oliveira, Barão do Paranaplacab-i e Max Pleiass,
2* secretario, abro-se a sessão.
O $?• Fleiuss, 2« Secretario, lô a acta da sossão anterior,
a qual ó som discussão approvada.
O Sr. RaíTard, !<" Secretario, lô o seguinte expediente:
— Officio do Instituto Histórico e Qeo;rraphico do S. Paulo,
datado do 10 do corronto, apresentando condoleneias e commu-
nicando o voto de profundo pezar pelo íHUecimento do Conse-
lheiro Manoel Francisco Correia.— Inteirado o muito se agra*
dece.
^OíTlcfo da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Cande-
lária, datado de 16 do corrente, enviando ura exemplar do rela-
tório do ultimo anno compromissal.— Agradece-se.
— Offlclo da Commissão Geoírraphicae Geológica de S.Paulo-
datado de 1 do corrento, enviando uma collecção de boletins e
das folhas topographicas publicadas pela Commissão.— Agra,
dece-se.
— Ofllcio da Prefeitura do Alto Juruá, datado de 10 do cor-
rente, romettendo um exemplar do l'' relatório, a medalha
commemorativa da Amdação da Capital do Departamento do
Alto Juruá, bem como o diploma e o decreto do creação.—
Muito se agradece.
O mesmo Sr. r secretario lô as oífertas.
O Presidente communica nos se<:ruinttts termos o falleci-
mento do consócio elfectivo Sr. Conselheiro António Joaquim
(io Macr^do Soares :
« K* sempre com sincera magua recebida pelo Instituto
Histórico a noticia de haver perdido mais um dos seus dignos e
prestimosos auxiliares, o, infelizmente, tão tristes novas vão
sendo nestes últimos tempos de continuo repetidas.
Hoje cabíí- me o poisado dever do communicar-vos que fal-
leceu nesta Capital, no dia 13 do corrente, o nosso estimável
consócio Dr. António Joaquim de Macedo Soan^s.
Distincto e provecto magistrado, vcrdadLíiro ornato de sua
nobre classe, ora ainda o i Ilustre morto fervoroso cultor das
Im»II:w lettras, n do seu amor ao estudo* superior íustrtícçSo e
iof^atigavol acti vidado, (Mxa, cxulieraiites pmvas nas auas Ta-
ríadíiâ o interessintas uro<lycçõt\s jiiridicas e litterarias, devi-i
dameiíta aprociudas pelos enteodirlos.
Ha pouco (líEÍa*mo ell*' tor om mâo 11 m ciirioso trabalho d«
valar histórico, que demiti na va ao liistitiito, corporição a tjiio
ligava prirticular api*»X'ói sentindo nao poiloi-, pela multiplítií-
dado do seus devoros olliciats, doiiicar-s© com mais assiditidado
ao se r V i ço d n t ão 1 1 1 í 1 as:^ oc í a <:âo .
Haveis lio istar loiiiI>radu9 dna liáonjoíras pliras^s coraiiuo
SC exprosrfíiram a« ri09>ías commissúí^a sohie o mento 1(0 trala-
llnj que serviu do titulo á gua ailmismo ao iiogso gr.^raio em
is&o ; nlo púdo» entretanto, e por mal da.^ nossa a let trás, o
hábil pliiloloju^O oonciuir om tempo o ^on Dicciouario íimziteiro
(ifi Linffua PorUtfjuezat Glucidarici fltyniolo;íico critico das pala-
vras o pli rases quo» orijíinariíis <1õ Brazil ou aqui populares, se
nlo encontram nos dicciotiarios tia liugua portu^uoza ou nelles
vi'ín cora formas c si^miíicaváo diíTerentos ; obra importantia-
sima, no conceito da Coniniissio qu^* a examinou i> de graúdo
intGPGsao para as lettras petrias, historia o j^oo^rapliia do
Brazil.
Maito tinha o Instituto ainda a colher era proveito dos
oatudo3 a que so dedica, da (íspecial aptidão o reconhecida coai-
petatioia do illustralo e laborioso eseriptor ; nâo o p6niiitt,iu,
poriam, a sorto, ainda uma vez contraria aoíi nossoa desejos.
Cumo demoastraçíio dos seíitiraentos do que m acha i>us-
âuidu, [\iz o Instituto inserir na ac(.a da presuote sessão um
voto de profundo puzar por tão lanaentavel porda, rôservanilo
para occasiao opportuna o elogio biographico do saudoso
consócio»»
Acliando-30 na ante-sala o Ubtvo sócio eífectivo Sr, Dr. Ma-
noel Cícero Peregrino da Silva, o Sr. Preaidonto deai-rna os Sr*?,
Secretarias para introdQ7il-o no recinto.
Ahi chegado, a Sr. Presidente rlirige-lhe a seguinte al-
locução:
«Sr. Dr. Manoel Cicero Peregrina da Silva — Cora muiio
prazer sois hoje admittido a tomar parte nos ei^peciaes e impor-
tantes trabalhos desta patriótica e dou la associação « Sobojas
provas tendes dado de vossas habilitaçõos litterariasT e o agrado
com que fbi acolhida a apresentação do vos^a nome para nosso eoa-
soelo bem demonstra o justo apreço dado ao vosso merecimento
e a fundada esperança, que nutre o Instituto, do quo muito
concorrorá para o bom desempenho de suas funoções o luea-
tiraavel auxilio do vossas loies, incansável actividade o extremo
internai pelo desenvolvimento e progresso das nossas lettras*
Por meu intermédio vos são neste momento diiigidas as
affectuosa^ saudações do Instituto Histórico e Geographico Rra-
zileiro.j^
O Sr, Dr. Maut^l Cicero Pei*egrino da Silva pronunciou
de^iois o seguinte discurso :
«Sr. Presidente, meus s^ínhorea — Ao trau-ipòr o limiar
desta Instituto sinto maior a Yosm genero^iidade, aclmUtindo-ma
606
RFATSTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
ao votâso grémio, e maior o meu agradecimento pela distjacçào,
que me conreristes,
Dti 8orpro3a qaçi me causou a doliberaçào que ioni<ute8,
passo à eompreUeQsão do alto valor da ioTeaUdura o dos de*
veres que lhe correspondesn, c reconheço qno á difflculdade do
bem deaempeabal-os só podorei oppôr o desejo, quo ora ex-
primo, de ser útil ao íastituto na raeili^Ja do meu alcaoce.
Sei que é nobro e patriótica a mis.^ que elle se impoz.
A func;ào que lhe iacumb«j exercer nào se fJÒJt' reoamir
em armazenar doeumen'>oâ e lauçal-os à publicidade, é mais ex-
tensa a mais proflcua : vai ao ponti de atitisaL-ua e aaalysal-os
para díjllea extrabír a syntheáe histórica.
Cabo-llie :iíteiço:ir-se á moderna concepção da historia, ex-
posição doâ factos culminantes liii vida d. i humanidade na &aa
marcha atravez das idades, encadeados nos aos outros o expli-
cados por causas diversas accumuladaa peto passado e subordi-
nadas áU condições do meio.
Cabe-lhe fazer por es^ processo a ht§toria brazileirm, «les*
entranhan ío-a dos documentos do seu e de outros arahíros 0
ordenando com espirito critico e imparcial esse trabalha de re-
co n>ti to ícán do passado >
Cabe lhe aioda recolher elementos que tornem possível a
continuação da sua obra oj Tu luro, velando petit contiautdndo
hislorica do Brazil, que ao nâo deterá era sua marcha pro-
gressiva,
Cal>e-lb(\ finalmente, velar pola unidade de nossa historia,
que terá sempre por scenario o território bra/tleiro ano e in-
tegro, como até hoje.
A imparcialidade do Instituto Histórico, sem a qual lhe
não ííeria possível desempenhar a sua missão, depositário de
tradicSes. zelo>o du nome brazileiro, leva-o a reconhecer e a
proclamar o mérito de t'idoâ os grandes vultos da historia
pátria.
A uma, porém, destaca, aquelles 3.»b cujos auspícios eUe ee
ÍUndou e sob cuja effectiva protecção viveu larpes aooos, e
destaca para prestar ura etilt^j á sua memoria, en 'q de
fetichisrao, preito do iramori^douiM graiidâo, o. o
Instituto associa aos serviços que lhe proí^tou o ^.guiíuu Im-
perador os que ao seu paiz prestou o grande Brazileiro,
Presumo ter asi$im a noção preciza da magnitude dos fins
principaes que o Instituto Histórico e Geo^raphico Brazlleiro
se propoo realizar.
Resta agora ao oeophyto iniciar-se nas praticas da oommii*
DÍdade e, contando com a vossa banovolencia, procurar appro-
zimar dos vossos os seus esforços em proveito da causa
commum*»
O Sr* Preaidento» na falta do orador, nomeia o Sr. c<inm
sei beiro Cândido de Oliveira para respcmder .10 racípiendario.
O Sr« Conselheiro Cândido de Oliveira profore o seguiote
discurso :
<Sr. Dr. Maneei Cioero Peregrino da Silva— ^cle bem-
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
G07
vindo á cata casA onde a aciencia da Historia tem um teraplo.
Si o renome quo conqiiíslaatGs no Reiíife, como i Ilustre socío do
loslituto Arebroloíçico do Periiambnco. nao bastasse para
abrir- vos us nossas portas, m esím^os que empro^aos para o
engrandecimento e prosperidade da Bihliotlieca Nacional sâo
títulos de Ijencmerencia baatantos para revelar a justiça de
voasa unaoinie eloiçào.
Aí|ui sentia-^e a falta da vossa presença.
Q Director da primeira bibliutlioca da America Latina nao
podia deixar do pertencer a este núcleo de obreiros da cauaa
do progresso das lettraa, concorrendo com o estudo dos graves
problemas, que são o objectivo do nuasa íisaociação. para o
grandioso monumento da Historia do Brazil, ainda mais d(a'a-
douro do que esse mageatoso eíirtcio, onde em breves dias serão
guardados os copiosos tbesouros bibliog apliieos agora expostos
a írraves perigos na acanhada casa da Lapa,
Este Insí.ituto n como um proloníramento da repartiçrto a
quo presidis. O escopo commum e a commemoração das í^randoi
epopi^as da Htiraunidáde.
Em ambos se serv© devotadamente a cansa da scienria o
da pátria. Aqui :ora j alli, perraanece irnmorredoiira a saudade
do ínolito soberano, ciijo nomo inesquecível acabaes di^ invocar,
c que na Bibíioiheca Naí^ional como nrstc recinto, eom* em
cada canto d-v cidaile deixou os rastros lirmioosos da dedi-
cação pelo BraziL Pcrírunsivil benefncienrfo,
O Instituto ílistofiíTo, a nossa msiis antiga aasociaçào litte-
raria, de quo tenho a lionra de st inti?rprete neste momento,
saudando u novo sócio, conilaque clle vae íi^ni exhibir essa
mesma indofessa acávidade e zelo, oujuâ eíTeítos, com tanto
brilliantisrao, e em tào curto espaço de tempo, já se admirara
na fecnndis^ima tranaformação por que teem passado os serviços
da Biblintheca Nacional.}»
O Sr. l* Secretario 16 o segainte^ parecer da Commissão de
adnQissáo de sócios, o qual fica para ser votado aa seguinte
sessãotcA proposta apresentada na sessão de 19 de junho atim de
aer elevado á clisae do -ócio honorário o sócio eíTcciivo Sr. Con-
selheiro José Maurício Fernandes Pereira d^ Barros merece da
Commissáodo admissão ilo rocios parecer favorável por isso que
na pessoa desse prestimoso consócio, qticí a cerca de 50 anãos
concorre para o deseraponlio dos aUo3 fins do Instituto t-om sua
iUustraçao e assiduidaUe, se acham dignamente represeotidos
todos oú roquisfitos pelos nossos Estatutos exigidos.
Rio de Janeiro, 2\ de agosto de V:H'i'^,—,f(ifro Carlos de Sou:a
Fi'rreiríT, relator. ~ A, de Pauht Ff eitau '>
O Sr. Dl^ Manoel Cícero olTero-ft ao Instituto dons exempla-
res (um de prata e outro de cobro) da medalha commemorutiva
do lançamento da primeira pedra do novo edifício para a Biblio-
theca Nacional.
Levanta-se a sessão ás 5 horas da tarde.
Max Fleims, 2"> secretario.
608 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
OFFBRTAS
Pela Assistência é. Infância, Archivos.
Pelo Sr. Jalian O. Miranda, Compendio âe Historia Na-
cional (1830-1894) Montevideo.
Pelo Sr. A. Braamcamp Freire, Livro Terceiro dos Brasões
da sala de Cintra, do Anselmo Braamcamp Freire.
Pelo soclo coronel Grcígorio Thaamaturgo de Azevedo: Di-
Sloma da Profoltura do Alto Jorna que aeompanha uma me-
alha de prata. Relatório da Prefeitura do Alto Juruã, 1905.
Pelo Internacional Bureau of tho A. Republics Washingtoo,
Monthley Bulletim.
Pelo sócio Sr. Barã-o de Stúátvt, Apontatnentos Bio^Bibtio»
graphicos .
Pelo Sr. Leopoldo de Freitas, O Sr, Br. Bernardino de
Campos (Estudo Politico),
PelosocloSr. Dr. Nelson do Senna, em nome do Sr. Dp.
Daniel Garcia Azevedo, Contribucion ai estúdio de la ceLtiogrufa
de los paises dei Rio de la Plata.
Pela Sociedade de Qeographia de Lisboa, Be^etim.
Pela Sociôté KUedwaIesde Geographio, BúOelin.
PelaSociôtá Geográfica Africana dltalia, Bolletino.
Pela Societô de (^graphie Commerciale de Bordoaux,
BuHêiin,
Pela Real Soelcdade Geográfica de Madrid, Bólletin.
Pela Société de Geographie de Qenôve, Le Globe.
Pela Historical Society of Pennsylvania, The Magazine.
Pela Associação Commerciai do Rio de Janeiro, Boletim,
Pelo Muèôo Nacional de Montevideo, Anales,
Pela Repartição da Carta Marítima, Boletim.
Pela Republica de Cuba, Informe mensual sanitário y demo^
graphico.
Pelas Redacções, O Trabalho, Lavoura, Revista Mensttal e
Mercantil, de Avellaneda. prov. de Buenos Ayres, O Orienie
Português, Revista Didáctica e Revista Medico^Cirurgiea do
Brasil,
Pelo Apostolado Positivista do Brazll, Contra a Vaccinaç^o
Obrigatória, por R. T. Mendes.
Pelas Redacções os seguintes iornaes : O Século, Diário Of-
ficiai do Amazonas, Dinrio Official do Rio de .lanei ix), Le Nouvean
Monde, Jornal do Recife, Revista Commefcial e Fitianeeira.
Pela Directoria da Companhia Mogyana de Estrada de
Ferro e Navegação, Planta Geral,
Pela Irmaniade do Santíssimo Sacramento da Freguezia do
N. S. da (^ndelaria pelo seu Provedor Mano(»l Lopes de Cjir-
valho em 31 do julho de 19<>5, Relatório.
ACTAS DAS SESSÕES BE 1905
m»
13* SESSÀO ORDINÁRIA EM 4 DE SETEMBRO DE 1905
Presidência do Sr* Cúusciheiro O. H, de Aquino e Castro
A'8 3 hor*« da tarde, pre^^eotes os Srsí. Coaaelheiroa AquLoo
e Caafra, Marquoi de Píiratiaguá, Víscoíide de Ouro Preto,
Heniique RafTaiM, Di?s<?ml>argadar Souza Pitanga, CooBelheiro
Camela Lanipreia, Ooronol Thaiimatiirgo de Azevedo, Capis-
tranode Abreu» Barão de Par.ioapiacaba» C^^nselhoiro Salvador
Pimg de Cu r valho o Albnquoi^qne, Dosembar^ador Paranhos
MoQteoeorro, Ro<5ha Pombo, Drs. Manoel Cícero, A, ã:\ Ciinha
Barbosa. Manoel Barata, Alcibiades Fartado, António de Paula
Freitas, Conselheiro Cândido de Olivolra, Eduardo Marques
Ptjíxoto» CiirbDB Lix Klett o Max Floiusa, ^ Secretario» abrc-se
a sessão.
õ Sr. Fleii]8â, 2^ secretaria, l<^ a acta da deseio anterior, a
qual ó appràvada Bem dldcuifiSo.
O Sr. lialfard, l" Secretario, doclara que tiao ha oíltcíoe o Ifi
em seguida aa oíTertas.
O raesnao Sr. SecreiAPia ir* os Heguiniei parectíroa da Com-
missfio de admisaão de sócios, as quaes ficara sobro & mesa para
a voiacão nasese&e seguinte:
« A* Comraissão de admimo de sócios fui presontn o pa
re^ep da CommlHsao de Historia flrma^lo peliís nossos dignos
cãiiaocios 08 Srg. Vtíícomin de Ouro Preto» Cândido da Oliveira
e Leite Vellio, que pensam poder ser inchado era o numero de
iiossoá con^eajiondentea u Sr* Dr. .íoãa Pandiá Caloí^eraíj. A*
vista daa razões expressíia nosso parecer, os infra-assígnadus
nada toem a oppòr e jtrlgam que cora Ioda a ju;ittça píkJtí o
mesmo Sr» Dr, .João Pandiá Calo^reras ser iiicluido na classe
alludida. lílo, 4 dosottunbro do [90Ty,-— ^Salvador pires do Citr*
valha e Albuquerque^ relator. — A. de Pauli IreitiíM,*
— «A C!om missão de admÍ8í»^a de sócios, conformando-g©
com o parecer da Commissão de Historia acerca do trabalho do
Sr. Bernardo Horta do A rauja e era visita do qual é proposto
para sócio correspondente do Instituto Histórico e Oeoisfraphioo
Braíileíro, é do pa 'ev^er que a preposla para easc Dmeeiá na»
condições de ser apppuvada. Rio, 4 do .setembro de Umi.— Dr.
éSai t^adar Pires de C&rvntho e Aibitg»erque, — A. de Pauta 1'yeHas,
— rfdator.*
O raesmo secretaria ie dopoia as seguintes propostas:
« Pi-opomos para sacio eítectlro do Instituto Histórico e
Oeograpbice i^razfleiro o Sr. José Arthur Boitoux, brazllefro,
natura! do Estado de Santa Catharioa. o x -director da estf\tistica
daquello Estado, ex-deputado federal, fundadofre primeiro se-
cretario do instituto Histórico do seu Estado ^ correspondente
do outras associações congéneres do Brazit. S&rve de título Á
sua admissilo o seu ÍJicciúnfirh Hiíitorioi e Gengraphicú do Es^
lado de Santa fVdAíirtrta, que O niosmo ííenhor ora ofrerecc ;i
bildlothoca do Instituto, tendo sido ease trabalho dedicado á
uo8«a asmclAção. Kío^ 5 de Pietembro d<i 1Wm5, '^Hmriifut Ha/^
610
REVISTA DH INSTITUTO HISTÓRICO
fUrd , -^ Ma noel Cice ro, — A* da Cu nh a Ba rbo sa. — Rú cha Pomõo , —
Eifuardo Marques Pt^ÒTolo,»— Vae 1 Coramíssao Subsidia- ria, de
Hiatoria, relalor oSp. M. Fleiuss,
— « Propomos para sooio corraspoDilente ostrangeiro o Sr,
I>r. Paulo Elirenreicí», raeJico» resifienie era Borlim, prufèasor
de sciencias naturaes, auti^rda rnouogniphia intituLida Ethnú^
graphia do BraiH, publicada no Jornal do fommercio^ 6 J4 oíTe-
recida i nosaa bibliotheca. Rio, 4 de setembro de 1905. — A, F,
do Sõ uza Pita nga , — Ma rquez de Para nag uâ . — Max Fleiuss - —
ff enrique Raffard ,—S<ilvmfor Pires de Carvalho e Albuquerque^ —
Cândida de Oliveira i»-'\ ha A Commissãu dô Ethaographía. re-
lator o Sr.Conselíieiro Tristão de Alencar Araripe.
ProcedG"?e ora aoguiíía â votação do parecer da Commissão
ão adraÍ3>âo de sócios, que bavia ticado sobre a joesa da ante-
rior sessão e. sendo o mesmii approva^lo por unaoimidade, o
Sr. Presidou te proclama sociu lioDurarin do Instituto o sccío
efiFectivo Sr, Conselheiro Jobô Maurício Pornandes Pereira de
Barros*
— O Sr, coronel Grgorio Thaumaturíço de Azevedo diz
qua tendo de r^í^resíar em breve para a sua Prefeitura do Alto
-luriiá, despede* se do instituto, oíTerecendo ali os seua i?er viços.
— O Sr. í*re4>idento declara que o Instituto agrad<?ce ©
deseja feliz viagêío ao d is ti neto consócio.
p.ide diipois a pdavra o Sr. Rocha Pambo e lê o preíkcio
da Historia Geral do Brazil, qu^í esr»á escrevendo.
Era seguida o Sr. Fleiuss le um trabalho seu sobre as con-
dições aciuaes do [fistii^uto Hi.^torico, salientando o conataoto
va I or d a assoe i a gào ,
iâvaQta-se a sessão áâ 5 horas da tarde*
M^rr Fleims^ 2^ secretario.
OFFERTAS
Pela Acaderaii dor Wissenscharten — Archivo, SitsemgsÒ€'
richte^ Denkíchriften, A^manach^ Fontes Eerum AuntriaeoTntfn ^
Pela Escola Poíytechnica de 8. Paulo — Afmvario de 1905,
Pelo Sr. António Ramos Machado — Resumo Histórica da
Venera i>€l Ordem Terceira de S, Fríincisco da Penitencut,
Pelo Sr. Dr. João Pandiá VulogoiRs *- As minas do Brasil
e at*« legislação t tomo 1 li.
Pelo Sr. CiiilusM. IJrien sua ohvK Geógrafa Argentina.
Pelo Grande Oriente do Brazil — Boletim,
Pela Societá Geoiíraflca Italiana — Boltetino,
Pela llstatistica Demographo Sanitária — /íoítífím viemal.
Pela American Geograpliícal Society ^~ Buletin,
Pela National Geographie Suciety — The Magvsine,
Pelo Instituto Hahnemauniano do Bia/il -^ Ãnnaes.
Pela Estatística DemoíJfrapho-Saoitana da oidiMle do òao
Salvador (Bahia ) — Annuario.
Pela r diversidade de Santiago do Chile — Anales,
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
611
Ptjla Junta Superior do Sanidad do Ia lala de Cuba — lufor^
me Mensnal ,
Pelo Ceugrosao Scientiôco Latino AmencaDo — 2"^ BoUUm*
Peia Associação Coiiiraerciai do Rio de Janeiro — /íotelim.
Pelas redacções as suíçuiotes revistas :— lievislti Vf^ffuner^
ciai c Fifiaticfira^O frahaUio^ Revista da ^Sociedntie íí<j Medicina
e iirurtjia do Riu de Juneiro^ He cts ta Marítima e Ref:isia Didá-
ctica,
PeJa Estadística do la Província de Buenos Ayres — Ifofeiim
Polo Sr. Dí'. A. Santos Lucaa — Qaciqucs mols surlcs uttiihe-
niiilit^ues cn Porlugal, notice et defenso des tntvauj^' do AntrOnio
Cabreira,
Pelas redacções a revista Renascença o os jornaoa Le Nou-
veaa Mútide, Jurtud do Recife ^ Diiirio 0/ficitd, Cruzada , Mulu da
14^ SKSSÃO ORDINÁRIA EM IH ])K SETEMBRO DE 1905
Presidência do Sr , CúiuclheiroO, //, da Aquins e Vaatro
A's 3 huras da tarde» presentes os Sps. Conselheiro Aquino
e Castro, Henrifiiio Raftard» Desembargador Souza Pitanga,
Arthur Guimarães, Rocha Ponibo, Eduardo Marquos Peixoto»
Visconde de Ouro Preto. Desembrirgador Paranhos Montene^a»»
Couselhoiro Saívador l*ires do Carvalho o Albuquerque, Drs,
Manoel Barata. Alcibíades Furtado, Manool Cicoro, F. B. iMar-
(jues Pinheiro, A. da Ctinha Barbosa, Carlos Lix Klett e Max
Fleiuss, 2" secretario» abre- se a sessão.
O Sr, Ficiuss, 2" SecreUrio, bi- a acta da sossaoaoterior, a
quul é approviida sem discussão.
O Sr. RalFard» l- Secretario, declara que não ha olílcioB e
10, era seguida» as olFertas.
O Sr. Rocha I*oml>o communica que o Sr. Marquez do
Paranaguá por justo moiivu deixa de comparecer, enviando,
entretanto, ao Instituto o exemplar do livro do Dr, Nogueira
Parana;<Uti, Dq Rio ao Piauhij,
Correndo-se o escrutínio para votação dos pai^eoeres da
Commiâsão de admissão de socioa que haviam flcadu sobre a
meâa da anterior sessão, hâo os mesmos approvadoe por unani-
midade do sullragios e, acto coutitioo^ o Sr. Presidente pro-
olaina sócios correspondentes do Instituto os Sr». Dr. João Pan-
diá Calogeras o Beruardo Horta de Araújo-
Em seguida o Sr. Fleiuss, 2* Secretario, le o parecer
abaiio :
< A' Commissão Subsidiaria de Historia foram preaontes a
proposta relativa ao Sr, José Boíteox e os raantiscriptos do
seu Diccionario Histórico e Geo„'raphico de Santa Catharma.
Deu-se pressa a Com missão em examinar •> trabalho e ila
leitura falta resuitou-lhe lavoravel impressão.
612 RBVISTA DO INSITTUTO HISTÓRICO
Os diccionariog historioos o goographicos são de grande
necoBsidade, máximo os quo so refiram d nossa pátria, ainda
ião mal conho^^lda.
No caso vertente, pois, todos os esforços são meritórios,
quer oollimem um plano gemi, abrangendo todo o paiz, quer so
occiípem detalliadamente de uma das suas divisões.
Sob o ponto de vista mnndial um djs primeiros dicoiona-.
rios de caracter propriamente histórico e publicado cooi o
titulo — Diocionario Histórico e Critico — foi, como se sabe, o
de Bayle, apparecido em 1696, e que, como bem ponderou
eminente loxicographo, podo ser tido como o inicio da — Ency-
clopedia — de Didorot e d'Alembert.
Outros diccionarios oxtrangeiros ha, conhecidos o aprecia-
dos, e quanto à geographia, nos últimos tempos, nooiíama
obra excede em valor á ae Elysée Reclus.
Em nosso paiz cumpre citar, antes do todos, o — Dicoio-
nario Geographico do Brazil — de Moreira Pinto, vasto emcn-
tario de preciosas informações e qu(^ em conjuncto, constituo
a mais completa resenha dessa matéria com relação ao Brazil.
Como trabalhos parciacs, áx indole do elaborado pelo
Sr. Josô Boiteux, ha o — Diccionario Histórico do Espirito
Santo —do nosso saudoso consócio Dr. Cezar Augusto Marques,
— o Diccionario Geographico de S. Paulo— do Dr. João Mon«
des de Almeida, — o Diccionario Histórico do Coará, o do
Amazonas, o de Pernambuco, etc., eto.
O Diocionario preparado pelo Sr. José Boiteux exprimo,
sem contestação possível, larga somma de esforços intelligetites,
denotando a aptidão do autor para taes emprehendimentos.
De caracter mais geographico quo histórico, o trabalho do
Sr. Boiteux íarà boa figura nas collecçõe;^ dessa natureza, per-
mittindo o prompto conhecimento de qualquer região do Es-
tado do Santa Catharina.
Quando fôr levado ã impressão, convóm, entretanto, quo
o autor repare as lacunas, aliás raras, que se notam no ori-
ginal. Ha, por exemplo, certos rios cuja determinação não so
acha pi^eoisada.
Essas o outras i>oquonas laltas similares, quo o leitor cui-
diuloso approhcndo, não prejudicam a impi>rtaucia do ti*abalbo,
digno de encómios, dando, portanto, ao Sr. José Boiteux pleoo
direito de ser admittido em noss4> grémio.
Podem-se-lho dirigir as mesmas palavras que Raul Pom-
péa endereçou a Moreira Pinto, iio bello prefacio do Dicciomi^
rio Geographico do Brazil : — « Vulgarizado o conhecimento do
vosso dijcionario, oUe ha de ser igualmente acceito de todos
os brazileirus, como um quadro grandioso em que a Pátria se
reflecte. A Pátria é a verdadeira genealogia dos americanos.
Como a galeria secular dos velhos solares, vão os fidalgos do
velho mundo contemplar e reconhecer, na tinta Jus telas anti-
gas, os nomes e as tradições do sua linhagem, assim a demo-
cracia brizileira respeitosamente irá visitar a^ paginas des-
crlptivas do vosso livro, em contricçao de um culto domestico.
ACTAS DAS SESSÒK^:? DE 1905 613
Cada local idado ah! reprosentaril um somblaoto querido da im-
luensa rainilia a que todos pertencemos. Cada designação será
como um appellldo especial da fraternidade que o úome brazi-
leiro resume.»
Rio. 18 do setembro de líK)5.— J/ax Fleiuss, relator.— Com/e
de Aiyonso Celso, — Rocha Pombo, »
E' apprjvado csso parecer e vau à Commissâo de admissão
de sócios, sendo relator o Sr. Conselheiro Salvador Pires de
Carvalho o Albuquerque.
Pede depois a palavra o Sr. Dr. Alcibíades Furtado, que
lè um trabalho seu sobro a «Historia de duas Villas» ( S. João
da Barra c Campos dos Goytacazcs).
Levanta-so a sessão ás 4 \/2 da tardo.
Max Fleiuss. 2,*" secretario
OFFERTAS
Pela Secretaria de Agricultura, Viação, Industria e Obras
Publicas do Estado da Bahia — Boletim,
Pelo International Bureau of tho American Ropublics —
Monlhly fíulUHn,
Pela Bibliotheca Nacional — Relatcrio,
Pela Société de Qoographie Commercialo de Bordeaux —
BtUlelin.
Pela Real Sociodad Qoograâca de Madrid — Boletin.
Pela Academia Nacional do Ciências do Córdoba — Z/o/elin.
Pela Sociedad Geográfica de Lima — Boletin.
Pelo sócio Sr. Dr. Nelson do Sonna — Bacia do Rio Doce^
Minas Geraes.
Pela Conferencia internacional de Copenhague sobre a
tuberculose — Relatório,
Pelo Gobierno de la Provinda de Córdoba — (ieogra/Ui de
la Provinda de Córdoba c Alias da Provinda dg (Córdoba.
Pelo sócio Sr. Dr. Manoel B. Ottoro— Geografia Fisica j,
E$ ferira de las Prorindai dei Parayuay y Misiones Guará nies,
por Azara.
Pela Associação Commoi*cial do Rio do Janeiro ~ Boletim,
Pelo Sr. S. Boccíinera Júnior — Diversos jornaes e retrato
c biographia do Carlos Gomes.
Pelas redacções as seguintes revistas:— O Trabalho, Hedsta
Didáctica, Redsía Medico-Cirurgica do Brasil, Revista Mensual
dê la Camera Mercantil de Avelaneda, província de Buenos
Ayres, Revista luternacional lllmtrada Loiino^Americano-Eu^
ropèa e Revista Commerdal e Financeira.
Pelas redacções os seguintes jornaes:— Mala da Europa,
Cruzada, Jornol do Recife, Diário Offidol, do Amazonas, Diário
Offieial, da Capitai Peieral.
Pelo Sr. Barão de VasconcoMos, o retrato do sócio Sr. Vis-
conde de Sanches de Baèna.
Pelo Sr. José Boiteux — Catalogo da Exposição de S, Luiz,
REVIST/
JTO mSTURlGO
15» SESSÃO OUDLNAHIA EM 2 DE OUTUBRO DB IMfô
Preêidencia do Sr, Conselheiro O, H. de .49111110 0 Casira
A 'a 3 horas ái tarde, preseotos oa Srs. Conselbeiros AquSoo
o Castro» Marquez de Parunagud, Heuriquo Haífard, nedemtKU*-
gador Souza PiUn^ía, líocha Pouibo. Cooselbríiro Salvador Pires
de Carvalho e Albuqueniue, Dra. F. B. Marquez Pinheiro,
Josí' Ameritío dos Santos, Visconde do Ouro Preto, Dra, Manoel
Ciccro, Alcíbiades Furtado, Barão de AloDcar, Capi^rtrano do
Abreu a Max Fleiu^s, 2^^ secretario, abro-ao a seásàu.
O Sr. Fleiuisá, ^' Secrotj.río» Jè a acta da soBsào anterior, a
qmú é approvada sem discussão,
O Sr. ilaíTard, l'^ Secretario, declara que não ha ofBclus <i
lú ad ollertas,
O Sr, Flui usa diz que, corao relator do parecer da Com-
missao Subsidiaria de Historia, referente ao Diccionario His-
tórico IV Oeof rapbioo de Sauta Catbarina, apresentado pelo
Sr. Josú Hoiteux, sente-se na Docojssidade do pedir o adiamento
do reiii>ectiva proceseo de admissão do mesmo senliur.
Sobre a oriicinalidade do trabalfLO .surj^iram duvidai quo
convém sujam uíuci-iadas completaroeiíto, aíiin do que o parocor
!4ii!i«Í3ta uu seja rovoííado. As duvidas repousaru 110 factu
de haver no Instituto um raauuscHpto inédito do Padro Jo.\,
quim Gomèâ de Oliveira laíva. datado de J867, e intitulada
* Dicívionario Topographieo» HiiitLírico e ivstatistico de Santa
Catharina* .
O Sr, Joi<0 BoitcuXt comparecendo bojo ot^t'» íusLiluk»,
aflirniou ao urador, na presença do í>r. ivooba Pombo, outm
digno mumbro ila Commi.^.são Subsidiaria du Historia» do Sr, 1*
Secretario o do Di\ Bibliothecario, qnv f^ra dle Boiteux queui,
«m 1884, offerecera ao instituto, (jor intermédio do Dr» Sa-
<M'ament<j lílake, cópia do trabalho do Padre Paiva ( do quo
tivera noticia p»do Sr. Manoel Bernaidino Augusto Varolla,
então ftinccioDario da cheTatura de policia do Desterro ) e qnu
maia tarde, lendo conseguido o original, que lho foi dado por
Francisco «tos Santos Barbosa, appareotado com o Padre Paiva.
prop>z ao Sr. Conselheiro Triatão de Alencar Araripe, então
um dos redactores da Remsia TrimensaU trocar a cópia ailu-
d ida piji > mosmo original .
Do facto, na primeira pagina do manuscriplo ào Padi*o
Paiva lé-se esta declaração : .4 vópw /ot subítihiifla i>Qr eHc
ariijinal, ma;*, na reiarao das offerta^, em 1884, o Dr. Blaikko
não doclioa o nome do Sr. r3yit.eux.
Attírmaodo o Sr. Boiteux categoricamente ser o autor do
trabalho sobre que versou <> parctcer da i^mmiâião Subsidiaria
de Historia, anuuiu o mesmo senhor, depois de vai'ios alvi-
tres, na presença, das referidas pei>>ioad, ao so;^uiutj : rt^unú-se
n Cammissão Subsidiaria de Historia, arhfindO'Se o Sr» Boitem^t
presente, e con/yoniar os originaes do Padre Pawa com os ori-
ginaet da me^mo 6>. BoUeux,
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
615
t
Desta forma fieuríl o caso deT^idaineote esolar^ido o, por-
tanto, o oiador pede an iQstttuto o aáiameato do procôsao o a
voltados papeis À Commlss&o Siil>sidiarta do HUtoria. »
Assim se resolve.
O Sr. ^^apquôz de Paranaguá o ITeraco, em nome do Dr, Gnl-
lliermo Catraraby» o scg^tiinte livro : < Dell Uniono dei rogno
di Foriogallo alia corona di Castígiia >, «< Jatoría dei sig. lero-
rimo do Francbi Conestaggio *» < Gontilhomo Oenovose In Gé-
nova** € Appresso Oirolamo Barfcoli, 1585. *
ti Sr, Presidnnte diz que o Instituto íigradeoe a valiosíi
offerta, que é PomeUida li Cummia^ai do Redicçào.
Acíianda*so na aote-sala o novo aocio oorr4<!^]>ondeQtd eleito,
Sr. Dr. Joio Pandl Calogoras» o Sr. Presidente designa •>»
secretários para intro<liizil'0 no recinto.
Alii chegado, o Si% l 'resiliente dirigo-lhe a soguiote ai*
locitçào : — « Sr, Dr. Joau Pandiá Calogeras, o Instituto Histó-
rico 6 Geognipliico Brazileiro com muito prazer hoje vos recebe
na qualidade do sócio rorrespondento , bem certo de qtio será
a vossa cSfiareoida collaííoração á<5 grande provelíx) para as
letti-as pátrias, aqui cultivadas com desvelado empenho. O im-
portante trabalho qne publicastes sobre as Minas do Brazil^
lisonjeira e merecidamente apreciado pelas oommissões compe-
tentes e que sérvio de titulo á voí^sa aimissào ora nosso grémio»
dá seguro teatemunho de vossas hahililaçoas lítterarin^i, amor
ao estulto e infatig:ivel actividade. K* de esperar que cm tâo
vantajosas condiçõos empregueis iodo o osfoi^o em bem da
nona patriótica misí^, correspondendo assim & confiança em
Vós depositada.
Recebei as cordiaes saudíiçOes que p>r me o intorraedb vo3
sao dirigídRfl neste momenro por esta nouta associaç^lo.»
Pedindo a palavra» o 8r. Dr. Calogeras pronuncia o se-
guinte discurso: * Sejam de agrai loci mento minhas primeiras
palavras pela acolhida íreoerosa do brazileiro ilSustro que pre-
flide 08 vossos trabalhos, M^jiielo do acti vidado o de de Jicaçiio,
nao cou tente do prestar á nossa terra inestimáveis serviços
no sou insiis elevado tribunal, maior credor ainda se torna da
gratidão nacional, pelo desvelo continuo a bem do progredir
ininÈerrupto deste escrínio opulento de thesouros quasi igno-
rados, que 6 o voí^so Instittiti?.
Pennorou-rae, senhores, a benevolência com qne me jul-
gastes digno de occupar um logar entre vós, não obstante a
fraqueza dos títulos que eshlbi. Procurarei redobrar do zelo
para, por serviços futuros, justificar a mercê que me con-
cedestes.
El entretanto, por que negal-o ? sem culpável immodestia
ã^ro confessar que, ao aor admiti tdo a collaborar c <mvoi^o, não
me sinto alheio á vossi» obra ^cientifica, nem experimento a
seuíiaçao de quem penetra ora ambiento extranho. Por ven-
tara influeoeia de raça ou, mais estrictamente, influxo atá-
vico.
Por estas causas, talvcn, >ootando-mtí a vosso lado, pa-
2158 — 10 Tomo lxviii. p. n.
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
615
Desta forma ficará o caso doT^idameote eselarecido e, por*
tanto, o orador pede ac^ iDstituto o adiamento do prooesao e a
volta dos pa pois k Commíssão Subsidiaria de Hiitoria. »
Asâim se resolve*
O Sr. Marqtiez de Paranaguá offereco, ora nome do Dr, Gul-
Uiormc Catramby, o 8eg:uintc livro : < Dell Unionc dei rogno
ái Portogailo alía corona di Cíistigiia », ^ latoriíi dei ^íg* lero-
rirao de Fraochi Conestsiggio », « Geotilbomo Genovese In Gé-
nova 1^, < Appresso Oirolamo Bartoii, 1585. y»
O Si\ Presil lente diz que o instituto agradece a valiosa
offerta, que é remettida á C um missa » de Redacção,
Achaoíia»só na ante sala o novo soci^i L^orrcsipondeiite eleito»
Sr, Dr. João Fandià Calogeraa, o Sr. Presidente designa m»
secretários para introíliízit-o do recinto.
Ahi chegado» o Sr. lYêsidente dirigo^llie a so^uiate al-
locnçào : — • sr, Dr, João Pandtá Calogeras, o Instituto Histó-
rico e Geographico Brazileiro com muito prazer bojo vos recebe
na qualidade do sócio rorrespondonte, bom cert<i ile que será
a vossa esí laret4'la collaf>oraçíi.o de grande proveito para as
letti-as pátrias, aqui cultivadas cora desvelado empenho. O im-
portante trabalho qne publicastes soliro as Minas do Bra^ilf
lisonjeira e merecidamente appociado pelas oommissões compe-
tentes e que sérvio de titulo á vossa admissão em nosso ifremio,
dà seguro testemunho de vossas halulltaçõas litteraria.^, amor
ao eutu lo a infatigável actividade. E' de esperar que em lâo
Tanta,jo»as condições empregueis todo o esforço em bem da
noAsa patriótica missão, correspondendo assim á eonflança em
vós depositaiia.
Recebei as cordiaes sandações que p!ir raoii íntorraediQ vos
são dirigidas neste momenio por esta douta associação.»
Pedindo a palavra, o Sr* Dr. Calogoras pronuncia o se-
guinte discurso: < Sejam de agradecimento minhas primei raa
palavras pela acolhida ^^enerosa do hrazileiro illustro que pre-
«Ide oa vossos trabalha)». Modelo de actividade o de de iicaçao,
não contento do prestar á nossa terra inestimáveis serviços
no flííU msiis elevado tribunal, maior credor ainda se torna da
gratidão nacional, pelo desvelo contmuo a bem do progredir
ininterrupto deste oserioio opulento de thosourjs quasi igno-
rados, que ô o vo«90 Instituto.
Pennorou-rae, senlaores, n. benevolência com que me jul-
gastes digno de occupar um lugar entre tós. não obstante a
fraqueza do^ titules que exbibi. Proi^urarei redobrar de zelo
para, por serviços futuros, justificar a mercê quo mo con-
cedestes.
E, entretanto, por que negal-o? sem culpável immodostia
devo confessar que, ao ser admittido a coUaborar c >mvof?eo, não
me sinto alheio á vossa obra scientiíica, nem experimento a
sensação do quem penetra em ambiento extranho. Por ven-
tura influencia do raça ou, mais ostrlctamente, inôuxo atá-
vico.
Por o.-^taíi odusas, talvez, sontando-me a vosso lado, pa-
2158 — 40 ToMu Lxviii, p, ii.
616
REVISTA DO mSTITUTO IUBTORICO
rece-mr' volver do perogrinaç^s longínquas o pougar em velha
casa oanlitícida, onãe se eocoatrauí rostos aifiigus.
H* ainda a pleniiude de calma, de recolhimento, de quem,
para dcâcaDçap da labor diurDO, ao acolho ao gabinete de eatado
e aili procura inUagar dos factos som outra paixão além do
respeito à probidade intellectu^il, d symjjiitlúa profumJa pelos
asíjumptos ioquiríilus, uaica b^SB possível para campretieosÊo
completa, nortoado polai oobro máxima (|Uo um pcosodor i)6dío
fosse instiripta em sua lapido funerária o qtie devera por igual
inspirar aos phiioaophos o aos homeos do acçãu : Venintem
Como para dar um commeatario á licção palpitante en-
cerrada em tal concoito, o próprio locaJ L^m quo Lral>alba6a vetn
traz 6 r eu si na me a tus. Auslôro, n dom brando att salas frias dos
i^ejlios tilaustroaondo yo cjriservúu a citílura histurica ; ^reno«
fera do burborinlio da cidaie, parodus lorradas d«> t^r^i'^r,^as
jóias liUorarias onde so ostenta uma longa o glorLo> ^ a
de sacritícios pela formação o pela dofesa de umíi i _._ ili-
dade ; cimolios e inéditos onde o mesmo pò é o dos gerações
que passaram lutando por os^o idtjal ; tudo, emfim. neâte retiro
de, paz o de i ntell entoai idn do táo ulU produz a ômovao reli-
giosa, fonte ãii ci'í.^açào mental, e, atraveai os tempot?» aloquen-
tementii demonstra a nogíio conscmnte do Brasil uno em todas
as suas mauilestaçues sócia es.
K El tanto nao rr»ra bastante para causar a impressão
augusta quo inspira aos iniciador, viria deapertat-a o alog^ular
poder evocador dos objectos inanimados : aquelia cadeim âoín-
pro vasia, ond© uma sombra amiga como que parece presidir
ainda a vossos laboras; oílli^ies de beneméritos, ct^as almas
Dâo abandonaram este recinto^ forças tutelares que animam
a acção do seus Heis.
Assim, ampliflcado, em todos nds s * renova o mystario
aryano dos deuses lares. Em torno doste culto aos grande
Brazt loiros desapparecidus todos n«J3 unimos, sem divorcio de
opiniões, o em nossos peitos arde a inextinguivid cUamma da
ara quo alii lhes levantamos.
Feliz feição psychica que solidariza os destinos e o evoluir
de notsa gente, desde suas obscuras origens ati^ o alvo final da
sua existência.
Fôiix unidade lógica, qun, gradualmente, ao predomínio
corrente do interesse iramodiato de nosso agrupamento etlinioo,
substitua o conceito fecundo de sua força immanèDte, e des-
preza o ligeiro frémito epidérmico dos agitaduros do dia para
deixar nriuraplia a acçãn orgânica da niça, vinda do pagado
e deduzindo eeus e irollarios pelos tempos em fora.
Beradito escopo esto, do que resulta intensa obra do vida,
nurraa de agir colloctiva. Tal a bella missão, dignamente
cumprida de voaso Iní?tiluio.
Escola de tolerância e de justiça* a um povo, ainda ínooii*
sei ente de sua remota ostrafic&c^^ ti is to ri ca, vosaos traiu "
mostraram as fUndas raives nas eras j^ue se íòram.
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
617
Aofl que datam da véspera^ ou da aote-vcspera, quando
muito, o descobrimento du noiao paiz, maia uma ?ez paten-
teastes que €m assumptos iociae^s não existe coração expontânea,
o que só a mythologiã registra o caso <Je Mioerva.
Escola de esperança, também. ReTolando o nateiro eni
que mergulhou a senjeníe de que vemus a efipleíjdida flora «;'ão
de hojei animaai-ea a luta pel:i conquista de í deães supt^riores,
e, era nomo do passado» prometteateíí para um futuro, quem sube
auâo proiimof a realizaçào do> ^íoberbos aiiceios dos aohelos
e civilisação e do fraternidade dos maia arrojados aouhadorea
coutem porá neos.
Pelo trabalho o pelo aproveitamento das caracíeri^ticai
próprias de no^so meio atô alcaeçar um estado social mais
alto ~ lai me parece a fórmula de vosso esforço extrenuo.
Delle, s&m desaleutoâ, cada vez revigorado na Mção do
nossas fontes formadoras, se er^ue a esse Brazlt novo, maia
forte 6 mais bello, um hyrano ardente de amor e de fé ! . .<
Agradoço permittírdo» que eu venha iníitoirar com'^o8co
nesta crustada pelo desenvolvimento nacional.*
O S r . Dosem ba rgad or So u z a P i t aoga , orad o r , re spond e- 1 ba
DOS seguintes termos: * Sr. Dr, Pandiá Calogeras. O nome
que trazeis para o Instituto ecoa em seu ["ecinto, relembníndo
o do i Ilustre antepassado que, emigrAdo da Attica portentosa,
assignalou sua passagem por esta sogunda patfia nos fastos de
sua educação publica e cio seu progresf^o iadustrialf máximo
nog da sua viação urbana.
A este Instituto chegaes hoje escudiído pelo notável tra-
balho sobre a legislação dás minas, O bandeirante forasteiro
arrojasse aos centros inhospi tos, impellido pela ambição e
pelo natural impulso aventuroso, a descobrir as ri que/as feéricas
e os iDestimaveie tbesouros que a natureza propicia armaze-
nara no seio virgem da nossa torra abençoada. Infelizm^^ote,
porém, as geraçSes poateriorí*9, menos ambiciosas e menos em*
probendedoras, em coutristadora apathía, lém secularmente
deixada em improductivo ej^taso as ijinuraeraa jazidas miueraea
de toda a ordem. Apenas alguns exploradores estrangeiros
têm vindo haurir resultados certos d aquel lascivos ricos veeiros
asseguram o êxito da emproza*
O vosso curioso e altamente scientifico trabalho, promette
assegurar a ees» importaotisslmo rarao do nossa industria, uma
éra nova,
SSo estes os Totot do Instituto que vos acolho com o apreço
devido íl vossa distincta competência era táo interessante secção
da sciencia humana.:»
O Sr. Ríiffard, !• Socretario, lè a seguinte proposta: < Pro-
pomos para »<joío correspondenfe deste instituto o Sr. Dr,
Joaquim Nogueira Paranaguá, com 45 anno« de Idade, natural
do Piauhy. servindo-lbe de título do admissão o livro ^ í^o Rio
4e Janeiro ao Píúuhif.ofSeTeciáo pelo autor ao uie^mo Instituto*
Sala das aesaôes, '^ de oumbrode 1WJ5.— Manoel Cicerú. — Rocha
Pombo. — José Américo d&s Santos. — Marques de Paranaguá, —
G18 RKVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Henrique Raffard.—A, F. de Souza Pitanqa ». — Vae á Com missão
Subsidiaria de Goographía, rolator o Sr. Barbosa Rodrigues.
Pe'lo do pois a palavra o Sr. Fleiuss e lê um trabalho sea
sobre D. Pedro I do Brazil o IV do Portugal.
Lovanta-so a sessão ás 4 12 horas da tardo.
Max Plêiuss^ 2" Secretario.
OFFERTAS
Pela Amorican Gcographical Socioty — UuUeíin,
Pela Societá. Africana d'Italia — Bolletino,
Pola Directoria Geral dos Correios — Boletim Postal.
Pelo Club Littorario 13 de Maio — Estatutos,
Pelo Internacional Bureau of tbo American Uepublics —
Monlhly Uullelin.
Pelo Sr. Dr. Prefeito do Districto Federal — Mensagetn.
Pela Caixa Económica e Monto de Soccorro do Rio de Ja-
neiro — Relatório,
Pela Secretaria da Instrucção, Industria. Ternis o Obras
Publicas de Goyaz — Relatórios de 190 i e Í905,
Pela Iniversidade, em Santiago de Chile — Anates,
Pela Directoria Gemi do Saúdo Publica — Annuario de
Estatistica Demographo Sanitária.
Pela Bibliotheca Publica Pelotonse — Annaes,
Pola Junta Superior do Sanidade de la Islã de Cuba —
Informe Alensual.
Pela Associação Commercial do Hiode Janeiro — Boletins
ns. 38 e 39,
Polas redacções as seguintes revistas — Revista Medica
Cirúrgica fio Bratil, Revista Commercial e Financeira, JVòvo
Cruzada o Renascença .
Pelas Redacções os seguintes jornaos— Le Nouveau Monde,
Jornal do Recife, Club Corytibano, A Estrella, Mala da Europa
e Diário Official, da Capital Federal.
If)* SKSSÀO ORDINÁRIA KM 10 DK OUTUBRO DE 1905
Presidência do Sr. Conselheiro O. //. de Aquino c Castro
A*s ") horas da tardo, presuntos os Sr-í. Conselheiros Aquino
e Castro, Marquez de P.»rana::uá, Henrique Ralfai-d, Desembar-
gador Souza Pitanga, Rooha Pombo, E<iuar<lo Marques Peixoto,
Drs. F. B. Marquei? Pinheiro, Manoel (Mcero, João Pandlá Cal-
logeras, Alcihiailos Furtado, Josí* Américo dos Santos, A. da Cunha
Barbosa. Barã.) de Paranapiacaba, Conselheiro Salvador Pires
do Carvalho o Ali)U([aorquo e Carlos Lix Klett o Max Flclusa,
2^' Secretario, abi'c-se a sescião.
ACTAS DAS SESSÒKS 1)K 1905 {\\{)
o
o Sr. Fleiuss, 2^ Secretario, lê a acta da seeaáo anterior,
qual é approvada sem discussão.
O Sr. Raffard, 1° Secretario, lê as oflertae, eotre as quaes
s o destacam as obras do Sr. Leôncio A. Gurgol.
Em seguida o mesmo Secretario le a proposta abaixo:
« Propomos para sócio correspondente do Instituto Histórico
o Geographico Brazileiro o Sr. Dr. Josó Pereira Rego. Filho,
natural ao Rio de Janeiro, doutor em medicina, Secretario per-
petuo honorário da Academia Nacional do Medicina, Bacharel
em I.ettras pelo Imperial Collegio de D. Pedro II, servindo de
baee para sua admissão a Memoria manuscrlpta que offereceu
ao Instituto sobro a Viagem do paquete Brasil^ de 21 de março
a 23 de abril de i905, — U enrique Rnffard, — A. da Cun?ia Dar-
hosa,^^ Eduardo Marques Peixoto» — Rocha Pombo. »
Vae á Commissão Subsidiaria de Historia, sendo relator o
Sr. Max Fleiuss.
O Sr. Raffard, 1*» Secretario, communica que o comman-
dante da canhoneira Pátria^ acompanhado do sócio Sr. Coronel
Ernesto Senna, visitou o Instituto, sendo recebido pelo Sr. Dr.
José Vieira Fazenda, bibliothecario, que o acompanhou em
todas as salas, fornecendo minuciosas informações.
O Sr. Presidente diz que o Instituto âca inteirado, agrade-
cendo a gentileza do commandante Ribeiro.
O Sr. Fleiuss communica que o Sr. Visconde de Ouro
Preto, por motivo de força maior, deixa de comparecer.
Em seguida diz ter sido distinguido pelo consócio Dr. Barão
de Studart com o oíTerccimcnto das seguintes obras do bua lavra
— JJatas e factos para a historia do Cearei^ Apontamentos biblio"
graphicos, Nolas para a historia do Ceará, Catalogo dos jornaes
de g^-ande e pequeno formato publicados no Ceará,
Achando se desfalcada a collecção das obras que o Instituto
possua do apreciado consócio, o orador pede licença, por isso que
são verdadeiros trabalhos do valor, para oíTcrecer ao Instituto
os exemplares aliudidos.
Pede em seguida a palavra o Sr. Dr. Alcibiades Furtado,
que lê um trabalho seu sobre Caminhos para Mina^ .
Depois o Sr. Eduardo Marques Peixoto lè o trabalho seu
sobre Origens do Passeio Publico Conflicto entre o Vice-Rei Luiz
de Vasconcellos e o Desembargador Picaluga,
Levanta-se a sessão ás 5 horas da tarde.
A/ax Fleiuss j 2° vSecretario.
OFFERTAS
Pela Commissão do Serviço Geológico de Portugal — Com-
municações.
Pelo Grande Oriento do Brazil — /?o/dt w? .
Pela Societá Africana dítalia— Bo//eít>o.
Pela Socielé de Geographio Commercialo de Bordeaux—
Bulletin,
Pela Real Academia de la Historia de Madrid— i?oZe/t«.
620
BEVrSTA DO INSTITUTO IHSTDHICO
Pelo Sr, Alvos do Magalliio.^ — A^oi>/t Lei do Systetna do
Mundo ^
Pelo Sr. ProfJiito do Districto Foderal Dr. Poreira Pa*98O0
~— Consolidiv:;tlo dfís leis e posturat mnnicipaes.
Pela Direetori.i Oeral da Saudê Publica — Boktim Mensal*
Pí4fv R'ml Six-íeda'l Got>|?raíica da Madrid — Boletin,
Pela Directoria da Caixa Eoonoinioa e Monte do Soocoro —
Relatório.
Pela National Goograpliio Society of WaabJDj^toa — The
Mngnzine*
* Polo Observatório do Rio Janeiro — Boletim,
Pela Sr. LooDcio A. Oargel — João Ramalho perante a his-»
toria— D, Pedro II — E* tempo -^ Mappa genealógico^ . .
Pela Litcrary and HLstorical Society of Qtioboc ^ Btockatim
Of Qnebec í n i775 — i770.
Pelo Sr, Presidonttí do Estado de Sergipe — Mcnmgem.
Pela Aasotiiação Coramorcial do Rio de Jaooiro — Boíffiíwt .
Polas respectivas redacçoej as seguintes ro vistas — Redita
Marttinw — f) Trabalho — O Oriente Português — Revista Di*
d%cUcn — Reiíistn Mental de la Canuira Mercantil de Âoêitanetla
— Reiistn de la Real Academia de Ciências estadas fisicas e natU'
rales^ de Mofirid — Indusiria j\ries e l^ai^oura.
Pelo Sr, AibiDO Coata — Á ímlustria doXargut. ,
Pelas redacções o9 jornaes — íJifnrio Oficial, da Capital Fe-
deral — liiario Offídal, ão Amaxonas— Labor ^ Jornal do ReeifM
— Le Nouveau Monde.
17* SESSÃO ORDINÁRIA EM 30 DE OUTUBRO DE tíKI5
Presidência do Sr, Marquez de Parunugud (S** Ftóir-
Presidenie)
A 's 8 horas da tarde, prosontea os Sra. Marí^uoz de Para*
napiiá, Henrique RatfaM, Arthur Oiiiniarã*^^, R(K*ha Pombo,
Kduardu Marques Peixoto, DeBonabargador Paranhos Monteiie-
gro, Jos('' Verissimo, José Amei ico doa Santos, AlciJáíAdes Fur-
tado, Barão de Alenoar, Dr. A. do Paula Freitas e Max Fletuâs,
2" Secretario, al»re-80 a sessão.
O Sr. Fleiyss, 2« Secretario, lô a acta da sessão anterior,
a qual (> approvada sem debate» O Sr. Presidente declara que
o Sr. Cun-^eltuviro Aquiuo e Castro. Prosidente do luatituto, por
motivti d© torça maior, deixa do comparecer.
O Sr, Fleiuss loforma que o Sr. Viscondo de Ouro Preto
por motivo de moléstia doma do coraparecer» actoaulo-ss flaliz-
meote em viaij do roiitabeloci mento.
O Sr. Ra!fard, 1- Secretaria, 16 um offlcio da Secretaria da
Associação Artística e Litteraria de Taubaté solicitatifío a re-
messa da Remsta, E* enviaulo á Secretaria para informar,
O mesmo Sr. Secretario lô as oflertas.
ACTAS DAS SFSSÕHS DE 1905
G2i
O Sí\ Flofiiss ofTeroce cm nomo úo cutisocio Dr, Podro hc^mx
um 0X6iuplLr 4o seu trabalho subre a hettirminismo pstjchico,
O Sr, l" Secretario lê a^ sPíçuiDif'^ propôs Uí:
« Propomos para sócio nffectivo do Inatiuao Histórico e Oeo-
^aphico Brazileíro o Sr. Dr. Joiquím Xavier da Silvoira
Juaíur, advr>^a'lo aeáta Capital, i:x-ppef''ito do Distriíito Pede-
ral» coníiGcMo homom de lettraa» «ervml» do ba-íe para sua
admistsàu os trabalhos quo, de cnract t liiátorioo, oíTer-cfii ao
Instituto. — Síjila das so^sôBs, 30 de outubn de 19)5. — //t'«-
rique Raiyurd, — Manoel Cicero. — António da Cunha Barhosa, > —
Yao & Commis^ão Subsidiaria de Historia, relatur o Sr. Fleiuas.
< Temoít a honra do propor para sócio corrospoiídeoto do
Instituto Hi:iitorico e Geographico lírazileiro o Dr. Vinconzo Gros^ii»
geugrapho e publicista italiano, professor da Keal Utilvorsidade
de Roma, 8*^rvindo4ho do título a ossa adrniasão o 8eu livro
ultimamí^nto publicado .S7 oría 'fefin eolotit^zazione italiana nell o
éStatadi S, PãiHo. R'ima, 1905, obra por elle dedi«*ada .1/ bene*
m^riti iní^tituii Stnrici e fifío gradei dei firas He e di *S, Paulo^ o da
qual tuintís a honra do oHorcícor, ©m sou ni^rae, ura oxomplar a
os te. Instituto.
Aii''m deste livro, que b6 ror si reeom mondaria sobojaraente
o Dr. Vinconzo Grossi ao bom acoltúmeoto dt^âta i Ilustre socie-
dade, toraam-no deli o bonomerito onda monos de 26 trabalhos
seus sobre o nosso paiz^ cuji enumeração achareis numa nota
impressa appmisa ao volume que vos apresentamos, e que todos,
como esto, ro velam eo Sr. Professor OroSaSi amor, conheci-
monto, estudo o cupiosldade das cousas brazi leiras.
Pamcendonos que ao Sr. Dr, Vincenzo Grosai sobejam
títulos para m^r admittido nestf^ Instituto, nao duvidami>s que o
acolhereis com a sympatliia do qup lílle tão digno é.
Sala da« sossohíí, 30 die outubro de lUí6. — José Verissimo, —
Uenrique Raffnrd.— Moj Fieius^, — Hrj^^hn Pombo, — Árthur Gu i^
m&rães, — Júsé Américo dos Santos,^ Eduardo Morgue a Pciseoio.^
Vae á CommtBsão Subsíiiarla rle Hlator/a, relator o
Sr. Conde de Arfonso Celso.
O Sr. Dr. Alcibíades Furtada offereco troe docurauntoa
ioedttoa. que são enviados ÀCoraraissão de Redac^jâo, e lê depois
ura trabalho seu ;íobre Os uliimos di*ís de Pedro /«o.
Levantasse a sesaâo ás 4 Í/2 horas da tardo.
Mat: l^ítíxms^ i" Secrotario.
0FFERTÁ8
Pela Socletá Geográfica Italiaua — BoUeiino.
Pela Associação Commerclal di* Pornambuco, Boletim
Pelo Sr. Dr, Francisco Pereira Passos, Prefeito do Distrtcto
Federal — ciíio de Janeiro*, fyrgimisndft por Ferreira da Rosa.
Pela Associação Commercial do Rio de Janeiro, Boletim,
Pela Sociedade Nacional de Agricultura» Botetim,
622
REVISTA DO IXSTITLTO HISTÓRICO
Pola Líttip.LPy aiii Hiâturlcíil Sociotjr of Quoboc, Tãansnc-
Pelo iDstitiito HanemanDlano do Bruzil, Ânnaes,
Pela Directoria Gorai doa rormius, Búteiim Postai,
l'6la Sociíxlade da Goograpnia de IJsboa, Boletim,
Pela Directoria Geral ée Saude Publica, fíoieltm rncnsaL
Pela Soeietò de íjêo^írapliic! Commorcialfí dii Havro, Dulíeiin,
Poio Cueppo de iDí^inicroo de Minas dei Porú, fíoieUn
n. 24.
Pola Commissâo Geographica o Geológica de S. P.i^ulo,
BoUtim n, i5.
Pelo líistituto Mtatorico e QeograpnicodeS. Paulo — Be-
vista,
Pelay raspectivaa redacções íís seguiotes revistaSi Bevisia
Cúmmsrcia! e Fitíanceira^ Revista do íníititutú Para^uayo^ Re»
vista de Aledicina e Cir^rgia do Biú de Janeiro^ O Are*/iÍ9o,
Renascença ,
Pelas rodaoç5eâ og soguintes jornaea — Lf Noueeau Monde
— Jorfitxl do Recife — R&formador — Diário Official, da Capital
Federal — Diário 0/ficiaí, do Amazouíis.
18" SESSÃO OROmARÍA íí.Vl 13 DR NOVEMBRO Dlí 1905
Presidi; íicUi do Sr, i't>nxelheiro O, /f, dt^ Aquino e Casíro
íVb r! Uoraíí tia tarde, p^eseiiten os Srs. Cang*3lhtiíri>9 Aquino
e Castro» Barã'> Hixiietn de Mello, H mfiquc íiiíTArd, Dosembar*
^ador Soijiia Pitanga, ArUiur Quiraaràes, Rocha Pombo,
Eduardo Marques Peixoto, Drs. J, Barbosa RodHi^oa, F, B,
Mapque^í Piolioiro, ^fanotil Barata, A. da Cuului Barbosa, José
Américo dos Santos, Barão de Alo ncíir, Harao d^í Paranapiícaba,
CoQselheiro Salvador Pire:! de Carvallio e Allniquerque, e Max
Fleíuss, 2" Secretario, abre-so a sea^o,
O Sr, Fleioss, 2^ Secretario» lé a acta da aessão anterior,
a qual é sem debate approvada »
t> Sr. Presidente comraynica nos seguintes teriTios o Iklle*
cimento do consócio Hr* António de Toleiio Piza :
♦ Senliorra — Nu desempenho de doloroso devor, tantas
v*^zes, íníidizincntf^, eumprida nestes uliímna tempoa, tenho
hoja de iommiinicar-vos que o Instituto Histórico vê-se privado
do valioso concurso de mais um do sou;-! dignos e prestimosos
coDaoctos.
Fallocen no dia H do corrente, na cidade de S. Paulo, ondo
residia, o Or. António de Toledu Piza, Director da Repartição
de Estatística e do Arciúvo do Estado, admittido ao nosso
grémio oomo sócio co^r^?^pondente em 1895.
Pelo seu caracter^, superior instrucção e importantes ser-
viços prestadas no exercício íloa car^roa que llie foram confiado».
ACTAS DAS SE39ÕES DE 1905
623
roc<>miiif^[iíJÍoU"Se o lioarado P.uilistaá o.itima o apreço em quo
era tido pur quantos recoDliticíara o seu roal merecimento,
DedicandosG com espie ialida<le aos tra bailios attincntes 1
sua rGpartíção o aos estudos kistoricos, deixou como pix>va de
suas liabili tacões litterarias, aproveitadas iiivèstigaçrios q in-
fatigável activrdailo, além de cuidadosos trabalho.s e» ta ti áticos,
ti ma cjpioaa collecçao de doeu monto» interessantes para a iiii-
toria o costumes do S. Paulo, publicação oílcial de subido
valor, forta em numerosos volumes que enriquecem a nossa
bibliutbeca, o mais curiosas memorias o varirtdos artigos publi-
cados na imprensa periódica s^jbre factos históricos pouco co-
nhecidos uu mal apreciados» relativos â antiga província da
S. Paulo, terra clássica de patriotismo e de liber^iade, tão
notável pela graudeza dos feiíos nella celebrados i como pela
heroicidade dos que nelles tomaram parta,
O Insiitulo Hiiilorico, penalisado pela sensível perda qtio
acaba de soffrer. faz inserir na acta da presente sessão um voto
do proíuodo pe^ar por tão lastimável acontecimento, j^
O Sr, Raffird, 1^^ Secretario, lê o expedieoto, que consta
de um convite do Sr. Ministro da Industriai para a coro mo d ia
do lançamento da primeira pelra do pavilhão da Exposição de
S, Luiz, na Avnnida Central, e de ura ofllcio do (onsul Geral
t.a. Republica Argentina, solicitando alguns exemplares da /ííf-
visia Tfimensal p^ra o Ministério das Relações Exteriores em
Buenos- A yros.
L<' depois as ofTertas*
O Sr, lír. Barbosa Rodri^^ues oíToroco nessa occasião as ae-
guintoã obras, de que ú autor : Mt/rinr,ieíí da P*wagtmif, L\n^
rmrij on Çarare^ Les noc^s des palmiers, Vbaé Kaã Tapijitjetn
Enmjndamn^ NoHcias sobre fUguns jãnfins botânicos da Europa,
O Sr, Barão Homem de Mello foliei ta-se por se vôr do novo
restituído ao coavivio dos seus colle°[as do lostituto, depois
da longa viagem que emprebeadeo á Terra Santa.
Aproveita o ensejL» para tratar da nova odição que da obra
de António Piífaíetta está fazendo a casaeiitora americana
The Ar&hur íi. Clark Cornpany, era Cleveiund, no Ohio, pare-
cendo convenlento que o lustítuto, qutí poásue a primeiru edição
da mesma obra, adquira a nova publicação.
Assim se resolve •
O Si% 1*» Secretario \v os sej^uintes pareceres : Da Com-
missão Subsidiaria do Historia :
€ A admissão do Sr, Dr. .Joaquim Xavier da Silveira
Júnior como sócio efectivo do loslituto Histórico e rieographlco
Brazileiro representará um premio ao jusio o notório mereci-
mento do proposto. Litterato, publicista, homem de governo,
o Sr. Dr. Xavier da Silveira poderá prestar ao Instituto re-
levantes serviços.
Nascido era S, Paulo a 1 1 de outubro de l>i64, formado
em Direito pela Faculdade da mesma Capital em 1880, dedicou*
se, desde cedo, ás lidos jornalísticas e juridicas, revehuide ca-
pacidade não com mu m .
63i
BKVJSTA DO ÍNSTITÍ^TO HISTÓRICO
Cfima homom lie goTorno» jà lho dúve o ínstiliito eapocial
diiforoDcia, puis quo, qiraodo Prefeito úestí^ Di-itricto, iQcumbío
ti no.sísu grumio do import:inte jtilííanieDto.
Oa tr^tlialliod de caracter histórica que apre^ôotoii para ser
admittido mo maid que siiíHeiíiDU^s, sobrelevando o inoislro
perfil que traçou do ^raiidj^ BornaHn Pereira do VascoocoUoí .
A Com missão Subsidiar i& de Histxiria pensa, pois, qu0 o
Sr. Dr. tJoaquíra Xavier da Silveira Juniopostá perfeitamonçe
nas condições do ser sócio effectivo do loatituto Historioo e
Qôograpliico Brazileiro,
Sala dsâ soasooia, 10 do novembro de ll>()r>.— itfoa; Fteiuss^
relator, — Condií de ^i/fonso ^'elstK — Hocha Pombo ^*
Vae A Goramismo do adiiiisáio do souios, rõlator o Sr.
Barão do Alencar.
Da Cominissão Subsidiaria do Genji^rapliia:
« Satisfazendo a iDciimbtmcia do3te Instituto para dar
pacocer «obro o traballio do lixm, Sr, Senador Dr. No^^ueira
Paraoa;íuá. iiitítuliirlo— Do Rio de Janeiro ao PiouHíf pelo m-
iêrwr dú pitiz, que apr<35:^[itou baseando a sua candidatura a um
logar de «ócio corresponde n to, pansa a Com missão a dar uma
noticia sobra elle.
E* umabella doácripçao d© viagem, com sainete litterarta
sem outiva preaccuparào.
Estylo Huentd, phmse !>em cuidada, pussaado em resenha aa
estações da Estrada do Form Central do RraziU principalmente
a da Serrado Mar» oníleem raaísde um ponto existem rébrícas
diversas, linlias d(i bouds, como em .Jui« de F6ra, iLcticioiog
na Sorra da Mantiqueira» altitude dos diversos pontoa, vegeta-
ção para a industria pastoril, boteis, plnheirae-i, até o Sitia,
l>'ilbo do Norto. o Dr* Paruiaguíí 1 9 vou suas vistas para a
criação e di1,-nos a respeito boas itiforraaçuLíS,
nes4.Tevo as diversas estações até oCurvello, u premeu tattdo
typos do ostriçòos» bairres da cidado A marL-^oni da lio lia até
Sabarâ, dabi a l^irapôra, navegação fluvial, rio das Velhas*
S, l''i'ancisco» do PirapÃra á barra do ílio Urande, doscreveoda
grtit'is nesse percurso, uspocial mente a do Bom Jesus da Lapa,
na Babia* Depob do se referir á viagem á villa do Corrente, de
cujo histórico falia, dá noticia das culturas locaes 8 dos acei-
dentes dos terrenos e condições cl i mater icíis, eBtende-í>« eobre os
phnnomenos da secca nessas regiões e da noticia de uma ox-
curflâo aos municipios do Corrento e Paranaguá, apresentando
canções locaes relativas, todas á industria pastoril, imitaud«j
assim Juvenat tialeno. Falia sobre as fazendas dos loanes per-
corridO'4, pas.^audo por alto sobre a climatologia, icbtyolõgla,
insectos» avos, ^adu, apresentando lendas, entre as quaes a da
lagoa de Paranaguíl,
Entrando na parto principal do assumpto, eiBtuda o pboQõ<*
meno das aguas, hoje dimintildas, e apresenta uma divisão da
área percorrjda, onde são, ao alto, estudadas a âora o a fauna,
vias de commuuicação» otc.
Do Corrente ao Riusinbo é outro capitulo, onde as mesma^t
ACTAS DAS SBSSOB6 DK 1905
625
obíervaçoos m apreaeatara, espocialraefjtn Bobre o coco áemúd o
a p Lassa ba.
Aâsumptas particulares dd reeepcSo om ctimi» do fazonrleirai
fecliam o volume di3 íoítura attrabento e util, ^lupro coprwto
oa lÍDguagam.
Ha a ioda noticia tio Riosiotit) 4 Contrai c Floriano, nomeadm-
raeotâdo Paço do Surubim de Floriano ;l Amarração,
O trabalho encorra ÍK>aa pbotogravuras e raerocu luittira,
poiâ quo BGn autor procurou imprimir aetle um ctiubo original
na fórma o no asatjmpto tratado.
Não sendo um trabalho ospecial do historia ou etlmogra-
pbia, tmcer-a» comtudo, dadop geoííraphicaa interoi^sautoa e
utm:^. sendo um betlo cuia para os pioneiros, quer scienti^^ias ou
nào, pelo que a Com missão ê do o pi o ião quo o seu autor, com
m ínzm que tom e pelo seu amor ao estudo das cousas ç itrias,
«atíi no caso da merecer um lojíar nesta gàbia corporação.
Em 13 de novembro do 19ii5-^ J, Barhom Rodrigw^s, re-
lator.— Saloador Pires do C, ARniquerque, » — Var* á Comnals-^ão
deadmis.iáode sonios, roIatoroDr, Aotonio do Paula Froius.
O Sr. Fleiuss propõe que o Inãtiluto d orneie um t f^ommissao
para ir fdlioitar o eminente consócio D. Joaquim Aroorerde pela
sua elevação á purpura cardinalícia.
Essa proposta é unanime meu to a p provada e o Sr. Presi-
dente nomeia a seguinte coramissãíj corapoata dos Srs, l^rão
Homem de Mello, Max Floiuss e Monseaiior Vicente Lustosa.
Pede era seguida a palavra o Sr. Eduardo Marques Peiíoto.
que leu um trabalho seu sobre AManobras militfires execuUtdits
nos eampo.f de SanVAnna c de S. Chriíttífifão, «o Vice^ Reinado do
Conde d ti Hesendâ,
Levantasse a 8eRB<ào ás 5 horas da tarde.
MiLc Fíeutss^ 2" Secretario,
OFFSETAS
Pelo Sr, Arthur Lnra UMdh—Bef^ssu do Cúroml João
Francisco Pereira de S&uza,
Pelo Instituto Historioo dol Peru'— If* fia guracion solemne,
petlo Grande Oriente do Brázú— Boletim,
l^ela Societá Africana á'[Uúm—IiofeUno,
Pola Real Academia ile la HistoJa do Madrid— /ío/eít».
Peja Roal iSo cie Jad (leograâca de Madrid— flí>'#/ím.
Pela Assoe iaçAo Gommercial do Rio de Janeiro— /io^^íím.
Pela Directoria Geral dos Gorríúos- Boíetim Postal,
Políidrespectiva.s redacçõoa as seguintes revistas— /ítím^fn
Hiagraphica da Bahia — Ei Pensamisnto Latino — Rênisla mari^
tima^Rerista Didáctica — Revista Commereitd e Financeira —
Cruzada *
Pelas redacções os seguintes jornaes, La Xouveau Monde —
Jornal do Recife^ Reformador Diário Official^ da Capital Federal,
DturtQ offkiat do Amazonas.
626
RBVISTA DO INSTÍTUTO ITISTORICO
Pelo sócio Sr, Dí\ João Barlíoga Rodrigues a^ suas obraâ —
Mi/rtacces du Pttragifai/, L'Uirczy ou curare, Les Noc^i de
indrnier^^ Imhae Kaa Títpviieiã Enoijndaua^ Xoticias sobre alpuns
jardins hotf micos da Europa.
19* SESSÃO ORDINÁRIA KM 27 DIÍ NOVEMBRO DE 1905
Presidência do Sr, Barão Bomem de Mello (5" Ytce^Presid^me)
A'8 3 horas úvl tardio» proseDles c^s Srs. Rarão Homem áQ
Mello, llGoriíiuo liaíTard, Desembariíador Sonm Pitanga. Rocba
Pombo» Eduardo Míirí]ue8 Pivixoto, í»rs. Manoel do Mellu Car-
doso BumU, Jo8í'i Américo dos Saiitoií; Aotooio da Cuoba Bar-
bosa, Manoel Cícero. Consollioiro Salvador Pires do Carvalho d
Albuqueiviue, Di\ Suaviela Gnarch o Max FLdasa, 2*» Secretario,
abre-^e a sessão.
O Sr. FkHu.s.^, â' Secrolario, U' a acta da eessão aDterior, a
qual (^ approvada sem dísnuisão.
O Sr. Prefidcute doclara qiio o Sr. Conaellieiro AquiQO e
Castro, Presiduote do Instituto, por justo motivo do serriço
publico, dtíixa de cora par ocíM",
O Sr. Floiuss diz que rocobeu do consócio, Sr. Visconde de
Ouro Preto, actual raenkí em Petrópolis, a seguinte carta, qae
convém flque registrada na acta da presente soessão:
€Com|jromett.i-me com o nosso illustre collega, Dr. Manoel
Barata, a comparecer hujeao ln.stÍtut,o Histórico. Chove, porém,
arjui incegsriDtemente. Sahir do ca»a seria expor me a uma re-
caliida, que oa módicos muito me recommendam evitar.
RuKO Uio doéculpar^oie para com S. Ex*, asfiegurando-lha
que taoto maia sinto foltar, por motivo de força maior, á Tnlnba
palavra, quanto ficarei privado do ouvir» como desejava, a ioior-
os.sauto 01 posição, que vae o mesmo uosao consócio fiizer oa^
ultima sessão ordinária do anuo.
Espero ser relevado do censura até por «er J& castigo a
aJludiJa privação, — ihrro Preto. ^
O Sr. Presidente diz que o Insiituto fica inteirado.
O Sr. Raítard, 1" Socrotario. 10 o expediente, quo eoasta de
um ijíBcio do eu gonlieiro chefe d:i comraissâo cunítructora da
Avenida Central, ofíerecenrio yma m*3dallia de prata, em lem-
lirança da ínaugiiragao da mesma Avenida, o que muito 90
agradece ; de tim offlcio do director da Bibliotheoa Nacional,
communioando que o lostiluto tem, naqtiello estabeleci me nki,
23 pacol^á do publicações proCi?dentes do estrangeiro, do que se
fica inteirado ; e do um exemplar remettido pelo Sr. Alejandro
Rc^a, de Butjnos Aires, do seu trabalho Xumismaiica^ Las Púist^s
//q/oí, f/ Francia en Americxi € stglo XVHI», O qUG oiuito 9o
a;,'rad©ce.
O mosmo Sr. Secretario 16 as oÊTerta^, enti-e as quaes se
destacam as que sào feitas pelo consócio \)t* Manoel Barata, e
qric >fão as sogíitntos :
ACTAS DAS .CESSÕES
í327
Papeis que pertenceram aa Marechal Francisco José do
Souza. Sijareá de Andr<*A, Baráij da Caçapava, e a seu fíítio» o
Marechal Jo&é do Victoria Soares úo AQirt'a.
Sâo concernente^ úã pessoas dos mesmoid maroehaes e a qo-
gocios públicos,
< Píati do la enieaa-la de BuTagin, Iovl' ou 1830, par Mrs.
deQueydOQ et Saoté, aous les ordres et la díroctíoii do ^f^.
Barrai .
Pían dela mdo do Buooiua Aireg. levé eu 1831 par Mr. Lo-
bourguignon Duporré, soaa les or^irea et la diroction do Mr»
Barrai *
Plan do port et de la rade de Montevi<Jéo, bv6 on 1831, pnr
Mr. L^bour;^'uigno[i Duperré, aous lea ordres et la diroction do
Mr. Barrai.
Pl&n de la rade de Maldonado, levé eo 1B31| par Mr, Le-
bourguigoon Du perro, sons los ordres ot la direction do Mr.
Ba ri "ai,
O Sr. Prosidootc diz q io coosidora taos oíTGrtttíí de grande
valia e, por isso, remoiie a primeira t Coínmisaáo de liedacçâo,
o a segnoda d ComraiSbào de Geograpliia, relator o Sr. contra-
almirante Callieiroa da Graça.
O Sr. Preaidentecaramiinica ijue a ooramisíiào nomeada na
ultima sessão do ínstitato pira levar sua^ congratulações a Sua
Eminência o Sr. Cardeal D. Joaquini Arco verde, nosso venerando
consócio, cumprio a grata ini^umbencía, Icntio sido carinlioía
raento acolhida por Sn a Kininencia.
O Sr, RalTard, r Secretario, lé cg segulntos pareceres da
Commissão de adraii^sac* de lucios :
A « Coramissão Subsidiaria de Historia > accontuou o reco-
nhecido merecimento doSr, l>r. Joiquim Xavier da Silveira
■Tonior, c -mo liUorato, publicista e homem de governo, e n»z o
elogio critico de a6u>j trabalhos de caracter liiatoríco apreaon-
tadoa ao InetiUit» para sua admissão.
Quanto a idonoidiído do illuslre proposto h ella patente pelos
cargos administrativos qae tom doa ^mpenhado com o brilhi»,
qualidades pessoaos que o distinguira o marcada posição social.
Esta Comraissao é» portaiuo, de parecer quo o Sr, Dr,
Joaquim Xavier da Silveira .lunior seja admittido como aocio
eílectivo do Instituto Histórico e Gengriiphico Hrazileiro.
Sala das sessões, 27 de novembro do Itiõ 5. — liaruo de
Áhncor, — Salvador Pire:^ de Vnr\3f\thn e Aífmqucrque, »
Fica sol)ro a mesa para sor votado na sessão seguinte ,
« A comraissao de admissão de sócios é de parecer (luo o Sr,
l)r. Diogo do Vasooncellos esta perfeitaooento nos casos, pelo
seu talf^nto o aturados estudos, do pertoncor como sócio corres*
poadentõ ao gromto do m*sm Instituro Histórico, ad qual pres-
tará valiosos serviços, sendo, como ú, vergado em assumptos de
nossa historia e com especialiiiade aos retet entes ao seii Sstado
natal, Mioas Oeraes.
A mesma Coramissão está do pleno accordo com o parecer
da Commisâão do Historia.
628
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Rro de JaneifO, 4 de setembro de 1905. — Barão dm Alen^ir,
*— Sfjlvodor Pires de Carvalho e Allmquerque, »"
Fica sobro a mesa p^ra ser VLfiado na sessão sef iiinte.
«A Commíi^^) de admisdão de sócios, a qite loi presente o
parecer da Commissão Subsidiaria de Geogrrivphia.coofbrmando-ae
com o que QimuciosamcaTe expõe e^8e parecer, aoteodo que o
Sr, Senador Dr. Joaquim Noirueira Paranaguá está nas coo-
diçOès de pertem-er ao quadro dos membiog do lostituto His-
tórica e Geoj?raphico Brazileiro : pelo que é de parocer qae a
pfopo2ita apreseiitaado-o para membro corret^poudoate eaié ao
caso de ser approvada..
Sala das sessõ^g, 27 de novembro de 1903, — -á. de PmUa
Freitas. — *Salvador Pires de 0*rvtUJto c Albuqmrqtse^»
Fica sobre a mesa para ser votado ua sessão seguinte.
O Sr. Raffard, 1« Secretario, pondera que alada poderia
haver uma ses&ao ordinária do Institato, do corrente aono,
Kasasea.^ão, porém, cahiria no dia 11 de dezembro, vésperas da
sessão ma^^na, e a^sim embara<;aodo os preparativos da solem-
nidade annual.
Haveodo, entre Uin to, diversas questões a resolver, propõe
qoe, ao ou vez de^sa sesi<^ao ordjoaria, se realise uma eesiiào ex-
traordiDaria na próxima st-íxunda- feira, 4 de dezembro, ás 3
horas da tarde .
Assim se resolvo,
O Sr, Dr. Manoel Barata pede depois a palavra pai*a ofiO»*
recer um valioso documento: Caria mttographn de D^ Pedr^ H
ao Visconde de Sopucafii/^ acerca das carias de /^, sotfre a Confe^
derarão dos Tomoyos^
O oirertante jnJ^a necessário adduzir algumas coDsiderftçõei
e apresentar ao Instituto as notas, pela$ quaes se prova a au*
tbeoticidade da misi^iva, e, o que é mais, que o Sr. D. Pedro U
tomou parto na questão iitteraria, publicando no Jornal do Com*
mercio artigos em defit^a do poema e de seu autor Domínfos
José Gonçalves de Magalbâes, depois Visconde de Araguãya*
Asáim pi-ocedeu o Imperador para combater a critica »evor&
que, sob o pseudonjmo de A/, escrevera um dos maiores litte-
rttoa da época, .íoav de Alencar,
Tudo ISSO decon^e, diz o Sr. Manoel Barata* da lâiiara da
precitada carta.
Como é ísabido» I<f escreveu no Diário do Rio de Janeiro oito
cartas, a ultima datada de 15 de agosto do 1856,
No mosiQo me/ publicava o emérito escriptor, na tecçfio
Folhas Soítas do referido Dtario, dous artigos : om que se pôde
ler nu n. ^3, de 22 de agosto e o segundo no n. ^34, do
mesmo mez.
O primeiro artigo, om defesa da Confederação dos Tamo^fog^
appareceu no Correio da Tarde n. 169, de 23 de julho de í^bò,
sob o titulo A Confederaçilo dos Taníoyos^- Breve reiepotUi és
cartas do ÒV. Jg^ no Diário do Rio de Janeiro, Tr&zia este arugt)
a assig natura O Amigo do Poeta.
O segundo artigo appareceu no mesmo jornal, u. 173, de
ACtAS DAS SESSÕES DH 1905
G29
28 do julha, com o titulo: Ainda uma palavra ao %ilU9(rissimo Sr,
Ifj, do Diário do Rio de Janeiro, 11rmando-o a mesma /issi^Oíitura.
O torcoiro artigo, aindu no Correto n, 176, de 31 de jullio,
sob o titulo : Mais vma paíatrinha aos criUcos*
Esses artigos» nsf riptos cum carta ac/imonia. foram attri-
buidosa Manoel *le Araújo Porto Alegre» roais tarde Barão de
Sim to Angelo, amigo intiiuíi do Magalhães.
Entretaolo. ussiguados cora o psLiuíonyrao Outro Am ii/o dt?
Poeta, apparoiXírara no Jormil do Cofnmcrcw al^íuus artij^Oá com
t> titulo ÍCefiex^fes ãi- caríus saOre a Confederação dos Tamoyoíí^
aasi^^oados por Ig,
Podem esses artigos sor apreciados oo Jomut do Commcrcio
de I85í).
ÍJ primeiro doUe» saliiu oom erro^^ do cópia em o n, 2J5, de
4 do agoiíto e» por esse motivo» foi pepreduzido no dia 0.
O segundo íoi [mblieado oo n. 222, do 1 1 de agosto.
O torço iro appareceu a 15 deese mez» no n, 2i!6.
O quarto, ainíla a 21 de agosto, no u. '^3i,
Dopojs, em resposta ás Folhas Soltas, o <mÍro fimifjo do poeta
escreveu mais dous artigos» como Si* vê uo Jornal do Vommercio^
de 23 e S4 de agosto do reífirido anno,
Igoorou-se até boje quem fosso esse outro amigo do poeta^
Qu6 taes escriptos doDotavara oirctimspecçllo e sísudez»
Qol-O diz Irjoocoiicio da Silva no seu Diccionarxo Biòliofjrtíphico
(tomo 9", pag. 14:í),
Pela carta diz o Sr. Manoel Barata quo oíTeroce ao Instituto
acompaobando-a de uma cópia, se vp que o luiporaflor esp^jrava
aneio-simento pur alguém ^ue se devia apresentar ora campo
para dofender o poema. Esse alguém era o grando MonfAlveroo.
O illustro franciscano achriva-se» porém» gravemente en-
fermo e só a 30 de oiittibro poda concluir as suas considerações
criticas» litterarias e philosophíeas Icerca da Confederação dos
Tamot/os, poema do Sr. Domingos Jc>ík5 Gonçalves d© Magalháe.-^.
Sabirara no n. 354 do Jom^U do (^õmmercio do 23 do de-
zembro e foram incorporados mais tareie aos Trabalhos oratórios
ê liiterariQS de frei Pranriacfj rftí MonCÁtveme, collígidos por
Camará Bitoncourt — Rio do Janeiro, 1803.
As palavras do Imperador teem completa justificativa do
preambulo de Mont^Alverne que, depois de fazer allusâo aos
seus males physícos moraes» acercscentou : « K' mister, pon^m,
obedecer áquelle que tem ura império absoluto sobre o meu
coração e sobre o meu espirito,»
Pi-ovada a autbentí cidade da carta do Imperador, a qual,
segundo o Sr, Manoel Barati, foi esícripta om 10 de agosto d©
1856» faz esse consócio raençiio de outros trabalhos publicados
sobre a Confederação, entro os quaes cita os do Jos^*^ Soares de
Azeverfo, publicados na Renista Bra:tileira de 1857, tomo l",
pags. 5y a IV3.
O Sr* Bar^o Homem de Mello felicita vivamente o Sr. Dr.
Manoel Barata por e.ssa verdadeira elucidação da nossa historia
litteraria. [.endo o documento, assegura ser elio escripto pelo
G30
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Sr. D. Pedro II. Sabe que o Imperador carteava*se com o mais
tarde Marquez de Sapucahy, já ten-lo ti lO ensejo de apreciar a
correspiiodencia de ambos, cui Jadosamento conservada por mn
di^DO descendente do illustre homem de Estado, antí^ pre-
sidente do Instituto Histórico.
Tem fé que essa correspondência ainda venha a sor oflfore-
cida ao Instituto, que a guardará como um objecto digno da
maior veneração.
Quanto á int-eressantissima carta do Imperador agora oíTo-
reeida pelo erudito consócio, ricamente resguardada por uma
pasta de marroquim, com titules douridos, remette a, bem
como as notas qu.' a acompanham, â Gommissão de IledaccSo,
aigradeceodo, em nome do Instituto, ao illustre consócio o va-
lioso ofTerecimento feito de maneira tão pi-ovecta quanto fidalga.
Nada mais havendo a tratar, levanta-se a sessão &s 5 \/Z
horas da tarde.
Max Pleinssy i» secretiirio.
OFFERTAS
Pela Universidade de Santiago do Chile, Anales.
Pelo Canadean Instituto, Transadions.
Pela Sodóté de Geographie Gommerciale de Bordaaax,
BulUtin,
Pela American Geographical Socioty, BuUetin,
Pela Directoria Geral de Saúde Publica do Rio de Jaaciro,
BoUHm Mensal >
Pela National Geographie Society of Washington* The Na*
tionU Geographie Magazine.
Pela Academia Cearense. Revista,
Pelo Arcliivo Publico Mineiro, Revista.
Pela Socledad Cientifica Argentina, Anales.
Pelo Museo Nacional do México, Anales.
Pela Associação Commercial do Rio de Janeiro, BoMim.
Pela Repartição da Carta Marítima, Boletim.
Pelo Sr. João Evangelista Braga, Monographia sobre a pa-
lavra SE.
Pela Directoria Geral dos Correioá, Boletim Postal,
International Buroau of lhe American » Monthly Bullelin,
Pelas respectivas redacções a^; seguintes revistas : Revista
do Centro de Sciencias, Letttras e Artes de Campinas^ Revista Cofn-
mercial e Financeira, O Trabalho, Revista Aíedico^Cirurgica do
Brazil, O Ot-iente Português, Revista Mensal de la Camará Mer*
cantil de AveUaneda.
Pelas redacções os jornaes — Le Nouveau Monde, Jornal do
Reci/e, Diário Ofpcial, do Amazonas, Diário Official^ da Capital
Federal.
Pelo consócio Sr. Max Fieiuss, o 1** numero de revista,
Seeulo XX, de qu^» ^ director.
ACTAS DAS SESSÕES DE 1905
631
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA EM 4 DE DEZEMBRO DE 1905
Préêidanci r do Sr, Marquei dô Paranaguá (2^ Vice-Presidente)
A's 3 horas da tarde, preseotes u9 Srs. Cousí^Ilieiros Mar-
quez do Parana>:iJá e Barão Homom ilti Mt^tUo, Húfiiiiue Ral-
faivi, Deiônibarííador .Souza Pitanj^a, Eduardo MaiMjues Peixoto,
Barão de Altíiicar, Dra. José Américo dos Santos» Alcíbiadea
Fuitado, Maooel Cicero, António du Paula Freitas, Barâ.i de
Paranapiacaba e Coosellieiro Salvador Pires de Curvallio ti At-
buquerqiio u Max Floiuss, 2*^ ^ecrotaruj, abro-ae a sossão,
O Sr. Flciuaa, d'* Sei^retado, lê a acta da sessão anterior, a
(jual é appruvada sem discussão^
O Sr. Proaideoto com mu ai ca que o Bi\ Consetboiro Aquino
Ki Castro, Presidente do líiafeitutOi por justo motivo de ser vigo
publico, deixa de comparecer.
O Sr. RãíTard, 1" Socrctarío, 1(> as oíTertas,
Correudo-se o escrutínio para a votação dos parecerea da
Com missão do adraissão de sócios, que haviam ficado sobra a
mesa na sessão antorior, sào os mesmos approvados por una-
nimidade de suíTi-agioíí e, acto ojDtinuo, o Sr, Presidente pro-
clama : soció eíTectívo o Sr. Dr* Joaquim Xavier da Silveira
Júnior o sócios correâpondent-a os Srs. Drs. Joaquim Nogueira
Paranaguá e Diogo do Vascoocellos.
Adiando-so na ante i:ala o sócio correspondente ro^em-
eleito, Dr. Joaquim Nogueira Paran.tííuá, o Sr. Presidente de-
signa os Srè. Secretários para o introduzirem no recinto ♦
A!ii cliepido, o Sr, Presiilente sauda-o «íqi nome do insti-
tuto, enaltecendo osmnrituíi pesáoaea do oovo conaocio» ao qual
o Instituto acolhe com extremu prazer e conllança, corto de que
tudo devo esperar da sua valiosa coadjuvaçlo.
O Sr. Dr, Xoííueira Paranaguá, pedindo a palavra, profera
o seííuintG discurso :
< Si\ Preaidetite e il lustros consócios — E' com desvaneci-
môuto quo vos a^íiadcço a boDíívoltnicia com que me aculhestoa
no grémio desta importante instituição, conferindo- me u titulo
de sooio correvSpoiídento do In^itituto Histórico e fíeographico
Braziíeiro.
Penetrando os unibraes de>>te magostoso recinto, verdadeiro
tabernáculo da sciencia, experimentei as caricias do uma
atraosphera impregnada de civismo po la paisagem de muitos
braziieiros iliu:streíi, cheios de serviços A pátria» A minha indi-
vidualidade, o meu aer oapi ritual, pai-ece entrar em relações
afToclaosas com os ffrande.s vtiitos da nossa historia que nos
procedi>ram na formação da nos^ía nacionalidade.
Valiosíssimos ducumenuis relativos ao BraziU desde o seu
dascLtbri mento ato o mornentu actual, aqui se acham recordando
as lutas titânicas que tiveríim de sustentar os nossos maiores.
Os beneméritos fuodadojHíSde^itíi útil e patriotici iusiitui-
rão deverão merecer m bênçãos eternas da^ pmsentoa u futuraf*
gera^QOea.
215Ô — 41 Tomo lxviu. p. ii.
i\
— . k.^m^.
Mj « é ^ <¥
SESSÃO JIAfiM A^NIVERSABIA
Instituto Histórico e Geograpliico Brazileiro
EM 15 DE DEZEMBRO DE 1905
Presidência do Sr, Conselheiro O. H, de Aquino e Castro
A 15 de dezembro do 1905, 67'' anno da fundação do In-
strtuto Histórico e Geographico Brazileiro, na sala das sessões
na mesma associação, ás 7 \]2 horas da noite, foi celebrada,
com as solemnidades do ostylo, a sessão magna, prescripta
pelos estatutos.
Presentes os Si*s. Conselheiros Olegário Herculano de
Aquino e Castro, Marquez do Paranaguá, Barão Homem do
Mello, Henrique RaíTard, Desembargador António Ferreira do
Souza Pitan^ra, Conselheiro Salvador Pires de Carvalho e Albu-
querque, Barão de Paranapincaba, Dr. Manoel Cicero Peregrino
da Silva, Alcibíades Furtado, António do Paula Freitas, Manoel
de Mello Cardoso Barata, JosC^ Américo dos Santos, Barão de
Alencar, Desembargador Thomaz Garcez Paranhos Montenegro,
3osO Francisco da Rocha Pombo, Dr. Alberto de Carvalho,
Eduardo Marques Peixoto, Major Belisario Pernambuco, Coronel
Jenuino da Silva Mello e Max Fleiuss, 2^" secretario, abriu-se a
sessão.
Alrm dos representantes dos Srs. Ministros da Industria o
da Guerra, do Conselho Municipal, o seu vice-presidente Dr.
Castro Barbosa, presidente do Instituto Polytechnico, director
da Bibliotheca Nacional, Dr. Piía e Almeida e André Caval-
cante, ministrei do Supremo Tribunal Federal, Dr. Auto Bar-
bosa Fortes, achavam-se presentes varias pessoas de elevada
posição social o membros da imprensa.
O Sr. 29 Secretario leu as justificações do não compareci-
mento dos Srs. ministro de Portugal, ministro da Bolívia, mi-
nistro da Allemanha, ministro da Bélgica e Dr. Susviela
Guarch.
63G REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O Sr. Presidente pronunciou o discurso habitual, soguin-
do-se com a palavra o Sr. Henrique RaíTard, 1" Secretario,
que leu o relatório do anno expirante.
Depois o orador, Sr. Desembargador António Ferreira de
Souza Pitanga, leu o elogio áoa sócios fallecidos durante o
anno.
Levantou-se a sessão ás 10 horas da noite.
IDISOXJI^SO
.§r. dEonstlbtira (^legaria íktttlan0 b^^qtúiw t Ciisíra
PRESIDENTE DO INSTITUTO
Senhores— Congrratulo-me comvosco, em dia de tão dooea
recordações para os amigos das lettras, que cultivam com des-
velado empenho o estudo da historia do Brazíl, por ver-vos,
ainda uma vez, aqui reunidos e sompre animados dos nohres
sentimentos que nos inspiram a gloria da pátria e o amor à
sciencia, celebrando com smcoro jubilo o anniversario da
fundação do Instituto Histórico e Oeographico Brazileiro, pres-
tante associação que, no largo espaço de 07 annos tão grande
lustre ha dado ás noUsas lettras e proveitosos subsídios á nossa
historia.
Representa hoje o Instituto, pelo concurso de sua intelli-
gcncia o boa vont^ule, no exercício da ponderosa missão que lhe
foi dada, a feliz realização da grandiosa idéa dos seus bene-
méritos fundadores, condignamente secundados pelos que lhes
succedoram, zelando o património de honra que lhes foi legado
o bem merecendo o lisonjeiro conceito e singular apreço que
lho consagrava o mais generoso dos Príncipes, seu inclyto
protector, quando em aífcctuosas phnisos de agradecimento,
Sue perdurarão em lettras de ouro, cravadas em nossos annaes,
izia, em occasiâo solemno, memorada na acta da sessão de 24
de maio do 1880:
€ O Instituto bem sabe que eu sou todo delle»^
Tão honrosas palavras, proferidas do alto do throno por
quem tão gentilmente digna va*8e de tomar parte na nossa
modesta sociedade, não significarão só o reconhecimento do real
valor em que era tido então o Instituto por quem sabia em sea
espirito superior devidamente aprecial-o, mas servem ainda
hoje de poderoso estimulo para que, em todo o tempo, procure
corresponder á extrema confiança com que fora distinguido.
Nesse intuito proseguirá animoso, o nem prevalecerão as
contrariedades que possam sobrevir ; bem sabe o Instituto que
o caminho que conduz á gloria é difQcil e escabroso ; já o dizia
Seneoa:
€ Non est ad astra mollis e terris via, 9
G38 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
O (iuo foi O Instituto, o que é, o que será na succossão dos
tempos, bera o dizem suas bellas tradições o o asseguram a
inquebrantável ârmeza dos nossos sentimentos, constanto amor
ao estuiio o inteira dedi^^ição ao serviço e engrandecimento da
pátria que nos 6 tão cara.
Na expressiva phrase de um dos nossos exímios litteratos:
grande ô a gloria que cabe aos membros deumi instiiuição
que trabalhando em honra da pátria, fazem-na conhecida das
nações estrangeiras, que, a despeito de sua adeantada civili-
sação, ignoram ainda quasi tudo do que pertence á nossa his-
toria e geographia, desconhecendo com desdouro nossos inna-
meraveis leitos heroicamente praticados em tempos bem diffl-
ceis; rolevant'3 ô o serviço que prestam colligindo o prepa-
rando entre multiplicados embaraços os importantes materiaes
indispensáveis para uma historia bem orgjinizada, qae apre-
sente com exacUdão o imparcialidido ao conhecimento dos
nossos c dos estranhos um «luadro fiel em que se veja exposta a
marcha dos acontecimentos relacionados entro si, desde a des-
coberta desta parte do novo mundo até hoje.
Com effeito, grande cópia desses materiaes e dados neoes-
sarios para descrever-se a geographia o historia do Brazii
existe nos archivos da nossa sociedade, o são outros por elia
procurados nos diversos ou remotos legares em que se acham.
Muitos documentos preciosos, memorias e informações sao
hoje patentes á leitura do publico no recinto da associação,
sob as vistas do habil e cuidadoso bibliothecario, ou cm soa
revista, abundante de noticias o esclarecimentos sobre o dosso
passado, flsLzendo realçar o mérito de Rrazileiros illustres, que,
pelos seus feitos e cívicas virtudes, honrando a pátria, immor-
talizarão seus nomes.
O crescente desenvolvimento quo se observa nas institui-
ções scicntiflcas o litterarias, que se distinguem por aprofhn-
dados estudos e constante applicação, é devido essenoiaimonto
ao espirito de associação que, quando bem dirigido, comojà
foi aqui lembrado, vivifica o animo a robustece a força o acti-
vidade de que depende o aperfeiçoamento moral o intellectuai
da sociedade.
Conta-se que o celebre chanceller Bacon ideara a organi-
zação de uma sociedade ^eral de todos os homens dados ao es-
tudo das sciencias e das lettras, os quaes, auxiliados em todo o
mundo com os meios necessários e altamente protegidos, teriam
de consagfar-so exclusivamente aos trabalhos litterarios e
scientificos, aproveitando reciprocamente os conhecimentos
obtidos, que desta arte seriam depositados em tbesouro com-
mum para felicidade do género humano. As idéas do eminente
pbilosopho, que ao tempo em que se manifestaram, no dizer
do um critico, não passavam talvez de um senho extravagranto,
de algum modo as vemos realizadas em nossos dias.
O prostii:ioda sciencia exalta e ennobrece o caracter na-
cional ; rcvelase superior ao domínio das paixões. No valor áãA
mais encarniçadas lutas, em que por tanto tempo se empo-
DJSCl R8^> fK» Sl{. PRESII>ENTE
<;:]9
nliarani as narôes estrangeiras, nota um historiador quo as
sociBilíules liUerarias funccionavam e correspondiani-ee cõmo
ora dascançada paz ; enun dados passaportós |>ara as expediçòeíí
Íotigmf]iias e ae Ifioâ iUjeralísavam rocommeodaçÔGa ; um insi-
gne chi mico inglez, por descoberta devida à sua experiência,
recebia da Fraoça, por tmatiirae votação, o promio que llie
fora conferido p^da mais ootavel eort>oraçào de sábios da
Europa,
Equem mo vè, cema pensava um dos nosaos iiiuatradoâ
meatreB* que o estudo das scienciaâ, o culto da pc^esia, o esplen-
dor dag artes, levantando os homens acima de iuosí]uÍDhas
prooccifpaçõea, tem-nos unidos por vinculos tão Ibrtea que
ijào será. fácil rebaixal-os a condiçocá vulgares ?
Si acast) se perdosáo o espirito do associação, l)6m pode-
riaraoa afftrmar que o encontraríamos, vivido o í"ort(% entro
OH homens estudíosjs e esclarecidos do nosso lenapo,
O estudu» dizia o celebre orador romano, nâo quer o isola-
mento ; reclama compartes no trabalho, afim de sor útil e pro-
veitoso, ensinando ou aprendendo, ouvindo ou discorrendo,
Cougratulemo-nos, puí^. pelo innpiilso que á nosia sociedade
tem dado o eonjnncto esforço de gi'andeí tilentos e reconhe*
cidas illiistra<;õôs ; com tal cooperiçrâo ternos por certo a inteiro
consijguimeiito do nobrr e elevado fira a que nos propomos.
Sigamos constantes a vereda eacetaíia, quo 6 a do trabalho
o da lucív, do patriotismo c da boora, qne nos conduz d gloria*
K\ nellfti como dizia M. Alves Branco.
,,.ontri! nspinhos
811OS pnlmíi* florflíctím; o qtio am cinpf«
TniuliMtn r n*t ipioni pj^i ila vi^iitur.i.
No decurso do anno quo ora finda, animado, como de coa-
tuini\ íbi o movimento du nossa vida saciai ; sessões reííular-
mento líolebradas e concorridas por avultado nuraeroda sócios,
leitura de trabalhos originaes, antecipada noticia de outros
que se preparam para em tempo serem apresentados ; não io-
lerrouipida publicação da nossa sempre apreciada Hrvhta ; con-
venientes discussões subre assumptos sujeitos à nossa apre-
ciação; assídua correspondência com Oíjqtie so interes>am pelos
no>soâ trabalhos, são tostomunhoíí inequivocoa da fecmida oxis-
teucia da nossa associação.
De tudo dar-vos-ha minuciosa noticia o digno e zeloso
Sr. 1" eocp.tario no relatório annual que vao sor lido ; nâo
deixarei, porém, de especialmente referir-me a trabalhos da
subida irapiirtaocia o em adeanttdo andamento, relativos ti
geoiíraphia e historia do Brazil, devidos á reconhecida compe-
teaeia e iníktigavel a-^tividade de dous diatíoctos coei soei os do
Instituto, os Sra, Barão Homem de Mello e Roclia Pombo.
O Atlas do Brazil, cuja publicação de novo se prepara em
França, e qm foi objecto tíe acurada attençáo da parte do seu
i Ilustrado autor, na reeoíae d aprazível viagem feita ao volho
mundo, vem concorrer pira que se tornem bem conhecidos
640 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
todos OS pontos do nosso extensíssimo terrítorio, como seguro
elemento da unidade nacional.
A historia do Brazil, agora emprebcndida, depois de muitas
e incompletas publicações de escriptores nacionaes e estran-
geiros, ô a feliz realidade de uma patriótica aspiração ha muito
ardentemente pronunciada.
Grandiosa e diílicil é a obra a que se propõe o laborioso .
escriptor. A historia do Brazil, expondo com verdade ejadi-
closa critica os numerosos e admiráveis sucoessos que consti-
tuem verdadeiros titulos de gloria para a Naj^fto, será um ex-
celso monumonto levantado em honra da pátria, patenteando o
progressivo desenvolvimento moral o material deste grando paiz.
As provadas liabilitações do historiador e o vasto o bem
deduzido programma que apresentou ao Instituto em ura a de
suas ultimas sessões fazemnos esperar cabal desempenho de
tão árduo com raetti monto.
Com producções litterarias desta ordem hão de sempre en-
graudcccr-so os créditos de que merecidamente gosa o Instituto
Histórico e (ieograpliico Braziloiro.
Identificados com o amor da verdade e da justiça, confir-
mam cm seus trabalhos os operosas scientistas o distico do
lyrico latino:
Quid vcrum atque bonum curo et roço, et omnis in hoe sutH.
Novos e habilitados consócios vieram no correr do anno
alistarse náis nossas pacificas phalanges de obreiros do pro-
gresso, nos extensos domínios da sciencia que solioitos de longa
data perlustramos.
O valioso auxiiio que nos trouxe a auspiciosa entrada de
prestantes collaboradores veio revigorar nossas forças e ex-
citar-nos a persistir com redobrado esforço no louvável empenho
de bem cumprira difíicultoa incumlienciaque nos foi deixada.
Infelizmente as justas alegrias que sentimos por tão agra-
dável motivo toem sido de continuo contrastadas pelo intenso
pezar quo nos opprim í quando perdemos saudosos companheiros
que para sempre vão doixando-nos, arrebatados pelo cruel des-
tino, quo impiedosamente nos tem ferido no intimo de nossas
mais caras aneivões.
No rovei*so do risonho quadro de nossa vida social activa o
florescente, irão sendo insculpidos em caracteres indeléveis os
prezados nomos daquelles quo sob o lábaro eterno da immor-
talidade se abrigaram das vicissitudes da sorte e áspero influxo
das paixões humanas.
Cabe essa delicada e dolorosii tartífa ao nosso erudito e ta-
lentoso orador que a desempenhará magistralmente, como de
costume, tecendo o rloprio biographico dos sócios ultimamente
fallecidcs.
E' uma divida de coração quo resgatamos ; derradeiro tri-
buto do admiração c do respoito d venerada memoria daquelles
que em vida se distinguiram pelos seus serviços, illustra<,io o
DISCURSO DO SR. PRESIDENTE 641
virtudes ; é a solerane consagração do morito ; o authentico re-
conhecim(?nto da verdadeira superioridade, que, na piírase de
um moralista, consiste na for^a da alma, força que não é só
exercitada pela intolligencia ou pela vontade, mas ainda animada
e robustecida pela virtude.
Concluindo o que orn cumprimento de um preceito regi-
mental tinha a dizer- vos nesta ligeira ai locução, resU-me at^ra-
decer, em nome do Instituto, a obsequiosa at tenção que deve-
mos ás distinctas pessoas que se dignaram de tomar parte nesta
festividade académica.
E com especialidade são rendidos os nossos mais profundos
G respeitosos agradecimentos aos Srs. Ministros da Uuerra e
da Industria, Conselho Municipal, Club de Engenharia e So-
ciedade de Geographia, dignamente aqui representados.
A amável assistência dos que vieram assim abrilhantar a
sessão anniversaria em que é commemorada uma data lumi-
nosa da nossa historia litteraria em extremo nos anima c lison-
jeia. O favor recebido, honroso para o Instituto, é, para os
que o prestam, altamente significativo do justo apreso em que
são tidas entrenós as instituições scientificas e litterarias, po-
derosos elementos do civilisação e progresso de um povo, quando
ã liberdade se allia o patriotismo.
Prosigao Instituto com resolução e coragem na difflcil
empreza por nobres sentimentos iniciada e ató hoje vantajo-
samente sustentada.
Seguras garantias de prosperidade o vigor na proveitosa
existência desta douta associação nos oíTerecem não só as libe-
raes disposições dos poderes públicos claramente manifestadas
nos favores que nosteem sido dispensados o que muito nos penho-
ram, como ainda a illimitada confiança quo nos inspiram as
provadas habilitações o reconhecido zelo dos dignos isonsocios,
a quem são devidos os mais francos elogios.
Pelos bons serviços prestados ã pátria na composição de
sua grandiosa historia terão elles recommendado seus nomes
ã gratidão nacional, e de seus trabalhos poderão ainda dizer,
como do sous cantos, o nosso engenhoso poeta Silva Alvarenga:
Pop ollos noin<^ o fama
Torei com gloria na futura idade;
Premio quo mo não rouba a mão escassa
Do tempo injusto quo voan<Io jiassa.
Está aberta a sessão,
*riJiri
t
á
•1
RELATÓRIO ANNUAL
DO
PilDieiro secrelario Commeudador Mm HaM
Ka Se33&o Kagna om 15 de d^sõmliro do 1305
Em modosta, mas sij^níflcativa íbstivídadB ucadcfiiica reu-
ncmse hojetjâmembroádo lustitutj HisLoricoti (íeu^ríipieo Bra-
zilciro para celebrar o sexagésimo se ti mo anoiversario de sua
findarão .
Nesses sara ih aanuaes este util e patriótico grémio ííede,
não aos desejos do vaidadf? o do vanjíloria, mas á explicável
necosaidadc, nu antes a iitiperioao duver.
CoiitiDuadores dos pati iarchad desta casa, nós, os que lhes
vamos siiccydondo, eoatas devemos da ret^poasabilídade da miíí-
sao que oes fji coDÍiada.
Dovemol-as ao>i poderes públicos, quo em tndos oa lompos
tios toem auxiliado, n tiHJos os nossos conip.iitnuias, às nossas
cy-irratls, ás corporações estiiiu^^eiras que sempre iios ti-era
hoorado com boa confratcrnidadij e mui ti ct/asideraçau » Deve-
iQOl-as ao4S nossos amigos v mai^quij tudi> ao» uussos dosatíectos.
Essos o fnstituu eocontrou om sCU n^^scedouro o aioia
nâo doaap pareceram de todo, L*gavictos pela evidôDCia do8
factos.
Aíguero que se acha jirosento. aioda no corrente anuo
sabiii a campo em defesa do InsULuto lli:ttorico, mal apre-
ciado depois de uma longa existência votada ao amor das
cousas pátrias.
i':sse brilhante escriptor provou que o lostituto tem, como
seififri*!' teve, intenm mtalidade ,
E' uma instituição que resistirá, puis orvstallista o ele-
mento $ub:itanciãl da vida intellectiva da uussa p^tria^a sua
historia.
Ha um aspecto qup ora offerece a no?so Instituto e para
o qua! busco a vtnsa íUteuí.ao,
u que, de ordinário, os no^soi> adveriiano^ al]e^^ivam era
que esta asâociavâo só m compunha de velhos, como si o
644 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
adagio latino do senectus est morbus pudesse ser applicado a espí-
ritos que diariamente demonstram a sua completa integridaae.
Mas ainda por esse lado o Instituto hoje se apresenta em
condições galhardas.
As nossas fileiras acham-se agora guarnecidas por am
novo pugilo de homens que, por suas qualidades de caracter,
de intelligcacia, do civismo, saberão manter, com brilhan-
tismo, os Lauréis conquistados, AíTonso Celso, Alflrodo Nasci-
mento, Aílonso Arinos, Epitacio Pessoa, Leopoldo de Bulhões, Max
Floiuss, Rodrigo Octávio, Marques Peixoto, Arthar Guimarães,
Alcibiades Furtado, Manoel Cicero, Oliveira Lima, Auguro de
Lima, Pedro Lessa, Pandià Calogeras, Horácio de Carvalho,
C^uto de Magalhães, Alfredo de Toledo, Manoel Barata, Bu-
clydes da Cunha, Campos Andrade, Albino Alves Filho, Xa-
vier da Silveira Júnior e mais alguns, pertencem a uma ge-
ração que dispõe de vigor e de prestigio ainda não atacados
pela acção destruidora dos annos.
E nesse facto deve residir, como realmente reside, uma
das mais seguras esperanças do lustituto.
Cabe, pelos nossos estatutos, ao I» secretario, continuando
a summariar todos os factos, apresentar, em resumo succinto
quadro dos nossos trabalhos no anno que hoje termina.
Verdade «3 que a imprensa, a quem somos gratos, publica
graciosamente e com toda a regularidade, as actas das nossas
conferencias. Exparsos aqui e alli seria, passados annos, ta-
refa trabalhosa ao espirito indagador que quizesse eonhecer as
differentes phases desta corporação.
Votado ao estudo da Historia, disse o inolvidável Eduardo
Prado: <o Instituto ó elle próprio já um largo pedaço da his-
toria do saber brazileiro.»
Para justificar essa asserção pena ó tenha sido tal incum-
bência confiada a quem, no dia de hoje e ha 14 annos, obri-
gado se ve por satisfação do bons desejos, a ser a nota discor-
dante neste ooncerto de harmonias iitterarlas.
Não importa, porém; sem atavios de eloquência, o orador
que vae abusar da vossa l»enevolencia está tranquillo. Faliam
tão alto os esforços de todos os nossos consócios, que só pa-
teuteal-os por meu intermédio não lhes tira o valor e o me-
recimento. Podemos todos asseverar: o anno cadente ó mais
nm annel da longa cadeia que une o passado glorioso ao pre-
sente animador e ao futuro rico de esperanvas.
E (.'sses votos devem constituir os anhelos do quantos
prezam as verdadeiras lotti^as pátrias.
A administração eleita para o anno do 1905 tomou posse
cm 7 de janeiro e a 10 de março reuniram-se pela primeira
vez os membros do Instituto quo realizaram a sua 19^ e ul-
tima sessão ordinária em ::^7 de novembro. Uma sessão extra-
ordinária teve logar em 4 do corrente para a conclu^U) dos
trabalhos do anuo em andamento.
Estas sessões, regularmente frequentadas, tendo na m(}dia
14 sgcios presentes, íbram presididas pelo titular Sr, Conse*
RELATÓRIO DO 1" SECRETARIO 645
Iboiro DP. Olegário Herculano do Aquino o Castro, á oxcopção
de seis, nas quacs por motivo de serviço pablico deixou do
compirecer S. tíx., sendo substituído om uma polo i» vice-
presidente Sr. Conselheiro Manoel Francisco Correia; em cinco
pelo 2« vice-presidente o Sr. Marquez de Paranaguá e ainda
em outra pelo 3o vice-presidente Sr. Barão Homem de Mello.
Todas fomm sempre secretariadas por Henrique Raffard
o Max Kieiuss.
Neste anno foram a Imittidos 15 novos associados, sendo:
ti'es bonorarios, quatro offoctivos e oito correspondentes.
Na classe dos sócios honorários:
Em sessão de 28 de abril foi pjf unanimidade de votos
eleito sócio honorário e acto coniinuo tomou posse o Sr. Dr. José
Leopoldo de Bulhões Jardim, aetual Ministro da Fazenda, dando
assim testemunho da importância com que recebera a distincção.
E' ocioso encarecer o mérito do novo confrade, espirito
desde os mais verdes annos entregue ás lides jornalistioas o
litterarias.
Desde os bancos académicos de S. Paulo até as elevadas
posições sociaes a que tem sido chnmado, o Dr. Bulhões re-
velou sempre a competência o o critério que só o estudo ver-
dadeiro e a grandeza do vistas podem originar.
Membro do instituto, o Dr. Bulhões, dias depois, visitou
demoradamente o edifício social, percorrendo todas as suas
dependências e examinando livros e documentos da nossa bi-
bliotheca e archivo.
Prometteu — o que está em véspera de ser uma bella rea-
lidade—alcançar do Congresso Federal os auxilies necessários
para os concertos de que careoe o próprio nacional na parte
em que fúncciona o Instituto.
Tudo isto prova que a investidura do Dr. Bulhões foi um
acto de justiça e ao mesmo tempo assegurador de benefícios
k nossa instituição.
Na mesma sessão foi eleito sócio de igaal categoria o Sr.
Dr. José Joaquim Seabra, actual Ministro da Justiça e Negó-
cios Interiores, o qual com toda o direito mereceu esta honra
por parte do nosso grémio.
Logo em principio de sua administi*ação desejou S. Ex.
dotar o Instituto com nm prédio em que, em condições favo-
ráveis, pudéssemos dar desobriga á nossa importante missão.
Ninguém desconhecerá no eminente cidadão os predica-
mentos que o tornam digno da distinc.;ão como a do que foi
objecto por parte do Instituto.
Confere este o titulo de sócio honorário a pessoas que
por sua idade provecta, consummado saber e distincta repi*e-
sentação estejam nas ciroumstancias de justificar a escolha.
Esta manifestação de apreço coube este anno, com toda
razão e justiça, ao preclaro membro do episcopado brasileiro
o Bxm. Monsenhor D. João Braga, digno Bispo de Petrópolis.
S. Ex. Uevma., com a gentileza que o caracteriza, agradeceu
seu diploma promottcndo-nos toda a coadjuvação.
6ÍG REVISTA IM
Na clasão àoê sócios eíTectivos:
Em 7 do julho o Dr. A Iclbiades Furtado quo Lomoa |.0t^
do lugar de sooio efreetivo, baveodo sida proelaiiiadu do
me.&mo dku
Admirável artista do verso o muito d*-'dic ido a íq vobttgaçòes
hktorícaa, têm o Ur, Furtado prudnzidu vm-ioi* trabalUoã do
subido valor.
Ao SíiOtarso ctitir nós iirometUiti fcUo aujciiUr o» iioiesuâ
esforços. RJTeclivamiMite» no correr d pí* te anuo, como ee ^-era,
— leu outras iiovaíi iiíoduevoes inre b*io de fii^^urar ua oúaíta
Espirito paci(3Dte o de amouidado du cstylo. o Dr. Furtado
ocGiipa-se de prefoi^acia com a.s queiitões do p>ovoameutu do
nosso solo.
Com coadju vadoros como o Dr. Kurtiidu o Instituía li ca certa
de ir Ciiminbo do pro5periJ;idt3.
}'jSí& conceito ap^plica-tò intaimn ao 8r* Dr. Manoel Cicoro
Peregrino da Silva, adinitti'io em sessão do 21 do julho e cm-
postado a a de ^^1 de a^^^-o^to.
Ardoroso e illostr» obreiro das letlras imtrías, a ellaa vae
prestando reaes serviços na direcção da nossa Bibiuitheca Niicíunal
que vae ser dotada de um eiitido coudjgtio doáta insUttiiçâa,
primeira da America da Sul.
Nas fileiras dos nossos antigos e verdadeiros hcmons de
líjttras flguram com vant;i;íem o Sr. Ur. .loá^ Cardoso de Me-
nezes e Sauzn, Barão de Faranapinc<(ba ; S. Ex, foi proclainado
ura 21 de julbo a tomou posse en\ i de agosto.
Na bagagem littcrarla du S, Ex. eticonlnun-âe belli^stmãs
prodiicçôos que o torDiiram cunbeàdo att^ co estrangeiro.
Prosador emérito, coino prova o trabalho si>bre Coloéti^içõo
que serviu de titulo a sua admiaslo. Mereceu este trabalho de-
tido parecer do no^so digno consócio Sr. Rocha Pvmbo.
O Baiâo de Parapiacab»* apôs íonga existência dedicada
às iuctas das sclencías e das iHtra.s, não »e seate ahacido.
Mostra o líieânao entbosiasmo qtíe nos [iniaos juvenis o a í^iia j>er-
inanoncia entre nós é bom exemplo, di^'no tie imitíiçâo,
Nao era desconbecido pelo Instituto o illustro liilitraU»
publicistai u homem do governo Dr. Joaqutjn Xavior da SilveiíTi
Júnior, Dcí^de bem mo< o dedico u-se ás lides da ímpreos-i reve-
lando cupicidado não communi. Ne^ise nlun seguiu os i\\oin|»Ít»s
do seu progenitor, ião cedo roubado á pairia.
Quando prefeito raimicipal» o Dr, Xavier da Silveira
dígnou-se de incumbir o nusso Instituto do ser juiz para apre-
ciar o mor i to de uma raomoria histórica aiirosentada aos põ*
deres muiiioipaes.
Advoga-lo de grande clteDÍela nào doixi nas lioras vaifas o
Dr. Xavier de entregarse ás pesqoiiias da uo-^-ía hisluria*
Entre es-sns irakilb^íf* Hguru í^jii vjuiljfííinj u perfil Itjo-
graphtco do grande íiomiunde Estado quo se > hamou IlerDordo
Pereira de Vasconcollos* Serviu-llm de litutu á sua admis^àu
eiita memoria.
RELATÓRIO DO I" SECRETARIO
647
I Com a l>rlllianto cuoporação da Dr. Xavier da Silveira con-
I lanioa nòê oa memhpjs do lustltutt>.
I Ellu coTii os rccom admiUídoa supprirào com vantagom
I as cíaroij qu<j a morte vao fazendo niis nossas fileiras.
I Na cljJSác dos 8acios correípontientog:
f Naã caitíco de oncomioH quom coma o Sr. Alberto Pi-
I montei uccapa piJ.siçAo crainonie na lista doa escriptores par-
tiigueze:^.
O sou intore^aanto livro a CãrU de D, Pedro IV Tal -a com
justiça iíor adinittida omSl do junho sócio do Instituto. Esle
"trabaiUo moreoeu longo c minucioso parecor pui' parte da Tom-
miesao Subsidiaria da Historia, sendo o rolatur o Sr. Max Fleiuss,
2" secretario. Fazõmod iioasis as ultimai palavras dcsto parecer
«muito lucrou a nossa associação cnra o possuir na valíia rao-
tropolc (iiiemt dispondo de clovada cultura iotellectual o
graodo amor ao trabalho, polaa rcgr.iá do collcstiismo m veja
obrigado, o que lho sora de certo tarofa satisfacLona, a forne-
cer-nos 03 olomeiítoíí históricos qiio sò os archivos partiigiteze3
coniiorvam> •
í^otiioiocio correaiioudente foi admittido em 7 de julho o
Dr. Alfredo Ferreira ae Carvalho, engenheiro civil e 1" secre-
tario dii Instituto Archoologtc.i Pernambucano.
Sâu do sua lavra: Dvirw ffe t/m sohffido dn companhia dits
índinst Olinda conçitisladut Itnprcnsn Imkinna, Jornne.^ pernambU'
canos, etc, Foi, pois. Ijolla acqui.sJç;Kí p.vra o Instituto adesBe
homem de leltras que possua estudos ospoeiaes sobre as íUíTe-
rentes pha^s da historia peroambucana.
Sob o titulo V/irúnúíopia Paulista^ escreveu o Sr. José Ja-
cintho Ribeiro paciente e curioso trabalho que lhe dou o direito
d© figurar entre os nossos associados corrospundoutes.
Para <lar idéa du valor desíia ciironologia bastti citar que é
eila muik) consultada pelos frequentadores da nossa bildiotlieca.
A chronoloí^ia mereceu Justo parecer do nosso i Ilustro
consócio, ha pouco fallecido, íír, António de Toleilo PíEa o elo-
;íÍos li miados pelo ilíustro cone^fo Ezequias Galvão da Fonseca
õ poio notável juriícanaulto, publicistii o lenfe da FacuUiado de
Direito áeS, Paulo, Dr. Hrazilio Machado de oliveira.
Acontecimento de siimma importância loi som duvida a pu-
biícaçUo da obra om três volumes do Sr. lír. Pandià Calogeras,
As Minas do Bra.ií, um trabalho «jue constitue ver«iadeiro
tratado tobro tão importante ajisumplo. E' de admirrir a eru-
dição, o critério 4íiipar*jiai o o espirito de iiivesliguçno reve-
lados pelo jovi/n deputado.
Historia das mína^, de suas primitivas descobertas, meios
empregados, claaslílcações mineralógicas, aperfeiçoa mantos na
extracção, decadência iia» explorações, leis antigas e modernas,
tudo teia legar cabido néste ímmenso repositório de iufor mações
utets ao progresso do BraziL
Euj consequ*'ncÍa do longo eju^to parecer tlrmado pelo Sr,
Visconde de Ouro Preto, na qualidade de relator da Com missão
de Historia, foioDr, Pandtá Calogeras admitlido com todo dl-
21 5S — í2 TuMu l:xvíii. i-, ii.
(MS
REVISTA DO IXSTíTUTf» HlSTOniCO
reiio sócio oorrespoodoate Ho luãliUito» em IB de se tom ti ru e to-
mou posse í-m ^ (Jt3 outubro.
Tèro-se rèpiNiduzido ontie diversos EâUdOi áú Brmzil
qnestíitís sobrií limiíoB. E^í^rs lití;,rifs lòni áado Ioj:ar do
aj^parcMiimonto de trabalhos soUvú pontu; iki nui?sa historia tor-
rJtonaí, Hervi* agora do exeraplu a memoria LimitfS ^-nlre oi
K^ktdús tit' Minas (lerfies o do Espirito Stmlo, firma<dli polo Dr.
BcTDardo Horta do Arairju. deputado íoilorul.
O Dr. Horta revtdoii-s<^ invcstiíjf.idor da^ antiguidades do
Estado quo dígnainonte re^frasènta ; fui proclamado sócio cor-
refcpondoQto du loíítituto em IH do setembro.
n^ariRaes úo listado, pátria de tankiá brazíleiros i ti adires,
receberam valiosa contribuição com a importanto nionoífra-
pb ia d u Sr, 1 > r . 1 í i o jí o do V as co n c u 1 1 os , //í s t o r ia a n ! iga fie Mina *
Geraes^ Esmerilhando faetos, dencobriudo novo^t docmootitos,
foz o Dr. [íiogo perífeito quadro syiitbetico do desonvolvimeoto
social e politico de Minss, reveíuu-se oscriptor e sobretudo
irapareial.
Traçado com eUylo elegante, d de fácil leitura o livro do
Sr. Ur. Diogo do VaÉtconctllos, justamente proclamado sócio
rorrespundcntô do Instituto.
Nem ^sempre a.<j tompe^tnoikas Iiielas politicaâ ab&orvcin de
tudo o3 cuidados dos nossos bomans públicos. Alguns ha que se
aproveitando dos lazore8 cultivam com vautagem ag lottroí» 6
Bcieaeias.
E disto dá prova o Sr. senador Dr. Joaquim No^ricini
Paraná ;jíu:l com seu livro Do Hio de Jnntiro ao Piauhy,
KiSíripto CO NI erilorio e obs^rviíçAu, ora lingua^^m II «ente,
pikle mv lido du uiaa aHi)ent;id:i. deixando no espirito do
leitor buiiií impreíísõeâ acerca do nosso paíz. Suíi ori;/iníilidade
impue-se o pòJe o Lír» NuiOi'ira Pitrana^^uá ser incluído com
vant4igoiii na ^'ruude gíibM'ia t\Kjs viiij.ire^ que em todos oi
tempos lèm pereorriJo o Hrazil <• cujas memorias dao valor
ás paginas da uos-sa Reci^ttt, S. Ex. Íoi proeiauia<lo soei o oor-
rospondynte e empossíulo em 4 do corrento.
Não«ao de faeil eve/uçao o>í trabalíiõs ^'enoitõ;/ico8 quando
Be trata de uma só femilia i Ilustre» cujos desce adontes so
contam âã vezes por nulliares. Essa dilH<'uldade8obe do ponto
quiuio o eseriptor trMu de Sií oecupar tlr dive» ssis fauiiliaii que
em í:èria epoo^t ^ tiraram um ctotormiuada localidadu o dAbi
Ê*e raunricaram.
Essed obíoes veneeu-oji brilhau temente o Sr. Dr, Lui£
Gonz iga da íSilva Leme com a sua (lenenlwjia Paulintc, que
já copíta oito voltiraoíí. Trabaibo de bm^jo fôlego, íiuppre mui-
tas das lacimas quo se podem encontrar em Pedro Taques*
Me D d os do Almeida. Azevedo Nfarquoíí, etc.
Ham recjbi-la p4>lo lustitiilo a candidatura do Sr. Dr, Silva
Lem^, íoi olle proi-tamado .^ucio cort'es[ioiideute em 21 de juilio.
Éritreianto manda a vordade dizer qiie o trabalho do Sr.
Dr, Silva Leme podo í?er ainda augmentado com os a.seeQ-
dentea doa clieíe,^ que lixaram residência om S. Paulo, por
HEI.A'r(>KI'J IK) I" íliCUliTAUJi»
C49
I
oiemplo na faoiilia ToloJo Piza, e) i Ilustro gGDealugíiít-íJi, fal-
landu de D, Siiuáo do ToIlíiÍí) Pi/ *, riatyral do AogiM da Uh^
Ti3i'ccira» quo (ixuoii tíin S, I'aiiÍo '1í> nnno <ío IG40, o iodíca
pertuncoute àa cusilí di^â Duí^uus ih Alba dú loâ Tovmt^s e
iondos do Oroptua cuja ori^tiui eiuorilra uos mais deserivulvida
em niã trabulíiu intittilado Mt-ttioia /tist<jrn.*í itobre Íti /'tmtita
Aivfo-t . tic Tottuíii c^H Vhite, i-ublicadd em VMÀ, pt>r Tlionias
Tharor Ojeda nm Aiuiaod Aa Universidade do Clnb, Lottio
CXili,
Nesto aDDO du lUor» Umhoiu kíiiaaram po.s^e ojá Srá. Círios
r.ix KlctL, caasul ^oial da ríopiiblíca Argentina, em â4 ile
mítrro, o Dr. Sylviu Komoro em :i8 de abril, proolamudoá
sócios om l*.'04.
O Sr, cimsiollieiíNí ,]ú%\ Mau rido Perormdna INiroira d<i
Barras, nossi compauli^iro de UubalJio de^dc E^», foi elo-
vado morocidaiuf^ato á clasíjõ do socíj honorário, ua «iessão de
7 do abril.
O QOââO cijQSocio tliOíioiírtiiro Dr. Fr a íi cisca Bapiidta
Martiues Piíibeiro, liavetido «ido na sasi^são do 23 do jtiiho ox-
onerado, a seu pedido, por diversas vcxtís solicitaio. ío^ sub-
stituido aló a eleição de Dovo titular, pelo uos-ío oonfrudo Sr.
Artbur í íuiinarât^,
Dor-im^s/^ al^uuius mu liíicague^ uas diversaá commiíiãôtii
em const»quencÍa do exuiiorações coDcndidas a pedido;
Na dí! FimJos e OrvamontuB, u Sr* Desemljargador TUoniaz
Gareoz Paraubos MontoDegru subtiluiu o Sr. foQaolJjeiro Ju8â
MauHeio Fernandes Per<íjra de Barros ; na do admifesao do
!?ocio3, ú Sr, Coíis^idbdrQ Salvador Pires do Carvalho e Albu-
querque âubsUlutu o Sr. t ú use Ui eiró .luão Carlos de Souza
Ferreira e o Sr. Birào de At«jncar substituiu o lallecido
Coii:>elheiro MiiUoel Fraucisco Correia^ cujii benemeidJicia é de
todos peifeitiimeate coobeL-ida.
Na represe 11 tarào \\o CoDííresirio Latiau-Amoricano o Sr.
líouselbeíro Cuadido de Oliveira áubsútuiu o Sr, Viiwoudo de
O tiro Pi-Qto,
No Congreigo do Eiípansào Económica o Instituto foi repre-
sentado polo Sr. Dr. Alcibiadjs Furtíuio*
Na inaiif^u ração da o:<tatua du ominento jurisconeiilto Dr.
Augusto Teixoira do Freitas ftitevtí premente o lostítuto, bem
tíumo cm todas a^j solemo idades quo se realizaraiu n\ .Vvenida
Couínil, livada a clTeito í?raças á onergia o fur<,ía de voutado
do dou.i bêàemeritos brdzilõiro», Urá. Lauro Mtiller c Paulo
de Frontiíi,
Km soisalLo da aíse^oblea geral de z:l de dezembro de 11HJ4,
presidida pelo Sr. Maiquez de Faranaguá, fui uaanimementíe
appriivadti foísse col locado na Sitla da iii>sta ãe-ríítarja o re-
traiu auleodo oo.-ííso venerando l'r*iBideiiio,roUôidbeiru ulegtirio
Herculauu de Aijuino o Castro,
Para exet^ução des^o dtísiderutum fui csicolbido o dia l^ú de
março, anuiversario nataliciu de ^, Kx. Era desejo do lastitoto
dar a miã eeremouia o maior brílhautiauio, mau a bto &o oppoz
G50
HEMSTA DO INSTITUTO IlISTOniCO
o Sr, r*residoatL% p^^dindo fosao elía realizada com toda a sim-
plicidíido e aâsiiii loi.
No referido dia 30 o lãatttiito enviou a S. Kx. cíin cartào de
otiro acoiopaDhado de nraa ineusa^^om r<ídigrdri prlo qosso enii-
Díinto eonsociíi Dr. AiTonso Armos í3 usaignada por todos os
nieroliros presentes, om nutiicro áe 10.
DessG inod') o Instituto procurou sjlvor tiraa divida de
gratidão para com o nosso il lustre Presidente, a quem deve inol*
vidáveis Berviçoa*
Na sessão do 7 »lf> Julho propoz o :i'^ SecreUpio, Sr. Max
Fleíuss, licasso registraflo oiir acta um voto do potar pelo íhll©-
ciiíiento do f?abio goographo ElisOo II ^^ chi 9.
Por occasiao lío «Dterr.iraeato do nusso prantoado l<» Vice-
PresideutM Sr. roíif^llioiro Manoel Francíaco Correia, u Instituto
teabomiinhou o seu aproçíj ao i Ilustre morto, fazeiído-íío i^ejuv-
sentar a dopositando uma coroa sobro o ataiUle.
Ao torraod coiilie^iuieiítOd da idavaçâo do nosio preclaro
coujíocio Monscnlior 1>, Joaquim Arcovorde do Albuquerijuo
Cavalcanti, rosolvrmus ibase uma com missão iblíoiur S\i%
Bmíueticia por ter rocahido nollo essa suproma dignidaio
cuiiforida pela primeira voz a um prelado sul-americano.
Ao partir S, Kx, Rvma, para Rouui uma outra coraraissào
fiilUe Ifivar os nossos voim de boa vingcm o feliz roí^roBso,
Km li uma Sua Eminoncia eiicontrou-so com troíí venerandos
consócios Do*í08— o!5 í^ardoae.^' Rampolla o Ootti n o Hispo do
Para, D. Francisco do Rego Maia, aosqiiae^s aprescutamod da^ui
03 aossos cumprimonto:s respeitosos .
O Instituto igtiaímíjote loz-so representar nas seisões
litterarias reaiizadas eui iiotnoaaLiOiu a D. Miguel Cervantes
pelo Gabíoottí Porltiguez úe Leitura, Retiro Li t terá pio Por»
tuguez, como todas as ceretnonia^ o solemoidados para as quaee
fora gentil mo II to convidado.
Ú patrimunio do ínatiluto t\ji augmentado coin a gene*
rosa oílerta do noí4so b<3nomeriio Preaidentn, sr, tonselfieirti
Olegário, de súis apólices muuicipaes do valor do ;^00$
cada uoia,
l''e/.-so a distribuição do volume LXVIl da nossa ã<íthta,
acli»ndo-,so no prelo a 1 parti do voliirao LXVIIL
CouUnuam muito frequentados a nuasa bibliotlDca e ar-
di ivo, a cargo do Sr. lH\ José Vieira F.iaunda, cuJoíí serviços
a esta associação oão carecem de encómio».
Continuanms a ser bonrados com importantissimas obras
naciooaes e estrangeirai que constam das respectivas actas,
bem como manuscriptos, jornaos, revistas litterarias e seien-
tiâcas e mappas.
Dentre os oITartaníos cumpro salientar os nosaos consócios Se*
nador Manuel Barata, Dr. António de Toledo Piza, Max Fleiusa»
Úr, Alcibíades Furtado^ Visconde de Sanches de Baena, Dr.
Joio Barbosa Rodrigues» Dr* Manoel Cícero» Dr, Nelson áa
Senna, Dr. FandíÀ Calogeras» Cjronel Tbauraatargo, Barão
de Vasconcelloa, Dr* Paulo de Froutin, Joaquim Augusto GamAt
RELATOR IO IX^ 1'' SHCRRTABIO
LeoDcla do Amaral durgel, Carlos Larrabure y Córnea, Ale-
jatidrtí Rosai, Daniel Garcia Acevedo, viuva do Senador Tliomaz
(ia Porei iincii la, ln\ Guilhormo Catramhy.
Fizerarn-se ouvir em «li versas sesi soes os d ia tine toa collo^as
Visconde Rodri^riios dfl Clivei ni, tobre Finanças do Brd^U ;
Dr. Nelsun iia Senna, Sijbre o Rto Doce ; Di\ Alcibiadea
Furtado, londo tim seu iraballio âcorca de Um naturalista do
sccuíú XVfll e outros: Pedro iM ou te negro, que descreveu & Flora
do Paraifiiã^, 8ubre a História de duns rillas, 5, Jotto da Barra
e Campos ; Os < 'aminhos porá Minas ; Os últimos dias de Pedra
ho ; Josô Francisco da Rocha Ptiíiibo sobre o prologo e pro-
gr&oima da sua H^stona do Bnuil ; Max Fleiuas aua menioria
aobre 2>. Pedro Ido Brazile IV de Portugal^CondiçÕej actuaes
do Instiktlo Histórico e Geographico Bra til eiró ; BMuardo Marquas
Peiíoto, Ctw flicto entre o Vice-Rei Luiz de Vasconcelios c Souza
e o Desemhtirgador Ambrósio Filai itga — Manobrafi militares exe-
cutadas Q0!J campos d<! SaDfAaaa e S. Christovão por onlem do
Viço- Rol Condo de llezQnflB^Quetíôes sobre terrenos na ilha da
Paqueíã; Ss^, Sonadof Manoel Barata, ao oíTorecer ao lostittito
uma carta autu^rapha do Sr, D, Fedro 11 dirigida ao Mar-
quez de Sapncahy, a respeito da quosíãc li Iteraria ?iobre o
poema .1 Confederação dos Tamoijos^ leu noías innumeras sobre
o assumpto.
Por ellas ficou provado, ali'[n da authontic idade do do-
cumento, que o Imperador tomou parta nesta queetào, escre-
vendo artigos ao Jornal do Commercio, sob o psoudonyiíio Outro
nmigo do poetai O Irapíjrador, Manoel de ;\raíFJ<3 Porto Aleí^re,
Frei Francisco de MootAlverne, dofimdonmo poett Domingos
Gonçalves do Magalhães, coutra a eritic i de JysO de Alencar
que, no Di^rrio do Rio, escrevera sub paeudonymo diversos
artigos. Por proposta do Sr. 2^ Secretario Max Pleiuas, una-
nimemente approvada, o Instituto rêsoívou mandar cupiar
as referidas cartas e publical-as em ura dos proiímos números
de oosâã Reinsta.
Não pó'le o Instituto líeiííir de consi-içiiar nesta resenha o
facto de ter sabido do prelo o 4" e ultimu tomo do Compendio da
Historia dú Brazil, da lavra do pulre Rítph lol M. GalanU S. J.,
obra cujo inicio data de 1897*
Eáse trabalho do no^ao modesto qoâo erulito consócio se
impõe a g-randos louvores^ por exprimir, em ena singeleza ex-
poaiuva, a graad'j cuiiura do autor, sendo no genoro uma
publicação mag^nidca.
Sobre este mesmo assumpto cumpro regial-ar o appare-
cimento dos primeiros fa^cicubis da Historia da Jímiíí do oosso
provecto consócio Sr. Rocha Ponabo, Dessas primeiras pagina.'!
ae pôde augurar um livro de primeira ordem, pela elovaçáo d«í
conceitos e segurança de inspiração.
Ainda cumpre salientar os novos esforços do uoaao Vice-
Presidente, Sr, Barão Homem de Mello, que, achando-ae na
Europa, cuiduu da nova o lição do seu Atlas do Bra^U.
E, neste terreno dv coilaboraçao, citaremos o concurso do
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
Sr. Sainctellnttn, digoo ministro da Bélgica, qiio fic tem empo-
tiliailo om olTorccor íio nosíio liisULtito varias publicaídoa íúitas
om Bou paiz o de jiotavel impor tancin..
ínspíniram-aos soring eiildiíJoe ok nossog dístinctos compa-
nheiros ãe Ihies Mjirquoz dn p.ir.ioiiíjuá, \ isconda de Oriro
Proto íi furão dií LorcU»^ pnlojj innoíiirnodo>; phy^icoíi que oi
iicurametUíradi. Felizinonto, mtvn se dissiparam, FazomoíS votos
pam que fonlimiom íi nos auxiliar, fiando sonipro o o tom pio da
assiduiilade o amur à nossa corpuraçào.
Serapi-e agradecida d memoria do todos oz seus consócios^
que inm contriljiiÍLÍo para o ou grandooí mento dosi* agromia-
^■^ao, o Instituto loz colobrar uma miaaa do sulTraglos polas
almai doa sótís fallecidua con frades.
Nestfi anuo deixaram-iios para snmpro : Dr, Jos(} Siildaaha
da Gama, Cominoadador Josã Aatuncvs de Oliveira Catratnby»
Padre Joaô Joaquim Corroa do Almeida, Doa Martin narcía
Méroii, Monsonbor D, Jos(5 Louron^o da Costa Aguiar, Bisp*» do
AmazonaSp Dr. António Manoel (lonçalvea Tot^antins, i^onsenioiro
Manoel Francisco Correia, \\l\ António Joaquim de Macedo Soa-
ra^i, Dr. António de Toledo Piza e Almeida.
Metíior do quo nôg, vae o orador do Instltato, com a
GloqtJencia qno llie «3 procria, patentear oa aorviçoa prestados
por fistes illuatreí finadusi e mostrar a magna qno nos ficou
pela falta de tão e limados auxiliares e bons compuiliclroB.
Cúm_o so trata do pag^ar no dia de hoje dividas do gra-
tidão, nao noa podemos osqnecor do Sr, D. Podro 11.
Km sígnal dô pemr pelo seit Í^Ulo<!im©nto, no dia 5 do
dnzembro tovo <j Instituto cerradas ns portas do seu e«llflcÍo,
como tnm fòito era todos oa annivcrsario^ do infausto aeon-
techiunto.
Paia satisraçâo do Instituto Histórico 0 Geographieo
Brazi loiro qne» prlniniro, teve a iniciativa da rt^patriaçao dos
dnsprjjoa ilu [mperaior o da nua augusta esiKJSa/ vè o mesmo
Instituto caminhar victortosamonte esta idnii genarosa o digoa
dos Brazi lelroâ.
Não é Glla a manifestaç.^ do partidos polilicos, mas ex-
primir 03 Votos do todos tiuantoa desejam conrorrer para
esse preito ái) justiça d memoria do no33t> grande comp^-
trloti.
Nessa dia o Instituto ird ao encontro do venerando ataúde
para pre»tar-i!ie ainda maiores homenagens, sem outros sen-
timentos maii quo os de muita s^tndade, muíro r-espeito e
eterna gratidão a quem Ibi IntKcedivol amigo, carinhoso guia
o inolvidável protoctor.
DISCURSO
ORADOR DO INSTÍfUTO DESBMBAPMOOR ANTÓNIO
DE SOUZA PITAN&A
Exmas, Sras,, raoiiHi caros confrades — « P<rr partículas
subtis dotailaíí d© Torça di^ agí^regaçâo q ão transformação,
unidas ao principia dn vontailo, tonim foi-mados txlns os soros
desto mundo mortal, oraanado lio immortaL
CaiLi um do^sei! •jores advituro n qualiludo do quoo procndc,
áo modo qiio quanto mais um sor ostít alHistado na S6ri0| mais
qualidades leni.»
Vau qualquer prromio seiontifico qiio nãu tivosfip a proU-
cioncia deata douta Instituiçáo, a enunciação dosso preceito
scientifico seria altribuida a Darwin, a llcBcIcel ou a Quatro-
faííos ; pois brtm» meus sonhorf^s, esaas palavraa sao textual -
mento transcriptas polo erudito Jacolliot, om su i obra— Ti-adi-
ç5cs InilO' Asiáticas, do Código d'! Manú, «teaso legislador ainda
meio envolto nos véo9 da lend;i, e quo 0.4 Hinrldg proclamam
filho do Hrahma o pao dn gonero humano.»
Míw para que o apipbtegma hralimanico conquistasse os
foros de dogma Hcientifteo ; para que a viTdadc pmpliotica, que
a lucidez do gouio i^eracrutou na obaervaçào ompirica doa phe-
nomenos, fosie sanccíonada pela sciencia o tivesse o pnatifrio
de uma lei natural, que percurso immeuso, que pcrogrinação
«Goular levedo fazer a Humanidade nr* espaço e no torapo !
Que iaoxifotavois the^ouro'? úq paciência, quo ingentes
eáforços, que horuieos sacrificlos, quaota iuta terrível, quanta
guerra sanguinolenta nesáa deiTvíta intérmina om que prosogue,
caminbu da civilização, gravitaudo mcanaciente, mas fatalmente
para osâe ideal quo insúnctivamonto a fascina: ritam tmj^en^ere
rero.
Que inoatimivel tiíeaouro ropresenta para a Humanidade
a conquista de uma veriade sciotUitlca» pesado o nae^lido o
accurauio de esforços, de grandes acontecimentos que facul-
taram sua ovoltição ! Que arrouboá ^oniaes e que evontu;ilidad©3
épicas tiveram de occorrer pira que a C(mstiuni;rio monistlca e
a (evolução trinsfcirmistica dn Untvi^i^g^, pela lei da>í afllnidadea
pliysicas, transitasse das paginas da Bíblia hindu para os am-
phhheatros; os gabinetes, as bibliothecaâ e os museus de nossa
actualidade soioniidoa 1
654
REVIíTTA DO INSTITUTO HISTORTCO
Em sua trajectória pela zcna das scicnciaj Dal ara <^, oo
predomÍDío da ciTílrzaçào da Grécia, tove do resistir às leis
physicas do genial matbemaUco do Syracusa» íla inv^estigaçues
nattiralísticas de Aristóteles, que niofeceram de Cuvier a õcm-
fissão do não terem sido j:lmat>; excedidas : e a essa synthaee
iocoraparavol das sciencias mediciií que se chama rn os Apbo-
risinos de Híppocratos.
Penetrando em líoina ieve de transitar pelo fijco das Incidas
in vesti gaçõGS de seus grandes natnralislas» de Plínio e de Celso,
o primeiro cm sou dolirio ^cientifico» asphixiando o sen ^nio
nas emanações sulfúreas do Vesúvio, para logar il Humanidíido
os seus :^7 volumes de Hisloria natural ; o segundo, cooqQistaDdo
por sua prodigiosa observação os foros de Hippoc rates ]aUno«at4:'
ser consagradíi pelo grande eplco da natureza, o genial Lucré-
cio, em suas sublimes st ropties :
m Q«ippi\ u!m iiofi rííii^ril |?eDÍ!a1ia corpora qnoi^ine
Qui pojssit inalfr r».'bus L-onsisterr c^ntaf
Al iiiinc s^niiuibus «{aia rertis inicrqiio creantur
Imlo cTiawitur, ai rjuc oras iii ntniiniíi f-xít,
MalnriPíi obi moM quijiiííijiiM (*í corpora prima,»
Ou íiilcítnte: «Preti^rra cjuoui niMloríi»» t'»\ mnUa parjiia
Quotii locns cmI prciíita nec ruH, noc cauaa nioriilur
LlUa ; i:cTi d*.beiil mini mus et conrjcri rf»$. •
Lac. Liv. II
E como esses pcregriuos corpr»s orrantes atravez da immco-
sidade. tendo om seu centro o núcleo luminoso já formado pela
aggregaçào das mutecuíaa, e em torno a nnbtiloíia íimurpha,
ainda em periodo do ag;?regação, a idóa genial, quo num relâm-
pago de inspíraçio illiiminara o cérebro do líropbcLadolírabma-
nismOt sur>?e nos horizunies da scíencla mode.rna attraliindo
para sou fòcu os telescopiús dos grandos perscrutadure3 das leia
do UDiverso, de Gaíileo, de Newton, de Ktí píer ou de Pascal ,
enlrn no perímetro da atraosphera terrestre sujeita a>6 dyna-
momelros dos operários de sua meeanici, do Oalvani, de Papin,
ár Volta, de Salomon, de Caus, de fSenjainin Franklin : penetra
afinal no seio vivo dos seroa orgânicos onde a vâo surproheoder os
microscópios videntes dos investigadores dos mysterios da vida,
de Andrt> Vesale, de Hirvey, de Haller, de Brou-ssais, do Bicbat,
do Magendie, de Milne Edwards, de Claude Bernard, at«3 assumir
a formula definitiva de uma lei, iiniversalineute consagrada
cumo a expresgão incontroversa da verdade scien titica I
E é assira que. atravez do perpassar dos séculos, a Humani-
dade contjuiata o precioso Acervo de sciencia, que C^ o seu glo-
rioso apanágio de superioridade na evolução progressiva da
vida do Universo. E sobra ea^e alicerce inal uivei, que, mais do
que a roeba, lesiste aos próprios cal acl Umas, o naturalista
edtílca o monumento onde so professam as leis reguladoraa da
vida dos seres creados ; o sociólogo erige es alvas cola moas do
DISCURSO no ORAlíOR OtTICIAr,
C55
u
Tribunal protector das roiacíies vitaea da coramunidade humana;
o pbiloííopho arcliítecta o hh grado tom pio da fé, em que so por-
acrutam os mysterios e rende- se culto ao Eterno Sor l
A âciencia, alei, a religião, vinculadas em ura nexo lógico
n necessário, operando o gríindioflo plirTiomeno da ovokiçio pvo*
jçressiVA ! Mas íjuo anjo mysterioâo e bomtíiu\\o assim proteíro a
harmonia da vida universal (
Historia, mãe carinhosa da scioncia, quo nas arcas santas
do teu Taiiornaculo ^2:11 ardas solicita as ta boa a ai^Tarlaa da lei da
verdade, como é^ providcncinl^ nm tt)das ns rolaçôea da vida
humana l Graças á tua acção tutelar encontra a sciencia
a<'curauIados todos ca docuraentus e todos os monument^js, com
os 4Uae3 pôde edificar a Humanidade proclaraando lhe o seu
lerama — Nosce í** ipsam. K assim edificada, pnde ella predizer
o futuro po!a lírUo do passado e fciiz de sua soíeneia, /e;t.r gtti
paiuit rerum cúfjnnscerc ramas ^ proscguia em sTia evolução pro-
gressiva nas gcienciris abatractas como n^s especo lati vas« na
eathética c^mo etliica, na biologia como na soniologia, e até,
meua s*ínhore.^ nesae ultime i^lo da corrente da vida, qtie prende
o ser floitj ao in tini to, na rí\ esse inai^ alovantado traço da
superioridaile Immana^ essa aublime faculdade, que a imi>ellô
para a Cairsa Primaria da Creação, que illuminadhe a alm*
com a idéa de Deus !
li como nas irradiações sideram de um zodiaco estellar,
elln ptiie ler o h iroacopo de saa im mortalidade, repassando a 3
zonas successivaa das rel»;^'iõ(?s proftissadas uo percurso do cyclo
histórico, disde os írrosseiros feticíii.4tnoa das tribns primitivas
at(? o feiichismõ solar dos Asgyrios e da Trindade Kgypria ;
desde o polytheismo piUorescti da mytholugia grega, até o
panthí»tsmo brahmauico, até o idealismo niwarnico de Budha ;
desdo o monothoismo i n transi f? ente doá Hebreus, ate o advento
da lioa-Nova do Christianismo, derramando sobre o mundo a
interna hiz de sua doutrina humauitiria,
íiemdita sojis, poisp Historia, mãe carinlif»sa da scienciaque
naa arcas santas tio teu Tabernáculo guardas solicita as taboas
saibradas da lei da verdade ; bemdítos todos os que, operários
ou levitas, tôm edificado leu g^randioso templo e pentificado
nas ai'as do teu culto immõrtal !
Oliveira Catramly
A leiíião possante das aves i.iarinlias, quedos ninhos alcan-
tilados das custas portugiiezas emiírra para os Oceanos, a forte
revoíida do alcyoiies e de albatrozes de azas roliusta^. alTeitas
ao embato da tormenta II, ao longo, pelo azul tim mstús mercs
na sifidão meinncnUca das agna,^, ainda oão eat.l extincta. En-
saiados os primeiros vôo.^ nas ilhas a li jacentes, na Madeira o
nos Açores, piílo arrojo heróico de Gonçalo Zarco o Tristão Vaz ;
devassadas as costas africanas pela intrepidez temerária de
Diniz Fernandes, no Senegal, de João ile Santarém e Pedro
Kacobar. nas costas do Ouro, de Diogo Cam, 00 Congo, de
na ix^flfnrrpj
A^«ir»« m BemiMm^ de
eiMiIflhetttd e trwBfOfl» « am nte Mi»
iIé fíârllwkmiiie Dím e de VMce de Qi
por Fidi^Ahr^ive Gebrsl. pe
eei fie leeindoi pe& limito
race de tif
PMttdo e período dm
neeaiee, m H^mnà nerielioB^
eo periode iedoelrUl, e no dene d
etil á HeaeaidMe i m eaTegiete bmi
Pof neeie tuIo ceoopo de eeti?iiede ^
Aitnoei ftodrlgnet de Olii^eíre Oetieaièy ee
feoete que o irouxerea ao feio detli teilHe
Neieldo oe eidede de Bnge, RdiM» de
jeoelrede ItiiA^ deáii^ov^eo fle»4e verdw hum
ítéámdQ-Êà ea martehe de gtt>^rrm de mm
ioipolM^ poréiD* para a úÈ^rtgm^o de loego
ike o alTíire de pedir aoa eionerecão e dtfi|
mira de eoaa aspirmfõ^*
Km boa hora o fez, pois, deide logo, ei
TÍ««ena úã ooetas do Sul do Impc^rie, pasaade
eiufe penetrou qas Taetídôes aqoalieae áo e^t
peroorrendo lUe todas :iii eaadaee, deirie ee gl
160 até oã meaodpoe sinuoêoe doa igarapé
pelos encantos d^ Iam ilo rio. que, eoine a
bavia íaáciínuio.
Tâo viDcolado aeniiit-fiC! à sorte éo m
iberat qoe« em 1851, pt^dia o obtisTc a m
eldadiui branleiro.
O momeQto patni a sua aptidão prodadc
propteio : o éco vibrante daâ palari
TaTarei Bastoe haria feiti? deraioroiiar a m
úiterceptaTa a franca oaTegsçâo do Ama:
actividade de Irioeu EvaogeHtta de Sousa^o 1
de Mauá, líoha sido atlrabida pela realixi
quista da civilização.
Oliveira Gatrambf foi uai das esoollii
commaodar um doe deu9 vaporei ; e oom
casa proflstio qup, em 1^^, ieebor de toda
tava atia carta bydrogruptttca de Btíérn a Ui
ao Mínistorio d\ Mahaha e aio ia hoje serv
zona do grande rio .
Tal aptidrio mereceu-H ' load
!• (eoDote boaorario da .\ i *!«
diveraof ofliciaiwj pir^ ^Hon
qoe deliam ear eoUooadoa os phar^aa do Am
DISCURSO DO ORADOR OFFICIAL
TeDílo iatciTompido a viila activa do navegação, porma-
necoQ na cidaílo do Belóm, ondo a 5 dn iimrgó tle 1859 deaposou
!\ líxma. Sra. l). Fr.mcisca Menici, vírUiosa matrona que llie
sobrevive ; abi fundou divorsos iíisutiitoa, ijobrosaliioílo o Hos-
liitíil <la Brnoíieencia Porttigueza, instiMiição píiilantropioa de
grantl»! utilidade humanitária <j estylo ar^^liiteclrtriico, e dirigiu
maia de uma eíii preza de nave^íHíáo.
Transfcriodo sua rnsidcncia para eáta Capital, ali^m de suas
locubraçucs i>rofls8ÍonaiíJ§, dedit!ou-K6 ao aorviç*j da itistrucçâo
publica* tendo infçresS-» na Aasociavíw l^roraotora da In^trucçào,
á qual prestou íissi^oalados ser vivos, merecendo a medalha do
fiooio bem feitor, o sendo pelo Governo do onlixo condeoorado
com a CO IO monda da Ordom da líoaa,
A Sociedade de Geographiado Rio de Jaoeiro acolheu cora
particular diatiDcçáu o activo op^Tario da got>^raplda brazilioa,
daodu-lho um lojsíar em sua meaa <Íiroctnia, na quat occupou
air> a morto o cargo de theaoiireiru. Ivoi seu ^rtí mio celebrou
variris conforeucia^í sobre a doseuboría da Brazil o a dotermi-
nação geo^^rapldca da bnhia Cabralia. Hsso assumpto que já o
havia occupado com a orgaaizaçâo da carta que eoollrmou
VarDliíi^em na verdadeira disliEc^âo liiatoi-ica entre ossa l>ahia
o a de Porto Seguro, fucilítou-Ihe a honrosa incumbe ncia« o as
suas conforônciíAS, precisas e seguras, mereceram do nosso
illustre conlrado Barão Iloraem de Mollo o elogio de ter dito a
ultima jpalavra sobro o as^umptu.
Todos esses titulos do benemerência facultiuam-lhe a en-
trada neste Iníitituto, que do|dora sontído o claro que em sua
legirio abriu a íigíira sympatldcado velho maniihoirif erudito,
quo muhv ^'albarda monte honrar »iia pátria nativa o mfk pati ia
adeptiva.
O Engcnlielro Tocantins
Outra ílgura qno m tios apresenta enquadrada na nuperíicie
immensa diis aguas ama2f)nicas r a do António Manoel Gon-
çalves Tocantins, o explorador do seus grandes a^tluèntes, o
descobridor de seus campos gerae^, dessa zona opulenta que so
intitula «Planalto da Guyana Braziloíra»*.
A singularidad*' de sua vida, o traço especifico do nua obra
scjentiíic^i, t rasem- nos aos olhos d^atma o &eu original por Al,
como o de um Tritão Camoneano, ou como esse esculpíural
Teitrit^o imaginado por Georgo Saad, emergindo da vastidão
das aguas» tendo a fronte engrinaldada pola f(dhngem glauca
dag enormes algas e nymphivis ilo seu rio htniionymo.
Conhecedor de todos os oficantos ílm maiores centros (ío
Civilizarão, odueado tmi. Píuiz, fnrmadf> em fíaiid, a natural
incMoação de seu temperamento de stientista e de phil ao tropo
o fez consagrar sua jirecios* existenoia ao fterviç*> da civilizacrio
do sua terra» tio «uya gramloísa ora lím liinaUco,
i\as«i(lo em Carne tá, provjoria do Pará, aos 29 ilo ile/.embro
da 183Ô, 5 lho do abastado lavrador ooroaol Manoel PeJro Oon
658
BEVISTA DO IXSTITrTO HISTOBICO
çdlvea e aua esposa D. Catfaariúa do NascimoDio Gonçalves,
senhores da fazeada cSanta xMaria>, à margem do rio Tocantins,
fez o seu curso do ti u m a n idades do Somiuario e do Lycau de
Belém» e em l8íU so^aiii para Pariz. onde frequentou os estudos
do CoDs€!rvatoi io impori il de Artes o Oílkios, sob a direcção
do profesâor PnyeOt t^ndo conseguido equiparar seus a t testados
dos estabelecimentos paraenses ao diploma Tranoez de bacbare]
em lottras.
Em I86:> segQiu paitt Gaod, ni:itrículando-80 em sua celobre
Universidade, pela qual foi em 1855 laureado ongenheiro
industrial*
De volta ao Pará, foi nomeado cngeobeiro da Repartição
de Obrai* Publicas, eju cujo oxercioio executou diversos tra-
balhos, entre os quaes eobrelova o do levantamento da planta e
direcção da nova povoação de Pinheiro» em 18'>8, creada por lei
de IStvO,
Por esse tempo despojou aExma. Sra. D. Joanna Cardoso
B ira ta, graciosa senhora de uma díis mais illustras famílias do
Pará, irraa do nosso prezado confrvide Senador Manoel Barata.
Profe.ssou níi Eicola Normal e no Lyoeu de Belém as ca-
deiras de arilhmeiica o matbeioatícas, Aindna e dirigiu um
coltegio de meninos :l qoe deit o nomo de Marquez de Santa
Cruz, em humena^^õm ao saudoso prelado metropolitano D* Ro-
muaido António de Seixas,
A sortcí das tríbus aborígenes, em grande numero habi-
tantes das ruarj^ens do Amazonas» occupou particularmente a
sua attençào de homem de.sciencia; e Of^tudaodo o fdTDHiarí-
zando-se oom a língua tupy, coq.so.íuíu penetrar em diversas -
tabas, coí) vivendo at^um tempo com os Mondurucú^, dos qoaet
consoou m conduzir para Belõía um dos caciques, que depois de
alguns dias do sua hospítalidaile regressou ao seio da iribu
raardvilhado do prodi^^^io da civilização,
Commísâionadtj pelo trovomo do Pará executou díveraas
viagens <le exploraçãi* peloi nos Tocantins, Tapajoz e Xlúgd, e
na ilha d* Marajó, ondo p roce leu a trabalho:^ ethnojfraphtooa
ern companhia de ladialáo Netto, da Ferreira Penna o de outros
notáveis naturalistas.
Em 1890 fui encarregado da exploração do rio Trombetas o
seus afllHontes, afira do d^rterminar com precisão a sítu&çâo
topo;^raphiea dos ínti ti i lados —campos geraes de ^ Óbidos, aute*
riurtnenie revelados pelo padre José Nicolino de Souza. Essa
sacerdote teve occa&ião de vi r, quaoJo estudava no Seminário
de Aix era Frinçi, um manuscripto de antiâros mis-sionarios
jesuitíis diindo liotiria i lesses campos, e voPandr» ao Brazíl
empmhendí3U descobridos do novo, tendo, porrm, faUeeido nu
rio Cuminàem I88:í, quando pelu terc^dra vez tentava a eiplo-
mc^o, sendo enterrado na floresta fronteira, em uma ilha que
foi denominada por Tocantins em sua carta topoiíraphica— ílba
Mcoltno, a este coube levar ao cabo o audaz e valioso ten-
tamen de doiar seu H-stado natxl cora esse pr^iCiasissimo logra-
douro.
DISCURSO DO ORADOR OFFICIAL
659
Sobre caae objecto n ao vo^ posáo miniíílríkr mulhur mfor-
niaçio. do <iue commuDicando-vos a inteivssxnto carii diri-
gida do Ne uclm to I, onde então se adiava o Dr. riorji:alveis To-
caEtins, a !í<'U aniifí'» Dr, Joào Baptista Permira Pítnna, fa-
seado minucioso histórico da desí-oborra desses campos, a que
filo dêílnJli* vãmente denominou earapos íjeraes da Guyiina
Brazileira. Esse procioao documento, qiiu mo foi ^n^aciosaraento
oirerecido pelo illusire Senador Manoel Barata, vao alií an-
Dcxaio a este traliatlio para a Kevista do [nstituto.
Tão valiosos serviços abriram ao nosso confrade Dr, An-
tónio Manoel Gonçalves Tocantins aa por tus da cSociotà de
Antroptjloííia o Etn<do;Lria» de Florençn Il>v78) ; da *Instílution
Eyiní*í?raphiíiuo> do Parii (1^81); tio Instituto Polytechnico
liraziloíro (1876); da Associação Bi^azileira de Homoua do
Leitras (1883) cem 1874 as deste Inatiluto, qno depõe hojo
Hobro o tumulo do ilíuíítratlo o indefesso collaborador de sua
grande obra eite exiguo tributo de saudade.
Monsenhor Coata Aguiar
Ainda o perfil de um confrado po nos apresenta sobre o
«cenário grandioso úo Amazonas : é o do seu primeiro prelado,
empunhando o crncilixo de mission.irio, tendo por soIio a vas-
tidão de suas a^^nas, por dOí^el a ejípe.ssura de suíia florestíis,
D. José Lourenço da Costa Aguiar, fllbodo negociante Boa-
ventura da Costa Aiíuiaredo D. Joanna Virí^ilía de Paula
Aguiar, nasceíi na cidade de Sobral, K>tado do Coará, aos 9 de
agosto de 1847. Tendo iniciado o corgo de humanidades em
Bua < idade natul, com o padro-meslre António Fialho e o pro-
fessor VicenUs do Arruda, entrou em 1866 pata o Seminário Dio-
cesano da Fortaleza ou do recebeu ordeor^, iodo celebrar a sua
primeira missa na kírra de seu berço a 8 de dezembro de 1870,
Piovido pelo virtuofio prelrido D. Luiz António dos Santos
no curato da Si5 da Fortaleza, ahi exerceu o seu sacerdócio até
1876, quando a convite do eminente D. Anfcjnio do Maeedo Costa
transferiu sua regidt-ncia para a dioceso do Pará, onde exerceu
as funcçuí^s de cónego da Sé c de vigário gorai do Amazonas,
Agitou-><% por essa occa.sião, nas relações entre a Igmja o
o listado do Brazil a colebre «questào religiosa*, da qual foram
prinoipaos protagonistas aquelleínidi to prelado o o da diocese
do Olinda/ D. Vital de Oliveira, quo levaram u sou fervor alô
ao «acrificio de uma condemnaçào iudiciaria.
Ao lado do cliefe de sua circumítcripção ecciesiastica ne-
nhum lutador nKiiá strenuo ao aciíou aem com mais resolução
que o denudado sacerdote*
De temperamento cuu lha ti vu o ardentejutador da imprensa»
o padre José Lourcnvo sustentou, nus columnas da liou Xora, a
luta acirrada que eessa arena entào se travou.
Adopto exaltado do pJirtido conservador, interveio forte-
mente nas lutas poiitica^ daquelle Estado, unido ao chefe desse
partido, cónego Siqueira Mendes, de quem era corroligionario
A60
HEVISTA IKl INSTITUTO IIISTOHICO
dedtcadu* Q por Tese? conse^ura ser eleito á fii4 Afl8SiDèl6a
LegitlãiíTa c^ de{>otôá Camar^L doe Dêputa«lo.'<.
DeiotnpcQbou varias funccôes huin.iiiíUknaa, qoaos ms do
provedor dv Santa </dda «ia Mi^ri<^rdía, aámlnUtriidor do
AfvIo (lo AlioQádoãedo lloapiqio do8 Lazii*o<t de TQeunfttiba .
Tt«nd«j abkodofMd» «1 politica (|a&ndu. peli [<[ la dm
Republica na Hmzil* fui disáohida a Camará dn q . ftarlc*,
B0gutu para Uoma onda ctirêuu u Cotiegío dos Nubiv^» sendo
graduado doutor t*m direito eivíl e canc*DJco (R*ki UaivHrsídiído
de S. Apollioario.
Creada a diocese do Amazonas, fui sagrado sea primeiro
biiípo a il de mar. j de 1^'JI, na igreja do Sagrado Coracào do
Josiu, de Pctropuliâ, eonriMindo-lho asagntç!^ o ioleroiincio
apostólico D. Jeronymu Maria Gotti, ^qiÍo assistentes os Bispos
de Nictheroy c do Argos, D. Francisco Maia o D, Joaqairo
Arcov#i*do, no&^o illa^tre confrade, actual Arcoblspo do Rio de
Janeiro o primiiiru Cardeal :$t)l-amoricano.
O traço» portara, mais originalmente hiinfianitario da rida do
nosao oxtincto confrado é o da sua di^Mlicação ;1 catechesd do mt-
aero selvagoni, cntro^'uo,í?ra plenu poriodo do civilização o liber-
dade, á tyrannia anuiquiladora da i^rnorancia e da ú:^rav}dão.
Tendo nas veiai o sao^oo beroieo dos Potiguáras, de ouja
taba saliiu o períil «glorioso de O. Antooio Folippo Caiuarâo« o
padre Joaé ÍMurGa^o no oxercício do seu sacerdócio erapenhava-ee
com fervor christào pctla aorta doi desventurados senhorea espo-
ladúci de noa^a terra ; o entre as suaá prodm'^^os litt^frariaa oe
seus artigoa, os seua discursos, aa auas pastoraes. fuliie eni
primeira plano o ^'^u :«CAríjfu Mufi encana, CutimiiuH tmra aranÊm
yhirtfjati* Htipi», E' o Catbeci^moda L>outrin i Cliriitã pur olle
escriptr» um Uoguti ubeugatú para uso das tribiia 8èlvag«08 do
Amazunaa.
Que ntaior apologia para tiui prelado christao áo que
aâsixnalar em «eu espolio li Iterar tu essa jóia bamanit^iria?
g' e.<^e o luaia ijjiiemue rcq^iem que junto a úqú tumulo
pòile entoar o In^tituti.»» eui homenagem ao saudoíki conn-ado,
O Fadra Correia de Almeida
Âs vestes saeerdotaos do compaobeiro exiuicto to roçam*
a iiuagem de outro C4>nsocio, tainl^em sacerdote, de cuja iulor-
essaule eoJlaboravEo Toi esteannopriv^ulij olualituto — opadrc*
me.4re José Joaquiui Correia de Almeida.
Mui diveróã, pi^rém, era a sua compleição pdyehica e de
outra natureza o acervo litterarlo por elle legado á poateridadê,
apda uma exiâienoia unifurmo, de cerca do oitenta o eioeo annoa.
Najscido u i cidade do Barbaceoa, Estado de Miuiàn c^et^m,
em 4 do setembro de 1^:^0, ua me^oiia casa em «^ue residiu a
vida lu leira e m^íu a íaUecer, tilbo do advogado major Feroaodo
JoÃú de Aliseida e Souza e ^ui embora D. Uarbara Marcetlioa
do Paula Correia, irmãu do notável iniaoíro Cooselhairo M»*
riauno Carlos de Souza Correiat cônsul do Brazil era liaboa o
DISCURSO DO UR Al )( Hl DM lí lAl.
(V(U
dopois iJiroctor da Secretaria da Gaorni, iniciou-se o joven Josô
Joaquim Qo estudo primário do ItitíriÍÉlades, com o vigário do
BarbucouíL Juíiquioi Camillti do Brito, vutlo .salíonte na rovo-
lMr;ào mio*!3ríi do 184?, pasmando dfpoi^ípara S, Jcão d'El-Hoy,
ondú orstuduu umsica, dv. ijue íbi sooipro cullor, t* Imraaiiidados
ató philosopliia, <iom os proíbssoroa líegioaldo do Harro», Dr.
Ik*míngcjs da Cu d ha e com o ("ooego Mariulifi (José Anlooro)i
lljura prociiiinonto o biatoriador daquella rovolurão.
íím 1841 iuiciou Sii 110 ina^iaterio couio professor contractado
tomlts porém, do interrompel-o por tor rebimtadoa revolução,
na qual, embora nâo lomassc parte directa, prestou lhe todavia
assistência gyuipatbica. ièiido 8ido quem ímprimiti a procla-
mação dos chores roboldes, por entcsiidor da arte typo^^capbiea.
Sentindo decidida vocaçiMj pela carreira eccloâiaatica, pn^íí-
tou no Soraiiiariu ãe Marianna os exames synodaed © .scíj^uíu
para o Rio do Janeiro» onde recebeu todas as ordeus que l\m
foram c<j d feridas por D. Manoel do Monto» Cjode de Irajá, sendo
a sagração sacerdotal a 3 de mato de 1811, tendo canteulo sua
primeira missa ora Barb:irena, a *^l dti abril do mesmo anoo.
Recusando luodoata mente a dirtícviío desta paruchia, quú
lhe lôra olforeoida pelo venerando prel.ido de Marianna, D* An-
tónio Ferreira Viçoso, exerceu diveríias cape Ha o ias ei por vezes
teve do exercer interifjainenta funcções paroehiaes, como «nico
ijacei-duto residenle em Barbaceua,
Eui ui na dessas iniorinidados, o enlâu preaídento da pro*
vinciã — Carneiro do Campos, adverti u-o de uao compnlas ri-
írorosamcnfe, am(uça.ndo o de suspfjnderdhe a cungrua. Ktt.sa
advertência tevoasefíuiatL^ resposta, iiaquoUe huntifr íiíuí foi a
nota dominante ile tod» a sua vida: «Beyu us mãoa de W . Ex.
pela patriual lioíiilidii com ipjo me aoieaçt eum u^* p^^íiisi da
lei; .sulTrel-as Uoi em do>i!onto dus meus peccadoá, declarando,
porem, que Tiouhum caso faç^i de^^a íinnbtítf/jní a que fec dá o
nome de côngrua-»
A í)Ua proftiiíão dcfiiiiiva, porém, a que dedicou o raetlior de
sua vida durante maia àq trinla a o nos. foi o magistério, no
exercício da cadeira do latiaa de líarbacena:
\ iiirtiiiia i-a|t|MCÍiii>s;i
r.tiU§jiirou-an luulra iiiiiii;
8ii(ílfi-iiie. |)ui* uiçuií pL^-cado»,
Ha câdrirâ de Lihiii .
Por ella viu ello transi tarom varias geJ^ÉW.õe^ da mocidade
mineira qud eile bi^jeiramente satynza :
Du xnuito.^ Jiiíja V garioa.
Jai2fft ou ndvMgadOâ*
Os vorhoá mui cjtij arfados
Eu çosMifiiiivLi < iíu?ndur i
A«j padr«} luuilru miuinro
Haiivo''^f ruuseiTanciro,
Quiu4ios *'\ie& pode 111 dar.
662 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
No exercício do saa profissão, na cidade qae lhe serria de
berço, o padre Corroía de Almeida tornou-se uma personalidade
necessária. Verdadeiro typo do sacerdote chris tão, virtuoso sem
bypocrisia ; caridoso som vaidade, modesto som aíTectacão, a
sua sympathicA figura era sinceramente querida no seu meio e
delle irradiou-se para todo o Brazil, com esse mesmo traço moral
que o recomraenda à veneração da postiTidade.
O que, porém, o tornou popular e adqoiria-ihe mesmo
celebridade na pátria como no estrangeiro, onde mereoeu refe-
rencias lisonjeiras de homens da estatura de António FeliclaDo
de Castilho, foi a sua verve satyrica, fecunda e inesgotável,
que ministrou- lhe assumptos (>ara a publicação de 15 rol umes
do versos humorísticos, em todo o longo percurso do sua Tida
de octogenário.
Seria mister dar a este trabalho proporções que elle não
comporta, para recordar a diversidade de assumptos do dia, por
elle chistosamente criticados em satyra verdadeira,
cPorque nelia a calomnia o fel não verte.»
Não resisto, porém d tentação de dixer um soneto, que
reputo um primor de verve e de metrificação.
Sustentava elle então ardente polemica com diversos litte«
ratos, entre os quaes o erudito Dr. Baptista Caetano de Almeida
Nogueira, sobre a procedência da poesia com caracter indígena,
a que denominavam indianista. da qual era aquelle fervoroso
adepto e adversário o nos^so extincto confirade; eil-o :
\'aW puri. Dão canto a moila de emltoaba :
Ol bre. 0111 vez do Trjo. o grão Paraupeba ;
I*r»H'ouiE»? a ellicaz virtude da capeba
E reflua o salK)r molifluo «la mangaba.
Do (iuaratiuçu"tá o PiíidaiiionbaDjerabd
Tem muito «jue diz r. >e nâu e paidreba :
K>timulo> lhe dt-em as puas «Ia urumbeba,
Inspiracõo> lho dè Paranapiacaba.
l»i'»ta< inari:oiis .;u»» banlia o larpo ParahvKi,
Incal>]Uo a puliinoa. oxalle a i:abiroba.
iVcanto a jurity pousaila iia iiul>aiiba.
l>' -llirone o ryn\in«d, rnlhr.»n»' a |»atatiba.
l> • Puído quor lallar» >•• íjll- .la i>in tuba
K s- us \er>v>- t» r.<o a lur da ojrn.iúba.
Sem o estylete acerado com que Jnvenal pungia as micerias
da Roma decadente : sem esse epigramma subtil com que Vol-
taire vergastava a corrupção d;4S ( òrics e das certezas de ^^ea
tempo ; sem e^s<^' improviso humurislico com que o grande Ma-
noel Maria fulminava o adversa. lo invejoso, o («dre Correia de
Almeida <>, ludavia. um coQtioua*lor da poe*ia saiyrica, xão van-
tajosamente representaia em Portugal por Nicoláo Tuleniinoe
Faustino de Novaes, e no Braiil pelo grande Laurindo, pelo
velho Muniz Bari*eto, pcT Joaquim Serra, por Alves de Oar*
valhal e lantos ouiros cultores dessa alegx^ viella da poesia.
DISCURSO DO ORADOR OFFICIAL
663
r
Complitição oquiLtbradn. o íaiiz. o padre Correia do Almeida
coDííorvou até os últimos instantes toda a lacidoz de espirito,
toda a frescuri d^aloai. de um jusk)^ toda a encantadora philo-
aopbia de um poeta,
E ne^taa simples palavras está traduzida ri homoDa;^'Bm que
á sua memoria rondo o Instituto Histórico e Geograpliico Bra*
zilcirõ,
O Dfi Saldaaha da (Hma
Ao modesto prul^èríaorado «íxercido pelo aiofrelo sacordote
miooiru. vincula-so, por aniitliosu, o eíovado ran^iaterio da
iilta sci<*iicia profesáíiílo por outro nosso confrade (*olhÍdo pela
morto e Dotavol lento do sciencias oaturaos» Dr. Joaô de Sal-
danlia da Gama.
Nascido no municipio do Cimpo§» Estado do Rio de Janeiro,
a 7 de agosíto de 183^» tilii } de D, Josij de Saldanlia da Gama e
ííua esposa D. Maria Carolina Barrosf> do Saldanha, o Dr. José
do Saldanha da Gama proceciia de stírpo privilegiíwla, que
tendo era remotos avoeogoi cingido a coroa de Aragão o de
Castella, viu-sc cm Portugal illustrada pelo3 perfis do Marquez
do Pombal e polo Duque do Saldanda, e na vida colonial do
Brazil, pelo Condo da Ponta, governador da Bahia cm 18^18,
seu avíi paterno -
Mas á sua compleição intellectuaU aos hrasous heráldicos
de seus antepassados, antopuoham-seas aspirações de uma outra
nobreaa, a nobrosa da sciencta que mais o fascinava»
Recebendo no afamado Colégio Calogoras aprimorada edu-
cação secundaria, raatriculou*se na Escola Central, oode em
18I5Õ recebeu ogrào de bacharel ©ra scieneias phyaicaa e raatlie-
matícas.
Dedicando -se desde logo ao ensino, exerceu nesse estabele-
cimento as fyncçõos de coadjavaote e depois do oppositor da
secção doscienciasnaturaes^ sendo proviJo na cadeira de botâ-
nica, quooccupoíi por largos annos, até jubilisar-se em 1886*
Foi essa cadeira o alicerce sobre o qual Saldanha da Gama
soube erigir com pericia o odiftcio do seu mérito.
Discipulo do sábio professor Freire Alleraao, de quem foi
continuador, o lal>orioso profe-íwor foz estudos espoe ia os sohre a
ilora brazileira, o principalmente sobro as nossas o^adeiras do
construcção, e» apparelhado de conhecimentos e dotado de làcil
e elegante eloquência didaiiiica, tornou-se Hgura distincta em
uma oongregaçào do sábios, onle íalgiam as mentalidades de
Rio Branco, de Bellegarde» de Villa Nova Machado, de Loaalo
Seiblitz, de José Joaquim da Cunha, de Gomes de Souza, de Epi-
fânio Pitanga, do Antiocho Faure, de Benj imin Coustant e ai*
gumas altas noiabilidades, que, por felicidade da sciencia, lha
íiobrevivem.
Para prtifesãar scíentidcamente a iua disciplina favorita,
fundou um bello gabinete botânico, mdn s^lieníijt se um copiodo
liervarli», por suas próprias mãos disposto e chiasi íicado com
ál58— 43 Tomo lxvui r. ii.
DIíiCrjRÍ50 t>o OR/ Don OI^FrOIAL
r
o Dr* Ãntonlo Pisa
Afiíio u tributo prúsudo ao opnrario da acicncia, cumpríj a
Instituía o dovor de rondcr o soa preitade gratWào at> operam
da Uiâtoria.
O tnM;o «^pocifico da vida labor iuisa c proficna do Dr, An-
tónio de Tok*do Piza é o so ti fervoroso fiulk» ;l hií<turi a pátria.
Nascido em Capivary, Estado dô S. Paulo, íjlou -^ du ràbrit
dtj 1K48, filho úo roi^péiuvel fazendeiro paulista Jost? do Toledo
Piza o Almeida o sua e^poáa D. Marim de €'aivíilho Vw\, clmfo
do irma illustre família que torn a fortuna de contaf em ao«
seio pcríl.'! que se impÒL^m pola sua ísiíporíoridado na?í raais qí(\-
vadas regiÔMs sociatjs, u i naa^i-^tratura, na Bcionnia, na diplo*
macia, iniciou setis estudos cum sam piu, pasmando a aer diâcipnío
do professor particiilir Seratlni Josi'" d > Horto» a quem dedicoti
Júlio Riboiroíáua grammatica portugueza.
Destinando-so íl iavouia, pormaneceu na íizenda até aos á3
anuo«, quando transferiu sua residência para Porto Feliz» ondo
exerceu o ma^istenu primariu atO 187 L
Tendo c-mprchundido por ambiyão de moço o oxíg^encia do
saúde tima vta^^om aos Est;idõa Unidoi, luatriculou-so em 1875
no coiáodtj engenharia da Universsid^ule de Cinciunatí, Kstado
do nhió, e quaLro anuc^ depois viu CfO-oadoB og scoa esforços,
recobendo o diploma do engonboiro civil com diatincçào o sendo
togo empregado em con^trucções do camínlioí3 de ferro nos Es-
taídos de Kentiicky o do Tenossee.
Em ÍS^a vrjltoíí ao Brazil, sendo sua aptidão aproveitada
como director techníco do Engenho Central do Porto Feliz.
Em 1S85 voltou aos . Estados Unidos om eoramissao indas-
Éria! da casa Joarpiim Sallest & C qnr o ofijarregou de adqínrir
os machinísraos c montar a fabrica Antárctica Paulista, no bairro
de Agua Branoa, commi-Jsao que vantí^josamente deí^mponbou ;
e om 18mi transferi u-tíc para Jabotieabal» onde dod içou -fie a
coDiiirucções, tondo edi rifado em poucos ni«ze9 a matriz de
Araraquara.
Sectário deci>iid'j das iá&is republicanas desde o manifesto
de 1870, o Dr. António Piza foz-se seu propagandista na ira-
prensa, collaborando eiu diversos jornans de combate e oc-
itupando a presidência do Gltib Kepublieauo d43 Porto Feliz, ondo
fez divor&iií eonferíjíiicííis publicas, »cudo também delegado
junto ao Con;^'^re.4iío Ropuldicano. doa Clubs de Ifcú ode Capivary.
Era 18^3 fui Douicado director da Estatislica o do AreUivo
Poblico de í5. Paulo, o fui essa acertada e-scoUta que o collocoii
em sôu verdadeiro poato. Espirito observador e caracter recti-
lineo» encontrou o Dr. António Piza nesse iiicio o eleriiento
maid pruptcio á sua ríxpansão iniellectuaL Nesse ambiente se-
i^eno encoutrou eáiimuío para a fuudar/áo do luatUuto Histórico
B Geogra-pbleo de S. Paulo o pitra o grande numero de tra-
balhos biatoricos publicados eia áiia Revisti, em que são ma^t«'
tralraente tratadas intoressantissiraas questõeí* da nos^a íxiú-
toria, entre as qttaes avulta a doa caoipos de Palma e do tef ri-
REMOTA DO INSTITUTO H[STORI€0
iodo litigioso cDire F^raná e Saota Catharíoa ; par» empre-
benier a «PabUcação oflQci&J de Interessantes Doetunenloc mrm
a Historia e Costumes de S, PauIo%. por oUe coordenadas •
aaaotados, om may de 50 Yolumes. que lhe granjearam q« ftrw
de hi^toriograpba e o adioiitiram ao oosio grémio, que lameala
a perda ioestimavel do devotado sectário de deu culto,
Bfaeedo Soards
O lofltituto iuterpretaoseDUmento da Pátria* ajoelliAEido-
se revereale ante o tu maio au^oiàto do seu grande juk : é ao
menos uma jutta coinpeosação easa homenaírem postbmiia
áquelte que peregrinou iargoa aonos por essa via dolorosa, qoe
6 ^4 partilbado que ae sacrifica a esse sacerdócio «
So õ.^; íjuo o profess^km conhecem as provações desse marty-
rologio em qua ae resume a vida do magistrado : faxer justiça
e recebor injastiçaâ.
Arauto da cLviIizacao, pioneiro do direito, miasíooario da
lei, o magistrado brazileiro vé fanar-se a flor de sna rnceídade
na obscuridade do^ sertões remotos, aMonta impávido o perigo
em todas as suas manifestações, desde os mais ameaçadores
accideates naturaes at^' á aggreesÉLo boâtil da bosta fera e da
fóra huQQana, a mais feroz de todas as bestas. E ao termo da
jornada, a perspectiva de legar á família a ossada e a miséria.
E contam-se por unidades O0 poucos felizes que escapam a
esse destino.
António Joaquim de Macedo Soares teve a foriuna de« em
Bua romagem, traositar por alguns oásis, que lhe saaTisaram
alguns mumentosdiloD^a e fecunda existência.
Naãcido a 14 de janeiro de 1838 na fbsenda do Bananal,
distrícto da Pootii Negra, município de Maricá, província do
Rio de Janeiro, alho do Dr. Joaquim Mariano do Azevedo Soa-
res e D* Maria de Macedo Soares, suii ascendência, através dos
abastados fazendeiros e lettrados do alta represen tacão « entro
os quaes figuram o capitão-raíjr de Cabo FTia Dr. Francisco
de MacoíJo Freire de AzeveJo Coutinho e o Dr. Julião Rjingel
de Macedo» que substituirá interinamente no Governo Geral
do Rio de Janeiro a Salvador Corrêa de Sít e Benevides, vin-
cula-se no fidalgo O. António de Mariz, perpetuado por Joeé
de Aleocar no seu Guaramj.
b]m 1853 matriculou sê no antigo Seminário do Rio do
Janeiro, onde fez o curso prcparatijrio o o de tbeolo^'ia, qao
compleiou, merecendo sempre as notas mais disti netas.
Incompatível, porém, por temperamento e pela corrente
de sua^ idóas pHiiosophicas á vida ecelesiastica e animado por
seu padrinho o Comuieudador Aatonio Joaquim Soarea Kibeiro,
seguiu para S. Paulo, em cuja Academia matriculou-se em
1851, recebeodo, depois de brilhante curso, o grto do b&cbarel
em scieocias sociaes e jurídicas a 22 de no^-embro de 18Ô1 .
Voltando á terra natal, foi fazer seu anno de pt^tica em
Amruama, e ahi desposou, aos 2â de novembro de 186^, sua
DíSCUnsn DO ORADOR OFFÍCIAL
CGT
prima IX Tlioodora Alvares de Azavedo Macedo Soares, disLincta
ijiatrona d# quem houve naraorom proíe* que lhe sobrevivo.
Começa abi a movimentada vida publica do o osso i Ilustre
compinlieiru oxtinGr.o,
Delegado de pelidii de Araruama om IH62» inspector es-
colar ©ra 18 >3, juiz miinicípil u de orphàoa no mesmo aono,
promotor publico do Rio Jíoníto era 18G4» juiz de direito de
Campo Largo, no Parafiá» em 1865» chefe de policia úessa pro-
vJDCia era 1^76, juiz de direito ^io Mar de Hespanha, em Mioaa
Geraes, cm 1878» de Cabo-Prio era 1881, da 2* vara cumraercial
da Corte em 1886, desembargador da Corte de Appellaçáo em
1889, fui ahnai, nomeado em 1892, Ministra do Supremo Tri-
bunal, posto de actiTídade em que o veio colher a morte a 14
do acosto deste anuo .
No exercicio de todoa esses cargos, além das peregrinas
qualidades do caracter» Macedo Soares fazia sentir sua ele-
vada mentalidade illustranJo as loitrag jurídicas cora luminosas
sentenças e eruditos artigos dn doutrina publicados em diversas
revistas e em livros de junsprudencia, entre os quaes o seu
LierQ das Terra -^^ Regimento de Ctí.stas du Cêrie de Appeliíiçtfo e
AnnotõçÕes rfas úbras de Pereira de Carvalho e Goavéa Pinto*
Além da carreira juiliciaria, traço dommante de tóua vida»
Macedo Soares íoi um cultor das letxrag e um atrenuo comba-
tente na arena poli tico -social.
Duas questões aociaes, principalmente, foram olíjecto de
seu ardente e constante enthuaiasrao: a da liberdade de cunhei-
encia e a da abjliçào do aioraentij >er vil . A' primeira eile serviu
tomando a direcção da maçonaria e batendo-se em sua defesa
Contra as intransigências do o i tramou tau is mo ; á segunda
prestou braço forte miciando eááu corrente de juatiça humaníi»
suaviaando o jugo ferrenho de Icy obsolotaii ou derrgadas peia
hermenêutica racirmat, iramanentcem preceitos cousiitucionaes
e princípios scientiticos, que as haviam rovugado. Em seu es-
pirito emancipado, o symbolo anachronioo da Themis romana
transformara-so no áa Justiça Christà, tendo nos ollius, em vez
dô uma venda, uma lente perscrutadora da alma liumana; em
voz do gladio vingador* o eiitandarte tnumphante da justiça
scientiflía» com o seu lemma humanitário : oppúríet ynúereri,
O obscuro companheiro que vos dirige a pulavra rejubila-se
em lembrar-so que foi nessa c;irapan ha humanitária que acliou*se
ao lado de Macedo Soares, o conquistou- lho a sympathia que
perdurou até a sua morte.
Ma:i outro traço de diatincção ainda realçava o mérito de
Macodo Soares: era o sen culto pelas lettnis pátrias e pela sua
historia: de collaboraçao com Beaure paire Rohan, e^reveu um
trabalho sobro linguas indigenaa e ethnographia* traduziu a
Uou trina Christã para a lingua tupy e compôz um diccionario
brazileiro de linguas ponu^ue/is,
O Instituto por taes serviços o acolheu em seu seio, o pe-
zaroso registra o eclipse que era sou horizonte oporou-se oom a
morte do erainnnte raagtstrado brazileiro.
DISCURSO DO OBADOB OFFICIAL
Em 18íí0 havia sido oleíto depiiUfio -i Asaembléa Geral, por
mvx província, mandato qtio desempeDlioit com os olhos íltos qo
fiitiiroda pátria,
Eít\ IS7I o giudasô Viscoiid*? <la Ria Branco, por occa^iiSo r!rt
organizar o seu primofro ministério, aff(TOCt^u-lhu uma pasta,
fjuoi rGCU8;ul;i a principio, tbi accoi ta afinal» í>ara conjurar dif-
licylflíides na organização rniíiiniorial, tondo sido n )áSíi confrado
nopioado Mini tro do Kxtrangoíroí?.
No d»ísemp(?[iha doasa árdua commiSfíão prestou ainda o Con-
selheiro Corrma asaii-^nalndos Sorviçoá, taos oomo a negociação
confidencial com o rn-nor^l Mitre» a soiyrào doi oonílictos onlão
suscitados com a Frativa o com a Bolívia, redigiu notável me-
morandum ao íloverno da Allemanlia sobre a colonização allemã
no Rio (irande do Sul, publicado ora nossa Rci-iH*', quo detor-
tninon a ovonoraç^Lu dada ptdo Priíncipe de Bismarck ao Ministro
Solíns, oxoiverando-sc afinal dossa conimissão iior o|iporse a
qu6 oi nossos representa o tos om Lundro» rtícõbe;*?>em, s%m auto*
lÍEiçao Lo^al, com missões pelos ompm3t.imus que cootraliiam.
Km 1877 foi eleito si^ador por sua província natal e, nâo
somente nos archivyg oilioiaes. mas na tradição popular estíi
perpetuada a memo ria do Sonador Correia,
Sua palavra clara e singela estava ao serviço de todas as
boas ca as as; o raro era o dia em que no Senado n rio ecoasse
aua voz em favor do um dii'eitoou de uma providoncia utiL
Proclamada a Repablica a 15 do novembro do issíi, acer-
eoii-»e o Senador Correia da pessoa de IK Pedro íí» do quem
era amigo pessoal o foi um dos que mantivomm-se a sou lada
nos momentos ao^^astiosoa de sua soquestração.
Quando al^nim tempo depois, passadas iím a^ítoçõos da
transformação polltiLa, foi creado o Tribunal de Contas, o Go-
verao da Republica, pt3lo u^^^'\o do Ministro Mr. Serzi^doIIo
Corrêa, o convidou para sou Presidento» logar que exorcou
dignamente em IH114, sendo então eleito Director do Lloyd
Brazileiro,
Mas a noU maig sonora áa harmonia de sua utíl existência
foi a sua dedicação extrema-la e cariobosa peia caoaa da ins-
trucção popular.
Tomando a serio a maiitoa de Guizot quo o futuro pertenoô
ao povo mais iuatruido, entregoa-sa de corpo e alma á faina
alKinçoadti de propagal-a por todos os moio», promovendo confe-
rencias, fundando in4itutos, creando escolas, bibliõtliecas,
museus» gabinetes, acoroçoando sua frequepcia, fomeataodo a
aspiração de saber, giwngeando recursos para faoilital-a ás
classes desprotegidas, tornando-se em summa um apostolo da
educação no BraziL
Entre as in numeras associações desse caracter por olle
fundada- ou mantidas, rasai taiti : A instituição era novembro
do 1873 das conferencias datíscola da ííloria, tribuna popular em
que ecoavam iia palavras do-s sacerdotes de todas as scienci:uí ;
a installaçâo em 1 de janeiro de 1^74 da Astsociação Promotora
éa Instrueção, que manteín diversos institutos de eduoaçiu» pQ'
670 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO
pular, entre os qaaes a Escola Senador Correia, no largo de
S. Salvador; a Escola Santa Isabel, no ediflcio situado em
Villa Isabel e offerecido a essa Associação pelo venerando Sr.
Visconde de Ibituruna e reconstruído pelo nosso bonemerito
confrade Dr. António de Paula Freitas ; a Escola Nocturaa de
S. Christovâo, para a educação popular, sem distincçâo de na-
cionalidade; a Escola Barão do Rio Doce, fundada por es^e hu-
manitário titular e, incorporada pelo Senador Correia a essa
Associação, nella creou uma bibliotheca, com o efflcaz coocarso
do sócio benemérito, nosso digno confrade Dr. António da
Cunha Barbosa. Foi também Presidente da Sociedade Amante
da Instrucção e da Associação da Infância Desamparada. . •
Que opulento inventario pôde apresentar um nababo para
legar á descendência deslumbrantes thesouros que se possa
comparar a esse inestimável espolio ?
Como esses bemaventurados que a i^eligião representa
coroados por uma legião do archanjos, o Instituto vê no seu
Pantheon o seu VicePi*esidente illuminado pela luz da virtude,
cercado dessa revoada immensa de creanças pobres a quem elle
ministrara até «1 morte o pão sagrado da instrucção.
D. 2Cartin Oarcia Heron
Tenho tido por norma, nas anteriores commemorações dos
nossos irmãos extinctos, antepor sempre os nomes dos consócios
de outros paizes aos dos nossos compatrícios : ha nesisa prece-
dência essa preoccupação de distinguir os hospedes com os le-
gares de honra, reservando aos familiares o recesso da intimi-
dade. Inverto essa ordem para coUocar em ultimo logar o
UDico sócio extrangeiro, se assim podemos chamar a um latino-
americano.
£* necessário consolidar por todos os meios essa corrente
salutar de união e sympathia entre os povos neo-latinos, habi-
tantes da America, naturalmente ligados por laços ethnicos,
geographicos e sociológicos. A influencia exclusivista e repul-
sora de Francia, de Rosas ou de Solano Lopez já não constitue
um factor de prevenções e hostilidades para a nossa vida po-
litica.
A harmonia de vistas e de aspirações tão eloquentemente
manifestada nos Congressos Latino-Americanos tem demonstrado
a sinceridade desse desideratum. A solução arbitral de impor-
tantes questões territoriaes, a visita reciproca dos Chefes de
Estado As nações vizinhas, a publicação de livros de propaganda
como a recente monographia do Sr. Bomâm, dão já teste-
munho de sua effectividade.
Entre os espirites superiores dos que têm fomentado essa
orientação de paz e de progresso, conta-se o de D. Níartin
Garcia Merou, cm sua passagem pelo nosso proscénio diplo
matico.
Nascido a 14 de outubro do 1862 em Buenos Aires, passou
o periodo da infância em Entre Rios, num sitio campestre, de
DISCURSO no ORADOB OFFICIAL
671
onde aos 10 anoos voltou il Capital» aílm de coocluir sua edu-
cação, fazendo com í^ratid© aprove* ta mfin tu o curso do Collecrio
Nacional, ondo, orii IHlH^ obt^^n a distincçâ') do uma medaíha
em um concurso liUar^irio*
Era 1880 eucarrogroy-se do uma sec^^âo do folhetim nas co-
lumnas da Xacíon^ sob a direcção do grande Argentino D. Bar-
tholomé Mitré, odesie ontílo revelou sua capacidade para as
lides da imprensa, escrevendo varias chronicas intereaaantea
que publicou depois om livroí» sub os titulOíJ Estúdios litterarios
6 Libras y (tutores. Algum tempo depois publicou um volume,
Poêsias^ em que ae cncoFitram primores do um lyrismo lamíir-
tineano, de que dou -vos um eiemplar nesta es tropha:
I!uyi% no **<50uch s la pulabra inipia
Dt?l crifii n, quo devora !a coasrieacia;
Ciuarfia pura *"n tu pf'clio, vida iiiía,
Lo In/, íl<' tu inocência !
fim 18BI foi nomeado 2*" Secretario da Legavão argentina
em Veoezuela e Colômbia, sendo dal li transferido para aa de
Madrid o Pariz,
De volta a Buenos Aires publicou o seu livro Impreshnes,
interessante conjunto do trecho do mondo qtie percorrera, não
iMlmonte das consas que vira, mas dos homens com quem tratara,
principalmente dos homens de lettras.
Foi era seguida nomeado Secretario do Presidente da Re-
publicíi Oenera! Júlio Rocca. em sua primeira presidência ;
e desempenhada essa importantri corami^sâo, foi nomeado Mi-
nistro Plenipotenciário no l^ai-aguay e depoia uo Brazil, onde
deixou de sua passagem excelleute impressão, que foi inter-
pretada com a habitual matatria pelo nngso ilíuãtre confrade
Dr. Araripe Júnior em estudo do sou perfil litterario, onde en-
contro o::^ dados biographicos mais importantos do notável di-
plomata por te fí o.
Foi depois Ministm nos Estados Unidos, do onde regressou
a Buenos vVires para desempenhar importante commissão po-
litica, Anda a qual foi nomeado Ministro na AlIemRnha, onde
ao checar foi hruscaniento colhido peJa morte cm pleno vi^or
physico 0 psy Chico,
Os trabalhos que lhe âzeram júa á sua admissão neste
Instituto foram principal me. i to o seu eMudo sobre ** notável
homem de lettras colombiano D. Aiidrés Bello o os eniaios lit-
terarios sobre os perfls de All>erdi e Echeverria, duas notabili-
dades das Icltraa platinas.
A alta cultura histórica que nelles revelou dá a medida da
Inestimável perda que a litteratura araerkana solllre com sua
m o rte i n fau s ta o pre mat u ra ,
Estct cumprido o dever do Institnt<j de entoar junto ao tu-
mulo dos companheiros cahidog na jornada a p^almodia da dor
Q da saudade .
fc]$so tributo do sentimento, por«^m, longo de deixar-nos na
alma a depressão do desíinirao e do«ibatiraent>, a elf^va na