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Full text of "Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais"

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REVISTA 


DO 


INSTITUTO  HISTÓRICO  £  QEOGBAFHICO 


REVISTA 


DO 


E 


BRAZILEIRO 


Fundado  no  Hio  de  Janeiro  em  1838 


TOMO  LXVIII 


l^ARXlâ    1 


lloc  farit.  ut  longos  durent  beno  gesU  per  annos 
Kl  pouiat  tern  poataritata  frui 


RK)  DE  JANEIRO 

CftJPJEtTDNOIA     1>«A.OXONAL. 

1907 


AJi-»); 


1462 


\ 


ACTAS  DAS  SESSÕES 


DA 


Coiíssjlo  oriíaDizailora  do  Frojecío  do  Código  Ciril  Brazíleíro 

1889 


Aeta9  das  sossòes  da  Comznissão  organizadora  do  Projooto  do  Oodlgò»- 
OlTil  Brarilelro  — I889C) 


ACTA    DA     1*    SESSÃO 

Aos  doze  dias  do  mez  de  julho  de  1889,  ás  2  horas  da 
tarde,  no  Paço  da  Cidade,  perante  S.  M.  o  Imperador 
D.  Pedro  2«,  compareceram  os  Srs.  Conselheiro  Cândido  Lui£ 
Maria  de  Oliveira,  Ministro  da  Justiça,  Presidente  da  Com- 
missão  encarregada  pela  Portaria  do  l<^  do  corrente  mez,  de 
organizar  o  Prujecto  do  Código  Civil  Brazileiro,  os  Conselheiros 
de  Ebtado  Manoel  Pinto  de  douza  Dantas,  Olegário  Herculano 
de  Aquino  e  Castro,  José  d^i  Silva  Costa,  os  doutores  António 
Coelh  i  Rodrigues  e  B  irão  de  Sobrai,  membros  convocados  para 
conforenciirem  sobro  o  meihodo  e  ordem  dos  trabalhos. 

Sua  Mat^estade  declarou  que  assistiria  ás  sessões  cele- 
bradas no  Paço  Imperial,  dignando-se  de  occupar  a  cadeira  da 
presidência. 

(•)  A  promessa  da  elaboração  do  Código  Civil  figurava  no  ppo- 
eramma  do  ministério  que.  a  7  de  junho  de  1889,  foi  organizado 
pelo  V  scon  le  de  Ouro  Preto.  Menos  de  ura  mez  depois,  nom<ou  o 
minifitro  da  justiça,  Conselheiro  Cândido  Luiz  Mana  de  Oliveira, 
uma  conimisí^ão,  composta  de  conspícuos  juri>consultos,  para  for* 
mu) ar  o  projecto.  De  12  de  julho  a  11  de  outubro  do  citado  anno, 
celebrou  a  commissão,  no  Paço  da  ci  lado,  oito  sessões,  presididas 
todas  por  Sua  Mage  tade  o  Sr.  D.  Pedro  lí.  O  augusto  e  saudosís- 
simo p*oteclor  do  Instituto  tomou  vivo  interesse  pelos  debates, 
Intervindo  nelles  mais  <lc  uma  vez.  Era  membro  da  commissão  o 
actual  presidente  da  Republica,  Exmo.  Sr.  Cons^lhni-o  Affonso 
Auerusio  Moreira  Penna  ;  mas  apenas  compareceu  ás  sessões  do  13  e 
27  de  8'tembro  e  11  le  outubro.  A  ultima,  cuja  acta  traz  unica- 
mente» a  assignatura  do  S,  Ex.,  preencheu-a  elle  expv«ndo  hs  suas 
idéas  sobre  o  direito  de  succe^flão.  Esclarecidas  discusões,  alli  so 
empenharam.  Adoptou-se  a  parte  geral  «lo  projecto,  divídindo-se 
a  tarefa  ulterior.  Accitou-se,  igualmente,  depois  do  ampla  contro- 
vérsia, o  índice  de  ca. la  uma  das  divisões.  Prevaleceram  adiantadas 
idéas,  quaes,  entro  outras,  a  da  liberdade  de  testar.  Occupava  o 
logar  do  secretario  o  Conselheí  o  Barão  de  Sobral.  O  livro  das  actas, 
redigi  las  por  S.  Ex.,  offereceu-o  ao  Instituto  a  Exma.  Baroneza 
Viuva,  serviu 'o  de  intermédia -io  o  faPecido  e  prostantissimo  presi- 
dente C  >nsdhei 'o  Olejrario  Herculano  de  Aquino  e  Castro.  Fielmente 
tir<das  do  livro,  as  co  ias  que  se  seguem  constituem,  do  certo, 
precioso  documento  júri  lico  o  histórico. 

(Xota  da  Commissão  de  Redacção) 


8         V-..*  REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

•  • 

.•-.línpetrada    vénia,   o  Ministro  da  Justiça  significou  que, 
jã(3''«lta mento    honrada,  a    Coramissão  se  inspiraiia    no    pa- 
•*  tnotismo  do   Impei  ador  "para  empregar  a  mcllior  vontade  e 
•'ttltiu  o  seu  nsforvo   no  desempenho  do  árduo  e  ope^o^o  encarí^o; 
•*fe.    depois  de   participar    que   o   Conselheiro   Aífonso  Ai  gusto 
Moreira  Penna,  retido  por  motivos  pond«Tosos  na  provincia  de 
Minas  Geraes,   communicára  em  telegramma  que  brevemente 
estaria  na  Có.te  e    entretanto  adheria  ás  resoluções  que  to- 
massem os  seus  collegas,  fez  a  seguinte  exposição: 

«Senhor.  O  coo  racto  de  15  de  fevereiro  de  1855  cele- 
brado pelo  Governo  Imperial  com  o  jurisconsulto  Augusto 
Teixeira  de  Freitas  para  classificar  toda  a  legi>Iaçâo  pátria, 
discriminar  o  Direito  Publico  do  Direito  Privado,  e  consolidar  as 
leis  civis,  teve  o  principal  fira  de  preparar  elementos  indispen- 
sáveis á  organização  do  Código  Civil,  promettido  pela  Consti- 
taição  do  Império. 

«  A  Coramissão  encarregada  por  Aviso  do  9  de  fevereiro 
de  1858  de  examinar  a  Consoiliaçâo  das  Leis  Civis,  elaborada 
em  cumprimento  d  »  contracto,  concluiu,  em  parecer  de  4  do 
dezembro  do  mesmo  anno,  que,  a  par  de  profundo  estudo, 
erudição  vasta  e  methodo  aidactico,  o  trabalho  dava  teste- 
munho do  zelo,  dedicação  e  constância  do  seu  distincto  autor  ; 
recommendava  c  attestava  sua  habilitação  para  o  Projecto  do 
Código  Civil,  merecia  approvação  e  louvor. 

«  De  conformidade  com  esse  parecer  dos  Conselheiros  de 
Estado  Visconde  de  U/uguay  e  José  Thomaz  Nabuco  de  Ar.iujo 
e  do  doutor  Caetanc»  Alberto  Soares,  o  Ministro  da  Justiça, 
autorizado  pelo  Decreto  n.  2318,  de  ^  de  dezembro  de  1858, 
contractou  a  confecção  do  projecto  com  o  mesmo  jurisconsulto 
em  10  de  janeiro  de  1859. 

<Nes>e  contracto,  approvado  pelo  Decreto  n.  2337,  de  11 
do  dito  mez  e  anno,  o  jurisconsulto  Augusto  Teixeira  de  Freitas 
88  obrigou  a  redigir  e  apresentar  o  Código  até  31  de  dezembro 
de  1862,  modificando  <>  systema  adoptado  na  Consolidação,  con- 
forme propuzera  elle  pr<jprio  na  introduoção  da  obra. 

<  Assim  o  projecto  so  divitiipía  em  duas  partes  :  uma  geral, 
sobre  as  pesso  \b  o  cousas ;  outra  especial,  subd  vidi  ia  em  ti'es 
livros,  contwndo  o  1°  os  direitos  pessoaes,  o  2®  os  direitos  reaes, 
o  3^  disposições  oommuns  às  duas  espécies  de  uireito :  herança, 
concurso  de  credores  e  preacripção. 

€  Informado  o  Poder  Legisi  itivo  de  achar-se  quasi  prompto 
o  trabalho,  autorizou  o  Governo  pelo  art.  24  da  Lei  n.  1177, 
de  9  de  setembro  de  1862,  a  estipular  um  premio  razoável  que 
o  Decreto  n.  3188,  de  18  de  novembro  de  1803,  fixou  em  cem 
oontos  de  réis,  sendo  prorogado,  nos  termos  do  art.  10  do  con- 
tracto, até  30  do  junho  de  1864  o  prazo  marcado  para  a  con- 
clusão do  proje<^t().  jã  em  grande  parto  impresso. 

€  A  Commissão  nomeada  por  Deci*eto  de  29  de  dezembro  de 
1863  para  examinal-o,  composta  do  Conselheiro  de  Estado  Vis- 
conde do  Uruguay»  presidente,  dos  Cooselheiroj  José  Thomaz 
Nabaco  de  Araújo,  José  Mariani,  Lourenço  José  Ribeiro,  Fran- 


ACTAS  DAS  SESSÕES  9 

cisco  José  Furtado  e  doutores  António  Joaquim  Ribas,  Braz 
Florentino  Henriques  de  Souza  e  Caetano  Ailx^rto  Soares,  co- 
meçou a  funccionar,  segundo  as  lostrucções  de  23  de  julho 
de  1804,  na  augusta  presença  de  Vossa  Magestade  Imperial, 
mas  suspendeu  as  sessões  a  31  de  agosto  de  1865  por  estar 
incompleto  o  Esboço  apresentado. 

«Em  20  de  Novembro  de  1806  o  doutor  Augusto  Teixeira 
de  Freitas  communicou  ao  Governo  que  estava  resolvido  a  não 
continuar  o  trabalho,  apezar  de  já  haver  publicado  370:^  arti- 
gos do  Esboço,  e  ter  no  prelo  1314,  A'  insistência  do  Ministro  da 
Justiça  para  que  elle  proseguisse ,  respondeu  aânalaquelle  juris- 
consulto em  5^0  de  sotembro  de  1867  com  a  exposição  dos 
motivos  que  o  impossibilitavam  de  executar  o  plano  traç  do 
no  contracto,  embora  melhorado  no  Esboço  com  a  inclusão  na 
parte  geral  do  uma  secção  sobre  os  factos  e  actos  jurídicos,  a 
exemplo  da  escola  germânica,  pois  o  estudo  aprofundado  das 
causas  do  direito  o  tinha  convencido  da  necessidade  do  preceder 
ao  Código  Civil  um  Código  geral  que  dominasse  a  le<;,nslação 
inteira,  estando  portanto  em  completa  desharmonia  com  as 
vistas  do  Governo  que  não  concordava  sequer  om  fazer  cessar 
a  inútil  separação  das  disposições  commerciaes  em  Código  espe- 
cial, calamitosa  duplicação  das  leis  civis,  no  seu  entender. 

<  Apresentou  um  novo  plano  com  as  seguintes  divisões  ca- 
pitães : 

Ctdigo  Geral.  Livro  l.*'  Das  causas  jurídicas.  Secção  1.* 
Das  pessoas.  Sec(,íão  2.^  Dos  bens.  Secção  3.^  Dos  factos.  Livro 
2i."  D^s  effeitos  jurídicos. 

Código  Civil.  Livro  1.*  Dos  effeitos  civis.  Livro  2i."  Dos  di- 
reitos pessoaes.  Livro  3."  Dos  direitos  reaes. 

«  Ouvida  a  Secção  de  Justiça  do  Conselho  de  Estado,  foi  de 
parecer,  em  consulta  de  1  de  julho  de  1868,  que,  apezar  de  ser 
a  codificação  proposta  uma  cousa  nuva,  tudo  se  devia  confiar  da 
provada  capacidade  do  jurisconsulto.  Não  se  julgou,  porém,  o 
Governo  autorizado  a  fazer  novação  do  contracto  poios  motivos 
declarados  no  Relatório  do  Ministério  da  Justiça  de  1869. 

«  Por  Aviso  de  18  de  novembro  de  1872  foi  declarada  a 
rescisão  do  contracto,  e  em  3  de  dezembro  subsequente  celebra- 
do um  outro  com  o  Conselheiro  de  Estado  José  Thomaz  Nabuco 
de  Araújo,  a  quem  foi  deixada  a  escolha  do  systema,  e  fixado 
o  prazo  de  cinco  annos  para  terminar  o  trabalho,  de  conformi- 
dade com  as  clausulas  approvadas  pelo  Decreto  n.  5164  do 
mesmo  anno. 

«  Infelizmente  a  morte  colheu  esse  jurisconsulto  antos  que 
elle  pudesse  formular  o  seu  projecto,  do  qual  apenas  ficaram 
redigidos  o  titulo  preliminar  o  alguns  capítulos  da  parte  geral. 

«  Em  março  de  1881  o  bacharel  Joaquim  Felício  dos  Santos 
apresentou  ao  Ministro  da  Justiça  um  manuscripto  com  o  titulo 
de  —  Apontamentos  para  o  Projecto  do  Código  Civil  Braziloiío. 

«  o  Governo  aooeitou  o  ofToreci mento  o  a  4  do  julho  do  dito 
anno  nom  ou  uma  Commissão  para  examinar  es^e  trabalho, 
composta  dos  oonselheiros  Lafayette  Rodrigues  Pereira  e  Anto- 


<0  RF.VISTA    DO   INSTITUTO   IIIfiTORirO 

nio  Joaquim  Ribas  e  dos  doutorei?  António  Ferreira  Vianna» 
Francisco  Justino  Gunçalves  de  Andrade  o  António  Coelho  Ro- 
drigiies . 

<i  A  21  dft  setembro  seguinte  a  Commissão  omittin  o  seu 
juizo,  declarando  «jue  os  Apontamentos  para  o  Projecto  do  Có- 
digo Civil  Braziloiro  são  d )  «rrandn  morito.  mas  nào  se  coadu- 
nam no  to  lo  com  os  requisitos  assenciaos  do  uma  cl;is>ifioaçáo 
systeraatica,  do  i.ccordo  com  o  aperfeiçoamento  sciontiflco  e  com 
as  circumstancias  do  paiz,  n&o  so  prestando,  portanto,  a  uma 
franca  revisão. 

«  Em  9  de  novembro  do  mesmo  anno  o  Governo  solicitou 
da  Commiss&o  que  se  mcumbissc  da  urganização  do  prujeoto, 
cooperando  o  doutor  Joaquim  Felício  dos  Santos  como  um  dos 
8eu8  membros,  e  tomando  a  direcção  dos  trabalhos  o  Conselheiro 
Laf«yette. 

«  A  Comroissâo  reuniu-so  pela  primeira  vez  om  25  dí»  ja- 
neiro de  I884Í,  o  nas  suas  conferencias  assentou  os  limites  do 
projocto,  o  plao«>da  obra  e  a  divisão  da?'  matérias,  a  .optando 
o  systema  allemão  o  rcsulvondo  aue  o  trabalho  começas^  da 
parte  esp<  ciai,  e  nesta  do  direito  ae  família,  uistribuidas  pelos 
seus  mtmbrus  as  diversa;»  secções  da  obra  para  serem  artl- 
culadiis,  depois  <ie  .issentadus  as  b  bses  do  cada  s(tcção. 

«  Só  começou,  porém,  a  primeira  distribuiç<ào  do  serviço 
quando  apona?»  roscavam  tr<-s  dos  cinco  membros  primitivas, 
o  consolhciro  I^fayetto  Rodrigues  Pereira,  presidente,  o  os  dou- 
tores António  Fcireiíti  Vi.mna  o  António  Coelho  Rodrigues, 
desses  mopmos  distraliidos  os  dous  primeiros  em  outras  c-m- 
missões  at(^  que,  sobrevindo  a  organi/açao  do  Gabinete  em  21 
de  mnio  de  1883,  c  com  eíla  a  acephalia  da  commissào,  esta  não 
mais  reuniu-80. 

€  O  Aviso  de  27  de  fevereiro  do  1880  a  dissolveu,  decla- 
randu  suspensos  os  estude «  da  ..rganlzação  do  Código  ató  que 
o  Poder  Logishitivo  votasse  credito. 

«Nestas  circumatancias,  urgmdo  cada  dia  mais  a  reforma 
da  leglMlaçAo  civil,  que  ainda  as  duas  ultima»  Fallat<  do  Thiono 
recommendaram,  o  Governo,  na  impo^sibil idade  de  recorrer 
desde  logo  ás  Gamaras  Legislativas  para  obter  os  meios  do  re- 
munerar serviço  do  tanta  valia,  appellou  para  o  patriotismo 
dos  oidadcàosquo  compõem  a  act  ai  Commissão.  e  ospera  quo, 
sob  08  auspicio»  de  Vos^a  Mag(?st>ido  Imperial,  elles  se  desem- 
penhem do  tão  diíflcil,  quão  honroso  encargo. 

«  A  presente  cjnferoncia  tom  p.ir  fim  a  discussão  do  sys- 
tema  o  ordem  do  trabalho,  sobre  o  que  deseja  ouvir  os  membros 
do  Commissão.» 

Obtendo  succcssi vãmente  a  palavra  : 

O  Conselheiro  de  Kst  ido  Souza  Dantas  doclara  quo,  apezar 
de  não  ser  o  Diroito  Civil  a  sua  esp  >cialidade,  e  não  lhe  permitti- 
rem  os  sous  múltiplos  on&ir<;os  iucumbir-se  do  formuiar  o 
projocto  do  Codig),  nio  se  julgara  com  o  direito  do  recusar  o 
seu  concurso  para  omprohendi monto  de  tanta  magnitude,  quo 
eonstitue  uma  das  mais  justas  aspirações  da  nação  o  pratriotioq 


ACT  \S   DAS   SlÇSSnlv^  1  l 

omponho  do  sou  augusto  Chofo.  polo  (lUi^  (.oiuará  parto  nas 
discussões  e  na  revisão  dos  trabalhos,  quando  lli'o  facultapom  as 
funcçõos*  do  Senador  o  Conselheiro  de  Estado. 

Entendo  que  o  projecto  dove  systoniatisar  o  direito  civil 
Wazileiro,  desenvolvendo -o  o  aporfeiçoando-o,  consultar  o  pro- 
ifçresso  da  sciencia  som  p<3rilor  do  vista  as  necessidades  peculiares 
rio  paiz,  in.spi!*ai>sn  nu  espirito  Iil»iíral  dits  iní^tituíções  pátrias,  e 
aproveitar  í)8  valiosos  ohunontos  que  oíTorecem  os  estudos  ante- 
riores» dasdo  os  do  eminente  Jurisconsulto  Teixeira  do  FreiUs 
iat(J  08  da  Commissão,  que,  na  qualida'!e  de  Ministro  da  Justiça, 
nomoára  para  rever  os  Apontamentos  do  illustrado  e  laborioso 
doutor  Felicio  dos  Santos,  que  mereceram  de  alguns  Deputados 
a  honra  de  ser  apresentados  como  projecto  definitivo,  e  da  refe- 
rida Commissáo  justus  louvores. 

Apraz  lhe  ver  no  >eio  da  actual  Commissão  um  dos  juriscon- 
sultos em  que  recahira  naqualle  anuo  a  sua  escolha,  o  doutor  Coe- 
lho RodrifZfues,  que  cjm  a  tradição  dos  trabalhos  encetados  e  sua 
reconhecida  competência  muito  contribuirá  para  o  oxito  do  t^om 
mettimonto,  a  que  tom  dado  constantes  provas  de  sincera  dedi- 
caçãot  perseverando  nas  mesmas  locubrações,  ainda  depois  de  ha- 
verem os  seus  distinctos  colle-ias,  <^hamados  ao  cumprimenio  de 
outros  deveres, interrompido  o  serviço,  confornie  já  foi  exposto. 

E*  sou  pensamento,  quanto  ao  methodo  dos  trabalhos,  que  os 
membros  da  Commissão,  rounmJo-ge  frequentemente  para  con- 
ferenciarem sobre  os  pontos  de  doutrina  e  i*edacvão,  apresentem 
nos  sessões  que  se  eff-ctuareiu  no  Paço,  o  resultado  das  discus- 
sões e  oatuHos  para  definitiva  resoluç  lO  sobre  cada  uma  das  partes 
do  projecto  ;  mas  quo  antes  do  tudo  eonv^m  doteriuinar  as  bases 
geraes,  e:>colher  um  dos  systemas  de  codificação  e  distribuir  o 
trabdlho  de  formular  as  secções  respectivas,  ouvindo  as  opiniões 
dos  collegas  que  poisam  tomar  este  encardo,  ou  apreseniar  al- 
gum plano  Jã  ehiborado. 

O  Cousellieiro  do  Estado  Olegário,  sem  desconhecer  a  grande 
importância  do  systema  em  uma  codiâcaçào,  pondera,  todavia, 
que  se  não  deve  sacrificar  ã  excotritação  de  um  novo  principio 
clabSiâca<ior,  rigorosamente  scientiâco.  a  necessidade  urgente  de 
completar  e  aperfeiçoar  a  nos^a  legislação  civil  Já  reforraida  no 
reino,  de  que  a  recebemos  na  máxima  parto,  e  desharmonica  om 
muitos  poutjs  com  o  espirito  das  instituições  nacionaes. 

E'  o  direito  progressivo  com  a  humanidade  ;  o  u  legislador 
não  pôde  6S|)erar  qne  a  sciencia  dig.i  a  ultima  palavra  sobre  as 
questões  controveriidas  para  attender  ás  exigências  da  vida  so- 
cial, cuja  tranquillidade  o  progresso  tanto  dependem  da  certeza 
c  segurança  de  s^uas  relações  jurídicas,  asquaos,  modificando hio 
conforme  o  grão  de  civilisacão,  costumes  o  usos  de  cada  povo, 
carecem  mais  de  uina  exposição  clara,  methodica  o  precisa  das 
regras  que  devem  presidir  á  sua  formação  o  desenvolvimento, 
do  que  da  invenção  de  um  systema  classiileador  capaz  do  p/e^n- 
eher  as  condições  theoricas  e  praticas. 

Apezar  d«í  justamente  criticado  por  defeito  do  meihodo,  o 
Código    Napoleão   não   deixa  dn  ser  um  padrão   de    gloria    o 


IS 


RBMSTA  DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


um  fios  maiores  benoflcios  le^çados  pelo  Imperador,  qiio  lhe 
deu  o  Dome.  Elaborado  e  publicado  por  partes,  que  nãu  sto 
subordinam  a  neDbiim  Bystemaficienlifico»  6^  coraiudo,  um  corpo 
do  Iei8  que  lionra  a  França  o,  adoptado  em  muitos  pfijzes  da 
Europa,  sem  exercido  notarei  e  beueflca  iDíluencia  em  todo  o 
direito  civil  moderno . 

Sem  ainda  estarem  isentos  de  censura,  quanto  à  classificação, 
o  raoderuo  Ci.dif<o  do  Chilo,  na  America,  do  Portugal,  Itália  e 
Btlgica,  níi  Europa*  satisfazdm  áa  necessidadeâ  da  vida  civil 
dessas  navoea»  e  merecom  louvores  da  maior  parte  dos  juris- 
consultos. 

Entende  que  a  Gommissão,  tomando  por  baso  og  excelleutes 
trabalhos  do  iniigue  jurisconsulto  Teixeira  de  Freitas,  que  com 
tanta  proficiência  consolidou  o  oosao  aotaal  diroíto  civil,  e  no 
seu  E:if>oço  do  Coiigo  eipoz  muitíist  das  mus  rvdiantadas  thoo- 
rias  o  deiíou  formúladaí*  qua^i  todas  as  disposiçõiía  sobre  os 
direi losá  reaes  e  pédsoaes,  poderá  desdo  logo  encetar  o  serviço 
da  eodificaçSLo,  com  o  melhoramento  do  plano  jjí  approximado 
no  Esiíoç*-)  ao  sygtema  cillí-mãu»  monos  nas  divisões  da  Parte 
Eâpecial, relativas  ao  Direito  de  Famiha  o  ás  obrigações.  O  re- 
cente projecto  do  Código  Civil  do  império  Allemão  será  valioso 
auxiliar. 

Pondera  que  a  Consolidação  o  Esboço  referidos  serviram 
de  hiiHv  ao  Código  de  Buenos  Aires,  e  lamenta  que  o  nusso 
eminente  juiiseonsullo  se  houvea^-^e  desviado  do  fou  plano  cora 
a  protençAo  prematura  do  orgaoi^ar  um  Código  Gorai,  e,  o  que 
lho  parece  injusiiílcavel,  de  fundir  o  Direito  Conamercial  no 
Direito  Civil, 

Quando  ainda  as  nações  mais  adiantadas  estão  a  formular 
os  seus  Códigos  especlaes.  e  reconhecem  ;\  necessidade  de  úq- 
parar  os  diversos  ramos  do  Direito  Privado,  jót  por  facilitação 
da  empresa,  já  por  conveniências  praticai,  não  devemos  emba- 
raçar com  lnnovaç5es  a  i-ealizaçâo  do  erapeniir  de  codificar  a 
nossa  IegÍsla<;^âo  civil,  aperfeiçoando-a. 

O  Codigo  CtommercíaJ  Brasileiro  tem  defeitos  ;  ma:^  ú  justo 
reconhecer  que,  assim  como  o  Coíiigo  Penal  e  o  do  Proceaso 
Criminal,  fax  honra  ao  nosso  lo^tiilador  ;  e  ai  olle  precisa  de 
revisão,  nâo  complique  esta  ã  elaboração  do  Codigo  Civil,  cuja 
urgência  nào  podo  ser  demai>i  encarecida. 

O  Dr*  Coellio  Rodrigues  julgou  dever  referir  os  faoioa  mais 
notáveis  occorridos  no  seio  rta  Commistão  do  que  fizera  parte, 
con6rniando  quanto  expuzora  o  Ministro  da  Justiça. 

Adoptada  a  classiflcaçào  allemã,  resolveu  essa  Com  missão 
reservar  a  Parte  Geral  para  o  seu  presidente,  o  Consolheiro 
J^íkyette  Rodri^^ues  Pereira,  o  começar  o  trabalho  polo  Direita 
de  Familia.  Formulado  o  Índice  àB^s  maierias  comprebendidas 
aessa  parte,  discutiram-se  as  respectivas  tbeorias,  o.  em  geral» 
houve  accordo.  Dever-so*hia  distribuir  uma  secção  a  cida 
membro  ;  os  capítulos  teriam  provison Cimento  nuraeraçiio  inde- 
pendente, atlm  de  faeilttar  ap  reforcncioH  durante  a  elaboração  ; 
articulado  caila  c^ipiuilo,  seria  .^ubraoitido  A  discussão,  o  de«ta 


ACTAS  DAS   SESSÕES  13 

sorte  se  procuraria  conciliar  a  divisão  com  a  unida'ie  do  tra- 
balho, accrescendo  a  ampla  faculdade  que  pelo  Aviso  de  9  do 
novembro  de  1881  foi  dada  ao  presidente  para  organitar  por 
si,  e  com  o  auxilio  dos  membros  que  julgasse  precisos,  o  projecto 
preparatório  que  houvesse  de  ser  discutido. 

Infelizmente,  ao  começarem  os  trabalhos  em  25  de  janeiro 
de  188*2,  dous  illustres  membros  da  commissão,  o  Conselheiro 
Ribas  o  o  doutor  Justino  de  Andrade,  se  haviam  retirado. 
Distribuídos,  entretanto,  os  capítulos  do  Direito  do  Família  entre 
os  presentes,  marcou-se  a  2^  reunião  para  dous  mezes  depois ; 
mas,  despedindo-se  o  doutor  Felício  dos  Santos,  pelos  motivos 
expostos  em  seu  officio  da  6  de  março,  e  chamado  o  presidente 
da  Commissão  para  organizar  o  Gabinete  de  24  de  maio,  no 
mesmo  anno,  nunca  mais  ella  se  reuniu  e,  que  lhe  conste,  so- 
mente elle  articulara  os  capítulos  distribuídos. 

Na  qualidade  de  secretario,  por  duas  vezes  solicitara  pro- 
videncias do  Ministério  da  Justiça  para  o  proseguimento  dos 
trabalhos,  e  não  obteve  resposta  até  27  de  fevereiro  de  1886, 
quando  o  Governo  resolveu  declaral-os  suspensos  por  falta  de 
credito  orçamentário. 

Todavia,  desde  que  soubera  não  estar  o  Conselheiro  La- 
fayetto,  cuja  alta  competência  todos  proclamam,  resolvido  a 
acci3itar  o  encargo  de  organizar  o  p.*ojecto,  elle  offerecera  seus 
serviços  ao  Ministro  da  Justiça,  Conselheiro  Mac-Dowell,  apre- 
sentando o  plano  que  ora  submette  ã  apreciado  dos  seus 
coUegas. 

Ao  cencluir,  declara  quo  sua  experiência  na  anterior  com- 
missão o  convencera  da  impossibilidade  de  accumular  as  fan- 
cções  de  secretario,  visto  que  o  pesado  encargo  da  redacção  das 
actas  absorve  o  tempo  e  a  attenção  do  quem  haja  de  tomar 
parte  nas  discussões. 

O  Conselheiro  de  Estado  Silva  Costa,  usando  da  palavra, 
sente  o  dever  do  fazer  algumas  considerações  sobre  as  varias 
tentativas  de  codificação,  até  hoje  infructiferas. 

Pondera  que  só  iniciou  no  Instituto  da  Ordem  dos  Advoga- 
dos a  idéa  da  codificação,  depois  que  viu  mallogrados  os  intuitos 
da  ultima  Commissão  nomeada  e  que  foi  dissolvida. 

Expõe  o  systema  que  consta  de  monographia  impressa, 
o  qual  ibi  acceito  pelo  Instituto. 

Crê  com  von  Ihering  que  o  methodo  que  pôde  produzir 
bons  resultados  em  assumpto  desta  ordem,  é  o  da  nistoria 
natural. 

Conhece  os  elementos  a  que  alludiu  o  Conselheiro  Aquino  e 
Castro  ;  acredita,  poróm,  que  são  por  demais  escassos,  maxime, 
diante  do  desenvolvimento  que  hoje  conta  a  sciencia  do  direito. 

Entende  que  por  emquanto  deve-se  considerar  menos  a 
classificação  das  matérias  do  que  o  estudo  e  consagração  das 
disciplinas  jurídicas,  que  devem  reger  as  relações  civis,  deí- 
xanclo-se  para  ulterior  tarefa  a  reforma  da  legislação  commer- 
cial ;  lemoraria,  por  isso,  como  norma  do  estudos  o  plano  de 
Projecto  do  Código  Civil  da  ^Uiemanha. 


li  UliVlííTA   DO    INSTITUTO   HL^rORlCO 

Soííundo  esse  projecto,  o  Direino  Civil  está  dividido  em 
cídco  partes  :  l^  a  ^çeral,  2*  a  do  direito  das  cousas,  3-  a  das 
obriçiições,  4''  a  da  Iam i lia  o  5"^  a  das  ^uccessõcs. 

Uma  vez  que  se  trata  do  adoptar  ura  plano  para  os  traba- 
lhos do  Código  Civil,  parece  razoável  que  as  cinco  partes  sejam 
distribuídas  pelos  membros  da  Commissão,  salvo  ulterior  e 
definitiva  deliberação  sobro  a  clas^iflcação  da  matéria  do  mesmo 
Código. 

O  Conselheiro  Barão  de  Sobra'  o  de  parecer  que,  aditando 
todos  de  accordo  em  não  renovar  a  muito  discutida  o  intermi- 
nável questão  do  principio  classiticador.  que  do  baldo  o  impe- 
rad'»r  Justiniano  procurou  firmar  numa  si^ntenva  de  Gaio,  o 
^nio  de  Leibnítz  nas  causas  dos  direitos,  Domat  n  s  vinculos 
jurídicos,  Teixeira  de  Freitas  no  objecto  do>  direitos,  se  adopto 
o  methodo  já  preíerido  pela  anterior  Commissão,  o  qu  .1  tem 
por  si  a  autoridade  scientifica  da  AUemauha,  a  opinião  de 
muitos  dos  nossos  mais  abalisados  jurisconsultos,  o  iui  seguido 
pelos  Conselheiros  Ribas  e  Lafayette  nos  seus  tratados  de  Direito 
Civil,  e  ha  muitii  ó  estimado   no  ensino  de  nossas  Faculdades. 

Esse  mothodo  permitte  uma  clara  e  completa  exposição  do 
Direito  Civil,  nos  sous  elementos,  pessoas,  cousas  e  actos  jurí- 
dicos (juo  constituem  a  Parto  Geral,  o  nas  relações  origmadas 
do  exercício  da  actividade  sobre  as  cousas  e  entre  as  pessoas,  e 
da  consCi  uição  da  fumilia  e  da  herança,  que  se  distribuem  pelos 
quatro  livros  da  Parte  Especial. 

Si  tal  di8tribuiçài>  não  se  subordina  a  um  principio  superior 
de  classificação,  õ,  codiívja,  de  utilidade  pratica  pelo  agrupi- 
mento  de  direitos  que  tem  entre  si  mais  ailiuidades. 

O  systema  não  se  oppòo  a  que  se  (aça  a  divisão  do  trabalho, 
na  forma  proposta  pelo  Conselheiro  Silva  Costa,  salvas  as  modi- 
ficações que  o  estudo  aconselhar  na  disposição  das  maiorias. 
Assim  (^.  que  depois  dos  esMidos  e  discusbào.  em  que  tomaram 
parte  não  menos  de  treze  jurisconsultos,  a  redacção  do  novíssimo 
projecto  do  código  Allomáo  foi  di^tribui^ia  por  cinco  dentre  ell 'S. 

Lembra  a  c«>nvoni(  ucia  (!o  um  Tiulu  Preliminar  sobre  a 
publicação  da»  leis  e  soup  tíl^it  s  quanto  ao  tempo  e  ao  logar,  e 
ás  relações  do  Direito  Int  rnacional  Privado,  tendo  de  grande 
proveito  o  que  deixou  redigido  o  iilustre  jurisconsulto  Nabuco 
de  Araújo. 

Assim,  ouvidos  todos  os  membros  da  Commissão,  o  Ministro 
da  Justiça  propoz  as  soguinto>  conclusões  : 

1.*  Que  o  projecto  se  dividisse  em  duas  partes :  uma  geral 
e  outra  especial  : 

á.*  Quedo  esboço  da  1»  parte,  comprehensiva  das  regras 
(feraes  sobre  os  elementos  d(s  direitos,  pessoas,  cousas  e  actos 
juridicos,  se  incumbisse  o  Barão  de  Sobral  ; 

3.»  Que  se  subdividi^be  a  parte  esj)ecial  em  quatro  livros  : 
Direito  das  cousas.  Direito  das  obn^^^ações.  Direito  da  familia  e 
Direito  das  succes^ões  ;  encarregandi-se  do  P  o  Conselheiro 
01'gario,  do  '^o  o  Conselheiro  Silva  Costa,  do  S»  o  Dr.  Coelho 
Rodrigues,  do  4»  o  Conselheiro  AíTonso  Ponna ; 


ACTAS   DAS   SliSSUKS  15 

4.*  Que  antes  de  tudo  fosse  organizado  e  submettido  à  dis- 
cussão o  Índice  das  matérias  de  cada  um  dos  livros ; 

5.^  Que  da  redacção  das  actas  e  sua  publicação,  depois  de 
approvadas,  ficasse  encarregado  o  Buião  de  Sobral,  na  quali- 
dade de  Secretario  da  Commissão  ; 

6."  Que  as  sessõos  ordinárias  da  Commissão  fossem  quin- 
zenaes. 

Todas  estas  propostas  foram  approvadas. 

S.  M.  o  Imperador,  manifestando  a  conveniência  de  que, 
apresentado  o  indice  na  próxima  sessão  e  depois  de  approvado 
so  discutissem  na  sua  presença  as  theorias  respectivas,  autos  du 
serem  articulados  os  capítulos,  deu  por  anda  a  conferencia.  Do 
que  para  constar  o  secretario  Barão  de  Sobral  lavrou  esta  acta 
que  se  digna  de  assignar  S.  M.  o  Imperador,  com  o  presidente  o 
membros  da  commissão.  —Z).  Pedro  2*^,  Cândido  Luiz  Maria 
de  Oliveira,  M,  P,  de  Souza  Dantas,  O.  H,  de  Aquino  e  Castro, 
Dr,  José  da  Silva  Costa,  Barão  de  Sobral,  Dr,  A.  Coelho 
Rodrigues, 


ACTA  DA   2^'  StlSSAO 

Aos  30  dias  do  mez  de  julho  de  1889,  ás  duas  horas  da 
tarde,  na  augusta  presença  de  S.  M.  o  Imperador,  Sr.  Dom 
Pedro  2%  no  luiperial  Faço  da  Cidade  de  S.  Sebastião  do  Rio  de 
Janeiro,  comparecendo  os  Srs.  ConsoUioiro  Cândido  Luiz  Maria 
de  oliveira,  Ministro  da  Justiça,  os  Couseiheiros  de  Estido  Ma- 
noel Pm  to  de  Souza  Dan^^is,  Olegano  Herculano  de  Aquino  o 
Castro,  Josó  da  Silva  Custa,  e  Conselheiro  Antunio  Coelho  Ko- 
dri^íues,  faltando  com  causa  participada  os  Con:ielheiros  aífonso 
Augusto  Moreira  Penna  e  o  Barào  de  Sobral,  a  Commissão  or- 
gauiba<iora  do  Projecto  do  Código  Civil  Brazileiro  celebrou  a 
sua  2^  sesfeão. 

Impetrada  a  vénia  imperial,  o  Prés  dente  da  Commi^sâo 
convidou  os  membros  presentes  a  emittirem  a  sua  opinião  sobre 
os  iuific^^s  apresentados,  os  do  Titulo  Preliminar  e  Parte  Geral, 
o  do  Direito  das  cousas,  o  do  Diíeiío  das  obrigações,  o  do 
Direito  da  fiimiiia,  começando  a  discussão  pelos  dous  pri- 
meiros. 

Obtendo  a  palavra,  o  Conselheiro  de  Estado  Silva  Costa 
fez  a^i  seguintes  ponderações ; 

Quanto  ao  Titulo  Preliminar  : 

Que  a  obrigatoriedade  e  os  effeitos  da  lei  civil  devem  ser 
tratados  sob  uma  só  rubrica  ; 

Que  a  interpretação  e  revogação  das  leis  é  assumpto  per- 
tinente ao  regimen  constitucional ;  pois  ao  Podor  Legislativo  ó 
que  compete  interpretar  authenticamente  e  revogar  as  leis 
(Con&t.  do  Império,  art.  15,  §8); 

Que  si  se  pretende  estatuir  preceitos  reguladores  da  re- 
construcção  do  pensamento  do  legislador,  acha  inadmÍASivel  o 


16  REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

propósito,  porque  f(')ra  querer  legislar  para  a  sciencia ,  certo, 
como  (',  que  d  hermenêutica  se  deve  buscar  auxilio  seguro  ua 
interpretação  doutrinal  da  lei ; 

Que.  finalmente,  para  guardar  a  conveniente  harmonia 
com  a  Divisào  da  parte  gei*al.  dever-se-hia  considerar  o  offeito 
da  lei  em  relação  ás  cousas,  e  não  aos  bens. 

E  quanto  ao  índice  da  Parte  Geral  : 

Está  convencido  que,  graças  aos  processos  modernos  que 
tornam  o  surdo-mudo  susceptível  de  cultura  intellectual,  nâo 
pôde  ser  havido  por  incapaz  aquelle  que  é  privado  da  audição 
e  da  falia  ;  podendo,  quando  muito,  figurar  entre  os  que  tem 
uma  capacidade  limitada. 

Não  se  conforma  absolutamente  com  a  idéa  de  se  contem- 
plar a  mulher  casada  entre  os  incapazes,  romanísmo  esse  que 
não  deve  sor  acceito,  desterrando-se  os  preconceitos  que  obede- 
ceram ás  influencias  que  hoje  não  preponderam  mais. 

Disso  bem  Logouvé:  a  mulher,  que  nada  podia  quando  ca- 
sada, passa  de  ura  momento  para  outro  a  poior  tudo,  desde 
que  enviuva.  Com  offeito,  pela  morte  do  marido,  sua  viuva 
inventaria  o  espolio  á)  casal,  administrao,  tem  amplos  direitos 
sobre  sua  meação  ou  seu  doto,conforme  o  regimen  antc-nupcial, 
exerce  a  tuteia  de  seus  filhos  menores  :  torna-se  capaz,  assim, 
quem  antes  se  dizia  incapaz  ! 

Não  ha  símilhante  incapacidade  ;  o  que  ha  é  cousa  muito 
differente  :  é  a  conveniência  de  ter  uma  direcção  unitária  o 
acervo  dos  interesses  económicos  da  sociedade  cunjugal,  e  certa 
incompatibilidade  entre  a  elevada  missão  de  mai  de  família 
e  as  preoccup  tções  exteriores  do  lar  domestico.  O  que  não  fôr 
isto  é  uma  odiosidado  inexplicável  perante  a  legenda  deste 
século. 

Observa  também  que  o  Código  nada  tem  que  vèr  com  os 
religiosos  professos  ;  pois  que  só  pôde  tratar  das  relações  da 
ordem  civil, ten  lo  como  divisa  que  o  Governo  do  Estado  ó  leigo. 

A  prodigalidade,  outrosim,  não  deve  fi^rurar  como  incapa- 
cidade, muito  convindo  procisar  a  noção  jurídica  a  respeito. 

Finalmente  a  classificação  das  cousas  não  lhe  parece  a 
melhor, visto  não  se  ter  fallado  em  cousas  nacionaes,  provincíaes 
e  municipacs,  cuj  i  terminologia  está  acceita  entre  nós,  con- 
forme o  theor  da  organização  administrativa  vigente. 

Seguindo-se  com  a  palavra  o  Conselheiro  Coelho  Rodrigues, 
lembra  que  já  se  manifestou  contra  a  inclusão  das  matérias  do 
titulo  preliminar  do  Código  Civil ;  mas  entendo  que,  no  caso 
de  prevalecer  a  opinião  contraria,  deve  dar-so  a  esse  titulo, 
polo  menos,  o  desenvolvimento  que  teve  no  projecto  de  re- 
forma do  Código  Civil  Belga,  ultimamente  redigido  por  Mr. 
Lauront. 

Accrescenta  que  não  lhe  parece  procedente  discutirem  os 
membros  da  Commissão  os  traballios  de  seus  coilegas  no  mesmo 
momenio  em  que  são  oíTerecidos,  e  principalmente  quando  o 
autor  não  pôde  comparecer  á  sessão,  como  succede  agora  ao 
Barão  de  Sobral. 


ACTAS  DxVS  SESSÕES  17 

Não  obstante  íàrd  algumas  observações  em  resposta  ao 
Cooseibeiro  Silva  Costa. 

Approva  a  separação  dos  números  I  o  II  do  Titulo  Preli- 
minar, porque  a  obrigatoriedade  da  lei  6  um  atlributo  inhe- 
rente  á  própria  lei,  e  não  pôde  ser  confundido  com  os  effeiios 
delia. 

Também  approva  o  emprego  da  palava— bons  — era  logar 
da  palavra  —  cousas  —  que  o  Conselheiít)  Silva  Costa  propõe, 
pois  esta  não  comprohenderia  todos  os  direitos,  segundo  a 
teohDologia  da  divisão  geral  do  Código,  já  approvada  pela 
Gommissão. 

Acredita  que  não  ha  motivo  para  a  suppressão  das  dispo- 
sições relativas  à  interpretação.  Quasi  todos  os  Códigos  tratam 
delia,  a  começar  do  Digesto,  e  não  deve  parecer  excusada  onde 
a  jurisprudência  é  tão  pobre,  como  em  nosso  paiz. 

Passando  ao  indice  da  Parto  Geral,  sustenta  que  a  capaci- 
dade civil  da  mulher  casada  não  pôde  deixar  de  ser  limitada 
pelo  poder  marital,  que  6  do  direito  natural  e  uma  con- 
gequoncia  da  superioridade  do  sexo  masculino  verificada  em 
todo  o  reino  animal,  assim  como  dos  incommodos  naturaes  do 
Bcxo  feminino  que  não  permittem  ã  mulher  contribuir  para  a 
sociedade  conjugal  com  a  mesma  somma  de  esforços,  que  incumbe 
ao  marido. 

Concorda,  porOm,  com  a  supprossão  proposta  da  incai>aci- 
dade  relativa  dos  religiosos  professos;  o  sobre  as  outras  questões 
suscitadas  não  podo  pronunciar-so  na  ausência  do  autor  dess^a 
parte  do  indice,  e  antes  do  ouvir-lho  a  exposição  dos  motivos 
do  seu  trabalho. 

E  conclue  ponderando  que,  por  ser  mais  longa  do  que 
comporta  a  hora,  a  exposição  dos  motivos  de  sua  parto  —  o 
Direito  do  familia— ,  lho  parece  conveniente  adial-a  para  a 
ses:ião  soguiuie  ;  o  que  foi  approvaflo. 

De  accordo  com  a  opinião  do  Conselheiro  Coelho  Rodrigues, 
foi  deliberado  que  nada  se  resolvesse  sobre  as  modiftcaçõos 
propostas  oo  indico  do  Titulo  Preliminar  o  da  Parte  Geral  ^em 
ouvir  o  liarão  de  Sobral ;  e  o  presidente  poz  em  discusíão  o 
Índice  relativo   ao  Direito  das  cousas. 

Tendo  a  palavra  o  Conselhoií^o  do  Estado  Olegário»  disse: 

Que  dividira  em  trcs  Títulos  o  direito  tias  cousas,  destinando 
o  1**  ás  disposições  geraes  sobro  cousas,  sua  natureza  o  oíspecies, 
o  2*  á  posse  e  o  3"  ao  dominio.  Considerando,  porém,  que 
das  cousas  também  se  occupava  a  Parle  Geral,  aguardava  a 
exposirão  do  plano  traçado  polo  Conselheiro  Barão  de  Sobral 
para  saber  como  deveria  tratar  do  assumpto,  sem  repetição  ou 
contradicção  com  o  que  houvesse  yido  disposto  na  referida 
Parte   Geral . 

Da  posse,  m^do  de  adquirii-a  e  perdel-a  o  dos  direitos  o 
obrigações  ioherentos  ou  delia  resultantes,  se  occuparia  o  2« 
titulo  ;  e  do  dominio,  como  expressão  mais  completa  do  direito 
de  propriedade,  o  3"  nos  termos  succintamento  expostos  no 
índice. 

b3i— ;^  Tu.M'j  L.wiii.  1'.  1, 


18  REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

Poudera,  entretanto,  que  convém  resolver  desde  logo  si 
é  preferível  substituir  o  titulo  de  domínio  pelo  de  propriedade, 
sogundo  o  systema  de  alguns  Códigos  modernos,  o  neste  sentido 
dispjr  sobre  a3  raodiflcaçõos  a  que  ella  estl  sujeita,  bem  como 
harmonisar  o  capítulo  3.°  desse  Titulo  com  o  correspondente 
do  Direito  das  obrigações,  onde  são  classiflcados  como  contractos 
o  penhor  e  a  hypotheoa,  compreliondidos  no  reíorido  Capitulo 
entre  os  direitos  i'eacs,  sobre  cousas  alheias. 

Seguiu-se  com  a  i^alavra  o  Conselheiro  de  Estado  Silva 
Costa,  que  começou  por  observar  quanto  convém  que  se  assente 
definitivamente  nessa  Parte,  o  Direito  das  cousas,  sobre  a  enu- 
meração das  matérias. 

A  distincção  doa  direitos,  disse  elle,  sobre  a  cousa  própria, 
sobre  a  cousa  alheia  encontra-se  em  Marosoll  (Direito  Romano 
§  86,  si  adoptar-so  essa  distincção,  nâo  vê  motivo  por  que 
deixem  de  ser  contemplados  entre  o— Jura  in  re  alienai  —  o 
mutuo,  o  deposita  e  outros  contractos  que  versam  sobre  outros 
tantos  desmembramentos  do  direito  de  propriedade,  no  conceito 
do  citado  romanista,  quando  se  vê  que  no  Tit.  :i\  Cap.  V,  do 
índice  que  formulou  o  ilustro  Conselheiro,  se  contemplam  a 
hvpotheca,  a  antichrese  e  o  penhor,  pertencentes  á  theoria  das 
obrigações  oriundas  do  contracto. 

Parece-lhe  que  o  Conselheiro  Olegário  deverá  tratar  do 
assumpto  conhecido  por  hypotheoa  legal,  nâo  como  hypotheoa, 
mas  como  ónus  real,  porquanto  a  hypotheoa,  que  pela  lei  actual 
compete  ao  offendido  pelo  delicto  contra  os  immoveis  do  delin- 
quente, á  mulher  pelo  dote,  etc,  nâo  ó  um  contracto,  ó  um 
ónus  que  grava  os  immoveis  do  respectivo  responsável:  6  esta 
a  intuição  dos  Códigos  Civis  do  Chile  e  Argentina. 

Entende  que,  cm  vez  de  domínio,  deve  dizer-se  propriedade, 
palavras  equivalentes,  já  no  periodo  da  legislação  romana  do 
tempo  de  Justiniano. 

As  principaes  razões  de  preferencia  pelo  emprego  da  pa- 
lavra—propriedade— sâo:  l»,  a  pilavra  dominio,  no  justo  dizer 
de  Proudhon,  decano  da  Faculiade  de  Direito  de  Dijon,  exprime 
o  poder  legal  do  homem  sobro  aquillo  qiio  lhe  pertence,  em- 
quanto  que  a  propriedade  constiuie  o  objecto  a  que  so  applica 
o  domínio ;  8.«  a  palavra  propriedade  ó  a  que  está  na  Con- 
stituição do  Império,  art.  179  §  22,  e  é  emprogada  pelo  Código 
Criminal  e  varias  leis  em  vigor. 

Nota,  p.)r  ultimo,  que  no  C.>Ji;(o  Civil  doro-sj  tratar,  não 
das  acções  que  nascem  do  domiuio  ou  da  posse,  mas  dos  direitos 
rosultantoi  da  propriedade  e  da  posso,  conformj  o  plano  do 
projecto  do  Coiigo  Civil  Allemão,  porque  nâj  se  deve  em  lei  de 
fundo,  qual  6  o  Código  Civil,  tractir  de  acções. 

Finda  a  discussão,  o  Presidente  lembrou  a  convenicnoia  de 
organisar  cada  ura  dos  m)m'jrosda  Comraissão  e  apresentar  o 
mais  breve  possível  uma  exposição  justificativa  dos  Índices  e  do 
mo<lo  pelo  qual  pretende  desenvolver  as  respectivas  matérias, 
afim  de  se  resolver  definitivamente  sobro  o  começo  da  elabo- 
paçãj  dos  artigos ;  o  que  foi  approvado.  Declarou  que  na  au- 


aí:tas  das  sessões  19 

senciado  Conselholpo  Peana  tomava  a  si  o  encargo  do  organizar 
o  índice  do  Diroito  das  successões,  e  a  respectiva  exposição  do 
motivos. 

Foi  rojolvido  que  a  seguinte  conferencia  so  effoctuaria  no 
dia  que  S.  M.  o  imperador  designasse.  Do  que  para  constar 
o  secretario  Barão  de  Sobral  lavrou  esta  acta,  que,  depois  de  lida 
o  approvada  a  da  sessão  anterior  se  dignou  assignar  o  mesmo 
augusto  senhor,  com  o  presidente  o  membros  da  Commissão.— 
D,  Pedro  2'*,  Candvlo  Ltiis  Maria  de  Oliveira,  M,  P.  de  Souza 
Dantas,  O.  H,  de  Aquino  e  Castro,  Dr.  José  da  Silva  Costa^  Dr, 
A.  Coelho  Rodrigues,  Barão  de  Sobral, 


ACTA  DA  3*  SESSÃO 

Aos  13  dias  do  mcz  do  agosto  de  isHi),  sob  a  presidência  de 
S.  M.  o  Imperador  D.  Pedro  2^  e  no  Imperial  Paço  da  Cidade 
do  S.  Sebjbstião  do  liio  de  Janeiro,  comparecendo  os  Srs.  Con- 
selbciro  Cândido  Luiz  Maria  de  Oliveira,  Ministro  da  Justiça, 
os  Conselheiros  de  Estado  Manoel  Pinto  de  Souza  Dantas, 
Olegai-io  Herculano  dp  Aquino  e  Castro,  José  da  Silva  Costa, 
e  os  Conselheiros  António  Coelho  Rodrigues  e  Barão  do  Sobral, 
faltando  por  motivo  justificado  o  Conselheiro  AíTonso  Augusto 
Moreii'a  Penna,  a  Commissão  organisalora  do  Projecto  do 
Código  Civil  Braziiciro  celebrou  a  sua  :>*  sessão. 

Lida  e  approvada  a  acta  da  sessão  anterior  o  Conselheiro 
Miuisliro  da  Justiça  apresentou  o  índice  que  organizara  do  Di- 
reito das  successões,  o  o  Conselheiro  Olegário  uma  exposição 
imprt^ssa  do  plano  do  1°  Livro  da  Parte  Especial,  Direito  das 
cousas. 

Com  a  imperial  vénia,  o  Barão  de  Sobral  tomou  em  consi- 
deração os  reparos  feitos  na  reunião  antecedente  pelo  Conse- 
lheiro Silva  Costa  sobro  os  Índices  do  Titulo  Preliminar  e  da 
Parto  Geral. 

A'  !•*  observação  sobre  o  Titulo  Preliminar  respondeu: 

Que,  indicando  os  assumptos,  não  manifestara  o  prop(»sito 
de  tratai- os  sob  rubricas  diversas,  porque  a  mai^r  parte  dos 
Códigos  não  dividem  esse  Titulo,  o  a  conveniência  da  divisão 
depende  do  desenvolvimento  dado  ás  matérias  e  do  methodo  da 
redacção  ;  mas,  ou  seja  por  capítulos  ou  por  artigos,  convém 
separar  as  condições  da  obrigatoriedade,  attributo  da  lei,  como 
já  ponderou  o  Conselheiro  Coelho  Rodrigues,  da  determinação 
dos  seus  eífeitos,  que  presuppõem  á  lei  promulgada,  isto  é, 
executória,  e  publicada,  isto  é,  obrigatória. 

Adduzirà  outras  razões. 

O  objecto  principal  desse  Titulo  é  determinar  os  limites  da 
lei  no  tempo  e  no  espaço  com  referencia  uos  elementos  dos  di- 
reitos e  ás  relações  jurídicas  que  se  constituam.  Para  a  certeza 
ese^urançi  do-j  dircitoj  não  ba*3ta  regular  o  modo  por  que  se 


20  RENITA    r*>   IN^TITtTO   UI^TIiliOO 

formAO,  se  oocservani  e  >?  6x'.i2fiieci  ess&s  re]a^;^es,  íáx-se 
necesario  conhecer  qoii  \  le:  4pp.:caTei,  ama  Tez  que  eila 
pôde  maliT.  e  xl^mn  d.«  eir:^?z'*<:5  i-  l:^e:lo  e?iir  ^u)ãk)  á 
ki  do  o:itrA  «k^o. 

Nio  se  evi-A  o  c?r:i::to  ias  i  -i;  2.»  V:n2p:,  dec!-»ra!;.Jj  sfm- 
plesnoeot?  o  ni  «ie^  l:?  vni  ;ue  s  z^.i  -e:  o^ieça  a  *er  obn^r*- 
Wria,  e  Tedicio-lne  o  eiTe;:  •  reir:u^;ív....  O  meio  de  imjwdir 
que  o  legislador  lhe  dê  fs^-  tiTe:: :•,  n2  j  cabe  eni  le:  orJinaria* 
e  sem  embargo  da  pr^obibiçáo  c»i5ti:ue:ocal.  nio  deixará  do  ser 
obrigatória  a  lei  que  rrin>iifir.  salvo  o  d;reit*j  de  represen- 
ta*>D  ao  Poder  Le^isIniTo.  Perícia,  iDaúl  e  iceonst.Uieiooal 
seria  a  diiiineção  eairy?  leis  que  podem,  ou  rio,  tei  effeito  re- 
troactivo. Mas  eenvem  deoiirar  qu^  não  s-  :  resume  d  i  lei 
esse  effeito,  prc-hibido  pela  r  .ns;iiu:vão  -io  Iiiiperi- :  e  definir 
os  fdctos  consummados  e  direit-js  ai.uirilc-s,  a  queo  jaix  não 
deve  applieal-a  se:a  expre^a  disposição. 

Os  ccndicws  no  espaço  tam'>em  Lã  •  p>iem  ser  evitais  ocm 
a  determinação  única  dos  limites  da  obrig  it^nedade  da  lei  tra- 
zileira  para  o  nacional  e  o  estrang^-ir.  E'  preciso  determinar 
qual  a  lei  qae,  nos  diversos  lebres,  dere  reçer  as  pessoas,  os 
bens  ec8  actos  joridicos;  p?is  o  ondicto.  nõ  e?pKo,  s<>  pi>le 
dar  entre  a  l?i  da  pátria  **  a  do  doraiciLo.  a  do  logar  da  situação 
das  cooaaa,  a  daqaelle  em  qae  se  cele^^e^l  os  actos,  uu  em  que 
hajam  estes  de  pnjJuz.r  os  seus  effeivjs. 

Si  é  cerV3  q'i'\  sem  uma  cnvecçào  universal  dos  Estádios, 
não  se  realizará  a  communhão  do  direito  civil  a  qne  aspiram 
as  nações,  todavia,  mni to  fatiili tara  a  solução  dos  cunâic tos  o 
reconhecimento  da  obriga toríeda'ie  para  o  estmngeiro  da  lei  de 
sua  nação  nos  mesmos  casos  era  qoe  a  lei  brazUc-ir a  r«r  obriga- 
tória para  os  naeionaes  no  estrangeiro. 

As^im,  tendo  de  declarar  quando  ô  applicavel  a  lei  naci'>nal 
ou  a  estran^ira,  não  deve  o  Tiiulo  Preliminar  confundir  a 
obrígatorie^làde  da  lei  pátria  com  os  effeiv^s  das  leis  nas  n^la- 
ç0es  do  Direito  luternacional  Privado. 

A  2»e3*: 

Que  o  legisiad«jr,  estatuindo  re-^ras  e  ireoeilos  que,  na 
ezecaçãodfc  lei,  rroiem  c  esclareçam  a  inte  -pretaçâo  doutrinal, 
oa  ainda  a  limitem  por  fórma  que  o  juiz  não  julgue  a  lei.  nem 
pretenda  suppril  a  pjr  sentença  com  disposição  geral  e  regula- 
mentar, não  invada  a  esphera  scicntifica  ou  a  judicial,  usa  de 
sua  attribuição  constitucional  de  fazer,  interpret  .r  a  loi  e  velar 
na  sua  âel  observância.  Não  propoi  ura  capitulo  de  renulis 
júris  ou  ffe  verh*jirum  significalione,  de  que  aliás  ainda  se  en- 
contra exemplo  no  Código  do  Chile,  m:is  algumas  disposições 
que  âxem  as  regras  mais  importantes  da  interpretação,  como 
propoz  a  Commissáo  revisora  do  «Código  Belga,  não  corapi-ehen- 
dendo  o  motivo  polo  qu  il  o  Código  Napoleão,  ao  pas^o  que  con- 
sagra uma  .secção  inteira  â  interpretação  das  convenções,  nada 
dispõe  quanto  &  da  lei .  Observa  qui>  o  uovísmuio  Projecto  áo 
Co^iigo  Allemão  estabelece  nos  seus  primeiros  artigos  regras  de 
interpretação. 


ACTAS  t>A<i  SESíwjES 


21 


Relativíimônt'í  á  abmgaçãOi  o  sen  ponsamont^o  é  rostrio^ir 

a  taeita,  o  f?;iranlir  a  aiitoridado  dn  loi  contra  o  tlestiso  e  as 
con  venço L»g  particiilan^s  <i\m  não  so  cnnlbrm;im  cúiti  as  ílis- 
posíçõos  de  interesse  gorai* 

A    4-  : 

(Jfjo  o  Consillieiro  Coelljo  Roíírigues  j;i  preveniu  asna 
resposta,  pois  a  prefun.»neia  chula  ;i  paJavnt  —bens— para  signi- 
ficar Q  ubjoeto  (tus  dir<3ite,  sõbrj'  g  qual  tem  do  fJõtorminar  os 
elftntos  Jas  hns,  se  justifica  pela  nooegsitladn  de  eoniproliooder 
no  sen  estuda  :is  cousas  propríameote  tlitaa,  o  tidos  os  diroitos 
pati'imouiaos,  sendo  sãbido  qiiantí>  variam  a^  Ingislí  çòe^i  sobro 
o  estatuto  das  eoiisas  moveis  e  immovei-f»  pois  a  estas  ^^eral- 
ment'í  applicam  o  real,  e  áquellas  —  ora  o  pessoal,  ora  o  real» 
ora  o  do  loiíar  em  que  so  acUim,  com  muitas  distincções,  ao 
pa^so  que  aceordam  em  qno  a  snccessão,  comproliensiva  aliás 
de  todos  os  direitos  reaí -i  o  pessoaes,  bq  rege  pela  lei  da  naçào 
a  qtie  pertenço  o  auctor  «la  h^Taiicai  Íoi  ciug  a  Com  missão 
revisava  do  Código  Belga  propõe  se  entenda  a  todos  os  Ums» 
rialvo  as  disposições  do  interesso  gorai  do  paiz  em  que  estejam 
situadoB. 

A'8  observações  relativas  íl  Parte  Geral  reipondou  : 

Que  concorda  em  restriugir-so  a  incapacianda  do  surdo-* 
mudo,  sn  recooíiecondo^a  nos  que  não  souberem  oxprimir-so 
por  esc  ri  p  to. 

Que  tambt^m  nada  oppõo  a  quo  so  elimino  do  Código  Civil 
a  incapacidade  úo  reli ^m uso,  creada  pelas  leis  da  i;íre,)a,  uma 
vez  que  se  tomem  providencias  para  não  augmoatar  a  mão 
mort  i . 

Qtie  o4á  e  estêve  sempre  muito  longe  do  seu  espirito  reco- 
nhecer a  incapacidade  da  mulher,  A  capacidade  do  direito  6 
comraum  a  tudo  o  ser  humano  desdo  que  nasce  até  que  morro.  O 
sexo,  na  ordom  civil,  nada  influo,  nom  na  capacidade  de  dtreitOi 
nem  na  d(3  facto*  O  casamento,  purtVra»  restringe  a  capacidade 
para  os  actos  jurídicos.    Toda  rost ri cçào  do  capacidade  é   inca» 

Íaciííade  relativa.  Acivilisação  ha  muito  prescreveu  a  manus 
os  Romanos,  o  po^ler  marital  corno  ai  adi  o  admittirani  as 
Ordeuíiçôes  Philipinas  ;  oia;?  em  toda  a  partia  do  mu ado  o 
liumom  ainda  Ô  o  chefe  da  familia,  o  protector  natural  da 
sua  companheira,  a  quem  oommuoica,  gorai  mente,  a  própria 
nai:ÍonalJdade>  o  próprio  dumidlio  o  defende  em  juizo.  No  re- 
gimen ila  coramtmhão  a  capacidade  d.i  mylher  easada  ú  muito 
limitada,  a  ponto  que  Legou vé,  cuja  auiuridado  citou  o 
ill listre  Conselheiro,  rliz  meaus  exactamente  —  que  ellii  nada 
pôde.  No  regimen  da  ííopar.xção  dos  Ijens  a  muliíer  casada  é 
qnaiíi  tião  capaz  eumo  o  raariíló.  O  indico  nào  podia  omittir 
uma  incapacidade  relativa,  geralmente  reconhecida»  o  que  deve 
ser  ubjoeto  do  mediíado  estado  na  Parta  Geral  o  na  Parte  Es- 
pecial. Em  ^iOio  ucftsoé  íòvii  do  d  ti  vida  quo  essa  incapacidadô 
66  limita  aos  actos  dependentes  da  autorisaçao  do  marido. 

Que  não  concordJi  em  supprirnif  se  a  interdlcgao  do  pro» 
digo,  miS  píinsa  í\ni\  eáí.a  incapacidade  relativa  kô  deye  ser  ad- 


22 


REVISTA    DO  INSTITUTO  UrSTOBICO 


mittida  00  caso  do  existir  cônjuge,  asoendantes  oii  dodoeodõntes 
legítiaios. 

Une  nâo  omittin  na  divisão  das  cousas  os  bens  públicos 
germes»  provi nciaoa  o  muaicipaes»  porque  tem  do  meacional-os 
entre  njn  cousas  que  ostão  fora  do  commoreio. 

Qtui,  tondo  de  apresentar  br;'V<?niente  a  sua  exposição  Lm- 
pressíi,  conformo  foi  resolvido,  ãnvú.  mAUí  mais  complota  ex* 
plicavào.  c.  comprebeodorii  na  o I tinia  parto  do  indioo,  aseím  os 
actos  illicltos,  como  os  fictos  niíils  importantes  de  qiio  era  vir- 
tudi)  da  lei  resultarem  eITuitos  juridicoí^. 

Seguiu  se  com  a  palavra  o  Cunselbelro  Coí^llio  Rodrigues, 
solicitando  explicações  sobro  o  Indico  do  Direito  das  obri- 
gações. 

Primeipamente  parece-lUo  que,  devendo  a  modalidade  o  a 
forma  da  obrií^açao  inlluir  no  olTeito  d'ella.  ora  vt-z  da  ordem 
quo  lui  observada  na  collocação  ám  quatro  primeiros  Capítulos: 
Do  objecto  —  Dos  eíleitos  —  Da  mo  íal idade  —  Da  forma  das 
obrifrações  — ,  terii  eido  mais  lógico  tratar  das  respo<-Hiva8 
nnateriaF  nesta  ordem  :  Do  objecto  —  Da  lorma  —  Da  moda- 
lidade — «  e  íl  lia  I  m  e  n  to  —  D  u  o  l!'e  i  to  da á  o b  ricaço n  s . 

Taml»em  não  ooraprehende  o  motivo,  por  qne  na  1*  secção 
do  Cep.  V  mencionam  so  todas  as  espécies  de  obrlgaçOcs  de- 
rivadas dos  contractos  e  nos  outros  Ires  nâu  se  flizameama 
cousa  a  raspei  to  dos  derivados  dos  quasi-contractos,  dosdelictos 
o  dos  quasl  delíctos. 

Essa  menção  lhe  parece  nrceasaria  para  sabop-?e  em  que 
secção  o  autor  pretende  incluir  as  obrigações  que  emsuaopi* 
iiiílo  derivara  propriamente  da  lei. 

Pensa  que  osquasi  contractos  sâo  actos  lícitos,  cuja  respon- 
aalílilad^'  V  previsu  e  aoceita  pelo  agente  antes  de  pratíraUos, 
e  quo  oflQuasi  delidos  s&o  actos  illieitos  com  que  o  agente  viola 
o  direito  de  outrem  sem  dolo  (^diás  seriam  delictos),  e  não  i>údo 
ligHp  a  nenbum  delles  aresp:)nsãbílidade  por  actos  de  terceiros, 
como  se  verifica,  por  exemplo,  na^j  acções  in^tttoria  e  c^rrUoria 
do  Direito  Romano,  e  na  que  tem  o  dono  do  terreno  vizinbo  a 
um  ©diflcio  para  obrigar  o  deste  a  vender-lbe  a  meação  da  parte 
diviaoria,  nos  termos  da  Ord.  lív.  1  tit,  6^^  §  35,  cujafuntio  é  o 
mesmo  i/ireiío. 

Dahi  coDclue  que  faU%  uma  secção  ao  Cap.  V,  correspon* 
dente  ás  obrigações  derivadas  da  lei  e  qae  a  melhor  cla^ii&caçâo 
das  ubrigaçôed  quanto  â  sua  origem  ó  a  seguinte  : 

1 .«  Os  actos  da  pessoa  obrigada  ; 

^•*A  lei, 

A  1*  classe  divide-se  em  duas  espécies  :  a  dos  actos  licites, 
que,  por  seu  taroo,  subdivide-se  em  contractos  e  quasi-con- 
Iracios  ;  e  a  dos  actos  illicitos-que  também  se  subdivide  —  em 
delictoa  e  quasinietjctos. 

Quanto  aos  índices  do  Direito  daa  suocesBôes»  do  Titulo  Pre- 
liminar e  da  Parte  Gerai— declai-uu  qae  approvava,  reservando 
pmra  outra  occasião  algumas  explicações  que  eai*ocia  do  pedir 
sobre  ponto:^  secundários. 


^ 


ACTAS  DAS  SESSÕES  23 

Qaanto  ao  índice  do  Direito  das  cousas  aguarda  a  leitura  da 
exposição  impressa  que  acaba  de  receber  para  emittir  o  seu  juizo. 

Finda  a  discussão  foram  approvados  o  índice  do  Direito  das 
Successões,  e,  com  as  modificações  propostas  e  acceitas,  os  do 
Titulo  Preliminar  e  da  Parte  Geral. 

S.  M.  o  Imperador  designando  o  dia  23  do  corrente,  ás  2 
horas  da  tarde,  para  a  exposição  e  discussão  do  Direito  de  Fa- 
mília, a  cargo  do  conselheiro  Coelho  Rodrigues,  levantou  a  ses- 
são ás  4  1/2  horas  da  tarde. 

O  que  para  constar  o  secretario.  Barão  do  Sobral,  lavrou 
esta  acta  que  se  dignou  cm  assignar  o  mesmo  Augusto  Senhor, 
com  o  presidente  e  membros  da  commissão.  —D.  Pedro  2^, 
Cândido  Luiz  Maria  de  Oliveira^  M,  P.  de  Souza  Dantas, 
O.  H.  de  Aquino  e  Castro j  Dr,  José  da  Silva  Costa,  A,  Coelho 
Rodrigues,  Barão  de  Sobral. 


ACTA    DA    4''  SESSAO 

Aos  23  de  agosto  de  1889,  sob  a  presidência  de  S.  M.  o 
Sr.  D.  Pedro  2^,  no  Imperial  Paço  da  cidade  de  S.  Sebastião  do 
Kio  de  Janeiro,  comparecendo  o  Ministro  da  Justiça  o  Sr.  Con- 
selheiro Cândido  Luiz  Maria  do  Oliveira,  os  Conselheiros  de 
Estado  Manoel  Pinto  de  Souzm  Dantas,  Olegário  Herculano  de 
Aquino  o  Castro,  José  da  Sii\a  Costa,  o  os  Conselheiros  An< 
tooio  Coelho  Rodrigues  e  Barão  de  Sobral,  faltando  com  causa 
participada  o  Conselheiro  AíTonso  Augusto  Moreira  Penna,  a 
Commissão  organisadora  do  Projecto  do  Código  Civil  Brazileiro 
celebrou  a  sua  4"  sessão. 

Lida  e  approvada  a  acta  da  sessão  anterior  obteve  a  pala- 
vra o  Sr.  Conselheiro  Silva  Costa  e  declarou  que,  mantendo  as 
suas  observações  precedentes,  precisava  insistir  mais  especial- 
mente em  alguns  pomos  : 

Ouviu  dizer  aqui  que  a  opinião  de  Legouvó  carecia  de  peso, 
porque  sua  orientação  de  romancista  não  tinha  valor  jurídico  e 
pratico ;  duvida,  porém,  que  se  possa  sustentar  oom  vantagem 
semelhante  afflrmação  após  a  reflectida  leitura  da  Historia  mo- 
ral da  mulher,  que  o  notável  escriptor  publicou. 

Observara,  entretanto,  que  jurisconsultos  de  nota  teem  com- 
batido, com  irrefutáveis  argumentos,  o  archaismo  romano,  se- 
gundo o  qual  a  mulher  casada  é  civilmente  incapaz,  é  como 
uma  capitts  minor. 

Em  um  paiz  que  aboliu  a  escravidão,  não  pôde  medrar  a 
planta  exótica  das  capitis  diminutiones , 

Entre  os  jurisconsultos  que  negam  a  supposta  incapacidade 
da  mulher  casada,  citanl  os  seguintes:  Emile  Acollas  (Droit 
civil  t.  2p.  394),  Laurent  (Avant  Projet  t.  l  art.  211),  Oide 
(La  coudition  privéc  do  la  fomnie  Liv.  iV  Cap.  iV)  Piranelli 
(Dei  Progressi  dei  diritto  clvile  pa;/.  7<>), 


2t  REVISTA  DO   IN3TITUT0  HISTÓRICO 

E'  preciso  salvar  a  contradicçao  que  irrompe  da  legislação 
que  nega  capacidade  civil  ájuella  mesma  a  quem  faculta  o 
direito  autonómico  do  test:u',  e  que  ao  mesmo  tempo  que  sub- 
mette-a  á  tutela  do  marido,  dá-lho  o  direito  do  obstar  á 
venda  doimmovol  do  casal. 

Gonfía,  como  Laurent,  no  poder  dos  princípios  diante  dos 
quacs  os  tradicionalistas  não  pjdem  deixar  de  cedor  :  a  sócio- 
dado  também  obedece  ás  loi^s  da  sua  particular  dynamica. 

Não  são  só  moralistíis  e  jurisconsultos  quo  prôtost  im  contra 
a  imaginada  inciipacidido  da  mulher  c^isada:  entre  os  philosopiíos 
merece  ser  citado  Condorcet  (Esquisáe  des  progrès  do  Tesprit 
humain),  o  qual  acoima  do  funesto  preconceito,  engendrado 
pelo  abuso  da  força  —  o  da  incapacidade  em  questão. 

Economistas,  por  sua  vez,  reclamam  contra  a  allegada 
incapacidade  :  exemplo  Bechaux,  no  livro  que  mereceu  o 
premio  Volouski,  intitulado  —  Le  droit  et  los  faits  óco- 
nomiques. 

R\  portanto,  contrario*!  incapacidade  attrihuida  á  mulher 
casada,  asiim  como  entendo  que  devo  sar  riscado  o  f.iUido 
dentre  os  incapazes  ;  porque  6  oUo  apenas  privado  do  adminis- 
trar os  bens,  que  são  vendidos  para  pagamento  do  seus  cro- 
doreg,  o  que  nada  tem  de  coramum  com  a  iueapacidado  civil, 
certo  como  é  que  o  fallido  não  deixa  de  exercer  o  patno  poder, 
o  direito  do  testar  o  praticar  toJos  os  actos  da  vida  civil,  poli- 
tica e  administrativa. 

Tomando  em  consideração  as  reflexões  do  Sr.  Conselheiro 
Coelho  Rodrigues  dirá,  o  seguinte: 

S,  Er.  inquiriu  dos  motivos  porque  foram collocados  os 
oapitulos  do  índice  das  obrigações  na  ordem  em  que  se  acham, 
parecenlo-lhe  mais  mothodico  que  fosso  trocaila  a  cjl locação 
dos  capítulos  II  e  IV,  occupando  estj  o  logar  daquelle  o  viço- 
versa. 

Não  concorda  com  a  alteração  proposta,  pDrqu^í  6  mais 
lógico  que  depois  de  tratar-so  do  objecto,  dos  oífoitos  e  da 
modalidade  das  obrigações,  se  conheça  aquillo  que,  na  phrase 
de  Morin,  não  intervém  senão  para  dar  a  evidencia  exterior  — 
a  forma:  os  processos  intelioctiiaos  toem  uma  ceria  significação 
subjectiva,  traduzindo  assim  as  impressões  individualistas  de 
uma  accontuaçáo  autonimica  o  obadecendo  ao  que  von  Ihoring 
chamou  —  educação  juridica. 

Si  o  nexo  loi^ico,  si  o  plexo  juridico,  deixarem  a  desejar 
alguma  cousa,  na  re  (acção  definitiva  das  matérias  poderá  ser 
revisto  e  em:>ndado  ;  antes  disso,  suppõe  menos  acceitavol  a 
lembrada  alteração. 

Também  não  concorda  com  a  modificaçào  sugu^erida  quanto 
á  ordem  em  que  dovem  sor  tratadas  as  disciplinas  jurídicas  do 
regimen  dasobri^^açõos. 

Propõe  o  illuátre  Consnlheiro  que  sejam  tratadas  as  maté- 
rias respectivas,  quanto  á  origiímdas  obri^rações,  sob  três  ru- 
bricas, a  saber  :  o  contracto,  os  factos  illicitos  o  a  ioi,  conformo 
a  nota  quo  tomou  depois  do  ouvir  a  S.  Ex. 


ACTAB  DAS  SESSÕES  25 

Vários  oonoeitos  toem  sido  exteroados  noste  assumpto. 

Primitivamente  era  conhecido  o  syatema  que  dava  como 
fontas  do  obrigação  —  o  contracto,  o  delicto  o  —  o  próprio 
quodam  jure  ex  variis  causarum  figuris  do  fr.  1  pr.  do  Dig, 
L.  44  tit.  7dt»  Obiig.  ot  actionibus. 

Seífundo  von  {^avií?ny,  esta  triplica  divisão  não  differe 
essencialmente  da  classificação  quadrupula  do  contracto,  quasi- 
contracto,  delicto  o  quasi-dolicto,  quo  se  víj  nas  Inst.  Liv.  3« 
tit.  4  §  â^  porque  Jimila-se  a  reunir  sob  uma  só  rubrica  — 
ox- variis  causarum  figuris  —  o  quasi-con tracto  e  o  quasi- 
dolicto. 

Uns  filiam  as  obrigações  a  duas  classes  :  uma  immediata  o 
outra  mediata,  segundo  procede  da  lei  ou  de  facto  humano. 

Outros,  como  os  legisladores  do  Código  Civil  da  França  e  do 
da  Itália,  contemplam  a  lei  como  fonte  de  obrigação. 

A  lei,  como  origem  de  obrií?ação,  tem  fundamento  no  Diges- 
to Liv.  13*  tit.  2  fr.  único  —  de  conditione  ex  lego  — ,  o  no  fr, 
41  pr.  do  tit.  do  obiig.  et  actlon. 

Invocar  a  loi  como  fonte  de  obrigação  é,  como  bem  advei*te 
Giorgio  Giorgi,  no  seu  Tractado  que  appellidou— Teorio  dello 
obligazioni  tit.  3  p,  4— uma  falta  do  lógica,  pois  que  a  lei  ó  a 
verdadeira  causa  de  toda  a  obrigação,  donde  resulta,  alôm 
do  defeito  de  nomenclatura,  uma  serie  de  perigosas  oonse- 
quencias. 

O  próprio  Laurent,  quo  no  art.  1050  do  seu  projecto  do 
Código  Civil  Belga  admittiu  a  lei  como  fonte  de  obrigações, 
reconhece  que,  sem  embargo  de  provir  da  lei  certas  obrigações, 
independente  da  maniíesiação  da  vontade  nem  sempre  ó  isso 
exacto;  porque  certos  deveres  como  os  da  tutela,  expressos  em 
lei,  dependem  da  vontade  de  quem,  deixando  de  escusar-se» 
assume  o  respectivo  encargo,  e  por  isso  voluntariamente  con- 
trahe  as  inseparáveis  obrigações. 

Abundando  nos  mesmos  intuitos,  diz  Dalloz  (Rep.  gén.  vb. 
Obligations  n.  31),  oomquanto  círtas  obrigações  tenham  sua 
origem  immediata  na  lei,  todavia  sua  causa  eíllciente  assenta  no 
facto  do  homem. 

Si  alguns  Códigos  teem  declarado  a  lei  como  fonte  especial 
de  algumas  obrigações,  outros,  como  o  chileno  e  o  argentino, 
a  excluem. 

O  projecta  do  Código  Civil  da  Allemanha  admitte  três  origens 
de  obriji^ações  :  l"^,  actos  entre  vivos  ;  â*,  ò  delicto  ;  3",  varias 
causas  que  se  podem  reduzir  ao  quasi-con  tracto  ;  tendo  oxcluido 
a  lei  como  origem  de  obrigações. 

Não  ha  obrigação  que  não  possa  achar  logar  entre  as  que 
descendam  das  quatro  fontes  indicadas. 

A  obrigação  de  prestar  alimentos,  as  relações  jurídicas  em 
que  se  possam  achar  os  proprietarioi  confinantes  e  oui^ras  obri- 
gações com  prehen  d  idas  no  art.  1370  do  Cod .  Napoleão  acham 
espaço  na  parte  de  quasi-contracto. 

A  prevalecer  a  opinião  que  impugna,  fora  preforivel  esta- 
tuir que  as  obrigações  só  nascera  da  lei. 


26  nFAT^TA  r>o  instituto  histórico 

Dirá  por  ultimo  qne  si  fez  o  indíce  com  a  nomenclatiira 
nelle  exarada,  foi  unicameDte  coroo  meio  de  dar  a  entender  a 
matéria  gorai  do  que  tem  de  tratar,  podendo  prescindir-sa  de 
usar  de  classificações  systematicas  em  um  Código,  que  deve 
primar  pela  clar^^za  e  concisão :  foi  obtemperando  a  este  dictame 
quíí  respeitou  o  methodo  observado  nos  índices  de  outros  illui>- 
trados  membros  da  Commissão. 

Seguia-so  com  a  palavra  o  Conselheiro  Coelho  Rodrigues. 

Não  insiste  sobro  a  primeira  parte  da  resposta  do  Conse- 
lheiro Silva  Costa,  porque  cx)ncorda  com  S.  Ex.  que,  só  depois 
de  articulados  os  quatro  primeiros  capitules  do  seu  Índice,  se 
poderá  fazer  um  juizo  definitivo  a  respeito  delles. 

Quanto,  porém,  á  classificação  das  obrigações,  feita  no 
Cap.  V,  posto  seja  a  mesma  consagrada  nas  Ords.  Liv.  4  tit. 
70  pr.  e  i^  5»  e  79  pr..  entendo  que  estas  foram  inconsequentes, 
incliiindo  noutros  titules  obri^^açõcs,  que  não  derivam  de  suas 
quatro  fontes  reconhecidas,  como  por  exemplo,  a  da  Ord.  liv.  1» 
tit.  OH  j:^  .'{5  C3  a  do  acceitar  as  tutelas  e  curadorias  nos  termos 
da  Ord.  liv.  4  tits.  102,  103  e  101,  as  quaes  procedem  da  lei  di- 
rectamente o  não  indirectamente,  como  as  outras  em  geral. 

Acrescenta  que  o  defeito  da  classificação  das  Ordenações 
vem  da  sua  fonte,  §  2«  tit.  13  L.  :>°  das  Inst.  cujos  compiladores 
pretenderam,  mas  não  conuoguiram  conciliar  o  corrigir  as  duas 
do  (ialo,  a  do  S  «8  livr.  :5°  dos  Com^nentaria  e  a  do  liv.  '4'*  Rev. 
cottídianjvr,  donde  foi  extrahido  o  \^  fnigm.  do  D.  de  oblig.  et 
act.,  14,7;  porque  na  prim(/ira  (iaio  referia-se  ás  origens  das 
obrigações  civis  que  eílcctivamente  eram  duas,  e  parecem  ter 
sido  fundadas  nas  duas  celebres  disposições  da  L.  das  XII  Taboas: 
« Si  ncxuin  faciet,  vel  mancipium,  uti  liugua  nuncupassit, 
i ta  jus  <'st(),  o  «Si  menibrum  rupit,  ni  cum  eo  pacit,  talío  esto.» 

As  obrigações  do  quasi-contractOt  do  quasi-delicto  e  as  que 
o  opinante  considera  oriundas  da  lei,  independente  de  qualquer 
aoto  da  pessoa  obrigada,  tiveram  origem  no  fidioto  do  Pi*etor, 
que  não  so  chamava  loi  no  Direito  romano,  mas  fazia  parte  do 
Jus  hotumuium,  a  que  se  refere  Papiniano  (frag.  7§  l^D.  de 
Just.  otjure.  1,1)  e  as  próprias  Inst.  liv.  l,tit.  ^^l*'.  Eis  ahi 
porque,  oommentando  provavelmont(í  esse  Edicto  no  seu  livro 
li"  Rov.  (^ottidianar..  que  presume  ter  sido  um  iratado  pratico, 
escrovou  o  autor  :  «  Obligationos  aut  ox  contractu  nascuntur, 
aut  ex  malefioio,  aut  próprio  quolatn  jure  ex  variis  causarum 
flguris.  » 

Vãííí  conciliação  (V  confirmada  pelo  55  í>0  do  Liv.  3<>  dos 
Comment.  cits. ,  onde  a  palavra  legc  parece  estar  substituindo  a 
palavra  iociy  o  roferir-se  ou  a  outras  piíssagens  na  mesma  obra, 
uuo  se  pirdcram,  ou  a  ouira  obra,  donde  se  extrahiu  o  firag.  l* 
do  Dig.  cit.  44,7. 

Ciaio,  )>ortanto,  comprehendeu  todas  as  origens  das  obriga- 
çtVs,  tinto  iMvis  como  pretorianas,  o  melhor  que  as  lostitutas, 
as  quaes  aivumu taram  no  Ti(.  i:>  do  IJv.  3' duas  classificações 
ditVorontes,  som  relaí^ão  uoci^ssaria  entre  si.  pretendendo  in- 
cluir em  um  dos  meml^ros  da  segunda  as  obrigações  derivadas 


ACTAS   DAS   SESSÕES         •  27 

da  lei,  e  só  por  uma  raetaphora  muito  atrevida  pôde  ser  cha- 
mada quasi-con  tracto. 

Do  tudo  isto  concluo  que  as  no8>as  Ords.  incorreram  no 
mesmo  defeito  por  um  romanismo  que  nâo  tom  razão  de  ser, 
o  pela  Commissão  não  dovo  ser  accoito,  como  não  tem  sido  por 
vários  Códigos. 

Passando  a  justiflcar  a  ordem  om  que  distribuiu  as  maté- 
rias do  indico  do  Direito  de  família,  começou  do  lembrar  que 
ossa  sociedade,  lógica  e  historicamente  anterior  â  civil,  6  deter- 
minada por  uma  lei  natura]  em  sua  origem,  e  mantida  uo  seu 
estado  normal  pelas  relações  moraes  que  a  sua  formação  esta- 
belece . 

Em  seguida  expoz  os  motivos  por  que  em  vários  pontos 
afastou-so  do  methodo  preferido  por  alguns  Códigos  ;  propoz  a 
supprcssão  de  alguns  impedimentos  canónicos  do  matrimonio ; 
lembrou  a  modificação  do  outros  e  insistiu  na  conveniência 
de  continuar  o  casamento  catholico,  ao  lado  do  civil,  embora 
sujeito,  como  esto,  ao  registro  do  Estado  para  que  tenha  eíTeitos 
legaes. 

Propugnou  pela  doutrina  do  divorcio  com  a  consequente 
dissolução  do  vinculo,  no  caso  do  adultério  de  um  dos  cônjuges. 

Finalmente  justificou  algumas  providencias  relativamente 
ã  posfe  dos  íillios,  nos  ca.<os  de  dissolução  do  casamento  e  de 
sepaiação  dos  cônjuges,  referindo-se  incidentemente  ao  casa- 
monto  putitivo. 

Em  relação  ao  Tit.  2°,  propoz  quo  se  diminuísse  a  restricção 
da  capacidade  civil  da  mulher  casada  e  se  ampliasse  um  pouco  a 
da  do  marido,  ao  monos  em  relação  à  disposição  dos  bens. 

<x!aa>)to  ao  regimen  destes,  propoz  a  continuação  do 
commum,  como  regra,  facilitando- se,  porém,  as  convenções 
matrimoniaes,  exclusivas  de  communhão,  eo  regimeu  dotal. 

Ponderou  que  convinha  ampliar  as  disposições  da  Ord. 
I.iv.  4  lit.  10.-),  e  estabelecer  medidas  que  ao  menos  indirecta- 
mente diíllcultassem  o  casamento  dos  velhos,  sem  distincção  de 
sexos,  c  propoz  que  na  falui  do  pae  se  transmitUsse  o  pátrio  poder 
á  mãe,  omquanto  viuva. 

Km  relação  au  Tit.  3°  manifestou  o  propósito  de  melhorar  a 
condição  dos  íllhos  naturaes.  e  de  manter  o  remédio  da  adopção 
para  os  quo  não  tivessem  filho. 

Sobre  o  Tit.  4"  propoz  quo  se  restringisse  a  divida  ali- 
mentaria, cuja  extensão  actual  parccia-lhe  excessiva  e  disso- 
nante da  liberdade  de  tesUir,  que  acredita  ser  ideia  vencedora 
no  espirito  da  Commissão. 

Quanto  ao  Tit.  5»  indicou  que  só  se  considerassem  tutores 
os  representantes  legaes  dos  menores  orphãos,  designando-se 
os  dos  outros  interdictos  pelo  nome  geral  de  curadores. 

Quanto  ao  Tit.  C •  dou  a  razão  por  que  não  incluiu  sua 
matéria  no  anterior. 

Quanto  ao  Tit.  7«  lembrou  que  sua  matéria  talvez  ílcasse 
melhor  coUocada  noutra  parte,  o  aocresoentou  que  mais  perti- 
nente lhe  paro(Ma  ao  Direito  do  familía  a  condição  das  pessoas 


2«  REVISTA   no   INSTITUTO  HISTÓRICO 

do  serviço  domestico,  as  quacs  são  qnasi  um  complemento  nata* 
ral  delia,  o  occupam  no  seu  seio  um  v  pos*cão  tâo  especial,  que 
n&o  podem  ser  regidas  pelas  rogras  commuDS  da  locação.  Con- 
clue  declarando  que  fará  sobre  isto  nm  titulo  à  parte,  si  o  Con- 
selheiro incumbido  di>  Direito  das  obrigaçõ.^s  não  preferir  incluir 
essa  matéria  em  uma  subsecção  da  socção  correspondente  do 
capitulo  dos  contractos. 

O  Conselheiro  Ministro  da  Justi^i,  com  a  vonia  Imperial, 
ponderou  que  o  casamento  religicso,  regido  por  leis  diversas  e 
todas  emanadas  do  outro  podor  que  não  o  listado,  não  tinha  cabi- 
mento no  Código  Civil,  do  qual,  polo  inosmo  motivo,  jã  havia  a 
('ommissão  eliminaio  quanto  so  leferia  ao  religioso  professo.  A 
liberdade  de  consciência,  garantida  pela  Constituição  do  Império 
como  um  dos  direitos  do  homem,  não  perniittc  distinguir  entro 
a  validade  e  eireit>s  moiaes  dos  casamentos  realiza  los  segundo 
08  differentes  ritos.  O  direito  do  Estado  se  limita  a  regular  o 
oontracto,  a  que  liga  os  eífeitos  civis  do  sua  competência,  salvo 
a  todos  os  nubentes  o  direito  de,  antes  ou  depois,  observaras 
formalidades  da  igreja  ou  da  seita  roligiusa  a  que  pertencer, 
como  8e  pratica  nos  paizt)s  que  teem  adoptado  o  casiiuento  (uvil, 
Acorescenta  que  a  proposta  do  Conselheiro  Coelho  Rolrigues 
ô,  quanto  ao  casamento  dos  catholicos,  a  conservação  do  ^/a/u 
guo^  pois  o  registro  civil  já  so  acha  estabelecido  e  acceito  pela 
nação  sem  as  grandes  perturbações  que  se  rt'Coi  ^vam,  e  convém 
que  neste  assumpto  não  fique  o  Brazil  mais  atrazado  do  que  a 
maioria  das  nações  catholicas,  pondo  em  duvida  o  direito  do 
Estado  do  regular  o  contracto  a  que  confere  os  eíTe-tos  civis,  in- 
dependentemente das  ceremonias  religiosas  de  que  seja  acompa- 
nhado conforme  as  crenças  de  cada  um . 

Esta  opinião,  sustentada  também  pelo  Conselheiro  de 
Estado  Souza  Dantas,  foi  apoiada  pelos  outros  membros  da  Com- 
missão. 

Em  seguida  Sua  Magestade  o  Imperador  se  dignou  chamar 
a  attenção  do  todos  os  membros  da  Commissão  sobre  o  divorcio, 
ponderando  que  a  indissolubilidade  do  vinculo  matrimonial  era 
a  principal  garantia  da  paz  das  famílias  e  da  ordem  domes- 
ti  ca. 

Apoz  algumas  considerações  dos  Conselheiros  Olegário  e 
Barão  de  Sobral  áconM  dos  peri^^-^os  do  divorcio,  foi  resolvido  se 
adiasse  a  solução  defliiitiva,  devendo  entretanto  o  Conselheiro 
Coelho  Uodri^íues  formular  os  artigos  rospe 'tivos  para  submet- 
tel-os  á  discussão. 

Posto  a  votos  o  Indico  dos  Direitos  da  familia  foi  approvado 
com  as  seguintes  modiflcições  :  1."  (,>ue  se  eliminassem  os 
Caps.  4  e  5  do  Tit.  l»  —  :i."  Qm  o  Cap.  l  do  Tit.  2^^  so  inscre- 
vesse —  Dos  filhos  legitimes  o  legitimados,  o  u  Cap.  2"  dos 
filhos  illogitimos  ;  e  salva,  em  relação  a  todas  as  outras  partos 
do  Índice,  a  reconsidoração  posterior  á  vista  <la  articulação  de 
toda  a  matéria. 

Posto  a  votos  o  Índice  do  Direito  das  obrigações,  foi  também 
approvado. 


ACTAS   DAS  SESSÕES  2  9 

S.  M.  O  Imperador  designou  o  dia  30  do  corrente,  ds  2  horas 
da  tarde,  para  discussão  do  Indico  do  Direito  das  cousas  o  le- 
vantou a  sessão  ás  4  l/^  da  tardo. 

Do  que  para  constar  o  Secretario  Barão  do  Sobral  lavrou 
esta  acta,  que  se  dignou  assignar  o  mesmo  Augusto  Senhor  com 
o  Ministro  do  Justiça  e  membros  da  Commissão.  —  D.  Pedro  2" ^ 
Cândido  Luiz  Maria  de  Oliveira^  M,  P.de  Souxa  Dantas,  O,  ã,  de 
Aquino  e  Castro ,  Lr,  José  da  >Silva  Costa,  A.  C,  Rodrigues,  Barão 
de  Sobral, 


ACTA   DA  5"^  SESSÃO 

Aos  30  dias  do  raez  de  agosto  do  1889,  ás  2  horas  da  tardo, 
sob  a  presidência  de  S.  M.  o  Sr.  D.  Pedro  2»,  no  Imperial  Paço 
da  Cidade  do  S.  Sebastião  do  Rio  de  Janeiro,  compaiecendo  os 
Srs.  Conselheiro  Cândido  Luiz  Maria  de  Oliveira,  Ministro  da 
Justiça,  os  Conselhoiros  de  Estado  Manoel  Pinto  de  Souza  Dantas, 
Olegário  Herculano  de  Aquino  e  Ca&tvo,  Jcsô  da  Silva  Costa,  e 
os  Cansolheiros  Ant  nio  Coelho  Rodrigues  o  Barão  do  Sobral,  fkh 
tando  com  causa  participada  o  Conselheiro  Affonso  Augusto  Mo- 
reira Penna,  a  Commissão  organisadora  do  Projecto  do  Código 
Civil  Brazileiro  celebrou  a  sua  5*  sessão. 

Lida  e  approvada  a  acta  da  sessão  anterior  o  Conselheiro 
Olegário,  com  a  Imperial  vénia,  fez  a  seguinte  exposição: 

Delineado  como  foi,  na  justificação  impressa  do  «Índice,  o 
plano  que  tem  de  ser  seguido  no  desenvolvimento  das  matérias 
concernentes  ao  Direito  das  cousas,  e  feitas  as  alterações  já  re- 
solvidas pela  Commissão  quanto  aos  Caps.  4"  e  O**  dos  Tits.  2""  o 
3'^  que  se  inscreverão  —  Dos  direitos  resultantes  da  posse  e  do 
dominio,  substituindo  o  titulo  do  domínio  polo  da  proprie- 
dade, o  guardada  a  classiflca(.ão  de  direitos  reaes  í^obre  cousas 
próprias  ou  alheias,  resta-llie  tomar  cm  consideração  as  obser- 
vações feitas  pelos  Srs.  Conselheií^os  Coelho  Rodrigues  o  Silva 
Costa,  com  relação  a  alguns  assumptos  que  devem  ser  incluídos 
nesta  parte  do  projecto. 

E  são:  «Superfície»  —  «Privilegio  do3  auctores  e  invento- 
res» —  «Privilegio  dos  concessionários  das  obras  publicas»  — 
«Servidão  do  aguxs». 

Quanto  a  esta  ultima  sem  duvida  será  incluida  em  logar 
próprio  ;  nem  podia  deixar  de  sel-o,  desde  que  ô  uma  espécie  de 
servidão  ;  o  das  servidões  em  geral  tem  de  occupar-se  o  Projecto, 
segundo  o  índice  apresentado. 

Quanto  á  — Superttcie—  consistindo  no  direito  de  plantar  ou 
edificar  no  solo  alheio,  hesitou  em  cootempial-a  como  direito  es- 
pecial sobre  cousa  alheia,  porque,  no  entender  de  Teixeira  de 
Freitas  e  outros,  cila  se  acha  comprehendida  na  locação  ou  no 
uso.  O  próprio  Laurent,  quo  a  incluo  no  seu  Projecto,  a  equi- 
para â  empbytheuse.  O  superficiário,  diz  elle,  exerce  os  mesmos 


30  RliVISTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 

direitos  do  emphytheuta.  Um  e  outro  repreaontam  o  direito  do 
proprietário ;  o  emphytheuta  no  solo,  o  o  superficiário  na  super- 
ficie. 

Considerando,  porém,  que  Savigny  tem  a  superfície  como 
Jus  in  re,  e  inteiramente  semelhante  á  servidão,  accresccntando 
qu3  o  direit  j  do  superfície  é  o  único ^'mí  in  re,  além  das  servi- 
dões, a  que  se  podo  directamente  applicar  a  quasiposse,  pois 
que  o  que  goza  deste  direito,  posto  que  não  seja  em  rigor  — 
possuidor,  o  menos  proprietário  da  casa  que  ediflcou  em  terreno 
alheio,  tem  delia  posso  material,  não  duvidará  incluir  a  — 
superfície  —  entre  os  direitos  reaes  sobre  cousas  alhei  is,  si 
assim  o  entender  a  Commissão. 

Quanto  ao  direito  dos  auctorese  inventores,  refere-so  ao 
que  jã  ponderou  na  exposição  de  motivos. 

Com  Laurent,  Lafayette  e  muitos  outros  illustres  escripto- 
res,  entendo  que  a  propriedade  litteraria,  artistica,  a  de  in- 
venção e  descobertas  fazem  parte  do  património,  representando 
o  trabalho,  o  producto  da  intelli-encia  ;  é  a  propriedade  por 
oxcoUencia. 

Muitos  Códigos  modernos  a  reconhecem,  c  sobre  o  direito 
de  invenção  o  descobertas  industriaes  já  temos  disposições  es- 
pociaesnas  nossas  leis.  A  questão  que  a  respeito  se  levanta, 
é  sobre  a  qualidade  especial  da  propriedade  litteraria,  depen- 
dendo, por  sua  própria  natureza,  do  disposições  também  espc- 
ciaes,  que  serão  ou  nao  cabidas  no  projecto,  conlormo  o  en- 
tender a  Commissão.  No  Código  Portuguez  sob  o  titulo  «  Do 
trabalho  artístico  o  litterario  »  muitas  disposições  se  encontram 
sobre  a |)ropriedade  litteraria.  Esse  Código  não  só  reconheceu 
o  direito  de  propridade  sobre  os  productos  da  intelligoncia  o 
da  industria,  como  entrou  cm  alguns  desenvolvimentos  que,  no 
entender  do  commjntador  Dias  Ferreira,  teriam  melhor  cabi- 
mento em  legislaçfio  ospocial. 

O  auctor  portuguez  de  um  escripto  publicado  pela  imprensa, 
iithographiaou  por  qualquer  outro  modo  em  território  portu- 
guez, goza  durante  a  sua  vida  da  propriedade  e  do  direito  ex- 
clusivo de  reproduzir  o  negociar  a  sua  obra.  E'  equiparado  aos 
auctores  portuguezes,  o  escriptor  estrangeiro  em  cujo  paiz  o 
auctor  proluguez  for  equipara  lo  aos  nacionaes.  Depo»is  da 
morti)  do  auctor  conservara  os  seus  herdeiros,  cessionários  ou 
representantes  o  direito  de  propriedade  por  espa;o  de  50  annos. 
A  propriedade  litteraria  ó  considerada  e  regida  como  qual- 
quer outra  propriedade  movei,  com  as  modificações  que,  pela 
sua  natureza  especial,  são  impostas  por  lei. 

Adopta,  em  geral,  estas  disposições  da  lei  portugueza, 
attendendo  a  que  a  proprieiade  não  muda  de  natureza,  por  ser 
distincta  a  matéria  e  a  origem  dos  productos  a  que  se  applica. 
A  propriedade  litteraria  devia  ter  a  mesma  duração,  e  siT 
transmissivel  por  herança,  como  a  material.  Com  razão  já  foi 
por  alguém  notado  (jue  a  propriedade  mais  nobre  6  de  todas  a 
menos  protegida.  O  mais  ignaro  artista  pôde  transmittir  do 
geração  em  geração  o  producto  de  seu  trabalho  mais  fácil  o  siu- 


ACTAS   DAS   SESsGtíS  31 

gelo ;  e  o  maior  sábio  do  mundo,  ou  03  soub  descendentes  não 
gozarão  exclusivamente  dos  fructos  do  sua  intolligencia  sinão 
por  um  breve  prazo . 

Si  o  sentimento  da  proprieJado  ó  o  estimulo  do  trabalho,  o 
si  o  direito  hereditário  alimenta  esto  sentimento,  avaliese 
quanta  protecção  falta  d  intelligencia  por  nâo  ser  declarada 
perpetua  a  propriedade  de  seus  productos. 

A  propriedade  litteraria,  como  bem  lembrou  o  citado  com- 
montador,  começou,  como  tantos  outros  direitos,  a  apparecer 
sob  a  forma  de  privilegio,  e  ainda  liojo  não  tom  garantias  ju- 
rídicas, sioão  com  grandes  restricções ;  mas  ha  de  acabar  a  sua 
progressão  histórica  o  racional,  collocando-so  nas  mesmas  con- 
dições juridicas  da  propriedade  material. 

Quanto  aos  concessionários  do  obras  publicas,  não  vê  fun- 
damento jurídico  para  que  sejíun  incluidos  entro  os  que  exer- 
cem direitos  roaes  flobre  cousas  alheias .  Da  concessão  resulta 
direito  sem  duvida  alguma  ;  mas  não  direito  real  sobre  cousa 
alheia. 

Isto  quanto  ás  observações  do  Sr.  Coelho  Rodrigues. 

Relativamente  ás  do  Sr.  Silva  CosUi,  vè  que  6  por  elle 
acceita,  ou  pelo  menos  não  ó  ropellida,  a  classificação  feita  por 
Marezall  e  muitos  outros  de  direitos  sobre  a  cousa  própria  ou 
alheia,  entendendo,  porôm,  que,  a  ser  feita  a  distincgão,  dovo-se 
incluir  entre  os  —  jura  in  re  alínea  —  o  mutuo,  o  deposito, 
e  outrjs  contractos  que  versam  sobre  outros  tantos  desmem- 
bramentos do  direito  de  propriedade. 

Além  de  não  reconhecer  nos  casos  figurados  ajusta  appli- 
cação  da  regra  que  determina  a  qualificação  jurídica  de  direito 
real,  e  não  ser  a  lembrada  qualificação  seguida  pelos  Códigos 
mais  conhecidos,  observa  quedo  mutuo  o  do  deposito,  como 
contractos,  se  occupa  o  —  Direito  das  obrigações  — ,  e  para  que 
não  se  de  redundância  ou  contradicção  nos  pontos  de  direito, 
que  vão  ser  articulados,  ó  de  mister  que  desde  já  definiti- 
vamente se  assente  na  classificação  do  direitos  roaes  que  teom 
de  ser  incluidos  noCap.  V  do  Tit.  \\\  ou  na  substituição  do 
direitos  reaes  por— ónus  roaes —,  que  aliás  não  lhe  parece 
conveniente,  por  não  comprehenier  todas  as  modificações,  a 
que  está  suj  jita  a  propriedade,  segundo  o  que  expendeu  no 
final  de  sua  exposição  impressa. 

Accresce  que  a  observação  foita,  quanto  ao  mutuo,  talvez 
podesse  ter  applicação  ao  commolato,  ou  empréstimo  com 
restituição  da  própria  cousa,  movei  ou  do  raiz  ;  mas  não  ao 
mutuo,  onde  a  i-estituição  6  feita  no  valor  corrospondento, 
porque  versa  sobre  cousa  fun«zivel  ou  censurai vel  polo  uso. 
No  mutuo,  a  propriedade  da  cousa  emprestada  é  transferida  ao 
mutuário,  por  conta  de  quem  perece ;  não  ha,  pois,  cousa  alheia 
que  sir^a  de  objecto  ao  direito  real. 

Também  não  lhe  parece  conveniente  que  se  desloque  a 
hypotheca  legal,  separando  a  das  mais  espécies  do  hypjiheca, 
para  delia  tratar-se  como  ónus  real,  que  grava  o  immovel  do 
respectivo  responsável  em  favor  do  offendido,  da  mulher  polo 


;J2  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

dote,  etc.  ;  porque  embora  a  liypotheca  nesses  casos  provenha 
da  lei,  e  não  do  contracto,  nem  por  isso  deixa  de  ser  uma  cspocio 
de  hypotheca  regulada  como  direito  r.al,  e  comprehendida 
na  classificação  feita  pelo  índice,  ou  como  causa  do  oorigação  e 
portanto  da  esphera  do  —  Direito  dsá  obrig^ões. 

O  que  6  preciso  6  de  uma  vez  assentar  no  modo  de  classifi- 
cação, afim  (lo  poderem  ser  devidamente  articuladas  as  matérias 
referentes  á  propriedade. 

E  por  esta  occasião  dirá  :  que  talvez  fosse  melhor 
supprimir  a  divisão  geral  de  direitos  reaes  sobre  cousas  ])ro- 
prias  ou  alheias,  visto  que  delia  provêem  as  diífícu Idades  do 
uma  exacta  classificação  do  cada  um  desses  direitos  ;  e, 
seguindo  o  exemplo  do  Codi;ro  da  Itália  ou  dv)  Chile,  tratar 
da  propriedade  e  suas  modificações,  modo  de  acquisição  (í  perda 
desse  direito,  sem  a  distincçâo  indicada  de  direitos  rears^  ou, 
como  foi  lembrado,  ónus  reaes  ;  reserviilos  pira  a  parte  rela- 
tiva ao  Direito  das  obrigações  os  contractos  que  por  sua 
natureza  importam  modiíiiíação  da  propriedade,  c  teriam 
de  ser  comprehendidos  entro  os  direitos  reaes  sobro  cousas 
alheias  ;  como  dos  modos  do  acquisição  terá  de  ser  excluída  a 
herança  por  pertencer  ao  Direito  das  succcssões. 

A  tomar  um  Código  por  guia  na  distribuirão  o  exposição 
das  matérias  que  teom  do  ser  aqui  reguladas,  preferiria  o  Código 
Italiano  publicado  em  isô."). 

E'  sabido  quanto  a  sciencia  do  Direito  tem  proírredido  na 
Itália,  e  como  em  toda  jiarto  são  apreciados  os  notav.ds  tra- 
balhos que  enriquecem  a  litter.itura  joridica  desse  paiz.  O 
Código  Civil  se  recoramonda  pela  clareza  e  metlicdo  quo 
guarda  ;  tornando-so  fácil  o  seu  estudo  pelo  copioso  common- 
tario  do  Cattane  i  o  Cario  Horda. 

A  nova  ordem  ou  disposição  do  matérias  agora  proposta, 
somente  om  relação  ao  Direito  das  cou  >:i^,  em  nada  contraria  ao 
quo  jã  foideliboraJo  em  relação  aos  Índices  dis  outras  ])artes 
do  Projecto. 

Por  ultimo  observou  o  Sr.  Conselheiro  a  quem  responde, 
que  não  dovo  tratar-so  no  Codi.L-^o  Civil  das  acções  que  nascem 
do  domínio  o  da  posse,  mas,  sim  dos  direitos  delles  resultantes, 
porque  as  acções  pjrteiicem  ao  Código  do  Processo.  Declara 
que  nunca  pretoudeu  tr  itar  individualmentíí  das  acções  como 
meio  —  prrscqttendi  —  posto  que  om  diversos  Codi^^os  delias  j^o 
trate  longamente,  servindo  do  oxcmido  os  de  Portugal  c  do 
Chile,  mas  da  acção  como  Jus  definindo  os  casos  e  condiçõog  em 
quo  pôde  ser  o  direito  exercido.  Nem  outra  cousii  significa  a 
locução  acceita  direitos  resultantes  da  posse  ou  df  propriedade 
8inão  aquHlo  mesmo  quo  procurou  exprimir  com  a  quo  foi 
empregada  no  Indico,  e  que  6  usada  por  Teixeira  de  Freitas, 
Lafayettc,  Laurent  c  muitos  outros  escriptores. 

Disso,  porém,  não  faz  questão,  acompanhando  o  voto  jd 
enunciado ;  salvo  o  direito  de  hojo  c  para  o  futuro  simplesmente 
mencionar  os  pontos  de  doutrina  em  que  possa  estar  em  dosac- 
cordo  com  a  illustrada  Commissão. 


ACTAS   DAS   «íESSOES 


33 


Find;i  esta  exposição.  Sua  Mcagestado  o  Imperador  so 
dignoii  ponderar  que  ura  dos  assumptos,  o  da  propriedade 
litterai-ia,  era  marocedor  de  rnuita  roílexão  e  dosído  oxame. 
O  peDFamonto,  observou  Sua  Ma^'Gata*le,  nao  pôcle  sor  objecto 
de  propriedade  corao  sls  cousas  corpóreas.  Producto  da  intí^Ilí- 
geocia,  participa  da  natureza  delia»  é  um  attributo  da  porso- 
Dalidadt)  íçarantído  pela  liberdade  da  iiirinifostaçao,  direito 
Passoaí.  Uma  vez  manifestado,  elle  entra  na  comraunliào  iotol 
IO'Uial  da  humanidade»  não  ésusceptivnl  di;  apropriagâo  exclu- 
8iva.  O  i^ensarnento  oao  m  traaaíbro,  eoraraunica  se, 

Dôsaa  commuoiiào  tira  oaiictor,  um  génio  que  seja,  grande 
parte  dos  elementos  íio  aeu  trabalho,  o  com  as  idéas  propriaa  ^^ 
communs  elabora  o  síju  manuscripto,  imprimo  o  seu  livro.  Nâo 
se  contesta  que  e-'^6  mamiscripto,  ease  livro,  expressão  matorial 
do  predticto  da  intelligencia,  ô  sua  propriedade,  e  quo  delia 
podo  livremento  di8i:K>r  ;  mas,  trapslurido  o  livro,  publicadas 
as  idéas,  aô  om  virtude  de  privilegio,  o  por  excepção  ao^  prio- 
cipioií  geraoá  da  propi-iedade,  ptidor-sõ-tia  limitar  o  direito  do 
comprador  do  livro,  o  manter  o  conteúdo  deste  na  pa^^  o  do- 
mimo  exclusivo  do  auctor, 

Coíivom  que  a  loi  proteja  as  producçòíis  scientíilcatí»  litto- 
rarias  e  artísticas,  mas  chama  a  atí^nção  da  Commlssáu  sobre 
a  nccossidadõ  de  liarmonísar  os  direitos  do  auctor  eora  os  da 
sociedade,  lembrando  que  em  parte  alguma  lho  6  conferido  o 
direit*^  do  propriedade  perpetua  ;  otn  geral  é  preferido  o  «ys- 
tema  de  privile^^io  tempor^iric^,  e  inuitoa  rscriptores  julgam 
preferi veí  o  ajatema  de  prémios.  Ptpndtírou  ainda  Sua  Magc8- 
Eade  que  em  Portugal,  cujo  exemplo  foi  invocado,  homens  de 
grande  autoridade  na  scieacia.  como  Vlexandro  Herculano, 
impugnaram  a  inclusão  da  direito  do  auctor  oo  Código  Civil, 
como  propriedade* 

O  Conselheiro  Miolstro  da  Justiça,  com  a  vénia  Imperial, 
declarou  quo  o  uso  da  palavra— propriedade— lho  pai^ece  juati- 
ficado  pelo  art*  171*  §  2G  da  Constiluiçrio  que  expressamente 
garante  a  propriedado  dos  inventjroíi ;  mas  que  a  CommiffiSa 
tomaria  na  devida  consideriçào  as  r eco raraen dações  do  Sua 
Magestíde  ao  determinar  os  limita  do  direi f,o  do  auctor»  em 
conformidade  do  disposto  no  mesmo  artigo  constitucional. 

Stíguiu-ííe  com  a  palavra  o  Conselheiro  Coelho  Rodri- 
gues. 

Diz  que  nâo  insistirá,  sobre  o  direito  de  superfície  g  a  ser- 
vidão das  aguas,  nem  soíjre  o  direito  dos  concessionários  de 
obras  publicas,  porquanto,  desde  quo  o  auctor  do  Indico  declara 
que  ha  de  incluH«os  noa  logarcs  compotentes,  deve  aguardar  a 
apresentação  do  trab  ilho  articulado  para  formar  o  mu  juizo, 
quer  sobre  a  collocação  que  tiver  no  quadro  do  Direito  daa 
Couaaa»  quer  sobre  o  modo  como  hão  de  ser  regulados. 

Quanto,  porém,  á  propriedade  littoraria  o  á  das  invonçííeâ 
artis liças  entende  quo  olla  nâo  é,  nem  póle  ser  chamada  pro- 
prioíiado  :  l«  porque  nâo  vé  na  hypothese  a  realidade  objectiva, 
a  que  este  direito  real  por  excoUoncia   poasa  eatar  inhorente  ; 

8:31  —  3  Tomo  r.xviii  v.  k 


34  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

2°  porque   falta-lhe  a  razão  jastiâcativa  do  exclusivismo  da 
propriedade  material. 

Desenvolvendo  o  primeiro  ponto,  observa  que  emqaanto  a 
obra  ou  invenção  não  se  manifesta  uo  mundo  objectivo  é  uma 
concepção  puramente  subjectiva,  incapaz  de  constituir  matéria 
de  uma  obrigação  pessoal,  quanto  mais  de  um  direito  real. 
Quando  essa  concepção  chega  a  sev  materialmente  representada 
nos  manuscriptos,  ou  nos  impressos,  ou  nos  exemplares  do  in- 
vento já  reduzido  a  producto,  não  ha  duvida  que  estes  manu- 
scriptos impres:jos,  ou  exemplares,  constituem  propriedade  ex- 
clusiva do  auctor,  ou  inventor,  que  pôde  guardal-os,  subtrabil-os 
da  vista  do  publico  e  até  consumil-os  improductivamente, 
mas  não  é  disto  que  se  trata,  nom  é  isto  o  que  está  em  questão. 
Trata-se  da  faculdade  exclusiva  de  imprimir  ou  reproduzir  a 
obm  ou  invento,  ainda  depois  de  conhecidos  e  vendidos  aos 
consumidores  os  exemplares  oiferecidos  pelo  productor,  o  que 
Importa  menos  um  direito  para  o  vendedor,  do  que  um  inter- 
dicto  prohibitorio  aos  compradores. 

Ora,  essa  prohlbição,  diz  o  opinante,  só  pôde  ser  jurídica 
em  virtude  de  um  acoordo  entre  o  productor  e  os  consumi- 
dores, ou  por  força  de  uma  lei  positiva:  no  1°  caso  serin  um 
direito  pessoal ;  no  2«  um  verdadeiro  privilegio,  e  eni  nenhum 
dos  deus  casos  ^eiia  um  direito  real  e  itiberento  a  cousa  cerca 
e  determinada,  como  cumpria  pai^a  poder  ohamar-se  proprie- 
dade. 

Desenvolvendo  o  segundo  ponto,  pondera  que  a  razão  fun- 
damental de  propriedade  ô  que  o  homem  não  pôde  viver  sem 
utilisar-se  das  C"Usri8,  nem  effloazraente  utilisar-se  destas  sem 
chamal-as  ao  sen  domínio  exclusiro  ;  porque,  em  regr.i,  uiua 
mesma  cousa  não  pôde  satisfazer  simultaneamente  a  necessi- 
dade correlativa  de  duas  ou  mais  pessoas.  Esta  razão  falta  ás 
producçõés  do  en<renho  humano  ;  porque  o  auctor  pôde  com- 
munieil-as  indefinidamente  a  quantas  pessoas  quizer,  e  estas 
a  outras,  sem  que  elie  por  isso  fique  mais  pobre.  Ainda  mais: 
uma  vez  feita  a  communicação,  alie  não  pôd  ^  mais  coarctal-a, 
nem  rebaver  a  que  fez.  E*  como  o  dono  de  uma  vela,  que 
communica  a  sua  luz  á  de  outrem,  e  depois  não  pôde  impedir 
que  esta  comtnunique,  a  seu  turno,  a  luz  da   veia    que   lhe 

Sertence  a  quantas  outras  velas  lhe  aprouver.  A  um  aparte 
o  Conselheiro  Olegário,  contestando  a  exactidão  do  símile,  res- 
ponde canfe.<i8ando  que  realmente  não  é  exacto;  porque  o  dono 
da  primeira  vela,  no  caso  figurado  nada  lucrou  com  a  commu- 
nicação da  sua  luz  á  do  uutreu),  ao  passo  que  o  esf^^rço  que 
íh>zemos  para  communicar  aos  outros  os  nossos  conhecimentos 
fas-nos  ficar  sabendo  melhor  aquillo  mesmo  que  já  sabíamos 
bom. 

Por  essas  razoes,  alóm  das  que  Sua  Magestade  o  Impe- 
rador se  Dignou  lembrar,  concluo  que  o  mais  que  se  deve  con- 
oeder  aos  anctores  e  inventores  ô  um  privilegio  exclusivo  e 
temporário  para  imprimirem  suas  obras  ou  reproduzirem  ^eus 
inventos»  nos  termos  da  ;e»  parte  do  §  )eô  do  art.  179  da  Con- 


ACTAS  DAS  SESSÕES  35 

stitaição,  oDde  o  legislador  parece  ter  propositalmente  restriQ- 

fido  o  seatido  absoluto  da  palavra  propriedade,  empregada  na 
^  parte  do  mesmo  paragrapho . 

Quanto  á  substituição  que  o  auotor  do  Iniioe  propAe  da 
palavra  —  Dominio  —■  pela  palavra  —  Propriedade  —  só  pôde 
concordar,  si  elle  sulMitituir  também  a  tDeorla  romana  dos 
Jura  in  re  pela  theuria  dos  onas  reaes,  lembrada  pelo  Sr.  Con- 
selheiro Silva  Costa ;  porque  esta  considera  a  propriedade 
objjctivamente  adberindo  à  cousa,  e  aqueíla  considera  sul^ 
ctivamente,  como  attributo  de  pessoa  ~  Dominius  — >,  e  posto 
que  as  duas  expressões  signifiquem  a  mesma  ideia  snpp^  % 
relação  de  direito  sob  pontos  de  vista  differentes. 

Peitad  estas  ponderações,  condue  o  opinante  declarando 
que  abstom-Stí  de  tratar  da  theoria  de  Gaio  sobre  os  três  ele- 
mentos do  direito  c  Pessoa,  Cousa  e  Acções»  (B  sobre  o  logar 
que  deve  ter  no  Código  de  Direito  de  nimilla,  assim  como  ^ 
doutrina  da  exposição  da  parte  relativa  &  posse ;  porque  jsui 
duas  primeiras  matérias  só  incidentemente  foi-am  tjraSadás, 
e  a  ultima  pôde  sem  inconveniente  ser  reservada  para  a  dis- 
oussão  do  projecto,  depois  de  articulado. 

£m  seguida  usou  da  palavra  o  Causelheiro  Silva  Costa. 

E'  sectário  convencido  da  propriedade  litteraria  e  artística, 
porque  si  a  idéa  não  6  susceptivel  de  apprehensão,  Qxistindo 
o  desenvolvendo-se  qo  mundo  livre  do  pensamento  hunaano  ; 
todavia  sua  concretisação,  su^  reducção  a  ama  forma  sensível, 
traduz  o  trabalho,  manifesta  o  emprego  de  meios  que  entram 
no  comme'cio,  como  os  bens  patrimoniaes,  ficando  portanto  su- 
jeito ás  leis  respectivas. 

Conhece  a  theoria  apregoada  por  Bourdeau,  ^ntce  outros, 
cuja  syuthese  6  esta  —  os  auctores  são  instrumentos  que  re- 
soam  ;  mas  por  muito  que  se  deva  ao  passado  e  á  infioencia  do 
meio  em  que  se  vive,  é  forçoso  convir  que  nas  obras  iitterarias 
e  artísticas  ha  um  cunho  de  personalidade,  ha  o  pruducto  do 
trabalho  que  a  oiviiisação  de  todos  os  tempos  tem  sabido  honrar. 

SeiA  comprado  o  livro,  criticados  os  seus  conceitos,  divul- 
gadas as  idéas  nelle  contidas,  não  vai  nisso  offensa  dos  direitos 
do  auctor  ;  reimprimir  o  livro,  expol-o  assioi  á  venda,  apforir 
proveitos:  eis  o  que  envolve  lesão  de  direitos  e  não  pôde  ser 
permittido. 

Discutirá  mais  detidamente  o  assumpto  quando  se  apresen- 
tar a  redacção  dos  artigos  referentes  a  esta  matéria,  e  então 
entrará  no  exame  dos  três  systemas  conhecidos ;  por  ;agora 
limita-se  ao  que  acaba  de  ponderar,  pedindo  a  attenção  dos 
iilustres  memoros  da  Commissão  para  um  ponto  que  tem»  a  ser 
ver,  toda  a  importância. 

Sabem  todos  que  a  Constituição  do  Império  no  art.  179 
§§  2:^  e  26  gurante  a  propriedade  em  toda  a  sua  plenitude,  afsim 
como  assegura  aos  inventores  o  direito  ezoiusivo  à^  suas 
defecobertas  e  producções  ;  é  expresso  na  citada  Con;5tituiçãQ« 
art.  178,  que  ó  constitucional  o  que  diz  respeito  e^qs  dii;MÍU>s  ifldi- 
▼iduaes  dos  fidadãos,  especificados  no  artigo  subsequente,  em 


a6  REVISTA  DO   INSmCTO  HISTÓRICO 

0900  g$  ^  e  2^  aeham-^e  justaneote  e:rotfimpUdQ8  os  de  que 
10  tnta ;  e  Doruoto  ^-v»  dos  ar».  174  e  seguintas  da  Coosli- 

Sio  fó  peiaf  trandies  especiaes  ahi  pre^cripU»  é  qua  se  pôde 
oir  a  propriedade  litigaria  e  artística,  apenas  sendo  admis- 
iiTel  DO  Código  projectado  regalar  o  exercício  desse  direito. 

EúVeode  que  oão  é  mister  ;<uardar  o  rigor  de  classificações 
maibodoloíneaa  no  Código,  o  que  é  maii  próprio  dos  Traiados; 
por  iieo  toma  a  liberdade  de  propor  a  sappressão  da  qualifica- 
çio  de  direitos  reaes  sobre  cousas  próprias  e  sobre  coa  as 
allieiaSy  tanto  mais  qaanto  com  e^sa  eliminação  desapparece  a 
difliealdade  que  encontra  o  illustraJo  (^onselheiro  encarregado 
áo  Direito  das  Cousas  em  redigir  a  matéria  referente  aos  ónus 
reaes,  os  quaes  comprehendem  não  só  o  que  refere  o  índice 
allodido  no  Cap.  V,  mas  alguns  outros. 

W  de  opinião  qae  no  Cap.  V  se  trato  dos  ónus  reaes,  sen- 
do nomeadamente  declarados  como  ónus  reaes,  além  dos  da 
lei  bjrpotíiecaria  Tígente,  tudo  quanta  pelo  anterior  regimen 
CTa  ol^to  das  chamadas   hypothecas  tacita  e  judiciaria. 

Recorda  que  por  Direito  Romano  bavia    cinco  espécies  de 
Jura  in  re  aliena,  a  saber  :    as  servidões,  a  emphyteuse,  o  di- 
reito de  superfide,  o  penhor  e  a  hypotheca  (Macl^eldey  §  2:^. 
O  projeeto  do  Cod.  Civil  da  Allemanha  divide    o    direito 
das  cousas  em  nove  secções  que  são  : 
1*  Secção  —  Disposições  geraes. 
2»      >       —  Posse  e  detenção. 
3*     »       —  Disposições  goraes  quanto   aos  direitos    im- 

mobiliários. 
4*     »       —  Propriedade. 

Tit.    I  —  Objecto    e  limite  do  direito  de  propriedade. 
Tit.  II  —  Acquisição  do  direito  de  propriedade  sobre  os 

immoveis. 
Tit.  ni  ~  Acquisição  do  direito  de  propriedade  sobre  os 

movois. 
Tit.  IV  —  Reivindicação. 
Tit.  V  —  Co-propriedade. 
5^  Sec<^  ~  Direito  do  preempçSo  em  matéria  mobiliaria. 
6»      >       —  Direito  de  superfície. 
7*      >       —  Servidões. 

Tit.    I  —  Servidões  territoriaes. 
Tit.  11  —  Usofructo. 
Tit.  III  —  Servidões  pessoaes  restriotas. 
Ô*  Secção  —  Ónus  territoriaes. 
^     »       —  Penhor,  hypotheca  e  debito  real. 
O  projecto  do  Código  allomão  afastou-se  do  systema  roma- 
no, proferindo  o  do  Código  da  Saxonia. 

No  projecto  do  quo  está  encarregada  a  ('>ommÍ8são  aqui 
reunida  podo-so  adoptar  melhor  ordem  na  distribuição  das  ma- 
térias, conforme  já  tovooccasiào  de  expender. 

Bstà  persuadido  de  que  a  Commlssão  deve  oomprehender 
noCodigo,  do  cujo  projecto  se  trata,  as  grandes  medidas  que 
virlo  aíBrinar  a  prosperidade  deste  vasto  Império  o»  fiel  a  este 


ACTAS   DAS  SESSÕES  37 

intuito,  espera  poder  offereoer  opportunamente  á  consideração 
dos  illustres  membros  da  Commissâo  algumas  idéas  que  devem 
ser  nacionalisadas,  entre  as  quaes  enumera  a  lei  Torrens,  a  do 
Homem  Stead. 

O  Conselheiro  do  Estado  Souza  Dantas,  obtida  vénia,  pro- 
nundou-se  pela  conveniência  de  ser  regulada  no  Projecto  do 
Código  Civil  a  propriedade  litteraria,  mal  garantida  pelo  art. 
261  do  Código  Criminal. 

Tendo  a  palavra  o  Conselheiro  Barão  de  Sobral  declarou 
que,  em  face  do  art.  170  §  26  da  Constituição,  a  propriedade 
dos  auctores  e  inventores  deve,  na  sua  opinião,  ser  garantida 
por  um  privilegio  exclusivo  temporário.  Concorda  nas  modifi- 
cações do  índice  do  Direito  das  Cousas,  propostas  pelo  seu 
auctor,  na  inclusão  do  direito  de  suporficie,  e  na  suppressão  da 
distincção  de  direitos  sobro  cousas  próprias  e  cousas  alheias, 
conforme  as  indicações  dos  Conselheiros  Silva  Costa  e  Coelho 
liodrigues,  com  as  quaes  concordou  o  Conselheiro  Olegário. 

Finda  a  discussão  foi  approvado  o  índice  com  as  modifica- 
ções propostas. 

Sua  Magestade  o  Imperador  declarou  que,  estando  assentado 
o  plano  geral  do  Projecto»  e  dividido  o  trabalho,  aguardaria 
communicação  do  Ministro  da  Justiça  de  estar  articulado  algum 
dos  Titulos  ou  Capitules  para  Designar  o  dia  de  nova  reunião. 
Esperando  que  a  Gommisàu)  empregasse  o  maior  zelo  e  dili- 
gencia em  adiantar  serviço  de  tanta  importância. 

O  Conselheiro  Ministro  da  Justiça,  manifestando  sua  satis- 
fação p3lo  acoordo  a  que  chegaram  os  membros  da  Commissâo, 
confirmou  a  sua  confiança  no  patriotismo  de  cada  um  dellos. 

Foi  levantada  a  sessão  ás  4  '4  da  tarde. 

Do  que  para  constar  o  Barão  de  Sobral  lavrou  está  Acta 
que  se  clignou  de  assignar  S.  M.  o  Imperador  com  os  mem- 
bros da  Commissâo.  —  D,  Pedro  2^,  Cândido  Luiz  Maria  de 
Oliveira^  M,  P.  de  Souza  Dantas^  O.  H.  d' Aquino  e  Castro^ 
Dv,  José  da  Silva  Costa^   A,  Coelho  Rodrigues^  Barão  de  Sobral, 


ACTA   DA  6*  SESSÃO 

Aos  13  dias  do  mez  de  setembro  de  1889,  ás  2  horas  da 
tarde,  sob  a  presidencii  de  S.  M.  o  Sr.  D.  Pedro  S*",  no  Imperial 
Paço  da  Cidade  de  S.  Sebastião  do  Rio  de  Janeiro,  comparecendo  o 
Ministro  da  J  ustiça  Conselheiro  Cândido  Luiz  Maria  de  Oliveira, 
os  Conselheiros  de  Estado  Manoel  Pinto  de  Souza  Dantas,  Ole- 
gário Herculano  d'Aquíno  e  Castro  o  José  da  Silva  Costa,  e  os 
Conselheiros  AíTonso  Augusto  Moreira  Penna,  António  Coelho 
Rodrigues  e  Barão  de  Sobral,  a  Commissâo  organizadora  do 
Projecto  do  Código  Civil   Brazileiro  celebrou  a  sua  6*  sessão. 

Lida  e  approvada  a  acta  da  sessão  anterior  o  Conselheiro 
Affonso  Penna,  com  a   Imperial   Yenia,   depois  de  justificar 


M 


REVISTA  DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


a  saa  aus6Q0la  oas  prdce<lenU}í}  ^o^tâões,  &  ile  agradacer  ao 
Sr.  Minmtro  da  Juatiga  o  tiaveí^o  substituiflQ,  rlurarit^  o  seti 
impedimento»  com  tanto  proví^iui  do  sorviça  da  Coinmissão, 
doclaruu  aíherir  ás  resjíuçfjes  dos  seus  col legas. 

Km  seguida  o  Coost^lieiro  Coelho  liodrigaG^,  apresentando 
ama  exposição  impreiísa  dos  m<itivos  das  principies  disposiçõos 
do  Direito  de  Fíiroilia  que  tom  de  artitiular,  impetrou  vénia 
p;tra  chamar  a  attençàodoaeuâoulie.u^as  sobra  itlgumas  de  maior 
ímpíjrtancía,  especialraento  sobre  aquellas  ora  que  proteole; 
l.**  Reduzir  o  ímpedimení.o  do  pi»rent;esco  para  o  casamento  — 
&  íinba  i^ecta  e  ao  2^'  grau  da  linha  eoll-iteral ;  ?,^  Prohilâr  a 
oommuohàu  de  bens  entre  conjures  co  irmãon  ou  ligudos  pelo 
parentesco  de  tio  e  sobrinh  *  o  víee- versa;  3.'^  Elovar  a  16  aoDOs 
partt  o  íiomem  e  14  para  a  mulher  a  edaie  em  que  podom 
oasar,  ou,  pelo  menos,  vedar  a  coniMiunhãu  do  bens  aos  que  se 
caaarem  mais  oedo;  4."  Prohibir  absolutamente,  tanto  aos 
Jovens  como  aoa  velhos,  o  eadamento  anteá  o  de  puis  de  certa 
ed&de ;  ò,'^  Manter  o  caaaraento  cathoiico  sujeito  ao  re^íistro 
civil  para  quo  tenha  eílettos  legaes  ;  6.®  Adraittir  o  divorcio 
com  a  diíisolacàô  do  vinculo  matimonial  oo  caso  unioo  do 
adfiUorio  ;  7."  Permittir  a  separaçfio  guoad  thorum  et  mensam 
por  mutuo  ooaaeoôo,  8on<lo  facultíida  á  mulher  a  acção  de  di- 
vorcio por  preanmpçào  de  adultério  do  marido,  sulvo  prova 
em  t*ontrario,  ai  a  ?separa^o  prolongar-so  por  5  annos  ;  8.^  De 
elarar  que  depoiã  do  Código  todas  as  cousaâ  matnmoiiiaí^s  Écam 

■  pertíucendo  ao  Toro  secular;  y.*»  Modificar  o  direito  vigente 
fluanto  d  p-jsse  exclusiva  dos  (lllios  daila  ao  pae  nos  caaoa  de 
divorcio  on  sopapação  dos  cônjuges,  alteudoodo  ás  condições  de 
edade  e  sexo  dos  lílhos,  e  ás  etrcnnistaneias  moraes  e  oc^onomí* 
caa  do  pae  e  da  mâe  para  attribuil  a  a  um  ou  a  outro  conlbrmo 
fop  mais  justo  e  conveniente. 

Sobre  outras  queal^es  dissentidas  também  na  sua  exposição 
desejava  ouvir  os  seus  col legas,  mas,  estando  a  hora  adiantada, 
aguardaria  as  observaçòeg  que  houvesse  de  fazer  qualquer 
delíes  depois  de  liarem  o  mesmo  impresso. 

Os  membros  díi  Comiutssão,  manifostaodo-so,  em  geral,  de 
accordo  cora  aa  idéas  enuociadíis,  monos  qtiauto  á  inclusão  do 
casamento  catholico  no  Código  Civil,  saJvo  di.^pusiçào  triínsitoria 
sobre  os  effeitos  civis  dos  anteriores  á  lei  e  mantendo  as  reser- 
vas precedentemente  feitas  quanto  ao  divorci^j,  declararam 
que  depois  de  articulada  a  matéria  emittiriara  o  seu  parecer. 

Pui  levantada  as  es^ao  ás  4  t  horas  da  tarde,  declarando 
S.  M.  o  Imperador  que  oppjrtuDamoDto  designaria  o  dia  da 
aegttinte  reuciao. 

Do  que  para  constar  o  secretario  Barão  do  Sobral  lavrou 
oata  acta,  que  so  dignou  assignar  S,  M,  o  Imperador,  com  os 
yembros  da  Commissão.  —  B,  Pedro  //;  Cândido  Lui:  Maria 
de  Oliveira^  José  da  Siha  Costa,  A.  Coelho  Rodrigues,  M,  P, 
de  Sou^a  Dantas ^  O,  H*  dWqnino  e  Castro,  Affonm  AuffUsto 
^Jfor^im  Penna,  Barão  de  SobraL 


M 


ACTAS   DAS  SESSÕES  39 

ACTA  DA  7*  SBSáÃO 

Aos  27  de  setembro  de  1889,  sob  a  presidência  de  S.  M.  o 
Sr.  D.  Pedro  II,  no  Imperial  Paço  da  Cidade  de  S.  SebastiSo 
do  Rio  de  Janeiro,  comparecendo  o  Ministro  da  Justiça  Con- 
selheiro Cândido  Luiz  Maria  do  Oliveira,  os  Conselheiros  de 
Estado  Manoel  Piuto  do  Souza  Dantas,  Olegário  fierculano 
d'Aquino  e  Castro  e  José  da  Silva  Costa,  e  os  Conselheiros  Affonso 
Augusto  Moreira  P  mna,  António  Coeiho  Rodrigues  o  Barào  de 
Sobrai,  a  Comruls^âo  organizaJora  do  Projecto  do  Código  Civil 
Brazileiro  celebrou  a  sua  7^  sessão. 

Lida  e  approvada  a  acta  da  sessão  anterior  o  Barão  de  So- 
bral, com  a  venia  Imperial,  declarou  que  tratando  de  esbjçar  o 
projecto  do  Tuulo  Preliminar,  desejava  ouvir  à,  opinião  do  seus 
collegas  sobre  alguns  pontos  ossenciaes. 

Como  ó  sabido,  as  disposições  do  Titulo  Preliminar,  tal 
como  depois  de  mallogrado  o  vasto  plano  de  Po  -t  úU  e  mutilado 
na  maxim  I  parte  do  projecto  da  Commissão,  foi  publicado  em 
seis  arugos  com  o  Codfgo  Napoleão,  e  o  adoptaram  quasi  todos 
os  códigos  do  Direito  Civil  publicados  uesi;e  século,  teu  bor  fim 
principal  garantir  os  direitos  pela  certeza,  permanência  e  fibi 
observância  da  lei  que  os  rege. 

Para  conseguir  este  fim  accordam  em  que  ô  preciso  deter- 
minar : 

l.**  O  momento  em  que  se  presume  conhecida  a  lei  e  se 
torna  ella  obrigatória,  mediante  a  forma  da  publicação  ad- 
optada ; 

2.0  O  que  a  lei  rospeita  no  passado  e  garante  no  futuro, 
at tença  a  mutabilidade  das  Íeis  no  tempo ; 

3.<>  Os  limites  da  lei  no  espaço,  em  razão  da  mobilidade  do 
sQjeito  e  do  objecto  do  direito  e  da  diversidade  das  legislações 
dentro  ou  fora  do  território  de  oada  Estado  ; 

4.0  A  applicação  da  lei  ás  pessoas,  porque  ellas  são  nacio- 
naes  ou  estrangeiras,  domiciliarias  ou  transeuntes,  e  sua  capaci- 
dade regida  por  leis  diversas  ;  a  applicação  ás  cousas,  porque 
estas  sào  moveis  ou  immoveis,  aquellas  se  transportam  a  loga- 
res  diversos,  e  umas  e  outras  podem  esiar  situadas  fora  do 
território  da  nacionalidade  ou  do  domicilio  do  proprietj,rio  ;  a 
applicação  aos  actus,  porque  estes  podem  ser  celebrados  e  exe- 
cutados em  legares  e  sob  o  império  de  legislações  difTerent^s ;  a 
applicação  ás  successões,  porque,  como  universalidade  de  direitos 
que  são  podem  estar  sujeitas  a  leis  de  varias  nações,  conforme 
o  estado  ou  o  domicilio  das  pessoas,  a  situação  das  cousas,  ou  o 
logar  da  execução  dos  actos  ; 

6.^  Regras  geraes  garantidoras  da  inviolabidade  da  lei  em 
sua  applic  ição  assim  em  juizo,  como  nos  actos  e  convenções  dos 
particulares,  de  modo  a  ass  )gurar  o  império  da  lei  emquaoto 
não  fôr  pi^r  outra  lei  revogaoa. 

Assentado,  como  ficou,  que  devia  ser  seguido  o  mesmo  plano, 
pois  a  tjndeucia  do  século  é  unificar  a  legislação  civil  e  estabe- 
lecer a  communhão  universal  dos  direitos  fundados  na  natu- 


40 


REVISTA   1>0   INSTÍTIITO  TIISTOBIGO 


reca  do  lioraem  e  igualmeoto  ri?spoitaveÍ8  em  todos  03  tempos  o 
lõgares,  reoonheceaso  tarabera  a  conveniência  de  estabelecer 
algunmfi  regras  íiao  raellior  fírmom  os  limites  da  lei  no  tempo  o 
no  esparo,  pois  os  dous  uoico»  íirti^oa  que  ú  Titulo  Preliminar 
do  Código  Napoleão  consaf^rou  a  este  assumpto  seio  nbjecto  do 
tão  complicadas  controvoí^siaa,  quo  a  jurisprudência  é  ainda 
muito  iníserta  e  vacillanto  a  rcâpeita  dus  princípios  da  não  retro- 
actividade das  leis  e  dos  reguladores  dos  estatutoâ,  pe^íjoal,  real 
e  mixto. 

No  difflci^  empenho  de  propor  as  bases  dessf?  trabalho,  re- 
corre previ  amento  ás  laze^  do  seus  coUegas  para  evitar  des- 
harraonía  do  vistas  que  prqjddique  todo  o  systoma  do  prujofto 
do  Titulo  Preliminar. 

Antes  de  tudo  consulta  si  convirá  quo  o  prazo  da  publicação 
seja  uniforme,  ou  graduado  segundo  as  distanciaa. 

Ha  ne^te  jà  tão  debatido  assumpto  alguns  princípios  que  nâo 
B6  contestam. 

A  lei  deve  entrar  em  execução  depois  que  houver  justa 
preso mpçâo  do  aer  conhecida  por  aquolle^  a  quem  obriga.  Já 
foi  abandonada  pela  própria  Inglaterra  a  sua  iicção  leg.U  do 
estar  o  povo  presente  no  j.iar! amento  para  declarar  a  lei  obri- 
gatória desdô  a  sua  votação,  0  nenhuma  outra  nação  se  pode- 
ria Siitisíazor  com  o  correctivo  dessa  eaj>eci6  de  retroactividade» 
Í^ela  qual  Jorge  111  fixou  o  comet;o  da  obrigatoriedade  na  data 
la  sancçào.  Desde  os  líomanos  é  geralmente  reconhecida  a  ne- 
cessidade da  promulgação  da  lei  —  Ex  die  quo  promulga  ta  est, 
suas  vires  obtinat  —  o  essa  consistia  na  leitura  da  lei  perante  o 
povo  reunido  dyraníe  ires  dias,  A  maior  parte  das  oaçoos,  neste 
tíecuhi,  alôm  da  promulgação»  quo  dã  força  erecutoria  à  iei 
sanccionaila,  determina  a  publicação  por  meio  da  imprensa  o 
marca  prazo  para  a  obrigatoriedade  :  é  o  systeraa  adoptado 
pela  nossa  Ck)nstituição.  Ella  determina  que  a  decreto  da  pro- 
mulgação contenha  a  ordem  de  foier  imprimir,  publicar  o  ci»rrer 
a  lei.  O  Regulamoíito  de  1  de  janeiro  de  18:S8  estabeleceu 
regras  que  ainda  estão  era  vigor  para  n  publicação  nas  lociílida- 
des,  mas  subsisto  a  Ordenação  Manuelina  que  marca  o  prazo 
de  oito  dias  na  eôrttí  o  tros  mezea  nas  províncias,  contado  da 
promulgação  feita  na  Chancellaria-niór  para  que  aa  leis  come- 
cem a  obri^iir,  Eíiiío  prazo  é  actualmente  excessivo,  e  na  pra- 
tica não  se  observa. 

Também  ha  aocordo  em  quo  ao  tratando,  não  de  uma  lei 
especial,  mas  de  um  Código  de  leis,  convém  que  o  legislador 
determine  excopciooal mente  um  prazo  mais  largo  e  forma  da 
publicação  mais  completa.  IV  o  que  íez  o  Imperador  Justiniano 
ao  publicar  a  sua  Constituição  sobre  ta^tametUos.  que  fazia  ro- 
íV>nua  radical  (Novolle  66.  Cap.  1) ;  assim  praticouso  ao  publi- 
í-ar  o  nosso  Código  Commercial,  o  a  Bélgica  procedeu  do  me^mo 
modo,  quanto  ao  seu  Coai^o  Civil, 

Ainda  e  incoii testa vel  qun,  sendo  possível  fazer  conhecida  a 
l«i  em  tode  o  pai/,  dentro  de  ura  prazo  breve,  ô  muito  pwfe- 
riíol  o  prazo  único  ao  gradativo. 


ACTAS  DAS  STÇSSÔfí«! 

Oansiat^,  poia,  a  questão  em  saber  §i  as  condições  acaO'- 
Bolham  a  fixação  do  um  prazo  imico  para  a  obriga toríedad 6 
das  leis  que  oniioanameEtose  publicam.  Od  coUei^as  conhecera 
boiu  m  motivos  com  qu©  Portal iâ  jusliflcou  a  prítrerericia  ^ada 
aí>  pi^aio  graduado  conforme  aí  distancias;  pareceu  incunve- 
nieniG  qtie  a  lei  ílcasseora  stiapeoso  por  muito  tempo  atè  quo 
conataííse  ou  se  podesse  presumir  haver  ©lia  cbegailo  ao  conhõ- 
cimento  de  todas  as  localidades,  e  a  divergência  foi  resolvida 
com  est'i  sentença :  Tudo  é  guccossivo  na  marcha  da  natureza  ; 
tudo  deve  seUo  na  marcha  da  lei.  Sabem  tamboin  quo  a  Bél- 
gica e  a  Italii  justiflcaram  a  adopção  do  prazo  único,  decla- 
rando quo  os  seus  meius  de  transporte  e  conimunicaçoes  já  per- 
miUíam  marcar  o  prazo  curto  de  10  diaa  para  chegar  a  lei  ao 
conhecimenti)  de  todas  as  localidades. 

Os  Srs.  Ribas  e  Nabuco,  estudando  a  questão,  deram  pre^*- 
rencia  ao  prazo  único  ;  indicou  aquelle  que,  para  abn>vial-o,  so 
ontass*^  do  dia  em  que  a  [lesai u(,úo  da  AsaeniblM  Oorai  su- 
bisse ásancção,  pois  em  rogra  esta  é  concedida  conforme  o  oosdo 
regimen;  propoz  o  Sr,  Conselheiro  Nalmco  o  prazo  de  40  dias 
coma  loa  ái\  publicai-lo  da  lui  no  Diurio  OfpcinL 

Os  Srs.  Visconde  do  S.  Vicento  o  Dr.  Felício  doá  Santos 
incliaaram  36  ao  systema  francez. 

Parece  ao  consultante  que  ao  nosso  paiz  ainda  não  so 
púãe  ap^dicar  o  prazo  único,  porquo  ordinariamento  não  seria 
praticável,  sem  gravas  inconvenienti^s,  suspender  a  ©xocuvao  da 
lei  lia  corte  o  nas  províncias  próximas  até  quo  ella  chegasse  e 
fosse  conhecida  no  Am-izonas,  úoyxi  e  Maao  Q russo,  para  o 
que  seria  iosafflciente  o  lon^o  prazo  proposto  pelo  Sr.  Nabuco, 
o  não  julga  accaitavel  o  alvitre  do  Sr.  Conselheiro  Ribas  para 
amplial-o,  fazendo,  pon^m,  correr  do  tempo  anterior  á  sancção. 
O  sen  pensiimento  è  que  a  tei  deve  ser  obrigatória  na  c<>rt0  o 
nas  capitães  das  proviocias  no  diu  seguinte  áqaolle  em  que 
fur  annunciado  pela  Cliancollaria-mór,  na  Curto,  pela  Presi- 
dência, nas  prov meias,  o  rGcebimenLo  no  Diário  O/j^cinl  em  que 
fòr  iosaridaa  lei  promulgada,  o  nas  outras  cumarcas  de  cada 
província,  15  dias  depois  de  publicadas  na  capitaL 

SubmettiJo  este  [jonto  À  discuss-xo*  depois  de  algumas 
considerações  dos  Srs,  Ministro  da  Justiça,  Conselheiros  Dantas 
e  Silva  Costa,  foi  resolvido  que  so  apresentasse  o  projecto  com  os 
dous  prazos  indicados  um  para  a  curto,  e  outro  para  as  pro- 
víncias. 

O  Barãi>  da  Sobral,  prosoguindo,  oonijtiUa  si  convirá,  na 
matéria  da  rotroacci vidado,  estabelecer  algumas  regras  geraes 
de  direito  tr<insitorio ;  pois,  comu  sabem  os  meus  ooUegas,  con- 
siderado aquello  principio,  o  da  não  ro iroac ti v idade, —como 
obrigatório  para  o  Legishidor,  conforme  o  panaamunio  da  Con- 
stitnição  Franceza  du  anno  :v\  u  dos  autores  do  Código  Napo- 
leão, como  muito  cLiramento  íjxídicou  Portalii,  o  o  da  nossa 
Constituição,  basta  consignado  no  litulo  Preliminar»  si  ú  quo 
jà  catando  a  lei  constitucional  que,  uuiea,  podo  impor  limites 
ao  Poder  Legislativo,  náo  seria  escusada   a  sua  inclusão ;  mas 


42  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

considorado  como  precoito  para  o  juiz,  é  nes^^o  titulo  que  ello 
deve  ter  o  seu  assento  e  principal  desenvolvimento,  porquanto 
aos  direitos  privados  tem  elle  a  sua  applioação  mais  rigorosa, 
sioão  única,  como  sustenta  a  aot  ai  jurisprudência  da  Franga, 
Belj^ica  e  Itália,  o  ó  por  occasiâo  do  Direito  Transitório  que 
elle  mais  actui  p<ílo  respeito  ao  direito  adquirido. 

Ao  aparte  (lo  Conselheiro  de  Estado  SíIvh  Ck)sta  que  pon- 
dera quanto  ô  embaraçosa  a  theorla  do  direit'^  adquirido,  res- 
pon  .e  que  não  o  ignora,  pois  b<sta  a  difflculdade  até  hoje 
n&o  vencida  do  bem  definil-o  para  o  eíTeito  de  que  se  trata  ;  maa 
o  próprio  Savi;rny,  que  não  é  partidário  de  codificações  estra- 
nhas que  a  It^gisl  ição  tenha  deixado  no  vago  e  indefinido  um 
principio  garantidor  dos  mais  sa^rrados  direitos.  Conhece  cinco 
theonas  sobre  a  applicação  d<^  principio,  a  da  interpretação  da 
vontade  do  legislador,  a  das  leis  de  ordem  publica,  a  das  leis 
favoráveis,  a  das  leis  que  revogam  ou  modificam  as  instituições 
lio  direito,  e  a  dos  direitos  adquiridos  ;  sabe  igualmente  que  de 
todas  esta  6  a  mais  difflcil,  pois,  única,  estabelece  re<^ras  que 
não  sejam  o  mero  arbítrio  ;  asbim  como  6  a  mais  commoda  a 
adoptada  pelo  Codi^^o  argentino,  a  das  leis  da  ordem  publica. 

Não  tintia  a  espe  anca  de  poder  por  si  só  vencer,  mormente 
sob  a  pressão  de  tão  estreito  tempo,  diffiouldades  que  até  hoje 
mallograram  todis  as  tentativas  feitas  para  consignar  nos 
Códigos  «1  Inumas  regras  sobi*e  a  não  retroactividade  ;  mas  si  os 
Cv^llegas  entendessem  conveniente,  faria  neste  sentido  um  esforço 
contando  com  o  sou  auxilio. 

Subâiettido este  pontoa  discussão,  o  Conselheiro  Coelho  Ro- 
drigues declarou  que,  embora  não  fosse  partidário  da  juncção 
de  um  titulo  prelimiaar  sobre  a  app  icnção  das  leis,  como  tem 
adoptado  quasi  todos  os  códigos  do  direito  civil,  pensa,  todavia, 
que,  acceito  esse  systema,  O  de  toda  a  conveniência  que  nesse 
titulo  se  explique  o  principio  'ia  não  retroactividade  e  se  defina 
o  direito  adquirido  que  elJe  proiege.  Neste  sentido  f  >i  resolvido 
pela  Commidsão 

Em  s<  giii  la  o  Barão  de  Sobral  expoz  os  motivos  pelos  quaes, 
na  matéria  dos  Estatutos,  sobre  qut  o  Código  Napoleão 
apenas  contém  um  artigo  no  interc^iifle  exclusivo  dos  Fi^ancezes, 
mas  08  Códigos  da  Itália  o  da  Bélgica  contêm  principies  muito 
adiantados,  precisa  de  ouvir  a  upiuião  dos  seus  collegas. 

Estando  a  hora  adiantada,  se  limita  a  formular  as  ques- 
tões e  a  enunciar  o  seu  parecer. 

E'  a  lei  nacional  ou  a  lei  do  domicilio  que  deve  regular  o 
estatuto  pessoal? 

Até  o  principio  do  século  esta  questão  era  quasi  universal- 
mente resolvida  oiii  theoria,  e  sem  excepção  na  pratica  pola  lei 
do  domicilio  imperando  o  principio  de  que  nenhuma  lei  ultra- 
passa 08  limites  do  território  do  cada  nação,  o  dando-so  maior 
importância  aos  laços  qu  ■  prendem  o  homem  ao  logar  em  que 
tem  os  neus  interesses  materiae-^.  do  que  aos  liço»  quo  o  vin- 
culam à  su  pátria  e  ás  qualidades  nella  arlquiridas  por  si  o 
seus  ascendentes.   Destrniclo  o  regimen  feudal,  proclamados  os 


ACTAS   DAS  SESSÕES  43 

direitos  do  liomem,  estreitadas  as  relações  dos  povos,  desenvol- 
Yiáos  o  commerclo  e  os  meios  de  communicaçãx»»  opera-se  ama 
reacQão  favorável  aos  direitos  da  pHrsonalidade  e  ao  reconheci- 
mento «lasieis  das  diversas  naoiooaLidadea.  Por  outro  lado  re- 
constitairam-se  as  gran  les  nações,  oessaram  de  ser  governadas 
por  uma  indn  idade  de  pequenos  senhores,  todas  ciosas  de  sua 
soberania  territorial,  e  multiplicaram  as  leis  dentro  do  mesmo 
pais,  de  modo  que  somente  a  Prança  tinha  mais  detresentos 
costumes  diversos;  o  que  tornava  imlisçensavel  a  applicaçâo 
da  lei  do  domicilio  dentro  da  mesma  nação,  e  por  analogia  era 
ella  estendida  de  nação  a  nação.  A  França,  a  Itália,  a  Belgioa, 
a  Allemanha,  Dinamarca  e  Suissa  já  reconheceram  a  lei  na- 
cional como  reguladora  do  estatuto  pessoal.  A  Inglaterra,  os 
Bstados  Unitos  e  as  outras  Republicas  da  America  sustentam 
ainda  o  principio  do  domicilio.  O  Brazil  debtide  ha  tentado 
ftiser  reconhecer  pelas  Republicas  do  Sul  o  principio  da  nacio- 
nalidade, e  ainda  no  ultimo  Congi^esso  havido  em  Buenos  Aires 
a  opinião  da  maioria  foi  contraria.  Entretanto,  parece  que  o 
verdadeiro  principio  é  o  que  rege  o  estatuio  pessoal  pela  lei 
nacional. 

A  outra  questão  éesta:  Os  moveis  devem  ser  sujeitos  &  lei 
pessoal  ou  ao  estatuto  real  ? 

Pareoe-lhe  que  não  tem  ílindamento  jurídico  a  âoQão  de  que 
08  moveis  adherem  ãs  pessoas,  e  de  accôrdo  com  a  theona  de 
Savigny,  seguida  nos  uUimos  tempos  pelos  mais  notáveis  juris- 
consultos, e  entre  nós  pelos  Srs.  Teixeira  do  Freitas,  Nabuco  e 
Felicio  dos  Santos,  adoptada  no  Código  do  Buenos  Aires  e  no 
da  Bélgica,  pensa  que  elles  devem  ser  sujeitos  ã  loi  do  logar  da 
situação,  como  os  immoveis. 

Quanto  ás  successões  não  fará  consideração  alguma,  porque 
ô  já  principio  accoito  ptdo  Brazil  em  mais  de  um  tratado,  e  de 
accordo  com  as  idéas  mais  adiantadas,  que  ella  deve  ser  regida 
pela  lei  nacional  de  cujus. 

Discutidos  estes  assumptos,  foi  resolvido  que  se  adoptasse 
no  projecto  a  lei  nacional  para  regular  o  estatuto  pessoal,  e 
fossem  submettidos  os  bens  ao  estatuto  real»  sem  distincção  de 
moveis  e  immoveis. 

Sua  Magestade  o  Imperador  se  Dignou  ponderar  que  nestes 
assumptos  de  Direito  Privado  Internacional  devia-se  resolver  o 
que  foesj  mais  justo  e  conforme  aos  interesses  geraesdos  povos, 
sem  dependência  de  reciprocidade. 

Bm  seguida,  com  a  devida  vénia  Imperial,  o  Conselheiro 
Coelho  Rodrigues  fez  a  seguinte  deciaraç&o  : 

Náojulga  conveniente  subi  netter  ã  Coramissão  os  titules  o  os 
capítulos  do  Projecto  á  proporção  que  forem  sendo  articulados. 

Pela  parte  que  lhe  toca,  pretende  consolidar  primeiro  o 
direito  vigente,  moiiflcando-o  logo  nos  pontos  em  que  deve  sor 
reformado,  para  depois  accrescentar-lhe  o  que  pareça  necessário 
á  OKecugào  do  plano  já  assentido. 

Depois  entende  que  não  deve  subraotter  seu  trabalho  aos 
companheiros  antes  do  critical-o  elle  próprio,  e  ^ue  não  poderá 


U  UKVIsr.V    l»  IVSTITUTO   HISTÓRICO 

oruix^U  o  ov>n«Kno:uonii>nU'  antes  de  examinal-o  em  ^lobo  para 
iuMU  .^M-wiAr  ;^  uniiUilo  o  integridade  do  contexto. 

\\Viv.vtM\u  ^;a;\  áu  ossn*  meihodo  não  fôr  o  mais  rápido,  ô, 
o\kn\vti^U\  o  vjuo  lho  ivir^vo  mais  seguro,  e  que  nestas  obras  não 
M»  »lo\\^  sa^iuioAV  ,*!  s^^iTuranca  A  rapidez. 

INsUv  w»ruuiv^  v;uo  lho  permittam  deferir  a  apresentação 
%U»  .u*uo«l .^Av»  ai>  SU.4  jvirie,  au^  que  possa  offorecel-o  completo 

A|^\»>ou,^  .\  xKwu^ião  para  consultar  a  esta  sobre  qual 
!**\M  .^  iunoi  ulAxlo  siuo  lhe  parece  mais  própria  para  presidir 
\  ^}i^MK<k\^^'^  vlx*  o,i:«^monu> :  si  um  funccionario  especial,  si  o 
\\\\t  ao  \\M,  SI  s*  pivsido^.io  da  Camará  ou  si  o  juiz  de  direito  ; 
ou.  tli>«Uuoiao.  SI  *v5&i  aiioíorilado  devo  variar,  conforme  os 
loMWs  o  ,1*  oíiwiíusuncias  via  oi^lebraçáo.  Em  sua  opinião  do- 
\ov*M»ro.uuc  vlo  a;:\nu>,  ou  um  funccionario  especial:  mas 
ouo\Sv  jvArA  iv^»í\or  i>su>  ciso  o  não  perder  o  serviço  depois 
do  loiu»,  d<'  ouN  ir  pi\n;;unonie  a  los  collegas. 

1\VNW^  o:u  d  J^^l*sAo  osu  qnt^ítào,  foi  resolvido  que  o  juiz 
vU»  \\\t  do\  .1  MM'  ,\  »^Us';.»riàa.lo  incumbid  i  de  presidir  A  cele- 
Ím\K'Ax»  do  \MS.%moiu.». 

S.  M.  o  hujvr;u!oi'  l<»v-«u  ua  i^^ssão  ás  4  ' '4  da  larde. 
IVfc  vj\ix*  iv^i\i  vN».ísMr  o  KirÀo  de  Sobral  lavrou  eaia  acta,  que 
M«  di>:iu  do  AssKiui^s.  M.  o  Iinp|L'raàv^r.  com  os  membros  da 
i'\»muvi><\v».  —  ;».  fWv  :^»  0*:»*:i:,>  Luiz  MKiria  de  Oliveira^ 
lu\  .■,'^.  i.i  N.;-.»»  l\  íí,:.  '.*.  //.  (r.l^iiiiio  c*  f\L<rr.>,  A.  Coelho 
K»N}'' i  •!!.•<,    M.    :\   »:','  >  •éi,:  /K:i«f,:í»     .AflíMJi     .lif<;u>*(o    ^íortHra 


.V-  r\    l^V   S'  SK3SÃ0 

Aon  1 1  di:^s  do  iuo£  do  outubro  do  l8Si>,  sob  a  presidência 
do  S,  M.  V»  Sr.  h.  l\\lri>  í^\  no  Imperial  Paço  da  cidade  do 
s.  soKiskiAt»  ito  Kio  do  Jaiuúi\>,  compai^ecenio  o  Conselheiro 
(\ui.tido  I  uu  SUwi.i  do  Oliveira,  Ministro  da  Justiça,  os  CoQ- 
s«^lhoh^ul  do  Kstadivi  Manoel  Pintj  de  Souza  Dantas,'  Olog^iria 
lltMvnlano  *!'  Vquino  o  Castiv  e  José  da  Silva  Costa,  o  os  Con- 
'H'lht»iri>s  Vítonso  Augusto  Moreira  Penna,  António  Coelho  Ro- 
tlruuos  o  U  Kviw  doSobi*al,  a  Commissãu organizadora  do  Projecto 
\\m  Toíiifío  Cl\  il    Uiazileiro  cele'jruu  a  sua  8*  sessão. 

l.ida  o  approvada  a  acta  da  sefsão  anterior,  o  Conselheiro 
Allonito  Ponna.  obtida  a  devida  vénia  de  S.  M.  o  Imperador, 
iliHi|<u'i»u  «lut^  não  tíMido  podido  assistir  ás  primeii'as  conferencias 
om  iiuo  «i»  assontaram  bases  geraes  do  Prujecto  do  Codi^,  o 
Mondo  a  inati»pia  das  succossões,  que  lhe  coube  o^boçiw,  intima- 
luouto  liííada  a  i'U trás  secções  do  Projecto,  julga  conveniente, 
,mU«  do  oMiar  ivpt>tições  e  perda  de  tempo,  expor  á  consi- 
doi^AcA''  dl»  !<ouM  illustres  coliegas  da  Gommissão  algumas 
v^wwt*^*^  ,W  *>í»«*«*  distribuição  das  matérias,  jX  sobre  dispo- 


ACTAS  DAS  ASSOES 


45 


siçoes  de  direita  quB  se  tônham  de  consignar  no  Código,  afim  de 
«obre  eliaaprònundar-se  a  Coramisaao- 

£m  uma  das  sessões  anteriores,  diz  ella,  ficou  assentado  que 
80  adopte  nu  Código  como  principio  predominante,  em  matéria  de 
auccessaa,  a  plena  liberdade  de  testar,  corollario  do  poiier  que 
so  deve  recinhecer  ao  homem  de  livremente  dispor  de  seu 
património,  fructo  de  seus  esforços,  Oo  accordo  com  es.se  prin- 
cipio talvez  fosse  mais  lógico  tratar  em  primeiro  logar  da  suc- 
ceasáo  tesumentíirin  e  depoia  d;t  succossao  legitima,  mas  na 
Índice  adoptado  segi ilu -se  a  oriJem  adoptada  ora  quasi  todos  os 
Códigos,  00  que  aliás  não  lia  iacoDvoDidnte,  incluindu-Sij  nes^e 
índíee  uma  secção  intitulada  —  Da  extensão  de  successíio  testa- 
meotaria, —  a  exemplo  de  outros  Codigoa,  era  que  a  liberdade 
de  testar  tem  oa  limites  resultantes  áa,  reserva  legal  de  uma 
parte  da  herança  para  os  herdeiroâ  necessários,  pergunta  ai 
convirá  incluir  nossa  secção  as  limitações  do  direito  <to  testar» 
provenientes  das  relações  de  família,  que  fazem  nascor  a  obri- 
gação de  prestar  ti  li  mentos  aos  parentes  dentro  de  certo  gráo» 
ou  si  esse  assumpto  deverá  8t3P  tratado  na  parte  destinada  ao 
direito  do  farailia.  Observa  que  oo  Código  do  Chile,  entre  outros, 
a  limitai.-áo  a  que  se  refere  é  incluída  oa  parte  relativa  ás  snc- 
cesaòeg  ;  mas  parecedhe  que  é  matéria  peculiar  ao  direito  de 
fomilia,  devendo  apenas  figurar  nodii*eito  das  successôes  quanto 
ao  objecto  da  secção  3*  cap,  2"  do  tit,  E»  que  se  inscreve  —  Do 
pagamentu  daa  dividas* 

Sobre  esse  pon  to ,  res  po  nd  e  o  Co  ase  l  h  ei  m  Cu  el  ho  Roí  1  ri  gnes , 
não  ha  divergência  na  Oommíss&o,  e  está  assentado  que  ella 
tratará  da  divida  alimentaria  nu  Tít.  iV  da  direito  de  familiu. 

Continuando  a  sua  exposição,  declara  o  Conselheiro  Alfonso 
Penna  que  uao  pretende  incluir  oa  parte  que  lhe  cotlbe  arti- 
cular as— doações  causa  mortis  —  as  quaes,  segundo  o  Direito 
romano,  são  equiparadas  aos  legadoSi  por  Lhe  parecer  que  só 
deve  tratar  do  que  ô  propriamente  matéria  de  sucoessão,  exis- 
tindo differençaa  notáveis  entfe  doações  causu  mortis  e  legadoB, 
conforme  o  reconhecem  oa  próprios  jurisconsultos  romanos,  e 
se  vê  das  disposições  do  dii^ito. 

Pondera  o  Conselheiro  de  Estado  Silva  Costa  que  a  Commi.s- 
são  ficcordou  era  que— a  doaçào  camisa  tnoríii-^devia  fazer  parte 
dodiroito  das  obrigações,  a  seu  cargo,  tanto  que  no  Indico  ap- 
provado  do  direito  das  suceessõ»;*  não  se  destinou  secção  alguma 
ás  doações  daquella  espécie. 

Em  relação  á  devolução  da  herança  aos  parentes,  na  Unha 
oollateraí,  propõe  o  orador  á  Coramissão  que  se  limite  aos  liga- 
dos por  parentesco  não  excedendo  ao  6"  gráo  ( segundo  o  modo 
de  contar  do  direito  vigente ),  parecendo  excessiva  a  extensão 
do  direito  hereditário  atô  o  10^  gráo,  como  so  acha  estabelecido. 
Sendo  o  principal  fondamento  da  transmissão  da  herança  ob  in~ 
teslúo  a  afTeição  presumida  do  defunto  pelos  pareotea,  eompre- 
hende-se  que  é  levar  muito  longe  a  presumpção  o  chamar  â 
successão  os  que  se  acham  em  gráo  tão  remoto»  que  de  ordinário 
aão  verdadeiros  desconhecidos.    O  qxio  acontece  áa  mais  daa 


M\  RRVISTA   no  INSTITUTO  HISTÓRICO 

V0Z08  (^  quo  n  dovoluçào  da  hei^aoca  a  paronrtes  remotos  consti- 
tuo unm  surpresa  para  os  inw-essados,  e  dá  logar  a  muitos 
pltMUw  ot>ínplio;id..s  i>A/a  si^  apurar  o  parentesco,  do  que  não 
r.int  M'  aprovottam  os  csiXHsiilanorcs  para  haverem  Ika  pxrte  da 
hora nca  sob  o  proioxtn  de  liquidal-a.  0^a*Hoqiie  iD<lica  para 
limito,  isto  (S  o  (V\  está  acoeito  no  Ck^digo  do  CL  ile.  e  ó  a(*uDse- 
Ihado  i>or  Mr.  I.:iai*eni  no  seu  Prujocto  do  revisão  do  Código 
Civil  iVani-or. 

Altor^itia  a  ordoni  da  suceo9sào  para  se  admittir  o  cônjuge 
sobnui\(MUo  om  3*'  li^gar.  logo  depois  dos  dosconaentes  easoen- 
doiiu^s.  ooiHorino  foi  aoortadamonto  delil>erado  pela  Commissão, 
abandonado  neste  ponto  o  direito  vi^rento  quo  só  chama  o  oon- 
jiigii  A  sm^*o^iSHo  depois  do  esgotada  a  lista  dos  parentes  até  o 
l(w  gráo,  piiHH*e  também  conveniente  sul>stituir  o  Estado,  con- 
forme  si^  vc\  tio  Indioe  approvado,  poios  estabelecimentos  do 
instruecAo.  hospiíaesou  outros  estateleoimeatos  pios  do  domi- 
eiho  tio  dotXinto.  B*  de  justiça  qw\  não  havendo  her«ieiros 
vineiilados  ao  doAinto  pelos  laços  do  sangue,  ou  pelo  matri- 
nuHiitt,  seus  bens  aproveitem  a  instituições  locaes,  pelas  qaaes 
imtnralmente  se  interessava  elle  B*  de  presumir  que  as  prefe- 
risso  ai»  lvst.i«io,  easo  houvesse  feito  te> Lamento. 

N(%>tc  ponto  loi  (liHilara<io  pelo  Conselheiro  Barão  de  Sobral 
ipm  itiima  das  NeNSl^eN  anti>riiin's,  a  que  não  as^^ifatira  o  ora^lor, 
Uuh;i  :«u;i  Ma^'ostaiie  o  Imperador  suggerido  a  mesma  idôa, 
qtiii  moiMiMiu  MMiontimenUi  geral.  Também  approvou  a  Com- 
UilHiao  o  tlinlti^  pi(»|>oMto  da   suoco-são  nlh-intestaio , 

V\\\  nn^uida  (»  0*tMiselhoiro  AlTonso  Penna  oommuniooa  á 
('.ihiiiiiMihMíno,  dt«  aiuMrdo  com  a  dei ibei^açâo  anterior  de  que 
\\\\,s  iiiionii:olo  |H«lti  Sr.  MlniMti-o  da  Justiça,  não  incluiria  ua 
imrlit  iiMi*  lhe  im^uIni  nrtttMilar  —  a  instituição  de  fideicommittoe, 
lioiitliiii«ntti  (HMttlemnada.e  oxelnidude  alguns  códigos  mudemoSt 
•uiiMti,  |ioi  lUiMnplo.  't  da  lt)ilia.  Admittindo-se,  porém,  em 
«Uiiini-^  (lenfi^  eottitftis.  o  tVnnoex.  o  portuguez,  o  chileno  e  outros 
.1  iittiiMiiit  i\ti  (liloieoutmt'<s:iiia  em  1"  grão  a  HeLvor  dos  parentes 
iM..«.iii.^  li.i  (.^(ct.iiM-.  (It^seja  s;ib(r  qual  o  modo  de  peos^ir  dos 
muii.  .■.•iiii.iiiv  II  oNfii  roM|MMio,  afim  ae  artiouiar  o  que  fòr  resol- 
\  i.iii  iMi nini  llie  «|ue  <*om  a  eonstituiçãu  do  usufructo  se  attende 
.iiM  hiKiii*  •'H.1  logiiinitis  na  transmissão  dos  bens,  sem  ser  pre- 
Hi.i.t  loi.oi  iiir  iiob  (idtMMiminissos,  que  vão  de  encontro  a  valiosos 
iuiiiii.<iii  ii  {iMi^i.ie.s  na  organização  da  propriedade  e  aos  bons 

10  III.  ijihK  lid  oeohttniia  politica,  além  de  serem  na  pratica  uma 
l.iiiii.  (iiiiiiihi  dii  litígios,  i-omo  Stf  Yeriíica  nos  paizes  onde 
i.«i.i.i.   ou  i>hi.iiiu  tal  instituição. 

II I  .iiihollieiro  Oiitllhi  Rodrigues  opina  pela  admiss.io  dos 
M.i.  1  lOoiíiioMife  itiii  1"  grito  a  favor  dos  descendentes  do  testidor 
ii,  .11111.1  hiurto».  iNiruoondti-lht^  que  a  providenciada  lei  de 

11  ,|.  .-iiuiImii  lio  lh'<S,  ijuo  aboliu  os  vinoulos,  é  sufflciente  para 
,  iiMi  .4  iiiianivuiiioiiLeri  doLmIos  nos  íidei<'umnii8frOS  antiga- 
iit.  iiii.  .i.IimHMíI"'^ 

\  ,i|.i«  •'  I  HiiHtdhriíii  iiii  KHtado  Silva  Costa  pela  oxtínoçio 
\(om|>t"***  doa  luiiiiiioiiuum&ioii,  ponderando  que,  em  vez  delies, 


ACTAS   DAS  SESSÕES  47 

conviria  adoptar,  para  consegair  os  fins  indicxdos  pelo  Con«e- 
Iheiro  Coelho  Rodrigues,  a  instituição  ingleza  do  homstead  que 
opportunamente  proporia. 

O  Conselheiro  Olegário  também  manifestou-^e  contra  a 
instituição  de  fideicommissos  por  ser  muito  prejudicial  à  cir- 
culação dos  bens,  e  fonte  de  longas  e  dispen^liosas  demandas. 
No  mesmo  sentido  se  pronunciaram  os  Conselheiras  Ministro  da 
Justiça,  Dantas  e  Barão  de  Sobral. 

Prosoguindo,  o  Conselheiro  Affonso  Penna  suscitou  a  se- 
guinte questão  Tendo  a  Commissão  adoptado  a  plena  liber- 
dade de  testar,  deve  admittir-se  a  cuilação  de  doações  feitas 
aos  herdeiros  necessários?  No  índice  approvado,  Tit.  8% 
Cap.  â°,  ha  uma  secção  (a  2»)  que  se  inscreve  —  Das  coUa- 
çoes  —  ;  donde  infere  que  a  Commisí?ão  adopta  esse  preceito 
da  legislação  vigente.  Com  certeza  no  periodo  de  transição 
será  preciso  regular  essa  matéria,  pois  actualmente  os  pães 
fazem  as  doações  no  presupposto  de  virem  elias  á  coUação 
quando  se  partilhar  a  herança  que  deixaram  ;  mas  a  liberdade 
de  testar  faz  cessar  as  r  izões  de  ser  das  collações.  Todavia,  a 
quererem  conscrval-as,  poderia  estatuir-se  que  só  teriam  logar 
quando  não  fossem  expressamente  dispensadas  no  acto  da  doação. 

Os  Conselheiros  C.  Rodrigues  e  Silva  Costa  são  de  opinião 
que  não  se  deve  tratar  de  collações,  pois  que  estas  presuppõem 
a  existência  da  legitimas,  e  isto  vae  de  encontro  ao  systema 
adoptado  da  liberdade  de  testar,  accrescendo  que  as  questões 
de  collação  são  das  mais  freq  .entes  no  foro,  e  revestem  quasi 
sempre  cariicter  odioso,  o  que  cumpre  evitar  nat*  successões. 

Os  Coost^lheiros  Ministro  da  Justiça,  Dantas  e  Barão  de 
Sobral  pugnaram  pela  necessidade  de  regular  a  matéria  das 
collações,  de  modo  que  fique  bem  claro  quae^  as  doações  a  ellas 
sujeitas  quando  os  p<&es  oe  familia  deixarem  de  usar  do  direito 
de  testar. 

Lembra  o  Conselheiro  Affonso  Penna  uma  medida  que, 
sendo  de  accordo  com  o  principio  da  liberdade  de  testar,  atten- 
dera  ás  conveniências  da  pratica  das  collações,  a  saber:  serem 
trazidas  somente  á  collação  as  doações  íeitas  com  essa  condição 
expressa.  Assim  invertem-se  os  termos  do  que  se  faz  actual- 
mente, passando  a  collação  a  ser  excepção,  em  vez  de  ser  a 
regra  geral.  Para  resolver  as  questões  nesta  hypothese,  dever- 
se- hão  estabelecer  regras  claras  e  precisas,  com  as  quaes 
poderão  os  pães  se  conformar,  quando  não  queiram  usar  do 
pleno  direito  da  disposição  dos  beus.  Com  esta  solução  concordou 
a  Com  missa  o. 

Finalmente,  declarou  o  Conselheiro  Affonso  Penna  que  pre- 
tende simplificar,  tanto  quanto  fòr  compatível  com  a  verdade 
e  authenticidade  das  declarações  de  ultima  vontade,  as  íórmas 
dos  testamentos,  expurgando  03  de  exigências  de  puro  formalismo 
romano,  de  que  existem  tantos  vestígios  na  legislação  actual, 
daodo  origem  a  múltiplas  e  compLicaídlas  demandas  e  a  decisões 
Contradictòrias  dos  Tribunaes,  segundo  attestam  as  coUecções 
de  arestos.     Pretende  conservar  âsíòrttfos  de  téíÉtaúiento  de 


48  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

accordo  com  as  ezigenciM  da  sociedade  moderna,  fíxaodo  regras 
termioantes  para  os  casos  de  nuIUdade ;  não  consignará  a 
matéria  dos  codicillos,  admittidos  pelas  Ordenações  do  Reino, 
que  os  transplantaram  da  legislação  romana  onde,  aliás,  foram 
estabelecidos  por  motivos  peculiares  ao  povo  romano,  sendo  que 
o  espirito  da  legisla<^  portagueza  posterior  ao  Código  Phi^ 
lippmo  já  era  contrario  a  semelhante  modo  de  testar. 

Foi  levantada  a  sessão  ás  4  *4  da  tardo. 

Do  que  para  constar  o  Barão  de  Sobi*al  lavrou  esta  acta  que 
se  dignado  assignar  S.  M.  o  Imperador,  com  os  Srs.  membros 
daCommissão.  —  Affonso  Augusto  Moreira  Penna.  * 


*  O  anico  que  assignou  essa  acta.—  iV.  da  C,  de  li. 


LIMITES 


BNTRB 


O  ESTADO  DO  filO  DE  JANEIRO  £  O  DISTfilCTO  FEDERAL 


Bibliuthocario  do  Instituto  Histórico  o  Geogmphico 
Brasileiro 


831  —  4  Tomo  lxviii.  ^.  i. 


LiiDiks  entre  o  Eslaè  h  Bio  è  Janeiro  e  o  9\úikk  Federal 


I 

Por  satisração  de  boDS  desejos,  apreseoto  estas  noistô  para 
poderem  servir  ao  estudo  da  qucaLao  de  limitos  entre  o  Estado 
do  Rio  e  oDistricto  Federal. 

Não  nutro  a  idéa,  6  certo,  de  eâclarecer  o  aasumpto  ;  mas 
tao  somente  de  oacamiQhar  a  discussão. 

Sei,  tíimbero,  que  o  objecto  destes  apuutaraeotos  tem 
occupíido  a  attençâo  dos  represeDtaDteíi  do  Poiet*  Ex"Ciir.ivo  do 
DLstritíto  —  doos  ios quaos,  oa  i'.xma.  Srs,  Dí^s.  CooIIj o  Rodrigues 
e  Joào  Felippo,  em  suas  mensaffeDs  ao  Conselho,  cunfeí^saram 
as   dil!1cutdades  ínherentes  ao  litigio. 

Pergunia-se  :  a  liuha  divisória,  qao  eiítrôma  a  froguezia 
de  Irajà,  do  E^^tado  do  ívio,  deve  ser  representada  polo  MiHty 
(margem  direita),  desde  sua  nascento  ati5  o  mar,  f>u  por  este  rio 
tão  sóraenti3  até  a  couflueocia  com  o  Pa v una,  seguindo  o  limite 
pela  margem  direita  do  ultimo  at'-^  suas  ca  beco  ira  3  ? 

Antes  de  eiitrar  era  mat^rm,  .sej;i-mo  liei  to  dar  alguns 
subsídios,  sobre  o  povoamento  dessa  zona  de  terra,  os  qimes, 
além  do  que  está,  publicado  o  sabidti,  foram  oxtrahidoa  de  do- 
camonios  inéditos  e  quasi  nada  coasoUa^los. 

SíígUDdo  a  opinião  de  Theodoro  Sampaio,  Irajd  é  corrupção 
de  Ira-ijâ  —  logar  do  onda  bruta  o  meL  Ira-ijá  escreviam  os 
antigos,  como  por  exemplo  frei  Agosiinlio  de  Santa  Maria  ^  no 
Santuário  Mariano.  Seguodo  o  supracitado  aulor  —  Pavimu 
BÍgniúcdL  tudo  preto .  Em  documentos  antigus  encontro  também 
Patnma  e  Ipabuna,  Era  uma  de  O  omi  nação  genérica  dada  pelos 
mdigenas  a  varias  localidade.^,  como  pôde  ser  lido  nos  dilTe- 
reotes  diccionarios  goographico».  Aqui  mesmo,  nesta  cidado, 
no  logar  em  que  foi  edificada  a  egreja  do  Rosário,  existiu  a  m- 
lebre  lagoa  da  Pavuna^  onde  iam  tomar  baniio  os  pretas  novos. 
Em  17ií5»  esise  paatanal  estava  já  meio  entulha  ío,  Címíoriue  o 
requorimento  feito  ao  Concellio  por  Joào  Barbosa  Calheiros. 
(Do'^  Ar-'k.  M.) 

Finalmente,  Merely  ou  Miriiy^  rio  dos  mosquitinhos— é  cor- 
rupção de  Mbiriíih  (segundo  ouer  o  Dr,  Macedo  Soares)  <  logar 
onde  abundam  esses  tão  inpnitos  quão  inço  modos  in,<erlúsiff 
quõ  ultimamente  foram  reputados  como  Yehiculoâ  de  febre 
amareila. 

Pouco  tempo  depois  do  estabelecida  a  cidade,  no  morro  do 
Gastello,  concedia  Salvador  Corrêa,  em  14  de  julho  de  15(>8,  a 


r»»> 


liUVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


P 


António  (lo  Kranga,  ah^in  do  torras  no  Irasfo  da  cidade,  1.500 
braviu,  (UU  Irajd.  Comoç«'ivam  ellaa  do  actual  porto  do  i/ária 
Afujú  att>  o  rio  dt^  IraM.  Ki*ança  íoi  o  i\indador  da  Fazenda 
<ir'(ttuit\  ou  do  Nossa  Sonhora  da  Ajuda,  da  qual  eiu  1642,  era  pro- 
)i'lotarlo  Jorffo  ilo  Souza  Coutinho,  a  quom  o  j^ovomador  Duarte 
'orr(^  i  Vancjuouiu^s  i»o.iooaia  tambiMU  uma  ilha,  iVonteira  ao  En- 
Konlio.  Km  \i\U\\  Souxa  o  sua  mulhor  Maria  do  Qaihegos  faziam 
(M^M.saiMl(«HsaH  torras  si  laa  om  (^Mr;ui/Jt)'trtaosdous  alhos  Igoacio  o 
Krainl.vt).  Data  daht  a  dlvliAo  \la  Fmenda  Onwde, 

Tudi)  Isitt  oousui  do  (loiMuuentos  do  Archivo  Publico,  qaaDdo 
\\\\\  lNi;i,  Anmro  Jo.s^^  Violra.  enlào  pivpriotario  do  metade  das 
torras  oonipradu»  a  Joat^  lVri»ira  Dias,  tMnbiirgava  a  coocessão 
\U\  mangues  ri*ont(Uros  d  sua  h^ituna  piH}pri6dade. 

Kntro  outras  so^nlarlas  otmoodidas.  nioncionarei  a  de  Braz 
dtibas,  om  Mitity  (IN\S),  do  Francisco  Raposo  (1574),  em 
iKuaHNÚ.  d«  Andlt^  ('ardoso  (l^:s),  no  rio  Upaouna,  que  entra 
no  Mlrity,  do  IWro  Vau  (l&ts),  rt^stiuíra,  om  Mirity.  de  Domin* 
gos  do  Kraga  o  Lout^^uv^  LuU,  lcTr«r<  dn  binda  de  além,  em 
Abril}/  (Ih7\»),  do  DloKO  KomandtMi  Pinto  Uõ7ií),  no  sertão  do  rio 
Mlrll.y.  do  António  Alvai*«nga  o  Krauoisoo  Alvareníra,  sobejos 
iMiirtt  a  Morra  lio  (^orlolUiS  o  as  datas  quo  vle  Mirity,  Pabuna  e  Sa- 
rapuby  vAo  p.ira  Tampo  (Irando  (lfv8i>),  do  Diogo  de  Brito  (1602), 
ootito  Mtrity  o  s.irapuhy«  tto  vigário  Martim  Fernandes,  em 
Oortviiio  [  \M\),  d  t  K^tovam  iionios.  om  Sapopoma,  para  Campo 
Orando  (1(\0H), ->  do  J«ao  Uodriguos  Kalon\>  em  Campo  Grande 
o  TahnanM  (hUKO  —  do  JmH.»  Barbosa  raUuàros  (1612)  sobejos  em 
/r.i/ /  —o  mosnit)  ralholixw  ainda  em  IríV^M  1^13)  «oftejoí— de 
haUha/ar  iU\  Abi^m  (fonilador  da  ormida  da  Penha)  —  300  braças 
t»m  /r.i/.i  0(\i:n;  ,i()  haltha/ar  Kan^ol  tambom  em  Irajá  (1613) ; 
lio  \nionlo  Maruns  da  Palma  fundador  da  Candelária),  no 
HortAo  do  Ir.ija  (h*«l:í);  Dahha/.ar  de  Andrade,— Mana  de 
oUvoíra  ihU:!),  ambos  om  Ivoj^í,  b.Mu  como  Gaspar  da  Costa, 
mo  dl»  padro  di>  mosnu)  nomoV^  quo  foi  funiador  da  capella  de 
^J.  S.  da  AprosontavÀo  o  mais  tardo  1*  vigário  de  Irajá.— Ainda 
om  h»i:í  a  dt»  lUltUazar  ilo  Amorim  —  íoí»*;oí  em  Irajá  ; — 
do  l''olloian>  Coolho  iam  e  Podro  do  Soma  Poroira,  torras  nos 
('«viífiros  0<>í'>'M;  —  do  Tlionu^  i;orrtV\  do  Alvarenga  (U)50),  so- 
hrjos  entro  Stip,ypeni,i  o  .UinV;/;— Jost^  IVroira  Sarmento,  sobejos 
entro  sou  eiigouho  na  Pafninu  o  (.Vr<viM.í.  UkSO.—  além  de  outras 
ainda,  oin  174?,  orara  concedidas,  om  sosmarias  ao  capitão  Félix 
do  Souza  Castro  sobejos  do  torras  na  iVogm^ia  do  S.  Joào  de  Mi- 
rity. (Doe.  dolnsi.  Hist.) 

Para  atten  ler  As  necessidades  ospirituaos  dos  povoadoras 
dessa  parto  da  Capitania  do  Rio  de  Janiúro,  ati^  ontão  suflfraga- 
noos  das  duas  IVoíTuozias  da  cidatlo.  St5  o  Tandolaria.  o  Prelado 
hcclosMstico,  António  do  Marins  Loureiro,  mostrou  A  metró- 
pole a  nfvossidado  da  croa^ào  da  al^'uma.^  paroohias  nas  vizi- 
nhanvas  da  ci  .ndo,  habitadas  p.)r  mais  do  vinto  mil  u^ssoas, 
entre  livres  e  escravos.  Pelo  Alvará  litigio  do  10  do  rovereiro 
ae  1647  foram  confirmadas  as  duas  novas  matrizes  —  do  IraJá  o 
S.  João  de  Mirity. 


i: 


LraiTBS 


Por  uraa  ordom  constante  do  livro  0^  da  Provedoria  (Doo. 
do  Arcliivo  Publico)  veriflca-se  qBO  o  rei  ordenara  íizessem 
parte  «la  nova  parochia  de  Irajá  os  engenhos  pertencentes  :  a 
Diogo  ífe  Sá  da  Rodiíi,  Aiitoeio  do  Aguiar,  Birtholomeu 
Machado,  Vicenie  da  Costa,  Luiz  do  Souto,  Jorge  do  Suuza 
Coiuintso»  Bartholomeu  d©  Abruu,  .losé  António  Barbosa, 
Gonçalo  de  Poiítea,  Manoel  do  Valíe,  Raltbazar  Damory, 
Pantaleao  Duarte,  João  Pimenta,  de  Carvalho,  António  Pe- 
droso, Francisco  Vaz,  Pedro  do  Souza  Pereira,  Francisco 
Frazão,  Mnria  Corrêa.  António  de  Sampaio,  Antoriio  da  Silva, 
^fa^tlm  de  Souza*  Feliciano  Coelho,  Manoel  Borges  e  Manoel 
do  Paredes, 

Este  ultimo  pareço  ser  o  chefe  da  abastada  farailia  desse 
appellido,  cujos  raerabro»,  residentes  e  senhores  de  engíinlio  om 
Iraiá,  tiveram  os  bens  sequestrados  por  serem  accuaados  de 
Judaismo  e  for;un  purgar  poccados  dos  cárceres  do  Santo 
Officio.  Kata  ypiniâo  ó  suggerida  pela  leitura  do  tomo  fy*  — 
Annacs  ffo  Rio  cie  Janeiro  —  de  Bnlthazar  Lisboa,  e  por  extensa 
Hsta  áty  conde mnados  como  christãos  novos,  existente  no  ar- 
chivo  do  Instituto  Histórico,  publicada  em  parte  no  tomo  7*  da 
Revista  dessa  asfoclaçao. 

Poresae  t^mpo,  e  pelo  mesmo  motivo,  íorara  penliorados  a 
Josó  Corrêa  Xiraenes  mu  eiígeabo  em  Ira  já  e  a  João  Corroa 
Ximenos  sua  fazenda  na  fregíiezia  do  S.  João  de  Mirily.  Joáo 
Ximenetí  foi  rico  proprietário  na  cidade,  exoi^coii  cargos  de  im- 
portaucia,  inclusivo  na  Misericórdia,  de  cuja  lista  de  irmãos 
foi  iiolenoeraonte  ri^ciído  por  ser  judeu  I 

fim  agradável  palestra  com  o  Sr,  Dr.  Miguel  Rangel, 
ílliifitre  engenheiro,  disse-me  elle.  ha  annos,  ijue  a  fazenda 
Vicente  Carvalha,  arrematada  era  praça  por  seu!^  avoengos,  per- 
tencera a  um  christâo  novo,  de  nomo  Lucas  da  SIIva. 

Como  6  8;ibido,  díi  vistv  zona  cirnstituida  pela  primitiva 
freguozia  do  Irajá  foram  desmembradas  terras  q\i*ò  constituíram 
as  parochiua  do  N.  Senhora  do  Dosterro  do  Campo  Grande, 
Nossa  Senhora  do  Loreto  do  Jacarí^paguá,  S<  Salvador  de  Gua- 
mtiba  e  S.  Thlago  de  Inhaúma. 

Esse  assumpto  foi  bem  tratado  pur  Monsenhor  Pizarro,  qno 
em  suas  Memorias  Históricas  entra  em  líiiDUcias,  que  não 
podem  ser  aqui  reproduz id^is. 

Não  me  foi  po-siveL  por  ora.  no  Archivo  Publico  aotiar  a 
relação  das  onírenhos  de  que  foi  formada  a  Fnjguozta  de 
S,  JoàodôMirUy*  Talvez  na  camará  ecclcaiastioa  f?)  seja  en- 
contrado documento  explicativo  dos  tiraitea  dessa  parucliia. 
Segundo  Cortines  Iaxo,  a  freguezia  teve  por  sode  pequooa  ca- 
polla  sob  a  invoíiação  de  S,  João  Baptista,  efiifi'íada  pelos  mo- 
radores de  Trnyrapnngt,  Arruinada  a  ermida,  sorviu  intorin:i- 
mente  de  maT,r»z  a  capella  do  Nossa  Senhora  da  Cooceíçâo,  sita 
no  Porto  e  edificada,  antes  de  170S,  pelo  jà  citado  .loao  Corrêa 
Ximenos.  Mais  tarde,  fui  concluida  a  nova  matriz,  em  iogar 
próximo  ao  rio  Miríty. 

S,  João,  Piedade  de  Igoassú,  Santo  António  de  Jaootinga, 


*     onsta 
•   :...  seus 

.riAucia 

•-    ie  la- 

:.:no, 

>.?     iVl- 

->  .  \i:'  í» 
■     '^W'0, 

^^Mr  do 

'».  para 
..ilo  do 
M.muol 

.    P:- 


LIMITES 


ss 


No  mencionado  documento  encontram-se  minuciosas  Doticlae 
sobre  estabeleci  mo  atoa  ruraesdo  menor  importância,  producçáo» 
exportação  de  ^eoeros*  numero  de  embarcaçí^ea,  eacravos,  etc' 

Agora,  que  rapidamente  tenbo  dado  noticia  aubre  aa  anti- 
guidades de  Irajá  e  São  João  de  Mirity,  deveria  passar  a  referir 
o  que  dizem  historiadores  e  geographoi,  acerca  do  limite  em 
questão,  e  anatysar  as  cartas  topograpliicíis,  erradas  em  sua 
grande  maioria.  E*  do  que  tratarei  em  seguida. 


11 


Em  ligeira  reaenba,  apresentarei  o  que  se  pôde  encontrar 
em  trabalhos  publicados»  com  referencia  ao  assumpto  em  es- 
tudo e  dos  quaes  se  dovam  tirar  subaidios  sobra  a  que«tâo  de 
limites. 

Dos  muitos  escriptores,  quo*  mais  ou  monos  detalhadamente» 
se  occuparam  do  Rio  do  Janeiro,  nada  adeantnm:  Gabriel 
Soares,  Simão  da  Va^concellos.  Jaboatâo,  Santa  Maria,  Duarte 
Nunes,  Rocha  Pitta,  Sf»uthoy,  Varntiagen.  Fpeycinet,  Norberto, 
Cortines  Laxo,  Gonçalves  dos  Santos,  Abreu  Lima,  Pompeu, 
Moreira  de  Azevedo,  ÍL  Lobo,  Ferreira  da  Rosa,  Mello  Moraes, 
Fausto  dô  Souza,  Feli^t  Ferreira,  Augusto  de  Carvalho,  P.  de 
Abreu,  Piro8  de  Almeidíi,  Azevedo  Pimentel,  etc. 

Não  mo  lembro  ai,  em  sua  apreciável  monographia  Historia 
da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro,  u  Sr.  Dr*  Felishôllo  Froirc  des- 
creveu 03  liraif-e,^  das  diversas  parocbiis  do  Distrícno  Federal  e 
os  deste  com  o  Estado  do  Rio,  Não  ô  do  admirar,  não  o  fizesse  ; 
}x>rquanto,  ainda  em  1845,  a  l>lu^trissima  Camará,  em  oficio 
dirigido  ao  Ministro  do  Impor io  (dtjcumento  do  Archivo  Pu- 
blico), declarava  ignorar  minúcias  sobre  o  assumpto,  em  ordem 
a  satisfazer  ás  informações  da  Capitania  do  Porto. 

Sm  diversos  trechos  do  aua«  M&morias  Históricas,  assim  Fe 
exprimio  monsenhor  Pizarro,  rallando  da  freguesia  én  Irajá. 
fpag.  IO,  voK  ;í*')  :  €  Limita-se  ao  norto,  com  a  fr^guezia  do 
Sp  João  de  Mi  ri  ti,  em  pouco  mais  de  uma  e  meia  léguas,  ua 
ponte  ão  rio  Miriti,  próximo  ao  mar,  otc.» 

Tragando  ainda  (  pag.l3  )  os  limites  desta  ultima  parocbia, 
disse  ;  em  distancia  de  í  1/2  léguas  se  divide,  ao  norte,  da 
freguezia  de  Santo  António  de  -lacutinga  polo  Rio  Serapnby  ; 
longe  uma  légua  ftca-lhe  o  mar  ao  nascente;  em  1  1/4  de  légua, 
ao  sul,  termina  com  a  F.  da  Apresentação  de  Irajá  pelo  rio 
Payuna  : 

Descrevendo  mais  adiante  (  pag.  17  ),  este  rio,  accrescenta  i 
€  O  rio  Pavdxa*  qno  divide  esta  freguezia  (  S,  João  )  da  de 
Irajíl,  pulo  sul,  não  se  origina  immediatamento  do  serra  alguma, 
raas  de  charcos  o  várzeas  alagadiços,  situados  entre  as  la/endas 
do  Retiro  e  de  Jerixinó,  visinhas  ambas  á  serra...  dahi  {  mais 
acima  da  ponta  por  onde  se  passa  ao  território  de  IrajA,,. 
Desde  a  aiia  origem,  á  ponte,  tem  o  oome  de  Pa v una  :  o  desse 


J 


56 


RHVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


logar  por  diante,  chamasse  Rio  de  S.   João,  pela  Ti8in!iaDça« 
em  que  corre»  da  Matriz  e  eotra  bo  de  Miriti.» 

Com  a  opiQíâo  do  douto  ecelesia&tico  cijncorda  MilJJot  de 
Saint-AdoJpho .  Em  aeii  Diccionario  Geofjraphico,  traduzido  o  ao- 
notado  pelo  Dr,  Caetano  Lopcís  de  Moura,  tomo  2<*  (  pag,  206  ) 
enconira-se  o  seguinte:  c  Payuna  —  lUbmro  da  P/oYinci.i  do 
Rio  de  Jaooiro  ^  Nasce  nas  serraa  do  Bartgil  e  Jerexinó; 
separa  por  uma  parte  o  termo  da  Froguezia  de  Miritl  do  de  Irajá 
e  vai  se  juntar  corn  o  ri>  Mirlti,  o  qual  com  este  tributo  dá, 
navegação  duas  léguas  abaixo  da  povoação  de  seu  d  o  me.  Ha  sobre 
o  Pavuna  uma  ponte,  que  dá  serventia  &  estrada  do  [lio  de 
Janeiro  para  a  Província  de  Minas  Geraea,  Haverá  dez  annoe, 
que  80  começou  nbrir  um  canal  entro  o  rio  Ouandú  e  o  Paruna, 
para,  por  alio  conduzírera  as  fazendas  em  direitura  até  o  Rio  de 
Janeiro,  sem  ser  mistor  ir  por  mar  ;  mas  este  trabalho,  foi  in- 
terrompido em  1841 ,  e  nio  iabomos  que  se  tenh  i  continuado  — 
Freguezia  de  Miriii  —  i  limitada  ao  sul  pelos  rios  Pavuna  e 
Miriti^  que  extremana  o  8ou  termo  do  da   Freguezia  de  Irajá 

O  inolvidável  autor  da  Chnrographia  Bruiiiica  —  o  Padre 
Ayres  deCazal,  escreveu:  tUm  quarto  do  légua  ao  norte  do 
precedente  (kaj^)  sahe  o  rio  Mirlty,  forma-lo  pelo  rio  inM- 
muahy.  que  vem  da  Serra  do  Bangu  e  Pavitna^  que  se  lhe  une 
pela  ( ííquerda  duas  lejíuas  e  meia  longe  do  mar,  atravessa 
um  terreno  em  grande  parte  alagadiço  e  sá  navegável  por 
espaço  de  3  milhas,  em  linha  recta,  até  o  porto  de  seu  nome, 
onde  se  carregam  caixas  de  assucar  e  viveres,  prodocções  daa 
fregueziasdo  S.  Joào  a  Xos^ta  Senhora  da  Apresentação,» 

Em  aeut  Annaes  do  Itio  de  Janeiro  —  o  mui  conhecido 
Dr*  Balihasar  da  Silva  Lisboa  reproduz,  ipsU  verbis^  a  raateria 
do  um  seu  ofllcio  dirigido  a  Martmho  de  Mello  e  Castro  em  l  do 
janeiro  de  1788.  Este  documento,  pertencente  ao  archivo  do 
Instituto  Hi8tí3rico,  foi  dado  á  imprensa,  na  l*  Parte  do  Tomo 
é5  desta  Revista. 

Com  aqtxoUe  documento  muito  se  pai*ece  ura  outro  —  o  Hiú 
de  Janeiro  e  Seu  Termo  ~~  manuscHpto  coordenado  nos  fins  do 
sôculo  XVIll,  offerecido  por  P.  A.  do  Varntiageii  e  impresso 
na  Revista  do  JnstiUdo,  tomo  Hg,  Parte  !.•  Referindo  o  que 
narra  este  ultimo,  disponha  mo*  nos  de  referir  a  opinião  de 
Lisboa:  cAdeante,  caminho  de  Nornuosto,  distancia  de  um  quarto 
de  légua  sobre  o  rio  Mirity  nasce  na  serra  do  Bangú,  ràieya 
muita  terra  o  por  ser  toda  muito  baixa,  esprayão  se  por  ela 
suas  agoas,  razão  de  pouco  fundo  para  navegação,  que  £ó  per- 
mitte  de  roeya  legoa  Linha  recta,  que  tudo  assim  se  ha  de 
entender  sondo  a  navegação  dos  Rios  muyto  mais  crescida  em 
razào  dos  giros  de  suas  correntes,  o  muito  deâeultava  sua  me- 
dida* Hô  o  porto  deste  Rio  de  seu  mesmo  nome  frequentado 
pelos  moradores  de  tros  frcguezias  e  viajantes  de  Minas  peio 
caminho  nox^o,  > 

Cumpre  não  esquecer  que  tudo  o  nue  vae  referido  é  o  resul- 
tado de  inspiração  bebida  nos  Annaes  ao  Rio  de  Janeiro^  memoria 


LIMITES 


57 


cxistonte  na  Bibliotheca  Nacional  e  só  em  parte  impressa  pelo 
Dr.  Mello  Moraes,  no  Brosú  Etstorico,  Não  se  sabe,  oora 
certeza,  quem  F^ja  o  autor  anonymo  dessa  obra  c|ue  B.  Lisboa 
seguiu,  pari  passu^  om  sen  imbalhu,  emn  o  mesmo  titulo,  Rni 
tempo  chamei  a  attançào  do  Sr,  Ur.  Folisbello  Freire  para  easa 
íin guiar  coincidência,  {  1  ) 

Baaiiio  Quaresma  Torreeão,  em  sua  GcograpMa  Unimrsal, 
impressa  em  Londros  (!8E4)dácomo  limite  entre  m  duas  iro- 
guezias  somente  o  rio  Mirity.  O  mesmo  íicontecocom  o  Dr-  J, 
M.  do  Macedo  e  Moreira  Pinijem  siváB  Cfíorogniphias  di  Brasil, 
M.  Piíito.  no  Diccionarío  Gejgrapliico,  ora  partilha  da  opinião 
de  Pizarro,  a  quem  segue*  ora  dirige-se  por  diversos  rumos. 
Kxeiíiplo  —  (Pag.  544)  Miriti,  riu  quo  serve  de  di?isa  entre  o 
Dífitrieio  Federal  o  o  município  de  Iguasaú  ~~  Recebe  entre 
outroa  o  Pavuoa.  —  Comparo-se  isto  com  u  que  refere  esse 
operoso  geographo.  quando  trata  d<*  Estado  do  Rio  e  da  cidade  do 
Kio  de   Janeiro  e   facilmento  ^e   verá  que  não  sou  exaggerado. 

Pondo  de  parte  opiniões  quo  podem  dar  ganlio  do  causa  À 
controvertia,  procurarei  pisar  terreno  mais  firme.  Em  seu 
importanlo  relatório  de  ls73,  o  Dr.  António  Ferreira  Viaona» 
ontáo  Presidente  da  Cami\ra  MunicípaL  fondaodu-se  em  doeu- 
raontos  inéditos  com  a  proôciencia  do  todo-i  couliecida,  travou 
os  limites  daa  varias  parochia^  do  antigo  Município  Neutro. 
Com  relação  á  de  Irajà  assim  se  exprimiu :  «  Esm  freguesia 
lim)ta>06  com  a^j  seguintes,  a  saber  :  Inhaúma  —  da  ponte  da 
estação  de  Ca8<?adura  à  situação  de  Elias  de  Barros,  desta  áa 
Pedras  do  Jurameuto,  a  ganliara  í^errado  D,  Aleiandrina,  o 
desta  ú.  Serra  da  Penha  pc-Io  rio  Escorremão,  que  desemboca 
era  Maria  Angu.  Jacarrpãfptrt  —de  Cascaihira,  onde  principiam 
as  terras  do  linado  Domingos  Lopes,  do  Carapinho  a  Macacos  do 
Souza,  onde  priuclpiam  m  toras  do  commendador  Pinto, 
serras  do  Valquoira,  Cacliaraby,  ('afimdà,  fatunho,  Mivcacos, 
dos  Castilhos  e  Baratas  ao  rio  Piraquara  com  soa  nascente  e 
da  margem  direita  deste  rio  A  fazenda  do  tenente-coronel 
Fetippe,  denominada  Monte  Alegre  (seado  a  esquerda  &  do 
Campo  Grande), > 

<  Do  atonte  Alegre  vae  áa  fazendas  das  Palmeiras,  de 
Nazareth»  Botafogo  e  rio  Pamma,  onde  ditjide  com  a  jYeguézia 
dê  Merity  (que  não  é  do  raunicipio}  abrangendo  Pavuna  todi, 
Tros  Rios,  fazenda  do  Vigário  (ioral,  Saravatáe  dahi  á  Penha, 
onde  fecha  os  limites  cora  Inhaúma,» 

Essa  delimitavíío  es  ti  dtí  perfeito  accordo  cora  os  factos 
feguintoá:  por  edital  de  Irí  do  julho  do  18'*7  a  lllustrissima 
Caraara  dívuliu  a  flreguezia  du  Iraj.!  om  dois  districtos  do  Pai, 
do  conformidade  com  o  Código  de  Prucesso,  sendo  a  divisa  —  da 
ponte  Pa^una  pL'la  o?!trada  do  mesmo  nome  ao  Areal  até  o 
logar  do  Sapé  e  dahi   pela  de  Queimados,  dividindo  com  as 


( 1 )  Capi«tratio  do  Alireu  pensa  quo  ambos  os  tmbiilhos  tio  da 
Uvra  d«  Baltbaz^r  Lisboa. 


58 


RKVlSíTA  DO  INSTITUTO  HISTORIOD 


terria  da  Qktenda  àh  fio»  Ksporaiica.  Sapopeaite  e  Fonónbft» 
ftlmTiManda  a  etUiida  QerUde  s&nu  Cnu^  wegvàmia  ss  diTisas 
dii  lerroi  do  Yal^uelrm  o  liionooa  a  ooniliHir  «on  «  IhsgwM 
do  JAoardMTuA» 

O  1*  (listrtGto  coaitgtlHMldttla :  o  arrai&l  da  Ufatrlt.  Barto 
Veilhu,   Penh  V,  ViconW  OàrvmllM,  AT&ú 
oatiiionlo.  Kuniit^ha,  Mai^iaoMí  d<i  8Mua,  OMipinto  e  J 
^  O    ^\    ltiitofo.íiK  \ai(ti«a,    AdTailâOS,    EagJBQte  NoY»»  S^p»- 

pottiba,  Nfítonot^H  i)o  CAsUllia9«  Oalonko  e  VilQiiiiin. 

Kiu  viituilo  i\\>  fctimxçftiu»  «iM  tfo  Tim  lo  a»i»  o  por 
tin\i\  ilii  ivvuiria  da  UliilBtorlo  dâ  teiticai.  «  OuBura,  mi 
CKtil.nl  iit^  H  do  ifogto  d«  It^,  roTWOtt  a  snVdiria&a.  KaUmI* 
rotMito  tvaa  forMH  atlsmilud  m  ^ntoÁUrm  Umútm  éo  nato 
dUirioio  tld  Pai.  qiM  eooiyréMoa  laia  a  pax^a^ia  ás  Iv^à» 
limiU^  ira^^o»  am  1HS9,  aula  m  n 
aaram  raiBaUaiíoa.  Daqai  aoikitaéa 
a  aiMHVisada  pormi^te  aara»  aai  metam 
ai  ívnliiai  aalaa  da  UlasIriBíaa  Cai 
itun  MttbíaaMalai  —  iiaaado  te«a  psi^aa  «aa  pcaika  «  dite 
mluac^iiâ  do  AH^  ÂMtHm ai  (1  íf^wT ftaan  ««aalaMaOBaHr 
liim  utMva*  prituiUTaa  aalaa  nilpiiaii  4a  Maaie^ía  lia«lsaw  % 
marfim  dir^lia  da  P^vuaa  M  laslaia  m  £▼!«  ifiai  «asro 
ttiaa  oircuuMiertKdà  a  a  aoTm  pm^rfaola  d#  ttb  da  J^aaira. 

^       -  "^ioà«wlraUllM.9aWcaia  on  I9f)a  p^Sr.  r. 

A.  oaha  :^Mitoa,  aomÉnu 

lataãéBfliaia  Mimietpal  aaemaM :  «  Pémm  (pag.  «1)  (pvi«ttA4 
-  rrif.  da  Irajà.  ^  dfcnwrtpBÍa  aatintiM  ;  AfatTda 
Frt^r  3a  Iiali,  14^  preteria,  paitiaaa  ap  tâ^dbar,  ém  íihjiiHwi 
mutiicipaia.  Uaiito  da  DÉaUiitái  Federal  aaa  a  IMada  ^  Bte 
do  Jaocíiro.  Paria  da  poote  Hgs 
Rio  da  Jaoeifo»*  Kal»  tàtMa,  aanc 
aoodrdo  oom  deeiaoes  do  GoTarao  Geral, 
paloa  praaideotea  da  antiga  Piwiuaia  te  Rio* 

Federal  do  Bifado  do  Rio.  Mo  mrk  praúo  aemmatar  Ím 

'''í®!'^!!.**^**  *••/  ^  ^^  <Fíg.  »!>.  íft^.  da^  Undia 
aa IMam  o  leniio  da  M^S7^ 

mi  a  fivf.  de  OampoOraade,  petoa  ríoa  Maritr  e  ParaBa  ».ala* 

Sa  aaaa  ea^  ama  diw  rtoa,  o  Sr- Nofwitt.  e« 

NaaaraUi.  Paviuim,  OaaeMarate.,aa  ouea^caaa 
foram  aempra  a^ftagiMaa  de  to JL 
Ko  AljDBttk  de  Laeauibert  de  1901.  pSlieacio  djna  da 
^peia  soUioeíQaidada  de  «dai  ialiainiiaooea.  com  leib» 
rNc^mltmlieailalrmíitM.  3Dl)leio:  ^Ao  aorta,  e  Brtada 
doR^daqneé  aepando  ptí^  hom  M^Hi,  «  pJ!^  eaaTdaik 
Í?Í^.]?!!I2^  ^*'"*®  daooiaiBaio  T^ea  Rioe  oa  Tr«8  Barraa, 
^  I^  ^^ '  i?*^"*?****  ^  **™*«  do  Disiríeto  F^danO» 
gSf-Z^^L^^  wi.aOa^oo  AtlaatiTO;  a  i6Kie.  a  Babia  do 
na  «a  naeira  ;  ao  norte,  o  IMado  do  Rb  da  iawivo,  aarraida 


LIMITES 


59 


a  Unha  divisória,  reconhecida  por  tradição  polo  rio  Merity  desdo 
a  sua  foz  até  a  confluem  ia  do  Pavuna,  —  por  este  rio  Pavuna  até 
smis  cabeceiras  e  tia lú  poios  limites  das  fazendas  do  Rtítiro  e 
Quaodi^  do  Sema  c  m  a  fazenda,  antigo  Morgado  do  MarapicTi.ii 

Lembrai  ci  ainda  a  lei  a.  947  de  29  de  dezembro  de  1902, 
&  qual  deiermiDou  os  iin[iitõs  das  circurnsoripções  policiaeí»  do 
Districto  Federal. 

Nãu  pudendu  copíal*a  por  ser  bastante  extensa,  apenas 
iiot;a"ei  que  todaa  as  localidades  coraprebendidas  entro  os  dois 
rios  PavQDa  e  MereCy,  taes  como  Botafogo,  N  iZíiretli,  Coaceição, 
Boa  Esperança.  Pa  runa,  sendo  esta  ultima.  Paxyuna,  assigím- 
lada  como  limite  com  o  Estado  do  Rio,  ficavam  comprehendidos 
Dã  nova  6""  circumscripção  suburbana  (Irajá  e  parte  de  Campo 
Graode). 

Antes  do  entrar  nu  estudo  propriamente  do  litigio»  pro- 
curarei, tendo  á  vista  os  mappas  o  cartas  topograpbicas  anti- 
gas e  modernas,  ver  si  consigo  mostrar  a  veracidade  dai*  opi- 
niões dos  que  sustentam  ser  o  riu  Favuna  limito  incoaíeatavel 
entre  o  Districto  Federal  e  o  Estado  do  Rio  do  Janeiro. 

111 

Farto  e  importante  é  o  cabedal  do  mappas  geographicos, 
chorograpbicos  e  topograpfiicos»  com  referencia  ao  nosso  vasto 
paiz.  Dessa  verdade  dão  testemunho  r  os  catai ugos  da  Exposição 
de  Historia  ô  Geotpyfphia  (1S81),  o  da  Exposiçõo  de  Geotjraphia 
Sul- Americana  (1*889),  oa  da  Bibiiotheca  Nacional»  Instituto 
Histórico,  da  Sociedade  de  Qeographia»  Ârcbivo  Publico  e  Dire- 
ctora Geral  de  Engenharia^  ele. 

Desta  copiosa  collyciauea,  porém,  cumpre  dizer,  pouco  se 
podo  aproveitar  para  definitiva  solução  do  litigiu»  em  astuilo. 

Os  mappas  geraes  do  Brazii,  desde  o  oi'ganisado  em  1789 
por  uma  commissâo  de  astrónomos  e  engenlioiros  até  os  mais 
raodernua,  incluindo  os  do  Nioraeyer,  Xavior  de  Brito,  Pontes 
Ribeiro,  Bi/llegardOt  Beauropaiie  Ruhan  o  tantos  outros,  cão 
referem  minúcias  sobre  limitns  de  raunieipios  e  parocbias. 

Dos  parciaes  com  rélaçào  á  cídado  do  Rio  do  Janeiro  e  ao 
antií<o  Município  Neutro  ;  uns  áò  descreveram  a  zona  urbana; 
outros  esta  e  parto  limitada  dos  suburbioss.  Dos  que  traçaram 
limitfei  da  ^  varias  frcguoztas^  abrangendo  espaço  maior  :  estes 
mencionam  o  Mirity  como  limir^e  entro  a  freguezia  do  Irajá  e  a 
município  de  Iguassil;  afiuellos  apontam  também  o  Pavuna 
como  lieha  divisória  entre  o  Districto  Federal  e  o  Estado  do  Rio. 
Desse  modo  os  litigantes  podem  encontrar  argumento  em  seu 
favor  e  contra  o  antagonista. 

Dessa  incerteza,  que,  hoje,  pôde  e  deve  ser  annuUada  pelos 
importantes  trabalhos  da  Planta  Cadastral,  dá  sufUdente  expli- 
cação o  disiiocto  engenheiro  José  Manool  da  Silva,  no  s^íu  lida- 
tório  final  da  secção  de  triangulação  do  Município  da  Cúrtt%  apre- 
sentado, ©ra  1878»  ao  Cunselbeiro  Beauropaire  liohau,  prí^sidento 
da  Carta  Geral  do  Império.  Como  é  cabido,  os  trabalhos  da 


I 


60 


BE  VIST  A  DO   INÍ5T1TUT0   HISTÓRICO 


secção  haviam  sido  saspeoaos  por  ordem  do  governo,  em  conse- 
quência do  máo  pstado  das  finanças. 

Desejando,  em  fins  ãe  1>>T5,  a  scgniida  directoria  doa  Negó- 
cios do  Império  conhecer  as  grandezas  das  áreas  de  cada  uma 
das  freguesias  do  Município  da  Corte  ;  não  pjdendot  porém, 
deslindar  os  Umifes  > feitas,  remetteu  todo  e-ise  trabalho  i  com- 
mifcão  da  Carta  Geral  do  Império,  da  qual  era  cheio  da  aecçio 
de  triangula^  do  dito  mimieipio,  o  sopra  mencionado  Dr. 
Silva, 

<  Depois,  refere  olío,  de  hayerraoâ  examinado  es  papeia  re- 
lativos aos  limites  das  ditas  freguezias,  que  foram  postos  á  nos- 
sa disposição  pela  dita  dirt^toria,  procuramos  discriminar  o 
território  de  cada  uma  dolltis,  afim  de  calcular  a  área  d'aqtiel- 
las,  cujas  plantas  topograpliicaa  já  se  achavam  pôrfoitameute 
levantadas  e  dar  nni  valor  approximado  ás  das  que  houvessem 
alguns  da  los  no  nosso  arehivo.  Mas  a  falta  de  indicações  nesses 
documentos  eram  taos  que  logo  vimos  serem  rauito  deflciontas 
o  qutí  pouco  nos  orieiHariam  Recjrremos.  então,  ao  arehivo  da 
municipalidade,  mas  ahi  nada  exisua  a  essd  respeito.» 

Liactando  o  emérito  ongenlteiro  comas  maiores  diíllcn Idades, 
chegou  a  concluir  que  <  nenhuma  das  ft'egu3zins  tem  limites  per- 
feitamente definidor,  podendj  se  afflrmar  qtfe  para  todas  ellas  as 
divisões  são  indeterminadas,  senào  eni  todos  os  pontfts,  liO  me- 
nos em  alguns.  »  Nâo  s6  este,  mas  todos  os  outros  trabalhos 
executadas  pola  secção  (fe  iriangidagão  podem  ser  consultados 
pelas  duas  p;  ir  tos  eontrari;js. 

Não  tenho  tempo  nem  competência  para  analysal-os  ;  mas 
somente,  indicarei*  aqui,  nestas  simples  notas,  a  discordân- 
cia, notada  em  diversos  mappns  docuchecimeoto  vulgar. 

Em  18f58  foi  dado  á  ostirapa  o  importante  Atlas  do  império 
do  Brasil,  organisado  pelo  il lustre  Cândido  Mendes  de  Almeida, 
operoso  e  infatigável  cuUor  das  sc^onciMS  o  das  letras. 

A  carta  u.  J5  desse  notável  trabalho  ô  consagrada  ao  an- 
tigo Município  Neutro. 

O  il lustre  ;,'õographo,  limitando  o  hoje  Districto  Federal,  faz 
passar  a  linha  divisória  ontre  e^te  e  a  antiga  Província  do  Rio 
de  Janeiro  sò  pelo  rio  Mirity  desde  a  foz  até  as  nascentes.  Desse 
modo,  fazen  las,  que  sempre  pertenceram  &  parochia  do  Irajá, 
figuram  como  fazendo  parte  do  município  de  Iguassú  ou  antes 
da  freguexia  de  S.  JoSo  de  Mirity. 

Citando  nos  preliminares  (pag.  18)  o  material  e  outros 
auxilies  consultados  e  aproveitados,  confessa  o  consciencioso  au- 
tor o  íseguinte  :  €  como  se  terá  risio,  escassos  foram  os  auj^Hios 
que  tivemos  joítrt  o  mappa  deste  lerriloriot  que  podia  conter  ou* 
tros  detfil/its  ;  mas  infelizmente  ha  ãobre  o  assumpto  deficiência 
de  dados  tapographicos ^  O  que  existe  não  tem  grande  importância 
e  pouca  confiança  itíspira,  » 

E  isto  é  mais  curioso  i  na  li^^ta  de  obras  impressas,  cônsul* 
tadaa,  oiia  aa  Memorias  Históricas  de  Munsenhor  Pizarro,  o 
qual,  como  já  mostrei,  admitte  também  o  Parunacomo  divisão 
entre  írajá  e  Mirity. 


LIMITES 


61 


De  egnal  valor  appai^ecen,  em  iBí^2«  o  recommeodavel  Atlas 
do  Brasil,  coQfeccioiíado  pelo  Sp.  Barão  Homâm  de  Mello, 
poderosamente  aiuiliado  poios  Srs.  Lomeliao  de  Carvalho  o 
engonheiro  Pimenta  Baenoi  próceres  na  matéria.  No  mappa  con- 
sagFãdo  ao  noado  Município  Neutro  lâ  vem  traçado  somente  o 
Mirity  como  limite  era  quentão, 

EDtrtitanto,  o  contrario  está  eiarado  —  na  Carta  Topogra- 
phici  e  Administrativa  da  Província  áo  Rio  do  Janeiro  e  do 
N!uDicipioNentrOi  preparada  secundo  os  nielliores  m a ppas  publi- 
cados até  agora,  apraseotando  pela  primeira  vez  ca  novos  muni- 
cípios iJe  S»  Joào,  Capivary.  Bonito,  Saquarema  e  Estrella,  as 
fregueziaa  que  foram  creadaspula  Aa^embléa  Legislativa,  até 
Sâtembro  de  iHir»,  e  o  canal  (|uasi  acabado  de  Campos  e  Macabé, 
publicação  corri;.'ida  e  coniíideravelmonto  augmenlada  polo  vis- 
conde L  Villíei^sdo  L'lsle  Adam,  otc. 

No  exemplar  cotorido  qno  examinei,  Isle  Adam,  seguindo 
talvez  as  indicações  de  Milliet  do  Saint  Adoíphe,  adopta  ã  mar- 
gera  direita  do  Pavuna,  antes  de  desembocar  no  Mirity,  como 
Unha  divisória  enti'e  o  Mtinicipio  Neutro  o  a  Provi ucia  do  Rio. 

Em  sua  Chorographia  do  Brasil,  obra  d<38tinada  ao  ensino  e 
a  qual  ja  tem  tido  diversas  edigõefl,  Moreira  Pinto  dedica 
tarabem  um  m&ppa  ao  Districtó  Fôdoi*aL  Dá  o  Mirity  como 
único  limite.  Está  era  cootradicçao  com  o  que  escreveu  no  im- 
portante Diccionario,  NestOi  ora  acompaufia  Cândido  Mendes, 
ora  cita  Pizarro,  e,  o  que  6  mais»  transorevo  tudo  o  treclio  do 
relatório  do  Dr.  Ferw^ira  Vianna  com  relaçãu  aos  limitíja  de 
Irijá*  Como  já,  mostrei,  o  antigo  e  í  Uns  Lr  e  presid<^n  te  cJa  Ca- 
mará MunicipaU  na  zona  do  ^lutiicipio  Neutro  incluiu  a  Pavuna 
toda*  bom  como  Naziireth,  Botafogo,  etc. 

Pendente  das  parede:*  dl  esLabclecimoiitos  públicos  e  parti- 
culares vè-3e  o  mui  conhecido  Mappa  do  Mimkipio  Neutro, 
organisado  por  E,  de  Maschek  e  gravado,  em  Leipzig,  por 
Giesecko  e  Devrient  —  Editoros  proprietários  —  Laenamert 
&  Comp. 

Esta  carta  mural  apresenta  como  limito  somente  o  ric 
Mirity.  Da  indicação  do  Canal  da  Pavuna,  o  qual  doaso  mtido 
ficaria  pertencendo  á  freguezia  de  S.  João  do  Mirity.  Tudo 
iâso  e^tá,  porém,  era  opposição  cora  o  que  se  encontra  publicado 
nas  d  i  Sb  rentes  edições  artnuas  do  importante  Almandi  doa 
mesmos  Srs.  Laommert  Sc  Comp.»  cujas  referencias  e^^actas 
cittii,  a  propósito  de  Irajá. 

Muitos  e  importante  são  os  mappas  que  exclusi vãmente 
tratam  da  antíj^a  Provincia  do  Rio,  organisadoa  pelus  nossos 
mais  notáveis  engenheiros,  (ital-os  seria  along^ir  oa  liraitos 
destes  di3apreten ciosos  apontamentos.  Da  leitura  dos  relatórios 
apresontadod  por  esses  illustres  brazi lo iroSi  encarregados  pelo 
governo  provincial  do  estudar  os  municípios  da  circumscripção, 
creada  pelo  Acto  Addicional,  Eenlium  levou  sua  actividade 
{por parte  da  Prõiincia)  fiquem  do  rio  Pavuna. 

Pela  lei  d©  19  do  dezembro  de  183  i  foi  a  Provincia  dividida 
em  quatro  secções  sob  a  chefia  do  João  Paulo  dos  Santos  Barreto 


a 


REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


oontnsfuai  »  Gooradõ  Niemeyer,  Carl(^  Riviére,  Jalío  Frede- 
f|(H>KMor  õ  Ueoflque  Luii  Nlemeyior  Belle^rde.  Seus  miau- 
«lo  OH  Tt\il\Uho«  sobre  obim<  pablicas  e  melhoramentos  matoriae^ 
M  tti  viu  O: mo  fviíp<»a«08  nosrolatorios  dos  primeiroa  presidentes 
t;  unais  tarde  Viscoode  de  Itaborahy)  e  P&ulino 

s    i  u  uU   ViJSKX>nde  de  Umguay)    e  servem    de 

Mui»  algvtia  stiMdias  d&rei  oom  relação  ao  asatimptor  o 
inir«o  doerioi  F«vuúu  e  Mirity  mtio  bem  asaigaaladosi  na  carta 
i\x  lUuitaQia  do  Rio  de  Janeiro  (pertencente  Á  Bíblíotbeca 
NaetoiuiU  letanUda  por  Domingos  âipaoi,  dbtincto  astrónomo 

filUttIi  •OTlaJo  em  nWao  BoraziU  por  D.  João  Y.  Esta  carta 
l  oflbfMlda  polo  autor  áquellomonarchA. 

VI  tambeni  carta  i>pog'raphiea  da  capitania  do  Rio  de 
Jaaetv  iuo  se  mostni  u«  limitea  desta  oom  as  capitanias  de 

8^  p  1 18,  õic,^  o  as  dtTl96es  particulares  dos  termos  das 

otdftdi>9u  >iii«^.  LN&rtoaoe  i  BiMiottieca  Nacional  (som  nome  de 
ãutor  nem  dala).  Na  (>urU  topograpbica  da  capitania  do  Rio  de 
Íanoli*o,  Í^IU  por  ordoo)  do  rloo-rei  do  Estado  emoaanode  1767. 
Maiiool  Vltlra  do  LaKo,  Sarmnto-Mdr  e  Governador  da  Furta- 
Irí  i  ^i.^  ("A-iítiiHo  ão  Sã  »  SeKasuio  da  cidade  do  Rio  de  Janeiro^  a 
,  rlf^nal  manuscripto  desse  Importanio 

,  uardado  no  archiTodo  fuiítituto  His- 

lorlóL»  V  iitHígí  .*iro. 

Si  neste  >.  _  nAo  estJío  traçados  os  limites  das 

fipegue/Jas»  vô  so  m4iv;iaa  a  posição  dos  engonhos,  a  qual 
coincido  oom  a  relação  dada  mais  tarde  pelo  Marquez  de  La- 
vradto  a  seu  suooeesor, 

Ondo»  tKU*t^m.  notei  melhor  o  curso  dos  dois  rios»  com  todas 
as  flextiosimuies.  flit  na  Cl^pia  tirada  em  1854  pelo  tenente  Limpo 
—  da  Carta  Tor>ograpbica  do  tarreno  comprohendido  entre  a 
barra  do  rio  Miriíy,  na  lialua  do  Kio  de  Janeiro  e  o  rio  Guandu 
no  Campo  do  Engonho  de  Bel^m»  oom  o  nivelamento  nGcessario 
para  se  ajuizar  da  possibilidade  du  construir  um  canal  de  nave- 
ga^, alimentado  foni  a  agua  do  referido  rio  Guandu,  entre 
aquelle  mesmo  rio  e  o  do  Mirlty,  em  porto  de  mB,rC\  cujo  des- 
envolvimento andanor  sete  Idguas.  A  referida  carta  foi  leran* 
tãda  pelos  offlciaes  ao  enfenbeiixjs  Francisco  Cordeiro  da  Silva, 
Franotgtao  .la»t^  do  Sousa  Soares  de  Andréa,  António  João  Rangel 
do  Vasconoelloíí»  Pt^drode  Aioantara  Hellegarde  e  Aloysio  Carlos 
^Vel'theim -*  Por  ordi»m  do  S.  M.  o  Imperador  pelo  Tribunal 
da  Junta  do  Commortilu.— Esta  cópia  pertence  ao  arobivo  do 
Instituto  Histórico  o  faz  parte  da  colleoçio  de  mappas  doados 
pelo  Impeniílor  1).  Pedro  11. 

Neaae  raro  documonto  OíítUo  perfeitamente  determinadas  as 
posições  dos  antigos  engonhús  do  Vabla.  Vassoura,  Covanca,  Bar- 
bosii,  Pavuna,  8.  Matbeus,  Carrap«to«  Brejo»  sítios  além  da  mar- 
gem í  squerda  do  rio  Pavuna  c  pertencentes  todos  á  freguesia  de 
S»  Joàu  e  oa  do  Nazareth,  Botafogo,  Máximo  o  José  Luiz  da  Motta, 
avô  do  Conde  de  Motta  Maia,  situados  áqucm  da  margem  direita 
do  mesmo  rio  Pavuna  o  flizendo  parte   da  freguezia  de  IrajÀ. 


LIMITES 


68 


De  tudo  qusinto  fica  aummari amento  rolatado,  não  devom 
Burprehender  os  litígios,  pendentes  entro  og  Estados  do  Rio  dô 
Janeiro  6  Minas,  entre  oste  e  o  do  Eipirito  Santo,  Paraná  o 
Santa  Catharina,  Rio  Grande  do  Norte  o  Ceara»  quando  a  poucas 
horas  de  distancia  do  centro  da  Republica  não  está  perfeiía* 
mento  determinada  a  linlia  divisória  entre  o  Districto  da 
Capital  e  um  Estado  viaioíio. 

K  si  os  diversos  contendoroA  não  se  satisfazem  com  o  que 
encontram  impresso,  nem  com  trabalhos  fçeograpbicou^ebufícam 
em  documentos  históricos  procurar    a  Tordado— imital-os-ei. 

Todo  o  esforço  consisto  em  saber  procurar. 


IV 

Paravam  ahi  os  meus  últimos  apontamentos  quando  fui 
agradavelmente  aurprohendido  com  uma  carta  do  Sr.  Dr,  Al- 
fredo Américo  de  Sjuza  Rangel,  illustre  chefe  da  com  missão 
da  Carta  Cadastral, 

Dessa,  para  míra^  honrosa  missiva,  tomo  a  liberdade  de 
citar  os  seguintes  trechos  :  *  Em  todos  os  reiatorios  annuaes, 
diz  o  digno  engenheiro  da  Carta  Cadastral,  chamei  sempre  a 
attençâo  do  g-overno  do  Districto  para  a  urgente  necessidade 
de  iiquidar-se  esta  questão  (de  lifiates],  que  muito  desagradável 
se  pôde  tornar  do  um  momento  para  outro. 

Em  princípios  do  atino  passado  fiz  organisar  uma  planta  da 
zona  disputada  e  com  a  maior  satisfação  venho  olTerecer-lhe 
uma  cópia  dossa  planta,  esperando  quo  ella  possa  auiilial-o 
nisso  a  que  tão  patrioticamento  mettou  hombros.  > 

J^te  bello  trabalho  de  engenharia  tora  a  legenda  seguinte: 
—  Planta  Topographica  da  Zona  do  Diátricto  do  Irajá,  indevida- 
mente inckiida  no  Municipio  do  Iguassú,  pelo  decreto  n.  1  de  8 
de  maio  de  1892  —  do  Eatado  do  Rio  de  Jaoeiro  —  Levantada  g 
desenhada  pela  commissão  da  Carta  Cadastral  em  lW:í,  escala 
l:25iJ00  — Conforme  o  original— 10  de  outubro  de  1903.-* 
(Assfgnado)  Amei-ico  HangeL 

Antes  de  mostrar  os  serviços  que  deve  prestar  a  referida 
planta,  cumpre  citar,  aqui,  a  lei  a  que  allude  o  emérito 
Sr*  Dr.  Rangel.  Copiel-a,  ipsis  vcrbis^  na  Hibliotheca  do  Archivo 
Publico,  —  Dá  nova  organisação  municipal  e  districtal  ao 
Estado  do  Rio»  Divide-o  em  41  municipioa.  Sobre  o  de  Iguassil 
reza  o  seguinte ;  «  Formado  do  antigo  município  do  mesmo 
nome  e  mais  a  freguezia  do  Pilar,  desannexada  da  Estrella  com 
as  ilhas  adjacentes,—  Sede  *-  Cidade  de  Maxambornba  —  Limites 
ao  Norte,  o  Municipio  de  Petrópolis,  pelas  divisas  neste  men- 
cionadas e  Municipio  dê  Vasisouras  pala  Serra  do  Commercio  — 
a  Lóate  —  o  Municrpio  de  Magé  pelas  divisas  neste  descriptas  e 
a  Bailia  do  Guanabara.— Ao  Sul  — o  Município  Federal  peloa 
rios  Meríty,  Maranguá  e  Merinho,  desde  a  bahia  de  Guanabara 
até  a  povoação  do  èeaiengo  inclusive  a  dahi  em  linha  recta  á 
confluência  do  Rio  da  Prata  com  o  Mendanha  e  Híú  Guandu- 


a 


64 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


mirim  ou  Tíogni  até  sua,  foz  ao  Rio  GuaDdú,  Â  Lt^'3tô  o  muni- 
cipio  de  Itag'uahy  pelo  rio  Guandii  e  miiDicípio  de  Vassoeras 
pelos  rios  S.  Pedro  6  SanfAnna  e  respectivos  aMuentes  até  á 
Serra,  etc. 

Felii  inspecção  da  planta,  referida,  Tê-se  que  os  rios  Meirinho 
eMarangita  são  dcnominaçòea  dadas  em  suas  origens  e  conti- 
nuação ão  Miriíy»  antigo  Iiiliiniuíiby,  do  Ayres  dy  Casal ;  que  o 
Pavuoa  desdo  as  nascentes  até  certo  ponto  é  timbem  conhecido 
—  rio  do  Pdo.  Além  de  muitas  outras  e  preciosaa  minudencias 
essa  carta  topograpliica  dá  a  verdadeira  posição  das  fazendas 
de  Botafogo I  Nazareth,  o  loj^ar  —  CanceUa  Preta ^  muito  acima 
do  Pav una,  onde  em  tempo  existiu  uma  barreira  do  Estado  do 
Rio,  a  (jiial  M  supprimídi,  a  direcção  do  canal  da  Pavuna  e  a 
ponte  sobra  o  mesmo  rio,  reputada  como  limito  eutre  Irajá  e 
S,  João  de  Merity. 

Com  relaçáo  a  esta  ponte  encontrei,  por  ora,  o  seguinte:  no 
relatório  apresentado,  em  1847,  pelo  ministro  do  império  J.  Mar- 
cellino  de  Brito,  lô-ae:  «Precisando  de  prompto  reparo  a  ponte 
sobre  o  rio  Pavuna,  foi  autôrisado  o  presidente  da  provincia  do 
Rio  de  Janeiro  a  mandal-o  fazer,  devendo  a  metade  da  despega, 
orçada  em  3:823$00{)  correr  por  conta  dos  cofres  geraes  e  o  res- 
tante ficar  a  cargg  da  presidência;  m$to  servir  de  dimsa^  aqueile 
rio,  entre  a  mesma  provtncia  e  o  municipio  da  Corte.» 

Em  seu  relatório  apresentado,  em  14  do  maiu  de  1840,  o 
ministro  do  império,  Francisco  Ramiro  de  Assis  Coelho,  escre- 
via: tlnformado  o  governo  de  que  a  ponto  sobre  o  rio  Pavima, 
se  achava  arruinada,  empedio  ordetis  á  l^resideocia  da  Província 
do  Rio  de  Janeiro,  atlm  de  mandar  proceder  com  urgência  ao 
concerto  necessário  por  conta  do  Ministcrio  a  meu  cargo.  Fize- 
ram-secom  elTeito  alguns  reparos,  mas  reconhecendo-seque  não 
podem  sor  de  longa  duração,  o  que  convém  construir  no  logar 
uma  ponte  de  pedra  por  ser  a  estrada  muito  freqnentíida»  orde^ 
nou  o  governo,  quo  se  procedesse  ao  levantamento  da  planta  e 
á  formação  do  piano  e  do  orçamento  desta  obra,  para  tudo  Ber 
trazido  a  vossa  consideração  (Camará  dos  Deputados).  Aioda  se 
não  receberam  esses  osclarcciracntos.» 

Accrcsce  mais:  no  relatório  apresentado  á  Assembléa  Pro- 
vincial era  l  de  março  de  1849,  o  então  presidente  do  Rio  do 
Janeiro  o  Dr,  Luiz  Pedreiríi  do  Couto  Ferraz  (mais  tarde  Vis- 
conde do  Hom  Retiro),  referia:  «Ponto  sobre  o  rio  Pavuna.— 
Tendo  abatido  esta  ponte,  na  direcção  da  estrada  da  Corte,  para 
Iguassu  e  havendo  a  proiíidoncia  recorrido  ao  Governo  Geral 
pa^%  mandar  rep&ral-a  tovo  dolle  autorisação,  para  fazel-a  re- 
construir» concorrendo  os  cofres  proviaciaea  com  a  metade  da 
despeia.  Em  virtude  desta  autorisação  foi  o  chefe  do  districto 
incumbido  desse  trabalho,  que  teve  começo  em  maio  do  anno 
passado;  achando-se  a  ponte  com  doÍ9  arcos  sustentados  por  pa- 
redões solidamente  construídos  e  com  a  largura  de  30  palmos 
quasi  prompta  falcaudo  apenas  ultimar  o  aterro  o  o  calça- 
ment:).  Toda  a  daspeza  que  se  tem  feito  tem  sido  paga  pelo 
commeodador   António  Tavares  Guerra,   que   gratuitamente 


LIMITES  65 

administrou  esta  obra  e  que  generosamente  se  offereceu  para 
adiantar  as  quantias  a  ella  precisas.» 

Quando  não  existissem  outras  provas  — o  referido  serve  para 
mostrar  o  direito  que  tem  o  Districto  Federal  á,  margem  direita 
do  Pavuna,  limite  reconhecido  pelos  antigos  poderes  provin- 
ciaes .  Compulsando  o  antigo  livro  das  actas  da  Camará  Munici- 
pal da  Corte,  li  que  os  vereadores  em  sessão  de  5  de  março  de 
1833,  entre  as  diversas  barreiras  estabelecidas,  determinaram  a 
fundação  de  uma  sobre  o  rio  Pavuna.  Essa  prova,  porém,  perde 
de  valor,  porquanto  também  nessa  sessão  os  edis  marcaram 
outras  barreiras  no  Pilar,  Iguassú,  Pinheiro,  Calçada,  Santo 
António  do  Matto,  José  Gonçalves,  etc.  E'  que,  nessa  época,  to- 
dos esses  legares  que  pelo  Aoto  Addicional  foram  depois  per- 
tencer ã  província  do  Rio  estavam  sob  a  jurisdicção  da  Camará 
da  cidade  a  cujo  termo  pertenciam,  conforme  a  legislação  do 
tempo  constituindo  tudo  a  antiga  província  do  Rio  de  Janeiro. 

Quanto  ao  canal  denominado  da  Pavuna,  em  30  de  agosto 
de  1833  a  Camará  providenciava  autorisando  despezas  para 
concertos.  Que  elle  está  situado  em  zona  do  Districto  Federal, 
não  pode  haver  a  menor  duvida,  basta  tão  somente  lembrar  as 
providencias  para  a  desobstrucção,  tomadas  pelos  poderes  mu- 
nicipaes  do  districto,  nos  primeiros  tempos  depois  da  proclama- 
ção da  Republica. Isso  deve  constar  dos  respectivos  boletins, 
relatórios,  etc. 

A  abertura  do  canal  foi  autorisada  pelo  Aviso  de  7  de  ja- 
neiro de  1829,  em  virtude  da  resolução  de  5  de  dezembro  de 
1828,  sobre  consulta  da  Junta  do  Commercio,  Agricultura,  Fa- 
bricas e  Navegação,  Aviso  assignado  pelo  então  ministro  do  Im- 
pério José  Clemente  Pereira.  Para  tal  fim  foi  nomeada  uma 
commissão  de  engenheiros  sob  a  chefia  do  marechal  Francisco 
Cordeiro  da  Silva  Torres  (Visconde  de  Jurumirim).  Delia  fazia 
parte  o  di^stincto  e  operoso  major  António  João  Rangel  de  Vas- 
concellos,  falleeido  mais  tarde  no  posto  de  marechal,  illustre 
filho  da  freguezia  de  Irajà,  na  qual  existo  uma  estrada  com  o 
nome  do  brioso  militar,  em  recordação  dos  bons  serviços  pres- 
tados á  saa  parochia,  ao  manicipio  Neutro  e  ao  Brazil.  O  aviso 
«supra  consta  da  Coliocção  Nabuco,  que  o  copiou  do  Diário  Flu^ 
mtnense. 

Não  tenho  em  mira  escrever  a  historia  desse  canal  que 
tant^us  discussões  levantou  na  imprensa.  A  titulo,  porém,  de 
curiosidade,  citarei  aqui  a  opinião  do  major  Rangel,  quando 
em  carta  de  1  de  julho  de  1833  sobre  dissecamento  dos  pântanos 
de  Irajà,  Mirltí  e  Iguassú,  com  o  fim  de  acabar  com  as  mortí- 
feras epidemias  de  febres  paludosas  que  assolavam  essas  loca- 
lidades. «  Querendo,  porém,  dizia  Rangel,  ir  com  o  mesmo  zelo 
deV.  Ex.,  pelo  bem  estar  dos  compro vincianos  uma  vez  que 
não  pôde  haver  logar  o  esgoto  intentado  e  admittido,  vencidos 
todos  os  costumados  obstáculos  e  as  infsrnaes  intrigas^  que  nunca 
íáitam  para  coisa  alguma  se  acabar  com  perfeição  (como  acon- 
teceu com  o  canal  da  Pavuna),  que  tive  a^sim  mesmo  e  naquella 
época  a  honra  de  primeiramente  traçar  as  primeiras  parallelas 
831—5  Tomo  Lxv III,    p.  i. 


bb  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

para  sua  :ibortam  do  ponto  qui  aotea  commlífo  havia  imaíriíiado  * 
o  brijj^adeirn  Caldeira*»  Eysa  cíirta,  ou  antes  moraí^ila,  que  me- 
receu n**  seio  da  Acadeoiia  áe  MediclQa  os  louvores  do  Ur.  Jubím, 
fui  publicada  A  pag.  157  da  «Kev^ista   Medica   Brasileira»,  ?o- 
lume  4'',  sessão  ao  10  de  marco  de  ^838. 

Devo  ser  elli  Uda  agora  (}U6  entre  tantos  melhoramGEitós se 
trata  da  extincçao  dos  mosquitos  e  por  lito  doa  focos  ouúb  eiies 
so  geram  o  multiplitmm. 

Não  rtoixarei  do  menoronar  a  Faliosa  opiDíão  sobre  o 
litigio  de  limites,  dada  pelo  provecto  eogeubeiro  o  Sr*  Dr. 
Emy^dio  Ri  beiro,  no  Jornal  do  Brasil  do  11HJ4  —  edição  da  tarde. 

O  lestemunh"  do  antigo  erieerro^íado  poio  Dr.  Ruclia  Ftíí- 
goao  (que  foi  chefe  dn  1*  comimsíiâo  do  ievantameato  da  I* 
plaota  cadastral  do  Município  Noutro^ «  de  fincar  qo  terroDo  oa 
marcost  que  dete^raioavam  o«  hmitt»s  da  3^'  íegua  —  é  todo  em 
favor  da  causado  Dijjtricto  FederaL  O  Sr.  Dr.  Ribeiro  traz  para 
a  quês tà o  o  visum  et  repertum,  baseado  não  aó  noa  «studos  proíis- 
fiionaes,  como  lambem  oo  conhecirat^aLo  prévio  d  i  lonaouates- 
tada.  DQde  esí^o  lUustre engenheiro    por  muito  tempo  residiu. 

Fundando-se  oa  opinião  «le  Miiliet  e  Samt  Adolphe,  qau  eu 
já  citei,  ©  Gtn  ar^umentosí  de  bom  quilate,  e  Je  parecer  que  o 
Pavuna  separo  o  termo  de  Mirity  do  de  Irajá  a  vaí  so  juntar 
ao  Mirity,  que  é  limite  apoDos  desde  a  sua  foz  al<3  a  coalluen- 
cia  com  o  Pavuna, 

No  flnal  de  aeu  brilhante  artigo,  o  Sr.  Dr,  Ribeiro  recom- 
menda,  si  houver  ainf.fa  duvida*^,  aos  oncarregalot  da  questão, 
recorrer  aos  cânon  os,  onde  os  inveotarioti  e  escripturas  de 
venda  e  enmpra  poderão  irazer  esclarecimentos* 

Comquanto  &ó  por  saásf^çào  de  bons  desvios,  me  tenlia 
occupado  dtísta  mati^ria,  ouso  garantir  :  com  oa  documi^ntos 
inéditos  existentes  pó^le  faser-se  o  hiétonoo  das  antiga»  f^izen- 
da«  de  Injh, 

Sondo  a  do  N;izaretb  a  mais  approximada  do  rio  Paviina, 
em  pooio  pouco  distante  das  três  hartas,  por  ella  oomoçarei. 


Dos  antigos  ongenhus,  quo  por  ordom  régia,  constituíram 
a  paraehia  do  Irajá,  erecta  ao  mesmo  tempo  que  a  de  Miritjr, 
—  os  porLODConte,^  a  Pedro  de  S<juía  Pereira,  Francisco  Froào, 
Maria  Corroa,  Foliei  .00  Coelho,  Mnuool  de  Paredeii  estavam 
situados  na  zona  ent-re  Oí*  rios  Hirity  e  Pavuna. 

Retalhados  depi>is  esses  terrenos,  os  succe:^»oi^s  e  haidiiiXM 
doâ  primitivos  donos  nunca  deixaram  do  ser  suffrafaaeoi  de 
Nossa  Senhora  da  Apresentação  de  Ira  já. 

Cumpre  lembrar  o  quo  já  memnonei  :  Autonio  o  Francidoo 
Alvart-n^íAf  além  de  outros,  obtivemm  por  seNmaria  (158t>) 
SOBEJOS  entre  a  sorra  de  Oerecioo  e  as  datas,  que  le  Miníy 
Pabuna  e  Serapof  y  iam  par^  Campo  (Jrande  ;  Feliciano  Coelho 
Cam  o  Pedro  de  Souza  Pereira  '*os  Coqueiros  ;  Tbomé  Corrêa 
de  Alvarenga»  tobejoi  entre  Sapopema  e  Mirity,  etc. 


LIMITES  67 

Pela  explicação  do  que  vai  ser  lido  é  bom  saber  :  Fran- 
cisco ^razão,  casado  com  d .  Maria  Barbara,  era  filho  de  An* 
tonio  de  Alvareo^a,  irmão  de  Maria  Corrêa,  mãe  de  Thomé  C. 
de  Alvarenga  e  viuva  de  capitão  Manoel  Corrêa,  Falieceu  eui 
8  de  janeiro  de  1644,  deiíando  por  testamenteiros  o  genro 
Pedro  do  Souza  Pereira,  o  irmão  Duarte  Corrêa  Vasqueanes, 
casado  com  Martha  Borges,  e  ralleeidu  em  2H  de  maio  de  1650, 
e  finalmente  o  filho  Thomô  Corrêa.  Este  ultimo,  casado  eom 
d.  Leonor  Estosa,  morreu,  depoi8  de  ter  sido  por  variai  veses 
governador  do  Rio  de  Janeiro,  em  7  de  setembro  de  1675,  e,  em 
verba  testamentária,  ordenou  frsse  seu  corpo  sepultado  na  en- 
trada da  porta  prmcipal  da  egreja  de  Santa  Casa  de  Miseri- 
córdia, da  qual  fora  por  muitos  annos  provedor. 

Feito  este  pequeno  exórdio  ent.'arei  em  matéria. 

Entre  muitas  latas,  existentes  no  Archivo  Publieo,  ^loontrei 
uma  dentro  da  qual  estão  guardados  antigos  e  preciosos  docu- 
mentos, que  só  por  si,  creio,  dão  g:aDho  de  causa  ao  Dlstrieto 
Federal.  Escriptos  com  letra  diíiicil  de  s  <r  lida  devem,  todavia, 
quanto  antes  ser  copiados  por  ordem  dos  poderes  competentes, 
como  prova  eloquentíssima  que  o  Rio  Pavuna  foi  sempre  o 
limite  natural  da  parochia  de  Irajã  e  por  isâo  é  a  divisa  entre  o 
antigo  Município  Neutro  e  a  Província,  boje  Estado  do  Rio  de 
Janeiro. 

São  uns  autos  tratando  de  medições  de  terras  Julgadas 
por  sentença  e  que  tem  era  seu  favor  a  authentioidade  hiatorica 
e  jurídica. 

Auxiliado  pelo  disUncto  funccionario  do  Archivo,  o  sr. 
Eduardo  Peixoto,  coniegui  declArar  o  que  o  tempo  respeitou  e 
pode  servir  ao  direito  do  Districto  Federal .  Levando  túÍíb  longe 
sua  proverbial  gentileza,  o  emérito  investigpador,  Eduurdo  Pei- 
xoto, fez  um  extracto  desses  documentos  e  m*o  enviou. 

Nem  esse  me^^mo  suinm.irio,  attent  is  as  pequenas  dimensões 
deste  trabalho,  pôde  ^e^  citido  m  totum,  Limitar-mehei  a  in* 
dicar  08  pciacípaes  poatos,  referentes  ao  litigio  •  ãs  oircum* 
stancías  que  podem  esclarecei*  o  assumpto. 

E*  o  primeiro  desses  valiosos  luanuicriptos  —  o  documento 
sem  data,  em  que  Francisco  de  Veras  Nascentes,  por  oabeça 
de  sua  mulher.  D,  Luiza  Bernarda  Ribeiío,  viuva  de  Bento  4e 
Olíveir.i  Braga  e  mais  herdeiros  do  mesmo,  declara  perten- 
cer-lhes  um  «engenho  de  fazer  assuoar  sito  nafrêyuêzia  díe  Irajá^ 
por  invocação  de  N.  Senhurade  Nazareih,  ao  qual  ptfrfafictf  mH 
cenio  e  cincoenta  braças  de  testada  eom  o  sertão  e  rumos  que 
lhe  pertencerem  para  a  banda  da  Pavuna^  cujos  títulos  apresenta 
na  conformidade  do  edital. 

Vem  após  o  segundo  documento,  em  que  o  mesmo  Veras 
pedo  ao  juiz  que  o  respectivo  tabellião  ceriiíique  o  que  conster 
da  escriptora  dt^  venda,  feita  por  D.  Catharinade  Moura,  ante- 
cessora de  Bento  de  O.  Braga. 

O  tabellião  Fernando  Pinto  de  Almeida  eer  ti  ficou  que,  doi 
livros  de  seu  cartório,  constava  a  escnptura  de  8  de  maio  de 
1751,  pela  qual  D.  Catharina,   viuva  do  Dr.  Ignacio  Fernandes 


68 


RE%nSTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


de  MeiTGlÍQ8,  aeua  âlUoã  m&iores  Manuel  do  Moura  Meírellea  d 
D,  Caibarina  Beruarda  de  Josus  e  os  menores  represeotadoa 
pelo  tutor  o  avô  MíDuel  de  Moura  Britto  rendiam  a  Beoto  de 
Oliveira  Bra^a  aa  lerraus  com  engenho  de  fazer  aísu^ar,  cor- 
rente e  raoente  por  Invocação  N.  Senhora  de  Nazareih,  :íito 
na  fre^ezía  de  Irajá,  Os  vendedores  declararam  que  houveram 
as  sapraditaa  terras  do  tenente  João  Pereira  de  Leraos,  teata- 
menteiru  do  padre  Lniz  do  Lemoa,  por  eácríi^ui^a  lavrada  pelo 
tabellião  Jorgo  de  Souza  Coutinho,  em  13  do  dezembro  de 
1731. 

Novo  requeriraonto  de  Vera»  Nascentes  pedindo  que  o 
escrivão  José  Luiz  Guedes  passasse  por  certidão  o  que  constasse 
de  uns  autos  sobro  raediçõos  do  terras  em  um  liiigio  em  que 
Beato  Bra^  contendia  com  o  Dr.  I^^nacio  de  Souza  Pereira. 
Essa  certidão,  dada  em  30  de  março  de  1772,  foi  resumida,  com 
grande  paciência  pelo  Sr.  Peixoto  o  occapa  só  o  resumo  dcUa 
mala  de  trinta  tiras  de  papel. 

Eis  aa  principaes  peças  destse  longo  e  minucioso  documento: 
€  A — Verba  do  testamento  de  Thoraé  Correia  de  Alvarenga  em 
a  qual  declarava  ser  senhor  e  possuidor  do  terras  com  K150 
braças  de  ^rtão  e  1 ,900  de  test  ida  na.^  quaes  tem  um  engenho 
de  Qu£er  assucar  com  a  invocaçtTo  de  Nossa  Senhora  de  Xoiareih^ 
situado  no  distrlrto  ãe  TuubccajA.  >  E:sta  circumstaneia  e  mais 
adeesiar  o  immovol  iuc;ilísado  na  íregjezia  de  Irajá,  termo 
desta  cid  ^do  do  Kio  de  Janoiro,  é  repetida  a  cada  piisso,  em 
todos  os  documcntus  seguttttis  : 

B— Eacr  ptura  passada  em  2  de  novembro  de  1650,  pelo  ta- 
beiUâo  Pedro  Ja  Costi.  Nella  declara  Thomé  Alvarengi: 
€  Possuir  ternis*  chamadas  da  Cruz.  pari  indo  de  uma  parto 
com  terras  de  Antomo  e  Francisco  Frazão,  até  entenar  com  o 
rio  da  Papuna^  íkzendo  testada  com  terrenos  de  Ascenço  Pe- 
reira e  nessa  meia  légua  declarou  u  mesmo  Thomé  ter  feito  um 
engenho  de  assucar  e  disse  que  vendia  ao  padre  Francihco  do 
Amara t  na  sua  primeira  meia  legua«  no  cabu  deliam,  350  braças 
de  testada  ecorrenio  o  sertão  d^lla  aU  o  rio  da  Pa%>una,  com  as 
terras  que  se  achar  aa  d^lo  R*o  tiiTando  reservadas  a  elle  ven- 
dedor K 150  braças  e  asáím  maia  vendia  todas  as  mais  tei^ras 
que  se  acharem  ser  suas  at<^  entestar  cora  Ascenço  Pereira  entre 
Francisco  Prazàu  e  Rio  da  Pai^una,  as  quaes  terra^f  que  ficam  a 
elle  vendedor,  comeoarâo  a  medir  do  Rio  da  Pavuna,  na  mesma 
forma  porque  o  capitão  Pedro  de  Souza  Pereira  mede  a  sua 
légua  e  dahi  par  de  ante  começado  as  terra;!  d  elle  vendedor  fsr 
zendo  pro|»río  sertto  que  fazem  os  lorras  do  dito  António  6 
Francisco  Frazão.  »\s  terras  da  Cruz  foram  vaodid-is  por  700$, 
metade  em  dinheiro  e  a  outra  ineiide  em  assucar,  ^slo  no  en- 
genho dê  hoje  a  3  me^es  ou  no  Úm  dii  janeiro  de  1651,  eto. 

C— Auto  ia  medição  d  ts  terras  do  capitão  Thomé  Currôa  de 
AlvarongL  e  do-í  mais  herdeiros»,  em  22  de  julho  do  ir»^.  feita 
oa  presença  do  Ouvi lor  C^ei ai  Joâ»  Vulho  de  Azeve<lu.  sendo 
meirinho  dii  oorreicão  .Si;)baf'tiâo  Monteiro  h  pi  lulu  da  Gamara, 
Manuel  Vieira  da  Costa.  Nesse  documento  fica  provada  a  ex- 


LIMITES 


tensão  do  terras  de  Alvarenga,  do  Jos»^  Nunos  da  Silva,  Francisco 
Frazão  e  do  padre  Amanl.  Nello  m  allude  aioda  ás  torras  de 
Pedro  de  Souza  Peceira.  ás  de  Fantaleão  Duarte,  àa  do  Engenho 
da  Cruz,  ás  de  Sebastião  Azeredo,  aos  cannaviaea  de  Fira z  Pe- 
reira então  d©  João  Baptista  Jordão.  Falla-se  no  caminho  ou 
Estrada  Real  que  ia  do  Engeníxo  da  Cruz  para  o  do  Frazão, 
terras  de  Mamede  Alves»  roças  de  mandioca  de  Gregório  CorrOa, 
casa  de  Asceoço  Pereira  até  o  rio  Af»>»ít/,  etc.  Pela  leitura  desse 
auto  chega-se  ao  conh(>oi monto  de  que  todas  estas  terras  oa- 
ta Vi»  m  alana  do  Miriit/  e  íliuem  do  Paviina.  Isso  nos  levaria 
longe  sem  grande  proveito  para  o  estudo  do  assumpto,  quo  íJca 
períeitaraente  esclarecido  pela  seguinte  demarcação: 

D  —  Em  4  de  maio  de  1696»  Joào  do  Andrade  Rego»  resi- 
dente em  Lisboa,  e  então  dono  do  Engenho  de  Nazareth,  reque- 
ria a  medição  áa  suas  terras  para  discrirainal-as  das  perteo- 
centes  ás  de  Manoel  Martins  Cortes  e  sua  viuva  Domingas  do 
Amaral  e  herdeiros  menores  (Engenho  S.  Bernardo),  £i3  que 
fonim  de  Pedro  de  Souza  Corrêa  e  das  possuídas  por  Agostinho 
do  Paredes  (Engenho  da  Cruz),  as  do  Pantaleào  Duarte,  ora  em 
poder  de  Friictuoao  Baptista»  todo  na  freguezia  de  Irajá» 

Náo  é  possível  dar  aqui  todas  as  minúcias  dessa  medição, 
em  que  foram  íiucados  dez  marcos,  seguir  a  direcção  dos  rumoe 
apontados,  meocionar  as  estradas  e  caminhos  atravessados,  os 
nomes  dos  possuidores  das  roças  e  sítios»  Tudo  isso  fornecerá 
aos  litigautes  preciosos  dados  topographicos  sobre  a  zona  entre 
o  Merity  e  Pavuna,  entre  os  quaea  estavam,  repito,  situadas 
todas  easiis  terras.  Neato  documento  nota-so  o  Merity  actual 
perfeitamente  discriminado  e  sem  poder  ser  confimdido  com  o 
Pavuna. 

Continuando  a  demarcação  teve  começo  em  2^  de  julho  dô 
1096  a  aviventarão  de  rumo  pelo  travessão  até  o  rio  Pavuna 
para  onde  fica  corr&ndo  o  sertão  das  ditas  terras  sem  a  menor 
duvida  e  «endo  no  dito  uHimo  marco  da  testada  do  engenho  de 
Nazareth  pela  parte  que  confina  com  o  de  s.  Bernardo  e  por  so 
atalhar  alguma  nuilidade  que  por  parte  dos  menores  flllios  da 
viuva  Domingas  do  Amaral,  cora  quem  confinava  o  dito  tra- 
vessão, síj  podesse  oppór  o  dito  Ouvidor  Geral  liies  nomeou  por 
seu  curador  André  Mendes  da  Silva,  p(*ssoa  intolligente  por 
não  haver  advogado  prompto. 

Esse  André  é  soguraraento  o  avti  do  infeliz  poeta  António 
Josô,  Collocados  novos  marcos  divisórios  diz  o  auto:  «  Fomos  dar 
com  o  rio  Pavuna^  a  uma  èraçã  apartado  detle  inettêmos  mais 
um  marco^  o  ultimo  terminando  a  medição  pela  parte  que  con- 
fina com  o  engenho  de  S.  Bernardo  e  desde  o  marco  do  im  da 
testada  em  que  se  começou  até  esto  ultimo  tem  o  travessão  até 
eate  ultimo  mo  1.156  braças  de  comprido 

O  outro  travessão  (Engenho  da  Cruz)  media  sobre  o  Pavuni 
780  braças  sondo  sempre  esse  rio  considerado  como  ultima 
divisa, 

E  —  Sentença  do  Ouvidor  Manuel  de  Sou?*ft  Lobo,  dada  em 
14  do  agosto  do  1690  jalgando  a  medição  o  respectiva  deraar- 


4iíBeil  reeoastniir  o  hislonoo  te  lod  4 
DO  4mmfm  úm  mm»,  teatn  M^ái 

K*  mm  foCntio  pramr  wàmemU  mm  ml 

'    SO  JprMf  4^  Brmtii  :  <  6 


4»  BngieiilKi  YUs/tq,  OeridBA.  GUnlt 
(B  S.  Matlmn*  Nena  iram  ou  fcuteAo;»  mm  mrtm- 
i0Mate  m  toBpo  ái«  «fc«Y«i.  ffto  tan-  díTte :  a  ftwatti  ém 
Úml$m&,  f  «•  Wi  da  pfvrteefm  4»  Ria  te  Jmmíiik  oob  m  te 
li«Hfe9  IfMv  fte  pefteoelft  ao  Mviifitpia  Ncvtro ;  a  te  caini 
da  ProfUieia  te  ftio  te  laoêíro  oocis  a  do  Bugeolio  Nor^i  te 
MuttMfla  BTMtm.  a  ia  S.  ICaUi^iis  qoe  tambaraei^  ila  Pra> 
wliMia  4o  Ho  te  Jasiiri  com  a  te  Maiaretli,  perteaoente  ao 
Maskáplo  ffootm,» 

Oompwt  |or  atea  doat  ollteaa:  aai  «ma  tes  latts  te 
aivMro  iiaaptrii  wm  tetamniloa,  em  eaja  o>^  sa  iè  ^  Fm* 
wnía  4e  g,  J<tete  mtivj  —  Sog^nlio  de  s».  MaUietta.  Sagnote 
rtortiOf  a  aai^la  tealo  «fl^iraciho  M  ftiodada  e<a  16$7  por  Joio 


^f»'^  a  aai^ia  teiío  «fl^ifociiio  M  modada  e<a  íwj  por  João 
wm  Pifvifa  a  aia  J7ti  taro  ftoildadi^  para  poamir  pia  faa> 


IJMITBS 


71 


ptismaL  Kntro  m  raftáuscriptoa  acima  oitadog  li  o  requerimento 
da  p.t«lre  P;  ancHoD  d  '  So[i«a  Cnutíofu,  t^staraenteipo  de  seu 
tio  o  [»Mdrt?  MithMía  Maobrulo  Haineni»  ieclaftnio  qn^  est «  era 
poienidat*  de  um  odíí  ntio,  ^^tto  ti;i  paT**gein  dê  São  MnUieus^ 
oom  \2S0  b  'açi\H  ^1e  tf^stada,  as  quaes  terras  o  padre  Matheys  hou- 
vera ptir  her  Loça  de  8^U9  pa66  Domiagus  Machado  Homem  o 
D.  Joaana  de  Barcellos. 

O  peticiooario  requeria  ier  c^Ttiserva^io  na  poase  aa  referida 
íhzeDda,  poisuida  por  sons  a ritepass  idos,  havia  mais  da  150 
anno^i* 

Fedia,  lambem,  que  o  padre  ManopJ  do  Espírito  Santo, 
eeorívàu  dos  rí^aíduo^*  eccleíiaíiticíifl,  certiflcaiiHe  o  que  constava 
do  inventaríu  do  falletíido  p  idre  VíathoiLS  M.  HortietiK  Aqiiíílle 
Aioeoioíiario  p<*rtoii  por  fé  o  sog-uitite:  <  íím  mil  duzentas  e 
oitenta  braças  de  terras  de  seu  engenho,  que  fazi?ra  tastada  no 

RIO     DA     Pa VI  NA»     QVE.     AS    DlVíDH    DAS    TKRRAg  QCK  FuRAM    DF. 

Bbnto  de  Olivbiha  Braga  (dono  de  Nazaretb),  correndo  od 
fnndoíí  até  entesiar  oom  o  rio  chamado  Cacheira  Pequena  qu© 
díílde  das  terras  do  capitão  Manuel  Corroa  Vasquei  de  uma 
banda  ptii-tem  com  lerraá  do  Engenhn  da  Paruna  do  capitão 
Ignacio  Rodrifcuea  da  Silva  e  da  ourra  cora  as  do  capitão  Manuel 
Cabral  de  Mel  Ir»  e  o  ajudante  ígoa^íio  Biireellos  Machada,  »  Esta 
certidão  I  tt^ra  a  data  de  26  de  raarço  de  í77^. 

A  família  Cabral  posísuia  nois;u  paragens  grande  ex te naio 
de  torro  noa  :  no  íçovorno  do  Marquez  de  Lavradio  ainda  obti» 
vera  Mtgoe!  Cabral  de  Mello  —  l  .2m>  braca^  no  Enffenho  d\igua 
em  ílericinó—  froguezta  de  S,  Jo/lo  de  Mtdty  arrematados  em 
praça  por  execução  feit*  por  D.  Úrsula  da  Fonseca  ao  padre 
Josá  Rodrigues  da  C^sta  o  mais  terran  provenientes  da  antiga 
sesmarta  de  Gonçalo  de  Aguiar  (  Arch.  Inst.  Hist,  e  Geog.«* 
Doe.  n.  983  —  Códice  de  Sesmarias»  pag.  115), 

Maia  outros  documentos  que  oonflrmAm  oi  prõcedantas; 
\*>  António  díi  Rocha  Koza  por  caboça  de  sua  mulher  viuva  e 
herdoira  de  Esievao  Rodri-rutís  do  Carvalho,  aetual  poaauídora 
de  terras  sitas  n^x  freguezia  d<>  S.  João  de  Mirity,  as  quaea  o 
seu  aaleoessor  houve  p^r  compra  que  lhe  fez  Mituuel  dtt  Me- 
deiros, por  eaoriptura  le  173^  requer  e  ob&em  a  certidão  ãm 
escriptura  de  vendi  e  a  respwjtiva  verba  testamentária  as 
quaws  referem  o  Pavuna;  2^  Ignacio  Rodrigues  da  Sílv^a  decla- 
Pára  ser  possuidor  do  Engenho  cha  nado  da  Pavutia  de  invocação 
de  Nossii  Seuhora  «lo  Desterro  sicu  ido  á  margem  esquerda  do 
Pavuua,  na  rne^raa  tn'iwx  que  comprou  o  «lapitão  Phellppe 
Soarias  do  Amaral  a  Rosa  Maria  da  Encarnaçnov  viuva  de  An* 
tooio  Pereira  Barreto  ptr  escriptura  do  2  de  setembro  ile  1744. 

Este  Uarrevo  ern  umi  traasa^^çào  feita  eofu  a  Misericórdia 
dera  (1728)  como  ttança  o  seu  engeiihoda  Paouna^  sito  na  fre- 
guezia do  S,  Joio  de  Mirity  (Livro  do  Tombo  n,  4)*  De  uns  o 
outros  d-sios  autos  se  vertôca  que  a  testa ii  do  Engenho  do  Ues- 
terro,  repito,  era  a  mLr^'"«3m  eBjitnrili  do  rio  Pavuna, 

Mais  ojitroí  Ayre^  Piutj  Gíimalti  do  Mi  moda  posâutdor  de 
ora    engenho,   no  íogar   chamado   Bnnanal,   havido  por   arre 


62 


REVISTA   DO   INSTITaTO  HISTÓRICO 


e  ontrogues  a  CoBrado  Niemoyor,  Carlos  Riviére,  Jalio  Frede- 
rico Koelor  e  Henrique  Luiz  Niameyof  Hellegarde ,  Seus  miau- 
ciasos  trabalhos  sobre  obraá  publicas  e  meltujrameDtcs  materiaes 
Acuram  como  apperiííoa  nos  relato rioa  dos  primeiros  presidentes 
Rudrigiiea  Torres  (mais  tarde  Visconde  de  Itaborahy)  e  Paulino 
Soares  (ulterioroiuate  Visconde  de  Uruguay)  e  servem  de 
prova  ao  que  rotiro. 

Maia  alg^uns  snbsidios  darei  com  relação  ao  assumpto:  o 
curso  dos  rios  Pavuna  e  Mirity  estão  bom  asaignalados,  na  carta 
da  Capitania  do  Rio  do  Janeiro  (pertencente  á  Bibliotheca 
Nacional]  levantada  por  Domingos  Capaci,  diatiocto  astrónomo 
jeauita  enviado  em  1729  ao  Brazil,  por  D.  João  V*  Esta  carta 
foi  offerecida  pelo   autor  dtqtielto  monarcha. 

Vi  também  carta  topographica  da  capitania  do  Rio  de 
Janeiro^  cm  que  se  mostra  os  limites  ilosta  com  as  capitanias  do 
S,  Paulo,  Minas,  otc,  e  as  divisões  particulares  doa  termos  das 
cidades  e  villas.  Pertence  á  Bibliotheca  Nacional  (lem  nome  de 
autor  nem  data).  Na  Carta  topographica  da  capitania  do  Rio  de 
Janeiro,  feita  por  ordem  do  vlce-rei  do  Estado  emoannode  17(37, 
Manoel  Vieira  de  Leão,  Sargento- Mór  e  Governador  da  Forta- 
leza do  CastoUo  do  Sã-j  SeHiistião  da  cidade  do  Rio  de  Janeird  a 
elevou  G  f^Taduou,  otc.  O  original  manuscripto desse  Importante 
6  minucioso  trabalho  está  guardado  no  archiro  do  Instituto  His- 
tórico e  Goograptiico  Brazileiro, 

Si  neste  grande  mappa  não  estão  traçados  os  limites  das 
freguezias,  v6se  marcada  a  posição  dos  engnnhos,  a  qual 
coincide  com  a  relação  dada  mais  tardii  pelo  Marquez  de  La- 
vradio a  seu  successor. 

Onda,  porém,  notei  melhor  o  curso  dos  dois  rios,  com  todaa 
as  fiexuosidades,  foi  na  cópia  tirada  em  1854  pelo  tenente  Limpo 
—  da  (^arta  Topograpbica  do  terreno  coiuprebendido  entm  a 
barra  do  rio  Mirity,  na  tjahia  do  Rio  de  Janeiro  e  o  rio  Guandu 
no  Campo  do  Engenho  de  Belí^m,  com  o  nivelamento  neceásario 
f4kT&  m  ajuizar  da  possibilidade  de  construir  um  canal  de  nave- 
gaçâo,  alimentado  com  a  agua  do  reíeridu  rio  Guandu,  entro 
aquello  mesmo  rio  e  o  de  Mirity^  em  porto  de  maré»  cujo  des- 
OQvolvimeuto  anda  por  sete  léguas,  A  referida  carta  foi  levan- 
tada pelos  offlcíaes  de  engenheii*08  Francisco  Cordeiro  da  Silva, 
Francisco  José  do  Souza  Soares  de  Andréa,  António  João  Rangel 
do  Vasconcellos,  Pedro  de  Alcântara  Bellegarde  o  Aloysío  Carloa 
'Wertheim  —  Por  ordem  de  S.  M.  o  Imperador  pelo  Tribunal 
da  Junta  do  Commercio.— Esta  cópia  pertence  ao  archivo  áo 
Instituto  Histórico  o  faz  parto  da  colleeção  de  mappas  doados 
pelo  Imperador  D.  Pedro  IL 

Nesse  raro  documento  estão  perfeitamente  determinadas  as 
posições  dos  antigos  engenhos  do  Vahla,  Vassoura,  Covanca,  Bar- 
bosa. PaTuna,  S.  Matheas,  Garra  p&to.  Brejo,  si  tios  além  da  mar- 
gem esquerda  do  rio  puvuna  e  pertencentes  todos  á  freguezía  de 
S*  João  e  09 de  Nazai^elh^  Botafosro,  Máximo  e  José  Luiz  da  Moita, 
avô  do  Conde  de  Motta  Maia,  situados  Àquem  da  mar^^om  direita 
do  meamo  rio  Pavuoa  c  ílftzeQdo  parte   da  freguezía  do  Irajà- 


LIMITES  73 

costas  do  mar  existia  uma  grande  e  antiga  sesmaria,  concedida 
em  1577  a  Gonçalo  Diniz  e  Diogo  Fernandes  Pinto. 

£'  o  qae  se  deprehendo  da  seguinte  declaração  feita  por 
D.  Catharina  Maria  de  Mendonça  e  Vasconceilos  por  si  e  como 
curadora  de  seu  marido  António  da  Cunha  Falcão:  €  Dizia  ella 
ser  possuidora  de  140  braças  de  testada  com  400  de  sertão  que 
parlem  do  um  lado  com  Anna  Maria,  mulber  parda,  e  da  outra 
com  a  fazenda  do  capitão  Francisco  de  Mariz  Chaves,  sitas  no 
porto  de  Trahiraponga,  que  as  houve  por  herança  de  seu  irmão 
Miguel  Mariz  de  Menezes  o  qual  as  possuiu,  a  saber:  100  braças 
por  compra  que  fez  ao  capitão  João  Pinto  Guedes,  por  escri- 
pturade  26  de  julho  de  174â  o  as  40  —  herança  de  seus  pães, 
as  qnaes  são  comprebendidas  em  uma  sesmaria  de  800  braças 
de  testada  que  principiando  no  rio  Mirity  pela  costa  do  mar 
didas  no  anno  de  1577  a  Gonçalo  Diniz  e  Diogo  Fernandes  Pinto 
que  as  venderam  a  outros  possuidores.  » 

Vil 

O  Estado  do  Rio  de  Janeiro  e  o  Districto  Federal  foram 
constituídos:  o  primeiro  por  territórios  de  toda  a  Capitania  de 
S.  Thomé  e  parte  da  de  S.  Vicente  e  o  segundo  por  terras, 
sOmente  desta  ultima  capit  aiia,  pertencentes,  como  é  sabido,  á 
donatária  de  Martim  Affonso. 

Ambas  estas  actuaes  circumscripções  territoriaes  perten- 
ceram outr'ora  ás  antigas  Capitania  do  Rio  do  Janeiro  e 
Provincia  (1815— 1834)  do  mesmo  nome,  conforme,  em  1817, 
nol-a  descreveu  o  padre  Ayres  de  Casal. 

Pelo  acto  addicional  formou  se  em  1834  o  Município  da 
Corte  ou  Neutro  o  a  nova  Provincia  do  Rio,  constituídos:  aquelle 
pelo  Município  do  S.  Sebastião  do  Rio  de  Janeiro  e  parte  de 
seu  termo  muito  desfalcado  e  esta  por  outros  municípios  da 
antiga  provincia,  como  se  vera. 

Pondo  de  parte  minúcias  históricas,  que  longe  mo  levariam, 
estudarei  os  limites  do  antigo  e  vasto  termo  do  Distrioto,  hoje 
Federal :  na  copia  de  um  manuscripto  dos  fins  do  século  XVIII, 
offerecida  por  Varnhagen  ao  Instituto  Histórico,  leio  o  seguinte: 
«dividese  o  termo  da  cidade  do  Rio  de  Janeiro  com  o  da  cidade 
de  Cabo  Frio  pelo  Oriento  cia  Ponta  Negra  á  Serra  de  Maricá  o 
com  a  Villa  de  Santo  António  do  Sá  de  Macacú  da  mesma  serra 
de  Maricá  á  de  Itatentiba  e  desta  por  um  Ribeyro  que  nella 
nasce  chamado  Cabossú,  busca  o  rio  da  Aldêa,  donde  por  outro 
Ribeyro,  que  se  diz,  das  Pedras  vay  ao  rio  de  Guaxindiba,  e 
deste  pela  enseiada  ou  lago,  que  se  diz  Rio  de  Janeyro,  busca  o 
Rio  de  Magéassú  e  por  sua  corrente  a  Serra  dos  Órgãos,  da 
qual  por  um  Rio,  que  nella  nasce  chamado  Paquequer  vay  ao 
rio  Parahiba  do  Sul,  pela  qual  agoa  as-jima  entra  a  dividir-so 
pelo  norte  com  as  Minas  Geraes,  buscando  o  Rio  Pnrahibuna  e 
por  ele  o  registo  e  deste  o  Certão  donde  buscando  o  Rio  Ta- 
guahy  se  divide  pelo  Occidento  com  a  Villa  de  Angra  dos  Reys 


74 


RBVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


da  Ilha  Grande,  Da  barra  «le  Tigaihy  4  Poote  Ne^rra  se  divide 
com  o  mir,  còrn  quem  condita  pelo  Sul:  õompiehend?  de 
Norte  a  Sul  vínt«  e  ran  íogoas,  que  se  contâu  do  Rio  Par*ahy- 
huna,  f>onde  divide  polo  Norte  eom  as  geraeí*  ao  Mar,  aoQJo 
cooitia  pelo  SuU  e  cio  Oriente  ao  Ocoidetite  vinte  y*  qu;itro  qoe 
seconiAo  da  Ponte  Nesrrj»  aoatle  polo  Oriente  conflua  cora  a 
Cidade  de  Ciúyo  Frii>  ao  Rio  Taguaby  aon  le  o  faz  polo  Occideote 
com  a  Vi  lia  de  Angra  tioB  Reii*.» 

ContUiie  esse  díjciimento,  era  que  ha  minticiosa  doscripçao 
topographica  di^sta  entensa  zona,  com  o  se^njtnte  :  —  <h:i  neata 
ciofide  quatro  freguezias,  em  todo  o  seu  tf^rtno.  contadas  estas, 
estão  vmte  e  seis,  de  sí^rrae  di*ntro  dezasete  e  serras  fóra  nove: 
Sàt»  aS<^  Caihedral  Sâo  Sebastião,  N,  S.  das  Cau leias,  S.  José  o 
Srinta  Rita,  Obtas  quatro  na  ciHado:  fdra  delia  S«  «Toflo  do  Ca- 
raby»  8,  Gonçalo,  S.  Niculan  de  Siiruby,  N.  S>  da  Uuia  de  Paco- 
balba,  N.  S.  da  Pieiíide  de  Inhumtrim.  N.  S.  d-  Pilar  do 
Aguassú,  N.  S.  da  PÍe'lado  doTinguà,  S*  Antor»io  de  Jacntiniara, 
N.  S,  do  Desterro  de  Campo  Grande,  S,  João  ffe  Meritt/,  N.  S\ 
da  Apresentação  de  Irnjd,  S.  Ihiag^o  Mayor  do  Inhailnia  N.  S*  da 
AJQila  das  lJhas>  Sao  a»  torras  de  fora:  S.  Sebastião  de  Taipu, 
N.  S-  do  Ampítro  de  Maricá,  N.  S.  da  Coucnição  da.  Parahyba, 
N,  S#  da  CoDcjoição  íii.  Ros»a  Õrande,  S,  .íoão  M^ircos  á^  Gainpo 
Alegro,  Sacra  Faniilia  do  Caminho  Novo,  N.  S.  da  Conceição  de 
Marapíctl,  3.  Salvador  do  Mundo  da  Sapotlba  eNt  S*  do  Loreto 
de  Jaoarépahoá  » 

Caminhavam  as  Coisas  neste  pô,  quando  o  decreto  do  15  do 
janeiro  de  18:í3  feio  djtr  nova  divisão  civil  e  judiciaria  i  pro- 
víncia íantig-a)  do  Rio  do  Janeiro,  em  executo  áo  disposto  no 
art,  3^  do  Lodigo  do  Processo  CrinainaL  Conservados  os  termas 
de  dlví^rsas  vilTas  o  croados  novos,  —  pelo  art.  7°  desso  decTeto, 
a  povoação  de  Iguassú  foi  tarubera  eretíta  em  villa,  compra- 
hondidae  no  seu  termo  as  freguesias  de  líruassO,  Inhomirim, 
Pilar,  Santo  Aotouio  de  .Jiwootinga,  5.  João  de  Mirittf  o  a  parte 
da  fru^ueíia  de  iVUrapicú,  que  ílea  A  msTífora  direiti  do  Gusindil 
o  Ribeirão  das  Lnge»*  Hoza  o  an.  10:  do  termo  da  tittafte  de 
S,  ííefmtUão  do  Rto  de  Janeiro^  ftca  des^innexad^»  todo  o  terri- 
tório que  lhe  pertencia  e  que  na  íórraa  dus  arts,  7*  e  8"  passam 
a  pertencer  ús  vi  lias  de  Itaguaby  e  Iffuassá.  Do^se  modo  sof- 
ffeu.  sem  uunca  protestar,  o  município  da  cida  .e  graudc  perda 
de  torrlwno,  compensada,  aponas  pela  acquisição  da  ilna  do 
Paquetàe  adjaceolé^s  desmembradas  do  termo  de  Magé  (l^ec.  ^3 
de  m«iPÇo  de  \B3.i}  e  do  curato  de  Santa  Cruz,  separa Jo  do  termo 
de  Itaguaby  (Dec,  30  da  dezembro  <le  18:^3^ 

Ne»ta  nova  orgaaisaç.io  as  du^tô  freguecias  de  Trajl  o  S .  João 
do  Mirity  con.^ervaram  os  antigos  e  tradiclnnaes  limites.  Não  ha 
lei  a(fjt*pna  desse  te.mpo  que  aiitoriíie  o  Kst  ido  do  Rio  a  querer 
Chamar  a    seu    domínio  a    Ire  i  entre  Pavuna  e  o  Mirity, 

Quando  a  lei  do  \t  de  agosto  .io  18^4  (Acto  Addicional)  de- 
clvruU  no  antgo  primeiro  :  que  a  A$ít$miíU a  Legislativa  da  Pro* 
01 N Cia  tm  jiití  tf*fííu<?»*  íi  Còrté  não  comprêhend^fà  nem  a  Còri$  nBn% 
^«u  pfiiifiict>o  *  não  inuovou  os  Limitei  deste^deânitivamen  te 


LIMITES  75 

firmadofl  desde  os  fins  de  Y833.  Logo,  a  ft^uezia  de  Mirity 
fiooa  pertonceDd>  á  nova   província,  separada  sempre  de  IrajÀ, 

âae  continuou  no  município  da  Corte,  pelas  suas  conhecidas 
ivisas. 

Foi  essa  a  denominação  (M.  da  Corte)  adoptada  para  o 
hoje  Distrlcto  Federal  e  a  seguida  em  todos  os  actos  offlcíaes. 
Segundo  opinião  de  eminente  estadista,  não  ha  documento  algum 
offlcial,  que  autorise  o  uko  da  expressão  —  Município  Neutro, 
admittida  talvez,  pela  imprensa  por  abi^eviatura  que  foi  geral- 
mente acceita. 

A  faculdade  de  dividir  as  freguesias  em  districtos  do  que 
gozava  a  Gamara  da  cidade  foi  conservada  pelo  Âo;o  Adaicional. 
Já,  em  sessão  do  S8  de  Janeiro  de  1833  a  Camará,  presidida 
pelo  conselheiro  Francisco  Gomes  de  Campos,  mais  tarde  Barão 
de  Campo  Grande,  dividia  em  districtos  para  Juises  de  Paz,  as 
freguezlas  do  Sacramento,  S.  José,  Candelária,  Santa  Rita, 
Sant^Anna  e  Engenho  Velho,  reservando  a  divisão  dos  outros 
Districtos  do  Terme,  para  quando  se  achar  melhor  informado 
sobre  elles. 

Este  docuD  ento  impresso  no  Archivo  Aftíntctpflí  —  Publi- 
cação lio  Dr.  Mello  Moraes,  foi  por  mim  lido  em  origmal, 
Suando  percorri,  na  repartição  competente,  os  livros  das  actas 
a  nossa  Municipalidade,  coadjuvado  pelo  Sr.  José  de  Paiva 
Legey. 

Parece  que  as  Camarás  que  se  suocederam  nunca  deram 
cumprimento  a  essa  resolução  e  qno  so  guiaram  sempre  pelos 
limite:!  ecclesiasticos  ou  paroohiaes  que  devem  constar  do  Ar- 
chivo da  Conceição. 

Foi  com  elles  que  naturalmente  o  saudoso  Dr.  Ferreira 
Vianna  organisou  os  limites  das  freguezias  suburbanas,  constan- 
tes de  seu  minucioso  relatório  de  1873. 

Essa  falta,  porém,  não  deve  servir  ãs  pretenções  do  Estado 
visinho,  porquanto,  ainda  hoje,  muitAS  das  sua;*  antigas  fk*e- 
gueziaâ  têm  por  divisas  os  limites  ássignalados  nos  tempos 
ooloniaes  pelos  Ordinários  ou  Bispos. 

Que  os  antigos  donos  da  fazenda  de  Nazareth  influíram  na 
governação  do  municipio  ha  provas  manifestas  :  em  1798  e 
1812  Bento  Luiz  de  Oliveira  Braga  serviu  como  vereador  no 
antigo  Senado  da  Camará. 

Dep  is  da  reforma  de  l  de  outubro  de  1828  occupou  o  legar 
de  presidente  da  primeira  Camará  Manicipal  (1830—1833)  Bento 
de  Oliveira  Braga,  dessa  illustre  família  da  qual  existem  ainda 
descendentes  nas  linhas  directa  e  coUateral. 

Não  entrarei  aqui  na  anal y se  das  leis  que  deram  nova 
feição  ao  poler  judiciário  do  nosso  município,  divisão  de  co- 
marcas, a  creação  de  juizes,  a  do  Código  Criminal  e  a  do  Processo 
Criminal  e  a  de  :{  de  dezembro  do  1841.  Basta-me  afflrmar  o 
seguinte  :  o  l^^.uiz  de  paz  de  Irajá  foi  Wonceslau  Cofdovil  de 
Siqueira  e  Me^loe  o  eleito  para  o  seguinte  quatriennio  Fran- 
cisco de  Veras  Nascentes,  residente  em  Nazareth,  o  qual  (ornou 
posse  em  15  de  margo  de  1833. 


76 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Desdõ  as  primeiras  eleiçõ6!j  feitas  para  depiitados  As  CòrUm 
do  LÍ8lioa  atô  a  reforma  Sarai v»  íBoividuQs  daraiciliados  na 
zona  cuQtrstada  eram  alistados  sempre  como  votaotes  de  ira  já 
e  foram  eleitores  especiaes.  Abrindo  por  acaso  o  eumero  167 
da  Aurora  Fiumincnie,  encontro  escol liidos  para  elegerem  de- 
putados oro  1833,  pela  freguezia  de  Irajâ,  Francisco  do  Veras 
Nascefues,  padre  Félix  Nascentes  da  Oliveira  Bra^a,  Bento 
Luiz  de  Oliveira  Braga,  padr<J  João  da  Rosa  da  Fonseca  Fialho  o 
João  Marcos  Vieira  de  Sonza  Poreira,  alguns  desLe.^^  perten- 
cenLcs  d  famiUa  dos  donos  do  Nazai'etli. 

Ora,  si  esses  cidadãos  não  fossem  da  freguezia  de  N .  S .  da 
Apresentação,  não  seriam  alistados  o  eleiíos  por  ella. 

Em  minha  mocidado  conheci  dois  vóltios  respeitáveis,  pro- 
prietários da  fazenda  de  Botafogo:  Ignacio  do  Souza  Coutinho, 
e  Luiz  de  Souza  Coutinho,  conhecidos  pelos  moços  do  Botafogo, 
iuíluenoias  poljiicas  do  Irajá,  os  ixuae^  occuparam  cargos  do 
eleição  popular.  Ainda,  hoje,  M  reside  o  meu  velho  amigo  e 
condiacipuio  Custa  Barros,  oriundo  dos  Coutinlios.  Outros  m ora- 
dores do  terras  entre  o  Pavuna  e  Mirity  exe /ceram  cargos  de 
policia,  como  se  pôde  verificai'  recorrendo  aoajoroaesdo  tempo, 
antigos  almanaks  de  Laemmert  uu  aos  registros  da  Policia. 

Quando  arrumada  a  antiga  egreja  parochial,  os  moradores 
do  Irajà  reíiuorerara  (1841)  ao  podtvr  Itígislativo  a  concessão  do 
loteriaa  pskVdk  reparar  o  templo,  o  governo  noraeuu  uma  com- 
missEo,  composta  dos  seguiu  los  paroehianos  de  IraJ.l,  Anacleto 
da  silva  Ramos,  João  Rodrigues  da  Rosa  e  Pranciseo  de  Varas 
Nascentes,  que  ijor  suas  ontermidadea  pedio  dispensa,  sendo 
substituído  por  Domingos  Lopes  da  Cunlia.  E'  bera  de  ver: 
si  Veras,  residt^nta  em  >  azare  th,  fosso  parochiano  de  S*  João  do 
Mirity,  não  leria  «ido  escolhido  para  ess;i  luiiasâo  de  cuaâança. 

Existem  ainda  pessoas  que  podem  servir  cora  seus  depoi- 
mentOL<  A  causado  Distrlcto  Federal.  Em  caso  de  neoe^idado  o 
tostemunho  delias  poderá  ser,  com  vantagem,  invocado. 

Recorrendo-so  domais  A  collocçao  de  Relatórios  dos  Presi- 
dentes áu  Rio  de  Jani^iro  vé-so  em  muitos  dc-sses  impressos  figu- 
rando nos  annoxos  as  listas  do  juizes  dt*  paz,  eloitoreá,  subdele- 
gados da  frej^uezia  do  Mirity,  bem  como  a  relaçâu  dos  verea* 
dores  que,  em  diversos  quairiennios  serviram  na  Camará  de 
IguaííSii  —  pois  bem,  nessas  extensas  relações  p>de-sa  talvez, 
iem  oiedo  de  erro,  susientar;  nenhum  desses  cidadàes  ora  resi- 
dente na  fi*eguezia  de  Irajá,  na  zona  eontesiada  —  prova  isto 
que  o  i^avuna  era  a  divisa  entro  as  duas  parochias,  o  que  não 
acoQtec4^ria  si  o  tinúte  corresse  somente  por  toda  a  extensão 
do  rio  Mirity. 

Qtuindo  todas  essas  provas  pudessem  falhar,  tem  o  Districto 
Federal  para  garantir  o  seu  direito  o  archivo  da  Archidioceso 
do  Rio  dó  aneií-o.  Formado  em  Ib^S,  o  Bispado  do  Nictheroy, 
cumpro  lembrar,  muitos  dos  livrus  pertencuntefl  aoareliivij  da 
Conc6Íçãi>  foram  piím  a  feéile  do  novo  Bispiklo, 

Alli.  porííra ,  devum  ter  ficado  os  antigos  livro»  da  freí^nezia 
de  Irajá,  os  quaes  tem   os  seguintes  titules :  baptisadot  de  peí- 


LBilTES 


77 


soas  livres  —  bajpHsados  dê  escravos  —  casamentos  de  pessoas 
livres  e  escravas  —  obHos  de  pessoas  livres  —  óbitos  de  escravos. 

No3  livros  de  obitoa  de  pessoas  livres  0í4  vigu-rioa  tirihjim 
pop  obrigação  registrar  os  te«tamfínt03  de  seus  paraehíanos, 
quer  os  referidos  tenta  me  d  tos  tivesse  m,  pela  alternativa^  do 
correr  pelo  fôro  ecclesiíistico»  qtier  pelo  civil. 

Cora  estes  pretiiosos  documeatos  ficará  pateote  a  verdade  da 
minha  humilde  upioiao:—  os  Ii;*bitai3tes,  repita,  da  lona  terri- 
torial outro  a  Pavuna  e  Mirity  forem  sempre  Buffraganeoa  de 
N.  S.  da  Apresentação  de  Irajá. 

Nessa  área,  com  todo  o  direito,  deve  oxercer  o  múnus  paro» 
chiai  o  respectivo  vigário  de  Irajá ;  pois  quo  a  Buitado  Poti» 
tiíice  Leão  Xlll»  oreando  o  Bispado  de  Nictheroy,  uao  pretendea 
destruir  o  que  estava  sacocionado  pelo  castumet  peh  tradição 
e  pela  historia. 

Vil 


Pelo  decreto  n>  l,  de  8  do  raaio  de  I89â,  Incluiu  tamhem 
o  Estado  do  Rio  de  Jandro.  aa  zona  do  soti  território»  a  pu- 
voaçáo  coóhccida  cora  o  norae  de  Realengo  de  Campa  Grande. 

Antes  de  entrar  na  analyse  do  preteiuso  direito  quo  julga 
ter  o  Estado  visinho  scíbre  terras,  pertencenles  ao  Dístricto 
Federal,  estudarei  a  origem  histórica  dessas  terras  Cim  aa  che^- 
maá^íi  realengas  de  Iraj/K  Além  da  connexâa  do  f>riy^>m  entro 
umas  e  outras»  os  documentos  existentes  cora  rolaç^  ás  ultimas 
fornecem»  ainda,  novos  subsidio»,  ou  antesí,  ^.irovas  de  que  os  tor- 
ritarios  —  além  e  áquem  do  rio  Mirity,  antes  de  juntar-se  com 
a  Pavuna»  pertenceram  sei^^pre  á  freguezia  de  Noiisa  Senhora 
da  Aprese  mação  de  Irajá. 

Demais,  estando  as  chamadas  Realengas  mb  a  administração 
doa  poderes  municipíies  do  Districto  Federal»  a  estes  compete 
direiítamootô  pr^ivideneiai-  sobro  a  usurpação  de  terras  antigos 
logradouros  públicos,  contadas  desde  ti^mpos  remotos  ú,  guarda 
da  nossa  Municipalidade. 

Dos  livros  ©m  que  se  transcreviam  os  provimentos  de  cor- 
reições consta  a  do  íG60,  em  quo  o  Ouvidor  Geral,  o  Dr,  Pedro 
de  Mustre  Portugal,  ordenava  o  sL^^guiote  :  (proveo  mais  que 
os  chàos  o  terras  que  estivorem  dados  grátis  sem  foro  algum» 
os  õíficiries  da  Camará  lhe  ponham  rocio  :  e  que  o  Campo  de 
Irajá  e  o  Campo  Grande  sg^mu  inscriptos  como  sempre  o  foram, 
sem  embargo  de  que  se  haja  dado  a  al/uem  parte  delles;  por- 
quanto sendo  beos  do  conselho  se   não    podem  dar  a  ninguém). 

Par?*  H,  Lobo  foram  estas  terras»  ao  principio,  destinadas 
ao  uso  publico  e  espeoi  ilmente  á  pastagem  e  descanso  dos 
gados,  que  de  cima  da  serra  desciam  para  o  ooosumo  da  cidade  ; 
sendo  que  por  esia  razão  tiveram  e  teem  ainda  hoje  o  nome  de 
Jtealertgas, 

Pdra  o  operoso  autor  Ho  —  Tombo  das  Terras  MunicipaeSt 
não  foi  possivQl  averiguar  em  virtude  de  quo  titulo  e  por  que 


w 


REVISTA   DO   mSTITUTO   HISTÓRICO 


mcMio  Q  antigo  Seaado  alcançou  domínio  mhm  eâs&s  t6rra$,  por 
lhe  faltarem  os  preebos  o-sclarecímeatofl ;  qoe,  sem  duvida*  dâi- 
ap par n ceram  do  ioceo^iiade  17150. 

Etii  miolia  bumJIdG  opinião  peaso  como  a  commisâão  de 
tombamoato  da  primeira  Camará,  que  serviu  depois  da  oova 
lei  de  1  de  outubro  de  1828:  eí»sas  terras  estavam  deatro  dos 
limites  das  seis  logoas  de  termo,  coficedidaa  por  Mem  de  Sà. 
£*  isso  o  que  se  deprehende  do  pe^Jido  úí3q  moradares,  quando 
requeriam  ao  terceiro  governador  geral  a  coDârniação  da  pri* 
moira  sesmaria,  dai  la  por  Eí»tacio  de  Sá.  Ksses  campos,  para 
pMãtagenã  dos  gaílos,  deviam  occupar  os  espaços  plauos  exiâ- 
tentee  entre  as  diversas  serras  que  cortam  o  Distrícto  Federal» 
hoje,  preá  tau  do-se  para  esstí  fim  os  Campo.^  de  Irajà^  onde  foi 
erecta  a  egi^oía  parocbial,  cort^Íu$  pela  estrada  gerai  da  Pa- 
viioii  e  margeados  pelo  rio  Mirity  e  o  Campo  Grande  â  beira  do 
caminho,  que  da  Fazoud,!  lios  Jesuítas  (Sauta  CruzJ  corna  em 
direcção  à  cidaíJe  e  batiliado  pelo  rio  Piraquára  e  ainda  pelo 
Merity  em  seu  prin  ripio. 

Para  emioeules  juri>consiiUoa  e  entreelles  o  Dr.  Carlos  de 
Carvalho,  il lustre  autur  do  Património  Territorirjl  da  Municipa- 
lidade do  Hio  d^  Janeiro  eo  Direito  Emphyteuiico — m&BB  rea- 
lengos não  eram  mais  que  o  ager  com  pfiscuus  ~~  o  ager  publicus 
dos  Romanos  excluídos  da  distribuição  das  terras ;  pira  que  as 
mittas  13  pastagens  Toâsem  eoiumuus  a  todos  e  cada  cidadão 
pijduííSe  apráveítU-aíí,  já  para  aifascouUr  o  gado,  já  para 
pr^ver*se  de  lenbiu  Essa  matéria  havia  sido  deâmda  pela  Reso- 
luçí&^j  de  16  de  outubro  de  18^0  que  declarou  o  §  4^^  do  alvará  de 
11  de  abril  do  i^\5. 

Nãu  entrarei  na  questão  de  saber  si  as  sottj^as  Gamaras 
podiam  ou  não  aturar  taes  terreno»,  facto  explicável,  seguiido  o 
autor  sup^aeitido.  t)eli»s  exce^sus  de  regriUa  que  eJlas  ae  arro- 
gavam. Af  tend< meias  invasoras  do  Senado,  dando  <somo  fiísendo 
parW  da  seu  pitrimooiu  o  que  era  eíLclusi vãmente  logradouro 
publJ''0,  sáo  plonamoote  prova  .a^  pelos  documentos  ulterior- 
meu  te  por  mim  lidus  ao  Árchlvo  Publico,  os  quaes  servem  de 
assu  mp  to  às  pr  ese  n  tes  o  o  tas . 

Seji^m.  poriam,  quaes  forem  as  actuaes  relaç^^  de  direito  da 
Muoicipalídade  sobre  taes  terras,  esta  como  propríetiria  ou  sim- 
ples a^iuiinistrad  ra  oào  ode,  por  uiodo  Ugum, abrir  màr^  do  que 
pertijoci!  Itígitimatuente   a<j  patrimonto  do   oos^  muaieipio. 

A  Prefeitura  do  Districto  Federal  deve  pelo  m^^nos  tA?r  em 
vi§ta  a  iei  u.  3.348.  de  20  de  outubro  do  1887.  ampliando  a 
autonsação  exarada  u^  lei  u.  ^.t>T^.  de  '^  deouuibru  de  IH75. 
Esta  ultima  rt^za  o  segui ut^  :  «  as  terras  em  que  eaii verem 
ou  que  possam  ser  fundadas  vil  las  ou  povoações  o  as  quo 
forem  oecessarias  para  logradouros  pubiicos  farão  parle  do  pa- 
trimónio das  respectivas  munjcipaliduies  e  por  estas  serão 
cobrados  os  respectivos  foros  para  abertura  e  melhoramentos 
das  e.strad;ks  Victoaes.» 

Ora,  oa  vasta  Ãrea  do  Districto  Federal  existem  ainda  des- 
ocoupadas  giiuides  exieosdee  de  terças,  as  qiia«s,  em  virtude  da 


LIMITES 


iê 


lei  âupra»  podem  vir  a  ser,  na  futuro,  novos  contros  de  população 
e  de  artivitlii.ie  pan  o  antigo  mimicipio  neutri»,  Xho  deitUcado 
em  seu  termo  depois  da  aejiíirarãu  úo  Acto  AddicióuaL 

Não  estou  osor^^ven  to  rat-'morja  justificativa.»  m^m  sou  advo- 
gado d  «  instricto  Federal  ^  apenaí^  indico  chs  lunteâondo  possam 
beber  aquidít^s  que  for(3m  de  Tender  [jeraute  os  tribunae^  o  direito 
de  posse  qtie  tem  o  tove  sempre  o  autiíío  míinieipío  da  Curte  â, 
zona  conteiiUda  entre  o  Pavuna  e  o  Minty. 

Muitos  documoDtos  oitadus  peifunclonamente  por  U.  Lobo, 
cora  relação  às  terraa  realengas  do  Irajd,  foram  por  mim  lidos 
no  Archívo  Publico  :  concesâõeíí  de  senraarias  pelo  C^ncelbo  e 
pelug  governadores,  litigius  entre  diversos  moradores  sobre 
limites  do  lendas,  verbaa  testamno^aj^iaá,  escnpturti a  do  com- 
pra e  venda,  do  hypotheca,  vistori  ia  dns  Cainaras,  eentónçaa 
de  trihunaes,  auto;^  de  appeUaçao^  e  ^tê  plantae  topograpliicad 

—  tudo  til  está  d  impera  de  ser  eopi  rIo  p^ra  sustentação  da  juaia 
causa  do  Oistrícto 

Faíta-me  absolutamente  e>paço  para  dar,  om  resumo,  por 
exemplo*  os  autos  de  appeUaçào^  ãondo  appeUan>e  Joné 
Gomes  da  Silva  eapppll  ida  D.  Therexa  Aní^elíca  do  Jesus, 
E'  um  grosso  in-fulio  do  perto  de  líOO  p;i;^'in;ia  mauuscripta^ 
onde  são  apreseotadíja  cerca  de  40  documi^jj toa  e  onde  vi  tos- 
camente feito  um  deí^enho,  que  di  perlei  ta  idóa  d^is  terras 
situadas  áesáe  a  embocadura  do  Mority  o  a^  loealJsadas  pam 
fora  e  para  dentro  de«se  rio* 

Lá  está  a  historia  completa  do  Engeolio  de  Nossa  Senhora 
da  Graça,  form.ido  de  duas  partes  —  tudo  na  ftxgiÁezin  de    ir  aja 

—  a  primeira  era  torras  realengas  aforadas  pela  Camará  por 
6$0iJ0,  a  Luiz  Machado  Homem,  em  13  de  oiitubro  de  l<i8  i  e 
vendidas  a  G. tapar  de  Azedias  Maobalo  que  teve  por  succossor 
a  Manoel  Freire  A  lie  mão  e  este  a  Lourenço  da  silva  Bor^^^etí, 
pa4:}i'e  Dr.  Lmz  da  Silva  Borges  e  Oliveira,  António  Murtíos 
Britto  ( juiz  da  Alfandega  ),  etc. 

A  difunda»  fora  do  Mirity,  comprada  por  Lourenço  da 
Sdva  Borges  a  Maria  Tourinba,  viuva  do  capitão  João  Velho 
de  Rrit<í,  em  terras  possuídas  por  Luiz  Man  .eL  os  quaes  ti- 
veram como  antecessores  a  Pedi-o  de  Souza  Pereira  e  muB 
herdeiros. 

P<>de  também  ser  lido  o  t^rmo,  feito  em  13  d©  agosto 
de  1741  pelo  escrivão  da  Camará,  Miguel  Rangel  do  Souza  Cou- 
tinhiK  Consta  desse  documento  a  ees^ào  e  traSiUksse  esponta- 
neitiie^ie  tbii.oao  S^^nato    ia   Ctmara   pelo   Dr.    Silva   Borgea 

Siara  uso  publico  doí*  moiudores  da  cidade  e   de  seu  recôncavo 
e  toda  a  aoçào,  direito,  posse  do  domínio  e  senhorio  (|ue  elle 
podesse  ter  nas  terras  realengas  couíinantt  s  cora   seu  eng^^nho 

—  asmesmaique  o  avô  Lourenço  Borgei  havia  comprado  a 
Maria  Tourioha.  Coraquanto  neste  termo  se  diga.  refere  H, 
Lobo,  que  a  cossà'»  foi  feit^i  espontai  noa  meu  te,  todavia  tal  es- 
pontaneidade não  existio  Tendo  o  Se  o  aio  ido  em  vistoriai  a 
lr«ja  pcír  motivo  de  quoixaa  e  r^c  la  magoei  quo  a  tal  respeito 
lhe  haviam  feito  os   moradores  do    logar,  reconheceu-se    que 


1 


80 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


taes  tTras  faziam  parte  dos  carapoa  Pôaleniaros  e  náo  per- 
tenciam ao  Di\  Burgos,  embora  sou  avd  an  tivesse  comprado 
como  atlodiaos  ;  porquauto  a  pessoa  que  as  vca<li3a  oada  mais 
era  que  urn  simples  iDtpu^o.  E'  um  inédito  curioso  e  está  no 
Arcliivo  Publico  a  tal  vistoria  que  foi  .secreta  e  occopa  muitas 
paginas,  nasquae^  a  eada  passo  ha  referooeias  a  torras  íóra 
do  Miriíi/  na  fYe ff ufzi a  de  Irajá,  Ncíla  podem  Ser  lidos  OS  do- 
poi mentos  de  varias  testemunhas  aobre  a  abertura  de  uma 
celebro  valia  pelo  Dr.  Borges,  ora  terrenos  da  Camará  a  des- 
aguar no  referido  rio. 

Bem  conservadas  estào  tamljera  no  mesmo  arohivo  os 
autos  eoi  publica- forma,  extraliidos  de  outros  de  aatígnação 
de  dez  dias»  OTitre  partes  D .  Anua  Maria  de  Jesus  o  Gonçalo 
Cordeiro  de  Oliveira,  nos  quaes  existe  a  certidão  (  H.  Lobo  ) 
passada  pelo  escrivão  do  Senado ♦  Felippe  Cordovil  de  Siqueira 
e  Mello,  na  qtial  ao  lé  que,  em  13  de  agoíito  de  1782,  José 
Furtado  de  Mendonça  íissigriàra  termo,  no  livro  de  obrigações 
o  liauças,  de  reconhecer  ao  Senado  da  Camará  coroo  directo 
senhorio  das  terras  do  sitio  Capão  do  Furtado— antigamente 
BÍtiii  de  Qinfangombe,  proraettendo  pagar  o  foro  que  íosae  arbi- 
trado. 

Entre  outros  documeotos  que  pode  m  esclarecer  a  questão 
de  bmite  pelas  antigas  confrontaçuos,  'i  o  acoordão  do  iíooado, 
de  julho  de  1793,  mandaodo  aforar  em  hasta  publica  uma 
porçán  de  térreo  os  em  Irajá,  constaates  de  '515  braças  de  testada 
pela  divisado  Engenho  aa  Graça,  iodo  da  cerca  do  Capio  do 
Furtado  para  as  margens  do  rio  Mirity.  Deiáas  315  braças, 
205  íbram  arruma tadas  mais  tai^le  por  Manuel  da  Coata  Fi- 
gueiredo, e  íis  5<>  restantes  por  António  Martins  Quaresma. 
O  aforamento  de  Figueiredo  passou  a  Jusé  Gomes  da  Silva, 
tudo  isso  cittido  por  H.  Lobo  é  plenamente  corroborado  pelo 
rico  cabedal  de  provas  conservadas  no  Archivo, 

Este  José  Gomes  da  Síiva,  escrivão  e  arnoso  damaodista, 
trouie  de  cauto  clior&da  D.  Theresa  Aogelica  de  Jesus,  que  por 
sua  vez  não  se  deixou  supplantar. 

São  merecedoras  úq  leitura  as  razões  finaes  em  que  essa 
senhora  apresenta  o  seu  contendor  oomo  conhecido  homem  do 
tricas,  capaz  de  engau&r  até  S.  A.  Real  o  príncipe  regente. 
Em  todos  ts^s  papeis  fatla-se  em  legares  que  perderam  a 
antiga  denomiDaçào,  taes  como  Ilha  das  Ostras,  na  bocca  do  rio 
Miruy,  rio  dos  Cachorros,  Mirity  Doce  e  Mirity  Salgado,  Ponta 
Grossa,  etc* 

Longe  iria  se  quizesse  dar  aqui  succinto  resumo  do  tantas 
questí^s,  protestos,  representações,  cits/çôes,  aggravíjs,  appella- 
çõBS  que  decorrem  da  leitura  deesea  al^in^abios.  Denotam  elles 
o  gosto  particular  due  nossos  antepassados  por  questões  fo- 
renses ou  demandas. 

Era  a  feição  do  tempo.  Alem  das  procissões,  os  fogos  de  ar- 
tifício, a  barrtica  do  Telles,  iis  brigas  de  gálio,  jogo  da  bola  e 
as  ceia  tas  do  Pus^feio  Publtoo  Qào  Havia  diversões  e  a  vida  con- 
OdQtrava-Be  na  egroja»  na  botica  e  uo  cartório* 


LIMITUS 


81 


Dcsvtí  se,  paréru,  aos  cbicanísU^  o  íavor  Ug  iorem  doíxado, 
no  meio  do  i ao  los  provuras  et  reiiqua,  preciosos  elementos  como 
os  quo  actuttlmeDlo  podom  sorvir  para  o  Diâtiíclo  FederaK 
dizer  ao  tsado  visiabo*  à  semeJluiCiça  do  Augusto»  oaClrina  do 
Coroei  He  —  soyons  amis, 

IX 

A  povoação  do  Renlengo  fez  sorapro  parte  da  fiTguezia  de 
Nossa  Senhora  do  D^atorro»  lu  Campo  Grande»  aqualconsiepvan- 
do  os  antigos  iimit  s,  portcncou  lambom  jemjyre  ao  município 
da  C6rtô  ou  Neutrj. 

PuDilada  é3  succe^sirii mento  engrandecida  pelo9  Jesuítas*  a 
fazenda  de  S^nta  Cruz.  esse  model<>  na  iadiiiítria  pastoril  dot 
tempos  colcniíieíí,  tivoram  os  activos  e  inteJigentoa  diacipulos 
do  Loyoía  necessidado  do  pôr  cm  commuDicação  directa  com  o 
Rio  do  Jufcnoiro  esjías  fortob  ternis,  om  que  existiam  vastos  o 
apropriadus  campos  de  criação  o  pastagem. 

Daia,  pois»  de  tempus  lemotos  a  abertura  da  longa  o  ai- 
Diiusa  estrada,  que  atravessando  as  froguezias  de  Inhaiima,  Irajá 
e  Campo  "irando  ta  ttip  a  auti^ça  suamana  de  Cbrtatovau  MoQ- 
teÍi*o.  legada  em  parle,  por  sua  viuva  Marquoaa  Farreira  (nome 
próprio)»  aos  pidres  tia  Companhia  de  Je>ue, 

Expulsos  08 i*os  era  1'50,  passou,  como  é  sabido,  a  Fazenda 
do  Sant.^  Cruz  a  sor  ineorpurada  nos  bens  da  Corô-i.  Cora  a 
vinda  d  L  família  real.  fui  SaQCa  Cruz  escolhida  p.^ra  lugar  de 
recreio  do  príncipe  rtigoot^  e  du  seus  filhos,  e  melhorado  o  an- 
tigo caminho,  graças  a  Paulo  FernandtíS  Viaiina  passou  a  ser 
chamado  —   Es  irada  Real  de  Santa  Cruz. 

Nesse  tempo,  foram  fincadod  os  dos»  marcos  de  podra  ao 
longo  da  e^^trada  indicando  o^itras  tantas  legoas«  supposta  dis- 
ta"icia  entre  a  ciiiade  e  Santa  Cruz.  Era  fama  entre  o  povo, 
que  o  rei  láo  podia  ro^i  lir  mais  do  doKo  leg  -as  fora  da  capital. 
Que  ellas  forajn  medidas  a  ullio,  não  resta  a  meoor  duvida  ; 
porquanto  a  dir^t meia  entre  ura  marco  o  outro  não  ô  sempre 
ogual. 

Teve  então  seus  grandes  dia»  a  estrada  de  Santa  Cruz  :  a 
passagem  do  séquito  real,  de  tropas,  a  civalloe  a  pé»  davam  ao 
antigo  caminho  o  aspeciio  de  uma  verdadeira  avenida.  Demais, 
quotidianamente  cruxavam-se  as  cariu^tgen^i  dt^a  mlnisi;n>â  de 
Es  ta  d  u  e  fiiialgoM,  as  t-avalgadas  doa  nobres,  em  pregai  loa  pndlioos 
reclamantes,  petieioDarios  o  engrossadores^  que  tocfus  iam 
reoeber  ordens  e  tor  a  hunra  de  l>eijí*r  a  mão  de  Sua  Alteza  o 
Príncipe  Regente.  Fácil  aerà  c^lcolar  quanio  era  diapeoaiosa 
para  toda  esha  gentfj  a  permanência  do  governo  enj  ião  lon- 
gínqua paragem,  Soodn  pequena  a  antiga  ca^a  da  fazenda  nella 
abo  teta  vam-se  a  família  real  e  a  criadagem  indispensaví-l  ao 
aervjço.  Os  outros,  o  eram  muitos,  bospe  avam  ^e  nn  fazenda  do 
Mdtto  fia  Pãiíencta^  pertence  D  la  a  Jmo  Fianciseo  da  Sdva  e 
Souza,  ca»adti  cura  D.  Marianna  Eugenia  Carneiro  da  Costa» 
381  —  (í  Tomo  luMU.  t.  i. 


^ 


82 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


filha  mais  velha  de  Braz  Caraelro  Leão  e  de  D.  Anua  ^  FraDcisca 
Roj^a  Maciel  da  Costa,  primeira  Barooeza  de  S.  Salvador  de 
Campos— (Revista  do  last.  Hist.  Todio4H). 

A  generosidade  dessi  8  abastadus  fazendoiros  chegava  a  ponto 
de  darejii  quartel  á  guarda  da  policia  e  a  susteutal-a  durante 
mezos. 

Al^íumos  vnsios  (diz  Mello  Moraea),  quem  aguentava  com 
aíí  dôspozas  de  hospedagem  o  dava  quartel  e  sustento  á  policia 
era  1>,  Mananna,  dopoiá  do  fallet^:imeoto  do  marido.  Outraa 
veze^a  faioiija  de  D,  João  servia-seda  fazenda  do  Bongà,  pro- 
priedade de  I).  Anila  do  Mopuet  eCat?lro.  que  a  recebia  o  tra- 
tava com  bizarria»  menos  é  guarda  da  poiieiá,  por  jser  eaUí  de 
primitiva  pensão  da  casa  do  MaUo  ãn  Paciência,  peio  menos 
duas  vezes,  em  cada  anuo,  nào  se  demorando  menos  do  dois 
mezes  a  fumi  ia  rt?al  em  .Santa  Cruz. 

Em  iâis,  deu-so  na  estrada  de  ^anta  Cruz  nm  facto  que  de- 
nota a  grandeza  d  alma  do  rei  D.  Joào  VI.  O  marquez  de  Loulé 
havia  seguido  os  exerci  tos  de  Napoleão  e  por  Cr^te  facto  ínra  de* 
clarado  traidor,  deíspojado  de  honras  a  privilégios  ecouderanado 
à  morte.  Balilo  do  recui-aos,  dingio-sc  ao  Rio  de  Janeiro  reeol- 
vido  a  sujeitar-se  á  sua  triute  sorte .  Depois  da  rauitiis  peripé- 
cias* contadas  por  elle  mesmo,  om  uma  memoria  impressa  por 
Mo.iló  Muraes,  na  Chronica  Geral  (pag*  195—199,  Tomo  â")» 
aconsolhaio  por  paruotes  o  araigoe  resolveu  pedir  publica* 
mento  perdão  ao  ruí.  Bin  um  bello  dia  esperou  o  regre*so  do 
í),  Joã.0*  que  viuhi  de  Santa  Cruze  ajoeliioii  no  meio  do  ca- 
minho* Parada  a  regia  cunQÍtiva,  perguntou  o  moiiarcha  o  qua 
queria  o  supplieante  :  «Lembrar  a  vossa  magestade  que  a  minha 
exilada  rimiiia  nao  tem  paite  nuB  meus  crimes  e  depois  morrer* 
aos  pés  do  meu  augusto  soberano.»— «  O  marquez  expijz-se  a 
muito  vindo  a  usta  corte.— >  «  As  virtudes  de  vossa  magestado 
animaram  me  a  dar  tão  arriscado  passo.»  Disei  «marquez, 
estãos  convencido  de  que  vos  devo  perdoar  í»  «NàOt  eeohor 
os  meus  crimes  impedem  tal  veutura*» 

VollaudO'se  o  roi  para  a  comitiva  disse  commovido:*— E'  o 
primeiro  qm?  í>e  fiando  no  meu  coração,  veio  entre^ar-se  em 
minhas  mãos,»— Loulé  foi  completamouto  roiutegi-ado,  teve 
legar  oa  corte,  foi  valido  do  rei  e  niorreu  assassiaado  em  Sal- 
vaterra^ por  intrigas  de  palácio.  Teva  um  lILho  que  caaju  com 
a  prieceza  D.  Arma  de  Jesus  Maria,  li  lha  de  D.  Juao  VL 

De  Campo  Cirande  e  suas  i^onde^a^  dá  ampla  Doticla  a 
escriptora  Maria  Graham,  na  sua  obra  Journal  of  a  Voyage  lo 
tfie  Brasil,  Ahí  não  ce^a  de   fallar    oa   belieza  dos  sítios  que 

f percorreu,  sobretudo  a  fazenda  i1  o  Vieg:ka,  na  gr.mdeza  e  odq- 
encia  da  noss^i  fauna«  na  cultura  dos  ougenhos*  C.tzendjis, 
ologiando  geniprr  a  goutiJceacom  que  íbi  tratada  e  a  hospita- 
lidade de  IoíÍms  recebida— »er» ti munto,  disbo,  que  parecia  estar, 
na  massa  do  sangue  bra:eileit*o. 

Nào  se  enganou  Maria  Graham  sobre  as  eoudiçues  to- 
po^^raphicas  de  Campo  Grande  e  foi  por  amor  da  uberdade 
ao  s6lo,  que  os  antigos  povoadores  do  Rio  de  Janeiro  ahi  âc 


LIMITES 


83 


fixaram,  obtendo  como  já  vimos  dos  goyeruadores  amplas  datas 
de  terras. 

Ura  densos»  seguQdo  refere  frei  AÉ^oaíinho  de  Santa  Maria, 
estabeleoeu  ee  no  Bangu^  levantaQdo,  abi,  pequena  ermida, 
dedicada  á.  í^enhora  do  Desterro. 

No  sanctuario  tídiflcadu  por  Manoel  de  Barcellos  Domin».'ue3, 
tal  era  o  nome  daqueJlc  primeiro  povoador»  foi  croada  em  1673 
a  parocbia  de  Campo  Grando  com  terrenos  doámom brados  da* 
freguozias  do  Irajá.  e  Jacarépiíguá.  Nessa  primitiva  eapella  que 
sérvio  de  matriz  reallzuu-se  em  um  Domingo  de  liamos  o 
aasadâinato  de  Joãu  Manoel  de  Mello. 

Somente  pelo  alvará  de  i'^  de  janeiro  de  1755  foi  elevada  a 
vigaria  coUada,  sendo  o  seu  primeiro  parocho  o  padre  Bernardo 
Ferroira  de  Souza,  com  ;i  côngrua  de '^0$,  annuaes  (Doe.  do 
Arcíi,  Pub,). 

Arruinada  a  egreja  de  Barcellos,  houve  neceasidado  da 
ediâcaçào  de  outra  que  servisse  de  ^éáe  fl  froguezia.  Dn* 
rante  mui  tus  anno^  andou  a  Senhora  do  Desterro  em  com- 
pleta peregrinação  por  alheias  casas. 

OccupoU'Se  inonaoDlior  Pizarro  detidamente  desse  facto  ; 
l>era  como  Milliet  de  Saini,  Adolphe,  Moreira  de  Azevedo,  Mo- 
reira Pmío  e  Agenor  Santos, 

Em  principio,  foi  escol liiio  sitio  entre  os  engealios  dofl 
Coqueiros  e  Viegas  e  a  Provisão  Régia  de  12  de  dezembro  de 
17^0,  ordenara  ao  Bispo  escolhesse  aquelle  local,  havendo-so 
os  paro  chi  anos  comproniottiJo  a  auxiliar  a  ccnstriicção  do  novo 
ediucio.  EstAodo  as  eoijs;is  no  ra  dhor  pá,  surgiu  a  discórdia  — 
prevalecendo  —  diz  Pizarro»  a  parcialidaíie  dos  ijue  se  oppu- 
nham  á  execuçào  do  templo  novo  (talvez  por  querei^em  desviar 
do  aí  a  proximidade  da  igreja  e  do  parodio  cuja  visinhança 
pouco  lhes  agrada)  levantuu^se  a  mão  do  trabalho,  e  tis  paredee 
erguidas  á  face  da  terra,  foram  pouco  a  pouco  demolioas  pelo 
proprietário  do  terreno  que»  sem  rotribuigâo,  se  aproveitou  da 
podra  para  outros  i^didcios  da  íaztmda  ! 

Passados  annoa,  foi  lembrado  o  logar  de  íuriary,  onde 
alguns  dôvotoí  doai-am  cor  ia  porção  de  terreno.  O  bispo  D.  An- 
tónio do  Desterro  approvou  a  idéa,  por  provirão  do  2u  de 
agosto  do  1747.  Não  víuííou  o  plano»  graças  ás  intrigas  o 
picardias  surgidas  entre  dous  partidos  que  se  formaram.  No 
governo  do  bispo  Mascarenhas  CastuUo  Branco,  foi  escolhido 
o  local  da  Caroba,  Fracassaria  ainda  o  projecto  si  uào  fura 
a  força  de  vontade  do  desembargador  José  Pedro  Machado 
Torros,  que  com  denodado  empeolio  conseguiu  fosse,  aUl  mesmo, 
terminada  a  edificação  do  totuplo,  cuja  capella-mór  prinoipiou  a 
ter  exercicio,  em  1808.  Como  <^  sabido»  nào  parou  ainda  ahi  o 
caiporismo  de  N,  S.  do  Desterro  í  em  nossos  dias  foi  sua  egreja 
destruída  por  violento  incêndio  1  Felizmente,  novo  templo  de 
grandes  proporções  veiíi  substituir  o  antigo  e  serve  presente- 
mente de  matriz. 

De  uma  relação  {Doe,  do  Arcb.  Pub-)  apresentada  em 
1777  ao  Vioe-Rel  Marquez  de    Lavradio  pelo  Mestre  de  Campo 


84 


REVISTA    [X1    INSTITUTO   tlISTORIOQ 


Igaacio  de  Aodrado  Souto  Mâj-or  RoQdoii,  comm&Qdmnte  da 
Diâtrioto  MilicitiniJ  do  qtial  fada  parte  a  fregnezia  de  Campo 
Gr&ode»  nuuierava  esui  us  .<ogatntes  1>>  eo^nhos  :  1%  do  B^n^^ 
da  coPODOl  Gregório  de  Moraes  C  *stro  Pimetitel,  —  com  I(/7  es* 
cravos,  frtíeodo  por  anno  4)  caixas  de  a^ucnr  e  ^^  pípiís  ée 
aguardante  ;  —  2',  da  Vieç^xt,  do  MaDUêl  Freire  Ribeiro,  —  53 
escravos*  faz  íf5  caixiS  e  10  p*p*s  ;  —3.*  de  luary,  de  Victoríano 
Rodrigues  Rí^sa,— 27  escravos,  fkzendo  nma  caixa  e  meia  pipa;^ 
4'\  de  Cabussií,  de  Úrsula  M-rlina— S7  esc^r.ivos,  fazendo  20  c^xas 
e  nove  pipJt»  ;  — 5%  de  Ivhwtyba,  do  ca  pi  i  ao  Antoni  i  Aotttneâ,  — 
tem  H  escravos  e  féz  •ómanie  uma  caixa  ;  —  6*,  Gwmdà^  de 
Francisco  da  Silva  Sene  (sieK  —  '3^  esem^os,  1^  caíxaa  %  10 
piMS  ;  ^  7*,  do  X£ffid4inka^  do  capitio  Francidco  Caetano  âm 
Oliveira  Braiga,  —  :^^»  e^raTo»,  10  oaixas  e  oitu  pipis  ;  S».  de 
Capineiras,  de  D.  AQaa  M^rta  de  JtíSas,—  35  eficravt>8,  25  caixas 
•  ^  pipas ;  —  Lsmmraú^  de  0.  Bá^riaDQa  Nanes  de  Sotizae  mais 
hardeuNMW — ^  escravos,  IS  eaixas  e  lo  pipas  ;— 10^,  dm 
Cúf^ieinu^  de  José  Vataues  Siixaoo«  »  3'i  eseravos,  ^  eaixas  e 
7  pipas. 

Eíte  ultimo  eogaiiho  foi  fundado  em  1773. 

Neae  lempo  prod«tsia  Ctmpo  Grande  muita  farinha*  millio. 
ft^i^,  arroz.  O  anil  era  com  T^ntagein  cultivado  e  das  mattas 
eram  exirahtda.s  muitas  maul^^iraa  de  lei. 

Na  fazeo  ia  lo  Mcndonfm^  comprada  poâteriormeote  pelo 
paire  António  Coito  da  Puo^eca  (as  escrípiuras  Tt-aa  no  Ar- 
cbivo  PuUioo),  foi  cultivado  o  café. 

Segun  40  refert^  o  Dr,  Francisco  Wrmrc  AUemão  (Rev.  do 
Inst,  Histórico.  Tomo  19),  em  Í85(S,  existía  no  Mèndtmhd  uma 
vellia  preta  eaer^va  do  padre  Coito,  a  qual  ainda  se  lembrava 
de  ter  a^judHdo  a  tratar  doã  prime iro:$  caf<*eiro!^  plantados  na 
fks«'Ddado  JítfiiiíaM^i.  Nesse  local,  uasodu.  em  :f4  de  julho  de 
1797,  o  illuatre  e  supracitado  Dr.  Freire  Allemâo.  aâlhado  o 
proiaicido  do  padre  Ooàto.  O  Df.  Freire  começou  como  sacris- 
aáo«  mas  pelos  seus  estados  e  prufic^eocia,  admirada  até  em 
paixão  e^tranf;eí^u6«  oooqaiston  o  logar  de  v^rd^Mleiro  sábio* 
Por  Qoiavel coioc^denòa,  (klieceu  (li  de  novembro  de  1874^  no 
lo^ar  do  seu  uaseluiealo  e  fui  sepultado  ua  ÍVeàTUezia  de  Campo 
Graarfe. 

D j  referido  eofonho  foi  ftiiidador  o  capitão  Luta  Vieira  do 
Mendanha.  De  uma  lista  de  bens  asqnosinidos  pelo  fiaeo,  w^ 
o  Dooie  do  capitão  Meodasba  (Tomo  5*  —  Baltbaiar  Usb  a). 
Teria  sido  também  patMiiído  eoiau  in  teu  í  PosKiia  elie  lenas 
em  Guaraaib«  c  p  *r  imo  detzo  o  cuidado  de  editodar  o  jisssutnpto 
ao  dMmeio  e  operaao  investigador  Eduardo  Poixoio.  que  ba 
tempos  leu»  no  Instituto  Histórico,  minuciosa  manoria  sobre 
nata  ultima  íifofiiezia. 

Xo  tempo  de  mooaenlior  ^isarto  exiitlim  em  Oampo 
Gnjkáo  aa  argaiotas  eapeilas  âliaes:  W  Sam^  AnKHNei  levan- 
tada em  Iwriar^  foT  FraocÉsoo  G»«meau  prc  nsio  do  Cabido,  aéde 
viítoale,  em  17^  ;  ^  S*  m  Senk^rm  4ú  t^esiêrró  e  S  Msé^  Sfta 
esn  QoitQeiroi,  ei^a  ftiudagdkj  exceda  os  amiosda  iTaO»  ao  qual* 


LIMITES  85 

visitando-a  o  bí^po  Guadalupe,  providenciou  sobro  suas  necessi- 
dades. Sérvio  de  matriz  no  anno  de  i737  ;  3\  Senhor  Bom  Jesus 
do  Amarão  e  N,  S,  da  Conceiçcio,  levantada  no  Lamarão  por 
Manuel  Antunes  Suznno,  por  Provisão  de  12  de  março  de  1743, 
passada  na  freguczia  de  António  Dias,  districfo  de  Minas  Ge- 
raes,  onde  se  achava  de  visita  o  bispo  D.  irei  João  da  Cruz  ; 
4*,  Santa  Anna,  erocta  em  Capoeiras  por  João  Pereira  de 
Lemos,  por  Provi^ào  de  O  de  abril  de  1754 ;  5",  N,  S.  da  Lapa, 
edificada  por  Francisco  Garcia  do  Amaral. 

Taes  são,  em  rápido  esboço,  os  d^doa  que  consegui  colher 
sobre  as  antiguidades  da  freguozia  de  Nossa  Senhora  do  Des- 
terro, na  qual  sempre  houve  dois  povoados  prmcipaos,  ú, 
beira  da  Estrada  Real  de  Santa  Cruz  —  :  Campo  Grande  e 
Realengo . 

Das  coisas  modernas  desta  circumscripção  do  Districto  Fe- 
deral dão-nos  exactas  noticias,  alOm  das  obras  citadas,  os  tra-' 
balhos  de  Pereira  da  Rosa  e  do   ur.    Paula    Pessoa  sobre   a 
Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil. 

Dos  veterauos  de  Campo  Grande  já  não  existem  monsenhor 
Ignacio  Coelho  Borges,  os  capiíães  Josô  da  Cosmí  Ferreira  e 
Damíiso  Antunes  Marqu.-s,  Francisco  Medina  Coeli,  José  Cle- 
mente Marques,  e  António  Zorra,  e  o  Cambaleão.  Vivem  ainda 
o  Miguel  P  mbeiro,  o  3osó.  das  Casas,  Joaquim  Ferreira  Bouças, 
o  Alves  Campeão  e  outros» 


Apenas  fundada  a  cidade  do  Rio  de  Janeiro,  jd  seus  prin- 
cipaes  povoadores  Manuel  de  Brito,  António  Fernandes,  Simão 
Barriga,  António  de  Sampaio,  Gaspar  Rodrigues,  João  Fer- 
nandes, Balthazar  Lourenço,  Braz  Luiz,  Gomes  Marques, 
André  Fernandes,  Manuel  Gomes,  P<?dro  da  Costa,  Marcos  do 
Veneza,  João  Carrasco,  Thomé  Rodrigues,  Pedro  Rodrigues, 
Christováo  Monteiro,  António  de  Marins,  Francisco  Mendes, 
Clemente  Peres,  Diogo  de  Oliveira,  Gaspar  de  Torres  e  Nuno 
Garcia,  dirigiram  em  data  de  18  de  agosto  de  1567,  ao  go- 
vernador Mem  de  Sá  a  seguinte  petição  :  «  Dizem  o  povo  e  mo- 
radores desta  cidade  de  S.  Sebastião,  que,  ora,  Vossa  Senhoria 
novamente  situou,  que  em  todas  as  partes  do  Reino  do  Por- 
tugal, as  Cidades  tem  grandes  Rocios  ao  fedor  para  pastos  de 
fados  Como  seja  coisa  mui  necessária  e  por  que  esta  Cidade 
e  S.  Sebastião  até  o  presente  não  tem  Rocio  limitado,  e  se 
espora  com  ajuda  de  Deus  ser  muito  povoada  e  além  dos 
moradores  que  ora  tem,  virem  muitos  do  Roído  e  de  outras 
parte§  viver  a  esta  terra  ;  pelo  que  tem  necessidade  de  grandes 
pastos  para  gados  e  para  também  ao  redor  fazer  roçdis  do 
mantimentos,  que  <lo  presente  se  não  podem  fazer  em  as  terras 
que  são  dadas  de  sesmaria,  por  a  torra  não  esiar  ainda  segura 
para  se  neila  estenderem  a  cultivar  o  fazer  mantimentos  ;  pelo 


w^ 


REGISTA  DG  ncsTiTn>^  m^oRrof> 


qúm-^PúÊam  m  Vossa  SenhoriA  até  o  lofrar  áo  Pirm^mâ^  em  ^oe 
padecii  tre0  íef  oaa  poaoo  mais  ou  meiiga,  aa  ^oaas  pedem  tttata 
para  todas  as  partas  em  reiuodo,  jam  inèmto  mmktiw^  qwB  seoãa 
moBos  90  oâo  p64e  peatorar  ca  gãdoa  por  a  môr  parle  deita 
terra  estar  em  matos  hraTioB  e  ser  neoenario  de^terem  nos 
para  lUrem  herví^g^is  para  os  gados,  ^ne  ao  proasote  aqui  ao 
redor  oio  tem.  » 

FaToravelmeiite  daspaobado  o  reqaerimeato  renios  oaUe  m 
génese  bistortoa  ilo  Realeii^  de  Oampj  Oraods,  aobro  o  qoal 
smmpre  as  anlí^a^  Gamaras  do  Rio  d^  Janeira  exmeram  o 
direito  dt'  administração  o  ma»  tjutte  ricram  a  eoestítair 
parte  ár  '  imooio,  por  determlaacio  r%ia. 

(^  i  ^  Coocdltios  oealiiuii  fôro  aoteavam  doi  b  ia- 

doir^  t)  ivu^^tir^À,  aoe  qoaee  aeâae  Isfradourow  permiuia  a  per- 
jQaoeoeia»  maia  ou  meõoe  earti,  pafadeseao»  dastKéidas  qjm 
ooadam  de  Saotos,  de  S.  Paula  a  Miaas. 

Ojm  o  correr  dos  aaooai  ou  da  me^  pr9prià  onpor  aocenlo 
com  as  Camanks.  ountritairam  ellas  eooi  ftaas  para  eitaMeoi- 
meotoB  pios«  iobretndo  os  Lasaroa,  cimb  a  eoodlçio  da  podaiiMi 
leniilar  aUi  barraoat  e  rancbos. 

Por  teaes*  os  poderosos  do  logar  o«  oi  protíe^gidos  piHê, 
tento  da  foremaa^  proinnieraiii*  a  lllalodeaarem  demlalos 
lomar  por  aasmaria  as  terras  realengas  da  Ounpo  <?iaDda. 

fioa  doonmdQtoa,  orne  U  no  Archlro  Poètieo,  es^  tste  pro- 
irado;  laa  õsHo  medioo,  qiM  peto  aoaae  nío  parea,  amigo 
iniàmn  dneanda  da Reaenile,  dM^  ^^  esMterraa»  mas  m 

tein  e  reawtesnla, 

toTO  ifaal  paetonçnn  D.  Aaoa  de  QMtm 

a  da  Bajagt  e  wímw%  dncaitnflo  de 

Hãn  ibi  bManamiiík.  attsoln  a  ift- 

mémfOtwmsÊàk  aasa  tiea  aentem:  kiYia  nassa 
~     ée  Mme  Maneai  JtaylM  da  Sooa  t 
Ha,  renjTa  nm  nome  delia  e  ] 
iibesi  Winofti  Jnaanim.  ftami 
In  dmtrMonIÍMivedaOiH«ífnOil- 
e  da  tlnvn  da  Culra  Mofnni,  ra|ner 
de  Caoipa  Oraadn  mnflaináii  nsn  o 
BaTia  c  liM»  a  aona  na  anl:  indn  n  ref 
falatei^r  iern(natfi  era  daeapararnstm 
idaners»! 


m  asna  da  tSIS.  i 


.IMíTliS 


8T 


com  conseDUmeutu  das  caraara^  com  ca^aá  do  poíiueao^  nogu- 
clõg),  So-rairam-^e  sceoa^de  vandalismo,  postas  em  prarjea  pelos 
feitoFí»»  e  escravos  dooDííenhõ  do  Rioííú.  Os  pí'ejiiln?;MÍo^  tendo 
á  ôua  frente  Izi  loro  Pereini  dus  Saatoa,  J-iâo  Manuel,  Rapliael 
de  Víoraoa,  Francisco  de  Aííuiar  diri^^era  voherncnte  ruprcsen- 
laçao  ao  Senado  da  Camará  que  procura  d<  sculpar-so  do  me- 
lhor modo  e  buscam  tarabera  a  innorveoçâõ  do  vice  rei  que 
cahiu  das  nuvení*.  Dá-so  começa  ao  rospectivo  processo,  sáuos 
autos  remettidos  ao  Juiz  dos  Feitos  da  Corna  e  Fa/.enda,  t^nde 
deveria,  pre^ontes  as  partes,  decidir  «e  a  quoatiio.  Ouvido  tam- 
bém ochaoceller  da  Rolaçào  Josô  Pedro  Macliado  Co  dlio  Torrea 
esse  foi  de  tipiniao  qu9  nunca  vira  em  negocio  dt'ssa  natureza  um 
engana  maia  aorJidumeute  projectado. 

Todos  esses  ducuraooíos,  a  que  allude  pf^rfunctorin monte 
II.  Lobo,  pudem  ser  viatoi  qj  Aroíiiv^o  Pfiblico.  Enti'e  ellos 
niGnciónarei  o  attoatado  do  vigário  de  Campo  Grande,  padre 
António  Rodrigues  do  Valle,  eortiftcando,  em  3  de  novembro 
de  1805,  quo  o-i  reclainaa Voa,  rosideotea  na  povoagâo  do  Rea- 
loiigo  obed^iciarn  ao  parocbo  de  Noss?i  Sonliora  do  Doaterro,  era 
Qujaejíreja  8e  conles^avam»  bapfisavam  os  ftlhoa.  etc. 

Nilo  posso  ,sa!>er  que  punição  teve  o  tal  Manoel  Joaquim, 
qu'>  nos  aut^ífl  ao  «pr  santa  tarnííGm  coroo  procurador  de  Ilde- 
fonso. auserUena  oid  vde  da  Bahia.  Durou  o  pleito  nove  longos 
annos  até  que  a  Carta  Rei<ia  de  27  de  junhn  d©  1814  julgou 
ohrsplicia  e  suhrepticia  nuHn  e  de  nenhum  offaito  a  rances^ãi}  da 
SGíí  naria  dada  por  [J.  Pernaudo  Portugal, 

Antes  de  [iroseguir  e  com  reOírencia  a  morado red  de 
Campo  Grande  tnoi  aqui  c.ibirnento  a  iio^iiinte  DOta  : 

Qfiando,  em  1827.  proco.deu-se  por  lírdem  do  ^iroveriio,  ;l 
modivà^i  das  torras  da  Imperial  Fazcíid  i  do  Santa  Cruz»  foi  o 
conduf*tor  do  livro  dii  tombo  dos  Jeauiias  victim  i  do  urn  roubo» 
oiplicavolou  por  muito  som  no  ou  furiosíi.  bebed*^ira. 

Vieram  eesse  t*»mpií.  X  imprensa,  dois  iiirpíirtante»  optis- 
culos  recheiaioí!  de  dotium^nlos  o  plantas  topographícas.  xVo 
primeiro  cora  o  titulo  — /U/e// íçat^^  e  Corre ipúnde nnn  —  b  ar- 
mado pelo  —  Zelador  da  Direito  de  Propriedade,  o  patrono  dofl 
coDfln^tntos  que  se  julgavam  lesados  com  a  demarcação  feita, 
apreseniaVrira  os  tiluloa  de  suab  propriedades.  Deram  a  entender 
que  o  tal  roubo,  espeoío  do  conto  Io  vigário*  ora  uma  patranlia 
inventada  pelos  demarca'lores.  No  seguoLÍo  *<  Memoria  Uefu- 
tativa,  etc,  »,  [>elo  Zuladur  da  V^erdade  o  da  Justiça»  attribuito 
ao  dezembirgador  Kígiielr<>a  Nabui*u»  uolle  o  anVjr  procurava 
com  a rgu mantos  juri.iícoe  invalidar  as  rabões  do  diroifo  offe- 
recidaí?  pelo;^  heroéa.  \esya  euiíosa  memoria,  hoje  rara,  vom 
por  exteo;<o  o  miiuerlto  u  quo  se  procodeu,  a  propo.^íbo  do  tal 
roubo»  que  fora  real.  Nossa  peça  do  procesíio»  li^uram  os  de- 
pi>imoni,o3  de  muitas  testerauotias,  todas  residontos  em  vários 
poDtod  da  ffeguezia  ilo  DeaieiTo  de  Campo  Grande.  Dolles  po- 
demos inferira  áreii,  então,  dessa  pntocbia  e  aeus  liuntes. 

Publicada  a  ciirti  rogia  de  27  de  jurdio  ie  1814,  tratou  0 
p  antigo  SeuaiQ  da  Camará  de  tomar  posso  do  Realengo  de 


^  :.'     iilho  do  1814,  pr<>co- 

•  tsMo  dis  referulas  tí'rr.»s. 

ieseinl»aríf;ulor   oiiviíloi* 

ji!'.ol    Pedro    <>c»m«'8,   ellf- 

i   ..-s  10  do  :igo8to  do  mesmo 

I  nraento  aos  S  ii(»  novembro 

'•:  • «.  pfoe<f>so,  em    oppo>ivão 

.  h  v<.  iiiu'  pura  cssu  fifii  foram 

.  \?.  •   ':-nios  o  tomados,  na  nle^m.1 

/  .idividuos.  qiic  Já  so  achavam 

^     «    ,-i.*-íi<.   e  f.;ríini   conservadas  por 

^     >        .^*  í\i  do di^zem  1)1*0  lio  18lô.» 

,     xoi-vo  para  proviir  n  dinMto  d<i 
•  vaiida«ie  do  Districio  Federal  as 
•  \ :  i  oxisliam  la  boje  varius  osta- 
:  -        ;  \orno  tia  Tu  ião. 

.wM%s;is  providimciííS  tomadas  polas 

xvi    jMrie  de  s(?u   património  contra 

\,^    .ss         •   ^'í^'a    piM-lVi lamento  iraiado    i)or 

•/.  \)   (hts  Terras  Mu.iicipacs^  podem 

..VÍ-.     .1.'  »!»>  diroito    desíto  dinricto  contra 

,.  -k.  .    .o  ivio  do  Janoirí>  qn*»,  salvo  eri'o.  mal 

^  V  .   o.í*'*<orio,  povoação  que  lez  parte  into- 

,*,».*'«    N^»s»>a   Soylinia   do   Desterro,    enjoa 

^^   »  o>v'  *oromo>,  nunci  foram  id«  difteados. 

.X » * .>  ao  tanto> pncodonies Bummariaraon»o 

^,<.^..o«.  .iníí'lii\"ão    ^o    KsÍMido    do    Uio  —  o 

^'\        »••/   som  eoíTirico  prou>to   do  clioío 

J.    A      v.vínvií  Municipal  nncontrara,  a  farta, 

V  >*  ,:\«pri.»ilade  patrinioiii.ii    dti   circnui- 

*.  4  \":*^  qnc  a  l«'i  do  Estado  do  Rio  do  .la- 
..V  "^  ti»  maio  de  li)o:á,  ó  tontrodicloria  e, 
^^  ,  ...  o:*ri'za  com  quo  foi  re.li;?ida. 
v*«4>  •»-''•  *-i^'*^  Miais  nriia  coniigão  favorável 
,\.  j.vVv<  tio  Kstad»)  \i>inlio.  o  qriili  I»08- 
*'''  *  ^  •  u»  ;♦r^vl^<a  VH' biiscar  O  que  nunca  lho 
...    4'  ..x.ví«odeiH)i.<  do  IKll. 


\i 

«•.  <  viM*dadeira  nieniorja  justificfiv.i, 

\ ..   ^     *     *    *       .vx*.'ríoae   snbsidios  mi    infurmavões, 

.,^    »,.vv\*v     ''' ,.*'*  j^i  i;^|itt  do  mtíthoilo.  K  a  r izão  O 

.    *^<*        '        W  ^;' om  archivos  e  bil)iiothocas  noti- 

^  ..  .  .%     *  ^  ••  *  '^  V*/  V  À<;uilado  não  as  encontra  .le  uma 

,     ,     .V.-      ^  '  :^  *'^ 

^^.  ...  »*  .4v%AÍ»*  do  domínio,  que  sempro  exerceu 

, .    ^^»    %»*  *^^  soi'iv  as  terras  realeDífas  de  Camp.} 

,    ^^^^   *   "^     ^     vu<  *iUO  viMn  provar    ainda    o    direito 


LIMITES  89 

quo  a  edilidade,  sem  coatestação  alguma,  tom  sobre  essa  parte 
da  freguezia  de  Campo  Grande,  pertencente  ao  património 
municipal  pela  oonce^^^ão  végia,  de  1814. 

Nem  36  penso  ser  de  dimíDUtas  proporções  o  terreno  que  o 
Estado  do  Rio  pretendo  chamar  ao  seu  dominio.  Segundo  o 
i Ilustrado  Noronha  Santos,  só  a  planta  topo^raphica  deste 
povoado  representa  a  íigura  de  iim  triangulo  cuja  iiypothenusa 
tom  1.780  braças  (/  os  lados  2. 150.  O  grande  campo  do  Rea- 
lengo, outr*oia  destinado  á  pastagem  e  desejoso  do  gado, 
representa  um  pa  -allelogramino  de  165  braças  de  comprido, 
s(»Dre  275  do  largura,  com  proporções  quasi  duplas  de  todo 
o  terreno  da  praça  da  Republica  e  o  jardim  publico  da 
mesma. 

Voltando,  porém,  á.  mateiia,  citarei  a  primeira  postura  da 
TllastriSáima  Camará  de  sf5  de  junho  do  18õ3,  tomada  por  deli- 
beração de  '^8  de  maio  e  approvada  por  portaria  do  Ministério 
do  Império  do  20  do  junho.  Organisava  ella  uma  feira  mensal 
de  animaes  muares  e  cavallares,  denomin<Ada  cFeira  de  Campo 
Grande»,  a  qual  funccioDaria  nos  três  primeiros  dias  .de  cada 
mez.  A  Camará  reserva-se  o  direito  de  cobrar  500  réis  do  cada 
um  animai. 

Esse  mercado  durou  por  muito  tempo  e  cessou  de  continuar 
por  círcumstancias  que  nào  vém  a  propósito. 

O  segundo  facto  é  mais  caracteristico  :  antes  de  publicar 
um  livro  —  «O  Tombamento  das  Terras  Municipaes»  —  aou  á 
imprensa  o  Dr.  Haadock  Lobo  uns  folhetos,  hoje  raros,  com  o 
titulo  de  Tombamentos,  No  numero  2  desses  upuâculos  occupou- 
so  o  an  ih^o  vereador  com  o  histórico  das  terras  de  Campo 
Grande  e  entre  os  docnm  -ntos  citados  encontro  longa  lista  de 
inaividuos  afoi>ando.  alii,  maior  ou  menor  numero  de  braças. 
No  que  tem  o  nurawro  7  vêm  detidamente  declarados  os  uomes 
dos  forciros  na  Estrada  Cweral  de  Santa  Cruz,  margem  de  Pira- 
quara  e  Entrada  d* Agua  Branca, 

Ora,  tudo  isso,  além  do  mais,  servo  de  contradiota  ao 
tópico  do  decreto  n.  1  de  8  de  maio  de  1892,  promulgado  pelo 
Estado  do  Rio. 

Traçando  os  limites  de  Iguassú,  cumpre  lembrar,  com  o 
Districto  Federal  assim  se  exprime  a  referida  lei  : 

€  Ao  Sul— o  vtunicipio  Federal  pelos  rios  Mirity,  Maranguá 
e  Merinho  desde  a  Bahia  de  Guanabara  atô  a  povoação  do 
Realengo  inclusive  e  dahi,  em  linha  recta  á  confluência  do 
Rio  da  Prata  com  o  Mi3DdaDha  e  Rio  Guandu  Mirim  ató  sua  foz 
no  Rio  Guandií.»  Dando  de  barato  seja  essa  a  divisa  real,  como 
conciliar  o  expresso  na  supradita  loi  ? 

Sabemos  que  o  Merinho,  Maranguá  e  Mirity  formam  um  só 
rio.  Segundo  Agenor  Noronha,  é  conhecido  em  diversos  logares 
da  froguezia  em  que  corre,  seguindo  direcção  sinuosa,  pelos 
nomes  de  antigos  fazendeiros.  Conformo  a  oiúnião  de  todos  os 
autores  o  Mirity  nasce  n  i  serra  do  Bangú,  além  da  povoaç&o 
do  Realengo,  Dahi  a  primeira  difficuidade  em  interpretar  a  lei 
estadoal. 


90 


ÍSTITUTO   HISTOBinO 


Como  incíuir  doutt-o  de  certa  área  de  torrcno  li'niEada 
poi*  determinado  rio  rxtensi  zona  aitu.tda  fora  doá<e  niíisrao  Hg? 
Melhor  fora  ao  legislador  tomar  1  jgo  coroo  limito  o  Pira<|iiara  ; 
maa  nesa^  caso  a  coisa  dava  na  Ti^ita  ;  p>ríjuanto  diixava  de 
pertencer  aa  Diatricto  Federal  grande  pôrç^âo  da  fnigupzia  do 
Campo  Grande  constiíuida  em  grande  pane  pela  S'  circum- 
scrípçâo  policial  suburbana  demarcada  era  protesto  pula  lei 
n.  947  de  29  de  dezembro  de  lííOi.  Danais  fl  estria  des  ira  ida  a 
divisfi  com  Irajà  oonaiituida  pol »  margem  esqyeráa  do  Piraquára. 

O  mcflmo  aconteceria  si  a  linba  imagioaria,  como  pre- 
tende a  lei,  em  direcção  a  coníluoncia  do  Prata  com  o  Men- 
danha foííSQ  tirada  díis  nascentes  do  Mii-ity,  no  BangiK  Neá-se 
caso.  ainda  sotui  maior  o  prejuizo  da  iiossii  parochiu  do  Nussa 
Sonhara  do  Desterro»  cnja  superficio  pôde  aer  bem  limitada  nom 
os  esclarecimentos  fornecidos  por  hiíàtoriíidorcs  o  geogi^^iphos  e 
postos  era  confronto  com  cartas  6  plantas,  bem  como  com  do- 
camentos  ineditoa. 

Monsenhor  PizaiTO  refere  o  seRuinte  :  a  fregnezia  de 
Campo  Gr;inde  limita  se  em  distancia  de  una  quaito  do  légua  ao 
norte  com  a  de  S.  foãc  de  MerUy,  em  meia  légua  ao  nascente 
com  a  de  Irajá,  nas  Bt-ms  Mahiíaraca  ar*  sul  e  do  Rio  Grande 
com  a  de  JrtcarApaguà  ;  em  3  [/2  leguas  ao  poeaie  com  a  de 
Guiiratiba  ♦'  tarafpiim  com  a  freguezla  da  Conceição  de  Mari- 
pecú. 

Moreira  Pinto  era  seu  <  Diccionarío  Geographicoí»,  traçou 
para  a  freguesia  'le  Campo  Grande  os  limites  seguintes  :  co- 
meça do  lado  o  norte  na  poeto  sobro  o  rio  PiraquarA,  tiivisa  cora 
Irajâ,  tirando-sa  dahi  nm.i  linha  ité  o  logar  deuuminado  Jeri* 
cinú.  indo  do  ííuatHlú  do  Sennn  íazemlu  divisa  com  S,  João  de 
Mlrity  c  MarapiciV,  Polo  lado  sul  limitu-so  cora  as  freguezias 
de  Jiicarépagua  e  (luaratiba  desde  o  1u)í ar  denominado  Paciên- 
cia att'^  o  Campo  de  Fora.  a  lesto  apauha.se  uma  linha  nue 
coria  as  povoações  de  Fnrado  e  Palmares,  fazendo  divisa  cora 
o  Curato  de  Santa  Cruz,  De^se  pontj  tira-^e  nova  linha  que 
passa  petos  CiunpoK  da  fazenda  do  Piahy  e  Curral  Falso  até 
Kuratilxa. 

No  PGlatorio  de  1873  odr.  Ferreira  Víanna,  referindo-ao 
ao  Campo  Grande  dá  a  seguinte  nota:  —  mio  se  declaram  as  con- 
^yontaçôes  desta  freguesia  por  não  se  ier  conhecimento.  Todavia, 
tanto  no  primeiro  oomo  no  aegun  io  di^^tricto  menciona  diversas 
estradas  ili  vi  sor  ias  pelasqiiae^ser4  tãcil  aos  entendidos  traçar  os 
verdadeiro^í  limites  dodsa  circtim  cripçào  do  Diatricto  Fi»deral. 
Isto  com  03  0 iinpos.  osjtradas.  lir/oa.  lo/urejos,  morros,  t>0- 
voador,  praças  e  ruas  citados  no  importante  irabalho  —  Apon- 
tnmcntijs  imra  o  Indicadiw  do  Districto  Federal,  da  lavra  de 
F.  Aguiar  do  Noronha  Santos,  podérít  trazer  g^ande^  o  pro* 
cioáo6  e^clarocimentosi  a»  estudo  da   questão. 

O  Mmanachde  Laemmort  (19<):í)»  cora  relação  ao  Campo 
Grande,  prestai  o  soxainto  stibsídi  *:  E^ta  circumscrípçAo  tem 
cinco  l»^gua4  deextent.lo  e  qoijtro  de  latitude  e  limi  ta-se  pelj  lado 
do  nni  t4^  com  as  fi^guezias  da  S.  Joào  de  Miríty  e  Marapicii,  his* 


LIMITES 


9Í 


tildo  do  Rio  de  Janeiro»  peld  lado  sul  cim  as  fruí^aezias  do 
Ouftratiba  e  Jicarépa2ai;  pilo  lado  da  leate  cornado  [rajA, 
pelo  lado  oept  í  com  o  Curato  do  Saota  Cruz. 

Para  caoclUar  aa  duvidas  qin^  pasjam  existir  o  b^m  defen- 
der 05  direito*  do  Di^tricto  Pedt^ral,  lá  o^tA  o  Imhitaaio  pessoal 
da  Carta  Cadastral,  ciijos  tr-i bailios  conacioDcioaos  e  exactos 
servirão  do  rautto  ae  a  queatào  de  limites  tiver  de  ser  docidida 
por  mutuo  accordo. 

Na  repartição  do  Patriraooio  oiicoatra-ae  o  infatiííivel  Raul 
Cardoso,  perllnto  sabedor  lo  intigaalhas. 

Era  raitiha  humilde  o  pio  ião  rejeitado  o  Mirity,  rejeitada  a 
iiicluaao  do  RetileOíío  oo  território  do  Estado  do'  Rio,  a  lio  ha 
divií^oria  em  busca  da  confluência  do  Prata  com  o  Mendtnha  de- 
vora partir  dats  orií^eaa  do  Pavanaedabi  pelos  limites  do  lietiro 
e  Guandu  do  Senna  cora  o  antigo  raorgad-i  do  Marapicú,  o  iuai 
oomo  â  sabido»  foi  institaido  por  escfiptura  de  6  de  janeiro  do 
1772  p^r  d.  H"denade  \ndralG  Souto  Miior  Coutinho,  v.uva  da 
capitão  m6r  Manoel  Pereira  Ramos  de  Lemo?í  e  Faria.  O  actual 
proprietário  dosse  raor^ado  o  sr,  condu  de  Aljeziir  di^scondente 
dessa  il lustre  iamilia.  ([ue  deuao  Brasd  horaona  ootaveH,  po- 
derá pr*í8tar  vaíiosas  informagõos  cum  reforenoias  aos  llratte?? 
de  Campo  Grande  com  a  freí^uezia  de  Marapicú . 

Em  falta  delias,  poi^ra,  in  liearoi  a  lata  do  folha,  per- 
teoíentô  ao  Archivo  Publico,  a  qual  tem  o  rotulo  se^tiinto  : 
1"  secção,  16^^  classe—  i*  cjllecção,  8°  e  9°  grupos.  Alli»  deparei 
com  pedidos  e  cincosaões  de  sesmarias  antes  de  medição,  de- 
mandas, appellações  o  aggravos  áobre  terras  partencontes 
outr'ora  aos  primitivos  pjvoalores.  Na  impússibiliilade  abso- 
luta de  lazer  extracto  de  tudo  isso,  quo  ú  precioio,  para  a 
questão  de  limites,  citarei  apenas  os  Bej^uintoâ  iueditos  :  Diz 
Francisco  Ferreira  do  Sonza,  cirur^^ião  de  um  dos  regimentos 
desta  eapitah  que  concedendo-gc  por  seítraaria  ao  alferes  Apoí- 
linarlo  Pereira  C\zal,  no  anno  do  1772,  uma  logua  de  terras  de 
testada,  com  meia  légua  de  sertão ,  na  Fre^ptesia  ãe  Campo 
Grande,  disiricto  da  Camará  desta  cidade,  entre  as  serras 
do  (Guandu  do  Mendanha  o  Marapicú,  fazendo  testada  pelos 
solaeíí  da  serra  do  Guandu  do  Furtndo  e  dUo  Mendanha,  de 
Lesto  i  Oeste,  e  o  sertão  correndo  de  Sul  para  o  Norfie  a  con- 
testar com  os  sertões  das  lazendas  do  Piranga  o   Marapicú,  otc, 

Alleu'ava  mais  o  cirurgião  Ferreira  que  o  ApoUinarto  tendo 
obtido  a  sesmaria  d  vila,  nunca  se  utílisara,  retirando-so  para 
S.  João  Marcos  e  fazenlo  cessão  do  seu  direito  om  favor  de 
Ferreira,  Dada  a  competente  informa  âo  da  Camará,  em  B  de 
outubro  de  1779,  foi  pasmada  a  reapeiítiva  carta  era  data  de  4 
de  novembro  do  mesrno  inno. 

Outros  documentos  importantes  (de  1789)  :  requorimonto  do 
padro  António  do  Cuuto  Fonseca,  em  que  ai  lega  ser  possuidor 
de  um  engenho  de  aasuear  sito  na  freg-uezla  de  Xos^a  Senhora  do 
Desterro  dn  Cf  impo  Grande,  co  n  JStO  braças  de  teauda  e  meia 
h^gua  de  sertão  compr.vdíS  ao  capitão  Franciáco  Caetano  de 
Oliveira  Braga  e  a  Josó  Vas  Pinto.    Pedindo  a  confirmação  da 


92 


REVISTA   riO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


sesmaria  em  torras  coDcodidas  outr'ora  a  Diogo  Martins  Cam  e 
wj  padre  vigário  Marlera  PeratiEides,  Segue  iii-tie  muitas  escri- 
p  luras  pelas  quaea  o  padre  Fonseca  provava  as  succesaivaa  com- 
prai de  diversas?  porçôea  de  terras  que  consticutram  ma  li  tarde 
a  importHDte  fazuQda  dt)  Menffanha^  Nesses  papeis  de  diíílcil 
leitura,  encíjntram-íàe  euriusas  notícias  aubro  a  tjpugr&phia 
dessa  parte  de  CamtJO  Grande,  que  coDÍroata  com  o  Estado  do 
Rio  de  Janeiro.  A  cada  pasao  se  faz  menção  de  uma  medição 
ordenada  em  lflí)9. 


Ao  terminar  esta  serie  de  estudos  repetirei  o  que  disse  em 
principio  :  não  nutro  a  idéa  de  eísckrecer  o  a5isumpio»  mas  taa 
somente  encaminhar  a  discussão. 

Os  eleraentoi  historicoa  accunni lados  com  pacienci  i,  impar- 
cialidade e  dosíntoresse  podem  e  devem  prestur  algum  serviço 
aos  competeoiea  que  forem  chamados  para  de<*idir  o  litigio  entre 
o  Districto  Federal  e  o  E)sca<io  do  Rio  e  aci^t>ar  para  sempre 
com  Untaa  duvidas  6  diíficuLdades,  que  redundam  em  prejuízo 
do  contribuiote*  que  se  vê  entro  a  cruz  e  a  caldeirinha,  igno- 
rando a  quem,  ao  certo,  deva  pa^r  impostos  ou  mw  <ibrigado  a 
satistazeios  em  duplicata  neste»  ^mposdo  tantos  apuros 

De  tudo  isso»  ptcém,  colhi  bom  resuUada  :  fui  a  certeza 
que  tive  da  utilidaífo  de  uma  repartição,  o  Archivo  Publico, 
tau  mal  apreciado  ou  antea  desconheoido  o  digno  de  toda  a  con- 
sideração dos  poderos  publícus»onde,  quem  quer  estudar  encon- 
tra, além  de  verda  leiras  preciosidtides,  a  gentileza  o  praflconcia 
de  seus  dignos  fuuccionarios  aos  quaes  devi  dar  desenvolvimento 
a  um  aa^Limpto  ijobre  cuja  solução,  segunio  ora  fama,  nada 
se  poderia  adiantar  ou  e^dareoer. 


REFUTAÇÃO 


CALUMNIAS  CONTRA  OS  JESUÍTAS 


CONTIDAS   NO    POEMA   **  URUGUAY"  DE    .108K 
BASÍLIO  DA  GAMA 


AO  LEITOR  ( ' 


Kotra  as  muitas  piinnas  venaô^s.  (1)  de  qtio  ao  a^rviu  Se* 
bastião  José  de  Carvalho,  primeiro  mioiaLro  da  còrtB  do  Por- 
tugal* para  íQfiiraar  os  jesuítas,  de  quem  era  intmi?/o  doclaradíj, 
Imiiia  íbi,  a  que  escroveu  cor  Ws  cantos,  dodicados  a  seu  irmão, 
Fraucisco  Xavier  de  Mendonça  F^urtado  ;  beroo  verdadeira- 
mente  ée  outros  cantos  dígao,  como  v^oremoa  no  decurso  deata 
impugnaçào.  Teve  o  autor,  ti?io  sei  se  diga  a  irapiudencia,  se 
a  imptidepcia,  de  por  o  ai  u  nome  próprio  no  f['on(espicÍQ  da 
obru,  podendo  com  mui  ia  raaão  disíarçal-o  com  o  tingido  que, 
tomou  de  Termiú'lo  Siptlio,  quando  fui  eoxertado  na  lUíademia 
de  Roma,  por  grande  favor  daquelles  académicos,  e  eMoaz 
ínteret3Sâão  dos  jesuítas.  Mas  e^ ta  manifestação  que  de  si  fi^z  o 
autor  fui  útil  a  todos,  que  o  contiicem  ;  porque  o  me»mo  foi 
ter  o  >eii  nome,  que  desprezar  a  í^ua  oDra  ;  e  julgai -a  por  maii 
digna  de  se  dar  ao  fogo,  oue  a  luz  ;  por  ser  um  dos  mais  mons- 
truosos partos,  que  produziu  neste  século  a  ingratidão  junta 
com  o  interesae.  Como  porém  esto  ascriptor  oào  ó  de  muitos 
conliecido,  darei  aqui  previamente  uma  breve,  mas  veridica 
notícia  deilOf  para  que  se  ififtra  qual  seja  a  fé,  o  credito  que 
merece. 


Pr^vi&   noticia    (i&   vida,  o  caractar  út)    autor    do 
puema. 

Nasceu  este  novo  poeta  ;  que  maia  deve  ser  contado  entra 
CS  satyricoa  da  geo  til  idade,  que  ODlre  os  árcades  de  Roma,  no 
arraial  do  S.  José  do  Rio  das  Mortes  no  estado  do  Brazil, 
aoude,  passada  misoi*avelmeote  a  puericia»  o  entregou  a  pohro 
viuva,  sua  mãi,  a  um  religioso  leigo  Franci^aoo,  para  que  por 
caridade  o  conduzisse  com  sigo  para  o  Rio  de  Janeiro, 
aâm  de  aprender  ali  a  língua  latina.  Nesta  cidade  o  recebeu  em 
Sttacaeaa  certo  bem  feitor  ;  que  suaíentando,  e  vestindo-o  por 
esmola,  o  mandou  eatudar  ás  aul  «s  dos  jesuítas.  Aqui,  depois  de 
estar  baâtantéineii(.e  itubuido  p -r  estes  Fcligíosoa  nos  preceitos 
da  íatinidade»  pretendeu  entrar  na  companhia,  nao  sei  se  com 
verdadeiro  desejo  de  servir  a  Deos,  e  aos  próximos,  sesomonto 

O  Kf»  Ai*cLivo  do  Instituto  oxiglt*  et^to  curioso  maDueciipto  que 
a  Coinriiiâeáo  de  Redacção  f-ntcíndeti  drvvr  publicar  u^-sle  tomo  da 
Revir,ÍA  ,  Verilicoii-sssúrripro  lucçã*»  «ki  um  livr  ►  rarissaiio  impresíic» 
QSã  Lu^ano,  no  auJiu  d^!  178  i,  íub  u  titulo  «Resposta  Apulagclica  ao 
poema  lutiiutado^  O  Uruguav— ,  por  Joaó  Bdailio  da  Qaiiu»  (N.  da 
€.  fia  /i'.) 


U6 


REVISTA   DU   INSTITUTO   HISTÓRICO 


com  O  intenio  <l0  evjiAi*  a  miséria,  com  que  vivia  no  soculo, 
O  certo  é*  qoe  adrni  iuúo  ao  Noviciadu,  niostruy  lugo  n^sta  oov^a 
escola  da  virtudes  a  pouca  incli.açái»,  quo,  tinha  paia  eHas  ; 
ant.es  corres  po  a  deu  tão  luat  aos  d  ia  ta  toes  que  ouvia,  e  ao9 
btins  exGinpíos  qna  presenciaví*,  que  os  suporiures  quizérào 
despedi  t -o;  atribuindo,  porem»  u  pouca  6  fngosa  idado  que  tio  ha» 
08  defeitos  que  comraettia,  parte  por  compaixão  da  sua  gr  vnde 
pobreza,  parte  pjr  espuraoí^íi  de  que  crescoado  uoa  nunoa» .cres- 
cesse Dolle  a  tnaditreza,  consentirão  íiaulmunte,  quo,  acabado 
o  bleonio,  flzefl^e  os  votud  relijíiosos» 

Pasmados  apenas  sús  im^zes»  depoi^i  do  novioíado,  chegou 
ao  Brazil  o  tremendo  e  horrível  decretai»  em  virtuile  do  qual 
erão  desterrados  e  dosnaiur  iisados  tiidos  os  jesuítas  existetites 
nos  domínio:*  de  Sua  Mage-stade  Fidoliijstma,  pelo  ^upposto  e 
nunca  jamais  provado  crjrao  do  ailentai  todo  o  corpo  desta 
relígirLOr  ''ontra  a  vida  do  fldolissirao  rei  D.  Josõ  1,  Iseataado-sc 
desta  pena  os  que  Su  temo  emento  nâo  tivessem  prolessado  ;  no 
caso  que  qui^es:^enl  dospir  o  habito,  e  ílear  no  reino  ;  aonde 
aeriáo  tratados  como  vajisalod  fleia,  e  gosanáo  a  quotidiana 
côngrua  de  100  r^is. 

Tendo  aproveitado  potico  na  escolado  eapirito,  eaU3  reconte 
jesuíta  acceitou  lugo  a  oíTorta,  qat^reodo  antes  dtslructar  a 
liberdade  do  século,  do  que  padtícer  jiiotiimunto  com  os  mais, 
os  irabalhos  que  ameui;tivão  a  ãita  religião.  Ooixada  ji  ca^a  de 
Deos,  se  viu  este  pobre  mauctíbo  quasi  ile  ^odiy  indigente, 
sem  a  pcn^íâo,  que  se  promettera  aoa  que  sahissem  da 
companhia,  e  sem  a  que  se  dava  interiOii mente  aos  que  qui- 
zérào p  rseverar  nelia.  Quiz  nesta  conjuacturi  applicai-se  á 
PhUosophia  em  seminariu  ;  mas  resoluto  o  reitor  delle  a  cas- 
tig  d-o  por  uma  sátira  que  foz,  agi  Lado  Já  naqnelle  tempo  do 
espirito  da  maledicência,  com  a  fuga  evitou  a  pona,  maa 
au/mentou  a  miséria. 

Cahio  flaaJ mente  em  si*  como  o  pródigo,  o  doterminou  ir 
a  Roma  prostrar-se  aoa  pés  do  geral  da  cjrapanhia,  e  pedtr-lhe 
quize^o  segunda  vez  admittit-o  à  roligião  Para  este  êm  soe- 
corrido  com  dinheiro,  e  cartas  rooi  mmendaticiau,  que  Ibei 
derão  alguma»  pessoas  caritíitivas,  f>e  o.oburcuu  para  Lisboa; 
6  de  Lisboa  para  Itali  i.  Log<*  que  chegou  a  Roma,  he  incrível 
o  grande  bem.  que  lho  flzérâo  os  josuiias,  nào  só  os  que 
ti n hão  sido  seus  mestres,  aias  todua  os  queo  tínbào  conh&cido 
no  Brazil.  E.les  comas  suas  osmolas,  e  com  outras,  que  lhe 
procurúrào,  o  BUstentaváu,  e  vesilào.  Ello^,  para  ostar  oo!n 
mais  commodo   lhe  alcançarão  um   lugar  em  certo  seminarj^i, 

3 ue  eâtava  debaixo  da  direcvão  dosjosuit&s.  Eiles,  para  lhe 
arem  lionra  e  fama  o  ftzeraiu  ali&tar  entre  o-í  académicos  da 
Arcádia  :  fazendo-the  raivez,  ou  aíii»^nd<iiO>l  "itie  para  maior 
credito  seu,  as  oomposiçòes,  que  ali  havia  do  recitar,  Bll^^s 
èualmento,  não  obst.tnte  a  repuguaocia,  que  mostrava  o  eu 
geral  em  tornar  a  admittil-o,  sem  duvida  porque  penetrou  me- 
lhor o  espiritj  do  preujudontG,  á  Ib/ça  de  inslaacias  e  de  sup- 
plicas,  liohâo  ja  couseguldo  delle  o  ser  aogunda  vez  acceito. 


REFUTAÇÕES  AS  CALUMNIAS 


97 


Mas  fVastrou  eOe  todas  estas  diligencias,  e  correapoBdoa 
mal  a  todos  esles  bcnoficios  ;  porquo  caliiraniando  noataa 
mesmaa  circumstaocias  de  tempo  com  um  escripto  satírico  o 
seminário  cm  quo  eslava  pop  caridade,  improvisameote  so  re- 
tirou par;i  Nápoles ;  de  Nápoles  veio  á  Lisboa,  e  de  Lisboa 
pariio  para  o  Brazil.  AU»  seodo  logo  conhecido  por  ei-josulta^ 
foi  prezo,  e  rometiido  a  Portugal  ;  por  virludo  de  uma  nova 
ordem  réeiat  a  qual  estendia  o  oxLormiuío  ainda  aos  qao  ti- 
nhão  saMdo  da  companliia. 

Dezombarcando  om  Lisboa,  foi  aprosentíido  ao  Tribunal  da 
Inconfidência»  e  oello  obrigado  a  fvnQv  termo  do  ir  para  o  reino 
de  Angola.  Mas  este  desterro  evitou  elle,  valendo  so  das  siiíis 
habilidades;  isto  be,  componilo  nâo  sei  que  versos,  quadodicou 
a  Imma  fliba  de  Carvallio,  a  qual  alcançou  de  seu  pai  o  livra* 
mento.  Desta  ex>oca  começou  a  esto  poeta  a  sua,  uao  sei  se  Ibe 
chamo»  fortuna»  se  desgraça ;  porquo  penetrando,  que  aqyelle 
minislru  a  ninguém  premiava  mais»  nom  romunerava  melhor 
que  aos  autores  de  alguns  cscriptos  satíricos,  e  infamatorios 
contra  os  jesuítas,  occorre»i4he,  que  para  ter  quo  comer,  o 
meio  naais  fácil,  e  certo,  era  dar  .1  luz  um  poema,  om  cujos, 
vei^Bos  c  notas  confirraa^âso  quantas  imposturas,  e  caltiumias 
tinha  Carvalho  estendido  em  prosii,  na  sua  celebro  «  Relação 
«  abbreviãda  da  republica  jesuítica»  que  os  reli^fiosos  da  com- 
<  panhia  das  províncias  de  Hespanha,  e  Portugal  tinhão  esta- 
€  bolecido  noa  dorainios  ultramarinos  daa  duas  monarchias 
<ôtc.  etc.»  Coraraunicou  a  sua  id6a  ao  ministro,  o  qual  logo 
approvou  ;  parece  d  do- lhe,  quo  nini^ueiii  duvidaria  dus  factoa, 
que  oUe  tinha  publicado  contra  os  jesuítas  da  America  ;  vendo 
que  erão  confirmados  por  um»  que  o  tinha  -si. lo,  e  era  ame- 
ricano. Também  Ibe  fa-ítítou  os  raeios,  e  sui}ministrou  do- 
cumentos, tão  falsos  como  elle,  e  concluída  a  obra  Ih 'a  fez 
imprimir  em  bom  caracter  na  estampa  ria  real,  e  approvar 
pela  me$a  censória.  Além  d'áto,  vendo  que  o  autor  tinha 
escripto  tão  bem,  ou,  para  dizer  molhor,  tão  mal  contra  a 
companhia,  o  premio  que  lhe  deu,  foi  o  de  escrivão  da  sua 
secretaria.  Esta  foi  a  remunerarão  quo  teve  esto  cscríptor  ; 
este  o  officio  de  que  vive  ;  de^prosado  daquallas  pessoas  quo 
sao  !iidifí"erente8,  e  ti  verão  a  paciência  tio  ler  n,  sua  obra,  e  sô 
obsequiado  por  algum  tempo  daqueliãs  poucos  partidários,  que 
Ih'a  applaudiram .  {2} 

Supposta  pois  esta  succinta,  mas  verdadeira  noticia  da 
Tida,  e  caracter  deste  autor,  he  fácil  aos  leitores  o  conjecturar, 
qual  seja  a  fô  que  merece  o  senhor  Josó  Basílio  da  Gama. 
Seria  oUe  digno  de  algum  credito  se  tivesse  estado  no  Uraguay 
e  assistido  no  campo  das  sanguinolentas  batalhas,  e  gloriosas 
vlctorias,  que  descreve  no  seu  poema  ;  ou  ao  menos  tivesse  tido 
oocasião  de  se  informar  miuJament©  de  algumas  pessoas  verí- 
dicas, que  as  tivessem  presenciado.  Mas  se  elle,  pasmada  a 
puerícia  no  Rio  das  Mortes»  muitos  centos  de  léguas  distante  do 
Uraguay,  veio  estudar  para  o  Rio  de  Janeiro,  e  ali  antes  de 
entrar  na  companhia  não  conversou,  nem  tnitou^  aenào  com 
S3i  —  7  TuMo  Lxvia  i»,  i. 


08  HsnFTi.  DO  i!fc>rrrupj  HKTamca 

ja  mas  «náiacpiiiv  -i  iiças  ' j»  smr  m  r^figâa  nãa  te  man» 
io  lae  indsr  sranxe.  ^  ^;:&^ÚBii2a.  »bid  ^^iuk  ttsd.  ora  nu 
maroin&miD  suo.  s»  náft».  smú  «onasi»  or&  na  GBsrrA  fiuçaUa 
ift  Taatcugng,  ^jmú  r^m .  3i  <{iia  •■rnni»  <:anai{  póiie  õa?  ie 
Sketkjã  JUB  sicseieriu  sn  io^tf^s  iaaBriBi  9  em  paias  tãa 
p^macuã  íaqueilisi  lor  >iiiiie  suíuíl  *  3cdi  s»  otm  ^eiitio^  c[ae 
np^nmniu,  i^  i  uiáS  :?;gãi>_  laonsaaiÍBv  -^  sê^  iisnaâ  (fe  i±  ! 
Mhá  pamjie  x.JaoiFn^  ao  1iisss«3iit  aBraat:ar  a  qw  adião 
em  lecn.  r?titniii.i,  imBsmíHKHCB  -M  mortim  im  CwawiHificio 
1  ora^iTiina  m  li^om.  T-.aniKu.  iuiz  iá{iiL  por  jcsu  r^âicar  oqne 
«is  este  píiea.  liú  «iíi:;vj  ijs  -^«"íog.  «m  ia»  ttidas  s&Ii^b.  «ia» 
oii  liáii-a  ~ln*rir.  inaixtu  la^  prrsiiiv  m  lanuaçôiB  qiK  Ih*.^  poi. 
Praenn7«i  na  -iiibngn.u.ãd  ^aaiitu  ms  ±t  puslTeL  ijonar  cont 
a.  bi^^-daõe  a.  iíiítglw  :  x  .:iar»ia  pBTX  q^ofi  os  «xoiiiiias  lâd  se 
«niffmniHn.  i  ir^v^iiaie  pan  '\}iià  jqõeL^es  •^oft  a  uâa  aão.  se  nio 
eaduueau    Se  lí^zoem^nie   irz-ii?  ia  .uTrtnoiUiw  ^ssat  qpB  CúSo 

^IÍtoom  pftixãj  gg&igni  js  linirT»  ia  uriMunffai&^iittOBiTeaie&ce 

fyik  os  aoQkiTJST^d  por»  Htis  ibrtr  jt»  oOkcs  esasdaim  CAznbm  ot} 


no  ecrpo  ia  lòra.  .i^^iie  im^a^mx  in^ra  primeiro  aJber  do 
;uitor  deíla,  %  qoe  propoãcò  tõoi  «^peilai  <iuae  Tersos  de  Vir- 
seUio  postM  no  froatãâpieiu.  <  A;  3pk!o*as  ec  caà  <iefiKta  ^ppaniit 
<  .'idi^ren.^  r^la,  et  ombrase  peni^as  patuere  eaTesase.» 
JEieUÍ  V\ÍU  e.;mo  se  qnixease  com  eCIes  ui«iioir  o  sospa  do  sea 
poema,  e  &>!n parar  áqiéll^  fa baloiça  vn}T:k  a  s&jrrftiA  companhA 
oe  ieeiLi  *  Se  uat<>  lhe  oeeorrea  «Toe  teiBeríIsAe  !  que  iesoleii- 
cm  !  Hama  religião  socoetiaiTaoiêc^  cu  aperoTmd^  e  oooftr^ 
ína4a,  oa  lóavada,  exaltada  até  as  escn^uas  por  todoe  os 
Sammos  PoDtíâces  eoatemporaoecs  a  eiia,  meoos  o  que  a 
abolio.  Hama  reiigíLj  protejiia  por  tantos  Drincipe»  eatholicos, 
▼en^ t^ia  ^ie  ta.tcs  biapos zeloecH.  amada  ^  U)dvâ  o«  bons,  e 
8^  t^mi^lA  do9  máoe,  fíama  reIi^?ião.  qae  deu  a  i^rtvj a  tantos 
rnartyreA,  a/^.^  altania  tin^ií^^  aant.js,  ao  maoio  tantos  dou- 
toras*, ©  ífi^niTti,  á  republica  lítteraría  untas  Tolam^c^som  todas 
aii  MAPítíCAhn . 

/íama  relí/iáo.  ^jne  filia  só  <^rimpreh©ndxa,  e  abraçara  os 
InatítíJt^  <Ui  (\nx^i  u,Im  an  outras:  porqae  ella  pregara  nos 
ptjipit/^,  aMj^Ua  no»  conf*rfi^ionario3,  catbequisava  nas  praças, 
fjn^inara  n  i^  /:a/l<?írâ^,  rnísi^íonava  nas  cidades,  propa^va  a 
f^:  1'Mrfi  m  hhfhuff^  \:m%  r^hí^iâo  finalmente,  que  dilatada 
por  UkUí  o  fíiufido,  (im  Ufiío  iíU^í  na  o  c  jpava  em  promover  a 
iíi;tl'#r  íf.Uffín  ílo  Itfjfn,  o  ff  U(*ui  ^Mpirítual  dos  proxim^^.  E  ho 
p04««iví5l.  /jij^ajwjfri  a  hffirffnt/)  um  fliho  adulterino  delia,  inten- 
tfifi'lo /;';/iiíi/'iril-a  a  um  covil  'io  Ivlrôes,  a  ura  cscondrijo  de 
p\ritim,  o  a  urn  anilo  do  rnalfoit^^re^  ?  Mas  não  ha  que  admirar. 


REFUTAÇÕES  ÁS  CAI.UMNIAS  99 

Qaando  da  escolada  Clirísto  sahio  om  diacipnlo  traidor  a  seu 
mestre,  aãr»  ho  muito,  quo  da  com  pi  oh  la  de  Jeaua  aahiss©  um 
filho  mgi*ato  d  sua  mãe.  A  arabus  cogon  a  cobiça,  a  amboa  o 
dinkieipo,  a  ambos  o  iateresse  do  <  Quid  vultis  raihi  dare  i  >  (4) 
Vamos  adiante. 

Ao3  dous  võr»js  de  que  acima  fal Íamos,  sogue-se  logo  um 
soneto  leito  ptdo  autor  da  obra  era  louvor  do  conde  de  Oeyras, 
seu  MecenaíJ.  Tevo  fortuna  esto  poeta,  mn  qae  aquello  minis- 
tro lh'o  não  mandasae  cravar  com  letras  de  bronze,  para 
perpetua  raemoria,  debaixo  da  sua  efllgie,  col locada  na  praça 
do  commercio  ao  pé  da  e^taliiia  equestre»  que  representa  o 
BíínboL*  rei  D.  José  I  ;  porque  ae  l;l  esUvesso,  bem  creio,  qu© 
ai^sira  como  a  rainha  íiuelisairaa,  filha»  e  successora  no  trono 
daiiuelle  moiiarciía,  para  aplacar  a  fiiria  do  povo,  e  os 
clamores  de  todos  os  seos  vassalos  contra  a  tyrannia 
daqiielle  ministrj,  ordenou ,  quo  se  arrancasse  a  efflgie, 
assim  também  mand  ida,  qye  se  arrancasise  o  soneU)  ;  princi- 
palmente leodo-so  nello  elogiado  um  homem,  a  quora  uma 
junta  do  ministros  deputados  para  examinar  e  sentenciar  a  sua 
conducta  ;  julgou  ser  digno  de  morto  ;  o  se  a  rainha  fldelissima 
Ih 'a  não  perdoasse  por  sua  roal  pielade,  e  innala  clomoucia, 
sem  duvida  acabaria  a  vida  degolado  em  um  patibulo.  {5}  Mas 
deixando  estos  preambulo^-,  comeccraoa  a  ouvir,  o  que  diz  este 
poeta  nos  seus  caotos,  o  especialmente  nas  notas  ou  comoutos, 
que  Ihea  fez* 

CANTO  I 

Neste  I  canto,  em  que  so  invocão  as  musas  para  louvar 
dignamente  o  í^rande  heroe,  irmão  de  Carvalho,  traz  o  autor 
esta  nota  na  pagiua. . ,  <  O  [Ilustríssimo,  ICxcellontlsstmu 
«  Senhor  Francisco  Xavier  do  Mcndon  ;a  Furtado  foi  governa- 
€  dor,  e  capitão  general  das  capitanias  do  Grão- Pará  e 
€  Maranhão  ;  e  foz  ao  norte  do  Brazil,  u  que  o  conde  de  Boba- 
€  dela  fez  na  parte  do  siiL  Encontrou  nos  jeauitas  a  mesma 
4c  resistência,  e  veaceu-a  da  mesma  sorte.  » 


Mostrfr-fe  numo  diversa  foi  a  conducta  dcfuteii  dou^ 
govarnaaoroSp 

Muito  diminuto  ho  aqui  o  autor  ;  porque  nem  diz  o  quo 
fizérao  estes  dotis  governadores,  nem  em  que  lhes  resistirão  os 
jesuítas,  nem  também  o  modo,  com  que  foi  vencida  c^sta  resis- 
tência. Mas  o  que  ello  aqui  calou,  ou  por  malicia,  ou  ignorân- 
cia, eu  o  direi.  Era  primeiro  lugar  he  falso  que  o  senhor 
Francisco  Xavier  de  Mendonça  Furtado,  çovernador  o  capitão 
general  das  capitanias  do  Grão-Pax*á,  o  Maranhão  fizesse  ao 
norte  do  Brasil,  o  que  o  senhor  conde  do  Bobadela  fez  na  parte 


400 


REVISTA   DO    INSTITUTO  HISTÓRICO 


do  s«L  Esto  ultimo  senhor»  eorao  homem  míidoro,  e  prudente, 
que  ora,  fez  na  parto  áo  aiú  um  governo  pacifico,  justo,  e  recto; 
motivo  porqac  foi  bom  quisto,  e  estimíido  de  todos,  assim  ae- 
culare^t  como  pdijyriosos  ;  nem  jámai«  com  03  jr-suitas  teve  al- 
gum debato,  ou  controvérsia,  que  perturbasse  .i  bja  harmonia, 
quo  ãompro  com  elloa  coaservou  ;  porquo  ainda  que  cootra  03 
seus  privile^ioa»  aliíitou  em  uma  occasião  ú.  railicla  alguns 
mancebos,  que  flr«qiientavão  as  aulas  daquellea  pailrcís,  elléa  se 
acomodarão  a  sua  resolução*,  nem  sobre  este  ponto  ílzerão 
mais  passo,  que  mostrar* Ibe  os  alvarás  doa  quacs  constava  isen- 
tarem da  milicia  oa  senhores  reis  do  Portugal  aus  que  estu- 
dassem nas  escolas  jesuíticas.  Estí^L  foi  a  conducU  do  conde  de 
Bobadela  na  parte  do  sul  do  BrazlL  em  quanto  foi  sô  gover- 
nador daquelle  estado,  e  não  ministro  plonipotenciario  para  a 
execução  do  tratado  dos  Mmitas. 

E  qual  foi  a  do  senhor  Mendonça  nas  capitanias  do  Pará, 
o  Maranhão,  oii  na  parte  do  norte  do  mosmo  Brazil  ?  Foi  to- 
talmente diversa  ;  poi^iie  sendo  dotado  de  pouco,  ou  nenhum 
talento,  não  digo  só  para  aquelle  emprego,  mas  ainda  para 
outros  muito  menores,  foz  um  governo  tao  máo,  e  obrou  taes 
despropósitos,  causou  tantos  dam  nos  temporaes,  e  impediu 
tantos  bons  espirituae^,  que  para  reforir  tudo  seria  necessário 
um  grosso  volume*  (6)_ 

Basta  dizer,  que  n ao  obstante  saber-se  na  America»  quanto 
em  Portugal  podia  seu  irmão,  sendo  secretario  de  estado,  0 
favorecido  do  el-rei,  com  tudo  a  junto  chamada  das  mi^ssões,  03 
superioras  regulares»  e  outras  muitas  pessoas  se  resolverão  a 
mandar  remettida  a  secretaria  do  Ulti*amar  uma  exacta  coma 
a  Sua  Magestade  das  grandes  desordens,  que  commetia  aquelle 
governador,  Fouco  tompo  depois  de  chegarem  a  Lisboa  estas 
delações,  foi  removido  do  ministério,  e  privado  do  emprego  de 
secretario  de  estado  nos  negócios  ul tramar inoá  o  senhor  Diogo 
do  Mendonça  Corte  Real ;  e  gendo-lhe  contiscados  todos  os 
papeis  da  sua  secretaria,  ontre  eitos  achou  Carvalho  as  queixas, 
e  accusaçõèá,  que  do  seu  irmão  fa^ião  a  elrei  ;  (7)  e  attri- 
buindo-asa  influxo,  o  manejo  dos  jesuítas,  a  quem  sempre  teve 
de  mira,  para  os  abíiter,  e  aniquilar,  Jiirou,  que  por  quatro 
capítulos  e  moio  que  estes  padres  da  vão  contra  seu  irmao,  olla 
daria  mais  de  quatro  centos  contra  olles.  Talvez  em  obser- 
vância deste  juramento  (tanta  era  a  sua  religião)  estampou,  e 
fez  estampar  a  outro*?»  tantos  libellos  infamatorios  contra  a 
companhia  de  Jesus,  que  Juntos  podem  compor  uma  grande 
livraria* 


X  —  Ortg«m  do  ódio  de  CArv&tlio    oo&tr& 
Malagrtd», 


J«âUJtft 


Confirmon-se  Carvalho   naquelle   seu   juiso    errado»   que 
formou  dos  jesuítas  do  Maranhão  com  um  suooesso,  que  aqui 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS  101 

tem  seu  lagar.  Na  soganda  vez  que  veio  do  Maranhão  a  Por- 
tugal o  celebre  jesuíta  Gabriel  Malagrida,  se  encoal^íou  um  dia 
com  elle,  em  palácio,  aquelle  ministro  ;  e  saudandb- o  pelo  seu 
nome»  lhe  perguntou,  se  o  conhecia  ?  respondeu  fn^ohuamente 
o  jesuíta  que  não.  A  esta  resposta  exclamou  Carvalho  :  «  oh 
feliz  homem,  que  estando  em  uma  corte  não  conhece'  quem  6 
nella  o  secretario  de  estado  !»  Então,  o  pobre  religioscf  sp  lhe 
lançou  aos  pés,  pediodo-lhe  perdão  da  sua  Ignorância,  *  D",  ei33u- 
sando-se  delia  com  a  sua  próxima  chegada  a  Portugaí/âtaa 
depois  de  o  comprimentar  com  todas  aquellas  expressões '  ^9 
respeito  e  estimação,  que  se  derião  ao  emprego,  que  occupàva, 
lhe  disse  que  supposta  aquella  occasião  de  o  conhecer,  e  fallar, 
lhe  queria  pedir  uma  cousa ;  e  era,  que  sua  excellencía  íizessd 
mudar  para  outro  governo  a  seu  irmão  o  senhor  Francisco 
Xavier  do  Mendonça,  porque  no  Maranhão,  donde  vinha,  o 
tinha  deixado  tão  mal  visto,  o  odiado  de  todos,  que  lhe  receava 
algum  infortúnio  ;  —  «  cuidaremos  nisso  »  — ,  repoz  Carvalho, 
voltando-lhe  as  costas.  Froduzio  esta  sincera  e  ingénua  supplíca 
dous  effeitos  bem  contrários  áquelle,  que  se  pertendia.  O  pri- 
meiro foi  conflrmar-se  aquoUo  ministro  na  falsa  opinião  de  que 
os  jesuítas  erão  os  cabeças  do  motim,  e  principaes  autores  das 
delações,  que  tinhão  vindo  da  America  contra  seu  irmão.  O 
segundo  eíTeito  foi  conceber  tal  ódio  contra  o  pobre  e  bom 
velho  Malagrida,  que  não  descançou  athô  o  não  prender  nos 
cárceres  da  Inconfldoiicia,  sem  prova  alguma  legal,  por  chefe  de 
conjuração  contra  o  seu  soberano  :  e  porque  ali  novamente  lhe 
imputou  algumas  proposições  mal  soantes,  o  fez  mudar  conse- 
guintemonte  para  03  cárceres  do  Santo  OÉcio  ;  tribunal,  aonde 
foi  sentenciado  por  hereje,  e  como  tal  estrangulado  em  publico 
cadafalso. 

Dadas  de  caminho  estas  noticias,  voltemos  agora  ao  que 
dizíamos  á  cerca  dos  dous  governadores  do  Brazíl,  e  Maranhão. 
O  senhor  conde  do  Bobadella,  como  tenho  referido,  e  foi  notório 
em  toda  a  America,  fez  um  governo  totalmente  diverso  do  que 
fez  no  Parti  e  Maranhão  o  senhor  Mendonça.  Do  primeiro  nin- 
guém raciona velmen to  se  queixou  :  do  segundo,  todos  justa- 
mente se  lamentarão.  O  primeiro  sempre  foi  bem  quisto:  o 
segundo  sempre  viveu  odiado.  Tão  differente  era  a  conducta  de 
ambos;  tão  diversos  os  systemas  de  governo  que  seguirão: 
logo  é  filso,  que  o  mesmo,  que  um  fez  ao  sul  do  Brazil,  fizesse  o 
outro  na  parte  do  norte ;  como  assevera  o  nosso  poeta  nesta 
sua  primeira  annotação. 


Reftitiição  á  calumnia  de  qne  os  iesnitas  impedissem 
a  eoDcIusfio  do  tratado  dos  limites. 

Vejamos  agora,  que  resistência  acharão  ambos  nos  jesuítas 
e  qual  foi  o  modo  com  que   vencerão.    Esta   resistência  não 


102 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


V-  — 


he,  nem  pôÍ9,s^  outra,  senão  aquella»  que  Carvalha  divul- 
gou na  suaVfYapJo  iéreviada  da  repubitct  jesuitica^  aondo  por 
loDíçaií  paginas,  iQCulca  a  grande  oppo.^Íção  que  os  josuit.a« 
portuf,^uv^í5^  ©  hespanhoés,  o  luaís  oâ  hespauhooíi  e  porluguezei, 
fizerri<>*iíle.  Araaiica  a  execução  do  traia-lo  dos  lirailea,  quo 
qtierí!ío-.coocluir  og  nem  réiipdctivua  aoberaoos  ;  accumulando 
priri^Wõ  tumultos  sobro  tumultos,  sublevações,  e  ^^uerras  Co- 
mmit^das  por  esteai  religiosos,  afim  de  impedir,  quo  os  índios 
se'{nt)d.iSseiD,  o  oonseguin lamente  que  o  tratado  se  concluísse, 
dra-eu  bera  pudera  impugnar  cada  um  daquellos  factos,  quo 
,  ali  se  allogáti  contra  os  jesuítas  ;  nuas  porque  tomo  enfastiar 
*A«s  lei  toros  eom  unia  relação  tão  looiíra,  como  he  a  abreviada 
de  GarvalUo,  produ/irci  só  aqui  aU^uns  documeotoi  certos»  e 
incontrastaveis,  dos  quaos  evidentemente  se  prova  a  innocencia 
d 09  jesuit^iS  e  a  malignidade  dos  seus  calumniadores. 


DOCUMENTO  I 


Logo,  que  cliogárão  á  eôrto  de  Madrid,  as  primeiras  noti- 
cias, que  os  Índios  deis  se  to  povoações,  quo  íb  bavíão  de  «^er 
a  Portugal  em  troca  da  Nova  Colónia,  por  conselho  o  sug^jes- 
tâo  dos  jesuítas,  obâtinadiimení-e  resistião  a  deixar  as  suas 
terras,  para  habitar  em  outras,  se  mandou  tirar  na  mesma 
America  uma  rigorosa  devassa  sobro  este  ponto,  para  constar 
delia  ao  certo  o  juridicamente  te  erao  ou  não  verdadeiras  as 
vozes,  que  corriào  nào  tô  pouco  decorosas»  mas  rauito  con- 
trarias a»>  bom  numo  o  credito  daquelles  religioso.^.  Exami- 
nadoi  pois  08  factoâ*  perguntada  as  tostemunbiS,  ouvidas  as 
partes,  feitis  tloaimeote  todas  aqnellas  diligencias,  quo  o 
direito  prescrave,  e  o  caso  petlia.  o  que  legalmente  constou,  foi 
que  a  pertiuuz  o  obstinada  resistência  dos  índios  em  saliir  das 
suas  aklóas,  não  piOVtnba  do  outra  cousa  sonão  da  nutural  o 
Inuata  repugnui^cia  que  iinbão  em  largar  as  suas  torras  em 
que  nadoerâo  eU^s.  e  todos  os  seus  autepassados  cultivarão  com 
o  trabalho  de  seus  bravoá  e  suor  do  seu  rjato,  para  ir  viver  em 
outras  silvestres,  incultas  o  infructifoTBs  e  que  os  jesuítas  tão 
louge  estiverão  de  os  acunselbar  e  pei*8uadir  a  esta  resistoncia, 
que  antes  tinhílo  olirado,  quanto  est  iva  da  sua  parte,  parA  os 
mover  a  mudança  do^  terreno-í»  o  a  accommodar-so  a  vontade 
dos  dou  9  soberanos  de  Hespanha  e  Portugal,  Tanto  cevos  ta  do 
processo  feito  n.x  raoama  America,  na  forma  m.tis  authentica, 
asalgaado  no  dia  7  de  Kevoreiro  de  1753,  o  qual  se  acharei  na 
cuUocçâo  das  apologias  jesuiticas  copiadas  nu  tomo  X,  Lea-se 
principalmente  a  pag.  ..*  o  principio  do  sobredito  processo» 
Súndo  nos ^  ele,  A  sentença  dada  a  favor  doi  jeauilas  ha  em 
tudo  cotiereota  a^s  depoituontos  d.i8  testemunhas.  Es  La  se  poáo 
ler  no  mesmo  tomo  K,  pagina.,,  começando  das  palavnis  fw« 
per  sua  paru^  atô  as  palavras  aquelks  povos  pag. , . 


REFUTAÇÕES  AS  CALUMNIAS 

DOCUMENTO  II 

Iníormado  o  supremo  cyDsolho  da  corte  do  Madrid,  que  cor- 
rião  por  todo  aquelle  reina  algUD3  escriptos,  em  que  se  in- 
fama, vâo,  03  reli^aoáua  da  companhia  Da  Adi  eriça»  de  rebeldes 
o  desobudjeQtes  ás  ordena  soberanas,  araotinadoreá  doa  índios 
ele.  seodo  tudo  falso  cgmo  cooaUva  legal  e  authenticamente, 
repreientou  a  Sua  Ma^restade  Cathotica  a  uecessidade,  que 
havia  de  reprimir  aquella  desenfreada  maledicência,  tão  con- 
taria ao  ci-íjdito  e  bom  nume  dos  Jesuítas  ;  e  conformaado-se 
o  pio  monarcba  ao  parecer  daquelle  seu  tribunal,  ordenou  por 
Decreto  de  5  de  iVbrii  de  1759,  que  os  ties  libelloa  fla.[Q03oa  não 
só  se  não  vendes^oni»  nem  estampassem,  mag  fossem  queimadog 
por  mão  de  al^joz  em  pra^a  publica, 

DOCUMENTO   III 

A  mesma  ppohibição  fez  o  iaqniaidor  geral  em  todos  os  rei- 
nos, e  domínios  de  Sua  Magestade  Catholica,  D.  Mauuol  Quin- 
tano,  arcebispo  do  Farsalia.por  ura  edicto  dirigido  a  todas  os  Heis» 
allegando  por  motivos  serem  os  taes  ecriptos  não  só  totalmente 
alheios  da  verdade,  mas  iuíquameoté  injuriosos  a  uma  religião 
tão  benemérita  da  igreja,  como  era  a  companhia  de  Jesus  otc. 

DOCUMENTO  IV 

Passando  desta  a  melhor  vida,  o  catholico  rei  D,  Fernando 
Yí,  a  Rainha  D.  Izabel  Faruese,  que  depois  do  sua  morto  go- 
vernou interinamente  aquelle 3  reinos»  escreveu  uma  carta 
com  datjt  de  ^7  de  Setembro  d<?  175D  ai  provincLil  dos  jesuítas 
no  ParaguiLy,  na  qual  louvava  o  zelo,  a  fidelidade,  e  diligoucia 
com  qua  os  religioflos  Si3us  subditus  nanuellas  missões  tinhao 
procurado  reduzir  us  índios  á  mudança  e?5tiputada  entro  asdu;i8 
coroas  de  Hespanha  e  Portugal;  depois  do  louvar  eâta  suíl  con- 
ducta  com  expressoena  de  grando  satislação  sua  e  consolação 
dos  jesuítas,  llieb'  permettia  o  segurava  para  o  futuro  a  sua 
real  prote.^gão  e  patrocínio . 


DOCUMENTO  V 

Com  data  da  29  de  Novembro  de  1759  Gatando  em  Santo 
Borjado  Paragnay  o  aenhor  Zeballos,  í^overnador  de  Buenoa- 
Ayrea,  escreveu  a  aeu  irmão,  que  asaiatia  em  Sevilha,  uma 
carta,  na  qoalJhe  di^zla  as^im.  Em  ordem  a  este  negocio  (falta 
da  opposif^o  o  resistência   dos  índios  a  deixar  as  suas  terras) 

<  não  ó  posai vol  dizer- vos  em  uma  carta  tudo  o  quo  tem  succe- 

<  didu:  dír-Viia*hei  porém  o  que  basta  para  que  formareis  alguma 
€  idéa  do  que  tem  passado.  Quando  cheguei  a  estad  missões, 
€andavão  muitoB  Oíilhares  de  Índios  dispersos  pelos  montes  e 


104 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


€  campanhas  da-íte  vasto  paiz,  por  cuja  catisa  se  não  fez  a  per- 

<  muía  da  colónia  pelo  eanimis-sario  portíi^oif^x ;  mas  com  a 
«  craca  de  Deus,  e  com  araaita  fu^di^ra,  quo  tivorâo  os  padres 
€  da  compaaliia  era  os  aguntar,  sg  cantieguio  em  monos  da  um 

<  aono  unilas  todos  ;  o  ainda  que  eu  tenha  jà  informado  a 
«corte  athô  aqui  não  tive  resposta;    o  que  talvez   proceda  da 

<  variedade  de  succesaos,  cora  qtie  De^te  meio  tempo  se  tem 
€  visto  embaraçado  o  miniatorio.  A  má  fé  dos  portug-uezes,  sq- 
€  gundo  julgo»  estará  j4  convencida  com  provas  irrefragaveís  ; 

<  o  t<íráo  coíihecido  o  amor,  e  fidelidade,  com  que  tora  servido  á 

<  El  Rei  uo  tompo  da  execução  deste  tratado  os  jesuítas  desta 
«  provi ncia.  Sei  que  tereis  tahi  ouvida  tudo  pelo  contrario  ; 
€  porc;iusa  díts  falBidades,  que  tem  esp^Ubado  os  emulas  destes 
«  relig-iosos*  principal  in-iit©  03  portu^ezes  e  o  nosso  coraruis- 
«  sario  o  Marquez  úq  Val-de-Liriog  ;  o  qual  vai  de  aocordo  com 
€  elleg,  para  desculpar,  e  eucobrif  a  sua  raíl  conducta.  Os  in- 
«dios  a  raotívodis  violências  que  lhes  tin hão  feito,  estavão 
«  vísiohoa  á  desesperação.  Teaho  procurado  com  pensar -lhes  os 
« máos  tratamentos  quo  lhes  fizerão  os  portuguezes,  com  oa 
€  bons  que  presentemente  lhes  faço;  e  posso  jactar^me*  que 
^  agora  executarão  qu  mto  El-Rei  mandar,  e  que  se  acaso  fosse 
« necessário  tomar  as  armas  pivra  defender  este  estado,  não 
€  duvidar  ião  sacrificar  as  viias  em  serviço  de  Sua  Magestade. 
« Isto  é  o  que  vos  posso  dtzer  em  breve.»  (8) 


DOCUMENTO  VI 


ULTIMO  E  MAIS  RECENTl 


O  eatholioo  rei  D.Carlos  III,  felizmente  reinante, por  um  seu 
real  Decreto  passado  aos  5  de  Dezembro  de  17*50»  quando  em 
Portugal  se  lia  impressa  a  relação  abreviada,  o  tinha  corrido 
publicamente  em  Madrid»  ordenou,  que  para  as  missões  do  Pa* 
raguay  partissem  não  só  30  jesuitits,  como  era  costume  em 
cada  anno.  mas  60;  ou  fossem  naeiQn.ies,  ou  estrangeiros,  que 
se  achassem  nos  aeo^  domínios,  gozando  todos  da  sua  real 
liberalidade  ;  isto  é,  sendo  transportados  á  custa  do  seu  erário, 
pela  razão  que  dava  no  mesmo  Decreto  de  serem  úteis  á 
cultura  daqiielles  povos  e  poiierem  continuar  a  sei -o  para 
maior  soi*viço  do  Deoseseu  (9). 

Ora,  á  vista  destes  documentos  ( n ao  fallando  em  outros, 
(^ue  deixo  por  brevidade )  a  favor  da  iQuoceucia  dos  josuitas* 
não  he  excesso  de  maledicência,  ou  falta  de  juizo,  deixar  oahir 
por  eo Ire  os  fU^los  este  nosso  escrivão  nas  suis  notas,  que  os 
jesuiVif  resistíAa  a 'Sd<»UA  governadores,  na  execução  áj  tratado 
dos  limlu)»  í  chamo-lho  fhlta  de  Jwtjo,  porque  Oi  suppor,  que 
o  publico  acreditaria  o  seu  diio,  ostando  já  falsificado,  e  dos- 
m^titido  dez  annos  antes  no  Pu  raguay  por  uma  sentença 
publica ;  a  na  corte  de  Madrid  por  attestâções  irrefhigaveiA: 


REFUTAÇÕES  AS  GALUMNIAS 


106 


umas  dos  tribunaes  mais  rectos»  como  sào  o  Supremo  Conselho» 
e  a  Sagrada  Inquisição  ;  outras  de  pessoas  do  autoridado  a  mais 
qualidcada,  eomo  são  uma  rainha  o  um  rei  dsLqaella  mo- 
narchia. 

Nem  ao  diga  quo  os  documentos  acima  referidos  só 
provão  íiuo  os  jesuítas  bespanlióoa  oSo  se  oppuserão  a  con* 
clusão  da^^uelle  tratado ;  mas  que  os  jesuitas  portuguozes  não 
Bô  oppuzessem  a  f^ila,  está  ainda  por  provar  :  a  isto  respondo. 
E  he  pouco  desmentir  a  côrte  de  Hespanha  o  que  divulgou 
Carvalho  doa  jesuitas  daquelía  meoarcbia '?  Assíim  como  im- 
famou  sem  fundamento  solido  os  súbditos  d'el  rei  catholioo, 
náo  infamaria  tíinabem  os  que  erão  aubditos  d*elrei  fidelissimo  f 
iêmel  maius  semper  praesumitur  malus  in  eodem  genere  rmili.  Era 
regra  e  axioma  de  direito  muito  familiar  a  Carvalho,  e  do 
qual  se  valeu  contra  os  jesuitas  na  sentença  em  que  os  de- 
clarou cúmplices  do  attentado  contra  o  senhor  rei  D,  José  1, 
como  Be  oi  tros  religiosos  ali  nomeados  ti  vestem  já  sido  con- 
vencidos de  attentíir  contra  a  vida  de  algum  soberano. 


V&rdadc^ÍMi  cAusa^  porquo  so  rdtardou  a  OTâcuç&o  da> 
4)uo11q  irfttado. 

Respondo  em  aegundo  lugar  que  se  Sebastião  Josô  de  Car- 
valho estando  ao  leme  do  governo,  como  primeiro  ministro, 
que  era,  mandasse  tirar  á  Amertca  portugueza  uma  eiacla  e 
jurídica  do  vaca  da  conducta  dos  jesuitas  nas  circumstancias  do 
tempo,  em  que  se  queria  concluir  aquelle  tratado,  viria  em 
conhecimento  da  verdade  e  acharia  que  se  os  indios  fu^ãâo  ao 
trabalho  de  conduzir  08  soldados  e  as  pedras  ptira  as  liemar- 
cações  dos  limites,  que  se  iotentavio  fazer,  não  era  por  iníluxo, 
ou  sugestão  doa  jesuitas,  mas  era  porque  o  seulior  Mendonça, 
governador  do  Pará,  superintendente  e  executor  desta  oipe- 
dição  lhes  nâo  pagava  a  excessiva  fkdiga  de  remar  muitos 
contos  de  le^as,  sem  mais  emolumento,  qoe  urna  escaca  e 
miserável  comida,  O  mesmo  que  digo  dos  ind.ios,  digo  a  sua 
proporção  dos  jesuitas  :  se  eátes  padres,  que  estão  nas  missões, 
não  subtninistravão  algumas  veaes  os  viveres,  qne  lhes 
pedião  para  sustentar  a  soldadesca,  nem  os  remeiros  necessá- 
rios pai^a  a  conduzir,  náo  era  porque  quizesaem  difficultar 
aquella  execugão,  negando  voluntariamente  uma  e  outra 
cousa,  mas  era  unicamento  porque  os  i ódios  capazes  do  tra< 
balha  sabendo  que  os  pori^uguezes  nao  lh'o  remunera  vão* 
Ãigiào  para  os  busques,  deixando  nas  aldeãs  os  inválidos,  as 
mulheres,  e  os  do  menor  idade,  para  cujo  sustento  sendo  iieees- 
-ario  os  viveres,  que  havia^  não  podijo  nem  deviãg  os  missio- 
oarius  reparti l*os  por  outros  ,  sendo  igual,  e  tidvez  maior  a 
neoeasidade  daqueiloá,  a  quem  tinhão  obrigação  de  acudir  e 
proteger. 


106 


REVISTA  VO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Responda  em  terceiro  lugar,  que  ae  o  «enhor  Carvalho 
quizesse  nesto  negocio  proceder  lisa  e  sinceramente,  do  via 
acceitar  a  ofTorta,  que  tèz  o  geral  da  compaobia  Lourenço 
Ricci  a  eUrol  Adelissímo»  aasira  como  lb'a  acceitou  i3l-rei  ca- 
Iholico.  Apenas  aquelle  grande,  maâ  infeliz  prelado,  teve 
noticia  em  Roma,  que  da  Amonea  tinliâo  chegado  á  Europa 
queixas  e  himentoa  contra  os  soos  súbditos  na^ueHa  parte  do 
muuLlo,  dizeiulo-S(3  doUds  que  se  op|.iuiihào  clara  e  clandestíiia- 
mente  á  execução  Uo  traiiido,  quo  preteudião  concluir  oâ 
monaiHjhas  de  Heapanha  e  Portugal,  oscrevou  a  Madrid  o  a 
Liâb^>ai  expondo  a  suas  magestadej  o  rnuito  que  sentia,  e  toda 
a  religião,  quo  algnas  jesuítas,  esquecidos  (como  ae  divulgava) 
da  ti  le lidado  devida  ao9  soberanos»  rebistiJiiS&m  as  suas  reaes 
ordeos  e  intouçOes.  Que  para  reprimir,  e  ca&Ugar  com  as  mais 
sevorps  pen.is  uma  lai  aost)bediencia  (  caso  que  fosse  certa  ), 
timndassera  suas  magesiades  áqueUas  partes  ojestiita,  que  lhes 
parec6íSí%  uo  qual  elle  geral  dava  todos  os  seus  poderes,  não  só 
para  punir  os  que  so  acha^^em  delinquentes,  mas  para  fazer 
que  os  miââiunario;^,  que  proãidiãsem  aos  índios,  cooperassem 
(quanto  {\\m  fosse  poãáivel)  por  mover,  e  reduzir  oâ  índios 
a  elles  subordinados  d  mudança,  ou  troca  que  era  o  objecto 
daquoUe    tratado. 


Nio  acceitt  CarvaUio  a  oíforla  ^ut  fei  o  gQfkl  da 
cORipanhift. 

Acceitou  Hõspanhaa  oíTerta ;  e  mandando  a  sua  Amerfeao 
jesuíta  Luiz  Altamir.ino,  sujeito  por  todos  oa  títulos  grande  e 
digno  desta  erapreza,  e vi  ieo temente  moitrou  áquolla  eôrte, 
nào  serem  osjosuitas  culpadas  na  resistência  doj  iodios,  mas 
que  toiia  olla  provinha  da  innata  repugnância,  que  tlnbfo 
aqaeUes  bárbaros  em  deixar  o  terreno,  em  quo  eUe:í,  o  tíjdos  oa 
•eují  antcpns,^ados  naícorão,  o  render  obeiioQcia  a  outro  sobe- 
rano, quo  nao  fosso  aquello»  a  quem  voluntariamente  uma  voz 
se  tinbâoflujeitado.  O  quo  sucoudi-u  om  Hespanba,  aconteceria 
era  l'ortugat,  se  esta  corte  aoceltasao  a  oíTerta  do  geral  da  com- 
panhia ;  mas  o  senhor  Carvalho,  quo  nada  menos  queria  do 
õue  saber  a  verdade  acrodit  ju  a  mentira  :  e  aprovei tindo-so 
das  noticias  falsai»  quo  sou  irmào  lhe  mandava  do  Pará.  conflr- 
madai  por  monsenhor  líulhões,  adulador  e  partidário  do  ambos, 
som  mais  averi^uavão  nem  exame,  publicou  na  sua  relafão 
ahrepiatUi,  o  espalhou  dijpois  outrus  muitos  papeis  que  os  jo- 
Buitas  cpáo  desobedientes,  reíVactarios,  o  rebeldes  as  ordens  dos 
seus  soberanos;  o  quando  o  prorincial  João  mnriqms  lho 
pi*oi>o«  o  Èientimeuto  &  seu  gorai,  o  o  do  toda  a  companhia, 
polas  novas  quo  corrláo,  de  quo  Kl  Rei  Fidelisâimo  se  dcsao  por 
mal  sorvido  dos  jesuítas  portuguo^es  da  America,  oíTerecen- 
dolhé  mandar  um  do  contineute  a  beneplácito  du  Sua  Magea* 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS 


107 


tado,  o  qual  castigasse  sôveraraeote  a  rebeldia  dos  delioquentes,  e 
fizesse  exactamf^nto  executar  ainda  as  mais  lext^  insínuavòes  d& 
sua  real  vontade  \  a  resposta  que  o  senhor  C<ir valho  deu  ao 
pjovíncial,  foi  que  agradecesse  ao  seu  geral  a  attençfiOi  que 
usava  cora  El- Rei  ;  equeuij  pooto  de  mandara  Am  eriça  wm 
vi  imitador,  fallaria  com  elle  raaia  do  vagar  era  outro  tempo  ; 
mas  etjte  tempo  nunca  chegou. 


Publica   CarT&llio  DCticias  falsas  contra  oa  jeauUui 
íla  Americ»,  o  cão  crò  as  vordadetris. 

A  cima  eu,  que  Carv^aiho  imo  querendo  saber  a  verdade, 
acreditara  a  mentira  ;  mas  jít  me  arrependo  :  porque  nem  a 
mentira  acrodltou,  EIlo  soube  muito  bom,  que  todaa  aquollaá 
Doticias  erao  fahas,  espalhadas  peloâ  inimigos  da  companhia, 
como  testifleoti  a  um  seu  ami^^o  certo  offlclal  da  secretaria,  di- 
zendo-llie,  (mag  em  segredo)  que  na  secretaria  tinha  docuinentoâ 
authenticos,  que  prova  vão  a  falsidade  de  quanto  ello  tinba  es* 
crito  contra  03  jesuitaa  na  relaçiiú  abremada^  Confirma  í/Bte  dito 
um  facto  quoa^ora  direi.  Tínlia  o  Bonhor  Gomes  Freire,  pleni- 
potenciário deste  tratado  doa  limiteij.  escripto  a  Portugal,  que 
os  roligiosoa  da  compantiia  Ke  opi>unhãQ  fortomento  a  execução, 
e  conclugâo  delle ;  peráuadido,  qua  a  obstinada  resistência  dos 
iQdios  provir» íia  do  iofluxo^  e  auggeíitão  dos  mission-irios,  ao3 
quaes  estando  em  tudo  oh  mais  sujeitos  aquelle^  bárbaros, 
lambem  o  estariào  nesta  parto  su*  os  jesuítas  lhes  não  aconse- 
Ihasaem  o  oppor-se  e  resistir,  quanto  podessera  a  naudanca,  quo 
dellei  se  pretendia.  CertiflcaUo,  porem, depois  esto  mesmo  senhor 
de  toda  a  v^rdadii,  o  iiif^yrma<Jo  melhor  da  innotiencia  doíí  ji* 
suitas,  escreveu  a  Sebastião  .íosâ  do  Carvalho,  retractando-so 
d^»  que  dissera  contra  uquelles  padres.  Leu  Carvalho  acarta, 
B  fechando  a  disse :  agora  conhe{;Oí  qii©  t>  cjnde  de  Bobadela 
não  só  esCíi  velho,  mas  tonto  ( lOj . 

EquOlL  vista  deátos  factos  certos,  o  ianegaveis,  alem  d.i 
outras  que  omitto  por  não  enfdsliar  aos  leitores,  repetindo  o 
que  já  tolos  sabdm,  83  animisse  este  novo  escrivão  n  dizer 
nesU  sua  nota,  que  o  seahor  Frauoiííeo  Xavier  de  Mendonça  e  o 
senhor  conde  do  Bobadela,  este  na  parte  de  sul  do  Brasil,  e 
aquelle  na  parte  dó  norte,  acha râíi  nos  jesui  tas  a  mesma  resis^ 
teucia  do  execução  do  tratado  dos  limites  í  Se  aqui  a  palavra 
tnesma  quer  di^íor  nenhuma ^  passe,  ma^í  se  qujr  si;j'niâcar  «í- 
^uma  he  insolencbi.  Mas  a  isto,  e  a  muito  luais  obriga  a  pu- 
bi*eza,  quanJo  para  ter  que  comer,  ae  vé  ura  homem  obrigado  a 
adular.  Vamos  adianta,  i^a  pag se  lom  estes  versos  : 

E  vós  quem  o  Maranhãu  pendura 
Rota»   oudôaa  o  j^Tilhòxs  paz  a  d  os. 


108 


REMSTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


\(o8Íra/-flfl  DÍo   t]oTer«ai  «s    índias    do    Maranhio  & 
Uberdadt  ao  Mobor  Mondo  aça. 

NlQgtiem,  certamente,  entenderia  e«tes  versos  se  o  nosso 
poota  08  não  expUcasâo  em  prosa,  dizendo,  que  querem  signi- 
ficar ;  devem  os  Índios  do  Maranhão  inteiramente  a  sua  1  Uber- 
dade ao  senbor  Francisco  Xavier  de  Mendonça,  «ligno  heroe  de 
seu  poema.  Mas  aqui,  com  sna  licença,  julgo  eu  que  elio  não 
falia  verdade ;  porque  nem  por  inteiro,  nem  por  metade  lhe 
devem  ni^ta  pnrto  cousa  íi.lguma,  aquelles  miseráveis*  Elle  não 
fiillou,  nem  escreveu,  nem  procurou  tios  índíoíí  esto  beneflcio. 
Outro  foi  o  motor,  e  principal  autor  delíe.  O  senhor  Mendonça 
foi  só  um  mero  executor  ;  e  assim  como  um  réo  condemnado  a 
prisão  não  he  devêflor  dw  soltura  ao  guarda,  que  lhe  abrio  o 
cárcere,  mas  do  procnmdor,  que  lh'a  solioitoa,  as^m  também 
03  índios  do  Maranhão  não  sao  devedores  da  Uberdade  ao  senhor 
Mendonça  que  nada  cooperou  para  olla,  mas  a  outro,  que  ante^, 
e  muito  antes  quo  elle  fosse  para  o  Maranhão,  a  aconselhou, 
persuadio,  o  alcançou  ;  como  agora  direi. 

Forão  permittidas  por  algum  tompo  no  Maranhão  pelos 
antigos  reis  de  Portugal  as  escravidões  dos  índios  em  certos 
e  detarnúnadoa  casos,  nos  quaes  erão,  ou  parocião  jusioj, 
Yondendo-se  osies  miseráveis  em  praça  ptiblica  por  conta 
do  El-Rei  o  recebendo  o  preço  dellesa  faaceada  real  ;  mas  por* 
que  03  governadores  daquelle  estado  a  instancia  de  pessoas 
particulares  excedião  muitas  vezes  estas  permissões,  inter- 
pretando mal  as  leis,  e  intenções  dos  soberanus,  ttnhão  sido 
revogadas,  e  s6,  o  uoicamente  pormittira  a  escravidão,  que 
chama vâo  do  Resgate ;  a  qual  consistia  em  Ir  livrar  aos  ser- 
tões das  garras  do  Índios  l>ravo8,  e  forozoa  outros  iodios, 
que  tivesáom  vencido  em  alguma  guerra,  e  destinados  pur  isso 
a  serem  victimas  do  seu  fui^oi',  o  juntamente  pasto  da  sua 
fome.  Escapa vãu  as^im  eUes  miseráveis  o  rigor  da  morte, 
sendo  comprados  por  pouco  preço  aos  que  os  bavião  de  comer, 
mas  trazidos  para  o  povoado  pelas  tropas  chamadas  do  Resgate 
fica  vão  sujeitos  a  pena   d  i  c-íiptívoiro  :  lucrarão   a  vida,  mas 

Serdiãu  a  Iil)crdado  ;  vendendo -se  em  publica  pra\:a  a  quem  mais 
ava  por  elles. 


Pftrocer    do  jwaíta  Bsnto   d»  Fon«e«&  a  favor  da 
libordado  doa  iadiot. 

Como  porém  atô  neste  caso  se  commetterão  alguns  abusos^ 
mandou  o  senhor  rei  1>,  João  V  consultar  sobre  esta,  e  algumas 
matérias  relativ;is  ao  bem  daquelle  estado,  ao  josuita  Bento 
da  Foncdca,  procurador  om  Liáboa  dos  seus  sócios  do  Mara* 
nbão,  cujo  voto  ou  parecer  foi  quo  Sua  Magestado  prohibisse 
tatalmente  todas  as  escravlaões,  como  se  verá  da  informação, 
que  aqui  porei. 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS  109 

€  A  providencia,  com  que  julgo,  se  acabarião  por  uma 

<  vez  as  escravidões  injustas  no  Maranhão,  e  que  igualmente 

<  conduziria  para  o    augmonto  espiritual  e  temporal  do  es- 

<  tado,  é  renovar  as  duas  leis  do  senhor  rei  D.  Pedro,  ambas 

<  do  primeiro  de  Abril  de  1680 ;  em  uma  delias  se  prohibe  total- 

<  mente  fazer  os  indios  escravos,  e  se  ordena  observar  no  Mara- 

<  nhão  a  lei  do  Brazil,  que  totalmente  as  prohibe.  Na  outra 
«  se    dão  as  providencias  úteis  ao  augmento  das  povoações, 

<  nâo  só  visinhas  a  outras  dos  portuguezes,  mas  ainda  em 
«  lugares  mais  distantes ;  e  se  attende  também  a  necessidade 
«  de  escravos  que  ha  no  Maranhão,  com   a   providencia  to- 

<  mada  pelo  mesmo  rei  e  senhor,  do  fazer  vir  os  negros 
€  da  Costa  de  Africa  para  conservação  e  augmonto  do  estado. 
€  Esta  segunda  lei  nunca  foi  revogada ;  e  uma  e  outra  pro- 
€  mettem  o  feliz  êxito,  que  a  experiência  nos  mostra  no  estado 
«  ao  Brazil,  do  qual  parece  que  nunca  Deus  quiz  o  augmento, 
«  emquanto  nelle  dará.rão  escravidões  injustas.  O  Maranhão 
«  he  uma    parte  do  Brazil,    e  parece  que  deve  governar-se 

<  pelas  mesmas  leis.  O  mesmo  persuade  o  exemplo  da  Hespa- 

<  nha  aonde  não  ha  taes  captiveiros,  não  obstante  haver 
€  tanta  necessidade  de  espravos,  como  nas  nossas  conquistas. 
«  Assim,  e  só  assim  se  facilitará,  a  conversão  dos  gentios,  cons- 
«  tando-lhes,  que  entre  os  portuguezes  não  serão  escravos  ; 
«  também  por  este  meio  evitarão  dous  effeitos  muito  contrários 
«  ao  augmento  do  estado  :  o  primeiro  he  a  deserção  de  muitos 
«  indios  para  os  domínios  deHespanha,  confinantes  com  os  nossos, 
«  por  temor  das  injustiças,  que  os  portuguezes  lhes  fazem.  O 

<  segundo  he  a  grande  diminuição  de  indios  no  dezerto  do  Ama- 
«  zonas,  aonde  antes  erão  innumeraveis,  e  dellos  se  provião  as 
«  povoações  antigas,  e  se  forma  vão  outras  novas,  o  que  no 

<  tempo  presente  se  faz  difflcil,  por  causa  das  tropas  do  Resgate. 
«  Serã  por  tanto  muito  útil  ãquelle  estado,  o  ao  seu  augmento 
«  estabelecer  novas  povoações  nos  confins  dos  nossos  domínios, 
«  porque  deste  modo  conservaremos  o  estado  em  toda  a  sua 
«  extenção,  e  por  meio  das  ditas  povoações  so  poderfU)  recolher 

<  os  ft^uctos,  que  produz  o  paiz,  ainda  nos  lugares  mais  re- 
«  motos  do  Maranhão,  como  se  diz  nas  leis  acima  referidas 
«  ec.  ec.  Este  he  o  meu  sentimento.  Vossa  Magestade  orde- 
«  nará,  o  que  for  maia  justo,  e  accommodado  ao  bem  dos  in- 
«  dios,  e  augmento  assim  espiritual,  como  temporal  do  estado. 

<  Lisboa,  coUegio  de  Santo  Antão,  22  de  Dezembro  de  1746. 
«  Bento  da  1'onceca,  » 


Resolia  daqaelle  parecer. 

Destas  informações  resultou  mandar  aquelle  soberano  ao 
Maranhão  uma  lei  de  21  de  Março  de  1747,  peia  qual  prohibia 
aos  governadores  dar  licença  ^ra  £azer  escravidão  chamada  do 


liO 


REVISTA  DO  INSTTTDTO  HISTORJOO 


B$$§aie  ;  e  ordeoaT^»  ((iie  u  tn^u;  que  m  tal  fim  otaTio 
00  Ria  Negro,  se  retirusem ;  e  qoe  pm  o  Aititro.  oío  podai- 
»m  sAhlr  a  faxer  o  Ul  fi^j^isfe,  «em  penousão  da  cérte,  por 
meio  do  cofiBelbo  oitramarioo.  Epofqoe  a  eiia  M  I6ptlmi  o 
govemador  do  ostado,  o  coosal&o  nUrainarliio  em  Ll^toasd 
aajo,  e  voioa  contra  elle,  como  eooala  da  resposta  dad;»  em  ogto 
de  Julho  de   174d.  A  qual  em  sabstancia  foi  <  qne  a  Itoeaça, 

<  que  m  ttaba  dado  para  Ãaer  a  escr.iYídâo  do  B£sçoU  ÍÃra 
«  iiKoiiipeteiite,  taoilo  Soa  Ifagestade  mandado,  que  as  Iropai 

<  te  reUfameai*  e  qae  a  dita  escraTidao  ouDca  mais  se  liasse, 
€  aema  approrac^  do  onselho  ultramariaj  ;  e  que  oo  maia 

<  era  do  parecer,  qui3  Sua   Mageêtade  se  eoDÍorma^jEse  com  o 

<  seoUmenU)  áo  jesuíta  Bento  á^  Fouccca ;  fazendo  oio  só 
«  retirar  as  ditas   tropas,  idis  t:imbem  estabelecer   pOToações 

<  008  cooflos  do  Marão bâo  ».  Até  aqui  subetaoeiaLmenite  a  reio^ 
tnçâo  do  conselho*  Ag'>ra  a  de  Sua  Mageetade.  «  ObaerTe-se  a 
€  ordem  de  Tinte  e  um  de  Março  de  1747.  Lisboa,  ires  de 
4  Julho  de  1718  »,  A  caria  de  el-rei  ao  goTeroador,  que  (eobo 
diaote  do3  olhot,  quaodo  isto  eeereTo,  e  que  omilto  por  brevi- 
dade, he  em  tudo  coo  forme  a  sua  real  resolução. 

Prohibidaa  pois,  como  temos  Tísto,  todas  as  escraridões  oo 
l^faraobão  por  cooi^lho,  e  persuasão'  de  um  jesuíta  parece  que 
a  este  e  oaoao  seohor  Mendonça  sâo  deTeiores  os  iodios  da  sua 
liberdade ;  mas  o  nosso  poeta  a  torto  e  a  direito  qtier  que 
elles  a  devão  inteiramente  ao  seu  heroe.  A  rasio  taUeaem  que 
se  funda,  he  porque  no  tempo  do  seu  governo  apparecea 
inesperadameate  qo  Maranhão  uma  lei,  não  já  prohibitiva, 
comu  as  outras  do  escraridão  para  o  futuro,  mas  annullaiiva 
de  todas  as  que  se  âzeaseoi  no  futuro,  ou  sa  tivessem  feito  nos 
tempos  paandofl,  fossem  ellas  licitas,  permittídas  pelas  leis,  ou 
não  permlttidas  :  em  uma  palavra,  uma  lei  que  punha  forros 
e  livres  todos  os  índios  daquelle  estado,  descendentes  de  í adias, 
ainda  que  elles  tivessem  s^do  comprados,  como  venludeiros  a 
moima  Ãizenda  real  em  boa  fé  e  justo  preço.  Foi  assim 
diligente  executor  desta  lei  o  senhor  Mendonça  :  maa  porque 
titulo  hão  de  ser  os  iodios  devedores  desta  nova  e  inesperada 
Uberdade  f  se  elles  a  algiiôm  a  devem»  he  a  seu  irmão,  o  senhor 
Carvalho,  que  para  não  f^zer  oo  sou  ministério  cousa  que  boa 
fosse,  persuadio  ao  senhor  rei  D,  José,  que  fizesse  promulgar 
uma  lei,  que  maior  foi  odamno  que  causou  do  que  a  utilidade 
que  deu. 


•ftlmtfiilo  prolilbilíVB  J«  iowft  ai  4scfAtidõ«», 

Porque  delia  so  aog aio  um  primeiro  lugar,  quo  muitas  pes- 
soas, tendo  comprado  a  el-rei  por  justo  prego,  quantidade  de 
oseravos*  flcirão  perdendo  oj  escravos  o  o  preço  quo  derão  por 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUIVÍNIAS 


ill 


elles ;  porque  por  mais  diligôDcfas  quo  âzerão  para  se  Ihea 
reparar  oste  damno,  nunca  ge  lhos  resarcio.  Em  «egundo  lugar 
seguio-so  que  tórios  aqucllea,  a  quem  ura  iiidispensavolmeoto 
necessário  para  algumas  obras  servir -se  do  escravos,  se  virílo 
obrigados  a  comprar  negroá  por  preço  oxcessivo  a  coíjopatihta 
do  commercio,  da  qual  era  privativa  esto  contracto,  por  bene- 
ficio do  senhor  Carvalho,  ooi versai  protector  do  todas  aa  que 
havia  no  reino  ;  o  nellas  tão  intoreaaado»  que  nunca  perdia, 
mas  sempre  lucrava.  Seguio-so  em  terceiro  lugar,  quo  os  ia* 
dios  inválidos,  e  talvez  com  raulhor  e  filhais,  não  teodo  já  se- 
nboro3,  que  lhes  dosaem  do  comer  e  do  vestir,  andavao  unz, 
e  morrendo  do  fome,  rogando  pra^^as  e  maldivôea  a  quem  os 
privou  do  captlvoiroi  e  os  poz  vm  liberdade.  Os  que  oráo  ca- 
pazes do  trabaUio  applicados  pelo  senhor  Mendonça  a  sorvír 
nas  obras  publicas,  rendo  que  a  tonue  paga,  que  lhes  daya, 
não  correspondia  ao  trabalho  que  ti n hão,  desurtavão  para  os 
boáquôs  ;  aondo  esquecendo- se  logo  do  baptismo  que  receberão, 
e  da  tú  que  abraçarão,  viviao  a  rédea  solta,  raais  a  maneira  do 
brutos,  que  de  homens.  E  que  desta  libardiíde  mais  prejudicial 
e  damnoso,  aiuda  aos  mesmoa  índios,  do  que  lhes  era  o  capti- 
velfo,  diga  o  nosso  poeta,  que  elles  são  inteirumeníe  fievedores 
ao  senhor  Mendonça,  seu  heroe,  não  sendo  elle  o  libortadop, 
mas  ura  puro  executor  daquelJa  lei,  divida  he  esta,  q^o  por 
nenhum  titulo  estão  os  índios  obrigados  a  pagar  ;  he  beneficio 
que  certamente  lho  não  hão  de  agradecer. 


rensores     da    libordndo    tios  Índios. 


Nesta  mesma  nota  acerescenta  o  autor  delias,  qnõ  ot  jesuítas 
mmca  declamarão  contra  o  capiiveiro  deste  ^  miseráveis  racio- 
na05,  soião  porque  pretendiâo  S3r  sô  cíiss  os  scos  senhores.  Aqui, 
ainda  que  cunfusaraento,  dá,  a  entender  este,  não  so  lhe  chame 
Seriba,  ou  Fariseu,  que  os  josuitas  algumas  veze^  declamarão 
contra  a  escravi  ão  dos  indius.  Verdade  lio  esto,  que  elle  não 
se  atreveu  a  negar,  sabendo  ttdos,  os  que  sabem  alguma  cous:i, 
as  muitas  injorias,  calnmnias  o  pcrsígoiçõos  quoí?offrerào  estes 
religiosos  no  Maranhão,  e  Brazíl  por  delènderem  a  liberdado 
daquellea  pobres  neophytos;  chegaodo  por  esto  motivo  a  serem 
expulsos  dos  seus  collegios  pelo  povo  tumultuaute,  e  amotiuado 
por  iDfluio  e  stiggestão  daquelles  que  querião  possuir  e  tratur 
como  escravos  a  uns  homens,  que  erão  por  todos  os  direitos 
livres  (11).  Mas  esta  verdade,  que  não  pode  ctlo  negar  clara- 
mente, logo  a  viciou  com  uraa  mentira,  dizendo  quo  o  fim, 
que  os  jeauiías  tinhão  nestas  suas  doelumaçôes  era  pretenderem 
ser  sé  eites  os  senhores  dos  mdios,  Pretenção  esta,  que  os  je^uitas 
aunoa  conseguirão,  se  por  ventura  a   ti  verão  /  Erãoparoclios, 


112 


HEVISTA  DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


erão  tutoros,  erão  CKSÔnomodt  erâo  módicos,  erãa  pacificadora 
e  erSo  também  mestres  daquelles  miaeraveis :  parochos,  que 
08  iastruião  na  fé,  quo  os  baptiaaTão  e  adminiatravão  todos  03 
mais  sacramentoâ ;  tutores,  cuidando,  que  não  fossem  enga- 
nados nos  contractos  quo  fazião  ou  entre  si  ou  com  03  por- 
tuguezes  ;  ocónoraos,  fazendo  que  cnUivassetn  os  terrtjQos,  e 
recoLhassem  03  fructos,  para  terem  que  comer,  e  tambom  para 
guardar  para  oa  annos  ao  carestia,  para  repartir  com  os  inva- 
lidoi,  onférmos,  mulhems,  o  com  os  de  mt^nor  idado  ;  médicos, 
aoonselhanlo-lhea  remédio,  e  applicação  delies,  para  sararem 
das  suas  enfermidades  :  pacificado res,  reconclliando-os  eas  suas 
discórdias,  para  viverem  em  boa  harmonia,  e  caridade  christã; 
mestres,  tlnalmento,  que  ensina  vão  o  pouco  oa  muito,  que 
sabião  lor  e  escrever  alguns  delles,  nao  obstante  a  bu;i  grande 
ruíieza.  E  se  algumas  vezes  por  delictos,  que  comjnettiâo,  os 
mandavão  ca^^igar,  era  com  caridade,  que  usâo  os  pais  com  03 
tUhos,  e  não  seohores  com  os  escravos.  Que  tudo  isto  erão,  o 
faziâo  08  jesuitas,  sabe  toda  a  America  ;  antes  sabo  mais: 
porque  sabe,  que  estes  roligioáos  tao  longe  estavâo  de  preten- 
dorora  sorera  senhores  dos  índios,  que  todo  o  seu  emponito  era, 
que  os  Índios  fossem  sontiores  da  sua  liberdade;  o  que  a  ninguém 
mais  fossem  sujeitos,  que  ao  rei  de  quem  crao  vassalas  :  e  com 
efTeito  por  sua  ordem  se  mandavão  buscar  íLs  aldéas  para  ti-a- 
balbarom  aonde  e  quando  queria  ;  o  os  jesuítas  orão  obii*- 
gados  por  esta  causa  a  dar  conta  aos  governadores  do  e^gtado  de 
quantos  erão  capazes  de  trabalho.  Até  aqui  tie  certo  e  iiiiie* 
gavej  ;  agora,  que  estes  padres  com  as  suas  declamações  contra 
o  captivoiro  dos  iodíos  pretendessem  ser  só  elles  os  seus  se- 
nhores*  he  cousa  quo  não  basta  dizei -a  ;  he  oecessariu  pro- 
vai a,  mas  como  ae  ha  do  provar  se  é  uma  calumnia,  cuja  fal- 
sidade be  jÀ  iioje  a  todos  tào  tnani festa,  que  a  não  jul;^'0  digna 
de  resposta,  mas  sé  do  desprezo:  e  assim  passo  adiante. 

No  tim  destsi  me^ma  nota  diz  assim  o  seu  autor,  €  os  in- 
€  dios  ultímamunto  forão  nos  nossos  dias  nobilitados,  o  admit- 
€  tidos  (peio  sontior  Mendonça)  aos  cargos  da  republica.  Este 
<  procedimento  honra  a  humanidade». 


Ridícula  nobíliUçio  doa  ÍDdiO0  folt*    p«lo   senhor 
M&ndotic&. 


Huma  das  acções  mais  Imprudentes,  quo  fez  o  senhor 
Mendonça,  no  Maranhão,  foi  a  habilitação  o  nobilitação  doa 
Índios.  Ocoorrett  a  este  bom  homem,  mas  mào  gOTornador, 
que  ficaria  celebre  nos  Ikatos  portoguezes,  se  tbcetse  uma  tal 
proeza,  qae  nenhum  di^s  seus  predecessores  tivesse  inventado 
6  muito  menos  conseguido,  Veio^lhe,  pois,  ao  pensamento  dar 
o  nome,  e  os  privilégios  do  villas  a  semelhança  das   que  ha 


REFUTAÇÕES   AS   CALUMNlAS 


113 


em  Portugai,  a  muitas  aldeai,  que  o9  índios  Uabitavão,  uaa 
obstante  constarem  tudaa  da  pobres  a  rústicas  choupanas»  a 
excefição  da  igreja,  e  casa  los  psiroclias.  Para  isto  ra  ndaodo 
levantar  um  grande  pâo  no  meio  de  um  terreiro,  dava  a  este 
sitio  o  oome  do  pelourmlio;  dopais  escolhoodo  enti*e  todos 
aqiiôUes  S'>lvageus  al/uoá,  que  lhe  parecerão  ou  pela  physio- 
Doinkii  ou  pela  mole  do  corpo,  mais  hábeis  para  os  empregos, 
a  que  Oi  queria  elevar,  us  constituio  como  vereadoroá,  ou 
juizes  dcs  mais,  dizeQíIo-llies  que  ellea  eram  tao  boiía  como  os 
portu;?ui3Zí^8  :  que  ao  f^-^rivornassom  a  si,  sem  dependoocia,  ou 
sujoição  alguma  dos  missionários.  Além  disto  mandou  vestir  e 
calcar  estas  ^u;is  novia  creattiras,  a8seDt«I*;is  A  sua  meza*  fa- 
zendo-llies  nella  maitos  brio^lea,  e  eosinando-lljcíí  inter  pocula, 
por  meio  do  um  lingua,  ou  ioterpi^te,  o  mudo  como  so  liavião 
de  portar  dali  i>ra  diante,  administrafi«Joatodosju.HUça,  ele.  etc. 
Os  iodioa»  porém,  acabada  a  corai  lia,  e  a  companhia  desfeita, 
esquecendo  se  do  quanto  lhes  tinha  dito  o  áonhor  Mendonça, 
apenas  aahirâo  da  sua  presença,  tirarão  os  sapatos  e  vestidos  ; 
e  se  emborracharão  com  os  seus  vinhos,  a  que  charaão  mocúroròs^ 
e  era  sigual  do  alegria  e  contutit;im©nto  poios  cdi'gos,  a  qtio 
tiDháo  sido  elevados,  grita  vão  todos  dizendo:  i^nfui  dcl-rei^ 
vinhii  def-iei ;  quei^endo  dizer  :  uiua  eh^ei^  viça  elrci .  Mas  pas* 
sada  a  bebcdíco,  e  tornando  em  si»  se  fizoram  íDsoIentes  não  sd 
com  os  missionários,  perdendo-lhes  o  respeito  e  deaobedecon- 
do- lhes  Qinda  nas  cousas  eapirituaea,  aeuâo  também  com  os 
outros  índios  \  e  isto  com  tal  excesso,  que  sahiudo  os  jesuitas,  eos 
mais  religir>sos,  que  ató  ali  forào  parochos  nas  aldèas,  além  dos 
clérigos,  quo  os  snbstiluirão,  se  vio  o  senhor  Mendonça  obrigado 
a  man-lar  alj^uns  portuguezes  com  o  titulo  fio  directores  para 
os  govern  ir,  e  me t ter  em  sujeição  ;  o  ainda  muitos  destes  por- 
tuguezes  repugnaram  a  ir  pim  as  novas  villas,  smu  terem 
sempre  eorosi^o  al^íuns  dos  soldados,  que  os  defdudossem  dos 
insuLtns  daquellea  Ijarbiros.  Eis  aqui  em  qtio  veio  a  parar  o 
procedim«íntõ,  do  qual  diz  o  nosso  poeta,  (|ue  <  fez  honra  a  hu- 

<  man idade  ;  melhor  dissera,  que  bem  mostrou  a  simplicidade 

<  de  queui  assim  procedeu». 

Na  pagina.- .. ..  tendo  o  nosso  poeta  chamado  na,.».», 
4,  heróo,  e  irmão  de  herôes»  ao  senhor  Mendonça,  commenta 
«  assim  em  uma  nota  este  seu  dito  :  om  uma  bó  família  achou  o 

<  rei  três  irmãos  dignos  de  rapartirom  entre  si  todo  o  peso  do 
€  governo  >. 


Que  rmça  do  berros  fostem  oa  Carvallioi  de  0«jraa* 

Primeiramente,  cu  n&o  sol,  que  aleguem  tenha  dado  o  nome 

de  heroe  a  íiuem  não  fez  obras  dignas  de  um  maiiá  particular,  e 

distiooto  louvor  ;  mas  se  também  aa  que  aão  dignas  de  especial 

Vitupério,  e  naaior  abouiinagão  podem  conseguir  este  titulo  aos 

831  —  S  Tomo  lxvtu  p.  i. 


lU 


REVISTA   DO    INSTITCTO  Hl.-^TORICO 


fiGUs  autoros,  digo  que  forno  berôes,  e  heróes  f^randea  os  três 
iromoí,  Seba$ti''\  Francúc*>  e  Pauto,  Os  portii^aezes  os  difl- 
niEo  com  estas  três  palavras  mnius,  peíor,  pesêimus,  O  ultimo, 
dizimo  que  ôra  poat  ti  vãmente  mdo  :  o  sogundo  com  parati  vameo to 
peior:  o  primoiro  su perla U vãmente  pesximo.  Que  a  defloiçâo 
fosse  boa,  i^  íuiquafla,  as  m^^  aL-ççOea  o  Uioisirim.  Paulo  enxer- 
tado no  Santo  Otl!cio  por  presidente,  o  coná«iitindo.  quo  Dclleae 
desse  8Líou?nça  úe  morte  ao  Mul.tgrMla  pur  liuíesiarca  <le-honroa 
aqutíUe  sagrado  tribnnal.O  1'rancisco  com  m  de:ipií)p*isitos  que  fez 
no  l-ará.  e  Maranhão,  arruinou  aquídie  estado  rIore8cent43.0  >ebas' 
tião  com  as  violências  o  tyrannías.  que  coiiímeMbU  no  tempo  do 
sou  ministério,  assolou  um  reino  nti^iro.  líaies  furão  oe  lieróes, 
por  quem  se  repartio  o  governo  de  Portugal  ,  mas  como  tiniiào 
os  bombros  fracos,  deino  com  ello  no  châo\  Asaini  havia  do  suc- 
ceder,  sendo  de  uma  famtlia  tão  aborreci lii  pela  sutt  erualdade, 
<ÍUG  o  parocho  de  Oeyra.s  por  obrigação  de  um  luí^ado,  ^zía 
vez^kv  na  i;^reja  aos  ftegueE^snos  dinsdo  festa  trus  piidJo-QOdsos, 
o  três  ave  Manas»  para  quo  Deus  os  livrasse  da  tyraDBía  doe 
Carvalhos,  ((2) 

N^  niei^ma  pagina. . .  se  ló  era  outra  ootn:  €  os  jesoi^as  por 

<  si,  e  poios  seus  la uiores  tinhão   feito   na  corte  de  Madria  o 

<  o  ultimo  osforçtí  para  imp<?dir  a  execução  do  triítadu  d^a  U- 
€  mit"3».  EèjUi  caluninía  ji?í»oz  está  refutada  na  apologia  dos 
ji?suitas»  oirurooií^a  a  ramha  fldelis<*iiiia  no  anuo  de  17í<u  ;  mas 
porque  esta  ainda  nào  sn  fez  publica  por  ju*^io  d  *  t^sliirnpa.  bas- 
tará 6  sobejará  para  mostrar  a  f^lsida^io  do  quo  á\z  no»ta  nula 
o  seu  autor,  ler  os  docunieDtOb,  que  aoiína  eipuzemos  uas  pa^ 
ginas. 

Da  pagina. . .  athé  a. . »  éti  oocupa  o  nosso  poota  em  descre- 
ver a  marcliH  dos  daus  oxeixiitoíi  de  Ile^panha  e  Pôt-tugal  com- 
binados  p;ira  u  graodo  e  llanioí^i  empreza  do  desab^jar,  á  forga. 
de  &rma^,  dus  bu  is  próprias  terras  aos  pobre»  íd<1ios.  que  para 
se  dof^nderein  desra  violência  n  .o  tltibào  por  si  mais  armas,  que 
a  justiça  da  sua  cansa,  o  as  llechas  dos  seus  arcus«  Donde  nascoti, 
que  podendo  esUt  iranssmigaçâo  fazer-so  sem  eíTusõo  de  sangue, 
se  desseui  aos  iudioá  algum  espaçu  de  t^mpo,  para  que  jkjuoo  a 
pouco  íio  mudassem,  como  ueu^  *  o- jesuítas,  se  exijcotou 
naquellJKS  uiíseraveis  ovelhas.  es,  talve/,,  e  mai8  inoo- 
oeates»  do  rebanho  de  .lesus  Chri^io,  uma  cruel  c  troiâoina  ;  sem 
se  conseguir  a  tratii^m^graçE^i  desejada,  porque  os  índios  que 
escaparão  da  morie,  fugirão  pai-a  os  a^ri^s,  f^ustaodo  com  a 
fàgaa  murcha  dos  liou^  eiercitod  e  a^^  de^pes^s  que  n^lla  dzéifta. 
Ese  linatmento punirão  o  vrcrâo  paraasal  ícas»  foi  com  grande 
trabalho  o  fadiga  dos  jesuítas,  como  diz  o  senhor  Zeballoí^  na 
sua  caria»  que  alic^mos  no  do<nimonto  quinto,  pag 

Na  psiglna diz  estó  eommentador  do  si  me^mo;  €  os 

<  jêsaitaa  mn  Udg  a  animosidado  de  ue^^  ir  por  toda  a  Eampa, 
«  õ  que  se  acabou  de  passar  oa  Xm 

<  de  doas  exerci  cos  >,  E  porane  n 
ventura  n&o  he  Ucito  a  qn 
deites  paiires  tlveHlo  a  an  i 


uossos  dias,  a  vista 
tna  de  negal-o  f  Pur 

/  tre  ?  Se  os  emulas 
ilúar  por  toda  a  tCo* 


REFUTAÇÕES   A^i  CALUMKIA8 


115 


ropa,  sem  vergonha  de  mentir,  que  elles  orão  desobédieotesi 
rebeldes»  e  oppustos  d:^  America  aa  ordena  doa  soberaBoa,  cousa 
qao  não  virão,  rim»  só  ouvirlo»  os  dous  exércitos,  qimndu  lerão 
a  relação  offfevtada  ftn  rtijmbiica  josuitic^u  purqua  nào  86  unímíi* 
rlào  ollf^  a  cio><montir  uroa  calumnía,  cuja  falsidade  manifeata- 
meate  eoohec+*u  líespanha,  e  tambi  m  conheix^ria  Portus'aI,  se 
Díi  cor  te  de  Lisboa  se  fizesá<^m  as  raí+íímas  díiig^^ncíaa,  que  oa 
dií  Madríít.  para  sabor  a  verdade.  Mas  í^arvalbo,  aquelle  heróe, 
em  cnpa  hombros  di^JioaaçiLva  o  raaior  peso  da  monarcliia  lusi- 
tana, querondo  arruinar  o^  jrãuitas  valeu-se  dag  Doticias  fnlsaâ, 
e  f.*z  que  Dio  sabia  as  vordadeiras,  vciritícaodti-se  nelle  o  noíuit 
intelltffere,  ut  benc  agerei^  (i:!) 

Na  pagina..,  contínua  o  autor  da^  notaa  dizendo,—  <  que 
€  om  Roma  muitas  pe^stoaí^  o  busca vâo,  para  saber  com  funda- 
«  mento  fv9  tioi.icias  do  í 'ra^^uay,  tepternunbando  (quiz  dizer 
<  mostrando)  um  ostranbo  cuatenturaentodo  encontrar  um  arae- 

*  rlciíuo,  que  os  podiA   ioformar   miudamente  úa  ludo  o  aucee- 

#  dido.  A  admiração,  quí^  causava  a  estranheza  de  íactt>s,  entre 
^  nós  tão  conhecidos,  fez  nascer  a^  primei ra:^  idéas  deste  puema^* 


I^aIss  jftfi^ttncift  do  AUtor  tio  po«uiu. 


Muito  esViUdoí  fáz  fiqui  o  *3nhop  Oama  ao§  romanos  ;  nâo 
ilCldo  elies  eeriaiueuti)  rodes,  e  inseusitoa,  como  os  In' IÍ09  da 
America,  ma^  homens  os  mais  cnl toa,  e  bem  íostruiios  la  Eu- 
ropa. A  primeira  cousa  que  os  romanos,  querendo  saber  o  que 
ae  pasâou  do  Uraguay,  havino  dtí  perguntar  a  ente  amencauo 
OPa,  ee  tinha  e^tad^j  n.Lqueile  paiz,  ou  na^  ^ua^i  vIsinhaDÇjis  ?  E 
derendo  élle,  m  quizesífo  filiar  verdade,  responder  que  não  ; 
que  coneelio  haviâa  de  f;izer  dos  wtis  ditos,  quo  credito  haviâo 
de  d:vr  a  soa  relação  ?  Além  de  que,  qiiandi>  ente  manceba  cbngou 
a  Roma  a  p«frteQder  seiunda  vez  a  cotupanhia,  jcl  naqueUa 
edftofdtavão  muitos  je«ui ta»  amencaoos  mais  velhoi,  que  eile, 
mais  maduros  e  verlncos,  e  p^^r  ism  mais  digno:^  de  fé,  que 
tinbào  iorormado  a  toda  a  Rdtna  com  te^tentunhos  certos  e 
auiheuucottdrt  faltiidaíie,  com  quo  ao  lhes  at-lribuia  na  rdííÇífo 
abre^indn  do  senhor  Carvalho  terem  feito  u]>poíiiçàu,  e  mos- 
trado rebeldia  a&  oi^eo»  dos  soberanos.  O  que  sopposto,  dizendo 
elie  o  contrario  do  que  todos  m  mais  dizíão,  ntn  podião  og 
romanos  ficar  sab^iodo  com  lundamenio  as  noticias  do  Lfragaay, 
nem  mostrar  contentamento  de  encontrar  na  Europa  uma 
peaaoa  da  America,  que  miudameote  os  informasse  do  quo  tinha 
Sttccedida  em  iu^^aren  tâo  distantes  daqnelles  pi/r  on^e  andou* 
Daqui  infiro  eu  uma  de  duas  cousas:  quo  ou  o  senhor  Gama 
ne^ta  8Ua  notn  nào  iie  verdadotrOf  oti  dá  a  eoteuder,  que  Ibi 
alHivoSD.  Se  em  llomaoni  as  niíticias  que  deu  do  Para;uay« 
nfto desaereditou    os  jesuítas,  nesta  nota  não  dl^  verdade;  se 


IIG  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

as  desacreditou,  ao  mesmo  tempo  qao  pretenlia  ser  seu  sócio 
na  religião,  cijoimoUeu  lileivoâia,  l^u  maid  iocliao  a  primeira 
parte;  isto  hò,  que  moate:  assim  pi^rqui  lie  meaor  o  mal, 
como  ta  10 bom  porque  nâ>  ha  crlvol,  que  viaio  íle  tio  Ioq;?^,  o 
por  mõiode  tiatod  pu'igiis  buscar  a  ompiabu.  fallaise  então 
cooÈra  o.iji3:^uita8.  expjQio-u)  a  perier  com  as  palavras  o  que 
mostrava  pra teu Jer  cum  as  obras. 

Noíim  ddita  mosma  p.igina...  diz,— cque  o  tratada  dos 
«  limitôt  toia  us  jodu^taa  fiíi  ai  aa,  porque  pir  ello  se  ontro- 
«  gãvão  aos  portu;?íjtíZ  *s  ai  terras,  <iuo  a  companhia  depois  do 
«  muito  tempo  pasauia,  como  auaíí  da  parte  oriontaí  do  rio 
«  Uraíiuay>*, 


Hot'ula'»o  o  fftlio  motivo,  quo  «e  atiuuta  para  roftit- 
llrftDt  os  j«»iritaft  a  troca  fias  povoacôc». 


Setihor  Gama,  que  signaes  de  dor  observou  nos  jesaitas,  para 
delles  coDJectupar  o  dizor,  quo  lhes  íorio  a  alma  o  tratado  doa 
limites/  tim  primeiro  lugar  od  mrsaioDitrios,  que  residiâo  nas 
aldèiis,  tiuo  possui  fio  torra  algum-à,  o  muito  menos,  como  suti. 
Todas  eram  doiii  índios,  ellen  a^  cultivavam,  e  della-i  se  susten- 
tava. Antes,  nem  os  meamos  índios  tiufiáo  terrenos  de  terra  i- 
nadOB,  certos  e  estáveis,  sendo  livre  a  cadc\  um  or.i  o  aprovei- 
tar*^ d6:jte,  ora  daquello  tmTeno  para  o  seu  sustento,  por 
jKyr  caoSii  de  nio  lerem  dono ;  e  súD^m,  como  se  costuma  dizer, 
primi  capientis^  isto  é,  do  primeiro  que  os  quer  cultivar.  Nem 
isto  ó  maraviíba,  sendo  vasussima  a  nxtensâo  daqnelles  paizes. 
Em  segundo  luííar,  os  jesuitas  nas  míssoen-i  nâu  se  >erviao  das 
tôiTaajiem  delias  recebião  fructo  algum, alem  do  necessário  pura 
ieu  pobi'e  susteoto;  de  sorto  que,  tào  longa  esta  vão  de  tirar  detlaa 
grandes  utilidades,  convooiuocias  e  1  ucr us  tõmpjraes,  qiae 
autos  naccBaitavão»  que  oi  collefí^ios  os  provessem  do  muitas 
cousai  prtKílsas  para  a  sua  coriíjervaçuw  Km  tarceiít)  lugar, 
dado  ô  Dão  conoeaido,  que  a  companbia  de  mui  tus  lonos  a  esta 
parto  po^ssuisse,  coiuo  tuas,  (u  quo  cortamoa^e  he  falso)  qoe 
motivo  bavia  para  ferir  na  alma  ao^  jesuítas,  que  ellas  por 
virtude  do  tratad<^  dos  limites  se  ení.re-raisem  aos  purtugu  *zes  1 
Nesta  tro^a,  ou  nesta  eatrega  em  oaia  ficava  deteriorada 
aquella  reglá«D,  Para  aa  sete  povoações»  biiiaa  m8  jesuittLs  de 
Portugal  eiubstituir  os  de  Hespauba  ;  e  comu  tuda  tlcavji  em 
casa,  iito  é,  ni»s  filljos  da  eomptiotiia,  cuntiuiiava  eliu  a  pos- 
suir por  meio  do»  seus  subJitiiN  purtu^uezeíí  aa  me^^maa  t^^rras 
que  havia  tautos  aniius  pOí^uia  por  iueiu  dus  b  «0|>dahues.  \í 
leudo  assim,  nao  perdia  a  poss^^^  mudava  som>inte  em  certo 
modo  de  oolunos.  os  quaes  pala  boa  barruonia,  o  granda 
uniào  que  tinham  enim  si  como  membriia  do  mesmo  ooipo,  uào 
duTio;iriam    ceder  uas»  para  Uit^  itucoeaerem  uuiros  da  mesma 


HEFUTAÇÕES  As  CALCTÍXIA« 


117 


reUgIão.  V*>,  senhor  Gama,  como  aindii  permittindo  ser  verda- 
doiTO»  o  que  he  falso,  iato  é,  que  a  cumpanhia  poasuiaso  como 
suu»  aquilina  ttjvras.  nào  podião  forip  oa  alma  dos  jesuítas 
aquella  troca  ^  Não  loi  cortamoate,  nâo,  o  tratado  dos  limites 
que  m  forio  na  alma  o  peoetrou  o  cora^^o  ;  foi  sim  a  violên- 
cia, a  crueldade  o  tj-raama»  cona  qae  precipitada,  o  arrebaU- 
darat^nki  o  quizerâo  coociuir  uí?  miniatros  deputados  para  esta 
exocugao,  uao  dando  tempo  aos  Índios,  como  Jhes  pediâo  os  jo* 
suitas,  para  quo  aquoila  raudaora*  jà  quo  lhes  era  ia  voluntá- 
ria. Jíieg  fosso  ao  menus  commoda  ;  mandando  primeiro  um,  o 
dopois  oijtrtja  estabelecer -a  e  nos  lugares,  em  qiio  liaviâo  de  ha- 
bitíir:  antes  pelo  contrario»  querendo  levjir  a  força  de  armas, 
o  com  oíTusào  (te  tanto  sangoe,  o  que  pudiâo  obter  sem  algam 
dispêndio  daa  vidas,  nem  lantaa  dospems  de  dinheiro,  flzcrSÕ 
perrler  a  igreja  a  chdstaodade  mais  florente,  e  a  elrei  ca- 
tholico  rauitos  vaasaloíi  os  mais  íleis.  Isto  sim,  isto  he,  o  que 
ferio  na  aima,  o  Cííuhou  grande  dor  aos  jesuítas  ;  e  nao  o  perder 
as  terras,  que  se  baviãn  rio  entregar  auk  portuguezes,  oomo  diz 
nesta  no  ti  u  Sr*  Gcima 

Na  pagina...  diz:  <  os  indlossem  dticiplina  como  naquelle 
<  tempo  86  imaginava  i>« 


giijto     luiilíl    tonsi»  o  \iOHto  tle    8jiiilA  Tâeiftf     para 


Aqui  para  que  esto  poeta  nos  seus  cantos  exagerasse  a  bra- 
vura aos  soldados  europeus:  e  juntamoeto  a^  vietoriasque  al- 
ça nçarã^i  dos  Índios,  doa  quaes  diz  :  que  íortíllcados  no  posto  de 
Sjifita  ftícla  íhes  impedirão  os  passoa,  poz  a  nota —  ^  os  índios 
«som  disciplina  como  naquelle  lompo  so  imaginava*  :  querendo 
dar  cum  eila  a  entender  que  acharão  aquellDS  bárbaros  da  Ame- 
rica m-áU  destros,  e  exercUadot»  na  arte  militar,  do  que  com- 
momento  se  jylga  em  Europa.  Se  a-sím  fosse,  pobres  saldados 
portugueses.  Bem  creio  qutf  de  todos^  os  que  iãoáquella  domar- 
caçào,  pouous  ou  nenhun-i  licariào  com  vida,  que  putlesaera  cun- 
tar  das  batallias  e  muUo  menos  jacta  rso  das  victorias,  M.»a  o  caso 
he  que  a  scieueia  militar  doá  ludioã  rraentáo,  como  sempre  foi, 
e  anda  boje  he,  pouca  ou  nenhuma,  nem  o  posto  de  Santa  Tecla 
era  algum  caiítellu,  ou  praça  de  armas  em  quo  aquellea  bár- 
baros pudo^sem  fazer- e  íbrtes  ;  mas  unicamente  um  lugar 
occupado  de  algumas  i:a banas  feitas  a  moda  da  terra,  de  estacas 
de  pão,  colarias  com  folhas  de  arvores,  ondo  se  recolUião  os 
p&atcrres,  que  guardavão  o  gado,  que  pastava  uaqueUe  sitio, 
aonde  não  estava  o  missionário,  nem  Joãuita  algum  do  asBis- 
tencia. 

No  tempo  que  esto  lugar  cbegarão  os  demaroadores,  m 
aohavâo  ali  nem  a^saso  alguns  índios  da  aldeia  de  Sâo  Miguel. 


us 


ttEVI9TA  DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


amoti Dados  contra  o  jesuíta  AltamiraDO,  a  quem  queríão  dar  a 
morte,  por  \in29  constar  que  nào  fiivorecia  a  3ufi  causa,  antea 
era  contra  etles*  teodo  chegado  do  Europa  áquellas  partes  sem 
outro  intoQto,  que  obrigados  a  sahír  de  suis  terras  ;  mas  uào 
encontrando  o  sobredito  jeiuita  na  nldoa  eoi  que  estava,  derâo 
voltas,  e  vierão  ao  sitio  de  Santa  Tecla  a  veros  gados  que  ali 
tinbão.  Clie^andií,  pois,  a  esta  st  ti  o  os  dflniarcad^ires  naoccasião 
em  que  ali  se  íiclíttváo  estes  índios  inrureoiios  contra  o  supo 
rior  dos  misáionarios  pela  r^iào  acima  dita,  dis^^eráo  aos  com- 
tnissarios  lieapanboes»  que  se  querião  pa.s^a^  o  tlzossem  livre- 
mente, e  que  elles  05  acompanhariam  até  as  suas  uldèas  por 
serem  vassilos  do  mesmo  rei ;  mas  que  a  nenh^tm  «los  portu* 
gueies  consentir  ião  o  mesmo;  não  querendo  da^-lhesaá  suas 
terras  nâni  ainda  vender-lbe^  oh  seu:^  £;adu.s.  A  vista  desta  re- 
soluçáo  intimada  por  uns  bárbaros  rúvosos,  e  inftirecídos»  ti- 
verào  por  bern  o^  senhores  commissarios  voltar  a  iraz,  e  náo 
paftsar  adiante « 

Os  indtos  lhes  d^râo  do  mrtntimf^nto  que  tinhio.  e  um  bom 
numero  de  vaccas  ptira  comerem  no  caminho.  Este  <^ra  o  in^.xpu- 
gnavel  posto  de  Santa  TecLi ;  ^st  fc  toda  a  força  cora  quo  os  ín- 
dios nefle  fortilicados  impedímo  os  passos  aos  ottlciaes  miiíta- 
red,  quo  forâo  fazer  a  demarcação.  Passemos  dosta  acção»  em 
que  aquelles  barbarus  ílcaráo  vencedores,  a  contar  outra»  om 
qye  ficarão  vencidos. 

Na  pagina...  toca  levemente  o  nosso  poeta  um  combate 
que  houve  no  llio  Pnrdo  nao  pouco  glorioso  para  as  tropas  dos 
dotis  chamados  ex^ircitos  combinados,  eontentando-se  com  re- 
cupilar  nos  poucoá  versos  quo  ac^ui  purei,  uma  victoria  muito 
agsígnalada: 

Náo  solVr^in  t^anlo  oâ  tinnoA  olrevidgã 
Junlos  um  nossa  loilc^  C5ui  tanto  íis^ailijio 
U^  patlroB  os  iiu!Ítão  c  aconipautiJ^o 

Aijui  iiiovnr  òtt  í^ociííT  '•  g^iicrra 
Os  Índio»  quíi  tt carão  pri.%iõiteiros 
Aindft  os  pad**Í9  ví*rn^«tc  meu  camiio 

He  poS8Ível«  senhor  Gama,  que  uma  n>sistí-ncla  tio  vigorosa 
dos  soldados  europêos  contra  os  Índios  americanos  «•*  era  que 
houve,  além  dos  mortos,  rauUos  prisíooelr  s.  e  «sendo  elles 
€  mais  '1t*stros  nasceocia  militar,  do  que  até  aqui  se  julgava  », 
nio  merecessem  a  sua  penua  mais  um  rasu^3.  e  aa  seu  esiro 
uma  narraç^)  mais  dilatada  f  Muu  1  pm*và  efttava  n  'Sta  ocoasiS.0 
a  sua  musa,  que  não  lhe  subministrou  pal»4vra8  com  que  pu- 
des^  coutar  míuda  nonte  e^ta  bíitalha,  e  exaltar  até  as  estrel- 
las  esta  ^r^nte  viotoria.  Mas  so  e^t*^  poeta  foi  aqut  d  minuto 
DOi  versos  estendm-se  na  prosa  dizendo  ajwím  em  uma  nota— 
«forio  cincoDOti  ijA  pnsiotieiro:j:  alguns  do^  priucipies  7ÍerlLo 
«  re^netti  10^  a  »  Kio  da  lân  dru.a  m  le  oautjr  <jd  vio  »^  fiUou  com 
€oUes.  Omfe-isiram  injeuuainoitte  que  os  ptdres  tmhão 
€viudf)  em  sua  companhia  at*  ao  liio  Pardo,   ese    tinhÀodei- 


REFUTAÇÕES   ÀS   CALUMNIAS 


119 


«xada  ficar   ila  outra  baoda.    Mostrarão-se  «urpreíiee  li  los   da 

<  dogora  que  eticontrirâa  nos  portu^ueze*!.  bmho  que  os  paidpôg 
<Qâo  ceisavâo  da  llies  intimar  nas  suas  ppiígag$>á  «jue  u9    por- 

<  tugueioi  liiThão  o  diàbo  no  corpo  o  quw  orâo  toiloi  feiticeiros 

<  q(i8  em  míitíindo  al^um»  pa^a  qiio  não  toma^íse  a  vivci%    ora 
<noi*6gsafio  por-lti<^  li,  aibeçíi-  um  palmo  long^e  do  oorpo  ;  o  que 

<  elles  rôli^iosHmoDte  observa vao  »♦ 

Ckmi  oâta  nota  ouiDoieoia  o  Doâso  pjeta  os  ^ufl  versos:  agot  a 
commeQtarcn  em  pro^aasua  noUk. 


menos  q«e    «íeis  íkMdacIei    juoUs 


Pi'imôirameQt»3  os  iadioa  priâionoiroH  não  forao  ciaeoepta, 
como  áiz  tlmlo  tio  quG  roferft  na  sua  relação  abreviada 
o  senhor  Carvalho,  ítoodo  o  nos^o  yoo ta  achou  eáto  oumo.*o. 
Forao  dncoeota  e  tr6.'<i ;  não  priâioiíeiroa  como  iogo  direi,  maa 
pretos  a  fíilsa  fé  e  contra  o  diroito  d. ia  píott^s*  He  certo  que 
alí^^uns  d;i<iuelles  índios  vieram  para  o  Rio  do  Jauoiro,  quando 
as  tropas  se  recMltier.x^j*  Que  aqui  os  vií^e  o  aatjr  deste  poetna* 
paíisa  ;  Vítlha  a  ^ua  palavra  lionriida:  masque  llie^  fallaníso.  oh ! 
isso  nâo.  ocra  é  ve^dde,  mm  vorosimii.  O  iiitor  naquelle 
tempo  apenas  saberia  faltar  a  Lngua  portu^ueza.  (lola  pouca 
idade  que  tinha,  o  aaodo  assira,  comu  havia  ao  fallare  eotan- 
der  ;*  dus  in<lios  ?  mas  m  ;iCiSi>  fallou  com  al^^um  d  dles,  creio 
qan  seri  i  4o  mesm^  m*»d0t  que  os  rapazes  om  Lisboa,  ou  no 
cáef  da  pelra,  ou  na  praia  de  .S.  Paulo  failão  com  algum  rus- 
siano,  allem/ío.  uu  a>nburgnGz  de  calças  lar^^^aí*.  quíuido  dosnm- 
bar 'ao  diz -odo  meias  palas  riis,  o  sem  cntende.o.ii  uns  aos 
oui-riifl. 

Que  03  índios  confea^aíísnm  qtre  os  paflres  tinhâo  vinda  ora 
sua  Companhia  atô  o  liio  I^irlo,  e  se  tíohão  deixadu  ficar  da 
outra  bmda»  é  fdso,  e  iilem  de  lai^o  ;ncrivel:  só  se  comídgo 
trouieratu  algum  priíso*  e  forçado  para  os  abdolver  do  artigo  da 
morle. 

Disse  sor  fal?!o  e  incrível:  porque  mtiitos  raezes  antes 
que  08  Índios  fossem  para  o  Rio  P^irdo,  estavâu  os  jesuítas  quu 
residião  uas  tklii(*?ií*,  pi'o?i08  e  bloiu^ados  pelos  mdioá  coui 
guardas  á  vista  pela  suíi peita,  qn^  tioíião,  de  qu^í  ellêá  erâo  em- 
penhados oa  troca,  pulas  íçraude-»  dilijceocias  que  faziào,  para 
os  reduzir  a  ella  ;  na  qu.d  suspeita  muito  mais  se  confirmarão  ; 
lendo  Qa  carta  que  o  íienhor  (3omos  Freire  mandou  aos  itídins  daa 
sete  aldòas,  a  falsa  noticia,  de  que  os  seus  meíjinos  directores, 
aappcista  a  sua  rabclliáu,  diziào,  que  o  único  remédio  ora  obri- 
ga l*os  a  força  de  arma^. 

Copiarei  aqui  ao  mento  híj  palavras  da  oarta  que  fazem  ao 
ponto:—*  Me  oxpuzeruo  o  pouco  fructo  que  os  padi^es  vossos  di- 


É 


120 


REVISTA  DO  IXSTlTfTTO   HISTÓRICO 


€  rectopes  tirarão  das  instancias  com  que  procurárrio  congegQir, 
«  que  eoteDddSdoiâ  a  obrigação,  que  tem  o  vassalo  de  obetle* 
€  ccr  ao  que  dcterraina  o  seu  moDarcha  ;  o  as  circo  mstãDcías 
€  da  ntilidade  qtio  70d  podia  resultar,  pref^eotando  diaoto  do 
«  real  tbrono  a  rosi^uacão,  com  que  estáveis  promptos  a  evacuar 
«  as  aldraâ,  que  haEitaes  e  quo  os  mesmos  padres  declararão», 
faqui  vai  a  falsidade)  <quo  o  único  remeaio  era  obrigar- vos 
com  as  armas  »:  cousa  que  nunca  discarão  os  jei^uitas  ;  protes- 
tando sempre  contra  a  guerra,  e  escrevendo  não  m  ao  marquez 
do  Vai  do  Lírios  senão  tamb^^ra  a  elrei,  que  so  concedesso  tempo 
neceísario  par»i  se  fazer  í^ommodamenle  a  transmigração;  o 
qne  nunca  permittio.  Continuava  a  carta:  «chegando  avessa 
<  rebellíâo  a  por  em  prisão  os  voasos  curas  não  cooseotindo 
«  quo  olles  saião  do  casa  e  da  vossa  companhia,  ec,  oc.> 

K  eis  aqui  porquo  acima  disse,  que  se  algum  jesuita  voio 
com  os  índios  até  o  Rio  Pardo,  voio  proso  c  obrigado.  Mas 
agoiu  accresoento.  que  ainda  que  algum  cu  alguns  viessem 
livros*  expontinearoonto,  nenhum  peccadn  firião,  antea  cum- 
pririao  com  a  sua  obrigação,  não  querendo  como  bom  paro- 
chos,  desamparar  as  suas  ovelhas,  principal  monte  em  circan- 
stanoias*  em  que  muitus  poderião  porder  as  vidas,  sem  terem 
quem  lhes  admmistrasse  substdto  algum  espiritual»  ião  necos- 
sario  na  morte.  Nm  que  rrsp<^ila  pois  ao  quí>  diz  do  se  raostrarom 
os  índios  *  surprohcndidos  da  doçuni  que  encontrarão  nu  trato 
n  dos  portuguetet,  e  do  que  lhes  iniimavào  os  jesuítas  nas  suas 
«  prcgiQ^QS  »,  í^laroi  agora  contando  sinceramente  o  que  pas* 
sou  no  Rto  Porffo,  o  depois  no  Rio  ^h^ande,  theatros  de  ^^uooeisos 
vordadi^ira monte  trairicos,  mai.^  certos  o  innogavoia. 


í5  tinindo  t^  imliot  da  ahl*^n  .In  s    !  niz  que  os  portugiiezos 
ii-íko  em  um  terrena   ,  iicia  aos  mesmos  índios, 

111  imtneit)  do  qtialro  '  inf>edil-08  e  lacçal-os  íora 

kNííWvvãa  o  quai  chiimando*se  Fo^^Udczn  do  Rio 
,1  ao  depois  da  Vk^íoWa  :  devendo  melhor  cha- 
mar :io  di\  ptrft^i ui.  Logo  que  os  índios  apparecerâo,  saliirão  a 
ciim|K>  01  |K>t'tugufk2iv»  e  ih^rho  pnnciplo  a  batalha  :  mas  os 
indioa  duanedinlo  sobrv>  «Ucs  uma  densa  nuvem  de  frecha.^  o 
OH  0^1  i^rArao  a  nuirar  o  rinn^her  a  forUiieza,  da  qual  começou 
logo  a  artilharia  a  di^^parar  :  mas  ua  índios  alegres  com  a 
Victor  ia,  apenas  os  portugu&ace»*  derão  as  co&tas»  voltarão  para  a 
•ua  Ald^«  ^^11  isto  em   Fevereiro  ;  mas  no  Maio  segtiinte 

tarnár&o  a    <  oh    portugi»e»es«   vindo  nilo  menos  do 

qutnlitiit(i0e(io^i*jat^osdaqti  Ue  «lUo,  om  que  peraeforavào 
fbrtliotdos.  NHo  sábio  desta  sQ^unda  tos  a  campo  a  soldadesca, 


tn?rt'TAçr>Es  As  cauimniab 


mfts  T&leudo-se  da  artilharia  com  eUa  matarão  a  mtiitoa 
íodíos,  e  entre  ellei  o  que  era  capUâo,  uesaaire  foi  este,  que  os 
ni07o«  a  retirar-9©,  levanao  comsi^o  alíruos  cavallos  quo 
acháPâo  past  Mído*  Advertindo,  porém,  quo  a  fortilozíi  levantara 
bandeira  branca,  que  sabiáo  ser  sigoal  do  paz,  cincornu  e  troa 
Índios  dos  raiig  animosos  armados  das  suas  frecbaíí,  a  de  duas 
peça^  de  canna,  se  avisinhííráo  do  muro.  Convidados  a  entrar, 
e  a  fezftr  ajoslos  de  paz,  lugo  na  poria  lhos  oflferecoráo  vinho 
om  abundância,  que  oliea  beberão  com  grande  líosto  e  em 
maior  quaíiTádado  do  quo  podião  solTror,  por  não  ter  uso  deste 
licor.  Perdidos  por  eaia  causa  os  sentidos,  deitarão-so  a  dormir  ; 
e  sendo  o  aomna  prollindissirao  poderão  os  purtuguõzes  a  sou 
sabor  não  sô  atar* lhes  as  raios  atraz  das  cosiaí^,  maá  amarrai* 
os  costas  com  costívs  de  dous  «m  dous,  e  de  tros  era  três»  Q  doixal- 
08  deste  modo  ai6  o  dia  seguinte.  Quando  pt*la  ujanhã  tornárno 
om  si  estes  potjres  manietados,  cora  justa  razào  lançarão  era 
rosto  ao4  portuguezes  a  sua  aleivosi  fc  ;  esteií,  porém,  com  as 
esp^d  8  nuas  sobro  dles  por  um  inturprete  lhos  flzerão  muitas 
pm*gucta8  acerca  dos  jesuítas  ameaçtiudo-os  roíti  a  morto,  senão 
as  cunârmáváo  cum  o  seu  dito-  Este  fui  o  pri moiro  interroíra- 
tório,  ou  devassa  primeira,  que  os  poriíiguoíoa  tirárào  dos 
jesuitas  da  America  ;  na  qual  qu<*ro  perniittir  que  confessassem 
os  índios  quanto  diz  na  sua  nota  o  autor  delias.  Mas  que  im- 
porta, ou  que  víj^ur  tem  de  posiçáo  cúctorta  j^rvim,  M  meium^ 
da  boca  d  iquelles  mísera vois  qut»  por  nao  perderem  as  vidas  as 
mãos  daquelles  verdugo.^,  nâo  ^ó  confeí^sariâo  tudo,  ma3  amda 
mttito  mais  do  que  Ih  i<  pergunta  vão,  pur  fal^o  que  foí^se,  e  >^em 
a  mais  leve  sombra  de  verdade  Tf 

E  se  esta  dispiisiçào  ftiita  no  Rio  Pardo  com  tanta  illegali- 
dado  foi  barbara,  a  que  depois  so  foz  no  Hio  Gmmfi*,  ainda  foi 
mais  tyranna.  Embarcarão  para  o  lUo  Grande  estes  oincoenta  e 
tre«  Índios,  raJJis  de  todos  elies  s6  qualorze  choíçarao  vivos  ;  os 
trinta  e  nove  cora  inaudita  crueldade  (  horresco  reforeu-j )  forão 
degolados  no  cammho  piílus  soldido^,  quí^  os  conduziáo  levando- 
Ihés  somente  as  cabei.as  p;ira  là  jis  mastrar  era  sijínal  de  trlura- 
plio  quõ  tinhào  conseguido  daqu^dlea  rebeldes,  era  que  nn  reah» 
dado  executarão  os  porUiíçuezea  a  birbandade,  que  falsamente 
díz  o  nosso  poí? ta  acouHoihavão  os  jesuiuií*  aos  índios  nas  suas 
prefações,  isto  he,  *dej?ohr  a^  cabeça?*  aos  p<)ri,uífuezeH,  o 
«  appiirtíir-lh'ãs  do  c.*rpo  raain  ile  ura  palín.»,  pai*a  quo  nào  pu- 
«  dessem  resuscitar».  Tanto  fizerao  a<.'ora  o^  soldados  eu ropÒos  ; 
sem  ouvir  as  doutrinas  áoé  joâuitas  americanos  ;  nào  o  tendo 
jamais  õxoiutado  os  Índios/  que  as  ouvirão  :  não  obstaoie 
dizer-se  nesta  nota  gua  retufioaamrnfe  úhsertãvão  este  «'onselho 
dos  padres  seus  directores,  Tyranniii  foi  vsia,  quo  íiuaudo  soulxi 
no  Rio  (irande  o  si.^niiur  liornejí  Freire  justitraenio  se  encheu 
dc)  honor  :  e  ainda  que  reprehrtndeo  o  oílloial  o  os  soldados, 
uãtj  o^  castigou:  como  devia  e  podíi. 

Aos  quatorzc  índios  quo  choK'Hrâo  vivos,  mas  na  verdade 
meios  mortais,  pela  rrueídade  cum  qun  furão  tratadon,  e  pela 
iKivicía,cora  que  •  »ua  visU  foráo  degolados  ostrintite  novo 


122 


REVISTA  DO   ÍNSTITUTO   HISTÓRICO 


seus  compnohAiros»  maDdoii  o  guverna<1or  tratar  bem  por  al^fung 
diaa,  Ksta  soeria  a  occisião.  eíD  que  dtz  o  nopso  pjeU,  —  ^  cjiie 
€  os  Índios  ííó  ruoãtr*lrào  surpreberidjdué  d-i  dogiira,  qae  en*  on- 

<  iravào  no  trj»to  dos  purtujkfuezi+s  ».  Nâo  dui\»ii  por*'»iD  mmto 
tempo  esu  pied  do,  que  cora  olles  se  usou.  Apenas  os  virão 
roatabrtlt^cidos  ura  pouco  do  trabalho,  o  susto  com  que  vieráo. 
o3  levjirào  t  »dtní  juutoâ,  e  presoa  carao  sempre  eiítavâo.  p*ra 
uma  oaiâa  onde  tira  rnuíato,  que  eri  o  interprete»  lutimou  a 
todos  que  e:>culli6«3e[n  —  «  oti  ratificar  Cí»ra  novo  juriímento, 
-<  quanto  linlião  dopusto  contra  oa  jesuítas  no   Rio  Pardo,  nj 

<  qDal  CASO  serião  poi^tuD  em  liberdado,  e  ra.-tpdados  oom  bonra, 
4c  e  grandes  prtjmios  para  a  sua  aldéa ;  e  nao  querendo  rati- 
€  ftcar  perder  aa  vidas  a  violoneia  do  ferro  e  fogo  *.  Feita  esta 
propngta,  entrarão  imraedi  ata  mente  oa  rainisirus  de  justíÇM,  ou 
para  dizer  melhor,  da  injuatiça,  e  na  prezeoça  doa  ma  is  corae- 
çílrào  a  examinar  os  prirneirons  dous  um  doíátes  foi  táo  animoao, 
que  protestou  —«  ser  catumnia  quítoto  ellea  e  o»  ieoe  corapa- 
«  nlieiros  tinhào  dito  contra  «s  padres  no  Rio  Pardo,  que  es- 
€  tava  proraptõ  a  soIVrer  antes  mil  mortes,  que  ofTendei-  a  Deos 
«  e  nua  seo-*  ministros».  Talvez  s?  resolveu  este  inaio  a  reira- 
ctiir  ae  do  qu*í  «Usj^i^ra  pur  modo,  lembrandos«  da  boa  instruoçào 
dos  jf>STiita9  em  matérias  Je  reli;<ião,  e  re^fletiudu  ta  ubt^m  que 
as  Ttienliras,  oãu  tinhào  podido  livrar  da  mu  to  a^JS  4eua  eom* 
paniiwros.  A  este  pobre  logo  ídi  o  encherão  de  riiii  nppr*obrio8,  e 
d (^pQÍs  o  arrebatarão  cum  tal  ímpeto,  que  nenhum  doa  ontroa 
duvidou  y  v)Ulzes.^em  queimar  vivo* 

O  compaelioiro  a  vista  de^te  barí»aro  precediraonto  m  at- 
torrou  de  maneira,  quo  nâo  ratidcou  quanto  já  tinha  dito,  roaa 
quanto  novíimentp  Uiea  ocçorreu  p^rginitir.  A  osto  sultárào 
logo  aa  mílos,  o  doctarado  innocen^.e,  \  A  trat  do  como  njbre  ; 
derão-lhe  vesdidus  novus«  o  junttraonte  outrjs  oromios;  tudo 
em  presença  dos  mais,  que  chamados  aucco^sivatiionte  de  dous 
om  (f.jiis  seguirão  u  exeraplo  do  soi?unilo,quo  viao  solto  vestido. 
o  premiado,  e  não  o  do  primeiro»  que  o  tinfiâo  jdL  por  morto  ; 
mas  erradamente,  porque  todo  aqu^lle  desprezo  e  viohmeia, 
com  quo  foi  tnitíiio,  não  se  dlri^^ia  a  ttrar-lhe  a  vida,  mas  a 
attorrar  aos  outrtís.  Chrisiuilhj  Noix>nha  um  (h»  caciques  prin- 
cipies, que  assisúo  a  toda  esta  ti^agedia,  e  escapou  delia  vivo, 
escreveu  logo  uma  curta  circular  a  torias  as  trinta  e  uma 
aldèas,  e  nelU  conta  com  um  estylo  sincero  e  simples»  mA8 
próprio  de  quem  diz  a  veniaile,  tod^isas  per;/uu  rasque  se  íiserSo 
aoa  indios,  e  oomo  »e  lhes  fizerào  assim  no  Hit»  Pãi^do^  como  no 
Riô  Grania,  acorescentando.  quo  por  pejo,  e  modéstia  cala  al^u* 
mas  perteooentes  a  maiurka  impudiccts*  Mas  em  lo^l  *  ^slq 
papol,  ju  cartado  indi  >«  aondo  relerem  purguotas  raiudisnimuSt 
10  nào  lê  uma  só  pabivri,  que  pos:»a  di£er  respeiti»  a  doutrina, 
qii0  se  áiz  ensinarem  os  joí^uitas  n;ia  stins  pro/oçues«  de  —  €  de^'o- 
«  larem  os  mortos^  e  apartar- Mieí<s  as  cabeças,  para  não  resusoi- 
«  tarom  »,  ete.  etc.  Cousa  que  por  nova  e  extravagante  náo 
podia  esquecer,  nem  omitttr-se,  Sijrnai  evidente?,  do  quw  esta 
calurania  nào  teve  a  soa  origem  no  lUo  Ponh  e  no  Hiú  Gmnd^i 


REIOTAÇOES  AS  CALUMMAS 


123 


mas  Das  mar^^eDs  do  Rio  Tejo;  nSo  oas  lioKuns  dos  Índios,  maa 
na  cabeça  o  pentia  de  quem  compoz  a  relação  abreviada^  e 
também  na  do  autor  dos  cinco  caotos.  Tudo  o  que  aqui  se  re- 
fere consta  de  um  iiistrnroento  autheoticu,  ft^iiu  no  anno  de 
175^>  por  ufíí  notapio  apustolicu  mandado  a  devassar  peias  aldéas 
do  Uraguay  :  tirando  as  devassas  nlo  em  particular-,  mas  era 
luírares  públicos,  pertruíjtadoá  os  caciques  desterrado  debaixo 
do  jurameato,  e  approvando-o  u  povo  todo,  cumo  se  póie  ver 
mais  claramente  o  a  respr^sta  apolo^tíetica  a  relação  abreviada  ; 
num.  54  pig..* 

Na  p^i^ina...  diz  outra  nota,  que  a  marjsrcm  do  Í?tOt  por 
ODde  se  retirílrâo  as  tropas  cast  iiianaií,  estata  rapada  dos  g^idos 
jesuítico.^.  Mas  9(3nhor  Gama,  donde  prova  voesa  merc^,  qiie  os 
gados  erôo  dos  jesuítas?  Até  aqui  nau  consti,,  qu  j  esW'S  padres 
tivessem  ali  rebanboi  do  gado  a  pastar ;  o  mais  que  olles  pode- 
rião  ter  ora  tiraa  ou  du%s  vatcas,  para  llies  dar  leite ;  se  tiavia 
mais,  eráo  certamente  dos  índios,  cujo  numero  clio^raudo  a  cinco 
mil  necessUivào  também  do  um  ^^rande  numero  de  vaccas  para 
o  sed  sustento:  e  quG  maravilha  0.  que  e^to  jCfado  pastando 
oaquellas  margens  as  tivesse  raivado  (  Por  ventura  tlnbao  obri- 
gação os  índios  do  deixar  morrer  a  fome  as  suas  vaccas.  para 
terem  quo  comer  os  cavalios  das  fcropxui  castel lianas  f  Ora  eu 
bem  me  porsuado»  que  o  nosso  oscrivão  com  esta  stia  nota  nào 
ppi  tendia  tanto  ;  o  quo  com  ell.i  quiz  dar  a  entender,  foi  a 
rk|iinza.  quo  os  jesuítas  tinh&o  nas  altíàis.  Ma^  se  elle  al^znm 
dia  cbogassfl  a  estar  nellas,  exercitando  ali  o  olllcio  de  missio- 
nário, veria  com  os  seus  olhos»  e  experimentaria  bera  a  ^ua 
custíL,  que  tão  lon^  estavão  de  serviços^  e  passar  com  abun- 
dância, que  o  mais  a  que  etiegavao«  era  a  po^lor  dizer  —  <  ha- 
<  bentes  alimenta,  et  quibus  tííía-mur,  hís  conteoti  su- 
«  mus  >  (14).  Temos  c>om  que  íios  alimentar  e  vastir  ;  bem  quo 
pobfa  o  miseravelmente ;  o  tanto  nos  basta  para  vivor  con- 
tentes. 

NeatA  mesma  nota  e  iiaj^rina**»  se  diz,  — 4  que  as  tropas 
«  castelhanas  sa  retinirão  por  nao  r^fttarem  inteiradas  da  ia- 
«  tenção  do  rei ;  e  que  provinha  da  diversidade  de  cartas,  que 
«  vinhào  da  corte  de  Madrid  por  uma  occulta  cabala,  os  jesai- 
4  tisiudu  revolviâo,  o  maquinarão,  mais  que  nunca».  Senhor 
<;»ma  di^^anos  por  quem  lie,  em  que  oonaistiâo  estas  revolu- 
çr»es,  e  maquinas  doa  jobuitas  ^  E  eu  o  terei  nào  só  por  grande 
poeta,  mas  tnt  mihi  maffíius  Apollo{i'^},  ConiíisUào  acaso  em 
represi*nLar  aus  olliclaeti  e  dar  parte  a  c<ute  das  iajustiças e 
barbaridades,  quo  naqualle  tempo  se  praticâvâo  rom  os  Índios? 
ou  também  em  acau^elhai',  que  aquetla  tran8migi'açâo  se  podia 
oiccuuir  mtu  víulencia,  coticedondo  tempo  aos  iniiios  para  lazer 
a  mudança»  senão  com  gosto,  ao  menos  com  alguma  commodt- 
dade  I  Hq  nisto  consistia,  d iK:imo«,  nao  erao  estas  represeulat^òes 
e  conselhos  nfio  sO  actos  de  caruiade  í^euãu  tirobc^n  do  justiça  V 
K  ao  consistia  rm  «Mitra  cous^i,  devia  dizel-o  ;  a  uko  lançar  pala- 
vras ao  veolo,  t>ara  com  ylla*  levantar  poeira,  que  ce^ue  os 
olhos  aos  loltoies,  e  o«  faça  crttr  como  certo,  o  que  nao  oh^ga  a 


124  REVISTA  DO  mí^TITUTO   msTOftlCO 

ser  diividoao,  e  avaliar  por  verdadeiro,  o  mie  ^  totalmento 
Iklso,  Mas  í^ste  6  o  custtimo  do  todos  os  maledico»,  dizor  o  maJ, 
o  nâo  provar  o  i]ue  dizem.  Arniiii  d^z  o  nusso  poota  nas  noías 
que  pez  aos  verbos  dosou  primeiro  canto:  vejamos  n^^^ora  se 
Tm  o  mesmo  nnn  seo^ninteíí. 

CANTO   1! 

Nostô  secundo  canto  levantando  ra>ííâ  a  voz  a  nos«o  poeta, 
om  vez  de  Tiple  mostra  ser  um  máo  falsete,  recitando  em  ura 
tom  tão  dissonante»  que  faz  lenir  os  ouvidos,  o  que  a^ora  direi 
i^ofutaodo  a  nota  da  pagina. . .  em  qao  se  Ui  —  *t  todusos  padres 
«  aprandião  íi  liníjua  doá  indjos ;  o  proHiblíxo  a  estes,  contra 
«  a  intenção  «lo  rã,  usar  outra  língua  que  não  fosso  a  s\m  na- 
€  eioQ&U  Desta  sorte   ficada    impuásibilitadri,   a   commiinkaçao 

<  com  os  portu^uozoã  e  cíiatnliKiuos,  e  impenetrável  o  segredo» 
«  do  que  ae  pasmava  naquellcs  sertões.  E  o  que  maia  lio  qu^»  o^ 
€  jesiijiiis  se  jacta vào  desta  espécie  dvt  t3rrannia  na  face  de  toda 

<  a  Europa. » 


Moiti'A«sc^  a«r  falio,  que  oa  josuíla»  prohíbiiMDi 
aoM  índioM  aprcnctar  a  lingua  dos  euroii^^^oa  ptra 
impãfl^iliililar  o  comoiorcio  oic.  etc. 

Eu  creio,  quíi  o  autor  destas  notas  assentou  comal^o,  que 
ftiíls^ndo  dus  jesuitas  nâo  l)avia  de  abrir  a  boca  sem  dizer  al- 
ííuma  mentira,  F  vila  a  verdade,  quando  diz  que  os  jcsuiias 
nprendíào  n  linírua  dos  índios,  o  pudf^ra  aocrestar,  com  multo 
trab.Uho  o  di (Acuidade»  P'>r  ser  ;issim  necessário  pura  os 
instruir  nos  raysterios  da  fó,  ensinar  os  preceitos  divinos  o 
occles  ias  ticos,  ouvir  de  coutlssâo,  pregar  e  dirigir  em  tudo 
aqui  lio,  a  que  nào  podia  chegar  a  sua  innata  rudeza.  Assim 
fazem  todos  os  missionários,  que  vão,  ou  plantar,  ou  conservar 
a  nossa  sant?»  roligiâo  a  um  paiz  estríinho  o  bárbaro  :  apren^ 
dem  a  língua  da  terra,  pai^a  poderem  nelln  exnrí*i!.ar  os  seus 
santoa  ministérios,  At»?  aqui  disse  a  vf^rdado ;  mas  ajuntou  logo 
a  meniira»  de  que  os  jesuítas  probibissem  aos  ímlios  o  uso  de 
oíitra  língua,  que  não  fosse  a  sua  nacional.  E*  esta  uma  falsi- 
dade raaoifesta,  poriue  é  suppor  sorera  os  josuitas  tao  iosen- 
satoí  que  para  ol>ter  o  sobredito  fim  do  fm possibilitar  aos  índios 
a  coramuoicaçio  com  o-j  portuguezes  e  castelhanos,  o  fazerem 
impi^ne travei  o  segredo  do  que  se  p«s*iva  naquelles  sertões 
escolliessem  um  meio  inefUcaz,  e  tutalmente  intitit  para  o  con- 
seguir. Os  índios  diL  parte  ile  lle-^panha  em  U'opv4.<i  da  duzentis, 
c  as  vezes  de  tresentoíi  sabíao  da^  aldéas  ú.  trabalbar  nas  obras 
reae^  e  sítios  dos  europèos :  europèos  contraetadorea  n&o  só 
da  erva,  chamada  rmxgonha,  que  naquellas  terras  serve  de  chà, 
o  se  fdz  com  oUa  algum  lucro,  senào  também  de  outros  géneros, 
que  o  fi:LÍz  produz,  levados  ((a  sua  conveníeuLvía  entra vã>»  nas 
»ldôa%  dos  Índios  a  fazer  o  s«u  oogocio,  chegando  alguns  a  tor 


REFUTAÇÕES  Aâ  CALUMNIAS 


125 


nellas  o  sou  doraícíLio;  alem  dí8to  todos  ou  quaii  todos  os 
anoos  orão  aqueUas  miSdões  TiaUaiaâ  por  ministros  r6;2:ío3, 
e  as  vezes  poios  bispos;  e  se  não  hião  com  tanu  froqueucia» 
era  por  nao  ter  o  trabalho  de  f;izop  tão  cíjmpridaa  e  difliciil- 
toaaa  viagens;  o  não  porque  os  missionados  oá  impedissôm, 
antiis  pelo  cuntrario,  os  coo  vidarão  para  que  fosaem,  como 
attesta  o  mesmo  rei  de  Hespanh^i  eio  um  decreto  impresso, 
nâo  só  em  Miulrid,  mas  também  em  Napule^  e  Veneza,  dizendu 
que  Oj  padres  se  Ilies  liolião  offerecido,  não  só  para  acomji.i* 
nhap  09  bispos»  mas  umbem  para  lhes  por  prompto  qu  mto 
Jlies  íosao  nocoaaario  para  via^reui.  Leia  se  a  impressão  de  Ná- 
poles na  pagina  w 

Da  parto  de  Portugal  so  praticava  o  mesmo,  sondo  os  íq- 
dioa  obrigados  a  ir  traoalhar  naa  obras  de  elrei,  e  aahiiido  ou- 
tros a  servir  naa  obras  de  pessoas  pariicularoa,  perseverando 
Qcllas  uma  grande  parte  do  anuo ;  lerapo  em  que  communi- 
cavão  necessariamente  com  oseuropêoa,  e  Ihea  podião  descobrir 
a  troco  do  qualquer  pequeno  donativo  os  segredos  maia  recôn- 
dito», so  por  ventura  os  houvesse  nas  aldéas.  Entravao  tamborn 
neâUs,  quando  qiieriã>>  os  governadores,  ou  oa  ministros,  que 
oUes  mantiavão,  como  podo  tesUflcar  o  meamo  aenimr  Men- 
donça, a  quem  nSo  só  não  impediao  o  inj^^resso,  mas  ajudiírão 
com  gente,  com  orabarcaç(t>6íi  o  mantimento.  Entravao  os  bis- 
pos com  toda  a  sua  coniitiva,  ©  so  detinhào  nas  aldêaa,  vendo  e 
observando  devagar  a  boa  instrucção  doa  Índios  iias  raa terias 
de  religiãot  o  zeloso  purtamento  dos  miasionarios,  saliindo 
d'ali  elitlcãdos»  cuino  de  si  aíiiniiou  o  Exccell.  Bulhões»  antes 
do  seguir  aa  partes  de  Carvaliio,  e  do  stui  irmão  o  sen  tio  r  Men- 
doni;a  escrevendo  a  corte  de  Lis  boi  uma  Cíirta  om  que  dava 
conta  a  sua  Majestade  —  <  de  ter  ido  vi?itir  as  aidéas  e  mls- 
€  soes  perteacenteá  a  aua  jnrmdiçáo,  o  principalmente  mujunHaa 
€  em  que  re^iidlão  oa  jesuiias,  achara  tudo  em  tão  buíu  t^iiUido, 
€  quejulgu^a  em  m^  consciência  serem  estes  religi^jsos  os  maia 
4(  aptos  paraae  Uie-í  comnietter  o  cui  lado  o  diroc^ão  daqueíles 
4  neophytoa.  >  Contemporânea  a  esía  cart '  mandou  ello  outra 
ao  jesuíta  Bento  da  Forneça,  procura lor  era  Lisboa  dos  seus 
gocíos  no  Maranhão,  na  qual  tajobom  lhe  louvava  o  zelo 
grande,  com  que  oa  filhos  da  companhia  in-itroiào,  e  dirigiâo  oa 
intlLys  naa  aldeãs  em  que  e^itavão.  Mas  porque  este  josuita 
tinha  conhecido  o  génio  voluvrl  a  inço  istarite  daqueile  pre- 
lado, teve  a  advertência  tie  remettor  ao  reitor  do  coll^gio  do 
Marão  hão  a  mesma  Ccirta,  rocommeudando  lho  muiio  que  a 
guêirdaase  no  archivo;  porque  talvez  veria  tempo,  em  que 
íbs.se  necessário  produzil-a-  Assira  Ibi,  porque  mudado  o  go- 
verno de  PoriiUgfal,  mtidou-se  também  o  anim^»  d;iquelÍ0  bispo, 
passando  a  aer  tão  Urgo  nos  vituperius  dos  jesuítas,  como 
pouco  anl«8  tinha  sido  nos  mus  louvores  :  escrevo  aqui  esta 
noticia  para  que  o  senhor  Gama  se  consolo,  vendo  que  tom 
companheiros  naa  suas  adulações ;  q  que  so  ura  pretakio  da 
santa  igr-eja*  talvez  polo  inioroíise  do  c  maeguir  um  bispado 
mais  pingue  no  conunonte  de  Portugal,  de  amigo   se  fez  iní- 


Í26 


REVISTA    IK)    INSTITCTO   HISTÓRICO 


Tuif  o  dos  jesuítas,  não  he  muito  cine  elle  ílzGsfe  o  mesmo  sendo 
um  pobre  e  misôravel  secular  indigente^  do  todo  o  que  lhe 
era  neoâssarjo  para  comer  e  vestir. 

Voltando  a^oraao  que  hiatos  refiitaodo,  confosso  ser  ver- 
dade, que  nem  a  todos  se  ijerujittia  entrada  franca  e  muita 
menos  estaviíl  domicílio  nas  aldè  is ;  mas  isto  era  por  ordena 
expressas  dos  r-^is,  sim  de  He-panha,  como  do  Portugal,  t^elaã 
qnaes  se  prohibia  u  in^Tesso  aos  vM^abuodos,  o  mal  viventes; 
por  causa  diís  ioiialendas  qw  commuUiâo  nas  ditas  aldeãs,  oP» 
ongauaodo  hs  índios  nos  contractos,  ora  roubaudo-Uies  as  suas 
alfaias,  ora  os  fíLboSt  o  tambom  algumas  vezes  as  mulheres. 
Se  o  senliur  Gama  em  lu^ar  do  ler  a  relação  abreviada  do  seu 
MecenaSt  lesse  o  refpmento  tian  missões  da  America^  os  decretos 
de  PheUppe  V,  rei  cathotico  de  Hespatthap  sobre  est^  ma  leria, 
que  estão  na  seuretaria  dos  ncj^ocius  do  ultramar;  le-se  as 
cartas  de  muitos  bíspo>  e  giivornadores  daquejtes  dous  estados, 
imparciaes  deslnterestjados,  acharia  ser  verdade  quanto  acabo 
de  proferir,  e  por  consoguintõ  fiilso  qoanto  elle  diií  na  sua  nota 
acerca  da  proliiblçâo  que  tmbào  os  indioá  de  aprender  —  4  outra 
<  Uogua  que  não  tos:^ú  a  sua  nacional  para  impossibilitar  a 
€  cooitminicacáo  com  os  europeus,  e  conservar  ileso  o  segredo 
#  do  que  se  fazia  noa  seriDes  >;  porque  entrando  os  portiiguezes 
e  liespanhoes  a  cuntraciar  nas  aldôaa  dos  índios,  e  sabíndo  08 
Índios  a  trabalhar  fora  das  aldòas  nas  obras  de  bespanhoes  e 
portuguezes,  era  frustrauea  iiquella  prohibiçâo*  a  eonseguinte' 
raenie  é  falso  e  fabissimo,  que  oa  jesuítas  para  obler  anuelle 
íim  usassem  de  ura  tal  meio.  Pois  j4  o  dmer  que—  «se  Jacta^ 
4  vãu  desta  espocie  de  tyraonia  na  (hco  de  toda.  a  Eumpa» 
doutra  negra  columnia  e  o  conUrmal-a  com  os  ver^fos  trun- 
cados do  Vaníor  é  uma  cmssa  i^^norancia.  fistas  palavras... 

Ní^êcia  ífrns  iioctri  vivil 

, . . .  uá  intpfiora  v^oirí^ 

4(  RoKua  vetent  homtnes  cupidos  audita  vidondi  »  querem 
á\mr  em  portuguez :  «  A  gente  nào  nos  conhece,  probiba-se  vir 
«  ao  iDttsrior  destes  paize*  ge;nte  curiosa  de  vor  o  qutí  ouvio.  > 

Isto  é,  como  acumi  disse,  hamens  vagabundos  errantes,  e 
que  Díio  ▼ivom  de  uutm  cuuai  mais,  do  que  girar  pelo  mundj, 
prõt<*xtandu  curiosidade  e  com  me  t  tendo  na  rt-alidade  mil  idso- 
lencias.  E  aonde  vai  aqui  a  Jactância  ?  Senhor  Gama,  graode 
poeta  a  meu  ver»  vossa  mercê  saberá  compor  versus  ponugue- 
ises,  maa  nào  sabe  construir  oem  entender  os  latinas. 


barflnl«iin«aii»  |»6lp  ãutor  da  põem»* 


UâBta  pa.<semo8  a  outra  oota,  que  põe  na  mesma  pagina.*. 
»  8io  umas  palavras   attríbuidas  aos  jeeuUas,  oomo  dadas  aos 


REFUTAÇÕES  As  CALUMNIAS 


127 


iodios  em  cortas  instrocções,  que  apoata,  e  90  achãn  no  Úm  da 
relação  abreviafia  a«  palavras  são  esitag  :  —  «por  oatee  por  tu- 
^  guezes  áo  nos  trazem  a  casa  us  prementes  pi*ejuizo8  :  lem- 
«  brai-vos  quo  tios  rorapos  pasmados  mala râo  ofl  vossíjs  defunto^J 
€  avô«»  mataráo  uiais  milU.iros  dtillea  fw^r  todas  aa  partes  som 
€  reaervar  aa  Innoceaie» criaturas.  »  Seohor  Qiima,  aqut  nao 
concoivLa  o  texiio  oom  ã  gíosa,  O  indio,  aue  oa  poema  se  in- 
troduz fallanan,  queixa-sií  das  raaruin  ivurna  comfueUidaâ  peioa 
liospauboes  no:í  shus  avóiá,  e  a  uoti  i\,s  attribuQ  aos  purt!íf<uezes. 
Qtio  disparato  !  Imputar  a  mesma  couaa  00  vereto  a  iiu!^  e  oa 
prosii  a  outros,  Coborencia,  sonhíjr  O  ama  ;  mas  para  ag^tiardar 
Deste  pa^so  havia  de  advertir  que  aa  ioátrucções  que  lôo  aa 
reiaçãú  abreviadi  dadas  pelos  jesuítas  hespaDhóos«  furam  ÍH* 
vontad  is  pelo  Sr.  Carvalho  ;  e  senào  diga-nje,  como  podllwj 
oqupllospadi es  animar  aos  índios  eoutra  os  portiiguezaa,  lem- 
braodo-ihtia  (jue  oUes  tinUao  morto  seus  aTÔs,  sem  pet  doarem 
aihaa  os  iimocente:*.  sabi^n  Jo  os  índios  muito  bem  que  o«  portit- 
iíuozes  nunca  ijríháo  ido  as  suas  terras,  ■jeuao  tgora,  e  os  ma- 
tadores ti  n  hão  sido  os  bespanhués  ( 

Além  de  gue  p:jira  oa  ia  lios  estarem  irritados  aiisim  contra 
0^  hesp  tnhoes  como  contra  o:*  pi>rtuguezf«  nào  eráo  octM^ssaria* 
inst  uc<;òes  ftJhoia^s.  nom  traznr-lhes  a  memoria  us  tempos  pas- 
sadoá,  bastítva-lhos  e  sobejava* lhes  essperiencia  própria  de 
grao-e  birb  ir  idade,  que  cora  eílos  se  usava  no  tempo  presente  : 
ol»rigaDdO'Oâ  asaliirdas  sua.s  terras,  com  perua  de  seus  bâos,  e 
tJimbem  úA  Vida  do  muitos  velhos  e  ionocentes,  nào  lhes  que- 
rendo dar  terapo  para  irem  primeira  eseolher  us  sítios,  fazer  as 
eboupanaa  e  preparar  o.>  campus,  que  havi&o  de  culiivar,  e  de 
CQjOe  íhiçtos  se  havião  do  sustentar.  Unoravíio  elles  pur  ven- 
tura a  tyraoniji»  que  09  pori^uj^uezes  exercitarão  degoUndo 
trinta  e  nove  na  viagem  do  Rio  Pardo  pura  o  Hio  Granda  f  Ou 
tami»ern  a  oarniâclna,  que  um  capitâ.o  amti^o  muito  famihar  do 
aeuhor  sove r nadar  M^ndonç.a,  fez  naá  partes  do  Rio  Negro, 
investindo  a  mil  e  duzentos  miios  quo  eni^ontrou  nos  manos, 
os  quaes  não  iho  om^iarn^avão  o  paí^so^  nem  fazíão  alguma  re- 
tis^onoia,  inas  só  porque  oe  viu  juuti^s  e  armadi^s  de  suas  fiexas 
foi  sobre  ejles,  matando  a  mtiitos  o  UiOitendo  aos  outroa  em  tio 
precipitada  fugiaa.  que  qu^^rondo  salvar  &s  vidas  &  nado  80  afo- 
gara <«  tudos  uu  itio-vrao  TiO  i 

Deixo  outras  nào  menores  cruel  lades,  do  que  os  Índios 
tinliâo  noticia  e  vi^w  oom  os  seus  qUio^í,  polaa  quaes  podiào 
juaiatuonte  e»tar  irriudua  coui.r.4  os  portuguezes,  sem  que 
foiaem  naceasarias  para  isto  as  flnifidíu  insmicçõcs  dos  josuitas 
lioapauhoea. 


C«iilliitia-M  A  flioftr^r   & 


(ím  ftUogftdftt 


Ka  p«igina. . .  introduzmdu  no  yerk^o  a  faUar  um  Índio  cha* 
ma<la  Cacambú  em  nome  áoú  maia,  que  vinhào  oom  elle  buscar 


128 


HEVJSTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


O  general  portuguez,  coramentaa^  palavras  :  buscar^tc  venho^ 
esti  nota  :  —  <  tiiihão  positiva  ordem  dos  padrea  para  o  uão 

<  fAzer  1*»  Senlior  Gama  que  os  poetas  fl  jâo»  oti  miQtáo,  paaiso; 
porque  tem  liceoçaparao  fazer, 

Pictoribits  atqite  poeiis  ; 

Quidlibel  attdendi  seutper  fuit  ae^ua  potestas  (16)  mas  OS 
hUturiadurcjs  devem  sotiipre  fallar  verdade  ;  de  oulra  sorte, 
quem  lia  via  de  dar  credito  a  tau  ta  multidão  do  factos,  de  qiio 
çst-io  cheíi»^  ún  livros,  e  estimai'  ou  volumes  de  tautoâ  historia- 
dores, de  que  estão  repletas  as  livrarias. 

Kallemos  claro,  que  a  vinda  do  iodio  Cacambo  e  a  sua 
ai  locução  ao  gnneral  poriu^'uez  &oja  uma  cousa  floífida,  todos  o 
crcm  ;  assim  porque  estii  oin  viirso,  no  qual  seadmittom  «ates, 
esemelhaates  enlliusiasmos  dos  poetas,  como  tão  bem  porqno 
uâo  ú  crível,  qtie  os  iodioã  «'Staudo  tão  a^grarados  dos  por  tu - 
guGzefl»  livre,  esponianeameate  viessem  a  sua  presença  ;  mas 
que  viesaera  tendo  pj^ohibição  dos  padres  pjra  eirem,  como  diz 
na  sua  nota,  lie  uma  solomne  mofiUra,  míiuiteiitii  por  dous  prin- 
cípios :  primeiro,  porquo  nao  orão  os  iodias  tão  tolos,  que 
vies^sem  por  sua  vontade  ii  motter-tio  aa  boi:ft  dos  lobos»  quaes 
julgavão  os  portugdozes  :  segundo,  porque  supposta  a  tau  do* 
cantoila  cega  obedÍGncia,  quo  os  indloá  liuhao  os  jesuítas,  não 
liavjáj  de  dar  um  passo  contra  as  suas  ordens,  nem  contra  vir 
a  sua  prohibíçâõ. 

Na  mesma  pa^iuíi,. .  diz  que  os  iodio-^  caractOFisavão  os 
eui'opêos  com  estas  palavras  .os  qoe  nos  aborrecem.  Eu  «âosei 
m  isto  é  vei-dade  :  mas.  se  o  he,  sei  de  certo,  que  com  razão  o 
podíão  dizer  \  porque  qualquer  homem,  que  for  imparcial, 
atteodendo  as  iiijuriad,  que  os  europeos  Ibes  dizião,  o  a  lyrauoia 
com  que  os  trataváo  em  toda  a  parte,  julgará  que  por  aquclles 
termo:i  so  explica vao  bem,  e  que  por  noohuDs  outrus  os  dirtui- 
riio  melhor.  Era  vulgar  entre   os  portuguezes  oate  provérbio. 

<  O  índio  tudo  faz  e  nada  se  lhe  agradece  >  por  isso  ^erviudo- 
Be  deiles  nos  miuisterios  mais  trabalhosos,  era  de  ordinário  o 
pagamao lo  pouco,  o  as  vozoh  muiuis  as  pauc^ulas. 

Nãosomeote  os  eurt^tpi^os  mais  vis»  <>s  criminosos,  os  ilester- 
radoâ  e  marcados,  ma^s  aíada  os  mesmos  negros  escravos 
os  despreauvâo,  e  tratavftu  como  brutos.  E  não  ti n hão  rasio 
índios  para  asaim  caraciere sarem  os  europeoi  í 

Continua  na  mesma  uuta  o  senhor  Gama  a  expior  o  dito 
dos  Índios  :  —  t  Quando  nos  pertnndâo  Tallar  (os  europeos)  ha- 
vemos do  escusar  a  sua  oouversavão,  fugindo  muiio  da  doa 
bespATihoea,  e  muito  mais  dos  pottuguezea. . .  Se  acaso  nos  qui- 
serem fallar.  hâo  ser  cinco  hespauhoe^  e  nada  mais  ;  e  não 
sejão  portuguezes  ;  porque  se  viessem  alguns  doa  portuguezes, 
não  lhes  h'i  de  ir  bem.  O  padre,  que  he  dus  iodíos,  ^^  sabe  a  sua 
liogua,  hado  ser  o  que  sirva  de  íni.eiprete,  e  eu  tão  se  fará. 
tudo  como  Deua  manda  ;  e  seoáo  irão  as  cousas  por  oode  o 
dtahoquizer.  >  Assim  o  diz  o  senhor  Qama  tiuslidando  âel- 
mente  a«i  instf  ucçOes,  que  tichou  na  r^ laçilo  abreviads  flugidas 
por  Carvalho»  para  com  ellas  iofitmar  os  jesuiias* 


í 


REFUTAÇÕES  As  CALUI^fmAB 


129 


Mas  qu6  bomâra  ba  de  jiiiso,  que  dos  mesmos  termos,  com 
que  ellas  aqui  estão  descri ptas,  oão  conheça  quB  não  são  nom 
podem  ser  conceltios,  qoe  dessem  aos  índios  o;í  raiásionarios 
S60S  directoras,  maa  seotimeatoa  próprios  dos  mesmus  iodics,  ou 
dos  seus  caciquea.  fandados  na  longa  experiência  da  crueldade  e 
alelvosia»  cora  qoe  os  tratavão  os  hespanhoes,  e  peior  aioda  os 
portyg:ue2e8,  como  testifica  o  Sr.  Zeballes,  aa  carui  qiio  acima 
copiei.  Se  o  senbop  Gama  oâo  chegou  a  conhecer  esta  verdade* 
pouco  discernimento  tem  ;  pouco  juizo  mostra.  Aqui  porem  de 
passag^^m  quízera  fazer -lhe  uma  pergunta,  e  ho,  se  os  Índios, 
como  diz  na  sua  nota,  queriao  que  o  padre  (que  era  o  seu  pa- 
rocho)  servisse  de  interprete,  «  quandu  fali  assem  com  os  eu- 
ropêos  >,  como  pode  fkllar  com  o^  ditos  índios  no  Rio  do  Ja- 
neiro, e  saber  dellesas  noticias,  que  depois  espíilhuu  eni  íioma  ? 
Em  tão  pouco  teini'0  aprenderão  ollea  a  lingua  portugrteza,  quo 
lhes  não  Ibi  oecess  irio  interprete  para  se  poderem  explicar,  e 
fazerem-sa  eati^ndt^r  /  aht  como  O  certo  o  axioma^  que  diz  r 
Mendaccf^t  oporíei  ãsie môitiorem ,  Na  mesma  pag»,.  as  palavras 
do  pooma  tanto  espero  de  ti,  que  siippõinu  ditas  pelo  indio,  ajunta 
est  t  nota  :  —  <  não  queremos  ir»  aonde  vós  eâtai«  ;  porque  não 
temos  confíaoça  de  vós  outros,  citando  a  relação  ahrerinda,  das 
quaas  tiriiU  o  grande  crime  deste  dito  ;  mas  não  se  percebendo 
em  queelle  consiste  ;  nom  o  que  quer  dizer,  serA  neceiísario 
commentar  o  mesmo  commentOiO  por  outra  nota,  que  melhor 
expliiiuoesta»  para  m  lhe  dar  resposta.  Entretanto  vejamos,  se 
falia  mais  claro  oa  pagina. , . 

Aqui  diz  «  que  o»  padres  faziáo  crer  aos  Índios,  quo  os 
<  portu^íuozes  erãogentosem  lei,  que  adora vào  o  ouro» .  Senhor 
Gama,  também  para  os  iQdios  julgarem  isto  não  era  necessária 
fé,  bastava  ter  ulbos  :  não  erao  nocessarias  as  persuasões  doa 
j<?8uítaa,  bastava- lhes  a  experÍLTicia  própria.  K  §enào  diga-me  ; 
08  Índios  não  estavao  vendo,  o  ohí^ervando  ena  l^dos  os  encon- 
tros, que  tinhão  com  ua  portuguezes,  que  a  maior  parte  delles 
vlvião  naquellas  partes  esquecidos  de  Deoâ,  e  da  obrigação,  quo 
tlohão  de  guardar  os  seus  divinos  precoit^os  ;  applicados  unic^- 
monte  aos  sons  lucros  e  iotoresses ;  procuraado  ajuntar  rique- 
zas por  todos  os  moilos  emaoeiras  ;  som  att^eoder  as  mais  das 
vezes  a  que  orno  i Ilícitos  e  injustos  os  meios,  de  que  para  isso 
usavâOt  carao  v.  g.  en^íanar  os  índios  nos  c  m tractos,  não  lhes 
pagar  uala,  ou  muita  pouco  pelos  serviços,  que  llias  Ikzião, 
roubar-lhes  as  suas  pobres  alfaias,  e  assim  outra^i  insoioficias, 
que  por  modcstia  omitto  ?  todas  estas  cou.^as  arfío  diaraeiral- 
mente  oppostaa  as  instrucçôes  verdadeiras,  e  não  fingidas,  quo 
os  jesuítas  seos  directores  Ibeíí  davao  nas  aldéas  ;  nafi  doutri- 
nas e  praticas,  que  lhe.<  faziãu  ;  e  sendo  assim,  sem  que  os 
missionários  lh'õ  dissessem,  podiao  ellos  jul;?ar,  que  <s  por  tu* 
gUiizes  crão  homens  sâm  lei^  e  que  adútat>ão  o  ouiu.  Ah  !  prou- 
vera a  DljOS.  que  os  índios  íimericanos  não  tivessem  tanta 
razão,  e  Mandamento  parv  assim  o  julgar  I  míis  vajuos  adiau^  ; 
em  toda  a  parto  reina  a  robiva  do  diniioiro  \  em  to<las  as  nações 
obriga  a  commctter  graades  maldades  a  fome  do  ouro ;  e  para 
S31-0  Tomo    lxvhi,  p.  u 


i:iO 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


nào  irmos  mais  looge,  di^a-nos,  senbor  Garaai  qual  M  a  cauaa 
irapulsiva,  quo  o  moveu  a  escrever  em  verso  o  em  pro8;.i  esio 
libello  iofamaturio  ?  A  eat^impiír  tantas  falumnias,  com  que  se 
desaoi^editou  a  sU  querendo  desítcreditar  aqyella  m^sma  reli- 
gião^ qud  por  caridade  o  recabou  no  aeu  gr^tinio*  e  mUe  o  sus- 
teutuu  por  trea  ao  nos,  e  que  ainda  depois  de  a  deixar,  faltando 
ao  voto  que  fez  a  Heoa  da  perseve  ar  oella  att'  a  morte? 
Qual  íbi»  torno  a  dizer,  a  causa,  que  o  moveu  a  ^ahir  nestes 
excessos  tio  máos  e  escandalosos,  contrários  a  lei  de  Oeos  e 
tamt>em  a  té,  que  devia  aos  homens  í  Nâo  foi  a  cobiça  ao  di- 
Dheiro,  a  fome  do  ouro  e  a  esperança  do  premio,  que  lhe  havia 
do  dar  o  senhor  Carvallio  por  infamar  neâta  soa  obra  aos  Jesuí- 
tas ?  He  certo,  que  sim.  Pois  assim  como,  at&endeudo só  a  estes 
factoâ,  sem  alguma  outra  suggestâo  alh(3ii,  se  pode  ailirmar  de 
Toaaa- mercê  que  he  homem  sem  fei,  e  que  o  ouro  é  s6  o  Deos 
que  adora:  asaim  também  os  indio,s  da  Americíi,  sem  que  os  je- 
auitas  03  persuíwiiSiíem»  a  vista  do  mal,  que  obravâo  os  portu- 
guezej,  podião  crer,  que  era  gente  sem  tei^  &  que  ffdorava  o 
ourot 

Paisemos  a  pagiirn. . .  aonde  esto  escrivão  aparou  a  penoa, 
pai'a  lançar  em  uma  noiuu  estes  renglones.  «  As  suas  riouezaa 
«  erão  immeosas  ^  (  falia  dos  jesuitas  que  »ào  o  muttum  ao  seu 
thoma)  —  «  aa  suas  casas  e  os  seus  templos  erao  magnifico:* 
€  fora  do  quanto  sr*-  pode  imaginar  ua  Europa ;  mcsrao  no  Rio 
«  de  Janeiro  (  melhor  di^sr^ra,  uo  mesmo  Rio  do  Janeiro)  tinliào 

<  08  padres  entre  outras   imniensas  terras,  &  fazenda  de  Santa 

<  Cruz  tao  grande,  que  oenhuina  daquellas  opuLentÍASimas  fa- 
€  milms  se  achou  até  hoje  com  fimdo  para  eompral-a*  Tinhâo 
«  só  neala  mais  do  mli  escraTOs  ;  o  ^ado  era  sem  numero.  Gom 
€  tudo  lato,  lie  cousa  certa,  que  se  lhes  nâo  acliou  dinheiro  do 
c  oonsideração  no  seu  sequestro. . . .  poucos  díiui  depois  de  par- 
«  tirem  daquelle    posto,   se  api*esentou  ao  cunde  de  Boijadela 

<  um  leigo  pedreiru,  dizendo,  que  vinha  descobrir  o  luga  ■, 
€  ftonde  por  ordem  dos  padios  tínlui.  escondido  o  dintieir'».  Goni 
«  eífditojâ  se  uào  achou  mais  que  o  lugar  nos  aiict^rces  da 
€  igreja  nova.    Elles  assim  que  virão,  que  despiâo  a  roupeta, 

<  âzerão^lhe  uma  ligeireza  das  suas  »• 


VârÍM  e3t«gi»rao5M  do  po«U  eonvtneldils  de  fftltM. 


VâDioá  dfi  Vagar  que  ao  não  pode  i^esponder  a  tanta  cousa 
junta.  «^  Aa  suas  riquezas  ei-âi  inamenaos».  Que  exagex*açãG  I 
Nào  sáo  immeasai  as  riquezas  de  quant  >s  monarohas  ha  no 
mundo^  nem  todas  as  que  eeiào  nas  entr.iuhas  da  terra  e  no 
fiUido  do  mar,  o  erao  línmensaa  as  ilos  jesuítas  í  Que  exagera- 
ção !  QQ0  hyperbole  I  Ma^  osu*a  i^rào  os  uuuhoh  também  do 
Seabor  CipralJbo  sompro  quo  fallava  destoi  religiosos,  lêa-io 


REPITTAÇOKS   AS   CALU^t^•IA^ 


13i 


íio  pr"ncipio  atô  o  fíra  a  rolação  ahieciada,  a  carta  regia  o  as 
ioíítru clivas,  que  mandou  a  Roma  ao  mioistro  pleeipotenciario 
o  senhor  Almada,  seu  parente,  a  sentença  doa  rèos  do  fingido 
attentarjo  contra  o  sonUor  rei  D.  Joáé  I,  na  qual  a  tovt^  e  a  di- 
reito, sem  provas »  sora  exaino,  sera  processo  e  sem  alguma 
legalidade  declarou  íambem  curapliccs  aos  jesaitas,  Lt^a  se  o 
decreto  do  extermínio  e  doanaturalisaçao  destes  religiosos. 
LeEo-se...,  mas  para  qtie  me  canço  se  aãj  inoiímeraveís  od 
escriptos.  qae  estampou  este  ftirioso  hometn,  e  publicou  cootra 
a  companhia  ;  mas  em  tõdo3  elíes  os  termos  cora  que  falia,  sâo 
tâo  exagerativo>í  e  hiperbólicos,  que  basta  ouvil-oa  para  os 
Julgar  indignos  úe  fé,  o  só  merecedores  de  desprezo.  Este  estylo 
du  auu  Mecenas  quiz  imitar  aqui  o  nos-ío  poeta,  chamando  <  im- 
<  men.saa  as  riquezas  dos  jesuítas  >,  quanlo  se  sabe,  que  apeoas 
podião  supprír  aa  ^Tundos  despezas,  que  razíão  dos  transporto.^, 
e  malolotagons  dos  sujeitos  que  da  Europa  hião  pura  a  America» 
ou  na  America  se  mudavílo  de  umad  partos  pai*a  as  outras 
asa  az  d  is  tu  a  tes  e  remotas. 

Alem  de  que,  dado,  o  iiào  concedido,  que  esta  religião 
excedesse  as  mais  nas  rendas  o  bons  que  possuía,  oem  por  isso 
este  excesso  lhe  era  supenluo,  antes  indispensavelmento  uoces- 
f^irio  para  acudjr  no  tempo  da  saúdo  e  da  infermidade  aos  sous 
rolidosos,  com  o  que  lhes  Tos^e  necosiíario;  principaloionto  náo 
acõitanJo  cila  dotos,  nem  ostipendío  pelas  missas,  -sermões,  ou 
al^um  outro  dos  seus  ministérios,  cooío  praticao  outras  sagra- 
das religiões.  Tudo  isto  não  ignorava  o  senhor  Gaum,  nem  disto 
80  podia  esquecer,  tendo  experimentado  pouco  tempo  aates  a 
caridade,  que  com  elle  usou  a  companhia,  recobendo-o  som 
dote,  c  siicrificando-se  as  despezas  do  o  manter  e  sustentar  por 
toda  a  vida,  se  oella  perseverasse,  mas  por  íSíío  mesmo  sobe  do 
pnnio  a  malicie,  com  que  ehania  «  immenaaa  tis  riquezas  dos 
<t  jesuitiis  c,  sabendo,  que  apemis  choí^avão  para  os  gaatoa  neces- 
sários» que  com  eile^se  lazião.  Quero  por  outro  principio  refu- 
tai* esta  calumiiia,  tâo  autigacomo  é  a  mesma  companhia.  Se 
evd.0  ifum^jnsas  as  riqueza,^  dos  jesuítas  na  Arnerica  aonde  estão 
hoje  0  aoode  se  conservão  í  Elloa  nào  as  trouxerão  com  sigo 
para  a  Europa»  porque  depois  do  vistos  e  revistos  cora  a  raaior 
Gx  acção  todos  os  sous  cubículos,  e  bahds  es  l^u  adicto  ha  dos  todos 
os  lugares  subterrâneos  a  ainda  os  tetos  las  igrejas,  despojan- 
do-os  de  tudo,  tntjnoa  de  aigumas  poucas  o  pobres  alfaiusdo 
seu  uso  os  obrigarão  a  sahir  dos  coilegios,  mettur  nas  embarca- 
ções* 

Vi^rão  por  ventura  para  ílespanha  ou  para  Portuíral  eslm 
riquesiu  itt  nurtms  f  mas  se  vierao  como  depois  do  virem  se  achou 
Hespaoha  tão  faltado  dinheiro,  que  era  lugar  deste  começou  a 
u  ar  de  coduliis  :'  E  como  Portugal  r^^quorendo-lhe  os  ex-je-suitas 
seus  súbditos  que  se  lhes  augmeute  a  tenmssima  pensdo,  que 
tem,  Ihea  responde,  que  uâo  abrangem  a  mais  as  renias  que 
possuiUo  ?  Aqui  é  necessiriõ  confessar,  que  ou  as  riquezas  oàu 
orâo  imnièfisas.  ou  se  o  erào*  por  arte  do  demónio  se  sumirão 
c  desapparecerao. 


ia2 


REVISTA   DO   ÍNSTITUTO  HISTÓRICO 


Prosigamoa  a  ouvir  esta  nota,  tão  cUoia  lie  eacai^ecimeutas ; 
€  as  suas  casas,  e  os  8bu^  templos  ma^alQcos.  fora  de  quanto 
<(  se  pode  imagiaar  na  Europa  >,  Forte  ^or^ohçiida  !  Eu  sempre 
cuidei  que  sô  das  cousas  do  céo  se  p>dta  diz»r  com  verásLâe, 

?[ue  erão  superiores  a  quanto  se  poliâo  imaginar  na  terra,  con- 
arme  o  tostomuaho  de  S.  Paulo  (11)  Xec  óculos  ridit,  nec  tutrii 
audiritf  negue  ir  cor  hominis  asçendit,  qwx  p»*ae  paravit  Deusdi- 
ligentibus  se.  Mas  que  esta  prerogativa  Lao  ãíugular  pertença 
também  as  casas  e  templos  dos  jesuir^s  americanos*  é  para  mim 
e  para  todos  cousa  Dova,  Senhor  Gama  diga-nos  por  caridade, 
em  que  consistia  a  m  i^ni licencia  as  casas  dos  jesuJta^  da  Ame- 
rica, supposto  serem  taes  <  que  excedem  e  passão  muito  alem 
«  de  quanto  se  podo  ima;çÍQar  na  Europa  ?  >  Bráo  acaso  forma- 
dascomfllguma  mais  particular  at-chttet"*'^  ?  Erao  por  vcotura 
fabricad.i^  de  áoo  mannore  i  Tinliao  portas  de  páo  ébano  e  as 
fecliaduras  de  bronze  dourado  f  Consta vâo  de  grandes  salaí^, 
umas  em  quo  í^e  representavau  comediEis  o  outras  em  que  se 
eshibi^isem  dauç  is  /  Tinbào  os  pt^irticos  de  columua^  de  extre- 
mada grandeza,  ou  Jar<liiii  de  llores  deliciosas  f  Se  tudo  isto 
tiressem.  isto  o  ainda  muito  mais  se  podia  imaginar  na  Europa, 
supposta  a  ríque^i,  que  alj^ans  íingem  haver  oa  America  ;  ma^ 
u  caso  Vt  que  de  nada  disto  constai  ao  as  casas  e  oollegios  dos 
jesuitas  uaqueiiaa  panos,  Erào  olles  íeitos  de  ]»edrae  oal,  e  isso 
muito  máo;  erão  divididos  em  cubiculos  propor  ciou  ados  no  du- 
luero  dos  religiosos,  que  nellos  haviáode  habitar.  Se  algum 
tiuba  dous  andardSterá  porque  um  tô  não  bastava  para  atoom* 
modar  a  todus,  o  nâj  porque  ellos  fossem  suporíluos.  Tinbão 
uma  liTraria.  um  refeitório»  uma  díspeuíia,  uma  cosinlia,  tudo 
necessário  para  a  commod idade,  noida  pomp  >9o  para  ostentação  ; 
o  paru  di2er  tudo  em  pouco,  erão  os  seuâ  coUegius^  e  casas  como 
erão  as  casas  o  conventos  do3  mais  religiosos,  o  em  algumas 
partes  mais  inferiores  que  os  delles.  Ora  sendo  isto  verdade 
como  é,  aonde  ost4  aqui  a  g.*aud@za?  aonde  a  magniôoenoia» 
qtia  exceda  e  passe  alem  do  quanto  <  se  polo  imaginar  na  Eu- 
€  ropa?»  Senhor  Gama,  ec^n-las  mas  blandas,  se  quer  que  o 
acreditem,  nem  presuma  enganar  o  publico,  com  e^as  suaa 
exagerações. 

DoH  collegioâ  passemos  aos  templos,  dos  quaos  também  diz 
que  erao  mngnifiros.  Oxalá  quoaaíiira  fossem;  poríjiio  só  ass'm 
corpospondonao  de  algum  i  a-jrte  a  suprema  e  infinita  majestade, 
que  neUe!i  aási8r,e ;  mas  com  grande  p^-oa  e  pozar  dos  jesuitas 
não  passa  vão  de  decentes,  o  de  estarem  compostos,  com  tolo 
aquelio  ornato,  a  que  p>díão  chegar  as  suas  posses*  Diss:^  com 
grpíidô  pena  e  pezar  dos  jesuitíis:  porque  d  enojar  ião  estes  p.tdros 
Quo  todas  aa  suas  igrejas  igualag^em  oa  miigniticeocia  ao  temido 
do  Salomão;  para  que  da  grandeza  da  casa  se  conheoesse  a  de 
Deirs,  que  é  o  seu  h?ibrtador.  E  que  sendo  neste  ponto  talves 
mais  louváveis  que  outros  rtdi^^iosus,  o®  jesuítas  os  queira  vi- 
tuperar o  senhor  Gama,  ou  é  excesso  de  malignidade  ou  multa 
fhitã  de  fé, 

Doi  templos  passai  as  fazendas,   dizendo  que  no  Rio  de  Ja- 


nEFFTAãjEB   AS   CALUMVIAS 


133 


neiro  tiQhão  oa   Jcstiitas   enti^e   outras  imtttensas   terras  (  aqui 
torna  a  appliear  as  terras  a  byperhole  dí^  i7nmen$as,   cora  qm^ 
exaí^era  as  riqiicza^í )  —  <  tinliàí^  diz,  a  íazenrJa  <i©  Santa  Cniz 
€  tao  grafMlí\  qui^  oenhiirans  tlaqaollas  apiiU^ntissimaa   fimilias 
<  80  achou  até  hoje  cora  fondo  pnro  t -o raptai- a  >.  Muito  pobres 
faz  aqui  o  autor  daa  notas  os  ni^uociactetí  do   Rio  de  Janoito, 
poia  nenhum  delles  se  íi?!iou   coni  cabedal  para  comprar  umn 
fazeoda»  que  certo  bem  feitor,  quô  nào  era  doíi  mais  ricoíí,  doou 
a  companhia,    reservando  para  si  a  maior  e  melhor  parte»  e 
dandu  a  menor  e  que  monos  valia  aos  jesuítas.     Deáta  diviálo 
maoifestami^nte  se  yi\  que  não  podia  ser   tao  grande,  que  ne- 
nhuma daf|uelias  opi^ienlissiutõsfamUias  se  alrevessi^  d  campral^a. 
Se  quando  eJla  se  pDZ  na  praça  ninguém  a  quiz  arrematar,  não 
foi  porque  nao  tuda^gcm  :  foi  porque  stindo  bens  ecclesiasticos, 
connsc-ados  a  relí^iosjs   inuocentos  e  som    licença   do  Papa,  te- 
merão qtic  passa-lo   algum  tempo  lhes   fosí^e    tirad  i,  e  flcaasena 
perdendo  a  fazenda  e  o  seu  dinhoiro,  que   tivessem  dado  por 
ella.     Eis  aqui  porque  ;e   nào   vendou  ;  por  parecer   injusta  a 
V  enda»  e  perigo7,a  a  compra :  e  para  llio  nâo  aucceder  o  naesmo 
que  no  Maranhão  e  Pará    suci^edeu   aua   que  linhão    comprado 
em  praça  publica  os  indiíis  a  fazenda   nal,  que    publicando  o 
a<ioíior  ^^endoDQa  a  lei  das  alfi>rria«   ficarão  os  donos   perdendo 
os  índios  e  o  dinheiro,  17 ue  linham    dado  por  elJes,  o  qual  por 
mais  feupplicas  o  instancias  que  se  ílzerâo.  nunca  se   lho  re8- 
tituio  :  vamníí  adiante.     Tinhani  cuiitinua  o  autor  das  notas  ít^' 
nest/f  fasênda    mais  de    mil  escravas  ;    o  gado  era  sctn  ntmicro. 
Menos  lobos,  compadre,  diz  um  a  certo  mentiroífo,  que  encarecia 
a  multidão  daquelles  ao i mães,     Asaim  di^o  eu    agora    ao  se- 
nhor íJama  ;  purquo  nem  os    escruTíos  crõo    mais   de  mil,    nem 
o  gado  st.'ta  numvn}.     Mas  ainda  que   assino  fosse,  cangaria  ad- 
iBiraçáo  rj a  Europa  a  quem    fusso    ignonnte    do  que  passa  na 
America.     No  Brazil  aonde  todos  os  escravos  são  neí^roB,  o  não 
índios,  elles  us  que  unicamente  iíorvem    nos  trabalhos  de  maior 
peào  e    fadiga,  dospresando-so  ali  oh  humens  brancori  i!e  exer- 
citar qualquer  oíflcio  iaixo  e  laborioso.     D'aqui  vera,  que  quem 
quer  cavar  ouro,    fazer  assucar,  e  abrir  roças,  cultivar   terras, 
e  edificar  casas  devo  comprar  neirros,  sustental-os  applical-os 
aos  serviços  que   necessita*   Ora.  estes  negroíí  casando  o  fendo 
filhos  dentro  do  muitos  annus   necessária jncn to    multiplicào  de 
sorte,  que  ptídem   formar    uraa    nunierosa    |ji>voaçáo  ;  parque 
ainda  qno  muitos  morrão,  seaipro  sào  mais  os  qun  nascem. 

Isto  que  praticãó  no  Braz  ti  todas  as  pessoai*  que  possuem 
torra^i  ou  sojôo  religiosas  ou  seculares,  ílzorâo  também  os 
jo&uif.is  logo  que  ali  entrarão,  para  terem  qtK?  os  servisaera  em 
casão  lora  do  casa,  nos  cullegioa  é  nas  fazendas  ;  donde  se  sofíuio 
í'm  primeiro  logar,  q^ie  os  escravos,  que  presentemente  tinhao 
ou  fossem  poucoíí,  ou  fossom  muitoSt  ou  pas-íassem  de  nul,  ou 
nao  p  i?-sa??>era,  nem  todua  erão  corap "ad^^s  ;  para  o  que  sona  ne- 
cessária uma  gfande  ^orama  áe  inheiro  ;  erão  nascidos  e  decen- 
dentes  dos  primeiros,  que  mulii|dicando  cjida  anuo,  como  acima 
dlisem^^s,  viorão  a  faí?or  tão  grande   numoroi  quo  julgou  o  se- 


VH 


HEVISIA    ÍM    INSTlTlITií    UrsTOHIQj 


Dhor  Gíima.  quo  só  n'(  fa.enda  de  Santa  Crus  passavão  de  ?/íi/,  os 
que  Unhão  os  jesuítas,  Dàu  sendo  certamente  tantoa,  antes  muito 
menos.  Por  e«ta  razão  não  só  a  compãohia,  senão  tambom  as 
uvús  religiões,  o  pcãâois  sooularas»  que  tinhão  alguma  cousa  de 
SGU,  abun  iavâo  de  escravos  ;  sem  que  a  sua  rauUiilâo  causasác 
maraviltia,  por  ser  causa  commnm  e  ordiaaria  no  Brazil.  Em 
secando  lugíir  seguia  se,  que  a  propjr<íão  do  numero  dos  escravos 
crescião  as  despezas,  que  com  etles  fazião  em  os  sustentar  e 
vesLir  :  de  sort-e  que  uma  granle  parte  do  íraballio,  em  que  se 
occupavãg,  cedia  em  utiUdad+í  sua  própria,  e  não  tJoi  josuiUí  ; 
porque  da  cultura  doa  terrouos  sabia  u  SLiãtentu,  não  só  para  08 
quo  aolles  1 1101111  ivâo,  senão  tamíítjm  pan  os  eafermos.  para  03 
iQvaíidoá,  para  as  mulheres  e  alhos  de  miin^r  idade.  Vi\  senhor 
Gama,  cornuda  inuUidâo doa  escravos  senão  arguo,  nem  prova 
a  itínttcnsidfuiú  dãi  í'iqtiei'is'i  Ve  como  podem  est^kS  ser  poucriâ, 
sondo  oa  encravos  muitos  ? 

Pois  o  mesmo  digo  da  mui  ti  Ião  do  gado* 
Este  vale  tão  pouco  no  BraiiL  queo  maior  e  o  melhor  boi 
não  cu:âta  mais  do  um  mil  e  quatru  centos  dondi  vem  que 
síindo  03  couros  d  i  juelle^  atiiíuaes  um »  ixiMiidG  porção  dos  lifMíS 
daquôlla  terra,  é  uejossario  ler  tiuiiiios  para  rdcebar  dei  lai 
aljtítíra  lucro  oonsidoravid.  Accrestii  so,  que  sendo  a  cirno  o 
su.stfinto  ordinário  <loi  reli^Mcsos  e  escravos  ao  jantar  o  a 
noite,  lie  necessário  matir  cada  dt  i  eioíx»  a  seis  bois,  além 
dn  outros  muit<»8  para  jírovinunto  ♦U  rurno  se-ca,  s^iisteofo 
ordinário  naqnellas  partei  da  escravatura,  quando  triiHalhã<T, 
00  andio  em  vútgeai  ;  o  por  \^tõ  toda  aqunlla  mukiOào  di5  g^ado, 
que  o  senhor  f;ama  chama  innumoravel,  apenai  ora  sulUcu^nto 
assim  para  o  consumo,  que  dulle  se  fazia  com  os  religio^íus  no. 
collcgios,  como  para  o  sustento  doá  esiMavos  nas  fazendas.  Eis 
aqui  como  também  da  i^^ranile  qnaniidih!  yUi  bois  o  vaccks,  que 
tinhão  os  Jeauitas  seuào  infere,  uem  prova  serem  as  sitas  rique- 
zas immettSQS, 

Aaaira  cuidava  o  senhor  Carvalho,  Mocona*  de^t»*  poeta, 
chegando  a  diíer,  das  riquezas  dos  jesuitaw  porlugnezeâ  m  po- 
der iâo  fazer  ile  prata  tuda^  a^  ruaá  o  calçarias  de  Lisboa  :  mal 
eDganoa*»e  ;  porque  f<íi to  o  sequestro  em  logar  de  dioheirtí, 
achou  dividas.  Aqui  tal  voa  dirá  o  senhor  Gama,  que  o  iiriàe 
escondido  como  íizorão  os  do  Rio  de  Janeiro,  manflanJo-o 
oocuUar  por  um  lei^^o  nos  alicerces  da  sua  igreja  novi,  mas  e^u 
tal  infelicidade  do  ditj  leí/u,  que  deixando  a  religião,  e  indo 
dar  conta  ao  senhor  c<3nde  de  Bobadela  do  deposito,  elle  senão 
achau  j  por  uma  dtu  suns  cosfumaias  [igeirezut  que  aqui  fiierão  as 
j9suHas,  indo  tirar  o  dinheiro,  logo  qiia  virão  o  leigo  sem  luibito 
ruligioso.  Tanto  diz  nesta  sua  nota.  Ora  eu  uáo  quero  negar 
esco  facto  (aíodiL  que  podiu  negari  nao  «abendo  de  certo,  Sd  ô 
falso  ou  verdadeiro  ;  dis:io  ainda  que  podia,  poi^que  ello  mo 
parecQ  semelhante  a  muitos  aaquelios  casos,  que  tingirão  os 
emulos  e  inunigos  de$te!^  padres  para  us  metterem  em  rediculo  ; 
nâo  podendo  aoiD^er  que  todos,  grandes,  pequenos,  nobres  o 
pleb  tus,    príncipes  e  vaasalog  os  appiaudissem   e  estlm^iAâem 


fiHFÍTTACfiES   As  CAMT\íNIAS 


135 


como  ellea  na  verdade  merecião.  e  alétn  disto  eu  Dão  posso  per- 
suadir-mo  quo  Oí»  jesiiitas  lanseia  tào  pouco  advertidos»  e  acaute- 
ladoa  que  tia^aem  aiuoUo  segredo  do  um  leigo  do  (^ual  nào 
estivessem  seguros,  que  havia  de  conservar  a  ruuneta,  e  t>or- 
severar  na  relig-iãin.  Tarab«m  não  po  su  crer,  que  ò  leigo  Ibsae 
tâo  bardo,  que  pudendo  occultamento,  eamáosalvaaprovoitar-s© 
Aq  todo  deposito  fosse  dar  conta  delle,  expundo  sô  a  não  ter  outi-o 
premiu  ou  rooom pensa  que  uma  seeca  resposta,  de  tor  feito  o 
que  devia.  Maa  deixando  tudo  isto,  e  dando  rle  barato  a  ver- 
dale  do  caso,  pergunto  ao  teaUcir  Gama  se  elíe  souboííse,  quo  lho 
havjão  de  ir  a  casa  sequestrar  todo^  oe;  seuii  bons  por  um  ciumo 
falso  e  para  o  íjuíd  do  nenhuma  sorte  tivesse  concorrido,  não 
faria  diligencia  pur  occultar  a  justiça  tudo  aqnjllo  que  pudosse. 
a58im  de  alfaias»  como  de  dinheiro,  &ô  por  ventura  o  tivesse  ? 
He  certo  que  aioi .  Pois  o  qutí  ello  havia  de  fazer  sem  escrúpulo, 
flzerão  o»  Jesuítas  em  hos  cunsdincia. 

Se  um  homom  ainda  ^^endo  culpado  non  tenetur  lê  tradere^ 
k  fortiori  estando  innocento  nún  íeneíur  tradere  sua.  Senhor 
Oama,  entende  e^te  latim  i  Pois  se  o  entende,  não  vitupere  os 
jcj^uitas  de  f^izerem,  o  que  todos  íítriào  em  semelhantes  oasus  o 
ciroumstancias. 

Se  aeasíí  occultaráo  o  dinheiro,  era  seu,  o  não  alheio:  e  se 
depois  o  ttrárào  donde  o  tinhão  escondido,  não  foi  ligeireza^  foi 
cautela,  foi  advertência,  foi  prudente  resolução « 

Vamos  a  outi-a  nota.   Na  pagina..*  dis  asiim  :  ^cos  in- 

<  dlos  e  os  hoapanhoes  fazom  do  matto  o  uso  que  os  chincíos 

<  fazem  du  seu  thé.  Este  importantíssimo  commercio  ora  tolo  d08 
«  juauitas  do  Pwraguity.  Cultivavào  as  arvores  que  da  vão  a  tal 

<  folha,  fabrioavlte-na,  e  faziâo  girar  em  surrões  de  pelle,  por 
«  toda  America  hespanhola.  S6  este  negocio  rendia  em  cada  um 

<  annomnítus  milhões:  tudo  suor  dos  misíeraveis  indios  ».Moha 
mentira  mais  clara  e  manifesta.  Eu  para  desculpar  esttí  escri- 
vão das  notas  quero  suppur,  que  sonhava,  quando  isto  escreveu, 
porqye  estando  ac^ràaáo,  e  em  seu  juizo  perfeito  (sa  acaso  o 
ieve  algum  dia)  não  podia  asseveral-o  como  certo  ;  parte  por- 
que nunca  foi  ao  P»raguay,  oom  as  suas  vizinhanças,  nem  ja- 
mais fallou  com  os  jesuítas  hespfAUhoes,  dos  qnaeá  pudesse  saber 
em  confldoncia,  quanto  o  nuitto  lhe  rendia  cxd a  annu:  parte 
porque,  amda  que  lá  fuase,  e  se  demorasse  por  alguns  annos,  não 
teria  fundamento  para  aílãrmar  o  quo  diz,  como  agora  mos- 
trarei . 


Mostra-so  falsid;«í!e  do  iDaportantisiíinO' negocio,  «^ao 
íusessem  on  je^aitas  do  Paragoay  com  a  «rva 
cbainada  matto, 

Naquelles  vastos  paizes»  aonde  é  licito  a  Citda  um  ucctipar  o 
terreno  que  quer,  e  dispor  deite   como  lhe   parece,  todos  08 


13G 


REVISTA  DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


que  fazem  nm  desta  erva  a  plantão,  a  cultivao  g  a  preplrão  ; 
não  BÒ  para  se  servir  da  que  lho  for  necessária,  senão  também 
para  vender  a  superJlua,  aoa  *\im  não  querem»  ou  nao  ixKiom 
ter  o  trabalho  de  a  fr,  ou  mandar  colhnr  aos  raatos,  ou  plantar 
nas  suas  hortas.  D'aqtii  vem,  qne  os  hespanhoea  e  inding  a  cal- 
tivâo  com  todíi  a  liberdade,  e  a  vendem  sem  alguma  probítucno, 
e  não  por  preço  excessivo,  mag  smi  Uraltrido,  asâim  por  não  ser 
e8t;e  necessário,  para  a  vida,  c  seiíi  a  qual  30  podo  passar ;  como 
também  porque  nascendop  e  produzlndo-Sd  em  muitos  logares, 
quanto  he  raaior  a  abundância,  tanto  menor  bp  o  áeu  valor, 
Aocreacento,  que  náo  sabindo  esta  folha  da  America  para  Europa 
nem  podendo  na  mesma  America  girar  muito  pela  diíTlcultos  a- 
sima  comraunicação  do  umas  partes  com  outras,  attendiveis 
nao  só  as  d  i  st  anciãs,  mas  os  d  e/e  r  tos  que  a  a  dividem  não  pôde 
ser  o  commercio  grande  e  o  lucrí*  muito. 

SuppoBta  t)sta  verdíulo  manifesta  e  notória  a  todas  as  pes- 
soaj!  quo  vivem  naquellas  terras,  ou*  qun  por  oUas  passarão, 
duas  consequências  âe  deduziam»  ambas  in negáveis,  mas  ambas 
oppostas  ao  que  diz  aqui  o  Nr.  Gama,  A  primeira  consoquen* 
cia  ú  não  ser  esíe  importatitissinw  commercio  Indo  dos  jêSíntttít, 
So  00  Paraguay  6  iivr<í  a  íitialquer  o  cultivar,  e  vender  o 
matte,  como  pode  ser  prioativo  dos  jesuitnn  todo  este  importantii* 
Mimo  commercio  í  Agora  digo,  que  nem  todo,  nem  parte  era; 
parque  quanto  vendião,  o  cultivavâo  os  índios,  que  as  ta  vão  naa 
aldêas  cedia  em  utilidade  sua,  a  não  dos  missionários,  os  quaes 
tão  longo  estavao  de  se  aproveitar  de  alguma  com^Vi,  que  ant(?a 
quando  brã o  mandados  de  uma  parte  para  outra,  o  que  era  fre- 
quento, sahiau  como  entra  vão,  isto  híi,  com  aquello  pouio,  e  insi- 
gaiflcante,  que  L*ra  do  seu  próprio  uso,  sem  levarem  corasigo 
nem  ainda  a  mioimm  cousa  da  missão,  da  qual  nao  deáfrntavão 
maiií  quo  o  raiieravel  sustento,  e  as  vezes  Dem  o  pobre  vestuá- 
rio: sendo  necessário,  que  para  este  contribuíssem  os  collo;:io3. 
Disse  acima,  que  cedia  em  utilidade  dos  Índios,  porque  o  rendi- 
mento pouco  ou  muito  que  se  tirava  das  aldeãs,  todo  se  con- 
vertia e  empregava  em  bem  di  s  mesmos  índios,  e  das  suas  po- 
voações, dtís  seus  temidos,  nas  í»oticas,  e  uas  provi. soes  publicas, 
e  particulares.  Nisto  e  nào  em  beneficio  particular  dos  missio- 
nários, è  qua  se  convertia  o  suor  dos  Índios,  a  quem  chama  wií- 
f^TíTum  o  Senhor  Gama,  mas  s?  o  erão,  orâo  ixir  natureza,  con- 
dição *la  pátria,  e  não  pelo  mao.  e  tyrannico  governo  e  trata* 
mento,  que  com  elles  usassem  o«  jesuítas.  Lea-sc  o  Muratori  no 
seu  ciiristianií^mo  feliz.  Leàú-st^  as  curtas  da  tantos  bispos,  e  go- 
Teruadores  zelosos,  e  imparoiaea:  Ifiâose  tantos  decretos,  dos 
genliorc s  reis  de  Hespanha,  e  ahi  se  achará,  louvado  o  desicitrv 
roise,  e  oamt>em  a  caridade^  com  a  qual  os  ílltios  da  companíiia 
de  Jesus  díriíiíão  uaquellas  regiijea  os  indios  amerieanOM, 


RF.FUTAÇÒRS   ÁS    (  .:VL!.'M>Í1AS 


137 


Xàu  posso  ea  aqui  allegap  tod  19  os  documentos,  o  testomu- 
uhos  irrefraíraveis,  o  certios  que  provao  a  Yerdado,  com  quo 
falia,  por  nrio  lazor  raaia  cxteos.i  o  líiâtidíosa  esU  escripiura. 
Coatento-mo  cum  o  produzir  una  só.  que  valle  par  todos,  o  qiie 
por  mais  larga  qu  1  tenha  a  bocca»  (*  comprida  a  liu^ua  do 
spulior  Gama,  o  fará  iraraudecer,  E'  este  um  dicroto  do  senhor 
rei  Phelippe  V,  que  nRo  rei  lOu  dos  ;3eculo8  pasmados,  mais  nog 
nossos  dias;  0  qual  jtistiljcando  o.-?  jeáuitaa  da  Amorica,  dolnta- 
do8  fíilisamente  dan  mesmas  calumtUí^s,  com  as  quaes  noviimento 

os  pretcíidfi  infamar  osto  poeta,  diz  assim  fíillaado  do  ponto  -1 

í-ra  f]ue  ae  trata  soa  admiuistraçiio  daqueile»  povoa  cedia  om  utí- 
lidade  dos  missionários,  como  eni^  accusadus. —  <  Consta  (ííoo  a^ 
«  palavras  daquclbí  ^raado  inonarcha)  (IKj  por  informações  que 
*  se  tiràrày,  de  oiiu-os  doeumoutos  consornenlea  a  mia  matéria 
«  eomo  suppusta  a  in^íapãcidada  e  frouxidàj  daquelles  indioa  na 

<  ailmmistraí;  10,  o  raantíjos  dos  seus  beos,  so  as^igua  a  cada  um 
«  porção  de  terreno  em  que  tralialhem,  para  que  do  fs  ucto  dellfí 
«  posaa  manter  asna  femilia  o  romaaimt.o  poia  que  o  commum 
«  soraoia  de  íírào,   o  outros  #; ^neros  coraostiveia,  so  ontroga  a 

<  outros  in  tio-?  com  dirocçào  d..>s  missionários ,  Q  mosrao  se  faz 

<  da  erva  (chamada  Paraíítiay  ou  matte)  e  do  gado.  O  producto 
«  deataa  cousas  ííg  aivide  em  tros  partes  a  P  he  (>ara  pagar  o  tri- 
«  buto  ao  meu  régio  fjrario;  du  qual  trilmío  st^  lira  côngrua,  cora 
«  que  se  Bustoniiio  ua  rnií^sionudo*;  a  2"  sorve  para  o^  ornamentos 
<í  c  manuteiiçíVo  daa  ií^rejas  ;  a  3**  para  manter  do  sustonto,  e  voi- 
«  tido  as  viuvas,  es  orphàoa,  os  eofonnos,  e  oatropeados  t^  acudii* 
«  a  qualquer  necessidade  occurvenk!. , .  Dosta  administração  sa 

<  toma  uma  exactíssima  conta  aus  indíu^,  que  aãu  os  mordomost 
«  08  coraputiatas,  og  Assines  eas  guardas  dos  armazena  ;  o  doatos 
«  livros  se  vem  eiu  conhecimento  tia  receita  e  despem  que  sa  f^iz 
«  om  cada  uma  das  povoaçôe^í. . .  li  tudo  istoso  pratica  ^con  ti  nua 
«  a  dizer  o  raoamo  rei  no  decroto)  com   tanta  exacção,  ainda  pop 

<  motivo  de  satiaíazer  ao  preceito  que  aob  graves  ptinas  tem 
«  aquolies  rai^sionirios  do  seu  geral  para  nào  se  aproveitarem  de 
€  cnusa  alguma,  que  pertença  aos  Índios,  nem  pop  via  de  esmola, 

<  ompreátum»,  <in  qualquer  tiluio  ;  ©  assim  o  testifica  o  bispo  quo 
«  foi  de  Buenos  Ayres  Fr.  Pi^dro  Fujcardo. , , .  protestando,  não 
«  ter  visto  Pm  tua  vida  causa  nsais  bem  regalada,  do  quo  são 
«  aqurdlas  povoações,  nem  dcsinteresae  semelhante  àquolle  doa 
€  padres  jesuítas  ;  poiá  nem  para  sustentar -se  e  vehtj_r-se  se 
€  vaiem  de  cooaa  alguma  dori  índios.  Cora  eala  informação  (pro- 
€  segue  o  meamo  monaruha  no  aeu  decreto)  do  bispo  Faiardo 
4  concordara  outras  noticias,  nào  monos  fieis  ;  osptícialmentn 
€  as  que   mandou    o  R.  Hispo   actual  de    Buenos- Ayres,    Frei 

<  José    Peralta,  da  ordem   de  S,  Domiiigts,  em  cana  de   8  de 

<  Janeiro  de  1713  ;  na  qual  louva  o  bem  que  estão  educados 
€  ^  instruídos  aquelles  indioa,  assim  no  quo  respeita  a  reli- 
«  gião,  como  no  meu  real    serviço,  e  governo  temporal  dos 


1H8 


UEViSTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


<  msiiTnosde  tal  sorte,  qu©  accrescenta,  ter  sentido  pena  o  das- 
«  prazor  ao  partir  daquellas  povoações.»  At<5  aqui  o  catbolico 
rei  Phelippe  V. 

Mas  para  que  hei  de  ir  buscar  doeu  meu los,  e  teste munhoA 
albolos  e  antigos,  ainda  quo  de  tanta  autoridade,  quando  os 
temos  nacionaefs  dentro  do  reino,  mnis  ÍVescos^  Oução^se  e 
examineníi-so  muitos  militares,  que  ainda  iioje  vivem  e  habitao 
era  Lisboa,  os  ntiaes  furam  as  missões  do  Para^uay  e  Uraguay 
em  curopaniiu  do  conde  do  Bobadela,  empregados  na  expediçla 
do  demarcar  oa  limites,  ©  dirno  que  lendo  este  poeta  satyrico 
paámarãu  de  Uaver  um  hu7tiem,  que  com  tanta  franqueza  e  tão 
pouca  verdade,  so  atrevesse  a  eetampar  entre  outras  muitas 
esta  Impostura  táo  clara,  eâta  calamnía  tio  manifestH,  tenda 
elles  visto  com  sous  olhos,  o  como  se  costuma  dizer,  toeadtj  com 
aa  suas  mâu^,  o  uso  quo  se  fazia  do  trabalho  dos  iud^os  na^ 
aldé&s  da  America  bespaQhola.  em  que  resíiião  os  jesuítas. 
Ali,  diz<3m  elkvs,  que  virâu  conâerv.^ tórios  para  se  iiistrairem, 
e  industriarem  donztílías;  recolfumoatos  para  viuvas  pobres  e 
desamparadíis ;  casa  de  eorrecçáo  para  os  criminogog  ;  semi- 
nários para  educar  meninos,  não  eó  nas  materiiis  á*"*  religião, 
mag  para  lhes  ensinar  a  ler,  escrever,  contar  e  tamb*:ím  a  mu- 
sica vocal  e  instnímenial ;  fobrlcis,  flpíil mente,  de  tecer,  pre- 
parar a  seda,  bordar  etc.  Sendo  todas  estas  cuusas  estabelecidas, 
e  sustentadas  cuni  os  bens  do  comnium,  ad ai Ini?» trados  oom  o 
ci>nselho  u  direcção  dos  paJroa  pelos  meamos  índios  pnncipaes; 
do  sorte  que,  vivia  esta  noYíi  chHstandade,  como  a  primitiva  da 
iiíreja  ;  fazendo*se  eollí^ctns  pelos  di>c.pulot,  que  aqui  ©râo  os 
mesmos  índios  de  mellior  t  dento,  e  distrilniindo<stí  aos  neces* 
sitados  (lor  ordem  úo^  apóstolos,  cujos  imitadores  erão  os  je* 
suiias.  Diga  agoia  o  Sr,  íiama,  ou  faça  »tizer  ao  lodio,  que 
introduz  nos  sous  versus  a  falar,  que  it>áa  a  riçueza,  que  cobre 
os  tempiús  dos  bemditos  padres  fructo  /'tf  ff(i  ^"^  inÚMitria^ 
c  ff  o  commercio  Ha  jolha^  e  peiks^  porque  os  militares  por* 
tuguezes,  quo  esúvtiráo  no  Úraguay  e  Faraguay  o  dosmen- 
tirào.  tosti  ficaudõ  o  ronirarto;  o  dizondo  a  boca  ch*»ia,  quo 
quanto  ali  se  vé,  ou  do  ornato  dos  templos,  ou  de  fundações 
nas  nldéas,  he  dos  ind  ins,  que  cíípontautíameote  concorrião 
para  todas  aquellas  tduvns  do  piedade,  do  eulio  de  Deos  e 
uulidado  dos  pobres.  Ião  sautameate  estavio  educados  e 
ínsiruidog. 

Frosigamcs  a  ouvir  este  papagaio,  que  como  avo  de  arfl* 
baçào  veio  do  Brasil  a  Portugal.  Diz  elle  na  pag.. . 

<  Também  nau  i^  necessirio  ir  ao  Uraguay.  para  ter  provas 
€  do  ozcessivo  trabalho  dos  Índios  no  8ervi(;o  dos  padres. 
«  Kutra  a  vi  lia  da  Santos  e  a  cidade  do  S.  Paulo,  hi  uma 
€  serra  muito  Íngreme  e  dilatada,  não  se  podo  subir  a  caTallo, 
4  O  conde  de  btobadola,  o  mf  Jhor  cavalleiro  do  seu  tempo, 
€  cabio  duas    vezes   ligo  a  entrada,  em    cavai  los  que  tiuba 

<  o.40o)bido  para  khsj  entre  muitos;  tiidos  sobem  a  pé  com  o 
4  seu  cavai  lo  |>0la  mào.  Os  padres,  cumo  fasiâo  vuto  de  pobreza. 
€  conteotavão-se  do  a  subir,  e  descer  rooostados  am  redes  as 


RHFUTAr:ÒE8  As  CAl.LMNIA*- 


im 


costaâ  dos  niiaeràvds  iodiog ;  nem  jimials  pafsíSrilo  ali  de 
<  outra  ííortc»  Esie  facto  na  Europa  pareço  iacrivel;  mas  a 
a  autor  o  attesta.» 


loisptft    &Qcu!^iicão    i[íifi   fftz  o  Autor  áo   paeraik  ftot 
je^intts  «m  maioria  do  piobfoza. 


Do  mi]  grandes  peccado  aeciiaa  aqui  o  sonbor  Gama  aos 
jesuítas,  ou  paivi  malhor  dizer,  de  um  grande  sacnlegio,  feito 
contra  o  voto  do  pobreza,  ura  dos  troa  esseiiciiioa,  que  coQí>ti- 
tuem  um  homem  reliçiosu*  Mas  aenhor  Gama,  como  minoria 
voasa  morcè,  que  03  jeáíiitaa  siibÍ8Som  aquella  SDfra  tão  Íngreme 
e  dilatada,  como  diz;  queda  que  a  aubiasem  a  cavallo  ?  Mas  se 
o  senhor  conde  de  Bobadela,  sendo  o  melhor  cavalleiro  do  sen 
tempo ^  escolhendo  entre  muitas^  os  cavados  melhores  para  a  poder 
subir,  cahio  tfuas  vezes  logo  a  entrada,  e  deu  comsigo  no  cháo, 
quaotás  ve^ea  cahiríno  os  pobres  jesuítas,  m  nâa  teudo  eavallúa 
que  escolher,  nem  sabendo  cavalgar,  intentassem  subil-a  úQma 
moílo?  c  ihiriào  a  cada  pasao;  e  oào  só  cahinâo  como  quebraríao 
as  píjrnas  e  a  cabota.  Diri  que  a  .subissem  ;i  p<'  com  o  acu 
eavikllo  pela  mâo,  como  todoá  a  subirio  :  aqui  mento  ;  iperdoe-mo 
a  confiança)  porque  não  a  siibiana  assim  oa  bi.spus,  o  gover- 
nadores, (jue  erâtj  tão  bons  cavai  loiros,  como  o  conde  de  Boba- 
do I  a  *  Mm  tos  jesui  tiiH  8i m ,  q ae  eráo  mais  m o^;o s  o  rob u stos, 
e  por  isto  mais  capazo?í  do  fizer  aquella  subida  tio  íngreme  c 
dilatada.  Mas  queria  vossa  more^^  que  timbera  assim  o  flzoâsora 
03  provinciaea,  visitadun^s  e  reiLores,  homens  pela  aiaior  parto 
velhos,  e  talvez  achacados  ?  Ora  é  muito  querer  senhor  Gama  ; 
raai^  carid;».de  e  menos  critica.  Nom  so  pf^rí^uada,  quo  he,  ou 
parecerá  incrível  na  Europa,  que  aquelles  jtjumtas,  que  pela  sorv 
idade  o  moléstias,  nem  a  pé,  nem  a  oavallo  podiáo  subir 
aquella  serra  ta  o  dilatada  e  íngreme  ^  o  ÃzesSem  recostados  nas 
BWiê  redt?íí,  levados  as  costas  dos  ínfjios.  Se  ern  muitas  cidades 
oiiropéas  ae  caminha  ha  muitos  tem  tios  em  cadeirinhas  coodu- 
zilaa  em  braços  de  homens,  sendo  iia  eiradas  planas,  e  nada 
difflcultos  ks,  como  ha  de  parecer  m crivei,  que  por  uma  serra 
ififfrefne  e  dilaiuda^  um,  ou  outro  j^isuita  ÚQ  poucas  forças 
e  do  muitos  annos,  caminhasse  om  rodo,  qun  levassem  os 
indius  as  costas?  Pois  m  Americap  aoade  i&tú  tuccedia»  ainda 
faz  moDor  espécie,  por  ser  ali  mais  frequent  í  o  «so  das 
redes,  asaím  para  andar  de  dia,  como  para  dormir  de  noute. 
Senhor  Gama,  pevo-lUe  por  seu  bem,  que  se  quer,  que 
os  leitores  lhe  dem  credito,  quand<>  não  diga  couaaa  cenas, 
as  di^^-a  ao  menos  prováveis ;  g  senáu  forem  venladeiras, 
ao  menos  verosimeis.  Vejamos  se  o  faK  aasim  nas  nelas 
seguintes. 


lio 


REVISTA    DO  INSTITUTO  IM^íTORICO 


Na  pa^...  na  t|tjtil  v;ii  nontioua^du  a  atlocuçfio  du  índio 
Cacambo  ao  geoeral  poviw/uB'/.,  trax  era  vorso  estàs  palavras ; 

Ví^,  qiir  o  tiomc  <los  rei*  nãrt  nu*,  as^^ntía  ; 

U  lf>u  rsta  inui  l(i)ig^<';  t*  nÚR  os  «nrjliis 

N.ií»  fi'íiio*  oiUro  roí  iiiai»  do  f|ui?  gs  pAdrt^j^: 

Pratlcsa  folaamentí  attribuida  aos  índios. 

Palavras  são  estas,  que  o  poeta  eommeota  com  esta  nota: 
estas  expressões  não  são  ornato  da  poesut,  lifssov  mi  realidade 
tudo  quanto  ac  faã  dizer  a  «ííif  inúio.  Que  a^te  poeta  nos  vorsos 
íingií-so  sabir  da  boca  do  índio  to^la  aitiella  sua  iireng-a  com 
tirmos  íiliivos  e  arrofí^aiitos»  eu  Ib'a  písrmittiria;  sabondo,  tjuo 
os  iiootas  assim  coaturaio  faier,  quando  Jotrodiizem  praticas  ona 
Sí^molbantos  encontros  ;  mas  que  ou  prúsa  di^a,  q\*e  tudo,  o  quii 
faz  diiior  ao  indio»  p<tssou  mi  realidade,  íSíío  náo»  isso  íião  Ú\*i* 
posso  soirrer,  íiom  desculpar.  K  dotiando  tuilo  o  mais.  mos- 
trarei, ser  uma  solemne  raeaLira»  que  o  Caçam bo  íUsm^  : 

K  tiô*  os  iiitHo-i 

Nna  t«'iiiii"*  ouiro  r(»i  mnís  da  «pir  os  ]kadr<*s: 

Todos  aouíílles  povos  rôconhocião  por  nen  monarcha  e  so- 
berano a  oírei  do  tleãpautia,  como  conáia  das  meamas  in- 
«truoç5e^,  qtío  nauitis  V6j(^s  cita  o  seubor  í^ama;  nns  quaes 
maia  d«dez  veaes  se  introduzem  os  mdio^  chamando  ao  rei  de 
Hespanlia«  o  nosso  bom  rei.  Atem  disto,  quando  os  governadore;! 
daquelle  estado  bí&o  as  povoações  dos  índios,  não  aó  os 
ca^^uiui^a,  mas  todos  oa  outros  principaea  saliiio  com  grande 
acompanhamento  a  render-lhes  oijediencia.  como  a  pessoa,  que 
repri^sentáiva  a  do  seu  ^oberann.  Maisi  ainda:  os  índios  pa- 
garão tributos  aos  monarcba^  bespaDÍjoes:  li  ião  sem  re- 
pUíTnancia  a  trabalhar  nas  obras»  que  por  sua  i*eal  urdem  se 
faziâo:  toraavão  as  armas  para  us  dfofonder,  e  estavâc  promptos 
a  expor  as  vidas  e  derramar  u  ^ngue  por  ellest  quando  a 
necoiisídude  o  pedís^so,  como  diz  u  senhor  ZebalL»^  om  uma  carta, 
que  jii  citei.  Ultimamento  em  uma  carta  éo  senlior  roi 
IMiolippo  V  oácripta  ao  provincial  dos  jesuitaa  no  Paraguiiy, 
ínctusa  em  um  sim  docrf^to  pagina..,  da  odiccào  de  .Xiípoloâ,  no 
no  anno  d©  1771,  diz  así*iiii  aquelle  ^^rande  raunareba  :  «  Estar 
€  juaiiflcjido  com  mui  toa  factos  veradieos,  não  Ijaver  om  alguma 
«  «ulra  parte  maior  reconhecimento,  e  subordinação  ao  meu 
«  domínio,  nom  esitar  tio  bem  estiit^elecído  o  régio  padroado,  o 
"■  a  jurisdicçào  espiritual  o  real,  como  eitÀ  nestas  povoações  » 
(governada^  polcs  pndres  j-^âuitas)  «  e  que  consta  das  continuas 
«  vÍKttas  dos  prelados  ccoiesias ticos,  e  dos  governadores^  e 
«  tamlN<m  da  co^a  ot^oiiencia  das  moamas  pavoaçòca  as  saas- 
«  ordeuít :  motivo  porque  deterrainarol,  que  se  pa,<so  rim  do- 
«  eroto,  no  qual  se  notiâcasse  ao  provincial  o  meu  agradeci - 
<  mento,  o  o  gosto,  quu  tenlio  do  ver  dosvariecidas  com  tantva 
4  Ju^tiflciQòe.^  as  falí<a3  calumntas,  o  impostaras  do   Aldunato, 


REFUTAÇÕES  AS  CALUMNIAS 


«  e  Barra»  >  (e^itos  orão  os  quo  tirthão  falsaraeQtíj  critiiiQado  os 
jesuítas  do  Paraguay)  €  e  da  ver  tarabeni  a  cotopaohia  erape- 
€  nhada  em  tudo»  o  que  diz  respeito  ar»  sor  viço  de  Deos,  e  raea, 
«  o  daqtiGUes  pobres  iadiarius  ;  e  que  eipero.  que  continuarão 
€  para  o  futuro  com  o  mesmo  zelo  o  fervor  tia  cultura  das 
«  reducções  e  no  cuidadk>  dos  índios».  Ora  so  todos  os  i  adi  os 
aldeados  na  Araeríca  hospaoliola  reconhocião  por  seua  reis  aos 
moDajchas  catholicos,  nâo  sò  nas  palavras,  so  não  tJLmbem  nas 
obraa  ;  sg  lhes  pagavão  tributos  e  rendião  obediência  com  tanta 
sabordi nação  ;  quo  afllpma  o  grande  rei,  e  aenbor  Pbelippc  V, 
não  a  õxpLírimentar  maior  em  parte  alguma  dos  seos  dominioí, 
como  lie  possível  que  um  delles  dissesse  francamente : 

.  •   .  >i<>->  os  iadíoá 
Não  tomioà  otilro  ivi  iijtiis  d  ti  i{\w  ou  padres. 

Seulior  Gama,  que  vossa  mercê  uos  seus  ▼er.-sos  não  lallasse 
verdftdo,  íijto  Ive  perraittido  aos  ptíottis  (corau  jíl  tantas  vezes 
tonho  repetMoi  mas  que  alem  de  a  nâu  íUllai'  na  prosa,  fizesse 
t  unbem  nella  menttrosj  o  índio  Caçamba»  isso  é  aleivosia, 
o  que  não  lie  pirmltUdo,  nem  licito  a  um  histórico. 


l^mtiCft    do    j;«a6ral  -^crtugtidE  mui  coucobídii   jkiIu 

Xa  pag-ina,  * .  aonde  introduz  uma  pratica  do  general  por- 
tuguez  aos  índios  hespanhoes  traz  estas  palavras»  que  melhor 
fora  que  as  não  trouxera: 

(J  rei  vosbo  pai,  quer-voN  Telixes 
Sois  Ih  ros.  cofiio  í*u  «ou,  »^  sitoh  livres, 
Nâo  niroda  iiquj^  em  uiitra  qualqui^r  parle 
Mas  deveis  ou  traga  r-noB  estas  tciTiib, 

Oh  !  que  bem  arrancada  amexíeíraf  Oh  \  qtie  bem  deduzida 
coD  seque  o  cia  ! 

O  rei  he  vosso  pai,  que7**iaús  f'eli::es,  mas  pondo^  para  aq«í 
tudo  aqoillo,  ora  quo  consiste  a  vossa  ftilicidade  ;  as  vossas  po- 
voaçítes,  as  vossas  casas,  os  vossos  campos  e  hortas,  de  que 
voa  sustentaest  e  tarab^m  os  vossos  grados. 

Sois  Hpres,  como  eu  sou,  e  sereis  li  crés,  maLs  por  força»  ou 
por  vontade  :  ou  queirais,  ou  não  queirais,  dovois,  e  sois  obri- 
gados a  deixar  as  voisad  aldéas  cora  tudii  o  que  tendes  neUas: 
aa  fabricas,  que  funlastes,  aa  obras  que  fizestes,  as  igrejas  que 
erigistes  cora  tanto  trabalho,  e  gastos. 

Não  sendo  aq>AÍ^  em  outra  r^tmlqae}'  parte 

Não  sendo  apn,  aonde  Doos,  e  a  natureza  vos  poz  desde  o 
principio  do  muodo,  dando-vos  a  poHse  de  todos  estca  paires. 


I 


142  REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

Não  sendo  agui^  aoadn  nascerãQ  09  vossos  pais,  e  avós,  e  as 
vossos  aatepassados  toioa.  X<7o  sendo  aqui,  aonde  estíiis  já  acos- 
tamadoá  ao  eJiroa  do  céo,  e  a  qui lidado  da  torra*  .\ãú  sendo 
aqui,  aoQde  ealão  bem  accomraodadíis  as  vjssas  miilhures,  a 
ftlíioá,  aoQio  repuii-ão  quietas  tantus  velhas,  e  infenaosi*  Èni 
outra  qfmtquer  parte  sim,  auade  oao  ach  ireis  cisas  noin  chou- 
panas feius  piira  vossa  murada,  nem  soaras  madeiras  para 
vosso  sustento.  Em  outra  qualquer  parte  sim»  aonde  «abemos, 
qye  por  vos  sereis  muitos,  d  as  povoações  poucas,  as  (lue  vos 
damos,  nem  a  vosso  gado  terá  qua  comer,  nem  vós  terrenos 
para  cultivar.  E  quo  pratica  mais  inepta,  e  menos  propor- 
cionada a  mover  os  índios  a  raudaiiça  pretendida!  Dízer-Uieg 
quosequerião  ver-so  livres  da  escravidão  doa  josuitas  fossem 
para  outras  terra** ;  s»i>õndo  ollos  que  nas  suas»  e  debaixo  d  i 
direcção  dos  jesuíta»  titjhão  toda  a  liberdade:  dizer-lhes,  que 
Balissem  dos  próprios  pai  z es  perdendo  qyaoto  nelles  possuiào, 
o  foíísem  babjiar  em  outros»  aonde  nào  achariáo  oadji !  Por 
isso  eu  acima  dtssc,  que  melhor  fora  nâo  por  na  booca  de 
um  general  portu;:ucz  tao  sensato  e  prudente,  como  era  o 
senhor  Gomes  Freire  de  Andrade,  humas  razoes  tio  frivolae, 
uns  motivos  tfio  inconcludcntes . 


Prova-so   «    falí^lAae  do  otiifM   in«lriic^s  qui  M 
tingem  dadai  aos  mdiõ!!  pelos  jesuilani 

Kap«9iiia...,  aonde  mtrixlHZ,  o  noeso  poeta  outro  iitáio 
chamado  Cepé  a  fallar  com  o  general,  lhe  faz  dizer  oitas 
palavras: 

,   ,   .  K    todún   iiabom 
Quo  fí&taa  tv'rra«,  í(Uc  pi? as,  o  Côo  livros 
1)60  a  noesuií  avós  ;   am    tainberu  livrts 
As  recebti^rtios,  d^s  tiiitopaãâudoi^, 
Livfea  as  hho  de  herdar  oh   nossos  II lhos. 

(Ju«i   não   s^ja    do    Côo    pur    mão;»    áú%   padrn*. 

Aqui  se  lem  duas  Dotas  ;  a  1'  appllcadas  áquellas  palavras 
estoM  terras,  A  qual  nota  diz  B^mm  em  letra  gfito :  e.^tas 
tm'r<u  no  ias  dsn  Úeos^  e  a  nossos  avós  e  por  iiso  só  ãs  possuímos 
cm  amor  de  Deos.  EHix  om  letra  grifa,  porque  sao  palavras 
copiadas  de  uuíkí  oarta,  quo  cita  ;  e  chama  í«edício»a,  suppon  fo 
aer  diMÍda  pelofl  Jesuítas  aos  iodios»  e  rcraettida  aoa  geaeraes 
deputados  p^ra  fazer  as  demarcações.  Enganou-^  porem  o 
senhor  Gama,  e  suppoz  í^lso;  porque  do  mesmo  estylo  se  está 
Tendo,  e  palpa  ti  do  com  as  màos  não  ser  obras  dos  jesuítas 
aquetLi  cartti.  R^tes  padres  não  er^^to  i:^no  o  autor  destas 
notas ;  sabiao  por  paana  em  }>apeU  o  por  Imà  se  haviío  dQ 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS 


143 


e\DHcar  melhor*  Alem  da  que  nenlitini  iadio  ignorava,  que  a8 
terras  em  que  vivião  eráo  suas  e  muito  swiê,  e  que  deltas  Qio 
erio  devedoroa  aus  hameDs,  mns  só  ci  Dqv»,  me  por  occulios 
fltjsda  suM  provideucia  ordenou ,  que  ali  aascuH^jú  o  que  ííM 
habitassem,  o  ali  morressem  ;  possuindo  aquelled  paizuíí  por 
beDeâcio  o  dt^stino  seu.  IsW  ^upp^^^to,  temeram  cousa  be, 
c  alheiii  de  toda  a  proliidado,  o  julgar,  que  as  palavras  refe- 
ridas forno  ditadas  pol^a  jesuítas,  o  assimiladas  pelos  iudioa,  que 
olleadirigiào  nas  sete  povoac;õeB. 

A  seguuda  nota,  que  cabe  sabre  ob  duus  versos: 

Uue  nào  soja  fh^  C^o  p*»r  mriOHilos  purlres, 

Diz  aadím  :  «  esta  mistura  do  sa>;rado  com  o  profano,  ou 
para  raelUor  dixer,  aqueilo  fazer  servir  a  relijííáo  aos  seus  flns 
particulartis,  foi  sempre  o  caracter  doiá  jesuiias.  Coo^^idefe-de 
attentameute  este  ver-io  ^  : 

Noa  giatôtM  iuipuríu,  sed  religiouc  lenf^mns, 
Vanier,  Sup. 

Aqui  torna  a  suppfjro  Sr,  Gamx,  que  as  palavras,  que  poz 
na  becca  desteso^undo  índio,  eram  ditadti^  ou  aprearlídas  por 
elle  nas  doutriuas  doi^  joâuitiiSi  cujo  etraatór  diz,  que  era  «  mis- 
turar o  sã^rudocom  o  profano»  iv  fazer  servir  a  religião  aorf  seus 
lias  particulares  >.  Que  maleJíco  escriptor  ! 

Eu  tenlio  para  mim,  estar  elle  p-irsuadido,  qao  os  índios 
aldeados  nàj  tiotiào  fé,  nem  not  cia  da  nossa  saata  religião: 
que  oàocrjãoam  Deos»  uom  em  Saota  Maria;  que  não  sabião 
havtíí'  Céo  e  iaíerno,  e  nem  o  mais,  que  oís  christãos  somo^  obri- 
gados a  crer.  So  asáim  o  julgiAva,  enganuu-se  do  meio  a  meio. 
Os  iodioe  tudo  isto  criào,  e  tudo  isto  coafessa^am  ;  por  isso  sem 
saggt^átao  alheia  podiam  par  si  mesmos  distinguir  um  jugo  de 
outro  jugo:  o  ju^O  do  Céo,  a  que  Cliriato  chamou  suave  o  brando 
jugum  meuni  sna[>e,  do  outro  jugo  violento  e  tyrannico,  que 
Ihesquerião  por  oa  lio  me  as,  constrangendo  <m  a  saMr  precipita- 
damente das  suas  terras,  sem  llies  dar  tempo,  nem  commodo 
pam  se  estabelecerem  etn  outras  ;  e  por  consequência  dizer,  que 
doacontiecião  c  de  testa  vào  outro  jogo»  que  nào  fosse  o  do  Céo 
por  meio  deste»  padres,  isto  é,  o  jugo  de  Ctiri.sto,  ao  qual  pur 
meio  dus  padres  m  ti  d  liana  sujeitado.  Ora  como  entra  aqui 
<  o  misturarem  os  jesuítas  o  sagrado  com  o  profano,  nem  o  fazer 
servir  a  i'eligião  aos  seus  13ns  particulares  /  »  He  por  ventura 
porque  assim  o  diz  Vanier  iiaquelle  verso  que  cita.  Núh  ijentem 
império,  .et/  rdigione  itíumnuii  (  Pois  saiba,  seu lior  liama,  que 
aquelle  poeta  nào  quiz  dizer  tal  cou^a  ;  o  genuino  e  verdadeiro 
sentido  d  iquelle  verso  é  Oi^e  ;  que  os  jesuítas  domestica  vão 
aquellas  gentes,  e  as  continha  entre  os  devidos  limites,  não  a 
força  de  armas,  ou  a Hp eros  castigos,  mas  com  a  suave  activi- 
dade,  e   elUcaz  attractivo  das   verdades  christois,  e  maiimaa 


144 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


evangélicas.  Se  a  isto  chama  misturaf  o  sagrado  com  o  pro- 
íano.  lie  íbzer  servir  a  roliglão  aoe  seaâ  flna  particulares,  qaaes 
eram  os  louvareis  e  saatos  de  domesticar,  conter  e  salvar 
aquellas  bárbaros,  eu  de  boa  vootade  lho  ooncedo:  este  sim  : 
esta  era  o  caracter  dos  jesuíta^:  mas  se  quer  com  aquelU  soa 
nota,  iQ(!ulcar>no9  cousa  diversa,  pix>ve-o  ;  o  então  lhe  daremos 
credito. 


Atros  eAjaoroift  e«BÍra  o  jesuiift  C»ldii. 

Na  pagina. . , .  fallando  de  um  jesuíta,  chamado  Lourenço 
^Balda^  diz  o  senhor  Gain:i  em  uma  nota,  que  <  era  uma  das 
cabeças  mais  tenazes,  0  que  miis  auímava  os  Índios  a  rebelião  ». 
Qoe  este  missionário  fos^,  o  que  mais  trabalhou  e  padeceu  por 
induzir  e  ma  ver  os  índios  a  pretendida  transmigríiçào  sabia  eu, 
o  constou  era  to<ia  a  America,  como  aqui  pi*gvarei.  Rtitlrando- 
se  da  missão  de  São  Miguel  o  jesuíta  Hervera,  por  temor  da 
morte,  que  os  tudír^i  lhe  querião  dar  por  se  oppor  a  sedií.ão  o 
rol»0llíào,  que  intentavao,  foi  mandado  para  elli  o  padr»:  Bal«U  ; 
homem  conhecido  pela  sua  loti-epidez  e  resolução,  e  de  e^ípirito 
tão  zeloso  e  ai:»ostolico,  que  nenhum  perigo  o  atlerrava.  Com 
a  morte  diante  dosulhos,  reprehendia  continuamente  a  obsti- 
naçio  e  pertinácia  dos  índios  ;  e  occasião  houve,  que  o  fez  com 
tanta  violência,  que  lhe  sobreveio  uma  febre,  e  com  ella  uma 
eotennidale,  peU  qoal  c^tevo  era  pontos  de  perder  a  vida.  Na 
íortahiza  com  quu  se  expunh:*  aos  perigos,  e  solfría  os  tnibalho?, 
parecia  este  homem  ser  de  ferro.  Tratvalhando  os  outros  milio- 
nários muito,  nenhum  trabalhava  tanto  como  eile.  Padeceu 
injurias  e  atTrontas  que  lhe  fizeram  os  índios,  quando  estavam 
tumultuantds  prendendo-o  e  at4^  pondo-lbe  (como  se  costuma  a 
dizer)  as  mãos  e  a  boa  vontade  peba  grandes,  e  repetidas 
instancias  com  que  pro^-urava  redaul-<is  ao  que  ellps  summa- 
mente  repus^navam.  Na  relação  abreviada  se  diz  deste  jesuíta, 
que  acompanhara  os  índios,  quindo  á^is  aldèas  se  retiraram 
para  os  montoii ;  cousa,  de  que  se  lhe  faz  um  grande  crime, 
como  tarabom  ao  seu  companlioiro  o  padre  Adolfo  ;8emadverw 
tir*  que  esta  ida  nio  foi  voluntária,  ma^  viulenta,  e  constran* 
gida  dos  índios  ;  que  nao  querião  e^tar  sem  sacerdotes,  no  caso, 
que  lhes  fossem  necessariog  no  artigo  da  morte. 

Tanto  as^im,  que  pedindo  lhes  estes  dous  jesni tas  licença 
para  ii-em  comprimentar  ho  genenil  hespanhol,  talvez  pretez- 
tando  quei-erom  ir  ro^l-o,  que  lhes  concedesse  tempo  para  se 
mudarem  com  commodo,  e  nào  tão  precipitadamente,  s6  a  um 
derão  licença,  o  ao  outro  a  negarão.  Ao  inissionario  Adolfo  a 
BOgárrMi  pondo-lhe  logo  guardas  4  vista,  para  impõdir,  que 
ftigindo  ulle  não  âcassem  «em  sacerdote.  Ao  padr-^  Balda  per- 
raluirào  que  fosse ;  obrigando-o  primeiro  a  fazer  um  juramento, 
de  que  havia  de  voltar» 


REFUTAÇÕES   AS   (.AIJMNI 


115 


Recebeu  u  general  esto  jesuita,  não  só  com  bcnevoloncia, 
6  asrradu,  mas  purque  lho  cunstava  do  muito  que  ttnba  traba* 
Itiado  por  induzir  os  índios  a  traiisijiigraçíio,  o  tratou  rora  de- 
monatrapoea  não  indill*er«iitea  do  lionra  e  agradeclmeiíio .  Sa- 
bendo purém  da  promessa  jurafla,  que  tinlia  feito  aos  indíos,  o 
raandou  lo^o  voUar  recúmmendando  lhe  d ua^s  cousas:  1*  quf3 
puzesse  toda  a  tíua  industria  ena  impedir  a  união  e  caofedera- 
ção  dos  índios  ruansos  com  oa  bravos,  o  que  eutão  se  temia  : 
a  2  íoi  q^ae  continuasin  com  o  mesmo  empenho,  e  maior  se  fosso 
possível,  a  mover  os  i ódios  a  mudança  desejada*  Conseguiu  o 
padre  BalJa  a  primeira  com  trabalho»  mas  com  felicidade.  A  *>t* 
cooseguiu-a  não  era  tudo,  mas  em  grande  parte  ;  parque  indu- 
ziu rauitois  raíL  a  que  descerem  dos  raontea.  Eííta  foi  a  cooducta 
daquelhj  íieK  c  zeloso  missionário,  de  quem  cora  tau  la  deshonra 
descaradamení-e  diz  o  senhor  Gama  nestii  sua  nota,  «  que  foi 
uma  das  cabeças  raaiâ  lenazos,  o  o  qu©  mais  animou  os  índios  a 
rebollião:  como  se  o  general  hespanbol.  a  quem  havia  de  ser 
necessariamente  notória  a  sua  tenacidade,  e  não  houvesae  do 
prender,  e  segurar,  tendo-o  na  su;i  mão,  nu  sua  presença,  o 
dentro  do  seu  mesmo  arraial,  para  que  não  pudesse  voUando  a 
companhia  dos  índios  proseguir  a  animai -os  áqoella  rebelíião- 
Elle  que  o  rocebeu  nãu  só  com  agra-lo»  ma^  com  honra,  isignaí 
he  certo,  que  o  conheceu  floJ»  e  não  rebelde  ;  interessado  na 
mudança,  enãe  perr.inaz  na  rcbelliâo.  (VJ) 

Na  mesma  paíítna,,,  querendo  este  poeta  descrever  a  ba- 
talha, ou  para  melhor  dizer  a  esctirarauça  que  os  soldados  eu- 
ropeus ti  vera  o  com  m  índios  a»ii  eriça  nos.  tín^e,  que  ura  destes 
msii^  animoso,  e  intrepode  appareceu  no  campo,  qual  outro 
Golia«  a  desafiar  os  exércitos  de  Israel,  e  diz  assim. 


Ouira  muior,  o  ma.\&  atroz  calumnia  coutra  o  tnoiitrio 


Ot-nlil    luaiiccluj  pr»  ^unisilo,   e  iicj*cío. 
A   i|uem  ix  pupulíir  línuiija  engana. 
Víúdí>so   polo  eaiupú  discorria. 
Facundo  oí^tantiicão  dois  aouK  potinachoií. 
ImpfrUnpnte  e   de  Ta  mi  lia  esícura. 
Mas  rjuc  t  oha  o  <avoi'  don  cantos  padres, 
OmlãtJ,  H.ÍO  aei  se  In*  Cfrtn,  4U0  u  tivera 
A   esler  1  111  â»  por  orações  d<í   Balda, 
ChíHiiarâo-no  Baldi^tta   poi*  iiieiuoria. 
'líiiba  um  cavallo  de  iriãnchada   ptlb', 
Mais  viBtoho  íjiiíí  forti'  :    a   naluroza 
Ilutji  aiiitíiui  jíir-lini  pt>r  todo  <i  corpiJ 
Llie   tlohii\ou  :  e  í?i*a    JãtvliiJi    chamaiío. 
U  \iãh'tí  na   saudosa  -íesp  dida 
DéU'lli'o  cm  hiírnal    le  anior  :  -^  noUe  íigora 
tarando  ao  largo  com    11  ertos  tiros 
MíiitOí  loria,  e  a  todos  inquietava. 

«31-10  Tojioi.x%tu.  r.  I, 


14» 


REVISTA   DO   rXSTlTUTO   HISTÓRICO 


A  Qtim  versos,  que  ao  autor  piírocepão  eícuros.  aecentou 
esia  not«,  para  tjue  se  eniendíssem  melhor  :—  <  os  jeftiiitys  da 
«  Âmorica  uão  erào  tào  encrupulosfí»,  coido  afieciavâo  ^er  os 

<  da  Curopa.  Era  bom  fácil  aisLíoguír  oas  aldêas  as  índias, 
«  quo  gozavâo  do  Ikvor  doa  padres  da  mesma  snrte  se  díotia- 
«  guião  muito  bem  eu  ire  os  outros  os  rapazes  da  família*  Na 

<  Ásia  ora  o  miiãmn*    Lea-se  a  carta  do  Bi»po  de  NaukLa  a 

<  Benedicto  XIV.  » 

Tendo  Bât6  moderno  escrivão  dadu  ua  maieria  que  fez, 
tantos  e  tão  enorme£«  orros,  como  &t<^  aqui  temon  visto,  agora 
piura  maia  ajuda  lhe  lançou  um  borrão  ,  com  o  qual,  querendo 
escurecer  a  fama  da  Tirtudo,  que  g^nilmeote  corna  do  jesuíta 
Baldo  ;  de  tal  borto  maucbou,  e  deoigrio  toda  a  »ua  obni,  que 
não  sei  como  teve  cara  para  a  imprimir;  e  dar  ao  publico. 
Não  havendo  maldade,  delit>,ou  culpa  que  09  libertinos  inimigos 
capitães  dos  Jesuítas,  nào  t^-olj&o  ati.ribi]ido  a  e^^es  religiosos, 
principal roeute  n^sres  últimos  tempos, era  quo  soltílráu  oa  diques 
todos  ao  seuodio,  fun^r  e  mnlediceucia,  contudo  Den hum  liouve, 
que  em  matéria  doâbonef^ta.  ou  menoa  pui-a,  se  atravesse  a  cen- 
suraUoSi  por  temor  de  uâo  ser  aci^eilitado ;  tal  era  neata  matéria 
a  opíDmo,  e  cr^ditu,  que  conservou  sempre  a  compaohia  tão 
graode  o  táo  radicado  editava  om  todos  o  conceito  tia  sua  b*  neá- 
tida>le,  que  uâo  Jul^^árâo  aquelles  ímpios  ser  possível  com  Iodas 
as  suas  calumuids,  e  impoeiurtis  fazer  mud^l-o,  ou  ao  menos 
dimiBuil-o. 

Se  do  todo  este  fmmeoHo  numero  de  inimigu:^  exceptuarmos 
só  dous  :  um  o  senhor  Carvalho  na  sonteoça  que  cumpoz,  e 
estendeu  contra  o  missionário  Malagrida  [20)  dizendo  deile 
flatsa  e  'Ueivesamimie  que  nos  cárceres  do  haoto  officío  com- 
mettia  actrs  impuros :  o  outro  o  senhor  Gauía,  dantio  a  entender 
nos  aena  versos,  que  o  indiu,  a  quem  impnzo  nomo  de  Baldetia 
era  íilho  do  padre  Balda.  Xâo  ha  maíeáicenci.^  maior,  que  a 
deitotf  dous  caUtmni adores  !  Uma  só  diíToreoça  se  achu  entre 
ellos,  e  he  que  o  I*  fallando  geralmente  do^  jesuítas  europeus 
dizia,  que  nesta  matéria  erão  ac;iutwlaaos  :  o  S^afflrma  que 
atTectavão  ser  escrupulosos.  Do  8orto  que  quando  neslo  p^irii- 
cular  nào  critieavão  acçúos  externas  o  publicas,  uíto  deixavão 
de  inainoar  que  as  havia  Internas  eoccul tas :  imi  ando  ni^to  aos 
cães  famintos  que  não  achucido  cat  ne  investem  a  roer  os  ossos. 

Ora  eu  não  quero  ^;^i-  injuria  ao  bom  juízo  dos  meus  lei- 
tores, julí^ando  que  pelo  dito  simples  de  um  malodii^  jKírcâo  o 
conct4to  á'\  virtude  de  um  homem  estimado  por  todos  na 
America  por  míeéiunario  zelo*j  da  virtude  e  de  espirito  vurda- 
deirameote  apostólico  :  mormeuto  se  reíletirem  que  sondo 
mandiído  de  novo  imra  ^uellaâ  partos  o  padre  Hal  a  não  (lodia 
cm  tão  pouco  tempo  ter  um  fllhu  chamado  Baldetta,  capaz  de 
montar  a  oavallo,  o  faaor  as  africas,  que  finge  o  senhor  Gama 
nos  seus  versos  :  por  isso  nâo  me  canço  em  mostrar  a  fabídade 
desta  caiumnia,  entre  tôdn.sa  mais  enorme,  eoni  outra;^  provas, 
it  documentos  «^ue  aqui  prdia  pnjduzir,  Contento-me  só  cora 
rt'Aírlr  a  coramum  c  gerai  opinião  que  era  matéria  do  honosti- 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS  147 

dade  o  pureza  se  tinha  dos  jesuítas,  assim  na  America»  como 
na-  Ásia  ;  partes   nas  quaes  intenta  criminar  mormente  estes 
religiosos.  Na  America  os  Índios,  quando  ou  não  sabiâo  ou  não 
se  lembra  vão  do  nome  de  algum  jebuita,  os  termos  com  que  os 
davão  a  conhecer  erão  e^tes :  he  >im  daquelle»^  que  não   tratão 
com  mulheres :    o  que  certamente   não  dirião  se  alguns,  oa 
algum  neste  particular  os  escandalisasse.  Na  Ásia  sei  eu,  que 
um  regulo   não  podendo  acreditar   (talvez  porque  julgaTa  os 
outros  por  si)  que  os  je>uitas   que  naquellas  partas  viyifto, 
j)a8sem  sem  ter  commercio  com  mulh^ires,  secretamente  lhes 
poz  espias,  as  quaes  pagava  com  mão  larga,  para  que  os  tí- 
giasse,   e  observassem  dentro,  e  fora  de  casa  para  qualquer 
parte  que  fossem  ;  até  que  no  âm  de  muitos  mezes  não  achando 
indicio,  nem  fundamento  de  cousa  alguma,  em   que  os  pudesse 
arguir,   confessou   ingenuamente  a  um  delles,  €  agora   sim, 
agora  e»tou  já  persuadido,  que  viveis  isenios  de  um  vicio,  que 
6  tão  geral  e  commum  a  todos.» 

AUegue  agora  o  senhor  (iama,  par^  confirmar  a  sua  atroz 
impostura  :—  «  ^er  íacil  assim  na  Ásia  como  na  America  des* 
«  tinguir  nas  aldéas  as  Índias  favorecidas  dos  padres,  e  os  ra- 
€  pazes  da  sua  família.»  Como  se  todos  os  homens  iio  bem  e  que 
tem  vergonha  na  cara  nào  c<  stumassom  tratar  melhor  os  servos 
e  as  servas  de  casa,  di)  que  a  outros  que  nonhum  serviço  lhes 
fazem.  Se  isto  fosse  digno  de  nota,  oa  daqui  se  pudesse  inferir 
alguma  culpa,  bem  aviados  estavam  os  príncipes,  os  fidalgos, 
cardeaes,  bispos,  e  ainda  os  mesmos  papas,  os  quaes  todos  de- 
sejão,  que  os  seus  pagens  e  criados,  que  os  seus  familiares,  e 
servos  andem  mais  decentemente  vestidos,  sejão  em  tudo  bem 
tratados  :  pelo  moço  se  conhece  o  amo,  e  pelo  servo  o  senhor. 
Allegue  também  muito  embora  a  carta  do  bispo  de  Naokim 
ebcripta  a  Benedicto  XIV  a  qual,  se  alguma  cousa  diz  a  seu 
favor,  e  contraria  a  geral  reputação,  que  todos  tem  dos  jesuítas, 
deve  ser  avabada,  como  apocrypha  e  calumnioea ;  como  são  as 
de  Frei  Bernardino  de  Cardenas,  bispo  do  Paraguay  e  de  D.João 
Pai  kfox,  bispu  de  AnKClopoli,  as  quaes  já  a  toao  o  mundo  he 
notório,  que  não  tem  autoridade,  nem  merecem  fé. alguma. 

Lea-se  o  XV  tomo  da  collecçào  de  Fossombrone  que  tem 
por  titulo  :  verdade  defendida  por  si  mesma  (21)  e  ali  se  achará, 
ou  que  forão  retractadas,  ou  convencidas,  de  falsas  ;  como  são 
também  as  notas  do  nosso  poeta  Gama.  Ouçamos  agora  as  que 
se  seguem. 

Na  pagina...  se  encontra  esta:— «ainda  que  os  padres 
«  tinham  armado  os  Índios,  e  feito  quanto  podião  para  os  disci- 
«  plinar,  contudo  estavão  bem  longe  de  pf)der  resistir  as  tropas 
«  regulares.  Era  necessária  muita  crueldade,  para  entregar 
«  aquelles  miseráveis  a  morte  só  por  ambição,  e  capricho •> 


ÍM 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Oa  joiíuitAé  !ien)  aftnftrâo  ntm  dlsoiplioarào  os  trjúloa 


Ao  ler  esta  nota,  quem  se  oão  ha  de  persuadir  que  os  je^ 
aiiitaa  hespanho^ã  antes  do  Irera  para  as  míssoeDs  não  só  apreo* 
difio  a  língua  dos  índioa  par.t  poderem  iiell;^  exercitar  os  seus 
santos  raiDiãterios  seoílr)  também  a  arte  militar  para  sabor  dis- 
ciplinai oá  em  todo.-i  os  manojoj,  o  evoluções  que  se  praiieão  oaa 
guerras  ? 

Como  80  onde  fazer  as  miirehas  o  cootramarclias,  o  as 
retiradas  a  tooipo  e  som  piTígo  í  Os  bloqueio:},  o  ím  asfaltos  ? 
Em  uraa  palavra  oxorcital-os,  ^vra  todas  aquollas  maoobras, 
re/í^rat,  o  preceitos»  quo  oneioão  os  livros,  que  tratão  desta 
arte.  Mas  o  caso  lie  que  ns  misáionarios  nada  disto  sabiâo,  nem 
apriíndíâo.  Todo  o  sou  estudo,  o  empenho  ura  o  maníar  bom  e 
fooi  deíitreza  a  es^tada  da  pnlavra  do  f)eos,  o  o  escudo  da  pa- 
cioucia  conira  as  tropas  info?  naes,  e  os  seus  aOiadoa  ;  ou  fossem 
em  paizes  bárbaros,  ou  om  eatbollcos*  o  civilizados  como  at- 
toâtão  em  ^euâ  bn.^vea,  e  bulias  todos  os  pontitices  desde  o  pri- 
meiro que  confirmou  a  compatibÍA  até  o  ira  mediato  predecessor 
daquetle,  que  a  supri rnio.  Veixlade  ho.  que  na  America  os  índios 
ou  sejã-L»  bravot  ou  mansos,  todos  andão  armadoíí ;  mas  somente 
de  arcos  e  íittcha«  ;  m^m  jam  iis  vão  a  campanha,  ou  se  intoruio 
DOS  mattos  ^era  i ovarem  ©st  is  armas,  ou  pan*  so  dofendurem 
das  feras,  quando  as  encontrão,  ou  para  caça,  que  obviam^^nte 
•8  lhes  offertíce.  Xo  exorcii^io  destas  armas  se  exerci  lao  com 
emulação  uq^  com  09  outrirs  do^c  menío«>s  :  e  pur  esta  caui^a 
íôo  lào  dootrns,  quao^io  adtiitos  que  n<'  ar  atrav»*ssâQ,  e  matào 
qualquer  pássaro:  e  muitns  não  tnizera  mais,  quo  duas  frechas, 
porque  é  rara  a  veí,  que  vejão  frustrado  o  primeiro  tiro,  isto 
supposto,  seria  cousa  supérflua,  o  redicula  quaror  um  européo, 
6  especialmeate  um  jesuita  missionário  disciplinai- os  do  us^,  e 
exercício  destas  armas. 

Até  aqui  cr»ncederá  o  senhor  Gama  ;  mas  dirá  que  nos 
oDcontros  maiores,  o  om  la  trilhas  mais  8<'rtas,  não  usavâo  das 
sobre títas  armas.  Assim  he:  masque  inferiíiioâ  «la^^ui  f  Que  m 
missionar ins  Inermes,  e  n/ida  perito?  nus  manejos  a  evoluções 
mUitares  disciplinarão  oa  imlios  parii  rosistirum  na  occas  ão  de 
que  vamos  fnllanao  as  tropas  n  guiarei^  doji  soldados  européos  f 
Que  ignorância  !  Que  loucura  !  Ou  indíos  daquolliiâ  p;irtoâ  ha 
mafs  de  um  século,  com  expressas,  o  repetidas  orJeos  doa  reis 
catbolieus,  como  cunst^i  da  hisioria  do  Paraguay,  cstavão 
instruídos,  o  disciplinados  em  outras  armas,  que  nao  eráo  os 
seus  arcos,  e  as  suas  frechas.  D&sdo  o  anuo  1637  até  o  de  1735 
sabiram  estep  de  suas  aldôas  a  Z4  etpeJiçõe^^  todos  armador  ao 
uso  da  Europa, 

Em  ura  Decreto  de  :í5  de  Julho  do  1669  dirigido  ao  vice-rei 
do  Perii  se  lé  uraai  ordem,  na  qual  Jie  manda,  que  os  índios  do 
Paraná,  o  Uruguay  tcobão,  c  UB*^m  armas  de  to^o,  appmvanlo, 
«revalidando  os  íiecrctns  aiiio  iorea  já  SH.jbre  esto  i»o»'to. 
Havia  tamljem  ouíra  ordem    cxpoiida  no   anno  do    1716  a 


RT-Ft  TACÕES 


CAt 


149 


D.  Fíniao  Maurieío  de  ZíiYidUtj  provininJo-o  o  almoestAiKlcí-o 
a  quo  estes  indios  96  conservassem  -sDiupro  arrnadoií  o  que  con- 
tinuaasom  como  ató  ali  o  maiiojo  das  Firmas»  na  rabnc;i  daí* 
mearnas  e  de  todo  o  género  de  niímttõos.  D*ondo  so  vè  qiio 
militeis  annos  antos  d;i  chamada  guerra  jà  ostíivão  os  iodios 
instruídos  e  disciplimiaoa  oo  u^o  das  nriuns  de?  fogo,  Mas  por 
qtiGm  ?  Pelos  j es uitaí',  como  áqiii  diz  Ailsaraontc-  o  senlior  Gama? 
Certo  que  não:  mas  sim  por  í»ííieiaoa  da  milicia  hespafdiola,  quo 
ali  erao  maadadoii  u  esU}  ílm  ;  e  para  to  mm  oiu  líustodiii  uo3 
armaaons  reaes  a  pólvora,  f  liaía  neceasaria  para  ns  occasiuos 
do  arutírra.  Sondo  porOm  os  iodios  por  sua  natiiroxa  rudos,  o 
por  costume  maia  oxorcitados  no  uso  do  arco  e  frechas,  quo  no 
daâ  o>pingardag,  não  iio  do  admirar»  quo  nio  pudes^ona  nem 
soubessem  resistiras  tropas  regulares  doa  europeoa,  Esta  des- 
igtiaídade  o  dilteronça,  conhecido  muito  bom  os  jeiuitas  e  tanto 
a  conbeciáo,  que  esta  era  a  maior  rasáo,  entre  outras,  porque 
lhes  díassuadiào  a  guerra,  o  Ibes  obslavào  a  resistência.  K  a 
vista  desta  iunocente  conducta  das  raissionarios,  se  atreve  a 
dizor  o  senho,"  Gama»  «  quo  elles  não  obstante  terem  armado,  6 
disci|jliQado  os  iodios  por  surama  sua  cmehlade,  levados  da 
aral>ição  o  capriclio  os  eíitrogavão  a  mt>rtn  *»,  não  os  tendo  ellos 
nem  bom,  nem  mal  discipimãdo,  íiera  arrnado  ;  atites  polo  con- 
trario dissuadido,  o  quanto  lhes  íbi  possível  embaraçado  a  oppo- 
sição,  G  a  guerra;  ho  aonde  podo  cliogar,  a  nialodiceticia.  Diga 
assim  moito  embora  e  com  verdade,  f|Uô  íbi  crueldade  grande  a 
dos  portuguezes,  hespanhoes.  y  ííacriftcar  tantas  vidag,  e  o  der- 
ramar tanto  sanííuo  d  wjuelleu  pobres  nenphytos,  ovelhas  mansas 
do  rebanho  de  Jesus  Chrisio,  quo  uão  pediào  outra  cousa  raair* 
para  stia  violjntit  transmJí^raçao,  que  o  tempo  nacjssario  para 
conduzi rom  com  comraodo  o  sí^u  gado,  os  seus  bons,  as  sua  mu- 
lheres e  filhos,  os  velhos,  e  os  doenies;  o  qu^^  jamais  se  Ihea 
concedea.  Isto  6  que  foi  <^ruelJade,  isto  é  que  Ibi  sevícia  e 
tyrannia. 


CANTO  in 


Torcoirft  Cl liLiniitfl.  mão  in4''nii  alr^ojt  t^ua  via  t|iin^  an« 
toccdenltífl»  contra  o  jr^tuila  lUMa. 

Não  contente  esto  satyrico  poetii»  peior  que  n^nhiun  outro 
da  gentilidade,  possuído  verdadeiramente  do  ospit^i tu  da  maledi- 
cência, e  também  da  iminundicia  pelo  muito  que  se  deleita  om 
faltar  em  cjuaaa  o  matérias  deshonesta^,  e  impudicos;;  oao  con- 
íento,  digo»  de  contaioiíiar  com  uma  fin^^ida,  mas  di  simula  la 
calumnia  no  som  cauto  2"  u  solida  e  bem  funda  !a  opiuiào  de  vii** 
tu-íes,  que  tiniu  eui  toda  a  America  ojesut^fj  Bald;u  t>rna  nesto 
canto  .'l'^  som  rebuço  já»  ea  í^ara  descoberta  a  infamai -o,  nao  nú 
úe  deshoneatOi  mas  de  homicida,  qLJal  outro  David»  dizendo  delle 


150 


HEVISTA   DO    IVSTITÍITO  HISTÓRICO 


DOS  seus  versos,  que  anim.lra,  e  maDdàra,  a  guôrra  o  Índio  Ca- 
cambo  pani  que  d<'8enibaraç:id*»  da  sou  presença  guZAfe»©  «nais 
llvremoote  da  companhia  de  aua  Cíinsorie,  e  quem  d4  o  nome  de 
Lindoya;  o  que  toruíirido  este  tle  campanha  não  eísptíra<lo,  o  en- 
cerrara em  um  carcoro,  e  flnalmonto  por  Tirr>jde  de  um  des- 
coohtícidu  liqui^íur  o  matara  ;  para  mo  poder  mais  ue«ta  vâda 
fallar  com  a  <i:tta  stia  consorte.  Com  esios  amores  L-himericos,  ou 
enthiisii^íTiQsamorosoa,  julgou  talroz  o  nosao  poeta»  que  diver- 
tiria os  leiloros,  o  Hiria  nuas  voltiTnusa  a  sua  canção  ;  auppríndo 
a  faltade  acçues  verJadeirauiente  gr.mdos  do  seu  h eme  com 
delidos  fingidos  esupp^iStus  do  um  innoceiue  miss^mnario  jo- 
suita.  Mas  nao  ndvcrthi  esto  raiáoravel  o  iufelix,  (aí»im  lho 
chJirao,  porque  é  dUuo  de  compaixão)  que  não  basf^a  a  hn^fua  de 
um  muleilico  liljertiuo,  nem  a  peuna  de  um  p^jCia  salyrico.  o 
sobro  saty rico  adulador»  para  deturpar  e  c^-urecer  a  íama  do 
qucra  é  tido  o  avaliado  geralmente  p^^r  vlrtU'»àO  e  santo,  So  isto 
bvstasse.  que  estimaçào  jfozaria  hoje  no  rauodo  um  Santo  Atha- 
naxio.  umS.  Pedro  martyr,  um  B.  Henrique  Susone.  «mbns  do- 
minicanos, e  uma  Santo  Iriri  |>ortugueza,  todos  infamados  em 
semi^lhante  matéria  dccaatululopor  boccas  de  gente  ma*  vivente; 
c  infinitas  our-ros  que  pcid  coram  na  bua  fama  pelas  linguas,  o 
pennasde  malevolus  oalumníadoros  o  que  tiojo  aj)ezar  dus  sons 
contrários  os  vemos,  uu  postos  nos  altares»  ou  tiio-í  vm  grande 
voneraç.io  ? 

Esta  falta  dr»  advertência  não  tovo  o  Sr.  Gama  e  por  isso 
met^mo  nmius peccatum  hnhti.  Si  com  esta  sua  impostura  osti* 
vmm  per-íuadido,  que  nâo  perigava  a  Cama  e  bom  nome  do  P. 
líalda,  menor  8o*ria  a  sua  niipa  ;  crendo,  porôm.  e querendo  que 
com  o<ç  anioresj  que  flng<t  nos  sons  v^^rsos  perde-se  aquelle  tp^ 
loáo  misHÍonario  a  opiní  lo  á^i  vi-tude  cfu  quo  oitava,  ií  jii^^ta 
mente  mor  cia,  ó  p^ccalo  máximo  »' que  seni  irremiâsivel,  se 
arrepe  dido  delle  ao  nào  i*etractar  do  que  escreveu  ia  Isa  mente* 
som  vergonha  e  soju  ooíiscioncbi ;  peio  que  agora  aqui  refirípei 
autbeniicado  por  pessoa  vendlea,  «lue  presenciou  que  na  roal 
lidude  siiccedeu  com  o  sobredito  índio  Cacambu.  Primeiramente 
não  consta,  nem  se  pôde  averiguar,  qno  eáte  indio  tivesse  por 
consorte  iuília  alguma  cora  u  nomu  de  Lindoya  n«ra  que  houvesso 
mulher  no  mundo  com  esto  nomií:  razão  porque  se  podo  argu- 
mentar, que  assim  o  nome,  como  a  mullier  são  fin^''i mentos  do 
poiíU.  Era  segTindo  In-ar  »^  falso,  que  u  índio  Cacambo  fossí^  prín- 
cipe, descondonte  do  sangue  real,  nem  a  sua  ef>poRa,  como  diz 
o  henhor  Gama  nos  seus  versot*  ;  nâo  tenrlo  existido  jamais  n a- 
quella  parto  meridional  da  America  nom  rei,  nom  roqoo  ;  mas  só 
antigamente  no  México,  o  no  Peru  ;  paizes  a^saz  r  'moios  das 
aldâs  do  Uraguay,  aonde  eítavão  o»  jesuítas.  Vamos  agora  ao 
gue  de  certo  cooãta. 

Era  o  iniio  Cacambo  ura  daquelles  muitos  que  vivião  na 
mis?âo,  pa'»  ondo  linha  Ido  o  P.  HaJda,  como  superior,  para  os 
movor  a  tran^migracào  qut*  se  protendia:  o  sendo  Cacambo 
activo,  orgxillioso  e  íotrôpiilo  por  natureza,  se  animou  a  ir  i*e- 
coniiccer  as  tropas  auxiliares,  o  lambem,  segundo  dizem,  a  ir 


RHFUTApJES  ÁS  CALUMNIAS 


151 


falia r  ao  seu  chefe  ou  general.  Causou  esta  ida.  ym  grande 
temor  aoi demais  indioa  ;  o  pjrqae  lhe  conhecião  o  geoLo  nus* 
peitarão,  qua  Ibes  era  trahidor,  indo  av  sar  os  inimigos  das 
mi^as  6  raaoeiras,  com  as  quaes  oa  podiâo  facilmente  vencor,  e 
destruir.  Conflraiarào-í*o  nestn  suspeita  quando  virão  quo  tor- 
nava piira  aidoa,  uào  sÓ  sem  le.^ao  alguma,  maa  jactancíos  j  o 
soberbo :  cegos  com  esta  doconftança»  qui^^f^rão  logo  raatal-o; 
ao  que  se  oppoz  cora  toda  a  efficaei'4  o  P.  Í^Ma  ;  compadecido 
narealídale,  e  nao  pur  ironia,  (como  diz  o  senhor  Gama)  da 
desííraça  do  pobre  indio.  Elles  porem  obedecendo  já.  pooco  oa- 
quelJe  tempo  aos  raissionavios»  do  qn^m  também  já  dascon- 
liavâo,  por  grandu  misericórdia  se  roâol verão  a  encarcoral-o  ; 
asdm  por  impedirem,  quo  lhes  fo^se  trahidor«  se  amda  u  não 
ti  D  ha  itidot  00  pura  que  por  vingança  o  oao  tjuízoss  s  ser.  Von- 
d<i-S6  Cicaííib  I  encarcerado,  e  sem  liberd  ide  para  poder  sa- 
tisfazer ao  ííenio,  quo  o  predominava,  enchenilo-so  do  raiva,  o 
de  furor  frenetic  i  em  poucos  dias  acabou  a  vida  (cousa  muito 
ordinária  uo3  mliofi,  o  morrerem  quando  querem). 

Esta  realmente  foi  a  verdELdoira  causa  da  prisão  de  Ca- 
cambo^  e  esta  também  a  'la  sua  morte;  sobre  a  qual  ftogio,  a 
arahitecuira  o  senhor  (iarai  tola  aquella  grande  ihachína  de 
mentiras»  quantas  se  lem  noa  seus  versôs.  e  nas  suas  prosas,  ou 
notas  não  íjó  para  enriquecer  o  aeu  raasq ninho  poema,  liuaoto 
parc&  adular  o  senhor  Carvalho,  sou  Mecenas;  calumoiaudo  e 
infamando  os  jdâuí  as.  Digo  calumniaodo  o  infamando  osjo^ 
snitaã,  porque  neato  tí^rceiro  canto,  além  de  ílngir  o  P.  Balda 
amauct^bado,  o  ânge  também  homicida;  authen^ican^lo  este  se- 
gundo augimonto  com  o  qtie  traz  em  uma  nota,  na  pagina, ...  a 
qunl  diz  asstm:  «  quanto  a  miúdo  se  fiirvào  05  jestiJas  de  temC' 
«  Ihanie  e:rpedicnte  (iaio  he  de  licor  vonoQoso)  nos  casos  mais 
«  aportados,  ^(yo  pode  ignora**,  quora  nunca  leu  a  historia.  A 
«  morle  improvisa,  de  lonoconcio  XIll,    quando  estava  de  todo 

<  ro«oluttj  a  pôr  robro  nas  iie;*ordens  dos  jesiutas,  ainda  não 
*  houve,  quem  puzesse  em  duvida  ser  obra  dos  mesmos ,  A 
€  mesma   sorte  teve  o  cardeal   Archioto,  Em  Ruma  he  cousa 

<  publica,  í mente)  que  o  cardoíil  Passionei  morreu  do  um  accl- 

<  dent«  jesfiitico.  Eííto  incoraparavul  purpurado  dissera  al- 
«  gumis  v^zes,  que  esperava  ler  o  gosto  do  vur  antes  da  sua 
«  moi^tea  rx^uí  exUnCcçào  da  comr*anhia.  Os  jesuítas  li  verão  o 
«  orgulho  do  fazerJhe  este  epitaphioíiomi  nico  S.  R.  E.  ear- 
«  deal  Pas»ione(  S.  J,  3iii>eritei8.  > 


Rfiput&.sâ  umft  iotigm  CAltimaU  contra  ou    jejiultaji,  cuja 
t«rem  com  veneno  soti   «eo«    inltiUgos. 

Senhor  Gítma.  muito  atrasado  está  vossa  mercê  na  arte  d© 
criticar,  h^^jo  tão  cora  mura  a  todos,  o»  que  ao  pre  ao  de  noticio- 
sas e  eruditas  ;  pois  a^edita  por  certas  cousas,  as  quae$  não  ha 


152 


REVISTA   no   INSTITUTO   HIí^TORICO 


Iiomom  pmdontp  qae  a^s  nao  tenha  por  faláas*  Fallomug  clapo  ; 
isto  *ine  he  darem  o  jesiiUíis  vent*Du  ao;»  papas»  Ciirdeaeii  o  reia» 
são  ínsturins  da  caràcftinhu  uu  cuuImS  cIís  velfias,  qu6  do  prin- 
cipio da  compaahia  invootárâo»  e  ©spalbárâa  os  erauliS  desta 
tão  util  e  saiitíi  roligiào  para  alterar  o  povo  o  ftzel-o  pnrsimdir, 
íjuo  os  josiiitaií  não  orão  tilo  bons  como  pafocião  ;  antes  polo  coo- 
trario  trabidoreg,  infleis,  ambípingus,  c  o  que  mais  t^  feiticeiros. 

E  a  que  fim  /  Pavn  qnti  smi  io  despre^dog,  não  lomas-^í^m 
03  povo3  osseu3  consoitioSt  nsio  3eg'iiÍBsom  as  suas  doutrinas,  oâo 
úuvisíiom  os  8€n3  sormõns,  nâo  rrenuoQtassora  as  auaa  osco  ias, 
nom,  íiníil monto,  so  guiagSíTu  pelas  s^uas  maximad  e  dictaraos  ; 
poniuQ  &ò  então  podia  francaiiit^nto  reinar  a  libertina^om,  tri- 
umpbar  o  vicio,  adoptur-so  o  muterialiamu»  o  deismo  o,  uvlvoz, 
tambdfQ  o  atheisíno  ;  mas  como  todos  os  homens  de  bora  juizo  e 
racit  cinio,  e  dotados  ao  menos  de  sento  cummura,  estimarão  fa- 
bulosos estes  delictos  (tantas  vezea  diismen tidos),  como  na  ver- 
dade erão»  continua vâo  os  jesuitaa  a  exercitar  os  sagmdos  mi* 
nistwioíí,  diminuição  do  seu  ciiedito»  sem  minima  decadência  da 
sua  roputa^âi>,o  bDiB  nome  ;  victorioso  sempre  doa  scuainimigoB  ; 
amados  dog  f>on3,  lí  só  aborrecidos  do>  máos.  0^  ptíiitiflcea  os 
eu  chião  do  mil  bênçãos  e  louvores:  os  cardeaes  os  qiierião  por 
seua  theuli^gOíj  e  confessores:  os  reis  lhos  entrogaváo  a  direcção 
de  suas  consciências,  e  de  toda  a  sua  familia:  os  bispos  m  cha- 
marão coaíijutorea»  os  mais  lieis  do  seu  pistoral  offlcio;  ou 
fosse  oníro  fieis,  ou  bárbaros,  era  incancavol  o  seu  zelo:  eni.re 
fieis  extirpando  vicies,  e  plantando  virtudes:  eutre  barl>aroB 
arrancaudu  a  idolatria,  o  dilatando  a  fé:  mas  por  osta  causa  em 
toda  pari«  c^ítimados»  vennrados,  o  sipplaudidos. 

Agora  per;^'unto  se  os  homens  que  leom  hiatjrfas,  quaet  são 
os  que  acima  apootní,  achassem  neílas  ornais  leve  fundamento 
para  prndentemonto  jiilj^ar,  que  os  jesuítas  araiuío    veado-se 

<  em  caso:-)'  apertíwlos  se  dcsembaraçavao  delles.   usando  do  ez- 

<  polionlo  de  matar rom  ven<Tno  os  quo  lhes  orão  contrários  i>, 
ostimariãx)  estes  ocultos  trabidore^i»  e-sl/s  diasimulados  homi- 
cidas, estes  assassinos*  e^toa  tyrannos  ^  Cer  lamente  nao.  Lugo  se 
08  honravào,  se  os  appldudião.  era  por  serem  chímerieas  des- 
tltuidas  totalmente  de  venlade  aquell-^s  morte.^  attribuidas  a 
eltlca{:ia  de  veneno  dado  pelos  jesuítas.  Isto  stip  posto,  que  maior 
loucura  do  que  traztír  uqui  a  meiíioria,  que  a   m'>rie  itnprovisa 

<  de  lanoccticio  Xll[  fora  obra  doi  jesuítas,   e   que  a    mesma 
«  sorte  tivc^i)  os  cardoaea  Archínto  e  Paasiooj^,  morto»  do 

umaccídeaie  jesuitico  f  liastando  papel,  e  pondo  em  publico, 
como  se  fos^iem  certos  uns  f.icios,  qtie  nenhum  Iiomom  ^itie 
disoorre  pode  ter  por  verdadeiros.  Se  os  pontiflcos  que  sue- 
codei^u  no  sólio  áquelle  papa,  ao  menoâ  entrassem  na  sus- 
peita, por  maia  leve  e  minima  que  fosse,  de  que  os  jesuítas  lhe 
tinliao  dado  a  morto  com  veneno,  não  prucurarião  examinar  a 
verdades  ívchando-a  iiao  os  casiifíarião  com  pena  igual  iV  atroci- 
dade de  dcílicto  tão  execrando  f 

Pois  nada  disto  tízerão  todos  olles.  Continuarão  a  honrar,  a 
louvar «  e  exaltar  at^   as  estreitas  esta  religião.    Ma i;^  ainda: 


REFrTAnOR^  Ar  catjníxivs 


t53 


se  o?í  ca  rd  oa  es  A  'liioto  o  Piis8ioncÍ  tivôssoni  sido  vlctlraas  doa 
veneiKJs  jeaniticotí  dw.xaria  por  ventura  a  papa  elemento  XIII 
do.  o  saber  í  K  «dbendu-^  pasaana  a  bull^«  Ap  *siolicum,  oa  qual 
ex  motnm  próprio,  ei  €oa  prúpria  scUniia^  náo  í^íi  contlrms  ô 
íip prova  tlô  ri  ►vo  a  c^mpanliiií,  ni:ts  a  louva,  o  engmndece 
pelo  gTiiOde  benii  o  utilidifcíie,  4110  soiupre  iV^z  iios  pmximos  por 
meio  df5  todos  n^  seus  ministork^a  ^  Ainda  nno  fllsíio  tudo*  Se  o 
papa  i mine  Jiiito  successur  df*  Clom^^nto  XIIÍ»  t>  qviiil  consTran* 
^niío  (Io  ilguns  príncipes  ab.dio  (3st.a  reliííião,  ti  vosso  nilo  diíjo 
j;l  por  cef.o,  mas  ao  monos  por  provável  o  dovido^o,  (luo  03 
jasuilLS  tinháo  sido  um  alt^um  temçio  autciroB  da  morto  de 
alguns  prineipe*%  pimtiOces,  eardeaeas,  ou  roL-^.  omittiria  no 
seu  iirov^eáto  tão  iclovante  o  forçoso  motivo  de  as  oxF,itiguir  ^ 
Ce  rume  11  te  nkr.  pois  leia-ao  o  ««o  Ur  edito  br  ove,  o  nolle  se 
não  achará  clausula  alguma,  que  indique  uma  Ião  abstirda»  o 
atroz  maldade  por  eateá  religiosos. 

Sr.  Gama,  íG  os  jesuítas  sou bosBom  manipular  voaenos,  e 
doUes  se  servi!*ííem,  nos  casos  upertaitoii,  nào  só  haviam  de  dar 
aos  papas,  aos  cardoaes,  e  aos  reis,  de  quem  sempre  foram  es- 
timados, e  favorecidoH  ;  hiviam  do  dal-oa  áquelles  queaempní  os 
persogutram  o  ítifamararn  ;  .Iquollos  que  nesl&s  yUlmo^  tempos, 
dispeedoodo  grandes  somiii;i8  dt*  dinheiro,  a  torto  e  m  direito» 
como  dizom,  procuraram  a  sua  total  rtiina:  entro  os  quaes  tom 
um  lurando,  o  diátiocto  Uig^r  o  Sr.  Carvalho,  al«Hn  do  outroíi 
que»  o  seguiram  ;  os  quaoá  tolos  conhetídoíí  er  un  raiiíto  bom  doá 
jpsuifias  ;  eabondo  com  evidencia  que  delloa  lhes  vinha  todo  o 
mal,  que  exporiment  ivam  e  temiaio. 

Mas  so  t-jdos  estes  seus  contrários,  ou  ainda  estão  vivos,  ou 
já  morrerão  nos  s^eus  loitos,  b  mu  bíív  fie  accnknte  jesuitic)^  que 
maior  prava,  que  o^tes  roligiosiíí,  uem  a  miuío,  nom  paras  ve/es, 
se  serviram  fio  ex^pediente  do  dar  á  íooite  aos  seus  adversários, 
com  um  litor  desconherido?  Sii  e,'^tas  ra7í>e>i  não  con vencem,  ô  o 
Sr,  Gama  um  daquelles,  dos  quaes  ae  diz,  que  cum  fu^tibus  esi 
af/endum,  Afit.es,  porém,  que  pasiseinos  a  outra  couza,  direi  duas 
acerca  do  epitaphio  do  cardeal  PassioHoi,  A  primeira  é  oão 
julgar  eu,  que  ôâte  incomparável  purpurado  lançara  pela  boc^a 
fora  aquetla  tao  hnpia  e  absurda  proposição:  de  esperar  ter  o 
gosto  de  ver  untes  da  sun  marte  a  íoial  e^ctÍn€\no  da  companhia , 
Mas  se  assim  foi.  í  seja  elle,  ou  não  8td  i  jesuita  )  nunca  mâo  dòa 
a  quem  po'/,  ou  compoz  o  epitaphio:  Dominico  s,  R^  li.  card, 
Passion  S,  J.  super t es»  A  um  tal  de.sejo  convinha  uma  tal  ins- 
cripção.  Se  o  Sr.  Carvallio,  sondo  morto  a  tantos  annos,  fOi?so 
já  sepultado,  também  se  lhe  podia  gravar  na  uraa:  ^gbastiano 
Júsepho  de  Qtrvalho  p  Meilo  Porlwjaliiae  Admisiro  Soctef  is  Jesu 
superies,  porque  apezar  das  excessivas  o  extr  mrdioarias  diligen- 
cias que  fez  para  extinguir  a  f^mp^nhia,  eile  ji  eí?ta  iiiorto^  ea 
companhia  aiiida  vivo;  eonst^rvaudo  a  Deus  intacta  com  altís- 
sima providencia  entre  sai^matico^.  Já  que  f^d  com  som  ma 
injuria,  rejeitada  dos  catholicoíi.  Desta  panaai^emoi  a  outra  uota. 


154 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


VniMM  «»lnn]Dt&a  OiigidM  p«Io  po6i&  oonlf  a  os  ia- 


Ka  pUj^ina...^  diz  assim:  <  os  indi<ja  davara-sd  íDtoirameao 
t  a  stipertições,  e  tinh:im  mo  s6  por  vorosimil  amho  por  ceita, 
€  (jiiania  extravagância  se  pode  inmgtnar  nesta  matéria:  vt- 
€  viam  na  mais  crassa  iíTOorancta* 

€  Não  Ihe^  era  licito  saber  mais,  que  aqtiiHo  que  podia  ser 
«  de  uMlidade  n  cumpanbía.»  Toda  a  dotitrína.  que  Iho^^  onsi- 
aavarn  se  rodozia  a  aiemorísal-os,  com  o  inferno,  <  se  não  o1»- 
<  deisessem  em  tudo  ao.^  seus  s:in  tos  padres».  N&o  ha  n[ii5ntiL-  mais 
des<'ar&do.  r^ãu  h^  clausula  nesta  nota,  que  e>Vja  iseoti  de  íal- 
sidade.  Primei raraootPij  «o  falia  dos  indioa  ija^  missões,  e  que 
estavam  nvs  aldèni  diriííiííag  pelos  jezuitas,  (como  aqui  dá  a 
entender  que  falia,  fiizendk>  visionaria  Tanajura  muito  ami.^a  de 
Lindoya  )  ili^ro  ser  uma  ífrossa  mentira  aíBrmar  que  inteiramenU 
fe  flavnm  a  superstições  ;  antes  era  tanto  pelo  contrario,  que 
succedendo  virera  elias  a  pratica,  viam,  zombavam  e  escarne- 
ciam, por  terem  nc^sta  mater  a  tanta,  ou  mais  instrucçãa  do 
que  tem  niuiíos  rusticoa  nas  aldêis  o  term^  de  Portugal.  Com 
isto  oãu  quero  negar,  que  se  achas  o  um,  ou  outro  que  tive?so 
por  máo  11» ouro  o  encontrar-s^e  de  madi^ugada  com  tat,  ou  tal 
animal  ;  ouvir  cantar  este  nu  aqiielle  pássaro  nunca  portara  com 
adhesio  tflo  flrme  que  immuvelmimle  asinutasse.  havor  de  acou- 
toctir-líu)  aí«um  infortúnio.  M.is  ^juanto  ha  ne:ste  ^nnoro  entre 
03  europius?  E  por  não  irraos  roais  loníie,  quantorí  capitães,  e 
pilotos  portuguoz^s  nilo  querem  sahir  da  barr  i  de  Lisboa  em 
certos  dí  bS,  que  llics  c  tia  mão  aziagos^  Quantos  Pspt:(so3  se  nilo 
querem  receber  no  moz  de  noveròbro,  tendo  \í\jr  roáo  agouro 
Cttsar  no  inez  dos  mortos  f  Na  noite  de  S.  .loâo  qu^^  cuuzas  se  nân 
Akzem  em  Poi togai,  p  ira  delias  agourar  o  estado,  que  se  ha  do 
ter,  e  as  fortunas,  ou  dosgra^is  que  se  lhes  hào  de  s*>gutr  f  È 
com  tudo  nem  os  que  isto  fazem  são  Índios»  num  se  dizem  dados 
a  supêruttçôex ,  Até  aqui  pi^lo  qu^^  pertence  a^s  índios  mansos,  n 
qoe  residem  em  atdéns.  \xilj  que  respeita  pois  aos  bravos,  e  que 
nos  matos  vívom  a  lei  da  natureza,  não  duvido,  que  haja  alguns 
verdadeiramente  supe  sticir^sus ;  mas  que  culpa  tMn  ou  missío- 
n«irios  d»s  suas  superní^rit^s.  não  sendo  seu-s  pastares  nom  otles 
suas  ovelhas  f  Dum  mio  duiido  que  aiguns,  [lorque  de  certo  se 
sabe,  que  nem  toJos  são  in ficcionados  deste  miiL 

Quando  descer  •m  dos  tiosquí-s  para  se  ostabolecením  em  al- 
deãs as  duas  nações  dos  Murumanos,  o  Gttiratybas,  om  nenhum 
daquelles  IrMios  se  achou  indicio  algurn  daquelle  vício  ;  antes 
cooíita,  que  uma  iodia  das  Muruaoas,  depois  de  estar  mui  lo 
tempo  na  mÍ!?isào  sem  saber,  i}uoooaza  eram  superstições,  as  foi 
aprender,  o  talvez  praticar,  om  casa  d©s  portuguezes,  com 
outras  maldades  peion^s;  qú  possível,  que  um  homem,  que 
nunca  esteve  nas  aldô  ^s.  nem  tevf^  corri muou^Lção  corn  os  índios 
que  rielJas  estavam,  se  atreva  u  lev&ntíir-lhes  o  filso  teste* 
raunho,  de  qne  «  eram  íBí^-s  a  srt  ei"«ticôe4,  e  tinham  n&o  só 
«  por  verosirail,  sinào  pur  certo  quanta  extravagância  se  p<^do 


RBFUTAÇOBS  AS  GALUMNIAS 


155 


€  ImagiDar  nosta  niateria  ?  *  E  isto  í«cra  outro  motivo  mais,  do 
que  qu^^ror  com  estí  ftnginiGntõ  estender  o  sou  pciema,  e  doa- 
QODi^ar  os  jezuitas  ?  Puis  ainda  aqui  nho  pára, 

Accrtscenta,  «  quo  viviam  lus  indios)  na  maia  crassa  igno- 

<  raocia.  e  que  não  lii^s  oriL  lictto  saber  mais,  do  que  aqaílloque 
€  podia  servi  •  de  u alidade  a  companhia».  Eu  desejara  aqui 
saber,  quo  entende  este  Dr,  por  viver  em  crassa  ignorância/ 
Quererá  Lli/er  por  ventura  que  os  jesuítas  lhos  não  ensinavam» 
nem  os  índios  tinham  aiiprendidu  as  bellas  letms.  para  compor 
vorsos,  e  prosas»  assim  corno  aprendeu  delles  o  Sr.  Gama?  Ou 
t  imbera,  que  aquelieíí  bárbaros,  nâo  se  applicavam  a  matheraa- 
tica,  nem  í^abiam  philosophia,  ou  theoío^iai  nem  sciencia  alguma 
especulativa  ?  Se  a  isto  chama  viver  em  crassa  ifínonmcia,  isega 
assim  muilo  embora  ;  não  lh"o  concedo,  poniiiUo-lh'o:  mas  veja 
não  lhe  caiíi  o  raio  em  casa.  nem  dr  sentença  contra  si,  o  cha- 
mando o  alguém  tV^riortmíí\  pur  o&tar  pouco  mais  ou  rtjenos  tão 
falto  desta,9  aciencias,  como  estão  os  Índios:  mas  demos  o  seu  a 
S(íu  dono,  e  façamos  justiça  a  todos.  ' 

Nem  tie  vo^^a  mcrcíí,  Sr.  Gama,  nem  dos  indios»  se  podo 
dizer  com  verdade,  que  vivem  em  crassa  ifjtiorantíta.  De  vo.-ísa 
mcrcô  não  ;  pjrque  compõe  os  seus  versos,  taes  ou  quaos,  Doá 
Índios,  t  «mboíii  nao  ;  porquo  além  do  sabd  t^m  algumas  artes 
libcraos.  exercitavam,  e  muito  bem,  quasí  todãâ  as  mecânicas. 
Muitos  delles  liam  e  escreviam,  aíííuns  cantavam  ;  porque  para 
aprender  tudo  isto  ih  os  tinham  os  jesuítas  estabelecido  escolas. 
Elles  sabiam  a  agricultura;  porque  euLlivavam  ^s  artores  que 
daeam  a  folha  do  mate,  da  qual  di/  vossa  merct^  na  pagina. . , . 
*  quo  OS  jesuítas  tiravam  rada  anoo  muii^os  millioeri  de  lucro  ». 
E  também  preparavam  <s  os  deliciosos  jardinjs,  aonde  esLe-^ 
«  paires  recolhiam  o.^  e-^pirifas  cançados  do  trabalbar  na  vinha 

<  do  senhor»,  como  diz  na  pagina....  Ellci*  sabiam  alguma 
cíiuga  do  rortiflcaçào,  porque  <h  *  militares  por(aiiíUí:íZ'3ri  os 
«  acharam  fortificados,  para  lhes  impedir  os  passub  n^^  posito  do 
Santa  Tecla  >  como  diz  na  pa^i^Ja. . .  Eram  disciplinadofi  no  ma- 
nejo das  ar*iiaít,  como  dÍ2  n  i  pagina. . ,  Elles  eram  ferreiros»  pe- 
dreiros e  carpinteiros,  porque  <dlas  foram  os  que  fabricaram 
os  templos,  quo  ali  tinham  «  mais  ma^''nifíco?  de  quiinto  bo.  pMe 
«  imainnar  i^m  Europa»;  como  diz  na  pagina, . .  Elles  íinal- 
menr^  «  sabiam  bordar  :  e  tào  pi  imorosamonle,  que  o  general» 
(piirtuguez)  «  uào  se  podia  persuadir  que  o.^  riquíssimos  urna- 

<  mentos  (das  suas  igrejas i  tive  som  sido  bordados  naquelle 
€  paiz,  até  que  lhe  mostrou  um,  que  foi  acbado  junto  a  sachris* 
-€  tia,  ain la  imptirfeito  no  tluíar  »  corao  diz  na  pactua. , .  Tanto, 
como  isto,  nâo  sabe  vossa  mercê  fa:&er,  Sr.  Gama  ;  o  com  ttido 
não  ha  de  quen  r,  que  lho  digam  que  viise  cm  crassa  ignoraiuíai 
pois  para  que  o  diz  dos  índias,  que  estavam  nas  aldeias  diri- 
gidas peloi:!  je^uttis  hespauhòes,  sabendo  elles  muito  mais.  que 
vossa  mercê?  Vê  como  he  certo  u  ditado,  de  que  m^fi^  depressa 
fe  apanha  u,n  mentiroso  do  que  um  co^  ho.  Quem  mente  oár»  ha 
de  ser  dosmemorialo»  >,epmiio  u  pruverbio,  que  ja  em  outro 
lu^r  citei,  mendaeem  õporlH  esse  memoreryí^  Se  vossa  merco 


15G 


REVISTA   r>0   JMSTITTJTO   HISTÓRICO 


queria  dizer  oosta  nota,  qiio  o^i  íniiios^  vivi^tm  rm  umn  4^rasãa 
ifínoroncia^  havia  de  lerobrar-íJO  do  quo  tiolm  dito  nm  aotece- 
tíeut*ts,  o  ão  que  ioteotiva  dizer  na^  soguintes»  paia  o  náa  ^al- 
culia'©ni  do  falsario»  monlifuão,  o  impoalor.  Ku  creiu»  que  esto 
bom  hoiuem  mfiiliu  pela  megraa  razoui-a  os  iodios  das  mis.so.'s 
tie  Hespaniiri,  o  os  dasí  iijí3:*ôoíí  do  Portugal,  jufgando,  qae  t.odos 
f>mm  o  mesmo ;  m.i5  en*3fívnofi-so,  porquií  og  da  parte  do  Brasil» 
!■  Mar  ^ídiào  são  m  ús  brutos  o  aíHvagens  ;  v  coirio  non  cr  omni 
íitjno  ftí  Mercar ius^  um  são  Ifia  haiíeis  para  as  artes,  ou  sejam 
llboraeíi,  oíi  m^caoica-í,  ooino  os  outros ;  ls  quaea  exprcitavam 
todas  aqueU/is  que  aerviam  para  commum  uUlldado,  o  nào  só 
da  eompantiia,  como  ao  díK  nesta  nota»  sem  fundamonto  ali^iim. 


DtifllBêiitd  09 U  cAlumntii  el  rei  Carlos  tlt. 


Poíâ  0  que  aecra.^centa  do  Qm  da  mesma  nota,  dizendo,  que 
toda  a  doutrina  que  os  *  jesiiitaa  onsinavam  aos  índios  se  rcda- 
€  zta  a  atemòrisal-os  com  o  in forno,  aw  não  oWecoss«m  em  tudo, 
o  por  tudo  aos  seus  santofi  padres  ■»  coutem  uiitiu  falí!ÍÍLÍade  clara 
«1  manifesta.  Tinh.im  oâ  je-^uitíiâ  mandado  imi>rimir  um  cafiO- 
ctiismo,  que  todos  os  diai  se  lia,  e  explicava  aos  Índios  na 
i^mja,  o  bcírundo  elle  os  exhortavam  nâo  só  ao  temor  do8  cas- 
tigoa,  senão  taml>cm  a  físperança  do  premio  ao  amor  de  Deus,  e 
do  próximo,  a  paciência  nos  trabailios,  a  ^e^ígnBçào  dqíí  enfoí^ 
midades,  a  devoção  dus  santõs,  veneração  das  suas  imagens  ; 
em  uraa  palavra,  ao  exercício  o  praxe  de  todas  aa  mais  vir- 
tudes.  Para  conlirmar  o  quo  digo,  o  tapar  a  bocca  a  este  ma- 
iedico,  nào  produzirei  aqui  mais  que  dons  testem nnbos  os  mais 
autorisados,  e  diguos  de  fé,  (omÍ  tio  outros  meitoâ*  que  podia 
accumulari  um  do  rei  catliolico  Carlos  111,  outr^do  iilustrissimo 
Sr,  Peralta,  bispo  DoraiDÍcano,  d:*ndo  conta  a  sui  mai^ostade  da 
visita  que  fez  a  todas  aqu^llas  aldeias.  O  rei  no  decreto,  em  quo 
ordfiuou  se  m anilassem  para  a  America  não  sò  trinti,  como  i»ra 
costume,  ma-í  sestenta  jesuítas,  seg^undo  já  acima  disse,  dà 
ejcoresflameoti'  esta  razão  (repare  bem  ntdla  o  autor  das  notas) 
€  para  que  diclm  província  did  P&ra>guay  attienda  con  el  ei- 
«  mero,  e  zelo,  qno  liaste  aqui  a  las  eonvorsiones,  cie  que  esta 
«  eucarreguila)». 

Ora  se  a  doutrinados  jesuítas  se  «  reduzisse  toda  a  atemorisar 
«  os  iudioB  i^om  o  inferni».  se  n^  Hies  ubdt^essem,  e  em  tudo  6 
por  tudo  »  loti  varia  aquelle  monarolia  o  ztdo,  ci^m  que  estes  reli^ 
giosus  se  íipplíeavão  as  converivõ^j,  dn  que  cfstavão  encarregados  ? 
Ou  mandaria  uuiros  operari^/s,  que  ajudassem  os  primeiros  a  ex- 
lorquir  dus  índios  a  força  do  terror  do  iníèrno  uma  cega.  e  total 
nbõdioneia  as  onJeus  particulares  e  preceitos  dus  jeauí las?  Que 
i^esponde  2^  isto,  Sr.  fiama  ^  Dirá  talvez,  <|ue  aquolle  sober^^oo 


HEMITAÇÔES   ÁS  CALUMNIAS 


157 


Oátiàiido  oa  Europa  nao  ora  bíjm  informado  do  que  m  passava  na 
Vmericaí  Orn  ouça  agora»  o  que  óiz  una  prel  ido  eecleaiabticu, 
testemunha  d  o  vista  de  quunto  se  fazia  nm  aliêas. 


TatDhem  »  <li3â4fieaie  o  iJJuitmBimo  bispo. 


€  Da  cidade  de  Santa  Fú  »  (  diz  o  itluatrissirao  Peralta ) 
«  passei  a  visitar  os  povos,  e  i-educções  que  eátão  ao  cuidado  dos 

<  padreá  da  companhia  di:  Jesus  e  ao  os  tendera  por  num  do  100 

<  te^'uai>.  Sm  e^ttes  povos  .'íO  eia  numom  ;  dot;  quaes  17  pertencem 
«  ao  bisfwj  de  líueQos-Ayreá,  ©  13  ao  da  Paraía:uay.  Vííiitadus  os 
«  17  da  mioba  juri^^dicão,  passei  admiuiitrar  o   sacrameíito  da 

<  conlirra  ição  naquelles  do  Paraguay  com  licença»  e  a  instancia 
*f  do  Cabido  *»,  íicile-vacanle.  «  E  porque  nào  duvido,  quo  o  ca- 
«  Iboiíco  real  zelo  de  vossa  magei^tadQ  terá  gírande  íçosto  do  ser 
informado  do  estado  o  proj^^resso  destes  pul>res  iQdius,  oxporei  o 
que  vi  aqui  com  o»  raeus  olhos,  o  toquei  com  as  raiuhas  mfios 
com  tanto  írosto  roeu,  o  consolação  espiritual»  quo  me  fuziam 
parecer  ligeirtJS  os  muitos  e  f^randes  trabalhos  .^-oíTindo-í  na  dita 
Ti3ttu«  veado  uma  tão  grande  muiti  ião  de  oveliias,  que  estando 
postarem  logares  diversos,  centre  i  tão  dií^tantoíi,  com  tudo 
estio  com  lanta  obediência  pendeutei*  da  voz  do  seu  pa^-tor, 
como  se  estivt^ssora  no  mesmo  aprisco.  Obri irado  a  pnnir,  não 
me  pude  separ»r  sem  ^Tande  doi%  e  táocheii^  de  devoção»  que 
dou  ;^^ raças  a  Deus  de  con  ti  uno  pelos  copiosos  t>enedcios«  o  benção, 
com  que  assisto  aqtielles  povos  por  meio  daquelles  santos  reli- 
Kioãoa,  e  homens  apostólicos  da  Curapanhiade  Jesus.  (Confunda-se 
aqui  de  c&minlio  o  Sr,  Gama  de  pór  como  por  zombaria,  em  letra 
gripba  o  epiuao  do  San/os  aos  josuititi,  quando  um  bispo,  fal- 
lando  dolles,  Ihe^í  dà  este  mesmo  titulo,  como  justamonle  uien*- 
cido*)  De  coíííínwo  (prosegue  eito  a  dizer)  «t  h©  occupam  em 
«  instruil'Os,  e  em  radiawl-os  sempre  mais  na  fé  catholica,  e 
«  fazei- IS  sempre  mais  aptos,  e  pr^mptos  para  o  serviço  de 
«  vosôík  maiíestade,  com  uma  tal  Hde lidada,  como  se  a  tivessem 
€  ti6rd.ido  dos  seus  maio  es.» 

Ver  as  iífi-ejas  e  o  dt-cópo,  com  que  se  ^*  o  culto  a  Deog,  a 
piedade  e  devui.ão  nc^s  ulflcius  divinos,  a  de^trez^t  no  eantu  de- 
voto, o  ornato  dos  aUaie?*,  o  respt*ii.ue  mBifoííleencia  na  eele- 
«  braçâo  do  divino  t-a«TiIti;io,  o  am^r  de  Jesus  sacramentado, 
«  assim  como  por  o  ma  parto  cxciíavãu  em  mim  uma  ternura 
«  inexplic«ivei,  aãsim  por  outra  parte  me  enchia  da  confubão; 
«  vendo  uma  tão  notável  difTerença  onti^e  estes  povos  ha  pouco 

<  oonTortidoâ  a  fé»  os  outros  christãos  antí;.ros.  E  tudo  isto  he 
m  fructo  da  indusiiia.  vigilância  o  20I0»  com  que  aquelles  santos 
^  religi*isos  rt;i  compmhia  »< torne  aqui  a  ntílr-ctir  noepití^tu  de 
iantus  a  Sr,  Ga'íia,  d. ido  não  por  escamoo  ;  mas  seriamente,  tiog 
jesuítas  por  um  digníssimo  e  zelozissimo  prelado)  crião  e  ensiuão 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTORICCi 


.iqm^Uespovf  s,  i  ,  r-^ão  no  mu  cuidado.  FiDatmonte  são  aquellra 
povoa  uma  par tr  i  i  i  íií/mw  c  respL-it;ivel  do  seu  rei»!  património, 
que  bem  póife  vo^^ã^i  ujd.ir^^sudo  ter  ou  trai  guid,  mm  oào  mol  hor, 
qae  ella.  Só  a  vlsui  deste  dous  únicos  tosterountios  podia  ou,  e 
talvGí  devia  inaultar  aijui  o  Sr,  Gama,  e  arguil-o  do  insuleoto  o 
tcmorario  arrojo,  cora  que  áo  atreve  :i  dizer  na  tdce  do  mundo, 
que  aos  <  índios  mio  era  licito  salier  mais  do  quo,  o  que  podia 
€  Servir  para  utilidade  da  eu[iipaQliia»;como  m  tudo  arjuillo  que 
elletí  faziam,  e  iidma  se  roftírt3»  não  fj  á©  aprendido  doa  jesuitas, 
e  mo  cede:?3e  tudo  era  proveito,  bom^fliio  o  utiiidaie,  a«»im 
espiritual  como  tempural,  dos  raesoaos  Índios,  Podia  também  ín- 
ãuital-u  da  fahidade  oom  que  a  doutrina  dos  jesuítas  naquetlas 
partes  so  reduzia  toda  a  <  atemorísar  m  itidíos  com  o  i  o  Terno,  se 
«  am  tudu  e  por  tudo  ihetí  nào  obedece?«om  p  ;  de»^ mentindo  nisto 
a  ura  rei,  ea  umbi^po;  a  ura  rei,  que  tão  claramente  louTa 
*  el  e^imero.  y  zelo,  com  que  la  provincia  dei  Paraguay»  aUi- 
«  ende  a  las  conversionea,  do  que  osíá  encaiTegada  *.  K  :í  um 
bispo,  que  íhn  diffu^^^niente  reiere  us  muitos  f»  diíT^reoie!*  exer- 
GÍciuB  do  devoção  e  piedade,  que  nas  aidéas  ensinara  aos  iodioa 
oí;  m<ssioiiario  ,  Consjidor.tndo  porém  aestccalujnniador  confuao 
c  envergonhado,  perdo^.-lho  por  esta  vez.  ma^  espero,  que  se 
emende,  \  ejamos»  se  o  faz  nas  notas  a-guintes. 

N  ♦  pa>rina. . .  nào  ti-ndo  esse  poeta,  quc  contar  ou  cantar  do 
seu  horoe  u  Sr.  Men<1onçai  piissada  America  a  liuropa  a  louvar 
O  seu  Mi^c^nas,  o  Sr.  rarvathu.  Para  isto  finge  noa  seus  versos, 
que  Lioduya  vira  no  l*ar.»ííuay  por  arte  <io  diabo  a  oídado  de 
Liíííioa  arrumada  por  causa  du  torroraoto  do  1755,  Ora  eu  não 
reparo  aqui  no  grande  pulo,  e  salto,  que  deu  este  papagaio  do 
Brasil  pas>ando  do  um  vòo  tant:v  terra,  e  tanto  mar,  para  dizer 
quatro  lizonjaa  a  quem  esporava,  que  ibe  desse  de  comer;  (a 
mme  a  tsts  e  a  muito  mais  obriga)  o  que  censuro  he,  que  para 
adultir  o  Sr*  Carvallio,  infamasse  os  je^uitcis,  dizendo  em  uma 
nota; 

Moetra-se  a  falsidade  com  que  se  dis  que  os  jesujtaj  portu* 
gue/^OA  se  aproveiíai-ào  da  oecasiao  do  terremoto  para  aterrar 
03  povoa. 

4  He  notório  quanto  os  jesuiUm  iibtiaàrão,  e  pertenderão 
«  scrvirae  da  calamidade  publica  {o  terremoto)  para  cansteroar 

*  m  povos  c  reduztl  os  aos  seus  pernicitislsçimoa  tnieresses.  De 
«  sorte  que  a  nào  s^er  a  serenidade  de  animo  do  nosao  amabi* 

<  ItMmo  monarcha.  verdadeiramente  tmperfurbavel,  e  a  oons- 

<  tancia  do  seu  illuminadissimo  Ministério  (quer  dker  minialro) 

*  ficava  parasem^^jre  ForLtii:.il  i*opultado  ni»?i  ruínas  de  Lisboa*. 
Estus  fíu lavras»  que  èet mento  tríináladou  aqui  o  sonhgr  Gama  de 
alguns  oscnptõs  compostos  pelo  senhor  Carvalho,  tem  sido 
▼erdadeiraroeote  um  migma  ;  mas  tâo  confusu  e  eácuro,  qao 
ninguém  até  aqui  o  pole  enteaOer.  nem  puautríir.  A  razào  be  ; 
p<jrque  por  mai;^  torturai  que  ae  tem  éênáo  au  entendimento,  nâo 
occoriM\  qiiM "s  ff^s^om  *  s  peroiclosíaílmos  interesses,  a  queos  ie- 
smtjis  I  7tr  os  povos  consiernando  os,  e  servindo- 
8eabuh>       w               ^^«U  publica  calamidade  f  E  muito  menoa. 


REFUTAÇÕES  As  CALUMNÍAS 

que  os  iotoresises  fossem  t:ies,  íjiig  <  a  não  aer  a  seroo  idade  do 
<  rei^  o  a  consitancia  do  sen  ministro,  houvesse  de  ficar  Portugal 
€  sepultado  na?  rtilnasdo  Lisboa*. 

Estos  ji.jbivs  rtíligiu?ius  com  aquella  publica  calamiiJado  fi- 
carão tão  consternadus  0  fora  de  si,  como  Mo  o  mais  povo  de 
Portugal;  príocipalraeoto  era  Lisboa,  ao n do  fez  maior  oátrago 
aquelle  horrivel  flH^i'Uo:  vendo-so  sem  habitações  oem  igrejas; 
umas  em  grande  parte  .irruioadíis»  omras  umeaçando  niina.  por 
causa  dos  tremeres  do  terra  muito  seoaiveis  e  frequeoteB  :  para 
conservarem  as  vidas,  qiio  Deus  por  sua  misericoriia  lhes  tmlia 
salvado  Dafia^dle  funesto  dia  primeiro  de  novembro  de  1755,  se 
retirarão  aos  ^euâ  hortos,  não  bó  admiuindo  oeilea,  mjnâo 
também  socGurren«lo  cam  as  ei$iuol&s,  qtie  podião,  a  todos 
aqadloá,  que  nec«BiiitaJ04í  de  abrigo  e  de  sustento,  ali  se  qui- 
2eráu  recolher.  Nosti-^  sittos  levantarão  igrejas  ái\  madtsira.,  alim 
de  celel>rftr  as  mis^ns,  como  namtjoin  para  administrar  os  sacra- 
ment  s  da  penitencia  ví  eomraunhao  as  ionumoraveis  pesboais, 
qiio  arrepet^d^aaã  das  huas  cul  «as  deBf^javào  ivcouciliar  so  coui 
Deu^i,  e  uplacir  a  sua  ai  v ma  justiça.  Ali  exhurlavão  ile  continuo 
aquelltíá  padres  a  uma  ísieria  e  vor-líuieira  canversáú,  a  um 
entranhavel  udto  ao  peccado,  a  ura  íjíUcaz  propósito  cfo  emendas, 
ah  consolivâo  aotj  Bífiictos,  ali  anima  vão  aos  prísillanimes  a  es- 
perar b  m  na  diviíKi  misericórdia;  ali  dando  os  remédios  de 
graça,  caravão  os  enfermos  o  fonaos.  Não  ho  isto  ainda  o  mais  ; 
porque  d'u li  i^abíâo  lambem  a  desenterrar  os  vivos  o  a  sepultar 
os  mortos,  a  as-íiatir  aos  ínori bundos,  o  até  a  cooforiar  aos  patí- 
bulos 03  muitos  réos,  a  quem  por  aqueila  oi^caaiào  se  deu  a 
morte;  em  pe^a  de  dilictos»  dos  qu-ies  talvez  fallarcmos, 

I^to  fizerão  os  jesuitcis  em  Liabua,  ao  tempo  da^uella  publica 
calamidade  ;  isio  sim,  isto  he,  o  que  foi  ooiorio,  não  eò  a  toda 
aquella  côrie.  mas  a  iodo  o  reino.  Ajjrora  qua-a  fossem  ua  abusos, 
qoo  commelterào.  quaes  os  perniciosissimos  interesses,  a  que  per- 
teoderão  reduzir  os  povos  consternados,  nem  então  fui  iiuturio  a 
alguém,  oem  depois,  nem  o  será  jamais.  Da  sorte  que  todas 
aquerías  palavras  altíloqitós,  tudas  aquel las  expressões  hyper- 
boiicns  não  sãu  ^ó  insignilieaiitcs  t?  inintelligíveís  mas  coo  trarias 
entro  si,  o  repugnantes,  E  senãti  pergunto  ou  os  jesuítas  cnteu- 
dião,  que  a  «  serenidade  do  lounarctia,  e  a  cuostancia  do  seu 
ministro  )>  havião  de  obstar,  e  impedir  os  sgub  interesses  pe mu 
ciosíssimos,  ou  não  ,'  se  o  enteodião.  era  loucura  nelles  pertender 
reduiir  os  puvo-.  aos  taes  interesses  ;  se  o  não  eniendiao,  maior 
loucura  era.  e  mais  rematada  ;  porque  oáo  seudo  os  interesses 
impedidos  pela  *  i^erenidaíle  do  inoíjarcha  e  constância  do  seu 
«  ministro,  ficava  Portugal» cu  1110  se  diz  nosia  noia,  <  aeptíltado 
<  nasntinas  de  Lisboa  ;  e  por  coasequeocla  iegitima  todos  os  je- 
suitus  íícariào  mortos»  todos  os  seus  collogios  perdidos,  todas  as 
suas  casas  arruioaaas,  todos  os  sons  bens  e  ízeodas,  todos  os 
gens  moveis,  e  alfaias,  todas  as  su:is  immensas  riquezas,  e  tnex- 
hauriveis  tliesourostlcanãti  ^  fiopultíiios  para  sempre  nas  minas 
c  de  Lisboíi  Veja  aqui,  senhor  Gama,  as  eatrosg^s  em  que  se 
mettOf  quem  imprime  tudo,  o  quo  liie  vem  a  penoa. 


1130 


JllíVlSTA    ÍK)   INSTITUTO    IHSTORICO 


Se  àis  itfi  Utnftm^  cutn  st^niel  nd  linf^^iam^  {22}  isto  lie,  sii  doas 
vezes  se  bado  limar  o  Que  uma.  vez  se  liado  dizer  ;  quantas  veze^ 
será  bem,  qw)  se  time.  o  que  se  ha  le  ^'stampar  {  Eaire  as  pa- 
lawase  oé  esoripto  tia  esta  notável  dilTei*ença  ;  que  as  palavras 
apenaa  nascem  raorrem:  os  eacHptos»  se  clie^ao  a  sabir  a  hiz, 
sào  imiDortaes,  Assim  que,  meu  seDliopescrivno.  para  outra  voz 
ou  estampe  meDos,  ou  conalilorc  mais;âeDrio  quer  ver-se  em 
calças  paHas,  como  í>e  vio  oOííLa  d  o  ta,  o  em  todas,  ou  qyasi  toda  a 
as  passad  as .  Faâse  m  o  i  a:^  a  egu  íq  tos » 


hònvae  «|u«  dá  o  poetm  to  seu  M*4fliifc-  uããa.  por  glJtí 
merecido. 


Na  pagina,..  •  para  prosseguir  os  louvores  do  seu  Mecenas,  o 
também  »io  seu  herot>T  continua  eaie  poeU  a  íiagir  nos  seos 
versos,  qtie  a  iodia  Lindova,  depois  de  ver  por  arte  magloa  as 
ruínas  de  Lisboa,  vira  lofro  esta  cidade  reodirtcada,  e  a  marinha 
em  um  estado  lUirente  ;  ao  qtie  traz  estas  notas:  promdencia 
sobrt  o  terremoto » 

€  Desentulho  da  cidade,  Reoilificaçâo  do  Lisboa  devida  iti- 
«  telramente  a  grandeza  do  coração  de  sua  fiiagestade  e  ao  in- 
€  cansarei  espirito  do  lllm»  Exm.  Sr*  Conde  do  Oeiras.  A  ma- 

<  rinha  real  no  ilorentíssimo  estado,  em  que  a  vemos,  Dào  é  a 
€  ultima  «loria  deste  felecissirao  reinado  (do  Sr.  D.  José  l\, 
«  glorii,  que  so  devo  principal  meu  te  ao  zelo  do  Illin.  e  Exio. 

<  Sr.  Francisco  Xavier  de  Mendoaça  Furtado.  Não  faítaodo 
estas  notas  nos  Jesuítas,  cuja  defesa  ú  o  nieu  principal  assumpto, 
estive  para  omittil  as;  mas  jiorque  vejo»  que  o  Sr.  Gama  nesta 
maioria  esU  Mio  de  noticias,  quero  dar-the  aqui  algumas 
para  a  sua  iustri  cção,  Pr  imo  ira  mente  as  provi  tUncias  itobre  o 
terrmioto,  que  deu  o  Sr,  Carvalho  nãi  sd  foram  poucas,  mas 
muito  tarde,  e  as  más  horas.  Lisboa  esteve  se  abrasando  por 
maia  do  lu  dias  successivos,  sem  ae  dar  provid(;ucia  a  apagar 
o  fogo,  ou  atalhal-o  ao  tnenos,  para  nãu  consumir  o  palácio 
real*  a  igreja  patriarchal,  a  c^isa  do  thesouro»  o  assim  outros 
ediácioB  putdicus*  não  fatiando  oas  particulares,  l>e  sorie  quo 
se  um  leiíço  jesuíta,  que  residia  na  ca  a  profoa^a  de  S,  Itjque, 
(éd)  st  nio  animasse^  ajudado  de  alj^umas  pessoas.  i\ne  para 
isso  chamuu,  a  extinj^uir  o  tbgo  e  chaoimLsJá  visinhas  áriuolle 
sitio,  usando  de  duas  bombiLS^  que  bom  á^caso  se  tintiam  com- 
prado no  espolio  do  emiDentíssimo  cardeal  Almei  la,  arderia 
sem  duvida  todo  o  bairro  alto»  a  cora  elle,  al^m  de  muitos 
oditicios  nubres,  a  riqyissun.L  capella  do  S.  Juão.  queoSr, 
rei  D.  João  V  tinha  mandado  labricar  na  igreja  dos  jeauitas ; 
e  taral>em  os  preCía*iBsirno>i  í«rnitto8  o  pararaetití^ts,  dn  (|ue  a 
tiuha  ootaflo.  Foi  »'sta  aeçáo  tái»  singular,  e  agradou  umto 
ao  Sr.  i*et  D.  José  1,  que  c^]mtandodh'a  o  senhor  mouteiro  m6r« 


REFUTAÇÕES  AS   CALUMNIAS 


IGl 


mandou  par  elle  agradecer  áquoUos  roligioaos  o  grando  bo- 
neflcio»  quo  tinham  feito  ao  publico.  Mais  ainda:  poiiondo  logo 
e  dovendo*se  por  patruUias  de  soldados,  ou  por  oclilaos  físadoa 
nos  lugares  públicos,  para  emb  iraçar  e  probibir,  que  so  en- 
trasse nas  igrejas  arruinadas,  e  nas  casas  parttciilriroa  sem 
manifesta  licença  de  seus  donos  á  tirar,  o  que  nellas  havia, 
por  muito  tempo  se  omíttiu  esta  proiridGncia ;  da  maneira  qno 
a  ptebâ  erradamente  per^^uadida,  quo  aquelles  luares,  e  tudo 
o  que  nelleg  se  achava,  estando  pro  d^relirio,  era  primi  c^fpu 
êntis^  sem  rebuço,  ou  cautela,  mas  com  toda  liberdade,  enírcu 
íi  aprovei tar*se  de  quanto  encontrava,  assim  nos  teraploí» 
como  nos  edifícios,  em  parle  destruídos,  ou  totalmente  deserT.os; 
ati"'  que  avisado  o  Sr.  Carvalho  desta  táo  griodo  doáordem» 
cúmo  se  acordasse  de  ura  profundo  letargormnndoii  em  uma. 
madrugada,  que  urna  parte  da  Boldadesca  impodis«e  a  sahida 
de  Lisboa,  «  a  outri  descor rendo  pela  cidade  preudi^^ae  este» 
>íuppo8tos  ou  verdadeiros  ladrõís,  fazendo  nello^  uma  cruel 
earniticina:  porque  suramariamento  julgados  do  mesmo  lUííar, 
om  que  ouviam  a  bontença,  partiam  para  o  patíbulo,  sem  maia 
dÍ!ípo:3Íçào  ou  prtpiTO  para  a  morte,  do  que  .iqndle  que  fi- 
zessem pelo  caminho.  Aqui,  foi  que  os  jesuítas  tiveram  runa 
nova  occasiáo  de  exerci tir  o  ?jeu  zelo  e  caridade,  qiui  costu- 
raavara  usar  com  o»  justiçados  ;  trabalhmdo  nuo  prubvi  im 
dispor  aquelles  réos  a  receber  cora  resignação  aquelía  morte 
tão  apressada,  ainda  que  bom  merecida. 

A  mesma  negligencia  houve  em  nào  mandar  logo,  que  suo* 
cedeu  o  terremoto,  o  se  vio  arruinada  Lisboa,  fazer  nos  seus 
arredores  f  jrnoa  de  cal,  o  telha  para  reparo,  oti  dos  edifícios, 
ou  das  barracas:  como  também  em  não  cuidar  etn  recolher  o 
unir  Qm  algum  log-ar  separado  as  religiosas»  esposas  do  Jesus 
Christo  ;  antes  p^írralttir,  que  andassem  por  rauito  tempo  vatsv 
buodae:  um^is  pipias  «^asas  dos  parentes,  outras  j  nlas  dos  aman- 
tes. Estas  e  outras  muitas  falias  de  providcfJ€Ía$,  q<ie  devia,  e 
podia  dai"  o  Sr.  Carvalho,  estando  naquelle  tempo  ao  leme 
do  governo,  exi)erim»intaram  os  pobres  portuguezes  niquelltt 
pnbljca  calamidade,  e  so  hei  do  dizer  tudo,  tao  longe  estove 
esto  ministro  de  ser,  ou  mostrar-so  provido  em  umas  ciroiim- 
stancías  tão  criticas,  como  eram  aquellas,  que  antes  impediíi-se 
continuassem  a  po"  em  praxe  algumas,  que  se  linbam  dado 
para  commum  remédio  dos  necessitadojs,  como  agora  direi. 
Tinha  o  Sr.  Diogu  de  Mendi>nça  insinuado  a  um,  majestade, 
que  a  custa  do  mu  ro^io  erário  ordenasse  matassem  al^tmí  bois 
e  vaccis  am  certos  togares,  para  onde  se  tinha  r»ifugindn  maior 
multidão  de  pivo  ;  e  ali  se  rep  trtiásem  aos  que  nceasitaí«em 
de  sustento,  Anouio  o  pio  m  marcha  ;  o  com  ettVdto  so  executou 
esta  ordem,  dada  pelo  meémo  Sr.  Diogo  de  Mendonça  Corto 
Real,  da  parte  do  sua  magestade  aos  marchantes  pissada:?, 
porém,  poucas  semanas  foi  por  conselho  do  Sr.  Carvalho,  sus- 
pendida esta  tão  louvável,  e  necêssariii,  providenciíi  :  de  SL>rt0 
que  não  se  aiiiraaudo  o  Sr.  Idogo  de  Mendonça  a  fui  lar  tegunda 
vez  nesta  matéria  ao  rei,  se  vio  obrigado  a  pag  -r  da  sua  al^i- 
ií3l—  11  Tomo  Lwiti  v.  í. 


misàXM  tkíx  %  -inçt^zí  f<s»  Emi  cr»  íiLljEinHite .  ^ts»  sãu  se  '^aha 
in2».  Xl^  tzxLÍa  :  iLaja  c^utActí  tt^ieCè  aciríiBa  Sr.  Di^r:^  de 
Mgnifuaca.  isppbcaLC  >  &.  fv»  Bzaz*;stâiir«  ^oc  penkass?  aè?  pe:>- 
eftiòntf  ^  7  3iiL>.  iTi^  piiATam^  pa;^  jcéerõii  T«Bder  o  peixe 
maia  fc^r^i^  e  xaB:irsiMr.^smmLtjé  ccol  iccims  db^CBiio  ter  a 
farro  <ii*^  .sccEeir.  ziaí  tAAften  oca  pn^^iencxa  iatpedi:>  lofo 
o  St*.  CimLo  Lasoífo  e  germirfnM»  i  «{-reL  »;«•  pelo  ler- 
nalk>«>  n-^^n 'Q  ii^MT^  BLiiJ  pcàce  w  ^v  -^Le.  Una  eeru  pro- 
Tvii»íii:ti  \iiz  ei>  iaí"-  «•  *  -a-^oc  í*»  pi:ftr«.  mas  do«  rieos. 
f^K  '.:  orircir.  -;3e  ha  pnçv  4:  R^^ci:*  «e  tktx  jsb  uma  caA. 
Bak  ^«bI  oi:   iia!:i*.*iorei  ie  L::§ci:^  pk>kfls?ai  depootcir  is  53^3 

Ctu,  tf  sais  1:  Jis  ^  zza:^  aI:fAU[$  neas  q^ze  âfojiem  salTaio 
rixi!:a.i  d>  c<»rT«fB-.*o  cc  qvmta  sm  Uatua  ^>^ar  eirnsioilo 
em  ^;k:  as  Ttjir  lar  xzi  sejnna^a. 

Farecec:  loavarel  esv  arzi^a^jOL  e  ccb  efleiío  se  Cibricou  a 
ean;  mis  •>!  ponu^izezs  ca  pi:r  is^ratt»  áiosUe  beoeUeio.  oa 
por  SL^pHtoK»  de  ^nu  b^-iimiiaiê.  o»  le  apro^wurmm  da- 
qriella  írn^a  .  e  ::Í3  oSãta2:c  ser  (Kti  cecasâii^  em  qae  parecia 
iar  necTs^iario  faz^r  do  :ai:ã>  :!el,  cozo  c  eoiUime  dizer,  anies 
aaízerão  v>i  «  expcr»  a  •;:ie  es  seos  teres  e  haTeres,  por  ria 
da  roabo  c^hisses:  q^s  c:i:3  ieoQ:rj<s«  de  4c?  por  meio  daqaelle 
deprxito.  rifatsem  a  lotcia  do  Sr.  CaFraZiío.  Tanu>  deseoiiflaT«im 
doa  pro;<>?tos  destf?  raiaistro:  Tio  mio  eo::;:eito  fonnaTam  d^s 
•nas  fín:5*.ra«.  e  o^ciltas  iitca.S5cs  ! 

Aj  sotâC.aa  de^*jis  ccafa^.  qae  pry^seaoiMi  eai  Liahôa  quem 
a  esereTd,  oã-)  ^bia  vasti  mercê.  Sr.  6ama«  que  naata  lempo 
afUra  00  Br^zíl  «liTerúoij-sc  e  èriccic-io  com  oaUoa  da  sua 
idad:; :  porqae,  se  as  «oabesâe.  craio  que  cio  Miaria  aqui  em 
j/rozi^ier-ria  tohre  o  t^írr^mcto  dadas  pelo  >f .  OrTmlho.  Verdade 
é,  qnc.  as  niv  czpeji.  ca  estende,  assim  eom-.^  elle  f^z,  man* 
daodo  imprimir  ara  pipel  :k!guns  mezea  co^^i$  de  ter  sucoedido 
iqtielle  rciM»to  eas  >  o  ^  qaal  referzo  por  minlo  as  eauwlas,  as 
dali^encía)  e  os  ra^ícrs,  que  logo  se  liobain  apolieido  pnra  o  fim 
de  reparar  es  fMr\709  daiaelle  horríTe!  âÀ^lk\  eaeuiir  prom- 
ptam^nt/^  a  n^ce^ilad^;  'le  tintos  infeliz  s  e  mi^eraTe^.  Xar- 
rtçio.  q^ifi  a  UjVj»  fi-nvji  riso,  qumdo  sibUir,  que  pjr  mnito 
temj/>  nvfa  se  v,u\i%  ^;:V^  do  qu^í  alli  «e  .xr.tATa. 

líTiiAl  a  t//da«i  -íí*-»*  ne/Ii|f«;ncí.:8  quo  WQho  apcintado,  foi 
tambern  a  ^ju'! >i/í'jt<j /fn 4i;ír:.',t«jUiAr  a  cidaio  eom re.nlirtoal-a. 
Quant/^  rno/^  ft^  pa^v^rarn  primeir..»,  qUv^  algumas  runs  de 
\Mhín  áf.^^fin  |/M«:jíf/;fri  \\vut  f.  franca  aos  seus  habitadores^ 
QfianV/M  ftorri*  n  trv*tr.ktn  ante*,  í-uo  co^mecassc  aquella  reedifi- 
caç^iO  í  CivShíi  ír/o  ;j/jiUíIlí:  rnlnU^ro  em  faz  r  novo  palácio  para 
si,  e '-m  ftl'i((*ro  ^ntí^o.  Cuidou  em  fingir  conjurações  e  o  Ji- 
flcA.'  cirr-fifon,  <;  íi/'pots  á<i  enclior  os  velhos,  entulhar  também  03 
novíiíi  *\(i  proni}^  *Vf  íjítíido;  c;ií:lou  cm  povoar  as  conquistas  do 
di9starralo4  ;  ij.;  <*íf,irj;(u;r  uma  parte  da  nobreza  de  Portugal,  do 
abater  n  buminur  a  outra;  culJou  em  infamar  os  jesuítas,  des- 
poJ«l  ot  t\ii  Mo«  of  ffí:u**  ben«í,  o  cxU-rir.inal-os  para  sempre  do 
conilO''nt'»  'io  roíMo,  «?  do  t^dos  os  sous  domínio^.  Nisto  occapoa 
o  Sr.  (nr  WkWw  i  A'j  ^  fj§  HdWi  pen-amontas  ;  nisto  empregou  todas 


REKLTAÇUKS   ÁS   CALUMNIAS  163 

as  horas  dos  dias,  e  também  as  das  noites,  estando  suspensa  en- 
tretanto a  desmarcação  das  estradas,  o  desenho  dos  templos,  o 
risco  dos  edifícios  e  a  abertura  dos  aqneductos ;  em  uma  pa- 
lavra, a  restauração  de  Lisboa,  ecom  ella  demorado  juntamente 
o  bem  commum,  o  reparo  do  povo,  a  utilidade  publica.  • 


Ou*ro  louvor  r^iic  dá  ao  b' rce   do  feu  iioeraa  gemo 
morecar. 

Da  terra  passemos  ao  mar,  em  que  diz  este  poeta  lisongeiro, 
que  o  Sr.  Mendonça,  seu  heroe  «  conseguira  uma  gloria  im- 
€  mortal,  pondo  a  marinha  por  virtude  do  seu  zelo  em  um  es- 
«  tado  ííorcntissimo.»  Que  incarecimento !  Que  hyperbole! 
Sp»  o  fogo,  que  so  seguio  ao  terremoto,  abrazou  grande 
parte  da  madeira,  que  estava  no  a  rsenal  para  construcção  dos 
navios,  e  a  que  depois  se  rnandou  vir  toda  era  necessária  para 
fi>rmar  barracas,  ou  edifícios,  que  grande  quantidade  de  n<lo8 
se  podiam  fiizer  para  o  mar,  que  puzesse  a  marinha  em  um  ettado 
floreniissimo  ?  Este  faustoso  titulo,  Sr.  Gama,  só  compete  a  ma- 
rinha do  Inglaterra,  e  nestes  ui  olmos  tempos  a  db  França,  a  de 
Hespanha,  e  a  da  Rússia;  a  de  Portugal,  fallemos  claro,  nunca 
competio:  e  muito  menos  no  tempo  do  Sr.  Mendonça.  Duasnáos 
de  linha,  pouco  mais  ou  menos;  quatro  fragatas  e  me.a,  com 
outros  tantos  chavecos  não  fazem  uma  marinha  verdadei- 
ramente respeitável  nom  a  põe  em  estado  floreniissimo.  Dizer 
o  contrario  6  querer  enganar  o  publico  e  tapar  os  olhos  ao 
mundo.  Mas  agor.i  mo  occorre,  aue  tulvez  o  Sr.  Mendonça  man- 
dasse fazer  em  Lisboa  no  tempo  ao  sou  tal  ou  qual  ministério, 
algum  hyate  semelhante  aqueLa  náo  mandada  fazer  pjr  elle  no 
Rio  de  Janeiro,  e  em  que  vieram  da  America  desterrados  os  je- 
suítas purtuguezes;  da  qual  se  diz  na  pagina.  .  .  «  que  era 
«  embutida  do  paregrinas  madeiras  de  diversas  cores;  obra 
c  muito  rara,  e  admirável  no  seu  género.»  E  a  isto  unicamente 
se  reduza  «  o  por  em  estado  floren  tissimo  a  marinha  de  Portugal». 
Se  liiuto  chegou  a  fazor  este  heroe,  e  irmão  de  heroes,  e  se  tão 
pjuco  basta  para  merecer  o  grande  louvor,  que  nes^  nota  se 
lhe  dá,  outros  o  julguem,  emquanto  eu  passo  a  pagina.  •  • 


Rofuta-80  o  qud  falsamente  se  aíTirma  da  ignoranc'a 
dos  jesuítas  da  America  porlngueza. 

Aqui  depois  de  dizer  em  verso,  que  aquella  ndo  embutida  em 
peregrinas  madeiras^  em  que  da  America  vierão  para  a  Europa 
desterrados  os  jesuítas,  transportava  a  « ignorância  e  a  magra. 


lo4  ?-Z^-5ta  rt>  ZMsTTTTTO  h:st*}R9:o 


<  pÊiaezvm^  *  t^Csm  Í7^«:r:ai.i.  «••  >  xnx  tstsk  m^tk  «  só  a 

«  tt^  mimssen»  *"i  *  nmiiwic  •  Se»  »  ix ^ , 

o  anbor  Gazii.  &  ;--í£::  nlr^t  :««i  Bi?r^ilckè;*Kste  idíei  papel, 
diaeiíJo^Ui^,  .;i:í  fiiliaeso?  :bert^  a  ««©ier  a  jmra  razio, 
poc^«ftâlLesaliaiúâT*!?C25cs;^  r^^yaa»  aí:.lit»?>>.  Se  gs  jesaicas, 
q:i£  o  eBamna  zo  Br^r::  ^ris  :i2s  Uucu^  oisao  hAvia  de  ahir 
dlis  suas  «cotas  trs  ^raa»:*?  > trtkio '  Eta  i2ipa»reL  secio  rep- 
daife  eTan^Ika.  ^^è  «//«  at  I.^^ir-ptLS  jaorx   auÂffnra:   (^4) 

^  as  i^joraaies  =&»  p«j4iazi  fwr  aa  '4^ãeí|KiÍo  sábio.  Sr. 
,  ea  o  desr^i:^  aatea.  s»  ^:ci;?aíacs>áa  na  (SQQ^raQa;  eó- 
lio afará,  q<K  se  estzaiisãe  eoffi  a^i^ru  ^ae  wão  foMeoi  je- 
Eaita},  suppjs^  a  n.i  friai^e  cipar:>ivie»  sana  um  abúao  de 
sdeoeia ;  cosk»  x;:rej»iea  ^^n  «x j»  t!  u3i  aMKtio  de  igaoranâa. 

Mas.  Sr.  BdUiI:v\  h  ^  ^ic  ^Jtitu.-j   |>-«mMt»í  mKj:  fcrfo.  Tossa 
mené  neabaaia  i*izio  tem  p^ra  i:iv*r  qae  a  fhLnti,  que  trou- 
xera á  Portnjral  os  j^5aiv^d>?  ?rkiil«  tr&ftsyDrcaTa  a  im^ramem. 
j^gMAiiA  proTincia  não  só  ã.4^escea  aemnre  eot  sogeitòs  insifiies 
em  santidade,  ( 23    sealo  :a!s^eai  esBL  saVadoru,  eonso  pode  rer 
no  Barb:?sa.  autor  da  b:bIio:heoa  portiuaexa :  eatro  os  quaes 
a-^harà  om  Aaiucio  Vieiri.  aai  Alesandrède  Gosmão*  um  Simio 
de  Vasooncellofi»  am  Praieacio  de  Amuai,  vsa  Manoei  Ribeiro. 
Além  destes  mais  aiii;^ js«  oa;?os  nos  ih»9QS  tempos»  se  asrifna- 
laram  oas  Cacoliadas  e  sdeocias,  que  pabUcamente  eostnaTam, 
eomo  fimm  nm  Francisco  de  Maiios,  am  Simio  Mjtrqaes,  om 
Franeiseo  de  Almeida,  um  Mm.el  da  Fonseca,  am  Cbriâtovam 
Cordeiro,  um  Manc«I  Xavit^r  Ribeiro,  e  outros  muitos,  que 
omittopor  breridade.  Se  no  Brazil  não  fossem  prohibl-ias  as 
impreosas,  teria  visto  a  republica  litteraria  produecOes  excel- 
leites  dos  raros  engenb-js  que  abunda^*a  a  prorinda  da  com- 
paobla  brasiliana.  Em  Itália  sei  eo.  por  ser  aii  menos  custosa  a 
estampa,  que  em  Portugal,  tem  elles  dado  ao  prélo  obras  poé- 
ticas eom  estylo  lãD  culto  o  latinidade  tio  pura.  que  os  eru- 
ditos as  lem  com  applauso,  e  aimira;io.  ( ^)  Mas  para  que  me 
caoco  7  K^te  ii^usto  aimotaoel  da^  seiencias,  e  ignoraneias  albeias 
V5Ttí  por  mestre  o  jesui^^  José  Nogueira,  homem  consumado  na 
arte  oe  rhot  jrica,  que  lhe  ensinou  no  Rio  de  Janeiro.  Conheceu 
o  Jesuita  Francisco  da   Silveira,  quo  além  do  o  favorecer  e 
Bíjcoorrêr  muito  em  Roma,  lhe  corregia  os  versos   que  eram 
dignos  doemenia,  e  os  que  nio  chegavam  a  s^l-o,  os  substituía 
corn  outroH,   que  de  novo  f<*zia.  Fioalmeote  conheceu,  fallou  e 
tratou  aojnsnita  Jof4  Rodrigues,  q  le  além  dos  versos  por  ello 
dados  a  laz,  lhe  compoz  outros  muitos,  os  quaes,  como  obras 
suas  rop^itia  na   Arcádia,   para  poder  merecer  com  ellos  um 
1'ifAr  entre  aqaollos  académicos.  Isto  stipposio,   Sr.  Ciama,  se 
Vossa  morcé  sahio  das  escolas   fraco  lettrado,  eiti  sua  igoo- 
f «nela  nio  se  pode  attribuir  a  falta  de  sciencia  dos  mestres. 


BEFUTAÇÒES  As  CALUMNIAS 


mas  a  8ua  pouca  applicaçâo,  ecuquaoto  maocebo.  £  o  peior  ó, 
que  ja  a^'ora,  como  preto  veliio  aão  aprendf*  língua»  segundo  o 
ditado  purtuguoz  :  sioto-lhe  pouco  remédio.  Mas  cansole-se,  qii© 
tem  muitos  cumpanheiros  ;  também  os  iadíoa  americanoi^  vivem 
em  gVRQilQ  i imo i  anciã  por  culpa  dod  jesaitafl»  como  diz  oa  pa- 
gina. . .  *i  com  tudo  vivom  alegremente. 

Dada  amiga velraen te  esta  consolação,  não  me  cango,  nem 
eofdsUo  aos  meus  leitores  em  refutar  os  tícIos,  que  uo  poema 
se  attribuem  aos  jesuíta?»  cJiamando-lhes  invejosos,  discordes^ 
furiosos  e  ^ti/poa^i tas:  {pelo  qUQ  toca  a  igoorantos,  talvez  fil- 
iarei depois  )  purque  como  aquelles  vícios  estáo  deacriptoa  era 
verso,  iáto  basta  para  se  coniiécer,  que  n^o  ílcçoes,  ou  eotliu* 
siasmos  poetious.  Quero  unicamente  restringir- me  ao  que  áiz  na 
prosa.  Nella  aílirma,  que  soa  posteridade  poderá  justamente 
avaliar  esta  acção  (  de  exterminar  os  Jesuítas, )  que  será  sempre 
a  niais  brilhante  entre  iodas  as  do  nosi<o  tãj  aiqdaudido  ministério. 
Aqui  em  parte  diz  mal  o  Sr,  Gama.  era  parte  diz  l^em.  Diz  mal, 
porque  nfio  ú  necessário  appelíar  para  o  íuturo.  Logo  que  a 
companhia  Batiio  de  Portugal,  so  avaliou  esta  ar:^o,  ou  para 
dizer  melhor«  esta  expulsão,  não  pela  causa  mais  brilhante  do 
appiaudidõ  minisietHo,  mas  polo  golpe  maig  fatal,  que  podia  vir 
a  todo  o  reino:  lentindo  G  chorando  todos  a  falta  do  uns  relí- 
gioãofl,  cujo  único  emprego  era  promover  a  maior  gloria  de 
Deus»  e  o  bem  espiritual   dos  próximos. 

Viram-se  de  reponte  os  paí.^jJo  famiUa  sem  ter  aquém  con- 
fiar 08  seus  filhos  para  a  boa  educavão  ;  viram-se  os  díscipuloa 
som  meatreá,  e  os  penitentes  sem  coiiíe>soros.  os  rudes  aam  ca- 
techistaa  ;3em  pregadores  os  ouvmtes  ;  ;^om  conforto  nos  uitimoa 
momentos  da  vida  os  moribundos,  Viram-se  os  réos  sem  ter 
quem  suubosse  animal-os»  e  consolal-os  ncs  patíbulos,  os  presoi 
sem  procurador,  ^ue  lhes  solicitasse  e  Ibes  administrasse  algum 
sustento.  E  vendo-ao  as  aulas  fechadas,  os  coufes^ionarioá  de- 
sertos, as  í;í  rejas  despovoada^,  os  pui  pi '.os  maios  o  tjdos  ou 
auasi  todos  privados  da  granile  utilidade  espiritual,  que  re^it^biani 
os  jesuítas  pur  moio  dos  seus  sa^radus  iDioisterlos,  seniiam 
amar^meute  esta  penla,  e  a  avaliavam  por  uma  daa  maiores 
o  mais  lamentáveis  desj^raças,  que  podiam  succeder  a  Por- 
tugal« 

At4?  aqui  ha  raiáo,  porque  disse  maU  proferindo,  que  tó  a 
posteridade  seria  justa,  avaliadora  deste  extermínio. 

Agora  a  razão,  porque  disso  bem,  é  esta:  porque  fazendo^so 
cada  Xiiz  mais  sensível  a  f^lta  destes  zelosos  operários,  e  incan- 
sáveis ministros  de  Deus,  quanto  mais  forem  correndo  os  aunos- 
e  passando  os  scculoi?,  P3ta  mesma  fragilidade  dos  homens»  e 
corrupção  da  nossa  natureza,  se  experimentará  neste  reino 
maior  deradencia  na  piedade,  no  culto  de  Deus  e  dos  santos,  na 
frequência  dos  sacramentos,  na  boa  educação  da  mocidade,  e  fi- 
nalmente, em  todos  os  exercícios  devotos,  e  conducentes  a  nossa 
eterna  salvação.  E  sendo  assim,  com  razào  diz  o  Sr.  Gama,  que 
6ò  a  posiendúifê  poderá  justa  e  dignamente  amliar  esta  acção  de 
exterminar  os  jesuítas,  não  pela   mais  brilhante  do  appiaudidõ 


166 


REVISTA    DO   IMSTITUrO   HISTÓRICO 


miniiUriú.  como  assevera,  mas  pela  maíá  fuoe&ta  e  oocira,  que 
lhe  podia  eucceJtT,  comu  eu  acabo  de  mostr  kP. 

Poiíhamoâ  íim  a  esta  nota;  ni  qual  se  accrosceoU,  qa©  sêm 
se  fazer  tstc  passo  (de  destoiTav  03  jesuiliis)  jamais  púdcrii  o  reino 
sahir  dd  ignorância  dn  quâ  o  (íithlo. 


iB&olcjite  asserto    ão   tmioe   dj    i^ocmn,  e  absiardUfe 
coaa«^(|ti0iiei&s.  <^a<9  delia  se  dedaiom. 


Sr.  Gama,  so  03ie  seu  asserto  é  verdadeiro,  como  part>c^. 
que  quer  quo  juliíTiemos,  dello  necessariamonto  se  deduíera  al- 
gumas consequências,  qac  vt^gsa  niLU^cé  não  podei á  negar.  A 
primeira  lie,  que  tudos  os  que  estudaram  cora  os  jcsuiias  sahi- 
ri3radas  suas  escjíaà  ignorantes.  E  quererá  vossa,  mercê  bonrâir 
com  este  íauslcij  titulo  a  tair-os  liomons  grandes  por  nasci- 
monto  e  por  letras,  os  qtiaes  frequentaram  as  aulas  destes 
padres,  ou  era  Liáboa,  uu  em  Coimbra,  ou  cm  iLvora,  nau  ftii- 
lando  ora  outras  eidadta,  nem  em  tempos  maia  uutigos?  Quereri, 
torno  a  dizer,  honrar  com  eâio  faii8tui>í*o  titulo  aus  cxcellentm- 
siraos  senhores  Josó  Francisco,  D.  Francisco  do  Noronlia,  qí  dous 
Bonhorcs  D.  Joa<5  e  D.  Luiz  tle  Vascjneell  s,  e  ao  siíntiMi*  Nuno 
da  Cunha?  ÍLst^s  e:  colares  dos  je?iiitas  em  IJsboit :  em  Coimbra 
aos  cxctíllentifhiraos  Èsonlioros  Ayres  de  Sã.  e  M(>tlo,  e  ao  senliur 
Josô  do  Seabra?  Em  Évora  aos  exooUeasisâimoâ  seuhores  Mar- 
ttnhode  Mello,  D.  Mi^niiil  do  Portugal,  Hedro  Ja^jues  de  ^fa- 
galbâes,  D.  Nuno  Alvares  i*orc'ira  ^  Jaime  da  Silva  Telles  í 
Som  fazer  aqui  menção  de  iofinitos  outros  do  uionor  gra  tU  içao, 
roas  de  i^íiali  ou  tiiilvez  raator  sabedoria,  quves  eram  quasi 
todos  os  alumno.^  do  real  collegio  da  Puníioaçio,  uouií^arei  al- 
guns, que  me  íembrtun*  e  porque  são  mais  moJern'j.«.  Hutn  Fa- 
Iciro,  um  Monto,  um  Oraiico,  uiu  Ferrão,  occIn  siasticus  todos  de 
uma  prolunda  scieocia,  ou  fosso  o  a  th8olo2:ia  maral,  ou  na  es- 
peculativa. Senhor  Gama.  si  se  atreve  a  cUamar  a  e^tej  hjmens, 
igooraotes,  digodhes  que  tem  grande  ãuin;o. 

A  secunda  consequência  1m,  que  u.ubem  í*jT;im  i^nofantea 
os  jesuitis  todos,  quoeasinat\4m  neste  reino.  E  pret';>ndorii  vossa 
nrerce  ler  nesta  conta  a  tantos  raoslreíi  iosigncs  assim  na  rlií^?to* 
rica,  como  em  pliilosophia,  tlieol'  gia  especulativa,  e  mor^il,  fa- 
cuidador,  que  publicamente  ensinaram  o^tei  relgi"SO:b/  r:^'no- 
rant;!  ura  Manoel  de  Azo  veio,  um  Vij?inier,  ora  Duarte,  um 
Motta,  é  um  Noronha  !'  Edtes  rhetjricos.  Um  Manoel  Marques, 
ura  Sebastião  do  Abreu,  um  Francisco  António,  um  Domingos  da 
Cunha,  ura  Joãu  de  Vallalares?  Kste*  phiiosophos.  Um  Fran- 
cisco Monteiro,  um  Dingo  Pacheco,  um  Ignacio  da  Silveira,  um 
Joté  de  AraujD,  um  António  Pereira  o  um  Kstanisliio  Mano? 
Estes  lheolíi;:o3.  Um  Paulo  Amaro,  um  Manoel  líapíísta,  em  ãoié 
da  Costaeum  Jos<-^  de  Oliveira-*  Estos  mor^Uistas,  além  de  outros 
iomiraeraveis;  d j  ^ue  pudera  Airer  aqui  um  grani©  catalogo. 


PlErUTAÇÕEí?  As  CALUMNÍAS 


167 


raesU"es  toios  elles  gingularnaentii  diatlnoto  da  perfoita  compre- 
heosão  das  rnatBrias,  qtie  ioainavam.  A^itii,  eorao  se  traía  de 
jesuítas,  monoa  duviíía  poda  ter  o  áoalior  Gama  em  nogar-lhes  a 
aeioDcia,  e  conceder- lhes  a  ígQoraiioi:^.  Vamos  a  terceira  conso* 
qaeocia. 

Eàta  aluda  Ue  mais  absurda,  mas  tambom  ínnegavol,  sup* 
poeta  a  verdade  do  asserto,  do  que  sem  se  faier  o  passa,  (de  lan- 
çar fora  03  jes  iitas)  não  poderia  jdmais  o  reino  sahir  da  ignO' 
rancia  em  que  o  tinham.  E'  poi9  esta  a  terçai ra  consequência,  quú 
todos  os  douto  es  e  meatres  ou  foasem  reí?ulares.  ou  seau lares, 
que  j*egeram  cadeiras  em  Portugal  no  tompo.  quo  cxlstlo  n&llo 
a  compauiiia,  loram  ignoranles  por  culpa  dos  jesuítas,  Qiio  di- 
riam agora  SG  vivoââêíiit  a  c!3ia  consequência  tirada  ligitima- 
mente  da  a-jserção  do  soulior  Gama»  a-ijuo lies  grandes  homoníí, 
não  só  o  que  no  ^cculo  pasmado  mais  aind  i  os  quo  neate  pn^sente 
ílorcceram  na  Universidade  de  Cuimbra  ?  Um  Lucas  do  Seabra, 
um  Fernão  Pires  Mourão,  um  Di  íQíhío  LJo i* d nrdos,  ura  Manoel 
Borgeíí,  e  Diogo  Cardoso?  Um  Manoel  Braz  Anjo,  o  ura  Niíiolào 
Alves  Braudào  f  Qua  *! iriam  um  fi  ei  Cbriituvão,  ura  Irei  Feli- 
ciano, um  í'cQi  Tbeodíi!?io  da  Cunha,  um  frei  José  Caetano,  ura 
frei  Cliristovao,  um  froi  Feliciano,  um  frei  Manoel  da  Rocha,  o 
um  frei  Pedro  do  santo  Thoraaz  f  Il-^mens  todus  doutíssimos» 
appíaudidos,  consultados  o  ouvidos,  comk>  Oi-aculos  ?  Mas  não 
inquietemos  os  mortos:  Saibamos  o  quo  diriam  os  pouc^os  que 
ainda  vivom,  ouvindo  aquelle  asserto:  um  António  Cardoso 
Seira,  um  Pedra  Viegna  e  um  Mino^íl  Games  Ferreira?  Sujeitos, 
quo  Ibram  o  orodilo  e  esplendoí' da  Universi Jade,  regendo  as 
cadeiras,  c  hoje  nâo  o  tíbjecio  da  admiração  e  assombro  aenton* 
ciando  n)S  tnbuna&s?  Dirão  fallanda  com  a  modéstia,  que  ó 
própria  dos  sábios,  Bjr  ura  temerário  arrojo  proferir  uma  tal 
prepo^iç^io,  da  qual  nocessiri amento  se  soguem  iUaçõet  tão 
faUaSt  consíeqaeiícias  tâo  absurdos. 

Mas  vamos  do  vagiir,e  nâoqueiramog  interpretar  com  tinta 
rigor  as  palavras  do  senhor  Qama,  aom  examinarmos  primeiro 
que  oousa  intenta  ello  sigaiftear  com  aqtiolhi  termo  igf.úrancia  ? 
Será  por  ventura  falta  de  noticia».  qU'3  tinliao  oa  portuguozci 
no  tempj,  que  existia  em  Portugal  a  companhia,  an  quaes  ge 
acíião  em  livros,  que  ontào  erão  reprovados  o  hoje  são  livre- 
mente perra ittid 08  í  (57)  Mas  senhor  Gama,  que  culpa  tem  disto 
os  jesuitas  ?  Se  o  tribunal  d»*  santo  oíflcio,  sendo  eu  tau  mais 
escrupuloso,  do  que  agora  é  a  mesa  scnsjria,  uoiíorraando- 
ae.  aos  pareceres  dos  qualificadores  ;  quo  erào  pela  maior  parte 
08  homens  mais  doutos,  e  timoratos  de  todas  a^  sagra-las  reli- 
giSõs,  prohibia  debaiio  de  graves  penas  a  lição  daquelles  livros 
que  queria  vonsa  mercê  que  os  jesiuitas  persuadissem  nos  púl- 
pitos, aconselhassem  noa  confessionários,  ensinusaora  nas  c  (.doi- 
ras, que  08  curiosos  desobei tecendo  aos  preceitos  o  despreeando 
as  censuras,  podiâo  ler  os  taes  livros,  e  seguir  as  doutrinas,  que 
tra^iào  com  segurança,  o  sem  perigo,  Oti !  isso  nào  ;  isso  nâo 
faziâo estes  religiosos.  Accuse-os  vossa  mercê  de  outros  crimes: 
attribua-llieí  outros  delictog  \  diga  que  erão  invejosos^  discordes, 


i68 


REVISTA   DO  mSTlTUTO   HISTÓRICO 


fttriasas  hipócritas ;  (88)  Ua»  corniptoroa  dos  bons  costumes^ 
e  assecloá  de  doutrinas  falsas,  erroaeas  e  heréticas,  káocerta- 
meiítô  uào  erão:  osso  vicio  uão  tinbão  elles.  Alem  de  que  nãj 
saber  fiottcíaSt  que  em  boa  cao^ieDcJa  se  nâo  podem  ler  nem 
ouvir  lâo  longe  está  de  ser  ipnorancUt^  ao  menos  reprebeusivcl 
qixB  antes  é  oautella  louvável,  prudência  chnstS,  o  conselhã 
santo  iYm/i  plus  sap*;re,  gnam  opor  ter  et  sapere,  Náo  é  bem  que 
â£LÍba  oquo  nâo  convém,  diz  o  doutor  das  gentes  (^) ;  de  sorte 
que nesla  mi^teria  também  ba  extromos  viciosos;  e  t^uUo  se  perde 
por  carta  do  menos,  como  por  uma  carta  de  mais,  que  ao  lê* 
ou  ouve  ler.  So  as  notícias,  que  vera  nos  livros  s-lo  boas,  ou  ao 
menos  indiíTerentes,  e  as  doutrinas  sans  é  bem  que  se  saibão ; 
uiBíi  se  §âo  más  e  perigosas  o  nâo  saboUas  nâo  é  i^noi-ancia,  é 
sciencíA^  asciencía  do  aaotos.  Asâím  que  é  necessário  investi- 
gar ou  ira  razão,  em  que  possa  í  uni  ar-se  o  seníior  Gama  para 
dizer,  quo  íf»i  se  dar  o  passo  (do  exterminar  os  jesuitas)  não 
podia  jamais  sahir  Portugal  da  ignorância  em  que  o  iinhõo. 

Agora  sim»  agora  julgo  eu,  que  acertei  com  elia.  A  razão 
não  é,  nem  mo  pareoe  que  pude  ser  outra,  se  não  esta.  Não 
eiisinar  a  companhia  nas  suas  attl;iã  as  faculdades  o  materiad 
que  depois  do  sahir  olla  de  Portugal  ordenou  o  Sr-  CarvaiUu 
sondo  reformaJor  da  Universidade  de  Coimbra,  que  ali  se  ensi- 
nassem* Oiu  algumas  outra.^  partes  do  reino.  Ma^j  também  nisto, 
Sr.  dama.  não  :^ão  culpáveis  os  i«>^uitas.  Gates  religiosos  ensi- 
navâo  aqueilas  matérias  ou   r  'es  que  os  fundadorea  dos 

;âcus  coUegios  lhos   tinhào  d*  lamento  asslgnado  para 

que  lhes  tinhão  deixado  rendais  ULiLM-iumadas,  Daqui  vinha  que 
segundo  as  diversas  instituições,  em  umas  part*?s  ensioavão  só 
a  ler  e  escrever,  e  os  p  ri  moiros  principies  da  grammatica  ;  em 
outras  também  a  rhetorica  o  pbiiusophia,  em  outras  a  theolo- 
gia  moral  e  especulativa;  e.  finulrnente,  em  algumas^,  como  em 
Lisboa  o  em  Évora,  a  sciencia  mathematiea  ;  em  Loimbra»  a 
língua  grega  e  hebraico  ;  attondendo  sempr»?  os  fundadoi^es,  ou 
ío?sem  reis  ou  vassalos,  nestas  suas  determtnaçòos  ao  que  era 
maijà  útil  e  necessário  aos  povos,  o  não  ao  que  jiilgavão  supér- 
fluo, ou  em  certo  modo  de  supcrrogação.  Ê  so  hei  de  dizer  o 
ijue  emendo,  acertavão  nesta  part«.' ;  porque  mostrando  a  expe- 
riencía  que  em  Portugal  pur  ser  um  reino  pequeno,  e  nao  doa 
mais  ricos  só  as  Aiculdades,  que  são  lucrosaa,  se  aprendem,  o 
quo  as  que  o  nâo  sâo  80  dospresão  restringir&o  as  suas  Tontadetf 
a  quo  unicamonLe  se  ensinassem  as  que  emo  utois  ao  lucro  doa 
particulares,  o  neoessarlas  para  o  bom  governo  do  commum. 

Declaro  que  eu  não  pretendo  aqui  controTerter  c  muito 
menos  decidir,  se  aeria  ou  não  conveniente,  que  na  corte,  ou 
fora  delia  em  um  collegío,  ou  seminário  de  nobres  UouTeasem 
mestnii  que  ''^^^-^  .«>iem  todits  aquellas  artes  e  sciencia?.  e 
ainda  aa  Uml  i  ^  cuja  noticia,  e  initrucçâo  íaz  aos  homens 

cultos  e  eriL..:^^,  .  maii  LabeU  para  poderem,  Intlo  a  cortes 
oatr^ngeiras,  raser  nellas  maior  íigura,  o  acreditar  a  nação. 
O  que  djgo,  e  torno  a  dixer,  he  que  as  tacutdadea  a  que  ao  n£o 
propõem  algum  premio  vantajoso,  ou  não  dão  de  ai  lucro 


REFUTAÇÕES   AS   CALUMNIAS 


160 


ífraDée»  ordinária  mente  nom  se  aprcndom,  nem  se  eatlmão. 
Istu  esporímeotaTáo  CS  jeauL&as  una  stri3  aulas  de  rhetorica  e 
pliilosopliia  ;  nas  de  rhtnonca  pornue  oâíliscipuloã  cootentando- 
se  cora  o  entender  os  livros  laiinus,  quo  tratáo  de  leis,  ou 
Canonoa,  thoolo^ia,  oii  mediciuap  íie?am  para  vão  os  mestres  e 
híao  aprendera  phiiosiphia;  nas  de  philusophia,  porque  aj»enas 
tinhão  completo  o  primeiro  anuo,  não  querendo  síiber  maPB, 
partião  para  as  uni  ver* í dados,  aonde  se  não  fosse  proliibido 
admittir  al^^um  e^tudant^  aa  soiencias  maiores,  sem  ter  primeiro 
aprendido  lógica,  nem  esta  talvez  esfiUdariao.  O  que  pas>Mva 
nessas  aulas,  succediáo  também  oaquella?,  cm  que  cQ>in;iváo 
matliematica,  e  as  liti^uas  hebraica  u  ^í^^ní^ ;  «a^s  em  t^daa 
pela  mesma  razão  de  nao  eorera  instas  artes  nem  lucroea?,  nem 
premiadas,  (30)  Sint  Maecenotas,  f\on  deerunt  Flace  Maroucs, 
Hajão  Mecenas,  não  faltarão  Virgilios»  dizia  Marcial  jl  no  seu 
tempo*  Tanto  C  certo,  qvio  mm  proveito  uâo  ha  estudo  ;  e 
muito  monos  grande  appUcacão,  se  doUa  não  se  csprra  í:rande 
utilidade. 

Ora  esta  fiUa  de  frequência  quo  osperimentavão  antiíra- 
mente  os  jesuítas  nag  aulaa,  em  quo  ensina  vão  as  faculdades 
menos  utciac  fruotiferas,  se  esperimoota  j4  íioje  em  Portugal 
era  todas  aqueilas,  em  que  so  cusinão  as  seienctas,  t|iie  sao  pro- 
ficunô  e  rendosas r  o  falando  particularmente  da  Universidade 
de  Coimbra,  depois  de  ser  reíormi  da,  são  tao  pouco  os  e^tu* 
dantes  que  a  frequootão,  qm*  nào  sei  íse  alguos  chegâo  a  duvidar 
qual  seja  maior»  se  a  rauíttilão  dus  Me^tres,  se  u  numero  dos 
diseij-ulos.  Eu  teiilio  toda  a  veneração,  que  devo  sos  professores 
lodos  actuaes  daqualle  novo,  ou  renovndo  empório  das  leiras, 
não  obstante  náo  ouvir  fali  ir  delLs  neste  reino  com  aquella 
prefação,  com  que  se  fallava  dos  amigos;  aolea  saber,  qtio 
alguns  delles  se  quejxão,  de  que  es  seus  mesmos  ouvintes  us 
despre^-ão  e  deai&tiioâo.  Mas  d;iio  que  todos  sejao  tão  boD5,  ou 
ainda  melhor  que  seus  preiíeccsr^iore.-í,  temo  muito,  que  supp^sta 
a  caresiia  de  diseipulos,  brevemeut.o  imo  haja  mestres  ;  que  com 
hõDraos  ^ubstituão  nas  cadeiras,  e  dcpjis  com  rL!ctlião  V(»ohí\o 
a  seutenclar  nos  tribtinaos,  Qun  alguns  sabirão  das  aulas  para 
08  cárceres  do  santo  cfflcio  por  mMttri.ihslas,  ia  nós  sabemos, 
(31 1  Que  íi^j^o  de  íahir  para  os  Iribunaes  e  cadeiras  ainda  eslã 
por  ver . 

Não  sejamos  porem  ave  de  mâo  agouro:  deixemos  correr  o 
tempo:  e  a  posteridade  verá,  quiDtos  annos  p^ssao,  ou  talvez 
quantos  séculos,  primeiro  que  appareção  em  Portugal  na  o  poça 
dasabeJoria,  homens  tão  doutos,  o  íetrailus,  como  os  que  tio- 
reacerão  no  tempo  thamado  da  ujnoronia  ;  quer  dizer,  outro 
Pegas,  outro  Barbosa,  pae  e  filho,  Tutro  Gama,  outro  Pereiíu  de 
Castro,  outro  Árias  Piuello,  uulFo  Tenudo,  outro  Olivn,  outro 
Pedro  Nune^s,  alera  de  outros  mui  tos,  que  omitto  ;  estos  secu- 
lares. Agora  os  jeBuita?,  Ma-?  destes,  porque  também  não 
posso  dizer  todos,  nomearei  somento  alguns.  Quando  appareeera 
em  Portuíifal  outro  Alvares  e  Vellez,  em  gramraatícii:  era 
belks-letrds  outro  liartliolomeo  Pereira,  e  António  de  Amorim  ; 


170 


HHVISTA   DD   INSTITUTO    HISTÓRICO 


<>  priraeiro  cbamadoo  Virgílio,  o  9t*guado  o  Ovídio  portii;4aèz: 
cm  philasopíiia  utitm  Pedro  da  Ponc0i:a,  outra  Sj^res  Lusitano, 
cairo  lííJiicio  Monteiro:  na  tlieologia  especulati^/a  outro  Chri.?- 
10 vão  Gil,  outro  Molina:  nx  moral  outro  Manoel  Pereira, 
outro  Fragoso,  outro  Rebello,  outro  Pinheiro,  outro  Bento 
Pereira,  e  No;::ii6im  :  na  o i posição  da  -agrada  eseríiittira 
om  Mendonça,  um  Carradas,  ura  Braz  Vit^gaa:  na  predica 
quando  apparccerá  outro  Vieira,  outro  Reis,  e  outro  Sá : 
aa  tlieolgia  polemica,  catechotica  outro  AíTon^o  Mendes, 
ou  Fraucisco  Leitão,  outro  Henrique  Honrjques  ;  na  ascética 
outro  Dio^ío  Mo.iteiro,  outra  Francisco  Ayres,  outro  .João  da 
FoDceca;  na  fiiis?>ica  um  António  Carneira,  um  Gaspar  CarduPo, 
um  Luiz  Crandâo:  na  historia  eccIesiasU'  a  e  profan:i,  ura  Ma- 
noel de  Almeida,  ura  António  Franco,  um  Cord^^iro,  um  Va^con- 
eellos,  um  Queiroz  e  um  Aranha:  na  cliroloEHgia  um  António 
Fernandes  e  um  Francisco  de  >Licotlo  t  Seria  certatueoti!  impor- 
tuno, se  quizesae  pjiui  trazer  toJos  oâ  je-iiitag  portuguozes, 
assim  antíjaru3  como  raodornos  que  compazcrào.  e  estamparão 
nao  só  sjbre  matérias  diverí?as,  inas  om  diversia  línguas.  Quem 
os  quizer  saber,  busque  os  na  itynopsis  do  jesuíta  Franco  ;  e  ali 
achari  o  numero  doj^  tomos,  que  imprimirão  e  a  variedade  das 
maiorias  que  eicreverao.  Ora  a  vista  deste  catiil-jgo  que  pu- 
dera ser  mziior,  se  não  temesse  enfastiar  o^  leitores,  di^a  muito 
embora  o  senhor  Gama,  que  a  acyio  (de  eiteiuiinar  03  jesuitfis) 

<  sora  rieaipre  a  mais  brilhante  intre  tolas  as  do  nosso  tão  ap- 

<  pLfcudido  ministério  ;  e  que  sem  f;i2jr  este  passo,  jr^mais 
€  poderia  >:aliír  o  reino  da  ignorância  om  que  o  tmhão  »  Maá 
:iaiba  que  í  utro  homem,  aem  comparação  mais  doutj  o  intelli- 
^Dto  do  que  eilo,  (3^)  ouvind^j  neáta  corto  a  um  seu  amigo 
louvar  i\s'  p  ogrtssos,  quci  faziam  as  letras  noste  reino  deptjis  ua 
lefurma  íios  eãtudos  rospondeo:  «  p  )Í8  moo  senhor,  eu  jiiI;,^o 
«  que  em  matéria  desciencta  c-ítimjs  JV#r'Ji'a  mais  atrazidoa  do 

<  que  estávamos  a  dois  séculos».  E  sendo  esta  opinitlo  a  mais 
geral  o  coromum,  dií^o  que  com  a  expuLão  doí*  jesuítas,  não  foi 
Portugal  o  que  sahio  da  ignor.mcia  mas  que  a  ignorância  foi 
a  queentr<  u  era  Portugil*  A  melhore  mais  concludente  prova 
desta  verdade  he,  ai^gumentarse  agora  nas  aula-í  de  philoáophia 
o  theologia  em  liogna  portuguesa,  porque  não  se  saba  a  latina* 


CitCd  Coelho  d&  i!;IVA. 


Sobre  aquelU'?  p;ilavras  <Íq  hú^*ío  lã*  app'audidú  m%n\$terio 
qu  u*o  por  úm  Jembrai*  uina  cousa,  em  confirmação  deste  dito, 
e  é  o  elo4o  que  fo2  ao  tal  niiniãtefio  <tppiaudido  o  Dr,  Fran- 
cJsíjo  Cjelho  da  SllTa  no  dia  da  solemne  acclamação  da  rainha 


Rr:FLFTAÇÕES   As   CALUMSIAS 


171 


Rdelisiima  D.  Maria  Fraociaca,  preaento  toda  a  nobreza  n^cío- 
Dul  e  ettrangtíira,  e  cum  ella  a^  princip.ics  pessoas,  que 
rííprosentâo  os  trea  estados  do  reino.  *  L'«nçam  Li^inda  sangue 
€  auferidas,  que  ubrio  no  coragâo  de  PortUí^il  aijuelle  despo- 
li tisra'>  ilUiuUado  e  cego,  qii^  agora  acabamos  de  soífror.    Foi 

<  elle  inimigo  por  syatema  da  humanidadu,  da  religião,  da 
€  liberdade,  do  merecimento  e  das  virtudea.  Pavcou  us  car- 
«  ceres  o  oa  presid.os  com  a  flor  do  reino  ;  vex-ju  o  publico,  e 

<  o  reduzio  a  roiseria:  perdeu  o  respeito  a  autjrÍQ  Mie  pouti* 

<  fit ia  e  opiscopU  ;  depriínio  a  nubreza.  infectou  oe  custumes, 
€  perverteu  a  litgi:ílarão,  o  governou  o  estado  c^^m  ura  sceptro 
«  de  ferro  pelo  rania  vil  e  grosseiro  modo,  que  íttó  aqui  se  via 
«  00  mundo,»  Sr  Gafúa,  cuoátrua  lá  estas  palavras;  e  ajunto  lá 
eiítes  louvores  ao  Eeu  t3.o  appliudido  mirtistetio,  onaquanto  eu 
piFso  a  ler   outra  nota  que  diz  assim , 


Bxpõe^se  o  vdrdndoiro  m<*ÍlvQ  porqiio   sfthlrâo  da  re- 
publica ÚQ  Veaeaa  05í  J«sulia). 

Nvi  paiirioa».,,*  por  aquelle  famoso  interdicto  do  Paulo  V 
«  os  jos altas,  que  em  umas  eai^abrosas  ciroiruátioctas  queriao 
<t  ter  da  sua  parto  a  cúria,  sabirâo  de  VeneSci  aoiidi?  finalmente 

<  depL^is  de  meio  teculo  torMrâo  a  entrar.  Parece  incrível,  que 

<  os  senhores  veoosianog  se  tenhio  esquecido  totalmente  desta 
*  acvão  •>,  Desojoso  eslo  filiio  adulterino  da  com^janliiai  que  a 
republica  de  Voaosa  não  rectdiGSse  noa  seus  doininios  us  jesuí- 
tas desterrados  de  Portugal,  traz  nesta  nota  a  mcrai>ria,  ter 
esta  religião  esculhidc  linces  obedecer  aos  dccrctoá  t^iontilícios, 
que  as  ordens  daquelle  senado,  no  tijmpo  nm  que  Paulu  irri- 
lando  cunLr;i  os  a^^nbores  voncsianog,  por  cansa,  io  terem  mnn* 
dado  prender  om  cónego  de  Vicenza,  e  o  ab!>adc  de  Nltv*  za,  vio- 
lando nisto  a  liborLladc  e  immunidado  eclesiástica,  ptiblicou  um 
rauoiturio  pelo  qual  declarava  incurso  om  excommtinlmo  o  Doge, 
e  todo  o  senado,  e  Intimava  um  interdicto  a  Venesa  e  a  todo  o 
eitado  da  republica ,  (  33) 

Nestas  criticas  circunstancias  julgarão  €s  jesuítas  e  também 
os  tlio  uinos,  o  capuchinhos  seguir  antes  as  partes  do  Píipa  quo 
aa  do  senado  ;  o  iiu'il  mandava,  que  nora  se  consentisse  íixar 
em  parto  al^^uma  o  munitorio,  nem  deixassem  de  se  continuar 
como  antes  os  ofllcits  divinos.  Por  esta  causa  sahiiâo  todos  dcs 
ost*d.s  daquella  republica*  Ora  ou  não  considero,  quo  os  je- 
suitas  nesta  sua  resolução  flzerana  alguma  injuria  ião  grave 
áquolles  senhores  senadores,  que  depois  do  tantos  anuoa  se  não 
pníessera  odiíueccp  delia.  A  falta  obediência  do.- tes  religiosos  as 
ordens  do  serenissimo  senado»  nào  foi  expontânea,  ou  volun- 
tária; foi  constrangida  e  forçada;  nao  foi  porque  o  nào  roconhe- 
cessem  por  seu  príucipe  e  soberanoi  a  si  por  seus  subdiíos»  a 


I 

i 


172 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


vassalos ;  fui  parque  sendo  ecclesiastlcoa  e  além  de  ecclõ- 
8iíistico8  religiosos,  julgaram  quo  devia  preponderar  nelles  obe- 
decer antes  o  Papa  cabeça  da  Igreji,  qud  ao  principo  se- 
cular (laqueile  estado.  Eãta  é  uma  ra»ão;  outra  é  quererem  aqtâa 
éacriacar  se  a  porjer  a  pátria  os  beos»  e  a$  coraraudidados  todat, 
que  iili  tiuhão,  n^  oonlormaQdo^se  a  roatadedo  seaado,  do  que 
expor  o  corpo  todo  da  su  i  religião  ao  ódio,  u  ira  de  um  ponti- 
íice,  que  se  considerava  aífrouâdo.  veodo-ae  desobedecida. 

De  sorte,  que  £e  havemos  de  fatiar  sem  paíjiiOi  oem  os 
j€suitaa  iDjuriàrão  a  republica,  aem  a  republica  os  jesuítas; 
de  ambas  as  partes  se  obrou  pruiieDtomentG:  oa  j^^suitcis, 
porque  de  doiia  males  eleg*  rào  o  menor,  isto  he,  sacri  ficar - 
se  anieã  a  si.  do  que  a  toda  .sua  religião. 

A  republica,  porque  de  dous  bens  escolheu  o  maior,  isto 
Jic^,  privar-si?  antes  desta  religião,  do  que  ver  oíToaLiMa  a  sua  so- 
berisnia.  Esta  innocente  cooducta  doa  ja^uitas  conheceu  muito 
bem  aquelle  sapientissirao  e  prudentíssimo  senado  ;  por  isso, 
quando  o  pontilice  Alexandre  VII  ilie  escreveu  a  favur  destes 
religiosos,  representaudolhe  os  motivos,  que  havia  pari  os 
tornar  a  admittir,  sem  rcpu;^nancia  alguma  o  faz,  restitaindo- 
Uies  fiel  e  inteiramente  tudo  aquiUo,  de  que  os  tinha  despojado. 
O  mai8  he,  que  vendo-os  oestes  últimos  tompos  perseguidos,  íÂo 
longe  esteve  de  desejar  ou  pretender  a  sua  extlDcçào  que  antes 
não  admittio  o  breve,  que  oa  supprimia  em  todas  as  sua^  clau- 
sulas* o  deteruiiaações  ;  e  a  cncyclica,  que  depois  se  pa»>ou, 
prohibitiva  de  alguns  seus  mioisterios  totalmente  a  regeitju^ 
Pelo  quo,  Sr.  Gama,  não  lhe  pareça  incrível,  que  os  senhores 
vanesianos  se  tinhtio  esquecido  desta  acçfio,  que  certamente  oao 
foi  tão  injuriosa  como  vossa  merco  se  persuade.  São  ellos  pru- 
dentes, Judiciosas  e  reílexivos  ;  o  sabem  ava^liar  as  cousas,  oao 
pelo  que  apparecera  de  lora,  mas  pelo  que»  !^ão  essencial  mento 
por  dentro;  quero  dizer  pelo  que  justa  e  realmente  merecem - 

Na  mesma  pagina..,  depoiá  dj  noáso  poeta  raosirar  o 
grande  desejo,  que  tinha,  quo  Venesa  não  recebei  se  nus  seos 
portos  os  portuguez*.'3,  contínua  nos  versos  a  exprimir  quanto 
gostaria,  que  He3}»anlia,  Kran^a,  o  toda  a  Itália  lhes  desaeni 
a  mesma  repulsa,  dizendo  a^sim : 

«  Alegre  deixarei  a  luz  do  dia, 

<  Se  chegai*em  a  ver  meus  olhos,  que  Adria 

<  Dl  alta  iojuria  se  lembra,  e  do  seu  seio 

<  Te  taoca  ;  e  quo  te  lança  do  seu  seio 
c  GalUa,  Ibéria,  e  o  paiz  beUo,  que  parte 
€  O  Apenino,  o  cinge  o  mar,  o  os  Alpes.» 

ímpios  sentimeotos  do  poeta,  vendo  próxima  a  supprostf<i> 
dacompaniua  de  Jesus. 

Commentando  a  palavra  Adria  poz  a  nota,  a  que  acima  res- 
pondemos; agora  íus  palavras  GuUia,  lOerui  trazesti,  que  logo 
refutaremos:  <  Quando  o  autor  escreveu  estes  ve/ios  estava 
<  l»m  loDge  de  imaginar»  quo  a  maior  parte  do  que  nelles  se 


REFUTAÇÕES  As  calt;mnia.s 


17:^ 


€  eontein  se  havia  de  cumprir  em  soUxS  dias.  Temos  a^ora  do 
<f  mais  a  mal"?  boas  esperanças  Je  ver  cumprido  brevemente  o 
<  restoK  Qao  flna,  e  minca  mais  v!sU,  nem  ouvida  caridade, 
que  80  alegra,  e  alvoroça  eona  a  esperançi  de  ver  a  tutal  rtiina 
do  próximo!  Se  este  pia  e  santo  buraein  deixaria  alegre  a  ítu  (fo 
dia,  se  chegasse  a  ver  expulsoa  de  Venesa,  e  darcstaote  de  lU- 
lia,  Hespanha,  e  Fran!:a  os  jesnitas»  qoal  seria  o  áeu  írosto,  vendo 
a  comp  inlua  abolida  em  todo  eaUiolícísmo  ?  Aqui  sim,  aqni  me 
persuado  eu,  que  eile  com  mais  rasf^o  exclamaria  dizendo, 
©  repetindo  aquelle  cântico  ;  Xunc  dimittis  servum  taum  DO' 
mine.  {34}  Senliof,  ítgora  sim,  agora  quando  quizeres,  levai- 
rae  de<t6  mundo  para  o  outru  ;  porque  ,ji  morro  de  «Mnçado, 
vendo  com  meiía  olbos  extíncta  jà  a  companhia  do  Jesus  ; 
aquella  que  como  mài  amorosa  rae  recebeu  na  sou  grémio»  mo 
deu  o  sou  leite,  nducou-mí-^  a  ensinou  esh»  pouco  qtie  sei  ;  e 
que,  ainda  depois  de  eu  alKindona]-a  ingrato  aos  soug  beneflcioa 
me  qtiiz  toraar  a  admittir,  não  por  mereííímentos  meus,  mas 
por  summa  bondade  sua.  Agora  sim  ;  agora  morrerei  alegre 
(contiQuaria  a  dizer)  porque  vejo  doátruida  o  desbaratada  a 
■  guarda  pretoriana  dos  papas,  como  eu  lhe  <'hamn  nesta  minlia 
íbra  ;  (35)  dissipado  aquclte  esquadrão  formidável  a  lodo  o 
podor  do  inferno  ;  posta  por  terra  aquolla  torre,  de  que  esta- 
vam pendentes  tantos  tropli('o:s,  quantos  erjm  os  h^reaiarciías, 
cuj^is  seitas  tinham  impoírnado  oa  lllhos  desta  companhia, 
Agora  sim  ;  morrerei  conr.ento,  vendo  co:*tado  á  i igreja  aqijollo 
bra/vj  direito,  que  a  defendia  ;  privada  a  vinha  do  gr  vn'*e  pai  de 
família  dos  melhores,  e  main  incansáveis  operários  ;  a  idolatria 
ca  infidicidade  sem  tei"em  missionários,  quo  lhes  vao  pn^gar 
o  evangelho,  instruir  na  fé  e  baptisar.  Agora  sim,  agora  jit  a 
morte  me  será  doce,  vendo  que  faltara  a  mocidade  mestres 
que  a  eduquem ;  aos  libertinos  pre^íadores^,  que  os  intimidem, 
6  ao3  penitente??  eoníbKsores»  que  os  dirijam  o  guiem  pelo 
caminho  do  Céo.  Agora  sim  finalmente  alegre  deixarei  a 
/uí  do  dia  ;  vendo  sem  op posição,  nem  obstáculo  daquelle-í 
ministros  de  Deus  triumptiar  o  viciOi  a  dísáoluçáo,  a  mal- 
dade. 

Ora,  que  outros  p>diam  ser  o'?  sentimonto^í  de  ora  ijorej?, 
ou  de  um  impíoou  mio  catholíco  ?  Pois  som  temeridade  pade- 
moa  crer,  que  esteíi  foram  os  do  Sr»  Gami,  vendo  extiucta  a 
companhia,  s  ^meUiaetes  em  tudo  aos  do  seu  Mecenas,  o  Sr.  Car- 
valho» que  lendo  o  breve  suppro.^sJvo  desta  religião  íicou  tão 
íú;'a  de  si  por  excesso  do  gosto  e  contentamento,  que  fez  com 
escândalo  de  todos  os  bons  cantar  em  todas  as  parochias  o 
igrejas  de  PortUiíaL  o  hymno  ambrosiano  era  a<*ção  de  graças 
a  Deos  por  aquolle  beoeíieío ;  como  se  fosse  o  mesmo  aljolir  ura 
instituto  sagrado,  que  desterrar  do  mundo  uma  sdta  htíretica. 
Sr.  Gama,  se  lhe  parece»  quo  neste  paragrapho  o  tratei  mal, 
respondo-lhe  com  as  palavras  de  Christo  :  «ox  ore  tuo  te  judico 
serve  nequam^>.  (36)  Nlo  dissesse  tanta  nos  versos,  e  também 
eu  não  diria  tanto  na  prosa :  vamos  adiante,  o  acabemos  do 
ouvir  as  notis  do  tijrceiro  cant/»* 


ir; 


nEVI>TA    DO  INSTITUTO   I!lSTOR:r;u 


Na  pa^iioa,..  so  ié  e^ta  ;  «  Gabriel du  Malasrridai  diiiboíicc> 
«  roariyr  qui!  cú  deixou  a  compaobia  para  tiltimv  prova  do 
«  seu  sediciQso  e  fanático  espirito.  Od  jeíuit^s  ospítlhíii-áo  pelos 
€  soiís  devotusem  Roma  uma  estampa  com  a  le^M:  Vt^norabiiis 
«  pa lar  Gabriel  Malaj^rida  in  Portugallia  pm  Ôlo  occisus  ;  e 
4  inaiâ  abaixa,  Tui  relaxado  ao  braço  secular  ».  Qie  o  Mala- 
grida  fjí  martyr  muita  gente  boae  desappaixonadao  crô,  tendo 
por  si  a  atitoridade  de  oao  menos,  que  du  Papa  OlemoDie  Xltl  o 
qual  ouvindo  a  cruel  e  infame  morto,  que  se  ti n lia  dado  a  oste 
tâo  celebre  e  zeloao  mi^isioDano»  nâo  duvidou  proferir,  ter  a 
companliia  mais  um  raartyi*.  Agora  que  este  marLvr  fosse  mar- 
tyr  diabólico,  aioda  esiá  por  provar. 


Refutaste  o  *\n»  9e  dicdo  Matngrlds,  o  mnis  Jesuíta':. 

Explko-me  asáim.  porque  a  sentença,  que  delle  so  publicou 
logo  que  a  leu  o  publicu,  a  teve  por  illegaU  invalida  e  nulla, 
(por  ô:sUP  cheia  de  ineohorencias,  e  Mix  de  toda»  aquellas  re- 

§ras,  que  ensinam  os  Cânones),  e  prescreve  o  dir<*ita  para  con- 
eninnr  um  réo.  Quem  quiser  ^ihnv  fundamuntalmeote  a  razão 
destemeu  dito,  Icin  o  livi^o  latitulado:  «  II  buon  i-azíoeínio, 
€  diraostrato  iu  duo  iscriUi.  o  siino  saggi  critico  apobgetici 
c  sul  famoso  processo,  o  trágico  floe  dei  su  padre  Cabriole  Ma- 
<  lagrida,  sacerdote  professo,  e  celebre  missionário  delia  cox- 
€  pagnia  de  Gesit,^  (37)  E  delle  evidonteraentíi  conhecerá,  qua 
quanto  naquella  informa  sentença  s?  publicou  contra  esto  sap- 
tuageaarío,  o  quasi  decrépito  jesui(.a,  ou  são  culpas  fipgidas» 
oa  lo'í curas  verdadeiras  ;  o  por  boa  conseque^icia  nào  sor  me- 
recedor daquella  mort3.  So  vier  o  tempo,  co  ao  ârmomí^a^  se 
espera,  em  nue  so  coDceda  revista  ;1  es  a  cau^a,  oatão  cotn  toda 
a  clareza  saDerá  o  mundo,  so  o  Malagrvia  foi  mavtt/r  santj  ou 
diíiholico  ;  hoje  jà  se  diz,  quo  mais  hereja  foi  dos  mandamentos 
o  juiz  que  o  sentenciou,  do  qu3  foi  berc^o  do  c^-edo  o  rCo  senten- 
ciado. Pelo  que  pertence  a  estampa,  do  queiafj  falia  no?ta  nota 
d  1^0  ser  absolntaraeute  falso,  que  os  jesulta^i  Itie  puzessem 
aquella  letra.  Venerabilis pater  Gabriel  Mnlagrida  íi»  PorlugúWu 
pro  fide  occiítts.  Mas  se  ucaso  corre  com  ella,  uao  foi  ob>*a  dus 
jesuíta.^,  ou  de  algum  iíen  lovoto  ;  masauies  de  alguiii  seu  ini* 
migo  ;  81  nilo  fui  erro  do  impressor  que  em  logai*  áú  pôr  per/idei 
trihiinal  occisus,  po2  cuidando  que    acertava,  ]>ro  fide  occíuj. 


CANTO  IV 


Querendo  o  dos$o  poeta  descrever  nest)  canto  uma  inves- 
tida, que  05  Soldados  europê3S  deram  aos  indtoi  cm  uma  das 
tuas  aldi^as  e  exaargerar  o  valor,  com  que  ueila  se  portaram, 


REFUTAÇÕES  As  CALUMMAS  175 

encarece  a  (lextreza  do3  índios  e  a  sua  disciplina  militar,  di- 
Kcndo  nos  seus  vereos: 

Que  mãos  trahidoras  a  distantes  povos 
Por  ásperos  desertos  conduziam 
O  pó  sulphureo,  e  as  sibillantes  balias 
E  o  bronze  que  rugia  nos  seus  muros. 

E  porque  attribue  aos  jesuítas  a  grande  instrucção,  6  dex- 
treza,  que  mostravam  na  guerra  aquelles  povos,  accrescenta  na 
pagina  ....  esta  nota:  «  os  jesuítas  que  hoje  negam  altamente 
€  a  verdade  de  factos  tão  evíd  ^ntes,  faziam  ostentação  disto 
«  mesmo.  Os  versos  seguintes  s»1o  do  já  citado  jesuíta  Vanier  na 
«  digressão  a  respeito  dos  índios  do  Paraguav.  Praod.  rust. 
lib.  XIV. 

....  Arma,  ducesque  pa ratos 

Scmper  habent,  Martisque  truces  formantur  in  usus 

H;oc  operum  requies,  sacris  jam  rite  peractis 

Timpana  que,  et  lituos  festis  audire  diebus 

Et  peditum  turmas  equílumque  vibero  sub  armis. 

Primeiramente  os  jesuítas  nem  hoje,  nem  jamais  negaram 
que  os  índios  da  America  hespanhola  tivessem  alguma  instrucçãa 
na  milicia,  sendo  esta  mandada  o  recommendada  pelos  reis  ca- 
tholicos,  como  deixo  dito  na  pagina. . . 


Pr  jva-se   qtie  dos    officioes  euroj;oo>-.  o  não  «los  je- 
suítas tinham  aprendido  Q<  índios  o  manejo  das 


armas. 


O  que  negão,  e  sempre  negarão,  é  que  elles  fossem  os  que 
os  instruíssem  e  ensinassem  no  manejo  das  armas,  exercitando-os 
postos  na  frente  das- tropas  em  todas  aquellas  evoluções,  marchas 
e  contra-marchas,  que  ensina  a  arte  militar,  como  quer  per- 
suadir ao  publica  o  autor  destas  ootas.  A  pouca  ou  muita  scion- 
cia,  que  nesta  matéria  tinham  os  índios  mansos,  e  aldeiados 
era  aprendida  dos  oíliciaes  europeos  para  este  fim  destinados  ;  e 
para  que  delia  se  não  esquecessem,  os  seus  mesmos  caciques  ou 
principaes  os  exercitavam  algumas  vezes,  segundo  as  ordens 
reaes,  que  para  isso  tinham.  Ora  como  entrão  aqui  os  jesuítas  ? 
Por  ventura  em  consentir  que  se  observassem  os  decretos  da 
sua  corte,  e  se  cumprisse  a  vontade  de  seus  soberanos  ?  Se  assim 
o  não  fizessem  seria  uma  desobadiencia  furmal,  e  uma  traus- 
gressão  manifesta  as  suas  reaes  ordens.  Pois  os  versos  do  Va- 
nier também  não  provam  que  os  missionários  se  jactassem  ou 
fizessem  ostentação  de  instruir  os  índios  na  milicia.  E*  desgraça, 


176  REVl-^TA   DO  INSTITUTO  HISTORJOO 

qae  o  Sr.  Oima  alle^^olo  laaus  veies  ne$;s  soa  obra  aquelle 
poevi,  nuQci  eDtend?sie  o  qirf  iizia«  filUndo  elle  ião  oliro:  se 
umas  vezes  o  iii:erpre;a  r..a!,  outras  explica  i»eior.  O  Vaaier 
CCS  seus  versos  refere  s;DgeL«inectea  exaeção  eom  que  os  iodios 
ob-ervivam  Qe:>*>a  pane  as  oiNlens  dos  reis  catbolicos.  seus  se- 
nhores, e  qie  para  ss  observar  icelbor.  nos  dias  de  toia.  aca- 
bados CS  o'l:c:o>  divia-s  Da  igreja,  costumavam  exerciur, 
e  pôr  cm  j^raxe  os  pre:eitos  que  tlnh^o  aprendido  da  ar;e 
militar. 

.\qui  uma  coasa  noto  eu  de  eaminbo,  e  é  que  o  Sr.  Gama 
nesta  sua  n  >ta  não  se  passa  cargo  daqaellas  palavras  do  poeta 
sfícrisjam  rite  p^rGctis,  As  quaes  claramente  signiâcam.  quo 
aquelies  exercícios  militares  se  faziam  dep  is  do  se  terem  feito 
com  to  !a  a  davoção  e  piedale,  que  isso  quer  dizer  aquelle  rite, 
os  divinos  offieios  na  igi-eji  :  depois  de  terem  os  mísionariòs  ex- 
plicado o  cathecismo,  exhortado  ao  ódio  do  peccado,  ao  amor  da 
virtude  :  e  não  só  ao  temor  do  inferno,  (  como  calumniosamentc 
diz  na  nota  a  pagina...)  senão  também  a  esperança  do  paraiso 
ali-m  das  preces  e  orações,  qiie  se  diziam  :  assistindo  a  tudo  os 
Índios  com  aqnella  mtidostia,  composição,  e  ternura,  que  tanto 
louvava  na  sua  carta  a  Ei-rei  catholico  Felippe  V  o  zelosíssimo 
bispo  D.  Proi  iosó  Peralta,  dominicano,  de  que  jd  fizemos  menção 
na  pagma. . .  desta  resposta  computando  a  uota  que  vem  na 
pugina....  Mas  como  estas  palavras  do  Vanier  cediam  cm 
louvor  dos  missionari  )s,  pa&^ou  por  ellas  como  gato  por  brasas, 
ecomo  aranlia  foi  atraz  de  achar  algum  veneno  deixando  lugar, 
donde  podia  tirar  o  mel.  Em  segundo  lugar: 

Que  mãos  trahiJoras  são  aquellas  que 
Por  ásperos  desertos  conduziam 
O  pó  sulpliui^eo  e  as  sibillantes  balas  i 
E  o  bronze  que  rugia  nos  seus  muros  ? 

Tudo  ca^tellos  de  vento  levantados  no  ar,  quaes  os  que  via 
D.  Quixote  nas  suas  celebres  aventuras.  Se  as  mãos  trahidoras 
eram  as  dos  indios  bravos,  ostes  nunca  tiveram  pólvora,  nem 
viram  baUs,  se  eram  as  dos  indios  mansos  a  estos  não  convém 
o  nomo  de  trabidor'\s,  cbamandc-os  os  reis  catholicos  fieis  súb- 
ditos 8  vassallos:  além  de  quo  a  estes  não  lhes  permittia  muita 
pólvora,  nem  elies  a  appeticiam.  gostando  mais  do  uso  das 
frechas,  quo  do  das  espingardas:  se  compravam  algumas,  e  essas 
poucas  eram  para  fazerem  foguetes  na  occasião  das  suas  festas. 
As  fiuas  balas  eram  de  algodão,  as  suas  peças  não  de  bronze, 
mas  de  canna  forr  idas  de  couro,  as  quaes  para  fazer  maior  es- 
trondo a  farinlia  podre  da  mandioca  lhes  servia  de  meia  carga. 
Somente  no  tempo  «ia  ^'uorra  os  foruccia  el-rei  de  artilharia, 
bala  o  pólvora.  Tudo  o  mais  que  sa  diz  nos  versos  é  fingimento 
vão,  d  exagí?o ração  poética.  Passemos  a  outra  cousa. 

Na  p^<;ina. . .  depois  de  dar  ao  jcsuita  Balda  por  escarneo  o 
zombari  i,  o  titulo  de  bom  patre^  trazendo  outra  vez  a  memoria 
03  seus  fingidos  amores,  salta  sem  que  nem  para  que  ua  pa- 


REFUTACOBÃ   AS  CALUMNIAs 


177 


gina,*..  a  impraperap  um  pobre  leigo  da  compaQhia  a  quem 
poz  Q  nome  áf}  pafusca  ;  descrevoadoo  de^ta  sorte: 


ic  uf'i  iei^JO  fU 


4  A  quem  acompaoliava  vagaroso 

«  Com  as  chaves  d  a  cinto  o  írmào  Patuíci 

t  De  peíaia  e  iufjrralssjraa  barriga» 

<  Jamais  a  os  te  o  som  da  dura  guerra 

<  Tinha  tirado  ^s  Uurnd  do  doi-caEiço  : 

*  De  iodyl^nnte,  moraí  e  branilo  peito 
m  Que  penetrado  di  tVaqueza  humana 
*t  SuflVo  em  paz  as  deliciai  desta  vida, 

«^  Taes  o  quaea  nol  as  dâo  ;  gosta  das  cousas, 

*  Porque  ^!osia  ;  e  cjutenta  sedo  offeito 
^  E  nàosLibo  nem  quur  saberás  courns*^ 

Tive  a  pacioncia  de  ccjpiar  aqui  ostea  versos,  para  que  visse 
u  meu  leitor,  em  que  gaatou  papel  e  t^ímpo,  est.^  pi):tadas 
dúzias;  em  fingir  um  leigo  com  todai  aqueUas  qualidadí^s  qu:- 
tâcj  miudamente  refero.  Diáso  em  fingir  um  lõifjo,  porque  at»3  aqui 
não  condia,  que  oxi^ti-so  no  mondo  ojte  iudividuo  da  uaturezi 
humana,  nem  quo  tivo-se  tal  aicunhi.  Donde  vera  que  a  nota 
quT  tr.iz  n.ísta  mesma  pagina...  em  conilruiaçio  i}\  verdade 
com  que  íaii^.  é  uma  sole;nne  mí^ntira.  V  nuta  diz  assim:  cjící 
retrato  (do  Pat^u^a)  t*  tiraio  ao  uatTal  fie  U'.i^  leitão  dv.  compa^ 
nhift  gite  o  autor  conh€cc\t,  Mag  Sr.  Gama,  so  V.  Moi*c^!*  nunca 
esíove  no  Paraguay,  nem  o  Patusca  no  Brazil,  aonJo  o  co- 
nheceu f  Em  Roma  quaado  là  foi  por  tender  sagunda  vez  a  com* 
panhia^Masse  em  Roma  nunci  estiveram  jesíui tas  hnspa- 
nhopfl.corao  o  conheceu  ali  ?  Dird,  que  p  jr  notiicfaíi  abitraci-ivaa- 
I  LSSigne  quem  Ufas  dmi»  aoolLV,  quando  e  em  presença  de 
^l'\  \a!  que  tudo  isto  é  necessário,  o  til  voz  que  ainda  não  baste, 
para  ilie  darinos  credito. 

Mas  eu  sou  tão  bom,  de  maral  ífTo  indulgenU^  e  brando  péito^ 
gtí '  penetrada  da  fraquejo,  humat^a  íoffra  empas,  que  houvesse, 
ou  V.  Merco  conhec^a^e  um  leigo  da  companhia,  como  aqui  o 
relrato,  S^ja  asalm  ;  ma.^  que  coust  mais  alheia  de  um  poema 
tão  grave,  e  tào  serio,  como  é  ou  devo  sei'  ejte  sen  íauda^.orio, 
c  enoomiafitico  de  um  heroe  e  irmão  de  he.-oe^,  qual  foi  o  lllm.  o 
Exni.  Si*.  Franciáco  Xavier  do  Mendonça  Furtais,  governador, 
c  capitSLo  ^^eneral  dag  capitanias  do  Gráo-Pará,  e  Maranlião,  o 
di^pois  secretario  lie  estado  d  i  Sua  Magest\ilí3  Fidelisiiíua  etc, 
etc.  do  qwi  intrudnzr  oatrc  as  suas  ;;lortosas  fttN:õ.^s  ridícula 
doacripçriu 'lo  ura  leigo  ji^sui ta  ;  podendo  com  liciliiule  espor 
maia  largamente  aa  proezas  que  foz.  as  faç^nlías  qoo  obi'ou  estv 
seu  heroo:'  Quinlo  miia  gostaria  o  pu'»dico  rje  ^abor,  como  go-* 
vernoti  no  norte  do  Bn  zU  esíe  senhor,  qtial  r»ji  a  reslilcnciny  que 
as  suas  çrnndíí  e  úistas  ihiãs  encontrou  noi  jeiíiuts]  e  a  prn- 
denciu,  cu  a  força  com  que  a  ^^cnccM,  Qiia'^3  foram  aa  diligea- 
8Jl  —  12  To^ò  txTi  1.  V.  I. 


178 


REVISTA   DO    INSTITUTO   IlIsTOUICO 


ciaa  que  fez,  para  liiTftp  os  índios  do  captiveiro»  e  os  pi)r  total- 
mente em  liíjôrdadô:  de  que  artea  ou  iadustria  se  valeu  para 
nobilitar  ôe  uma  hora  para  a  outra  ;  e  admiUir,  e  exaltar  aos 
cargusda  republica  uns  humens  até  ali  brutos,  e  selvageng:  coma 
podo  cm  breve  tempo  das  povoaçoea  dos  iuíliost  compostas  unlca- 
mento  de  rústicas  o  vis  choupanas,  reduzil-as  á  grandes  villad, 
c   ín  nobrecei  as  com  os  nome«  d©  aígmnas  que  liavia  em  Por- 
tugal? Disse   tm  brece  tempo,  porque  o  mesmo  era  entrar  este 
governador  e  capitão  general,  em  uma  daquellaií  aldeãs,  que 
transrorn^at-a  logo  cm  uma   Borba,  e  ura  Aveiro,  em  uma  Viila 
Viçosa  ele.  Pois  já  se  depois,  que  esto  fteroe  se  restituiu  ú  Eu- 
ropa, c  foi   promovido  ao  honorifico  cargo  ú&  seoretario  de  es- 
tado, referisse  as  náos  de  linha,  as  fragatas,  os  cbavecos,  otc* 
*luo  no  pouco  espaço»  que  dai*ou  o  seu  ministério,  fez  lançai*  ao 
mar,  para  pura  nmrinha  pjrtugueta  no  ffcrcnlissifiio  estado^  em 
qife  fl  vemos f  então  sim,  então  mostraria  que  esta  gloria  a  devia 
Portugal  ao  seu  zelo.  Mais  ainda  ;  tao  pouco  memorável  e  glo* 
rio^a  lhe  pareceu  aquclla  acçào  que  obrou  o  Sr.  Mendonça  em 
destruir  6  abater  tantos  régulos,  quantos  eram  os  jesuítas,  que 
intrusos  na  .\merica  governavam  as  aldõas  feitos  senhores  dos 
índios ;  o  despojal-os  de  tudo  quanto  ali  possuíam  este^  tyrannos? 
E  isto  sem  effusão  de  sangue,  nem  perda  de  um  só  soldado; 
antes  coiti  tanta   facilidade,  que  podia  dizer  com  mais  razão,  o 
que    era  ou  ti  as  circumstancias  disse  .lulio  Cesir:    veni,   eírfí, 
vici  \  porque  não  lhe  foi  necessário  ir  a  todas    as  aldeias,  em 
que  se  ftiziani  fortes  estos  inimigos  de  Portugal,  e  ustirpadores 
lios  80 ui  domínios  ;  nem  a  todos  os  seus  cu U cg í os»  e  onsas  em 
que  estavam  aquartelados;  bastou  &<j  uma  ordera  sua  intimada 
com  impeli  o,  para  os  fiizer  retirar  e  largar  o  campo:  nào  obs- 
tante estarem  irraados  de  uma  tâo  grande  multidão  de  tropas, 
que  se  elle  se  não  anilei  passe,  juatos  os  jesuítas  portuguezoâ  do 
uma  parte,  e  oa  hespanboes  da  outra,  porião  em   menos  de  dos 
annos  um   tal  cordão  i  America,  que  nem  todas  as  forças  do« 
priucipes  de  Europa  o  poderiam  romper  (38K  TSo  pouco  memo- 
rável e  gloriosa  (torno  a  dizer)   pareceu  ao  sr.   Gama  eela 
acção,  quêai>enas  a  tocou;  podendo  justamente  exagera l-a*  Oh 
quanto  ^orla  mais  grata  aos  leitores,  e  também  ao  teu  tierea 
eHa  narração»  do   que   aquella  da  ílgura,  e  qualidades  de  ura 
leigo  com  ííi   chavef  no  cinto,  de  pezadn  e    enormi$si'na  %rrtí?íf» 
Sr.  Gama»  se  v.  Mercê  antea  de  começar  o  seu  poema,  I<>asè  a 
arte  poetisa  de  Horácio»  sem  folhear  muitas  paginas,  logo  no 
principio  (38)  acharia  estas  palavras:  f^ed  nvnc  ncn  erat  his    to^ 
cits,  W  também  a  razão  porque  eu  as  applico  para  sua  emenda. 


RftfbUii  o  qti«  ftliift  ml  •*cia    «foi    lud  oi  «    tbtin- 

Na  pagina...  diz  uma  nota:  «  os  índios  TíTiáo  na  mator 
c  mheria,  o  apenas  tinhio  aa  cousas  nr^oesaarlas  absolutamente 


RKFCTArÕES   ÁS   CAÍ.UMVIA«i 


179 


4rj^a  a  vida.  Os  padres  poréra  vivião  tórios  na  abundância. 
€  0  tlnhfto  jardina  deliciosos:,  onde  recolhiao  os  espíritos  can- 
«  çndos  de  trabalhar  na  vinha  do  Senhor  ",  Se  oa  indíos  tinhâo 
as  coUí-aB  que  íáo  absolutamente  necessárias  para  a  vida,  mai!« 
aíortiinadofi  eraOt  de  que  ranita  gente  boa,  que  vive  em  Por- 
tngal»  sem  ter  o  que  í*  preciso  para  comer  e  vestir,  E  se  heíde 
dizer  tudo,  de  melhor  condição  estavão,  do  que  o  Sr-  Gama, 
antea  d©  compor  este  poema  ;  porque  a  falta  do  que  lhe  ora  ne- 
cessário para  passar  a  vida  foi,  a  que  o  obrigou  a  sahir  no  exe- 
crando exces«ío  de  escrever  tao  atrozes,  mas  justamente  tão 
manifestas  calumnias  contra  os  jesuítas.  Mas  voltando  ao  que  se 
dÍE  nesta  nota  sobre  a  pobreza  dos  indioSr  dipro,  que  tendo  elles 
as  cousas  necessárias  para  a  vida,  não  Ee  pódô  aíTirmar  delles 
com  verdade,  çwe  viviam  na  maior  miséria :  porque  raaior  é 
ainda,  e  sem  comparação  maior  aqueUa,que  experimenta  quem 
não  tem  o  necessário  para  viver.  Digo  mais,  que  sf^  os  indloa 
não  tem  o  siiporfluo,  ou  nlo  vivem  em  maior  abundância,  é 
eiilpa  da  sua  ocioí^iiiade,  e  não  delicto  dos  jesuitas.  Se  elles  mais 
trabalhassem  maia  terião.  Terrenos  não  sò  não  lhes  faltão,  mas 
sobejão-lUes ;  o  que  lhes  falta  ô  vontade  de  os  cultivar ;  por 
serem  de  sua  natureza  preguiçosos,  e  por  esta  causa  muito  pro- 
pensos ao  ócio.  Tendo  cum  que  passar  o  dia  presente,  não 
cuidão  no  fhturo.  De  sorte,  que  se  não  fosse  o  cuidado,  e  a  pro- 
videncia, que  tem  os  missionários  seus  directoi^es  em  os  mandar 
semear,  e  depois  colher  os  fructos,  então  sim,  então  digo  eu» 
que  alguma  vez  pjyieceriao  fomes,  e  nao  teriao  as  camat  neces- 
sárias absolutamente  para  a  vida. 

Pelo  que  toca  pois  a  (abundância  em  qui  vivião  os  padrês 
sor?i  oecessario,  que  o  Sr.  Gama  nos  explique,  em  que  etla  con- 
sistia: porque  não  é  facil  de  crer,  que  em  paizes  fóo  faltos  de 
muitas  cousas,  que  produzem  os  da  Europa,  e  delia  vão  para  a 
Amejica  transportadas  por  mar,  a  troco  de  grossas  desMzas, 
poasBiO  vender-se  lá  tão  baratas,  que  ainda  doa  que  tem  alguma 
eouea  de  seu  com  verdade  se  afflrme,  quemcem  em  obutidancitt^ 
Também  será  necessário,  que  o  Sr.  Gama  nos  diga  aonde  vtu, 
ou  csoube,  que  na  America  havia  «  jardins  deliciosos,  aonde  os 
€  jesuítas  recolhião  os  espiritou  cançados  de  trabalhar  oa  vinha 
do  Senhor  * ;  porque  perguntados  os  que  Id  estivera  muitos 
annos,  unicamente  attestão»  não  terem  naquellas  partes  encon- 
trado jardms,  e  muito  menos  deliciosos \  o  que  dizem  é,  que 
quem  14  lem  um  quintal,  ou  cerca  feixada  a  moda  rústica»  em 
que  crie  alguma  flor,  alg-iima  banana,  oo  outra  fructa  silvestre, 
he  um  grande  potentado.  Hortas  prouve r;i  a  Deus,  que  tá  ao 
menos  as  tivessem  os  ricos.  O  que  supposto,  aonde  vão  aqui  oa 
deliciosos  jardins,  aos  quaes  os  jesíuitas  depois  de  ter  vivido  em 
(ibui^d anciã ^  no  mesmo  tempo  em  que  os  «  indios  vivião  na 
M  maior  miséria»  recolhião  os  espirites  cançados  de  trabalhar 
^  na  vi  D  ha  do  Senhor  >  ?  Muito  perdeu  este  poeta,  em  nao  ter 
entrado  mais  cedo  ca  companhia  ;  porque  se  nella  perseverasse» 
poderia  finalmente,  depois  de  trabalhar  na  vinha,  ir  descançar 
nos  jardins,  nelles  colher  as  flores,  e  tambom  os  fructos  dos  seus 


5 


tAO 


REVISTA    PO  IXSTITIT**  HISTORIOD 


UãbAliios*  Mai  como  1€t«  a  def|írav^  ée  vir  00  tempo  dia 
TSttsaj  jxngitts,  eomo  diíean,  nsm  flroeloiL  neoi  tteit  eolhoa, 
Ti»li»  porém  «  eoosoUicio,  ^ne  o  mesmo  oertsBeiiti  1^  bâ¥ia 
do  $ii<ved«r,  so  tiTcflse  a  fttrmaa  áe  entrmr  mui  oHa  mmtM 
raltgifió^  o  iiolU  peinoTiins^i  lote  m  tMa.  Do^i»4e  ostar  Ji 
oiajvida  do  trmkilhir  oas  ainioi  ■•  r^oaãkatíâí  «oo  ooHogloi. 
ooma  08  nmis,  «  monor  folMM  om  «mA  oAlkraiiyrb.  Sr,  floiii, 
pev  j  llie  por  btm  ios,  que  oos  Toms  Biita  qi«olo  ^í^kt,  aiftis 
ua£  f  rosas  í^o  aempio  Tcriado.  V^ltmofi  ao  a  Ika  aotim  lytf 

Muito  m  OÉTga  semida  lonoQ  Ofite  poel»,  %  firimí>%ira  parte 
do  coosellio  qwB  agom  acaM  èe  lit  dar«  poriao  ki^  na  pa* 
gina. . .  o  nio  aogoiíitM  dh  aos  Toraoo  «ma  moAtirm  60  ^roâsa 
quo  l0¥a  a  bóia  ao  AMido,  e  he  eapai  do  o  lowmr  limbom  a  oUo. 
Uêí^  hOÊM  contas.  Sr.  Gama.  iato  qoo  é  molir  mm  -nnm 
dovo-sa  ooteodar  cmm  mica  taH$.  Qwo  #iier*  foèa  o  roata 
ftofir  quaalo  a  am  l^tasiai  Uio  dktir ;  com  a  eoMleJo  poHm. 
quo  as  oofisia  que  fingo,  não  i^Jb»  om  áamno  oe  pfi^tso  do 
DToximo ;  maa  ws  lho  ^orrireoa  do  dea^ootm.  e  infâmia»  aio  6  o 
lai  doi^áento  uma  mMtíra  lere»  é  mm  poeeado  graTO^  o  fia« 
Tinmo ;  do  qoal  ao  o  {oaita  aio  ao  anopoadow  o  retraeta.  00* 
cimodoii^effaraaatTaícaio.  Neoyk  erítioa  1 
mercê  jSr.  Qama,  poi^oo  nooTaraooMo  Irat  i 
ditaa.  fingo  qw  o  padra  Balda  Í6ra  liompio,  qaa  võodo  mofta 
liadoifa,  dooaza  am  mfnltaia  o  aao  oada^mr.  «apsto  a  voca- 
,  o  a  Itam  daa  avoi ;  qaé  para  00  ¥m(iar  do  aaia 
la  moama  Liado ja.  qao  oa  aesaattara*  o« 

a  ttaba  maadido  qpBtamr  Tiva, 

Qooljfaattte  ataior f  Qoo  mator atrocidiácl Foi»  eata  pca^» 

q ao  o  pakUoo  orla  tar  mdo  eiK^oalada  por  «m  Jmaita,  mimio- 
i^noaoloao,  odUeadipaeeamplar.  r  oadopodo  ehoaarapo- 
lateaeia  do  ma  maMIoa^  aoo  prodomiaoa  aan  tcs  a  paixão»  e 
o  m§9m  a  nifcigi  do  iaiawarni,  TOiloa  lodia  aa  laia  divioaa  o  ta- 
maaaa:  o  nam  nmm&aii  am  taa  tomaoral*  ai»  daTidoa fia- 


na,  aM  allofaroi  outro 

i<ao  flanaiMio  o  4 
do  8.  I%aek  aoaioibí»  ooaaoTaaSr.  Gomca  Ptalro, 
oaJaaaalawMsomfcBado  aio  oocrofooao  aaqaoUa  carta, 
ao  lhe  alirttoe,  a  aa  qaal  rateo  a  dístritaieio  da 
aidéa»  o  lado  o  qao  aeQa  aooataooa ;  a  o  qao  ouia  é  aio 
aaado  olte  faalmàate  omaam^i 
ataa  ooatra  oa  j 
>m  argamaalo  aorta,  de  aor  a  aaao  ftagido^ 
o  Bio  tar  mais  omieacia,  dlo  qiaa  a  qua  lho  doa  cale  poola 
4a  aaa  Jkaaaiía  iJoaadõHi,  a  aa  p^ol  omrofaado-o*  Nio  mo 
qaaro  afal  doaorar  maii«  para  aio  mr  aMCt^  «^  ^mt 


REFUTAÇÕES   ÁS   CALUxMXIAS  181 

quanto  me  occorre  contra  uma  maledicência   tão  cstranlia   e 
insolente. 

Na  pagina...  om  que  diz,  que  òb  missionários  se  retirarão 
da  aldêa  de  S.  Miguel  tendo  noticia,  que  estava  jl  visinho  a 
cila  o  general  portuguez ;  descreve  assim  esta  retirada: 

«  Por  mais  que  o  nosso  general  se  apresse, 

€  Não  acha  mais,  que  as  cinzas  ainda  quentes. 

«  B  um  deserto,  onde  ha  pouco  era  cidade. 

€  Tinhâo  ardido  as  míseras  choupanas 

«  Dos  pobres  indios  ;  e  no  chão  cahidos 

€  Fumegavam  os  nobres  odiâcios, 

€  Deliciosa  habitação  dos  padres. 

€  Entrão  no  grande  Templo,  e  vem  por  terra 

«  .Vs  Imagens  sagradas .  O  áureo  throno , 

<  O  throno,  em  que  se  adora  ura  Deus  immen=o. 

«  Que  o  soffre,  c  não  castiga  os  temerários, 

«  Em  pedaços  no  chão.  Voltava  os  olhos 

«  Turbada  o  General:  aquolla  vista 

«  Lhe  encheu  o  paito  de  ira,  e  03  olhos  de  agiiav 


Mostra  se  se:-  tal  «o,  <|no  0^  jesuitas  nnn  lai.-)ii  dí«- 
peílaçar  as  imageus,  e  ò  stcr\ro  lia  igrd  ja  da 
a'.d.;a  de  i>.   Miguel. 

Sobre  a  pilavra  entrão  traz  o  oramentador  esta  nota  «os 
«nossos  ainda  conseofulrão  salvar  o  terapl'),  do  qual  se  ro- 
«  metceu  a  planta  o  o  prospecto  a  Sua  Magestade.  Os  paires 
«tinhão  mandjvdo  despa^laçxr  as  imajçens,  c  reduzir  a  pequenas 
«  partes  o  sacrário.  >  Oh  !  esta  ô  bsíHa  ;  esta  6  a  que  faltava  ! 
Que  depois  do  ura  J3suita  mandar  queimar  uraa  india,  estando 
viva,  e  não  querer  dar  sepultura  a  outra  estando  morta,  ro- 
ceiando  os  mais  a  chegada  das  tropas  pjrtuguezas,  se  en- 
caminhassem furiosas  ao  templo ;  e  vendo  ali,  auo  nenhum 
doUes,  como  Samao,  nem  ainda  todos  juntos  o  podiam  abalar, 
e  pôr  por  terra,  ordenassem  aos  iniios  quo  ao  men  )s  despoda- 
cassem  as  imagens^  e  redusissem  c  pequenas  partes  o  sacrário,  Ru 
jà  não  quaroaqui  notar,  que  o  Sr.  Gama  nos  seus  versos,  cha- 
masse cilade  a  uma  aldôa,  composta  toda  do  choupanas,  como 
diz,  nora  tarabem,  que  desse  o  titulo  de  nobres  aos  edificio^,  deli* 
ciosa  habitação  dos  padres;  porque  &ei,  que  os  poetas  tem 
licença  para  fazer  de  arguoiros  c  kvalleircs.  \cste  passo  o  que 
me  occupa  e  arrebata  toda  a  attenção  é  unicamente  o  horrendo 
desicato,  que  os  jesuítas,  sonlo  bacar.lotos,  e  ministros  do  altar, 
se  atreverão  a  commetter ;  profan:indo  aquelle  lugar  sacro- 
santopor  um  modo,  quo  só   bárbaros  e  idolatras   furião.   Con- 


182 


REVISTA    I»U    IN^TIT(;TO   HISTÓRICO 


fesso,  que  eátaodo  lenia  esta  nota  parecia-me  estar  vendo  di- 
ante dos  ollioa  aquelia  espantosa  aOcminatio  nem  deãolationes^ 
quae  dieta  e.H  d  Daniel  e  propheta  stantem  in  lúcú  santo,  de  quo 
raUou  Chi' isto  por  S.  Matheu^*  ( 40  )  E  ao  mesmo  tempo  me 
admirava  n^o  ler,  que  Diiis  castiv^asse  Ioga  com  mortoá  re- 
pentinas esta  temeridade  ipcomparavelmenne  maior»  *iiieadè 
Oza;  ( 41  )  porsiua  se  este  levaatou  a  mãj  para  impedir»  que 
cahisse  em  terra  a  Arca  doTestameo^.o,  os  jcííuita^  levantarão* 
nas  para  laocar  por  terra,  não  só  as  imagaus  sagradas ;  mas 
para  fazer  om  pedaços  o  divino  tabernáculo,  o  aurco  throno^  em 
queseadoraúã  um  Deus  immenso.  Mas,  Sr.  Gama,  antes  que 
passemos  adiante,  quízera  que  suppo8ta  a  incredulidade  deste 
execran  lo  lacto,  e  o  frequente  costume,  que  vossa  more»*  tera 
em  trucar  de  falso  nas  suas  njtas,  produzisso  al^umaá  provas, 
ou  doeiiraea;os,  em  que  fimdoti  este  seu  dito,  para  se  lhe  poder 
dar  credito»  e  nio  o  íiar  só  da  cortezia  dos  leitores.  Vos  ia  mercê 
nlo  achou  esta  noticia  nas  instrucçòes  dos  jeíuitas,  que  tantas 
vezes  allega  uesta  stia  Q>ira;  ac:u  lambem  nas  cartas  do  Exmo. 
Sr.  Andrade,  ou  em  outras  de  passoas  verídicas,  que  vindas 
daqueilas  partes  poiessem  fazer  fé ,-  logo  em  que  charco  foi 
beber  esto  veneno,  que  volvendo-lhe  o  estornado,  o  fez  vo- 
mitar, que  04  pmtres  tinh/Ho  mandado  despedaçar  as  imagens  e 
retfusir  a  pc'<juef\íis  partes  o  sacrário  f 

Mas  já  sei ;  vossa  mo rcé  achou  no  seu  Alcorão,  {a  relação 
abr<:úiada)  que  eil^  ticto  vinha  attribuido  aos  Índios  fugitivos  ; 
e  como  o  segundo,  quo  refere  um  conto,  sempre  the  accresceata 
um  ponto,  vossa  mercê  para  se  acommodar  a  este  tiso,  ajuntou 
de  sua  casa,  que  o  que  os  in  lios  tinham  feito,  ou  para  dizjr  me- 
lhor, tinham  desfeito  naquelle  templo,  foram  por  ordem,  e  fnon- 
rffído  dos  pa  Ires  missionários.  Pois  >iib i,  meu  citvalheirj,  para 
SMá  tnstrucçãj,  que  tanto  mentio  o  primeiro,  que  lho  rcfório 
o  conto,  como  o  segundo,  que  acjreseentou  o  pootro.  Oâ  Índios 
assim  ó  que  fugirão,  e  desampararão  a  aldéi,  maa  no  templo  nào 
tocarão,  e  muito  menoi  no  sacraríj,  ou  aure^  throno ;  as 
imageoi,  a  que  tinhão  m\íor  dovoção»  e  veneração  com  mais 
ternura»  não  ;ls  deixarão ;  levarão-nas  com^ígo.  Assim  o  at- 
iestao  os  Diários,  c  o  viram  com  seus  olhos  as  tropas  dos 
dois  exércitos  cambinaio<i,  hospjknhol,  o  poriuguez  e  o  mais  he 
mte  ainda  hoji  existem  om  Portugal  pe^^as,  que  o  conflrmâo; 
dizendo,  qu9  podem  ser  testemunhai  de  que  virão  o  Taberná- 
culo intoirj,  o  Sacrário  sem  lesão,  e,  íinatraonto.  o  templo  sem 
ser  em  ciuia  algum  v  pr. fanado.  A  única  prafanagio,  que  pa- 
deceu este  templo,  de  que  vamos  fallatiJo,  não  a  caúsárão  os 
inlioí  americanos  por  ordem  dos  jesfiítas ;  ciinaram-na  os  sol- 
dados europeus,  por  man  lado  lo  seu  general ;  como  agora  direi . 


REFUTAÇÕES  As  CALUl^miAS  183 

O4«tirop«iii9  foriOf  os  iine  profanaria  ar]aell«  tenptv. 


L'm  iadio  mtúto  esperto  e  ladino,  quaroiido  espiar  o  que 
fazia  na  aldôa,  de  oiido  com  os  oatros  tlabái  fugido,  para  o 
fazer  livre tnon te,  voLo  desarmada  dizendo  aos  soldados,  Itie  em 
oecessario  faJlar  ao  Sr<  goneral  e  revelar-lhe  um  grau  de  «e- 
grodu:  Foi  logoadraittido  a  audiíjacía  ;  o  contando  que  os  mis- 
sionarios  aates  d''  partir  tinliâo  escondido  debaixo  do  altar- 
mór  grande  quantidade  de  prata  e  ouro,  e  muitas  pedras  pre- 
ciosas, o  general  ainda  esta  noticia  não  era  bem  dita,  deixando 
o  Índio,  mandou  logo  cercar  o  templo  de  um  grosso  cordão  de 
infantaria  por  fora,  o  por  dentro  junto  ao  Ingar  asáignarlg  outro 
senão  maior,  ao  monos  semelhante;  tudo  para  que  o  ihcsouro 
não  fugisse.  Um  capitão  hespanhol,  que  assistiu  a  este  blo- 
queio» explica  em  ura  seu  diário  o  f^raade  oaraero  das  guardas^ 
dizendo  serem  taatad,  e  tão  unidas,  que  nem  um  rato  poderia 
escapar.  Feita  esta  diligoncia,  veio  o  Exmo<  Sr.  Andrado  acom- 
panUado  dos  cabos  principaes,  trazendo  consigo  escrivães,  que 
passem  fé  da  quantidade  do  ouro,  da  prata  etc,  que  ali  esti- 
vesse escondida*  Veio  a  raestrança  para  demoli  i%  cavar  e  des- 
cobrir aquellc  riquissimo  ihesooro.  A'  primeira  vista  assen- 
tarão todos  consigo,  que  o  indio  tinha  mentido,  não  appare- 
condo  aignal  do  que  aíi  so  tivesse  feito  al^^^uma  cousa  de  fresco. 
Sô  o  Sr.  general  a  quem  o  bom  iiespanhoí  4è,o  titulo  de  homhre 
debuenas  crederas,  inmstiu  no  seu  propósito,  e  perseverou  no 
seu  engano.  Dcmolio-iío  por  seu  mandado  o  altar  mór  ;  arrau- 
caráO'í3e  Oã  ladrillros  e  pedrai=!  do  pavimento  ;  cavou-se  tola 
a  capulla  mòp;  abrirão  sõ  oellas  minas  para  diversas  partes  ; 
mas  o  encantado  tbesouro  nao  appiireceut  nem  o  imlio  se  vÍo 
mais.  Assim  soube  illudir  a  sagacidade  européa  a  rmieza  de  um 
sô  americano.  Esta  foi,  como  acima  disse»  a  única  profann^io 
ou  insultj  que  se  foz  a  casa  de  Deus  na  aldé.i  de  São  NfigueL 
Não  a  presenciaram  os  índios,  mas  oreio  qu-i  so  a  vÍ!!i4om* 
«turhado^  voltarião  as  costas  > ;  e  aquella  vista  Ibes  enchem 
<i  os  peitos  de  ira,  e  os  olhos  de  agua». 

Na  pagina. ...  em  que  introduz  os  soldados  portugtiezes 
pasmados  e  com  a  boca  aberta  de  ver  aquellaa  regiões 

<  O  rico  templo,  e  os  desmedidos  arco?, 
ot  As  bases  diis  tlrniissimas  colnmnas 
«  E  03  vultos  animados  que  respiram  > 

traz  o  Sr,  Gama  esta  nota:  o  €  general  nSo  so  polia  persuadir, 

<  que  m  riquíssimos  ornamentos  tiveaaem  sido  boriíados   na- 
«  queUe  paiz  ;  at<>  que  se  Ibe  mostrou  um  que  foi  achado  Junto 

<  a  sacristia  ainda  imperfeito  oo  toar*» 

Deixemos  admirar  os  portug nozes  a  grande  fil>rica  c  archl- 
ti3ctura  daquelle  rico  templo ;  porque  tem  razão  para  isso  sendo 
elle  como  aqui  se  descrevo,  uma  cousa  nunca  visra.  Vamos  aos 
rf^uiiBimú$  ornamentos,  Sr,  Gama,  se   os  índios  perdoarão  a 


I 


184 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


Qgtes  sanioâ  orDataa  e  as  detxár&o  íniactoff*  se  os  via  o  coa- 
tempítm  o  Sr.  general  «não  podeodo  persuadir-se  que  tiveasora» 
y.  sido  bordados  naquelle  paiz,  *  até  que  so  lhe  c  mostrou  um. 
quo  estava  imperíoito  no  tear  >  ;  como  liade  p  rsuadir  o  pu- 
blico, que  elíos  <  despedaçaram  a^  imagens  sagradas  e  redu- 
zi rão  a  pequfínaa  partes  o  sacrário  e  o  áureo  throno  f  » 
4  O  throno  nm  que  se  adora  um  Deus  iinmenao  ?  » 
Os  índios  erâo  christàos,  e  bons  christàos  [aasini  fossem 
todos  09  ifortiiguezos)  e  como  taes  adíiravão  as  imagens,  fi- 
ziâo-lhoã  revereDcia.  e  aiod»  genuflexões ;  respeita  vão  o  sa- 
crário o  diante  de  LI»  oravãj  proâtados  proíundamento  em 
terra,  E  nada  dUtu  fazião  aos  ornanicntos  ríqus&imos  bordodos 
naquelle  pais  ;  porque  oera  quando  estavao  guardados,  nem 
quando  expostoã,  se  eocommeudavâo  a  elles  ou  lhos  abai?caYão 
as  cabeças,  e  muito  lhes  ajoèlhavâo.  E  sendo  a^iim,  como  so 
hade  crei\  que  despe  laçassem  as  imPffens  a  quo  tinha  >  ve- 
neração D  também  o  sacrário  ao  qual  mostra vâo  o  mais  priífundo 
respeito,  deixando  ao  raesmu  touipo  ilesos,  inteiros  e  Cvm  í*HÍa 
sua  porfeição  os  ornamectus  da  igreja  aos  íiaaes  por  mais  ricos 
que  fossero  e  ainda  riquifeSiiiios»  como  aqui  se  fingem ,  certa^ 
mento  não  tinhIrO  os  tédios  nom  maior,  nem  igufil  veneração  ? 
Sr,  Qama,  se  nesta  parte  quer  quo  o  creiâo^  busque  htmbfc 
de  buenas  çrederas,  como  O  Sr.  Gomei  Freire ;  e  se  o  não 
aehar,   (42)  crcUd  judacus  (^pclhJ. 


CANTO  V 


CálaiuniJiv  Aiaigfts  conlr»  os  jeíultfts.  Uaxidas  ni,ui 
ik  meaioria^  nio  obstante  torom  sld^  muíl^s  ve;c» 
coavencidAb  tle  faltas. 

Parocondo  ao  Sr.  Gama,  que  tinha  sido  parco  e  diminuto 
nas  calumnias.  que  nos  cantos  o  notas  antecedentes  tinha  ea- 
oriptoem  dcshonra  dos  je^uitas,  c  que  talvez  por  esta  causa  a 
sua  obra  seria  menos  grata  ao  sou  Mecenas,  poto  de  p«rto  a 
relação  ahreviada,  charco  Jmmundo,  dunde  bf*beu  todas  aqueIJas 
noticias  íalsas,  quo  Uiiios  reluta  lu,  quiz  valer-se  de  outras, 
que  alguns  horejese  libertinos  maia  antigos,  que  o  Sír.  Carvalho, 
aí?  tampar  ao  ;  [ara  cem  ella^s  c^curocer  a  fí«raa  e  desacreditar 
o  bam  nome  destes  religiosos,  do  quem  eram  declarados  e  ca- 

JtUes  inimigos.  Com  oâte  intento  buscou  c  revolveu  alguns 
eites  satyricos  o  infames  libeloSi  convoncidos  já  de  MsoB^ 
tantas  vtz-s  quantas  forfio  Impresscs  e  u  que  mais  é  proí*eriptoa 
já,  6  queimador  em  praça  publica  por  autoridndu  não  sô  eccle- 
iia3tlca,  senão  também  secular;  e  tirando  delles  aiuelhis  impôs* 
turaa  quo  julgou  mais  atrozes  e  e  por  isso  mai^  proporcionadas  a 
infamar  os  filhos  da  sagrada  reltgiâo  da  companhia  do  Jesus,  as 
foi  encaixando  a  toito  ea  direito,  ora  aqui,  ora  aUi,  já  em 
veno,  Já  em  prosa*  neste  seu  quinto  e  ultimo  canto,  ao  qual  d& 


L 


ríEMTAtíHiS   AS  CALrMNlA!?í 


185 


prmdpjo  com  uma  ftngida  dôicripcào  das  pinturas  que  sô  viam 
no  tecto  da  igreja  da  aldéa  de  3.  Miguel  dizendo  a^im: 

«  Na  vasta  íí  curva  abobada  pi  o  Ura 

€  A  destra  mâo  de  arnflco  faraoso 

«  Em  breve  espaço,  o  villas»  e  cidades, 

*  E  províncias,  e  reious.   \u  alto  sólio 
«  Eslava  dando  leis  ao  mundo  iniciro 

*  A  companhia.  0^*  iCí?p*ros  e  as  coroas 
«  E  as  tiaras»  e  aa  purpuras  em  torno 

*  SemeadiS  nocbâo.  Tmlia  de  um  laUo 
«  DadivtíS  curruptoras  ;  do  outro  lado 

«í  SúU'e  os  brancos  aUares  suspendidos 

*  Agudos  forros,  que  gotoj*m  sauguo 
<  Por  eátft  raâo  ao  pó  dos  altos  inuroa 

«  Ura  du3  Henriques  pordo  a  vida  o  o  roino. 
«  E  cac  por  esta  mào,  tli  céos!  Debalde 
«  Uodoado  dos  seus  o  outro  J  leu  ri  que.** 

Qao  a  â<*çào  desta  pintura  ío^so  inventada  pelo  no?9o  poets' 
sem  outro  íim.  que  inculcar  cera  ellas  a  Boboriia  á<^3  josuitas,  e 
as  mortes  que  deram,  tai  iiutzeram  dar  aos  dona  Henriques,  reis 
da  França»  ninguém  póiíe  duvidar,  principíilnieote,  se  attender 
as  suas  uot-is.  A  primoira,  que   puz  a  palavra  vasta  diz  assim: 

«  As  façanhas  dos  jrsuitas  não  esíavajti  sepultadas  sono 
€  Uruguay.  Mnem  se  admirar  da  pintura  desto  templo,  coosi- 
€  dere  attentampnte  as  que  elles  tccm  na  iíínja  do  seu  coliegio 
€  romano  e  na  caaii  profes&a ;  que  cora  estar  cíjbertas  da  mascara 
<  da  roligiào  naodeixam  d-j^t^r  .linda  raais  soberbas.o  instillaiilesi^. 
Nao  mo  canço  em  reíutar  o  que  este  poeta  diz  cos  versos,  co- 
nhecendo lodõ.sser  iini  puro  flugimeoto  ttda  aquella  descri pção  ; 
vamos  ao  que  diz  na  prosu  .  ;b'  fàçinhas  do^  jcsuttíts  íhTo  esfrram 
sepuitadfís  sá  .to  Uragiwíf.  Hom  aviados  o  tavani  olb  s,Sr.  (iama, 
soo  Uragiiaj  fosse  o  único  thiatrodus  sua^í  la*:anbas  c  proe^tts  : 
em  outros  rauito  maiores»  e  raais  ox tensos,  e  plausíveis  tem  os 
jesuítas  obrado  ccuísíís  maravilhosas.  Não  é  có  a  America  hes- 
paobola  testemunha  occular  dos  relevantes  terviçcs  que  tem 
ibito  a  Deuíí  e  aos  próximos,  es  tilhus  da  companhia  :  lamlicm  u 
é  a  Europa,  a  Africa,  a  Ásia.  e  íinalmenio  o  mundo  todo.  porque 
por  todo  elle  se  propngaram  es-cá  zelosos  operários  da  vinha  do 
Senhor,  prugando  <>  ovaogeího,  o  convertendo  peccadorís,  o 
illu minando  in líeis,  estii  pando  vícios,  e  plantando  viríudep» 
a  custa  de  immensns  traljalhos,  peregrinações*  viagens  por  mar 
e  torra*  e  também  a  costa  de  nmilo  sangu?  que  alguns  delles 
derramarão  em  defesa  da  fé  e  religi3.o  christà  ;  podendo  di- 
zerse  delles  com  muita  prospriodade,  o  que  se  úlz  dos  prl- 
moiros  apóstolos  in  omnem  ferram  e  ivit  sonus  corum^  et  m  fi^is 
oi'bis  terni*  eomm  (43). 


133 


REVJSíTA   HO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


ltt«3  sup posto,  nílo  se  persuiidi  o  Sr.  Gama.  ijue  oesta  Dota 
leu  ao  publica  alguma  novidaJe.  Qao  aa  Tirtude«  e  obras 
SLiatas  àú3  jesuitíuí  ichame-llie  façanhas  muiti»  embora)  nãí 
estaváa  a  ípultiLílas  aú  no  Unigaay,  já  todas  o  sabiam  ;  agora  o 
que  é  novo  p:nu  tidos ».%  que  ostes  padres  na  ii^reja  do  collegio 
romaao,  e  na  casa  prolessa  tíve-ísera  pinturas  coTiertas  da 
mascara  da  religião»  mas  na  realidado  soberbas  a  insuUantes. 
Do  tantos  italianos,  qu  •  estão  bojo  em  Lislóa.  e  viveram  rauitofl 
annos  em  Roma,  Uííniiura  ba,  qtie  testifique  t-er  vigto  naquellas 
du.vs  igrôjad,  nem  em  alguma  outra  destes  i^eligioso-!,  pinturas 
cobertas  com  rnascar(i<  de  religião  e  muito  menoa  soberbas  e  ifi- 
suK antes,  biZQni  q\í^  na  igreja  da  casa  professa,  delicada  ao 
nome  de  Jesira,  estava  pintado  no  tecto  ei^te  sintissimo  nome 
adorado  dos  anjos  bons,  e  despedindo  de  si  raios,  oão  tanto  de 
luz,  quanto  dfí  íbgo,  osquaes  Ter  indo  aos  maus  anjos,  em  um  con- 
ftiáo,  e  desordenado  tropel  oa  precipitava  do  alto.  Se  esta  pin- 
tura é  soberba  e  i.*j3Hltai^tt\  não  se  poderA  dizor,  que  e^to  norae  é 
auporior  a  todo  o  nome ;  que  ú  respeitado  do  céo,  venerado  na 
terra  e  temido  do  ínlérno.  Que  iUaçao  tão  absurda. 

Que  consequente  tão  fal:Jo!  Di^em  mais,  que  na  igreja  do 
coUegio  romano,  dedicada  a  Siiuto  Igoacio,  se  v«>  pintado  oo 
tecto  este  santo  mandando  ti  seus  Úlhos  a  todas  as  quatro 
parteé  do  muodo  a  pregar  ú  evaiixelUo,  Se  também  esia  pin- 
tura ô  insHtífmtr  e  soberba^  risiuom  so  das  lições  do  breviário 
aquoll as  palavras,  que  a  igreja  propOe  aos  fieis,  íallando  deste 
grande  patriarcha: 

*  Ip^e,  misío  ad  praedicandum  indis  ovangeliura  sancto 
*  Francisco  Xaverío,  ali  isquo  ín  alía^  mim  li  plagas  ai  reli- 
«  gionem  prop»gand:im  diiseminalis,  athmicae  ítuperstitioni, 
«  h  lireaíqiie  belium  indixit».  Sr.  Gama,  é  de  parecer  que  aâs^m 
80  faça  '  Diri,  qiie  sim  para  se  accommodar  ao  do  Sr*  Carvalho, 
seaMacenus,  que  nào  podendo  soltrer  estes  e  outros  louvores 
dados  pela  i;^ roja  a  santo  Ignacio  nas  lições  propnas  do  seu 
offlcio,  mandou  que  estas  se  omiuiâsem,  e  se  Lhes  de£â3m  as 
do  commum.  como  tamb  *m  a  mis:>a,  o  as*  mais  orações  delia. 
Masí^raçasa  Dous  e  a  rainha  fldelisísima  D>  Miiria  Francisca,  que 
apenas  >ubiu  ao  tlirono,  e  eoube  desta  impiedade,  ordenou  que 
amlssaeofflcio  deste  sanio  se  dissessem,  como  antes;  assim 
como  rMtir,uÍu  a  s.  Francisco  de  Borj  ^  o  culto,  oue  se  lhe  dava, 
oomo  o  protector  do  reino,  d"  que  o  tinha  priv^ado  Carvalho  no 
tempo  do  ^eu  ministério:  o  a  S,  Francisco  Xavier  todas  as  joías, 
6  preciosos  donativos,  que  os  fieis  tíntiam  offerecido  om  Oòa  a 
''ste  santo,  e  ornado  com  ellaso  altar,  om  que  se  conserva  íneor- 
rupto  o  seu  santo  c  ida  ver.  tliesouro  de  que  o  tinha  despojado 
aqiiolle  bárbaro  ministro. 

Estas  que  tenho  referido,  «íío  as  pinturas,  que  se  vera  em 
Fioma  na  igreja  da  casa  profoisa  dos  jesuítas,  e  oa  do  coUegio 
romano  ;  e  so  ahi  se  não  observio. 


i. 


REFUTAÇÕES  AS  CALUMXIAii 


187 


,   ,   ,  Oí  sccplros  e  as  coroas. 

E  ns  liarai^  e  iis  púrpuros  em  lorno.  Semeadas  no  chãa  ; 
camo  na  i^ast^t  e  curm  nbobndri  do  templo  da  aldríi  de  S.  Miguel 
finge  o  Sr«  Gama,  quo  pint^.ra  *(  destra  mão  de  ortifice  famoso, 
nâo  é  porque  fossem  insxlianUs  g  soberbas  estas  pinturas  ;  ante« 
seriam  édiflcativaa  e  .santas,  porque  denotavam  que  os  filhos  da 
companhia,  como  verdadeií^os  imitadores  de  Christo,  rejeitavam 
t^ias  as  grundèza3  que  o  mundo  estimat  oa  principados,  os 
títulos,  as  mitras  o  ns  purpuras ;  e  tudo  o  quo  é  ou  se  pode 
oliíimar  dignidade,  ou  sej^  ecciesiastiea  ou  secular ;  e  isto  com 
tal  rigor,  que  se  ubrigavara  com  voto  a  não  acceitar  di^zn idade 
alguma,  senão  oiu  circumstancias,  que  fussem  constrangidos  por 
um  preceito  formal  dos  romsmos  pontificas.  Veja  Sr.  Gama 
oomo  nem  as  pinturas  verdadeiras,  nem  as  que  fingiu  eram 
^iberbas  ti  insidiantei! ;  íinie^  quQ  tão  longe  estavam  de  o  ser, 
qun  serviriam  de  dar  bom  exemplo  aos  boratins  e  muita  gloria 
a  I>eu.^  '  Para  este  fim  se  pintim  nas  igrejas  os  passos  das  vidas 
dos  santos,  as  suas  obras  heróicas,  os  seus  êxtases  e  os  seus  mi- 
lagres. Se  vossa  merc»}  c<igo  da  sua  paixão  contra  os  je^íuitas  se 
persuade  a  outra  cousa  engana- se,  eoora  vossa  mercC»  veriflca-ío 
que  Cftecus  non  judicat  íÍ<j  coioribus*  Ouçamos  uutra  nota. 

Na  pagina*  .  ,  sobi'e  as  paíavras  um  dos  BenriQ'<es  Be\è 
«este  coniniento:  ^<  Henrique  III  assassioido   por   frei    -íaques 

*  Clomente,  Qmm  ha,  qjie  ignore  quanta  parte  lireram  nisto 
«  08  jesuítas  ?  E'  publico  o  processo  do  padre  Guinard»  e  quanto 
«  a  companhia  defende  ainda  hoje  este  seu  digno  filho.  Vejào-se 

*  08  seus  autores,  e  por  todos  Joveocy .  v 


Provas»  a  innocanda  (los  jeinítas  do>i  loinltot  eoai> 
meitidot  contra  os  dou«  Ifenrlt^ats  dd  França. 


Eis  aqui  já  uma  daquellas  calumnias,  de  que  ou  acima  disse, 
ter  >ido  tanta??»  vezes  rofutada^e  convencida  de  falsa,  quantas 
tem  sido  impressa;  o  Sr.  Garai  com  uma  simples  pergunta  fà,z 
complicos  daquella  morte  do  Henrique  líl  a  todos  os  jesuítas ; 
e  porque  oâo  faz  também  complices  delia  a  todos  os  domini- 
canos, de  cuja  ordem  era  frei  Ja^iues  Clemente,  que  deu  a 
morte  áquelle  rei  ?  Porque  é  publico  o  prucesso  do  padre 
Guinard,  todos  os  jesuítas  tiveram  parte  naquelía  morte ; 
porqui  foi  publico,  o  publicissirao  o  asistissinio  leito  por  frei 
Jaques  não  tiveram  nelle  parte  oê  dominicanos  todos.  Que 
incohorencia  I  Era  uma  parte  pela  leve  e  mal  fundada  suspeita» 
quo  cahiu  em  ura,  culpar  a  todos  r  em  outra  não  culpar  a  todos 
pelo  crime  certo  e  innogavel  que  fez  um.  Aqui  ao  vê  a  paiJtão 
ora  que  sempre  fallarão  neste  caso  oa  emulos  da  companliia»  e 
também  o  ódio,  com  que  agora  renova  a  memoria  delle  o 
Sr*  Gama.  Ora  assim  como  este  novo  caliimniador  dos  jesuítas 
cjm   uma  pergunta  lhes  imputa  este  delieto,  assim  eu  com 


188 


REVISTA   DO  IXSTITLTO  lilSTORUJO 


otttrm  o  poderia  refutar;  pergootaada,  e  qoem  ha  já  hoje  que 
igoore«  Oto  ter  parte  oaquella  marte  o  Ooíoard,  ou  algum 
outro  Jesaíta  ?  priocípalmeote  depob  de  Ur  lido,  não  dí^o  ji  os 
aotores  da  compHohia,  romo  Joveocf  e  outros*  maamqiieHes  que 
Duoca  foram  neita  religião,  e  por  iato  imparei  ;/r9,  desapaixo- 
nados <)  dignos  de  toda  a  fé,  como  sao  o  DaTila,  o  Cheveroy.  o 
cari<*;il  Ofrsat,  o  Maratori*  Battagliui  o  Dupleix,  os  quaes  toJos 
defendera  os  jesuítas  e  attribuem  ao  ódio  dos  heroi^es  hugiie- 
uotes  a  morte  de  Oniaard  e  o  extermíoto  da  companhia  do 
reiaodd  França. 

Mas  porque  alguDs  doe  meus  leitores  oão  esUram  plena- 
meu  lo  informados  da  verdade  deste  horrível  parricidio.  direi 
aqui  breTemeate  o  que  jiilg<j  serbistante,  pari  mo^ti-ar  a  tooo- 
c  Dcia  de  Gninard.  e  de  todos  os  maií»  jesoitas  Se  por  eâta 
causa  sahir  m»is  eit ^nsa  do  que  ei*a  bem,  esta  rninha  impu- 
gnação, mereço  desculpa ;  nâo  estando  de  igual  partido  os 
calumníadores,  e  os  apulogíâtas.  Uma  impostura  por  maior,  e 
mais  atroz  que  seja,  dis-s^  muitas  rezes  ^m  duas  palivrag; 

Íielo  contrario  a  sua  defesa,  por  mais  breve  e  succinta  que  se 
áça, occupa  ás  vezes  muitas  folhas  do  papel.  Dapois  que  u  Pdpa 
Xisto  V  com  uma  bula  assígnada  por  25  cardea.es.  exa>raungou 
a  el-rei  de  Navarra,  que  dopoiâ  foi  Henrique  IV  de  Fm  aça,  e 
absolveu  os  súbditos  do  juramento  de  fidel.dade,  por  ser  reinei- 
divo  na  here-ia  ;  logo  que  este  rei  (diz  o  Daviii^  (4I|  c  teve  aviso 
€  da  declaração  do  p^ipa»  escreveu  a  todcs  os  est  idos  de  França. 
€  queixando-ae  da  afronta,  que  julgava  ter-lhe  feito  aqutlle 
c  pontiQce,  o  exortandoos  a  nâo  c^/osentir,  que  Roma  se  mct- 
<  tess  í  à  decidir  os  no^'oeio!i  e  razoes  daquollu  coroa.  B^cre* 
«  veram  muitos  volumes  a  í^vor,  e  em  opposiçâo  da  ^obredit^ 
«  bula  os  maiores  e  melhorei  enj^eohos  da  Europa. >  Uma  grande 
mulridão  desaiyraselivrog  sedicicsoa  sahiu  nejto  mesrno  temp^/ 
a  lu2  contra  Henrique  líL  depois  do  col  hm  facto  huccedido  em 
Blois,  acn-fe  este  raonarcba  tinha  manda-lo  matar  o  du"]ue  de 
Guisa,  e  ao  cardeal  Luiz,  seu  irmão,  pren  ler  ao  velho  cardeal 
de  Bourbon,  e  ao  areei i^po  de  Leão ;  por  serem  cn becas  da  fa- 
mosa e  tão  decantada  liga  de  França  ;  aute^  a  mesma  faculdade 
dos  th^ologos  de  Paris  tinha  decidido  ser  lícito  fazer  guerra  ao 
ilíto  rei,  a  quem  tmhapor  excommiingado,  inftel  ao  juramesto, 
o  promotor  de  herlsias* 

Assa&inado,  pois.  que  foi  este  solierano  por  frei  J  iques  Cle- 
mente, os  do  seu  partido  reconhecei  ao  por  successor  ao  thróno. 
o  i>riueipe  de  Navarra,  Hu;.'uenoto,  Nâo  lie  crivei  quanto  por 
esta  cauta  se  amofinou  Paris,  cidaie  jade  mtiitus  mo2es  reuel* 
de,  nem  também  os  louvores,  que  df^rao  ao  aíSitssino  do  rei  os 
académicos  nas  cadeiras,  e  os  pregadores  nos  púlpitos. 

Inundou  a  Europa  uma  prodigiosa  qu;mtiaado  de  livros,  dos 
quaes  uns  tolemniííavão  o  martyno  do  matador  j  outros  tiofen- 
dião,  como  justa  a  morte  do  monarcba;  outrtvs,  finalmente,  pro- 
pugna vão,  ser  um  violento  usurpador  do  reino  de  França  o  prín- 
cipe de  Bearuo:  «  assim  por  escarneo  chamavão  os  reis  de  Na- 
varra ».  Mas  depois,  que  este  soberano  se  reduzio  ao  grémio  da 


nEFUTAÇÔES  ÁS  CALOiNTAS 


189 


igreja  catliolica ,  e  uagidoem  Cbartros,  curao  monarcha  de  Fran- 
ça, com<»  titulu  ÚQ  Ht^nrique  IV,  e  passailo  algum  tempo  reconhe- 
cida tambjjin,  e  acclainado  em  Pariz  ;  be  certo,  que  toda  aquclla 
iraraensa  raultiJão  de  eatyras,  livros,  o  mais  coinposiçõeg  infa- 
matoria-,  se  deviào  quuimar,  como  effectívaraeQte  se  ordi^nou; 
mas  íiào  sendo  moralinonte  pjssivoi,  que  cm  uma  cidade  tão  am- 
plti,  como  ho  Pariz.  6  tâo  coo  fusa  e  perturbada,  c^^rao  estava» 
oboílecesaera  todos  ao  real  decreto  ;  sucredeu,  o  que  de  ordinário 
costuma  acontecer,  quando  se  proUibem  esct  iptos  s^raelliantcB, 
haver  muitos  curiosos,  que  ancíosamf  nte  bnscâo  o  zeloza monte 
guai^dáo  estes  papel ii.  por  julgarem  que  serão  eatimadoij  nos  ^em* 
poa  futuros,  a^sira  como  são  no  pregente,  os  que  so  eonservâo  es- 
criptí:>s  nos  .séculos  passidos. 

DadHs  previamí-ateestas  noticias,  ouçamos  agora  a  culpa  do 
padre  Guinard,  Era  esto  infeliz  padre  bibliothecario  do  colloírio 
doB  jesuítas,  no  tempo  que  succedeo  o  ímpio  attcntado  de  Joáo 
Castol  conira  Henriquo  IV,  o  por  causa  do  emprego  que  tiolia, 
poucos  dias  antes  lho  tmha  mandado  alguns  escriptus  e  t>bra3 
estampadas  no  tempo  que  todo  o  reino  estavi^  tumultuoso,  para 
i^uo  em  lugar  separado  se  guaidasaem  na  livrariu.  Preso  o  as- 
aaâsino.eniro  outras  muitas  cousas,  de  que  foi  perguntado  depoin 
ter  eatíidado  com  os  jcstíita.s*  O  padre  Ouaret,  qiio  muitos  annos 
tinha  sido  o  sou  mestm,  foi  tambhíra  immedialamente  pr'cso,  e 
confrontado  muitas  vezes  com  o  rto;  mas  fd  pelas  constantes 
deposições  o  respostas  delle  declarado  innoconte,  e  livro  de 
toaaaculpa.  Forao  m^te  mesmo  tempo  viiítcs  e  rovistoa  todos 
os  cartórios,  e  esquadrinhados  todos  "S  cubiculoi  dos  jesuítas  por 
ordoiB  do  piirlamento»  e  daquclles  heregí  s  Hui:uonoí£^>,  que 
muito  de  ejavã<i,  que  nos  je:sui'a.^  .^e  eneontrasso  al^^nm  inicio  de 
culpa,  Ouçamos  aqui  ao  Muratori,  (45)  Porque  o  rio  (Castol) 
^^e  que  tiuba  estudado  com  os  jesuitas,  e  depois  forão  iichadois 
,  camará  do  p idre  João  GuiuarJ,  sacerdote  d  t  c jmp inhia  al- 
guns esiiritoa  contra  o  rei,  compostos  quacirlo  eguva  no  soo 
maior  fervor  a  dõcantadn  Ují:»  ;  iBto  bastom  para  que  saUissa  utn 
edito,  solicitado  por  aqti  dles,  que  por  uutros  pfi^cedcntes  motivos 
vião  cumindcis  olhos  os  josuitiis;  oo  qual  se  ordenava,  quo  todos 
eUos  siihissem  do  reino*  Sentença  que  lo  los  os  homens  prudentes 
julgarão  ser  injusta  ;  pois,  pelo  delicio  do  um,  ou  de  poucos  so 
caa&igava  uma  tâo  grande  muilidão  de  hompus  beneméritos  por 
muitos  tiuilos  da  religião  e  do  publico.  Ató  aqui  o  Mnraton* 
O  grande  chanceller  Chcverny{  46  |  mette  em  duvidii,  se  real^ 
metito  se  acharão  os  taes  escripios  na  camará  do  inioliz  Guinard; 
ouse  foi  Gstratageuia,  de  que  so  valerão  os  qneabstilutamente 
queriàu,  quo  os  jpsuitas  apparecesscm  comphces  naqueile  exe- 
crando facto. 

Mris  fosne  como  fosse  ;  o  certo  he,  qnQ  imicamente  pur  estei 
papeis  maouscripf os,  achad*H  no  cubicul j  do  pairo  r,iiioard  je- 
suíta, foi  tílíe  seuieociído  á  morto,  o  os  jc^sultas  todos  extermi- 
nados  por  ordem  do  pAríamento  de  Pariz  ;  sinistramente  imttffa' 
do  a  fazer  isto  pãlos  heretjes  htujnenoíes  como  díZ  Bataglini  (47), 
Também  he  certo,  que  o  Cartel  no^i  últimos  momeotus  da  sua 


190 


REVISTA    DO  INSTITITO   íirSTOniCO 


yíásLt  não  obstante  ta  grandíssimas  diligencias  que  so  fizerão 
para  que  ello  declarasse  oomplice  no  sou  deticto  al^^-nm  dos  je- 
suitai,  sempre  rospoadeu  francameote  :  «  o  que  muitus  vezes 
teoho  dllo,  isso  juro  e  aflirmo  ;  neahtim  jesuíta  ter  sido  ou  oom- 
plice, ou  Babedor  das  mio  tias  deliberações  o  do  racii  atteotado.  ^ 
O  mesmo  rei  Henrique  IV  na  allocução,  que  ítz  no  parlamento 
era  1603  para  restituir  a  França  es  joauitaf ,  assim  como  jualitl- 
cou  estes  religiosos  de  onlras  calumnias,  quollies  imputara  o 
primeiro  presidente  Achilleg  Dij-Harlay,  assíra  também  as  jtig- 
tirtcou  desta,  do  terem  didoaraão  âo  Caatel  para  aquelle  seu 
atroz  delicio  ;  dizendo  ao  Harlay  ;  o  Cast'!  nada  thsfa  contra  os 
j^êuitas,  voltafido-se  para  os  parlaraentarios  disse  :  V6s  ínamos 
sois  disto  as  'tuclhore^  e  mais  irrefYãf/iweis  (estemun/ias.  Ora  se 
um  rei*  que  era  o  offendído,  na  forma  mal.>  ^cdemoB  attesta  a 
ínnoceucia  do  Ouinard,  e  de  todos  os  mais  jesuítas,  não  he  uma 
retlnada  maledicência,  e  insolente  temeridade  dizer  o  senhor 
Gama  em  uma  nota  :  '^  Quem  ha  que  ignore  quanta  parte  ti  verão 
os  jesuitas  na  morte  de  Henrique  III»  assassinado  por  frei  Jaques 
Clemente  l 

Pois  ainda  aqui  não  jAm;  ouçamos  outra  nSo  menos  falsa, 
que  se  lo  na  mesma  pagina.,,  sobre  a  palaTra  «^  o  outro  Hen- 
rique >,  <  Na  morte  de  Henrique  ÍV  soul)e-s0  esconder  melhor 
«  a  mS)  jesuítica,  mas  não  se  soube  esccnder  nas  duas  occasl5ei9 

♦  antecedentes,  em  que  se  tinha  intentado  o  roeí^mo  parricidío, 

<  O  padre  Varado»  superior  da  companhia  em  Píirií,  fui  quem 
€  desencarainliou  ao  mi-ieravel  Barri*>re.  Levou  lhe  ao  sen 
€  cubículo,  deitou-lhe  a  sua  benção,  confess^u-o,  dppois  lhe  deu 
«  a  communhão  etc.  Os  jesuítas  no  collegio  de  Ctermonti  e  na 
«  sua  igreja  de  Santo  António  por  meio  de  praticas,   conf«> 

<  rencias,  meditações  e  oxercicla?  espirituaos  corTOmperão  o 
€  espirito  de  Gastei  >.  Três  calitmnias  ati'ocl8simas,  mas  todas  jú. 
velíias  e  muito  rancidas,  convencidas  já  de  falsas  por  mil  mudos, 
e  maneiras,  accuraulou  o  Sr*  Gama  neBt%  nota  contra  os  jesuítas 
de  França .  Leu  elle  sem  duYida  no  libollo  satyrico  de  certos 
reílexioaistas  modernos  (  48  )  estas  pabvi^as  tirada:§  do  livro 
€  Cateohismo  dos  jesuítas  >,  obra  irapiissima  do  «  Pa^quier  »» 
prose  rip  ta  e  condem  nada  pela  Santa  80.  «  Três  forão  os  aasas- 
«  sinos,  os  qnaes  em  diverso:^  tempos  attentan^o  contra  este 

<  grande  rei  »  {  Henrique  IV  )  <  Po  Iro  BaiTi«*i*e,  João  ChatoL  e 
«  Franciseo  Uavillac,  O  desígnio  do  priraeii*o  não  sortio  eITeitD 
€  algum  sobre  a  sagrada  pessoa  do  rei.  o  golpe  do  segundo  o 
€  ferio  na  face.  O  assai co  do  terceiro  o  deixou  por  morto.  Julgue 

*  Deus  do  atteutado  do  ftivillac  ;  mas  daquelles  do  Barri^re 
M  e  Chatel  podem  também  julgares  homeQ-;.Bum  e  outro  nos  exa* 

<  mes,  que  lhes  flzerào,  confessarào  qiir  gó  os  jesuítas  os  Unhão 
«  exbortido  e  instigado  aquelle  horrendo  sacrilégio.»»  GracaSt 
sejio  dadas  aotSra,  reílexionistas,  e  também  ao  sV-  Gama.  por 
não  imputarem  claramente  aos  jeinitas  o  ultimo  attentado  cen- 
tra Henrique  IV  contentando-ee  de  o  p^^r  em  duvida;  os  refie- 
xlonistas  deixando  a  <  Deus  julgaln)»  ;  o  8r.  Gama  diseodo. 
«  que  nelte  se  soube  esconder  melhor  a  mio  jesuítica  »  ;  poderá 


REFUTAÇÕES  AS  CALUMMAS 


191 


aooreacentar,  que  do  tal  sarlo  a  soube  rio  c*icoiidcr,  quo  nom  o 
mesmo  Deua  foi  sabecíor,  d 3  que  alguma  -  raâ.o  josuitica  ^  00 n - 
corresse  lara  iseraelhante  otteotado. 

Ora  deixando  de  parte  cioiinto  dis^erSo  e  oslarapurio  og  ho- 
mens mais  doutos  e  os  escriptoruí  nixii  veiidicus  de  França  re* 
futando  ostas  três  calumiTia.-,  e  rarstvacdo  ao  mesmo  tempo  t 
inaocencia  doá  jesuítas  naquelles  três  attootados,  rmicaraente 
exporei  aqui  (aisíra  por  rae  parecer  surperíluo  dizer  maHt  como 
por  nào  causar  tédio  aos  meus  leitores  )  o  que  diagc,  e  ti  que  fez 
em  prova  da  innocencia  dos  jesuitas  o  mesmo  rei  Honrique  IV, 
depoia  de  ter  plenamente  conhecido,  que  tudo  quanto  se  tinha 
escriptu  e  obrado  em  dascredito  dos  religio£03t  a.Uribtiiudo4hes 
falsamente  a  morte  do  seu  predecessor,  e  os  iQ&uftos  com- 
raettidus  contra  a  sua  mesma  vida  e  pe-soa  era  um  puro  efíeito 
do  oJiOt  com  que  09  hereges  huguenotes.  e  alguns  catholicos 
libertinos  poCiíeguiào  a  companhia,  ResuhUo,  pois»  esso grande 
monarcba,  por  virtude  do  conhecimento  acima  dito,  a  restifiiir 
á  França  os  jesuítas,  e  recupera r-lhes  o  credito,  que  com  tantas 
imposturas  llie^  tinhao  oscurecido.  em  publico  parlamento,  de- 
pois de  ouvir  a.s  ultimas  0  mais  forte*  inatanciaB  que  os  ini- 
migos destes  religiosos  fizerao,  paia  que  não  fossem  chamados 
e  restituídos  ao  reino»  começou  a  perorar  p^r  elloi  dizeodo 
a^im: 


Alloeuçlú  4o  Tt'^nriqu6  IV  ccj  rJofoift  dQ«  jomiLtis 

€  Quanto  mo  he  errata  a  vossi  ftielidade,  tanto  me  be 
«  também  a  representação,  que  me  fazeis  aeste  encontro,  no 
t  qual  vos  mostrais  mais  solieitos  do  int^TessLi  de  meu  roiao, 
«  do  que  eu  sou.  Mas  porque  ha  uma  grande  diffrença  entre  as 
€  discussões  de  processos  e  matérias  de  estado,  de  quo  não  en- 
*  teudois,  não  vos  perturbem  os  vo^sOí;  temores  dizeis  que  os 
4  jesuítas  èí\o  ambiciosos  ;  e  eu  sei  que  jurão  não  acccitar  digai- 
€  dade  algomado  mundo.  Parece- vos  odioso  o  vocábulo  de  jc- 
«  suita;  eeu  vos  digo,  que  he  melhor,  que  de  Franciscano,  Oo- 

<  rainieano.  ou  Agos^tiníano ;  porque  arjuello  traz  d  memoria 
«  Jesus,  que  é  o  mestre  ;   us  outros  lembrãí>   os  discípulos,  e  03 

<  quL^  forào  seus  sequazes,  Afflrraaes  que  lambem  forao  piríi- 
«  dario?  dosí  conf^iderados  na  liga;  raas  peiores  que  eUea,  íorão 
€  nesta  tempo  contra  mira  o  coUegio  de  Soi-bona,  e  o  mesmo 
«  parlamento:  attribuis  a  culpa  o   buscarem  para  a  sua  com- 

<  pau h ia  q8  mancebos  de  melhor  espirito  ;  pjis  ou  vos  digo,  que 

<  uso  o  mesmo  na  elefção,  quo  faço  dos  sjidados  ;  e  bem  he  que 
€  para  ministros  de  Deus,  e  pregadores  do  evangelho  te  esoolbão 
€  08  sujeitos  melhores.    Inzcis.  que  sâo  immensas  aâ  suas  ri- 

<  quezas  ;  ecomtudo  eu  sei*  que  rra  todo  o  reino  não  tem  mais 
€  de  renda  que  quinze  mil  escudos.  >'  (  Veja  aqui,  Sr*  Gama, 
quanto  he  antiga  a  fabul  i  da    immeasidado   das  riquezas,  que 


i 


íjl  REV!>TA   rO   IN>TíT?TO  HI^ORICO 

posi»n:ã3  es  je^xziíjk?  <  Exigeriii  (  contíciuL  a  dizer  o  me^mo 
«  rei  <  a  pcrai^iusa  obediência  que  jorâoao  Papa;  mas  eu  sei, 
4  que  esta  olieiiec  ::a  não  s^  diri^  a  oavo  Ôm,  que  a  in^ndal-<H 

<  ao  mar:yri.\  eiviísio-os  ásxni&õesdo^  ioítois.  Dizeis,  que 

<  tem  iiTiês  pira  se  irisinoarem  na  graça  dcs  principeii,  ea  o  coa- 

<  fes>^>,  e  o  ^eoh  j  t-xperim*  ntado  eom  mnde  utilidade  minha 
<•  003  dcQs  graves  negoeios  da  minha  aVolTi^o.  e  na  dispensa 

<  de  minha  ira^ã,  na>  quaes  o  melhor  adrogado,  que  lire,  foi  o 

<  c  irdeal  Tol^o  jeãuiu ;  e  se  elles  me  são  bons  e  ateis  em 

<  Rorca.  entre  os^  ministreis  de  Hes{«nha,  como  não  serão  dentro 
->  du  meu  reino  f  O  que  sopposto,  eu  absolutam^ite  qoeiv)  oe  je- 
4  sai  tas  em  França  :  e  vós  também  os  déreis  querer,  se  quereis 

<  conservar  os  vossos  cargos,  e  o  credito  de  homens  de  honra  : 

<  jà  que  unicamente  es  huguenotes.  e  alguns  do  clero  ignorantes 

<  e  escandal«^5os,  klo  os  que  se  lhes  oppoem.»  (  Aqui  entre  yo, 
dirá  vtssa  mercê  Sr.  Gama.  e  cc^m  razão)  <  Quanto  aoqu3 
reprehcndeis  >  f  prcsegue  o  mesmo  monarcha  a  dizer )  <  na  sua 

<  douirina,  eu  o  cão  posso  crer :  ponjue  não  tenho  «cbado  um  só 

<  em  tão  grande  numero  de  estulantes.  qae  frequ^snlarãj  os 
«  8eu3  collegios,  o  qual  aiflrme  ter  ouvido  dizer,  ou  ensinar  aos 

<  jesuitas,  que   losse  livi^e  tirar  a  vida  aos  tyrannos,  ou  de 

<  tentar  contida  as  pessoas  dos  reis.  Nunca  o  Barriòre  r>i  ínsti- 
^  ga<{o,  ou  confortado  por  algum  jesuíta  áquelle  seu  excesso, 
¥  antos  um  delles  lhe  iliss?.  que  qujm  se  atrevesse  a  commettel  o 
€  se  cunleranaria  pua  sempre.    Aeorescento  que  ainia  que  o 

<  Cartel   os  tivess:»  acousa lo,  o  que  certamente  não  fez.... 

<  nem  por  isso  se  devia  criminar  a  todo  o  corpo  jesuítico  :  assim 
«  cjiuo  por  um  judas  senão  culpa  tolo  o  apostolado.  » 

Eis  aqui  o  que  disse  aqnelle  rei,  depois  de  lerem  succeiido 
todos  aquelles  attontidos,  fallanlo  da  companhia.  LoiJi-se  Bat- 
ta^lini  (49).  O  Du.*!eix  (50).  E  o  Mathieu  conselh.iro  e  bis- 
toriographo  daquelíe  soberano»  em  cuj*  vida  escreveu  elle 
quanto  aqui  escrevo:  ( 51  )  E  nelles  se  achaurá  esta  tão  sensata, 
e  ma<l'ira  allocução  do  grande  Henrique  IV  a  favor  dos  jesuítas. 


D^a-iaslraçjoa  da  esllma-jio,    que  e^ld    rei    aza  ia 
com;aDhia» 

I^oi3  ij  que  obrou  este  monarcha,  em  signal  da  estimação, 
quo  fazia  deatos  reli  jílísou  nã)  é  menos  digno  de  se  sa  or,  do  que 
o  quii  dí>3í.  Elle  (direi  aqui  em  compendio,  o  que  não  S3  p^de 
referir  exictamente,  sonáo  em  muitas  piíçinas)  fll»e  03  resti- 
tuiu ú,  Françi,  apozar  di  opposição  dos  seus  einulos,  e  contra- 
riu8:  ell )  'js  encheu  de  beuíflcijs ;  ello  os  intiroduzioern  Constan- 
tin()|)la;  elle  procurou  congraçal-os  ora  os  Venezianos ;  elle 
encolheu  por  pre^jador  da  corte,  o  seu  confessor  o  jesuíta  CoUono ; 
che;^anilo  a  til  íX'?essjasua  real  ben3Vol.3ncia  pira  com  elle, 
que  se  <Ii;^nava  de  o  conduzir  algumas  vezes  consigo  no  coche,  e 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS 


193 


de  llio  dar  a  mâo  para  3ubir  ao  piilpito  \  0  querendo  dar  ao 
munda  um  maior  e  mais  clan>  íestomunho  da  estimarão  om 
que  tinha  est^^s  religiosos,  ordeoau  \\o  seu  testamento,  que  o  seu 
cor.ição  fosse  transportado  a  Flesclie,  logar  em  qiio  tinha  rece- 
bido a  sua  primeira  forma,  e  ahi  sepultado  na  Isíreja  do  coLlogio 
da  corapaíihia  de  Jeíiis.  como  elTi^ctlvamento  so  fez,  no  moJo 
mai3  solemne,  e  cora  toda  aquella  pompa  e  magniflconeia,  que 
era  devida  á  majestade  daquelle  grande  rei ;  como  dííTu^amente 
descreve  o  mencionado  Mathieu  i.ò^).  Ouviu,  Sr*  Gama,  como 
el-rei  Henrique  IV  dearaentÍLi  03  impostorea.  que  vossa  mercc  lea 
e  copiou  nesta  sua  obra,  sem  sabei»,  nnraexãmíáar,  se  elles  erão 
dignos  de  fó,  ou  merecedores  de  desprezo  ?  Ouvi  o  a  prefação, 
com  que  um  monarrha  tJe  T*'fança  fallou  da  companhia»  não 
tendo  si  lo  jezuita,  nem  lhe  tendo  comidt^  o  pão,  como  vossa 
mercê/  Ouvb  aquolla  grande  âentença,,  de  quo  ainda  qne  al- 
í?iim  deste  numeroso  corpo  fosíse  cumpíice  era  :vigum  daiiuelles 
atteatados,  (o  que  certamente  não  succedcu  )  nem  pur  istíO  se 
havia  de  culpar  toda  a  rcli^^iât^ '  Ouvio  corao  este  soberano  mos- 
trou reconhecer  os  gorviíoíí,  que  os  jesuitus  lhe  ti n hão  feito  era 
Roma,  não  senlo  tanto^  nem  lào  ^^^rande-i,  como  oa  qtio  íizoram 
a  V03SX  merc''  em  Itoraiii»  e  no  Braííil  ?  Pois  se  ouviu,  aprenda  a 
ser  a^^radecido  e  obsequioso,  e  nrio  seja  ingi  ato,  nem  maleilico. 
Na  pa^^ina...  couiraentando  a  palavra  novos  crimes  traz  o 
no.«so  ofccrivao  e^ta  nota:  <  tragam  se  a  memoria  a  tarde  dcs 
*  cinco  d  janeiro,  e  a  nrilc  dos  tree  do  setembro»  tâo  funesta 
«  para  a  França,  e  PortugaU  «  que  podiiio  cobrir  de  luto  e-tií 
«  duas  monarchias*  Perdidimus  oleiím}  et  operam,» 


H«rnta-sa  o  fino 


Aciíbo  de  dará  eate  notário  no  paj':ígrapho  acinia  um  con- 
selho tâo  necessário  para  a  .sua  emeadu,  e  lo^^o  na  pagina  se- 
guinte torna  a  faliar  náo  sO  na  morto  de  iícnriqrie  IH»  senão 
também  no  attnit.^do  contra  o  Jide]i^:iimo  D.  Jo.ô  1,  querendo 
com  esti  reneti<;âo  imputar  novamente  aos  josuitaíf  estes  dous 
execrandos  dclictoíi.  iJo  primeiro  ji  eu  justifiquei  estes  reli- 
íííosls  ;  do  scijundo  os  jtj^tiíKarrí  agora.  M.  e  para  qur?  Sabendo 
já  a  Europa  toda,  qne  aquolle  íiUuntiido  nilo  tendo  outra  o\i5- 
tencia,  senão  a  que  Ih^  deu  o  Sr.  Carvalho  na5tínten«.a  de  13  de 
janeiro  de  J759,  na  qual  declarou  conipiices  doUe  a  Ircâ  jesuítas, 
o  conieranou  a  uma  cru^jl  carnidcina  uma  boa  parto  da  melhor, 
e  mais  illuslre  nobreza,  de  Portugal,  Si\  Gama,  o  século  pre- 
sente estíl  muito  ilhrminado,  o  o  publico  e.4u  Ir.h  m.iij:  critico  e 
reíl  xivo  do  í\n(i  .intes  er.i.  Obácrvou  em  primeiro  logar,  que 
nenhum  daquelleíí  Malgos  T.inha  motivo,  nem  ainda  apparea^e, 
p\ra  estar  i.^a  de.^g caloso  daqtielle  lolerano  que  o  obrigasse  a 
•'^l   ^  i  í  Toití)  uxvjíi  I'.  I, 


Í94 


RE\TSTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


desejar-lhe,  e  muito  menos,  a  procnrar-lhe  a  morte;  sondo  favo- 
recidos delkj  com  siífiiaôs  não  indiíToreotes  da  sua  real  benevo- 
lência o  agrafo.  Observou  em  segundo  logar,  que  na  aen tença 
se  lià^o  alguns  factos  totalmenie  oppo>to3  o  contrários  a  muitas 
noticias  certas  e  particulares,  que  se  sabião  na  corte.  Obaervou 
era  terceiro  logar,  qiia  suppondo-se  réoa  do  meemo  delicto  trea 
jesuítas,  nem  fossem  processados^  nem  condemnadoí  a  mesma 
cu  diversa  pena»  Observou  raais  q^ie  o  mesmo  Sr.  «'arvalho  não 
duvidou  puucoa  annoa  depois  aparentnr-se  com  a  familia  Te' 
çorct,  dando  por  esposa  a  um  seu  filho  uma  aenhorâ  daquella  il- 
lustrissima  casa. 

Pois  já  depois  que  Deus  levou  para  ^í  o  fidelíssimo  rei  D.  Jo- 
sé I  de  gloriosa  memoria,  ainda  o  publico  abriu  maí*^  os  0U108 
e  observou,  que  a  rainha  hoje  fólizmente  reinante,  logo  que 
tomou  posse  do  governo  Eao  só  aliviou  das  duras  prisões,  em 
que  estaváo  os  dons  irmãos  do  raarqnez  de  Tavoí^a,  D.  Francisco 
de  Assiz,  arrotado  e  morto  por  traidor,  mas  os  promoveu  e  col- 
locou  cm  postos  bonoriôcus  (53).  Observoa  mais  que  suppltcaado 
o  marquoz  de  Aloraa  como  procurador  da  fama  póstuma  deaeoa 
parentes  a  rainha  fídelissima  a  revisão  daquella  eausa«  alie* 
gando  para  iírso  aoharem-se  na  íentecça  factus  que  não  se  lião 
nos  processos  além  de  outras  subst anciães  nulidades,  a  i^lemen- 
tiasima  soberana  depois  de  mandar  examinar  este  ponto,  e 
certificada  por  unanime  voto  dos  seus  mais  melosos  e  im- 
parciaes  ministros  de  que  ci"a  verdade,  o  que  o  marqtiez  alle- 
gavo,  benignamente  annuio  a  sua  aupplica  :  erevendoae  a 
causa  cora  ioda  aquella  circurnspeção»  que  pedia  um  caso  tão 
eslrepitcso,  publico  c  notório  em  toda  a  Europa,  a  respeita- 
belissima  juala  composta  dos  deaembargadores  mais  retos  o 
doutos  doi  tribunaes  da  corte,  concordemente  vototí  cstm^ra  in- 
nocent^s  no  suposto  crime  de  leza-raagesiaJe  e  alta  traição 
todos  os  réos  declarados  na  sentença  de  treze  de  Janeiro  de 
I7r>0  (c4>.  Ainda  observou  maia,  que  pedindo  o  procurador  ou 
fiscal  da  0*net  tempo  para  contrariar  e  i^esponder  a  esta  ul- 
tima decisão  da  causa,  o  fez  làu  de  vagar,  o  com  lentidão  Tio 
-.rande»  que  raaiá  pareceu  querer  de  propósito  demorar  a  res- 
posta, do  que  dal*a.  Deu -a  porí'm  finalmente,  e  entregando^  se 
por  ordem  soberana  a  novos  ministros,  actualmente  se  vi-  e 
examina  ;  mas  com  tantas  demoras  e  dilações,  que  dão  motivu 
ao  pui.lico  para  suspeitar,  que  por  alguma  occulta  razão  nfio 
convém  ainda  declarar,  se  foi  verdadeiro  ou  ftrgido  aquell©  in- 
sulto. 

Ainda  aqui  não  parão  as  observações  quo  os  críticos  tem 
tbito  -iobrô  este  tão  famoso  caso.  Sabem  ellcs.que  tendo  os  jesuítas 
Hupplicado  varias  vezes  á  rainha  fltielisíima  (55)  que  lhe  accor- 
dasse  a  graça  de  poderem  em  juiso  contraditório  provar  a  >ua 
total  innucencia  neste  facto,  e  moslral-a  tão  manifesta  ao^  olhos 
dof  homens  c<jmo  estão  certos  delia  noa  de  Deus,  o íle recenda-.se 
todoa  nos  castigos  maia  rigorosos,  ^epor  ventura  um  íô  delles 
por  legrU  o  juridicamente  convencido  Je  culpado,  a  re^sposta 
queoã  ministros  do  catado  particulnrinente  lhes  dão,  he,  <iue  a 


REFUTAÇÕES  ÁR  CALUNÍNIAS 


i95 


aua  innocenoia  ô  clara  e  notória ;  mas  qUR  por  ora  ae  lhes  não 
pôde  fazer  justiça.  Observarão  uUiraaraentOr  <l^^  a  puríssima 
seberana  pi»r  um  seu  real  decreto  (36)  ouvidoa  primeiro  oa  pa- 
recerei dos  seus  rigios  rainistroá  declarar  livre  ainda  da  mais 
leve  ^ombra  dc  culpa,  a  excellentissima  áDnhora  condessa  de 
Atongiiia,  Ibe  restituii^a  Inteiramente  todos  os  bcoâ  da  tua  casa, 
aadníittira  em  palácio,  lhe  dera  a  mão  a  beijar^  digntndo-se  além 
disto  de  lhe  raostrar  aquelle  agrado,  que  é  próprio  da  sua  innata, 
reivl  e  nitnca  assa»  louvada  híDiga idade  ;  o  que  certamente  não 
faria,  se  soubesse  que  tioba  sido  consorte  de  um  homem  pouco 
antea  assassino  de  seu  augusto  é  glorioso  pai.  Destas  e  outras 
mais  observações,  que  o  publico  tem  feito,  e  eu  aqui  omitto  por 
brevidade,  infure  que  o  ví?o  raysteríoso  de  alguns  motivos  polí- 
ticos e  razõea  de  estado»  impede  faster-se  publica  e  formalmente 
authentiea  a  manifestação  da  veixJade  ;  mas  o  véo  que  a  encobre 
seja  eite  qual  for,  é  tão  ftoo  e  transpareot©.  que  claramente 
deixa  ver  aos  que  tem  melhor  vista  que  a  reserva  d©  mandar  o 
duque  de  Aveiro  a  dous  criados  seus  dií»parar  os  ti  roa  a  car- 
ruagem, em  que  se  ptrâuadia  que  hia  Pedro  Teixeira,  e  s6 
Pedro  Teixeira,  de  quem  estava  gravissímamente  offendido  tudo 
o  mais,  que  isto  não  be,  e  se  lê  na  sentença  de  treze  de  Janeiro 
de  1759,  ho  uma  pura  chiinera,  um  raero  bárbaro  fingimento» 
que  ideiou  a  iferocidade  do  senhor  Carvalho  para  an^uinar  os 
|esuítas,  e  vingar-se  daquelleá  tidal;^cs,  que  ato  lhe  dobravíío  o 
joelho,  como  Aman  a  Marduqueu,  privando^oa  da  vida  pelo  modo 
mais  cruel,  quo  neato  século  se  tem  víâto ;  e  cora  a  vida,  tambam 
da  honra. 

O  qti6  supposto»  senhor  Gama,  não  devia  Portug^al  cobrir-se 
de  luto  que  succedeu  na  noite  de  3  de  setembro  de  1758,  sendo 
tudo  o  qiie  nella  aconteceu  de  ia  fausto,  nao  uma  conjuração  ur- 
dida, ntíui  ini^ulta  pmmeditado,  mas  um  accideute  fortuito,  uma 
desgraça  não  prevista,  nem  sonhada.  Outros  devião  ser  os  dias 
em  que  com  mais  razão  pudia  Portugal  dar  estf  s  áignaes  de  dor  e 
seiíLímento,  Um  ilellcs  foi  aquelle  dia  era  que  passou  aos  eternos 
repousos  o  ftdelisaimo  rei  D.  Juse  1  digno,  pelas  regiam  qualidades 
e  virtudes  de  que  era  ííotado,  de  reinar  perpetuamente,  se  não 
tivesse  a  infelicidade  de  se  fiar  Je  um  ralnistTO  por  natureza  se- 
vera, e  por  systema  cruel  e  barbara.  Outro  dia  foi  aquelle  em 
que  com  espanto  e  horror  não  s6  desta  monarchia  o  mai:^  de 
todas  [^  que  sào  cultas  e  civil isadas,  foi  em  publico  cadafalso 
degolada  a  heroina  deste  século  a  excellentissima  aenhora 
D,  L?unor  do  Távora,  marqueza  de>ite  título;  arrastados  vivos, 
D.  Francifco  de  Assiz,  seu  marido  e  seus  dous  filhos,  Luiz  Ber- 
nardo de  Távora,  e  José  Maria  de  Távora,  o  duque  de  Aveiro, 
D.  .\<jSii  Mascarenhas,  e  o  conde  de  Atouguia,  D.  Geronimo  de 
Atayde,  alt'm  de  outras  pessoas  de  inferior  graduação^  extioctas 
com  diversos  géneros  ue  morte,  mas  todas  cruéis  e  barbaras* 
Nestes  dias  sim»  nestes  se  podia  ©  devia  se  cobrir  de  luto  a 
nos  sa  monarchia. 

No  primeiro,  por  perder  um  ve\,  que  se  não  fosse  enganado 
do  sou  ministro,  seria  as  delicia.^  dos  seus  vassalos  ;  no  segundo, 


lOC  /í^VIrrTA    1-3   INSTÍTCTO    -JISTORIO:» 

por  yiT  i'iT  lOâ  Tasiailús  sappoâicf  trahidorcf ^  teodo  sempre 
lido  O!  maia  deij  á^nelie  rei.  Qoando  chegar,  cobo  finnemeDve 
se  e0p?ri.  a',:iei!e  desejado  e  feliz  momento  em  <|ije  a  ninba  ô- 
delíssima  Cim  a  sabscripçáo  do  seu  real  e  sempre  m^^moravel 
nome,  declare  este  inígma  ca  corra  o  véi)  a  este  myiterioso  se- 
gredo, o  o  tão  conbe'.*erá  o  mando  com  aotheoticidade  pablica,  o 
que  açora  só  coosti  por  scieocia  particalar. 

Na  pvma. . .  explicando  as  palaTras  o  seu  lArono,  traz  o  Sr. 
Gama  ('M%  n  jta :  ^  o  tbrooo  da  companhia  está  em  Roma,  lá  t^ 

<  o  centro  do  seu  p.der.  Ali  recebe  o  seu  geral  os  avisos  do  que 
«  96  piftSik  em  ixlas  as  partes  do  mando  ;  e  ali  eom  o  maior 

<  despotismo  en%ia  as  suas  ordens  ao  fim  datem.  Extermi- 
«  nala  das  outras  províncias é  fazer-lhe  guerra  pela  rama.  £* 

<  necessário  cortar-lhe  a  raiz.  Ora  os  ihesouros  das  duas  índias 
«  ajadavam  muito  a  sustentar  o  credito  dos  jesuítas  em  Roma. 

<  y\for.una lamente  as  presentes  aíspC'Siçoes  annunciam  a  pro- 

<  zíma  total  extiocção  daquelle  corpo.  > 


Mostr&«s«  ser  íaUo   o  que  diz  o  poeUi  acerca  do  dospo 
tisjio  do   g«ral  Ja  companhia. 

Qiidni  ouvir  esta  nota,  e  não  conhecer  a  malignidade  do  seu 
autor,  cuidará  que  o  geral  da  companhia  em  Roma,  era  nm 
soberano  mais  poderoso  que  qualquer  outro  do  mundo  ;  dizen- 
do-se  delle,  que  alli  recebia  os  «  avisos  do  que  se  passava  em 
<  todas  as  partes  do  mundo,  e  d*alli  com  o  maior  despotismo  on- 
«  viava  as  suas  ao  fim  da  terra  >.  .\  tanto  se  não  estende  o 
domínio  de  neobum  monarcha.  Receberá  cada  um  delles  estando 
na  sua  corte  os  avisos  do  que  se  passa  no  seu  reino,  nos  seus 
estados,  no  seu  império  e  a  estes  e  não  a  outros  que  são  alheios, 
o  de  diversos  senhores,  enviará  aa  suas  ordens.  Mas  o  geral  da 
companhia  inferior  nesta  parte  a  todos  os  reis  do  universo,  não 
tinha  1  imites  certos  e  determinados,  em  que  exercitasse  o  seu 
doininio ;  a  todas  as  quatro  partes  do  mundo  abrangia  o  spu  im- 
pério. Tanto  finge  nesta  nota  o  Sr.  Gama.  A  verdade  porém  é, 
que  o  ^'eral  da  companhia  em  Roma  era  um  geral,  como  os 
outros  ^'craos,  ^jue  residiam  naqaolla  corte  ;  anta  se  heido  dizer 
tudo,  ora  muito  inferior  a  eiles  no  trato  da  sua  pessoa,  e  nos 
commolos  da  hu.i  habitação.  Klle  não  tinha  carruagem  própria. 
Como  o-i  mais  /eraes  ;  ello  não  tinha  apartamento  que  cons- 
taise  dr?  inui^a<)  salas  faustosamente  ornadas,  como  os  mais  ge- 
ne^ ;  ello  i.ão  unha  criados  seculares,  que  dentro  e  fora  de  casa 
o  servissem,  <omo  tinham  quasi  todos  os  mais  geraes.  Klle  não 
tinha  rnosa  privada,  nem  cosiuheiro  particular ;  iautava  ece^iva 
no  refoitor  ocoinmiim  na  presença  dos  seus  súbditos,  comendo 
o  mesm>  que  elles,  sim  outra  especialidade  que  ter  um  prato 
do  nnis  «mi  luu  se  llio  punha  alguma  fructa,  do  que  ello  re- 
partia com  <  s  visinho?,  E^te  exemplo  não  sei  eu,  que  algum 
outro  :."?:'al  desse. 


REFUTAÇÕES  As  CALUMXIAS 


197 


Vamos  ftgora  ao  mais.  Si  este  superior  maior  de  toda  a  re- 
ligião recebia  em  Rama  osariso^,  e  do  Ruma  eaviara  ordeas  u 
todas  as  partes  do  muBdn,  era  porque  em  todas  ellus  estavam 
filho:*  da  compila híu.  «erviodu  a  Dons  e  aos  proxíra^s,  em  col* 
tegios,  em  casas,  em  residências,  em  missões,  cm  áemiaarios.  As 
ordoQsque  enviava  a  tgilas  estas  partos,  eram  noicamcoto  di- 
rigidas ao  bom  governo  assim  espiritual,  como  temporal  árs 
seus  súbditos,  o  os  avisos  qao  delli^s  recebia,  eram  do  bom  ou 
mal  qutí  elles  faziam  ;  do  bem  para  os  louvar  ;  do  mal  para  os 
punir.  Eia  aqui  eia  qoo  ooosistiam  as  ordens,  e  os  avisos  desto 
supremo  prelado  do  toda  a  sua  religião.  Si  nas  quatro  partos  do 
mundo  ííe  fazia in  guerras,  ou  ojtisiavara  pazes,  se  os  magis- 
trados seculares  ad ministravam  justiça,  ou  ííiziam  violoKciaa»  c 
assim  outras  noticía^^  somelbantes  não  Ibo  viabam  a  Roma,  uem 
de  Roma  mandava  ordens  concernentes  a  estes  negócios  alheios 
totalmente  da  sua  juri^dKv^o  ;  o  que  ordenava  e  sabia  era  o 
que  lhe  importava  |[*ara  u  bum  governo  de  toda  a  orlem. 


VprdAd«iro   motivo  poniuf  omtn  asthtitdos  om  Roma 

Diz  mais  nesta  nota  o  Sr.  Gama,  que  «  os  the^ioaros  daá 
<  duufí  índias  ajudavam  muito  a  conservar  o  credito  dos  jesuítas 
«  em  Roma  >».  Não  eram  os  tliesouros  da^  duas  Índias  os  que 
acreditav  itn  em  Ruma  os  jeiuitsis  ;  eram  as  noticias  authea- 
^icas,  e  08  t,'stemLinhog  irieíragavcis.  quo  chegavam  âquella 
corte  do  gran'le  fru^^t^j*  que  fiziam  o>  filhos  da  í^ompanbia  na- 
quellas  regiões,  plantando  em  uma^í  partias  a  fé,  e  c»ra  outras 
conservando-a  acusude  immôQ-íos  traballins,  farjiifafl,  pcrrsigui- 
Çõiís,  atjor  e  sangue.  Por  esta  causai  e  não  pelo  motivo  dos  ího 
sotiros,  que  viess«m  das  duas  Índias, paásavívm  todoi*  os  poutihceB 
tiiutas  bulas  em  louvor,  o oredito  ilos  josuitas,  e  os  G»timavara  os 
cardeaes,  1)9  principos  romanos,  e  toda  a  prelauira  eoclesiastica. 

Altímdeque  para  estes  religiosos  serem  auredilados  em 
Roma,  não  era  necessário  sahir  delia;  bastava  e  sobejava  para 
lhes  conciliar  gran  lo  crdito  o  muito  que  naquella  cJrte  traba- 
lhavam em  beneãcio  áo  próximo,  ou  f jsso  na  caí^a  professa  pre- 
gão lo  e  confessando  assidnaraonle,  explicando  a  sagrada 
oscriplura,  e  ensinando  o  catechiárao:  ou  fosse  no  cttllegio  ro- 
mano, aonde  toda  a  mocidade  estudiosa  concorria  a  esstudar,  o 
aprender  a  lin-^ua  latina  c  hebratca,  a  grega,  a  rhetorica,  a 
philosophia,  a  muthemaliea,  a  iheologia  especulativa,  a  pole- 
mica, a  moral,  osc;intjme.<,  a  historia ecclesivtstica.  e  os  sagra  los 
rltoá;  ou  fosso  nos  semi narioá  gerjuanicos,  íoltIcz.  hiberncz,  es- 
cossez,  gregij,  o  maronilico  ;  nos  quaes  enain?\vara  os  josuiías  as 
contjroversias  orrespon dentes  aos  erros  respectivos  daquellas 
naçòes,  e  em  todas  cuidavam  da  boa  educação,  e  exemplar  pro- 
cedimento dos  a  lura  nos  ;  ou  fosse  no  oratório  chama  lo  do  padre 
Cíiraviu,  poF  ser  este  fervoroso  paflreo  seu  insUtuídor,  do  qual 


J98 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


cm  certas  àidM  da  semana  sabia  muitos  jesuítas  pela  cidadã  a 
QODvocar  o  povo,  que  cornsigo  trasiam  a  igreja;  aoDde  depois 
de  um  teroissimo  e  devoti^simo  colloquio  a  Cliristo  crucificado, 
se  tomava  rigorosa  disciplina,  e  acabada  elia»  so  proviam  os 
confessionários  de  jefluitas  a  ouvir  conôsiões  de  muito»  peai- 
tantest  que  aproveitindo-se  do  escuro  da  noute,  tempo  era  que 
este  pio  exercício  se  fazia,  manifestavam  as  saas  ooosciencias  e 
di2íam  mais  livremente  sem  rubor  os  seus  peccadoa.  Neste 
mesmo  oratório  davam  os  jesuítas  todos  os  annos  na  semana 
santa  os  exercícios  espirituaes  de  Santo  Içnacio  a  todas  as  prin- 
cezas  e  damas  de  Roma.  Ko  seu  noviciado  de  Santo  André  os 
davâo  quatro  vezes  no  aimo  a  cardeaes,  moQsunliores,  a  nobreza 
secular  o  a  todas  aa  mais  pessoas  que  se  queriam  aproveitar 
deste  tao  útil  bem  espiritual.  Alóm  disto  muitos  principes  e 
cardeaes  convidavam  uma  vez  no  anno  aos  jesuítas  para  os  ir 
dar  á  suas  oasas  a  toda  sua  l^imilia.  Náo  fallo  aqui  ua  missão 
urbana,  que  em  todo  o  anno  ora  em  um,  ora  em  outro  districto 
da  cidade,  suecessivamente  faziam  os  jesuítas»  de  sorte  qiio  elles 
sós,  como  por  si  mesmo  se  está  vendo,  faziam  e  trabaliiavam 
mais  em  Roma  em  utilidade  dos  próximos  e  honra  a  Deus,  que 
todos  os  outros  regulares  juntos,  e  uão  queria  vossa  mercê 
Sr.  Gama,  que  os  jesuítas  fossem  acreditados  em  Roma  ^  Ou 
perstiadia-se  por  ventura,  que  para  o  serem  erSo  necessários  os 
thesouros  das  du%s  índias  ?  Como  se  engana ;  ou  para  dizer 
melhor,  como  quer  enganar  o  publico,  attribuÍDdo  a  estimação 
que  destes  religiosos  se  tinlmm  ua  capital  áa  igreja,  não  aos 
serviços  que  faziam,  mas  ao  dinheiro  que  davam.  Pelo  que  res- 
peita pois  ao  conselho  que  dd  de  ser  ueceasario  cortar  pela  rai^ 
esta  religião  ;  e  ao  gosto  (jue  mo^itra  em  ver,  que  <  as  presentes 
«disposições  todas  anounciam  a  próxima  total  extíncçao  daquello 
corpo  9  ;  reapundo  que  só  Deus,  que  ouve  os  desejos  dos  pobi^s  e 
remunera  juiitvraento  não  só  as  obrai,  sinâo  tambom  as  palavras, 
lhe  dará  o  pago ;  não  s6  neste  mundo,  como  já  tem  feito  com  uma 
escrivaninha,  senão  também  no  outro  com  aquelle  premio  etoruo 
que  iulgar  devido  todos  aquellen,  que  desejaram  e  procuraram  a 
total  extíAoção  dos  jesoitas.    Passemos  jà  a  outra  nota. 

Tendo  este  poei.4  fingi-lo  nos  seus  vorso?!  para  calumniar  a 
companhia, 

<  Qu^  se  viam  ao  longe  errantes  e  espalhados 
4  Pelo  mundo  oa  seus  filhos  Ir  lançando 

<  Os  íbndamentoe  do  esperado  Império 
«  De  dous  em  dous.» 

sobre  estas  ultinias  palavras  tmz  esta  oota: 

xtiador. 

€  Oe  jesuítas  em  Portugal  eram  chamados  os  apoiiolo« ;  e 
€  esorupulosameiite  observavam  a  exterioridade  do  »  misit  illos 
tinos. 


REFUTAÇÕES  As  CALUMNIAS 


199 


Grande  alluciaação  foi  esta  sua  Sr.  Gama ;  aqui  deti  Tossa 
mercê  com  o  pé  na  péa.  Quer  infamar  os  jesuitas,  e  traz  aqui  a 
memoria  uma  cousa  que  cede  om  grande  credito  e  louvor  dellesf 
Nau  ha  occurroncia  mais  imprópria  e  alheia  do  aeu  Rscopo.  O 
glorioso  nome  de  npo^tolús  não  inventaram  os  jesuitas  para  se 
hoDrar  com  clle  ;  oh  portuguesas  Ih^o  derão,  e  oom  ello  intitu- 
laram  os  primeiros  íllhos  desta  religião,  que  entraram  neste 
reino»  não  por  outro  motivo  senão  porque  virara  nelles  um  zelo, 
uma  caridade  e  um  desinteresse  ou  igual,  ou  muito  somei hanie 
ao  que  se  lê  dos  primeiros  apóstolos.  Tão  incan^aveii  eram  em 
promover  a  gloria  de  Deus»  em  dilatar  o  seu  império,  era  fazer 
guerra  ao  demónio  e  em  procurar  a  saívação  eterna  aos  pró- 
ximos, E  se  até  ao  ponto,  em  que  sahiram  de  PorÈugal  es^^es  reli- 
giosos, foram  sempre  chamados  apóstolos,  comoo  a  veixlado  foram 
6  8©  diz  nesta  nota,  é  porrjue  em  todo  o  tempo  que  existiram 
neste  reino  imitaram  os  primeiros  que  nelle  entraram ;  servindo 
a  Deus  o  ao  publico  por  meio  de  todos  os  seus  santos  ministérios 
com  desioteresse,  com  a  caridade,  com  zelo  verdadeiramente 
apostólico.  Se  o  Sr*  Gama,  assim  como  uma  vez  se  a^cgregou  a 
companhia  na  provinda  do  Brazil,  se  aggregasse  a  (dia  na  pro- 
Tinciadô  Portugal,  jà  nos  sabíamos  qurd  linha  sido  o  judas  do 
apostolado  português^  ma^s  CO  mo  nâo  foi  aqui  admittido,  não 
consta  ainda  qual  fosse  entre  elles  este  desgraçando. 

Na  mesma  nota  accrescenta,  que  escrupulosamente  obierva- 
tão  a  exterioridade  do  m\ni  illos  binos.  Não  era  só  esta  regra 
do  seu  patriarcha,  a  que  escrupulosamente  observa vao  no  ei- 
terioros  jesuítas;  era  também  a  da  modéstia,  a  da  mailureza 
no  andar,  a  da  pobreza  no  habito,  a  da  afabilidade  no  trato,  e 
finalmente  o  da  composição  religiosa  era  todas  as  suas  acções 
exteriores. 

No  interno  também  escrupulosamente  observa  vão  outras  re- 
gras, como  erÊto  a  de  dar  as  cousas  espirituaei  o  seu  tempo,  a 
oração,  aos  exames  de  consciência,  a  lição  espiritual  de  livros 
santoa,  a  mortiílca^o  das  paixões,  a  obetliencia  prompta  aos 
prelados»  ao  estudo  das  sciencias  etc,  de  «orte  que  não  obstante 
não  terem  estes  religiosos  regra  alguma,  que  os  obrigasse  a 
observância  delias  debaixo  de  peecado  mortal,  ou  aiiida  venial, 
(a  excepção  dos  votos  essenciaes)  «rão  os  superiores  tãoexactoi 
em  as  mzer  escrupulosamente  guardar,  que  muitas  vezes  com 
maior  rigor  castigavão  uma  falta  leve,  do  que  era  outras  reli- 
giões  se  castigaria  uma  grave.  So  o  autor  destas  não  está  total- 
mente ©aquecido  do  seu  noviciado»  bem  me  persuado  que  poderá 
ser  testemunha  da  verdade  com  que  ftillo. 


NÃO  he   jAet&naia  dâs    iesaítas   be  narração  Tei'<fii- 
<]«ira  Ur  um  úélltt  d«iifl«li«rto  &    font«  do  Nilo, 


Na  mesma  pagina. . »  se  lê  outra  nota:   os  jesuítas  até  $$ 
júctatdo  nas  suas  historias  de  ter  despaberiú  a  origem  do  Niíú,  Eu 


200 


REVISTA   DO   TXSTiTUTO   HISTÓRICO 


nào  sei  qa©  os  historiatiorcs  da  compaoliU  cOQteiu  com  jactância 
t6rôm  descoberto  a  ori^^em  do  Nilo;  mas  se  assim  ho.  t'^m  muita 
rasão  para  hm  ;  sendo  na  verdade  um  jeàuiia»  cliamâdi»  l^edro 
Paes,  morto  na  sua  amada  missão  da  Ethiopia  a-  s  vinte  do  maio 
de  lôiá  o  primeiro  doa  europeus,  que  descobrindo  a  fonte  da- 
qu©lÍ6  grande  o  fj-moso  rio  no  mcz  de  abni  de  1(118,  dissipou  o 
engano  iioiveriíaL,  em  que  se  estava  de  quo  o  priticipio»  ou  ori- 
gem do  Nilo  ora  um  cutoo  fiegredo  toialmente  occulto  o  im- 
penotravel  ao  conhecimento  do^'  horaeos, 

E  julga  vo<8a  mercê»  senlior  Gama,  quâ  não  lie  matéria  do 
jactância,  um  descobrimento  que  desterra  dt>  inundo  um  erro 
commum,  e  montra  evidentemente  ser  fabula,  o  que  autea  os 
tinha  por  cousa  verdadeira  ?  O  certo  íie,  que  todos  us  erudiíoSi 
ptincipalmento  grwgraphoa.  applaudirão  e  estimarão  a  noticia» 
julgando  ser  premio  devido  ao  descobridor  fdzer  publico  o  seu 
nome  por  beneficio  da  estampa,  pari  que  em  todj  o  tempo  se 
soube^so.  quem  linlii  sido  o  primeiro,  que  rasgou  o  vóo.  debaixo 
do  qual  estava  occulta  desole  o  princípio  do  mundo  a  nascença 
daquello  rio ;  o  dissipou  o  orro  ena  que  ix)r  tantos  aocutos  sa 
tinha  vivido»  mostrando  cbramente  aos  olhos  ser  uma  para 
fabula  quanto  sí>bre  a  origem  do  Nilo  se  di£ia«  Lea-so  o  dicio- 
nário geogriphico  vertido  da  lingua  Ingleza  na  Franoeza,  e  ul- 
timamente na  Icaíi  ma,  e  neáta  posteriur  versât»  se  acharão  as 
palavras,  que  cito  o  netlas  a  verdade  com  que  fali  o.  (57)  Vejtiâo 
lambem  o  raippsi  de  Africa  de  Joáo  Baptista  Homanao,  o  nelie 
ae  encun trará  ar.tribuí-io  aos  jesuitaápara  aeu  perpetuo  louvor, 
o  descobrimento  da  fonte  do  rio  Nilo.  Ne;sta  mesma  pagina, 
tendo  este  poeta  descripto  om  verso  a  sujeição  dos  indlos  ame- 
ricanos a  compaubia  por  esta^  palavras: 

«  Com  um  ee^to  innocente  ao6  pés  áo  thrôao 

«  Yia-^e  a  liberdade  americana 

€  Que  arMstaudo  eaormissimas  cadéas 

€  Suspira  ;  o  os  olhos  e  a  iaclioada  testa 

€  Nem  levanta  de  humilde,  e  de  medruào  * 

põem  esta  nota  :<  Não  ha  palavras  que  expliquem  bastante- 
«  monto  a  sujeição  em  que  vtvtáo  aquelles  índios.  Vejão-ae  oa 
«  fragmentos  das  cartas  do  conde  do  Bobadela,  citadas  na  repa- 
«  blica  etc-^  Pelo  amor  de  Deus,  senhor  Gama,  não  cite  mais 
nesta  su  i  obra  a  relação  abreviada  da  ropublici  je^uitlca,  sendo 
um  libello  sátyríco,  iiifamatorio,  íodlgno  de  fé,  cbeio  de  falsi- 
dades, c  por  isso  roprovadoí  probibido  e  queimado.  Diga  muito 
embora  que  os  indiuts  tiuhio  uma  grande  sujeição  aus  jesuítas 
que  oom  ellus  estavão  nas  aldèas,  porque  nisto  diz  bem  ;e  se 
aâm  o  dia^e  nas  suas  cartas  o  conde  de  Bobadela,  disse  também 
a  verdade.  Mas  que  se  í^egue  daqui! 

Qtie  oà  missonarios  ensina  vão  bem  aquelles  seus  neopbytos, 
que  os  truta  vão  com  amor,  que  protogião  a  sua  liberdalo,  que 
zelavão  o  seu  commodo,  que  os  defendtão  doa  enganos,  e  quo  em 
tudo  e  para  tudo  iho^  erão  utets  e  proTeitosos  ;  porque  se  assim 


BIiFL^TAnoES  ÁS  CALUMNUS 


não  fos:?e  que  sujeição  liaviâíJ  de  ter  a  dous  miseráveis  sacer- 
doteâ  fracos  o  desarmado -í,  t;intos  milli  ires  do  índios,  que  esta- 
váo  em  cada  poynaçio  sendo  por  Datui'oza  letozes»  imp  ici<"ntes 
e  viogaúvos  ?  Ern  lugar  de  Ibea  serem  obedientes  e  submisso?, 
í?e  levaritariãíj  contra  oUes  e  oá  apartariâo  de  si  quHii  lo  nào  se 
resolveasem  a  prival-os  da  vida  como  lhes  ora  tão  fíicil.  Neste 
perigo  S3  virão  os  JGâtii tas  Ioga  quo  oa  iniíios  suspeitarão,  que 
elles  oo>  tratados  doii  limites  faziào  raai;^  as  park^s  dos  dous  res- 
poctivos  soberanos  do  queasaiins,  persuadindo  os  insíaotomento 
a  mudança,  a  que  elles  suramaraento  repagnavâo,  E  cora  olleito 
por  esta  causa  a  uns  pozerát>  guardas  a  viáta,  a  oiitrus  pren- 
derão, a  outros  fiualmoíite  obrigarão  a  retirar-sa  para  escapar 
do  sou  furor,  Idto  stipposto,  que  acha  aqui  quo  creUcar  e^te 
maledico  f  Se  uaquella  sujeição,  quo  es  jnnios  tinbáo  aos  josaita 
encontra  aiateria  para  i&sn,  critique  os  fre/?uezos.  que  são  obe- 
dientes aos  sous  parochog,  os  penitentes  aos  seu-  c^tifesí^ores,  os 
difcipufos  aos  s**uâ  mestres»  os  pupilus  aos  seiíí?  tutoi'os,  o  todos 
os  que  ^ão  subordinados  áquolles,  que  por  al^nini  titulo  Jlies  slo 
superiores. 

Nas  paginas. ,  .Ee  lê  uma  nota  quasi  tão  reforla  de  mentiras 
cjnao  de  períodos  ;  o  dtz  assim  :  *  os  josuitas  do  Brasil  tmlião 
«  uma  fra^íata  inagnifiea,  era  que  o  provincial  salda  tndus  ob 
«  anoosa  titulo  de  visitar  a  província  ;  pororai  na  roalidadoera 
f-  a  quo  fazia  a  maior  parto  du  comraereio.  quf>  aquellos  portos 
^  tem  entre  si.  Emquanco  a  fragata  recebia  car^a.  ostavão 
«  too  los  as    tadas   as    o  ulras  embarcações»  ^endo  os  fretes  da- 

<  quella  mais  caros,  a  titulo  de  íraluzenda  maia  írjínra.  Ora 
€  osjetuUas  nas  alfandegas  nuoca  pagarão diifitoM,  O  seu  lucro 
€  ora  iraraenso.  Para  so  conseguir  melhor  este  fim,  espalharão 
<t  pelo  povo  uma  prolL^ssia  do  s^u  padre  Anchieta,  que  aqufdla 
«  fragata    uunca  se  perderia.  Encalharãu-na,    finalmente,    o 

<  íizerào  outra,  que  custou  cincoenta  mil  crusad^is  ;  e  sendo-lhe 
*  necessarij   perpetuar   aquella   síiuta   impostura,     mandarão 

<  pregar  na  nova  algumas  taboas  da  vellin,  e  por^uadirão 
«  áquelles  bons  negociantes  que  bastava  aqtiella  p:irto  para 
i  comraimicar  a  virmdo  au  tudu.  O  autor  vio  muitas  vezos 
«  esta  fmgata,  e  oiiirou  nella.  Trazia  ílamtila  o  bandeira  com 
«  insígnia  da  compíinhia,  e  tiulia  do  mais  a  mais  excellente  ar- 
€  tllharia.  Ao  entrar  esiliir  dos  portos  receíiia  toda'' as  honras 
€  que  se  fuzem  as  nàos  do  rei.  ^ 


no  BrnsM. 


Todo  Site  grande  aranzel  apanhado  as  mãos»  e  bem  espre- 
mido se  reduz,  a  que  os  jesuítas  do  Brasil  tendo  uma  embar- 
cação velha,  o  de  poucos  comraodos,  mandarão  fazer  outra 
nova,  maior  sim,  mas  nada  magnifica ;  a  qual  grrava   todo  o 


202 


REVISTA  DO   LN9TITUT0   HISTÓRICO 


anno  de  Pernambuco  Ã  Bahia,  da  Bahia  á  capitania  do  Espirito 
Sasto,  da  capitania  ao  Rio  de  Janeiro,  do  Rio  de  Janeiro  á 
Santos,  e  de  Santos  voltava  pelos  moamos  portos  até  Fernajn- 
buço  f.om  o  provincial,  ou  com  outro  algum  religioso  nomeado 
por  eU6  visitador,  e  commissarlo  ;  e  junuimeate  todos  os  mais 
sujeitos,  oum  q'4e  áe  haviao  de  prouver  as  muitas  e  diversas 
occupaçâes  que  havia  nos  collegios,  ca^as,  residências,  seminá- 
rios e  miâsoe^  daquella  igualmente  numerosa  e  florente  pro- 
vincia.  Tinha  esta  embarcação  sete  pequenas  peças,  que  empres- 
tavci  o  pro vedor  da  fazenda  real,  para  poder  salvar  os  portos, 
conforraõ  aa  ordecs  reaes*  com  cinco  tiros,  aos  quaeâ  se  corres- 
pondiio  com  três  :  e  isso  por  alvará  Jos  senhores  reis  de  Por- 
tugal. Pelo  mesmo  privilegio  usava  de  flâmula  e  bandeira 
branca  com  a  ijisi^nia  da  coaipanhia  ;  o  o  seu  capitão  tinha  pa- 
tente do  mar  e  guerra,  que  Ihe^  pas-^vao  os  vice-reis  da  Bahia; 
e  por  18-50  usava  de  bastão,  tudo  por  graciosos  decretos  dos  mo- 
narclias  portuguezes.  Tanto  quiit^rào  sempre  honrar  estes  sobe- 
ranos aos  jedui  tas  ;  e  tanto  se  mostrarão  sempre  agradecidos 
aos  serviços  quo  fazião  a  sua  coroa  naquella  parte  do  mundo* 
Ató  aqui  o  que  he  verdade. 

O  falso  tí  íiDgído  he»  que  aquella  embarcação  fizesse  a  maior 
parte  do  commercio»  que  aqueílea  portos  tem  entre  si ;  porque 
nem  a  maior  pane,  nem  a  manor  fazia.  Alem  da  carga  que 
levava  consistente  no  que  era  necessário  para  a^  provisões  e 
gastos  dos  collegios,  carregava  por  lastro  al^^m  sal,  e  esse 
pouco,  6  quando  o  havia,  de  Pernambuco  para  o  Rio  do  Janeiro* 
Disse,  pouLo  e  quando  ha%%a^  porque  o  commum  era  ser  o  lastro 
de  areia,  e  quando  era  de  sal,  nao  se  punha  a  carga«  nem  a 
fretes,  mas  se  levava  de  graça,  assim  como  tambam  alguns 
mimos,  que  pescas  partieularei  manda vao  ar:>s  seus  amigos 
rersidentes  naquelles  portos,  a  que  a  erabarcaçiio  havia  de 
aportar  ;  como  v,  g,  alguns  cocos,  boiuesde  doce,  e  outras  miu- 
dezas semelhantes.  Ao  capitão  e  marinheiros  erfio  concedidas 
alguma»  praças  livres,  nasquaes  transportavào  algumas  cousas 
de  pessoas  particulares ;  mas  cedia  em  proveito  delles  o  lucro 
dos  íVotes.  £st\  era  a  maior  carga,  tanto  do  sul  para  o  norte, 
como  do  norte  para  o  sol ;  da  qual  nenhum  lucro  tira  vão  os 
jesuítas  como  era  notório  a  todos.  £'  falso  também,  que  em- 
quanlo  a  fragata  recebia  esta  carga,  estivessem  ociosas  todas 
as  outras  emharcaçoes,  porqua  etla  nao  transportava  fazenda 
alguma  que  fosse  da  praça  ou  do  eoromorcio,  como  jt  disse,  e 
podem  certificar  os  negociantes  nos  portos  a  que  oUa  chegava. 
E'  também  consecutivamente  falsa,  que  os  f^tes  fossem  mais 
caro  nella  pela  fabulosa  segurança  do  que  não  se  perderia  ;  por- 
que aonde  não  ha  carga»  não  ha  fi^etoá  ,  nem  caros,  nem  baratos. 
Que  08  Jesuiias  nas  alfandegas  não  pagassem  direitos  dos  gé- 
neros, que  Ihe:^  erão  necessários  para  "as  suas  casas  e  collegioB 
é  certo ;  mi\s  deste  privilegio  concedido  peloe  reis  gosavio  lam- 
bem 03  mais  religiosos  do  Brasil,  Se  alem  disto  transportavào 
alguma  cousa  que  lhes  não  pertencesse^  delia  se  pagavio  os  di- 
roitoB,  e  ninguém  excepto  o  senhor  Gama,  ou  outro  ^melhante. 


HBFCTAÇÕES  ÁS  CALUMN1A6 


203 


O  poierá  negar  ;  e  assim  não  só  era  immen^Oi  m^  neDbum  era 
o  lucro,  que  a  carga  produzia.  Daqui  viaba,  que  para  manter 
a  dita  fragata  era  preciso  que  qb  coUegJos  o  residências  coa- 
corressem  todos  os  annos  a  sua  proporção  eona  determinada 
quantia  de  dinheiro,  como  clara  o  evidentemente  consta  do9 
liyros,  que  os  ministros  régios  no  conflico  levárào  das  procura- 
turas,  09  quaeâ  talvez  ainda  ezíst&o.  O  qtiediz  o  senhor  Gama 
nem  clara,  nom  eacuramente  constará  de  Jivro  aJgum  que  tenha 
ou  faça  fé, 

Na  pagina....  querendo  este  moderno  escriptor  trazer  a 
memoria  aqueJla  antiga  calumnia  de  qne  os  jesuítas  forão  a 
causa  da  infeliz  morte  d©  elrei  D.  Sebastião,  e  da  perda  de  todo 
exercito,  que  comsigo  íevou  a  .^Trica,  molhou  a  penna  e  sahio 
Á  Joz  com  estes  versos: 

<  Por  enti-e  troncos  de  umas  plantas  negi-as 

<  Por  obra  sua  vião^se  arrastadas 
«  As  ardentes  aréas  africanas 

€  O  valor,  e  alta  gloria  portugueza. 
«  Ai :  mal  aconselhado,  quando  forte, 
«  Generoso  mancebo.  Eternas  lutas 

<  Preparas  a  chorosa  Lusitauia 

«  Desejada  duí»  teus  a  incertos  climas 

«  Vás  mendigar  a  morte,  e  a  sepultara.  » 

Fatal  desgraça,  que  este  poeta  para  compor  estes  seus  cantos 
nâoleãseum  só  autor,  que  fosso  verídico,  oão  abiússe  um  s6 
livro,  que  deixasse  desBr  apocrypho. 


Morte  de  «h*«3  B.  SfthastlAo  e  a  p«rdii  do  seu  «xercUo 
f»l«ftincQt.0  aitriliQidiíus  aoa  j«suLtas, 

Achou  elle  talvez  na  celebre  dedução  chronologica  parto  da 
XDaladic6Dcia  do  senhor  Carvalho,  mas  baptisado  o  Dome  do  se- 
nhor Seabra,  aquelia  noticia;  parecendo- lhe  muito  accommo- 
dada  ao  seu  escopo,  sem  examinar,  se  era  falsa,  ou  verdadeira, 
Qflkribada  em  sólidos  ou  débeis  fundamentos,  mudadas  as  setas 
em  ^o]hti£,  isto  é,  a  prosa  em  verso,  a  enc&ixou  no  seu  poema. 
Ora  eu  para  confundir  este  novo  caliminiador  dos  jesuítas,  e 
mostrar-lhe  a  pouca  critica  ou  muita  ligeireza,  com  que  acre- 
ditou uma  fabula,  pouco  diííerente  daquella,  que  ainda  hoje 
crem  alguns  sebastianistas,  nào  me  valerei  aqui  o  quo  dizem  os 
históricos  da  companhia,  como  sao  o  cardeal  Cienfuegos^  (58)  o 
Telles,  (5d)  o  o  Sacchino  (00),  referindo  miudamente  as  muitas, 
e  exquiaitaa  diligencias  que  por  ai,  c  por  outras  pessoas  de  au- 
toridade fizerão  os  jõsuitaif,  para  dissuadir  aquellG  rei  mancebo 
de  uma  tão  temerária  e  arriscada  empresa;  chegando  a  escrever 
ao  pootiâce»  para  que  puzesse  diante  dos  olhos  o  perigo»  a  que 


204 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


ne  expoDha  e  a  toda  a  nionarebia,  com  aquella  tSo  precipitada 
e  ioteinj/estiira  resolução:  porque  se  o  8i?nhor  Basílio  cnoi  tanU 
facilidade  acredita  meatira^  claras,  Teodo-as  esiampa^Jas  em 
detbuara  dos  jesuítas,  c*>m  a  mesma  e  aíQda  e  maior  facilidade 
□e^ará  verdades  maDífestaa,  sabeodo,  que  são  eseriptas  por 
estes  reli^oitos  em  seu  abono.  Por  isso  alienarei  86  autores 
que  QUDca.  forão  d:i  eompanbia,  bomcns  dignos  de  toda  a  ft\  e 
mai»  viridico,  e  bem  informados,  que  Jerónimo  Praooo  Ganes-* 
tagío,  que  talvez  foi  o  prim^^iro,  que  eitamp  m  esta  calttmnía« 
(61  i  e  deu  oecaslão  a  que  alguns  emulou,  e  inimiifug  do^  jesuitas 
a  publicassem.  Maséeste  historiador  pela  incivilididecom  que 
que  filia  do  senhor  cardeal  rei,  pela  insoleDcia  com  que  trata  eU 
rei  D.  Sebasilâo.  e  àaalmente  pelo  atrevimeato  com  que  censura 
os  Tt*neriiTeÍ9  religioaos  de  S.  Francis  o,  tão  indigno  de  crelito, 
e  merecedo '  d  «  desprezo,  que  nenhum  verdadeiro  portu^uez  lè 
a  sua  hísttorla.  qne  não  se  osotailalisií  da  sua  maledicência.  Os 
aothore^  poi^  cujis  ditas  e  tosteraunbns,  aqui  produzirei,  sâo: 
Luiz  Coelho  Barbuda,  (02)  Duarie  Nunes  do  Leão,  (63)  Frei  Jos^ 
Santa  Thereta  Ca -melitaoo,  (64)  e  o  abbade  Diogo  Barbosa 
Machado;  (65)  os  quaes  unanimente  ^iffirniao  nfio  poder  nem 
dever  altribuir-se  a  outra  caiiátia  infelíc;d:ide  daqaelta  expedição 
a  Africa  que  o  espirito  bel  1  coso  daqu41e  mancebo  mo  na  rc  ha; 
impaciente  de  fazer  o  sou  nomo  celebre  pelas  armas,  ©  alcançar 
a  fama  de  conquistador  a  imitação  dus  ráis  seus  pi*edece>5orés; 
accra-^centnndo  juntamente  qrje  tão  longe  es  tirai  ão  os  reli  gnjsos 
da  companhia  de  ÍQJ!uir  no  animo  daquelle  fogoso  príncipe,  que 
ínt6iitas:ie  aquella  guerra,  que  antes  (izerão  todos  as  instan- 
cias pojbíveis,  para  q  le  de^btisse  delia. 

€  Não  sd  conhecia  (diz  Luiz  Coelho  Barbuda)  neste  pvincipe 
«  (D.  Sebastião)  uutro  vi  cio «  que  ocxuelle  do  seu  ardor  miliiar,  ao 

<  qual  não  podia  reprimir,  foi  instruído  peloa  padres  di  com- 
€  panbis;e  nos  primeiros  an nus,  pelo  padre  Luiz  Gonçalves  da 
€  Carneira,  tão  zeloso  do  seu  serviço,  qae  se  aillrma  ter  fiillecido 
€  do  puro  sentimento  de  o  ver  passar  a  Africa,  não  podendo 
«  de  sorte  alguma  impedirlhe   esta   tão    temerária  ©uipresa.  * 

Duarte  Nunos  escreve  :  <  Esta  determinação  de  ir  a  Africi 
€  elrei  D.  Sebastião  procurarã^>  impelir  i-artas  pessoas,  as  quaa» 
«  era  zelosas  do  bem  do  dito  rei,  e  do  seu  remo  curao  forão  D. 
«  Felippc  U  rei  de  H  'spanli;i. ...  O  cardeal  infante  D.  Uennque 
«seu  lio...  Martinho  Gonçalves  da  Caraara...eda  mesma 
«  sorte  os  religiosos  da  companhia  de  Jesus  soih  mestres.  > 

«  Era  dominado  o  coração  d  el-rei  D.  Sekistião  (diz  o  abbade 
€  Diogo  Barbosa  Machado)  de  ura  táo  ardente?  desejo  de  ir  á 
€  Africa,  que  nã«  foram  eficazes  para  impedir  esta  tão  teme* 
«  raria  n^soliição  as  lagrimaâ  de  sua  augusta  avó,  os  consellios 
€  Aix  cardeal  Henrique,  os  rogos  de  seu  mestre  o  coníTessor  o 
4  padre  Luiz  Gonçalves  da  Gamara,  conspirando  to>los  na  mesma 
*  preteoçáo  de  que  oào  se   effectuasse  uma   emproza,  na  qoal 

<  perigava  igualmente  a  sua  pessoa  e  a  conservação  de  t.jda 
€  &  mooarchia.  >  Ouça-se,  finalmente,  frei  Joté  de  í>anta  The- 
reza* 


REFUTArÕES  As  CALU.NÍNIAS 


205 


4íT*imfjem  (diz  olle)  o  pcidre  Laiz  Qoõçal voa  da  Camará,  seu 
*  mestre,  procurava  disperauadil-o  de  ura  tão  preeipllado  con- 
4  selha  ;  mas,  s^Btido  baldadas  as  diligancias  de  ambos,  isto  é,  da 
<  rainha  D»  Calíinrini  e  de  seu  mestre  o  padre  Luiz  Gonçalves, 
4  afflicto  perdeu  a  vida  de  para  dòr  e  sentimento.* 

Ora,  depois  de  oovir  o  testemunho  destes  gravissimog  his- 
toriadores, além  de  outros  que  poderiam  alle/arar  como  o  Cam- 
pana e  O.  Juào  de  Castro,  q  110  escreveu  a  vitia  deste  infausto 
rei,  homen»  tolos  ímparciaes  o  desapaixunadíS,  diga  ranitu  em- 
bora nos  seus  versos  o  nosso  poeta,  fallando  dos  jesuítas : 

<  Que  por  obra  sna  viara-se  arrastados 
«  A's  ardentes  arè  is africanas 

<  O  vaíur  e  alta  gluria  pertugurza,  » 

porque  eu  lhe  applicarci  o  que  o  carujolitano  acima  allegado 
accrescentou  na  sua  historia  por  est.is  palavras ;  <  pelo  que 
4  ÍMou  apaixonado  quem  dissí*  terom  sido  os  joáiiitsis  autores 
€  na  perda  dVl  rei  II  Seha&tiãe  o  por  cun^equencia  da  luina  de 
€  Portugal.»  K  portara  tão  clíira  o  manifesta  a  falsidade  desta 
calumnia,  que  ainda  que  faltassem  os  testemunhos  dos  erulitoae 
verídicos  autores  qne  cilei^  a  qualquer  homem,  ai  aia  do  me- 
díocre juízo  se  dl  por  si  moámo  a  cotiliecer  ;  e  senão  pergunto, 
que  utilidade  ou  interesse  podiam  ter  os  j-^suítas  em  persuadir 
áqaellô  rei  uma  tão  arriscada  empresa?  Kxpnndo-o  a  tanti^s  e 
tãa  graves  perigos,  quantos  costumam  encontrar-so  em  uma 
guerra  feita  em  paiz  alheio,  e  além  dís  tilheio  bárbaro,  ardente, 
e  por  isso  summameate  nocivo  Ainda  que  etite  princtpe  por 
cons^elhos  dos  generaes 'o  abstiveíise  de  tom?ir  as  armas  e  de 
assistir  pessoalraent3  aos  combates  {o  que  seria  diíílcll  acabar 
com  elle,  supposta  a  fofros idade  de  seu  génio  e  brio  marcial, 
quo  o  predominava),  .sen  lo  t^o  incertos  oa  succes«os  das  ba- 
talhas, e  tão  inconstante  a  fortuna  em  repartir  as  vicioriís, 
facilmente  poderia  acontecer,  que  ílcassc  prisioneiro  o  cum  elle 
grandtí  p\rto  do  exí^rcito.  Que  perturbwçào  para  o  reino .'  Que 
dor  para  os  jesuitasí 

Era  este  um  perjg) ;  outro  maior  era  pela  intempeiio  do 
clima  excessivamente  calmoso  contnihir  o  rei  uma  doença,  que 
aggravada  com  a  duvidosa  e  continua  eonsideravaó  ^o  irrfausr^, 
cu  feliz ííuccesso,  que  teriam  a.^auas  tropas,  faliando  Ihe^  aquLdle 
animo,  aqulle  valor  e  fort!4'^za,  que  Ihe.^  influía  a  sua  real  pre- 
sença, daqui  solhe  originasse  a  morte.  Qtie  maior  dos^rraça  l 
Que  fatalidade  maior  !  Ora  estes  e  outros  periííos  lâo  f.iceiB  de 
acontecer  naquella  guerra  occorrertani  aos  jestuitas ;  e  pi^r  isso 
tão  lungo  es  la  riam  de  o  lacitar  áquclla  m  presa,  quo  antes 
poriam  todo  o  esforço  para  o  rotrahir  dolla  Eram  e.^tes  rtlí- 
giosoíí,  mais  que  nenhuns  outros,  estiraad(^s  e  fiivorecídos  da- 
quelle  monarcha  ;  e  se  licito  é  dizcd  o,  ai*'  venerado.'*  o  amado». 
Elle  Ds  tratava  com  familiaridade  e  conílanga;  elle  tinha  um 
por  seu  mostre  o  confessor  ;  (66)  e  log^o  que  est*o  falleceu,  es- 
colheu outro  que  lhe  ouccedesse  naquelle  sagrado  emprego.  (67) 


9 


SM 


REVISTA   DO  IXSTITUTO  KISTORÍOO 


Elle  lhes  tialia  fundado  e  dotada  com  mâo  lar^a quatro  eotlegios 
na  AáU,  qnatro  na  America*  c  doas  na  Africa.  Elle  lhes  tinha 
feito  muiios  oatros  beneâcioã:  tudo  sí^n^es  manifestos.  Qioaé 
éÊk  ÉOft  real  liberalidade,  mas  da  grande  estimarão,  qne  (kzía 
dflsttt  padres.  Sendo  pois  tudo  isto  coz^o,  o  ínnegavel  todo  o 
9ea  caidaJo  e  desvello  ,>eria  í  como  era  Qa  verdad;*)  apartar  da- 
quelle  príncipe  ain<ia  a  mai^  re  nota  cccasiâo  de  perdera  vida, 
011  a  aaude  ;  e  não  expol-o  :i  ri.^cos  do  perder  uma  cousa  €  mais 
a  outra  ;  e  isto  nao  sl>  por  elfeUo  da  virtudo  de  ^.fpatidão.  mas 
pelo  innato  desejo  que  toJo^  tem  de  qud  se  conserve  lirre  e 
salvo  quem  lhes  é  liberal  o  insigne  í>emfeitor.  Qu-iro  por 
outro  lado  metter  peloa  olhos  a  esta  ealamoiador  quanto  por  si 
mesma  se  conheça  a  falsidade  desiia  impostura.  Sc  por  obra, 
como  elle  diz  dos  jesuítas,  el-rei  D.  Sebastião, 

«  Deaejado  dos  seus  em  certos  climas 

fosso  rãendiffGr  a  morte  e  a  sepultura^  ficando  ellâ  14  morto 
e  sepultado,  quanto  se  mostraria  indignada  contra  estes  reli- 
giosos a  rainiia  D.  Catharina  que  tâo  ternamente  amava  este 
aeu  neto?  O  cardeal  lieorique,  que  summamtnte  amava  este 
sobrinho!  Os  senhores  da  corte,  que  adoravam  este  prmcipe  ? 
Todo  o  povo,  que  o  desejava  immortril?  O  reino  todo  que  o  qui- 
«era  eterno.'  Pois  nau  íuocedeu  assim:  a  rainha  não  JíTroniou 
no  amor  a  estes  pidre^,  ante.-?  morrendo  no  mesmo  anno.  que  seti 
neto,  fez  delles  honor ifícamencào  no  seu  testamento.  O  cardeal 
m&is  intensamente,  que  antes,  estimou  e  favoreceu  os  j<3suitas. 
fundando  -  lhes  ocoUegiade  santo  Antão  em  Lisboa,  o  de  Lvora 
com  a  universidade»  e  tarabera  a  da  Purificação;  tudo  para  ser 
governado  por  elles»  Os  senhores  da  c'u"ta  não  só  se  laman^ 
taram  destes  religiosos,  mas  oo  espaço  de  trinta  annos  lhes  edi- 
ficaram um  cQllogio  em  Taro,  outro  na  llíia  de  S.  Miguei,  um 
noviciado  em  Lisboa,  o  um  sominario,  e  também  era  Viila- Vi- 
çosa uma  casa  professa.  Finalmente,  o  povo  todo  o  todo  o 
reino  continuou  como  antes,  a  \enerar  estes  padres,  e  a  utl- 
lizar-se  delles  em  todos  os  seus  í^agrados  ministérios,  O  qne 
tudo  cortamento  não  aconteceria,  se  par  culpa  L-ua  S9  perdesse 
na  Africa  o  rei  o  o  ro'no.  São  e>tis  razões  tâo  claras  e  evi- 
dentes, quâ  quem  Dão  conhece  a  sua  força,  ou  t^  iailo  de  jtiixo, 
ou  e^tâ  cego  de  alguma  paixão.  Vamos  a  outra  cou^a. 


Na  mcíma  pa^^ina,.,  passando  da  America  e  da  Africa 
á  Ásia  traz  esta  nota.  entre  todas  não  §6  a  mais  improvável. 
seirfU  também   a  mais  ríílcula.    Dh   nella  assim  : 

tf  os  jesuítas  na  China  no  inno  de  I6i5,  approvcitsrão-se 
€  da  divísilo  daquoUc   grande  império   entre  os  dons  perten- 


REFUTAÇÕES  AS  CALIMNIÂS 


207 


«dentes  pani.  o  etitregarera  ao  Kara  dos  tártaros.  Foram  em 
«  premio  elevados  a  Éíisínadade  de  raaodíirins  e  ornados  c^m 
€  03  ricos  vestidos,  a  coi lares,  que  8tí  podem  Ter  oaestíirapa, 
€  que  uoB  deixou  o  padre  Bunam  no  catbalogo  das  retigiòes 
«  etc.  > 

Chamei  a  esta  nota  nâo  sú  a  maia  improvável,  senuo 
tanibem  a  mais  ridicala,  porque  nenlitim  Itomom  do  juizo 
até  aqui  aJllrmou,  nem  j,i mais  se  poderi  capacitar  que  trez 
ou  quatro  religiosos  estrangeiras,  allemães  e  íVanceaes,  que 
estaváo  por  aquelle  tempo  nu  China,  semeando  naquella  in- 
culta seara  o  grão  da  palavra  ae  Deus,  isto  r,  a  doutrina 
evangélica  entre  1000  sustos  e  temores,  entre  IijOO  perigos 
e  trabalhos  tivease  tanto  poder  e  auloridad  ',  que  a  seu  ar- 
bitrío,  D  ao  obatante  as  forças  dr*  dous  poderosos  pí^rteiidentes 
áquello  grande  império,  a  nenhum  delles  o  entregasse,  mas 
o  puzessem  nas  mãos  do  Kam  dos  tártaros,  coUocando  o  no 
thròno,  e  fazendc-o  acclamir  imperador.  E  oão  ò  isto  uma 
eliimera  que  só  a  um  louco  da  casa  dos  Oratts  poderia  oc 
correr?  Pois  occorreu  ao  Sr.  Gama  ;  appruvou-a  o  sev  Me- 
cenas, e  deixou-a  estampar  o  tribunal  censório  daquelle  tempo. 
Pois  não  é  menos  ridícula  a  asserção  de  que  'N.;  premio  desta 
façanha  foram  os  jcsuitas  elevados  à  di^nt  lad'j  'J6  jriondorinF  ; 
quando  t^inguem  lia  que  iguore  que  esta  honra  dtlo  oa  im- 
peradores a  alguns  miationarios,  assim  pelas  suas  virtuden  e 
aciendas»  como  pelos  grandes  e  relevantes  í^erviços  que  llics 
fizem. 

Na  mesma  pagina...  depoirji  de  tor  dito  f m  verso  u  des- 
propoaito  de  que  05  jesuítas  :  «  perraittirno  aos  Bonzos  a  fazer 
4  de  Roma  o  indigno  culto  do  seu  le^^islador,  traz  e-ta  nota 
€  o  Sr.  Gama  ;  e  de  mais  a  maia  o  servi rem-íe  para  no- 
€  mear.  D  verdadeiro  Deus  das  vozes  Tien  Céo,  e  Xantí,  au- 
c  premo  imperador  ;  o  fazerem  certas  oblaf  ôes  aos  aeus  de- 
€  fuatos.  ^ 

Semelhanto  ao  <|ue  disso  em  verso  é  o  despropósito,  quo 
agura  acEvba  de  dizer  era  prosa*  A  razão  é  porque  L**m  Roma, 
nem  os  jesuitas  tinham  sobre  os  Bonzos,  quo  sao  oh  sacerdotes 
daqueJla  gentilidade,  jurisdicção  aljíuma  para  lhes  prohihir, 
ou  permittir  alguma  cousa.  Os  Bonzõ-^,  em  quanto  Honzos 
não  erão  cathoíicos,  e  assim  não  necessitavam  da  permisaão 
dos  õuropens  para  dar  o  culto  que  quizcÊsem  ao  ^on  le- 
gislador. O  mesmo  digo  a  respeito  do  explica rera  a  verdadeiro 
Deus  pelas  palavras  Tien,  Xanti,  A  questão  que  ;-o  moveu 
em  Roma  nao  foi  esta,  Sr.  Garaat  vossa  mercê  tumou  cesta 
por  balcsta,  alhoa  por  bugalhos,  e  ouviu  cantar  o  ííallo,  o  nâo 
Èíoube  aonde.  A  questão  que  em  Roma  se  moveu»  foi  í^e  us  je- 
suítas na  China  permittiam  não  aoã  Ronzo-J.  como  aqui  diz, 
maa  aos  christãos  neophitoa  al^um  culto  do  £<ju  leí^isladoí 
ConfHcio,  que  fosse  ÍRdi«?uo»  iIJicito.  ou  incompativel  cora  a 
roliiíiào  catiiolica*  Esta  ?^im,  esta  foi  a  qui  àt  o,  em  qiu*,  como 
vossa  mercê  traz  na  sua  nota  da  pagina. . .  «  cansou  do  lutar 
«  Roma  por  mais  de  um   século  com  a  animosidado  dos  je- 


1 


20í^  iíEVI-sTA   O-.»   INSTITUTO   HISTORir^ 

1  jTiius,  a&sresoesvuido  neiU  o  friicco  que  fe  ^liroa  dijs  dd- 
4  orev»   «i^â  aagraiias  eon^rreiracões,  pobileado^  em   Id4^   foi 

<  o  lae  tiroa  mua^enhor  Mãizrot  em  16^  o  cardeal  <ie  Toaraoo 
A  em  17  i4  Climeatd  XE,  cSeuedkto  XUI  Clemen^   XII,  Beae- 

<  iico  XIV  cjra   ;ado  is^o  ainla  liojo  oão  cessam  de  repelir, 

<  qae  sio  a  .a:\r;a  pretoriana  do  P«&pa  ;  e  o  maia  é  «iie 

<  faliam  Terdade.   » 

Ea  cão  p.»ço  r>r jírír  a<iai  ludo  aiaillo.  a  qve se aUnle  nesta 
a  ^ta.  Não  obstante  y&rái  ia  e  dos  olbos,  quanJo  i5to  «ereTO.  noti- 
oiaâ  ex  bc^as  de  'oioâ  oe  paâtk»,  qae  se  derio  naqoelia  tão  lomn, 
e  iau*iaca*1a  controvertia  âobre  a  permis-ão  de  alguns  riiotr 
chinicús.  Tenho  a  vista  qaal  foi  a  soa  origem,  quaes  oa  promo- 
terea  delia,  e  o  porqne  ;  as  niões  que  aúejmvào  os  je>ni»3  da 
China,  para  serem  es  taes  ritos  permittiluâ:  as  sentenças  doe>  que 
em  Ruma  jal/avam,  qne  denam  ser  reprorados ;  os  pareceres  e 
sentenças  doa  qne  juLravão,  que  ae  deviam  permittir.  O  motivo 
porqa  *  f^i  mandado  ã  China  mun^enhor  Kai^rrot,  e  o  cardeal  de 
Toumon.  e  que  iQstru<xôas  levaram :  os  dngostos  que  amboi 
tiveram  do  imperador :  o  cardeal  pelo  decreta  que  paUicoa 
Intempestiva,  e  contrario  á  coDserrK^ão  daqoella  ohríatan- 
dad  ? ;  o  bi^po  por  cão  enieader  a  lini^at  chiniea,  tenlo-o  assi- 
^Qido,  e  eleito  o  cirdeal  por  seu  interpn»te.  lie  s^rte  qoe  foi 
obri^oiiio  do  Impera  ^r,  con%'eoceQdo-o  da  sua  ijnjrmneii,  a 
fazer  um  so'enice  attestatlo,  qoe  não  entendia  os  livros  e  litte- 
ratuia  ehineza  ;  o  que  o  dik>  bispo  extrcotou  ;  mas  sem  com  isto 
evit  ju  se:*  expulso  da  Ciuna.  Tenho  também  a  mão  as  instan- 
cias, que  o  cardeal  :ez.  para  qoe  os  jesuítas  lhe  jurassem  obe- 
diência, e  exeeuta>Srm  o  decreto  prohibttiTodos  ritos;  e  obede- 
condo  a  tudo  os  j  ^soitas  eoi»  .rangidos  do  medo,  foram  também 
ontão  exierminadt/S  peio  Imperador.  Al^m  disto  tenho  também 
diante  ios  olhos  i»  prK>testo,  que  o  geral  da  companhia  Tamba- 
riui  fez  av>  papa  Clemente  XI  de  que  a  sentença  favorável  aos 
ritOBí  cnmioos  nãoer»  própria  de  to^la  religião,  mas  só  de  alguns 
pariioiilares,  o  7ue  elle  e  tuda  a  ordem  reprovava.  \6S)  O  breve 
que  o  p,ipa  inr.o.^ncio  XI  mandou  ao  jesuíta  Fernando  Verbiest 
vice-pivvincial  da  o>. m^anhia  ca  China,  (6(^)  no  qual  aquelle 
papíi  lep«  is  -!o  llie  a^raK»'  er  o  donativo dt»  <  am  nii-sd  rjmaco 

*  e-ori^to  na  lingi.a  chinica,  e  ;.s  figuras  astronómicas  deli- 

<  neíída>  p^ir  elle  a  ^  mo.lo  chinez.  alimde  conciliar  a  f»  caího- 

*  l.ca.  ckjIuo  allí  d.z  o  niesmo  papa  a  fikVcrdaquellas  gentes  dis- 
€  ci;.lina«ía.s  í-ni    t-.da  a  ^  rie  de  artes  liberaes.  e  propensa  a 

<  todos  os  íreno:o^  de  virtu-les,  o  kuva  o  a  Uxios  es  seus  sooi-s, 

<  do  qu»;  o  nvert*  Ldo  o  uso  da>  scioncias  profunas  em  tem  da 
-f  rei:;?  âo  c.itíiol  ríi,   rís.ifuidas  áquolle  império  e  com  elles 

<  a  no->a  sanu  f»';,  -e  í  3p«;re  sempre  a  esta  o  maior  augniento  ». 
Quíírim-iíjii  í!iilií.|ic.i  *io  b:>po  de  Mala.^  dominicano,  em  que 
d<;S':iontM  quanU"*  ciluiiiDia.s  o  imposturas  vomitarão  contra  o:? 
joMijjtfifl  ,Ja  ciiini  o  Arn.il  lo c  o  Jiineu,  inimigos  d.^stes  ••eligioso:'. 
A«  quaeH  no;ifioM  UAhh.  se  íu  aqui  as  produzi-Nse,  uão  cederião 
oní  {^'ixn^W)  louvor  dos  miá.-íionarios  chiutzcs.  Mas  pa>so  oin  si- 
l<ín'i'^  a  t^HÍus  elIaM,  afim  porque  se  aqui  asoscrev  sse  faria  um 


REFUTAÇQKS  A9  CALUMXIAS 


209 


grussD  ôftibtiiiíoso  volatne,  como  tambern  pela-^  julgar  âu per íliiiis 
aoflm  qiio  pretendo. 

Para  fazer  tapar  a  boca  ao  Sr.  Gama,  e  por  íi^io  a  hua 
maledicenriíi,  bn-ita  d  zar  que  m  Ob  jeauitas  da  Cliiiia  pur  tão 
largo  optivo  do  tempo  dffonderão  a  opiaião  que  favorecia  aos 
ritoá  cUiOiCos  apQzar  daís  contradiçôis  da  Rjma,  aão  era  certa- 
Oiente  com  aiurao  lQ  feniiooUp  a  idolilria,  nem  cora  o  espirUo 
de  dosprezir  os  docr«tu3  pontiftcios  ;  ora  UDicaruente  para  quo 
m  marii Itistasse  a  vordado,  o  se  não  impedisse  a  coiiverôã*> 
daquellasigeoto  reprusentando-se  aos  papaa  eom  a  mascarado 
suptíi^tíciosos,  G  illicitos  aquellea  ritos,  que  elles  julfíavào  iouo- 
centea.  K  iiiâto  tâo  longe  estavam  do  acr  rcpreben^íveis,  q«o 
antes  eram  louváveis.  Si  m  houvessem  de  calumaiai  taatos 
homeoa  gaútisaimos  o  douiiss.mos,  quo  seguiram  doutrinas»  e 
nâo  poucas  detlaa  communs  cutm  os  caiholicos,  aa  qaaesexa> 
minadas  mel bordepoia  cuniJemnou  a  igreja»  calumniaina  também 
o  Sr,  0:ima  a  Gofas  (que  os  paires  antigos  querem  que  fosso 
Sao  Pedro)  por  suster  contra  Sao  Paulo,  que  observasí^em  os 
ritos  Ju  laicos  os  neoniiytua  do  gentil ismo.  Calumniaria  São  Ci- 
priano raartyr,  o  biupo  de  Cartliago,  e  cora  eile  a  mais  de  ae- 
tenta  e  seto  bispos  da  Africa»  que  ^crernente  defendifio  dever 
ser  rebaptíâado  quem  tivesse  recebido  o  baptismo  do  um  licrege 
dooatísta,  CaiumDÍaria  também  a  tantos  padres  6  e^riptores 
eccle>ia3r.icos  nos  primeiros  três  seouloa  da  igreja  abertamente 
segui r-am  ser  o  remo  de  Christj  milenário  com  todos  os  justos 
E'*ãte  mimdo,  antes  do  juizo  univíírsal ;  erro  que  depois  foi  con- 
domnado  por  lieretrco,  primei,  amen te  no  concilio  Ecumentcj 
Florentino,  e  depois  no  de  Treniio*  Calumniaria  tantos  bi.^poa 
zelo/os,  e  sacerdotisa  dotitisaimoa  da  i^roja  galllcann,  por  uma 
diíatwia  serie  de  ao  nos  nâo  só  defenderão,  maa  promoverão  a» 
perotciusas  raailmas  doí?  seraipela^^ianos.  Calumniaria  a  tantos 
pailres  theobgos  iniji^ues  e  famosos,  que  no  concilio  deXrouto, 
juntamente  cum  Seripaudo,  geral  naquelle  tempo  da  aua  reli- 
giftij,  e  dtípois  cardinal  da  santa  igreja  e  presidente  no  mesmo 
coacilio,  sustinUam  que  a|í*m  da  jusUflcaçáo  intrínseca  se  ro- 
qnería  a  extrinsoca  imputação  dcs  merecimentos  de  Chrihto  ; 
senteoçíi  a  qual,  porque  favorecia  muito  aos  sectários  daquello 
tempo,  foi  justaoieate  comfutada,  o  contradita  doa  mais  paires 
e  iboologors . 

Eu  bem  creio,  que  o  Sr-  Gama  niio  se  atreverá  a  calumniar 
a  tantos  liomeíis  táo  sábios,  o  tâo  santos  ;  pois  se  nem  Cefaf, 
nem  S,  Cipriano  como  os  mais  bispos  da  Africa  nomos  prelado;^» 
e  riiicerdutes da  Fiança»  nemoi  tlieotogo^  ão  Tridontioo  morecôni 
ser  ealumniridos  por  seguirem  opiniões,  que  depois  reprovou  a 
igreja,  e  i-fto  nao  por  outro  motivo,  sinâo  porque  o  animo,  com 
que  as  seguiam,  náo  era  do  introduzir  douiriníia  erróneas  no  ca- 
Ibultcjsmo»  mas  purque  julgítvam  não  serem  contrai iaâ  a^s 
dogmas  da  té  ;  porquo  razáo  se  hão  de  calumniar  o«  jesuita!^, 
que  c^m  tantos  outros  homens  sábios,  zelosos  e  santos,  doml- 
oicanos,  francisc  mos  e  bispos  defendiam  o  uso  dos  ritoâ  chiui- 
cos;  nao  por  favorecer  a  idolatria,  mas  porque  julgavam,  quo 
S3i  —  í  i  Tomo  lxviu  i»,  i. 


j 


210 


REMSTA   DO    ÍNSTITUTO  HISTÓRICO 


senda  obséquios  puraraenies  civis  em  nada  se  r^T^nin'!:*  ^   nossa 
santa  relJjBrião  ^   Paliou  âDaJmente  com  decis  culo  do 

Valicana»  fallou  ClomoQte  XI  pelo  sen  decreto  -  .e,Q  qnal 

reiBmettido  a  China  foi  ix^ntualment©  po^to  em  exeea^. 

Logo  que  lá  chegoa  monsenhor  Carloâ  Amorosio  lletabirbo 
p&trí&reha  de  Alexandria,  legado  de  Clemeate,  ordenou  aos 
bispos  e  mi93ionario3  que  observa^ssem  o  tal  de^sreto  com  as  i>er- 
miiBÕesque  nelle  vinhão  declaradas;  <?  os  bispos  e  missionários 
todos  obedeceram  a  quanto  nolle  se  mandava,  ou  permíttia.  E 
porque  nUimaraente  Beoedicto  XIV  deôniu  serem  também  sa- 
persttciosas  aquellas  ceremonias  qoe  nâo  tinhão  sido  prohi- 
Didas  pelo  legado  pontificio  logo  os  que  propuimivao  aqudlles 
ritos  se  mudarão  era  outros  tiotoíí  propognaaore?  delles  ;  com 
animo  leal  e  i^ellgioso  os  reprovarão,  os  abjurarão,  os  detesta^ 
rão  sera  recorrer  aquolle  eelebre  reftigio  de  certo  siiencio  res* 
peitoso,  para  mais  se  confirmarem  na  perseverança  do  seu  antigo 
erro*  Isto  conhecerão  o^  mesmos  papeis  que  proliibirão  os  ritos 
protegido»,  como  lícitos  pelu?  jesuítas  :  por  isso  tão  longe  e^ti- 
verão  de  se  dar  por  a^graradc^s  desta  sna  innocente  opposiçao 
que  nenhum  delles  deixou  de  os  estimar,  e  ter  a  religião  da  com- 
panhia  por  sua  (^^urda  pi^eUrUmc  ;  c^usa  de  que  se  jateão  e 
sempre  jactarão  os  jesuítas,  como  diz  concluindo  esta  íua  nota  o 
senhor  Gama ;  accrescentando  demais  que  nitto  faíl^Q  vêf^dfíé*. 


PPOVft  S^  9«r  ttã99  0<}il«  M  (Hl  <l«»  jCtttilM  #i  JSfl«. 

Na  pagina  depois  de  dicer  nos  versos,  qve  úí}e$uiia$nê 
Japão  f^mentarõo  domesdcáê    '  e  le  esta  nota*  a  mais 

maligna,  a  mais  insolento  e  i  re  todas  as  que  tenm 

ouvido  e  refutado  ;  e  dií  assitu  :  •>  -siitis  com  as  suas  ros- 
«  tricções  mentaes  não  duvidarão  ao  princípio  calcar  o  cradllio 
€  por  não  perderem  aquelle  riquíssimo  commercio.  Quem 
«  quizer  íkzer  conceito  da  eitençto  desta  e  de  outras  curiosida- 
€  des  nesta  matéria  leia  as  viagens  de  M',  Duquesne  mandado 
«  por  Luiz  XIV  as  índias  orientaes.»  Tomo  3  pa;?.  SK  Sr.  Oama 
diga  nos  por  quem  he,  aonde  achou  esta  noticia  tão  nova,  o 
tio  extraordinária?  Que  autores  verídicos  a  trazem*  Qtis  do- 
cumentos e  attestados  alienam  certos  e  irrefragaveis,  para  se 
poder  acrediur  um  feicto  tao  escandaloso,  como  he  não  duvi- 
darem 08  Jesuítas  calcar  a  Ch.'i3to  crucificado,  por  não  pep«- 
derem  o  riquíssimo  commercio  do  Japão  '  Mas  advirta  que  se 
nSo  produzir  um  ftindamento  gravo,  solido  e  incontrastavel,  no 
qual  flrra^?  este  seu  dito»  será  avaliado  em  todo  o  raunio  pelo 
maior  o  mais  atrerido  impostor,  qu-^  at4  ao  dia  de  hojo  tem  pra- 
cnrado  infamar  a  companhia,  O  rn  «^  tem  chegado  os  ini- 

migos desta  religião  he  a  querer  duas  fklsidadf^s  :  a 

primeira,  que  os  jesuítas  fôramos  p^r  ij!  '^adores  da  pkz  da  chrls- 
landade  naquelle  império. 


REFUTAÇUfiS  As  CALUMNIAS 


aii 


A  seguoda,  que  eatea  religiosos  ae  enver^onliavani  da  pro 
gar  a  Jesus  Chrlsto  cnicitlcado.  Mas  estas  duas  cal  uma  ias  asíiaz 
eatâo  coni atadas  por  escriptores  vertdicoa  e  imparciaes  como 
agora  mostrarei. 

Em  qimaiõ  a  primeira  caluinma»  he  do  aaber»  que  47  aonoa 
antes  quo  os  mi^^dionarioa  Franciscjanoa  vindos  das  Philipjijuaa 
entrassem  no  Japão,  já  a  nossa  santa  fé  estava  ali  plantLitla  por 
S.  Francisco  Xavier,  o  polo  jeduita  Cosme  de  Torres  ;  eerajà 
tão  fíoreconte  aqíieila  christaDdade  cultivada  ifó  peloei  jesuíta:?, 
que  oonstava  de  mais  de  cento  e  trinta  mil  neoptiytos  ;  como 
conata  dos  registros  dos  baptismoá.  e  dâs  iiiatarias  do  Japào.  Ti- 
nham crecido  igrejas,  fundado  coliegkos»  al>6rto  seminários » esta- 
belecido residências  ;  e  até  casa  para  os  noviços  com  reítures  d 
proviociaes.  Nem  em  todo  esto  tempo,  que  precedeu  ao  i egresso 
dos  religiosos  Franciscanos,  foram  tào  poucas  as  fadigas  ap*iSto- 
licas  dos  jesuítas  naqyella  parte  da  Ásia  que  nao  cliegassem  a 
admirar-se  na  Europa.  Partiu  no  auno  de  1573  para  o  Japãj  o  je- 
suíta Alexandre  Valignani  napolitano  com  o  caracter  de  coin- 
missario  0  veaitador  geral  daquellas  missoos  ;  e  depois  de  ver 
ali  estabelecidas  varias  eonlTririas  e  hospitaes,  mais  de  treseotas 
igrejas,  escolas  da  Ungua  latina,  e» tamparia  de  caracteres  japo- 
ceaos,  academias  de  rauaica  e  de  pintiii^a  para  ornato  don:  tem- 
plos e  decom  dos  divinos  officios>  converteu  e  baptisou  pela 
sua  mão  a  Francisco,  Rei  de  Ari  no,  e  a  Bartlioloineu,  Koi  de 
Omura  e  fez  que  expo<iiaiem  a  Roma  uma  embaixada  ao  Papa 
Gregório  Ifdll  sugeicando  ciquell  s  reinos  a  fé  calhoiica,  e  a  obe- 
diência do  viga_rio  de  Chrislo,  Então  fúi,  como  diz  o  Miirat^ri, 
(  70  )  <  que  virão  os  romanos  um  ia  sol í to  espectáculo  isto  é  dous 
€  mancebos  11  lustres  japoneses  acompanhados  ti  o  alguos  poucos 
«  jesuítas  os  qujxes  depois  de  ter  1  eci-bido  em  Portugaí,  Hesp  i- 
€  nha  e  em  França  distinctissimas  honras  o  ânezas,  chc^garam  a 
<  Roma  aos  -di  de  Março  ;  c  admiUidos  cora  grande  soleuini  luJo 
ii  o  em  pleno  consistório  a  beijar  o  p6  ao  Poutiflce,  lhe  apre>oa* 
€  taram  as  suas  cartiis  crede noiíirs,  sendo  depuis  tratados  com 
€  as  maiores  demonstrações  de  benevoioncia  eamor,  nau  sO  ptdo 
4<  Papa,  mas  por  todos  os  carJeaes  e  nobreza  romana*  A  vista 
«  destas  primícias  daqualla  nova  christaodado,  foi  tão  grande  a 
€  consolação  e  alegria  que  cuncebeu  o  pontiôco  Orexorio  XIIÍ, 
«  que  não  pode  conter  as  lagrimas ,  nem  também  todos  aqueiles 
«  que  tinham  verdadeiro  zel<j  da  propa^iição  da  fé  0  augmento 
€  la  igreja  catlidica.  >  Aié  aqui  o  Mur.Ltorú 

A  desgraça  porem  foi  que  o  g.isto  de  ver  tãç  copioso  fructo, 
0  as  esperançus,  que  eUe  dav  l  de  ser  ainda  maior  naquellapíirto 
do  mundo,  em  breve  jse  désvanecurã  1  e  frustrarão;  não  sn  des- 
cuidando o  inimigo  coramum  de  semear  a  cizânia  om  uma  seara, 
que  promettm  o  gvkú  melhor  e  mais  câcolliido.  Que  os  jesuitas 
tivessem  a  culpa  de  ira  mal  aquella  llorentissima  ohristandade 
por  causa  do  commercio  que  afi  ahrirãú,  e  agora  diz  o  ^íeoíior 
Gama»  que  não  quLTxão  perder,  Ue  impostura,  que  delles  es- 
creveu o  Sci:ppio  em  cena  relação  attribuida  ao  padre  frei  Luiz 
Soiêlo,  e  citada  com  louvor  do  Arnaldo  no  tomo  3  da  Morai  pra~ 


ROVTA  DO  IMb^lIlUIO 

iStm^mém  Gwiiépn  Tm 

*»  la«9  ^fpOflKBOá^  ■Pt—jl  áttpNlIft  fwwiii.  põt 


I  •  ifCf«l^  éi  t«í  4 


>IV^ 


I  ^«0  tbilm  si«lo  tãa  florente* 


i^SK. 


tV    4%  I 


€  Tenos  i 


I  que 
tom   o 


ie  iiirtrms 
I  eflèiloe,  qoe  »c  ÚnÈM  visto 


eotrário  na  Japio  reli- 

EraDgetho   produzido 

'    ali  96  esta  Tio  eo 


QoaiM 


segtdnda  os  ] 


de  8.  FrtiielMO  Xmvter,  q«o  (teu  friBdpio  m  eonTenio  ili« 
qoellee  poTit.  iam  feito grmiMi  aenriçosm  Dou ;  quando  pelo 
emilrario  o  oãote  áe  oWar  ée  eertos  nlígioeos  tem  sueeitado 
eonlGiida»  e  diAsnoças iitvito pr^pdidaeoa  cooTonio e  pro- 
pagi^  da  fé ;  pdrfae  dálias  le  tea  oi^giiído,  qoe  aio  §6  a 
evasgaUÉi  tem  ali  perdido  o  aeii  credito,  seno  qno  também 
deriloeeeasâo  a  serem  laiK9<toi  Ibra  de  lodoe  aqnaelles  estados* 
fmpoado-ie  graves  peaasaqoQB  iiiKeiitasw  U  eoirar.  09 
avMoe  e  relações  que  temoa  tido  de  todas  eslas  cousas,  teodo 
excitarão  em  cós  iquelle  justo  âentlaMoto,  que  Adlmeote 
^j*1em  j»lgar  tudos  aquellcft,  que  coDheeBm  quão  gn&ndo  é  o 
df  scjo  qoe  temos  do  maior  serríço  de  Deus,  e  augmeDto  da 
reiifião  ebristi,  ordenamoa  que  se  tormasM  um  eonseliia 
dtqaeUet  ooeaoe  fninistros  mais  lelosos  e  eiperímentado»,  de 
maior  seieoeia  e  autoridade;  assim  para  qi»e  re^ulvessom 
qoaaeseriio  op  maios  opp^rtuoos  para  rocuperar  o  eTangelha 
o  eredito  perdido  aaqueiics  reinos,  e  tomar  pêra  o  folião  os 
joejolgasiem  miib  ou-isao  «ugmcuto  da  ign^ja  caiiioliea* 
Dopofe  oe  te  terem  feito  sobro  e^ta  matéria  divei*>as  câosoltas. 
temos  determina-lo  de  eommum  e  uoi forme  consenço  deste 
moo  eonselbo,  que  por  ospaço  de  quinze  aDQiá  potico  mais  ou 
menoo,  ^fr^^ndo  o  pedir  o  est&do  das  cousas  para  bem  Ja  no^sa 
iaota  fííUifiho  D&õ  possa  entrar  no  Japão  roUfi^ioso  atgtim  nem 
Afim  de  propagar  o  eTaogt^lho,  nem  por  qualquer  outro  mo* 
ItTo;  õieeptoaâdo  somente  os  reHgio$<»da  compaDliia  de  Jesos. 


REFUTAÇÕES   As  CALUMNIAS 


€  Ordeuftudo  juutameote  quo  poasa  entrar  o  bispo  «lo  Japão,  e  se 
«   íor  posíivel  quQ  ienha  tarnb  im  íili  a  swa  residência ;  se,  porem, 

<  as  cifcuniataQcias  nào  pormitUrem  ist  >,  rórida  no  íugar  mais 
€  visíiiho,  aonde  (josaa  melhor  exercitar  aa  funções  do  sey  car>:o... 
«  Maddanios  também  que  om  coosequeDcia  ddste  nosso  decreto 
«  86  poça  a  Saa  Sentiilado  em  nosso  uomô  ao  ffição  expedir  os 
4  breves  necessários  para  oste  efTeito,  o  quo  se  «lera  todos  os  des- 
«  P^ciíoa  que  serão  necassaríos.  Feito  em  Madrid  aos  6  do  Jullio 

<  de  I6á8.  A 

E^te  decreto  não  tinlia  lido  o  Sr.  Qama  porque  de  o  lesse 
não  diria  dos  seu^  v^oi^sus  pagiaaa**»  gue  a  companhia  enlrando  no 
Japão  ihniciUãrOr  ihme^íiicn  ãi^cordia  ;  mas  por  íss j  niosmo»  qn© 
O  não  leu,  ireslou.  Eis  vaqui  o  que  suecede  a  quem  estampa  tudo 
o  qu.!  acha  nos  livros  gem  examinar  primeiro»  m  os  autores  sao 
veridico.^,  ou  raaledíca^,  nnparciíe  ou  apaixonados.  Eipõo-sea 
ser  meotiroao  e  também  a  ser  desraentidi»  mi  ra'*e  de  iodo  o 
mundu,  comn  agora  é  este  escriptor.  Queira  0«us  aos  menos, 
que  80  envergonhe,  e  diga  arrependido  confucio  faciei  mede  co- 
opct^uit   *ue  (75), 

Vamos  a  segrmda  impostura* 

Conaiate  eata  em  se  attfibuir  falsamente  aos  jâsuitas  da 
ChlíW^Çffe  seent^cftjonhacatH  de  pregar  ChriMo  cmci/icadú.  Esta 
impostura,  publicaram  tx*es  eacriptorci,  O  Varo,  o  Moraes,  o 
Navurrette ;  mas  a  este  se  oppusísram  tre^  cscriptores  domi- 
nicanos: os  pidres  frei  Domingos  Sarperrí,  João  da  Paz,  e  Gre- 
gório Lop*is,  bispa  de  Pekim  ;  e  para  confular  a  todos  basta  o 
fundamento  o  testemunho  do  que  diz  o  Sarperri  em  abono  da 
innocencíi  dos  jesuítas  ;  nasceu  elb  em  Sicília  e  foi  religioso 
muito  beoomonto  d.i  igreja  chiaeza,  pelos  ;,^randeâ  trabalhos, 
que  ali  p  ^deceu,  sendu  eucarce^-ado  e  dejí terrado  e  chamado  por 
isto  mesmo  com  rasuo  o  santo  Sic^liuna,  Delia  se  lê  na  eh ro nica 
da  sua  orlem,  *  qurs  fura  de  gran io  valor,   e  de  um  espirito 

<  próprio  (lo  mií^sionario  apostólico  (76)  i^  Diz  assim  O  seu  teste- 
munho: <  testirtco  eu  em  socando  lugar,  quo  ua  padres  da  com- 
«  paQhia  tem  annunciado  nesta  i-eino  da  China  a  Jesui  crticifi- 

<  cado,  nàa  só  cjm  a  voz,  sináo  também  em  livros,  que  em 

<  grande  namero  tem  ascrípto  ;  que  decliram  com  miudeza  os 

<  misteri^is  da  paixão  aos  seus  neophytos;  que  era  algumas  das 
4  suas  residenei-c^s  ha  confrarias  d  t  paiiao  ;  que  pouco  tempo 
«  ha,  que  o  seu  perseguidor  .lamquam*Sien  nenhuma  cousa 
«  vituperou  timto  aos  pregadores  do  Evangelho,  come  adora- 
4  ração  de  um  homem  crucmcaio,  do  qual  diziam  ser  Deos  do 
«  céo  e  da   terra»  o  que  provava  t-om  os  livres  doe  padres  da 

<  corapanhia.  ->  Es»^  attestado  se  piídeler  na  defesa  dos  missio- 
nar tos  chinezes  da  companhia  da  edição  de  Colónia  no  anno 
nm  (77). 

Que  n>sponde  a  isto,  Sr.  r.ama?  Dii*A  talvez  o  que  dizem 
certos  reflexionistns  modernos,  aproveitando-se  do  que  já 
tinham  dito  outros  maledioos,  como  ellcs  inimigos  da  compa- 
nhia; «  que  o  jesuíta  António  Rubiao  estampou  om  Turim  um 
€  livro  aonde  nas  paginai?  ...e,,.  propugna,  que  não  se  deve 


21{ 


REVISTA    DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


<  eoUoear  nos  altares  oem  na  igreja  o  ganto  craoifiio ;  e  que  no 
«  n.  48  do  mesmo  livro  accreáoeota:  com  grande  difficuldade 
€  nos  costumamos  na  Europa  i%  ver  a  nudez  de  <;hrista  ciruclfi- 
€  ca4o ;  pela  qaal  razão  foi  nocessario  por  longro  tempo  cobril-o.» 
Sr,  li  ima,  se  voâsa  mei'€6  dú,  esta  resposta,  dígo-lhe  nue  eUa  é 
tão  fklsa,  como  ^  verdadeira  a  noticia  que  agora  lho  (íou. 

O  jeijuita  Ru  bino  nunca  estampou  iivro  algum,  nem  jamais 
escreveu  ^Ilal«i  que  se  dirigisse  a  propor  umas  doutrinas  i5a 
má8  o  escíkudalo^as ,  Nasceu  ei te  em  Strombmo  de  nnbre  cangue 
em  I59G;  passou  as  índias  em  1002,  e  no  Japão  morreu  ulti- 
mamente martyr  de  Jeaus-Christo  no  tormento  das  covas  japo- 
nczíia  era  Naogazachy  em  março  de  K*  i3,  por  ordem  do  To- 
xoiigun  imperador  idolatra.  De  aorte,  que  desde  que  sahlo  da 
ItaJtA  noTtca  mais  voltou  a  eila,  e  muito  mcDos  a  Turim,  aonde 
30  díEqne  fora  impresso  aqueile  livro.  Sondo  este  santo  religioso 
eleir^  pelo  seu  geral»  no  aono  de  1639,  visitador  da  China  e  do 
Japão,  se  determinou  a  responder  em  1741,  isto  ó,  dous  anno« 
an-es  de  ser  martyr isado,  aquellas  atrozes  calumnias,  com  que 
eram  Infamados  os  Jesuitas  da  Cliina  naquelle  tempo*  A  esto 
fim  compoz  um  oscripto  em  Ungua  partugueza,  o  qual  sendo  ello 
vivo»  nunca  se  deoao  prelo.  Veio  esta  obra  raanuscripta  muitos 
innos  depois  da  sua  morte,  as  mios  de  outro  jesuíta  chamado 
Joáo  Phiííppe  Marini.  o  qual  vertendo  em  italiano  a  fez  es- 
tampar, não  em  Turim,  mas  ora  Leão  no  anno  de  h"^^>5;  pas- 
sados oáo  menos  quo  vinte  e  Joos  annos  depots  da  morte,  que  o 
autor  tinha  padecido  por  Christo.  Tem  este  livro  por  titulo 
c  Methodo  da  doutrina  que  os  pairei  da  companhia  ensinam  aos 
€  net;phytos  da  Cliina»  cora  a  resposta  as  objecções  do  alguns 
«  moleraos,  que  a  impugnam.»  Naquella  oácriptura  portuguesa 
(traduzili depois  polo  Marini,  como  fica  dito)  confuta  o  Rublno 
aquellas  atrozes  calumoias  que  algimii,  uu  pouco  infirmados  da 
TerlaJe  ou  muito  faceias  era  crer  tudo,  o  que  ouvem  divulgavam 
doa  missionários  da  companhlct  naquellas  remotissimas  provín- 
cias sobre  a  adoração  de" Jesus  crucificado. 

Aqui  é,  aonde  com  monumentos  authenticos  moitra  este 
óptimo  o  douto  religioso,  que  alies  somente  nâo  oxpimham  as 
imagens  do  crucifixo  naquellas  únicas  occasiõe-ie  circumstanciag 
em  que  havia  algum  prudente  temor,  de  que  os  pagãos  houves- 
sem de  de^a togar  contra  eila  a  9ua  raiva  e  furor,  como  algumas 
tftm  tinham  fiPito,  apredejaudo-as,  o  dizendo-Ihes  mil  vilanias, 
injurias  e  aíTrontas. 

Finalmente,  como  grande  ttaeologo  que  era,  o  versadiasimo 
em  erudíçSo  sagrada,  com  author idades  e  rasdes  justíílca  a 
sabia  conducta  daquelles  missionários  (T8). 

Esta  mat  interpretada  escripiura  é  talvez  toda  a  origem 
da  atrocíssima  calumnia.  com  qtio  nesta  sua  nota  pretende  o 
Sr.  Q  ima  infamar  os  jesuítas,  dizendo  detlei  oom  audácia  día- 
bfílica,  o  maledicência  veriladeiramente  infern  U,  que  «  pjr  não 
€  perderem  o  riquíssimo  commercio,  que  faziam  naquellas 
«  parteedo  mundo  não  duvidaram  ao  principio  calcar  o  crud- 
€  0x0,  »  E  o  mais  é,   quo  para  confirmar  0Bt«  seu  (^bissimo 


REFUTAÇÕES  ÀS  C.VLLMNIAS 


215 


asserto  noa  manda  ler  as  viaoém  de  Mr,  Duquesne  mandado  por 
Luiz  Xív  as  índias  úrieniaes,  como  ae  estos  tivessem  maior  au- 
toridade, e  merecessem  maior  fé  da  que  aa  bulias  de  tantos 
papas,  08  decretos  de  taatos  rei3,  os  attostados  do  tantos  car* 
deaeã,  as  cartas  de  tantos  bispos  honoriíicentissimas  a  com- 
panhia, e  commendaiicia  doí^  trabalhos,  das  fadií^as,  das  porâd* 
guiçõeg,  do  suor,  e  do  aangue,  cora  que  os  ftlhos  desta  sagrada 
religião  procuraram  sempre  em  toda  a  parte  entre  cíitliolicos  e 
iafiois  propagar  o  reino  cie  Christo,  accreaoentar  siJt^ditos  % 
igreja,  servir  aos  próximos  e  glorificar  a  Deus-  Leia,  Sr.  Oama, 
estes  louvores  no  iivro  intitulado  Elegia  societaía  Jesu^  e  oon- 
fundft-se  de  ter  faliado  tàa  mal  de  ama  religião  da  qual  bomena 
tio  respeitáveis  peUs  suas  dignidades,  pel«s  suas  virtudes,  ou 
lettras  tem  faliado  oom  tanta  honra  e  prelUoção. 


eornft  «appo^tos  cumpllets  9m  Inglgttrra  o»  eon* 
jQra<:ÍodA  poIvOi'&. 

Na  pagina  sobre  a  palavra  Conjumção  traz  esta  nota:  «  Os 
€  padres  Garnot  e  Oiaeciirno  réos  convictos  e  confessos  da 
^  conjuração  da  pólvora. >  Graças  sejam  dadaa  ao  Sr.  Gama,  o 
qual  fdllaudo  aqui  dosjesuitas  mortos  em  loglaterra  por  trai* 
dores  não  mette  ne^te  numero  o  Campianú;  taíve/  deu  mais  cre- 
dito aos  autores  catholicos,  que  afllrmam  que  asâim  esto  jeiuita, 
coíbo  também  os  mala  sacerd^>tes.  a  quem  naqiiolla  perseguição 
deram  a  morte,  a  padecerão  innocentes,  do  que  os  escriptores 
protesta ntí*s»  que  asso ver&m  terem  morrido  culpados.  Paliando 
em  gerai  de  todos  eetes  suppoatos  r^os  do  lesa  magestade  aqueUe 
grande  mestre  de  eapirito  e  ben  13  mérito  de  tijdo  o  mundo  o 
padre  frai  Luiz  de  Granada  da  ordem  dos  pregadores  di2  que 
foram  duas  veses  viortyres  ;  uma  voz  pelfi  fé,  OUtra  pela  ca- 
riilade  ;  isto  é,  uma  por  nio  consentir  com  os  hereges,  outra 
por  não  descobrir  os  catholicos  (79).  E  fallando  particularmente 
do  jesuíta  Edmu tido  Campiano,  o  Sr.  D,  Bernardino  do  Men- 
donça ^  emlíaixador  de  el-rei  eatholieo  na  corte  de  Londres,  diz 
assim  em  umacarti  escripti  a  sua  irmã  com  a  data  de  4  do 
dezembro;  «:  Porque  me  acho  era  um  paiz  onde  não  mo  eatl 
«  bom  mandar  dizer  em  meu  nome  o  que  toca  a  estes  martyres, 

<  Q  iaberá  por  uma  carta  do  Sorrano  ;  peço,  porém,  a  V*  à.  de 
«  a  mandar  copiar,  e  reniettel-a  da  rainha  parte  aos  padres  da 
€  companliia  de  Jesus,   pira  que  a  promulguem  em  todas  as 

<  suas  casas,  e  lhes  accrescente  que  quautos  se  acham  aqui,  o 

<  eu  particularmeate  posso  passar  fi\  que  attendido  o  modo, 
c  com  que  derão  a  morte  ao  padre  Campiano,  elie  f?.^  pôde 
«  coutar  entre  os  maiores  martyros  da  igreja  de  Deus  j  e 
«  como  tal  Mp41e  ter  a  sua  religião  ;  eqae  em  paga  de  ser 
€  eu  histórico  de  martyrio  tfto  exemplar,  lhos  peço  que  nm  m 
€  esqueçam  de  me  encommendar  a  Deug  nas  suas  oraç5es.  x(80) 


!s^Ia>m  Aj-  ;»!Six:^  E.zmaA}  CuELzimo.  ^^r  q-ie  razão  in- 
t\ZLí  xm  e«Cê  a:^:a^ii;so  ícae  »:<*  jiínL9ttG;ir»*(  e  OUecorae, 

J^  .l;.:^  zi  s^jfcconc .^  FiI^uB  por  ^ea^r^  eseriptores caUk^cce 
di^nus  ^^  'ziiiicr  Í4  dj  qoe  âj  ^  Oí;2<a>xk>.  o  Cook,  o  ADÍrei« 

c:-i3  ^  z:'3r%  iroaoecti»  •  fadec^m  ctumar -»  ícartyn»  o  Gar- 
cet  e  ^  OlKcurne  !  O  e&nfe&I  BeI&niLÍ2.  na  napij«;a  que  fez  á 
apoI'>.'lap7oy«'c.>A<fitrj  «rfeiír^^ifj  em  qaa  o  m  de  Inglaterra 
láz  c^HBpLeeôa  ecnjvira<;ã<c  c;i  pcLTO(r:à  »»  Summo  Poocince  com 
tD^i  if  CS  :(:sa::ai,  depois  de  parg-ir  j  Pipa  de  tt>ia  a  «upeiU  ie 
-?ilpi.  Li  3^£m  tillândo  le  GartH:  :  «  eí;i»  jemia  em  preaença 

<  d:  n:es:/.o  re:  Jijcbo  pcv^^iestc:!  sempre  -;»&  nem  ell-í.  cem  08 

<  ieiT  fjrom  aa^or^jâ.  coosrlheir'?.  eaoipLioeov  e^AScio  de  i:il 

<  conjirajcÃo  :  •;  i?  elle  depo.á  qoe  oaTiii  im  aiíto  da  eoaíbsio 

<  5.'v:r^2i«rn*.al  aq-elie   int  i.^.  piieri  if>ia  a  sua  iodibtria 

<  pira  «3  3  ie  •ie^rs-isôe  delle.  IsVr  que  ca:n  JTii*ameou>  aiíealoa 

<  cm  ;ai20.  cjarirmoa  c:m  jinaieato  nj  {►iiibulo,  na  presec^i 

<  de  :3íiíii:.3  povo.  E  i^iai  cosij  2:nfe&5oa  lirremence  a  ff  ca- 

<  i::ol;:a,  e  execr^a  a  heresia  ac^Loana.  eom  a  mesm  ^liberdade 

<  ae^oa  ler  sido  eil^  aitor.  campli re.  ct^oselbeiro.  oa  de  algum 

<  :ii-.d>  co2S:nt;d-r  diqie.iac  curaKão.  » 

^r.  jimi.  fular:a  .\<íí-íi  j  3elanria;.>  ca  saa  resp^^iU  a 
ei-re.  '^:'jb^  ííl;,  s,-  .>  'iarne'.  fvsse  réo  eoavicio  e  confesso 
óxiu  ];e  3upp:su>  dclt*u> .'  O  Bati:>^liQi  iK»ã  seus  annaea  (c^)  diz 
afc.::,:  *  eaire  os  ré->  decliradoã  c ãm phces  daquelle  detesiavel 

<  crimo  f-ri  cDcar.vrado  H.«Dri-ia?  Onímet  saoeriote  da  compa- 
«  íiiiií  '1-:  Je^u^,  do  idade  d-.*  setenta  aon  s.  o  qual  confessou  ter 
«  '.lio  nAicia  .03  d^^signios  daqueKa  maldade*  mas  dentro  dj 
«  i  o  violarei  segredo  da^conâ^são  sacrarueatal :  e  que  tendo  feito 

<  -riaotj  estava  da  sua  parte  por  dissuadir  os  peoiteotas  de  tão 

<  iáib^r'*s,  o  injustoá  pjnsimenv.s.  a  prohibi^o  eccK-siastica 
«  de  n'ij  violar  o  <ij;illo  da  penitencia  o  tinha  impedido  a  dar 
«  coan  aos  magistrados ;  n  j  que  se  julgava  innoceote.  bto  n.lo 

<  obs  ante,  lhe  deram  a  morte  oom  a  pena  própria  de  irahiJi?. 

<  M'jí-.r'jM  p'^r6.ii  quão  injusta  foss  j  a  sua  seotenca  um  suc^esso 
«  pu->Jico  e  constant;  «{ue  cahindo  uma  gota  do  sou  sangue  sobre 
«  umi  espigado  trigj  se  formo  i  lugo  delia  asuaedgie  coix>ada 
«  C'jm  :jfiia  cruz:  o  foi  succesTsivaraenUí  uâo  só  pelos  mereci- 
«  montos  da  *jua  vjdaanujrior.  mas  também  por  aquelle  authen- 
«  íico  pr<jJí;/l'i  venerado  entre  os  c  vtholiccs  por  mariyr.» 

rallim  p^-Ja  mosma  boca  o  Duplelx,  e  o  Spondano ;  o  pri- 
mei/u  na  historia  de  França  í^J),  o  segundo  nos  annaes  ecclesi- 
asUco;,  dizi.ndo  asfeim:  «  Intor  c*  leròs  Henricus  Garnetus  So- 
«  t'';^itijs  Jesu  jam  sopturigonarius  prodiíoium  p^i^na  sublatQS 

<  <'fit   cunfííssiH,  so  rora  sei  visse,  sed  tantum  modo  in  confes- 

<  ijione  ff'V:ramentale,  qua  ram  omnimo  diíssuaberat.  El  san- 

<  gijJDis  r*jus  gutta  in  spícam  tritici  decideoto,  formata  est  In 
«  iJJi  oyin  efíigies,  ciim  corona,  et  cruco  ;  unde  non  parva  ojus 


IIEFCTAÇÒES  As   CALUMNIAS 


M7 


«  sanetítatU  sparsa  fíiraa,  habitua  est  pro  martire»,  E  é  p08 
siveí,  Sr.  Gíinia*  qno  seado  q  jesuíta  Game t  tido  e  UaviJo  por 
martyr  na  opinião  dus  caUiolicos  hu  qiiasi  dous  séculos,  pertende 
voflsa"  mercê  ao  fim  di^Hos  persuadir  ai>  publico,  qni?  *-  morreu 
€  convicto  c  confesso  da  conjtiraçíio  da  pólvora  ern  Inglaterra, 
porque  asáím  o  di^em  liere^^es»  que  o  conderanaráo  a  laorte? 
Que  pretençrio  raais  estólida  ! 

Pois  nào  Tui  raeno-^  injusta  a  morte  do  jesuíta  Eduardo  01- 
decornc.  Toda  a  cul['a  quo  us  ruínistrog  hereges  da  loglatorra 
iraputarào  a  esto  réu  foi  definir  por  licito  om  consciência  a  coq- 
JTiravão  da  pólvora.  Mms  quão  bom  elle  ie  doscul passa  ouça* 
moi-o  da  sua  mesma  buca,  e  pitlaa  mesmas  palavras  vertidas  na 
no^a  liuííua,  com  que  se.  explicou  no  processo  ;  allegadas  pelos 
dr>us  lutheranoa  AlboUi  o  Coul^.  *  ímdo  me  dito  Humjyedo 
LitUet^n  ?>  (asíitn  o  nlie  orno  uu  oxame  quo  so  fez  na  torro  de 
Loodros»  QO  dia  12  do  margo  do  IWi  ),  que  o  Caiesbtj  (  cato  Ibi  o 
principal  tiutor  d^quello  attenlado )  «<  qii»niÍo  se  vio  a  si,  e 
«  alguns  dos  sons  sócios  na  conjuração  quasi  suíTocaílos  da  pol- 
€  vora  inesperad.ifuente  acesa  e  a  outros  era  termos  de  escapar 
4  a  morte  Tugindo,  tmtroa  a  duvidar,  se  teria  offendilo  a  Deus 
«f  em  ^mpi  eliendor  uma  cousa,  de  que  tantas  des/?raçcis  se  se- 
«  guiam*  Eu  lhe  resp  indí  que  ts  f^^ctos  não  se  julgavam  buQS, 
«  ou  ra.ios  pelo  mal  ou  bem  que  succediam;  mas  quo  a  sua  bon- 
€  dade  ou  maliciu  se  arguia  do  fim  com  quo  se  faziam,  o  dos 
«  meios  do  que  para  ellos  se  Uísavam,  Era  prova  do  que  lhe  ai- 
«  le^ifuei  um  f  icto.  que  se  It^  no  iivro  dos  juizes,  qual  é  ter  D  >us 
«  mandado  as  onze  Iribua  do  Isríiel  fazor  fruerra  a  tribu  de  Bon- 
<t  jamin  ;  e  coniudo  qlto  Dã  primeira,  nora  na  segunda  batalha 
€  "sahiram  as  onze  tribiis  vicLoriusis.  Além  iliáto  sabemos,  que 
-(  elrei  de  Frain;a,  querendo  fazer  guerra  aos  turco-í,  e  reunir 
«  de  sou   podor  a  Terra  Santa,   perdeu  a  maior  parto  do  seu 

*  ox  e  rc  i  t  o  o  fe  r  i  \  * )  u  l  ti  m  a  iTie  í  i  te  d  a  pe  3 1  e  m  or  re  u .  o  u  i  r  o  ta  n  to 

<  86  tôETi  visto  n  is  muitas  occ^isioes  em  quo  os  christaos  tom 
«  do  fendido  Uliodos  contra  os  turcos  o  os  turcos  vencido  e  desba- 
-K  raTado  aos  christaos.  Do  mesmo  modo  se  podo  dis^orr  r  do 

*  facto  de  Catesby,  o  à^i-i  seus  sócios;  nào  se  deve  jul^rar  bom, 

<  ou  máo,  polo  succeáso  que  teve,  mas  peio  obj^^cts  ou  dm  cora 

<  que  ae  fi-z  o  pelos  raeíus  de  que  usuu  para  conseííuir  do  quo 

<  nào  estando  eu  iuiormatJo  náo  posío  defluir,  nem  dar  sentença 
€  mas  deixalo  as  suas  consiencias,  e  ao  juizo  de  Deus.  Com  esta 
«  circumspecí.áu  e  cautela  respondi  ao  LiUleton ;  porque  duvidei, 

<  ?e  rue  querja  armar  alguma  tradição,  e  não  quiz  que  pudesse 

<  valer-se  da  mmba  resposta  para  algum  mào  usn,  ou  a  con- 
<*  tas^o  aos  ciitholicos»  ou  aos  protestantes.  »  Assim  fallou  o 
Oldecomo.  e  assim  sa  ló  nos  autos  autiion ticos  do  Inglaterra. 

Pergunto  agora:  e  quo  reposta  mais  ianocente,  o  mais 
judiciosa  St'  podia  dar  para  evitar  a  occasiào  de  que  o  tra- 
liidor  Litlet on  se  nào  pudesse  valor  delia  em  prejuízo  daquelle 
jesuita,  ou  entre  us  eaiholicos,  ou  oiatre  os  proteatantes^  O 
lutberano  Abbottí  a  julgou  tãosensati,  e  prudente  que,  que- 
rendoa  criticar  não  condemnou»  o  quo  elle  proferiu  com  a  bocca» 


218 


REMSTA  DO   FNSTITUTO   lUSTORICO 


mas  o  que  oecixitoú  no  animo  ;  não  aa .  palavras  que  didset 
mas  a  intenção  oom  quo  as  disse;  eoDcloiado  assim  «  Rem- 
noa  dixit  impjam ;  cerce  eo  ipso  vuloit  erisUari,  videri 
piam  (84).  p  Mas  o  senhor  Gama  dôâcobríDdo  mais  veneno  do 
qué  aqueLlo  luthorano,  naquelia  resposiyk  do  padre  Oldecoroe, 
jtiLga  quo  «Ib  foi  uma  ciara  coDâssão  da  sua  culpa  o  por  isso 
assevera  fraucamente,  que  convici)  confesso  morrei*  complice 
daquella  coD^juração  ;  apartando  se  neste  juizo  do  parecer  de 
todos  os  autores  ca tholicos,  e  conformando-se  uni cameo te  aos 
sentimontos  dos  hero ticos:  Sr.  Gama,  escreva  a  Loadre^  esta 
noticia,  de  que  vossa  mercê  doprosando  a  autoridade  de  mui  toe 
mestret,  que  seguindo  ao  Doutorei  Exímio  Francisco  Soares  Gra- 
naiense  (86),  afflrmâo  que  examinada  em  tcdo  o  rip^^or  theolo;íieo 
a  perseguiçJKo  de  Inglaterra  desde  Henrique  \\U  até  el-rei 
Jacobo,  foi  verdadeiramente  perseguição  da  fé  provando  isto 
oom  texto  dos  sautos  padres,  e  mostrando  que  os  que  mor- 
reram poraquella  causa  tem  todas  as  condições  requesítas  para 
ae  pedir  a  Santa  Sé,  que  os  deolarasse  martyres.  Vossa  mercí* 
uâo  obstante  eâte  parecer  dos  f>rs  da  íj^reja  caiholioa-romana 
Begue  e  adopta  a  seutença  dos  ministros  tmreges  da  igreja  an- 
glicana, afllrmando  que  o  Garnet  e  Oldecorne  jesuítas  morrerão 
cooviotos  e  coofessoâ  dacoojuração  da  poLvi  ra:  porque  se  assim 
o  fizer,  talvez  que  seja  premiado  com  o  lionoriQco  titulo  de 
Miíord  de  laglaterra,  e  o  ponhio  no  cathalo^o  dos  t»eus  mai^ 
celebres  escríptores.  O  que  mai-^  quer  vossi  moixè  ?  Náo  ó  isto 
melhor  do  que  ser  escrivão  de  uma  seei^taria  I  ofãcio  que  lhe 
deu  o  seu  Mecenas  em  premio  de  ter  comporto  este  seu  livro  ? 
Tome  omen  conselho;  o  saiba  que  não  ILie  irá  mal.  Passemos 
a  outra  nota. 

Na  mesma  pagina,,,    depois  de   trazer  nas   aotecedentes 
iiteg  verbos: 


€  JíL  ^tisfeitas  do  fattl  desígnio, 

<  Por  mão  de  ura  dos  Felippe^  afogavio 
«  Nos  abismos  do  mar,  o  emmudecião 

«  Queixosas  lioguas,  e  sagradas  boccas. 
«  Em  que  ainda  se  ouvia  a  vuz  da  pátria. 

<  Crescia  o  seu  poder,  e  se  tlrmava 

€  Entre  surdas  vioganças.  Ao  mar  largo* 
«  Lança  do  profanado  oocutto  boío 
«  O  irado  Tejo  os  frío^  nadadores 
€  E  deixA  o  barco  e  iogB  para  a  praia 
«  O  pe0oador,  que  attonito    rocolUe 
€  Va  l<mj?a  rede  o  patlido  cadáver 
€  Privado  de  sepulcro. . .  » 


REKUTAÇUES  ÁS  CALUMNIAS 


219 


a  mort«D<i£td4  qne   se  dl/  acontorc^ra  do  tetrrpOj 
qQQ  Portngâl  eitava  sajekto  a  Heiíf  i^nha. 

Se  lê  esta  Dota  sobre  ag  palayras:  «  Noa  abismos  do  mar; 
«  veja-sè  a  dedução  clironolo^ica  :  obra  que  servir!  de  época  a 
€  restauração  dis  lotraa  em  Portugrvl  ;  moaumento  rJe  zelo  e  d© 
*  ftdelidade.  ^  Primeiranitíate  nestes  versus,  allude  o  seohor 
Gama,  a  certa  mortandade  qtie  se  di7.  ter  3Ído  feita  hj  tempo 
que  eate  reino  esteve  sajeito  a  Hespaoba.  Quo  aobre  dita  uior- 
teodado  fo^se  tão  grande,  coma  se  divnlgou  pelo  povo,  e  que  por 
cauza  delia  em  luírar  do  peixoa  recolhessem  cadáveres  os  pescR- 
dores.  é  eousa  que  nao  quero  discutir,  fusso  assim  ou  não  íoãs& 
pouco  importa  ao  oosao  caao.  Mas  como  entrâo  aqni  os  jesuíta  ? 
Que  culpa  tera  ellcs  do  que  fízerâo,  ou  deixarãn  de  fazer  os  mi- 
nistposdeel-rei  de  Hespanha  em  uni  tempo  em  que  muito  se  sui- 
peitava»  que  houvessem  era  Portugal  pessoas  infleis  o  traliidore>» 
aqaelle  soberaoõr  que  nao  era  oacional,  e  jutgavào  ser  intruso, 
Estea  religiosos  naqwílla  época  erão  por  ventura  o»  governado- 
res do  iNBino,  03  que  administra  vSlo  a  justiça,  osqueseotenciavao 
as  causas,  os  que  tomavão  depoimento  dos  crimes,  e  os  que  llies 
impanMo  as  penas?  Nâo.  Tinbào  acaso  ura  tal  poder,  que 
podease  ordenar  aos  mioiíitros  de  ju3tif*a  qrie  de  noite  prendes- 
sem taes  o  tae>s  pessoas  seculares  o  eecledíastíc^s,  e  com  todo 
o  segredo  as  afogassem  no  Tejo  ?  Sâo  i^to  umas  eh  ira  eras,  qae  só 
Decorrera  a  homens  destituidos  total meute  de  juizo,  prudência 
e  reílexào.  Se  os  jesuítas  daquclle  teropo  fossem  os  primeiros 
ministros  do  rei  nu,  e  tâo  bárbaros,  como  o  senhor  Carvalho  no 
tempo  do  seu  ministério,  então  digo  eu,  que  talirez  se  llie  pode- 
lia  attribuir  aquella  mortandade:  mas  nao  tendo  elles  nem  por 
oíHcio,  licm  por  beneficio  ingerência  absoíuta  e  despótica  no 
governo,  não  é  e6  maledicência,  é  loucura  írapntar-llies  aquellas 
mortes, 

Maíí  vamos  de  vagar  :  assim  o  diz  a  «  deducvão  chronolo- 
€  ifica,  obra  que  servirá  de  época  a  restauniçào  das  letras  em 
«  Portugal:  monumento  do  zelo  e  de  fidelidade, *  Orando  funda- 
mento se  aííega,  para  não  poder  negar  aquelle  facto. 


Qit«  fá  mftceçA  A  obr&  iuiltuladi. «  diducç&o  chronotcgica*. 

De  uma  escriptura,  qoe  é  uma  continuada  cadêa  de  men- 
tiras, uma  succôâsíva  cnunioraçâo  de  falsidades,  uma  serie  per- 
petua de  imposturas,  na  qual  citando- ge  fora  do  seu  lug-ar  os 
autores,  invertendo  se  o  sentido  das  palavras,  attrj buindo  a 
vício  as  Virtudes,  chamando  hypocrisia  a  santidade,  e  fazendo 
dizer  aos  eacriptores  o  que  nunca  íhesoccorreu  dizer»  so  furmou 
ama  obra,  a  qual  logo  que  sahio  a  luz  íbi  tida  por  apocrypUa, 
e  desprosada  de  toda  a  nação  portugueza,  por  ser  totalmente 
allieia  da  verdade  e  inteiramente  fabulosa.   Oh  quantos  vezes 


220 


REVJSTA    h  i    INSTITT^IO    ílIATORICl 


teràoSi»,  Seabra  chaiuaJo  infuiáto  aqiieUe  dia,  aquellu  hora, 
aquellõ  instante,  em  que  calão  na  fraqiioz;i  de  deixar  por  o  seu 
nomeeiTi  umi  obra»  sem  a  vor,  nem  eximínar,  seundaadcia 
ToaUdeda  quem  Jhe  pedii  uu  mandava ;  que  era,  quom  o^iquelle 
tempo  cm  Portugal  tudo  púdia,  ,Ma.^  este  sou  unico  defeito  tem 
allQ  remediado*  protestando  q  dizendo  ctaranKinte  atodusos  que 
o  querem  ouvir,  que  naquolla  infc*rao  a  iofamatoria  eâcripiura 
Dão  t4:m  ello  mais  qu  »  a  sua  sultócripçãu  e  que  a  ubni  toda  a  de- 
testa e  abomina  ;  nem  de  âorte  alguma  a  conhece  por  parto  legi- 
timo do  seu  engenho  ou  pruducçâo  própria  do  seu  raro  talento  o 
errando  capacidiíde,  E  anima-se  o  Sr.  Gama  a  asseverar  da 
«dciução  clironologica^que  servirá  *  de  ép^ca  a  restauração  das 
Jottra^  em  Portugil:  e  queíi  rao<  numeoiode  zelo  e  de  fideli- 
dade f  Que  iniigno  censor  do  livros  !  Diga  deáte  muito  emb>ra 
que  servira  de  época  a  maledicência  Cum  qu9  esscrevia  doa  je- 
auitíis  um  primeirv>  ministro  do  Portu;^'al  ;  diga  que  é  um  monu- 
mento p|erpetuo  do  seu  ódio.  e  um  tes^^muntio  authontico  da  soa 
porversidadG  (8t>).  Kste  é  o  jiuzo»qiJO  todjs  furmam  díiquellaobra 
00  tempo  presente  e  tamhom  o  '^uo  faráo  noá séculos  futurt^s, 

Per?íuadir  o  Sr.  Gama,  que  linha  louvado  tisaaz  o  seu  horoe 
o  Sr.  Francifc  >  Xavier  da  M-jadonçi  Furtado,  CAíjtando  em 
ver^o  as  áua^  prooz  s  e  lison;<oa  lo  ao  seu  Mecenas,  o  Sr.  SeboB- 
tião  losó  de  Carvttllio,  divulgando  nas  notas  imposturas  contra 
os  jesuítas,  poz  fiaalmeuto  termo  a  suaobri:  na  qual  paroce-me 
qae  quíz  imitar  a  porlliia  de  Arrio.  Deste  hertaiarcha  so  re- 
fere qtio  para  introduzir  mais  facilmente  a  he-esia  contra  a 
fiii&çâo  conâobatancial  do  vorbo  divino,  compuzera  uma  obra 
poética  intitula' ia  Tníifu  para  que  attraliindo  a  si  os  ouvintes 
cora  a  doçura  dos  versos,  IJies  pudessi3  com  suavidade  insinuar 
U03  ânimos  o  veneno  do  ^eu  i?rro  (87),  ^ssini  fez  agora  esto 
escriptor.  Ideiou  e  deu  íl  luz  um  poema,  a  qu*  poz  por  titulo 
Vrug^íoij^  dividido  cm  cioco  cautos  e  illustrado  com  muitaa 
not.iS,  pjra  que  os  íeitores  atirabidos  da  harmonia,  que  aoa 
onvídoii  fd/iam  os  cAotjs,  fu>>soin  ao  mesmu  lempj  gostando  daa 
calumni^s  do  que  cooitiva^u  as  notas,  cm  doshonra  dos  jestiitaa. 
Mas  ooganou-stí ;  porque  nem  uma  cousa,  nem  uutra  estimou 
o  publico,  recebendo  com  desprezo,  o  ijuo  este  pobra  homem 
tinba  composto  com  tanto  trabalho,  e  com  tao  pequena  remu- 
neração. Os  jesuítas  mais  quo  todos  escarneceram  tia  obra 
porque  ainda  que  calamnia  conturba t  sapierUem,  et  perdei  rabur 
coi-dis  illins,  com  i  diz  o  ecelesiastiío  (88},  cora  tudo  eítao  ellea 
ião  costumados  a  ouvir  c  utrá  si  opprubioa,  imposturas  e  falsi- 
dide??,  quo  n«mliunaa  moção  lhes  foz  o  ridículo  parlo  do  seu  novo 
ealoraniador.  O  mesmo  mo  ^ucoedoria  s?  a  grande  veneração, 
que  tive  sf?mjirc  a  t^^tes  religioso*,  pelos  relovant 'S  serviço»  que 
neste  reino  nzeriim  a  Dous  c  aos  próximos,  me  nao  obrlgíissa  & 
pegar  na  penna,  para  fazor  em  seo  obsequio  est  i  apologia  ;  não 
obdtanie  saber»  que  para  ser  immortil  em  toui  a  posteridade  o 
seu  credito,  e  o  seu  bom  nomo  nao  tom  olles  neiessidado, 

Xf^  tali  auxido,  nec  ttefensoribus  iitts  ( 89 ). 


REFUTAfÕliS   As  CALUMMAS  221 


(1)  Tal  foi  a  lio  abba«le  Plat.-l  nas  ?íu..::í  nf  mor í'f-  lu^ío,  i.cas .  y,\\ 
a  do  P.  Toáftti  n:  s  suas:  r('ff'\''n.'s,  'l'al  a  do  I*.  Dir^  lli  na  sua  obra 
intitulada:  lobos  desy}iascar(i.d:>s.  Tal  a  do  Ilottari  na  sua  rritir,<i.  ;  o 
as  de  outros  innumcravei^.  nãu  fa liando  om  alguiní-s  de  portuçruez  s, 
cujos  nnmes  por  su  i  honra  aqui  .-se  calam. 

(2)  Joaquim  ígnacio  de  S  ixas  o  ígn^cio  de  Souza  AIvar.>nga 
autores  de  dous  sonclos,  que  Vi.em  no  íiiu  da  obra  om  louvor  do  poeta  . 

^  (3)  Assim  o  dá  ello  mesmo  a  entender  no  vcr.>o  truncado  de  Vir- 
gílio, quo  poz  debaixo  do  soneto  do  lic.ido  ao  condo  de  Oivra^,  dizendo 
assim:  Sciecis,  ,   .  periclc:i.  Sen-ati  fariuiiis.  A  EQ'.'id  VIII. 

(4)  Ma  th.  26.    V.  15, 

(5)  O  Decreto,  em  que  se  lè  este  p3rdão  se  achará  no  tom.  V  da 
I  edição  da  vida  do  marquc^z  pag.  .   . 

(6)  Divulgou-se  no  Maranhão  ter  dito  o  mniedi;ilo  >uccc.sáor  do 
sig.  Mendonça  que  ou  (dle  havia  d,;  ac.ibar  de  de.-ítruir  aquelle  catado, 
executando  aa  ordens  e  inslrucções,  r^uc  lho  deixaram  ;  ou  não  ah 
executando,  se  havia  de  arruin.ir  a  si  :  -upposto  o  despotismo  de 
Carvalho,  irmão  do  seu  antcce>sor. 

(7)  Assim  liz  o  autor  da  vida  do  Marquez  de  Ponib  í1,  c^cript.i  eisi 
ital.ano   pag.   .   .  tom.  í  da  I  edição. 

(8)  Desta  carta  escript;»,  quasi  in  facio  loci,  íiondo  succoderam 
aquellas  sublevações  dos  indios,  claramente  so  prova,  que  se  os 
srs,  commissarios  os  levassem  por  bem,  como  lhes  aconselhavam  es 
jesuita.«,  não  encontraram  nelles  tauta  resistência  :  mas,  a  preci- 
pitação o  violeneia,  com  qu"*  os  quizeram  desapossar  das  terras 
em  (jue  estavam,  os  irritou  de  maneira,  que  nomo.-?  mosmo^  je.su'tas 
a  quem  sempr^»  mostraram  sujrição,  por  mais  dil  g'nci;-.>  (jue  liz?rai;i, 
os  puderam  aplacar,  e  rv.'duzir  á  mudança. 

(9)  As  mesmas  gaz  tas  quo  deram  esta  noticia,  refletião  estarem 
todas  admiradas  do  que  criminando  a  corte  de  Lisboa  osjosu  t.:.s  li  •»- 
panhôos,  estes  nado  Ma<lri  l  fossem  no  mesmo  tempo  louvado-,  e  al- 
ten  lidos.  Lôa-sc  o  FostiUião  n.  VIÍ  daquelb-  anno  na  dala  de  Ma«hi  l. 

(10)  Assm  so  lè  na  viila  do  Carvalho,  tom.  í  da  4'  edição,  pr.g.   .   , 

(11)  L-^a-s  '  Francisco  d<' Brito  Freire,  Guerra  br;  silca.  i>afi.  .  • 
n.  .  .  B?rnardo  Per  ira  de  Berredo.  pnnacs  histor  (-CS,  livro  14,  pag.  . 
livro  18  pag.  .  .,(•.  .  .  oMuratori  christ.  Felic.  Part.  2,  p.^.  .  . 
quando  não  queiram  ler-so  os  hstoricos  i'sult;is,  por  se  julgar,  lu 
apaixonados;  e  n(  lies  se  verá  quanto  est  s  religiosos  padeè-^ram  no 
Brazil  e  Maranhão  por  defenderem  a  1  herdade  dos  indics. 

(12)  Assim  s  '  Ir  na  v.da  do  marqucz  ;  Tom.  I  da  edição  í,  pr-c^-.  .  . 
Fidcs  sit  penes  cntctorem  , 

(13)  Psalm.  a5,  V.  4. 

(14)  Ad,  Timoth,  6,  S. 

(15)  Virg.  Eclog.  3.  v.  10-í. 

(lô)  Ilorat.  ad.  Pisou.  sciidrAvt,  Port.  v.  O, 

(17)  Ad.cor.  í.  6.  2.  v.  9. 

(18)  Dec.  pag.   .   . 


222 


REVISTA    DO   IS>5TITLT0   HISTÓRICO 


(i9)  Sã'i  i  stcMiiunhas  dj?^t>  facto  não  «ô  o   gen  Tal    hcspanhol, 
mas  todos  os  offit^aes,  c  «lidados,  rjue  com  cll  ?  *>ííiavam. 


(90)  L 'a-so  o  livro  intitiihi  lo  //  huom  raiiocinio  psg, 
,  Hf  II '  ^''  acliurâ  d^suiení  da  e^^la  tão  m^^ra  uíiIuhuiíji. 


.XXI  o 


{2i)  Pag-  .  .  e  sr^g,  piíç,  ,  .  í^  s  !ír, 
(23)  Pieuê  /fci'nai*d.  Spec.  Monnc~ 
{2^}  Channido  Brás  Duarte, 

f25)  Tan»  fgraiii  o  Vr^a.  José  dr^  Ancli  ela,  o  J"sui!a  João  d^  Al- 
mciiia,  oV-n,  Al  syn  Iro  do  Giísiilíu,  o  j-tiiiita  Man  lel  dr-  Nubregj 
pojesutu  Bi  Icliior  dr  Pontes,  oão  fallauik>  oiii  outra>i  que  morreram 
em  Roíjia  com  op  nião  'lo  santidade. 

(2<»)  Prudrntii  Amanlú  Braz  1  n^  h  d  Sacchar  Op  Hcio  Cannen, 
Pisfluvi  1780  Jos''idii  Rolri^u  's  de  M^tUo  Liisjtaiii  Portuensie,  *\v  Rus- 
t  c>  Bra^lLi^  rebus  Carninuui  libn  IV  Eoiita-  1781. 

[27}  Espiou  di^  tontos  1  ■«  couis  ríí>s  princfs  chn^^tinn^  ou  LfUiN-s  et 
M<?mo  r.'s  d'un  envoyé  a^trel  «k*  la  Portf  ilsns  líscniirs  d.l'Europ'\ 
LMltr-s  rabali>tii]ii' fi.  L^^Ltr  si  citinoisríí,  Ltitres  ju  Ts.  Liliví*  snr  la 
Tí^í  jr  ou  ej*ifl<^iil  llrt  M  rii>miue.  Kiivros  du  pliilòsoplir*  .Snnis  Souey. 
TaM 'flu  dti  s  ícl'"  it  riírt!  d  >  l'liÍ?^tíí:ro  uDíV  Ts  rllo  du  mí^iiio  anhuV. 
LHí^jifjadM  ãu  uiríJif.  Pivc  s  do  receios rantcf*.  gí  d  iutiiju»».  Ueí^prit 
do  Mr,  dl*  VoUijim.  Eiiciclope  1  ou  tltotionnar  •  raií^oattc  di's  íjoonces, 
de!bíU'ts,  ri  dcfc  m  l'<-r*;.  De  IVsprit-  I/ospion  de  Thomas  Ívauli-Kua 
daa*  1"«  cours  d*'  l'Earop'.  Lo  conh';Jcl  isoeíaL  L.i  pLilo^opliío  do 
rjiisio  r  •-Ditíi'Ours  sur  Tia  ;,^alilè  d<?s  liomiiií  g,  dr  Mr.  Rou^sscau,  D  c- 
lionua  iN^  plidosopliuiii'.  L-*  dopot  ^mo  or  enlj^l.  Dup  n  d"  Aiitqua 
Ecile-^Ufi  dlsc  id  na.  U^siTlal  oh-ls  H  storira».  Justinu^  Fc^brcmiuB 
tl«3  SIatu  lu-closiip,  ti  Irg-itina  pot fintai'  Romatii  Ponl  llc  s.  La 
pucdl-  úr  Orliíana  de  Mr,  Voltar  í.  B  li.saire,  par  Monbi  iir  5kL*r- 
moiit  1^  d«'I'Afad  iiir'  França  ae.  Tolos  proh  bufos  por  orron^os,  us- 
Ciu  talosos  o  Iier  l'i'u.>  ;  f  por  '«la  cauí^a  mais  d  jrnoá  dv  wv  íjuei- 
Jiia  Iva,  do  quo  li  dos. 

(f^)  f^biíto  lhes  ehama  na  jKtgina., 

{29}  Atí  Homan,  iS  v.    3, 

í30>  Murt,  Lih^  8.  Eyigr.  5(3. 

(3i)  Não  m 'ooíi  dí^vintr*  foram  os  c*ludant  'S  da  Fnivori-idadL'  de 
r.o  uihrít  p  ■Jiiti-nciafios  p  lo  tr  Imiial  do  Saulo  Ofíicio  por  eulpfts 
jntirit^A  ouviluí  fiu  Portu;;al,  t|uo 'S  eram  Id  spbi*mur  da  ís  ali -si  ma 
Tr  ji  tadt*.  dl»  til  ir  ih  trr,  d  Mui%a  Vítít  *m  :  «pixlrojut*  jíh  t»aj?t'i>das  ima- 
jl<"o«i  D  *}í»r  olpuiiH  8a<'rjm  nloa^  rec  'b  r  n  "lubar  stia  nao  cstíuilo 
cm  jojnm,  n 'jíar  a  pureza  d^  Maria  S  ul  es  uia,  n  frar,  que  foss  '  pec* 
cad^i  u  tiVíns.TiSftílLj  do  ^exto  pi-ecr-  to  do  d.  ca lo}.» o,  jips  lu  outras  im- 
piodo  I  V  seítifdh -nl  's.  aprinlid  «  s 'in  duvi  lo  dcj»  muitos  livros,  qu  ' 
os  novoí  .ipostuloa  do  século  iluiii;indo,  introduzir, nu  '*iii  Purlug^.d. 
E  pm»quo  <>  it' dos.*  o  smlo  bispo  ICombra,  D.  Mi;ru  1  du  Anaua- 
i:inçãa»  Ois  pi*õlií}i  u  iia  ^ua  D  oc  s-,  foi  ruáarcí-rado,  dcpoíitõ  da 
cad'!ra  ep'8copn1,  dospojido  na  iiabiv-za  qu  ^  t  nlia  uascancttto,  o 
tãaíL'in  p  l;i  sua  ihij^n  'ííid  •:  p  ío  uasciíiii^nto,  p^rquo  ^nl  da  casa  dos 
nxr  lb'nl  ->imoi  coad  s  de  PoviLdo,  peLi  «ua  digni  ladi',  poivjuc  A 
ília  lEtava  ana^ia  ujii  coaJado  o  um  í>,*iiborio. 


oP 


^02)  O  Exm^.  Sr.  Jofií^  de  S  abra  o  Silva»  Íhmji  conlioíido  t*n\  todo 
•ortugaljii  iWj  d.  1L?  p^la  sua  scionc  a»  o  f^rjnd  '  t.daal  ». 


REFUTAÇÕES  ÁS  CALUMNIAS  223 

(33)  Leia-so  o  mardtori  nos  annacs  annt  1605. 

(34)  Luc,  2, 

(35)  Pagina 

(3Ô)  Licc,  19.  V.  22, 

(37)  Impresso  a  primeira  v<^z  no  anno  1782  o  segunda  v.?z  no  anno 
1784  com  novas  anodoctas,  e  notic  a^5  inlercssantes ;  alem  de  um 
appenilix,  em  que  se  mostra  a  innooenca  dCíte  mesmo  jesuíta  no  caso 
(la  supposta  conjuração  contra  o  lidefissimo  rei  D.  José  I. 

(38)  Tudo  o  que  por  irona  se  diz  aqui  dos  jesuiaas,  disss  dellos 
falsamente  o  Sr.  Carvalho  em  muitos  scuá  rscriptos. 

(30)  Lih,  ad.  Pissows, 

(ÍO)  Ma  th,  cap.  24.  15. 

(41)  Lih.  2.  Jirg.  cap.  6,   v.  0. 

{A2)  Oral.  Satyr.  J,  »?.  12. 

(43)  Psalm.  18,  v.  15. 

(44)  Lio.  6.  pay.... 

(45)  Marat.  nos  annacs  de  liai  ia ,  an.  1594. 
(40)  yas  ninnorias  históricas ^  p<^<J' 

(47)  Líattayl.  nos  annacs  do  sac.  impcc.  an.  1603 ^  u.  14. 

(48)  No  apcndix  as  reflcx.  n,  50. 

(49)  fíattagl.  aiin.  1003,  n.  14. 

(50)  Dupl.  Mem.  ífist.  tom,  4,pag..,. 

(51)  Mathitu  lih.  3.  Xa  continuação  da  sua  hist.  pact.  5,  pag. ... 

(52)  Malhicu  na  continuarão  da  sua  historia,  etc, 

(53)  O  Sr.  Nuno  de  Távora  no  govorno  de  Évora  e  o  Sr,  João 
Gaspar  no  de  uma  praç.i  do  rono  do  Algarvo.  Veja-se  a  vida  de  Car- 
valho, tom.  4  da  4'^  edição,  pag..,. 

(54)  As-iin  í  í  lè  na  vida  do  Carvallio,  tom.  4  da  4»  odic,,  pag.... 

(55)  Eíttns  suppl  cas  se  acharão  na  vi  ia  do  Crirvalho,  ubi  supra 
pag-..., 

(50)  Pas.sa  Io  ao  1  de  julho  de  1780. 

(57)  II  padr.'  Pietro  Pais  pr.^suila  ô  slalo  il  primo  fra  gli  Europe», 
(ílie  abbia  scop-rt  le  forg -nti  di  questo  íhime  (Nilo)  n  d  mese  di  Ãprile 
delTanno  lOlM.  Tutto  ció,  che  n'ò  scalo  detto  è  favoloso.  Dizionario 
G.'Ograph  CO,  Vvn*bo  Xilus. 

(58)  Na  viila  de  S.  Francisco  d  «  Borja»  i^ag.... 
(50)  Chron  c.  d^  Portug.,  part.  2,  lib.  O,  cap.  29. 

(00)  Anno  1578,  ns.  1S8,  189,  190,  200,  207  e  208. 

(01)  Ilistor.  da  União  d'  Portuíj.   a  Ca-tella,  pag.... 

{d2)  Iliitor,  dos  reis  de  Porluj,'al,  e  eiiipr  -sas  militares  dos  por- 
tULru"z.'S,  lib.  0.,  pag... 

(03)  Genealog  a  verdadeira  dos  reis  de  Portugal,  impressa  eai  Lis- 
boa no  anno  d«'  1008,  pag... 

(04)  Memorias  do  el-rci  D.  Sebastião,  tom.  3,  cap,  27,  paj.... 


SOCIEDADE  DEFENSORA 

l».v 

LIBERDIiDE  E  INDEPENDEIICIIi  NliCIOlillL 


8)1  —  15  Tomo  i.xviii  i*.  i. 


Socíeflate  Defeiisora  fla  Líleriale  e  liiflepleiícía  Idona!'' 


SeflBÃO  de  30  d»  eeiemliro  U  183i 

PRESIDINCJA  DO  SR.    FERREIRA   BA   VEIGA 

Aos  30  dias  do  ]iiez  de  setembro  de  1834,  pt-Ias  5  horas 
da  tarde  na  casa  da  Caraaiu  Municipal  do  Rio  de  Janeiro,  rc* 
ooldo  o  conselho  da  Sociedade  Defensora  da  Liberdade  o  Inde- 
pendência Nacional,  sob  a  presidência  do  Sr,  1 '  aecrotatio 
Ferreira  da  Veiga»  feita  a  cbamada  acharam-se  preseni('S  28 
Srs.  conselheiros,  laltando  os  Srs.  Diogo  António  Feijó.  Leitçi 
Pereira,  Alencar,  Roza  Salgado»  Henriques  de  Rezende,  Limpo 
de  Abreu»  Odorico  Mendes,  Paula  Araújo»  Caminhiv,  Ferrei m  de 
Mello,  Vasconcellos,  Paiila  e  Souza,  Silva  Araújo,  Ciimaco  Ran- 
gei, Amaral,  Cordeiro,  Ribeiro  e  Cirne,  Ferreira  da  Silva,  Eu- 
génio Tavares,  Leite  Bastoa,  Souza  e  Oliveira,  e  Brito  :  Uymtí' 
ram  apsento  nove  aupplentes»  oa  sri.  Bazilio  José   Pinto,  Silva 


(•J  A  Sociedath  Dffrvsora  thx  Liber<iit/h*  <t  Ifulf^pendfnríft  Nartoncií 
foi  tim^liída  em  lí>  «le  jíjí^ío  do  1831,  poncvi  ^.eitipo  ilepoi^  <Ia  rovolo- 
i;aú  àr  1  de  abril  desno  iiicjimo  anoo. 

U  p.^rtíílo  íiiúdorado,  que  tomara  cmiU  *lo  Govorno,  ot;bon  qo^ 
devia  instiluir  uma  íiLr|írí>niÍa»7ão  ondo  se  rounts^om  uh  uicifibros  do 
partiilo  ^luo  não  per funr esrif^m  ao  parlaiiií^nfo,  luatj»  (jur^  por  8:tuf 
talcíitoa  po  Icssom  em  discussão  franca  oncíiitiinhar  c  dar  apúio  nò 
Governai  iius-^fjs  pjrimoiroí  tempos  de  TrerdodciPa-s  cri-e^  rtvoliirjo- 
uririas, 

O  promotor  e  alma  d«ssa  a.^^sooiíiçfio  foi*  neta  duvida,  ETarlítc» 
Fertvira  da  Velg.i  que  apcna^»  se  eont^ntou  e«m  o  car^o  í\ú  sei^ré* 
tari-^< 

Durou  a  Socitídaile  alf^  183  j,  qurmrlo  era  fívjdentn  n  dt!^<NÍd(?ncJa 
no  fifíio  <lo  partido  *?  mio  dotenuinou  a  renuncia    do  n  ^i  íil<3   Fei.ô, 

Mauoel  Odorico  Nfcndes  foí  elotío  p>r  iiO  voto«  prsij  fazer  purtq 
doi  2\  Jbôtiibfofi  do  OjuscIIio,  Em  Í3  tk  maio  o  Om^eííio  i-i^unido  cm 
casa  do  80i'io  António  Borí^en  da  Fons^cí*  p;i«aou.  n,i  í-írtna  tios 
Estatutos  provisórios,  a  cloí^or  o  pposidõnleo  o  ?*  orí-tario  qnn  foríiMi 
Odorico  Nlendcs  e  Domin;j"os  LopE^u  da  Silva  Araújo.  ÍAn  rtonuada 
nma  corumissão  composta  do  Limp>>  díí  AbPíU,  Soares  tlr*  Meirí»He«  o 
Ferreir  »   tia  Veiga  para  aprcsenla^ãtj  doíí  Rstaiutos  dpíínilivoB. 

A  Soeiciladntinccionoii  ua  Gamara  MuuHiipl. 

PuldúMn  Io  o>fl^s  ri^i^m^ntos  das  Actas,  o  ínstituf  (>  pri'>ttíí  home- 
nagem af>íí  patrioíicófl  mcíuhros  da  Socicd,id'*  Di?'CD8cira,  ttijos  nouJt^a, 
ãhi  estão  exarados, 

(  Xúia  dã  Commiéêãú  ãe  Redacção.) 


Lin#.  9  Dr. 


mSt,^ 


a>í 


reSBro, 


#Sr. 


OlíTflra^ 


iiderí- 

»  f  aliiQio 
MrmmPtBlftOraaie»  » ly  ^mImiiííu  wmmÊB  «JUr  pam  fóim 
fb Imptrl^o  tefio ito Bmov,  vvIo lar  «k»  perá«4o  eom  essa 
condido  —  e  ma  siçviíiies  enfladss,  foBtem  idJftdii  —  4o  Sr. 
itereíra  da  Veigm :  Qm  »  re^mim  ao  Oov«nio  prorldttDeiafi 
toargfcas  ft  HK^eito  da  aadfteii  eom  qtie  oi  migistndofl  eiiâo 
procedendo  em  Ikror  doi  rwtaetmdníreB  —  Aditivo  «So  Sr.  vía- 
ríotio  r  Qae  o  GoTeroo  Uçm  mh\r  par&  fór&  do  Império  umbem 
o  António  Egtev^s  Chaves  —  e  o  mesmo  autor  do  i^^nerimeoto 
requerêo*  qticso  lhe  permittísse  retirar  :&  sua  emendai  a'iitiva 
ê  a  primeira  e  uUima  parto  do  seu  requerimonio  ;  pois  que 
estaTam  mtI*>feitos  os  seus  desejos  com  as  provideocías  daiias 
pelo  Exm.  mfoUtro  da  jostfça,  susteotando,  todavia,  a  outra 
parto  acrrca  da  ma  íança  da  relação,  o  que  seodo  lhe  permit- 
tido  pelo  Concelho,  depuis  de  discutida  sumcioQtemoDte  a  parte 
do  requeri meo to,  posto  a  votas  não  foi  approva  Io»  e  ig^iial monte 
a  emonda  do  Sr.    Fermra  da  Veiga, 

O  Sr*   Baptista  Caetano  mandou  a  meza  o  segainto  roque- 
D  mento  —  Requeiro»  que  este  Conselho  represente  ao  Governo 

5'f»ra  auiillar  cora  ttfda  a  presteza  a  Provincia  do  Rio  Grande 
e  8*  Fodro,  com  forçai  suffidentea  para  podor  conter  is  amoa* 
ç$ã  do  Governo  da  Republica  ao  Urujk(uav  —  que  seadu  apoiado, 
e  entrando  tm  dtsettssáo,  eflUodo  adiado  pela  hora,  o  Sr.  Ma* 
rinlio  requerèõ  prorogaçao  da  Seí»5no,  que  fbi  approvada,  e  con* 


BOCJEDADE    DEFENSORA 


229 


tiQuoii  a  discussão  do  roqueri mento, que  tora\rio  parte  caloroza- 
DieDt©  muitas  Srs,  Conselhoiroa  ;  o  Sr.  FeiTeira  da  Yeign  re- 
querôo,  que  fosse  tratado  o  requeri raoato  eiB  reunião  do  Assem* 
Dléa  GoraJ,  para  o  que  requeria  quo  se  convocasse  o  mais  íjrove 
possivet,  visiQ  ser  objocto  do  tauta  magnitude»  qual  a  invasão 
EãtranKeira  ooi  tiuma  das  Províncias  du  Império,  o  M  approvado 
esteseo  roqmírinientQ. 

O  Sr.  Presidente  dando  para  ordem  do  dia  cm  Asserablôa 
Geral  o  requerimento  do  Sr*  Baptista  Caetauo. 

Levântou-âo  a  Sessão  áa  oito  horas  da  noite, ^Luis  de  Sousa 
Lobo^  3*  Seci^etario. 


Secsl9  do  30  de  setomlbro  do  IB34 

lllm.  Sr.—  Re<:;eí)i  a  caria  de  V.  S*  em  que  me  participa 
haver  eu  stdo  ad mi ttido  sócio  de^sa  Sociedade  Patriótica,  quo 
tanto  tem  trabal liado  para  a  prosperidade  do  nosso  paiz. 

LísoDgcando-me  muito  com  a  honra  que  acabo  de  receber, 
tenhode  Bignifllcar  a  V.  S.  qoo  amto  não  tor  conboci mentos 
ãuâãcientes  para  que  ajudada  da  boa  vontade*  que  me  acom- 
panha pudesse  scp  útil  a  e^^a  socíediíde;  peco  com  tudo  a  V.  8. 
que  certifique  ao  Illuetre  Consollja,  que  a  repreiíenta,  que 
eu  cooperarei  com  o  meu  fraco  coutingento  para  aqnillo  quo  a 
lociedaíe  juigar  necessário»  e  íkrei  esforços  para  corresponder 
á  boa  opinião,  que  de  mira  fez  quem  tembrou-se  do  propor-me 
pai-a  membro  de  ama  Sociedade»  de  que  tsempr^  ambicionei 
fazer  parte* 

Deus  guarde  a  V,  S. 

Rio  de  Janeiro,  20  de  sotombro  de  1.S34.—  Sju  com  estima 
e  consideração,  lllm,  Sr.  Evaristo  Ferreira  da  Veiga,  secre- 
tario da  sociedade. 

DeV.  S.  Altonciosó  Venerador  o  Criado,—  lanacio  Manod 
Álvares  de  A^ecedo. 


Sôs&lo  de  30  do  setembro  de  183i 

lllm*  Sr.—  Siiiente  da  deliberação  do  Couaelho  da  Sociedade 
DeOTenâora  da  Liberdade  e  Independência  Nacional »  admiliiíjda- 
me  membro  da  mesma  3i>ciedado  ;  teabo  a  signlficar-lhe  a  rainha 
gratidão,  e  respeita,  eque  procurarei  íazer-me  di^no  da  con- 
Sança  que  de  mim  faz,  contri buindo  com  seu^  illustres  membros 
á  proencíiar  os  íins,  para  que  i*ji   instituída  a  digna  sociedade. 

Deus  Guarde  a  V.  S.  —  Rio  de  Janeiro  em  20  de  setembro 
de  1834, 


lllm,  Sr.  Evaristo  Fen*eira  da   Verga, 
Francisco  Cândido  de  Castro  Menezes, 


1^    secretario.  — 


2S0 


REVISTA   DO   INâTITUTO   HISTÓRICO 


Sessio  Ae  30  de  seiem^ro  d«  183t 

nim.  Sr.—  Recebendo  agom  o  offlcio  de  V,  S.,  com  data 
de  27  de  julho  próximo  passado,  partícipaado-me  que  o  Coose* 
ttio  da  Sociedade  DefFensora  da  Libjrdade  e  lodopeadencia 
Na.cíuoíiL  56  havia  digraado  admittirme  na  meama  Sociedade  : 
tenho  dô  respoader  a  V*  S.  para  que  che^uo  ao  eoDhecimeiito 
do  Coníielho*  que  honrado  cora  o  suíTragio  do  Conselho,  farei 
por  dt;sempeahar  quanto  io  deve  esperar  de  lodos  os  Membros 
do  tão  patriótica  Associação. 

Dom  guai'de  a  Vossa  Senhoria.  Rio» 21  de  setembro  de  1834. 

lllm,  Sr.  Sraristo  Ferreira  da  Veiga,  1**  secretario  da 
SúCíediído.— l>tfl^o  Duarte  5i7wi. 


Sag$S9  de  19  da  outubro  de  1631 

PRESIDÊNCIA  00  8R*   FERREIRA  DA  VEIO  A 

Ao§  dezenove  dias  do  mez  de  oiitabro  de  mil  e  oitocentos  e 
trinta  o  quatro  amios,  peias  onze  horas  da  manli^  ua  Caza  da 
Camai*a  Municipal  do  Rio  de  Janeiro,  reunido  o  novo  Con^ôlho 
da  Saciedade  Defensora  da  Liberdade  e  Independência  Naeional. 
sob  a  Pi'e9idencía  du  Sr»  1°  Secretario  Ferreira  da  Veiga,  feita 
a  eham.vda,  acharam*se  predontos  vinte  e  dous  Sra.  Conselheiros, 
faliandu  os  Srs-  AiJiaral,  Leite  Pereira.  Monta  Alverne»  Dr, 
Souza  Martins,  Caminha,  Odorico  Meadeí»,  liulhôes  Ribeiro^  Mi- 
randa, Coriuiibá,  Santa  Gertrudes,  Gomes  doa  S-iotos,  Marinho 
Tavares,  Baptista  da  Rocha,  Carneiro  Vianoa,  Foncoca,  Bap* 
tista  Caetano,  Costa  Barros,  Bandeira  de  Gouvôa,  Castro,  Costa 
e  Sousa,  Moraeâ  Tortas,  Fernandes  da  Torre,  Costa  Miranda, 
Trava^^ios,  França^  Nazareth,  Leite  Bastos  ;  tomaram  asaeoto 
seis  Suplentes  os  Srs.  Victoria,  Picanço,  Santos,  Cordeiro,  Souia 
Moita,  e  Lírio, 

O  Sr.  Presidente  abria  a  SaesIU),  e  que  pâssava-se  a  eleger 
a  Meza. 

Prooedeu-se  a  eleito  de  Pi*eaidente,  e  sahio  eleito  o  Sr, 
Albuquerque  Cavalcante,  com  vinte  e  dois  rotos,  que  occupou  a 
cadeira  da  pi^sideneia. 

Para  vioc-presidente,  saluu  eleito  com  dezesote  roto»»  oSr« 
Manoel  Moreira  Lirio  da  8.^  Carneiro. 

Para  l  Secretario  o  Sr.  Ferreira  da  Veiga  com  vinte  e 
trez  rotos,  c  para  2 '  secretario  o  Sr.  Ferreira  de  Castro  com 
vinto  e  dois  votos. 

Para  3*  e  4*»  íjecretarlos,  Lobo,  com  vinte  e  trez  votos,  e  o 
Sr*  Cardozo  Fontes  com  vinte  e  dous  votos. 

Para  Thesoureiro  o  Sr.  Rosa  híalgado  oom  vinte  e  cinco 
Toios.  O  Sr.  thesoureiro  mandou  á  meza  a  conta  da  receita  e 


SOCXBDADE   DEFENâORA 


m 


deapeza  do  tnciãftre  Únáo»  e  foi  rdi]ietti4;i  a  CommiâBão  de 
GoQtaâ  pÃra  a  qual  o  Sr.  Preàidente  aameou  o&  Srs.  Feraiodei 
dn  Torre.  Viotoria,  e  Saatc^s, 

O  ^r.  Presldeate  dando  para  ordem  do  div  da  sefuiote 
Bão,  Pareceres  de  Commisaõdâ,  e  admissões  do  docíoe. 


Levaatou-âe  a  aeaaâo  depola  do    meio  dia,  ^  Alhuquêrqíiê 
Cawlcante,  Presidenta.  —  Luii  i^e  Sou  ta  Lol*o,  3*»  Secretario. 


Ssiiio  de  26  dd  oatabrd  iê  I83i 

PRESIDKNCflA  DO  SR,    ALBUQUERQUE  CATALCANTE 

As*  onze  lioras,  feita  a  chamada  e  aberta  a  ses^o,  foi  Uia 
e  approrada  a  Acta  da  antooedeotâ,  Forão  prementes  S7  saiihores 
ConâelUeiroô  ;  faltarão  03  Srs.  Amaral,  Avelino,  Moet' Al verne, 
Sousa  Martine,  Caminha,  Odorico,  Biilliòes,  Ribeiro,  Corumbá, 
S^la  Gertrudes,  Gome^  dos  Saatof.  Baptista  da  Roclia,  Car- 
neiro Viaona,  Carloi  da  Fonseca,  Baptíata  Caetano,  Coita  Barros, 
Bandeira  de  Gouvéa,  Moraes  Torres,  Alves  Branco,  Cirae,  Tra- 
TBSEos  da  Costa,  Pontes.  F.  PL*dro*  Geral  da  Costa  Souza  ;  e 
tomarão  assento  sete  snpplente^,  os  Si*»-  Ataíde,  Picanço,  Salles 
Pereira,  Saato:^,  Feíj<5,  Victoria,  e  Ribeiro  da  Silira. 

O  Sr,    \^  Secretario  deu   conta  do  soi^uinte  expediente  : 

ofíkiv)  do  Conselho  da  Sociedade  DeíV^DSora  da  Liberdade  o 
Independência  Nacional  na  Villa  de  Nfangaratíbat  dando  parte 
da  sua  jastallaçio,  e  remetteado  13  e?tcmpkres  dos  aeusesta-^ 
tutos ; 

dito  do  Sr.  Conselheiro  Luiz  Carlos  da  Fonieca,  dando  aa 
razões  por  que  nâo  pôde  compareoer  ia  Sessõe;^,  tendo  nos  domin- 
gos de  distribuir  o3  pontos  para  08  eiarainandos  da  Escola  Me- 
dica, e  de  ti^aubmittir  copias  aos  examinadores  ; 

oMcios  doa  Srs.  Manoel  Joat^ulm  Pereiía  Baptista*  Bento 
Benedicto  de  Almeida  Baptista,  Aotonio  da  Silveira  Caldeira, 
Jeronymo  Baptista  Pereira.  Jos*''  Pedro  de  Carvalho,  e  Joào  Joáé. 
Sererino  da  Rosa  Júnior,  respondendo  ás  participações,  que  se 
Ibeis  aterão,  de  terem  i^ido  admittido^  sócios  desta  Socied.tde, 
do  que  muito  se  lisong^vam.  De  todos  âcou  o  Cooselho  inteirado 
resolvendo  que  se  i^spondeâse  ao  do  CoaseUio  da  Sociedade  de 
Manga  ratlba. 

Foi  tido  e  approyado  o  Parecer  ia  i'^mmi$ãão  oucarreg^da 
do  examinar  a  conta  da  Receita  e  despesa  no  trimestre  próximo 
passado,  apresentada  pel>>  Sr.  Tlvesoarelro  na  l»  j^ossâo  do 
presente. 

OaOEM  hO  DIA 

O  Sr«  Ferreira  da  \eiga  expendeu  as  razões»  pelas  qnaes 

julgava,  que  aào  devia  ter  lugar  a  reuniio  da  Asstmblea  Geral 
da  Socieiade  para  nella  se  tratar  do  Requerimento  do  Sr.  Baj^' 


i.^  1  :-.'.-<:«.  .1  ^-^zz^zn  ^=srrmaiz 


jcãíSigÊiL  JLãfl 

*  ;i!Çà   li»    âo^^s^iii   I  samonziiiixst   Afilas^   :  â:.  Pfi^^a&tíiv 
— j^^nfaeri^MT  '.«MàicaKrf.    rraB.ãfíi3?-  —  IkTOtór  ^mí^sr^     i^ 


..Iji.  S^.  —  Ttaini  ^s  siiL  3iBiBP«in>  IfeiBÉro  tfltUi*»  é» 
G::tr  x«^^  Â  Saottiaàe  Iiiííicsin.  ;v»  ia  ^  wii>,;  ao»  x?9» 
<»  ->i?Eãr^  m  Deaeoxân^  enLlnrmt  me  Ik  diaLxai.-»i9  ^.*r 
G^:^  fts  T.  S.  ÈÊ  r*  6i  atXTsai» :  'iBW^i  it  b^v^r  «•  e»- 
it*:.:=íW«0  ie  V.  S.  7KS  çat  ie  feri»»  &wr  pnesm^  »>  Co*- 
i^, ;^>^  zieslcb^  ^*W7«L  A:iB^«úr«i:«r  ^  «qu  Sanoesc  peU 

:e:i?9  «a  ^ae  '.ecc  fe    ^ooKçir  a§  -^xàSKS  vnArfyi»  ;  por 

h  .:  oif  poBio!  per  o»  ExiauMoèns^  •*  tnviKCtir  aos  buAis^- 

d:;*!   u  Coptis  reíçeetirai. 

v.sre  B&ann  boiraJo.  ^a&2.>  c\nn.i>  pix*  os  tovjs 
«f^  3^19  Ccc  riUifiotf  para  oooipar  «}cii>|aef  Iviar.  wào  h^eaito 
l::«:3  «ó  aaoowBW  ^m  prescar  á  $<cieliáe  Qgfeaawrm  tyios  os 
^:ri',oi  qoe  peracifieiii  miakis  fracu  te^BU.  •  P^  ts*»  aoiU 
*^..>»*\Ãti  TTJt  aDiccpaaha  o  mais  Tirapaar.  por  vcrow eolI«>.'ado 
n2'CA  'xÀXvào  perfeita  eoa^  o  impsUo  •!«  aiea  putrioCi^ao  e 
<feK>9,  «  o  derer  a  qa«  ao  obriA  a  L^ú  inj  m?  send-j  ao  menos 
p^rmittida  a  líberlide  da  es^oLíi:  ^Mlftal3  p»M  ni  j«istiça  do 
^>>:,»  úhff,  e«i  oaf*)  esperar,  «^ae  b^MKT.^Io  auouirá  4  minha  ea- 
rrjir),  fieaoioeertoqoetiodepre^A  ^^  g|^  t<^  éeaembaraça«lo« 
vjr*fí  proflipto  ea  comparecer,  j^ra  exercer  as  taQ''ções  a  que 
ih/fj  chamado. 

■tnn  foardea  V.  S. 

*iío  Je  Janeiro,  21  de  outubro  de  l^M. 

\\\m.  Sr.  Krariito  Ferreira  da  Vei^,  l*  Secretario  da  So- 
'  ut*\nfUi  fjerenmra  da  L.  e  I.  X.  desta  Corte.— Lcii  Carlos  da 

IJlín.  Sr.— Tenho  a  honra  de  aocusav  a  recepcio  do  officio, 
*im  V.  s.  me  diri^^o,  de  ÍH  de  julho  p.  p.  no  qual  me  participa 
que  para  aprovaç^  'lo  í^^n^lho  da  Sociedade  Oeffensora  da  U- 


SOCIEDADE  DEFENSORA  :í33 

bérdado  e  Itidependoncía  Nacional  dessa  C6rte  íui  admittida 
oomo  membru  da  mesma ;  (tarlicipaçáa  esta  que  me  eoctieo  do 
maior  prazer  nor  ver -mo  coQtalo  em  o  numoro  de  Cidadãos  que 
tatito  se  desvelãõ  pelo  bom  da  nossa  Cara  Pátria^  o  BrazlL 

Approveitú  GAÍ\  ociiSáiao  para  rogar  a  V.  S.  que  do  minha 
parte  ag^rtideça  ao  Ulustre  Coiisellio  a  approvaçao  com  qiio  010 
honrou,  BCiontiÔeandti  quajlnaai-í  parde /ei  a  occdsiâj  de  empre- 
gar tudo  ao  meu  alcanod  aflm  do  de^empeoliar  a  In íH rosa  con- 
âança  que  em  mim  depositou*  Já  como  Bruzileiro  livre,  amaato 
daaey  Faiz,Já.comiJ  membro  de^sa  Illuátre  Sociedade. 

D.  G.  V-  S,  23  dô  setembro  de  1834,  —Sr.  Evaristo  Fer- 
reira da  Vo'ga,  —  Manoel  Joaqiim  Pereira  Baptista. 


lílni,  Sr.  Evaristo  Ferroira  da  Veiga» 

Tendo  recebidj  aparUcipaçâoquo  V.  S,  por  part-.'  do  Con- 
sellio  da  Sociedadõ  Drlbnçura  da  Liberdade  Nacional  mo  faz  de 
me  haver  o  mesmo  Cousulho  honrado  com  a  nomeação  de  Sócio 
daqueila  Soci''dadô  eu  mo  liaongeio  ter  raorecido  sinielhante 
osculiia  o  diuincçào^  e  por  i^o  rogo  a  V.  S,  queira  det  mioha 
parte  asseg-urar  ao  meimo  Conselho  que  lUrei  quanto  fòr  po3- 
si  vai  por  do.^flm[ienhar  restricumeiíte  as  oi^flgaçòei  a  quo  sou 
libado  comj  Socío. 

Dqjs  Guarde  a  V.  S,  por  muitos  annos»  Rio  de  Janeiro, 
10  do  outubro  do  1834. 

Sr.  1*  Sacralario  da  Sociedade  D,  da  Llberdado  e  Itide- 
peuiloncia  Nacioaal  no  Rio  do  Jaoeiro.  —  Anlonio  da  Silveira 
Caldeira , 


lUra.  Sr.  -^  Em  resposta  ao  oíHcio,  que  V.  S.  mo  enJoresoti 
flom  data  de  27  de  julho»  e  recebi  uos  tins  do  mez  passado, 
tenho  a  di/er-Uie  pí^ra  íazer  constar  a  llluatre  Sociedade  Defcn* 
sora  da  Liberdade  o  InJapondencia  Nacionai  que  recebo  cura 
satisfasão  a  honm  quo  so  fiiz  em  admitirje*me  no  numero  de 
seus  Illu:íU'es  Sócios. 

Ignorando  quem  seja  o  Thesoureiro  para  mandar  entregar 
a  jóia  de  entrada,  tomo  a  liberdade  do  pedir  a  V,  S,  que  lhe 
diga  que  pode  rauodar  recebel-a  do  Dr.  Joaquim  Francisco 
Vianna,  a  quem  nesta  dala  pai-a  isso  escrevo, 

Deos  Guirde  a  V.  S.  muitos  annos.  Campos  10  de  outubro 
de  1834. 


Sr.  Evaristo  Ferreira  da  Veiga •  —  Bento  Bmeãcio  de 
me  Ida  Baptista, 


Al' 


Illm.  Sr.—  Acruao  a  rocepçãode  haver  recebido  com  exces- 
sivo gosto,  o  oíEcio  de  V»  S<   em  que  me  participa  qoo  por 


I 


234 


REVISTA  DO  IKSTmrrO  mSTORICQ 


apjproTaçio  do  CosaeUio  cU  Sociedade  I>efaHora  d&  Li^rd^áe  ^ 

lia   Naciaoalt   fui  admiltido   Membro  áa 
SmÍ 

Deos  r»iiard6  a  V.  S.«^  S«  Saltador  3  de  outubro  da  1834* 

Ulm.  Sr.  Evarinto  Ferre^ira  da  Vei^,  L»  Sooratuio.  — 
Jâtaninio  Baptista  Perrira* 

Ulm.  Sr.  —  Em  re^potta  á  Carta  que  V.  S.  me  dirigia 
em  dati  de  27  de  jtilbo  proxtino  pundo,  comiioicand«HiDe  ter 
()u  aidoadmiUdtj  Membro  daSooMaAo  Deíèiiaora  da  liberdade 
e  ladepeadenoía  aesia  Corte,  apcano-meAoertilioar  a  V.  S.  par» 
o  f  izar  coDstar  ao  CoQst  lho  da  mesma  Sociedade  de  que  me  foi 
assaz  Iboogeira  a  honra,  com  qoe  me  distinguto  ;  e  que  da 
minha  parte  faroi  todos  esforços  para  aâo  desmereoer  o  ran- 
lajoao  cuQceito,  que  lhe  mereci. 

Dees  Guarde  a  \\  S.  Bio  de  Janeiro  25  de  setembro  de  1834. 

Ulm.  Sr.  Eraristo  Ferreira  da  Veiga,  1«  Seattârto^  ^/áié 
p0dn>  de  Corralho. 

Itla.  Sr,— Recebi  a  partieipaclo  de  \\  S.  em  que  me  oem- 
mimioava  que  por  approrac^o  do  Goatelbo  da  Sociedade  Defen- 
sora da  Libei^lade  e  lodeponieneía  Nacional,  fóra  admittido 
»ocio  da  mêeraa:  tenho  a  participar  a  V.  S.  que  com  o  maior 
praaer  farei  parte  de  tio  Pátrio  ti  wi  SDciedade,  e  que  em  qual- 
quer occasião que aejam  necesaariaa  as  minhas  débeis  foiças,  de 
bom  grado  me  prestarei  a  ooedJuTal^a.  I>«os  Guarde  a  Y,  S. 
Rio  de  Janeiro,  15  de  setembro  de  1634*  — io^  Jmsé  Cêêstimê  êa 

Ra$a  JitniQr, 


Stmd  dt  9  do  n^Tem^rs  de  U3i 

PRBSinEN0I4  I>0  8R.  ALaUWl^BSWUE:  CATÀLCANrE 


Aos  nove  dias  do  mez  de  novembro  do  anuo  de  mil  oito- 
ceetos  e  trinta  e  quatro,  pelas  onze  boras  da  manb^  oa  Oasa  da 
Gunara  Municipal  do  Rio  de  Janeiro,  rennido  o  Conselho  da  So- 
ciedade Defensora  da  Líberd&áe  e  Independência  NacíonaU  sob 
a  presidência  do  Sr.  Albuquerque  Cavalcante,  feita  a  chanoíada» 
aehando-ie  presentes  trinta  Srs.  Consel liei ros,  faltando  os  Srs. 
Amaral,  Leite  Pereira*  MonfAlvorne»  Miranda,  Dr.  CoramUi, 
Rosa  Saljipado,  Fortunato  Tavares,  Baptista  da  Rocha,  Paula 
Cândido,  Carneiro  Vianna,  Costa  e  Souza.  Moraes  Torres,  Fontes, 
Costa  Miranda.  Ribeiro  Cime,  Monte  Negro,  Pontes  França  e 
Leite  Bastos:  tomaram  assento  seis  supplente^,  os  Srs,  Atbaide, 
Rocba,  Picanço»  Feijó,  Vianna  e  Ribeiro  da  Silva. 

O  Sr.  Presidente  abrlo  &  Sessio,  e  lida  a  Acta  da  antece* 
dento  foi  approTada. 


SOCIEDADE   DEFENS<:»RA 


235 


EXPEDIENTE 


O  Sr.  h  Secrotario  deu  conta  do  e^cpedienie  iimdo  ámiã  oíE- 
elos  de  Josi'  Maria  Vargas  acceltando  e  aíçrade  eiido  a  aua  ad- 
missão de  Sócio»  e  de  Bento  Luiz  Coitinho  de  Uliveira  Braga, 
participando  não  accôitar  a  sua  admissão  de  Sócio  por  ser  cuntra. 
03  sem  priõcipioá  partencer  a  Sociôdaaes  Politicas,  de  que  ficou 
o  Conselíio  inteirado. 


OR0EM  DO  DIA 


roatmaoi)  a  discussão  do  requerimento  do  Sr.  Moote-Negro 
que  tinha  flcrido  adiada  c  Requeiro  que  o  Consolho  da  Sociodiide 
Defensora  aponr^e  algumas  medidas  au  Guverna,  tendentes  a 
questão  com  o  EsUdo  Oriental,  e  peço  ao  Governo  o  cumpri- 
mento deilaa  »  que  depoia  de  discutido  não  Toi  apprt^vadò » 

O  Sr.  Ferreira  da  Veiga  fazondo  ver  os  serviços  prastados 
pelo  fklecido  Fortunato  Marcondes  de  Carvalho  Magano,  apre* 
sentou  uma  carta  achada  entre  seus  papeis,  recommendando  á 
Sociedade  Defensora  sua  mulher  e  um  fiilio  ;  depoi*  do  «lue  oíTo- 
reeeu  a  seguinte  tadlca.ç$0t  que  sDndo  apoiada,  entrou  em  dii- 
cussão—  Proponho  que  se  õê  a  viuva  de  Fortuoatu  Marconde.^ 
de  Carvalho  Magano  a  ponsáo  do  dez  mil  rela  mensaes  íiraquaato 
existir  a  Sociedade  Defensora  —  O  Sr.  Silva  Porto,  oflíereeeu  o 
seguinte  requerimento  —  Requeiro  que  a  indicação  seja  remet- 
tidã  a  ama  Commisi^ão  para  na  seguinte  reunião  apre:}entar  o 
seu  parecer,  que  não  sendo  approvado,  conUnuou  a  diacussão  da 
indicação  do  Sr.  Ferreira  d;i  Veiga  ;  vieram  á  Mosa  as aejç^uintea 
emendas,  do  Sr,  Mariciho  —  Para  que  e^ti^  exeniplo  não  abra  a 
porta  á  abusos,  requeiro  que  esta  Sociedade  tome  medidas  pre- 
ventivas, ou  quando  torne  a  conceder,  aeja  era  idênticas  cir- 
cumstancias  —  do  Sr.  Eugénio  Nogueira  —  Que  m  dê  metade  do 
soldo  correspondente  á  Patente  do  nosso  ex^socio  — do  Sr.  Ga- 
mara Uma  —  Que  a  pensão  proposta  pelo  Sr.  secretario,  seja 
elevada  a  quantia  de  vinte  mil  réis  measaes  —  e  discutida  a  ma- 
téria, posta  a  YotO!^i  foi  approvada  a  emenda  do  Sr.  Eugenia 
Nogueira,  e  regeíttda  a  do  Sr.  Camará  Lima,  e  a  do  Sr,  Mari- 
nho, ficando  prejudicado  o  requerimento  do  Sr.  Ferreira  da 
Veiga. 

O  Sr,  Dr,  Souza  Martins  mnoduu  á  Meza  o  seguinte  reque- 
rimento —  Requeiro  que  se  Q'jrneie  uma  commimo  a  quem  m 
encarregue  de  fazer  o  elogio  do  ex-soclo  Marcondes  Magano, 
recolíiendo  us  factos  da  sua  vila»  mais  dignos  de  serem  momo- 
rados,  o  que  ease  elogio  era  Sessão  solem ne»  seja  lido  o  depoiii- 
tado  nos  Archivos  da  Sociedade,  devendo  ser  o  ei-socio  Magano 
declarado  pela  Sociedado  Defeaíjora»  Benemérito  da  Pátria,  que 
entrando  em  discussão  foi  approvada  a  primeira  parte  do  re* 


236  REVISTA   ípy  INSTITUTO  HISTÓRICO 

querímeaw»  e   regeitâJa  a  segonda,  aendo  o  Sr.  aIfcs  Braiioo 
Domeado  pmrm  9S  eoesmg»F  da  rodacçat»  do  elogio. 

O  Sr.  Pfwdeote  dando  para  a  Ordem  do  dia  da  Ses^o  se- 
galate  pareceres  de  Commimões,  e  adiDi985es  de  Soekw. 

LeTaDtcKi«#e  a  Seano  a  I  bora  da  taHe.--  átòntfuerfmt  Co- 


Z^aàã  â«  :£  df  ^rres^ro  do  IS3i 

FRSSIBKNCIA   IO  SIU  AU^rvCaaièUC  CATAIXANTB 

Ám  ilatnaeii  dbs  do  ii>ei  de  noTembro  de  mil  altocootos  e 
tr  lota  e  <|iialro  aaoos,  peiai  1 1  hona  da  nuuihi,  na  Casa  da  Ga- 
mara Maoieípil  do  Rio  de  i  voeirOt  reuoido  o  Conselbo  da  Soeie- 
dade  Defeosora  da  Liberdade  e  ladépeodeiicia  Xacioaal,  m\»  a 
Presiieocia  do  Sr.  Albuquerqoo  t^avatcaniiif,  achando  se  preisiH 
t^  viQte  e  doas  Srs.  Conselhetras,  faltando  os  Srs.:  Amaral* 
Leite  Pereira,  MoQlAlreroe.  Dr,  SuQxa  MarUn*,  Camíníja,  Ba- 
Ihòe^,  Miranda,  Dr,  CtromVi,  saaia  Gertmieâ,  Silva  Porto, 
Ferreira  de  Cajtro,  Mirinbo  de  .Vzevedo,  Caraeirj  Viãona,  Foo- 
ceca,  BipUsta  Cveiano,  CoeU  Barros,  EaDdeira  de  GoaTèa, 
Moraes  Torre»,  Dr.  Tr^raâsos.  Silva  Caini>Oí,  Fontes.  aItos 
Branco,  Ribeiro  Ciroe,  Trava «oí.  Abreu,  Cunha  e  Câstro,  Naza 
retb  e  Leite  Basia^.  tomaraoi  assento  O  supplente^.  os  Sr».  Sil^a 
Araojo.  Athaide,  Florim,  Sallôi  Perefra,  Ribeiro  da  Silva,  Feijó, 
'K  I.  dot  Santos.  Plcaoço  e  Lv/io. 

O  <r.  Presidonte  abrio  'a  Ses3âo«  e  lida  a  a:ta  da  antece- 
dente, fut  approvada. 

O  Sr.  Tbe^areirOt  Ro»i  Salgado,  consnlton  ao  Cunaelbo, 
desd«  qTtandod<;vía  principiar  a  correr  a  meosalidade  concedida 
a  vifiTa  da  ex-«ocio  Fortunato  Marcondei  de  Carnilho  Magano; 
r*f%ilTrtMe  jrj}  fosse  j/i  io  premente  raei. 


OrtDEM   DO  LIA 

Vi*'  '>'Zíi  08  se;?uiQteâ  reqncrimeotos:  do  Sr.  SíIti 

7^5*^  ^^'^  ******  ^  ^^'  ^'  -Secretario  apresente  nm  rela- 

lano  diivi-  M  H  n>flo!riçi>ii  tornadas  pelo  Conselho  da  Sociedade, 
aue  aiDda  fiào  tom  iMo  cumpridas,  de.:larando  qoaeí  bio  os 
Membroi  nomeadoK  p-vra  aj  respeotivaâ  Commifsue^  que  sendo 
apoiado,  foi  approvado. 

1  A^t  *Í*'*j  ^Hn  '^^.^'^^  •ppareoido  uma  circulir  em  nome 
deita  Soelidade  dirigida  aoi  Èldtoros  do  Campo,  enviando-liíee 
uma  Hita  de  DepuUdoí  Provinclíioi.  e  nâo  sbndo  tratido  este 
n^ocfoeoniffio:  r-qfioíro»  qno  o  Conselho  façi  publicar  qne 


SDClliiíAlíE    riiJKXífílíA 


2:t7 


Qão  M  do  mesmo  Conselho  que  sahio  nemelhantc  Circular—» 
que  entrando  c-m  discasaSo»  o  Sr.  Saotos  ofíerccca  o  seguinte  re- 
quôriraento  ^  Requeiro,  í^ue  este  Conselho  por  meio  do  uma 
Circular  declaro,  quo  chegando  ao  seu  conhecimento  ter  ura:i 
reunião  de  patriotas  perLcncentes  ao  seu  grémio  aproseutado  á 
consideração  dos  Eleitores  desta  Província  uma  lií^ía  de  Caudi- 
datos  para  Deputados  i  Assem blí^a  Provi nciaí.  o  Conselho  deso- 
jando  ampliar  os  desejos  da  dita  reunião  ãe  Patriotas,  a  recom- 
raenda  a  todos  oí  Membros  da  Sociedado  Defensora,  afim  de 
obtor-se  o  Èm  desej  kdo  por  ser  justo  e  iatoressantc  —  que  en- 
trando também  om  discussão,  atltial  o  seu  Auctor  requereu  per- 
missão de  retirai  o,  o  que  sendo-lhe  concedido,  continuou  a 
discussão  do  reqtierimunto  do  Loíio,  que  depois  do  ser  sufllcieií- 
temonte  discutido  poeto  a  votos,  nâo  foi  appruTado. 

O  Sr,  President;i  dando  para  a  Ordem  do  dia  íía  íuguinte 
SííSScão,  Reiiueri mentos,  Pareceres  de  Conamissues  c  Admissões 
de  Sócios. 

Levantou-se  a  Sessão  a  1  hora  da  tarde,—  José  Marinnode 
Alhuqiferque  Çaxnkanlet  Presidente.  -^  L\nz  de  Soitsa  Lobo, 
3»  Secretario. 


Sessão  de  23  de  ii07dmbro  de  IZU 

PRESIOINCIA    DO     SK.    ALUUQUERgLri:  CAVALCANTE 

A's  onze  horas  fez  o  Sr,  1"  Secretario  a  chamada,  e  lida  depoL^ 
a  Acta  da  antecedeate  foi  approvada.  Poram  preaontfs  23  Srs. 
Conselheiros,  faltaram  os  Srs.:  Amaral,  Aveiino,  MunfAiverne. 
Souza  Martins,  Caminha,  Odopico,  Corumbá,  Santa  Gertrudes, 
Silva  Porto,  Gomes  dos  Santos,  Marinho,  Tarares,  I^aplista  da 
Rocha,  Paula  Cândido,  Carneiro  Vianna,  Carlos  da  Fonseca, 
Bandeira  de  Gouvêa,  Aprigio  da  Veiga,  Cunha  e  Castro,  Fre- 
dorlco  Torres,  [>i%  Travassos»  Silva  Campos,  Cardozo  Fontes, 
Montenegro,  Luiz  Fortunato,  Nazareth  e  Leite  líaaios  ;  tomaram 
assento  8  supplente^  os  Srs.  Athaide,  Dr,  Justiniano  Ivocha, 
Picanço,  Saltes  Pereira,  J.  J.  dos  Santos,  Fejjó,  Cordtiro  e  Pinto 
Cerqueira. 

O  Sr,  1 '  Secretario  dew  conta  dos  oíllcios  úos  Sra»  António 
Diniz,  Costa  Guimarães,  Guilherme  José  Liábò^,  Joaquim  Bar^ 
hoza  de  Sá  e  António  de  Moura  g  Brito,  agradecendo  a  sua  ad- 
miSí?ão  ao  Grémio  da  Sociedado  Defensora:  de  todos  ficou  o 
Conselho  inteirado* 

O  Sr,  Ferreira  da  Veiga  apresentou  o  parecer  já  approvada 
pelo  ultimo  Conselho  afim  de  se  alterarem  os  Estatutos  quanto  a 
duração  do  mesmo  (ooselho,  a  t^poca  de  sua  eleição  para  que  seja 
de  quatru  era  quatro  raezes,  e  não  de  três  em  tre»  mezes  como 
até  agora ;  e  resohendo-se  que  se  nomeasse  a  Cummiísão  orde- 
nada "pelos  Estatutos  e  a  qual  se  roraettesse  o  dito  parecer,  pro- 
cedou-s/3  a  apuraçfio  das  cédulas  ;  e  sahiram  eleitos  o  Sr.  Dr* 


i 


li  REVISTA  Dtl  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Mivaada  com  15  votoa  ;  Fermra  de  Castro  oom  lú  ;  e  teodo  sa- 
hjdu  empatado  com  nove  votos  cada  um  09  $i*s.  Dr*  nulhõet  e 
Dv>  Rocha,  decidiu  a  sorte  a  ÍUvor  do  primeiro. 

O  Sr .  Alves  Brani^o  apresentou  o  leu  o  elogio  faoebre.  dedi- 
cado i>el3í  Sociedade  Derensora  ao  teneote  Forumato  Maróoodes 
de  Carvallio,  do  qual  tinha  sido  encarregado  oor  voto  deste 
Conselho  ;  depois  kIo  que  o  Sr.  Presidente  sgranecea  em  nome 
•ia  moiDia  Sociedade,  o  trabalho  do  Ulustre  CoDiõlheiro  ;  doei* 
dlodo-ãe  por  úm  que  fosse  impresso. 


ORDBM    DO    Dia 

Entrou  era  discussão  depois  de  apoiada,  a  segniota  pro- 
posição do  Sr.  Ferreira  da  Veiga  —  Proponho  que  a  Sociedade 
Defeioiora  enrfo  às  demais  Socierlades  uma  Circular  em  que 
r^ietiâque  a  declaracÃode  seu§  principios  politicos. 

O  Sr,  Rosa  Salgado  propoz  o  adiamento  até  qup  se  veri- 
ficasse a  morte  do  Duque  de  Braf  anca,  o  sendo  apoiado  íoi  re- 
gei tado. 

Voltando  a  discussão  o  mesmo  Sr.  propoz  que  fosae  esta 
ne^o^io  levado  a  uma  Commissão  ;  e  como  desse  a  hora  ficou  a 
discussão  adiada. 

O  Sr,  Presidente  deu  para  a  Ordem  do  dia  da  Sessão  se* 
guinte,  a  coatiouaçâo  da  discussão  adiada,  e  levantou  a  seesfio 
depois  de  l  Í»L»ra  da  tarde.—  St  aristo  Ferreira  da  Veiga^  oomú 
Presidenie-—  luii  deSmza  Lobo,  3*^  Secretario. 

lllm.  Sr.—  Acuso  a  reeepçio  do  ofll^^io  que  V.  S,  me 
dirigiu  em  II  de  setembfo  do  pneeente  anoo,  o  qual  me  veio  à 
mào  era  30  de  outubro  próximo  flndo  ;  comrauuicando-rae  V.  S, 
no  mesmo  a  reeoluc^  do  Conselho  d:i  Sociedaie  Defensora  da 
Liberdade  e  independência  Naciunai,  contem^dand^mc  Sócio 
da  mesma  oom  o  qoo  multo  m*3  honrão  :  0  quanto  antes  pasi^ 
a  dar  cumprimento  ao  artigo  15  dos  estatutos  da  dita  Sociedade. 

Deus  guarde  a  V.  S.  Quartel  do  minha  residência  na  Omh 
serratoria,  5  de  novembro  do  1834. 

Ulmo.  Sr.  secretario  Evaristo  Ferreira  da  Veiga»— Anf^fo 
Dírtíj  Coita  (7ía*m^r<f(fí,  socio. 

nfm-  Sr,^  Tendo  recebido  a  comraunicacao  de  V.  S.  datada 
deí7  d»i  fuího  dn  corrento  anno  declarando  me,  qutí  por  apro- 
vaç?lo  do  da  Sociedade  Defensora  da  Li  bordado  o  Inde- 

penicncíE  .  ,  fora  eu  admitttdo  raombroda  mesma  Socie- 

dade ;  rogij  a  V,  S,  se  digao  levar  ao  conhecimento  do  mencio- 
nado Conselho,  que  pri-Zimio  sobremaneira  a  Honra  de  pertencer 
a  essa  Soeiedade,  muito  mt*  lisongeio  de  ter  sido  nclla  admittido. 

Deus  guarde  a  V.  S.  Rio  2Qde  outubro  de  I8:u.—  Ulmo. 
^  <9to    Porreira  da  Vei^,    1*  secretario   dt  Sociedade 

da  Liberdade  e  ladepeadeiiaia  NacioaaL— Gut^A^nns 
/ojc  Lt.twa, 


SOCIEDADE  DEFBN&ORA 


230 


Iltoo.  Sr.—  Âccu2iad3  a  recepção  do  OfHcio  de  V,  S,  da- 
tado de  14  do  soterabro  próximo  passado,  e  recebido  em  17 
do  corrente,  queira  V.  S,  p\pticipar  ao  Goaseilio  da  Sociedade 
DefoQSor:^  da  Liberdade,  e  Ind<ipeiidcncia  Naciooal,  que  muita 
bonra  Lenho  em  mv  admittido  Membro  da  meâraa  Sociedade, 
tendo  eu  intenção  de  procurar  ser  admittido,  o  que  não  fiz  logo 
pelas  minha  occupações. 

Daus  guarde  a  V.  S.  Jacarepa^uá,  24  do  outubro  de  1834. 
—  Ulmo,  Sr.  Evaristo  Ferreira  da  Veigai  r  Secretario.  —  Jca- 
çuim  Barbosa  de  Sà, 

Ulmo»  Sr,— Accuzo  a  recepção  do  ofl3cio  que  V.  S,  mo  diri|fia 
em  data  de  U  de  setembro  próximo  pa«5ado  no  qual  me  partici- 
pava ter  sida  admitudu  aocio  da  Sociedade  Defensora  da  Liber- 
dade Nacional ;  tenho  a  participar  a  V.  S.  que  foi  eom  a  maior 
satisCkção  e  prazer  que  recebi  a  dita  participação  por  ter  a 
gloria  de  pHortencer  a  uma  Sociedade  qiio  é  toda  analo;>.i  aos 
meus  principies  Liberaes;  e  sempre  estarei  prompto  a  coocon'er 
para  o  augmento  da  Sociedade,  e  defender  o  que  a  mesma  tão 
juitamente  ae  propõe.  Rogando  ao  mesmo  tempo  a  V,  S.  o 
obsee^iiio  de  maDifeatar  os  mem»  puro^  .sentimentos  no  primeiro 
ponto  que  ouver  da  mesma  Sociedade. 

Dous  guarde  a  V.  S,  — Freguezia  do  Campo  Grande»  â9  de 
outubro  de  1834.— Ilimo.  Sr,  Evaristo  Ferreira  da  Veiga,  1' 
aecretíirio  da  Sociedade  Defensora  da  Liberdade  Nacional,— 
A0têtmio  de  Moura  ê  Bri(i&, 


Sd86i9  àe  3  de  dezembro  de  lÔ3i 

PRBSIDENCIA    DO   SR.  FERREIRA   DA   VEIGA 

Aos  trez  dias  do  mez  de  dezembro  do  anuo  de  mil  oito- 
centoíí  e  trinta  e  quatro,  palas  cinco  horas  da  tarde,  na  Casa  da 
Camará  Municipal  do  Rio  de  Janeiro,  reunido  o  Conselho  da 
Sociedade  Defeosara  da  Liberdade  e  Inde[)endencia  Nacional, 
sob  a  preBidencia  do  Sr.  l*»  Secretario  Ferreira  da  Veiga,  feita 
a  chamada  acharão-so  presentes  vinte  e  dous  Srá.  Conselbeiros 
Mtando  os  Srs!.  Amaral,  Leite  Pereira,  Monte  Al  vorne,  Dr.  Souza 
Martins,  Caminha,  Oiorico  Mondes,  Dr.  Corumbá,  Santa  Ger- 
trudes, Silva  Porto,  Albuquerque  Cavalcante,  Gomea  doa 
Santos,  MafTnho.  Eugénio  Tavares,  Baptista  da  Roclia,  Carneiro 
Vianna,  Fonseca,  Costa  Barros,  Gouvea,  Cunha  e  Castro,  Frede- 
rico Torres,  Moraes  Torres,  Dr.  Travassos,  Nogueira,  Silva 
Campos,  Ribeiro  e  Círne,  Monte  Negro,  Travassos,  e  Brito, 
tomarão  aíisen to  dez  supplentes,  osSrs.  Ataíde,  Florira,  Rocha, 
Vlanoa»  Picanço.  >Ales»  l'ereii-a,  Feijó,  Dr.  Siqueira,  Victoria» 
e  Ribeira  da  Silva. 

O  Srr  Presidente  abriu  a  Sessão,  e  lida  a  acta  daaótece- 
dente  foi  approvada. 


REVISTA   no   IHSTITUTO   IHSTORICO 


O  Sr*  2^  Secretario  den  coota  <1  >  cxpedi<rato,  l«Ddo  ties 
offieioe  dos  Cidadãos  C8  Sr^.  lgn.icio  Coelho  Borges,  Maooel  do 
Valle  Amado,  e  l^acto  de  A^is  Saraiva  e  Fonseca,  acceitaudo 
e  agradecendo  as  saas  admissões  de  Soeios,  de  que  ftooti  o  Cod- 
setbo  infeirado. 

ORDCX  VO  DIA 

Eotroa  em  dísctusío  o  requerimento  adiado  do  Sr.  Ferreira 
da  Veiga  ^  Propoolio*  aue  a  Sociedade  Derensora  envie  ai 
de  mais  Sociedades  nma  circular,  emqae  ratifique  a  dociaraçào 
de  %Q5  prioeiplos  Politioos— O  mesmo  Sr.  Ferreira  áã  Yeíga. 
deixando  a  caaeira  qae  foi  oceup^a  pelo  Sr.  ^  SoereUrio  of* 
fíireceu  asbaaes,  que  Ibe  pareotao  dever  sor  adoptadas,  r^K^ue- 
rendo  qoe  fossam  remettidas  a  uma  C<>mmiasio  para  redigir  a 
Circular,  e  aeodo  apoíalo  este  seu  requerimento,  entrando 
também  em  discuisao,  depoU  de  longo  debat*  em  que  tomarSo 
parte  dlíforentes  Srs.  ronsolbeiros,  posta  a  Totoa,  rorão  appro- 
Tados  ambos  os  requerimen  U)s,  e  o  Sr.  Presideute  nomeou 
parm  i  Commissio  os  Sri.  Ddorieo  Mendes,  Al^es  Branco,  e 
Ferfeira  da  Veiga, 

O  Sr.  Frt^sidente  danio  parm  ordem  do  dia  da  se;^utnle 
8esâio,  Reqaenmento.H  Pareceres  de  Commiasões,  e  Adtntsades 
de  Soeios.— Leviíutou^ae  a  Sea^Âo  dí?pois  das  sete  horas  da  noite. 

—  O  Vice  president?,  Manaei  Mor^tra  IaHo  da  SUva  Corrtdro. 

—  Luís  ih  Sf.uia  i^,  3»^  Secretario. 


Sauio  Af  19  âe  rsTtrs!ro  da  183S 

rRESIDENCU   DO  SR,     ATBUQUBRgCl    CAVALCANTE 


A'á  cinco  e  meia  horas  da  tarde,  reaoldos  os  Sn,  Conselbeiros 
Mra  a  installaçio  do  novo  Conselho,  e  nomeacIU}  doe  Membros  da 
Ilesa,  o  Sr*  secretario.  Ferreira  da  Veiga,  fes  a  chamada  de- 
pois do  que  o  Sr.  1"  Presidente  abriu  a  Sess&o,  á  que  oompare- 
cerão  S8  Sr».  Conselheiros  e  novo  Srs.  Suppleote^,  fiilianda  dos 
primeiros  os  Sra.  Baptista  d^OUveira,  SilTa  Porto,  Odorico, 
Oliveira  Pilar,  Oliveira  Penua.  Darrigue  Firo,  Jobira,  Gon- 
çalves Pereira,  Dr,  Vianoa  Pinho,  Dr.  Brito,  Guimarães,  José 
Florindo.  Dr,  l^ereira  de  Carvalho,  Velloâo  Rnboilo,  l^atiU  Cân- 
dido. Pontes  Franca,  Dr.  SUva  Pinto.  Co^ta  Barros,  e  Di\ 
Tarares. 

Procedeu-so  I  eleiçlo  do  Presidente  e  recolhidas  35oedula3 


SOCIEDADE   DEFEVSORA 

c  açuraíjas,  i^ahiu  eleita  o  Sr* 
maioria  absoluta  de  30  votos. 

Paâsgu  áo  1  eloição  do  Vice-ProsideiiÈe»  contadas  30  cédulas, 
neDlium  Sr.  Conaelh  ira  obteve  raaioria  absoluta,  entrando 
por  mo  em  2^  Eseriítlnia  03  mais  votados,  tiuo  fjrao  03  Srs. 
Ataide  com  15  votos,  o  Rosa  Salgado  com  9 ;  seado  o  resultado 
deata  apuração  sahir  eleito  o  Si",    Ataido  cam  'iO  votos, 

Pi^ocedou-sc  á eleição  do  i''  Sr*  Secretario,  o  recolhidas  37 
cédulas,  e  apirrarâo-se,  e  sahiu  eleito  o  Sr,  Forreíra  da  Veiga 
com  36  Totoi. 

Tove  depois  lugar  a  eleiçSo  do  2*  Secretario  pira  que  viorão 
â  Mesa  30  cédulas ;  o  resultado  doesta  apuração  foi  não  leunL* 
neahura  Sr.  Consellietro  maioria  absoluta ;  o  cntraíido  em  2' 
escrutínio  os  mais  votados,  qua  farão  o  Bi\  Souza  Lobo  com 
17  vuto-í,  o  Ferreira  de  Castro  com  U,  sahIu  eleito  o  ultimo  com 
^9  votos, 

Passou  se  á  olei<;âo  dos  3"^^  o  4»SLíoretmcs,  o  ^alúrSo  eleitos 
osSrs,  Fontes  com  ^9  votos,  a  Soura   Lobo  com  25, 

Teve  por  aUímo  lugar  a  eleivào  (fo  Tl>esourc'iro  e  aabiu 
eleito  o  Sr.   Rosa  ^^ilgado  coii  3i   votos. 

O  Sr,  Ferreira  da  Veiga  propoz  o  voaceu-s3  que  na  1  Si^ssao 
próxima  .se  procedesse  á  nomeaçílo  das  Comraissòet,  aíSim  como 
decidir-so  que  catão  fosse  lido  o  relatório  do  Sr,  Tb 'Soureiro 
a  respeito  das  contad  da  Sociedade. 

O  Sr.  Presidente  levantou  a  sosíiào  pouco  atites  ilass  te  horas 
da  noite;  dando  para  crdeindodía  daSesiãoseguiiUe  Indiv-açocs 
©  RequerimetUos»— y.  D.  .4.  Moticorrr}^  Vice-l*residettte.  -  /.  F. 
de  Ca. ir  o  Silc.^"  Secretario, 

IH'*",  Sr.  — TífDlio  a  honra  do  accu^tar  a  Recepção  do  Oí^ohi 
do  V.  S.  com  data  áa  E4  de  setembro,  contendo  participar  da 
miuha  í^dmis.:âo  como  Membr.j  da  Saciedade  Defensoia  da  Ljber- 
dade  e  Independo ucia  Nacional  bera  como  tle  utn  Eítemplalí-^dos 
seos  E  tauitog,  que  tudo  Recebi  cm  s  do  orrentc ;  outroáim 
aproveito  mais  esta  o^cisiãj  pir  iní.ormedio  d':?  V.  S. 
si^nifloar  ao  Conselho  da  Sociadado  o  Reg^  zijo  a  particular 
Ov^tima  de  ifi?  fi«'0  provido  i^m  considerar  uio  pertencer  de  di- 
reito a  uma  Sociedade  que  tora  por  tim  3us'.entir  a  Liberdade  e 
Independência  Nacional,  p.'o:estandodbe  maia  de  ser  fiel  as  so- 
liduB  ba?G3do3  3eu3  Rstiatutog,  o  du  om  orcasiào  opportuoa  cum- 
prir cjra  oi  quaoi  me  <'♦  iooumbi  lo  no  art,  lõ  do  referido 
E-ítalnto. 

D,   G.   Y.  S,  Nova  Friburgo,   em  2  de  noTcnii»rode  1834. 

íii'"^.  Sr.  Evaristo  Ferreira  da  Veiga,  h  Secretario  dj  Con- 


i^elhj  da  Saciada ic  llefcn^ori  do 
Ffanciico  de   Oíiveiro » 


Rio   do  Ja'iéirj,— jV,'níír7rn3 


IL  '  .  Sr,— Accuso  o  Olleiu,  Sr.  Secretario,  p-doj|iialme 
fis&ôstos  vor  em  nono  do  ConáclSio  da  S.  D,  díi  L.  c  I.  N,  do 
ília  do  Janíiiro,  que  en  Tora  lembrado  0  proposto  pira  provar 
a   distioctA    honra  do  sei*  vo^^ú  consócio,  me   foi  sunuTTcnto 


5 


2i2  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISPDRICO 

agr  suiavol;  e  como  de  coração  almejo  a  maaviencâo  áoè  tão  sa- 
grados ciclos  que  aqaeUa  Pauiotíca  Sociedade  se  propoz 
á  garantir  corao  de  facto  o  tem  praticado,  inapirada  sempre  dcs 
miis  nobres  e  acrisolados  aenUiLaatos  da  amor  ao  progresso  na 
ordem  Dão  era  poa^irel  qae  deixasse  de  annuir  a  am  oonTíte 
que  tanto  aprecio.  Ea  me  felicito  pois  por  ser  de  hoj?  avante  ine- 
cripto  cm  o  numera  de  tantos  e  tio  ill&strados  Patriotas  e  bus- 
carei p3r  meus  actos  não  disneoúr  o  conceito  que  de  mim  for- 
mou o  Conselho,  de  quem  sois  tão  digno  Secretario. 

O  portador  deste  vai  incumbido  de  satisfazer  miaha 
jjía    e  mensalidades. 

D.  iw  y.  S.  como  no9  é  mister.  Valença,  14  de  novembro 
de  1834. 

Ill*  .  Sr.  Secretario  do  Conselho  da  Sociedade  D.  L.  I.  N. 
do  Rio  de-  Janeiro.— Padre,  Jjrquim  Cláudio  Vionna  d  *$  Chogas, 
Soclo. 


Ssmo  de  31  de  xarço  de  1835 
v:  r:-::iE>iDENciA  do  sr.  ataide  moncorvo. 

As  ^eis  horas  menos  dez  minutos fez-so  a  chamada  e aberta 
a  sessão  foi  iiua.  e  approvada  a  Acta  da  antecedente. 

Comparecerão  quinze  Srs.  Conselheiros,  e  doze  Srs.  Sup- 
plontes  :  faltaDdo  dos  primeiros:  os  Srs.  Baptista  d'Oliveira,  Bo- 
telho, Dr.  .'ulij.  Silva  Porto,  Odorieo,  Dr.  Gomes  dos  Santos. 
M.  Josf  de  Oliveira,  A.  José  da  S.  Pilar,  Oliveira  Penna.  Tra- 
vassos, Darriíjue  Paro,  Dr.  Cerqueira,  Dr.  Bulhões.  Dr.  Jobim, 
F.  Joaquim  Torres.  Gonçalves  Pereira,  Caminha,  Dr.  Vianna, 
Pinho,  J.  VicíMiíe  Gomes,  Dr.  Hrito,  Guimarães,  José  Florindo, 
Dr.  MíDool  Feliciano,  Veloso,  Dr.  Nogueira,  Pontes  França. 
Dr.  Silva  Pinto,  Cosia  Barros,  Duarte  Silva,  Dr.  Tavares,  Fr.  í^o- 
licarpo.    Albuquerque  Cavalcante  e  Picanço. 

ORDEM    i'0    DIA 

()  .^  i*.  Ferroira  da  Veiga  relatando  os  luctuosos  aconteci- 
m  ritos  que  ti  verão  lugar  na  Capital  da  Província  do  Pará 
offoieceu  o  seííiiioto  requerimento  que  foi  apoiado.  Requeiro 
que  soji  diriííida  ás  Sociedades  Patrióticas  do  Império  hua  Cir- 
cular, rci.írindo  os  últimos  acontecimentos  do  Pará  o  fazendo 
auroa  dollos  a>  reflexões  convenientes. 

PrincipianJo  a  discussão  o  Sr.  Marinho  oíTereceu  a  se- 
ííuiato  umoiula,  que  sendo  apuiada  foi  depois  retirada  á  pedido 
do  me.^íino  Sr.  e  que  se  accrescente  também  algumas  conside- 
raçOc  ctc. 


SOCIEDADE   DEFENSORA  243 

Tendo  dado  a  hora  fícou  a  disciiasão  do  requerimento  adi- 
ada, não  se  venoondo  a  prorogação  proposta  pelo  Sr.  Presidente 
que  deu  para  ordem  do  dia  da  Sessão  seguinte  —  Continuação 
da  mesma  discussão . 

Lovantou-ao  a  sessão  ãs  oito  horas  da  noite.—/,  D.  A.  Mcn- 
coroo,  Vice-presidente.— /•  F.  de  Castro  Silvj,2'  Secretario, 


Sassão  de  5  de  abril  de  1835 

VICE-PRE3IDENCIA    DO    SR.     ATAÍDE    MONCORVO 


A*s  onze  iioras  fez-se  a  chamada,  o  Sr.  Presidente  abriu  a 
Sessão,  e  foi  lida  e  approvada  a  Acta  da  antecedente.  Foram  pre- 
sentes dezeseis  Srs.  Conselheiros  e  doze  Srs.  Supplentes,  faltando 
daquelles  os  Srs.  Baptista  de  Oliveira,  Botelho,  Dr.  Júlio, 
Silva  Porto,  Odorico,  Dr.  Gomes  dos  Santos,  Manoel  fosó  de 
Oliveira,  A.  José  da  Silva,  Moreira  de  Carvalho,  Pilar,  Oli- 
veira Penna,  Travassos,  Darrigue  Faro,  Dr.  Cerqueira,  Dr. 
Bulhões,  Dr.  Jubim,  Gonçalves  Pereira,  Caminha,  Pinho,  Gui- 
marães, José  Florindo,  Dr.  Pereira  de  Carvalho,  Velloso,  Castro 
Vianna,  Dr.  Nogueira,  Padre  Delftno,  Dr.  Tavares,  Dr.  Paula 
Cândido,  Pontes  França,  Dr.  Silva  Pinto,  Duarte  Silva,  Veiga, 
Fr.    Policarpo   e  Albuquerque  Cavalcante. 

O  Sr.  1»  Secretario  deu  conta  de  um  offlcio  do  Sr.  Fran- 
cisco  Borges  da  Fonseca,  agrade^en  Io  a  sua  admissão  de  Soclo 
desta  Sociedade,  ficou  o  Conáelho  inteirado  ;  e  não  interveio, 
por  deliberações  interiores,  na  alforria  do  pardo  João,  como 
solicitava  sua   mão  Mai^celina    Joaquina. 

or:»eii  do  día 

Continuou  a  discussão,  que  ficara  adiada,  do  requerimento, 
do  Sr.  Ferreira  da  Veiga,  para  que  se  dirigisse  uma  Circular 
ás  Sociedades  Patrióticas  do  Império  acerca  dos  luctuosos 
acontecimentos  do  Pará  no  dia  7  de  janeiro  ultimo,  julgan- 
do-se  discutida  a  matéria,  foi  approvado  unanimemente  o  dito 
requerimento;  dando  o  Sr,  Presidente  para  a  ordem  do  dia  da 
Sessão  seguinte  —  Indicações  e  Pareceres. 

Levantou-se  a  sessão  depois  do  meio  dia. 

lllm.  Sr.—  Recebi  a  carta  do  V.  S .,  que  mo  participam 
em  approvação  do  Conselho  da  Sociedade  Defensora  da  Liber- 
dade e  Independência  Nacional,  fui  admittido  membro  da  mesma 
Sociedade,  cuja  participação  me  foi  summamente  grata  o  que 


2t»  REVISTA    IO  INSTITLT-'   iUSTORICO 

comiLiLíz:^  a  V.  S..  para  íiíer  aíieníe  ao  Conselho  quanto 
me  íj :  >>ãsivel  conceber  em  meus  fraeo?  elementoe  e  íárei  por 
desempeihir  ao  bom  ooi:oe:to  que   de  mim  faiem. 

Deus  gnarJe  a  V.  S.  —  Birra  io  Pirahy,  6  de  dexembio 
de  ;'^3í. 

Illai.  Sr.  Eraristo  Ferpein  ia  Veiga,  !•  secretario.— 
Frr.Kcis:.  Bonjfs  da  Fonsi:-^. 

Sts.  —  Maroeliina  Joa^iuina  ias  Dores,  Tendo  nos  II lustres, 
e  Dignos  ti  !adãoe  que  formam  csai  Patriótica,  e  Illo^rada 
Soei^de,  I^elTensorada  Liberdade  e  Independência  Nacional, 
08  mais  acérrimos  sustentador es  de  direitos  do  homem,  to^i 
perante  tão  conspicuos  Tarões,  revestida  do  maior  e  mais  pro- 
fundo respeito  implorar  a  graça  de  auxiliarem,  para  o  hon- 
roso âm  de  dar  liberdade  a  seu  filho  Joio,  pardo,  escravo 
do  JAo  Leite  de  Souza  Bastos. 

A  Sapplicante  yem.  senhores,  cheia  da  maior  confiança 
Implorar  o  yosso  patrocinio,  certa  de  qao  não  deixareis  de 
prestar  ouvidos  a  tio  justa  supplica,  pois  que  além,  senhores, 
da  razão  tão  ponderosa  para  commover  Tossa  tio  reconhecida 
Philantropia,  como  é  de  fazer  enirar  no  Grémio  da  Liber- 
dade quem  ilella  estava  privado,  aecresce,  senhores,  para  mais 
cxcitar-se  a  vossa  commiseração,  que  sobre  o  filho  da  Sup- 
plicacte,  que  ella  pretende  restituii*  á  liberdade,  se  acha  actu- 
almente preso  no  Castello  e  em  risco  de  ser  exportado  para 
fói'a  ia  sua  Pátria ;  Portanto,  senhores,  a  Sapplicante  efspera, 
qu3  V  Js  nã  >  deixareis  frustradas  suas  tão  lizonjeiras  esperanças. 

A  Commissão  nomeada  para  examinar  a  Conta  da  Receita 
e  Dospeza  dc^ta  Sociedade  no  trimestre  decorrido  de  julho  a 
ser^mbro  pi-oiimo  passado  em  resultado  de  seus  trabalhos  tem 
dd  declarar  a  este  Cjoseiho,  que  na  referida  Conta  nada  en- 
controu, que  mereça  desapprovação.  Quanto  a  receita,  estando 
seu  cr-iscimento  na  razão  do  zoilo,  actividade  do  encarregado 
de  sua  arrccaílação,  elogios  são  devidos  ao  actual  Thosou- 
roiro,  poí<  quo  a  cobrança  de  l:02i>;  de  mensalidade  em  uma 
Soclodade  Politica,  e  no  decurso  de  três  mezes  só  póJe  ser 
flllio  do  zello,  e  bom  grado  com  que  o  dito  Thesoureiro  dcsem- 

?)enli\  os  seus  deveres:  e  quanto  à  despezi,  sendo  toda  ella 
feita  por  d(3terrainação  deste  c^onselho,  é   de  sua  origem  legal. 
E:n  consequência  pois,  ô  a  Commissão  de  parecer  quo  sejam 
approvadas  as  referidas  contas. 

Sala  las  Sessões  do  Conselho,  aos  26  do  outubro  de  1834. 
—  Jortj   t  ;j  Jo<é  dos  Sofit^s.  —  Jo^é  Fernandes  da  Ton-e, 


SOCIEDADE   DEFENSORA 


2i5 


Receita  e  despela  da  Sociedade  Defeiiora  da  Lllierdade  e  iBlapeideiicia  Nacional, 
10  terceiro  trliettn  do  correite  amo,  a  cirgo  do  nésooRiro.  José  di 
Rosa  Saleado.  a  satier : 

RECEITA 

1834  julho— 18— importe  do  quo  oxistia 
em  Caixa  do  balanço  do  2'  tri- 
mestre          :í9;^493 

1834  outubro— 18  —  importe  recebido 

de  entradas  de  vários  sócios    .  74s000 

Importe  das  mensalidades  de  so* 
cios 1:021$000      l:0l>5$000 

1:4S7$403 

DESPEZAS 

1834  julho— 28— importe  pago  a  Luiz 

de  Moura  Telles,    da   coata  da 

madeira,  que  tinha  sido    gasta 

nasallado  Baile 164$400 

1834  agosto—  3— importe  entrado  na 

Caixa  Económica $530 

1834  setembro— 13— importe  da   des- 

peza   com  o  Te-Deum   no  dia 

7  do  corrente,  anoiversario  do 

dia,  em   que    se  proclamou  a 

Independência  Nacional.    •*....         ()4l$745 
1834  setembro— 2i— importe   da    im- 

prosao  de  circulares,  e  papel  .  74$)00 

Importe  da  impressão  do  da  com- 

missão  central  para  a  subsori- 

p;,'ào  da  Casa  oe  Correcção,  e 

papal 17S00.J  91  $000 

1834  setembro— 30— importo   ao  cobrador   de   sua 

comraissão 8lt300 

1834  setembro— •JO-impjrte  das  10  assignaturas  do 
Diário  dos  Annuncios,  por  três  mezes,  de 
junho  a  setembro 24$00} 

1834  outubro— 1— importe  ao  porteiro  dagratiftca- 

çào  do  3»  trimestre 3e$000 

1934  outubro— 18— importe  da  ciTa  para  as  duas 

sessões  de  tarde 3|000 

1H34  outubro— 18— importe  do  porte  de  cartas.     .  1$860 

l:043§835 

Pelo  quo  existe  em  Caixa 443$658 

•  1:487$49J 

Rio  de  Janeiro,  18  de  outubro  do  1834.  —  Jaé  da    Rosa 
Salgado,  Thesoureiro. 


Ofc»   ......  ...        »     a-  5. 

X  hr^s^-ji.  ie  fm:rt -aL  Ia  •»  -rKa.lr^T.  jaga» :».  3  >  ? 

'lál^A/.      .      . ".     .  «^ 

T':iyir.e  ia  li^  is    irriir.w        ...  sasi  2.  .'^  $ 

aiffin  3a  gTTikíiTr     ...          .                >      2.  II  I5i}!^«> 

Hbh  ift  n-jsis .      »      z.  .^  '9O$0m 

kbSBL   »  UBk  sutiã;:!  t*i   XOE»  IVft  ^.    3f.   :.««K.U 

a.  .1  «ãpúO 

L^cjHiQft  pujri  :  jusri OKmm.  14         -lo^lOO 

JLi  p!r4:aAx?  e  s^.     .....       »    a.  14       b%$0HO 

«44:45 

•^OSM  3  TknoixTecr^  istt  SocHiteiBL  •  Sr.  Jxmé  4i  Roca 
•iUfado.  ii  Recãu  e  ZissgeKk  4hé»  li^i  ée  amaàn  éú  auo  pro- 

«xíéú  o  sdii>  a  f^T.Y  ia  Saàed^e  T^tjffT,  mbA»  13l$a7!S  em 
eaíia,  e  i^^Is  ni  :.ixxi  Booaoate :  é  ée  fmar  o^  aeja 
•pproTada. 

dala  daj  SeMúe*  i^  Soôdide  D«!)HMn  da  LOcrdade  e  In- 
^epeod^^cda  Xaciooal.  aos  â  de  aarco  de  1635.^  Au  Fhr^ 

ksluelHKB  vtsstts  I  SnMíBMBliUMritiMieh 
(? It35, 1  ani b ncMRlR ]« lilB  ttim,  aalv: 

RBCETTA 

l«34  otjvjfcrro  — IB— Btíanço  da  coirta 

le^  •.iflí?i^^V"*,^*^^^^*«^<^" 443?«58 

irn  nowi5M\/ro^tif}^imporie  recebido 

°^.  ^2flí>'>ni'ogoi   de   Ataide, 

pfíU  «ubicrtpçâo  para  a  Caia  de 

Correcção 40$00O 

l*íM  o^enibr/>— U—  Importe  do  quê 

•íeretír^»!  da  Caixa  Económica i:4éfl|314 


SOCIEDADE   DEFENSORA 


247 


1834  dezembro— 24—  importe  recebido 

da  commissão  encarregada  da 
sabscripQão  do  !<>  districto  da 
freguezia  de  S.  José.     •     .     . 

1835  fevereiro— 14— importe  de  entra- 

das de  vários   sócios.     •     •     • 
1835  fevereiro— 14— importe  de  mensa- 
lidades  


52$000 


6001030 


567$000         619$000 
3:149t032 


DESPEZAS 

Importância  paga  a  Miguel  Marquez  de  Souza,  pela 
despeza  da  illuminaçao  do  memorável  dia  7 
de  abril 2:096$960 

Importância  entregue  ao  thesoureiro  da   Casa  de 

Correcção 640$00a 

Importância  de  dez  assignaturas  do  Diário  de  An- 
núncios  desde  outubro  a  dezembro  do  anno 
passado 24$000 

Importância  ao  porteiro  do  trimestre  passado.     .  35|00O 

»  »  escripturario 20$0G0 

Importância  ao  cobrador,  por  ter  recebido  185$  de 

vários  sócios 18$500 

Importância  a  D.  Virgínia  Henrique  Nunes  Magano, 
por  três  mezes  de  novemoro  do  anno  nndo, 
a  janeiro  do  corrente 37$500 

Importância  de  portes  de  cartas  o  papel    .     .     .  i$200 

»  entrada  na  Caixa  Económica  •     .     .  140$000 

3:014$160 
Existe  em   Caixa 134*5872 

3:149$032 

Existe  na  Caixa  Económica 140$000 

>        >  Caixa 134$882 


Rio  de  Janeiro,  14 
Salgado,  Thesoureiro. 


274$872 
de  fevereiro  de  1835.— /o5e  da  Rosa 


JLSòaiESlTVQ 


DO 


Conselho   Ultramarino 


ARCHIVO  D9  CONSELHO  ULTRAMARINO  <'> 


CORRESPONDÊNCIA    DO    «JOTKRNAD^R      DA     BAIÍIA,      1783     a       1807 
DOCUMENTO  H,    2Í2,    pg.    186   «rlNST.    IIIST.   LiEOGR.  BRA£». 

1805—  lllm,  Eim.  Sr.  FraucLaco  d&  CuQlia  Meneia. 

Renidtta  a  V.  Ex.  o  Mappa  da  Costa,  aeus  rioa  e  barras  e 
mwè  terroQOfi,  na  melhor  forma  que  os  pude  descobrir,  deâde  a 
Barra  do  Rio  Doce  até  a  divisão  da  CapiUDiã  de  Ilhaos,  entre 
o  Río  de  Belmonte  e  o  de  PaUp3.  coma  se  yé  do  mesmo  ;  e 
também  o  diário  do  Rio  Grande  até  o  ejicontro  da  b^rra  do 
GiqaitinboQbae  Areâsuaby  em  Mtna.s«  e  tudo  quanto  vae  e$- 
c rip to  e  desmarcado  é  certo,  e  toloa  os  obstáculos  relatados  no 
mesmo  diário,  que  precisamente  03  deve  ter  na  subida,  por  ca^ 
recer  estar  o  Rio  bem  vaaio  para  se  poder  navegar,  debaixo  de 
todo  o  trabalho,  aendo  certo  que  tendo  qualquer  reí)oquerye 
4'agiia,  flea  maia  facU  a  sua  oaTegação,  mas  a  multa  corrente 
não  deixa  dar  pas3o  adiante,  nem  ha  varas  que  o  agoentom. 

Em  quanto  ao  Rio,  pelo  diaiio  e  suas  notas  verá  V.  Ex.,  o 
que  precisa  :  o  sau  terreno,  p3la  parte  do  Sul  se  pude  fazer  uma 
boa  estrada  para  todo  o  Commercío  e  a  mesma  navegação,  bem 
fácil  em  tempo  próprio,  tendo  na  Cachoeira  Grande  povoação 
para  ter  armazéns  de  uma  a  outra  parte,  que  só  neste  lugar  de 
sorte  nenhuma  pode  ser  o  subir  embaroado,  fui  saliir  a  ^finaa 
Nova.^  distante  de  Villa  Rica  cincoenta  e  duas  léguas  e  ficaram 
09  moradores  daquelles  arredores  tao  contentes  pelo  descobri- 
mentOi  que  se  posaivel  fosse  se  faca  estrada,  concorrem  para 
ellã  pelo  vexameem  questão  do  nem  comprarem  nem  venderem, 
que  o  seu  negotrio  é  só  algodão  o  pannos  do  mesmo,  que 
mandam  para  essa  cidade  com  jornadas  muito  trabalhosas,  o 
que  sendo  por  es&a  Villa  Rica  fica  muito  mais  fácil,  e  os  mesmos 
^adoB  e  com  o  seremos  nesta  Comarca  fertilizados* 

Este  descobrimento,  me  disse  o  Capitão  Regente  da  Aldea 
doa  Índios  do  Tocajõií  de  Lorena,  encarregado  na  doraação  delles 
o  da  mesma  guarda  do  Giquitinhoaha,  que  b:^  desoito  annos 
emprehendem  nelle,pois,  jã  descemm  com  tresentos  homens, 
porém  o  não  p^ideram  fa^er,  e  ao  tem  chegado  a  S.  Miguel  no- 
tado 00  mesmo  diário,  e  vinham  de  vinte  o  cinco  legoas  a  ver 
M  famosa  canoa  em  que  fui  embarcado,  a  qual  é  de  carga  de 


(*)  Não  hko  sem  imporUncia  pai'a  a  biitoria  o  Lfí^o-rrajihia  dos 
110S8OB  K^tado^  ofí  ruttii-Ofí  partiaes  íoituis  da-s  custu^  do  Hcanl,  O 
uros.eiite  danola  o  4:uiila  lo  <?  minúcias  caiu  quo  o  levaraiu  a  eleito. 
Projecta  luz  »ol>re  a  cthno^Tapliia  da.s  duas  auti^^as  capitanias  *la 
Ksprríto  SãJito  e  ilos  rih>'fi>',  cfciiiais  na  zona  dtscripla  cocontra-su 
vatsta  *^^Tii)eriicio  d»-'  tcrrentí  qiia^i  inhabitrulo.  Sobre  elln  nestes 
ultimo^  aiini^í  líe  t^m  fic-pcrtadoo  intero>iBe  puldico  pííla  esLÍ^cacía 
4«areia>i  mojijziticí>s. 

(^Q^a  da  Gomiuissão  de  E^acçãu) 


1 


252 


REVISTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


centoe  vinte  arm)>as»e todos  aclamara  a  V.  Ex.  como  Redemptor 
daquotias  MíDaa  pelas  mandar  ilescobi-ír«  chamaQdt>s:3  a  si  ia- 
tcirameate  frouxos.  Persu^dom-se  que  eu  sú  c^>m  expresia 
ordem  de  Sua  Alteza  Reat«  jjoderk  eatranliar-me  tanto  por 
Mioas  dentro  por  um  Rio  prohíbido  e  vedado  como  fos^e  o  Go- 
quiiinhonha;  ma^eu  o  fiz  ver  que  só  naveguei  pelo  Rio  Grando 
de  Belmdote,  até  o  fím  de  lie  como  me  era  mandado,  e  cumo 
0ão  topei  outro  aíé  as  duas  referidas  barras,  aii  o  dei  por  findo; 
o  nem  povoíido  que  mo  ooticiasso  a  Capitania  e  sua  divisão, 
e  bem  se  mostra  que  o  Riu  vedado,  acaba  ourle  fez  barra,  piiis, 
dessa  pam  cima  é  que  tem,  na  distancia  do  duas  legoaa  e  meia* 
o  deitacameuio  para  a  sua  guarda,  o  na  mesma  aberta  sem  dis* 
taucía  neulitima,  está  da  parte  do  Sul  outra  com  nome  de 
Arussoahy,  formaodo-se  o  dito  Rio  Grande  aostes  dous,  de  sorto 
quo  se  capacitaram  assim  serdÍ'elto.  Também  me  disae  o  dito 
Capitão  Mór  ser  a  divisão  na  Serra  da  Cachoeira  Gi-ande,  ou 
abaixo  em  correspondência  das  esc^inhâs  do  Rio  Doce  ;  a  este 
dizer  Itie  respondi  que  nem  eu  nem  elle  nos  pertencia  essa  de- 
marcação, qwi  seria  o  que  fuase  mandado  a  quem  competia,  e 
assim  ficámos  e  me  trataram  com  muita  honra  b  liospitalidadc 
o  mo  fízeram  prompbo  sacoorro  para  o  mau  regres  o,  o  que 
tudo  saiisflz;  e  quereiHo  eu  trazer  um  pratico  das  pedras,  que 
tendo  o  Rio  abundância  d'aguas,  carecia  ter  o  cuoliecLmento  da 
sua  fundura,  para  eviUr  os  perigos  pelas  grandes  correntes; 
não  só  me  deu  o  pratico  coma  mais  sete  Compauhefros,  ondo 
vieram  dous  pedestre-j  pagos  do  Rey,  cjm  o  píirtido  so  o  Rio 
abaixasse,  que  d  i  Caclioeira  Orando  podessem  voltar  em  ama 
canoa,  o  fizessem,  es^não  que  os  trouxesse  para  baixo  e  fossem 
no  tempo  competonto  quando  ou  tísso  que  era  raanção  ;  quiz 
me  escusar  deste  incomodo  porém  o  não  pude  r^zi^r.  e  com 
muito  gosto  me  acompanlkiram,  eaqui  seachkm  muito  desani- 
mados para  subirem,  se  ?o  lhe  DíLodorgeule  MtéS.  Migu  I,  ondoé 
meiocarainhu,  a  isto  só  V.  Ex.  determinará  o  quo  devo  fazer. 

A  navegação  estfi  doscuberta,  perdera  o  favor  do  gentio  pela 
paz  que  comigo  Ézeram,  e  hindo  g^nie  da  minha  comitiva  quo 
ccnheçam,  levando  alguma  ferramenta  e  bogtnízangas  os  não 
offendem,  pois,  para  me  evitar  de  irazer  alguns,  lhes  disse  quy 
havia  de  voltar,  a  mandar-lhe  ferram  nta  e  rosarinhos  para  as 
mulheres;  respeito  a  eito  doscobrimento  tendo  dito  o  quo  hadti  a 
\\  Kx.,  dxTÉk  as  proviJenciaa  que  vir  sam  úteis*  como  íambem 
nesta  demarcação  da  Capitania  do  llheos,  que  estíiodo  situados 
raais  de  vinte  moradores  nas  terras  desta  Villa»  nat»  querem 
õbdecerem  nern  í1  repanhas  nem  á  Justiça,  e  menas  pagarem  o 
dízimo  do  que  plintam.  oisó  querem  estar  a  roveria  st^m  domi- 
cilio» e  ass^m  esi>ero  de  V.  Ex,  a  que  se  junte  das  duas  Comar- 
cas para  se  dividir  esta  deraarcuçSo  o  o  raafs  que  devo  fazer. 

Eu  Kx.  Sr.  queria  ter  o  go.sto  do  mesmo  ser  portador  do 
quo  flz,  porOm  me  acho  impossibilitado  de  o  poder  fazer  no  pre* 
sente,  por  querer  levar  eoniigo  uma  sumaquiuha  que  aqui  deixei 
para  carn^gar  de  madeiras  c  fabricai  a,  para  nos  fins  d«  maio  o 
junho  bir  Ije^jar  a>  raãoi  a  V.  Ex»,  sendo  que  seja  sorvido  dar-me 


ARCH!\'0   DO  CONSELHO   ULTRAMARINO 


253 


esta  Iicoiii;a,a<itial  esporo,  e  ao  entanto  fico  destacado  sú  a  ordem 
do  V.  Ex.;  su  peço  pprdãoda  demora  ft  mal  escripta,  poia  Qostes 
paizea  nâo  tcQho  quem   o  faça  millior. 

Villa  do  Belmonte  28  do  janeiro  de  1805.-  De  V.  Bx.  súb- 
dito obodiento»  Joãa  da  Silta  Santos^ 

MAFPA 

Mappa  e  dAscHpvào  da  Costa,  Kios,  eseus  Terrenos  de  toda 
Capitania  do  Porto  Seguro,  e  at6  ondo  podera  chí^gar  Sumacas 
e  Canoas  e  Laacíias,  com  seus  fundos,  feito  e  examrnaao  pelo 
capUão  Jiâo  da  sãvn  Snntos,  por  ordem  qm*  teve  do  Ulm.  e  Jíx, 
Sr,  Francisco  da  Cunha  e  \Umezes,  governador  e  caMitão  fene- 
ral  da  Capiínnia  dn  B^ihia,  de  Sdejimho  de  J802,  principiada 
em  abnl  do  1H03,  o  do  Sul  para  o  Nurte. 

Barra  do  Rio  Doce,  tlivísfio  da  Capitania  do  Espirito  Santo, 
a  qual  se  acha  na  Latlitnde  19'  33  e  Lon^íitude  314"  -13, 

Es\e  llm  Doce,  a  sua  barra,  ú  das  mais  perigosas  qm*  tera 
esta  Coâía,  pelos  muitos  o  grandea  bancos  quo  tem  p/ocolidos 
da  velucisiííma  Correote  do  Rio,  quo  cliega  a  botar  aifua  doce 
duas  leg04s  pelo  mar  fora;  o  seu  fundo,  no  Canal,  i'  de  treze 
palmos  o  cbegfa  a  quinze  em  marC'^  grandes;  a  sua  entrada 
corre  ao  rurao  de  N,  0,-S,  E,,  encost.do  ao  pontal  do  Sul  *3 
sempre  com  mm  to  risco,  em  cujo  punial  está  o  ílestucjiiijonto  da 
Capitania  do  Espirito  San '.o;  tom  a  dit-.i  barra  do  largura  trez 
quartos  do  Jegoa,  o  da  sua  f«'Z  pim  cima  segue  o  rumo  de 
O,  N.  O.  distancia  do  seto  lagoas,  unde  se  acha  a  entrada  da 
Lagoa  Jiparaná,  que  entra  na  margem  do  Nortí  do  mesmo  rio, 
cajá  entrada  é  eatreita  o  corre  N.  S.,  distancia  de  uio  torço  do 
legiia  atr*  entrar  na  dita  Lagoa  a  qual  tera  para  o  Norte  largura 
melhor  de  oito  logoaá,  e  no  meio  da  *Iita  tem  uma  Ilha  que 
demora  N.  S,  com  a  erjtrada  ;  o  terreno  da  parto  do  Norto 
desde  a  barra  at»}  este  logar  é  raeanus;  oao  tnçú  nwuçXo  do  Rio 
até  o  seu  flm,  pur  mo  constar  decerto  que  está  desooborlo,  e 
mappeaiopelu  Governador  da  Capitania  do  Espirito  Santo, 

Da  barra  fluis  le^^oas  ao  Norte  está  uma  barrota  que  é 
dohaguadouro  da  dita  lagúa  o  nem  para  catiúas  servo,  e  ha 
tempos  quo  sécca.  Desta  dita  barrota  [tara  o  norr.e,  distancia  do 
seía  legoas.  está  um  riacho  chamado  Barra  Si^cca,  que  aesagua 
do  uns  brejos  quo  ílcam  otq  dis<.ancía  do  uma  legoa  ao  O  — E.»  e 
desta  barra  secca  até  a  barra  do  Rio  Doco  tolo  6  praia,  com 
maltof?  p»  lu  comoio  e  seu  tiTreno  raas  osper^sos,  e  a  aroia  da 
mesma  praia  ruiva  e  feia  e  por  isao  tem  o  appolido  de  praia 
feia.  Neste  lugar  poz  o  Ouvarnadorda  Capitania  destiiciamento, 
para  evitar  oseitravios  quo  puderiara  haver,  pelu  dito  desagua- 
douro  da  mesma  Ing<>a.  à^^^ue-í^e  paia  o  Nojte  em  diataucíade 
sete  legoas,  o  pontaí  do  Sul  da  barra  do  S.  Maiheus.  ondo  se 
acham  quatro  casinhas  quo  stirvom  de  abrigo  aoa  pobcadores 
da  Yilla,  e  em  toda  esLa  distancia  peta  costa  correm  as  mesmas 
confrontações  já.  ditas. 


1 


2U 


REVISTA    DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


BÁERÀ    DE    S»     MATHECS    K    SEU    IXIO 

Lai.  18^  50'.  Tem  osta  barra  Lon^.  344*,  45*iua  eoti^ada 
ao  S.  SO.  e  ao  ESG,  cora  fuodo  de  13  palmos  cm  aguas  gríwoíks, 
e  entre  os  poataes  imn  beus  baocos  do  areii:  depois  da  onti*ada 
corre  ao  rumo  do  NO  udi  quarto  deieífoa.  ondi*  ae  acha  um  Pre* 
sidio  da  parte  do  oorte»  cjm  Ifi  casas  de  palUa  o  nove  do  telha, 
sem  formalidade  de  arruameíitu  o  tem  Juiz  Vintenario  ;  servo 
esto  Presidio  para  acodirem  á3  erabarcaçoos  aa  barra  e  fazerem 
pescarias  pira  suateotaçâo  da  villa  ;  e  do  dito  Presidio  para 
cima  em  distancia  de  cídoo  legoas  ao  SO,  está  o  logar  denomi 
nado  Pedra  dWgua.  da  parte  do  Su!,  e  da  mesma  parte  em  meio 
da  dita  distancia  desagòa  uum  Ribeirão,  que  cerre  NS  o  finda 
nos  brejos  da  birra  seeca  dita,  e  por  elle  sú  navei^^am  *"anõ:us 
pequenas  por  embaraçados  de  pios.  que  cahom  das  mar^en^  rj<> 
mesmo  ;  o  terreno  de  uma  e  ontra  parte  do  no  até  o  dito 
liT^ar,  Pildra  d^Agua,  sam  brejies  de  raangticâ  o  guacbnmas,  o 
seu  fundo  é  mesmo  da  ijarra»  o  larirura  3i)  braçns  pouco  mais  ou 
menos . 

Viilrt  fte  S,  Mãthevs^  Deste  logar  distancia  de  três  legoas 
a  rumo  de  O.  está  a  Vi  11a  de  S.  Matlieus,  situadt  da  part»  do 
Sul  era  ura  alio  aprazível ;  a  planta  da  mesma  A  illa  can^e  E-0 
como  duas  ruas  e  quatro  travessas  ;  a  rua  direita  tem  cera  casai 
de  telha  õ  11  depaUin  por  umae  outra  parte,  e  a  rjufra  cln- 
raada  rua  Nova  tem  TiO  do  telha  e  U  de  palha,  as  tr-i 
priraiíira  que  confronta  cora  a  Matriz  chamam  travess . 
a  segunda  travessada  Konte.  a  terceira  da  rua  Nova»  e  t 
quarta  de  José  Peieira;  ti^m  e^^ta  Villa  de  comprimento  2n^ 
br  iças  e  largura  de  uma  i  outra  rua  2õ  braças  :  esti  fundada  a 
Matriz  entre  meio  das  duas  ruas  com  írjoteâpicio  para  O.  ca 
ladóa  na  mesma  correspondência  para  O.  DO  braças  ;  tinda  a 
VilU  da  parle  de  O*  o  líca  o  Potourinlio  defronte  da  cadna,  em 
distancia  de  10  bracaj?  pira  E  ;  da  travessa  Cirande  para  o 
porto,  desce  uma  la  eira  ao  NE,  por  ondrj  rtndam  c  irros  e  tem 
de  distancia  até  ao  porto  55  braças,  e  no  mesmo  porto  tem  uma 
rua  de  casas  que  corro  E-O.  ficando  a  lideira  no  iiveio  que  ihe 
serve  do  travessa,  e  tem  21  easas  de  tellia  o  22  de  palha  ; 
onde  ha  o  maior  coramercio  e  estalei  i  o  de  embarcaç5és. 

o  rio  tem  de  fundo,  na  distaocía  de  Ires  léguas  até  ao  an» 
coradouro»  novo  braças»  e  a  largura  corresponie  a  mesma  qno 
tem  no  logar —PeiJra  d'Aí?ua —  e  o  seu  terrc^no  de  uma  eoutiM 
parte,  terras  propnas  para  mandioca  e  de  todas  as  mais  qualt- 
dad»*s  de  plantas,  e  co:n  vários  niorador»?s  atazendaílos  ;  e  da 
Villa  p*ra  nma»  distancia  d«)sete  legoas  ao  mesmo  rumo,  cua- 
sorva  aenípre  a  mesma  largura,  mas  o  fundii  so  sorve  para  pe- 
quenas barca>  o  canoas,  ê  o  simi  {í  ''  i 
pratinado,   e  tamb.nn  ctdtivado  th*  Ia 

reparte  urio  em  dous,  cjrre  o  braço  dv  -  íí  lu  -■  >  ^  '^'-^ 

sseiâ  ioíroaíi.  ondi^    tropeçaram    as  canoas  ma    ;  •:•- 

choeira9,  e  se  foram  puc bando  d  mão  até  ao   num^u^  ^^^    oito, 
com  pouca  distancia  umas  de  outr -s,  o  tindou  em  um  c^mpo 


ARCr!íVO    DO  CONCELHO    l  LT^A^rARrND 


25. 


que  ao  pirecer  da  vista  tom  claco  legoas,  e  por  detrai^  do  dito 
tem  ama  grande  serra  que  corro  N-  S.  ;  o  rio  é  estreí»-o  o  o 
seu  terreno  do  ambas  as  pirtes  próprio  para  agprlcuUum  áo 
mandiocag. 

O  braço  quo  diviJe  para  o  N.  ao  rumo  de  ONO.,  atten.ietido 
ÚB  Buas  peqaeoas  voltas,  em  diataneia  de  seti^  log-oas,  se  eucoatra 
o  mesmo  qae  na  repartição  do  Sul,  com  o  mei^rn^  campo  e  .^erra. 
A  corrente  deste  rio  desde  n  sua  foz  atô  a  repartirão  do  i  dous, 
é  de  eacliQQte  e  vagante*  por  onde  se  presumi'  unscer  do  dito 
campo,  e  nâo  vir  de  sertões,  nao  obstante  ^er  tado  de  agi  ia  doce, 
e  vem  a  ôcar  o  eatro  médio  dos  dou5  nos,  na  littitude  de 
18°  55'  Q  ioogimde  de  343%  3i\ 

Uma  le^oa  ao  N.  do  pontal  da  barra  de  S,  Matliens,  esU  o 
rio  chamado  Goaxioidiba  que  a  sua  barra  s6  serve  para  caoOae 
ocorre  ao  rumo  do  NNO*  distauciu  de  quntro  leííOãf-,  o  depois 
corre  a  0.,  e  mete-se  por  nm  bamborral  au  tremedal,  qup  se* 
não  pode  cliegar  ao  flm  delle,  e  --^e  fazem  nello  pescarias  de 
peixes  de  agua  dócc  ;  o  seu  terr<'Xio  da  parte  de  Oeste  t^  brejos, 
e  da  parte  de  Liaste  é  campo  nativo  de  bi-ira  da  prai:i  que  c.írre 
a  co^ta . 

Sete  legoaí  em  distancia  ao  Píorte  mti  um  Riacho  doce, 
que  corre  oor-ostado  a  um  areal  branco,  formado  d  beira  da 
praia  em  um  penhasco,  em  cujo  riacho  nem  canúae  podem  en- 
trar, em  a  qual  distancia  corre  um  campo  nativo.  onco:^tado  ao 
maio  carrasiuenho  que  lhe  fica  pela  parte  do  Oo3*í.\  c  temo 
campo  de  lar^^ura  meia  legoa.  Do  dito  Riacho  paiM  >  Norto 
trea  legoa^  pela  beira-mar,  é  tudo  arôa  branca  pelo  coraoro  dií- 
tancia  de  meia  le^oa,  e  toda  a  mais  é  barrai  ra*^  vermelhas  onde 
bate  o  mar  a  que  chamam  as  Velhas,  e  acabam  em  outro  riacho 
chamado  das  Ostras  e  navegável ;  e  no  ten-eoo  destis  trea  lo- 
goas  é  mata  virgem  que  vem  do  ^sertão  accabir  nas  díta^  liar- 
reiras.  flcaado  a  pa^-^agcra  dos  carainiiarite^  atravessando  a 
dita  mata,  que  ha  fri,\to  e  r/ow:  anrios  mandou  n  Ministro,  que 
então  servia  oesta  Commarci,  deitar  um  roçado  para  mandinea 
e  se  plantou,  afiro  de  se  situarem  alguns  tadios  para  afii^erj- 
tarem  o  gentio  que-  nesta  passagem  se  acoitava  :  xcjsá  quo  tove 
eCTeito  porque  foi  mudado  logo  aquelle  Ministro,  e  ao  cliAnto 
cresceu  o  temor  introduzida  pela  frouxiilã  j,  de  fOrma  que  hoje 
se  passa  o  dito  sitio  com  muito  risco, 

De.^te  Riacho  das  Ostras  para  o  Norte  e^tl  a  barra  do  Ca- 
morujil  em  que  S'^  entrão  canoas,  e  dista  do  riacho  atra?:  dito 
uma  legoa  e  se  entranha  pela  terra  dentro  outra  lego\  ;  o  «ou 
terreno  de  uma  e  outra  parte  é  plano,  a  ana  branca,  cercado 
todo  de  brejoà  e  mata  escura.  Do  Caniorujd  para  o  N.,  dí-tanria 
de  três  legoas,  «stá  a  barra  do  rio  MUCURY.  que  fica  oa  latitude 
de  18«— 15' e  longitude  344'— 43\  onde  se  acha  L^ituad-i  a.  ViUu 
ric  .S.  Jrj  w*  efe  Porto  Alegre  ;  esiá  fundacli  tf  a  pnrfe  *fo  Nortc^ 
pòitco  âitante  do  seu  poY^t'  I,  o  da  margem  do  mesmo  rio  for- 
mada  N.  S..  com  ires  ruas  e  duas  travessas ;  tendo  ni  rna  Di- 
reita 10  casisdô  telhas  e  13  de  palha,  entre  ellas  uma  íorvedo 
Cadôi.  ftca  a  dita  rua  d  i  parte  ue  Oei^to;  3egiie-?e  s«:^gnnda  rua  ; 


256 


BKVJSTA   DO  INSTITUTO   HÍST0RI^:X> 


chamada  do  Fâlourínho,  o  qaal  âca  na  primeira  travessa  ;  esta 
rua  só  tera  qtiairo  c;isas  de  palha,  três  de  uma  partcí  e  uma  da 
outra,  eaoiesraa  rua  vai  tor  à  outra  ti'aves8a,  que  fica  om 
li  a  ha  cora  o  froníoòpicio  da  igreja,  <tue  está  fundada  para  a 
parto  do  stjl,  e  s>j  acha  ooborta  de  t>3lba,  mas  aioda  Dão  acabada 
de  todo;  a  terceira  rua  da  parte  de  leste  até  a  primeira  travessa 
não  tera  casa  algunia»  o  da  primeira  travessa  até  a  segunda  ha 
oínco  C4isas  de  palhi  :  tt?ni  de  comprinieatoo  seu  allDliameuto 
ou  risco  120  braças,  ©  de  largura  00;  poréui  jà  vari.is  vezes  tom 
o  Mar  desbarraocado,  tanto  que  tem  derrubado  alguíiias  casas^ 
o  que  não  obs^tunte  não  sopóda  negar  que  o  Ingar  é  aprazível 
c  o  noipo  lliQ  I?  próprio. 

A  l>arra  deste  lUo  é  uma  das  melhores  que  lia  oesta  Com- 
raarca»  por  sur  a  ^ua  entrada  a  O,  S,  O,  direita  a  MAE  do  Rio, 
o  levantar  aj^uaa  15  e  M  palmos  em  mart?s  de  aguas  /ivas,  o 
ter  pequenos  baufioá  ;  mas  para  dentro  o  seu  ftindo  sò  dá  lugar  a 
ancorar  cinco  aié  seis  embarcações,  ticanJo  o  aeu  surgidouro  de- 
fronte da  mesma  Villa  N.  S.  cora  olla  pelo  raesmo  rumo  de 
0.  S.  O,,  attendcndo  a  algumas  voltai  que  Um  na  distancia 
de  2õ  legoas,  sempre  se  conserva  o  Rio  alegre  e  com  largara  do 
tiro  de  ar^^abuz»  e  pouco  fimdo  desde  a  Villa  até  a  dita  dii^tan- 
eia,  que  só  serve  paracaiõaa  o  pequenas  barcas  que  demandem 
de  quatro  até  ciuoo  palmos  da^ua,  6nali>ando  esta  distancia 
na  primeira  cachoeiríi,  que  só  passara  ciDiJas  puclutdas  a  mao 
por  uma  das  mesmas  pedras,  asquaes  vão  subindo  frixeudo  uns 
intervalos  de  ujuas  a  outras  como  taipadas,  o  pucharam-se 
33  pela  distancia  de  10  legoas  ao  «Vito  rumo*  de  sorte  que  veio  a 
fochar  a  Serra  do  N.  coma  do  S.  como  que  troápussa  uma  pela 
outra  ;  o  pelas  margens  das  mesmas  Serras  desentranha  o  dito 
Rio  âcindo  como  um  ribairáu,  e  até  aqui  chegaram  as  canoas 
<jue  nfto  pode  rara  mais  passar,  e  porque  não  ee  s;Lbiamas  serras 
loram  por  min  lia  oom  missão  algims  mdios  a  descubrir,  pelaa 
mar;;en'i  do  dito  ribeiro  até  a  Aldè»  do  gentio  larbaro»  que  atO» 
se  conservara  de  paz  comigo,  e  acharam  cuminharem  até  a  dita 
Aid"" i  seis  logoas  pouco  mais  ou  menos,  cuja  situação  fi<:a  ena 
um  pUno  entre  a  serra  dita,  o  outra  quo  lhe  flca  a  O,  em  dis- 
tancia do  meia  legoa  seguindo  sempre  o  mesmo  rumo,  o  ao  fa- 
zendo mensãa  das  miúdas  vcdtas  cjstandopela  margem  da  dita 
Al.iOa  pela  parte  do  Norte,  m  qual  se  achno  lod<'SOS  vivei-es  da 
priíneira  necessidade,  como  me  asseveraram  trez  mesmos 
indios.  e  autecedeutemente  um  escravo  meu  quo  com  o  dito 
gentio  foi  fugitivo,  o  Id  se  conservou  aono  e  meio  e  depjis  mo 
tornaram  a  trazer  em  junho  de  IdOo;  e  fasendo  eu  considoraçSo 
pelo  que  me  noticiou  o  dito  escravo,  tem  o  milhor  do  2000  pca- 
sòas,  e  o  mesmo  me  parlieipa  o  lingoade  nome  António  Josõ,  e 
que  ddlii  a  Minas  gastam-so  cmco  dias,  ehegando  a  uma  fazenda 
de  um  $r.  comueJ,  quo  entre  os  cri  idos  que  possTiia  uumeava 
um  por  nomo  DomiogoA  Ttiruço,  que  si^^niflca  grand^e  «lordo,  o 
que  da  tal  fazenda  a  Villa  lv»ca  s^  ia  a  cavallo  ou  em  carro,  de- 
nomlnanlo  se  sempre  o  Ribeirílocom  o  nome  de  Sancta  Barbara, 
e  eu  assim  o  acredito;  porque  no  aono  de  178<^>  em  que  o  dito 


ARCIIJVO  IIO  CONSELÍJíJ   ULTHAMAlUNn 


257 


gtmtio  mesahto  do  paz  a  priflaoíra  voz,  apreseatou-niõ  um,  quo 
0Dtre  ellcs  se  fíizia  Caba  p->r  no  mu  Tiíome  um  paaaap  ;rte  firmada 
polo  Sr.  D,  Manoel  quando  í-^overnou  Villu  Rica»  e  dizia  o  dito 
pa^ií^afiorte:  ao  Cabo  Tbom<l  do  nação  do  gentio  bárbaro,  dot- 
xarão  andar  iisquadrinliando  cum  a  sua  patrulha  iis  caboceiras 
do  Rii>  Santa  líarbara,  por  ondL3  vonho  a  coligir  ãor  aquelloo 
mosnio  ribeiro  ;  t)  o  meu  dito  esí-ravo  dií!  quo  o  mesmo  indio  é 
cabííçíi  da  dita  aídca,  c  ni>  anno  do  08  voio  o  dito  TiiomÔ  a 
uiinlia  ÍVuonda,  oudo  so  faz  de  Hi;ichado»  lououáí,  íieõos,  faeas 
o  o  mais  que  Ibo  lui  niystor;  o  voltou  para  doutro  om  lil  do 
dezombro  do  Í7ít0, 

Ksta  éa  iníomiação  corta  dfí4o  Uio  que  o  toiíbo  avíguarado, 
líom  ontoíidido  qu*J  atr  íuiIo  clieííaram  as  canoas  dou  infoi'- 
ruaçáo  occularí  pon^m  jul-^o  pov  certa  a  quo  mv  doram  do  dito 
lugar  para  cima. 

A  corrente  do  mcsáinti  Rio  é  sofri  vul  no  mu  tempo  couipe- 
tento,  quo  ó  de  abril  aU'  íiui  do  acit^miEu-o  ;  o  seu  terreno  por 
uuia  o  outra  parto  0.  torra  rir  me,  o  das  cachoeiras  para  bai?(o 
sào  vargtvns  tao  ancbutas,  que  8g  podoni  fazLír  estradas  ató 
a  liuira  do  mar;  dofí-ontu  da  vil  la  iKilaptirle  tio  Sti!,  á,  sahir  a 
mesma  pela  do  Norte,  o  das  cacboeiraa  para  cima»  as  faldas  daa 
mesmas  mvríis  sáo  soíriveis* 

Náo  faí;u  noijt.a  duscripção  miMigao  de  Ribeiros,  quo  saliiain 
ae  mesmo  Rio  pelos  nao  ter,  o  someriU)  nas  quebrad^ts  do  alguns 
morros  tom  alguns  Ribeiros  indignificantes  :  a  dita  Aldoa  do 
fJentio  veio  a  ficar  om  altura  do  Pólo,  na  lattitude  18'^— 47'e 
longitude  343*— 0\ 

seguo-se  para  o  N,,  era  diatancla  de  soiá  logoas.  a  barra  de 
Villa  Viçosa»  a  qual  so  entra  O.  N-  O.  e  tem  de  fundo  desea- 
Bèis  t)  dezoito  palmos  no  sou  cordáo,  mas  dcpoití  delle  no  seu 
lagamí&r  tem  tantos  baixos  que  por  isso  se  faz  perigosa  ;  o 
segue*se  este  rumo  a  distancia  de  meia  legoa,  onde  se  ene  rosa 
a  divisão  do  rio  que  vae  para  a  Villa  do  Caravellas,  o  deste 
lugar  corroa  rumoa  do  S.  S,  O.  e  S.  outra  tanta  distancia» 
a  chegar  â  Villa  do  Nossa  Senhora  da  Conceição  da  Viçom,  quo 
está  situada  da  parto  do  Sul  distante  da  Costa  o  Barracão  rocto 
meia  leííoa,  d  ceofronta  a  mesma  villa  a  rumo  de  N,  O;  da 
parte  do  X*  tem  um  rio  chamado  Pituassú,  e  desdo  a  barra 
at^  ao  princípio  da  villa  tudo  é  mangues, 

FORMALIDADE     DE    TILLA   V^OSA 

Tem  GStaduas  ruas  estreitas  (digo  direitas)  quo  correra  de 
K*  a  O.  com  o  coraprimonto  de  duzentas  braças  e  de  largura 
50,  com  quatro  travessai  em  linba  recta;  tem  a  matriz  no  moto 
das  duas  ruas  com  o  frontespLcio  para  O.,  distante  da  primeira 
travessa,  que  tlca  da  parte  de  O,,  toda  composta  de  casas»  20 
braças»  e  a  segunda  travessa  passa  por  detraz  da  eap3lla  Môr  ; 
a  terceira  travessa  sahe  a  Praça  com  fronte  á  Casa  da  Camará, 
que  se  acha  fazendo  frente  á  segunda  rua,  cuja  Praça  tem 
831—17  TuMO  Lxvni.  i\  I. 


i 


.i.  : "-  ^^  i#  ":. .  r.-ri»  : -  €  ^t^miT^  df  ra:*  :í  ra;*.  e  s-.-  Fvl^u- 
r.:.!:  x».?..  í—  '-.-:  ;:::«.r.*.jCi3o  di  Pn*.-*.  e  Liei  •    ia  s:- 

;^-...-_.  :2iz.:*-r:t  ■  I .  :-L_:k— -li*  ia  I^^TAiije^rase  i.s*u4 
1-  ...T:  •..  ^.  ir..,^-.:  ~    -.—  -:■:;   çíV    1..LI  x  nv-.  nipi 

".r..  -. ->.  -■  .  >T.*7-rA.._-.  e  L.  .  .zi.  ii  ?:*;Ã.'vra  li  nrr.di*. 
...:-. I..  .•;•->  i  :  ->  r"-..'-  .  1:  7.1^  :.-.  jra^i  *:é  ..  ■;aar:a  :-i- 
-. .  r: ...  ;    _  .  li." ir  .-  :  ^rz  - :  i  rr  r.  .á  :':■■:  r.::      r    ►rd^  f&z^m  o 

:  1  *•....  ?í:-.  :.:-..  .irre  :■  r::-.  f  ::  i.-:-.::.:  k        :uâ^  '■•^ja'i. 
-.   :.<.   .     :.::■-.  r.:  :■  ■—•--;   M.-ror.i.iiLO.  ,:ec:r:-o   N.   <. 

j À :  -  :•-  :-  :- aT  ."»  :  a  '  r  i  > -  ie r.  L . ■* .  •:•  o  m  - <mo  caai; •  :■  so j u v  aTv  a 
V:  1:  a" ::  í  ?õ:  ;  5  a  I  j  :  v  . ; :  :ie  .  d . ;  •?  j  di  ;o  rio  prla  o  .pai  J » lu  1 .  •.* 
p.ri  :::::^  c-i-rre  .x  O.,  iisan.-ia  dv?  IMe^ofti.  e  >?  âciísi  •:m 
.ovo  k  >:  r?  iu  vem  dj>  5>t'r'."-eíã,  e  {►jr  u'iii  e  ou;.-.i  f4Lr>? 
l-^.e  5.J  \tfrrfc>  propriís  e  Wxè  j-íta  toji  u  qualiiadode 
pUnisis. 

IK)  «iit.'  Mu.-iry  p^ra  ^irui.  Ji-uoeii  J--  lueii  IOçTO.i,  >ia 
paiw  V  ^  il  *  :umo  je  O.,  esu  t»  iíaoÍíO  Moroha  que  orre  ;io 
^.  S.  u.  e  u--.iAi  LI  i.suac.a  le  ;rez  lrg.>as.  o  por  elle  eiitrão 
cauÔAS  ;  p^i'  uma  -  pjr  •>-Jtra  p.trv.  ha  si:ius  do<  inoradvn:^  -l:! 
VI  Ha  que  lavram  -'ia<  lerra>.  lULt-ts  sã  d  próprias  pára  m.iQd:o- 
cas.  dt's;-i  par^i  o  ojiruinlio  i*i  O.  N.  O.,  durws  leg0uL5,  está  u 
lii  icho  ch-Ji:aa^i^>  Poc!ij'o,  da  pi  .te  dj  Norte,  distancia  do  uma 
Ugoi  ao  XN.  O. ,  no  qual  t*jm  vários  lavrad^ires,  o  pjr  uma  «• 
outra  parte  uimbem  tem  U^rras  hons  para  mandiocas:  deste  Po- 
cb<jtij  para  cima. a  rumu  de  O.  na  distancia  de  meia  le^oa. 
estí  *j  riacho  da  fizend  i  da  mesma  parte  do  N.  e  (.•ori'ea  rumo 
do  N.  O.  até  a  di;itancia  de  duas  legoas,  onde  checam  as  canOas 
d'^s  lavradores,  que  noile  plantam  por  uma  e  outra  parte  ;  ató 
a  bucca  deste  riacho  tom  o  Rio  desde  a  Vi  lia,  o  fundo  de  duas 
\triiJí:^H  até  duas  e  meia,  e  a  largura  é  de  30  braças,  o  o  seu 
ternmo  iK>r  uma  e  outra  parto,  á  burda  d'agaa,  sãu  mangues  e 
bamijorraes,  mas  porto  lhe  ílca  a  terra  enchuta   pelo  centro. 

l>ií  dito  ria<;bo  para  cima  distancia  de  seis  logoas,  a  riimu  de 
O.,  se  acaha  eni  um  bamborral  o  não  pode  passar  canoa,  e  até 
esU;  lugar  por  uma  e  outra  jpjarte  sam  torras  altas,  e  b jas  pai*a 
serem  agricultadas,  se  bem  já  tem  al^ons  moradores  situados  ; 
a  corrento  do  dito  rio  ó  do  enchente  e  vazante,  sem  embargo 
de  aer  agua  doce  até  ao  riacho  .Mucuriziuho.  Não  falo  om  iat- 
tttude  e  longitude  porque  na  barra  nâo  falei,  por  se  uão 
nijder  demandar  em  razão  dos  recifes  que  tem  por  fora,  na 
S^âDoia  de  trez  Icgoas  N.  O— S.  E.  com  o  pontal  do  Norte  da 
JUu  barra. 

D«sU  barra  a  E.  N.  E.  duas  legoas  está  a  barra  velha  na 
^^;;udo  de  \fi*  '^  que  fica  E-0  cum  as  Ilhits  dus  Abrolhos  quasi 
AA  iMUacia  do  doze  Icguas  ao  Mar,  o  a  E.  S.  E.  da  dita  barra 
x^bLw  flci  uma  coroa  muito  vermelha  em  cima  de  tmi  recife, 


ARaiJVO   I>0  CONSELtrO   iJLTRAMARiXO 


259 


cuja  SC  coDSorva  sampre  d  osco  horta,  o  ao  N,  dosta  barra  dons 
terç'iS  do  le;?aa,  deaoraboca  ura  cmal  grande  com  fuQiio  de  doz  o 
o  aze  brifcças,  c|Uo  tera  ãe  largur.i  raina  legoa,  e  so  pote  entrar  e 
sivbir  pur  elle  a  rumo  do  K.  S.  E.  e  O.  N,  O.  até  o  fundo  de 
quatro  braças ;  na  entrada  desta  barra  vélha  tem  dua.-j  roróas 
dmttinte  do  cordão  um  tiro  do  ospiagarda,  que  entro  uma  e  outra 
se  entra  a  caminho  de  O.  pola  barra  druilroi  o  tara  do  fíiudo  ona 
rnsLí^és  vivas  de  treze  até  quatorxe  p;ilmos,  e  segue  o  rio  do  agua 
Salgada  ató  «abir  na  barra  do  Vi  lia  Vi<:.osa,  o  seu  terreno  da 
purto  do  Stil,  t'í  campo»  em  o  qual  o«  moradores  da  dita  Villa 
costumam  apascentar  seus  gados,  e  da  parte  do  Norte  é  tudo 
mangues. 

Desta  barra  velha  para  o  N.,iima  légua,  se  acha  outra  bar- 
reia qu9  chamam  nova,  o  se  Jhe  deu  eate  nome  por  entrar  por 
eila  uma  suraaca  por  engano,  mas  esta  barra  nao  tem  rio  e  íína- 
Usíi  o  seu  lago  a  pouca  distancia  entre  mangues.  Desta  ]»arte 
para  o  N.,  legoa  e  meia»  está  o  pooml  do  Sut  da  barra  de  Cara- 
vellas,  o  deato  a  Nordeste,  uraa  leú':oa,  fica  o  pontal  do  Norte  da 
dita  barra,  com  o  nome  ponta  da  balda  n^^'^  éstá  na  lattitude  do 
l7'-50' ;  nstii  barril  ilo  Caravellas  tem  doud  cauaes  qu*?  fran- 
qu^jíam  a  entrada:  um  oncodtado  ao  poutal  do  Sul,  o  outro  bem 
chegado  ao  do  Norte,  o  em  ambusse  acha  rundo  da  quat(irzoaté 
díízeseis  paimos  do  marés  vivas»  e  com  íargura  de  IQ  até  12 
bríiçaa  am^os,  todo  o  raais  ospjiço  da  largura  da  dita  barra  6 
baixo,  o  coroas  de  arèa  taeá  que  cbegam  a  descobrir  com  maré 
vazia,  mas  por  ter  por  fora  da  barra  e  coroas,  um  reeiítí  de 
pedras  que  cbumam  pare-las  na  distancia  de  três  leguaã,  o  qual 
dá  um  grande  abrigo  ao  nrtar  e  faz  que  sei  a  a  referida  barra 
tão  mansa,  que  aiucia  encalhando  nas  coroas  não  perigam  as  em- 
barcações; pulo  canal  do  N\  se  entra  a  rumo  de  S»  s.  O,  e  S.  O, 
até  ficar  N.  !S.  cora  o  pontal  do  Sul,  om  cuja  aberta  do  rio  ou 
braço  de  mar, que é  o  mEiis  certo,  tem  de  largura  um  bom  tiro  de 
peçae  do  fundo  ciac^  o  seis  bruças:  a  entrada  do  canal  do  Sul 
com  N-S.j  e  desde  a  barra  Velha»  dita  atraz,  até  este  pontal,  o 
aeu  terreno  beíra-mar  é  praia  com  Cômoros  de  arêa,  oom  al- 
gumas moitas  de  manguei*;  á  raargem  da  parte  do  norte  desta 
mencionada  barra  da  Caravellíis,  se  achara  seia  casatM  de  mora- 
dores qye  alli  assistem,  e  planura  mandiocas  por  alguns  Coraoros 
de  boa  terra  que  nus  seus  arredores  tem,  e  a  pouca  distaucia  das 
casas  Ttedá  o  Rio  ura  pequeno  Riacho  ijue  vem  circulando  as 
mesmas,  na  distancia  de  um  li ro  de  espingarda,  peio  qual  re- 
colhem as  caoôas  aquelles  lavrador*^s  como  do  s^^ti ;  e  segundo  a 
intôlllgencía  de  alguns  natnraes,  é  isto  v  causa  porque  charaam 
ao  dito  lugar  Aracarô ;  esta  fazenda  ou  sitio,  na  verdade,  faa 
aprasivel  a  entrada  da  barra;  da  parto  do  Sul  e  deíVonte  da 
dita  fazenda  do  Acare,  se  acha  um  morador  com  casa  de  telha, 
o  qual  noa  ciirtoa  iiuitos  que  tem  para  o  centro,  planta  algodões 
e  mandiocas,  que  bem  lhe  chega  para  o  ncceasario. 

Corta  este  Rio  ou  braço  de  raar  da  Villa  de  Caravellas  ca- 
minho de  O  ;  e  na  distancia  de  uraa  legoa,  tudo  é  mangues  pohis 
suas  margens,  que  analisam  pela  parto  do  Norte  em  uma  fazenda 


I 


260 


HB VISTA    íyo    INSTITUTO    IlfSTORIQ» 


chinmdii  Ponta  d* Arca,  a  qtiaí  é  composta  do  um  grande  co- 
queiraU  o  dost;*  fazoada,  oiu  distancia  de  meia  Icgaaa  0.  N,  O., 
se  ãcba  ímira  fasuoda  alíiis  um  pequoQo  aiTayal,  a  i|ua  charaâo 
o  Quitonf^o»  ondo  haMtam  doze  rauradurcs  ou  casaca,  cijin  suas 
casas  de  palha  6  ontro  ollas  quatro  do  tcllia,  o  nos  seus  arre- 
dortíí?  lia  quantidade  do  Coquoiroi  o  arvores  do  espinho  ;  estua 
moradores  plantim  afgodoGá  í3  maniiocas  para  o  bou  gasto, 
poróra,  o  mil  maior  (.r.tflco  é  o  da  peíícaria,  delVonte  da  mesma 
distancia  so  a^íia  da  parto  du  Stil,  outra  fazonda  (^ub  cliaraaiu 
Capurúlwv  oodo  rezidem  quatro  moradorei:  um  dollos  o  opulento, 
tmn  íamoSf>  Coqueiral  o  bòa  ^asade  t(*llia.  o  toílos  os  quatro  pro- 
porcionada moiít©  (ílantara  muitas  minilii^Cíis,  e  noite  h\g',\v  fruo 
ita  terras  béaa  c  produzem  toda  ;i  qunlidado  ilo  uiantiiuentos;  da 
parte  do  Sul,  desde  a  barra  at«j  osta  íHzonda,  se  acham  dous 
Riachos  graodes :  o  í»nmeini  ua  sua  entrada  terá  trinta  braças 
de  l&r^^o  o  este  Jhe  chamam  Pernambuco»  o  o  segundo,  lho 
chamam  Riacho  de  Antorii<í  Gumes  o  c  monor ;  por  ellos  amítos  so 
faxeiu  ;írossa8  po^íariíis»  mas  nfio  dào  matéria  a  tiescrover  eousa 
al;7uma,  porque  ambos  iieabam  entre  manguea  e  a  pouca  dis- 
tancia* 

Do  reíorido  sitio  do  Quiton^^o  para  cama,  ao  me^mr»  rumo  do 
O.  N»  O,  da  parto  do  Norte,  distaneíu  ãr  meia  légua»  m  acha  a 
Ponta  do  Dondt!,  entrada  do  terreno  d:i  Villa  do  Cara vol las,  cujo 
lu;;ar  teui  dous  raomdores  com  ;Jrrande^  coqueiraes  e  boas  ca^sa^j, 
daqui  corro  o  asscuto  da  Villa  a  qual  oátà  funlarla  NE-SIí,  com- 
posta do  ires  ruas  o  quatro  travessas:  a  primeira  chamada  da 
Ribeira  ni  entrada  da  Villa,  se  compõe  de  dozoito  moradas  do 
easas  que  f^em  frente  a  N.  O.,  doata  primeira  travessa  á  se- 
gunda, chamada  do  José  Corrêa,  dista  50  braças  e  da  segunda  ú, 
terceira,  chamada  do  conselho,  ha  outra  tanta  distancia;  e  desta 
á  quarta,  chamada  da  Olaria;  Hm  da  Villa,  tem  a  mesma  dis- 
tancia: esta  ultima  travessa  faz  frente  a  S.  E.  o  nella  ha  dese* 
aeis  mora-las  de  casas,  e  noa  fundoidas  mesmas  1  olhando  para 
N,  O*  ao  acham  quatro  moradas  de  casas,  querondo-se  assim  for» 
malisar  outra  ti*avessa. 

A8  ruas  direitas  são  três;  a  primeira  chamada  com  o  mesmo 
apelido  de  direita  chegada  a  margem  do  rio,  a  segunda,  a  rua 
do  meio,  o  a  terceira  a  rua  do  campo,  todas  Jia  distancia  de  120 
palmos,  eicepto  a  largura  dm  rua^  quo  s^m  de  30  palmos. 

Na  direita  so  acham  124  moradas  de  casas  com  fronte  a 
N-  Et  entre  ollas  são  quatr-j  de  sobrado,  destas  esLão  trca  entre 
a  i^tiaia  e  terceira  íravesta,  e  á  quarta  fica  chegada  a  quarta 
Ir&TdSsa  ;  nos  fundos  das  casas  desta  rua  da  parto  do  mar,  se 
acham  35  casas  com  frente  para  o  mi?amo,  o  ainda  £o  acham 
37  chãos  devoluto. 

A  rua  do  moio  i^  composta  de  125  casas  por  uma  e  outra 
parto  com  oit^  cbáos  deyolotj  entro  a  primoira  e  a  segunda 
Iravessa*  A  rua  do  Campo  so  compõe  de  SB  moradas  de  casas 
da  quarta  travessii  até  a  segumla,  e  desta  nto  a  primeira  se 
acham  todos  os  chãos  devolutos. 

A  Casa  da  Camará  está  fundada  entre  a  primeira  a  seguuda 


ARCÍÍIVO   FK)  CONSRIJIO   líLTRAMARfKO 


261 


rna,  com  frentn  a  N.  O,  flí^antlo  em  linha  roo  ta  com  a  terceira 
tniiresHa  e  cm»  frotití^  a  dita  casa  so  adia  riituiada  a  Igreja  Matriz 
Cqiú  u  íVuniiíídpitíio  a  s.  K,  o  eorn  O  oj^pavo  de  quinze  braçaa  d# 
terreno,  nenão  o  «au  Adro  de  dtvz. 

O  Pelourinho  esift  idíintado  no  príníMpitj  da  roa  do  Meio,  e 
eni  c  r  uzil  h  ad  a  d  a  i  >r  i  m  o  i  r .  i  tra  v  essa  c  h  ;i  raada  da  R  i  be  i  r  a . 

A  largura  áe^U*  rio  ou  brai.^o  do  mar  dt*rronte  da  Vi  lia,  é  a 
mesma  que  tem  na  barra  o  meama  fnndo  ;  pon'ím  ali  E-a-0  com 
a  meama  Vi  lia  ao  reparto  ora  quatro  bocainas  ou  rios;  o  primeiro 
flca  íla  parto  do  Bú\  odomora  da  Villa  a  rumo  de  O,  e  correndo 
este  ao  S.  %'ai  saliir  á  barra  de  Villa  Viçoaa  jà  dita,  e  por  elio 
n.ivegam  Suma-^aa  carregadas  do  uma  para  outra  Villa.  O  ter- 
reno de  ambas  aa  partes  sam  mangues,  cora  alguns  intervalos 
dii  poquonos  esteiros,  poios  quaes,  com  maré  cheia  entrao  esahem 
algnoa  moradores,  quõporaii  teooi  roças  o  habitam,  cujos  sítios 
não  se  avistam  do  ria  por  flearom  encobertus  dos  mangues,  que 
varn  sorapre  dianteiros  á  tom  enehuta. 

A  esta  entrada  do  rio  chamam  Boeca  da  Tapera.  O  seg^undo 
braço  ou  rio  flca  da  parte  da  mos  ma  Villa,  arredado  delia  dis- 
tancia do  um  tifu  do  arcabuz,  cuja  entrada  apelidão — Bocca  do 
Macaco—,  o  qual  í^oguo  a  N.  E.  até  a  distancia  de  duas  legoas, 
Analisando  em  um  campo  onde  forma  pequena  cachoeira,  pelo 
encontro  do  pedras  do  qualidade  fraca  ou  moio,  pelas  quhãs 
corre  pauca  porção  d'agua  qíio  dimana  de  brejos,  e  por  esta  ca- 
choeira .se  passa  a  cava  lio  do  uma  para  outra  parto,  som  o 
menor  o nco modo. 

Na  raargí^m  deste  rio  da  parto  de  S.  E.  em  meia  ciistancia 
dello,  so  aclia  iira  morador  rom  sua  fazondade  caaage engenhoca 
com  lamhiquo  demiti lando  a^'ua-ardíínli6  :  doTronto  da  dita  fa- 
zenda estrl  uma  Ribeira  q[io  ciianfiam  Bica— por  cibir  do  alto, 
em  a  qual  Id^em  agunda  as  pmharca<^òe9,  a  boi^ca  deste  rio  tem 
delar^'o  cincoonta  l)rat;aã  o  tia  fim  lo  trez. 

Atorcâira  bocaina  usta  «im  distanciai  de  moía  legoa  a  O.  da 
Villa,  o  chamim  a  sua  entrada  Bocca  da  Piudóba^o  qual  Rio 
segue  a  N.  O.  até  a  di4ancia  do  duas  o  raoia  léguas,  e  finallsa 
em  um  limitada  ribeiro  quo  nasce  do  lirojoa  ;  o  s«m  terreno  por 
ambas  as  margens  sIj  mangues,  m-m  tamlií^m  ha  mui  tos;  riachos 
©  esteíru«,  que  ontranliando-se  ptdo3  mesmus  vão  ter  ú  terra 
enehuta,  dos  qua"'S&o  s+irvom  o:^  muradorefes  afaznEidados  p4>r  eâte 
rio,  para  clH'garem  cum  m:ir<^  eh  'ia  aos  seus  pjrlo^,  o  botarem 
seus  m;uitinn3ntos  ou  lavuuraii  psira  fora,  sendij  o  maior  tratlco 
o  oecupaçàõ  drdloi  a  a^íriculturada  ratndioiía.  A  booca  deste  rio 
tem  a  mesma  largura  qu^  se  acha  no  rio  do  Macaeo,  porém  u 
seu  fundo  não  passa  d©  iloze  palmos, 

A  quarta  e  ultima  bicaina  hca  na  mesma  distancia  desta 
que  liça  dita,  o  lho  oliamara  Taquary,  cuja  entrada  *';  a  rumo  O. 
8.  O.  o  80^''ue  ati!i  o  s^u  iltu  dístaueia  de  cinco  loíroas,  e  noile 
concorrem  ua  mostnos  paralellos  ílo  antecedentr'.  Também  é  de 
notar  que  todos  os  lavradores  habitantes  de^sla  Villa,  trabalhara 
Uís  suaíí  ruQ:i8  pída  torra  dentro,  louíjfti  do  porto  do  embarque 
uma  a  duas  Jpffuaíidf»  distancia,  conduzindo  siias  farinhas  e  mais 


I 


262  nnVíSTA   IK)   íNíyriTTJTO  HI.<m)RICO 

t^ttiiMon  (la  lavoura  om  oavallof,  e  descarregando  em  talhi»  qoe 
eonrtnpvtim  noH  porto»,  para  c!*ali  llief  darem  extracção,  ea  cnji^ 
condiiovAHH  ha  grando  detrimento  e  alguns  prejaizos. 

A<l  virto  quo  todo  o  tnrroQo  desde  a  barra  desta  VilU  at'-  o§ 
flnH  da  todos  os  seus  rios,  e  quando  se  tem  dcseoberto  e  radiado 
paio  (^ntro  das  respectivas  matas,  e  todos  os  espaços  da  terra 
nfto  ooQsta  do  monte  algum,  mas  tudo  plano  e  razo  e  igualmente 
o  terreno  da  Villa,  (\  da  mosma  forma  aesentada  em  plaaieie 
raxa  multo  apraiivei,  pelas  boas  vistas  de  campo  e  largo  rio  on 
braço  de  mar  oumo  íloa  dito,  o  qual  é  com  os  demais  qoe  delle 
se  formam  salgadoH  at<^  o  seus  flnj,  com  enchente  e  vaxante  de 
nmr<^,  sem  ntilos  haver  inundações  em  tempo  algnra. 

CONTINUAÇÃO  DA  COSTA 

()a  reflirlda  ponta  da  bahia  para  o  Norte  está  o  Rio  Hancé  na 
diaianola  de  quatro  legoas,  e  na  soa  margem  do  Norte  se  acha 
Aindada  a  Vllla  de  S.  Bernardo  de  Alcobaça;  e  sua  barra  con- 
serva o  fundo  de  dose  a  quatone  palmos  de  marés  vivas,  nella 
ioui  entrada  suroaoas  grandes  pr  ser  peqneoo  o  sen  banco, 
sendo  a  sua  entrada  a  O.  S.  O.  direito  a  um  riacho,  ane  logo  se 
r^  salm  de  «lentin»  os  nangues,  o  qual  chamam  Ponta  ao  Sobrado, 
^  ll^a  i«la  da  parte  do  Sul  do  mesmo  rio.  O  terreno  da  Cknta 
\Um\^  a  p<knta  da  Rahia  hXA  ao  dito  rio,  é  praia  de  aréa  limpa, 
a  \\\\  «Huuom  delia  para  o  centro  ha  mata  escara  e  terras  boas 
iiai^  UhIas  a!«  lavouras,  cinjas  mattas  comprebendem  dislaaeia 
do  mola  l«v^M«  dep^ds  da  qval  acaba  em  campo  e  brejos  dilatados. 

\  y\\U  %^  AKH)hiça  é  assentada  entre  a  margem  do  dito  i*io 
e  \  \\vt%ik  í\k\  mar,  que  nfio  terA  mais  distancia  qae  trezentos 
i<iuoiH>iii  V  p^^lu^ivi,  lugar  este  aprazível  à  vista,  por^m  insuffl- 
oioiutt  |k|i,;i  r\iud>^r  uma  Vllla,  porque  a  oorreato  do  rio  destróe 
M  «HiiiuMM  do  sou  terreno,  sem  algama  resistência  por  ser  arêa 
fdM,  \\Am  ^|ue  hojoserétio  vailoomosmo  rio,  qne  ameaça 
iMtivjji  rmuA  do  i.hU  a  YHIa- 

»*i i  do  AohA  formUL^da  oom  troi  ruas,  qoe  correm  do  E. 
Iiil  '  ****"'  <^»nrtíwmçào  fie  travessas,  mais  que  ondo  findam  as 
II.»  *  "\^  d.i  |i«rte  (i«  i\i«t^,  o  bom  no  oomoro  delia  onde  tom 
V,  rHllrJj;.^*^*  >^-^^*  IH»  quatro  de  telha  somente,  o  para 
liiKk  diu  t^àvo^^'^^^  ^"^"^    '^'^"^  quatone  chios  devo- 

tr>  §  /'i>''H'IiIl'tnih"'^  *^l\«mam-dirvWia— e  t(^  composta  do  vinte 
'•"'*  '»  »''*<Mud  i  ii*L**  ^^^  ^'®  ixilha,  com  deiessiús  chãos  devo- 
'/'  "' '  hi*in  dii  v.i  iit  I"*'"  do—nieio— com  cineo  easaa  de  tolha  o 
'/'f/ír  '.««M'i  (III  uiii,;    '  "^  ^^^«'cotr.i  rua-nio  ft^fo— composta  com- 

( ''''  í  /»!  âliira  I  m\  ?«?,?'?  ^"^  *^*^*-  ^  ^*  ^^^^  «"^  ^®^^ 
^.  h  ftfiit^  .„,  "Miiiprimònil  *\*.P"meiM  rua  '\  i^reeira,  é  corres- 

w^th  d/Mi,  „ii„M  .in^íIS^^^^i-^^ira  rua,  iMU  mela  distancia, 

'    '-  ^'^*.<i  ,„»  ,,,;  ^«""^  dPTe  praticar,   cujas  si^guen    uma 


ARCHIVO  DO  COXSELÍIO  ULTRAMARINO  26H 

A  Igreja  Matriz  ó  uma  pequena  e  mal  concertada  choupana, 
era  a  qual  com  fatal  indecencia  se  celebra  o  tremendo  sacrifício 
da  Missa  ;  não  sei  ben;  entender  a  causa  ou  razão  porque  se 
acha  semelhante  indôcencia  nesta  Villa,  mas  atr<ívome  a  com- 
jecturar  que  proceda  da  pouca  sufflciencia  do  lugar  cm  que  se 
fundou  a  Villa  pois,  as  continuadas  inundações  do  rij,  o  o  quanto 
desfaz  este  em  levar  as  soltas  arêas  do  seu  terreno,  annuncia  a 
pouca  subsistência  delle  ;  motivo  esto  que  me  deixa  capacitado, 
que  não  só  receiam- aqueli es  habitantes  faz<)r  boas  casis  para 
suas  moradas,  mas  nem  se  animam  a  concorrer  para  a  factura 
de  uma  Matriz  mais  sumptuosa,  havendo  sem  duvida  moradores 
com  deliberação,  o  forças  para  fundamentarem  com  magnifi- 
cência uma  e  outra  cousa ;  a  dita  Igreja  Matriz  está  fundada 
na  frente  da  rua  do  meio  bem  junta  ao  i  io,  o  com  a  porta  prin- 
cipal para  B. 

A  cadeia  se  acha  no  íim  da  mesma  rua  do  meio,com  a  frente 
para  O., mas  só  tem  a  cobertura  de  telha,  nâo  tem  portis,  o  som 
mais  formalidade  do  prisão  senão  um  tronco  de  madeira  ;  c  de- 
fronte delia ostá  levantado  ó  pelourinho  também  de  pão.  A  casa 
da  Camará  é  no  alinhamento  da  primeira  rua,  som  distinc(;ão 
das  outras  e  nem  alguma  differença,  o  O  contada  no  numero  das 
ca^as  particulares. 

A  Villa  fica  pouco  distante  da  barra,  e  o  Rio  segue  a  rumo 
de  O.,  distancia  de  duas  iegoas,  até  o  lugar  que  chamam  —  a 
Passagem— onde  formallsando  um  grande  circulo,  é  atalh;ido 
com  uma  vala  feita  pelos  moradores  c  a  custa  dos  mesmos,  cuja 
entra  pela  margem  do  norte  e  sahe  no  fim  do  circulo  ««lito,  ata- 
lliando-se  pelo  breve  e.spa<,*o  de  braças,  o  rodeio  do  Rio  distancia 
de  Iegoas. 

Também  se  acha  antes  de  chegar  ã  dita  passagem,  e  em 
meia  distancia  que  ha  para  so  chegar  a  ella,  um  riacho  da  mesma 
parto  do  Norte  que  chamam  Itanhotinga,  o  qual  segue  sempre  a 
rumo  de  O.  N.  O.  atr*  a  distancia  de  trez  Iegoas,  onde  so  desen- 
tranha dentro  uns  outeiros.  Ksto  riacho  (S  navegável  om  toda  a 
dita  distancia,  e  sua  a^ua  <^  doce  e  bóa,da  qual  tomam  os  mora- 
dores da  Villa  pai*a  beberem,  por  ser  péssima  a  que  ha  n<dla  em 
alguns  poços. 

O  terreno  das  margens  do  rio,  dosdo  a  villa  ató  ao  dito 
lugar  da  passagem  tudo  6  mangues— guachiimas—e  brejaos,  se 
h(^m  da  parto  do  Sul  tem  por  dontro  alguns  cômoros  enchutos, 
pelos  quàcs  plantv.m  alguns  moradores  da  Villa  suas  roças  do 
mandiocas,  formando  postos  çor  entro  os  mesmos  mangues  o 
brejos,  com  grandes  inconvenientes. 

Da  referida  passagem  entrando  pela  vala  e  sahindo  ao  rio, 
segue  este  o  mesmo  rumo  ;  e  na  distancia  do  légua  e  meia  so 
acha  a  fazenda  chamada  do  —  Limoeiro  —  siia  da  parte  do 
Norte,  onde  ha  porto  de  fabricar  e  construir  embarcações,  e  todas 
ab  qu(;  carregam  nesta  villa  vão  ancorar  ao  dito  porto.  O  ter- 
reno desta  fazenda  O  tnrra  alta  com  bem  direita  e  dilatadíssima 
planície,  de  alegre  o  delei lavei  vista,  lugar  este  bem  suíílciente 
para  nelle  se  fundar  a  villa,  sobre  cuja  transferição  tem  havido 


2Gi 


RRVISTA   DO   INSTITUTO   tlíSTORICO 


ii3quí»rimeaton  aos  mioUtroa  da  comarca,  qiin   nada  l»^m  de 

Dm  ík^ooda  do  Limoniro  para  oima  segue  o  rio  o  m^^ísmo 
rumo,  e  na  distancia  dfi  diia-s  Irgoas  na  acha  a  fazenda  denomi- 
nada —  Ponta  do  Gontb  —  em  a  qual  ha  fabncan  de  en^t^nlío 
de  assucar,  de  faria  lia,  dy  mandioca  o  df^anil;  aV'  este  Ingar 
cheiram  i^mbarcações  a  carregar,  uão  excedendo  a  10  palmos  íIi» 
fundo»  Nesta  mesma  fazenda  se  acha  assistindo  o  gentio  bai*- 
baro,  dosde  que  aí  a  salurann  de  paz  no  anoo  de  17  até  ao  pre- 
sente, lendo  ido  aiguos  .i  sua  aldea  na^  cachoeiras  do  ria  Mo- 
cury  e  voltado  utitros,  mim  são  estes  Índios  tão  aeeiTÍmoí<  na 
oeiosidade  que  pouco  ou  nada  trabalham,  o  s6  cuidam  em  do8- 
trnir  os  cana viaes— roças  de  mandiocas,  o  totlus  os  líiaía  le- 
ííumese  fríictasda  dita  fazenda»  e  clieí^aíido  a  matarem  quan- 
ti  dado  de  gado  eoni  <jue  se  te  em  feito  perniciosos  ;  raastodo  est« 
destroço  lera  tolerado  e  tolera  o  senhorio  da  fazenda,  por  eu- 
tender  que  conservar  par  o  amiztdo  com  aimoUianti*  gente, 
e  por  este  meio  pertuadil-os  ao  Christianismo,  é  cousa  do 
agrado  do  Doos  e  serviçti  de  Sua  Alteza  Real. 

Desde  a  barra  at<?  a  mencionada  fazenda  da  ponte,  conserva 
o  líio  a  largura  de  um  tiro  de  espingarda,  o  fuodo  do  duas 
braças  com  pouca  dilTerença  cm  alguns  lugares,  6  daqui  para 
cima  vai  estreitando  e  aeguí?  o  rumu  de  O  4'  — S.  0<  até  a  dis- 
tancia de  15  legoas,  sem  fazer  menção  das  pontas  e  en ceadas, 
om  cuja  distancia  se  encontra  a  primeira  cachoeira,  que  para  a 
subir  pucham>se  as  eantias  1  mão  eom  muito  trabalho,  e  passada 
est^a  logo  se  encontrim  mais  seis  pequenas,  que  sem  muit^j  de* 
trimenlo  se  stibom  a  n^mos  e  vai^a^,  e  passada  estas  a  putica  dis- 
tancia se  encontra  uma  maiur  ou  mais  alta,  peia  qual  se  n»o 
sobe  por  s*'r  ili latada  e  falia  d\igtia,  e  só  por  entrei  tos  e  tor- 
cidos lugares  cerre  violenta,  [loitca  porção  delia, 

í*  terrè[*o  de  uma  e  outra  pirte  dc8tf3  líio»  des?de  a  decla- 
rada pasíaírem  at(?  ã  prim<*ira  cachoeira,  sam  terrus  enehutas  e 
na  maior  par  ha  altas,  e  as  melhores  que  se  p<}<lem  euconti*ar 
pã  r:i  p  1  a  ii  taçn  ^s  d  * '  m  a  n  d  íoc;  i . 


CONTINUAÇÃO  PA.  COSTA 


Da  barra  de  ítanbeo  fiara  o  N.  peia  Costa,  <^  bmita  praia  de 
arAa,  e  »lo  Si'U  camoro  para  dentro  <^  terra  rixa  e  enchuta 
comporia  do  mat^:tM,  ttm  parte  carrasquoubos  e  eni  outros  altus, 
R  ua  dislancia  de  duas  logoas  se  aclia  a  ponti  da  Goaratiba, 
e  scapididaaífsim  por  ter  K,  a  O,  um  recite  de  pedi^aa  descolxírtu, 
ao  qual  dão  o  niesmo  apelido,  e  dista  da  terra  um^  le^nia,  que 
por  entre  el lo  e  a  Costa  ha  canal  cora  fundo  de  duas  braças  e 
passam  Sumacas. 

Em  a  dita  ponta  d  •  Qaaratiba  fle  acha  uma  Laííúa  pequena  a 
lieírada  praia,  e  ptda  sua  margem  mato^  da  «loni^htmia  e  palha 
de  q  u  e  se  f axe  i  u  en  te  l  ra  s ;  il  ímíUi  pa  ra  o  N .  eo  n  ti  ri  Ti  a  a  m  es  m  a 
formação  de  praia  n   mati>s  como  fle^  dilo,  e   na  didaneiade 


ARCJÍIVO   [>r>  CONSRIJIO   ILTRANTAniXO 


meia  Inj^oa  se  oncimtra  uma  barrota,  precetliila  do  yina  Ingfia 
lie  a^iíii  salgíiJa,  a  qttal  Au  lia  ^5  íiririt*»  d  mi  pouca  lin  vi-la, 
íian  a  do  rio  Jiícurtí-^n  ;  a  Unta  i^-tti  distancia  acompauba  pur 
Ibra  o  roe  i  I  e  d  a  í  i  na  r a  t  i  ha . 

Uosta  barrota  para  oN,  ^e  ou  contra  eiu  disíaBcia  demeia 
loíítja  a  nova  barra  do  dtto  riu,  o  alti  no  couioi'o  da  praia  m 
acha  um  morador  com  criação  de  ^ndo  vaccum,  nos  paat^:>s  ^nn 
b;i  pebi  margem  do  Utgoa  ati:^  a  Costa,  ainda  que  os  tr  cl  to  é 
oxcoí lente,  pois  se  ve  bivra  nutrida  a  criação.  Esta  dita  barra 
tem  sons  bancos  ;  mas  sam  perto  do  mesmo  ívssento  do  rio,  c  os 
seus  pontaes  pouco  lançara  ao  mar,  o  seu  ftindo  nas  marés  vivas 
Tião  alti-a  mais  de  1 1  até  I:d  palmos,  porém,  aí^sim  mesmo  teem 
eutradu  Sumacns  a  carre-rar  farinha»  a  sua  eotraíla  Ô  direito  a 
O.;  nesta  altnra  finalizam  as  paredee  dos  abrolhos  queda  praia 
distam  quatro  le^oas,  em  cuja  dhtanri.i,  ha  canal  de  quatro 
braças  ati^  12,  jà  mars  porto  aa  ditas  p;iredos ;  ú,  margom  m 
achará  a  altura  Latitiide  17°  27'  a  f^ongitudo  3-14"  45\ 

Da  barra  para  cima,  ura  quarto  de  lej^oa  fta  parte  do  norte, 
Pii  tá  fundada  a  Yilla  de  Nossa  Seu  hora  da  Purificação  como 
iiome  do  Prado,  cujo  titula  lhe  é  próprio  p(>r  estar  plantada  em 
campo  ameno  ;  ílca  um  pouco  retirada  do  liio,  cora  íormoso 
porto  de  altii  ribaoceira  do  aréa  branca,  e  louge  da  costa  do 
mar  á  disujncia  acima  dita,  ostfi  furmada  com  três  ruas  quo 
correm  E.  A.  O,,  com  o  comprimímto  do  120  braças,  as  qnaea 
fjcim  compn^hendid.tH  no  empaco  do  HW  bra<;as  de  tiifL^iirii,  cora 
a  pr.ií:a  em  Tueio  do  quaiiro,  e  no  niHo  delia  levantado  Pelou- 
rinho d<í  madeira. 

Compòese  toda  a  villa  do  73  caí^a^^,  massA  19  de  telha  o 
di^stas  serve  uma.  de  cadea.  A  1^'i'eja  Matriz  «''  nova,  ainda  que 
de  madeira  e  lai  [ta  *ie  mão;  está  vistosa  e  decente,  o  fundada 
no  ílm  da  villa  da  parte  de  O.  com  o  frontoíípíciti  para  E,;  o 
tíUTeno  da  villa  é  piano  e  campo  eorao  ílca  dii^,  o  qual  ao  es- 
tendo para  o  N.  fí  para  O.,  distancia  de  uma  leg^oa,  omíe  se 
nchara  algumas  lagoas  de  agua  doeo,  pelo  que  v  bum  eriadouro 
de  gado^. 

0  anoorailonro  das  embarcações  6  no  dito  porto  íla  villa, 
ondo  tom  fuíido  de  duas  hmçaa  N.  S.  com  a  mesma,  e  dahi  para 
cima  3e;?ncj  o  Rio  o  rnmo  ile  O.  sem  attimder  as  voltjis  ; 
dtatancia  do  íiuía  le-roa  .so  encontra  terra  alta  da  parte 
do  mi\  a  borda  d^ajíua,  onde  estão  três  moradores  afazendadrjs 
cora  fabricas  do  farinhas  ile  mandiocas,  o  eii^^enho  de  assiicar:  e 
atr  Gííte  Itigar  pela  » nos  ma  parte  é  comi»e^ta  a  marjíem  de 
raíin.ííuee,  e  em  nieio  da  dita  distancia  ha  da  pane  do  norte 
um  sitio  com  engenhoca  o  labrica  do  destilar  agua-ardirnt©,  o 
deaí^  sitio  se  vai  á  villa  por  terra  com  bua  estrada,  p^ir  onde, 
andâo  a  cavallo,  lerra>r    virgens  o  boas. 

1  >  a  d  í  t  a  í'i\  z  en  d  a  d  as  f a  b  r  i  ca  ^  de  fa  r  i  n  h  a  o  as«u  c  a  r ,  pa  r  a 
cima,  segue  o  Rio  a  rumo  de  N.  O.  uma  legoa  at(^  o  riaclio  da 
parte  do  nort^i,  e  il*iles  se  vò  di  nie^ma  paru*  terras  alla;^  cora 
campo  que  se  esteuilem  pruí^urande  ,i  vilbi.  e  neate  riaobo  se 
acha  nm  morador  queda  dita  parte  do  norte  lavra  mandiocas 


à66  RKVi-^A  ro  issTiTUT*:»  histórico 


e  eams^  «  em  taU  » <liu  Tília  >zm  bois  m  terrms  para  toda  a 
QualMlâtfftd  «^  planU«S>es,  se  tem  sajeiUs  as  grandes  iouu«lavões 
por  agietiâ  ^ar^eai ;  o  no  at»^  esia  lograr  coaserva  a  larguei  d*^ 
40  brai«C3k»«  pooeo  mais  oa  mefK».   ftuido  basunie  e  poaeo  cor- 

Do  diu>  riaete  para  «aa  siifue,  á  distaneia  de  duas  e  meia 
Itgwai  m«^  «^  ^Uo  chaaado  Goaraakée  a  romo  de  O.  sem  at- 
r^E^^LJ»  ^B  Toliâs  ea  aõo  sitio  wt  tceai  eonscmido  embarcações, 
e  oell^  bíft  mwioks  arTw  de  espiobo  planiadas  pelos  iudios 
Mor«i^tora« ;  d«»^  l^iV^  se  xai  por  torra  a  Titia,  e  o  caminho 
aialbi^  i&iiiw  a  Jiitiacta  do  rK\  o  lerreno  por  ambas  as  mar- 
««ftS  s^m  TSU'gqBi>  eon  as  mcamas  qaalidades  ditas,  e  a  corrente 
If^iido  %fc>rioéifaaiaooMesUdiu>. 

IV0««  sitto  do  GoaianMo  para  cioMu  segue  ao  mesmo  rumo 
(«^otts^  eoi  cfM^  áisteneia  sa  eneontra  da  parte  do  norte 
^    alia  ^  Oaieiro.  a  que  »  dá  o  noBie  de  S.  António,  e 
siuo  é  o  aliuBo  dos  moraaores,  e  as  terras  sam  próprias 
_^;i^  ^Q:andiockàS.       .     ^  ,     . 

1>««K»    «MUHro  de  S.    Aatooio   para  emia,    segue  o   Rio 

ruiiii>  èe  O.  duas  e  meia  legoas  até  onde  se  reparte  em 

T,,^^  e   ^t^  ^qai  coowrva  o  sMsmo  Atndo  e  largura  e  fraca 

^!^!*^^  :  as  tsfnàs  de  amlas  as  panes  sam  boas  para  man- 

^Im^»^  e  bii  logai^  para  a  atoar  e  Auidar  íksendtès  de  con- 

^l^ilenci»*  i^«Mta  repariiciía  «goiadi^  pelo  rio  tio  N,  por  ser  o 

i^a^or.  «»csauiab^a  miuodeO.  N.  O.,  distancia  de  oito  legoas, 

MHàoeòatrMtt  as  primeiras  serras  que  chamam  dt'  João  de  Leão, 

arf^A^^  da  nvàrgc^iu  nH:>la  legv>a  com  (oooa  duTida ;  em  meio 

d'%  «liuà  dislanda  do  rio ;»  adia,  da  parte  do  norte,  um  ribeirão 

Que  d%v!s«iitnuiha  das  mesmas  terras ;  o  terreno  «le  uma  e  outra 

uarttf'  «K>  Kío  «%m  I^kis  matas,  e  tambi^m  descobre  boa^  malh:id;is 

de  oauipo  iiaitiTo«  e  bom  uara  criar  gado  :  o  Rio  desembaraçado  o 

^  ftaoik  oorrente^  (»m  fViado  ci^pai  de  aaTegar  embarcações  de 

boa  carg,!.        .    ,  .    *    ,  2 

l>as  serras  de  Jv^ao  de  Leio  para  cima,  segue  o  no  o  mesmo 
rumo  de  o.  N.  ^^«  qoairo  Igoas,  at^  encontrar>se  a  primeiíu  ca- 
ohoeiru,  quo  par:\  se  subirem  |>ueharão-8e  as  oantVas  a  ni&o : 
nosto  K^Ar^^r  olu^a  a  l^irda  dagua  uma  alta  sorra,  a  qual  se  lhe 
ohaniou  tio  S;inoto  .Muln^  por  se  chegar  a  este  sitio  em  o  dia  do 
lUto  Saiioto,  |K>r  oima  da  sua  planicie  ha  um  grande  campi»  em 

3 lie  Mt  \Mi  Ckííiw.  w  n<^ta  aecão  se  eocontrarào  se;!^undas  estradas 
i\  Kohtio  harlvii\>  iH^ta  cachoeira  para  cima  continuam 
(lUtrai^.  011  hauiHitM  a  bivvi^s  distancias,  at(^  que  se  chega  onde  en- 
ooiitrundo  a  <ilu  sorra  do  N.  com  outra  do  S.  com  altas  po- 
dritirart,  o  (\»riuando  uma  cachoeira  dilatada  com  recatos  de 
poiíoa  agus,  usem  A^rma do  c inal,  de  modo  algum  foi  possivol 
hUMrtar  (itltanlo,  o  para  ohoji^ar  a  este  iogar  foi  excessivo  o  tra- 
Ii.iIImi,  <lu  OuoiMiiliir  in:lnui;ule  de  bancos  oom  as  canoas  pu- 
tilimlai  (H  iiiii  M.  iIlHtauoia  do  cinco  lagoas  a  O.  N.  O. 

|iM4t't  |i»K.ir  pvraoiiua  [tov  faltado  naTegiiçio,  foi  averi- 
lliiAilii  |»<'i'  t«H  ra  um  os)mgo,  o  subiiido-so  H  sernv  se  observou 
imiliih'  H  riu  >i  nimi)  <l(s  o.,  o  também  a  boa  distancia  se  vè  uma 


ARCOrVO   DO  COXSF.LUrv   ULTRAMARINO 


267 


l?r!iníte  serra  que  corro  N.  S.  o  sobro ella  so  divulga  nm  objecto 
br,i.Dco,  Nmlamais  *>  pôde  noticiar  <le4e  Rio  que  nest.í  la^avr  o 
dou  por  fiufic),  pur  ser  lotil  mente  uma  voga  vel  do  eíicontio  duí< 
seiTas  para  cima  ;  s^í  as^im  atrevo- me  a  dizer  uma  ijuposirãu 
rainha»  quo  inllru  ser  este  rio  nascid«i  do  Rio  íirande  do  Hel- 
raonte  ;  r-  a  razão  i*  i>or  ver  que  este  ao  incliua  í^empi-o  ao  Norte, 
B  ser  informado  por  peãsoas  vordadeiras  e  que  oceutarmente 
teem  observado,  quo  o  dito  Rio  Grande  so^^ne  aoStil  olq  todo  o 
espaço  q0o  tom  siio  vadeado,  e  não  pouco,  e  também  além  de 
que  sor  superabuodante  em  ;iguas  e  de  auberba  corrijito»  pelo  rjue 
pretendo  no:;eu  descobrimento  examinar  com  mais  iodividaaçào 
a  margem  do  suK  aâm  de  alcançar  se  procede,  ou  de^en- 
ganar-me  ;  está  a  dita  cachoeira  que  so  não  paaaa,  na  latUludo 
11^—  27,  3<»  N  — '  26,  '  17  —  i.  e  longitude  344*»  —  45\  "  1  — 
27,  :^43  —  I». 

O  braço  de  rio  que  segue  ao  Sul  tora  as  mesmas  cor fron ta- 
cões, o  BI*  et>m  a  dilToronça  de  serem  maia  baixas  as  suas  margena, 
sujeitas  á»  pequenas  cheias  as  ionundarem. 

CONTINUAÇÃO  DA  COSTA 

Desta  barra  para  o  Nortí3  quatro  legoas,  se  oní^ontra  um  Ri- 
aqho  que  desagôa  oo  mir  ao  qual  chamam  Japará,  e  ^i^  pasfia  a 
váo  de  maré  vazia;  este  entranliaodo-se  a  O.  ó  navegável  até  a 
distancia  de  duas  legoas  comi  bóis  raatas  pelas  sumi  marianos* 
nas  quacíi  fazem  muitas  canoas  os  moratíorea  da  Villa  du  Pi  rnlo.  O 
terreno  desde  esta  íííA  ao  dito  riacho  pela  co^tíi  r'  bonita  praia, 
©  peio  cômoro  matos  altos,  e  em  distancia  do  uma  lejíea  princi- 
piam barreiras— P^ntíi  das  brirreiran^ — lãstaiitemeule  iu^Temes, 
do  cores  vcrmelhatí  e  branca  o  alj^umag  manchas  aziíes,  om 
cujas  bato  ou  choi^a  o  mar.  e  por  quebradas  da  mus  ma  cerrem 
d im inatos  retratos  dagua  duee  e  bera  clara,  e  compõe-íse  a  sua 
planicítí  do  matos  carrasquenho?,  e  ellas  acompanham  as  três 
iègoas  ató  incidir  adita  distivncia.  O  Riacho  Jai>aríi  para  o  N. 
distancia  de  duas  le^oas  ;  está  u  pnntal  de  Comixatiba  —Comi- 
wnHbn  -^  onde  se  aetia  uraa  casa  de  telha,  e  duas  do  pai  li  as  cum 
mora  Joroá  índios,  e  neste  Jogar  se  aposeotam  para  [>6rnoitar  os 
Ministros  e  viajantes;  ao  chegarão  dití  pLmtal  m  encontra  um 
cúrí^o,  ou  peíjueno  riacho  que  chamam  de  Ouro,  parece  que  por 
ser  mui  lo  huira  a  aua  aréa  ;  o  seu  terreno  é  mata  virgem  até 
au  comi>ro  da  praia  e  buis  t  frras  para  fundar  intoressauLits  fa- 
bricas de  ngricul  tu  ra  e  madeiras  ;  a  ioda  esta  distancia  acom- 
paoba  líor  mar  um  recife  razo,  que  c«>m  martí  vazia  descobre 
íon;;e  da  Costa  um  tiro  de  pedreiro  ;  neste  recife  fizeram  os  rta- 
cezea  ou  holandezos  uma  Ga  mb  6a  de  pedr^a,  cuni  muitos  *;  bem 
formados  enganos  para  apanhar  peixe,  cuja  iieudo  fabricaiia  em 
tempos  táo  aiiUyros^  ainda  hoje  bem  mostra  (oi  obía  muito 
perfeitij  puis  mesmu  entupida  de  aré;i  como  kô  aclia,  fica  peixe 
alyumas  vezes  em  seus  enganos. 

Ue^tíi  pontal  de  Comixatiba  para  o  N.  uma  legoa,  se  en- 
cjntra  um  Riaciío  que  lhe  chamam  do  p<:i^e  —  liio  do  peíjc^  —  o 


I 


ARCillVO   ITO  CONSEíJiO    ULTRAMARINO 


im 


lu^ar  u.sLiveratn  aldeadoSi  dondo  os  removau  o  Miaistpti  José  Xa- 
vier Macliado  par^  a  Villa  du  Prado,  para  se  aproveitarem  do 
molhar  commercio  e  civilizarem,  lío^  dito.ií  canaviais  para 
rima  seííuo  o  nimo  do  O.  S.  O  —  novo  léguas  atú  a  primeira 
Cachoeira  destii,  para  diante  nào  passam  canôaB,  o  torrcrio  do 
ambas  as  inarfíons  sam  matas  virgens  o  boas  terras  :  o  o  Rio 
dosdo  a  barra  aL<;  a  dita  Cachoa  ira  íl  navogavol  ainda  quo  es- 
treito, e  nolio  Fazom  os  moradurea  Vtll&íi  viziahaSt  ;j:randes  poi- 
carias  do  bom  poixe* 

Deste  Rio  para  o  N.^  dístaiit^ia  cto  duas  Iegf>as,  mià  outnj 
<|iie  chamam  Crameimaá  ;  sua  barra  é  baixa  qne  do  ra^ró  vazia 
se  p-issa  a  v;io,  porém,  o  Kio  é  mais  fundo  o  a  correiíto  puurm: 
tia  dttt  barra  íi&í^nt!  ao  s.  odua^  milhas,  o  no  Hm  de.ssa  dis- 
tancia so  acha  na  parto  do  li  —  sííís  cabanas  do  palha,  e  alii 
residem  seis  casaes  do  Índios  das  jurisdiçõe^í  da  Villado  Tran- 
í^oso  ;  dnisia  sitio  para  diante  acguc  o  Rio  o  mosino  rumo  dis- 
tancia de  nove  h^^oíis,  onde  sti  encontram  bumlnjrraes  em  ípie 
flnda.  o  não  tmss<un  canoas  iiom  corro  agna  ;  o  sou  torrono  por 
anjbas  as  marfçcns  sam  terras  boas  para  plaiitaçrH^s,  o  tur- 
reno  na  Costa  na  distancia  íjobro  dita  é  carapu  nativo  o  se 
oáLendo  uma  legou  para  O  e  a  praia  é  iio  areia  branca. 

Da  barra  do  Cramonuaá  pira  o  N*  dihtnucia  de  quatro 
le;íoa«,  t^e  oncontra  o  Rio  do  Frado  ;  sua  barrai  em  marés  vivas 
tem  nove  e  do«  p- Imos  de  ftimlo,  c  neíla  so  podo  entrar  cum 
embiircaçoes  poqnonaa  como  já  tem  acootocido  ;  o  seu  canal 
Uca  N,  E— S.  U.  e  no  mesmu  rumo  so^uo  o  Rio  distancia  de  uma 
tcgoa,  o  as  margens  são  compostas  do  fracos  matos  e  cam- 
pestres, e  doâtii  distancia  em  diante  segue  a  rumo  do  N.  O 
otjtra  legoa  com  o  mosmo  fundo,  e  ora  alguns  lugares  muito 
maia  de  dez  palmos;  a  na  dita  distancia  é  o  seu  ti^rreno  peta 
parte  do  Sul  boas  matas,  e  pola  do  Norto  o  vmpo  ;  e  do  flm  da 
referida  distancia  í*eguo  o  rumo  tio  O  seis  legoas  até  ao  lu- 
gar que  chamam  Itapiquéra  com  outeiros  por  ambas  as 
margens^  dahl  segue  o  rumo  de  S.  S,  O,  oitt>  legoas  até  ao 
ponto  chamado  de  F'ào  Bra?alr  o  torreno  nesta  distancia  são 
vargoas  encbutas,  e  boas  terras  de  matas  viff^ons  ;  o  lugar 
do  dito  porto  é  terra  de  oiteiros,  o  rlahi  para  cima  segne  a 
rumo  do  O.  S.  O.  seis  lo^^oas»  até  um  nactio  estreito  quo 
entra  ao  N.  com  bom  fund  i  par,t  navegarem  carnias,  ao  qual 
chamam  —  Entrui  ambas  as  aguas  —  ;  o  terreno  de  aml)as  as 
partes  boas  matai  e  torras  nobiiisimas  para  plantações,  dalii 
para  cima  soguc  o  mesmo  rumo  distancia  íte  sois  legoas,  onde 
flo  encontra  a  primeira  caohooira  da  qual  se  não  passa  adi- 
anto com  canoas,  por  s^r  dilatada  coju  grandas  pedreiras,  e  por 
eutre  ellas  muitos  regatos  dagua,  que  sua  corrente  a  cada 
passo  tropeça;  o  terreno  de  ambas  as  mirgens  am  toda  a 
dita  distancia,  sào  terras  altas  e  boas  como  Uca  dito.  O  ter- 
reiío  da  costa  desde  Cramenuaá  até  esta  barra,  são  barreiras 
vermelhas,  ama  relias  e  brancíis,  o  nellas  bate  o  mar  de  maré 
cheia,  pelo  qua  para  caminhar  esta  distancia  e&prjra-so  a  va^ 
zante ;  ainda  at^siin  em  um  logar  chamado  Juassémar  nâo  dá 


270 


REVÍSTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


pBdmífitmn  pcOa  praia,  o  por  isso  hi  cstnida  poroíma  dessa  bar- 
reira, ^à  na  rtistancÍJi  privada  que  nfio  ú  gniode:  ao  mar 
pouc^  distancia  com  estia  barreiras  ha  redr43,  e  Imxm  do  pedras 
cobíTtas. 

Da  barra  deste  Rio  para  o  N.  trez  o  meia  lefoas  ^e  eu< 
cantra  o  Riacho  de  Traocoso,  —  Of-sta.  distancia  é  a  praia  des- 
ombaraçadv  e  boa,  logo  da  seu  cômoro  principia  campo  ameno 
e  criador  ;  em  meia  disUocia  tia  nu  mesmo  e  perto  da  praia 
(tma  casa  do  campo,  o  a  este  sitio  chamam  Itaquóaa  e  t«^rá 
de  largo  o  dito  campo  ti-cz  quartos  d<^  legtia,  e  Delle  apascentam 
alguma  criação  de  ^ado  vaccum,  o  para  elle  mudam  os  mo- 
radores do  Porto  Seguro  os  seus  gaoos.  quando  os  a  ham  to- 
cados DOd  S0U5  pastos  ;  a  barra  o  eutrajla  do  dito  riacho  é  a 
N.  O.  a  cujo  ramo  segue  cousa  de  um  tiro  de  peça,  e  dahi 
para  cima  segue  a  O.  S.  O,  distancia  de  trez  legoas  onde 
acaba. 

Este  insígnílleaiite  Riacho  tom  nome  proveniente  da  Vtlla 
do  Trancoso»  qne  se  acha  fundada  em  uma  suflknoute  planície 
do  outeiro*  arredadíj  da  casta  um  qu/irio  de  le^oa.  cujo  Riacho 
[lassa  ao  pú  do  mesmo  outeiro,  que  fica  na  sua  margem  do 
suL  Esta  vilia  está  lançada  do  E.  a  O.,  ou  para  melhor  dfzer,' 
fstá  com  pouc  t  difterença  da  formalidade  do  um  quadro^cuja 
similbaoça  tenho  Tisto  em  todas  asaldéas  da  direcção  doe  ex- 
iii\ctos  Padres  Jesuítas.  Comp5e-se  o  quadro  de  sessenta  n 
duas  casas,  das  quaes  satri  quatorze  de  telha  e  im  meAs  do 
palha  ;  o  Collogio  h<^e  Igreja  Matriz  está  logo  a  principio 
do  dito  quadro  da  parte  de  E.  o  com  o  fronteepicio  a  O.  o 
arredado  vinte  e  cinco  braças  se  acha  Armado  o  Cruzeiro; 
DO  fundo  da  viLla  está  &  casa  da  Camará  que  é  de  aobrado 
com  frente  a  E.,  e  arredado  vinte  braçAS  eêtÁ  lovaniado  o 
Pelourinho  que  é  de  madeira  ;  tem  de  arabltoa  praça  vazia  em 
!9eu  comprimento  cento  e  noventa  e  uma  hraçiis.  e  de  largo 
trinta  e  sete  braças  de  oito  palmos:  do  accento  da  villa  para 
a  Costa  dtíscahe  uma  íadoira  que  chega  á  bcira*mar,  e  por 
olla  ó  a  entrada  que  ^xhQ  á  praia,  a  qual  atra voasa  o  meneio- 
nado  Ri.who  sobre  ptnite  de  madeira,  o  terreno  da  vill  i  e  seuíí 
arredores  t*  campo  aprazível,  com  espaçosas  vistas  do  mesmo 
o  do  mar. 

Deí^ta  para  o  N.  uma  milha  se  acha  um  Riacho  que  chamam 
Mugibura,  o  qual  entra  a  O.  S.  O.  distancia  de  uma  milha 
por  entre  mangruês*  e  pela  parte  do  Norte  se  vê  uma  alta 
barreira  de  crVrea  vermelha  e  brancíi»  a  qual  toma  o  passo  da 
praia  pelo  que  ha  estrada  por  dentro,  e  ponte  de  madeira  no 
dito  Riacho  que  facilita  e  franriueia  o  commercio  da  Villa 
do  Por  to- Sq^' ura  com  a  de  Trancoso,  cuja  estrada  sahe  á  praia 
logo  que    anda  o  obstáculo  da  diti    bandeira* 

O  referido  Riacho  continua  depois  da  milha  dita,  repartido 
em  doQ.H  ;  o  braço    r'  ne    ao  N.  lhe  dào   o    nome  de  Sâo 

João   de   Miuas,   v  [ido   distanciado   ò&íg  legoas  a   O* 

N.   O»  acaha  «m   v.^  ^,1,1^0    nos  lundus  da»    rocas  de  uma  fa- 
zenda dos  moradores  da  Purto  Se^tiro^  a  qual  chamam  Buiuem; 


ARCilíVO   DO   COXSEIJIO    ULTRAMARINO 


271 


1.^  todo  o  torronu  por  araba^  ns  partes  do  dito  S,  João  do  MinaK, 
sáa  outeiros  biíxos  com  miltiad  is  do  campo  o  penueaas  mataa, 
O  Riacho*/ lie  é  braço  do  Stil  segue  a  O.  S.  O,  dbtancia  de  oito 
léguas»  oDdeacabiena  tromedaí  e  temas  mesmas  confrontações, 
se  bera  na  terra  do  intermelio  se  achara  boaií  niãtaus  virgens, 
capazes  p.ira  toda  plíinta.  Oeato  para  o  N.  d  a,  is  milhas  se  en- 
contra outro  RiaeUo  que  chamam  Taipe,  ena  margem  da  Nal 
ÚQsio  ^aUo  á  praia  a  estrjda,  que  já  ficou  dito  segtio  por 
cima  daf<  barreir^i^,  qtio  tomam  o  passo  da  baixa-mar ;  o 
qual  Rtachu  entra  a  0.  distancia  ile  trez  legoas  onde  se  acaba 
om  vertentes  d&  terra,  e  o  sou  ten*eno  por  ambas  as  partes 
são  barreiras  verraelban  e  brancas  ;  é  d"^  advertir  que  esto  não 
admttte  alguma  navegação,  pois  é  tâo  fraco  que  chega  a  sor 
entupido   pelo  mar. 

Do  Taipe  para  o  Norto  distancia  do  quatro  míibas  tudo 
são  barreiras,  mas  dão  livro  pisso  pela  praia,  e  a  ultima 
que  86  vr  no  fim  da  distancia  dita,  fi^ca  correspondcnto  a,  nm;4 
lx)a  e  bem  paramentida  Capolla  de  No.4sa  Sinihora  d\\Jeda, 
a  qual  ostá  [andada  otn  a  chapada  da  mesma  torra  alta  da 
dita  barreira,  demorando  deste  a  N,  O.  a  dita  CapoUa  e  o 
seu  frontoBpicio  a  O,  e  art  lado  do  sul  tem  uma  boa  casado 
romeiros;  pela  distancia  da  Custa  se  acha  em  meio  delia  uma 
casa  de  ongeohocã,  com  tratico  do  fazei'  agíi^-ardeatc  fundada 
entre  dous  outeiros,  oporalíi  mosmo  sabe  um  regato  com 
b^a  agua. 

Da  dita  capella  para  o  N.  uma  legoase  encontra  o  rio  de 
Porto  Seguro,  o  toda  esta  distancia  acompanha  polo  mar  o 
perto  a  costa  um  recife,  que  entre  elle  e  a  praia  navegam 
canoas  ;  o  terreno  é  composto  da  carrasquenlio  e  escuro  mato 
da  ponta  da  torra  do  sul;  desita  barra  sahe  um  recife  com  largura 
de  dez  até  doze  braças,  o  se^ua  ao  N.  distancia  de  um  quarto 
de  lagoas  e  com  resguardo  a  elle  se  enti^a  pelo  canal  da  barra 
da  diía  Villa direito  a  rum» do  O.»  a  qual  está  na  latitude  dõI6'- 
40^'  (^  iougifcudo  :U4"  45.  e  seu  fundo,  com  marias  vivas,  é  do  16  e  18 
palmos,  sem  embargo  de  ter  logo  Mra  do  lia  8*3ia  o  oito  braçag; 
vencida  a  enuada  segue  o  rio  o  rumo  do  S.  U,,  iicojupanliado 
IKda  parto  de  E,  com  o  dito  recife  e  de  0.  terra  firme »  isto  na 
distaocia  que  Já  li  ca  dito  tom  o  meimo  recife  o  íicar  N,  S,  com  :í 
pés  de  coqueií^os  da  parttí  do  N.  a  cujo  lugar  chamam  pontinha, 
onde  ha  algumas  casas  de  tolha  e  esuUeiros  de  construir  lanchas 
de  pescarias,  negociaçào  de  que  fuais  usara  os  moradores  desta 
Yilla;  e  neste  nu^smo  Ingar  ô  a  passagem  de  uma  para  oatra 
parto  do  rio  para  o  que  ha  sempre  uma  boa  barca  do  Conselho ; 
aeste  lugar  lem  o  rio  150  braças  de  largo,  e  o  mesmo  fundo  da 
barra,  e  daqui  para  cima  segue  o  rumo  de  N.  O.  uma  milha» 
até  ao  Arrayal  cora  o  nomo  de  Maroos  á  borda  d'agua  onde  íia  o 
maior  comraercio,  o  qual  so  estende  até  outro  lugar  que  chamam 
Pacata,  communicando-se  por  estrada  desde  a  pontíotia  até  tis  te 
Arruyal,  e  toda  a  distancia  com  casas  e  moi*adorea,  porém  sem 
alinhamento  formal  om  meio  a  iim  riacho  o  boa  poute,  e  tora 
o  lagar  denominado  Marcos,  99  casas  de  telha,  o  o  lugar  do  Pa- 


J 


272 


REVISTA    HO   INSTITUTO  HIsTORICO 


GaU  quo  é  unMo  a  este  tem  30  também  de  telha  ;  todo  o  dtto 
lerreDaé  raso  e  delle  para  o  N.  vae  uniíi  cstradi  até  4  VJUa 
que  tevá  um  ^  doei  ma  do  leg^oa,  a  qual  sóbc*  uma  laJfeira  o  do 
cimo  delia  so  conserva  uma  cruz,  quo  chamam  du  S.  Pedro, 
onde  80  v*í  a  O,  biUi  quint  i  com  cinco  moradas  d©  casas  do 
telha,  ô  desta  diía  cruz  principia  a  plaoicti  em  qwí  estl  fundada 
a  Vdli.  AWm  dn  dita  ostraila  ha  otitras,  quo  sorviííji  da  f.»nlrad.i 
u  ^íahidii  pai'adíirttrontuáiu^.irei3,  pjnVm,  a^  úe  maior  coiiimor<^.io 
i>adiLa,  íMjíUtra  qtie  vem  Jo  lugar  da  referida  poatiníia,  ser- 
vitidu  ali  do  e:?trada  ã  praia  atr^  ílcar  li.  O.  cnm  a  punUíloro- 
ei(b  da  barra,  o  daUi  ontra  o  fianiiiibo  a  O.  <>  a  poucoa  pasboa 
so  oii<'ontra  a  ladoira  qu©  chamam  do  collogio,  ao  qual  so  enca- 
uiifiha  itóta  estrada  quo  no  ciriiu  do! la  QHÍá  o  dito  lund^i/lo,  o  aht 
priívipia  a  mosraa  VI lia, 

Ksta  ko  acha  um  forma  do  ineio  quadro»  l inçado  o  gnii  maiur 
cumprimento  N.  S,  ;  a  piiiniiira  rua  t^  a  quoctmmam  do  í"ollo^'iu. 
cujo  odiflcio  ostá  uo  principio  da  pai  to  do  E.  à  iKSim  d  t  ro^dio, 
o  serve  de  aposontidoria  aos  <tuvidores  da  Coinarci,  o  drislo 
soíTuo  o  l'^  O*  4>  ciurdào  do  casas  pela  buirei  do  outi^iro  toJiU  com 
frei  Ho  a  O,,  o  da  outr;i,  p.irto  v,u)  outro  curdilo  didlaiscum  íri/ntn 
a  K,*  (ornando  uma  Iar;^a  rua  rpie  não  tom  i)it!uu:>s  de  ^oio 
braças,  o  ao  os l «indo  ato  a  Misoricordia»  distiuí-ia  tU}.  I  li  brara.?., 
romprobendondo  nesta  rua  a  numero  de  30  ca^-i^i,  o  delias 
bão  trof  do  ííobrado,  o  varios  ohàos  dovututos  do  ambas  aa 
partes, 

Contiuuaa  moi^ma  rua  ao  mosaio  i-uniu,  por^L^m,  com  o  Ululo 
do  Miaericord ia,  porque  soaclía  ali  funhido  o  aou  sancLuario 
ainda  quo  aem  magniâcif?ncia,  mas  C'jm  docência  fabricado;  os- 
tondo-sn  õiita  rua  distancia  do  84  braris,  porôm,  só  com  cííicode 
larífo,  e  eompôo-Hõ  por  ambas  as  partci  cjra  24  casas,  odestas  sam 
duas  de  sobrado  o  ha  da  mesma  forma  châos  do  voiuto.  Continua 
a  mesma  rua  volteando  a  O,  na  forma  do  aubredido  meio 
quadro,  ©  s '  estende  na  distancia  de  1 10  braças,  mas,  só  com 
qoatro  do  largo,  c  compor  ti  da  amb.ií^  as  partos  com  32  oasas  ; 
a  esta  vulta  d^  rna  dâo  o  nome  do  S.  Sebastião,  o  nolla  também 
lia  bastante  chão  de  volulo.  Km  moía  «listancia  desta  rua,  separa 
a  corda  das  casas,  a  sahida  do  uma  estrada  quo  vao  ter  a  praia, 
a  qtial  serve  píira  os  viandantes  qye  soguem  ao  norte,  o  da 
meia  dhlaneia  da  dita  estrada  vao  ootra  a  O,  aU'  uma  fonte  do 
boUi^lma  agua  que  H^he  da  rocha  ;  corre ^ponden te  a  dita  sepa- 
ração da  estrada,  lia  uma  travessa  tambom  lançada  N.  S.  com 
distancia  de  81  braças  e  de  largo  cinco,  composta  do  ^6  casas  por 
ambas  as  partes,  o  muitos  chãos  devoluto^  cuja  tra?essa  passa 
polo  lado  da  Matriz. 

Ao  Jãdo  da  Misericórdia  da  parte  do  O.,  se  vé  um  largo  ter- 
reno onde  foi  a  antiga  Matrix,  e  deste  lugar  aS,  O*  segue  uma 
curta  rua  composta  de  quinze  casas,  e  estas  com  pouca  regula* 
ridade.  Polo  lado  do  Sul  da  Matriz  so  esioudo  uma  rua  qoo 
chamam  Nova,  composta  de  18  cas:is  nó  pelo  cordão  de  O-  no 
espaço  do  57  bra^.^as,  o  do  B.  nenhum  mais  que  a  figuração  ;  4  de 
quatro  braças  de  largura  a  chamada  rua. 


^CifrVO  DO  GONSEIJIO   ULTRAMARINO 


273 


A  Igreja  Matriz  está  fundadai  quasi  no  fim  da  rua  do  co- 
legí>  no  centro  da  parte  do  O.,  pelo  quo  forma  canto  o  cordão 
de  CAaas  da  dita  p:irte,  cuja  líçroja.  tera  formosa  perspectiva  em 
aeu  froiitesptcio,  eaeachui  decentemente  paramentada;  o  seu 
adro  õ  um;  boUa  praça  com  l>oa  YÍsta  de  mar^  pela  abertura 
qye  tom  no  c jrdâo  de  Cciais  da  parte  da  rocha  ;  do  alto  mar  em 
gTrtodo  diâtancia  se  avista  o  ft^ontespicio  desto  templo,  com 
niQHa  satisfação  dos  navegantes,  o  o  Orágoda  fraguezia  é  N,  S, 
da  Pena* 

A  casa  cfa  Gamara  âca  a  parte  do  norte  com  frentes  ao  sal  e 
lesto,  uma  pari  o  adro  Ha  igrej i  e  oatra  cordfiada  com  a  rua  do 
Colégio»  cuja  ca-^a  iortialmente  é  de  boa  perspe^-tiva»  com  gran- 
des galas,  e  nasstiis  lojas  prizões  e  cadèas  ;  o  Pelourinho  se  acha 
levaotiido  na  rua  do  Culegio,  e  perto  du  mesmOp  Todo  o  terreno 
da  Vi  lia  é  uma  bel  ta  planície  de  oateiros  com  campo  qtie  terá 
decircumfereocia  duxs  legoas^e  por  isso  tem  aprazíveis  vistas 
delle,  e  do  mar.   Ho  lilo  da  vi  Lia  da  parte  do  sul,   no  espago 

âuQSo  acha  vazio,  delia  até  a  Cruz  de  S.  Pedro,  tem  uma  casa 
e  campo  com  sobrado,  mas  ô  antiga . 

CONTINUAÇÃO  DO  RIO 

Da  pjnta  do  Sul,  desde  a  barra  até  a  altura  do  Pataca  pela 
margem,  tu  lo  é  munguea  e  daqui  para  cima  segue  o  rumo  O.  seis 
léguas,  com  fundo  aó  para  cauôiaou  lanehas  vazias,  e  para  eataa 
é  necessartõ  marô  cheia,  e  adita  (li'9taacia  finaliza  em  o  lugar  que 
cbamam  Entre  ambu^  as  aguas ;  neste  mesmo  logar  se  acua  um 
riachij  da  ptrto  doSaU  que  segue  nave^^avel,  distancia  de  meia 
legoii,  até  ao  porto  da  fazenda  de  Ri4)'aem,ji  declarada  na  dis- 
cripção  da  costa;  pelas  mirgens  do  rio  em  toda  a  dtta  distancia, 
por  uiua  e  outra  pirte  eo  ach^m  sitaados  muitos  moralores. 
Desta  para  cima,  distancia  do  trez  léguas,  segue  o  rio  a  O.  N.  O. 
e  ahi  ae  acha  o  porto  de  Viiia  Verde  que  foi  Aid^a  dos  índios 
antigamente,  e  do  dito  port<j  sosobB  para  etla  por  uma  boa  o  for- 
mosa ladeira  de  verde  campo,  a  dual  se  estende  cousa  de  uma 
milha,  e  00  eituo  delia  é  boa  planície  de  alegro  vista  ;  está  plan- 
tada a  villii  hinçada  N.  0>  S.  E.  mas,  ao  modo  dos  Padres  Jesuítas 
furmalisada  a  maneira  do  quadro  com  praça  vazia,  o  seu  maior 
con^primoiktu  occupa  a  distsincia  de  111  braças,  e  de  largura 
33,  composta  esta  íórma  de  quadro  com  Sb  casaa,  compre- 
hen^Jendo  o  dito  uuDaero  a  todos  os  quatro  lados,  e  delias  s6  duas 
sam  de  telha  que  aam  a  casa  ria  camará  e  do  escrivão  director,  O 
Colégio  que  serve  de  matdz  está  fundado  em  rasio  do  cordão 
de  casas  JoS.  O.  aerviudo-lhe  de  adro  a  mesma  praci  vazia,  e 
110  mesmo  Colégio  é  aposentadoria  dos  vigários  da  freguezia 
cujo  Orago  é  S.  Miguel ;  o  PeLouriaho  está  levantado  nv  frente 
da  ctsa  da  Camará,  eto  espaço  proporcionado «  A  dita  lado  ira,  por 
onde  so  caraioha  ao  porto  de  embarque  e  desombarque,  fica  a 
S.  E  e  i4  villa  a^ta  situada  da  pane  do  aul  do  rio^  e  pelas  margens 
deate  até  ai^ui  ae  acham  e  sâo  continuados,  os  altíos  dos  ma* 
831  —  18  Tomo  lxvhi.  p.  i. 


5 


274 


BBVÍSTA    DO   INSTITCTO   HISTÓRICO 


radores  da  ri  lia  de  Porto  Seguro,  os  qn^^es  umm  das  lavouras  do 
inandiocas  e  canas. 

DMta  sobredita  pi  '  •  segae  o  mo^mo  rum>,  distaocia 
dé  meia  le^oa*  até  a  :om  o  oome  de  Iraipe  da  parte  do 

norte,  a  qual  <>  dos  padres  Mantos  da  Ctd  Mie  da  Bahia,  com  casa 
e  capella  mtiítu  bem  Hoeadas  o  fiibriea  de  lavrar  mandiocas  e 
mais  úteis,  com  bons  pastos  e  ofeiijâu  de  gvlo  ;  desta  ÍUzenda  a 
estrala  por  terra  até  Porto  Seguro,  e  por  ella  se  aoda  a  oavatlo 
sem  embaraço  algum  ;  a  morada  é  distai  te  do  rio  e  ^eu  porto 
cousa  de  um  tiro  de  peca. 

Deste  logar  para  cima  segue  o  mesmo  ramo,  e  na  distancia 
de  duas  e  meia  léguas,  está  o  porto  que  chamam  de  Sant*Anna, 
lOiinv  onJe  08  Jesuitas  tiveram  fazenda,  ou  roças  o  uma  capella 
fundada  é.  margem,  em  terreno  razo.  e  nesu  distancia  sam  boas 
ab  terras  o  mais  produziveis ;  dmtf*  porto  para  cima  segue  o  rio 
a  O.  S.  O.  tros  ícguas  até  o  porto  do  Píicaifi,  oode  estiveram 
afk**!ndado«  o^  primeiros  e  antigos  lavradores  portuguezes. 

Deste  para  et  ma  seguem  a  SO  distancia  de  oito  léguas  até 
a  primeira  cachoeira,  c  nella  sobem  as  cjinôjts  poehadas  á  mão, 
porém,  pouco  monu,  porque  logo  fica  o  no  em  diminuta  riacho 
sem  admittir  mais  navega^^ão,  smdo  também  continuadas  pe- 
dreiras o  cichoeiras  entre  serraa  ;  mas,  este  logar  é  de  formosa 
e  alegro  vista,  porque  as  ditas  pedreiras  sào  de  cor  alva  e  bem 
lisas,  e  muito  semelhante  a  qualidade  do  mármore,  com  al- 
gumas obras  pprfuitis  da  curiosa  natureza  ;  ^ité  e^te  logar  são 
altas  collina^.e  terras  mais  próprias  para  plantações  queda 
Vllla  Verde  para  baiio,  e  delia  para  cim  i  conserva  o  rio  a  lar- 
gura de  SO  braças  com  pouca  duvida,  a  funda  só  para  caoôaSt 
e  em  todo  é  sua  corrente  moderada, 

coNTixraçio  da  oosta 

Descendo  a  ladeira  pela  estrada  do  X,,  que  reparfce  com  a 
dk  fonte,  se  sabe  da  vSlla  de  Porto  Seguro  o  vae  ler  á  pi*aia,  e 
MgiilRdo  esta  para  o  mesmo  N.,  distaneía  de  meia  iegoa^  se  en- 
•âttra  um  ribeiro  que  chamam  MumlaM  ao  qual  as  vezes  o  mar 
eDtttpc  a  sua  barra,  e  até  este  acompanha  perto  a  terra  alta, 
mostrando  algumas  barreiras  vermelhas  e  a   ultima  delias  é 
tranca  ;  e  os  mattos  do  cômoro  até  o  outeiro  são  baixos  6  car- 
rasiiuenhos,  e  a  praia  direiía  e  apraii  vel.  Do  dito  ribeiro  para  o 
Níjrte  uma  légua  se  eaeontra    um  riacho  que  chamam  dos  Mm^ 
^U0»^  e  destes  arvoredos  são  compostas  as  suas  margens?,   cujo 
rillohodi entrada  nxsua  barraaoanôas  em  marés  vivas,  por 
serahi  a  costa  mai to  mans\,  em  mão  de   ficar   na  enseada 
da  ponta,  que  m^ls  ao  Norte  ss  v6    lançada  buí^nlemenie  ao 
mar,  a  qu^l  chamam  Ponta  infando  ;  da  dita  barra  w^ne  o  refe- 
rido riacho  a  O  —  boa  distancia,  e  acaba  de  enooDtfo  ao  outeiro 
que  acompanha  por  dentro  retirado,  ficando  razo  o  terreno  da 
costa  e  dos  carrasquenhos  mattos. 

Deste  para  o  l^  ,  duas  milfias,  é  a  dita  Ponta  Grande  oti  da 
MuU  que  fica  £.  O  -^  com  um  Ikkiu  nrào  polo  qual  eotraraoi 


ARCnn^O  DO  CONSELHO  ULTRA^IARINO 


27?! 


doQS  lanoh5e8  carragados  de  Liomens  ffADcQzos,  dodfriiAtlo?  & 
-atacar  Santa  Cruz  segaatlo  constoiu  Desta  para  o  N»>rte  uma 
milha  está  a  Coim  Ver  me  lha.  ou  Porto  Seguro  ao  anr.iiio  desco- 
brimento do  Brazil,  o  n(»3te  ao  abrigam  as  embapeaçoDiS  pe  ju  mas 
6  graodeSp  o  Uca  E  —  O  ouin  um  ribuiro  que  cbamiin  MuLary, 
6  por  cjDheeôOça  de  sua  entrada  tem  no  cume  «la  berra  alia, 
tros  pés  de  eouqueiros  era  distancia  de  ura  tiro  do  paca,  E'  -ie 
advertir  que  deido  a  barra  da  villa  de  Porto  Seguro  ;i,  é  t.vste 
porto  do  mar,  a^vompaoliani  os  recifo§  por  fora  toda  a  distancia. 

Este  porto  da  coroa  vermelha  para  o  N.  uma  [o;^'uri  se  co- 
coritra  o  TiO  de  Santa  Cruz,  e  toda  osta  distancia  é  a  praia  vi^s- 
cantilada  e  Úim  com  altos  e  baixos,  e  atoladiça  acoíiipan liada  do 
mato  escuro  c  carra^quenho.  e  da  ponta  do  sul  dosto  riu  í^ahe 
um  ]'ocire  de  pedra;*  para  o  N.  dUtaucia  do  tr^ts  quarficH  de 
le^ua,  o  por  elle  ilguus  arvoredo^t  de  maogxioa,  e  nn  ponta  do 
dito  ríjcife  ó  a  barra  de  Santa  Cruz,  a  qual  se  acha  i  1  «ti.!  .nde 
Igc.  _  4K'  ;  e  por  cila  se  ontra  a  O  —  até  flcar  ^í.  8.  oom  a 
ponta  do  recife,  com  quatro  e  cinco  braças  do  fundo,  e  dahi  vol- 
tando a  S.  S.  O  se  acha  a  pouca  di^^tancia  no  portj  do  '^ancto 
André,  em  cujo  sitio  ba  dozenovo  casiis  de  telha»  dibpersns,  e 
todas  com  moradores  distantes  da  margem  meia  mi  ília.  em  t*3r- 
reno  razo  o  aprazível  oomposí,o  de  matos  o  campestre^,  com 
porto  de  bonUa  e  direita  praia  de  areia  branca,  e  a  largup.i  da 
barra  póleser  quanto  alcance  ura  tiro  de  arcabuf. 

Dojte  porto  para  cima  segue  o  rio  o  raeirao  rumo  S,  S.  O, 
6  na  distancia  do  três  quartos  de  le^^ua  ú  o  porto  do  ancora- 
doum,  onde  se  vo  da  parte  doS.,  í'i  borda  d*a;j[ua,  um  arr.iyal 
com  .sarando  trafico  de  varaes  e  armazéns  de  peixe  do  mar  Jilto; 
negociação  de  que  mais  usam  os  habítantee  desta  t<  rra  o  onde 
ê  o  maior  comraercio  ;  o  terreno  em  que  ostão  funda-Ioíí  o^  dií.oís 
armazéns,  o  tarabcra  multas  casas  do  morar*  é  r  izo  o  r^m 
pouca  largura  e  por  isso  parece  que  é  a  disforraidalo  lio  a-rua- 
monto.  Q  quB  se  vô  sem  maior  regularidade  ;  e  se  eíimijoo  *'Ste 
aiTayal  de  12  casas  de  telha»  comprehendendo  nesio  nnraero  os 
ditos  arma^íena.  Ao  lado  de  O,  dcííte  logar  eliega  a  uitimi  casa 
ao  pé  do  outeiro^  o  q^al  tambam  chega  alll  a  bordii  ilo  rio,  o 
pela  ladeira  a  Fiba  teiu  uma  eátrada  em  parte  calcada  que  vae 
a  íreguezla,  e  para  o  sul  segue  outra  perto  ao  mesmj  uuieiro, 
e  na  distancia  de  30f>  braças  3p  reparte  em  duas,  urna  que  vae 
a  uma  belltssima  fonte  de  agua  oUryátallina,  e  desta  vae  tnr  a 
praia  pela  qual  se  Cummercêa  com  Porto  Segui*o,  o  a  outiva 
toma  ao  N.  O  —  subindo  pela  ladeira  do  mesmo  outf^iro,  s^tbre 
o  qual  está  Aindado  o  arrayal  de  Santa  Cruz  era  b  ^a  pUntcie, 
6  yffltas  para  todos  os  lados.  A  igreja  matriz  esta  Ainiada  no 
beiral  da  rocbaoom  o  froiíteapicio  para  o  S.,  e  pi'b>  lado  do  N. 
delia  corre  a  primeira  estrada  que  vae  ter  ao  porto  ;  o  a  po- 
voação se  estende  N  —  S,  e  do  adro  da  igreja  princiíia  a  rua 
direita,  estendida  a  distancia  de  200  braças  e  de  l  irgo  14.  com- 
posta de  uma  e  outra  parte  de  32  casas  de  telhas,  era  nff  jia  <1Í8- 
tancia  da  parte  de  O  —  ha  uma  de  sobrado  contada  no  mií^mo 
numero,  e  nesta  faz  canto  uma  travessa  que  se  eatendo  deito 


n 


276 


REVISTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


para  O.,  distancia  do  201  braiças»  e  tpea  e  m©ia  de  lar^ro  compoa- 
ta  com  nove  casas,  com  grandes  ÍQter^^allcs  de  chão  devoluto  áe 
casas,  mas  occupadas  com  lamu jaós  e  cercados.  Do  mesmo  adro 
entra  uma  travessa  a  O  —  quo  aó  tam  duas  moradafl  de  casas 
Qo  espaço  de  100  braças  estas  duas  travessas  floalizam  em  outro 
rua  qae  cliamam  nova,  a  qual  comprebonde  só  a  distancia  da 
uma  a  outra  travessa,  estendi  la  também  N  —  S,  e  do  largura 
trose  meia  braças  com  15  moradas  de  casas,  e  ao  lado  se  contam 
nosta  povoação  59  moradas  de  ca^s,  todas  de  telha*  A  igreja 
ô  de  pedras  e  cal  bem  labrií^ada  e  decentemente  paramentada, 
e  o  Orágo  delia  é  Nossa  Senhora  da  Conceição,  e  o  lograr  o  do 
termo  da  villa  de  Porto  Seguro,  e  alternativamente  serre  um 
juiz  ordinário  da  villa,  e  outro  dtj  termo,  e  o  mesmo  a  respeito 
dos  Almotacf^s, 

O  rio  desde  a  barra  até  d  freguezfa,  conserva  a  mesma 
largura  jà  dita  o  fundo  da  22  palmos,  e  o  sou  terreno  pelas 
margeoâ,  mangue'!,  menos  da  parte  do  Norte  até  ao  porto  de 
Sancto  André, 

Do  arrayal  para  cima  segue  o  rio  a  rumo  de  O.  X.  O,  dis- 
tancia de  uma  légua  até  ao  porto  chamado  do  Barco»  onde  ha 
uma  boniu  pedreira  e  fica  mais  estreito,  e  em  moía  d  stancia 
forma  da  [larte  do  sul  enseadií.  onde  se  aeba  uma  ilha  do  mao- 
giies  ;  o  terreno  om  tola  a  dita  diatancia  pela  dita  parte  é  bom, 
e  do  oortc  é  mangues  pela  margem . 

Doditíj  poulo  para  cima  segue  a  rumo  do  N.  dis^taocia  de 
um  quarto  de  légua,  até  umoi  barreiras  vermelhas  á  borda  do 
rio  da  mesma  parte,  e  ahi  mesmo  sahe  um  ribeiro  do  agua 
chry^taljma  ;  o  lerrono  é  b^m  de  ambas  as  partes. 

licsto  para  cima  segue  a  rumo  de  S.  O,  uma  légua»  até  ao 
porto  chamado  das  Laran]?eiras  da  parte  do  sul,  e  o  terreuo  é 
a  mesmo,  e  o  rio  continua  estreito,  porém  navegável. 

Deste  para  cima  se^ue  o  rumo  do  O,  distancia  de  duas  lé- 
guas, até  ao  porto  que  chamam  do  Tanque,  onde  se  acha  um 
riacho  da  i>arte  do  Sul,  o  qual  nasce  de  uma  grande  lagoa  íor 
mada  entre  d^us  outeiros,  onde  cora  certeza  houve  em  tempos 
antigos  ongenliu  de  agua,  poia  ainda  ^^  conservam  os  paredões 
e  por&a  ;  o  terreno  pelas  margens  do  rio  é  da  dita  parte  do  Sul 
brejos,  o  do  norte  terras  boas  para  mandiocas  e  oanuas. 

Deste  para  cima  segue  a  O.K. O  ^distancia  de  uma  legua, 
até  io  porto  que  chamam  de  Mombaça  da  parte  do  SuL  onde 
io  acha  um  diacho  da  mesma  parto  do  mencionado  Tieupl,  o 
Qual  segue  ao  mesmo  Sui  e  ao  S.S.O.  distancia  de  duas  lognas, 
aonde  mais  não  pa^sa  oanôa,  e  ainda  nesta  mesma  dita  dis- 
tancia ha  muito?  oju baraços  ;  o  rio  até  o  dito  porto  de  Mombaça 
dà  navoguçâo  a  lanchas  vazias,  que  ahi  vem  fazer  aguada 
para  as  pescarias  *  e  o  terreno  por  ambas  as  margens  ô  de  boas 
terras. 

Deste  para  cimi  segue  o  rumo  do  O.N.O.  —distancia  do 
duas  léguas,  onJese  reparto  o  no  em  dous,  e  chega  ao  Ou- 
teiro da  parto  do  Norte  á  borda  da  agua,  e  lhe  chamam  Ou* 
tcíro  da  Onça . 


ARCilIVO  DO  CONSELHO   ULTRAMARINO 


277 


Deste  para  cima  seguindo  o  bTaço  do  Norte  vae  esto  a  Fumo 
de  — N.O,—  e  —  NNO,— distancia  de  quatro  leguaa  alé  ao  sitio 
chamada  a  Vargem  Grandei  o  só  até  aqui  chegam  canoas  per^iue 
se  torna  o  rio  om  diminuto  ribeiro  ;  o  terreno  é  vargens  mas 
por  dentro  acorapanh  L  terra  monluosa,  e  boa  para  plantações. 

O  braço  que  segue  para  o  Sut,  coiitinila  até  outra  tanta 
distaocia  a  rumo  do  O.S.O.  — ,  e  dahlpara  cima  nao  passam  ca- 
Eôas  porque  acaba  em  brejos  ;  o  seu  terreoo  tum  as  mosmas 
confpontagõss  e  não  padeço  innundaçíjeâ,  porque  não  yera  de 
longe  nem  tem  cachoeiras. 

Continuação  ba  costa 

Do  porto  de  Saocto  André  para  o  N.  uma  legua,  está  um  re- 
cife juflto  á  costa  e  netla  arvoredos  de  mauguea  que  representam 
Ulia,  e  contra  o  mesmo  sabe  de  terra  flrrae,  um  pepuono  ri- 
beiro que  chamam  de  Itapemerim  ;  o  terreno  nessa  distancia  é 
razo  coíu  matos  carras';uenhos  o  campestres,  e  a  praia  direita 
e  boa, 

Deíite  logar  para  o  N,  distancia  de  uma  e  meia  légua, 
se  encontra  o  rio  que  chamim  de  Sancto  António»  o  qual  se  passa 
a  váo  com  maré  vazia  e  tom  de  largura  cincocnta  braças,  e 
até  esti  dita  distanoia  é  o  meâmo  terreno  o  boa  praia ;  o  rio 
segue  a  rumo  de  M.O.— ,não  at tendendo  íLg  suas  pontas  e  ensea- 
das até  a  distancia  de  quatro  leguis,  onde  se  reparte  em 
dou3 ;  o  braço  do  Sul  a  pouca  diãt  mela  acaba  em  um  bam* 
borrai,  e  o  do  Norto  segue  o  mesmo  rumo,  e  vao  incopporar-s^e 
com  o  rio  que  chamam  do  UBU',  braço  do  Rio  Grande  de  Bel- 
monte três  léguas  por  eíle  aciraai  e  pelo  dito  braço  do  Norte 
deste  dito  rio  de  Sancto  António,  por  uma  e  outra  parte  ha  terras 
encbutas  e  montuosas  boas  para  plantações. 

Desta  barra  para  o  N.  duas  le^^uas  ó  a  ponta  chaumrla  do 
Goayu\  oude  se  acha  um  morador  com  boa  casa  de  toltia  e 
roças  de  mandiocas,  e  algumas  arvores  de  palmoiras  ou  co- 
queiros ;  em  meia  distancia  se  encontra  um  ribeiro  que  chamam 
das  Babocaíí,  o  qual  em  muitas  occasiõea  tapa  ficindo  como 
lagoa  entre  a  terra  firme  e  a  praia»  e  quando  assim  fica  re- 
bentam varias  ver^3ntGS  pela  praia  como  olhos  d'agua»  O  ter- 
reno na  referida  distancia  é  razo  com  maltes  carrasquenhos, 
e  por  dentro  acompanha  a  boa  distancia  terra  alta  do  escuro 
mato,  a  praia  o  espaçosa  o  bem  direita  e  suas  areias  amareitas. 

Desta  ponta  para  o  N.  uma  lagua  se  encontra  ura  riaclio 
que  chamam  Goapemtrimt  o  qual  se  passa  a  vilo  de  meia  maré 
de  rasante  em  diante,  e  de  parte  do  Norte  delle  se  acham  oito 
moradores  com  suas  cabanas  de  palha,  e  estes  vivem  de  atias 
roças  de  mandiocas ;  o  terreno  é  razo  de  matos  carrasquenhos 
e  entrelaçados  pelo  cômoro  da  praia,  e  por  dentro  ha  campo 
quB  se  estende  até  á  terra  alta,  e  até  1  mesma  chega  o  dito 
riacho  porém,  sem  navegação,  e  a  praia  é  na  mesma  fórma 
boa. 


1 


278 


REVISTA   DO  INSTITUTO    HISTÓRICO 


Ailvlf^o  r|uo  àié  eati  altura  acompanham  interpolida mente» 
l^toif^^a  pulQ  ttK^r  diâtaDcia  da  custa  uraa  loguu.  e  dahiparaa 
miilii  um  uUuuis  lo^Mres  chagam  á  praia ,  desde  a  barra  de 
í^»rto  ííi»íiuro  íM  t\  ditii  altura  de  Goapeinirim,  portam,  não 
iloíxiuu  du  iiweífar  oUeâ  os  meamos  recifes  boas  práticos,  pois 
IMVti^  «iVMH  ititorftkltos  sempre  se  acha  bom  fundo. 

11..  ,v.i....i,|o  riaoho  para  o  N.  uma  e  meia  legui  eêtá  a 
WMt  iquicaba»  oude  chega  perto  da   praia  a  terra  alta 

3k*  V» ..  .  .  ,  ú  torreão  uosta  distancia  a  beira  mar  6  razo.  com- 
p^^b  ^  de  fi^Aoufl  matoa  e  campestres,  e  a  praia  é  apr^iziTel,  di- 
roUii  n  toa. 

S>iHixt  o  morro  da  Mo^riquíçaba  ac  acha  uma  boa  fazenda, 
iHim  ttuMala  nciua  da  fabrica  de  farinha,  amb^is  de  telha,  e  do 
i|il  itt  tvii  t  íitirunH  p^â  iU^   coiíieírus;  e  pt4a  mesma  chapada 

#  Whvil   Ma  altrtnifl  moi^ores  até  a  distancia  de  uma  logua 

*  motT\)  continua  sempre  a tô   ao  RIO  GRANDE 

ondo   lho  chamam   Outeiro  de  Ipeliura,  e  dabi 

ai^  subir  no  rio  do  Uh\i\  já  dei.lanado  na  des* 

SutlolO  António  ;  os  diloâ  moradores  conduzem 

*  íh  om  cvoídas,  o  pi>r  tc<rr.i,  cm  carro,  para  a  ftsj- 
K^^^  \^  Onti*  dondt'  s^o  parochiauos. 

t^  Alte  P&rt  O  N.  a  ptmcos  passos*  oátà  um  com  o 
lii«>  ykk  «te  llofiquI^W,  o  t^ttiil  dá  entrada  íí:i  saa  barra 

-    ,  i  mar  lir  raaréá  vi?aa,  o  e§te 

\  at<^a  dita  distancia,  onde 

M>mooie  navegável  ató  gs^ 

nieaino  rumo  em  forma  de 

..     ,,v.,  V  ,w^.    niièi-**iM.i  ,.v^'-— ••»(   ntô  en corpora r-se 

«^vni   o    rlvi»  bo   dv^aottlM^I  qtxe   vem  do  Rio 

^     kiut.^  to  liN^tuixiiili  ;  d%  l*4t, ,.  „ :   L  ic»  Mugiqutçaba»  dls- 

Mutu    tfsgttfk  illio   Qiti  ribeiro  rum   bastante  agna 
na.  da  ^ual  MMOl  oi  rufnridos  moradorei,  por  sor  a 
ilu  ri ^  turva  0  yottti»  di>c»«  a  Qi^a  ehatnam  C<t6ii#sit*. 

iia  b^\r\%  i0  Mê^^imiiiM  para  a  N  • ,  pega  um  campo  raso  e 

iàU.¥\>  at4  a  «nliiM  4o  tiViítti  ite  VliU  do  Bolmoote.  o  qu&l 

li^tm  do  iHvnuirtmaak»  otaeo  hMOMt  o  aa  oatondo  na  fOrma  de 

'    «  <»m  mr«to  «o  acha  uma   lag^^i  a  quul  e  ao 

«murti  do  Hmc^»  e  a  dtu  tmu  do  coiiiprimcnto 

jhaii  M  M  li^  larKO  um  tiro  do  espingarda  ;  aella  ae 

fa  ^Mn  p  Mia  piuioada.   dtita  da  costa  cento  a  cin- 

(I  I     tuaU  aatruita  o  terreno,  onde   também  é 

I   ,   j   ii\  •    >r  («xtouf&o  doato,  da  dita   ia^ôa  para  O, 

"^     pelas   margens   tem  qu^intidade  do 

<)  i  \'ilLi  onde  vae  ândlizar  se  vêem 

^.\i4iq,  o  entre  oLiai  ae  acham  ribolros 

i  bom  peixe. 

I  u>  iMtui^io  oileroco  uma  doteitavel  vista,  por  ter 

ioloi  Oi  Mui  oopados  arvoredos*  e  outras  dila^ 

,«.,  inurlAt  Ml«y^rua  e  «ravatáa  de  còrea  carmeeim 

ti.  ♦MMU  iujat  violai  ao  ionge  recréa  muito  a  natureaíW 


ARGHIVO   LK>  C0N8ELIIO  ULTRAMAaiNO 


â7s 


G  nelle  apascentsiiD  q9  moradores  da  Viila  souâ  g{\áQ8  e  algUQi 
do  Santa  Cruz* 

Já  perto  ou  jtinto  da  Villa  antes  de  a  descobrir,  se  acha 
uma  pequeDa  mata,  oa  qual  ha  muitos  cajuèiroâ,  fructas  de 
ai  me  cegue  iras  e  araçla»  qu*í  sorve  de  divertimento  e  piísôeio  mo- 
cidade, e  por  esta  mesma  se  acha  um  lago  e  algumas  poças,  onde 
laram  roupas  debaixo  de  bell^>  e  frescas  sombraa,  de  cujo 
lago,  que  vem  desde  a  costa,  ^e  forma  um  riacho  qtia  vae  ter 
ã  outro  denominado  e  já.  fallado  Oarapiuna^  e  tambcm  delle  ae 
reparte  um  braço  que  vae  ter  ao  Rio  Ciraode,  depois  de  pastar 
pela  parte  do  O.  da  Vil  la  ;  e  este  mesmo  lag>  era  tômpo  da 
inuiindagoes  do  dito  rio  ou  de  muita  chuva,  chega  a  arrombar 
o  oomoro  da  praia,  e  forma  uma  barra  djfflcultosa  de  passar, 
os  primeiroa  dias  do  sou  rompimento. 

Deste  lagj  para  o  N.^distaDcia  de  duas  milhas,  está  ia 
Pootal  do  Sul  do  RIO  GRANDE,  em  cujo  plano  se  acha  ai^seotada 
a  VILLA  DE  BELMONTE,  em  um  alegre  campo  que  terá  de 
largo  da  costa  â  colina  do  rio  uma  milha,  no  meio  da  qual  eatí 
íuadada  N.S.  am  tros  ruas  u  quatro  travessas;  a  primeira 
ma  da  parte  de  E.  se  Lhe  eh  ima  da  praia,  a  beguiida  do  meio, 
e  a  terceira  do  brfjo;  a  primeira  travessa  da  parte  do  Sul  liio 
chamara  da  Igreja,  a  segunda  tia  Cadêa,  a  terteira  da  Praga 
Velha  0  a  quaría  do  Furtado, 

A  matriz  está  fimdada  no  principia  da  Viila  da  parte  do 
Sul,  como  froatespicio  para  o  norte  recto  pela  rua  lio  meio,  o 
tem  de  adro  130  paltQí.jS  ató  à  primeím  travessa;  a  casa  da 
Camará  oátá  sUuada  com  frontes  era  linha  recta  com  a  rua  do 
meio,  o  a  priDcIpalpara  a  Praça  cuja  frente  é  ao  Horie,  e  no  meio 
do  cuja  Praça  está  levantado  o  Pelo  uri  n  lio  de  madeira,  e  deste 
para  cada  lado  tejá  25  pafesos  e  é  forina<ia  em  quadro ;  as 
ditas  casas  teem  ã  u  rtindameuto  de  pedra  e  as  paredes  de  adoNt 
sam  de  iobrad  >,  e  á  proporção  da  Viila  nãt>  podiam  sor  milhoref, 
pois  tem  pouca  dlíTurença  em  .^ua  grandox^i  e  asseio,  da  de 
Porto  Siiguro,  Capital  da  Comirea,  e  sobro  a  sua  portada  tMi 
as  armas  reaesi  executadas  em  madeira  e  pintadas  com  peiv 
feição. 

Da  primeiro,  rua  que  t*  a  da  praia,  tem  da  primeira  tra- 
vessa á  segunda  pela  parte  de  £.  sete  moradas  de  casas  de 
telha  e  al;íuns  chãos  devoluto  da  parte  do  sul,  e  iio  cordão  de 
O.  s6  três  e  os  mais  devoluto  ;  da  segunda  traveja  seífuiodo 
a  mesma  rua,  pelo  cordão  de  E.  tem  dei  moradas  de  casas  e  doua 
chios  devoluLos,  e  pelo  cjrdãj  de  O.  tem  quatro  moradas»  e  os 
demais  chão.^  de  volutos  até  a  terceira  trave^rsa,  e  de:^ta  até  a 
quarta  pelo  cordão  de  E.— tem  uma  só,  e  de  O,  neuhuma 
peloâ  fundos  das  cisas  do  cordão  de  E.  tem  quantidade  de  co- 
queiros, que  dm  abuudantissima   fructo. 

Rua  do  Meio,  da  primeira  travessa  att^  4  segunda,  tasoa 
Helo  cordão  de  E.  quatro  moradas  de  casas,  e  de  O.  três,  e  de 
amba^  as  partem  chãos  devolutos,  e  desta  que  é  a  praça 
até  a  íorceira  quo  Ô  a  velha,  tem  seis  moradas  e  dons  ch&os  de- 
volutos, pelo  cordão  de  E»  e  pelo  de  O.  oito   moradas  e  dottí 


n 


280 


REMSTA   DO   ÍNCTITUTO  HISTÓRICO 


chãos   devolutos,  é&  terceira  e  qaai*ta  travessa  tem  pelo  cordio 
de  B.    cinco  marádas,   o  de  O.   tem  12  moradas* 

Rua  do  Br<yo  :  da  primeira  travessa  até  á  aeíruada,  teia 
pelo  cordão  de  E.  duas  moradas  e  muitos  chãos  dovoluios,  e  úm 
O.  tudo  é  deYoIato ;  e  da  segunda  á  terceira  p^lo  corião  de 
E,  tem  sete  moradas,  o  quaim  chàos  devolutos  ;  e  do  O,  Dove 
moradas  com  dous  chãos  devolutos ;  da  terceira  até  á  quarta  da 
parte  de  E.  nenhuma,  o  de  0«  nové  moradajB,e  destas  sam  quatro 
de  palha,  e  todas  as  mais  da  Villa  sam  sem  telha,  e  nest  i  parte 
flDaliza  o  corpo  delias;  e  também  pelos  fuodos  do  cordão  du  O. 
desta  rua,  da  segunda  aié  a  terceira  travessa,  tem  graoies  ar* 
vores  de  coqueiros  com  abundante  fructo  ;  era  correspondência  da 
terceira  traTe>sa  ^he  um  caminho,  que  vae  ao  Rio,  e  ali  se  lhe 
dà  o  nome  de  Porto  Grande,  cujo  caminho  atravessa  um  riacho  do 
lago,  declarado  perto  ao  torreão  da  Villa  sobre  ponto  de  o^adeirai 
o  logo  pairada  esta  flca  ao  lado  do  norte  uma  casa  de  Dcgenhoca» 
com  imbrica  de  distilar  aguardente  e  em  seus  fundos  so  vêem 
dezoito  pés  de  coqueiros  que  bem  produzem  ;e  no  dito  Porto 
Grande  ^^.  acha  pelo  lado  do  sul  cinco  cabanas  do  palha,  e  do 
norte  uma  casa  da  raeama  espécie  cora  fabrica  de  fbser  farinha, 
e  todas  estas  casas  pagam  foro  ao  Conselho ;  também  da  pri- 
meira travee«a  sahe  autro  caminho  a  O.  que  vao  ter  ao  rio, 
onde  lhe  chamam  Porto  Ja  Qa moleira,  e  em  meia  di^tancia 
deste  tem  punte  de  madeira  que  atravessa  o  dito  riachu,  a  esta 
chamam  ponte  grande ;  pela  margem  do  mesmo  riacho  se  vé 
ao  lado  do  norte  do  caminho  da  terceira  travei^,  antes  da 
ponte  em  uma  n^volta  que  procura  o  tlm  da  Villa,  dous  esta* 
ieiroi^  de  embarcações  onde  se  acham  construindo  dou^  barcos, 
e  no  mais  concavo  da  revolta  eutra  nm  braço  do  mesmo,  que 
vae  aos  quintaos  que  ha  da  terceira  e  quarta  travessa  ;  e  deste 
para  o  norte  segue  um  caminho  peta  margem  do  mesmo 
riacho,  e  oa  distancia  de  mela  milha,  se  acha  uma  ca-sa  o  no 
lado  do  sul  delia  dous  péz  do  coqueiros,  e  ha  na  sua  frente  q 
margem  do  mesmo  riacho  um  barco  construindo-se,  isto  é  jâ 
ptrtu  á  sahida  do  dito  rio,  e  p^^las  margenii  doUe  desde  o  fim  da 
Villa  díU}  sahir  sam  compostas  de  mingues,  a  desta  cusi  se- 
guindo para  o  rio  a  E,  N.  E.  â  pouca  distancia,  so  acham 
ÊÚ  barracas  de  palha  onde  habitam  os  Intlios  da  naçào  Menhãa* 
6  deita  para  o  pontal  da  barra  corre  uma  grota  de  mangues, 
pouoo  dist&Dte  da  margnm. 

£8te  rio  tem  do  pontal  de  sul  ao  do  norte  500  braças  de  largc, 
e  o  canal  da  barra  â  encostado  ao  pontal  do  N.,  que  está  na 
altura  de  15*  50  do  sul,  pois  tem  corrido  no  decurso  de  seu  des- 
cobrimento três  léguas  para  o  sul,  e  por  ella  se  entra  a  O,  S*  O. 
até  ficar  N.  S.  oom  as  ditas  barracas,  o  dabi  corre  a  S.  O. 
meia  milha  até  ao  Porto  Grande,  onde  anooram  as  embarcaç^ea 
chegadas  á  ribanceii*a  da  terra  da  parte  da  Villa,  o  era  meio 
desta  diftancii  entra  o  declarado  riacho,  que  vae  ao  terreno  delia 
a  caminho  do  sul  ;  o  fúndu  da  barra  em  maréâ  vivas  é  de  15 
a  16  palm^fl,  no  banco,  por«ím,  estreito  e  nunca  corre  a  marô 
de  enchente  para  dentro,  por  causa   da  impetuosa  corrente 


ARCHIVO  DO  CONSELHO  ULTRAMARINO  281 

do  Rio,  pela  margem  do  norte  ha  alguns  mangaes,  porém,  na 
maior  parte  ó  matos  e  praia  com  alguns  boquetes  de  pequenos 
lagos,  até  ficar  N.  S.  com  o  Porto  Qrande,  e  tem  orlo  de 
largo  defronte  da  Villa  um  quarto  de  legoa,  mas  todo  baixo, 
e  86  com  canal  pequeno  encostado  ao  sul,  com  o  fundo  da 
barra. 

Deste  pontal  para  o  N.  duas  milhas,  sahe  uma  barreta  ao 
mar  que  ô  chamada  do  peso,  a  qual  entra  a  O.  e  vae  circulando 
para  o  sul,  ató  sahir  N.  S.  com  a  mesma  Villa  de  Belmonte, 
cujo  braço  segue  navegarei  e  tem  pelo  meio  muitas  ilhas  de 
mangues,  desparcelados  de  lamas;  o  terreno  do  dito  pontal 
até  á  dita  barreta  pelo  cômoro  da  praia,  tem  boquetes,  coroas 
de  arôa  e  lagos  com  poQos  fundos,  e  lhe  chamam  a  barra  velha. 

Da  barra  do  peso  para  o  N.  seis  milhas  abriu  outra  hir- 
reta,  onde  tem  uns  mangues  e  chamam  ao  dito  lugar  porto  das 
fiskrinhas,  e  nesta  distancia  pelo  cômoro  da  praia,  se  acham  dous 
moradores  com  casas  de  palha,  e  estes  lavram  mandiocas  nas 
matas  beira-mar,  com  pouca  distancia  dentro  porque  sam  brejos, 
e  pela  Costa  é  bom  pa^to  para  gados,  e  a  praia  ó  bem  assen- 

Desta  barreta  nova  para  o  N.  duas  milhas,  observei  o  sol 
em  15<>  40'  em  um  pontal  de  aréa  que  fazia  horizonte  bom  des- 
coberto para  o  N.,  e  que  aqui  é  a  verdadeira  demarcarão  da 
Gommarca  e  Capitania  dos  lihéos.  cuio  pontal  fica  ao  sul  de  uma 
barra  chamada  Imbuca  annexa  á  Patfpe,  e  por  esta  distancia 
chegado  ao  cômoro  da  praia,  vem  correndo  um  braço  de  mar 
desde  o  porto  das  farinhas  até  ao  dito  Patlpe,  e  por  dentro 
mangues  alagadiços. 

£'  de  advertir  que  as  justiças  e  moradores  dos  llhócs  e 
Patipe,  se  querem  chamar  a  posse  e  domínio  da  barrado  peso 
para  o  N.  innovando  eíita  questão  de  lurisdicções  uns  mappas, 
que  dizem  tirara  da  Costa  o  Dr.  Balthazar  da  Silva  Lisboa, 
cuja  questão  creio  ser  mal  e  indevidamente  levantada,  por  ser 
sem  duvida  pertencente  á  Capitania  o  Comarca  de  Porto  Se- 
guro, até  ao  dito  pontal  da  barra  da  Imbuca,  tanto  pelo  des- 
cobrimento dos  roteiros  marítimos,  oomo  pela  criação  da  Villa 
de  Belmonte,  em  cujo  pontal  foi  ou  foram  as  Justiças  e  Ministro 
creados,  fazendo  pessoaes  a  sua  divisão  sem  a  qual  seria  im- 
possível subsistir,  nem  ter  algum  augmento  esta  Villa,  pois 
lhe  ficaria  vedada  a  margem  do  norte  do  Rio  Grande,  se  a  dita 
Commarca  de  Ilhéos  lhe  houvesse  de  pertencer  a  sua  divisão  na 
referida  barra  do  peso,  o  que  não  deve  proceder  de  forma 
alguma,  pois  além  das  razões  já.  ponderadas,  é  também  sabido, 
que   deste  mesmo  Rio  Grande  sahe  grande  força  d*aguas,  por 


O  o  mappa  citado  o  tirado  peloDr.  Baltliazar  da  Silva  Lisboa, 
antes  de  1803,  dovcrá  so  achar  na  Torre  do  Tombo  (N.  de  C.) 


282  REVISTA  DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 

um  braço  qae  aqui  se  lhe  dá  o  nome  de  Paaasú,  a  vae  ter  ao 
Rio  de  Patipe  ou  Imbuoa,  com  o  que  se  fas  possante  e  llie  dá 
barra  capaz  para  o  seu  commercio,  sem  o  qual  seria  impra- 
ticável. 

Também  sou  informado,  e  ó  publicamente  sabido  em  todas 
estas  Commarcas  de  Porto  Seguro  e  Ilhéos,  que  o  ministro  desta 
o  Dr.  Francisco  Nunes  da  Ck>sta  sendo  ouvidor,  fez  remetter  ás 
eadcas  da  Capital  de  Porto  Seguro,  ao  juiz  Vintenario,Franci8CO 
da  Costa  e  outros,  que  por  elie  foram  notificadas  para  emba* 
raçar  a  uma  prisão  feita  pela  justiça  da  Villa  de  Belmonte, 
nas  margens  e  matas  do  Rio  de  Imbdca,  e  desde  este  tempo  que 
foi  logo  no  da  creação  da  dita  Villa,  ficou  sempre  na  boa  posse 
sem  alguma  contravenção  em  outras  diligencias,  até  o  em  que 
Teio  o  dito  Or.  Balthazar  que  começou  a  suscitar  novas  du- 
Tidas,  as  quaes  não  parecem  acertadas  por  motivarem  pertur- 
bações, por  cujo  motivo  fiz  aviso  ao  Juiz  Vintenario  de  Patipe 
que  se  não  embaraçasse  com  os  moradores,  que  estivessem  na  di- 
Yiaão  da  parte  desta  Commwrca,  no  entanto  emquanto  pelo  Illm. 
e  Ezm.  Sr.  Qeneral,  não  for  decidida  a  questão  e  verdadeira 
divisão. 

No  impedimento  do  secretario  offlcial  maior  —  Ignacio 
José  Aprigio  da  Fonceca  Galvão» 


I3SnDIOE ' 


Revista  do  Instituto  Histórico  e  Geograpliico  Brazileiro 

(voLuaíES  1  a  67) 


A.lbdiea;Qilo  de  13.   I^edro  1°  — Um  episodio  da  re-      /. 
volução  do  7  de  abril  do  1831,  polo  Capm.  de  fragata  José 
Eíçydio  Garcez  Palha  —  Vol.  63,  pig.  275  (8»  parte).  . 

^1boliça,o  no  Bi-a2Eli  (A.)  — pelo  Barão  do  Loroto  —    A 
Vol.  63  pag.  187  (2»  parte).  ^ 

A^eadeinia,  Una^zllioa  dois;  esquecido»  —  Estudo 
histórico  o  literário  pelo  Cónego  Ur.  Joaquim    Caetano 
Fernandes  Pinheiro— Vol.  31,  pag.  5  (2*  parte). 
A.ea;deiii.ia;  Brai2Eiliea.  dos  rena^seidos  —  Estudo 
histórico  p3lo  cónego  Fernandes  Pinheiro.— Catalogo  dos 
académicos.—  Vol.  32,  pags.  53,61  e  65  (2*  parte). 
Seus  estatutos.— Vol.  45,  pag.  49. 
A.celaiiia»ç£Lo  —  Do  Sr.  D.   João  IV  na  Capitania  do   Rio 
de  Janeiro  e  nas  mais  do  Sul.  —  Vol.  5^,  pag.  319. 
—    Carta  do  Marquez  de  Montalvão  ao  Conde  Nassau,  noti- 
ciando a  acclam\çáo  e  juramento  de  D.  João  IV  como  rei 
de  Portugal  —  Vol.  56,  pag.   161 . 
i^^cclimaçâLo  —  V.  Plantas, 
A^oousa^rôes  feitas  a  Aureliano  de  Souza  e  Olircira  Cou- 

tinho.  —  V.  Período  Regencial, 
A.ota  —Extracto  das   actas  das  sessões  dos  raezes  de  de- 
zembro de   183S  e  janeiro,  fevereiro   e  março  de  1839 
—  Vol.  lo,  pag.  57. 
Do  abril,  maio  e  junho —  Vol.  1,  pag.  144. 
De  julho  a  seíembro  — Vol.  1,  pag.  247. 
De  outubro  a  dezembro  —  Vol.  1  paj.  355. 
De  janeiro  a  março  de  1840  —  Vol.  2\  pag.  138. 
De  abril  a  junho  —Vol.  2%  pag.  261. 
De  julho  a  setembro  —  Vol.  2«,  pag.  393. 
De  outubro  a  dezembro —  Vol.  2»,  pag.  517. 
De  Janeiro  a  março  de  1841  —  Vol.  3%  pag.  119. 


(•)  KmIc  trabalho  foi  prcparadu  pelo  commeuclalor  Manoel  Joa- 
quim do  Nascimento  e  Silva,  chofe  (fc  secção  aposentado  da  Secre- 
taria (la  Guerra,  autor  do  varias  obras  do  justa  nomeada,  como  a 
Synopsis  da  Legislação  lira zile ira,  em  9  vols.  e  a  (Compilação  das 
Consultas  do  Conselho  de  Estado  (secção  de  Marinlia  e  Guerra). 

A  Commisião  de  Redacção  ien  lo  lido  o  índice  da  Itcvisla  deli- 
berou publical-o  sem  demora,  prestando  com  isso  um  serviço  aos 
estudiosos,  poia  nello  encontrarão  subsidio  completo  para  qualquer 
consulta  nos  67  volumes  publicados. 


284  REVISTA  ro  instituto  histórico 

A.cta.  —  De  abril  a  junho  —  Vol.  3«,  pag.  227. 
De  jolho  a  setembro  —Vol.  .T  pag.  347. 
De  outubro  a  dezembro  —  Vol.  3^,  pig.  484. 
De  janeiro  a  março  de  IS42  —  Vo!.  4*,  pag.  95. 
De  abril  a  junho  — Vol.  4%  pag.  213. 
De  julho  a  setembro  — Vol.  4%  pag.  379. 
De  outubro  a  dezembro  — Vol.  4%  pag.  519. 
De  janeiro  a  março  de  1843  —Vd.  &>,  pag.  88. 
De  abril  a  junho  —Vol.  5%  pag.  ^39. 
De  julho  a  setembro  — Vol.  5»,  pag.  355. 
De  outubro  a  dezembro  —  Vol.  5%  pag.  499. 
De  janeiro  a  março  de  1844  —  Vol.  6°,  pag.  123. 
De  abril  a  junho  — Vol.  6\  pag.  253. 
De  julho  a  setembro  —  Vol.  6<>,  pag.  380. 
De  outubro  a  dezembro— Vol.  6%  pag.  506. 
De  janeiro  a  março  de  1845  —  Vol.  7%  pag.  116. 
De  abril  a  junho  — Vol.  7«,  pag.  263. 
De  julho  a  setembro  —  Vol.  7",  pag.  415. 
Do  outubro  a  dexembro  —  Vol.  7«,  pag.  559. 
Do  janeiro  a  março  de  IH4C— Vol.  8^  pag.  144. 
De  abril  a  junho  —Vol.  8^  pag.  284. 
De  julho  a  setembro  —Vol.  S\  pag.  4)2. 
De  outubro  a  dezembro —Vol.  8»,  pag.  547. 
De  Janeiro  a  março  de  1847  —Vol.  9%  pag.  127. 
De  abrila  junho- Vol.  0°,  pag.  :^5. 
De  julho  a  setembro  —Vol.  9»,  pag.  409. 
De  outubro  a  dexambro— Vol.  9«,  pa-/.  ')60. 
De  janeiro  a  ma :*ço  de  1848  —  Vol .  10,  pag.  120. 
De  abril  a  junho  —  Vol.  10,  pag.  246. 
De  julho  a  setembro  —  Vol.  10,  pag.  390. 
De  outubro  a  dezembro— Vol.  10,  pag.  547. 
De  abril  a  junh>de  1849  —Vol.  12,  p:kg.  -^77. 
De  julho  a  sotembro  —  Vol.  12,  pag.  413. 
De  julho  a  setembro  de  1850  —Vol.  13,  pag.  40(3. 
De  outubro  a  dezembro— Vol.  13,  pag.  518. 
De  maio  a  agosto  de  1851  —Vol.  14,  pag.  41i). 
De  outubro  a  dezembro  — Vol.  15,  pag.  .iAB. 
De  julho  a  novembro  de  1852—  Vol.  15,  pag.  579. 
De  dezembro  de  1852  a  4  de  novembro  de  1853—  Vol.  17, 

l>ag.  70. 
De  IH  de  novembro  de  1:^53  a  24  de  novembro  de  1854  — 

Vol.  17,  pag.  Ô77. 
De  7  a  22  de  dezembro  de  IP54  —  Vol.   IK.  pag.  448  a  453. 
De  4  de  maio  de  1855  a  24  de  dezembro  do  IH  j"i  -  Vol.  18, 

pag.  418. 
Das  sessões  de  1850  —  Vol.  19,  pag.  1  —  supplemento. 

>  <ie  1857  —  Vol.  20,  pag.  l  —  supplemento. 
»      de  1858  —  Vol.  21,  pag.  469. 
»      de  1859  —  Vol.  22,  pag.  035. 

>  de  1860  —  Vol.  23,  pa^r.  603. 
»  de  1861  —  Vol.  24,  pag.  699. 
»      de  1862  —  Vol.  25,  pag.  649. 


índice  dos  volumes  1  a  67  285 

Acttt— Das  sessões  de  1«63  —  Vol.  26,  pig.  839. 

»  »  de  1864  —  Vol.  27  pa^\  350    (2*  parte) 

»  >  de  1865  —  Vol.  28  pag.  274  > 

»  »  de  1866  —  Vol.  29  pag.  332  » 

>  >  de  1867  —  Vol.  30  pag.  429  > 
»  »  de  1868  —  Vol.  31  pag.  314  > 

>  »  de  1869  —  Vol.  32  pag.  243  » 

>  »  de  1870  —  Vol.  33  pag.  359  > 

>  >  de  1871  —  Vol.  34  pag.  30'  » 

>  >  do  1872  —  Vol.  35  pag.  519  » 
»  >  de  1873  —  Vol.  36  pag.  543  > 

>  »  de  1874  —  Vol.  37  pag.  387  » 

>  >  de  1875  —  Vol.  38  pag.  330  > 

>  >  de  1876  —  Vol.  39  pag.  351  > 
»  »  de  1877  —  Vol.  40  pag.  409  » 

>  >  de  1878  —  Vol.  41  pag.  377  » 
»  >  de  1879  —  Vol.  42  pag.  219  > 

>  »  de  1880  —  Vol.  43  pag.  385  > 

>  >  de  1881  —  Vol.  44  pag.  341  » 
»  »  de  1882  —  Vol.  45  pag.  437  » 

>  »  de  1882  —  Vol.  46  pag.  630  » 
»  »  de  1883  —  Vol,  46  pag.  565  > 

>  »  de  1884  -  Vol.  47  pag.  553  > 

>  >  de  1885  —  Vol.  48  pag.  329  » 

>  >  de  1886  —  Vol.  49  pag.  421  » 
»  »  de  1887  —  Vol.  50  pag.  281  > 

>  >  de  1888  —  Vol.  51  pag.  '^09  > 

>  >  de  1889  —  Vol.  52  pag.  373  > 

>  >  de  1890  —  Vol.  53  pag.  390  > 

>  >  de  1891  —  Vol.  54  pag.  163  » 
»  >  de  1892  —  Vol.  55  pag.  261  > 
»  »  de  1893  —  Vol.  56  pag.  137  » 

>  >  de  1894  —  Vol.  57  pag.  201    > 

>  >  de  1805  —  Vol.  58  pag.  285  > 
»  »  de  1896  —  Vol.  59  pag.  215  » 
»  »  de  1807  —  Vol.  60  pag.  303  » 
»  >  de  1898  —  Vol.  61  pag.  569    » 

>  »  de  1899  —  Vol.  62  pag.  283  e  451  (idem) 

>  >  de  1900  —  Vol.  63  pag.  433  (2*  parte) 
»  »  de  1901  —  Vol.  64  pag.  153    > 

>  »  de  1902  —  Vol.  6.1  pag.  405  > 
»  >  de  1903  —  Vol.  66  pag.  121    » 

>  >  de  1904  —  Vol.  67  pag.  397    » 

—  Da  sessão  publica  e  solemne  em  6  de  abril  áà  1848 
para  inauguração  dos  bustos  do  cónego  Januário  da  Cunha 
Barbosa  e  marechal  Rayraundo  José  da  Cunha  Mattos, 
fundadores  do  Instituto  —Discursos,  poesias,  elogios  histó- 
ricos, etc,  Vol.  11,  pag.  215. 

—  Da  sessão  de  15  de  dezembro  de  1849,  primeira  celebrada 
em  uma  sala  do  Paço  da  cidade  designada  para  as  sessões 
ordinárias  do  Instituto  e  honrada  com  a  presença  de  S.  M. 
o  Imperador—  Vol.  12,  pag.  550. 


S8d 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


,/  - 


A^ota.— Dfrsasalii  de  16  da  fevcsreirode  IB50— VoL  18,  pag.  1$9. 

—  Oi  SQilão  ediobrada  em  21  do  autul)ro  de  1888  para  com- 
raomorar  o  qainqua^^esimo  anno  do  Inatitiito  —  VoK  51" 
supplemento. 

—  í>.i  sessíàL»  solem  De  em  4  de  julho  do  1889  pava  comme- 
raõnr  o  r-eotonario  do  poota  Cláudio  Maootd  d&  Costa^ 
ura  d'>9  conjar;tdo3  mineiros  —  Vai.  53,  pag.  7. 

—  Da  so^ssão  solemoG  om  31  de  otitabro  de  1889  em  home* 
Da,L'em  1  navão  cbileitft  e  consais^rada  á  offlclalídade  do 
couraçado  Aí  mirante  Cochrane,  cín  qae  se  acham  ptibli- 

Xcadoa  diversos  trabalhos  de  escriptores  brazileiroi  o  chi- 
lenos —  Vol ,  52,  in  fine.  Discurso  da  commUsào  ODTíada 
ao  eoram.mdantc  do  couraçado  diileao  e  respogti deste  — 
Vul.  r>3,  pa^.  40G  (2-  parle). 

Da  sessho  extraordinária  celebrada  em  4  de  março  de  1892^ 
em  cooimemoração  do  Ta llecí mento  de  S.  M.  o  Sr,  Dom 
Pedro  l[  —  Vol.  55  (supplumonto). 

Da  sesallo  extraordinária  celebrada  om  12  de  outubro  de 
1803,  era  coramemoraçaa  do  4*>  centeoario  do  descobri- 
mento  da  America—  Vol.  55  (supplomonto). 
Dasesiaio  extraonHínxria  celebrada  oti  7  do  julho  de  1895 
para  a  pas^e  dos  sócios  honorários  conselheiro  Thomaz 
Ribeiro  6  D.  Martin  Garcia  Merou  —  VoU  58,  pag,  Hi3 
(2'  parte). 

Da  seásko  extraordinária  em  :f8  do  uutubro  do  1897,  em 
tioora  da  c^mml88&o  belga  exploi-alora  do  Pólo  Aotafcttco 
—  Vol.  60.  pig*  379  o  393  (8'  parti3). 
Da  somo  ettraofdiaaria  em  homenagem  a  Vasco  da 
Qania  e  m\i  not&btlíBsimo  feito  (descobrimento  do  caminho 
dus  líidiís)-  VoL  <U,  pag.  bdS. 

Da  sesdáo  extraordinária  celebrada  em  22  do  abrtl  de 
1900,  em  commemoraçào  do  4**  ceoteoario  do  descobri- 
Qiouto  do  Brastil  —  VoL  (52  (supplemento)  —  Vol.  6:?, 
pag.  433  (2*  parte). 


SeSSÕEB  ANNIVEEaARIASr 


1  pag.  â55. 

2  pag.  5(7. 

3  pag*  515. 

4  pig.   l  (snpp). 

5  pag.   l  (áupp*), 

6  pag.  517, 
4  pag.  95  (2»  serio). 
15  pa^r.  477. 


Km    3— 11-I-S39— VoU 

Km  27-^ n  — 1840- VoL 

Em  30— U— iH4l— VoL 

Em  27— 11— lH4e— VoL 

Kra  10— 10  — 1 843— VoL 

Km  14-1-.^- 1844- VoL 

Krn    y—  9— 1847- VoL 

Era  15-1^—1852— VoL 

Em  15— lá— 1853— VliL   hi  "pag.  56L 

Em  15-12-1854— VoL   17  pag.  l  (*upp.)- 

Rm  15— 1?— 1855- VoL   18  pag,   1        » 

Sm  15— 12— 1850— VoL   lõ  pag.  «7, 

Em  J5-12— ia^>7— VoL  20  pag.  35  (iUpp.L 

Em  15-l2-lH58-VoL  21   pag.  469. 

Bm  15— 12-|850--VoL  22  pag.  ÔBL 

Em  15-12— l8íK>- Vol,  «3  pag.  655. 

Em  15— 12— 18f»l— Vol.  24  pag.  '69. 


^^^^^^^^^^^          índice   D0.«:  VOUJiVfES    J 

287               ^^^1 

^^^r^    jLotfi 

^H 

^^M          18,'  Em  15—12— ld^;2-Val,  25  oa^.  705 

^^^^H 

^■^             10.'»  Em  15— 12— Í8Ô3— VoL  26  pag,  913 

^^^H 

^H             2^).^  Em  16-12— 1864— VoL  27  pag.  391 

(2«  parte)                                       ^^M 

^H             SU^  Em  1 5-1-^- 1865- Vol,  ?8  pa^r-  331 

^^^^H 

^B             22.'  Em  IS^-r^-ie^B— Voi.  29  pa^,  431 

^^^^1 

^H             23."  Era  2,3— 12— i867— Vol.  'SO  paj?-.  491 

^^^B 

^H             24.^  Em  15— 12— ISan— VqK  31  pag.  401 

^1 

^H            25.*  Em  15-12— 18rtD-VoL  32  pa^.  3íJ5 

^1 

^H             26.»  Km  15-12-1870-VoK  33  pag.  415 

^M 

^B              27.*  Em  15— 1->— 1871-VoK  34  pog.  385 

^^^H 

^B             28,*  Em  15— 1^^1872-- VoL  35  pag-.  603 

^^^^1 

^H             29.^  Era  15-12— 1873— VoL  36  pag,  009 

^^^H 

^H             30.-^  Km  15— 12— 1874— VoK  37  pag.  453 

^^^H 

^H            31.»  im  15— 12-1875— VoK  :ís  pag.  387 

^^^^1 

^H             32.*  Fm   15— 12— lH76— Vol.  39  pag.  4*>5 

^^^H 

^H             33,*  Lm  15-12-18T7-^Vol.  40  pa^-.  539 

^^^^H 

^H               34**Em  15-^12— 1878— VoL  41  pag.  457 

^^^^1 

^H             35.'  Em  l.-^— 12— 1879— VoL  42  pag.  291 

^^^H 

W^              3e.»  Em  15^12— If^O-VoL  43  pag,  497 

^^^^H 

K                  37.»  Era  15-12-1881-Yol,  44  pag,  431 

^^^^H 

^^             38.'  Era  15— 12— 1882-VoL  45  pag,  493 

^^^^1 

^H            30.-  Em  15^12— 1883— VoJ.  46  píig,  637 

^^^H 

^^B             40.'  Em  15-12^1884— Vol.  47  pag,  611 

^^^^Ê 

^H             41.'  Em  30-  1— I8SÔ--V0L  48  pag.  407 

^^^^H 

^H             42,'  Em  15— K>-lf?86— VòL  49  pag,  489 

^^^^1 

^B            43.'  Em  15-I2-'ie87->VoL  50  pag.  :í9l 

^^^^1 

^H            44.'  Em  15— 12-1888— Vol.  51  pa;.'.  3>2 

^^^H 

^B            45,*  Em  15— 12-18rK>— VoL  53  pag.  555 

^^^H 

^H            46,'  Era  15-12- IB92—V01.  Õ6  pag,  426 

^^^H 

^H             47.'  Em   15— 12-1894— Vol,  57  pag.  393 

^^^^1 

^H            48.'  Era  15-12— J 895— Vol.  58  pag.  307 

^^^H 

^H             49.'  Em  15— I2--1H96— VoL  59  pag,  345 

^^^^^ 

^H            5a.'  Em  15-12-1897- Vol,  m  pag,   415 

B  493  (idom)                                       ^^^1 

^^1           51.'  Em  15— 12— 1898— Vol.  r*l  pag.  723  ( 

:2'  parte)                                            ^^H 

^H            52.'  Era  15-12— 1899— VoL  C^  pag.  405 

^^^^H 

^H            53.'  Em  15-12--1900-VOL  63  pag.  533 

^^^H 

^H            54.'  Em  15-12— 1901 -VoL  64  pag.  317 

^^^H 

^H            55.»  Em  15-12-1902— VoL  65  pag.  ,537 

^^^^1 

^^1            56,»  Em  15— 12— 1903— VoL  66  pag*  ,303 

^^^H 

^H            57.»  Em  15— i2— 1004-Vol.  67  pag,   477 

^^^^1 

^^m           j%^iTÍoul lura,— Momoria  sobre   a  agncuUura  qo  BraziU                          ^^^H 

^^H                     pela  chaQceller  da  relação  do  Maranhio  coD^lheiro  An-                          ^^^H 

^^m                     tOQio  Rodriguos  Vello^o  rio   01tv<ufa 

-  Vol.  36,  pag.  91 .                           ^^m 

^^H           Jk.^nmm  thertiia^^s  —  V.  Caliaâ da  Imperatriz  —  VuK  42,                           ^^^^| 

^^H                     pag.  29  42'  parte). 

^H 

^^^h          A.la^oa.fi  —  Quairo  das  comarcas,  cldadofi  Tílias,  povoações                                ■ 

^^^^ft               e  freguesias  aosta  província  até   18 

de  agosto  de  1840  —                                 H 

^^^H                Vol,  3^  pag.  200.                                                                                             ^^^ 

M 

^^^^H        —    Extracto  dos  trabalho§  sobre  esta  província,  apresentado                          ^^^H 

^^^^H              ao  respectivo  pn^ídeote  pelo   1*  teneo ta  de  engenheiros                          ^^H 

^^^K             José  Carlos  de  Carvalho  —  Vol.  13,  pag.  336*                                            ^^M 

288 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


A^íí\g:*>sLf^  —  Relação  das  mattas  daji  Álagôa§,  qae  lêem 
principio  no  lago  do  Pesooço  e  de  todas  aa  que  ficam  ao 
aorte  destas  até  ao  rio  da  Ipoj uca,  10  léguas  distante  de 
Pornambuco— VoK  7<»,  p\g,  507. 

—  Providencias  acerca  das  mattas  das  Alagoas  c  sua 
descri p<:ào  —  VoL  22,  pag.  339. 

—  Lista  dos  governadores,  presi<ientea  e  cunuDandantes  de 
armas  que  tc^m  tido  a  províDcía  das  Alagrias.  de&de  i819 
aié  1811,  peto  M.ijor  Fraoci^eo  Maaoel  Martins  Ramos, 
VoL  46.  pag.  53  (2-  parto). 

A.lleiita.iil&a  —  Boatos  de  aggre&sao  ao  Brazil  por  parte 
da  AUemanha,  provocada  pela  prisão  de  offloiaes  da 
corveta  JNymp/ví%  envolvidos  em  um  conOi^^to  havido  era 
umaea.sa  de  pa^to  do  Largo  de  S.  Francisco  de  Paula  em 
1871  —  VoL  6L  pag.5. 

—  indicação  do  Instituto  sobre  um  artigo  publicado  em  folha 
oHlclal  aLlemã  ^erca  das  preteDÇô&sda   Allemaoba  com 

f\,^  relaçáo  ao  BraziL  —  VoL  ÔT.,  pags-  150,    157,    103  e  210 

*"     f  ■'  (2*  parte). 

A^ltitutle  —  Tiibella  das  altitudes  sobre  o  nlvej  do  Oceano 
dos  principaes  logares  e  moo  tos  da  carta  topographica 
do  Minas  Geraes,  pelo  Dr*  José  Franklin  Massena,—  Vol, 
45,  pag.  15L 
j%.iiicizoii£i»  ^  Noticia  geral  sobre  o  thesouro  descoberto 
no  máximo  Rio  Amazonas.  —  VoL  2"  pags.  3^1,  3â9  e 
447;  VoL  3\  pags.  31*.  15y,  282  e  372;  VoL  5%  pag. 
253;  VcíL  41»  pag.  :í3. 

—  Viagem  do  capitâotenentc  da  Armada  Nacional  José 
Miria  Nogueira,  commandante  do  vapor  de  guerra  Giia- 
púiísú,  primeiro  que  subiu  este  rio  —  VoL  6^  pag.  38'J. 

—  Memoria  escripta  am  desenvolvimento  do  programma 
dado  p)r  S.  M.  o  Imperador  ao  Dr*  António  Gonçalves 
Dias  — VoL  18,  pag  5. 

—  Alguns  escLareeimeatos  sobre  as  missttos  da  Província  do 
Amazonas,  por  JoEo  Wilkens  de  Mattos  —  VoL  19, 
pag.  \i4. 

—  Extractos  do  relatório  apresentado  Â  Assembléa  Legislativa 
Provincial  pelo  Dr,  JoSo  Pedro  Dias  Vieira,  presidente  da 
provi ncia.  no  dia  8  dejuHio  de  1856.—  VoL  20.  pag.  4GL 

—  Extracto  da  falia  dirigida  á  Asserabléa  provincial  em  o  1" 
de  outubro  de  1857,  polo  presidente  da  provinda  Angelo 
Thomaz  do  Amaral.— VoL  20,  oag.  407. 

—  OíUcio  do  director  interino  das  ooras  publicas  Joíto  Wil- 
kens de  Mattos.  —  VoL  20,  pag.  47 L 

—  Quadra  das  distancias,  em  legua-í  d©  20  ao  grào,  entre  a 
capital,  cidades,  viltas,  freguesias  e  mais  pavoados  dusta 
província,—  VoL  20,  pag,  2ij2, 

^    Novo  descobrimento   do  grande  rio  das  Amazonas,  pelo 

Çadre  Christoviode  Acufia—  VoL  28,  pag.  Ui  L 
iiesonro  descoberto  no    máximo   (ruj   Amazonas  pelo 
^adre  ^oâo  Daniel,  da  Companhia  de  JesQ^  —  Parte  sexta 
(cópia  authenttca;  —  VoL  41,  pag*  3:í. 


rVDICE   DOS   \'OLI'MES    1    A   G7 


280 


-    ?n' 


A nia^oiiaíí»— Cartas  e  relatórios  de  GoJeon  Morris  do  Jonge, 
no  tempo  do  domioio  bolliiadez,  sobre  os  logares  deno- 
minadoa  Maranhão,  Ceará*  Cametà,  Grão  Pará  e  outros 
rios  comprohôndldos  ua  bacia  do  famoso  rio  do  Amazooma 
^VoL  5íí,  pag.  237. 

—  Auto  de  posso  qtie  se  tomou  entre  PorLugal  0  domínios 
do  Caitella  por  Pedro  Toixeira,  capitão-mór  por  S.  M.  dm 
entradas  0  descobrimento  e  rio  das  Amazonas,  etc.— Vol. 
67,  pog.  331  (1*  parte), 

—  Cópia  da  carta  qae  João  de  Abreu  Castello  Braoco  díríí^iti 
ao  Provincial  da  Companhia  de  Jesus  da  Província  do 
Quito,  ena  respoita  .1  que  receb  jra  do  mesmo  provinciíi 
acerca  do  direito,  que  se  arrogava,  do  pertencer  ao  Bis- 
pado de  Quito  parle  do  território  do  Amazonas  perten- 
cente a  Portugal  —  Vul,  f;7,  pag    :132  f  l'"  parte), 

America.  ^  Memoria  sobre  o  descobrimento  da  AOLdrica 
no  século  deeírao,  escripta  por  C.  C,  R=ifn,  secretario 
da  Sociedade  doa  Antiquari^is  do  Norte  —  VoL  2«, 
psg.  210. 

Pretençoes  da  Inglaterra  sobre  a  America  — VoK  4"^, 
pag,  505. 

Investigação  sobro  as  povoãç«'ie3  primitivas  da  America, 
etc,  por  Warden,  traduzidas  pelo  cónego  .lanuario  da 
Couha  Barbosa,  da  obra  iutitulaia—  Antiguidades  mexi- 
canas —  VoK  5'\  pag.  187. 

Xoticiasobre  a  obra  publica  la  era  Cjpenhague  pela  So- 
ciedade Real  dos  Antiquários  do  Norte  com  o  titulo  de 
^  Antiquitatea  AraerícannB,  otc—  Vol.  2,  pag,  zOá. 
Quaesos  auim  les  uitruduzidos  na  America  peíos  concluis- 
tadores  ?  Memoria  lida  pelo  Dr»  José  Ribeiro  de  Souza 
Fontes  — Voí.  10*  pag.  509. 

Commentarios  sobre  a  obra  de  Alexindre  de  Humboidt— 
Eiamo  cri  tico  da  Historia  do  Noto  Continente,  por  Joa- 
quim Caetano  da  Silva.—  Vol,  26,  pag.  2m,  voL  29, 
pag,  5  (^*  parte). 

Jo*  Sctirmer  e  P.  Apianus  (Benowitz)  —  Influencia  de  um 
e  outro  e  «le  vários  de  seus  contemporaDeua  na  adopção 
do  nomo— America;  e  primáros  globos  e  primeiros 
mappas-mundi  com  cate  nome,  etc.  por  Fraocisco  Adolplto 
de  Varnhagen  —  Vol.  35,  pag.  171  (2*  parte). 
Os  Predecessoses  de  Colotf}ho  — -  João  Cousin,  pelo  cónego 
Dp.  Joaquim  Caetaao  Fernandes  Pinheiro  —  Vol,  37, 
pag.  71  (2*  parte), 

O  Qome  de  Amorici  a^rá  americano  ?  Memoria  lida  por 
Cândido  Mendes  de  Almeida  —  VoL  3Q,  pag.  IDl 
(2*  parte). 

João  Ramalho,  o  bacharel  de  Canaaõa,  precedeu  Colombo 
na  descoberta  da  America?-  Vol*  40,  pag.  S77  (2*  par  te  j. 
Projecta  para  lovantar-se  uma  estatua  a  »  hilitovão  Co- 
lombo, tendo  por  poiostal  o  Pão  de  Assacar  â  entrad;i  do 
Rio  de  Janeiro—  VoL  53,  paga.  4:j5,  440,  447  o  567 
(i*  parte). 
831--jy  To:ao  lxmi  .  v,  u 


200 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


A.mericn'  —  America  abreviada  -«  Suas  notícias,  o  dô  bôu^ 
naturacs,  e  cm  particular  no  Marachão,  títulos»  contendas, 
e  instrucç^ed»  á  âua  conservação  e  augmento  mui  utaia, 
pelo  padre    João  de  Souza  Ferreira—  Vol.    57,  pag.  5, 

A^ml  —  Qual  a  orijíem  da  lultura  o  commercío  do  anil  eiitr<^ 
nós  e  quaes  na  causai  de  seu  progresso  e  do  sua  deca- 
dência —-  VoJ.  15,  ptkg,  42. 
•-    (  ôpia  de  lira  extracto  sobre  a  sua   preimração  —  Vol.  23, 
pa;?,  489. 

Auiiuti'!?^  **  Quaes  fôramos  animaes  introduzidos  na  Ame* 
rica  pelos  coDquistixioreJi  ?  Memoria  lida  poio  Dr.  José 
Riboirodo  Snaz;i  Fontes  —  VoK   T*.  pag.  T^ou. 

AunUerpurio  —  A  Sociodado  de  doographia  de  Lisboa 
convida  c  Instituto  a  commemorar  o  4*  centonario  do 
descobrimoíito  da  índia  por  Vasco  da  Qama  —  Vol.  Ò'J, 
pag.  217  (2'  parto) ► 

—  FropOííta  para  que  sejam  commcroorados  em  s  'saúes 
solen^nes  e  publicas  os  centouarios  :  :!"  do  ptissamento  do 
Padre  José  de  Anchieta  (9  de  jnltio  de  18£>7);  2°  do  falle- 
címento  do  Padre  António  Vieira  (18  de  jtilho  de  181^)  ; 
r' do  natalício  do  príncipe  D,  Pedro  de  Alcântara  (12  de 
outubro  de  18í>8),  que  proclamou  a  fndopendoncia  do  Bra- 
zll;  e  4^  do  doscobrimeato  do  Brazil  (?■?  de  Abril  de   lOoO) 

—  Vol.  50,  pag.  294  (2i  partn). 
A.Uilir<>i»ologri^^  —  Emaio  de  anthopologia  —  Região   e 

raças  helva^eos,  pelo  Dr.  José  Vieira  Ckiuto  de  Magalliâes 

—  Vol.  :m,  pag.  3r)9  (2»  parte). 

.^a^eti'  Ue  «ímíIIo  —  Prr posta  pam  a  sua  creação  -^  Vol* 
íí«,  pag    Tig?  (2»  serie). 

—  Pareço i*  da  commlséào  sobre  a  utiLdade  da  creação  dette 
deposito  —  Vo!,  ♦>%  pag,  i:^3  (2*  serie). 

—  Artigos  regulamentares  -*  Vol.  C*,  pag.  114  (2*  serie). 

—  o  cun telheiro  Manoel  Francisco  Correia  faz  entrega 
de  um  invólucro  laciado,  que  deverá  sor  guarJado  na 
arca  de  sigitlo  para  se  abrir  trás  mezes  depois  do 
dia  de  3eu  í'iIIocimento.  —Vol.  o3,  pags.  4iri  q  4í*7 
(2*  pirie). 

'-  O  CuDiellioiro  Manoel  Franeisco  Correia  deposita  um 
cuvolwcro  lacrado  para  í©r  aborto  e  lidodepoií-  da  morte 
de  S.  M<  O  Imperador  o  Sr.  D.  Pidro  do  Alcântara  — 
Vol.  53.  pag.  49í5  ( ii*  parta  )• 

—  Vm  enveloppe  laci-ado  apresentado  pelo  oonselhelro  Ma- 
noí  1  Kraacifíco  Correia  para  ser  aberto  quando  etle  derrear 
do  ior  presidente  do  Trtbunal  de  Coutas. —Vol.  r.6,  pag. 
l\i  i  2*  parto  ). 

—  Aberta  osli  arca  no  dia  8  de  abril  de    i8i;»2  dílla  ó  reti- 


Or 


Fines  —  an; 


lavia  sido  depositado  pelo  coose- 
j  Correia  o  p^»r  este  lida  a  memo- 
a  obra  de  i:.  de  Presseiicô  —  Le< 
r  D.  Pedi-o  da  Alcsnlara—  Vol* 


291 


^-%.põa  fie  si^illo  ^  ^remoriaa  câcriptas  pelo  Vítconde 
deTafinay— 4  voiamoi  para  j?erem  abertos  e  publi- 
cados depois    do  anno  de  VMi  —  VoL  r>5»  píijyr.  344. 

—  Retirado  ura  eavolucro  «:od tendo  uma  memoria,  que  a 
Conselheiro  Manoel  Fraacisco  Correia  apresentara  para 
ser  aberta  quando  deúa^aeelle  o  caL^o  do  Presideate  do 
Tribunal  de  Contas,*?  submettida  a  uma  ccrammào  espe* 
ciai  —  Vol.  57»  pag.  36!>,  370  e  501  (2*  parte). 

^A.i*iiia.<;&a  ti»  pei^eL%  div  t»cLlem  —por  Luiz  á«  França 
Alraelda  e  Sá  —  VoL  62;  pag.   186  (  2*  parte  ), 

A^siateiubléii  Oonsiititiiliiie  dt*  1Q\^3 -^  Digcus^^ão 
hiatorica  sustentada  em  1863.  na  imprensa  diária  do  ilhj, 
entre  o  Consolbeiro  José  de  Alencar  e  o  Dr.  Prancifico 
Igaacio  Marcoodes  Homem  de  Mello  —  VqL  64,  pai^*  f^i  \ . 

—  XjOS"l^lit*livíi.  —  Sobre  a  abertura  do  parlamento 
no  dia  3  de  maio  —  Vol .  48,  pag.  o* '3. 

—  A  primeira  aaaemblêa  legislativa  ao  Brasil  ^  Vol.  5 í. 
pa^.  in. 

A^^Higri^AtufA  —Quando  começarão  os  reis  a  aasignar 
manualmente  —VoL  18,   pag.  íf^K 

—  Assignatura  raoDograpbica  e  autograpba  dos  reis  —  VoL 
45.  pag.  203. 

^ã!$sooiaçâ,o    Oi>mnioi*eml    do  Rio   de   Janeiro   — 

V.  Diversos f  Tol.  4r>, 
Sitli^hi  —Traslados  doa  privilégios  que  S,   M.  eonoedeu  aos 

cidadãos  da  Bahia  de  fodos  03  Santos  —  Vol-  8,  pag.  512. 

—  Relação  verdadeira  do  tudo  o  suceedido  na  restauração 
da  Bahia  de  Todos  os  Santoâ.desde  o  dia  era  quo  parliram 
as  arn^adas  de  S»  M.  até  o  em  que  em  i  dita  cidade  foram 
arvorados  os  seus  estandartes  —  VoL  5",  pag.    476. 

-^  Breve  noticia  sobre  as  mi  nas  ha  poucu  doscobertas  no 
Asaurá.  nesta  provioeia,  pelo  Tonego  Binignu  Joaí  de 
Carvalho  e  Cunha— VoL  5'\  pag.  524  (  S*  serie  ). 

—  Foral  da  Ci^pitania  da  Bahia  e  cidade  de  S,  Salvador 
(  manuscripto  offerecido  ao  Itiátituto  por  S.  M.  o  Impe- 
lador  )  —  VoL  18»  pag:.   lõíL 

—  Recuperaçãu  di  Ci^lade  de  S.  S. ti  viador,  pt>r  D.  Manoel  da 
Menezes  —  VoL  2i^  pags.  357  e  525. 

—  Memoria  topogriphicahlsturica,  commercial  e  politica  da 
Vi  lia  da  Cactiouira  da  Provi  ncii  da  Bahia,  par  José 
Joaquim  de  Almeida  Arnizáii  —  VoL  55,  pag,  127. 

—  Memoria  des^riotiva  dos  a t testados  da  f^àcçào  demagógica 
na  pnjviaciada  Bahia,  contendo  a  narração  circumitan- 
ciada  da  rebelliao  do  2õ  de  outubro  do  1824  e  mais  factos 
relativos  att^  o  dia  do  embarque  para  Pernambuco  do 
3*»  batalhão  de  linha  denomíiiado  —  Periquito.^  —  e  con- 
tendo as  relações  offlciaes  da  tropa  reunida  fora  da  cidade 

par  causa  da   dita  rebelliao,   por    ...  —  VoL    30, 

pag.  233, 

—  Fundação  da  Casa  da  Moeda  —  VoL  33,  pag-  IS3, 

—  A  Sabinada  na  Provinda  da  Bahia  em  1^37,  por  Joaquim 
pireg  Machado  Portella  —  VoL    45,  pag*  13   ( 2»  parte). 


1 


202 


REVISTA  DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Rabia  —  Sabinada  da  Bahia  em  1837  —  Memona  do 
Dr.  Moreira  de  Azevedo  — Vol.  47,  pa^»  2^3  (2*  parte), 

—  A  revolução  desta  provinda  era  7  de  novembro  de  1837  e 
o  Dr.  Pjanci8C4i  Sabino  Alves  da  Rocha  Vieira,  pelo 
Dr,  A.V.A.  do  S.  Blake  —Vol,  48.  pag,  24.'^  (  2"  parte). 

—  A  revolução  de  7  de  novembro  de  1837  e  o  Dr.  Fraocisco 
Sabino  Alves  da  Roch^^  Vieira  —  Vol.  50,  pag.  177 
(  2*  parto  ) . 

—  Noticias  do  arcebigp  ulo  da  Biibia  para  supplicar  a  S.  M. 
em  favor  do  culto  divino  e  salvação  das  almas  —  VoL 
54»  pag.  323. 

—  Diacarso  sobre  a  conveniência  de  fortíiicar*  a  cidade  da 
Bahia,  capital  do  Brazíl  —  Vol.  56,  pa^?.  77. 

—  Coiiv<^cação  do  Bispo  de  Angola  par^  o  gioodo  da  Bahia 
em  1707  —  VoL  5(5,  [lag,  103. 

—  Grande  tempostade  nx  noite  de  li*  d 3  março  de  1781  — 
Vol,  56,  pag:,    107. 

—  A  revolução  de  7  de  novembro  do  1837  e  o  Dr.  Francisco 
Sabino  Alves  da  Rocha  Vieira  —  Vol.  60,  pag.  47 
(2»  parte). 

—  V.    R:publica, 

BLi,la,ia.<iu.  —  Depoimcoto  dos  heróes  do  cerco  de  Caxias 
sobre  a  revolu^o  dos  <  Balaios»  —Vol,  05,  pig.  283 
( 2*  parte  ). 

BalòeH  aeroi-itii^t  leo^  —  Memoria  quQ  tom  por  ob.jecto 
reivlndicir  para  a  Nação  Brazileira  a  gloria  d.i  invenção 
das  machinas  aerostaticas*  pelo  Cónego  Francisco  Freire 
dtj  Carvalho  —  VoL  5^  pag,  33^\  (  2»  serie  l 

Sanaeiru  —  Descripçâo  aa  bandeira  da  Republica  do 
Equidor  —  VoK  '^4,  pag.  750. 

—  Memoria  histórica  sobre  a  bandeira  nacional,  por  Joaquim 
Norberto  de  Souza  e  Silva  —  Vú],  53,  paír.  2i3. 

—  Da  Republica  dê  Peraambu'^o  da  1817  —  Vol.  56,  pag. 
122  (2'  parte). 

—  Que  pertenceu  ao  l«  Batalhão  de  Voltintarioã  da  Pátria 
na  campaQha  do  Paragua]r  e  oITerecida  ao  Instituto  — 
Ver  59,  pag.  271  (  Z'^  parte), 

Ba^ncloH  dos  tempos  colooiaes,  vol,  55,  parte  W 

Escrúpulos  de  um  governador Ã06 

Vexames  praticados  por  otHoiaes  públicos.     .      200 

CoDtaLno  àa  bexiga 20fl 

Provídeociaâ  sobre  masearados 200 

Luminárias  pola  vlctoria  alcançada  contra  os 

francezes. 207 

Prchibiçio  de  escrever  sobre  successo  da  ba- 
talha contra   os  fraocezas  sem   prévia 

censura 207 

Embarque  dos  prisioneiros  franceses,  vol.  55.      208 
Baiallàa  —  Dos  Guartír(ip*:f  —  P^tudo  histórico  pelo  cónego 
Dr»  Joaquim    íaetano    Feraandes   Pinheiro  —  Yoh  2^» 
paf .  30J  (2-  parte), 


índice  nos  vor.rrMES  1  a  íu 


293 


BatGàlba  —  Dos  Gutrarapes  —  Carta  de  Francisco  Barreto 
dau  o  coo  ta  da  victoria  alcançada  nos  Guararapes  em 
1648—  VoL  56,  pag.   71. 

—  Do  íiiizaingo  —  Hiatoria  d&  campanha  do  Sul  era  1827  — 
Vol.  49.  (parte  l"),  pag-  28©. 

—  V.  Brasil. 

Beuite^^i  —  Periedico  MaraDhense  —  V.  Maran/i^o, 

Denflejyrõ  —  Meteoro  de  Bendegó  —  Vul.  56,  pag,    141 . 

Benedietiito^  —  Apontamentos  históricos  .^obre  a  Ordem 
Benedictina  em  geral  e  em  particular  sobre  o  mosteiro  de 
Nossa  Senbora  de  Moosorrate  da  Orlem  do  Patriarcha 
S.  Beoto  dacidaie  do  fiio  de  Janeiro»  coordenados  pelo 
Dr.  BenjaEiin  Franklin  Ramiz  Galvão  —  1869  —  Vol*  35, 
pa;r.  249  í^-*  ^arte). 

Bi1>liosrr«pli.Ía.  ^eogrrapliiea^  BrckasileifCL  — 
Cumraissào  encarregada  do  organizar  este  trabalho  — 
VoL  5<,  pag*  289  (S-  parte). 

lÍH>liõilieea,rlo—  Proposta  para  a  creação  desto  logar» 
oíTnreciraenio  do  raajor  Gomes  Netto  para  eiercel-o  gra- 
tuitimonte  —  Vol.  57»  pag,  381  (2*  parte), 

—  Creaçlodo  logar  de  bibliotheeario-arclii vista  —  Vol.  50, 
pags*  215  a  2^1  (S*  parte), 

SÍo^rapliia.s  —  De  diversos  sócios  do  institato— -VoL  Gl, 
pag.  74ÍÍ. 

—  Traços  l>iographicos  de  Serranos  illuatres,  já  ftiUecidos, 
precedidos  de  um  basquejo  histórico  sobre  a  fundação  da 
cida^Ie  do  Serro,  em  Mioas  Geraes  — Vol.  65^pag.  333 
(2*  parle). 

—  Dr.  Abilio  César  Borj^^eá  —  W  Barão  de  Macahubas. 

—  Adriano  Krneato  de  Castilho  Barreto  —  DesembarRador— 
Vol.  20,  p&g.  85,  siipp. 

—  D.  AÍTonso  (Príncipe  Imperial)  —  VoL  IL  pags.  5  a  84, 
voL  ^9,  paíí.  306,  (2*  parte). 

—  Agostinho  Marques  Perdigão  Malheiro  —VoL  23,  pag. - 
70 L  vol.  41,  pag.    474  (2»  parttí). 

—  Albino  da  Costa  Lima  Braga—  VoL  5ís  pag-  408  (:a* 
parto). 

—  Aleiandre  Dias  de  Rezende  —  VoL  29,  pag.  294  (2* 
parte) . 

—  Aleiandre  Generoso  de  Almeifla  e  Silva,  padre  —  VoL 
05,  pag.  :^3  {t*  parte). 

—  Da  vida  e  feitos  de  Alexandre  de  Gu^mlo  e  de  Bar- 
tolometi  Lourenço  de  Gusmão  —  Vol.  65,  pag.  379  (2» 
parte). 

—  Alexandre  Herculano—  VoL  40,  pag.  578  (2*  parte). 

—  Alexandre  de  Humboldt—  VoL  22,  pa*?.  720, 

—  Alexandre  Maria  de  Mariz  Sarmsnto- VoL  33,  pa^.  452 
(2*  parte). 

—  Alexandre  Rodii^^ues  Ferreira  —  VoL  S,  pag.  501  — 
Noticia  dos  seus  eseriptos  —  Vol.  2,  pag.  506 —  llela- 
torlo  apreientado  á  Academia  Real  de  Scieneiaade  Lisbm 
—  VoL  2,  paíí.  513, 


29* 


REVl-íiTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Bio^rapHic^^  —  Aleiaudre  de  Serpa    Pinto  —  VoL    6i|.* 
p»g.   351    (2»  parte). 

—  Alfredo  de  Escragoolle  Tauoay  —  V.  Visconde  de 
T&uõay. 

—  Dr.  Al  freio  Piragibe  —  VoL  fl^i,  pag,  46)  (2^  parte). 

—  'AlphODse  de  Lamartioe  —  Vol,  3í,  pa^r.  338  (8»  parte). 

—  Álvaro  Barbalho  de  Uchõa  Cavalcante  —  Vol.  53,  pai^, 
519  r^"  parte). 

—  Dr.  Ameriod  Brasilienae  de  Almeida  Mello  —  Vol.  50 
pagfl,  221  e  3[^J  a  40^  (2*  parte). 

—  I).  André  Lacnas  —  VoL  55.  pag,  511  (2*  parte). 

—  André  Vidal  de  Negreiros,  pela  cónego  Dr,  Joaquim 
Cattaoo  Pernand»3«  Pinheifo  —  VoL  32,  pag.  329  f^* 
parte), 

—  Angelo  Maniz  da  SUva  Ferraz  --  V.  Barão  de  Ura- 
guayana. 

—  António  .alvares  Pereira  Coruja  —  VoL  53,  paíf,  604 
(2»  parte). 

—  Frei  .\iitonio  de  Arríbida,  bispo  de  Anemuria  —  Vol, 
2'j,  pag.  299,  e  voL  62,  pag    W  [2*  parte), 

—  Dr.  Antoaio  Augusto  de  Queiroga  —  Vol,  «lô,  pag.  361 
12»  parte). 

—  AUtonfo  Augusto  Monteiro  de  Barros— VoL  3\  pag,  541. 

—  António  Cari  *s  Ribeiro  de  Andrada  MachaJo  e  Silva  — 
VoL  4\  pags.  153  e  205  tâ^  strle). 

—  AntouiO  Costa  —  VoL  23,  pag.  701. 

—  António  da  tosta  Pinto  —  VoL  4:i,  pag.  547  (2*  parte). 

—  António  d.i  Costa  Rego  Monteiro  —  VoL  22,  pag,  719- 

—  Dr,  António  d.i  Coeta  de  Souia  Uaoodo  —  VoL  55, 
pag.  5'^1  (2'  serie). 

—  António  Dfjodoro  Pascual  —  VoL  37,  pag,  401  (2*p\rte), 
— *    António  Elisiaria  de  Mtr.iQda  e  BritOt   marechal  do  Ezer« 

cito—  VoL  2\,  pag.  bb2. 

—  António  Enno3  de  Souza  —  VoL  64,  pag,  359   (2*  parte), 

—  António  E^rnostj  Gomes  Carneiro,  general  —  VoL  65, 
pag.  347  (ii*  parte)- 

—  António  Feliciano  de  Castilho.  (Vide  Visconde  de  Castilho). 

—  D*  António  Felippo  Caraarâo  (guii  naturalidade)  —  por 
Francisco  Adolpho  de  Varnhagen  —  VoL  30,  pag,  501  (l* 
parte)  e  409  (2*  part^). 

—  D.  AntoDio  Felíppe  Camarão,  pelo  cónego  Dr.  Joaquim 
Caetano  F^ernandes  Pinheiro  —  VoL  33,  pa^í-  201  • 

—  Dr.  António  Felif  Martins—  V.  Barão  de  S.  Félix. 

—  António  Fe:Teira  V«lho,  pa-ire  —Vol.  29,  pag.  270  ('^' 
parte), 

—  António  Florêncio  Pereira  do  Lago—  VoL  56,  pag.  73 
í^*  parte). 

—  António  Francisco  Dutra  e  Mello  —  Estudo  biographico 
polo  Dr,  Luiz  Francisco  da  Voíga  —  VoL  41,  pasf.  143 
(2*  p&rte)  —  pelo  Ur,  Josô  Tito  Nabuco  de  Araújo  — 
VoL  30,  pag.  185  (í*  parte)— VoL  4%  pag*  152  (2*  swrieL 

—  Dr,  António  Uonçalve^  Dias  — Vol.  27,  pag.  4è8  (2* 
parte). 


índice  dos  volumes  1  a  67  205 

8io^ra.plii€t«  —  Antooio  Gonçalves  Teixeira  o  Souza  — 
Vol.  39,    pag.  197. 

—  Dr.  António  Henrique  Leal  —  Vol,    48,   pag.   430  (2* 
parte). 

^    António  Joaquim  Alvares   do  Amaral  —  Vol.    45,   pag. 
193. 

—  Dr.  António  Joaquim  do  Mello,  Wspo  de   S.    Paulo  — 
Vol.  24.  pag.  813. 

—  António  Joaquim  Ribas  —Vol.   53,  pag.  020  (2*  parte). 

—  António  José  e  a  Inquisição  —  Vol.  25,  pag.   365  —  £x- 
oerptos  do  seu  processo  —  Vol.  25,  pag.   380. 

—  António  José  Duarte  de  Araújo  Gondin  —  Vol.   29,  pag. 
289  (2*  parte). 

—  António  José  Gomes   Brandão  —  Vol.  60,   pag.  463  (2« 
parte). 

—  António  José  Osório  da  Pina  Leitão—  Vol.  â9,  pag.  288 
(2»  parte). 

—  António  José    de  Paiv^  Guedes   e   Andrade  — Vol.  15, 
pag.  524. 

—  António  José  de  Serra  Gome»  —  V.    Marquez  áe  Po- 
naflel. 

—  António  Josó  da  Silva  —  Vol.  2»,  pag.  114  (2»  serie). 

—  António  Josó  Vialle  —  Vol.  53,  pag.  602  (2*  parte). 

—  António  José  Victorino  de  Barros— Vol.  55,  pag.  470 
(2»  parte). 

—  António  Ladislàu   Monteiro  Baena  —  Vol.  15,  pag.  524. 

—  Frei  António  do  Lado  de  Christo  —  Vol.  45,  pag.  181 . 

—  Dr.  António  Luiz  Patrocínio  da  Silva  Manso—  Vol.  53, 
pag.  385  (2*  parte). 

—  D.  António  de  Macedo  Costa— Vol.  55,  pag.  475  (2*  parte). 

—  'António  Manoel  de  Campos  Mello  —  Vol.    41,  p«g.  475 

(2*  parte). 

—  António  Manoel  Corrêa  da  Camará  — Vol.  40,  pag.  505. 
—i  António  Manoel  de  Mello,    brigadeiro-— Vol  20^  pag.  488 

(2*  parte). 

—  António  Maria  Coelho,    general  —  Vol.  58,  pag.  337. 

—  António  Mariano  de    Azevedo  —  Vai.    48,  pag.   427  (8» 
parte). 

—  Antuuio  Marques' de  Sampaio,  cónego— Vol.  4*,  pag.  IÒ2 
(2»  serie). 

^    António  de  Menezes  Vasconcellos  de  Drummond  —  Vol. 

37.  pag.  487  (2^  parte). 
^    António  de  Moraes  Silva  —  Vol.  15,  pag.  244,    yol.  23, 

pag.  495. 

—  Dr.    António  Navarro  de  Abreu  —  Vol.    4»,    pag.  1(38, 
(2*  serie). 

—  António  Nunes   de   Aguiar,  marechal—  Vol.   3ft^    pag. 
512  (2"  parte). 

—  António  de  Pádua  Fleury  —  Vol.  23,  pag.  698. 

—  António  Paulino    Limpo  de  Abreu  —  V.    Visconde    de 
Abaete. 

—  António  Pereira  de  Araújo  Pinto  —  Vol.    6,  pag.  558. 


296 


REVJSTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Dio^rupHÍH,«^— António  Pereira  Barreto  Pedroso— Vol.  46, 
pag.  671  {^  parte). 

—  António  Per<3ira  Pinto  —  VoK  43,  pag.  559  (2»  parte). 

—  António  Pereira  Rebouças—Vol.  43,  pag.  540  (2*  parte). 

—  António  Pereira  do  Souza  roídas,  paáre  —  Vol,  2",  p*ff8< 
127  e  133,  voL  29,  pa;?.  287  (2'  parte). 

—  António  PiíTH  da  Silva  Pontos  Lemo  —  Vol,  20,  pa^,'.  267» 
voL  36»  pag.  184  (2»  parte). 

—  D,  António  R<idrigues  di  Cunha  —  VoL  28,  pag.  35íJ  (2" 
parte) . 

—  Frei  António  de  Santa  Úrsula  Rodovalho  —  VuL  ^7,  pag. 
187  ;  voL  29,  pag.  299  ;  voL  40,  pag,  177  (2»  parte). 

—  António  Thomaz  de  Oodoy,  desembargador  —  Vol.  21, 
pag.  ri37. 

—  António  Vieira,  paiire  —  Vol,  O,  pag.  229  —  Breve  me^ 
moria  acerca  da  sam  naturalidade,  de  que  foi  encarre- 
gado pelo  lostitii  to  o  arcebispo  da  Babía  l^  Romualdo 
Antoeiode  Seixas  —  Vol.  19,  pag.  5, 

—  Fi-ei  António  da  NatiTidade  Moura  —  Vol.  24,  pag.   800. 

—  Arari^íjoia  (dupois  Martin  Atronso)  -^  Vol.    4*^.  pag.  207. 

—  Dr.  Aristides  Augusto  Milton— Vol,  67,  p,ig.  498(2' 
parte). 

—  Augnito  Fausto  de  Souza  —  Vol.  55»  pag.  459  (2*  parte). 

—  Augusto  Henrique  Victorio  Grandjean  de  Moutigny  — 
Vol.  29,  pag.  206  Vi"  parte). 

—  Augusto  Leverger —V ,  Barão  do  Melgaço. 

—  Augusto  Victoriuo  Alveo  do  Sacramento B ta ke—  Vol,  6<j. 
pag.  333(2*  parte). 

—  Augusto  WoncGsláo  da  Silva  Lisboa  —  Vol.tiO,  pag*  203. 

—  Aureliano  do  Souza  Oliveira  Coutinho  —  V,  Visconde  de 
Sepatiba. 

^    Balthazar  da  Silva  Lisboa  —  Vol.  2*,  pagi.  384  e  590. 

—  Baptista  Caetano  de  Almeida  Nogueira.  VoL  46»  pag^* 
243  e  659  (2"  parte). 

—  Barão  do  Alhandra  (José  Bernardo  do  Figueiredo)  —  VoL 
48,  pag.  425  ;  voL  49,  pag.  378  (2*  parte). 

—  Barào  de  Antonina  (Joào  da  Silva  Machado)  —  VoL  38, 
pag.  420  (2*  parte). 

—  Barão  de  Ayuruoca  —  Vol .  34,  p&g.   2í^9. 

^  Barão  de  Caçapava  (Francisco  Soares  de  Andréa),  mare- 
chal do  Exercito—  Vol.  2L  pag,  548. 

—  Barão  do  Catuaraa  (João  José  Ferreira  de  Aguiar)  — 
Vol.  :iL  pag.  :í70  (2*  parte). 

^  —    Barão  de  Cayrú  (Bento    da    Silva  Lisboa)  —  VoL   28, 
pag.  350,  (2*  parto). 

—  Bário  de  Cotegipe  (João  Maurício  Wanderley)  —  VoL  53, 
pag.  6^. 

—  Barão  do  Desterro  (João  José  do  Almeida  Couto)  —  VoL 
03,  pag.   573  ('^*  parte), 

—  Barão  Gustavo Schroiner  —  VoL  49,  pag,  534  (2*  parte). 

—  Barão  de  Jaguary  (Marcos  António  Brioio)  —  VoL  34, 
p«g.  409  (8*  parta). 


à. 


índice   dos   volumes    1    A   ÍM 


297 


Bio|^ira.plLÍe.s  —  Barãa  de  Japurá  (Miguel  Maria  Lisboa) 
—  VoL  44»  pag,  452  (2*  parto). 
—    B;irão  do   Laiario  í  Josó  da  Costa  Azeredo)  —  VoL  67» 
(2'  parte). 
Lavradio  (Or.    .losà  Pereira  Rego)  —  Vol.  55p 


pag.  505 
Barão  de 
pag.  55. 
Barão  de 


Lopes    Nelto    (Dr.    Felippe  Lopes  Netto)  — 
Vol.   58,  pag*  445  (2-  parte). 

Barão  de  Macahubas  (Dr.  Abílio  Ccsar  Borges)— VoL  55, 
paga.  79  e  46:^  (2"^  parte) , 

Barão  de  Maruiá  (Joào  Wilken^  de  Mattos)  — VoL  53, 
pag*  604  (2'  parte). 

Barão  de  Melgaço  (Augusta  Lôverger)  —  Vol.  4ct,  pag. 
T^m  ;  vol,  60,  pag.  89  (2'  parto)- 

Barão  de  Miranda  Kois  (José  de  Miraoda  da  Silva  Róis)— 
Vol.   66,  pag.  330  (2--  parte). 

Barào  do  Oliveira  Castro  —  Vol,  59,  pag.  407  (â*  píirte). 
Barão  de  Petrop^li3  (Rr,  Manoel  do  Valladáo  Pimentel) 
—  VoL  45.  pag,  òSZ  ('^^  parto). 
Barão  do  Planitz  —  Vol.  4",  pag.  168  (B*  serio) • 
Barão   da   Pont>   Ribeiro   (Duarte  da  Poate  Ribeiro)— 
Vol.  41,  pag.  489  (3-  parte). 

Barão  de  Qaarabim  (Pedro  Rodrigues  Fernandes  Cbaves) 
^  VuL  29,  pai?.  482  (2»  parto). 

Barão  de  Saal  Ânua  Nery  —  VoK  64,  pag,  3H4  (2*  parte). 
Barão  do  Santo  Angelo  (Manoel  do  Araújo  Porto  Alegre) 
—Vol.   43,  pag.  5Í7, 

Barão  de  S<  Diogo  (Diogo  Teixeira  de  Macedo)  —VoL  45, 
pag.  527  (2*  parte). 

Barão  de  S-  FoUx  (Dr.  António  Félix  Martins)  —  Vol. 
55,  pag,  524  (2^  parte). 

Barlo  da  S.  João  Nopomuceno  {Pedro  á&  Alcântara 
Cerqueim  Leite)  —  VoL  46,  pag,  670;  voL  47,  pag. 
147  (2*  parte). 

Barão  do  Serro  Largo  (General  José  do  Ahreu)  —VoL 
31,j>ag,  <,2  (2-  parte), 

^ j.  r.^..-^         r_„  (Franciíico    António  de  Souaa 

492,  (;í^  parte). 

Etnilio    Taunay)  —  VoL    44» 


Bamo  de  Souza  Queiroz 
Queiroz)  —  VoL  55,  pag, 
fiarão  de  Taunay  (Felii 
pag,  486  (í*  parto). 
Barão  de  There^epolia  (Dr 


Francisco  Ferreira  de  Abreu) 
—  VoL  48,  pag.  423  (2"  parte). 
Bário  das  Três  Barras  —  V.  Visconde  de  .laguary. 
o.-=r^  j.  rr„ ^__  /*___!.   M^£Jí^  da  Silva  Ferraz) 


Francisco  Bonifácio  de 


Barão  de  Uruguayana  (Angelo 

—  VoL  30,  pag.  516  (S"*  parte). 

Barão  de  Villa   da  í Jarra  (Dr. 

Abreu)  —  VoL  5L  pag.  2^1. 

Barão  de  Villa  Franca  (Ignacio 

Motta)  —  Tonao  49,  pag.  372,  dO 

Barão  de  Walkemaer  —  VoL  17,  pag.  52,  supplemooto, 

Bartholomeu  Loarenço  de  Gusmão  —  VoL  65,  pag.  379 

(2«  parto). 


FraEciaco 

T  voL 


Silveira  da 


J 


298  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

Bio^rarpl&iafii  —  BarUiolomefa  Paoca,   cardeal  —  Vol.  6, 

pag.  563. 

—  Basílio  de  Carvalho  Daem<m  ^  Vol.  57,  pag.  455  ;  yol. 
63,  pag.  173  (8*  parte). 

—  Beatriz  Francisea  de  Assis  Brandio-^Vol.  55,  pag.  59 
(2*  parte). 


Bellarmino  losé  de  Sousa,  padre  —Vol.  61 ,  pag.  771 . 
Benj  imio  Vicafia  Makeoa  --  Vol.  50,  pag.  427  (2^  par 
Bento  de  Figueiredo  Ferreira  Aranha -^^Vol.  2»,  pag.  257. 


Bento  Manoel  Ribeiro,  teneote-general  —  Vol.  31,  pajr. 

384. 

Bento  da  Silva  Lisboa  —  V.  BarSo  de  Cayrú. 

Bento  Teixeira  Pinto—  Vol.  13,  pags.  274 e  402. 

Bernardino    José    de  Qaeiroga  —  Vol.   65,   pag.  3G0, 

2«  parte). 

Bernardo  Jacintho  da  Veiga— Vol.  11,  pag.  16S;  vol. 

42,  paff.  55  (2*  parte). 

Bernardo  José  Pinto  Garilo  Peixoto,  brigadeiro—  Vol. 

:í8,  pag.  721 . 

Bernardo  Saturnino  da  Veiga  —  Vol.  64,  pag.  375  (2* 

parteK 

Bernardo  Soares  Pereira  da  Silva  Masdarenhas  — Voh  29, 

pag.  270  (:?•  pwte). 

Bernardo  d-a  Souxa  Praneo  —  V.  Viseonde  de  Souza 

Fr.xnoo. 

líernardo  Vieira  Ravaseo  —  Vol.  4,  pag.  377, 

Braz  Carneiro  Nogueira  da  Gosta  e  Qauia  —V.  Ck>nde 

do  Baependy. 

Braz  Carneiro  Leio  — .\pontameiitos  biographicoe  da  sua 

ftwnUia  —  Vol.  43.  pag.  365  (2*  parte). 

Dr.  Caetano  Alberto  Soares— Vol .  30,  pac.  527  (2»  parte). 

Caetano  Alves  de  SounPilgiioiras— Vol.   45,  pag.   523 

(2*^  narte). 

Caetano  Lopes  de  Moura  —  Vol.  24  pag.  800. 

Caetano  Maria  Lopee  Qama  —  Viseonde  de  Marangnape. 

Caetano  Pinto  de  Miranda  Monteoegro-  V.  Marquez  da 

Villa  Real  d  i  Praia  Grande. 

Cândido    Baptista  de    Oliveira  —  Vol.    2>í,    pag.    353 

(2*  parte). 

Cândido  Borges  Monteiro  —  V.  Viseonde  de  Itauna. 

Cândido  José  de  Araújo  Viaona—  V.  Marquez  de  Sapu- 

cahv. 

Cândido   Mendes   de   Almeida  —   Vol.    44,   pag.     4^ 

(2»  parte). 

Dr.  Carlos  Arthur  Moncorvo  de  Figueiredo  —  Vol.   CA, 

pag.  372(2»  parte).  .        ^    .    ^ 

Carlos  Carneiro  de  Campos  —  V.  Viseonde  de  Caravellas. 

Carlos  Frederk-oPhilippe de  Martins— Vol.  32,  pag.  :^23 

í2*  parte). 

Carlos  Oomss '  Anlonio)-.Vol.  59, pag.  293  e  418  (2*  parte). 

Carlos    ílonorio  de    Figueiredo  — Vol.    44,    pag.    470 

('^  parte.) 


índice  dos  volumes  1  a  67  299 

Sioj|r>'Apli.iarS  —  D.    Carlos   de  Ibanes—  V.  Marquez  de 
Munhagem. 

—  Carlos  Reybad  —  VoL  27,  pag.  411  (2»  parte). 

—  Dr.  Frei  Carlos  de  S.  Josó  e  Soiiza  —  Vol.  39,    pag.    183 
(2*  parte). 

—  Casimiro  de  Abreu—  Vol.  33,  pag.  205. 

—  Casslaoo  Spiridião  de  Mello  e  Mattos  —  Vol.  20,  pag.   67 
(supp.) 

—  Castríoío  Luzitano  —  V.  João  Fernandes  Vieira. 

—  Dr.  Ceiar  Augusto  Marques— Vol.  63.  pag.  577  (2*  parte). 

—  César  Cantu— Vol.  58,  pag.  448  (2*  parte). 

—  Christiano  BeaedictoOttoni— Vol.  05,  pag.  350  (2'  parte). 

—  Chrlstovâo  Colombo  — Vol.  7,  pag.  3;  vol.  55  supp. 
Vide  diversas  memorias  históricas. 

—  Frei  Chrislovão  da  Madre  de  Deos  Luz  —  VoK  13, 
pag.  125. 

—  Clara  Felippe  CSlmaráo  —  Vol .  IO,  pag.  387. 

—  Claro  Monteiro  do  Amaral,  Monsenhor  —  Vol.  64, 
pag.  369  (2^  parte). 

—  Cláudio  Manoel  da  Costa  —  Vol.  12,  pag.  5í9;  vol.  32, 
pag.  113  (2»  parte). 

—  Dr.  Cláudio  Luiz  da  Costa  —  Vol.  32,  pag.  337  ;  vol.  34 
pag.  117  (2«  parte). 

—  Dr.  Cláudio  Velho  da  Motta  Maia— V.  Conde  de  Motta 
Maia. 

—  Clemente  Pereira  de  Azeredo  Coutinho  e  Mello  —  Vol.  4®, 
p^g.  88. 

—  Conde  de  Anadia,  Ministro  da  Marinha  — Vol.  29, 
pag.  279  (2«  parte). 

—  Conde  de  Biependy  (Braz  C:irneiro  Nogueira  da  Costa 
e  Gama)  —  Vol.  50,  pag.  42ô  (2»  parte). 

—  Conde  de  Irajà  (D.  Manoel  do  Monte  Rodrigues,  Bispo 
do  Rio  de  Janeiro)  —  Vol .  26,  pag.  938;  vol.  27, 
pag.  194  (2*  parte). 

—  Conde  de  Linhares  (D.  Rodrigo  de  Souza  Coutinho)  — 
Vol.  29,  pag.  275.(2»  parte). 

—  Conde  de  Linhares  (^)  —  D.  João  Carlos  de  Souza  Couti- 
nho —  Vol.  29.  pag.  878  (2*  parte). 

—  Conde  do  Motta  Maia  (Dr.  Cláudio  Velho  da  Motta  Maia) 
—  Vol.  60,  475  (2»  parte). 

—  Conde  Mole  —  Vol.  21,  pag.  532. 

—  Conde  do  Rio  Pardo  (Thomaz  Joaquim  Pereira  Valente)— 
Vol.  29,  pag.  292  (2*  parte). 

—  Conde  de  S.  Salvador  (D.  Manoel  Joaquim  da  Silveira, 
Arcebispo  da  Bahia).  Vol.  37,  pag.  483  (2'  parte). 

—  Conrado  Jacob  de  Niemeyer,  Coronel— Vol.  25,  pag.  727. 

—  Frei  Custodio  Alves  Serrão— Vol.  36,  pag.  625  (2«  parte). 

—  Damiana  da  Cunha—  Vol.  24,  pag.  525. 

—  Daniel  Pedro  Miiller  —  Vol.  3,  pag.  542. 

—  Demétrio  Cyriaco  lourinho— Vol.  51,  pag.  382  (2*  parte). 

—  Diogo  António  Feijó,  Padre—  Vol.  48,  pag.  591  ;  vol.  54,  - 
pag.  131  (2*  parte) ;  vol.  00  pag.  357  (2»  parte). 


300  RE%1?TA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

DiofiTi^^pl^^A^  —Diogo  Aroudie  de  Moraes  Lêlta  —  V^l.  7, 
pag.  256. 

—  D.  Dio^o  de  Bíitjs  Araoa  — Vol.  35, pag.  528  (2*  parte*.. 

—  Diogo  Duarte  Silra  —  Vol.  23.  pag.  91  sapp. 
— -    Diogo  Copke  —  Vol.  6,  pag.  553. 

—  Diogo  de  Sà  Rocba  —  Vol.  29,  pag.  27,»  (2*  pirteu 

—  Diogo  Soares  da  Silra  de  Birar  — Vol.  ás,  pag.  3u 
(2«  part?). 

—  Diogo  Teixeira  de  Macedo  —  V.  BaHú>  de  S.  Diogo. 

—  Dr.  Dionysio  de  Oliveira  SilrJra  —  Vol.  31,  pag.  4.0 
(2*  parlei. 

—  Dr.  Domiciíno  da  C^^ii  Moreira  —  Vol  45.  pag.  520 
(2*  pirto). 

—  LK>miogos  Bjrges  de  Barros  —  V.  ViBConie  da  Pedra 
Branca. 

—  Domin.os   Caldas  Barb>sa  — Vol.  4«  pa^'.  tlO :  toI.  14 

—  D.  Lomiok^os  FaDsiinD  Sarmieoto  —  Vol.  51,  pag.  3õi) 
(2*  pane). 

—  DomiDgJs  Jjãé  GoiwalTes  de  Machies  —  V.  Visconde  de 
Ar^uruaya. 

*  Dr.  Domingos  Marinho  de  .\zer«io  Americano  —  Vol.  15 
pag.  523. 

—  D.  Domingos  de  Santa  Maria  — Vol.  53.  pa-r.  605 
(2*  pirle). 

—  Doarte  Gasta vo  Xogu^ira  Soaria— Vol.  64,  pasr.  3^*3 
2*  parte). 

—  Duarte  da  Ponte  Ribeiro  —  V.    Bário  da  Ponte  Ribeiro. 

—  Duque  de  Cadaval  (O.  Miguel  Caetano  AlTmres  Pereira  de 
Mello)  —  Vol.  60,  pAg.  151.  (2»  parte). 

—  Duque  de  Caxiia  (Luiz  Alves  de  Lima}  — Vol.  43, 
Iiags.  386.  520;  vol.  44,  pag.  163  (2*  pirle). 

—  Duque  de  Saldanha  (D.  Joio  Carlos  Gregório  Domingos 
Vicente  Francisco  de  Saldanha  de  OliTeira  e  Daon  — 
Vol.  39,  pag.  523  (2*  parte). 

—  Eduardo  José  de  Moraes  —  Vol.  5S,  pag.  443  (2»  parto). 

—  Eduai-do  L-^emmert  —  Vol.  43,  pag.  6J2.  (2*  parte). 

—  Eduardo  Olympio  Machado  —  Vol.  19,  pag.  607. 

—  Dr.  Eduardo  da  Silva  Prado  —  Vol.  04,  pag.  386, 
(;:•  parte). 

—  Dr.  Eloy  Benedicto  Ottoni— Vol.  65.  pag.  3-52  («^  parte). 

—  Emiliano  Faustino  Lins  —  Vol.  20,  pag.  88,  supp. 

—  Emilio  Adot  —  Vol.  30,  pag.  517  (2"  parte). 

—  Emilio  Eugénio  Raffard— Vol.   61,   pag.  364  (2^  p;àrte). 

—  Emilfo  Joaquim  da  Silva  Maia  —  Vol.  22.  pag.  707. 

—  Emmanuel  Liais  —  Vol.  63.  paír.  371  (2*  parte). 

—  Epifânio  Cândido  de  Souza  Pitanga— Vol.  57.  pag.  480 
(2*  parte). 

—  Dr.  Ernesto  Benedicto  Ottoni— Vol.  65,  paff.  363  (2* 
narto). 

—  Dr.  Ernesto  Ferreira  França  —  Vol.  35,  pag.  627 ; 
vol.  53,  pag.  596  (2*  parte). 


índice  do?  volumes  1  a  67  301 

Bto^rapli.ia!9-'SstiQÍsl;io  de  Campos,  Padre  da  Sociedade 
de  Jesus  —  Vol.  52,  pag.  5  (2*  parto). 

—  Estevão  Raphael  de  Carvalho  —  Vol.  11,  pa?.  163. 

—  D.  Eugeaio  Kmmxquol  Josô  Mar^a  Paulo  Francisco 
António  de  Savoa  Carigaan  —  Vol.  53,  pag.  595 
(2*  parte). 

—  Eusébio  de  Mattos  —  Vol.  8\  pag.  540. 

/.^^    Eusébio  de  Queiroz  Coutinho  Mattoso  Gamara  —  Wol,  31, 
pag.  429  (2^  parto). 

—  Frei  Fabiano  de  Chrislo  —  Vol.  29,  pag.  297   (2'^  parte). 

—  Fausto  Augusto  de  Aguiar  —  Vol.  53,  pag.  623  (2*  parte). 

—  Felippe  José  Pereira  Leal  —  Vol.  43,  pag.  570  (2^  parte). 

—  Felippe  Lopes  Nefio  —  V.  B;irão  de  Lopes  Netlo. 

—  Félix  Emilio  Taunay  —  V.  Birâo  de  Taunay. 

—  Félix  Peixoto  do  Brito  e  Mello  —  Vol.  41,  pag.  472 
(2*  parte). 

—  Dr.  Felizardo  Pinheiro  do  Campas  —  Vol.  53,  pag.  016 
í2»  parti). 

—  Fernando  Delgado  Froiro  Castilho  —  Vol.  29,  pag.  268 
(2»  parte). 

—  Ferdinand  Denis  —  Vol.  53,  p^gs.  474  e  624  (2*  parte). 

—  Dr.  Fernando  Luiz  Oiorio  —  Vol.  59,  pag^?.  330  e  403 
(2*  parte). 

—  D.  Fernando,  Rei  de  Portugal  —  Vol.  48,  pag.  4  9 
(2'  parte). 

—  Dr.  Fernando  Sebastião  Dias  da  Motta— Vol.  53,  pag.  395 
(2*  pirte). 

—  Firmino  Herculano  do  Moraes  Ancoía,  Tenentegenoral 
—  Vol.  25,  pag.  733. 

—  Dr.  Firmino  Rodrigues  Silva— Vol.  42,  paií.  333  (2*  parte). 

—  Dr.  Flávio  Farnese  da  Paixão  Júnior  —  Vol.  65,  pBg.  .353 
(2»  parte). 

—  D.*.  Florêncio  V-in^lla  —  Vol.  15,  pag.  525. 

—  Francisco  Adulpho  do  Varnhagem  —  V.  Visconde  de  Porto 
Seguro. 

—  Francisco  Agostinho  Gomes— Vol.  4",  pig.  28  supp. 

—  Francisco  Alvares  Machado  —Vol.   II,  pag.  176. 

—  Francisco  António  Martins  —  Vol.  62, pag.  277  (2*  parte). 

—  Francisco  António   Pimenta    Bueno  —  Vol.  51,  pag.  382  ^ 
(2=»  parte). 

—  Francisco  António  de  Souza  Queiroz  —  V.  Bar  lo  de  Souzji 
Queiroz. 

—  D.  Francisco  Balthazar  da  Silveira  —  Vol.  50,  pag.  424 
(2*  parte). 

—  Dr.  Francisco  Bernardino  Ribeiro  —  Vol.  30,    pag.  188. 

—  Dr.  Francisco  Boniíacio  de  Abreu  —  V.  Birão  do  Vi  Ha 
da  Barra. 

—  Francisco  de  Brito  Freire  —  Vol.  6%  pags.  3t39  e  377, 

—  Francisco  das  Chagas  Santos,  Marechal  —  Vol.  40,  pag.  5 
(2*  parte). 

—  Francisco  Cordeiro  da  Silva  Torres  e  Alvim  —  V.  Vis- 
conde de  Jurumirim. 


302  REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

Bia^rai>]i.iaH  —  Francisco  da  Costa  Curyeaii  —  Vol.   29, 
pag.  280(2*  parte). 

—  Francisco  Diogo  Pereira  de  Vasconcellos  —  Vol.  20, 
pag.  929. 

—  Dr.  Francisc)  Ferreira  de  Abreu  —  V.  Barão  de  There- 
zopolis. 

—  Francisco  Freire  Allemão  —  Vol.  33,  pag.  51. 

—  Dr.  Francisco  Freire  Allemào  de  Cysneiro  —  Vol.  37. 
pag.  493  (2»  parte). 

—  Francisco  Gomes  de  Amorim  —  Vol.  55,  pag.  618 
(£•  parte). 

—  Francisco  Gonçalves  Martins  —  V.  Visconde  de  S .  Lou- 
renço* 

—  Dr.  Francisco  Ignacio  Ferreira  —  Vol.  55,  pa^^.  49"» 
(2*  parte). 

—  Francisco  Josô  Borges  —  Vol.  55,  pag.  509  (2»  parte). 

—  Dr.  Francisco  José  Ferreira  Baptista  —  Vol.  53,  pag,  012 
(2»  parte). 

—  Dr.  Francisco  Josô  do  Lacerda  e  Almeida  —  Vol.  3ò, 
pag.  177. 

—  Francisco  Josô  Soares  de  Aa'lréa  —  V.  Barão  de  Ca- 
çapava . 

—  Dr.  Francisco  de  Lemos  de  Faria  Pereira  —  Vol.  •2\ 
pag.  378. 

—  Francisco  de  Lima  e  Silva,  Tenente-general  —  Vol.  16. 
pa«r.  015. 

—  Francisco  Manoel  Alvares  de  Araújo  —  Vol.  42,  pag.  :^2C 
(2*  parte). 

—  Dr.  Francisco  Manoel  Raposa  de  Almeida  —  Vol.  49. 
pag.  535  (2*  parte). 

—  Francisco  Manoel  da  Silva  —  Vol.  31,  pag.  306  (2^  parte). 

—  Francisco  Manoi^l  Souto  Maior  —  Vol.  29,  pag.  28^3 
(2*  parte). 

—  Francisco  Manoel  Chaves  Pinheiro  —  Vol.  63,  pag.  165 
(2*  parte). 

—  Dr.  Francisco  de  Mello  Franco  —  Vol.  3",  pag.  345. 

—  D.  Francisco  de  Mello  Manoel  da  Cimara.  governador  o 
Capit'AO  general  do  Maranhão  —  Vol.  55,  pjg,  i3 
(2^'  parle). 

—  Francisco  Monteiro  Mdades  de  Carvalho  —Vol.  •■^:\ 
pa«r.  270  (i^  parte). 

—  Fr,  Francisco  de  Monte  .Vlverne  —  Discurses  proferidos 
por  occasião  de  dar-se  á  sepultura  o  teu  cadáver  — 
Vol.  21.pags.  497  e  499. 

—  —  Vol.  21,  pa^.  ."50;  vol.  S9,  pag.  .'Í03  (2  par,.e.;  : 
vol.  33,  pag.  143  ;  vol.  45,  pag.  3^)3  (2*  parte». 

—  Francisco  Muniz Tavares,  Monsenhor  —  Vol.  3^,  pag.  4.7 

d'  partt'). 

—  Francisco  de  Pauh  de  Almeida  e  Albuquerque  -  Vol.  3!, 
pa;,'.  436  ri'  parte). 

—  Dr.  Franciaco  de  Pada  Cândido  —  Vol.  27,  pag.  413. 
(2*  partOí. 


índice  dos  volumes  1  a  67  303 

OioflprAplifclas  —  Dr«    Francisco    de   Paula  Menezes  — 
Voi.  20,  pag.  74,  supp. 
*«-    Francisco  de  Paula  Souza  e  Mello  -«•  Vol.  L5,  pags.  241 
e  537. 

—  Dr.  Francisco  de  Paula  Toledo  —  Vol.  53,  pag.  623 
(2*  parte). 

—  Francisco  Pedro  do  Amaral  —  Vol.  19,  pag.  375. 

—  Francisco  Pedro  Guilherme  Guizot  —  Vol.  37,  pag.  471 
(2*  parte).  ^ 

^    Fr.  Francisco  dos  Prazeres  (Francisco  Fernandes  Pereira) 

~  Vol.  54,  pag.  279. 
^    Franeisco  Rapbael  de  Mello  Rego  —  Vol.   ô7.   pag.  500 

(2*  parte). 

—  Francisco  Renato  —  V.  Visconde  de  Chateaubriand. 

—  Dr.  Francisco  Sabino  Alvares  da  Rocha  Vieira  —V,  Ba?iiii 
—  Revolução  de  7  de  Novembro  de  1837  —  Vol.  00, 
pag.  47  (2*  parte). 

—  Francisco  de  Salles  Quoiroga  —  Vol.  Ô5,  pag.  366 
(2^  parte). 

—  Fr.  Francisco  de  Santa  Thereza  de  Jesus  Sampaio  •— 
vol.  7,  pag.  260:  vol.  29.  pag.  302  (2*  parto)  ;  vol.  37, 
pag.  191  (2*  parte). 

—  Fr.  Francisco  de  S.  Carlos  —  Voi.  10,  pag.  524  ;  vol.  29. 
pag.  302  (£»  parte) ;  vol.  36,  pag.  517  (í^  parte). 

—  Fr.  Francisco  de  S.  Luiz,  Cardeal  —  Vol.  II,  pag.  169, 

—  D.  Francisco  II,  Cardeal  Patriarcha  de  Lisboa.  Vol.  11, 
pag.  193. 

—  Francisco  de  Souza,  padre  —  Vol.  10,  pag.  244. 

—  Dr.  Francisco  de  Souza  Martins  —  Vof.  20,  pag.  82, 
supp. 

—  Francisco  Villela  Barbosa—  V.  Marquez  de  Paranaguá. 

—  Francisco  Xavier  Ribeiro  de  Sampaio  —  Vol.  7,  pag.  4)4. 

—  Fr.  Francisco  Xavier  de  Santa  Rita  Bastos  Biraiina  — 
Tomo  49,  vol.  2»,  pag.  383. 

—  Fr.  Francisco  Xavier  de  Santa  Thereza  —  Vol.  5«, 
pag.  80. 

—  Dr.  Frederico  Augusto  Pamplona  —  Vol.  28,  pag.  350- 
(2^  parte). 

—  Fructuoso  Luiz  da  Motta— Vol.  34,  pag.  410  (i*  parte). 

—  Gabriel  Augusto  da  Silva  —  Vol.  66,  pag.  305  (2*  parte). 

—  Gabriel  Getulio  Monteiro  de.  Mendonça  —  Vol.  15, 
pag.  5-^3. 

—  Dr.  Gabriel  Rodrigues  dos  Santos  — Vol.  21,  pag.  513. 

—  Gabriel  Soares  de  Souze  —Vol.  14,  XIll ;  vol.  21,  pag.  453 ; 
vol.  39,  pag.  410  (2»  parte). 

—  Dr.  Gaspar  Gonçalves  de   Araújo  —  Vol.  5»,  pag.  349. 

—  Gaspar  José  Lisboa  —  Vol.  28,  pag.  350  (2*  parte). 

—  Gaspar  Ribeiro  Pereira,  Cónego— Vol.  5,  pag.  494; 
vol.  29,  pag.  265  (2*  parte). 

—  Dr.  George  Bancroft  —  Vol.  55,  pag.  457  (2*  parte). 

—  Geraldo  Pacheco  de  Mello  —  Vol.  65.  pag.  346  (2*  parte). 

—  Giacomo  Raja   Gabaglia  —  Vol.  35,  pag.  6^1  (2'  parte). 


304 


REVISTA   DO   INSTITUTO    HBTORIGO 


riloíari'oi>Hia.s  —  (lomc'^   Freire    de    Andrade  — Vol.  3^ 
pag.  457;    voK  44,  pig.    187. 

—  Orégorio  de  Castro  Moraes  —  YoK  :.'9.  pag*  210  (l*  parto), 

—  Gregório  de  Mattos  —  Tol.  3'tpag.  333, 

—  nuido  Poki^ano,  iodio,  e  Guido  Mtirliòre,  teoente-coronel 
director  ^reral  doa  iadios  na  Espírito  Santo  —  VoL  IH, 
pags.  4 to  e  4U). 

—  Ouilhepmo  Pinto  de  MagiUjãi^s  —  VoL  65,  pag.  375 
i^^  parte). 

—  Gustavo  Adolplio  de  Agiíilar  Pantoja  —  VoL  30,  pag,  5^» 
(2*  parte). 

—  Henrique  do  Beatirepaire  Rohati  —  V.  Visoondô  de  Beau- 
repaire  Rolian, 

—  Fr*  Henrique  de  Coimbra,  roUgios^i  franciscano,  pri- 
moiro  9  icerJote  que  celebrou  Missa  no  Brazll  —  Vol.  59 
pag*  393.  '      ' 

—  Heoriqtie  Dias  —  Vol,  31,  pag.  :>Ô5 

—  Henrique  *Tosé  á^  Garra ílio  e  Mello  —  V*  Marquez  de 
Pomba  1(2'^). 

—  Henrique  Luiz  de  Niemever  Bellegarde,  Major  —  Yol.  I, 
pagg.  138  e  290. 

—  Henrique  do  ^^alenstei  li —  VoL  6,  pag.  UI, 

—  Heixjuleíí  Ploi-ence  —  VoL  4:í»  pag.  321  (&*  parte). 

—  HermLjgeTies  Generoso  da  Silvft,  padre  —  Vol.  65»  pag.  3ti4 
(J*  pai'T.e). 

—  Dr*  Honório  Beoedicto  OttoQi ,  paii-e*- VoL  65,  pag,  372 
(2»  parte). 

^  Honório  De,3;o  da  Costa  Lobo  —  VoL  04,  pag.  3M 
(8*  parte), 

—  Hon^jrio  Hermeto  Carneiro  Lefio  —  V.  Marquez  do  Pa- 
raná, 

—  Hyppolitj  Jusí  da  Costa  Pereira  —  VoK  35,  pag*  203 
(2-  parle). 

^  tx'nicio  AccíoH  de  Cerqueira  %  Silva»  coronel  —  VoL  28, 
pag.  3j8  i2*  parte). 

—  Ignaclo  de  Andrade  Souto  Maior  Rendou,  Brigadeiro  — 
Vol,  5,  pag,  227. 

—  Ignaclo  António  de  Assis  Martins  —  V.  Visoonde  do  Asaii 
Martins. 

—  Dr.  fgnaof o  de  Barros  Vieira  Cajueiro  —  VoL  21 ,  pag,  542. 

—  Ignaclo  Francisco  Silveira  da  Motta  —  Y,  Barão  de  Villa 
Frarci. 

—  Ignacío  Ga^'o  da  Camará  —  VoL  S9,  pag.  279(2»  parte). 

—  Ignacio  José  de  Alvarenga  Peiíoto  —  Vol,  12.  pag.  400  ; 
voL  Í3.  pag.  5Í3  :  voL  30,  pag.  427(2'  parte). 

—  Fr.  Ignacio  Ramos—  VoL  13,  pag,  126. 

—  Innocencía  Augusto  ci3  Campos  —  VoL  65,  pag.  373 
(2*  parte), 

—  Innooencio  PrancUco  da  Silva  —  VoL  39»  pag.  521 
(^*  parte), 

—  Itiíioceocio  da  Rocha  Galvão  —  VoL  48  pag.  243  (2*  parto). 
^    Irioeu  Evangelista  de  Soma  -^  V.  Visconde  de  Mané. 


índice  dos  volumes  1  A  67  305 

Biog^raphias  —  J.  B.  Eyriés  —  Vol.  11,  pag.  168. 

—  Jacintbo  Roque  de  Seona  Pereira,  cheíB  de  divisão  — 
Vol.  15,  pag.  523. 

—  Januário  da  Cunha  Barboza,  Cónego  —  Vol.  11,  pags.  151, 
185  e  240  ;  vol.  65,  pag,  197  (2»  parte). 

—  Januário  MeroUa  —Vol.  15 pag.  585. 

—  Jeronymo  Francisco  Coelho,  Brigadeiro  —  Vol.  23, 
pag.  689. 

—  João  António  de  Azevedo  —  Vol.  15,  pag.  523. 

—  João  António  de  Miranda  —  Vol  24,  pag.  807. 

—  João  Baptista  Debrot—  Vol.  15,  pag.  540. 

—  João  Baptista  Leitão  de  Almeida  Garret  —  V.  Visconde 
de  Almeida  Garret. 

*  Dr.  João  Baptista  Libero  Badaró  —  apontamentos  bio- 
graphicos  e  chronica  do  seu  assassinato  na  cidade  de 
S.  Paulo  em  20  de  novembro  de  1830—  Vol.  30,  pag.  3:T7,- 
vol.  53,  pag.  309  (2*  parto). 

—  João  Baptista  Marques  da  Cruz  — Vol.  GO,  pag.  293 
(2*  parte) . 

—  João  Baptista  Vieira  Godinho  —  Vol.  6^,  pag.  500. 

—  João  Benedicto  Gaspar  Giffeoing,  Major— Vol .  0%  pag.  55S, 

—  João  de  Brito  Lima—  Vol.  10,  pag.  110. 

—  Dr.  João  Caetano  da  Costa  e  Oliveira— Vol.  23,  pag.  698, 

—  João  Caetano  dos  Santos  —  Vol.  33,  pag.  387  (2*  parte). 

—  Dr.  João  Cândido  do  Deus  e  Silva,  desembargador  — 
Vol.  23,  pag.  687. 

—  D.  João  Carlos,    Principe  da  Beira,—  Vol.  29,  pag.  305. 

—  D.  João  Carlos  Gregório  Domingos  Vicente  Francisco  de 
Saldanha  de  Oliveira  e  Daun  —  V.  Duque  de  Saldanha. 

—  João  Carlos  Pereira  Pinto  —  Vol.  33,  pag.  457  (2*  parte). 

—  João  Carlos  de  Souza  Coutinho  —  V.  Conde  de  Linhares. 

—  João  Clarimundo  de  Souza,  padre—  Vol.  05,  pag.  372 
(2»  parte) . 

—  João  Dias  de  Solis  —  Noticia  dada  pelo  embaixador  por- 
tuguezem  Madrid  —  Vol.  5),  pag.  167. 

—  João  Duarte  Lisboa  Serra  —  Vol.  18  pag.  49  —  siipp. 

—  D.  João  Esberard,  arcebispo  do  Rio  de  Janeiro  —  Vol.  60, 
pag.  482,  (2»  parte). 

—  João  Evangelista  de  Faria  Lobato  —  Vol .  4%  pag.  174 
(2*^  serie). 

—  João  Fernandes  Diniz  —  V.  Ferdinand  Dinis. 

—  João  Fernandes  Vieira  (O  Caatrioto  luzitano)  —  Vol.  5% 
pag.  82. 

—  João  Francisco  Lisboa  —  Vol.  2G,  pag.  834. 

—  Dr.  João  Franklin  da  Silveira  Távora—  Vol.  51,  pag.  354 
(2'  parte). 

—  João  Gualberto  Chavenat,  padre  — Vol.  02,  pag.  245 
(2»  parte). 

—  João  Guilherme  Ratcliff—  Vol.  GO,  pag.  235    (2*  parte). 

—  João  Henrique  Freose  —  Vol.  29,  pag.  484  (2*  parte). 

—  João  Henrique  de  Mattos,  Coronel  —  Vol.  20,  pag.  83  — 
supp.  ;  vol.  40,  pag.  237  (2*  parte). 

831  —  20  Tomo  lxviíi.  r.  i. 


30G  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

JBiojsrra^iililaH  —  JoSo    Huet    BacoUar    Pinto    Quedog  — 
Vol.  í?l,  pag.   54:d. 

—  Dr.  João  Josô  de  Carvalho  —  Vol.  30,  pag.  514  (à^  parto). 

—  Jofio  .losô  Porreira  de  Aguiar  —  V.  Barão  deCatuaraa. 

—  João  Jos(^  de  Moura  Magalhães  —  Vol.  15,  pag.  52:í. 

—  João  Jo.-é  de  Souza  Silva  Rio— Vol.  49,  pag.  b'M  (2»  parte). 

—  João  Lopes  da  Silva  Coito  —  Vol.  5Ii.  pag.  609  ( 'i^  parte). 

—  João    Luiz    de    Almeida   e   Souza,   Coronel  —  Vol.  6.\ 
pag.  :í64  (2*  parte). 

—  João  Manoel  Pereira  da  Silva  —  Vol.  61 ,  pag.  702. 

—  Dr.  Jjão  Martins  Charcot—  Vol.  57,  pag.  441  (2»  parte). 

—  João  Maurício  Wanderley  —  V.  Barão  deCotegipe. 

—  João  Mendes  de  Almeida  —  Vol.  Cl,  pag.  76^. 

—  Jofio    Nepomuceno     Kubitscheck  —  \ol.  65,   pag.   'XO 
(í>'^  parto). 

—  João  Paulo  Bezerra  —  Vol.  29,  pag.  277  (2^  parte). 

—  João  Piíulo  dos  Santos    Barreio— Vol.  27,    pag.     417 
{'j'  parto). 

—  João  Pedro  Gay, Cónego  —Vol.  55.  pag   488  (2''  parte). 

—  João  Pereira   Ramos    de   Azeredo  Coutinho  —  Vol.  2% 
pog.  118. 

-'    João  Uimalho,  Bacharel  de  Cananóa  —  Vol.  40,  pag.  277 
(2*^  p:ute). 

—  Juão  Soveriano  da  Fonseca— Vol.  i50,  pag.  477  (2^  parte). 

—  João  da  Silva  Carrão  —  Vol.  51.  pag.  3>9  C^^  parte). 

—  João  da  Silva  Machado  —  V.  Barão  de  Antonina. 

—  Jofo  de  Siqueira  TUedim—  Vol.  17,  pag,  67.  supp. 

—  João  To'ontino  Guedelha  Mourão— Vol.   67,  pag.   504 
Ci-  |>artc). 

—  João  Nioipa  de  Carvalho  —  V.  Marquez  de  Lagos. 

—  João  Wilkens  do  Mattos—  V.  Barão  do  Maruíá. 

—  Juào  Xavier  da  Motta  —  Vol.  68,  pag.  439  ( c*  parte) . 

—  Joaqniin   Antão  Fernandes  Leão  — Vol.   50,  pag.   425 
r-'  parte). 

—  \)i\   Joaquim  António  Pinto  Júnior—  Vol.  43,  pig.  576 
C^'  parte). 

—  Juaqu.m  Uornardino  Pereira  de  Queiroz  —  Vol.  05,  pag. 
::03  ('^•'  i>aito). 

—  nr.    Joaquim   Caetano   Fernandes  Pinheiro— Vol.   25, 
pa;;.  HV,i;  vol.  39,  pag.  508  (.*  parte). 

—  Vr.  Joaquim  Caetano  da  Silva  — Vol.  3v5,  pag.  63 '(2" 
por'e)  —  Tomo  49,  vol   2%  pag.  361. 

—  Joaquim  Cândido  Soares  do  Meirelles  —  Vcl.  31.  pag.  438 
{'l'  parto). 

—  Dl.  Juaquim  Felicio  dos  Santos— Vol.    65,   p.^g.    356 
(•^  pai  tv). 

—  L»:\  Jtaquim    Ferreira   Carneiro  —  Vol.    65,    pag.    372 
ri*  parte). 

—  Joaquim    Floriano  do   (íodoy  — Vd.    6').   pag.    57)  (2** 
p;«rt<). 

—  oaqiiim  Francisco  Alves  Branco  Moniz  Barreto— Vol.  18. 
P'ig.  43  í  rv*  parte). 


índice  dos  volumes  1  a  G7  307 

Sio^raplxias  —  Joaquim   Francisco    do  Livramento  — 
Vol.    1%  pag.  391  (2"  serie). 

—  Joaquim  Franco  do  Sá  — Vol.  15,  pag;.  524. 

•—    Joaquim  Gonçalves  Ledo  — Vol.  4,  pag.    169  (2»  serie). 

—  Dr.  Joaquim  Gororós  —  Vol.  05,  pag.  364  {2."  serie). 

—  Joachira  Joseph  Gomes  da  Silva  Netto— Vol.  66,  pag.  346 
(2*  parte). 

—  Joaquim  José  Ignacio  —  V.  Visconde  de  Inhaúma. 

—  Joaquim  José  Rodrigues  Torres— V.  Visconde  de  Itaborahy . 

—  Dr.  Joaquim  Josô  Teixeira  —  Vol.   48,  429  (2*  parte). 

—  Dr.   Joaquim  Manoel  do  Macedo  —  Vol.  45,  pags.  437  e 
507  (2*  parte). 

—  Joaquim  Marcellino  de  Brito— Vol.  42,  i»g.  314  (2*  parte). 

—  Joaquim  Maria  Nascentes  de  Azambuja— Vol.  59,  pag.  391 
(2-*  parte). 

—  Joaquim  Marques  Lisboa  —  V.  Marquez  de  Tamandaré  — 

—  Joaquim  Norberto  de  Souzi  e  Silva  —  Vol.  55,  pag.  484; 
vol.  56,  pag.  35  (2«  parte). 

—  Joaquim  Nunes  Machado  —  Vol.  15,  pag.  525. 

—  Joaquim  Pinto  de  Campos,  Monsenlijr  —  Vol .  50,  pag. 
427  (2^  parto). 

—  Fr.  Joaquim  de  Santa  Escolástica  Maviguier  —  Vol.  23, 
pag.  688. 

—  Dr.  Joaquim  Vieira  de  Andrade  — Vol.  65,  pag.  354 
(2»  parte). 

—  Jomari  —  Vol.  i:5.  pag.  737. 

—  Jorge  do  Albuquerque  Coelho  —  Vol.  1°,  pag.  79. 

—  Jorge  de  Albuquerque  Maranhão— Vol.  25,  pag.  :í53. 

—  Jorge  Canning  —  Traducçâo  feita  por  Miguel  Maria  Lis- 
boa, do  capitulo  1 1  da  vida  politica  do  Jorge  Canning, 
oomposta  pelo  secretario  particular  Augusto  Granville 
Stappletton,  com  aunotaçõesdo  Barão  de  Cayrú— Vol.  23, 
pag.  241. 

—  Jo3é  do  Abreu  —  V.  Barão  do  Serro  Largo. 

—  D.  José  AíTonso  de  Moraes  Torres,  Bispo  resignatario  do 
Pará  —  Vol.  29,  pag.  453  (2»  parte). 

—  José  Alves  de  Mesquita,    vigário  —  Vol.  65,   pag.  334 

(2*  parte).  /^ 

—  José  de  Anchieta  —  Vol.  7^",  i  ag.  55i  .-'"''^ 

—  José  António  Pimenta  Bueao  —  V.  Marquez  deS.  Vi- 
cente . 

—  José  António  Lisboa—  Vol.  15,  pags.  116  e  .■^37. 

—  José  António  Marinho  —  Monsenhor,  vol.  10.  pag.  601. 

—  José  António  dos  Reis,  bispo  de  Cuyabà— Vol.  39, 
pag.  535. 

—  José  António  da  Silva  Maia  —  Vol.  16,  pag.  614. 

—  Dr.  José  de  Araújo  Coutinho  —  Vol.  15,  pag.  525. 

—  Jcsô  de  Araújo  Ribairo  —  V.  Visconde  do  Rio  Grande. 

—  Josô  Aroucho  de  Toledo  Rendon  —  Vol.  5°,  p^ig.  4'Jl . 

—  José  Arthur  Montenegro—  Vol.  64,  pag.  378  (2*  parte). 

—  Joié  de  Assis  Alves  Branco  Munlz  Barreto  —  Voh  16, 
pag.  607. 


308  REVISTA  DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

liiogrraplilaH— Dr.    José  do  Barros  Pimentel  — Vol.  57, 
pag.    430  (á°  parte)- 

—  .lOBô  Basilio  da  Gama—  Vol.  1%  pag.  152;  vol.  5D,  pa- 
gina :^9. 

—  Josô  Bento  da  Cunha  Figueiredo  —  V.  Visconledo  Hom 
Conselho. 

—  Dr.    Jo3ô  Bento  da  Rosa—  Vol.  43,  pag.  547  (2«  parto). 

—  JoÉió  Hernardo  de  Figueiredo—  V.    Barào  de  Alhandra. 

—  José  Bernardo  do  Loyola  —  Vol.  47,  pag.  030;    vol.  48, 
pag.  2M)(2*  parte). 

—  José  Bonifácio  de  Andrada  e  Silva  —  Vol.  1\  pag.  110  cí" 
serie);  vol.  54.  pag.  308. 

—  José  Borges  de  Barros  —  Vol.  7',  pa/   557. 

—  Dr.  José  Carlos  de  Almeida  Areis  —  V.  Barão  de  Ourem. 

—  Jo3é  Carlos  de  Almeida  Torres  —  V .  Visconde  de  Macahé. 

—  José  Cesário  do  Miranda  Ribeiro  —  V.  Visconde  de  Ube- 
raba. 

—  Joáé  Chrisilno  Garção  Stockler  —  Vol.  24,  pag.  S06. 

—  José  Coelho  Tocantins  do  Gouvêa  —  Vol.    65,  pag.  364 
{.i^  parte). 

—  Fr.   Josô  da  Costa  Azevedo  ^  Vol.   :n,  pags.  293  c  123 
(2«  parte). 

—  José  da  Costa  Azevedo  —  V.  Barão  do  Ladario. 

—  José  da  Costa  Carvalho  —  V.  Marquozde  Monto  Alegre. 

—  D.    Josô  da  Cunha  do  Azeredo  Coutinho  —   Vol.     1", 
pag.  349. 

—  José  da  Cunha  d^Kça  —  Vol.  59,  pag.  47  (2»  parte). 

—  José    Domingos    do    Athayde     Moncorvo  —  Vol.     15, 
pag.  5^7. 

—  Jos^  Domingues  Cjdeceira— Vol.  07.  pag.  502  (2'  iiartc). 

—  José  Egydio  Alvares  de  Almeida  —  V.  Marquez  de  Santo 
Amaro. 

—  Josô  Egydio  Garcez  Palha  —  Vol.  61,  pag.  758. 

—  José  Eloy  Ottoni  —  Vol.  Is  pag.  531  ;   vol.  35,  pag.  501 
(2»  parte);  vol.  05,  pag.  343(2-  parte). 

—  .losô  Kloy  Pessoa,  brigadeiro— Vol.  3^  pag.  r>í4  ;  vol.  4% 
pag.í»l. 

—  José  Feliciano  de  Castilho  Barreto  e  Noronha  —  Vol.  42, 
pag.  307(2»  parto). 

—  José  Feliciano  Fernandes  Pinlieiro  —  V.  Visconde  do  Suo 
Leopoldo. 

—  José  Fernandes  dos  Santos  Pereira,  tenente- general  — 
Vol.  48,  pag.  181  (2*  parte). 

—  José  Ferreira  Souto  —  Vol.    27.  pag.    409   (2*    parte). 

—  Dr.    José   Florindo    de  Figueiredo  Rocha  —   Vol.    :;í5, 
pag.  71'.>. 

—  Dr.    José  Francisco  Leal  —  Vol.  00,  pag.  53  (2»  parle). 

—  Dr.  José  Francisco  Si^aud— Vol .  19,  pag.  149,  supp. 

—  José  Francisco   da    Silva    Cardoso,  padre  —    Vol,    15, 

8ng.  5v:í. 
r.    José  Fi*ankliQ  Massena  — Vol.    40,   pag.   656   (2» 
parte). 


—    Jo 


índice  dos  volumes  l  a  67  309 

Blo^x-aplxias— Dr.  José  Hygino  Duarte  Pereira— Vol.  64, 
pag.  392  (2*^  parte). 

—  Josô  Ildefonso  de  Souza  Ramos—  V.  Visconde  de  Jaguary. 

—  José  Izidoro  Martins  Júnior— Vol.  67,  pag.  509  (2*  parte). 

—  Josô  Jacintho  Nunes,  padre.— Vol.  65,  pag.  347. 

—  Dr.  J03ô  JansBQ  do  Paço.— Vol.  57,  pag.  460  (2*  parte). 

—  José  Joaquim  Carneiro  de  Campos.  —  V.  Marquez  de  Ca- 
ra vellas. 

—  D.  José    Joaquim  da  Cunha  Azeredo  Coutinho— Vol,    1, 
pag.  349;  vol.  7  pag.  106. 

—  José  Joa(iuim  da  Qama   e  Silva  —  Vol.    55,  pag,   515 
(2*  parte). 

—  D.  Josô  Joaquim  Mascarenhas  Castello  Branco  —  Vol.  4, 
pag.  368.. 

—  José  Joafiuim  Machado  do  Oliveira,  brigadeiro  —  Vol.  31, 
pag.  422  (2*  parte). 

Josô  Joaquim  da  Rocha— Vol.  15,  pag.  535. 
Dr.  José  Jorge  da  Silva  —  Vol.  43,  pag.  591  (2»  parte). 
Josô  Lino  dl'  Moura— Vol.  18,  pag.  46,  supp. 
José  de  Luca— Vol.  33,  pag.  457  (2*  parte). 
Josô  Luiz  de  Freitas— Vol.  4*»,  pag.  102  (2*  sorie). 
Dr.  Josô  Manuel  Valdez  y  Palácios  —  Vol.  17.  pag.  68, 
supp. 

Jo^é  Marcellino  da  Rocha  Cabral— Vol.  15,  pag.  52i. 
Josô  Maria    do   Amaral  —  Vol,    48,   pags.   371    e    433 
(2*  parte). 

José  Maria  Latino  Coelho— Vol.  55,  pag.  504  (2*  parle). 
José  Maria  Pinto  Peixoto—  Vol.  42,  pag.  322  (2*  parte). 
José  Maria  da  Silva  Paranhos  —  V.  Visconde  do  Rio 
Branco. 

José  Maria  Velho  da  Silva  —  Vol.  23,  pag.  688  ;  vol.  64, 
pag.  381  (2»  parte). 

José  Marlani-Vol.  38,  pag.  421  (2»  parte). 
Fr.  José  Mariano  da  Conceição  Velloso— Catalogo  de  suas 
obras— Vol.    2%  pags.  593  e  609;   vol.   31,   pag.    137 
(2*  parte). 

Josô  Martinsda  Noronha— Vol.  2°,  pag.  254. 
Josô  Martins  Pereira  de  Alencastre  —  Vol.  34,  pag.  410 
(^•^  parte). 

Josô  Maurício  Nunes  Garcia,  padre  —  Vol.  19,  pag.  ^4  ; 
vol.  34,  pag.  293  (2*  Mirte)  —  Catalogo  de  suas  composi- 
ções muslcaes— Vol.  28,  pag.  487. 
Josô  Maurício  Nunes  Garcia  (Dr.)  —  Vol.  47,  pag.  641 
(2*  parte). 

José  Mendes  de  Oliveira  Castro  —  V.  Barão  de  Oliveira 
Castro. 

José  de  Miranda  da  Silva  Reis  —  V.  Barão  de  Miranda 
Reis. 

José  Monteiro  de  Noronha— Vol.  2»,  pag.  254. 
Josô  Paulo  Dias  Jorge— Vol.  65,  346  (2*  parte). 
José  Paulo  de  Figueiredo  Nibuco  de  Araújo  —  Vol.  26, 
pag.  937. 


REVISTA  DO  1?<Í5TTTUT0   HISTÓRICO 


Blo^rapliicb^  —  José   d9    Paiva   Magalhães  Calvet   — 
Vol.   16,  piíTs.  133  e  609. 
^    Joíé  Peilfo  DuB  de  Carv^alho— Vol.  44,  pa^.  474  (i»  parte). 

—  Josô  Pedro  da  SUv4—VoL  5),  pag.  273  (2M»art6)- 

—  Josô  Pedrj  Xavier  da  Vol;,'a— Vol,  63,  pag,  578C^*  parte). 

—  Dr»  José  Pereira  Rego— V.  Barão  do  Lavradio. 

—  José  PiQbeiro    da  Silva,    Pi\dre  —  Vol.   65,  pag,    371 
p*  parte). 

—  Dp*  José  Piato  de  Aievo.io— Vol.  ,;'',  pag,  015, 

—  D.  Fr.  José  R  iymundi>  Chichorro  da  Gama  Lobo^VoL  iO, 
pag.  2<c*  (,;»  parte). 

—  José  Reionde  da  Costa— Vol,  3\pag,  53!L 

-^    Dr,  José  Ribairo  de  Souza  Foatoa— V,  Viacoodo  de    Souza 
Fontis. 

—  Júâé  Ricardo  da  Costa  Aguiar  e  Auirado— VoK  4<»,  píig,  101 
i2'  serie) 

—  Jost>  de  Sá  Bittencourt  Acoioli— VoK  6%  p  i.sr*  H>7* 

—  Jojó    Silomè  d'3  Qaeiro^'a,    de3Gaibargj.dor  —  VoL    65, 
pag,  349  (2*  parte). 

—  Fr.  José  de  Santa  Bafíra^ia  Perea  —  Vol*  4%  pag.    162 
(2Mórie). 

—  Fr.  Jo9(>  da  Saata  Rita  DtiriSo  —  Vol.  l\  pag.  27*>  (2»  so- 
rie)— V-  Paulo  Rodriguea  Durão, 

—  Joflé  daSUva  Guluiarâes,  cónego— VoL  G%  pag.  558. 
^'    José  da  Silva  Lisboa— V.  Visconde  do  CayriK 

—  Jo**  da  Silva  Mnfra— Vol.  :í4,  pog.  418  (Z"  parte), 

—  José  Silvestre  Rebollo— VoL  'V%  pag,  '^57, 

—  José  Silvestre  Ribeiro— VoL  55,  pag-  472  (2'  parte), 
^    Joaô  Soares  de  Azevedo— VoL  58,  pag,  (;9. 

—  Josô  de  SoQza  Azevedo  Pizarro  e  Araújo,  monsenlior  — 
VoL  1«.  pag.  352. 

—  José  de  Souz:l  Marmelo— VoL  Cí\  pag.  503. 

/.-—    Dr*  José  Tavares  Bistoa— VoL  57,  pai?.  1 15  (2^  parto). 
^""^  —    Dr.  José  Tito  Nabuco   de  Araiyo  —  VoL  42,  pag.  3^9 
(2*  partt3). 

—  José  de  Vasconcellos- VoL  58,  pag.  43ri  (2'*  parte), 
^    José  Ventura  Bosooli— VoL  37,  pag,  491  (3*  parto). 

/     —    D.    José    Victorinj     Laãtarria  —  VoL     55»     pag.     456 
(2»  parte). 

—  Dr,  José  Vieira  CouW  de  Magalliãea— VoL  *n,  paga.  583, 
ri'j5e76õ. 

—  JosephíQoPíies— VoL  6\  pag.  366  (£*  parte). 

—  Josíqo    do    Nascimento  Silva  —  VoL     49,     pag,    537 
(■^*  parte). 

—  D,  Julio  Eiplaosa— VoL  G3,  pag.  432  (2*  parte). 

—  Julio  Frank-VoL  A'\  pa^.  516. 

—  Julio  Frederico  Koeler— VoL  i5,  pag.  5^5, 

—  Jaotiuelra  Freird- Vol»   19,  pag.  4èí, 

—  Dr.    Jastiao    Ferreira  Câraeiro  —  VoL    'i5,    pag.    369 

f2»  parte). 

—  Dr.  Ladiallo  José  de  Souza  Millo  liotto— VoL  57,  pag,  456 
C2*  part6). 


índice  dos  volumes  1  a  67  311 

Biosri:*^P^ÍAft  —  Ladi3ldo  dos   Santos  Titara  —  VaU  21, 
pag.  802. 
--    Dr.  Laurindo  Josô  da  Silva  Rabello  — Vol.   42,  pag.  75 
(8*  parte). 

—  Fr,  Leandro  do  Sacramento  —  Vol.  32  pag.  181 ,  (2''  part  i). 

—  Libanio  Augusto  da   Cunha  Mattos  —  Vol.  29, pag.  486 
(2»  parte). 

—  Libera  to  de  Castro  Carreira— Vol.  G6  pag.  352,  (2*  parte). 

—  Dr.  Lino  António  Rabello  —  Vol.  20,  pag.  84. 

—  Lourenço  Callepi,  Cardeal,  arcebispo  de  Nisibi  —  Vol.  29, 
pag.  266  (2^  parte). 

—  Lourenço  da  Silva  Araújo  e  Amazonas— Vol.  27,  pag.  411 
(2»  parte). 

—  Dr.  Lucindo  Pereira  dos  Passos  Filho  —  Vol.  05,  pag,  354 
(2*  parte). 

—  Ludgero  Lapa  —  Vol.  44,  pag.  461  (2*  parto).  ^  - 

—  Luiz  Agassiz  —  Vol.  37,  pag.  469  (2»  parte). 

—  Luiz  Aleixo  Boulanger  —  Vol.  37,  pag.  491  (2*  parte). 

—  Luiz  d^Alincourt—  Vol.  37,  pag.  383  (2*  parte). 

—  Luiz   Alves  Leite  de  Oliveira  Bello,   Desembargador  — 
Vol.  29,  pa;j.  484  (2»  parte). 

—  Luiz  Alves  de  Lima  —  V.  Duque  de  Caxias. 

—  Luiz  António  Barbosa  de  Almeida  — Vol.   55,  pag.  527 
(2*  parte). 

—  Luiz  António  de  Castro  —  Vol.  37,  pag.  491  (2*  parte). 

—  Luiz  António  da  Silva  e  Souza,  Cónego  —  Vol.  3,  pag.  54^ 
vol.  30,  pag.  311  (2*  parte). 

—  Luiz  António  Vieira  da  Silva  —  V.  Visconde  de  Vieira  da 
Silva. 

—  Luiz  Augusto  May  —  Vol.  15,  pag.  524. 

—  Luiz  Augusto  Ferreira  de  Almeida  — V.    Visconde  Fer- 
reira de  Almeida. 

—  Luiz  CarlQS  Martins  Ponna,  o  creador  da  Comedia  Nacio- 
nal —  Vol.  40,  pag.  375  (2*»  parte). 

—  Dr.  Luiz  da  Cunha  Feijó  —  V.  Visconde  de  Santa  Isabel. 

—  Dr.  Luiz  Couty  — Vol.  00,  pag.  74  (2*  parte). 

—  Luiz  Fortunato  de  Brito  Abreu  Souza  e  Menezes —  Vol. 
50,  pag.  427(2"  parte). 

—  Luiz  de  França  Almeida  e  Sá  —Vol.  66,  pag.  347  (2*  parte). 

—  Dr.  Luiz  Francisco  Bonjean  —  Vol.  55,  pag.  467  (2»  parte). 

—  Luiz  Francisco  da  Veiga  —  Vol.  62,  pag.  436  (2*  parte^. 

—  Luiz  Gonçalves  dos  Santos,  cónego  —  Vol.  6,  pag.  558  ; 
vol.  25, pag.  163. 

—  Luiz  Henrique  Ferreira  de  Aguiar— Vol.  38,  pag.   423 
(2"  parte). 

—  Luiz  Henrique  Pereira  de  Campos  — Vol.  6G,  pag.  315 
(2*  parte). 

—  Luiz  Moutinho  de  Lima  Alvares  e  Silva  —  Vol.  26,  pag. 
933. 

—  Luiz  Pedreira  do  Couto  Ferraz  —  V.  Visconde  do  Bjm 
Retiro. 

—  Manoel  Alves  Branco  —  V.  Visconde  de  Caravellas. 


ffloiciMplitii-M      Mao/>!Í  AriV>ftú>  ^Jél-rSn  ^  Tji.  21  ji^ 

'     Mn^Kinl  fio  AMfih   Porto  Alei^< -- V,  àt;^   ts   iu^ 
AlitfMlo. 
|i.    MiMKiiil  (In   Aff4N  Ma«:areahM  — V<}{.  ^í.  3W    &** 

M.iiiiinl  hiitnlIpMln  Ollrolr*  —  Vol.  2,  pig.  1&4  Hr"  ktj»  . 
Iif*.  MriMiinl  (la  ('tiNta  l(<iQorato,  moataobor— Vx.  :'. 
iHill  'Itíi»  í "  pkfl»);  voL  r)fl,  p.ií(.  63  í^*  partei. 
MiUIíimI  (lii  (liMiliA  —  Vol.  :n,  [>a;(.  ^:í  (2»  pirte.. 
M*tiiiiH|  (In  OuiihaSiiutd  Mtlor— VoL29,pag'2T&ít»  part».. 
MiiiiiMil  iKniiloni  (la  Konff('fla  -  Vol.  55,  pags.  345  e  S  : 
1^»"  imrio). 

M'MHM*1  liiiM,  (I  lioinano  -^  Vol.  4^  pag.  49o  (2*  teríe  . 
Mdiitinl  iMiiirU  Miirolm  dn  A/ovelo  —Vol.  ^A  pag.  Zk\ 

MHiMHtl  K«ilU(^h1tMlo  Nousat^   Mello  — Vol.  ^,  pag.  47§ 

NUmouI  I^DiMuMra  do   AiaiiJ»  (iultnarã»  —  brigadeiro — 

V»d   i\Mmir.  .W 

IMi  NUmH^l  l^rh^li^A  dti  Tâmara  HIttonoourt  c  Sá  —  Vol. 

4''i  iy<ui.  ^l^  I  voK  (U\,  pag.  M.M  (S^  parte). 

hl'  \Uhofi\  MM^ii*a  I  «^ihMi  -  VoU  \\\^  pag.  413  (2»  parte). 

hv   M  M^^H^l  Uh^^o»  mU  sava  Alvawnífa— Vol.  3%  pag.  338. 

Mmio^I  xr^\Mu(l\.»   Nvyuotra  da  Uama  —  V.   Marquez  de 

lt\OIMMld,V  . 

m»  Xluu»^l  »*^^«m.*  VVrr^lra    Vol.  47,  pag.  r»39 (2»  parte). 
Ma)i\^'l  d(^  J^vu^i  VaMi^Iam  —  V.  VUoonde  de  Valdetaro. 
Maui^ol  .K^«(UM\i  \\\  \mai\%l  Ourgol  —  Voh  27,  pag.  412 
r '  ys\\s\\ .  \x^|    41.  i^m.  «:C  ()í«  i^trto) 
u    Ma»v%ol   .Ks^\)\Mm  da   Ma^  dot  HonioQi  —  Vol.  19, 

^\\\>s\  Ss\\^\\\\\\\  da  sUYftra  — ^  V.  Ooade  de  S.  Salvador. 

Mm^.vI  »v^x>»  U^sivvw^^      V\vL  30,  paff«  2ir». 

\\M\y>^\  \-^  V\\\^  k\\  Silta  INMUtMi  —  Vol,    K>,  pag.  r^3. 

M^^^o.^n  Mi  \Vx,M'i.^      N  .  Marv) UM  do  nerval. 

\\\      >\\\\>>\A   MauruM^^   KoK^uc^A  ••  VoK     W,    pag.    447 

\^*  |v^»l*  \ 

í»    MmuvI  d.^  M,«io  Usstiuuee  -  V.  dmdo  do  Irajá. 

MauN^I  J^»  N.*í>  huo.i*.* Outiwe  SiUa  —  Vol»  :?7,  pag,  333. 

M  Muvi  .U  N.^í^  >viA  v^K^aiU^     •  N  v^,  >.  P4f .  4iV^. 

\U^s^\>\  Ul>^r,.v  M.uid«vi  -.  \vxl.  íT,  iví^r.     43ÍÍ:  rol.    :^í, 

)\\\\smA  V\\\\\^v\s  \^\\k^\^  ^  \A.  5í^  |V«-  454  lí*  partem 
f\A\\\^A  WsWk  vumouv  \\>*ak^i  -V,  Vieconde  de  It.i- 
Kv\atu. 

IM\  >Xwv>^\  s,i^ix^t  aa  Silva  Ha«#rra  —  Vol.  õU  pa^.  >$2 


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II^DICE   DOS  VOLUMES    1    A   67  313 

Bio^i*aipli.las  —  Dr.  Manoel  do  Valladão  Pimeatel  —  Y, 
Barão  de   Petrópolis. 

—  Manoel  Vicente  Lisboa  —  Vol.  63,  pag.  575  (2°  parte). 

—  Marcos  António  d3  Araújo  —  V.  Visconie  de  Itajubi. 
,—    Marcos  António  Bricio  —  V.  Barão  de  Jaguary. 

—  Marcos  António  Portugal  —  Vol.  29,  paç.  890  (2*  parte). 

—  Catalogo  de  suas  composições    musi^aes  —  Vol .  22 , 
pag.  4S7. 

—  Mário  José  Luiz  Adolpho  Thiers  —  Vol.    40,  pag.   566 
(2*  parte). 

—  Mana    Úrsula  do  Abreu  Lancastre  —Vol.  3«,  pag.  225. 

—  Mariano  José  Pereira  da  Fonseca   —  V.   Marquez  de 
Maricá. 

—  D.  Mariano  Pelizi  —  Vol,  65,  pag.  565  (2*  parte). 

—  Mariano  Semmola  —  Vol.  59,  pags.  231  e  414  (2*  parte). 

—  Marquez  de  Abrantes  (Miguel  Calmon  du  Pin  o  Almeida) 

—  Vol.  28,  pag.  362(2*  parte). 

—  Marquez  de  Baepindy  (Jacintho. Nogueira  da   Garaa) — 
Vol.  4°,  pag.  171  (2*  serie). 

—  Marquez  de  Caravellas  (José  Joaquim  Carneiro  de  Cam- 
pos) —  Vol.  3°,  pig.  478. 

—  Marquez  do  Herval  (Manoel  Luiz  Osório)  —  Vol.  42,  pag. 
262,  â75  e343  (2»  parte). 

—  Marquez  de  La?es  (João  Vieira  de  Carvalho)  —  Vol.    4«, 
pag.  172  (à*  serie). 

—  Marquez  de  Maricá  (Mariano  José  Pereira  da  Fonseca)  — 
Vol.  15,  pag.  527  ;  vol.  32,  pag  291 . 

—  Marquez  de  Monte  Alegre  (José  da  Costa  Carvalho)  —  Vol. 
23,  pag.  710. 

—  Marquez  de  Munhagen  (D.  Carlos  de  Ibanes)  —  Vol.  55, 
pag.  520  (2*  parte). 

—  Marquez  do  Olinda  (Pedro  de  Araújo  Lima)  —  Vol.   33,: 
pag.  439  (2*  parte). 

—  Marquez  do  Paraná  (Honório  Hermeto  Carneiro  Leão)  — 
Vol     19,  pag.  137,  supp. 

—  Marquez  do   Paranaguá  (Francisco  Villela   Barbosa)  — 
Vol.  2%  pag.  398  (2*  serie) ;  vol.  15,  pag.  525. 

-—    Marquez   de  Penafiel  (António  José  da  Serra  Gomes)  — 
Vol.  55,  pag.  528  (2*  parte). 

—  Marquez  de   Pombal  (2*)  (Henrique  José  de  Carvalho  e 
Mello)  —  Vol.  29,  pag.  287  (2»  parte). 

—  Marquez  de   Santo  Amaro  (Joié  Egydio  Alvares  de   Al- 
meida) —  Vol.  29,  pag.  292  (2»  parte). 

—  Marquez  de  Santa  Cruz  (D.  Romualdo  António  do  Seixas, 
arcebispo  da  Bahia)  —  Vol.  24,  pag.  817. 

—  Marqu  z  de  S.  Vicente  (José  António  Pimenta  Bueno)  — 
Vol.  41,  pag.  503  (2*  parte). 

—  Marquez  de  Sapucahy  (Cândido  José  de  Araújo  Vianna)— 
Vol.  38,  pags.  245 e  403  (2»  parte). 

—  Marquez   de  Tamanlarô  (Joaquim   Marques  Lisboa)  — 
Vol.  60,  pag.  446  (2»  parte). 

—  Marquez  de  Thomar  —  Vol.  53,  pag.  610,  (2* parte). 


3ff 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


ltio^fii,pliiA9  —  Marques  di  VilU  Real  da  Praia  Gmodo 
iCautano  I*into  de  Miranda  Moateoogro)  —  Vol,  29. 
¥>ag,  271    (2*  partoi» 

—  Martim  AíTonso—  V.  Arariíboia, 

—  Martim  AíTonâJ  de  Sjuza—  Vol.  5  pag,   232  ;    vol.    O" 
pag,  lis, 

—  D,  Martim  Fernandes  dd  Na  varrei  —  Vol.  ô'  pag.  559- 

—  Martitu  Francisco  Ribeiri^  de  Aodrada— VoL  6  pig.  5^0  ; 
voK  54.  pa^.  3Í3, 

—  Martim  Rivadavia  —  VuL  64,  pag.  367. 

—  Dr,  Maximiano  Aotonio  de  Lamos  —  YqL  4d«  pag«   535 
(g'*  parte). 

—  Maximiano  António  da  Silva  Leito  —  Vl*L  Ô,  paíf .  ^8. 

—  Dr.  Maximiano   Murqaea  da  Carvalho  —  Vj1^5':*,  pagj. 
2C0  e  mi{'l'  pai  te). 

—  Dr.    Mi^ruel    António   da   Silva  —  Vol    42»    pag.     332 
(2"  partc). 

—  Miguel  vVrchanjo  Galvão  —  Vol.  ôt),  pa^^.  350  (2"    partr). 

—  Fr.  Miguel  Je  Bulhues  o  SoQza,  3^»  IMpo  do  Grãú  Pai*â— 
VoL  50,  pag*  14:^(2'  pnrto), 

—  D.  Miirael  Caetano  Alvares  Pereira  de  Mello  —  V.  Duque 
de  Cadaval. 

—  Miguel   CalmoQ  Du  Pin  o   Almeida  —  V.   Marquez   do 
Abrantes. 

—  Míguol  de  Frias  o  Vasconoellas,  brigadeiro   Vol.  —  2^ 
pag.  712. 

—  Migu-I  Mariíi  Liaboa  —  V.  Barão  de  Japurá. 

—  Fr.  Miguel  da  SantA  Maria  Friaa  —  Vol,  '.^9,  pag.   299 
(2*  parte). 

—  Miguel   de  Sonsa  Mello  e   Alvim-*  VoL  sn,  pag,    463 
í^'  pT\rto). 

—  Narciza  Amália  —  Vai.  45,  paíz.  1^5. 

-^    NícjMu  Antunio  Nogueira  Valle  da  «^ama  —V*  Visconde 
de  Nogueira  da  Gama* 

—  Niculáo  Jaaquim  Moreira  —  Vol,  57*  pag.  476  (^  parte); 
voi.  õ8,  pag.  327. 

—  Nico]  10    1'ereira   d'3    Campot    Vergueiro   —  Vol-    22, 
pag.  723, 

—  Nioolíio  Rodrigues  dos  Santf^s  França  e  Leite  —  Vol*  30, 
pag.  M3  {.^»  parte). 

—  Octaviano  de  Tolodo  —  VõL  57  pa;?.  478  (2*  parte). 

—  Ovidio  Feroaodo  Trigo  do  Loureii^  —  Vol.  07,  pag.  508 
(2*  parte). 

—  Dr*  D.  Paschoalo  Eatanisláo  Mancioi  —VoL  53,  pagi.  616 
eôIT  (2*  parte). 

^    Patrícia  José  Corrêa  da  Camará  —  V,  Visconde  de  Pe- 
lotas, 

—  Paulino  loaíi  Soarei  de  Souza-- V.  Visconde  de  Urug uay. 

—  Dr.    Paulino  Joeé  Soares  de  Souii  —  VoL  m,  pag.  71 
{%•  parte). 

—  Paulo  Harbosa  da  Silva  —  VuL  3L  pig,  443  (8»  parte). 

—  Fr.  Paulo  da  Conceição  Moura  —  VoL  15  pag,  52 L 


índice  dos  volumes  1  a  G7  315 

Bio^rapli.ia«  —  Paulo  José   da  Silva   Gama —VoL  89,^ 
pag.  290(2»  parte). 

—  D.  Paulo  de  Moura,  depois  Fr.  Paulo  de  Santa  Catha- 
rina  —  Vol.  24,  pag.  685. 

—  Paulo  Rodrigues  Durão,  pai  do  Frei  José  de  Santa  Rita 
Durão  —Vol.  60,  pag.  301. 

—  Frei  Paulo  de  Santa  Catharina  —  V.  Paulo  de  Moura. 

—  Pedro  Aflfonso  de  Carvalho  —  Vol.  15  pag.  525. 

—  Pedro   de   Alcântara  Bellegarde,   marechal  —  Vol.  27, 
pag.  404  (2*  parte). 

—  Pedro  de  Alcântara  Cerqueira  Leite  —  V.  Barão  de  São 
JoãoNepomucsno. 

—  Pedro  Alvares  Cabral  —  Vol.  5,  pag.  496. 

—  D.  Pedro  de  Angelis  —  Vol.  22,  pag.  719. 

—  Pedro  de  Araújo  Lima—  V.  Marquez  de  Olinda. 

—  Dr.  Pedro  Caetano  Sanches  de  Moura— Vol.  65,  pag.  346 
(2»  parte). 

—  D.  Pedro  Carlos  de  Bourbon  e  Bragança  — Vol.  29, 
pag.  281  (2'  parte). 

—  Pedro  Carvalho  de  Moraes  —  Vol.  24,  pag.  799. 

—  Dr.  Pedro  Fernandes—  Vol.  65,  pag.  3'>7  (2^  parte). 

—  Dp.  Pedro  Guilherme  Lund— Vol.  43,  pag.  596  (2*  parte). 

—  Pedro  Lopes  de  Souza  —  Vol.  5,  pag.  352;  vol.  6, 
pag.  118. 

—  Pedro  Maria  da  Silva  Brandão  —  Vol.  65,  pag.  365 
(2*  parte) . 

—  Pedro  Paulino  da  Fonseca—  Vol.  65,  pag.  568  (2*  parte). 

—  Pedro  Maria  Xavier  de  Castro,  marechal  —  Vol.  43, 
pag.  588  (2^  parte). 

—  D,  PeJro,  Príncipe  Imperial,  filho  de  D.  Pedro  II  — 
Vol.  29,  pag.  307  (2*^  parte). 

—  Pedro  Rodrigues  Fernandes  Chaves  —  V.  Barão  de 
Qua^^ahim. 

—  Fr.  Pedro  de  Santa  Marianna,  Bispo  de  Chrisopelis  — 
Vol.  3S.  pag.  221;  vol.  02,  pag.  19  Í2' parte). 

—  Pedro  Torquato  Xavier  de  Brito  —  Vul.  43,  pag.  5S5 
(2^  parte). 

—  Príncipe  da  Beira,  D.  João  Carlos  —  Vol.  29,  pag.  305. 

—  Príncipe  de  Joinville  —  Vol.  63,  pag.  567  (2^*  parte). - 

—  Prudencio  Geraldes  Tavares  da  Veiga  Cabral  —  Vol.  25, 
pag.  723. 

—  Dr.  Prudente  José  de  Moraes  Barros— Vol.  65,  pag.571 
(2^  parte). 

—  Quintiliano  Josô  da  Silva  —  Vol.  53,  pag.  608  (2*  parte). 

—  Raphael  Tobias  de  Aguiar  —  Vol.  ;^0,  pag.  83  supp. 

—  Ray mundo  losí  da  Cunha  Mattos,  marechal  —  Vol.  1, 
pags.  72,  283;  vol.  4,  pag.  234  (2*  serie)  e  vol.  66, 
pag.  83  (2*^  parte). 

—  Ricardo  Gumbleton  Daunt  —  Vol.  57,  pag.  432  (2*^  parte). 

—  Ricardo  Josô  Gomes  Jardim,  tenente-general  —  Vol,  47, 
pag.  036  (2»  parte). 

—  Robert  Southey  —  Vol.  6,  pag.  556. 


310  REVKTA   I>3   IXSTrrCT:    HLSPmK» 


—  Frf'lt>Ír.'go  ie  S.  -  lié  —  Vd.  li*.  pi#.  612. 

—  D.    Rodrigo    de   S:aza   CoaUn!^3  —  V.    Cooie   de    Li- 
nhires. 

—  Rodrigo   de  Sjoza  da  Sira  Pcãte?  —  Vol.  IS,  pig.  '» 
wpp. 

—  D.  R:>!naMd-:  Aav:n:o  de  Shxis  —  V.  Maiqaei  de  SaaU 
Crez. 

—  D.  Rcmailio  de  S^aza  Ccelh?.  Bispo  áo  Park—  Vol.  3", 
pag.  469. 

—  Dr.  Ro^oe  Schach  —  Vol.  6.  pa?.  538. 

—  Rf.-sa  Maria  de  Siqaeira  —  Vcl.  3.  pig.  t:á2. 

—  Rozendo  Muolz  Barreto  —  Vcl.  C-.»,  peg.  454  ^á*  parte). 

—  Saii  Carno;  —  Vol.  57,  pag.  461  <2»  parte». 

—  Ur.  Saint  Uilair^  —  Vol.  16.  pa^.  Ôi5. 

—  Salvador  Corre .  de  Sá  e  BeneTidèi  —  Vol.  3»,  pag.  10> ; 
Tcl.  5%  pag.  2S4. 

—  Samuel  Brandão  —  Vol.  fô,  pag.  ^5  i2*  parte;. 

—  Santiago  Nanei  Ribeiro  —  Vol.  lõ,  pag.  513. 

—  Satamino  de  Souza  e  Oliveira  —  Vol.  15.  pag.  517. 

—  Seipiio  Doniin;^»  Fâbbrni.  abbide  —  Vol.  3^,  pag.  545» 

—  Sebastiio  Ferreira  R;\bello  —  Vol.  65.  pag.  372  i£^  parte). 

—  Setasiião  Ferreira  Soares  —Vol.  50,  pag.  487  (i*  parte). 

—  Sebastião  do  Rego  Barros  —  Vol.  26.  pag.  926. 

—  Sebastião  da  Rocha  Pitta  —  Vol.  5»,  p»g.  25*^  <2*  parte). 

—  Sérgio  Teixeira  de  Macedo  —  Vo1.;í'>,  pag. 5:^1  (2*  parle). 

—  Silvestre  Pinheiro  Ferreira  —  Vol.  11,  pag.  195. 

—  Dr.   Simeão  da   Cunha    Pereira— Vol.   65.   p»g.    3^ 
(2*  parte). 

—  Dr.  TheoJoro  Miguel  Vilardabo  —  Vol.  20,  pag.  86  supp. 

—  Theodoro  Taunay  —  Vol.  43.  pag.  6'j7  (:?*  parte). 

^ —    Theophilo  Benedicto  Ottoni  —  Vol  (fâ,  pàg.:?75  (2*  parte). 

—  Thomaz  António  Gonaga  —  Vol.  12,  pag.  120  ;  toI.  13, 
pag.  4^6:  vol.  30.  pag.  425  (2*  parte). 

—  Thomaz  Ribeiro  ^Thomaz  António   Ribeiro   Ferreira)  — 
Vol.  64,  pag.  ?55  (2^  parto). 

—  Thomaz  António  Teixeira  de  Gouveia  —  Vol.  65,  pag.  372 
(2*  parte). 

—  Dr.   Thomaz    Gomes    doa   Santos  —  Vol.    37,   pag.  477 
(2*  parte). 

~    Thomaz  Joaquim  Pereira  Valente  —  V.  Conde  do  Rio 
Pardo. 

—  Thomaz  Jo8<^  rUnto  de   Cerqueira  —  Vol.  48,  pag.   403 
(2»  parto). 

—  Thomaz  José  Soarca  de  Avellar  —  Vol.  15,  pag.  526. 

—  Thom.iZ  Uno  de  Assumpglo  —  Vol.fi5,  pag.  50o  (2"  parto). 

—  Thomaz   Pompeu    de   Souza    Brazil,   padre  —  Vol.  40, 
pag.  558  (2*  parte). 

—  Thomnz  Xavier  Garcia  de  Almeida  —  Vol.  33,  pag.  45C 
(2*  parle). 

—  Thdmaz  Maria  da  Fonseca  e  Silva  —  Vol.  15,  pag.  526, 


índice  dos  volumes  1  A  67       317 

Biog-^^f^P****^^  —  Tiburcio    António  Craveiro    —    Vol.  6, 

pag.  558. 
'    —    Tito  Franco  de  Almeida—  Vol.  62,  pag.  434  (8*  parte). 

—  Dr.  Torquato  Xavier  Monteiro  Tapajoz  —  Vol.  60,  pag. 
468  (2*  parte). 

—  rr.  Urbano  Sabino  Pessoa  de  Mello  —  Vol.  33,  pag.  457 
(â*  parte). 

—  Valentim  da  Fonseca  e  Silva  —  Vol.  19,  pag.  369  ;  vol.  32, 
pag.  2:í5  (2^  parte> 

—  Venâncio  Josô  Lisboa  —  Vol.  43,  pag.  535  (8*  parte). 

—  Vicente  Coelho  de  Seabra  —  Vol.  2«,  pag.  261  (2*  parto). 

—  Visconde  de  Abietó  (António  Paulino  Limpo  do  Abreu;  — 
Vol.  46,  pags.  587  e  672;  vol.  47,  pag.  161  (2»^  parte). 

—  Visconde  de  Almeida  Garret  (João  Baptista  Leitão  de 
Almeida  Garret)—  Vol.  18,  pag.  35,  supp. 

—  Visconde  de  Araguaya  (Domingos  JosJ  Gonçalves  dô  Ma- 
galhães) —  Vol.  45,  pags.  197  e  546  (2^^  parto)  ;  vol.  46, 
pag.  247  (2*  parte). 

—  Visconde  de  Assis  Martins  (ígnacio  António  de  Assis 
Martins)  —  Vol.  66.  pag.  336  ^2'^  parte). 

—  Visconde  de  BpaurepaireRohan  (Henrique  de  Beaurepaire 
Rohan)  —  Vol.  57,p.g.  407  ;  vol.  58.  pag.  75;  vol.  Qt^St,^ 
pag.  199  (2-^  parte). 

—  Visconde  do  Bom  Conselho  (José  Bento  da  Cunha  Figuei- 
redo) —  Vol.  56,  pag.  45  (2*  parte). 

—  Visconde  do  Bom  Retiro  (Luiz  Pedreira  do  Couto  Ferraz) 
—  Vol.  49,  pag.  517  (2*^  parte). 

—  Visconde  de  Caravillas  (Manoel  Alves  Branco)  —  Vol.  18, 
pag.  456  ;  vol.  18,  pag.  50,  supp. 

—  Visconde  de  C»ravellas  (Carlos  Carneiro  de  Campos) — 
Vol.  41,  pag.  497  (2'^  parte). 

—  Visconde  de  Castilho  (António  Feliciano  de  Castilho)  — 
Vol.  38,  pag.  416  (2*^  pirto). 

—  Viboonde  de  Cayrii  (Jos3  da  Silva  Lisboa)  —  Vol.  1% 
pag.  238. 

—  Visconde  de  Chateaubriand  (Francisco  Renato)  —  Vol.  15, 
pag.  540. 

—  Visconde  Ferreira  de  Almeida  (Luiz  Augusto  Ferreira  de 
Almeida)  —  Vol.  66,  pag.  343  (2*  parte). 

—  Visjon'le  de  Inhaúma  (Joaquim  Josô  ígnacio)  —  Vol,  32, 
pai?.  330  (2*^  parte). 

—  Visconde  do  Itabayana  (Manoel  Rodrigues  Gameiro  Pessoa) 
Vol.  11,  pag.  163;  vol.  15,  pag.  523. 

—  Visconde  de  Itaborahy  (Joaquim  Josô  Rodrigues  Torres) 
Vol.  15,  pag.  523;   vol.  35,  pag.  63s  (2*  parte). 

—  Visconde  de  Itajubá  (Marcos  António  de  Araújo)  — 
Vol.  47,  pag.  630  (2«  parte). 

—  Visconde  de  Itauna  (Dr.  Cândido  Borges  Monteiro)  — 
Vol.  35,  pag.  646  (2»  parte). 

—  Visconde  de  Jaguary  (José  Ildefonso  de  Souza  Ramos, 
Baráo  das  Três  Barras)  — Vol.  46,  pag.  670;  vol.  47, 
pag.  157  (2*  parte). 


318 


REVISTA  DO  INSTITUTO  III9T0R1CO 


Bio^rn]>liia!^  —  Visconde  de  Joramirim  (Francisco   Cor- 
deiro di  Silva  Toprea  e  Alvira)— Vol.  lí»,  pa^f.  V^O,  ^upp. 
^^    Visconde  de   Macahó  (Joaé  Carloi  de  iilcoeldA  Torrei;  — - 
VoU  15»  pag-  5^^5- 

—  Visconde  de  Marangua^e  (Caetano  Maria  Lopes  Gama)  — 
Vol.  27,  pag.  413  (2-  parlek 

^--—    Visconde   do    Maul    ifrinpu    EvaoireUsta  de  Sousa)  — 
Vol.  .'>3,  pag.  612;  vol.  õ2,  pig,  74  (2'  parte), 

—  Vigcondô  de  Nogueira  da  «íaiiia  (Nícoiáo  António  Nogueira 
Vallã  da  íiama)  —  Vol,  <">0,  pag.  4C6  (2"  parte) « 

—  Visc?nde  de  Osery  —  Vol.  11,  pa^'.  107, 

—  Visconde  de  Ourem  (José  Carlos  de  Almeida  Ar^as)  — 
VoL  55.  pag.  5'íO  (2*  pari?), 

—  Visconde  íia  Pedra  Branca  (Domingos  Borges  de  Barros) 
Voh  1«,  pag,  51*,  supp. 

—  Visconde  áú  Pelotaa  (l**)  Patricio  José  Corrêa  da  Camará, 
tenente- general  —  V«  I.  P,  paíí.  555, 

—  Visconde  do  Perto  Seguro  (Francisco  Âdolpho  Varnha* 
gem)  —  Vol.  41,  pai?,  4S  t  (2-  parte). 

—  Visconde  do  Rio  Branco  {Jos(^  Maria  da  Silva  Paranhos) 

—  Vol.  43.  pags,  475  e  610  ;  voL  44,  pag,  157  ;  vol*  47, 
pag.  133;  vol.  53,  pag.  304;  vol,  02,  pag.  137 
(2*   porte). 

-^  Viacnnde  do  Rio  Grande  (SOãê  de  Araújo  Ribairo)  — 
Vol.  4;í,  pag,  322  i2'  parte). 

—  Visconde  de  Santa  Isabel  iDr,  Luiz  da  Cunha  Fe^ó) — 
Vol.  44,  pag.  45y  (2^  parte!. 

—  Visconde  de  S.  Leopoldi>  (José  Feli<nano  Fernandes  Pi- 
nheiro) —  Voh  11,  pag.  ITÍ?;  vol.  K».  png.  133;  vol.  23, 
pag.  131. 

—  Visconde  de  S.  Lourenço  (Francisco  GonçalveJ  Martins)— 
Vol.  35  pa^'.  631  {^^  parloK 

—  Visconde  de  se^petiba  ( Auroltanj  de  Souxa  e  Oliveira  Cou- 
tinho) —  Vol,  18  pag.  Oi,  45S  supp.;  vol.    23  pa|Z,  345. 

—  Visconde  do  Souza  Fuotoa  {\h\  iosô  Ribeiro  de  Soiua 
Fonte>)—  Vol,  57  pag.  427  2' parte). 

—  Visconde  lie  í?ouza  Franco  (Bernardo  de  Sou s&a  Franco) - 
Vol,  38  pag.  424(2^pirU>L 

—  Visonde  do  Taíinay  (Alfredo  de  F^ra^^oaUe  Taunay)  — 
Voi.  »-i2  pag.  430  (2*  parl»^). 

—  VÍ3condo  de  Uberaba  (Jo«é  Ceaario  de  Miinnda   Ribeiro) 

-  Vol,  27  pa;/.  338, 

—  Visconde  de  Urupíuay  (Paulino  Joaé  Soares  de  Souib)  — 
Vol.  'i9  pn^r.  471  (2'  parte^, 

—  Vlscúodo  de  Valdetaro  (Maneei  de  Jesui  Valdetaro)— 
Vol   60  paK.  4(J4(2^parte). 

—  Viscundo  do  Vieira  da  Silva  (Luiz  António  Vieira  d% 
Silva)—  VuU  53  pag.  6U  íâ»  parte). 

—  Wiiltcr  Hauser— VqL   6^  pag.  "í5í  (2*p.irte). 

—  Wenct^ídau  António  Ri bcLj  —  Vol.  11  pag.  1Ô3:  vol.  15 

.  Wenceílau  Paunero-  Vd.  34  pag.  41ê  (áf  parte). 


311) 


Bispado  do  >Iiii*iaiinA—  Provisão  dô  Q  do  Março  rie 
1751  approvando  o  reL'Uiicnto  promul/iido  polo  Bispo  dô 
Mariaona  rek'ulaEHÍf>  os  emoluriientos  pirocliiao?,  monos 
na  parte  que  manda  cobrjir  e í lio famen tas  antigos  no  caso 
de  se  nao  accoittr  poloa  povos  o  encarj^o  novo  dos  oUícíjs 
—  Vol.  6pa<:.  201. 

—  Cópia  do  requeriraoota  qtie  o  Bíapo  de  ^íananna  foz  era 
13  de  Abril  do  ITô^aobiô  a  cobi-ançi  de  eraolumeníos 
paroehiacs— Vol.  6  pa^^  202. 

Bispudo  df>  li  io  *le  ^raiieli-o  —  Fundação  do  Bia- 
pa;lo  do  Rio  de  Janeiíú  :  raemoiia  lida  pelu  socio  Carti.8 
Honório  do  Figueiredo  —  \  uL  10  pa^.  571>. 

Bra^Jl  —  Discurso  sobre  esta  palavra,  por  José  Silvestre 
Rebello—  \oi,  1  pag.  kOB;  voL  -d  pag.  G2â. 

—  OníííjDQ  desta  pai  wra,  por  Joaquim  Caetano  da  Silva— 
Vol.  29  pa^-  5. 

—  Tradicçào  flobre  eata palavra— Vol.  47  pag,  119  ;  vol.  59 
pag.  421. 

—  Introducçã»  ao  tratado  da  terra  do  Brazil,  /eito  por 
Pedro  de  Mij-Mlbl^s  Uandavo,  reirapreeso  pela  Acade- 
mia Real  d:^s  Sei  enfias  do  Lhboa—  Vul,  2  pig.  4 -'5. 

—  Noiicii  dos  annos  em  qu^  se  descobriu  o  Brazíl,  e  das  en- 
tradas d  LIS  reli^dõcá  e  suas  fandaroes^etc— Vul.  ^  pig,  427, 

—  Rotação  dos  oianuscripios  a  respeito  do  Brazil»  exi^teotes 
DO  archivo  da  Secretaria  d»?  Estado  doa  Ne^ocioflEstran* 
geiros—  VoL  4pag.  394. 

—  ínforraarõos  das  terras  do  Brazil  —  Vol.  6  pag.  Ôl . 

—  ioíormação  do  Brazil  e  de  suas  capi^ranlas  -  ir»R4  —  Ma^ 
cu-cripto  oITerecido  pelo  sócio  VarnhagRn  —  Vt,>l.  n 
pa;/.  4 li;. 

—  Trata»Io  descriptivo  do  Brazil  em  1587,  por  Gabriel  Soares 
de  Souza — \'oL   14  pag,  U 

Brevos  coramentaiius  sobro  esta  obra  por  F,  Adolpbo  le 
Vanitiagen—  \'oL  Hpag.  3U. 

—  Parecer  sobre  o  opu  culo^  Une  fète  breailienne  eelobr^e 
a  Rouon  era  IS^iO,  siiivi  d"un  fragraent  du  XVI  siedo 
mulaní  snr  la  Th(?ogenie  dea  onciens  peupies  du  Brôsil 
et  des  poesiesen  langue  tupique,  de  Chrisijvara  Valente, 
par  Ferdinanl  l>eats—  \oI.  14  pag»  402, 

—  Prograrama:  o  descubrimeLto  do  Brazil  por  P,  A,  Cabral 
loi  devido  a  nm  racra  aca?o,  ou  teve  elte  alguoá  indicio» 
para  fsso?  Dosonvolvido  por  Joa|ulra  Norberto  de  Souza 
o  Silva—  \ol.  15  pftg.  lv5. 

—  Memorias  sDbre  o  descobrimento  do  Brazil  —  Algumas 
considern^òes  por  J»  J.  M-ickaao  de  Oliveira  —  \vi*  IS 
pag.  m^ 

—  Reflexões  acercada  memoria  de  Joaquim  Norberto  de  Souza 
e  Silva,  por  António  Gonçalves  Dias  —  Vul.  18  pog.  '^'89. 
Retutaçâo  do  autor  da  meraoría—  pag,  335. 

—  Historia  da  Provi  ucia  Seia  ti  Cruz  a  que  vulgarmente 
charaaraos  Brazil,  por  Pêro  de  Magatbães  Gandavo—  1570 
"  Vol.  21  pag.  301. 


Fír-,vx i I—    '.r:-. -■^i: :  Irfc::  l  ?•: ij, z^%  i^é  ^iccess.. <  dad . 3  em 
?'  .--i-n.   i  ia  rrki^ii  :?::;:  *  .?.:.•  —  V:l.  25  lag.  ^13. 

:  I .:-  :..r-ai.  Títtl^:  íbí  F-xiuu:::—  V:-:.  23  pkg.  67. 

—  1:  .L-r^-I-  :•:  J^^a^i:  í:  rn.::!  e  sai*  acce>òiiade>  — 
^..     ir  :^    7?53. 

—  .  -j>"^    =-:-.  rSi^â^i  ri.    zA    Z^^rnâftTvTii:*  António  Ro- 

—  -  I-  ~-nL»  -.>r-:!»fL5  i-  3r^:  —  M:*-zor:i  li  ia  pc-lo  co- 
i-c  : :     : :    :-  a  -X-:  ^i-:  .-  .r^isies  Pjúr  jr^  —  Vol.  23 

—  \  -c:^:  1  :.■  ?r*z.-  .a  :::".r!=i.^  par*  servi-  de  base  á 
I.  Tsi.-  ::-*  ■:^>,.Li.-.#  r:Tj:vxí;jLÍi  =j  iza.'  ie  :>:y,  com  a 
ií  .  .:?--: -i  à:i  jwçil: jf.-i:  i-*  ?:ncL  cix:?:ier^d^  em  todas 
Lí-.ii?  .:_?:ría:í5  :liS5«^  Si  coif:.mLdade  dos  mappas 
*..>:-.-?  -.  ~ii  ?l-:t-í,:;v5  e  zj2i?ro  de  seushabiianios, 
nfv     viTse  :ȒLr:  iivcji  R.ilr.iiKs  VeJcsj  ie  OLvcira 

—  >w-.u ...  ?   :'-iR»5;í 'sxe*   fcVc*  X  yi\   p3palAçri.\  por 

—  .1  ^ji:ã:..r-:  .i.  ..   Sj^.x..^  Y:;.  55  jd^r.  71  .•^•pirie). 

—  ?rv-:  ::  $.-.:at5Í,-  r:rvcci:^^A  «fervia  ia  ddsooberta  do 
b^r^x:  :w.',"  -vcr^ni^Ar*,'  H^iriiae  d«  Beaoropalre  Kolian 
—  V  .,  *.>í  ;.!^.  i?:    •>«  jurre». 

— >  *'!'  ZI-:  ru  :  v7wA'*íCvs  ii  A<5U  ^ni.IicA  de  r<)i  1 15'?(J, 
7.  .;  :*:!,•  ií  :-\*íí>:  5í«?>>—  VM.   26  ^g.  55  .2*p:irte). 

—  >\5J»  : :  .v-c  ilc  í,c  si  -  vVrvVA  Yer:::elha  —  ca  enseada 
::•;  <*j  4k  .'  a.  ;^  OjkKràl  pria:^:ro  ie>emlarcou  e  em 
<  :f.r  ií:r   *  7r::rtf,rA  mt$».  aeomí^::ha.1a  do  texto 

í  ,       .-  ..vj.o'.\  »*ri:.io  pjbi:.vu  OJiial    Ja  caria  chro- 
.:  .V.  i;   ÍL>v\>rv.u^c^\  «»:r:p'.4  lo  Rei  D.  Manoel  pelo 
vnik^iL:e..v   -:*  >UA  cjkst  EVni)  Vaidt  Caminha,  que  ia  do 
.  vc  ..   ,•  .1  arirJkiA—  Vol.  40  po^.  5  ^S*  parte). 
.    '.■.,;,-:  irrAcl-í  tUtocicm  de  Matheus  Tân  dcn  nroe:k, 
.r  ::  .•  /Ic  ,^  ;»  í  *;í  via  e  rAAl&ente  aeoa;Toeu  no  começo 
.\  tk'-  \u  i.í  jv*t;  v^***s   '^  iíriíiU  bem  como  as  con- 
sl\-V#    •.,-.  *-;.\^.i  vtAS  ihKSU  íontlexas  —  TraJuzido  do 
./.: .   •  3  fk*r  \^'  HviiDv»  ;>UJir;e Peneira— Vol.  ^0  pa^r.  5. 
v^  .iu  <   .í     ::í:,>  de  Ín^í—  Memoria  lida  polo  Dr.  Mo- 
:t    A  -;.*   v:^^e^Uv-  VoL  41  i^.  5i7  (i»  parle). 
Vsi  : . .»    .  >  o  A  ,U^  i*4o  wrriíori  il  :o  Bwzil,  por  Augusto 
rui>iv*  .>S,.,:a—  \ol.  4^  r«#.  i7  (2* porte). 
•    K  U '  .(.t.^    'i   KAmiíia  Keal   iwtu^ueu  ;i    Pro\inoia  da 
\\  !uA  t»m.».4:*e.rv  de   lS'>s  por   .Uuiuim  Piíes  Mucliaio 
IVii.r.i      N.l     uMU^r.  5  :,;.*  parte). 
\»  síiM\  >\>u»  x\irv*«oU»í::oA  av-erva  do  dia  em  «lue   foides- 

».    is\  v»:  wnnv:-^^*  j'**r  iHvc^siAo  da  notntKkViV>  Je  conJestavel  vlo 

kV\\v«xA^^  >^^*  ttr«4eil  lYUuvameute  ã  origem e  iniluenci a  dos 
M  iHftaluvi  |H^v\suloiV4i  |H)rtiU'ueso4  nos  costumes  nacionaos, 
Çj^rj^Mlv^it»*»»  K»»Mlo-VoK  45  pag.  3;í7  (;í*  parte). 


ÍNDICE   DOS  VOLUMES  1   A  67 


321 


Brazil  —  Protesto  do  Dr,  Maximiano  Marques  da  Can-alho 
aobrô  o  que  diz  Cezir  Cantu  em  rolaçlo  aoíi  briziíeiros  na 
suahiatoría  Uaiversal  —  Vol.  4h  paga.  347,  35G  e  :{5y 
(2*  parte), 
— '  Cartas  do  padre  António  Blaaquez  sobre  o  Brazil  (155''i  e 
1565)— Tomo  49  vol,  1  pag.  1. 

—  Trechos  do  relatório  do  Dr .  José  Hygino  Duirte  Pereira 
incumbido  da  fazer  aequiaiçSo  di  Hol landa  de  do  Mim^titos 
relativos  às,  lutas  com  os  hoUaudezes  ao  Brazit—  Tomo 
49  voL  2pag,  183. 

—  Ideiam  do  José  Bonifácio  sobre  a  organizí^^ão  politioíi  no 
Braííil,  quer  corno  reino  unido  a  Portugal,  juer  como 
estado  indepoo  iente—  VoL  51  p:ig,  TJ  (3*  pu'te), 

—  Novas  cnlturaá,  oi^ras  publicas  e  dospezas  do  Brazil  colo- 
nial: oílcio  do  \  ice- Rei  Luiz  de  Vasconcelloâ —  Vol.  51 
pag,  183  (2^  psirte), 

—  Cartas  sobre  a  revolução  no  Brazil  pelo  consellieiro  sil- 
vestre PiDhoir.i  Fârreira—  VoL  51  pag.  :;^í9, 

—  Trabalhos  doi  primeiroa  jesuítas  no  Brazil  —  Vol.  57 
paç.  213. 

—  Batalha  Naval  de  16;U,  nos  mares  do  Brazilp  entre  as  es- 
quadras hespanhola  e  liollandezi,  aquella  ao  mando  de 
D,  António  de  Oqnyndo  e  esta  de  Adriaen  Jansz  Patur— 
VoL  58  p"ig.2()3. 

—  Batalha  Naval  de  1040  e  outivas  peripécias  da  guerra  hol- 
landeza  no  Brazil—  VoL  ri8  pag*  L 

—  índice  chronologico  «las  bulias  e  outros  documentos  semi- 
Ihantes,  existentes  na  Turre  do  Tombo,  quo  interei^ara  ao 
governo  do  Brazil  e  á  Igreja  Br  az  ileira—VoK  <i2  pug^;*  158 
e  vol,  64pãg,  .^17  (2'  parte). 

—  Histórico  do  Brazil  nos  centenar ioa  de  U\úú,  1700  e  1800  e 
ligeira  noticia  com  i  olaçâo  a  eâte  ultimo  século —  Vol,  ^t 
pag.  yi.    Vide  C.^utjuarioa  do  Brasil. 

^  O  selvagem  perante  o  direito  laspecto  americano  da 
commemoraçâo  do  centenário)  par  A.  F.  do  Souza  Pi- 
tanga— Vol.  63  pag,  19. 

—  Carta  relativa  ao  trabalho  sobre  BuUas  e  outros  do- 
cumento» referentes  á.  Igreja  Brazileira  —  VoL  64 
pag.  âl7  (i"  parle). 

—  Historia  palitica  d'i  Brazil  —  AnteceJcntea  históricos  da 
hidepdudtíuoia  — lie^oncia  do  Pnncii)e  D.  Fi3drode  Al- 
cantar?,,  Lugar— Tenente  de  El-Ret  D.  João  VI—  VoL  66 
pag,  5  (l'  parto), 

—  Historia  dus  principae^  successos  poUticoB  do  Império  do 
Brazil,  pelo  Visconde  de  Gayrú— \  oL  G6  pai?.  I7t>  { I"  parte). 

•^     V.   Capitania-'  Dcicobriínento  —  Híêtor^ia  —  Dieefsos. 
Bramir   infc<*lleoiiiíi.l    ewn.    l>§íOl--  Memoria  hiitíK 

rica  poio  Barão  Homem  do  Mello  (noticia  sobro  os  homeníí 

notáveis    nni^  Bcioncias,  nàs  lettras»    na^    armas  e  nas 

artos)— VuL  04  pa^.  V.  e  255. 
Tli-UKÍ1eii*ii^i4  eel<-^tjr©M— V,  Biographias, 
lli-arxclo^  cto  Bra.zii^Lígetro  estudo— Vol*  &4pag«  283. 

^31—^1  Toiío  Lxvui,  r,  u 


-  z 


e 


322 


REVISTA   DO   INSTITUTO  lilSTORlCO 


Bullaiit— V,  DvãziL 

Ou^itoH  —  Inaufi-uração  dcs  bustos  do  cónego  Januário  da 
Cunha  Barboza  e  do  Marechal  Raymundo  -losé  da  Cunha 
Mattos,  fundadores  do  Jnatituto  —  Vol.  10  pag.  545  a 
S85. 

—  Sobre  a  substituição  dos  bustos  de  gesso  existentes  no 
Instituto  por  outros  de  mármore  — Vol,  49  pag.  473 
(2*  parto), 

—  Do  Msconde  do  Bom  Retiro  e  de  Joaquim  Norberto  de 
Souxa  e  Silva—  VoL  60  pag.  30o  (5*  parto). 

Oal>a  JFrio —  Cópia  da  resposta  que  o  secretario  de  estado 
deu  ao  embaixador  de  França  em  Lisboa  sobre  a  sua  re- 
plica offerecida  para  mostrar  que  pertencem  á  Corúa  de 
Franca  as  terras  de  Cabo  Frio— Vol.  8  pag.  433. 

—  Offlcio  do  governador  Constantino  de  Menelau  datado  de 
1  de  Outubro  de  10Í4»  dando  parte  de  haverem  alli  apor- 
tado cinco  náos  ingkzas  no  intuito  do  carregarem  pâo- 
Brazil—  Vol,   18  pa^.  407. 

—  Memoria  histórica  deàta  cidade  o  de  todo  o  seu  dislrieto 
coraprehendido  no  terreno  de  sua  jurhdicçao  —  A  ol.  46 
pag.  205, 

—  Escríptura  de  contracto  entre  procuradores  de  S.  Mages- 
tada  e  Gil  de  G6es  e  sua  mulher,  sobro  a  cessão  que 
fazem  daí?  terras,  capitania  e  jurisdicção  de  Cabo  Frio— 
Vol.  5iJ  pag.  151. 

OarCUoeirai^^  V,  Viagem, 

Oafé—  Breve  iiotim  da  primeira  planta  que  liouve  na  Co- 
marca da  Car  .vellas,  ao  sul  da  Província  da  Babia,  es- 
cripta  pelo  Dp.  AntoniodeSarapaio  Viaona— VoL5  pag.  73. 

Oal€l£i.s  aa,  Iiiii>ei'att*iz—  Aguas  thermacs,  do  Santa 
Catharma  —  Breve  noticia  por  Alfredo  de  Escragnolle 
Taunay—  Vol.  42  (â""  parte). 

OamaprR.  BXiiiiieipal--  Da  cidade  do  Rio  de  Janeiro  — 
VoU  ao  pai?.  \4iK 

Oanipo  tle  l^aloin^—  V.  Paraná. 

Champô  cia«i  va,eca*?i  l>i-iiaeas  —  Pesquizas  para  o 
descobrimento  deslo  campo,  feitai  por  Jeauino  da  Silva 
Nunes  e  Lauriano  Vargas—  Vol.  21  pag.  3^3. 

Oaiiii>0!s  dog)  Goytacíizen  —  Representação  sobre  os 
mei  s  de  promover  a  povoação  e  desenvolvimento  dos 
cimpoadô  Ooyt  ^cazes  em  1057  peto  capitão  André  Mar- 
tins  Palma—  ^  ol.  47  pa»:.  107 • 

—  Memoria  pelo  Dr.  José  Alexandre  Teixeira  de  Mello— 
Tomo  47  vol.  'ip:i^'.  5. 

Oa iialiator-oceitaieo  —  ^^  Soe ieda Je  de    Geograph ia 

lie  Pu  ris, 
Oanaao!^  (cidadella  na  Bahia)—  A  campanha  do  Canudog— 

memoria  pelo  Dr.    Aristides  Augusto  Milton  —  VoL  03 

pag.  5  (2*  parte), 
Capella   Itiipei^ial  —  Inreatarí  j   das  peças   de  ouro  e 

praia  pertenctíutes  á  Calliedral  o  Capella   Imporial  do 

Rio  de  Janeiro-  Vol.  60  p»g.  ri5  (2*  parte). 


índice  dos  volumes  1  a  67  323 

Oa*pita,l  Fed.ex*al  — -Saa  mudança,  pelo  Dr.  A.  Pimen- 
tel —  Tentativa  de  ama  descripção  physica  do  Brazil 
Central—  O  Planalto—  Vol.  63  pag.  207  (2»  parte). 

Oapita.nia.a—  Reflexões  sobre  a  Institaição  das  capitanias 
do  Brazil—  Vol.  19  pag.  398. 

—  Relaçã  >  das  capitanias  do  Brazil  escripta  no  principio  do 
17*  Sftculo—  Vol,  6*2  paç.  5. 

Oa.pitu.ltiy  lLo  —  feita  polo  Rei  o  a  Rainha  de  Hespanha 
com  Vicente  Yanez  Pinzoa  no  anno  de  1501—  Vol.  23 
pag.  445. 

Cn.r-a.imiirii  —  O  Caramarú  perante  a  Historia  —Disser- 
tação apresentada  ao  Instituto  pelo  sócio  correspondente 
Francisco  Adolpho  de  Varnhagen  —  Vol.  3  pag.  lé9 
(2*  serie.) 

Oa.i*ta.*  Traduc*ção  da  carta  que  Nicolau  Villcgaígnon  es- 
creveu da  America  (Rio  de  Janeiro)  a  Calvino—  Vol.  2 
pag.  200. 

—  do  pa  Ire  jcsuita  Manoel  da  Nóbrega,  copiada  do  Real 
Arcnivo  «le  Lisboa—  Vol.  2  pag.  279. 

—  De  D  ogo  Nunes,  escripta  a  D.  João  IH,  acerca  do  desco- 
brimento de  sei*tões  onde  podia  chegar  atravessando  a 
terra  de  S.  Vicente  (Província  de  S.  Paulo)—  Vol.  2 
pag.  3)b 

—  Carta  (cópia)  escripta  ao  Padre  Dr.  Torres  a  10  do  Junho 
de  I562«  copiada  de  um  manuscripto  da  Biolietheca  Pu* 
blica  do  Riode  Janei  o—  Vol.  2  pag.  420. 

—  Copia  de  uma  carta,  de  S.  Vicente,  do  irmão  José  de 
Ancliieta  para  o  Padre  mestre  Diogo  Laynez,  preposto- 
geral  —  16  de  Abril  do  1563,  dando  noticias  do  Brazil  — 
Vol.  2  pag.  541. 

—  (48'')  do  Padre  António  Pereira  de  Souza  Caldas  —  Vol.  3 
png.  144  e  216. 

—  do  Padre  Joseph  (Anchieta)  da  Bahia  de  Todos  os  Santos» 
escripta  em  Julho  de  1565  ao  Dr.  Jacomo  Martins,  Pro- 
vincial da  Companíiia  de  Jesus  —  Vol,  S»  pag.  248. 

—  de  Henrique  Dias  —  Vol.  3^  pag.  258. 

—  Copia  de  uma  carta  do  Padre  Leonardo,  escripta  de  S.  Vi- 
cente a  23  de  Junho  de  1565—  Vol.  4»  pag.  224. 

—  Da  algumas  cousas  que  ião  em  a  náo  que  se  perdeo,  do 
bispo  para  o  nosso  Padre  Ignacio,  copiada  do  Registro 
das  cartas  Jesuíticas,  manuscripto  da  Bibliotheca  Publica 
do  Rio  de  Janeiro,  pelo  Padre  António  Blayques— Vol.  5<> 
pag.  2i4. 

—  Copia  de  uma  carta  do  Paire  Manoel  da  Nóbrega,  que 
escroveo  ao  lUm.  Cardeal,  de  S.  Vicente,  1«  de  Junho  de 
15150— Vol.  5^*  pag.  328. 

—  do  meátre  João,  Physico  de  El-Rei,  para  o  mesmo  Senhor, 
de  Vera  Cruz  ao  l*de  Maio  de  1500— Vol.  5«  pag.  342. 

—  que  o  Padre  Manoel  da  Nóbrega,  proposto  provincial  da 
Compan  lia  de  Jesus,  no  Brazil,  escreveo  ao  Padre  mes- 
tre Sim&o  em  1549  (Noticias  da  Bahia)— Vol,  5*  pag.  429, 
433  e  433. 


?ii  ?:rr!?TA  !*:•  instituto  histórico 

Oaur«tt — »   r*i*irs   áB   Góes  para    El-Rei.    Da  Tilla  áa 
3ULiàft  a  &  K  Akrsi  de  1554^VoL  b*  pag.  443. 
~    hl  Pai?»  Nj*ir-!ra.    iAfido  noticias    do  Brasil— Vol.  > 

—  hl  rat?*  AZ'L.11^:  Pi?s5,  ds  âO  de  Agofto  de  1S5I,  daa&o 
HKisna^  àí  Psaasiioai»— Voi.  fl^  pag.  Í6. 

^    L7  ?%  SY  S.ãraca.  damia  de  Pemambaeo,  da  1551  ^ao^ 

—  .•  .11:1??   laúfi.  diada  de  33  de  Abril  de  ISSB.  pira 

—  ^  Ilas^ieMB  S^f^ra  aurtrudo  ili«Jui  de  sv  adaittíiA 
isa  SiKiiiièaÃí  Sea^c— T.:4.  -:   pag.  36?, 

—  T-ii  JaTiara  Âí  S.  Fa-sb  ao  úefivrcadur  do  Es^ads  io 
Bírajc:  r.  .Vi:    5*  ^^«Bway,  de  a>^  JaaeiíD  ée  i  «H, 

*)ãca»— Vil.  "i^  p«r.  33. 

— ^    JíkTQki  m  Irosb»  fiar— in— '^*'    â] 

—  Jiar^iâ  w  ^. -Tornai:?  e  4 
a^r-*  ?tLTi 

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Vol.  cT  poif .  ÍT. 

—  im  aacanrtpa»  ranasT*  Cana  ao  SeaaAiNr  CàMtàádo 
>leoie>  de  .viflieiía  e  p^r  esâe  ipriwnmli  aa  Inetitato— 
Vol.  4^pag.  Ir». 

DKlara^ioo  de  Ia  ioccrtoa  chmliaBa  iTkmÉBiia  pelo  Dr. 
ABi-aJo  JoanViai  de  >lwie  Oiawl    ¥ol>  dSpay.  leo. 

—  I>o^  '3ov«nndor  ij  BtibblID.  DeaitodaOaitt  e  do  :• 
Bispo  ÍQ  SalTadúT  D.  Píéed  FlarBaoda«  SaidiB':.a,  ae- 
rjmalo-se  rec-pieieiwte  peranie  a  Gèrte  de  Lial»a— 
Tomo  49  Toi.    i *  pag.  35$. 

—  do  Seo^r  D.  Pedro  I  a  wm  filho  D.  Bedio  IL  datada  de 
16  de  Abril  de  :â32.  de  Angméo  líwrei— u— Voi.  55  pag. 
.-^56  i2*  partem 

—  De  D  Aoiré  Lamas  s^hre  a  Lei  da  extioecio  da  eserayi- 
dio^VoL  57  pag.   \jõ. 

—  Do  Dr.  Carlos  F.  tod  Martiiis,  cootendo  observações  sobre 
botaalca.  rocabnloe  tupys  e  oiéea  das  tribos  ameríca- 
naa— Vol.  5d  pag.  59. 

*—  De  D.  Pedro  II  ao  V.sooade  de  Itaúna  Súbre  a  mudança  do 
Mioisteho— Vol.  64  pag-  SOI. 

•-  relativa  ao  trabalho  BMUm  o  oatros  doeomentos  referen- 
tes á  Igrctja  tírazileira— Vol.  04  pag.  217  (^  parte). 

<«-    Vide  Diversoê, 
Our iia  ir«ra4  aoBpsixil-^aioeer  sobre  o  proieetoapre- 
seatado  pelo  Estado  Maior  do  Exereito— Vol.  14 pag-  170. 


índice  dos  TOLimiES   1    A  67 


325 


Oai>ta  i-e^-ia  —  D6  12  de  Juaho  de  179^  sobre  a  fundação 
de  tiíóíi  compaoliia  ptii-a  escavíição  de  minas  de  cobro  e 
ferra  na  CapilaDia  da  Bahia— VoL  4'^  pag.  40:i. 

—  de  10  de  Maio  de  1753^  a  qual  depois  de  relatar  03  serviços 
de  Pedi'0  Dias  Paeá  Lema  e  alí^ns  de  seo  pai,  ainda  não 
romuner:\do:3,  llie  concede  a  pensão  annutil  de  cinco  mil 
cruzados  por  trea  vidas,  e  contém  alguns  factos  interes- 
sa íUos— VoL  6«  png.  224. 

OartA  cie  ii^an<,'»  —  De  Juiz  ordinário  do  julgado  do 
Desemboque  prissada  ao  capitão  Manoel  Fârrreira  de 
Arauju  Souza  para  servir  cm  1821— Vol,  47  pí^.   117. 

Oa,rto«*i"up!iiív  —  Vido  Z^avríOí— Vol.  3:í. 

Oa^sa  da.  M:oedH.— Fundaf/âo  dada  Bahia— VoL33  pagJ23. 

Ontítlog^o  dos  doíumontos  mandados  copiar  pelo  S 'olior 
D,  Pedro  11— VoL  G7  pag.  ^{V'  parte). 

Ciitcclie^^e  —  Breveâ  reflexões  sobre  o  8\Ntema  de  cate- 
ohese,  poguido  pelos  Josuitas  no  Brazil— VoL  19  pag.  371L 

Oa^^alvu^c^o  —  V.   Multo  Grosso. 

Oei«râ<  —  Inforranção  sobro  os  portos  desta  Capiíania,  onde 
Be  podem  carre^far  as  embarcagõea  roaes  do  madeira  de 
CO ns t  r ucrõ  o — Vo  1.  6«  pn  g ,  498 , 

—  Creaçãoda  Villa  de  Aracaty— VoL  20  pa^.  170. 

^  Actas  da  Camará  do  Crato,  de  1 1  de  M^uo  de  1817  a  2'*  de 
Janoiro  de  1833— VoL  25  pítg.  43. 

—  Extracto  dts  assenta nien tos  do  antigo  Senado  do  Icó  desdo 
1738  até  183Õ,  Do  itmerario  do  presidente  José  ^íariano 
era  1832,  Breve  noticia  subre  a  capitulação  do  Juiz.  Dita 
sobre  a  raarc'ia  de  Tristão  em  IK2L  Dita  sobre  antigui- 
dade de  Cariri»  collígídaa  pelo  Dr»  Pedro  Theborge— 
VoL  C'5  paLí.  í  2, 

—  Auto  de  creação  e  levanlamento  da  povoação  de  S,  Vi- 
cente Ferrerdas  Lavras  da  Man^abeira  em  Villa.  com  a 
denomina ;ão  de  —  Villa  de  S.  Vicente  de  Lavras—  o 
creaçíiíj  da  i^umarca  do  C/ato  des iiembrada  da  do  Geará 
Grande -VoL  25  pag*  14:L 

—  Momoria  sobro  a  revulurâo  de  1821 .  por  Bm«  da  Costa 
Rubim— VoL  â^pag.  2Ql  {2^  pirte), 

—  Memoria  subro  esta  Capitania  p  jr  Luiz  Barba  Alardo  de 
Meíiezes— VeL  34  pag.  855, 

—  Regiijto  dos  autos  d:(.  creação  da  Villa  de  Mooto-mór  o 
novo  do  Grão  Pará— VoL  35  pag.  13  L 

—  Documentos  para  a  revolução  de  1H17— VoL  37  pag.  123, 

—  Documentos  para  a  revolução  do  Ceard  ©m  1817  —  VoL 
:^7p8g,  123,  voL  38  pag.   15 >. 

—  Vide  Cartas  de  GedeoQ  Morrina  de  Jonge  —  VoL  58 
pag.  §37. 

— »  Expedição  em  auxilio  do  Pinul^y  e  Maranhão  por  occa- 
flião  da  loiependeneia  do  Brazil  —  Vi  d.  iS  pag.  235, 

—  Execução  de  Joaquim  Pinto  Mndeirai  chefe  da  revolução 
em  1S31  —  VoL  50  pag.  Pi5. 

—  Letreiros  antigos  r  Noticias  sobre  os  caracteres  do  Serroto 
da  Rola  —  VoL  56  pag.  407. 


IlliO  nUVlHTA    DO  INSTITUTO  HlríVjí^-jZl 

l*oii.PÍli        Julio  critico  Mobro  a  bíitorU  4o  Osskrk,   àiZ^. 

'VvUWo  fio  Alonoar  Ararl|>e  (  carta  do  3iarL>  HrcMo.  et 

Mollo  )  Yot.  M»  |UK.  2\\   {W'  parta ;. 
-     hoaoiMKâo  goDKraphIca  abreviada  da  Capr»&ila  i:  C-t^íj^ 

|»olo  roíMuol    \utonli  Jofâ  da  Silva  Paole;  —  '•:..   •:.. 

i»^*!».  í » \l^  i»iU'tt»)  o  100  (i*  parto ). 
i  U»u(%«tiui*Uft      lu  degoobrlmonto  da  America  — Vj^.  :.! 

(Hl  dons>br(uUM\tvt  do  Urazll  ~  Vul.    fK)  pag.  3í^j  t  Zzi 

i  \'-'  \^%vi^  )  o  vviL  rta   Huup.    nag.  i4  {  ^*  parte  >. 

K' vi\>«\vtM'im0uio  do  oaialnlio  das  Indiaa— Vol.  61  par- 

IV  ('i^utoum  \K  I^Ht^)  do  Alcântara  ;  dos  padres  António 
\\^vv»H^  o  .W  \i^  Vuohlota  -  Vol.  íK)  pags.  'S^íj  e  331  (i" 

v\m\uu^Ux^^«;<\v^  dv>  otMitonario  do  Claodio  Manoel  da 
v\s«u   \Mu    4  sL'    lulho    do    18S0   —    Vol.    53    pag.    7 

U\*\n^'Mxv  do  iiisw.ii  luw  ooutonarloa  de  1000,  1700  e  1800— 

t 'l%i*l««««%  a\«\  s%l%%iuU.%    -  iVrauto  a  civillsaç&o. 

lM«>^i\*««'  hK'  x^'    \h\>sU^  \avuuonto  uor  oooaii&o  do  4<>oen- 
^M^^ví^i  sko  xW«vNi'UUouu*dA  Vmorloa—  Vol.  55  pag.  15 

v^H  \  \  .1^  ;'     \U\auu^  K'   MiiiN)\uui  do  (^irvalho  sobre  este 
xi\-x  ^i-N»       \v*:    >^  imjcí,  i>»i>  ^»  :í:\)  [  V*  parte  ). 
\)xM\^v^i^  ^\«Kv.tNM^  luU  om  »iM«Ao  do   Vi  de  Outubro  do 
U^^*  ^ví     V     'A^WHWv*  \\uUUo   -Vol,    Oií  pag.   39  (2«^ 

\  ^\\\*\\\s\\^%\       iV  ^\«i««'  do  IHà^  \  a)HHkodUv  )  polo  Or.  Diogo 

^  IU«i\l««  %0%t%H\l\^ui««l%%  UoUv^^o  UUIorioa  da  occulta 
o  tiM^l^  y  '\\\s\As^  .%oVviuUMU(;a«  MUU  luoradoMs,  que  80 
tV^«>«»uu^«  >«o  i^uus»  do  IVvl  UAI  «ortvVsi  do  Urazil  —  vol.  1 

(HM      \  ^1 

\\i>iii  mil.  i.ii  dt  v^^u^utou  do  uma  aiiiiKa  |H)voac&o 
Umm  I  u^i-i.  uvi  ÍMhoi'U«v  d  i  ISvviuoU  d.«  Mioad  Oeraes, 
|iv|.i    NUhtt    Muuiul    Ho.lrij}Uiii   do   Olivoíra— Vol.     3 

{i«0       •*'  •    \  *  '   iKUlO  ) 

i-4ru  dit  ÉKtMKi  (Uirrt^po idontu  C.>nogo  Benigno  José  de 
(\ii\4Ut01t  (uuUa,  trataudu  da  Cliade  abandonada  nos 
éuiUiun  d.i  UaUia  -  Vul.  4*' pag.  3(^. 
r\iV(0«|iiiudtíaoÍa  do  Oouogo  Aonlgno  Josô  de  Carvalho  e 
\  UI1U4  uai'-u|iadu  niNi  sortòos  da  Kahia  no  descobrimento 
diuUoidado  -  Vut.  (>  pag.  3'^'».  vol.  7  pag.  10:^. 

|^li%«l%>  %lo  <4iitttili*ii.  —  Vol.   IH  pag.  V77. 
^UlUi)    tiulflllciMln  4%  InMorlpv^e»   lapida- 
Viiv  '  Mtiiuuria  por  Tristão  do  Alencar  Araripe  —  Vol. 


índice  dos  volumes  1  A  G7  327 

Gi0platiaa— Recordações  históricas  qae  se  prendem  á 
campanha  de  1827,  na  guerra  travada  entre  o  Brazil 
e  a  Republica  Argentina  sobre  a  questão  da  Pro- 
vinda Cisplatina  —  Vol.  23  pag.  497  —  Vide  a  errata  á 
gag.  751. 
.elação  da  prata  e  ornamentos  perienoentes  ao  saque 
feito  aos  insurgentes  nos  povos  do  lado  Occidental  do  Rio 
Uruguay  em  1817—  Vol.  30  pag.  209. 

—  Reminiscência  da  campanha  de  1827,  pelo  Coronel  A.  A. 
F.  de  Seweloh  —  Traducção  do  Dr.  Thomaz  Alves  No- 
gueira —  Vol.  37  pag.  399. . 

Oolle^ríocle  X>  rodro  II  —  Origem  deste  collegio. 
Memoria  lida  pelo  sócio  Francisco  Manoel  Raposo  de  Al- 
meida—Vol.  19  pag.  528. 

Oolonia;  milita;!*  —  Plano  de  uma  colónia  militar  no 
Brazil,  por  José  Joaquim  Machado  de  Oliveira  —  Vol.  7 
pag.  240. 

Oolonio;  do  Saerameuto  —  Extracto  da  resposta  que 
Alexandre  Gusmão,  secretario  do  Conselho  Ultramarino, 
deu  ao  Brigadoiro  António  Pedro  de  Vasconcellos  sobre 
o  negocio  da  praça  da  Colónia  —  Vol.  I  pag.  334. 

—  Documentos  que  lhe  são  relativos —  Vol.  31  pag.  161, 
205  e  350. 

—  Relação  da  conquista  desta  Colónia,  pelo  Dr.  P.  Pedro 
Pereira  Fernandes  de  Mesquita  —  Vol.  31  pag.  350. 

—  Documentos  relativos  a  esta  Colónia,  Montevideo,  Buenos 
Ayres  e  prisão  de  fabricantes  de  moeda  íálsa  —  Vol.  32 
pag.  5. 

—  Memoria  do  assedio  e  rendição  da  praça  em  maio  de  1777, 
pelo  Bacharel  Pedro  To rquato  Xavier  de  Brito  —  Vol.  39 
pag.  277  (2*  parte  ). 

Oolonio;  de  S.  I*edi'o  de  AlcantafO;  —  Memoria 
sobre  esta  Colónia  allemã  estabelecida  na  Província  de 
Santa  Catharina,  escripta  e  oíferecida  ao  Instituto  pelo 
Vigário  Joaquim  Gomes  de  Oliveira  Paiva  —  Vol.  3 
pag.  504  (2*  serie  ). 
Oolonii^a^çâo  —  Discussão  histórica. 

O  que  se  deve  pansar  do  systema  de  colonisação  adoptado 

pelos  portuguezes  para  povoar  o  Brazil  ?  / 

Ponto  desenvolvido  em  sessão  de  16  de  Junho  de  1871  por      /  f 

F.  Ignacio  Marcondes  Homem  de  Mello  —  Vol.   34  pag. 
102  (2*  parte). 
O  mesmo  ponto  desenvolvido  em  sessão  de  14  de  Julho  de 
1871  pelo  Dr.  J.  C.  Fernandes  Pinheiro  —  Vol.    34  paar. 
113  (2*  parte). 
—    Serviço  da  colonisaçâo  no  Brazil  —  Vol.  56  pag.  125  (2!^ 
parte). 
Oometo;  —  Memoria  sobre  o  cometa  visto   em  Março  da 
1843  no  Rio  de  Janeiro,  por  Maximiano  Ant.  da  Silva 
Leite— Vol.  5pag8.  207 e 379. 


.128 


nnVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


í?»»  lUiulo — NoticKi  gubre  e  ta  commiêtflão,  por  Hên- 
vi<\m  Rí*lT»rd  —  Vol .  tvi  p\g.  I4ii  (á*  parte), 

Ck»tuiiii«^>«âo  Moientlfion  —  Nomeação  do  uma  eom- 
missão  seientifiea  do  otiKeoheiro^i  o  n.Ltiiríil)8t.ífc«  eocarro- 
^atti  d^o^plor&r  o  ioterior  de  aUar7;&s  provim^ia^  moaoi 
c  s  e  r>rmar  p%vn  o  Museu  Nacioml  colleoçíJes de 

;  doi?  reino»  orgânico  e  inorgânico  —  Vol,    iò 

{  fiupi».  )  pags.  12,  18,  2K  36,  43,  7õ,  HiK  iH  ;  vol.  âl 
píig.  A9^  ;  Tol.  M  pa#r.  73  •. 

Oonimuiileci/çuo  —  Abortun  da  commQQloaçâo  oõmmor- 
líiaI  ontr-o  o  dUtricto  do  Cuyabi  e  a  Ctdado  do  Parë  por 
meio  da  navegação  do8  rios  AriDo.i  e  Tapujôs,  empr^beo- 
dt  \\  cm  Seteml>ro  do  I8r^  o  i^^Uiznida  ern  18i:i»  pelo 
reiíceWi)  daa  pessoas  quo  nessa  dili^^^^uacia  mandou  o  gover- 
nador e  capitio  í^^onoral  da  Capitania  du  Matto  Gi-osso  — 
Í)ÍArÍo  doH*  viagem  —  \\>{  31  psig,  107. 

—  Resposti  dada  ora  ls47  ao  Proãi  lento  da  Província  do 
Par;l  pelo  Tr*n**file  coronel  António  Lariislào  Monteiro 
Bi  'ni.  sr^brea  coranauQÍcaç?io  mercantil  entre  a  dita  pro- 
vi ona  e  ade  Ooyaz  —  Vol.  3  pag.  80  {  /»  sorle  ). 

^  Entre  a  cidade  da  Bahia  o  a  \  Ília  do  Joazeíro  pelo 
enjrentií^iro  André  Przewniosvsky  —  Vol.  iOpaK.  374, 

Otiniimiiltia.  <le  Oomniereio  <lo  RrttKil  ^^  Re- 
presentavão  que  ftzoráo  os  povos  de  Portugal  juntos 
em  tortos  contra  a  companhia  do  oommorclo  do  HrazU 
Vol.  ^"i  pag,  459. 

rk»nJut'ftçÍko  minei  rn.  —  Conspiração  em  Minas  Geraei 
em  lT8>i  para  a  Indepondeneiíi  do  Braxil  —  Vol.  8  pag* 

—  Sf^utí^nça  proferida  contra  oa  réo§  implicados  nesta  ooo- 
juração  om  1789  —  VúL    8  pag    3tl. 

—  BitTictjíí  da  correspondência  de  Tliomaz  Joflfar.^on,  acerca 
da  revolUQ^  do  Minis  Gjru^íi^  da  independência  do 
Bri/.iU  tratados  de  cx>i>  Ác --  Vol.  3  pag.  20d. 

—  Documentos  sobre  a  >  j  uj  do  Tiradentes,  o^rre* 
spo  dencia  do  Vice*Rei  Luiz  do  Vasconoellos  com  o  Mi* 
n  stro  —  Vol.  30  pag.  ]9i). 

—  C'>rr'?3poQdoncia  oíll^ial  do  Vioe  R'3i  Luiz  de  "^  -los 
aoorca  da  coajuração  que  tevo  logar  na  '  do 
Mtna.1  Troraes  êni  178'J  — Vol.  3:.*  pag,   itU. 

—  Cartas  do  Condo  Keiendo  em  U  de  Março  e  23  de  Outu- 
bro de  I7l»i>3obrea  conjurnçaode  MinaJ— VoU  37  paga*  G 
o  ití. 

—  OfYleto  f  cópia )  do  Tf scofide   do  Barbacona  dando  cont& 

io   haverem  abortado   os    plano^j  de  Tiradeatas   e   aeos 
áu*  ios  —  Vol.  40  pag.  157, 

—  O  Tiradeotee  powite  os  hUtotiadores  oculares  do  soo 
tem  pospor  Joaqoim  Korberto  de  Souza  e  Silva  —  VoL  1  i 
Pãg.  131. 

—  Memoria  do  êxito  que  teve  a  ooi|Jaf«õio  de  Minas  edos 
f)icto8  relativos  a  oUm  — VoL  44  pag.  UO. 


índice  dos  volumes  1  a  G7       329 

Oojij  uPAÇilo  mineira.— Últimos  momentos  do4  iDcon- 
íldent.ed  de  H  89,  pelo  frado  que  os  assistiu  de  conâssao— 
Vol.  44  pag.  Kil. 

—  Pretiio  de  uma  traição  (Joaquim  Silvério  dos  Reis  )  — 
Vol.  55  p:ig.  403. 

—  iQconftdeacia  mineira  pelo  Barão  Homem  de  Mello  — 
Vol.  r>4  pag.  85. 

—  Inventario  e  partilhas  dos  bens  deixados  por  D.  Anna 
da  Encarnação  Xavier  sendo  inventariante  seo  marido 
Domingos  da  Silva  dos  Santos,  pais  de  Joaquim  Josô  da 
Silva  Xavier,  o  Tiradentes^  Vol.  66  pag.  íí85  ( 1* parte). 

Goní$elli.o  dle  Fuzendu;  —  Chronologia  do  pessoal  que 
nos  diversos  tempos  compoz  o  Tribunal  do  Consolho  de 
Fazonda  —  Vol.  21  pag.  177. 
Cornstituivúio  politica;  —  A  Constituição  do  Brazil  — 
Noticia  histórica  lida  pelo  Dr.  Moreií^a  de  Azevedo  — 
Vol.  32  p.ig.  71  (2*  parte). 

Oontra.l3a;n<lo  —  Alvará  de  5  de  Janeiro  de  1758  provi- 
dencidudo  sobre  extravios  de  ouro  e  outros  contrabandos 
no  Estado  do  Brazil  —  Vol.  (>  pag.  812. 

Oon^entoj!)  —  Descrip^ão  do  Convento  da  Penha,  na  Pro- 
víncia do  Espirito  áanto,  pelo  coronel  José  Joaquim  Ma- 
chado de  Oliveira  —  Vol .  5  pag.   113. 

—  Fundação  dos  do  Rio  de  Janeiro  —  V .  Almanac  —  Vol . 
21  pag.  5. 

—  Apontfímentos  histórico:?  sobro  a  Ordem  Benodictinaem 
geral,  e  em  particular  sobre  o  Morteiro* de  N.  S.  do  Mon- 
serrate  da  Ordem  do  Patriarcha  S.  Bento  tia  Cidadã  do 
Rio  de  Janeiro  —  Vol.  35  pag.  ::^49  (  2^  parte). 

—  Extracto  de  um  mappa  das  ordens  monásticas  e  Toligio* 
sas  da  Capitania  do" Rio  de  Janeiro  —  Vol.  46  pag.  187. 

—  Resposta  a  um  artigo  do  «  Jornal  do  Commercio  >  sobre 
a  intorvenção  do  Instituto  para  consorvação  do  Convento 
de  Santo  António,  caso  se  tenha  de  arrasar  o  morro 
sobre  o  qual  se  acha  o  me^mo  convento  —  Vol.  53  pag. 
460  (2* parte). 

—  Os  Claussroi  e  o  clero  no  Brazil,  por  José  Luiz  Alves  — 
Vol.  57  pag.  1  (2^  parte  ). 

Oorreio  —  Plano  económico  e  provisional  para  estabeleci- 
cimento  do  correio  da  Corte  para  a  Cidade  da  Bahia  — 
Vol.  7  pag.  464. 

Onculiy  —  Significação  deste  termo  —  Vol.  5G  pag.  41 
(2^  parte  ). 

Defbi^a  —  Do  Conselheiro  Manoel  Francisco  Correia  à  cen- 
sura que  lhe  foi  feita  por  haver  pedido  aposentadoria  — 
Vol.  03  pag.  281  (  2^^  parte  ). 

Deposito  —  V.  Arca  de  sigilío. 

r>eseol>x-imeiito  da»  jVmoi-ica,  —  Quarto  centená- 
rio —  Vol.  55  (supp.) 

I>eâoolbY>iiiieiito  do  Bi*a,zil  —  Quarto  centenário  — 
Vol.  62  —  Supp.  e  pag.  24  (  2*  parte  ) . 


330 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


l 


I>e'!?c<>l>i'l mento   dr»  ea^^iiiiilio  <Itv^   XiictiiiS  — 

Voh  r»i  pag*  5»8. 
l>fiitun,nte**—  Cartas  ao  Conde  de  Rezende  sobre  romessa 
e  appreheD3io  de  diamantes  —  Vol.  37  pag.  18. 

—  Histórico  do  sua  djscjb^rti  —  Vgl,  03  pag.  305, 
]>ÍeeÍoiin.i*lo  topograpluc:»  da  Provi  Qcia  do  E^^pirito  Santo, 

por  Braz  da  Goata  Rabini  —  VoL  35  pag.  597. 

—  Parecer  acorca  do  plaoo  do  Diccloíiario  Histórico  e  (^m- 
graphico  da  Província  d>D  Maranbã:),  pelo  X^^.  César 
AugTisto  Marques  —  VoL  33  p.ig.  40S  ( S-*  parte  ). 

—  Parecer  sobre  o  Diccionai-io  Topa^raphico  da  Província  de 
Pernambuco,  por  Maooel  da  Costa  Honorato  -^  Carta  do 
autor  sobre  este  parecer  —  Vol.  34  pags.  353  e  357  (  E* 
parte). 

-»  Apontamento  par»  o  Diccionado  Corograpbico  de  Matto 
Grosso*  pelo  Barão  d^^  Melgaço  —VoL  47  pag,  307  (  2* 
parte  ). 

—  Histórico  e  Oeographico  das  Campanhaa  do  Estado  Ori- 
ental do    Uruguay   c    Paraguav   —  Vol.    r>}    pag,  197 

—  Da  liogua  gorai  do  Brazit  —  VoL  54  pag.  185  —  V. 
(  2"  parte  ).   Vocabular  o. 

Oio^o  Alvure*4  —  "V-  Caramurtj, 

iMploEtiaeiti  —  Historia  diplomática, 

Relatori  I  do  rainialro  doa  eistraogeiroa  Francisco  Carneiro 
de  Cirapos,  apresentado  em  H  de  Abril  do  1831  —  VoL  04 
pag.  187. 

—  O  primeiro  relatório  do  Ministério  dos  Negócios  Estran- 
goiroa  —  VoL  05  pag.  3DI  {  2^  parte  ). 

—  A9  primeiras  negociações  díploraaticis  re3pecti?at  ao 
BraziL  por  Frincisco  Adolpho  de  Varnliagen  ^  VoL  65 
pag.  427. 

Oireoii  (  Thoraaz  Gonzaga  )  —  Dapoimontos  para  o  seo  casa- 
monto  —  VoL  55  pag.  36L 

—  V.  Conjttrfíção  mineira, 

Oiniiuctivo  —  Proposta  pira  que  se  estabeleça  ura  disUo- 
ctlvo  para  os  sócio»  do  iQâtltuto  —  VoL  53  pag»  394  ; 
VoL  59  pag.  277  (  2*  parte  ), 

—  Medalba  para  ser  usala  pelos  sócios  nas  solemnidaJes 
dolDstitutoeaíásociaçOea  scientiíicas  —  VoL  65  pagí,  517, 
o  53í;  (  2'^  parte  ) . 

X>lNtrleto  I^etlerul  —  Parecer  sobre  a  Historia  do 
Díitrícto  Fodenl,  escripta  pelo  l>r.  FoUsbello  Froire  — 
VjL  t;5  pags.  408.452.  1^9    (2^  parte), 

I>lvepiao«  —  Eecordat;ã'j  mõmoravel  da  pessoas  illustroa 
(juo  servtrjlo  á  gloria  deste  paiz  (  Brazil  )  at'}  a  época 
de  1710,  pelo  Conselheiro  Baltliazar  da  Si^.va  Liaboa  — 
VoL    5  pag,  4>0, 

—  Cópia  !1ol  do  titulo  de  Tatiuei  Pompeu,  que  fez  Pedro 
Taqueodo  Almeida  Paes  Leme  pelo  anno  de  17'»3,  e  tiue 
se  scha  em  podor  de  Joio  Pereira  Kamos  de  Azeredo 
Coutinho  —  VoL  18  pag,  190. 


330 


RBVISiTA   00  INSTITUTO  HISTÓRICO 


? 


De*^e€>l>rl mento  do  eii.*iiluUo  cla*^  Iaclici.s  — 

Vol.  <il  pag.  5U8. 
J>fii'iuf^iite^—  Cartas  ao  Conde  de  Rezende  sobre  reme33a 
e  appreheoaáo  de  diamantes  —  VoL  37  pag.  18, 

—  Híatorico  áa  aua  d^scjb^rti  —  VoL  63  pag.  305, 
X>icoioimrlo  topagrapliici  da  Proviocza  da  Estpirito  Santo, 

por  Braz  da»  Gosta  Rubini  —  Vol.  2ò  pag,  597. 

—  Parecer  acerca  do  plano  do  Diccioaario  Histórico  e  Geo- 
graphico  da  Província  do  Maranhão,  pelo  Dr.  César 
Augusto  Marques  —  VoL  33  pag.  403  ( 2*  parte  ), 

—  Parecer  sobre  o  Diccionario  TopogTaphUso  da  Província  do 
Pernambuco,  por  Manoel  dn  Costa  11  onorato  ~~  Carta  do 
autor  sobre  este  parecer  —  VoL  34  pags.  353  e  357  (  2* 
parte ). 

—  Apontamento  pai^  o  Dicciaaarío  Corograpliico  de  Matto 
Grosso,  pelo  Barão  do  Melgaço  —VoL  47  pag.  307  (  2*^ 
parte  ) . 

—  Histórico  e  Qeographico  das  Campanha» do  Estado  Ori- 
ental  do    Uruguay    e    Pdraguay   —  VoL    50    pag,  197 

—  Da  língua  geral  do  Brazil  —  VoL  54  pag.  185  —  V. 
(2*  parte  )t   Vocabular :o, 

I>Io^o  ^Ivitt-e^  —  y,  Caramurú, 
lilplomnciti   -  Historia  díploraalica* 

Relatori  I  do  rainistro  dos  estrangeiros   Francisco  Carneiro 

de  Campos,  apresentado  em  22  de  Abril  de  1831  —  VoL  64 

pag.  187. 

—  O  primeiro  relatório  do  Ministério  dos  Ne;íocios  Estran- 
geiros— VoL  05  pag.  391  (2*  parto). 

^    As   primeiras    negociações    diploraaticis    roípoctlvas  ao 
Brazil.  por  Frmcisco  Adolpho  de  VarnUagen  —  Vol,    ôri 
pag.  427. 
Dlrceii  (  Tlioraaz  Gonzaga  )  —  Dí3poiraontos  para  o  seo  casa- 
mento —  VoL  5'»  pag.  361. 

—  V.  Conjittação  mineira. 

DlHtiuetivo  —  Propost:i  para  que  se  estabeleça  um  distin- 
ctlvo  para  os  .rocios  Jo  Inatituto  —  VoL  ^'S  pag.  ^^91  ; 
VoL  50  pag.  tri  {  íf*  parte  ). 

—  Medalha  para  ser  asada  pelos  sócios  na^  solemnidaJas 
do  Instituto  e  associações  seientificas  —  VoL  6"»  pag-s.  517, 
e  52ii  {  2*  parte  ). 

I>lHtrÍetí>  F^ederal  —  Parecer  sobi-e  a  Historia  do 
Districto  FoderiL  escripta  psjlo  l»r,  Felisbello  Freire  — 
VjL  Ii5  pags.  408,452.   i59    (2-  parte  )- 

I>lvcp«a^  —  Recordação  memorável  da  pessoas  illustrãs 
que  servirão  á  gloria  deste  paiz  y  Br:izil  )  at'}  a  ópoca 
de  1710,  polo  Conselbeiro  Balthazar  da  Si'va  Lisboa  — 
VoL    5  pag.  420, 

—  Cópia  fiel  áú  título  de  Taquei  Pompeu»  que  fet  Pedro 
Taquesdé  Almeida  Paes  Leme  pelo  anno  de  17f;3,  e  que 
te  acha  em  poder  de  Joio  Pereira  Ramos  de  Azeredo 
Coutinho  —  VoL  18  pag.  190. 


índice  dos  volumes  1  a  67  331 

JDiversos— Documentos  relativos  a  João  Pereira  Ramos  de 
Azeredo  Coutioho  e  seos  irmãos  sobre   os  seos  serviços 

—  Vol.  22paif.  451. 

—  Relação  do  que acon  teceo  aos  dozembargadores  portuguezes 
c  castelhanas  no  sertão  das  terras  da  Colónia  ;  opposição 
que  03  Índios  lhes  fizerão  ;  rompimento  do  guerra  que 
houve,  e  de  como  se  aplanarão  todas  as  difâculdades,  por 
Félix  Feliciano   da  Fonseca  —  Vol.    23  pag.  407. 

—  Memorial  das  mercês  que  se  não  âzerão  e  das  que  se 
desâzerão  a  Bernardo  Vieira  Ravasco,  irmão  do  Padre 
António  Vieira,  Secretario  de  Estado  do  Brazil  —  Vol. 
23  paff.  423. 

Considerações  sobre  o  estado  de  Portugal  e  Brazil,  desde 
a  sahida  de  El-Rei  de  Lisboa  ató  ao  presente,  indicando 
algumas  providencias  para  consolidação  do  reino  unido 

—  Vol.  20  pag.  145. 

—  O  padre  o  o  medico  —  confronto  entre  os  dous  —  Vol.  31 
pag.  436  (2*^  parte  ). 

—  Noticia  acerca  da  introducção  da  arte  lltographica  o  do 
estado  de  perfeição  em  que  se  acha  a  cartographla  no 
Império  do  Brazil,  lida  paio  Bacharel  Pedro  Torquato 
Xavier  de  Brito  —  Vol.  33  pag.  21  (  2*  parte  ). 

—  Correspondência  da  Corte  de  Portugal  com  o  Brazil  acerca 
de  diversos  assumptos. 

—  Conjuração  Mj neira. 

—  Apprehensão  de  diamantes. 

Rompimento  com  a  Nação  Franceza  e  protecção  a  João  Manso 
Pereira  para  fabricação  de  as  ucaf,  aguardente  &  —  Vol. 
37  pag.  5. 

—  Cartas  dos  padres  da  Companhia  dos  primeiros  annos  da 
Colónia  —  Vol.  43  pag.   81. 

—  Prec€S  em  desaggravo  por  sacrilégio  —  Vol.  46  pag.  183. 

—  Tinta  sobre  a  farinha  das  roças  aos  moradores  da  Capi- 
taniiA  do  Rio  Negro —  Vol.  40  pag.  185. 

—  Distincção  entre  vassallos  europeos  e  vassallos  americanos 

—  Yol.  40  pag.  237. 

—  Systema  preventivo  da  metrópole  contra  o  Brazil  —  Vol. 
40  pag.  239. 

—  Diversos  objectos  encontrados  nas  excavaçõas  para  as 
obras  a  cargo  da  Associação  Commerclal  dq  Rio  de  Janeiro 

—  Vul.  40  pag.  591  ( 2'^  parte  ). 

—  Rendimento  dos  empregos  e  offlcios  das  diversas  reparti- 
ções da  cidade  do  Rio  de  Janeiro  nos  tempos  coloniaes  : 
offlciodo  Vice-ReiLuizde  Vasconcellos— Vol.  51  pag.  157 
(2*  parte). 

—  A  tenda  do  guerreiro  —  Canto  épico  por  Joaquim  Nor- 
berto de  Souza  o  Silva.  —  Vol.  52,  pag.  1. 

—  Epilogo  Académico  ^Noticia,  sobre  um  facto  occorrido  em 
S.  Paulo  entre  os  estudantes  do  curso  académico  e  do  curso 
de  preparatórios  e  o  Presidente  da  Província,  Coronel 
Joaquim  José  Luiz  de  Souza,  no  theatro  da  Capital, 
na   noite  do    15  junho  de  1843.  —  Vol.    53,  pag.  257, 


332 


REVISTA    DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


r>ivcr80N  —  Urna  Flneraria.  —  Noticia  sobro  orna 
urna  ladigeaa  encontraia  soh  uma  antiga  casa  da 
praia  de  S.  Christovao  com  ossada  do  itmiodio,  —  VoL 
53,    pag.    343. 

—  Commentarios  de  Álvaro  Nunes  Cabeça  do  Vaoci,  adelaii- 
tadoe  governador  <lo  Rio  da  Prata  ;  r^di^idos  por  Podro 
Fernandes,  ootario  e  secreUrío  da  prõviucia.  —  Vol.  56, 
pag.   193. 

-^  Impo  "tanto  documento.  Subsídio  para  a  l»i8f»ona  da  admi- 
nistração publica.  —  VoL  õO,  pa^^.  209  (2-^  parte). 

—  Douá  eriibaixadorea  man  lados  á  Babia  peio  liei  Da^foméi 
—  Re^iesíío  <lo  um  delles  para  a  Coata  da  Africa.  — 
Võl.  W,  pa^.  413  o  417. 

—  Reconstiti  K'Ão  DAM  FisASçxB  Brazileiras  —  Memoria 
ilda  Da  sessão  do  5  do  Setombro  do  IS97,  pelo  Ms<Mnd<.* 
Rodrigues   dt»  Oliveira.  —  Vol.    íV>,  pag,    2í.  (8»  parto). 

—  Explicaçíto  reclamada  pelo  3^  tomo  da  obra  do  Dr.  Joaquim 
Nabuco.  —  Lm  estadista  do  Império,  —  VoL  62,  pag.  137 
pag.   i:^7  (2*  parte). 

—  Explicações  roclaniadas  pelo  artisfo  bistorico  do  Dr.  Eu- 
napio  Deiró  publicado  no  Jornal  do  Commercio^  de  10 
de  Dezembro  de  1891?  (pelo  Conselheíi^o  Manuel  Francisco 
Corrêa K  -  VoL  62,  pag.  150  (2*  parte). 

—  Armações  para  a  pesca  da  baleia,  por  Luiz  Francisco 
de  Almeida  e  Sá.  —VoL  €2  (iiir.  18&  ( 2^  parte )- 

—  A  morto  do  com  mandante  francez  João  Duolero.^VoL  62, 
pag.  lã;,  (2'  parte). 

—  João  Ramalho  —  Proposta  para  avoriguar-so  da  aua 
existenci.t  no  Brazil  autos  d©  1500.  —  Vol.  62,  pag.  285 
(2*  partí>i. 

Pai-ecer  aobre  a  proposta. -*  VoL  («2,  pag.  2t>8»  C^*  parte). 

—  Noticia  sobie  núncios,  intornuncios  e  delegados  apus- 
tolicoa  quo  desio  180H  ató  bojo  (  1H08 )  repreãontaram  a 
Santa  Sé  no  BraziL  —  VoL  62.  pag.  251,  (íf  parte). 

—  Cântico  a  S.  A.  o  Sr.  marechal  do  eier.*ito  Conde 
d'Bu,  ex  commandiínto  em  chefe  do  exercito  brazileiro 
em  operações  no  Paraguay.  —VoL  r>2.  pag,  5,  (2* 
parte  ). 

J>l^l»ii.o  l^eele^lnstiea  —  V*  BranL 

llivifaiuo   tei-i*itot-ia.1  —  V.  BraiU. 

l>oouiuemto»  ollloiae^  —  Sobro  o  commercio  entre  o 
Pará  e  Matto  Grosso  e  sobre  as  comrauoicações  que  oon vem 
estabelecer  entre  aa  diver>as  capitanias  do  BraziL  — 
VõL  5,  t>a^.  76. 
^  Corte^pondeocia  oUcial  da  C^rta  de  Portugal  com  o» 
Více*Rejs  do  Eetado  do  BraziL  Conde  da  Caoba.  Ayres 
de  SA  e  Mello  o  Conde  do  Azambuja— 1766— 1768. — 
VoL  33,  pag,  24;í- 

—  Corrôfpooienoia  oúlcial  do  Vice  Rei  Conde  de  Rezende 
com  a  Carte  de  Liisboa,  acerca  de  um  projecto  de  revo* 
luçio.^VoL  3e,  pag.  285. 


índice  dos  volumes  1  .\  í  M 


333 


l>oouiiieiitow  oílleiftes  — Correspondência  offldal  do 
Conde  do  Rezende  cjin  a  Corte  de  Lisboa,  acerca  da 
devasm  a  quemaadoií  proceder  contra  o  b:icliarel  Mariano 
Josó  Pereira  da  Fonseca  i  Marquez  do  Maricá),  Maauel 
Ignacio  de  Azarabujri  e  outros. —Vol.  3:?»  pag,  2\n. 

—  Corres poedenci a  do  (onde  de  Rezende  cora  a  Corte  de 
Portugal,  acercada  frequência  no  porto  do  Rio  de  Ja- 
neiro do  navios  de  guerra  ioglezes,  —  Vol.  32,  pag,  295. 

—  Vice-Reinario  de  Luiz  de  Vasconcelloa.  —  Correspondência 
com  a  Corte  de  Lisboa—  17x8  —  1789.  — VoL  36,  pag.  135, 

—  Correspondência  do  Biápo  do  Rio  de  Janeiro  com  o  governo 
da  Metrópole  nos  annos  do  1754—  1«00  gobre  a  creaçilo 
do  novas  fregaezits  no  Bispado  do  Rio  de  Janeiro  ; 
sobre  a  esquadra  franeoza  no  Rio  do  Janeiro  em  1757 ; 
e  sobro*,.  —  Vol.  63,  pag.  39, 

—  V.  Caiaíogo, 

]  >om  Meeiro  sses'uii<l€>  —  Noticia  sobre  a  maioridade 
do  Imperador,  por  Tristio  de  Alencar  /iraripe.— VoL  44, 
pag,  167,  (2^  pai't3)* 

—  Vide  Pedro  O. 

Eelipee— Memoria  sobre  o  eclipse  do  Sol  de  15  de  Março  do 
1839,  pelo  capitão  de  fk*agata  MâxímiaDo  António  da 
Silva  Leite,  —  \'oL  1,  j^^g,  i'S, 

l^leU^Áa  —  Nas  sessõee  de  eleição  do  Institutc^  não  se  admite 
votação  por  moio  do  procuração,  E'  essencial  a  presença 
do  so<'io,  —  VoL  6J,  pag.  30!,  (2''  parte). 
^    V.  R(^iires''nU'ção, 

Elliiiiiiaça.0  de  uni  síocÍo  — V.  Socio^ 

£]l»Í'#:octlo   acíi,«leiiiio*>  —  V.   Diversos,  voL  53. 

.^Hoola  Norniíil  —Primeira  Escola  Normal  existente  na 
Capifcni  do  BraziL— VoK  62,  pag.   11,  (2'^  parte), 

1  %ae o  1  a  d e  p i  ii t u r a  —  Memori  a  sob re  a  a n  t i ga  esco la 
de  pintura  liumínense,  lida  peio  sócio  Manoel  tie  Araújo 
Porto  Alegro,  — Voi.  3'  pag^,  547. 

E*iaríwiclílo  noôra^ll— A  oxtincçâo  da  escravidão  no 

Brasil— O  jubileu  do  In-^tituto  Histórico.— VoL  51,  pag.  I7,^vljj 
^  Circular  cora  que  o  Ministério  dos  Estrangeiros  deu  co- 
nhecimento aos  representantes  do  Império  nos  paizes 
estrangeiros  da  promulgação  da  Lei  de  2H  de  Setembra 
de  1871  libertando  o  ventre  da  mulher  escrava,  — 
VoL  55,  pag.  259  {if*  parte). 
^  Carta  de  U.  André  Lamas,  sobre  a  L*3i  da  eitincção  da 
escravidão,  —  VoL  57,  pag.   155* 

—  Opinião  dct  ura  lirade  capuxinho  sobre  a  escravidão  no 
Braiií,  em  1794.  —  VoL  GO,  png.   155,  (2"  parto). 

l.i:acrii,voíH— Programraa  desenvolvido  pelo  cónego  Januário     1/ 
da  Cunha  Barboí*a  —Se  a  introducçio  de  escravos  afíi*     ^ 
canos  no   Brazil  embaraça  a  civitisação  dos  nossos  iadi- 
geoLis,  dísp:"Qsando-se-lhei  o  trabalho,  que  todo  foi  con- 
fiado a  oscravos  negros.    Neste  caso  qual  o  projuizo  que 
soffre    a    lavoura    brazilelra  ?    —  Vol.  1,    pag.     159, 


/^ 


1/ 


334  REVISTA  rO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

O  mesmo  programma  desenvolvido  pelo  sócio  José  Silvestre 
Rebello,  — -Vol.  1,  pag.  167. 

—  Fugidos  do  Pará  para  Cayena  e  relações  dos  padres  das 
duas  localidades.  —  Vol.  5G,  pag.  105. 

ISffiplrlto  Santo  —  Extt^cto  de  uma  viagem  feita  a  esta 
provinda  por  Manuel  José  Pires  da  Silva  Pontes.  — 
Vol.  1  pag.  345. 

—  Informagâo  que  Francisco  Manuel  da  Canha  deu  sobre 
a  provinda,  então  Capitania  do  Espirito  Santo,  ao  mi- 
nidtro  de  Estado  Autonio  de  Araújo  e  Azevedo.  —  V.  4, 

—  bescripgiio  do  Convento  da  Penha  na  província  do  Espirito 
Santo,  polo  coronel  José  Joaquim  Machado  de  Oliveira.— 
Vol,  6^  paK.  113. 

'—  Annua  da  niissSo  dos  Mares  Verdes,  do  anno  de  1624  e 
1()25  mandada  a  Roma  pelo  padro  António  Vieira.  ^ 
Vol.  T)»,  paff.  Sa")  o  339. 

—  Carta  notioTusa  de  D.  AíTonso  Braz,  de  1551.  —Vol.  6^ 
449. 

rovernador  d:\ 
do  ouro  nos  córregos  aa  estiíida  de  Minas,  como  de  ha- 


OflfoI 


iOio  do  governador  p:\rtidpando  nfto  só  conter  riqueza 


vot^em  Ires  fkmilias  de  Índios  puris  procurado  aldearem- 

10  Junto  ao  quartel  da  Villa  do  Prindpe.  —  Resposta  a 

osto  odloio  e  disoripç&o  da  estrada  para  a  Provinda  de 

Minas  )K>Io  Rio  Santa  Maria. 
MotlivàOi  dlroocão  o  obsorvavlio  da  nova  estrada  que  da 

Caolim>ira  ao  rio  Santa  Maria,  termo  da  Villa  da  Victoria, 

dOgue  p^^lo  sortlio  intermédio  á  Villa  Rica,  etc. 
Copia  do  oinolo  do  coronel  Ignaclo  Poreira  Duarte  Carneiro, 

do  7  do  Sanoiro  de  18:U,  sobro  a  estrada  desta  provinda 

l>ara  a  do  Minas  Ooraos. 
Dir^ooào,  medicÀo  o  obsorvaçiVs  da  nova  estrada  que  dos 

ii«ri(k«  da  povoacio  do  Vianiia  seguo  ao  quartel  de 

Ourtnn,  situado  na  nova  estrada  que  da  caonoeira  do 

rio  sauu  Maria  ^togue  a  Villa  Rica. 
Kogulamouto  inioriuo  lu^ra  o  aldeamento  e  dvilisaçâo  dos 

índios  b^>tuoudos  do  rio  Doce.— Vol.  6%  pag.  468,  469, 

471.  474,  477  o  4>9. 

-  Deolarac^k^  feitas  polo  sargento  Norberto  Rodrigues  do 
Modoiiw»,  fobro  a  abertura  da  picada  para  Cuietd,  man- 
dada taor  e  contraotada  polo  pieaidonte  da  provinda.  ~ 
Vol.  IO,  pag.  4lkí. 

-  Otttcio  dirijíido  em  I$l  1  por  Francisco  Manuel  da  Cunha  ao 
Conde  de  Linhaix^s  sobro  esta  oapi tania.— Vol.  I:í.  pag.  511. 

-  Notas:  apontamentos  c  noticias  para  a  historia  desta 
proviocia;  memoria  estatística  no  anno  de  1817  por 
Francisco  Alborto  Rubim.  —  Vol.  19,  pag.  161. 

-  Noticia  chronologioa  doo  fitctoo  mais  notáveis  da  historia 
desta  provincia,  desde  o  sou  deocobrimonto  até  a  nomeação 
do  governo  provisório.  —  Vol.  19,  paff.  336. 

-  Memorias  históricas  e  documentadas  desta  província,  por 
Braz  da  Costa  Rubim.— Vol.  :í4,  pag.   1.1. 


índice  dos  volumes  1  a  G7  335 

li^spirito  Sttuto  —  Dicclonario  topographico  desta  pro- 
víncia, pop  Braz  da  Costa  Rubim  —  Vol.  25,  pag.  597. 

—  Historia  das  roais  importantes  minas  de  ouro,  pelo  major 
Joaquim  José  Gomes  da  Silva  Netio  —  Vol.  55,  pag.  35 
(2*  parte). 

—  Incorporação  da  capitania  do  Espirito  Santo  á,  Coroa  Por- 
tuguoza  —  Vol.  59,  pag.  424. 

—  V.  Limite. 

£:atAcio  de  ^sl  —  Documentos  relativos  &  exhumação  dos 
ossos  de  Estacio  de  Sá—  Vol.  26,  pag.  301. 

£]stii;tistica  —  Offlcio  dirigido  a  Fernando  Delgado  Freire 
de  Castilho,  governador  da  Parahyba,  sobre  o  trabalho 
que  se  deve  emprehender  a  respeito  da  estatística  do 
Brazil—  Vol.  6spag.  450. 

—  População  da  Corte  e  Província  do  Rio  de  Janeiro  em  1821 
—  Vol.  33,  pag.  135. 

—  Memoria  estatistica  do  Império  do  Brazil— VoU  58, 
pag.  91. 

S^ttituu  —  Projecto  para  levantarse  uma  estatua  aChris« 
tovão  Colombo,  tendo  por  pedestal  o  Pão  de  Assucar,  á  en- 
trada do  Rio  de  Janeiro  —  Vol.  53,  pags.  435,  410,  447  e 
567  (2*  parte). 

—  Sobre  a  necessidade  de  levar-se  a  effeito  não  só  a  ideia  de 
erigir-se  uma  estatua  equestre  a  D.  Pedro  1»,  oomo  a  de 
erguer-se  uma  cruz  colossal  e  monumental  em  Porto  Se- 
guro que  restaure  a  que  Pedro  Alvares  Cabral  aii  plantou 
no  dia  1  de  maio  de  1500  —  Vol.  17,  pag.  591. 

—  Proposta  para  erecção  de  uma  estatua  a  José  Bonifácio 
de  Andraaa  e  Silva  na  cidade  do  Rio  de  Janeiro  e  a  cons- 
trucção  do  um  tumulo  onde  jaz  sepultado  seu  corpo  — 
Vol.  54,  pags.  715e74S;  vol.  34,  pag.  315  (2^*  parte); 
vol.  35,  pag.  597  Cí*^  parte). 

—  Auto  da  inauguração  solemne  da  estatua  do  poeta  An- 
tónio Gonçalves  Dias.  era  is?^,  na  cidade  de  S.  Luiz  do 
Maranhão  —  Vol.  36,  pag.  589  (2*  parte). 

—  Do  Duque  de  Caxias  —  Vol.  43,  pag.  594  (2»  parte). 

—  Do  Marquez  de  Herval  -—  Vol.  43,  pag.  419  (2* 
parte). 

—  Do  Marquez  do  Paraná  —  Vol.  43,  pag.  420  (  2* 
parte  ). 

—  proposta  para  levantar- se  no  campo  da  Acclamação  uma 
columna  de  bronze  tendo  na  base  a  Lei  de  13  de  maio  e  no 
vértice  o  symbolo  da  Justiça  representado  pela  Princeza 
Isabel,  regente  do  Império— Vol.  51,  pags.  220,  243  e  25Ô 
(2*  parte). 

—  Carta  do  Sónhor  Conde  d'Eu  communicando  ao  Instituto 
que  a  Princeza  Imperial  não  pôde  annuir  a  que  se 
me  erija  uma  estatua,  por  qualquer  motivo,  e  espera, 
portanto,  que  não  seja  nesta  piarte  accoito  o  projecto 
apreseatado  com  o  intuito  de  commemorar  a  lei  que 
extinguiu  a  escravidão  no  Brazil  —  Vol.  51,  pag.  318 
(2*  parte). 


336  REVISTA  ro  INSTHTTO  mSTORICO 

Eis  t  A  tua  — Guta  ^:^ai  \Ia«stidd  o  Inipers'lor  ao  ministro 
i^  is;«nx  â&ifríA  a*^  i9^de  buvo  de  !^'\  peiiodo  que 
V-  ?7oiiieto  d&  s^^seriscio  que  ae  preteode  fuer  para 
erurtr  se  Ite  '.Bà  eitanu  «^  applieado  na  eonatruot^^o 
i^  ^i:  !<:-'«  irr':^iiK'S  so  «orlno  dis  ese>  la«  primarins  e 
li)  2«£]^^r42Í«c:.^  «i»  !=;kieRaI  é»  oatKs  «stabeleeimentos 
c-í  :2S7r;,\*  —  Voi.  5K  p^jr.  31í*  S^pArie). 

—  D^  ;»>?»r  ?^7>'>lfcj53  —  Sei:*  ã  T«»ia  do  m&o»'l90  que  se 
d€»*i:=;aTii  A  ^mráv  u  õaas  dv>  prari^rriíi  do  Inde- 
r^jiiocã  —  Vol   :>ii*  pa£9.  4lSe  44?  (^  pait?-. 

^  I>v«em:io  prc-axaàti^^  s»  ^«euao  de  ioMt^urjr  le  a  «• 
tann  i#  Joa^  de  A:-i»car  —  Vd.  ^,  pa; .  3V>  :r  pvte^. 

—  IX*  «anelai  Ma».«\  ^lac^isro  da  FtMHeea. 

—  :\>  j»»r:^rjd  ^cj:.r::  v>:2çaa;  Bowlbo  de  Mag-ilbies. 

—  I>o  asiTveâul  FA^aK»  FVixjto  —  VoL  ^\  paf   385. 

—  MecKria  da  ccouússão  eaeajregadm  de  orgmoixar  o  placo 
ia  «utae  et^^KflCrv  S>bipefedòr  O.  Fedro  l*  —  Vol.  61, 
ju^,  r9. 

—  A  Cl:i*vrTlc»  CoC-OEnbe  —  Y.  Amtrkwi. 

—  Ao  .ce^.\|rrapê^  e  hUuMnedor  br»  aleira  Dr .  Cândido  Mendes 
de  Almeida  --  VciS.  6^.  par*  47  •:^  pane). 

ir^%arm^l9k9^  ~  Pn>>wso  de  nnsa  e^treda  da  Babla  ao  Rio  de 
Janeiro  —  Vcl.  5w  pa^.  Í5!. 

—  O.irta  Re^  ise  10  de  eoTOslo  de  ISIO  9obre  a  entrada  para 
Mioas  utbr;e$  pelo  rw  Doee  —  Vol.  ^,  pe^r-  351. 

—  ProjeeM>  da  ama  estrada  da  eidaie  do  l^esierro  ás  missões 
do  Umffvav  e  ouira»  pioTineias  qoe  devem  scrrir  de  en* 
saio  ao  melhoraoMniD da  piv^TíBda  de  Saita  Catliarina 
—  Vol,  ?•,  pajT.  534. 

-»  Medicâ<L\  direcção  e  obis^ervacfice  da  noTa  e:4rada  qie  da 
caclioeira  do  no  Sanu  Maria,  termo  da  Vi  lia  Victoria, 
safQo  polo  sertã;)  intermédio  á  Viila  Rica  — Vol.  C\ 
pag.  46  í. 

£:^tr<tiigreirof9  illnstr»  e  prestimosos  qne  eoncorroram, 
com  lodo  o  esforço  e  dedieação  para  o  <  ngrandecimento 
inteilcetnal, artístico,  morai,  militar, litterano,  económico, 
indabtrial,  commereial  e  material  do  Rrazil.  dosdo  os 
principioe  deste  hocolo  até  1&92  *-  Vol.  .V,  pag.  225  (2* 
parte). 

KAtuclo*  UIstoriccMi  —  V.  HIftioria. 

JiStlinolosria  (Us(«  o  eostnmes)  —  Noticia  etbnologica  so- 
bre um  povo  que  J4  h  ibitoa  acosta  do  Brazil,  bem  como 
o  seu  interior  Hotes  dodiinTio  unirerstl,  pelo  Dr.  Carlos 
llath  —  Vol.  34,  pa?.  287. 

dtymolosrla  —  Coiieoçao  de  eijrmologias  brasileiras  por 
Francisco  dos  Prazeres  Maranliio,  tiradas  dos  termos  da 
lingaa  tupinanibá  —Vol.  8".  pag.  69. 

Kxaonamiaulaft'»  eoolei<ilfi«tloa,  contra  tribuoaes, 
ministros,  magistrados  e  mais  offldaes  do  ja5(tiça — Vol.  58, 
pag.  341. 

—  V.  SfgocioB  EcchiiasUeos ^ 


índice  dos  volumes  1  a  67  337 

Ejtcureiiío  —  Do  PriQoipe  regente  D,  Pedro  de  Alcântara  & 
Provinoiade  Nflnas  Geraes  em  março  o  abril  de  1822  — 
Vol.  «6,pag.  7. 
A'  Província  de  S.  Paulo  em  agosto  e  setembro  de  1822  — 
Vol    66,  pag.  83. 

S^SLpediçilo  t>eljgra  glo  polo  an.tarct.ico  ~  Notl- 
oiaé  darias  pela  imprensa  —  Vol.  60,  pag.  205  (2*  parte)— 
V.  Viagem^  vol.  60. 
—    Vide  acta  da  sos^^ão  de  2S  de  oatubro  de  1897  —  Vol.   00, 
paga.  í79e  393  (3*  parte) . 

£jxpo«iQã»o  universal  —  Proposta  para  inaugurarse 
•nire  nós  uma  eip^si^^  universal  em  19'J0  oommo- 
morativa  do  4^  centenário  da  descoberta  á)  Brazll  — 
Vol.  55.  pag8.3l0,  324,  329,  331  e  336;  vol.  56,  pag.  155 
{2»  parte). 

Falbrioas  —  Alvará  de  5  de  janeiro  de  1785,  p-ohibiado  no 
Ebtado  do  Brazil  to  uís  as  faiorlcas  e  manufactura»  do  ouro, 
piats  8  da«,  algodão,  li<iho  o  lã,  ou  tecidos,  sejam  fabri- 
cados de  um  só  doi  referidos  géneros,  ou  da  mistur.v  da 
uns  com  outros,  exceptuandose  tão  somente  as  de  fazenda 
grossa  do  dito  algo.ião  —  Documentos  relativos  a  esto  al- 
vará —  Vol.  IO,  pa*r.  213. 

FaouldAdes  <le  direito  —  Memoria  sobre  a  funlaçao 
desias  ficullndes  no  Brazil  —  Vol.  22,  pag.  507. 

Fa/CUldade  de  mediolua'  *>-  Noticia  histórica  da  Fa- 
culdade de  Medioina  do  Rio  de  Janeiro,  pelo  Dr.  Moreira 
Azevedo  —  Vol.  30,  paj?.  397  (2^  parte). 

F*allecliiieiit.039  ^  Listados  sócios  fadecilos  até  31  de 
dezembro  de  1896  ~  Repertório  da  «Revista  do  lostituU» 
publicado  em  1807,  pag.  2f^l. 

lPa.zendA  de  (Sttxiti.  Oruas  —  Cai*ta  do  Condo  do  Re- 
zende om  9  de  março  de  1790  sobre  esta  íázenda— Vol.  37, 
pag.  5. 

—  Historia  desta  fazenda  por  Josó  Saldanha  da  Gama  — 
Vol.  38,  pag.  165  (2*  parte). 

Finta  —-  Sobre  a  fariniiadis  roças  dos  moraioroida  Capi- 
tania do  Rio  Negro  —  Vol  46,  pag.  185 

Fortalesa  —  Disourso  sobre  a  oonreníenoia  do  so  fortiâcir 
a  cidade  da  Bahia,  capitai  do  Brazll  —  Vol.  06,  pag.  77. 
-*  Aoont^^oimentis  na  fortaleza  da  Conceição  em  1844,  por  J. 
de  Souza  Pereira  da  Cruz  ^  Vol.  25,  pag.  453. 

—  Memoria  sobre  o  ftjrte  lo  Mar,  em  Poraaraiuco,  por  An- 
tónio Bernardino  Pereira  do  Lago  —  Vol.   125,  p.ig.  589. 

—  Portidoai;5e8  no  Brazil  —  Época  da  respectiva  luaduçâo, 
motivo  detertnlnabivo  delia,  soa  importância  defensiva  o 
Valor  actual  —  Memoria  por  Augusto  Fausto  de  Souza  -^ 
Vol.  48.  pag.  5  (2»  parte). 

*-  Patente  de  capitão  da  Fortaleza  da  Prúa  da  Carioca  — 
Vol    55.  pag.  211. 

—  Oonta  nobre  a  fortificação  e  artilharia  e  mais  fortalezas 
da  praça  e  armazms  do  Rio  ne  Janeiro  —  VoK  55, 
pag.  221. 

831  —  22  Tomo  lxv:ii,  r.  i. 


338 


REVISTA   DO    INSTITUTO   HiSTORíCO 


Fartnleza.— Real  Forte  do  Príncipe  da  Beira,  em  Mitto 
Gro§so,  na  margem  oricnUI  do  rio  Guuiporé  —  Auto  da 
sua  flindição  Vol.  55,  pa^.  36ín 

—  Memoria  histórica  aobre  a  Fortaleza  de  Paranaguá  e  feito 
lieiH>ieo  doi^  habitantes  da  então  villa  deste  nome,  no  anno 
de  1850  —  VoL  03,  pa;;.  StH  (2*  parto). 

i-'  Fundação  do  Forte  de  Coimbra  e  oi  acootecimeoto^  quo 
oom  elle  se  relacionam,  peio  General  Fraocisco  Raphiol 
de  Mello  Rego  —  VoL  67.  pag.  171  |2»  parte). 

—  V.  Pro]ftrÍos  Xaciotioa  ^  Rio  Branco, 

Fosneis  —  Cartas  escríptas  da  Lagoa  Santa»  em  Mínaã  Ge- 
raos,  ao  1*^  secretario  do  Instituto  pelo  Dr.  Lund,  sobre  a 
croação  extincta  de  animacs  que  em  outro  tempo  babita- 
râo  aqui^li  regiSo  —  VoL  4%  pag.  m, 
^  carta  do  Dr.  Lund,  oscripta  da  Lagoa  Santa,  om  Minai 
Gcraes,  sobre  oovae  descobertas  de  ossos  e  craneos 
achados  em  suas  excavacões  —  VoL  ú,  pag.  334. 

—  Parecer  da  coraraissâo  especial  oncarreíçada  de  examinar 
03  os^os  fosseis  remettidos  do  Cantagallo  au  lQ.^tituto  por 
M .  Jarob  Van  Erven  —  Duas  estampas  com  os  desenhos 
dos  ossos  —  Vol,  7*^,  pag.  519. 

Oeneti^Io^ia.  —  Genealogia  paulista  —  Carta  do  Dr*  Ri- 
cardo QumbletoQ  Dauat  —  Explicação  da  goraçio  de  Pedro 
AíTonso,  —  VoL  51,  pag.  9l  (S*  parte). 
•^  Catalogo  genealógico  das  principaes  famílias  que  proce- 
deram de  Albuquerques,  Calvacaates,  em  Pernambuco,  a 
Caramurns,  na  Bahia,  por  Fr.  António  de  Santa  Maria 
Jabuatão—  VoL  52,  pag.  '>. 

—  Vide  NoHHarchia  Pauli4ana, 

Oeogrn^plim  —  líitracto  da  descripçãogeographiea  da  Pro- 
vi ocia  do  Matto  Grosso  feita  em  1797  pelo  sargento  raôr 
Ricardo  Franco  de  Almeida  Serra  —  VoL  6^  pa^sr,  15^. 

Cjtoolai^^iii.  —  Investigações  scientifl-as  para  o  progresso 
da  geologia  mineira  pur  Josó  Franklin  da  Silva  Masisena 
—  Yol.  47.  pag.  249  (:,»  parto). 

GO'y&,'m,  ^  Memoria  om  que  se  mostram  algumas  provi- 
dencias tendentes  ao  melhoramento  da  agricultura  e 
commeriiu  de  Goyaz,  pelo  s:irgento  mór  Prancitco  Joié 
Rodrigues  Barrão  —  VoL  IL  pag.  33G. 

—  Carta  (relatório)  eícripta  por  D,  Francisco  de  Aásia  Mas- 
carenlias  no  dia  em  que  deu  posse  do  Governo  da  Capi- 
tania de  Qoyar  a  Fernando  Delgado  Freire  de  Caitilno, 
seu  succesáor.—  VoL  5%  pag.  58. 

—  Memoria  sobre  o  descobrimento,  governo,  ^opulacío  e 
cousas  mais  notáveis  (íe^ta  capttania,  pulo  padre  Luiz 
António  da  Silva  e  Souza.  —  VoL  1^,  pag,  4Sy, 

^  Roteiro  para  oi  Martyrios,  ícdo  em  canoa  i  elo  ribeirão  de 
Ooyaz  —  Noticia  di-*eta  paragem  —  VoL  *S*,  pag.  319- 

—  Co^iía  de  ama  cartn  do  cupitâo  mòT  Jo>fia  de  Oodoii  Pinto 
^fn  <iu*i»í.*a  «obre  os  limites  que  deviam  i9r  marcados  ás 
V  quo  confinam  com  a   de   Qoyat.  —VoL  7% 


IXDICE   DOS  VOLUMEâ   1   A  G7 


339 


Qi>yaz— ItiDôrario  da  ctiade  de  Palina,  em  Goyaz,  á  cidade 
de  Fielf^m,  no  Pará,  pet^i  rio  Tocantins  e  brdve  aoticLa  do 
Norto  da  Província  d*3  Ooyaz  —  VoU  25,  pag.  485. 

—  Anuaesda  Província  de  Goyaz,  por  J.  M.  Pereira  de  Al- 
cautara— Vnl.  27.  pa^d,  5  e  230;  vol.  28,  pag,  5(2»  parte), 

—  Chorograiiliia  litstonca  desta  proviQcía,  peio  origadeiro 
Ruymundo  Josô  da  Cuaba  Mattos  —  VoL  37,  pag.  213  • 
vol,  38,  pag.  5. 

—  Breve  reflexo  sobre  o  meio  cflflcaz  de  se  remediar  a  deca- 
dência desta  capitania  —  VoK  55,  pag.  3í>9. 

—  Planíilto  da  Formosii  o  cólon isaç ao  —  Vol.  56,  pag.   163, 
Gruta    eiu.  C3»rQ.iisrola    —    Cemicerio  doa  indíos  nas 

aguas  áo    Fervedouro,  em  Santa  Luzia  de  Carangola  — 
V(iL  5'J,  pã^.  4^3- 
Orutu.    cio    Inferno    —    Descri pçao   feita  em   Cuyabíl 
pelo  [>r,  Aleittodre  Rodrigtie^  Ferreira  —  Vol,  4%  363. 

—  Gruu  do  Inferno,  juoto  ao  Forte  de  Coimbra  —  Memoria 
apfesenLula  pelo  Dr,  João  Severiaoo  da  FOQsoca  —  Vol. 
45,  t.ag.  21  (>  parte). 

O-r u til.  claí!4  Oll^a.»    —     Vide    Viagem, 

Oa-ra-puava,  —  Memoria  sobro  o  descobrimento  da  co- 
lónia, escripta  pelo  padre  Kraacisco  das  Cbagas  Lima  — 
VoL  4%  pag.  43. 

—  Descoberta  dos  campos  de  Guarapuava,  por  Aotonio  Bo- 
tí^lbo  de  Sampaio  —  VoL  18,  pag,  252. 

-^    Via^íem   fêítíi  por  J^sô  Frau  cisco  Thuni az  do  Nascimento 
ptiios  sertõjá  ^lesconheciíioH  d©  Gaaraptíavai  e  relação  que 
teve  cnm  os  índios  coroados,  maía    nravios  daquelles  le- 
gares —  Tomo  AÔ,  voL  <f%  pag,  267. 
õli'4t'0'i"'áXl»BS —  Vide  Pernambuco, 

Ouarai;>'t>a  —  Apontamentos  sobre  esta  froguezia,  por 
Kduardu  Marques  Peixoto—  VoL  67  pag.  !?4:í  (%*'  parte). 

Ouaáteiicliilbíi  —  Memoria  pelo  Dr.  (^aar  Augusto  Mar- 
que?*— VoL  48  pag.  Ul  (2*  parte), 

Oueri*a  Civil—  Vide  os  diversos  Estadoa. 

Ouemi  com  o#  Jli.olla.iiíleze«  —  V.  Braiil^^Per-^ 
nambuco . 

Gueira,  dos  Míi.íí*e!».teei —  V.  Pernambuco^ 

Guei-ra.  doí^  l^almapcei— Memoria  dos  feitos  que  ae 
deram  durante  os  priraeiroa  annoa  de  guerra  com  os 
negros  quilombolas  tios  Palmares,  seu  destroço  e  par 
acceitíi  emjuntiode  1078  —  por  Pedro  Paulino  da  Fon- 
geca—  Vtd,  39  pag.  2í)3. 

—  CoQdíçõaa  ajuatadua  com  o  governador  dos  friulisitas,  Do- 
mingos Juigc  Velho»  em  14  de  agosto  de  1693,  para  con- 
quistar e  destruir  os  negros  dos  Palmares  —  VoL  47 
j.ag.   19. 

líistoriti— Programma  histórico:  O  iTiatituto  Histórico  e 
Gooirraphico  Braziieiro  é  o  repreaentante  dos  idéas  de 
illustrai;âo,  que  em  diíTereates  épocas  se  manifestaram 
om  o  nosso  continoLite,  pelo  Vlacoade  des.  Leopoldo— 
VoL  1  pag.  77. 


V 


BI94  ona^P;.ziB2SQr  suàre  l  mam^i^  úí  rsmzil  jaftúiskdíi  em 
Pira  paii  le   F   5 .  I^onsifiiicir —  Ta    :  jm£-   3  :ii^^ 

—  Pr.ipnixnBL:  ^'qks^  as  iubioe  de  gn^  k  àrreò.  its^r  mãe* 
jvsTii  imi£r  !•  TTihifir  laxznsn-  lanuvfil  de  docnzDOLXDf  r^âi»- 
-L' .«  ii  luTtnrA  Ir  ^:srrkjih!t  dr<  IiTkíI?  I>sBsaiTD^TiD:  jiqAc 

^    Prinej-í   jca:   suziiup;:Liàr     &:    liSLiiiitc-   pnr  FrúzuBcc 

—  ran»  «  àpi*  ^aes^TK  &  insia-m  Ad  dirfcz-  —  lí.ssKTaçiL- 

—  I^-T:..^ jcir^e  á;f225  pcc:»  ái  I^ssatu  piir:!— Me=:?rii 

—  Va  eM>Í2^  Ã  h:sicrir.  p>trA.    prf»  I>r.    Jasí    Vieira 

^    C^ra  de  Jò!ia  Armiaf^  a  Kvmrisu»  Ferreiím  da  Ve:gi« 

>:tei a  soa  «Hliattna  dd  Bimnl>— Vol.  S5pif .  5s^. 
--    Djt»ria{io  iwroft  dd  iystaaa  da   eser^rer   a  hHtoria 
aat^  •  ai»i»Taa  dd  Império  ào  BraxáL   pelj  nurecbal 
RVttuaSo  :^>da  C^uihi  Sáaiio»— Vol.  S0  pa^.  1^1. 
^    QwKSm  iMtrti^nnii.  piw  Jjaqaim  Cadaiio  la  Silra  (Ela- 
ciiacio  de  al^Qt  pomaa  %wb  Atenndra  de  HmnMdt 
d^ioa  :si«eia»  ao  «a  eiaine  critíDo  da  Hbtoria  e  gej- 
^taphia  do  n^vo  contioente ~  Vd.  tt  pa<.  ?>9  e  vol.  S9 
pag.  5  i2'  parte). 
—    Odia  9  de  janeiro  —  Memoria  liia  paio  Dr.    Moreira  de 

Azevedo—  Vol.  31  poff.  33  f^»  per;e). 
•    Os  Padres  do  Patrocioio.  00  o  Porto  Real  de  Itá  —  Es- 
tado histórico  lido  pelo  oraego  Dr.  Joaqniin  CaetíDo 
Feroande»  Pinheiro  -  Vol.  33  pif .  237  (^  parte). 
-«    Xotas  sobre  a  historia  ^tria— Prímeirof  tempos  da  desço 
herti  do  Brazil.   Vários  assumptos.  Re^idcaçSos,  pov 
CADdldo  MeiKks  de  AlfflBÍda— Vol.  39  pag.  5  (2*  oartv). 
—    Notas  para  a  historia  patriA  —  Segaaáo  arti^.  Oi  pri- 
meiros povoadorse.  Qaem  era  o  bacharel  da  Cananóa  ? 
Memoria  lida  por  Cândido  Mcodes  de  Almeida  —  Vol.  40 
1(S312^  vêrU). 
otas  para  a  historia  pátria  <-  Terceiro  artigo,  J(âo  Ri- 
malho,  o  Bacharel  de  Oanuida,  preeedea  Col^mb^ni  des- 
coberta da  America?—  Mejiorla  lida  por  Cândido  Man- 
des da  Almeida*  Vol.  40  png.  «77  (^  pvte). 


—  S^ 


INDIGB  DOS   VOLUMES   1   A  67  341 

IIi&itoi:*ia»— Notafl  para  a  historia  pátria — Quarto  artigo.  Por 

ÍIU6  raião  os  indigenas  do  nosso  littoral  chamayam  aos 
hiDoezes  Mair,  aos  portuguezes  Perô? — ^Memoria  lida  por 
Gaodido  Mendes  de  Almeida—  Yol.  41  pag.  71  (2*  parte). 

—  Notas  para  a  historia  pátria  — >  Quinto  artigo  —  A  catas- 
trophe  de  João  Bolós  foi  realidade?  Uda  por  Cândido 
Mendes  de  Almeida—  Vol.  42  pag.  UI  (2^  parte). 

—  Rectificação  á  historia  do  Brazil  de  1831  a  1840  do  con- 
selheird  João  Manoel  Pereira  da  Silra,  por  João  Brigido 
dos  Santos—  Vol .  42  pag.  207  (2"  parte). 

—  Memoria  sobre  o  melhor  plano  de  escrever  a  historia 
antiga  e  moderna  do  Brazil,  por  Júlio  Walleatein  —  Vol. 
45  pag.  159. 

—  Protesto  do  Dr.  Maximiano  Marques  de  Carvalho  sobre  o 
que  diz  César  Canta  em  relação  aos  brazileiros  na  sua 
Historia  Universal  —  Vol.  48  pags.  347»  350  e  358  (2* 
parte). 

—  Questões  a  estudar  em  relação  aos  princípios  da  no38a 
historia,  pelo  Barão  de  Capanema—  Vol.  52  pag.  499. 

*-  Um  átomo  da  historia  pátria  —  Histórico  da  Sociedade 
Amante  da  Instrucção,  pelo  Dr.  Alfredo  do  Nascimento  e 
Silva—  Vol.  55  pag.  97  (2*  parte). 

—  Indicaçõds  sobre  a  bistorla  nacional  por  Tristão  de  Alencar 
Araripe—  Vol,  57  pag.  «51). 

—  Esclarecimentos  sobre  a  organização  do  Ministério  de  7 
de  março  de  1871—  Vol.  00  pag.  105  (2*  parte). 

—  Histórico  do  Brazil  nos  centenários  de  1600,  1700  e  1800  o 
ligeira  noticia  com  relação  a  este  ultimo  século —  Vol.. 64 
pag.  91. 

—  Relação  dos  manuscriptos  portuguezes  e  estrangeiros  do 
interesse  para  o  Brazil  existentes  no  Museu  Britannlco  de 
Londres—  Vol.  65  pag.  5  (2*  parte). 

—  Historia  dos  principaes  successos  politicos  do  Império  do 
Brazil,  pelo  Visconde  de  Cayrú  —  Vol»  6ô  pag.  179(1* 
parte). 

—  Historia  politica  do  Brazil  —  Antecedentes  históricos  da 
Independência  Regência  do  Príncipe  D .  Pedro  de  Al- 
cântara, Logar- tenente  d 3  EURei  D.  João  VI  —  Vol.  66 
pag.  5  (1*  parte).  « 

—  politica.—  Ministérios  do  Brazil  em  1862  —  VoU  fóê 
pag.  204  (2» parte). 

—  riistoila  politica  do  Brazil—  Vol.  66  pag.  5  (1»  parte). 
HCoIl^ndeze»—  Vide  Brazil, 

Hospital  cio0  ]L«azairo!-4  —  Documentos  relativos  á 
fundação  do  Hospital  dos  Lázaros  do  Rio  de  Janeiro— 
Vol.  23 pag.  431. 

XXjr  limos  pati'io tico»— Compostos  por  Bvaristo  Fer- 
reira da  Veiga,  por  occasião  da  Independência  do  Brazil— 
Peiuani  memoria  lida  pelo  Dr.  Luiz  Franciíco  da  Veiga 
—  Vol.  40  pag.  89  (2»  parte). 

XconofiT^^Apl^ui.  Brazileira  —  Por  Manoel  de  Araújo 
Porto  Alegre  — Vol.  19  pag.  349. 


242 


REVISTA   t»0  INSTITUTO   HISTÓRICO 


êík  OoQceíçãUi^  ao  Bispo  do  R  .  :.  D .  Pedrn  M&rsa  de 

LieaitU  por  Oli^en  Lám&—  Vi*!.  G4  pt^.  209, 
I^r^iwk»^  De»  S.  SebisUE^—  Menosift  da  soa  Andaçim  cena 

um  f«la^  dos  ptrelAiM  idmuiiiUmdorQi   da  jari^icção 

Eefitaiastíoa,  e  éo§  reTerepáu  DtqiQi  que  toem  bftvido 

mU  Q  presente  (1810)-  VoK  2pa^.  175. 
^    FQndi^  de  igr^^ai  no  Rio  tk  J&neL^  —  V.  ÁIamimc  — 

VoK21  pag.  5, 
_    da  Candelária—  Memoria  historíca  da  Igr^a  Matríx  de 

Noasa  Seohora  da  Candeiaria  pelo  cooe^  Dr.  Manoel  da 

Coeta  Honorato—  Vol.  39  pag.  3. 
I  IHa  do  Ochl>i*ltA  ^  Ú  comãaiê  dm  ãkm  do  Carita  —  Me- 

moria  lidi  pelo  Dr.  lloíeiím  éeAaefiode—  Vol.  33  pa^.  5 

(S»  parte). 
lllk*.%  de    Fern&ndo    de  Xorenl&f^  —  Informação 

Bobr»  Cila  ilha  —  VoL  tiõ,  pa^.  Itil  (^  parte). 
Xllara  de  Jouitaetç  —  )lBiiioda  a>k«  aita  ilha.   pelo 

tesonte-eoranel    Jjaé   SiiftSjs  de  CarfaOio  ^  Vol.  iS; 

pâg.3ô^. 

—  NoUdas  delta  ilha,  dot  noa  e  i^arap&s  qoe  tem  na  anã 
cireainfareiíeia,  de  algons  Ugm  que  aa  teem  deaeob^^rto  e 
de  algumaâ  oonsas  earioaa^  —  Vol.  e7«  pa^.  291  (l* 
partei- 

niiA  da  Xritidade  ^  Hemiria  hisiorlca  e  feographiea 
deita  ilha,  organizada  e  dedicada  ao  Banu>  da  Ponte 
Rlheira  peJo  baehaftl  Pedro  Torqaato  XiTier  de  Brito— 
VoK  4a,  pa«.  «49  (ã*  pane). 

—  Occupi^  desta  ilha  pela  Inglaterra  e  reJtituiçâ>  ao 
Brasil  — >Vol.  50,  pag.  5  (t"  parte). 

—  Reatltuiçlo  desta  ilha  pelo  goreroo  britânico  -^  Vol.  60^ 
pag.  1«(2*  parte). 

—  Menaageoi  do  Presidente  Dr.  Prudente  Je  Moraes  ao  sen 
suecearár  —  Vol.  61.  pag.  711. 

—  Memoria  historiea  pjr  Moreira  de  Azevedo  ~  Vol.  6t, 
pag.  ^^^2*  parte). 

Icni^Qi^to  do  -frlnteiti  —  polo  Dr.   Moreira  de  Azeredo 

—  Vol.  S8.  pag.  322. 
Xoapren^a  —  Pro^raiao  do  joroalíimo  no  BrazlL  (Artigo 

esâripto  peto  Dr.  Francisoo  de  Sonzi  Martios)—  Vol.  8«, 

—  Origem  e  desenvolvimento  da  imprensa  no  Rio  de  Ja- 
neiro —  VoL  28,  pJig.  169  (i*  ptirte  . 

-^  Historia  da  Impronia  no  Maranhão,  memoria  lida  pelo 
Df .  Ceair  Aiignsto  Marques  —  Vol.  41,  pag.  219  vol.  51, 
pag.  167  (t»nart0). 

—  Probibi^  do  aso  da  imprensa  no  Brasil  nos  tempos 
colonlaea  —  VoL  47«  pag.  167. 

—  Origem  e  desenrolvimeoio  da  Imprensa  colonial  brazi- 
letra«  pelo  Dr.  A.  da  Conlia  Baiteaa  ^VoL  63,  pag.  S37 
(2*  parte). 


índice  dos  voix'mes  1  A  n? 


343 


Xinpi^esefio  de  clociinientoa  --  Formação  de  um 
fundo  iDalienavol  ^ujo  remtí mento  «í  deatioado  á  reim- 
pressão de  obras  raras  sobre  o  Braztl  o  para  exploração 
polo  interior  do  Império  —  VoL  10,  paga. 303  e  403, 
liicotifiileiíelíx  mineira —  V.  Conjtfraçãí^  mineira, 
Xii(lei>eiifleiioia  ^  Cartaa  do  Thomaz  Jefferdon  a  Joha  Jay 
VoK  —  3^  pag,  208. 

—  Consulta  do  Conaelíio  Ultraraarifio  n  S.  M,  noaanode 
1732  feita  pelo  coosolheiro  António  Rodrigues  da  Costa» 
sobre  a  conservação  do  Braxil  unido  a  Portugal,  o  que 
elle  conaidera  muito  duvidoso  pelas  grandes  riquezas 
daquelle  Estado,  represo ntadas  pelas  suas  minas  de  ouro 
6  diamantes  —  \oL  7^  pag.  498. 

—  Descripçâo  dos  factos  de  roariolia  que  98  derao  desde  que 
se  proje»íto«  a  IndepeEsdencia  do  Brazil  —  VoL  37» 
pa^',  195. 

—  Motins  políticos  e  militares  o  o  Rio  de  Janeiro  (prelúdios 
da  Indepindenoiá  do  Brazil,  estudo  histórico  pelo  cooego 
Dr,  Joaquim  Caetano  Fernandes  Pinheiro  —  Vol.  37, 
pag.   r'41  (2'  parte), 

—  Noticias  doi  succeasos  políticos  que  precederam   e  se- 

Suiram*se  á  proclamação  da  iodeptndencia  oa  ProTincia 
8  S.  Paulo,  pelo   Dr.  01e.'ario  Herculano  de  Aqniao  e 
Castro  —  Vul.  41,  pag,  231  (2*  parte). 

—  Memoria  sobre  a  deolamção  da  independência,  escripta 
pelo  major  Francisco  de  Castro  Caato  e  MeUo  —  Vol.  41, 
pag.  333  ^2*  parte). 

—  Dous  ti*aballios  importantes  sobre  a  independência  — 
Vol.  41,  pag.  414  (S*  parte). 

—  Ideias  de  independência  do  Brazil  em  flos  do  século 
passado—  Vol.  47,  pag.  123, 

—  Espedição  do  Ceará  em  auxilio  do  Piauby  o  Maranhão  — 
\'oI.  48,  pag,  235. 

—  Mappa  doá  navios  apresados  pela  esquadra  braiileira  na 
lutada  independência,  áesáe  21  de  mirco  de  1B23  até 
12  do  fevereiro  de  1824  —VoL  50,  pag,  267  (2*  parto). 

—  Eiposíçâo  de  factos  históricos  que  comprovam  a  priori- 
dade de  Pernambuco  na  independência  e  liberdade  na- 
cional, pelo  major  José  Dorain  xuee  Codeceii*a.  —  Protesto 
conti^  o  acto  do  governo  provisório  dos  Estados  Unidas  do 
Brazil  considerando  do  festa  nacional  o  dia  21  do  abril 
consagrado  â  commemoracao  dos  precur^res  da  Indepea* 
dencia  b.f»ziloira  reunidos  coi  Tiradentes  —  VoL  53, 
pag.  327. 

—  Reconhecimento  da  independência  do  Brazil  pelos  reis  da 
Africa— VoL  54,  pag.  161. 

—  Patriarchas  da  independência  nacional  —Conferencia  por 
Tristão  de  Alencar  Ara  ripo  —  Vol.  57,  paç.  167, 

—  Ensaio  histórico  da  independência  do  Brazil,  por  Franklin 
Dória,  Barão  do  Loreto—  VoL  59,  ptg.  151    (*'  p\rte). 

—  Memoria  escripta  pelo  Dr,  Moreira  de  Azevedo  í— VoL  60« 
pag.  97  (2^  parte). 


^- 


I 


rii4 


RFAISTA   lj<>  INí^TrTUTO  IIISTOIIJCO 


^     ^' 


Xndcipoiídouota  ~  Pè^Hq  que  aelU  tomou  o  padre  Diogo 
Anti^aío  reijó  — VoL  60.  pig,  357  (8*  purle). 
Hiit'>ria  poíit^iL  áo  tírastl  —  Aniooaddates  tiiitoricoi  da 
lDd'ipoa'loncla  — Re;?eackda  priDOipe  D.  Pedrode  A.Ic&d* 
tatM.  luACar  —  tiMioiilo  de  Bl-Kei  D.  João  VI  ^  Vol.  66» 
piílí  5  (l*  parto), 

Kscratoí  —  llijmnof, 

lOflIf^M  —  DaH  inumorift«  e  blograpbias  publicadas  nos  pri* 
moiro*  U  Tt/lumei  da  «ftevku  do  lustitutu-  —  Vol.  14. 
fi^    46  !• 

^'  iliOf^rjàpliLiJi  do  tiooioD;!  illustroâ  ou  do  pessoaa  omiDentes 
qu«  hOPVlratii  im  Brm/il  uti  .^o  Hrasiil  ^  VoL  U.  pag.  473. 

—  f*arfi5<»rsiMbrt*  o  ItuUoe  chroiiulof^Mca  dos  factc^a  mais  no- 
la  Ycsli»  da  li  iU)ria  dv>  Urazih  do  Dr.  Agoitinlio  Mai^ue^i 
l't>rilifào  MuUieiro  —  NoL  la^pig .  77»  87  e  113. 

—  Momoria»  putu.os  desonvAlvidos  õ  outros  trabalhoi  doi 
Miiviún  dg  hintituU),  desdo  a  ^e^Aâo  de  i6  de  geteuibro 
íio  1847  ató  10  d»<  dt*/*!iubri>  de  1858  —  Vol.  15.  pag.  545. 

^  fU^liig&o  dúH  tnauuscripio9ojroreoida8  ao  Instituto  desde 
t**»  «lo  iottniibra   de   iS47   at6    10  de  detembro  do   1B52  — 

\ui.  i&«  fMitf.  :i4H, 
-*    lndl^4«  ir*«rAralpbaUeUeodM  niMiorUs.  documentos  e  bio* 

fir  iblicadaj  aos  võluroM  1  a  ^:ã  da  «Revista  do 

III  NuL  S22,  pay.  TdBt 

*-    Cl  ^ra  puUlcaQioda  illdiee*^  Vol.    40,  pag.  5:í3  ; 

-i*    Hubm  .1  iiiètaiU^t^o  do  iodleodi  «Hevista  do  tostiliito»  — 

vul*  :m,  p^,  3«^  ;  vol,   4),  pag.  5:í3  ;  vol,  4t,  pag.  408. 
-*    hl  (    "    ^'  n'''"^Nitloo   da^i  memoriai,  dõctitoeutos  e 

bM  ki  noi  volumes  1-44  da  «Eevíf  ta  do 

Iiu.  i   .     .    .   Moralra    de    Aieredo  —  vol,  45. 

(a^í.  4KI7, 
<-    ReTayio    doi   auiof raphod    o  orlf  l&aea  do  losUluto  — 

Vid.  47.  |»i.5aft(S^  parle. 
^    l>o  arilgoi  eonlliloe  em  60  tomos  éa  «Revista  do  ludUluto» 

um  raCÃ/^fo  a  oada  uiiia  das  piovíaoias  do  Império  — 

Vol.  5K  pa«.  S70. 
^    Apveeenticà  >  de  um  limbalti^  laUliilaáe  —  ladloe  alpha* 

beileo  a  Ml  «Ri»viHas  40  luitllila  U0lnrt«>»  »  Vol.  57. 

mil%.  371  e  4(1  r2»  parle) 
<-    R^^rlorie  da  «ftavlaU  Mneaial  éa  laslilato»  compre- 

titadaado  os  54)  valamea  da  elatMa  do  Inaiitiito»,  do 

ia>9  o  imw  pahUoado  am  xmt. 
Itttlloa^-HIelDiriadioaladloieavaUeiroe  ou  da  NacioOuayatrd, 

por  FraMleea  tadfftaiMe  do  Pvadu  ~  \ol.   i%  pa§.  ss. 
^    NoUcla  aolire  os  lodios  Tupiaamháa,  aenj  eoatomea^  alo. , 

de  um  manuicrlply  da  Bibliotímoa  do  Impemdor-VoL  1% 

^  Pfv^lffammai  Qaal  aena  teija  o  mtlMr  àystsBA  oa  eaUH 
alair  oe  ladíos  aotmiliadoe  aa  aMMsmrtiíes  *DaKii- 
valvkk»  pelii  OMUgo  iaaiitHo  da  Quiiia  Baiteea  » 
Vcl.  ^%  paf .  3. 


índice  dos  volumes  1  a  67     .  34t5 

Xndio»  —  Memoria  sobre  as  naç9es  gentias  que  liabitam  o  oon- 
tinente  do  Maranhão,  pelo  major  graduado  Fraaciâco  de 
Paala  Ribeiro  ^  Vol.  3»,  pags.  184,  297  e  442. 

—  Qual  era  a  condição  social  do  s-)xo  fernioino  entre  os 
indiganas  do  Brazil  ?  Programua  desenvoUiio  por  José 
Joaquim  Manhadode  Oliveira  —  Vol.  4\  pag.   168. 

—  Republica  estabelecida  nos  sertões  dos  rios  Uruguay  e  Pa* 
raguay  pelos  religiosos  Jesuítas  das  Províncias  de  Por- 
tugal e  Hespanha  —  Vol.  4»,  pag.  2Ô5    ' 

—  Memoria  sooro  as  aldeãs  de  índios  da  Província  de  São 
Paulo,  segundo  as  observações  feitas  no  annodo  1798,  por 
Josô  Arouche  de  Toledo  Rondon  —  Vol.  4»,  pag.  895. 

—  A  colebin^o  da  paixão  de  Jesus  Ctiristo  entre  os  gua* 
ranys,por  José  Joaquim  Machado  de  Oliveira  —  Vol.  4^ 
pag.  331. 

—  Programma:—  Si  todos  os  indígenas  do  Brazil,  conhecidos 
até  hoje,  tinham  uma  única  divindade,  ou  se  a  sua  reli- 
gião se  circumscrdvla  apenas  a  uma  mera  e  supersticiosa 
adoração  do  fetiches ;  se  acreditavam  na  immortalidade 
da  alma,  e  se  os  seus  dogmas  religiosos  variam  conforme 
as  diversas  nações  ou  trious  ?  No  caso  affirmativo,  em 
que  diíTorençavam  elles  entre  si  ?  —  Desenvolvido  por 
Josô  Joaiuim  Machado  de  Oliveira  — -  Vol.  6°,  pag.  133. 

~  Memoria  sobre  os  usos,  costumes  e  linguagem  dos 
Appiacas,  e  descobrimento  de  novas  minas  na  Provinda 
de  Matto  Grosso  —  Vol.  6\  pag.  305. 

—  Regulamento  interino  para  o  aldeamento  o  civilisação  dos 
Índios  botucudos  do  Rio  Doce,  da  Província  do  Espirito 
Santo— Vol.  6\  pag.  489. 

—  Parecer  de  Ricardo  Franco  de  Alrneida  Serra  sobre  o 
aldeamento  dos  Índios  Uiacurús  e  Quando,  com  a  do- 
scripção  do  seuí  usos,  religião,  estabiliiadee  CDStumes  — 
Vol.  7»,  pag.  204. 

Resposta  do  general  Caetano  Pinto  de  Miranda  Monte- 
negro, vol.  7»  pag.  213  —  Continuação  do  parecer  — 
Vol.    13,  pag.    348. 

—  Sobre  o  plano  de  colonisa^^o  dos  Índios  botucudos  errantes 
no  território  entre  o  Rio  Doce  e  o  de  S.  Matheus— 
Vol.  7»,  pag.  235. 

~  Artigo  extrahido  do  tPanorama»  sabre  os  indígenas  do 
Brazil—  Vol.  7»,  pag.  524. 

—  Noticia  raciocinada  sobre  aldeãs  de  Índios  da  Provinda  de 
S.  Paulo,  desde  seu  começo  até  a  actualidade,  pelo  co- 
ronel José  Joaquim  Machado  de  Oliveira  —  Vol.  8s 
pag.  204. 

^  Informação  dos  casamentos  dos  indios  do  Brazil,  pelo 
padre  José  de  Anchieta  —  Vol.  8*,  pag.  254. 

—  Carta  do  alferes  José  Pinio  da  Fonseca  dando  conta  ao 
general  de  Goyazes  do  descobrimento  de  duas  nações  de 
índios  —Vol.  8S  pag.  376. 


3ir. 


aEvisTA  ix>  iNSTirirro  iustorico 


Xadlõ^  —  NatieiíL  da  conrerákú  dos  lAdloiaitoi  Orixea  Proe^ses, 
POTO0  babiliUkias  e  goerrems  io  sertão  do  Brazil,  dota- 
moate  redazídoi  à  fé  citbntks  e  à  oliodieDcta  da  coro?. 
portuguesa,  com  a  qual  ie  àeserefr^  tÊOUherú  a  aspereza 
00  sitio  da  soa  liabiiaçio.  a  eefireira  da  saa  idolatria 
6 a  bajrbwdado  de  seas  ritos— Vol.  0*,  pag.  494. 

—  Noticia  sobre  08  botueado?,  acompaobada  de  um  vocabu- 
lário do  sen  idioma  e  de  at;?iiinai  obsêrraçâes,  por  M* 
íammard—  Vol,  i*»,  pa^.  107. 

--  Croaç&o da  directoria  dos  índios  na  ProTincia  de  Matto 
Grono  —  Offlcio  dirigido  ao  goTeroo  imperial  em  lS4t> 
pelo  presidente  da  mesma  proriacia  Rícardu  José  Qomes 
Jardim— VoL  9\  pig*  5tó- 

-^  Dissertação  histórica,  eihnograpbiea  e  politica  sobre  as 
tribos  aborígenes  qae  h&bitaTam  a  proriocia  da  Bahia 
ao  tempo  em  que  o  BrazQ  foi  cjoqulstado  ;  sobre  as  suas 
mata^,  madeiras  e  animaes  qoe  a  povoam,  etc..  pelj 
coronel  Ignacio  Accioli  de  Cerqueira  e  Silva  —  Vol.  l^r, 
psg,  143. 

—  Carta  escripta  pelo  soeio  Francisco  Adolpho  de  Vambaueu 
sobre  ethoographia  indigen^,  Itogiias,  emigração  e  ar* 
cbeologíat  padrões  de  mármore  dos  primeiros  descobri- 
dores —Vol.  l^,pag.  36^5. 

—  Retrato  do  cbofe  indio  Qaoniambebe—  Vol.  13,  pagolT. 

—  Vocabulário  da  liogua  bug»"©  —  Vol.  15,  pag.  60. 

—  M^^moria  histórica  e  documentada  das  aldeãs  de  indios 
da  Pravincia  do  Rio  de  Janeiro,  composti  peto  sócio 
effectivo  Joaquim  Norberto  do  Souza  e  Silva  c  laureada 
na  iiets&o  magoa  dd  iSde  desembro  de  1852  eom  o  pre- 
miu imperial  —  \'>1.  17,  pa?,  100. 

PagÍQâ« 

Parte  historiei 109 

Considerações  geraes 113 

Aldeia  de  S.  Lourenço*     .     *     .     .     *  160 

»      »  Barnabé   .......  17^ 

»      >  S,  Francisco  Xavier.    ...  178 

p     »  N.  S.  da  Gaia    .....  195 

>     p  8.  Pedro 206 

Aldeias  de  Ipuea,  N.   S.  das  Keves  e 

Santa  RIU   .......*  ZiB 

Aldeia  de  Santo  António  dos  Gaarutbos.  213 
Aldeias  de  S.  Fidelis  de  Sígmarioga.  de 
S.  José  de  Leoni^,  de  Santo  Antó- 
nio de  Pádua,  de  S.  Fidelif  o  outras.  2^ 
Aldeia  de  S.  Lais  Beltrfto    ....  24^ 

Aldeias  de  N.  S.  da  Gloria  de  Valença 

e  Santo  António  do  Rio  Bonito.  249 

Cuncloáio Í6t 

Notas  e  citações 3^ 

Parte  docamootads.     ......  301 

índice  da  memoria  ,....,.  545 


INDÍCE    DOS   VOLUMES    1    A    07 


347 


XikIIoj^  —  Vocabulário  da  li  agua  '^Qval  U3ida  hoje  no  Alto 
AraazoD'18  —  Vol,   17,  pa;j.     551. 

—  Plano  sobrfí  a  civili.'íait;aodos  iodio:5  oo  Brazil  e  principal- 
mente para  a  capit-mia  da  Bahia,  cora  uma  hTQvt*  noticia 
da  misáíto  quB  cnire  os  meámos  indioâ  foi  feita  peloíí 
proíícripfeoa  Jesuius—  Vol.    19,  pag,  33. 

—  RetiueriniiiTito  foito  a  S.  M.  em  nome  dos  índios  domes- 
ticadug  íla  capitania  da  Bahia  —  Vol.  19,  pag.  91. 

—  Mappas  dos  índios  Cherentce  o  Chavão tes  na  povoação 
de  Thereza  Chnstina  o  o  Rio  Tocantins  o  dos  iodioa 
Cliaraos  da  aldtia  de  Pedro  AíTon^o  nas  margens  do  mesmo 
riOi  ao  norte  de  Goyaz  —  VoL  19,  pag*  119. 

—  A  emigração  do  Cayoaz.  Narração  coordenada  sobro 
apontamentos  dados  por  Jo5j  Hiniriciue  Elllot,  pelo  sócio 
Brigadeiro  J.  J.  Machado  de  Oliveira  —  VoK  19,  pag.  434. 

^    Dos  Índio ^  Cayuaz  — Vol.  19,  pa^?.  448. 

—  Carta  rogia  ao  Capitão  general  do  Pará  acerca  da  eman- 
cipação è  civilisaçâo  dos  índios  ;  e  resposta  do  mesmo 
acerca  da  s«a  execiiç<ãí3  —  VoL  30,  pag.  433, 

^  Noticia  :^obre  os  selva^rens  do  Mncury  om  unia  carta  dg 
Theophilo  Bonedicto  Ottoní  —  VoL  sÍL  P'ig.  19L 

—  Et,hno^a*aphia  indígena  :  —  Lingwas,  emigrações  e  archeo- 
logia.  PadrÕ33  de  raamioríi  doa  primoiroa  descobridores. 
~  Carta  do  Rrancfseo  Adolpho  do  Varnhagera.  Madrid,  1 
de  abril  de  1849— Vol  2L  pa:^.  431  .-Vido  voL  12,  pag  3G*l. 

*  Os  indígenas  do  Brazil  perante  a  hiít-jria  —  Memoria 
offerecida  por  Domingos  iosô  Gon, alves  de  Magalhães  — 
VoL  83,  pag,  3, 

—  Oa  Cayapós,  sua  origem,  dcjcobriracnto,  accommeiti- 
meutoí  pelos  Mamelucos,  represálias,  meios  empregados 
com  vioíoncja  e  com  arma  em  punho  para  aubtrahil^os 
âs  mattas,  esses  raeius  substituidos  liela  brandura,  seus 
boneficoa  resuitados,  ai  :e  miento,  conclusão — por  Machado 
de  Olivoira.— VoL  24.  pig,  4'Jl. 

—  Breve  noticia  do  gentio  bárbaro  que  ha  na  derrota  da 
viagem  das  minas  de  Cuyabá  e  seu  recôncavo,—  VoL  25, 
pag.  437. 

—  Descripção  das  aldêas  dos  Apinagés,  seus  usos  e  co-^turaes, 
—  VoL  25,  pag.  4EíK 

—  Brazil  e  Ocrania  —  Memoria  apresentad»  por  António 
Gonçalves  Dia^,  sobr.í  o  editado  dos  iniligenas  do  Brazil 
no  tempo  em  quo,  pola  primeira  vez,  se  a'^havara  em 
contijicto  com  os  seu^  descobridores  e  que  probabilidade 
ou  facilidade  offerecia  nessa  epocha  o  emprego  da  cate- 
chese  ou  da  colonização.  —  VoL  :i(\  pags,  &  e  257 
(â»  parta). 

—  Summario  das  armadas  que  se  flzerão  o  guerras  que  se 
derâo  na  conquista  do  Rio  Parahiba.—  VoL  3fj,   pag.  5. 

—  Noticia  da  voltint  iria  roducçao  de  paz  e  amizade  da  feroz 
nação  Jo  gentio  Mura  nos  ao  nos  de  1781  a  1780,  do  forriel 
commandante  do  deátaeamento  do  lugar  de  Santo  António 
do  Maripi  no  rio  Japurá  —  Vol.  36,  pag.  323. 


I 


ai8 


REVISTA   DO  INSTITUTO   tlISTORIGO 


Xtitliov  —  Offlcia  do  VU^ooda  do  PoHo  Soguro  sob:*»'  (vido 
p&g.  4H  Ho  va!.  34)  urna  obiorvacão  feitii  pjlo  Dr-  An- 
tónio Hdnrlquo  Leal  a  uma  pubiícaQão  do  mesmo  Visconde 
*jb  o  iilulo  —Os  Índios  &rat?oi —*VoL  33,  fmg.  1<J3 
(8*  parte). 

—  Relíquias  de  uma  grande  tribu  extincta  —  por  Aútooivi 
Manuel  Ounçalves  Tocantins  — VoL  3íí.  pag.  51  (2*^  parte). 

~~  Estudo  aobre  a  tribu  Munducurú  —  Memoria  eseripta  por 
António  Manoel  Gonçalves  Tocantins  —  VoK  40,  pag.  73 
$^  parte). 

—  ]arormaç$3saobre  03  Índios  bárbaros  doís  sortões  d<?  Per- 
nambueo :  —  Offleio  do  Bispo  de  Olinda  acompanhado  do 
Tariaa  oartas  —  VoL  4<^  pag.  Hi3. 

—  Memoria  sobre  us^s  e  costumes  dos  índios  Guar.mvâ» 
Cayuúó  G  Botocudos—  Voi.  63,  pag.  263  (5?»  parte). 

—  Proposta  parív  a  creação,  sob  os  auspiciai  do  Imiti  tato,  do 
uma  aaâoctacão  protectora  dos  indios  brazis  — VoL  65, 
ptgs.  492  0  503. 

—  Direcção  c:»m  que  interinamente  so  devem  regular  on 
índios  das  novas  vielas  o  lugares  erectos  n  \  capi tinia  de 
Pernambuco  e  suas  annesu  —  Vol .  46,  pag.  121 . 

—  As  popntaQõdS  indígenas  o  mesUoas  da  Amazónia -*  Sua 
liniuagcm,  suas  creuQas  e  seus  costumes,  por  José  Ve- 
rissirao  —  Vol.  5o,  pa^r.  295. 

—  Rekição  verídica  v  succinta  dos  usoa  e  costumes  dos 
Tupínambás,  por  Hrins  Stadcn  trad oxida  por  Trtstao  de 
Alencar  Aranpo  —  Vol.  5">,  pag    267 

^  —    Indígenas  do  Brazil  em  Françi  no  século  XVI  —  Voi*  5'5, 
pag    171. 
*-    Noticia  de  antiguidades  indígenas  ctiatenteis  em  Minas  — 
Vol-  5tK  pag.  4US?. 

—  Principio  e  origem  dos  indios  do  Brazil  o  seus  oostume?, 
adorado  e  cero mon ias— Vol.  57,  pag.  185. 

—  Partículas  de  la  leo«íua  ^uarany  —  Vol.  58,  pag.  101 . 

—  Od  iadiõs  Cavapó-í,  pelo  Padre  Desgenottes  —  Voh  Ô7, 
pag  216(â»  partoL 

Iii€£ul^iVf\o  —  M  >moria  de  Franeiáco  A^oinli-j  de  Varnba^en 
sobre  os  habitantes  do  Brazil  oon  ^   pelo  Santo 

Offlcíu,  era  Lisboa,  desde  1711  ató  IT    ;  L6,pag.33i); 

vol.  7»  pa^c    54  e  427. 

—  Pr^oe^so  feito  pela  Inquisição  do  Lisboa  contra  António 
jos^da  Silva,  poeta  brazileiro—  Vol.  59.  pag.  5. 

Inaioflpfiio  |>liuii te itt. —Carta  sobre  uraa  inseripção 
pb<  entrada  (*m    uma  da.^^  montanha:^  do  tittoral 

du  1  I  aeirj,  ao  Sul  da  barra  --  Vol    1,  pag.  06, 

Eelaturiú  da  commíbsâo  encarr^ada  de  analisar  e  copiar 
Q«ta  ÍQScripçlo  —  \  õl .  I ,  pag.  09. 

1 1\ ao  r  i  p  (^õ £*«  1  a  p  i « l f  1  ref^  —  V .  Cidades  pe f f  i fundas . 

Instiliiio  IXi9toi*ic:*o  —  Sua  creação— Dl i^uno  inau- 
gural peb  Cónego  lAnoario  da  Cunha  Bar boza-^  Vol  l« 
pags.  5  e  10 

—  Extracto  dos  seus  estatutos  —  Vol    l.  pag.  2^. 


ÍNDICE  DOS  VOLUMES    1    A   67  3i9 

Instituto  KliHtoi-ieo  —O  Sr.  D.  Pedro  II  acceita  o 
titulo  de  seu  Protector —Vol .    1  pag.  67. 

—  O  Instituto  Histórico  é  o  representante  das  ideias  de  illufi- 
tração  que  em  diíTerentes  epochas  se  manifestarão  no 
nosso  continente  —  Vol.  1,  pag.  77. 

—  Do  que  devem  procurar  nas  provindas  os  sócios  do  Insti- 
tuto para  remetterem  á  Sociedade  central  do  Rio  de  Ja- 
neiro—Vol.  1  pag.  141. 

—  Novos  estatutos  —  Vol.  14,  no  fim. 

—  Proposta  para  a  juncção  da  Sociedade  Vellosiana  ao  Insti- 
tuto —  Vol.  17,  pags.  79,  88,  90  e  100. 

—  Decreto  n .  2482  de  2  de  Novembro  de  1801 ,  approvando  os 
artigofl  que  devem  fazer  parte  dos  estatutos  — Vol.  24 
pag.  865. 

—  Parecer  sobre  duvidas  que  occon^era  na  applicação  Jo 
art.  6  dos  estatutos.— Vol.  34,  pag.  372  (2*  parte). 

—  A  sua  revista  é  pi-emiada  na  oxposiçào  geographica  da 
Veneza  —  Vol    44,  pag.  419  (2-'  parte). 

—  Sua  creação  e  insíallação  — Vol.  48,  pag.  315  (2*  parte). 
~    Parecer  sobre  a  proposta  r(>lativa  à  admissão  de  sócios 

—  Vol.  50,  pags  3^5  e  300  (2*  parto). 

—  Ceremonial  que  deve  ser  observado  nas  sessões  de  recepção 
de  novos  sócios  — Vol.  50,  pags.  314  e  341  (2*  parte). 

—  Alteração  de  alguns  artigos  dos  estatutos.— Vol.  5?, 
pagi.  508  e  544  (2'  parte). 

—  Estatutos  approvados  em  sessão  de  1  de  Agosto  de  1890.— 
Vol.  53,  pag.  629  (2*  parte). 

^  Os  sócios  beneméritos  são  constituídos  em  commissMío  para 
o  âm  do  reunirem  donativos  com  os  quaes  se  possa  con- 
struir ou  adquirir  um  edifício  em  que  funocione  o  Insti- 
tuto— Vol.  54,  pags.  193  e  197  (2*  parte). 

—  Memoria  apresentada  ao  Ministério  da  Justiça  em  1897  — 
Vol.  60,  pag.  171  (2^  parte). 

—  Minuciosa  noticia  sobre  a  existência  desta  Sociedade  — 
Vol.  61,  pag.  7. 

—  Alteração  do  art.  12  dos  estatutos  para  dar- se  a  denomi- 
nação de  bemfeUorei  aos  sócios  de  que  trata  o  §  2*  desse 
artigo.— Vol.  61,  pags.  6920  718. 

—  Alteração  do  art.  15.  —  V.  Di$Hnctivo. 

—  Modificação  dos  estatutos  na  parto  relativa  aos  direitos  e 
obrigações  dos  sócios  — Vol.  62,  pags.  358,  388  e  454 
(2*^  parte). 

—  Por  meio  de  procuração  não  se  admitte  votação  nas 
sessões  de  eleição.— Vol.  66,  p-ig.  301  (2»  parte). 

—  Proposta  para  alteração  nos  seus  estatutos  —  Yol.  06, 
pag.  296  e  vol.  67,  pags.  432  e  463  (2»  parte). 

Jn Hstx"ue  VÃO  —  Discurso  sob 'e  a  necessidade  de  se  prote- 
gerem as  scieneias.  lettras  e  artes  no  Bi*a8il.— Vol.  II, 
pag.  259. 

Instrucção  publica  nos  tempos  coloniaes  do  Brazil  pelo 
Dr.  M.  D.  Moreira  de  Azevedo«—  Vol.  55,  pa^.  141 
(2*  parte). 


350  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

In**truocõOí^  —  para  MarMns  Lopes  do  Saldanha,  gover- 
nador e  capitão  general  da  Capitania  de  S.  Paulo.— 
Vol.  4,  paj?.  ;^50. 

—  Olllcio  do  Vice-Rei  Luiz  de  Vasconcellos  e  Souza  com  a 
copia  da  relação  instnictiva  pari  ser  entregue  ao  seu 
sucoessor.—  Vol.  4,  paga.  3  e  129. 

^  Registo  do  regimento  de  S.  A.  Real  que  trouxe  Roque  da 
Gosta  BuTOtj,  do  Oonse'ho  de  S.  A.,  mestre  de  campo, 
gt^neral  do  Estado  do  Bratil,  a  cujo  cargo  está  o  governo 
delle.— Vol.  5,  pag.  288. 

—  dadas  ao  Visconde  de  Barbaoena  Luiz  António  Furtado  de 
Mondtmca,  governidor  e  capitão  general  da  Capitania  de 
Minas  Geraes.^  Vol.  6,  pags.  3  e  197. 

—  p:\ra  O.  .\ntonio  de  Noronha,  governador  e  capitáo  ge- 
neral da  capitania  de  Minas  Geraes  (24  de  Janeiro  ae  1775). 
—  Vol.  (\  pag.  215. 

—  D;\ra  Fernando  Delgado  Freire  de  Castilho,  governador  da 
ParUàba.  — Vol.  O,  pag.  444  e  vol.  27,  pag.  249. 

—  Fr.iiJrmentos  que  existem  na  Torre  do  Tombo  das  instruc- 
cOos  dadits  por  Sl-Rei  D.  Manoel  a  Pedro  Alvares  Cabral, 
quando  ohofe  da  Armada  que  indo  á,  índia  descobrio 
oasualmenta  o  Brazil.—  Vol.  8,  pag.  99. 

^  Ci^mpílacão  dos  objectos  mais  esseoeiaés  ae  que  es'&  encar- 
rt^gado  o  i\>mmanaante  do  Rio  S.  Francisco  Xavier,  segun- 
do a<  ordens  existentes  no  arebivo  do  mesmo  commando  ; 
e  alguns  a^v^ntamentos  de  instrucções  para  regular  a 
sua  oonduoia  no  me;>mo  commando.— Vol.  Il,pa)f.  487. 

—  para  o  governo  da  capitania  de  Minas  Geraes,  pelo  Desem- 
bargador Joêé  João  Teixeira  Coellio.~Voi.  15,  pag.  257. 

—  dada$  polo  Conde  de  Bobadella  a  seu  irmio  o  preclaris- 
simo  .^^Sl^  .\ntonio  Freire  de  Andrade  para  o  governo  de 
Mn)a;$  Tior.uvs  a  quem  veio  suceeder  pela  ausência  de  seu 
irmJto.  quando pass^»u  aoSuK— Vol.  lô,  pag.  359. 

—  Rt^imonto  dido a  Ant^mio  Cardoso  de  Barros,  cavalleiro 
tid.iUv»  da  Csisa  de  Kl-Rei.  como  provedor  môr  da  fazenda 
qao  primeiro  foi  ao  Braril  (manascripto  offerecido  por 
5i.  M.  o  Impt^rador).— Vol.  18, pag.  106. 

—  De  .Mirtiníiu  do  Mello  o  Castro  a  Luiz  de  Vasconcellos  e 
Sou.'a  aoo^^a  do  governo  do  Uraiil.—  Vol.  85,  pag.  479. 

—  Padas  om  2:í  do  Outubro  de  1797  por  D.  Rodrigo  dtj  Souza 
Couiiu!ioa  Fernando  IVlgado  Freire  do  Castilho  qae  aca- 
bava do  sor  nomeado  para  o  governo  da  Farahiba.— 
Vol.  -.'7,  pag.  249. 

—  Kxpodi  las  ao  C.mde  da  Cunha.—  Vol.  35,  pag.  212. 

—  Para  o  capitíio  general  D.  António  Rdlrn  de  Moura, 
governador  das  capitanias  de  Cttyabl  e  Matto  Grosso .  — 
\ol.  55,  pag.  :í;U. 

XutouLtleueia  «?efnl  <la  PoIIoIa  —  Riulo  Fernandes 
N  ianna  e  a  policia  do  seu  tempo  —  administração  do 
conselheiro  IMulo  Fernandes  Vianna.  de  lSi>8  a  1821.  pelo 
cónego  br.  Joaquim  Caetano  Fernandes  Pinheiro.  — 
\ol.  3íí.  pag.  65  (2- parte). 


ÍNDICE    DOS   VOU  MES    1    A   G" 


351 


Xiiteucleneia.  j^erii,!  ciu  r*olieit\  —  Abreviada  de- 
monstração úoâ  trabailiús  da  pulicia  em  todo  o  tempo 
que  sérvio  o  Dosembargadar  do  Paço  Paulo  Fernandos 
Viaana.  —  VoL  55»  pag.    374. 

rnve-*ti*^'4x<;iío  a'-*ti'oiioinieíi.  —  Memoria  scieatiflca 
acerca  da  longitude  da  torro  do  Arseaal  de  Marinha  de 
Poroarabuco,  por  Jo:é  da  Co3ta  Azevedo.— Vgl.  32, 
pag.  125  (2»  parte), 

XriiLaiul«t.cle  <lo  i^»ox*uiiieuio  cIa  Oa,nLlelfit*ia. 
—  A  Irmandade^  etc.  e  o  empréstimo  decretado  pelo 
Alvará  de  13  de  Março  de  1797.  F.  B,  Maniue>  Pi- 
nheiro —  Vul.    60,   pag.  35(2*  parteK 

XmíUiik»  tio  r^anamá  — V»  Sociedade  de  Geographia  de 
Parif, 

Itac^ui  —  Noticia  desta  eidade,  por  Luiz  de  França  Almeida 
a  Sá.—  VoL  51,  pag.  S7  (2*  parte). 

Itatiaia  --  Descri pçâo  do  Itatiaia  ou  Itatiaiu,  por  José 
Franklin  da  Silva.— VoK  :í9,  pag.  413. 

rtiitev.ii"Jo— Das  visitas  fi  itaâ  na  sua  Dioceae  pelo  Bispo  de 
Pernambuco  no 3  annoe  de  1833  a  1840.—  Voh  55»  pag.  5. 

—  V>    Viagrm. 

Jaeol>tiioíí  no  Uraail  —  Vigilância  do  governo  poi*- 
tuguez  contra  os  principioa  jacobinos  no  BraziL—  VoK  59, 
pag.  4H5. 

«Xaa!i^-o  —  De  Pedro  Alvares  Cabral.—  VoL  2,  pag.  158. 

—  Noticia  da  sepultura  do  poeta  Manoel  Ignacio  da  ísilva 
iUvareoga.—  Vul.  ::8,  pag.  151. 

—  DocumentuB  rulativofi  â  exhumação  dos  osaos  de  Eataoio 
de  Sá,—  VoL  ■^f\  pag,  301. 

—  V.    Mauzoléa. 

Jeí5*iiitaM  —  NotLúa  hiàlorica  da  expulsão  doa  jeatiitas  do 
CollegiodeS,  Paulo.  Composta  pelo  sargento  mór  Padre 
Taques  de  Almeida  Paes  Lt?rae.—  VoL  \2,  png.  5. 

—  Eoíiaio  sobre  os  jesuítas  —  Memoria  escripta  pelo  Cónego 
Dp,  Joaquim  Caetano  Pornandea  Pinheiro.— VoL  18, 
pag.  67. 

'  ApontamcutoB  para  a  historia  dos  jesuítas  no  Brazil, 
extrahidoa  daâ  cbroaicaa  da  Companhia  de  Jesíiia.  pelo 
Dr»  António  Henrique  LeaL—  VqL  34,  pags.  47  e  L^3 
(2»  parte)  ;  voL  3G,  pags.  05.  201  e  347(2»  parte). 

—  Aviso  acompanhando  unra  cópia  da  Promemoria  feita  ao 
Conde  da  Ega^  pelo  padre  Iguacio  dos  Santos  Meírelles 
sobre  a  abobad:i  subterrânea  rio  Collegio  dos  .lesuitas  no 
Rio  de  Janeiro,  em  18í>1.— VoL  :^5,  pag.  19k. 

—  HísíOiia  da  Companhia  de  Jesus  na  extincta  província  do 
Maranhão  e  Pará.,  pelo  padre  José  de  Maraoa.—  VoL  36, 
pag,   tOl  (2*  parte). 

—  Trabalhos  doe  prinjeiros  jesuítas  no  BraziL—  VoL  57, 
pag.  .^13. 

—  Vide  Brozil  —  Cartas  —  Cutep/^eie. 

«Toâo  OoiniUa  —  Senhor  de  Boléa  —  Memoria  pelo  Dr .  B. 
F.  Ramiz  Galvão,— VoL  47.  pag.  30  (2"  pa^-te}. 


—  T«|. 


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mtêMotmmm 


pine     Í^V7  (2^  r«^' 

v>n^  4»taM4»#«MniÉpáftLi^i»S»iflfoéif)raitu. 

f  >iAiiitiiUf«i  -*  Ci^Mflfi^  pmUMMUa»  áa  iH^ftete  •  lati- 
Itttfte  «kíMrlAodA  c«|4tul&  ^  0.  Lote  te  Mum^âo.— 

WiinMtÉl  #  G«tté»  WiiatMií  —  CtfU  ooBTi- 
lio  4  proMkter  4  obierv)içOM  MiiMtiirii 

wliOfipiggiig  19  MM»  á0  flWgttirtitnio  tofrwli»  e  à 
MiêciflJi  ám  miÊfonê  lortiif.^Või.  39,  piis.  399,  403, 

**    t)úiiifi4*  áêê  loOKiiadeif  #  UUiiidai  da  grwaàm  parte  da 

^    UM^ãAm  0  ton0tf]d«i  dof  dlArmlei  logaroi  du  pro- 
vifiiioi  d«  i.  í^mniat  QofMZ  •  lUtto  GroM»,  tegisodo  o 
rn Ui ni  rtit  f.uis  AUfl0õO't.— Vol.  4S,  pag.   157. 
l^lml<4«M  —  íu^Jjiuirlo  áú  VleiUti  Luiz  de  VamonoeUos  e 

t-iMiA^i  nvMtriifi'l<i  o  ottiido  arri  qui*  (J^iza    oa  negócios  im* 

SoriíMiUiM  lio  I4U  guveroo,  imitida  uaa  clelle«  &  demarcação 
11  UmiUtÊ  da  Anuirio^  Meridional,  —  Vot.   4,   pags.  3 
n  UM 

tír»t»iDn*)u  aproionia^lo  polo  capitJlo  cmíteohelro  Ricardo 
Kr;»iJOíí  tio  Alfníil^la  H»rr»  a  flr*  António  Plroa  da  Silva 
Í»Miitiii«cnrfii  "la  «iploragíLíi  ijua  fluirauí  para  examinar 
n^  .^.Étniniinlonçôi)»*  (|Uo  jmdiiriiiin  haver  oom  a  oolonfa 
I  I  dti  8tirlnamí»   pwlu  Li  lo    do   Hio   Branco  ou 

i  iilwK  TtMiiltí  «  Pirará,  o  réoonhecor  os  Umitos 

^nuliM^om  iorvlr  do  rala  liQtre  os  domiiiios 
I  is*  tia   uta  oulonía  O  of  dai  ooloQÍa«  portii* 

■■ ■'  '    '         ^    '    '^   pa>f.  H4, 

«-     rS»|thi  »1m  nuW  JoAo  do  OodolS  PJQIo 


<i  t|Hti  «^miH 


viio  ser  maroadoa  és 
li3  Goyai.— Vol.    7, 


mtolCB  ©os  VOLUMES  1  A  67  353 

Tjímitem  —  Parecer  da  Gamara   dos   Deputados  sobre  os 
limites  do  Maranhfto  e  Goyaz.—  Vol.  7,  pag.  2.6. 

—  Do  Brazll  com  a  Veoezuela.—  Vol.  7,  pag.  329. 

—  Do  Brazil  com  a  Qayana  PraBceza,  conforme  o  sentido 
exacto  doart.  8«do  traiado  de  Utrecht-—  Memoria  escripta 
peloDr.  Joaqaím  Caetano  da  Sil?a.— Vol.   13,  pag.  421. 

—  Memoria  sobre  a  questão  de  limites  entre  o  Brazil  e  Monte- 
Yídéo,  por  J.  J.  Machado  de  Oliveira.— Vol.  16,  pag.  385. 
Pareceres  diversos.— Vol.  16,  pagSn  425  a  547. 

—  Da  provinda  do  Espirito  Santo  »  Memoria  por  Braz  da 
Costa  Rublm.—  Vol.  23,  pag.  113. 

—  Manuscripto  sobre  limites  do  Brazil,  offerecido  por  S.  M. 
o  Impei ador.  — Vol.  24,  pag.   113. 

—  Do  Brazil  (1403  a  1851)  —  Memoria  lida  por  António 
Pereií^a  Pinto.—  Vol.  30,  pag.  193  (2* parte). 

—  Apontamentos  diplomáticos  sobre  os  limites  do  Brazil, 
por  Ernesto  Ferreira  França  Filho.— Vol.  33,  pag.  213 
(2»  parte). 

—  Do  Brazil  com  o  Paraguay  :  Carta  da  fronteira  do  Im- 
pério do  Brazil  com  a  Republica  do  Paraguay,  organizada 
pelo  conselheiro   Duarte  da  Ponte   Ribeiro.— Vol.   35, 

Kig.  485  (2"  parte), 
oaed  são  os  limites  naturaes  pacteados  e  necessários  ao 
Império  do  Brazil  f  —  Vol.  65,  pag.  341. 
Breves  annotacdee  a  esta  memoria*  por  Manoel  José  Maria 
da  Codta  e  Sá.— Vol   65,  pag.  459  — Resposta  do  Vis- 
coniede  S.  Leopoldo.— Vch.  65,  pag.  97. 

—  Instruccão  a  respeito  das  demarcações  da  parte  norte, 
na  conformidade  do  quo  foi  estipulado  no  tratado  de 
limites  celebrado  entre  Portugal  e  Hespanha  a  13  de 
Janeira  de  1750.— Vol.  67,  pag.  301. 

—  Systema  das  demarcações  approvado  por  S.  M.  quanto 
ao  Rio  Negro.— Vol.  67.  pag.  310. 

I^in^ua»0  indlsreDO'»  —  Memoria  sobre  a  necessidade 
do  estudo  das  iinf  Oas  indígenas  do  Brazil,  por  Francisco 
Adolpho  de  Varnnagen.— VoL  3,  pag.  53. 

— ■  A  grammar  and  Vocabulary  of  the  tupy  language.  Par- 
tly  collected  and  pjirtly  .translated  from  the  Tvorks  of 
Anchieta  and  Piffueira  noted  bf^zilian  miftdonarys  by' 
John  Luccoek.— Vol.  43,  pag.  iíí63  ;  vol.  44,  pag.  K 

^    Questões   propostas  sobre  alguns  vocábulos  da  língua 
geral  brizíielra,  por  FranciscoFreire  Allemfto.  — Vol.  45, 
pag.  351  (2»part9). 
luon^ltndes  — V.  LmHtudes. 

Mtixleirtfts  — Carta  Rej<ia  de  13  de  Maio  de  1797  sobro 
corte  de  madek^as.—  Vol.  6,  pags.  456  e  4  0. 

^  Memoria  sobre  as  ouistões  :  i .*  Se  convém  vender  ma- 
deiras d  i  coDSiinic^o  ás  nações  estrangeiras ;  2.*  Se  no 
Brazil  ha  abundância  das  suas  madeiras  preciosas  de 
construo^  que  possam  venderse  sem  damno,  ou  f^lta 
das  mesmas  para  a  nossa  marinha  real  e  mercante.— 
Vol.  33,  pag^  113. 
831—23  Tomo  lxviii  p.  i. 


354  REVISTA   LO  XX^ITUTO   HíST^DRICO 

3lAioi*i<lAcle    <lo    Imperfàdox-  —  DeoUn^io     ix 

maioridade  do   Imperador    em    I3*j  —  Memorji  peio 
Dr.  Moreira  de  AzeTedo.— Vol.  42.  pa^.  õ  '2*  parie  . 

—  No*.icia  sobre  e^te  f^2i<>,  por  Tristão  de  Aleaear  Aranpe. 
—  Vol.  44,  pag.  l«7  (5*  parte;. 

Muno«ioi*ipto^  — Exposição  sobre  satalo^acão  doi  mA- 
cmeriptca  do  lostitato.—  Vol.   47.  pag.  547  (3*  parte  . 

—  OÍEferecidod  ao  Instituto  —  V.  índice  —  Oi^erias. 
Bfttppa^  —  OíTarecHloi  a.3  lanftuto  —  V.  Iniize  —  0^-;tíz3. 
MarauUâo  »  O  dia  rS  de  Julho  ^  Memoria  pelo  Dr.  César 

Auguáto  Marques  —  T-m.  49,  rol.  2».  pag.  3'A. 

—  Memoria  hí«t^rica  e  documentada  da  revolução  iesta  pr«3 
Tiocia  desde  18/<f  até  IS4Ú,  por  Domingo*  José  Gonçalves 
de  Magalhães  —  Vol.  10..  pag.  âà3. 

—  Descripção  do  território  de  Pastos  Boní,  noa  sertões  do*Mi- 
ranlião ;  propriedades  dos  seoi  terrenof,  suaa  producçOes. 
caracter  de  seus  habitantes,  colonos  e  estado  actual 
dos  seus  estabelecimenios,  pelo  major  Francisco  de  Paula 
Riboíro—  Vol.  :2,  pag.  41. 

—  Exame  feito  nos  archivos  dos  mosteiros  e  dis  repartições 
publicas  para  a  collecção  dos  docnmentos  históricos  rela- 
tivos ao  Maranhão,  por  A.  Gonçalves  Dias  — Vol.  16. 
pag.  :.7>. 

—  Memoria  relativa  a  esta  capitania,  por  Francisco  Xavie: 
Machado  — Vol.  17,  pag.  56. 

—  Memoria  que  contém  a  descripçã^  problemática  da  longi- 
tude e  latitude  do  sertão  da  capitania  geral  de  S.  Laiz  do 
Maranhão,  que  igualmente  diz  respeito  ao  namoro  das 
fregnczias,  e  ao  das  almas  de  que  consta  a  mesoia  capita- 
nia, por  Joaquim  José  Ferreira  (padre)— Vol.  20,  pag.  I'-5. 

—  Itinerário  da  provinda  do  Marahh&o.por  António  Bernar- 
dino Pereira  do  Lago—  Vol.  35,  pag.  385. 

—  Notas  diárias  sobre  a  revolta  que  teve  logar  nas  proTin- 
cias  do  Maranhão,  Piauhy  r>  Ceará  em  1838,  1839,  1840  e 
1841,  CMcrlptas  om  18r>'l  á  Tista  de  documentos  offlciaes. 
por  J.  M.  I'ercira  de  Alenoastre  —  Vol.  35,  pag.  4^j 
W"  parti". 

—  Citaloffo  doM  Governos  que  tem  tido  osta  província  depois 
do  pr^elamad'*  a  Independência,  em  28  de  julho  de  1S2  :. 
orghnlziílo  pelo  Dr.  César  Augusto  Marques  —  Vol.  36. 
Mj/.  171^  ri^  parto). 

u</cumento  importante  a  respeito  de  António  Teixeira  de 
Mf;JI<^,  o  restaurador  do  Maranhão  áo  poder  dos  hollao- 
dezcs  — Vol.  3»,  pag.  411. 
-*  Kolação  histórica  e  politica  dos  tumultos  que  succeJeram 
na  ciiiado  do  S.  Luiz  do  Maranhão,  com  os  suocessos  mais 
notáveis  que  nella  aconteceram—  Vol.  40,  pags.  67  e  3u3. 

—  Memoria  histórica  da  administrado  desta  provinda,  pelo 
bacharel  Franklin  Américo  de  Menezes  Dori% —  Escripta 
|N3lu  Dr.  César  Augusto  .Marques  —  Vol.  41,  pag.  õ 
íS»  parte). 


índice  dos  volumes  1  A  67  355 

M:araiilEao  —  Historia  da  imprenea  no  Maranhão  — 
Memoria  lida  pelo  Dr,  Gesar  Augusto  Marques— Voi.  41, 
pag*  219  (;i»  parte),  vol.  51,  pag.  167. 

—  Papel  politico  sobre  o  estado  do  M  iranbSo,  apresentado 
em  nome  da  camará  ao  Senhor  D.  Pedro  II  por  seu  pro- 
cuPcodor  Manoel  Guedes  Aranha  —  Vol.  46,  pag.  1. 

—  O  dia  28  de  julho:  Uma  pagina  da  historia  do  Maranhfto, 
pelo  Dr  César  Augusto  Marques  —  Vol.  47,  pag.  S38 
(2*  parte). 

—  Independência  desta  província  —  Memoria  por  Tristão  de 
Alenc:ir  Araripe  —  Vol.  48,  pag.  159  (<,•'  parte). 

—  Estabelecimento  d  i  Igreja  Catholica,  Apostólica  Romana 
no  Maranhão— Memoria  pelo  Dr.  César  Augusto  Marques 
—Tomo  69,  vol  42,  pag.  283. 

—  O  Bemtevi,  periódico  maranhense,  e  o  seu  redactor 
Estevão  Raphael  de  Carvalho  —  Memoria  pelo  Dr. 
César  Augu^iio  Marques  —  Tomo  49,  vol.  2«,  paga.  289  e 
?95. 

— •  Poranduba  maranhense  ou  relação  histórica  da  província 
do  Maranhão  —  Vol.  54,  pags.  5  e279. 

—  D .  Francisco  de  Mello  Manoel  da  Camará,  governador  e 
capitão  general  —  Vol.  55,  pag.  25  (2*  parte). 

—  Catalogo  dos  primeiros  i^eligios^s  da  companhia  da  vice- 
presidencía  do  Maranhão,  com  noticias  históricas,  pelo 
jesuíta  Bento- da  Fonseca  — Vol.  55,  pag.  407. 

—  Expedição  do  Axuby  para  o  descobrimento  de  uma  riquís- 
sima cidatle  encoberta  no  interior  da  então  capitania  .dp 
Maranhão  —  Memoria  pelo  Dr.  César  Augusto  Marques — 
Vol.  56,  pag  1,  Í2»  parte). 

—  V.  Cartas  de  Oedeon  Morris  de  Jonge  —  Vol.  50,  pag.  237. 

—  V.  America  abreviada. 

I^Xa^roo  ou  pa*di*ão  —  Junto  ao  cabo  de  S.  Roque  plantado 
pelos  navegadores  que  percorreram  as  costas  brazílicas 
Das  primeiras  investigações  do  descobrimento  das  nossas 
terras  —  Vol.  53,  pag.  499  (2"^  parte). 

IVJa^rianna. —  V.  Bispado. 

IkCaiTciueaB  cie  I?4>iiil>al  —  Documentos  interessantes  e 
inedictos  relativos  ã  admissão  do  Marquez  de  Pombal  — 
Vol.  8,  pag.  65. 

—  Offlcio  que,  como  ministro  portuguez  em  Londres,  es- 
creveu para  a  corte  de  Lisboa  em  1741  —  Vol.  4, 
pag.  505. 

M^ai-t^rjrios  —  Roteiro  para  os  Martyrios  indo  em  canoas 

pelo  ribeirão  de  Qoyaz  —  Noticia  desta  paragem—  Vol .  6, 

pag.  319. 
IMCatto  Orowso—  Memoria  ou  informação  dada  ao  Governo 

pelo  tenente  coronel  Ricardo  Franco  do  Almoída  Serra  — 

Vol.  2.  pag.  19. 

—  Discurso  (extracto)  do  presidente  de  Matto  Grosso  Dr. 
Jos(^  António  Pimenta  Bueno,  na  abertura  da  assemMéa 
legislativa  provincial,  em  l  de  março  de  1837  —  Vor  2, 
pag.  170. 


356 


REVISTA   DO  IXSTlTirrO  HISTÓRICO 


Matto  Oroa^K»  --Noticuu  praticas  das  mioaa  do  Cuvabi  e 
Oojaz»  na  capUaala  de  S.  PaQio  e  Cujrabá,  dadas  ao 
revereado  padre  Dloga  Soarei  pelo  capitãa  João  AntoDio 
Cabral  Camêlto,  sobr^  a  víagom  que  fez  À9  mioas  de 
Cuyabá  —  Vol.  4,    pag.  487. 

—  Sobre  o  com  mero  io  eotre  o  Pará  e  Maito  Grosso  e  sobre 
aa  eommiinjcações  que  oonrém  esUbeleor  eotre  as  di- 
versas capitanias  do  Brazil—  Vol.  5.  pag.  76. 

—  Descripçao  geoRrapbica  desta  capitania  (<4Qao  de  1797)  — 
Vol.  6,  pag.  156,  voK  2<upag.  i85. 

«  Memoria  sobre  oe  usos,  oostumes  e  tínguagf^m  dos  Appiacás 
e  deacabrimeoto  de  novjs  minas  na  proTiocia  de  Matto- 
Grano.  Vol.  6,  pag.  30:>. 

—  Reâczões  sobre  esU  capitania,  oíTerecidaj  ao  governador 
e  capitão  general  João  de  Aibuquerqae  do  Meuo  F^ercira 
e  Caçares,  pelos  t  mentes-corooeis  Juaqaim  José  Ferreira 
c  Rioardo  Franco  de  Almeiia  Serra—  VoL  lE,  pag,  377. 

'  Compendio  histórico  e  cbronologico  das  notícias  de  Cuiabá 
desde  o  priocipio  do  anno  da  177B  até  o  fim  de  18 i7,  por 
Joaquim  da  Costa  Sequeira  ^  VoL  13,  pig*  5. 

—  Memorias  cbroDologicas  dest%  Capitania,  principalmente 
da  F^ro\'edoria  da  Fazenda  Real  e  lutendeacta  do  ouro, 
por  Fotippe  José  Nogueira  Coelho  —  Vol.  13  pag.   137, 

—  Termo  de  revalidação  de  posse  ou,  sondo  oecesaario,  de 
Dova  posse,  tomada  por  parte  de  S.  M.,  que  0eus  guarde, 
do  lagar  que  até  agora  se  chamava  Fec^o  d<^  Morros, 
sobre  as  margens  do  Rio  Paraguay.— VoL  20,  pag.  33«3. 

—  OtTlcio  do  engeobtíiro  Luiz  de  Alincourt  de  10  de  No- 
vembro de  1824  contendo  noticias  sobre  a  parto  meri- 
dional da  provincia  de  M^tto  Grosso.— Vol.  %%  pag.  332, 

—  Resumo  das  eiplopaçõei  pelo  eogenhoiro  Loíí  do  Alia- 
oourl.desde  o  registo  de  Camapuã  atéá  cidade  da  Cuyabi* 
—  Vol.  20,  pag.  334, 

—  Resumo  das  observações  feitas  pelo  engenheiro  Luiz  de 
Alincourt  desde  a  cidade  de  Cuyabi  até  1  Vi  lia  do  Pa- 
raguay  Diamantiao  \Wb\)  —  Vol.  8»,  pa^r.  345. 

—  R^eiSes  sobre  o  systems  de  defbsa  que  se  deve  a  loptar 
na  fh)n leira  do  Paraguaj,  em  consequência  da  revolta  e 
doãt  insultos  praticados  ultimamente  pela  nação  dos  Índios 
ciaatcuriis  ou  civalleiros  —  VoL  20  pag*  360. 

—  OíBoio  sobre  a  estatística,  despezas  e  admioistrsção  da 
província  do  Mat to  Grosso  de  1H24  a  1826,  —  VoL  20, 
Mf.  366. 

—  Roietrooorographico  da  viagem  que  se  costuma  flizor  do 
Forte  do  Príncipe  da  Beira  á  VUla  Bel  la,  Capital  de  Matto 
Grosso.  —  VoL  20,  pa^.  390. 

-*  Obosrvaçdes  sobre  a  carta  geographica  desta  provincia, 
psloeapitao  de  rt*agata  Augu-ito  Leverger.  —  Vol.  25, 
Mg.  346. 

—  ttipioraçloda  província  de  Ma  tio  Grosso  para  fundação 
de  uma  lúbrica  de  ferro  e  outra  de  pólvora  —  Ro  lolpho 
Waohneld'.  —  VoL  ?7.  pag.  lí>3. 


índice  dos  volumes  1  A  67  357 

Matto  Oroeiso— Expugna^  pelos  hespaah^^  do  presidio 
de    Nova  Coimbra  —  Vol.  28,  pag.  89. 

—  Fundação  da  ViUa  Maria  do  Paraguay  e  pro\idencias 
para  o  seu  engrandecimento  —  Vol.  28,  pag.  110. 

—  Estabelecimento  de  Nova  Ck)imbra  e  Viseu,  e  noticia  de 
um  mappa  geographieo  por  onde  se  mostra  a  corrente  do 
Guaporé  —  Voí.  28,  pag.  118. 

—  Gonstmcção  do  Forte  do  Príncipe  da  Beira  é  conservação 
de  outros  estabelecimentos.  —  Vol.  28,  pag.  J21 . 

—  Saa  popula^  em  1800  —  Vol.  28,  pag.  123. 

—  Breve  memoria  relativa  á  corograptiia  desta  província, 
por  Angusto  lAverger  —Vol.  28,  pag*  129. 

—  Noticia  da  ritnação  de  Matto  Grosso  e  Cayabá ;  estado  de 
uma  e  outras  minas  e  novos  descobrimentos  de  ouro  e 
diamantes,  por  José  Gonçalves  da  Fonsfca.  —  YoU  29, 
pag.  352. 

—  Tabeliã  das  latitudes  e  longitades  dos  diversos  lugares  da 
província  de  Matto  Grosso,  determinadas  por  observações 
astronómicas,  pelo  Barâode  Melgaço.— Vol.    47,  pag.  53. 

—  A  cidade  de  Matto  Grosso  (Antiga  Villa  Bella)  e  rio  Gua- 
poré e  a  sua  mais  illustre  victima,  pelo  Visconde  do 
Tannay  —  Vol.  54,  pag.  1  (2*  parte). 

—  Povoação  de  Casalvasco.  Termo  da  fundação  do  novo  esta- 
belecimento^Povoação  regular  de  Casalvasco  na  margem 
oriental  do  Rio  dos  Barbados,  oito  léguas,  com  pouca 
difTerença  para  o  sul  da  Villa  Bella,  capital  da  capitania 
—Vol.  55,  pag.  366. 

—  Instrucçoes  dadas  pela  Rainha  ao  governador  da  Capi- 
tania de  Matto  Grosso  D.  António  Rolim  de  Moura,  em  10 
de  janeiro  de  1749  —  Vol.  55,  pag.  382. 

—  instrucçCes  para  o  capitão  general  D.  António  Rolim  de 
Moura,  governador  das  capitanias  de  Coyabá  e  Matto 
Grosso  —  Vol.  55,  pag.  391 .  (Instrucçoes  de  26  de  Agosto 
de  1726). 

—  Patente  de  D.  António  Rolim  de  Moura,  governador  e  ca- 
pitão general  —  Vol.  55,  pag.  395. 

—  Memorias  de  1816  —  Senado  da  Gamara  da  Villa  do 
Senhor  Boro  Jezus  de  Cuyabã  —  Vol.  57,  pag.  159. 

MausEoléo  —  De  José  Bonifácio  de  Andrada  e  Silva  —  Vol. 

24,  pags.  715  e  748  ;  Vol.  34  pag.  315  (2*  parte);  Vol.  35, 

pag.  597  (2*  parte), 
Ililedallia,  —  Para  commemorar  a  data  da  aboIi<^  da  escra^    .  y 

vidão  no   Brazil— Vol.    51    pags.   256,  258,    288  e  301     V 

(2*  parte). 

—  Para  commemorar  a  convenção  celebrada  com  a  Repu- 
blica Argentina  para  que  seja  resolvida  a  questão  das 
Missões— Vol.  52  pag.  4(30  (2*  parte). 

—  Distribuição  das  medalhas  oe  praia  commemorativas  da  ^ 
extincçâo  da  escravidão  no  Brazil  —Vol.  52,  pag.   551.  ^ 

—  Historia  de  uma  collecção  de  moedas  e  medalhas  do  Brazil, 
desde  os  tempos  coloniaes  até  14  de  novembro  de    1889, 

por  Miguel  Archanjo  Galvão—  Vol.  66,  pag.  5  (t^  parte). 


358  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTORrO 

MedAlliA  —  V.  DitíineHto.  —  Olfe.-ia. 

Meio  eireolante— Moeda  circol&ate  oa  capitanU  io  Rio 
de  Janeiro  —  Vol.  46,  pag.  !«?. 

BI emoria  —  Colleocio  de  memorias  archiradas  pela  Ca- 
mará da  Villa  de  Sabará  —  Vvl.  6.  pag.  2õ9. 

—  ConUanacão  das  memorias  de  Frei  Gaspar  di  Maire  de 
Deoj  —  Vol.  2h  pag.  &39. 

—  Os  tamalos  de  am  clavuro,  memoria  pelo  Dr.  M:re:ra 
de  Azevedo  —  Vol.  29,  pag.  i63  (2*  parte). 

—  Memorias  do  Visoonde  de  S.  Leopoldo,  Ji&é  Feliciano  Fer- 
nandes Pinheiro,  compiladis  e  poetas  em  ordem  pelo  coc- 
selheiro  Francisco  Ignacio  Marcondes  Homem  de  Mello* 
Vol.  37,  pag.  15:  YoK  38.  pag.  i2'  parte) 

—  Primeiro  navio  francez  no  Brazil  —  Mencoria  pelo  sócio 
Tristão  de  Alencar  Araripe—Tomo  49,  parve  2,  pag.  315. 

—  Memoria  apresentada  em  10  de  outubro  de  I8v0  {Mir  i  se? 
^      lida  depois  d  %  morte  do  Imperador  D.  Pedro  11,  sobre  a 

obra  de  E.  Presaensé  —  Les  Origines,  annotada  pelj  Im- 
perador— Vol.  55.  pag.  1  (2»  part^). 
Complemento  desta  memoria  ni  qual  se  traia  do  prooedi- 
^  mento  do  Imperador  nos  dias  15,  16  e  17  de  Novembro  de 
1889  —  Vol.  63.  pag.  193(2*  parte).  —  Viie  Arca  de  «- 
gUo. 
^  Pater-famiUas  no  Brazil  nos  tempos  coloniaes  —  Memoria 
por  Tristão  de  Alencar  Araripe— Vol.  55,  pag.  15  (2*  parte). 

—  Sobre  os  trabalhos  de  observação  e  ezploração  eflTectua- 
das  pela  se^nda  secção  da  conami3sa#  militar  encar- 
regada da  linha  telegraphica  de  Uberaba  a  Guyabã,  de  fe- 
vereiro a  Junho  de  1889  —  Vol.  55,  pag.  233. 

—  Movimento  colonial  da  America—  Memoria  de  Tristão 
de  Alencar  Araripe—  Vol.  56,  pag.  91  (2^  parte). 

IftliittH  —  Carta  regia  de  12  de  Junho  do  1799,  sobre 
a  Ainda^  de  uma  companhia  para  ezcava^  de  mi- 
nas de  cobre  e  ferro  na  Capitania  da  Buhia  —  Vol.  4«, 
pag.  403. 

—  Breve  noticia  que  dá  o  capitão  António  Pires  de  Campos, 
do  gentio  bárbaro  que  ha  na  derrota  da  viagem  das  ruínas 
de  Cuyabá  e  seu   recôncavo  etc.  —  Vol.  25,  pag.  437. 

—  Terras  auríferas  do  Caparão  — Vol.  58,  pag.  V4í)  (2* 
iparte). 

—  Subsidio  para  a  historia  das  Minas  —  Consulta  do  Conse- 
lho Ultramarino  resolvida  em  12  de  maio  de  1677,  co- 
piada pelo  professor  João  Capistrano  de  Abreu  do  Archivo 
Fublleo  Nacional—  Vol.  03,  pag.  5. 

—  Informa^  sobre  as  minas  deS.  Paulo  e  dos  sertões  da 
sua  capitania  desde  oanno  de  1509  até  1772—  Vul.  64, 
pag.  1. 

—  um  município  de  ouro  (Jazidis  auríferas)  —  Vol.  65,  pa- 
gina 141  (2»  parte). 

—  V.  Espirito  Santo.  ^Relatório. 

—  Mineração  primitiva  no  Brazil  —  Regimento  para  as 
minas  da  repartição  do  Sul—  Vol.  56,  pag.  109. 


índice  dos  volumes  1  a  67  359 

Minaci  Oeraes— Levantamento  no  aano  de  1708  (Extracto 
da  vida  do  padre  Belchior  de  Pontes,  escripta  paio  padre 
Manoel  da  Fonseca,  jesuítas  e  naturaes  de  S.  Paulo)— 
Vol.  3\pag.  261. 

—  Relação  do  levantamento  que  houve  em  Minas  Geraes  no 
anno  de  1720,  governando  o  Conde  de  Assumar  D.  Pedro 
de  Almeida— Vol.  3%  pag.  275. 

^  Memoria  sobre  a  villa  do  Sabará,  apresentada  pelos  ve- 
readores da  Camará  de  1785,  1807  o  1810— Vol.  6% 
pags.  269,  280,  e  381. 

—  Compendio  das  épocas  da  Capitania  de  Minas  Qeraes 
desde  o  anno  de  1694  até  o  de  1780  —  Vol.  S'',  pag.  53. 

—  Memoria  sobre  a  Capitania  de  Minas  Geraes,  seu  terri- 
tório, clima  e  producçôes  metailicas  ;  sobre  a  necessidade 
de  se  restabelecer  e  animar  a  mineração  decadente  no 
Brazll ;  sobre  o  commercio  e  exportação  de  metaes  e  in- 
teresses régios.  —  Escripta  em  1799  pelo  Dr.  José  Vieira 
Couto  — Vol.  11.  pag.  289. 

—  Considerações  sobre  as  duaâ  classes  mais  importantes  de 
povoadores  desta  Capitania,  como  são  as  de  mineiros  e 
agricultores  e  a  maneira  de  as  animar  —Vol.  25, 
pag.  421. 

—  Descripção  dos  sertões  de  Minas,  despovoação,  suas  causas 
e  meios  de  as  fazer  florentes  —  Vol.  25,  pag.  430. 

—  Bando  do  capitão  general  Gomes  Freire  de  Andrada,  de 
1751,  sobre  a  execução  da  lei  aue  prohibe  que  haja  ouri- 
ves no  Brazil  e  manda  sahir  todos  os  que  existem— Vol.  25, 
pag.  451 . 

—  Seu  descobrimento  —  Vol  29,  pag.  5. 

Panorama  do  Sul  de  Minas,  pelo  Dr.   José  Franklin  da 
Silva  — Vol.  45,  pa^.  405(2*  parte). 

—  Movimento  politico  de  1842,  pelo  Dr.  Moreira  de  Azevedo- 
—  Vol.  47,  pag.  5  (2»  parte). 

—  Noticias  de  antiguidades  indígenas  existentes  em  Minas 
Geraes—  Vol.  56,  pag.  409. 

—  Bosquejo  histórico  sobre  a  fundação  da  cidade  do  Serro  — 
Vol.  65,  pag.  333  (2*  parte). 

Miiiiâterio  —  Esclarecimento  sobre  a  organização  do  Mi- 
nistério de  7  demarco  de  1871— Vol.60,  pag.  105  (2'  parte). 

Missão  especfa.1  do  general  D.  Bartolomeu  Mitre  ao 
Brazil  em  1872— Negociação  confidencial- Vol.  60,  pag.  5. 

Missões  —  Memoria  sobre  a  província  de  Missões,  por  Tho- 
maz  da  Costa  Corroa  Rebelto  e  Silva  —  Vol .  2<>,  pag.  155. 

—  Relatório  do  vice-rei  Luiz  de  Vasconcellcs  e  Souza,  mos- 
trando o  estado  em  que  deixa  os  negócios  mais  importan- 
tes do  seu  governo,  sendo  um  delles  a  demarcação  de 
limites  da  America  Meridional—  Vol.  4»,  pag.  3e  129. 

—  Onde  aprenderam  e  que  foram  os  artistas  que  fizeram  le- 
vantar os  templos  dos  jesuítas  em  Missões,  e  fabricaram 
as  estatuas  que  ali  se  achavam  coUocadas?  —  Programma 
desenvolvido  pelo  desembargador  R.  S.  da  S.  Pontes-^ 
Vol.  4«,  pag.  65. 


360 


REVISTA  DO  INSTITUTO   llISTORÍCO 


3ILlss4>ed  '  Carta  sobre   aa    Mtssõea   do  Ceará,  do    Klara- 

nhâui  do  Pará  e  do  Rio  das  Amazona.^»  escripta  pelo 
padre  António  Vieira,  da  Companhia  de  JesuB—  Vol.  4% 
pag.  IIL 

—  TumadJa  dos  Bete  poTos  de  Missões  da  America  de  Hes- 
ranha.que  boje  se  acham  ao  nexos  ao  domínio  do  Principa 
Regi^Dte  de  Purtugal :  roeraona  esaripta  era  Lisboai  em 
1806,  por  Gabriel  Ribeiro  de  Almeida—  Vol.  b\  pag.  3. 

—  Memoria  da  campanba  de  lâH,  com  a  exposição  dos 
acontecimentos  militarei  das  frooteiras  de  Missões  o  Rio 
Pardo  da  Capitania  du  Rio  Grande  do  Sul  —  VoL  7%  pagi- 
nas 125  e  273. 

Mappa  das  três  priacipaes  batalhas  dessa  campanha  — 
VoL  1\  pag.  328, 

—  Memorandum  sobre  as  raissÕes  orientaes  do  Uruguay  o  a 
ribeira  esquerda  do  Amazonas  entre  o  Forte  de  Tabatinga 
e  a  boca  mais  ooeidentaldo  Japurá  ou  o  Avatlparaná  — 
VoL  9%  pag,  43G,  —  Carta  do  Visconde  de  Santai^m 
licerca  deste  memúrandum  —  VoL  12 ^  pag,  414, 

—  1801.  ^  Noticia  dost  acontecimentos  pela  presente  guerra 
DOS  Sete  Povos  de  Missões  e  nesta  frooteira  do  Rio  Grande 
do  Sul  —  VoL   Hl,  pag,  H22. 

—  Breve  Qoticia  dos  sete  povos  das  missões  chama^Jo»  com* 
munimente  Tapes  orientaes  do  Uraguay,  por  Francisco 
JvSé  Roscío,  1802-  VoL  21,  pag.  299, 

MoeduLiBi —  Histaria  de  uma  collucção  do  medaibas  e  moedas 
do  BmzíI,  desde  os  teoipus  culuniaes  até  14  de  novembro 
do  1F89,  por  Miguel  Arcbanjo  Galvão  —  VoL  06,  pag.  9 
(2'  parte). 

Bfouiiiiieoto  —  Desoripção  do  monumento  levantado  4 
memoria  do  \'i&coiide  de  Purto  Seguro  na  Fabrica  do 
Ferro  de  S.  João  do  Ypanuma  —  VoL  45,  pag.  483  (2* 
pane). 

—  Proposta  nara  levantar-se  no  oampo  da  Acclamação  uma 
colnmna  de  bronse  teodo  na  ba^  a  lei  do  13  de  maio  e 
no  vértice  o  symbdlo  da  Juãt iça  representado  pela  Prin^ 
eeza  Isabel,  regente  do  império,  o  outros—  VoL  51, 
pa;,'3.  âi20,  243  e  ii56  (lí»  parte)  —  V.  SUatua,  Tol.  51, 
pag.  ;sl8(2''  parte). 

Blonte^id^o  <»  Campanha  de  1S1G--V*    MíísÕôs, 

—  V.   Colónia  do  Sactamento , 

l^lotius  politleos^-Oâ  tiroe  no  Theatro  pelo  Dr.  Moreira 
df*  Azevedo  —  VoL  36,  pag-  349   (2*  parte). 

—  Motins  puliticos  e  militares  no  Rio  de  Janeiro.  Prelúdios 
da  independência  do  BraziL  Estudo  histórico  pelo  cónego 
Lr.  Joaquim  Caetano  Fernandes  Pinheiro— VoL  37,  pag, 
341  (•>  pa  "te). 

—  Documentos  relativos  á  pri^^o  de  M.  J.  da  Silva  Alva- 
renga, Mariano  So9é  Pereira  da  Fonseca  e  outros,  por 
ordeiQ  do  Conde  de  Rea&ende— VoL  2B,  pag.  157. 

^  No  Rio  de  Janeiro  em  1832,  pelo  Dr.  Moreira  do  Aze- 
vedo—VqL    37,  pag,  367  ;  voL  38,  pag.  P^7  (2*  parte). 


índice  dos  volumes  1  a  67  361 

lHotins  politioos— Em  dezembro  de  1833,  no  Rio  de  Ja- 
neiro—Remo(^  do  tutor  do  Imperador— Memoria   pelo 
Dr.  Moreira  de  Azeredo  -Vol.  39,  pag.  25  (^  parte). 
-^    Movimento  politico  de  1842  pelo  Dr.  Moreira  de  Aze- 
vedo—Vol.  47  pag.  5  (2»  parte). 

—  O  dia  30  de  jalho  de  1832.  Retirada  do  Ministwio  e  de- 
misflãoda  regência— Vol .  41,  pag,  227  (2*  parte). 

—  V.  JndepencUmcia, 

Museu  —  De  antigaidades  americanas,  fUndado  em  Co- 
penhague pela  Sociedade  real  dos  antiquários  do  Norte— 
VoK  7,  pag.  94. 

—  Catalogo  doe  oliijectoe  existentes  no  maseu  do  Instituto  — 
Tomo49,  parte  2»,  pag.  393. 

NauA*a;^io  —  Relação  do  naufrágio  que  passou  Jorge  de 
Albuquerque  Coelho,  vindo  do  Brazil  no  anno  de  1565, 
por  Bento  Tehceira  Pinto— Vol.  13,  pag.  279. 

—  De  Martins  no  Rio  <ie  Janeiro— Vol.  51,  pag.  73  (2^  parte). 
'NcL^e^Cbç&o  —  Informação  sobre  o  modo  por  que  se  faz 

presentemente  a  navegação  do  Pará  para  Matto  Grosso 
—Vol.  2«,  pag.  283. 

—  Digressão  feita  por  João  Caetano  da  Silva  em  1817  para 
descobrir  a  nova  navegação  entre  a  capitania  de  Qoyaz 
e  a  de  S.  Paulo— Vol.  29,  pag.  314. 

—  Carta  regia  offerecida  ao  Instituto  pelo  sócio  honorário 
António  de  Menezes  Vasconoellos  de  Drummond  (sobre  lun 
plano  para  a  navegação  do  Pará  para  Matto  Grosso)— 
Vol.  4,  pag.   232. 

—  Do  rio  Tapajós  para  o  Pará,  pelo  tenente -coronel  Ri- 
cardo Franco  de  Almeida  Serra,  esoripta  em  1790,  sendo 
governador  Caetano  Pinto  de  Miranda  Montenegro— 
Vol.  9o,  pag.  1. 

—  Memoria  da  nova  navegação  do  rio  Arinos  até  a  villa 
de  Santarém,  Estado  do  Grão  Pará— Manuscripto  oflfere- 
eido  pelo  sócio  brigadeiro  J.  J.  Machado  de  Oliveira— 
Vol.  19,  pag.   97. 

—  Diário  da  navegação  de  Pêro  Lopes  de  Souza  (de  1530  a 
1532)— Vol.  24  pag.  9. 

—  Carta  de  F.  A.  de  Varnhagen  ácerea  da  reimpressão  deste 
diário  eque  lhe  serve  de  prologo— Vol.  24,  pag   3. 

—  Memoria  sobre  a  navegação  do  Paraná  e  seus  affluentes, 
o  Parahyba  e  o  Mogy-Guassú- pelo  Dr.  António  Joaquim 
Ribas- Vol.  25,  pag.  149. 

Carta  e  roteiro  da  navegação  do  Rio  Cuyabá,  desde  o 
Salto  até  o  rio  8.  Lourenço  e  deste  ultimo  até  a  sua 
fluência  como  Paraguay— Vol.  25,  pag.  331. 

—  Tra<iucção  de  alguns  artigos  da  c  Gaceta  de  Buenos 
Aires»  sob  o  titulo— Navegação  dos  Rios— 1846— Vol. 
27.  pag.  77. 

-*  Informação  sobre  o  modo  por  que  se  effectua  a  navega- 
ção do  Pará  para  Matto  Grosso  e  o  que  se  p6de  estabe- 
lecer para  maior  vantagem  do  commercio  e  do  Estado, 
por  D.  Francisco  de  Souza  Coutinho— Vol.  28,  pag.  38. 


302 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


l^ 


?<?fi,^e^a.çÂo  —Abertura  de  cammuoicação entre  Cuyab4e 
a  eidaie  do  Pari  por  meio  da  D&vegaçâo  dos  rios  America 
e  Tapajóá— VoL  31,  pag»  107, 

—  NavegàcSo  dos  Normandos  para  o  Braxil— Vol.  53, 
pag.  3m9. 

N"oci"olog'ia  —    /.  Biof/raphin, 

Píeg'oeÍo^  JScole*^lii«iicoH— DocumGDlo  ecdesiastko 
sobre  o  dosipparecimento  de  uns  autos  relativos  á  medi- 
ção de  terras  e  no  qual  se  premo ttô  tirar  cartas  de  ei- 
communliao— VoK  47,  pag.  121. 

—  Negócios  ecclesLastlooa  oo  Brazil  colonial :  officio  do  Yice- 
Rõl  Luiz  de  Vaaooncollo× VoL  51,  pag.  97  [2'  parte}. 

'Nol>Íliarc*hta  l^nuli^taun. — Genealogia  das  prinsi- 
paP3  famílias  de  S.  Paulo,  colligidas  pelas  infatigáveis 
diligencias  do  diatiocto  paulista  Pedro  Taqueâ  de  Al- 
meida Paes  Leme  —  Vol.  32,  paifS.  175  o  209  ;  voL  33, 
fags.  5,  157,  27  e  149  (2«  parte);  voL  34«  pv\gâ.  5  e  141  e 
e  129  (:í-  parte);  vol.  35,  paga.  5  e  243  e  5  (2*  parle). 

—  Permitte-se  que  o  Instituto  Bistorico  de  S.  Paulo  Oftça 
uma  edição  especial  deste  trabalho—  Vol.  58,  pag.  388 
(2»  parte). 

^o niitt  u tlo« — V ,  N(^ tégúçdQ  • 

~~ova.  F^riliur^o  —  Breve  noticia  sobro  a  colónia  de  suis- 
sos  fundada  em  Nova  Priburgo,  por  Thomaz  Maria  da  Fon- 
seca e  Silva— VoL  12,  pagt  137. 

^uneioft,  internunciof  e  delegados  apostólicos  que  desde 
1808  at«?  bojo  (1898)  ropresontaraai  no  Brasil  a  Santa  Sé— 
Vol.  G2.  pag.  tb\  (£*  parte). 

01>olÍKieo  de  Niiz'Ai*etb— Conta  quedou  da  instauraci-o 
do  obelisco  da  escrada  de  Nazareth  ao  Dr.  João  António 
de  Miranda,  presidoQte  do  Pará,  o  teneato- coronel  An- 
tónio Ladislcto  Monteiro  Baena— VoL  3%  pag,  204. 

01>ito«-AsaeQto  de  óbito  de  José  Bonifácio  na  igreja  do  Carmo 
da  Corte— VoL  51, pag.  95  (í*  parte). 

—  Sertanejo:  notícia  ao  óbito  de  Joaquim  Francisco  Lopes  — 
VoL  51,  pag,  95  (í*  p:\rte). 

--  V*  FaUccimenio, 
Olilaçâo  —  Da  Institulo  Histórico  á  memoria  do  Prín- 
cipe Imperial  D.  AtTanso.— Eittracto  da  acta  da  sessão  da 
17  de  junho  de  1847.  —  Prograrnma  da  solõninidade  oue 
se  realizou  no  dia  l*  de  julho.— Discurgo  do  presidente. 
—Discursos,  poosias.  ele— Vol,  IL  paga»  5  a  ^1. 

—  Januário  da  Cunha  Harbosa.  —Canto  inaugural,  por  Joa- 
quim Norberto  de  Souza  e  Silva— VoL  11,  pag.  200. 

—  Cauto  iDau;^ural  4  memoria  do  cónego  Januário  da 
Cunba  Barbosíi,  por  António  Gonçalves  Dias—  VoL  11, 
paj^.  âS5. 

OíTei^tA  —  Relação   da«   obras,    impressos,    manuscriptos, 
n]appas,  medaUiss,  etc,  oíTerecidos  ao  Instituto: 
Em  1847  A  185S,  voL   15,  pag.  548. 
liCm  1853,  ToL  IG,  pags.  «Uô  e  626. 
Em  1854,    »      17,      »     88»  89  e  97  do  supp. 


ÍNDICE    DOS  VOLUMES   1   A  67 


363 


OíFeiTta  : 

Km  1855, 

vol. 

18, 

pa^r. 

7()  e  79  supp. 

Em  185Õ, 

19, 

155supp. 

Km  1857, 

20, 

93. 

Em  1858, 

21, 

565. 

Em  1859, 

22, 

741. 

Em  1860, 

23, 

717. 

Em  1861, 

24, 

827. 

Em  1862, 

25, 

740. 

Em  1863 

20, 

947. 

£m  1864, 

27, 

441. 

Bm  1865. 

28. 

371. 

Em  1866, 

29, 

499. 

Em  1867, 

30, 

541. 

Km  1868, 

31, 

455. 

Em  18G9, 

32, 

345. 

Em  1870, 

33, 

461. 

Em  187], 

34, 

425. 

Em  1872, 

35, 

655. 

Em  1873, 

36, 

651. 

Em  1874 

37, 

605. 

Em  1875, 

38, 

437  (2*  parte). 

Em  1876, 

39, 

549  (2»  parte). 

Em  1877, 

40. 

585  (2»  parte). 

Em  1878, 

41, 

507  (2*  parte). 

Em  1879 

42. 

347  (2*  parte). 

Em  1880, 

43. 

627  e  632  (2*  parte) 

Em  1881\ 

Em  1882' 

Em  1883 

Em  1884 

Em  1885 

Em  1886 

Em  1887 

Nas  actas  das  sesâões. 

Em  1888 

Em  1889 

Em  1890 

Em  1891 

Em  1892 

Em  1893Í 

Em  1894, 

vol 

57, 

pag 

.  489  (2*  parte). 
463  (2»  parte). 
425  (2*  parte). 

Em  1895, 

58. 

Em  1896, 

59, 

Em  1897, 

60, 

497  (2»  parte). 

Em  1898, 

61. 

781   2*  parte;. 

Em  1899. 

62, 

457  (2*  parte). 

Em  1900, 

63, 

585  (2»  parte). 
401  (2*  parte). 

Em  1901, 

64, 

Em  1902, 

65. 

579  (2^  parte). 

Km  1903, 

66, 

361  (2*  parte). 

Em  1904, 

67. 

Nas  actas. 

364 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


OITerta  ->  Da  caneta  de  ouro  com  que  o  marechal  Deodoro 
assígDou  o  projecto  da  Coostituíçío  da  Republica*—  Eda 
uma  coroa  oferecida  outr'ora  ao  conâelhei.-^  D.  Fran- 
ciBco  Baltharar  da  Silveira— Vol.  58,  pag.  288  (â*  parte). 
— Rflclaraa<^o  destee objectas  por  parto  doOoTerno— Vol. 
58,  paga.  3^,  :i31»  353  e  3'U  (3*  parte). 

Ordem  fSerAfiea.  —  Nota  sobro  a  obra  <  Pequenos  na 
Terra,  grandes  oo  Céo»,  memorias  hbtoricaá  doa  religío- 
Bos  da  Ordem  SeraQca.  por  Fr.  ApolUnario  da  Conceição 
— Vol,   00,  pag.  ;Í99. 

Or«©?si  I*i*ooar3Eea  — V.  índios. 

Ot*to^rfi.pKltíà  —  Sobre  a  ortographia  phonetica  a^ada  na 
«Reviaia  do  Instituto»— VoL  46,  pag.  570;  voU  47,  pag.  5Í^ 
(ê*  pirte). 

Ouro— Probibe-sc  a  sahida  de  ouro  extrabido  du  mJoas  sem 
sor  fuodido  uas  ca«as  reaea  de  fun lição  que  se  mandaram 
erigir  nas  raosma^i  mioas.--Uei  de  1 1  da  foTeroiro  de  1719 
o  alvarA  de  3  de  dozombro  do  1750  —  Voí,  *>.  pajja.  206 
e  214. 

—  Memoria  manuscriptt  do  Dr.  Josô  Joio  Teixo  ra—^obre  o 
qutnto  do  ouro  e  das  diversas  formas  de  sua  cobrança,  di- 
reitos de  passageos  de  ríoa  caudalosos,  diamaatos,  etc. — 
VoL  6\  pag.  ^,>i'. 

Oyctpoelc  -í'ropiiedade  e  posse  do  Cabo  do  SovU,  entre  o 
rio  daíj  Amazonas  e  o  Oyapock  ou  Vicente  Píqxod»  pela 
Coroa  de  Portugal.  Memoria  escripta  do  Fará  em  1792 
paio  Dr.  Alexandre  Roirigues  Ferreira  —  Vol.  3% 
pag,  380. 

—  Rospasta  que  se  deu  ao  embaixador  de  França  sobre  a  sua 
replica  otlereoida  orn  oriem  a  miitrar  quo  pertônc(?m  á 
Coroa  de  Fraíiça  as  terras  do  Caba  do  Norte  —  VoL  8% 
pa;,^.  45;:í. 

^  OOtfapock,  dirisa  do  Brazil  com  a  Guyana  Franceia  &  lus 
de  documentos  hiâtorioos— VoL  5^,  pag.  *^15  C-*  P«rte), 

Pií^tlrôe^  de  111 Ltriiiore— Existentes  no  Instituto,  pelo 
Dr.  Moreira  de  Azeyedo— Tomo  49,  parte  2*,  pag.  261  — 
V,   Marco. 

Palmei  1*11 6  —  Protesto  do  Dr.  João  Barbosa  Rodrigues  a 
respeito  dos  descobrimentos  por  elle  feitor  e  attribuidoa  a 
outrem  (uo  valb  do  Amazonas)  do  no?^  espdcle  de  pal- 
meiras—VoL  4'<d,  pag.  2^  (2»parki). 

T^iiuain4-*V.  Isihmo. 

l*a  fá.— Sobre  o  commercio  entre  o  Pará  e  Matto  Grosso  e 
sobre  as  oommunioa4,>>es  queconrém  ostabeleoer  ontreas 
divei^s  Cíípitanias  do  Brazil— VoL  5%  pag,  70. 

—  Sobro  abertura  de  uma  estrada  entre  esta  província 
6  a  do  M  4ttij  GroSâO  —  VoL  7*>,  pag.  3:r7. 

«—  Corres poLideneia  acompanhando  três  documentos  offlciaes 
sobre  a  proTincia  do  Pari  ^  VoL  7%  pag.  329. 

— *  Memoria  de  Felíppe  José  Pereira  Leal  sobro  os  aconte* 
eimentos  puliUcoa  quo  tiveram  logar  no  l^rá  em  I8t2~ 
1883  —  VoL  ^l,  pag.  161. 


ÍNDICE  DOS  VOLUMHft    1    A   07 


305 


Pa i*Á— Memoria  sobre  o  traDsito  Ou  Tgíirapé-mirlm  ú  a  oecesâi- 
dada  de  am  canal  a  bem  do  comniercío  intemo  da  Pro- 
yiacía  do  Pará,  por  Antooio  Ladislào  Monteiro  Baena  — 
VoL  23,  pag.  470. 

—  D^scripção  chorographíca  do  Estado  do  Orão  Parâ^  por 
Joio  Vasco  Mauoel  do  Braunn»  goveroadur  da  praça  d« 
Macapá,  em  1789-^  VoL   36,  pa.g.  269. 

—  Cartas  de  Gedeon  Morria  de  Jonge  —  Vol*  58,  pag.  837. 

—  lodjce  iias  poToaçous  portoncentei  ao  Bispado  do  Fará  — 
Vol.  07,  pag,  290. 

Paragriiay  —  Apoaumentos  sobre  aigung  factos  notáveis 
Que  6«  acbam  relatados  na  historia  da  fundação  da  cidade 
de  Âaeiímpção,  Capitil  do  Paraguay,  e  das  conqniâtas 
dos  hespaohóes  no  Hio  da  Prata  :  obra  escripia  ao  co* 
m6í.'o  do  século  XY 11  pelo  paraguayo  Ruy  Dias  Guzman, 
descendente  de  um  dos  coniiuistadoreia.^Vol*  17,  pag.  5. 

—  Diário  da  diligencia  do  reconbeciínento  do  rio  Paragnay, 
deade  o  logar  do  Marco,  da  B)ca  do  JaurQ,  até  abaiio  do 
Presídio  de  Nova  Cohnbra,  one  coroprehende  a  coníi- 
duração  das  lagoaa  Gaibu,  Doar  aba  e  Maadioré,  e  das 
serras  do  Paraguay  ;  e  igual  mau  te  o  recoDUecimento  do 
rio  Cuyabà  até  a  villa  deste  nome,  o  delia  por  S.  Pedro 
d*El-Rid  até  Villa  Bella.  -  Vol.  a>.  pag.  293. 

—  Reflexões  sobre  o  systema  <^ue  se  deve  adoptar  na  fron- 
teira do  Paragnay.  —  Vol.  20  pag.  300—  Vide  vol.  25, 
pag.  319. 

—  Diário  do  reconhecimento  do  rio  Paragnay  desde  a  cidade 
de  Assumpção  até  o  rio  Paraná,  pelo  capitão  de  fragata 
Augosto  Leverger  — Vol,  2b,  pag.  177. 

—  Roteiro  da  navegação  do  rio  Paragnay,  desde  a  foz  ào 
S,  Laurebço  até  o  Paraná,  pelo  capitão  de  fragata  Au- 
gusto Leverger.  —  Vol,  25  pag.  211 , 

—  Roteiro  da  navegaçSo  do  rio  Paraguay,  desde  a  foz  do  rio 
Sepotuba  até  a  do  rio  S.  Lourenço,  pelo  capitão  de  fra- 
gata Augusto  Levcrgor.  —  VoL  25,  pag.  287. 

—  EitracW  do  Diário  da  diligencia  ao  recoabecimento  do 
rio  Paraguay,  desde  o  logar  do  Marco,  na  boca  do  rio 
Jaurà,  pelo  capitão  de  engonbeiroa  Ricardo  Franco  de 
Mirand:*  Serra,  commundante  da  expedição,  1786— VoL  52, 
&ag,  319.  —  Vide  voL  20,  pag.  203, 
íxploração  do  rio  Paraguay  e  primeiras  praticas  com  os 
Índios  guaicurúá.  *-  VoL  78,  pag.  70. 
O  combate  da  Ilha  do  Cabrita.— VoL  33,  pag.  9  (2*  parte). 
Breves  considerações  acerca  de  alguns  documentos  tra- 
zidos do  Para^qiay  pelo  Dr.  João  Ribeiro  de  Almeida.  — 
VuL  33,  pag.  186  (  2*  parte  ). 

Viagem  em  fevereiro  e  março  de  1869,  pelo  Dr.  Fran- 
cisco Marcondes  Homem  de  Mello  —  VoL  36»  pag.  5, 
f  2*oarte  J. 

Confiscação  dos  bens  de  Francisco  Solano  Lopez  e  de 
Blisa  Linch,  no  Paraguay  —  Limites  do  Breíil  com  o 
Paraguay,  —VoL  53,  p^Lg.  345. 


-  1^ 


3GB 


REVISTA   DO  INSTITUTO  inSTORIGO 


FeLtra^^t^my-^ Rectificação  hiítortca,  O  conselheiro  SdraÍFA 
e  o  Dp,  Vasquei  Saííâ«itarae  ( Prelinainares  da  gnerm 
do    Pai-aguay )  —  VoL  59,  pag.  26^, 

—  Saque  de  Assumpção  e  Luque  attribuidj  ao  exeroito  bra- 
zileiro.  Refd^içao  —  Vol.  59,  pag.  339. 

l*»i*«Hy l>a  --  Relação  das  mattaa  da  Capitania  da  Paraliyba 
do  Nort?  e  informações  sobre  as  mesmas  mittaá,— VoL  d», 
pag.  359  e  401. 

—  iQforiQaçí^es  sobre  os  portos  desta  Capitania  em  que  80 
pudom  carregar  as  embarcações  reaes  de  madeiras  de 
construcçào.  —  Vol.  6**,  pâg.  4^8. 

—  Caialogo  dos  goTeraadorea  o  presidenteJ  da  Parahyba  do 
Norte,  pelo  teoeate-coronel  Frederico  Carneiro  d  a  Campot 
—  VoL  8*,  pag.  8!  ;  voK  S3,  pag.  491. 

—  Chronica  do  Mosteiro  do  N,  S*  do  Umt  Serrat  da 
Parahyba  do  Norte,  por  Joaquim  3o%à  da  Silva  Castro  — 
Vol.  27.  pig.  119. 

^—    Summario  das  armadas  que  se  fizeram  6  das  guerras  que 
se  deram  na  conquista  do  Rio  Parahyba— Vol.  36,  pag.  5* 
Paraná  —  Narração  d:*  viagom  quo  a  ellô  foi  João  Fer- 
reira de  Oliveira  Buono  -  Vol.  1^,  pa;^.  179. 

—  Descripçao  por  Manoel  de  Campos  Sil va— VoÍ .  2*,  pag,  ôO^. 

—  Noticia  da  descoberta  do  oampo  de  Palmas  na  comarca 
de  Corytiba,  província  de  S.  Paulo  (  hoje  Paraná ),  de  sua 
povoação  e  de  alçuns  siicc2s^os  quo  ahi  tém  tido  logar  atô 
o  presonte  mez  m  dezembro  de  1850,  escripta  por  Joa> 
quim  José  Pio  to  Bandeira  —  VoU  14,  pag,  385. 

—  copia  da  carta  do  commaadaate  da  praça  de  Iguatemy, 
em  que  dd  parte  ao  governador  capitão  f?eneraL  D,  Luís 
António  do  Sousi  Botelho  e  Mourão  do  descjbri manto  da 
um'\  grande  povoação,  que  sj  suppõe  ser  as  ruínas  da 
antigdk  cidade  —  Roal  —  Vuh  18,  pag,  877, 

—  UiBerario  do  reconhecimento  do  estado  da  (^trada  da 
cidade  de  Antonina  &  colonÍ;i  militar  do  Jataby,  na  pro- 
vincia  do  Paraná  —  VoL  2^,  pag,  537, 

—  Salto  do  Visconde  do  Rio  Branco  —  VaL  49,  pag,  311(2» 
parte). 

^  Curiosidades  materiaos  destas  províncias  —  Memoria  liiU 
pelo  visconde  do  Taunay  —  VoL  53.  pag.  103. 

—  Memoria  d'j  conselhoiro  Manoel  Francisco  Correia  sobre  o 
morticinio  praticado  na  estrada  de  ferro  de  Curitiba  m 
Paranaguá,  com  uma  carta  do  barão  do  Serro  Arut, 
uma  das  victimas  —  VoL  53,  pag.  317  {^  parte). 

—  Subsídios  para  a  bistjrla  doata  pix}vlQcia  (  Munlciplo  de 
Campo  Lirgo)  pelo  Dr.  Antónia  Jijaquim  de  Macedo  Soa- 
res -^  VoL  63,  pag.  301  ( 2*  parte  J* 

I*a.rana^u4  ^  Apootameintos  hlatoncos  sobre  esta  oldada 
marítima  do  Estado  do  Paran&,  pelo  sucio  Honório  Deoío 
da  Costa  Lobo  —  Vul.  e?,  pag.  »27  (  2*  parte ). 

Piai*ecer  —  Sobre  a  historia  do  Brazil  áo  Dr,  Francisco 
SoUno  Constâncio  —  VoL  l\  pag*  103. 


IKDICE   DOS   VOLUMES    1   A  67  367 

I^arecer— Juízo  aobre  a  obra  intitulada  —  Histoire  des  rela^ 
tions  commerciales  entre  la  F)'ance  et  la  Brésil »,  por 
Horácio  Say—Vol.  l^  pag.  320. 

—  Juízo  sobre  os  Annaes  da  Provinda  de  S.  Pedro,  publi' 
cados  por  José  Feliciano  Fernandes  Pinheiro,  visconde  de 
S.  Leopoldo  —  Vol.  !<>,  pag.  327. 

—  Juízo  sobre  a  obra  —  Noticia  descriptiva  da  Provinda 
do  Rio  Grande  do  SuJ,  por  Nicoláo  Dreys  —  Vol.  2o,  pa- 
gina 99. 

—  Juízo  sobre  a  obra  intitulada  —  Eccamen  critique  de  l'his- 
toire  de  la  geographie  du  nouveau  continent,  por  Alexandre 
do  Humboldt—  Vol.  2%  pag.  105. 

—  A*cerca  da  obra  —  Reflexões  críticas  sobre  o  escripto  do 
século  XVI  impressa  com  titulo  de  «  Noticia  do  Brazil  » 
no  tomo  3""  da  collecçao  de  noticia  ultr.,  por  Francisco 
Adolpho  de  Varnhagen  —  Vol.  íí^,  pag.  109. 

—  Da  commissâo  de  geographía  sobro  dous  mappas  oífarc- 
cidos  ao  Instituto  —  Vol.  2«,  pag.  113. 

—  Juízo  da  commissâo  de  historia  sobre  a  obra  intitulada  ^ 
Compendio  das  eras  da  Provinda  do  Pará,  por  António 
Ladislao Monteiro  Baêná  —  Vol.  2^  pag.  237. 

*  Sobre  a  segunda  parte  da  chroníca  dos  Frades  Menores  da 
Província  do  Santo  António  do  Brazil,  por  Fr.  António  de 
Santa  Maria  Jaboatão—  Vol.  2o,  pag.  370. 

—  Sobre  o  1»  e  E**  volumes  da  obra  —  Yoyage  pittoresque  au 
Brésil,  por  J.  B.  Debret  —  Vol.  3*.  pag.  95. 

—  Da  commissâo  especial  encarregada  de  ajuizar  do  mérito 
de  duas  memorias  que  se  offereceram  ao  premio  proposto 
sobre  o  melhor  plano  para  escrever  a  historia  antiga  e 
moderna  do  Brazil  —  Vol.  9o,  pag.  275. 

—  Sobre  um  manuscripto  em  latim  offerecido  pelo  sócio  cor- 
respondente José  Feliciano  do  Castilho  como  producçâo  do 
bispo  deCochim  —  Vol.  10^  pag.  400. 

—  Sobre  o  índice  cbronologíco  dos  factos  mais  notáveis  dx 
historia  do  Brazil,  do  Dr.  Agostinho  Marques  Perdigão 
Malheiro  —  Vol.  15,  pags.  77,  87  e  113. 

—  Sobre  a  memoria  relativa  ás  inscripções  achadas  nas 
ruínas  de  uma  cidade  Incógnita,  que  se  diz  existirem  aos 
sertões  da  Bahia  —  Vol.  29,  pag.  373  (  2«  parte ). 

—  Sobre  o  diccionatio  Tupico-portuguez  e  Portuguez-tupico 
—  Vol.  29.  pag.  397  (  2*  parte  ). 

—  Sobre  o  trabalho  do  conde  de  la  Hure  —  Vol.  29,  pag.  417 
( 2^  parte  j. 

—  A'cerca  de  26  volumes  manuscriptos  propostos  á  compra 
do  Instituto  —  Vol.  30,  pag.  478  (  2^  parte ). 

—  Sobre  o  Atlas  do  Imporio  do  Brazil  por  Cândido  Mendos 
de  Almoidi  —  Vol.  32,  pag.  298  (  2»  parte  ). 

—  Sobre  as  scenas  do  viagem  por  Alfredo  de  Escragnolle 
Taunay  —  Vol.  32,  pag.  300  (  2»  parte  ). 

—  A'cerca  do  plano  do  diccionario  histórico  c  geographie  o 
da  província  do  Maranhão  pelo  Dr.  César  Augusto  Marques 
-- Vol.  33,  pag.  408  (2*  parte). 


368 


REVISTA  DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


I^arecer  —Sobre  o  diccioiíario  topographieo  da  proviocia 
do  Pernambuco,  por  Manuol  da  Costa  Honorato  —  Carta 
do  autor  subvQ  o  pareciíf  —  VoL  34,  pags*  355  e  357  (2» 
par<e). 

—  Sobre  as  investigações  históricas  e  scientíflcaa  sobro  o 
Muiea  Nacíoaal  pólo  Dr,  Ladisláo  Netto—  VoL  34,  pag. 
351  (  2«  pano  ) 

—  Sobre  o  elogio  hiatíjrlco  do  conselheiro  Manoel  Joaquim 
do  Amaral  Gurgel,  piAo  Dr.  Olegário  fíerculduo  de  Aquino 
e  Castro  —  Vol.  34,  pag.  3Ô1  (â»  parte  J. 

—  Sobre  a  dõscrifíção  histórica  as  moedas  rjmanas»  pelo 
Di\  Au.-,^usto  Carloa  Teixeira  íle  Aragàa—  VoL  34,  pag. 
m2  {2*  puna). 

^  Sobre  a  noticia  da  provia  ia  de  Grosso,  por  Joaquim 
Ferriíira  Murtinho  —  VoL  34,  pag.  365  í 8»  parto). 

—  Sobra  d<jciimeoto3  legados  peio  conaelheiro  António  de 
Menezes  Vasconcellosd©  Drummond  —  VuL  37,  pag*  424 
(  2»  parte  ). 

^  Sobre  a  questão  da  aliertura  da  um  canal  inter-oceanico— 
VoL  39,  pag.  403  ;  voL  40,  pag.  437  {2*  parte). 

—  Sobre  o  eatabelHciroento  de  uma  estação  8cientíí3ca  para 
observaçôaa  synchroaicas,  reliitivaa  Á  meteorologia  o  ao 
magnetismo  lei  reatre  —  VoL  39,  pag,  4í>3  ;  voL  39, 
pag.  44ii  (2»  parte). 

—  Sobre  as  trv>cas  intern^cionaes  de  publicúiçõos  e  outros 
o^ijclos  de  iutertsiíse  scientiSco  propoátas  ^^elo  governo 
poríuguez,  segundo  o  accordo  do  ooogresâo  de  scionciaa 
geugraphicas  de  Paris  —  YoL  40,  pags.  439,  444  6  457 
(•/■  parte), 

—  Sobre  o  compendio  de  doutrina  clirlatlL  em  Jingua  Ama- 
zonas, offereddo  pelo  Sr.  SaofAnna  Nery.  —  VoL  60, 
pag.  350  {'d"  paiiei. 

—  Sobre  o  projecto  da  carta  geral  do  Brazil  apresentado 
peto  Estado  iMaior  do  Êiorcito.—  VoL  64,  pag.  170. 

«—  Sobre  a  Historia  da  Distrieto  Federal»  oscripta  pelo 
Dr,  Feiiííbeiio  Freire.—  VoL  65,  pags,  408,  452  ô  459 
(2*  parlo). 

—  Da  ro Hl (iiisâão  especial  nomeada  para  examinar  a  questão 
ây.sLÍtada  entre  oa  Drs.  Alfredo  do  Nafícimento  e  Silva  e 
César  Auiruj^ij  Marques.— VyL  57,  piig.  29 í  (Si**  oarítí). 

reiiro  Alvitre*  <Jttl>ra.l  — Sobre  a  execução  de  uma 
obra  oi  namtíuul  no  sitio  onde  repousam  soua  restos.— 
Vol,  66,  pag,  s;6*J  o  277;  v^ol.  67,  ^>ag.  443  (2^  parte). 

!>•  I*etix"o  I  —  Duas  palavras  sobro  O,  Pedro  l*  na  epo* 
cha  da  IndepeDiíencia.  por  José  Maria  Pinto  Peixoto.— 
VoL  56,  pag.  5  (2*  parte)* 
-^     V.   Carta, 

X>«  f^e<li*o  IX—  Noticia  Bobi^ê  a  maioridade  do  imperador, 
por  T  iMào  de  Alencar  Araripo.—  VoL  44,  pag.  1Ô7 
(^*  pHrte). 

—  Sua  apresáeotação  no  instituto  depois  do  tiro  no  Theatro 
de  SaufAnoa.— VoL  55í,  pag,  434, 


índice  dos  volumes  1  A  67  369 

r>.  Pedro  II  —  Proposta  approvada  para  que  a  cadeira 

de  presidente  não  seja  o:;cupaaa  emquanto  for  vivo  S.  M. 
o  Imperador  e  seja  conservada  coberta  por  um  yéo.— 
Vol.  58  pag.  537  í2»  parto). 

—  Um  livro  annotado  pelo  Sr.  D.  Pedro  â».—  Carta  ao 
distlQcto  littorato  Sr.  Martin  Garcia  Merou,  enviado  ex- 
traordinário e  ministro  plenipotenciário  da  Republica 
Argentina  no  Pei*!!.—  Vof.  56,  pag.  401. 

—  Homenagem  do  Instituto  Histórico  Brazileiro  á  memoria 
de  S.  M.  o  Sr.  D.  Pedro  2*.— (Apontamentos  acerca 
do  poMoas  e  cousas  do  Brazil).»  Vol.  01,  pag.  7. 

—  V.  Presidente. 

Penitenciaria^s— Memoria  apresent^uia  pelo  Dr.  António 
Pereira  Pinto  sobre  penitenciarias.—  Vol.  21,  pag.  441. 

Pensão  —  V.   Carta  Regia.  —  Visconde  de  Cayru. 

Período  reg'exicia«l  —  Documento  que  faz  parte  da 
coUecção  dos  opúsculos  políticos  e  litterarlos  que  o 
Instituto  adquiriu  do  espolio  de  seu  bibllothecario  Fran- 
cisco António  Martins  :  —  A  impostura  do  Sr.  Bernardo 
Pereira  de  Vasconcellos  desmascarada  (defesa  ás  aocu- 
sações  feitas  a  Aureliano  de  Souza  e  Oliveira  Ck)utinhó). 
-  Vol.  66,  pag.  327. 

Periiaiiil>ueo  —  Descripção  da  costa  de  Pernambuco 
até  os  bairros  de  S.  Roque,  ofTerecida  polo  tenente  co- 
ronel Ricardo  José  Gomes  Jardim.—  Vol.  6,  pag.  343. 

—  Guerra  civil  ou  sedlçSo  de  Pernambuco.—  Exemplo 
memorável  aos  vindouros.—  Vol.  16,  pag.  5. 

—  Relação  das  guerras  foi  tas  aos  Palmares  de  Pernambuco 
no  tempo  do  governador  D.  Pedro  de  Almeida.— Vol.  22, 
pag.  303. 

—  Rolación  de  la  victo  ia  que  los  Portugueses  de  Pernam- 
buco alcanzaron  de  los  de  la  Compania  dei  Brasil,  em 
los  Guirarapes,  &  VJ  do  Fevereiro  do  1619,—  Vol.  22, 
pag.  331. 

—  Soimão  da  restauração  de  Pernambuco,  do  domioio  hol- 
laniez,  prégaJopor  Fr.  A.  doa  Santos  Maria  Jaboatão, 
em  1731.—  Vol.  23,  pag.  365. 

—  Memoria  acerca  da  casa  em  que  morou  João  Fernandes 
Vieira.—  Vo!.  23,  pag.  399. 

—  Documentos  relativos  ao  tremor  de  terra  havido  em 
Pernambuco  cm  1811.—  Vol.  23,  pag.  401. 

—  Luiz  do  Rego  o  a  Posteridade  —  Estudo  histórico  sobre 
a  revolução  pernambucana  de  1817,  pelo  Cónego  Dr. 
Joaquim  Caetano  Fernandes  Pinheiro.  —  Vol.  24, 
pa?.  353. 

—  Memoria  sobra  o  Forte  do  Mar,  por  António  Bernardino 
Pereira  do  Lago.—  Vol.  25,  pag.  589. 

—  A  confederação  do  Equidor,  njtiiia  histórica  sobre  a  re- 
volução de  Pernambuco  de  1824.  pelo  Dr.  António  Pe- 
reira Pinto.—  Vol.  29,  pa<,'.  31)  (2*  parto). 

—  Documentos  sobre  a  revolução  do  1817.  —  Vol.  29, 
pag.  201. 

S31   —  2k  Tomo  lxviii.  p.  i. 


M» 


RBnSTA  D>  INSTITCra  HISTOMCO 


dô   LuU  do  Refo.—  Vol.  ^,  n^,  2íl3. 

—  Documentos   rebtiTos  i  revoíacão  de    19)7  e  toèro  a 
admiiúslraçâo  áõ  Uúz  do  R6j$o.^VoL  30.  pifs.  Tê  e  ISd. 

^    D^emiiMtoinank  a  bísiofria ám  reTologio  de  t»17.—  Vol . 

'  RaToliiciadt  lHi7.^  Intoriofãterios  ouite  UniMrtantes 
dos  rt>08  ; 

Luiz  Fraooisco  de  Fêu\m  GaTiaoaiiU  de  Albuquer- 
que, ^g.  ^13. 
Joio  do  Ra^  DtBtis,  pag.  ?37. 
ÂgoeUnlio  Bewrrm«  pa^.  253. 
BuUie  Quanana  Torreão,  p^*:.  251^. 
Vol.  31,  pagioas  citadas. 
^    DDcamoQtof  para  eerrireou  à  bistoria  da  r<!Tolti^  d» 

1884. -^  VoL  37,  pi^,  3i. 
->    Historia  da  imerra  de   Pej^naifilHico  efeitos  memoráveis 
do  mestre  de  c^mpo  João  Peroaiidea  Vieira,   por  Diogo 
L'>pesde  Santiago.—  Vot.  38*  pag.  210  .  vol.  3*.  pa?.  97 
e    2:;;  toL  40,  pag.  411;  rot  41.  pag.  143  e  3SÍ ;  voL 
4.\  pãf ,   157;  vol.  43.  pag.  5  6  191. 
^    ObserTações  meteoixjlúgicas  feitas  n\  Villa  do  Kei^lfe,  nos 
ttOQos  de  1808,  ISO  »  o  istO,  por  AnU>Qit>  l^^rnardiíio  Pe- 
reira do  Lago.  —  Vol.  45.  pag.  01 . 
_    píiv i.f .  cf,>  tQstittito  Ar<:lieologk^  e  Goograpbico  de  Per- 
t  .   pelo    Dr.    Franklin   Távora,   sjbre   o  exrime 

u^  ^,.  .100 to»  ezi5tentea  noa  arohiTOs  de  Haya  pira 
apurar  o  mais  poi^ivel  a  àlatoria  das  nosiaa  lustas  com  os 
holianJeiee.^  Tomo  49,  parle.  2%  pag.  2*J\ 

—  Narrarã-j  hbt^jri --a  das  oalamidades  da  Pernambuco  stjc- 
re^iidas  de^de  17/7  ati^  I7iri  com  a  noUcÍA  do  iLwantedos 
P^v.>a  do  8Ua3  ■Apltaoias.—  VoL  53,  pag,  1;  voL  64, 
pig.  853  {'4^  parte}. 

—  í^cTannibu^^o  no  domínio  hoUaades  o  sua  r«taurAção-— 
Vol.  50,  piig.  5. 

—  Kxposiçâo  sob  e  a  aJiaioistracúo  do»  fanios  da  Compa- 
nhia de  Pernambu  j.—  Vol.  50,  pig.  57, 

—  Preparativos  p^ra  a  restnuraçio  do  Braail  do  podor  doa 
hoUandózeJ.—  Vol.  r>0,  pog.  *i?- 

—  Fare^^or  do  Padr«^  António  Vieira  sobre  as  cotisa!?  do 
Brasil,  prm-ípalment j  á.%  restatmiçâo  da  Gapittaia  de 
PorQimboío.—  Vol,  5(^  pag.  85. 

—  Hi;$toria  dl  revolução  de  1«  17  pelo  Dr.  Pran*  iteo  Muniz 
Tavare?,— VuL  00,  piig-  ^^^* 

l^etroi>c»lW  —  Jubileu  do  Potiopolii  (qatnquageiuuo  anni- 

vorsario  á^   fundaoção  desta  cirUde.)- Vol.  *^,  pig.  5 

Í2^  partf). 
I*ti>-Nleatut*a*nic>r  <a>  eo  uirurgi3o<mòr  dea  KxereU 

tOi  [10  a^iioo  de  Portut^al  e  Eiiado   do  Bractl,    polo  Dr. 

i:duardr>  Augusi:>  P.^reir.i  de  Abrrii.-   Vol.  C3,  pag.  IM, 
l^iautiy— Memoria  reUitiva  a  oâtci  Capitania  o  á  tio  Mara- 

iibio,  por  Fran  "iico  Xavier  Maclrido.— Vol.    17,  pag.  5'». 


ISDICM   m>B  VOLirMKS   1    A  67 


371 


l*iaiiUy  —  Memoria  cbroooloiííia,  histórica  e  geo^raphioft 
desta  proviocia,  por  José  \T;irtins  Pereiía  de  Alencastr.e 
— VuL  20,  png.  5. 

—  Notas  (liarias  sobre  a  rovolta  que  teve  lu;arâr  naa  pro- 
vindas do  Maranbáo,  Piauhy  e  Ceará  em  183S.  Í8:í9, 
184'©  1811»  oscriptas  em  1854t  à  vista  do  documen- 
tos olHciaes,  por  J,  M.  Pereira  de  Alencaatre  —  Vol.  35 
pai?,  r^3{29  parte)» 

—  Oocumeiito  sobre  a  prislo  do  Jo5o  JoaÔ  d&  Cu:  ha  Fidlé 

—  VoL  36,  pag,   174. 

Pitaníçuy  —  Memoria  sobre  esti  vilU,  feita  polo  29  ve- 
reador da  Camará  em  k9  do  dezemlro  de  1785  —  VoU  6, 
paj?.  284. 

F^lniitRí**  —  QtneBfto  as  prinõipaes  plantas  que  hoje  (1856) 
se  adiara  aecliramlas  no  Brazil ;  niomuria  lidi  pelo 
Dr.  Francisco  Freire  Allrniáo  —  \'oL  It^  pag.  539. 

I*oliol:%-  -^  V.  —  Ldendentia. 

l*olo  tintai*clico  —  \  iaprem  de  cxploraçltí  —  V,  Exiie- 
diçãi  beltffi  —   Viagens. 

I*oi*to  ^egr«i^*>  —  O  primitivo  e  o  actual  PoHo  Seguro 

—  MeinurlLi  lida  na  sesião  de  ^^^  de  novembro  de  1h8o 
pelo  fiocio  Henrique  de  Beaurepaire  Roban  —  VoL  43, 
pat?.  5  (2*  p^rle). 

I»fnçí».  cio  Oonituercio  —  Descarga  do  fVixilaría  dada 
pela  pivisáo  Portogueza  contra  os  Eleitores  e  povo 
alli  rctiniiJose  toií.aila  doedlíloio  pela  mesma  Divitão  — 
Vol,  27.  pig.27l. 
ir*A*eoeH  <le  €ie!=!ín.g'g'i'iiA'o  —  \  .  Ditêrsos, 
I^rentiom  —  Propostas  por  S.  M.  o  Imperador  e  polo 
Instituto  —  Vol  2\  pa;,^  628  ;  vol.  3%  pags.  r,57  e  559  ; 
vol.  3',  p^g,  43  do  supp.;  vol.  4*,  pag,  35  do  supp.; 
voL  5«  pig.  30  ão  supp.:  vol.  6,  pagí.  5>2  e  4 '^  do 
Bupp  ;  vol.  ll,pig.  14-i;   vol.   19.  pa^-.    J5i, 

—  Relação  doíi  momb  os  premiiid' s  pelo  lostituto  era  cum- 
pri meti  to  do  prograraraa  apresentado  ni  sessar>  de  14  de 
dezembro  de  1814  — Vol.  II,  pag.  147. 

—  Trafiallioá  que  concorreram  aos  pre ralos  propostos  por 
S,  M-  Imperial  e  pelo  Instituto  —Vol.  18,  pag.  90,  supp. 

—  Conferido  ao  Instituto  na  expoalçàij  continental  Sal -ame- 
ricana, celebrada  era  Buenos  Ayres  era  1882  e  pelo  Jury 
da  oxpoítii;à'j  da  industria  nacional  realtztda  no  liio  de 
J'fcneiro  e  inauiíuriída  em  \2  do  dezembro  do  1881  — 
VoL  47,  pag.  603  {2'  parte). 

l*jre«i<ieute  íionoi-.irio  —  Proposta  para  qneasn'^ 
cadeira  nâo  seja  occupada  emqaanto  for  vivo  S.  M, 
o  imperador  e  seji  conservada  coberta  por  um  véo  — 
Vol.  5^,  pag.  537  {2^  parte). 

-f-    D,  AfTonso»  Príncipe  Imperial  do  BraziU 

4^  D,  CarlOi  I,  Rei  de  t*orluiíal  —  Vol.  59,  pag.  324  ;  voL 
m,  par,  319  (2^  parte). 

+  Cbriatilatio  ÍX,  oatr*ora  Priacipe  Real  e  hoje  liei  da 
Dinaraarca  —  Vol.  lO,  pag,  399  ;  voL  50,  pag.  I. 


372 


RE\TSTA   DO  INSTITCTO  HISTOiUOa 


-  ComSm  ã^At^v^  (D.  Loa 
Priaelp.*  óms  Dm»  Sidlías) 


h 


Oftftoii  de 
Vol.  3,  p*|r. 


Presidente  Ieouoe 
Gkrioi  Marim  Joé  ée 
— VoL   40,pttg.  1. 

—  C3oode  dTEa  (D.    Lofs  PeUppe  Miria 
OrtoillS)  —  Yol.  27.  >lf .  377  fE» 

—  0«9llBdoSaiJe(L>.  Lsiz  A 
e  OoUia  —  Tol.  ^*  Mtr .  377  (2»  pvte» 

-h    D.  Fernando,  R^t  tituUr  de   Puríuf il — 
353  ;  ToL  4*  pag*  221  ;   toL  5,  pa.?.  lU. 

H-  D,  Fmidia»  Ftmàúáa  F^liapo  Luiz  Maia  d#  Ortam 
(PriBcipo  de  Jeiaville)  —  VeL  5.  pof .  'i4^  e  di7, 

—  Dr.PimiKleeo  do  BiitlaRoddiíiee  Ali^ey— Vot  65»pi^.  535. 
^    GrúTer  dereiaiid,  Preddeote  Am  £itodot  UaiAttida  Ame- 

fiem  do  NeHe  —  Vot,  59.  pac*  31^  (^  perte). 
^    Jeiie  Rúca«  Preskbste  da  RepeMíee  Arg^tttea  —  Vai. 

esvpeg.  316  e  327. 
+    LeapÕMoUReidflsBal^ea  — Vol.25.Bit.  9LS3. 
+    Mwooel  Deodoro  d»  Pomeeat  Frõôdeelo  die  ttepuMIea  do 

Brmzil  *  Vd.  51.  pe^.  183  (^  pmrto). 

—  Dr.  Mâeoei  Fams  de  Gmpoa  Saltes.  Pieiideele  da  R^a- 
Mica  do  BnsU  —  Vol.  tíí,  pag.  298* 

—  Mí^oel  Jaarei  Celmao.  Preeidanle  da  CoaMeraçío  Ar- 
gentina —  VoL  5^,  pa^.  4X»  p'  parle). 

+  D.  Pedra  Secado  —  Sua  apresaalacio  F^I*  primeira 
rei  oo  iQstituto  á  sessão  ordinária  de  15  do  oeiembro 
de  IS49  ^  Vai.  5,  pag.  550. 

+  0r  PruJeute  José  ae  Morjies  Barros  —  Vol.  57,  paf. 
3:?f7  {2^  parte  >, 

4-  Sadi  Camot,  Presi  lente  da  Republica  Praneeta  --  VoU 
54,  pag»  18:í  (í*  parte). 

-f  O.  Sebastião  Maria  f  .abriel  de  Bragança  e  Bdorboo.  Io- 
fknte  de  Hespaolia—  Vol.  25.  pairs.  ÕH  e  755. 

+  Walter  Haoaer,  Preâideatâ  da  GoaMeracâo  IlelTeitea  -^ 
Vol.  í53,  peg.  5?S;  voL  54,  pig.  ZU  (^  parteK 
Pireteiic^^^  ísi^i^z  i»4— Memoria  sobre  o  ioteatoqae 
tAoL  09  ingleses  de  D^merari  de  usurpar  as  lerr^&sao  Oeete 
do  Rio  Repunorí  ad^ioeates  à  táce  auitral  da  eonlithôifa 
do  Rio  Braocapara  amplificara  sua  colónia,  fc^seripta 
por  Aotonio  Ladíiláo  Monteiro  Baaoa— Vot.  3  .  pa#,  322. 

—  Carta  de  âobaetião  Sa9é  de  Car?a[b  >  e  Mello.  mUUálro  por* 
tu^^oez  ern  I/mlrM^aUfa  de  8  de  julho  de  ]7il.aeereadas 
preleiiçfl3sdcv  Inglaterra  sobre  a  Ainorica^VoL4,pa^.5'}5. 

—  V.   Documentas  n/ficiaes^  vol.  32. 
I*reveiiçtio  —  Sjstema  preventivo  da  metrópole  contra  o 

Brazil  -^  Vúi,  46,  pa^^  239. 

Procea^o  —  Peito  peta  loíiuisiçSo  de  Li^sboa  c;)iitra  An* 
tOQto  Jo0é  da  Silva,  poetÀ  brazileira  —  Vol.  59,  pag.    5. 

l^i*oouc*f t^^o  «flug^uLur  —  Passada  pelo  Bacharel  José 
da  Natividade  s&idanha  ao  Presidinio  de  Peruambaeo 
para  qne,  em  seu  lQ,Jrar,  p^ísi  morrer  ©Qf>}rc«do  e  sofft^r 
qualquer  pena  qne  a  commíâsâo  miUtir  julgar  impor*lhe. 
Vol.  48,  pag.  589. 


índice  dos  volumes  l  A  07 


373 


JPi*onietUeii  a,c50i*i'eiiiaclo  —  Trasladação  poética 
do  teitOi  í|ue  do  orif^inal  do  tíschylo,  voi^ido  para  por- 
tugu€Z  pop  D*  Pedro  H,  Imperador  da  Brasií,  fez  o 
Rarao  de  Parnuapiacaba  —  VoK   67,  pag.  5»  (2^  parteL 

I*i'oprioN(  ii;.i.eiõii  los  —  Apontamentos  extrabidoá  da 
relaçíLo  do^  próprios  nacionaes  (|ae  existiam  na  Bahia 
em    1839  —  Vol.  03,  pag.  295  (t'  parte). 

I^rotento  —  Do  Dr.  Joáo  Barbosa  Rodrt^íues  a  respeito  doa 
do8cúbrim6iitoa  por  elle  foitoa  e  altrilmidoa  a  outrem 
fQo  valledo  Araazjni.-s)  do  nova  ©apecio  de  palmeiras  — 
VoK  42,  pag.  223  i^  parte). 

Q<J^*^=^*^<**?®  a^merlouiiiVíí  —  V.  Historia, 

Quil<>iiil>c»  do-í*    r^iiluaiireH  —  V.    Gmrra  dos   Pal- 

^tilU*  —  V,  Ama so nas* 
R-e^-eiioiíi  -^  V.  Pcrioio  regenciaí , 
]Re;4*iDieiito  —  V.  Insírt^cções, 

Reíutorio  —  Da  cominissão  scientiôca  que  fui  explorar 
dlTorsas  províncias  —  Vol.  2,  pag.  03»  supp. 

—  Do  Vice-Roi  do  Rto  de  Janeiro  Marquez  do  Lavradio 
entregando  o  froverno  a  Luiz  do  Vasconcellos  e  Souza, 
que   o  auccedtíu  —  VoL  4,  pag.  409, 

—  Apresentado  ao  vice- rei  Vasco  Fcrnandea  César,  pi3lo 
mestre  de  «mmpo  d  *  engenheiroa  Miguel  Pereira  da  Gostai 
quando  voltou  da  comroisaào  om  que  fora  ao  districto  das 
miuíia  do  Rio  das  Contas— Vol.  5  p.ig.  36. 

-*  Ao  Ministro  da  Instruçção  Publica  por  Caatelnaii,  oncar- 
regddo  do  uma  com  missão  na  Americii  meridional— Vol.  7 
pag.  I9G. 

—  Exposição  doB  rioS  Mucory  e  Todoa  os  Santos  feita  por  or- 
dem do  governador  do  Mina»  Geraea  polo  engenheiro 
Pedro  Victor  Roinault,  tendente  a  procurar  um  ponto 
para  degrede— Voi,  8,  pag,  :i56. 

*-  Diriiíido  ao  Governo  Imperial  em  15  de  abril  do  lí?47,  pelo 
inspector  geral  dos  tcn^onos  diamantinos,  da  Província 
da  Bahia,  o  Dr.  Benedícto  Marquea  da  Silva  Acauà — 
Vol.O,  pag.  227. 

—  Dõ  yice-rei  do  Estado  do  Brazil,  Luiz  de  Vasconcellos,  ao 
entregar  o  governo  ao  seu  success jr  Conde  de  Rezende— 
Vol    23,  pag.  149. 

—  Relatório  geral  da  commissao  de  eogonheiros  junto  ás 
forças  em  expedição  para  a  Província  d©  Matt>Crosso» 
1865—1:6,  apresentado  por  Alfredo  de  Escra^noUo  Taunaf, 
secretario  da  mesma  commissao— Vol.  37,  pags.  79  e  209 
(2^  parte), 

Rein'eHeiita.çilo  —  Dirigida  em  1707  a  El-Rei  D.  João  V 
pelos  portuguezes  residentes  no  Rio  de  Janeiro,  acerca  do 
procedimento  que  contra  ellos  tintiao  os  flllios  da  terra  nas 
eleições  oÉciaes  do  Sonadoda  Camará.— Vol.  10,  pag.  108. 

X^epubltcii,  —  A  Republica e  a  federavâo  no  Brazii— Aoonte- 
cimcQtosna  Bahia— Memoria  p3lo  Dr.  Aristides  Augusto 
Milton,- VoL  60.  pag.  5,  (2»  parte). 


ÍNDICE   DOS   VOLUMES    1   A   67 


Rio  l>o43e  —  Documctttoi   sobre  eáte  rio,  oflfereoidos   pelo 
coronel  Joáó  Joaquim   Machado  de    Oliveira.  —  VoL  7, 
pag*  351. 
«-    Memoria  o  r^^aQhâcimeQto  da  foz  e  porto  deate  rio,  poir' 
Loií  do  Alííicoiirt,,— VoL  20,  pags.  115  e  139< 

X^io  Orande  <io  Norte  —  Catalogo  ou  relação  doa 
capitães  móre^  e  goveroadorea  do^taCapitaaia*— Vol.  17, 
pag.  "^2,— AQDOtaçáo  do  mesmo  catalo^'o.— Pag.  25, 

—  Aulo  de  posQôqnô  se  deu  ao  goveraador  João  Femaadeí 
\  ieira,  da»  torms  do  posto  do  Touro  ao  Ceará-mirim. — 
Voí.  19,  pag.   15U, 

—  Memoria  sobre  a  extrema  fome  e  triste  situação  em  qua 
se  achaFa  o  sertão  da  iiibeira  do  Apofly  da  Capitania  dt3 
Ivio  Grande  do  Norte,  da  comarca  de  Parahibi,  de  Per- 
nambuco; onde  se  descrevera  os  meioa  de  oc correr  a  estrs 
males  futuros,  pelo  Padre  Joaquim  José  Pereira,— VoU  20» 
pag.  IV^, 

—  Memoria  relativa  ú,  defesa  do  lUo  Grande  do  Norte,  ca 
qual  se  moâtra  o  que  è  neeessario  para  ella  e  o  que  poz 
era  pratica  para  o  mesmo  fim  o  actual  ^^overoador,  por 
José  Francisco  do  Pauia  Cavalcanti  de  Albuqnertjue. — 
Vol.á7,  pag.  Hb. 

Rio  Ornmcle  do  Sul^Memoría  sobro  a  caropantia  de 
1816,— Vols.  7  paçs.   125  o  27:^. 
Mappa  dos  três  ppmci pães  batalhões,— Vol,  7,  pag.  328. 

—  InvoDtario  de  todod  os  papeis  oíficiaes  que  por  óbito  iL;) 
teDente-gcneral  Sebastião  Xavier  da  Veiga  Cabral  da 
Camará,  governador  do  contiDente  do  liio  GranJe  do  Sul» 
íicarâo  a  cargo  do  aai^genlo  môr  Joáé  Ignacio  da  Silva.— 
Vol.  11,  pag.  445. 

—  Coilecgáoda  vocabulários  e  pbrases  usadi^  nesta  Provín- 
cia.—VoL  15,  pag.  210. 

—  Representação  feita  era  34  de  agosto  de  1801  pov  Sebas- 
tião Xavier  div  Vesga  Cabral  da  Gamara,  ex-govornador 
desta  Capitania,  sobre  a  neoeasidade  de  separar  iiquelle 
território,  como  também  o  da  ilba  de  Santa  Catbarlna,  ua 
juriadicçáo  do  bispado  do  Rio  do  JaOBlro- Vol.  10, 
pag<   347. 

—  Noticia  particular  do  continente  do  Rio  Grande  do  Sul  — 
VoL  21,  pag.  239. 

—  A  lgum:is  annotações  ás  memorias  hlstorícaa  de  moDsentior 
Pizarrot  oa  parte  relativa  ao  continente  do  Rio  Graúda 
do  SuL  por  A.  A.  Pereira  Coruja,  1857— VoL  21, 
pag.  303. 

—  Cópias  de  algumas  commnnicações  offlciaes  relativas  á 
fundação  do  forte  de  Santa  Tbereza,  tomada  do  mesmo» 
c  invasão  do  Rio  Grande,  1762-17^)3  —  VoL  íii,  pag.  325. 

—  Governo  desta  provineia  pelo  teiente-coronol  José  dos 
Santos  Viegas  —  Memoria  oxtrabida  do  primeiro  nu- 
mero da  Revista  do  Instituto  da  provini;ia  deS.  Pedro, 
acompaobada  nesta  Revista  de  algumas  notas  por  A.  A. 
Pereira  Coruja— Vol-  23,  pag.  585. 


37G 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTORÍCO 


]Í^Ío  Crrauíle  do  Sul  —  Extracta  das  cartaa  do  marqaez 
do  L&Tradio  que  dizem  respeito  ás  tropas,  ao  militar  e 
aos  movimentos  dos  castelhanos  no  Rio  Grande  do  Sul  — 
VoK  27,  pa^.  23  K 

—  Almanak  da  vil] a  do  Porto  Alegre  com  retlexõeã  sobre  o 
estado  da  Capitania  do  Elo  Grande  do  Sul  —  VoK  30, 
pag^*  43  e  74. 

—  Documentos  sobre  esta  província  —  Vol.   31.  pag.  265. 

—  Documentos  aoUre  a  perda  do  Rio  Grande  do  Sul  —  Vol. 
3â,  pag.  S90. 

—  Documentos  reloitivos  á  historia  desta  Capitania,  compi- 
lados por  ordem  do  conselheiro  Barão  Homom  de  Mello, 
Qx-preâidente  da  entio  provincia  —  Vol.  40,  pag.  191  ; 
ToL  41,  pag.  â73;  Tol.  42,  paga,  5  o  103, 

—  iDdioe  chronologico  dos  factos  mais  notáveis  da  historia 
desta  Capitania,  depois  provincia,  por  Francisco  Ignacio 
Marcondes  Homem  de  Me  lo  —  Vol,  42,  pog*  115  (2* 
parte). 

—  Guerra  civil  do  Rio  Grande  do  Sol  —  Memoria  aoompa- 
nliada  de  documentos,  lida  por  Tristão  de  Alencar  Ara 
ripe  —  Vol.  4;^  pags*  lis  e  293  (^'  parte). 

—  Memoria  lobre  a  guerra  civil  acompanhada  do  documen- 
tos, lida  por  Tristão  de  Alencar  Araripe  —  Vol.  45,  pag. 
33  (^  parte). 

—  Relação  e  mappas  em  que  se  mostra  toda  a  ordem,  dis- 
posição e  âucces>os  que  houveram  na  tomada  da  margem 
do  sul  do  Rio  íírando  de  S*  Pedro  —  Vol.  45.  pají.   91 

—  Guerra  civil  nesta  provinda  —  Memoria  acompanhada 
de  documentos.  Udano  Instituto,  por  Tristão  de  Alencar 
Araripe  —  VoL  4(^  pag.  lO:  (^  parte), 

—  CTuerra  civil,  p.»r  Tristâ'j  de  Alencar  Araripe  —  Vol.  47, 
pag,  47  (2'  parte). 

—  Descripçao  e  viagens  por  Henrique  Schutel  Ambauer  — 
Vol.  51,  pag.  25  (■?*  parte). 

—  Noticia  desta  cidade  por  Luit  de  França  Almeida  e  S4  » 
YoK  51.  pag-  87  (**  parte). 

Rio  I^uajdb^ii  —  Viagem  ao  rio  Igu&ssd,  peio  presidente 
do  Paraná,  em  março  de  1886  ^  Vol,  50,  pag,  157  (3* 
parte). 

Rio  ae  Janeiro»  Memoria  sobr.»  a  fundação  da  cidade 
de  S,  Sebaj^tlào  do  Rio  de  Janeiro»  por  Autonto  Duarte 
Nuoee  —  Vol.  l\  paga.  1^3  e  2^9  ;  Vol*  21.  pag,  5, 

—  Relac&o  das  capítãesmòres  governadores,  capitães  ge- 
nermes  e  vice  reis  que  lêem  governado  a  Capitania  do 
Rio  de  Janeiro,  deade  a  sua  primeira  fundação  em  1565 
alé  ISll  —  Vol,   l\  pag.  305;  voL  2».  ]»ag.  49, 

—  Catalogo  dos  capitães -mores.  gGneraí:^  e  vice-reis  que 
teem  governado  esta  Capitania  desde  o  annode  15*  5  até 
1799- Vol.  21,  pag.  32. 

—  Excerpto  de  uma  memoria  maouscrj pia  sobre  a  historia 
do  Rio  de  Janeiro  durante  o  governo  de  Salvador  Corrêa 
dê  Si  e  Benevides  —  Vol.  3»,  pag.  3. 


ÍNDICE  DOS  vo^^^[Es  i  a 


377 


Ri4>  cie  *Ta.uoix'o  —  Extracto  dos  Annacs  do  Rio  do  Ja- 
oeiro,  paio  conselheiro  Balthazar  daSilr?4  Lisboa—  Das 

Seasoas  distinctas  que  ajudaram  a  fíindagão  o  ediicação 
eáta  cidade,  etc.  —  VoL  4\  pa^.  848  e  318  ;  voh  5% 
pag.  403. 

—  Extracto  das  memorias  do  Rio  de  Jaoeirr»!  pelo  monsenhor 
Pizarro  —  Do  assento  primitivo  da  igreja  Caihodrai,  da 
aua  mudança  i>ara  outros  lo^íares,  etc—  Vol.  õ^,  pag. 
453. 

—  Noticias  e  refloxôes  sobre  asininas  do  Canta^^allOi  nesta 
pros^iQcia  em  1805 —  Vol.  12»  pa;-%  518. 

—  Almanack  histórico  da  cidade  de  S.  Sebastião  do  Rio  de 
Janeiro,  por  António  Duarte  Nunes,  1799  —  Vol.  21, 
pig.  5< 

—  Faníaçio das  lirrejis,  conventoa  e  diversos  estabeleci- 
ment-^^s  dacídado—  V.  Abria itacf',  vol.  ^1,  pag-  5. 

—  A  França  antárctica  —  Hosrmejo  histórico  do  estabeleci- 
mento  do^  francezoano  Rio  ae  Janeiro  o  sua  expulsão  no 
socnlo  XVI  e  das  suas  novas  invasões  no  século  XVílI, 
j>elo  cone^^o  Dr*  Joaquim  Caetano  Fernandes  l^iuheiro  — 
VoL  s;2,  pafT.  3, 

—  Relação  da  vtctoria  qae  os  portu^^uezes  alcançaram  no 
Rio  de  Janeiro  contra  os  fran  ezes  em  19  de  setembro 
de  1710  —  Vol.  2:í,  pag.  41'^ 

—  Memoria  i^obro  a  defeca  militar  da  capital  do  íírazil,  e 
dos  pontos  que  será  bom  fortificar,  aflm  do  a  pôr  ao 
abrigo  do  um  desembarqtie  repentino,  acautelando  o 
estabeleci  mento  mais  util»  c  o  mais  exposto  dos  aeus 
auburbiori  de  qualquer  tentativa  hostil  tie  um  iními^^o 
vií^ilaiite  e  emprchendedor  —  VoL  25,  [ing,  44''. 

—  Memorias  do  dos lobrí mento  e  fundação  da  cidade  de 
S,  Sebastião  do  Rio  de  Janeiro  —  VoL  ^7,  paír.  7, 

—  Memoria  sobre  os  acontecimentoii  dos  dias  21  e  2S  do 
abril  do  ia-2l  na  Praça  do  Commercio,  por  uma  teste- 
munha í^resencial  —VoL  íí7,  }iaj<.  27L 

—  Reparos  eannotações  sobre  a  barra  do  Rio  de  Janeiro, 
suas  fortaleziís  c  defensas  —  VoL  33,  )>a^'.  2SL 

—  População  da  Corte  e  provincia  do  Rio  de  Janeiro  em 
18:dí  —  VoL  33,  paí.%  135. 

—  Os  tiros  no  theatro  —  Motim  popidarno  Rio  de  Janeiro, 
p^elo  Dr.  Moreira  do  Azevedo  —  VoL  :iG*  pag,  340  (2* 
parte). 

—  A  biihia  do  Rio  de  Janeiro,  sua  historia  e  descripção  de 
suas  riquezas,  pelo  sócio  Augusto  Fausto  de  Souza  — 
Vol  44,  pa^'g.  5  e  260  (2»  jtartoj. 

-^  Productos  exportados  da  cidade  do  Rio  de  .laoeiro  no 
anno  de  1700  —  VoL  4d,  pa^',  105. 

—  Prerofíativa  e  titulo  da  cidade  do  Rio  de  Janeiro  —VoL 
46»  pag.  64 L 

-"  Memorias  publicas  e  económicas  da  cidade  de  S.  Sebas- 
tião do  Rio  do  Janeiro.  j>ara  uso  do  vice  rei  Luiz  do 
Vasco nceiios  —  VoL  47,  pa:/.  25. 


378 


REVISTA   PO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


Rio  ae  «JiirUeiro  —  Ataque  o  tomada  da  cidado  do  Rio  de 

JaDclro  pelos   friiTieezes  em   171 J,  gob  o  commaotlo  de 
Uu^^uay  Trouin  —  Vol.  47,  jia^r.  61. 
^    PerftiQcLorio  oxame  dos    moios  de  dofesa    da  cidade   áo 
Rio  de  Janoiro  —  Vol.  47,  pa^',  160. 

—  Carta  Ré;íia  |>edindn  informaçÕ(*s  sobro  os  bons  das  relí- 
Klòesda  CaiiiUkoia  do  Rio  de  Janeiro— Vol,  47,  pag*  175. 

—  Eatrada  dos  francezea  no  porto  ão  Rio  de  Janeiro  om 
1711  e  o  reí^i/ate  da  oidíide  —  Vol.  55»  pai;.  215. 

-^  Artilharia  das  náo3  fraocezas  queimadas  oo  Rio  de  Ja- 
neiro —  Vol,  55,  pít^.  ^19. 

—  Conta  sobre  a  fortificação  o  artilharia  o  mai.-?  forta- 
lecia da  praça  o  armazoos  do  Rio  de  Janeiro  —  Vol.  55, 
paí^:.  221. 

—  Provisio  por^^ue  serve  do  governador  da  praça  do  Rio 
de  Janeiro  Mathias  da  Cunha  —  Vol,  5'»,   pag.  |si), 

—  I>08críp<íâo  que  f,izo  capitão  Mij^aol  Ayres  Maldonado  e 
o  oiipitào  José  de  Caâtiljio  Pi  a  lo  e  seus  cjmjaoheiros  dos 
trabilhoij  o  fadigas  das  âua^  vidas,  que  tiveram  naâ  coq- 
quisa^  da  Capitania  il'>  Rio  de  /aaeiro  o  S.  Vicente  oom 
a  gentilidade  o  com  os  piratas  nesta  costa  -~  Vol.  56, 
pjg.  345. 

^->    Correi) jondencias  de  varias  autoridades  o  avulsos   sobro 

esta  capitania»  de  1757  a  1791)  —  Vol,  65,  pag,  71 . 
*-    V.  Bispado. 

—  Côro^'ra|>lna  Flumioenso  (O  Entala  do  Rio  de  Janeiro 
em  kS^.N"»)  por  ÂQtonio  Jgs4  Caetano  du  Silva  —  Vol.  67, 
pig.  2Ô3  (?*  paríe)- 

Rio  •Jai>tii*i'i  --  Jntormaçao  dada  pelo  pratico  Eugénio 
Ribeiro  em  4h  de  Mar*-o  do  1755  —  Vol.  07,  pag,  8^1. 

Rio  Ma  Jõírct  —  Diário  do  Rio  Madtíira  —  Vui^em  que  a 
expedição  destinada  1  demarcação  de  Ji mitos  fez  do  Rio 
Negi-OfttéViUa  Bolla,  capital  de  Matto  Grosso  —  Vol. 
;âO.  pag.  31/7. 

I^to  Xe^ro  —  Noticias  geograpbioas  da  Capitania  do  Rio 
Negro  ao  ^rrande  r^u  Araizonas  ex  ornadas  oom  varias  no- 
ticias históricas  do  puz  do  seu  governo  civil  c  pi>litico, 
ede  outrajj  cousas  dignai»  de  atteoçâo,  pelo  cónego  André 
Fernandes  de  Souz^  —  Vol.  V\  r»ag»  411 
^  Dascrtpçâu  da  viagem  feita  desdo  a  cidade  da  Barra  do 
M\i)  Negro  pelo  vuy  do  mesmo  nome,  p^r  ihlario  Ma- 
ximiano Antunes  <iurjão— Vol.   \%,  pag.  177, 

—  Diário  da  viagem  phtlosophica  por  esta  capitania  com 
a  iníormaçio  do  seu  estado,  deede  a  VilU  Capital  de 
Baroellos  até  a  fortaleza  da  bu*ra  do  Rio  No^ro  polo 
Dr.  Alexandre  Rodrigues  Forreira  —  Turno  4«,  pirte  1, 
pag.  1^ ;  tamo  50,  parte  3,  paf .  i%  \  tomo  51,  parte  1, 

—  Expedição  do  naturalista  Dr,  Alexandre  Ferreira  Bi^azil 
—  Vol    5j,  pag.  229. 

—  Dos  rios  qun  deiagu-^m  no  Rio  Negro  —  Vol.  67^ 
pag.  314. 


índice  dos  volumes  i  a  67 


379 


Rio  ^e^fo  —  Syaop&Q  de  algumaa  iioticia.s  geograpbtc^is 
para  o  coQheciraeato  dos  rios,  por  cuja  navegaçãa  se 
|K>dem  comniuincar  os  dorainios  da  coroa  portugaeza  em 
o  Rio  Ne^-o  com  os  de  ílôspatih:^  e  províncias  unidasi 
na  Aracrica  — VoL  67,  pagp.  322. 

—  V .   Limit c s —  Vifí tjetu, 

I^io  I*a.iMlo  —  Diário  resumido  do  reconhecimeiíto  dos 
campos  de  novo  descobertos  sobre  a  serra  geral,  nas 
caboceií^as  do  Rio  Pard j,  por  .losô  de  Saidanba  —  Vol.  S, 
pají.  64. 

Rio  @.  Fi*Aiieiâeo  —  Navegação  deste  rio  e  seus  eon- 
flueotea  —  Memoria  do  tenente-coroael  José  Jgaacio  do 
Couto  Moreno—  Vol.  6,  pag.  451 . 

—  Itinerário  deste  rio  desde  a  8ua  foz  até  ás  cachoeiras  de 
Paulo  Aliunso  —  Carta  do  Dr*  José  Vieira  Kodriguea  de 
Carvalho  e  Silva  —  Vol.  22,  pag.  201 . 

Rio  "Xoeamtiii!^  —  Regimento  cora  qual  o  governador 
Bernardo  Pereira  de  Berredo  mandou  degc.brir  o  curso 
do  rio  Tocantins—  Vol-  4Ô,  pag.  177. 

—  V.  Goyaz, 
Roteiro'—  V.   Yvxijem, 

Sa^bixinl  —  Memorias  sobre  esta  vHIa  apríiseotadas  poios  ve- 
readores da  Camará  em  1785,  1807  e  InIO— VoL6, 
p^s.  269,  2âUe2.SI. 

^a,l>ii]£i,dà  —  V.  Bithia, 

f^n.ci*i  legrio  —  Preces  em  desaggravo  por  sacrilégio  — 
Vol.  46,  pag.  193. 

í**al  —  Nota  áú  todos  ris  marinhas  em  qae  se  faz  sal  na  costa 
doBrazil  —  Vol.  46,  pag^.  I7:í. 

^£i.lto  ^''iseoticle  <!<>  ^Rio    I5i*aiico^  V.  Pamn<L 

j^a.iiil>aqai«  —  Sambaquis  da  Conceiçào  do  Arroio— Vol»  47, 
prig.  I7í>. 

—  Excorpto  do  Dieeionario  geugrapUico  da  provincia  de  São 
Paulo,  pelo  Dr.  João  MeudOíá  di3  Almoida  ^  VoK  56, 
pag,  43  (2*  parte) • 

íSantíi  OAi't}fcíi;i-in«^  —  Geologia  desta  provincia  —  Vol,  7, 
pag.  87  a  178. 

—  Defesa  de  .\ntonio  Canos  Furtaio  de  Mendonça,  ro  peito 
á  ontrega  da  ilha  de  Saota  Catharina— VoL  27,  peg.  201 , 

—  Documentos  sobro  esta  provincia  —  Vol,  31,  pag.  265. 

—  V,  Estrada jí, 

^ii^ntix  Oi-iiz  —  Memoria  sobra  a  Fazenda  Santa  Cruz, 
pelo  Coronel  Miinoel  Martins  do  Couto  Reis  —  Vol.  5, 
pag.  143. 

^niito  Otfloio  —  António  José  e  a  luquisição  —  Vol ,  25, 
pag.  363, 

—  Diplomas  de  nomeação  de  familiar  do  Santo  offlcio  — 
VoL  45,  pag-  2U1. 

—  V,    Liquisiçc^Ú» 

^,  «Joílo  <lo  "irpaiitMiim  —  Descripção  do  morro  do  mi- 
neral de  ferro,  sua  riqueza,  methodo  usado  na  antiga  fa- 
brica, seus  defeitos—  VuL  18,  pag,  23.>. 


380 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


8.  «Vo^é  <lo  Rio  IVe€rx*o  —  V.  Rio  Negro ^ 
S,  ]p4i.ulo  —  Carti  do   Oiojfo  Nuoes  eacripta  a  D*  João  3«. 
acerca  do  dascobrimeato  do  sertões  aunde  3?  podii  checar 
atrave^aodo  a  terra  de  S.   Viciinle  (proviacla  de  is%q 
Paalj)—  Voí.  2.  pag.  3*55. 

—  Noticias  praticas  das  minas  de  Cuyabál  e  Óoyatea,  na  ca- 
pitania deS.  Paulo  o  Ciiyabá,  dada^  ao  Reverendo  Padre 
Dio^o  Soares»  pelo  Capi  ao  João  António  Cabral  Garacllo, 
gúbre  a  viagem  qut*  fez  is  minas  de  Cuyabá  em  1727  — 
Vol    4.  pag,  487. 

—  Docameotos  relativos  á  doacobdrta  e  exploração  dos 
campos  denominados  do  Payqueré  —  VoL  4»  pag.  5111; 
vol.  5,  pig.  Íí9. 

—  Noticias  da  Capitania  do  S.  Paulo,  da  America  Meridio- 
nal, escriptas  era  I77â,  por  Francisco  de  Oliveira  Bar- 
bozíi—  Vol.  :?,  pag.  2è, 

—  Noticia  díi  fundação  e  pdocipios  da  aldeia  do  S,  João  de 
Queluz,  na  província  do  S.  Paulo—  Vol.  3,  pag.  Cli, 

—  Epitome  de  creaçâo  do  novo  bispado  de  S*  Paulo,  rei  que 
impetrou  esta  |3:raça«  pontífice  que  a  concedeu,  seu  pri- 
raeiro  bispo  e  cónegos  com  que  se  fundou  a  Cathedral  — 
Vol.  18,  p3g.  22*3. 

—  Descripçào  do  morro  do  mineral  de  íérro,  sua  riqueza, 
metbodu  usado  oa  anti;;M  fabn^^a  de  s.  João  do  íprinema, 
seus  defàtos  —  VoL  18,  pag.  íá.15, 

-^  lnresti<íaçao  do  arcliivo  da  Camará  Muaicip,al  de  S-  Vi- 
cento,  pelo  Briífad  iro  J.  J.  Machado  de  Oliveira  — 
VoK  Hí,  pag.  14?, 

—  Memoria  aobre  o  melhoramento  da  província  de  S.  Paulo, 
&ppticavel  em  grande  parto  ás  províncias  do  Brazil,  por 
António  Rodrigues  Velloso  do  Oliveira  —  Vol.  31,  pãg§,  5 
e  103. 

—  Os  Padres  do  Patrocioio  ou  o  Porto  Real  de  Ita  —  VoL  33, 
pag,  237  (:í»  parte), 

^  Memoria  em  que  se  mostra  o  estado  económico,  militar  e 
politico  d:i  Capitania  de  S.  Paulo,  qu  ^ndo  do  seu  governo 
tomoti  posso,  a  8  do  dezembro  do  1814,  D.  Francisca  ie 
A^n%  Maséáfentias,  Conio  da  Palma,  tendo  notas  histó- 
ricas e  iidditamentos  pelos  quacs  se  mostra,  om  esboço,  o 
estado  da  mesma  CapiLanis  no  governo  do  mesmo  Conde, 
por  Manoel  da  Cunlia  de  Azeredo  Souza  Cbicborro  — 
VoL  36,  pag,  IV*7, 

—  Amador  Buoou  —  Memoria  pelo  Dr.  Moreira  de  Azevedo 
—  VoL  r»ij,  pasf.  l  (2'  parte)* 

~  Alguns  dia^  na  Paulicéa,  por  Heoriquo  RaíTard  —  VoL  55, 
pag,  15*»  (i*  parte), 

—  A  Igreja  do  CuUegio  da  Capital  do  S,  Paulo,  pelo  cnge- 
nbetro  António  do  Toledo  Piza  — VoL  5,>,  pag.  57 
ítí*  parte). 

^  Informações  8 jbre  as  minas  deS.  Paalo  e  dos  sert5es 
da  sua  Capitania  desde  1597  até  1772  —  VoL  04, 
pag.  1, 


ÍNDICE   DOS   VOLUMES   1   A   07 


381 


S.  I*aulo  —  Noticia  histórica  e  artística  da  cidade  de 
S,  Vicente,  pela  Dr.  A,  da.  Cunha  Barboza  —  Vol.  04, 
pag.  i::3. 

—  V,   VUla  (h  Caminêa. 

%,  r*c«li'o  cio  Rio  OraiKle  cio  Sul  —  V.  Rio  Grande 
do  SuL 

8.  V ieeii to  —  Histórico  deaia  Capitmía  desde  a  sua  funda- 
ção, por  Martím  AfTontío  do  Souza  em  1531.  escripto  por 
Pedro  TaqiiBs  de  Almeida  Paes  Leme  em  1772  —  Vol.  9, 
pa  gs,  137,  í;lí3  e  4 15. 
*-  Investigação  do  archivo  da  Camará  Muaicipal  da  Vi  lia  de 
S.  Vicexito  pelo  Brigadeiro  J,  J.  Machado  de  Oliveira  — 
VoL  19,  pa^.  IO. 

—  Legenda  hisioHca  —  Memoria  lida  pf^lo  Dr.  João  Mendes 
-'»       de  Almeida  sobro   a  descoberta  destacapitania  —  Vol. 

53,  pag.  289. 

—  Descri pçao  que  fazem  o  capitão  Mii/uel  Ayres  Maldonado 
e  o  capiUo  Jusè  de  Castilho  Piolo  o  seus  companheiros 
doá  trabalboâ  e  fadigas  da^  suas  vidaa,  que  tiverao  nas 
conquistas  do  Rio  de  Jaoeiro  e  S.  Vicente  cora  a  gentili- 
da<ie  e  com  os  piratas  oesta  Cj8ta  —  Vol,  5G,   pag.  345. 

Seiil€;*ilo  iiiilitai*  —  Na  Ilha  das  Cobras  —  Memoria 
lida  polo  Dr.  Moreira  de  Azevedo  —  Vol.  34,  pag*  276 
(2*  parte), 

—  Ne  Ftio  de  Janeiro  em  1831,  p<?lo  Dr.  Moreira  de  Aze- 
vedo —  Vol,  37,  pag,  170  (&"  parto), 

^eg-ui^-o  —  Da  Biblíothccat  museu  e  mais  haveres  do  luati- 
t.ito  —  VõL  61»,  pags.  345,349  ^^*  parte)  ;  voK  í>l,  paj?. 
578,  635. 

Senadorefli  —  Mappa  d  s  senadores  do  Império  existenteB 
até  30  de  Junho  de  1866  com  a  idatle  do  tempo  "ia  nomea- 
ção Q  actual,  nomearão,  posse,  duração  senatorial  e 
media.  pf>r  provinciai  —  VuL  29.  pag.  hi\. 

—  Mappa  necrologico  doa  senadores,  cum  a  data  de  stias 
nomeações,  posse,  óbitos,  duração  seu-itorinl  e  media  por 
províncias,  até  o  ultimo  de  Dezembro  de  1865  —  Vol. 
2ff  pag.  521. 

Seriuee^tro  —  Feito  em  I7í>4  nos  bsue  que  forao  achados 
do  Bacharel  Mariano  João  Pereira  da  Fonseca—  Vol.  63, 
pag.  14. 

^^Yfgll*e>  —  Copia  de  ura  offlcio  do  Monsenhor  Aittooio  Fer- 
nandes da  Silveira,  ^obre  a  eiistoncia  do  preciuais 
minas  do  ferro  e  de  um  rico  subterrâneo  da  província  de 
Sergipe  —  Vol.  23,  pag*   12S?, 

—  Infurmação  sobre  a  província  de  Sergipe  em  1821  —  Vol* 
55,  pag.  ^6K 

íSermu.o  —  do  padre  José  de  Anchieta  —  Vol.  54,   pag.  10& 

\Z^  parto). 
Serra   da    £jst relia.  —  Esclarecimentos     relativos     X 

montanha  brazilica    Serra  da   Eãlrclla  6ol;citados  pela 

Sociedade  Oeographica  de  Lisboa,  pelo  Dr.  Moreira  de 

Aievedo—  Vol.  45 pag.  470  (2*  parte). 


.182 


REVrSTA   DO  IXSTITirn  iirsTonico 


Serrft  clo^  Or^âoft  —  Relação  de  ama  vlagam  a  ôsta 
serra  (artigo  tradtizidoí  —  Vol.  3,  pag.  Tr». 

ISet^niArins  —  FrdgmeDto  do  uma  mõniaria  sobro  as  sos^ 
mariító  da  Bjbja  —  Copia  uo  ura  manuscpipto  otrerccido 
pelo  ConseUieiro  Bento  da  Silva  Lisboa— Vol.  3»  pag.  373* 

—  Informação  de  D.  Francisca  de  Souza  Coutínlio,  govar- 
Dador  do  Pará,  sobre  meditas  que  coDviuiia  adoptar 
para  que  a  lei  dd  sosmara  di  5  de  Outudro  <1e  1795  pro- 
duiiase  o  dfMsejado  efTeito  —  VuL  29.  pag,    3^5. 

—  Reluçâo  das  sesmarias  da  capitania  do  Rio  de  Janairo^ 
extrabida  doa  livros  de  sasmartâs  e  rttgistro  do  cartório 
do  uteliião  António  Teixeira  de  Carvilliu— De  l.>65  a 
ntíô— por  Monaenlior  José  Pizari*o  do  i>ouza  Asevedo  e 
Araújo  —  Vol.  63.  pag,  93. 

^oeioclatle  A.itia*iite<l&  lusti^ueoâo  —  Umatonw 
(ia  fiistatijt pátria  —  htâVjrico  de-ta  associação,  pelo  Dr. 
Alítedodo  Nasclmeú to  e  Silva— Vol.  Tv),  pag.  97  (S* 
parte)  • 

Sõcie<^lu(te  Auxilia.  loi*t%  dit  In^iu^tria.  IVa^ 
cicfuul  —  COQSulta  sobre  o  requerimento  de  Igoacio 
Alv€8  Pinto  do  Almeida  pedindo  approvação  do«  esia- 
tuí.osi  da  sociedade  que  proteiidia  fundar,  e  que  fundou» 
no  Rio  de  .íaaeiro  c<)ni  aqueila  di^oomlnaçâo  —  Vol.  63, 
píig.  4í»7  1 8*  parte). 

©oeietlf^cle  de  Oeog-i-apliií^  de  I*arl«  —  Carta 
do  PresiicQte  da  ComiDi^iirío  do  geuí^niphia  couiraerciaí 
chamando  a  atteoçâo  do  íottituto  sobre  o  Lklo  geogra- 
phieo  da  questão  da  abertura  de  um  catial  iDÍer*ooQanioo 
•  Vol,  :VJ,  p:)g8,    418  e  439  ;  vol.  40,  pag.  437. 

^oelodade  I^tttez*itrlii  do  Itlo  de  ^nnoiro^ 
I>Í8ctjrgo  em  que  ge  moíitr.i  o  tim  p.ira  que  foi  estabele- 
cida Ci?t'i  sixiedadc  —  V^r»!,  45,  p«ig.  69. 

ISocieduOe  Vello^lniiM—  V.  íntUla^o  Siêtorico, 

^uoiediadeiNi  —  fiio<iada9  n)  Brazil  desde  ostempõa  oolo- 
ulaesaté  o  começo  do  actuvl  reinado  iáe  I).  Pedro  2")^ 
pelo  Dr.  Maneei  Duarte  Moreira  de  Azevedo  —  Vol,  48 
pag.  205  (2*  parto). 

BooioM  —  No  âm  de  cada  volume  so  encontram  as  rela- 
çuO£  i^eraes  dos  presidentes  esooios  eiistentes,  dos  admit* 
tidos  durante  e  aonu  v  dos  í^llecidoi  ^  Vide  também  o 
Repertório  da  Rei^iita  do  lostituto  publicado  como  sup- 
plemnntc»  àde  1897. 

—  Relaçio  dns  âocioa  d^spedidoâ  até  31  de  Di^zembro  de 
1890  —  Reiíertcrio  da  Revista  p  iblícado  om  ltí97. 

—  Memorias,  pontos  dee^in  vol  vido:*  o  outros  trabalhos  dos 
50GÍo<dofidea  sessão  de  16  de  Setembro  de  1847  atá  IO  do 
De/ombrode  185^  ^  Vol.  15,  {lag*  515.  Ap['e^ntado8 ôiq 
1^5í-^  Vol.  U\  pag.  630. 

*—  Creavão  da  <*ia$i0  dos  aocios  beoemerítos  ^  Vol.  5S 
pag.  455  (^  parte). 

—  Ceremouial  que  so  deve  obsorv&r  uai  9eft»^)68  da  rocep^âo 
do:í  novoíj  socioá  —  Vol.  50,  pagf.  324  e  341  {2"  parte). 


índice  dos^  volumes  1  a  67  3S3 

(«$ooio9  —  PfoeecUmeDto  ioconvenlento  do  toeio  Joaé  tonaolo 
de  Abreu  Lima  publicando  um  opusoulo  em  TeapoM  ao 
juizo  sobra  a  8n%  historia  do  Brazil  escripto  pelo  aocio 
Francisco  Adoipho  de   Vamhagem  — *  Yol.  7»  pag.    421. 

—  O  Dr.  Bento  Mure  ~  Incidente  occorrido  por  ocoasiSo 
du  resolver  o  losUtoto  não  se  publicar  o  83U  disoai*8o 
pronnnciado  na  sessão  do  1  de  iiilhO  de  1847,  incidente 
que  motivou  a  exolusâo  do  Or.  Mure  àx^  niimiro  dos 
sócios  -  Vol.  9,  pags.  411  ailO*  488  e  423. 

—  Discurso  pronunoiado  pelo  Presidenie  do  Instituto  por 
oeeasião  da  apresentação  de  um  «ooio  benemérito  —  Vol. 
52,  pag.  629  (2»  parte). 

R^^lacào  geral  dos  sócios  do  Instituto  desde  a  sua  iostalla^o : 

A.  D.  Pascoal  ^  Vol.  22,  pag^  640. 

Abbade  Orslni — Vol.  1,  pag.  365. 

Abílio  César  Borges  —  V.  Bai^o  de  Macahubas. 

Abílio  José  Borges  ^  Vol.  9.  pag.  568. 

Achiles  de  Oiovaoni  —  Vol.  52«  pags.  470  e  521. 

Adelino  António  de  Luna  Freire  ~  Vol.  61,  pags.  059,  689, 
715  o  721. 

Adoipho  António  Frederico  de  Sohewelock— Vol.  4,  pag.  218. 

Adoipho  Augusto  Cpsar  Dureau  do  Zamalie  —  Repertório 
da  Revista,  pag.  298. 

Dr.  D>m  Adulpho  Saidias  — Vol.  62,  pags.  341,  356,  363 
e3S6. 

Adoipho  Thiers—  Vol.  9.  pag.  568;  vol.  40,  pag.  614  (2* 
parte). 

Adriano  Augusto  de  Pina  Vidal  —  Vol.  06.  pags.  105,  212 
e  232  (2'  parto). 

Adriano  Balbi  —  Vol.  6»,  pag.  126. 

Adriano  Ernesto  do  Castilho  Barreto—  Vol.  9,  pag:  500; 
vol.  10,  pag.  257. 

Adrian  de  Qerlache  —  Vol.  60,  pigs.  378  e  379  (2«   parte). 

Dr.  AffoQSO  Arinos  do  Mello  Franco  —  Vol.  61,  paga.  298, 
3J4,  312  e  315  (2*   parte)  ;  vol.  66,   pag.  214  (2»  parte). 

Alfonso  Celso  de.Assi&  Figueiredo  —  V.  Visconde  de  Ouro 
Preto. 

AíFonso  Celso  de  Aisis  Figueiredo  (Conde  de  Affonso  Celso) 
—  Vol.  55,  pags.  360,  302,. 374  e  413  (2«  parte). 

AffoDSo  do  Lamartlne  —  Vol.  9,  pagr  568 ;  .voi.  40,  pa- 
gina XIX. 

D.  Agatino  I^ngo  —  Vol.  40,  pag.  IX. 

Dr.  Agostinho  Albano  da  Silvoira  Pinto  — Vol.  1*,  pa- 
ginas 150  e  250. 

Agostinho  Guilherme  Charem— Vol.  l",  pag.  356  ;  vol.  55, 
pag.  207  i2»  parte). 

Dr.  Agostinho  Marques  Perdigão  ^íalheiro3  —  Vol.  14,  pa- 
ginas 439  e  443 ;  vol.  33,  pjgs.  ^74  e  579  (2»  parte). 

Agostinho  da  Silva  Nevei  —  Vol.  40,  pag.  XV. 

Dr.  Albano  Antero  da  Silveira  Pinto  —  Vol.  40,  pag.  XV. 

Dr.  Alberto  de  Carvalho  —  Vol.  40,  pag.  432  (£»  parte); 
vol.  66,  pags.  247  e  255  (2*  parte). 


!>!$oei09  ~  Alberto  •>ilUim  —  V:4.  4^>^  fif  3L:. 

Aií^rVj  dos  Siai»  Damai  —  V«b.  ^15.  pàzz.  2^1,  ^>X  24B, 

244  e  248  ri*  |v:e«. 
AlberKi   Tx/Ui  —  Vo£.  3^.  pug.  443  :   t^.  4\  pt^.  505  2^ 

pute  . 
AihiDO  Aires  F.IíjO  —  V«|.  «.  pa^.  5.;  ;^  ptfte'*;  toI.  'Jô. 

pog».  14>,  iõ:.  15:  e  I-S  <^fvte*. 
Ai»i»  áA  Ca«i&  Usa  3n^  —  Vol.  51,  pu .  172. 
Dt.  Álci\riMáeM  Farttio  >-  Vol.  e7«  pvr.  443"  ^  par^e*. 
Alcidei  dOrti^T  —  Vol.  4\  pi^.  IX- 
Aleufrire  Ra^ttel  —  \\]|.  &  pari.  4&4.  482  e  4S5  ;  r<A.  4*3. 

pig.  63). 
AlexADire  Hwemiiao  de  CftrTmlh>  Anajo  —  Tol.   9,  paf . 

266;  Tol.  2?,  pi^.  312.  319  e  325   2^  p&rte  . 
Atex  «Ire  .1e  Hiai:uldt^  Vol.  4j.  pif .  XIX. 
D/.  Alexiairo  Jotfé  de  M«Uo  Mon^a  *  Vol.  23.  pie.  668 . 
IV.  Aleuaire  J;;sé  d^  R.virk>~  Vol.  !•«  pi^.  383'. 
AlexftDiTd  Mifao  de  Coslilho^  V->I.  31,  PMS^  345  e  397 

<*•  parte). 
.^lexiQ^ire  Muia  de  MArIz  SormeaV)  —  Vol.    1»,    pi^.  9  ; 

vol.  3í,  pig.  25 .•  'i*  pA?tei. 
Alexandre  de  Serpa  Pinto  —  Vol.  44,  pAfj.  44.  156  e  3^ 

(2»l»r;c>. 
D.  AloxAQlre  SJro3l^— Vol.  5X  pazt-  5^  e  55.^  (^  ptrteK 
AlexJiaire  W.  Braifori  —  Repertório  it  R^rbtm,  pig  278. 
Dr.  Alfreij  de  Jirralho  —  Vji.  61,  pig.  639. 
Alfredo  Deaeniy  —  Vol.  5^3.  pag.  3)7  t2*  part^i. 
Alf.txio  S*a jãto  Jieqaes  Oariqad  —  Vol.    5^),  p^.   309  ; 

Tol.  53.  pa^.  531.  532  e  538  (2»  parte>. 
Alfr&Jo  de  Escr^^oolle  Taooaj—  V.    Vlscoade  de  Taonar. 
Alfredo  Ferreira  Rodrigues  —  Vol.  59,  pag^.  23^,  2i3,  268, 

e  zl4  (i*  parte). 
Dr,  Alfredo  Cugeoio  de  Almeida  Maia— Vol.  C3,  pags.  4ô5, 

46»,  477  e  487  (2*  parte). 
Dr.  Alfredo  do  Nascimento  e  Silva— Vol.   53,  psgs.   522. 

5Í6,  5:^7,  ã3S  e  544  (2* partei;  vol.  57,   pag.  297  (^*  parte», 
Dr.  AlfíOlo  Piragibe  —  Vol.  43,  peg».  412,   450,  473  e  484; 

vol.  48.  pag.  :<08  (2*  parte). 
Alfrelo  Romario  Manias  —  Vol.    6^   pag.  532  :    vol.   64. 

pig.  2:^4,  255,  o  258  (2*  pirte). 
Dr.  AlfroiodeTolodo  —  Vol.  04.  pag5.    293,  3'X\  312  e  315 

(2*  parto). 
Alfr^  Varella~(prop3Sta  apreecntada)  Vol.  60.  pag.  405 

(2*  parte). 
Alvarvi  Barbaibo  Vehòx  Cavalcanti  —  Vol.  40,  pig.  III. 
Amadeu  D^vid  Pastoret  (Marquez) —Vol.  49,    pag.    XIX. 
Amâncio  João  Poreira  de  Andrade— Vol.    40,  pag.    XV. 
Dr.  Ama-^o  Cavalcanti  —  Vol.  60,  pag«.  367,  375,  398,  404  e 

407  Í2'  prte). 
D.  Ambrósio  Campadooio  —  Vol.  3,  pags.  497  e  504. 
Dr.  Américo  Braziliense  de  Almeida  Mello  —  Vol.  :^9.  pags. 

431  •  455  ;  voL  40,  pags.  436  e  445  (2*  part  e). 


índice  dos  volumes  1  a  67  385 

ISociosi  —  Américo  Novaei,  pxdre  —  Vol.  61,  pag.  581. 
Anatole  Saolnler  —  Vol.  l'^,  pag,  365. 
Anatolio  Dermidoff—  Vol.  40,  pag.  IX. 
André  de  Albuquerque  Maranhão  —  Ropertorio  da  Revista, 

pag.  281. 
Andrô  Alves  Pereira  Ribeiro  Cirne  —  Vol.  40,  pag.  XV. 
André  Bello  —  Vol.  3,  pag.  236. 
D.  André  Lamas  —  Vol.  10,  pag.  405. 
Andró  Paulino  de  Lacerda  Werneck  —  Vol.  ^^  pag.    332 

(2'  parte). 
Andrô  Peixoto  de  Lacerda  Werneck  —  59,  pags.  317,  327, 

332  e  334  (2*  parte). 
Dr.    Angelo  Justiniano   Carranz\  —  Vol.    36,    pag.    603; 

vol.  39,  pag.  477 ;  vol.  50,  pags.  290.  321  e  340  (2* parte). 
Angelo  May  (cardeal)  —  Vol.  5«,  pag.  368. 
Angelo    Secchi,    padre  —    Vol.  26,    pag.   898;    vol.  27, 

pag.  379  (2«  parte). 
Angelo  Thomaz  do  Amaral  —  Vol.  15,  pag.  248. 
Annibal  Echeverria  y  Reis  —  Vol.  52,  pags.  441,  476  e  521 

(â»  parto), 
Annibal  Ferrero—  Vol.  52,  pags.  476  e  521  (2*  parte). 
Anselmo  de  Andrade  —  Vol.  66,  pags.   129,  135,  148  e  152 

(2«  parte). 
Anselmo  Hevia  Riquielme  —  Vol.  65,  pags.  470,  472,  473  e 

474  (2*  parte). 
António  Affonso  Ferreira  —  Vol.  40,  pag.  XV. 
António  Almeida  de  Oliveira—  V.  50,  pag.  302  (2«  parte). 
António  Alvares  da  Gamara  —Vol.  43,  pag.  444  ;  vol.  51, 

pag.  255;  vol.  52,  pag.  517  (2*  parte). 
António   Alvares    Pereira  Coriya  —  Vol.    42,   pag.    283; 

vol.  48,  pag.  393  (2*  part?). 
Dr.  António  Alves  da  Silva  Pinto  —  Vol,  1%  pag.  9. 
Dr.  António  Augusto  de  Lima  —  Vol.  63,  pags.  406  e  521  ; 

vol.  64,  pags.  214,  223  e  -^40  (2*  parte). 
António  Augusto  Monteiro  de  Barros  —  Vol.  1«,  pag.  58. 
António  Baena— Vol.  42,  pags.  274  e  280(2»   parte). 
António  Bernardo  da  Costa  Cabral  —  V.  Marquez  de  Thomar. 
Dr.   António  Bernardo  da  Encarnação  e  Silva  —  Vol.  40, 

pag.  XV. 
António  Borges  de  Sampaio  —  Vol.  46,  pag.   602;  vol.  40, 

pags.  478  e  484  (2*  parte). 
António  Carlos  Ribeiro  de  Andrada  Machado  e  Silva  ~ 

Vol.  7°,  pag.  577. 
António  Corrêa  de  Lacerda  —  Vol.  1»,  pag.  364. 
Dr.  António  da  Costa —Vol.  43,  pjg.  44Í  ;  vol.  45,  pags. 

480  e  481   (2*  parta);  vol.  46,  pig.  635  (2*  parte) . 
Dom  António  da  Costa  —  Repertório  da  Revista,   pag.  290. 
António  da  Costa  Miranda  —  Vol.  2»,  pag.  268. 
António  da  Costa  Pinto  —  Vol.  7«,  pag.  422. 
António  da  Costa  Rego  Monteiro—  Vol.  40,  pag.  XV. 
Dr,  António  da  Cunha  Barbosa  —  Vol.  01,  pags.  588,  637, 

645,  659  e  602  (2*  parte). 

831—25  Tomo  lxviu.  r.  i. 


B8G 


REVISTA    DO   INSTITUTO   UrSTORICO 


Í47. 

e394 


269; 


P'ií,' 


^odIos  ^  Dr,  AntoQio  David  Canavarro  —  ^'oL  ti,  pag.  481. 
ADtonio  Deodoro  de  Pftácual  —  VoK  82.  pag.    ò40;  roL  40, 

pug.  XV. 
AotoDio  Eliaiario  de  Miranda  «Brito  —  Vol.  I,  paff. 
António  Ennca   de  Souza  —  \'oL   GO,  pa^ís.  36V,  374 

(S*  parte). 
Dr.  António  Folix  Martins  —  V.  Barão  do  S.  Fellit. 
Aotonio  Kerroira  doa  Sautof  Azovedo  —  Vol.    7,  pag 

voL  15,  pag.  570  ;  voL  47,  pag.  545  (S*  parte), 
Dr.  António  Ferreira   do   Souza   Pitaoi^a  —  VoK  03, 

423,  458,  461.  472,  479  (2r  parte), 
Dr.  António  Fer^^eira  Viaona—  VoL  3L  pag.  338  (2*  parto). 
António  Forrei 'a  Viçoso.  —  V.  Conde  da  Conceiçâru 
António  Francisco  Bandeií^a  Júnior  —  Voh  54,  pag.    808; 

Tol,  55,  pagã.  273  o  ?88  (2»  parte), 
António  Francisco  Dutni  o  Mello  —  Vol.  40,  pag.  XV. 
António  Francisco  de  Paula   HoUanda  Cavalcanti  de  Ailiu- 

qufirquf*—  V.  Visconde  de  Albuquerque. 
Dr.  António  Gonçalves  Dias  —Vol,  9,  pag.  563. 
Dr.  António  Henriques  Leal  —  Vol.  29,  paga.    341,  358»  403 

(^»  parte), 
António  Homem  Louroiro  de  Siquiera  —  V.   Visconde  do 

Carvalhaes. 
António  Joaquim  Alvarez  do  Amaral  —  Vol,  40,  pa^.    XV. 
Antoniu  Joaquim  Danmzio—  Vol.  '^(i,  pag.  4'íR  (í*  parte). 
António  Joaquim  Fortes  Riistamante  Sá-- VoL  40,  pag.  XV. 
António  Joiiquim  de  Mací'do  Soares — VoL    5?,  p«g,   423 

(2*  parte) ;  vol.  53,  pags.  491,  4íl2  o  495  ($•  parte L 
D.  António  Juaíiuira  do  Mello,  Bispo  doS.  Panlo  —  Vol.  40» 

pag.   XX, 
Vr,    António  Joaquim    Ribíis  —  VoL  24,  pags.  734,  745   o 

748  ;  TOU  5a,  pag.  --88  (2*  parte). 
Aotonio  Joaquim  de  s jora  —  Vol.  L  pag  3St. 
António  José  Dias  da  Costa  —  VoL  5»*í.  paga.  553  e  SU  (  a* 

parte). 
António  José  Falcão  da  Frota  —  Vol.  l,  pog.  145. 
António  Jos^  Ferreira  da  Costa  —  VoL  l,  pag.  360. 
António  José  Gomes  Brandão  —  VoL  53,  pags.  495  o  4  »i 

(e*  parte). 
António  José  do  Uma  Leitão  —  VoL  10,  pa^r.  IX. 
António  Joaé  de  Paiva  Guedes  —VoL  l,  paj.'.  V 
António  Jo«<?  Rodrigues  —  VoL  50,  pag.  I. 
António  Jijsti  da  Silva  r.omeB  —  V.  Marauezdo  Pc-nafleL 
António  José  da  \qÍíI\  —  Vol.  4o,  pag.  X\ . 
António  José  Viale—  VoL  45,  pag.  486;  vol.    48»  pags. 

Íi46err^l  {','*  parte). 
Antorjio  MM  Victorinod  ^  Barros  —  VoL  35,  pag.  560  ;  vol. 

40,  p:ig3.  nOL  6)",  **B  rs  ♦  28  [2^  parlo). 
Antjnio  Ladííílau  Montoiru  Baona  —  VoL  L   p^.  38  L 
Antouio  lx>pe9  do  Costa  Almeida  —  V.  Birao  de  Roboredo. 
António  Luiz  Patrício  da    Silva    Manso  —  Repertório  da 

Revista.  p:ii?.  ^8i. 


índice  dos  V0LU»«8  i  A  67  887 

IBooiod  —  D.  António  de  Maoedo  Cosia,  ArceUmteMhfa 

—  Vol.  50,  pags.  302,  340,  349,  e  352  ;  vol.  Si,  pag,  Í34 

g^pirte). 
António  Manoel  Ayrosa  —  Vol.  60,  i^gs.  364  e  371  (2* 

parte). 
António  Manoel  de  Campos  Mello  —  Vol.^0,  pw.  IV, 
Dr.  António  Manoel  Oonoaives  Tocantins  -^  VoT.  86,  pags. 

532  e  604  ;  rol.  37,  pags.  400  e  415(2^  Mrte). 
António  Manoel  de  Mello  —  Vol.  40,  pag.  ICV* 
António  Manoel  Sanches  de  Bfito—  Vm.  3,  pag.  809. 
António  Manoel  do  Torres  Bandeira  —  Vol.  14,  paga.  429 

e443. 
Dr.  António  Mareiano  da  8í1te  Pontes  <^VoL  80.  pag. 

437  (2*  parte). 
António  Nlaria  do  Miranda  e  Castro  —Vol.  40,  pag.   III. 
António  Mariano  de  Azevedo  -«  Vol.  21,  page  4t5;  yol.  22, 

pag.  G40. 
António  Marques  de  Sampaio,  oonego  —  Vol.  40,  pag.  XV. 
Dr.  António  Martins  de  Aaeredo  Ptmedtel  ^  VOÍ.  S4,  pag» 

175  ;  vol.  57,  pogs.  3*20.  337  e  939 >•  patle). 
António  Menezes  Vasconcellos  de  Drammond-^Vol.  1,  pag. 

252:  vol.    4,  pag.  219;  vol.   10,   pag.  128;  féí.    37, 

pag.  424  (2*  parte). 
Dr.  António  Moniz  Barreto  Côi^  Rml~  Vol.  10,  pag. 

262;  vol.  40,  pag.  V. 
António  de  Moraes  e  Silva  —  VoU  '88,  pag.  632. 
António  Navarro  de  Abrou  —  Vol.  1,  pag.  d47. 
António  Nanes  de  Aguiar  — Vol.  12,  pag.  413. 
Dr.   António  Olyntho  dos  Santos  Pires  —  Vol.  80,  pag. 

182 ;  vol.  57,  pogs.  304,  328  e  988  (2*  parte). 
António  de  Pádua  Fleury  -^  Vúl»  14,  pags.  480  e  443. 
Dr.  António  de  Paula  Freitas  — Vol.  61,  pags.  582,  594, 

645,  659  e  662. 
António  de  Paula  Ramos  —  Vol.  54,  pag*  315  (2*  ptfrte). 
António  Paulino  Limpo  de  Abreu  **  V.  Visoondedd  Abaete. 
António  Peregrino  Maoiol  Monteiro  •—  V.  Visconáe  de  Ita- 

maraoá. 
António  Pereira  de  Araitfo  Pinio  ^  Vol.  1,  pag  886. 
António  Pereira  BaiToto  Pedroso  —  Vol.  1,  pj^.-SM. 
Dr.  António  Pereira  Pinto  — Vol.  19,  pag.  178,  sup. 
António  Pereira  Itebouças  —  Vol.  1,  pag.  147. 
Dr.  António  Pereira  Rebouças  Pilho  —  Vòl.  30,'fags.  537  e 

603  (2^  parte). 
António  Pinto  de  Mendonça,  padre  —  Vol.  40,  pag.  IV. 
Dr.  António  Ramon  de  Vargas— Vol.  9,  pug.  664. 
Dr.  António  Rangel  de  Torres  Bandeira  —  Repertório  de 

Revista,  pag.  283. 
António  Ribeiro  de  Andrade  —  Vol.  50,  pag.  IL 
Antonip  Ribeiro  de  Maoedo.  —  Vol.  49,  pag.  432 ;  rol.   50« 

pags.  323,  340,  349  (2^  parte). 
Dr.  António  Rodrigues  da  Cunha  — Vòl.  7,  pag.  Ml. 
António  da  Silva  Lisboa  —  Vol.  2,  pag.  888. 


BEVÍSTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Antónia    Thomaz  d^    Goiloy  —  Vol,     40, 


53»  paga-  317,   361»  376 


353, 


336. 
58, 


l>ag.  XV. 
Dr.  António  de  Toledo  Piza  —  Vol 

e  377  (:í*  parte), 
Aatoaio  de  Vaicoacallos  Menozea  de  Drumoaond  —  Repai*- 

tório  da  Rôrista,  pag.  283. 
Aotonio  Vai  da  Siíva  —  Vol.  40.  p%g.  XV. 
AotofiíoZaferinoCiíididg  —  Vol,  62.  pags,  348.   301, 

36)  o  SUO  (â»  parto). 
Apollonio  de  Miltití  (Barão)  ^  VoU  49,  pa^'.  XIX. 
ArfÇômiro  António  da  Silveira  —  VoL  54.  pags.  184, 

8We263(2'*  parte). 
Aristides  Augusto  Mtlt>n  —  Vol.  57,  pig,    391  ;    vo! 

pmgí.  327,  359  o  3<55  {E*  parte);  voL  67,  pag'.  400  (Z^  parte). 
Aristides  Marre— Vol.  53,  pag,  483;  vol,  54,  paga,  2?5, 

226,  242,  203  (ií»  parte». 
Armando  Octávio  Maria  do  AlonvíUe—  Vol.  49,  pag.  XIX. 
Araonio  da  Natividade  Moura— Vol.  40,  pag,  XV. 
Arllmr  Capeil  Brook^i  —  VoL  40,  pag.  VIK. 
Arthur  Forreim  Machado  lUimirâeâ— Vol.  67,  pags.    460, 

4iU,  46^1  e  471  (^'  parte). 
Arthur   índio  do  Braifl  —  VoL    51,    pi^gs,    225,  229,    â5S 

e  266  (2"  parte). 
Arttmr  Sauur—  Vol.  47,  pag,  bdb; 

e04  e  209  (2*  parte). 
Dr.  Arthur  Viatma  de  Lioaa  —  Vol, 

vol.  52,  pag.  520  ;  vol.  54,  pagí!» 
Arturo  de  Ljon—  Vol.  53»  pjkg.  4ô0  ; 

5?09e  214  (2*  parte). 
Augoato  Carloi  Teixeira  de  Aragão  —Vol.  34,  paga.  3^5, 

33*,  34f3,  36ie382  (2»  part^). 
Augusto  de  Carvalho  -  Vol,  33,  pag.  412  (2*  parta). 
Augustj   dú    Ciíáliltio    Barreio    e    Noronha.  —   Vol,    59, 

paga.  243,  E51  e  260  (2*  pirte). 
Dr.    Augusto    Ceííar    da    Mirania    Azevedo  —  VoU    62, 

pAgj.  295,  314.  327  o  333  (2*  parte). 
Augusto  Emílio  Ziluar  —  VoL    2t5,    pag.    899 

paga.  372,  450  e  459  (2*  parte). 
Augusto  Pauffto  de  Soaxa  —  VoL   41,  pag.  381 
paga.    27a,    280  e  485;    voL    4i,    pag,    396 

pag.  45y  (2*  parte). 
Augusto  L^verger—  V,  B^rao  de  Melgaço. 
Augusto    Saint-Hilaíre  —  Vol.    2,    pag.    519 

pags.  44^)  e  448. 
Dr.  Augusto    de    Si Queira  Cardoso  —  VoL  Oú, 

159,  172,   175  o  181  (2*   parte). 
Dr.    Augusto    Victorino    Alves    do  SaeratneQto    Blake  — 
VJ.  46,  paga,  598,  615.  619,  62S  ;  voL  48,  pag.     368; 
voL    65,    pvgá.     522,    525  6  535    (2*    parle)  ;  vuL     QÔ^ 
pag.  133  (2»  parle). 
Aureliano  de  S;uaa  Olive  ra  Coutinho  —  V.    Visooada  de 

Sepetiba. 


voL    54,    pag^.    203. 

5L  pa^â.  2>5,  229, 
214  eZ^O  (2*  parte). 
voL  54,  paga.  207, 


vol.     39, 


voL 


pagf. 


ÍNDICE   DOS  VOLUMES   1   A  67  389 

Soolo»  —  Aurélio   Prado    y   Rojas  — Vol.    36,    pag.    603 
(2*  parte).  B.  M.   Normann—  Vol.  40,  pag.  XI. 
Balthazar  da  Silva  Lisboa  »  Vol.  1,  pag.  58. 
Dr.  Baptista  Caetano    de    Almeida   Nogueira  — Vol.  39, 

pags.    365  e  379;    vol.    40,   pags.    428  e  439;    vol.  45, 

pag.  458  (2*  parte). 
Barão  de  Alencar,  Leonel  Martiniano  de  Alencar  —  Vol .  52, 

pags.  4Ô0  e  461  (2»  parte). 
Barão   de   Alhandra,    José   Bernardo    de    Figueiredo  — 

Vol.  50,  pag.  II;  vol.  1,  pag.  252. 
Bar&o  do  Amazonas,  Francisco  Manoel  Barbosa  ^  Vol.   44, 

pags.  366  e  377  (E*  parte). 
Barâo  de  Antonina,  João  da  Silva   Machado  —  Vol.   7, 

pag.  267. 
Barão  de  Apollonius  de  Maltitz—  Vol.  1,  pag.  374  ;  voU  3, 

pag.  130. 
Barão  de  Beberibe,  Francisco  António  de  Oliveira  —  Reper- 
tório da  Revista,  pag.  283. 
Barão  de  Caçapava,  Francisco  José  de  Souza  Soares  de  An- 

drôa—  Vol.  40,  pag.  XV. 
Barão  de  Capanema,  Guilherme  Scbuch  de  Capanema  *- 

Repertório  da  Revista,  pag.  274. 
Barão  de  Capivary,  Joaquim  Ribeiro  de  Avellar—  Vol.  7, 

pag.  268  e  Repertc^rio  da  Revista  pag.  283. 
Barão  de  Cattas-Altas,  João  Baptista  Ferreira  de  Soaza  Cou- 
tinho —  Vol.    40,  pag.    XV  e  Repertório  da  Revista 

pag.  283. 
Barão  de  Catuama,  João  José  Ferreira  de  Aguiar  —  Vol.  59, 

pag.  11. 
Barão  de  Cayrú,  Bento  da  Silva  Lisboa  ~  Vol.  1,  pag.  156  ; 

vol.  40,  pag.  XV. 
BaHLo  de  Cocaes,  Josó  Feliciano  Pinto  Coelho  da  Cunha  ~ 

Vol.  7,  pag.  422 ;  vol.  40,  pag.  XV. 
Barão  de  Cotegipe,  João  Maurício  Wanderley  —  Vol .  40, 

pag.  IV. 
Barão  de   Dayser,   Leopoldo  Daysor    Sylbach  —  Vol.   2, 

pag.  276. 
Barão  de  Desterro,  João  José  de  Almeida  Couto—  Vol.  40, 

pag.  IV. 
Barão  da   Gamboa,   José   Manoel   Fernandes   Pereira  — 

Vol.  23,  pag.  625  ;  vol.  47,  pag.  545  (2»  parte). 
Barão  Gore  Ouseley  —  Vol.  40,  pag.  VIII. 
Barão  de  Guajará,  Dr.  Domingos  António  Raiol  —  Vol.  29, 

pags.  335, 363  e  416  (2»  parte). 
Barão  Gustavo  Schreiner  —  Vol.   39,  pags.  431,  444  e  451 

(2»  parte). 
Barão   Homem   de   Mello,    Francisco   Ignacio   Marcondes 

Homem  de  Mello  —  Vol.  21,  pag.  487 ;  vol.  22,  pag.  640; 

vol.  40,  pags.  452,  525  e  530  (2»  parte). 
Barão  de  Humboldt— Vol.  l,pag.  363. 
Barão  do  Ibiapaba,  Joaquim  da  Cunha  Freire  — Vol.  54, 

pags.  184,  192,  198  (2*  parte). 


390 


REMSTA   tio  INSTiTUTt)  MISTORZCO 


i^ooio*  —  Uikrão  de  Ibituraua  —  V.  Viscúõde. 
Barão  de  Uamaraca  —  V,  Vidconde. 
Barão  de  Japurá,  Miguol  Maria  Lúiioa^  Vol.  50,  pag.  U. 
Barão   dô  Jaguarary,  M&rcofl  ADtjQio   Bncio  ^  Vol.    4f\ 

Pikg.  XV. 
Barão  de  Javary.  João  Alves  Lottroiro  —Vol,  50,  p«f .  11. 
Bai^o  de  la   Barre-- VoL  63,  pags.  491,  4\Ú  o  5Q0  (^  parte). 
Barão    do  Ladarlo,    Joiô    Ua  Coita    A /.e vedo  —  Vol.    25, 

pjgs.  Ô7T  e  691  ;  voL  67^  pa«.  46á  (^*  parte), 
B^rao  de  LaQ^adoriT^  Kiuilio  Laogsdorff  —Vol.  40,  pag.  X* 
Barão  do  Lavradio,  Dr.  José  Pereim  Ro^^o  —Vol.  40  paif.  l; 

voL  52,  pag.  V  ;  toI  55.  paç.  537,  (H^  parte), 
Bii^dd  Lopes  Netto.  Dr.  ^llppe  Lipoa  Netto  —  Vol,  3, 

pag.  494. 
Barão  d0  Lorena,  EsieTão  Ribeiro  de  Rmeode  —  Repertó- 
rio da  Htívisia,  pag.  2>4. 
Barão  de  Loreto,  Dr*  E^ankllo    Américo  de  M^neze*)  Dória 

—Vol,  33,  pag.  391;  voL  59,  page.  294,  3Cf5,  ^2><,  332  e 

33 A  {^  parta). 
Barão    de   Macnhutas,    Abilio   César   Borges  —  Vol.  49, 

pag.  VII. 
Bamo  de  Marauiá,  João  Wilkoos  de  Mattos  ^  Vol.  33, 

pag.  377;    Tol.  37,    pag.  423;  vol,  3^,    pags.    374  e  382 

(2*  parte). 
Barão  de  MaUojo.  Joeé  Joaquim  Rodrigaea  Lopoe  —  Vul.  4, 

pw.  «18  ;  vol.  40,  pag.  IH;  voL  47,  pag.  545  (2^  parte). 
Barão  de  Mauá  —  V.  Viecoiide. 
Barão  de  Melgaço,  Augneio  Levorger  —Vol.  15,  pag.   576; 

vol.  40,  pag.  V. 
Barão  de   Meodes  Xota,  João  Aatooio  de    Mendes  T  jta  — 

Vuh  54,  pags.  172  e  17i»  (2*  parte). 
Barão  do  MíraQd'4  Reis,  Joêá  do  Miranda  da  Silva  Reia  — 

Vol.  4  s  pig.  570  ;    vol.  49,  pagi.  478  e  484  ;    vol.  50, 

poif,  290  (2*  parte)  ;  vol.  66,  pag.  121  {^  parte). 
Barão  d^  Muntiba>   Manoel  Vieira  Tosta.- Vol,  67,  paga. 

438,  443  o  44Ô  (2*  parle). 
Barão  de  Nogueira  da  Qama  —  V.  Viâconde. 
Barão  de  Olber^  —  VoU  4  J,  pag.  VIIL 
Barão  de   Oliveira  Castra,  José  Mendes  de  Oliveira   Castro 

-^  VoK  53,  pege.   538,  539  e  542  (>  parte). 
Barão  de  Ourem,  Joeé  Carloa  de  Almeida  Arèas  —  Vol.  48, 

pags.  3'>3  e  379 ;  vol,  4J,  paga.  461  e  454  (2*  parte). 
Barão  Polet  —  VoL  l,  pag.  365. 
Barão  do  Peneio»  Prancitoo  Igaaoio  de  Carvalho  Moreiíu^ 

VoL  50.  pag.  VI. 
Barão  de  Petrópolis,  Dr,  Manoel  do  Valladão  Pimentel  — 

VoL  50,  pag.  HL 
Barão  de  Planttz— Vol.  41,  pag.  XX. 
Barão  da  Poote  Ribeiro,  Duarte  da  Ponte  Ribeiro  —Vol.  2, 

pag.  14«  ;  voL  3,  pag.  5}8  '  voL  r>0,  pag.  L 
BankFdeQaaralnm,  Pedro  Kodrígties  Fernandes  Chaves  » 

VoL  1.  pag.  145. 


INIMGB  DOS  V0LU.>ÍBS   1   A  67  831* 

^oeiof3  —  B«rão  de  QaarUm,  AQtonio   Thomaz    Quartiniv 

—  Vol.  54t  pag.  I7á  (2»  parte). 

Barão  de  Raboredo,  António  Lopes  da  Costa  Almeida  -> 

Vou  3,  pag.  354. 
Bai€o  de  Ramiz,  Dr.  Bdajamin   Franklin   Ramiz  Qalv^o 

—  Vol.  3ô,pag8.  277  e279;  vol.   35,  paga.  547,  551  o 
561  (2»  parte). 

Bai^  de  Reiffanberg,  Frederico  Augusto  Fernandes  Tiio- 
maz  —  Vol.  40,  pag.  IX. 

Barão  Ribeiro  do  Almeida,  Dr.  João  Ribeiro  de  Al- 
meida —  Vol.  28,  pags.  313  e  315;  yoK  29, 
pags.  358  e  401  ;  toI.  64,  pags.  303,  311  o  315 
{f^  parte). 

Barão  do  Rio  Branco,  José  láaria  da  Silva  Paranhos  Júnior 

—  Vol.  30,  pag.  470,  484;  vol.  58,  pags.  301,  307  e 313 
(2*  parte). 

Barâo  de  Rouen  —  Vol.  2,  pag.  531 . 

Barão  de  Sant*Anna  Nery,  Frederico  José  de  Sant*AnQ.\ 

Nery— Vol.  48,  pags.  356,  3t55,  368  e  395 ;    vol,  60^  pag. 

353  (2»  parte). 
Barão  de  Santo  Angelo,  Manoel  de  Araújo  Porto  Alegre  — 

Vol.   1,  pag.  145;  vol.  22,  pag.  640;  vol.  43,  pag.  394 

(2*  parte). 
Barão  de  S.  Diogo,  Diogo  Teixeira  de  Maoedo  —  Vol.  5(^, 

pag.  11. 
Barfto  de  S.  João  Nepomuceno,  Pedro  de  Alcântara  Cj> 

queira  Leite— Vol.  40,  pag.  IV. 
Barão  de  São  Falix,  Dr.  António  Fellx  Martins— Vol.  10, 

pag.  IV. 
Barão  de  Souza    Queiroz,   Francisco  António  de   Sou:  a 

Queirós-^ Vol.  40,  pag.  IV. 
Barão  de  Teffé,  Luiz  António  von  Hoonholtz  —Vol.  27, 

pag.    350;  vol.  45,  pag.  475;  vol.  48,  pag.  338;  vol.  5 », 

pag.  308  (2*  parte) . 
Barão  de  Therezopolis,  Dr.  Francisco  Ferreira  de  Abreu  — 

Vol.  25,  pag.  695 ;  vol.  2ô,  pags.  891  e  898  ;  voL  60i  pag; 

434  {2^  parte). 
Barão  das  Três  Barras  —  V.  Visoonde  de  Jjwaary. 
Bai^o  de  Uruguayana,  Angelo  Mualz  da  Silva  Ferraz  — 

Vol.  40,  pag.  XV. 
Barão  Wallkenaer  —  Vol.  2,  pag.  307. 
Barão  de  Wlldiok— Vol.  41,  pag.  241 ;  vol.  43,  pags.  434  e 

439  ;  vol.  45,  nag.  458  (2»  parte). 
Baronet  Arthur  de  Capei  Brooke  —  Vol.  1,  pag?.  374  — 

V.  Arthur  Gapel. 
Baronet  Sir  Gore  Ouseley  —  Vol.  1,  pag.  380. 
D.  Bartholomeu  Mitro  —  Vol.   34,  pagj.   346,  947  e  333 

(2»  parte). 
Bartholomeu  Pacca,  Cardeal  —Vol.  2,  pag.  267;  vol.  3, 

p»g.  501. 
Dr.  Basílio  Augusto  Machado  de  Oliveira  -^Vol.  53»  pag^. 

477  e  485  (^  parte). 


80i  HKVISTA    IK.>   INSTITUTO  HlSTOniCO 

l9i>cto4  --  Carlos  Rifcw  —  Vol.  40.  pag.  YIII. 

Carlos  Roberto  de  Planitz  tBar&o)  —  Vol.  49,  pag.  XX. 
Carlos  Vidal  de  OliTolra  Freitas  --  Vol.  63,  pags.  494,  498, 

505  o  510  (Z*'  parte). 
Carlos  Wiet  —  Vol.  40,  p.ig.  XI. 
Carlos  Zuechi  —  Vol.  $,  pag.  H(S. 

(-ussiai)o  Si>orldíSo  de  Mello  e  Mattos—  Vol.  1,  pag.  248. 
Coi\)Ul  —  Vol.  :?í,  pa^jT.  763. 
Dr.  Oesar  Aaçusto  Marques—  Vol.  17,  pag.  593 ;  vol.  28, 

pags.  x^,  áw  e  29i)  (S*  part-^) ;  vol.  50,  pag.  348  ;  rol.  51 , 

oaií.    24Í;    vol.    57,     pag.     597;    vol.     60,  pag.    337 

(3^  |\vrto). 
t\*aar  Cantu  —  Vol,  33,  pags,  386,  3Í^.  405  e  400  (2*  parte). 
l>r.  Ooííarlo  Kiigenio  Gomes  do  Araiigo  —  Vol.  10^  piíg.  857 ; 

vol,  15.;^*:.  55e 
Or.  U^sarlo  da  Mott^.  Júnior—  Vol.  59,  pags.  271,  297,  305 

o  :íe5  (i^*  \urto). 
hr.  Chaiwt  vJoan  Martin)  •  Vol.    5^  pags.   476  e  521 

U'*  part*K 
Pr,   rhristiaDO  Fn? Jericó  Seybold— VoU   56,  pag.    185; 

vvil.  57»  pag.^.  :W,  :ví5  e  33í>  (?•  parte). 
Ctnoinato  (>«ar  da  Silva  Braga  —  Vol.  58,  pags.  301,  323, 

:h4o.vc  v3^i>arteK 
t'íar\^  Montoiro  do  Amaral,  monsenlior  -»  Vol.  63,  pags.  503, 

>*n>  e  5h\ :  v\d.  6i.  pag.  h>7  («•  parte), 
(laudio   Oarlv^s    Kstevào  Hernoux  —  Vol.  5,  pag.   499  ; 

vuL  ÁxK  iwfcg.  XX. 
riuudl.»  i^haby  —  VoK  3í,  pa^^.  :i79  (2*  parto). 
Olautiio  l.mi  da  i  osta  —  Vol.  1,  pag.  144. 
inv  Olauaio  V;  lho  da  MjtU  MaU  —  V.  Oonde  de  Motta 

Maia. 
\h\  riomoato  Alvatve  do  Oliveira  Mendes  de  Almeida  -- 

VoL  40.  ivk^:.  l\. 
Olovis  Lam*rr.i  -  Vol.  :>U  pag*  255;  rol.  6í,  pag.  477  ; 

^ol.  M.  i^Míí.  í^M  e  :í»J9  (í*  i»arte). 
i\»ndo  Ain«»d^  Pa^toret  —  Vol.  U  pag.  **^. 
i^oiulo  Aruwn  do  Alloavillo  — Vol.   1,  pig.  365;  rol.  '^\ 

\^«    M\ 
C\»udo  do  H  xop^^iUy,  Brai  Oaraoiro  Nogueira  da  Gama  — 

VoL  50,  i^g.  u, 
Coiide  do  Blou  loiT  a>oittotdo  vle  Bloodoff)  ~  Vol.  1,  pag.  367 ; 

vol,  4.  jw^g.  ^^^. 

Conde  da  Rja  Vi$ta  -  Fr^nolsoo  do  Rego  Barros  -  Vol.  40, 

SíUiS  ''i*  «->"**¥<*•»  -  ^■'>»-  »•  P»«-  -*3 '.  ^>-  ■»».  pai-  XX. 
™S  «»*  Cinorlne  (tí.  d*  C.)  -  Vol.  í.  v^f.  S<>7  ;  toI.  4. 
pag.  «icf. 

Conde  Oematrio  Blodoff  _  v.  aSi9&B&t. 


índice  dos  volumes  1  a  67  393 

Sócios  —  Caetano  Maria  Lopes  Gama—V.   Visconde  de 

Maranguape. 
Camillo  João  Valdetaro  —  Vol.   15,  pag.  579;   vol.    47» 

pag.  545  (2*  parte). 
Dr.  Cândido  de  Azeredo  Coutinho  —  Voi.  40,  pag.  III. 
Cândido  Baptista  de  Oliveira  —  Vol.  I,  pag.  64. 
Dr.  Cândido  Borges  Monteiro  —  Vol.  1,  pag.  24S. 
Cândido  Costa—  Vol.    6i,   pags.    188,*  815,    257    e    258 

(2*  parte). 
Cândido  Gaffrée  —  Vol.  53,  pags.  483  e  492  (2*  parte). 
Cândido  José  de  Araújo  Vlanna  —  V.  Marquez  do  Sapu- 

cahy. 
Cândido    Luiz   Maria    de  Oliveira  —  Vpl.   63,    pag.   4B5 

(£*  parte) ;  vol.  07,  pags.  416,  422  e  435  (2*  parte). 
Dr.    Cândido  Mendes   de  Almeida  — Vol.   31,  pag.   349; 

vol.  32,  pags.  253,  296  e  300 ;  vol.  39,  pag.  443  ;  vol.  40. 

paga.  435  e  445  (2*  parte). 
Cândido   Thadeo    Pereira   Brandão   (padre)    —  Vol.     50, 

pag.  II. 
Carlos  António  de  Bulhões  Ribsiro  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
D.  Carlos  António  Lopes  —  Vol.  7,  pags.  116  e  559. 
Dr.  Carlos  António  de   Paula  Costa  —  Vol.  55,  pag,  417 

(2*  parte). 
Dr.   Carlos  Arthur  Moncorvo  de  Figueiredo  —  Vol.  37, 

pags.  392  e  398;  vol.  42,  pag.  284  ;  vol.   43,  pag.  396 

(2»  parte). 
Carlos   Augusto   Peixoto  de  Alencar,  (padre)  —  Vol.  40, 

pag.  XVI. 
Carlos  Baptista  Pereira  de  Mello  —  Voi.  58,  pags.  300,  312 

e323(2»  parte). 
Carlos  Christiano  Rafu  —  Vol.   40,   pag.   VIII ;   vol.   3, 

pag.  509. 
Carlos  Emilio  Adet  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
Carlos  Estevão  Brasseur  de  Bourbourg  —  Vol.  30,  pag.  474; 

vol.  31.  pags.  345  e  395  (2*  parte) ;  vol.  49,  pag.  XX. 
Carlos  Frederico  Felippe  de  Martius  — Vol.  2,  pag.  401 ; 

vol.  49,  pag.  XX. 
Carlos  Frederico  Hartt— Vol.   38,  pags.  348,  360  e  372 

(2»  parte). 
Carlos  Honório  de  Figueiredo  —  Vol.  40,  pag.  IV. 
Carlos  de  Ibanez,  Marquez  de  Mulhacen  —  Vol.  52,  pags.  476 

e  521. 
Dr.  D.  Carlos  J.  Alvares— Vol.  36,  pag.  603  (2*  parte). 
Carlos  von  Lede  —  Vol.  40,  pag.  X. 
Carlos  Lix  Klett  -  Vol.  64,  pags.  305,  312  c  315  (2*^  parte). 
D.    Carlos  Luiz    d*Amour,   Bispo  de    Cuyabá  —  Vol.  55. 

pags.    352,363,   384,   413  e   420;   vol.   C4,   pags.    163, 

164  e   168  (2»  parte). 
Carlos  N.  Allon  —  Vol.  3,  pag.  347. 
Carlos  Pradez— Vol.   39,  pag.    443;   vol.   40,   pag.  488 

(2^  parte). 
Carlos  Reybaud  —  Vol.  22,  pag.  703. 


oí5.>  Ri^-^r.v  uo  Evsrrrrro  HZSTOfii»x^ 

s^ooiòs^  —  Dc3L.ejàiu  ia  Costi  Morcin  —  V.-l.  1.  pi^.  774. 
Dr.  IXxxun^M  Aaioaio  Raisl  ~  V.  Barlo  de  GiuJArã. 
DoauAx<:«    Bocv^  àà  BarTos  —  V.     Tisoonde  di    Pedra 
BnoA 

D.  Oooiin^cs  FiLOBrâtj  Sàrmittiu  —  Vol.  Itt»  pag.  6i0 ; 
^n>í.  IT.  ?a.ç$.  ?5  e  n5;  TQi   ♦»,  psiL:.  SI. 

DomíxcoÊ  :^}Sé   JoiscftlT^H  >!•  ¥.iyuft,l<»  —  V.  Viacoode  de 

O?.  OoJiia^v  Jodé  Xmtkíta  Jj^nsirlbe  PiU^j  —  VoI.  4U 
pi-r.  *>: :  Tv>^  -iS*  pa^  ?0e^  íli^.  «? ;  toÍ-  54.  pj^.  Ifi»?. 
A'.  :ÍL>i .:?  paríe» 

Dr.  Docxuo^ns  3iLànak>  ie  Axr«^i«>  Amert^suio  ~  V^>1.    1, 

Dr.  D.    CV^díac:»   S^wu    Uirii  —  V^.    oi    ptg.    2S4 ; 

CHKiirz^w  Stfànis  P^rrcLra  PteiLà— Vol.   :9.    paga.   362, 

;iíf^..^;  Tot.  *X  pikrs.  «k  4»  i:i*  par»). 
0«ar»  G^i<5aTj    X\rj«trA  S^<àr«i -- Vol.   5ô.   pxr.    453 

i^  pane  —  V.  OtfòtaTj  Oiur^  No^cueiri  Sv^anss. 
Djurte  ia  FVav  RiNkto  ~  V.  VsíqojÍiÍo  de  I\nte  Ribeiro. 
D»i::e  ioí   Abrais»  — Va.    â?»  pjk^.   :?*),  243  e  217 

ir*  par»». 
Du^iTie  de  0;!kxUs.  Laii  aIt^  ia  L  =3a  —  V<>1    9»  pa;.  136. 
Duque  de   :>oad^^an:i^  ~  v^L    1.    pa^.    :^ ;    toI.    S» 

pa^.  ^;>.  Tcl.  ^^M^:.  :?:7ve*pir:e>. 
Daque  d  KlcMn^^eo.    Mif  lel    L  ;U   FeUx   Nej  —  Vol.     1  • 

p^vr-  o7l. 
DoKaa  de  U  NCiU  —  V^I.  2. pa^.  39?. 
Duqoe  de  \I<xx;ao:^íoey«  A&ce  L*iix  Victor  Raal  —  Vol.  I , 

pajT.  355;  Tol.  2.  par.  dãi^. 
Daqo4  de  PilmeU»  —  Vol.  S,  pa?.  5.r  :  rol.  7.  pa*.  2C7. 
Du^ue  de  Põix.  .\nUQio  c;aa«uo  D.^maaieo  Jnsi  —  Cinde 

de  .XoiUes  --  Vol.  1,  PM»  ^-^* 
Dnque  de  Saldanha  --  Vol.  10.  pif.  123. 
Doqua  de  SanU  Chratíaa.  Prinoipe  de  Sc;lla~Vo1.  40, 

pa^.  VIII. 
Duque  de  Saxe  —  Vol.  27.  pa^r.  377  i**  pirte). 
Da^ue  di  Serra  di  Falov\  Djcueaico  de  ia  Fa4sa  Pieira  Santa 

—  Vol.  ò»  pa^,  5^*^. 

E.  Glaiiou  —  Vol.  5S.  pa^.  510  (2*  parte). 

Edmo    Franoi9e^  Jomard  —  Vol.    1,    pag.   3Sl  ;    rol.     2. 

paíC.  51S. 
Eduardo  Alchorne  —  Vol.  ^,  pag-  405. 
Dr.    Eduardo    Augusto    Pereira   de    Abreu  •-  Vol.     49, 

pa)c.  432;  toI.  50,  pagf .  341,  352(2-  parte). 
Ed.  Uureau  — Vol.  31,  pag.  360  (t^  parte). 
Dr.  Eduardo  Ferreira  França  —  Vol.  18,  pag.  430. 
Eduardo  Jaegher  —  VoL  4,  pag.  21*3;   Toi.   56,  pag.   207 

(2*  parte). 
Eduardo  José  de  Moraes —>  Vol.  :«,  pag.  280;   vol.   34, 

pag.  349 ;  rol,  35,  paM.  63m  e  547  (2-  parte). 
BduÚHio  Laommert  —  Vol.  9,  pag.  503, 


n) 


VI. 


•lo 


10. 

10, 

523 


IS4 


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.'O 


O. 
de 


39G 


REVrSTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


^oolò*4  —  Domiciano  d»  Costa  Moreira  —  Vi»l.   l,  pag.  374. 
Df.  DoQiJD^os  Aotonfo  Riial  —  V.  Barão  de  Oiiaj<irá, 
DomUigoa    Borgeá   de  Barros  —  V.     Visconde  da    Pedra 

Branca . 
D»    Doralngoa   Fauattao  SarmieQto— Vol.    16,   pag,  630; 

Yol.  17,  pa<?8.  78  o  83;  vol.  4(1,  ptu-.  XI. 
Dorain;,'OS  José   Gonçalves  de  Magalhãoa—  V.  Visconde  do 

Araguaya. 
Dr.   Domiogoa  José  Kogaeira  Jagaaribe  Filho  — Vol.  41, 

pauf.  400;  voL.  46,  paga.  606,  619,  628;  vol.  51,  pags.  198, 

2ú:u  â09  (2^  parte) 
Dr.  Domingos  Marinlio  dô  Azevedo  Americano  —  VaL    1, 

pog.  360. 
Dr.  D«    Domingos    Santa    Maria  --  Vol.    32,    pag.    264 ; 

vol.  33,  pag3.  384,  405  (3*  parte). 
Domingos  Soares  Ferreira   PaDua— Vol,    39,    paga,    362. 

3^9,393;  vol.  40,  pa^s.  A2S,  439  (2^  parte). 
Duarte  Gustavo    No^rueira  Soares  —  VoL    52,    pa^.    463 

(2»  parte)  —  V,  Gustavo  Duarte  Nogueira  Soares. 
Duarte  da  Ponte  Ribeiro  —  V.   Visconde  de  Ponto  Ribeiro. 
Duque   dos    Abrtizzos -"  Vol .    66,   pags,    ^40,  243   e   '^47 

(,;^  parte). 
Duque  de  Caxias,  Luiz  Alves  de  I/ma  —  Vol    9,  pag.  136. 
Duque  de    Doudoiunlle  —  V(^l,    l,    pag,    36b  ;    voL    2, 

pag.  2i3S;  vol.  b%  pa;?.  ^7  ('^^  pafto). 
Duque  d  Elchia;?:eni    Miguei    Liiz   Fellx    Ney—  Vol.     !• 

pag,  371. 
Dureau  do  La  Maile  —  Vol.  2,  pag.  30*/. 
Du^ue  de  Montmorency,  Anne  Luiz  Victor  Raal  —  VoL  i, 

pag.  3Ô5;  voL  2,  pa;^.  264. 
Daque  de  Palmella  —  Vol.  3,  pag.  397 ;  vol.  7,  pag.  267. 
Duque  de  Poix,  Aatonlo  Cláudio  Djmonico  Just  —  C>nd0 

do  Xoillea  — Vol.   1,  pag.  3j5. 
Duque  de  Saldanha  —  Vol.   10,  pig.  128. 
Duque  de  Santi  Christina,   Principe  de   Scilla  — Vol.  40, 

pag.  vm. 

Duque  de  Saxe  —  VoL  27,  pag.  377  (2*  parte). 

Duque  di  Serra  di  Falco,  D ^menlco  de  la  Passa  Pietra  Santa 

—  VoL  fs  pag.  50*). 
E.  Glaziou  —  VoL  52,  pag.  516  (2*  parte)* 
Edmo    Francisco  Jomard  —  VoL    l,    pag.   331;   voL    2. 

pag.  518. 
Eduardo  Alchoroe  —  Vol,  :i,  pag.  405. 
Dr.    Eduardo    Augusto    Pereira    de    Abreu  —  Vol,     49, 

pag.  432;  vo!.  50,  pags.  341,  352  1 2-  parte). 
Ed.  Bureau  —  VoL  31,  pag.  360  (íi^  parte). 
Dp.  Eduardo  Ferreira  Fraaça  —  Vol.  18,  pag.  430, 
Eduardo  Jaegher  —  VoL  4,  pag,  210;   yoL    56,  pag.   207 

(^  parte). 
Eduardo  José  de  Moraes  —  VoL  32,  pag.  280;   vol.   34, 

JKig,  349  ;  voL  33.  pagf.  53y  e  547  (2*  parte), 
uardo  Laommert^  VoL  9,  pag,  563, 


índice  dos  volumes  1  a  67  397 

Sócios  —  Eduardo  Marques  Peixoto  —  Vol.  65,  paga.  430, 

446  (2*  parte) ;  vol.  66,  pags.  266.  270  e  271  (2»  parte). 
Eduardo  de  Mello  CoutíDho  Mercior  —  Yol.  56,   pag.  194 

vol.  57,  pag.  328  (2» parte). 
Eduardo  MuUer  —  Vol.  63,  pags.  528,  530,  531;   vol.  64, 

pag.  211  (2*  parte). 
Eduardo  Paulo  da  Silva  Prado— Vol.  52,  pag.  516  (2*  parte); 

vol.  62,  pags.  309,  31?,  316  (g*»  parte). 
Dr.  D.  Eduardo  Poirier  —  Vol.  67,  pag.  402  (2» parte), 
Dr.  Eduardo  de  Sà  Pereira  de  Castro  —  Vol.  31,  pags.  345 

e397  (2*  parte). 
Dr.  Eduardo  da  Silva  Prado  —  Vol.  61,  pag.  687  ;  vol.  64, 

pags.  226,  260  (2^*  parte). 
Ecfward  Everett  —  Vul.  25,  pag.  673. 
Elisée  Reclui  -   Vol.  56,  pag.  179  (íi«  parte). 
Emiliano  Faustino  Lins  —  Vol.  19,  pag.  172,  supp. 
Dr.  Emilio  Augusto  Goeldi  —  Vol.  63,  pags.  528,  530,  531  ; 

vol.  64,  pag.  161  (2»  parte). 
Emilio  Eugénio  RaíTard  —  Vol.   63,  pags.    528,  530,   531 

(2»  parte) . 
Dr.  Emílio  Joaquim  da  Silva  Maia  —  Vol.  I,  pag.  8. 
Emilio  Langsdortf  (Barão)  —  Vol.  5,  pag.  246. 
Emilio  Levasseur  —  Vol.  52,  pag.  516. 
Emilio  Rodrigurs  Meadoza  —  Vol.  65,  pags.  518,  521,  526, 

535  (2*  pane). 
Dr.    Emraanuel    Liais  —  Vol.   29,    pags.    358,    363,    415 

(2»  parte). 
Enrique  Moreno  — V.  Henrique  B.  Moreno. 
Epiphanio  Cau-iido  de  Souza  Pitanga  —  Vol.  30,  paga.  470  e 

48Ô  (2*  pariu). 
Dr.  Epitacio  Pessoa  —  Vol.  64,  pags.   159,  163,  167,    193 

(2»  parte). 
Dr.  Ermoliodo  A;?ostinho  de   Leão  — Vol.  63,  pigs.  455, 

522,  530,  531  (c»  parte). 
Dr.  Ernesto  Ferreira  França  —  Vol.  22,  pag.  658 ;  vol.  23, 

pag.   618. 
Dr.  Ernesto  Ferreira  França  (fllho)— Repertório  da  Revista, 

pag.   286. 
Ernesto  de  Hessc  Wartegg  —  Vol.  66,  pags.  171,  174  e  176 

(2*  parte) . 
Ernesto  Quosada  —  Vol.    64,    pags.     160,    305,   312,    315 

(2«  parte). 
Ernesto    Senna  —  Vol.    66,    pags.    206,    223,   239   o    244 

(2»  parte). 
Ernesto  do  Stackelberg  (Conde)  —  Vol.  4,  pag.  391 . 
Dr.    Estanisláo  S.    Zeba lios  —  Vol .    45,    pags.    460,    464; 

vol.  46,  pags.    609,  618,  623;    vol.    52,  pags.  460,  461 

(2*  parte) . 
D.  Frei  Estevão  de  Jesus  Maria,  Bispo  de  Angra  —  Vol.  15, 

pag.  577. 
Estevào  Leão  Bourroul  —  Vol.  64,  pags.  209,  280,  294,  297 

(2»  parte). 


308 


niiMSl  A    DO   INSTITUTO   UÍSTORIGO 


iSocioB  —  BstevSo  Eatphael  do  CarTalbo  --  Repertório  da 

Revista,  pai?,  2m,  voL  40.  pag.  XVí. 
Estevão  Ribeiro   de  Roxende  — V.    Barão   de  Lorena  — 

Nfarquex  de  Valença. 
Euclides  da   Cunha— Vol.    m,  pags.  139,    131»  141,  149, 

171  e  ãs9(2*parte). 
Eugonio  (laray  de  Moaglave  —  Vol-  40,  p\g.  Vllí. 
Eugénio  de  Sabóia  Carignan  (Pnncipo)  — Vol.  49,  pig.  XXI. 
Euzebío  de  guciros  CoutiQbo  Matcoso  Camará  ^  Vol     1, 

pag.  157. 
Evaristo  Affonso  do  Cistro  — VoL   5ti.  paf«.    414,   422; 

voL  54,  pag^.  22ae2:i7  (2-  parte), 
Evaristo  Leoni    (coronel I  —  Vol.  ?2,  pig.  075;  toI.   ^, 

p.vg,  618  —  V.  Fran;isco  E  varia  to, 
Dr.    i:var  8to  Nunes   Pirea  —  Vol.  36,  pag.  5G0  ;  vol ♦  37» 

pag8.  411  e  447  ;  vol.  56,  pag.  IB3  ;  vol.  42,  pag.    SOI 

(S'^  parte). 
Ezequiel   Uricoechôa  —  VoU   37,  pog.  421;  voK  38»  pags. 

377  e  2S'Z  (2'  parte). 
Fausto  Augusto  do  Aguiar  —  Vol,  53,  pag»  ft54    (2*  parte)» 
Fedor   Petroviteh    Lutko    (contra-almirante)  —  VoL    49, 

pi^.  XXI, 
Feliciano  Pinheiro  Bittencourt  —  Vol.  58,   pags.  408,  420. 

476  e  521  t2*  parte  K 
Felício    Pinto    Coelho    de    Mendonça  e  Caatro  —  Vol.  40, 

p«g.  IV. 
D.  Ptílícd  Santaogelo  —  Vol.  5,  pig,  IM  ;  voL  40,  pag.  X, 
Felippe  Francisco  de   Lavonundiere  —  Vol.  49,  pag.  XX f. 
Pelippe  José  Pereira  Leal  —  Vol.  40,  pai?    IV. 
Felippe  Lopfs  Notto  —  V,  Barão  do  Lopes  Netto* 
Felippe  Maria  Quílhormo  von  der  Macilen  --Vai-  I,  pa^r. 

304  ;  vol.  49,  pag.  XXI. 
D.  Felippe  Pardo  —  VoU  40,  peg.  IX, 
D.  Felippe  Rizzi  -   Vol.  5,  pag,  369. 
Felippe  Victor   ToJichard  —  VoL    5,    pog.  499;  toL  40, 

pag.   X. 
Dr.  Foliflbelto   Firmo  de  Oliveira  Freire—  Vol.  53,  pags. 

481,   498;    %oI.    57,    pag.    328;     vol.    03,    pag.    47  4 

(2»  parto). 
Dr.  Feliíbellode  Oliveira  Leite  —  VoL  51,  paga.  826  e  233 

(2>  parte). 
Féíisbe  ta  CaMoira  Brant— V.  Vificjnde  da  Barbacena. 
Folix  Kmiíío  Taunay  — Vol.  1,  pug.  157. 
Felíx  Peixoto  do  Briio  e  MiMlo  —  VoK  ."SO,  pag.  UK 
Dr.  Felizardo  PinhHÍi*o  de  Campais  —  Vol.  L  pag.  3í>7. 
Dr.  Foliara  o  Toscano  de  Brito  —  Vol.  7.  pag.  3»í>. 
Fordinanii  Herthier  —  VoK  l,  pag.  365;  vol.  2,  pig,  2úS ^ 
Ferdínand  Denis  —  Vol.  Ô,  pasç*  510  ;  vol.  7,  pag.  415. 
D.  FcrdinanI    di  Lticca  —  Vol.  40,  pag.  X. 
Fernanfk»  Halíeld  —  Vol.  40,  pags.  IX. 
Dr.    Fernando  Lniz  Osório  ^  Vol.  56.  pags.  300,  328,  3^4 

o367t2»  parte) 


INDICB   I>OS  VOLUMBS   1   A  67  399 

fllodos  —  Féroando  Petrioh  ~  Vol.  40,  pag.  X(. 

Fernando  Sebastifto  Dias  da  Motta  —  VoL.  1,  pag.  145 . 

Fernanx  Gois  pana  •—  Vol.  40,  pag.  IX. 

Ferrero,  General  (Annlbal  Ferrero)  —  Vol.  52,  pjigs.  476  e 

Wl  (2*pirte). 
Ferri,  commendador  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
Finn  Ma«rnu88em  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
Firmino  Herculanode  Moraes  Ancora  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
Firmino  Rodrigues  Silva  —  Vol.  1,  pag.  6£. 
Dr.  Florêncio  Varella—  Vol.  40,  pag.  XX. 
Florlano  Vieira  da  Cosia  Dalgado  —  Vol.  1,  pag.  355. 
Francisco  Adolplio  de  Varnhagen  —  V.  Visconde  do  Porto 

Seguro. 
Francisco  Agostinlio  Oomes  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
Francisco  de  Almeida  Portugal  —  V.  Conde  de  Lavradio. 
Francisco   Alvares    Maohado  do  Vasconcellos  —  Vol.   40, 

pag.  XVI. 
Francisco  António  Monteiro  Tourinho—  Vol.  46,  pag.  623 

(3"  parte). 
Francisco  António  da  Oliveira  —  Vol.  50,  pag.  111. 
Francisco  António  Pimonta   Bueno  —  Vol.  40,  pags.  463, 

487  e  504  ;  vol,  46,   pag.  6:^7  ;    vol.  49,  pags.  478  e  484 

(2»  parte). 
Dr.  Francisco  António  Ribeiro  —  Vol.  40,  pog.  XVI. 
Francisco  António  de  Souza  Queiroz  —  V.  Barão  de  S^uza 

Qieiroz. 
Francisco  Augusto  Pereira  da  Costa  —  Vol.  46,  pags.  692  o 

625 ;  vol.  49,  pags.  478  e  484  (2»  parte). 
D.    Francisco   Bafarull  y  Sanz  —  Vol.  63,  pagti.  474,  488, 

494  e  499  ;  vol.  64,  png.  275  (2^  parte). 
D.  Franoisc3  Balthazar  da  Silveira  —  Vol.  3,  pag.  499. 
Dr.  Francisco  Baptista  Marques  Pinheiro  —  Vol.  57,  papr. 

352  ;  vol.  58,  pags.  316,  359  e  365  (2*  parto). 
D.  Francisco  de  Borja  Magarino  de  Cerra  to  —  Vol,  3,  pa^'. 

50C  ;  vol.  4,  pag.  379. 
Francisco  Callieiros  da  Graoa  (contra  almiiaate)— Vol.  3D, 

pasr.  377  ;  vol.  40,  pag.  425  ;  vol.  45,  pags.  467  c  47r. ; 

vol.   48,  pag.  308 (2»  parte). 
Dr.  Francisco  de  Campos  Andrade  —Vol.  66,  pags.  246,  278, 

296  e3C^2(2*  parte). 
Francisco  Cerveileri  —  Vol.  i\  pag.  253. 
Francisco   Cordeiro  da   Silva  Torres  —  V.    Visconde   de 

Jurumlrim. 
Francisco  Diogo  Pereira  do  Vasconcellos—  Vol.  40,  pag. 

XVI. 
Francisco   Eugénio  Oaray   de   Monglavc  —  Vol.  4),  pag. 

XX. 
Francisco  Evaristo  Leone  —  Vol.  23,  pag.  745  —  V.  Eva- 
risto Leone. 
Fi^ancisco  Ezequiel  Meira  —  Vol.  1,  pag.  368. 
Dr.  Francisco  Ferreira  tle  Abreu  —  V,  Barão  de  The:czo- 

polis. 


400 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


iSoclo^  —  FrãQcísoo  Ferreira  da  Rosa  —  (proposta)  VoL  61, 
pag,  640  :  voJ.  r,4,  pagg.  158  e  162  (^  pariej. 
Dr,  Francisco  Freire  Allômâo  — VoL  J,  pag.  G2 ;  vol,  36. 

pag«.  55;j  e  557  <2»  parte). 
Fraociíieo  Fi-eiro  de  Carvafíia  —  Vol.  40,  pag,  XVI, 
Df.  D.  Francisco  Garcia   Calderon  —  Vol,  55»  pags.  :i09  o 

317  (2»  p^rlo)* 
Francisco  Gé    Acayaba    do   Mootciuma  —  V,  Visconde  de 

Jequiiitihonha. 
Fraocisco  Gom  '9  de  Amoi-ini  —  Vol.  2'J,  pag.  350  j  vol.  43, 

pjígs.  393.  4Õ-3.  473  e  484  (2*  parte). 
Francisco  Gonçalves  Miinins  —  V.  ViscoaJo    de  S.  Lou- 
renço. 
Francisco  Guizot  —  VoL  2,  pag.   149,  voL  40,  pag.  XX. 
Francisco    Igfiacío    de   CarvaMio  Moreira  •*  V.  liarão  do 

Penedo. 
Dr,  Francisco  Ignacio  Ferreira  —  Vol,  48.  paga.  334.  345. 

351  o356{2»pari0). 
Franciscj  líoacio  Marcondes  Homem  de  MoUo  —  V,  DarSo 

Homem  de  Mellu. 
Francisco  Joaquim    Ferreira  do  Amaral  —  Vol .  61,  paj^s. 

709.  711,  719  e  720  (.i*  partv). 
Francisco  José  Borges  —  VoL  W,  pa^,  5CS. 
lír.  Fraucisf-j  Josó  Forroira  Baptista  —  Vol  1.  pag.  251. 
Francisco  José  MeiíSer  —  VuL  ofj,  pag,  207  (2»  parto), 
Francisco    Jos<?  -la   Silva  —  VoL  40,  pag,    IV  ;    voL    47, 

pag,  545  (^«  parte). 
Francisco  Jos<3  Soarea  de  Andréa  —  V.  Barão  do  Caçapava. 
Franolsco  d^í  Lima  eS;lva  —  VoL  9,  pag,  5Ô3. 
Francisco  Matiod  Alvares  do  .Vraujo  —  VuL  39,  pilgi.  301, 

3j4,  444  e  451. 
Francisco   Mano*il  da  Cunha   Jiinior  — VoL  53.  psi??,  423 

o  4yi  ;  voL  55,  pags.  'Am,  37:?.  383  a  413  (^  parle)» 
Francisco  Manoel  Martins  Ramos  —  VoL  50,  pag»  U. 
Francisco  Manoel  Riposo  do  Almeida  —  VoL  40,  pag.  XL 
Francisco   Maria    Avelino  —  VoL  5%  pag.  365  ;    vol.  56, 

png,  207  (i:*  parto). 
Francijco  Maria  di  Cunhi  (General)  —  VoL  63»  pags.  42), 

430  e  436(2*  parte). 
Fi*aucisco  Mariani  —  VoL  50,  pag.  UI  ;  voL  47.  pag.  545 

(2^  parte), 
Prancls*o  Markoe  Júnior  —  VoL  40,  pag.  X. 
Frei  Francisco   do    Monte    Alverne  —  VoL  O,  pagí,  291  e 

6í>l , 
Francisio  Munjz  Tavares,  pa^lre  —  VoL  7,  pag*  46í. 
Frei  Francisco  de  N-  8.  doa  Prazeres  Maranhão—  VoL  L 

pig.  405  ;  ToL  53,  paga.  424  e  428  (2»  parte). 
Francísoo  d»)  Paula  Almeida  Albuquerque  —  VoL  1,  pag. 

260. 
Dr.  Francisco  do  Paula  Cândido  —  VoL  40,  pag.  XVL 
Pranoiacode  Paula  Maxrink  —VoL  53,  pag,  538  ;  voL  54, 
pag.  175  (2'*  parto). 


íHúUb  dos  volumes  1  A  67  401 

Soelos  —  Dr.  Fhtfieiseo  de  Paala  M^iesM— Vol.  6,  pag.  51S» 
Dr.  Franoisoo  de  Paula  Rodriraes  Aires  —  Vol.  59,  pag9. 

855,  268  e  274  (2»  parte). 
Francisco  de  Paula  Sooza  ~  Vol.  3,  pag.  501  • 
Francisco  de  Paala  Sooza  e  Mello  ^  Vol,  40,  pag.  XVI* 
Dr.  Francisco  de  Paula  Toledo  —  Vol.  44,  pag.  966;  vol. 

46,  paga.  603,  6I9e  688  (8^  parte). 
Francisco  de  Queiras  Coatilino  Mattoso  Gamara  —  Vel.  40 

pag.  XVI. 
Francisco  Ramiro  de  Assis  Coelho  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
Francisco  Raphael  de   Mello  Rego  —  Vol.  60,  pag.  364  ; 

vol.   61,  pags.  587,  593,  635  e  637  (2*  parte) ;  vol.  67, 

pag.  448  (2»  parte). 
Franoisoo  do  R^  Barros—  V.  Conde  da  Boa  Vista. 
D.  Francisco  do  Rego  Maia,  Bispo  de  Nicttieroy.—  Vol.  60, 

pags.  330,  845  e  348  (2»  parte). 
Francisco  Renato  —  (Conde  de  Chateaubrland)  —  Vol.  I®, 

pag.  363. 
Francisco  de  Salles   Torros   Homem  — V.    Visconde  de 

Inhomirim. 
Fr.  Francisco  de  S.  Luiz,  Bispo  resignatario  de  Coimbra  — 

Vol.  1%  pag.  367. 
Dr.  Francisco  da  Silva  Lopes  —  Vol.  1«,  pag.  248  ;  vol.  47, 

pag.  546  (2»  parte). 
Dr.  Francisco  de  Souza  Martins— Vol.  40,  pag.  XVI. 
Dr.  Franoisoo  de8òiiEa'Ramos  — Vol.  8,  pag.  152. 
Francisco  Travassos  Valdez—  Vol.  42,  pag.  269  ;  vol.  50, 

pags.  349  e  358  (2<'  parte). 
Francisco  Villela  Barbosa  — V.  Marquez  de  Paranagaá,. 
Franciseo  Xavier  Monteiro  da  Franca— Vol.  40,  pag.  XVI. 
Dr.  Francisco  Xavier  Muniz  —  Vol.  9,  pag.  568. 
Frank  Vicente  —  Vol.   55,   pags.   365,    404,   413   e    420 

(2»  parte). 
Franklin   Américo   de  Menezes  Dória  —  V.  Bai^o  do  Lo- 

reto. 
Dr.    Franklin   Távora  — V.  Joio   Franklin   da   Silveira 

Távora. 
Dr.  Frederico  Augusto  Pamplona—  V.  40,  pag.  XVl. 
Frederico  Carneiro  de  Campos  —  V.  40,  pag.  16. 
Dr.  Frederico  Erràzuris  —  Vol.  35,  pags.  585,  689  e  533 

(2*  parte). 
Frederico  Francisco  de  la  Figanière  — V.  Visoonde  de  Fi- 

ganière. 
Frederico  José  de  Sant*Anna  Nery  — V.  BarSo  de  Santa 

Anna  Nery. 
Frederico   Luiz   Guilherme    de   Varnhagen  -*  Vol.    40, 

pag.   XX. 
Frederico  Luiz  Jorge  de  Raumer— Vol.  40,  pag.  IX. 
Fructuoso  Luiz  da  Motta— Vol.  40,  pag.  XVI. 
Gabriel  Garnier  — Vol.  42,  pag.  251  (2*  parte). 
Gabriel  Getulio  Monteiro  de  Mendonça— Vol.  40,  pag.  XVI. 
Gabriel  José  Rodrigues  dos  Santos^Vol,  40,  pag.  XVI. 
831-26  Tomo  lxviii.  r.  % 


Míí 


REVISTA  DO   IXSTITUTO  HISTÓRICO 


Hocioe  — Dr.   Gabriel  llilitão  de  VílU  Nora  Machado-* 

Vol,  32,  pair.  268  (2'  Fmrte). 
Dr.  Gabriel  do  Monte  Pereira  —  Vol*  57,  pags,  319  e  375  ; 

vol    r)8,  pags.  ^97  o  305  (2»  parte). 
Giildino  Juetiníano  da  Silva  Pimentel—  Vol.  50,  pag.  11. 
Gaspar  Josó  Lisboa  —  Vol*  40,  pag.  XYl, 
D.  Genaro  Merolla  —  Vol,  40,  pag.  XK. 
George  Bancroft  —  Vol.  25,  pag,  673, 
Dr.  Goorge  Martinho  Tbomas  —Vol,  26,  pag,  891  ;  rol.  27^ 

paga.  380  e  385  (2*  parto). 
QeoTge  Tícknor  —  Vol,  25,  pag.  077. 
Giacomo  Castnicci  —  VuL  40,  pag.  X. 
Oiacomo  RajaOabaglia  —  VoL  21,  pags.  4>7  e  4sõ. 
Olacomo  RampoMa  (Cardual)  —  V.  Mariaoo  RampoRa  dol 

Tindaro. 
Giovani  ÍAchilles  do)  —Vol.  52,  pags,  476  e  5íl. 
Oiovani  Semmola—  Vai.  6,  pag.  iS3, 
D<  Glrelano  Pirozii  —  VoL  5,  pa;r.  30l>. 
D.  Giuseppo  Cova  Grimardi  (Marquez  de  Piotracatôlla)  ^ 

VoL  40,  pag.  10. 
Dr.  Gonçalo  da  Silva  Porto  —  VuL  1%  pag.  383  ;  vol,  40, 

pag.  lô. 
Goro  Ousely  —  V.  Baronet, 
Gregório  Tiiaumaturgo  do  Azevedo  (General)  —  VoL  63, 

paga.  425,  473»  477.  485  6  487  f:i*  parte). 
OsíílliermíJ  A.  Seoane  —  VoL   04,  paga,    184,  I9â  o   198 

(:d^  parte)  • 
Ouillierme     Baldaino    Embirussd    Camaoan  —  VoL    40, 

pag,   111 
Guilher  Blest  Gama  —  VoL  20,  pag,  35» >  (2*  parte). 
Ouilhornne    Cândido    Bollegarde  —  VoL     50,     pag.     290 

(8'  parte). 
Guilherme  Hunter  —  VoL  5ô,  pag.  207  (aparte)* 
iiuilbermo  Schoch    de   Capanema  -*  V.  Bário  de  Capi- 

aema. 
Dr,  Guilherme  Studart— VoL    54.    pag.  294  ;    voL  55, 

paga.  272,  287  o  300  (2»  parte). 
Gustavo  Adolpbo  de  Aguilar  Paotoja  —  VnL  1%  pag.  Ô4, 
ÕW3»avo   Duarte    Nogueira  Soares  —  Repertório  da    «Re- 
vista», pag.  275  —  V*  Duarte   Gustavo. 
H,  Baillon  —  V.  :n,  pag.  :j60  (íf-^  p.irte). 
Hamilton  Hamilton  —  VoL  3*»,  pag.  449. 
Dr.  D.  Híinrique   B.  Moreno—  VoL  5;',  pags.  430  e  461 

(2*  parte). 
Henrique   de  Boaurepaíre  Rohan  ^  V.  Visconde  de  Beau- 

repa  ire  Rohan. 
Henrique  da^  Chagas  Aodrade  —  VoL  54^  pags.  275  e  280 

(2*  parte), 
Henrique  Guilherme  Fernando  BUfold  ^  Vot.  49«  pag,  21. 
Horirique  JuUo  VValensteio  —VoL  49,  pag.  21. 
I*r.  Henrique  Kcpke  —  VoL  7\  pig.  27a, 
llenriluo  Luiz  de  Niemeyer  BoUegardo  —  V.  40,  pag.  16. 


índice  dos  volumes  1  a  67  403 

Socioai  —  Henrique  Marques  de  Oliveií^a  Liaboa  —  Vol.  18' 
papr.  420  ;  vol.  47.  pag.  545  (2*  parte). 
Dr.  Henrique  Marques*de  Santa  Rosa  —  Vol.  58,  paga.  364 

e  393  ;  vol.  59,  pags.  265  e  268  (2"  parte). 
Henrique  Raffard  —  Vol.  48,  pags.  355,  363,  373  e  381  ; 

vol.  59,  pag3.  256,  272  e  275  (2*  parte). 
Henrique  ScHutel  Ambauer  —  Vol.  30,  pag.  468 ;  vol.  31> 

pags.  345  e  379  (2»  parte). 
Henrique  Ternaux  Compans  —  Vol.  49,  pag.  21. 
Herculano  Ferreira  Penna  —  Vol.  40,  pag.  16. 
Hercules  Florence  —  Vol.  38.  pag.  349  ;  vol.  39,  pag.  373 ; 

vol.  40,  pags.  526  e530  (2*  parte). 
Hermann  E.  Ludwig  —Vol.  8»,  pag.  557  ;  vol.  56,  pag.  «07 

(2»  parte) . 
Honório  Decio  da  Costa  Lobo  —Vol.  62,  pagj.  292,  319;- 

336  e  33S  (2»  parte). 
Honório    Lima  — Vol.   62,    pags.    326,   343,    351    e    356 

(2»  parte). 
Horácio  de  Carvalho— Vol.  63,  pag.  492;  vol.  64,  paga.  276, 

294,  297  e  302  (2»  parte). 
Horácio  Emílio  Say  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
Ignacio  Accioli  de  Cerqueira  e  Silva  —  Vol  40,  pag.  XVI. 
Ignacio  Alvares  Pinto  de  Almeida  —  Vol.  1»,  pag.  157. 
Ignacio  de  Barros  Vieira  Cajueiro  (Dr.)— Vol.  40,  pag.  XVI. 
Ignacio  Joaquim  da  Fonseca  —  Vol.  52,  pag.  480  (2*  parte). 
Ignacio  Manoel  Alvares  de  Azevedo  —  Vol.  1<>,  pag.  144. 
Ignacio  Rodrigues  Bermude,  padre  —  Vol.  3"*,  pag.  843. 
Ildefonso  Leopoldo  Bayard  —  Vol.  2»,  paga.  397  e  518. 
Innocencio  Francisco  da  Silva  —  Vol.  22,  pag.  663 ;  vol.  23, 

pag.  618. 
Innocencio  da  Rocha  Galvão  —  Vol.  40,  pag.  XVI. 
Innocendo   Serzedello  Correia,  Dr.  —  Vol.  62,  pags.  298, 

352,  363  e  385  ;    vol.  63,   pag.  467   (2*  parte) ;    vol.  66, 

p.g.  268  (2*  parte). 
Ireneo  Ceciliano  Pereira  Jofeli  —  Vol.  54,  paga.  864,  881, 

295  e3.)0  Í2»  parte). 
Ireneo  Evangelista  de  Souza  ->  V.  Visconde  de  Mâuá. 
Isaac  George  Strain  —  V.  iO,  pag.  X. 
J.  B.  Eyri(?s  —  Vol.  8%  pag.  397. 
J.  B.  Leagrô  —  Vol.  43,  pag.  401  (2»  parte). 
J.  C.  Millietde  Saint  Adolphe  —  Vol.  40,  pag.  Xí. 
J.  Ferreira  Moutinho  —  Vol.  32,  pag.  259  (2*  parte). 
J.  du  Fief  —  Vol.  4:3,  pag.  401. 
J.  J.  Peçanha  Povoas  — Vol.  33,  pag.  391  (2*  parte). 
J.  L.  de  Saint  Georges  —  Vol.  5,  pag.  246. 
J.  Nunes  de  Andrade  — Vol.  14,  pag.  429. 
J.  P.  Hoebecke.  Dr.—  Vol.  56.  pag.  207  (2*  parte). 
J.  S.  Leite  de  Moraes,  D.—  Vol.  47,  pag.  587  (2*  parte). 
Jacintho  Pinto  Teixeira  —  Vol.  1% pag.  145. 
Jacinto  Reglno  Pachino  —  Vol.  60,  pag.  307  (2*  parte). 
Jacintho  Roque  de  Seona  Pereira  —Vol.  1%  pag.  158. 
Jacob  van  Erven  —  Vol.  8«,  pag.  404. 


404  RK\TSTA  Th:»  IXSTnTTO  HISTÓRICO 

«Vio^u.^   Allwni»   Uaibsffl  Oaetalat—  Vol.  0%  pag.  264; 

tal,  4)l«i>ji^«  \X2i. 
Jaiui  \no  3a  iVimka  âftrKa»  —  V^l.  i,  p&g.  8. 

.*AN^i  :^pàní  —  \4^,  :%  }*|r,  5:4 ;  toI.  2»,  pag«  533. 
J^Aiav»  0«M4^n  FWi^íMf  —  Vcú,  Sw  pigre.  <r73«  691  e  7^« 
.'*v4n  Tl*  N  onnr  —  N  ol,  ?•  s  ?•#.  âí3C'  í*  p&rte;. 
Jíofou\n)«>  iCmU)A.3x^  d«  Jk-nàraâ» —  V«i«  IO,  pagr.  2GI« 
.i«i^uy.«t^  Frjui.-^iiei»  Coe^:  ~  Vai.  4X  paf.  XVI. 
Kr»i  .)<M\\<vnM  \Uria  i>útt:^  CÊ^àsa^^  Vcu.  C^,  pafi.  *», 

r»Si>  ♦  c\;M  i?»  panei, 
b.  J«i\ui>«d  rh£i9a  àa  sank  ftPDslúyada  Baiia— VoL  'O, 

Dr.    JlA.x^Ya>,>   Y;Uftia    i»    C^firo    TariTB  —  Vai.  *:, 

l^^  XVlK 
J««ttiao  «U  :^>rm  >W1.^  — Y:*:.  •,  ,  pa|».  2*.-  54--  àx.   e 
í»  Vi**  >>arie  . 

\4%^  AhlN^.to  v\^n^  ^  Ou:Tftra    e:.i.áeLiic^j :  —  T^-  4-, 

Job  V)v^  l^ourvin»  -•  V.  âar&»  ét  iamrj. 

Aiào  Aiwa  rorirUa  —  \\a.  5 >.  par.  13. 

;>r«  Júàa  \auv&io  ie  .va»T«dL^~  Vil.  .-,  pa^ -  ^'^- ;  '«'âC.  4', 

MC  í^^  \^*  r*«*  , 

João  Aatoiíio  P^wrvirA  làa  Co^-^a  —  V^x. '  .  pi^-  :  . 

Joio    Anu>a)o  Lmtmjm  —   Yal.    i,  pai.    P-r ;   tM-  ^j. 


pat.  XXU- 

Jli4o  A 


Ji«o  Aiiuxuo  Miei<!«  r.^^  --  Y.  ^ir'.>  âa  >f«:kiaf  T>ia. 
Joio  AaiMiOií^^  lliraaia  —  Yal.  :.  pàf.  144. 
Joio  Aaioaio  FVrKzm  4a  iTi»^  —  Vol.  s.  pa; .  à4>. 
Joio  ABto:)io  4«  Síaapaão  VaB»a  ^  Vol.  1,  pa^;.  145. 
Joio  Antoik»  V:.'tx-  .ManA  li«ffT  ^  Yal.  4\  w.  XXI. 
Joio  Bapbjii^  B5aoJ)ev>   Sttí^  —  Rs3)L-:jr-:-   Is   5*r-jí^, 

pac«  '*•- . 
JobBapCUta  Ojac^^ras—  Vol.  Tv.  paç.  ::. 
J(âo  Ba^^usti  dd  Castro  Moraes  Asias  —  Yol.  17.  po,;.  6 1*. 
Joio  Bap;  suk    I>eb;:«t  —  Yoí.     li,   par.    I^    :    Tal.    4  . 
^pag.XX. 
Jcâo   BaptUu  Gaspar    &U)ax   de   Ro.*balld   —   Vo!.    A\ 

pag.  XXIL 
João  BapQsti  Perdi^j  de  Oliveira  —  Vol.  &.\  pjLj.  c^X^ 

Tol.  Si,  pagt.  -^^á^  *.i4  e  íLV  vi*  parto>. 
Joio  Bapti^u  da   Silva  Laitio  do  Almnii  Garrai  —  Y. 

ViKOQ.ie  de  Almeida  Girrat. 
Joio  Baptitta   Ferreira  de    Sooaa   Coutinho  —  Y.   Bário 

da  Catias  Altas. 
Dr.  J<no  Bap^isca  doe  Sanioa  —  V.  Visoondade  Ibim-ani. 
Joio  Baptfsti  dl  SilTa  Lopsa—  Vol.  4,  pag.  ^i^. 
JoiaBarIxMa   Roiri^uea  —  VoL  38,  pag.  3i0;    roL    3\ 

paga.  173,  rjy>,  4^7  •  435;  toI.  45.  pag.  438  (S^  paria). 


índice  dos  volumes  1  a  67  Í05 

iSooios  — JoSo   Benedlcto   Gaspar    Giffening  —  Yol.     40, 

pag.  XVII. 
João  Bernardo  de  Almeida  —  Vol.  50,  i>ag.  IIL 
João  Brigido  dos  Santos  —  Vol/  S5,  pags.  668  e  677. 
João  Caetano  da  Costa  Olireira—  Vol.  9.  pag.  272. 
João  Cândido  de  Brito      Vol.  50«  pag.  m. 
João  Cândido  de  Deos  e  Silva  —  Vol.  2^  pag.  26S. 
João  Capistraoo  de  Abreu  —  Vol.  50,  pags.  309,  321,  340 

e  349  fô*"  parte). 
João  Carlos  Pardal  —  Vol.  40»  pag.  XVII. 
João  Carlos  Pereira  Pinto  —  Vol.  26,  pags.  871  e  875. 
João  Carlos  Saldanha  de  Oliveira   Daon  —  V.  Dnqiie  de 

Palmella. 
João  Carlos  de  Souza  Coutinho  —  V.  Conde  de  Unhares. 
João  Carlos  de  Sonza  Ferreira  —  Vol.  51,  pHf-  ^^ »  ^ol. 

52,  paíf .  544  (2*  parto). 
João  Coelho  Bastos  — Vol.  1,  pag.  300. 
João  Cravello  Cavalcanti  (proposta)  —  Vol.  49,  pag.  477 

(•c»  parte). 
João   da  Canha  Neves  de  Carvalho  Portugal  — Yol.   6, 

pag.  266;  vol.  7,  pag.  426. 
João  Damasceno  Vieira  Fernandes  —  Vol.  53,  pags.  492, 

500  0  512(2*^  parte). 
João  Diogo  Starz  —  Vol.  6,  pag.  129. 
Dr.  João  Daarte  Lishoa  Serra  —  Vol.  40,  pag.  XVn. 
João  Elenterio  Garcez  Palha  —  Vol.  1,  pag.  363. 
João  Esberard  (D.),  bispo  de  Olinda,  depois  areebispo  do  Rio 

de  Jaueiro  —  Vol.  54,  pags.  243,  252,  254  e  258;  vol.  57, 

pag.  380 ;  vol.  58.  pags.  296  e  305  (2*  parte). 
João  do  E&pirito  Santo  Cabral  —  Vol.  1,  pag.  374. 
João  Fernandes  do  Barros  (pr.)  —  Vol.  40,  pag.  XVII. 
João  Peraandes  Bertier  —  IZépirlartò  dm  Rêmtta,  pag.  302. 
João  Fernandes  Tavares  (Dr,)  — V.   Visconde  de  Ponte 

Ferreira. 
João  Fernandes  Diniz  ^  Vol.  53,  pag.  654  (2»  parto). 
João  Francisco  Lisboa  —  Vol.  18,  pag.  438. 
João  Francisco  de  Souza  Coutinho—  Vol.  40,  pag.  XVII. 
João  Franklin  da  Silveira  Távora  (Dr.)— Vol.  43,  pags,  393, 

402,  453  e  462 ;  vol.  45,  pag.  ^56  (2«  parto). 
João  Oomes  Machado  Corumbá  —  Vol.  1,  pag.  360. 
João  Henrique  Freese  —  Vol.  40,  pag.  XX. 
João  I^nriqne  Lowndos  —  V.  Visconde  de  Leopoldina. 
João  Henrique  de  Mattos  —  Vol.  40,  pag.  XVII. 
João  Hnet  Bacellar  Pinto  Guedes  —  vol.  2,  pag.  271. 
João  Ja>*qties  Germain  Pelet  Beirão  —  Vol.  40,  pag.  XXII. 
João  Joaquim   Ferreira    de    Aguiar  (  padre  )  —  Vol.  2, 

pag.  146. 
João  Joeé  de  Almeida  Couto  —  V.  Barão  do  Desterro. 
João  José  Barbosa  de  Oliveira—  Vol.  4o,  pag.  XVII. 
Dr.  João  Josô  de  Carvaiho  —  Vol.  40,  pag.  XVII» 
João  Jo  ó  da  Cunha  Estrella  —  Vol.  1,  pag.  260. 
João  José  Ferreira  de  Aguiar  —  V.  Barão  de  CSatoama. 


liíoelcMi  —  >Ã'/  .'i^  Fír?r?n  «la  C*:^^  —  '.ol.  :.  par.  >:••. 

>Ão  ^Oié  d'^  Mcii.*m  Ma.-a.iíes  —  v^,.  ].  paz.   .\t, 
ItAo  kné  ttt  Oiíreíra  lxiz/\Mr\  —  v^l.  4  •.  |ku.  X'«  II. 

icio  Jcié  tfe  Scvza  SilTi  Rio  —  Vol.  T,  p*g.  2f7: :  vol.  "% 

idb  Lios  vie.rm  CácttQfãr>  de  Sísíoioii  —  v.  vuecDie  de 

Sinimbu. 
Joio  Lop^f  da  i^ilra  Coito  —  Vol.   i.  pag.  144. 
ioSo  LfKrio  d«  Ai^T^rdo  —  \ol.  õT,  pags.  L,:5  e  ?r j ;  vol.  58. 

Mpi.  íM  e  r/j6  '^^  parte*, 
lolo  Loftcia  da  Ciuba  Parana^á  ~  v.  Marqaez  de  Pi- 

faoa^. 
Joio  Maooel  Pere.ra  da  Silra  —  Vol.  !•  pag.  157;  t>1.  44, 

pag.  C^. 
Joio  Maooal  de  Rofas  —  Vol.  49,  pajr.  XXH. 
Joio  Mara  Gotíerrca—  Vol.  .v>,  paz.  ir>T<2*  pftrte). 
Joio  Martios  Aqaíleide  '>iovaDni  —  Vol.  ã-3r.  paga.  4T0  e 

rj21  (2^  parte). 
Joio  Martinf  Cbareot  —  Vol.  V>,  pags.  4T0  e  521 :  t^I.  y\ 

Mg.  207  t^*"  parte). 
Joio  Maurício  RagenJas  —  Vol.  Vj.  pa/.  XXII. 
Joio  .Maurício  WanderJey  -  V.  Barão  d*;  G^tr>gipe. 
Joio  Monden  de  Alm^íwia  Hir.;  —  Vol.  r>j,  pii».  ist.  4*j1  e 

4í«  íe»  parU'). 
Joio  Mendel  da  Almeida  Jualor  (Dr.)  *  Vol.  Oi.  pag.  18?, 

Vjri,  2M  #j  Sr>8  ú^  parte);   toI.  0^;,  p.g.  'tA  <5^  parte). 
JOio  de  Olfrefra  At  Sá  Camelo    Lampreia    —  Vol.   »^'l, 

/rage*  r/^i,  ''-n  0  :m  (íí*  parte). 
João  Paulo  dot  Santof  Harretn  ^  Vol.  4^).  p  «.  XVH. 
.foio  Pedro  Oay  (cooego)  —  Vol.  Jáó,  pags.  •>;d  e  677. 
Joio  Pie  Namor  —  Sij^ertoriú  da  ãkviãta,  pag.  :)iJ2. 
Joio  QalnoY  Adame  —  Vol.  ^t  pag.  531 . 
Joio  Ribeiro  do  Almeida  (Dr.)  —  V.  Barão  Ribeiro  de  Al- 
meida. 
Joio  Ribeiro  de  Avellar  —  V.  Bário  de  Capirary. 
Joio  Rjbelr*/  de  Avellar  (íilho)  *  V.  Visconde  «ie  Ubá. 
João  Ruf^ol  Bartlett  —  Vol.  40,  pag.  XI. 
João  SoTcriano  da   Ponseca  (General,  Dr.)  —   Vol.    43, 

pagf.  :<03,  4<.0,  46ÍÍ  e    íôõ;  vol.  A\  paíç.  45^;  vol.  52, 

pag.  54.'!  {2*  parte). 

lo  da  Silva  Can-io—  Vol.  50,  pag.  11. 
.Joio  da  Silva  Maobndo  ~  V.  Barão  do  Antonina. 
Joio  de  Slquelm  Tbcdim—  Vol.  2,  |>ag.  1^71. 
.loio  Tbomaz  de  Carvalho  n  Silva—  Vol.  50,  pag.  III. 
Joio  Tolentino  Goedelha  .Mourão  (monsenhor)  —  Vol.  05 

pags.   488,    4ÍM,  r.ll,   5I'J    e   S'{2  (2*  parte);  vol.  O7! 

pag.  46í>(;i*  parte).  \      1-     /. 

Joio  Vicente  Leite  do  Caitro  —  Vol.  51,  pag.  268  ;  vol.  52* 

pags.  418«  470  e  5vl  (V»  parte). 


jdo 


índice  dos  volumes  1  a  67  407 

fiooios  —  João  Vieira  de  Carvalho  —  V.  Marquez  de  Lages. 
João  Waterhouse  —  Vol.  49,  pag.  X. 
João  Wilkens  do  Mattos  —  V.  Barão  do  Marauià. 
João  Xavier  da  Motta—  Vol.  55,  pags.  317,  348,  360,  304 

e365(2*  parte). 
Joaquim  Antão  Fernandes  Leão  —  Vol.  7,  pag.  268. 
Joaquim  António  Gonçalves  Lessa  —  Vol.  50,  pag.  III. 
Joaquim  António  Pinto  Júnior  —  Vol.  50,  pag:  II. 
Joaquim  Arooverde  (D.),  Cardeal  arcebispo  do  Rio  de  Ja- 
neiro —  Vol.    60,  pags.    370,   374    e    394;    vol.    61, 

pags.  574  e  648  (2*  parte). 
Joaquim   Aurélio  Nabuco   de   Araújo  (  Dr.  )  —   Vol.  50, 

pags.  264,  268,  276,  297  e  309  (2*  parte). 
Joaquim  Baptista  Avondano  —  Vol.  54,  pag.  318  (2»  parte). 
Joaquim  Caetano  Fernandes  Pinheiro  (cónego)— Vol.  17, 

pag.  606. 
Joaquim  Caetano  Pinto  Júnior  *  Vol.  51,  pags.  2^5,  226 

e  236  (2^^  parte). 
Joaquim  Caetano  da  Silva  (Dr.)  —  Vol.  1,  pag;  58 ;  vol.  22, 

pag.  645. 
Joaquim  Cândido  Quillobel  —  Vol.  6,  pag.  374. 
Joaquim  Cândido  Soares  de  Meirelles  (Dr.)— Vol.  1,  pags.  62 

e  148. 
Joaquim  Cosar  de  Figaniôre  Mourão  —  Vol.  3,  pag.  243. 
Joaquim  da  Costa  Barradas  —  Vol.  65,  pags.  443,  446,  449 

e  451  (2*  parte). 
Joaquim  Constantino  de  Freitas  Muniz  (Dr.)  — Vol.   62, 

pags.  341,  351  e  356  (2*  parte). 
Joaquim  Duarte  Murtinho  (Dr.)  —  Vol.  63,  pags.  406,  472 

e  477  (2*  parte). 
Joaquim  Eleodoro  da  Cunha  Rivara  —  Repertório  da   Re- 
vista, pag.  302. 
Joaquim  Fioriano    de  Godoy    (Dr.)  —  Vol.   38,  pag.   372; 

vol.  39,  pags.  374,  390  e  397  (2»  parte). 
Joaquim  Fioriano  de  Toledo  —  Vol.  1,  pag.  63. 
Joaquim  Fraacisco  Alves  Branco  Muniz  Barreto  —  Vol.  54, 

pag.  316;  vol.  47,  pag.  545  (2»  parte). 
Joaquim  Francisco  Vianna  — Vol.  1,  pag.  157. 
Joaquim  Franco  de  Séi  —  Vol.  40,  pag.  XVII. 
Joaquim  Gomes  da  Silva  Netto— Vol.  51,  pags.  233,  e  254 

(2^  parte). 
Joaquim  Gonçalves  Ledo—  Vol.  40,  pag.  XVII. 
Joaquim  Heleodoro  da  Cunha  Rivara  —  Vol.  3,  pag.  354. 
Joaquim  Jeronymo  Fernandes  da  Cunha  (Dr.)  — Vol,  31, 

pag.  338  (2*  parto). 
Joaquim  José    de    Campos    da    Costa     Medeiros   e  Al- 
buquerque —  Vol.    39,  pags.     372,    448    e    459    (  2* 

parte). 
Joaquim  José  da  Costa  de  Macedo  —  Vol.  2,  pag.  414. 
Joaquim  José  da  Cruz  Seoco  (Dr.)  -—  Vol.  40,  pag.  IV. 
Joaquim  José  de  França  Júnior  —  Repertório   da  Revist€f9 

pag.  279. 


406  RE^^STA  do  ixstitlto  histímuco 

fik>eÍo«  —  JoÊmlm  Jotó  Gomei   da  SiIt&  Netto  —  \ oi.  51 , 
pftf.  187 ;  Tol.  54.    pag8.  2  33  e  254  (2^  parte) ;  toI.  C^, 

paf .  Z42  (2^  parte). 
Jeeqidiii  Joeô  Gonçalves  de   Mattoi  Corrêa  —  Vol.    4\ 

pag.  111. 
Joaqiim  Joeé  Luiz  de  Sousa—  Vol.  40,  pag.  XVIl. 
loagaim  José  Paebeoo  (Or.)  — Vol.  1,  paic.  146. 
Joaquim  Joeô  Rodri^nei  Torree    V.  Vieeowle  de  Itaborakv. 
Joaquim  Joeó  da  Silva  (  Dr.  )   —   ãUptriorio   da  Retidj, 

pag.  »9. 

Joaquim  José  Teixeira  fOr.)  —  Vol.  40,  pag.  in. 
Joaquim  José  Teixeira  Leite  —  Vol.  7.  p«g.  368. 
Joaquim  Manoel  de  Ifaeedo  (  Dr.  )  —   vol.   7,   pag.  270  ; 

Tol.  32»  paga.  267,  274  e  302  (2»  parte). 
Joaquim  Maroellino  de  Brito  —  Vol.  50,  pag.  K. 
Joaquim  Maria  Naioeotes  de  Azambuja  ( Dr.)  —  Vol.    I  >, 

pag.  6^;  vol.  17,  pag.  89  e  100. 
Joaquim  Norberto  de  Souza  e  Silva  ^  Vol.  32,  pags.  267, 

«74e  302  (-a»  parte). 
Joaquim  Nonee  Machado  —  Vol.  40,  pag.  XVII. 
Joaquim  de  Paula  e  Sousa  (  Dr.  )  —  Vol.   44,   pag.  40:>; 

vol.  47.  pag.  570  (£<'  parte). 
Joaquim  Pedro  Cardoso  Caaado  Giraldea  —  Vol.  2,  pag.  397. 
Joaquim  Pioto  de  Campos  (mooaenhur)  —  Vol.  18,  pags.  431 

0  436;  vol.  50,  pag.  530  (2*  parte). 
Joaquim  Pires  Machado  Ponella  (Dr.)  —  Vol.  32,  pag.  276  ; 

Tol.  33,  paga.  3<38  e  403;  vol.  53,  pag.  542;  vol.  65. 

pagi.  4-2.  424  e  420  (2*  parte). 
Joaquim  Ribeiro  de  Avellar  (Dr.)—  V.  Viaooiíde  de  Ubá. 
Joaquim  Saldaóba  Marinho  Filho  (Dr.)--Vol.  50,  pcV.  347; 

vol.  51,  pag.  253  (2*  parte). 
Joaquim  de  Santa  EscoíSMtioa  Maviguier  (íirade)  —  Vol.  4«), 

pag.  XVlI. 
Joaquim  Silvério  de  Sousa  (padre)  —Vol.  00,  paga.  344, 

355,  3(>4  e  268  (2»  parte). 
Joaquim  Vicente  Torrea  Homem  (Dr. )— Vol.  40,  p\ff.  XVII. 
Joaquim  Thomas  do  Amaral  —  V.  Viaoonde  de  Cabo  Frio. 
Joaquim  Vieira  da  Cunha  (Dr.)  ^  Vol,  40,  pag.  IV. 
Joaquim  Vieira  da  Silva  e  Sousa  —  Vol.  2,  pag.  142. 
Jonathaa  Abott  (Dr.)  —  Vol.  7,  pag.  270 ;  vol.  17,  pags.  12 

e  100. 
Jorge  Braocroft^  Vol.  27  pags.  364,  367  (2»  parte). 
lurge  Cancrlne  (Conde)—  Vol.  49  pag.  KXll. 
Jorge  Ceaar  de  Figanière—  Vol.  s23  pa^s.  025  e 634. 
Jori^  Martinho  Thomaz— Vol.  40  pag.  XJI. 
JoêÍ  Affooao  de  Moraes  Torrea,  Biapo  do  Pará—  Vol.  2 

pag.  265. 
Joaó  Agoatinho  Vieira  de  Mattos  (Dr.)—  Vol.  2  pag.  142. 
Joaô  Alcsaodre  Teixeira  de  Mello  (Dr.)—  Vol.  44  pag.  419; 

▼ol.   45.    paga.   480  e  481;  TOl.  46,  pag.    634;  vol.  48, 

pag.  368(2*  parte). 


INDICp  IX>S  VOLUMES  1   A  67  4Úd 

Sooio◠Josà AlTes da  Cruz  Rios  (Dr.HYol.  40  pag.  XVII. 
José  Américo  dos  Santoa  (Dr.)  —  Vol.    62  paga.  340,  361, 

387.  408  e  452  (2*  parte). 
José  de   Andrade  Pinheiro   (Dr.  cónego)  —  Vol.  63  pags. 

442,  452.  461  e  478  (2*  parte). 
Josô  António  de   Araújo  Goatinho   —  Vol.    54    pag.  318 

(2*  parte). 
José  António  de  Azevedo  Castro  (Dr.)  —  Vol.  47  pag.  595; 

Yol.  48  pag:^.  343  e  346 (2>  parte). 
José  António  Corrêa  da  Camará—  V.  Visconde  de  Pelotas. 
José  António  Ferreira  da  Costa  (Dr.) —Vol«  1    pag.  360; 

Yol.  2  pag.  268. 
José  António  Ismael  Gracias  —  Vol.  62  pag.    320;  vol.  63 

pag.  462  (2""  parte). 
Josô  António  Lisboa^  Vol.  1  pags.  157  e  356. 
José  António  Lopes  da  Silveira—  Vol.  3  pa^.  347. 
José  António  Marinho  (padre)— Vol.  40  pag.  XVII. 
José  António  de   Oliveira  e  Silva  —  Vol.  47  pag.  545  (2* 

parte). 
José  António  Pardo—  Vol.  40  pag.  X. 
José  António  Pimenta  Baeno— V.  Marquez  de  S.  Vicente. 
José  António  dos  Reis  (Dr.)  Bispo  de  Cayab&  —  Vol.  40 

pag.  XVII. 
José  António  Rolrigues   de  Oliveira  Catramby—  Vol.  61 

pags.  581,  587,  593.  635  e  637  (2*  parte). 
José  António  da  Silva  Chaves—  Vol.  2  pag.  265. 
José  António  da  Silva  Maia—  Vol.  1  pag.  157. 
José  de  Araújo  Couiinho  (Dr.)—  Vol.  40  pag.  XVII. 
José  de  Araijyo  Ribeiro ~  V.  Visconde  do  Rio  Grande. 
José  Arthur   Montenegro  —  Vol.    57   pag.   351;  vol.    58 

pag.  297. 309  e  313  (2<'  parte). 
José  de  Assis  Alves  Branco  Moniz  Barreto  (Dr.)—  Vol.  40 

pag.  XVII. 
José  de  Assis  Mascarenhas  (D.)—  Vol.  40  pag.  XVII, 
José  Augusto  Gomes  de  Menezes—  Vol.  40  pag.  XVII. 
José  Barandier—  Vol.  40  pag.  IX. 
José  de  Barros  Pimentel  (Dr.)  —  Vol.    56  pag.    207  (2* 

parte). 
José  Bento  da  Rosa  (Dr.)— Vol.  40  pag.  IV. 
José  Bernardes  de  Loyola—  Vol.  1  pag.  247. 
José  Bernardino  Barmaon  —  Vol.  60  pag.  405  (2*  parte). 
Jobé    Bernardo   Fernandes    da    Gama   (Dr.)  —   Vol.    40 

pag.  XVII. 
José  Bernardo  de  Figueiredo—  V.  Bariode  Alhandra. 
José  Cândido  Guillobcl—  Vol.    44  pag.  384;  vol.  45  pags. 

480.  481;  vol.  48  pag.  308  (2^  pvrie). 
José  Carlos  de  Almeida  Areias—  V.  Barão  de  Ourem. 
José  Carlos  de  Carvalno-  Vol.  52  pag.  431  (2»  parte). 
José  Carlos  Machado  de  Oliveira—  Vol.  ^5  pag.  700. 
José  Carlos  Pereira  de   Almeida  Torres  —  V.  Visconde  de 

Macahé. 
José  Carlos  Reybaud—  Vol.  56  pag.  207  (2»  parte). 


410 


REVISTA   DO   INSTITTTO  IIISTORIGO 


fioclo^  —  José  Cesário  de  Miranda  Ribeiro  —  \ .    Visconde 

de    Uberaba. 
Jjfié  (D,  GuUeppo)  Ceva  Grimaldi  —  \\  Marqacz  do  Pie- 

tracaateUa. 
José  Cbrist^ano  Garcex  Stockler  (Dr.)— Vol.  40  pajç,  XVII. 
Jos*}  ChrtstÍQO  da  Costa  Cabral  »  Voi,  l  paf .  141;  yqL  40 

pag.  XVII. 
Joié  Clemente  Pereira   —   Vol.    1    pag.    1571    vol.    4ú 

pa?.  XVIL 
José  Clementino  Sotj  ^Dr,)  —  Vol.  50  pa^3,    $26,  3!63,  315 

e  3^5  (2*  p^irte)—  V.  José  S.  Souto* 
José  ConàtaDtiQO  Gomes  de  Castro  —  \oL  1  pa:r.  355;  vol. 

40pag,  XV  IL 
Jos<^  da  Coãta  Azeredo—  V.  Barão  de  Ladario. 
José  da  Costa  Carvallio—  V-  Marquez  de  Monta  AJegre, 
José  Delavaty  Rincon—  Vol.  3  pag,  509. 
José  Diaa  da  Craz  Lima—  Vol.  33  pig.  388  (2*  parte). 
Joáé  Domingues  de  Atbatde  Moncorvo—  Vol.  1  poíí.  2«54. 
José  Durain^iies  Coieceira —  VoL  53  pags.  482,542;  vol.  54 

pAgs.    173,    176  (2^   parte);   voL  67   pagt.  400  e  50^  (.i^ 

parte). 
Jcrsí' figydio  Alvares  de  Almeida  «  v«  Visconde  de  Santo 

Amaro. 
José  Eíryd  10  Garcez  Palha—  Vol.   4>  pag«.  467,  609.  619  e 

028  r-^"  parte J. 
JoíéEloy  Ottoiíi  (Dr.)—  Vol*  1  pa|r*  204, 
José  Eloy  Pe<soa—  VoL  40  pa-.  XVIL 
JoaéEwbank—  VoL  i)  pa^'.  X* 
Jof«*  Pelii^iano  de   Castilho'  Barreto  o  Noronha  —  Vol.  7 

paíí.  '^08;  rol.  9  paç-  567;  vol.  10  psai.  400, 
José  Feliciíino  Fernandes   Pinheiro  —  V.  Visconde  de  Sâo 

Leopoldo. 
Joeô  FeíJciano  deOlíveirv  (Dr,)—  VoK  66  pags.  241  ô20%; 

voJ,  67  paga.  .197  e  40^(4."  parte). 
Joeô  Feliciano  Pinto  Coelho  da  Cunha—V.  Barão  deCocaes, 
Joaô  Ferreira  Souto— Vol.  40  pag.  XVIL 
José  Florindo  de  Figueiredo  Rocha—  \  ol.   1    pag.  144. 
Jo«é  Francisco  Andrade    de  Almeida   Monjardim--  Vol.  40 

pag.  XVíl. 
Joté  Fi-anclsco  Diana—  Vol,  52  pag,  460  e  462  (2*  parte). 
José  Francisco  do  Paula  Cavai.- anti—  Vol.    40  pu>j,    XMI. 
José  Francisco  da  Ro^ba  Pombo  —  VoL  03,  pa;'8.  439,  453, 

401,472,487  (2'*  partj). 
José  Francisco  Si^raud—  VoL  40  papr.  XX. 
Joié  Franciaco  da  Silva  Cabral  (padre)  —  VoL  1  pa^,  374. 
Joaé  Francisco  da  Silva  Cardo>^o--  V  ol .  40  nag.   X  HL 
José  Francisco  da  Silva  Lima  (Dr.)  —  Vol.  5-'»  pags,  287, 

296,  302  e  30S  {^^   pirte). 
José  Franklin  da  Silva  Massena—  VoL  24  pep.  715,  725 

0  734. 
José  Freire  de  Andrade  Parreiras—  \  oL  4)  pag.  XVII. 

José  Henry-  VoL  49  pai?.  XXIL 


índice  dos  volumes  1  a  G7  /*11 

Sócio  4  —  José  HygiQo  Duarta  Pereira  —  Vol,  38  pag.  380; 

V01..49  pags.  459,  461,  464;  vol.  57  pag.  328  {2''  parte). 
J08ô  Igaacio  de  Abreu  Lima  —  Vol.  1    pag.  364;  vol.    47 

pafir.  545(2''  parte). 
Josô  Ignacio  da  Cunha—  Vol.  40  pag.  425  (2-^  parte). 
íosA  UdofoQBo  de  Souza  Ramos  —  V.  Visconde  de  Jaguary. 
José  Izidoro  Martins  Júnior  (Dr.)  —  Vol.  59  pags.  821,  231, 

264,  268  (2*  parte);  vol.  67  pags.  448  e  509  (£*  parte)- 
José  Jacintho  Ribeiro—  Vol.  63  pa*?.  477. 
Jofcé  Jacquesda  Costa  Ourique— Vol.  40  pag.  XVII. 
Josô  Jansen  do  Paço—  Vol.   40  pag.  III. 
Josô  Joaquim  de  Carvalho—  Vol.  40  pag.  IV. 
José  Joaquim  Corrêa  de  Almeida  —  Vol.    56  pag.    ItO; 

vol.  57 pags.  302,  321  e  329  (2*  parte). 
Josô  Joaquim  Fernandes  Torres—  Vol.   40  pag.  XVII. 
José  Juaquim  da  França  Júnior  —  Vol.  55  pags.  243  e  267 

(2^parte)3 
José  Joaquim  da  Gama  e  Silva—  Vol.  12  pag.  285. 
Joâé  Joaquim  Lopes  de  Lima—  Vol.  8  pag.  423. 
José  Joaquim  Machado  de  Oliveira—  Vol.  1  pag.  273;  vol. 

22  pag.  665. 
José  Joaquim  da  Rocha—  Vol.  9  pag.  563. 
José  Joaquim  Rodrigues—  (Di\)  Vol.  7  pag.  415. 
José  Joaquim  Rodrigues  Lopes—  V.  Barão  do  Mattoso. 
Josô  Joaquim  da  Silva  Pereira  — Vol.  40  pag.   IV;  vol.  47 

pag.  545  (2*  parte). 
Josô  Jori,'e  da  Silva  ("Dr.)—  Vol.  40  pag.  IV. 
José  Lino  de  Moura-  Vol.  1  pag.  9;  vol.  15  pag.  255, 
Josô  Lourenço  da  Costa  Aguiar  (D.),  Bispo  do   Amazonas— 

Vol.  61  pags.  C92.  704,  709;  vol.  04  pag.  285  (2^  parte). 
José  deLucca—  Vol.  30  pag.  474;  vol.    31  paga,  345  e  396 

(2»^  parte). 
José  Luciano  de  Castro—  Vol.  55  pag.  281  (2^  parte). 
José  Luiz  Alves—  Vol.   51   pags.  2^1,  228,  5;52   e  206  (2* 

parte). 
José  Luiz  do  Froitas—  Vol.  40  pag.  XVII. 
Josô  Luiz  da   Gama   e    Silva  —  Repertório   da  Revista, 

pag   291. 
Josô  Manoel  Cardoso  de  Oliveira  (Dr.)  —  Vol.  65  pag.  518 

(2»  parte);  vol.  66  pags.  139  e  151  (2*  parte). 
José  Manoel  Fernandes  Pereira—  V.  Barão  da  Gamboa. 
José  Manoel  do  Rosário—  Vol.  1  pag.  62. 
José  Manoel  VaMez  y  Palácios—  Vol.  40  pag.  XX. 
José  Marcellino  da  Rocha  Cabral  (Dr.)—  Vol.  1  pag.  9. 
José  Maria  do  Amaral— vol.  50  pag.  434  (2*  parte). 
José  Maria  Corrêa  de  Lacerda  (D.)—  vol.  10  pag.  202. 
José  Maria  Latino  Coelho  —  Vol.  40  pags.  503,  514,  526, 

e530  (2*  parte). 
José  Mana  Pereira  de  Lima  (Dr.)  —  Vol.  66  pags.  151,  166, 

239  e  224  (2-  parte). 
José  Maria  Pinto  Peixoto  —Vol.  25  pag.  670  ;  vol.  31  pags. 

345  e  398  (2»  parte). 


412 


REVISTA  DO   I>?STITUTO   RrSTOIirGO 


Hocio»  -*  José 


Maria  Reya—  Vol*  ti  pag.  708. 
da    Silva    "  "     "' 


Paraahcm  —  V,  VÍBooode  do   Rio 


Barão  do  Rio 


rol.  58 


IV. 
Oliveira 


José    Maria 

Braoco. 
Joíé   Maria  da  Silva  F^^raobos  (Jiinlor)  —  V 

Branco. 
Joflô  Maria  Torres  Cticodo  (Dr,)  —  Vol-  25  pa^.  680  :  vol,  â6 

l^ag.  892  0  898. 
JoBô  Maria  V^lbo  daSilra  (Dr.)  ^Vfrl.  O  pag.  ^419 

pagti.  300.  315,  5164  e  3  7 ;  vol,  64  pag.  2U3, 
So^  Mamoi  -  Voi.  40  pag.  XVUK 
Ju»é  Marques  Lisboa  ^  Voi,   1  pag.  â52. 
Ji  8é  Marâoiano  dd  Alencar  —  VoL  31  pag.  338  (2*  parte). 
3096  MartíDs  Pereira  do   Alencastro  —  Vol.    SO  pag.    18 

supp- 
Jo8é  Maurício  Fernandes  Pereira  do  Barroa  —  Vol.  19  pags, 

17,  28  e  89  ftupp. 
José  Maurício  Nunes  Garcia  (DrO  ^  Vol.  40  paff. 
José   Mendea  do  Oliveira  Castro  —  V.  Barão  de 

Castro. 

JoKé  Mozzofaotl  ícardeal)  —  Vol»  40  pag.  XX. 
José  do  Miraoia  da  Silva  Reis  — V.  Barão  de  Miranda 

Ra%, 
José  Napoleão  Ney   {Prindpe  de  la    Moskowa)  —  Vol .  L 

pag.  385. 
José    de   Paira  Magalhães    Calret  (Dr.)  —  Vol.   40   pa^. 

XVllL 
Josô  Pastorlno  —  Vul.  54  pag.  i^í>8  ($•  parte). 
Jos45  Paulo  Flífueirôa  Nabuoo  de  Araújo  —  Vol.  1  pag. 
Jofô  Pedru  de  Carvalho  —  Vul.   l  pa^,  58. 
Í08é  Pí>dro  Dias  de  Carvalho  —  VoL  50  ptg.  I. 
Joté  Fedro  da  Silva  —  Voi.  40  pag.  IV. 
Joié  Pedro  Xavier  Pinheira  —  Vol,  ^5  pa^.  61 1 . 
J08é  Pedro  Xavier  da  Voiga  —  Vol.  59  pag,   332  ;  vol.  00 

pags.  309,  3^,  328  e  330  (ã*  parte). 
José  Porei  a  Rego  (Dr.)  —  V.  Barão  do  Lavradio. 
Joaé  Proeoiiio  d»  Castro*—  Vol.  1  pa^ .  66. 
Joeó  de  ReíM0d(3  Co^ta  —  Vol.  1  pag.  38í  ;  voL  2  ptg.  143. 
José  Ribeiro  da  Silva  —  Vol,  40  pag.  XVllí, 
José  Ricardo  da  Costa  Aguiar  de  Andrade  ^  Voi.  1  pag.  144. 
J0(Bd  Rjcirdo  PireH  an  Almeida  (Dr.)  —  Vol.  48  pag.  362  ; 

vol.  52  pags.  476,  479  o  5^1  (2*  parte). 
Jos<^  Romaguora  Oorrêa  —Vol.  Cl  pags,  686,  603.  704  e  TííO 

(fi*  parte). 
José   Rosendo  Outierres  (Dr  )  —  Vol.  31  |»9g.  967;  vol.  3^ 

pafs.  274  e  dtil  ;  vuL  56  ]>rkg.  207  (2«  parte). 
Joié^.  8oto  —  VuL  00  paií.  343  {^  parte.)  V.    José  Cle- 

neoUtioSoto. 
ícMá  jii  Si  lijti.noourt  e  Chn^ara  —  Vol.  7  pag.  4)00. 
n  da  Gama  (Dr.)  —  Vol.  40  pag,  VI. 
íà  dl  Gama  Júnior  —  Vol.  28  pags.  «3»  298, 

M  iut\  jí*  parte). 
Jiiié  (Is  Santa  Kufhisia  Peroi  (Frei)  ^  Vol.  1  pag^  63. 


1 


INMCE  DOS  VOLUMES   1   A  67  413 

€k>OíIo3  — Joaé  de  Santo  Alberto   Cardoso  (Frei)  —  Vol.  4 

pag.  104. 
Jo0óde  S.  Bento  Damásio  (Frei)  ~  Vol.  40  pag.  XVin. 
JoBÓ  da  Silva  Carvalho  ~  Vol.  40  pag.  XX. 
José  da  Silva  Guimarães  (padro)  ~  Vol.  6  pag«  2C3. 
José  da  Silva  Mafira  —  Vol.   1  pag*  145. 
José  Silvestre  Rebello  —  Vol.  1  pag.  9. 
JoBÓ  Silvestre  Ribeiro  —  Vol.   143  pag.  443;  vol.  45  pag. 

480;  vol.  46  pag.  633* 
Josó  Tas  tu  —  Vol.  49  pag.  XXII. 
Jo6ô  Tavares  Bastos—  Vol.  56  pag.  207  (2»  parte). 
José  Tbomaz  dos  Santos  Almeioa  (Dr.)  —Vol.  40  pag.  XVll. 
José  Tiburcio  Carneiro  de  Campos  —  Vol.  1  pag.  62. 
José  Tito  Nabuoo  do  Araújo  (Dr.)  — Vol.    31  paga.  S55  o 

280  ;  vol.  32  pag.  302  (2»  parte). 
José  Upcallú  (D.)—  Vol    n  pag.  354. 
José  Vargas  (Dr.)  —  Vol.  7  |^g.  577. 
José  de  Vasconoellos  —  Vol.  37  pag.  447 ;  vol.  38  pags.  376, 

e  382  (£•  parte). 
José  Ventura  Boscoli  —  Vol.  9  pag.  271. 
José  Veríssimo  de  Mattos  —  vol.  50  pags.  289,  311,  352, 

e360;  vol.  61  pag.  744  (2»  parte). 
Joaé  Vicente  Barbosa  du  Bocage  (Dr.)  -—  Vol.  42  pag.  241 

(2»  parte). 
José  VicioriDO  Lastarria  — Vol.  34  pags.  339,  346 e  382 

(2*  parte). 
Josó  Vieira  Couto  de  Magalhães  —  Vol.  25  pag.^.  688,  698  ; 

vol.  57  pag.  328 ;  vol.  64  pags.  225,  279,  295,  W7  e  302 

(2*  parte) ;  vol.  67  pag.  457  (2-  parte). 
Josó  Vieira  Rodrigues  de  Carvalho  e  Silva  (Dr.)  —  Vol.  I 

pag.  355. 
Josino  do  Nascimeoto  Silva  (Dr.)  —  Vol.  1  pag.  62. 
Juan  Maria  Qutierrez  (D.)  —  Vol.   19  (supp.)  pag.   2o  ; 

vol.  20  pag.  18. 
Júlio  Baií^idos  Espinosa  (Dr.)  —  Vol.  52  pags.  516  e  517  ; 

vol.  54  pags.  220  e  237  (2*  parte). 
Júlio  Frank  —  Vol.  40  pag.  XX. 
Júlio  Frederico  K(J3Uer  —  Vol.  40  pag.  XX. 
Júlio  Maria  (padre)  ^  Vol.  60  pag.  354:  vol.  62  pag.  303, 

334,  338, 339  e  367  (2«  parte). 
Júlio  MeiU  —  Vol.  63  p^gs.  446,  449,  451  e  493  ;   vol.  54 

pags.  263,  275  e  298  ;  vol.  55  pig.  26S  (2*  parte). 
Jules  Parigot  (Dr.)  —  Vol.  1  pag.  372;  vol.  56  pag.  ?07 

(2*  parte). 
Jalio  Victor  Armand  Haln  —  Vol.  40  pag.  VIII. 
Júlio  WallestoiQ    -Vol.  40  pag.  XX. 
Justiniano  Joáô  da  Rocha  —  Vol.  1  pag.  157  ;  vol.  47  pag. 

545  (2- parte). 
Kidder—  Vol.  7  pag.  267. 
Ladislaudos  Santos  Titara  —  Vol.  2  pag.  405. 
Ladislaude  Souza  Mello  Netto  —  Vol.  34  pags.  310,  325, 

361  e  377  ;  vol.  46  pag.  622  (2=*  parte). 


-414  REMSTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

^ooioi^  —  Laíáyette  de  Toledo  —  Vol.  53  pâg.  455  ;  toI.  b5 

paga.  21*8,  302,  308  (2*  pane). 
LaUemant  (Dr.)  —  V.  Roberto  Avé  Lallemant. 
Larenaadière  ~  Vol.  40  paç.  IX. 
LandeliDo  de  Oliveira  Freire  (Dr.>  proposta  —  Vol.  60 

pag.   370(2^  parte). 
Lauriaoo  Figoeirola  (D.)  —  Vol.  66  pags.  Ii8,   167,    197 

e206(^  parte). 
Laaro  Sodre  (L»r.)  proposta— Vol.  59  pag.  313. 
Leo  TeremiQ  —  Vol.  40  pag.  IX. 
Leocadio  Ferreira  de  Goavéa  Pimentel   Bellexa  (Dr.)  — 

Vol.  1  pag.  63. 
Leonel  liariiniano  de  Alencar  —  V. Barão  de  Alencar. 
Leopoldo  Arnaud  (Dr.)  —  Vol.  54  pag.  208  (2^  parte). 
Levy  Maria  Jordão  Paiva  Manso  (Dr.) —V.  Visconie   de 

Paiva  Manso. 
Libanio  Augusto  da  Cunha  Mattos  ~  Vol.   19   pa/s.    37 

(sapp.),  41  e43. 
Liberato  de  Castro  Carreira  (Dr.)  —  Vol.   54   pag.  274  ; 

vol.  55  pags.  272, 281  e 284  ;  voL  63  pags.  446,  450.  451 

(2»  parte) ;    vol.  66  pag.  200  (2"  parte). 
Lino  António  Robello(Dr.)~  Vol*  1  pag.  158. 
Lino  do  Monte  Carmello  Luoa  (padre)  —  Vol.  22  pag.  640. 
Lourenço  da  Silva  Araújo  AmasoQas  —Vol.  15 pi^'.  588; 

vol.  20  pag.  19  (supp.) ;  vol.  22  pag.  640. 
Luciano  Cordeiro —  Vol.   39  pag.  372;  vol.  42  p^    241 

(2*  parte). 
Ludgero  da  Rocha  Ferreira  Lapa  (Dr.)  —  Vol.  C  pag.  253. 
Luiz  Agassiz  —  VoL  25  pag*  673  ;  vol.  27  pags.  3 >4  e  367 

(£•  parte). 
Luiz  Aleixo  Boulanger  —  Vol.  1  pag.  253. 
Luiz  Alves  Leit?  de  Oliveira  Bello  —  Vol.  40  pag.  XVIII. 
Luiz  Alves  de  Lima  —  V.  Duque  de  Caxias. 
Luiz  Alves  da  SUva  Porto  —  Vol.  60  paga.  370,  375,   376 ; 

vol.  62  pag.  323  (2*  parte). 
Luiz  António  Barbosa  de  Almeida  —  Vol.  8  pag.  216. 
Luiz  António  Barbosa  daSilva—  Vol.  40  pag.  iV. 
Luiz  António  de  Castro  —  Vol.  40  pag.  XVIII* 
Luiz  António  von  Hoonholtz  —  V.  Barâo  de  T»*fTé. 
Luiz  António  Patricio  da  SUva  Man<o— Vol.  40  pag.  XVIII. 
Luiz  António  da  Silva  e  Souza  —  Vol.  2  pag.  142. 
Luiz  António  de  Souza  •—  Vol.  1  pag.  20 1. 
Luiz  António  Vieira  da  Silva  — V.  Viiiconde  de  Vieira  da 

Silva. 
Luiz  Augusto  Ferreira  de  Almeida  —  V.  VLscondo  Ferreira 

de  Almeida. 
Luiz  Auirusto  May  ^  Vol.  40  pag.  XVIII . 
Luiz  Augusto  Rebello  da  Silva  — Vol.  28  pags.  304,319, 

3i6(2*parte). 
Luiz  Augusto  da  Silva  Cancdo  —  Vol.  54  pag.  172  (2«  parte). 
Luiz  Cruls  -^  Vol.  50  pag.  360;  vol.  51  pags.  241.  252,  265 

(2*  parte). 


índice  dos  volumes  1  a  67  415 

Socioíi)  —  Luiz  Fortunato  de  Brito  Abreu  e  Souza  Menezes 

—  Vol.  40  pag.  IV. 
Luiz  de  França  Almeida  e  Sá  —  VoL  35  pags.  560  e  575  ; 

voi.   39   pags.   427  e  435;  vol.   61  pag.  743  (2*  parte); 

vol.  66  pags.  2SS    e  347  (2*  parte). 
Luiz  Francisco  Bonjean  (Dr.)— Vol.  9  pag.  419;  vol.  56 

pag.  207(2»  parte). 
Luiz  Francisco  da  Veiga  (Dr.)  —Vol.  29  pag.  368  ;  vol.  30 

pag.  474   (2^  parte);  vol.  31   pags.  325  e  377;   vol.  45 

pag.  458(2^  parte). 
Luiz  Gomes  Ferreira  —Vol.  40  pag.  XVIII. 
Luiz  Gonçalves  dos  Santos  (padre)  —  Vol.  1  pag.  158. 
Luiz  Gonzaga  de  Camargo  Fleury— Vol.  1,  pag.  360, 
Luiz  Henrique  Feri^eira  de  Aguiar— Vol.  5,  pag.  505. 
Luiz  Henrique  Pereira  Campos— Vol.  49,  pag.  454 ;  vol.  65, 

pags.  489,  511  e519  (2''  parte);  vol.  66,  pags.  207,  245 

e345  (2*  parte). 
Luiz  Isidoro  Duperrey — Vol .    6,  pag.  506;  vol.   49,  pag. 

XXII. 
Luiz  Joaquim  de  Oliveira  e  Castro— Vol.  35,  pags,  560 e  564 

(2*^  parte). 
Dr.  Luiz  José  Lecoq  de  Oliveira— Vol.  53,  pags.  533  e  538 

(2*  parte). 
Luiz  Leger  Vautliier— Vol.  49,  pag.    XXII ;  vol.  8,  pags. 

404  e  547. 
Luiz  Maria  da  Silva  Pinto— Vol.  40.  pag.  XVIU. 
Luiz  Martins  do   Amaral— Vol.  60,   pags.  370,  375  e  376; 

vol.  62,  pag.  318  (2»  parte). 
Luiz  Moutinho  de  Lima  Alvares  e  Silva— Vol.  1,  pag.  368  ; 

vol.  40,  pag.  XVIII. 
D.  Luiz  de  Orleans  e  Bragança— Vol.  66,  pags.  264,  268  e 

287  (  2*  parte  ) ;  vol.  67,  pag.  452  (  2«  papte ). 
Dr.  Luiz  Paulo  BalthazarCoffe- Vol.  2,  pag.  148. 
Luiz  Pedreira  do  Couto  Ferraz— V.  Visconde  do  Bom  Retiro. 
Dr.  Luiz  Pientzenauer— Vol.  21,  pag.  471. 
Luiz  Reybaud  Ceroni— Vol.  22,  pag.  640;  vol.  20,  pag.  4 

(snpp.) 
Luiz  Ribeiro  Gomes— Vol.  54,  pags.  294, 295  e  300  (2»  parte). 
Luiz  Riedel— Vol.  40,  pag.  XX. 
Lulgl  Rizzi— Vol.  40,  pag.  X. 

Luiz  Rochet— Vol.  35,  pags.  568,  585  e  594  (2^  parte). 
Luiz  Rodolpho  Cavalcanti  de  Albuquerque— Vol.  54,  pag. 

243  ;  vol.  55,  pags.  302,  303,  325,  354  e  360  ( 2«  parte  ) : 

vol.  57,  pag.  328  (2»  parte) ;  vol.  66,  pag.  145  (2*  parte). 
Luiz  Rodrigues  de  Oliveira— Vol.  51,  pags.  232,237,  252  e 

266 ;  vol.  55,  pags.  323,  360,  304  e  365  (2*^  parte). 
Frei  Luiz  de  Santa  Theodora— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
D.  Luiz  Sementini— Vol.  40,  pag.  X. 
Dr.  Lund  (Pedro  G.)— Vol.  1,  pag.  249. 
Luther  Bradih— Vol.  25,  pag.  673. 
M.  Eugene  de  Monglave— Vol.  1,  pag.  158. 
Dr.  M.  Martius-Vol.  l,pag.  158. 


416  REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

Sócios  —  M.  Paulo  Gaffarel— Vol.    41,  pags.    399  e   119 

(á»  parte). 
Mago-Vol.  6.  pag.  Ifô. 

Dr.  Manoel  de  Albuquerque  Lima— Vol.  C3,  pag.  439. 
Manoel  Álvaro  do  Souza  Sá  Vianna^Vol.  (K),  pag.   307; 

voi.  62.  paga.  342  e  347  ;  vol.  63,  pag.  459  (2'*^  parte). 
Manoel  Alves  Branco— V.  Visconde  de  Oaravellas. 
Manoel    Amunàtegoi— Vol.   65,  pags.  518,520,  526  e  531 

(2»  pHrte). 
Manoel  António  Duarte  de  Azevedo— Vol.  62,  pags.  341,  346, 

351  e  300  (2»partp). 
Manoel  António  Oalvão— Vol.  1,  pag.  264. 
Manoel  António  Vital  do  Oliveira— Vol.  25,  pags.  608  e  674. 
Manoel  de  Aravjo  Porto  Alcgre^V.  BarSo  e  Visconde  de 

Santo  Angelo. 
D.  Manoel  da  Assis  Mascarenhas— Vol .  l,  p<ig.  148, 
Dr.  Manuel  B.  Ottero— Vol.   64,  pa^rs.  189,   191,201  e  275 

(2»  parte). 
Manoel  Baena— Vol.  38,  pags.  373.  377, 382  e  385  (2*  parte). 
Manoel  Caetano  de  Faria  e  Albuquerque— Vol.  7,  pag.  270. 
Manoel  do  CeixjueiM  Lima— Voi.  4<',  pag.  XVIII. 
Fr.  Manuel  da  CuneoiçiLo  Neves— Vol.  50,  pag.  I. 
Manoel  da  Costa  Honorato— Vol.  34,  pags.  346  e  380  ;  vol. 

52.  iKig.  405  (2*  parto}. 
Manoel  da  Cunlia  Azeredo  Coutinho  Souza  Chichorro— Vol. 

1,  pag.  63. 
Dr.  Manoel  Duarte  Moreira  de  Azevedo— Vol.  25,  pags.  08s 

e 698;  vol.  50,  pag.  308;  vol.  66,  pag.  142  e  341  (2'' parte). 
Manoel  l£stev&o  Benet^Vol  40,  pag.  VIU. 
D.  Manoel  Estrada  Cabrera— Vol.  67,  pags.  401,  428,  432, 

446  e  448  (2^  parto). 
Manoel  Felizardo  de  Souza  e  Mello— Vol.  1,  pag.  253. 
Dr.  Manoel  Ferreira  Garcia  Redondo— Vol.  65,  pags.  426, 

432,  540  e  442  (8»  parte). 
Manoel  Ferreira  Lagoe— Vol.  1,  pags.  247  e  258. 
Manoel  Francisco  de  Barros  Souza— V.  Visconde  de  San- 
tarém. 
Manoel  Francisco  Oori'éa—  (Cou<>.)  Vol.  48,  pags.  385  e  391 ; 

vol.  49,  pags.  461,  461 ;  vol.  53,  pags.  522  o  534  ;  vol.  61, 

pags.  580  e  592  (2''   parte). 
Dr.  Manoel  Herrera  y  Esplnoza- Vol.  64,  pags.  102,  201  e 

205  i2*  parte). 
Manoel  Igoacio  de  Andrade  Souto  Maior  Pinto  Coelho— V. 

Marquez  de  Itanhaem. 
Manoel  Igoaclo  de  Carvalho   Mendonça— Vol.   40,    pag. 

XVIII. 
Manoel  Igorido  da  Canha  Menezes— V.   Visconde  do   Rio 

Vermelho. 
MaooelJiiointho  Nogueira  da  Qama— V.    Marquoz  do  Bíie- 

pondy. 
Manoel  Jeronymo  Emiliano  de  Andrade,  padre— Vol.   15. 

pag.  577. 


ÍNDICE   DOS  VOLUMES    1   A   67  417 

Sócios  —  Dp.  Manoel  Jôsuino  Ferreira  —  Vol.  39,  pags.  361, 

394,431  e  437  (2*^  parte). 
Manoel  de  Jesus  Valdetaro~V.  Visconde  de  ValdeUro. 
Manoel  Joaquim  do  Amaral  Qurgol,  padre— Vol.   2,  pag. 

261 ;  vol.  34,  pag.  351  (2»  larte). 
D.  Manoel   Joaquim  Gonçalves  de  Andrade,  Bispo  de  São 

Paulo  —  Vol.  2,  pags.  143  e  277 ;   vol.    15,  pags.  587 

o  589. 
Manoel  Joaquim   de  Sá  Mattos— Repertório   da  Revista, 

pag.  293. 
Manoel  Joaquim  da  Silveira— V.  Conde  de  S.  Salvador. 
Manoel  José  de  Albuquerque— Vol.  2,  pag.  142. 
Manoel  José  da  Fonseca— Vol.  54,  pags.  225  e  236  (2""  parte). 
Manoel  Josô  Maria  da  Costa  e  Sá— Vol.  2,  pag.  395. 
Manoel  José  Pires  da  Silva  Pontes— Vol.  1,  pag.  147. 
Manoel  José  de  Souza  França— Vol.  3,  pag.  141. 
Dr.  Manoel  Ladlslau  Aranha  Dantas— Vol.  10,  pag.  405. 
Manoel  Luiz  Osório— V.  Marquez  do  Herval. 
D.  Manoel  Maria  do  Amaral— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
Manoel  Martins  Ramos— Vol.  2,  pag.  143. 
Manoel  Mattos  Gonçalves— Vol.  54,  pags.  294,  295  e  300  (2* 

parte). 
Manoel  Maurício  Rebouças— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
Dr.  Manoel  de  Mello  Cardoso  Barata— Vol .  67,  pags.  405, 

514,  415.  420  e  438  (2«  parte). 
Dr.  Manoel  do  Mello  Franco— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
Dr.  Manoel  Mendes  da  Cunha  Azevedo— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
D.Manoel  do  Monte  Rodrigues  de  Araújo— V.    Conde  de 

Irajâ. 
Manoel  Moreira  Lirlo  da  Silva   Carneiro— Vol.   40,  pag. 

XVIII, 
Manoel  do  Nascimento  Castro  e  Silva^Vol.  1,  pag.  355. 
Manoel  Oiorico  Meados— Vol.  1,  pag.  vn. 
Dr.  Manoel  de  Oliveira  Lima— Vol,   57,  pa^?.  388  ;  vol.  58, 

pags.  321,  :í59  e  365  (2»  parte). 
Manoel  Pereira  Pinto  Bravo— Vol.  45,  pag.  467;  vol.  46, 

pags.  604,  619  e  623;  vol.  48.  pag.  36S  (2*  parte). 
Manoel  Pereira  da  Sil/a  Ubatuba— Vol.  40,  pag.  XVIK. 
Manoel  Piuheiro  Chagas— Vol.  43,  pag.  356  (2*  parte). 
D.  Manoel  do  Portugal  e  Castro— Vol.  4,  pags.  213  e383. 
Mano3l  Roilrigues  da  Costa— Vol.  2,  pags.  143  e 393. 
Manoel  Rodrigues  Gameiro  Pessoa— V.    Visconde  de  Ita- 

baiana. 
Manoel  Roland  y  Paz  Soldan— Vol.  34,  pag.  323,  346  o  381 

(2*  parte). 
Manoel   de   Sallas  Corvollan- Vol.  1,    pag.   350;  vol,  2, 

pag.  265;  vol.  56,  pag.  207  (2»  parte). 
D.   Manoel  de  Sarratia— Vol,    2,  pag,  531  ;  vol.  3,  pag. 

349  ;  vol.  56,  pag.  207  (2«  parte). 
Dr.  Manoel  da  Silva  Mafra— Vol.  (34,  pags.  1G2,  212,  2.''>6e 

^j8  (2*  parte). 
Manoel  Soares  da  Silva  Bezerra— Vol.  40,  pag.  IV. 

831  —  27  Tomo  lxviii.  p.  i. 


418  REVISTA   r»0  INSTITUTO  HISTÓRICO 

.Sooios  —  Dr.  Manoel  Thomaz  Aires  Nogueiía  —  Vol.  37, 

pag.  399  (8*  parte). 
Manoel   Vicente     Lisboa  —  Vol.    51,    pag8.     172    e    179 

(2»  parte). 
Manoel  Vieira  Tosu—V.  Barão  e  Marquez  de  Muritiba. 
D.  Manoel  ViUamil  Blaoco— Vol.  52,  pag.  536  (2*  parto). 
Fr.  Marcellioo  do  Coração  de  Jesus— Vol.  40,  pag.  XVIII. 
Marcellino  José  Ribeiro  .Silva  Bueno,  Cónego— Vol.  1,  pag. 

157. 
Marcos  António  de  Araújo— Vol.  1,  pag.  248. 
Mareos  António  Bricio— V.  Barão  de  Jaguarary. 
D.  Marcos  António  de  Souza,  Bispo  do  Maranhão^ Vol.  l, 

pag.  150. 
Maria  Nicolao  Bouillet^  Vol.  5,  pag.  3C9. 
D.  Marianno  A.  Pelliza— Vol.  61,  paga.  572,  576,  580  e  487 

(2»  parte) 
D.  Mariano  £daardo  do  Ri  vera— Vol.  40,  pag.  IX. 
Ma  ri  mo  José  Pereira  da  Fonseca— V.  Marquez  do  2kfaricá. 
Mariano  RampoUa  dei  Tindaro,  Cardeal^ Vol.^,  pags.  14:^, 

148,  156  e:^06r^' parte). 
Dr.  Mariano  Semmola— Vol.  52,  pags.  476  e 521  (2*  parte). 
Mariun  de  Pracô  —  Vol.  XL,  pag.  IX. 
Marquez  de  Abrantvis  (Miguel  Caimon  du  Pin  e  Almeida) 

-Vol.  l,pag.  147. 
Marquez  de  Haepcndy  (Manoel  Jacintho  Nogueira  da  Gama) 

Vol.  1.  pags.  02,66,  158  383. 
Marquez  do  Caiias  —V.  Duque. 
Marquez  do  H(3rval  (Manoel  Luiz  Osório)  —  Vol.  42,  pags. 

262,  ;:75,  343  (2^  parte). 
Marquez  de  Itanhaen  (Manoel    Ignaclo  do  Andrade  Souto 

Maior  Pinto  Coelho)  ~  Vol.  l,  pag.  :\5ô. 
Marquez  de  Lages  (João  Meira  de   Carvalho)  ~  Vol.  40, 

pag.  XVIII. 
Marquez  de  Maricá  (Mariano  José  Pereira  da  Fonseca;  — 

Vol-  1,  pag.  5s. 
Marquez  de   Monte  Alegre   (Joaá    da   Costa  Carvalho)  — 

Vol.  1,  pag.  145. 
Marquez  de  Mulh  icen  (General  Carlos  de  Ibánez)  —  Vol.  51, 

pags.  470  521  (2*  parte). 
Marquez   de    Muritiba  (Manoel   Vieira  Tosta)  —  Vol.    47 

pag.  545  (i^»  parte). 
Marquez   de   Olinda   (Pedro  de  Araújo  Lima)  —  Vol.  1, 

pag.  158. 
Marquez  do  Paraná  (Honório  Hermeto  Carneiro  Leão)  — 

Vol.  40.  pag.  XIX. 
Marquez   de   Paranaguá   (Francisco    \  illela    Barbosa)  » 

Vol.  I,  pag.  58. 
Marquez  de  Paranaguá  (João  Lustoaa  da  Cuoba  Paranaguá) 

—  Vol.   51,  pags.  221,  227,  852,  266  (2*  parte)  :   vol.  62, 

pags.  283,  295,  303  (2»  parte). 
Marquez  de  Pennafiel   (António  Josó  da  Serra  «iomesi  — 

Vol.  7,  pag.  A-^ò. 


ÍNDICE   DOS  VOLUMES   1   A  67  419 

íSoolos  — Marqoez  de  Pietracastella  (D.  Ginseppe  Oérra  Gri- 

maldi)  -  Vol.  40,  pag.  X. 
Marquez  de  Sã  da  Baudeira  —  Vol.  40,  pag.  XX. 
Marquez  de  Santa  Cruz  (D.  Romualdo  António  de  Seixas, 

Arcebispo  da  Bahia)  — Vol.  I,  pag.    147  ;  vol.  3,  pags. 

238,491;  vol.  40,  pag.  XIX. 
Marquez  de  S.  João  da  Palma  (D.  Fi*ancísoo  de^Astis  Mas- 
carenhas) —  Vol.  1,  pag.  58. 
Marquez  de  S.    Vicente  (José  António  Pimenta  Boeno)  — 

Vol.  l,.pag.  247  ;   vol.  41,  pag.  533  ;  vol.  54,  pag.  144 

(2*  parte). 
Marquez  de  Sapueahy  (Cândido  José  de  Ataujo  Vianna)  — 

Vol.  14.  paw.  446, 443;   vol.  1,  pag.  9. 
Marquez  de  Thoniar  (António  Bernardo  da  Gosta  Cabral)— 

Vol.  40,  pag.  X. 
Marquez  de  Valença  (BsteTfto  Ribeiro  de  Rezende) — Vol.  2, 

paga.  142,  397  ;  vol.  3,  pag.  227. 
Marquuz  de  Villareua  (D.  Vioenzo  MartlUaro)  —  Vol.  40, 

pag.  XI. 
D.  Martim  Fernandes  de  Navarrcte  —  Vol.  2,  pag.  397. 
Martim  Francisco  Ribeiro  de  Andrada  —Vol.  40,  pag.  XIX. 
Dr.  Martim  Francisco  Ribeiro  de  Andrada  Pilho  —Vol.  65, 

pags.  429,  490,  511, 519  (á-  parte). 
Dr.   Martim  Garcia  Merou  —Vol.  58,  paga.  301,308,  313, 

333(2"  parte). 
Dr.  Martm  de  Moussy  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
D.  Martin  de  Rivadavia  —  Vol.  52,  pag.  536. 
Martins  (Carlos  Frederico  Felippe  de)  —  Vol.  40,  pag.  XX; 

vol.  2,  pag.  401. 
Dr.  Matheuá  José  Boaventura  de  Orflla—  Vol.  2,  pag.  149; 

vol.  49,  pag.  XXIll. 
Matheus  Luiz  (Conde  de  Mole)—  Vol.  1,  pttg.  365. 
Matheus  Orsini  (Padre)—  Repertório  da  Revista,  pag.  303. 
Maurício  Riigendas  —  Vol.  40,  pag.  XI. 
Max    Pleiuss  —  Vol.    6;í,  pags.    44i,  448,   462,   472,    479 

(2*  parte). 
Maximiano  António  de  Lemos  — Vol.  50,  pag.  III. 
Maximiano  António  da  Silva  Leite  —Vol.  1,  pag.  144. 
Maximiano  Augusto  Pinto  —  Vol.  l,  pag.  355. 
Dr.  Maximiano  Marques  de  Carralho  —  Vol.  7«  pag.  415  ; 

vol.  51,  pstg.  24£. 
Maximiliano  Wied  de  Newied  (Príncipe)—  Vol.  1,  pag.  232. 
Máximo  Raybaud—  Vol.  40,  pag.  IX. 
Dr.  M.dsser  —  Vol.  40,  pag.  3V4. 
Mezoffanli  (Cardeal)  —  Vol.  2,  pag.  149. 
D.  Miguel  António  de  La  Lama  —  VoL  55,  pags.  309,  317 

(2*  parte). 
Dr.  Miguel  António  da  Silva  Júnior  —  Vol.  29,  pags.  339, 

363,  ao  (2»  parte). 
Miguel   Arohaiijo   Galvão  —  Vol.   60,  pag.  405;  vol.  61, 

pag.    582,   593,    645,    (2*   parte) ;    vol.  66,   pag.    180 

(2*  parte). 


420  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

tSocios— Migael  Calmon  da   Pia    e   Almeila  ~  V.  Mar- 
ques de  Abrantes. 
Dr.  Miguel  Ferreira Penna—Vol.  43.  pags.  422. 489. 2* parte). 
Dr,  Miguel  Ferreira  Tavares  —  Vol.  l,  pag.  859. 
Miguel  de  Frias  e  Vasconcellos  —  Vul.  9,  pa^.  2:70. 
Dr.    Miguel    Joaquim    Ayres   do    Nascimento  ~  Vol.    7, 

pag.  200. 
Dr.  Miguel  Joaquim  Ribeiro  de  Carvalho— Vol.  62,  pags.  3:56, 

362,  387,  40^  (2*  parte). 
Dr.  D.  Miguel  Juarez  Celraan  —  Vol.    52,   pags.  460,  461 

(2*  parte). 
Miguel   Luiz  Amunátegui  —  Vol.  34,  pags.  339,   346,  382 

(2*  parte). 
Miguel  Luiz  Félix  Ney  —  V.  Duque  d'Etchingon. 
Miguel  Maria  Lisboa  —  V.  Barão  de  Japurá. 
Miguel  do   Sacramento   Lopes   Qama   (Padre)  ~  Vol.    1, 

pag.  146. 
Miguel  de  Souza  Mello  e  Alvim  —  Vol.  1,  pag.  148. 
D-  Miguel  Tenore  —  Vol.  50,  pag.  36t^. 
Misael   Ferreira    Penna^Vol.    4'^,    pags.  261  ;    vol.   43, 

pags.  422,  489  (2«  parte). 
Narciso  da  Silva  Nepomuceno  (Padre)  —  Vol.  1,  pag.  25<>. 
Dr.    Nelson    de    S^nua  —  Vol.    1)3,   pag.    508;  vol,  64; 

pags.  214,  250,258  (2»  parle). 
Nicolao  António  Nogueira  da  Gama  —  V.  Visconde  do  No- 
gueira da  Gama. 
Nicolao  Carliálo—  Repertório  da  Revista,  pag.  303. 
Dr.  Nicolao  Joaquim  Moreira  —  Vol.  35,  pag.  546  ;  vol,  37, 

pags.  3íí2,  316,  408.  415  (2*  parte). 
Nicolao  Pereira  de  Campos  Vergueiro-  Vol.  l,  pag.  63. 
Dr.  Nicolao  Rodrigues  dos  Santos  França  e  Leite  —  Vol.  40, 

pag.  XIX. 
Nicolao  de  Santo  Angelo  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
Nicolao  da  Silva  Lisboa—  Vol.  l,pag.  157. 
Dr.  D.  Norberto   Quimo    da  Costa  —  Vol.   52,  pag.  463 

(Ji*  parte). 
Dr.  Octacilio  Aristides  Camará— Vol.  54.  pag.  í:94  (2'  parto). 
Octaviano  de  Toledo  —  Vol.  53,  paj?.   4.5r>  (2«  parte). 
Ociavio  Lepelletier  d'Aulway  (Conde)— Vol.  ly.  pag.  XXÍIÍ. 
Olegário  Herculano  de  Aquino  eC^asiro— Vol.  :i4,  pags.  310, 

325,  37í;;  vol.  51,  p«g.  2:íV;  v(.1.  (M  .  pjig.Q.  5'  6, 5í»;í  {^-^  parte). 
Olive  Haldane  Siokes  ^  Vol.  :^l,  ^ag.  475. 
Dr.   Olym[)io   Eusébio    do   Arroxllas  Galvão  —   Vol.   35, 

pags.  540,  564  ;  vol.  40,  pag.  :>3«j  ;  vol.  4i,  pags.  4ol  e  40^ 

(2»  parte). 
Dr.  Orvillo  Adalbert  Derby  — VoL  63,  pags.  491,  417,   50") 

(i*  prte). 
Oscar  Leal  —  Vol.  58,  pag.  326  <2*  i^arte). 
Ouvaroff  (Cunselheiro)  —  Vol.  4o,  pa;;.  VUL 
Ovidio  Fernandes  Trigo   de  Loureiro—  Vol.  52,  pag.  441  ; 

vol.  54,  pag.  251  ;    vol.  55,   píig.    5i7l,  281  (i*  par;e)  ; 

vol.  07,  pag.  iòO  (2«  parto). 


índice  dos  volumes  1  A  67  421 

Socf os  —  P.  Cicarelli  —  Vol.  40,  pag^.  XI,  e  Repertório  da 

Kevista,  pag.  303. 
.  Dp.  P.  Namur—  V.  João  Pie  Namar—  Vol.  40,  pag.  X. 
Pascoal  Paccini  —  Repertório  da  Revista  —  pag.  303. 
D.  Pascuali  Siasnilao  Muncini  —  Vol.  40,  pag.  X. 
Patricio  António  de  Sepúlveda  Ewerard  —  Vol.  1,  pag.  63; 

vol.  47,  pag.  545  (2»  parte). 
Paulino  Joáô  Soares  de  Souza  —  V.  Visconde  de  Uraguay. 
Dr.  Paulino  Josó  Soares  de  Souza  Júnior  —  Vol.  61,  pags. 

581,  594,  633,  641  (2*  parte). 
Dr.    Paulino    Nogueira    Borges   da   Fonseca  —  Vol.    50, 

pags.  289, 304,  340,  349  (2»  parte). 
Paulo  Ananias  di  Lucea  —Vol.  40,  pag.  X, 
Paulo  Barbosa  da  Silva  —  Vol.  40,  pag.  XIX. 
Fr.  Paulo  da  Conceiçào  Moura  —  Vol.  40,  pag.  XIX. 
Dr.  Paulo  Ehrenreich  (proposta)— Vol.  62,  pag,  298. 
Paulo  Gaflfarel  —  Vol.  42,  paga.  339,  449  (2»  parte). 
Paulo  Luiz  Balthazar  Caflfe  —  Vol.  49,  pag.  XXIII. 
Pedro  Affonso  ao  Carvalho  —  Vol.  40,  pag.  XIX. 
Pedro  de  Alcântara  Bellegarde  —  Vol.  1,  pag.  9. 
Pedro  de  Alcântara  Cerqueira  Leite  —  V.  BarXo  de  S.  Joio 

Nepomuceno. 
D.  Pedro  de  Alcântara  de  Orleans  e  Bragança—  Vol.  63, 

pags.  424,  446,  450;  vol.  64,  pag.  159  (2*  parte). 
Pedro  de  Angelis  —  Vol.  1,  pag.  256. 
Pedro  de  Araújo  lima  —  V.  Marquez  de  Olinda. 
Dr.  Pedro  Augusto  de  Carneiro  Lessa  —  Vol.  64,  pags.  188, 

224,  254,  258  (2^  parte). 
D.    Pedro   Augusto   de  Saxe  Coburgo  Gotha  —  Vol.  52, 

pags.  440,  441  (2*  parte). 
Pedro  Carvalho  de  Moraes  —  Vol.  4,  pag.  382. 
Pedro  Clausen  —  Vol.  l,  pag.  204. 
Dr.  D.  Pedro  Galvez  —  Vol.  22,  pag.  647. 
Dr.  Pedro  Guilherme  Lund  — Vol.  1,  pag.  249. 
Pedro  José  Mesnard  —  Vol.  40,  pag.  IX. 
Pedro  Maria  Xavier  de  Castro  —  Vol.  40,  pag.  III. 
Pedro  Muller  —  Vol.  1,  pag.  158. 
Pedro  Paulino  da  Fonseca  —  Vol.  46,  pags.  580,  603»  619, 

628  (2»  parte). 
Pedro  Rodrigues  Fernandes  Chaves  —  V.    Barfto  de  Qua- 

rahim. 
Pedro  da  Silva  Rego—  Vol.  1,  pag.  368. 
Pedro   Torquato   Xavier  de  Brito  —  Vol.   28,  pag.    303  ; 

vol.  30,  pags.  470,  487  (2»  parte). 
Pedro  Victor  Larrôe  —  Vol.  40,  pag.  VIII. 
Pedro  Wenoeslau  de  Brito  Aranha  —  Vol.  42,  pag.   Í52  ; 

vol.  48,  pags.  330,  351  (2»  parte). 
Philoteio  Pereira  de  Andrade  —  Vol.  62,  pag.  321;  vol.  63, 

pags.  455,  461,  472  (2*  parte). 
Príncipe  de  Cariati  —  Vol.  I,  pag.  249. 
Príncipe  Comitini—  Vol.  40,  pag.  IX. 
PriDcipe  Eugénio  de  Sabóia  Carignan  —  Vol.  1,  pag.  374. 


422  REVUrTA  LO  INSTITVTO  HLSTORIOj 

^k^sioA  —  Príncipe  Muimuiu:)  W.-ad  de  !(ev:«d  ^  V^l.  :, 

Pnneipa  da    Ia    Moãkovi.    '39;  N:ipoleio  Xey  —  V:!. 

piff.  %5. 
Prioeipa   Roland    axapute  —  Voi.    Si,   pa^.    V>>,  I#S 

Í2S*  partei. 
PriDcipe    D.    Seb&stã.)    de    3n.f«ii^  Boorbcn  —  V:-!.  4i^. 

pw.  XXIIL 
Priaeípe   de  S:illa,  DnqTie  de  SaAta  CinniiM— Vci.  I, 

pag.  240;  Tol.  3,  paz.  ^«7. 
Pradene.o  Oin«ldes  Tà>araê  da  Veiga  Ca'>ral,  —  Vol.  23. 

pagi.  *y35,  ^43. 
QuioiilíaiK»  ioeé  da  SilTa  —  Vol.  40,  pag.  III. 
Raoul  Rúcbete  ~VoL  5.  pa^.e45. 
Raphael  MariaOalaDti—iPAÍirefVoL  57,  pags.  ^ò,  ^».  3C'i. 

$Si;  Tol.  »>'j,  pig.  3IÕ  (2S*  pane). 
Rapháel  TM-ím  de  Agoiar  —  Yol.  3,  pa^z.  4'Jl . 
Rapbiel  Zarieoga—  Vol.  40,  pag.  X. 
fU/mnoio  Cynaco  AUes  da  Cuolia  —  Vol.  58,  p^^gi.  3«So, 

57;í,  381.  38;ii2»  parte;. 
Rajrffiuiido  ioié  Aogier—  Vul.  40  pag.  IV. 
Rajrmuodo  Jo^é  da  C  inha  Mattos  —  Vol.  1  p:ig.  8. 
Rajmoiido  Pinto  Seidl  —  Vol.  06  pag.  ;»{  ipropasii). 
Dr.   KajmuiiiO  de  Sá  Valle  ^  Vol.  42  pag.  dJl ;  toI.  ^ ; 

pa^.  440  r;^  paiteN 
ruymu  d«#  S  iTaríno  de  Mai^iOS  ^conogo)  ~  Vol.  3  pag.  347. 
Dr.  Rteanlo  te Oambletoa   Dauna  —  Vol.  9  pag.  õO^ ;  vol. 

50  ija/.  207  i2»  parte) 
Dr.  Ricardo  José  Oj.ncs  Jardim  —  Vol.  40  pa?.  IH. 
D.  Ricard  i  lOjS^el  -  Vol.  55  pag.  3il9,  317  (;S*  ptf  te\. 
Dr.   líoborto  ATé   Lalleniant  —  Vol. '.;  pag.    95 j;  vol.  15 

pag.  579;  vol.  47  pa^.  545  (;;'  parla). 
Roberto  C.  Wiathror*  Vol.  ã  pag.  073. 
Robarlo  Uraobam  —  Vol.  40  pig.  II. 
Roberto  Hermana  Sohomburgb  --  Vol.  40  pag.  1) . 
Robart  .Soutbey  ^  Vol.  2  pig.   151. 
Rodoluho  yiAvrm  Theophllo  —  Vol.  52  pig.  4ii3,  477  ;  vol. 

63  paga.  454.  4^J  (^*  paria). 
Rodrigo  da  Fonseca    Ma<albáes  —  Vol.  2  pag.  397  ;  vo!.  3 

pag*  3>i. 
Dr.  Rilrigo  .ioié  Fernandes   Brotas  —  Vol.  21  pag.   48*^  ; 

vol.  2^pag.  040. 
Dr.  Rairtgo  Octávio  de  Laagaard Meneses  —  Vol.  63  pags. 

474,  4H5.  bOò,  609,  516  (^»  parte). 
Dr.  Roíirigo  de  S.  José  —  Vol.  40  pag.  19. 
Rodrigo  Soires  Cidde  Bívar  —  Vol.  4  pag.  213. 
Rodrlgii  do  Soaza  da  Silva  Pontas  —  Vol.  1  pag.  150. 
D.   Rofflualdo  António  de  Seixas  «  V.  Blarquez  de  Santa 

Crus. 
Roque  cichucb  —  Vol.  1  paga.  145,  382. 
;>r.  RosenJo  Munlz  Barreto  —  Vol.  36  paga.  563.  560 ;  vol. 

H9  pttg.  3'^,  vol.  55  pag.  311;  vol.  57  pag.  318  (2*  parte). 


índice  dos  volumes  1  A  67  423 

19ool09  —  Dr.  Ruy  Barbosa  —  Vol.  05  paga.  423,  431,  4^, 
441  (d^part^. 
Dr.  Sabino  Barroso  Júnior^  Vol.  65  pags.   420, 4t9,  433 


(2*  parte), 
aoii 


Sabino  Bertholet  —  Vol.  2  pag.   518 ;  yol.  56  pag.  207  (2« 

parte). 
Saint  Jorge,  Cavalleiro  de  •—  Vol.  40  pag.  XX. 
Salvador  Henriqae  de  Albuqaerqoe  —  Vol.  15  iiag.  576. 
Salvador  Pires  de  Carvalbo  e  Albaqaerque  —  vol:  66pags. 

440,   442,   445,   449,  461  (2"  parte);  vol.  06  pag.    268  (2« 

parte). 
Samuel  Dutor—  Vol.  40  paç.  IL 
Samuel  Jorge  Morton  —  vol.  40  pag.  11. 
Santiago  Niraes  Ribeiro  de  Aguiar  —  Vol.  10  pag.  120. 
Saturnino    de   Souza  e    Oliveira    Ck)atinho  —  Vol.    40 


pag.  19. 
olp 


Solpião  Domingos  Pubrini  —  Vol.  2paff.  265. 

D.  Sebastifto   de  Bragança  Bourbon  (Príncipe)  —  Vol.  49 

pag.  23. 
Sebaatiâo  Ferreira  Soares  —  Vol.  17  pags.  8 '  e  85. 
Dr.  Sebasti&o   Paraná  do  Sá  Sotto  Maior  ~  Vol.  63  pag. 

508  ;  vol.  64  pags.  208,  255,  258  (2«  parto). 
Sebastiiodo  Rego  Barros  —  Vol.  40  pag.  XIX. 
Dr.   Sebastião  de  Vaseoncellos  Qalvao  —  Vol.  62  pag.  336; 

vol.  63  pags.  425,  506  (2»  parte). 
Dr.  Semmola  —  V.  Mariano. 
Sérgio  de  Lomonosoff  —  Vol.  3  paM.  490,  504. 
Sérgio  Someoovitch  OavarolT  (CJonde  de)  —  Vol.  1  pag.  374; 

vol.  49  pag.  23. 
Sérgio  Texeira  de  Maoedo  —  Vol.  1  pag.  256. 
Silio  Bocanera  Júnior  —  Vol.  67  pag.  463  (2»  parte),  (pro- 
posta). 
Silvério  Cândido  de  Paria  —  Vol.  7  pag.  265. 
Silvestre   Pinheiro  Ferreira  —  Vol   l    pag.    141 ;    vol.    2 

paff.  274. 
Dr.  Susviela  Guareh  —  Vol   64  pags.  169,  191, 201,  226  (2« 

parti. 
Syivino   Ourgel  do  Amaral  —  Vol.  66  pag.  172  (2»  parte). 
Dr.  Sylvio  Romero  —  Vol.  64  pags.  202,  213,  254,  IfôS,  293 

(2«  parte). 
Tanoredo  Amaral  —  Vol.  60  pags.  807, 312,  390,  (2*  parte). 
Theodoro  Maria  Taunay,  Bispo  eleito  do  Rio  de  Janeiro  — 

Vol.  1  pag.  374. 
Dr.  Theodoro  Miguel  Vilardebo  —  Vol.  7  pag.  415. 
Theodori  Mantlceili  —  Vol.  1   pag.  247;  vol.  3  pag.  487  ; 

vol.  40  pag.  XX. 
Dr.  Ttieodoro  Sampaio--  Vol.  65  pags.  414,  449,  510,  519 

(2*  parte). 
Theophilo  Benedicto  Ottoni  —  Vol.  1  pag.  300. 
Thomaa  António  Ribeiro  Ferreira  —  V.  Thomaz  Ribeiro. 
D.  Thomai  O.  deMesquera—  Vol.  8  pag.  404* 
Thomaz  Ewbank  —  Vol.  40,  pag.  10. 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Socios*— in\  TUomaz  Garcez  Paranhos  Moatenegro—Vol ,  40» 
pigs.  419,  453.  513  e  534  ;  Vol.  4i2,  42õ  o  430  {2-  parte)  ; 
vol.  41,  pag.  381  {2^  parte)  ;  ToL  67.    pa^.  4Z(). 
hr.  Tliomaz  Gomos  dos  Santos  —  Vol.  l,  pag.  58. 
D.  Tliomaz   Guida  — Vol,  3,  pag,  506  ;   vol.  4,  pag.  218. 
Tliomaz  Guimarães  —  VoL  4,  pag.  218. 
Dr*  Tliomaz  ^osé  Pinto  de  Cerqueira—  Vol,  1,  pags*  3íif} 

e367. 
Thomai  Jo3Ô  Soarei  de  Avellar  —  Vul,  4,  pag.  2\ú. 
Tíiomaz  Lino  do  Assumpção  —  Vai.  64,  pags.  «99,  305,  313 

0  315. 
Thomaz  Pompeu  de  Souza  lirazil,  padre  —Vol.  40»  pag. 

614  (2»  pano). 
Thomaz    Ribeiro   frliomaz   Antoaio    Ribeiro  Ferreira)  — 

Vol.  5S,  pags,  302,  :U1,  317  o  333  (2^  parto)» 
Tliomaz  Xavier  Gai*cia  de  Almeida—  Vol.  I,  pag,  144. 
Thomô  Maria  da  Fonseca  —  Vol*  1 ,  pag.  9- 
Tiburciú  António  Craveira  —  VoL  5,  pag,  376. 
Br.  Tito  Franco  de  Almeida  —  VoL  *<í»  paga.  15,  18  e  109 

(supp.). 
Tobias  Lauriano  Figueira  de  Mello  —  Vol.  53,  pags*  532, 

533  e  542  (á'*  parte). 
Torquato  Xavier  Monteiro  Tapajtys  —  Vol.  51,  pag.  281  ; 

vol.  52.  pag3.  485  e  432  (2*  parte). 
Trisião  de  Alencar  Araripa  Cons*»— VoL  3^.  pag,  270;  vol.  33. 
pag».  393  e  40G  ;  vol.  51,  pag.  242  ;  vol.  61,  pags,  580 
e  502  (:á'  p^rto), 
Tristão  do  Alencar  Araripe  Júnior  — VoL  5t>,  paga.  156, 

líA  175  e  ISO  (5*  parte). 
Triãtão  AntooLo  do  Alvarenga  —  Vol.  40.  pag.    19, 
D.  Ulrlco  Valia  —  Voi,  ID,  pag.  l-sí4. 
Urbinu  do  Faria  ^  Vol.  54,  pasf,  ViH  (*^-^  parte). 
Urbano  Sabino  Pessoa  de  Metío  — VoL  4m,  pag.  10. 
Valentim  Alsino  —  VoL  40,  pag.  11. 
Valentim  Fernandes  Moraria  —  Vol,  35,  pag.  50<i  (!•  parte). 
Venâncio  Jusé  Lisboa—  Vol.  1,  pag,  ifc, 
Vicent'^  Rucafuerto  —  V,  Rueat\ierte. 
Dr.   Vicente  Chermont  de  Mirauda  —  Vul.   57»  pags,  :i53 

e  374  ;  vol.  58,  paga.  295  0  :m  {2*  parte). 
Yi^nte  Ferror  de   Barros  \N  anderley  e  Aramo  —  Vol.  06, 
pag,   231   (2*  parte)  ;    vul.   07,    iiags.    416.   4S0   e  422 
(^*  parte). 
VicoQte   Ferreira  do  Castro  e  Silva  —  Vol.  47,  pag.  545 

(,í*  parte). 
Vicente  Ferreira  Lustosa  de  Lima,  monsenhor  —  VoL  66, 

pags.  128.  ir>H,  IG9,  172  e  181  (2-*  parte». 
Vicente  G.    Quesada—  Vol.  40,  paga,  58í,  599,  618  o  028 


(2*  parte). 
T.  Vicen 


Dr.  Vicenzj  Grosai  —  Vol.  55.  pag.  237  <2»  parte). 
Dr.  Vicente  Jasé  da  G  ata  Ca)>ral  —  Vol.  4<),  pa^r.  18. 
Vicente   Marlillaro,   Marquez    de    Vilarena  —  Vol,    40, 
pag.  11. 


índice  dos  volumes  1  a  67  425 

Sócios  —  Vicente  Rocafaerte  —  Vol.  40,  pag,  IO. 
Vicenzo  Stellati  »Vol.  40,  pag.  10. 
Victor  Maximiano  Ribeiro—  Voi.   66.  pagg.  206,  228,  239 

e  244  (2*  parte) ;  voI.  07,  pag.  401  (2»  parte), 
Virgiliovon  Helmeiriclien  —  Vol.  4,  pag.  379. 
Dr.  Virgílio  Martins  de  Mello  Franco  —  Vol.  51,  pags.  227, 

233,  252  e  266  (2*  parte). 
Viriato  António  da  Silva  —  Vol.  35,  pag.  563  (2*  parte). 
Visconde  de  Abaeto,  António  Paulino  Limpo  de  Abreu  — 

Vol.  40,  pag.  44. 
Visconde  de  Albuquerque,    António   Francisco   de   Paula 

Hollanda Cavalcanti  de  Albuquerque  —  Vol.  47,  pag.  545 

(2»  parte). 
Visconde  de  Almeida  Oarret,  João  Baptista  da  Silva  Leitão 

de  Almeida  Garret  —  Vol.  40,  pag.  20. 
Visconde  de  Araguaya,  Domingos  José  Qonçalves  de  Ma- 
galhães; vol.  1.  pag.  63  —  Vol.  22,  pag.  645. 
Visconde  de   Assis   Martins,    Ignacio    António   de    Assis 

Martins  —  Vol.  54,  pags.  172  e  179  (2»  parte) ;  vol.  66, 

pag.  122  (e»  parte). 
Visconde  de    Barbaoena  (2<>),    Felisberto    Caldeira   Brant 

—  Vol.   03,    pags.  502,  509  e  513;  vol.    C5,  pag.  451 

(2''  parte) ;  Repertório  da  Revista,   pag.   276  ;  vol.  50, 

pag.  6. 
Visconde  de  Beaiurepaire  Rolian,  Henrique  de  Beaurepalre 

Rohan  —  Vol.  50,  çag.  375  (2*  parte). 
Visconde  do  Bom  Retiro,  Luiz  Pecfreira  do  Couto  Ferraz  — 

Vol.  15,  pag.  595  ;  vol.  18,  pag.  43S ;  vol.  40,  pags.  503, 

512  e  523  (S*^  parte). 
Visconde  de  Cabo  Frio  (2o),  Joaquim  Thomaz  do  Amaral  — 

Vol.  62,  pags.  291  e  302  (2«  parte). 
Visconde  de  Caravellas,  Manoel  Alves  Branco— Vol.  I, 

jpag.  36)  ;  vol.  53,  pags.  504,  507  e  523  í2»  parte), 
Visconde  de    Caravollas,    Carlos   Carneiro  de  Campos  — 

Repertório  da  Revista,  pag.  296. 
Visconde  de  Carvalhacs,  António  Homem  Loureiro  de  Si- 
queira —  Vol.  53,  pags.  504,  507,  523  e  528  (2»  parte). 
Visconde  de   Castilho,   António   Feli.iano  de   Castilho  — 

Vol.  40,  pag.  20. 
Visconde  de  Chateaubriand,  Francisco  Renato  —  Vol.  1, 

pag.  363. 
Visconde  Ferreira  de  Almeida,  Luiz  Augusto  Ferreira  de 

Almeida  —  Vol.  53,  pags.  533  e  538  (a*  parte) ;  vol.  66, 

pag.  214  (2»^  parte). 
Visconde  de  la  Figanière,  Frederico  Francisco  de  la  Figa- 

nlôre  —  Vol.  26.  pags.  881  e  885. 
Visconde  de  Goyana,  Bernardo  José  da  Gama  —  Vol.  15, 

pag.  179  ;  vol.  47,  pag.  545  (2»  parte). 
Visconde  de  Ibituruna,  Dr.  João  Baptista  dos  Santos  — 

Vol.  50,  pags.  302  e  a53  ;  vol.  51,  pag.  234  (2*  parte). 
Visconde  de  Inhaúma,  Joaquim  José   Ignacio  — Vol.  31, 

pags.  315,  327  e  394  (2"  parte). 


426  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

^ooioÃJ  —  Vísconle  de  iQhomírim,  Francisco  do  Salles  Torres 
Homem  —  Vol.  1,  pag.  147  ;    rol.  40,  pag.  XIX. 

Visconde  de  Irvin?  —  Vol.  40,  pag.  20. 

Vísconle  de  Itabaiana,  Manoel  Rodrlflrnet  Gameiro  Pessoa  — 
Vol.  1,  pag.  853. 

Visconde  de  Itaborahy,  Joaquim  Josô  Rodrigues  Torres  — 
Vol     1.  piíg.  65. 

Visconde  de  Itajubá.,  Marcos  António  de  Araújo  -*  Vol.  I, 
pag.  248 ;  vol.  5<J,  pag.  2. 

Vis  onde  de  I tâmara  à,  António  Peregrino  Maciel  Mon- 
teiro (antes  B:a*ão)—  Vol.  1,  pag.  05  ;  vol.  40,  pag.  r>. 

Visconde  de  Itailna,  Dr.  CandMo  Bororós  Monteiro  —  Vol.  1, 
pag.  248. 

Visconde  de  Jaguxry,  José  Ildefonso  de  Souza  Ramos 
(antes  Barão  das  Três  Barras)  —  Vil.  40,  pag.  5. 

Visconde  de  Je  loitinhonha,  Francisco  Gé  Acayaba  de  Mon- 
ttízuma— Vol.  1,  pag.  157. 

Visconde  de  Jurumirim,  Francisco  Cordeiro  da  Silva  Torroíii 

—  Vol.  40,  pag.    19  ;  vol.  1,  i)ag.  8 

Visconde    de    Leopoldina,    depois    Ck>nd6,  J<Ao   Henrique 

Lowndes  —  Vol.  53.  pags.  53?.,  533  e  538  (2*  parte). 
Viseonde  de  Macahé,  José  Carlos  Pereira  de  Almeida  Torres 

—  Vol.  40,  pag.  19. 

Visconde  de  Maranguape,  Caetano  Maria  Lopes  Gama  — 

Vol.  I,  pag.  157 ;  vol.  40,  pag.  lU. 
Visconde  de  Mauá,  Ireneu  Evangelista  de  Souza  —  Vol.  20, 

pag.  4  ísupp.). 
Visconde  de  Moraes,   José   Júlio   Pereira  de   Moraes  — 

Vol.  53,  paç.  550  ;  vol.  54,  pag.  179  (2»  parte). 
Visconde  de  Maritiha  —  V.  Marquei. 
Visconde  do  Nogueira  da  Ganm,  Nieoláo  António  Nogueira 

da  Gama  —  Vol.  50,  pag.  7. 
Viteoode  de  Ortery—  Vol.  9,  pag.  278;  vol.  5«  pag.  360. 
Visconde  de  Oarom  —  V.  Bário. 
Visconde  do  Ouro  Preto,  Affooso  C3I8O  de  Assis  Figaeirelo 

Vol.  63,  pags.  497,  503,  509  e  524  (2*  parte) ;  vol.  66, 

pags.  128,  147,  152  e  162  (2^  parte). 
Visconde  de  Paiva  Manso,  Levy  Maria  Jordão  Paiva  Manso 

—  Vol.  :i8,  pigs.  2*.)7,  319  e  :í26  ;  vol.  49.  pag.  24. 
Visconde   de   Pamatiyba,   Manoel  de   Souza    Martins  -~ 

Vol.  40,  pag.    9. 
Visconle  da  Pedra  Branca,  Domingos  Borges  de  Barros  — 

Vol.  40,  pag.  19. 
Visconde  de  Pelotas,  José  António  Corroa  da  Camará  ^ 

Vol.  44.  pags.  3a((  e  377  (2^  parte). 
Visconde  de  Ponte  Ferreira,  Dr.  Jofto  Fernandes  Tavares 

—  Vol.    1,    pag.  157;    vol.    36,    pag.    579;    vol.    47, 
pag.  545  (2''  parte). 

Viseonde  de  Porto  Sdgaro.PranelaeoAdolpho  de  Varnhag<'n 

—  Vol.  92,  pag.  <í45  ;  vol.  50,  pag.  2. 

Visconde  do  Rio  Branoo*  José  Maria  da  Silva  Paranhos  — 
Vol.  9,  pag.  270  ;  vol.  41,  pag.  447  («^  parte). 


índice  dos  volumes  1  a  67  427 

9ooio9  —  VisooDdo  do  Rio  Grande,  José  de  Arai^o  RiMro 

—  Vol.  1,  psg.  256. 

Visconde  do  Rio  Vermelho,  Manoel  Ignacio  da  Canha  Me- 
neses— Vol.  2,  pag.  265  ;  vol.  40,  pair.  18. 

Visconde  Rodrigues  de  Oliveira  —  Vol.  63,  pags.  441,  450 
0  451  (2*  parto). 

Visconde  de  Sá  da  Bandeira,  depois  Marquez,  Bernardo  de 
SÀ  Nogueira  de  Figueiredo  —  Vol.  3,  p»ig8.  131  e  354. 

Visconde  de  Sanciíes  de  Baena»  Vol.  50,  pags.  303,  348 
6  352  (2^  parte);  vol.  06,  pags.  165,  225,  239  e  244 
(2»  parte);  vol.  67,  pag.  401  (8*  parte). 

Visconde  de  Santa  Isabel,  Dr.  Laiz  da  Cunha  Feijó -~ 
Vol.   50,  pag.  2. 

Visconde  de  Santarém,  Manoel  Francisco  de  Barros  Soaza 

—  Vol.  2,  pag.  397  ;    vol.  4,  pag    389. 

Visconde  de  S  «nto  Amaro,  José  Egydio  Alvares  de  Almeida 

—  Vol.  40,  pag.  19. 

Visconde  de  S.  Leopoldo,  José  F^tciano  Fernandes  Pinheiro 
Vol.  1,  pag.  8;  vol.  9,  pig.  427. 

Visconde  de  S.  Lourenço,  Francisco  Gonçalves  Martins  — 
Vol.  40,  pag    19. 

Visconde  de  Sepetiba,  Aureliano  de  Souza  e  Oliveira  Cou- 
tinho —  Vol.  l,pag.  157. 

Visconde  de  Sinimbu,  João  Lins  Vieira  CansançSo  de  Si- 
nimbu —  Vol.  50,  pag.  2. 

Visconde  de  Souza  Fontes,  Dr.  José  Ribeiro  de  Souza  Fontes 

—  Vol.  10,  pag.  128  ;  vol.  56,  pag.  207  (2*  parte). 
Visconde  dj  Sonza  Franco,  Bernardo  de  Souza  Franco  — 

Vol.  40,  pag.  19. 
Visconde  de  Taunay,  Alfli^o  de  EscragnoUe  Tannay  — 

Vol.  31,  pag.  338  ;  vol.  32,  pag.  253  ;  vol.  51,  pag.  255  ; 

vol.  54,  pag.  193. 
Visconde  He    Thayde  — Vol.    62,  pags.    296,   312  e   310; 

vol.  63,  pag.  435  (2*  parte). 
Visoonde  dd   Uuá,  Joaquim  Ribeiro   de  Avellar  (ftlko)  — 

Vol.  7,  pag.  268, 
Visconde  de  Uberaba,  José  Cesário  do  Miranda  Ribeiro  — 

Vol.  1,  pag.  360. 
Visconde  de  Uruguay,   Paulino  José  Soares  de  Souza  — 

Vol.  1,  pag.  65. 
Visconde   de    Valdetaro,   Manoel  de    Jesu?    Valdetaro  — 

Vol.  40,  pag.  4. 
Visconde  de  Vieira  da  Silva,  Luiz  António  Vieira  d;i  Silva 

Vol.  26,  pags.  863,  870  e  885. 
Visconde  de  Wildick,    António   Pedro   de  Figudredo  — 

V.  Barfto. 
Vivien  de  Saint-Martin  —  Vol.  31,  pags.  327,  345  e  395 

(8»  parte). 
Von  Andréa  —  Vol.  4,  pag.  213. 
Washington  (ou   Wellington)  Irving  —  Vol.  1,  pag.  374  ; 

vol.  2,  pag.  529. 
Wencesláo  António  Ribeiro  —  Vol.  1,  pag.  368. 


428 


REVISTA   DO    INSTITUTO  HISTÓRICO 


Soeio^  —  Wencesláo    Paanero  —  VoL    33,  pags*  3Ô8,  393 

6    407  {t'  parte). 
Wililam  B.  Hodgsoa  —  VoL  40,  pag.  U. 
Willíara  iiore  Ouztley  —  VoU  1   pa^s.  374  e  381. 
William  J.  Barchell  —  VoL  3  pag.  347  ;    voL  40  pag,  9. 
Wiliifioi  Prescou  —  VoL  14  pag,  446,  448. 
william  Sniyth—  VoL  2  pag.  393. 
Woodbioe  Pariíh  —  VuL  40  pag.  9. 
— Rolaçào  do3  que  so  despediram  ou  foram  eicluidos  : 
Aiffodo  do  EscragnoiLo  Taiiaay  —  V.  Visconde  de  Taunay. 
António  FeiTOira  dos  Santoa  Azevedo  —  VoL   15  pag.  579  ; 

voL  47  pag.  545  {2'^  ptrte). 
Aotonio  Pranc.sco  do  Paula  KoLIanda  Cavalcanti  de  Alba> 

querque—  V,  Visconde  de  Alb  «querque. 
Barão  da  Gamboa  —  VoL  47  pag.  5j5, 
Barão  do  Mattoso  —  Jo8(?  Juaquim  Rodrigues  Lopes  —  VoL 

47  pog.  5!5  (2'*  parte). 
Dr.  Bento  Maré  ^  VoL  9  pags.  411  a  419,  488,  4t3 ;  voL 

47  píig.  545  (.'  parte), 
Bernardo  Joa(5  da  Gan>a  —  V.  Visconde  do  Ooyana. 
Camillo  Joáo  Valdetaro  —  VoL  15  pag.  570  ;  7uL  47  pag. 

545  (S*  parte). 
Francisco  J<»9é  da  Silva  ^  VoL  47  pag.  545  (2*  parte)* 
Franci^o  Marianí  —  VoL  47  pag,  545  {^^  parte). 
Francifico  da  Silva  Lopee  —  VoL  47  pig*  545  (íí"  parte). 
Henrique  Marques  de  Oliveira  LUboa  --  VoL  47  pag.  545 

(í:*  parto), 
João  António  do  Azevedo,  vol.  47  pag.  545  (i*  parte). 
Dr,  Jo^o  Fernandes  Tavares— V.  Visconde  de  Ponto  Ferreira, 
Jouquim  Francisco  Alves  Branco  Muniz  Barreto  —  VoL  47 

pag.  £45  (^  parte). 
José   António    de    Oliveira   a  Silva  •«- VoL   47   pag.    545 

(2»  p&rte). 
Jotô  ígnacio  de  Abreu  Limi  -^  Vol,  47  pag.  545  (2*  parte). 
José  Joaquim  Rodrigues  Lupes  —  V.  Bário  de  Mattoso. 
Joai^  Joaquim  da  Silva  Pereira— VoL  47  pag.  545  (2»  parte). 
Justiniano  José  da  Rooba  —  VoL  47  p  ig.  545  (2*  parte). 
Manoel  Vieira  Tusta  —  Marquez  de  Muriíiba  —  VoL   47 

pag.  545(2*  parte), 
Patriclo  António  de  SopuI veia  Ewerard—  VoL  47  pag.  545 

(£'*  parte). 
Roberto  Ave  Lallomant  —  VoL  15  pag.    570 ;  voL  47  pag. 

545(4;*  parte). 
Dr.  Rozendo  Muniz  Barreto  — VoL  55  pag.  311  ;  voL   57 

l>ag.  318(2»  parte). 
Vicente  Ferreira  de  Castro  e  SLlva  —  VoL  47  pag*  645 

(2»  parte). 
Visconde  de  Albuquerque  —  António   Francisco  de  Paula 

tloilonda  Cavalcanti  do  Albuquerque  —  VoL   47  pag.  545 

(•^*  parto)* 
Visconde  de  Ooyana  —  VoL  15  peg.  579  ;  voL  47  pag.  545 

iji^  parte). 


INblCE  DOS  VOLUMES   1   A  67  429 

Soolo^  —  Visconde  de  Muritiba  —  V.   Manoel  Vieira  Tosta, 

Marquez. 
Visconde  da  Ponte  Ferreira,  D.  João  Fernandes  Tavares — 

Vol.  47  pag.  545  (2*  parte). 
Offlcio  peJindo  reintegraçáo  —  Vol,  36  pag.  579  (2*  parte). 
Visconde  de  Taunay  —  Alfredo  de  Escragnolle  Taunay  — 

Vol.  54  pag.  193  (2*  parto). 
(Solita^x-io  da.  I^agroo.  SántO;  -—  V.  Fosseis  —  Dr. 

Lund. 
Xele@'iTa.pho  —  Rede  telegraphica  entre  Uberaba  e  Cuya- 

bá  —  Vol.  55  pag.  233  i8»  parte). 
I^enda.   do    grucxri*eiro    (  A  )  —    Canto    épico    por 

Joaquim  Norberto  de  Souza  e  Silva  —  Vol.  52  pag.  1. 
Terremoto  —  Memoria  do   Dr.    Guilherme   Schuch  de 

Capanema  —  Quaes  as  tradições,  ou  vestígios  geológicos 

que  nos  levem  á  certeza  de   ter  havido  terremotos  no 

Brazil  —  Vol.  22  pag.  133. 

—  Na  Bahia  em  1724  —  Vol.  47  pag.  115. 

—  V.  Pernambuco. 

rrefttameiíto  —  De  João  Fernandes  Vieira  (copia  de  algu- 
mas verbas)  —  Vol.  23  pag.  387. 

—  politico  do  Condo  João  Mauricio  de  Nassau,  governador 
do  Brazil  HoUandez  ~  Vol.  58  pag.  223. 

—  e  certidão  de  óbito  de  Paulo  Rodrigues  Durão,  pai  de  Pr. 
José  de  Santa  Rita  Durão,  autor  do  poema  Caramurú  — 
Vol.   60  pag.  301. 

XUeatro  S.  I*edro  de   Alcântara  —  V.    Motim 

politico. 
Xlioiiiaz  Ooiiaea«g'a/  (Dirceu)  ~  Depoimentos  para  o  seu 

casamento  —  Vol.  55  pag.  361. 

—  V.  Conjuração  Mineira. 

Xirtidentes  —  Exposição  de  factos  históricos  que  com- 
provão  a  prioridade  do  Pernambuco  na  Independência 
e  liberdade  nacional,  pelo  Major  José  Domingues  Code« 
ceira.  Protesto  contra  o  acto  do  Governo  Provisório  doa 
Estados  Unidos  do  Brasil  considerando  de  festa  nacional 
o  dia  21  de  Abrii  consagrado  á  commomoração  dos  pró- 
ceres da  independência  brazileira,  resumidos  em  Tira- 
dentes  —  Vol.  53  pag.  327. 

Uniforme  —  Proposta  para  adopção  de  um  uniforme 
para  os  mombros  eífectivos  do  Instituto  para  as  ses- 
sões solemnes  e  festividades  nacionaes  —  Vol.  15 
pag   596. 

TJniversidade  —  Crcação  de  uma  universidade  no  Brazil. 
Indagações  feitis  a  mandado  do  ministro  do  Império 
Barão  Homem  de  Mello,  por  Joaquim  Norberto  de  Souza 
e  Silva  —  Vijl.  51  pag.  1  (2**  parte). 

—  I?opiiliir  de  estudo»  livres—  Vol.  64  pogs. 
287,  :sdt54  (íd*  parte). 

Xlrna  f*uii.era;rla  —  Noticia  sobre  uma  urna  indígena 
encontrada  sob  uma  antiga  casa  da  Praia  de  S.  Chris- 
tovão  com  a  ossada  de  uni  Índio—  Vol.  53  pag.  343. 


410 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTORÍCO 


XT&*u^uayaiia— Hendição  da  divisão  paraguaya  ao  mando 
lio  Coronel  Estigarribia,  pelo  Teatote-Coroiiel  Auguâto 
Faiiãto  de  Souza  —  Vol.  50  pag.  L 

Va^oa  tia  Oamu  —  V.  Descobrtmmito  do  Camin/io  das 
índias, 

T^la^^reiti  —  Extracto  da  TÍagem  feita  és  povoações  da  Capi- 
tania de  S.  José  do  Rio  Negro  pelo  ouvidor  e  intoa* 
deote  geral  Frauciâfio  Xavier  Rodrigues  de  Sampaio  em 
1774-1775  —  VoL  1  pag,  109. 
^  Extracto  do  uma  viugem  feita  á  proviocía  do  Espirito 
Santo  por  Manoel  Jotó  Pires  da  Silva  Pontes  —  VoL  1 
pag.  345. 
-^  Rotelix)  para  sdgnir  a  melbor  estrada  do  Miranhâo  para 
o  Rio  de  Janeiro,  feito  em  isio  por  José  Pedro  César  de 
Menezes  — Vol.  3  pag.  512. 

—  Roteiro  da  viagem  do  I>eâdmbari.rador  Henrique  da  Silva 
o  dú  Major  Maaoei  Ciirdoso  Saldanha  á  «erra  doa  Mootes 
Altoa  pani  o  es Uibelec imanto  da  Pabrica  de  salitre 
(Bailia)  —  VoL  5  pag.  447. 

—  Roteiro  para  os  Mariyríoã  iado  em  canoa  pelo  ribeirão  de 
Guyaz.  Noticia  desta  paragem  —  Vol.  6  pag.  319. 

—  Do*  capltâO^tenente  da  Ai*mada  José  Maria  Nogueira. 
oomniandanto  do  vapor  do  guerra  —  Guapiasíút  pri- 
meifoque  subiu  o  Amazonas -- VoL  6 pag.  336. 

—  Itinernrio  da  viagem  que  fez  por  terra,  da  Batiia  ao  Rio 
de  J;iDeiro»  por  ordem  do  Priacipo  Regente»  em  I8C>8,  o 
Deâembargaaor  Luiz  Tiiomaz  d^  Navarro  —  Vol.  7 
pag.  433* 

—  Reiâçio  da  visgem  que  foz  o  Conde  de  Azambuja,  D. 
AQ&ooio  Rolim.  da  Cidade  de  S.  Paulo  para  a  Viila  de 
Cuyabá  em  1751  —  Vol.  7  pa^.  469. 

—  Diano  da  Via^'em  que  fez  á  Colónia  Hollandeia  do  Suri- 
mao  o  porta- bandeira  da  7^  companhia  do  regimento  da 
cidade  do  Pará  Friiaoi^co  José  Rodrigues  Barata,  pelos 
aeriões  e  rios  deste  Estado,  em  diligoacia  —  VoL  è 
pa^s.  [  e  157. 

—  Aa  Vill  sde  Car.ivellas,  Viçosa.  Porto  Ale^e  de  Mucury. 
e  aos  rios  Mue^ry  e  Peruliipe»  por  Kormoaegilio  António 
Barbjza  d«  Almdda—  Vol.    8  pag.  4^5. 

—  Eoieiro  das  Capitanias  do  Pará  e  Maranhão,  Piaah^r* 
Peroam^juoo  o  Bahia,  pelos  si^us  caminhos  e  rios  cen- 
Iraos  —  VoL  h  pag.  527. 

—  Resumo  do  itinerário  de  umn  viagem  exploradora  peloi 
rioa  Verde. Itararé. Paranapanem:!  e  seos  aílluentes  do  Pa- 
raná,  Ivahy  e  sertõi^s  adjacentes,  emprebendida  por 
ordem  do  Barão  de  Antonioa  —  VoL  9  pag.   17. 

—  Viagem  e  visita  do  «ertâo  em  o  bispado  do  Grtk>  Pará» 
eml7e2ol703,  eíscripta  peio  Bispo  D.  Fr.  Joio  de  S. 
jQSé  —  VoL  9  pags.  43,  I7í).  328.  476. 

—  l»e  Cuyabã  ao  Rio  do  Janeiro,  peb  ParaguaytOorrientô!^, 
Rio  Qr.  do  Sul  e  Santa  Catharma,  em  184(^  pelo  Major 
Henrique  de  Beaurepaire  Roh^n  —  VoL  9  pag.  370. 


índice  dos  volumes  1  a  G7  431 

VlettíBnx  —  DiakTioáQ  uma  viagem  mineralogio\  pela  Pro- 
Tinola  de  S.Paulo  no  anoo  de  1805,  pelo  conselheiro  Mar- 
tim  Francisco   Ribeiro   de  Andrada  —  Vol.  9  pajç.  527. 

—  Roteiro  da  viagem  do  Capitão  Francisco  de  Paula  Ribeiro 
ÚÃ  fronteiras  do  Maranhão  e  de  Goyaz  em  1815  —  Vol.  10 
pag.  5. 

—  Itinerário  das  viagens  exploradoras  emprehcndidas  polo 
Barão  de  Antonina  p  «x»  descobrir  uma  via  de  ojmmunica- 
cão  entre  o  porto  da  Villa  de  Antonina  e  o  Baixo  Paraguay 
na  Província  de  Matto  Grosso  ;  feitas  nos  annos  de  1844 
e  1847  pelo  sertaoista  Joaquim  Francisco  Lopes  edescriptas 
por  João  Henrique  £lUot  —  Vol.  10  pa«.  153. 

—  De  Goyaz  ao  Pará  em  1840  e  1847  —  Roteiro  do  Dr.  Ru- 
fino Tneotonio  Sego  tido—  Vol*  10  pi»g.  178. 

—  Diário  roteiro  da  diligencia  de  que  foi  encarregado  em 
1791  Manoel  Joaquim  de  Abreu,  ajudante  da  Praça  de 
Macapá— Vol.  11  pag.  365. 

—  De  Thomaz  de  Souza  Villa  Real  pelos  rios  Tocantins, 
Araguaya  e  Vermelho,  acompanhada  de  importantes  do<- 
cumentus  relativos  á  mesma  navegação  —  Vol.  11 
pag.  401. 

—  A'  Gruta  das  Onças,  pelo  Dr.  Alexandre  Rodrigues  Fer- 
reira —  Vol.  18  pag.  87. 

—  Diário  roteiro  do  Arraial  do  Pesqueiro  d'Araguary  até 
ao  rio  Oyapock,  pelo  Capitão  Manoel  Joaquim  de  Abreu 

—  Vol.  12  pag.  9(5. 

—  Memoria  a  respeito  dos  rios  Baures,  Branco,  da  Concei- 
ção, de  S.  Joaquim,  Itonomas  e  Maxupo  ;  o  das  três  mis- 
sões daMagdatona  da  Conceição  e  de  S.  Joaí^uim,  pelo 
Dr.  Francisco  José  de  Lacerda  e  Almeida— Vol.  12 
pag.  106. 

—  Roteiro  corograpbico  da  viagem  que  Martinho  de  Souza  e 
Albuquer<^ue,  governador  e  capitão  general  do  Eitado  do 
Brasil,  determinou  fazer  ao  Rio  do  Amaxonas,  em  a 
parte  que  fica  comprehendida  na  Capitania  do  Grão 
Pará,  tudo  eom  destino  de  occultamente  observar  o  soc- 
correr  a  praça,  fortalezas  e  povoaçSes  que  lhes  são  repre- 
sentantes— Vol.  12  pag.  289. 

—  Itinerário  de  Joaquim  Francisco  Lopes  encarregado  de 
ezplorar  a  molhor  via  de  commnnicação  entre  a  Pro- 
víncia de  S.  Paulo  o  a  de  Matio  Grosso  pelo  Baixo  Pa- 
í?uay  —  Vol.  13  pag.  315. 

-*-  Itiuerario  pelo  rio  do  Somno  acima  desde  a  sua  coufluea- 
cia  no  Tocantins  —  Vol.  14  p^g.  438. 

—  Carta  de  Diogo  Garcia  —  Memoria  e  la  navegacion  que 
hice  este  viage  en  la  parto  dei  mar  Oceano  desde  que 
saii  de  Ciudad  de  la  Corua  que  alli  me  fUe  entregada  la 
armada  por  los  offlciales  de  S.  M.  que  fue  en  el  ano  de 
1526  — Vol.  15  pag.  C. 

—  Diário  de  Gomes  Freire  de  Andrade  —  Missão  do  Uru^^uay 

—  pelo  Capitão  Jacinto  Rodrigues  da  Cunha,  testemimba 
presencial  —  Vol.  16  pags.  137,  ^^59. 


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pa?    438. 

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—  I:  rer-.;.-  ib  -r  ir^J.  :^::  -^-^  -:.  :  .  -  .t  -  "i*p'?.  m 
S.  r^fc-ij.  ci  ;::ri-..    ^  .-,:.  :r:..-:  r: -t"  i    •>  .' .^r    _•:    V.- 

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-    Te 


índice  dos  volumes  1  a  67  433 

Viag^em  -*-  Itinerário  da  ProTíncía  do  MaranbSo  por  Ao- 
tonio  Bernardino  Pereira  do  Lago  Vol.  35,  pag.  38^. 

—  Apontamentos  da  viagem  feita  por  terra  desta  Corte  á 
cidade  de  Cuyabá,  por  João  Vito  Vieira  de  Carvalho.* 
Vol    35,  pag.  423. 

—  Ao  Paraguay  em  Fevereiro  e  Março  de  1869,  pelo 
Dr.  Francisco  Ignacio  Marcondes  Homem  de  Mello  — 
Vol.  36,  pag.  5,  (  2»  parte  ) . 

—  Uinerario  dfa  viagem  feita  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro 
ao  Coxim  em  1865  pela  commissão  de  engenharia  militar 
junto  ás  forças  em  expedição  para  Matto  Grossu— Vol.  37, 
pag.  81.  209(2»  parte  ). 

~  Expedi^  do  Coosul  Langsdarff  ao  interior  do  Brazil, 
por  Alfredo  d'Bâoragnalle  Taunay  —Vol.  38,  pag.  337. 

—  Esboço  da  viagem  feita  pelo  Sr.  Laogsdorf  no  interior 
do  Brazil,  desde  setembro  de  18:^5  até  março  de  1829,  por 
Hercules  Florença.  Traduzido  por  Alfredo  d^Escragnolle 
Taunay— Vol.  38,  pags.  355  e  231  (2*  parte) ;  vol.  3Í, 
pag.  157  (2»  parte). 

[lelatorio  da  viagem  de  exploração  dos  rios  das  Velhas 
e  S.  Francisco,  feita  no  vapor  €  Saldanha  Marinho»,  por 
Francisco  Manuel  Alvares  de  Araújo—  Vol.  39,  pags.  77 
e211  (2*  parte). 

—  Diário  da  viagem  que  fez  o  brigadeiro  José  Custodio  de 
Sá  e  Faria,  da  cidade  de  S.  Paulo  ã  praça  de  Nossa  Se- 
nhora  dos  Prazeres  do  Rio  Ignatemy  —  Vol,  39,  pag.  217. 

—  Cartas  de  Américo  Vespucio  sobre  as  suas  viagens  ao 
Brazil  —  Vol.  41,  pag.  5. 

—  Narração  da  viagem  que,  nos  annos  de  1591  e  seguintes, 
fez  António  Knivet,  de  Inglaterra,  ao  mar  do  bul,  em 
companhia  deThomaz  Cavendish.  Tráducção  do  hollaadez. 
Vol.  41,  pag.  183. 

—  Jornaes  das  viagens  pela  capitania  de  S.  Paulo,  por  Martim 
Francisco  Ribeiro  de  Andrada  —  Vol.  45,  pag.  5. 

—  Diário  da  viagem  philosophica  pela  capitania  de  S.  José 
do  Rio  Negro,  pelo  Dr.  Alexandre  Rodrigues  Ferreira  — 
Vol.  48,  pag.  1. 

»  Ao  rio  Iguasstl,  pelo  presidente  do  Paraná,  em  março  de 
1886  —  Vol.  50,  pag.  157  (2»  pirte). 

—  Descripção  e  viagens,  por  Henrique  Schutel  Ambauer  — 
Vol.  51,  pag.  25(2»  parte). 

—  Historia  de  uma  viagem  feita  á  terra  do  Brazil,  por  João 
de  Lery—  Vol.  52,  pag.  111  (2«  parte). 

—  De  exploração  ao  polo  antárctico  —  Vol.  00,  pags.  354, 
368,  377,  378,  379  e  424;  vol.  6;,  pag.  702;  vol.  62,  pags. 
312,  342  e  a50  (2*  parte). 

—  Do  Imperador  D.  Pedro  I  a  Minas  Geraes,  em  1830  a  1831 
—  Vol.  60,  pag.  305. 

,—  Diário  da  viagem  feita  de  Villa  Bella  até  a  cidade  de 
S.  Paulo  pela  ordinária  derrota  dos  rios,  no  anno  do  1788, 
pelo  Dr.  Francisco  José  de  Lacerda  Almeida  —  Vol.  62, 
pag.  35. 

831 -)fô  Tomo  lxvui.  p.  i. 


índice  dos  volumes  1  a  67  435 

Voca.l>ula>]:-Io  •—  Vocabulários  indigeoas,  omnizados  por 
Eduardo  Arthur  Sócrates  —  V.   55,  pag.  87  (2^   parte). 

—  Palavras guaraays  —  Vol.  60,  pag.  145  (2*  parte). 

—  V.  Diccionarlo. 

ir^u.reii.y  — .  Cópia  da  parte  que  deu  Gaodido  Xavier  de 
Almeida  e  Souza  sobra  o  descobrimento  do  rio  Ygarehy 

-  Vol.  18,  pag.  844. 

Zoopli.oiiia*  -~  Memoria  escripta  por  Hercules  Florence, 
em  182d,  e  traduzida  por  Alfredo  de  Escragnolle  Tauaay 

—  Vol.  39,  pag.  321  (á*  parte). 


»:»»:# 


índice 


TAS 


NlériBiaoãEBMTM  UTillii  cBeiidiii  UMi: 


PARTE  ??^:mz::^a 


3rac.'.fdr:    '.^fl^ 5 

".jji-.z^m  fKi:rf  r  lUcaí:  £:  Ris  i*  J&xctrj  *  d  I>jftrãcto  Féàara., 

p*::  Dr.  ;ow  V^ln  F&rfs2a If 

CV«^ujy.   i«  JriM  3*r.  1-9    ii   Si^tí àO 

i»£:t  ía  3iLii.  l*^"  I  i>  T.  I^;.:iaf«:i  £    ?^  tí<.    IftS 

Ixsútx:.:  Ei?r:r:M  e  >flc^np>r:ro  BmilÃr.-' ?49 

BanaIflLrg».    ToC^scs  t  1  57 «sj 


?3:  —  Rij  :*  Ji-*ir3  —  laprfs*!  Ni^viocal  —  IA!»? 


J 

^ 


REVISTA 


DO 


INSTITUTO  HISTÓRICO  E  GEOGRAPHICO 


REVISTA 


DO 


E 


BRAZILEIRO 


Fundado  no  Rio  ds  Jansíro  em  1838 


TOMO  LXVIII 


PARTES    II 


11 00  racitj  ut  longos  darent  bene  gMla  per  annos 
Bi  possint  serA  posteritato  frui 


RIO  DE  JANEIRO 

1907 


2158 


PROMETHEU  ACORRENTADO  O 

Trasla(b(io  poética  do  kiU,  que  do  original  de  Mylo,  yertido  littenlnente 
para  portugoei  por  D.  Pedro  il  imperador  do  Braiil,  fei  o 

Barão  db  Paranapiacaba 

(  Cotitinuação  ) 


(*)  Constituo  verdadeira   monographia   histórica  a  continuação» 

3U0  ora  publicamos,  do  Prometheu  acorrentado.  Trasladação  poética 
o  texto  que  do  original  grego  o  Sr.  D.  Pedro  ÍI  vertera  literalmente 
para  o  portuguez,  ort*erecia  a  primeira  parte  grande  interesse.  Accen- 
túa-se  esse  interesse  nos  capítulos  que  ahi  vão.  Encerram  elles 
curiosa  narrativa  de  episódios  inéditos  da  vida  literária  e  politica 
do  inesquecível  protector  do  Instituto.  Quando  outros  méritos  não 
tivesse  o  trabalho,  cuja  publicação  na  lievista  foi  pessoalmente  au- 
torísada  pelo  saudoso  Presidente  Sr.  Conselheiro  Aquino  e  Castro, 
bastava  esse  para  lhe  determinar  a  inserção  nas  paginas  da  Revista» 

(Nota  da  Commissão  de  Redacção.) 


A*  MEMORIA  DE  DOM  PEDRO  II,  DO  BRAZIL 


Saudade  e  admiração. 


A'  Serenissirna  Princeza  a  Senhora  Dona  Isabel,  a  Redemplora 


Veneração  e  lealdade. 


A  carta,  que  em  10  de  outubro  do  1899,  di3figi  ao  Sr.  Confio- 
Iheiro  Lafayette  Rodrigues  Pereira,  encerra  o  tópico  seguinte : 

«  Ao  teu  prefacio  accrescentarei  um  artigo,  em  que  sejam 
mencionadas  as  minhas  relações  particulares  com  o  Imperador, 
desde  que  esto  foi  a  S.  Paulo,  em  1846,  até  moiados  de  outubro 
de  1889,  em  que  o  vi,  pela  ultima  vez,  passando  com  elle 
grande  parte  de  uma  noite. 

Assignalarei  ahi  factos,  que  servirão  para  accentuar  as  fei- 
ções d'aquella  physionoinia  moral,  injustamente  desfiguradas 
por  alguns.  > 

D(3sempenho-me  d'esse  compromisso  com  o  artigo,  que  se 
vae  ler.  Algumas  vezes  abi  se  exbibe  a  minba  obscura  individua- 
lidade-só  porque  está  ligada  a  factos,  que  so  prendem  ao  Au- 
gusto Personagem,  principal  escopo  de  meu  escripto. 

Desculpem-me  as  incorrecções  doeste  trabalho,  onde  em  os- 
tylo  simples  e  despretencioso  vasei  toda  a  abundância  de  um 
coração  sincero  e  leal  sobro  a  campa  do  Benemérito,  que  fora 
um  dos  Heroes  na  galeria  do  Carlyle,  ou  de  Emerson,  si  estes 
gloriosos  estatuários  do  Grandezas  humanas  o  houvessem  es- 
tudado. 


A  tarde  de  12  do  abril  de  184»)  em  S.  Paulo.—  Chegada  do  Imperador 
a  essa  cidade  om  21  do  fevereiro  desse  anno. — Recepção  na  Aca- 
demia do  Sciencias  Jurídicas  o  Sociaos.— Viagem  a  Itú  o  regresso. 
—  Recitativo  no  Thoatro  de  S.  Paulo.—  Volta  de  Sua  Magestade 
para  o  Rio  do  Janeiro. 


Foi  sombria  o  húmida  na  cidade  de  S.  Paulo  a  tarde  de 
12  do  abril  de  1846. 

Eram  cinco  horas  e  doz  minutos.  Declinava  o  sol. 

Nuvens  do  cinzento  matiz,  que  lhe  envolviam  o  disco,  adel- 
gaçando-so,  a  lirevcs  intervallos,  consentiam,  a  custo,  que  o 
asti'o  do  dia  coasse  pelos  crivos  de  um  rareado  lençol  raios  do 
luz  empalledecida,  á  que  um  vento  frio,  precursor  do  inverno 
o  a  sacudir  arrepios,  roubava  o  calor. 

Sentado  no  rclvoso  tapete  do  uma  d'ossa3  encostas,  domi- 
nadoras da  estrada,  que  levava  de  S.  Paulo  a  Santos  e  demo- 
rava Jias  immediações  da  CJiacara  da  Gloria,  propriedade  do 
(já  então  iUUecido)  bispo  Dom  Matheus  de  Abreu  Pereira,  con- 
templava eu,  em  vaíçoscisraar,  ohorisonte  d'esse  brumoso  c(^o, 
quando  ouvi,  bem  próximo,  á  direita,  o  tropear  de  cavallos  e 
o  tanger  de  trombetas. 

Voltando  a  cabeça  para  o  lado,  d'onde  vinha  esse  estrépito, 
avistei  uma  carruagem,  com  batedores  á,  íVento  e  seguida  de 
pequena  escolta  montada  o  do  selecta  cavalgata.  Passou-me 
tudo  isso,  rápido,  ante  os  olhos  pela  trilha,  que  om  baiso  alve- 
java, e  ia  perdnr-se,  logo  adianto,  no  primeiro  angulo  da  estrada. 
Nesse  momento  o  sol,  que,  jd  livre  do  envolucro  nebuloso,  pro- 
jectava, dos  umbraes  do  poente,  os  últimos  clarões,  illtiminou  a 


12  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO* 

paizagera,  projectando  auri-foscos  raios  sobre  o  vehiculo  de 
viagem  e  toda  a  comitiva. 

Pouco  a  pouco,  foi  emmudecondo  o  mysterioso  murmúrio, 
que  descera  ás  campinas  nos  véos  do  crepúsculo. 

De  vez  em  quando,  porém,  acordava  o  silencio  do  diluculo 
ao  eco  longinquo  das  trombetas,  sopradas  pelos  batedores,  vindo 
unir-se  em  coro  ao  esganiçado  estridular  de  alguma  retarda- 
tária cigarra. 

E  a  noite  cahio  espe>sa  e  pesada  sobre  aquelle  scenario,  que 
parecia  reflectir  a  melancolia  e  a  saudade,  de  que  minh*alma 
estava  saturada. 

Deixando  o  meu  jwsto  de  observação,  segui,  lenta- 
mente, para  a  cidade,  desensombrada  pelos  raroít  lampiões  de 
azeite,  cuja  baça  e  amortecida  luz  attenuava  o  vermelho  doesse 
caminho,  não  calçado,  que  do  sitio,  d'ondo  eu  me  afastava, 
se  estendia  em  ladeií-a  até  o  Largo  de  S.  Gonçalo. 


Recolhido  ao  soturno  lar,  uma  d'essas  casas  do  porta  e  ja- 
nellas  de  gelosia,  hoje  desapparecida  com  a  Igreja  de  Santo  An- 
tónio, visinhad'ella,  accendi  minha  pequena  lâmpada  na  mesa 
de  estudo  e,  nrertrulhando  nas  mãos  a  fronte,  interroguei  o  es- 
pirito e  o  coração  sobre  a  causada  minha  tristeza. 

Por  que  razão  dirigira  eu,  naquella  hora.  os  passos  i>ara  a 
estrada  de  Santos  ?  Fui  alli  ter  por  simples  excursão  recreativa, 
ou  teve  outro  movei  a  minha  vontade? 

«Teve  sim  (resp.mdeu-me  voz  interior :)  teve. » 

A'quella  hora  deviam  seguir  viagem,  pernoitando  no  Ponto 
Alto^  distante  quatro  léguas  da  cidade  de  S.  Paulo,  e  chegar  no 
dia  seguinte  a  Sant'>s.  o  Imperador  do  Br«\zil»  D.  Pedro  II  e  sua 
Augusta  esposa,  a  Im^^eratriz  D.  Thereza  Chri<tina.  Era  para 
ver  aquelle  Principe  que  eu  me  puzera  de  atilaia  na  escarpa, 
a  cavalleiro  da  estrala. 

A  carruagem.  qa:i  passArvi,  precedida  de  l-atelores  mon- 
ta-los. era  a  do  ímpera*lor.  Dirigira  a  e^te  minha  siuJaçiio,  ti- 
rando-lbe  o  chapéo  e  abaixando  a  ea>je^a.  tUe  mo  correspondera, 
sorrindo,  e  com  leve  aceno  de  mão. 


PROMETHEU  ACORRENTADO  13 

Que  razão  me  assistia  para  essa  homenagem  ?  A*  que  im- 
pulso obedecera  quando  me  dirigira  ao  alludido  ponto?  Estava 
nos  meus  dezoito  annos.  Havia  cerca  de  mez  e  meio,  vira  eu  o 
Imperador  pela  primeira  vez.  As  noticias,  qued*elle  me  davam 
os  collegas  e  amigos,  que  de  perto  o  conheciam,  e  mais  parti- 
cularmente, o  mallogrado  Joaciuim  António  Pinto  Peixoto  e  Cân- 
dido da  Silveira  Rodrigues  (hoje  residente  em  Nova  Friburgo), 
despertaram  minha  admiração  o  sympathia  a  Dom  Pedro  II, 
sobre  cuja  educação  velava  a  virtuosa  Senhora  D.  Marianna  de 
Werna  Magalhães.  Amava  clle  o  estudo,  a  ponto  de  Jho  sa- 
crificar seus  lazeres  e  até  as  horas,  que  a  natureza  exige  para 
descanso  do  corpo  e  restauração  de  forças .  Frei  Pedro  de  Santa 
Marianna,  mais  tarde  agraciado  com  o  titulo  de  Bispo  de  Chry- 
sopolis,  sorprehendeo  o  augusto  alumno  em  vigilia,  occupando 
em  lucubraçõcs  horas,  reservadas  ao  som  no. 

Vira-so  Frei  Pedro  obrigado  a  apagar  a  lâmpada,  revela- 
dora d'essa  hafracção  da  disciplina,  o  que  seria  digna  de  louvor, 
si  não  conspirasse  contra  a  saúde  e  bem  estar  de  quem  a  prati- 
cara. Diziam-me  também  aquelies  collegas  queo  joven  principe 
honrava  com  sua  predilecção  os  poetas  c  artistas,  acolhendo, 
benevolamente,  em  sua  intimidado  a  Manoel  de  Araújo  Porto 
Alegre,  pintor  e  poeta,  e  a  Domingos  José  Gonçalves  de  Maga- 
lhães, o  autor  dos  «Suspií^os  Poéticos  e  Saudades». 

Descrê viam-me,  finalmente,  o  monarcha  braziloiro  como  o 
Mecenas  dos  homens  do  lettras,  que  deviam  d  espontânea  ge- 
nerosidade imperial  os  auxílios  necoiisarios  para  completarem 
seus  estudos  no  Brazil,  ou  na  Europa,  habilitando-se,  deste  modo, 
a  servirem  a  Pátria. 

D.  Pedro  II  era,  e.ii  minhas  cogitações,  um  alto  espirito, 
ardendo  na  sede  da  cultura  intellectual,  e  o  propulsor  de  todas 
as  medidas  e  providencias,  capazes  de  levantar  o  Brazil  á  altura 
de  seus  destinos. 

Venerava-o  também  como  o  transumpto  das  virtudes  do- 
mesticas e  civis. 

Eis  o  juizo,  quo  em  minha  obscura  vida  provinciana  for- 
mava eu  do  moço  Imperador,  quando  a  20  de  fevereiro  de  1846, 
IHílas  duas  horas  da  tarde,  ouvi  o  toiuc  festivo  da ;  trombetas. 


•  >;*-ífc.'y-w  >irk  '.— iiii.  kii  —•.:■:  — »-  za  xej^ic-.  em 
,r  h.^ -j. .    :     •'."'í:.-  .    .-.  -— :>:    11-    iuC-i-i   rrace- 

V/.;.  .  '/ r * ■  r ". *  'í •;*• :  V: ;'' '. r. 4 >-4  *  r •*« ;vi ".»'•'%  !•  ~:  :- j .»>  '  rv^a."!. 
I . .  •  f j .  u :  ji^ío  'r  .» í ir  ;**^  O  i  4 .  -.  r-fTn  »r  -'% i  /  ; :. : A  i  •'?'»>  1  < .  iK-  :.  \ .» 
•;  ...;if;i  ..*  \o  «  -  jz  'U  p»J>.j;':.'lalíf.  Aií.ra.  ^  .-^-í  *r.:'.v-rA  sfc*ri«* 

íj  /  ffj'/;'/  I/i-f^rr'v«: /r,  '.'J>'A  :..^j;*íii/.e<ii  e-«  .:r:  aví   -  .^çc..|  d  •  que 

íi .  ..a  i  ,  ;.  j  /.  *  .'i.'i  /vi  '•■'1'.:.:.  .  ■  -id--  r.  «  -.j.c^-rav.ini  ■- 
íf'//*-  <l<! ''  ''■;»•*  ;ii&  *  *.'o:í/"iíí  Wiirrir^".-  *.  *:••  Fi  i-*   .  nt-  *  In  - 

Kf.ii.i'!.,  n'.t'.\i'\(,  .v/,  IÍ-I.U  l'trjtí?í  «irii  jjm_m,  i-m  il.s.."ir>.  m»í  is' 
Mi  K't.  .'U.  ',ti'>.t'.r.'\'t  *-ín  l":i«.  jj'H  Ofi:  iJil-A".  i  -•-  «*:r...!.M  r.jin  o 
f-iii/í-r  ifi.f :iw  'l*H  '-iin^fi  ti  t-ipin  o  .  niiivo  í<»ns  ili>  Mergulhai1ur,'\.' 

i'Ant\  O  ifiolíini'!   fíiiviiipííito  Jifi<'r.jiri«#  r-iii  Fi-anv.t,  «••>ii)|'Ul.-;iv.i, 


PROMETHBU   ACORRENTADO 


15 


"tenio  f  Qu«  iria  dizer  minlia  pobre  muna  a  quem  era.  familiar 
com   /Uúosto,  Dante,  T^mo  e  Maiizoni,  na  Itália? 

Fluctuava  triumpUíitite  o  baháo  do  Rumantiáíiiii,  arvorado 
polo  innovador,  de  cuja,  mente  brotaram  «Atala»»  *  O  ultimo 
Abcuceragô*  e  <Q  goiíio  do  ClirísUauiamo». 

O  grande  homem»  que  produzio  as  OrienUxei  e  Lucrécia 
Borgia,  esci-evera  ito  Prologo  do  Oomv>iií  o  Kvaiiííolho  duma 
nova  religião  e»  íl^aterai/iando  com  AíTonâo  Prat  do  Lamartine, 
(iue  no  Jocéhjn  tiora  ^  França  uma  epopeia «  dtzia-lhe: 

Nous  iienãrúns,  pour  lutUr  dans  Varéne  lyrique, 
Toi  la  lance j  moi  U  coursier, 

Magalhães  (mais  tarde  Visconde  do  Araguaia )  publicara  o 
seu  volume  do  poesi;iá  —  Suspiras  poctícoe  o  Satidiides,  ^  que 
*be  valeo  o  Utulo  de  i\mdadar  da  esoola  romântica  no  Branii, 
e  contimára  sou  alto  valor  poético  na  Traí^edia  <  António  Jo6<5  » 
e  na  «  CoQlederaçâo  dos  Tamoyoii»»  poema,  superior  ao  Ca- 
ramurú  e  que  em  bollezaã  nada  tem  que  íavejar  ao  Vrugucyy 
de  Ba^(ilio  da  Gama. 

Porto  Alegre,  ensaiar a*«e  nas  BrazUimuM9,  e  ainda  aâo 
(irmlra  seus  créditos  de  poeta  no  Cúiúmbo,  puema,  onda  a 
pompa  e  a  magniílcencia  das  doscrip<,^õe>  corre  parelhatí  cora 
a  opulência  do  venudcaçào,  do  invejável  harmonia,  áa  vezes, 
por<^m,  monótona  por  causa  da  repetição  do  aceento  tónico  noe 
moamos  lugares  doíí  versos. 

guem  primeiro  corroo  o  véo  á  vida  dos  autochtímes  da 
America,  descrevendo- lhes,  lirl mente,  era  poesda  o  caracter  c  os 
cofetunietí,  íbi  Alongo  de  Ercilla,  guerreiro  hçspanhol,  que  no 
século  XVI  combateu  coutiM.  os  t^Vraucanos»,  indigonas  do  Chili. 
Seu  poema  fa  Araucana>,  em  oitava  rima,  rivalisa  com  o  de 
Ariosto*  Corvautes  equipara  a  ep;>poia  de  Erciila  íws  primores 
e|iíoo6  ttalianod.  Ck>niiiiettem  gravo  ínjn^íça  os  que»  fundadoij 
na  í  inpeivteição  no  plano  <Li  «  Araucaua  »,  põem  esto  poema  na 
mõéraa  linha  da  Menriada,  O  Qoionéo  mo  oceopa  logoi*  iníe* 
rior  ao  da  Araucaina,  .      *'  í. 


1 


i6 


REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTORICQ 


OooaciOt  pois,  do  mloba  iosofficioncia,  Tieram*mc  o^- 
somos  de  procurar  o  Director  da  Faculdade  e  rogar-lhe  mo 
eicusa»e  da  tarefa,  á  quo.  tomerariamoate,  mo  compromo^ 
tora. 

Já  penetravam  pelaa  fiâgas  das  gelosias  os  primeiros  clarões 
da  aurora.  Ergui-me;  accondi  a  lâmpada  tias  fucubraçoeí; 
tomei  uma  folha  dt^  papel  almai^^J  e  fiz  por  elta  correr  a  peana, 
sem  Laterrupçào.  Qu?jido  o  velbo  Carlos  Godinho,  slatclro  da 
Academia,  agitava  a  corda,  presa  ao  sino»  que  soava  a^  fati-* 
dicas  i«tê  horas^  — convite  cruel  aos  e^tndaotes  para,  na  phraso 
do  Quolruga,  correrem  ao*  Geraes  do  Coevento  de  Sâo  FrancisoOt 
aifida  engMnâa  o  pão  mal  mastiçado^  —  esorovia  eu  a  ultima  pa- 
Livra  íla  moxinifaíla,  íi  que  puz  u  titulo  — cSiudação  á  Sua  Ma. 
ge^ttulu  O  Imperador  em  sua  visita  á  Academia  »—  Pa^isei  os 
olhos  sobre  essa  peça  de  cjLlligraphia,  quasi  iaiutcllígivel,  ris- 
cando e  substituiodo  phrases.  Li-a,  depois  de  corrigida  í\  no 
meu  fí^fo  orgulho,  julguei  tor  fabricado  uma  peça  de  architectura 
{ líDguagom  maçónica ),  superior  a  todas,  que  havia  ríicitado, 
como  orador  da  <  Loja  Amizade».  Afignrou-^e-me  que  havia 
desbancado  Camòcií. 

Nisto  soaram  nove  boras.  Eu  verguei  a  humilde  fíitiota 
escolástica,  e,  depois  de  parco  almoço,  dirigi-me  á  Acade- 
mia» 


Azal^mava^«0  a  ostudantada,  príncipalmeute  d  porta,  que 
dava  para  as  aulas  do  proparatorios»  ainda  fechada. 

Soaram,  aâaaK  as  cornetas  doi  batedores,  que  pi^ecediam  o 
cocIms  imperial.  Deãíceo  delie  o  moço  Imperante,  que  foi  recebido 
ji  (furtaria  pelo  litrector  e  guiado  á  sala»  onde  devia  ser,  ofR- 
cialmente,  naud^Mlo  e  ouvir  as  homeiiagens  dos  poetas»  Eu 
Ocára  ti  porta  da  sala,  do  caso  pensado,  para  o  eífeito,  algo 
thoatral,  preparadi3  nos  primeiros  versos  da  minha  —  «Sau- 
dação». 

Quando,  ílndo  o  recitativo  de  Paulo  Âutonio  do  VfUle, 
cbegou  meu  turno,  ao  appí^llo  do  Conselheiro  Brotet^o,  que  mo 
iU>4!liHava  o  nomo,  p>urdt  da  porta,  oiitreí  a  passos  rápidos,  pela 
sala  e,  poodo-nn^  em  &euto  do  Imperador,  sentado  em  impro- 


PROMETHEU  ACORRENTADO  17 

visado  throno,  proferi,  em  voz,  a  priacipio  tremula  do  emoção 
e  que,  pouco  a  pouco,  se  foi  tir mando,  a  seguinte: 

€  Saudação  á,  Sua  Magèstado  o  Imperador,  na  sua  visita  á 
Academia,  cm  3  do  março  de  I84C»  : 


Onde  está  Elle,  o  neto  dos  Affonsos, 

O  Ungido  do  Senhor  ?  Quero  expandir-me 

Nas  effusões  do  amor,  do  qual  6  fonte. 

Onde  está  Ello,  —  o  brazileiro  excelso, 

O  Pae  da  Pátria,  o  anhelo  do  seu  Povo  ? 

Kil-o,  que  empunha  o  s^optro  fulgarantc ; 

Cinge-lhe  a  fronte  augusta  auroa  coroa ; 

Luz-Iho  o  génio  no  rosto  magestoso  ! 

Salve  !  Nuucio  do  paz  ;  Sol  do  esperança  ! 

Junquo-se  o  pavimonto  de  perfumes  ; 

Brotem  íloros  do  chão ;  ondule  a  myrrha. 

Gloria,  gloria  ao  Senhor !  Verteu  na  torra 

Um  raio  de  esplendor,  que  espanca  as  sombras. 

De  nossos  corações  so  alenta  o  fogo, 

Nossa  alma  se  derreto  em  grato  aroma  ! 

Gloria,  gloria  ao  Senhor  I  —  Mandou-me  um  anjo 

Roçar-me  o  coração  co'as  brancas  azas. 

Vinde,  orvalhos  do  céo,  banhar  meus  lábios. 

Borrifar  do  harmonia  as  cordas  d'harpa  ! 

Vénia,  Senhor  I  —  Meu  estro  é  como  o  incenso, 
Que  em  aroma  se  osvae  do  fogo  ao  toque, 
E,  como  impetuosa  catadupa. 
Rebenta  em  borbotões  á  flor  dos  lábios  ! 
Ah  !  Senhor  I  —  Si  essas  brizas  do  Ypiranga, 
Trazendo  o  brado  do  teu  Pae  nae  azas. 
Vieram  rec^rdar-te  a  gloria  d'elle, 
Banhar-to  de  saudade  as  fibras  d'alma  ; 
Si  no  teu  coração  sentiste  o  fogo, 
Que  accende  a  gratidão  e  amor  alenta  ; 
lia  de  insensível  ser  a  juventude, 
Vergontea  humilde,  que  te  Ci'esce  á  sombra, 
2i58—  2  Tomo  lxviu.  p.  ii. 


18  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

K  8iirila  a  lauto  amor,  com  quu  a  punhora^, 
Nobro  impulso  ooutor,  calar  aouh  hyinnod 
K  a  ti,  seu  Anjo  o  Pae,  noKar  as  bonçãos  M.  • 
Vô-a  Souhor  !  —  Teus  olhos  a  oloctrizam. 
Nos  .seus  rostos  lorás  <la  ;rIori:i  a  sôtlo. 
K*  (la  rsporauça  a  llor ;  expande  o  vivo 
No  jardim,  que  teu  Pao  deixou  no  gorraoii, 
K  quer  dever-te  cultivado  esmoído. 

Kntra,  Senhor,  da  floria  o  poristylo ! 
Ifraços  do  toU'(  Avós  do  lá  te  chamam  I 
Tu,  quo  enxugas  o  prauto  da  orphandude, 
K  pões  da  viuvez  termo  aos  fremidos. 
Km  nossos  corações  teu  tlirouo  escora. 
Mente  de  Aui*elio,  coração  de  Tito, 
Que  lazes  reviver  da  (íi*ecia  os  tempos  ; 
Sim;  —  completa  os  te  us  plauos  gigantescos  ; 
I^ropaga  as  luzes,  que  teu  sólio  esmaltam; 
Dá-uos  os  doces  Ituctos,  que  colheste. 
K  no  porvir  um  plácido  sorri.so 
Virá,  laffueiro,  rociar  teus  lábios, 
Quando  vires  na  cruz  entrelaç.uios 
ITarvore  da  sciencia  os  vastos  ramos. 

Anjo  do  paz !  Ampara  a  juventude ; 
Nella  pousam  da  pátria  as  esperanças  ; 
Si  a  vere<la  da  ^'loria  lhe  apontaste, 
lul-llio  as  sublimes  azas.  «lue  desdobras. 
O  ili.'ulein:i,  que  sui^tous,  Lâo  Joven, 
K'  J.í  viiNMit"  lauiHja,  que  ti*  adtirna. 
\h)  auivola  di>  luz  t-o  inunda  a  íVonte, 
(*omo  a  lio  heivioo  Fundador  do  Império, 
Quunrlo.  abrasado  em  santo  enthusiasmo, 
S4iÍT.(Mi  o  brado:  «Ia  lepoutlencii  ou  m(»rtel» 

Ah !  SiMihor  ;  minha  voz  t«Mn  liMco  aot^cnlo 
P.ira  oxprimir  as  onuN;ões,  quo  >into. 
M.is  11:1  II  i<<  dizem  J.i  b;isr.aiife  os  olhos. 
K  «s  ou<i  is  de  prazer,  quu  o  itistu  ospidha? 


PROMETHBU  ACORRENTADO  19 

Não  0UV03  os  anholitos  do  jubilo, 
Que  íaz  saltar  o  coração  uo  peito  ? 
E  quantos  pensamentos  esvoaçara 
Nesse  aíTavel  sorrir,  que  vès  eni  todos  ; 
Quantas  bênçãos  da  pátria  nessas  flores, 
Que  os  passos  te  perfumam  ! 

Anjo  de  paz  !  Não  colhas  teus  adejos  ! 
Deus  avigoro  teu  heróico  esforço ! 
Génio  da  liberdade  !  Exalça  a  fronte ! 
Protege-nos  c'o  a  sombra  de  teu  throno  ! 

Talvez  não  esteja  aqui  reproduzido,  íielmonte,  o  texto  pri- 
mitivo, pois  não  possuo  um  exemplar,  siquer,  do  livro,  em  que 
foi  impresso  esto  recitativo  e  só  de  memoria  aqui  o  transcrevo. 

Ouvio-me  o  Imperador  com  a  maior  attenção,  dando  de- 
monstrações do  mais  benevolente  apreço  e  na  passagem  seguinte: 

Quantas  bênçãos  da  pátria  nessas  flores, 
Que  os  passos  to  i)er fumam, 

desviou  de  mim  a  vista  para  fltal-a  n'uni  cravos,  que  juncavam 
o  tapete,  onde  pousava  os  pés.  Ao  erguer,  d(í  novo,  para  meu 
semblante  os  olhos,  uotei-os  ensombrados  de  uma  leve  tintura 
de  melancolia. 

Nesse  momento  havia  eu  feito  pequena  pausa,  aliás  exigida 
polas  conveniências  da  leitura.  Bastou-me  esse  momento  para 
comprehender  o  que  se  passava  n*alma  d'aquello  rei  do  vinte 
annos,  que,  profundamente  versado  na  philosophia  da  Historia, 
não  devia  ignorar  a  instabilidade  das  grandezas  humanas,  de 
que  tinha  o  exemplo,  ainda  recente,  na  sorte  de  seu  próprio  Pae. 

Passar-lhc-hia  então  polo  espirito,  com  a  rapidez  do  relâm- 
pago, um  vislumbre  do  futuro  i 

Qual  de  nós  pôde  reter,  pxra  sujeital-os  ã  analysj,  esses 
raios  de  intuição,  (lue,  subitanoos,  lampejam  no  espirito,  e 
desappareeem,  fugazes,  só  d  úxando  após  si  impressão  tranâ- 
toria,  obscura,  incompleta  e  indefinível  ? 


20  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

O  corto  ó  quo  uaqiielle  olhar,  ciiji  duração  foi,  apenas, 
de  ítlí^^uns  scírundos,  revelaram-se-mc  signaes  de  mysteriosa  sym- 
pathia,  da  qual,  mais  tardo,  em  mais  do  uma  vez,  tive  maui- 
festaçoes  c  provas. 

Findo  o  recitativo,  inclinei-me,  respeitosamente,  o  ia  reti- 
rar-me.  O  Imperador  chamou-me  ao  tlirono  e  podio-me  o  papel, 
em  qu(í  eu  escrevera  os  versos.  «  E'  um  borrão  informe.  Senhor  I 
Fermitta-me  Vo>s  i.  Magesti.de  qu(!  ou  o  passe  a  limpo,—»  Não, 
( replicou  o  Imperador,  est  mdendo  a  mão  o  sorrindo) ;  dó-me 
assim  mesmo  como  está.  ! » 

Tive  de  obedecer.  —  Roijei-lhea  mão  o  lui  seiítar-me  entre 
os  espectadores. 

O  Imp.^írador  absorveo-se  na  leitura  do  meu  manuscripto 
o  (cousa  extraordinária  nelle,  í[ue  (»ra  o  modelo  da  cortezia  !) 
não  doo  a  menor  atten^ão  ao  recitativo  do  poeta,  que  viera, 
depois  de  mim,  sauilal-o. 

Soube  ([ue  l<'vou  comsiijro  para  a  côrtn  o  meu  auto.^raplio 
e  que  o  mostra r.i  a  (lonçalvos  de  Magalhães. 

Muitos  annos  depoi>j,  travei  estr»'itas  relações  com  este 
poeta  diplomata  e  inter])(dlei-o  a  este  resi)oito.  Respondoo-me 
que  conservava  dess(;s  versos  lembaunca  vaga  e  natla  me  i)odia 
dizer  <le  positivo. 

Fiíiuei,  poiA,  ignorando  a  apreciarão,  que  daquella  minha 
proilucção  lizera  o  traductor  de  <01giato». 

A  iSnudação  teve  a  sorte,  que  lhe  cabia.  Afundou  no 
bo<iueirão  d«»  es  luecimont'). 


I)ias  d  'p(»is,  seguia  <>  Imperador  para  Itú,  deixan<lo  em 
S.  Paulo,  com  o  llto  do  po:ipaI-a  ;i  fadiga  da  jornada,  a  Impe- 
ratriz, que,  nem  uma  só  vez,  sahio  de  Palácio,  durante  a  au- 
sência do  esi)OSO. 

Foi  em  It!i  (jue  improvisou  o  deo  a  glo-ar  a  um  verseja  lor, 
a  conh  'cida  «luadra  : 

()  sincero  acolhimento 
Do  fiel  povo  Ituatxo 
(travado  fica  no  peito 
De  sen  grato  soberano. 


PROMETHEU  ACORRENTADO  21 

Glosou-a  também  o  Senador  Nicolau  Pereira  de  Campos 
Vergueiro.  Dessa  glosa  lembra-mo  sómento  este  começo  : 

Do  dever  o  cumprimento^ 
Que  se  estende  a  muito  mais^ 
Vós,  Senhor,  por  bom,  c?uimais 
O  sincero  acolhimento, 

O  grave  estadista  e  parlamentar,  que  só  por  especial  gen- 
tileza poetou  nessa  espécie  do  oitoiro,  presidido  por  um  rei, 
nunca  fez  cabedal  do  seus  versos. 

Antes  da  partida  do  Imperador,  offcroceram-lhe  em  8  do 
março  um  espectáculo  dramático  no  antigo  Theatro  do  Largo 
do  CoUegio,  ou  de  Palácio. 

Quiz  saudal-o,  pela  ultima  vez,  pois  elle  devia  partir  dentro 
de  três  dias. 

Procurei  um  camarote  para  recitar.  Fui,  por(?m,  impe- 
dido pelos  offlciaes,  encarregados  de  flscalisar  o  espectáculo,  que 
haviam  recebido  ordem  do  vedar  aos  barbados  a  entrada  nos 
camarotes,  reservados  ás  Senhoras.  Veio  em  meu  auxilio  a 
Exma.  Sra.  D.  Anna  Margarida  Martins  de  Toledo,  minha  ma- 
drinha e  parente,  sempre  aflavcl  c  aíFectuosa  para  com- 
migo. 

Chamou-me  para  seu  lado  o  consentio  que  d\alli  me  diri- 
gisse ao  Imperador,  apozarda  tacita  dosapprovaçilo  do  militar, 
que  mo  queria  expellir  daquolle  recinto,  não  sei  para  onde. 

«  O  Senhor  sujeitou  ao  «visto»  da  Policia  o  seu  recitativo  ? » 
Perguntou  mo  alguém,  que  não  vi,  pois  ou  já  mo  voltara  para 
a  tribuna  Imperial  e  soltara  o  verbo. 

Terminando,  tomei  a  benção  da  respeitável  matrona,  quo 
me  protegera  e  cujas  relações  ainda  por  muitos  annos  tive  a 
felicidade  de  cultivar.  Recolhi-me  aos  lares. 

Eis  parte  desse  recitativo  perante  Sua  Magestado  Imperial, 
no  Theatro  de  S.  Paulo,  em  8  do  março  de  1846: 


22  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTORIOO 

Olha,   Senhor,  a  pagina  dourada. 
Que  ven^  encher  em  n<H8a  Historia  Pátria  ! 
Vé  como  a  Pauliceia.  envolta  em  galas. 
As  plumas  do  coc^ít  esmalta  d^ooro ; 
Como  espalha  da  uma,  que  sustenta. 
Flores,  perfumes,  hymnos  o  sorrisos  ; 
Como  te  embala  em  cmntieos  soares 
E  te  embalsama  a  Tiração  da  noite ! 
Berço  da  Independência  !  Exulta,  exulta  ! 
Um   anjo  tutelar  pisou   teu  solo  ; 
A  sombra  de  Amador  da  campa  eróca 
Para  render-lhe  preito  de  homenagem ; 
Os  teus  prodígios  naturae?  desdobra  ; 
Sacode  o  pó  das  tradiçôoí  de  gloria  ! 
Polga,  pátria  de  heróes,  riyal  de  Athenas. 
Raiaram  para  ti  dourados  dias ! 

JoTen,  que  apenas  a  existência  estreias. 
Como   susténs  o  peso  desse  sceptro? 
Onde  foste  colher  tão  lindas  flores 
Para  enlaçar  á  fronte  magestosa  ? 
D*essa  cori5a,  que  ao  tyranno  opprime, 

Nâo  sentes  o  gravame  ? 
Não !  Tens  por  guia  o  facho  do  Evangelho, 

Que  6  teu  pharol  divino ! 

Tua  missão  no  c(5o  traçada  existe. 

Deixa  na  terra  luminoso  eeteiro, 

Como  Uriel,  o  espaço  perlustrando. 

Vae;  que  te  aguarda  a  sombra  das  palmeiras 

E  a  folhagem  do  oásis  do   frescura  ! 

Vôa,  Senhor ;  a  nuvem  já  te  espera  ; 

I^os  S(»raphin8  as  azas  to  convidam  ; 

Prííonche  os  teus  destinos  ; 

Sol^e   da  gloria  ao  templo  ! 


PROMETHBU   AGORRBNTADO  23 

Os  encómios,  feitos  nesses  rocitativos  ao  imperial  viajante, 
quasi  do  minha  idade,  traduziam  os  sontimentos  de  uma  alma, 
que  desabrochava,  cheia  de  crença  e  fó.  Aquello  enthusiamo  ora 
sincero,  como  o  é  também  tudo,  que  acerca  deste  vulto,  um 
dos  mais  insignes  da  Historia  contemporânea,  tem  aahido  de 
meos  lábios  e  de  minha  obscura ponna,  nunca,  (Doug  louvado! ) 
poUuidos  de  mentira  e  liypocrisia. 

Ardia-mo  n^alma  a  scen tolha  de  sympathla,  que  nella 
accendera  o  olhar  do  Imperador,  quando  eu  symbolisara  as 
bênçãos  da  pátria  nas  flores,  que  ello  estava  pisando. 

Por  essa  razão  é  que  fôra,  triste  o  soainho,  dizer-lhe  o  meu 
adeos  n*aquella  t:xrde  ennublada,  sentindo  profunda  soledade 
n'alma,comosi  delia  me  houvessem  arrancado  uma  oiperanga, 
ou  um  conforto. 

Tornaria  ou  a  ver  o  Imperador  i  Cbogaria  a  tomar  o  gráo 
de  bacharel  q  com  eUe  adquirir  a  capacidade  para  Aincções 
publiQí^s  om  qualquer  carroira,  que  me  pososse  em  contacto 
com  Q  Chefe  da  Nação  ?  Haveria  onsojo  de  poder  olle  avaliar 
minha  leal  dedicação  no  limitado  contingente  de  ierviços,  que  lho 
prestasse  paia  auxilial-o  em  sua  diílicilima  tarefa  ? 

Via  eu  todo  o  futuro  atravez  de  uma  nuvem.  Tudo  ora  in- 
certeza. Sempre  í\ii  dominado  do  profunda  melancolia  e  pa- 
recia-me  que  o  horisonte  da  minha  vida,  cujo  arrebol  empallide- 
cera  entre  sombras  proceUosas,  condensadas  em  tuílLo  durante 
a  minha  infância  e  puberdade,  sj  estreitava  e  que  poucos 
aanos  me  estavam  reservados. 

Finou-se  minha  esperança ; 
Com  alia  minha  ventura ; 
Meu  l\ituro  vae  sumir-se 
Na  gelada  sepultura. 

Era  este  o  começo  do  uma  das  monodias,  que  desferio  das 
cordas  a  minha  «Harpa  Qemedora»,    publicada  em  1847. 

Minha  imaginação,  distendendo  o  voo,  via  presontimentos 
nas  sombrios  reílojios  da  atmosphera  de  tristeza,  que  mo 
envolvia. 


24  REVISTA   EK)   INSTITUTO   HISTÓRICO 

Fora  talvoz  niolhor  se  houve-ísoin  i^onvertido  om  realiiladc 
(íssíis  aspirac^ícs  «ruma  alma,  «iiiti.  quaiiiio  ponde  p  -nsar  e  sentir, 
mariiíVskm  o  almejo  do  id'*ial  e  qio,  á  mo  lida  que  se  vão 
quol»rand>  o-;  viinv.il  »s,  {uAo^  quao^  se  preá  lo  d  matéria,  mais 
anhela  niarar  a  s-^lc  ih)  Iiifiniío. 

Si  assim  ínra,  nã  >  teria  assistido  á  catastrophe,  que  ar- 
rancou o  poílor  A'quolIe,  qíie  o  ext^rceo,  somente  para  mostrar- 
s^  supriMuo  fvpo  da  Justira.  representação  do  Direito  e  pei*so- 
ni  Meação  do  Pr.>^'re>so. 

Fad;ira-<j  a  Provide-icia  para  intelli;rente  motor  da  «grandeza 
do  Paiz,  que  lhe  Ibi  iKírco  e  de  cuja  terra  íjuardou  no  tumulo 
algun-i  pu;,'i!os,  cerio  para  que  o  cérebro  e  o  oração  se  lhe  as- 
similassem á  querid  i  glebi,  que  os  havia  for. nado. 

Si  assim  íV>ra,  não  teria  eu  ouvido  proclama r-so  junto  ao 
mausolco  de  um  dos  maiores  pnxxjres  da  Revolução  e  na  Camará 
dos  Deputados  a  necessidade  de  resuscitar-se  o  Terror,  filho  do 
jacobinismo,  c  explosão  da  m:ús  infernal  da*?  paixões  de  inveja  e 
Oílio,  inimÍL'o  encarniçailo  de  tinias  as  superioridades  moraes  e 
sociaes,  de  todas  as  nobi-ezas  do  coração,  do  espirito  e  do  cara- 
cter e  o  mais  collo^^sill  vampiro  de  horror,  com  que  o  Espirito 
do  Mal  assombrou  a  Terra». 


Tomei  em  ISH  o  ííviiodG  bacharel  em  Sciencias  Jurídicas  o 
Sociaes,  na  Academia  de  S.  Paulo.  Desde  o  meado  desse  anno  me 
havia  eu  i)roiM)sto  ao  lujrar  de  profonsor  da  cadeira  de  Historia 
o  (ieojrrajdiiado  Lycèo,  creado  em  Taubatt'*  pela  Assembleia  Pro- 
vinêial. 

Fui  approva<loem  concurso  e  nomeado  professor  das  indi- 
cada-; «li-cijdinas.  Tomei  posse  daquella  cadeira  e  comecei  a  lec- 
cionarem l><41^  entreKando-me,  simultAneamenTe,  a»)  exercício 
da  advocacia.  Ainda  exi<te  hoje  um  doH  meus  alumnos,  o  Dr. 
Am<u'iro  Xífticondesde  Moura,  iidvo^rado  no  foro  desta  Capital,  o 
(|U  il  e\iM*ceo,  ílurante  o  lmp<'rio,  importantes  Cí)mmissr>es. 

Fm  lHr>'>  jH\\\  uma  iicen^^a  de  três  mezes,  transportando-me 
para.  a  »;i<laded('  Paraty,  onde  assu  ui  i)osição  i)olitic^i,  conti- 
nuando a    a<lvo^'ar. 


PROMETHEU  ACORRENTADO  25 

Não  voltei  a  Taubaté.  Foi,  mais  tarde,  extincto  o  Lycôo 
daquella  cidade. 

Levava  nessa  mudança  para  ura  porto  de  mar  o  intuito  de 
approxiraar-me  do  Rio  de  Janeiro,  centro  do  Brazil  e  de  minhas 
aspirações. 


II 


Minha  primoira  viagem  ao  Rio  do  Janeiro,—  Vi«ita  ao  Imperador,— 
Sermão  d<*  S.  Pedro  de  Alcântara.— A  cadeira  de  Anchiotta.— 
José  do  Alencar  o  a  «Confederação  doa  Tamoyos».— Visconde  do 
Souza  Franco.-  Minha  nomeação  para  sub-director  do  Thesouro. 
—  Orat  dão  a  Souza  Franco,  S.  Vicente,  Campos  Mello,  Itaborahy 
e  Abrantes. —  Commissio  bancaria  em  Pernambuco. —A  «Pharsa- 
lia»;  Jotíé  Feliciano  de  Castilho  e  Dom  Pedro  II.— Abertura  da*  pa- 
lestras ImperiaoM  com  a  leitura  do  «Jocelyn»  (versão)*-^  Recusas 
do  Impsrador. 

Em  1853  fiz  minha  primeira  viagem  â.  Capital  do  Império. 
Oito  dias  após  chegado,  fúi  ao  Paço  de  S.  Christovão,  residência 
Imperial.  Conservaria  ainda  Dom  Pedro  II  alguma  reminiscência 
do  estudante,  que  o  sauddra,  havia  sete  annos,  na  sua  visita  d 
Academia  de  Direito  de  S .  Paulo  ? 

Levava  ou  comigo  ura  exemplar  da  Harpa  Gemedora,  qu© 
mandara  encadernar  cm  marroquim,  e  em  cuja  primeira  pa- 
«rina  escrevera  uma  dedicatória  ao  Imperador. 

Sem  habito  doftxíquencla  no  Paço  e  ignorante  da  etiqueta, 
curvei  a  cabeça  para  beijar  a  mão  Imperial ;  mas  nXo  a  toquei 
com  os  lábios. 

Foi  machinal  essi)  acto.  Tinha  pressa  de  falar  ao  Impe- 
rador. Elle,  porôm,  fi^anzio  ossobr*olhos  e  encarou-me  com  es- 
tranho semblante,  jul«?ando,  talvez,  que  cu  qulzesse  inculcar  aos 
que  o  cercavam  submissão  e  respeito,  sem  que  desse  sentimento 
completasse  a  manifestaçcLo  para  com  quem  era  delia  objecto. 

«Venho  trazer  a  V.  M.  (disso)  um  exemplar  do  meus  pri- 
meiros veráos,  publicados.  NcUe  se  distinguem,  por  causa 
do  assumpto,  os  rocitativos,  que  tive  a  honra  de  endereçar  a 
V.  M.  na  Academia  o  Theatro  do  S.  Paulo,  ha  sete  annos.» 


28  REVISTA   DO   INSTm.T:>  HISTOEUCO 

earu^aio  o  >*?:ríXvi:io.    Ler.::r'>r::',\  rcriei^imen^e.  de  seus 
reo i ' a :i V ..X? .  do  u ?a  i >< vi'i Ae>  ■-'lí i -o ? v  i  i  x^ ? rã? . » 

E,  :orji"i  -■»  Livr;.  a ?.•:•.:-«:  e  .\'??e'3  >s  .'IJio-!  ::-:■?  alruaias 
pcigln .i>.  :ii.vroS'. t  :.t JLzl  • : 

poesia .  > 

T'.»mei-rae  a  RrÃ-:».  ^:-vr\al.^-a  «le^vv  vez.  :>::!  :•>  I.í'  is,  e  díTí- 
rei-me,  liS'.^.i'ei  il  ►  p»:-?  a-iii-íle  A..vl!;:r.i':i*>.  ri^y  mo  p:''-'Vavjl  uãu 
se  haver  da  me  m  ■:■  ri  a  - 1  >  m  ■  "«n  i  rcL  ■  i  w- 1  j"  \ :  >  i  :  i: :  -: : .  i  y  >.?  -.i  ra 
pcrsi>nali'iade  e  o-  n«>s*)sd'jMseno.3:.rr  ■<  ::a<'\'.  i^^.i  ioS.  P\íiI^. 

Não  \*AT"Í  ao  Paçj  deS.  C:iris:«jvão .  Vi  i  -^  Imioi  t  i.:-  r.  i-i 
Thoatws,  prii:oi]Xilment  j  no  Provisório,  nunca  Ih»*  m :•:»•'»  n  I.^ 
a  atienção,  «luc,  aliás,  não  pi*oc'irava  aitrahir. 

Em  10  de  outubro  ilo^^^e  ;inno  »"el"brava-se  na  Ca  polia  ImpK}- 
rial  a  festa  de  S.  Pelro  de  Ale  mura. 

Dirig^ia-me  cu  piri  «a-a.  quando,  a»  passar  p -r  mira  um 
amigi\    tomou-iiic  o  ])iacu,  dizen-l«j : 

«Venha.  Vamos  ouvir  M'^u'e  Alverne.  Ha  H  iinnv^  [ue  a 
cegueira  o  afastou  do  púlpito  e  da  cadeira  dtí  pr«»fo«or  de  plii- 
losophia.  vivendo  em  uma  solitária  cella  do  convent»  «lo  Santo 
António,  onde  raros  amigos  lhe  Tão  tributar  o  merecido  preito  d  ; 
admiração.  O  Imperador,  que  sabe  quanto  vale  o  grande  pr(> 
gador,  convidou-o  a  sahir  de  sua  solidão  e  a  quebrar  o  diuturno 
silencio  nopanegyricodoSanto,  ciyo  nome  deram  ao  moaucha 
na  pia  baptismal.  Vae  V.  ver  que  o  velho  monjjo  alcança rrl  mais 
um  triumpho,  igual,  ou  talvez  superior  aos  que  na  m'vitla«le  e 
na  idade  viril  lhe  valeram  o  titulo  drprincipe  án  tribuna  sa- 
grada do  Hrazil.» 

Entrei  no  Templo,  exactamente  no  momento,  em  que  ci  Impe- 
rador c  a  corte  lhe  transpimham  o  liminar.  Era  pequen.i.  ma^ 
de  escol  a  concurrencia.  (iiannini  regia  a  orehostra  e  a^  har- 
monias de  sua  musica  sacra  resoavam  nas  arcada >;  da  ('i<  i  da 
Oração,  onde,  de  costume,  aji-^istia  aos  actos  religiosos  a  Fami lia 
Imperial. 

Ih^  súbito,  reinou  o  silencio.  To<loso>*  olhares  concentrar  a  m- 
jio  no  viMierando  vulto  do  fra<lo,  quo   se  ajoelhara    ao5   ju^^s  do 


PROMKTHEU  ACORRENTADO  29 

Prelado,  para  receber  dello  a  bonção  e,  depoi*  de  profunda 
saudação  ao  Throno,  se  dirigio  ao  púlpito. 

Indefiuivel  foi  a  impressão,  despertada  pelo  aspecto  daquelle 
ceaobita,  cuja  fronte,  embora  o  roçar  das  azas  do  Tempo,  a 
ausência  dos  raios  do  sol  e  a  mão  da  enfermidade  houvessem 
descorado,  parecia  resplender  de  luz  interna,  que  em  vivas  irra- 
diações se  reflectia  nas  pupillas,  invadidas  pela  gotta  serena. 

Era  uma  resurreição.  Vinha  da  soledade  o  sombra  do 
claustro  aquelle  novo  Tobias,  a  quem  faltau  o  auxilio  do  ar- 
chanjo.  Erguera-se  da  base  da  cruz,  onde  se  acry solara  na  prece 
e  na  penitencia.  Acudia  ao  rosoar  do  sino,  que  o  chamava  com  a 
grande  voz  do  Christo  ao  semeio  da  Fé,  da  Esperança  e  da 
Caridade. 

O  que  foi  osso  sermão  só  pôde  dizel-o  quem  ouvio  Monte  Al- 
vorne,  ao  vacillanto  clarão  dos  cirios  sagrados,  em  arroubo 
sublime,  gesticulação  enérgica,  olhar  como  que  immergido  no 
horizonte  do  Infinito,  e  voz,  que  parecia  um  éco  de  outro  mundo, 
proferir  aquellas  palavras:  «E'  tarde!  E'  muito  tard3.»  Cale- 
frio eléctrico  correo  pelas  veias  do  auditório  que,  mudo,  nem 
pestanejava. 

Mais  do  41  annos  decorreram  desde  esse  dia  e  ainda  a  me- 
moria me  retrata  com  as  verdadeiras  cores,  aquella  scona, 
como  si  a  estivesse  presenciando. 


Retirei-me,  absorto,  e  fiquei  largas  horas  recolhido  sob  a 
excepcional  influencia  daquelle  extraordinário  acontecimento. 

No  dia  seguinte,  publicava  o  Correio  Mercantil  um  artigo 
de  fundo,  dando  a  noticia  da  revolução,  produzida  nos  espirites 
pelos  raptos  do  orador,  que  de  véspera  nos  extasiara ,  e  apre- 
ciando-lhe  os  transcendentes  méritos. 

Era  da  penna  de  Francisco  Octaviano.  Nunca  desdobrara  tão 
largas  azas  aquella  águia  de  colossal  envergadura. 

A  critica  do  sermão,  cora  que  nos  encantara  o  grande 
Franciscano,  interessava  tanto  pela  profundidade  dos  con- 
ceitos, quanto  pela  opulência  da  li  ngoagem.  Fina  e  superior- 


30 


REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


munte  (iduoado  ora  o  O:ipíríto  do  Odèaviano»  Ju^to  o  imparcial 
o  seu  enterio  o  vastíssima  a  sua  Uiustraçãg.  iie\i  ustyjo,  ura  It* 
geiro  o  l6Y<?,  coiiiQ  a  tiorbaleta  pfjrpbSfl&ndo  pulo  cálix  das  Jlôrtís ; 
ora  oauíítlco,  qual  uma  lUrp^  do  AlfôDde  Kai*i%  líríucipalmcato 
ao  oxorcioio  do  ropresalia ;  ora  âuavo,  dolícado  e  vaporoso  como 
um  Téo  de  gaze«  que  ondeia  ao  Eopbyro,  toruou-so  gravõ,  aovoro 
o  seateaciosQ  no  juLzo,  expendido  acerca  daquolla  p«ça  do  olo- 
quoncia  sagrada. 

Ferreira  Viauua,  taml>oai  lumiaar  da  impreos^i  politica 
—  polemista  do  nervos  do  aço  e  teaiaeuloí^  de  furro,  que  sá  se 
descravavam  do  adversário  quafido  eí*to  modía,  pi^>steriiado, 
o  eíiao  da  Jica,—  eonbocla  o  lírando  valor  de  Oetaviano  e,  mab 
de  uma  vez»  o  luuvou  puijlieanietite, 

Firmino  líodrigues  òilva,  jornalisita,  que  oltrigí^u  a  dep<ir 
armas  aos  detractores  do  Fundador  do  Império,  caminhou 
sompre  do  par  oom  o  redactor  do  Correio  Mereantil^  som  que  os 
triumphosdo  rival  Ibe  rau1>assem  um  momcuto  do  somno  trao- 
quiUú.  Laetf  OuanalKira  o  Tobias  Monteiro,  grandes  Joraar 
listas  da  ímprônfía  politica  actual,  si  Oct^iviano  ainda  existisse, 
nâo  julgariam  uioaos  virentes,  que  aíá  suiu»,  as  palmas,  coltiidíis 
polo  valente  atlilotii  da  imprensa  diária^  e,  vivendo  ix>m  alio  ora 
firatorna  communbào,  exprimiriam  a  seu  re!«poito  o  mosmo  f ers* 
didum  dos  contemporâneos. 

Na  tarde  do  dia  30  de  outubro  entreguei  á  Redacção  do 
Ctm^eia  Mercantil  o  meu  artigo»  escripto  sob  a  influencia 
daquella  oravão  do  sorprrhendeuto  pregador. 

Veio  Á  inz  a^^uelto  olog'io,  que  outra  cousa  nâo  foi  a  minha 
aoalyso.  Pt^r  muitos  annos  <te£  esta  escripto  parte  de  um  livro 
de  leitura  eiâcolar.  Lisonjelome  quando  a!íf  uns  homens  de  moro- 
dmento,  hoje  de  ai  ta  po^si^flo  social,  lhe  ropetem  alguns 
trochos. 

MonfAlvernenão  demorou  sua  visita.  Agradecco-me,  com 
movido;  abracou-mo  oom  eíTusâo  e  fei-me  protestos  do  amiEade, 
comprovada  doitois  em  raai^  do  uma  oe<*a:iiãti.  Con?4orvou-se,  at^ 
marrofimeu  sincero  amigo.  Guardo  dollo  uma  carta,  revrlando 
sêndAdo  c  exprimindo  vivo  dG>íOjo  de  quo  eu  tratisforisso  minha 
residência  para  o  Rio  de  Jaaeiro. 


PROMBTllBU  ACORRENTADO 


31 


UiiW  dt^iKíís  4o  Ktírniáo  do  Sao  Pedro  do  Alcântara,  subiram 
u  Impcrudiít*  li  ;i  IniperatriB  a  ladiâíra  do  Santo  Anioiíiu  a 
roram  á  colla  do  convotito,  em  que  o  vellio  cenobita,  iíii- 
possÍ1)[Iitado  do  coutempíar  a,s  sciauas  da  Natureza,  sontiu^do 
alumiado  pGlm  iiitoniotj  clarões,  noilo  dorramadoâ  polo  Espirita 
Divino. 

Foi  cordial,  a  mais  não  ser,  aqtiollo  oiicontro.  Pedro  o  Tho- 
rosa  sontaram^e  ua^  vollias  catbodras,  que  ibrmavam,  de  par 
com  lima  poqiieua  niosa,  a  modogta  moíiilia  do  humildo  sorvo  do 
Deus.  Ksi|uivatido  as  maoa  ao  boijo  do  c^tylo»  ontretívorani-fi), 
com  o  présfador  tym  animada  o  simples  poiostra,  tondo  por  oxolu- 
sivo  objecto  a  vida  du  cego»  o  modo,  por  que  pas^va  aw  horas 
naquello  acanhado  recinto,  onde  potioos  amigos  rocebía*  o  os 
trabaOio8i  philosophmos  o  roligioao!*,  quo  concluirá,  ou  tinha 
0tQ  olaburacãu . 

Entroíçarain.  por  ordem  do  Imporaí»or,  ao  velho  rulij^ioso 
umaoatloíra  do  braços,  estoMa,  accnsando,  pelo  estado  da  ma- 
deira, uma  votustez  do  sooulo^i. 

lilra  a  cadeira  do  Anc!iietta.  Viera  da  província  do  Espirito 
SAnto,  onde  aqucllo  Lai  Cenas  da  Ameriea  do  Sul,  que  morreu 
em  Bcnevonto,  pasnara  f;rande  parto  de  sna  vida  a  o  range- 
Usar  o«  autóditonea. 

Mait!  do  uma  vez,  sentoi-me  natiuella  cathe<lra,  tine  fòr» 
pousj  habitual  do  companheiro  de  Manoel  da  Nóbrega,  Imagi- 
nando quo  m  mo  santlllcava  o  coi*pí>  na  velha  madeira,  tantas 
vezos  aquoeída  ao  oontaoto  do  virtuoso  jesuíta.  Km  vítot  Só 
as  gybillas  podiam  rooehor  pelo  afila  to  a  alnm  o  a  fufiplraç&o 
do  Deos,  quo  Ihe^  dictava  oy  oráculos. 

Qnintas  fraaôM  e  gOâto^ai^  risa^h^s  na*.!  tiemo.^,  meu  ven^v 
rando  amigo e  ou,  a  propósito  ttaquella  annoea  almaíijarra,  cuja 
aulhenticidade  é  maié  que  pnjbiematica  1 

Bitroltaram-«o  maia  m  nosaas  relaçííeíí  dopoi»  do  ãormáo, 
pr<!gado,  a  instanciad  do  Imperador,  na  Capetla  da  Gloria  do 
Outeiro,  em  agosto  de  1854.  Na  pregação  tove  o  grande  orador 
de  faier  pausa,  por  aljíUítT?  momentos,  acommettido  |K>r  IVirto 
3ya*íopô.  Conseguio  clu^gar  ao  dm,  nom  grande  aacriíicio  o  perigo 
do  vida,  pois  recuaou  doi^ocr  do  púlpito* 


a2 


RE%'IBTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Escrovi  a  analyso  dessa  outr.x  adniiravel  composição,  que 
também  figurou  na  mencionada  selecta. 

Em  1856,  irapiignanJo  tópicos  do  um  folhetim  de  H.  C, 
Muzzio,  publiquei  no  Jornal  do  Qommercio  largas  considerações 
a  respeitai  de  cartas,  trocailag  entre  A.  Feliciano  de  Castilho  e 
o  Píidre  Mostro  Frei  Francisco  de  Monte  Alver.ie, 

O  poeta  dos  c  Ciumea  do  BaMo  *,  a  quem  as  íj^justas  dia- 
tribos,  dirigidas  a  seus  trabalhos  e  que  ainda  corvojaram  sobre 
seo  tumulo,  nâo  lograram  deâjilojar  do  Pantbeào  da  Gloria, 
veio,  líom  a  fiodei-osa  palavra,  collocar  a  Monte  Alveriie  no 
pedestal  da  immort  ilidade,  do  que  não  o  poderão  descer  os  de- 
molidores por  Índole  e  syntoma. 

Nem  tão  pródigo  em  eerobrus  fecundos  tom  sido  para  com- 
nosco  o  solo  da  Natureza»  que  se  tomo  desculpável  o  vêso  de 
amesquinhar  aqucdlos  que,  do  vez  era  quando,  exuheram  em 
seiva  espiritual. 

Mudado  para  o  Rio  do  Jaoeiro  em  dezembro  de  ia55, 
acceitei  o  convite  do  consolhoiro  Aotonio  Maooel  de  Gampoa 
Mello,  varão  honestíssimo,  de  cultíi  intelligeneia,  imra  com  elle 
collaborar  em  wòu  e>eriptorio  de  advocacia,  á  rua  da  Alfandega 
n.  7,  casa^  hoje  demolida  no  terreno,  onde  se  ergue  o  ediflcío  do 
Banco  do  BraziL 

Abrio-me  o  velho  Manoel  Moreira  de  Castro  no  Jornal  do 
Commercia^  de  que  foi  principal  redactor,  uma  parte  para  apre- 
ciação, commentario  o  censura  das  decisões  do:^  tribunaes.  Dela 
easa  Secção  o  titulo  de  — Parto  jurídica,^  Era  publicada  duas 
vea^  l>or  yõmana. 

O  eraineoto  jurisconsulto  Pimenta  Bueno,  depois  Visconde  e 
Marquez  de  S*  Vicente»  que  me  honrava  cora  especial  amizade,  in- 
digitou-mo  para  uma  Preidencia  de  Provincia,  F.ji  commigo  á 
casa  do  Presidente  do  Conselho,  que  era  o  Marquez  de  Paranl 
£m  doa»  conferencias  com  este  eminente  homem  de  bstado, 
pudtí  admíral*o  o  verificar  que  não  eram  exagerados  os  elogios, 
UQiversaimento  foitoi  a  seu  alto  merecimento.  Por  raais  do  uma 
hora,  em  cada  um  deise^  encontros,  o  Marquez  falou  quast  ex- 
oluiiívamente,  descrevendo  oom  particularidades  (algumas  das 


PROMBTHBU  ACORRENTADO  33 

quaos  mo  eram  extraahas)  a  região,  dosde  Itaoorussá  até 
Paraty  (oado  ea  morara  por  mai^  de  tros  anãos),  a  lavoura 
dessa  zona,  os  recursos  de  cada  povoado,  sou  pessoal  e  os  meion 
de  desenvolver  e  morallsar  aqiiella  parte  da  província  do  Rio 
de  Janeiro. 

Náo  poudo  elle  realizar  a  promessa,  que  me  fizera,  de  no- 
mear-mo  Delegado  do  Governo  em  uma  dis  províncias  do  Im- 
pério, porque  a  morto  o  empolgou,  privando  o  Brazil  dum  do 
seus  maiores  homens  políticos. 


Foi  por  aquelle  tempo  que  veio  á  luz  da  publicidade  a 
€  Confederação  do?  Tamoyos  >,  do  poeta  Gonçalves  de  Maga* 
Ihães.  José  de  Alencar,  que  então  fazia  suas  primeiras  armas 
na  imprensa,  começou,  sob  o  anonymo,  a  censurar  aqilelle 
poema.  Araújo  Porto  Alegre  sahio  a  campo  a  rebatel-o,  em 
tom  do  altivez. 

António  José  Victorino  de  Barros  fazia,  ás  vozes,  coro  com 
o  censor,  em  tom  do  graci>jo,  excitando  assim  a  bile  do  Porto- 
Alogrc,  que  mais  provocador  se  tornou , 

Por  ultimo,  o  próprio  Imperador  onvolveo«80  na  polemica, 
sob  o  vôo  do  mais  absoluto  sigillo,  só  agora  revelado  pelo  Dr. 
Manoel  Barata,  ex-senador  pelo  Pará,  que  doscobrio  o  manu- 
scripto  imperial  c  delle  foz  presente  ao  Instituto  Histórico,  em 
cujo  archivo  está  guardado. 

O  escriptorlo  do  Conselheiro  Campos  Mello,  que  havia  sido 
Ministro  da  Justiça,  ora  frequentado  por  notabilidades  politicas 
e  p:»los  altos  Dignitários  do  Paço,  entre  os  quaes  o  mordomo 
Paulo  Barbosa  da  Silva  o  o  medico  Dr.  Gomes  dos  Santos,  in- 
tclligencia  de  alto  quilato. 

Em  certa  manhã,  á  hora,  em  que  eu  estava  labutando  na 
minha  «Parte  Jurídica»,  chegou-se  a  mim  Thomaz  Gomes,  em- 
punhando um  livro.  «Sabe  o  que  é  isto  ?  ( perguntou-me  elle ). 
E'  ura  exemplar  da  €  Confederação  dos  Tamoyos»,  que  o  Impe- 
rador lhe  manda  para  qne  o  leia  o  se  habilito  a  defender 
o  nosso  amigo  Magalhães  dos  ataques  injustificáveis,  que  o 
Alencar  c  não  sei  quem  mais  estão  fazendo  a  este  bello  poema, 

2158  —  3  Tomo  lxviii  p.  ii. 


;ii  IIKVIMTA    no  INSTITUTO  HISTÓRICO 

(111  |iriMtiliiiti>nii  tin|iitrtal.  Ku  nm»  hiMh  <iun  o  senhor  era  apre« 
1'hMtii  ti  nrtfii  ii>iiil<)  fHtlo  AoM»<tm.  |<:iIo  nii^ino  disso-mc  que  só  o 
niiiihiH  )i«iili'i  <ior  o  >ronor,U  triiiiupliador  nosta  guerra.  Ahi 
ilfkhii  II  li\  IP  Nt»i  M»»«^  i»'^'*  ***'  iiviisíuvi  ;l  incumbência,  pois 
1^  |iimn.i  tl«t  <UioNal«u',  1)110  lif^a.v  Nou  ta  lon  to  o  d  sua  proficiência 
II  ihiMu  ilii  I' <iihlo.  * 

;N,i«l.»  luoiuoMl.  liíjANani-iut»  a  Jom^  ilo  Alencar  laço  3  do 
.Mii('<hl(>  \.»''  Ni^-iu^r.^-í  (luhA  lUtM^Uo  jHvlitlo  oserevesse  para  o 
mm  .'.iM.ir  V.  oou\  olVoUo.  Al^ruus  mr.'iK  do^vns,  oreoi  no  Diário 
ili*  ICi.».  do  \\\\\'  \li»u»^n'  ova  ioxlsiou»r  tMU  oliofo,  uma  secção,  des- 
(Uuida  A  \s\\\\Us\i\\\\^  ^^^''  al^MUua^  iMivsias  i^sivUiidas  do  autores 
Iriéiloiu^si  t.^-íV  soovsívo  IAnuvuM\ou  iK»r  a^um  tom^x)  o  foi  pela 
l<oda\v\o  lAHxMUu^oudada  a  a^louv^^^»  *los  loiívnv:?. 

Mu»  I  usio.  V»  NhuisuN»  dv»  hu^v^no  .K^sMlioi>iiik^  do  Souza 
U  ^»uo..  \l«^\^M!*  Ií.uAn»  *l.^N  Tívs  lUrius  o  \  :sovv.do  do  JaiTuary, 
oo.  a\  \  o.: 'M  ',• -^^  do  v;.^  ixvr.'  d.^  .  ;aK»:\r/  i:'n  '^>:v;  a  t  .  de  1  'i  para 
^  uvuM.'  à.*  liuvr.A^  \v»ií!í.U  tíi*.u'ili'::v.  j^i\ve.*:.^i;-.u  j^via  ser 
NUÍ*>o.%'r,..l '  a^  V  .uuai\v>i  ^vU»  v»o\or:K^  O  niosv  o:k'rip:or  já 
uio\vuA>  A  *'M\  Sv^u  *:/.i';:u^ío  do  tralvilho  as  pnxlucvx^,  .|ue 
d.MAv.\  •tr:í\.r.--"io  v^  v»A\Uio  li:ierari^\  t^s^ri  l^ido  ao  m-?xn:j» 
UMo\K^  o  v'v»í:\  .ií:  Vv»  a  Sv-ioaoii  da  Adraiu:s:,\ks\\o,  a  d.>  :>:re::o, 
iH,»'.»»M.  a  K.v.*..»*.iv..^  lVl:uoa»oo\hib:uL»d'osu  br.lhAutets  ani;^ 

do  .ki*i»s\^^  -•  iVNiv:S »  vK*  lii^vw*  Ur  (ir.uvw  ík^' rv  a  >;::ia  . 
l.íiha  x*'.  .V  aoNNO  !0'*.i\v\  vV':v';  :;.L^  /»  rr.nA:v,v  <  :r.;:'è:"..í.  >.  ;::o 
>\^í»vU'\.v\\  V  .í:'-víi'- i"U'...x\  a  *u  ..^i  ^r.:::a,:u  <.  i^^  a:v  .-:;: 

^V-^^*^-'     *"*     "   v--.í-X.v."  ,  -.•       ,i>      ■.í-V-    \<.>^.-,   aV-«  X.'    \^     •..    ; 

t,xx.  .t^     *-     '^      ■■■'  ^    ^  V  >.  '.»■.*  ^:  :  >  -.    s-     ;    .s..    .  -; 
Vi-  -    >     y.     •  '    ^ 


hVv^  í^v.iR.-Ctt^ii^ 


;i^^.i  ,'  rití^::::'.'  í:;c*,v.v 


PROMETHRU  ACORRENTADO 


35 


Alíoguoi  estas  razoe  í  pira  excusar-rae  á  tarefa  díj  contristar 
o  critico  lia  «  Confodoniçào  doa  Tamoyos  »,  o  ellft!^  calaram  no 
animo  do  Imperador,  que  .se  dignou»  por  via  do  Dr.  Tixomaz 
Gomas,  louvar  a  minha  lealdade. 

Divergências  de  carvicter  pjlitico  separara m-me  de  José 
de  Alencar  nti  Camará  dos  Depiitaíloa.  Tivemos  pela  imprensa 
uma  discussão  litteraria,  em  que  oUo  mo  tratou  com  suprema 
defi>rencia. 

No  umraento,  em  íjue  laucci  a  «seu  cadáver  a  pagada  do  cal, 
tiniia  eu  os  olh  >s  ra^os  do  lagrimas  o  os  soluçoi^  ombarga- 
vam-rae  a  voz. 

8umira-se  uo  occaso  iim  dos  maia  dcalutnbranto^  sóo^  do 
nosso  horizonte  liLtorario  e  politico. 

Foi  assim  que  llie  lanientoi  o  dcsapparecimonto,  na  Po- 
lianthôa»  organizada  por  Joaquim  Serra: 


Como  Virgilio  a  Danti> 
Gooper  no  céo  te  a-spora, 
Estrella  scintillaute 
Da  conatellada  espheuji , 

Deub  eternal  descanso 
Deu- to  e  da  gloria  a  palma. 
Houveram  já  jM3manso 
Os  ésiúâ  de  tu'alma. 

Poiíquissimos  linuiens  públicos  vivem  hoje,  que  assistiram 
ts  sessões  da  Camar.^  dos  Deputados  em  1850,  época,  om  que  a 
febre  amarei  í a  appareceo  neííta  capit^d,  dizimando-lbe  a 
popuiaçáo  com  violência,  quaâi  igual  á  que  desonvolveo  nas 
cidades  marítimas  dos  E-^tcUlos  Unidos  da  America  do  Norte. 
Eeses  vethos  políticos  o  alguus  cidadãos»  contemporâneos  seus, 
poderão  dar  tcstoraunho  do  assouiiu^o,  que  então  caunava 
o  Dr .  Bernardo  de  Souza  Franco,  deputado  pela  Província  do 
Pará, 


M 


MliVMrA  §0^ 


«fjfj  lei  4u  «itU»f»i/r*/  p«il9 

furifiaviftrii  a  ffiicturiJi  dtf$  Miafl  âwgfÊkfim  • 
liOU v«MW{  <;xtMO*i  é4//,  Atiii44i  At  ti#  1 
per8Í4teficj;i  mu  iuu  o  «í^m  nukMf  JUunBro  im 
pitMtraHW) /m lifiiu, nA/i  r«irt«tram ai j 

de  S.  Paulo.  Aii0Í4ti  ««u  ao  baile,  qttBaIlilhe< 
Sondo-lbc  SkprotitniwiU}  puío  í>r.  Uaárigam ( 
conversei  por  vluUs  minuV/M,  Ao  comprimantal-o,  no  tdp»  ii 
escada,  qiiando  ia  retirar-^  :  €  Adeoã,  dive-ma  alia.  Ha^iaBM 
encontrar-nog  na  vi^Ja  jmblica  >  *-  Nio  sei,  Ezmo.  Sr.;  ] 
mo  que  fa<^>  bem  om  Jimitar  mlohai  Tiitaa  á 
Lycôo  do  Taubaté.— Qual!  (torooa alia).  Tanha  ML  K 
linúiado  o  horizonte,  em  que  vivo.  Até  o  Riodo 
Sou/a  Franco  era  um  dos  primeiroi  íinABaainii  i 
No  estudo  de  Adam  Smitii,  Malthua,  Sismondi  a  J 
Sriy  bobcra  a  sciencia,  que  o  tomou  celebre.  Ko 
roniidílo  orn  iHhO  p.ilo  Marquez  de  Olinda,  M  ai 
/ Mló  dl  p ista  lia  Fazenda. 

(*  'onsííihííiro  Campos  Mello  lembrou-lhe  i 
•^ni.im-Tíi,»  í-ortoM  artigos  sobre  finanças  o,  entra  ( 
6Mm   íwoript<,s   iK>r   Mugemio  do  Prado.  K' 
rt\nifm  mma  »  respeito  do  matérias,  que  se 
'V  Pht»«r,ur»;  rn.w  fiiipfsa  tornei  a  paternidade  do 

*  *^  rt^A  f^iiiba  Moridfdo  o  n^imo  de  «au  ca 


(k*Ahu. ;  ro^pf,r,,|^^, ,,  ífrando  parlamentar. Di^arlteí 


^  O    *onb(»r    a'ixiliar*mo ^— «Com   a 


PROMETHEU  ACORRENTADO  37 

Fui  nomoado  em  outubro  de  1857  ajudante  do  Procurador 
Fiscal  do  Thcsouro,  e  só  ora  1870,  por  oícisião  da  primeira 
vaga,  passei  a  Director. 

Ainda  atô  hoje  md  vivem  na  memoria  aquelles  grandes 
homens,  typos  de  honra  e  de  lealdade,  a  quem  devo  haver  es*» 
treiado  a  minha  vida  publica  num  cargo  de  alta  importância,  ao 
qual,  em  regra,  só  so  chega  por  accesso. 

Toda  a  minha  veneração  aos  eminentes  cidadãos  e  immor- 
taes  servidores  do  Estado  Visconde  d 3  Souza  Franco,  Marquez  do 
S.  Vicente,  conselheiro  António  Manoel  de  Campos  Mello  e  igual- 
mente ao  Visconde  do  Itaborahy  e  Marquez  de  Abrantes. 

Logo  que  apparoceo  o  decreto  de  rainha  nomeação,  tive  de 
ouvir  do  CJonselheiro  Nabuco,  uma  das  maiores  glorias  do 
Brasil,  as  «eguintos  palavras,  que  me  encheram  de  orgulho  : 
«  Lamento  nâo  me  coubesse  o  prazer  de  havel-o  nomeado.  » 

Indo  ao  Paço  de  S.  Christovão  (onde  nâo  entrava  havia 
muito),  agradecer  a  minha  nomeação  paratãoimporcante  cargo, 
fez  o  Imperador  uma  allusão  á  infecundidade  de  minha  Musa, 
que,  por  certo,  ia  ficar  completamente  esterilisada  pela  papelada  do 
Contencioso.  Respondi  que  Sua  Magestade  teria  prova  de  que 
não  havia  eu  esquecido  a  trilha  do  Parnaso,  pois  dedicaria  os 
poucos  momentos  vagos,  que  me  restassem,  dcultura  da  poesia. 

Absorvido  paio  serviço  da  mais  trabalhosa  Directoria  do 
Thcsouro,  que,  mais  de  uma  vez,  exerci  em  substituição  do  Chefe, 
não  mo  restou  vagar  para  complacências  do  pensamento. 


Em  1862  realizou-so  a  inauguração  do  Monumento  á  me- 
moria de  D.  Pedro  1.  Compareci,  uniformisado,  áquelle  acto  e 
fiquei  junto  do  Imperador  no  instantj,  em  que  elle  empunhava 
um  dos  cordões,  que  prendiam  a  cortina  da  estatua.  Era  visivel 
a  emoção,  desenhada  na  phjrsionomia  Imperial,  ordinaria- 
mente calma.  Foi  com  voz  tremula  que  elle  se  dirigio  ao  Vis- 
conde de  Abaete  para  recommendur-lhe  certa  particularidade, 
relativa  ao  acto. 

Corrido  o  vôo,  romperam  os  vivas  e  as  aoclamações.  Notei 
nos  lábios  do  Imperador  um  sorriso  expansivo  e  vi  que  di- 


88  REVISTA   EKD   INSTITUTO    HISTÓRICO 

rigia  a  aJ<^'ut4iL  tnn  corii|jri mento»  Se^uí  a  dirocçàu  do  ulbar 
e  do  iicono  e  verííiíjttei  ser  uivo  dallos  o  Sonadur  Firmino 
Rodríííuoâ  Silvfi,  qiio  íifiradocia»  curv^ai^ilo  o  busto.  Era  aí^uelli 
saiidav^iíJ  explicada  pido  artigo,  com  que  Fir.nino  naquelle  dia 
rebatera,  triumphuitomGnte»  os  que,  do  véspera,  tinham  sido 
publicadoíá  pífios  (iiio  davam  a  qualifloaçâo  do  ^moiitira  «le 
bronze»  ao  mununionto^  cm  que  Kotíliet  ptirpotuára  o  vulto 
beroico  dj  Autor  o  Pro^slamador  da  ladepeadencia  do  tmperio 
Brazileíro. 

ímíumbido  de  divoraas  coramis€>os  do  Miolsk^io  da  Fa- 
zeflila  par.i  ínra  da  Capital,  uno  pude,  por  al.^um  tempo,  viver 
em  contacto  com  o  Impnradnr. 

Soube,  porém,  que  nâo  me    abandonani  a  8ua  sympathia. 

Servia  de  Míuistro  de  Extrangeiros  o  da  Fazooda  o  Con- 
aõlheii'o  Miguel  Calmou  dii  f*iu  o  Almeida,  Maniuez  de  Abrantes, 
cG^nano  do  Parlamento»  t^ra  a  antonomásia,  applicada  a  í*ss« 
boaemoritu  cidadão,  rico  do  t.ilonto  o  vorsado  em  todas  i\s  dis- 
ciplinas do  ííovorno, 

Fíesportava  ccdu.  Despachava  a  pasta  do  Extrangeiros,  pre- 
parada p.do  80U  ollieial  do  gabinotj,  o  iilustradissimo  João 
Baptista  Caio^eras.  Foi  então  qtif!  Abrantes  ra-oiveo  a  qnestào 
Çhriftie,  í^om  sup -rioridiíuie  o  nobreza,  salvando  a  nosí^a  digni- 
dade nacional  o  sfanhan  to-:ii)S  a  admiração  e  o  rospoitc»  de  todas 
as  iJívcooa  civilií^adas, 

A*s  nove  liuras,  olTorocía-llie  a  ileí*imcho  Au^^nisto  Frederico 
CoUin  oí  papeis  do  Ministério  da  Fazenda.  Ao  meio  dia,  expedia 
elle  tudo,  que  di2ia  rospoito  é,  Santa  Ca:^  da  Misericórdia,  do 
qne  ovà  l*ro vedor»  Antes  da  sessão  do  Tribunal  do  Thesouro, 
dava  audiência  publica  e,  cerca  de  hora  o  meia,  ííontava-se  na 
catbodra  do  preai  leuto  daqucllo  Tribunal,  oíferecia-me  um  de 
seui  mvgnitlcos  charutos  ( que  eu  tintia  o  lioni  senso  de  nâo 
accondor,  apa/.ar  de  convidado),  e  começava  a  Hiinar  o  seu, 
rfM*ostado  ao  eifpãldiU'  o  cerrando  ots  olítos,  eomo  adormecido. 

Discutirmos,  nós  o^  voga^^  doTrilmnal,  as  diíTerentos  quês- 
tíjcií.  I<^gut adoH  os  argumentos  r*  teito  o  silencio,  tomava  o  M>- 
nlstj^Q  a  palavra;  resumia  em  breve  relatório  os  argumentos  o 


-L 


concluía  apreciando»  qujLsi  sompro,  ít  utiestào  por   face   nova» 
G  daudo  a  solução  conveniente,  que  nos  havia  escapulo. 

Era  aqLiiilo  uni  phoQomeno,  digfio  de  proímuLa  atmiraçao 
num  sexagenário,  cujo  cérebro  devia  tíoatir  cansaço,  em 
consequência  do  emprego    de   attençao    om    tantas  iioras..» 

No  dia  aeguhUo  ri  juello,  em  que  deixei  o  lugar  do  Di- 
rector, que  estava  exercendo  interinamente,  ouvi  eorrer  o  repos- 
teiro á  sala  do  Contencioso,  Entrou  o  Ministro  e  veio  eorapriraen- 
tar-me.  Dous  di  u^i  dei>ois,  publicava  o  Diário  Official  um  Decreto 
condecorando- me  cora  o  oillciaUiío  da  Ru-ía,  e  precedido  de 
íiraa  exposição  do  motivos,  que  bastam  para  ufania  do  um 
funccionario , 

Corri  ít  8alã  do  Trtbnnal  e  abracei  o  munificente  doador  do 
tamanha  graça.  €  Fui  eu  quem,  de  próprio  punho,  escrevi  a  ex 
posição  do  motivos  »,  diâse-me  eUe. 

Expliquei  ao  Imperador  que  tal  diâíincção  era  devida  ao 
valor  do  agi^aciado.  E  parece  que  essa  declaração  dEo  lhe 
Cã  usou  d  esp  raze  r , » 


Presidi,  por  espaço  do  um  anno,  apppoximadamente,  a 
Caixa  Filial  do  Banco  do  Brazil  em  Pernambuco,  cargo  para  o 
qual,  em  1H63»  es80  Banco  me  convidou  e  ([ue  acceitei  o  exerci, 
cora  licença  do  Ministro  da  Fazenda,  solicitada  p»ir  aquello  Esta- 
belecimento de  credito,  de  que  era  Presidente  meu  particular 
amigo  Conselheiro  Cândido  Baptista  de  Oliveira. 

Terminada  a  commissão,  retomei  o  exorcicio  de  mou 
car^o  no  Th^ouro.  Co  mm  uni  cou-me,  um  dia,  o  Conselheiro 
José  Feliciano  de  Castilho  que,  ao  ler  no  Paço  a  sua  traducção  da 
*  Pharsalia  »,  de  Lucano,  so  referira  a  meu  nome  na  roda  dos 
ouvintes  e  que  Sua  Magestado  manifestara  o  desejo  de  que 
íissistisse  eu  á  leitura,  pois  sabia  de  alguma^"?  traducçoes  minhas, 
que  reproduziam,  fielmente,  os  originaes. 

Por  os&o  tempo  fui  encarregado  de  inspeccionar  a  AUUndega 
de  Pernambuco  e  nEo  pude  l^zer  acto  de  presença  naquellas 
conferencias  litterarias. 

Soube,  depois,  que  foram  aproveitadas  pelo  tradnctor  da 
«Pharsaiia»  correcções,  que  lembrara  o  Imperador.  Um  verso. 


REVISTA  DO  IXSTiTUTO  íllSTORICO 


incluído  na  tlescripçâa  da  bosque  do  Mar^olha,  Í5ra  aasím 
vertido ; 

Um  mudo  horror  as  arvores  abrange, 
o  âoou  gtibsiituido  pelo  seguinte  : 

Soturao  horror  áj  arvores  iiihoro. 
Na  passagem: 

Vioirix  canâa  DUs  placuit*  aed  vieta  Catoni. 

assim  interpretada  por  Castilho: 

A  causa  vencodora  aprouve  aoi  Doozcs, 
K  a  vencida  a  Catão, 

perguntou  Dtim  Pedro  II :  cNâo  podia  o  hexametro  latino  ser 
vertido  num  »6  verso?» 

<  — N5o  mo  foi  possível  ( respoudeo  o  traductor ). 
€  Vou  teotal-o  o  o  gpnhor  empregue  os  esforços  para  eonsc»* 
guíl-o.» 

Prii8trou-si%  dn  parte  a  parte,  a  tentativa  e  permaneoeo  a 
ver^Lo  em  um  verso  e  um  hemisticbio  portugueses. 


Èlujiebío  de  Queiroz,  desgostoso  da  política,  buscou  dístra- 
htr*«e  no  cnltivo  das  lettraa.  Pediu  a  Jusé  Feliciano  de  Cas- 
tilho que  lho  apresentasse  um  aucleo  de  prosaduroji  e  poetas, 
junto  ao  qual  passasdo  algumas  horas  em  duas  uoitoâ  de  oada 
Sâmana  ud  Kxteraato  do  Collogiu  «  Pedro  II»: 

UouniO'^  ease  núcleo,  por  breve  tempo. 

O  Cuusalheiru  M;\noeI  Pachaoo  da  Silva,  nomeado  Reitor  do 
Externato,  lembrou  ao  Imporia!  Protector  das  Lettras  o  8cl- 
oQOlaji  abrir  aa  oojiferonoias  litteraria^  uaqutdlu  oditicio. 

Acabara  eu,  de  jKtucos  mezes,  a  verÃâo  ilo  Jocil^n,  do  La- 
martine,  para  vartús  portuguezes. 

Crôlo  quo  ÍUi  u  primeiro  a  rornocur  maioria  para  essas  oou- 
ferencias. 

O  pooma  é  eitenso;  a  leitura dellc  consumia  muitas  horas  em 
cada  cúOfSQfoaoi^  Noitas  houve,  em  que  ou  nâo  ohâgara  a  ler  irei 


PROMETHBU  AGORRBNTADO  41 

das  paginas  do  manuscripto,  tantas  cra^  as  observações  c  notaa, 
feitas  polo  auditório. 

A'  bem  da  verdade,  devo  confessar  que  as  reflexões,  feitas 
peio  Imperador  eram,  quasi  sempre,  acertadas. 

Possuía  elle  alto  senso  critico  e  conhecia,  a  fimdo,  as  duas 
lingoas,  —  a  do  autor  e  a  nossa.  Algumas  vezes,  com  o  original 
á,  vista,  melhorou  a  versão ;  outras,  declarei-lhe  que  não  estava 
nem  podia  ser  convencido.  E  o  texto  da  versão  permaneceo 
inalterado. 

Dos  outros  membros  do  auditório  só  aceitei  um  substi- 
tutivo, oífereeido  por  Dr.  Luiz  Vicente  de  Simoni,  poeta,  aliás, 
pouco  versado  na  lingua  portugueza.  No  libreto  do  Tropador^ 
de  Verdi,  urgido  pela  necessidade  de  rima,  traduzio  xingareUa 
por  ciganella. 

Até  o  próprio  Octaviano,  vexado  por  não  suggerir  alguma 
cousa  no  sentido  de  apontar  defeitos  e  remedeial-os  com  emendas 
de  sua  lavra  (o  que  é  difflcil,  quando  não  se  conhece  a  versão), 
obtemperou-me:  «  Ha  muito  v«n<re  nesse  trecho.  A  palavra  é 
vulgar  de  mais.  Substitua  por  seio.» 

—  €  Não  posso,  ( respondi  sorrindo,  pois  me  pareceu  que  o 
grande  jornalista  gracejava).  O  trecho  contém  igualmente  muito 
seio,  K,  demais,--  ventre  é  a  palavra  apropriada,  pois  se  trata 
do  lugar,  em  que  Jocelyn  foi  gerado.  Uma  das  mais  repetidas 
orações  da  Igreja,—  a  Avo  Maria  —  diz  :  «  Romdito  éi  o  ft*ucto 
de  vosso  ventre  !  » 

Tenbo  agora  mesmo  ã  flor  dos  lábios  estes  lindíssimos 
versos: 

. . .  Antes  eu  fosse. 
Como  si  nunca  ^ra,  trasladado 
Do  ventre  á  sepultura. 

Isto  faz  parte  de  uma  versão  do  Livro  de  Job,  firmada  por 
um  poeta,  que  se  chama  Francisco  Octaviano  de  Almeida  Rosa. 

Octaviano  rio-se;  rio-se  todo  o  auditório  e  proseguimos 
na  leitura. 

Este  episodio  recorda-me  outro,  havido  também  em  palestra 
Imperial,  alguns  annos  mais  tarde.  Lia  eu  a  versão  da  <  Aulu- 


42 


BBTETA  DO  L'Wi^lin/m 


teria»«  da PlUlii,  em  mÊÊsmée^enli 
wsÊâm,  m  mmam  « 


Siileeti  qoe  Alw^  m 


iímTwèi 


^cNadatroaaiaiTvoQ.  W^ním 

—  «Pmbea.  Lâm:  «  Alli  níate  ais 

Binte  a  ptoraaa»  ooís  ADerte  o  artúa 


q«0áj 


I.» 


De«if 


râéil 


iBím  e  o  Impe- 


poleitr»  litlerarà» 

tâmém 
,  teminei,  mnitae  v«a^  cob  €l 
dciíflt,  em  q«e  eo  espendim  «an  m  maior  lifmdada  i 
opnSte  nhre  lioaiMSBfl  e  eoaae  do  Bruíl*  A 
Udã^  tem  «MWtraiiguiMDla  os  eoitengo,  omrf»  mi  eostr»- 
mr  08  ameriot  de  Soa  Magm^tade»  que,  em  emo  nmàiim.  dava 
parte  4e  ooayeneido  oa  de  Temsldo.  Oorlea  ao  extremo,  o  Im*^ 
porador  cjogenniTa  i»  argumentaçio  a  jlacidei  aeMoa  do  ea- 
]drHo  e  a  mais  polida  lLQgaagem«  nm  que,  va  momeolo*  si- 
qaer*  traliime  na  phiriiofiomia  oq  na  voa  o  meoer  eignal  de , 
k  ou  eonlranedade. 
,  OieooTi  doelaM»  aa  palavras  :€T\»inriUi», 
▼enado  i^  ffiftoiia  Unirersal,  pliílosaplilcameitlil 
«9llmda  pcir  Wolf,  ?«lelliiir.  OUfHed  Maller  e  \lco.  era  diacíl 
aoler^e^llie  oema  icieAda  mn  eogano,  ainda  mesmo  em  re- 
lacioadalaf. 

ApOi  am  eoaouno,  por  elle  pi^tdido  e  em  que  eu  f5ra 
eaamloidor»  aignlc^me  Stia  l^gesiade  am  erro  de  ehronolo- 
ffiM  mi  irlamUlcaçio  doa  poroi,  qae  haTiam  sido  elemootofl 
etlmologtooa  do  Romano*  ESttaTa  ea  eeito  de  qae  o  eqaiTooo 
erado  AafmCo  Penomkgem«  pois,  de  maolift,  antes  de  tít  seotar- 
me  á  mim  do  coneiirio*  haria  oompolsado  doas  aatorei,  que 
AlIlfmaTam  o  mea  poatoJado. 


«Pordôe-me,  Voasa  Magostade,  Amaobã  trarei  a  prova  de 
que  na  o  errei .  > 

No  dia  seguinte,  sobraçava  eu  dous  livros,  em  quo  marcara, 
a  iapi?,  08  tópicos,  rotativos  á  matéria  da  impugnação. 

Percebeu  o  Imperador  do  que  se  tratava.  Tendo  feito  sua 
consulta  e  verificado  que  a  memoria  lho  fora  infiel  (  facto  aiiás 
rauito  raro)»  sorrio-se.  Lancei  os  livro^n  a  um  canto  da  meea  e 
nunca  mais  mo  lembrou  tal  incidente. 

A  tenacidade  em  suas  affirmaçí5eí  loi  ura  do§  ligeiros 
defeitos,  qu3  lhe  notei. 


I 


r 


Proporcionava- me  sempre  Sua  Mageatado  occasiâo  de  com 
elle  conversar  a  aús  e  prostava-me  bonevola  attenção»  quando, 
levado  polo  natural  pendor  de  ser  utiL  ao  próximo,  ma  consti- 
tuía órgão  e  intermediário  de  supplicas,  dirigidas  á  Imperial 
Munificência. 

Não  escolhia  ou  hora,  nem  lugar  para  me  apresentar  era 
S.  Cbristovão.  Tomava  um  tiibury  e  eis-me  a  caminlio,  nos 
trajofcí,  qtie  envergava . 

O  Souza,  criado  particular  do  Imperador,  ia  logo  avisal-o* 
Nunca  houve  tardança. 

Certo  dia^  flcílra  o  pretendente  em  minha  casa,  á  espera  do 
que  ou  voltasse  paracoramunicar-lhe  a  resposta  Imperial. 

Esse  cavalhoiro  havia  occupado  alta  posição  social,  do  que 
se  domittira,  indignado  por  humilhantes  aecnsaçoes  de  seus 
inimigos. 

Logo  que  toquei  no  assumpto,  atalhou- me  o  Imperador  : 
€Jíl  sei.  Estou  procurando  accommodação  para  ííeti  recom- 
mendado.  Reintegrai- o  não  ú  possível.  Longe  de  mim  acre* 
ditar  que  elle  praticasse  abusoa  de  confiança.  Os  boatos  malé- 
volos, porém,  principalmente  quando  se  trata  de  factoe  da 
ordem  dos  que  articularam  contia  elle,  trazem  perda  de  força 
moral.» 

Voltei,  e  dei  parte  ao  interessado  do  maliôgro  de  sua  pr»* 
tenção  o  da  solerajie  promessa  feita- 


k 


PROMBTHEU  ACORRENTADO  45 

—  €  Folgo  cona  essa  declaração,  Senhor.  Como  «ou  amigo 
do  Ministro  do  Império,  que  é  também  admirador  do  F.,  vou  i*o- 
gar-Ilio  quo  o  proponha  para  OíBcial  da  Ordem  da  Rosa,  > 

—  €  E  cu  recusarei  o  meu  assentimento.  > 

—  €  Pois  que  !  Vossa  Magestado  recebe-o  nô  Paço,  reconhece 
os  seus  predicados  de  poeta  e  prosador,  e  oppõe-se  a  que  seja 
distinguido  com  o  gráo  de  uma  ordem  honorifica?  Será  por 
causa  do  que  dizem  de  seu  lar  domestico  ?» 

—  €  Não !  O  Jar  domestico  6  defeso  á  devassa.  Quer  saber? 
Desejava  eu  que  elle  se  servisse  de  outros  meios  para  adquirir 
os  cabedaes,  de  que  dispõe, » 

E  nunca  mais  voltei  â,  carga  sobro  este  assumpto. 


XXX 


Salvador  de  Mendonça.—  Melhor  que  barão,—  Minha  nomeação  para 
Phiiadfilphia.—  Os*  Lazaristas»  e  o  Cónego  Senna  Freitas. —  A 
*M»8cotte, )» —  Opinião  do  ímperaílor  sobro  O  vetQ  do  Conservató- 
rio.—  Caiíta  «tPcrjievcraoça»  c  o  t]hefe  do  Policia.—  Minha  aposen- 
ladoria  larçada,^  Leitura  da  vorsão  das  «FabnJas  ile  La 
Fontaine  >,^  Jaizo  lU  Dom  Pedro  II  sobro  Ferreira  Vianna, 

Atinoa  depois,  ílz  outra  tentativa  do  igual  natureza. 

Publicara  ou  na  Ga2eta  de  Noticias  mh  o  titulo  —  Moau- 
meato  a  Lougrellow  — ,  o  seguinte  artigo: 

«De  meu  amigo  Salvador  de  Mendonça  recebi,  ultimamente, 
uma  cartii,  datada  de  New- York,  que  encerra  o  seguinte 
trecho: 

<  Ató  hoje,  não  tive  opport unidade  de  dizer-te  o  que  fiz  do 
exemplar  da  tradacçâo  do  Jocxlyn,  que  mo  cutre/aste,  para  dar 
a  I^ngfellow.  Façcho  agora.  Depois  de  mandar  encadernar  o 
livro  em  couro  pi^eto  (encadernação  fiixvorita  do  poeta),  remet- 
ti-lh'o.  Tendo  ido  a  Boston,  mexes  depoi.s,  perguutci-llie  si  o 
havia  recebido,  pois  nada  me  dissera  a  tal  respeito,  Respoií- 
deo-mo  que  «im,  e  que,  apezarde  lêr  o  i)ortuguez  com  alguma 
diíliculdade,  recitara  passagens  da  traducção,  cujo  original 
lhe  era  familiar  o  gostara  rau:to  da  <  musica  da  lingoagem  ». 

€PedÍ-lhe  que  te  o^crcva*íáe  duas  linhas»  relativas  ao  as- 
sumpto. Prometteo  maiidar-m"as ;  mas  foi  colhido  pela  morte, 
antes  de  o  lazer.  Como  a  casa,  a  bihlíotheca  de  Longfellow 
vai  ser  conservada  no  estado,  em  que  elte  a  deixou.  Tua  tra- 
ducçâo  11  ílca  entre  os  outros  amigos  do  ponta. 

«  Aqui  uma  BUggestào.  O  luiperador  foi  amigo  p:^soal  do 
Loegfellow,  que  era  ti,  no  Dma^  no  B.  Sampaio  o  em  outros  teve 
entre  nôs  admiradores  e  traductorea.  Os  inglezes  vâo  pór-lhe  o 
busto  na  Westminster  AW^y— o  Paatheào  Anglo-Saxonio.  Os 


1 


48 


REVISTA   DO    INSTITUTO  HISTÓRICO 


norte-amoricanos  abriram  uma  subscripçãij  i>f>pular  para 
comprar  a  casa  aos  fllho^'  do  LoQí^feítow  o  fazor-lbe  uma  esta- 
tua am  froDto  a  ella,  om  Caniln'idgt%  iio  meio  do  um  campo, 
quB  pertencia  ao  poeta  e  qtio  os  íilhos  oíforecerara  A  com  missão 
do  oioniimóíito, 

«Por  quo  vo<5tíâ,  homoíisdo  iGttríia  do  Bra/JI,  uão fazem  al- 
guma cousa  para  que  ficú^^^iu^s  reproseotado^  nesse  monumontof 
Consulta  o  Imiwrador;  pcd^-lho  quo  abra  tima  lista  dcs  eontri- 
bulç^ío  dos  homeus  do  lettras  do  Brazil  para  o  nionumoato  á 
Loni^fr^llow,  e  vocêa  asíignom*n*a.  Pouco  que^eja,  valent,  prin- 
cípalmontQ  a  sympathia  o  o  oíípirito  fra torno  e  americano  da 
noâsa  quota,  A  subseripçâo  aqui  tora  quasl  toda  sido  do  um 
ãoUar  para  baixo;  mas  está  crescendo  o  total,  graças  á  contri- 
buição das  escolas  do  paiz,  dos  moços,  das  crianças.» 


Apressei-me  om  moNti-  arta  ao  primidro  cidadão 

do  Império,  Como  era  de  <  .    M*  o  Imperador,   prom- 

pto  em  abraçar  toda  a  ideia  nobi-e  e  grandiosa,  acudio,  Immo^ 
diatamento,  o  com  grande  satisfticilo,  ao  preneroso  appello,  con- 
cedendo-ran  vonia  para  escrovor  seu  Augusto  nomo  ti  frente  da 
subscrlpção»  qtie  vou  iuaugtirar  e  que  tem  por  fim  comprar  a 
casa  doLongíbllow,  om  Cambridge,  e  ora  fifonto  a  cila  lovan- 
tar-lhe  a  ostatua.  Dignarrse-lia  íítia  Magestado,  oorao  A  sua 
imperial  Muniflconcia  aprouver,  coclier  o  eiíV&o,  que  flca  em 
frente  de  sua  assjgnatura. 

Quanto  aos  homens  de  lettra*  do  Braiil,  estou  eonvoncldo 
do  quo  nilo  tarjarão  cm  trazer  o  seu  pequeno  contingente  para 
o  monumento,  projectado  ©ra  honra  do  Immortal  poeta,  quo  nos 
seus  inspirados  carmos  soube,  oom  tanta  bolleza  e  sublimidade, 
roprf^dtizlr  as  magnlflccnclas  da  natureza  americana  o  traduzir 
OOfpírito  de  Ubeniadfj  da  grande  Ropublica,  que,  apezar  dos 
germens  de  decviencia,  que  em  seu  gromío  fermentam,  (^  a  s^rn- 
theae  da  clTillsac&o  o  tem  a  primazia  entre  os  Estados  do  Novo 
Mundo. 

Todo  o  qualquer  donativo,  por  mais  insignlflcanto  quoieja, 
ser  d  acoelto  com  applauso  o  gratidUo.  O  quo  bq  deseja  é  o 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


49 


preito  de  homena^eni  nacional  ew  grande  génio,  que  vio  a  Juz  e 
fenecoo  na  terra  do  Colombo,  o  cuja  alma  fraterna  tíe  inspirou, 
como  nôd,  nas  auras  eraíyalsamadas  das  floreatas  virgens,  que, 
roçandi>]lie  p^Ias  cordas  da  lyra,  t?e  desfizeram  nas  harmonias 
de  Evangelina  ede  Siawaiha, 

A  oblação,  par  diminuta,  não  perderá,  do  valor.  As  duaa 
moedaSiquo  a  viuva  lançon  no  gazophylaclo,  tiveram  ante  os 
olhoâ  da  Caridade  maior  acceitação,  que  o  ouro  dos  mag- 
natas. 

No  Gicriptorio  da  Gaseta  d&  Noticias,  que,  graciosamente,  so 
prestou  á  minha  supplica,  acha-se  aberta  a  .suljscripçaOj  onde 
ja  Oíitão  iuserip  tos  no  mes  de  grande  vador  litterario,  e  aos  quaes 
ouôoa&sooiar  o  raeu,  que  devia  ser  o  ultimo,  mas  que  ahi  es- 
crevo já  por  um  acto  de  uortezia  ao  honroso  convite  para  tao 
louvável  ideia.» 

A  minha  lista  de  subscriptorei  ficou,  em  breve,  cíieia,  sendo 
um  dos  primeiros  a  as>ignal-ao  Sr,  Conde  d'Eu, 

Dando  conta  ao  Imperador  do  modo,  por  que  me  desempe- 
nhara do  encargo,  tomado  por  suggestâo  de  Salvador  do  Men* 
donça,  solicitei  vénia  piira  falar  dos  serviços  relevantes,  que  e^to 
representante  do  Orazil  estava  prestando.  Do  accordt>  com  as 
rainhas  observações,  revelou-mo  o  Augusto  interlocutor  factos 
e  esforços,  honrosos  para  a  pessoa,  de  quem  falávamos,  o  por 
miju  ignorados, 

€  Como  lhe  assentava  agora  um  baronato  i  Exclamei.  > 

—  «Ahi  vem  o  Senhor  com  a  mania  dastetoias!  Admira 
que  certa  classe  de  homens  so  namore  de  embelecos ! » 

---«  Vos^a  Magestade  é  o  Grão-Metítro  das  Ordens  Hoiíoriâcaa 
e  guarda  a  chave  do  cofre  das  graças.  Tem  tudo.  Os  pobres 
mortacrí,  porém,  ttáo  desdenham  as  provas  de  distincção,  que 
esses  embelecos  traduzem. 

—  «Eu  sou  como  Carnot.  Nâo  gosto  das  honras,  que  se 
despem  com  a  casaca.  Em  todo  o  caso,  o  Salvador  merece  mais 
do  qne  isso.  » 

Nunca  Salvador  de  Mendonça  veio  a  saber  desta  minha  es- 
pontânea lembrança.  Estou  certo  que  elle  se  jíilga  pxgo  do  que 
fez  pela  Pátria  e  pelo  Imperador  com  a  particular  estima  e  ca- 

2158^4  Tomo  lxviii.  p,  ii^ 


1 


M 


HEVKTA   DO  INSTITUTO  lOSTOfUOQ 

ám  Hação,  a»ifiii 
iiIsTitepiiWca. 


,  400  Ito  fftiealoâTmo 


F«m  membro  d:^  Etpoiiçio  de  Phltiilplpliia  Ati  oomrMMáo 
pelo  Mloislro  ási  Agrieullora,  ^lus  mo  dsT^t  ao  mera»  temiMX 
a  Incniiibeiicia  de  estudar  cetim  «smnploB  n»  Bimipfli. 

Deci&rcí  qtto  acoeitavm  a  eooiaiteio, «  Aio  ifaMB  nomeedo 
prcMideate  delia  o  ex-depatado  Mí]ipe  Lop»  NeUo,  iopote  lurio, 
geralmente  apootado  para  600  lugar.  CnlttTaYa  eti  reb/còeteon 
aquelle  oarattietro*  4líás  ilfintrado  e  eertei.  Oíiiafli*aie,  fopÉoi, 
qoo  era  aittortiario.  a«pen>,  esifeelee  meimo  hitâtíeraiiie  para 
com  9808  ooIJega9  no  trato  oAeial. 

Aoreditaiido  oaqaellas  íaíbroiaçôes,  miaiâtrada  por  penoa*^ 
que  die  perto  o  eoflhemani,  nloqoerla  arridoar-iiie  a  sn*  por 
ello  deiodmitieraiio,  oenrtnda  mh  9tta  direcção. 

<  Ni0  lenha  t^ceify^^  djase-me  o  Míni:^tro.  A  Pn<9ideficia  da 
Oominiflrfo  eabe-Ib^,  não  tiô  porque  o  senhor  é  Ameeiofiark»  do 
alta  categoria»  como  porque  é  meu  coUe,^a  ua  Carneira  do!«  Do* 
pttladoe^ 

!fio  pondo  o  Ministro  manter  a  promewi.  Ao  afioun- 
ciar^-mo  quo  o  I>eeretc  de  minha  nomearão  estaca  aesiirnado, 
docUrou-ro<?  rjne  tivera  d^  ce^Ier  no  pootu  <la  noiseaçiodo  Pre* 
aldaote,  qoe  era  o  mencionado  Lopeis  Netto*  roífandoHne,  eomu 
eipedal  fhror  que  aeeeitaase  o  lu^r.  Respondi*  posítiTa- 
mente,  qn^t  nho;  pob  »l  o  ixypes  Kelto  ma  elIbndooBe  a 
ãttieeptiHitídatlo,  como  <*«tava  aeoelumadu  a  íkier  eoiD  ontros, 
011  aliaadoiiaria  a  oommiiHão,  o  que  s  i^ria  muito  desagradarei. 
€  Mde  dfier  i«to  rnenno  ao  Imperador. » 

AnnuUou^aK!  u  Ijccreto  e  fui  uomca«lo  outro 

?^a  primeira  palestra  Utteraria,  em  qne  me  eaoontrei  oom 
II  }nip(*raiior.  meetron^ee  elle  reesnraiiú>  deliaodo  d»  oonoil- 
tar«  como  era  de  costume,  a  minha  opinião  s^obre  pontoe  coik 
trofi»Hiil*>í 

CrtotiiKi  qoe  Itie  haria  de«gradado  o  mey  proeedi^r.  Deiíel 
iltf  fNN|tteniar  ai  aetiOes  lítierarian,  oonrenoldo  du  qne  tinha  de 


PROMBTHEU  ACORRENTADO 


51 


mou  hi(io  ik  razão  u  quo  não  havia  í^itlo  desrespeitoso  para 
com  o  acto  do  tjíículba  do  uiotiarchLi,  coaiorme  opinava  o  MI- 
Distroda  Agricultura. 


Prohibira  eu,  como  Preaidout©  do  tónservatorio  Dramático,  a 
represeataçào  dos  «Lazariuta»,  drama  de  António  Equcíí,  por  ser 
umapâça  de  propaganda  contra  o^poilroíí  daqueLla  OúinniUíiidade 
o  contra  aa  irinãís  do  (.aridade,  cujo  ovaageltco  sacerdócio  liara 
officiaimonfco  acceito  pido  aoèm  Govotao.  Eram  e-ssa^  duas 
eiassci  accuaadaa,  no  drama,  de  abuaoií  e  crimes. 

Recusavam  a^  Empreziíi  acceiiar  a^  orneadas <  modianie  aâ 
iiuaes  enconêentíra  naexUibição  ácenici, 

Ne^ãas  emeudaií  as  censuras  e  ag  imputações  crirniausas  re- 
oahíani  «obre  certos  c  determinados  padrv'.s  e  náo  sobro  a  Coromu- 
nidíjide. 

lu^istírajM  em  dar  ívo  publico  a  Ooaiedia«  tal  eomo  oitava 
oácripta.  Requisitei  í'or\;ã,  Que  impodio  a  represoatac^io»  ha- 
veuílij  re.sii?tf'n<'iã  e  derra  namonio  ilo  sauKLio- 

E.stava  a  Familia  Imperial  om  Petroptilis.  lurormou-nu^  o 
MiujstrJ  do  Império,  ao  voliar  dode^paclio,  <iue  aíiuell*'.^  aroii- 
teciuKíutos  ]ia%iam  produzido po  si uii  iíupre*?àono  lmí>eriUloi\ 

«  If  muito  lUcil  o  reaudio,  dine  cu.  Deuiittam-me  e  ttido 
otítará  atMiliddõ.  Niio  me  dc^moraliííarei  em  pedir  exoneração. 
A'  de^jbodieaeia  ro^poudoi-ei  inante^ido  o  respeito  4  autorldailo 
e  à  moraL* 

Para  ijuâteotar  o  moTi  act^J  e  refutar  as  singularo'!  tkíu- 
trinas,  com  que  a«  impu^uou  Aí^onio  Kuuos,  oscreveo  o  Revmo, 
Si\  Sen II  i  Freitas  uin  íolheto.  ♦lue  ú  inodtílõde  mtylo  o  d iítie titica. 
CoQL  a  Maicútte  deram-M»  tauibem  6piso<]Íos  bui'l escoa. 

Aceedei^ia  eu  á  represt.^utavão  díuiuiilla  opereta*,  si  não  fosso 
o  toai  aggressivo  de  uma  parte  da  imprensa^  (jue  chamuv  a  a 
Kmpreza  e  os  actores  â  dosobedioacia. 

Qt^aado  o  actor  ob!*í4*Yon  o  c6rt,e,  ordenado  ao  meu  des- 
pacho, batiío  qu4.sL  toda  a  platé.i  cx)fu  oí  p^  no  stalbo,  par 
teaudo-oe  iiicituiudo^  a  dizer  a  palavra  suppi^mida,  que  só 
violaria  a  moral  pelo  ramio  án  prounucia.  Proterio^  u  pubce 
ajior  e  Uiua.  iemi»e>tdde  de  ^ar.j:aibaditôe  rumores  e^tr^toiofy 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


53 


exame  acurado  do  texto.  Dahi  e  da  asaignatura  gratuita  do 
milíiarea  de  ceduías,  eraittidaò  pelo  Thesouro  Nacional,  vie- 
ram-nie  o  enfraquocimento  da  vista  e,  mats»  tardo,  aa  cata- 
ractas. 

Só  resignei  o  cargo  de  Presidente  do  CoaaerTátorio  Draiua- 
tico  em  1886. 

Quando  occupou  a  paita  do  Interior  o  Dr.  Ucbôa  Caval- 
cante, coavidara-me  a  voltar  d©  dovo  áquelle  posto  de  mar- 
tyrio . 

Recusei,  apesar  do  ínâtado* 


A  25  do  Agoito  do  1885  tomou  poase  o  Mínisferio,  organi- 
zado pplo  Barão  de  Cotegipe,  accontuadamente  infenso  á  ideia 
da   emancipação  doa  oscravos. 

Nunca  tão  ardente  o  encarniçada  se  travara  a  tucta,  prin- 
cipalmente nesta  Capital  o  nas  Provincias  do  Rio  do  Janoiro  e 
S.  Paulo,  onde  havia  maior  numero  do  captivos  e  onde,  por 
conseguinte,  maior  prejwizo  adviria  da  oxtincção  do  trabalho 
escravo. 

03  energúmenos  serviçaeíí  e  oa  cegos  coaí(j  uva  toros  doa 
planoa  e  das  intenções  do  Governo  aceu&arani  os  abolicio- 
nistas, ou  libertadores,  de  exercerem  .sedutíção  sobro  os  Oíjcravus, 
incitando  esícâ  á  fuga  o  ató  ao  latrocínio,  de  ciyo  productd, 
diziam,  aquelic^  se  aproveitavam, 

Funccionava  nesta  cidade uina  Associação  do  soguros  mútuos, 
a  €  Perseverança  Brazileira,  »  cujos  estatutos  tinliara  sido  ap- 
provadoa  pelo  Governo,  depois  de  ouvida  a  Secção  de  Fazenda 
do  Conselho  de  Estailo  e  que,  de  molu-proprio,  solicitara  do 
respectivo  Ministro  a  nomeação  de  om  Fiscal.    Esto  acto,   quo 

tbom  demonstrava  o  honesto  intuito  da  Companhia  do  realizar 
suas  operações  sob  as  vistas  im mediatas  do  Thesouro,  mereoeo 
o  tácito  applauso  do  Poder  Publico.  Desceo  uma  Portaria  no* 
raeando-me  para  exercer  o  cargojmpotrado .  E  a  Em  preza  ina- 
crevco  na  sua  taholeta :  <  Sociedade,  garantida  pelo  Governo, 
por  sua  immodiata  fiscal isação.»  Por  mais  de  vinte  annos  ficou 
exposta  na  rua  do  Ouvidor  á  fi^cnte  do  edifício  da  €  Perseve- 


1 


"    -  '^r  •  •:  ^  iámais 
«^•-     "-.  >    ifç  mi? 


-    ;     Ti:: 


V\    \V^N    ^^'* 


PROMBTHEU   ACORRENTAPX)  55 

GoTôrno,  por  olílcio,  ou  mesmo  por  chamado  jvoasoal  o  oortez, 
para  qiio  lhe  desse  oa  necessários  osclarocimnntog , 

Assim  o  cltíclarBÍ  pelo  Jortial  do  Oommercío,  om  ptifasio 
coramodida  e  redpeítosa,  que,  dó  lurnia  aíguma»  podia  ner 
clasâlftcadaoorao  provocadom  de  poloraiea  ou  reveladora  de  op- 
poeiçáo  a  qualquer  iiiquorito,  ou  oxaiiio  em  prol  da  verdade» 

R«flpoíidec>-mo  a  Policia  com  íusifiuaçõos  desairosas  por 
meio  de  mofinas,  pubíícT<das  sob  o  anonymo. 

A  um  fló  desses  artigunte?  mspondi,  itidiguado,  tornando  sa- 
liente a  contraposição  de  minha  leal  íVanquoza  ils  covardes  ag- 
gressões  dos  mascarados. 

Confiado  no  apoio  de  um  de  sôíis  amigos  do  Ministério,  o 
Chele  de  Policia  crescoo  em  viniJencía  na  tlilTamstção  o  poios 
•eus  arautos  assalariados  ameaçou-mG  da  pí"i\la  tio  m^u  lugar 
de  Procurador  Fisovi  do  Tbosounn 

Nunca  julguei  quu  sm  ameaça  pudesse  tornar-se  eíFectiva, 
Era  eu  amigo  do  Ministro  da  Fazenda»  Por  varias  vezes»  ve- 
rifiquei o  conceito,  emqueollome  tinlia  o  retribui-lhe  fuioza*. 

Kí^quècia^me  de  quo  a  paixão  politica  tira  a  serenidade  ao 
espirito  maia  luoiio,  principalmente  quando  de  lábios»  quri 
parecem  interpretes  da  verdade,  côa  nos  (mvklos,  som  ce!<sar, 
o  fel  do  aloive,  inspirado  por  vil  despeito. 

Convenci-me  de  quo  perdera  a  conliança  do  Ministro  da  Fa- 
Eonda  quando  recebi  dolie  uni  olUcio,  em  que  rae  commu ni- 
ca va  ter  Domea^o  uma  Cotiimiââão  para  examinar  a  escripta 
e  os  actos  da  Directoria  da  Caixa  €  Perseverança  Brasíí- 
leira]»  e  reconimend^yido-me  pr^stas^e  a  eesa  Commissão  todo  o 
auxilio. 

Dessa  Commissáo*  composta  de  tree  empregados  do  Tíich 
aouro,  inferiores  a  mim  om  categoria,  níio  fui  ou  nomeado 
Presidente, 

(iujirdo  silencio  a  respeito  de  toriiczas,  á  que  então  se  pres- 
taram certos  desgraçados»  que,  ombitçando-so  num  mantijde  si- 
muladi.  indopcndencia,  através  do  cu,joá  ríisgòes  appareccm-lliGíJ 
as  hediondas  chagas  d'alma,  cunaQguom,  á  custa  de  vis  in* 
tfigas  e  iiojenttjs  manejos,  prejudicar  na  alheia  opinião, 
aquelles,  de  cuja  nobreza  e  altivez  se  temem  e  ganhar  a  bene^ 


j 


56  REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

volencia  úo^  Ministros,  de  quem  alcançam  posiço^  IticraiíTas, 
para  que  nào  toem  habilitações. 

Míseros  !  Só  asco  me  infundem  ! 

Dolorosisaima  impressão  causou-me  esse  acto  do  Mi- 
nistro dit  Fazend:^  inspirado,  ceitamente,  pelo  Chefe  de  Po- 
liےa,  quo  desejava  vin^ar^e  de  minha  andaeia  por  quei- 
xar-me  dum  acto,  do  qual  me  reeuitaya  doâconsiderações  e 
menospreço. 

Tensas  toroaram-se  as  relações  entre  mim  e  o  Ministtt»  da 
Fazenila,  que,  aliás,  era  um  cavalheiro  de  Ãdo  trato. 

Resontido  daquelle  acto,  era  que  parecia  collottar  o  Vice- 
Presidente  do  Tribunal  do  Thesouro  soh  o  pe-^o  de  uma  suspeita, 
entrava  para  a  sala  das  8es8o;?a,  depois  que  elle  tomava  assento, 
buscando  assim  evitar-lhe  o  aperto  de  mão.  Não  trocávamos  pa^ 
lavras,  t^iuâo  as  necessárias  ao  serviço.  Assignados  os  despachos 
e  a  acta»  fazia-lhe  apenas  uma  cortezia  e  retira va-me. 

Kra  um  coostrangi mento.  Que  mudança  !  Não  havia  muitos 
mezoi,  eu  tinha  ouvido  naquella  mc^ma  sala  os  elogios,  por 
S,  Ex.  prodígalisadas  á  versão  do  prologo  do— Jocclyn— ,  de  que 
elle  recitara  ver^sos. 


la  Abril  em  segunda  metade. 

No  dia  17  desse  mez,  publicava  ama  das  folh&s  diariae 
desta  capital  ume  consta  »  sobre  minha  aposentadoria  no  lugar 
de  Dlrectar  Geral  do  Thosouro. 

Nio  perdi  minuto.  Tomei  um  vehiculo  e,  após  meia 
hora  de  corrida,  entrei  o  Paço  de  S.  Christovão.  F-stava  o  Im- 
perador na  sala  geral  de  recepção,  conferenciando  com  alguém, 
que  logo  se  dospedio. 

€  Senhor,  disse-lhe  ou,  sem  preambulo.  Li,  ha  pouco,  esta 
folha,  quo  dá  notícia  de  minha  aposentadoria  no  Thesouro.» 

->  «  Eu  não  as^ignei  Decreto  algum  nessi  sentido.» 

—  «  Maa  esta  noticia  deve  ter  algum  fundamento.» 

—  tf  Venha  cá^  respondeo-me  eUe,  »  E,  dirigiQdi>^  para  a 
salinha  particular,  sentoo-se  no  soDI  e  indícou-me  uma  ca* 
deíra  proiima. 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


57 


—  €  Vou  fazer  para  com  o  senhor  uma  excopção  aos  meus 
hábitos  de  quaronta  e  seis  annos  de  reinado.  Exijo,  poFíím,  que 
guarde  ácerea  do  que  lho  vou  revelar  o  maia  InquebrantEivel 
segredo. 

O  Ministro  da  Fazenda  apresentou-me  a  proposta  de  eua 
demissão,» 

Levantei-me,  de  súbito,  como  si  houvesae  eentido  o  im- 
pulso de  forte  mola  de  aço,—  « Como,  Senhor  I  Ousar  tanta 
monitruosidade  ?» 

—  «  Sente-se  e  não  me  interrompa  com  essas  exclamações  de 
censura ,  Lemhre-ae  quo  so  estíl  referindo,  em  minha  presença, 
de  modo  inconveniente,  a  um  Ministro  da  Coroa. 

—  «Bera,  Senhor!  Procurarei  ouvir,  silencioso,  as  confi- 
dencias, que  Vossa  Majestade  se  digna  fazer-me. 

E\  de  c^rto,  grave  o  facto,  que  motiva  essa  proposta.» 

—  «Disse-me  o  Ministro,  para  justifical-a,  que  o  senhor, 
mais  de  uma  vez,  lavrou  pareceres  contrários  á  Faííonda  Pu- 
blica, dando  razão  aos  particulares,  e  que  nessas  occasioes  expla- 
uava-^e,  desdobrando  píu*  muitas  paginas  a  sua  argumentação. 
Si  os  particulares  tinham  direito,  observei  eu  ao  Ministro  (ao- 
creseontou  o  Imperador),  curapife  seu  dever  o  funccionarlo  e 
devia  mesmo  aer  extenso  noa  pareceres  para  esclarecer  todos 
08  pontos  da  questão  e  salvar  a  sua  r<?sponsabilidado.  Ao  Mi- 
nistro cabia  indeferir  o  requerimento  e  pelos  pareceres,  manifes- 
tamente inftmdadoa,  mandar  proceder  contra  seu  signatário. 

Tora  o  senhor  prova  de  malversação  do  empregado  nesses 
iiego€Ío«  f  > 

—  €  Prova  não  (disse-me  o  Ministro),  Confesso,  por^m,  que 
mo  impressionam  desagradavelmente  essas  opiniões,  contrarias 
ao^  interesses  fiscaes. 

— « Mas  o  fuaccionario,  de  quem  se  trata,  serve,  ha 
longos  annos,  sempre  a  contento  de  todos  os  Ministros  da 
Fazenda, 

Nunca  me  chegou  aos  ouvidos  queixa  alguma  contra  elle  a 
antes  elogios  pela  maneira,  porque  exerce  o  aeu  emprego  e 
desempenha  importantes  Commissões,  tendo  ganho  Jus  a  ti- 
tolos  e  condecorações. 


I 


60 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


tada,  íi liando  me  dirigio  as  palavras  de  deapedidfi»  acima  escri- 
pta«,  o  ao  eoiisallio,  quo  no  mesmo  sentido  me  d^ra  o  Sr»  Con- 
íiolhciro  Joào  Alfl'cdQ: 

«nniviHsijiK»  o  dcscommunal  dove  ser  o  facto,  quo  ol»rigou 
o  8r,  Ministro  da  Fazenda  a  repellir  du  funccionalismo  activo  o 
nirpntor  Ofirai  ão  Contencioso  do  Thesoiiro,  que  esU  na  pleni- 
tudo   c(«  Biim  líiculdades  o  íbrças. 

Faltas  ou  trrimos  d'essa  ordem»  porém,  não  m  cobrem  com 
o  palllo  da  aposímtatloria,  íjue  é  galardão  de  serviços  e  jámaia 
contribuição  de  piõdade  á  malversação,  deslealdade,  ou  outra 
fiuaíquoróápoclo  do  demorito.  O  fuuccionario,  culpado  de  taes 
deliíJtoH,  dovo  ser  demiítidú  a  bem  do  serviço  publico, 

Nilo  ml  quo  calurauía  aooayma,  segredada  ao  ouvido,  sér- 
vio de  |írntí>xto  ao  Sr.  Ministro  da  Fazenda  para  alciuiçar  da 
Ooròa  a  medida,  excepcionalmente  violenta,  e  traduzida  no  Do- 
oreto,  quo  mt>  aimaentou.  Soja  ella  qual  for,  cumpre  quo  venha 
A  pulílicitlailti  pelo  Duirio  Offícial  o  não  pelo  orgào  dos  ptisqui- 
ncirnã,  qttn  iriiitii  um  tiM>m  iiijuriado,  ín?entandOi  ou  tornando-se 
écp  de  mineráveis  intriga»,  da^*  quaeã  nâo  desci  a  defen* 
doi^mo* 

O  Decreto  do  2b  úo  corrente  equivale  a  uma  sentonça  de 
conde ninaçãti,  cujos  fimd amentos  não  podem  ftcar  ena  segredo 
Inquisitíjrialt  jioifl  deixa  sobre  a  pressão  de  suspeitas  desairosas 
o  m4m  caracter  e  os  meus  créditos  de  funcciouario,  apreciados, 
lia  X^H  annos,  por  tantus  N[inÍ9tios  da  Fazenda  de  ambos  o%  par- 
tidos (incUisUw  o  actual  presidente  do  Conseílio),  com  quem  sorvi 
o  quo  mo  lionraram  com  sua  confiança  e  estima,  conferindo-me 
títulos»  dirlgindo-me  portarias  de  elogios. 

Naoô  de  crer  que  todos  esses  gloriosns  ex-Ministroít^  muitos 
dos  quaes  vieram-me  hontem  coufortíir  nesta  grande  provação, 
se  enganassem  no  juizu,  «lue  de  mim  formam,  o  quesô  agora 
(de  Ifevei-eiro  uitimo  om  diante )  se  voriflcasse  que  eu  era  ou 
me  tornara  indigno,  ou  íac^ipaz  de  continuar  no  exercício  de 
meu  alto  cargo. 

Caoscio  de  que  não  mereci  o  e^yg ma»  com  o  qual  me  tentou 
desair&r  o  .Sr.  Mini;$tro  da  Fazenda»  ci^o  conceito  individual, 
por  mais  autorizado»  não  6  o  da  consciência  publica,  é-me  im- 


PROMETHBU   ACORRENTADO  59 

eeíii  á  leitiiiM  ú<i  uma  imitn,ção,  que  dessa  bsilata,  só  por  mim 
conheiiila  íln  oíliva,  íizoiu  nos  ppimeipos  ariiios  ib  minha 
moci-Jado. 

O  Imperador  cunfroiitíiva  com  oa  de  Herculano  os  meuá 
versos  e  declaroíi-mcí  riuo  era  uni  de  raeus  melhoro»*  trabalhoa. 
Nunca  me.  tratara  com  tanta  amabUidade. 


Reculhi-m*?,  com  o  espirito  desassombrado.  Presumi  que 
nada  tinha  havido  em  dcíipaeho»  que  me  fosso  imgudi- 
oial. 

Nada  também  apparecoo  nmjornaês  de  domingo  e  f^egunda 
feira. 

Na  terí,ui  foira,  porém,  era  publicado  o  Decreto,  que  me 
apoquentava. 

Fui,  imraeíliatameDte»  ao  Paço, 

<  O  Miiiktro,  disse-me  Dom  Pedro  II,  não  veio  a  despacho; 
mandou  o  Decreto  pelo  Presidente  do  Cooselho,  com*a  declaração 
qu«,  ú  nau  Ibsío  aiíHijyraado,  refcirava-sc.  De  nada  valoo  haver  ou 
opinado  quo  não  me  parecia  justa  ^i  inoiida.  O  Secrotaríj  da 
Fazenda  estíi  uegi>eiaudo  ura  cmprostínio.  Não  poilia  eu  proferir 
o  fuuúcionarlo,  por  malí  graduado  que  ^eja.  ao  membro  do  Go- 
verno, qiio  tem  peodontes  providenoiaíí  de  alto  akance.  Seria 
:ilturar  o  syíítoimi,  .seguido,  úialteravelmoiite,  até  hoje.  Continue 
a  freiíuentar-rao  e  íique  na  certeza  que  lhe  darei,  em  toda  parte, 
maia  do  que  até  ho;c»  demouatraçoos  de  consideração  o  estima, 
«  Paciência  e  moderação  » ! 

C'Ofn  eífeito.  Algum  tempo  depois,  ora  oíTorecida  qo  i^alao 
de  honra  do  Lycík)  de  Arto«  e  OíUcios  uma  fcí^ita  litteraria  a  certo 
osiÉ rangei ro  diplomata,  o  Sr.  Quosada. 

Eatava  en  numa  da,s  primeiras  cadeiras  da  í^ronto.  Ao 
passir  perto  de  mim,  Sua  Mageatade  parou,  compri menti >tj- 
me  ©  avançou  duus  pasiíos  para  chegar  ao  ponto,  em  que  ou  to- 
mdra  assento.  Evidentemente,  asaim  procedia  para  despertar 
a  attençáo, 

Liraitei'íne  a  publicar  no  Jornal  do  Commercio  o  seguinte 
artigo»  que  obedecia  á  recommeadação,  feita  pelo  Chefe  do  Es- 


L- 


62 


HEVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


se  t)izia  tardia.  SeDtaTaHãG  elle  a  uma  pequena  me^»  ouia 
pousavam  os  livros  de  consulta,  ficando  outros  no  tapete,  ao  al<- 
cancô  da  mão.  Além  dos  livro»»  qiio  podia  accommodar,  con- 
túitia  a  mesa  uma  ^aiva  com  dong  copos  vadios,  uma  bilha  com 
agoat  um  aisucareiro  e  uma  lâmpada  com  anteparo,  ctjya  luz 
suave  e  límpida  era  alimentada  com  óloo  do  coLca,  Por  duas 
vexe»  o  meu  Augusto  CompanlRviío  preparava  uma  bebida  a  - 
suearada  e  deUa  oíferecia-me,  delicadamente,  um  copo«  que  eu 
não  rejeit;wa. 

OoraeçavamosT  então,  a  comparar  o  original  com  a  trauiucção. 
A  cada  pas^o,  era  intorronipida  a  toítiira,  para  apurar  um 
ponto*  Houdo  tributo  d  verdade,  declarando  que  .1.^  ol»servaj5eg 
criticas  do  Imperador  devo  o  ter  ticado  mais  tiel  a  versão  e 
mais  aperfeiçoada  a  forma  de  meu  traballio.  Dom  í^edro  U  falava 
o  Irancez  como  ura  Kus-ío;  conhecia  bem  as  subtilezas  do  €bom 
homem  »  e  dava  ao  texto  interpi^etaçõos.  que  nâo  deturpavam, 
antes  lhe  con^rvavam  em  tinia  a  pureza  o  sal  gaulez.  Da 
liDgna  portugneza  era  elle  iiiestre  consummado,  pois  havia,  em 
sua  mocidade,  compulsado  o^;  melhores  clássico».  Si  em  certos 
casos,  o  seu  estylo  desdizia  úan  iíçòt^s,  qtte  sabia  dar,  era  porque 
escrevia  sob  a  oxigoncia  da  instantaneidade  o  pressão  do  cansaço, 
causada  pelos  múltiplos  e  dilílcílimud  prvbli^mas,  quo  lhe  absor- 
viam o  espirito. 

Far  iotervallos»  fechávamos  o«  Uvrrjs  e  nos  entregávamos  4 
amigaToi  oonTeraacao  sobre  os  accwieci  mentos  do  dia,  sobre 
poesia  e  theatro. 

«Aqui  estiveram  commigo  Castro  Alveje  Varella,  que 
recitaram  seus  melhores  versos»,  E  apreciava  os  do  texto  do 
cada  um  desses  poetas. 

A^s  mioha»  impugnações  sobre  certos  pontos  respondia  eUe 
oisltando  sempre  aqueres  dous  grande.^  poetas.  A  discus^o 
corria,  ora  piaaida,  ora  acalorada.  Pareciamos  doui  esiur 
daiiti».  A  Ma^ttsiaáe  nioso  impunha,  bem  que,  ás  vexes,  eu 
me  osquecesso  das  conveniências,  atalhando  o  Príncipe  no  qiia 
ia  dizendo. 

lasUj^va-o  a  expemler  su^  opicuãa  a  respeito  do  c<araoisr  6 
das  *>brss  de  asrtús  oonlemporaueo;». 


PROMETHBU  ACORRENTADO  63 

Abandonando  a  habitual  reserva,  elle  discorria,  ftratncamente, 
sobre  os  actos  desses  cavalheiros.  Pudo  então  conhecer  quão 
longe  da  verdade  andavam  os  boatos,  espalhados  a  respeito  do 
antipathias  e  resentimentos,  que  se  attribuiram  ao  Chefe  da  Na- 
ção. Nem  nos  lábios,  nem  nos  gestos  trahio  elle  o  menor  si- 
gnal,  justificativo  daquellas  atoardas. 

António  Ferreira  Vianna  tinha  proferido  no  Parlamento 
o  celebre  discurso,  articulando  que  os  quarenta  annos,  até  então 
decorridos  do  segundo  reinado,  representavam  um  longo  pe- 
ríodo de  perfídias.  Corria  pelos  corredores  do  Paço  e  do  Parla- 
mento que  fora  mal  acolhida  a  indicação  do  talentoso  Rio-gran- 
donsc  para  occupar  uma  pasta. 

Tinha-o  eu  proposto  ao  Ministro  do  Império  para  membro 
do  Conservatorij  Dramático.  Nenhum  obstáculo  surgio  para 
essa  nomeação. 

Citando  eu  ao  Imperador  uma  reflexão  daquelle  meo  col- 
Icga  do  Conservatório,  allusivaaSalvini,  sorrio-se  elle,  benevo- 
lamente, e  disse-me  a  respeito  de  Ferreira  Vianna  o  que  de  mais 
abonador  se  pôde  attribuir  aos  méritos  o  habilitações  de  um 
homem  publico. 

Voltávamos,  depois,  á  mesinha  da  consulta,  undo  a  lâmpada 
já  Unçava  sobre  o  papel  a  sua  serena  claridade  o  seguíamos 
na  confrontação  do  manuscripto  com  o  original  francez. 

Logo  que  soava  a  trombeta  da  guarda,  próxima  ao  Palácio, 
levautava-se  Sua  iMagestade  e  dava  por  íinda  a  conferencia. 
A  essa  hora  devia  a  imperatriz  estar  á,  mesa  da  refeição  no- 
ctui^ua  e  o  Imperador,  sempre  cheio  de  attenções  para  com  ella, 
como  era  para  com  todos,  não  queria  fazer-se  esperar. 


IV 


De  funccionario  a  ai  vogado. —  Goinuiissão,  «lo  quo  lui  incumbido  pela 
Municipalidado  do  Rio  do  Janeiro. —  Enfennidado  do  Imperador. 

—  Minhas  saudações  ao  iliustro  enformo. —  O  Dr.  Carlos  do   Laet, 

—  Fundação  da  SociodadoCommomorativa  da  Emancipação. — 
Discurso  á  Princoza. —  Sonolo  do  Imperador  o  {,'iosa. —  Ultima 
palestra  no  Palácio  Itamaraty. —  Prisão  c  partida  da  Familia 
Imperial. 


Abri  meu  escrii)torio  do  advocacia. 

A  Camará  Municipal  dosta  cidade,  por  proposta  do  emi- 
neiíto  abolicionista  JosCt  do  Patrocínio,  encarrogou-nie  de  re- 
fundir o  Codi^'o  d(i  suas  Posturas  o  de  í\)rmular  proje^itos, 
relativos  ú.  reforma  de  vários  serviço^  municipaes.  Acceitei  e 
desempenhei  a  coramissão,  olToreccndo  á.  Municipalidade  esses 
trabalhos,  precedidos  de  umacxpoflição  de  motivos.  Ao  cabo  de 
um  anno,  cxonerei-me  dessa  incumbência,  a  cujo  desempenho 
nâo  fora  marcado  prazo. 

Não  sei  que  flm  deram  a  todo  e>se  ft*ucto  do  consciencioso 
estudo. 

No  dia,  em  quo  o  Decreto  de  minha  aposentadoria  apparcceo 
no  Diário  Official,  havia  eu  dado  minha  exoneração  de  Presi- 
dente do  Conservatório  Dramático,  cargo,  aliás,  gratuito.  Logo 
que  a  commissâo,  nomeada  ]>ara  examinar  a  escripturação  o 
gerência  daCaix  i  «Perseverança  Brasileira»,  entregara  no  The- 
souro  o  relatório,  em  quo  declarava,  por  dous  votos,  contra  um» 
regular  aquella  escriptui*ação  e  consoante  com  a  lei  e  a  pro- 

2158  —  5  Tomo  lxyui.  p,  ii. 


66  REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

bidado  da  administração  da  Directoria,  solicitei  e  mo  foi  con- 
cedida a  dispensa  do  cargo  de  fiscal  da  <  Companhia  >. 

Eram  esses  actos  os  corollarios  necessários  da  aposenta- 
doria no  cargo  de  Procurador  Fiscal  do  Tliesoiiro,  que  eu  não 
requerera,  e  que  fora  forçadamente  imposta  como  pena  á  inca- 
pacidade, manifestada  para  as  altas  funcções,  que,  por  trinta 
annos,  exercera  com  dignidade  c  louvor. 


Correram  dous  annos,  sem  que  o  Ministro,  autor  daquella 
violência,  rv^conhecesse  a  necessidade  de  reparal-a.  Já  havia 
encartado  no  logar  o  sub-director,  então  chefe  da  Delegacia  do 
Thesouro  em  Londres  c  que  (era  sabido)  queria  lá  perma- 
necer. 

Cahio  enfermo  o  Imperador  o  partio  para  a  Europa. 

A*  partida,  dirigi-lho  a  seguinte  saudação: 

SAUDADES 

Partio  I  De  um  vi^o  de  lagrimas 
Seus  olhos  empanadoí», 
Inioçam  aos  sitios  próximos 
Olharoti  contribtadoiE}, 
Onde  saudade  vívida 
Funda  impretóao  gravou . 

Suspiros  meiancolicjs, 
Que  os  lábios  seu^  a^cit<vm, 
Pintam  as  magoas  intinins, 
Que  nelle  regorgitam ; 
Mas  d  alma  nos  recônditos, 
iXí  prompto,  as  recalcou. 

Amigos  fidelissimos, 

gue  junto  ao  cáes  soluçam, 

I]  em  terno  adeus,  frenético. 


PBK^j^TifPM  ACOBHENTADO  67 

Da  rampa  se  debruçada, 
Movem-lhe  as  fibras  rigldiui 
Do  grande  coração. 


Da  filha  dilectissima 
Ao  fervoroso  amplexo, 
Luz-lhe  nos  olhos  túrgidos 
Vivo,  í\igaz  reflexo, 
Trahindo  d'alma  enérgica 
Algoz  consternação. 

Fitando  as  ondas  túrbidas, 
Que  a  náo  levara  no  dorso, 
Soffreia  o  forte  anhelito 
Com  soberano  esforço, 
1$  jQprdo  çs  l^bj^â  9a^4<y* 
( Ai )  1  i)|^a  ^  cftg^^,  * 

fintã,o  aquoUa  indómita 

E  senhoril  vontade 

Verga,  afinal,  ao  cumulo 

Da  mais  cruel  saudade ; 

E  vem  banhar-lhe  as  pálpebras 

Pranto,  que  embarga  a  voz. 


Na  J£urop«i,  oatre  as  e^eodi^^ 

(X>nqwtas  dç  progresso^ 

Nessas  viagens  rápidas 

,De  príncipe  indofesso. 

Da  patri^  o  do  jseus  ^ub^itou 

Lov^  a  lembrança  apoz. 


•  E  para  não  chorçir  os  lábios  mordo. 


o  Sr.  Dr.  Carlos  do  Laet,  honra  da  improima  e  da  litteratura 
brasileira»  que  na  occasião  tie  mioha aposentiidoria  forçada  e^ro 
vera  na  Jornal  do  Commerciú  com  sua  penna  do  tjoro  um  artigo, 
censurando  om  plirase  enérgica  o  ifinistro.  que  a  propusera  o  rea- 
liBiríi,  repi^oduxio  em  ã5  de  dezembro  d\}  1890  no  Brasil,  porelle 
redigido,  eiisa  poeííia^  que  qualificou  de  esplendida,  c  sendo  dilU- 
cíllimo  (dÍKia  o  generoso  publicista),  uma  vez  que  se  trata  do 
ioipeccavel  traductor  áoJocelyn,  acbar  compoâiçào,  era  que  A 
mae^iria  da  férma  mais  ardentemente  se  aUie  d  belleia  do  pensa 
mento  e  d  firme  ci^nmeção^  que  a  tnjptroit,» 

Sô  me  rjstii  inclinar-me,  agradecido»  ao  illustro  escriptor, 
por  imprimir  o  reiâvo  doseti  jnizo  a  uma  peça,  qualificada  de 
lepra  postiça  pov  àiguem,  que  se  tem  por  juiz  competente  do  mé- 
rito litterario. 

O  mesmo  elogio,  que  s6  prova  a  sua  munificência  de  nababo 
das  lettras,  estende  o  Sr,  Carlos  de  Laet  a  outra  peça  intitu- 
lada €A  volta»,  que  aaliio  á  luz  no  dia  22  de  agosto  de  1888, 
om  que  o  vapur  Conga  ontrou  no  porto  do  Rio  do  Janeirj»  con- 
duzindo a  bortlo  o   Imperador, 

O  folhetu,  contendo  esács  dous  p«jemoto8.  um  dosquaos  c  Siu- 
dade  >  foi  traduzido  em  varias  lingoas/  sahio  dos  prOlos  da 


PROMBTHBU  ACORRENTADO  69 

Imprensa  Nacional,    nitidamento  estampado,  e  dello  se  podo 
uftinar  aquelle  Estabelecimento. 
Eis  a  Saudação,  intitulada: 


A  VOLTA 


Partio !  Levando  as  ancoras. 
Veloz  na  marcha,  o  Congo, 
Lança  do  tubo  ignivomo 
Rolos  do  fumo,  ao  longo» 
E  fende  as  vagas  túmidas, 
Que  nelle  vão  quebrar. 

Em  breve,  o  equóreo  páramo, 
Que  em  derredor  vanzeia, 
E  a  othérea,  enorme  abobada. 
Que  sobre  o  mar  se  arqueia. 
Vem  do  infinito  o  symbolo 
Aos  olhos  desdobrar. 


Singra  o  vapor  aligero 
Em  mar,  todo  bonança, 
E,  ao  sopro  d'almo  zephyro. 
Suave  se  balança 
Sobre  a  planície  liquida. 
De  transparente  azul. 


Súbito,  em  noite  plácida, 
Quando  o  silencio  impera. 
Surge  do  cóo  da  America 
Na  constellada  osphora 
Vivo  pharól,  esplendido, 
Das  regiões  do  sul. 


70  REVIDA  m  tnsftrtff»  tbmoAoGO 

Dii  i^idenil  Cruzeiro  I 
Salve  I  CusuVie  mv^iico 
Do  Iraporio  Brasileiro  I 
K*8  D03:»i  luz  benefíca, 
O'  oirio  protector  I 


Quoni  íita  olhar  srmjiaihlco 
N\»  ^iiruo  resplendente  ? 
Quem  p.Ma<  l^ices  mldida« 
Correr  o  pranto  sente  I 
E'  uosM  saudc-sisbimo. 
Amado  Ini|*eradcr. 

LerabrA-lhe  o  acoeso  láMro, 
Tudo.  q:ie  wnio  amarj ! 
I.omb:-a-lho  a  lillia,  05  príncipe?, 
O  povo,  a  pa;r:a  oara : 
Suspin  o  em  d-xv-í  Iisírmaí 
Sim  aIm.A  >e  Jt*<íaz. 

Já  sul^a  o  mar  bras:I:e.i 
Na  emKirv\vão  li^oira, 

O  ríimj  vi  o  olivoir.í, 
j  :.■  O  :v\:-.\  .\  oa;j>\  p':*'!:?.^ 
>.i  ■:•.'  i-eii'..'»:-  :•'  pAz. 

i  'iio  j  .'U  !  li-  •  ■  e  n:a  om  can* : o**? 
N :  àíi  \\'^ri  \  ::nnio::r?a  : 

^  :Iv>  i  ;.:•:  .'xl  I^-^a... 

Fvr7e:.t*r  orv':'jri. 


PRDMBTFIEU   ACOBRENTADO 


71 


Junquein-lho  a  entrada  olympica 
Flores,  latireis  n  palmai ; 
Oiçi.  qtial  hyiimo  harmofiieo» 
Toma  expansão  das  almaâ, 
E  arda  no  intenso  jubito, 
Que  agita  os  oorações. 


Decretada  a  emancípaçào,  por  ioi  de  13  do  maio  de  1B88, 
celobroii-se,  trcs  diaw  dopois,  ua  igreja  do  Nossa  Seuliora  do  Ro- 
sário desta  eidade,  missa  cummomorativa  da  exti  acção  do  ca- 
ptiveiro  e  laTrou-se  o  fcícguifite: 


Auto  da  primeira  9olemnÍdad(^  commomoraHva  da  extincção  úo  ca- 
ptÍTeiro  DO  Império  do  Brazilt  em  16  de  Maio  de  1888,  oílerecida 
i  Suas  AUezaa  Imperioes  na  Igreja  de  No«Ba  Sonhora  do  Eo> 
aario,  depois  do  Hdo  pelo  SccroUrio  e  aasig nado  polo  Preâidoute, 
Barão  do  Faranapi acaba»  pelo  principal  iniciador  Eloy  Podro 
de  Santa  Barbara  e  iniciador  Manoal  Francisco  da  Trindade: 


«  Aos  16  dias  do  mez  de  Maio  do  anno  de  1888  Sum  Altezas 
Imperlaes  honraram  com  suas  augustas  presenças,  na  ign^a  do 
Rosário  e  S.  Benodicto,  cldale  de  S.  Sebastião  da  curte  do  Im- 
pério do  Brasil  a  missa  com  preees,  como  ppimeiro  acto  com- 
memorativo  da  áurea  lei,  que  extinguio  a  escraridào  no  Hrazil« 
em  tenção  do  restabelecimento  e  prompto  regresso  de  Sua  Ma- 
gestade  o  Imperador,  assistindo  as  damas  o  caraaristas,  o  Mi- 
nistério, a  lUma.  Camará  Municipal*  imprensa,  cbefe  de  po- 
licia, autoridadoíí  civi:s  e  ccclcsia^ticas,  diversas  asaociações,  a 
Irmandade  do  Nossa  Senhor-i  do  Rosário,  o  povo,  a  realísada,  a 
esforços  da  Associação  de  Auxilio  Mutuo  e  Commemorativa  da 
Libertação  da  Escravatura  no  Brazil,  findada  a  19  do  Feve- 
reiro ircííte  anno.  Celebrada  a  missx  e  depois  de  obtida  a  de- 
vida veiiia,  entregou  a  Associação,  por  setis  representantes,  a 
Sua  Alteza  a  relação  dos  nomes  dos  mm  fundadores,  dos  sócios, 
approvados  como  fundadores  honorários,  oní  reconbecimcnto 


72 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


dm  rclevaoti»  servif^*oe,  por  estes  cidadãos  x^restadoeá  eãuâ&da 
abdrc^o;  irapetraodo-se,  em  degatda,  da  mesma  Aiigiisti  Se- 
iiliora  1^113  se  dignasse  aceitar  o  titulo  do  Protectom  doesta  Aí»- 
sotíiac^o,  ao  que  Sua  Alteza  gmeioâimente  aocedeu. 

Relação:  —  Padroeira  da  Associarão,  Nos^  Senhora  do 
Rosário  ;  rocios  protectores,  a  Augusta  Familia  Imperial ;  Pre- 
sideatc,  Barão  d  %  Paranapiaeaba  ;  íoiciadored  o  Tuodador^s  : 
Eloy  Peíro  de  Saota  Barbara  (iniciado.'  principal),  José  Poa- 
cUno  de  Oliveira  e  Manoel  Francisco  d\  Trindade;  fundadores: 
Dr-  João  Pereira  Lopes,  Coronel  Manoel  Jo^é  Pereira  Júnior, 
Paire  Cassiano  Coriolano  Colonna,  João  Zeferino*  Kangel  de 
S»  Paio,  Dr,  Ricardo  Lustosa  da  Cunha  P.tranagal,  « Insta vo 
J  Jí5<5  AU>erto,  Antoiíi  j  Araújo  de  Souza  Lob<\  Ismael  Níiinnho 
Falcão,  Leopoldo  dos  Santos  Freire,  Oscar  Pereira  da  Silva,  An- 
tónio Jos<5  Marques  Zamith,  Jos?  Ramos  de  Paiva ;  í\iadadorei3 
honorários  :  Imperial  Associai^âo  Typí^graphici  Fluminenso, 
Con^ieniciros  Luiz  António  Barbosa  de  Almeida,  Manoel  Pinto 
de  Souza  Dantas  e  Jeronjrao  Sodrô  Pereira,  as  redac4,-5e*  tiuo 
publicaram  noticia  da  ftindaçãu  d'csta  Associação,  Jcfâé  Carlos 
do  Patrocínio,  Dr.  Joaquim  Aurélio  Nabuco  de  Araiyo,  os  mem- 
bros do  Ministério  lu  de  Março  de  1888,  Conseltieiro  Manoel 
Francisco  Correia  e  o  Dr.  ArthUi"  Fernandes  Campos  da  Paz. 

Igr^a  de  Nossa  Senhora  do  Ro*íario— Rio  de  Janeiro,  16 
de  Maio  de  1888,— Pre^sid ente,  Barão  de  Partinapiacaba.-^lni- 
ci adore J  :  Eloy  Pedro  de  Sania  Barbara,-^ José  Ptmciano  de 
Oliveira t — Manoel  Franchco  da  Trindade, 

Em  seguida,  li  este  pequeno  discurso : 

Senhora! 

«  KÁJi,  Aíssocíaçaov  pobre  e  desvalida,  começa  a  cnsíiiar  os 
primeiros  pas-íos.  Tomou  a  sou  car^o  promover  a  educação 
dos  ingénuos,  a  instnicçâo  prorls^ional  doestes  e,  eni  f^eral,  da 
raça  nej^ra. 

Náo  vos  poudo,  porta u to,  oíferrcer  uma  itóU  pomposa 
em  sumptuoso  templo  :  mas  i<\m  uma  singela  .solemnidado  reli- 


PROMETHEU   ACORRENTADO 


73 


giosa  em  pobre  igreja.  Neoi  por  isio  aeríl  meuos  accoita  por 
Deos  a  hóstia  iacrtiojita  do  sauriílcío  ;  aem  por  is-so  deixará  de 
descer  com  o  mesmo  calor  As  màuá  do  loviía  aaííradoo  raio  da 
mísericorília  divina.  Aqueile»  fjiie  escolhoo  p^rjt  seu  berço  a 
palha  de  am  pres?po,  acolhe,  complacente,  a  obJação  da  po- 
breza e  da  humildade. 

IC  por  issi:»  qiio  esta  Associação  não  se  enverííonha  do 
oílorceer-vos  estí?  ramo  de  ílorea  ;  bem  qtie  toscas  o  som  aroma, 
exprimem  a  homenagem  do  coração.  Mias  .sào  apenas  a  pal- 
lida  iMiagem  d'af{íie]la8,  que  o  Eterno  voa  ha  de  eotrolaçar  no 
câo  ao  diadema,  ciiju  brilho  não  ae  empana,  o  qiio  nunca  mur- 
charão nem  perderão  a  fragrância* 

O  voí=tj?o  régio  manto,  Prineeza,  está  coostelbido  de  es- 
trellas;  essas  estrellas  são  os  diamantas,  em  que  êè  crystali- 
saram  n^  lagrimas  do  600,000  creaturas  humanas,  a  quem 
quebrastes  as  algemas  do  captiveiro.  As  prece*  d*eâ?íe3  redi- 
midos obtiveram  da  Rainlia  do-s  anJo8  qua  comvosco  dividisse  o 
sou  manto. 

Filha  dilectíssima  de  Jeiía^  diristo,  a  quem  i-endeis  culto 
sincero  e  fervoroso,  jâ  tendes  a  seu  ]a<lo  e  junto  de  Santa  Isabel, 
)  voisa  avoenga^  um  lu;íar  de  eleição.    Do   Pae  da  Christandado 

recebestes  a  rosa  de  ouro,  reservada  aa^  sol)eranos  do  exemplar 
!i  e  pia  virtude.  Oxalã  veja  um   dia  o  mundo   eatbolico  a  vo^^sa 

boatiricagão  o  a  i;.'^reja  acolha  também  em  goit  ^nio  a  Santa 
Isabel  Brasileira  ! 

Senhora!  —  No  firmamento  azul,  em  que  esplende  o  aol  da 
liberdade,  que  vossa  puríssima  Doxtra  acceod(>t>,  ha  uma 
nuvem;  — a  iembrança  da  enfermidade  do  vosso  Augusto  Pao. 
E*    per  tsso  quo  o  nosso  jubilo  tom  um  rellexo    sombrio    e    a 

I minha  voz  éeo  plangente. 
Maa,  Senhora,  quando  nao  losscm  vossas  virtudos,  qne 
fazem  de  voí^so  coração  um  sacrário»  a  grandiosa  obrada  re- 
dempção,  com  quo  vo4  im  morta  libaste?  na  torra,  dar-vo?í-hia 
direit')  a  sorem  vossas  orações  atteiididas. 
Acabamo^í  de  acompanhar* vos  nas  preces,  que  alçastes 
pelo  restabelecimento  e  regresso  do  nosso  adorado  monarcha. 
Pcrmiíti  agora  que  eu,  um  daquaílo»,  que  foi  honrado  com  a  sua 


74  REVISTA  DO  INSTITUTO  IIISTORIGO 

amizade,  mais  do  Pae  do  qne  de  rei,  termino  esta  aDoníçfo 
com  uma  das  estancias  da  poesia,  que  lhe  dodiquei  em  7  de  se- 
tembro ultimo: 


Aqui  rogamos,  supplices, 
Aoâ  pés  do  Omnipotente, 
Saúde  o  paz  ao  inclyto 
Imperador  clemente ; 
Que  a  nós  regresse,  incólume. 
Nosso  monarcha  o  Pae. 

Este  anhelar  unanime 

Do  povo  brazileipo 

Suba  ao  supremo  Arohetypo. 

T5o  sábio  o  J  usticeiro. 

Preces,  môu  Deos,  tão  férvidas, 

Benévolo,  escutai  I  > 


Ferreira  Yianna  abraçou-me,  depois  deste  recitativo,  a 
que,  por  bondade,  teceo  exagerados  elogios. 

Quando  voltou  da  Europa  disse-me  que,  em  visita  &  Princoza 
Dona  Isabel,  rocordara-lhe  a  profunda  emoção,  por  olle  sentida 
ao  ouvir-me  e  iér-me. 

Em  13  do  Maio  do  1889  a  Associação,  fundada  em  16  de 
Maio  doauno  anturior,  festejou  o  primeiro  anuivoraario  daoman- 
cipaçào  dos  escravos,  mandando  rezar  missa  na  Igreja  do  Ro* 
sario.  Estavam  prosonU's  Sua  Ma/estadc  o  Imperador  e  a  Prin- 
ceza  Imperial . 

Notei  <iuoo  Imperador  me  Atava  com  insistência. 

Finda  a  inissa,  dosceo  ellc  a  pu<iuena  escada  do  altar-mór ; 
veio  diroctamoiito  a  mim  o  porguntou-mo  : 

—  «  Vio  o  meu  soneto  í 

—  «  Sim,  Senhor  ;  li-o. 

—  €  Pois  vae  glozal-o. 


raOMETHEU  ACORRENTADO 


n 


—  «  Com  todo  a  prassef  ciimpriref  a  ordom  do  Vossa  Ma- 
^ífwtfwio,  «i  í)om  qiie  diíTlcil,  pois  ha  no  soneto  a  iermirmçâo  am 
aio«  para  a  qoal  ^âo  edeaesne  aeocHiflOiíntea,  sendo  qiio  muíia.^ 
não  vêm  a  pôUo. 

€—  E'  vordadc^ ;  mâs  sei  que  ha  de  vencor  ttido.^ 
O  eonoto,  publicado,  mnfí  túm\í\  no  cJornal  do  GoramercKí» 
âfa  o  seguinte: 

No  BratíU  brilhou  sempre  o  mez  de  Maio  ; 
Mas  só  do  livres  hymnoi  eUo  ouvia } 
E  oit,  mísero»  gonior  bera  o  sf^ntia 
Do  castigo  crunl  outro  o  desmaio.  ■ 

Veio.  poisem,  da  liberdade  um  raio, 

Qde  o  brasileiro  humano  presentia, 

E  exultando  \\\\  intima  alegria. 

Diz  :  €  Firmo  no  que  ó  bom,  jamais  eu  caio  ». 

RondamoB  gíaças  mil  ao  Creaílor. 

Já  todos  eomo  irmãos  e  Mmpre  unidos. 

Sirvamos  nm^  pátria  mm  fervor. 

Grande  ella  seja  e  em  perennal  ardor 
Veja  em  bem  seus  esforços  convortidc^s. 
Taes  votos  são  do  amigo  Imperador. 


Voltara  da  Europa»  restabelecido,  o  imperador  e  tore  en- 
sejo do  sentir  nas  ospontaueapi  eariloiitepi  acclftmaç^eíí  do  povo 
e  nos  e«cript09,  aftsijínaJos  por  muitoe  homonf*  notavely  do  Paiz, 
a  admlmçSo^  oti  antes  a  idolatria^  que  de  eofac^Oi  lho  eon^ft* 
gravam  oa  Braaiieifo^. 

Enoontrou-me  rostituido  ao  carga,  de  que  eu  tinhA  sido  es- 
poliado ^ 

Ao  Ministério  Coteíripe  succedera  o  Ministério  Jo&o  AlíVedo. 

Requerera  eu  a  minha  reintegração.  Ouvida  a  Sooç&o  do 
Pasendado  Oonselho  de  Estado,  relaitor  o  OonHelhoiro  Lafltyette 
Rodrigues  Pereira»  o  immortal  autor  do  c  Direito  daa  oou8ai»i 


76 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


este  orainoQtG  juriscoasulto  oxaltoií-ino  no  seu  parocer,  do 
modOí  qu6  gorou  no  meu  espirito  e  doi  que  o  leram  a  convicção 
do  qyc  eti  valia  alguma  cousa.  Com  elle  eoncordou  o  Conse- 
lheiro Manoel  Pinto  de  Souza  Dantas»  opinando  o  Coasôllieiro 
Paulijio  José  Soares  <lc  Souza  quo  ou  podia  sor  Jiomcado  para 
outro  eargo  da  mesma  importância  o  não  para  o  requerido.  A 
raímo  occulía  deste  potreeor  era,  ix>r  certo,  a  neceasidaíe  do 
evitar  a  minU:*-  approxi mação  do  Ministro,  cora  quem  me  tjov- 
nára  iBcompativel. 

Na  conformidade  do  voto  da  maioria  da  Secção,  rosolvoo-áe 
a  Consulta. 

Foi  eoíierente,  como  de  costume,  o  Sr.  Consellieiro  João 
Alfredo,  cuja  carti  escripta  om  r88í>  ao  Consellieiro  Barão  de 
Cotegipe,  encerrara  conceito.-t,  equivalentes  aos  da  maioria 
daquella  Secção. 

Rõitero-lhe  m(s\is  gi'atos  protestos,  bf^m  como  ao  Conse- 
lheiro Lalayette,  cuja  poílerojsa  e  esipontanea  influencia  romoveo 
todos  08  obstaculoíí,  oppostos  á  minha  reintegração  e  ao  Con^e- 
Ihoiro  Cítndido  de  Oliveira»  que  censurou  a  violência,  contra 
mim  praticada  o  ^uggerio  o  meio  de  reparal-a. 


Corcíi  de  meados  de  Junho,  fui  ao  Paço  da  Cidade  p  lira  dia 
de  despacho  o  editava  reunido  o  Ministério.  Entretive-mo  com 
alguns  dos  amigos,  que  dolle  faziam  parte.  Apparccoo  o  Im- 
perador» Ao  ver-me.  dirigio-se  a  mira  e  disso-rae: 

—  <  Ha  dias  que  o  esperava.  Siga-me.  j> 

Existiam  ainda  os  pissadiços,  que  uniam  ao  Instituto  His- 
tórico e  á  Capella  Imperial  o  Paço,  Atravessamos  o  primeiro 
e  entramos  numa  das  saletíia  do  Instituto  Histórico. 

Sentamo-nos  junto  á  mesa  e  alli  entreguei  ao  imperador  um 
livrinho,  em  que,  por  meu  punho»  escrevera  o  soneto  e  a 
minha  glosa.  Começou  Sua  Magestado  a  leitura,  ftizendo  ast^uas 
observaçôeíí  a  respeito  da  ven^iticação  e  da  rima,  o,  depoití  do 
uma  longa  hora  da  conferoncia,  terminou  com  estas  amabilis- 
úma^  palavras: 


prometheu  acorrentado 


77 


€  Muito  obrigada  ;  ou  bom  Babiu  a  quem  iucumbU  o  tra- 
balho de  fazer  esta  diíílcil  gtosa.  Vamos  recomoí^^ar  as  nassas 
paleiítras,  ouvio  ?  > 

Bem  difflciJ»  na  verdade,  íora  o  eucargo  e  nâo  me  agrada  a 
^losa,  gua  Az,  bem  como  não  mo  agradara  o  mote,  pois  o  soneto 
c^itá,»  em  tuda  e  por  tudo»  muito  loiií?e  daquelled»  pelo  Augusto 
Priucipe  compostos  a  bordo  do  aavio,  que  o  transportou  para  Eu- 
ropa e  do  outros,  quo  formam  parto  do  uma  pcquona  collocçào, 
editada  depois  do  sua  morte. 

Esses  sonetos  do  exílio  podem  figui*ar  entre  03  priraoirou  de 
nosso  ropertorio  litterario. 

Quào  longe  fiquei  do  António  Jo>é  da  Silva  glosando  o  So- 
neto do  Camõetí  i 

Eiií  a  minlia  glosa  : 

Km  Maio  o  côo  de  azul  im maculado 

Do  mei^'o  sol  .se  inunda  noi  lulgoros  : 

E  o  solo  do  BraziU  por  Dous  ladado» 

Nova  eh  la  my  de  tríya  e  abrolha  om  flores ; 

Fazem  ôcoao  trinar  do  coro  alado 

Do  virgem  boique  harmónicos  rumores, 

A  ti?  na  lucta  contra  o  Píiraguayo, 

No  lírazil  bríliiou  sempre  o  mez  do  Maio. 

O  Sete  de  Setembro  em  nossa  historia 
Abrio-nos,  larga,  a  estrada  do  ftituro  ; 
Grande  conquista  ibi,  timbre  de  írloria, 
A  lei,  que  libertara  o  nascituro. 
Bíinio  a  escravidão,  de  atroz  memoria, 
— Troze  de  Maio— teu  ciarão  tào  puro  ; 
Do  ^^ala  o  povo  om  jubtlo  «orria ; 
Mas  aú  do  livrai  hymnos  elle  ouvia, 

Qun  Ilíada  cruel  do  soffrL  meu  tos 
Foi  na  Terra  da  Cruz  o  captiveiro ! 
Era  uni  pungi i*   do   íieMles  lamentos, 
De  norte  a  suJ,  no  Imporio  Brazileiro ! 
MLlIiõeí  do  escravos,  tristes,  macLloiitos, 
A'  nos^s  plagas  trouxe  o  vil  negreiro. 


T9  REVISTA  DO  IN6TITUT0  HISTÓRICO 

Devorava  o  Brazil  Ainda  agonia 
£  eu,  miseio,  gemer  bem  o  sentia. 

Pudesse  a  mâo  da  Liberdade  a^giista 
liasjrar  da  Historia  a  pagina  ocecranda, 
Em  que  com  sangue  e  pranto  a  raça  adusts^ 
Traçou  do  seu  n^u*tyrio  a  lenda  inl^nd^ ! 
Pudoiie  da  opprçisâo,  aiggz  e  injusta, 
Apagar-se  a  memoria  miserandla  ! 
Quanto  soíTreo  o  escravo  I  Imaginai-o, 
Do  castigo  cruel  entre  o  desmaio. 

Qual  de  nuvem  de  horror,  que  a  torra  obumbra, 

Roubando  á  vista  a  abobada  azulada, 

Frecha  um  raio  de  luz,  que  nos  deslumbra, 

Espancando  a  calligem  oarregada ; 

Assim  da  escravidão  rasga  a  penumbra 

A  Liberdade  e  diz  :  «Quasi  u^M^ada 

Vcgo  a  luz  immortal.  que,  ao  mundo  espraio.» 

Veio,  poróm  da  Divindade  um  raio, 

E  o  monstro,  q«Ae  Ua  três  seaujk>8,  suitava 
Kómora  inerte-^a  ^arcjtia  do  ppogre^so, 
Precipitado  em  fuga,  mergulhava 
Do  eterno  olvido  no  fatal  recesso. 
Condenmatorio  aresto  lhe  lavrava 
Da  razão  nacional  pleno  Congresso, 
liaiára  da  Justiça  o  claro  dia, 
Quo  o  lirazileiro  humano  presentia. 

Poldra  a  Navão,  de  enthusiasmo  acoesa, 
Po  la  victoria  otuplendida  e  incruenta  ; 
Despindo  o  vaso  escuro  da  tristeza, 
Livro  e  Kí^rbjsa,  ao  miuido  S9  apresenta, 
Tuu  acto  heróico,  luigolici»  Prino(»za, 
He<]>oit<»  e  iimor  nos  corações  cimenta  ; 
\'ès  o  povo  sagrai'-te  idolatria, 
E  oxuitaado  nu  intima  alogri^. 


PROiqSTHBU  AOmRESTADO  ...  19 

Erguondo  o  eollo,  a  mtp^áo  oseraTknio 
Contra  a  Prlnoeza  Redemptora  investe ; 
E  oUa  cxtranha,  de  dof  no  paroxismo, 
Quo  hostil  ao  thnono  algum  se  manifeste. 
Bradar  oavindo :  <  E'  fatoo  o  teu  oivismo« 
Não  se  repara  o  mal,  que  noB  âaeste  ; 
ídolo  vão  !  Ohl  Povo,  demíbai-o  ;  > 
Diz :  €  Firme  no  que  é  bom  jamais  ou  caio«  » 

Está  finda  a  epopeia  magettosa. 
Confirmação  da  pátria  Independência ; 
Jamais  lucta  gigante  e  porfiosa 
Vio  campeões  de  igual  beoem^^neia . 
Renome  eterno  e  fama  gloriosa 
Votou-lhes  da  Nação  a  consciência. 
Por  tantos  lances  de  exemplar  valor, 
Rendamos  graças  mil  ao  Creador. 

De  dez  de  Março  o  iiiustre  Ministério, 
Joaquim  Serra,  Nabuco  e  Patrocínio, 
E  tantos  filhos  d'este  grande  Império, 
Quo  já  da  Historia  entraram  no  dominio. 
Na  escravidão,— da  Pátria  vitupério,— 
Desfecharam  o  golpe  de  exterrainio. 
Hoje  se  abraçam,  livres  e  remidos, 
Já  todos  como  irmãos  e  sempre  unidos. 

Devem-te  agora,  Xm^parig  «Àmerioaao« 
Posto  hanroso  as  JMaç^es  do  velho  munda  I 
£'  lei  a  aboiáção  I  —  Traçou-^lhe  o  plano 
Teu  génio  liberal— Pedro  Segundo  ! 
Jorrou,  á  flux,  do  Firman  Soberano 
De  bem  e  luz  manancial  fecundo. 
£,  pois,  no  arroubo  do  mais  santo  amor« 
Sirvamos  nossa  Pátria  com  fervor. 


80 


REVISTA   DO    tNf^ITUTO   HISTÓRICO 


O  braço  eficravo,  jí»  lacga,  esperdiçava 
Desta  ubérrima  gleba  a^  forças  vivas ; 
DeshottPado  o  trabalho,   agonisi^va 
Ena  condiçuas  precariaà  tí  alMictivas. 
Clama  a  Brazil,  que  triste  eoDti^mplava 
Lavoura  morta,  industrias  inactivas: 
<  h]rga-íío  a  Pátria  ao  augo  do  asplendor. 
Grande  ella  soja  e,  em  perennal  ardor. 

Quebre  á  lavoura  oh  vínculos,  quo  a  tolliem  ; 
Desenvolva  da  iuduátria  as  í^raudos  fontes ; 
Jamaicí  suores  de  caj-ti>  oí  molhem 
Sem  férteis  vilte,  m\i»i  rocimtUji  mooteâ ; 
Fructos  de  benvào»  du  terreno  abrolhem  : 
liasguem-se  á  luz  os  Jivres  horisonto^ ; 
E  utiída  ao?í  ftlho^,  pulo  bem  movidos. 
Veja  cm  bom  seus  esforços  coavertido^  ; 

Arvorando  o  balsão  da  Liberdade. 
Entre  na  communljao  dos  povos  cultos  : 
Fiiljam  nos  penetra  os  da  etõrjiidadc 
Do  se;?tindô  reinado  os  nobrca  vultos. 
Seja  firmado  o  iraperio  da  vcrdaio  ; 
Da<  más  paixões  acalmom-seostumtiltos.» 
Fervente,  oraudo  aos  pés  do  Rederaptor, 
Taes  votos  são  do  amigo  Imperador. 


Transferio  o  monaroba  sua  resiilencia  temporária  para  o 
Palácio  Itamaraty,  na  Tijuca. 

Alií  reoomegãram  m  pale4ra«  litterarias. 

O  Imperador  deo  ordem  para  que,  ás  cinco  horas  da  tarde, 
nos  dias,  por  elle  marcados  áquellas  conferencias,  tivéssemos 
no  antitro  ponto  dus  bonds  do  Andaraliy  quantos  carros  preci- 
sassoíiios  para  a  viagem  do  ida  e  volta. 

Entravamos  em  Palácio  aoeácurecer  ;  ás  dez  horas  da  noite 
desciaraos  para  a  cidade»  onde  chegávamos,  cerca  de  oaze  e 
meio. 


PHOMBTHEU  ACORRENTADO 


Nesáas  íiltimas  coe  foro  ncuis  ouviraos  as  Mil  e  umi  noites^ 
traduzidas  do  árabe  pelo  Imporador. 

PiíJtóaiido  eni  silencio  varias  e  intL'rtí8:<a0t'3S  ocjurreocias» 
que  houve  nessas  p;ii6,4ras,  occupãr-mo-h  4  do  qiio  so  puvsou 
na  ultirna. 

Chovia,  Meus  compaahêiru,'?,  Drá,  Caídos  do  Laot  o  llay- 
niundo  Correia  tio  liam  napedimeuto  para  cjinpirocer.  Cha- 
mei à  fala  pelo  telephoue  o  módico  di  semafla»  Dr,  Motca 
Maia»  e  pcJi-lho  que  ru^asso  ao  Imperador  me  dispen!>assõ  do 
oljedeoor  nessa  tardo  ás  ordeus  de  Sua  Ma^^estadc»  poia  uos  íUl- 
tàva  o  conferonte,  a  quem  cabia  exhibip  o  traíialho  combinado. 
Respoiideo-me,  quisi  immiídiatanu^atOt  u  se  natíarío  que  u 
Imperador  mo  esimrava  o  uào  me  coucedia  a  diaponsa  ro- 
gada. 

Sdgui,  á  hora  costumada,  o,  ao  luscio-fuaco,  apoava-mo,  sob  o 
açoite  do  uma  baioga,  á  porta  do  Itamarítty.  Subi  a  pequena 
eacada  do  podra  o  bati,  por  Eil^ams  minutos,  á  porta  principal. 
Vendo  que  ninguém  acudi^i,  dirigi-mo  a  uma  porta  lateral. 
Não  havia  porteiro,  i^^mparrei,  levonient  3»  a  port  i,  que  obstava 
cerrada,  e  entrei.  Graças íL  raeia  luz  e.ubaciada,  que  penotrmva 
pela  abertura,  pu^le  distinguir  os  objectos. 

No  centro  da  sala  divisei  uma  sin^^ela  moía  de  jantar,  á 
que  se  poderiam  atentar  oito  ou  dez  pesisoa-í,  algumas  cad'jtras 
o  a  raobili  i  commum  do  ttes  salas,  som  luxo. 

Ao  fundo,  dum  V  peqiieu  i  portt  aberta,  roílucttara-se  03 
raios  de  um  bico  de  gaz.  Para  esse  pout^  encaminhfíi-rae  o  divisei 
a  Imperatriz,  sentada  era  uma  poltrona»  junto  de  uma  cesta  a 
transbordar  do  roupa  branca,  qu.}eíía  eximinava,  poça  a  peça» 
com  txli  a  attençãij,  a  ver  ai  precisava  de  algum  reparo. 
Nenhuma  dama  a  seu  lado. 

Ao  rumor  de  meus  passos,  ergueo  Sua  Magestadc  os  oUioi 
e,  veodome,  saudou-ma  com  o  s>rrisõ  nos  lábios, 

Pedi-lbo  desculpa  do  haver  perturbado  a  sua  fcjolidáo»  ex- 
plicando4hoo  que  so  havia  passado*  Tocou  elZa  uma  campainha* 
Aaudio,  pressuroso,  o  Dr.  Motta  Maia,  que  mo  guiou  para  a 
sala  da  freate,  lugar,  em  que  o  [nipeFddor  nos  reuuLa  para  a 
palestra. 

2158  —  6  Tomo  lxvui.  i\  lU 


82 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Logo  tjue  tomei  aflsoatu,  entrou  na  sala  u  Veador  de  8t> 
raaiia,  trazendo  em  poquuiia  sah^a  ura  tolegramma. 

Por  esse  tempo,  estava  gravemonto  onlermo  Eíom  Luiz, 
rei  de  Portti^i.  Náo  se  apressou  olmporador  em  tomar  coube- 
uimen^ó  do  tolegramnia,  pois  se  occupava  em  di«i>or  oi  livroBe 
o  maniiscripto,  quo  forma  vara  uma  das  matérias  daconfterencia. 

Já  se  armara  com  o  âeu  dilecto  pince^nêz  de  tartaruga 
para  começar  a  leitura,  quando  lhe  lembrei  o  papelinho  azul. 

Tomoti-o,  e  11  ta  o,  da  salva  o  tentou  abril-o. 

Onío,  porem,  a  en  ferra  idade  lho  entorpoeèra  os  dedos  e 
debalde  se  oâtbrç:iva  pax*a  romper  o  feclio,  peili-lhe  Itcoacae,  de 
pronipto^  oíTereci-lho  aos  olhua  o  conteúdo  do  aviso. 

Leo-o ;  pousnu-o  sobro  a  mesa,  o,  após  \)equono  iiitei^ 
vallo,  diss<' :  <  U  rei  esiri  melhor,  p 

Fiquei  impríitísionado  com  aquella  impassibilidade,  quando 
ao  tratava  de  svber  noticias  de  seu  sobriíib«%  em  meliiidi*oâo 
estado  (e  que,  alguus  tiiasdopois,  falleceõ). 

Era,  purcím»  cai'actiU'Í8tico  do  Imperador  aquellaindiíTerença 
e  o  estoicismo,  com  qtie  supporlava  as  dores  o  as  conirari  'dades, 
se  m  íiua hjuer  man  i  l\is Laçao . 

Ao  retirat-^me,  S.  Maj^ostade  recoramendou-mo  oào  mees- 
quecesstí  do  «Frometlieu  acorrentado  »,  cujo  origiaal  me  havia 
Bfitt*egado  na  penúltima  conferencia. 

NuncA  mais  o  vi.  Par  tio  para  Petrópolis,  donde  regrasson 
a  lõ  de  novembro»  para  úaxr  prisioneiro  uo  Paço  da  cidailo. 

Empreguei  todos  oa  eslbrços  para  entrar  naquella  prisão, 
Náo  pude  ooii3oguU-5*  Pa-^oi,  frequentes  vezes,  por  diante  das 
janellíis,  que  correspondiam  íí.o  aposento,  em  que  elle  estava  ea- 
cerrado  e  rogtioi,  do  lora,  ao  marechal  Miranda  Heis,  que  acom- 
panhava o  monarcha»  licença  para  entrar.  Keipondeo-me  elle 
que  não  m'a  podia  conceiler. 

K  na  íiiadru^adii  de  17  de  novembrj  embarc-avam  Dona 
Pedro  n  e  a  Família  Imperial  no  <  AlagòiiS»,  qno  o  levou  tio 
banimento,  e  dabi  a  morle»  ou  antes,  á  Inimortalidade. 


Oí  «enriço»  "Jo  Imperador,—  Um  uecrolog^io  hijig^ular.^  Befutação  Je 
doutrinas  abstriisas,— Juízos  de  Exlratigeiros  c  Nacíoaaes  sobro 
o  Muuarcha  Braziioiro. —  Q  ianque  Ma^giú, —  Sonotos  da  Impç- 
rador. —  Carlyle  oEmeríion.—  Apreciação  politica  da  guerra  do 
Paraguay  o  da  libertação  dos  escravos.^  O  Dr.  Coelbo  Lbbôi  © 
seu  projociOi"  Epilogo. 


Algumas  obiet-vaçõcs,  agori,  a  i«>piiítx.i  do  Irapcrador,  sob 
o  ponto  de  vi:áta  iatellectual  c  moral.  Procurema^  aprcciar-lho 
a  ciíltiira  do  espirito  o,  principalmtiiit.ttii  iníluencia,  «iiic  excrceo 
tíQ  t>r e  a  i  n  str  1 1  cçá( »  p  u  hi  i  ca . 

Os  seua  mciítmá  abalisados,  tnitre  m  qiiaeíí  aTiiitiim  Frei 
Ptxiro  d<j  Santa  Marianna  ti  u  Marquo^  do  Sapacaby,  não  S'  i\- 
miiurara  a  iii-stnui-o  ;  educara m -no.  No  liíiiiUdu  eogiiu,  que 
Ibederiini  ac.irca  da  scieiíeia  do  governar»  certo  fjiio  llie  luram 
o  Interpretaram  Macbtavel  e  Ibô  rapetirara  o  cuu^ielho,  que  do 
jiuf  or  do  <  PHficipo  )•  otivira  Varchi  nn  jardim  do  Commcn- 
tlador  RU'ícelai,  em  presença  de  João  de  Medicis  e  do  Duque  de 
Mantua.  Este  conaelho  erai  Não  àeU&eU  o  povo  l$r  U^ro  algum , 
nem  mesmo  eãtemeu. 

Deviam  top-Jhe  explicado  também  que  a  razão  d*easo  dito 
ú  a  me^ma»  que  inspirou  cstaa  palavras  de  Didcrot  quando,  en- 
carrega 'o  pela  Imperatriz  Catbarioa  U  de  redigir,  para  a 
ítusMia»  um  projecto  de  lei  do  in^ítrucçáo  pubiica,  di/.ia»  em 
carta,  ao  rcmettelH> :  <  O  athoismo,  feito  para  uiu  pequeno 
numero  de  êi^piritoii,  não  convém  ii  uma  si>ciedad©*  » 

«Orgulho  estólido !  (escrevi  eu  a  tal  roipeito  em  certo 
livrj»  que  «.^dodomiiiiii  publico.)  A  conseienciai  tranísparecendo, 
lúcida  e  iraporiosâ,  nciísas  expressões»  con  lemaava  a  tbeoria 
corruptora,  i^ue  elle  e seus  coLlegas  Ungiam  abraçar  e  sustentar. 


84 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


SÓ  para  manterem  a  supremacia  de  piopa^raudistas,  Innova- 
doTGs  e  adextradoa  nas  subtilezas  da  dialéctica  e  nos  brilhauteá 
aopliismae,  com  que  embaíam  e  deslumbravam  intolligeiícias» 
ermas  de  eí>t tidos  suúos,» 

Certo,  qne  o  Imperador  cojiíiecia,  desde  que  se  entregju  a 
estudos  superiores,  as  palavras  do  Voltaíi^e,  rioali ficado  pelo 
grande  Carlylc  de  «  um  dos  mais  baixos  exemplos  do  culto  dog 
Ueróes  »,  <  Deixae, —  dizia  o  velbo  de  Ferney  ao  Duque  do  Cboiseul 
—  DeUae  que  os  patetas  ieiara  aa  nossas  frioleiras.  Que  ba  niíso 
de  iDcouveniente  ?  O  povo  é  a  rali*  e  nossos  livros  não  pad^am 
de  tolices,» 

O  Imperador  seguio,  entre  ostas^  duas  proposições  contra- 
rias, o  alvitre  de  Victor  llngo.  Não  tolhe j  a  liberdade  de  ler-se 
MacMaveI,«(quo  põe  na  íVentc  de  sen  príncipe  um  diadema 
de  vicioíá  e  torpezis  )♦,  nem  do  ler-ao  Voltaire»  aquello  inspi- 
rando horror  o  este  desprezo  do  crime  cornado. 

E  Dom  Pedro  11  apreiídeo  e  po/.  em  pratica  o  lemma  :  «  En- 
8ÍD&Q  I  >  Todas  as  revoluções  do  futuro  estão  incluidas  nesta 
phrase  :  <  Instrucção  gratuita  o  obrigatória.» 

Creou»  pois,  e  coUocou  sob  seus  auspicies  escolas  prima- 
rias, secundarias»  ostabelecimentoa  e  socied  vdes,  de  caracter 
flclentiílco. 

São  conhecidas  as  Academias  do  Direito  do  S,  Paulo  o  do 
Recife,  institui  las  no  primeiro  reinado,  e  em  cujo  desonvolvi- 
meoto  e  progresso  D.  Pedro  11  se  emieri»u  ;  a  Faculdade  de  Di- 
reito ô  do  Modicina  na  Capital  do  Império  o  na  líahia  ;  oa  Corte, 
na  Capital  da  Bahi  i  e  em  Ouro  Í>reto  líscolas  dejpharmacia  ;  Ks- 
colas  de  Mina^,  também  em  Ouro  Preto  ;  Kt^eolas  militares  no 
Rio,  em  Porto  /Uegre  e  na  cidade  da  Fortaleza  ;  o  CoUegío 
naval,  a  Escola  do  marinha,  a  Edc-da  superior  de  guerra  e  a 
das  Bellaa-Arteg,  Lyceos  do  arteâ  o  ofllcios  no  Rio,  no  Recife,  na 
Bahia  o  em  S.  Paub  ;  e,  íhialmento,  o  Conservatório  de  Musica, 
o  Instituto  dos  Sunlos-Mridos,  o  dos  Cúítos,  e  varias  Escolas  de 
agricultura,  além  das  Escolas  normaos. 

O  Collegio  Fedro  li  (  hoje  <  íymnasio  Nacional ),  dividido  em 
lot?3rnato  o  Externato,  foi   sempre  objecto   de  predilecto  do 
mperador. 


I 


Ha  o  Observatório  astroaomico  do  Rio  de  .Janeiro,  era  enjoa 
€  Annaea  »  se  publicaram  as  obaeFvaçõas  dos  astrónomos  brazi- 
loiros  sobre  a  paasagiíra  de  Vemis,  feitas  em  S.  TlRimaz  e  no  Ea- 
treito  de  Magalhães,  Tarabora  exi4e  no  Rio  de  Janeiro  um  Escri- 
ptorio central  meteorológico;  outro hydrographico ;  a  Bibliotlieca 
imcional,  enriqueci' Ia  por  morte  do  Imperador  com  o  legado 
de  5.000  volumes,  que  jA  Hioacbam  cataloèjados;  o  Museo  .Vactonai, 
abundante  cm  riquezas  arcbeologicas  e,  annual mente,  regis- 
trando importantes  estudoà de  Historia  natural  e  Ethnographia ; 
a  Sociedade  de  Geographi  l,  presidida  pelo  venerando  Sr.  Mar- 
quez do  Paranaguá,  que  applica  em  trabalhos  nf^is  a  activi- 
dade excepcional,  conservada  pela  Provkleiícia  como  premio  á 
uma  vida,  consumida  em  gervir  a  Pátria.  Ainda  ultimamente  olle 
acceitou,  para  continuar  a  hoaral-a  e  imprime-lhc  brilho,  a 
cariei ra  de  Presidente  do  Instituto  llist-orico  e  Gcographico,  ao 
qual  Dom  Pedro  11  tinha  entranhado  amor,  e  que,  regida  por  esse 
varão,  prospíTa,  continuando  a  dar  na  sua  «líevista»  preciosas 
amostras  lio  cérebro  fecundo  c  da  variada  illustragão  de  seus 
membros. 

Alí^m  de  todos  estes  Estabelecimentos  de  instrucçao,  nota- 
se  o  Instituto  Polytcchnico,  de  que  foi  Presidente  Sua  Alteza  o  Sr. 
Coniie  d^Eu  ;  aSocieiladfi  Propagadora  do  Bellaa  Artes,  presi- 
dida sempre  por  altos  personagens  ;  não  uioncionando  ijuti*as 
escolas  e  inaiituiçõt^s,  â  ^emftlhanca  das  que  existem  em  França 
6u'outros  Estados  eivilisados  da  Europa, 

Existem  DO  Brazil  muitos  collegioa  particulares,  al^runa 
delles  aob  a  direcção  de  Corporaçõeít  eclesiásticas,  soado  livre 
aos  alttmnos  aprender  abi  qualquer  doutrina  reli^osa. 

Era  assiduo  o  Imi>crador  nas  acessões  do  Instituto  Histórico 
e  no  dos  Cegos,  Assistia,  regularmente,  aos  concursos  do  Col- 
legio  Pedro  11  e  ás  fest^is  anuiversarias  do  Lycéo  de  Artes  e 
Ofllcios,  instituição,  que  nada  inveja  ás  melhorei  da  Europa  e 
dos  Estados  Uuidoa  da  America, 

Diz  o  Sr,  Biíojamin  Mossé,  a  paga.  332  e  333  de  seu  livro 
J>am  Pedro,  pu  diL^ailo  on  Paris  no  anuo  de  188Q  : 

€  O  Imperador  reúne,  fi*equentes  vezos,  em  sessões  Ilttera- 
riaa  6  scíentiflcas  os  homens  de  lettras  o  os  sábios  brazileiros» 


86 


REVISTA   DO   INSTITUTO   IIIBTORICO 


par^  com  elles  examinar  alguma  nova  producçao  ou  discursar 
sobm  litteratura,  scieacíaa  e  artes.» 

Refere-se,  clanimente»  o  i Ilustre  escriptor  ás  conferenciaSi 
conhecida»  por  <  Paiostras  Imporiaos»* 

O  Jomaí  dâ  BrasU  publicou,  dapols  da  morte  do  Dom 
Pôdro  li,  um  artigo»  aa^igíiado,  do  t^uai  destacarei  os  trechus 
seguintes  :  €  Oa  homens  de  lottras,  que  ollo  acolbeo,  conaidorou 
o  protegido,  foram  o^  mais  nuiios  o  meíliocres. , . 

AO  redor  dmtQ  Augiistií  não  so  contam  nom  Virgilios  nom 
Horacios  (eomo  ti  andasse  rn  a  garnòl  oh  génio»)  o  os  famosos  se- 
rras litteraríoíi  do  Paço  qtiasi  Roriaoi,  como  litteratura, 
apenaH  um  assumpto  do  poema  hei'oi-comicõ,»  E*  meu  o  paren- 
th«Bía. 

Aí?radoçfira  ao  jornalista,  d^entro  os  vivos,  oomineucepoí^ta  * 
Ray mundo  Corrnia,  o  vernáculo  Carlos  do  Laot,  oi<criptor  *'h^- 
gante  o  fino  om  proí^a  o  vorso,  quo  bn^ta  para  aymbolizar  o 
ííoííto  littorario,  o  gonío  critico  o  a  porfoivao,  4  qup!  pòilo 
cljôgar  o  organismo  de  uma  lingoa;  agradeça -Jho  José  Joaíinim 
do  Carmo,  o  philosoplio  e  erudito. 

Entram  uo  rói,  dentro  o^  mortos,  Aragunva,  Santo  iVngido, 
Octaviano,  Joaquim  Manool  doManetío,  Tronçalves  Dia.H,  Barão  de 
Loreto,  Josô  Maria  Vollio  da  Silva,  Marquei  de  Kapueahy, 
Barão  ãnS,  Félix,  Rosendo  Moniz  e  outros. 

Todos  aites  &ão  litteratús  de  terceira  ordem  ;  homens  de  í«f- 
traãf  aceites  como  taes ;  alguns  H'êlles  destituidos  de  merecimento^ 
e  çííe  obtinham  do  Imperador  a  prefiBrencia^  especulando  com 
esses  sentimentos. 

Eisoquopiiáocolherdaphraao  autoritoria  do  articulista  nm 
relação  aos  que,  habituatmento,  faziam  parto  daa  conferencias 
do  Paço,  E,  como  eu  era  um  dos  aa^istcntea  a  oasas  coni'í*ron- 
clas,  igual  quinhão  me  cabe  aesses  deprimentes  qualiflcativos, 
applioados  a  todo.*. 

Digno,  sario  e  polido  era  o  monarcha ;  gravea,  respeitosos 
e  cortôzoà  oa  «on  vidados  dquellas  oonferenciai*.  Guardavam-so, 
de  parte  a  pirte,  todas  as  conveniências, 

O  [mperador  odeiavao  servilismo  e  sabia  quo  era  dura  a 
cervJR  doa  cavallioiros,  seus  eouvidadoa. 


PROMHTHEU  ACORRENTAtK) 


87 


Naquella  mesíi,  onde  não  tinha  assento  a  coteHe  litteraría 
do  elogio  mutuo,  quiisi  sempre  raereenario,  e  onde  sô  se  com- 
muDgava  puro  o  pEo  do  osprrito^  nuíica  appareceo  quem,  4 
80melh;mça  das  avos  da  Stymphalo,  o  conspurcasaí. 

Mas  Dora  F*edro  U  desapparoceo  do  mundo  e  nem  mesmo 
pôde  defeiider-!>iO  da  acctiaaváo  do  tur  incitado  o  Conselheiro  José 
Castilho  a  sustentar  ^uorra  contra  Jo^ú  de  Menear . 

DefendíM)  eu.  Na  época,  em  que  Castilho»  íiuxiliado  por 
Franklin  Távora,  escrevia  contra  o  autor  do  Guarany,  estavam 
rotas  as  relações  notro  n  autor  da  Çtrinalda  Ovidiana  «  o 
[raperador.  E  ainda  mesmo  que  assim  não  fí>ra,  só  quom  iírnc- 
ra  completamente  a  nobreza  d*alma  de  Dom  Pedro  [(,  jul- 
gal-o-hia  capaz  de  manchar-»e  com  a  pratit-a  de  um  aeto  odioflo 
e  ignóbil,  como  esse* 

Attribtiir-íh-o  (^  uma  dis  maiores  injustiças.  Aquella  pura 
memoria  não  p6dQ  sev  mareada  com  essa  mácula.  Nem  mesmo 
quando  Alencar,  em  oppuííiçâo  ao  Mioisterio  Itaborahy»  do  qual 
sahira,  se  referia  ao  lápis  fatídico,  alludindo  ao  monarcha  no 
«Eor^e  ilertirn  Chn^pimig»,  nem  mesmo  então  (repito) soltou  Dom 
Pedrn  a  mínima  queixa  contra  aquelle  grande  BrasHeiro. 

Homero  pintou  em  Marretes  o  peraoria^rom  heroi-comiai>. 
Km  t-odfis  os  tempos  e  povos  ajiparoce  o  typo  do  poetii  de  fan- 
caria, que,  com  visivol  ent<mrj,  oxliibo  na  fronte  os  louros, 
a  ai  mesmo  decretados,  e  impinge,  como  primores  do  euííenho^ 
s3m^al»orÍas,  qii.indo  não  dif lates. 

Bocage  cncaraou-o   na  pessoa  de  Chrispiuiaiio  Saiilnier, 

Faltava  admittir  .is  paleitras  imperiae$  alguém,  que  lem- 
braase  o  leitor  burlesco,  a  soletrar  no  Byssopi  o  nome  do  raptor 
de  Helena,  como  ú  fosse  o  da  capital  de  França,  listaria  achado 
o  prot'jt.í*OEista  da  burleta.  Nào  faço  allusôes. 

Desde  o  começo  desta  memoria  {que  estou  escrevendo  ao 
correr  da  penna  e  mh  a  pre^sàn  instante  da  iypographia), 
tenho  afilrmadõfietos,  sem  outra  prova,  alem  \b  miíiha  palavra. 
De  alguiia  ha  passoas  fidedignas  que  podem  testemunhar  ha- 
ver-lh'os  eu  relat:iflo,  por  mais  de  uma  vez»  taes  como  agora  os 
transmiítoriopublicíi  :dei*utr08,  pon?m,  nenhum  attestado  píjsso 
apresentar.  Aflirmo-os,  no  emtanto,  eom  toda  a  segurança  de 


PROMETHEII   ACORRENTADO 


^8» 


«As  lottras,  por  isua  natureza»  aristocralicíts  (diz  ainda  o 
articulista),  não  podem  sor  be.n  viadas  aoâ  Paços  dos  potoa- 
tado»,  íjuer  sejam  reis»  quer  Presidente- do  Republica,  pois  iiãu 
Bómeuto  aqueiies  têm  cortezaos  e  auticos, 

A  democracia  nao  é  litteraria,  porque  é  a  igualdade;  e  a 
iotelligeriida»  que  elía  pretende  íii  velar  t^,  forçosamente,  indisí- 
pensiTelmentís  aristocrática.  Nada  mais  aristocrático  que  o 
graude  poeta  da  democracia,  Victor  Huíío.  A  littoratura,  ou  a 
arte  democrática  não  emstem,  semlo  maaifestações  do  qtio  ha 
de  melhúr  a  super^ior  jia  intelligeacia  humaua,  sài»  ihrçosaniente 
aristucraticas.  Si  exceptuarmos  Atlienas,  essa  democracia  ex- 
cepcionai e  a  moderna  democracia  fraoceza,  tão  aristocrática 
e  talvez  a  única,  que  itqtióHi  liaja  arremedado,  a8  scienciaa,  as 
artes  e  as  lettra^  jamais  floresceram  nos  Estados  sociaes,  oiide 
impera  a  deraueracia.  Os  Eitados  Unidos^  coma  $ua  mediocrifíade 
espiriíualt  são  erêmplo  disso,  {Os  griphos  são  meus.) 

Sendo,  portim,  aristocráticas  a-s  lettras,  nao  podem  ser  pala- 
cianas, porque  o  seu  caracter  é  serem  indej.jojideuto-i,  tanto  desse 
soberano,  o  povo,  como  do  outro  soberana,  o  rei.  Acontece,  pois, 
que  o  protector  da-s  letcras,  em  regra  jíeral,  apenas  encoDtra  a 
raodiociádade  para  prote;?er. 

Os  espiritos  de  eleição  e  as  grandes  peraonageDS,  esses  fur- 
tam-soauiiia  protecção  <jue,  quando  imoé  humilíiante»  ó  tlmesta, 
porque  asphixia  a  atmo>pliora»  unde  respirara.  Daíii  o  nâo  se 
encontrar  junto  ao  throno,  mesmo  quando  oceupado  por  um 
homem»  como  Dom  Pedro  lí,  nem  junto  ao  poTO,  mo  n  ardi  a  tão 
goBiúão  de  lisonja,  como  os  outros  soberanos,  nenluim  desses  omi- 
iientea  espíritos,  que  são  a  honra  o  a  gloria  da  humanidade. i> 

Assim»  na  opinião  do  escriptor,  os  PiH?sideDtes  das  Repu- 
blicas, isto  é,  os  ropreiontantes  mais  altas  da  democracia»  são 
potentados,  istoé,  aristocratas,  e  repollem  as  Ictiras»  isto  ('•,  oí 
lettrados,  pontas,  artistas  eeíciíptores,  quo  pretendera  adulaUos, 
como  cortezãos  e  aulicoj  I 

Assira  a  democracia  i^^ualitaria,  que  quor  nimlar  a  intelli- 
gencia»  não  a  nivela  porque  esta  i^  ari^torratica  !! 

Assim,  nada  ha  d 3  mais  aristocrático  quo  o  grande  pootada 
democracia,  Victor  Hugo  ÍI! 


«o 


RBTISTA   DO   INSTlTaTO  HISTÓRICO 


Limftaodo-nia  a  citar  proporções,  expreastf  001  forma,  que 
níl*>  quero  qaaíiflcar,  transcreTerel  palavras  do  aotor  da^  «OrlesH 
tae^.  que  importam  completa  aejracao  ili^llas: 

€  O  drama  de  Siiakegpoare  é  o  povo  ;  indigna-ie  a  eacola  e 
exclama:  Odi  profunmm  vulyta.  lia  em  sooâ  versos  demaj^gia ; 
o  atitor  de  €Hamlet»  sacritlca  ao  poviléo  (la  caoaUle).. , 

Si  aljruma  cousa  de  grande  ha,  é  isto. 

•  -.  O  poviléo  é  o  i?enoro  humano  em  miséria.  O  povil^  ^ 
o  começo  dolorow  do  povo ;  é  a  gTcinde  victiraa  da?  trevas,  e 
inclina  pira  ella  o  ouvido,  a>  mão!!,  09  braços,  o  c^^raçâo,., 
Ensina,  radia  I  EUe  ha  mister  de  ti ;  tu  és  sua  irrande  sede. 


As  miiltidôe^sfeé  eetíi  ssua  belleza)  ^o  profundamente  pe- 
nef.r.ivei< pelo  ideal . ..  A  turbai^  uma  extensão  liquida  e  viva, 
offerecida  ao  fromlto* . ,  K  at^.  quando  o  homem  do  povo  não 
*í4á  incorporado  ú  turba,  é aluda  ouvinte  das  írraades  cousas,. . 
I)evom-+f'  aí>  p^jvo  todos  os  ousinoa.  Quanto  mais  divino  é  o 
fbcho,  tanto  mais  foi  to  para  esta  alma -simples..,  Asnim  j^na- 
reis  a  burfníeasia  e  crearei^  o  povo. . . . 

Pertences  aos  jsrenioâ,  p<>vo ;  elles  ^0  teus  filhos  o  tous 
pães ;  tu  m  ijníLrendras ;  olles  te  ensinam. ..  Saem  do  ti  os  génios 
multidão  my^terio^l 

Voltem,  ptjí^,  para  ti.  povo,  O  autor —  Doo^  —  tVis  dedica. 

A  historiíi  veridicfi,  a  historia  verdadeira,  a  Instoria  defini- 
tiva, do  òra  avante,  encarregada  da  educação  desta  grande  cri- 
ança, que  80  chama  pivo,  respeitarei  todív  a  ficcao . » 

To<los  e^ies  dolinoimefittfti,  diívidosa  peauade  Victor  liugo, 
não  quadram,  por  certo,  a  uma  pb5  ^ionomia  aristocrática  I 

J.Lm;iiH  fiti  democrática  Athonas  ;  é,  pelo  contrario, ^  a  mais 
brilhante  pní;tçã.odoo*ípirito  aristocrático  na  antUíuídade,  como 
fioma  ha  Hjdoa  ma ím  poderosa.  Nas  dissensões  da-t  cidades  antigas 
não  havia,  na  realidade,  lucta  entre  doraíicratas  e  aristoeratas 
(no  íiftntido  hojo  li^íidoa  estas  piílavras),  uns,  querendo  restringir 
o  numero  dos  mpres^ntante^  do  >ro\'erno,  outros  amplial-o.  ura 
tanto  mais. . ,  l'i*  por  i«8o  que  oi  velhO'*  autores  profertun  a  pa- 
lavra oti)íarohia  ã  aristociacia,  e  fazem  de  oligarcha  o  syno- 
nimo  pepi«tuo  do  —  rmu  >, 


\ 


PROMETHE0   ACORRENTADO 


w 


Qtianto  maia  estudada  é  AtheQaa  (diz  Mazel,  de  quem  resu- 
mimos a  opinião),  mais  m  lhe  revela  o  osplrito  aristocrático, 
náo  d*o.<8i  estreita  olig^trchia  dórica,  que  tão  caro  vende  uma 
hegemonia  politica,  mas  da  breve  aelecçao»  queconstitue  a  ver- 
dadeira civilisaçáo,  coUo^iudo  ao  poder  o  genío  e  baseando  o 
podur  lio  amor.  Democracia,  .segiindo  nossas  ideias  actuaes, 
âeria  um  contraseaso ,  Nuuea  Athenas  Cí^nheceo  o  suffragio  uiii- 
versal,  como  o  refergttãum  suiaso,  nem  o  systhoma  de  eleições, 
que  tão  facilmente  pí^rmitto  a  um  clan  do  pjiitiquoiros  o  ma- 
nietar uiu  paiz, .,  O  oápirito  de  sua  leíJrislíwâo  permanocoo 
longo  tempo  oup^tridica,  e  sua assomb leia  popular  em  nada  s^ 
parncia  com  o  nosso  corpo  elcitoraL  , .  Di/*ia  Tliucydides  que  o 
Gov(*rno  de  Péricles  era,  «^m  nome,  uma  dt^mocracia  e,  de  facto, 
um  imporio. 

.,.Us  gprracns  fb^ma^ojjrií-os»  Icvaiitudis  durante  a  guerra 
do  Pelopone-so,  foram  semeados  ao  to  nino  tle  jVi-istideti  o  Po» 
ricle^.,.  A  íuveja,  paixão  ignóbil  da  democracia,  explica  o 
♦ostracismo. 

Péricles  morroo  a  tempo,  Lllie,  que  banira  Cimmão  e  TUu- 
cydidõí?",  haverí:i  si<lo  victima  do  ostracismo. 

O  sôf*i'o  de  grandeza,  rle  euergiii  c  de  civiliaaçáo,  que 
vinba  do  p^issadi*,  impedio  que  o  miasma  democrático  e  a 
inveja,  que  ú  o  hálito  empestado  da  ocblocracia,  isto  i\  da  mui- 
ti  dão,  do  povilóo,  —  não  dirigido  por  individualidades  ialolli- 
geateSf  noUroâ  e  bem  intencionadas  *»  anniqullaaso  os  gene- 
rosos sentimentos  o  os  sublimes  impulsos,  transmittídoa  no 
sangue  pelo^  autíjpasaados,  ás  novas  geraçòei  da  metrópole  da 
Attica. 

Foi  Aibenas  quem  deo  ao  mundo  gnerroiros,  como  Tlieml-^ 
tocles  o  como  Alcibiaile*,  loiíisiadoros  como  Dracon  o  Solou»  pbi- 
losophos  como  Socratoíí,  o  divino  Platão  e  Aristoteto  (  sendo  as 
doutrinas  deste  aiuíla  hoje  objecto  de  ensinamento),  poetas,  como 
Oi  que  formam  a  trindado  trágica,  oradores  como  D^mosthones 
e  Kschinf^s,  hiatoriadoreí  como  Heródoto,  Tbucydides  e  Xeoo- 
phonto,  e>tatuarios  como  Phid  ias  o  PraxitoleSi  além  de  outrai 
estupendas  superioridade'?,  que  atravessaram,  até  nôi,  a<  idaded 
para  synthe  ti  saram  os  Ci-eadores  do  bel  lo  o  do  sublime. 


RSATSTA  DQ  INSTirUTO   HISTÓRICO 


l^fffcito,  orador  de  fi&candía  i^ial  á  do  DomoBthenei,  eipl 
fit>  <>«tl3Ti4o,  administrador  de  primeira  ordem,  ci^o  patHo^- 
gMlt(ie<ur»  na  aUur:i  do  sen  amor  á^^  artes  e  sciencias; —  ^9- 
I^Hia^o  mando  de  Aspa-la,  4110,  como  ella*  conhecia  os  gosUM^oa 
If^wmcclta^^  as  manias  dos  Aibonieofes,  de  aea  tempo,  era  um 
^1^  arUiocrata^,  avaliador  da  vaota^^ra,  que  ú.  ariftocraeia 
|«^TÍiilia  dê  cmar  uma  posição  popular.  Como  Pisistrato, 
rdáfiat^a  pelo  ascendontr)  poi'^>aU  pela  persuasão,  pcla^  amizades, 
bio  ooiiflnna  a  tbeso  do  que  a  civilização  é  creada  pelo  escol 
ift  kamanidade  e  oao  pola  multidão,  de  que  aUáâ  os  factores 
do  progrresso  não  dispensam  a  coliaboração. 

Péricles  IHvoreceo  as  artes  e  .scíeDcias  o  dco  nome  a  seu 
saetilo,  o  mai3  ^'loKo?o  d<^  Athenaa, 

Esparta  floou  estranha  a  toda  a  evoloção.  Nem  cultura 
iatdlleciuai,  nem  mdusfcri:k,  nem  lavom*a,  nem  commercio.  Era 
uma  republica  oxclu^ivamoato  guerreira.  Reza  uma  tradição 
que,  para  diminuírem  a  força  physica  de  seus  escravos  os 
Espartanos  saiiírravaui-no^.  Era  a  Esparta  do  socialiárao  mi- 
litarista e  aristocrata. 

Sua  roltjrião  iiiíipirava-lhe  o  culto  do  valor,  mais  tarde 
abraçado  pelo:*  imvoQs  da  mytholojL^ia  escandinava,  escoUiidos 
peUiâ  Walkyrías  pai*a  habitarem  o  Walhala.  Alli  occupavara 
lugares  de  honra  o^  que  por  maiores  raígos  de  valentia  se  hou- 
vessem distiiííTuido, 

Havia  om  l!Ísparta  dous  reis,  descendentes  de  deus  filhos  ge* 
metiíí  du  her adida  Ari.stodemo,  Apczar  de  rovegiÍd<.s  de 
amplos  poderes,  nào  oram  ijoberanos  propriamente  ditos. 

Eis  por  que  Esparta  é  muitas  vejses  qualificada  do  «  re- 
publioa  ». 

O  principal  orgao  do  seu  goverao  ora  o  Senado»  assembleia 
de  vinte  e  oitj  velhos,  do  sesseuta  annos,  ao  menos,  k  que  se 
juntavam,  mi  qualidade  de  mombroa  privilegiadus,  us  dous  reis. 
Com  o  volver  do  tempo,  crearam-so  os  ephoros,  supervigil antes 
geraes,  oncarraga'los  de  fiscalizar  o  proceder  <los  reis.  Graças 
Aquelle  Senado,  perpetuo,  teuaz  c  haliil,  como  foram  os  de  Car- 
thago,  Veneza  e  Génova»  e  aos  epkoroi  —  poderosa  e  feroz  oli- 
garchia  — conseguio  Esparta  dominar  o  mundo  grego. 


PROMETEIEU   ACORRENTADO 


93 


Os  cid-idãos,  tract-idos  oítlcialmoiite  do  Iguaet  (Omoiot)  í'qt- 
nmvam  um  socialismo  núlit;u',  qiio  eriv  aristocrático»  porquo 
dizia  somente  respeito  a  uma  pequena  clasao  do  dominadopes, 
a  uma  casta   de  privilegiados. 

Quaatj  ít  alhisno  do  Jirtiniliata,  feita  ú,  Franc-^.  direi  que 
esta  Nação  está  prof^iadamen tu  modilieada  cm  suas  condiçôea 
politicas. 

Aííolida  a  Uíbreza,  privado  o  clori>  do  acção  directora, 
rc^a  o  torço  iro  estado,  i-to  \\  a  biu^ueziaí  quo  se  vae,  dia  a  dia, 
cnfraíiutícendo  e  oamiDlia,  a  pa^8u>  rápido  i,  para  a  dacadoncia. 
O  Francoz  typica  dr3  hi>jo  é  colibatnrio  o  ruticcionario.  D*ahi  o 
egoiamo,  negação  do  amor,  e  a  covardia,  nof^ração  da  alii%'£íK,.  • 
E*  um  dever  sagrado  destruir  o  falso  ideal,  que  oulbitiçji  a 
França»  ha  um  século.  A  loírenda  rovoluciunaria  é  a  causa  da 
»ua  baixoza. , .  (refiro- mo  ao  mnn  do  uncratico,—  o  da.H  raas  ias ). 

Oá  protensos  *?igante3  di^  H9  a  03  foram  mais  que  atrozes; 
foram  ineptos.— Quem  nâoroiio^^ar  essale^onda  não  sabe  o  quo 
é  f-Tandõza  d'alraa. ,  ,No  lumlu  do  toda  a  dMuocracia  esifi  a  in- 
vLija..,Estaé  sO  í;,'i)omiaia  e  baixeza.  Quem  -onda  a  alma  do 
puro  democrata  nella  encontra  o  desejo,  não  da  justiça,  mas  do 
nivíjl  cummum.  Até  (guando  combato  iníquos  priviloi«:iu^  nào  a 
iiíspira  a  deltjsa  do  ojfprimido  ;  revolta-a  o  udío  do  auperior*.» 
Todos  oí  grandes  pensadores,  o  evolucionismo  iní,'^lez  e  o  idoa- 
ii-imi)  alloiiirin  tloclarâm  SI3  contra  a  democracia  i^íiialitaria, 
Nestij  ponto  Sckopojdiaaoi' é  Darwin  e. tão  dr,  accordo.  lienan 
pensou  como  eiles,  ao  menos  até  certo  tempo.  Darwin  dizia  uão 
80/  vordado  quo  um  bo;notn  3e"a  iirua!  a  outro,  assim  como  o 
bruto  nãíi  é  i^^ual  an  linmcjin.  Na  oí^íranização  social  lia  divisão 
o  liiorarchia  do  funcçilos;  aoqaidade  nâo  t^  igualdade  o  sim  pro- 
porcionalidade o  iiierarcbia  de  taes  fmicçõo^No  pensardo  Ronan, 
a  democracia  é  a  antípoda  dí  Deo',  puis  <|ue  Deus  nâo  quíz  «luo 
todoí  Tivos4om»  no  me-? mo  *^rJlo,  a  verdadeira  vida  do  espirito, 

A  Revolução  Francòza  de  178^  foi  o  jioviíeo,  a  massa  bruta, 
a  arraia  miúda,  qU3  a  produzio.  Fanática,  a  mnltidáo,  cuja 
alma  (^  diíTorento  da  de  cada  um  de  mn^  membros,  revelou  o 
caracter  destruidor  daquolío  írraiide  movimento  ton-orista, 
cíjjo  fanatismo  contaminou  a  todos,  iiuo  nolle  figuraram ,  Até  o 


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REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


grande  homora  dii  Kstado  da<iiieJJi}  toiíipo,  Mirabcsuíi,  soprando 
na  imniLiUH^i  pyra,  irapollio  á  íííirniticiaa  as  foras  Inunanas, 

Kssa  revolução»  quo,  na  plirasa  de  Macaulay,  é  tixla  cloticura 
G  crimes»,  absurdo  em  theoria  e  atrocidade  ua  pratica.  Ibi  quora 
impoUio  á  Vorsaillcs  a^  doz  mil  Monadas ;  Ibi  quora  trucidou  a 
innocõnte  princoza  do  Larabalu,  apreseataudo  á  rainha  mm  ca- 
beça,  espetada  Tiuni  chtiv'* ;  íoi  quum  inaugurou  nas  ruas  ta 
JampoõGs  humanos  c  no  Loire  as  ombareaçuea^tumulai ;  foi  quem 
soparou  da  rainha  viuva  o  cã^^al  do  li  lhos,  ainda  tonros,  conlian- 
do-os  á.  ^arda  e  direcção  do  sapateiro  Simào,  quõ,  açoitando, 
diariamente,  q  embriagando  o  Uolphiin,  assegurou  a  Fouquier 
Tinville  quo  ossa  mi  sor  a  criança  declararia  haver  sida  doí>ho- 
nestada  poi-  sua  iiropri  i  mãe  ÍI 

Tão  horrivel  calumoia»  contida  a  qual  protestou  a  nobre 
víctiraa  com  indiífnaçao.  appcliando  para  os  corações  de  todai 
as  mãe-í,  laz  daquolio  miserável  monstro  a  incarnação  do  iodos 
oj  insiinctoíi  ferozes  o  mostra  as  perversidades  da  multidão,  im- 
pntíida  pelo  ífonio  do  mai.  Auto  aquelío  e-corpiào,  rormeutado 
nas  as^^utuo^as  sentinas  da  deuia>ro>fia,  doscem  ã  propuj-çòes 
do  piguioo-*  todos  os  quo  tem  horrorisado  o  mundo  com  ret[uintas 
do  atrocidade. 

Foi  a  Rovolução  que  decupou  na  guilhotina  a  fronte  genial 
de  Andr*>  Cbenier  o  Bacriftcou  toda  a  llor  daquella  antiga  n« - 
broza»  glorillcada  p  ir  tan  tus  sor  viços  á  Naçào  ;  foi  elJa  quem, 
«ndeosaudo  Robe -ípierre»  mostrou  a  que  ponto  p<kle  ir  a  incon- 
sciência humana. 

So  pola  perla  completa  da  synergia  social  se  explica  que 
um  punhado  de  loucos  Itiriosos  coiiquistasseni  o  grande  paix, 
que  foi  creador  da  Europa.  A  multidão,  que  píissi vãmente 
gora  os  génios  e  que,  brutal  e  pusillanirae,  é  incapaz  do 
ee  elevar  acima  do  bem,  torna-^e  um  instrumento  dos  espi- 
ritos  do  mal,  que,  sdin  o  concurso  dfdla,  nada  poleriaiu  fazer,  e 
teem,  perpetuamente,  em  suas  iuconscieates  mãos  a  surte  do 
mundo, 

Esaa  turba  inerte,  —  ameaça  viva  í\  ordem,  .1  liberdade,  ao 
progreasjeá  orgatúzação.  —  foi  que  produ^io  em  França  o  ea- 
íhiquecimentu  progressivo  de  tolas  as  foi^ças  uaciõaaes  e  arro- 


PROMETHEU   ACORRENTADO 


95 


juu  á  morte  seis  míllidea  do  Vviinmzm,  lia  mais  do  ura  gecalo 
que  o  teiTor  e  o  jacobiQisrao  sào  os  herpes  lentos,  a  Irivrarera 
imlas  veias  do  organismo  social  dessa  generosa  Nação ;  ha 
mais  de  cem  anooâ  que  elLa  morre  desâe  corrosivo  maL  Ha  mais 
de  um  seculo«  iiue  a  crise  jaeobiaa  ú  a  causa  de  toda.s  as  suas 
convulsões,  do  todoií  os  seus  enfVaquecíi mentos.  lia  mais  de  um 
sGculo  que  a  França  é,  psychQlogicamGute,  o  relloxo  de  uma 
dombra,  a  projecção  de  uma  legenda. 

Era  tão  p^jante  a  seiva  da  Franga  iio  íim  do  século  XVIU* 
que,  apezar  de  a  tor  empolga Jo,  duraute  a  Revoluvâu,  o  mons- 
tro, que  83  nutrio  de  seu  sauguo,  não  poude  sugar-lhe  ioda  a 
Jbrça,  revelada  uus  grandes  iiensadaros,  qu.»  são  as  lloroj  e  os 
Iructos  da  seiva  nacional,  Napoleão,  qualificado  por  M.  Barres 
de  professor  da  energia  e  que  .será  o  .>ymbolo  da  Pátria,  si  esta 
riscada  íor  do  mappa  das  Nações»  cercou-sii,  ao  abrir  do  século 
XIX,  da  genial  e  brilhaiite  piíViadedo.  sábios,  que  illumiuavam 
a  Terra  de  Sao.Luiz  e,  discutindo  com  eliei,  cumo  igual,  dotou  a 
França  de  monumentoí>,  attestadorcs  da  superioridade  intelle- 
ctuaU 

Pela  energia»  pela  nobreza  d'aljua,  pela  altivez,  ou  fé  na 
pr*jpr ia  grandeza  moral,  i>eloamor  ou  dedicação  altiva,  erguer- 
stí-ha  a  Mãe  da  raça  latina,  depurar-se-ha  do  toxico  jacobino  0 
continuará  a  sor   Dirt-ctora  e  Rainha. 

Aí>  dínnoiíraciiLS,  em  quo  domioaram  esses  princípios»  expan- 
dir*s©-háo  em  heróes,  valentes  iadividualidadcs,  repix-soQtiyitoii 
do  progres&õ  e  nuneíos  da   civilisaçào. 

Sirvam  de  exemplo  o^í  listados  Unidos  da  America  do  Norte 
e  a  Ck>nroderaQãõ  Suissa,  onde  tantos  génios  exaltam  a  digoi- 
dade  nacional,  auginentaudo  o  numero  dos  cultores  do  bem  e 
da  virtude. 

€  O  po€ta  oao  é  bani  vindo  para  esto  outro  soberano,  o 
povo». 

Proposição  desta  ordem  causa  assombro,. 

uuçamoá  ainda  Victor  Hugo  :  <  A  Jitteratura  secreta  a  d- 
vilisaçào,  a  poesia  seereta  o  ideiai.  I^is  porque  a  liUeratura  é 
uma  das  njceá^idade»  das  slh: iodados,  Ivs  porqu«  a  poeda  é 
uma  avidií2:.dalina. 


96 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Kís  por  que  os  poetas aíLo  od  primeiros  edacadoresdo  povo. « . 
EÍ5  por  jue  dtímos  ora  traduzir  Sbako4pearô,  Molièi*e  e  todoa  Ofl 
productores  de  gi^andezíiH  d'alma. 

Penetrar  de  luz  a  cíTiliaaçãa— eis  para  tiuc  servem  os  poo 
tas  ... 

Escancarao  as  portas  á  poosia . . , 

Farei >  da  ttírba  povu,  dar-lho-heis  littaratiira,  civiliíjaçâo. 

Cumpre  que  o  povo  entro  em  coínmuoieaçào  com  oí  ge- 
oioiJ.,.K  o  povo  comprehendei-os-lia.  Esta  eommimicaçãtj  do 
povo  eomoí  génios  serd  a  pilha  de  Voita  da  civilisiivão,» 

E  Victor  Hugo  mostra  que  em  um  espectáculo  gratuito  o 
povo,  espontaocameiíte,  se  cora  movo  com  os  lances  da  geena  ; 
sjute  06  calefrios  do  sublime  e  sae  do  tbeatro  com  o  coração 
a  paloitar  de  eathuslasmo  e  admiração  pelo  poeta  e  pelos  sen- 
timentos, que  oste  pinta.  <  Bradae  a  esta  i)opulação  (accr^ 
scenta  eile ),  o  povo  será  capaz  de  uma  Thermopole, , .  Quere- 
riamos  houve^áe»  em  cada  aldeia,  um  prafessor  explicando 
Homei^o.ifr 

ConTeâso  que,  ao  Analisar  a  leitura  ám  trechos  do  articulista, 
acontecec-me  o  mesmo  que  ao  padre  Lacordaire,  íio  depor  o 
livro,  em  que  lera  a  argumentação  de  Strauss  contra  a  realidade 
histórica  de  Jesus.  Caliia-me  pelas  faces  abaixo  o  suor  em  bagas. 
O  autor  da^í  «Conferencias  de  Xos.s  i  Senhora  de  Paris »  apa- 
vorou-se  com  a  erudição  do  casuista  a  He  ma  a,  parecendo-lhe 
que  não  poderia   reftital-o. 

Assustiva-ine  pela  mesma  causa.  Desconfiava  do  meus 
fracos  recursos  inteLlectuaes,  pois_nao  comprehendia  o  que  lera 
e  sentia  uma  espécie  de  vertigem  ante  a  djutrina,  exposta  na- 
quellos  textos,  qn*  s í  me  afigurava  abstrusa,  ou  tão  subtil, 
que  só  um  poderoào   cérebro  podia  cuncebcl-a  o  expol-a. 

Ao  cabo  de  a^jjuns  miuutos  de  reflexa  >,  porém,  fez-ee  ante 
meu  espirito  a  iuz,  E  como  ao  grande  orado i'  Dominicano, 
cocre.^parafu-se-me  os  lábios  num  meio  sorriso.  Ne^^ar  que 
Jesus  houvesse  existido,  que  elle  nascera  quatarze  annos  antes 
éa  morte  de  Octaviano  Augusto  o  que  a  historia  lhe  r*3ffl8trára 
m  wU,  era  urna afOrmavão,  i^fual  (si  iicet  magna, ,,)  ^  summa 
éMfnoae  encontram  nai^uaile  fragmento  de  Jornal, 


PROMETHEU   ACORRENTADO 


97 


O  poeta  das  <  Odes  e  Balatat;*  é  órgão  autorizado  de  uma 
verdade  intuitiva»  cuja  negação  coustituo  um  peccado  coatra  o 
Espirito  Santo, 

EUe  próprio  podo  ser  viva  exeraplidcação  de  seu  as- 
serto. 

Quem  ouvio  a  «Lucrécia  Borgia»  não  podo  Gst|uec©r  o  mo- 
mento scenico,  em  que  a  protagonista  diz  a  Gcnaro  e  seiíâ 
companheiros:  «  Estaes  todos  envenenados  1  >* 

Quem  não  estremece,  ao  lembrar-se du  grito  do  Dcsdemona» 
estrangulada  por  Otlielo? 

Quem,  assistindo  íl  representação  do  «  Demónio  Familiar  i* 
do  José  do  Alencar,  deixará  de  guardar  na  memoria  os  ditos  e 
gestos  do  moleque,  quando  acha  demasiado  o  gasto  do  cbamtos 
do  senhor,  e  o  aíloctado  palavrorio  afrancez^do  do  rapaz  do 

O  povo  tem  sympatliia,  tem  adoraçlo  pelos  seus  poetas  ; 
gabe  de  cúr  seus  versos,  c  muito  livrinln»  do  luxuosa  e  o  ca  der- 
nação  repousa  em  cima  de  formosas  mesas  do  cabeceira  o 
de  ]>er fumados  toucadores.  Os  rccitativos  ao  piano  dos  versos 
de  Gonçalves  Dias,  Casemiro  de  Abrou,  os  monólogos  om  verso 
de  Olavo  Bilac  e  outros,  constituem  no  palco  o  om  reuniões 
particulares   a  distracção  dos  serões  elegantes. 

Quem  pôde  desdenhar,  ou  antes,  quomnâo  applaudirá  uma 
bella  prodiicção  de  um  poeta  ¥  Os  livres  dos  que  são  inspirados 
merecem»  ás  vezes,  a  honra,  que  .Uexandre  Magno  prestou  á 
Ilíada. 

Nâo  calumniem,  pois,  o  povo  attribuindo-lho  sentimentos, 
diametralmente  oppostos  aos  que  nutre,  Sao  os  poetas  e  os  ar- 
tistas os  seus  dilectos,  Só  nelles  encontra  os  verdadeiros  inter- 
pretes d'alma-  Chora  e  ri  com  oUes  ;  pedo-lhes  c  delles  obtém 
confortt»,  fé  e  esperança. 

Como  o  povo  abre  a  alma  o  os  braços  aos  poetas  o  philo- 
sophõs,  que  na  torr.i  os  deleitam  com  o  encanto  da  po?sia  e  os 
edificam  com  o  ensino  da  verdade,  os  reis  e  potontados  da  terra, 
também  sensivois  ao  Bello  o  aos  dictames  das  Sciencias,  que 
educam  e  esclarecem  a  razão,  amam  a  companhia  dessa  classe 
privilegiada. 

^158^  7  Tomo  lxtiii,  r,  o. 


98  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Para  não  remootar  aos  tempos  íabolosos,  citemos  Hierão, 
de  Syracusa,  chamando  á  saa  corte  Eschylo,  Pindaro,  Simo- 
nides  e  Epicharmo,  daniolhes  regia  recopção  e  com  elles  oon- 
vivendo ; 

Alexandre  Ma^^no,  apaixonado  admirador  de  Homero,  sal- 
vando dos  arrazamentoâ  de  ama  cidade  a  casa,  onde  morava 
Pindaro;  comalando  de  riquezas  e  de  testemanhos  de  apreço 
a  Aristóteles,  s?u  professor,  e  fornecendo-lhe,  para  compra 
de  livros,  1.600.000  francos;  prodigalizando  todas  as  compla- 
cências a  Appelles,  seo  pintor  de  predilecção,  e  a  Lysippo,  de 
Sicyonia ; 

Jolio  Cosar,  invectivado  por  Catullo,  procorando  ganhar^lhe 
a  affeição ; 

Octaviano  Augusto,  exercendo  sua  protecção  sobre  Horácio 
o  Virgílio,  que  tantas  lagrimas  de  ternura  arrancou  no  Paço 
Imperial  á  Princez\  Co  ta  via  lendo-lhe  o  <  Tu  MarceUus  eris  > 
(Si  Ovidio  foi  desterrado  para  o  Ponto  Eiixino,  é  porque  offendeo 
gravemente  a  magestade  ou  a  lei  ); 

Carlos  Magno,  cercado  do  Alcuiuo,  Eginhardo  e  outros  sa» 
bios,  a  presidir  as  sessões  da  Academia  de  Sciencias,  (a  Escola 
Palatina)  e  fazendo  reviver  o  gosto  ás  lettras,  sobre  as  quaes  pou- 
sara, por  séculos,  a  caligem  da  Idade  Média ; 

Carlo-i  IX,  distinguindo  a  Ronsard  com*  o  celebre  dís- 
tico: 

Touã  deux  également  nous  portons  des  couronties  ; 

Mnin^  roi,  jc  la  recais;  poete,  tu  la  donnes ; 

Uííi  roi,  cav^lhoiro,  inclinaado-so  para  apanhar  o  pincel  que 
cahira  da  mão  doTiciano  ;  outro,  corpoââcaçào  do  poder  abso- 
luto, Horvíado  á  mesa  Moliòre  e  fazendo  dos  dois  Corneilles  seus 
assíduos  intíjrlociitorcs ; 

Frederico  II,  charaan<lo  á  sua  corte  a  Voltaire,  vivendo  era 
sua  companhia  algum  tempo  c  sujeitando  ii  correcção  do 
poeta  os  versos  de  um  detestável  poema  ; 

Goethe  e  Schiller,  amigos  privados  do  Duque  de  Saxe 
Weimar. 

Todos  sabem  a  consideração,  do  quo  a  Republica  Franceza 
cercou  a  Leconte  de  Lisle  e  outros  poetas   do  >eculo   passado  o 


PROMETHEU   ACORRENTADO  99 

03  toetemunlios  de  aproçí»,  i^ue  oa  roís  da  Itália  prestam  a  Josuó 
Carducct,  a  quem  acabam  de  gloriíicar  depois  de  morto. 

Carmea  Sylva,  a  briJliaiite  escriptora»  om  cuja  fronte  mais 
resplende  a  coroa  da  poesia,  que  a  da  realeza,  é  itlolatraiia  por 
iodos  oi  intellectuaos  do  mundo,  quo  sa  Itio  cufFam  aoâ  pôs  o 
ao6  quaes  rende   homenagem. 

King  nem  ignoL^a  as  adoráveis  trocas  <le  flnezaa  entre 
Victor  Hugo  eo  Imperador  Dom  Pedro  H,  iia  visita»  que  eite  lhe 
fez. 

Agora  mesmo,  Tolstól  contraria  com  seus  escríptos  ob  in- 
tuí toa  do  Autocrata  e  este  proliibe  que  se  tolha  ao  voneranáo 
aociaoaa  expansões  do  pensamento  e  da  Jiberdade, 

Eiâ  de  que  modo  se  deraoustra  a  inexactidão  doe  aa^ertoi, 
que  dão  como  incompatíveis  a  poe.^Ía,  a  arte  e  as  sciencia^  com 
os  potentados  da  terra,  quer  sejam  testas  coroadas,  quer  chefes 
de  republica. 

€Ás  jgcioncías,  as  artes  e  ai  lettras  nunca  floresceram  nos 
paizes,  onde  impem  a  democracia.  Os  Estados  Unidos,  com  a 
sua  mediocridade  espiritual,   Bao  disto  exemplo.» 

K"  deitar  muito  longe  a  barra  A  ougadia. 

Eis  aqui  uma  ilsUv  das  rmdioci*Ídadcs  inUltêctuaa  doesta 
fnediocre  Naçãa: 

Fultí.m,  que  apóii  longas  e  múltiplas  viagens,  exerceo  a 
raechanica.  Foi  inventor  da  machmap:ira  fazer  saltar  os  navios 
(primeira  formados  torpedos) ;  aperfeiçoou  o  navio  a  vapor, 
(XUC  dizem  iuvcnt ido  em  Franr;t  por  Jouífroy  ;  escreveo  o  c  En- 
Biiio  sobro  os  canaes».  (1807)  —  Franldin,  o  inventor  do  para- 
raios.  Come^íou  como  operário  impreesor ;  ftiodou,  fl^pois, 
umaimprensa,  creou  bibliothecas,  collegios,  hospitaes  eostu^fou, 
fundamente,  as  seiencias.  Franklin  não  só  avultou  como  grande 
cidadão  e  hábil  pby4oo  ;  Ibi  tambom  exímio  moraliHae  modelo 
do  virtudes.  Escroveo  ainda: 

«A  scienciaílo  Itom  Homem  Ricardo  »,  escellente  livro  de 
Economia ; 

Morso,  inventor  do  teiegrapho  eléctrico,  instrumento,  que 
tem  o  deu  aome  e  liinda  hoje  é  o.  base  da  telegrãphía.  Piutor 
áo  primeira  ordem  ; 


iOO 


RKVKTA  DO   IXSTITUTO  HISTORIOO 


Petef  Còopen  fabricaote  de  machioas  a  Tapor,  oonstra- 
etor  da  primeira  loeomotiTa,  que  serTío  nas  primeiras  estradas 
éft  í3b8TO  Am^caiia  o  Inglesa.  Essa  ^tmeira  locomotiTm 
ainda  está  na  Miiaêo  americano.  Foi,  além  diâso,  eonsaiomado 
pbílaolropo  e  creador  do  «  Coope.*  hmitai,  »  em  Nora  YoriL; 

Aadrew  Camegíe,  outro  exemplo  de  philantropia  e  &ota?el 
eseríptor ; 

Beiíj&nim  West,  Presidente  da  Academia  Real  de  Loa* 
dre«,  eminente  pintor,  et^culptor  e  architeoto ; 

Charles  Leslie,  piator  e  raenibro  da  mesma  Academia ; 

George  Innes,  pintor  na  segunda  metarie  do  século  XIX,  e 
que,  na  opinião  autorisada  do  pintur  Benjamin  Qinstant,  é  um 
dos  maiores  paisagistas  de  seu  tempo ; 

John  Sargent,  o  mais  celebre  retratista  do  mundo,  conho* 
oído  por  €  YoJasquez  Americano  ».  Eduardo  Vil  encarregou-o 
de  lhe  tirar  o  retrato,  depois  da  Coroação ; 

John  Draper»  inventor  da  photographia,  natural  da  cidade 
de  Ouro  Preto,  em  Minas  fBrazil),  astrónomo  de  nomeada  e  pro- 
fessor. E'  aíitor  do  conhecido  livro:  cConíiicto  da  Religião  e  da 
Sciencia  >,  obra  ciassica,  traduzida  em  muitas  lingoas.  K 
pai  dos  quatro  Draper^,  tudos  diãtinctoâ  na  sciencia  e  nas 
lettra« ; 

Feniraore  Cooper,  um  dos  primores  romancistas  do  século 
XIX,— o  Wãlter  Scott  Norte  Americano ; 

Washington  Irving,  pri  moroso  e^riptor,  contemporâneo  de 
Coopei? ; 

Prescott,  historiador  do  alto  mérito,  consultor  incompa- 
rável para  a  historia  da  America  Ho^^panhola ; 

Nathaniel  líawtbome,  romaacista  ;  conhecido  autor  da 
€  Letra  Vermelha  »  ; 

Ralph  Waldo  Emerson,  autor  dos  €  Sobrohumanos  »  e  ou- 
tros livros,  hoje  consultados  e  comraentados  pelos  primeiros 
críticos  ;  — escriptor  assombroso,  que  tem  acompauhdo  a  evo- 
lução da  Scieneía ; 

Olivor  Woíifioll  HolmoSt  poeta  o  osculptor,  que  escreveu 
o  «  Autocrata  da  mesa  do  almoço»  e  outros  romances,  de  clr- 
cidavâo  geral ; 


PEONÍETIIEU  ACORRENTADO 


toi 


Jamos  Rusael  Lowell,  poeta,  escriptor  o  diplomata,  de  nota  ; 

EiJgard  Poe,  poeta  tran.scendeiite,  ciijaa  obi^as  immortaea 
prendem  a  attençao  do  mundo ; 

William  CiiDon  Bryaut,  poeta  que.  aos  17  annos,  publicou  o 
conhecido  poeraa  «  Thanatopsis  »  (ura  aspecto  da  morte),  Co- 
ahecido  traductor  de  Homero  ; 

Jolm  G.  Whittier,  notabilisJâimo  poeta; 

Henry  W  .  Longfelíow,  poeta  moderno,  em  toda  a  parte 
lido.    Autor  da  «Evangelina 3>  «Hiawata  >  otc; 

Edwin^Markhara,  moderno  socialista,  poeta  lyrico,  autor 
de  composições  dcílcadissimas  ; 

Jobo  Flisks,  um  doe  mais  conceituados  philosophos  mo- 
dernos ; 

Mark  TwaiB»  conhecido  oscriptor  humorista. 

Na  medicina  e  na  eirurtria  flí^uram  nomes,  como  o  de  James 
R,  Wood.  operador,  que  sls  notaMlldadeiíS  cirúrgicas  da  Europa, 
á  fluente  Nelaton,  consideram,  fazeodo-lhe  respeitosos  encómios 
eo  Dr,  Simms,  parteiro,  que  o  Imperador  Napoleão  111  mandou 
convidar  era  Nova  York  para  assistir  ao  bom  succesgo  da  Im- 
peratriz Eugenia. 

Para  arauto  principal  do  progresso  no  campo  da  electrici- 
dade ahi  e.stá  o  immortal  Edison,  inventor  do  telepiíono,  do 
pbonographo  e  da  divisão  das  correntes  eléctricas  para  illumi- 
nação  domestica.  O  horísonte  da  Sciencia  é  constantemente  alar^ 
gado  por  Edison,  que,  incansável,  conquista  era  cada  dia  á  na- 
tureza um  segredo.  Tem  tirado  mais  de  quinhentas  patentes  do 
invenção •  Que  paiz  poíísue  mais  nobre  glorificador  do  trabalho 
e  da  inteiligencia? 

E*orgulhO|  não  aá  da  grande  Republica,  como  do  toda  a  hu- 
manidade. 

Não  admira  sejam  desconhecidos  todos  estes  illustres  jjío- 
neiros  da  civilisaçao  (perdão  para  este  neologismo,  jil  empre- 
gado por  alguém).  A  attençao  geral  converge  para  a  littera- 
tura  franeoza.  A' chegada  de  cada  transatlântico  dospojam-se 
em  nosso  mercado  iitterario  milliares  de  livro i.  Sâo,  na  maior 
parto,  obras  de  imaginarão,  cuja  leitura  absorve  o  tempo. 
Essas  producQõcs,  scintiUantes  de  engenlio  e   compulsadas  á 


102 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


pressa,  gao  mal  assimiladas.  Muitas  vezeS|  tentio  visto  as  ideias, 
que  oncerram.  reproduzidas  na  imprensa  em  arre vesado  calão, 
que  poucos  lêem  e  quo  ninguém  analysu. 

Quanto  aos  paizcs,  fUhos  de  lingoa  não  Ij^tina,  si  alguma 
traducçâo  não  nos  dá  notícia  de  algo  do  que  lá  se  passa,  é 
como  si  se  tratasse  das  regiões  dos  Címmerios  on  do  Raat- 
cliatka. 

Não  fui  protegido  do  Imperador,  na  accepçâo,  om  que  se 
toma  essa  palavra.  Todas  as  fkiQcções,  por  mim  occupadus  e  aa 
incumbências,  quo  desempenhei  (â  excepção  do  relatório  sobre 
coloniaaçãõ,  elaborado  e  prorupto  om  poucos  mezei),  foram 
gratuitas  o  constituíram  oficargos  ouorosissimos,  em  que  at<*  as 
ileypoza-s  com  livros  pax^a  consultas  e  com  aposentadorias  nas 
pxciírsôes,  á  quo  me  via  forçado,  oram  feitas  por  mira. 

Vá  a  quem  cabe  a  malévola  ia^inuação.  E  creio  que  nao 
cabo  a  nonliiim  dos  meus  nobres  companheiros  do  pa- 
lestra. 

A  falta  de  sonso  critico,  arguida  ao  Imperador,  quasi  que 
o  rebaixa  á  condição  de  sandeo. 

Sô  quem  nâo  o  vio  de  perto,  só  quera  não  o  ouvio  rácio» 
Gínar  sobre  escriptoros  o  escriptoa,  ousa  rebaixal-o  asaim. 
Desí^a  qualiâcacão  é  credor  quem  lhe  nega  o  dom  do  co- 
nbocor  os  homens. 

De  sábio  foi  denominado.  Oh  que  o  examinaram  atravéz  da 
loTite  do  binóculo^  quo  (iiminue  o  afasta  o  objecto,  dízcm  qne  a 
sua  scienciaora  negativa,  pois  «aquello  cérebro,— mosaico  de 
bagatelas— era  como  um  kaloidoscopio,  cujos  vidruia  só  mos- 
travam nas  facetas  o  íructo  de  super  fiei  aos  impressões». 

Nada  importa  para  taes  espiritoa  obcecados  as  optDíries  de 
vultos  eminentes,  de  verdadeiras  glorias  europeias,  que,  ha- 
vendo estudado,  conscionciosamento,  o  Imperíidor,  não  Mam 
por  informações,  pois  têm  de  zelar  09  créditos  de  probidade, 
nelies  universalmente  reconhecidos. 

Vejamos  o  juizo  de  alguns  dei  los. 

Dom  Pedro  II,  em  ^5  íle  junho  do  1877,  foi  eleito  sócio efitran- 
geiro  pipila  Academia  de  líoienciaa  de  França  e  a  sua  eleição 
approvada  por  Decreto  do  4  de  julho  do  mesmo   anno. 


PROXnSTHBU  ACORRENTADO 


108 


Para  dar  pare  cor  sobre  a  admissão  do  propósito  no- 
mearam E*  CUovrPul.  Péza-nic  imo  podt^r  aqui  traiiacrovor  seu 
lougoo  luniiiioso  parecer.  Delio  destacarei  os  trechoâ  mais 
salientes , 


€  Quiz  Dom  Pedro  11  vCt  os  sabio:*,  particularmente 
aquolles»  cujos  escriptos  estudara. 

Nas  amistosas  conversações,  em  quo  o  Soberano  só  ao  dis- 
tinguia pela  maií?  nobre  simplicidade,  moatrava-so  em  harmonia 
com  05  sábios,  do  quo  estava  cercado.  Depois  de  repetidas 
confcrenciaa  nas  suas  visitas  íí,  luropa,  os  juizes,  d©  commum 
accordo,  reconheceram  que  jamais  .Soberann  algum  manifes- 
tara, como  Dom  Pe4ro  U,  tão  esclarecido  espirito  na  sciencia 
nom  igual  amora  oivíLísagão  ; 

Croio  que  esfci  verdade  passará  iem  eotitradicgâo.» 

Chovroul  expoo  do  parecer  os  esforços  do  La  Condamine 
para  acclimap  na  Europa  as  Cinchanaít,  o  naufrágio  do  sua  tenta- 
tiva e  a  roalisaçâo  da  ideia  om  lugiatena  por  Marcbaml^  cujo 
proátante  auxiliar  nas  Índias  era  Mac  Vvor. 

O  Júurnfd  d€s  Savants  ptblicfju  intcreíisantes  artigos  sobrai 
e«te  l>Lcto  ititernacioiíal,  que  eile  deaomiiia  grande  e  á  quo  pre- 
cedera no  Journal  de  ia  Sociéié  d' Acolimation  uma  noticia  cir- 
cumstanciada  de  ^^onsieur«  Delondro  e  Soubeyran. 

Qual  não  foi  a  ívdmiraçÃo  do  redactor  dn  Jõurnal  des  Sa* 
vanis,  quando  o  Imperador  se  moiítrou  plenamentô  sabodjr  de 
quantu,  desde  1785,  se  passara  a  respeito  deste  assumpto,  dando 
provas  de  haver  acompauliado  a  leitura  de  todas  as  memorias! 
Dom  Pedro  11  conimunicou-Uie  quf%  dnsde  18«30»  plantara  na 
Quinta  de  S.  Cbristovão  aquelle  vegetal,  cujojdoaenvolvimento 
poília  vêr  das  janoUas. 

<tE'  pois  do  Justiça  dizer  (concluía  o  relator):  Honra  a 
Dom  Pedro  11,  <iuo  demonstra  ser  possível  acclimar  ,iio  'Novo 
Mundo  a^í  Cinclionas,  longe  das  regidos,  ondej  estas  arvores 
crescem»  naturalmente. 

K:?tl  provado  m^^z  que  nelle  o  amor  do  progresso  scíea- 
tlflco  iguala  o  progresso 'do  uma  civil  isação,  capaz  de  asse- 
gurar a  foLicidade  de  todos.» 


104 


REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Gladatone,  o  colebro  heUenistfv  e  homem  d^Eátado.  pronun- 
ciou em  julho  do  1877,  no  bauqtiete,  dido  f!m  Londres  por  mo* 
tivo  de  al>rÍr-so  a  Caxton  Ejchibition^  uití  discurso,  do  quê  cita- 
remos escas  palavras: 

<  Kâte  Impí^rador  é  um  modelo  pai'a  todos  os  Sol)orapo3  do 
raundo,  graças  d  sua  dedicação  o  energia  para  b^m  desem- 
penhar seus  devoro^. 

Elle  começa  o  sen  dia  ás  4  horaa  da  manliâ,  só  descan- 
ç  a  rido  por  ai  ta  noito. 

E,  prc>(3nteraont0i  estas  dozoitt»  ou  vinte  horas  de  activi- 
dade quiitidiaiia,  cmpreí^a-a-!  oJle  com  adquirir  nn  mundo,  por 
esforços  suocassivos,  conhecimentos  do  todo  o  género,  que  sa- 
berá, no  rôíçresso  á  pátria,  aproveitar. 

E'  um  exemplo  e  uma  !»enoão  para  sua  raça,  > 

O  liça  moa  Arsune  Hòussaye  : 

€E'principalmento  para  o  Egypto  e  para  a  Groola,  Itália  e 
França  que  Dom  Pedm  li  dirige  os  pasios  c  os  olhares 
invostigaílorei.  Elle  moviraentou»  piedosamente,  a  mesa  dos 
Pharaôs  e  interrogou  a  Roma  antiga  e  a  Itália  da  «Renas- 
cença» . 

Era  Paris  visita,  diariamente,  trea  ou  qiiatm  monumentos 
e  recebo  três  ou  quatro  homens  do  Escolas. 

O  que  sorpreheade  é  quo  elle  conheço  todos  os  Franceze^ 
not&veiSf  como  si  entre  esteai  houvesse  passado  a  vida.  Lembra 
a  eada  um  os  livros,  os  discursos,  por  cUes  escriptos  o  proferidos, 
6  de  que  já  se  não  recordavam. 

Fala,  qual  verdadeiro  (Hhítanie,  a  lingua  franceza  do 
melhor   tempo. 

Tudo  ha  visto  era  França  este  liomcnL  que  não  crê  simo 
na  soberania  da  intelligencia. 

E*  duas  vezea  Imperador  cora  a  simplicidade  de  ura  Espar- 
tano, » 

€  Todo  o  sábio  dovo-lho  o  raííis  profundo  respeito  (tlizia 
d'elle  Darwin). j> 

C!iaraava-o  Pasteur  homem  de  seiencia, 

LongfeUow  aíllrma  que  tiM3s  poetas  verteram  para  o  por- 
tuguês <  The  Story  of  King  Robert  of  Sicily  >^  mas  íjuo  a  vei^sâo 
de  Dom  Pedro  11  era  superior  ás  outras* 


PROMETHEU  ACORRENTADO        105 

Tambom  a  sua  tmdiicçno  em  verso  homcomotrico  do 
Cinque  Maggio,  de  Manzoni,  6  uma  das  melhores.  E  não  sou  eu 
quem  o  diz. 

Assim  tenho  ouvido  aprecial-a. 

Transcrevo-a,  com  o  original  ao  lado,  bem  como  três  so- 
netos, denominados  de  Exílio,  produc(,*ão  posthuma  de  Sua 
Magestado . 

IL  CINQUE  MAGGIO 

ODE  DE  ALESSANDUO  MANZONI  Á  MORTE  DB  NAPOLEÃO 

Ki  fu.  Siccome  immobile, 
Dato  il  mortal  sospiro, 
Stctte  la  spoglia  immemore, 
Orba  di  tanto  spiro, 
Cosi  percossa,  attonita, 
La  terra  ai  nunzio  stâ . 

Muta,  pensando  airultima 
Ora  deir  uom  fatale ; 
Né  sa  quando  una  simile 
Orma  di  piè  mortale 
La  sua  cruenta  polvore 
A  calpestar  verrà, 

Lui  folgorante  in  sólio 
Vedi  11  mio  génio  e  tacquo ; 
Quando,  con  vece  assidua, 
Cadde,  risorse,  e  giacque, 
Do  mille  voei  ai  sonito 
Mista  la  sua  non  ha  : 

Vergin  di  servo  encómio 
E  di  codardo  oltraggio, 
Sorge  or  commosso  ai  súbito 
Sparir  di  tanto  raggio  ; 
E  scioglie  airurna  un  cântico 
Que  Ibrso  non  morra . 


106  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Dair  Aipi  alio  Piramiili, 
Da  Manzanarre  ai  Reno, 
Di  quol  socuro  il  ftilraine 
Tenea  diotro  ai  balono  ; 
Scoppió  da  Scilla  ai  Tanai, 
Dairuno  alFaltro  mar. 

Fii  vera  gloria  ?  Ai  postori 
L'ardua  sontenza  :  niii 
Chiniam  la  fronte  ai  Massimo 
Fattor,  che  volle  in  lai 
Del   croator  suo  spirito 
Piu  vasta  orma  stampar. 

La  procellosa  e  trepida 
Oioia  d'un  gran  disegno, 
L' ânsia  d'iin  cor  che  indocile 
Servo  pensando  ai  regno  ; 
E  il  giunge,  o  tiene  un  premio 
Clfera  follia  sperar ; 

Tutto  ei  provo  :  la  gloria 
Maggiordopo  il  periglio, 
La  fuga  e  la  vittoria, 
La  roí^gia  o  il  tristo  esiglio  : 
Due  volto  nella  polvero, 
Due  volte  suir  altar. 

Li  si  nomo  :  due  secoli, 
L'un  contra  ]'altro  armato, 
Sommessi  a  lui  si  volsero, 
Come  aspottando  il  fato  ; 
Ei  fé  silenzio,  ed  arbitro 
S'assise  in  mezzo  a  lor. 


PROMETHEU  ACORRENTADO  107 

E  sparvo,  o  i  di  nell*ozio 
Chiuse  ia  sí  breve  sponda, 
Sogao  d'immoiisa  invidia 
K  di  piotà  profonda, 
D'ini8tinguibil  ódio 
E  d'indomato  amor. 

Como  sul  capo  ai  naufrago 
L'onda  8'avvolve  e  pesa, 
L  onda,  su  cui  dei  mísero, 
Alta  pur  dianzi  e  tesa, 
Scorrea  la  vista  a  scornoro 
Prodo  remoto  invan  ; 


Tal  su  quell'  alma  11  cumulo 
Dollo  memorio  scese  ! 
Oh  quante  volte  ai  posteri 
Narrar  sé  stesso  improse, 
E  suir  oterní^  pagine 
Caddo  la  stanca  man  I 


Ob  quante  volte,  ai  tácito 
Morir  d'un  giorno  inerte, 
Cliinati  i  rai  fulminei, 
Lo  braccia  ai  sen  conserte, 
Stette,  e  di  di  chc  lurono 
L  assalse  il  sourvenir  I 


E  riponsó  le  mobili 
Tende,  e  i  percossi  valli, 
E  il  lampo  dei  manipoli, 
E  ronda  dei  ca  valli, 
E  ilconcitato  império, 
E  il  célere  ubbidir. 


108  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Ah  I  forso  a  tanto  strazio 
Caddc  lo  spirito  anelo, 
E  disperò  ;  ma  valida 
Venne  una  raan  dal  ciolo, 
E  in  piíl  spirabil  aere 
Piotosa  il  trasportò  ; 

E  ravviò,  pei  florldl 
Sentier  delia  speranza, 
Ai  campi  eterni,  ai  premio 
Cho  i  desidéri  avanza, 
Dov'  ò  silenzio  o  tenebre 
La  gloria  che  passo. 

Bolla  Immortal  !  benéfica 
Fede,  ai  trionft  avvezza  ! 
Scrivi  ancor  questo,   allcjorrati  ; 
Ché  piú  superba  altezza 
Al  desonor  dei  Golgota 
Giaramai  non  si  chino. 

Tu  dalle  stanche  ceneri 
Sperdi  ogni  ria  parola  : 
II  Dio  cho  atterra  e  suscita, 
Che  affanna  e  che  consola, 
Sulla  deserta  coltrice 
Accanto  a  luiposò. 

aNCO  DE  MAIO 

Versão  de  Dom  Pedro  de  Alcântara,  Imperador  do  Brazil 

Morreu  e,  qual  marmóreo, 
Solto  o  postremo  alento, 
O  corpo  jaz,  exânime, 
Orpham  d'ura  tal  portento  ; 
Assim  sorpresa,  attonita 
A  terra  co'  a  nova  está. 


PROMETHEU  ACORRENTADO  109 

Muda,  pensando  na  ultima 
Hora  do  homem  fatal , 
Nem  sabe  si  tão  celebre, 
Planta  de  pô  mortal 
Seu  pó,  de  sangue  ávido, 
Inda  pisar  virá. 

Fulgido  sobre  o  sólio 
Meu  génio  o  vio ;  calou-se. 
Quando,  por  vezes  varias, 
Cahio,  surgio,  prostrou-se, 
A  minha  voz  d'innumeras 
Ouvido  não  terá. 

Virgem  de  vil  encómio 
E  de  covarde  insulto, 
Surge  abalado  ao  súbito 
Finar  do  ingente  vulto, 
K  solta  á  urna  um  cântico, 
Immorredor  quiçá. 

Dos  Alpes  ás  Pyramidess,  (*) 
Do  Mazanar  ao  Rheno, 
EUo  fuzila ;  e  rápido, 
Raio  é  o  seu  aceno. 
Troou  de  Scilla  ao  Tanais, 
D*um  até  outro  mar. 

Foi  vera  gloria  ?  Aos  pósteros 
A  árdua  sentença:  a  nós 
Curvar  a  fronte  ao  Máximo 
Factor,  que  delle  apoz 
Quiz  do  Seu  Almo  Espirito 
Rasto  maior  deixar. 

(1)  Escripto  perto  das  pyramides  do  Ghezel  a  5  de  novembro  de 
1871. 

(Nota  do  traduetor.) 


110  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTORIGO 

O  procelloso  o  trépido 
Prazer  d*um  grande  piano, 
A  anciã  de  qaem,  indómito, 
Sorve  p'ra  ser  soberano, 
£  o  6  ;  e  ganlia  um  prémio, 
Que  era  mania  espVar ; 


Tudo  provou:  a  glória 
Maior  depois  dos  trances ; 
A  fuga,  e  a  victoria ; 
Do  paço  e  exilio,  os  lances ; 
Duas  vezes  no  pó  inílmo ; 
Duas  vezes  sobre  o  altar. 

Sou  nome  diz  ;  dous  séculos 
Um  contra  o  outro  armado. 
Humildes  vão  ron<Ier-se-lhe, 
Como  agu  irdando  o  fado. 
Impoz  silencio,  o  arbitro 
Entre  elles  se  sentou . 


K  foi-s ).  £  os  dias  no  ooio 
£m  praia  cxigua  finda  ; 
Alvo  (Je  inveja  iiviíla, 
E  (lo  piedade  iníinda, 
irinoxtinguivel  ódio, 
E  amor,  r[uo  não  mudou. 


Como  a  cabeça  ao  nduírago 
A  onda  verga  e  cnvulve  ; 
( )nda  n:L  qual  o  misoro 
De  ciiiiaa  vista  V(»lve. 
li  a  ílivisiir  e.síurça-.se 
Praia  roniota  em  vào  ; 


PROMBTHBU  ACORRENTADO  111 

Tal  da  memoria  o  cúmulo 
Sobre  aquella  alma  cai. 
Que  vezes  elle  aos  pósteros 
A  si  narrar-se  vai, 
E  sobre  a  eterna  página 
Tomba  a  cansada  mão  I 


Que  vozes  elle,  ao  tácito 
Morrer  dlgnavo  dia, 
Baixo  o  olhar  fulminco. 
Braços  cruzados,  via 
Os  dias,  que  já  foram-se, 
A  mente  lh'assaltar ! 


As  moveis  tendas  lembram-lhe. 
Dos  muros  os  abalos, 
Dos  sabres  os  relâmpagos, 
A  onda  dos  cavallos, 
O  concitado  império, 
O  prompto  obedecer. 

Talvez  ao  cru  mart3'rio 
Cedeu  o  forte  seio ; 
Desesperou ;  mas  válido 
Braço  celeste  veio, 
E  para  um  ar  mais  limpido 
Piedoso  o  transportou, 


E  guia-o  pelos  flóridos 
Trilhos  da  esperança, 
Ao  campo  eterno,  ao  prémio, 
Que  alem  do  almejo  avança. 
Onde  é  noite,  ú  silencio 
A  gloria,  que  passou. 


112  RBVKTA  DO  INanTlTTO  HZSTORIO) 

Bella.  immortaU  benéfica 
Fé.  a  vencer  affeita, 
Inda  ir. o  &^^T^Te:  ale,rn-te ; 
Que  alteza  mAii  c-L:;.^ 
Ao  deãhoLor  -io  Ool?o:La 
Jamab  se  pro^tern-ji. 

Ta  «rest^kà  oinza.*  ir:^i«laá 
O  ímpio  fala?  i«Ia. 
Deus  que  te  abate  e  eleva-fe. 
Que  artiige-te  e  coas^la. 
Sobre  o  deserto  t  Lai  imo 
Ao  lado  seu  poupou. 

A'  IMPERVTRIZ 

Corda,  que  eátala  em  harpa  mal  tangida. 
Assim  te  vaes,  ó  doce  companheira 
Da  fortfina  e  do  exílio,  verdadeira 
Metide  de  minha  alma  estristooída ! 

Dr3  augusto  e  velho  tronco  hastea  partida 
E  trxnsidanta  la  á  terra  Hrasileira, 
Lá  te  fizeste  a  sombra  hospitaleira, 
Emqne  tolo  infortúnio  achou  guarida. 

Ferio-to  a  ingratidão  no  seu  delírio  ; 
Cahiste,  e  eu  lico  a  sós  neste  abandono, 
Do  Uiu  sopiílchro  vacillanío  círio  I 

Como  fuste  feliz  í  dorme  o  teu  somno. . . 
Mão  do  povo ;  aoaijou-so-te  o  martyrio  ; 
Hlha  do  reis;  ganhaste  um  grande  thruno  ! 

ASPIRARÃO 

Dous,  que  os  orbes  regulas,  esploiidcuteá, 
Km  numero  o  modíd  i  i)onderados, 
No  lios  abri^ro  dás  aos  desterrados, 
Que  so  vão  suspirosos  e  plangentes. 


PROMETHEU  ACORRENTADO         113 

Assim,  dos  céos  ás  vastidões  silentes 
Eríço  os  meus  pobres  olhos  fatigados. 
Indagando,  em  que  mundos  apartados 
Lenitivo  á  saudade  nos  consentes. 

Breve,  Senhor,  do  cárcere  d^argilla 
Hei  de  evoiar-me,  murmurando  ancioso 
Timida  prece:  digna-te  de  ouvil-a. 

Põe-me  ao  pé  do  Cruzeiro  magestoso, 
Que  no  antárctico  eúo  vivo  scintilla, 
Fitando  sempre  o  meu  Brasil  saudoso ! 

GRANDE  POVO  ! 

Desfallccido,  errante,  forasteiro, 
Jíí  das  sombras  da  morto  circumdado, 
Súbito  ouvi:  Resurge!  que  extirpado 
Foi  no  Brasil,  p*ra  sempre,  o  captiveiro. 

Presto  a  fugir,  o  alento  verdadeiro 
Volveo-me  ao  coração,  quasi  parado: 
«  Grande  povo  !  exclamei,  povo  adorado  ! 
Kntre  03  demais  da  terra  és  o  primeiro  I  > 

Traguoi,  depois,  meu  cálix  de  amarguras  ; 
Mas  da  verdade  a  lei  não  ha  quem  mude: 
«  Grande  povo  !  ou  dissera  entre  torturas, 

Grande  povo  no  brio  e  na  virtude ! 
Sô  feliz,  ^osa  em  paz  as  mil  venturas 
Que  deparar-te  quiz  e  que  não  pude !  > 

«Possuia  uma  assombrosa  memoria  (proferio  o  Sr.  Dí».  Al- 
fredo da  Cunha)  e  uma  erudição  vastíssima,  sendo  dotado, 
como  observou  Tissindier,  de  umi  intelligencia,  verdadeira- 
mente universal ;  —sábio,  litterato  e  artista.  > 

2158  —  8  Tomo  lxviii,  p.ii. 


114 


REVISTA   DO   LNSTITUTO   HISTÓRICO 


«Tudo  isG  reuDe  (escrevia  o  Ui\  Joacmim  Nabuco  em  O  de 
dezembro  de  1891)  nessa  ctemoDstraçào  única  (o  funeral  oní 
Paris)  para  dar-lhe  o  cunho  de  uma  grandeza  original  e  su^- 
ge^tiva,  O  primeiro  caracter  denso  luto  é  ser  universal.  O 
mundo  inteiro  toma  parte  nelle,  soni  indo  que  nadn   mais  fkz 
que  elevar  a  própria  knmaoidadc  rendendo  esse  tributo  a  um 
de  seus  vultíjs  supremos»  e  é  a  França,  o  cérebro  e  o  coração  dii 
raça  latina,  que  se  tài  o  oru-ão  da  veneração  humana  de  dous 
Mundos,  o  condoctor  dessa  epopeia  fúnebre...*  Na  I^eja  da 
Magdalena  o  cortejo  tomará  as  feições  de  um  Congresso  do  Es- 
pirito Hiímano*» 

Vem  a  propósito  a  citação  de  um  conceito  do  Sr.  Dr,  Affonso 
Celso: 

€  A  utiica  individualidade,  que  pôde  emparelhar  com  a  de 
Washington  no  continento  americano  (dizia  esse  escriptor  a 
Dom  Pedro  U  em  Paris)  é  a  de  Vossa  Magestado.» 

*-  Oh !  (protostoo  o  Imperador.)  Nào  1  Washington  é 
uma  das  mais  completas  e  elevadas  creaturas,  vindas  ao 
mundo. 

—  Pois  a  Historia  coUocou  as  duas  figuras  no  mesmo  pe- 
díidtal,  reconhecendo  talvess  miioroâ  virtudes  na  brazileira, 
para  orgulho  nosso..,  A  Washinirtõn  faltou  a  apetheoso  da  in- 
fortúnio.» 

E  oSr,  Visconde  de  Ouro  Preto  desenhou  este  traço  do 
caracter  imperial: 

«  Sua  Magestade  governa,  ha  quasi  meio  soculo,  o  nunca  fez 
uma  victima,  nera  tovo  um  valido.  Neste  íUcte  reconhecerá  a 
Historia  uma  de  suas  maiores  virtudes.» 

No  exercício  da  grande  l^cu Idade  de  mandar  executar  a 
prmade  morte  mostrou  sempre  o  monarcha  espirito  christao. 
Por  lãr^'03  annos  negou  seu  firman,  quando  para  esse  fim  lhe 
era  solicitado  pelo  Ministro.  Dizia  sempre:  tO  condemnado 
soíFre  mim  com  a  incerteza  de  hwa  sorte.»  E  os  rÔos  morriam 
cm  prisão,  ou  nellaenvelh  'ciara.  Sublimo  demonstraç.io  da  ca- 
ridade " 

KáSO  rospeiio.  nuiiiilesUnlo  pela  vida  humana,  a  inimitável 
bondade,  íhííu  qutj  viiiia  o  próximo  um  necct^sidade,  a  cí^punta- 


PHOMETHBU  ACORRENTADO 


115 


noidade»  com  que  perdcmva  e  esquecia  as  oITeasa!^»  a  ausência 
completa  do  odío  ou  inveja*  e,  mais  qtiu  tudo,  a  adorayel  resi* 
gnação,  com  quo  supportava  os  golpas  dJk  lojustíça,  sem  um 
murmúrio,  antes  desculpando  os  quo  os  vibravam,  elevam 
aquclie  homem  a  uma  espliera  ideial,  em  quo  somos  forçados  a 
veoeral-o,  como  a  um  onte  superior,  em  quem  uiai;*  vivas  m 
reflectem  as  iri'adiaçôei  divinas.  Mo  só  não  vêem  olhos, 
couderanados  á  cegueira  moral ;  só  o  negara  almas  privadas 
da  comprehensào  do  quo  é  bello  e  sublimo. 


Desde  sua  infância,  aoastumou-ee  o  Imperador  á  siugeleza. 
Sempre  teve  em  ódio  a  ostentação  e  o  luxo.  Não  so  encontrava 
naquellcs  salõ&s,  austoríimente  mobiliados»  um  traste  de  luxo. 

A  mobilia  mai^  confortável  do  Paço  foi  comprada  a  IJom 
Cíirlos  Ai*co,  rico  chileno,  que  se  retirara  para  a  Europa. 

SaHia-:>e  estar  ntima  residência  regia  pela  presença  de  um 
corpo  do  guarda,  que  dava  sontinellas  para  tros  entradas,  e  por 
ara  pequeno  numero  do  archeiros. 

i>s  visi tintei  halátuacs  daquoUa  modc^ata  casa  eram  os  dos* 
hurdadds  da  fortuna,  quo  nunca  so  retiravam  de  mãos  vadias. 

Quando  o  poiuenu  principo  sahia  para  suas  excursões  in- 
f*uitis,  podia  lhe  enchessorn  os  bolsos  do  mc*»jdinhas  de  prata. 
Assim  o  pi*aticavam,  Ello  voltava,  allivíado  completamente 
d^aquelia  car^a,  quo  dividia  entre  os  soldados  e  oi  indigentes. 
Só  nessa  quiMÍj\i  da  existência  sen  tio  oUo  o  contacto  do  dinheiro. 
Desde  que  sublo  ao  throno^  mandava  distribuir  os  donativos  pelo 
mordomo  o,  si  o*  cntroíçava  om  mão,  fochava*os  em  envolucro, 

E  a  raezíida  do  U.  Pedro,  do  D.  .lanuaria  e  D.  Francisca  era 
do  úo7,B  mil  réid  a  cada  pessoa  ! 

E  i)  tutor  dvqucllaá  augustas  crianças  declarou,  por  uma 
portaria,  íÍs  dam  is  d  cm  quartos  de  D.  Pedro  e  suas  iimas  que 
não  teria  valor  podido  algnoi  para  o  gaarda-roupa,  sem  qUQ 
viesse  assignado  i>0lis  roípectivas  damas  e  retretas  o  rubri- 
cado por  ello  tutor. 

A  que  abu^  «[uereria  obatar  Jofió  Boaií^cio  com  aquaila 
oi-dem  ? 


116  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTORIO) 

Diipliiinoiíto  orplião,  o  pe'[ueiio  herdeiro  da  eòroa  imperial 
estondia  o>  olhos  poLi  -oiedadr  da  guinta  de  São  Christovão, 
onde  cada  oh.je«-to  lhe  reoor.lava  us  u.stremeeido.s  Paos  e  a  não 
monoá  caiinhosi  iiiadrast;i.  «^ue  lhe  enviara,  ao  dospedir-se, 
uma  farta,    unírida  no  perAinie  do  mais  pu:'o  amor  maternal. 

Eram-lhe  apenas  eoniorto  suas  meigas  irmãs,  que,  mais  do 
que  elle,  pr.K-isavani  de  consolação. 

O  palácio  da  cidade  estava  oc;-upado  pelo  Governador  Conde 
dos  Arcos  quando  em  18  »'S  I).  João  VI  e  toda  a  Família  Reai 
Portugueza,  fugindo  a  Junot.  general  írancez  que,  por  ordem  do 
Napoleão  1  invadira  LísImia.  aportou  ao  Rio  de  Janeiro. 

Mal  houve  tempo  o  Governador  para  lazer  no  velho  casarão 
alguns  accrescimos  e  melhoramontos,  aôm  de  tornar  menos  iu- 
commoda  a  hospula^em  do  rea'  fugitivo.  De  uma  das  janollas 
da  face  principal  d'aquclle  eiiíicio  foi,  om  7  do  abril  de  1S31, 
apresentado  ao  povo  e  por  gsíq  acclamado  o  Imperador 
\).  Pedi'0  II. 

Ahi  residio  h?ua  Magestade  com  suas  Augustas  irmãs  desde 
lins  do  anno  do  1s:í:j  até  fins  de  1834,  em  que  se  fixou,  definitiva- 
mente, no  Paço  de  São  Christovão. 

A  geração  contenijoraiiea  conhece  o  palácio  da  cidade,  que 
ainda  conserva  o  aspeot o  das  volhis  eras.  O  interior  d'aquolla 
con-ítrucção  estava  em  harmonia  com  a  fachada.  Pela  simples 
escada  de  mármore,  jil  desbota  la  polo  tempo,  cheia  de  fendas 
e  gasti  p  )los  j)  's  d<?  t:uitas  gerações,  podia-se  julgar  da  mobilia 
e  ornanioiit  içâo  iraquclla  m-M-ada  do  reis. 

S'»  d<í  relance  transluzia  o  luxo  na  iioito  da  quinta-feira 
de  Kndoeiíças.  em  que  o  Imperador  lavava  os  pés  aos  pobres, 
;unt«>  da  niosa,  onde  lançava  resplendentes  reflexos  a  argentaria 
do  tempo  d'í  D.  João  VI. 

Tolos,  que  o  viram  no  exen-icio  daquelle  acto  piedoso,  podom 
afíirmai'  o  >eu  aspíicto  d 3  r^ícolhiineiito,  incompatível  com  o 
scepiicismo  vultairiuio,  qu",  malevolamente,  alguns  lhe  em- 
prestam. 

Fr  'i  Podro  de  Sant  i  Maiú  mm  esLen  leo  o  p  ilUo  da  Fé  sobre 
aquellas  innoiíentos  frontO:;e  verteo-Uies  nos  corações  o  bálsamo 
da  ro-ignação,  que  a  Esperança  guarda  em  urna  divina.  Jamais 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


117 


aquelle  virtuosa  Prelado  peiou  as  manifestações  de  caridado  de 
seu  iilumno,  o  qual  Iov;iva  aalinegação  ao  extremo  dado  santo, 
que  36  deepio  da  capa  para  cjobrír  com  oUa  os  membros  enre- 
gelados do  mendigo. 

O  exemplo  da  modéstia,  do  recato,  dos  bons  costumes  e  de 
todas  a<  virtudes  sociaes  e  domeâticas,  que  dignificam  a  croa- 
tura  hunaana,  eoti^ou  em  Palácio  com  as  illustres  Senhoras 
Donas  ^fanaíHla  o  Antónia  Werna  Bilgteio, 

A  ed meação  da  Família  Imperial  Urazi leira,  dirigida  por 
damas,  quo  como  esta^*  conatiluiam  os  typos  da  mulher  christã, 
abeberada  dos  suecos  do  Evangelho,  foi  esmeradíssima. 

Em  18:^0  escrevoo  D.  Mariano ít,  para  wso  de  seu  educando, 
precedendo-o  de  dedicatória  bem  fundamentada,  o  opúsculo,  in- 
titulado: <  Introducção  do  Pequeno  Cathecismo  Histórico,  offere- 
cido  á  S.  A.  Imperial  [).  Pedro  do  Alcântara  por  D.  M,  C. 
de  V.» 


Em  18  de  julho  Je  1841  ofTectuou-âe  na  cathedral  do  Rio  de 
Janeiro  a  coroação  e  sagraeao  d^^  Dom  Pedro  II,  que  a  Assembleia 
Geral  Legislativa  proclamara  maior  em  23  de  julho  de  1840, 

Assignaioii  o  primeiro  acto  do  novo  reinado  a  concOíisâo  de 
amnistia  geral  a  todos  os  imjdicados  em  revoluçues, 

A  23  de  jullio  do  184á  assignou-ae  na  capital  da  Áustria,  o 
contracto  do  casamento  do  D.  Pedro  II  com  a  Princeza  Thoroza 
Christina  Maria  de  Bourbon,  tílha  de  Francisco  l,  rei  das  Duas 
Sicilias. 

A  2  de  setembro  do  1843  entrava  no  porto  do  Rio  de  Janeiro 
a  divisão  naval  brazi leira,  escoltada  por  uma  divisão  napoli*, 
tana,  compoatado  navio  Vesuviú  o  das  fragatas  Amíríí a,  EHsabeih 
o  Parienape,  teodo  esta  a  bordo  a  virtuosa  Impâratriz,  que  des- 
embarcou dotts  dias  depoia , 

Diz  o  Sr,  Mossé  que,  «desde  aquelle  dia  se  assentou  a  cari* 
dade  no  Throno  tio  Brazil.» 

Não  ô  assim .  Essa  virtude  jl  tinLa  alli  a  s*}de  na  figura  de 
Dom  Pedro  11.  O  que  fez  D.  Tiíereza  Christina  loi  munir-se  do 
outra  cornueopia,  que  derramava  ampla  enchente  de  benefícios. 


118  RHVBTA  DO  DíSTlTDTO  HmOlUOO 

tonuiido-«e.  por  fiua  angélica  bondade*  mais  aeeesíTel  á  po- 
breza feminina  envergonhada. 

Refórindo-«e  á  Imperatriz.  dis?e  outro  escripior  oomem- 
poraoeo  que  o  uaio  pezar,  ^^r  elia  ea  isad  j  ao  e>poêo,  durante 
06  49  annos  de  ca^uimeato.  foi  o  de  sui  mone. 

O  enlace  de^í^as  dua«  creaturas  priTilegiadas.  que  fe  for- 
maram na  moral  do  Evangelho,  fez  da  corte  do  Brazil  o  as3rlo 
da  honestidade.  A  pureza  dos  cotstnmes,  o  respeito  á  santidade 
das  leis  c^jnjugaef?,  o  culto  da  honra  eram  condições  para 
admiasio  .íunto  aos  Imperantes.  Bastava  uma  suspeita  para 
afastar  do  serviço  palaciano;  queriv^^  um  proceder  sem 
mancha,  apurado  pelo  mais  rigoroso  syndicato. 

Contrjbnio  isso,  em  grande  parte,  para  o  respeito  e  «tima, 
que  o  povo  dedicava  á  Família  Imperial  do  Brazil. 

Ao  Imperador  eram  indifferentos  as  observações  da  mordo- 
mia sobre  o  excesso  Jo?  írastos  com  as  esmolas . 

Recebia  sompre  adiantada  a  «lotação.  O  honrado  Consílheiro 
João  Haptista  da  Fonsi-ca  acudia  ao  deficit^  som  nada  lhe  dizer, 
adiantando  os  fundos,  de  que  aliás  foi,  integralmente,  embalsado. 

Vuma  tarde,  em  quealli  falavj  eu  a  D.  Pedrj  no  corredor, 
que  levava  aos  aposentos  da  Imperatriz,  veio  dizer-lhe  o  por- 
teiro :  F.  pede  permissão  para  se  apresentara  V.  M.»  «Mande-o 
entrar  aqui !  >  E  voltando-se  para  mim : «  Recolha-se  o  senhor, 
por  momentos,  a  esta  sala,»  (a  sala  dos  semanários). 

Recebeo  o  Imperador  o  visitante.  Era  um  dos  que  o  impor- 
tunavam, quasi  diariamente,  com  pedidos  de  dinheiro.  Desta 
vez  avultava  um  tantj  a  quantia  solicitada. 

«Sr.  Nogueira  da  '^araa  (perguntou  D.  Pe^lroK  quanto  ha 
em  caixa  ?> 

—  «Cento  e  quarenta  mil  réis.» 

—  « Poi->  ílividamos,   Sr.   Mordomo!   Mande  dar  aqui  a 
Sr.  T.  M.  setenta  mil  reis.» 

O  suj^Mto  não  se  mostrou  muito  satisfeito ;  mas  re:irou-9e, 
pensando,  t:Alvez.  om  novo  assalto. 

E  assim,  aquellc  grande  homem,  personificação  do  desin- 
teresse e  da  philantropia,  semeava  tantos  l>enefieios,  quint.\s  as 
horas,  que  lhe  dilatavam  a  vida. 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


119 


O  Paço  traquello  rei,  que  sé  vivia  para  dar  as  Eiaís  admi- 
ráveis amostras  áu  amor  do  próximo,  oíTt^recia  o  tjspectaculo 
de  um  refugiu  ás  victiniiis  da  di)€veutura*  Era  todos  os  dias  o 
raetííiiQ  Bcenario  ;  —  o  doa  desvalidos,  que  requeriam  ponnoes  e 
recursos,  e  cujas  petições  obtiriliani  doferimonto,  Ouviam-so 
bênçãos  em  curo ;  vlam-so  doces  lagrimas  do  gratidão  a  ro» 
lareiM  por  Ikces,  qiio  a  misí^ria  oRipallidoccra  e  escaveii*ara. 

E  e^sat^  benvão'*  e  esaSLB  lairrimas  coiistituiam  o  maior  ju- 
bilo e  o  mais  sublime  galardão  ao  [ieraCeit  )r,  quv.  escondia  a 
mão  esquerda  no  momento,  em  que  a  direita  dava  a  esmola* 


Appellidaram-no  de  disdmiiiado,  E'  uma  grave  iujustiça. 

Dissimular  é  aíTectar  sentimentos  e  ideias. 

Guardar^se  em  reserva,  isto  ô»  não  revelar  os  planos  de 
novt*rno  e  o  juizo/que  se  faz  dm  homens,  que  nos  cercam  e  das 
cousas,  sujeitas  a  exame  e  ú,  deliberação,  não  é  dit^imular. 

«  Olha  cm  torno  de  ti  (aconselhava,  em  Eschylo,  Prometheu 
a  Neptuno  ) ;  não  vá  esta  visita  redundar  em  prejuizo  teu.  > 
♦Ciruyraspioo  »  :  diziam  os  Romanos,  exprimindo  o  ineeino 
pensamento. 

Ser  ciroumBpecto,  eonservar  continência  o  nunca  expan- 
dir^se  em  cousas  de  goverjio  é  dever  du  prtiu-ipG.  Nâo  me 
lembro  si  Macliiavel  lhe  prescreve  esta  regra  —  e  nos  mesmos 
termos. 

Os  que  taxam  de  dissimulado  ao  Imperador  por  observar 
essa  compostura  eo  Governo,  eensuram-llie  uma  vlrtu^le  po- 
litica. 

Eu,  pela  minha  parte,  jamais  conheci  caracter,  <i  que 
monos  caiba  essa  arguição.  Cerca  de  um  mez,  vivi  cinco 
horas,  cada  dia,  era  communhao  de  ideias  com  o  Impi^rador  o 
cada  vez  mats  admirava  as  grandei^  qualidades,  ou  anti^^,  os 
dotes  excepeionaes  d'aquella  extraordinária  organisação. 

Sem  impor-se  pelas  maneiras,  ou  pela  palavra,  seu  gosto 
sirapies  e  sou  olhar  suave  e  franco  int\indiam  respeito.  A 
phraôe  manava-llie  espontanpa  o  s?m  resaibo  de  autoridade. 
Tinha  sempre  nos  lábios  uma  dobra  amável*  que  (^ilineúie 


120 


REVISTA  DO  ÍNSTITUTO  HISTÓRICO 


(lesaíírocbava  om  sorriso.  Nimcíi  d'olleíi  soltou  expressão,  que 
não  fosso  pautada  pela  deJicadeza,  Itfííúifa  em  finíssima  nrlu- 
cação.  Expnmiado-so  acerca  dos  homens,  que  mais  acremento 
o  bavlam  ceusuraclo,  não  so  referia  íl  iajustiça  das  aggresaões 
o  sim  aos  mereci  mpiit  os  e  sor  vi  003,  por  elles  prestados  e  aog 
quo  ainda  podoriam  prestar  ao  paiz. 

Procurando  imitar,  de.  longe,  o  Dívíbo  Mestre,  pagava  as 
ingratidoi^s  com  clemente  indiíltn,  que  a^^ua  ítenorosidado  não 
fazia  sentir  para  niío  oíTeiiíIer  o  amor  próprio  do  inhtltado. 
Nunca  pude  imaginar  tào  brando  espirito,  coração  tão  bem  for- 
mado» alma  de  tão  sintas  aspirações  a  glorificar  a  natureza 
liumaiia.  Culto,  e  não  simple^s  admiração  ú  que  merece  a  me- 
moria d'c8se  varào,  que  ha  áa  durar  em  quant'3  se  queimar 
iQcoQso  á  Virtude. 


Dcsprezador  da  vaidade,  rejeitou  a  oíTorta  da  estatua,  que, 
debelíado  o  déspota  paraguayo,  lho  tentaram  erguer  09  Brazi- 
leiros,  bem  como  a  de  um  palácio,  em  sulístituiçãoaos  mais  quo 
modestos  oditlcios»  em  que  residia,  rogando  aos  que  ise  liaviara 
lembrado  d*esí>as  provas  do  gratidão  que  applicassora  á  fun- 
dação de  prédios  para  escolas  as  quantias,  destinadas  áqueilaa 
ediflcaçõGS. 

Possuía  o  Imperadoiv  em  soberano  grào»  o  espirito  de  justiça 
e  observava,  do  perto  e  miniioÍmaraent.e,  a  distribuição  delia, 
quer  no  administrativo,  quer  no  judiciário* 

Mais  do  que  tudo  odiava  a  prevaricação,  o  peculato  e  todo 
o  criminoso  desvio  dos  dinlieiros  ptiblicos,  mandando  proceder 
contra  osmalversorese  í^cliandf>ll!es  a  porta  de  reeatrada  em 
toda  e  qualquer  fuiicção  puldica. 

A'  esse  amor  á  justiça,  presidido  pela  sabedoria,  rendeo 
a  Republicados  Estados  Unidon  da  America  do  Norte  a  devida 
homenagem  quando  o  escolheo  arbitro  na  celebre  qnestnodõ 
Álãbãma^  em  que  foi  representado  pelu  Vi^conle  de  Itajubá, 

Nító  duas  audiências  diárias,  que  em  S.  Christovão  dava. 
ouvia  a  todos  com  attcnçâo  o  atTabi lidado,  discutindo  com  os 
postulantes  a  respectiva  pretenção,  c   aconselhando-os,  pater- 


PROMKTHFAJ  ACORRENTADO 


I 


nalniojite.  Si  se  tratava  de  algnin  artista  ou  sábio,  levava  a 
converíiaçáa  para  o  assumpto  de  suas  proflssrios,  mostraado 
semprn  ronheo<^l-o  e  sug(,'erindo  alírunia  iiuTidado  na  oxccuçao 
díMtm  rpmdro,  oan^  exponçâo  do  alguma  doutrina. 

Fiííurou  como  julgador  no  fribuou!  d^Wuahington, -.endo 
FCti  r.^preí^entanto  oViseomie  de  Arino:?,  quo  prnsidio  as  cessões. 
Tratava-sp  do  resolver  algumas  roclama*;5fis  de  vários  goveimos 
ouropeos  a  respeitJ  do  ííic tos  da  guerra  de  Soco^sào,  aendo  o 
alvitre  iíado  o  mais  ;u8to  e  acceit/»  com  applaugo. 

Foi  o  Imperador  quem  rosolveu  outras  reclamações  idên- 
ticas contra  o  Chile  no  Triljunr-il  de  Santiago, 


Para  fazer  uma  perfunctoria  critica  do  modo  por  que  íarerio 
os  negócios  públicos  tomarei  dous  factos  cardeaos :—  a  guerra 
do  ParajBTuay  e  a  abolição  da  eaoravatura, 

O  Sr.  líonjamín  Mossi'-  publicou  om  188i1  um  livro,  do  420 
paginas,  em  formato  16,  contendo  a  biographia  do  Sr. 
D,  Pedro  II. 

Na  gentileza,  com  que  trata  o  Brazil  e  o  jieu  gaudoso  mo 
narchfi,  o  distincto  escriptor  logo  hg  revela  membro  da  gene- 
rosa nação,  qu'3  fez  pomposíts  exéquias  ao  ^'■lorioso  banido, 
morto  em  5  de  de^emíiro  de  \h9\  no  QUíirto  n.  301  de  um  botei 
da  rua  d' Árcade,  em  Pariz. 

Diz  elle  que  uufiea  teria  emprebendido  contar,  mesmo 
Bummariamente,  a  vida  de  D.  Pedro  11,  si  pste,  além  do  soberauo, 
nào  se  exhibisse  pliilosoplio,  phflantropo  e  ami^o  da  humani- 
dade» justitican<lo  plenamente  a  celebro  phraso  dí- Platão  :  <  Os 
povos  não  serão  felizes  seufío  quando  os  philosopbos  forem 
reis,  » 

A'  sabedoria  do  autor  do  Ph^jdon  oppoz  Frederico  11  a  sua 
intuição  governativa,  dizendo  €que  si  quizesse  an'uinar  uma 
provineii,,  mamlaria  que  a  governais ^  ura  pldlosopho  *;  into  é, 
afilrmauíio  que  a  arte  de  governar  povo^  não  ô  uma  philoso- 
phia  sentimentalista.  F^sa  arte  é  a  politica,  que  (já  so  disse) 
nao  ier  entranhas^  o  que  s©  podo  exprimir  melhor   com  as  pa- 


182 


REVISTA    DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


lavras  p<>etica$  dd  Liimartine:  «  Dons  ix)Ilocoa  a  cabeça   mais 
alto  do  que  o  coração  para  que  a  razio  domine  o  senti  monto.» 
O  ImperíMlor  I>>m  Podro  li  foi,  em  gerai,  no  govc^rnu  o  homem 
da  politica^  o  typo  do  Governador»  definido  por  Frederico  IL 

A  GUERRA  DO  PARAGUAY 


A  guerra  de  invasão  do  Brazil  no  Paraguay  é  uma  epopeia 

grandiosa,  svathetisada  na  piâsagem  do  Chaco,  que  Caxias, 
novo  Ceisar,  eífectuou,  brad  vudo  <  aíea  jacta  est  »,  Ati^avessou 
elle  Ituroró»  contando  victorias  por  batalhas,  até  arvorar  o 
pavilhão  auri-verdo  era  Assumpção,  nào  para  alardeiar  a  con- 
quista e  sira  para  íleclarar  livre  am  povo,  até  então  soques- 
trado  pela  tyrannia  du  convívio  da  civilisação. 

Nessa  ejxipeia  foi  r>om  Pcvdi*o  II  o  Ai^goB,  de  olhoa  ^rapre 
abertoâ  em  patriótica  vigília,  para  attendcr  a  todas  as  neces- 
sidades da  guerra,  auxiliado  por  C^xiaa  e  pelo  ronde  d*Eu, 
Estes,  por  tíua  vez.  eram  seguidos  de  capitães,  como  Osório, 
Porto  Alegro,  ííarroao,  Maurity,  Silveií^a  da  Motta  e  outros, 
que  por  deu9  prodígios  de  valor  abrilhantam  as  paginas  <la 
nossa  historia  e  ae  immortalizaram. 

Eia  o  (|ue  eu  dizia  em  i  de  junho  de  1869  Da  Chamara  dos 
Deputados  a  r.^^speitnda  guerra  doPíiraguay  : 

<  A  mâo  da  Providencia,  por  meio  dos  arcanos  de  sua  sabe- 
doria iniluita,  parece  agora  amiiquilar  todos  os  elementos  da 
nossa  prosperiíiade  e  ^'rande/a.  Klla,  poróm,  prefMira  para 
nôs  apeaai}  uína  transformação  ascendente,  rasgando  novos  ho- 
rizontes e  descortinando  lar/jas  vias  de  prospero  futuro,  em 
cujos  piai  nos  sem  termos  desmaia  a  nossa  vista. 

A  Providencia  divina  servio-ão  da  guerra  do  Paraguay 
como  do  mu  moio  píira  acordar  o  Brazil  do  lethargo,  em  que 
jazia.  Esta  guerra  íbi  para  a6s  pudeiHJso  incentivo,  salutar  des- 
pertador, O  ijespota  do  Paragtiay  é  iostrumeato,  que  Deoa 
emprega  pm^a  iev -intuir  a  nos -ia  patri?i  do  leito  da  indilTerença 
o  da  indoieueia,  dar-lhe  um  lugar  de  hom*a  entre  as  grandes 


1 


PRC^MKTHEU  ACORRENTADO 


123 


potencias  militares  o  maritimíis  da  Kuropa»  ifiHcrev<?l-a  no 
mappa  daô  naçõjs  oivilísadas,  í'azel-a  conhecida  at(?  oa  ul- 
timoíí  términos  do  mundo»  e»  finai  monto»  iiisculpix^llie  noá 
fastos  da  herói  cld  Lide  o  orne»,  a  par  dos  qttao8  se  ame^ulnbam 
<>s  de  muitos  ãos  maiores  capitães,  imniortalizados  por  sua 
heroicidadtí. 

Pela  grande  íei  fatal  do  progresso  humano,  que  caminha 
sempre,  aoguiido  nas  diz  a  Histuria,  do  orir^iitn  para  o  o€ci- 
dente,  a  América  tem  de  ampliar  c  d<í3t.mvolver  o  legado  de 
civilisaçâo,  que  recobeo  da  velha  Europai  a  quem  substituirá 
DO  eyclodo  desenvolvimento  da  espécie  humana.  O  Brazil,  co- 
ração e  cérebro  da  America  do  Sul,  tem  do  marchar  sempre 
na  vanguarda  desta  importante  região  do  novo  Uemispherio. . . 

E  que  direi  do  patriotismo  dos  Fírazileiroii ! 

Na  escala  dos  aentimontttó  generosos  uenlmra  lia  mais  en- 
"'ondrado-  Arde-lhes  no  coração  o  togo  sagrado,  que  ani- 
mou Otí  Aristidas,  oa  F^hilupomens  e  os  Seipiôcí*.  Moldes  de 
heróes  mais  sublimes  i-nde  eiif^ontral-o?  na  galeria  dos  immor* 
taes,  que  hão  feito  holo  'austo   de  8na  vida  no  altar  da  pátria? 

Para  nxalçàr  a  par  dou  da»  outras  naçoos  o  Pantheio  Bra- 
zileiro,  bastam  dois  vultos, — o  Ouqiie  do  Caxias  e  o  Visconde 
de  Inhaiima.  Ambnsteem  a  tt^onte  cingida  com  o  brillianto  dia- 
dema da  gloria ;  amttas,  por  baixo  desse  diadema,  conservam 
08  vestígios  das  feridas,  que  por  entre  um  orvalho  de  sangue, 
alli  ilie  gi'avou  a  coroa  de  ospíjdio  do  martyrio. 

Para  Inhailm^i  já  começou  a  jtistica  da  posieridaile ;  já  a  im- 
parcialidade  da  Historia  despontou  sobre  a  campa«  que  encerra 
as  suas  cinzas,  os  dentes  á  vibora   da  inveja  e  da   calumnia. 

Martyi'  iiii mortal  do  dever,  aacrirlcou  a  vida  pela  pátria 
e  só  abandonou  o  convc»  do  navio  MÍmiranto  quando  nào  lhe 
restavam  mais  inimigos  a  combater,  tíemolhante  ílquellos  cele- 
bres coaquratadoros,  que  9<>  pararam  quan<]{>  no  horisonte  não 
descortinaram  ura  s6  palmo  de  terreno  íi  conq<iistar. 

Caxias,  porém,  que  com  a  perícia  de  mu  Maurício  de  Sa- 
xonia  realizou  as  brilhantes  operações  de  guerra  da  mais  dif- 
ílcil  camimiiha  do  mundo,  baldando  oa  ardis  de  um  inimigo 
astucioso,  que  se  encastellára,  como  em  inexpugnável  reducto. 


124  RE\7STA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

por  ílctríís  do-*  bat^Tía-  d  i  aiUíTicana  >o^»astopol;  Caxias,  qm 
Cfm  H,']n\u\(r.iíún  a  ílono.lo  da  ma  Cari-  s  XIÍ,  preparou  e  levou 
ao  í-aV^a.s  ftrilharit*  .s  j  ^rnula.s  »ht  K-uibolociínento  e  Curupaity, 
íirn  qno,  foi  piot;i.;/onista;  Caxias,  quo  u a  Pomo  de  .Sant  j  António 
H'Mliírori'í  fie  Nipulírãí  na  <le  Arcolo,  por  ter  combatido  em 
mais  íliíIlr-oÍH  c  >níJií;õí*-í!o  tciTonu,  ({w,  o  conquistador  Irancez; 
Caxiím,  qiio  í'om  «-ssa  s<íriíf  do  í-rilhante?  victorias  salvou  o 
Hrazil  f  a  monarchia,  é,  ao  ro/ressar  á  pátria,  accusado  do 
do^í*rtor,  n  por  aqiiolles  quo  Jlie  doviam  'un^^ar  do  palmas  e 
í^rinalda-í  a  vicíoriosa  estrada,  por  aquolies  mesmos  que,  íl 
soml>ra  da  ('írido  do  illiístro  ;roneral,  puderam  por  mais  alguns 
mez"S  prolongara  duração  do  um  poder,  condeninado  pela  opi- 
nião do  pai/  !  » 


O  exercita),  Ibrmado  em  qua^i  sua  totalidade  do  Volim- 
tarios  da  Pátria,  ora  a  nação  feita  em  corpo.  Lavando  o 
ultraje,  que  IIkí  negrejava  na  fronte  e  regresí^ando  ao  paiz, 
doiM)is  do  tantos  fiâtos  heróicos,  orgulhoso  ann  os  louros  da 
victoria,  trazia  aspirações  indefinidas  e  irrequietas.  Não  pre- 
viram os  estadistas  governantes  que  a  liberdade  dos  paraguayos 
jíoilia  ivv  c(»mo  íromplemento  a  libertação  dos  negros.  Ksta 
mudança  da  Ibrnia  de  governo  previram-n'a  os  republicanos, 
que  polo  sou  órgão  O  Pais,  re-ligido  pela  sagacidade  de  Quin- 
tino 15(Míayuva,  ílzcram  do  exercito  o  amparo  de  seus  planos. 


A  ABOLIÇÃO  DA  ESCRAVATURA 


o  primeiro  acto,  que  se  pódc  qualificar  como  do  poder  pes- 
soal na  giando  reíornia,  foi  a  rospusta  esperançosa  que,  em 
nomo  do  lm])i'radi>r.  á  revelia  do  Parhimento,  doo  o  Ministro  dos 
nego(íi()^  e.\ti'ang(Mr<)s,  Murtiin  Ki-ancisco  Uiboiro  de  Andrada,  a 
uma.  cartn,  nuecerti,  s.K"i(»..lade  abolicionista  nuropoi  i  diri.Mra  a 
Dom  Pedro  II,  ;i|>penand<>  para  os  >eus  sentiniento-;  jdiilanuv»- 
pici><.  atim  de  acrolerai*-so  a  al>olição  do  captivoiro  no  lirazil. 


PROMETIIEU  ACORRENTADO 


12r 


Alexaadre,  da  Ru^ísia,  dissera:  c  As  veze.^,  é  necessário  quo 
as  revoluçõaá  partam  de  cima.  si  não  sq  quer  que  partam  do 
biiiito* » 

Podia  dÍ2el-o  o  autoerata  do  todas  as  Russias.  Parece, 
porém,  que  não  quadrava  tal  idrjia  no  Imperador  constitucional 
do  Brazil. 

Podia  aiucllo,  cum  appareute  auxili^j  dos  senhores,  li- 
bjrtar,  por  um  nhaic,  muitos  miUiues  do  servos,  para  cahir 
Biaii  tarde,  victima  de  dynaraito  ;  e^te  poderia,  talvez,  sacri- 
ficar a  sua  dynaíítia,  mas  não  ira  portando  a  queda  das  institui- 
ções politicas,  de  que  elia  crosc^^ra. 

O  rei  constitucional  do?o  lubrificar  apenas,  semque  niu- 
guem  o  perceba,  o  raechani>mo  da  momípchia  e  não  dirioril-o,  de 
modo  quo  se  dííscubra  o  impuli^o  dado,  soh  fíona  do  p^^rder  o 
encanto  mysterioso,  que  Ibo  dá  o  privilegio  do  conaervar 
semprí^  a  afl^eição  doa  partidos  contrários. 

Revolucionário,  o  caracter  da  roibrma  mais  o  mais  se  foi 
accentuando.  deíidG  o  Quilombo  da  Gávea  att?  ao  de  Petropfjlis, 
desdn  a  «batalba  das  flores»  até  a  puld tenção  da  foliia  al^o^cio- 
njsti,  iraprejísa  no  prelo  do  Palácio  Isabel,  follia  qih*  se  dizia 
traduzir  os  sotitimentos  ardentes  doá  principes  nionores  o  á 
cuja  redacção  presidiam  o  i^eu  il lustre  profozísor  Dr.  Ramiz 
Tialvao  e  o  amíg-o  da  íaiiiilia  imoeriíd,  o  distiucto  Barão  do 
Lore  to» 

Nem  »õ  diga  qu  í  m  tomou  o  consoíhu  ile  Alexaíidro  H, 
precipitando-«0  os  aconteíumentos.  afira  de  nao  fazer  explosão, 
do  baixo  para  cima* 

Os  ventos  da  opinião,  que  supram  em  direevões  oppoiítas, 
dos  pontos  cardeaoí  do  quadrante  social,  cíicrespam  apenas,  o 
por  muito  tempo,  a  sii  porfiei  o  <lo  oceano  popular  arro.s  do  nelle 
se  formarem  as  ondívs,  qtio  se  deslobram  luata  o  raagustosa- 
mento,  pira  realizar  os  grandes  acontocimeatos,  que  dotcrml- 
nam  o  prognisio  da  h'imanidade.  K  d  vdo  que  essas  ou  las  es- 
tivassem lormadas,  oní  pt-lação  ao  facto,  quj  rae  oceiípa,  ú 
certo  que  si  o  pjier  publico  tinha  fort;a  para  lhos  accolerar, 
também  a  p  Ds^uía  para  retarda r-Ihes  os  fcrvitlos  «^sto.-í,  apoaas 
quanto  biv^tasse  á  fim  do  ao  evitarem  calamidades. 


126  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

A  oloíiuencia  do  Visconde  de  Inhomerim  (Francisco  de  Salles 
Turres  Homem)  sobrara  para  denunciar  a  escravisação  do 
homem  pelo  honiom  como  brutal  violação  do  direito. 

Kmbv»ra  iiitellitroiicias,  quo  não  Ilio  Ibrara  somenos,  susten- 
tassem que  tinha  razão  de  ser  ocaptiveiro  em  certas  phases  da 
civilisação,  lor.iin  iusulllcientijs  para  provar  que  a  pro- 
prioílado  servil,  considerada  tal  pela  legislação  do  paiz  desde  o 
pacto  rundamont  il,  ora  uma  instituição  do  direito  civil,  que 
podia  ser  expropriada,  sem  indenmisação.  O  exemplo  em  con- 
trario dos  Kstados  Lnidos  da  America  do  Norte  não  podo  sor 
invocado,  ])oniue  Lincoln  entrou  na  Casa  Branca  com  a  reso- 
lução do  libertiir  os  nei^^ros,  indemnisando  os  senhores,  e  só  não 
o  fez  i>or(iu(»  os  Kstulos  do  Sul  se  constituiram  belligcrantes  e 
os  vencidos  na  guerra  não  recebem  e  sim  dão  indemnisação. 
A  Inglaterra,  p^u'Om,  paprou  os  escravos,  que  lib(nnára,  o  quo 
Tez  Wilbf^Minve  exclamar  em  seu  leito  de  morte,  recebendo  a 
noticia  da  votação  «lo  bifi,  nue  assim  dt^cretou  a  reforma: 
«(iraças  a  Deos,  realizou-se  o  que  eu  desejava  e  sem  que 
ai  .rnem  ficasse  roubado  I  > 

O  Barão  de  (\)ieí:ipe,  propondo  no  Senado  a  indemnisação, 
cm  se^^uida  li  lei,  q\w  abolio  o  captiveiro,  não  tinha  cm  vista 
o  ni<'N'ininii<)  inter«'<-i»  j»(.vmi  .iario  do  lavrador,  di»  quem  conhe- 
cia ;»  ^''jMii-le  L^•n^r«>.si.lade. 

Kra  s.Mi  lim  ;u\ilín  ir-lli »  d  insto  resentimento,  oriundo  da 
d<'si-on<i.Iera«"u),  c  »m  qn.'  iv.i-:i  tratado  ni  reforma,  cu^jo  processo 
correra  .i.  sum.  itv»'1íí,  ao  inverso  do  (lue  íez  na  emancii)açào 
dos  s  Tvo-i  ■.  aiiíi)ci\iía  ru>:>.). 

TlDina/.  c'o«'iii  »,  r.'-p  nileii  io  iine  a  indemnização  seria  unia 
aíIVoíit  i  ao-  lío.irrrs  ])iiM:oos,  ]ii.»«*irou-se  inferior  ao  seu  t<il(»nto 
e  espirito  de  .iustir.i. 

I)u-de  íju  '  <o  p)'o<eniio  «[u-  a  recusa  da  indenmisação  era 
para  olnij)  'rolor  i'o;i.Iiv'n>  --inc  qua  non  da  reforma,  o  conllicto 
estava  travado,  já  nã-)  onrrc  o  Ministério  e  a  clas<e  mais 
imp(»rlaníc  da  Naf.-ào,  nuis  (»n'rr  i  Nacã.)  «'  a  ror<)a.  Não  se 
ine«)rp<'roii  ('>r  i  ;i  i'c\.ilu<-;o> ;  mas  cMn^pin-u  jk>i' nn-io  <li  iudil- 
fcrcnça  .  A  auiorida  l '  li-uu  mmh  os  s.'ii>  ileren>orL's  tios  dias 
da  mVcnda  Grande»,  e  o  exercito  al^io  alas  para  que  [m soasse  a 


PROMETHEU  ACORRENTADO 


127 


Republica,  que,  aliás,  jít  havia,  em  eolemne  maDifosto,  coaJiado 
os  seus  destinoa  á  tivolução, 

O  direito  de  propriedade  é  o  gigante,  que  os  aiitigoa  figu- 
Tavam  deitado  sob  o  Etaa,  o  cujos  raovimeiíto:^  provocavam 
tremores  de  terra. 

Seria,  oo  eíitretanto,  fácil  conjurar  a  tempestade,  concedeu- 
do-se  uma  iiidemfiizaçào  módica  ao3  agricultores,  que  ob  ha- 
bilitasse a  fazer  as  despezaa  e  evitar  perigos  da  transição  do 
trabalho  servil  para  o  livre* 

Nao  .surgiriam  diUiculdadeís  pecuíiiarías,  pois  os  rocursos 
estavam  no  fimdo  annuai  de  i^nancipação,  jtl  votado,  e  nas 
terras  devolttta^  do  Amazonas* 

Eiu  seu  «Commomal  Diccionary»,  edição  de  1856,  asse- 
gurava Mae-Cullocli  que  haveria  receio  de  alteração  no  preço 
docaft?,  Sítlvo  medidLiH  violentas  relativas  á  escravidão.  Vieram 
ellas  o  at(^  que  ponto  conwrreram  para  chcgar-se  i  situaf^âo 
económica^  que  determinou  o  convénio  do  Taubaté,  não  o  direi 
agora, 


Ouso  aventurar  a  ideia  de  que  um  Gablneto  do  oolligaçào, 
em  que  dominassem  Cotegipe  o  Saraiva,  que  já  se  haviaíu  bem 
enieu ilido  na  reforma  clnitoral,  faria  a  alKílivào  do  olemtínt.o 
servil  de  mais  conveniente  ídrma.»  Foi  com  a  politica  do  Jwi-it» 
meio,  que,  reunindo  ii'am  Ministério  Harailíon  e  Kenox,  do 
pvrtidõ  íederalista  o  Jellerson  e  Raudolph,  do  partido  deiuo 
cratico,  Washitigton  verteeo  (diz  (luizot)  as  grandes  diílicul- 
dades  de  fundar  a  Repuldiea  Norte-Americana*» 

O  lmporailíU%  rt^juitando  a  indemnização,  comraetteo  um 
erro.  Chrislào»  d,níes  de  rei,  ouvio  apenas  a  sua  conscieueia  o  o 
aeu  coração,  quo  oondemnavam  o  domiaio  do  homem  sobre  o 
liomem, 

OSeahor  Di>m  i*odi'o  li  Já  per í ruce  d  kistoria  o  e^ta  fala  a 
verílatle:—  O  grande  monarcha  lui  Chefe  de  uma  nação  e  liber- 
tador de  uma  raça,  Si  a  esta  síicrincou  aquella,  nem  por  isso  se 
amesquinhou  a  gratidão  dos  rtrazitoíro».  bl  o  rei  philantropico 
terá  &  veneração  de  todos  os  povos  e  as  acclamavòcs  de  tudos 
06  séculos « 


128  REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

Es-rieví,  ha  3j  anão- :  <0  caracter  di<tineiivo  da  espécie 
huniáL:i  •-  a  p'rit>::r:l:iaJe. 

Km  vii*ii.li3  .i:->rti  l«^i  <  jS.-;k:»a.  «iu  For^^jsí-ja  de-envolveo 
s>:-  a  l>.ri  ií:'jair?h::i  iiigiéz.i :  que  Kr^ni  <  i5ien:ou  <jh  o  re-* 
jnrr.e::,  '.ijii'.  í-^uiil,  -i  4  Alleni:ii:!n ;  [ue  Turg^ot  r»rofes3Jii  sob 
um  «.^overn  >  i:'íiiT:»ar; :».  :  «L-m  qa»?  m'>ie:-a'l  ,  e  nie  G'>l\viii,  Con- 
•loroot  e Talieyrai; d  t.int:»ev  ;lt  ira^ii,  —  ;t  humaailade,  como  o 
le^^Q-iirio  hebrej  da  K-nda  chiisiã,  c^alaaa,  desole  o  berço 
o;ie::ial,  ^^r  ir.i  .<:o:'m».v"»*->  a>-»jadi*:ii  *-  e  oor  siieeeà>iva3 
ruiaas  de  Im:  eri  j  1  ar^  o  iiia,  ^lue  le-js  lhe  as>ígaaloii.> 

Cahio  a  civlli<AÇ;"io  do  m-ia  lu  anii^o.  Passou  a  humaaidade 
por  graade  meta.aorpliuse.  D,»?  raiaasdo  pai^nismo  surgio  a 
reliirião  saaia.  qut*  uaio  o-  uoaieai  pelos  viaculos  da  caridade. 
Jesus  prí'-'ou  o  am-»r  e  elevou  o  e>piritj  das  raças  novas,  que, 
irroaipeado  em  eaxame^  das  fl  «resiis  da  Hercynii,  dos  moates 
Karpithos  e  de  toiu  e-< i  ro.-ião,  cjiihe^idi  por  ofpcina  ffentiunij 
acudiaai  a.»  sursum  corda.  No  laMratõrio  da  médii  idade  fun- 
dir.im-<e  os  i:.»vu>  elemenios  do  progre-so.  Não  eram,  porém, 
a  ultima  p-ias-:»  dellf .  M-iit  is  iinperreiv">?s  ainda  encerrava  a 
estru-rtiira  ^-jcial. 

P-»i-  vo/es  parecei  que  a  humaaidade  estacioaava  c  até 
retr.Ȓrra'!;ivri  em  su  i  marolu. 

Kram  ap"  ia<  liesiia^^õ^^s.  i»roveiieates  da  febre  ile  elabo- 
i/Vào  porá  p  /íivíífter  em  ^^crmeas  de  hirmoaia  a  desordem  e 
a  'íonHHv»  do  í•aho^,  r^u/as  tr»^va<  ^o  iam  rasgaado. 

íiíi  '!';-■  rfi;i.i  jli-itro-;  -.nvu-es  do*  século  pa<Sido  disse  que 
f<  .,i.  r.  »i''>.';- i.'|;i,' ;io  (-vi  •  j>jMr(;..tu.  i!  c  íDiparava-a  á  da  cara- 
víi/j'!.  ')'J"-  í'»/!»  iini  l'>.i'/  >  'ir-  iio  )>aM  evitar  paniaaos,  laou- 
t.anfiâ.-^  <■   rit/íH  íi.nl.ar.H-os  á  \iagerii. 

A  -"-/tiu  lu  ii':\.ii>ir:ii)  proiTC-sista,  começada  eoai  a  <\cS' 
iut\)t',i'\.:i  t\  i  .\uvui--i,  ;iiíi'la  <'>í  í  ji-j  período  <la  clTcrvescencia. 
|jií't.v.e  |»;if;i,  lixar  o  (íipirito  d  i-  .>ociodadP.s  e  remover  os  tde- 
Tiie;jlo-;  íW-  mina,  IVurtfH  da  deca-ioiícia  de  instituições  cipitaes, 
aia«;aç  lias  íie  di  solii»;.''0. 

*  A  hamaiidade  lio  0<;  :id<'iitc,  em  prociuM  de  r<'gião  dcsco- 
aliocida,  e.jil>ai'rou  e  vu^ra  uas  caravellas  de  um  iiivencivol  c 
impérios  j  CoJomljo.» 


PHOMETHBU  ACORRENTADO         129 


Assim  diz  Carlylo,  om  dos  ascriptores    m^is  esclarecidos 
dessa  Terra>  que  Beatliam  íiualilkou  da  Magna  Virum  Parem m 


Carlylt?  publicou  um  excGllente  livro,  á  que  deo  o  titulo— 
€0s  Horúes»,  A  Historia  uuiv^ersal  (escreve  ello)  ó,  na  iubslancta^ 
a  historia  dos  Cirandes  Homens,  que  trab  illiaram  no  muado. . , 
Todas  as  graod&**  cousas,  que  veraos  praticadas  na  Terra,  são, 
proprianiento,  o  resuUadu  material  exterior,  a  reilisaçãu  pra- 
tica o  a  incarnação  do^  Pensamentos,  que  habitaram  aos  Grandes 
Homens,  enviados  ao  Mundo... 

. . .  Nenhum  mais  nobre  Hontimento,  qu<?  o  de  admiração 
por  outro  homem,  maior  que  nós.  Náo  é  o  gérmen  do  Christia- 
nismo  o  cuUo  dos  Heróes,  admiração  sentida  no  coração  e  ppos* 
ternada  subraissão  ardonta  a  iima  nobre  e  divina  Forma  de 
Homem  Mj  maior  doá  heróes  é  um,  quo  íiào  menciono  aqui. 
Um  sagrado  silencia  medite  esta  matéria  sagrada. 

Si  heróesigniflea  homí3m  si n coro»  porque  razão  cada  tini  de 
nôíí  não  pôde  sor  um  heróe  í  Não  é  de  mister  uma  grande  alma 
para  formar  um  her.io  o  sim  uma  alma,  creada  por  Deos  e  que 
não  queira  mentir  A  sua  oriprem»  ou,  segundo  pensa  A  miei, 
homem  verdadeiro,  nmstno  no  complemento  da  perfoiçtão.  Nâo 
são  extraoriliiiarioí,  e  sim  de  ordem  geral ;  os  outros  exem- 
plares da  humaoidade  é  que  Jiào  s?ào  o  que  deviam  sor.» 

O  ente  superior,  que  Carlyle  chaoia  «Heróe»,  é  denominado 
Sobrehuma'jo  por  <  Nietzche  »  o  «Ropresentatíf  man>,  por 
Emersun, 

f  Carlyle  (diz  Mazel)  6  iào  aristocrata  como  Nietssche  ou  Re- 
nan ;  mas  o  sou  hcri'H\  a  transbordar  de  amor,  é  muito  mais  alta 
que  o  Sobrehumauo  do  Aíso  $pracK  ^aralhustra, , ,  O  herúe  de 
Carlyle  nào  ô  monstruoso,  como  o  Sobrebumano,  de  Nietzche ; 
é  o  homcira  ideial. 

O  sou  predicado  caracteriatico  é  a  sinceridade,  a  lealdade, 
a  verdade.  Seu  valor  deUréea  falsidade,  único  iaimígo  real  do 
homem  aa  terra,  Oá  contemporâneos,  o  mais  «lue  elles,  os  pós- 
teros veneram  comi  pQrsoniíicayão  divina  eátea  €  aomcadores 
do  bem»  que  espancam  as  trevas.» 

2i58  —  í*  Tomo  lxvmi,  p,  ii. 


'  I  eomo  áxã 

ruQdor  dftft 

^o  maadci.  yteiaeia  itmii m  goipw  da 

éesperUri 

lA«Mlr«,â  ver  «n  Wafifir  o  i 

Eatre  o  4nti-cariilio  e  nutorUiisU  XMiciío  e  a  repr^ 
ieaiiiite  40  C1iri§tiaBiitiM>  itaTi^  fifvn  oomo  liiieniiiedÍArÍi»« 

éã  tmérfin ;  tiA»  aêmiUe  d«tffw  «trMís  fiitf  «  li^  ettrttfir, 

ftitf  |MkÍ£  ex^rc^  atcendenU  êférw  9  p»m.  Mr&tm  á  Aenocmcis 
ígtt&ljtaria,  aiereditâi  que  o  «aieo  m^^io  de  raaolver  o 
ddfma  de  1793  é  &  tntrodoc^  de  mu  élenieeto  de  arEstoifaeia 
ita  ridm  iocí&U  —  a  aristocracia  da  rontade,  d(»  caraetert  da 
atma. 

Dom  Pedro  It  tinlui  apenas  qmnzo  annof  e  J^l  posâum  coube- 
cimentos,  r^ros  para  a  gaa  Idade,    adqniriJoii   cm    asliido 

iOíADO. 

A  Prorinda  do  Rio  Gravide  do  Snl»  uma  da^  maís  impor- 
taniet  do  Império,  era  atfotada  pela  grierra,  qne   ameaçava 

ataatrar  por  oiitra«<  provincial. 

HoUanda  Cavalcanti  ídopoli  VisíJoadc  de  Albuquerque),  Vor^ 
gtieirn.  m  Andrada?.  Ahare»  Machado»  ViUola  Barl>osa  (Mar- 
quez de  Paranaguá),  Franciíc^i  de  Uma  e  Silva  e  o  Conde  de  Uv^e 
«uppl içaram  ao  Imperador  accoitasjíe  o  poder,  pois,  nisso  viam 
o  unlco  meio  do  pr/r  t^^rmo  án  di.saení;r>c^,  quo,  em  breve,  sub- 
verteriam o  throno  e  o  BraziL  Faltavam  tros  annoá  para  a 
maioridade,  que  tomaria  o  príncipe  capaz  de  reinar. 

í>oi«  P*^Íro  11*  af^ontandíí  o  irrigo,  aceedeo  ao  de^ojo,  ma- 
nifettado  por  tt'|uellèUUuíií.re^  patriotas,  aos  quies  não  queria 
míii>trar-»e  Inferior  om  jmtriotiimo. 


PROMKTHBU   ACORRENTADO 


131 


«Quero  já»;  respoadca  aoá  que  o  coajfuitavam  sobro  a 
<?poca  da  immissão  no  poder. 

Kssa  doelaração  correspondia  aos  desejos  dos  que  lhe  ha- 
viam feito  aquelle  couvite* 

E  foi  declarado  maioi'  pela  Assembleia  Geral  Legislativa  a 
23  do  julho  dó  1840,  proíítando  juramciito  no  Senado  As  três 
horas  da  tarde  desse  dia.  S6  a  18  de  julho  de  1841  ú  que  íoí 
sagrado  o  coroado. 

Si  da  parto  doa  conspiradores,  que  prepararam  e  re  iM- 
sarani,  por  meio  de  uma  revolução,  o  reinado  prematuro  de 
D,  Paãvo  Q,  houve  intenção  de  lhe  conquistarem  o  animo  e  go- 
vernarem á  sombra  dello,  enganaram-sc. 

Antjuio  Garloií»  autor  da  conspiração  soffre,  logo,  demissão. 
O  Imperador  mostrou,  por  esse  e  outros  actos,  que  sabia  manter 
a  i!ua  autonomia,  governando  por  si . 

Quiz  o  partido  liberal  i-eagir  contra  e^sa  vontade  soberana • 
que  uão  86  subordinava  aos  manejos  da  opposiçâo  politica,  A 
revolta,  provocada  por  esse  partido,  finda,  vencida  era  Minas» 
S,  Paulo  e  S.  Pedro  do  Sul. 

Efierí^ia  viril  como  esta,  manifestada,  logo  ao  sahir  da  pu- 
berdade por  acto  de  franca  sinceridade,  f?eni  que  um  vislumbro 
de  Himulacáo  ou  hypocrisia  transi] uzisso  de  qualquer  acto,  col- 
looa  o  iovtn  Imperador  bobrc  h  'roico  pedestal,  do  quo  nunca 
polerá  ser  derrubado . 

A  persistente  ideia  de  extinguir  a  esci^avidão,  —  desmen- 
tido formal  do  Evauírelho ;  contradiccao  viva  das  nosms  libér- 
rimas doutrinas  ;  anaehronismo  inexplicável  no  século  XIX  ;— . 
era  nutrida  pelo  Monarchi  Brazileiro,  desdo  que  poude  racio- 
cinar. Não  só  o  instincto  de  sua  alma  bem  firmada,  como  o 
dever  de  um  espirito  chríst\o  levaram-n*o  ao  ódio  do  captivoiro 
e  ár  necessidade  de  abolíl-o. 


DBsde  a  prohibiçâG  do  trafico  da  escravos,  em  1850,  medida » 
por  elle  instigrada  e  para  cuja  execução  envid<iu  ioám  os  seus 
esforços  ;desd<*  as  alforrias  par<  i  les,  eífiifctuadaspur  particulares 
e  sociedades  emanei  padora^,  por  elle  acoraçoadas  e  muitas  pa??as 


132  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

de  seu  bolsinho,  até  a  liberdade  do  Tentre,—  camx>aiiha  difficil, 
que  immortalisou  o  Visconde  do  Rio  Branco ; — desde  ospi*ojectos 
de  emancipação  parcial  dos  Conselheiros  Dantas  e  Lafayette  até 
a  lei  de  13  de  maio  de  1888,  que  decretou  a  abolição  total  dos 
escravos  no  Brazil,  a  iutervenção  do  Imperador  sempre  se  re- 
velou pronunciada. 

Sua  Augusta  Filha,  a  Prioc  jza  Regente,  que  firmou  aquella 
áurea  lei,  herd  ^ra  de  seu  Pai  o  humanitário  sentimento,  acceso 
em  sua  alma  pura  pelo  Deos-Homem.  Perdeo  Dom  Pedro  II  a 
coroa  por  aquclle  Acto  Sublime,  sendo  assim  a  causa  iuvolun- 
taria  de  ficar  também  destituída  de  sua  imperial  herança 
Isabel  a  Redemptora.  Ganharam  ambos,  porém,  diadema  de  mais 
Ailgencia  —  a  aureola,  com  que  o  Omnipotente  coroa  as  frontes 
dos  gi^audes  Bemfeitores  da  Humanidade. 

Quando  ia  sahir  do  Paço  para  o  exilio,  a  ex-Regente  do  Im- 
pério, ao  pass\r  ante  a  mesa,  em  que  puzera  a  rubrica  do  De- 
creto da  AlKDliçào,  bateo  noUa  com  Ibrto  pulso  e  declarou  que, 
ainda  mesmo  nvquelle  raomonto,  lançaria,  sem  hesitação,  o 
firman  naqiiellc  i^rgaminho. 

As  suas  palavras,  proferidas  com  o  acceato  da  mais  entra- 
nhada convicção,  devem  serescriptas  no  sob-pé  da  estatua,  que, 
om  próximo  futuro,  lhe  doJicará  a  justiça  da  Posteridade  c  bri- 
lharão mais  que  a  constellação  do  Cruzeiro. 

Estes  dous  actos  de  energia  de  vontade,  como  só  os  Heróes 
os  sabem  praticar,  bastam  para  collocar  o  Imperador  do  Brazil 
enti*o  os  (irandes  Remfoitores  —  Orgulho  da  Humanidade. 

K  ahi  figura  o  ha  de  perpetuar-se  nos  séculos.  A  historia 
registra  os  actos  do<  personagens,  que  influiram  sobro  o  pro- 
gi^osso  social  e  deram  impulso  á  civilisação.  Como  Franklin, 
Washington  e  o  General  dos  dous  mundos,  que  marcaram  época 
i\\  historia  do  Novo  Continente,  realizando  a  independência  dos 
Estados  Unidos;  como  Lincoln,  que  alli  se  assignalou  pela  abo- 
lição da  escravatura  — o  nobre  D.  Pedro.  11  ha  do  passar  da 
trama  da  Historia  pátria  pi^ra  a  da  Historia  Univers.il,  por  ser 
uni  dos  homon<,  que  melhor  comprehenderam  o  espirito  do  sé- 
culo, IMm  roAi*o  recebe  nas  fachas  da  infância  uma  Nação,  que 
i^tevo  a  p^mto  de  cahir  dissolvida  nos  abysmos   da  anarchia,  si 


PROMETIIEU  ACORRENTADO 


133 


eUe  não  a  houvera  amparado  ^lom  a  sua  poderosa  dextra;  ac- 
oeitou  a  árdua  tarefo  de  dirigil-a.  e  coiiferio-llie,  iK>r  sou  ho- 
nesto Governo,   lugar  de  honra  entre  aa  raaií^  civilisadaa. 

Um  provérbio  italiano,  citado  por  Emerson,  rosa  que  si 
algruem  quer  conseguir  êxito,  nào  deve  ter   muita  bondade. 

E'  ati'',  certo  ponto,  uma  vantai^^^m  o  mio  sor  o  homem  do- 
minado por  sentimento  do  piedade,  í^ratidao  e  generosidade. 

Napoleão  renunciou,  de  todo,  os  sentimentos  o  affeições  e 
8ô  quiz  8ervir-8o  da  cabeça  o  das  mãos. — <  Minlia  mâo  é  de  ferro, 
dizia;  não  está  na  extremidade  do  Ijraço  o  sim  ligada,  immo- 
diatameote,  á  cabe^.  Aecusam-mo  de  crimes,  Oa  liomens  de 
minha  tempera  não  03  perpetram,»  E*o  conceito,  assim  ex- 
presso por  Lamartine: 

Et  vous,  íléaux  de  Dieu,  qui  sait  si  le  géaie 
N'est  pas  une  de  vos  vertus  ? 


A  Dom  Pedro  II  accusam  de  sentimental i?^mo,  principal- 
mente DO  impulso,  que  doo  á  emancipação  dos  eaptivos,  Incre- 
pam-n'o  de  não  haver  manda<lo  executar  a  pena  de  morte  em 
casos  gravisjíiraos,  e  de  nao  empregar  ti>íÍo  o  õt>forço  para  abo- 
lição dessa  pena. 

Não  se  lhe  imputa  ura  acto  criminoso,  nenlmm  act^  de 
vingança  ou  ódio  e  nem  síquer  leve  resenti  mento  ãe  al- 
guém. 

Não  fez  derramar  sangue,  como  o  vencedor  de  lena,  0 
ninguém  Julgal-o-ia  capaz,  em  caso  nenhum»  do  attentado 
contra  o  Duque  deEnghiee,  que  levou  Lamartine  a  duvidar  do 
seu  génio  (génio,  que  Carlyle  não  enumera  etitre  os  de  primeira 
ordem).  A  sensíibil idade,  porém,  que  distinguia  o  Moaarcha 
Brazileiro  não  prejudicou,  era  regra,  seua  planos  de  Governo. 
Quando  era  preciso  sacrificava  suas  afifeiçôea  ao  cumprimento 
dus  deveres  poli  ticos, 

E  amigos  elio  os  tinha  e  verdadeiros.  Limiterao-nos  a  citar 
dons  fiomes—  os  dos  Viscondes  de  Bom  Retiro  e  de  Itatlna. 

Si  o  seu  coração  o  arrastava  a  quebrar  os  grilhões  do  es- 
cravo, não  perdia  de  vista  que  essa  medida  era  imposta  pela 


134  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Lei  natural  e  <iae  si  a  lei  civil  se  oppunha  ao  iminediaio  e  io- 
coadicional  oumprimeoto  daquclla,  a  civilisação  a  impunlia. 
Si  a  lavoura,  fonte  principal  da  produc^^,  ix  ticar  privada 
doâ  cooperadores  da  cultura  agricula,  convertidos  em  iiutro- 
m^ntos  de  trabalho,  não  pereceria,  de  todo,  uma  vez  que  âe 
applicaãsem  as  providencias  nocess  irias  á  revivel-a.  E  para 
lâ30,  o  seu,  guverno,  representado  pelo  Visconde  do  Rio  Braoeo, 
cíuava  na  iotroducção  de  trabalhadores  livres  e  na  creacão  de 
b^a^ix  de  credito  terriU}rial  e  privilégios  aos  engenhos  eeo- 
irav^a».  'ionde  viriam  os  remorsos  i»ara  pagamento  doe  aLvrios. 
a  'Lminoição    de  encargos  e   as    vantagens  da   divisão  do 

A  opp<Hloão  dos  corri Ih<:>s  políticos  vedou  que  o  cimjiineso 
i^ssí-i  jr >'.iJe.;cia5  so  cun vertesse  em  realidade.  Dalii  ;i  d^ 
<3i*i^£.';ia  da  agric  iltura  e  a  triste  condição,  em  que  íe  enoon- 
:rir-r:í  C'*  proprietários  ruraes,  quando  a  al-jli^-ão  socai  se 
ÍZíyjz,  a:i;r>íK"i-'ÍJ  arrazar  o  paiz. 

•.r-a-dr.  ce  fríiruciuri  henjica  é  o  vulto  de  D.  Fedro  IL  A 
^b^^^^-l^.  q;.^,  iMaonav^râneate,  lhe  erguerá  esia  gen<ã'.^  âllia 
i^^jiÈÚa,  a  q-if  ui  form>i  a  existência  poI:tici«  daAA>-ite  wAw 
a*  <:v>v^  ii-iaé  oa  psz  e  as  três  liberdades  taxÂMimesaM»  ém 
yy^\n^  3k  ia  -y^Ls^crieLL-.a.  a  d  j  .oto  e  a  da  palivra— -  ^.'poiuvi 
tu  i^?audão  i^aeic/i^ai— manri'>re  indeairuciivel.  imn^Mumifu 
r^o  d:jer  de  Garreo, 

Lemhran^a  grota  d€  prestantes  feitms^ 
Qjeuns  d':>vitros  h^d j m  r^#i.: 5 ■: ínlisr  í«aF . 

S!f  ^jiviT*.'}  ame=qiiiih".r-lhe  a  e^tat'iraL>«T.TnH?*:tn.'«!c  ';7i© 
tal':'  nsei*^"?!  '?o-n  o  «çei  sovado  l:::pnt:ar5>.  EzLhuJò'.  ?»:cttt. 
«-er  p  rrr:e!ir  r.5o  ie  i»rr:';'ir-Ih«?  si as  :!ech!is :  ^lia-  lenwiiario 


€3íy-r.^:-  jisio  e  pr>*Teàs:Tj.  apr^âe2'^Du  l  ;•  Sanado,  eci  f  ^;^iã^ 


PROMETHEU   ACORRENTADO 


135 


de  1906,  um  prc^octo  autorlaando  o  Goveroo  Federal  a  ex^áir 
para  Lisboa  ura  navio  de  guerra,  atiai  Jo  trasladar  [rara  o  Rio 
de  Janeim  o»  oorpns  do  LK  Peiro  de  Alcântara  e  do  D.  Thoreza 
Christina.  ex-Inip oradores  áo  Brazií,  e  a  majidar  coQstruir  um 
PantheãOj  onde  sejam  dopositjkdos,  vinte  e  cioea  aiino'^»  poaí 
rnoriem,  os  despojos  dos  homens  illustres  «io  lirazil. 

Asai^uaram  f.anibem  esse  projecto  oa  seguintes  senhores 
Senadoras»  cujos  nome»  í^^nstitiiGiu  os  ayia bolos  da  mais  acen- 
drada  justiça  ; 

C,  Baratii  Ribeiro,  Pires  Ferreira,  J.  Catunda,  J.  Joaquim 
de  Souza,  Raymundo  Artliur,  Belfort  Vieira.  [Oliveira  Figuoi- 
rodo,  Altodo  Kllis,  Braz  Abrantes,  Stíiueira  Limai  Ferreira 
Chaves,  J.  L.  Coelho  Campos,  VipgUio  Damásio. 

No  notável  di>cui*so,  justiíieativo  de  sou  proiecto,  o  Sr. 
Coelho  Lisboa  disse  que  a  trasladação  diíiuelloí»  Augustos 
Restos  era  uma  aspiração  nacional,  AccrescentoUi  em  accentos, 
vibrante i  do  siucoridade.  que,  cguando,  por  occasiào  da  retirada 
do  fundador  do  Impíjrio,  rojnpera  no  Campo  da  Acclamaçao  o 
movimento  rovolacionario»  o  povo  acalmava  bqus  Ímpetos  re- 
publiGános  mais  auto  o  sorriso  da  criancinha  ionocento,  a 
quem  adoptara  a  tutelara,  do  que  ante  as  bayonctas  dos  sol- 
dados » , 

Não  se  pôde  l^zer  de  maneira  mais  eloquente  o  verda- 
doira  a  conMssâo  de  que  o  imliute  de  cinco  arino^^  fora  naquelle 
tempo  o  salvador  das  iaslituiçOe^, 

«Esta  esperança (accresoentou  o  8r,  Coelho  Lisboij  neste 
momonto  se  manifesta  diante  do  tumulo  daquelle»  tjutj  repre- 
sentou durante  cincoenta  annos,  a  soberania  nacional  e  vem 
dizer- lhe; 

—  Nào  I  Vós  nào  ropousaroíB  por  mais  tempo  em  solo  exti*a- 
nho . 

Vinde  ao  seio  da  Pátria,  que  tanto  amastes,  jazer 
entre  os  cidadãos,  que  formastes  pelo  voaso  civismo  o^  ca- 
racter I  ! » 

Palavras  sublimes,  que  pintara  no  orador  caracter  do  acry- 
solada  nobreza»  só  equiparável  a  sou  alto  espirito  e  a  seu  co- 
ração de  ouro. 


í^yy  KBVfsríA  DO  rv^nrrro  histórico 

wWíj  r/iA^írrirn  *^ri,  a  ;;fn'yíi  re'>^:;tr/-,  aa4jv:;«>2  daprjein^  qae 
O  f#roj*'/,'V>  <pft?^>  opf/Hi^;ào  da  pir.e    i;  um  •!•>?  mal-  il- 

HawJU;  Hrf;r,  pK/.V;  n,  coavertí'io  ern  lei.  E  o  eaiaTer  do 
Dor/i  P#'^Jro  ÍI  ídentífl^ar-?íí>ha  com  a  torrada  Pátria,  que  tanto 
am/^fj  o  qfiíí  anh<;U  gu^rdir  auas  cinzas,  até  «lue  sejam 
trarMr>rrnvJ'i^,  tilví-z,  no  ^ínvolu^ro  i^  oitra  almi  privi- 
U5^ía'ia. 

OiUV)  t('/'Aio  (icíét.fi  imperfeito  traballio.  que  nâo  pude  rever 
á  miri;fua  d^j  Uimy),  transcrevo  o  que,  h'i  seis  aanos,  escrevi  a 
nmptúUifh)  Hí;í(ijndo  o  ultimo  Impr^ra^lor  do  Brazil. 


Na  crypta  do  Sâo  Vicente  de  Fora,  jazigo  dos  reis  de  Por- 
tuf^al,  em  IJaWa,  ergufvfle  um  tumulo  recente,  que  encerra  o 
CiwlavíT  embaI«amaíJo  do  Dom  Pedro  de  Bragança,  segundo  Im- 
pnraíJor  do  Brazil. 

Na  iioíto  dí!  15  de  novembro  do  1889,  o  Monarcha,  com  Sua 
Maí((íHtade  a  Imperatriz,  a  Princeza  Imperial  D.  Izabel,  o  Prin- 
clpíí  í!onMorto  o  um  de  seus  íllhos,  ílcou  detido  n'esta  capital  no 
Paço  da  cidade,  sol)  a  vigilância  de  sentinellas,  alli  postadas  por 
ordem  dos  proclamadores  da  Republica. 

Doiis  dias  d(ípois,  a  horas  mortas  da  madrugada,  flzeram-n'o 
embarcar  no  Alagoas,  vapor  mercante  do  Lloyd  Brazileiro, 
que,  armado  cmi  ^ruorra,  seguio,  barra  fora,  levando-o  ca- 
minho (Io  exilio. 

Alguns  (lias  mais  tarde,  fitava,  pela  voz  extrema,  melan- 
(H)llcM)  olhar  do  tl(vsp(ídida  no  sideral  Cruzeiro,  que  ia  desappa- 
roíuM*  do  horisouto. 

Km  dezembro  do  1881),  na  cidade  do  Porto,  vio  morrer, 
violimada  i)or  torturas  moraes,  a  virtuosa  esposa,  que  lhe 
f^^ra  anjo  do  ronforU). 

Pungido  pela  saudade  da  Pátria,  A  cuja  grandeza  e  pros- 
lM>ridade  oonsiignlra,  em  meio  sooulo  do  reinado,  todos  os 
ttlTootiW  do  su;i  alma,  tinlos  os  instantos  de  sua  existência,  nunca 


PROMETHEU   ACORRENTADO  137 

exhalou  dos  lábios  uma  queixa,  siquer,  contra  os  que  lhe  pa- 
garam com  feia  ingratidão  sou  dedicado  patriotismo. 

Conservando  no  semblante  sereno  e  no  limpido  olhar  a  an- 
tiga magostado,  lem\'rava  o  Imperador  o  retrato  hom.^rico,  quo 
do  ancião  de  Pylos delineia  a  Iliaia.  A  sua  heróica  resignação, 
acrysolada  no  mirtyrio,  imprimia- lhe  á  veneranda  fronte  as 
fulgurações  de  um  nimbo. 

Vedaram-lhe  o  regresso  a  seu  paiz  natal,  a  quem  outor- 
gara todas  as  liberdades,  deixando-o  grande,  forte,  unido  e 
respeitado  por  todos  os  listados  civilisados. 

Na  oílusão  do  entranha vel  amor,  com  que  o  estremeceo, 
fez  transportar  á  Europa  uma  pouca  de  terra,  extrahida  do 
solo  brazileiro,  para  encarnar  o  ataúde,  em  que  devia  ser  con- 
duzido á  derradeira  morada.  K  com  effoito  :  Seu  coração,  já 
enregelado,  esse  coração,  cujas  fibras  haviam  estalado  com  as 
pulsações  das  mais  cruciantes  angustias,  repousa  hoje,  unido  a 
esse  punhado  do  torra  da  Pátria,  pela  qual  sempre  palpitou, 
afervorado,  até  o  derradeiro  anceio. 

ICngolphado,  hoje,  no  oceano  do  gloria  immortal,  e  escoi- 
mado  das  leves  manchas  da  matéria,  sou  alto  espirito,  con- 
templando o  esphacelamento  do  Brazil,  roga  ao  Altissimo 
cubra  com  o  pallio  de  sua  misericórdia  os  architectos  da  nossa 
ruina  o  infiltre  nos  que  dirigem  o^  destinos  da  Pátria  algumas 
scentelhas  do  santo  patriotismo,  que  lhe  valeo  o  titulo,  já  pela 
Historia  justificado,  de  Primeiro  Cidadão  Brazileiro. 


o  THEATRO  ANTIGO  E  O  MODERNO 

Considerações  Geraes 


Esta  succinta  resenha  do  antigo  e  do  moderno  Theatro, 
escripta  ao  correr  da  penna,  nada  tem  de  novo. 

Levei,  escrevendo -a,  o  intuito  de  dar  algumas  noções  da 
scena  clássica  para  melhor  comprehensão  do  c<  Prometheu 
acorrentado»,  a  mais  assombrosa  producção  do  génio  grego. 

Essa  espécie  de  commentario  é  um  transumpto  de  opi- 
niões dos  distinctos  hellenistas  Brumoy,  Paul  de  Saint  Victor, 
Irmãos  Croiset,  Jules  Gerard,  Gabriel  de  Azambuja  e  do  no- 
tável critico  litterario  Georges  Pelissier.  Em  algumas  pas- 
sagens usei  das  próprias  phrases  desses  autores  e  em  outras 
fiz  de  seus  conceitos  um  resumo,  dando-lhe  feição  minha. 

Na  analyse  do  Theatro  moderno  occupei-me,  principal- 
mente, da  França.  Nâo  tractei  de  Shakespeare,  o  Eschylo  do 
século  XVII,  de  Lope  de  Vega,  de  Calderon  de  ia  Barca,  de 
Alfieri,  de  Ibsen  e  outros,  dos  quaes  ha  muito  que  dizer. 
Fora  isso  incompativel  com  a  natureza  deste  trabalho,  que  se 
deve  limitar  á  observações  geraes,  de  caracter  perfunctorio. 

Quando  der  ao  prelo  a  versão  da  «Antigone»,  de  So- 
phocles,  talvez  me  abalance  a  falar  desses  vultos  geniaes  da 
arte  dramática  e  a  comparal-os  entre  si;  talvez  até  me  occupe 
da  moderna  evolução  theatral,  valendo-me  para  isso  dos 
Grandes  Mestres,  cujas  «Memorias»  são,  no  género,  modelos 
de  gosto,  erudição  e  critério. 


A  Thcssalia,  berço  dosPolasgos. —  Amenidade  do  clima  da  Grécia. — 
Divinisação  das  forças  da  Natureza  e  dos  diversos  ramos  de  acti- 
vidade'humana. —  O  valle  do  Tempe. —  Território  da  Grécia, — 
Sea  povoamento  pelas  tribus  agricolas,  vindas  do  ^Cáucaso.— 
Monumentos  Cyclopicos. —  Desenvolvimento  da  navegação. —  O 
bandido  montanhez. —  Hellen;  represália  dos  Titans  (filhos  da 
terra).— A  flauta.— Homero.— Os  Dorios  e  Achoos. 

Dasencadeiara-se  sobre  o  no.so  planeta  o  cataclysmo,  de 
que  ha  memoria  nas  cosmogonias  de  todos  os  povos.  Por  toda  a 
parte  as  agoas,  jorradas  dos  abysmos  da  terra  e  das  cataratas 
do  céo,  formaram,  conglobando-se,  um  oceano,  á  que  faltavam 
praias.  Só  na  China,  do  alto  do  montanhas,  que  parecem  to- 
petar  com  o  firmamento,  poude  o  centenário  imperador  Yáo, 
tendo  ao  lado  a  máxima  parto  de  seus  vassallos,  contemplar  a 
salvo,  a  immersão  geral  das  terras  na  ec[uorea  vastidão. 

Foi  berço  dos  Pelasgos  a  Thessalia,  onde  o  Olympo,  o  .12 ta  e 
outros  montes  formavam  uma  cadeia,  parallela  á  costa,  e  cujos 
valles  eram  regados,  d'um  lado,  pelo  Sperchiuse  do  outro  pelo 
Peneo.  Ahi,  quando  250  annos  após  a  inundação  parcial  de 
Ogyges,  irrompeo  o  diluvio,  chamado  universal,  reinava  o  my- 
thologico  Deucaliáo,  casado  com  Pyrrha,  filha  de  Epimetheo  e 
de  Pandora. 

Quiz  Zeus  salvar  os  seres  humanos,  como  Jehovah  salvara 
a  Noó  e  sua  descendência.  Ordenou-lhcs  que  se  refugiassem 
no  cume  do  Parnaso,   onde  não  chegariam  as  ondas  invasoras. 

Vendo  elles  dissecado  o  vasto  paul,  em  que  se  haviam  con- 
vertido as  planícies  occidentaes  da  antiga  Hemonia,  desceram  e 
espalharam  atraz  de  si,  a  mandado  do  rei  do  Olympo,  ossos  da 
terra  — ,  mãe  daliumaoidade. 


142 


REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


Kssed  osãOB  eram  pedras,  do  que  estava  j  uocado  o  soio.  Dasi 
pedras»  arroja-la»  por  D3iicaUãu,  nasciam  honieoíí ;  aã  que  sa- 
liiam  das  mãos  de  Pyrrlia  traiisformavanl-HO  (Tu  iniilheros. 

Dura  «?  consistGntQ  como  o  grauito»  devia  ser  a  estructura 
da  uova  geração,  que  brotava  doa  projtíctcsiíí,  lançados  por 
da!iuelle3  põítí  da  Thossalia, 

PyrrliM  ora  neta  do  Pandora,  a  Eva  grega,  modelada  por 
Poscidon  e  atiimada  por  Minerva,  Destinaram  Zeus  a  I*PO- 
metliGU,  quo  de  argila  farm^tra  o  primeiro  liomera  e  lho  espi- 
rara a  alin  i  com  o  fogo,  siibtrahido  aos  Deoneí.  Do  via  Pandora 
ootiugar  ã  l^ronietheu  o  mysterioio  c jlY^e  que,  aberto,  derra* 
maria  sobre  a  terra  uma  unchente  de  males.  Seria  este  o  ca^ 
tigo  ao  Síierile.;;o  latrocitiio  «lo  Titan,  como  o  pecoado  origioal  foi 
para  Adão  e  Eva  a  pena  de  haverem  provado  o  pomo  vedtido. 
Suspeitando  Froraetheu  do  mimo,  não  quiz  abrir  o  coí^e. 
Doscí»rrou-o  mn  írmào  Epimeiheo,  a  quem  dove  a  humanidade 
o  tropel  de  infortúnio-?,  em  que  m  debftto. 

Promotheu  n*iim  infando  supplicio  de  myriados  de  anãos 
expiou  o  crime  dtí  haver  aíreiçoado  o  primeiro  homem  e  nelle 
iDHUílado  o  aletito  com  a  chamma,  quf*,  íraiçoeirampnte,  !!• 
r-lni  do  Olympo.  Z^ms,  por<?m,  invi-stio  t)e«calíâo,  sou  niho,  da 
faculdiide  eroaílora.  Foi  Deucaliâo  o  ixípovoador  do  mundo, 
continuando  a  missão  do  seu  pac,  que  fora  o  bemfeitor  dos  ho- 
mens. 

A  nova  gente,  creada  dessa  maneira  rude  e  brutal,  era, 
como  a  que  desiapparôiiera,  fiih  i  da  Terra  o  de  Titan,  o  filho 
maia  velho  de  Urano»  desthrooado  por  Kronoy.  Só  Prometheu, 
o  pae  de  Doucalião,  procurou  a  Zeus,  unido  a  Themis,  sua  mâe, 
quando  oíj  Al«ddaa,  ainda  na  puberda  lo,  sobrepunham  ao 
Oíympo  o  Pelion  o  a  este  o  Os^a.  A  Thesíalia  produzio  oá  La- 
pithas,  (de  que  foram  chefes  Ixion  e  Perithoiis),  os  Centauros,  os 
MyrmidòB^  e  m  Dolopes,  (citadoíi  por  Virgílio  como  exemplod  do 
fòrocidade)  n  os  inquietos  r.jiíí,  doic.mdeatey  de  Ilerfulejí. 

Parte  desses  povos  dosappar0ceodaTh0'^>?alia,  Os  Phthiotas, 
DoHos,  Achçoâ  o  outr*!^  fixaram-sc  em  outros  p,úm%  da  Grécia, 
Na  Invasão  de  Xerxe^  os  Tho^salic^  Pu1imott*jram-^o,  esponta* 
neameuto,  íi  Perdia. 


PROMETHEU   ACORRENTADO 


143 


Ksm  raçíi»  dura  o  f^^a,  sol>  a  influencia  das  condições,  exco- 
piíionalmente  benetlcai,  de  que  a  cercara  a  natureza,  raodiíkou 
o  sou  caractor,  do  qual  âô  vishimbraram  roílexos  em  Ksparta, 
quando  os  cidadãos  desta  Republica  arrojavam  aos  abysmos  do 
Taygéte  as  creanca-^,  quo  viuhaoi  ao  mundo  mal  conformadas 
ou  debela  e  mandavam  açoitítr  com  varas  ante  o  altar  de  Arte* 
miea  as  que  nasciam  o.ipaxeâ  para  os  exerciciog  militares, 
açulando-as  a  imitar  o  exemplo  do  impúbere,  que  preferlo 
sentir  dilacerado  o  ventre  por  uma  raposa,  a  confoísarque 
se  deixara  por  dia  sorprchender.  Raça  privilegiada  ! 

Pavilhão  de  sereno  azul.  raro  maré  ido  pela  estria  dn  um 
cirrua  ou  do  uni  nimbo,  arqueavií-se-lhc  por  cima  das  cabeças  a 
abobada  colosto,  ITaUi»  como  aviterna  lâmpada»  o  astro  do  dia 
derramava  num  cíiudal  do  lolí^ores  os  germens  da  creaçUo  em 
todo  o  uuivorso. 

Quando  o  roi  da  luz  surgia  dos  ciraoá  du  Hymctto,  acor^ 
davam  em  enxames  as  abelhiis  das  moitas,  que  bordavam  suas 
pedrt3ipas  de  marmor*^  cinzento,  e.  espanejando-so  aos  ]iri moiros 
raios,  despediam  das  azas  fulvo^  reflexos,  so^^urrando  o  concerto 
do  labor  quotidiano»  sensiíiílisado  por  Virgílio  em  bollissimos 
versos,  Pnllulava  a  viila. 

Os  alados  cantores  uniam  mos  gorgeios  em  liarmoniosá  or- 
chestra,  quo  fazia  coro  com  a  melõp'»a  das  crystallinas  a^roaa, 
a  pro<íipitarom-se  das  roctias  em  migídas  espadaoas.  Por  toda 
a  parte  o  movimoufo,  o  alvoroçai,  que  alegrava  o  coração  e 
agoniava  o  espirito. 

Parecia  beber-se  naquoUe  ambiente,  impi^gnado  dos  perfu* 
mos  das  arvores  e  ilas  flores,  us  haustog  desse  ar  vii'giuai,  que,  na 
plirase  do  l^arairtino  «  dissolvia  03  rios  da  terra,  ainda  envolta 
110  primeiro  inverno,  qnaQdo  se  iH3spÍrava  o  amor  e  a  vida>. 

No  oveano,  que  ora  espelhava  o  azul  do  Ci1o,  ora  oflerocia 
aspecto  glauco,  ora  se  tin^^^ia  do  inimitável  vorde^mar,  abriara- 
se,  iUuminavara-se  e  dnsiUziam-se»  ao  í^opro  de  iVesco  zephjro, 
graciosas  covinlias,  somei Ijautes  ás  de  uma  li??a  face  juvenil; 
as  enseadas  e  bailias,  onde  aos  bandos  brincavam  os  golphinhos, 
deslumbravam  .10  treaieluzir  de  i enumeras  e  ephemeras  es- 
trellas. 


144 


REVISTA   DO   IXSTITUTO  HISTÓRICO 


Era  ardente»  croadora»  a  soiva  quo  traníibardava  do  aeio  da 
Natureza»  Tudo  ia  viçaado  a  olho  e  robiíntava  dos  gomos,  como 
aasas  inciibaçõea,  uttribuidas  aos  rakircs.  Era  o  Pari,  quo  fazia 
actuar  a  força  geratriz  o  quo  da  rude  aveaa,  por  eUo  iuveiita- 
da»  extrabia  o  hyraao  da.  fecundação  do  Universo ;  — Pau,  (Tudo) 
o  ombloma  da  Universalidade,  o  Osíris  ou  Mandou,  pela  Urecia 
tomado  ao  Kgypto,  a  qtte  na  mytbolugia  romana  ropr»'>enta 
igual  papid  mh  a  douumiuaçáo  de  Fauno* 

A  pbikiJàophia  Paathoitíta  poem-n'a  VirgiJio  jia  hucca  de 
Anchii  ís  quando,  nus  liiyseas,  exp3e  ao  lilbo  o  priUí^ipio  e  razão 
das  cousas  :   .  ,  , 

Spiritua  intua  alit,  totaquo  infusa  por  ar  tus. 
Meus  agitat  molem  et  raajçuo  m  corpore  miâcit. 


Tinham  personiíicavão  todas  as  forças  aotivaa  da  naturoza,  ao 
principio  em  idolcM  inforuíe-i  o  mal  esbuçado^  e,  mal^  tvrde, 
{quan  lo  as  idoias  furam  tuiiiando  o  caracter  de  anthrupomor^ 
phiiínio),  em  ílí^ura?,  moldadas  pelo  seotimento  do  ideirtl  osthe- 
tico,  cxbibiudo  n-j  attributoí-  syni eólicos  dos  elomonios  ou  ramos 
de  actividade  humiina. 

Os  babitantea  do  Olyrapo,  isto  é,  do  céo,  sôde  da  luz.  da  se- 
renidade c  da  ventura  divina,  dividiam-so  em  duas  elassôs:  — 
os  do  alto  e  oa  de  baixo  (íi^upori  et  Inléri,  na  nomenclatura  Ro- 
mana) . 

Destoa  era  rei  Zeus,  que,  ligado  a  P^soidon,  derrubara  do 
BOlio  sno  pae  Kronos  (Saturno).  AenSf  o  Nubicogo  (ua  exproisào 
de  Homero)  fulminava  com  o  raio.  Como  todos  os  Felizes^  (outra 
antonomásia  da  I liada)  Zeiis  obo  locia  ao  Fado.  Amoaça-o  Pro- 
motheu  em  nomo  do  Fadtj,  do  perder  o  poder,  8i  elle  tornar pop 
mulher  a  nympha,  depois  esposa  dé  Polêo. 

Posoidon,  li  íymn  que  abala  os  coniinenics  com  a  haste  de  três 
gumes ^  uaqu.Ma  coube  o  dominío  ilooceiu-j,  timbem  obteve  em 
partilha  o  Orço  ou  Áverno, 

Zous,  que  ao  .>enborio  do  céo  juntava  o  da  torra,  povoara 
os  campoi  e  o*  bosques  do  Dryadas,  Napeiaa,  liamadryada^í  e 
OreiadaSf  aqueilaa  teceado  coreias  ua  espessura,  estas  fazendo 


PROMBTHEU  ACORRENTADO 


145 


seu  habitat  6  refugio  doá  troncos  das.  florestas,  vivendo  ou  mor- 
rendo cora  as  arvoros,  do  que  constituem  ns  almas. 

As  Náiades  occultávam-se  uo.s  rios  e  ním  fontes.  Debru- 
ç^idas  sobro  as  urnas,  án  ondo  resalinvam  as  argontinas  agoas, 
ouja  frescura  attestam  a  Ca^talia  o  a  Hippocreno,  estas  nyra- 
pbas  dolicia\am-í^e  nas  libações  o  aspersões  daqueilos  puros 
mananciaes. 

Não  é  que  os  recessos  e  os  cimoí5  das  montanhas,  os  vl^os 
sombrios  e  os  mysteriosos  rumores  das  floresta-í,  das  arvoras  o 
tias  correntes  d'agoa,  iii fundissem  nos  Gi'<igos  o  encanto  da  na- 
tui-eza,  tâo  sublimado  depois  pela  poosia ;  não.  Oidiam  elles 
apenas  ao  que  cliamaraos  senti mcato  sobrenatural  das  mara- 
vilhas do  creado.  E'  que  aJli  actuava  sobre  elles  mais  forte- 
mente a  voz  da  Divindade,  Prestavam,  por  os.íg  motivo,  ado- 
ração e  culto  aos  instrumentos  o  phenomonos,  que,  desta  f6rma, 
lhes  feriam  a  sensibilidade* 

O  Oceaao,  considerado  como  grande  rio,  de  fluxo  e  reíluxo 
incassante,  a  rodear  a  Terra,  possuia  as  grutas  uatiiracs  de  es- 
talactite 0  crystaL  abertas  na  rocha  viva,  onde  se  abrigava  o 
Deos  de  seu  aomo  e  as  Oceanidas,  suas  âlhas, 

Só  o  fogo,  mimo  o  privilegio  do  Eleptiaistos  (Vulcano), 
alimentado.  ínextinguivelmente,  cm  Athenas,  sempre  aeceso 
em  Delphos  e  ainda  boje  perpetuado  pelos  Guebros,  em  Guz- 
zerat,  nãj  tinha  habitantes,  como  ainda  hojf3  iiâo  tom,  pois 
as  i:damaudras  só  se  podem  ntjllc  manter  por  alguns  mi- 
nutos. 

Kterna  primavera  reinava  naqiiellas  paragons»  em  que  as 
Deosas  e  os  Deoses  se  identificavam  com  os  mortaes,  Arte- 
mis,  tllba  do  Zeus,  metamorphoseiara  Acti^ao  em  veado,  porqoe 
este  caçador  sorprehendera  no  banho  a  ella,  Deusa  da  Casti- 
dade. Entregou-se  ás  caricias  de  Pan  a  dí  Oriào  o  foi  também 
amante  do Kndym ião.  Aphrodita»  a  Vénus  da  mythotogia  ro- 
mana, após  varias  iulidolidades  a  Vulcano,  das  quaes  são 
cúmplices  os  Olympiades,  aceita  os  amores  de  Adónis,  ftnicto 
de  oiioso  incasto  e  no  refugio  do  lia  retribuo  em  amoroso 
enlace  os  sôfregos  abraços  do  AncMses,  simples  mortal,  oomo 
o  íilho  de  Myrrha. 

2158  —  10  Tomo  lxviii*  p.  ii. 


146  REVISTA  DO  DenrUIO  HBTtXUOO 

Só  ii«m,aaliiT&  Jssx  mxsxere^iímké^xM^dMàBétes^os^ 
Pelo  infaio  d»  òjc.  B3$<zxii   ^x*  F^ú^-à.  sn^eàe:-  Muna,  jem 

entro  o  Oijmpo  e  o  Oask.  -é  7v&i>  picsj  I^*a£ix  ;?«  miasiksaeote 

nur^pesc^  ;r«c&:»;à  e  ex9rj:ã«3Sàzxii*.«  riT^e^hiàAs*  reoquâ»  de 

e  40  âo^redir  ie  par  *  jk:3:-c:c*:«?.  Ezs».  2i':-ri::i-si*:i*  4S  nnui^iis 
dl»  ^iai^aeiro^  ix*^?tí  Tej^ifíjaiicíSL  1  >:-23erTir«m,  por  mais  de 
um  dU«  v>  t:^v  <e  Jk  :!^r«^?:LaiKA  d^s  àaí1Ei^  TxrieAÍ\s,  que 
U}HijiT;jaii  iqa'ecU  di^-r^  jfcLLOkií^zi.  Ali:  T:;i»>ni  «o  sol,  sa- 
cudiado  o  p».i,í?£i  ik?  TrjLTd-*piiiJks  xTiàs,  rrSatnft?  de  bor^colevis ; 
^li  on>iuiak^ec>rjL::»iT-4^>aiS3aTes=:K\iiJh]^  s^reoa^  noites 
de  iuar.  Foi  iaK  ie  cerv^*  iie  3mcu>,  o  inspirado  auw»?  do  òlephi%' 
toj»W*í»  i^  jíJU^rir  poc  ciai  triiSusne  soeoArio.  qae  vi  numa  das 
nViías  vlesf^sai  irraridi-j*»  pÃTtiiarai,  isia^Inou  o  Sjííò-ií  cl<issico^ 
do  quaru»  aok>. 

Como  a^uoli^*  devia  5er  o  reúro,  em  que  Fausto,  remf>- 
çado«  ooubeci^or  ie  k>dj^  os  se^r^ios  da  arte  e  da  scieacia, 
exclamou  avx<  jkSs  dt?  Helena: 

Fyrma  idétai^  divina^ 
De  U  beiUsa  dUma ; 

e  unido  com  ella  o:u  Iiomogeneida  ie  de  seaúraenio,  griwu  em 
extasi»  no  mais  apaixonado  dos  caaic«: 

E  caiilú*mo  ToBianf  / 


A  península  hellenica,  propriímeate  diii,  o  as  praias  do 
Archipelago  podem  ser  wmadas  pira  am«>sira  goographioa  do 
territí)rio  gretro. 


PROMETHBU  ACORRENTADO 


147 


Dizoí^r,  Gabriel  de  Azambuja,  num  excellente  livro,  pu- 
blicado o  anuo  passado,  quQ  essa  regiáo  api'e«ent  k  de  particular 
o  íacto  de  não  haver  grande  distancia  do  mar  ás  torras,  e  quo 
estaa,  retalhadas  era  forma  de  cabos,  que  se  adoautam  para  o 
mar»  de  golpUos  profuados  e  de  ilhas  numeroiias,  multiplicam 
seus  pontos  de  contacto  com  este  mar. 

Ahi  Quaca  se  perde  de  yista  a  terra,  havendo  muitos 
pontos  do  escala  nos  promontórios  o  nas  ilhas,  que  formam  es- 
peclos  de  pontes  entro  a  Europa  e  a  Aaia.  Correm  as  terras 
em  escarpa,  sendo  raras  as  planícies  e  terminando,  muitas 
vozes,  o  solo  em  rochedos  a  prumo  sobre  o  mar,  sem  que  lisga 
caminho  praticável  entro  a  terra  e  a  pniiia,  ou  riba. 

Ausência  de  grandes  rios.  Só  riachos  o  pequenas  torrentes, 
formando  perto  do  mar  paludosos  deltas.  Fstrta  vegetação  de 
oliveira?!,  vinhas  e  figuoii*as.  Fre(|uencia  de  pesca  e  navegação, 
que  nào  offereco  difflculdades,  pois  é  de  costa  a  cosia. 

O  Grego  oílereco  três  typos:— odo  vallc,  o  da  montanha,  o 
do  porto  marítimo. 

A  Gi^ecia  ú  raais  facilmente  aceoásivol  por  mar. 

Tudo  induz  a  crer  que  ella  Ibi  primeiramente  povoada  nas 
costas  marítimas* 

Diz  o  Sr.  Azambuja  que  a  k-geoda  de  Proraetheu»  filho  de 
Japheti  menciona  como  lugar  de  orig-em  da  raça  a  região  do 
Cáucaso.  Reza  também  essa  legenda  que  Prometheu  ora  ura 
Titan  o  os  Titans  eram  filhos  da  terra. 

Traduzida  em  linguagem  social,  pude  a  le^^enda  significar 
o  seguinte:  €  Os  primeiros  habitantes  da  Orocia  foram  agricul- 
tores, vindos  dos  valles,  que  estão   nrv   base  do  Cáucaso. • 

Conforme  tradição  mais  seguida,  uma  horda,  emigrada  da 
Beócia,  era  eras  remotas,  tomou  a  direcção  díi  Colchida  {hoje 
Mingrclia),  valle,  que  finda  nas  raarsrens  do  mar  Negro,  apei"- 
tado  entre  o  Cáucaso  o  os  montes  da  Arménia  a  banhado  pelo 
Phase  (hoje  Rion).  Dal  li,  l^zendo  em  mal  so;íuros  barcos  a 
navegação  de  cabotagem,  chegara  aos  Dardanellos,  o  antigo 
Hellesponto,  ondo  se  abiH3  o  Archipelago  ante  os  navegantes. 

Nesse  ponto  (ajunta  o  Sr,  AzamlíUja)  6  que  se  elevava 
Troya,  ou  (mai^  exactamente)  abí  ê  que  tsa  deparam  as  ruinai 


148 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


de  muitad  Troyas  superpostas.  Os  Troyaoos  foram,  por  conse- 
quência, Grefços,  Oregos  antes  de  existir  a  Grécia,  e  a  famoei 
guerra  de  Trova  foi  um  retrocesso  contra  irraãí3S  da  raça, 
fixados  na  Troada,  bem  como  a  famosa  expedição  dos  Argo- 
nautas foi  retrocesso  contra  outros  irmãos  de  raça,  que  haviam 
flcado  na  ColcUida. 

Esses  iramigrantes»  derraraando-se  pelas  costas  da  Ásia 
Menor  e  da  Thracia,  constituirá m  o  typo  Pelaspico,  que  se  pro- 
piíjíju  de  iltja  em  ilha,  «atravessando,  racilmeute*  muitos 
golphos  do  pequenas  dimoiiaòej,  que,  podem  ser  vingados  por 
uma  borboleta»  e  fundando  vários  estaboleciraentos  nos  pootos, 
em  que  tocavam  na  sua  navegação  costoira* 

Foi  na  Arcádia  central,  parte  do  Polopoueso,  que  os  Pe- 
lasses maiores  fuutlaçoes  flzuram,  AUi  aui'girara  vários  esta- 
beleci mentais  agrícolas,  que  prosperaram,  graças  á  uberdade 
do  solo  e  á  amenidade  du  clima.  Contra  as  invasões  dos  au- 
tochtonosda  moutaníia  dõfendiam-sc  eliess  erguendo  muros  cylo- 
picos,graiidcr^  moloíí  tlepodr  l  .solta,  accurauladas,  sem  cimento, 
umas  sul  ir  n  outras. 

Pasmaram  os  Gregos  das  gerações  postliumas  ao  verem 
aquellas  ceiossaes  massas  de  graniio  o  attribuiam  aos  Cyclopes, 
Tindoâ  da  Sypia,  sua  t^onsírucçâo.  Igual  assiirabro  produziram 
os  gigantes  monolitboíj  ijo  Halbek.  cujo  transporte  para  as  ele- 
vações, aem  o  auxilio  de  machinas  poderosas,  a  tradição  em- 
prestava a  cõlossn.s  humanai,  dos  quaes  se  podia  calcular  a 
estatura  pelas  dimeusííos  do  <  Tumulo  do  Gigante  >. 

As  cidades,  villaa  o  burgos  eram  i*efugios,  collocados  noa 
pontos  mais  elevados,  A  MOdia  Idade  tumou,  talvez,  por  mo- 
delo 03  castellos  feutlaes  col locados,  quaes  ninhos  de  águias,  nas 
cumíadas  das  montanhas.  Toruavam-âo  deste  modo  inexpugim- 
vois  aquellas  furtsilezaa.  O  próprio  Eschylo  refere-so  no  «Pro- 
metheu  acoiTentado»  ãos  roqueiros  fortes  nas  msinfiãnças  do  CflM- 
caso^  centro  da  raça  polasgica. 

Da  divinisação  das  forças  e  da  fecundidade  da  uatiu*eza 
passaram  os  Pelasgos  ít  divioisaçlo  do  certos  homens,  que  ha- 
viam feito  descobertas  utoii  á  humanidade.  Tal  a  dos  Curetas^ 
inventores  da  astroaooiia  e  da  crcaçào  de  al>elha3 ;  a  doa  Dao» 


PROMBTHEU  ACORRENTADO 


149 


iylos,  que  eiigeaharam  instrumentos  E^ratorios.  E'  o  pi  o  no  reino 
de  Krí>n03  (Saturno),  ideialisado  poios  poetas.  Por  idade  de  ouro, 
coliO(3ada  por  Saint-Sinion  no  ftituro»  foi  conhoclda  aquella 
época  de  paz  3  serenidade . 

A«  legendas  de  Orpheo  e  Amphiao  pertencem  áa  idades 
posteriores.  EOas  não  são  importicdas  do  Oriente  ;  revestem  o 
earactor  pelasgieo. 

Do  desenvolvimento  da  naveíração  pelo  ^íediterranoo  veio 
o  das  relações  com  outro.s  povos,  caveííantes  p;>r  excellenoia, 
a  que  se  podem  applicar  o?;  verso^i  do  Mantuano: 

Põstquam  aitum  tenuere  rates  ^  nec  non  ampHui  ullm 

Apparent  terrcs^  ojslum  undique  et  undique  ponius. 

Oh  Polasgos  conhecerara  os  Pheaicios,  peritos  nas  viagens 
marítimas  de  longo  curso  e  (|uo  íVeiuentavam  o  Egy- 
pto. 

Estes  navegantes  do  Egypto  trouxeram  da  Mesopotâmia  o 
culto  das  sciencías ,  das  artes  e  das  industrias,  desconhecidas 
dos  Pelasges, 

O  egypoio  Cecrops  representa  a  introdiicçao  da  cultura 
agricolu,  a  fundaç*ao  do  Areópago,  a  regulamentação  dos  ritog 
conjugaeâ. 

O  pheuicio  Cadnio  symbolisa  a  invenção  do  alphabeto  e  da 
esciipta  .  lá,  li  lha  áú  Inach-.»,  rei  /Vsiaiico,  raptada  pelos  Pheni- 
cios,  diz  a  lucta  entre  a  Europa  e  a  Ásia. 

Por  raais  fortes,  que  fossem  03  vincules  a  prenderem  oa 
povos  polasgicoa  naqiielles  tempos  pre-historicos  ;  por  mais  com- 
pleta, que  se  descreva  a  harmonia  da  era  de  Kronoss,  a  dissenção, 
nascida  do  embate  dos  interesses  e  das  rivalidades  (sentimentos 
inherentes  á,  natureza  humana)  devia  appareeer  naquolles  agru- 
pamentos sociaes»  K  appareceo.  Perturbados  alguns  príncipes  e 
directores  de  certai  circumscripções  nos  aprazíveis  valíos  ou 
noi suaves  decHves  das  coUinas,  viram-se  obrigados  a  procurar 
nas  montanhas  azilo  contra  o  banimento. 

F]ssa  retir.i'la  das  planícies  para  as  hispidas  elevacoeSt  onde 
a  vida  seria  mais  imirau»  siífniflca  a  rebolliào  dos  próceres, 
opprimidos  pelos  que  empunhavam  as  rédeas  do  governo  e 
demandavam  campo  de  acção,  onde,  escapando  á   tyrannia, 


PROMETIIEU   ACORRENTADO 


151 


oô^rte  do  rei  peLíisjfO  Laomedonte  e  ajuda-o,  como  engenheiro, 
a  construir  os  muros  de  Troya. 

Apullo  ú  a  divinisaçâo  da  poesia  o  da  rauâica,  materiali-» 
sadas  na  invenção  da  lyra  por  este  herúe  da  montanha. 

Pan  continua va  a  soprar  na  sua  avena  radiaientar,  qua 
ainda  não  tinha  as  molas  de  latão ^  á  (ina  se  reforo  Horácio,  So- 
pral-aora  talvez  mais  f^il  do  que  preparar  o  calamot  sua  ma- 
téria prima.  Monótona  e,  muitas  vezes»  desagradável  aos  ou- 
vidos, a  flauta  quadrara  a  pastores  grosseiros.  Obrigava  o  tan- 
gedor  a  inchar  a^í  bochechas.  A  lyre^t  porém,  aspirava  a  foros 
de  nobreza;  afinavam-n'a  os  dedos  delicados  do  uma  das 
Musas,  que  delia  extrahia  mm  harmoniosos.  Para  dedi- 
Uiai-a  era  de  mister  mais  estudo,  intelligencia  e  delicadeza. 
A  lyra,  pois,  assigualava  á  musica  e  á  poesia  um  adianta- 
mento. 

Apollo  revestio-a  de  uma  caixa,  que  lhe  ampliava  os  tons. 
Si  Ampliião,  para  movr^r  as  pedras  na  construcção  dos  muros 
de  Thebas,  uaava  de  uma  caixa  de  casca  de  tartaruga»  é  por- 
que não  posBuia  com  que  adquirir  a  âna  madeira,  onie  lhe  en* 
cordoasse  as  quatro  úhvm, 

O  novo  iniítrumento,  Ibi  de  então  em  diante»  considerado 
como  superior  .1  ílauti.  A'  Midas,  rei  da  Phrygia,  ornou  Apollo 
com  um  formidável  par  de  orelhas  asininas  pela  audácia  de 
sustentar  opinião  contraria,  iâta  ó,  por  haver,  na  phrase  do 
Sr.  Azambuja»  preferido  ura  aysthoma  retrogrado  a  um  ays^ 
thema  progresâivo. 

Soljrevivoo  nesta  sociedade  a  raça  pelasgioa,  vivifloada,apÓ8 
curto  unfraqueci monto,  por  valentes  priuoipes  montanhezes, 
que  se  ufanavam  de  serem  EeracUdas,  EUa  irradiou  por  toda  a 
Grécia,  especialmente  na  Lydia*  Amalgamada,  em  parte  p^ 
quena»  com  esses  novos  elementos»  coneervou-^e,  todavia,  pura 
e  indepeodente,  ooncentrando-se  em  pontos  privilegiados,  ou 
Ofícapando,  pela  fuga»  á  ftwão  com  os  dominadores,  Servio-lhe 
de  grande  refugio  Attienas. 

Convergira  para  o  grande  valle  central  do  Peloponeso, 
para  as  ilbas  do  Lemnos»  Thasos»  Samotbracia*  ribas  do  Helles- 
ponto  o  nordeste  da  A  aia  Menor . 


r 


i52  RK\75TA  DO  INSTITUTO  niSTORICO 

Cnni  Q  andar  do9  tempos  a  prole  de  Titm,  aaCr*ora 
cida  pelos  moatanbezes,  tomou  cootra  estes  formidarei 
ealia* 

IleileD,  flilio  do  DeacaUIo,  velo  reallsar  a  amea^  éõ  PrK>- 
metbeu,  quando  na  Sj^hi^,  acorrentad;»  ao  roehedo,  preii— i  m 
Zeus  igaomtQioe^a  que  la. 

Chefe  e  guia  dos  homens  dan  planícies*  elle  qoa*  para 
ftigir  dos  invasores,  se  retirara  om  os  seot  para  as  doces 
encostas  do  mooie  Othris,  eipellio  os  HeraeSidaÊ  das  alticrms. 
Intervindo  eom  seus  capitães  no  caracter  de  oonelliidor,  aas 
liieta8  iatestinaa  do^  moradores  da  planura,  toraar^-sa,  de 
auxiliart  que  era,  em  senhor. 

Representavam  os  Palasgos  os  antigos  euliivadoresda  tetra, 
que  V  iuham,  de  novo,  armar  a  sua  posição  de  a^eollopes  e 
operários, 

E*  a  época  do%  hasilêug,  ott  pequenos  chef^  de  redoetos  nos 
cimos  escarpados,  dos  thêêouros^  dos  anax  (commandantes  ou 
coDductores  de  homens),  das  discusaoe^^  no  agora,  de  todos  esses 
sub-chefes,  reunidos  no  elan  dot  basíleus,  dos  adivinhos  e,  final- 
mente, dos  ad(2a#.  poetas  e  cantores  especialistas,  que  davam  re- 
levo e  encanto  1«)  reuní^jes  palacianas.  Os  eidas  canta vanu  pre^ 
ludíando  na  lyra,  os  Deoze^  e  a  gloria  dos  combates.  Homens 
de  memoria  feliz,  sabiam  de  cór  todos  o^  f^tos  bellicos.  todos  os 
Tdsgm  de  heroísmo  e,  rocitando-os,  accendiam  enthustastlca  ad- 
miração no€  alumnos,  que  lhes  frequentavam  as  escolas  de 
musica  e  poesia. 

Ao  aéda  (cantor)  succodeo  o  rap^ode  írecitador),  que  espa- 
lhou pela  Greeia  a  poosia  harmónica. 

E^  opinião  seguida  que  a  Itaula  não  foi  comporta  por  Ho- 
mero, e  sim  que  os  gramniaticos  Cyclico-joaios,  reduzindoa  um 
todo  uniforme  e  harmónico  os  cantos  dos  aédas  e  doe  rapsoJes 
(recitadoresem  verso  das  tradicçoes  dos  séculos  anteriores  )t 
formaram  aquella  grande  epopeia. 

Si  Homero  é  personagem  real,  apparece  na  posteridade 
sob  o  nevoeiro  da  legenda. 

Foi  um  Jonio,  altamente  cultivado,  rico  em  recordações  e 
já  vivemlo  em  ijpoca  desafortunada.  Viajou,  errante,  de  cida Je 


PROMHTHEU  ACORRENTADO 


153 


em  cidado,  o,  como  UIvhsos,  eonlioeoo  muitoí^  e  variados  co-s- 
tumes,  Lltiliâoii-se,  provavelmente,  ile  immemsos  ('antos,  com- 
postos antes  dalio  por  outros  aédm  e,  graças  á  sua  experienciíi, 
fez  desses  cantos  alguma  cousa  de  melhor. 

Os  Dorioi  íirara  Pelasgos,  isto  é,  robentos  leiÇitimos  da  pri- 
mitiva arvore  grega.  Foi  grande  a  sua  força  de  expansão  e 
fecunda  sobre  a  Grôoiaasna  preponderância,  qiio  ainda  hoje  se 
faz  seatir*  «Seo  diaíocto  (diz  o  Sr.  Azambiya),  o  mais  viril  dos 
dialectos  gregos,  fi,  depois  do  oolio,  o  mais  approximado  do 
latim» — isto  ó,  do  priíiiitivo  tronco  linguístico. . .  ^Ue  totyioti-se 
o  d(j  poesia  grega ^  ca n feda  em  coro.* 

O  estyio  arclútectonico  dorico  foi  o  escolhido  na  construcção 
doParthonon  pelos  seus  rivaes,  o.s  Atbenionses, 

Na  Jonia  desiobron  os  mais  alto^  voos  a  poesia.  A  epopeia 
trovana  tevo  alli  mais  de  ura  cantor»  NaqueLle  dialecto  ce- 
lebrou Homero  a!í  proezas  de  AchiUes  e  Agaraomooíi,  sendo 
adoptado  por  líesiolo  na  Theogania  e  nos  Trabalhas  e  Diat,  e 
por  outros  poetas. 

Após  um  iníervaLlo  de deoade leia,  essa  poesia  retempera-sii 
nas  fontes  da  inspiração.  Callino  accende  com  seus  versos  o 
patriotismo  de  seus  compatriota^,  cidadãog  de  Epheso.  Tyrteo 
reanima,  cantando,  a  coragem  dus  Atliefliensos,  o  Archiloio,  a 
quem  attribuem  a  invenção  do  rytbmu  jambico.  diffãmando  a 
Lycambj,  que  se  suicidou  por  ciusa  de^ísa  tíatyrv  e  a  sua 
filha  Neobula,  que,  com  applauso  do  publico,  o  imitou  nesso 
acto,  mostrou  qual  o  eíTeito  social  do  talento  poético. 

Também  ues^a  lín:joa  corapuzeram  iiymno.-s  Anacreonte  e 
Mimnervo, 

Com  a  invasão  Persa  cessou  a  ijifltiencia  jonia. 

Chega  o  poriodo  da  decadência  dos  nell.?noH.  Surge  o  typo 
achôo,  que  se  accentua  em  Myccnas.  A  pelas^ica  Tyrintho 
cede  o  logar  a  esta  cidade  da  nov.i  raça  preponderante.  Em  My- 
eenas,  e  maia  que  tudo,  em  Espata,  aldeia  da  Atíica,  nasce  a 
estatuária  grega,  OTliesouro  de  Mycenas,  qtie  as  ultimas  exca- 
vações  puseram  a  desi^oberto,  encerra  nào  monos  de  20.000  peças 
em  otiro,  prata  e  bronzo,  e  raris3imas  de  ferro.  De  sua  Acró- 
pole 1'estam  colossaes  ruínas. 


IM  RSTVtA  DO  IM&liLLlU 


Y>>s±iÉà*ir^  ^.Hixat^,  LiõMia  K^er?^  ôfirk  sn  ara»  l^prtzr- 

inei!«i!i9iiíi:   :  i<:aie  íé  leiíâa  ta  ^:iSiii:r!a. 
vji»i-:i^  !:aiií*ST>ríi*  ia  :Õ!$cnz!i£aiiS-. 


naia^  nnài-jiiíi:  -t  "nitsv.riiaajii;  :  'P*úi:i:*:aem:^  nau:  k  sciísKZ^ 

«iiittr»  k  TiLia  £s:Jkj^  «  «ir«  k  urru    !r*t  .*Lk  i»^iii»  Iíitjjml 
aeiaiiikõaii  ia  'atjt  a  la  1~  i  irx^  i  2i:~i  r^pojõia  xn  aitCAç:^ 


II 


Athenas.  —  O  culto  de  Dionysos.  —  A  Tragedia  nasce  das  festas  da 
TÍndima.  —  Theatros,  Hypodromos  e  Odeons.  — O  coro  primitiTO 
constituindo  a  Tragedia. —O  canto,  a  dansa.  —  Estructura  da 
Tragedia.  —  Sophoclcs  e  Euripides.  —  O  Fado  o  Némesis. 

No  soculo  vn  antes  de  J.  C.  Athenas  começava  a  flgurap 
como  grande  cidade.  Depois  de  Sólon,  soo  legislador,  surdio 
outro  grande  homera-Pisistrato. 

Esto  Rei  da  montanha,  sem  assumir  titulo  algum,  que 
designe  a  supremacia  do  poder,  toma-se,  naquella  cidade^  de 
566  a  527,  o  homem,  que  faz  o  que  quer, 

A  popularidade,  de  que  elle  gosa,  justiflca-a  pelas  grandes  e 
úteis  construcçôes,  que,  de  próprio  impulso,  realisa.  Abastece 
d'agoa  Athenas,  abre  estradas,  que  ligam  essa  cidade  com  outras 
importantes;  erige  aqueductos;  encarrega  Ictinus  de  começar  a 
edificação  de  Parthcnon,  toma  aos  Mytilenios  Sigeia,  collocada 
no  Hellosponto,  manda  reunir  o  copiar  os  poemas  de  Homero, 
promove-lhcs  a  recitação  e  concede  toda  a  protecção  a  um 
montanhez,  (Thespis)  inventor  de  novo  género  litterario,  fadado 
á  immortalidade.  E'  a  Tragedia,  que  no  incunabulo  solta  os  pri- 
meiros vagidos.  A  poesia  lyrica,  que  no  vetusto  povoado  de 
Sycionia,  sita  no  golpho  Corinthio,  lhe  dera,  sem  o  saber,  a  pri- 
meira forma  nos  coros  em  honra  de  Dionysos,  compostos^ptolo 
poeta  Epigenio,  transmitte  estes  coros  á  Attica. 

A.  e  M.  Croiset  ass igualam  o  culto  dionysiaco  como 
origem  da  Tragedia.  Do  dithyrambo,  que  Peladan  doflne  cpas- 
sado  por  duas  portas  ou  nascido  duas  vezes»  (allusfto  ao  mytho 
do  Deos  das  índias  encerrado  na  coxa  de  Zeus)  nasce  o  poema 
dramático. 

Era,  ao  principio,  improvisado  esse  dithyrambo,  propric^- 
mente  popular.  Quem  preludiava,  attesca  Aristóteles,  era  um 


156 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


caotor^sobro  thoma  narrativo  em  tml  ryihmo;  o  coro»  or- 
dinariaraonto  composto  do  satyros,  resporidia-lhe  por  fragmen- 
tos, que  deviam  ter  sido,  de  antemão,  decoradojí»  o  ordina- 
riamente  moáclados  de  gritos  de  dor. , . 

A  Tragedia  foi  uma  transformaçno  do  goncro  satírico. 

Heródoto,  o  pae  da  Historia»  dá  tof^tera unho  de  que  o  as- 
sumpto desses  dithyraniboi  saty ricos  não  era  excíusivamonto 
Dionyaos  e  rnn  também  as  legendas  heróicas  locaes.  Assim 
Epifjronio,  o  por^ta  iyrico,  aeiraa  nomcatJo,  oscolhendo  episódios 
do  Homero  e  outros  poetas,  híirJava  sobro  ellft.s  cantos  trágicos, 
doí*  qnaes  pouco  diíToria a  Tragedia  Athenicoso,  aiuJa  nascente. 

Quando  o  objecto  do  canto  era  Dionysos,  representava  elle  o 
nascimento  e  a  vida  de  Dcos,  exprimindo-se  os  lances  de  dór 
por  ais  lastimosos. 

O  plantio,  cultura,  poda  e  colheita  da  vinha  att*  a  vindima, 
gymbolisavam  as  diversas  phases,  por  que  passara  o  alumno 
de  Sileao. 

Vinha  depois  a  yindima  com  a  estrepitosa  alegria,  que  o 
vinho  novo  prodnz  na  í>ecasiao  do  envasamento  ;  soguiam-se 
transportes  de  exaltamento,  O  Deos  possuia  a  todos!  «Evoh(5l 
Sabot^  !>'  grifos  de  folia,  carnaval  de  bachantf^s.  Succediam  aoa 
hymnos  triumphaes  as  monodias  Itíctuosas,  tudo  acompanhado 
de  gesticulação,  primórdios  e  en^taios  da  mimica  thi^atral,  que 
não  se  compadeciam  eoni  a  simples  recitação  dos  textos  lyricos 
fóradaquella  scena  revolta,  Produzia-se  alli  a  escandecencia 
dos  ânimos»  mui  dilToreute  do  ardor,  nobremente  onthusiastico, 
que  despertariam  no  auditoria  os  aédas  com  os  versus  patrió- 
ticos de  Ilonieru.  Eram  permitttdos  todos  os  disfarces»  que 
apix)xjmassem  os  excitados  do  Deo^*,  ou  dos  outros  protago- 
nistas  da  or^'ia.  Dizem  A,  o  M*  Croisot  que  elles  procuravam 
arremedar  no  vestuário  a  â^ura  d^aquclles,  euj  is  aventuras  can- 
tavam. Coros  de  homens  enroupados  em  pelles  de  cabras,  dando 
a  si  próprios  o  oome  de  bodes  (IpaTo)  representavam,  os  sa- 
tyroe,  sócios  turbulentos  do  Dionysos, 

Estes  córo§  saty ricos  constituíram  a  forma  elementar  da 
Tragodia. 

De  outra  modo  ó  explicada  a  origem  desta  palavra. 


PROMBTHEU   ACORRENTADO 


157 


Dionysos,  ha  veado  desicoberto  o  segredo  án   cultivar  a  par- 
reira, o  d'elia  extcaliir  o  viaho.  revelo(M>  a  carto  pei-Hoiiai^eni. 
de  Borao  ícaro,  e  natural  da  Atticík. 

ICMi'o,  eucontramlo  utii  liode,  a  comer  folhas  de  uma  de  suas 
viohíis,  imtuoIOQ-o  a  seu  bojnícitor,  íaiito  por  interesse  [iropriu, 
cõiíio  em  signal  de  recmhecimnato.  Os  carapouezes  dausaram 
em  redor  da  victima,  entoajado  !oas  ao  Deos,  Esso  divertlmeuto 
veio  a  sor  uso  aunual,  tlepoís  íJiorificio  píiVlico,  c<3remoma 
universal  e,  alfira,  eápoctaculo  prolano.  Tomou,  com  o  decurso 
dos  anaog  o  caracter  de  festa,  celebrada  no  templo.  Compuseram 
os  poeta:^  hyranos  em  honra  a  Dionv.^os,  lira  premio  uos  con- 
cursos do  pocísia  iim  odre  tle  vinho,  ou  am  bode»  por  alktsão  a 
esso  hymno  dionyaiaco,  de  ha   miuto  deaominado  «Tragedia». 

Estos  cúroíí  audatorios  de  Dionysos  não  formavam  propria- 
meate  a  Tragedia. 

A  ideia  do  poema  dramático  é  commum  em  todas  as  na- 
ções do  mundo.  Vem  da  natureza.  Narra  Acosta  que  09 
Chinezes  possuem  tlieatros  vastos  e  a^rradaveis,  magni liças 
vestes  para  03  actores  o  peças,  cuja  representação  ae  eflfectua 
em  dez  ou  doze  dia<,  som  que  sejam  ia  ter  rompi  das»  salvo  nas 
horas  de  refeição,  'iartíilasso  doía  Vega  cita  03  theatros  dos 
Jnca.-^,  no  Perti,  0.^  objectivoíá  das  Tragediai  oram  as  prooíía^í  e 
viciarias  de  seus  cheies  e  heròes. 

Cansaram-so  os  poutas  ^^^e^os  dos  elogios  dionysiacos,  que, 
aíinal,  como  todíjs  os  elogios  sobre  um  só  thema  ou  objecto, 
&3  tornaram  frios,  redundando  mais  em  favor  do4  sacerdotos  de 
Dionysu?*,  do  que  dos  espectadores.  Thospis  foi  o  primeiro  a 
oosir  íazer  com  exit:i,  mudança  nos  hábitos  tradiceionaes.  Sob 
pretexto  do  conceder  ao  coro  pausas  do  descanso,  mtcrrompeo- 
Ihe  a  acção,  introduzindo  na  scena  um  mascara  a  repetir  uar- 
rações . 

Enta  innovaçãoíí gradou.  Esses  i>er3onagens,  que,  repetindo 
as  proesas  do  DionysoSi  ou  dos  hor6os,  protagonistas  do  dythí- 
rambú  pupnlar,  em  representação,  dialri;>'avam  com  o  coro» 
eram  0^  aédas  dos  cantos  épicos,  animados  pela  mimiea.  Des- 
«reve-oâ  Horácio  com  as  faces  besuntadas  da  lia  do  vinho  (para 
mais  parecença  terem  cora  os  9at\Tos)i  0  em  passeio  n'uma 


168 


RBVIOTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


c&rrocÀ,  d'o£ide  ellcs  jogavam  cbufaji  e  agudaa  larachas    aos 
que  paleavam. 

Era  o^ta  a  Tragedia  satyrica,  de  Thespis,  Não  passava  de  um 
«flbo^*  O  actor  vinha  á,  sceaa  qo^  iotervalloá  do  coro  ou  recitar 
luna  acção  real,  ou  de^ompoahar  o  papei  de  um  primeiro 
her^,  e»  em  seguida,  desaguado  o  terceiro.  Havia  nisso  maiJ 
de  epopeia,  que  de  Tragedia. 

Pouco  a  pouoo,  o  accêssorio  se  substituio  ao  principal. 
Foi  sendo»  pro^^ressivamente,  esquecido  o  destino  do  coro  o,  por 
Hm,  nem  mesmo  se  pronunciava  o  nome  de  Dionysos*  Dahi  o 
dizer  PiutarcTO  que  a  Tragedia  fôra  desviada  do  seu  âm,  <E' 
bello  tudo  isto  (ex clama v»-se) ;  mas  nada  tem  oom  Dionysos,» 

Thespis  doo  preponderância  ao  elemento  da  Tragmlia,  do 
então  em  diante  dialogada;  oão  poude»  porém,  eitijiguir  o  ele- 
mento satyrico,  tão  caro  á  população  rústica,  onde  liouve  berço 
a  acção  dramaticatá  que  Pisistraio  abrío  entrada  ua  cidade... 
O  culto  aoe  beróes,  doaenvolvendo-se  de  par  com  o  dionysíaco, 
foi  desterrando  da  Tragedia  o  elemento  satjrioo. 

Cherilos,  successor  de  Tliespis,  ô,  conforme  certo  provérbio, 
um  doa  mestres  do  drama  satyrico, 

Phrjnicos,  que  (diz  Suidas)  admittio  no  theatro  o  persona* 
Içem  feminino  (naturalmente  melhorando  a  mascara  e  o  vestuá- 
rio, poi^  os  costumes  AthenieOrtes  se  opp unham  d  appariçâo 
da  mulher  em  acena)  deo  á  Tragedia  mais  brilho,  variedade 
nos  sentimentos,  nas  emoções  e  no  exterior  apparato.  Foi  o 
primeiro  a  exhibir  no  theatro  acontecimentos  oontemporaueos, 
como  a  Tomada  de  Mjfleto, 

Os  sai^rroB  acaram  excluidos  do  cdro»  no  Y.  século.  Foi,  no 
eatantOf  oeceasario  resuscitar  o  género  satyrico,  para  attender 
ao  gosto  do  publico  e  aos  reclamos  dos  padres  de  Dlooysos. 
ementa  formou  o  coro 
lim^  dii  Croiset,  que  alem  da  Tragedia  attica,  des- 
satyrodç,  huuve  outra  peloponesa,  iniitada  da  pre* 

ii»i)    cora   Kschylo  e  Cherilos  na   líF 

este  novo  género,  que  foi  aceito i 

i»f  cui4w»»w,  1.^    .....^uiense»  renunciassem  á.   Tragedia 


PROMETHKU   ACORRENTADO 


159 


ordiaaria,  Datii  em  diaatG  as^soeiar^m-se  os  doía  géneros,  sendo 
regulada  por  lot  ossa  associação. 

Os  poetaa,  que  tom  a- vara  pane  no  coacurao  trágico,  deviam 
aprtíaeutíir  três  Tragedias»  propriamente  ditas,  e  um  draraa 
satjrico.*.  Esto  consi;>tia»  na  opinião  de  Demétrio  de  Piíalera, 
numa  Tragedia  jticosa,  O  género  sityrico  nunca  se  elevou  ao 
meemg  gráo  de  eetima  do  outro. 

Exprimindo  homenas^em  a  um  Deoa,  a  Tragedia  era  era 
Athenas  uma  das  íbrmM  do  culto  publico. 

Servií^noB-hemos  do  algumas  expressões  de  Peladan  t^bre 
a  origem  liacra  da  Tragedia  p 

KQuaJquor,  que  seja  a  decadência  deata  arte,  merece  eJla  ser 
estudada  como  a  expreasao  mais  alta  de  no^sa  raça  e  o  rito 
supremo  da  civilisaçào  aryana* 

guando  Platão  appellidava  de  the^itrocracia  a  constituição 
athcnionse,  revelava  a  origem  sagrada  da  Tra^'edia. 

O  mais  antigo  dos  Tlieatros  surdio  do  uma  crypta,  inven- 
tada por  aiiuelles,  cuja  dominação  não  podia  ser  alttrmada  sem 
que  80  puseae  em  suspensão  a  sensibilidade  de  uma  raça»  A  arte 
scenica,  que  para  o  cloro  actual  é  antecâmara  do  inferno,  nas- 
ceo  do  íoco  oiaití  intimo  do  poder  tlicocratico.  Leodo  os  antigos, 
deacoíírimoa  um  complexo  machinismo,  cujo  apparellio  provo- 
ca inveja  de  no>íios  Tlieatros.  Vozes  de  oráculos»  appariçòes 
de  defuntos,  ceremonias  canónicas,  tudo  exige  gfande  fiabi^ 
lidado. ..  A  arte  sacerdotal  englobava  todas  as  outras. 

Solou  quer  oppor-iO  ás  audácias  de  Thespis ;  em  Kiparta, 
pregam  ao  pelourinho  a  lyra  de  Terpandro,  porque  esto  lhe 
accrescontara  uma  corda;  Luciano  diz  que  Orpheo  e  Museo 
prohibiram  a  explicação  das  cou-^atj  sacras  sem  a  dansa  e  o  ry- 
tbmo  e  Platão  exige  leia  para  regular  os  canioa  e  as  dansas, 
não  ae  podendo  cantar  e  dansar  de  outra  maneira...  A  Tragedia 
I  repreaentat  ao  monos  sob  Kschylo  e  Saphoclea,  o  rito  admirável 

I  de  uma  seita,  a  coremonia  dti   um   credo,   para  nôs  desconhe- 

1  eido, 

L  No  Theatro  do  Diouysos  em  Atbeaas^  a  cadeira  do  centro, 

^B  n&  1*^  âla,  tinha  escripto  no  rebordo  o  nome  de  seu   titular,  o 

t 


160  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTORIC» 

d08  oráculos  Pythícoé  e  atraz  «leile  o  poQtilice  de  Zeoâ,  pro- 
tector de  Athenas. 

Por  to«la  a  parte  o  hymno  foi  a  forma  primitiva  da  poesii, 
tendo,  pijr  eoQâegumte,  como  aator  o  -faoerdote. 

Hoarapam  a  Ther^piá  p  ir  haver  inventado  o  coriphêo,  que 
r>íspoQdia  Is  :nterr»>g%«:Ge-  do  eòn3  e  se  eoaservava  ao  pé  do 
altar  dos  perfaiieâ  (thymelé». . .  Não  aos  che-^ju  um  s<j  dithy- 
rambo.  P:a«iaro  irusirue-notí  do  metro  especial,  que  eiria  tal 
peça  pjetica  ;  lx>u,  porém  sempre  mysterioso  esse  cauto  de 
imcii«.-ão. 

O  templo  de  Ele^isis  era  um  Theatro.« 
E  Peladau  dxiolue  com  este  magnifico  trecho : 
«Quem  destacar  áxs  quatorze  Tragedias,  qae  dos  Gregos  nos 
reatam,  as  proporções  methaohysicas,  aohar-se-ha  em  face  de 
uma  inteIleouiaIida«ie  espleadila.  a  um  lemp^,  alada  e  rasoavel, 
illumia^ada  e  experimental  e  que  até  contêm  os  principias  do 
Christianismo.  Oppoem->e  â  esta  pes^uiza  «:s  noss^^s  hábitos  e 
tememod.  a  CvVli  pas?*:».  >er  ill  ididos.  De  que  mo^lo  o  canto  do 
bode,  aiaia  mesmo  t >rnado  Tragedia  era  Sopho  le-,  miijife>ta 
a  iraraensa  concepção  <J>  cérebro  hellenico ?  Como  aconteceo 
que  esta  arte  do  theaíro,  só  a  reílectir  costumes  e  modos 
contemporâneos,  dovco  o  nascimento  á  necessidade  de  exprimir 
para  alguns,  em  presença  de  todos,  o  mysterio  de  nosso  des- 
tino ?  Assim  foi ;  e  esta  aíDrmação  achará,  um  dia,  suas 
provas.» 

Nenhum  esoriptor  se  estendeo  sobro  a  origem  religiosa  da 
Oragedia.  como  o  illusírc  o  infeliz  allemâo  Frederico  Nietzsche, 
que  morreo  louco  em  1900. 

Diz  Poladan  qu  Nietzsche,  lauto  por  sua  pujança  cerebral, 
como  por  sua  extraniioxa,  «  merece  compartir  com  Paracelso  o 
epitheto  do  €  doutor  illuminado  »  o  que  a  Origeyn  da  Tragedia 
projecta  imprevista  claridade  sobro  o  nascimento  do  drama». 
Siigundo  Nietzscho  €  a  evolução  da  arto  c'*  o  resultado  do 
espirito  apoIIiiKío  o  do  espirito  dionysiaco».  «  Ksta  formula  (con- 
tinua Poladan)  íl(;ará  corno  opigraphe  noctíssaria  dessa  ordem 
do  ideias.  Kstíl,  porómjlon^^o  de  rigorosa  ser  Adefinivào  d'cstos 
espíritos   o  de  acbar-so  na  musica  a  parto  dionysiaca,  sendo 


PROMETHHU   ACORRENTADO 


161 


quo  ú  ditliyramlx*  não  t nc  origem  na  iustiQctividifcdtí  a  C\  pelo 
contrario,  a  expressão  da  mais  alta  consciência.  Nietzsche  foi  o 
primeiro  a  medir  o  abysnio,  qrie  separa  o  C&nto  dh  bode  de 
Cinna  ou  do  Cid. 

K' singular  tiuc,  no  intuito  de  exaltar  Nicts^clie,  Petadan  o 
approxirae  deParacelso,  que  conipr^mottiindo  a  ira  mortalidade 
seo  elixir  de  vida,  morreo  aos  48  anntis,  sem  firmar  créditos  de 
sábio  o  antís  deixando  memoria  de  charlatão.  Tratam  mais 
respeitosamente  á  Nietzsche  oatros  autoi^es  notáveis.  Escreve 
ura  dellej^: 

€  A  .sociedade*  sonhada  por  Nietxáehe,  tem  i>or  força  uuícao 
orgulho ;  mo  dá  Ingíív  nem  ao  amor,  n  Jni  ã  consciência,  pare- 
CLUido  destinada  a  ílaniraejar  ou  extingo it"-s0,  como  um  incêndio* 
Corpo  social  assim  não  ha  talvez  oxUtido,  salvo  o  do^  Chaldoos, 
cujas  v^irtobras  foram  as  almas  ferozes  o  titanicií*  do8  Nabu- 
chodonosorcíít  tiuo  sustentaram  sua  monstruosa  ossatura  e  m 
abatido  no  dia,  em  que  UEUt  dêllan  pjrJeo  a  fé  do  orgulho,  ao 
ver  uma  dextra  de  fa!it:isina  t^screvor  jia  paTOde»» 

F'  por  ii?so,  talvez,  qui;  o  citado  autor  da  Oriíjêm  e  ÍCítheíicd 
da  Trít^edia  o  appelUda  de  visionário. 

Faguet,  o  grande  critico  francez  áii  aetualidadc,  presta-the 
toda  a  eoiisideraçáo  no  livro  En  íisaiií  yielzsche, 

Eaçamo^  breve  i*esumu  úo  livro  —  Origem  da  Tra- 
tjedia . 

Nietzácbc  6  discipuío  de  Schopeuhauer ;  proleasa  o  p«íf í- 
mismo;  pensa  que  a  Vaniade  é  t> principio  do  mundo* 

Discorrendo  ítcerca  da  píúlologia,  proferio  estíis  palavras: 
€a  phihloçia  não  é  nem  Muia  nem  Graça;  é  uma  msnsa^ 
^eira  dos  Deo*es,  E  como  as  Musas  desceram^  mdr'ora^  a  ter  com 
os  caníponios  da  Beócia^  cujas  almas  sofflfiam^  inquietas  e  pertur' 
Imdús,  da  mesma  sor(e,  iDém  visitar  hoje  nosso  mundo^  cheio  de 
câres  tenebrosas  e  de  imagens  funéreas^  repleto  de  ^ingustias^  que 
não  se  ctiram,  A  philologia  irm^nos  o  mgthú  consolador  das 
belhis  Divindades  lutmnosas,  que  kahitatn  nos  longínquos  asuei 
díiíua  terra  nforiunada  :^ . 

Eis  ahi,  a  propósito  duma  licção  sobra  philologia,  a  dou- 
trina dí3  Schopenhauêr,  prôgada  a«  auditório. 


16á  REVISTA  DO  IVOTirOTO  BB10IU03 

NieiZi^eii»)  áò  Té  QO  bcmso  mui»lo  soArimeoto.   auitfufiUw. 

Musa:»  outr'orm  viera oi  cooaolar. 

«»s   íeviaaos  p*?rgan^arão:  — A*  iioe  vem  a  phiMo^ia.  trft- 

(ando-rie  da  doomua  io  fcssuufaw  f  Vlad  «m  eipintoB,  robuste- 

-   eidos  pela  raeditasrio,  illainiftMlus  pela  seiflacia.   reeoohooom 

que  o  peoi^-vdor  aliemia  romoata  á  origem  e  proetira  a  rano 

doe?  phffiomeaoe  d  i  Ti*ia  inieileetoal  da  kamaaidade. 

Xie(2,Mbe  eoteode  qne  a  pliii'3loeia  é  ama  áeieiícia  moilo 
complexa,  e  qae  toca,  por  am  Ixlo^  na  historia.  qaereodaaliraiH 
ger  a  iodiTidualidade  dum  poTo.  segvaáo  ai  maaifestações  di- 
renas  do  9pu  génio ;  doatro  Wio  tom  Mtreitaa  e  intimas  r»* 
iações  com  a  e^ifcelica.  invQ&tigaado  entre  toiat  as  antigai* 
dade^,  (de  preta^eocia  na  antiguidade  clássica)  os 
OQ  croações,  qae  apresenta  oomo  um  tjpo  ideial  da 
e  ao  caK>.  a»  ^^ieooi;is  natur«ies  em  tndo,  quo  penem  lelalíTm- 
mente  no  iQ5tiaeto   mais  pronio«io  do  homem,  isto  é,  o  da  lln- 

K,  por,  iàâo  um  historiador  da  litteratura  allemi  jniga  que 
o  escopo  especial  dos  estudos  pbilosophicos  de  Nieiaehe  o»> 
^tiste  em  liwestigar  a  maneira,  pela  qual  oi  poToe,  que  mais 
se  teem  notabilizado  pela  acção  e  pelo  pensamento,  resolTeram, 
antes  dos  povos  modernos,  o  problema  da  existência,  oa«  í^ 
lando  a  lin^oagom  do  próprio  Nietzsche — como  os  povos  suppúr 
taram  a  dor  de  viver.  Os  í^^íregos,  eontiniia  o  historiador,  não 
tinham  a  alma  tão  serena,  qual  imaginamos;  ellee,  maisdoque 
nós,  supporar.im  o  supplicio  da  dôr  universal.  Os  combates 
dos  Titrvní,  referidos  na  orii<em  de  sua  historia  :  o  inexorayel 
Destino,  que  pesava  sobre  toda  vida  humana  :  o  a»  «tre  devo- 
rando o  fígado  de  Prometheu  ;  a  sorte  de  (Sdipo  ;  a  maldição, 
que  torturou  a  feimilia  inteira  dos  Atridas  e  que  impeliio 
Orestes  a  matar  a  própria  mãe ;— sem  duvida,  eram  elementos 
d*uma  pliilosophia,  que  levou  os  Oi*egos  ao  desespero.  Como 
se  livraram  d'elle  ? 

Os  factos  dos  m.Ues,  das  misérias  e  do  s  >írri mento  universal 
si\,)  confirmados  pelo  testemunho  de  siiccessivas  gerações, 
servindo  do  base  As  inducções  e  ás  conjecturas.'  Entre  taes  fttctos 


PROMETHEU  ACORRENTADO         163 

apontam-8e  as  (estas  dionysiacas  c  o  culto  apollíneo.  Os  Gregos 
iuventaram-nas,  o  graças  áellas,  se  livraram  do  desespero  o  do 
dor  do  viver.  Assim  pensam  todo  <  os  coaimeatadores  dos  tragioos 
da  Hlellade;  conjecturando  que  as  visões  apolHneas  e  as  jdansas,  os 
cantos  dithyram bicos,  a  embriaguez  dos  actores,  vestidos,  de 
peilo  de  cabra,  doram  nascimento  ao  Thoatro  grego.  Apollo, 
creando  as  visões  deslumbrantes,  foi  origem  das  artes  plás- 
ticas e  autor  das  harmonias  do  lyrismo  e  da  musica.  O  outro, 
actuando  para  a  embriaguez  e  a  loucura,  fez  com  que  os  Grego) 
supportassem  a  dôr  de  viver.      ,  ... 

Nietzsche  doscrevo  uma  destas  festas.  —  € Nao  podemos 
cabalmente  compraheader  o  estada  dionysiaco  ^^jfoisk  an^ogia 
da  embriaguei.  E*  pela  força  da  bc]|^ida  narcótica^  que  toil^  os 
homens  c  tojdos  os  povos  primitivos  teem  cantado  hymoQS.  E*  a 
.  força  despótica  da  reapparição  da  primavera,  que  despçrta  a,  ex- 
citação dionysiana,  arrastando  om  suas  agitações  o  individuo 
subjectivo,  até  aniquilal-o  n*um  completo  olvido  de  si  mesmo.» 

£  o  autor  alie  mão,  querendo  dar  uma  ideia  das  referidas 
dansas,  diz:  €  Ainda  durante  a  idade  medieval  allemâ,  multidões, 
cada  vez  mais  numerosas,  agitaram-se,  voltearam,  tripudia- 
ram, cantando,  dans.indo  aqui  c  acolá  ;  n'essBi  dansarinos  de 
S.  João,  ou  de  S.  Guy  reconhecemos  os  coros  bacchicos  dos 
Gregos,  cuja  origem  80  perde  atravez  da  Asia-menor,  om 
Habylonia  o  nas  orgias  saceanas, 

«  O  Grego,  prosegue  Nietzsicho,  sJÍlVeo  angustias e  horrores 
da  existência  e,  para  ter  a  possibilidade  de  viver,  precisou  d*esta 
protectora  o  deslumbrante  evocação  das  visões  apollineas.» 

O  mesmo  aut;or  pen^a  que,  em  face  das  potencias  titânicas 
da  natureza  e  dos  mythos,  tudo  pôde  ser  supportado  com  o 
auxilio  d*esse  mundo  invisivel,  intermediário  e  esthetico  dos 
Numes  olympicos. 

Assim,  para  poder  viver,  os  Gregos  viram-sê  como  que 
forçados  a  croar  ou  inventar  doosos  e  cultos  religiosos.  Po- 
demos formar  uma  ideia  d'03ta  evolução  anto  o  espectáculo  da 
primitiva  thoogoaia  titânica.  Como  este  povo,  dotado  de  bellas 
qualidades,  do  emoi^ues  tao  delicadas,  de  desejos  tâo  impetuo- 
sos, excepcionalmente  idóneo  d  doir,  teria  supportado  a  exls- 


164 


PROMETIIEU     ACORRENTALfO 


teucia*  ú  náo  Uouvegse  cuniuinplailo  em  sqmh  Deo&e^  a  imagem 
a  mais  pura  e  radiosa  ? !  Fsto  inQsmo  iiistincto»  que  roclama  a 
arte  na  vida,  como  ornamento  e  coroação  da  extâtoocia,  como 
o  enlevo»  que  nos  ioduz  a  viver,  cngendraríl  também  ummuodo 
olympico»  que  foi  para  a— wnfarfí— hellonicao  espolho,  om  quo 
apropria  imagora  do  homem  ^ o reJlectia,  transfigurada.  Dam 
os  Dooscs  exomplo  de  supportíir  a  vida,  cmpcnhando-se  em 
íTonserval-a  e  em  tolerar  esto  iíohso  mundo  com  todas  os  sua» 
angustias  e  dores,  desesperos  e  males,  embriaguez  oas  folias  e 
nos  prazere.s  das  orgias  e  dansas. 

Metzactio  entra  em  minuciosas  anal^^sea  de^a  phyehologia 
da  vida  grega  e  escreve:— «  Quero  faiar  do  i^lienoineno  do  sol- 
frimonto  e  do  delirante  prazer  da  arte,  iuvaílifldo  a  naturoza, 
deatrtiindo  o  princípio  do  individualismo.  O  execravel  philtro 
do  poder  toma-se  impotente;  a  singular  mescla»  que  forma  o 
duplo  caracter  das  oraoções  dos  sonhadores  dionysiacos  i*e- 
vivo  a  lembrança,  como  um  balsiimo  salutar  nos  desperta  a 
ideia  do  nioruíero  veneno  —  (relíro-nie  a  e^se  phenomono  do 
soflVimonto,  suscitando  o  prazer  e  an*ancando  ale^xTja  dos  ac- 
centos  dolorosns.  )  Da  máxima  volupin  brota  o  ífrito  do  horror, 
õu  o  lamento  puii^fentn  duma  perd  i  irreparável.  Através  díts 
festaa  gro.^as  pa&ísa  como  qtie  um  suspiro  sentimeiítiil  da  natu- 
reza gomebanda  sobre  o  seu  IVaccíonamento  em  indivíduos. 

O  cauto  e  a  music  t  ,a  mimici  destes  loucos,  obrios  e  sonha- 
dores  de  alma  hybrida  eram  para  o  mundo  grego  aliruma  cousa 
de  novo  e  inaudito  e,  em  particular,  a  musica  dionysiaca  lança- 
va-lhes  na  alma  o  ten-or  o  o  1  remito. Si  a  musica  era  já  cora 
nhecida  como  art<^  apoilinea,  nâo  tinha  tal  caracte;*  sinào  em 
qualidade  de  tora  cadoncioso  das  ondas  do  rytbrao,  cujo 
poder  plástico  foi  desenvolvido  ató  a  representação  das  im- 
pressões apoliinoas.» 

Nietzsche  expõe  as  theorias  estheticas,  demonstra  o  pesiu 
mismo  perenne  nos  phenoraonos  da  vida  social  e  o  seui  nfluxo 
sobre  a  Tragedia. 

E\  na  verdade,  importante  a  parte  do  sou  livro»  em  que 
trata  do  meclianismo  e  organismo  do  poema  trágico,  da  lin- 
goagem,  dos  e^^pectadores,  do  coro,  da  íorçã  àercwlea  da  musica, 


I 


REVISTA   DO   INSTITUTO  UÍSTORICÓ  165 

que  na  Tragedia  attingio  a  mais  alta  expressão  e  toroou-se* 
apta  a  interpretar  o  mytho  com  eoergia  e  profiindQ  sentiraento 
quo  6,  no  seu  concerto  o  a  mais  poderosa  fiiculdade  da  musica. 
Esta  illugão  apolliíioa  allivia-nog  da  oppressiva  plethora  dlo- 
nysíaca*  Km  subtaiicia  ;  —  a  rolaçao  da  muslíía  com  o  Drama  (S 
a  verdadeim  ídoia  do  mundo  ;  a  Drama  nada  maia  é  quf>  um 
roílexn,  uuia  sombí-a  concreta  ãvMíi  ideia, 

O  livro  cantem  out^;as  tlicorias  csthéticaíí  c  psycholoíricad; 
p  não  é  poí^sivel  aqui  repr^wluzil-a.«í,  aiialysiiiidoas.siquftr  pcr- 
fimctoriamt>nio. 

O  próprio  Niotziícho  rtvonlioco  a  diíTlculdadõ  dizendo: 
<  CtimpríMioâ  aíçora  appoUar  para  todo^  os  principio  ;o;ithetico3, 
atô  aqui  expoHtos,  afim  de  acliar  direc4:ão  neste  labyrintho,  que 
outra  cotib«i  não  O  a  orij^em  da  Tragedia  ^re^a.» 

Ora,  ai  til  é  o  íabyriíithoda  Tragedia  antiga,  tambom  o  da 
moderna  nâo  parece  monos  intrincado. 

De  foi  to;  Quem  comprohemie  lioje  as  cmoçôoí?,  quem  sente 
a  intensidade  das  alegrias,  ou  das  angustias;  qtiem  estromecs 
sob  o  influxo  da  religião  dionisyaca  ou  da  visãa  apoOínoa? 

Parii  sentil-as»  seria  indi^peosavel  po  suir  a  alma  do  Grego 
daquelliis  eras  e  viver  em  idêntico  meio  ;  ter  os  seos  eostumoa, 
goíítos,   ideias  e  crenças  religi  jsaa. 

Comparar  a  Tr;ige(!ia  moderna  e  antiga  parece  tarefii  muito 
difllcíL  A  alma  moJerna,  transformada  pela  mysteriosa  graça 
dos  raios  diirinos  do  Christiajiismo,  niio  sente,  uompensatCom  & 
mesma  emoção  do  devoto  do  Doos  Apollo,  ou  doNomeDionyaoa. 
Osi  jnoderno  >  teem  sentimentos  e  concepções^  ideias  ecmuças, 
quo  os  antigos  já  mais  poderiam  sonhar.  A8  ai maa  duas  não 
.se  identificam  aem  se  conluadcm  com  as  dos  outros;  distin- 
guem se,  d  V  mesma  forma  q«o  seus  sentimcattrs,  concepções, 
ideias  e  ci^enças  ;  scpara-os  um  abysmo  :—  a  religiàQ  s^ei^osauta 
dl*  Calvário,  antiilicse  do  Polyiheísmo. 


Floria  a  arte  dramática  em  Atbeoas  porqua  tinha  grandei 
protectores.  Foi  Pisistrato  o  maior  deOe^.    Engenhoso  mecha- 


166  PROMfiTHRlI  ACORRENTADO 

Chamava-se  «liturgia»  uma  espocie  de  imposto  o:itraordi- 
nario,  do  que  os  mais  ricos  cidadãos  oram  os  contribuintos.  Re- 
vczavam-se  elles  em  dar  lautos  jantares  ao  povo  o  organizar 
para  este  representações  scenicas. 

O  imposto  (las  «liturgias»  o  a  a  consagração  de  antigos  usos. 
Os  argontarios,  desdo  tempos  immomoriaes,  gauliavani  a 
sympathia  do  povo,  por  meio  d'a<sas  grandes  liberalidades.  Pi- 
sistrato,  como  os  seus  predecessores  i Ilustres  da  montanha,  am- 
bisoionava  a  popularidade.  Não  obstante  o  crescente  luxo  das 
reprosentaçõos  o  a  enormidade  das  de3pc<as*d'ollas,  havia  cho- 
regas  antadafes, 

€  Os  poetas  em  Athenas  (diz  um  escriptor)  enteadiam^o 
primeiramente,  com  o  Archonto  eponymo,  quoora,  d<í  ordinário, 
um  homem  de  boa  tamil  ia  o  do  bom  gosto.  Kste,  uma 
yez  oelebíado  contracto  directo  com  os  concurrentes,  enviava 
três,  d'entre  elles,  a  outro  homem,  o  chorega,  ricoc  intelliífente, 
talvez  ambicioso,  mas  de  uma  ambição,  em  nada  pr^udicavcl. 
Desempenhando,  momentaneamente,  uma  func^ão  não  paga  o 
sim  pagante,  era  livi*e  do  realizar,  como  entendia,  a  sua  pequena 
empresa;  Numa  palavra,  todas  as  cireumstanoias  erno  favora- 
vois  ao  mérito  litterario,  que,  graças  á  intervenção  livre  e  pes- 
soal do  patronos  osoolliidos,  tinha  mais  probabilidab;  do 
êxito. 

O  charéga,  no  exercício  de  suas  luneçõos,  era  o  personagem 
sagradO{  objecto  do  veneração  religiosa  ;  não  intervinha,  po- 
rém, como  protector  do  Thnatro.  Na  íJrocia.  para  empregar 
uma  formula  moderna,  o  cloro  ficava  insulado  na  siicristia. 
Os  descendentes  dos  Pclasgos  haviam  deixado  ao  sacerdócio 
lujrar  muito  restricto  na  sociedade.» 

Ao  principio,  eram  os  actores  pagos  polo  Kstado,  figurando 
tamliem,  entre  elles,  o  autor  da  peça.  Depois  do  Tliespis,  que 
introfluzio  om  scona  o  primeiro  actur,  Eschylo  aílmittio  se-, 
gundo  Sophocles,  torceiro,  iiinovavão  ost  i  a<loptada,  na  velhice, 
polo  autor  do  Pvometheu,  Si  o  drama  exigia  (luarto  actor,  oste 
só  dizia  algumas  palavras. 

Dita  do  fim  do  século  VI  a  exhiláção  das  iragedia^  em 
theatros. 


REVISTA  00  IXSTITUTO   mSTOBICO 


167 


A  palavra  ^vegn.  &««Tpov  signiflca  lugar,  onde  se  olha, 
(  ÔiSírflati  )i3  se  assíjíte  a  mn  espoattculu.  OriginarSaraente, 
contantava-sj  o  espectador  com  uma  praça  publjoi,  ou  ri  n  es- 
paça livre,  jtintô  ao  templo  do  Dhmysos,  Ksparíia«?  nas  planicieg 
da  (ir^íníaoxiatem  ainda  os  vestígios  dos  x!i€átroíí  ílr»  Jím,  Patara 
KariDos,  Telmisiios,  Cnide,  Suniuni,  Epidaiiro,  Argos  o  E^arta. 

Tomaremos  por  typo  o  Thaatro  do  Dionysí:ís,  em  Aftlionas. 
Expuzeratn^na  ílft  vhtas  as  exeavaí^oos,  praticadas  em  1S62 
polo  Sr,  Strack*  Situado  no  angulo  audeííte  da  Acrópole  e  domi- 
nado pela  muralha,  ao  sul  de^ta,  estava  encostado  ao  rocheílo. 
Assim  fiol-o  descreve  certa  medalha  do  Athonaíf,  íiun  indica  a 
grandiosa  perspectiva,  do  lado  da  Acrópole:—  o  rochedo,  atra- 
vessado por  uma  gruta,  a  muralha,  a  correr  no  topo  do  ro- 
ehedoo  em  cima  o  magestoso  remate  do  Partheoon.  Pai^eeo^iue 
a  disposição  interna  d*esj?e  theatro  sérvio  de  modelo  a  outros 
odiílcios  j^egos,  no  mesmo  género,  Kr  pois,  bailta  descrevelni, 
summ-iriaraente,  para  dar-^e  um  eslx)<,'íO  dõs  Theatros  gregos, 
em  gorai. 

Compif  hende  esta  construcçào  três  partem  f^seoeiaes  :  a 
seena^  a  orehestra  O  oí?  assentos  para  ng  espei  tadoiM>íí, 

Foi,  muita s  vexfs,  rfítocada  a  scmm»  para  mais  lar- 
gura d^eata  parte  do  Theatro,  com  prejuízo  do  espaço,  occupado 
peJa  orchestra. 

Sob  a  administração  de  Lycurgo  (^0  ante-i  do  Ciiristo), 
foi  coDcltíida  a  acena  liellenica,  cujas  muralhas  sâo  aind  i  vi- 
ifiveís,  Ignoram-so  os  nomes  tÍ08  afchitecto*^.  Ksta  soena 
ddixava  á  orchestra  todo  o  desenvolvimento.  Comprehendia, 
como  todas  aa  scena.^  grega*?,  duas  partos :  —  um  espaço 
rectangular,  onde  talavam  os  actnres,  e  o  J\indo,  onde  ae 
erguia  um  muro  com  tree  portas,  denorainaudo-se  a  do  meio 
porta  rêdl. 

Sob  afí  duas  azas  em  torno  da scena,  abriara-so  duas  portas, 
uma  daa  quaew  euppunha-so  olhar  para  o  canipo  e  outra  para 
o  Agora  ^ 

Representa va-se  a  Tragedia  no  moio  de  decorações  perma- 
nentes, e  cujos  destroços  fbram  de-icobertos.  Fragmentos  de 
columnas  dóricas,  de  arcliltrav^i  de  frontõei,  formavam   esta 


168 


FROMBTHEU      ACORRENTADO 


decoração,  de  caracter  siniplO'?  o  arcíiitectural ,  Outras  deco- 
ra<;5e3  pintadas  editavam  diapoííitas  iio  muro  du  Unido. 

Quanto  ái  fiiarhiiia^i  complicadas,  aorviodo  paiM  figurar 
appainc<'>es  ou  para  produsiir  mmlan<;aá  d  i  enscenação,  es- 
tavam eucerrada^  om  ^im  porão,  dividido  mn  compartimontoâ 
!íopara<lo*i  o  do  oujo  ma  nojo  so  roíiliocoí»  an  témi>o  das  o  x  cava» 
çoító  tio  tlioatro  Athoiiionao, 

A  refina,  mais  alln  que  a  orchestra,  ora  sustou tada  por  um 
muro»  oníado  de  o,«ciilptura.  Descobriram  um  uiuit*  da  stena, 
rneonstruido  por  PhiBdr  is.  Mguras  de  Saibros  ajoelhados,  for- 
mando f-ariatideíí,  aiiíítrm  o  prasccnium,  Knire  o^tas  ílguras  ha 
um  intervallo  com  baixos  rolevos,  roprpáeiítaado  m  Jaocesi  da 
vida  do  Dionyso8  ;  no  eeiitro,  uma  e;H^ada  commuaicanilo  a 
scena  com  a  orchestra. 

Esta  parte  do  Theatro,  quo  separa  a  scona  das  bancadas, 
tom  forma  de  um  hemicyclo.  calçado  de  lages  do  mármore. 

Itrguia-Si3  no  centro  o  altar  de  Dionysos,  em  torno  ao  qua- 
evoluia  o  coro,  em  seguimento  ao  coriphêo.  O  contorno  seniU 
circular  ê  dcsen liado  pela  primeira  fila  de  bancos  em  amphi- 
theatro  o  dividido  em  8ecçÔL*g  por  escadas.  As  bancadas  foram, 
&era  duvida,  restauradas  por  A<iriano,  porque  as  divisões  são 
treze,  numero  das  tribus  atticas  sob  este  Imperador,  A  pri- 
meira ordem  de  aríjíont  >s  ptírtcncia  aos  ísacerdotes  e  aos  ar- 
di ou  tes,  que  tinham  o  diroíto  de  proéfíerie  ;  05  dois  bancos  se- 
guinte!! eram,  também,  oeenpados  por  i>esao;is  notáveis.  As 
cadeiras,  ccím  forma  de  pjltrana^,  «ao  do  marmorn  pentelico, 
ligadas  entre  si  e  separadas  umis  di»  outras  por  meio  de  i*ele- 
vod  esculpidos,  e  com  pejueno  vâo  adaptável  a  umaalmoíHda. 

Uma  inscripçíio,  cravada  no  rolxirdo  fio  cada  poltrona,  iu- 
dicava  á  que  alto  personagem ,  religio.so  un  politico,  estava 
desítinada,  como  jior  oxempb>  aos  sricerdutes  do  Zeus  Olympico, 
Zeu.-t  protector  da  cidiMie,  ApulJo  Delio,  Poseidou  PhytaJmioa, 
Ajxdío  Pytliico,  e(i\  Tinham  ainda  radeiras  o  exegeta  do 
(U-aeulo  deApollo,  i»  iiií^roplunte,  qui^  presidia  a  iniciação  díB 
mysterio-í  lie  Kieo^ia,  u  hiéromnémon,  deputado  ile  Atlienas  ao 
concelho  ampbictyouico,  e.  ílnalmento,  fi^archontea,  o  epanytm, 
o  hãitiUuf,,  o  pohmnrca  e  o  theimathetés. 


REVISTA   DO   INSTITLTO   HISTÓRICO 


lee 


A  poltrona,  quo  fuz  dircictameiíto  fiico  íl  ííceoa,  é  a  do  ta- 
Cfirdote  do  Dionvsus  íLleuthorioa,  D€o?§  a  quem  era  consagrado  o 
Thc*4fro.  Distinííiie-.^íP  da^  outras  por  uma  rica  oníamantaQâo. 
O  espaldar  conU-m  elejíafito  bako  reLQ\'o»  rep recontando  sa- 
tyroí*,  ao  gosto  archaico;  no  rob^rdo  p3:iuoaa  frisa,  asculpida , 
mostrando  o  comhatedo  doui?  Arimaj*po>i  contra  í?ripho3»  Afinal 
í^m  cada  um  dutí  iadoá  O  ílí^invido  A»qíí,  "rc^nii»  iIíh  íiri^*^!!.^  <í<j 
gatlõ,  exhibidas  no  tlin^atro. 

Oimpelia,  potá,  o  lugnr  df.  liuura  a<i  sacerdide  do  Dio- 
iiysoí^  CJi)mpreh<mdc-i?p.  facilmente,  o  ;?rato  eíToito,  produ/Jdo 
por  lima  scona  da^i^an^í,  du  Ariistophaiies.  Quando  Dionysos,  se- 
guido de  tifíu  ascravo  Xanthiaií,clK3g.iva  aosinferjios  e  era  presa 
de  I  omico  terror  ante  oa  mountroá,  que  lhas  guardam  a  en- 
trada, o  actor»  oncarreííado  do  papel  do  Deos,  voltava-so  para 
o  publico  exclamando  :— -«Tu,  meo  padre  ;  silva- me  d*aquí 
e  lova-me.  qeu  ser  'i  too  compiin beiro  de  festim  I  » 

A'  dii*eita  e  A  esquerda  da  scena  abrem-:e  largos  corre* 
dores»  outr'ora  ornados  de  estatuas^  em  cujas  ba^os  (únicas 
p.  :'tc.^  eonsorvadaa  )  lèDm-«*3  ainda  os  iionios  dos  jxMstas  dra- 
máticos mais  celebros— Tbespis,  Kupolis,  Tiraostrate  o  Menan* 
dro. 

A  Idíítoria  do  Thoitro  antigo  prende-se  ao  eírtudo  doa 
monumentos  choregicos,  lembranças  das  victorias  ilramaticas, 
;iloançadas  na  festa  do  DiotiyHos,  Sabe-se  quo  om  Atboíias 
tinham  as  representa*;rioá  theatraes  o  caracter  do  uma  insti- 
tui ição  reliííiosa  e  naeijjnaí»  cabendo  oJTlei ai  monto  aos  cidadãos 
abaat-adoi  as  da^ípesas  com  o^  coroa  Ivrios.  O  choréga  devia 
reunir  m  elementos  dos  co^^ôs,  composto  de  homens,  de  rao- 
niuus  de  p>  rríiikhistaH  o  ilan^arino8  cyclicon»  da  tocadores  dn 
flauta,  c  forjiocor  o  trajo,  as  mascaras,  o^s  acceíisorios. 

Havia  um  cfioréga  por  Iribu,  Si  o  eôro»  por  elle  formado, 
obtinha  victoria»  o  chon^ga  i^ocobia»  como  premio»  uma  tripoça 
lio  bron/  %  que  ello  co  Haj<rava  ao  nome  rle  nua  trilu,  fosse 
numa  das  r.ias  do  Atíiena^»  que  tinha  o  nomo  il©  rua  das  IVi- 
peçaa,  fossG  no  teménos,  do  Dion^so:^,  ou  n líj  vi<i  dxanças  du 
Tbeatro.  A  tripeçA  era  collocada  àobro  pequeno  raootiraenío^ 
B       de  caracter  architeetiiral»  sempre  da  forma  variada. 

m. .         , 


ITO  PROMBTESTJ    Aa3fUIS>'Tja)0 


Aan*n.  nv^a  jmra.  s^iiLi  y^task  •&>  Tb^%3p>  e  trmarfor- 
BLiíA  e -1 'fempi.:-.  >*i»>    ^iiòr^íí-    T.:t;,rj>í  Trki-lJáK  i  wiao  380> 

.■.iwTiri.*.  -11,  •  ii«-iii'  7*^'i»'.-:\  X  '.r.z^ri.  •  •  na;:*  '^.xili^cído  dos 
:nf>n;iií:i»Q%M  :ai  re^r  ■!»-  ■  •  í»»  L.  *  i5r-i>i?«.  i  nu  4as  Ti  ytjaj, 

^ lUCf^m  I X  i  íru^ ir .  wi .  rAii  tme  ne    : rr.i^, à   ie  ba lío  relê t.%  r^ 

'.>••  iatarrijlxTmia^  «ãi>  preeúooit  :<  por  plicas  lie  mariBor^, 
aji-tt.í*.'»  •  ^11  «ií^iTíílo  '^  >x*3;ftiiii«.  ii  pfcne  *«p«rt:r.  de  tri- 
pé*; m  •im  reiero.  O  e»i:n';>-   o.-er*)  ítítiti  wet»  tie  mamiore, 

íiajr;:i'i:>  :»^.an^  e  .>?r.'3it'  -l^  im  il-rÃo.  «líi-?   sereia  de   >«aeá 

aat6^?  l-  i.  r.  >  L.ie  .•'e?^i>»  :ira  «i  >  maS  aui  fw  exemplos  da 
<'>rd«iíin«?a  iriTia^.bia,  -ipDlit.^ii  i  .^rrlin*^.-íara. 

bava-i4  o  aome  •le'>tf«nLf  ao8  The.i'r'>.  «lae  especialmente  je 
d»>t liaram  a  i>>no»?rv-* ,  C>s  pjeíis  o  '.<«  m  :si<.*os  ahi  exerciani 
lambem  o  -alerit),  an:*^  li  •  ^u^m♦?»;:or  '«ua.s  pro*iuo«^3o6  ao jaizo 
áí>  ptiMíco.  '>  Orf^^iM  differi  im  «los  Taeun».  prioeipataente 
pelo  te<:oe  por  certas  partii*iilrvr:da.les  de  di^^^r.s^o  interior. 
Ffla^i  de  oolrimoas  sa^tentaTim  o  tecto :  a<«  oaileiras«  dispoclas 
^m  ítm^ítiíreíitro.  <;ram  rrjíi  to  n'imer»is. 

P  >*»n  a  Ath^ffia"  am  0<!lMf»  oel*»bre  —  o  qne  Péricles  man- 
dara f'f>u¥iXrM\T.  em  ■'iMr.ijií:^'^»  J.>  antizo,  situado  peno  do 
V\un^ftr<r\tíf^,  VjiUt  Miflcío  epfiruia-se  perv>  da  Acrópole, 
^•//fjMírrj';  a/i  Th  •atr'*  de  biony3>i,  a  lét^.  O  lecto,  pontudo,  tinlia 
pí>r  omat/^  antennarf  e  mastros  do  i;avio3  persas,  «laniio  a«»  rmv 
numerjf/i  aspecto,  ^lemelhiMe  ao  «la  tenda  ie  Xorxes. 

FiUa  Plutarco  do  jr\w\e  numero  de  cadeiras  e  cidumnas, 
qne  alli  havia,  sí  6  dííllcíl  boje  formar  ideia  exacta  daqaelles 
efJíflcir^fi,  prjfiemos  estudar  as  di-p»>-ições  c*->mmuns  ao^Theatroe 
do  mosíí;*  nart  ruínas  de  Oc(e<m,  levantidas  p«ir  tlèivHle^  Attico 
em  memorím  de  sua  mulher  Regilla. 


REVISTA   DO    INSTITUTO  HISTÓRICO  171 

Os  Stades  (estádios),  onde  luctavam  os  pugilistas,  os  corre- 
doroá  a  pó  etc.  e  distinguiam-se  doá  Hippodromos,  reservados  aos 
páreos  do  carruagens .  A  disposição  geral  destes  monumentos 
era  igual,  o  o  seu  piano  fora  muito  simples,  desde  a  origem. 

Formavíim-nos  vastos  espaços  ai)lainados,  lorcados  de 
terra  artificial  em  pequenas  meadas,  ou  comprehendidos  entro 
monticulos  naturaes,  onde  se  apinliavam  os    aspoctadores. 

O  traballio  do  architecto  o  do  cngenlieiro  consistia,  princi- 
palmente, em  dispor-lhes  as  barreiras,  e  ntre  as  quaes  se  distin 
guiam  as  do  liippodrorao  de  Olympia,  construído  por  Cleotas. 

O  fótadio  6  uma  arena  estreita  c  longa,  terminada  em  uma 
das  extremidades  por  um  somi-circulo.  quo  pan^e  com  um 
Theatro,  graças  a  seus  bancos  o  íl  sua  f(')rnia  arredondada.  Pro- 
longavam-s)  os  assentos  ao  longo  da  arona,  como  so  ve  em 
Cibyra,  na  Ásia  Menor. 

A  diíterença  essencial  entre  os  Stadios  e  Hippodromos  é  que 
noS  primeiros  aáo  ha  stales,  nem  barreiras  para  os  carros. 
Qilanto  ao  mais,  as  mesmas  disposições  e  os  mesmos  termos 
para  análogas  partes.  Com  o  progresso  do  luxo  publico  e 
privado,  os  Estádios  foram  ornados  de  ban<íos  de  mármore  o 
columnatas,  de  que  ainda  se  voemos  vestígios  em  Messenas.  O 
Estádio  Panatlienaíco  de  Athunas,  que  servia  ao?  jogos  das  Pa- 
uatlieneas,  fora  magniflcamontc  ornado  polo  rico  Herodes  At- 
tico,  que  cobrio  de  mármore  pentelico  os  taludes  das  cadeiras. 
Paflsanias  e  Philostrato  íHlam,  com  admiração,  desse  trabalho 
luxuoso,  executado  em  quatro  annos.  Foi  ahi  que,  mais  larde, 
A(Íi*íano  deo  á  população  de  Athenas  o  espoctaculo  de  jogos  san- 
guinolentos, imitados  dos  Romanos. 

Ao  contemplar  as  ruinas  desses  monumentos  da  velha  me- 
trópole da  Hellade,  surgem-me  ante  a  imaginação  as  sombras 
de  Alcibíades,  Platão,  Péricles  o  Asi)asia.  Absorvo-me  na  ad- 
miração dos  monumentos  que,  ainda  entre  destroços,  attestam 
ã  grandeza  o  o  gosto  daquelle  povo,  que  pelo  cinzel  do  Phidías 
c  Praxiteles  e  pela  palheta  de  Appelles  o  Zeuxis  sensibilisou,  im- 
mortalisivndo-o  no  mármore  ena  t:da,  o  bel  lo  ideial  da  ÍVirma. 

Com  que  arroubado  recolhimento  contemplo  a  Acrópole, 
o  Partheoon,  o  Tlieatro  de  Dionysos,  o  Panthoon  de  Agrippa, 


172  FROMBTHEU  ACORRENTADO 

edificios, Oíu  cujas  pedras  dormem  os  vestígios  de  tantos  pés, 
formando  sco  pó,  ba  sdcalos,  a  matéria  de  outros  corpos, 
em  que  toi  transfUndiílo ! 

Quam  proflmdameate  mergulho  a  vista  nesse  mar  azul  do 
Pireo  (hoje  Porto  Ijeoiie).  onde  me  parece  ver  branquear  ainda 
as  velas  lias  nãos  do  Xorxesi,  postas  a  piquo  por  Themistocle?, 
em  Salamiua  I 

Com  que  intendo  jubilo  assistiria  ou  a  esses  jorras  olym- 
picões,  ha  pouot)  celebrados  e  quo  rasuseitam  todo  um  passado  de 
gl)rias  daquollo  imp;M*io  de  uma  civili^içÃo  extincta,  H  qual  o 
mundo  actual  tudo  devo! 


No  Thoatro  de  Dionysos  ha  um  amphitheatro  de  bancos, 
talhados  na  rocha  ou  construídas^  sobre  o  declive  da  coUini.  A 
dansa  ou  úrchestra  occupava.  lo^o  em  seguida  aos  bancos,  mn 
ospaco  circular,  bem  aplainado  ou  lageado.  Ahi  se  eíTectuaTam 
as  evoluções  do  coro,  que  se  movia  em  ronque  ou  columna,  atra- 
vessava a  orchestra,  grupava-se  ao  p<:*  do  altar  ou  se  adiantava 
até  a  scena.  Ora  eile  seguia,  em  passo  cadenciado,  cantando  com 
acompanhamento  de  flauta,  ora  se  agitava  em  dansa  lenta  e 
grave,  mui  diíTerente  da  tumultuosa  dansa  da  Comedia. 

«Bem  que  a  Tragedia  tenha  sabido  do  coro  (díz  um  escri- 
ptor)  cumpro  differençar  o  hymno,  mesmo  dialogado  e  pura- 
mente evocativo,  do  drama,  realisador  de  uma  serie  de  acções. 

Não  aos  rosta  cijro  algum  primitivo  ;  os  de  Eschylo,  quo 
sâo  os  mais  antigos,  atastam-se  do  dithyramU)  inicial.  Consi- 
dera-se,  cm  geral,  o  coro  como  representação  constitucional 
do  povo.  Schleger  dá-lho  o  nome  de  «03pocta<lor  idoial»  o 
Schiller  vc  nelle  muralha  viva,  a  separar  a  Tragetlia  de  um 
mundo  exterior. 

«Representa  o  coro  a  humanidade,  em  geral.  Lyrico  ou  scn- 
tencioso,  clle  manifesti  a  cons-ioncia  nu'dia,  o  homem  honesto 
do  nosso  grande  século.  Bom,  sem  horoismo,  a  detestai*  o  crime, 
piedoso  ante  os  infortúnios  e  sempre  razoável,  paroce-se  com 
OftUs  figuras  exclusivamente  pittorescas,  coUocada^  ao  pé  de  um 


REVISTA   no  INSTITUTO  HISTÓRICO  173 

monumento   para   lurnccercm   dados    ao  calculo  do  8ua  pro- 
porção. 

Nada  diz,  nada  faz,  que  não  seja  de  uma  sensibilidade 
usual  edo  comcsínho  bom  senso;  a^iui  instinotivo,  allí  expe- 
riente, 6  o  eco  á  voz  do  protagonista.  Em  lugar,  poróm,  de 
amplificar,  cllo  reduz  o  som  ;  contemporisador,  do  prudência, 
um  tanto  racoiosa,  protestando  em  tudo  sua  fraqueza  e  sua 
piedade  para  com  os  Deosos  Reitoi*cs,  díl  o  tom  á  impi'cssão  e 
vao  acompaniiando  essa  impressão  até  que  ella  se  exhaura  no 
assistente  o  tira  da  scena  final  um  ensino,  fazendo  applicação 
moral  da  catastrophc  á  alma  coUectiva. .  .> 

Referem-uos  os  eruditos  que  o  coro  dansava  e  cantava... 
Segundo  Platão,  a  dansa,  denominada  choreia,  designa  a  união  do 
gesto  o  da  voz,  c  a  que  chamavam  carola  constituía  um  canto 
cyclico  dithyrambico ;  não  ha,  porém,  certeza  sobre  este  ponto. . 
Dizem  que  o  coro,  formado  sobre  trcs  linhas  de  quatro  ou  cinco 
pessoas,  se  adiantava  em  flla,  ou  em  colunma. 

Esta  entrada  apresentava  um  caracter  pjithetico,  análogo 
ao  Drama.  Atravessava  o  coro  a  scena  e  descia,  por  degraos,  á 
orchestra,  precedido  do  flautista.  Em  tx)rno  do  «thymelé»  ou 
altar  dos  porfumos,  conipunha-se  o  dythirambo  de  três  movi- 
mentos d  istinctos;  evoluia  a  estropheá  direita,  a  anthisthrophe 
d  esquerda,  doando  o  epodo  no  meio  da  orchestra. . . 

Possuo  a  bibliotheca  do  Toulouse  um  Sophocles,  de  lt>03, 
annotado  por  João  Racine,  na  parte  relativa  á  enscenação. 
Contém  esse  livro  esta  curiosa  passagem: 

<  Estrophe:  A  passagem  dos  dmsarinos  da  direita  para  a 
esquerda  exprimia  o  movimento  do  ceo,  que  é  do  Oriente  para 
o  Occidente. 

Anthistrophe:  A  passagem  da  esquerda  para  a  direita  sym- 
bolisava  o  movimento  dos  planetas,  que  vão  do  Poente  ao  Le- 
vante.—  Epodo:  a  parada  dos  dansarinos,  exprimindo  a  immo- 
bilidade  da  terra.» 

E'  até  hoje  impenetrável  o,  provavelmente,  sempre  o  será 
o  segredo  da  musica  dos  antigos. . .  Os  cantos  lyricos,  que  en- 
quadravam o  dialogo,  eram,  provavelmente,  em  jambo;  em- 
pregavam o  trocbaico  nas  passagens  mais  vivas. 


TH    **A:r*r:    íl^-     i»fiii   :   í^t*.  z-?fi_r  ,  iriSL   :  ^nicrkTj  jctiíaa 

A    zs-.Zjí  ;._•:.  .   k-7  ir  i*  iz-v^Lx  -ark  ;i»*ci  i&^sssímT»  os 

:±.:t>  &  :i>^.'k  ir  --^-rr^  i:  .-:.-: .  Z.JiA  :  rdr:  k^ís49  mestre) 
íiEiíír-fr-  :-?o:=  i.vi:  r:-nt_iÀ*:.  :  ir  :  Lr.r;fc,  *,  Urezas  rezes, 
fiIiT^  «?::- j.-r-.-ç  :»>  :l-«  j.   ?>:-.  :.:r>:  :ii  v-r^-rc^es.  tnxiun  os 

V,t^^  ^;/ír.^-'  í^  f  »/;:j*  •;* -l^-iia  •^:-c:*!  r:  >^\  .  ^r.m   fa-»  para  as 

f^f-Af,  '■,'*-,   '    rtr^Vx  protr^nio.    .Tí-r^êi^sd :•  •  ;uiir:« -ie  telas 

*^j  i.^  r.:,  •:  T'.*  ;;,íi.;:í. :.<!-.  ;  r.;:i*:vi$  J,  ;-  v* >.  ::;  desti- 
.'./»/i*<  í  *'i'.\^'/.,*..'i  'í'/í  ifi^j^f^i  por  '.-ima  i>  proscénio, 

'>yí.*-'f/'vi*.;ir/j-v-  o^  v;V>r'f  aLtiô  a  -:eni.  cão  era  ifSUiAo 
on   //UVif/rr/j*. 'J#;  r.jAíf^r  aiturA   que  «j  ta'>ja#io  ou  nivel  da 

OAn-I.Ví*  or^/.»,  ^  m '.-cari.  de<tini.1a  a  traduzir,  de 
IH'/ lo  ííáíjj>|í;' "  vy:<;'ítij;i'J'/. '^ -rx^,  ;*  c^.-Ddivnõ  Ju  pers»:»iiagem 
*i  íi  «entimífriv^  n':ll>  /lo-níriant .-.  P  .r  nieio  i^s  jesios.  dii<  .itti- 
Xuái»  e  da  <J«;laííj  í/;ío,  '-oíj-^f/u.am  os  a^i  ji-.-s  .iis;an;ar  á  bocca 
e  cw  olbos,  <|uc'  ficavam  a  .Jescobertu.  Os  traje-  sceaicos,  imi- 


REVISTA   DO    INSTITUTO  HISTÓRICO  t75 

ttuios  dos  hieropbantes  e  sacerdotes,  imprimiam  aspecto  ma- 
jestoso aos  vultos  trágicos,  e  os  oalçados  de  saltos  elevados 
davam-lhos  uma  altura  sobre-humaaa. 

Didascalias  eram  os  processos  vorbaes  de  julgamento  dos 
concursos  trágicos,  em  que  oj  juizes  attribuiam  lugares  c  pré- 
mios de  valor  aos  três  concurrentes. 


Tratemos,  agora,  daestructura  da  Tragedia. 

Temos,  cm  primeiro  lugar,  o  prologo,  que,  seguado  Ai*is- 
toteles,  é  a  parte,  que  precede  a  entrada  do  coro.  Eschylo  in- 
troduzia o  prologo  desde  o  principio  da  Tragedia,  processo  que 
o  próprio  poeta  abandonou.  Consiste  o  prologo  na  exposição  da 
peça,  ora  em  dialogo,  ora  em  monologo. 

Posto  de  parte  este  preliminar,  divide-se  a  Tragedia  em 
episódios,  correspondentes  a  nossos  actos.  Entremeiam-se  a  esses 
episódios  os  cantos  do  coro,  denominando-se  o  primeiro  delles 
parodos  e  os  outros  stasima,  tendo,  algumas  vezes,  o  ultimo 
canto  a  denominação  de  êxodo. 

Ha  episódios  longos  e  curtos  na  mesma  x>eça,  sendo  mais 
seguido  o  systema  de  reduzir  a  quatro  o  numero  delles,  alóm 
do  prologo.  A  divisão  em  cinco  actos,  porém,  só  se  tornou  de- 
finitiva no  período  alexandrino. 

Eschylo  concebeo,  visivelmente,  que  a  Tragedia  se  devia 
nutrir  de  paixões,  como  o  poema  épico,  mas  do  modo  differçnte, 
isto  ó,  com  ar  mais  vivo  e  mais  animado,  â  proporção  dadiíTo- 
rença,  que  ha  entre  a  duração  de  um  e  a  da  outra,  entre  um 
livro  e  um  espectáculo.  Imaginou  elle.a  epopeia  como  rainha 
augusta,  assentada  em  sou  throno  o  cuja  fronte,  carregada  de 
nuvens,  deixa  entrever  vastos  projectos  e  singulares  revoluções, 
ao  passo  que  íigura  a  Tragedia  desolada,  e  de  punhal  na  dextra, 
acompanhada  do  terror  e  da  compaixão,  precedida  pelo  deses- 
pero e  logo  seguida  da  tristeza  e  do  luto. 

Para  excitar  est^s  movimento^  são  indispens^^fVeis  inte- 
resse^,  mídanças  de  fortuna,  reconhecimentos  e  intrigas,  o  que 
exige  muitas  acções.  Homero  escol heo  uma  só  acção,  que  es- 
tende por  vinte  o  quatro  cantos.  Quer  a  razão  qua  isso  tudo 
soja  tratado  em  um  espectáculo  de  poucas  horas. 


■flwt  •"*■*•. 


x.r»  ^..,.    ^  „^^      y^^    ^.^^  ur-fc:.    -IH     CTT" 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTOBICO 


177 


portado  ào  um  palácio  a  urn  pr;vdo,  ou  da  uma  cidade  á  outra. 
A  thesGáe  unidade  xÍq  iugar  tem  sido  objecto  de  renhida  dia* 
cusíião,  Com  oiia  nunca  se  conlbrmou  Cornei  lie.  K'  uma  regra 
conforme  a  natureza ;  a  Eschylo  cabe  a  gloria  do  a  ter  in- 
Tentado, 

A  unidade  de  interesse,  quo, oa  phrase  de  Croiset,  té  uma 
lei  da  arte,  é  também  uma  lei  do  espirito  humano  e  que  se 
impõe»  empecia) mente,  ao  Drama»,  nem  sempre  foi  posta  era 
pratica.  Respeitada  por  Eí^chylo  e  Sophoclea,  disci^epou  delia 
Euripedes,  que  enxertou  na  fabula  principal  aoeidenteg  epi- 
sódicos* 

A  Tragedia  grega  era  simpleg.  Poucos  acontecimentos, 
cuja  ac^íâo  e  desenvolvimento  se  percebia  sera  esforço  porque 
Àsua  trama  não  se  mesclava  flo  estranho. 

Bem  que  ella  excite  mais  peripécias  e  lances  theatraes,  não 
oITerece  tanto  amal;íama  de  factos  a  entrebaterera-se. 

A  exposição  não  menciona  todos  os  personagens,  nem  ellea 
BB  reúnem  na  scena  final ;  ap parecem  e  desapparecem  quando 
as  necossidaded  da  scena  o  exigem» 

«Desta  simplicidade  ( reflecte  o  autor,  jíl  acima  citado 
o  de  quem  temosr  esumídu  o  texto)  resulta  que  os  termos— aó 
(Sí-nç),  desenlace  (kwç)^  e  peripécia  (Ttiairíptiri),  bem  que  ap- 
plícadaâ  por  Aristóteles  íL  Tragedia  grega,  em  geral,  devem 
Ber  entendidos  em  sontido  largo  e  sem  muito  rigor  quando  ae 
fala  dos  dramas  do  V  século.  O  nó  é,  na  realidade,  menos  um 
incidente  ineaperado,  que  uma  serie  de  scenas,  estabelecendo, 
pouco  a  pouco,  a  situação  ;  a  própria  peripécia  nem  sempre  é 
súbita  o  violenta  ;  o  desenlace  prolonga-se,  ordinária meate, 
além  do  successo  ílnal  e,  mais  de  uma  vez»  leva  as  cousas  a 
uma  espécie  de  apaziguanLcnto  relativo. 

A  arte  de  tornar  felizes  e  naturaes  oa  desenlaces  foi  aper- 
feiçoada cora  o  estudo  particular  do  génio  trágico*  Os  mestra* 
deste  género  conheceram,  aprofundando-o,  que  um  desenlace 
flào  podia  ser  conforme  a  razEo,  si  não  nascesse  ila  própria 
Bubátancia  do  assumpto.  Foi  por  isso  que  Horácio  condemnou 
o  Deus  ex  machína^  a  menos  que  o  nó  aão  pudesse  ser  detía- 
tado  de  outro  modo,  O  mais  perfeito  desenlace  é  o  de  CEdipo, 
gi58  —  12  Tomo  lxvui,  p*  lU 


\H 


PROMETHEU  ACORaENTADO 


em  Soplidole».  Começa  com  o  próprio  nó  o  continila  tâo  babil- 
mont©  a  ligar  o  quoé  desligado,  qat3  a  sorte  d©  Cãdipo  «o  eii- 
reda,  ao  passo  que  ae  vae  doscobritido,  «  séé,  afloni  e?^darecLda 
por  uma  palavM,  Somclbanto  a  ura  r.úo,  lova,  do  reponto,  a 
luz  ao  espirito  de  CEdipo;  dt^scorra-lhe,  Iníeiranieatõ,  os  olhos, 
ÍHíeudo-lUí?  «abor  que  ello  é  o  Eissasslno  ilo  soo  pii©  o  o  o^paso 
de  8Uamãe. 

O  desenlace  dovo  conter,  além  dhso,  a  puníçfLo  do  vicio  o  o 
triumpho  completo  da  virtude ;  mas  do  motlo  quo,  longo  do  dl- 
raíttulr  o  prazor  do  terror  o  da  piedade,  contiibila  para  au- 
gmental-o . 

Os  pei*sona?íons  da  Tragedia  serão  s*empf .!  illustres,  sem  que 
se  excluam  delia  figuras  de  ordem  infofior.  Na  Ilíada,  ao  lado 
dos  hepóes  Arliilles  e  Uíys^es  e  das  próprias  Divindades,  appa* 
rece  Thewite.  Também  resaltam  na  scena  estas  oppofllçôes  e 
dodígualdadds* 

*  Oorao  o  poeta  d*Aacra  escrevera  em  vor^o  a  Miada  e  a 
OdliiOla,  B»oyhllo  lambem  vasou  o  texto  da  Tragedia  na  lin- 
jfuagom  divina,  ou  dicção  poética.  Antes  deste  poeta,  quamlo 
a  Tragedia  n&o  pa^^sava  de  simploí  côpo,  ou  de  recitativo,  serio 
ou  burlesco,  misturado  ao  coro,  sefriam-se,  pam  este  ultimo 
penoso,  devei-tío.í  tetrainetrosjstoô, compostos  dop<*s  cem  uma 
lf)Uga  o  uma  bi*eve.  Mais  tardo,  coiifbrmo  o  testomunlio  de 
Aristóteles,  ftrmou*«o  o  j^enero  diverso,  que  llic  convom  —o 
Jattibo-*de  todoa  o  mais  próprio á  eoiiversaçáo.  o  sompr**,  nella 
flguraado,  Kondo  que  oh  hexamotroíí  &á  appareoem  quando 
Iranflpomot  os  limites  do  discurso  ordinário,  para  mudar  d6 
harmonU  e  de  tom*.  »0  cdro  falava  em  outros  versos,  de  mais 
movimento  o  apropriadoíi  ao  cauto,  em  que  a  i>oo8ia  ostenta\a 
todas  as  riquezas,  aliiadas  á  datisa  eá  musica.  Oh  honres  exprí- 
mam-flo  em  liugoaxem,  oondoaute  a  iuas  íd^^iasdaseo caracter... 
A  TraítôJla  peíA  Ixxíca  do  Kselvylo  tíjm  .íu  um  tom  muito  mai« 
poillpO«i>t  que  o  da  Ilíada,  A  olcvaçU  i  do  sou  gonío  nm  Ibo  pot- 
mlttla  falar  como  i>s  outros  bomens.  SopUocles  imítti^u,  do  mais 
jjerto,  a  linKoaiEfom  do  Homero.  Vertendo  uo  e'ítylo,  al<^m  da 
doçura  do  mel»  4%  severa  larravíilade,  doo  á  Tra-rodia  apparencia 
i!«  malix)aa,  obrigada  a  apparec«rem  publico  oom  dignidade, 


.1 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO  179 

conforme  a  expressão  de  Horácio.  Euripedes  usou  de  ura  estylo 
mais  approximado  ao  falar  ordinário.  Quiz antes  derramar  ter- 
nura e  elegância  do  que  força  e  grando2a. 


Duas  forças  poderosas  havia  na  reiigilio  helleoica  e  se  r^ 
flectiam  na  Tragedia— a  Fatalidade  e  a  Némeêis. 

O  Fado,  ou  Destino,  ou  (como  o  die  Prometheu  á  pag.  69  da 
tragedia,  por  mim  vertida),  €  a  Parca  inevitável,  que  leva  tudo 
aseo  fim  (nota  147) »  era  o  poder  soberano,  a  que  tudo,  mesmo  o 
Reitor  dos  Deoses,  obedecia,  sem  que,  de  modo  algum,  se  pudesse 
fUrtar  a  suas  ferroas  leis.  Eia  coinose  exprimo  o  Titan,  ao  lugar 
citado: 

PHOMBtHBU 

Assim,  porém,  não  quiz  a  Parca  inemíavelt 
Por  alia  decisão  do  Faio  inexorável, 
Sà  depois  de  curtir  innumeros  flagellos. 
Partidos  me  serão  desta  cadeia  os  elos. 
Ante  a  Necessidade  é  mui  fraca  a  sciencia. 

o    CORO  DOS  OCEANIDAS 

Do  timão  do  Destino  a  quem  cabe  a  regência  ? 

PROMBTHEU 

Esse  grande  poder  tem-n^o  *  Parca  Irifermei 
E  a$  Fúrias,  de  feliz  fMemeria^  que  não  darme^ 

O  CORO  DAS  OCEANIDAS 

Sm  face  de  de  Joee  é  seo  pod&r  m%is  fftrte  ? 

PROMETHEU 

O  Deos  fugir  não  pôde  ás  férreas  leis  da  Sorte, 

Eis^  estabelecido  claramente  o  dogma  da  Pat  dldadê.  Este 
erro  era  abraçado  péla  esdola  dtJ  Pythagot*as  ô  t)èlo3  EStoiool'. 


180 


PROMETHBU  ACORRENTADO 


RofiumiiBos  para  esclarecer  este  ponto,  algumas  obser* 
yaço€3  de  Croií^et: 

...Promethoii  age  com  evidente  liberdade;  mas.  aânat 
de  contai,  esU  liberdade  vae  dar,  com  veroaimilhaDça,  a  um 
result  ido  em  harmonia  com  os  decretos  do  Destino,  Xerxes» 
arremessado  á  ruina  por  um  espirito  de  vertigem,  inspirado 
pelos  Deoseíí ;  Eteocloí,  posatildo  de  cerla  espécie  do  delírio. 
em  que  se  manifesta  a  maldição  paterna,  e  correndo  ao  fratrU 
cidio  ;  Clytomnestra,  cumprindo  no  filho  de  Atroo  o  d  estio  o  he- 
reditário de  sua  raça;  Oredes,  armado  contra  sua  mal  por  um 
oráculo  formal  e  excitado  ao  morticínio  por  terrores  diverso^ 
obedecem  a  uma  forra  raysteriosa,  superior,  que  vae,  com  se- 
gurança, a  seus  fins,  mas  s^im  conflÍL*tu  e  até  sem  dualismo. 
Ksta  vontade  superior  ú  conformo á  sua  vontade,  ideias  e  pai- 
xões. Não  so  oppõe  á  sua  personalidade  nom  a  supprime  dei- 
xando-a,  peio  contrario,  subsistir  inteira. 

Todos  estes  personagens,  praticando  o  que  o  Destino  ou  03 
Deoses  determinaram,  praticam  também  o  quo  elites  querem. 
Agem»  c JUÍorme  sua  natureza,  paixões  c  desejos  de  momento- 
Não  poderião  proceder  diflferenteraente,  sem  se  violeataremt 
SãOí  portauto»  livroíí,  na  aecepvàu  acceiU  desta  palavra  ;  são, 
como  nós  o  somos,  bem  que  cedamos  ás  lei^  eternas  das  cousas, 
Sâo'n*o  pela  consciência,  que  toem,  do  quererem  certo  acto  e  de 
querel-o  em  razão  de  seus  seiitim<_uitos.  Si  ba  neste  facto 
obscuridade,  não  pertence  ú>  Tragedia.  Klla  esta  na  própria  sub- 
stancia da  vida  e  da  reatidado.» 

A  outra  força  é  Némesis. 

NémesiB  exprimo,  na  religião  grega,  o  sentimento  de  inveja, 
ou  ciúme,  que  os  Deuses  teem  dos  mortaeSp 

No  Congresso  dos  Deose.**,  reunido  por  Zeus,  quaado  des- 
ilironou  a  Kronos  (Saturno),  quiz  o  Rei  do  Olympo,  diz-nos 
llácliylo  no  «  Prometheu  acorrentado*  aniquilar  a  espécie  hu* 
mana  c  crear  outra  nova,  O  Titan  foi  e  único,  que  ousou  op- 
por-se  a  esie  projocto  subversivo,  persuadindo  Zeus  a  desistir 
delle. 

Bem  que  destituída  do  privilegio  de  immortal,  facto  que 
o  tornou  muito  inferior  ao  Celicola»  o  homem  brilhava  pela  ia* 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


181 


talligoncia  o  lUzia  coniuistas  sobre  a  natureza,   roubaiido-llio 

segredos,  o  que  importava  um  attontado  contra  os  decretos  di- 

Tifloa,  Proraetheti  subtrahio  ao  céo  o  fogo,   attr ibuto  do  íle- 

phaísto* 

O  fogo  fora  d  ido  pelo  Titan  em  partilha  ao  homem»  coasti» 

íuindo  para  este  o  maior  beneficio. 

Ease  furto  pagou-o  Prometheu  com  o  horrível  suppUcio, 
golTrido  am  myriadas  do  annos.  Hercules»  por  tor  diaaeceailo  la- 
goas, saneado  a  terra  e  por  outroa  grandes  serviçog  á  huma- 
nidade, foi  igoalmente  submcttido  a  duran  provas ;  Uellero- 
phonte,  que  deacobrio  os  meios  <le  evitar  os  eíleitoado  raio  e  da 
tempestade»  é  oouilemnado  pelos  ciosos  habitantes  do  Olympo  á 
mais  negra  mysanthropia  e  Esculápio,  por  arrancar  â,  morte, 
appUcando  salutares  misturaa,  m  quo  gemiam  sob  o  aguiltiao 
de  varias  enfermidades,  é  suspeito  de  querer  beneficiar  com  a 
immortalidade  oa  ephemeros  e  fulminado  por  Zeus. 

Xerxeâ  constróe  uma  ponte  sobro  o  mar  o  passa  o  Bosporo;, 
Dário  attribue  a  essa  espoliação  dos  direitos  divinos  a  serie  do 
desastres,  que  dahi  proveio. 

Morrem,  devorados  pelos  vermes,  Demócrito  e  Pheréeida 
porque  tentaram  devassar  arcanos,  reservados  aos  Celicolas. 

«Nômesis  (diz  P.  do  Siúnt  Victor)  guai'itava  as  fronteiras 
celestes,  que  separam  os  eíToitoa  da  causa,  conservando  erguida 
a  espada  sobre  quem  ousasse  trauspol-as . » 

Zeus  e  03  seos  cele^teá  súbditos,  que  a  si  mesmos  se  appelli- 
davam  «Fe  lixes*,  queriam  para  st  o  monopólio  de  todas  as  ven- 
turas. Si  sabiam  de  algum  mortal,  á  quem  sorria,  por  domais 
a  Fortuna,  tractavam  de  abatel-o* 

Eschylo  e  Piudaro  aconselham  aus  opulentos  de  renuncia-» 
rem  grande  parte  de  suas  ritíuezas,  evitando  assim  o  ciúme 
dos  Deoses  e  lembram*! hes  a  humildade  e  o  nata  da  ftilicidado 
mortal,  provocadoí^  dos  golpes  da  sorte,  apontando  em  Tântalo, 
Typheo  e  Bellerophonie  os  exemplos  do  orgulho,  prosternado 
por  Zeus. 

cO'  Zeus  (exclamou  o  poeta  no  fim  do  canto,  em  que  celebra 
a  victoria  de  Alcimedonte,  do  Egina),  dá  que  tanta  ventura  nâo 
excite  contra  elle  o  ciúme  do  Némesis  í» 


ÍWI 


1'ffOMKTIfW  ACOfillESTAW 


Jtmlê  fMl«  aloQQ^iile  pàr»  exprimir  aite  diame  do  qnt  m 
ly#(^iil4  lin  PoiyfT^im*  (/  roi  do  mar  \ism,  Ki«  elie  iookor  do 
Af9bipol«iío»  f<)lU  cm  toJ^  84  empras^i»  e  pcMRM  riqii£«i» 
MSikíulAvoii*  Nivtx  lho  pf^ririrbava  o  bem  estar. 
*  •  Amiiiiii  ní  do  K«r.%i»t0,  amigo  d  alltado  de  Polf  erato*,  pré- 
vio, íwno  phW&Aoiiho,  qru?  íMptn  pfoiperidade  teria  ura  termo. 
«K^olho  (ewreveo-lba)  orjuo  teoadQ  mais  prenfoso,  on  cuja  pri- 
vaçlA  t4  ieja  malí»  %mi$iv*i\  a  atirai  ao  mar.» 

PoIyí*rat«i!  prezava,  maln  que  tudo,  uma  esmeralda  valío- 
íilN-ilmtt,  onoaifyOArla  no  ourrí  do  cci-to  anaol.  Tomou-a,  ô  sahindo 
barra  fVira,  ftú-tv  Tnori^ulhar  nun  ondas. 

Pflia  pHmoiríi  yoz,  hpbíío  o  iíicommodo  da  insiôraíila  da 
lima  iKiitíi,  prOílii:íldo  por  íiqiiella  pevãn,  oquívalente  a  um 
íftcrlflnlo»  qun  o  fif-vla  iiAr  ijuitti  i*om  a  Giumentfi  N^mesis, 

(Unco  diais  <lopí>l?í,  fat  nchfida  a  joía  na^  entranhas  de  um 
pollfl,  comprado  para  a  coninha  do  píjÍ. 

Polyiíralnfl  df^o  parto  n  Amasia  desse  Iketo  extraordinário  e 
porltonovo  eofianlha.  r»  rni  do  Kgypto»  pon^m,  mandou  a  Sa- 
moa  um  arauto  para  aniiutioiar  a  ruptura  da  amizade,  pois 
(dttla  *dle)  Prdyíiraiiw  n^i  iva  ci^ndemnado  pela  Deom,  que  lhe 
rnnufmva  o  roígatp* 

!5  o  rei  de  Samoa,  attrahtdo  a  uma  ombosoida  do  iDimigo, 
ft)l  wrolfido  vivo  e  «eo  oadavm'  fStiou  pregado  numa  cruz, 

Ni^nuwlí*  perdfH*»CH)m  o  desenvolvi  mento  da  civilisaçÃo  Hei- 
lenloa,  «ile  oar aoler  fbrot  e  Indigno  de  uma  Deosa«  Puioa  a 
repretenlãr  a  vingadora  da  opprciggfto,  a  humilliadora  da  so- 
berba e  da  arroganeia.  a  reparadora  da  It^iistíQft. 

Uè  rtoelo  de  NtMne$is,  reouaa  llo^  de  Ephjrra,  attender  a 
Utyeitt,  que  lhe  i^ede  um   veneno    p^ra  a  ponta  de  raaa 

«NUniili  (ila  Salnl  Vietor)  deteata  e  pune  a  prasnmpçio 
tiMltiiK  a  vMeaelA  tai^tta.  a  cstealacio  da  íbit»,  o  iimilta. 
4  áeftffi^,  oimfÊmth  eo«ifoaiioUmlaioi«qfiM8iippllew, 
o  ÉIU^  aos  morloi.  a  íiifrmmie  doi  Olte^  para  oom  o8  pa^ 

'  I #4o  etiHArto «  a  mvn  io  gmto  de 
loMtaM  de  InMob 


REVISTA   DO    INSTITUTO     HISTÓRICO  183 

Em  todas  as  Tragedias  de  Sophocles  figura  no  frontespicio 

uma  figura  de  Nómesis  com  esta  inscripção: 

«Castigam  os  Deoses  a  quem,  havi^ndo  nascido  homem,  não 

p(ínsa  como  liomem.» 

«Rhamnusia  virgo»  era  a  antonomásia  de  Némesis,  porque 

a  veneravam  em  Ranuto,  povoação  de  Attica. 

No  «Prometheu  acorrentado»,  de  Eschylodizem  as  Oceanidas: 
«De  Adrasteia  em  presença  é  sábio  quem  se  prostra.» 
Aqui  a  Deosa  da  in  iignação  é  invocada  como   debelladora 

da  soberba,  o  que  está  de  harmonia  com  a  opinião  do  Saint- 

Victor. 


iir 

Preeminência  de  Athcnas.— Os  Archontes.— Dracon  e  Sólon.— Guerra 
do  Peloponeso.—  AOrocia  procura  para  assumptos  de  suas  Tra- 
gedias fjsictos,  exclusivamente  nacionaes. — Suppressão  do  coro  nas 
Tragedias.— O  que  será  o  Thoatro  daqui  ha  vinte  annos,  no  con- 
ceito de  Poladan.— Ausência  do  amor  e  da  galanteria  na  Tragedia 
antiga. —  Os  Deoses,  como  interlocutores  em  scena. —  Resumo  dos 
característicos  da  Tragedia  clássica. — Fim  da  Tragedia. 

Ao  tempo  do  Eschylo,  elevou-se  Athcnas  ao  auge  da  gloria. 
Haviam-oa  íçovernado  reis,  que  eram  antes  seus  primeiros  con- 
cidadãos do  que  Cliefes  de  Estado,  e  que  faziam  consistir  o 
poder  em  compartir  com  o  povo,  ou  antaà,  a  conservar  neste 
a  autoridade  soberana.  Creonte,  em  Sophocles  e  Hyppolito,  em 
Euripedes,  desdenham  da  coroa.  Só  a  graduação  distinguia  os 
reis  greí^os.  Reinar  para  elles  era  ser  homem  de  Estado,  Chefe 
no  gabinete  e  braço  na  guerra.  Era  da  guerra  que  venha,  prin- 
cipalmente, a  força  da  soberana  dignidade. 

Dos  dezesete  reis  de  Athenas  foi  Cecrops  o  primeiro  e  Codro 
o  ultimo. 

Fundou-se  então  a  Magistratura  dos  Archontes,  ao  princi- 
pio perpetua,  mais  tarde,  de  dez  annos  e,  ânalmente,  annual. 

Descontentes  deste  Governo,  entenderam  os  Atheaiensos  que 
a  reforma  das  leis  devia,  corrigindo  os  costumes,  corrigir 
também  os  vicies  de  administração. 

A'  legislação  aspérrima  de  Dracon,  que  apenas  vigorou  por 
26  annos,  succodeo  a  do  Sólon . 

Não  poude  Sólon  evitar  as  facções,  em  matéria  de  Governo 
e  Pisistrato,  aproveitando-so  duma  dessas  facções,  ageitou  para 
si  o  throno. 

Três  vezes  expellido,  voltou  o  tyranno  ao  poder,  íirme  e 
prospero  pela  paoderação  o  severa  observância  das  leis. 


186  PROMETHEU  ACORRENTADO 

Auxiliados  ptílos  Espartanos,  os  Atheniensas  sacudiram,  para 
Homppo,  o  juí^o  monarchico.  A  í?uorra  que  elles  romperam 
contra  Ilipqi.is.  íllho  de  Pisistrato  o  pretendente  ao  throno, 
vaí<o  j)ola  niort  i  do  sou  pao,  ai)rio  pira  Athenas  o  estádio 
da  íçrandeza.  Foi  o  soo  sofuilo  mais  brilhante.  Ostentou  ella 
toíias  as  rna^'niíl(;encias  om  monumentos  o  espectáculos,  des- 
lumbrando o  mundo  com  a  plêiade  do  soos  poetas,  oradores, 
philoaophos»  historiadores  o  hoinoiH  eminoiítos  era  todo  o  gé- 
nero. 

A  b  itallia  do  Marathona,  om  ([uo  morroo  Hipplag,  enoheo 
do  orí<ulho  os  Athonionse^.  Julgaram-so  ol los  os  árbitros  su- 
premo» da  Orocia. 

Foi  então  que  Kschylo,  guerreiro  o  poeta,  concoboo  o  ex- 
híbio  a  verdadeira  Tragedia.  Soguiram-so  as  victorias  de  Sala- 
laina  o  Plateia  íí  finalmente  a  do  Mycaio,  que  livrou,  de  uma 
vez,  a  Orecla  dos  Persas. 

Os  Athíinlonses  celebraram  em  Salamina  esses  triumphos. 
TJíUnosos  de  tanta  gloria  (quo  oxclusivamento  a  sous  esforços 
attribuiam),  tiraram  dahi  novos   motivos  de  orí?ulho. 

Athenas  aíToctava  para  com  a  í.acedomonia  o  Tliecas  des 
dem,  que  degenerou  ora  ódio  para  com  uma  e  em  desprezo 
para  com  outra. 

Athenas  fortlflcou-se ;  Xorxes  mostrou-se  conciliador,  oflTe- 
rocendo  indomnisação.  Themistocles  i^ejoltou  conte mporisiçSes 
e  opinou  pela  continuação  da  guerra.  Soo  alvitro  foi  vencedor. 

Ató  entSio,  coubera  o  coramando  OiU  chefó  da  guerra  a  La- 
cedemonia.  Os  Atheniensos  tomaram  a  dirocçtão  da  campanha. 
Da  primasla  passaram  A  soberania,  díihi  A  tyranuia.  Susoe- 
ptivois  ora  extremo,  tractavam  os  outros  Oroí^os,  mais  como 
súbditos  do  que  como  alliados. 

Accumulava  Athenas  riquezas  extremas,  proV(^niontes  da 
contribuição  annual,  que  devia  pagar-lho  cada  cidade,  como 
quota  de  guerra. 

Estas  sommas  eram  recolhidas  ao  Templo  do  Delphos.  Só 
com  precaução  levantavam  os  contingentes  necessários  As 
despezas.  Era  breve,  poriam, dispuzeram  doThesouro  commum, 
empregando-o,  sem   quo  dessem   contas,  em   constrnccoes  de 


RHVISTA    DO    INSTITUTO    HISTÓRICO 


187 


toiiiploa,  theatros,  circos,  oolumnas,  estatuam,  pnrtico.s  o  oaiaa 
de  banho.  Por  cinco 8 qU  annos  ftcupnm  03  LaGôtlemoDÍDg  tole- 
rantes aafco  o  abuBíi»  Fixeram»  afliial,  oxplosão  íia  queixas  e  os 
rcaeoti mentos,  e  Eaparta,  auxiliada  por  otitra  cidades  gniíí.n, 
olleadidas  pelo  orgulho  atheiiion>e,  declarou  a  Atbenad  a 
guerra,  uhamada  do  Peloponesa»  Suatentou-a  Atlienaí*  durante 
vintj  annoa,  Hom  qitôS3atí8«e  abaln.  Alleal,  a  tomada  de  Syra- 
cua&i  a  posto,  dahi,  proveniente  e  o  abandono  doá  alliado.^,  fez 
Buccumbir  a  poderosa  Republica»  quo  pordoo  a  sua  liegomoma. 

Durante  o  seu  perbdo  do  ^florias,  o  orgulho  de  suas  con- 
quistas, as  suãa  grandOií  riquezas,  a  couscioutiia,  00  atites,  a  per- 
su&«ào  lie  sua  suporioriílado  om  toJoâ  os  geaeroa,  iniUuam  dn 
t4l  modo  no  espirito  doa  Atheniensoa,  que  Qlloa  so  julgavam 
acima  <ios  outros  Greiroji  e  do8  extraiijyrojrõs, 

A  Attica  translorma  om  Divindade  as  suas  chiraeras,  Atbona » 
a  Deoaa  das  bella«  artea,  eonceJo-lho  a  sua  proteoção.  Não  podo 
a  eatãtiia  de  Di:ina  ticar  entre  asThraeios.  O/estea,  de  concerto 
com  Iphigenta,  a  rebata  áquellaj  barl>aros  assa  estatua.  He- 
réos  a  Dooses  submettem-so  ao  Areópago,  A  Attica  possuo  os 
monumontoa  mais  formidáveis,  como  o  corpo  do  (Édipo (([uo  lhe 
serve  de  baluarte  contra  aa  ompre^a^  dos  Thebauos)  o  m  corpos 
dos  Chefe^í  Ar^olicos,  que  a  inanteeni  contra  Argos.  O  povo  6 
insaciável  do  Thoatro,  Aprende  ila  oôp  Tragedias  inteiras.  Os 
reis  dus  Kstadus  viainhos  tdiammara  ás  suas  cortes  os  poetas 
õ  cumulam-nos  do  honrais  o  presentes.  Repetem  em  tti<la  a 
parte  as  tragelias  gregas!,  aqu<^llo  povo,  descuidado  e]  amador 
de  quanta  era  novo.  Igualdade  completa.  Cidadãos  livres sahiam 
4  rua,  som  séquito,  sem  pompa  e  snm  escravos, 

O  Magistrado  ia  em  pessoa  ao  mercado  comprar,  aquillo,  do. 
que  precisava.  Bastavam  para   alirnontaçào  um   punliado  do 
azeitonas  o  algum  ftgoa, 

Aristophanes,  em  trecho  de  uma  sua  Comedia»  tractade  lu- 
xuoso um  homem,  que  estava  a  comprar  sardinhas. 

Todos   íbrmivam  um    ramo  dí^  familia.  Palestravam,  aos 
grupos,  cm  luiar.is  publico;;  anilavam  desocupados,  á  cata  div 
noticia-í  e  reuniam*se  noâ  amphiíhoairos  para  discutir   sobro 
philoáophia  ou  negócios  do  Estado,  Simples  de  maneiras  eapu- 


k 


188 


PROMETHEU   ACORREXTADO 


radofi  no  gosta,  timbravam  do  falar  justa  e  polidamente  e 
couhcciam-80  por  osse  atticismo. 

EvATii  í^íiívttcos  pela  liberdade »  idolatras  do  patriotismo, 
cultores  de  seus  usos  e  indifferentos  para  tudo,  que  uâo  fossem 
Mm  011  doUeí^, 

Eschylo  lisonjeia,  exaltando-os  era  sceiía,  estes  sentimentos. 

Atheniis  é  incensada  por  est-e  poeta  em  seus  monumentos, 
em  sua  politica,  na  exeellencia  das  artes,  e  na  aua  preeniH 
nenoia  sobre  todos  os  outros  Estados  da  Grécia* 

D  espoctaculo  redecto  seus  usos  e  costumes ;  é  a  mesma 
maneirado  contestar»  de  discursar,  de  defender-ae,  de  chorar 
OH  tnorto:^,  de  appellar  para  a  Divindade ;  a  mesm  x  liberdade 
nos  coro»,— imagem  do  povo — ,  a  mesma  escolha  de  sentenças, 
o  mesmo  espirito.  Via  Eschylo  como  nura  espelho  a  figura,  a 
physiouomia  iiioral  dos  Athenteuses.  Os  personagens»  fossam  de 
qualquer  paiz»  eram  sempre  Athenieu^es. 

Os  costumes  dos  extrangeiros,  tidos  como  bárbaros,  eram 
objecto  de  desproso.  S^i  para  os  cidadã'js  da  grande  cidade 
havia  lu^ar  no  Theati*o. 

Eschylo  fez  excepção  á  regra  na  Tragedia  «Os  Persas». 

A  relativa  civilisacâo,  da  Pérsia  merecia  a  attençâo  dos 
Gregos, 

Não  se  limitaram  os  poetas  a  exaltar  os  Atheniensesi  ciijo 
fí^aco,  a  fuado,  conheciam.  Para  mais  attrahir-lhos  a  sympathia 
satyrisavam  os  povos  extrangeiros  ou  as  pessoas,  de  que  o 
publico  não  gostava. 

As  peças  de  Eschylo,  Sophocle^í  o,  principalmente,  de  Eu- 
ripidest  estão  cheias  do  apodos  contra  os  Lacedoraonios,  em  que 
Athenas  é  levada  ao  céo  o  Thebas  e  Esparta  são  deprimidas, 

Tiuha  a  Tragedia  vistas  politicas.  A  cada  passo  o  culto  da 
Republica  se  traduzia  em  Be-itenç;vs,  cujo  sentido  de  occasiSo 
hoje  nos  escapa»  mas  que  era  comprohendido,  facilmente,  pelOíS 
finos  e  inteHigeates  espectadores  •  Muito  apreciavam  os  Atbe- 
niensos  as  aliusoes,  uellas  contidas,  ainda  mesmo  quando  os 
poetas  os  tomavam  por  alvo  de  bons  e  espirituosos  d* tos. 

Não  fizeram,  por  exemplo,  cabedal  de  verem-^  prefe- 
ridos aos  ICspartanos  na  Tragedia  «Helena»«  quanto  ao  systema 


REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


189 


de  Governo,  nem  so  offeBderam  da  preferencia,  qao  o  cora  da 
€  Androraaca  »  deo  ao  Estado  monarcíhico  subre  o  republicano, 
íliici  abi  »5  ridiculiirisado.  E' que  o  poeti  sabia  dowrar-líies  a 
satyra.  Ai  do  poeta,  porém,  si  dava  golpes  em  falso  ! 

Os  três  íírandea  trágicos  da  Grécia  retrakira  os  Atheni- 
enses,  sim  que  nas  de:?cripç5es  se   pareçam. 

Os  aíiáurapt'js5  áà  seus  poemas  dramáticos  foram  aompra 
nobres,  E-sses  assumptas  tinliara  o  caracter  da  verilade,  Nunci 
a  Tragedia  versou  sobre  uma  ficção.  Esta  era»  muitas  vezes, 
objecto  da  Comedia.  Tragedia  de  pura  imagioação  0ao  existe. 
A  razão  disto  é  que  este  género  dramático  toma  por  objecto 
soberanos  e  heroes  e  a  vida  destes  mesmo  guando  figuras 
mythologicas.  São  pcrleitamento  couhecidaíí  na  tradicçao,  nâo 
pjdendo  ser  adulteradas,  sem  so  iboâ  diminuir  ou  apagar  o  ia- 
teresse  e  extinguir  a  admiração»  suscitada  pelos  setis  raigog 
do  valor  ou  de   virtude. 

O  contrario  fora  acabar  com  es  anuaes  vivos  da  huma 
nidade,  A  Tragedia,  qiio  attribuia3G  novos  factos  aos  heróes  o 
reis,  pareceria  inerivel  c  oíTendería  a  verosimilhança.» 

Náo  assim  a  Comedia,  que  descreve  a  vida  coramum  e 
08  factos  reaes.  Outra  cousa  íora,  si  nella  se  houvesse  mister 
do  maravilhoso. 

Entào  seria  isto  autorisado  por  fabulas  conhecidas,  qtie  pro* 
duzis^em  o  mesmo  effeito  da  Historia,  pois  estão  para  nós  na 
clas^se  dos  factos  verosímeis. 

Os  Gregos  não  procuravam  seus  assumptos  fora  daGrecia* 
Era-lhes  extranho  o  resto  do  mundo. 

Fazem  o  contrario  os  poetas  moderaos. 

Raro,  escrevem  sobre  assumptos  naciooaes;  vao  buscaln^s» 
em  geral,  á  Greeia  e  á  Itália,  A  orgulhosa  Grécia  nada  esti- 
mava, que  a  si  própria  não  fosse,  e  tratava  de  rdsto  os  outros 

POVBO . 

As  suas  numerosas  Tragedias  rolavam  sobre  a  mythologia 
e  a  Historia  Hellenica, 

A  Coiucdia,  que  delia  recebemos  iwr  imitação,  nao  teve  a 
mesma  sorte  da  Tragedia,  pois  que  tomou  os  costumes  e  as 
maneiras  de  todos  os  povos»  que  a  adoptaram. 


190 


PROMBtHBU   ACORRENTADO 


Molíère  é  qtio  llio  así^ignaltíu  o  verdadeiro  papol-^,  o  de 
lançar  ao  ridículo  todos  oa  viciou  e  seUros  populares. 

Reia  o  hoi*oeH  sào  oií  principaes  porsoflagen^  da  scena  Oro^a 
e  da  dos  modernos»  Euripedes  e  Racíae  tioitoaram  de  Ksohylo 
e  do  Sophocles  na  pi  atura  da  lierocidade  e  da  soh^rania,  bem 
que,  no  fumlo,  m  carcteros  continuassem  08  mesmos. 

Os  rtíLs,  no  conceito  daquelles,  não  passavam  de  homcEíJ, 
medidos  pela  craveira  commura.  Queriam-nos  em  sceoa  para 
se  regozijarei  ri  com  seus  abatimentos  em  ódio  â  dignidade  su- 
prema. No  do8  ul tirai m  os  raonarchas  mo  Deo^es  ou  maid  que 
Deosa*,  formando  uma  classe  á  parte  e  semente  «eiaelbantes 
aos  outros  homens  pelas  IVaquezas  do  amor. 

A  Ore:?taconsider.ivaa  voroduiilbança  comoeleraento  easoíi» 
(jíal  do  ôspectaculo.  Dispunba  o  thema  de  suas  Trageclias,  de 
modo  que  houvesae,  ao  meoos*  uma  unidade  de  terapo  e  do  lu^ai', 
uma  sombra  de  acção  ou  uma  acção  real*  uma  espécie  de 
começo  o  termo»  uma  eipoaição,  ura  fiei,  um  d<.'8fecho. 

Os  grau  fies  mestres  modernos,  por»Vni,  afasta  rara-se  fre- 
quentemente deátíwi  regras  da  arte  pura  aformosear  a   arte, 

A  simplicidade  dos  costumes  í?rejsíos  estendia-se  ao  go.sto. 
Ocoupavam-se,  i>or  longo  tempo,  de  um  objecto ;  consideravam- 
n*o  pop  toflãs  as  suas  faces,  antes  de  pa^sanim  ao  exame  do 
ííUtro.  Os  moderaos,  e  principalmeutj»  os  Franaezes  perpassam, 
como  borboletas,  por  diíTorentei  objectos,  sem  se  prenderem  a 
um  só,  A  acção  da  Trageilia  groga  ô  a  mais  simples  pa??siveh 
Nem  epíaudios,  nem  personagens  oxtranhos.  Plena  tiniilrvdo  do 
acçào.  Os  uíoderno:?  complicam  do  tal  modo  a  acção  com  ac- 
ções subalternas,  que,  nâo  raro,  acontece  ser  dlOici?  o  desfecho 
com  plena  e  clara  comprehonsxo  da<^  situações.  Deitas  cum- 
piioaçõeí  escapa  a  «Athalia»,  do  liacine. 

No»  Eoasos  traí/ieos,  íto  csontrario  «los  gregos,  ha  mais  dis- 
cursos, que  sonliraentos  e  paixííe^.  As  scenas  de  sorproôi  e  de 
iittia^sU)  é  que,  precisamente,  flo  animam,  de  incldontos  o,  para 
c^iset-as,  violam-se  todas  essas  regras  dos  antigod,  oomo  se  vê 
em  Cinna  e  Uo  Cid , 

Supprimio-se  ua^  Tragedias  o  oôro.  Pretendem  justificar 
essa  suppresaâo,  dij&endo  que  o  côiv  grego  tinha  por  ti m  as- 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


191 


samptos,  sopresas  o  acootccimeatos»  num  lugar  publica  d  vista 
doe  cortezáos  e  do  ix>vo,  a^i  passo  qua  aá  noasttó  Tragedias  ver- 
sam sobro  negoc[o>^  partlcutares,  oní  que  imda  tem  ciuo  vér  a 
corte  ou  o  povo.  Outroi  dizem  que  st»  prosciudio  do  coro  porque 
agrando  rogtitarídade  é  que  nos  priva  do  muitos  maguiflcos 
assumptos,  como  os  que  vemos  tão  tbliz  o  nobro monto  fcractados. 
Deixou- 90  de  parto  uma  vantagem  para  adquirir  outra  mais 
solida, 

Poládan  é  de  opinião  que,  «doutro  em  vintoatmoa,  a  Tra- 
gedia se  imporá  como  a  única  foríB^i  propicia  ú,  união  dos 
termos  grandiosos  do  publico  raC-dio.  Além  digso,  as  conquistas 
de  Wagner  sobro  o  drama,  propriamente  dicto,  Doceasitarão 
de  ospeetaculos,  modelados  de  canto  ;  poií  já  nSo  podemosí  dis- 
pensar a  musica.  A  accommodaçãr)  lógica  entro  a  Tragedia  e  a 
Opera  oão  se  poderá  rGalisar  som  a  renovação  do  coro,  a])pa- 
reccndo  como  o  «parodos»  ante  os  actores,  ou  guccedendo  a 
uma  scona  do  oppo.4içào.  Desapparocará  o  entre-acto  para  dar 
lugar  ao  stasimon  o  será  restabelecido  o  oxodo  ou  coro  com- 
mum* 

Uraa  Tragedia,  ad  instar  das  de  Soplioeles,  tora  sete  Ct^ros  ou 
Síi  três,  conlbf  mo  soo  caracter,  sendo  oste  ponta  debatido  entre 
o  poeta  CO  musico.  Recobraríl  o  coro  seu  caracter ;  julgará 
com  equidade  cada  acção» excitando  os  nobres  movimentos, 
moderando  as  violoncias  e,  espectador  itleial,  marcará  o  com- 
passo virtuoso  ante  o  quadm  í^bril  das  paixões  fortes,  mistu- 
rando-8é  os  personagens  por  m>iio  do  cantos  alternados,  como 
na  Electra  e  nas  Coephorai, 

Ha  enorme  dlfíerença  entre  uma  obra  prima  e  um  modelo, 
ODtro  a  eapella  Medkii  o  as  Parcas,  entre  a  Paijcãa  segundo 
S.  Matheuíi,  o  Tristão.  As  cousas,  que  maia  ao  devera  admirar, 
uEo  são  as  que  mais  nos  convém  imitar, 

Nora  todas  as  obras  primas  são  gregt\s ;  sáo  gre.i^os,  porém, 
os  modelos,  Nlni:ruem  conte4arâ  á^  iirotuccòes  beílonicas  eate 
cai*acter  de  pedagogia  transcendentaL 

As  metopasdo  Parthcnoo,  exemplos  incomparáveis  da  bel- 
leza  plasfiiui^  permanocerâo  ísompre  como  elementos  forma- 
dores do  desenho,  até   para  aiuelles»  que  acreditassem  terem 


192  FROMETBEC  AíQORREVTADO 

eilas  sãdo  exoddídas.  A  «zii^d^àe  àísL'>M&  xôo  entra  en  i 

I«e  2^t:*1  znoáo  pipiemos,  ã»rin  likrlí*rii.  preferir  o 
TolTimesto  nietàpiTs.eo  d>  Sei^wi^  FmmgU^  o  mysrlcisnu  de 
«Pc^'tfte»  e  o  í&ojiiiftino  de  cAt&ixJia»  aas  mjukog  dioojs^acoi 
ea^bâLT  pinxer  mii>7  em  Slokfiçpe^e  d^  q:ie  em  Sopi»» 
oles.  A  lixãD  dr&:a;^iiea  niõ  £>:  d^ria  mais  q:ie  unu  rez  :  u 
eoDdicT<es  ideiaes  da  em^^ãf*  ibeatral  »>  se  acham  reimidas  a^ 
pé  do  «thiine>».  Fahl  qoe  a  democracia  v:*mari  um  dia.  po^3 
da  arte,  í^?b  as  'cíçCes  d3  cò^j  —  as  mais  Dobres^  qae  ella 
tenha  revestido.» 

Outra  grande  di2ei>â2ci  eatre  a  ^cdoa  antiga  e  a  actaal 
<^  a  auáenoÍ3i  niqueiii  de  am:?  e  galanteria. 

Os  pcvta$.  ^;aer  Irrioas^  qxier  dramatiox.  não  oonheciam 
c^ta  ivaixão  ah^^rveste.  qz;e  b:-;e  •  nche  t?es  qnartjs  da  poesia 
ÍVaiuvia.  Si  o  velho  Aaiv^r^eix^te  cintira  o  amor,  iseus  carmes, 
fX^moos  de  Sapbo«  eram  cv4fto  a  expiosio  de  nm  furor  sigrado» 
semelhante  ao  que  prvxiuziai  o  c&i»  exaltado  de  Dionjscis. 
£*  na  epx^a  alexandrina  que  .t  ^Kvtsia  amorosa  toma  caracter 
obeedante. 

Platão  coUooa^-a  uma  €«}H\no  de  amor  em  cada  andar  da 
alma.  O  amor  sensual  tinha  $tVlo  no  andar  inferior  ;  o  amor 
corojoe^^)  no  andar  intermeliario,  o  raeiocil  no  andar  superior- 
Foi  este  o  sentimento  mais  aorysoiaio  que  do3  <Migem  á  ex. 
pressão— amor  platónico.  Certo  qne  oe  p>eta3  da  Alexandria 
cantaram  o  amor  do  andar  interior,  o  sensial. 

A  p:^esia  alexandrina  loraoa-se  alambicada,  subtil  e  cheia 
de  ohscuri'iade.  Predominavam  então  a  emphase  eoamphigouri. 
Foi  ella  que  inventou  o  madrigal .  Pôde  o  ^>sto  da  época  ser 
equiparado  ao  do  século,  que  vlo  triamphar  o  Pays  du  Tendre. 

O  que  é  certo  é  que  o  amor  :bi  de^oonheoido  aos  grandes 
poetai»  heilenicos.  Homero  não  se  digna  dizer-no$  unia  pala\Ta 
a  re^^nio  de  Briseida.  pjr  causa  de  quem  Achilles  entrou  em 
col<;ra  mortiL  Sopho.^es,  na  Antigone.  de'x.i  ;\pen.ts  entrever  a 
aflfiíição,  que  une  a  tilha  de  (Bdipo  a  Henion.  olho  de  Creonte. 

Cwauctores  modernos  para  agraiJUr  os  espeei  uioros,  natu- 
r<ilijntm  m  per-jonagens  em  seus  Theatros.  Si  um  dramaturgo 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO  19» 

fraucez  representasse  Achilles  ou  César,  não  despiria  a  estes  a 
chlamyde  ou  a  toga ;  mas  imprimir-lheé-hia  o  aspecto  doe  ho- 
mens de  sua  naçáo.  Os  poetas  gi-ogos,  que  se  Umitaram.a 
pintar  o  caracter  dos  Gregos  ou  dos  Barbjfcros  visinhos,  descrê» 
viam-nos  com  as  vcixladeiras  cores,  sem  na  ia  alterarem. 

Nas  scenas  greg  is  ap pareciam  os  Deoses  a  Talarem  a  lin- 
goagem  dos  homens,  sendo  agitados  pelas  mesmas  paixões,  que 
estes.  A  scena  moderna  nao  admitte  esses  homens  divinisados. 
Racine  rofero-se  na  €  Phedra  >,  á  Vénus  o  á  Neptuno,  que,  entre- 
tanto, nao  apparecem.  Nisto  obedecem  ás  exigências  da  vero- 
similhança, pois  as  ideias  mudaram,  e  seria,  alóm  de  absurdo, 
ridículo  querer  que  os  christãos  encarassem  com  olhos  gregos 
o  paganismo. 

A  Comedia  exhibe-os,  porém,  sob  o  caracter  burlesco,  eomo 
na  «Opereta  Orfi/tôo  nos  Infernos». 

O  Theatro  nada  soffreu  em  altura  e  nobreza  oom  o  aban- 
dono do  maravilhoso.  Distingue-se  pela  eloquência  e  dignidade. 
Bárbaros  c  odiosos  tornaram-se  os  costumes  antigos,  quanto 
dignos  de  louvor  e  excitação  nos  são  os  costumes  aotuaes. 

A  antiguidade  gi*ega  apparece  com  o  seu  oaracter  geral, 
simples  e  nobre,  e  por  causa  dessa  simplicidade,  núa  de  ele- 
mentos emprestados  e  de  episódios ;  regular  ató  o  escrúpulo, 
verdadeira  como  o  natural  e  mui  justa  no  jogo  das  paixões.  E 
que  estas  ferem  a  alma  do  espectador»  sempre  com  segurança  e 
jamais  em  falso,  como  acontece  em  muitas  scenas  actuaes. 

Concluiremos  esto  tópico  oom  uma  transcripçao  do  Padre 
Brumoy  sobrd  oa  três  géneros  da  Tragedia  antiga. 

€  £scbyIo,  como  inventor  e  pao  da  Tragedia,  ó  uma  tor- 
rente, que  rola  atra  vez  doa  rochelos,  florestas  e  precipicios  ; 
Sophocles  é  um  canal,  a  rega^  deliciosos  jardins,  e  Euripedes 
um  rio,  que  nem  sempre  segue  c\iv9o  recto,  aprazendo-sc  a 
serpenteai*  em  prados  floridos. 

Todos  elles  fizeram  pela  Tragedia  o  que  os  Desoes  era  prol 
de  Pandora.  Eschylo,  que  fez  desjibrochar  a  Tragedia,  impri- 
mio-lbe  aspecto,  um  tanto  rude,  delineamentos  algo  fortes, 
marcha  demais  fogosa  o  porte  mai?^  do.  gigante,  quo  do  lie- 
reina.  _  - 

2156  —  13  Tomo  lxviu.  p,  ii. 


iÕ4 


t-^wmmmTnnv  AceRRBNXADe^ 


-poijto  á^parencia  de  ms^trona;  dotou«ada  novtu»  gra^B;  mas 
obri^cm-a  a,  GxU>ir-^,  iimaur  resd^^  de^eábollada  e  úuti%&  com 
tioturaB   de  philo-ophia 

Em  r  es  ai  tio  : 

1  ,**  0  aatig©  TheatPO  ©  o  moderno  estái)  do  iicoorá^  qtiaudo 
i!fi|)^llem  cl;i  Tragedia  <x)  tbemaé  fingidor  o  dé  pura  linagitia^^àd, 
di^riodo  )ia  escolha  dDs  hisCéii^õÉ  ^  fa.l>Ul09O^.  Para  (>s  ttit>- 
dflasaw  *«w>  boiíy;  k^doS  esteei  í^uiispto* ;  ptirá  os  iíiregm  sé  eram 
aáiptaMsiííos  qne«e  oíírteHíaVam  <^ortl  fis^  Uti>j  iniidades  clas- 
ates;  O^  modernos  eiscoltieFii  bítjeetivoj!,  extranhon  á  sua  iiaeio- 
nslidide;  m  anti^é^ 's^\  *nmv'if\m  m  domestica  fnda^  tirados 
de  sGiisaiííiaes. 

líalli  a  inaioi*  líeeinididade  dos  mfidern<w»  fino  tioum  para 
reapigar  o  vasto  campo  do  ujii verso,  cnjo^  costumes  e  cai-a- 
oteDèt  deacroTem,  eori^uaoèíido  eoni  essa  dt^neripçâo  a  Historia. 

:í»'^  Quanto  aoà  persoH^gena  divinos,  hei-uicos  e  rèífios,  o 
'Hàa;Ltru  actual  nàú  m  oonipopta,  aitmita  a  díâbrenva  das  ideias 
sobre   Ikbttla,  hBtím  e  diudema. 

3:*  No  que  diz  roti peito  A  eeoUoiDia  e  direeç lo  ám  pB<,'a!í,  a 
sílpertóindado  cabo  ao  Theatro  ^nrego,  que  nao  quebrava,  eomo 
u  nosso,  as  unidades,  all*|açâ^j,  'm  episódios. 

4.**  Dihi  decorre  oativt  superioridade  para  os  Orego.^— a 
.iimplicidade,  gi-aça»  t  qual  íícià  imaginação  i>rozaao  objecto 
princMiat,  podendo  as^itn  i>residir  ao  jogo  das  paixões  cora 
preoiB&a^  prudonôia  e  voi^dade,  maiore??. 

j.»  Coma supí^i^^áHífto  do  Coro  giinhou  o  Theatro  moderno 
U41Í»  «r  Bumero  ^é  fioUoi^  as-*u  tu pto3  *  Sobrecarríagaridose ,  pof ôm, 
4%:Qiaitt4eflt^9^  pêpd«  a  coirtirtftidádfí  do  caso  e  um  espèotacdlo 
^MPÍte^«  &  subtfiaooitv  e  ai!omparihamt;Dto  rfoquádi-o. 

<#.MOB)ͻtioeB  de  amor  no  no*so  Theatro  tendem  a  attenuai^ 
a  impressão  do  terror»  a  picdidoou  apaitão  prini^lpai  da  peça. 
'  ^j#õdiift»  lie.  nlâatôrii,  p*rém,  n^ún  tVoquenteâ,  eail'a- 
qiH^ti n  ;uiti«t|jitf^aixtlii,  roíTVjleiído-lhe:^,  a  o^blapas^o.  aòadeia* 
>k>íu  todq^  os  pii»M^c|ttá ficai  p vdínMffti  o  ínstincto  genial  ão 
ductorde  «Xi^om^iíel»^  ^ue  eúi  ^tvm^^ú^  tkl  ao  amor  graniA 
parte,  mas  nuuca  a  principal. 


RBVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO  195 

<  Desde  o  começo  do  século  IV  (iiz  Croiset)  ó  a  Tragedia,  de 
dia  em  dia  menos  conhecida.  Vae  em  decadência  o  género.  Eu- 
ripedesé  oduia  vez  mais  apreciado. .  .Quisi  todas  as  grandes  ci- 
dades gregas  constroem  the  úvos  permaneatas.  Cresce  a  magni- 
ficência dos  espetaculos,  progride  a  arte  da  declamação  ;  apa- 
ga-se,  no  emt^into,  em  proporção  a  originalidade  ci'eadora  dos 
poetas  o,  na  au^sencia  dis  grandes  obras,  que  haviam  sobrevi- 
vido, torna-se  diíllcil  o  determinar  com  precisão  os  caracteres 
do  género  expirante. . 

Em  definitiva :  Pelos  meados  do  século  IV,  ao  tempo  de 
Alexandre,  o  Grande,  a  Tragedia,  posto  ainda  domine  o  gosto 
publico,  não  produz  peças  verdadeiramente  originaes.  Perpe- 
tuar-se-ha  nas  novas  capitães  do  succassores  de  Alexandre,  mas 
aem  renovar-se. .  .Dui*ante  a  Média  Idade  contribuirá  sem  du- 
vida para  o  nascimento  do  Theatro  clássico  entre  os  povos  mo» 
demos ;  mas  p  jde  considorar-se  morta,  porque  não  surge  um 
só  poeta,  que  a  cultive.  A  sobrevivência  deste  género,  devido 
ao  talento  dos  actores,  que  tentam  rejuvenescei-a,  deve  encerrar 
muito  de  artificial.  E  tempj  vira  em  que  o  publico,  fatigado 
de  repetições  de  peças,  preferir-lhe-ha  a  pantomima,  em  que 
serão  reproduzidas  as  mesmas  legendas. 


A  Gome-lia  gr,'ga  am  facfl  da  mculorná.—  Homi?r>,  Eschylo.  Aristo- 
Iclea,-- As  If,"^  CóriíLia  tlu  Tragofiia  fcíitiga.—  fj.-noru-Jíe^  o  n-mio 
* I *>  pr  i  j li <^ i r\>  CO m  (íd  i  og rapJi o ,  -^  Ar  i  s t u p  Ji a  nos ,  —  M m  e .  Da c i f  r .  — 
PlalíÍL»,  Plutarcj  e  Fr  schlino- —  Miínandr^,  Phtiriniíi  r  Epi- 
charmo,—  Dilp^rençajs  entre  a  Trag^^dia  e  a  «iOinedia  antiga,  o 
entre  odta  o  a  Gom<*dia  incMÍerna,- — E-ítniclura  da  C^iinedia. 


Ponhamos  agora  a  Comedia  í?TOga  íím  face  da  m^íderaíi, 
SqvA  dííRcil  a  eoniparaçãa,  porque  a  tnrmo  líainolía  so  limita, 
qiiasl  exeltisiv.imeiíta,  ás  obras  d**  um  só  autor  —  Aristophanes. 

AsjcHíoaidados  gpoasôinis,  com  que  a^te  poeta,  mopectda* 
mento  cltamado  «  Pae  da  Comedia  j^,  mettía  a  ridículo  penso- 
nagens  do  seu  tempo,  devem  hoje  oífender  a  suseoptibilidade 
dns  pe530v>í  honestas,  poleando  contra  o  dectiro  do  Theatro. 
Ainda,  porém,  que  a.^  r0;>roJuí  isso  mos  em  no8?ía  lingoa,  per- 
deriam ellas  tiuiat  todo  o  sal,  pois  de  íapparoceram  ou  objectiTo?t 
e  as  nircumstancias  de  caso  e  de  peâsoa»  de  on  le  Ihea  resultava 
o  pico  e  a  agudeza, 

Aristopbanpâ  conhecia,  a  fujido,  oj  AtUenieoíei  o  niugiiemt 
melhor  que  elle,  Ihea  dejcrdve  o  caracter  e  os  oo^ítumos, 

K»  piis,  nâo  86  pMe  pre:*cLndir  duma  noticia  perrunctoria 
da  personalidade  e  producções  des^e  poota. 

Os  começos  da  Comedia  são  obacuro-i,  como  oi  da  Tragolia. 
Parece  quo  a  ComiMia  na^:eo  dis  foitança^  na  vi [i  lima»  c  em 
ôpoea  posterior  d  Tragedia,  de  que  é  imitava).  No  coro  de 
Thespla  uas  cantiivam,  otitroí  deelamava^n,  como  o  áls^B  Ho- 
rácio, Um  i3  actor  falara,  Elrí  o  esboço  di  Oimpdta.  Dopoisque 
psGhylQ  revestio  a  scona  trágica  de  sua  fiirma,   apparecoo  a 


198 


PRO^fTíTTÍEU   ACORBEXTADO 


velUa  Comedia.  «  E  sons  cimeços  (affirnoa  Aristóteles)  aleao- 
çaram  grande  êxito.  » 

Eis  ai|iii  u  Coínediíi.  «lerivandtHiô  ila  Tragedia  o.,  por  oon- 
oqiíencia.da  imitacã«»  de  EseLy]o,  (o  para  ir  aos  priricipioa  das 
cousas)  de  Homero»  queigíírvira  de  jsruia  a  EíoUylo,  poiâ  que  o 
mesmo  AristotelOíi  6  deopinirio  que  n  Mar;^^itéa,  poema  satyrico 
de  Homero,  dera  origem  íi  Comedia»  <."orao  a  ilíada  e  a  Odysaea  4 
Tragedia.  ' 

Margités,  poréoi,  foi  um  embryâo. 

Qual  o  primeiro  compositor  da  comedia  í 

EupoIiSt  Cratirios  e  Aristophanes,  cit.uioa  por  Floracio»  re- 
presentam 08  coinposi toros  mais  estimados  lo  gctier  >,  aera  que 
lliegcaibaa  pnmazi.Ti  om  tempo»  Dms'à  triniado  colhoo  a  palm  i 
Aristuphanea»  em  eii,i«>  m\o  m  h  iviam  aniuliado  as  gi^ac»^,  con- 
tornm  afílrmava  Platão.  Elle  i^ontribuio,  mais  qiio  os  outros 
autores,  a  levantar  ao  apogeo  a  Comedia  antiga. 

Na  romodia  dint-inííuo  o  Padre  Fírumoy,  citando  Platonius, 
três  íbrma«, 

A  1^  fbrma  é  a  que  Horácio  r^hama-^  relha. 

F/  a  primitiva,  ainda  mído  o  lurbara,  que  figurava  na 
eaprô<ra  dô  Thespij^  e  cujos  autore^i,  mm  íjs  ro^tog  untados  d© 
vihhOf  proToeavam  os  que  pa&siram  eom  piiboirinâ  o  oliuruui 
inconvenientes.  Dominava  a  licença,  Iiisolente  at(^  a  impiedade* 
ludibriava  ho.rinns  o  Deo808  n  nunca  ii^injoiava.  Deita  conde m- 
navol  liberdade  ião  exemplares  algumai  das  peça^  tle  Arinto* 
phaiíeii. 

Vfiio,  afinal,  uraa  lei  reíYeiar  essa  lleooçai  de  que  até  ^^ 
próprio  Sócrates  foi  victima*  Velaram  o  pronuncia r-se  em 
scoria  o  nome  de  (jualquer  pessoa.  A  lei  foi  itludída  o  o  in-* 
di Tldi (O  saty ri ?ia'Jo  era  conhecido  sib  triUíparentes  aíltisofí^^. 
Embora  ílcticio^  os  nomes,  tão  pareeidoe  se  r^xlblam  oe  re» 
tratos,  que  o«  orígiuaoa  so  revelavam,  aue  prinaoirotí  deli- 
neamentos, 

A  segunda  forma  é  aquelfa,  em  que  os  magíatmdos  prohi- 
íaarn  a  exhibicào  de  aasumptos  verdadeií-os  e  u  appirato  do 
um  octro,  maldizente  em  excesso.  Viram-so  os  poetae  obrigiwlõe 
a  lomar  aisumptos  de  pura  invenção,  atormoa^Mido  assim  e 


BE^TSTA    M  TKÃTmrm  Hl^tTORICO 


f9B 


enriquecendo  a  ÉPceoa  oorafóa»  A  ComMI*  dõixAm'  dê  sei»  Me^ay 
armadi  da  archotes  e  tornou-sa  eípelho  ^t^f^^mM  w  f iiiKKí6iitfc 
da  vida  hurnaiT  i.  K*  est\  a  billa  CO:níi  Há»  tntltut^^  «"tfi^íliaíi' 

Aristophaftiog,  apezai'  dEW  duvldaís  levAotadas  ácertí^^  #é 
higardeflait  na»cÍftiont<*i  foi  r*3c  Hiliéííldo  ísifittdld  alhi^níí^rt^^ 
mais  por  seu  taleaia  do  q^lê  pcn*  tltiil<M  píís^a©*;-  T^6  gt^anVlfe 
celebridaiJe  durAfkto  a  guí^rra  do  P^lopí>n^«>,  |/fifRnpAlíftonto 
pelaô  censura»,  ivfa^^m  *í)  poder.  Efa  eíUáa  ífUaM  Ò  Arí>iíw> 
da  Pátria* 

MoFiai^dro  4$  o  iMdadtn*  d»  Oèrrtèfiíl  aorra.  ííé^iMTitiiíy^ 
iil^a»dt)s  jiiisftm;,  tbrmnlMdíJí  a  Af^ti  rBípeitrt:    '"''  ^'     '^'      "'^ 

Díxo  padre  Rapin  que  gHo  nit>  a  eiaclíi  ha  6i*íJèithçfo  lia 
tkbnlat  (lue  naa  ficcfiOí?  €4Teô^  d«  vGí*ò*íninimni;?a  qtmildb 
desnuda  grosiiiítfameiíAo^  «oliH  poi^onagenjí.  Ellô  pi^U  ít  ^^'o- 
jjmt^s  eoiuo  o  maíâ  dé!ipijsião'dos  at^henleo^CB. 
r.2Í-  E*  vordade  (fue  ArfBtopll*iie4  éB^^frevia  prira  69  Atheníot«s6g, 
cfietii!iiíi;dt>«  ás  UcBaças  da  velha  Comei  tia,  o  quetla  listwijeiar- 
lhos  o  gosto.  O  poô ta.  pjr6mV'l<^ve  dirig^ii' o  p<7V0  e  hão  acd- 
lan-lho  a»  míloè  ínstinctos.  M0a;ii3dro  agradaVíi  dfe  ^  mbâo  Irttí- 
vaval,  ômppeífiadtí  oatyJo  maiíi  ivitiM>:  íílam,  oí^O^ado  t^  n^âfai^l, 
pemuatlJiidi^i  como  orator  g  iii4riiindii,  coido  phiLoíioptia,  í^ 
ítiodaqua,  na  jai»a  de*  PlutaiJolio;  a  Miísiíl  dó  Aí*i9topll;inos  iíè- 
melba  ama  coste^fl  impndioa  p  a  de  Mèn^Qdt*ò  liliia  hriaefítá 
matrona. 

io   ^ilMaiM'  rj^ler  disse  a  foíipèltò  dé  Menaiielrò  : 
^' '  "4íTf  tnitea  homem  aijíum  possiiíd  tanta  Mm^  pini  dar  abín  o 
l*tdi^itjo  ©  paira  enhibil-o.  Tem  l^cll  e  iiatiii^al  á  ôríticá  0,  b 
que  é  raro,  conserta  áobera^a  deJÍcádé«a  ehi   grande  ífeirtíli- 
dide; 

.  '•'  O  ©ãplrité atfáea,  d«í  que  tátitu  íí©  jactam  í>9  adlipoa»  "brilha 
itia48  nelíe  qiie  em  outm  qiíalquer-  atrtnr  daã%*elhas  #raíf. 

O  *tt;ufladmiratôl  ô  qne  se  mostra  tSo sísnhòr dae  hiaptíiriaa, 
fleqtie  írata,  que,  çtefil  a  ittbhfcír  diflSiá tildado,  atíhá  ii  meiíJ  de 
"rliamar  ao  tei^reno  eon^á»  que,  ao  principio,  pai^dànl  í^ríiii])!^»^ 
tamenle  ostranhas  ao  aséíimpto  e  qtie  s'os  capricho^,*  ahiil.t  >> 
-^íiMíi  vÍTOT  e^^bs  nfeods  ô^efadoF/ ímí^etóm '  bfòíoOárlos  1.  -- 
tarioe  dos  incidentes  preparados.  Tem  o  estylO^rà^iVel,  com 


200 


ÔD;    PRONÍETHEU  ACORREKTADO 


o  espirito.  Mêm  da  pureaa,  nitides.  forc&  e  doçunu  4líqi» 
de  oarta  harmoaiX  que  é  am  encuito  para  o  onvtdo.  Bsootmi 
de  baUeza  D  eitjlo  lúoJeroo  e  commum.  NLnguQm*  como  elle« 
maaeja^  sem  obscuridade,  o  sublime  e  sabe  moáclar  toios  os 
geaoroi  dô  «Hcrever.  Som  lel-o,  náo  ^comprebeade  o  (nie  lia 
de  beUo  e  eacaotailor  n\  Uagoa  gr^^.» 

Plutarcho  i^  niaiâ  rôservailo.  Exalta  Meaaadro  em  prejuízo 
àe  AristophaaeÊH.  Critica  a  e^te  do  ultrajar  a  oatureza,  de  fAlar 
ao  povileo  e  uâo  á  genii  do  bem,  de  aíToetar  um  estylo  oliseuro 
o  licencioso,  trágico  e  comioo,  sublime  e  baíxOt  serio  e  j?race- 
jador  2íi6  a  piteriliiade«  numa  pala^Ta»   um  e^tylo  mui 
igual,  de  não  pôr  na  bocca   dú  !i$cu^  persooageus  Ungoagooi ' 
conforme  a  seus  caraetereã,  de  modo  que  se  possa  distí  aguar  o 
âUio  ãa  pai«  o  oidailão  do  camponês,  o  heróe  do  burguez  e  o  Deos 
do  fâmulo,  ao  passo  que  a  Licção  de  Meoauáro,  untforni3  e  pttra* 
se  ^uâta  aos  diferentes  papeisi  âem  despresar  o  cómico  alj 
maii»  forte,  do  que  é  de  mister  empregai-o»  mas  âôm  perdepl 
de   vista  nem  ultrajara  naiure^...»  Meaaadro  (acene^entai 
Flutarcho)  eonserva  sempi^e  uni  ml  coasagrado,  que  pareod 
ter  satiido  do  próprio  mar,oude  houve  nasci monio  Aphrodita. 
entretanto  que  o  de  Aríâtaphanei  6  amargo,  acre»  pangeate  o 
ulcOKidor.  E'  censurável  pelo  jogo  do  palavreia  e  aUitsões  aibJ 
JtitheUea« ;  eatraga  ai^uiLlu,  que  tonta  copiar  da  natunesa*       i  j 

Nelle  a  astúcia  é  a  malignidade»  a  injEenuidade  pari 
oí  gracejai  aatSí^  i)(iece$U9doros de   vaia^,  quede  applaufloâ«   oõT 
amorei  monos  divertidfs,  que  livres,  O  p^ta,  aâaal  de  e4kataa, 
'  ^Bsereve  menos  para  as  pesioaâ  sônsatas  que  para  os 
poasuidoá  do  jjiv**ja,  crimes  e  devassídõcâ.  » 

lio  pesátmismo  drsta  apreciará  )^  feita  por  quem  vivQiiâOO 
^anuotídapoid  dQAriátopbaaes^bomeomo  do  optimismo  deMmo* 
Daí^iei,  appellemos  para  Platão,  o  qual  no  f^3íi  Banq%^ete^\&  Itigar 
dístincto  a  .U*iíítiíphaup^»  qiie  abi  fala  com  ís^erateí^  conforme 
^^u  caracter.  £*  fama  que  o  pbilosopbo  divino  enviou  a  Dio- 
lEiysio,  tyrauQO  de  Syracusa,  um  exempiair  de  Ariátoplianeg,  ex- 
^hortando-o  a  iol-o  com  att^iç^o,  âL queria  conhecera  fundão 
astí^do  daRepubliea  de  Atheuas.  A  refutação  de  Plutarcbo  e^tá 


UKVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


201 


r 


Quaes  as  re^as  gí^rans  da  Come  lia?  A  Comedia»  no  álzor 
do  paílre  Rapin,  é  a  imagem  da  vida.  Tem  por  fím  mo-strar  no 
theatpo  OB  seníios  dos  particulares  para  enrar  o^  defeitos  do 
pubiico  o  corrigir  o  povo  poto  rocnio  do  i^*n*  ol>jcd.o  de  zomharia. 
A:i^im,  oridieolo  ^  n  4110  ha  do  mais  osHístunal  á  c^miodía.  Ha 
um  ndiculo  nas  palavras  e  um  ridicíilo  nas  cousas,  umridíciíto 
honesto  e  outro  ímrloíco.  To<la^  a^  vordado?»  da  vifla  loom  sou 
lioni  e  mao  lado,  K\  pois,  um  úom  da  naturoza  aeliar  om  eada 
eousa  o  riditnilo.  Aristoteleg,  íjtie  doo  rcisrraapara  o  pranto,  não 
n'as  do^)  [lara  «*  liso,  Is;o  vom  poramonto  do  rospoctivo 
gooio. 

A  grando  arte  do  eonodianto  c;OiisÍsto  om  prondci^-SD  á  natu- 
lisza  o  niinea  abaodoiial-a,  de  ter  soDti montou  communs  e  ex- 
prossõG>t  ao  alcance  de  todo^,  devendo  evitar  os  termos  baixos 
e  viilííareií,  salvo  si  Ibrte  doi^o  do  agudesa  os  sustenta» 
Doremâor  f^vitidos  os  provérbios  e  os  bons  ditos  do  povo,  excepto 
qiiatido  natiiraes  o  revelando  sentido  amono.  Tudo  perece  sem  a 
vnr'0!íimilhan<;'a;  com  olla  tiilo  i^  liello.  Sejam  bem  preparados 
os  iíicidentos  c  nada  cuntenham  do  gro.ssoiro. 

Qtiasi  -sempre  a^  ciraeilíai  naufraíram  pelo  dvío  desenlace 
ou  desfecho,  qur*  j*e  aíksla do  natural. 

Dia  Jiilio  Girard,  citando  Jamblic  >,  que  Epicharmo,  traiisi- 
'portando-BO  A  Syracn.-ia,  se  absteve,  receioso  do  tvranno  HierJo, 
de  ooníbssar  sua  fé  de  philosopho,  masque  a  dissimulou  sob  a 
fárma  poética,  servi ndoso  da  Comedia  para  publicir  as  dou- 
trinas de  Pythagoras,  sem  deixar  de  attonder-áa  exigências  de 
um  puhiíco,  ávido  do  scenas  de  cirnaval.  Nessas  pcçaa  a  nota 
oomica  não  r  acceniuadi.  Bem  que  soja  simples  o  familiar  a 
fo  ma,  nadíà  lembra  nella  o  falar  vivo.  sciotillante  e  ousado  da 
Comedia  antiga. 

O  moiro  empregado  ó  o  trimetr  j  jamblco,  qiio  a  poesia 
satyrica  pasmou  ao  drama,  de  que  é  iustrumeoto  ordinário,  ou 
o  tetramelro  trochal^o,  não  apropriado  a  uma  expOííiçâo  philo- 
sophica. 

Aristóteles  li  ira,  em  vista  geral,  a  Comedia  A  poesia  Jam- 
biea  e  lhe  assi^rnala,  por  oriífem  particular,  os  impra visos  dos 
phaiiophõmSf  Hto  é,  daquelles,  que  tomavam  parte  na  procisião 


,*.v 


ao2 


PnOKfETHEU  ACORHIMTADO 


dioiíysaca  do  pkallHs,  An  phnUophQriãí  ffTram  mais  brilhanlífeí  cm 
Sití .oniii.  Eutrava  o  oru  pn-  flilFerentôã  purta^í  da  diíéna,  oocqI* 
tando  o  soinldantô  sob  iinn  í5ípeL*io  da  cabellfiira  de  Acautho  e 
ãe  sorpol,  sobre  íiug  pousava  esposm  ooi-ôa  do  beraa  o  vk>l&ia«; 
e  vôstiiíf)  dn  uma  peliga  porsa.  m. - 

IEi  guiado  pído  lí^rtííopÂâm,  adiatitandi>sc  em  bon  ord^rn, 
ennGiírocidotJo  fuli^om  e  a  cíMit:ir,efii  honrado  Dionjrscw*  veisos 
tradieioimes,  aaminclaidoreB  da  liberdade,  que  .«  iâ  seifiKír. 
Punham-ííe  a  eorror  os  qmi^  o  corap unhara,  parando  ora  ftee 
dúgeaiHJut  idoreí.atíraiidolhií^pilhoiias  licencio isia.  Ilivía  en^o 
nas  p/míííjpAíiríaj  uraa  procissão  f!õ' 11  m  eífeitos  do  t.rj*jiir;  « 
improvisas  saiyFicos,   como  oa   autoi^ÍJ^a^  a  o  owlto  doa  outros 

A  aia^i^fa  Tragoii^  athonioaso  toinou  á^^  ph(iU(>ph9r{a$  09 
douselemantos  niiaacionadda.  No  conceito  delApistotyl  *í,  d  Drama 
cQmia) eho^iJU  a^j  pleiío  dã'^õUYoÍviniont'C>  qitaudo  so  libertou  da 
(WtliAa  Jami*ica,  Mn  4,  da  .^t>^ra  penáoaJ  g  <1is  Córmas»  em  qM 
Oííti  íicUiTaj*4  produzia,  aii  tempí, em  que  o  Drama  de^ncm 
marcha  lonm  «  rogular  ,  qiiaiiioi  lín  Umeuto,  sts  tornou  cm 
Comedia  no^a^ 

MogviiM ,  d 0  N i sa ,  i n iro  1  a ?,io  uo síie  í  d't ve r i i  m >ifi U>á  di on y ^i a 
jBps  o  ppiocipio  viviíkanta  da  acçíW.  Os  primeiros  eu^íilos  da 
Comi)diã  foram  jiiformâ^.  Kntravam  m  ncUivès  om  â^on^i.,  a^ 
aca^o,  em  di^j^ordem*  Maíj  Já  nâo  ora  unia  procis^o,  ou  ua>a  paa» 
toiEíuia,  ou  om  pQvmn^xgem;  h<bvia  pi^ra  cada  peca  uma  ideia 
4kova^  á  tiual  «a  roportavt, c mio  a  um  oontro.  o  jogo  lívi*e  dtsi 
iu^tores.  Nascoo  eate  »3âfarço  de  iriveaçãoiigs  QKcessos  de  utnft 
íjuMevação  popi^Uar,  Urre  do  ji^^o  de  TiíeaMâuos  e  'Ja  appoaitâA 
dos  nobres»  o  povo,  que,  na  ôxprei«ão4^  Plutarobot  et»  enibriat 
gõ(i  cio  DínAo  ptíi-o  ciei  liberdade,  usou  desses  esboroa  di^  Coiumiia 
qomo  r^j}râ|9otlU  oontra  a  ariítotir^eia^ 

A  que  gráo  de  mTobat.fcWôíitq  n^o  chegaram»  enttm  W 
fedtaa  dô  Qionyáos  l 

Ahi  Oitavara,  no  ©ra tanto,  os  começos  da  arte. 

Sus  j.rião  raifcstr^iu  aum  déiti^  4I0  Ather^a^  o  t^erraen  áo  íjuo 
4ôvií^  ge|:,  um  sucuJu  ^epyi:i,  a  ikitoadia  política  a  M^ifai^  Hí" 
bleia  receMa  d^  sua  iaeU'opola  a  tr^cilQ^ci  da^  Hirç^^  bui^OMkf 


í 


REVISTA  DO   INSTITUTO     HIST0RIO3 

qíi(í,  tran^írormada»  p^la  arte  do  Kpicharmo,  deviam  dar  se  ih 
modelos  a.  C*>media  de  costumes  o  df*  Intrl^ía. 

E'  do  suppor,  li  vl^:\  áf»  testíViniulu-;,  qnn  entre  os  Mo- 
g^rezdH  da  Sitilia  tirio  oxi-ítio  a  liberdade  de  ins«ilto,  a^pezíir 
de  poí^ãiiirem  ellos  gmiio  afoí?re  n  ítanstict». 

Em  Seliniwte,  colónia  do  Mugara  ÍI)  hieia,  vivia  Aristoxeno» 
vBlho  poôta,  qtiasi  ©ontem poraoea  do  ArcdidoiM).  Klle  \o\  o  pri- 
meiro a  (li^tiii^'uir-í*e  na  compoaícào  do  poemas  Jarabicoí.  Epi- 
charmo  imítou-lh('  a  forma  litteraria. 

Fliormis  compartilha  com  Kpieharmo  a  gloria  dú  haver 
consUttiido  a  Comedia  pela  invenção  da  Hibula.  Kríearregado  da 
eduí'acão  doa  fllho^^de  ífrd^io,  deSyrafUisii»  intrniiuzio  o  liixu  lum 
apparalhos  da  repnH^ntiçâo  siieoica.  Nem  imH  projluoí 5oy»  nem 
no  renome  igualava  Epicharmo. 

knten  de  Epieharmo  r6  m  representavam  pfMiiienas  scenaa 
insuladas,  ideiaíj  comuas  limitad.v.s  a  ura  qualquer  pouto  tluí*- 
tacado  da  legenda  mythologica  ou  iim  promonor  do  eoetume^ 
tractado  em  si  mesmo,  mm  re  aç*ão  cora  aa-mmpto  mais  geral « 
nem  eom  uma  iotriu^a  dr^imaUca, 

Foz  Kpktharmo  da  r^onieilia  «ma  obra  do  arte,  não  só  pelo 
íiosen  volvi  mento  da  fabula  e  pela  corapnsiçáo,  itomo  íHjrque 
eserevflo  suas  peças  om  verão*  o  quo  nonhum  outro,  anle-idelle, 
o  fizera.  Varia \' a  sempre  o  metro  com  elí*fíantn  neglioeucia, 
arlapiiodrj-o  ao  assumpta  n  ao  doieKo  di  litigoa  e  d(»  dialecto 
popular.  Corto,  que  em  suaa  compi>siçoDa  nào  so  roaniam  todas 
ng  riquezas  de  combinrif^ão  o  todas  as  pf»5quiza8  da  arte,  que 
emArÍ5'toplian'Ssáoa<lmiradasi;  muita,  poriam,  se  deve  a  osto 
cultor  da  Oattiôdia.  Vejamos  o  que  lho  df^ver»  seug  íucceí' 
sores , 

fíUe  ©mppogou  na  Comi^Ua  diversos  motros  p^ticoà,  a  mu* 
ísica  e  a  dansa,  imprimindolfm  aííi^im  ajípooto  da  nobrez»,  qm 
a  ejialtoii  na  antiguidado.  [)e*Hlhv,  ab''ra  disso»  t*.nn9tituiçào,  iui- 
ventando  a  fabula,  i?íto  (*,  a  ooncepçào  e  o  des-nvoAviínento  de 
orna  acção  i*egular*  Ab^trahtiidi  da  velha  Otmi^dia  atheníonso, 
abrio  caminho  recto  e  legitimo  part  a  arte. 

Ah  cemotllas  d©  Epicíiarmo  ostao  i^achoiadds  de  masimas  e 
provérbios,  Axiopistos  attribuio-lUe  também. a  autoria  de  Brú^ 


204  PROMETHfeu  ACORRENTADO 

cardos  e  de  um  Canon,  ou  regra  de  vida.  Tomou  elle,  ao  caracter 
de  moralista,  dístiacto  lugar  eatre  os  gnomieos  Phocyiide  e  Tbe- 
ognis.  Thoocrito  escr^veo  no  pedestal  da  estatua,  que  lhe  er- 
í?iieo  Syra-usi,  ena  iiiítcripcão:  «Elle  disse  a  iodos  muitas 
«•oiidis  úteis  para  a  viila  o  deixou  um  thesouro  de  pre- 
ceitos.» 

Não  fevo  Ion?i  dura(.*no  em  Syraeusa  a  Ci»media  de  Bpi- 
cliarmo,  Ap<')sellíí,  sóe  fitado  Dinolochos,  seo  filho  ou  seo  disei- 
pulo,  do  qual  reíítam  apenas  aiirumis  palavras,  conservadas  nos 
Glossários. 

A  invençílo  de  Kpicharmo  não  morreo,  porém  ;  foi  conter* 
vada  c  ampliada  pelos  Atticos,  primeiro  no  período  da  Comedia 
politica,  em  que  as  imitações  da  Comedia  siciliana  impres- 
sionam, máo  grado  á  pobreza  dos  fragmentos  e,  mais  que 
tudo,  na  media  e  nova  Comedia,  que  é  a  continuação  directa 
das  comedias  de  Epicharmo. 

A  Sophrão  deve-se  a  creacão  da  mimica,  que  consistia  num 
curto  dialo/o,  som  acçã)  propriamente  dita,  sendo  os  interlo- 
cutores personagens  populares. 

Dim-nos  ideia  viva  e  aproximada  desse  género  as  «Syi*a- 
cusanos»,  de  Theocrito. 

Cita  Aristóteles  a  Chionidas  e  Magnt^s  como  as  mais  antigos 
poetas  cómicos  athenicnscs,  dignos  de  menção. 

O  grande  poeta  cómico  do  período  (século  V)  foi  Cratinos, 
rival  do  jovon  Aristophanes.  Eraatheniense. 

€  Cratinos  (diz  Croisot)  devia  ter  feito  muito  para  acabar  a 
oganiz  içâo  da  ComoJia;  mas  não  h\  disso  testemunho  fidedigno. 
Era  um  censor  ousado  o  cuja  franqueza  ia,  em  certo?  casos,  á 
brutalidade.  Agradavam  suas  satyras  pela  invojição.  Se  o  génio, 
livre  (í  fecundo,  achava  facúlmente  a  forma  dramática. 
Era-lhe  natural  o  lyrismo.  Andavam  em  todas  as  boccas  alguns 
das  seos  cautos.» 

Só  <e:nos  d  elle  títulos  o  ÍY»a  jumentos. 

Km  seguida  a  Cratinos,  floresceram  Aristophanes,  Crates  e 
PherOcrates. 

Crates  foi  o  primei]*o  a  romper  em  Athenas  com  a  satyra 
directa  e  pessoal. 


REVISTA   DO   INSTITUTO    ItlSTORIO» 


205 


Pherécrateá  cultivou  o  mcíírao  genoro  quíj  o  pouu  a^;iitiii 
apoirUrlo.  

Diffcrmças,  assignalmlm  por  A,  M,  Croisei  tnirú  a  Tm*jedia 
c  a  Oaniedia  antigas  e  entre  esta  c  a  Comedia  Mi»iei'na , 


A  ComcUia,  no  V  shjcuIo  A,  C,  era  rcprusontiula  ait  Attíca 
duranto  as  Lonlaiiuai^,  as  DioQÍsyacan  urb^jbiias  e  as  campeã tros. 
Etjt  ts  ultioias,pí)rdra»conio  fastas  de  burgos  ou  do  aldeias,  tih  im 
pouco  brilho  e  aaimaçâo.  Nas  Dioaysiacas  urbaua^í  a  Tra- 
geilia  occupava  o  primeiro  lugar  e  a  Comedia  o  seguudu .  Nas 
Leu i ;i u nas  diva m-:íe  ao  pubUeo  todas  a-i  pcça'5  do  Arií^tophanoíí. 

Applicavarse  á  Comedia  tudo,  <iue  retipeitava  ao  côio  e  ao 
lugar  de  ar  choute  na  Traj^edia.  Oá  poetiiíi!,  aduiittidos  ao  con- 
Guráo,  liraitavani-ae  ao  uuuioro  de  ti-es»  Cala  uui  trazia  uma 
peça. 

A  dispoáirâo  uiaierialtto  theatro  era  am&sma,coiu  a  uúica 
diíTerença  de  que  o.s  perâonagená  da  Comedia  se  deslocavam 
mais  livramento,  o  a  eufícefia(.^o  exigiíi  mais  eonipiacencia  da 
Ímagiuaí;ão  do  espectador.  A  acçáo  era  trausportada,  sem  mu- 
danças de  decoraçr»e3,  da  cidade  para  o  campo,  da  torra  ao  céo, 
sem  que  algueui  eoute^ta^^  o^  direitus  da  fantasia, 

O  coro,  em  vez  de  do/.e,  contava  quinzi  pessoas»  (juc  eram 
disfai^çadas,  conforme  a  invenção  do  i)oeta,  semi  voi*osimilliau<;a, 
8ob  trajes  variados  e  oruado«  de  attributiís  ciractoristicos.  A 
danya  míii8  uza-da  «um  a  cordace,  espoí*Ío  de  sarabanda  vio- 
lenta e  dóííi^egradii  até  a  obscenidade,  com  requebros  e  pulos, 
cheia  de  evoluçõos  rythniailas  e  carreirag  em  desíllafla. 

De  actores  cantavam-se,  ao  principio,  três»  como  na  Tragedia ; 
havia,  no  cntank»,  liberdade  para  augmentar  &sse  numero  n.i 
Comedia,  beru  como  de  variar  o  traje  do^  parachúregemas^  tor- 
nauilo-o^  exquiaitos^  Os  actores  comitjoá,  assim  como  o  coro,  enver- 
ga vara  vertes  justas  ;ímííífoíí  de  coreá  «arapintadas  formaram 
a'peça  principal.  Por  meio  de  chumaços,  aíTeiçoavam-ie  abdómens 
proeminentes,  aoeafj  rechonchudas  e  panturrilhas  inverosiraeis. 
Oabriam-se  de  túnicas  e  mantas,  obdecendo  à  moda  e  á  con- 
dieção  do  pei'soiia«rera,  entrando  sempre  nisto  certa  dceede  fan- 


206 


PROMBTBEU  ACORRENTADO 


tasia  doé  actores  e  do  guardar-roupa  do  theatro.  M  maacíu^&s 
dos  aetores  cómicos,  á^  mais  das  vezes  grotescas,  variavam 
como  a  in*opna  Comedia, 

Nas  ^Amsp^áe  Ariéto^huniMi,  a  muscai^a  iiaha  tã4^  prodi^090 
bico,  que  os  eâj>ectadoruâ,  ao  vel-a,  riam  a  baudciraa  despre- 
gadas. 

Sstr%jictura  da  Gomêdia 


Da  mesma  norte  que  a  Traria»  a  Comedia,  ao  icjnpo  do 

ArisWpbanes,  tem  uma  estraetupa  normal,  que  pouco  varia  de 
uma  pai^a  outra  peça* 

Uma  peça  comiea  eatreia  por  um  prologo,  isU»  é,  por  um 
dialoíío  pi'títiminar,  que  aerve  de  expor  a  situação*  Esta  situação, 
quasi  i^mpre,  envolve  uma  these  politica,  ou  mot*aÍ,  de  que  a 
peça  deverá  ser  a  demoastraçao. 

Ao  prologa  succediam,  como  íia Tragedia,  diversoa  episódios, 
reparados  pelo  cauto  áo  coro*  t^sta  divisão  era  mais  caprichosa 
na  Comedia,  em  que  aâdiversu^  partes  do  met^mo  episodio  di  Ha* 
riam,  maí8  frtiqueu  te  mente*  umas  da.^  outras, 

O  metro  da  íiJomedía  é  muito  ineuos  disciplinado,  que  o  da 
Tragedia.  Por  uma  serie  de  liceu va^,  permittia-8e  uma  poeísia 
deleixada. 

Dos  eomediograplios  atiienienses,  couteoipom^iieos  de  Arls* 
tophanes,  o  mais  notável  foi  Etipolis.  quasi  igaal  em  génio  o 
fama  ao  autor  das  Nuvens,  Deátaeam-.^o  de  suas  Comedias 
As  Cabras^  o  Maricas^  os  Démes  e  OS  Bapkis.  fc]upoiis  igualava 
1%  rratiuos  oa  iajurla  e  tia  mordacidadi' .  O  Misanthropo,  peça 
do  Piíryaico,  em  coucurso  com  AriíStopSiaaoíí,  teve  tei*ceiro 
lugar,  cabeado  ás  «  Avesí^  o  priiin3Íro, 

Platão,  o  Cómico,  toruou-se  notável»  nessa  época,  pela  pa* 
rodia* 

Vúm  essa  pletade  de  poetas  esplende,  como  uunoa«  a  Od- 
media.  Tojou  o  zeuitb,  d^onde  mpidameute  descambou,  su- 
jiliiido-se  00  occaso. 

A  causa  d^essa  quedafoi,  pix)vavelmente.  como  o  dUem  A* 
e  M.  Uroiiôá»  a  tmaâTormagão  do  goito  e  do  espirito  publico, . , 


REVISTA  m  INSTITUTO  HISTÓRICO 


207 


Cansou-se  o  publica  da  Comedia  íiBtiga  ;  desgcmtou-s©  de   suas 
hyperboles,  de  sua^  palliaçadas,  Tiolencias  e  grosaeri  ia. 

Esáéá  di verti moatu^,  acauipaahaduí  de  cantos  fiada vam  em 
desordenadas  e  tumultuarias  scenas»  que  se  pj.reclani  com  m  do 
um  carnaval,  íLqtjecido  por  libaçritis,  EUas  cauiititulam  o  cornos^ 
nome  de  ^\lQ  se  derivou  comedia,  Aocreiôia  a  i^io  o  des* 
tilar  das  carroças  dos  viahateií-os,  «^ue  levaram  toneis  clieios 
á  cidade . 

Em  Megara  6  que  parece  eábo^ar-^,  com  aa  «ceaas  úb  Su- 
sarião,  alguma  cousa  de  organizado  oa  Coaiedia.  Âppareceui 
ao  tempti  ^le  Pisiâtrato,  toQtativaá  do  Tlicatro  cómico*  ropre- 
soDtadas  porMylos  e  Meaou. 

ÀMim,  porém,  doo  esda  arte  o  seu  primeiro  vòo  «a  Sicília- 
Foi  EpiehriiriTio  a  águia,  que  o  desferiu, 

O  que,  porúm,  distiajíuia  a  estructura  trágica  da  estruotura 
da  Com^edia  era  o  caracter  próprio  dos  cautos  ilo  coro,  parodos^ 
parabase  e  intermsãio* 

Na  Comedia  de  Aristophaiies  o  jjarodos  éj  um  trecko,  táo 
dramático  quíiato  lyrico,  mesjla  de  cauto,  de  rtícitaçòet:,  de  sim- 
ples dialogo,  comportando  sompreTiva  aiiimaçâo,  iiuc  vae,  si  a 
(jccasião  o  exigo,  até  a  turbuli-ucia.  L>'ahi  resulta  que,  em  vez 
de  constituir  tima  e^specic  de  iutormedio  entre  o  prologo  e  o 
primeiro  episodio,  assigaala  um  relbrgo  da  acção  principiada, 
uma  acceleração  de  movimento,  após  o  primeiro  grupo  do 
sconas  e  Ii^'a-se,  do  mí>do  mais  iutimo,  ao  grupo  seguinte^  qtié 
participa,  em  geral ,  de  íieu  caracter, 

A  parabase  é  um  grupo  de  canto  e  li^agmentos  recitados  ^ 
e-^^pecial  á  Comedia  do  V  inoculo.  No  ftm  do  primeírí»  GpfsoAío, 
que  nórf  chainariamos  àuí/undo  ai^tu  (coiití^jido  o  prologo  como 
LI  primeiro),  estando  vasia  a  sceua,  os  coristas  agrupados  te 
orcbestra,  despiam  os  mau  toa,  l*ajicndo  meia  volta,  e,  dando 
costas  á  scena,  adiantavam  alguns  passos  para  m  e^pectadorea, 
A  este  movimento  é  que  propriamente  so  dava  o  uome  de  pa- 
rabase^ mais  tardo  ampliado  a  toda  a  scona,  que  so  aeguiat  Uma 
psirabase  completa  comprebendia  sete  partes  ditjtincÈas,  sendo 
a  principal  uma  espécie  da  dÍ2*curâo  do  curipkieo  ao  pnWico. 
Este  discuríio  cliamava-se  os  anapeslos,   om   raeio  ilo  rytèmo 


208 


PROMETHBO  ACORRENTADO 


ctirto»  u  cllc  ui'dinitri.imtótit43  usado,  Procoiia-o  uqi  brevíssimo 

c.ink>(}<o|i|jLoÍTiov)  o  tiH"nií(i;i\  ci-o  oxtetiso  poriodo,  rwitado  d'um 
fôlego,  e  *ieaoíniiiíido  lo  iga  phraSij<>«xç>o^í,ou  «utfocavão  (i^vtyo;), 
8uce*NVta  a  osto  ires  rragriifjiitjs  uma  segunda  parto»  eom- 
po-stíi.  de^íusitro  ostriíplien  iyncaí*»— a  pri  moira,  scgtiida  de  umii. 
copla  doclaiiiada»qiií3  doiioaiínavam  «pirMema»  a  sogtiii  d  a  He 
otitnv  cíiida,  de  igual  medida,  quii  ora  o  antipirkema.  Só  nas 
Yullia.^  pegas  de  Arisfcophanos  lui  03tumpio  d'osta  parabasn 
ctímploti.  Mutilaram-ii'a  as  eomediographos  posterioros,  sondo, 
afliial,  abolida. 

Mém  da  p«ra&twt' completa,  ciic?rravaiu  algumas  eoietídiaí, 
a^iétí  o  lercoiro  ou  quarto  epiaodio,  u:u  truchó  aaalogo,  por 
sua  Qstructura,  á.  segufida  parta  da  parabase, 

O  diacursu  do  coripheo  parece  havor  «ido  a  rocordaçãu  de 
um  prologo  primitivo,  deslocado,  tio  correr  do  tompu,  pelas 
transíbrraaçoeá  da  Comedia.  A  parto  epirrhemaiica  repre- 
i<eutíi,  provavelmeote,  uma  lórma  di  intermédio,  especial 
ao  gonoro. 

Havia  outros  iiitermc  lios,  monos  imporlautes»  para  separar 
O3opi8odio«.  Piram,  era  geraL  cantos  pouco  extensos,  de  duas 
estrophes,  quando  muito,  com  suas  autistrophOíj,  ligeirati  o  sa- 
ty ricas.  Revive  nij^tas  coraposiçõeí  curtas,  lestas  o  joviaoí, 
toda  a  etpout.ineidade  capriehosa  da  Comedia  primitiva, 

Vé-se  doo  .posto  que  a  liga<?ão  dn  partos  na  Comedia  diJfei*G 
da  da  Tragedia.  Os  stcísima  trágicos  marcara  ^doter  mi  nado  du- 
mero  de  jmusas  ua  ac^áo,  todas  do  quasi  igual  importância-  Na 
Comedia  tíé  ha,  ua  realidade,  uma  pauera,  ou,  ao  muito,  duas 
pausas— a  das  pa ra bases  e  dos  cantos  epyrrhem áticos.  As  outras 
separações  sào  ligoiraHoqiutsi  não  se  pereeliem,  A  ra^âo  distai 
estiL  na  própria  uatureKa  da  acção  cómica. 


Natffreza  da  acção  e  das  penonagcns  fia  Comedia  do  V  secuto 
—  Séo  tàipirUo,—  Definição  da  Comedia^  conhecida  por  antiga  ^^ 
Sua  linçoa. 

Fabula  burlesca  com  fundo  satyrico  era  o  assumpto  da  Co- 
media do  século  Ví  A.  C.  )  Devia  S3r'simple^  a   fabula,  que 


RKVISTA    DO     INSTITUTO   HISTÓRICO  209 

não  pasmava  do  pretexto.  Si  lhe  lultava  ^'raçi,  que  consistia, 
principalmente,  na  alegria  o  no  movimento,  naufragava.  O 
poeta  cómico  devia,  antes  do  tudo,  inventar  um  facto  principal, 
um  processo,  (luoreila,  viagem  phautastica,  rosurreição  de 
mortos,  creação  de  cidades  imaginarias,  conspiração,  alguma 
cou>a,  finalmente,  que  servisse  de  sustentáculo  a  tudo,  o  que 
tivesse  caracter  de  alegria  o  de  novidade.  Ahi  é  que  batia  o 
ponto.  Por  falia  do  typos  e  assumptos  originaes,  que  se  haviam 
esgotado,  copiavam-se  os  auctores,  accusando-se  ^entre  si  de 
plagio. 

Sobre  plano  geral  bordavam  os  poetas  incidentes  agra- 
dáveis, som  muiío  apurarem  a  verosimilhança.  Tudo 
se  llios  permitiia  o  perdoava,  uma  vez  que  excitassemSJ  o 
riso. 

A  fabula  importava  em  satyra  e  em  demonstração,  sob 
forma  dramática,  fabula  e  demonstração,  intimamente  unidas, 
ou  antes,  identificadars,  progredindo,  naturalmente  e  juutas, 
em  geral,  uma  pela  outra.  As  combinações  dramáticas  eram» 
de  pLeferencia,  produzidas  no  começo  da  peça,  porque  então  o 
po3ta  organizava  a  fabula,  ao  passo  que  na  segunda  metade  se 
succediam  por  simples  e  r.ipida  juxtaposição. 

Quando  ha  nó  na  Comedia,  e>to  é,  ás  mais  das  vezes,  desa- 
tado em  meio  delia.  Para  além  desse  ponto,  a  demonstração, 
proseguindo  sob  a  forma  de  sconas,  ligadas  umas  ás  outras, 
sustenta  a  acção  e  dá- lhe   andamento. 

Estão  os  personagens  em  harmonia  com  a  acção.  Graciosos  e 
burlescos,  antes  de  tudo,  po:>su?-os  a  loucura  carnavalesca. 
Aristophanes  soube  pò.*  nessas  figuras  extravagantes  a  realidade 
humana,  e  neste  esforço  o  acompanharam  outros  comediogra- 
plios.  Em  taes  personagens  cómicos,  emtanto,  pela  maior  parte, 
os  sentimentos  do  homem  excluem-se  pela  própria  natureza 
do  género.  EMhes  extranho  quanto  é  serio,  profundo,  intimo  ; 
não  teem  o  direito  de  amar,  ou  de  seguir  um  movimento  ge- 
neroso, nem  de  ter  consciência.  Nada  de  pudor  e  delicadeza ;  são 
meio  loucos,  mesclando  a  ideias  de  homens  caprichos  de  criança 
e  extravagâncias  de  alienado.  A  própria  natureza  da  acção 
veda  ao  poeta  o  desenvolver  um  caracter. 

2158  —  14  Tomo  lxviii.  p.  ii. 


210  PROMETHEL'  ACORRENTADO 

A'  incoíierencia  -io^  fa^-t.-í  dev»?  rt-^p^jiider  't  d-Jt?  s^res.  'im 
qfK;m  íísács  fa.-t^  cjíi^tifij  m  a  ví'li :  si  ha  um  e5bi>ío  de  ca- 
T2u:lf;r,  <»  pr^ípívidamente  o >  pi  .-.ido  pelo  prâz*?r  de  dizer- se 
nrna  Wic^*.  Nada  do  .-olid-^  e  c>:;si-tenf  . 

O  py:ta  faz  do  coro  o  «ific*  quc".  Ti-aiisforraa-o  em  pasBai^jf. 
raa^,  iDV:';to=.  nuvoa^.  vespas,  rf^mM  o  ilhas.  Essis  meta  mar 
pl;r>«  r-  fão  dr;  curta  d>ji-a^ío  :  -i  h-vr.  ♦•s^e  permaneocii,  nio- 
frufctn  a-í  supportaria. 

A  Come-lia  athoníene  *:•  uma  ^iuiirar-âo,  um  liWllo  sce- 
oi<>>.  Seo  f-pirit/i  <•  o  d  j  opp'>sicão  a  tolas  as  novidades.  Os  rl- 
dicilos  antigí/s  atUínu'jm-íe  p.*I»j  iiabio  e  pouco  se  lazom  sentir  ; 
a»  ootiaas  nova*,  po«to  que  não  ri'JicuIa.>  em  sal«st;t!icia.  csean- 
dalíj^am,  qua.-jí  s^-mprif.  o  pp»vooam  o  riso.  Por  secreto 
instíncto,  torua  dellafí  posse»  a  Comedia.  Ki<  por  que  ella  <?  hosttl 
aorf  sí^phistas,  á  eJucavão  philosophica,  ao  luxo,  **>  melhora- 
ment^j  matorial  das  condiç«Ví.s  da  existência.  Também  invectira 
a  nova  musica,  as  Inn^nações  dramáticas,  maxime^  as  de  Enri- 
pedes.  Combate  cm  politica  o  po^ler  e  os  influentes  do  dia^ 
cujos  defeitos  revela  no  exerci  cio  dis  funcções  publicas.  Li- 
sonjeia a  malignidade  publica  o  parece,  sem  que  isso  entre  em 
8ua?í  intenções,  que  se  limita  a  divertir  o  povo  o  censurar  a 
domocracia. 

Qnant^i  á  lingoa  da  Comedia,   dizia   Quintiliano  :<  A  Co- 
media antiga  6  quasi  o  único  género,  que  tem  guardado,    em 
sua  parf3za,  a  graça  nativa  do  falar  attico,   possuindo  ÍVanca 
o  aílmiravol  eloquência  na  satyra  dos   vicios   e  grande   força 
nas  hn^.ViíH  partes  do  seu  papol.  Grandeza,    elegância,    encanto 
natural-eis  suas  qualidades.  *  Quintiliano  não  levou  em  linha 
de   conta  a  variedade  de  tom,  que  a  Comedia  requer.   Ligeira, 
clcg.knt',-,  moía iora  em  certas paites  lyricas,  que    são  canções 
de  rua,  reveste  sua  lingoa,  em  outras  occasiões,  grande  brilho 
c  gravidade,  torna ndo-se,  atí*»,  séria  em  outros.  Parodiando,  por 
excepção,  a  Tra;/e<Iia   ou  o  Dithyranibo,   pede   emprestada   a 
e-^tas  geiíerus,  par.i  toinal-íjs  ridículos,  sua  própria  lingoagem. 
Esta  lingeagcm  attica   desdobra-se  em  lórnia  familiar,   apro- 
ximada íl  do  j)0vu,   distincta  da  que  se  entrevê   na  Tra^'odia  o 
empregada  nos  dl  a  lo;:  o-  socráticos.   De  encantadora  lluencia. 


REVISTA    DO  INSTITUTO   HISTÓRICO  211 

dolcixada,  simples,  vivamente  graciosa,  despida  de  pretenção 
e  do  vexatória  conveniência,  maneja  a  Comedia  o  mais  franco 
instrumento  da  palavra.  A  todas  as  cousas,  sejam  quaes  forem, 
dá  ella  o  nome,  que  Ihea  cabe.  Servindo-se  de  um  vocabulário 
do  mercado,  de  injurias,  de  palavras  livres,  ignóbeis,  offereco 
lances  descriptivos,  phrases  e  allusões  felizes,  termos  palpi- 
tantes d©  vivacidade,  som  pedantesco  resalbo  escolar,  expres- 
sões delicadas  de  Ana  palestra,  proferidas  com  ousadia  e  como 
ao  acaso.  E'  o  falar  do  Agora  ou  do  Pirôo,  mais  rápido»  mais 
delicado,  mais  elegante  e  aperfeiçoado,  segundo  seo  génio  pró- 
prio, por  espíritos  superiores. 

Sobre  este  ftindo  exerce-se  a  creadora  phantasia  dos  autores. 
Toma,  os  elementos  por  empréstimo  aos .  velhos  poetas  jam- 
bicos,  ás  canções  do  povo,  ou  sobre  estes  modelos  faz  creações. 
As  palavras,  por  ella  inventadas,  são  formas,  muito  variadas, 
longos  compósitos,  em  que  se  accumulam,  aprazivelmente,  um 
mixto  confuso  de  ideias,  uns  derivados,  que  não  se  esperavam, 
formados  por  absurdas  analogias  e  uns  trocadilhos  equivalentes ; 
em  summa,  tudo  que  o  desejo  de  excitar  o  riso  pôde  suggerir  a 
um  homem  intelligente. 

Todas  estas  feições  geraes,  que  compõem  a  physlo- 
Qomia  da  Comedia  antiga,  estão  reunidos  nas  producções  de 
Aristophanes. 


o  Theatro  moderno,  tendo,  como  o  anUgo,|berço  no  sanctuarío. —  Ef- 
poctaciilos  do  Natah—  A  fenta  doí»  Loucos. —  (Feitum  Fatuoritm.) 
—  Jodelle.—  Larivey,—  Odef,  de  Turnébe.—  Tabarin,—  Adriano 
deMontluê. —  Pcrchior, —  Ocanto  na  Comedia. —  0«  quinzo  ju- 
bilofl  do  ca^^amento,^  A  volha  Bazoche. —  Mostre  Pedro  Pa- 
tbelin,  precursor  de  Molii-re.^  Cu  vier  ;  a  Fat^^a  Xúra, 

Intorcalemos  aqui  algumaa  ol)sorvíM?5e3  do  inimitarol  ea- 
tilisU  Paul  de  Saint-Victor  sobre  o  Thoatro  moderao  : 

«  Como  o  Tbtmtro  antigo,  o  Theatro  moderno  nasceo  no  san- 
ctuario.  Assim  como  a  Tragediei  grega  se  formou  no  meio  dos 
ritoâ  e  das  procissões  díonysiacas,  assim  o  drama  novo  teve 
berço  na  igreja,  cujas  ceremonius  punha  em  acção.  Foram 
padrea  c  clérigos  Oíí  primeiros  actores  o  o  órgão  íiua  primeira 
orchostra ;  de  primeiro  scenarío  servio-lhe  o  coro  ou  a  tribuna 
da  cathedral.  Mnham  os  pastores,  pelo  Natal,  adorar  o  Menino 
Jesus  no  seu  prasepio ;  conversavam  com  Horodes  os  Maííos  da 
Epiphaaia  e  figuravam  sua  viaííem  para  Hethlem,  fazendo  o 
circuito  da  nave,  guiados  por  um  cirio,  que  repreacntava  a  es- 
trella  maravilluí-sa  ;  o  anjo  da  Pasclioa  mostrava  a  Madaglena  o 
gepulero  rimo. 

Ksta  enicenação  rudimentar  muli ficava  apenas  o  textx>  sa- 
grado; era  antes  uma  attercaçãíj,  que  um  dialogo.  Em  breve» 
um  sopro  tle  vida  anima  estas  rc preso ntaçõo^  hiei^ticas  ;  alar- 
ga-se-lhe  o  reportório  e  a  Dimpanhia  torna-so  numerosa.  Por 
vezes  até,  a  lingoa  sicerdotal  se  casa  ao  idioma  vulgar ;  mea- 
elam-a<?  aos  rythmos  latinos  rimas  romanas  ;  tilintam  oh  guizos-, 
ftntrejuntando-se  A  voz  dos  sinos  ;  o  vasconço  entremeía-so  ao 
canto-châo, 

Nessea  dramas  theocraticos  nem  siquer  havia  um  começo 
de  arte.  Era  a  pantominma  regulada  pelas  indicações  do  ritual ; 
o  andar  era  o  de  uma  lenta  procissão,  a  lingoagem  reve^itiã  a 


REVISTA      DO    INSTITUTO   HISTÓRICO  215 

O  que  vao  (lescripto  contv'm  as  brincadeiras  do  XatU.  A 
loucura  popular  entrou  nas  ogrejas,  convert^ío  o  sanctuario  em 
theatro  c  introduzio  na  iiturj^ia  occlesiatija  «  a  Festa  dos 
Loucos.» 

Desde  o  século  X  existia  uo  Haixo  Império  essa  fesia.  Tinha 
o  caracter  das  Saturuaos  pagãs.  Da  mesma  forma  que  em 
Roma,  os  escravos,  durante  tre^  dias  do  anno,  tomavam  em 
cada  casa  o  Jugar  de  senhores;  assim  nessa  festividade  o  clero 
plebeo  usurpava  em  cada  igr  ga,  por  espaço  de  um  dia,  as 
honras  e  as  func^oes  do  alto  sacerdócio.  Nesse  dia,  o  subdiacono 
punha  Da  cabeça  a  mitra,  o  meai  no  do  coro  apodera  va-se  do 
báculo,  o  thurifei^ario  insceusa va-se,  o  caudatário  dava  para 
carregar  a  cauda  de  seu  manto.  Os  histriões  desse  carnaval 
prendiam  guizos  aos  trajes  improvis  idos,  sacudindo-os  nossa 
festa  de  doidos  (Fortum  Fatuorum). 

Começava  a  lb.rça  pela  eleição  do  um  bispo  ou  de  um  arce- 
bispo. As  igrejas,  que  dopendiani  immodiatamente  da  Santa 
StS  tinham  o  direito  de  eleger  um  papa.  O  bispo  e  o  arcebispo, 
nomeados  pelos  conjgos,  eram  recrutados  no  baixo  clero  o  o 
papa  podia  sahir  da  tenda  ou  da  taberna.  Feita  a  eleição,  pro- 
clamavam os  dignitários  do  novo  pontifico  e  vestiam-lhes  as 
insígnias  das  burlescas  dignidades.  Um  coíY^o  especial  encei'- 
rava  na  sacristia  os  ouropéis  da  festa,  samarras  de  to<loa  os 
tamanhos,  mitras  para  todas  as  cabeçais.  O  novo  papa,  uma 
vez  coroado  da  thiara,  era  levado  em  triumpho  p<ila  cidades  e 
saudado  por  ^ivas  o  genuflexões  irónicas,  até  o  palácio.  O  bispo, 
cedia,  ordinariamente,  o  lugar  ao  intruso.  O  papa  dos  hiuoos  ap- 
parecia  no  balcão,  immergido,  at(>  a  cintupa  num  tonel  «cm 
Amdo  e  datil  abençoava  a  multidão.  Voltando  á  igreja,  sonta- 
va-so  no  throno  e  começava  o  oflicio  dos  loucos. 

Inicia  va-se  a  foata  em  pleno  despejo  ;  os  clérigos,  raavSca» 
rados  ou  besuntados  do  lia  de  vinho,  dançavam  qm  torno  aos 
pilares  da  navo  ;  falhos  conngos,  com  as  luurças  ils  avessas,  do 
lunetas  sem  vidro,  cantavam  com  voz  estentorica  em  raissaos 
de  peruas  para  o  ar.  Os  thuriferario>  lançavam  uo>  thuribulos 
chouriços  ou  chinelos  vell^os,  cuja  fumaçíi.  incensava  o  soo  papa. 
Outros  sopravam-lhes  as  cinzas  aos  olhos  do  celebrante.  Levan- 


21G 


PROMETjmu  ACORRENTADO 


íava-!5e  o  pnoo,  on  o  lii^^po  do  tbroinj,  ^  seo  osínolor,  tendo  um 
traveaseiro  na  cabr^çaj  promulgava  as  iudulgeiícias  burlescas  ú, 
sua  iVitastica  dioeeso. 

Terniiíi.ulo  o  oílicio,  o  clero  empilUava-se  em  carroças  e 
transitava  pelas  ruas,  trocaodo  cora  o  povo  vai-is  o  puihi», 

Nalgumas  íjidailts,  om  Sons,  llxiào,  AiituFi,  Beauvab.  cha- 
,mava-se  esta  fQsid,— dos  tJSfjos,  A  vir^^em,  írazendo  nos  braços  o 
Menino  Jesus,  era  ropraseittada  pur  uma  rapariga  e  conduzida, 
procossional monto,  polo  oapitulo  d  t'at]indraU  servindo*llie  de 
montaria  ura  burro,  cobert<3  í*om  ífuablrapa  do  ouro.  CoLloca- 
vara-n*o  no  coro,  do  lado  dn  Evangelho,  diante  do  altar,  O  burro 
ora  levado  por  dous  conegõs  aiCi  a  estante  do  côpo,  aeiido  ahi 
saudado,  eeremonioííameuto,  pelo  chantre,  com  a  famosa  Pro$a 
<iú  burro f  composta  por  Pedro  do  Corboillc: 

Orieatis  partibus 
Advcntavit  Asinus, 
Puleher  et  fortisaimus, 
SarcíQis  aptissimua. 


Apôs  cada  esírophe,  cantava  o  povo  om  coro* 

Acabada  a  prosi»  í'onflu/,iani  o  burro  para  a  mauírodoura, 
guarnecida  de  cardos;  proclamavam  oa  conegns,  em  algazarra 
ns  nomos  do  snus  commonsaos ;  cantavam,  após,  a  raissa  e  oa 
responsos,  desde  o  Kyrie  au  Credo,  pondo  /.urros  na  voz.  Em 
vez  do  — Ite^  missa  cst —  ti  jmdro  zurrava,  por  U\^íí  vozeí*,  e  em 
vez  de  Dêo  graluu  respondia  *»  povo  Binham^  hinham,  hinham, 

QtiQ  maior  irrcvereneia  o  impiedaii*?  I  A<iuillorepreíW>ntava 
a  sombria  flírura  da  itlado  mOdía.  Havia  ir  uo  povo,  mas  íò  de 
carvoeiro.  A  ííar^al liada,  fiue  retinira,  do  véspera,  uas  abíH 
badas  do  sauftuarlo,  uaila  tinha  do  síom bateira  ou  saeriloíra: 
era  a  rudu  hilaridade  do  pastor  no  prosiípio  de  H«*thJem, 

Toloi'a,va  a  Igreja  estas  loucuras  oãtropítõsaÃ.  As  religiões 
sào  indulgentes  nas  epocai  do  í'é,  Emquauto  os  povoa 
sáoseiis  íllhos,  líermiUem-lhes  brincar,  familiar  monte,  com  as 
cousas  do  alt\r.  De  tempos  a  tempos»  os  coudlios,  os  sínodos, 
os  papas,  os  liispos  censuravam  a  orgia  do  Natal :  rans  «  festa 
ia  prosôguijítlo.  Por  fim,  oj  Parlamoutos  proliíbiram-n^a.    Ex- 


REVISTA    no     INSTITUTO    HISTÓRICO 


2r 


pellida  do  sanctimrío,  tornou-se  leií^a»  sob  a  forma*  de  coniVarias 
provmciaea»  até  que  desappareceo. 

€  Cumpre  respeitar  as  velhas  carroças  de  Thospis»  cujo  os- 
cilar guiQchante  ombalou  a  Comedia  nascotite.  Sao»  ú,s  vezes» 
levadas  por  asnos ;  mia  vam  sea  ciminho»  esforgatido-sio  para 
adiantar  a  maeliína.  Essa  machina  cllei  a  conduzem,  dia  por 
dia,  atravrz  do  escombros  e  obstáculos,  ao  paradouro,  oado  a 
espera  o  génio. 

Methamorphofloiam-se,  enfao,  om  carros  olyrapicos  as  bu- 
mildea  carroças ;  Pégaso,  nitrindo  o  batiíiilo  as  azas,  toma  o 
lugar  do  jerico  ingeauo  e  do  pesado  boi  ;  Shakspeare,  Cornoíite 
ou  MoliíTíi,  travara-lbea  das  rodoas ;  abro m» lhes  a  carreira, 
descortinam -lhes  a  estrada,  ongrand'}aem-n'as  o  deaen  volvem- 
n'a^,  em  todo  o  se.itido,  E  as  lagrimai,  os  risos,  as  acclaraaçôes 
do  mundo»  acompanbara-a'as  em  Hua  gloriosa  marcha,  atrav(?z 
dos  séculos.» 

-lodelle  6  uni  poeta  bem  inculto;  tem  o  verso  rouco,  o 
hálito  emphatico  de  um  amplificador  de  collegio.  Suas  tra- 
gedias Dido  o  Cleópatra  e  sua  comedia  Eugenia  são  os  primeiros 
esboços  clássicos  do  Tbeatro  francez,  Ronsard  oíTereceo-lhe  iim 
baníjueto,  onde  o  acclamoii  por  auas  Tragedias.  Leiído-as, 
porém,  o  Eoúhê  do  amigío  de  Carlos  IX  expira-lhe  nos  lábios,  em 
raeio  de  um  l>oceio, 

A  comedia  Eugenia  tem,  no  menos,  o  valor  de  um  quadro 
de  costumes.  1'  uma  satyra,  no  gosto  das  historias  galantes  de 
Prautôme,  refinada,  grosseira,  cynica  e  subtil. 


Vinte  annos  depois,  Larivey  jíl  assigiiala  progresso  sensíivet 
P6de  eslG  poeta  passar  pur  um  antecesfsor  directo  e  legitimo  de 
Moliêro.  Compoz  os  Lacaim,  a  Yiumt,  o  Escornifleur  e  nutras  co- 
medias de  íírando  valor. 


Seguio-sedhe  Odet  de  Tournèbe,  filho  do  erudito,  que  res- 
taurou o  helletiismo  em  França*  Pela  primeira  vez,  apparece  a 
comedia»  verdadeiramente  fra^iceza,  nos  Conténs,  em  íjup  a  3f> 


ctedaile  polida  faz  4tm  primeira  entrada  em   mmn , 


218 


PROMETIfBU    ACORRENTADO 


(hífeapaUiãineM,  il )  Fl-ançois  da  Ambraise,  tornam  a  f^nirAt 
oaa  Operaâ  iuliaaafi,  sazonadsàs  de  ^roneíro  sal  gmalez 

O/ma  nos  C<mtêns  de  Toura^^be,  o  estalo  dos  NããpoiiUima 
distinguem  do  das  comedias  precedentes  pela  vivacidade  e  da- 
reaxa. 


Tahsrín.  Esta  ffraeia$o  popular  é  o  Jovial  e  burlesco  aot^ 
lo  do  Tbeatra  da  Feira*  Tabarin  era  o  farcista  do  chai^ 
latlo  Moadoro;  com  eograç-ulas  pilhérias  atraUia  á  sua  barraoa 
de  empírico  o  povo,  que,  ditrauio  os  eotreact  s,  Ibe  comprava 
oplatos  e  panaceias.  Era  uma  afnneacia,  uma  voga  mm 
exemplo  # 

Si  acreditarmos  no  atitor  das  Invenções  Tabarinicaã^  ti  aba 
Tabarin  a  cabeça  al'inga'ia  em  poal^i,  cumo  um  campanário  dâ 
igreja,  cabellos  espetados,  comj  aa  puas  de  um  poroa-espiubo, 
um  nirls,  que  podia  passar  pelo  coflre  de  Baccho  e  uma  bneca» 
rasgada  até  as  orolbas,  «luo  fíiria  melu  a  du^ento:^  pâeti  de  och 
ve  libras.  Era  c ílobre  o  sen  cUapéo;  amasia \a-o  cjmo  a  cara 
moita,  passando-o  ligeiramente,  entre  a^  mãos,  esujettando-a  a 
todaii  as  metamorpbosos.  Favoneava-se  eom  elle  em  ar  triura- 
phante,  arredondavam  como  um  capuz  de  firade  gorda,  daadoa 
forma  do  um  honet  de  doutor  ao  disíbrme  casquete,  pousava  qval 
mendigo,  ú.  borda  de  um  fosso  o  carateava  a  quem  passava. 

O  que  ítn  de  comíeo  nas  rapsódias  de  Tabarin  6  a  gravi- 
dado de  (Édipo,  oom  a  qual  o  mestre  ensaia  advinhar  os 
onij^mas,  qnolhe  propuio  uma  sphyngo  dii  orelhas  burrlcaes,  na 
qual  dá  um  pontapé  para  o  lixo,  depois  ãi^  e^j^^otaílo  o  aranzel. 

Tííraou-so  legendarit>  Tabarin,  Fizorani  delle  urn  feiticeiro, 
um  trilmno,  um  doutor;  ©lio  6  o  histrião  favorito  da  Franca. 
Iiiiaginarii  ou  roal,  generallsa-se  o  petriflca-se,  p^n*  grios,  o 
soo  typo.  Como  Pasquino,  de  Roma.  ri  com  a  bocca  do  mármore 
no  centro  díw  pravan  publícag  e  ao  cm  to  das  ruas,  o  todos  vão, 
passando,  coliar  ura  jaiuHo  ou  uni  epijírdmma  em  seu  pedestal. 


Curioaa  iiroducçâu  é  a  Comedia  dos  Proterbioi,  de  Adriano 
de  Montiuc,  rX)U8  mil  provérbios  constituam  esta  pí^ça  ventri- 
loíiua. 


REVISTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO  219 

Não  mon>3  oxtravagmte  é  a  Comedia  dã$  Canções,  de  mn 
anonymo.  E*  menos  orna  peça  do  que  ura  viveiro,  qo  qual  os 
p43rsonagens,  nada  tendo  a  dizer,  esguelam-se,  a  cantar  como 
pardaes, 


A  Comedia  das  Cúmedias,   do  Sieur  do  Porchier,  foi  a  pri- 
meira parodia  no  Theatro  ft^aocez. 


A  prodiicçao  capital  d'uma  litteratura,  que,  exprimia^ 
do-a,  rejurae-a  toia,  é  mestre  Fedro  Paíhêlin,  Do  decimo 
quinto  século  ô  ella  o  vivo  retrato,  o  na  sua  primeira  otjra 
prima  reflecte-se  o  seo  geaio  gaulez»  seo  zombeteiro  espirito  e 
o  dobre  ftmebre  de  um  mundo  expirante*  No  geoulo  quinze  de- 
clina a  Igreja  ;  volve-se  a  soienoia  sobre  as  velhas  formas ;  a 
politica  é  traidora  o  perftda.  Época  ingrata,  itlade  de  baixeza  e 
astúcia,  aem  idelal  sem  fé  !  A  iitteratura  espelha  o  caracter 
do  século;  og  poetas  liraitam-se  a  provérbios  e  lugares  com- 
Diuns  prosaicos,  maeb malmente  alinhados. 


Em  repreaalia»  o  espirito  popular  germina  o  dosabroeha 
em  todo  o  aeo  verdor,  florescendo,  como  em  um  estrume,  sobre 
císta  vulgaridade,  que  o  cerca.  As  cem  Novelias  Not^as  ar- 
rancam o  conto  das  fachas  da  trova  0,  desde  o  primeiro  passo, 
levaiitam-ii*o  á  perfbíçSo,  Os  quinze  júbilos  ãú  vasamenio  sào 
modelo  de  satyra  fina  e  ingénua,  c  a  Comoiia  nasce,  como  um 
grosseiro  estabulo^  sobre  a  Taboa  de  Mármore  da  velba  Ba- 
zoche.  Pullulam  as  firças,  esfuziam  a^^  burietas,  —  eutremezea 
esboçados  e  quasi  sempre  informes,  mas  que  derramam  aqui 
e  alii  Bcon telhas  de  génio  cómico.  Súbito,  desta  íUrragem  in- 
digesta surde  uma  farça  immortaL  S<V1>e  íl  seena  Meitre  Pedro 
Pathelin,  a  preceder  Molière.  Patlielín  torna-se  um  typo.  Entra 
seo  nome  na  iingoa  e  ahi  fica,  Rabolais  satura-se  do  pan- 
thelinisrao  e  Marot  tUIa-o,  muitas  vezos,  eoi  seus  verãos.  Mais 


VI 


o  apogco ilu Tiíeulro   mu.lcrno.— Corn?illo.  Moliôre.—  Dancourt.— 
Rcgnard.—  Lesagc—  Favart. 

O  soculo,  conhecido  por  scculo  do  Luiz  XIV,  marcou  oní 
França  o  apogêo  do  Theatro  moderno.  Foi  então  quo  ftoreceram 
Corneillo,  autor  do  Cid,  dePoliutOy  de  Cinnaj  do  MentirosOy  dai/- 
lusão  Ckymica  e  do  Peyché ;  Racine,  autor  de  Andromaca,  de 
Britânico,  de  Miíhridaies,  de  Phedra,  de  Esther  o  do  AihaUa ; 
Moliòre,  autor  do  Estouvado,  da  Escola  das  Mulheres,  de  Z).  Juan^ 
do  Misanthopo,á'á3  Sabichonas,  do  Casamento  Forçado,  do  Amphy' 
trião,áQMonsieurde  Pourceaugnac,  áo  Burguês  fidalgo,  do  Doent9 
imaginário,  Seguiram-se-lhc  Dancourt,  que  oscreveo  os  Bur- 
giiezes  da  Moda ;  Ronai^d,  autor  do  Jogador ;  Lesage,  de  Turcaret, 
do  Chrispim  rival  de  seu  amo;  Crcbillon,  que  produzio  Atrêo, 
e  Thyeste;  Marivaux,  autor  de  tantas  obras  primas;  Al- 
lainval,  que  compoz  o,  Escola  dos  Burgueses;  Favart,  aut^r 
das  Trez  Sultanas,  de  La  chercheuse  d'e$prit;  Diderot,  autor 
do  Pae  de  Familia ;  Sedaine,  autor  do  Philosopho  sem  que  o 
saiba  o,  finalmente,  Beau marchais,  autor  de  Eugenia,  do  Bar- 
beiro de  Sevilha  o  do  Casamento  de  Figaro. 

Não  cabe  nos  limites  dosto  escripto  a  apreciação  destas 
glorias  do  Theatro  moderno,  que,  aliã?^,  tantas  memorias  hão 
merecido  dos  competentes. 


vn 


o  Theatro  no  século  XVííI  e  XIX.—Dídiírot.—Mcrcipr*— O  pseudo  cIA" 
çissisiiio. —  Lfí!i3t^rcier> —  Sauiol . —  Pffrlra  Ix'brun. —  Hemtuat  ein 
1820,^  O  RomantÍMiiio  no  Thoalro,— 'Victijr  Hu^jo,  u  graiidí»  ri- 
fonnador*—  Prologo  de  CromwelL—  AllVodo  dn  Vigny, —  Alo- 
xaudro  Damas. ^  Eagenio  íScribe.—  Balzac  o  scii  realismo. ^^ 
Duma5,  Filho,-*  EmiJioAugier.—  Victonano  Sardou, 


Na  mntaílo  do  s^eoulo  XVItl  \oí  liiderot  o  clitifo  do  Nattirii- 
li^mo.  Num  rora^ioco  fiiz  idlo  o  proetístíu  d;L  Tragedia  classicu, 
que»  em  s^ua  opinifiú,  altera  e  Msoia  a  natureza» 

F/  autor  de  peras,  com  postas  sob  «ova  forma  e  que, 
do  ha  muito,  estão  eaquecidas,  Didorot  era  o  invorio  do  talento 
dramático,  Transiíbrmava  todos  os  personagens  era  si  mesmo  ; 
pocuava  pelas  eíTiísòêíi  de  uma  sensibi lidado  declamatória,  por 
joogos  diíícursos,  pelo  furor  de  raoraiisar  a  torto  o  a  direito. 
Na  Tragedia  mdilia  tentou,  em  vâo,  conciliar  o  riso  com  as  la- 
grimas. Faltii-lhe  a  unidade.  Em  vez  de  provocar,  altorna- 
damoDte»  o  riso  e  o  praoto,  o  seo  Drama  novo  apresenta  o 
quadro  fiel  de  nossa  existência,  conservando-so  em  igual  dis- 
tancia dosdous  extremos. 

Diderot,  apezar  dis^so,  inventou,  após  a  Comedia  seria,  o 
que  oUe  chama  a  Tragedia  burgueza.  Si  o  riao  mal  perpassa  por 
seo  Theatro,  as  lagrimas  são  ahi  copiosas,  Ifa  Oagranto  contra- 
dicção  entro  sua  theoria  da  GometUa  séria  e  da  Tragedia  bur- 
gueza» que,  como  a  alta  Trairedia,  versa  sobre  os  infortúnios  e 
eatastrophe^  da  vida  humana,  A  Tragedia  clássica  pue  em  scena 
personagens,  extrauhoa  para  nós  por  Bua  condição,  polo  tempo, 
em  que  viveram  ©  pelos  paizes,  onde  habitaram.  Esses  perso- 
nagens viviam  em  meio  do  perigos  extraordinários»  Quer  Dide- 
rot que  a  Tragedia  burgueza  se  prenda  á  vida  real  e  contem- 
porânea;  que  tire  seo  objecto  do  meio  actual  ;  que  seua  herôes 
sejam  simples  particulares,  cu,jos  infortúnios  fai^  tanto  maior 
impressão    no€  espectadores  quanto  todos  se   reeonhecer^ 


224  PROMETHEU  ACORRENTALHJ 

outrc  kí.  To  ia  a  esthetica  de  Diderot  é  subordinada  a  prex-cupa- 
t;iMt^  nnracs,  que  o  Torçam  a  considerar  a  s^oaa  comj  uma 
rtUitÁii.  Opcimisti,  nem  siquer  vê  o  mal  uni  to /no  de  >i.  Como 
poderia  rejirosentai-o  no  theatro?  Exliibe-u>s  eile  em  M^ena, 
uao  verdadeiros  individuo  >,  mas  sim  typos  ideiaes,em  que  nâj 
podcriamos  reconUoccr-nos. 

Seu  íim  nossa  reforma  ú  pintar  mais  tlolmente  a  vida. 

As  mosmas  ideias  expende  Sebastião  Mercier,  autor  de  um 
Kmaio  iobreaarXe  dramática,  Mercier  parte  deste  principio: 
«Si  o  Tiiratro  nào  passa  de  mentira,  6  do  mister  approximal-o 
da  maior  verdade  p083Ível.»Elle  condemna,  sem  piedade,  amiais 
OH  nossos  ^tmeros  ci^issicos.  Em  seo  conceito,  os  poetas  cómico^ 
aiu*ram  o  i!Ui*so  ordinário  das  cousas,  tornam  cari-egados  os 
lUiort  pm^sona^ens,  excluem  os  caracteres  mixtos  e.  linalmente, 
sacrificam  a  natureza  aos  mais  grosseiros  effeitos  do  riso. 
Quanto  d  Tra^odia,  é  um  phantasma,  revestido  de  purpura  e 
ouro.  o  li(«i*oe  trafico  excluo  a  verdade;  é  semelhante  a  um 
inanequini,  ciijos  movimontos  attestam,  por  sua  rijeza,  as 
niolas  inatiiiuad.iri,  sobro  que  joga. 

Bstrcíito  pare.itesc^j  li;,'a  as  ideias  de  Diderot  ás  de  Memer. 
CmU  uni  dolies  pro|K)o  uma  fórmula  nova.  A  do  Diderot 
appliiM-se,  mais  i)articul:irmonte,  á  Tragedia  burgueza ;  a  de 
Munier  abrande  campo  nuis  vasto.  Dorme  ahi  talvez  o  Drama 
rtiuuíiiitU}^  iulaptandíHMo  melhor,  quer  ao  melodrama  popular,  de 
qne  i«1Im  pr(q»rlo  fiv.  ensaio,  quer  á  nossa  Comedia  contempo- 
ran«'i,  d.i  qniil  U«Mnn;uv.h;us,soo  discípulo  e  de  Diderot,  devia 
lii';atriii'  em  nn^iui  n  primeiro  modelo. 

André  CiMuilnr  prodiizio  a  omcdia  cHermes».  Nos  versos 
tiiuani  liouta,  murto  aos  :{()  annos,  domina  o  amor,  sentimento, 
i|iie  nadii  Li'ni  At)  ioinmunieom  o  vaporoso ideialisrao,  cantado. 
Ilidia  do  de,  por  l.umartiiie  nas  Meditações. 

;Na  npiM  ihi  (lo  pHeudo  el;issi(íisnio  ainda  S3  siiscenta  a  Co- 
liiudhi  no  Ibii.ifro.  Ooaracti»r  de  scos  assumptos  e  jKTSonagcns, 
llrudiK*  da  it«H  h-ibido  «'Oiitemponinea  e  da  vida  commum,  asse- 
Hiir«i  Ih"  iHiiiqno/íi'',  vmladíisao  ^renero  trágico.  Si  as  comedias 
dii  qihnlKi  l»i|Nui.i|  «!io.  c»m  í^^ral,  muito  superiores  ás  trage- 
ilhiH,  inlu-lbtMi  vitUwi)  u  urigiualidado,  que  nào  podem  ser  com- 


HRvrsTA  r>o  ivsríTuro  msTORfco 

pousadas  por  sti.L  uaturaU  amarei  q  elegante  liberdade.  As 
mais  cijlííbiMá,  dtíutre  olUd,  sao  (Mboçud  úè  ubíàerv.iQáu  toda 
supertíctai  e  de  est>  lo  áehú  e  lacil. 

Incapazes  do  d;irein  vida  aofl  ciMcteres,  limitam-so  os 
siutoras  à  piaturaa  do  c<jíjtumes  sera  alu  líicô  e  sem  cofiso 
4uencici,  á  todas  as  gaiautarlaij  a  a  ridiculus  Tugazes. 

A  Tragedtíi  jaz  prolhinlaraente  degenerada.  Dosmestríís  du 
século  XVII  apenas  tierdarani  oa  píietas  do  ImfHirio  o  systemri  ii 
o  apparolho  theatral,  todos  vasados  em  nrti  só  molde,  Siibsti- 
tuem  a  narrativa  ao  drama.  Citaremos,  de  pa^sai/em,  Maria 
Stuart^  de  €  LeHnini»,  Mnus  U^  «le  Brifknt.  O  í,'ost(j  fivtncoz  es- 
tava de  tal  modo  estragado,  que  nài>  nomprehendla  ishaskes- 
peare,  nem  inesmonas  itiiitaçòeí»  de<  Ijucís  »»  ¥*  verdade  que 
este  Shakespeare  era  mitigado,  mõlicíu.  prestuido-tíe  a  todas  as 
convenções  6  a  todas  as  tíonvejaiencia?i  de  nossa  sicena, —  nm  pueta 
a  final,  sensível  e  virtuosu,  ao  goetu  de  Dtderot. 

Nepomuceno  Lemereier,  impacLeote  de  abrir  nova  estrada, 
mistura  a  Comedia  íl  Ti-agodia  em  sbo  Ohruioxião  Colomha,  E' 
inimigo  rancoroso  do  romantisímo. 

Rayijonard  eompoz  os  Templários,  tragedia,  com  os  uou- 
fideiite>  e  oji  ]  ►erííonaí.^ons  di»  cbissismo,  áú  iu  no  vau  do  u  aa- 
sumpio. 

Sob  a  líOíítauraçfío  (íuiraud  pyblica  em  1H'>:^o  sen  Conds  Ju- 
liano; Somet  produz,  i'm  tHidri,  a  na  Jtanne  d*Arc  g  om  IH^^H 
Isabel  de  França.  K*  Ihe^  sopurior  Pedro  Lebrun.  autor  de  Maria 
S^mart  o  do  Cid  de  AndcUuzia^  peças  que  obtiveram  graude 
ailif^.  l^brun,  p<iròm,  não  uoni^eguio,  apezar  de  seu  talonto, 
acabar  cnrn  a  Traj^edia  cdassicíi.  Sò  a  cornetíi  de  Heraaid  po- 
deria derribar  as  muralhas  daquelJe  formidável  baluarte. 

O  Othela,  do  Vi^ny,  foi  acolhidir  rom  assobios, 

Seotia~se,  havia  muito,  aneressidado  Jeniíia  Renascença  dra- 
mática, <  O  signa!  raais  notavíd  tio  movimento,  que  se  pre- 
para, (escrevia  em  I8:í0  Abel  de  Remusati  é  o  esboçu  do 
qae  pruduzem  no  espectador  as  obra^  c  >nc(:!bidas  o  executadas 
tlentro  das  rijaras.  Parece  terem  perdido  a  eíflcaoia  todos  oa 
meios  do  com  mover.  De  baldo  procur.irarenova!-<»8,  disfarçaa- 
do-08  ;  o  espectador  reconhece  o  artiílcio  e  Uca  possuído  de  tédio, 

£156 ^  15  ToMu  I.XV1Í1.  PU. 


22B 


PROMRTHRU   ACORRENTADO 


Certos  poet^ííi  liavi.tm   teutado  reduscitar  a  Tragedia  do  âeouio 
XVIU  blra,  precisa  uma  reforma  e  nau  si  (tiples  retojuss. 

Nada  de  rner-i4í  coficesisõea,  Nao  ha  re;,'ra,  nem  modelo* 
€  (proclama  Victur  Hugo),  ou  antes  não  hii  ou í.ra  re;íra  ainão 
a^i  leis  geraes  da  art^  e  íisloia  especiaeii,  que  para  cada  compo- 
sição resultam  das  cuiidições  da  existência,  próprias  a  cada  as- 
.Humpto  » , 

J.l  depois  do  DidRrot  e  Mercier  havia  Madame  de  Stael  im» 
puguíido  tudo,  quG  fazia  de  nossa  Trax^edia  uma  arte  factícia  na 
própria  peift^ção  «le  stii-s  forma>. 

Man/-oui  oscrovia  sobre  as  unidades  dramáticas  e  Sthendal 
dava  batállia  ao  ooaso  velbo  Tiioatro.  Victor  Hugo  resumio  a 
nova  poética  do  Tlloati'u  em  um  âublma*  prefacio  e  Alfredo  de 
Vigny  n:i  a  l verteu ij ia  sobre  o  Úlhslo. 


O  seenlo  XVH  reparava,  rií^orojamente,  i  Comedia  da  Tra- 
gedia. O  publlc^>  i[ueria  a  unidade  de  intere^isa  v  a  impressão. 
Tudo  na  Tragi^dia  devia  ser  graTo.  pomposo,  augusto.  Eram 
delia  banidos  us  vicias,  n  feio,  os  ridirnlos.  Só  adiniltia  o  crime, 
qtiando  revestido  de  irapuíiente  í^^ráDdeza,  No  Theatfo  divi- 
dia-se  a  vida  em  duas  porções  dístin^<ta$, —  uma  de  Melpomene  e 
e  íMitra  de  Thalia.  A  Tragi-comolia  não  ora*  na  r»3i.iídale,  a 
m&siia  de  doas  elementos  o  sim  uma  tragedia  de  feliz  dosou- 
lace»  Oa  heróes  tragíõos  nunca  rieiH,  nem  ^íquer  á  irriem.  Sua 
n^ibreza  nunirt  derroíía, 

Abstrahir  du  cómico  no  trágico  é  uma  convenção....-., 
Foi  justam »'ute  a  f^isâo  da  Comedia e  da  Tragedia  que  produaiu 
o  Drama  i-omaiitieo,  —  combinação  natural  do  sublime  e  do 
grotesco,  a  Be  mesclarem  noTheatiM  como  na  existeocia  humana*. , 

O  Romantismo  dram  liico  l^  antes  de  tudo»  a  sutjstituição 
do  concrtíto  iio  abstracto  e  do  particular  ao  geral. 

Os  românticos  oollooaram  na  acena,  não  typoa,  mas  indi- 
víduos,., Aíí  personagen.'*  tragieass  vivem  no  mundo  ideial.  Como 
não  são  de  um  t^^mpu,  ou  de  pai2  determinado,  absteem-Si)  os 
poetas  de  emprestar  ao  meio,  que  os  cercj»,  algo  de  precíbo  e  de- 
terminado.   Não  »ão  Gregos  ou  Romanos,  e  sim  tMitidades  lo* 


REVISTA    DO    INSTITUTO   HISTÓRICO  227 

gicas,  sem  data  na  duração,  sem  lugar  no  espaço.  Substituiu-' 
do  ás  figuras  ideiaes  da  arte  trágica  homens  de  uma  existência 
individual  o  concreta,  devia  o  Romantismo  determinar-lhes  a 
physionoraia  por  muitos  promenores  locaes  e  contigentes.  «  Co- 
meçamos (diz  Victor  Hugo)  a  compreheuder  que  a  localidade 
exacta  é  um  dos  primeiros  elementos  da  realidade.  Kxcederia 
as  dimensõe>  desta  memoria  a  exposição  completa  das  dou- 
trinas, contidas  no  "Prologo  de  Cromwell",  publicado  em  1827.» 


Limitemo-nos  á.  mais  alí^^umas  considepações  sobre  o  Theatro 
na  primeira  metade  do  sjculo  XVIII,  Victor  Hugo,  Alft^edo  de 
Vigny  e  Alexandre  Dumas  pae,  resumem  ascena  romântica. 
Hernâni,  Ruy  Blas,  Lucrécia  Borgia  sfto  uma  trindade  dra- 
mática immortal . 

Os  personagens  de  Victor  Hugo,  €  vivem  de  seu  sopro  e 
falam  com  sua  voz».  Alguns  representam,  não  a  alma  do 
poeta,  e  sim  a  sua  imaginação.  Não  teem  pé  na  historia,  nem 
na  verdade  humana.  A.s  figuras  importantes  de  Ruy  Blas 
representam  os  factos  mais  relevantes  da  monarchia  hespa- 
nhola  de  140  aunos  antes,  o  Lucrécia  liorgia  é  o  amor  materno 
purificando  a  deformidade  moral. 

Em  Alfredo  de  Vigny  são  mais  sensiveis  os  defeitos  de 
Victor  Hugo,  sem  que  qualidades  iguaes  os  resgatem.  De  suas 
peças  só  vingou  «Chatterton»,  que,  na  expressão  de  Sai n to  Beuve, 
é  a  analyse  de  uma  moléstia  litteraria. 

Alexandre  Dumas,  pae,  oppoe-se  á  Alfredo  de  Vigny  por 
inexhaurivel  fecimdidade,  peio  fogo  do  temperamento,  pela  fa- 
cúndia expansiva,  pelo  amor  sensual  da  vida,  do  movimento, 
da  côr,  de  tudo,  emúm,  que  se  agita  e  brilha.  Desde  18^9  ex- 
hibio  no  Henrique  III  meios  dramáticos  de  raro  vigor. 

Ponsard  ensaia,  debalde,  conciliar  a  Tragedia  com  o 
Drama.  Caminhou,  passo  a  passo,  para  os  iimovadores.  Char- 
Mte  Corday^  a  melhor  peça  deste  pretenso  restaurador  da  scena 
trágica  —  ó  mais  drama  romântico  do  que  tragedia . 

O  Romantismo,  mesmo  no  período  de  seus  maiores  suc- 
cesBos,  nSU)  abolira  a  Comedia,  apezar  de  soa  preten^  de  íúo- 


22^  PnOMFTHRr;   aCORBBNTADO 

rllf-fi  ('om  o  Urnmn,  fU»%  (ymt^ídia,  qneapenaH  *)n[u   Hxiãi>.  ns. 
•liv^pMrnnnÉ/»  «íí^íri  •inAíif!»»,  pf?iiiriift-se  em  KujfBfliij  ácr:r»t-  ite. 

O  Mi*tlNiiiM  (nififirorniilra  o  lu>rnance,  que  ALUâ  i^iciimisu 
gt»  jiiM^Urr^  A  r«ipi'*^'^*^ii^'^OA"  ^'^^^  ^  directa  da  ▼id.i  ínmiaiia.  ?!i 
lrilMl|fitiH»iilM  hivatllo  o  Ilu^aLn'. 

ii;i|r(M>  fniifníi  ii'  inA|Ht]  tn'  <i  wiooa  d  voitlade  aonia^  n ^  a^ 
tMi'ft>MK,  iiw  oiif4ÍHiiMv<  o  (loM  iiinjort,  quo  c<>m  tanr.<>  e  tão  loãe- 
t(Hii  rrlntM  I  lio  iiiitiiira.  o  >tn«>  roíiunoista.  CiiuiderkT^  ^ile 
.»  lluMin»  lurin»  inUirlnr.  IHl^a  n.  a»  íii esmo  tempo,  t^ial,  w 
|,.,<.w  -w  irmiiiHi.  V  u'^»»  íHM*  \hnHttiêt,  comedia  repr»:«a'aia 
,t»lM*t.'  ip  MU'»  ni.Tlo,  nnilt»»  M^imlnla.  níiurpagapam  Coda»  ^ 
»M  í  jis» »         ■/  <•*  "«'*«  r.i»»*i»W«í  ííii^íHMi  o  a  Mddratta. 

V  •« .\m  iNi^Ni^Mt,  lio  .VION:^t)«iro  Dumas,  Pilho, mart::!  na 

•i  .  u.^  ti  *.HM.  %  L'  MvuU»  a  xiyunda  i^poca  notável.  A  pr.- 
.»  ..  i  'í.  »  ^  . .^1  »*U  I  %  )vo  ,Vy»H.mi.  ao  Victor  Huí?o.  A  iaíla- 
iH  I  i  »  **'  ■»',  ^  ^;.-»i»i  v|u\  \\\k\\  Abala  08  nervos  lia  geração 
-tuM«nk(>  k^>>\«^  «oi'i%v->-^MM -I  X'  u  hun pho  ^\>nipleto  do  Natora- 
\<4iM     \\* '\   X      »    M»     */  :**,  o  ÍV^^i  U%Mi<<',  o    Pae  Pródigo^  o 

»  n»      u-v%    .^^\'iv^  «^  Is*    »^rí^v>^^>iíNv*i^  louroíi  o'oonqui8tou  a 

%     •♦:•,'   \  »,<;or.  vvmedii>grapho  de 
^v..  í^s*       '^»Ni^    .io  .^ru^   mais    hu- 

^\«-  ,  A           A.*  .^4nro  do    Sr. 

'O.-    A  ■     v*  *     %^o,   io  :íeu  ta- 

',  ♦     *   ^  -    vi-*.*    S< ■ :  ifAma  G^s 

*  ■      •.  ^  V  *       ^    ^  •  "A"^  •.  «i  J^imâ  da- 

•  \SNv.>^.i  v^  •^^       -  ,v  .^ V.,.  ^^  ...     ^./^  ^^     ^.      .;a.vú<í«. 


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RBVISTA  DO  INSTITUTO   HI8T0RIG0  229 

Não  ^ie  Tx^de  guardar  silencio  a  respeito  do  Victoiiano 
Sardoii.  O  autor  do  Divorçonse  de  tantiisexceilontes  obras  ô, antes 
de  tudo,  o  mais  experto,  o  mais  maleável,  o  mais  inventivo,  o 
mais  divertido  dos  t>audsoilli$tas ,  Sua  originalidade  distinctiva 
ô  de  reviver  o  antigo  Vnudevillc,  do  que  Scribelhe  transmittira 
a  formula,  reu  jvar-lhe  as  convenções,  e  nelia  introduzir  mais 
verdade,  e  uma  observação  de  costumes  contemporâneos,  pouco 
orofUnda,  porém  muito  viva  e  mordaz. 


ROBERT  SOUTHEY 


2iõS  —  1j  Tomo  lxviii,  p.  xi. 


ROBERT  SOUTHEY 


Entre  os  oscriptores  ostrangoiros  quo  para  nós  voltaram 
sua  attenção  e  de  nós  se  occu param  dosde  que  temos  historia, 
nenhum  possue  mais  justificados  títulos  <l  admiração  e  gratidão 
nacionaes  do  que  Robort  Suiithey,  o  bem  conhecido  auctor, 
afora  diversos  outros  trabalhos  relativos  a  Portugal  e  á  Ame-, 
rica  do  Sul,  de  uma  Historia  t/o  Brasil,  a  mais  conscienciosa, 
detalhada  e  exacta  antes  da  do  Varnhagon,  a  mais  littoraria, 
formosa  e  capti vante  mesmo  dí'p.»is  da  de  Varnhagon.  Cir- 
cumstancias  particulares  da  sua  vida  flzeram-no  tambom  in- 
clinar sua  imaginação  do  pueta  o  dodicar  seu  talento  di»  nar- 
rador, uma  e  outro  solicitados  por  tão  variados  o  attr.ihontos  as- 
sumptos, á.  descripçâo  da  actividade  hispano-portugueza  no  con- 
tinente europeu  e  nos  outros  continentes  além  dos  mares  — 
actividade  de  paladinos  christãos ;  do  cavalleiros  andantes  da 
Cruz  muito  antes  das  descobertas,  actividade  de  conquistadores 
impávidos,  de  pesquizadorcs  do  ouro  logo  depois  das  desco- 
bertas: sondo  igual  o  interesse  com  quo  ello  celebra  o  Cid, 
Amadis  de  Gaula  e  Palmerim  de  Inglaterra,  e  Aguirro,  Cabe/.a 
de  Vaca  e  os  bandeirantes  paulistas. 

Southoy  teve  um  tio  domiciliado  em  Lisboa,  o  reverendo 
Hill,  o  qual  primeiro  viera  a  Portu^ral  com  sua  irmã  mais  velha, 
a  tia  de  Southey,  qu»)  quasi  o  criou,  Miss  Tyler,  uma  solteirona 
de  máo  génio  cm  busca  de  boa  saúde,  e  mais  tardo  ahi  st^  esta- 
belecera como  capollão  da  feitoria  ingleza.  Esse  illustrado  mi- 
nistro anglicano,  de  seu  natural  affeiçoado  ao  cultivo  das 
lettras,  reunira  por  desfastio  o  curiosidado  uma  blbliotheca  rica 
em  livros  e  sobretudo  manusoriptos  relativos  aos  velhos  e  mo- 
dernos fastos  peninsulares,  e  o  juvenil  te mf)ei' amento  poético 
de  Southey  abrazou-se  ao  contacto  de  nma  tal  fogueira  de  fô, 
de  enthusiasino  e  do  cubica,  talve/,  a  mais  ardente  e  crepitante 
em  que  se  ha  consumido  a  humanidade. 

Quando  Southey  primeiro  visitou  Portugal,  (ím  1705,  tinha 
21  annos  o  abandonara  a  contragosto  a  sua  lua  de  mol,  ficando 
em  Inglaterra  a  ^'•entil  esposa,  ;i  que.  por  opposiçoos  do  fa- 
mília, se  unira  quasi  claod«3s  .inanif^nto  e  que  p>r  tauto.^  imnos 
seria  sua  carinhosa  conipanheiía.  l*on'*o  havm  que  deix:ra  o 
Baliol  de  Oxford,  renunciando  a"s  ostud(»s  re^^nilarus  polas  aven- 
turas li  t  terá  rias.  A  sua  voca<:ãu  Huellectiuii  era  irresistível  e 
por  ííSsini  dizer  espouLanea,  porquanto  tudo  de  prefei*encia  o 
fadara  para  a  apaihia  increadora  de  uma  carreira  libeml. 
Nem  era  por  sorte  um  bohemio.  Nascera  em  uma  ílimiliade 


2âi 


RBVtSTA  DO  IN^ITUTO  HISTÓRICO 


9181100  iDcmbroa  e  limitados  racuriM»  taoúiU  áê  actíâsiftt- 
Hfiofl  e  éo  neradofai,  Hoarando  a  igreja  estsMeeidâ  e  o 
iMlciOt  ealtifaodti  m  re^eitalntídade,  rmmn4o  n  reiatfn  0  a 
Caiaaim  dos  Locdi»  orralEoei  todaTia  da  C&nara  doa  Gommiiii^p 
etãã  menot  dm  gnuiéesa  MUooioa,  oa^tm  fonáameiílaâ  já  ac» 
aebaTãa  tem  lançados.  Nio  é  mesmo  poisivel  diíer-ae  qae 
desta»  peíaa  tradidanaas  ae  tíFesâo  por  oornplQto  emaoeipado  o 
seu  efptrltOt  como  um  momento  chegou  a  promelter.  quando 
na  mocidade  a  aw\  ima^nacío  fogoda  e  o  sea  temperamemo 
afíaeo  o  arrastaram  rtuUfré  io%U  para  as  tísÕss  democra  liças  e 
para  as  chtmeraâ  igualitárias. 

Sotithoy  podia  ter,  como  teye,  graça,  hmmour^  fiiotasU,  ori- 
gioalídade  de  poosamento^*  talcato  oa  conforme  elle  modcs* 
tamtjQte  se  exprimiu  numa  do  suas  deliciosas  cartas,  cuja 
coUecçao  forma  a  melhor  parte  das  auto-biograpbias,  altrtness 
njf  mind  and  qmckneí$  of  apprÊhension  (  Tiveza  de  espirito  e 

grompta  percepção):  tudo  isso  àsearradas;  podii  ter*  cumo 
ire,  o  ÍQodo  amor  das  cousas  passadas  e  a  íQtuiçSopor  tcxos 
poética  daâ  faturaá.  No  fuudo,  porém,  havia  em  muitas  ooca- 
«iões  de  cur^ar-se  à  ioílueocia  do  meio  e  da  raça  e  de  ser  o 
borgaez  estreiío  o  pi^esumidu  da  Bíblia  e  do  Áct  ofSeíUemenia. 
Apezar  de  bom,  compassivo  c  misericordioso  nas  suas  relaçães 
c  coQCt^pçõe^i,  ao  ponto  de  não  raro  se  nos  afigurar  impregiMMb» 
inconsciente  e  liiturarifimcoto  de  catholiclsmo,  um  ealliõli* 
cismo  largo  o  tolerante,  nunea  Itie  seria  dado  medir  com  per- 
feita isenção  e  justiça  o  horoiãmo  e  a  caridade  dos  eTaogeti- 
sadores  jesuítas,  c  p;ira  a  peainsula  o  para  a  sua  producção 
sociíil  americana,  máo  grado  todo  o  eattiusissino  despertado  e 
expresso  pela  admirav9l  defesa  dos  seus  filhos  contra  as  armas 
n  ipoleotiicas,  olharia  sempre  com  um  carinho  miâiorado  de 
oommiseraçio  provocada  pelo  espectacul  >  do  fanatismo  beato  e 
do  obscuraoUsmo  depressor.  O  ambiente  moral  pesaria  sobre 
ella  oom  as  suas  idèas  adquiridas,  digamos  togo  o  lermo  exncio» 
oom  os  seu^  prejuízos,  e  o  peior  resultado  de^t  i  pressio  dAS 
convcnçõeít  e  prcvençõej*,  seria  que  o  Poeta  laure<xdo  não  pouds 
í-evelar-se  um  grande  poeta. 

A  faota^la  de  um  grande  poeU  não  conhece  restricçõeSt 
oom  pautai,  nem  adaptações,  alt-ni  da^  iotuitivaSt  aoonselliadas 
pelo  bom  gosto  in.stinctivo  que  a  acompanha.  O  sen  corpo  nao 
conheci*  u  Udi^a*  o  seu  e^ipirito  não  conlíet?o  a  saciedade.  O 
conchog-j  nâo  pan^r»  rntrar  cm  harmonia  cora  o  seu  estro. 
Dante  contemplava  Foren^^  com  o  olhar  saudo^so  do  exilado  ; 
Camões  ooropoz  as  saa^  estrophes  errando  sob  difTercntes  céo 
da  Atiia.  l  m  o  outro  soíTrcram  c  gozsram  mai^  do  que  o  eom- 
mum  da  humanidade.  Um  o  outro  exporimeotaram  grandes 
ma^uas  o  graades  prazeres ;  choraram  co  u  de>usado  amargor 
o  amaram  com  ioâoito  delírio  Por  i^s^j  foram  não  só  artistas 
da  forma,  como  mestres  do  sentimento. 

A  Southej  foi  suíllciento,  para  tratar  do  thema  peninsular 
eom  o  seu  calor  habitual.  di\-agar  em  espirito  peias  terras, 
empapadss  do  sangue  de  mourod  e  cbribCaos,  da  Andai uziai  pelo 


RUBEBT   SOtlTIlEY  235 

campog,  percorridos  por  missionários  o  minoradorei,  do  Pa- 
ragiiay,  polas  mattas,  em  qiio  m  acoutavam  e  degolavam  í>ra- 
zileiros  o  hollaodezes,  do  S<  Fraociaco.  A  sua  forte  imugi nação 
litter  im  evocava  com  paciência  o  reeorapunlia  sem  altlíecào 
03  scenarioa  o  os  dramas.  A  imipressâu  objectivai  por  mais 
sugirestiva»  não  so  convertia  em  uma  mórbida  sensação  aiilyc- 
ctiva.  Um  Byron  carecia  do  mais.  Carecia  de  fazer  reviver  em 
ai  mesmo,  reconstrnit-as  e,  ei  pcssivel,  agiiçal-as  com  oefitimnlo 
dos  proprioa  lo^^^ares  oodr-  m  tinham  um  dia  manifestado,  as 
aensações,  aínão  das  gerações  dosapparecidas,  pelo  menos  dos 
grandííá  iodividuos,  cuja  psychcdog-ia  elJo  anceiava  por  delinear. 
Carecia  de  sentir  pulsar  dentro  do  seu  peito,  em  Veneza,  a  alma 
dolorida  de  Marino  Faliero,  era  Sevilba,  o  coração  empedernido 
de  D*  João  Tenório,  em  Babylonia,  a  sensualidade  òarbara  do 
Saidanapalo. 

O  génio  errático  de  um  contrasta  assim  com  a  efiuilibrada 
idiosyacrasia  do  outro .  A  Byron  Iiorisonte  algum  bastava ,  Era 
um  eterno  descontento  que,  onjoado  do  carú  britannico,  tentava 
fkrtar  a  sede  de  soo  lyrisrao  volopltiogo  e  desordenado  na  velba 
ItaMa,  na  Grécia,  mais  velba  aioda,  por  cuja  liberdade  mor- 
reria combatejido  nn  flor  dos  annos,  nas  torras  mais  túmidas 
de  senaualismo  e  maia  recamarias  do  belh-za,  que  maia  de  perto 
faliam  aos  sentidos  e  ao  devaneio.  Southey  doscjíiu  immenso, 
por  um  interesso  histórico,  residir  em  Portugal,  viver  á  fresca 
sombra  das  arvores  de  Cintra,  mas  consolou- se  da  sua  dooepção 
com  a  paizrigem  docemente  sombria  do  Cumberland,  onde  por 
quarenta  longos  annos  morou  perto  do  Keswick,  compondo 
poesias,  compulsando  chroíiícas,  percorrendo  romanceiros,  re- 
digindo narrativíLS,  traçíiudo  biograpliia^,  criticando  livros  e 
aiuda  derramando  o  excesso  da  sua  extraordinária  producçáo 
intellectual  pela  raais  copiosa  correspoadancia  que  um  bomom 
de  lettraa  ha  lej^^ado  aos  seus  admiradores  e  á  posteridade.  ' 

Verdade  é  que  nunca  exiatio  maia  completa  organisação 
littoraria,  E  o  que  mais  improsaiva  a  torna  ainda,  ó  que  a  sua 
foiçào  mentalt  comquanto  íllha  de  um  chamamento  intimo  ir- 
resistível, de  um  pondor  fatal  de  escriptor  nato,  parecia  antes 
voluntária  e  regrada  do  que  impulsiva  e  febril,  si  bem  que 
nella  ae  oacontrassera  o  ardur  e  o  gosto  da  sua  profissão  levados 
ao  derradeiro  limito. 

<'  Nâoalimeíitic  com  relação  a  mim  raais  alíaí?  ambições  do 
que  eu  próprio  nutro,  esorevia  elle  uni  dia  ao  seu  amigo 
Wynn,  que  duranto  annos  lhe  serviu  uma  pensão  annual  do 
l'yt)  libr,!^  e,  quando  sub-gecretario  dos  negocies  estrangeiros» 
om  1807,  o  fezpjníiooar  pela  corte  com  200  libras.  Acho-me  na 
situação  de  vida  em  que  Deus  houve  por  bem  collocar-me,  para 
a  qual  nasci  e  na  qual  me  vejo  contente,  nem  é  do  suppôr  que 


»  Tlio  LiTi'  and  GorrospondencôoCtho  late  Robert  Sotinji'y,London, 
18^»,  G  vohimes. 


23^»  REVI>TA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

paJessc  ler-rae  erapeabado  em  ouira  tão  Titilmente,  tíío  digna- 
mento  e  tão  .'ifjr'uni-jiimen;3.> 

Sj«j:iiey  c::nrnj'j  -j  ;ypj  1^»  vorda loiro  homem  de  letras  : 
devotii  j  aj  i.a^jila.'.  píiô  pui-.)  vraze?  d-j  trabalho;  seauodo 
os  seus  i^omíis.  si  bem  quo  rt-iioxa mente  :  prep  irando  l.u»nga- 
meote  .s  >eus  íí^z?:^\,s  históricas,  para  vai  fim  revolvendo 
pilhas  de  documentos,  impressos e  manuscriptos.  e  comtndo  não 
sendj  um  meio  erudii  •.  mas  i^^ualinente  um  artisn  dotado, 
além  de  >íív\x  cultura,  de  apurado  :^'osto  litierario.  Eu  próprio 
tive  nas  minha?  mãos  as  dezenas  de  livros  de  notas  nos  qnaes 
Sjuthey  raetli>:icie  infxiijrivelmente  colliaria  o  maíerial  para 
um  .  ííi>toriad  >  j.riuíuezes  na  Europa.  Airica  e  Ásia,  que  fícoa 
em  i>rujejto,  mio  g:':iio  tcilj  o  caminho  percorrido  para  sua 
realiz:K*'~io,  o  í\m*í  c-^itau.ente  so:ia  o  d.gno  complemento  da  soa 
hisio-iadtjs  p nu ju  zes  na  Americ;i.  Não  se  póle  trabalhar 
com  mais  consciência  nora  cora  melíi.^r  critério.  Os  autores  es- 
tudidvs  eram  sjm;  re  os  ra.iis  ah  lisados.  os  apontamentos 
colhidos  03  miis  interes-an;es  para  illusirarem  os  casos  e  ex- 
plicarem a  sua  trama.  Niniruem  jamais  se  entregou  à  sua  faina 
c-vm  mais  cresci  io  prazrr  nem  com  sup-rivr  intel  li  vencia. 

A  incriv..'!  iiciiidad-:*  lif.eraria  pre:  «ce  e  duradoura—  o  que 
menos  vczes  va«*  de  a  ?co:J3  —  leS-íUihey  foi  siilva  da  vulgaridade 
e  da  meiiijcriia  :e  por  l-s^^o  fervor  de  estalo  que  a  distinguia, 
e  também  ip.j!iuj  nio  '.«as  uria  a  applica.ãu»  pelo  periume 
penetran:e  de  pi-s  ido  ia  sua  obra.  pela  elevação  da  sua  doutrina 
moial,  pela  gener^-.-i  lale  •li  suri  alma,  pelo  amor  a  um  tempo 
mystico  e  prit.co  das  ousas  espiriluies  de  que  todo  elle  era 
saturado.  K  tmto  assim  é  «^ue.  quanio  uelle  pro^iominou  a  mo- 
deração —  nunca  a  mediania  dos  i  leâes.  subsistiram  u  entbu- 
siasmo  e  o  ardor  no  afflrmal-cs  e  propigal-os. 

Coraprehende-se  sem  diiliculdâie  :ira  Byron  enthusiasta  o 
ardente  em  luiv».  :.as  gra.d.*>  c.»ran  na:í  peqienis  cousas  :  fasci- 
na vam-no  a  Ii'.)Mrda  le  e  \  rev  .Ii  i.  tor;urava-  •  a  expressão  do  se» 
individualismo.  Um  So-rh  y  enthu-iasta  o  ar.ieute  <*  raeaos  co- 
nhtv.do.  Tiia>  u  fict  j  ♦'  iiietl!»^  anií^u  inv  ui  i\-elmt*n'ie  a  iade- 
pendenci  i  -lo  pers.i:ii«'ir.o  o  *\w  aci,.'i  •.  sinão  cm  a  paixão  e  a 
pircei»a  de  dojiilem  .a  sui  .iuveijiude,  polo  menos  o^m  a  ^Ta- 
vi !  .de  e  í  Ik  m  ^e:*sj  da  virili  iade,  •;  le  o  mandaram  nnunctara 
utopias  p:?ri j'o>  is,  sem  comt  ido  •>  converterem  de  um  adoiavel 
benediciiuo  lei-'o  em  um  desprezivel  conezão  tleiivel. 

Das  su\s  illusões  juvenis,  por  mais  que  as  contrariassem 
novas  convicções  pess  aes  e  e.Iljrescencias  hei*editarias,  que 
vieram  a  combinar  se,  ficu  lhe  sempre  o  res-iibo  através  di  sua 
vida  inaUerivid  e  gloriosamente  ir.t  ilect  lal.  Da  sui  alacridade 
juvenil  p»rm:uiejou  sem;  re  a  ch.'nini  nis  suas  ulteriores  e 
mais  ojiiipos:  i<  :i:y;;õesi  :i !  i'i::':  !\s  :  -Ii  t^x  'TionMa  e  zeladas 
co:u  ».■  ::iv'sinj  .rir..'»  e  a  nix?-?.:  a  1. vi!  Til-'.  ;::.::  lo  *  risio  .as 
fTuerr.is  n  ip.''.v*  r.i.-is.  o  .  !:j  -j  .x*:'  •._•■"  co  r.'a  LVn-pirte, 
o  n  i:iv  siào  .V  il'a  Io  u  eiva:- .:::  1  •  :•  v.  v*".i-.-:'  ::.\  ■.  —  m  =smj  poi^ 
que  naaa  vs  i  unis  pe:':^  •!'•  u.;i  j.i  \  bau- d  »  <;;o  'í::i  autori- 
♦nxrio  —  íoi  c.>m  a  mc^ma  animação  que  elle  advoirou,  sob  a  capa 


ROBERT  SOlJTriBY 


23T 


doa  priocipioH  llbcraos  e  |)atnotÍcoj,  uma  politica  de  repin388^, 
de  medidas  despóticas  e  violentas. 

Faltou  por  certu  a  Soutliey,  como  poeta,  o  pofler  lyrico  de 
Byron,  a  rae^ítria  de  Colerid^^e  ou  si  quer  a  vibração  de  Worás- 
worth.  Foi  um  poota  de  scgimda  omem,  poato  que  fluente,  cop- 
rí3cto  o  attraliente.  Tampouco  foi  um  prosador  insigne,  si  bera  que 
tivesse  slJo  ura  escriptor  terso,  elegante  e  oom  id(^as.  Entre- 
tanto aobra  poética  de  Suuthcyé  inseparável  da  transfurmação 
do  gosto  ingiez  na  primeira  raetado  do  século  XIX  i  sem  ella 
a  cadeia  estaria  privada  de  um  ú\o.  Igualmente  a  ííua  obrado 
prosador  couserva  um  logar  distincto  nos  annaes  jitterarias  da 
lingua  como  a  de  um  historiador  i ilustrado  o  im  igíuo^o,  cheio  do 
acerto  na  composição  o  dn  graça  na  narração,  e  do  ura  critico 
dotado  do  singeleza  e  agilidade  de  es tyio  e  de  geral  imparciali- 
dade nas  aprecíaçõeíí,  numa  palavra  de  um  escriptor  com  um 
conjnncto  de  qualidades  quo,  amalgamadas»  produzem  um  autor 
notável. 

Southey  — poeta  possuiu  a  qualidade  l^undaraimtal  da  emoção. 
Havia  de  msto  nelle  tudo  quanta  a  pôde  estimular  o  aquecer, 
sem  deixar  attingir  o  ponto  de  ebuUlção  em  que  a  emoção  se 
toroa  delido  o  o  arrebitamonta  robelliào.  Havia  nelle  em  alto 
gráo  o  araor  da  natureza,  que  muito  contribuía  para  o  levar  a 
preferir  a  vida  intfillectual  no  campo,  aos  cargos  o  posiç5es 
politicas  de  Londres,  que  cordialmente  detestava-  Havia  uma 
âése  sensível  de  romanesco  que  em  novo»  depois  da  leitura  de 
Jean  Jacqyes  Rousseau,  o  quiz  arrastar  para  America  do  Norte, 
nura  projecto,  com  Colerídge  e  outros,  do  fundação  do  umacom- 
munidado  li  Iterar  io-agricola.  e  que  sempre  impediu  o  seu  es- 
piri  to  disciplinado  e  ponderado  de  merg^ulliar  na  banalidade. 
Havia  um  escrínio  de  aflfectos  —  araor  da  fttmilla,  araor  dos 
amigos,  araor  da  liorabri^lade  e  da  altivez  —  transbordando  do 
seu  coração  era  odes  ternas,  elogias  melancólicas,  eplgrammaa 
mordazes,  missivas  túrgidas  de  seiva  intellectualv  d©  entíia 
siasmo  ou  despeito  coramunícativo,  de  sympatliia  liumana. 

Southey  dizia  que  compor  uma  poesia  equivalia  na  stia 
alma  a  cultivar  al.^um  sentimento  de  benevolência  e  honostldade. 

Esta  benevolência  sempre  o  acompanhou  aliás,  dando  á  sua 
vida  a  coherencia  e  a  tonalidade  grave  o  harmónica  que  adistln* 
guem.  Por  outro  lado  foi  a  sua  fundamental  honestidade  que  o 
afastou  da  c&rrêira  ocelesiastica,  na  qual  o  futuro  se  llie  apreien- 
tava  fácil  e  calmo,  porque,  comquanto  professando  horror  deci- 
dido pelo  athelsmot  não  julgou,  como  depois  Eenanp  possuir  fé 
bastante  para  tomaras  ordens. 

Renan,  porém t  descambou  na  duvida  amável*  no  scepticismo 
tolerante,  na  irresoluçao  espiritual  que  chegaram  a  caractorisar 
toda  oma  geração.  Southey»  pelo  contrario,  foi  sempre  a  alma 
impetuosa»  crente,  corajosa  que»  abalada  muito  embora  pela 
feição  de  sicriâcío  do  Catholicismo,  pelo  magico  appollo  desta 
reli^náo  aos  que  soíTrera,  pelo  seu  poder  único  sobre  os  ânimos 
supersticiosos,  por  quanto  lhe  haviam  revoladu  as  leituras  ec- 
elesiasticas  e  históricas^  e  para  mais  possuído  da  convicção  da 


b 


REVISTA  DO  INSTITUTO  JIISTORICO 

ãupromacia  moral  úa  religião  cm  gemi  —  Ja  qual  dizia  cllo  60* 
tarem  mais  perto  os  quo  temem  do  que  os  que  esperam,  — ex» 
traMft  do  seu  rancor  rerormista  fel  bastante  para  aíQroiar  que 
desejaria  ver  aliolida  to^la  a  iocapacidado  poliUea,  meamo  a  dos 
judeus»  excepção  feita  doa  catíiolicas,  quo  apenas  dspiram  à  vin- 
gança  o  ao  throno.  *^  Romaoismo  sigoiicava  para  elle  i atole- 
rancia,  argúcia,  ardor  de  proselltytaio,  a  maior  obra  da  aabedo* 
ria  liumana  e  da  maldade  tumiana.  >  (Carta  a  C,  W.  W,  Wyun, 
de  abril  do  1807,)  f) 

A  ioda  giie  inalteravelmente  desaffec  to  ao  papíimo,  oem  sem- 
pre eiitretatUo  o  jtjlgara  com  a  mesma  amarga  vebemencia. 
Quaado  novo,  por  mais  ani^licaiio  que  fosse  o  seu  pri:»ma,  âcaiu 
insensivelmente  predisposto,  cora  a  leitura  das  chrunícas  peoiD* 
sularoít»  eoi  favor  do  cathoílcismo,  das  ordens  monaaticas  aspe- 
ciai  mento.  <  Escarnecemos  da  ijínorancia  dostas  ordens,  escrevia 
elle,  mas  as  mais  mu  tais  a  néscias  d^ltaa  ii^m  produzido  mais 
obras  do  erudição  do  i[ue  todaa  as  univí^rsidado»  inglezas  e  es- 
cosaezas  desde  a  reforma,  o  ó  minha  flrrae  crença  que  hojti  em  dia 
melhor  sociedade  se  encontra  num  mosteiro  booedictino  do  que 
em  Cambridge  e  certamente  melhor  do  que  em  Oxford.  *  (Carta 
a  i.  RickmaQ,  de  2^  de  março  de  18U5.)  (')  De  outra  vez  es- 
crevia a  Wynn  que  o  catht>lieismo  seria  o  melo  unico  do  civilisar 
a  Irlanda  :  os  jesuítas  e  os  beuedic tinos  nâo  esclareciam  os  sel- 
vagens, mas  humanizavam* Í403  —  o  abrtim  o  paiz  delles  á  cul- 
tura* l-^ela  vida  adianto  é  que  estas  velleidades  nimiamente  to* 
loraut  'S  para  um  anglicano,  se  foram  deevanecendo  mais  e  mais, 
crestadas  pelo  vento  abrazador  do  proles Lantismo.  O  historia- 
dor do  BraziL  proseguiu  admirando  a  dodicaçio  do  clero  cv 
tholico  aos  seus  deveres  de  caridade  e  apostolado»  mas  entrou  a 
negar-lhe  toda  ínflLieiíeia  benéfica  sobre  os  costumea  e  as  idáas, 
por  outra  para  o  progresso 

Repudiando  a  theologia  como  carreira,  Soulhey  condemnoa- 
se  a  uma  vida  dn  muito  trabalho  e  de  quasi  pobreza,  pelo  menos 
de  inteira  dependaneia  da  soa  penna  como  meio  de  subsistência. 
Suas  ambições  foram  com  tudo  desde  começo  limitadas*  a  nãc»  ser 
no  campo  litterario,  em  que  se  não  conheciam  limites  à  sua  fome 
de  leitura  e  sôdo  de  sclencia.  Si  a^spirou  a  alguns  cargos,  fel-o 
ou  porque  elles  lhe  proporcionariam  condições  para  o  estudo,  ou 
porque  lhe  forneceriam  os  meios  de  vida  que  eracompellido  a  pro- 
curar nas  repetidas  contribuições  para  a  imprensa  periódica.  O 
próprio  spúri,  paSz&o  commum  aos  ^eus  compatriotas,  não  en- 
cerrava para  elle  grandes  attractivos.  O  caminhar,  o  remar 
eram  no  seu  caso,  afora  uma  expani^ào  physica  útil  a  saúde  úo 
ínttdlHctual,  geralmente  recluso  no  #íabínete,  antes  formas  da 
sua  devoção  á  natureza  do  que  ao  ideml  da  fortaleza.  Southey 
nao  quiz  ser  clérigo,  nem  athleta,  nem  politico,  nom  homem  de 


i*lThe  Lifi'  an  í  Corr^sponiiôttcc,  otc,  vol  Hl,  pag,  7Ô, 
( ')Th(?  LifíJ  oad  Correspondence,  etc,  vol.  11,  pag.  320. 


nOBERT  SOUTIIEY 


239 


8ociedad6  ;  qiút  tao  somente  ser  um  homom  de  bom  o  um  litte- 
rato  do  solida  ropu tacão* 


A  primt>ira  obra  om  que  Southey  aborda  os  assumptos  po- 
nlostilai^Bs  é  a  collocçao  dits  suas  cartas  de  Hespaoba  e  Portugal, 
escriptasá  aos  22  aaQos,  primeiro  ^sabidas  á  luz  em  17'J7,  reedi- 
tadas  em  1709  e  publicadas  ero  3^  edição  em  IHOH,  o  que  asaás 
indica  o  smi  siiccesso  de  livraria.  No  emtanto,  quando  era  1795— 
96  Soulhey  avistoti  e  percorreu  parte  da  Península,  que  tiraa  se- 
gunda vez  visuariri,  seu  coração  estava  loofçe  de  pulsar  do 
accordo  cora  suas  emoções  intellôct.uaes,  provocadas  [jela  súbita 
©utrada  numa  vasta  e  ondulante  seara  bistorica  e  Jitteraria,  ctijo 
lado  romantisco  tanto  devia  casar-se  com  o  romanesco  ainda 
pujante  da  su:l  alma.  SouUiey  atravessava  imtão  a  quadra  mais 
incerta  da  sua  vida  sempre  iustavol  na  sua  e^tabelidade  appa- 
rente.  Era  a  crise  decisiva,  l^ur  causa  dos  seus  projectos  do  con- 
sorcio e  emigração  para  o  Novo  Mundo  a  tiii»  Miss  Tyler,  rom- 
pera irroraissivelmente  com  elle,  o  o  tio,  o  Reverendo  Hili,  trou- 
xer a-o  para  Lisboa,  senão  para  eonvencel-ú  a  entrar  na  Egreji  an- 
glicana como  miníetro,  puis  que  lhe  promettera  apôs  a  defecçáo 
theologica  ajuJal-o  a  forma i'-se  era  direito,  o  que  taz  suppor 
conformação^  pelo  menos  para  dij^suadii  o  de  um  csiS  Amento  poore 
com  uma  menina,  cujas  duas  irmàs  tinham  despcsado,  uma  o 
poeta  Coleridge  e  aotitra  LovelL 

Suutliey  todavia,  fiel  á  palavra  dada,  casou-so  A  capucba  na 
véspera  do*  embarque  e os  senlimentos de  ternura  o  de  saulado 
desse  noivo  exilado»  desse  Petit  Dtic  separado  da  raulber,  por 
maior  castigo,  no  p/oprío  dia  segumte  ao  da  ceromonta  que  oa 
unira,  pedem  ser  aquilati^dos  das  suas  cartas  aos  amigus,  daiadas 
de  Lisboa  com  a opigrapbe seguinte:  «From  which  Ood  grant  me 
a  speedy  deliverance». 

As  cartas  por  ai  somente  não  teriara  estabelecido  a  reputação 
litteraria  de  Southey.  Entre  as  numerosas  impreijsOes  de  viagem 
na  Península,  na  se^junda  metade  do  sectilo  XVIII,  figurara  até 
essas  entre  a^  menos  compreliensivas  esuggestivas,  A  par  de  en* 
raizndos  preconceitos  contra  o  Catholícismo,  de  resto  communs 
aos  viajantes  in^lezes  o  que  em  Southey  apenas  aqui  e  ak^m  são 
mitigados  por  uns  laivos  btimoristicos,  o  que  as  Carias  porém 
revelam  tão  a  ab^^orventu  iraa;^inaçáo  poética  de  Soulboy,  o  vo-» 
lume  de  elevados  ientinicntoi  que  em  sua  alma  surgiam  diante 
das  vicissitude^  da  vida  e  que  na  poesia  encontra vâo  a  mais 
adequada  expra-são,  e  o  poder  utscripiivo  da  sua  penna  quando 
a  movia  o  rythmo  e  a  guiava  a  iaspsroçào.  O  Portugal  dos  fius 
do  século  XVlíI  ojrorecia  fiolitica  e  social  meu  ti3  um  espectáculo 
do  índole  mais  a  enrijar  do  que  a  incitar  o  estro  de  um  poeta, 
,  mas  a  natureza  península— rica  era  contiMela^i  na  Gallizu,  aurabria 
nas  Astúrias,  grandiosa  em  Leão,  desolada  em  Castelía,  sorri- 
dente na  Estremadura,— é  a  mosma  em  todos  os  tempos  o  ninguém 
pôde  ser  esquivo  ao  sen  encanto. 

Como  appendice  ájs  Carias^  Southey  traduziu  o  famoso  Papel 


240  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


úô  Estada  om  quo  o  lúcido  e  tolarante  eipirito  qtie  foi  D.  Lnízda 
Cunha  corapeniliou  para  uso  e  edificação  de  Marco  Aotooio  de 
Azoredo  Coutinho,  repiesenlante  porUiguez  cm  Londres,  o  es- 
tado do  ReiDo  e  conquistas.  Nessa  por  tantas  títulost  curioBa  ex- 
posíQãu»  o  ospiríttioao  diplomata  uconsclhava  muitas  daa  mediíías 
que  foram  um  pouco  maia  tarde  postasi  em  pratica  pop  Pombal, 
por  exomplo  revckndo  para  com  ob  Judeus  a  mais  nobre  caridadô 
e  para  com  os  íraies  a  mais  j  os  ti  deu  d  a  prevendo,  e  é  ahi  tamhom 
qiio  aconselhava  a  trauáíbrencia  da  corte  de  Lisboa  para  o  Rio 
do  Janeiro,  apontando  para  o  caracter  americano  qiio  forçada* 
mento  tomafii  a  realeza  por  tu  gu  o  z  a,  e  para  as  muitas  vantagdQi 
politicas,  económicas,  cummerciaes  o  de  todo  género  qn  •  hh  lir*. 
rivari  vm  da  creação  do  Império  transatlântica.  Nào 
zoado  suppor  que  da  kitura  deaso  documento,  que  ei  e 

paia  sua  intellrgencia  e  superioridade  o  feriu,  especialmente  no 
moio  da  degradação  de  que  se  via  cercado,  derivasse  Southej  o 
sou  pi^ecoee  íntL^eãse  pelo  BraziL  lo^o  expresso  em  1B08  pela 
seífuinte  phraso  prophetica,  motivada  pelo  facto  do  Governo 
Portu-íaoz  occultar  com  afan  todas  as  infirmações  relaiivas  ao 
Brazily  pos.^6:jââo  da  qual  estava  coniplotamtute  dependendo: 
€lloi  galho  táo  pesado  não  podo  ficar  por  muito  tempo  ligado 
a  ura  tronco  tão  (}odrii»(So  lioavy  a  brauch  eannoi  loQg  remain 
upon  so  r^Uen  a  trunk). 

8i  a  historia  da  colónia  o  n%)  tent'^u  antes  que  a  da  metro* 
polo.  polo  monoâ  a  executou  antes.  *  Fazor  a  historia  do  Por- 
tugal foi  com  eJleito  mia  prímoira  idéa.  A  22  de  setembro  dd 
17"«Hí  esr-revia  ao  seu  amigo  Josoph  Cottle,  o  editor  das  suas  pri- 
miciari  litterarías: 

«Ultimamente  deoidi^mo  a  ompreliender  nma  grande  obra 
histórica— a  historia  do  Portugal»,— e  como  que  antevendo  o 
futuro,  ajunt  iva:  «mas  para  isto,  e  para  outros  muitus  nobres 
planos,  careço  de  ininterrupto  lazcir,  de  tempo  todo  meu,  que  não 
seja  desperdiçado  (fritti^red  awayj  em  pequenas  occupaçõos  perió- 
dicas.,.»^ A  John  Rickuian.  tim  politico  e  economista  da  ^ua  maior 
afl*eiçáo»  escrevia  a  9  do  janeiro  de  IBOUi^A  poesia  nào  mo  absorve 
por  completo  a  attençáo;  a  hiãtona  da  litteratura  hespaoliola  e 
porlu^ueza  é  um  assumpto  ao  qual  pretendo  devotar  trabalho  e 
que  pôde  fornecer  muit^j  assumpto  interessante,.,»*^  Eram  as 
consequências  da  sua  primeira  excursão  à  Península. 

Esta  ordem  do  impressões  intenectuaes,  a  necessidade  de 


^  Diz  Soiathey  nuina  das  auas  cartas  que  ^m    18'*** 
Lisboa  uui  fraiicez  (?)  escrov^^ndo  a  bisloriíi  do  Brni  I 


pando  dc!    fxcollonto    mate  ria  i  p    naíi^^íiviú  oní 

francoif  iidi>  era  «sDjíiiraruoiile  Beaiichamp,  tine  flt 

de  caradaineute  a  Historia  de  Southey,  iadã  por  cima  *IU<*  làav;»aJo 


francoif  iidi>  era  «sDjíiiraruoiile  ííeaiicha!ij[%  tine  úoaos  d«^puÉà  |>iií^(á*a 
de  carad     '      '        ^    ,     •      ^  -  ... 

dcrtíitgs, 

"Life  and  Corre>pondcnco,  vol.  It,  pag^  25. 

«Life  and  Correspondeace,  voh  11,  pag-45* 


RoUigir  matoriaea  sur  place^  '^  a  tenlíwjão  do  assumpto,  inexplo- 
rafio  cm  liiglaterra»  e  a  doença— pois  qu©  o  excesso  do  seu  esforço 
meutal  e  a  variedade  extrema  da  sua  npplicação  littoraria,  so- 
licitada por  ura  mure  maíjnum  de  projectos  e  esboços  de  trabalho, 
tiul^m  produzido  o  quo  na  Mia  linguagem  do  século  XViíI  olle 
chama  uma  sonsibilidade  enftírma  {a  dUeased  sensibilUy)  b  nóa 
chamariamos  com  pompa  scieotifica  oeurasthenia— decidiram  no 
a  Gscoíher  Portugal  para  a  mudauça  do  ar  que  lho  acousolbavam 
e  quo  igualmente  requeria  o  verdor  da  nua  actividade  physica, 
do  gou  gosto  de  locomoção,  aiicioso  por  uma  grande  viagem. 

Corria  o  anuo  do  1800  o  tinha  Suuthey  26  aimoá  quando,  poía 
seguniJa  voz,  desembarcou  em  Portugal,  com  o  sacco  identica- 
mente carro^^ado  de  poesias  e  planos  de  poemas,  que  atanazaram 
cumo  demónios  turbuleoios  os  escorços  de  pi-osaa  ponderosas. 

Desta  vez  levava  comáigo  a  mulher,  e  eata  cirourastaDcia  e 
pouco  depois  o  seu  resti^bcdeci mento  fizeram-oo  vor  a  terra  com 
olhos  mais  compadecidos,  mesmo  a  breve  trecho  plenametita 
beoignos,  Saudoti-a  cumo  uma  velha  conhecida  ;  cucou trou-iho 
09  mesmos  defeitog,  mas  algumas  qualidades  também;  esoar-* 
necou  com  mais  indulgência  das  buas  fraquezas  religiosas  e  dai 
suas  miíi^erias  admiaisirativas ;  tomou-lbe  aíTeição  e  quasí  ca- 
rinho. Era  que  para  eOa  olhava  agora  com  os  olhoâ  da  alma, 
não  com  os  do  corpo  e6mente ;  penetra va-a  polo  ostudo  intíilU- 
gCDte  do  seu  passado,  não  a  explicava  apenas  pela  observação 
superíleial  do  aeu  presente ;  aformoseava-a  coiu  o  encanto  das 
suas  tradições  históricas,  nào  a  deprimia  com  a  coEdomuaçáo 
única,  i^om  atteuuante^,  das  suas  mazailaa. 

Niio  quero  dizer  que  desculpasse  o  atrazo  de  muitos  cos- 
tumes  nem  que  applandisse  a  vileza  do  muitos  corações,  numa 
palavra  quo  acquiescesao  ao  fanatismo  e  ao  dospotismo.  Qin 
inglez  nunca  se  rendia  em  matéria  do  opiniões,  e  Southey  era 
Itiglez  ató  a  modulla  dos  ossos,  mormente  depois  quo  os  horrores 
do  93  o  desviaram  da  França  rovoliiciooana,  o  que  ao  jacobi- 
nismo, quo  o  seduzira  pela  sua  appai*encia  estóica,  ello  cumpre- 
hendera  faltar  o  a^eoto  moral, 

Em  sou  espirito  entrou  todavia  a  predominar  a  tolerância 
do  conhoclmento  sobre  e  sarcasmo  da  ignoranoia,  até  quo  a  im* 
mobilizou  a  friaidade  da  aympathia  reformista.  O  ferrenho  pro- 
tfjstanto  foi  sempre  theolog  içam  ente  ineioravel  para  as  super- 
stições catholicas,  equiparando  o  papismo  á  poíáte  o  ao  fogo, 


"^  «Já  lenho  «Lrcupndo  moas  ócios  com  a  historia  de  Parttigol  e  o 
intcri^sso  quo  uisUí  ojicontru  Ic^^ar-me-ha  a  v  sitar  o  campo  tr0uriiiu(% 
as  luíirjípns  <io  Mondrgu  o  íi  tumba  d€>  h^íwr,^  Os  nepoi  ios  ila  lai  a  sáa 
domasiaíios  para  um  ep  sódio  e  precisam  sítir  tratndu^  separadaraonte, 
Oa  eostaoios  e  líttiTatura  du  paix  dcvrr  iiin  acnriipanlj.nr  a  ordí?m  chro* 
nolojric.i  (loa  acontccimenlus*  Ilfí  rir  dr-^alojíir  as  ãi^anliaâ  das  Necossi* 
d.ulos  o  nau  Ikarà  livraria  d'-  coijvuíi^»  que  eu  não  va^culojt*.»  (Carta 
a  Jobn  May,  da  18  Ibvercipj  du  180U.  Life  and  Cor  responde  nc#,  vol.  Ui 
Pg.  51), 


242 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


mas  o  lado  pHtoredoo  daquellas  supera  tições  cbegou  a  prendei -o 
quando  daiuos  oxclusivameute  o  irritava.  A  saúde  recuperada 
o  fazia,  como  diz  rima  daa  suas  cartas,  projectar  sobro  tudo  um 
raio  de  luz^  o  aU^.  desejar  cojii  toda  a  velieiriencia  do  seu  tempe- 
ramento que  o  dostiQQ  o  localizasse  o  enraizasse  uo  itil  da 
Europa.  '^Como  laranjas,  figos  e  peras  deliciosas,  bebo  viobo  de 
Colbrea,  que  excel lenda  fica  tíntrc  Porto  o  Ciareto  —  leio 
tudo  quanto  me  cae  au  atc^iiice  da  mão  —  devaneio  poema 
depois  de  puema,  peça  depois  de  peça—  durmo  uma  seatíà  de 
duas  horas,  o  sinto -mo  tão  feliz  corao  bi  a  vida  fosse  um  só  dia 
eterno,  Beni  ter  a  gente  que  se  importar  coui  o  amanhã»*  ^ 

A  Coleridge  escrevia  com  o  mesmo  enthusiasmo:  «de  co- 
ração aqui  viveria  o  raoreria  {/  tcould  ffladli/  iive  and  die  here)^ 
propoado4lie  o  trocarem  ambos  a  brumosa  Inglaterra  pelo  Por- 
tugal banhado  de  sol . 

lotellectualmenie  sen  tia- ac  isolado:  faltava-lhe  ooovivio  doa 
amigos,  mas  sentia  so  cheio  de  vigor .  Aprendera  portuguez,  sem 
o  quô  não  pjderia  tirar  proveito  das  sLiits  investigações.  «Filio 
a  Ungua,  comrmmicava  elle  a  Rtckman»  não  por  corto  gramma* 
ticalmente,  porí^^m  li tien lamente,  a  o  purtuguez.  quand  >  articu- 
lado por  uma  voz  familiar,  me  ú  quasi  lao  intelli^ivel  quanto  o 
inu^lez»,  A  Historia  preoccupava-õ  extraordinariameiito  e  delia 
esporava  derivar  rauito  pjira  Mseu  renome  iittcrario»  que  começa- 
va a  cultivar  com  a  vaidade  peculiar  ao  vrétier  de  que  \}^  român- 
ticos catavam  para  d:ir  dentro  era  ^muc*  a  odição  ne  vorieiur.  No 
inicio  aiuda  da.  fua  carreira  litteraria»  antes  mesmo  do  publí- 
camento  unir  á  poesia  à  prosa,  já  so  imaginava»  como  bistoriador 
igual  \  ílot>ertsun;  como  poeta,  enta»,  linha  a  jicSancia  de  ei* 
crever  qiio  o  seu  p^ema  Thaloba  rivalizava  coraOrlando  de  Arios- 
to...  apenaíícom  ndilTerença  que  Thalaba  continha  «  propoi\iâo 
maior  de  metal  o  menos  escoria». 

Ao  cabo  do  um  anno  regressava  Southey  para  a  Inglaterra» 
aeossíido  pela  pcíito  nogra  que  reinava  era  Caíiíz  o  Sevilha  e 
ameaçava  Lisboa  pf^los  soldador?  do  príncipe  da  Paz,  otijo  exer- 
cito, roías  as  hostilidades  ent-reas  duas  naçõjs  peninsulares  o 
estando  a  llespanhu.  resguardada  com  o  apoio  da  França  consu- 
lar, ameaçava  a  frontvira.  .1  Hisíoria  de  Po  rfN^ii  ideara  esboça- 
da e  continuaria  a  ser  activaila,  dependente  no  emtsmto  para  sua 
íinal  elaboração  de  fui  uras  visitas  e  pesquizas  que  nunca  ae  pu- 
deram roílizar»  si  iiem  que  a  t^rofa  histórica  primasse  qualquer 
outra  no  conceito  de  Southey:«  d  mil  vezes  mais  interessante  do 
que  as  demais». 

Não  foi  por  certo  culpa  su  i  si  não  voltou  mais  ás  livrarias 
e  arohivos  de  Lisboa.  Portugal  coniinuou  a  ser  a  sua  torra  do 
promisáãij.  A  vida,  ()or^'ui,  oTnp  dg^ou-o  na  s^ia  dura  engrenagem, 
c/eaceu  lhe  a  família,  os  meios  nunca  se  tornaram  abundantes, 


«  Garl;i  a  C.  W.  Wynii,  de-  23  d«  jallio  do  1800,  Life  aad  Corroí- 
poadâQce,  vu),  ti,  pag.  98* 


ROBERT  SQUTHEY 


243 


tendo  como  única  fonte  o  lititeiro,  e  para  fazer  faço  íis  contio- 
gendas  inaieriaes,  víu-se  Southf^y  perpetuaaionto  eundemoado 
aos  trabalhos  forçados  da  littoratura, 

Jiistaraento  em  1801  dava  o  pobrt»  homem  do  lettras  ingresso 
noutro  período  de  incoruâzaa  sohpo  o  í?ou  futuro.  Assim  como 
previamente  abaníonara  o  estudo  da  medicina,  abandonava 
agora  complotamente  o  do  direito  &  hesitava  entre  fie^ruir,  como 
secretario  particular,  ura  embaixador  nomeado  para  Conetiinti* 
nopla^  entrar  no  serviçio  diplomiuico  ou  L-onáulart  ou  ttcar  tra- 
bíiíliando  era  Keswick,  ao  lado  de  Coieridge,  que  aliás  u  degor- 
taria  por  Londres.  Si  o  apaixonava  a  existência  indepondcnte  do 
litterato,  atormentava-o  a  nocessidad©  de  ganhar  bantaete  para 
ai  li  pader  raanter-ae.  Os  Lagos,  com  tudo»  o  não  fascinaram 
á  primeira  vista:  desaponta vam-Eo  pelo  contrario,  posto  qne 
sua  '«sublimidade»  o  (of^r^e  aos  pnucos  capiivaudo,  lamentando 
apenas  quo  aa  montanhas  em  redor  .se  nào  erguessem  sol>  um  céo 
mais  ameno.  *As  montatilias  pouco  sào.  comparadas  com  Mon- 
chique; e  quanto  á  belleza»  toda  a  pai za^em  irij^^lnza,  porven- 
tura toia  a  paizagerado  mundo,  tem  de  ceder  a  palma  a  Cintrti, 
mioha  residência  do  ultimo  verão*. 

O  céo  portuguez  banhava  ainda  a  sua  imaginação  com  toda 
a  claridade  que  desce  do  seu  azul  transparente.  Neste  ponto  a 
carta  a  Grosveaor  Bcdíbrd.  do  6  de  setembro,  é  do  todo  expan- 
siva: 

€  Meus  sonhos  inclioam^se  para  Lisboa  como  lo^ar  do  des- 
can<;o;  aou  deveram  airaiçoado  ao  imiz  e.  por  mais  estranho  que 
isto  pareça,  íi  gente.  A  de  uskia  6,  como  a  das  outraá  capitães 
todas,  basiante  velhaca  {rõffsush},  mas  ;i  do  campo  achei-a  lios- 
pitaleira  e  mesmo  bondosa  quando  deilja  careci,  embora  lho 
foaae  absolutamente  estranho*.  E  menciona odo  que  o  seu  ideal 
aeriii  o  cooaiitado  de  Liaboa,  ajuntava:  «Kstes  lag-os  parecem 
rios  —  mas  oh  l  o  Mi  mi  togo  e  o  Tejol  Estas  mo  manhas  eão  na 
verdade  lin  lamente  Torra  idatie  a^Tupadas  —  mas  oh  í  o  ^'rande 
Monchiqoo,  e  Cimra,  o  meu  paraiso  !  —  o  céo  na  Itirra  tias 
minhas  esperanças.  Si  jamais  em  possuir  uma  casa  em  Cintra, 
não  me  concederá  V,  um  annu  da  stia  companhia  pnra  comer 
uva^,  andar  do  i>iirro  e  .^er  muito  Totiz  ?  A  verdade  ó,  íin-s- 
venor,  qiie  teidio  residido  demasiado  no  estrangeiro  para  poder 
viver  feliz  em  Inglaterra  —  faltam-rae  as  delicias  do  ^iul  — 
as  fruetas,  os  vinhos  :  falta-me  o  sol  no  firraamouto,  sobre- 
iudo  tendo  udo  iiostos  dez  dias  uma  limitada  raçáo  dos  seus 
raios;  e  si  o  íluido  nervoso  ô  o  lluido  galvanico.  e  o  gahanico 
o  eléctrico,  e  o  oleotrico  luz  condensada,  por  Deus!  que  elfeito 
não  devom  estas  feias  escuras  nuvens,  grossas  de  chuva,  exercer 
sobre  um  pobre  ente  nervoso,  cqjj  cerebi'0  acaba  de  estar  por 
quinze   mezes  num  estado  de  Incandescência   (high  illumlna- 

tiOQ).» 

Um  empreito  sulBciôntemeo to  remunerado  oflereceu-ae-lhe 
aob  a  forma  do  logar  de  secretario  particular  do  ChanceUor  of 
the  Excheqmr  (Secretario  do  Thezouro)  para  a  Irlanda,  c  Southey 
exerceu  taes  ruacçõe^i  em  Dublim  o  em  Londres,   ma^t  comenta 


lU 


REVISTA   00  INSTITUTO  HISTÓRICO 


por  pouco  mais  de  um  anuo.  A  vida  ol!lcia1  nunca  ofTereceria 
suriad  attricçues  ao  sou  eapirito  loucamente  amigo  dos  livros 
o  do  recolbiraento,  nem  a  políticíi  tampouco  o  aodiiziria,  MaU 
turdo  cngeitúu  sem  hesí tacão  uma  cadeira  na  Camará  dos 
Communs,  0r^'ulhú80  como  ora.  e  cônscio  do  seu  valor,  quiçá  lhe 
agradassem  os  primeiros  legares  —  mas  ao  que  tinha  horror, 
do  tanta  repugnaocia,  era  a  snbir  adulando  e  mentindo.  A  soa 
copiosa  o  attrahente  correspondeocia  deixa-nos  claramente  ver 
a  evolução  do  3ou  espirito  operada  kobre  um  faodo  mimutavel 
de  honestidade  o  de  dignidade,  a  consistenoia  dos  sens  gostos 
esclarecidos  o  dos  eeus  ideaea  alevantados,  e  as  mil  ramiâcações 
da  sua  actividade  mental  o  da  sua  não  menor  actividade  aíTe* 
ctiva. 

Depois  de  abandonar  o  emprego  Southey  flxou-se  por  atí^ura 
tempo  em  BribtuU  vaeiUaote  quanto  ao  âeu  futuro  e  mesmo 
quanto  á  çua  residência—  certo  apenas  do  ^jue  precisava  viver 
em  p;iz,  porque  queria  trabalhar  como  ura  mouro,  E.s80  próprio 
tempo  de  incertezas  foi,  por^ím»  com  eíle  um  tempo  de  prodricçãí> 
poética  fòbril,  a  qual  englobava  pooma.^  orienta  es,  celtas  e 
outras,  e  de  estudo  nãij  menos  febril,  o  qual  abrangia  a  velha 
historia  e  a  primitiva  litteratura  castelhanas,  a  dominação  dos 
árabes  na  Feninsula,  as  lendas  do  Cid,  a  veri^o  do  Arnsdis  de 
Gaula  e  a  leitui-a  doa  outros  livros  peninsolaro»  do  cavalíaria,  o 
desenvolvi  monto  do  MoDachiamo,  especiaimonte  da  oi^dom  dos 
Franciscanos,  a  obra  dos  Jesuítas,  por  que  professava  sincera 
bom  que  hostil  admiração,  o  o  vasto  projecto  de  «ma  Biblialheea 
Britannica,  â.  qual  não  fora  altieia  a  maj?nífíca  compilação  bi- 
bliographica  do  abhado  de  Sever,  Barbosa  Machado. 

A  morte  da  sua  então  unica  ^Ihinha,  oní  1803,  fazeodo-o 
mudar-80  temporariamente  para  Keswick,  on.Je  Colerídge«  seu 
concunhado,  se  achav.i  então  domiciliado,  decidiu  sinão  do  seu 
destino,  que  já  estava  traçado  polas  circuraãtancias  e  pela  de- 
liberação, pelo  menos  do  mu  e.stabolooi mento  permanonte. 

Ahi  foi  viver,  isto  ó,  trabalhar,  o  morrer. 


J4.  ficou  ligoiramente  indicado  o  motivo  por  que  nunca  sahíu 
a  Itirae  a  Historia  de  Portupal,  a  obra  sobre  a  qual  Souihey— 
que  ge  considerava  melhor  historiador  do  quo  poota,  procla- 
mando não  ter  chegado  como  poeta  áqiiillo  a  que  visara  e  aspí< 
rara— dlaia  desejar  descansar  sua  reputação  lítteraria.  O  as- 
sumpto sabemos  que  o  onthnsiasmava  mais  do  que  qualquer 
outro  a  que  so  dedicou,  e  tâu  completamente  delle  m  assenho* 
reara  quo,  segundo  assuaa  próprias  palavra**,  hiíitoria  nlguma 
seria  superior  ílquella  pelo  que  diz  respeito  A  pesquiza  e  varie- 
dade das  fontes  (íflM^^j^o/^í/jaierirtíí),  íía  sua  applicação  chegara 
ao  ponto  de  estiidar  o  hoUanil«^7.  afim  de,  lendo  os  autores  ba* 
tavos.  melhor  poder  tratar  das  lotas  de  Portuguezes  e  Hollatide«es 
na  Ásia* 

Bm  julho  d0  1804  escrevia  ter  promptos  Itm  volumes  iii-4* 


ROnERT  SOUTHEY 


245 


da  SOO  paginas  cada  um.  Em  agosto  de  18i35  communicava  &  um 
eorrespondontc  estar  a  obra  praticamente  concluida,  devendo  ir 
para  o  prelo  no  decorrer  do  inverno^  si  o  tio  Hill  €8tivessoom 
iDglaterra,  pois  que  por  seu  intermédio  aguardava  dados  õ 
papeia  que  lhe  pareciam  indispensáveis.  Koi  esta  falta  sem  du- 
vida a  causa  principal  do  íidianiento  e  floalmonto  do  raalíogro 
da  publicnção,  lamI>Gm  iliíflcnltada  em  aua  conclusão  por  tra^ 
ballioâ  de  natureza  niais  tirgonte  e  sobretudo  de  gauno  mais 
prompto.  Repetid:vmenlo  declara  Soutliey  naa  suas  crirtas 
8©r-ili0  nccéâJsarlo  consultar  em  poá^oa  os  arehiros  portu- 
guezdd. 

Cara  semelhante  ppeoecupação  preparou  se  mearao  durante 
annos  consocutivoíi  para  voltar  a  Lisboa,  eísforçando-so  primeiro 
por  ir  com  Sir  John  Moero  e  seu  malftidado  corpo  do  exercito 
na  qualidade  da  commisario  ou  do  auditor  das  contas,  e  depois, 
por  obter  o  consulado  alll,  o  posto  de  secretario  da  lega^^ão  ou 
qualquer  comniiísao  ofílcial,  por  exemplo  a  de  rfcollior  do* 
ctimontOií  c  infoimaçôeíí  ?obro  essa  Ainorica  do  Suí  quo  o  destino 
ia  franquear  ás  outras  nações  que  ítào  súmente  as  suas  rae- 
trop^dea.  Por  fim,  falhando  todos  os  referidos  projectos,  deci- 
diu-SG  Sõuthey  em  lso6  a  ir>  como  simples  particular,  passar 
dous  anãos  nas  mirg^ns  do  Tojo,  mas  por  esse  tempo  a  tu- 
tola  assurtiidi  por  Napoleão  sobro  tuda  a  Europa»  resultante 
da  víctoiia  de  lena,  tornou  do  súbito  a  situação  dos  Inglozea 
arriscada,  melhor  dito,  impo^sivôl  em  PortugaL 

A  iovasíío  drj  Reino*  a  retirada  dos  Braganças,  a  forçada 
emigração  doa  súbditos  bríUnnícos,  o  proconsulado  grosseiro  de 
Junot,  a  guerra  poniosulnr  que  atravoz  das  suas  peripécias  do 
annos  conduziu  Welliiigrlon  a  Waterloo,  foram  outros  tantos 
sucoessivos  empecilhos  para  a  realisavàa  do  plano  í^vorito 
de  Southey. 

Em  1807,  encontramol-o  resolvido  a  permanocer  indefinida- 
mente  era  Kosvick,  l\mdando  seiu  idéas  <le  altíirarão  immediatíi 
a  $ua  existência  methodioa,  opemsa  e,  mercê  do  trabalho,  quasi 
beatiflca,  no  seio  da  familia  e  no  recesso  da  sempre  crcs- 
eente  Mbliotheca. 

Era  uma  exlslonciã  retirada  do  bulicio  da  sociedade,  mas 
em  que  se  vinham  refli^ctír  o  vibrar  todas  as  correntes  do  pen- 
samento oontomporaneo,  ao  mesmo  tempo  que  as  aspiraçõos  ter- 
renas se  concr^n travam  exclusivamente  num  accrescimo  do  bem 
estar  material  que  permittisse  o  dosafogado  cultivo  do  maior 
renome  litterario  do  escriptor.  Bem  tardo  Yiria  entretanto 
essa  saiistocçao*  Contava  Southoy  61  annoa  quando  Sir  Robert 
PiK»t  lho  fez  outorgar  uma  pensão  complementar  de  90fJ  librai. 
Quinhentas  libras  oram  a  independência,  eram  a  segurança  dos 
seus  meios  de  subsistencii,  eram  a  alforria  dos  cscriptoa  feitos 
dia  a  dia  para  revistas  e  annuarios.  mas  iufelizmento  já  nao 
chegavam  a  tempo  para  emprestar  ao  historiador  a  energia 
precisa  para  Unalizar  os  seus  trabalhos  máximos,  come- 
çados uns,  como  a  Bhtoria  das  Ordens  Mona^cas^  quasi  con- 
cluído.^ outros»  como  a  Historia  de  Portugal,  da  qual  elle  ainda 


240  RETIDA  Irj   IVSTTmO  HST>r>LO 

pmi::;avi  ^3  -53..  friê  iii.>5   ii;ef   ic  rõiTTíT.  ihílor^c  se 

juivj  ^^le  s»  i>9  'i^fjL&kBíZi  Ai  a^iiiio?^  cs^stibc^ls  âe  ser. 
qukl  erpersjacriiTi  Teriidr-ri  e  z43>.  *r:>r.  e  z.i  ;ial  ^ra  lio 

oQfn>  lA^lez.  ab!ran#yg>Í3  asú^^ôlA^eí.  Li^g^a.  art<:  e  babá- 
taaies,  e  oolij  í?,:Teo2fc:^  qae  -.L.-  9a:rp!«  aliseaioa  centra 
Búoaparàe  i-i^srSToIrea-*?  «cpe^lilxieaii?.  a:Us2iiàÍj  a  («kase 
a^im,  depois  da  izsarpacÃ.)  írA:ixzi  áj  v^tcpzo  íjs  do^zòjos  e 
da  panafea  armaia  újê  P^rpeoe:^. 


Por  nm  lado  a  maior  ac^iniazi^ia  Sm  djcame2«»  rr^>âÂiios 
em  Portugal  pelo  tio  sobre  a  ?»rvão  ai^erieâiii  do  laperij 
Lozitmo,  e  pM*  oatro  a  ida  do  Pr:&2.p*d  Kez<c:e  Z>.  .':«o  iMra 
o  Rio  de  Jaceir^.  desperundo  z\  IzzMtm.  os  fpr.meiTOS 
nunores  oa  trasladação  da  corte  de  Lisx^i  pin  j  Bra/:1  uma 
víTa  ciri05xii.le  no  (oeanie  á  possesão  es^^Ihid-A  pira  re- 
sideocu  real,  e  cajá  iiistoria*  geofraphia,  eostasie?  e  piõiocções 
erars  o*Jtras  dietas  íabaiaj  oa,  na  melhor  hj^ibese,  cireciam 
de  dimJp^  o  de  veracíiade,  determíÂaram  S>atliej  a 
ultimar  lojo  a  qae  ieria  ser  a  par;e  ^oai  da  S3a  projectaria 
ohm  ij^'iorici.  .\S5im  TA  compi.aia  e  eiit^ia  a  ffist.ri:  'U 
Braiil^  eilão  da  maior  a^^iualidade  e  de  imnieiíato  inie- 
res«í. 

NÃO  .'yi  f:fjm\ií'j  um  me/o  i.-o;ivo  dt-  e.>;*-^*ulAÇA^  iii^^r- 
ci;/.:.  o  ij*  íez  i^ivar  l*:.;ro  r\  cíVj  i-s.  irarre-i.  >oii;?iey 
Tl  iLC^  iL^i^  íLecaa.iainesv.-  *yi  sjrd.iamen*.^!  \íi^\k^xi€i  ai- 
*arnpv)  a  ',ue  se  emiegasse  tiaha  o  coclão  de  exuoL^-o ; 
por  i-^j  era  que  o  escolbii,  e  s^mpro  o  n^auva  com  em- 
peabo  e  rnosmo  cr»m  amor.  A*  Hisuoris  do  Brazil  exienieu  parte 
da  feua  Ur^'a  ^ympaibii  in'jeilectual.  a  .;ual  ia  dei-ií  05  ha- 
hiv.B  do  rifjndo  aniioal  até  a5  cooperativas  e  qac-jaLdis  iiéoLi  phi- 
laathrop.co~S3eíae8«  na^idas  dos  iaicios  do  re^imea  industriai 
oa  primeira  metade  do  século  XíK,  a  época  dj   Foarierismo, 


-i''w» íf .;/*/;.;,    ,í/|.  Uí,  p^ 


ROBERT  SOU  THE  Y 


do  SaintsimoDismo,  e  de  outras  goaerosas  utopias  que  pedem  ser 
clAssi içadas  sob  a  categoria  do  romantismo  do  socialismo. 

Posto  coníjiderassô  a  nossa  hi^ítoria  deveras  ioteressanta  era 
si,  Southey  anão  julgava  assim  aos  olhos  doa  outí-os  o  pousava 
com  modéstia,  quo  oeste  caso  se  podo  cbamai*  aliíeia,  que  o 
valor  do  uma  Historia  do  Brasil  realmente  nao  ia  muito  além 
do  circulo  dos  nacfonaos,  poucos  encantos  devoodo  possuir  para 
Europeus,  Ficoti  atô  âurpreheadido,  conformo  escreveu  ao  tio 
Hilí  (a  quem  a  obra  ó  justiceiramente  dedicada)  que,  publicado 
o  primeiro  volume^  os  amigos  o  tivessem  achado  attrahento;  as- 
pirava, ponho,  a  ser  o  Heródoto  da  nova  nacionalidade  quo  via 
esboçar-se»  e  nenhuma  duvida  tinha  da  sorte  qiie  no  futuro  ca- 
beria ao  seu  eraprehendiraento,  do  favor  com  que  mais  pini 
diante  seria  olhado  aquillo  que  então  julgava  o  seu  Opus  majus, 

€0  terceiro  e  ultimo  volumOt  escrevia,  do  meu  Opus  majus 
será  publicado  dentro  de  dous  ou  trez  annos  ;  está-so  impri- 
mindo o  Índice*  Que  eíleito  produzirá  t  Escutar  as  sinceras  con- 
jecturas de  um  autor  experimentado  poderá  contribuir  para 
moderar  as  esperanças  de  um  autor  javentl.  Pois  nenímni 
offeito,  para  assim  dizer.  O  meu  volume  mudar-se-ha  quieta- 
mente da  ca>fa  dos  odi toros  para  as  estantes  de  um  corto  numero 
de  sociedades  do  leitura  e  pant  as  dn  um  certo  numero  de  li* 
vrarías  particulaiM^s»  guiliclentes  eotro  estas  e  uquellas  para 
pxgarem  as  despozíis  da  publicação.  AJgumas  vínto  pessoas  na 
Inglaterra  e  uma  meia  dúzia  em  Portugal  e  Brazil  o  lerao  com 
avidez  e  deleile.  Taivez  umas  cinooentã  o  comprarão  por  causa 
doaastimpto  o  perguntarão  umas  ás  outraa  si  tiveram  tempo 
para  percorrel-o. 

Entre  os  que  me  conhecem  e  mo  estimam,  alguns  desejariam 
que  tivesse  empregado  o  tempo  que  aquetle  livro  representa  para 
mim,  em  escrever  poemas;  e  entre  os  que  não  me  conhecem, 
alguns  se  ospantarão  do  que  na  maturidade  do  meu  espirito  d 
no  estio  da  minha  reputação  eu  houvesse  dedicado  tão  grande 
parte  da  vida  a  uma  obra  quo  não  poderia  do  modo  algum  tor- 
nar-se  popular  nera  render.  Eis  tudo?  Nâo,  Chauncey  Townshend, 
nau  é  tudo»  Seria  faltar  á  sinceridade  quo  vos  devo,  eaconder 
que  minha  obra,  daqui  a  loníroa  tempos,  se  encontrará  entre  as 

Í[ae  não  são  destinadas  a  perecer  ;  que  me  assegurará  o  ser  re- 
ombrado  em  outros  paizes  que  não  o  meu  ;  que  será  lida  no 
eoracáo  da  Amerit^a  do  Sul  e  transmittirá  aos  Brasileiros, 
quando  elles  se  tiverem  tornado  uma  nação  poderosa,  muito 
da  sua  historia  que  de  outra  forma  haveria  desapparecido,  fi- 
cando para  olles  o  que  cara  a  Europa  é  a  obra  de  Heródoto. 

Concordareis  commigo  num  ponto  pelo  menos—  que  nao  corro 
risco  de  solTrer  desapontamento.  Mas  também  concordareis  em 
que  ninguém  merecerá  ou  obterá  oapplauso  das  eras  vindouras 
que  for  demasiado  solicito  em  obter  o  da  sua  própria  era. 
Deus  vos  abençoe.»  ^^ 


«o  Carta  a  C.  H.  Townshend,  de  Keswicki  20  de  julho  do  1819,  Lifa 
anã  Corrcsponãi^nçet  vul  IV^  pag.  353, 

iibS  —  17  ToAig  Lxvm.  p.  ij. 


248 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


A  Historia  do  Brasil  constituira-se  Opus  Majits  na  falta  da 
outra  nisto  ria,  bom  vozea  maii  suggostiva  quo  a  da  colónia, 
mas  filie,  apezar  áos  ma toriaes amontoados,  se  vio.grarloal mento, 
abanaonada  pela  prefeFencia  forçadamente  dada  a  trabailioíi  do 
mais  ai*ííencia  o  de  maior  proveito.  0§  raateriacs  não  podiam 
escaasoar  :  a  questão  era  serera  completos  ou  abrangerem  o  es- 
flencial*  «Quem  quor  que  examinar  minhas  collocçoeg  de  apofiia- 
mentos  para  esta  {Booh  of  lhe  Ckurch)  e  minliag  outras  obraa 
históricas— e  sem  duvida  sorao  ellas  um  dia  analysadas^desco* 
brirá  que  eu  sompre  tive  por  costumo  preparar  muito  mais 
mattíriacs  do  qut}  Im  para  ellas  usado.»  ^* 

Deiíou  00  emtanto  sobro  Portugal  um  livro  do  historia»  a 
uarrai;ào  da  guorra  poniosular,  feita  em  três  groisos  volumes 
iu,  4*,  cxactamonte  como  a  Historia  do  Brmii,  \  elle  se  refoiíe 
0S49guiuto  trcclio  do  uma  carta  sua  :  «Nada  sei  sobre  a  yeí\á% 
do  meu  livro  ;  Murray  nada  me  Oácrovou  desde  quoello  ap- 
pareceu. 

Duas  opiniões  apenas  chegaram-me  a  res^peito,  além  das  dos 
amigos— uma  na  missiva  do  cortozia  do  í>r.  Littletoo,  marabro 
do  Parlaraeuto  por  Staffordshin?,  e  outra  numa  carta  do  cide* 
voni  Grand  Parleur  qoo  Ríckman  mo  enviou,  Corlamenle  nada 
podia  ser  mais  lisonjeiro  do  quo  o  que  elte  diz— qtie  é  uma  his* 
toria  thucydideana  (oomo  as  de  Thucydide^)  que  duraria  tanto 
quanto  nossio  paii  o  nossa  linguit*  Dtivo  comtudo  confessar  que 
nao  uncuntm  qualquer  outra  semelhança  afora  a  qur*  o  titulo 
suggere  ;  ai  bem  quo  sernpre  me  deivaneci  de  que  rainha  outra 
obra  histórica  -sobre  o  Brazil— poderia  era  mais  de  nm  ponto 
ser  comparada  com  Heródoto»  ftcando  daqui  por  diante  na 
mesma  relavâo  c^om  a  tiiiitoria  daquella  vasta  porção  do  Novo 
Mundo,  em  que  a  historia  dolle  permanece  com  refaçào  â  do 
Velho  Mundo.»  »• 


O  filho  o  bíographo,  n  MogTaphta  se  pôde  chamar  à  com- 
pilação da  corrosp^judencia  de  8outhey,  raórmente  sem  a  pre- 
ceder da  designação  auto,  não  doiía  de  apontar  para  a  fundação, 
em  1808,  da  Quarierly  Review  como  tondo  sido  a  principal  causa 
da  demora  o  do  Unal  mallogroda  publicação  da  Histórin  de  Por- 
iu^id,  Southey  esteve  aasociado  desde  o  primeiro,  dia  cora 
essa  revista  trimenial,  creada  era  opi>o§ição  á  Edinbnrgh  Re^ 
ífiev\  cujo  pendor  pela  paz  o  inclinações  liberac.^  estimulavam 
o  zelo  adverso  dos  partidários  da  guerra  implacável  contra  o 
despotismo  sem  limites  da  França  e  a  invasão  estranhamente 
simuítatiea,  nos  pai /.es  estrangeií-os,  das  ídé&s  jacobinas.  Sou 
collaborador  se  manteve  atí5  qua^i  o  momento  em  que  dosap- 
paroceu  dentre  oa  títos. 


t*  Ciirlii  a  Joh&Míiy.  <h>  K^swíck.  7  de  niArço  d«  1^24,  Life  and 
oorrfipondt^uee .  vol.  Y,  pn^í*  ITi, 

^*  (jarta  a  Groãvenor  C.  B«dfurd.  deKeawick,  ^  de  jineíro  d« 
iêífy,  Lifs  mnd  Vorr0»pond0nee . 


nnBERT   SOUTHEY 


249 


Pobre  como  sompre  foi,  atij    qua    ik   generoflidade  aílicial 
o  tornou  reraodiado,    vivendo  dia   a  dia  do  producto  da  sua 

ÍíaiíiLHJsa  actividade  iittcrarla,  d§o  llio  era  dado  dosdenliar  os 
ucroâ  immediaiOií^  o  iis  contribuiçõeíí  para  publicações  pe- 
riodicaa  no  «^^enoro  daquella  revisita  resultavam  infiDitamente 
melhor  retribuídas  áo  que  quaesqucr  poemaa  oueatudos  histó- 
ricos cuja  compoaição  mais  agradaria  á  sua  maneira  in te  1- 
iDBtuaL  Eíle  próprio  descreve  sua  existência,  sogundo  lli'a 
talharam  aa  circamatancías:  <E  assim  desLi^  minba  vida; 
pequenas  occupaçõè»,  acotovelando  o  orapurr.indo  para  os  lados 
iimpreliendimontos  mais  dignos  e  maia  vastoa,  e  a  necessidade 
de  g  range  ar  recursos  para  a  subsisteucía  quotidiana  impe- 
dindo-me  de  eiecutiir  metado  daquillo  que  mi  poileria  1'azer 
o  toria  feito  para  m  outras  gerações,  E  nâo  obstante,  como  é 
muito  superior  issg  a  advogar  causaSi  tomar  o  pulso  a  doen- 
tes, ou  trabalhar  numa  ropartiçãa  publica;  ou  ainda  sor 
biapo  com  todas  as  preoocupações  seculares  que  um  bispado 
traz  comaigo,  sem  fa Liar  nas  suas  maia  serias  responsabili- 
dades.» '* 

Verdade  é  q no  opublieiata  tomou  gosto  pelas  qucístõeis  do 
dia.  Soutbey  de  si  mesmo  dizia  que  era  €  tolerante  com  as 
pessoas  e  intolerante  com  as  opiniões  »  e  com  eú^eito  tinha 
a  virtude  aggresâiva,  e  servida  por  um  graúdo  talento  de 
polemista*  As  suas  controvérsias  com  Lord  Byron  —  para 
citar  fíômente  as  mais  celebres— provara  qoão  vigorosa  e  di- 
recta era  essa  combatividade,  a  qual  de  preferoneía  se  exhi- 
bia  litterariamente,  porquanto ,  apezar  dtJ  sentir  muito  aa 
alTeiçõea  como  as  íJesairõigòos,  de  aor  tio  sinceramente  amigo 
como  cordialmente  inimigo,  o  seu  trato  de  natural  amável  a 
carinhoso  impediu-o  no  geral  de  converter  uma  conversação 
em   discussão. 

Soria  também  muito  por  enííido»  por  alkmoría,  por  so- 
berba—a  pordoavei  soberba  do  homem  de  talento — que  cos- 
tumava dominar-se  e  disfarçar  perante  estranhos  os  aeuí 
sentimentos  ;  ijorqno  occasionalmeote,  no  seio  da  família  ou 
no  meio  doe  iotimos,  não  i^e  dava  ao  trabalho  de  refreiar  su» 
onergia,  phyaica  e  raoralmentti  activa  sem  interrupção»  o 
pktenteava  toda  a  dolieadeza  da  sua  sensibilidade  o  toda  a 
robustez  da  sua  tempera  ospirltuaL  Nesses  momentos  Southey» 
o  manso  rato  de  lubliothôcít,  indi)ínava-ae,  rugia,  entorne- 
cia-se,  tonitruava,  produzia  ioatinctl vãmente,  gozando-oa  ollô 
próprio  sem  que  por  faceirice  os  procuraase,  seus  melhoroí 
elTeitos  do  voz,  de  gesto  e  de  attitnde.  Fazia  ootão  realça? 
toda  a  Bu a  elegância  nativa,  a  sua  esvolteza  apoliinea,  o  sea 
semblante  furte,  os  seus  olhos  faiscamos,  os  seus  cabellos  en- 
caracoladoa,  que  tudo  h^vava  ao  desespero  o  poeta  coxo  9 
enfesado  do  Childe  Huroíd^  o  qual   escrevia  cheio  de    dõí!ipeito, 


!•  Carta   a  Mrs.    Hodaon,    do  KôbwícIi,  20  do  janoiro  de    1830, 
Xtife  and  Corre sjMtndene^ , 


250 


REVISTA   DO  INSTITUTO  lUSTORICO 


após  ter  feito  o  oonhõcimento  do  poota  da  Roderich^  quo  de 
bora  grado  se  sujeitava  a  assigaar  os  seas  versos  em  troca 
de  atta  cabeça  e  ospaluas. 

O  luolhor  do  tiileoto  do  pulem  ista  de  Soutlioy  rusidia 
no  mu  estylo  incisivo,  quento,  vibnmto,  por  qIÍ©  postr*  ao 
SI T viço  do  muitas  ídéas  oubros  e  do  algumas  oatroitas,  cotiio 
a  da  iiuaioralidade  da  iitlerattirii  quo  Tosse  mais  ímpregnadn 
de  sonttmouto  do  que  do  peasauioatu,  o  a  do  vima  da  n<^;^'açâo 
oon tarai oando  toda  a  íraaqueza  da  intorprotarão  bíblica  e  toda 
a  aoturidade  papaí,  a  Igreja  Romamv  as^im  coiao  as  áeitaH 
disgidentoi  do  Protesta  n  tis  mo»  numa  palavra  tudo  quão  to  não 
fosse  a  Igreja  esta belec ida,  a  Igreja  Anglicana»  da  qual  Soutbey 
ao  tornou  cada  vez  mais  uma  oàpõcic  de  ministro  leigo»  apaixo- 
niidamonto  interessado  nos  assumptos  da  sua  GConomi;jt.  o 
penetrado,  em  mataria  religiosa,  de  um  reaccionarismo  com- 
pungido* 

Nos  nossos  paizes  latinos  cUe  soda  apodado  do  clerical 
de  casaca.  Nem  admira  que  oa  libaraes  à  porfia  o  accusassem 
de  trahidor  o  vendido,  qu;tndo  viam  c^^so  antigo  republicano, 
esse  visionário  da  igualdade  das  condições  humanas,  osso  quosi 
domagogo,  combater  com  toda  a  vehemoneiíi  da  sua  lingua- 
gem a  mlíiima  extensão  do  suffr:igií^  paiiuLir,  a  mínima 
alteracilu  nas  con^^runs  e  dizimos  ecclesiaj ticos,  a  mínima  re- 
vogaçâo  da>í  i acapaci d adu.s    pol  i  tiead , 

Muito  embora  generoso  r.  altruisla  ao  ponto  de  se  ioto- 
reesar  vivamonto  imV  um  projecto  do  acclímatanuu  dos  h*jin- 
natjf^s  ílamoog-os»  iio  intuito  um  tanta  ousado  d©  croítr  irrans  dii 
caridada  protestantes,  mirava  southey  de  esguelha  todos  os 
problemas  politicos^  religiosos  c  sociae^,  íurgidns  da  itovo- 
lução  ou  deson volvidos  com  o  século  XIX,  como  a  reforma 
eloitural,  a  omancipação  dos  Catbolicos,  a  propag:içâo  do  Me- 
thodismo,  a  própria  dissomioaçâo  do  pauporismo  determinada 
pela  apparição  de  uma  maior  industria,  I>así3ada  na  mudança 
das  condições  do  trabalho,  qtie  do  manual  se  elevou  a  moca- 
uicu*  Considera va-03  outrus  tantos  obstáculos  oriruidos  contra  & 
manutenção  do  statu  quo,  teinpera'lo  pela  beuovolencia,  om 
quo  paroceii  crystallisar-so  u  seu  idoal  do  civil iaaçâo  o  pro- 
gresso. 

Para  defender  semelhante  ideal  foidhe  a  Quarierhj  ReHew  , 
utllisslma.  Foi  a  sua  iribuna,  o  sou  instrumento  deeduca^^o 
mííral  sob  capa  de  critica  litteraria^  e  tinto  u  julgava  ba^- 
tautíj  íjuo  recusou  num  «lado  mommto,  era  is  17,  a  direcção  d»j 
Times  ooni  o  ordenado  antiual  *\r  duas  mii  libras  o  uma  por- 
centagem nos  lucros,  posição  que  lho  foi  posta  ao  alcance. 

A  razão  náo  seria  :<ó monto  casa.  Para  assumir  a  rodacçao 
Um  giando  orguo  brilanuto*,  por  mai^  que  o  ^cduzi^sna  perspe- 
ctiva do  paptl  do  iutipiradur  da  opiniáu publica,  por  mais  quo 
para  assumir  tal  oncargo  o  arrastassem  as  gmves  prooecupa- 
çõea  de  um  momento  histórico  quasi  angustioso  para  a  lo^da- 
tíjrra,  far-so-hia  mister  deixar  o  romanso  de  Keswick,  com  sua 
paizagem  selvática,  a  que  se  uHeiçoara  em  extremo;  abandonar 


a  oxist43ttcia  ©xclusivamunté,  ciosamente  littorariii,  com  o  en- 
cAnlo  das  reconstrucçOPS  históricas  a  architectar  o  a  ambição  de 
ulilisar  para  ollas  um  enorme  material  do  traballitiacciímiilado 
om  tantos  anoos  ;  sobretudo  renunciar  a  sua  lom  amada  indc- 
pendeticia,  do  vontade  e  de  espírito,  quo  em  moço  o  afastou  da 
sor  cierigo,  depois  o  disaii adiria  de  ser  membro  do  Parlamento,  u 
constantemente  o  foz  vívor  satisfeito  eom  sua  sorte»  julgan- 
do<so  felitíissimo  neste  muntJo,  máo  grado  os  de^js^ostoa  o  aa  doa- 
íllfisões*  t*  com  maior  alegria  e  confiança  ainda  osperando 
pela  revelação  do  outro. 

Inútil  serárí^petir  ar|ui  o  quo  outros  do  monstra  ram  cnbal- 
meute:  que  ag  accu.saçòeíj  th}  que  Soiitbey  íbi  alvo  er;uu  pnrnsi 
irivônçies,  malícias  caliimniosas.  Tliaclveray  disso  com  razão 
quo  consolava  dcparar-ge  cora  um  fímitieman  do  seu  quilate  nos 
tempos  em  que  era  rei  da  Gra  Bretanha  um  cjoico  e  dovasão 
como  Jorge  IV.  Democrata  ou  conservador,  quasi  jacobioo  oti 
tory,  admirador  de  Siey*'S  e  Barnavo  ou  inimigo  íl^iidal  de  Na- 
poleão, o  escriptor  Jbi  sempre,  inalteravelmente  siacero.  Sua 
penna  nunca  obedeceu  a  motivos  indi^^íno!?,  raas  invariavel- 
mente da  suas  próprias,  cândidas  suggestões.  Ninguém  jamais 
Gs^^rcveu— conforme  ol Io  so  prezava  do  haver  de  todo  tomíjo 
QEcvipto—  hiorefaithfuUi/  from  hés  heart.  Por  fim,  mesmo,  au- 
mento compunha  para  dar  vasão  ao  seu  coração t  O  Roman- 
tismo annunciou-so  iielle  polas  duíi.s  foiçoes  capitaos,  externa 
uma  ou  de  apparencia,  intima  a  outra  ou  de  substancia:  a  forLo 
vaidíHlo  que  o  diatin^^uio,  o  a  completa  sobreporsição  das  obras 
subjectivas  ás  objectivas.  Depararemos  com  tal  caracter  so  pas- 
sarmos em  rápida  revista  os  mais  importantes  trabalhos  dos 
g^us  cincoenta  annos:  Southey  tinha  íW  quando  íailccou, 


O  Bocior,  livro  era  que  persiste  e  vibra  a  nota  titteraria  lo- 
cada p'^r  Swíft  o  Sterno  e  tornada  inseparável  da  litteratura 
ín^doxa,  foi  por  assim  dizer  o  testamento  da  sua  ironia,  a  ul- 
tima ropercusslío  daquella  petulância  o  garrulice  da  sua  adides- 
ceucia  e  Juventude,  qu;iljdades  que  da  sua  correspoudeneia  se 
deprehende  c!arament-e  terem  grad  ti  aí  meute  cedido  o  passo  á 
gra  vidai  lo  e  omovào,  as  i[uaus  uiais  a-utla  tot  naram  aiuíla  a  sua 
sousibilidade,  levandoa  ao  extremo  da  garama.  Um  facto  sobre- 
tudo, a  morto  om  1816  do  seu  filho  Herbort,  esperançosa  crian- 
C;í  de  dez  anãos,  companheiro  e  enlevo  do  pai,  fel-o  passar  na 
sua  phraso  da  jovial  mocidade  para  o  merencório  decliuio:  Sou- 
they  tinha  42  annos  quando  o  íeriu  somelhantc  golpe. 

A  já  mencionada  Historia  da  Guerra  Peninsular  M  O  es- 
coadouro, reUectidameute  escolhido,  do  seu  ódio  a  Buonaparte^ 
constituindo  uma  serio  de  variações  í^obre  um  motivo  da  politica 
externa  quo  ti%^era  o  condão  de  apaiional-o  e  quo  com  eITeito 
resoava  em  todo  o  mundo*  A  invasão  da  Península  Ibérica  v  a 
usurpaçau  do  thri^íuj  de  líespanha  prineipalraento  ati^^aram 
aqufíií»  rancor  e  prevecíirrím  o  ^eu  jingoismo.    Porque  í^outhey 


252 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


f\À  um  }in{ia,  um  preettrâor  com  mais  seiva  de  Rudyard  KipHog, 
com  tuâo-í  os  característicos  da  ppofiâsàa. 

O  Piiffrima^0  a  Watorloo  foi  a  sua  otio  Mltcat  o  mu  tri- 
buto ao  ôjterci (.0  victoriosu,  qno  ello  e-^trenifícia  o  queria  grande, 
tritimphante©  intan,i?iv0l.  O  nacioualismo  vibrou  a  ultima  ea- 
tocada  no  seu  lii)oralisino  politico.  AquelLo  mosmo  espirito  que 
condomnar;i  com  viruliíucia  a  cruzada  inonarcliicii  contra  a 
Frauça  revoluciouaria,  por  isso  onaltecoudo  Fox  (^  injuriando 
Pitt,  acabou  reclamando  a  OJctorraioaçâo  de  Napoleão  como 
inimigo  da  humsioiJade,  oxactamenie  cumo  osjinffões  do  hontem 
reclamavara  a  eiterraíDaçâodus  Boers  como  ioimigos  do  povo 
brjtinnico.  Num  censbro  inglez  aâ  idt^as  de  liumauidade  e  Grã 
BroUiuha  localisam-se  na  mesma  cellula. 

O  poemeto  Taie  of  Paraguay  foi  uma  manifestação  raaíB 
daqtiillo  que  appollidei  o  catholicismo  litterarío  de  Southey, 
fundado  era  parte  no  recoDtiocInieDto  da  perseverante,  posto 
que  não  debloteressada  luta  dos  Jesuítas  contra  a  oscrarisação 
doâ  Índias,  à  qual  sua  agudeza  histórica  romotamonto  attribuia 
com  razão  a  destruição  da  Ordem. 

Southey  foi  em  todo  oaso  um  verdadeiro  crente.  Sua  reli- 
gião era  básica,  vinhalbe  da  alma,  não  dos  sentidos. 

Poderíamos  mesmo  cbamal-o  devoto,  observando  todavia 
que  olle  não  sacrificou  sua  independência  espiritual  nem  ab- 
dicou sua  liberdade  moral,  jurando  d< 'testar  a  beatice  {higotnj) 
e  encontrar  joio  entre  o  trigo  da  Igreja  estabelecida.  Na  moci- 
dade seus  prinripios  religiosos  tinUam  sido— já  o  sabemos  e  elle 
mesmo  o  confessa—  abaladus  pela  influencia  mais  que  todo  do 
Gibbon,  o  autor  do  famoso  Declim'  and  Fali  of  lhe  Roman  Empire 
e  inlelligeuoia  eivada  de  scepticismo.  Nesse  tempo  Soutbey  e«- 
tudou  com  afinco  Epicteto  o  praticou  o  estoicismo  como  uma 
doutrina  igual  si  não  saperior  ao  chfiitianismo. 

A*  sua  conversão  não  foi  porém  estranha,  por  paradoxal 
que  isto  pareça,  a  residência  na  Peninsula  com  o  espectáculo, 
antes  repellente  na  superècie,  de  intolerante  fé  religiosa  que 
abi  lavrava.  Era  que  Southey  sabia  discernir,  ver  o  bom  en- 
volto no  mão—  especio  do  penotração  para  exercer  a  qual  é  pre- 
ciso ser- se  dotado  de  uma  bondade  ingenita,  além  de  natural 
perspicácia,  Impressionou-o  assi_m,  comquanto  a  achasse  muito 
decadente,  a  belfeza  da  instituição  monástica,  tanto  que.  em  ^^ua 
opinião,  a  Reforma  deveria  de  preferencia  tor  modificailo  a 
haver  abolido  as  ordens  religiosas  qae  llorcsciam  na  Orã  Bre* 
tanha. 

Achava-as  excellentt^  ftindaçõos  pervertidas,  sinii  pelas 
imperfeições  humanas,  mas  que  ainda  praticavam  muitos  beo»- 
ticios,  pois  que  a  pobreza  e  a  morto  não  poderiam  sor  suppor- 
tadiá,  com  resignação,  sem  religião.  E  de  todas  as  roliçiões  ô 
certamente  a  catholica—  elle  o  proclamava,  o  autor  da  Historia 
do  Braztl—  a  mais  consoladora»  e  portanto  a  mais  efiílcaz. 

Tokio,  ldú2, 

M.  de  OuvEiRit  Lima. 


o  BRAZIL  CENTRAL 

(ESTUDOS    PÁTRIOS) 

PEí  o 

Dr*  António  Martins  de  Azevedo  Pimentel 

SÓCIO   DO    INSTITl'TO 
(Nalural   do    Valença,  Estado  do  Rio  df    Janeiro) 


A   Sua    Excei.lencia    Reverendíssima 


O  SR.  BISPO   DE   POUSO  ALEGRE 

MONSF.Nlinn    D.    JOÃO     BAPTISTA    flORR^A    NFRY 

( Natural  do  Campinas,  Estado  de  S.  Paulo) 

Prelado    Domestico  do  S.  S.  o  Papa  Pio  X,    Assistente    ao   Sólio  Pontifício, 

Conde  Romano ; 

Fundador  das  Diocoses  do  Espirito  Santo  e  Pouso  Alegre, 

e  de  diversas  instituições  de  ensino  e  de  caridade  om  Campinas,  Victorin 

e  Pouso  Alegre  ; 

Patriota  de  largas  comprehensões  ;    Rstrella  de  primeira    grandeza  no   clero 

braziloiro  ;  Distincto  0  hábil  estadista;  Grande  orador  polo  talento 

o  polo  saber,  fluente  e  imaginoso  ;  Alma  aberta  a  todos 

nn  sentimentos  nobres,  de  indulgoncia  A  prova  do  ingratidões, 

de  palavra  sempre    cortez  o  sem  azedume 


O.  C.  D. 


O  Amigo 
Dr.   Ant'>nio  Martins  dr  Azkvedo  Pimrntei* 


PREFAÇÃO 

A  pablica^  desta  narrativa  obedece  paramente  ao  desejo 
de  tornar  conhecida  uma  parte  extensa  do  interior  do  Brasúl, 
oode  ao  agradável  do  aspecto  physionomíco  da  região  se  juntam 
a  ezcellencia  de  um  clima  saluberrimo  ;  a  grande  fertilidade 
do  solo ;  a  ílMilidade  de  communicações  oom  as  regiões  do 
littoral  uma  vez  estabelecidas  a  aerostação,  as  estradas  do 
ferro  o  a  regular  nayegação  fluvial  dos  seus  muitos  e  cau- 
dalosos rios ;  a  sua  riqueza  mineral  e  vegetal ;  e  a  pureza  de 
um  bello  céo  azul,  sempr^  sereno  e  calmo  e  recamado  &  noite 
de  estrellas  do  mais  vivo  Ailgor. 

E*  ahi  que  deve,  um  dia,  levantar-se  a  nova  capital  da 
florescente  Republica  Brazileira. 

A  minha  ezpressSo  ô  simples  e  singela,  o  á  simplicidade 
da  narração  allia  a  verdade  do  exposto. 

Por  isso,  com  a  maior  sinceridade,  procurei  dar  ao  Brazil 

« a  realeza,  » 

«  Nesse  throno  de  bclleza,  » 

«  Em  qne   a   mão   da  natureza  » 

«  B}smeroa-se  em  quanto  tinha,  » 

Rio  de  Janeiro  —  1907. 


Dr.  António  Martins  de  Azevedo  Pimentel 


260 

Capitulo  VII  Pa^^s. 

Meleorologia , 322 

CAriTULO   VIII 

Climatologia 3:85 

Capitulo   IX 
Pathologia 332 

Capitulo  X 
Antigas  e  actnaes  vias  de  comniunicaçâo,  lorrestres  e  fluviaes  •      339 

§  I 
Antigas  e   acluaes  via.<$  terrestres  de  communicação.     •     •     .      3.'^ 

Navegação   flavial   até  a  admini&^tração   do   General   Dr.  José 

Vieira  Couto  de  Magalhães 348 

.^  ill 
Navegação  a   vapor  no  norte  do  Brazil  contrai 359 

Capitulo   XI 

§1 
Aeronavegação    365 

Futuro   da    navegação   lluvial    o  tia     viação    aérea   no    Brazil 

central 369 


-O  pai ^0X01  *íc      -fe     Wi5*it' 


Jmndr^ 


TENTATIVA   DE   UMA    DKSCRIPçAo  PIÍYSICA    DO  PLANALTO 
CENTRAL   DO   BRA/JL 


TivG  om  minha  vida  a  leliE  íxic^igião  do  visitar  as  terrad 
elevadas  do  Brazil  fcti trai,  era  189S,  18U4  o  I80f),  o  pia  em  eoD- 
tribuicào  03  coDhectnieiíto»  que  no  correr  úb  algiiaa  aoDos  tenbo 
adquirido  na  leitura  e  estudo  úb»  cousas  quo  dizem  respeita  à 
minha  pátria. 

Erabara  pequena  soja  a  sorama  dos  racufl  conbLcimet»to^ 
tcHÍa¥fa  o  puro  sentimento  de  patriotismo  que  mo  leyou  a  tào 
longínquas  paragens  foi -a  avultar  deaute  da  farta  messe  de 
ek'moato8  de  observavao;  assiíii  prestei  toda  atíenção  ao  estudo 
da  gwgrápliia  physica  e  geologia,  da  fiuna  e  Hora,  da  patlio- 
logia  particularmento,  da  climatoloííía,  íio  aí*pecto  do  paíz  no 
tocante  á  faci  lidaria  de  com  i  n  Tini  caço  ea  o  condições  naturaos  fa- 
voraTeis  ao  desenvolvimento  e  relaçíkia  dessa  com  outras  zonas 
do  Brazii  e  com  as  dt^maia  nações* 

Desae  conjunto  do  observações  conto  dar  aqui  mui  pai  lida 
noticia,  sentindo  profundamenio  não  poder  lazer  maia,  porque, 
depois  quo  cheguei  no  Rio  de  Janeiro,  tive  conlieciracato  da 
perda  completa  das  minha*  notas  cuidado^mento  colUgidas*  dia 
a  dia,  na  destruição  vandalioa  praticada  naa  canastras,  que  me 
acompanha vam^  e  que  eu  havia  deixado  com  algum  atrazo  pela 
necessidade  e  presíía  que  tinha  de  chegar  a  esta  cidade. 

Por  felicidi^e,  algumas  notas  vinbam  commigo  e  esca- 
param ;  e  Qssaa«  j altamente  com  o  que  a  minha  memoria  por- 
ventura  poasa  prover  era  rae^  «occorro»  servirão  de  base  a  este 
estudo,  tendfDte  unicamente  a  mostrar  a  GXOíiuibilidade,  facili- 
di^e  B  vantagens  da  mudança  da  capital  federal  para  um  ponto 
no  centro  da  BmziL 

Sem  duvida  os  estudos  iniciaes  e  a  preparação  de  planos 
deste  tentamen  requerem,  além  de  certa  somma  de  conheci- 
mentos reaea  e  um  espirito  patriótico,  desabusa^do  e  sem  pre* 
juízos  nem  timidez,  muita  ^isaiduidadé  e  grande  trabalha  útil ; 
9em  duvida»  a  aua  execução,  nos  menorefl  detalhes  e  circom- 


262  REVISTA   DO  INSTITLTO  HISTÓRICO 

taacias  pirticuUre^.  além  do  tempo,  reqaer  também  maiores 
trabalhos  o  avuluios  disp^^adijs,  qae  feitos  economioameote 
sor&o  ao  dopois  larjramentd  compensados  paios  seus  resaltados 
fecundos . 

IHMto^  oxAoiiaoiUvXS  aU'u:i>  om  poucas  palavras,  pois  per- 
tOQcom  a  ulterior  discussão. 

O  cousoquente  conhxniuento  dâ  fertilidado  das  terras  de 
uma  va8ii:ssima  ivgiâo  saudável,  aiuia  hoje  quasi  totalmente 
desconhecida,  abrirá  uma  novâ  época  para  os  grandes  intereases 
das  inlusirias  aproprtadis  ao  nosso  paiz  c  da  agricultura,  que 
tomar;!  foicão  mais  scientiàca.  mais  civilisada  pela  orientaçio 
ditrereute  da  actual. 

O  renascimento  dâ  agricultura  e  de  nossas  industrias 
também,  sem  qualquer  outt\>  auxilio  talvez  virá  minorar,  posao 
dizer  mesmo  extinguir,  os  eíTeitos  da  crise  económica  que  ha 
lon^;os  annos  assoberba  o  Bnuil ;  o  que,  sem  contestação,  por 
sua  voz,  porá  termo  á  crise  tinanceira  dtquella  emanada. 

Viril  d  luz  do  dia  â  navegação  interior  cm  dilatados  limites, 
o  as  pe<iuonas  distancias  de  algumts  dezenas  do  kilometros 
ontro  os  pontos  navegáveis  dos  rios  do  norte,  do  sul  e  do  nas- 
conti)  ser&o  rapidtmento  vencidas  por  estradas  de  ferro  ele* 
ctrioas,  que  receberão  o  movimento  das  possantes,  ma^estoNSUi 
o  i utlni tas  cascaUis  o  catadupas  espalhadas  por  todo  o  interior 
do   Hrazil ,  ou  pela  aeronave . 

A  mineraç&o  tomará  novo  impulso,  mais  intelligente  e 
económico,  num  solo  abundante  de  preciosos  mineraes. 

Emflm,  será  uma  verdade  por  todo  o  mundo  reconhecida  a 
salubridade  do  Brazil  central,  ora  sacriâcada  (como  a  salubri- 
dade do  Brazil  inteiro)  pela  iusalubridado  acciaontal  do  Rio  de 
Janeiro. 

Ma^,  nesse  emprehendimento  gigantesco,  entre  outi^os  por- 
ventura, de  beneficiar  o  nosso  paiz  ainda  novo,  rico  e  quasi 
inexplorado,  é  quo  está  o  melhor  dos  merecimentos  dos  que 
governarem  o  Brazil,  sem  outro  interesse  senão  a  nobre  ambi^ 
de  servir  utilmente  á  Pátria  e  de  promovei*  o  seu  poder  e  a  sua 
grandeza. 

O  governo  quo  isto  realisar  merecera  louvores  e  agradeci- 
mentos da  posteridade  o  iniciará  a  éra  do  desenvolvimento 
vital  de  todas  as  artes  o  industrias  deste  p.\iz. 

Antes  de  concluir  este  preliminar,  devo  expor  era  poucas 
palavras  a  profunda  impressão  em  mim  produzida  por  tão  exce- 
pcional região,  certamente  a  mais  interessante  do  grande  araxd 
brazileiro. 

O  que  corro  mundo  de  impresso  sobre  os  altos  raassiços 
oentraes  do  Brazil  tom  muita  cousa  do  fantasia  o  de  romance, 
conformo  o  viajante  pecorreu  o  Brazil  central  na  estação  secca, 
em  que  tudo  ê  bello,  agradável,  encantador  mesmo,  ou  na  es- 
tação chuvosa,  em  quo  se  observa  quasi  o  contrario . 

A  época  das  chuvas,  para  quem  viaja  a  cavallo.  ó  real- 
mente tempo  do  difflculdades,  contrariedades,  atrazos,  aíjorresi  • 
mento  o  até  do  perigo. 


o  BRAZIL  CENTRAT,  263 

Bftsta,  por  í3xemplo,  citar  o  facto  dB  quo  um  córrego  po- 
qncao  podo,  era  poucas  horas,  transforraar-se  era  rapid;i  o  cau- 
dalosa lorrenle,  subi  d  do  aa  aguas,  d^  vezes,  dons  o  ires  metros 
oa  mais,  o  impodiv  a  viagem  um  ou  dons  diaí>.  em  logar  sem 
abrigo  nem  conforto ;  a  poeira  tinlssiraa  das  estradas  couver- 
tB-se  em  lama  escorre;j:adía  do  grandes  e  muílad  vezes  fundoB 
atoleiros,  mais  inconiraodo3  de  se  vencer  do  quí?  perigosos,  etc. 

Eu  gozei  08  regalos  do  tempo  secco  e  soíTri  03  incommodos 
do  tempo  chuvoso. 

A3  agiias»  apezar  disto,  raantêra-se  ôxcelleates,  a  saluíjri- 
dade  proverbial,  as  perspectivas,  a  cada  momento  raudando-se, 
encantam  a  alma  do  observador  em  cujo  peito  bate  um  coração 
patriota. 

As  moléstias  que  vi  no  planalto  s^lo  moléstias  banaes,  qtie 
existem  por  toda  a  parte  e  que,  regra  geral,  deverão  desappa- 
recor  cora  o  advento  da  civilisação  nosíias  gratas  pam^^ens  ;  a 
morphéa  eacontrarà  nas  Caldas  de  Pirtipetinga  e  Caldas  Novas  o 
Volhas,  o  na«  Tlierraaa  do  Cavalcaut<i  em  ítoyax»  o  lenitivo 
senão  a  cura  ;  a  terrível  sypliiliií»  que  iiinumoras  vozes  leva  po- 
deroso auxilio  á  caclioxia  pacliv dérmica,  ao  bócio,  etc,  e  esia- 
lieleee  por  cont:i  própria  um  (oeíMiíientc  do  degeneração  mórbida 
variável,  sorá  supplantada  pola  pnitica  dos  di<"tamesda  scieocia 
moderna  ;  e  para  o  universal  paludiíítiio  lia,  como  prova  do  que 
valera  o  saneiími^uto  e  a  hygiene  naji  cidades  e  paizes  adian- 
tados, scientiflca  e  iuteltigcu temente  contiozidos,  a  tidade  de 
Londres,  que  no  começo  do  XIX  século  contava  de  paludismo 
um  qxiinto  do  seu  obituário  geral,  e  ha  mais  de  ciucoenta  ânuos 
raramente  nota  um  ou  outro  caso  do  morte  por  esta  moléstia ; 
o,  em  maior  escala,  a  Hollanda,  uma  das  mais  saudáveis  nações 
da  Europa,  conquistada  palmo  a  p;Umo  aos  natoiros  do  mar  do 
Norte  e  dos  seus  grandes  rios. 

Sempre  tenho  dito,  e  essa  crença  já  croou  raizeg  Aludas  no 
meu  animo,  que  o  Brasil  central  ô  um  p  iraizo»  um  verdadeiro 
parai zo  ;  que,  se  no  mundo  houvo  nos  tempos  históricos  primor- 
diaes.  como  reza  a  cscriptura  sagrada,  um  paraizo  de  delicias  o 
vida  lon;:a,  a^sse  paraizo  não  existiu  na  Mesopotâmia,  entre  o  Eu- 
pbrates  e  o  Tigre,  não ;  ma?,  de  corto,  na  porção  maia  ceatral 
das  terras  elevadas  do  meu  caro  Brazíl. 

«  Credundum  esí  Paradisum  in  temppraUssimo  Iocú  esse  cans' 
Itíuftiíií,  tel  swb  AEquinocUali^  ísel  aliffi,  S.  Thomaz,  L  p.  9, 
Wt.  a*  2  aiquart,* 

§  n 

o     rL.lNALTO     CEXTIÍAL 

Ao  contemplar  as  cadeias  de  raootanhaa  quo  cruzam  e  os 
cursoB  d'agua  que  regara  a  vasta  suporfioie  do  Brazil  central, 
entremeiadas  de  grandes  o  amplos  ohapadCíes  e  immensas  planí- 
cies balias  em  todos  os  mentidos  dirigidas,  domina  ante  todii  a 


t 


964 


REVISTA   no   INSTITUTO   lUSTORICO 


cnnsftleraçlio  salientar  suas  condições  e  propriedades  jçoogra- 
pljicas,  piíra  esboçar  cora  eilfis  o  j^raade  quadro  que  oí  variados 
díHalheg  da  lopographia  do  suas  divorsis  zon.  13,  juntamente 
com  o»  íiccidoutea  mais  notáveis  da  natureza,  dcvom  cobrir  e 
oorapr3r. 

K'  facti  de  se  verificar  que  úos  Anúm  Oricotaes  íla  Holivia, 
defronte  do  chapailâo  de  Ornro,  úv  maia  de  350U  metros  dn  alti- 
tude, e  entnj  Cochabamba,  ao  iiorfe,  cum  2500,  Putosi,  ao  sul, 
com  3960,  eo  originam  as  elevações  de  terreno,  vjndaií  do  po- 
ente e  que  no  Hmú  horveoi  de  divisor  das  lygn-xa  no  seu  desea* 
volvi  meu  tu  para  o  nascente»  ;tt(í  o  ponto  culraínatvto  do  elevado 
nía>t8Í(;o  central,  nas  visinlianças  da  cidade  da  Formosa,  no 
extremo  oriental  de  Goyax. 

Errtro  o  rio  Gtiapay,  um  dos  coroponeiit**5?  tio  Maraoré  e  o 
Pileomayo,  confluente  da  margem  direita  do  riu  Para«çuay,  coin 
distancia  de  menoií  de  mciu  gruo,  eatendeaa  paralle Iminente  o 
e^^pigão- mestre  de  altura  gradativamente  decrescente  para  os 
pampas  de  Chiquitus,  oode  tem  a  sua  maior  de}jressâo.  cal- 
culada em  monos  de  \5n  metros  acima  de  uivei  do  mar. 

Pouco  adiante  de  Pndillía,  não  muito  aíTastado  do  meridiano 
(ie  Santa  Cruz  de  la  Sierra,  na  Boi i via,  os  duns  rios,  separam^se 
em  direeçõeíí  oppoátas,  e  o  espigão  vae  so  aprumando  para 
léBUiírdivste,  líneaminbando-se  cada  vez  mai3  para  o  rumo  geral 
d**  norte.  at<^  untrar  era  Matto  Grosso,  cora  o  de  nornordésta, 
perto  do  marco  internacional  do  Morro  da  Boa- Vista. 

Atravessa  todo  o  território  desse  estado  de  oe»t^  a  téstd, 
com  inflexões  alter  nadas  e  rumos  vários,  sem  írrandea  eomplí- 
cavíSes  da  feição  topo^rapliíca,  despedindo  para  as  vastissimas 
bacias  do  Amazonas  0  do  Prata  muitos  e  caudalosíos  rios  nave- 
gáveis do  Brazil  e  das  mpublicas  visinbas. 

Este  raasíico  do  terraii  altn.s,  a  principio  do  600  a  700 
metros  de  altitude  miVlia  e  dopuis  com  mais  de  800  a  íK)0,  tem 
os  nomes  de  snrra  do  Aguapely,  Santa  Barbara,  Tapirapuan, 
dos  Farecis,  C.iyatwX  Cleral,  da'^  Vertentes,  das  Divisoeá,  smn 
coutar  um  sem  numero  de  denominações  locars,  constituindo  u 
divisor  das  áL-uas. 

Releva  dar  íií|uí  ura  líí.^eira  explicavão.  suí^gerlla  pur  uma 
observação  do  diaUnctti  o  mtiito  i Ilustrado  íh\  Orville  A,  Derby, 
sobre  o  que  acab  j  do  expor  no  tocante  as  relações  da  hydro- 
grapbía  a  oro^raphia  deste  ponto  da  America  Meridional. 

De  moio  algum  sr^devo  concluir  do  exposto,  que  o  indioe 
orograpliico  desta  região  é  determinado  pela  disposição  bydro- 
grapliica  dos  citados  affltientoâ  do  Paraguay  e  do  Madeira,  isto 
é,  a  passagem  de  ura  peão,  sem  atravessar  a<íua,  desde  Potosi 
até  Diamautrno,  por  exemplo,  não  representa  a  cnracterlstica 
do  levantimento  das  niontinlias  dfj  poeni.e  do  Brazil  central, 
em  í'elação  com  os  Andes  bolivianos,  como  veremoB  depois. 

Posteriormente  e  iudependentes  destes.  ííublevarum-se  as 
montaolias  de  rochas  feidspalliic.*»  primitivas  on  metaraor- 
pbjcas,  em  ;dgumas  dopreat<5es  sobrepostas  de  grez  ferniginoso, 
que  no  estado  de  Matio  Grosso  tem  o  nome  de  Serra  dos  Parecis» 


o  BRAZIL  CENTRA!, 


265 


atmressadla.  pelo  rio  Madeira»  mala  ou  menos  na  kUUude  de  10 
grá.08» 

Dtí  concomitância  cum  esses  rios  navegáveis  e  de  ordinário 
entre  cada  douá  rios»  eraittô  o  maíssiço  central  diversas  ramiá- 
cações,  maia  ou  menos  planas,  para  o  norte  e  para  o  aul,  limi- 
tando no  seu  percurso  variável  oú  leitos  e  valles  dos  mesmos  rios 
6,  às  vezes,  de  tributários  importantes  também,  servi  (ido  assim 
de  muralhas  gigantes  aos  chapado^js  perpendiculares  ao ^râo 
massiço»  chapadòús  secundarioa  c  a  outros  meiíoroa,  que  sao,  a 
bem  diziír,  chap-uiões  do  terceira  ordem. 

Uns  fliaj3ad5es  seoundarios  contúra  verdadeiras  serrais,  na 
girla  aortaiiBJu,  que  íic  trao^jfoi-mam  ^ra^J-u-tlmento  om  piamos 
mgularcs,  conservando  a  alttira  inicial  om  gr  ando  parte  da  m^ 
extensâu,  com  nenlmiria  uu  pouca  dilforença  para  maiíí  oa 
para  menos  aUS  a  extremidade  do  taboloiro. 

Outros,  ao  contrario,  tem  a  siiporílcio  chaUí,  ura  pouco 
íQcImada,  e  vao  baixando  insensivelmente  até  coufundirera-se 
com  os  valles  nas  suas  ondulações  torminaea»  ordinariamunte 
no  ponto  de  encontro  das  planícies  dos  gramies  rios,  particular- 
mente além  dos  limites  da  secção  das  cachoeiras  o  catadupas 
desses  mesmos  rios. 

Umas  vezes  os  chapadões  são  de  porimotpo  uniforme,  re- 
gular: sào  oblongos,  polygonaes,  do  conformação  digitada  e 
com  a  superfieie  lisa  ou  ligeiramente  ondulada,  porém  limi- 
tada por  faces  de  brandos  declives,  qiiaes  taludos  imponentes 
com  sua^-es  descidas  francamente  accessivois  e  formando  na  sua 
base  curvas  regularen  e  barmonioi^as. 

Outras  vezes  estes  chapadões  e.stâo  atulhados  de  graúdas 
penhascos,  de  grandes  blocos  do  rochas  diversas,  grezos,  itaoo- 
lumitos,  micaschistos  decompostos  in  Ijco^  ou  desprendidos  dos 
alcantis  ou  das  cristas  despedaçadas  pela  acção  commum  e  inio- 
lerrompida  dos  agentes  meteóricos  ;  e»  outão,  apegar  do  gran- 
dioso asptícto,  apresentãui  verdadeiros  perigos  ao  viajaute, 
quando  nãn  são  intransitáveis  ou  mesmo  inabordavoi.^.  Têm 
verdadeiros  paredães,  em  cujos  ac^ciden^i^s  *iscabrosos  e  aspe- 
rezas vegetam  poucos  arljustus  e  floreia,  e  do  ondií  se  pn^cipitara 
ruidosas  to  r  remos  d(í  um  só  jacU)  era  falhas  a  Ha  íí^  imas  ou  se 
despenhara  violentas  por  entro  pedras  o  rí)chedijs  alcantilados, 
originando  saltos  e  cjtócatas,  i^gra  geral,  do  bellissima  appa- 
rencia. 

Verdadeiros  ampbitheairoa  magníficos  se  formam  na  baso 
dosses  paredões  a  pique,  e  ahi  bc  ub^rvam  pequenas  cadeiae  de 
montanhas  €om  suas  ramificações  pouco  elevadas,  quasi  sempre 
da  fido  origem  a  novoi  systemas  de  irrigação  o  paizageus  novíts, 
que  se  esteado iii  por  todo  o  horisonl^  limitado,  ísorpreljondentes 
de  bel  lesa  e  variedade  de  vegeiação  luxuriante. 

Quem,  no  triaogulu  mmivirOt  viaja  era  biisca  do  porto  dos 
Barreiros,  no  caudaloso  Parauahyba,  tondu  deixado  em  tí.  Miguel 
da  Ponte  Nova,  au  uivei  de  72^  rastros,  o  torrentoso  Ho  das 
Volhas,  de  curso  rápido  e  desordenado  por  entre  soca  voes  e 
aprumados  paredões  denegrido^i  de  mica^^ehisto  alturuaudo  com 


S66 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


O  aiigito  parpbyritico,  que  servo  de  base  ti  sua  pontei  dii  cerca 
de  t30  ijietros,  \ó  alguns  kilometroa  ad^autu  um  poqticno  s\^a- 
ente  do  coiTego  do  Brojão  precipitar  se  do  um  só  jacto  du  al- 
tura maior  de  lOo  metros  em  uma  fallia  do  torre  lo  argillo-Bro- 
nom),  era  cajj  fundo  se  vèm  sotopostas  grandos  lages  e  pe- 
daços destacados  de  uraa  roei  ia  quo,  na  distancia  em  que  me 
achava,  pareoeu-me  micaschistin 

As  pa rodes*  dosta  falha  Drauí  talbadas  a  pique  o  cm  toda 
a  sua  ospessura  apresentavam  a  rôr  auiarellada* 

Com  raarcha  excedente  de  00  kiíometroíí»  em  directo  ao 
porta,  Yi}  SG  que  domina  a  composição  geológica  exterior,  o 
apparecimento  de  rochaa  oruptivas  da  espécie  mehphiro  até 
uraa  bifurcação  da  estrada,  quo  tomou  o  nome  do  caminho 
BO  V  o  do  Pa  r  anah  y  I  va . 

Dahi  em  diante,  toda  a  .^uperflcie  do  terreno»  cada  vez 
mais  elevado,  é  coberta  da  rocha  eruptiva  ;  o  distante  corça 
de  10  kilometros  do  porto,  ha  uma  quebrada  abrupta,  dr-  pa- 
pedo8  verticaes,  grande  desonvolvimertío  em  linha  sinuosa  pai-a 
um  o  outro  lado,  formando  ultissima  muralha  de  gi^^anú^sea 
valia,  cm  ^-iijo  fundo  o  Paranahyha  €arre;ía  suas  aguas  era  um 
leito  ííemíjíidu  do  jje.fJrãS  em  lon;;o  trcclio. 

Maior  iíitoresso  apraseuta  esta  região,  quando  se  vê  a  úis- 
posiçíío  do  imraenso  valle  aprovoitar  tambrou  o  rio  Conimbà, 
perto  da  25 tia  loz,  onde  é  ião  caudaloso  como  o  próprio  Para- 
nahyba, 

A  barra  do  Corumbá  fica  abaixo  do  porto  doa  Barreiros, 
mais  ou  meuos  a  mosma  distancia  que  do  porto  de  Santa  Rita» 
40  kilometroi  abaixo  do  qual  esti  a  bella  cachoeira  Dourada, 
ora  cujas  proximidades  faz   barra  o  navegável  rio  Meia  Ponte, 

Isto  vera  a  pello  citar»  porque  do  tSpe  da  descida  para  o 
porto  dos  Harreiros  a  vista  atc&nca  A  grande  distancia,  um 
pouco  para  a  direita,  a  nornordestc,  o  extremo  da  elevação  do 
terreno  entro  o  biuxo  Corumbá  o  o  Paranahyba,  e  mais  liara  o 
norte,  ou  approximadaraente  nornoroúste,  n 'serra  do  rio  Meia 
Poute,  eniro  o  Piracaujuba  e  o, Corumbá  de  ura  lado  e  o  rio 
daquelie  nome  do  outro;  mais  afastado,  a  noroeste,  a  serra 
de  Maz&gao,  já  então  além  do  rio  Meia  Ponte,  entre  esto  e  o 
rio  dos  Bois. 

Entre  o  Paranahyha  e  o  Corumbá,  que  íi travessei  no  porto 
do  Limoeiro,  com  a  distancia  intermediaria  úp  -in  Kilometroa, 
o  terreno  é  ura  tanto  onduladr»  e  pouco  so  eleva,  c  só  ali?fn  do 
Corumbá  é  que  a  elnvação  do  solo  va©  se  approxi mando  da  al- 
titude média  geriL 

Não  posjiuo  a  altittíih>  rxacta  ão  porto  doa  barreiros  uom 
do  Limoeiro;  mas,  se  para  afiuelle  8c  tomara  de  45ti  motroo 
(a  úo  Porto  Velho  uo  Parauabyba  é  de  4í»5)  o  para  oate  um 
pouco  mais,  nao  se  í içará  muito  longo  da  ver<ia-Je,  pois  que 
transposto  o  Limoeiro,  o  teri*etio  cora^ça  a  nttbir  iraraediata* 
mente,  e  na  distancia  de  25  kilometros  chega-ae  a  Caldas  Nova* 
de  G.-iyaz,  cora  80(í  metros,  atravez  de  accidcntado  icrrono,  na 
8uaqua.^i  ti^taíidade  caiupo8to  áegVBZ  argilloso  eutrc^raoíado  do 


o    miAZíL   CT^XTRAJ. 


2Lj7 


granJos  manclja^  tio  aríirillii  pura.  TamlMin  se  enfionira  grez 
de  varias  ceves,  o  próprio  itacoluraito,  rjtiartzo  o  i>  sehíátu  mi- 
cacua,  muito  ílAcom|)oáto  oiii  líeral  nas  encostas  o  duraiadas  tlus 
morros» 

O  steascliista  ou  achisto  liydromicacoo  do  rtorcoix  n'  abim- 
dante  era  Caldas  Novas,  o  omprega-se  no  rudimentar  calçamonto 
do  povoado. 

No  lo^^ar  das  fonteâ  tíiermaeá,  sobre  o  raicascliiâfco  era  parte 
j4  ura  tanto  alterado,  rlepositiram-se  alluviur^a  recentos,  com 
predorainiodo  ÍVa^raentos  arredondados  do  quartzo  rolado. 

<M-iíido  em  181*2,  eu  viajava  dti  Caldas  Nova^  de  íltjvaz  para 
a  cidade  de  Pyrooopalis.  pela  primeira  vez,  aristei  os  tre.^  pieoíi 
dos  Pyrencos,  no  rumo  do  uúrnurdr^ste,  mais  ou  monoí?»  em  tltíi- 
taQcia  oxcecloníie  de  ^*>0  ki  lo  metros,  achando -rae  de  fronte  ila 
Cftpelliiiba  da  aldeia  da  Posse,  a  meio  caminho  da  lazenda  das 
An  ti  íi  ao  .sitio  do  Caruru,  na  estrada  fino  de  Bomílm  conduz 
a  Pyrenopolís. 

Estes  pic^)8»  cuja  maior  altura  não  excede  de  6f>  metros, 
pareceram  cwmes  de  altíssima  montanha, 

EatretLinto,  eata  perspectiva  é  cjmpLetamente  ilíusoda»  pois 
que  cojn  a  altura  tneucijnuda,  descauçam  oa  picos  sobre  um  eh a- 
padiío  do  maia  de  l:íO<i  metros  acima  do  nivel  do  mar,  c  nmn  ao 
monos  se  constituem  cm  cristas  in interrompidas  por  causa  das 
SAliencias  e  de]íresaõoi  que  dão  á  divisora  das  aguas  o  aspecto 
tilo  pittorosco  que  tem  no  seu  extenso  desénvolvim^ento. 

O  atalho  das  Purnas,  na  ostraJa  do  Anta^  a  Pyrenopolí.^, 
na  fazenda  do  commeniJador  líarbo,  representa  uma  Terdarleira 
ar('ísta  viva  no  djr^o  do  massi-^o  contrai,  sem  ter  dt^z  mrvf.ros, 
talvez,  de  supor ílcie  plana ;  e  do  ura  e  de  outro  lado  se  viíiii 
respectivamente  as  afjuas  que  vau  paru  o  rio  Oapiv.iri,  ;io  sul, 
e  para  o  rio  das  Almas  e  o  riu  Padre  Souza,  no  norte. 

Esta  estrada,  tros  léguas  distanto  da  povoação  diu  Antas, 
percorre  o  chapadão  unido  áis  Duas  Oitavas  e  da  Porquilha, 
cora  muitos  kilomBtPosdo  largura  e  ligeira  inclinação,  entro  os 
rios  Capivari  e  Piancô,  seu  aííiuonte,  so  desprezarmos  a  bai- 
xada formada  polo  córrego  do  Andrequicé. 

A  estrada  diri^re-8e  para  !*udoeste,  e  o  chapadão  toma  o 
rumo  de  oosnoroeato,  e  raL^smo  noraesta,  passando  pela  aulig^a 
lavra  do  Gongo,  pelas  fazendas  de  Joaquim  o  Manoel  de  Araújo, 
Manoel  Meades  o  outros,  ató  ijue,  se  reduzindo  í^rradati vãmente, 
transforma-se  de  novo  em  espigão  cada  vez  mais  estreito, 

SoíTreu  este  espigão  uma  funda  ruptura  no  sentido  da  ver- 
ti c:il,  com  o  afastamento  talvez  de  õOO  moiros  de  face  a  faeo, 
o  os  depósitos  modernos,  que  lentamente  vão  obstruindo  a 
fonda,  formam  um  pi»rÍLnt'>  arco  de  circulo,  no  logar  denomi- 
nado Tira -Chapéu^  onde  as  aguító  correm  indiatinctamente  para 
os  rio:í  tio  sul  ou  do  norte. 

São  cummuns  nesta  parto  tio  Croyaz  os  lo;íares  como  este,  a 
que  86  dá  o  nome  expressivo  de  Agua  Emendada  ;  bjm  aSSim, 
no  dorso  do  raassiço  divisor  das  aguas,  muitas  vezes  sa  en- 
contram  fendas  como  a  do  Tira-Chapúo. 


268 


REVISTA   DO   IVSTrTTTTO    inSTOHICO 


Niiâ  vl«inh;\nca>íÍo  morro  do  Abbade,  perw  dos  picos  dos 
P>T«»neãíJ,  ha  umi  í^rande  ;  0,  além  eerca  de  25  kilometroíi,  ha 
oòtm  pi^rtodo  Plohoá. 

Mirg^iiiilo-sõ  .liQtb,  o  espií^  recebe  a  denomioação  de  Kj:- 
|)i<jja  tíú  J«*r<-^  I  j.  d  podt^  sí""  "—^í orado  como  oíoioio  do  espleo- 
dido  o  íiltu  eíípigào  da  >'  ',  que  procura  a  sudoeste  ou 

iH^stidaOitto  os  tímito^du  i^âv..v'  lo  Mãtto  Groâ^o.  o  cuja  vista 
alcança,  para  a^  bandas  do  sul,  nma  extensão  talvez  maior  de 
CO  ktlometro0»  0  abrange  em  ampla,  immensa  e  pouco  profunda 
bacia  .as  vo^tenti^s  «Ic  todoís  os  a(!laenti*s  da  margem  esquerda 
do  c»ni  vloso  o  nave.^avel  rio  Meia  Pofite,  até  a  eonrlueocía  do 
ribeirão  Jiiâo  Linte. 

Mais  ou  menos  um  kilometro  distantf*  das  nagcentos  do  pri- 
moiro  aOluentc  do  rio  Mena  Poote,  o  riacho  do  Cedro  (agtia^  do 
rio  da  Prata),  brota  na  faoe  do  norte  do  espigão  a  principal 
ca)x?coir  I  do  rio  Padre  Souza,  affluento  do  rio  das  AUiiaa  (agaaa 
do  Tocantins). 

Al^^uus  kilomotros  autos  de  se  p;t$sar  petas  cabeceiras  do 
ribeií-ão  das  Trahira?,  tributário  du  rio  Pudro  Souxa,  do  alto 
doe  tos  Dous  Irmãos,  deseortina-te  uma  das  mais  belias 

Q  a  t^s  paiiagens  qae  é  d:ido  ao  homem  grosar. 

Voiuiiij  para  v  dtr^c^o  -^eral  do  poente  on  'r  •-  *  -^te, 
do  cni"so  do  rio  Jtvlo   Loire*  depois   que,  abar  ri- 

co«t^'  '-  p^pigio,  se  dmli$a  pela  plantcie,  vi  u  tLiicuu  i.»ív^ 
íom  nW  tíi  vtUyusiio  de  mais  do  oito  kilomotit)s  aiéao 

unic  ...aario  inrii*  r- .,itA  J/Vi».*  rio,  o  ribeirão  JurHf>'ftul*a^ 
e  com  a  vista  ac  s  mari^inaea  ia  duas  corr^^otes, 

qUe  liõ  mí'io  do  :,...^  —  -  -...^.„  em  uma  96,  om  buscado  rio 
Meia  Ponte,  ap6s  um  corso  do  mais  de  70  kjlomelro8«  pouco 
além  du  eilremidade  aquilonar  da  serra  do  mesmo  rio. 

Ao  norte,  acompanhando  o  espigão  até  perdel*o  de  TÍata, 
pode  dirisfir  delineadots,  oomo  ramíàeações  do  grande  maasiço 
eentral,  oacoott^a  fortes  aue  soparmm,  uns  dos  outros,  os  aJlIu- 
enteai  da  margem  esquerda  d j  rio  Mola  Ponte,  até  a  sua  eabe- 
ceira  principal;  e,  ao  sul.  a  campina  oniulada,  rerd^ale  o 
forra^eal  de  excellento  relva«  quo  ligeiramente  se  eleva  p^rm 
eoeontrar-se  com  uotras  que  a  conlinoam  se^indo  a  região  alja- 
eeote  ao  mesmo  rio  Meta  Ponte. 

Naa  ioflftxões  alternadas  e  rumos  varies  de  sou  exleoie 
desenvolvimento,  o  grande  massiço  central  e  suas  ramlfloa<dea 
reTelam  uoia  obra  benéfica  da  Providencia,  não  só  pelos  attra- 
elivoa  e  eneantos  d.ns  suas  variadas  persp<x^tivaâ  e  pela  f^dtdade 
de  alliorvar  e  conter  em  i^uas  dobras  infiuitis  l«  erâuvios  da  at- 
nuiipliera,  como  Lambem  para  servir  de  rooeptaeulo  as  Inou- 
meni  fonlee  que  se  euapam  do  asu  sdii>  em  formodasimoi  burí- 
tyaaee.  em  fjroodoaoa  e  deosoa  eapdes  ou  eia  lagoas,  e  que  levam 
a  abundância  e  a  vida  por  toda  a  perte  no  solo  Ibrax  do  Brasil 
central. 

Do  alto  desses  ma^idcos*  a  viáta  acompanha  sem  querer  as 
slnuõeldades  tlesiveis  do  seu  trajeto,  cheias  de  moiros  ahidiu- 
lados  o  valias  profundos,  tisos  it  regalares,  morroe  que  oaIs 


*>   HRAZIL  CENTHAI. 


26!r» 


longo  so  traosforniain  em  coIUniiã  gracioBas  o  na  iúáa<  as  dim- 
cçõea»  c^jrtaado  íimpJaíí  e  verdejtntoa  carapioas  liíçe  ira  mento 
concavas  e  fortoií?,  sempre  lordoiâ»  e  <!o  ricas  pasUpfGns  o  fíxcah 
lente  agua. 

E'  raro  qne  ae  n&o  encootre  nfitiiú  con junto  de  acoiilooto;:] 
i>  perfeito  accordo  do  grandioso  com  o  bello»  do  pittorcaco  oora  o 
fértil  c  o  yineQO. 

Picoy  o  montes  do  faces  e^carpadaâ^  projectam  bu&s  pyra- 
mides  no  azul  souibrío  do  límpido  ci5o  àiia  nossas  re^í^iõeíJ  cen- 
traes  ;  collinas  e  contrafortes  «e  juntara,  confundem-se  com 
outras  Gltíva^'5ná  de  mais  vulto  e  formam  grupos  diversos  mais 
pro^rainontes,  cobertos  de  verde  c  basta  vegetação,  ou  áridos 
e  descai va dos* 

Esse  gmndioso  panorama,  bastante  só  por  si  para  des- 
lumbrar o  espirito  do  observador  intellíi^onte,  emboMezam 
ainda  horisonle^  vastissimo.s»  som  cossar  r^jnovados,  om  que 
apparecem  no  tempo  secco  estiradas  nuvtmsifibaa  alvacentas  de 
formosa  brancura  iioa  oUios  snave;  0  onde  cada  perspectiva  se 
apresenia  quasi  seropro  matizadíi  de  veget^í^âo  abundanto  nos 
cerros  o  coUiaa-s,  do  qut*  surgem  luzes  0  sombras  com  tanta  sy- 
metria  do  cores  *^  linlmSt  que  parei^oni  li^^adas  sob  a  mais  feliz 
combinação»  na  abobada  celeste  sempre í^ercn a  do  Brazil  central. 

Nosiioâso:^  chapadões  não  ha  belicza  só  nos  teri^enos  utets  & 
lavradios,  não. 

Ha  oocasiSes  em  que,  parecendo  ter  havido  rápido  abaixa- 
mento do  lolo,  passa-se  bruscamente  do-í  plainos  re^nJares  de  um 
ioterminocbapadão  para  o  fundo  de  um  vão  atravessando  en- 
costas  escabrosas,  de  descida  incommoda»  quando  oão  acontece 
encontrar  lan cantes  estreitos?  ou  larg-os,  quaes  de^^ràoa  g^ i dan- 
tesco s»  a  marcar  a  tran^siçào  de  um  terreuci  ;^^ratf>  ás  defires^ões, 
em  que  se  patenteia  visivelmente  a  arção  ero  fento  das  aguas 
no  correr  de  muitos  séculos,  pondo  a  descoberto  rugosa  superfí- 
cie, tão  rugoaa  tf  accidentaíla  que  dir-sehia  uui  aystema  de 
montanlmíj  levantadris  por  força,?  eruptívas  insuíBcientes  pana 
Ieval~as  aciraa»  e  soterradas  por  camadas  de  sedimenta  de  mais 
idade. 

Esta  variante  se  observa  claramente  na  bacia  do  pio  Des- 
coberto ou  Monten  Claros,  quando,  ali^m  das  bellisssimas  o  fmn- 
dealescampinaida  Cliapadiniia,  graciojíamente  ajardinadas  pela 
catureza  tropical,  começa- se  a  descer  o  vai  lo  conjunto  dos  ri- 
beirões do  Rodeador  e  dan  Pedras,  de  physionomia  agreste  e  es- 
cabroso tracto  a U*'  perto  da  solitária  capellínba  da  Santo  Antó- 
nio do  Descoberto,  no  meio  de  um  vasto  campo  desbabitado. 

Ha  uma  forma  interessante  de  transição  dos  cliapadões  para 
os  valles  dos  grandes  rios,  a  que  o  povo,  em  geral,  dá  o  nome 
de  i't7õs,  ou  simpiesraente  para  án  grandes  e  largas  baixadas  de 
desnudação,  ou  mei^rao  para  planici<?s  em  que  se  nota  uma 
depressão  no  meio  ;  ?em  a  ser:  a  existência  d**  raonticuloa 
contiguoH,  de  ordinário  cobertos  de  vegetação  rasteira  ou  de 
mui  pequeno  porte,  de  forma  cónica  regular,  em  dilatados 
limitt^s* 


270 


nEVISTA   hO   IXftTITUTO   HISTriRlCO 


São  03  cúmtií,  pi-ova  vai  monte  traia!  íio  ila.^  Ibrmiííiuí  ou  dos 
cupins, 

Notam-&e  munticulna  de  alturas  diversas,  do  um  metro  ou 
raoQOS  até  dezcoas  de  metros . 

Em  uma  chapada  próxima  da  parte  superior  do  vuUe  do 
ri)>eirão  chamado  Riacho  Fundo,  nas  cabeceiras  do  correio  do 
Guará,  no  planalto  do  Qoyaz,  existem  os  referidos  moaticulos 
de  i>€qaea^  altura  em  numero  inficiito,  occupando  immeasft 
área;  asísim  também»  em  ambaa  as  margena  do  rio  S,  BartUo- 
lomeo,  principalmente  na  osfiuerda,  logo  abaixo  da  sua  for- 
maçâOt  da  cooílfiencia  doâ  rios  Pipidpào  o  Paranoá,  também 
em  GoyiLZ,  ha  da^es  mouticulog,  mas  de  notável  ai  tara,  pelo 
povo  duoorainados  covods,  cm  tão  grande  quantidade  que  forram, 
por  assim  dizer,  alguns  kiiometros  de  extensão  nas  vertentes  do 
estreito  vai  lo. 

Do  alto  do  chapadâo  do  Sarandy,  do  cerca  ^Je  TíDO  metros 
de  altitude,  entro  o  Sobradinhu  e  a  ví lia  do  Mestre  d^Armas. 
olhando  para  nornoroesto,  ou  para  nortCi  a  vista  acompanha  a 
VíTo  dú$  Angicox,  em  seo  aspecto  grandioso,  mn  muitas  Jezeoas 
de  kilomotroií  cornpletauieDtc  revestido  de  eoaods,  na  vertente 
fronteira  ao  obaervadur»  produzindo  ú  grande  distancia  em  quo 
se  olha,  impressão  idêntica  a  de  uma  .stiperâcío  rugosa,  com 
syraotria  na  juxtapogiçào  d aa  saliências  de  admíravol  uniformi- 
dade de  altura^  inclinarão  e  contornos. 

Estes  systeraas  culminantes  primários  sao  dignos  da  maior 
atteuçâo  por  sna  diíip<>siçíío  geogiaptiica  e  sua  pbysionomia 
particular,  o  lonnauí  diversas  regiôfís  pliyaicas,  (leteruiiua(l:us 
em  sua  extensão  por  uma  hbuq.  de  vertentes  .ííoraes,  iiue  dollaa 
emanam  o  que  vâo  dotar  as  mtisniaa  regiões,  tào  la^  orecldas 
pela  naturexa  e  tilo  avantajadamente  situadas,  de  condiçõei 
sobre  oxcelíentes,  de  rara  fertilidade  entre  todas  as  outras  quo  a 
zona  tropical  da  America  do  Sul  abrange. 

Opportimamente  veremos  que  oíferecem  tambom  particular 
interesse:  a  niíperelovaçâo  de  um  a  outro  ai  voo  do  muitos  riog 
de  cabedaes  diíTerentes,  em  curtas  distancias  relativas  ;  os  valleâ 
doi  actuaes  cursos  (Pagíia  cjm  alveo  desnivelado  de  tal  forma 
que  muitas  veaes  apresentam  verdadeiras  linhas  quebradas  em 
grande  parte  do  seo  comprim*;uto»  mormente  oá  (jiie  procuram 
nas  baixas  latitudes  a  grande  depi'os:^ão  do  rio  Amazonas  ou  a  do 
P&ranà;ei  flnalmonte,  aquasi  uniformidade  na^  aituraados 
chapadoes  de  primeira,  segunda  e  terceira  ordem,  parecondo 
indicar  primitiva  formação  unívoca  de  toda  a  siiporflcie  do 
^^rande  continente  emerso,  desde  us  seus  tempos  primordiaes. 

Como  já  ílcou  dito^  <5  a  cidade  da  Formosa,  a  antiga  VUÍa  do^ 
Couros^  em  íloyaz»  o  ponto  mais  importante  do  gráo  massivo 
central  do  Hrazil,  represeptanio  o  entroncamento  das  diviíiora;! 
das  aKnas  das  bacias  do  Araazuna,s—  Tocantins,  Paraná —Para- 
guay  3  S,  Francisco,  o  tio  outros  rioa  que  buscam  o  mar,  naa 
costas  áú  norte. 

AUi,  o  espigão  tilvide*se  e  emitte  uma  ramificação  para  o 
norte  e  outra  para  o  siíI,  soparando  da^  tlna^í  primeira»  citada*? 


U   HRA/IL   CENTRAL 


27Í 


lacíasas  aguas  que  procuram  o  Atlantíeo,  nas  costas  orlonttieá 
ílo  Rrazíl  o  unia  parti!  uas  do  nopta. 

A  ríi mifi cação  Jo  norte  sopara  a  bacia  do  Tocantins  das  do 
Guruny,  Orajahú,  Parnaliykv  o  da  bacia  do  S.  Franci^o;  o  a 
do  suK  mudando  divorsas  vozes  do  forma  o  direcção,  separa  as 
aguas  do  Parauahyba  —  Rio  Gmnde  das  do  S.  FraocUco.  e  vae 
perto  do  Carandaby,  nu  Alto  d.is  Taipas,  ligar-se  com  a  Serra  do 
Kapinbaço  quo,  com  aa  suas  múltiplas  divitiões  o  subdivisuua  ú 
conimunicaçõea  com  a  serra  do  Mar,  corta  o  recorta  toda  a  ragiao 
a  íéste  da  divisora  centrai  das  aguas,  complicaQdo  a  ciítructura 
topo^raphica  doòsa  rej^íião,  que  cnuãtituiria  a  bacia  orientai,  s<i 
conservasse  a  superfície  sem  as  alteríições  o  desigualdades  até  a 
zona  marítima  ou  do  Jittor.iL 

§  III 

SYNTUEStt  CONFRONTA  Tl  VA 

Neste  estudo»  devem-se  eoasídorar  as  planicica  baixas  o  as 
altas  chapadas:  aquidlas  represontam  verdadrsiras  charnecas, 
<3  estas  regiões  fraricamcnttí  habitáveis  do  Velho  Mondo. 

N'uraa  0  n  outra»  eiu  grande  part  %  encontram-sii  oleraontoa 
do  compAração  cara  aa  Tiorras  altas  do  Brasil  centrali  e  com  as 
zonas  baixas  do  liltoral,  dos  alagados  do  Faraguaycjda  vasta 
bacia  do  médio  e  baixo  Amazonas,  propriamoíi6odiDi>, 

Aextenm  re^riaoplana  d.is  lanffes  do  sudooàto  da  França, de 
cerca  de  um  milhão  de  hectares»  com  fyjaGO  metros  do  altura, 
dí^^ce  brandanioiite  papa  o  Garouue  o  o  Giron«lí>,  para  aa  laíroas 
do  iittoral  o  para  &  i>acia  do  Adour :  e  tal  é  a  uniformidade  da 
soperficio,  que  a  estrada  do  ferro  de  liordeaux  a  H  lyono  entre 
l.amotíioe  Labouheyro  tera  uma  taoííenie  de  4")  kilometros. 

Em  grandes  áreaa,  o  terreno  snrperflciiil  das  iandes  comi^ôc- 
se  de  uma  areia  branca»  quasi  pura,  solta,  em  alguns  pontos  mis- 
turada com  detritos  vogetacs,  o  sobreposta  a  um  estrato  de 
areia  agglutinada  seo)eliiaodo  ao  grez  ferruginoso,  com  o  nomo 
genérico  do  alios. 

De  algims  annos  para  cfi,  o  intelli gente  servido  agrícola 
francez  tem  conquistado  parte  deste  vasto  domiuio,  e  vae  subs- 
tituindo a^j  urzes  e  tojos  por  plantações  de  pinheiros  e  outras 
arvoreã  de  utilidade. 

Além  ãaMÍan'íe$  de  Bu)rdeau;(,  ha  ainda  as  do  Boiogne  e  do 
Brenne, 

Na  Riilgica,  03  grandes  terrapleno.^  arooosos  de  Cauipine, 
que  eui  I84'.i  tiiiliara  NiíJJíIi)  liecLares,  tiVm  sido  reduzidos  pelos 
valentuáagriciilturai  IjeUa^  de  cerca  lie  1*^ím  huciares  iumual- 
niente  (E.  Laveleyô). 

Na  Hí  d  landa  o  norte  da  Allemanlia,  ao  occidonte  do  Elba, 
uma  área  de  i  ,700. Oí^Q  Hectares  condiste  em  um  solo  arenoso, 
qui3  ha  poucos  ânuos  ora  uma  verdadeira  solidão  o  cujas  parleis 
ainda  incultas  contrastam  de  modo  palpável  com  os  ricoi  poi^ 
ãers  e  a.s  ítaixas  campinas  do  Iittoral. 


L 


272 


REVISTA  DO   INSTITtrrO    HISTÓRICO 


Ai  terrM  allaviaes  ao  na^ifceDU*  do  Riba.  abrangeodo  om 
qamio  da  toda  a  depre^^âa  !<iepi4?ntrirjnal  da  AUeniantia,  sàa, 
com  as  84508  la^os  e  lagoas,  o  trago  dominance  da  paisagom; 
al^iio^  campos  U^m  10,  ^  e  50  kilometriís  qua< Irados  de  stipor- 
Ucio,  e  raosmo  um,  o  de  Lewitr,  tem  1<h>. 

Aa  landes  do  norte  da  Euit>pa  :  Inglaterra,  Irlanda,  Escoada, 
r^tandia  e  Scandinavia,  de  Tog^<íta<:^io  mais  branda,  menoA  Tm- 
!'i;i  ia  ainda,  por  causa  do  clima  frio,  tem  a  me^ma  eompOâ^içio 
mioeraiogica  que  as  landas  do  centro. 

As  grandea  planícies  hervosas  da  HaDj^Tia,  diCTerentet  p6hi 
sna  vegetação,  são  immousoâ  prados  uniformas  como  as  landu 
fraotiezag,  mas  de  aspecto  mai^  gracioso  e  mais  agradável 
sobretudo  no  tempo  das  flores. 

X%  puísUt  magyai-ês  (asídm  se  denominam)  representando 
um  antigo  la^^^o  de  500  kilometros  do  circamferencia^  âo  li* 
mitadaji:  de  (im  lado,  pela  grande  curva  do  Danúbio,  de  Pesth 
a  Bul^rado,  e.  de  outro,  pelo  hemiciclo  dos  CarpatLoâ  e  dia 
mantantias  occidentaes  da  Tran^^ylvania, 

E'  muito  fértil  o  rnuíto  produz  esta  solo,  alimentado  peLu 
ftllQTtões  das  serras  circumjacentes  trazidas  pelos  rios  Pista, 
Mmmse  outros. 

As  steppes  da  Rússia  meridional  não  tem,  como  as  pus9ta 
da  Hungria,  o  admiraviM  enquadramento  dos  altos  picos,  mas 
Dem  por  isso  oíTei^ecern  menos  encantos  peta  belleza  das  âoires 
e  dos  rructos  (K.  KeclusL 

A  immensa  região  dos  ichúmosjdm  (terras  pretas),  assim 
(;b amada  por  causa  da  cor  do  solo,  é  ainda  em  grande  parte  um 
mar  da  Uervas  com  pouca«$  povoa^i^ões,  e  ostende-se  a  um  tempo 
uas  bíiciíis  do  Dnieper,  do  Dun  o  do  Volga,  com  >^  mlUujcs  de 
Ueítares  4^  prolund  idade  variável  de  um  e  meio  a  vinte  metros, 
de  terrf^no  abundantL^í<imo  de  hiimus  »*  de  extraorílinaria  fer- 
tilidade, cuja  causa  patente^tram  oxe^tuilos  de  chimica  agricola 
de  rtrandeau. 

*  nnití  a  natureza  do  ternmo  mestra,  esta  enorme  plauieie 
T\^o  é  de  origem  oceânica  :  em  parte  alguma  acham  se  ve^tigins 
niarifihos  ni^m  blocos  de  granito  pelos  gelos  trazido?  das  mon- 
tanhas acanctínavas. 

Ao  sul  úon  tchornosjam  vt^m-se  pequenas  sanas  da  u^esma 
nature?^,  igualmente  notáveis  pela  riqueza  da  vegetação  :  mas 
a  mór  parte  das  steppe^,  que  sâo  fundos  raaritimos  omorgidos 
em  i^iioca  recente,  só  na  primavera  mostra  vegetação.  O  calor 
qU(Mitj;t  rapidamente  as  relvas  doí^i  steppes,  t\  m  rebanhos  sào 
obrigados  a  se  relugiar  nas  margens  dos  rio^«  em  busca  de  ;í1i- 
mentos. 

Além  da  Rússia  meridionaU  na  grande  depressão  do  Mar 
Caspio,  uncoatr.im-í^e  apenas  stoppes  ainda  mais  áridas:  ^o 
intérminas  planícies  de  areia  moveU  bancos  do  argilla  dura,  ou 
mesmo  enMdas  de  rochas  a(|ui  e  acolíl  com  lendas  onde  a  terra 
vegetal  tem  se  accumulado  no  correr  dos  secnlns, 

A«  planícies  da  Sibéria  meridional  até  o^  montes  Altai  e  o 
U^o   Dsai-Sang  oITerecefli  mui  variado  aspecto  relativamente 


o   BRAZIL   CENTRAL 


273 


ÚB  steppes  caspiaanasi  e  mesmo  ás  landtM  da  Fraraça.  e  charnecas 
da  Alleraanba  ;  s?ão  diversamente  cortadas  àe  cad«ius  do  monti- 
culos  arredou  dado  a,  Oírbertag  do  conireríta  que  limitam  c»  liurisún  te 
e  dão  um  pouco  do  movi  memo  ao  conjuntu  <la  paisa^^otn.  Ali^m  da>i 
gramioaceas  dos  prados,  conteoas  de  qualidades  dti  liervãâ  e  ar- 
liuatoB  embeliezam  também  a  superficio  do  sola  i  ros^iceas» 
amendoeiras  espinbo^sas,  eodecos,  tulipas,  e  outr;ia  plantas  do 
fiores  róseas,  brancas,  amaroilas  o  mulucores  brilbam  na  pri- 
mavera aobro  a  verdura,  no^  vallos  ondulasoa  das  stappea 
(Hwmbúldt), 

As  altas  chapada.^  da  Kíiropa  oíTtírecem  singular  aymetriã  <>m 
sua  disposição»  excepto  n  estreito  chapadão  da  Noruega  ;»u.s trai; 
achamse  todas  as  outras  situadas  no  tul  da  Europa  e  limitadas 
de  um  lado  por  uma  cadeia  de  montanhas, 

A  oeste,  jaz  o  cliapadão  da  Espanha,  de  GOO  metros  de  altura 
móiUa  e  apoiado  sobro  a  uui formo  muralha  doa  Pyríinoosf ;  no 
centro,  os  da  Suabi  a  o  Ha  vier  a,  dominadua  ao  sul  pelos  Alpes 
da  Suisaa  o  do  Tyrol  e  a  lesto  os  da  Turquia  perlougam  com  a 
baso  meridional  d(>s  Haikans. 

Asiiírat  dos  trea  chapadões,  o  do  nneio  eatendo-so  ao  norte 
de  um  systoma  de  montanhas,  era  quaoto  «juo,  por  uma  especio 
dr  polaridade,  cada  um  doí*  outros  dous,  situados  om  cadu  ex- 
tremidade da  Europa,  repousa  ao  sul  da  cadeia  de  montiinliaíi 
que  lhe  serve  de  ponlrj  de  apoio  {Cari  Hitter). 

Além  disso,  essa^  terras  altas,  moito  mais  ricamente  or- 
ganisadas  que  as  da  Ásia,  recordam  a  lórina  do  seu  continente 
erirado  de  penmsulas  q  denteado  de  profundas  babias ;  sem 
contar  os  promootorius  que  se  projectam  ao  longe  no  interior 
das  planícies,  abrera-so  Jargos  valles  na  sua  espessura  e  name- 
rosas  sabidas  tom  os  habitantes  dos  massiços  dos  chapadõi^s  e 
das  regiões  circumvi.^inhaíí. 

Na  região  do  Jura,  cbapadões  análogos,  parUctilarmente  o 
do  Nantua,  forauí  corroídos  pelas  aguas  cora  tal  regularidíide, 
diz  E,  Ri'clus,  que  involuatanamoflto  se  peuí^a  nos  gigantes 
legendários  cortando o«  montes  com  suas  espadas. 

Em  França  a  chapada  a  mais  elevada  ê  a  de  Auvergíie, 
aubre  a  qual  rfípousaíu  o  Mont  Líoro,  o  Cantai,  o  Puy  do  Dome» 
eto.  e  cuja  elevação,  segundo  Lí^opoldo  de  Hucb,  i'^  do  liiO  metros. 

Os  chapadões  da  Colónia  do  Cabo,  cuja  ai t«ra  mi5dia  é  de 
ãuO  metros,  gradativamente  elovara-se  para  o  norte  até  o  tle^ 
39©rto  do  Kalahari,  de  altitude  variável  de  600  a  1000  metros* 

Dessa  Colónia  ati'-  o  ifl''  gnio  do  latitude  austral,  o  aolo  ila 
A (VI ca,  conforme  as  oÍJservaçOes  de  (íordoo,  eleva-se  insensivel- 
mente aU5  íileaníar  2íuíú  melros,  no  Transvaal,  Oran^^e  otc. 

Todo  o  cliapadâo  africano,  ao  norte  do  paratlelo  do3I ',  ha- 
bitado pelos  Hetehouaiias,  os  KorannaB  e  os  Bosjearaans,  eto,, 
tem  cerca  do  hoo  a  90iJ  metros  acima  do  uivei  do  Ucoauo;  e  esta 
altura,  com  pequena  dilferença,  piide  ser  considerada  a  mesma 
em  Angola  central  para  biixíir  um  pouco  no  estado  livre  do 
Congo»  constituido,  por  assim  dizer,  s6  pela  vas&a  e  pouco  ele- 
vada  bacia  do  rio  Congo, 


21\ 


RFVISTA   DO   INSTITUTO   HISTOniCO 


Na  \<m  tiim-se  preslAilo  m^iis  at(.6ngã*j  ao>;  picos  o  ás  gar- 
Kaiitaíí  oti  lJass-^^Qns  d  li^  cadeias  de  moiUanltas  du  r|ue.  própria» 
mento.  :ls  plnnuras  oIoTrridiís.  Kfií.rõL:Aril.o,  como  refero  ifumboídí, 
ontn3  m  pariiUt>los  do  :>4^  e  \T  de  latUiidó  boreal,  <Ticoatrani-sô 
cliapidriã  análogas  ás  do  México  ;  o  acredita  esto  no  lavei  oaturA- 
lista  4ue  a  altura  média  das  chapadas  comprelumdidas  entro  o 
Iltoiaíaya  eo  Kouen-Lan  nao  vao  além  de  3500  loetros.  Mai?í  ao 
iiurto,  o  grande  deserto  de  tiobí,  scjíiiodo  o  Padro  DuUaldí?,  nâo 
att inicie  a  cifra  de  1400,  Mas,  Sclirader  diz,  quo  a  região  do 
noroesto  d  i  Clima  íérma  um  onorrae  chapadilo  interior,  comple- 
tamente cercado  de  montanhas,  e  que  sob  a  fórraa  de  grandeg 
terraços  vem  ih^scendo  por  degràos  da  vertente  eoptentrional 
do  llimalaya,  onde  Be  achara  om  uma  altitude  míMia  de  400<} 
metros,  passa  peloThibet  cora  3<i00a  3500  metros  até  a  grande 
superftcie  lifíeiramen te  concava  que  íórma  o  deserto  de  Gobi  o 
as  eat^íppes  da  Moo;,'olia,  cujo  nivel  inferior  não  vao  abaixo 
de  900  a  1100  metros. 

Nog  Estados  Unidos,  na  região  coraprehendida  entre  as 
Moo  lanhas  Rochosas  o  a  cadeia  littonil  da  Califórnia»  estonde-se 
uma  intumescência  do  solo,  de  [HOO  a  20O0  metros  do  altura, 
lormãndo  o  que  o  capitão  Fromont  o  Walkor  chamaram  a 
ffrande  bacia  ^ 

E'  ura  vasto  terreno  árido»  pouco  habitado,  não  interrompido 
por  accideme  algum,  cheio  de  laj^ua  salgados,  doa  ijuaes  o  maior 
tem  a  altitude  de  Ií80  metros  ecommunica  com  um  mnnor,  Yuta, 
que  retíchí!  um  rio  caudaloso  d^noniinudo  Tirapivnog^». 

E'  paipavoi  o  contr  isto  entre  estas  terras  elev.tdas  do  ncci- 
deuLtí  nortc-ameiicano  o  as  plauicins  baixis,  li^^eiramente 
nndnhiíias,  bustanto  re^jadas,  farteis,  cheias  de  babitante^,  pró- 
ximas do  Mississipi,  entre  as  MoiitaDlikS  Rochosas  e  os  Alie- 
glianys,  cujl>s  vcnicijs»  o  monte  W.ishinííton  eo  monte  Murcy, 
sPírimJo  Lyell,  levantam-í^e  a  2037  o  UAd  metros  ;  sondo  qu*J  a 
maioi"  parto  desaas  terras  biixíis  attinge  apenas  à  elevarão  va- 
riaiíel  de  i:iiOa  lií5  metros. 

lira  geral,  ocliapadao  mexicatio,  de  direcção  norte-sul,  é  tilo 
pouco  interrompido  por  vai  los,  tem  o  declive  tào  brando  o  uni- 
forme, f[ue  em  distancia  su|>erior  a  8rX)  kiiomotros  o  solo  con- 
vier vaso  com  altura  entre  17(J0  e  2700  nietros  sobre  o  nivel  do 
Oceano  vislulio- 

EsU^chapadâo  fnciina^se  iosensivolraente  para  o  norte  até 
os  Estados  Unidos,  e  para  o  sul  nambem  ;  mas,  para  oeste,  para 
Aiipulco,  repic,  etc.,  e  para  lúste  até  Vera-Cruz,  a  descida 
V  mais  rápida  e  durante  muito  tempo  sorvio  de  serio  obstáculo 
a»»  dí^senvolvimonto  do  paiz. 

Com  o  rápido  pro^-resso  do  Meiiro,  asdiíllculdíidesdo  traus- 
[lorte  desappareceram  com  a  construccão  do  uma  iinha  férrea 
q  n  o  par  t  i  o  d  o  d  ô  V  o  ra  -  Cr  u  z  e  Al  varad  o ,  vae  á  c  i  d  ade  do  M  ex  ico, 
e  dahi,  se^aiiodo  a  ííoral  direcvão  longitudinal  do  chapadào, 
procura  08  Estados  Unidos,  onde  penetra,  cora  altura  de  1148 
nietrosi  na  chapida  do  La  Sierra  Madre,  no  Novo  México. 

Na  America  Meridional,  a  Cordilheira  dos  Andes  a  priucipio 


o  BRAZIL  CENTRAÍ. 


ilo 


é  dividida  em  ires  ramos,  o  oriental,  o  contrai  o  o  occídontal  ; 
ílopois  red(iz*se  a  dous  no  Kqtmdor  o  Poni,  e  assim  continua 
caiii  afastafocntos  differeotejí  at<*  m  proxiin Idades  do  vulcão 
CopÍap6,  mais  ou  menos,  entre  .1  provi  nci  ^  chilena  do  Aí  acama  o 
a  rtrgetttiDa  de  Cataraarca,  onde  de  novo  forma  um  só  systoraa 
até  as  terras  do  Ma^zalhãed. 

Por  toda  a  parto  a  Cordilheira  v  cortada  o  interrompida 
por  Í^Ddas  abortas  c  oâo  obstruída t  por  substancias  hetaro* 
geneas. 

Se  1m  piai  noa  de  2700  e  3O0O  metroíí,  como  no  Equador, 
Colômbia.  Bolívia,  otí^.,  são  de  pequenas  ílimensões,  iiodendo 
mesmo  ser  autos  considerados  como  v alies  limitados  pelas  cor* 
d ilhtíiras  secundarias,  cujos  picos  mais  elevados  constituem  as 
cristus  dos  Andiís. 

Os  valles  transvorsaos  da  Porú  o  da  Coiombin^  mais  do  que 
das  outras  republicas  sul  americanas»  tèm  ás  vezes  profundidade 
vertical  de  1400  metros.  Isto  ató  bojo  tem  irap*MÍÍd>>>  talvex,  a 
construcçào  de  vias  ferrea-í  transaudiuas  nesses  paízes,  nbri;^Mndo 
os  viajanles  a  andar  só  a  cavallo  ou  áa  costas  dos  indius  cha- 
madoa  tvírrcí/«dor«,  o  roduxido  a  nada  a  OHporttçâo  itgrjcola, 
mjnond  ou  outra,  para  aâ  regidos  do  oriento  pola  tmpossibi- 
lidado  do  transporto. 

Ed  Ire  tanto  actualmonk*.  rom  eídor«;ados  trub.illíoií,  eblím  se 
construindo  forro-vias  transandin^n,  em  m aí»  de  uma  republica 
dul  americana,  tributaria  do  Oceano  Pacifico. 

A  despeito  das  j^randes  altitudes,  na  lu^pubhca  Argentina 
coDstruÍo*so  Uma  estrada  de  ferro  transandina,  que  de  Buonos- 
Ayre»  vae  a  Vaiparaiso,  cum  a  ei tensão  de  I  íOi  kilometros» 
dos  qaaes  cerca  de  trinta  reprôsentara  a  pro^fecção  do  desenvol- 
vimento klíometrico  di  curvatura  no  dorso  dos  AnduSi  de  Las 
Lerws,  na  Republica  Argentina,  ao  /ii^v-aí,  no  Cíiiít^  Ness»3 
desenvolvimento  a  estrada  corta  03  Andes  oa  altitude  de  3180 
metros,  na  garganta  da  La  Cumhrf,  por  um  tunol  do  4800  metros; 
além  dessa  grandtj  aloura,  tem  avia  férrea  transandina  nada 
menos  de  oito  túneis  de  tlimonsõi^s  variadas;  sendo  quo  o  maior, 
de  4800  metros,  tem  uma  secção  plana  e  outra  inclinada  cora 
uma  rampa  do  SVo-  Este  é  o  declive  geral,  pdo  quo  houve 
necessidade  de  estabelecer,  oos  dous  flancos  da  montanha,  a 
línba  do  cremalheira  do  system-i  ^bt,  mesmo  nos  túneis, 

R*  esta,  talvez,  a  maior  altura  a  quo  tem  chefiado  at*^ 
aííora  uma  estradado  ferro,  í3m  relac-ào  cum  as  quo  se  tem 
obtido  na  Europa,  ondo  a  e^ta<,^o  de  Pi  lato  nao  tem  mais  do 
2i)7Ú  metros  o  a  de  Rigbi  1755, 

Pela  succiíita  doscripçâo  quo  fíz  de  diversos  plainos  do 
mundo»  rui  comparação  com  o  iiusso  planalto,  so  iu ferirá  a 
incontestável  .superioridade  desttn  visto  que  das  tro;i  ^onas  em 
que  Humbolilt  dividiu  a  America  do  Sul»  temos  que  as  duas,  do 
norte  e  do  sul,  são  esteppes  o  planuras  bervoaas,  do  pouca 
altura;  em  quanto  que  a  do  meio,  da  um  lado  em  contacto  com 
a  serra  de  Pari  ma  o  do  outro  com  o  systema  das  elevadas  mon- 
tanhas do  Brazil  oriontal»  pode  ser  coniidorada  como  uma   pia- 


276 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Diira  ael^atica  qoe,  na  porção  mai«  eleirad^k,  tem   a  aUitrtde 

média  de  \W)  rnetroa  sobre  o  nivel  do  mar,  e  dhnoaaõff«  igaaes 
a  qiiaaí  tres  vezes  o  território  de  toda  a  Republica  Francesí*. 

Põlíi  su;i  QoofornQiQão  physica  e  cliiaatolúgica,  o  vasto 
planai  to  central  do  Brazií  facilita  sobre  miiooira  a  acclimaçao 
do  trabalhador  europeo,  sem  os  prejuízos  das  regiões  torridiíff» 
cujos  predÍGad'>s  atai  desappamcem  pela  ísaunite  altitude  módia  ; 
pelos  aou"^  rios  navegáveis  o  brandos  declives  favorece  o  movi- 
mento  commercial  interno  o  as  demais  rcl^içôes  dos  estados  bm- 
ziloiros  entre  si  e  do  Bra/.ii  eum  as  n^ publicas  vizinhas,  a  America 
do  Norte,a  Europa  e  a  Africa,  bom  como,  garante  innumeraii 
pan tos  estratégicos  para  a  dciesia  militar. 

A  fertilidade  do  solo  conabmado  com  a  altitude,  clima  ete,* 
eortfíurii^  para  o  bom  oxito  ua  cdltura  Uo  froinouto,  como  em 
mioinia  aacalu  m\  observa  porto  de  Cavalcante,  no  nurte  do  es- 
tado de  Goyaz;  e  toda  as  plantas  da  zuna  temperada  poderão 
bem  se  acciimar  nesta  r^ião  afortunada. 


CAPITULO  II 
GEOLOGIA  DO   BRAZIL  CENTRAL 

§1 

ENSAIO   DE  GEOLOGIA    DESCRIPTIVA 


Entre  a  parte  occidental  do  estado  de  Minas  e  a  meridional 
de  Goyaz  existo in  as  mais  estreitas  relai^õe-s  naturaes.  pelo  fine 
^  impossível  separar  uma  da  outra  em  qualquer  descrip^ 
physica. 

Outrosim,  é  incontestável  que  as  regíõos  limitrophes  doíi  es- 
tados minhos  goáam  des^tas  mesmas  relações,  embora  os  estudos 
nU)  hoje  feitos»  pos  tu  que  sufllcií^otes  para  uma  noticia  geogra- 
phica,  não  bastem  para  a  de^jcripçao  geológica  minuciosa  de 
toda  a  vasta  área  do  planalto  central. 

Idêntica  constituição  ^^Gologtca  abrange  nos  dois  meneio* 
nados  estados  a  superlicie  que  se  entende  dos  limites  da  bacia 
do  rio  S.  Francisco  atá  as  divisas  do  Goyaz  cum  Matto  Grosso,  e 
neste  estado  vae  muito  além  dosiíes  limites. 

Sobre  camíidas  fiindamentaes,  primitivamente  dispostas  em 
linha  horizontal,  de  rochas  schistosas  crystallinas  da  época  pa- 
leozóica ou  de  transição  e  do  natureza  raetamorphica,  deposi- 
tíiram-se  outras  camadas  oonsti  tu  idas  pola^  variedades  do  gréi 
edo  itacolamito»  da  mesma  iá^d^^  o  formaçião  que  as  i*e  feri  das 
rochaSp  o  que  so  encontrara  com  persistência  deade  aaerra  da 
Canastra,  secundo  Ptssis  ♦*  <  i  jrceit,  ató  os  arredores  da  cidade 
de  Matto  Grosso»  segando  Ca^tolnau. 


o   BRAZIL   CENTRAL 


277 


Apó3  ft  íbi'raa<7áo  do  coniplexo  lundameiítal  das  schistaa 
crystallinos  o  outras  rochas  coevas,  liouve  rao%imeoi.os  uroifo- 
ntiíicOv-í  era  virtude  doíi  «luaes  os  schistoâ  foram  luvantadoa, 
fortemente  dubradoâ  o  inetatnorphosoados,  ao  mas  mo  tompo 
i[ue,  provai  mente,  so  produziu  por  solevamento  a  zoDa  grani- 
tica  do  Ho  Claro»  ííoyaz,  Harr erros,  otc  ,  e  **h  áiqum  do  pognaa- 
lito  otKODtrados  era  vários  pontos  do  caminho  (  Dr.  Hussack  ). 

E'  ixissivel  <|ue  íbsse  o  me^mo,  o  phenomono  que,  *.íra  Matto 
firosso  ua  serra  don  Parecyíj  o  na  sua  ramilicMçáo  da  surra  do 
Aíçuapehy,  ievantou  os  gre/^eá  e  os  sclustijs  talcosoa  pertoncijutes 
ú,  opOí*a  das  schiatos  micui-eus  e  outros  do  poriodo  do  traDsi<;ào, 
tí  que  cuustituera,  ora  geral,  as  elevações  abrupta»  d(?  cerca  de 
CjOO  metros,  verdadoirog  piredòes,  entre  o  planalto  o  a  super- 
fície baixa  dos  Xaraeís  (  H.  Smith  ), 

Da  mesma  formação  parece  «er  o  calcarão  quo  naanti>ça  ca- 
pital do  Ma  tio  Grodso  se  usa  para  a  coostrucção  e  caiação  de 
coisas. 

Aind  i  mais,  o  i^Tatiito  róseo  de  grãos  íiaos.  cora  mura  nessa 
região,  forma  cora  toda  a  probabilidade  a  massi  inforior,  o 
base  de  toias  as  elevações  de  terreno  desse  canto  do  futuroso 
estado. 

Reraontando-nos  agora  ás  épocas  mais  remotas  doe  tempos 
geológicos,  ( escrevuii  Pissis  era  1842 ),  vemos  antes  de  tudo  a 
as  rochas  crystallkiris  da  parte  austral  do  Brazil  forraarom  uma 
ilha  assaz  considerável,  cuja  forma  era  a  de  uma  ollípse  alon- 
gada,tendo  o  sou  Jiiaior  eixo  na,  direcção  de  nordeste—  sudoe^to 
e  que  estendia  se  entre  16' e  ^7°  de  latitude  austral.  Ella  era 
atravessada  61  n  totio  o  seu  oorapriraeoto  por  cadeias  de  mon- 
tanhas parallolas  ao  seu  eixo,  ofTerecendo  ura  relevo  analo^jo  ao 
que  Jipreseuta  o  intervallo  comprebeodido  entre  o  mar  e  a  serra 
da  Mautiquf^íva. 

Já  a  esse  tempo,  atravás  das  largas  fendas  produzidas  pela 
»>leTaçãodosga6isa  e  dos  talcitos,  so  tinham  expandido  granitos 
de  ;/rau  ftno,  abrindo  tinia  pas.«agera  ora  na  baseda.-^  montanhas, 
ora  em  «ua  parto  au?ítraL  ondeeiies  appai^ecera  em  possantes 
betas,  orientadas  sêííandu  o  eixu  das  mais  altvs  culeias. 

Depois  da  eniis>áo  destes  grnnitos,  que  se  po<leni  referirás 
primeiras  revoluções  do  globo,  o  continente  ou  antes  a  ilha  bra- 
zilica,  gozou  de  um  longo  periodo  d^i  reix>Uiáo,  durante  o  qual  as 
eamadai  áo  terreno  siluriano  so  depuzorara  no^  inares  occi- 
dontaes,  no  e^pa^jo  occupadd  hi*je  pelas  vastas  planícies  dos  rios 
S,  Francisco  e  Paraná  (iiohito  da  Limeira,  Est  ido  de  S*  Paulo), 

Alguns  seres  vivos  dep gaitavam  seus  rostos  na  p;vrte  supe- 
rior dessris  ctmadas,  ca  rae  te  risadas  pela  prosetiça  do  calcareo  e 
de  poderosos  ilepositos  du  silica  gelatinosa,  quando  nova  revo- 
lução \ elo  subitamente  interromper  a  eoutinuação  desses  phe- 
n  o  menos. 

As  caraadas  do  terreno  siluriano  são  solevadas  em  algous 
pontos  à  altur.i  dn  luOO  a  1í(H>   raritros  :\cima  do  nivel  do  mar. 

As  grandes  d0stocaçòe>,quo  se  operaram  na  linha  léste-oesle, 
tízeram-se  sentir  lambem  sobre  as  paletes  emergidas  das  roclias 


278 


REVISTA    UO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


crystallinas,  e  imprimiram  ás  primeiras  cadoias  de  nm^M  ^  .  .«^ 
um  HOgoijdo  movirr-PDtOt  4 ias  não  podendo  mudar  nw\  • 
lovaotou  as  IídIuiíí  de  cumiada  o  Ihca  deu  uma  incJinaí.  .1.  p,;  . «J 
de  sul  par.t  oorte  ;  ao  pasáo  quf*,  noaí  iutorvanoa  que  oá  sepa- 
ravam,  f*jrinarrimso  novas  raontaDhas  dirigidas  do  líatc*  para 
oeste»  excedendo  multas  vezet  em  altura  as  cadeias  formada^^, 
pela  emissão  dos  granitos. 

O  resultado  destas  poJfíro.^aa  perturbações  foi  ura  accrescen- 
lamento  considerável  da  arca  da  parte  emersa.  O  mar  foi  re- 
pellido  maia  para  o  norte  e  para  o  oeste,  e  a  parte  austral  do 
Brazil  oíTei^eceu  desde  essa  cípoca  uma  configuração  muito  seme- 
lhante a  que  boje  apresenta. 

Com  elTeito,  a  ina.^síço  contrai  do  estado  de  Minas  oxistia 
já,  o  tiem  assim  a8.^rradã  MantiquêLra  e  asorra  do  Nfar.  Os 
valles  looííitufliaeB  orara,  pois,  o^  mesmos  que  liojo  e  as  aí,'uas, 
que  escapavam  dessas  altas  terras,  deviam,  reunindo-so  con- 
forme  as  meMKis  leis  ííeraos,  farmfir  rios  seiíielliantos  «mi  sua 
dirocçáo  aoa  que  i»aiiliam  ostas  re^iõeí», 

Nao  Dijfltaoto,  a  theoria  do  titias  Ai^  lioaumout  nstar  bojo 
fim  pouco  abalada,  todavia  as  so^^uintc^  consifloraçõea  vem 
-oulirmar  .iJi  a-iserg^jus  ilc  Pi&ais,  considoraçoí^á  extrabfdas  do 
livro  de  Onrlíf-r  soi)ro  íiímtjg-a  província  do  Minas  Geraeá,  do 
lH74.  Teodo  i:iias  de  HeaumonL  com  evidencia  df 'num. s trado  que 
a  idado  das  diversas  partcí?  do  aussoíflobo,  i.HtLi  ó,  a  época  do  le 
vantamento  das  mesmas  acima  do  nivol  do  mar,  deve  sor 
anterior  á  mais  antíg:a  formação  limitioptio,  cujas  camadas  sj 
conservam  iiorisontaea,  a^sim  como  posterior  á  idade  das  for- 
mações que  por  clTeitô  do  próprio  levantamento  se  acham  tncli- 
nadas,  é  claro  que  em  vista  do  referido  facto,  do  se  acharem  as 
lor mações  de  transição  (paleozóicas)  horisontalmento  estratifi- 
cadas gem  serem  cobertas  por  forraaçõôá  secundarias  ou  ler- 
ciariag,  plien  jm^^no  do  que  não  consta  haver  somelhanto  exemplo 
em  ou  Ira  parto  do  oiundo,  é  claro,  repito,  que  esta  piírte  do 
continente  sul-americano  já  se  achava  elevada  acima  do  nível 
doa  marea,  em  época,  anterior  ao  tempo  em  quo  começaram  03 
dcpoíiitos  sub  m;trinos;  ou,  em  outros  tormof,  o  Brazil  central 
já  oxisUacorao  um  continento  extenso,  quando  o  reato  do  mundo 
ainda  estava  submer^ndo  no  oceano  universal,  ou  apenas  sur- 
giam partes  delle  como  ilhas  insigniíicantos,  como  se  observa  no 
contro  da  França  (Elias  de  Beaumont  e  Dufrenoy),  na  Rússia 

íltC.. 

h]\  pois,  ao  Brazil,  o  em  papticular  ao  EstTido  do  Miiia^  Oo- 
raea,  a  quem  toca  a  honra  do  ser  o  mais  anti;i:o  continente  do 
nosso  planeta. 

Ao  ri'dor  dessa  região,  diz  o  í)r.  Hussack,  poriam,  ao  norte 
o  a  oeste,  na  bacia  do  Tocantins* A raguaya  o  na  do  Xin^u^Pa- 
raguay  ;  a  leste,  na  de  S.  Francisíio  ;  e,  ao  sul,  na  do  Paraníí 
houve  enormes  depósitos  de  sedimentos,  que  por  transgretsio 
cobriram  as  margoni  da  antiga  ilha  goyana  e  se  esieoderAm 
sobre  as  enormes  regiões  que  kiojo  constituem  ^rando  i^rie  dai 
baoias  menoionada^i.   Ksteã  depósitos  tém  permanecido  em  po- 


o  BR.\Z1L  CENTRAL 


sição  h^JrisantaU  como  já  demonatrarain  o  Dr,  Orville  Derby  e 
outros,  em  S<  Paulo,  Paraná*  Matto  Grosso,  Piaoliy,  Bahia  e 
Minas  Geraei,  parecendo  ter  começado  ea  época  dôvonoana  e 
continoado,    com  interrupções,  até  i  época  secundaria. 

Assim  constituído  cm  terra  fírme,  o  continente  que  algum 
dia  havia  de  chamar-ae  Brazil,  começou  a  soffirer  a  acção  des* 
nuaotc  doa  agentes  desaggregantes,  que  em  tim  sem  numero  de 
séculos  tem  lhe  esculpido  as  actuaea  feições  topo^raphicas,  e 
cujoi  limites  se  patenteiam  claramente,  attent&ndo-se  para  os 
valles  das  acttiaes  correntes  d'agua,  para  o  desnível  do  alveo 
destas  em  pontos  dífferentes,  e  para  superelevação  de  um  alveo 
em  relato  a  outro. 

Onde  tem  sido  inâígniticante  a  resistência  &  acção  dos  ele- 
mcntoa  erodeotes,  formou-se  bonito  valte,  perfeitamente  deli- 
neado e  o  cupso  do  rio  tornou -se  brviDdo  e  sem  obátãculo  sensível 
á  navegação;  ao  contrario,  onde  ;ís  rochas  toem  oppoâto  diílieul- 
dades,  o  vallo  tomou  o  fundo  com  a  forma  de  uma  litiha  irre- 
gularmente quebrada»  facto  ca  rac  teria  tico  da  regi-to  das  cacho- 
eiras qni^  em  qtmú  todots  os  grandua  rios  ae  encontra. 

Para  exemplo  do  primeiro  caso,  íi\  o  rio  Parantin  e  a 
maior  parte,  cercii  do  í^-^iQ  k ilomotroi,  do  rio  Araguaya  ;  e 
t>ara  o  aegundo  os  rios  Tocantins  e  Tapajós  t>as tanto  encachooi- 
rados . 

F/  evidente»  \iokt  QO©  *  physiononiia  geral  dus  chapadoea 
está  muito  modiíicada.  e  tanto  mais  quanto  maior  t\  era  relação 
ao  centro,  o  afastamento  do  ponto  do  que  ae  trata ;  o  quo  de  or* 
dlnario  coincide  com  a  região  das  cachoeiras  ou  com  o  grande 
augmcnto  do  volume  d*agua  que  um  dado  rio  acarreta. 

Segundo  Castolnau,  perto  da  anti^ía  capital  do  Matto  Groa^o, 
o  terreno  apresenta  uma  crosta  siiperflrial  do  dois  metros  de 
espeasura  de  tapiocanga  ;  uma  camada  inferior  de  quartzo  fra- 
gmentado e  de  grez  itacolumitico,  de  cerca  de  três  metros  em 
que  se  encontra  ouro  ;  e,  em^m.  maia  abaixo  veem-so  pissara  e 
argllla  ròia,  amarella  e  branca,  em  ordem  decrescente  de  ri- 
queia  auiifera* 

Em  Goyaz,  e^ta  constituição  foi  verificada  atú  o  chapadão 
dos  Veadeiros,  ao  norte,  ati'^  Caldas  Novas  e  Velhas,  a  audo^ate, 
e  chega  também  aos  Estados  visinhos  da  Bahia,  Piauby,  Matto 
Gpos.^0,  Minas,  o  parte  de  S.  Paulo  e  Paraníi, 

A  formação  do  schiatos  argillosoa  e  grezes,  que  ne  vae  esten- 
dendo, segunilú  a  opinião  do  Dr.  Huasack,  para  o  norte  do 
futuro  districto  federal,  constituo  ehapadões  de  1100  a  1200 
metros  de  altitude. 

As  terras  >d.o  entao  pouco  produciivaa,  duras  e  só  própria^ 
para  pastagens  (  Relatório  do  Dr.  Francisco  de  Paula  Oliveiraí. 

Aífectou  a  formação  doa  schiatos  argillosoa  o  grezea  itacolu- 
míticos  um  levantamento  geral  de  leste  oeste  que,  com  a  alti- 
tude media  de  1000  metros,  estende-se  para  o  norte,  e  deacahe 
rapidamente  cerca  de  250  metros  para  o  lado  occidental,  naa 
proximidades  de  Pyrenopoiis,  no  valle  do  rio  das  Almas ;  e 
para  leste  prolonga-se  provavelmente  até  além  da  Formosa. 


íli>b-lj 


XuJ4y  L.\viji,  l\  lí 


280  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Fazem  o  seu  i>oDto  de  juoocâo  qiiasi  em  angulo  recto,  daí 
TisiDhaiKas  da  cidade  da  Formosa  e  La^óa  Formosa,  na  aJti- 
tade  de  perto  de  1200  metros*  onde  começa  o  chapadão  das 
Brancas,  os  dous  levantamentos  qae  formam:  um  (odot  schistos 
argillosos  e  caicarcus  paleozoi^s ;  as  divisas  das  agnas  do  rio  S. 
Marco  e  rio  Preto,  qae  vão  para  o  snl  o  leste,  e  rio  Paranan.  para 
o  norte,  das  do  rio  S.  Bartholomen,  que  se  dirige  para  o  sul,  e 
Maranhão  para  o  norte ;  e  outro  (o  doa  schistos  micaceos  e 
^;rmes  Itacolnmitícos,  em  rumo  qoasi  de  leste  oeste)  as  divisas 
dos  rios  Corumbá  e  aíTluentcs,  e  cabeceiras  do  S.  Bartholomen, 
que  a>rrera  para  o  sul,  das  do  Maranhão  Tocintinsinho  e  outros 
que  procuram  o  norte. 

K*  digno  de  referencia  o  facto  do  que  nesta  região  só  appa- 
recém  os  gneiss  cm  altitudes  excedentes  de  800  metros. 

0^  gneisH  ^anitoidcs  o  os  granitos  com  miiscoTita  formam 
apophyMS  mais  elevadas  que  attingem  até  950  metros. 

Da  sua  decomposi^  resulta  melhoria  dos  terrenos  que  a 
ellesseavisinham. 

Os  micaschistos  patenteiam-se  cm  altitudes  superiores  a 
1000  metros  o  formam  camadas  muito  movimentadas,  incllnan- 
do-se  ora.  para  lesto  ora  pam  oeste,  mas  com  direcção  media 
geral  de  norte  a  sul. 

Os  rios  e  ribiúrões,  que  nellescorromquasi  parallelos,  se- 
guem esta  direcção  e  são  separados  por  chapadõos  pouco  largos 
de  muitos  kilometros  do  extensão. 

Os  sohistos  argiliosos  e  grezes  itacolnmi ticos  formam  as 

fíorções  mais  altas  da  região,  sendo  os  picos  dos  Pyreneos,  com 
395  metros  de  altitude,  e  outros  menos  importantes,  íbrmados 
do  itacolumito  e  08  altos  chapadões  do  Guariroba  com  1130,  do 
Jatobá  com  1230,  o  do  Qama  com  1170,  etc.,  do  schistos  grana- 
diferes. 

A  alteração  destes  schistos  produz  uma  terra  fortemente  ar- 
roxeada o  argillosa  e  as  aguas,  acarretando  as  porções  leves, 
deixam  grande  numero  de  granadas  alteradas,  constituindo  uma 
variedade  de  cascalho  ferruginoso,  que  cobre,  ás  vozes,  immcnsas 
aroas  de  chapadões  o  a  que  os  sertanejos  denominam  areiâo. 

Nestes  schistos  existem  muitas  minerações  auríferas  em 
(foyaz. 

Também  os  grezes  estratificados  estão  sotopostos  aos  gneis- 
sicos. 

Na  passagem  do  rio  das  Antas,  nota-secm  uma  extremidade 
da  ponte  o  lafjrea«io  de  gnoiss  com  o  rumo  S  60*  L  a  N  60*  \V, 
mergulhando  45"  para  S  :50»  W,  e  na  outra  o  grez  branco  bem 
característico,  qno  se  prolonga  para  o  norte,  e  é  de  novo  visto 
no  ribeirão  da  Vacra  Brava. 

Formam  os  grezes  c  os  schistos  argiliosos  os  terrenos  que 
vão,  de  oeste  á  leste,  da  serina  dos  Pyreneos  á  Viila  do  Mestre 
d*  Armas. 

K'  noste  divisor  das  aguas  que  se  veom  os  mais  elevados  e 
ooxtonsoH  chapadões  do  rectângulo,  parcialmente  estudado  para 
o  futuro  districto  íbderal. 


o  BRAZIL  CENTRAL 


28Í 


Como  acontíice  com  o  grez  e  oitacolumito»  também  é  con«- 
Untíi  a  oxistencia  giraulUni/a  de  tatcito,  Mro  olíginio  ísob 
a  fornia  í!e  palhotas  hexiigonaes  oii  do  martÍto(Dr.  José  da 
farapebiis ),  do  itabirito,  odeschistoa  bituniiDOSosc  argilloao^» 
soodo  que  nostos  achUtos,  df  :írdinario,  se  eacootram  ioterca- 
laçòes  do  calcareos  d  i  versam  ou  te  ooloridotj. 

Os  calcareos  (iaa  bacias  do  rio  das  Mortes  (Dr,  Álvaro 
da  Silveira)»  do  rio  S,  Frinciâeo,  oDde  o  Ur.  O*  Derby  en- 
controu foâseis,  rm  Bom  Jeaun  lia  Lap^i  o  át^  rio  das  Volhaa 
tomam  importância  relativamoote  i^onsideravel,  o  bem  aa%ím 
em  vários  logares  de  Goyaz  o  Matto  Grosso. 

Domaiií,  oncofitrara-SB  camadas  de  dtilrito-s  motivei  mente 
íiorisontaosí,  com  aígiimas  interrupçòas  por  vallos  dí3  desnu- 
daçiio»  c-imadas  rjtio  paro«:i3m  jío  liífar  á  época  actual  por  bal- 
eias turfosas,  em  cpio  sj^  acabam  vo^etaes  idênticos  aos  da  Hora 
actual,  como  sejam  rubiareas»  approximando-so  dos  genei*03  ob* 
phalia,  eriocaulou  ecyporacoas. 

Sobre  estas  rochas,  mais  coramura mento  sobm  o  isobisto 
ferruginoso  e  argilla  scliistosa  e  «^om  íeíçao  de  grandes  mantas 
suporíiciaea  planai,  nas  encostas  o  altos  das  montanhas,  on- 
contra-se  ti  tapio canga,  i^Lpanhoacanga  ou  simplesmente  a  ran^a, 
Schwoge  nos  aeuí  fleognostische  Gemâliíe  uon  fírasilien  (Qua- 
dros ^eognos ticos  do  Braxil)  p.ig,  3(K  dá  tão  interessante  expli- 
ciíçè,o  á^  ta piocanga,  qu6 a  transcrevo  í^uasi  inteira. 

Eáta  rocha  (escrove  Schwe^fe)  è  composta  de  fra^rmontos 
ponteagudoa,  angulares  e  raramente  arredonda' tus  na  «tiper- 
ticie,  de  ferro  mieaceu  (eUenfflimmerh  fbrro  especular  c  oxydo 
majçnetico  do  lerro,  unidos  coDJjmtamento  por  ura  cimento 
ocroau  vermelho,  amare Uo  e  pardo.  Estes  fi^iíímentus  teem  de 
alguns  Diíllimetros  a  al;=runs  centimetrog  de  diâmetro.  Muitas 
vezes  é  mui  auri  fero  o  contem  tambeni  laminas  do  tíiloo, 
eblorito  e  a^ui  o  acolá  pedaços  de  itacoliimito. 

Em  alguns  lugares,  o  cimento  torna-se  i.ão  abundante  que 
as  peças  acamadas  ficam  nivisiveig  ;  este  forma,  então,  de- 
pósitos d  isti  netos  de  um  mineriu  do  ferro  vemelho  em  delgadas 
camadas,  cootendr»  de  ordmario  mui  poiíuenas  folhetas  de  mica* 
Não  se  depara  com  esta  rocha  somente  nos  vai  los  e  naa 
eneoatas  daa  montanhas  ;  ella  cobre  aa  mais  altas  cumiadas  e 
flancos  como  uma  espécie  de  manta  cuja  espesiura  varia  de 
meio  metro  a  três  metros. 

Era  geral,  é  aobrepostíi  ao  schisto  ferruginoao  e  argilla 
âchistosa.  Os  mais  importantes  depósitos  míneraes  estranhos, 
noUa  cncontradoSi  sâo  a  homatile  escura  e  wavellite,  quo 
om  massas  consideráveis  occorríim  perto  de  Ouro  Pretu. 

A  Serra  de  Tapiocanga,  (Tapantioacanga,  escreve  Schwoge), 
perto  de  Congonhas  do  Campo  ^ Minas  <ieraes),  cujo  pico  attingo 
a  altura  do  1580  metros,  ú  jior  ellt^  completamente  coboria 
em  uma  aroa  de  muitoa  kilumotros ;  toda  a  encosta  da  mon- 
tanha, í-m  quo  eslá  situada  a  cidade  de  Oura  Preto  t^  iocru- 
siada  delia  o  tem  a  super âcie  toda  remexida  pelos  traba- 
Iboa  de  miueração. 


282  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTOniOD 

O  fronteiro  campo  do  Saramenha  é  como  se  fosse  calçado 
com  ella. 

E'  al"tmdante  ao  loego  do  camiobo  de  Ouro  Preto  ao  Surro 
Frio»  e  om  Goyaz  entro  outros  muitos  lugares,  oncoutra-tc 
uma  oxteusa  suporflcio  de  tapiocongt^  no  caminho  <i«e  da 
villa  (ioMestrod"  Armas  ronduz  para  a  liajadinlia,  om  rumo 
de  banta  Luzia  do  Goyaz  ;  assim  também,  om  víngem  de 
Caldas  Novaa  dtí  Goyaz  para  a  cidade  de  Bom-Fim,  nas  pro* 
ximidadesdo  pouso  de  Vista  Alegre^  Dova  camada  de  iapiocantja 
cobice  a  estrada  em  longo  tracto,  8om  deixar  perceber  qual* 
quer  outra  roclia  (*). 

Os  mioeiroB,  diz  Schwege,  deram  este  nome  á  roclia  em 
questão  por  causa  da  sua  supcrlcic  desigual  e  nodosa,  semO' 
líianteá  forma  concrectonarii  da  íieraatite, 

E'  difBeil  explicar  a  origem  deste  conglomerado  de  cara- 
cter   limonitoso. 

Os  fríígmomos  an^^u laicos,  a  irroí^ul árida Jo  com  que  sáo 
oâtes  juxtapostus  uni  aos  ouln^s  o  a  maneira  pela  qual  esta 
rocha  cobro,  como  uma  manta  ou  um  verniz»  os  cumes  c  08 
ílam  os  das  montão has.  toudem  a  íUior  acreditíir  qur  a  f^í/jío- 
oxHfja  uào  <' o  resultado  do  súbita  dcstruiyão  do  montaDhas 
ferryginosai*»  coustituintes  doa  mais  t  levados  pontoá  da  região, 
e  de  quo  aão  vcstigios  o  pico  de  Habira,  a  serra  da  Tiedadc  o 
outras  ;  maa«  que  6  dovida  á  dessecação  extremamento  rápida 
do  liquido  que  anterlormonto  cobria  a  montanlia,  e  carregou 
para  ai  11  o^  rra^montos  ;x  cila  liojo  superpostosr. 

Kstes  nâo  ijuderaiii  acompanhar  o  liquido  para  o  fundo 
dos  vaUes,  pararam  como  lavas  solldtíicadas  uo  meio  das 
encostas.  ^ 

A  desordem  em  que  so  achara  dispostos  esses  fragmenios 
prova  fiuflloientcmonto  quo  o  deposito  não  fofez  gradualmente. 
OJJerece  particular  interesso  a  quasi  uniformidade  nas 
alturas  dos  chapadôes  secundários,  em  .^ua^  relações  com  o 
principal,  o  ao  mesmo  te  rapo  comprova  a  primitiva  formação 
univoca  da  superfície  do  grande   continente  emerso • 

A  altitude  mais  coramum  dos  chapadÒes  lirazileiros  oscilla 
entre  800  a  1000  metros  na  mrdia,  O  que  fica  entre  o  Rio  Pardo 
e  o  Rio  Grande  tem  a  altura  de  looo  metros»  ea  estação  da 
cidade  da  Franca,  com  a  do  1^94,  os  ti  4S6  acima  da  ponto  do 
iaguara,  cujo  nível  ó  de  5^>íi  metros  sohre  o  mar  (Dr.  tionzaiça 
de  Campos). 

O  triangulo  initieiro,  tao  bem  limít;ido  pelus  riosi  Para- 
naliyba  e  (trando  o  pela  sorra  da  Canastra,  que  >e  deixa  cor- 
tar por  esto  ultimo  rio  perto  da  povoarão  do  Pontal,  n;ida 
mais  roprusõnta  do  quo  um  eitouiía  chapadão,  com  olovavàu 
de  76o  motivos  em  Uberaba,  1000  pouco  alom  do  Brejao,  cerca 
de  70  kilometros  de  Go>az,  apenas  com  a  depressão  do  izi 


(•»  Tupíucau^j  oui  liixgua  tupi  q\k*v  àiiat:  cabrra  tic  negr*»^  de: 


o  UBAZn.  CKNTRAL 


28.1 


k 


metros  no  leito  do  tornmioso  riu  das  Velhas,  cm  S.  Miguel  da 
PjTit'3  N'>vi.  D>  Brejà-j  ao  P^ranaliybi  dõsec  i\\ú  495 
metros»  no  Porto  Velho. 

A  h^tc  do  tftaoj^alo  se  acham  an  principaes  cabeeetrai  a 
os  primeirofí  aJllaentes  do  rio  S,  Francisco,  que  por  emquanto 
sú  nm  interessa  até  a  cíacliooira  do  Pirapora,  perto  da  barra 
do  rio  daí?  Vc?llias»  o  aati»ío  nitaicuhy  (♦]• 

Kflta  sitna<;ao  i*  In ferior  a  das  cabecoims  e  primeiroá  compo- 
nenta-í  do  rio  OríiMilo,  porque  cBle,  com  a  extensão  do  cerca  de 
cem  kiloraetroíí,  no  arraiai  de  Santo  António  da  Ponle  Nova» 
pouco  antea  da  barra  do  rio  daa  Mortes,  com  a  largara  maior 
de  cem  metros,  está  sobre  o  oivel  do  mar  014  metros,  set^^ondo 
Schwe^^e,  ao  passo  que  a  rio  S,  Franciíco  cora  o  mesmo 
comprimento  tom,  oa  barra  do  rio  Pará»  570  metroâ  apeoas- 

Se  corap&rarraos  a^^ora  ossa  aUitiido  das  naacentea  do 
rio  Grande  com  as  do  rio  Preto  e  rio  Paraliybuna,  aíMuontes 
do  Parabyba  do  Sul,  e  cora  o  leito  desto  ultimo  rio»  então  a 
differença  excederá  de  500  meti'os.  Com  eíToito,  o  Para hy ha, 
era  Campo  Bello,  nas  contraveitenlea  do  rio  Grande  e  dJ  rio 
Preto»  está  na  altitudo  de  408  meti^o.^. 

Na  cachoeira  do  Pirapora,  o  rio  S.  Francisco  desce  cerca 
do  seis  metros  na  oi tensão  de  nm  kiloraetro  o  algun.^  metros; 
o  nas  barras  dos  rios  Paraeatii  e  Urucoia  a  altura  ó  respecti- 
vamente.' de  503  e  405  melros  (HalfeliJ) ;  notando- se  que  o 
primeiro  tem  uma  das  puaa  principaes  nascenteií.  rio  Preto, 
dentro  da  cidade  da  Forraoiía,  e  o  so^nndo  nasce  ao  oriente 
da  sorra  daa  Vertentes,  perto  desta  cidade,  cuja  altitude  é  de 
cerca  de  ííOO  raotfoa.  Ora,  re>íulando  o  curso  destoa  dois 
i'Í03  o  com pri monto  pouco  maior  de  v*no  kiloraetros,  Ví''-se  que 
o?í  eliapadoes  entre  olles  col  locados  sâo  de  grandes  diraen^õeM 
e  sulcados  om  todo.^  os  sirn  tidos  pi  dos  vali  es  dos  seus  nu  me- 
rcas e  caudalosos  afflaente.^, 

o  que  se  observa  em  Minas  ílereaes,  com  referencia  ás 
cabeceiras  do  rio  Grande,  com  aa  do  S.  Francisco  e  com  o  rio 
Parahyl.^.  etc.,  se  nota  era  Goyaz  cm  reiaçáo  ás  cabeceira»  doa 
rios  dag  vertentes  do  uorte  eom  as  dos  rios  das  vertentes  do  suL 

O  ribeirão  do  Itiquira,  que  vae  fazer  barra  no  Parauan, 
precipita-80  da  altura  vertical  do  12<i  raetros  o  corre  ainda 
om  borbotões  em  plano  inclinado  de  trinta  raf  tros  para  alcan- 
çar o  nivel  da  correu  to  plácida  o  tranquilla  do  mesmo  rio 
Paranan,  que  apus  lung^o  ©urso,  geralmente  desimpedido^  vao 
desaguar  no  Tocantins,  quo  tem  ainda  o  nome  do  rio  Mara- 
nhão, e  cujo  leito  ura  tanto  pedregoso  tora  opposto  obstáculo 
á  navegação  íluvial  desta  parte  de  Goya^. 

Ao  contrario,  o  Ara^uaya,  depois  de  tornar-se  naveíravel, 
apra^enta-ae  completamente   desembaraçado  i-m  exten^^io  9U- 


(')  Kslfl  T.o  i'  f>  ;J1lnf'irlp  do  Sio  Fratieisro,  c  n  mv^  \tR^^R  cm 
S.  Mi^Uí^l  <ln  Ponto  Nova.  roni  T22  melros  ilf  a\\iUuu\  «^  allliienlo 
da  mare-íMU  ftquf^rda  do  Faranahyba.  São,  p<>iN,  rios  Jislincltw. 


2*4  HEVisTA  f^  ivstití:to  HI?Tr»RICO 

par^/r  UÍTf;z  a  l;f>yi  kíloi/ietnw,  o>iiio  ficoo  dito,  ífto  na 
oootâr  o  Mm  /rao^io  tnb^tario  rio  4ad  Mortes,  formado  da 
unIJU/  d'>»  no  <ÍÍm  ^VarçaÁ  'r<HD  o  rio  Barreiros.  \o\o*  três  câo- 
éi^Umm  a  íuíUm  doon  de  franca  navegação  até  bem  perto  das 
ealiMK^irai,  s^fgondo  ínform^wão  verbal  do  distiocto  major  de 
eoircnheiríM,  Dr.  Cândido  Mariano  da  Sííts  Rondou. 

K*  int/;re«»anu^  o  se^inte  eitraeio  do  relatório  do  Dr.  P. 
P.  OllTeira,  relativamente  aos  rioâ  S.  Bartholomea  e  Commbá. 

O  H.  Hartholorneu  6  fOi  mado  pelos  rioe  Paranoá  e  Pipiripào. 

KniA,  oom  o  rumo  ^eral  de  N  10^  a  30*  L,  tem  soa  origem 
em  toríiihjf/fftH  Ho  roicanchistos,  schistos  argillosos  e  grex,  e  é  o 
rfssul(a'i  i  de  dívorsos  aíRuentes  dos  ribeirões  do  Sobradinho, 
do  M^^lre  d*  \rma«f3  <lo  caudal  do  Pipiripào ;  e  aqoelle,  da 
Juneç^i  dos  rilieirões  do  Torto  í;  do  Gama,  aos  quaes  vem 
trazer  suas  ai^uas,  entro  outros  menoitss,  o  Bananal  e  o  Riacho 
Pondo,  e  a  direcçãi>  aproximada  de  oeste  para  lésre,  correndo 
também  em  rochas  da  mesma  natureza. 

PtativM  mv  o  PipirípÀo  o  que  determina  o  rumo  do  São 
Bartholorneii  e  eHte  o  que  vae  por  sua  vex  marcar  o  eixo  do 
baixo  (^rumtiá. 

Ape/wir  dí)  mais  volumoso  nm  aguas,  não  é  o  Corumbá  o 
rlomaiH  antigo.  Numerosos  aiiluentes,  que  recebe  de  uma  e 
outra  margem,  augmentamlho  a  doscarga,  mas  o  seu  leito  é 
mais  eiovíulo  que  o  rio  S.  Bartholomeu. 

Nasce  o  Corumbá  ao  norte  da  serra  dos  Pyreneos,  corro 
A  principio  para  leste  em  grez  itacolumitico  e  sohistos,  para 
tomar  deprilH  o  sul,  perU)  da  vili.a  do  mesmo  nome,  onde  a 
sua  altitude  6  do  ^*W  metros ;  logo  abaixo  segue  de  novo  a 
leste  e  procura  depoin  o  rumo  de  S  3(r>0,  para  jnntar-so  com 
o  8.  Bartholouiou.  Ató  À  barra  oom  este  rio,  tem  approxima- 
damento  o  curso  de  i5í)  kilometros  e  a  sua  altitude  na  coo- 
íjiioncia  (^do  7(K)  metros,  descendo  pois,  230  metros. 

O  S.  Bartholomeu,  depois  que  toma  odse  nome,  isto  (^. 
na  Junoçíio  do  Paranoá  oom  o  Pipiripào,  tom  a  altitude  do  830 
moiros  r  num  porcurso  do    140  kilometros  desce  130  motros. 

Com  punindo  os  douH  rios,  vò-so  quo  o  S.  liartholomou 
oorro  oiri  leito  mais  profundo  a  muitos  kilometros  do  sua  união 
oom  o  Oorumbá. 

Al('m  doH  limites  occidontaes  de  Qoyax,  a  oosto  da  serra 
do  Ta(|uaral.  o  torrono  vae  baixando  som  cessar  na  região  ele- 
vada do  Matto  Orosso,  a  <iual  tica  algumas  contenas  do  metros 
acima  diis  planicle-t  alagadas  do  Xaraes,  do  quo  6  soparada 
por  oihMts tas  abruptas;  ao  norte  o  noroeste  o  terreno  ondulado 
vae  |>ouc(>  a  pouco  piU*dendo  as  altitudes  do  planalto,  e  a  phy- 
ilonomia  os|>ocial  d.i  vegetação  do  cerrado  vae  lentamente  mu- 
dandi)  OiU  m.iis  luxuriosa  n  abtmiianto  vegetação. 

I>e  tal  inoili)  são  os  sorrados  o  mattas  fechadas,  porto  do 
rio  Pomvuro,  ailluonto  da  margem  direita  do  rio  Coliseu  (jue 
<  seriam  pnn^isos  graii<los  trabalhos  para  se  abrir  uma  picada  » 
que  oominunioasse  essi^  ponto  como  salto  grande  do  mesmo 
rio  ColisiMi. 


o   nnA7AL  CENTRAL 


2â5 


A  este  s;ilto  dou  o  nome  do  Salto  Senador  Tntmai/  ú  alferea 
Luiz  Perrot,  cúnipaalieíro  dos  irraãus  Stomeri,  dn  Vogel  o  do 
^!hr«orelcli,  nasua  eipodiçâo  do  Xiogú,  6ío  18S7. 

Assim,  os  ctiapadõas  afatsUiios  do  mas^siço  centraU  collo- 
c:ulo8,  ás  vo«'ís,  c-ítreita  o  loti^aríionlo  eotru  valles  de  rioi 
caudalosos»  sem  coocor r^r  para  soparar  aií  cabeceiras  doi  grandes 
corsjH  d'agua  o  dos  prirai^roa  tributários,  propriaiueoto  fal- 
lando,  teem  pordido  furando  parte  dos  at tributos  pbysioaomicoa 
do  dito  maasiço  contrai,  e  era  todos  os  sentidos  teera  as  dimen- 
sões reduzidas  ái  modo  a  iornarom-^e  indívídualisados  otj,  por 
assim  dizt^r^  indôpundentos    pela  sua  disposição  topographica. 


gn 

EWSàia  tjE  «íKOLO<lt\   AGRÍCOLA,    DKDtJijrÕBa  AúRóNOMlCA».  APTI- 

ti5i2j  iiOáOLo  A«micoLA  mn  o  ponto  [♦pí  vjaT,\  das  formações 


Umaliulia  irrt^ulaimentfl  ritrva  atra  v<»3âa  o  rectângulo  dfl- 
marcadíi  no  planalto  central  do  iira^iL  em  si^ntido  diaconal 
quasi  ri^-^oroso,  de  noroeste  a  soes  te,  o  nosso  trajecto  a  8s  iguala 
preaumptíTainento  os  limites,  ali.ls  muito  confusos,  das  duas 
formações  g-iologtcas:  arcbaica  o  paleozóica. 

A  formação  dos  schistos  crysta Hinos  raotamorphicos  (com  o 
cambriano  f]  dos  guarzitos,  granitos,  gneiss  grani toides,  guoiss 
scbístosos.  ralcascbiatoíí,  congiuraorados,  occupa,  regra  geral,  a 
zona  occidenUK  onde  íka  o  vórtice  sudoeste  ttodítt>  rectângulo, 
e  pôde  coro  muita  probabilidade  ser  filiada  ao  systema  lau- 
renciano . 

A  formação  dos  grezes,  dos  calcareos  paleozóicos,  om  ex- 
tensas camadas,  du  oligísto.  ferro  magnético,  scltistoâ  argillosos, 
ás  vezes  Iranslbrmados  em  ar  d  os  ta  (  pruximo  dos  limites  do  es- 
tado de  Minas),  apresenta  se  CQHio  do  systoma  huroniano,  ou 
quiçá,  raais  moderno,  do  slluriano,  embora  nosto  ponto  do  inte- 
rior do  Brazll  haja  ainda  muita  obscuridade  nos  homontes 
geológicos  dessas  formações  primevas,  que,  por  oraquaato  ao 
menos,  nem  são  exclusivas  nem  bem  definidas* 

O  systema  hiironíano  (  escroveu  o  Dr,  0<  Derby,  na 
Oeúgraphia  phifska  fio  Brazit,  ffe  \Vappfeus  }  é  esppcialiiiont© 
característico  das  regiões  da  serra  do  Espinhaço,  da  Canastra, 
Matta  da  Corda  e  das  montanhas  do  Goyaz,  em  que  as  suas 
rochas  formam  as  principaes  oleva<,ms  da  superdci©»  Schistos 
hydromieacoos  e  cblorítlcos,  e  quartzitos  schislosos  e  micacaos, 
ás  vezes  flexireíSt  que  receberam  o  nome  de  itacolumito,  sfia  as 
r^3chas  predominantes  desta  serie . 

A  mica  é  ranitris  vezes  substituída  pelo  ferro  rolcaoeo» 
dando  uma  rocha  peculiar  chamada  itabirUo  que,  com  o  desap- 
parecimeiíto  do  quartzo,  passa  a  camadas  massiças  do  hematito^ 
ou,  maia  raramente,  de  nuunictiío. 


280 


REVISTA  DU  INSTITUTO  HlíáTORICO 


Estas  eamadas  de  forro,  de  abuodaocta  e  extensão  eztraor- 
dioariaa,  coUocam  aa  reíriõea  liuronianas  do  Bra/íl  entre  m  loaiâ 
ricíis  do  raiindo  vm  mincvra<>s  do  ferro  do  primeira  qualidade- 
0  liuroniano  representa  tara  bom  o  grando  repositório  da 
riqiiezii  minorai  do  israzil,  em  diamante,  topa/io,  ouro,  ctc, 
este  111 U mo  com  abundância  encontrado  na  tapioca nga.  quo  tom 
sido  eiitensameate  lavrada,  jiorqne  o  Uabirilo,  que  ella  sempre 
contem,  è  ordinariamtmtr"  mtíito  rico  de  i>iiro,  que  appaveoe  em 
iiniiasi  i^^0gtllar^^^s  do  uma  mistura  de  fixydo  de  ferro  ♦!  oiydo  de 
manganeZi  pfílos  miíieiros  cUamado /íi cm íí«í/íí,  forma çlo.  sogundo 
ge  suppoe,  particular  dos    terrenos  auriferoâ   lira/ileiros. 

Ao  que  parece,  nâo  alteraram  a  feição  goologica  exterior 
da  área  estudada,  as  levoluçoes  occorridas  durante  o  período 
de  trausição,  ao  contrario  do  quo  se  observa  um  pouco  mais 
para  sudoeste,  no  logar  denominado  Olho  d^A^ua,  caminho  de 
íioyaz,  entre  o  rio  dos  Bois  e  orio  Uruhú,  em  que  irrompeu  uma 
espessa  camada  de  diorito  on  porphyro,  provavelmente  d^i  serio 
primaria»  produzindo  furtilis^irao  terreao,  corao  semelhante* 
mento  íie  observa  na  rica  zonacafeeira  do  estado  de  s.  Paulo, 
Os  diversos  componentes  dos  terrenos  deste  período  j4  so 
apresentam  misturados  mais  uniformemente  do  que  os  do  an« 
terior,  posto  que  ainda  tenham  soITrido  a  forte  pressão  atmos- 
pl^erica  o  a  acção  do  calor  da  crosta  precedente  que  lhes  deu, 
em  geral,  a  forma  se histosa  mais  ou  meuoa  crystallina. 

Entrofanto,  os  agrupamentfjs  dos  seus  principaes  elementos 
constituintes  raisturaram-se»  confundiram  se  mais  ou  menos 
perfeitamente,  dando  logar  a  grandes  deposittís  horaofjeneos 
lacustres,  »^gundo  tod;i.s  as  prubabil idades,  &  em  muitaa  pa- 
ragens entremeiaiMm  se  ãa  vastas  o  densí^s  camadas  de  alhi- 
viões  modernaíí,  como  se  nota  no  ^nauo  tjros.^õ  de  (íuyivz.  ecutros 
silius,  dom  desvirtuamento   do  suíu  local,  em  ci!rt*3  ^vào, 

Desta  succinta  revista  da  composição  ^.akloííícri  da  a  roa  de* 
marcada  podem  se  tirar  deducçiu^s  praticas  ile  :ipplÍeação  pró- 
xima d  cultura  dis  torras, 

Infõrese  que  os  granitos,  diversas  vozes  alterados  ou  trans- 
formados, originaram  todas  as  formações  qtio  a  vista  alcança, 
as  quaes»  depois  que  surgiu  a  cal»  mostram-&e  compostas,  afinal, 
dos  meamos  elementos  immediatos  t  argilla,  cal  e  sílica,  sem 
coutar  o  bumus  também  componente  dos  solos  aráveis,  embora 
de  ulterior  formação. 

Estes  materiaes  produzem  os  diversos  depósitos,  variando 
apenas  no  modo  como  £0  jnxtapoem,  nas  quantidades  respe- 
ctivas com  que  llguram  em  cada  agrupamento  o  no  seu  estado 
de  aggregação  molecular. 

E'  intuitivo  que  os  elementos  chi  micos  das  roebas,  podendo 
sem  limites  variar  em  quantidade  i?  qualidade,  venham  ocea- 
«ionar  o  predomínio  de  uns  com  diminuição  ou  excltisão  do 
outros,  de  modo  a  se  constituireoi  em  dopusitoa  extensos  e  pos- 
santes dos  meíhores  terrenos  lavradios,  om  estado  do  matéria 
mais  trabalhada  e  por  isso  mesmo  mais  misturada  o  aífeiçoada 
ao  cultivo. 


o  DRA/JL   r:íiKTUAI 


ís: 


r 


Embora  certas  terrenos  araveia  sejam  pobres  por  defeitos  da 
qualidadtí,  todavia  podem  ser  facilrnent©  corrigidos  e  transfor- 
mados em  fecundos  Foloa  agricoíaa. 

Asaim,  a  primeira  vista,  pareço  que  o  sulo  a;n'icoIa  da 
região  estudo  da  devotM  aer  incompleto  ;  entretanto  a  cnltura 
existente,  (1  ilti  ha  muito  anu  a  contimiacía  sem  interrnpçílo, 
apefiar  fia  pratica  invariável  da  rotina  no  traballio  rtiral  do 
Hra/.il  cnniivaL  rrio^Èra  t?xieUinente  o  contrario;  devido 
isto  ííem  duvida  á  providencial  alteinacâo  do  solos  da«  forma- 
ções prinnítiva  e  primaria,  ititoreatadaí?  àc  espessos  terrenog 
aedimentarioa,  com  certo  olTeito  de  raetamorphiBmo,  com  abun- 
dância ivlaliva  de  calcarooâ»  pliosplmtos  o  azotatos  minernea 
(  como  indicara  as  grutíis  o  certas  argillas  salitradas  bastante 
para  que  os  animaes  as  procnrem  para  comer  ),  de  modo  que 
uesseâ  90  lo  a  nao  se  acbam.  pode  se  dizer,  def<iitoá  physicoa. 

São  fundáveis,  .^em  serem  demasiadamente  plaa ticos  c  im- 
permcaveis»  e  accommodam-£e  mel  lio  l-  a  mais  variado  numero 
de  cnliuras* 

Na  actualidade,  nos  campos  e  nos  cUapadi!>e3|  onde  com mum- 
mento  nota  so  maior  permeabilidade,  aa  chuvas  teem  lavado 
um  ponco  a  superfície  terrena,  e  o  âolo,  ^russeiro  e  áspero  em 
determinado??  pontos,  ú  de  ordinário  pobre  e  nio  ti»m  serapro  a 
massa  sufflciente  para  a  radificação  daa  grandes  arvores  e  dos 
arbustos  ;  não  obatanto,  é  por  oesini  dizer,  o  ao  lo  do  selecção 
de  inourneras  plantas  herbacfías  e  de  pequeno  porte,  entro  as 
qnaes  mui  til  s  aroniattc.is. 

Ivssas  lavag^eos  pliiviaos,  anniialmente  feitas  durante  os 
longos  mexes  da  estação  chuvosa,  no  final  de  comas,  nâo 
causam  oa  dam  nos  qnt\  a  principio»  púdo  parecer;  porquanto 
sobre  tríizeram  da  atmospliera,  pela  acrãu  dos  i^aioa,  o  valioso 
aubsídiodo  azoto  suba  fornia  nítrica  cj  ammoniaeal,  ab-m  do 
outras  substancias  por  ventura  originadas  por  nr-asião  da^  tem- 
pestade-^, dissolvem  e  diiVundem  no  solo  a^rieultavel  as  í^inzas 
das  extensas  queimadas  emiuaes,  ciuzis  t^ijo  oíTeito  lerlili^ 
sador  é  devido  não  sd  aos  principiou  que  contem,  mas  ainda  á 
soiuLilidade  que  determinara  em  outros  existentes  inertes  na 
terra . 

Ha  um  notável  factor  da  devastaçlo  e  do  desappareciraento 
das  iífandes  arvoras  e  das  mattas  virgens  nos  campos  o  nos  cha- 
padôe?,  e  da  origem  dos  carrasquenlios  mattagaea,  que  geral- 
mente as  tom  substituído,  e  vem  a  ser :  as  quoiraaaaa  da  <m- 
laçáo  secca»  todo  a  os  annos,  repetidug  no  longo  período  decor- 
rido desde  as  doscobertas  dos  bandcirantea  até  nossos  diís. 

Esse  modo  de  pensar  também  é  do  grande  Ur*  Lund  e  do 
emérito  naturalista  francez  Auiruato  Saínt-Hilaire,  que  como 
Lund  durante  muitos  annos  babitíu  e  viajou  pelo  interior  do 
BrS7dl,  e  do  il lustrado  Dr.  von  Ibering,  director  do  Mns.^u  Pau- 
lista. 

Tanto  mais  verosímil  parece  esta  supposição,  quanto  não  ô 
raro  encontrar  em -se  arvores  de  talhe  gigantesco  ou  restos  aTul- 
tados  do  grandes  arvores»  ba  muito  extinctas. 


288 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Perto  íle  Catalão  vi  os  restos  di5  onorrae  tronco  de  vetiiíto 
aD;srlcode  mtiito  mais  dtí  uiti  metro  de  diamotro  na  base^  or|U(il 
duranto  a  vida,  c^.^r lamento  secular,  espargiu  tanta  resina  que 
o  toinpo  foi  lentamente  sepultando  até  cerca  de  metro  e  meio 
de  pro Tu nd idade. 

O  faeto  curioso  e  singular  de  se  encontrar  i^ssa  resina  tào 
abaixo  da  superlicie  terrena  fez  nascer  na  crendice  do  poYO  a 
exíateneia,  nesae  logar,  de  oma  rnina  de  breu^ 

Numa  das  margens  do  Riacho  Fundo,  na  fazenda  do  Sr.  Jobô 
Mairolles,  no  chapadâo  do  Gama,  lionve  um  vinhatico,  que  Ti 
cahido,  do  tão  colossaes  propon;ões  que  um  homora  norraaí  de 
um  lado  nao  via  outro  igual  no  outro  lado. 

Independentemente  doiitea  factos  ain^'ii1ares«  ha.  ás  vezea. 
1108  chapadões  verdadeiros  capoeirões  dê  machado,  como  se  vê 
um  de  considerável  extensão  no  caminlio  que  de  Santa  Uizi  i 
condtiz  ao  porto  do  Ouro  Fino»  no  rio  S.  Bartliolomeu. 

i\  pos^sivel,  oiiirosim,  que  i^to  si*  d*>  por  nào  ser  uraa  e 
uniea  a  superfície  da  zona  lioá  Hclii?tos  laurencianos,  como 
tambera  naoo  è  a  dii.  zona  Ijuroniatia,  em  reLicão  fis  roclias  nri- 
j^inador^.^í  doa  solos  agrícolas,  que  froqueu  te  mente  salpicam  oa 
opulentos  oiiapádões  em  ^li latadas  stqmrâcií^s,  como  eitenaas 
manchas  sedimen tosas,  que  s*3ra  cessar  altei-am-lhes  os  cara- 
cteres oitoriores,  o  sigoiíituira  natureza  chimiea  e  mineralógica 
diversa  da  dos  princípios  componentes  dessas  formações  re* 
motas, 

Nâo  é  propriamente  montanhosa  a  área  destinada  a  ro* 
ceber  o  futuio  diíitriíto  federal,  mas  tom  os  accidentes  da  su- 
períicie  de  tal  modo  dispostos,  que  formam  verdadeiras  que- 
f»rada.s,  valles  e  vãos.  mais  ou  meno^  fundos,  mais  ou  meooe 
lar^íoíí.  porém  sempre  de  muita  fertilidade  pela  rniiitura  de  de- 
tritos arrastados  das  elevações,  pela  abundância  de  agua  nativa 
das  rochas  refendidaa  ou  faliada.4,  pelo  incalculável  numero  do 
córregos,  ribeiros  o  ribeirões,  de  sorte  a  determinar  a  aptidão 
liei-vos^i  de  toda  a  re^rião. 

Us  vãos.  por  assim  dizer,  representam  os  mais  vastos  depo- 
sitosde  pujantes  solos  constitui  dos»  por  quantos  detritos  as  aguas 
e  os  ventos  acarretam  dos  campos  e  das  chapadas,  i.^  acamam 
nas  encostas  o  fdodos  dos  mesmos  vãos,  a  manoim  do  immeosos 
lençôes  do  mais  rico  solo  lavradio. 

C'  por  isso  que  para  se  razerem  as  arrotêaa  8&o  procttrudos 
de  preferencia  os  vãos  ou  os  terrenos  margioaes  aos  cursos  do 
agua,  onde  o  calor,  a  humidade  e  o  polme,  doixado  pelas  aguas 
fluvíaes  dm  prolongadas  enchentes  ou  pelas  enxurradas  das  lo- 
calidades sobranceiras,  com  usura  garantem  abundantes  oo- 
Iheítas. 

Em  Cavalcante,  norte  de  lioyaz,  ha  muitos  annos,  cultivaHia 
o  trigo  ;  e  não  obstante  a  completa  falta  de  substituição  das  se- 
montes  o  da  pureza  da  plantação,  portanto,  o  producto  em  ^rão 
e  em  farinha,  é  de  boa  qualidade,  como  pessoalmente  verifiquei 
na  villa  do  Mestre  dVVrmaa,  em  pães  feitos  com  farínba  dessa 
procedência. 


o   BRAZIL    CENTRAL  289 

CuUiva-se  o  trigo  bambem  em  Santa  Luzia,  em  Eotre  Rios, 
antigo  Vai- Vem,  e  em  Santo  António  do  Cavalleiro.  povoaçãu) 
de  mui  férteis  terras,  fundada  pelo  finado  Revm.  P^  Dr.  Hen- 
rique Desgenettes,  que  no  século  foi  medico  distincto  e  Intel- 
ligente. 

A  vinha  encontrei  viçosa,  de  muito  agiudavel  paladar  e  de 
bom  aroma,  em  quasi  todos  os  Jogares  visitados  ;  e  em  Pyre- 
nopolis  o  ânado  capitão  Antooio  do  Nascimento  fazia  vioho  bom. 

O  mesmo  acontece,  em  geral,  com  os  demais  pruductos  de 
utilidade  e  regalo  da  vida,  uma  vez  que  higa  a  conveniente  lo- 
tação da  massa  arenosa  e  silicosa,  embora  persiita  ainda  por 
toda  a  parte  o  mais  anachronico  systema  cultural  na  sua  maior 
pureza  primeva. 

E,  pois,  apezar  do  inveterado  costume  da  rotina,  os  campos 
e  chapadões  produzem  bem  e  sempre  que  a  agricultara,  ainda 
extensiva  dos  nossos  sertões,  solicita  da  terra  o  seu  benéfico 
concurso  para  o  custeio  da  vida  o  para  o  modesto  commercio 
dos  sertanejos. 

A  canoa,  o  fumo  e  o  cafó,   como   vai   referido  em   outra 

f^arte  desta  narração,  dão  com  multa  abundância  e  muita  regu- 
aridade,  sendo  que  a  soca  da  canna  dura  seis,  oito  o  mais 
annos. 

Quando  os  primeiros  povoadores  estabeloceram-se  nas  terras 
devolutas  desses  longínquos  sertões,  não  faziam  mais  do  que 
cercar  ou  vallar  a  área  escolhida  para  a  sua  posse ;  e  som  perda 
de  tempo  entravam  a  cultivar  os  campos  adjacentes  o  as  cha- 
padas. 

Só  muito  posteriormente,  e  mais  por  habito  e  espirito  de 
imitação  do  que  por  infertilidade  do  solo,  om  geral,  é  que  pas- 
saram a  arrotear  nas  beiras  dos  rios,  nos  valles  e  vãos,  onde 
nem  sempre  a  producção  compensa  nem  augmenta  na  rela^ 
da  dlfflculdade  do  trabalho  e  distancia  das  lavouras. 

E'  o  que  ha  de  mais  commum,  nas  cidades  e  povoações  do 
interior,  Uberaba,  Catalão,  Bomâm,  Santa  Luzia,  otc,  ver  um 
individuo  construir  uma  casa,  em  um  bairro  do  património, 
em  chão  de  tal  modo  limpo,  que  parece  de  todo  estéril. 

Constróe  a  casa,  puxa  para  ella  um  rego  d*agua,  cerca-a 
convenientemente  e  começa  o  novo  morador  a  plantar  tudo  o 
que  é  necessário  para  a  vida,  inclusive  uma  roça  de  milho, 
mandioca,  alguns  pés  de  café,  horta,  etc. 

No  tempo  próprio  tudo  nasce,  cresce  e  muito  produz,  e  isto 
durante  dilatados  annos. 

Mas  o  preconceito  ])óde  muito,  e  é  frequente  verse  um  si- 
tiante abandonar  perto  da  sua  casa  a  terra  que  nunca  deixou 
de  produzir,  para  ir,  ás  vezes  ã  três  e  quatro  léguas  de  dis- 
tancia, procurar  na  beira  do  rio  um  valle  ou  encosta  para  a  sua 
plant  içao,  sujeitandoa  aos  estragos  de  muitos  animaes  dam- 
ninhos,  que  chegam  até  a  destruir  nm  terço  do  plantado. 

A  propósito  deste  habito  arraigado  e  injustificável,  vou  eitar 
o  que  observei  no  pouso  da  Briosa  quando  em  janeiro  de  1693 
eu  voltava  de  Qoyaz. 


29Õ 


inzvisTA  i>o  issTíTi  TH  lijsTonrm 


Um  dos  moradores  (l'alli  por  qualquer  motivo  nào  poude 
faxei'  a  roça  do  logar  do  costume,  longe  da  cas^,  para 
ond©  ia  íia  segundas  feiras  cora  os  trabalhadores  o  só  vol- 
tava aos  sabbados ;  o  fel-a  era  área  provisoriameote  fecliada 
ao  redor  -ia  mii  raorada,  em  pleoo  campo. 

Contra  a  sua  espectativa»  a  roça  for raou-so  vigorosa  e  pu- 
janto  o  tanto  promettia  produzir,  quo  clií>  estava  dispoato  a 
nili)  mai.^  af'tstar-s^  ria  nua  casa  «^  a  uâo  abandonar  timbom  o 
campa  t'io  bem  osLfiiraailo  pelo  gado,  e  qik*  em  troca  do  sim- 
pios  reviramonto  superficial  do  solo  pela  enxada,  olitioba  com 
fartura  o  necessário  para  sobslstonoia  e  para  negocio,  sem  o  pro- 
jui20  de  quaosquei*  animaea  e  sem  o  incommdo  afastameoto  da 
família. 

Sobre  a  íreral  fertilidade  dos  nossos  campos  6  chapa- 
dõ08,  08  drs.  Thcodero  Sampaio,  distincto  engenheiro  civil  e 
Or%uIkí  Derby,  ci- presidente  da  Corara isaão  Geographioa  e  Geo- 
lógica de  S.  Pauloi  teera  magistralraeite  cscripto  o  apreflentado 
considerações  probantes  do  modo  indiscutiveL 

Com  sobrja  razão  diz  o  dr*  Asais  Br.i/il  no  seu  livTo  inti- 
tulado CuHura  dos  aunpos:  <0  costume  de  derrubar  as  florestas 
para  fazer  lavoura  no  terreno  que  cilas  occupavam  é  gorai 
eiu  todo  BraziL  Chegou  raosmo  a  formar-ae  de  nort(j  a  sul  a 
opinião  de  que  só  em  terras  de  ma  tio  é  peasivel  plantar  com 
proveito,  A  oása  falsa  suppoaição,  poréra,  oppõe-ae  a  obser- 
vação do  quofazera  oa  povos  mais  ricos  e  adiantados  em  agricul- 
tura de  toda  Kurupa,  dos  Estados- Uni  d  o^it  da  China  o  do  Japão, 
da  Austrália,  do  Ri*  ãi  Prata,  do  rhile,  do  toda  parte,  emflm. 

Todos  cs-^ea  povos  só  cultivam  terra  do  campo  e  pi*oduzem 
nellas  o  necessário  para  a  própria  jíiibsistencia  e  ainda  teeni 
sobrai  para  mandar  aoa  que,  como  nos,  deitim  almixo  fiorentas. 
Quanto  ú.  arvorcH,  [dantam-oaa  em  vex  do  as  devastai^m. 

\'ou  mostrar  que  a  destruiçào  das  florestas  C-  um  grande 
mal  desoecesaario  e  que  a  cujT.ura  das  terras  de  campo  v,  ao 
rnesmo  tump),  a  mais  agradável  o  a  de  pesultados  mais    uteit 

0  pnrraanentest  nao  só  quantos  ás  colheitas  que  o  liomera  pedo 
X  terra,  como  p(do  raais  largo  erapi^go  e  aproveitamento  quo 
proporciona  ú,  própria   jn  te  Urgência. 

Em  t^das    as  suas   phaaes,  desde   a  semeac-io  atô   d  oo- 

1  liei  ta,  a  cultura  no  campo  é  maia  fácil  e  amena  do  que  a  cul- 
tuia  em   terra  de    matto, 

O  tralialho  do  arado,  rasgando  a  terra,  6  menos  penoso  do 
que  (>  da  Ibíce  roçando  os  arbustos,  ou  o  do  maonado  cer- 
ceando troncos  seculares. 

No  rnatto  são  mais  difllceis  do  que  no  campo,  quando  nílo 
ímpíissiveis,  todas  as  opc^racõos  no  solo  :  correcíivoa,  dre- 
nagem, f^strumaçõGí,  ele. 

Nenhuma  das  machinas  agrícolas,  que  tanto  ajudam  o  tra- 
ialho  doliomem,  multiplicando  o  poder  da  sua  força  muscular, 
podo  operar  tào  bem  no  matto  como  no  campo  :  a  que  rasga 
a  terra,  a  quo  desterroa,  a  que  comprime  ©  iguala  o  solo  ; 
a  que  si^meia,  a  que  t^orta  a^  hervas  damninhai  :    a  que  cfifa, 


o  BRAZIL  CENTRAL  2U1 

ajunta  e  ata  em  molhos  i^egulares  o  trigo,  a  aveia,  o  coo* 
teiOt  a  CO  Tilda,  depondo-od  om  grupos  iguaes  a  dktaneias 
exactas  ;  a  quo  desgrana  c  eosacca;  a  quo  prensa  e  enfa,rda— só 
eicepcionalmentô  poderão  trabalhar  dos  ásperos  terrenos  dos 
mattcB* 

A  industria  agrícola  é  por  ifiso  muito  mais  iatolligeEito  o 
progresiiva  no  campo  do  quo  naá  lior^*itas.» 

Na^  regiões  graníticas  do  BusaifTc-GallaQt,  a  415  metrus 
de  altitude^  não  longe  das  divisas  das  Cítbecuiras  dos  riua 
Loire  e  Garonne,  em  Ifante  Vicnne,  no  planalto  central  da 
França,  em  ttido  semelhaote  ao  do  BraiíiU  Sciama,  antigo  on- 
gonheiro  do  caDal  do  Suez,  creou  sobre  as  cliarneca.s  o  campos 
estéreis  prados  tão  férteis  e  productivos,  que  em  doze  annos 
augraentouaâ  rendas  de  2,500  a  13.000  francos,  em  134  kecLares, 

A  irrigação  foi  feita  com  aguas  de  fontes  muito  puras,  o 
no  aduhamentu  empregou  o  ongoaheiro  Sciaraa  adubos  do  sua 
propriedade  e  aíluboj  chiniicoa  fjíeíso  e  .superpbospbato). 

Segundo  líislor,  director  do  lo^tif-uto  Agronómico  de  Paris 
em  18'S4,  as  regiões  grani  ti  cas  do  rorerido  planalto  ceulral  da 
Fi*ança  ropresentam  verdadeirua  armaxens  «lu  criarão  dos  mc- 
Ihoretí  bois,   igualraenUí   bons   p;tra  o  t^ervivi  ^^  para  o  lallio. 

O  que  se  observa  com  a  raça  boTinUi  obsorva  se  também 
com  a  raça  lanigera  e  a  cavallar  ;  e  posto  não  lenbam 
a  grando  potoncia  muscular  que  os  trabatlios  modernos  exigem, 
todavia  são  bastanto  poforçados,  e  os  cavallos  de  montaria 
ropresentam  bellos  typos  e  são   muito   ágeis  (líisler). 

Uemalarei,  em  Hm,  estas  succintas  uoticias.  com  o  brilbanto 
trecho  do  fioado  dr.  Joaquim  Manoel  de  Macedo,  ext rábido  das 
suai  Noçíteá  de  Chorographia  do  Brazíl,  de  I87:í  : 

*A  grande  parte  de  Goyaz,  onde  a  vegetação  O  mesquinha, 
oíferece  em  compensação  condições  Yantajosissiuifis  para  a  cria- 
ção do  gtdo,  A  fertilidade  do  ?olo  não  precUa  ser  gabada;  porquo 
pot-a  em  duvida  fora  desconhecer  as  maravilhas  das  margens 
e  dos  vallea  do  Tocantins,  do  Araguaya  o  dos  seua  aforiuuadoa 
tributários .  Goyaz  é  qnasi  um  deserto  escondido  no  coração 
do  Brazil,  mas  desse  coração  partem  artérias  d^  opulência,  quo 
não  podem  mentir  ao  futuro,  ao  dastino  que  a  Providencia 
marcou-lho  nos  faTor(3s  e  nas  dispoàiçfios  da  natureza». 


CAPITULO    Hl 
OHOGRAPIifA 


A  grande  .^uperMe  da  America  Meridional»  comprcliendida 
entra  a  casta  oriental  e  a  ftralda  oriental  da  Cordilbeira  dus  An* 
des,  êatá  dividida  por  doÍ2^  grupos  disiínctoâ  de  terras  elevadas- 


292 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


i3m  planieies  de  ^limonaooB  differeDtes,  cada  uma  dai  quaes  ma- 
peclivaineiibo  representa  a  bacia  de  cada  um  du^  ires  maiores 
rios  da  America  do  Sul :  o  Oronoco,  o  Amazauas  e  o  rio  da 
Príita, 

O  primeiro  grupo*  o  mais  boreal,  chamailo  Umfcem  de  Pari- 
ma»  com  diversos  nomos  indo  do  õrienlo»  das  Goyanai  braziloira 
e  Íraoc43za,  torraina  ©m  frente  dos  Andes  de  Cuodinamarca,  on- 
de o  canal  do  Cassíquiari  ostaboloce  a  ligaçfto  fluviíil  do  Amazo- 
nas CíLim  o  orenoco  o  marca  a  sua  menor  aítura.  A  secção  maiíí 
idevada  desta  .scrratiia  aoba-aa  eomprebcndida  entro  20'*  e  2v*  dd 
1  íOgiludo  oecidfoUl  do  moridí ano  do  Rio  do  Janeiro,  i\  Xém  a 
lósto  da  serra  do  Parara  ima  a  altitude  mMia  de  487  motrof,  bo- 
gundo  as  observaçriea  de  Reaberto  Scliomburgk. 

O  «egundí^,  o  grupo  brazi loiro,  separa  a  bacia  do  Amazonas 
da  do  rio  da  Praia  por  moio  de  uma  exfcensii  raraiticaçâfj,  quo, 
partindo  da  corddheira  central  do  Espinhaço,  em  Minas  Geraes, 
caminha  com  direcção  mui  poticu  roguiar  para  o  ocoidoãte,  aob 
a  fárma  de  altos  maasiços,  cuja  elevação  diminue  Ã  proporção 
qae  estes  se  afastam  tio  ponto  inicial. 

Nesse  trajecto  apresenta  eata  ramiílca(,ão  &  maia  variada 
configuração,  quer  pelas  grandes  alturas  do  extremo  oriental,  quer 
pela  estreittma  das  cumiadas  em  alguns  logaros  do  sou  enorme 
desenvolvimento  para  o  poente,  quer,  emflm,  em  outros,  pelo  de- 
masiado alai^amcnto  do  seu  dorso  que  se  tran^ft^rma  em  vastos 
taix>leiro3  no  sentido  de  suas  diversas  ramificações  no  centra  e 
oe.ste  de  Minas  Geraes,  oeste  da  Biihia,  sul  do  Píautiy,  meio  de 
Goyaz.  léate  o  sul  de  Matto  Grosso,  noroeste  de  S.  Paulo  até  o 
Paraná ;  e  oo  sentido  de  sua  direcção  at<^  porto  do  monto  da  Boa 
Yíst  ^  no»  sitioa  fronteiroia  da  provincia  boliviana  de  Santít  Cruj» 
nos  Andes  de  Caupoltcan  o  Cochabamba,  onde  tem  o  mais  Ikiíxo 
nivel^  variável  entro  135  metros,  sobre  a  superHcie  domar,  na 
cidade  do  Corumbá,  rio  Para^^uay,  segundo  o  Dr.  João  SeveopiaQO 
da  Fonseca»  e  3o5  metros  nas  ciboceiras  do  mesmo  rio  Para^iy» 
segundo  Castelnau . 

No  extremo  occidentaU  tanto  o  ^rupoiie  Parlma  como  obra- 
/jleircs  nenhuma  communicação^  propriamente  dita,  ostabelece 
oui  a  CordUbeira  dos  AndOiS,  de  maneira  que  ba  a  mais  perfotta 
onliauidade  entre  as  planioioá  de  Venezuela,  Colômbia,  Peru, 
s  da  Bolívia  Cis-Audiua  e  oi  pampas  da  Republica  Argentina  e 
Patagonla»  (Llanosdol  Oronoco,  Pampas  dei  Sacramento,  Uaoos 
de  Apolobamba,  Majos»  Guarayos,  Cíiiquitos.a  Hylea  Brasiliense 
de  Mumboldt»  o  Grão  Chaco,  e  os  pampas  do  sal), 

Kata  ramificação  do  grupo  brazileiro.  que  com  vários  nomes 
vai  de  Matto  Orosso  a  Minas  Geraes.  atra  vez  de  Goyaz,  se  une  no 
Alto  das  Taipas,  cerca  de  trinta  ki  lo  metros  ao  norte  do  Barbace- 
oa,  cora  uma  bifurcação  muito  importante,  do  direcção  sudoeste- 
nurdesto,  originada  na  serra  do  Mar.  nas  immediaçôes  do  Itati- 
aya,  com  o  nome  genérico  de  Mantiqueira,  e  que  vem  a  consti- 
tuir o  trenco  principal  do  sy^tema  urographico  brazileiro,  com 
muita  propriedade  deoomíaado  pelo  barão  do  Schwege:  &  Oor-' 
dilheira  do  Espinhaço, 


o  BHAZIL   CENTRAL 


293 


t)6  BarbiveoDaá  Diamantiua  aegue  esta  eordilheíiu  o  rumo 
quasi  flirectodo  norte.  0  depois  rctuma  a  priíuitiv^  direcràr}  tle 
nordeste  cora  a  qual  entra  no  ostado  daHaliia,  porto  da  cidade 
mineira  do  Rio  Pardo. 

A  8UA  altura  média  pouco  excede  de  loOO  metros  sobre  o  Oce- 
ano, não  obs tanto  conter  riíguns  dus  mais  olovadoa  picoa  du  Hra- 
zíJ  at<5  fioje  conhocidou,  coroo  sejam í  o  ítiitiaya,  o  Alto  da  I^ie- 
dade,  o  Uacolnmi,  o  Itabira  do  Cjirapo»  o  ltaml>í»  u  Itacambi- 
ra.  rtu. 

Neste  percurso,  a  íhttb,  új  Kspiíibaço  guanla^seosivel  paral- 
lelismo  com  o  iittoral  oriental  do  Brasil  e  a  serra  do  Mar,  cuja 
elevação  m(''di&^  inferior  á  sua,  e  da  qiiul  esU  3ep;irada  apenas 
por  algumas  dezenas  do  klloiifjtros. 

A  denoraioad  \  serra  das  Vertentes  nepara  as  aguas  do  norte 
das  doâul,  e  estas  das  do»  oriente,  se  considerarmos,  como  deve- 
mos, a  bacia  do  rio  S .  P^ranctsco»  que,  embora  pequena  em  rela- 
eao  ás  do3  treg  granies  citados  rios  da  j\mericado  Sul,  é  todavia 
uma  daa  mah  importanieíí  do  systcma  hydrograpliico  bra- 
zilõjro. 

Este  ramo  concentra* se  entre  Piumhy,  a  leste,  e  o  Araxá  e 
Desemboque  ( conhecido  pela  oxnberaate  fertilidade  do  seu  soloK 
a  oeste,  formundo  a  serra  da  Caaastra,  da  direcção  septentriunaí, 
da  qual  brot  i  o  majestosa  rio  S*  Francisco,  na  c^ichoeira  da  Caaca 
d*Anta,  de  uma  queda  de  altura  superior  a  20:^  metros  (saint  Ili- 
laire).  24  kl  lo  metros  apenas  disUnte  do  Rio  Grande  ou  Paraná, 
j4  então  bastante  caudaloso  e  de  mais  de  400  metros  de  largum 
média. 

A  serra  da  Canastra,  além  da  nascente  do  *S.  Francisco,  ca- 
minba  para  o  norte  quasi  a  prumo,  com  o  nome  da  serra  da 
Mattada  Corda,  atéas  catieceiras  priocípaesdo  rio  Paranabyba, 
perto  de  Patos  ;  d'ahj  em  diixnte  coutimkv  mais  ou  menoa  o  rumo 
de  nordeste  até  se  ex^in^mír  perto  da  coníluencia  do  rio  Paracatd 
com  o  S,  Francisco;  e  a  das  Vor fontes  perlunga  com  a  margem 
aqnilooar  do  Paranabyba  para  oeíjte,  atO  o  ponto  de  encontro 
deste  cora  o  rio  S.  Marc.js,  que  do  norte  vem  perpendicular- 
mente . 

Forma  então  a  serra  um  angulo  recto  o  passa  a  dividir  os 
estados  de  Minas  Geraes  o  Goyaz,  nos  limites  septentrionaes,  ao 
mesmo  tempo  que  separa  as  aguas  dos  rios  Paranabyba  ao  siil,' 
S.  Marcos  ao  norte  e  os  tributaiios  de  S.  Francisco,  Paracatú» 
Urucuia,  etc.  ao  nascente. 

As  profundas  inflexões  da  serra  das  Vertentes,  maia  impor- 
tantes pelas  suas  articulações  na  superflcie  accidentada  do  terre* 
no  do  que  pelas  suas  retaçõi^s  com  a  configuração  bypsometrica 
da  região,  no.^  levam  a  esiudo  mais  detalhado  ;  visto  como  o  que 
ô  meramente  nm  appendice,  um  prolongamento  do  grande  mas- 
siço  divisor  das  aguas,  por  muitos  é  tido  comu  próprio  masslço, 
em  virtude  da  mgren^iffem  íjtie  formam  as  cabeceiras  dos  rios  do 
norte  com  os  do  sul,  chegando  mesmo  em  alguns  legares  a  se  com* 
muniear,  na  estação  das  chuvas,  ou  gciardar  iostgnlâeante  dis* 
tancia  entre  si. 


294 


REVISTA    DO  INSTITUTO  IIISTOHICO 


Isto  acontece  com  as  nascentes  do  Jaurú  e  Aguapehy,  de  um 
lado,  G  as  do  rio  Alegre  e  Guaporó  dõ  outro ;  com  os  rios  Coxim 
e  Pardo;  com  o  ParagUíiy  e  o  A  ri  nos  ;  o  Cuj-aliá  e  o  Xiogú.  em 
Matto  Grosso;  com  o  rio  das  Almas  e  u  Corumbá  em  Goyaz;  cora 
o  ribeirão  dos  Arropeu lidos  e  o  S.  Marcos,  q&s  divisas  do  Minsm 
com  o  noyaz,  etc. 

Cerca  de  doze  kilumetres  a  oeaaoroeste  da  cidade  da  Fvvnio- 
BH,  e  perto  da  lagoa  do  mesmo  nomo,  exiâte  um  quadrilatoro, 
cujo  maior  lado  não  tom  três  kilometros  de  comprimentiu  de 
cada  um  dos  angatos  do  qual  brota  agua  para  as  três  ^^randcs 
bacias  hy.Jrúgraphicas  do  Bni^if»  a  do  S,  Francisco,  do  Am&zo- 
nasTocaotios»  e  do  Paraná- Paraguay,  e  vera  a  ser:  o  ribeirão 
de  S.  Rita,  sub-allluente  do  S.  Franciscu  pelos  rio^  Preto  o  Pata- 
ca tú,  o  da  Banleirinlia  o  do  Itiqaira,  sub  afllueutes  do  Tocan* 
tins,  pelo  rio  Paranan;  o  o  Pipiripáo»  cujo  caudal  som  duvida 
al^oima  detarmioa  o  eixo  liydrograpbico  da  vasta  bacia  do  Pa> 
i*aná,  originando  i^^lCCl^'^si vãmente  oa  rios  íS»  líartliolonicu,  Cu- 
lumbà,  Paranabylm  o  Paran-K 

U  levantamento  de  miraM'hi:^tos,  a  «lue  me  referi  do  oo:saii» 
du  descripgao  treologica,  o  que  separa  as  af^^uus  meridionaes  dus 
nos  S,  Marcos  e  Preto  das  dn  s.  Barlljolomuu  CLin.siii-ue  a  sorra 
doa  Crystaus,  que  começando  um  pouco  ao  sul  da  Furmosa,  ci- 
tende  se,  banhada  pelo  S.  Banbolomeu  na  sita  fralda  occidontal, 
atd  perto  da  nascente  do  braço  grande  do  rio  Veríssimo,  impor- 
tante arílaeota  do  Paranahyba* 

Segumdo  para  o  norte,  oa  latitude  de  IT  a  15°,  o  levan- 
tamento se  reparte  para  nordeste  e  noroeste,  o  separa,  o  primei* 
ro,  08  Estados  da  Babia  e  Pernambuco  do  Piauby,  e  esto  do  Ma* 
ranhâo  e  Goyaz;  e  circumscreve  o  86;Lryndo  as 'bacias  dos  rios 
Parnabybat  Itapicurú  e  ouiros  que  desaguam  no  mar,  nas  eostaB 
do  norte. 

A  linha  tortuosa  que  divide  ai  agiias  do  Amazonas- Tocan- 
tins das  do  Paraná-Paraguay,  escreveu  o  Riirâo  de  Molgaço,  vem 
de  Ooyaz  em  rnmo  de  sudoeste,  e  entra  em  Matto  Grosso  nas  im- 
raelíaçoes  do  pai*aHolo  de  18"*  e  do  meridiano  de  lo»,  onde  se 
acham  mui  próximas  as  rutites  do  Araguaya,  tributário  do  To- 
cantins, as  do  Sucuriíi  c  Corrente,  aitluentW  do  Paraná,  o  as  do 
Taquary,  qae  vae  para  o  Paraguay. 

Nesta  paragem  muda  bí"Uscamento  a  áirôccào  para  noroesto 
e  sopara  os  rt beirões  das  Pitombas,  Bonito,  componentes  do  rio 
Cayapó  lirande,  o  rio  das  Garças  o  o  dos  Birroiros,  aJlluentosdo 
Ara;;uaya,  do  Piquíry,  Corrente,  Itiquira,  í*eixe  de  Couro,  Agiia 
Branca,  e  Pornidos,  aílluentes  do  S,  Lourenço,  que,  por  sen  tur- 
no, confluo  com  o  Paraguay,  depois  de  receber  o  ^rando  tributo 
das  aguas  do  rio  Cuyaba. 

Antes  de  chegar  ao  pirai  lei)  de  \z/*  inclma*se  para  oeste  ti 
depois  para  sudoeste,  passando  entre  as  foniies  do  Aricámirim» 
pequeno  al^ueote  do  Cuyabá,  e  as  do  rio  Man^o.  principal  cabe- 
ceira do  rjo  das  Mortes,  nua  vae  desagaar  no  Araguaya,  na  pro* 
ximidade  «ia  parte  superior  da  ilha  do  Bananal 

Deãte  pontOia  linha  da  divisão  segue  para  nordeste,  com  oa 


o  BRAZIL    CENTRAL 


295 


Qumos  de  serra  da  Chapada  ou  de  S.  JeroQymoj  serra  Azul,  do 
Roncador,  etc,  deixando  á  esquerda  as  fontes  doa  riaclioa  que 
ailluom  para  o  Cuyabá,  e  á  direita,  as  nasceu tea  de  diversos  rios 
que  08  mappas  represeDtam  como  galhos  do  Xingu,  mm  que  mos- 
traram aer  tributários  do  Tapajóx  o  Barão  de  Melgaço,  os  irmâus 
Stúinen  e  seus  companheiros,  o  intrépido  naturalista  allemào  Dr. 
Henrique  Meyer,  a  commi^isàu  eiploradora  do  rio  Paranatinga 
ou  S.  Manoel,  chefiada  pelo  floado  capitão  de  engenheiros  An- 
tónio Lourenço  Telles  Pires  e  o  Dr*  Franciíwo  António  Pimenta 
Buono, 

Perto  do  parai  leio  14%  toma  de  novo  a  direcção  de  noroeste, 
que  continua  com  muitas  sinuosidades  entre  aa  origens  do  Ari- 
nod  entretecidas  com  as  do  Cuyabá  e  do  alto  Paragiiay«  para 
toroar  ainda  para  sudoeste  passando  entro  as  visinhas  nascentes 
do  Jaurú  e  do  Guaporô,  que  descera  parallelos  a  escarpa  da  cha- 
mada serra  dos  Parecis. 

A  linki  divisora  continua  pela  curaiadada  sorra  do  Agua- 
pcliy,  onde  quast  juntos  oascem  o  rio  Aguapehy,  aíEucute  do 
.laurúi  e  o  Alegre?,  galho  do  Quaporé;  o,  fiaaJmente,  entra  oo 
territjriú  buliviano,  mais  de  uni  gráo  a  susoesío  da  cidade  do 
Nlatto  Grosso,  perto  do  marco  internacional  do  Morro  da  Boa 
Vista,  a  Itísto  o  no  mesmo  parallelo  do  marco  do  Morro  da  Ba- 
lisa  ou  dos  Quatro  Irmãos, 

A  linha  divisora  oào  forma  crista  de  serra,  como  geralmente 
so  ensina  e  os  mappas  figuram:  cori*e  por  uma  chapada  im- 
raonsa,  desde  o  oceideoto  da  bacia  do  rio  íS*  Francisco  í\Xé  pouco 
a  oeste  das  nascentes  do  Guaporé,  omittiodo  ramiôcações,  que, 
pelo  lado  meridional,  separam  as  vertentes  do  Paraná  dua  do 
Paraguay  ;  e  pelo  lado  septentrional  dividem  as  do  Tocantins, 
Araguaya,  Xiogú,  Tapajoz,  GuaporO  o  o  haiio  Madeira. 

O  terreno  dessa  chapada  e  suas  ramiticaçõei  nao  é  pro- 
priamente montanhoso,  mas  accidentado  por  coMkias  do  pouca 
altura  e  por  vão$  mais  ou  manos  profuudos,  formados  pela  erosão 
das  aguas. 

A  sua  maior  elevarão,  acima  do  nível  do  mar»  em  certos 
pontos  pouco  excedo  do  900  metros. 

F/  col>erto  do  graralnaceas,  cyperacoas,  sarças,  arbustos  o 
arvoredo  baixo  e  ponoo  corpulento ;  em  algumas  partes  espa- 
lhados confusaraônto,  om  outras,  agrupados  em  bosques  mais 
ou  menos  cxt(^ns<is,  a  quo  >!o  denominam  rerradox,  ccrrathles  ou 
rúpòes^  door«linario  com  urigoiis  de  córregos,  rios  ou  ribeirões, 
O  solo,  ora  muitos  logares,  r  areiento,  o  quasi  st^  pode  dizor 
que  é  30  nas  margens  o  cabeceiras  dos  rios  que  so  voem  mattos 
relativamenta  extensos,  o  torras  alluviaos  própria  para  agri- 
cultura da  actualidade. 

A  chapada  central  o  suíís  raraiticagúa^  um  algumas  /,ouas 
baixam  suavemente  até  as  vargeos,  c  em  outras  terminam  por 
Íngremes  declives,  ;ls  vezes  ora  grande  distancia  dos  rios* 

Este  facto  observa-se  especialmf^ntí^  na  bailia  do  Paraguay 
onde  as  aguis  que  tran^íbordam  periodicamente  estendem-so  em 
ânuos  de  copiosas  c  aturadii.«  chuvas  até  muitas  dezenas  de  kilo- 


I 


293  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

metros  da^  marjeoí,  formando  am  imineiuo  lago,  onde  ia  mis- 
taram  o  rio  priocipal  e  seus  aiflaeoies. 

Aos  referidos  declires  e  ás  coUinas  de  meiiani  eleTaoão 
dá-se  o  nome  de  i  rras. 

E,  pois.  mais  uma  vez,  toroo  patente  a  impropriedade  da 
nome  de  sem  dado  aô  massiço  ceoiral  divisor  âãs  aguas ;  par 
IBBO  que  verdadeiramente  serras  nio  ha  ao  oocidente  das  serrms 
da  Tanastra  e  da  Malta  da  Gorda. 

Somente,  sobre  aa  altas  lombadas  do  grão  massiço  amas 
vezes  se  etovam  cristas  isola-las  ou  seríaes.  cnmiadas  mais  oa 
menos  uaifoimemeoie  dispustas,  de  diversjs  comprimentos,  em 
geral  pequenos ;  ouiras  vezes  o  próprio  massiço  mais  nio  é  do 
qne  um  taboteiro  largo,  comprido  e  rectilíneo,  on  estreito,  tor- 
uioso  e  ligeiro  ou  profuodameaie  accMeoudo.  quer  no  sentido 
transversal  quer  no  longitudinal,  na  sua  curta  eztensão. 

O  mesmo  se  observa  com  os  diversos  ramos  do  nujiyjJCT 
central,  tanto  para  o  norte  como  para  o  sul,  sobretudo  para  o 
norte,  onde  é  mais  manifesta  a  diíTerença  de  desnadação  de  am 
cbapadào  a  ootro,  e  mais  fundos  os  valle^  produzidos  pelo  leoto 
esgoto  das  aguas  no  o^rror  de  muitos  séculos. 

Kotra  Formosa  e  os  Pyreneos  ba  uma  porção  do  massiço, 
erradamente  conhecida  pelo  nome  de  serra  do  Albano,  quando 
o  verdadeiro  nome  (í  Urbano,  de  um  ilhéo-portuguei  que,  em 
tempos  passados,  mnivj  ouro  extrabiu  e  durante  longo  prazo  (*). 

Kiiste  entre  00  moradores  desse  logar,  a  rersão  de  qne 
Urbano  deixou  muito  ooro  ooculto  na  serra  que  tem  o  seu  nome. 
Seja  isto  verdade  ou  nâo,  é  facto  que  de  rez  em  quando  um  oa 
outro  individuo,  cum  a  cubica  aguçada  pela  perspeetfya  illoao- 
ria  de  uma  fortuna  instantânea,  tem-se  aventurado  à  infk-o- 
ctifera  empreza  de  descobrir  o  thesouro  enterrado. 


(*)  Urbano  d»»  Ctuln  ciiamuva->e.  Eui  177n  era  UrI>aiio  sucio  de 
uma  <la>  rxpo  Lçõos  Jr  do^c  «horta  «le  ouro.  cm  (ioyaz,  no  çovitdo  de 
António  íiarlos  Furtailo  ile  M«'n»li»n<;a.  roroni»!  o  liri_'a<l'iro  «lo  ri'gi- 
iiionio  flc  Moura,  noriicado  pelo  Vice-Ríi    Mar<|Ut'Z  <i«>  I.avra«lio,  «»iu 
iftulinlilui(.*«to  ao  t  riuiiivirato  i-omposito  «lo  uuvidur  «la  oamara  AntuDio 
Jojio  (J-'ihr;il  <!••  Almeida,  sitif^onto-inór  du  cavai  laria  auxiliar  António 
Thomaz  da  C'>»ía  c  capiíão  df  dra^õo!»  Damiã  »  José  6a  Tere^ra,  eiu 
8uccoa8ão  ao  fall.*i-.id'i  ^ovoruador  João  Mau<>el  de  Mello  ;  o  triumvirato 
não     oi    rt(  oiihccido    1  elo    Vice- Re  ,  embora  crcado.  á  imitação  de 
«cmolhaiil»"  oxomplo-  do  Riod<^  Jaueiro.  Bahia,  por  uma  convocação 
<la  Ornara  e  dos  homen-  !»on>  do  |>ovo.  E>ta  exjjodioão  formada  em 
Jarn..'uá.  a  custa  do  capitão  Franci.sco  Soare-»  d*»  Bulhõe^  e  por  ello 
oommaudada,  ora  dir.^^ida  pelo  iiht:o  l'ri>anodo  (louto.  e  destinada  ao 
Io;jar  cliamndo  «»  Kun  la  i«na-  vt-i  t«  nl«>  ilo  Rm  (ilaro,  com   rehendido 
nas  terras  diauianlnia-^,  d  z  o  (À«neL:o  Luiz  António  da  Siiva  e  ^ouza 
qaclor  das  Memorias  fiot/ana».  v  por  isto.  c  nio  lolvasallo. suspendeu 
as  secavaçôcs  que  principiírani,  c  volt  »u  cli«!-Mndo  no  i:overno  seguin- 
te á  .-^aa  casa,  t»>ndo  pi-rdido  a   jran  ic  dfspezi  i|Uo  linha  leito,  ooni 
juuito>  homens  e  um  capellão  ijuc  o  aranipanharam  ».  Urbano  falleceu 
•  m  Jaragoá  em  1772. 


296 


REVISTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


metros  da.^  niar;.'en»,  fornci^iado  um  immeaeo  lago,  onde  so  mis- 
turam o  rÍG  principal  e  sous  aíHtieDttís. 

Aos  referídoá  declives  e  ás  collinas  de  medíaaa  eJeração 
d&^so  o  Dome  de  irtras* 

E,  pois.  mui8  uma  vez,  torno  patente  a  impropriedadq  do 
nome  de  ser  ri  dado  mo  massiço  central  divisor  das  íxoujíB  ;  por 
iflso  4 lie  verdadeimmeDto  serraá  não  lia  ao  occidente  da,s  serras 
da  rana8tra  e  da  Matta  da  Corda. 

Somou  te,  sobfô  as  altas  lombadas  do  gráo  massivo  uma8 
vezo»  86  o  levam  cristas  iBolailaíí  ou  seriaeSi  cumiadas  mais  ou 
menos  uniformenieoto  dii*pusta'!|  do  divcráJà  eompnmoatos,  em 
líeral  pequenos;  outras  vezes  o  propriu  raassiço  m  tia  ciao  é  du 
que  um  tabaleiro  largo,  comprido  e  rectílinoo,  ou  onreíLo,  tor- 
tuoso c*  ligoipo  OH  profunda  meu  te  aciníienUdu,  «juer  no  sentido 
irãusverrial  quer  uo  longitudinal,  oa  sua  curta  extensão. 

O  mesmo  se  observa  cora  oíí  diversoá  ramos  do  ruartsiv^ 
central,  tanto  para  o  norte  como  para  u  siii»  sobretudo  para  o 
norte,  ondo  é  mais  manifessta  a  diíTereuçii  do  doáoudacão  de  am 
chapadãoa  outru,  e  mais  fundoi  os  valie-^  produzidos  pelo  lento 
esgoto  das  aguas  no  ojrrór  do  muitos  íjoctitos. 

Bntre  Formosa  e  os  Pyreneos  ba  uma  poi^ção  do  masBiça, 
or rada  mente  cuiíiíeotiia  peio  nume  do  íiorra  úo  Albaoo.  quauda 
o  verdadeiro  nomo  r  Urbano,  do  ura  ilbéú-portuguez  qne,  em 
tempos  pasáãdos,  miHtj  ouro  oxtrahiu  e  durante  lon^^o  prazo  (*). 

!5xÍHt*)  ♦-^otre  0s  m^íradoros  di^sse  iog-ar,  a  versào  de  que 
Urbano  deixou  muito  ouro  occulto  na  serra  que  tem  o  seu  nome. 
Seja  iito  vordado  ou  não,  é  íao&o  que  de  vez  em  q ruindo  um  ou 
outro  individuo»  com  a  ou  bica  aguçada  peta  per3|K'cttva  Hluso* 
ria  de  uma  fortuita  insUiiUanea,  temse  avonturado  à  iofru- 
ctifei-a  oiupivza  d<j  do-ícobrir  o  thesouru  ent  ^radu. 


(*)  Urbuiiu  du  Luutn  4:liMi}jaY£i'Stí.  ICm  177U  vrn  Vs^haa^  âuciu  iIit 
uma  lio*  «'X|i6ihções  de  iloscoberto  de  ouro,  em  ÚoyAst,  no  govf-roo  d^ 
Anltinio  tlurloft  Furlãiio  do  Bíi»iidoiiça,  cítronrl  <»  lirií^nií  írf?  rín  tp  íti- 
iiiciilu  He  Muiirn,  riMnicíiílo  pvl<i  Vire-RcM    Mar4(U''7r  d*»   i 
i»ub>^títuíc«HJ^  âo  1  riutDvrrulu  comporto  riti  ouviítnr  t\n  c.»  , 

j      -  '     '  !'   1  ik' Aliíieulíu  sAJgfnlo-iuur  ilc  cavallíiri  ' 
1  I  Cfísia  u  ciunlâo  tio  drií^^õos  Damiii  j  J 

H  lí  f.illi  ííl  ►  l^ovyrníiduir  João  MsiUuel  do  M  , 

uãu     4>i    í  !  i    i-elo   Viee-Rúi,  aiiiboru  cruw.lu,  n^  lui 

«f^mdlhhtil  '^  ao  Rio  do  Jaueiro.  Bnhía,  por  umn  cm 


loi^ur  cjiatiiíiilu  u  1' uti  tai>.i  «  iiin>  vm  inito^  ilu  Ii»ú  r>Ufii,  n 
nu"  t«^rrn'!i  4iMfMf<niínM*«,  t)  z  o  Conogo  Luix  Autoni'!  d  < 
íiu  '        "  n  por  JíjtM,  ir.uiolie!  , 

a  ,  O  voltiu  olm-andu 

It  ..     i- * —  i    .  k.  i  .  .i  ^riinde  dr^pit/a  x\\i^    * ......  .  ,,mi 

jiiiiila<  tiMUidus  K  UTu  capellâo  quco  è<?ampaiiharjifi».  Urbano  follcceã 
«iik  Jari^^uá  om  1772. 


^ 


o   BRAZIL   CENTRAL  297 

Dentro  de  poaoo  te  mpo,  os  pesaJos  e  custosos  trabalhos,  os 
ioateis  esforços  accamalados  com  a  deserença  da  rápida  riqueza 
desTiam  o  aventureiro  da  mallograda  tentativa. 

tma  das  mais  bellas  Tariaotes  deste  massiço  ocoorre  na 
serra  de  Itiquira,  eigo  salto  tem  120  metros  na  vertical,  no 
começo  do  mal  afamãio  Vio  do  Paranao,  o  mais  importante 
tribatario  do  rio  Maranhão. 

Alguns  kilometros  a  nordeste  dos  picos  dos  Pyreneos, 
avista-se  uma  serra  que  a  leste  lermina-se  por  uma  face  quasi 
alcantilada,  abrupta,  serra  que  nas  vertentes  do  norte  tem  os 
nomes  de  serra  de  Mombaça  ou  de  José  de  Oliveira,  onde  se 
acham  as  cabeceiras  do  rio  Verde,  tributário  do  Maranhão ;  e 
nas  vertentes  do  sul.  os  de  strrsL  do  Funil  ou  dos  Macacos,  com 
algumas  das  numerosas  fontes  do  rio  Ciirumlá.  E'  digno  de  nota, 
que  após  a  sua  communicação,  a  oeste,  com  a  serrados  Pyreneos, 
c  a  sua  continuação  ininterrompida,  á  léstc,  oom  a  do  Urbano, 
concorre  neste  trajecto  para  formar  o  vasto,  extenso  e  tão  bem 
delineado  rtconcavo,  em  que  se  vêem,  do  mais  elevado  dos  três 
picos  dos  Fyreneos,  as  trinta  e  seis  cabeceiras  do  rio  Corumbá, 
que  mais  parece  estudada  obra  da  mão  do  homem  do  qae  wat 
facto  bruto  resultante  da  eãcoriação  da  superfície  terrena  pela 
aeçio  destruidora  das  aguas. 


CAPITULO  IV 

RIQUEZA  MINERAL 

A  riqueza  mineral  de  Goyaz  é  de  verdadeira  opulência 
embora  tenha  até  hoje  jazido,  por  lissim  dix«3r,  no  mais  com- 
pleto desconhecimento. 

Na  maior  parte  da  área  percorrida  pelas  Commissões  do 
Planalto,  enoontra-se  o  solo  coastituido  por  excellente  terra 
lavradia,  como  exprimem  as  vastas  superfícies  de  massapés,  e 
da  afama-la  terra  roxa,  quiçá  da  mesma  composição  chimica  dá 
que  tanta  nomeada,  desenvolvimento  agrícola  e  riqueza  tem 
dado  e  continui  ainda  a  dar  ao  prospero  estido  de  S.  Paulo. 

S'  isto  muito  natural  vi:>to  que  todo  o  sul  de  Goyaz,  como 
deixei  dito,  de  um  lado  é  continuação  do  triangulo  mineiro, 
que  por  sua  voz  participa,  em  geral,  da  natureza  terrena  de 
S.  Paui'j,  e  do  outro  é  o  prolongamento  do  oeste  de  Minas 
Geraes.  onde  é  proverbial  a  fertilidade  da  terra. 

E'  fora  de  duvida  que  os  primeiros  exploradores  e  povoa- 
dores ':e  G^^yaz  deixaram-se  cegar,  de  todo,  pela  minerado  do 
ouro  e  pela  escravisação  dos  Índios,  abandonando  por  completo 
o  cultivu  da  terra,  e  não  aproveitando  a  navegado  dos  milhares 
de  kiloa^tros  dos  seos  grandes  e  numerosos  rios,  até  onde  a 


298 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Davejíaçao  póíle  chegar,  o  que  tie  certo  íaria  de  Goyaz  uma 
verdadeira  jóia  no  interior  do  Brazil. 

Noa  ultiriiofc  aonoa  do  XVil  c  nos  primeiros  do  XVlli  fciulo 
tanto  avultou  o  trafico  doi  indios  escravizados,  r[ue  em  S*  Patilo 
cltégou  a  barcr  mna  casa  de  commi^m^s  quo  possuía  mais  do  6<K) 
destiesdesgra^dos. 

Maooel  CoiTÔa,  cm  1647,  saliio  de  S,  Paulo,  com  uma  bun- 
diíira  no  eneaJçu  dos  indios,  e  clmgou  ató  o  rio  dos  Aratus.  Doí^sa 
aventura  trouxe  noticias  sobre  a  riqueza  da  re^íião  percorrida, 
o,  como  amostra,  dez  oitavas  de  ouro  (35  grammas)»  tjue  ofTo- 
receu  para  o  diadema  da  coroa  da  siigrada  imagem  de  N.  S.  da 
Penha  de  Sorocaba, 

Entre  outroti  aventureiros  se  distinguiu  Bartholomeu  Bueno 
da  Silva,  que  em  1G82  partiu  de  S.  Paulo,  levando  um  âJho  de 
doz©  annoB  o  muitos  sequazes.  Avançou  pelo  interior,  empe- 
nhado em  seguir  a  dimcçao  tomada  por  Manoel  Corrêa,  o  foi  ate 
o  rio  Vermelho  ;  muito  aniiu^iu-se  observandu  logo  que  as  Índias 
ffOijãs  usavam  íuíoilcsdô  ítliictas  de  ouro  peodontes  ao  pescoço, 
Imiigiuoii  dominar  a  tribu  selvagem  de  cujo  concurso  tanto 
prcci^iava,  e  para  iíí^o  lançou  mãu  <los  mais  manhosos  estrata* 
gomtu. 

Ateou  fogo  a  uíua  porção  do  aguardente  íciuc  o.s  iodios  enUio 
nio  conlieeíam)  e  os  ameaçou  de  queimar  (oduã  o.s  ríoa,  privando- 
08  de  plantar  e  deixando- os  morrer  a  s<''de,  se  não  fio  rendesseni 
com  tudo  o  quo  ao  famigerado  panliiíta  convinha  arrecadar 
(.1.  M.  Macedo\ 

Do  outra  feita,  achando-so  defronte  de  numerosa  e  aguerrida 
tribu,  imaginou  Bueno,  depois  do  captiir-lhos  a  confiança, 
agrilhoar  traiçoeirameute  os  chefes  uns  aos  outros,  usando 
do  argolas  de  ferro  com  correntes,  no  intuito  enganador  do 
os  íazer  dausar,  como  fal^mcote  havia  feito  com  algunt^  dos 
t»eui^« 

Mal  os  chefes  ficaram  encorrtvntados  pelo  pescoço,  o  astuto 
Cueno  09  prendou  c  grande  numero  doa  maiíí,  durante  a  im- 
mensa  confuífâo  era  que  se  viu  a  tribu,  uma  vez  doíícoborto  o 
embuste. 

Por  estes  o  outros  factos,  teve  dof*  indioa  o  astucioso 
explorador  o  nome  de  Anhanguera^  que  quor  dizer  ffmiú 
tio  maL 

Em  Hif^,  o  iiiho  do  Anhaj^^nei^i,  c  do  mesmo  nome,  por 
ordem  do  governador  do  S.  Paulo,  sahiu  cora  cerca  do  duzentos 
homens,  entre  os  quaoíi  o  leu  içenro  Joào  Leite  da  Silva  Oriiz, 
em  demanda  das  minas  do  ouro  o  do  e^moralda^,  o  no  (im  de 
trez  ânuos  inutilmente  rcn&nmidos^  voltou  para  S.  Pauio,  onde 
envergonhado  se  etcoodeu  á  vista  do  governador.  E&te,  conhe* 
eeudo  o  seu  e>pirilo  t  íidtd idade,  o  procurou,  e  aninuu-o  a  pro- 
seguir  n'uma  omproza  quo  interoiíí^ava  tanto  a  sua  gloria  ^Co 
nego  Souza  . 

Bueno  entrou  de  novo,  em  l7âG,  para  o  sertão,  com 
um  ínequiio  não  inferior  ao  da  primeira  expedição,  o  no  correr 
do  mm  mozcá»  toiTrendo  vicissitudes  e  contrariedade*,  chegou 


o  niu/n,  CENTRAI 


sm 


às  yismhancas  do   terreeo  do  sen   desejo  o  das  suas  espe- 
ranças, f ) 

Baittiolomeu  Piieno  da  Silva  lisonjeou,  attrahiu  d  ailieiou; 
0^  gúi/ãs^  fvomovúii  uniões  de  alguns  dos  seitaDejoã  com  a^  índias 
e  tendo  lançado  os  fundamentos  das  povoaçúojí  de  Furreiros, 
SanCAnna,  Barra  e  Ouro  FÍqo,  tornou  a  S.  Paub,  onde  apre- 
sentou ao  governador  oito  mil  oitavas  de  ouro  (28*720  grammas) 
Das  grandes  o  rifiui^simas  doscobertis  de  Bueno»  a  fama 
correu  promptainoníe,  por  toda  a  parte  eehoou,  o  fortemente  im- 
pressianoii  o  governo  da  metrópole.  A  ordem  regia  de  14  de 
março  do  1731  conferSu  a  Hartliolomeu,  dotado  do  juízo  priiden- 
ciai,  oxperieneia  o  int<^i reza,  a  patente  de  capitão-mór  re>í6nte, 
eam  a  promessa  do  rendimento  das  passagens  dos  rios,  munida 
de  juri.^dicçâo  quo  l!io  deu  o  govijrnadm',  e  muitos  privilégios, 
entre  os  quaos  o  do  conceder  sosraarias  do  terras  auriforas  etc. 

Cheio  de  dias  o  capilâo-mór  regente  cagou  á  natureza  o  tri- 
btilo  que  lhr>  devia,  e  aos  70  annos  de  edade  chegou  ao  dm  do 
sua  carreira»  a  19  de  setembro  de  1740,  muito  pobre,  não  obstan 
Ui  ter  doscoljerto  tanta  riqueza,  possuído  as  melhore;^  lavras  o 
oxtrabido  gro&sas  sommas  de  ouro. 

Do  Pernambuco,  Bahia,  Mina^^.S.  Paulo,  Matto^Grosso»  etc, 
a  emigração  irrompeu  em  grande  allluoncia,  e  as  povoações  da 
Meia  Ponte,  hoje  cidade  de  Pyrenopolis,  Santa  Cruz,  Crixd.  e 
uutras  ergueram-iie»  onde  mais  ric:ig  eram  as  raínas  ;  m3L%  m 
ifesordens,  a  insiiliordi nação,  m  levantamentos  da  íçenle  aven- 
tureira e  desmoraiisada  s*^  flzeram  sentir,  e  a  pertur  bacilo  por 
liemaiíí  auj^mentou,  pois,  no  dizer  de  Cimiia  Mattos,  ^randra  ca- 
i*avanas  de  25  e  30  mil  pessoas  levavam  verdadeira  vida  nóma- 
de em  barracas,  a  cada  nova  descoberta  tra^ladando-se  de  um 
para  otitro  ponto . 

tmraenso  lein:ol  ile  ouro  so  desenrolava  ás  vistos  ávidas  do 
mineiro  ambicioso,  e  suas  esperanças  oram  plenanient-e  satinfei- 
tiiií,  ao  principio,  tiuasi  í*em  trabalha  ou  sacrifício. 

O  proprieiario,  o  induitrialisla,  o  aventureiro,  todos»  final- 
mente, convergiam  suas  vistas,  seus  esforços»  seuà  capitães, 
toda  a  sua  acttvi  lade^  para  o  mister  da  mineração, 

O  grande  ostado  de  íioyaz  om  poucos  annos  tom  ou- se  uma 
vasta  mina,  em  que  trabalhavam  milhares  de  operários,  obrmndo 
pividitfios  de  esforces  e  de  paciência,  qno  ainda  hoj*^  fazem 
pasmar  aos  que  observam  os  vestigioa  dessas  extensas  canal isa- 
çôes  deS,  Luzia,  Trahiras,  OuroFino,  etc,  emprebendidas  e  roa- 
Usadas  somont**  a  poder  do  braço  do  homem* 

Foi  um  insano  trabalhar! 

Mndam-se  cursos  dos  rios,  formam-se  taboleims  e  poípiarít^^ 
raFgam^so  profundos  valloá,  revoivem-se  as  entranhas  da  t^rra, 
**r^uem-se  montes  df>  cascalhes,  levnm-se  montanhas  a  talho 


OSolreftgla  via^t^m   il^^  Harlliolomea  Ba^no  (l:i  Silva  liacontro- 
vpríia,  t\  rei^peitoda  qual  niíiín  adiante,  í*m  tratnndodat  vias  dpííOlIl• 


300 


REVISTA    W   INSTITUTO   flISTORICO 


aberto,  trabalham  picaretas  c  almocafros,  ílescobwm-^e  03 
veieros,  e  no  fundo  das  bateras  brilliam  as  folhetas  de  ouro  e  os 
granitos,  rocomponsa  de  tantoã  suores,  romuoeraçào  de  tantos 
irabalbos ! 

Como  o  vasto  iotorior  do  Brasil  era  povoado  por  um  sem 
Dumero  do  tríbus  selvageos,  que  aos  garimpeíroa  e  exploradores 
embargavam  a  c^ida  instautp  os  passos,  levantavarase  Fmndeiras» 
opgaoisavam-ae  custosaí?  expedições  para  a  sua  couquiâta»  raaa 
quasi  sempre  a  cunta  do  forcudad  derramas,  e  da  coiitribuioao 
dos  povo»;  'j  com  ellas  se  desentranhavam  do  solo  as  euaa  pr»-  | 
ciosidadeg,  e  da  superflcie  da  terra  varriam^se  os  seus  babita-* 
dores  (  J»  M.  P.  Alencastre  ). 

Dovastadas  e  destruídas  a  ferro  e  fogo  as  aldeias,  até  então 
paciflcíis  o  tí^anquíllas*  os  aolvicolas,  qtie  escapavam  a  fúria  dos 
bandeira  ates,  iam  se  rídugiar  nas  solidões  das  norestas  inte- 
rioras,  onde  auppuu!iam-se  ú  salvo  do  tão  estranhos  civil isadores; 
mas  embalde,  que  para  esses  aventureiros  não  havia  devesas, 
nem  distancias,  nom  obstáculos  insuperáveis,  e  os  indianas 
que  por  ventura  procuravam  na  resisiencia  salvar  o  direito  do 
seu  lar,  dag  .suíls  terras  e  da  sua  lil'ordade,  eram  iodos  os  anooa 
dizimados  pelo  fiirro  Rxterminftdor  de^s  cabos  da  conquiííta,  ou  re- 
duzidos ao  mais  execravel  captiveiro. 

Na  ordem  dos  írovernadores  de  (joyaz,  destrusam-se  alguns 
pelus  serviços  prestados  om  benefício  do  desenvolvimento  geral 
da  capitania  o  dos  sous  liabitantos, 

O  conde  de  Sarzcdaí»;  Aulonio  Luiz  do  Távora»  que  tomou 
posse  do  governo  de  S.  Paulo,  a  que  estava  U^ado  o  Goyaz,  om 
19  de  agosto  de  1732,  tendo,  por  ordora  re^ia  de  criar  uma  villa 
dirigiu^se  ao  arraial  de  Meia- Ponte,  e  em  junta  reunida  criou  o 
imposto  da  capitação  e  censo^em  virtude  do  qiial,  annualmeute 
paga ;•*  cada  escravo  quatro  oitavos  e  trcs  quartos  de  ouro 
(  7$i:^  da  raoeda  actual  );  cada  loja,  botica  e  curte  grande  i^O, 
(  {H)$(m  );  cada  uma  das  medianas  30,  (  45$00ti  );  das  pequenas 
15,  (  Í5|500 );  cada  venda  2m  (  riO$(K>0  );  cada  mestre  de  cdllcio 
6,  (  12$000  );  o  cada  .  fflcial  5  í  7$500 ), 

inopinadamente  teve  de  seguir  para  o  norte,  a  pacificar  as 
pcrtarbaçíJes  suscitadas  dos  ricos  denco  brim  entoa  de  Carlos  Ma- 
rinlio,  mais  tarde  arraial  de  S.  Fidix,  e  nessa  viagem  fallnceu 
som  ter  fyndado  a  vrlJa  em  Mõia-Ponte,  como  eia  desrjodoB  in- 
fluentes deste  arraial 

Luiz  Mascarenhas,  condo  de  Alva»  Vice*Rei  da  Índia,  succe- 
deu- lhe  no  governo  de  S,  Paulo,  creou  a  Villa  Boa  de  Goyar  < 
attencão  no  seu  descobridor  Bueno  e  aos  índios  Goyaz  ;  promoveu' 
os  descobri  meu  tos  de  muito  ouro  na  serra  Dourada,  a  quatro 
léguas  da  villa,  do  Rio  Rico,  dos  Araí?s,  do  rio  Cayapó  e  das  ce- 
lebres minas  de  Amaro  Leite,  que  deu  o  seu  nome  ao  arrai^Ll, 
tao  rico  de  ouro,  diz  o  Cone;=ro  Souza,  que  o  capitão  Thomaz  de 
Soti/a  viu  «unztí  pedreiras  que  tlobam  dado  muito  ouro,  e  um 
veleiro  de  crystal,  em  quo  se  fizeram  jomaes  de  seis  oitavas 
por  dia.  aíHrmando-lhe  aílí  o  alferes  Jos^é  Pereira  da  Silva  ter 
cnoontradõ  no  papo  de  algumas  perdizes  granetes  de  ouro  de 


o   BRAZIL  CENTRAL  301 

peso  de  uma  oitava  e  menos,  pelo  que  suppunha  haver  algum 
campo  rico,  que  ainda  se  não  eiaminara». 

Com  a  morte  de  Amaro  Leite,  os  trabalhos  de  mineração 
pararam  desde  1768* 

Mascarenhas  visitou  quasi  toda  a  capitania  e  pessoalmente 
assistiu  aos  descobrimentos  de  Arrayas,  Conceição,  Cavalcante 
o  Natividade,  que  deram  immenso  ouro. 

Gomos  Freire  de  Andrade,  conde  de  Bobadella,  ultimo  dos 
governadores  de  S.  Paulo,  com  jurisdicçâo  em  Goyaz,  tomou 
posse  em  1748  o  no  anno  seguinte  foi  a  Goyaz  estabelecer  o  con- 
tracto dos  diamantes  do  rio  Claro  o  de  Pilões,  com  Joaquim  e 
Felisberto  Caldeira  Brant,  que  tinham  arrematado  este  contra* 
cto  com  condição  de  estabelecerem  um  serviço  de  duzentos  es- 
cravos, o  que  se  realisou;  mas,  não  correspondendo  os  diamantes 
ã  sua  esperança,  ainda  que  acharam  o  jornal  de  duas  oitavas 
por  dia,  pouco  depois  se  retiraram,  domorando-se  algum  tempo 
a  minerar  na  serra  Dourada,  onde  encontraram  muito  bonsjor- 
naes,  antes  de  se  recolherem  á  Minas  Geraes. 

Marcos  de  Noronha,  Conde  dos  Arcos,  primeiro  governador 
privativo  do  Goyaz,  aboliu,  por  ordem  regia  a  capitação  e  censo 
que  rendeu  immenso  cabedal,  constando  haver  annoa  de  40 
arrobas  de  ouro  (  600  kilogramas  no  valor  de  900:000$ )  segundo 
o  calculo  do  Cónego  António  Luiz  da  Silva  e  Souza,  em  1747,  aue 
foi  dos  menos  importantes,  esse  imposto  deu  mais  de  200  arroDas 
de  (ouro  três  mil  kilos  ou  4.500 :000$000). 

Estabeleceu  uma  casa  de  fundição  em  Yilla  Boa,  hoje  cidade 
de  Goyaz,  em  1752,  e  outra  em  S.  Félix,  em  1754  e  baixou  a  1200 
reis  o  preço  da  oitava  do  ouro,  que  ató  esse  tempo  se  contava 
por  15U0. 

Em  1753,  que  foi  o  anno  mais  pingue,  a  intendência  e  fundi- 
ção de  Villa  Boa  rendeu,  em  real  quinto,  16980  oitavas  de 
ouro  (20:376$000)  em  1807  só  rendeu  11899  oitavas  e  meia 
(14:378^00)  e  d*ahi  em  deante  a  renda  foi  diminuindo  cada 
vez  mais. 

A  de  S.  Folix,  no  anno  seguinte  ao  da  sua  fundação,  teve  o 
maior  rendimento  que  chegou  a  59569  oitavas  e  meia  (71:483$400) 
èm  1805,  apenas  3808  oitavas  e  três  quartos.  (3:Q69$600). 

No  seu  tempo,  diz  o  Cónego  Souza,  se  descobriu  o  local  que 
em  menos  espaço  que  um  oitavo  de  logoa,  ( 833  metros )  deu 
cento  e  cincoenta  arrobas  de  ouro  ( 2250  kilos )  rendendo  as 
suas  datas  de  preferencia  cinco  mil  oitavas  (  1795  kilos ). 

José  de  Almeida  de  Vasconcellos  de  Sobral  e  Carvalho  quiz 
auxiliar  a  mineração  do  morro  do  Clemente,  no  districto  de 
Santa  Cruz,  que  é  riquíssimo,  ainda  que  falto  d'agua.  Mandou  o 
seu  ajudante  de  ordens  Thomaz  de  Souza  estudar  o  modo  de  a 
introduzir,  o  qual,  nivelando  achou  que  poderia  ser  conduzida  ao 
meio  do  morro,  embori  com  o  serviço  de  um  açude  e  rego  de 
54  kilometros,  absorvendo  na  obra  a  quantia  de  cinco  mil  oitavas 
de  ouro. 

O  alferes  Pedro  Rodrigues  de  Moraes  entrou  nesse  serviço, 
administrando  tresentos  escravM  ;  mas  a  sua  morte  prematura 


304 


REVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


aliimen,  eãt4inho,  chumbo,  ametbysta  o  agatba  em  larga  escala; 
pedra  de  afiar*  arfrilla^í  do  diversaacôrnse  consistoncia»  desde  a 
labatingra,  o  taaá  até  o  schisto  ar^illoso  e  a  ardósia,  em  Coimbra; 
ft  pedm  litbographica,  o  grez  duríssimo,  o  kaolin,  grandes  cryg- 
taes  de  rutilo»  etc. 

Em  diversos  pontos  encontra-se  o  manganoz  que  constituo 
hoje  um  dos  primeiros,  senão  o  primoiro  producto  metal  lo  rgico 
de  exportação  do  estado  do  Minns,  o  u  seu  emprego  creaoe  cada 
ve£  mais  na  moihoria  e  appllcaçõea  do  ferro,  além  do  consumo  oa 
arte  da  tinturaria. 

O  amiautho  (que  significa  incorruptivol,  i ncom basti vel)  tera 
sua  historia,  pois  já  aa  imliífaidado  aervia  para  a  coufecrãode  ura 
tecido  especial,  em  que  era  costume  guardar  intactas  as  cinzas 
dos  mortos  i Ilustres. 

No  Museu  de  Napolea  encontram-se  fragmentos  do  tecidos  de 
amivntbo  retirados  das  minas  de  Porapéa. 

Nos  tempos  modernos,  paasou  a  í'ou,stituir  um  corpo  preci- 
oso para  flUraçõcs  ospeciaes,  e  para  a  preparação  de  isolador 
eléctrico  ou  caíoriflco.  Na  industriados  teci<Ios,  e  na  do  papel,  ó 
de  souionos  valor,  por  causa  da  falta  de  homogeneidade  e  de 
tenacidade  de  suas  fibras;,  e  da  massa  do  papel  portanto;  não 
obstante,  no  século  XVIII  o  Dr.  Brakmann,  de  Brunswick,  fez 
imprimir  m\m  liistoría  desse  minério,  era  papel  de  asbesto,  de 
que  eii&tem  exemplaras  na  blbliotheca  de  WolfenbuttoL 

Por  sua  suporiorldadfi  sobre  o^  twidos  vegetaes,  j4  se  vae 
empregando  o  anii.mtho  na  preparação  dus  pannos  do  bocca» 
S-cnarios  e  outras  decoraçucs  thí^atraepi,  nas  caixetas  dus  pistões 
de  cyliniros  das  machina?<  a  vapor.  Sob  a  forma  de  cartão  ou 
laminas,  serve  para  revestir  cabos  tele^riphicoá,  caldeiras, 
tubos  de  vapor  e  as  juntas  expostas  ao  attrlcto  e  alta  tempo* 
ratara. 

Na  imprensa  serve  o  amiantho  para  a  confecção  dos  moldes 
em  que  se  fundem  os  bloco»  de  coraposiçfio  para  ulterior 
(sf.erootypía.  Kstes  cliii/iés  duram  vinte  vezeí*  mais  que  os  de 
jíapel. 

Og  espaços  entre  as  placas  de  aço  o  as  parodea  dos  cofres  sâo 
cheios  com  essa  substancia. 

O  barro  argilloso,  misturado  com  o  amiantho,  presta-se 
melhor  do  quo  puro  para  os  artefactos  cerâmicos,  que  além  de 
raenois  frágil,  ficam  mais  leves  o  resistem  mais  ás  alternativas 
súbitas  do  frio  e  do  calor. 

Por  sua  ibrmula  chimiea  e  pela  teouidade  das  fibras,  o 
amiantlio  pulverísado  e  amassado  da  uma  excel lente  porcelana 
poFO!^  ou  vitrificada,  segundo  o  grilo  de  temperatura  a  que  6 
submettida. 

Com  a  porcelana  porosa  de  amiantho  fazem  se  as  velas  ou 
balões  de  filtros  modernos  estéril inad ores,  de  tal  modo  con* 
struidos  que  os  líquidos  a  filtrar  se  põem  em  contacto  com  a  sua 
superíicie  externa, 

Durand-Fanlel  e  Rordos»  das  experiGooiaií  feitaíi  no  labora-* 
tório   de  toiieojogia  de  Paris,  concluíram   que,   ap6s  continua 


o  BRAZIL   CENTRAL  Í05 

filtração  de  sois  semanas  da  agua  do  abastecimento  de  Paris,  os 
ensaios  de  cultura  sobre  gelatina  nutritiva  n&o  manifestavam 
colónia  alguma  bacteriana.  Caldos  de  cultura  com  bacillo  typhico 
e  bacteridia  carbunculosa  foram  esterilisados  pela  simples  fil- 
tração no  filtro  de  amiantho,  e  tão  perfeita  foi  que  uma  cobaia 
inoculada  com  o  liquido  que  passou  da  filtração  do  que  continha 
a  bacteridia  nenhuma  perturbação  accusou;  e  uma  outra  in- 
oculada com  o  liquido  antes  de  filtrado  veio  a  fallecer  36  horas 
depois  da  contaminação. 

Os  liauidos  alcoólicos,  contendo  levedes  ou  bacillos  caracte- 
rísticos de  determinada  moléstia  do  vinho,  nem  traço  de  mi- 
cróbio encerravam  depois  de  filtrados,  conservaram  a  mesma  côr, 
e  ficou  inalterada  a  composição  chimica. 

Os  ácidos  sulphurico  e  chlorhydrico,  a  soda,  os  óleos, 
a  estearina  e  a  margarina  liquefeitas,  são  purificados  em  sua  pas- 
sagem atravezda  porcelana  de  amíantho. 

Com  o  desenvolvimento  espantoso  da  electricidade,  nestes 
últimos  tempos,  o  amiantho  passou,  de  baixo  de  ou  iro  ponto  de 
vista,  a  sor  aproveitado  com  vantagem.  O  isolador  de  amiantho 
tem  uma  resistência  de  isolamento  tríplice  da  porcelana  com- 
mum,  e  em  relação  ao  isolador  a  óleo,  tem  a  superioridade  de 
dispensar  esse  liquido  de  difflcil  conservado.  Os  vasos  porosos 
das  pilhas  são  menos  resistentes  de  cerca  de  um  terço  do  que  os 
vasos  ordinários. 

A  porcelana  de  amiantho  tem  os  jpovos  muito  menores,  mais 
numerosos  e  mais  rociares  do  que  a  de  kaolin ;  a  sua  extrema 

Jorosidade  dãlhe  maior  avidez  para  a  agua,  tanto  que  o  peso 
a  agua  absorvida  pôde  attlngir  a  43%  do  amiantho,  ao  passo 
que  a  porcelana  ordinária  não  absorve  mais  de  22  por  cento. 
Sob  a  pressão  do  O",  10  d'agua,  a  filtração  se  opera  na  pro- 
porção do  cerca  de  um  gramma  por  hora  e  por  centímetro  qua- 
drado, e  eleva-se  a  100  litros,  nas  24  horas  do  dia,  em  uma  vela 
de  seis  centímetros  de  diâmetro,  sobre  a  pressão  coromum  do 
abastecimento  d*agua  canalisada. 

Por  esta  succinta  resenha,  póde-se  facilmente  julgar  da  ri- 
queza mineral  de  Qoyaz. 


CAPITULO  V 
AGUAS    MINER0-MEDICINAE8 

Além  das  innumeras  riquezas  goyanas  já  indicadas,  ha 
também  as  aguas  minero-medicinaes,  que  só  por  si  bastam  para 
chamar  a  attenção  dos  poderes  públicos  para  o  quasi  desconhe- 
cido Estado  de  Goyaz. 

Bartholomeu  Bueno,  em  1722,  por  ordem  do  governador  de 
S.  Paulo,  Rodrigo  Gesar  de  Menezes,  ia  a  reconhecimento  de 
Ooyaz,  Já  anteriormente  explorado  por  seu  fae,  o  oelebre  Anhan* 


300 


REVISTA  DO  INSTITUTO  IIIÃTORICU 


gncra,    quando  teve  &  ventara  de:  de.^^cobrir  diversaâ  fontes 

d'agU3  quí^nie  oa  extremidade  meridional  do  tima  serra,  boje 
dita  de  CaMaí?,  cerca  de  quinze  kiloineiros  ao  norte  d(»  poriodo 
Prmdào,  DO  rio  Corumbá,  oiteuta  mais  ou  menos  a  sudoeste  da 
cida^Je  do  Santa  Cruz  e  cincoonta  a  leste  de  Morrinbos. 

As  Rtimero&as  fontes  achadus,  formara  um  córrego  de  bas- 
tante  caudal  para  ao  não  resfriar  com  aa  Q;^iias  iiue  nelle  vão 
t<>i'  no  seu  percurso. 

E'  a^stni  que,  nao  obstante,  logo  no  principio  receber  um 
tributário  de  a^^uas  frias  relativamente  importante  e  mais  al- 
guns no  seu  trajecto,  o  Corregú  (l'A(f\*(i  Qitenic,  tal  é  o  seu  nome 
depois  de  uni  curso  approximado  de  quaiorze  kiloroetro^.  lan- 
C«-9e  aind^  morno  no  rio  Piraeanjubd,  allluente  do  Corumbá. 
tendo  fornecido  os  seta  décimos  do  tributo  da  a^ua  quo  leva 
para  iquelie  rio. 

Em  1777,  Martinho  Coollio  deixou  Santa  Luzia.para  se  es- 
tabelecer nos  mtuiS  onde  Imvii*m  bido  encontradas  as  Caldas  de 
Santa  Cruz.  como  eram  ontâo  conhecidas  essas  fontes»  e  era 
uma  das  muitas  occasiõcs  que  teve  do  se  defender  dos  ataques 
dos  i ódios  Cayapôs  r*  Chavantes,  os  habitantes  selvícolas  de.^ses 
sertões,  descobriu  outras  fontes  thermaes  maia  abundantes  e  nu-» 
merosaF,  viuio  liifometrosa  it^te  das  antigas,  na  extremidade 
oriental  da  mesma  serra, 

Tomaram  estas  o  nume  do  Caldas  Nova»,  em  oppo^iriu  ao 
das  outras  desiiínadag  pelo  de  Caldas  Vellias, 

Caldas  Novas  (sta  situada  a  11"'  l.V  de  fali  tudo  austral  e 
a  rfO"  30,  tie  lungitude  úccidentul  do  meridiano  de  Paris,  S4>- 
gnndo  o  Ur,  Jtao  Maurício  Faivre,  e  a  cerca  de  800  metros 
sobre  o  uive!  do  irar,  segundo  minhas  observaçúea  possoaes, 

O  fmvuado  tnm  pasição  aprazível  e  muito  bunita,  extensa 
vista»  bem  distribuidos  os  terrenos  c  ire  um  jacentes,  e  goza  da 
vantaífem  de  npresentar  esplendidi  localidade  para  rmia  po- 
pulação immi*rusa  com  boa  a^^im,  bunsmattos,  e  com  os  pastos 
IMS  terrenos  de  cultura  quo  nada  deixam  a  desejar» 

O  clima  é  ameno,  aecco  e  mui  agradável  ;  os  ventos  rei- 
nantes na  estacão  chuvosa  não  sâo  regulares,  predominando, 
entre  tau  ti  í.  os  dos  rumos  noroobte,  oeste  e  sudoeste  ;  e,  lim- 
pando o  f^mpo,  sopram  íjeralmente  os  úo  noite,  leste  esaesto, 
líoino  soe  a<*on tecer  em  lodo  o  sul  de  Ooyaz, 

í>intn  quo  a  lititudo  nao  seja  muito  afastada  do  equador 
terrfjslre,  tmlaviaesta  a  notável  distancia  do  oquailor  thermico 
qiif^  passa  nas*  poqiiânas  Antilhas,  o  qtie,  unido  A  grande  ele- 
vação do  terreno,  torna  bninda  e  supportavel  a  temperatura 
media  b/caU 

«  E'  ahi  mofleraílo  o  calor  pela  posição  elevada  do  terreno, 
diz  o  Ur.  Faívre,  o  pela  ausência  de  altas  cadeias  de  montanhas 
•  iup  poíleriam  impedir  o»  ventos  reinantes  do  í^oprar  livi-emeato 
boUvv  todjL  a  regi;lt>  e  d  ti  as^im  refrescar  o  ar  o  a  fe^rra,  abra- 
7a«lcs  pelo  sol.  A  temperatura  ob-ervada  á  sombra  e  três  veze.^ 
ao  dia ,  deu  a  media  de  2  r  c«nt.  nos  meze?*  de  dezembro  a  março 
t\  pelo  moio  ind libado  por   HciUíisin^'ault,  a  tomperatura  media 


o  BRAZIL   CENTRAL 


307 


r 

p 


noDual  íieve  ser  de  22*^  eeDtgr,  O  abaixamento  ôii  temreratura 
durauto  â  niíite,  ua  siíperficie  da  tt?iTa  foi  du  6*'  cent.  naií 
vezt*3  em  que  as  osliervaçOes  so  flzoram  ». 

Todo  o  chapadão  *iue  eii'cumda  a  logião  dos  Puços  dosde  o 
rio  Corumbd  até  a  será  de  Caldus,  ó  íbrmado  pulo  gi*ez  ai*ííiU 
loso.  entremeiado  cã  q  lá  da  uma  grande  feno  de  manchas  de 
argilla  pura*  Nos  morros,  serra  c  serrotei  oncon irara  so  g rezes 
de  varias  corest  áa  vozes  o  granito,  o  itacolumito,  o  quai^tzo  o 
cm  muitos  pontos  o  lauá  ea  canga  ou  tapíoeanga. 

Grandes  massas  de  &chisto  mie  'ceo  lamboni  apparccem  na 
díreCí:âo  de  noroeste  e  a  sudoeste,  par ticulaf  mento  no  rio  Co- 
rumbi  e  seus  atlluentes  que  atravessei. 

O  steaschisto»  ou  schisto  hyduomicaceo  de  Gorceix»  abun- 
dante na  povoação  e  seiía  arredores  é  empregado  no  rudi- 
mentar calçamento  e  nas  sepulturas,  omic  talvez  substitua  com 
vantagom  o  marmóreo  o  grani  to  • 

A'  pcíjuena  distancia  o  no  próprio  lugar  das  foutos  aclia-sc 
o  micUascbito,  onde  outrora  o  primitivo  proprietário,  Afar- 
tinlio  roelhoi  cxLrahiu  ouro  encontrado  om  vcojros  do  íraci 
possança,  de  um  conglomerado  i  poudiítfjKv  í  formado  de  sseixos 
ruladotí,  ctL\,  atravessando  potlorosos  o  diin^imos  banct-s  do 
-•ichiatu  mií.:aceo  <j  talco tí,  misturado  de  íeldspatlio  granular,  de 
quartzo  0  de  argilla  (  pissara  )< 

A  serra  de  Caldas  está  a  sudoeste,  distante  da  povoação 
corça  de  seis  kilometros.  IntoframentL'  isolada,  b-m  a  serra  ít 
direcção  de  ^ssueste  a  oésooroeste,  e  é  composta  de  granito 
porpbyroide  o  granito  cômmum  na  base,  de  grez,  quartzo  o 
de  schisto  micaceo  no  rosto  da  sua  extensão  ;  numeroías  veiíia 
de  quartzo  de  varias  cores,  mais  ou  menos  possantes»  atra- 
vessam estas  rochas  em  diversas  dirocçoas. 

O  alto  da  serra  representa  uma  cliapada  levemente  imii* 
nada,  de  dezoito  kilometros  do  comprimento  por  seis  do  lar- 
gura, eru  grande  parte  ool>erta  de  deist roços  angulosos  de 
quartzo,  que  tornam  o  solo  pouco  prodtictlvo  ou  de  natureza 
tal  que  íó  permitto  vegetar  o  carrascal. 

Umaií  o  outras  fontes  tbermaes  passaram  íiuasi  desperce- 
bidas atr*  o  anno  de  lâlS,  em  que  Caldas  Nov^^s  adquiriu  al- 
guma reputação,  porque  Filmando  Dolgado,  penúltimo  gover- 
nador de  Goyaz,  com  o  uso  das  suas  aguas  conseguiu  curar- se 
de  uma  dôr  rbeumalica  com  paralysia  incompleta  do  braço  di- 
reito. 

Apesar  da  fama  que  dii^tii  lhe  adveiu,  o  logar  progredia 
lentamente,  e  era  pequena  a  frequência  dos  enfermos  que  alii 
buscavam  o  restabelecimento  da  saúde  ou  o  allivio  dos  seus 
males.  Entre  eWe^  avultavam  os  morphetícos  por  isso  quo 
corria  mundo  a  fama  de  que  aquellas  aguas  curavam  tâo  triste 
doença. 

Ao  lado  da  povoação  passa  um  aurífero  córrego  de  aguas 
í^iag,  em  cujo  leiío  e  bordas  Cambem  se  encontram  alguns  ollios 
d'agua  quente,  e  cuja  origem  tica  em  um  biirytisal  distante  da 
povoação  cerca  de  quatro  kiiometiNJí  a  sudoostw,  porto  da  serra. 


308  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Em  1838,  constou  ao  director  da  Faculdade  do  McdicÍDa  do 
do  Rio  do  Janeiro  a  existência  dessas  aguas,  tidas  então  como 
sulfurosas  e  com  a  fama  do  haver  curado  grande  numero  de 
morpheticos  e  melhorado  alguns. 

O  governo  teve  logo  noticia  das  virtudes  medicinaes  das 
aguas  de  Santa  Cruz,  e  offlciou  ao  presidenio  da  província,  José 
de  Assis  Mascarenhas,  em  fins  de  julho  desse  anno,  ordenando 
as  mais  escrupulosas  indagações  uma  voz  que  não  tinha  havido 
dos  foctos  propalados  averiguações  exactas  por  pessoas  pro- 
íisaionaes. 

Em  16  de  outubro  o  presidente  respondeu  ao  governo  affir- 
mando  a  existência  das  afamadas  aguas,  e  encarregou  o  Dr.  Vi- 
cente Moretti  Foggia,  medico  italiano  de  origem,  do  exame  das 
aguas  o  suas  virtudes  therapeuticas,  o  qual  em  setembro  de 
1839  apresentou  ao  governo  provincial  o  resultado  doa  seus 
trabalhos. 

O  Dr.  Foggia  ainda  vivia  nonagenario  na  capital  de  Goyaz 
em  dezembro  de  1892,  quando  ahi  estive.  Gosavade  muita  es- 
tima e  justa  reputação  tanto  na  capital  como  em  todo  o  Estado. 

Em  agosto  de  1838,  tendo  do  partir  para  Qoyazo  Dr.  Ma- 
noel de  Mello  Franco,  ao  governo  pareceu  azado  aproveitsur  a 
opportunldade,  c  incumbiu-lhe  de  proceder  á  analyse  das  re- 
feridas aguas  no  próprio  logar  das  suas  nasoentes,  de  colher 
as  informações  precisas  para  um  Juizo  seguro  e  decisivo,  sobro 
as  suas  virtudes  medicinaes  na  enfermidade  em  questão,  e  ík- 
cilitou-lhe  todos  os  meios. 

O  relatório  do  Dr.  Mello  Franco,  entregue  ao  governo,  foi 
em  agosto  de  1840  submettido  ao  Juizo  da  Faculdiâe  de  Medi- 
cino que,  ao  que  parece,  não  deu  resposta. 

Ebi  1842,  o  marquez  de  Barbaceua  convidou  por  parte  do 
governo  o  Dr.  Faivre,  que  se  achava  em  Goyaz,  a  fazer  ana- 
lyse das  aguas  thermaes  de  Caldas  Novas  e,  ao  mesmo  tempo, 
a  observar  e  julgar  o  seu  pretendido  effeito  sobre  os  doentes  de 
morphéa,  em  grande  numero  attrahidos  áquellas  fontes  pela 
voga  da  sua  ofllcacia . 

No  anno  seguinte,  o  medico  franccz  apresentou  o  seu  re- 
latório, composto  do  duas  partes:  a  primeira  tratava  das  «iguas 
e  a  segunda  do  seu  eíTeito  curativo  sobre  a  morpbóa.  Deste  re- 
latório uma  copia  foi  remottida  ã  Academia  das  Sciencias  de 
Pariff,  o,  submettida  ao  exame  do  uma  commissão  composta  de 
Royer  CoUard,  Raycr,  Henry,  Pariset  o  Delens,  tovo  um  pa- 
secer  interessante.  Outra  copia  julgada  pela  nogsa  Academia  de 
Medicina,  teve  interessante  parecer  do  Dr.    De-Simoni. 

Infelizmente  as  opiniões  discordas  dos  deus  médicos  impe- 
diram qualquer  resultado  definitivo  sobre  o  valor  thorapeutico 
das  Caldas,  no  caso  em  questão,  e  as  duvidas  permanecem  até 
hoje. 

Entretanto  devo  consignar  aqui,  para  melhor  juizo  dos 
mais  competentes,  que  o  Dr.  Faivre  não  negou  de  todo  a  acção 
dynamica  das  ditas  aguas,  apezar  das  inumas  quantidades  dos 
seus  resíduos  fixos,  o  especificou  a  sua  acção  tópica ;  quanto  á 


o  BRAZIL  CENTRAL 


30d 


P 


morphéa,  nãa  acrclitou  no  sea  aíTeito  curativo,  erabora  ftiase 
a  sua  opiniàu  pi-ovisoria,  e  attribuiu  as  melhoras  dn  iiígMaa 
doontesnâo  á  dirninuirào  do  seu  osUdo  morpUettco,  mas  á  beao- 
t!ca  raudtficaçào  de  affecçuus  secuad.iriaa. 

Eis,  em  syutliese,  o  redultado  dàá  obáorvações  do  Dr.  Foggia. 

Na  parte  do  relatório  ba:»eada.  sobre  ia  formações  do  poíisoas 
do  critério,  deduz-so  que  com  o  uso  das  a*jruas  therraaea  sa- 
raram perfoitameate»  desde  1833  até  i>  íiiii  de  18JH,  altím  de  ura 
sypbilitkxjo  1110  darthmíso,  oovo  morpbeticos;  quo  ubtivoram 
considoravol  melhora  17  oii formos  ãeslB.  ultima  molostia  ;  qtie 
o  U80  das  atíuais  foi  iaíVuitifero  a  sote  ;  que,  íiaahnontu,  íalte- 
corara  quutro.  Na  paHe  do  mesmo  relatório,  baseada  sobro  a 
própria  observaçào  do  i>r.  Foggià,  se  iafero  que,  ora  julho  de 
iy39,  existiam  em  Caldas  Novas,  ora  tratamento,  60  posdoaá, 
em  CíUdaá  Velhas  nove  e  om  Caldas  de  Pirapeiiaga  sele,  perfa- 
zoo  d  o  o  total  de  7*3  pegsoas. 

Deste  total  dous  morpheti  cos  estavam  perfeitamente  curados ; 
quatro  enfermos  da  mesma  moléstia  e  um  d.irtbroso  quasi  sãos  ; 
ires  mor  phe  ticos  cora  melhoras  consideráveis;  22  morpheticos, 
doU8  darthrosos  e  um  svpliJlitieo  cora  melhoras  seosivoiâ ;  16 
morpbe ticos  com  poucas  melhoraíí ;  finalmente  23  no  mesmo  es- 
tado era  que  tiahara  ido, dos  quaoí?  19  raorpheticoa  e  quatro  syphi- 
li  ticos,  sendo  que  12  delles  ai  li  se  aehíivambavia  pouco  tempo. 

Os  dous  que  faltam,  para  completar  os  76,  falleceram  na 
presença  do  medico,  em  consequência  d^j  inllammaçào  aguda 
dos  intestinos. 

O  Dr,  Fãivro,  um  dos  mais  illustres  ri* present antes  da  ge- 
ração medica  passada,  fez  umaanalyse  chimica  qualitativa  das 
aguas  de   Caldas  Novas ;  mm  a  íallar  a  verdade,   essa  analyse 

Soucoíwiian ta,  porquanto  a  existoneiíi  nos  insignificantes  resi- 
uos  fixos,  do  cbloro,  dos  aculos  silicico  e  carbónico,  o  das 
bases  potassa,  soda,  cal,  raagaeiíia  e  aluraina»  fiada  exprime, 
visto  serem  estas  substancias  ODcontradaa  era  todas  as  aguas 
naturaes  ou  doces. 

O  oxy génio  ou  o  ar  aimospherico,  qae  o  iUustre  medico  a 
priocípio  suppoz  ter  acbado,  por  causa  da  lurainesidade  e  dos 
vapores  brancos  de  acido  phosp bórico  formados  úí^.  tempos  a 
terapos  em  ura  eudiometro  de  plioaphoro  cheio  de  ga?,,  nào 
existia  do  facto  ;  e  a  isso  se  oppoeni  as  experiências  de  Beckman, 
pelas  quaes,  ticou  provado  que  o  mesmo  phenoraoao  se  da  igual- 
mente com  o  azoto  puro . 

Falvre,  conboiiciido  as  experiências  de  Bôekmao,  acceitou 
as  suas  conclusões  e  terrainou  por  dizer  que  <  assim  i>eoso 
agora  que  não  existe  oxygenio  nas  aguas  destas  fontes», 

A  temperatura  das  diversas  fontes  varia  do  36"»0  cent*  a  ;19* 
e  a  41", O  cônt.  o  não  me  foi  possivel  verilicar  qualquer  relação 
entre  essas  temperaturas,  a  quantidade  de  agua  fornecida  por 
cada  fonte  e  sua  posição  relativa,  ao  contrario  do  que  pareceu 
ao  Dp,  Faivre, 

No  meu  relatório  aouoio  ao  relatório  parcial  da  Commissào 
do  Planalto,   eso;*ovi  ora  1892,  o  seguinte:  <  Destas  duas  fonteà 


310 


REVISTA   J>0   INSTITUTO   HISTORino 


(as  únicas  actualnieote  aproveitadas  e  mo  mesmo  para  banUo 
de  asseio  aute^  qy<i  camo  remédio  )  a  quo  t^stáum  pusivào  mais 
cilcvada  marcou  durante  os  dias  om  que  lá  me  demorei  a  tem* 
peraiiira  invariavol  4g  31P,  /%  resuJtuda  de  observaçõôi  feitas 
de  tiea  em  trei  horas,  das  7  da  maahil  ás  4  da  tardo  ;  a  outra» 
em  situação  iníeriort  tem  a  temperUurã,  lambem  invariavol. 
de  4i*,  seodo  portanto  a  dillerença  do  gráo  e  meio  conte- 
áimal». 

«  Além  destas,  notei  mais  três:  uma  na  margem  direita  do 
córrego  de  Caldas,  om  contacto  cora  a  a^^ua  corroo  te  edo  tem- 
periíturade  ^l^^.O;  outra,  no  lottj  do  rae'írao  córrego,  e  que 
se  revela  r»€la  sensação  ác  forte  calor  na  planti  doís  pés.  coino 
pestoalraeute  verifiquei  ;e  a  ultima,  na  margem  esquerda  e 
com  a  temppratiira  do  36'%  o,  sendo  que  não  é  maior  de  um 
metrc  a  dous  a  dist-Tocia  que  a  separa  do  córrego. » 

A  reacção  sobro  o  papel  de  to;irnesolt  íaul  c  vermelho, 
foi  neg*&tiva.  o  que  indica  ausência  de  acído.^  ou  alcaliij,  ou  seus 
(icrivados  ácidos  ou  alcalinos, 

A  a^^na  ê  límpida,  incolor,  inodora  e  insipida,  de  doutsidado 
do  KOO^SíDr,  Faivro  h  e  no  fim  do  algum  touqjo  de  ropoUBo, 
apóá  i^esíriameíiti-i.  náo  íorma  deiíoaifo  ulgura. 

Uma  vez  rosíriada,  è  excellento  de  beber  o  da  um  appotitu 
ver dadeírameu  te  devorador . 

A  acção  do  banho,  a  mesma  com  a  agua  de  39,"  5  o  41  ."K) 
raanitc3ta-so  por  ura  elevado  f^ráo  de  deiseccamento  da  pello, 
que  1'hega  a  incomraodar. 

A  pelle  resequida  produz  pelo  attricto  das  Testos  seosagão 
Bemelhant^j  á  da  palha  sccea  de  milho;  o  elfeitu  geral  no  orga- 
nismo é  de  magnífico  bem  estar,  o  corpo  parece  mais  leve,  o 
sorano  é  calmo  e  profunda,  a  digestão  i  erfeita,  a  raspi ração 
ampla  e  c^tosoladora  o  o  movimento  desembaraçado. 

O  resíduo  da  evaporação  de  um  litro  d'agua  dá,  na  média, 
cerca  do  210  milligrianmaá;  isto  não  consUtue,  porém,  uma 
quantidade  fortemente  mineralisante,  em  iUce  do  grande  nu- 
mero do  elementos  encontrados  pelo  Dr*  Faivro,  e  l*  m^smo 
algum  tanto  aproximado  das  medias  de  muitas  aguiis  potáveis, 
pois  alguman  ha  que  lêem  maior  pesa  de  resíduo  fixo  em  igual 
quantidade  d'agua. 

As  agua^i  do  Silvestre  e  da  rarloca,  no  Rio  de  Janeiro, 
tomadas  perto  das  nascentes  o  fora  d.i  acçÂt>  prejudicial  da 
estrada  do  ferro  do  t^orcovado,  dâo  de  resíduo  fixo,  a  priraoira 
50  miiiigrammas  e  a  segunda  38. 

As  mesmas  aguâs  tomadas  nos  encanamentos  de  disirí* 
buiçào  dos  respectivos  reservatórios»  no  morro  do  Inglez  e 
o  no  de  Santa  Thereza,  teem  aquellas  102  milligrammas  e 
estas  52. 

A  excellente  agua  potável  de  abastecimento  de  Narbonne 
deixa  de  resíduo  213  rnilli^rammas  v  a  de  Mcntpellior,  reputada 
de  primeira  oualidade,  346, 

A  axua  do  Sena,  em  Boixsy,  dá  '-dyi,  a  do  Rheno,  em  Slras- 
bur^o,  :^3l  Ct    finalmente,  a  de   Arcaeil,   praça   Saiiit  Mi^heK 


o  IJRAZIL  CENTRAL 


311 


543»  limito  máximo  das  arruas  potáveis,  A  do  rOurccf,  aciraft 
da  primeira  eclusa  do  can%}  de  Saint  Déaia,  tem  470,  e  o  Mame, 
atites  da  sua  junção  com  o  Seoa,  180. 

As  agoai  thermaes  de  Aix,  na  Sabóia,  tanto  as  deDomi- 
oadasde— alumen—corao  as  do— enxofre— dão  reapectiTameote 
311  õ  290;  as  de  Louecho  deixam  I  >i^r,  Q89;  as  da  ilha  de 
TliasosTgr.  ÔOO»  om  que  predo  <  inani  o  sulfato  do  magoesio 
o  o  chlorureto  de  sódio;  aa  de  Bourbonne  oscillara  entro  7  gr, 
156  e  8  gr.  por  licno. 

Das  aguas  potáveis  raineraos  aó  consideraremoa  a  agua 
acidula  torrosa  de  Saint  Galmier,  cora  I  gi\  B\D  de  residuo»,  em 
que  predominara  o»  bica  rbo  na  toa  de  cálcio  e  magnésio,  e  a 
agua  acidula-alcaltna  de  Snuitzmalt,  com  8  gr,  OlU,  em  que 
avultam  oa  bicarbonatos  de  aodío  e  cakío. 

As  foDtea  quentes  da  Islândia,  Java,  Nova  Zelândia  e 
Estados  Unidos  «ào  saturadas,  póde-se  dizer,  de  acido  ai licico, 
que  immediatamenti)  depositado  forma  graudea  bacias  do  turf 
ailícoso  o  opala,    ornadas  dabellisimos  estalactites, 

DeposUam-se  Iojjto  á  saída  sob  :i  forma  de  tufr^  catcaraos, 
silicosos  eoutros,  o  carbonato  do  caicio,  a  siUca,  o  oxydo  do 
ferro,  otc. 

Assim  acontece  com  o  jjrande  (ííjyífcr  daplaniciedeBer- 
nafell»  perto  do  vulcão  Hekla,  na  Islândia;  com  as  fontes  ther- 
maes de  Tokaíiu  o  de  Te  tara  ta,  na  Nova  Zelândia;  e  no  Gei^ser 
í:;i^aníe  da  Montanha  Branca,  no  vaíle  de  Gardin,  nos  Estados 
Unidos. 

Mas  em  Goyaz  não  ha  absolutament.^  o  mais  leve  vestígio 
de  deposito  silicoso,  calcareo  ou  oatro  qualquer,  o  que  está 
do  accordo  eom  a  qualidade  e  a  min  ima  quantidade  do 
resíduo. 

Por  esta  ligeira  comparação  ae  vé  que  aa  aguas  tliermaea 
goyanaa  se  aproximam  da  agua  potável  pela  quantidade  do 
resíduos  e  qualidade  dos  seus  oomponentes,  differlndo  apenas 
pelo  elevado  c  conjatante  grào  thennico. 

Embora  a  elevação  da  temperatura  de  uma  ax^a  augmente 
o  aeu  poder  do  dlasoluçã  j,  todavia  nas  thermas  de  Goyaz  isto 
se  nào  obsorva,  mui  provavelraeoto  devido  ú,  natureza  da 
rocha  fundamental— micaschi^sto— que  as  aguas  atravessam,  e 
tanto  mais  verosimil  parece  ser  isto  quanto  a^  aguas  thermaes 
européas  o  outras  acima  citadas,  são  todas  mui  carregadas  de 
saa^  diversos,  levados  dos  legares  por  onde  passam,  aobresaindo 
pela  grande  abundância  os  carbonatos,  sulfatoít  e  cbloruretos 
dt^  sódio,  caicio  ou  magnésio,  acido  silicico,  borai,  oxydo  di? 
ferro  h  yd  ratado,  o  te* 

Como  devem  ser  classiíieadLfcS  as  aguas  thermaes  do 
Goyaí  r 

Durand  Fardel  escreveu  uma  obra  de  alto  valor  sobre  aguas 
miooraes,  que  6,  pòde-se  dizer,  ura  codcx  dessas  aguas  appli- 
cadas  á  therapeuUca,  e  do  qual  se  áuduzque  as  aguas  das  Caldas 
de  Goyaz  pertencem  ao  grupo  das  Agms  indeterminadas^  olasso 
das  Bj/tiroviineraes  shnpky, 

2158—  21  ToAiO  Lxvm,  r#  lu 


:íI2 


REVISTA   DO   INSTITUTO   ÍÍISTORICX) 


Si,  porém,  soquizer  prtícisar  mab  os  termos  de  uma  claaBl» 
flcaçâo,  deve  sa  prelcnr  m  dcrjoininaijão  de  Ai/uas  oii0o-meíaUiea9, 
dii  cla.siirtcaçào  de  Dujanim-Heaumetzr 

Eslediãtiuclu  mudieo  fraacez  íatribiií^os  etfeilaé  eur^iívoa 
destas  aguaa  : 

1%  à  acção  d iâsuiveule  da  agOii  minero* medicioal,  quo  ab* 
Sr>rvida  pelo  oíit^maga  v  pela  peíio  pãí-sa  para  a  corrcoto cir- 
culatória» pôDrtra  por  íuúií  a  ocoiioiuia^  irri^^a^  por  asfitm 
dizer,  os  tecidui>,  dissolva  e  eliiiúDa  us  elemeotofl  mórbidos  ott 
«juo  não  podem  mais  st^rvír  à^  combus^jií^  intimas^  bi^ndj  que 
o  fiitior,  a  uriou  e  as  evacuações  ^^âo  os  veliiculus  da  eiimioaçiu 
é3Sã4?3  uiemeoio^  toraados  inúteis  e  que  podenam  dogenerar  em 
prioeipios  perigosos  por  sua  prolongada  demora  do  orgaQÍ^mo  ; 
ii°,  à  tíiermididiido  que,  dando  ás  agua3  um  poder  dUiol- 
vente  ma^or.  as  fazem  I  coufurmt!  ográod©  ealorL^o,  ora  seda* 
Uvas,  calmaiiies,  qiiaúdo  a  tbcrnjalidade  é  media  ou  baixa,  ur4 
eicitaotea,  i^vuUiva:»  o  mesmo  rubefacientes,  quaodo  é  maia 
alta. 

No  ponto  de  vista  chimico,  as  aguas  desta  clojeae  teem  como 
caracter  commora  o  facto  de  aerem  apenas  raioeraJisadaa,  e 
do  õào  posáiorem  aesta  fraca  mineralisação  ncúLuma  domi- 
Danid  ebtmtca  ou  medicamentosa*  cod hecvd a  e  estudada  qoe  as 
p<?rmitta  classificar. 

Na  Europa,  o  tuulo  de  mioeraiiíta<,'ão  das  aguas  oligome^ 
tallieasde  Dujirdin-lieaumetz  varia  deO,^'r  250,  em  Piombler^, 
com  4:f  1  metros  de  aUitude,  a  Jgr  300,  em  Evauí  com  4âU  e  a 
lempõratiirado  í  l  gráos  em  Eviao  com  a  altura  de  3êo  metros* 
a  Bè  graoa,  em  Cbausedaigues  com  ô&f  metros,  em  MoDVDore. 
Na  Itaiia,  Bormio  tem  a  temperatura  de  3J  gráos,  princí- 
pios flxos  Ogr,  980  e  altitude  de  1.448"^;  na  Suiitóa,  Louéchd  oom 
59",00  resíduo,  gr,  9(H>  e  altitude  l.SCN,***';  na  Áustria,  Gastoio.  com 
43^0  reííitJuogr.,  3;í  e  K047=';  tia  Allemaoba,  Wiidbad,  com  33*%0 
resíduo  Ogr,  54  o  43  metros  ;  oa  lEiglaterra,  Bath,  com  42^,0  re* 
siduo  l.gr9^)0. 

loconiestavelmente  a  importância  pralica  das  iliermai 
goyanaâ  nào  guarda  a  relação  comiiium  das»  a^^uas  minero- medi - 
einafss  nem  com  o  sou  titula  de  miueraiisa^^o  nem  cum  o  seu 
pesaespeciâco  ;  enti^uinto,  a  ;»ua  actividade  iberapeutica,  o  seu 
GiTeíto  curativo  é  notável,  como  também  são  digooe  de  nota  oa 
phenomeuos  de  excitação  e  de  aedaçâo  produzidos  oa  pela  sua 
tbormalidade  condiaotc  ou  pelo  seu  estado  physico,  ou  outra 
condição  ainda  não  bem  estudada. 

Náo  se  pude  imaginar  na  sulfliraiia  de  Fontan,  clasaifloa4a 
por  Lambron  como  uma  conlervn;  nem  tampouco  oa  barfgloft  de 
LoDgcbamps,  nem  na  giairma  de  Anglada,  visto  que  essas a^iaa 
oâo  são  sulfurosas. 

Parece,  pois,  mais  ooDsentaiteo  pensar,  que  as  propriedades 
th^rmpeuUcas  das  aguas  ibermaes  de  Caldas  Novas  de  Goyaz, 
e  provaveimente  também  as  de  Caldas  V«  lhas,  de  Pirapetioga» 
de  Cavalcaute,  de  Palma,  e  da  Nalividade»  em  Goyaz,  podOim 
bcr  explicadas    por  íiuai?  qualidades  pbysicas  particulares». 


BRAZIL  CENTRAI. 


âts 


r 


b 


A  tlieoríã  dos  effoitts  tlierapcuUcos  ligados  ao  estado 
olec  tricô  é  decorronto  das  pesquiziía  de  Scuutetten. 

Acbcii  eete  obscrvadur  que  cada  fonte  soodo  ligada  á  leri'm 
por  uTn  cooductor,  podo  p<»r  t^m  evidencia  a  es  Meneia  de 
uma  corrente  Glectrica,  iodo  da  terra  para  a  aguu,  L'ontrAria- 
raente  au  quo  se  pussa  quando  .^e  li^a  a  terra  á  corrente  da  agua 
f!'ift  de  um  rio. 

Sendo  assiro,  em  caticluaáo,  a  a^'ua  miueral  Nerá  um  poten* 
ciai  ii6í2:ativo. 

Em  França,  GigotSvard  e  Armiour  prose^uirara  nestas  in- 
veâttgarãí^íí  e  reconhooeram,  na  superlicie  ilõ  uma  camada  de 
agua  Rulfurusa  uma  tensão  positiva  o  no  fundo  tt?nsão  negativa. 
Kaiil  Boruard,  em  Loxeuili  uporou  <im  raelliores  condições,  o 
chegou  a  verificar  os  fados  annunciados  por  SciiUteUen,  maa 
uào  admitte  relação  alguma  entre  a  reacção  eleclrica  e  as  pro- 
priodades  iherapeuticas  dessas  aguas, 

Wattenhofon,  em  Gastein,  fez  interessantes  pesquizas  nesta 
sentido,  e  determinou  com  precisão  a  elevação  sensivol  do 
roefflcieute  de  conductibllidade  eléctrica  das  aguas  minero- me- 
dicinaes  aobre  o  das  agnaa  potáveis . 

Certas  aguas  de  eonstítuição  ctimica  fraca  ou  indífferonta 
parecem  estar  era  um  estado  eléctrico  particular,  o  par  conse- 
quência poder  exercer  por  Oiita  qualidade  physíca  uma  acção 
talvez  análoga  á  que  eierce  um  bunbo  eléctrico  (Hayera)* 

As  diíTerenças  nos  ofTeitoa  tborapeuticos  de  uma'  a  outra  es* 
taçâo  bydramineral  demonstram  claramente  qu»}  os  banbos  mi- 
oero-tíiermaes  exercem  fora  de  duvida  uma  acvâo  própria. 

A  absorpçao  dos  poucos  princípios  salinos  das  aguas  in^nsi- 
volmenirv  uiineralisadas  teni  sido  motivo  do  coutrovor.sía  entre 
in%'estigadorõH  nutavois  ;  mas  todos  acceítam  r[ue  os  corpos  cm 
dissolução  na  agua  eml^ebem  as  camadas  super ficíaes  da  upi* 
derme. 

Este  trabalho  de  embebiçáo  é  favorecido  pelo  calor  o  pelo 
desiipparecHDOQtodo  iuducto  sohaceo  da  pollo;  por  Uinto  mais 
pronunciado  na  sela  dos  p<^s  e  na  palma  da^^  maus  onde  u^  ha 
glândulas  sebaoeas. 

Esta  embebivâo  não  suppõo  forçoíja mente  a  absorpção.  Fric- 
ções enérgicas»  feitas  durante  o  banho*  podem  Tazor  penetrar 
agua  nos  conductos  glandulares  (sebaceos  ou  sudorireros),  naa 
bainhas  dos  pellos  escorjados»  sem  que  nas  condições  ordinárias 
se  possa  notar  signaes  sensíveis  de  absc>rpçâo  medicamentosa. 

Segundo  Aubert  e  Schott,  os  corpos  dissolvidos  na  agua  po- 
deriam mesmo»  sem  ser  absorvidos,  chegar  ao  contacto  dos 
nervos  que  avançam  na  epiderme  mai^  perto  da  miperticíe  do 
que  os  vasos. 

E,  poi0^  é  possível  appellarpara  uma  ac^ao  especial  e  directa 
sobre  aa  extremidades  dos  nervos  cutâneos  (Hayom). 

Portanto,  si  o  banho  não  pôde  introduzir  no  orgí^nisma 
maia  do  qtie  traços  apenas  dos  príncipios  activos,  e  se  observam 
umilas  vezes  elTeilos  que  a  alwíorpvãu  do  medicamento  não  ex- 
plica,  não  so    pode  deixar  de  admittir  uma  acção  do  contacto 


314 


BEVJSTA   DC)   INSTITUTO   IKSTOnK^O 


suBcoptivel  de  roporcutir  por  via  Dervoísa  sobre  tojo  o  orga- 
nismo . 

Esta  acção  locul,  (|tio  é  facilitada  pela  etobebição  da  epí- 
dormo^  pódy  ro  iiUar  tanto  das  qualidades  pb^^lca^j  das  aguas 
como  do  sua  constiluirào  chimica. 

Uos  toem  invocado  as  plie  nome  nos  clectricuá,  lia  pouco  ro- 
f feridos,  outros  toem  clioííailo  alô  a  cotejar  os  cJTeitos  doi 
banbos»  minoralisados  por  combinações  mctaUicas,  com  as  plio- 
nomcnos  produzidos  pela  nptilicaçâo  dos  m^^taes  na  auperílcie  da 
pello  ([layom), 

A  thormalidaile  não  conflituo  uma  qualidadu  especial,  |>or- 
tantfj;  m^s  nas  ostaçn^scomo  aa  do  Caldas  Novas  de  Ooyaz,  cm 
que  a  agua  ó  Ck>rreDto  o  sem  oe-sar  renovada,  a  grande  conataucia 
da  temperatura  c  também»  talvez,  a  renovaçáa  IncessatilG  do  meiu 
devem  ter  uma  certa  imp^rtincía.  As  qualidadGíí  propriaa  da 
agtia»  no  ponto  de  vi>tada  ioaprrsíão  táctil  ou  da  reacção  ner- 
vosa, ropreaeoti^m  tim  pai>cl  i? vidente, 

Deve  80,  ontroíím.  uccresccutar  que  a  repotii,tao  dos  banlioá» 
qtio  cíjnnihio  a  cura,  irnz  «ima  sort.'^  dft  summacno  de  eífuitos 
mioimo»,  capazoáde  se  traduzirem,  no  fim  do  certo  teíiipo»  par 
uma  acçio  mars  accontuada, 

B  poiív,  a  meu  ver,  as  aguas  da^  laldaa  Nuvas  do  (íoyaz,  o 
116  otitnis  deste  03'.adu  sào  simplosraonto  tlicrmaotí»  e  devem, 
som  du\  ita,  os  seus  rcâultadoij  ilierapontic  js  á  presença  dod  gazus 
raro»,  t:ílvc*/  o  hélio  e  o  argo,  que  os  estudos  moderoos  tocni 
revelado  acompanhando  o  azuto  livre  de&saa  aguai!. 

O  bir.  Kaivre  e^omve.u  ua  sua  memoria  {pag,  S|  que  rc- 
cidheu  grande  quantid  hde  do  gaz  que  ^o  deaprendia  da  agua. 
n  íjiio  rccunhcceu  ser  axoto  ;  pois,  nao  tinha  cor.  nem 
t^hejru,  cxtmgíÉÍa  oS  curpoi  em  combusLaõ  ;  agitado  c*im  agua 
de  cal,  não  a  turvou;  o  oào  foi  ab^^urvldo  por  uma  âolugãodo  po- 
tasaa. 

*  Ce  «V^í  pas  ífu  (ifí3  acide  carboinque  :  je  pense  qwj  c^est 
dl*   l'tf:oÍi'.  y 

Ora,  i\m  receutí^s estu bs  [QOò •  do  profossor  Ciiarlos  Mouron, 
da  Escola  do  Pb-irmacta  do  Parix»  aobre  oa  ga/oíi  de  4:i  nas- 
centes minoraos,  doa  qua^  30  francesas  e  4  do  outros  paizes, 
retulta  que  a  prvpoi^çào  doa  gazes  raros  acompanha  com  re- 
gularidade a  prijp jrçâo  do  azoto  ;  o  paio  contrario,  é  inversa 
do  acido  carbónico,  scodo  corto  qtie  nos  ga/.es  das  nascentes 
ou  predomina   o  azoto  ou   o  gaz  Girbonicj. 

A  ua<coQte  do  ICiux-líanneá»  por  exemplo,  p:ira  uma  por- 
centagi^m  em  azoto  de  í>s/3o  coiiti*m  l.2n  do  gaze.^  rann  ; 
omquants  que  a  uaicente  de  Moot  l^re,  eom  99.3'J  de  gaz 
carbonicj,  tom  apenas  de  gazes   ruros  O.OUÔI. 

Em  geral,  a  proporção  doí  gazes  «5  proiími  do  l  a  15 
da  do  azoto. 

Nas  aguas  de  Cillellas»  em  Portugal,  quo  contam  noa 
gazes  OíjA'}  de  azoto,  a  porcentagem  dos  gazes  raros  ú  'Ifí  \  .IG. 

Pop  m^íodo  e^picLroscopio  reconheceu  Mouren  a  presença 
do  argo  em   li  u.isceutus,  o  a  do  liolio  em  3l> ;   naij   4  re^ 


o   imA/II.   (ENTRAI.  ;M5 

itcs  devo,  segundo  o  auotor«  existir  tamljem  o  hélio ;  mas 
^proporção  é  tão  pequena  qne  o  seu  eppectro  ô  mascarado 
lo  do  argo. 

*-^     Os  factos  desta  ordem  estão  em  estreita  relação  com  a 

^^adioaotividade  das  nascentes,  e  esclarecem  o  problema  aioda 
áo  obscuro  da  medicina  hydrothermai .  (') 

^fe       Em  todo  o  caso  é  preciso  ter  delias  uma  analyso  ccmpleta  e 
werfeita,  o  só  assim  poderão  prestar  á  humanidade  os  grandes 

^Deneficios  atò  n<^^ora  quasi  perdidos. 

=^        Cerca  de  dez  kikmetros  a  nordeste  de  Caldas  Novas  existem 
as  Caldas  de  Pirapetinga,  em  completo  abandono,  quasi  tão 

^  abundantes  e  da  mesma  natureza  que  aquellas,  apenas  com  a 

m-  temperatura  um  pouco  mais  elevada  (42»,  O  cont.)  em  um  ter- 

f   rcno  plano  e  fronteiro  a  uma  cadeia  de  morros  pouco  elevados, 

i    na  direcção  do  rio  Corumbá . 

I  Na  Chorographia  Histórica  do  Marechal  Ray mundo  José  da 

Cunha  Mattos  lò-se  o  seguinte:  «No  districto  do  Amaro  Leite  ha 
'  aguas  thermacs  ;  também  existem  no  districto  de  Cavalcante  e 
navilla  do  Palma.  No  arraial  da  Natividade,  um  quarto  de 
légua  ao  oriente,  ha  om  olho  d'a^ua  tépida:  é  muito  ooa  para 
beber,  e  pouco  distante  delle  está  uma  mina  de  pedra  elástica. 
O  riberão  d*Agua  Quente,  no  arraial  deste  nome,  sahe  tão  volu- 
moso no  tempo  das  seccas  rigorosas  como  no  das  chuvas  mais 
continuadas;  a  agua  do  ribeirão  nasce  tépida.» 


CAPITULO  VI 

BOTÂNICA 

Interesse  particular  apresenta  o  estudo  das  plantas  na 
parte  de  Ooyaz  visitada  pelas  Commissões  do  Planalto. 

Ahi  se  encontram,  sob  a  mesma  latitude,  vegetaes  que 
muito  diíferem  pelas  exigências  do  seu  habitat,  dependendo  isso 
simultaneamente  da  feição  topographica,  da  constituição  mi- 
neralógica do  solo,   do  clima  local,  da  altitude,  etc. 

Posto  quo  afastada  da  zona  das  mattas  espessas  das  re« 
giãos  do  littoral  e  das  regiões  baixas  das  bacias  do  Amazonas  e 
do  Prata  (terrena  depressa  nmximorwn  fluviorum  interiora  do 
Spix  e  Martins),  grande  parto  do  planalto  central  do  Brazil 
apresenta  numerosos  bosques  o  verdadeiras  mattas  virgens, 
embora  o  verdor  e  a  Magnificência  da  vegetação  não  produzam 
no  animo  do  viajante  o  mesmo  gráo  de  admirado  e  conten- 
tamento, que  a  natureza  das  mattas  do  littoral  ofTerece. 


(•)  Da  Tírrixia    ãc  Chimica    Pvra  c  Applicada,   do   15  do   Julho 


316 


RKVtsTA   I>0   IVSTITI^TO   HISTÓRICO 


No  sul  dc  GoyaZf  ttléin  das  espessas  maltas  que  acom* 
paDham  os  âeus  ciirãós  d*  a^un,  quasi  sempre  de  gr&Dde  Iar< 
gnvB,  e  (MQ  ioda  a  extenção  do  caudal ;  além  das  que  algumas 
Y0Z6S  80  {^neoLiiram  na«  encostas  das  scírras,  existe  uma  l^xa 
ílorfiata!,  que  pissa  inúra  Pyreoopolis  o  a  capital,  cora  a  lar- 
V'ura  d©  PO  a  lÕD  kilomotros  e  o  comprimento  oxcedento  de  400* 

E'  o  maito  grosso  do  Goyaz. 

O  mniá  podo  se  tom  parar  com  o  qno  eo  estado  do  Rio  de 
Janeiro  so  denomina  ív/yiogírôcí  tí  cnpoeiras,  constittiindo  aquoUeâ 
qua^:!  Uúm  os  CMpòes  das  cabecseiras,  e  qsUs  grandes  porçõe.^ 
de  ínipnt  flcie  Invraília. 

E<Us  formas  sào  communs  ao  liUoral  e  ao  centro  du  Brazil ; 
roas.  o  qno  ao  centro  il  peetiliar,  o  que  excita  a  admirição  pela 
estranheza  íh\M  appareneiaa  ísin;^nlaros  edoftne  o  oaracter  phyto- 
lógico  do  uma  ^Tandc  parte  do  planalto,  vora  a  ser  a  vegeta^ 
doa  cerrados  baix^ts^  a  dos  cerrados  altos  o  a  doa  campoa, 

Aquella  é  escassa,  cuTezada,  bãi?ia,  de  pouca  variedade  do 
componentoií. 

Ti*'m  aa  arvores  o  porte  pequeno,  a  côr  um  tanto  desmaiada 
e  as  f^dhas,  cadentes  5a  estação  se^ca,  em  quaai  todas;  sâo 
nimiamentí*  tortuosas*  garranchosase  c-m  exuberante  íbrmaçâo 
da  camada  suberosa  da  caaca,  que  se  mostra  quasi  sempre 
profundamente  rendilhada. 

O  cerrado  fdto  «tem  garbosos  e  elevados  madeiros  que,  m 
bem  nâo  tomem  todo  o  corpo  de  quo  são  capazes  ú,  beira  dag 
a^nias  correntes  ou  reí?íiíios  pola  lympba  dos  córregos,  com- 
íudo  eniorabram  com  íblhiida  rama  e  terreno  que  ilies  íicv 
em  derredor  e  mostram  ni  casca  lUa  a  foi*ça  da  seiva  que  os 
alimenta  (Viscon  1e  de  Taunay)»* 

Al{?umas  arvores  de  maiores  dimen$?õe8  tt'^m  a  copa  fron- 
dosa muito  suDenor  ao  pinno  geral  dos  cen-ados.  e  sí^  distin- 
guiam nío  so  pela  sua  ^Tandaza  mas  ainda  pela  óptima  quali- 
dadí^  tio  ceroe. 

A  vegetação  dos  campos  é  composta  quasi  excl  uai  vãmente 
de  gramínaceas,  cyperacea»  e  de  pequenas  outras  plantas,  onri 
grande  numero  raati^ir^LS,  sobi-esabindo  a  maioria  pela  Uelleza, 
brilho  e  colorido  das  ílores,  que,  muitas  vezes»  com  a  pequena 
baste  delicada  em  que  se  ostentara,  formam  a  planta  inteira»  bb 
nao  se  levar  em  conta  aa  diminuías  follias  ordinarianiente  se* 
raelhatites  a  delgadas  lanceias . 

E'  nos  campos  mnt  varia  irei  o  nunfiero  das  arvores  dos 
cerr;*dos  ;  ás  vezes  vêm  síô  íilguraas  e^pe.^;is  ou  em  gLMipos  des 
tacados  com  boa  sombra  para  o  {j^ixáo  ;  outras  vezes,  ao  coo- 
í rar lo ,  f^ m  iã o  peq uon  a  q  ii a  n  ti liade  so  a<  ha m  q u e  p6d o  se  coil* 
siderar  o  campo  como  completamente  descoberto. 

Isto  mostra  em  alguns  pintos  a  paisagem  inseosivoi  da 
vegetação  úoíí  campos  para  a  dos  cerrados,  e  destes  para  aa 
mattaíí  ou  para  os  capões  das  eabeceiras- 

Kntrotanto,  capões  existem  do  tão  fraocos  limites  era  re- 
lação aos  eampos contíguos,  oue  muito  se  assemelham  'ioa  oasia 
dos  desertoé  arenosos  ou  ás  ilíias  do  Oooauô, 


imA/tl.  CENTRAI. 


31" 


I 


Poíú  exposto,  parece  que  om  Ooyaz  In  poucas  mattas  tíf- 
frens,  mas  bom  depressa  se  csonvóncpra  do  c^iut ratio  qaem 
aUondrT  a  que  nm^Q  estado  i'  prudií^ii»8a  :\.  qiiantidado  do  rios, 
rilíeirõas  c  córregos  om  qye  Sr^  encontra  derni^x  matti  mar- 
ginal de  grande  la  ri^ura  e  d  •  exí.ooíjão  de  contonas  ocGotona» 
de  kilometroá;  que  6  irjiiumerrivol  a  quantidacla  de  capões  das 
nascentes  ;  e,  flnulrnente,  que  nas  vaatissiimas  ro^fiSea  daa  ver- 
tentes do  norte  v  do  sudonsto,  re^Mões  dos  seus  í?fandea  rios  e 
tios  cauílaloftos  aítlnentO!*  do  Aiuazooas  e  do  Paraná  únúe  a 
accáo  pnríinne  de  tim  clima,  liutnido  favori^cfí  o  sãu  flt\stíuvrd- 
vimen tu,  a  voí^mlíiçrio  í1ijre.st4U  *'*  íTrandioí»:i  o  abnndantiçaima  de 
vêgetatís  próprios  para  as  consdrucçõfís  civis  o  navaiiJ?,  para 
todos  os  ramos  da  actividade  mdiJHtrlal,  para   a   rne  licina  otc, 

Tomo  jiidi:íae,  os  capões  represenlam  orna  das  moiialidades 
dos  terrenos  generativos  doa  rios  e  ribeirões  ;  nUm  desta,  ha 
também  os  brejos  ou  alugados,  as  lagoas  e  os  buritysaes. 

Nada  de  interessante  ofTerecem  as  nascentes  brejosas  ou 
l&custro,    o  que  nao  acontece  cijra  o  burylisaL 

O  biirytiííal  é  um  dos  maU  belloa  omamootos  com  que  a 
natureza  dotou  as  terras   altas  do BrazH  central. 

Tem  a  superflcie  circtílar  ou  oblong-a,  lígeiramento  con- 
cava cara  uma  depressão  linear  no  cantro,  em  fórma  de  rego, 
abun  lante  de  boa  agtia  ;  ú  coberto  em  toda  a  sua  área  de  um 
tapete  de  verdejante  rolva,  homogénea  na  altura  e  na  civr.  9 
toma  por  esse  facto  o  aspecto  risonho  de  um  prado  artifloi&l 
ondo  o  trabalho  do  artista  1^  objecto  de  cuidivlos  coastantea  e 
ternos, 

O  solo  pantanosa  do  buritysaU  extreraaraente  comprossivel 
e  movediço,  aprosenta-se  como  pj rixoso  atoleiro  lamacento, 
meio  li^|iiído,  soli  os  enfoitos  graciosos  de  exquisita  combinação 
do  buritys  do  dilTerentes  alturas  v  idftdi'!5\  ora  vm  grupos 
magnifícos  do  verdum  fre&ca,  ora  indistinctamente.  isolados, 
ora  arruftdua  e  indicando  pela  sua  direcção  a  do  curso  d'  agua 
sempre  crystallioa. 

O  burity,  a  Mauritia  mnifera  doa  botânicos,  a  arvore  da  vida 
do  padre  Jo^é  Oumila,  í^  uma  bcUa  palmeira  dos  sitíos  húmidos, 
de  cerca  de  25  a  40  centímetros  di_í  grossura  e  íí  a  10  metros  do 
altura,  «im  folhas  grandes  em  forma  de  loque  aberto  na  extre- 
midade livre  de  longo  e  resistente  peciolo. 

Antes  de  se  erítreabrir  na  palmeira  masculina  a  cober- 
tiim  delicada  das  ílores  e  só  oeste  poriodo  de  motamorphose, 
o  tronco  provê-se  do  uma  fécula  pareoida  com  o  sa^ri'»,  e  que 
endurece  formando  pães  dulg^ados  e  redondos  ;  além  díaso 
eerve  o  tronco  para  fazer  casan  oaqueductos  do  longa  dura(.*ão. 
Da  seiva  do  mesmo  tronco  fermentada  em  coxinboa  que  nelle 
se  fazem,  depois  ae  derrubada  a  palmeira,  faz-se  o  vinho  de 
palma,  excellente  bebida  eupéptica  e  refrigerante,  com  aqiial 
os  Índios  costumara  se  erabriaííar.apôs  terminada  a  fermentação. 
Odffuotosdoa  cachos  colosSóies,  cobertos  do  estreitas  escamas 
iriaiignlares  imbricadas  em  castanhos  estrobilcs,  semelhantes 
apinha  eu rop('a,  dáo   como  quasl  tndos  os  finictos    tropteaes 


3 IS  HRVISTA   DO   INSTITUO   lUSTOHICO 

alimentos  diversos,  conforme  são  consumidos  depois  do  des- 
envolvimento completo  do  principio  assncarado,  ou  antos 
dello,  quando  ainda  se  acha  em  estado  íkrinaceo. 

As  folhas  do  burity  servem  para  cobrir  casas  táo  bem 
como  a  telha  do  melhor  fabrico,  o  as  nervuras  das  folhas 
novas,  não  do3abrochadas,  dão  a  seda  do  htrity,  de  delicada 
maciosa  e  arando  resistência  e  que  serve  para  diversos  tecidos. 

Além  de  todas  estas  qualidades  da  arvore  providencial,  o 
burity  tom  a  propriedade  (como  se  diz  em  Goyaz)  do  chamar 
agua  para  o  legar  em  que  vegeta,  o  que  motivou  o  costame 
de  só  excepcionalmente  se  cortar  uma  dessas  palmeiras. 

Quem  das  folhas  precisa,  sole  pela  tronco,  tira  as  apro- 
veitáveis,  mas  a  palmeira  fica  em  pê  para  não  seccar  a  fonte. 

Sendo  fastidioso  expor  todas  ;ís  plantas  úteis  dos  to  bellis- 
»imo  estado,  tomarei  apenas  algumas  da  quellas  que  á  quali- 
dade ozellente  da  madeira  juntam  a  grande  abundância,  ou 
apresentam  qualquer  propriedade  quo  as  torna  dignas  de 
nota. 

A  aroeira  átkmfíi,Íià,Schinuslenliscifàliu$^  Le  Marchandoc- 
cupa  o  primeiro  logar  nio  só  pela  extraordinária  quantidade  em 
que  se  encontra  em  aualquer  matta  de  Goyaz,  como  porque 
póde-se  com  aíbiteza  dizer,  ó  industrootivel. 

O  tronco  aromático  e  resinoso  da  colossal  Terebinthacea  en- 
grossa muito,  tem  o  peso  enorme,  a  rigidez  de  ferro  e  a  duração 
admirável. Tem  se  achado  aroeira  em  edificios  sccolares  em 
perfeitissimo  estado. 

Km  Pyrenopolis,  vi  um  grosso  baldrame  do  aroeira  per- 
feito, não  obstante  ter  sorvido,  no  chão,  do  alicerce  de  uma 
casa  por  espaço  de  cerca  de  cincoenta  annos. 

Segundo  o  Dr.  A.  Delveochio,  o  peso  especifico  médio  da 
aroeira  ô  1211),  e  a  resistência  ao  esmagamento  ô  de  1005  kilo- 
grammas,  maior  do  que  a  do  páu  brasil  e  menor  do  que  a  da 
mocitahyba,  a  muirapenima,  o  páu  ferro  e  o  páu  do  peso. 

Ojatobdoujatahy^  Hymenea  Courbaril,  Linnêo  é  um  dos  mais 
volumosos  espécimens  das  florestas  goyanas. 

Entre  os  enfezados  vegetaes  dos  cerrados  também  avulta 
esta  Leguminosa  pelo  porte,  sem  todavia  dar  uma  idóa  apro- 
ximada, ao  menos,  da  magnifica  apparencia  que  tem  na  matU 
virgem.  O  tronco  cuja  grossura  não  poucas  vezes  excede  de  um 
metro,  dá,  bem  como  os  galhos  e  ramos  ,a  resina  animada  dos 
antigos,  a  resina  dejataby,  de  tamanha  applicação  na  thora- 
peutica  das  aífocções  catarrhaes  broncho-pulmonai*es,  etc. 

Também  resina  animada  sob  o  nome  de  gomma  copal,  ama- 
rellada  e  aromática,  serve  para  o  preparo  de  verniz. 

Tem  o  peso  especifico  de  861  e  resistência  de  841  kilogr.  O 
cerne  é  muito  forte  e  em  larga  escala  procurado  para  moendas 
de  engenhocas,  eixos  de  carros,  etc. 

O  óleo  vermelho  ou  bálsamo,  o  Myrospermum  cryihroxylon. 
Freire  Allemãcé  uma  Leguminosa- mimosacea,  cujo  tronco  muitas 
veies  passa  o  do  jatobá  em  grossura  e  em  altura.  K*  uma  das 
mais  valiosas  madeiras  do  lei,  que,  pela  sua  durabilidado,  seu 


o   IJRAZIL   CKNTRAI.  319 

peso  especiâco  954  o  sua  resistência  ao  esmagamento  762  kilogr, 
tem  ao  lado  da  aroeira  e  do  jatobá,  preferencia  sobre  muitas 
outras  nas  constiucções  duradouras,  no  preparo  de  moendas, 
rodas  do  carros,  occ. 

Uma  das  mais  interessantes  arvores  que  vi  em  Goyaz  foi  o 
tambonl,  o  Enterolohium  tamboril ^  Mariivs, 

Como  o  óleo  vermelho  ó  uma    Leguminosa-mimosacoa. 

B*  semelhante  ao  codro,  um  pouco  mais  escuro,  de  bonitos 
ondeados ;  engrossa  muitíssimo,  o  tem  o  lenho  tâo  leve,  que  em 
leveza  ganha  certamente  o  nosso  louro  de  forro. 

Um  tecto  do  tamboril  envernizado  o  artisticamente  traba- 
lhado, sem  duvida,  levará  vantagem  ao  próprio  ostuque. 

Augmcntam  a  riqueza  florestal  goyana,  além  do  muitas 
outras  plantas  próprias  para  todos  os  ramos  da  industria,  o  no- 
tável páubrasil.  abundante  nas  vertentes  do  rio  Araguaya,  jaca- 
randá, gu  irubú,  também  chamado  Gonçalo  Alves,  páo  roxo, 
braúna,  garapa,  oleo  pordo,  pereira,  viuhatico,  peroba,  pàu- 
raarflm,  cedn),  pàurosa,  também  conhecido  por  Sebastião  Ar- 
ruda, ipóou  páud'arco,  angelim,  ubatan,  maçaranduba,  e  di- 
versas outras  sapotaceas  que  dáo  a  gutta-percha,  borracha,  etc. 

Muitas  são  as  plantas  medicinaes,  em  cujo  numero  Ee  acham* 
entre  outras,  a  copahiba,  angico,  barbatimão,  arnica,  caburel- 
cica  (  bálsamo  do  Pciú),  coca,  jataby  ou  Jatobá,  cajii,  cajuim, 
icicariba  ("gomma  elemi),  caroba,  sassafraz,  anda-assú,  juru- 
beba,  manacá,  jaborandi,  sensitiva,  cayaponia,  poaia,  Jalapa, 
rhuibarbo,  nhandiroba  (  fava  de  Santo  Ignacio),  tiborna,  miz 
preta  ou  cainca,  mangerioba.  etc,  e  a  plumeria,  ou  hei*va  santa^ 
quo  das  mais  destaco  por  suas  qualidades  oxcepcionae.s. 

Esta  planta  herbácea,  mucilaginosa.  rasteira,  é  uma  Polygo- 
nacea,o  Po/i/^onum  teiragonale  de  Ladisláo  Netto,  o  apresenta 
duas  variedades:  uma  roxa  o  outra  branca,  sendo  aquoUa  do  mais 
enor^ica  acção  therapeutica  do  que  esta. 

Vegeta  em  logares  húmidos  e  em  margens  do  correntes 
d'agua. 

A  acção  curativa  da  plumeria^  nos  casos  de  mordedura  de 
cobra  (Jararaca),  ^jt  mim  verificada  no  estado  do  Rio  de  Ja- 
neiro, 6  admirável,  soja  administrado  o  remédio  sob  a  forma  do 
extracto  alcoólico  fluido,  seja  sacada  a  herva  o  ingerido  o  suoco 
puro  ou  de  mistura  com  aguardente,  seja,  em  rocurEO  extremo, 
simplesmente  mascada  ;  nos  dous  últimos  casos,  então,  o  bagaço 
devo  ser  applicado  sobre  o  logar  da  mordedura. 

Encontra* se  também  a  plumeria  em  Matto  Orcsso  e  Rio 
Grande  do  Sul,  de  onde  vem  sob  a  forma  de  tintura  homeopathica. 
Em  Goyaz,  onde  era  complotamcnte  desconheci  ia,  achei-a  pela 
primeira  vez  nas  margens  do  rio  Padro  Souza  e  em  alguns  dos 
seus  pequenos  af!1uentes,  quando  viajava  cm  companhia  dos  fazen- 
deiros Joaquim  de  Araújo  e  Francisco  Rodrigues  Chaveiro,  a 
quem  dei  a  conhecer  a  planta,  salientando  o  seu  valor  medica- 
mentoso. 

Entre  os  vogetaes  celebres  pela  sua  acção  violentamente 
venenosa,  occupam,  sem  duvida,  o  primeiro  plano  :  a  tapparaca 


KHVISfA  DO  PCflmTTO  HBTOfiiao 


.mPS»9dkotrtc  rméméfitHm  é€  Jm§mim 

:  m mÃméiúfmimkm  uv kerwm mmdm  ímàM^^m  Ihpim  Ifa  «#ptt* 
,  éê  WgUãÊú,  «ns  M»jiiiiiiliii.oi  fte. 

IMft  wMiiHi  tm  a  po40r  ésMerio  «n  lio  ^íta  grte,  ^tt» 
I«tiiti4ftáe  iagfrtáfc,  mi  «Mca  os  IVgaea» 
íoiiemljvi»  da  grwwm  íiiloxtecio. 

_  «do  ii  fnwaBÊÊ^  é  o  m  fiia- 
dBld  iMieo*  d  oiB  Mkla  mulo  volatiLe  r^gemom  <Dr«  TbeõAoro 

Poueo  deiwb  da  íogeestao  do  reoeno,  o  eorpo  da  rleUma 
eomeçm  m  iaebar,  priQciíAlmeDte  o  abdómen,  cnjtm  mn^euioê 
pêfmem  rort<^m#iite  c<Hitr«hídos  ;  a  marcba  <^  profbadat&eQte 
alterada  ;  a  Tista  perturbê-se  ;  maDífesUni-^  vtrtlfrei»  e  que- 
IramêDlo  feral  das  Ibrcas  ;  o  aaimal  nada  coma  ;  tem  $èáe  az* 
•enira,  B&n  t^mpo  relati sãmente  earto.  morre  do  meio  de 
aii|nifftlo«a  foqtiietaçio. 

A  autopsia  revt>ía  loi^ões  ganirronosas  das  Tlaoifia  abilo* 
aitBaei* 

E*  raio  eeea par  um  aDimal  hervadfy. 

Tão  grande  titrago  produz  a  hema  no  estado  de  Goyai,  que 
o  gado  OTiportado  pelos  madore^  do  Vào  do  ParaoaD,  em  nu* 
mero  de  3í)  a  40.<^00  rexet  por  anno*  perde  cerca  de  3.000,  isto 
é,  1M  V.«  niaifl  ou  meno-^,  9e>njnd«j  as  informações  que  no  Meatre 
d^Armáa  e  na  Pormota  mo  fofâm  ministradas  por  um  doô  prio- 
cipaeecfiadoreg  do  Vão. 

Em  f3oyax,  o  famo  dà  muito  Item,  e,  pur  aieim  dísar.  alé 
hoje,  além  ao  gado,  é  am  dos  poucos  productos  da  dim inata  ex- 
portado, oio  obetante  ter  chegado  a  ganhar  fama,  meitmo  ou 
Rio  de  Janí'íro  ;  e  nào  ha  fumante  do  cigarro  que  não  conheça  o 
cigarro  e  o  ftimo  goyanue»  ao  menos  pelos  di2en?«  do  eovoltorio 
do  m  ,ço . 

A  canna  de  aasucar  vegeta  perfeitamente  oeste  eetido,  •  00 
aeoe  prodnctoi  re^ultantee  aão  aeexceíleDte  qualidade.. 

A  «lOca  do  cani)a  dá  i«)ise  oito  annos  seguidas  sem  oiilro 
trabalho  quti  nâo  i^pja  a  projudioial  queimação  du  cannavlal, 
após  a  colheita  ;  e  quando  recobc  trato  conveo tento,  dura  u 
dobro. 

O  eafezeiro  também  é  de  mui  longa  duraçiío,  embora  as  di- 
mensões das  arvorou  nào  me  pareci  s^em  differeutes  das  de  Sio 
F^uloe  Rio  do  Janeiro. 

A  lerem  verdadeiras  ds  informações  que  obtive  oa  cidade  de 
Santa  Luzía^  vi  um  quintal  todo  plantrtdo  de  pés  de  café  de  70  a 
60  annos  de  idade,  dando  sempre  mais  ou  menos  regularmente. 

Os  pradurtoa  da  canna  e  do  café  não  .-^o  em  quantidade  tuffl- 
cínnte  para  a  exportaç^^io,  o,  taivois,  nem  rno-smo  pam  o  consumo 
estadoal,  porquanto  em  muitos  iogares  em  vez  do  assucar  ainda 


o   BRAZlf,   CENTRAL 


a2i 


f^-se  usada  rapadura,  e  da  Estada  de  S,  Paulo  é  importado 
alirum  cafi^ . 

Ha  om  Goyaz  ura  capim  ratiito  procurado  polo  gado,  dono- 
mifí^áo  jar agua  ou  provisório  (  quando  novo),  nimiamente  abtin^ 
dante,  e  que  passa  por  sor  muito  nutriente. 

Coafurme  se  expressão  Dr.  Gustavo  d*  LI  Ira,  no  boletim  n.  7, 
ílo  Instituto  Agi*onomicode  Caiu  pinas » de  VJtH ,  <í  o  GH0mjarapuà, 
reitnindo  qualidades  afí-ticolas  qye  o  tornara  muifo  cultivailo 
como  furra^em*  nâo  tem  todavia,  sob  o  ponto  de  vista  <Ja  saa 
composiçào  chiniica,  í^raode  valor,  saniJo  eertoque  está  abaixo  do 
morocimoolo  que  lho  dispensam  aquellesque  o  oonsidamm  uma 
das  fúrragens  mai.^  ntAÍrÚivas  u. 

Não  olislanie  esta  valiosissima  opinião,  vou.  todavia,  tran- 
screver do  Catalogo  ria*  artigos  enviaffoít  peio  Èítado  de  Malta 
firossoâ  E.rpQSfçt7o  de  S ,  Luiz,  lí)04,  o  seguinte,  de  iro  mediato 
interesse  a  tioyaz,  >obre  o  capim  jaraguá  :  «De  facto  não  sq 
precisa  em  Matlo  Grosso  importar  fõrràgena  o* trai] ge iras,  nerii 
mesmo  procurar  adaptal^as  ao  noisso  clima.  Possuo  com  fartura 
as  melliores  onlre  as  gramineas  e  legumiaosa.s.  Citaremos  entro 
as  primeiras  újaraguã,  gmrainoa  do  genepo  pGnkumqn&  pela 
mm  compoaiçâo  chimíca  rival isa  com  a  luzerna  (  alí^fa  ),  t*tnJo 
sobre  ella  a  vantagem  de  desenvolver-se  ora  qualquer  parte  e 
em  todo  clima»  de  modo  espocial  (Estevara  de  Mendonça). 

Das  analyses  feitas  até  bojOta  do  Dr,  Otto  Sjngol  apresenta 
uma  media  dè  2,  :ífj%  do  protoina  ;  a  do  Dr.  Dafert,  com  planta 
na  opoca  da  maturação  e  coro plotani ente  /enofift^  5,  17".  ;  o  a  do 
Dr.  Jacy  Muntoiro  &  de  2,  24*,;  com  plantas  frescas  anto^ída  í!o- 
rescencia.  (  Dr.  Travassos  —  Monograpliias agrícolas.) 

A  Ciuinéa,  Panicum  auricidalum^  cumpetn  com  o  jaraguá 
om  crescimento,  fertilidade  o  resistência  ao  cíilor,  ílâ  seccaa  o 
ao  inverno;  é  t am  bem  m  u  i  ttj  ri í^a  e m  .s u bs tan eiits  ; izotad as  o 
talvez  mais  do  {\n%  o  jaraguá  em  hydratos  de  earlíuno* 

Ainda  temos  nos  no^isos  campos  f 'amapuam,  o  miroó;^o  nas 
suaa  diversas  variedades ,  capim  branco  \i  gordura»  além  das  dif- 
fepentes  gramas,  que  abundam  tanto  noa  campos  de  serra 
acima»  eomo  serra  abaixo,  constituindo  todas  essas  Ibrragens» 
por  sua  variedade  o  composição  chi  mica,  segura  garantia  para  o 
dejenvolvimento  rápido  do  gado  no  ostado,  melhoradas  as  .suas 
condiçr>es  de  raça.» 

Finalmente,  muitas  graminaceas,  eyporaceas  o  outras 
plantas  dos  campos,  venenjsisou  não,  que  bojo  í^ao  uraa  verda* 
deií-a  praga,  algum  dia  teráo  aproço,  quando  por  exemplo,  a 
industria  do  drogas  medícínaes  e  o  fabrico  do  papel,  em  Goya^, 
na  era  do  progresso  e  de  paz,  dispensar  o  importado  europeu  ou 
outro. 


:í22  HEVISTA   l:i>   INSTITUTO   IIlsTUlUCO 

CAPITULO  Vil 

METEOROLOGIA 

Inaugur«i<1os  oi^  trah.ilbos  da  demarcação  do  vértice  sud- 
cGstc  da  ároa  destinada  a  receber  o  futuro  districto  federal,  al- 
gumas interrupções  se  deram  nas  observações  astronómicas, 
pois  Icndoso  ílmiado  definiu  vãmente  a  cstaçSo  das  chuva:^, 
muitos  dias  houve  cm  quo  não  foi  v.ito  o  azul  sereno  do  bra- 
xilco  cóo  tropical,  em  horas  apropriadas  p>ara  toes  observações ; 
não  obòtante,  as  observr.çues  meteorológicas,  at^enta  a  sua  na- 
tureza, flzeramsc  continuadamente. 

Estas  observações  duraram  quarenta  e  quatro  dias,  de  1  de 
outubro  a  li  du  novembro  do  1892. 

As  vari  li.õcs  diurnas  médias  do  tbermometro  tiveram  logar 
entro  19",o  e  V>,0  com  a  média  geral  de  22^.ò^  em  um  dos  mezcs 
cm  que  o  :'ol  passa  pelo  zeni th  do  ponto  de  observações.  A  mi- 
nima  absoluta  foi  de  1)%0  o  a  máxima  de  34o«8,  respectivamente 
nos  dias  7  e  *J  do  outubro ;  o  a  excursei  o  nycthomerica  tevo  a  ma- 
ior amplitude  do  23^5  determinada  pelos  extremos  ih>,o  e  32^,5. 

A  media  das  minimas  alcançou  a  15''8  c  a  das  máximas  a 
29»,  l. 

A  temperatura  do  ar  (thermomntro  fronde),  quo  variou 
entro  a  minima  do  M",.")  o  a  máxima  de  3*?>,0,  teve  a  média  de 

A  mnlia  do  percurso  da  pressão  do  ar  foi  de  ri71.*''°'4  a 
ri7<'.'""3,  o  que  da  a  insignificante  oscillaçSo  média  de  4. """9, 
notando-se  quo  a  pi*cssão  minima  foi  do  G70.'»»4  o  a  máxima 
(»77.'""9. 

A  humidade  relativa,  que  oscillou  entro  a  minima  de  40^" ,2 
6  a  máxima  do  1n>",0,  teve  a  media  de  71«,7. 

A  quantidade  de  chuva  attingiu  a  245. '""'3,  occorrendo 
vintoedoos  dias  dias  do  chova  e  outros  tantos  de  trovoada; 
poróm,  nem  sempre  esta  coincidia  com  aquella*  de  maneira  quo 
houvo  íl.as  em  qun  choveu  e  não  trovejou  e  vií»evoi*sa. 

Pela  primeira  vez,  no  dia  10  de  outubro,  soprou  o  vento  do 
sul,  depois  a  12,  13  o  15 ;  a  10  ventou  de  suosto,  edc  27  cm  de- 
ante  a  frequência  dus  ^entos  do  quadrante  sul  foi  gradualmente 
augmcntando  até  exceder  cm  numero,  no  mez  seguinte,  a  dos 
que  reinaram  no  principio daquellomez. 

Nos  (lias  24, 25  e  27  ao  amanhecer,  havia  cerração  bastante 
intenda  para  nada  deixar  ver  a  poucos  metros  de  distancia,  so- 
prando fresco  o  vento  do  noroeste. 

O  céu  aitida  ligeiramente  enfumaçado,  manteve  termo  módio 
a  nebulosidade  de  .'>;  sendo  que  no  começo  das  observações  mo"^- 
trou-so  maior  numero  de  vezo:?  coberto  no  todo  ou  na  maior 
parte,  do  quo  nos  últimos  dias. 

Em  ^eral,  até  o  m  .^z  do  agosto  a  transparência  da  atmos- 
phora  é  perfeita :  mas,  dentro  de  poucos  dia.s,  a  fumaça  lac* 
cumulada  das  ext^^nsas  o  geraes  queimadas  do^  campos  o  roças  no 


o   BRÂ/IL  CENTRAL  323 

tompo  secco  torna  o  ar  pumbleo,  obscurece  gradativameate  a 
atinospUera  e  forma,  ao  depois,  tão  espessa  camada  que,  á«  pri- 
meiras horas  da  tario,  o  brilho  do  astro  da  vida  reduz  se  sensi- 
velmente ató  desapparecer,  e  um  pequeno  disco  de  vermelho 
vivo,  semelhando  uma  gotta  do  sangue  no  cOo,  vao  lentamente 
sumiudo^se  nas  névoas  carregadas  do  poente. 

Nesse  momento  da  tarde,  o  viajante  dessas  regiões  quasi 
desertas  sente  uma  extranha  impressão,  mixto  de  dô  *,  do  as- 
sombro e  de  saudade,  que  se  experimenta  e  se  nào  descrevo. 

Tal  impressão  ó  increm3ntada  polo  completo  silencio  me- 
lancólico da  natureza,  o  que,  por  seu  turno,  augmonta  ainda 
mais  a  monotonia  do  aspecto  sombrio  do  ar  cinzento  do  crepús- 
culo vespertino,  c  uma  sensação  de  vago,  de  indefinido,  uma 
tristeza  mortal  apodera-se  do  viajor. 

As  primeiras  nuvens  começam  a  apparcccr  subtilmente  á 
tarde  quasi  sempre,  no  fim  do  mez  do  agosto,  ou  nos  primeiros 
dias  de  setembro  atravéz  dos  densos  nevoeiros  scccos  da  fumaça 
das  queimadas. 

Durante  os  dias  de  observação,  predominaram,  de  manhan, 
os  cirros,  o  do  tardo,  os  cirroscumulos,  os  cumulos-nimbos  o  os 
nimbos. 

Em  algumas  tardes  apparecerara  os  cst.'ato3  ou  ostratos- 
cumulos,  ordinariamente,  ao  occidento. 

Quasi  sempre,  a  segunda  motide  do  dia  era  mai^?  farta  do 
nuvens  espessas  do  que  a  primeira,  o  não  poucas  vezes  a  uma 
tarde  tempestuosa  succedia  uma  noite  serena  o  clara  em  que 
tocavam  ao  auge  o  intenso  brilho  das  es^irellas,  nas  noites  es- 
curas, a  transparência  o  a  extrema  pureza  da  atmosphera,  par- 
ticularmente nas  noites  do  luar;  notando- se  apenas  algumas 
nuvens  em  forma  de  fljcos,  brandamente  impcllidas  pelo  vento 
do  sudoeste. 

Este  estado  de  quietude  da  atmosphera,  em  geral,  não  du- 
rava multo ;  cm  poucas  horas,  as  nuvens  accumuladas  engros- 
savam, o  novas  borrascas  desencadeia vam  se  tempestuosas, 
muitas  vezes  acompanhadas  de  fortes  rajadas  do  vento,  relâm- 
pagos e  trovoada. 

De  dia,  quando  se  formavam  as  diluvianas  chuvas  tropioaes, 
á  medida  que  o  calor  crescia  e  a  reverberação  augmentava,  no 
céo  acamavam- se  negras  nuvens  sob  o  aspecto  de  titânicas 
archibancadas,  movendo-se  lentamente  no  espaço,  tangidas  pela 
bafagem  o uen te  que  envolvia  todo  o  horisonte. 

Por  baixo  dessa  abobada  colorida  de  cinzento  escuro  e  do 
azul  meio  apagado,  viam-so  correr  em  direcções  diversas,  ás 
vezos  mesmo  em  sentido  contrario  das  pezadas  nuvens,  uncas 
nuvensinhas  ténues,  irregulares,  de  contornos  fulvos,  franjados 
de  rubro  cúprico,  quando  passavam  doante  do  sol,  n*alguma 
fresta  fortuitamente  existente  entre  duas  grandes  nuvens. 

«  Cerra  se  depois  o  céo,  escreveu  o  finado  Visconde  de  Tau- 
nay,  enfusca-se  a  atmosphera,  impregaando-se  de  vapores  azu,- 
lados,  que  cambiam  para  o  vermelho  ;  zune  sibilante  o  vento; 
amiudam-sc  os  roncos  do  trovão  cada  voz  mais  próximo  ;  rolam- 


324 


REVISTA    TK>   ÍNSTITt  TO   HISTÓRICO 


pojara  os  coriscos  ;  serpenteiaoi  o3  raios  eni  deslumbrantes 
2ig-£ag9,  lívidos  como  ferro  eiii  bnisa,  abalando  os  ares  como  a 
oi^t repito  do  graudcs  pilbaâ  de  porcdllana  âna  que  desmoroDam 
por  oscad^LS  abaixo,  e  despejam  se  aguaceiros  coin  íntervaJlo!» 
em  quo  não  ú  raro  reapparecer  a  luz  solar,  dourando  os  bo- 
judos cuutorDos  das  nuvens  ©  accordando  em  &ou  oegrejante  ro- 
CGBSQ  tim  mundo  de  phaotasticas  >ciotiLlaçudÊ.  » 

Com  ulleito,  a  di^taocia  toma  siDguJares  a  variodado  e  o 
caracter  da  detonação  do  Lrovão  no  i^omet^o  daa  grandes  chuvas 
tr<»picae8. 

Ora,  aââemeltia-sL%  como  vem  dito,  ao  ruído  estrepitoso  da 
qnOda  do  uma  pilba  de  fina  porceHaDa  p^^r  umae^M^ada  al^ixo« 
com  forte  sonido  metaílíco  ;  oro,  parece  o  som  tétrico  do  tiro  de 
uma  grande  peça  de  artUberia,  som  secco.  sem  b;irulbo  oeiíi 
ecbo,  som  qu-^  subitamente  cessa,  ou  repercuto  intens^imente 
por  tempo  demasiado  lungo  de  encontro  áa  asperezas  da  sapar- 
ncio  terrena  ou  as  irregularidades  da  abobada  nebulosa  do  céo, 
e  por  âm  rosumbra  um  echo  estriduloso  atordoador  e  demorailo 
também. 

Umas  vezes  o  ronco  começa  airoador  e  pára  derepente ; 
oniras.  assim  começa,  soflre  pequena  interrupção,  para  depois 
continuar  violento  com  o  mesmo  ou  com  dilTerente  diapa^uy 
atô  findar. 

Não  ba  relação  entre  o  ruído  do  trovão  e  a  intensidade,  a 
luminosidade  o  a  ^^'andeza  da  bcgd  telha - 

O  perigo  dos  raios  depende  á;i  tensão  eléctrica  da  atmos- 
piíera,  e  guarda  íntima  relação  com  a  côr  branca,  amarella  ou 
roxa  da  luz  dos  relaiii pagos. 

As  densas  nuvens,  quasi  sempi^e  bastante  altas,  dão  me« 
donbos  trovões  ;  mas,  um  céo  cinzento  claro,  irrcgul  armou  te 
manchado,  offerece  muitas  vezes  maior  perigo  pela  quantidade 
e  violência  das  I^\i8cas. 

Mais  assusta  ainda,  dt3  dia  ou  de  tarde,  a  tcmiiestade  precedi- 
da do  lufadas  de  ventania  cyclonica,  com  as  nuvens  baíxatí,  pare* 
condo  cinereas  flimaradas,  perpassando  por  sobre  os  morros,  em 
vertiginosa  correria  e  desprendendo  consoes  de  todas  as  fòrmaa 
e  roncos  incessantes. 

Por  esse  modo  inicia-se  a  estação  chuvosa  nas  terras  alias 
do  Brasil  central,  no  mez  do  outubro,  regra  geral;  e  cada  vq% 
mais  brandamente  continua,  mais  ou  menos  até  meiado  ou  dm 
de  dezembro  ou  principio  de  janeiro,  quando  ús  grandes  ter- 
msQias  succedem  chuvas  mais  brandas,  porém  mais  prolon- 
gadas, ^W  que  cessam  de  todono  mez  de  março  ou,  o  maiS 
tardar,  no  mez  de  abríL 

No  correr  da  estaco  chuvo:sa,  é  muito  oommom  nos  grandat 
ebapadôes  observar  chuvas  parciaes,  ao  mesmo  tempo  em  Tarios 
pontos  do  borisoQte,  em  distancias  mui  differeotea,  do  local  da 
observação,  com  a  inclioaçâo  dada  pelo  yento  que  impslle  a 
nuvem . 

Tarmiuada  a  estacio  das  cbuvas.  em  poucos  dUs  a  Um^Nles 
e  tiransparencia  da  atmospbera  %ão  perfeitas,  e  no  azai  odeste 


o   BRAZIL   CENTRAL 


325 


de  ioeíceclivel  pureza  nenhuma  nuvem  ^e  vu.  No  liorisonte, 
bera  loDííe»  apeoas  cblinidaâ  uuvetisiohaa  alvacentas  fie  íormoaa 
brancura  estvndc^m-se  rm  lérnia  de  íiU,  de  U[iaDhaa  cedo  ou  uas 
horas  sileDciosaa  da  Uiixie, 

Oa  canjijos  estàa  culíerios  tio  eicelleotes  pabtageui,  e  as 
mattaa  de  vigoroi<a  vegeiaçâo  de  basta  rama^ícni. 

Deâappareceni  os  atoloirose  as  iaundac«>Bât  que  sãuiubiti- 
tuidos  por  íloiss ima  poeira  doíí  catniDUo*;  e  urua  ininterrompida 
secra  do  alf^^uns  inezea  em  conipeuseção  uuí  o  frescor  às  noites, 
faz  condensar  o  e  cr  eco  e  o  orvalbo  cot  teju  r  dorf  telhados  o  das 
folltas  das  arvores. 

O  sei  com   vivo  íulgor  illumina  mãm  alegromente  a  oatu* 

Qua^i  sempre  no  ílm  do  mez  de  maio  ou  principio  de  juniio 
começa  a  soprar,  desde  a^  primeiras  tioias  da  m<uJruK^da  até  as 
dez  ou  oDze  do  dia^  um  vente  fiesco  do  8ul  ou  sueste,  incem* 
modo  6  de!jagrada¥el  para  o  viajanto* 

A  contiQui  4ade  da  acção  desse  vento  durante  o  dia,  com- 
binada cora  a  mais  franea  irradiação  nocturna  muitas  vezes 
occaáona  a  geada,  que  em  grande  extensão  se  observa  nas  altas 
regiões  ceatraes  do  Bra/;ii,  como  aconteceu  om  julho  de  1892, 
a  meio  cíiminlio  do  Portu  Velho  do  rio  Paraoahyba  a  Catalão, 
tendo  descido  a  temperatura  a  :í^,5  oent.  abaixo  de  zero. 

No  ci}o  a  luz  zodjacal  apresentasse  com  o  mai^  vivo  brilho. 

Ktícreveu  Humboldt :  4 Qualquer  pessoa  que  too  ha  passado 
anãos  inteiros  oa  zona  doís  palmeiras,  cooservari  toda  a  .sua  vidik 
uma  doce  lembrança  dessa  pyramide  de  luz,  que  alumia  uma 
parte  das  noltoa  sempre  iguaes  ám  tropicoà. 

Acontec6u-mo  de  a  ver  tâo  brilhante  como  a  Via- Láctea, 
em  Sagitário,  nao  sô  no^  pincaros  dos  Andes*  em  altitudes  de 
3  ou  40j(J  metros,  ou<le  y  ar  é  tão  puro  e  tâo  raro,  coma 
tamliem  nos  imraensos  campos  de  Venezuela,  o  a  beira  mar,  no 
céo  sereno  de  Cumana. 

Algumas  vezes,  entretianto,  uma  pequena  uuv^em  projeeta-sa 
sobre  a  luz  zodiacaU  e  destaca-se  de  uma  mauetra  pittoresoa 
sobre  o  fundo  luminoso  do  côo;  ootâo,  o  pheuomeno  torna-se  dd 
grande  belleza». 

Em  ( ioyaz,  depuis  do  pôr  do  sol  uma  hom,  mais  ou  menos, 
comega-se  a  perceber  o  clarão  da  luz  zodiacal,  que  em  poucos 
mmutos  attíngu  h  sua  maior  intensidade,  até  extinguir-»s  a 
meia  noite. 


CAPITULO  VIII 


CLIMATOLOGIA 


Encontra-se  no  meu  reiatúrio  de  1893,  sobre  o  planalto 
central  do  Brazil,  diversas  tabeliãs  nieteofõlogicas,  em  que  estão 
eipoãtos,  embora  resumidamente^  o^  principaes  elementos»  cujo 


s 


enise  comparai  to  '-«ita  p%r&   v>*nar  conbec^io  o  ^Irm  d9 
onoâ  parta  da  á.'ea  'iem%rcaia  peU2  O^amiaõe?  do  PI^!!2lto. 

Es'.c  ecuido  eesenlúarlo  p^i-»  c^r^r.  €pO'.r>^iiD,  a  t^»di  a  re- 
ferida área.  e  qr^í^  %  m  »-o.-  fzteasão  aiaia,  anoa  rez  que  noito 
além  dos  f€ra9  limitei  existam  por  toda  a  ^«arie  os  mesmcs  iltri- 
toiott  TMiKAoiieoê. 

Procurei  partíeolarisar  esui  resesha,  porqae  •>  dima  local 
é  o  UDíco.  cojo  estado  praticj  cíTeroe?.  na  aetoaltdylescieQt:- 
fica,  nm  íntere3.<c  real,  pois  que  á\  reoa.ão  das  divenas  infla- 
eoeias  Uja^ts  •,t>m-j  sejam  a  alwtade.  a  oonRpnraçio  do  eolo.  a 
vc;reta<âo,  ef.c,  c/^m  a  ac*;ão  de  ai^ur^  meteoros  âo  iaftre  <xm 
seguraDça  o  caracter  da  zona  estudada. 

Esta  exposição  é  a  qae  a  hygiene  dere  considerar  em  pri- 
meiro iogar,  porqno  ella  dá  os  mais  práticos  resultados  (Joa^aet*. 

E"  aeeeito  em  climatolologia,  que  a  zoaadcs  climas  de  altaa 
tampeiataras  nada  mais  representa  do  que  uma  serie  do  dimas 
parciaet  differindo  entre  si  por  signaes  bem  decisivos  IDn- 
trooUu),  Foi  pcDi^ando  como  este  grande  onedico  francez.  sem 
duTlda.  que  J.  R'jchard  deu  a  seguinte  definição  de  clima  : 
<a  reunião  das  superficies  do  glotoqne  representam  as  m«j$mas 
condições  [ih ysicas  c  que  reagem  do  mc^mo  maJo  ãu!>rc  a  saúde 
dos  seus  habitantes». 

Toda  a  superfície  da  área  demarcada,  perlo,  porém  fora  da 
latitude  dos  climas  tórridos  ou  byperthermicos,  segundo  a  deno- 
miçio  de  Ponssagriyes,  acba-se  entre  a  linha  isotbermica  de  ^5 
6  a  de  15,  na  zona  dos  climas  quentes  ou  thermioos,  onJe  o  sol 
o  soberbo  domina/lor  dos  trópicos,  nabelia  pbrasede  BuíTon, 
eieode  a  todos  os  outros  agentes  climatéricos. 

Collocado  no  interior  do  Bra/il,  muito  afastado  do  equador 
thermlco,  que  passa  além  das  costas  septentrionaes  da  America 
do  Sul,  nas  Antilhas ;  f  jzendo  parte  integrante  das  grandes 

Slanicies  que  participam  do  fresco  e  do  a^*adavel  das  cadeias 
e  montanhas  interiores  do  continente  o  bem  exposto  á  acção 
dos  differentes  elementos  in3teorologicos.  o  futuro  districto  fe- 
deral recebe  igualmente  o  beneficio  do  aquecimento  solar,  ora 
nas  partes  superion.^s  ora  nas  parte.^^  inferiores  dos  accidentes 
do  solo.  eein  os  damnos  do  excessivo  calor,  devido  já  á  sua  alti- 
tude média,  já  ao  manto  de  relva  qiie  durante  grande  parte  do 
anno  furta  a  terra  á  acção  directa  dos  i-aios  calo  ificoe  do  sol, 
sem  enumerar  os  capões  das  cabeceiras,  os  carrascaes,  as  mattas 
e  os  buritysaes. 

K*  crença  corrente  e  íofclizmente  partilhada  até  por  homen.s 
de  alto  morecirocntoscioniifico,  que  o  interior  do  Bra/il  é  uma 
ri^gião  intolerável  por  causa  do  sou  calor  abrazador,  chegando 
me:ímo  Le  Royde  Moricourt  o  Eugénio  Kochard  a  collocar  o  clima 
thermlco  do  Hrazil  ao  lado  do  da  Arábia,  da  Tripolitaua,  ondo 
nunci  chove,  o  do  sul  <:e  Marrocos,  isto  é  :  ao  lado  de  climas  de 
paizes,  cujas  altas  temperaturas  provêm  essencialmonto  dos 
seus  grandes  desertos  de  ai*eia,  sem  contar  em  relação  a  Mar- 
rocos a  influenoia  thermogenica  dos  ventos  do  Sahara  que,  no 
Senegal*  situado  ao  sul  de  Marrocos  e  nas  mo.'imas  condições  to- 


o   BRAZIL   CENTRAL 


:^27 


pogfaptiicas,  fj.z  o  thBrDaooieiro  subir  em  jiqmcos  mintito^  da 
Í0*  O  a,  40*  O  e  mesmo  a  50^1  no  dizer  de  Dutpoulau  ;  nas 
margens  do  mar  vermôlho»  Arábia,  onde  se  fazem  sentir  os 
vantos  doâ  desertos  arabss,  A.  Hoche  vio  o  thermometro  eltívar- 
80  quasi  insta» taneamea te  de  20M  a  40°3;  o  na  Tripolttana, 
segundo  a  citação  do  A.  de  Fontpertnis»  os  algarismos  das  tom- 
peratuius  mostram  s6  mníto  elevados  tam1>eiii. 

Nesta  parto  do  interior  do  Brasil,  a  differoDça  entro  a 
menor  mínima  e  a  maior  máxima  observada»  foi  do  ^ib^^Q,  o 
que  constituo  execepclonal  phenomeno,  sendo  quo  a  média  destas 
Oflcillações  é  de  13**1. 

«Em  nenhum  ponÊo  do  Brasil  tropical,  diz  o  Dr.  Em.  Liats, 
tive  occasião  de  observar  40*  durante  minba  longa  catada. 
Somente  uma  vez  noxei  ^^9H  noa  arredores  do  Rio  de  Jaociro 
e  l>^'S  em  Olinda»  porto  de  Pernambuco.  A  raais  baixa  tempe- 
ra tura  observada  neste  ultimo  pooto  foi  de  15*5,  donde  a  dí- 
íToronça  de  ^4^^3  entre  os  extremos.  No  Rio  a  diíTerença  entre 
os  extremos  Ct  de  29*/o.  Em  Montevideo,  onde  o  thermometro 
at tinge  a  0*^  essa  diíTerenca  vae  a  4r  ...* 

Na  Ri'publicã  Argentina,  cujti  topograpliia  asseraellia-sc 
alguma  cousa  com  a  área  estudada,  com  a  vanTÁgem  aioda  do 
valor  imiforraisLidor  de  temperaini-as  da  vasta  extensão  do  Oco- 
00  Atlântico  Meridional,  o  a  cuja  latitude,  mais  ou  menos,  cor- 
responde a  altitude  do  planalto  central,  a  differença  ó,  segundo 
o  Dr.  Pedro  N.  Arata,  do39<6,  entre  menos  2"0  e  mais  37"5, 
sendo  a  média  superiora  I3"l. 

A  altitiulo  representa  papel  importantíssimo  na  modificação 
dos  climas  tropicaes,  temperando-lhos  o  calor,  tanto  que  muiías 
regiões  situadas  debaixo  do  equador  ou  delle  próximas,  tom  as 
temperaturas  diminuídas  a  tal  ponto,  quu  apresentam  médias 
aaalLTgas  lis  dos  paizo^  temperados  lía  l-:uropa,  como  se  dá  com 
a  Atíí^clia,  com  as  índias  Orion tacs,  etc. 

Tom  íie  prt>curtido  estxbclcccr  uma  lei  matliumatica  para 
essa  relayão  da  temperatura  com  a  altitude,  o  mesmo  Humboldt 
chcg:ou  a  admittir  que  a  caaa  ascoação  de  156  a  170  metros  cor- 
respondia, na  Europa  Central  entro  os  parai lolos  de  3s''  o  71^1 
o  decrescimento  de  um  gt-ào  thormomctrico. 

Com  os  progressos  da  thermometría,  climatológica  sensível 
impulso  tem  obtido  o  conhecimento  da  dÍ!?trÍboiçSo  do  calor  na 
superfície  da  terra,  pelo  estudo  das  ídíI^iõos  e  distancias  das 
linhas  isothermieas  iwthnricase  isochimeniíías,  noa  diversos 
systomas  de  temperatura  a  Ualo  o  a  no^te  da  Ai^ia,  Europa 
Contrai  o  America  *)riental,  o  quci  em  aumma,  permittiu  e&íta- 
beleccr  a  seguinte  questão»  desde  o  tempo  de  Humbodlt:  «a  que 
fracção  do  eilor  tht?rraometrItíO  modlo  do  anno  ou  do  voi^»  cor- 
respondo a  variação  de  um  gráo  em  latitudo  quando  se  desloca 
om  um  mesmo  meridiano  í* 

Qualquer  que  seja,  porém,  osyâteraa  de  linhas  isothermicas 

de  iguaós  curvaturas,  exiãte  neeeâãaria  e  intima  ligação  entre 

os  três  seguintes  elementos:  1,  a  diminuição  de  calor  uo  sen  lido 

vertioat  c  do  baixo  para  cima ;   U»  a  variação  d\j  temperatui^a 

2168  — !2;í  Tomo  ixviii.  p,  ii. 


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REVISTA  ÍX>  INSTITUTO  HISTÓRICO 


|Kiia  um  ;^'tâa  do  mudaQçi  aa  Utituclc  googrupbica  ;  o,  Ht*  a 
rulaV'UJ  <jntn^  .k  turopuratura  media  de  uma  (BJ^taçíio  dtt  moo^ 
taolia  ú  a,  distancia  au  pulo  de  um  pontu  situado  ao  Qivet  do  mar. 

KiUiM.'  os  paralkdobdtí  líy*'  o  71"  diz  Huiobuldt,  a  tempuratuxA 
dofTtsce  uDillíi  inomLsnto  tm  i  az/ào  de  meio  gráo  dcj  tliormoiíietrõ 
(lara  cada  grau  do  ULitudt'.  Múh  como  o  caior  díminue  de  um 
^Táo  Híjíísa  regiào  quando  a  .iltura  cro^c*.^  de  156  a  170  mi-'tros, 
resulta  quo  78  ou  85  metros  do  elevat;áo  a4jima  do  oivel  do  mar 
proiuzom  o  meísmo  uííeito  sabi*o  a  temiiâratura  annual  cumo  o 
Uoslocamoruo  para  o  polo  de  lun  gráo  do  latitude. 

Vssim  a  tninperatupa  media  animal  do  cxjuvento  do  Moato 
S.  Ueruardo,  a  24ÍM  meti  os  do  altura  aa  latitude  de  55,^  50\ 
corrôiipoude  4  de  uma  idauicio  a  T.V^  5<y  de  latitude,  ao  nivcl  do 
mar. 

No  syslema  da  Amorica  OrienUlt  íj  f-einpL^ratuiM  media  ao- 
uual  varia,  da^  custas  do  Labrador  a  Boslon,  do  0.'^s8  por  cada 
gráo  do  laútude;  de  Boston  a  Cbarle^wtou  úa  0;"  í^5  ;  desta  oi- 
dadii  ao  trópico  do  Caacur  (Cuba)  a  variiivão  doat.e  a  0,«íj6-  Na 
zona  tropical,  a  temperatura  varia  com  taota  leotidão  quo  de 
IlaNana  a  Cumaua  a  jBudaaça,  para  um  grko  do  latilude«  uao 
vao  além  de  0/20. 

Como  clarameuto  se  percebe,  todas  estáíi  observações  foram 
feitas  ao  iilvol  do  mar,  ou  C(jm   pouca   djllereoça  desse  nÍTel. 

A.S  õbíjorvaçõos  feitas  por  Humbuldí,  na  nrimeira  década  do 
XIX  !? óculo»  na  parte  intertropicat  da  cordilheira  dos  Andes, 
deram  a  diminuição  do  um  gráo  do  temperatura  para  187 
metruít  do  augmonto  na  aHura.  Triuia  aunos  mais  tardo,  Bous* 
smgauU  adiou,  iormo  médio.  175  metros.  Trabut  julga  maia 
coiiseutauõo  dizer  que  a  muteorologíade  um  logar  O  modificada 
pela  elevação  do  terreno,  que  a  altitude  loprcsenta  um  factor 
conaidoravel  na  diíTerenciação  dos  climaí?  parciaes,  som  com- 
tudo»  piaciear  exactamente  o  seu  valor,  e  resume  dizendo  que. 
a  partir  de  HKX^  a  1200  metros,  o  clima  torna-se  muito  seme- 
lhante ao  da  Europa  Central. 

Edta  opioiàode  Trabut  é  corroborada  pelo  facto  da  diml* 
nuivào  da  temperatura  d  luedia  que  se  eleva  sobre  o  nível  do 
mar,  uu  sentido  da  verttcaK 

Para  a  diminuição  do  cad-L  um  grào  do  calor,  segundo  Loin* 
bard,  é  necessária  &  elevação  de  160  metroB  na  media,  200, 
se^^uudo  Réolus,  e  150  a  180  segundo  Ilayem,  na  zoou  temp 
perada, 

08  irmXos  Adolphoe  Hormaun  Schlagintweit  acceitam  a 
media  de  Lombard,  referida  aos  Alpes;  porém  Gaudier, 
ba.soando-se  em  quatro  annosde  observações,  cré  quo  a  altura 
a  íjtie  íse  deve  clieí^ap  para  obter  o  ubsixameuto  de  tempe- 
ratura de  um  gráo  O  de  VSú  metros,  termo  médio. 

Segundo  o  Ur.  Em.  Liais,  noBrazil,  a  temperatura  media 
de  um  logar  coUocado  acima  do  nivol  do  mar,  deve  ser  inferior 
  tem[>eratura  media  da  mesma  latitude  nesse  nivel  tantoe 
grilos  quantas  v  uzos  a  altitude  do  logar  em  queâtão  encerra  200 
metfOá,  mais  ou  monos  • 


BII4ZIL  CB.NTHÂL 


329 


Kaômtz  diz  que,  ôm  geral,  póde-se  admittir  quo  a  tempe- 
ratura decresce  de  um  gráo  por  18'^  metros;  mas,  esse  numero 
varia  com  a  latitude,  a  ostaÇíào  o  a  liorado  dia»  pois*  que  o  de- 
crescimeoto  é  mais  noUvul  uo  vorâo  Jo  que  ao  iaverno,  depois 
do  meio  dia  do  que  de  manbã.  o  te. 

Partindo  do  quo  acabu  de  dizer,  e  applicando  íV  área  de- 
marcada,  na  latlt^ide  de  15^^—1^)^  o  altitudo  media  do  1000 
metrus,  conclue-se  que  a  latitude  é  comparável  com  a  das  r»í« 
giõea  situadas  entro  ^í^"  o  3*>*,  e  a  tem piíra tuia  media  deve 
oscillar  entre  18"  e  20<>.  âo 

De  facto,  observações  ulteriores  vieram  provar  a  exaetid 
do  meu  calculo  em  1892,  pois  acliou-se  a  temperatura   media 
annual,  de  um  auoo  de  obsorvaçôeí^,  iguai  a  lU".  5. 

A  elevação  da  temperatura  não  alcança,  poiá,  lào  alto  gváo^ 
que  possa  dar  ít  ro^'iâo  estudada  o  caracter  do  região  torj^ida 
ou  bypertliermica» 

AO  contrario,  as  priucipaes  caujas  tia  dimiouiçau  da  tem- 
peratura pela  altitude  ahí  se  acham  perfeitamente  dolintdaíí, 
B  vem  a  ser:  a  rarefacção  relativa  do  ar,  o,  consequeiuenioute, 
a  diminuição  do  seu  poder  absorvente  para  u  calor  ;  o  isola- 
moo to  do  solo  pela  camada  permanente  de  vegetação  durante 
qyatsi  todo  anuo,  o  que  impede,  de  uma  maueira  mais  on  menos 
completa,  os  raios  solares  de  cliegai-em  ató  a  ►^uporflcie  do  í^oIo, 
moderando,  por  conseguinte,  o  aquecimento  da  terra,  além  de 
que  as  planias  por  si  actuam  como  moderadores  do  calor  em 
razão  da  evaporação  constant*.'!  de  que  sào  a  sedo;  a  intensi- 
dade do  podei'  diathermaDO  da  atmospbora ;  o,  linalmentn,  a 
diminuição  da  pressão  barométrica  noííses  vastíssimos  c li apadões. 

Weber  veriíicou  entro  um  solo  sem  vegetação  e  uiitro  de 
um  campo  vií^inho  a  dtffertííiça  de  11"  a  17»*. 

O  efreito  geral  da  ve^íe tacão  ú  abaixar  a  temperatura  no 
verão  e  tornar  o  ar  mais  húmido* 

Correlativaraonte,  o  gráo  da  humidaile  atraasphei  ic  i  não 
attinge  os  algarismos  das  regiws  baixas  c  hamidas,  ou  da  zona 
do  littoraL  ^ 

Para  osse  estado  do  humídado  <ioncorre,  .som  duvida,  a  na- 
tureza do  terreno  (EUiott)  que  em  parte  é  oonstiluida  jwr  uma 
camada  de  grez  argilo.so  ou  ar;4^il lo- ferruginoso,  ora  sobre p^jsta 
ora  soto posta  a  camadas  de  cascalho  de  quartzo  rolado  e,um 
conglomerado  (tapiocanga),dandu  ideia  do  que  iramediatamêoí/e 
abaixo  destis  alluviões  acham-ae, horizontal  ou  obliquamente, 
o  schisto  raicaceo,  em  geral  decomposto,  a  argilla,  o  steachisto 
ou  pedra  sabão,  etc,,  como  de  facto  se  verifica  em  muitos  le- 
gares, 

O  solo  asííim  formado,  com  a  oríoniaçào  goograpbica  e  con* 
tíguração  túpofrraphitui  lagarmeuto  expusta  tvni  oapitulus  an- 
teriores, lacilita  smgularin  íJito  a  expedição  do  excesso  das 
aguas  superíiciaés  e  a  prompca  evaparaçàti  das  i  n  li  li  rada^í»' ga- 
rantindo por  essa  forma  a  mais  perfeita  droriiigem  natural, 

Dus  trabalhos  de  Bucbanan,  neste  parUcular,  se  infere  : 
que  a  di'6nagem  eleva  de  um  gráo  a  temperatura  do  solo 


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REVISTA   DO   IN.<nTIJTO   HISTÓRICO 


arável ;  que  o  fria  atravessa  mais  rapi-líimt;iitt3  as  tornia  náo 
drenadas  do  <iuo  as  dron;ukia  ;  que  a  torra  drennda  perde  menos 
calor  quanilo  a  temperattira  do  ar  é  mais  elevada  que  a  do 
solo;  Oíuíira,  qtie  o  solo  drnnado  dosembariLçaiido  se  mat^  facil- 
raonio  da  sua  humidade,  apresenta  ranis  estável  tcmperaturii. 

Com  o  augmento  da  temperatura  dm  mozns  éo  voráo, 
tambom  atigmeauí  a  cíipacidadn  doabáopt;âo  do  ar  para  o  vapor 
d*t^gtia^  razão  pdla  qual  duraoíe  09  moz^â  de  maio  a  aicoí^to  m 
raramente  o  céo  apresenta  nuvens;  ao  passo  que  cjm  a  appro- 
limação  do  mez  tie  setembro,  vúo  appiipecondo,  atra  vez  dos 
densos  nevoeiros  soccos  produzidos  pela  fumaça  accumtilada  dos 
prejudiciaes  incêndios  dos  campo.^  o  das  roça^>  as  nuvens  pjuco 
a  pouco,  até  tjyo  o  estabelecimento  doa  ventos  de  noroeste, 
venha  iniciar  o  período  das  chuvas,  qno  nesta  part.*  do  interior 
do  Brasil  tom  particuiaridales  dtgnas  do  nota,  cuimo  pretendo 
demonstrar  em  outro  trabaiUo. 

Com  o  access^do  sol  ao  zetiith»  coincide  a  vinja  do  cortejo 
da  abobLiiia  da  nuvens»  olevação  de  temperatura»  Iiumiiade, 
electricidade.,  otc.,q  110  o  aci>mpanlKim  na  sua  ojtoursào  entre 
03  trópicos,  dando  variações  accidontaos,  quomodirtcani  al^^uma 
cousa  o  caracter  do  clima,  do  uma  época  paia  outra. 

Os  vários  ventos  do  pericklo  seccu  do  anno  são  fracoa,  em 
geral,  sec^os  o  frio^,  e  qu  isi  sempre  vera  dos  rtimoa  de  leste, 
su4ste  e  sul  depois  de  terem  oa  doi^  primeiros  et^pecialmeatc 
atravessado  larga  siiperíicie  plana  de  paiz  secco,  c  terem  trans- 
posto as  cadeias  de  montanhas  da  serra  da  Canastra,  da  Matt^ 
da  Curda  0  suas  ramillcaçdes»  e  da  serra  Oer-il,  que  para  o 
norte,  io  dirige  com  diversos  nomes. 

No  período  das  elmvas,  ramo  ji  disbe,  são  astos  ventos» 
stibálituidos  pelos  ventos  equatorÍao.s,  queoles,  Immidoí,  dtt 
origem  marítima  e  dirócçao  norto  sui,  atravez  d:ís  extcn.<u8 
planictes  de  iVacus  acei  lonteá,  rc;radas  por  muitos  e  caudalosos 
rios  com  aíflaeiUos  de  cursos  vários  emnuíoero  infinito,  com* 
yrehendiios  entre  o  Amazonas  o  a  serra  Geral. 

Mas,  em  virtude  da  rot-içlu  ú^  terra  (Halleyi  os  referidos 
ventos  chegam  rts  roí?iues  contraes  rio  Brazil  pelo  rtimo  de 
noroeste»  acomiKinliando.gn  nâo  poucas  vezos  do  torm<mt4i8  o 
borrascas. 

Assim  aquecidos  e  goltrecarre^ados  do  vapor  d*ak'ua,  os 
ventas  elevam-sc  na  atmosphem  resvalando  pelos  planos  incli- 
nadoi  ou  encostas  das  torras  altas  do  interior  ;  e,  pela  dupla 
razão  de  chegarem  a  regidos  etev&das  da  almoi^phera  com  tem- 
peraturas inferiores  As  sua»  e  de  díliitarem-se  em  virtude  de 
mais  fraea  pressão  do  ar,  a  tinraid.ide  condensa-se  e  formam-Fe 
nu^^ons  ao  mesmo  tt^mpo  que  grande  produccííe  do  eloctricidada 
tem  lo^ar* 

E'  no  meio  do  relanipagos  e  truvõoíi  qno  estas  nuvens  quaii 
sompr.?  sedoáfazem  em  diluvianas  chuvas  táo  commtins  no  in- 
terior do  Brazil  no  comovo  da  estação  ciiuvosa. 

Considerando  a  altitude  doj  ehapadõea  do  planalto  central 
em  fUncção  da  m^  lati  tudo  ^  naturalmente  conclue^se  que  o  clio;» 


n   imA/ll,   CnNTUAI, 


asi 


r 


des3QS  chapadõea  tropicaes  pôde  ser  classificado  na  categoria  dos 
climas  das  rt^giõRa  montanhosas  medias,  cuja  olG^^açâo  vao  de 
5U0  a  10í>0oii  1500  metros  acima  do  mar. 

Nessa  altitude,  o  abaixarncnto  da  temperatura  ropra^anta 
importante  papel  como  correctivo  da^  perturbações  das  funcçCkJS 
physiolojtricaa,  porventura,  oliservadafci. 

Entretanto,  senu  attentap  para  o  conjnnctíj  dos  aguentes 
oosmieos  qtie  podom  infliiir  sobro  o  iiomem  pliysiologico,  ainda 
}ja  aiictores  que  acceitam  a  theorica  anoxliemia  de  .Toiírdanot,  a 
pliyaiologica  hypermegalia  hepática  inlcrtropical  e  a  consõ- 
queute  polycliLíiia  phyBiologica,  a  fraqnoza  muscular»  o  deposito 
do  pigmento  cutâneo,  otc* 

Esáaa  noçõôs  nfio  t€em  fundamento  scientiflco,  a  sao  contra- 
fiag  ás  leis  da  physiología  liygida. 

No  clima  daa  terras  ai  tas  do  interior  do  Braziít  nenlium 
desses  referidos  ostadon  mórbidos  oncontra-so  sem  um  determi- 
nado gráo  de  ai  toravào  pathojogica  :  dyspopsia  gástrica,  alcoólica 
iiu  alimentar,  dilatarão  do  estômago,  cíitarrho  gástrico  ou  gas- 
tro  intestinal,  alcoólico  ou  não,  aííecçuos  iH^patJiicas  catarrhaea 
calculosns  ou  entras,  agudas  ou  clironicas»  paludismo,  neuras«, 
thonía,  etc. 

Ah  pesf?  as  do  meu  conlieei mento  que  se  queixam  constan- 
t  eme  D  to  d  essa  9  porlurba^oei,  andam  sempre  soba  influencia  no- 
sogenica  do  uni  organismo  adoentado,  são  irritavniíi  em  estremo, 
de  susceptibilidade  verdadeiramente  hystorica,  e  tem  algumas 
ou  todas  as  funcçòes  orgânicas  mais  ou  manos  alteradas  :  essas 
poíísoas,  em  pumraa,  apresentam  modiílcaçoes  geraes  do  orga- 
Dismo  ioteiro  em  tão  alto  gráo  que,  pode  se  dizer,  tíjra  maia 
de  doença  que  de  ^aude. 

Uma  pori^io  do  outros  agentes  etiológicos  podem  ser  copai*- 
tici pautes,  a  divonos  titidoê,  na  prtHiucçao  dessas  doença.s 
alt*m  doH  apontados,  como  por  exemplo  :  a  svplíilia,  a  lieredita- 
riedade  morlúda  de  qualquer  natureza,  a  influencia  das  míis  lo- 
calidades, a  situação  material  e  moral  da  populaçílo,  etc. 

Uma  população  que  recebe  o  beneílco  inlloxo  da  cívilisaçâo 
moderna  tem  como  seu  apaoagio  privativo :  aconstituçáo  physíca 
mais  robusti  e  mais  vigorosa,  o  maior  desínvol  vi  mento  do  ttdlio, 
a  f^uperioridifle  da  energia  pliysica,  moral  e  intellectual,  os  ins- 
ti netos  guerreiros  c  o  espirito  do  independência,  tudo  isto  con- 
trastando os  hábitos  dos  povos  das  regitíes  mais  ai  tas,  em  dema- 
íiia  secca,  ou  das  regiões  mais  baixas  demasiado  húmidas. 

Na  Africa  osaby&sinios  e  os  lieroicos  boers  sao  o  maia  fri- 
sante  exemplo  da  excoltí^ncía  do  clima  da  região  montanhosa 
media. 


t 


332  RE\7STA   rrt  IXSTITfTO  f!IST'»RIO^ 

C\PITUD'J   IX 

PATHOLOGIA 

Nenhama  AfTecçãi)  ooiutuita  da  estatística  por  mim  organi- 
•ada,  e  qae  se  acha  no  meo  r^riaioriê  de  lSã3,  é  peculiar  á  pane 
eiplorada  do  eitado  de  Ooyaz«  nem  tvi  poaeo  depende  do  clima. 

As  molefiias  alii  indicarias,  entre  as  qoaas  algumas  graTcs, 
como  n  5yp  lilis.a  boaba,  a  morpbéa  o  diversas  ontras  em  qne 
a  anem^  i  predomina,  observam-se  lambem  em  vários  pooios  de 
toda  a  z  jna  ini-rtropical,  em  medida  desiguil  para  as  differeotes 
raças,  para  os  differenxes  gráos  d^  receptividade  mórbida  indi- 
vidual e,  bem  assim,  para  as  influMieias  sociaes,  mesologicas*  eic. 

A  isto,  certamenve  não  são  estranhas  a  altitude  media  dos 
saudáveis  chapadões.  que  também  ^  do  vastisinmo  planalto  da 
America  do  Sul,  na  sua  metade  oriental;  a  exellencia  das  oon- 
dicções  meteorológicas  e  atmospheroiogicas ;  a  constituição  do 
solo,  até  hoje  geralmente  indemne  do  paluiismo  :  a  grande  alinn- 
daneia  e  pureza  da  agrua  potável,  etc. 

Foram  poucos  os  doentes  de  morphóa  por  mim  encontrados,  e 
a  acreditar  se  nas  informiç5es  de  pessoas  dignas  de  fé,  já  hoave 
tempo  em  «^ue  era  muito  maior  o  numero  de  doentes  dossa  mo- 
léstia. 

Era  rara  a  cidade,  viila  ou  povoai  que  não  tinlia,  n*iim 
extremo,  uma  casa  especialmente  destinada  á  morada  destes 
doentos.  Ifoje  tem  desappareeido  este  costume  e  a  não  ser  pert> 
átt  Pyrenopolis,  não  vi  mais  nenhuma  dessas  tristes  moradas. 

Apenas  notei  um  ou  outro  doente  avulso,  viven'io  promíscua- 
mente  com  as  »ipulações  ruraes  oa  collectivas,  sem  infundir 
outra  cousa  mais  ao  que  a  natural  repugnância  qne  inspira  a 
doença. 

Apezarda  exagerada  afflrmacão  do  Dr.  Hilário  de  Goiivêa, 
na  ('anferencia  Internacional  ti e  Berlim,  deontubrode  IH(r7,  eu 
continuo  a  crer,  como  os  dlstinctos  collegas  Or.  José  Lourenço  lie 
Magalliãí3H,  António  Pacifico  Pereira  e  Cosme  de  Sá  Pereira,  que 
a  morplif^^a  tom  diminuído  no  Brasil,  com  o  progresso  da  civili- 
saçã'),  sobretudo  depois  da  suppresiAo  do  trafico  dos  escravos. 

Di  líVPO  do  Dr.  José  L^>urenço,  A  morphéa  no  Brazil,  oxtra- 
hio  a  seguinte  passagem,  de  uma  carta  do  Dr.  António  Pacifico 
Poi'Oira,  moliço  multo  inteliigente  e  abilisado,  pratico  estadioso 
o  distinto  e  respeitável  professjr  da  Faculdade  da  Baliia  :  ,.  O 
numero  dos  lep'osos  diminuo  felizmcnt')  aqui,  (na  cldalo/da 
Bailia)  como  em  tola  a  pro*^incia.  O  numero  dos  doentes  do 
Hospital  '1)S  L)p(*<>^')^  elovava-se,  em  outras  tempos,  ao  alga- 
rismodscom  ou  miis;  desls  alguns  annos.  porém,  raramente 
exoio  ao  de  vinte.  No  io^orior  da  província,  segundo  me 
aíllrmam  alguns  modicjs  e  outras  pessjas,  os  leprosos  são  ainda 
mais  raros,  excopt  j  nos  limites  de  Minas,  onde  o  seu  numero, 
dizse,  é  sensivelmente  maior.  Bstas  informações  abrangem,  de 
um  lado,  a  região  comprehendida  entre  Alagoinha  e  Joazeíro, 


URAZIL  CENTRAI. 


ââd 


f 


e,  àú  outro,  a  zona  íjue  so  estL»nde  da  C;u:lioeira  a  Caaleti^  a 
Leíiçôes,  e  3.tr  aíí  mar^ong  de  rio  S ,  Prancisco» . 

A  hunba,  quepansnsnr  imia  moltstiade  naturom8ypliilit.ica, 
foi  Importada  p^^los  primeiros  Rfrieanoa  qtio  aqui  clioiarariím»  ia- 
vadíudo  rapidamente  nosí^os  ostal>cilecimí^nios  raraos  r>  tomou 
grando  incremente  com  a  continiiavSo  do  trafico. 

Diío  Dt\  Lopo  do  Albuquerque  Diniz,  no  sou  inf.eressante 
Estudo  da  Bouba ,  que  st/philts  é  o  O  ame  quo  a  dciencia  moderna 
repete  em  lionra  a  Fracxietos,  medico  de  oomeada  qtm  vivou  no 
XVI  século  ;  q^ie  htibis  ou  bi4as  é  o  nomo  da  mesma  raolostía, 
pela  primeira  voz  conhõeida  na  l^itropa  era  1494,  e  quo  nós  bra- 
síleirfjs,  por  urna  corruptela  pronunciamos  houhas  ;  ftnalmento 
que  a  palavra  r//Y//i>(?oxprÍrae  ainda  a  mesma  moléstia. 

Durante  a?  Diinhns  viagens  no  interior  do  HiTizilt  tive 
ensejo  de  verificar  pí^atícamente  que  o  tjallico  v  a  modalidade 
bouba  da  syphiJis,  firmado  no  aphoriíímo  de  Mippooratea  :  Xatu* 
ram  morborum  curationes  ostenduftt. 

Nesse  presupposto,  apoiado  nas  valiísas  opiniões  de  notáveis 
médicos,  como  João  Alves  (Carneiro,  ('liristovãíj  dos  Santos, 
Jckaquim  Silva,  José  Silva,  Barão  de  Petrópolis.  Harão  de  La- 
vradio, NicoUo  Moreira,  e outros,  institui  a  minha  therapeutica 
externa  servindo-me  do  nitrato  de  prata  foudilo  e  da  agua 
phagedonica  negra  um  pooco  ciueintrada,  e  u  íutorna,  de  diver- 
sos compostos  raarcurtaos,  sern  contar  os  vohiculoso  coadju- 
vantes diversos,  etc. 

Entro  as  diienças  mais  communs  em  Goyaz,  sem  du viria  oo- 
cupa  um  doB  primeiros  logaroí»  a  sypbilís»  sob  todas  as  suaâ 
formas  clínicas,  de.sdo  a  iofecção  hunteriaaa  reconto  aié  ás  ma- 
nifesta ç5es  terciariasi,  a  heredosyphilis,  a  bouba  o  elTeitos  r  orno  toa 
representados  por  lesões  visceraaa  quasi  sempre  graves. 

No  Tííiíifario  de  1893,  lé-se  o  seguinte:  As  manifesiaçíles 
agudas  da  infôeção  syplu lítica  dos  cinco  doctntes  apontados  na 
estatística  eram  exacerbações  de  moléstia  atitiíí^a  em  dous,  o 
significavam  recente  c^n tirai na<;Ho  em  três.» 

cAFSim  também  os  doentes  soba  rubrica  de  lesão  cardío- 
aortica  eram  ambos  syphiliticos  ;  e  um,  aMm  disso  soíTria  da 
paludismo  chronico  de  forma  intermittente,  ji  quasi  no  decliDio 
caclietioo  ♦ 

Apresentava  este  doente  uma eodocardo-arterite  prolifemute 
syphi titica  tão  avançada  que  o  sopro  presystolico  ouvia-se  a 
mais  de  vinte  centímetros  da  parede  anterior  do  tborax,  seme* 
Jbando  um  assobio  e  impedia  o  doente  de  conciliar  o  sorano  re- 
gíifarmente. 

Applicando-llte  o  traíamento  capeei  fico,  om  poucos  dias 
melliorou  sensivelmente , 

O  outro  syphili tico  tinha  um  vasto  aneurisma  da  crossa  da 
aorta,  causando  táo  profundas  perturbai^ões  oa  circulação  o 
nutrição  do  bra^o  direito,  q^ie  esto  ja  tinha  tomado  proporções 
gigantescas  em  relação  ao  outro. 

Uma  das  maia  interessantes  manifestações  da  syphilis,  en- 
contrei em  um  amaurotico  que  havia  quatro  annos  tinha  doante 


REVISTA   DO  INSTITUTO  llISTuRICO 


da  TÍ8ta  una  nmmn  branca,  qii©  o  impedia  d©  distinguir  pessoas 
n  cmisas,  o  naal  ílcrm  rnlativamoDlí^  curada  dontro  dos  j¥>ucos 
dias  ôiii  (i\m  estiví^  na  FoiMnosã. 

Mais  fommuna  ainda  do  qtie  as  múltiplos  variodadea  das 
molestiua  sypiíiliticas  43  veneieas  era  Goyaz,  são  as  quo  do. 
pendem  dos  desequiliiuits  ou  pervcrsõns  da  nutrição  orgânica, 
ou  sejam  devidos  á  impróprias  o  pouco  nutrientes  snlistonciasaji- 
mentan^s;  cm  á  evolaçSo  anurinal  da  digestão  em  suas  diversas 
pliase^,  com  producçào  o  consoqnento  aL^sorpçâo  do  toxinns  ;  ou 
á  vicies  e  defeitos  dts  pJienomenoa  physicos,  clii micos,  ou  dô 
ambos  dos  proi^essos  intimiis  da  nutrição  intersticial. 

Estes  desvioií  do  func<,'õeíi  nutritivas,  particularmente  nos 
estados  do  desequilíbrio  mental  e  d©ííí*noreBcencia»  terminam  era 
perturbações  gcraes  da  nutrição,  que  sào  a  úiigtm  das  diathcsea 
( Dallemagne  )• 

A  natureza  dos  alimentos,  o  grande  abuso  dos  condimentos 
fortemente  excitantes,  ai íTuns  mesmo  irritanleíi,  pelo  que  se  tor- 
nam vordadoiros  cáusticos  do  estuinago  e  intestinos  ;  o  abuso  daa 
bebidas  alcoólicas,  cm  doa  grandes  fkctores  degenorativcsdo  j^e- 
nero  bomano,  o  que  entre  nós  infelizmente  vae  segeneralisandõ; 
a  sjpbilis,  a  bouba  c  outras  moléstias  diathoáicas  que  teera  pas- 
sado de  geração  em  geração,  em  preparo  da  graodo  Iam i lia  ne- 
Tropathica  ;  o  foueo  cuidado  na  escoíba  da  agua  pnra  beber;  a 
ausência,  de  ordinário*  do  conforto  o  a  ííeral  falta  das  mais  eb^- 
raenlares  noçues  do  Uygleno  privada  ;  todas  esí^as  coiíí^s,  em 
summa,  concorrera  para  o  apparecin.onto  das  referidas  enfi>r- 
midades. 

Em  qualquer  destas  bypotheses,  porôra,  a  serie  do  pertur- 
bações geraes  de  toda  a  economiai  ou  pelo  menos  do  alguma  ou 
algumas  das  pHncipaes  fuocçôes;  ou  a  modificação  da  consti- 
tuição anatómica  ou  íunccional  do  organismo,  suppõe  fatal- 
mente a  diminuição  da  resistência  dos  meios  orgânicos  contra  a 
invasão  de  tudos  os  agentes  da  nossa  destruição,  para  os  quaes 
o  homem  são  nao  é  hospitaleiro,  na  expressiva  pbrase  de  Bou- 
chard . 

E\  poia,  essa  prtívia  modiflcaf;ão  da  nutrição  intersticial, 
juntamente  com  o  descalabro  mórbido  bereditarioconcoraitiaoto, 
que  representa  o  ÍTanco  determinismo  de  íima  vasta  serie  do  mo- 
léstias dilTereotes»  daa  quaes  se  destacam  :  as  diversas  dyspepsias 
por  atonia  dos  órgãos  digestivos,  ou  oulrag,  o  indefiDiJo  anbri- 
tiemo,  as  anemias  parasitarias  eu  não  parasitarias,  a  chloroso, 
a  cachexla  aquosa,  etc. 

A  observação  destes  factos  k^vou-meíl  convicçlo  do  que 
certas  doenças  dos  centros  nervosos,  vegetalivcs,   fiíTccfivnsou 

Eycbicos*  nrvrose»  sôpticaíi^  eutre  as  quais  iiccupam  íogares  s^i- 
jotes  a  liysteria,  a  epilepsia,  a  neuit^itbetjit,  algumci  psy* 
eboses,  ate.,  podem  encontrarem  sua  eiiojcgia,  cc  mo  factores 
principaes  e  doa  mais  importantes,  estas  í. Iterações  raetabcdicas, 
íeeorreutes,  como  disse,  da  corrupção  e  desvius  da  digestão,  de 
«jQiQ  resulta  uma  assi  mi  Ilação  cheia  de  princípios  tóxicos,  uma 
^^adeira  autointoxicação  digestiva,  se^m   duvida  os  geradore 


o   IIRA/IL  CRNTIiAL 


335 


I 


desses  protheuâ  cUnicoâi  que  tanto  obscurecem  ainda  osae  ramo 
dos  estudtiÈí  médicos . 

Muita  mais  fremieates  encontrei  ns  aíTecçoes  gastro*intes- 
tinaes  idiopalltit^as  do  que  symptomaticas. 

lios  pliOQ  orne  nos  maia  couimummente  observados  iioá  casos 
do  neuraíitiienía,  dcstacavam-s^i!  o  moteorísmOp  a  appro^são 
svmprrt  penosa,  as  pijpifci.uos  alIliiHtvas  durante  as  digosLuos 
sempre  lentas,  rfíplialajgia  6  fraqiieaa  muscular. 

Nessa  doença,  09  soíTriíiionlos  depressivos  das  faculdades 
intellectuEies  eram  pateotes,  e  em  tim  doente»  que  apresentava 
alto  gráo  de  excitação  nervosa^  nmDífestavan>se  por  uma  ex- 
quísita  indecisão  em  mms  resoluções. 

Muitas  veies  o  abatimento  em  deviJo  ao  estado  do  pro- 
fundas perturbações  gastro-iotestinaes^  a  um  sornuo  invencível 
ou  a  um  sentimento  de  tristeza  acabruDliadoura»  que  levavam  o 
doente  ú.  falsa  crença  dti  congestão  cerebral,  quantio  dava-sc  o 
concurso  de  desarranjos  scnsoriae^í ;  e  causavam,  outrosim,  ver* 
tiírens,  ceidíalaUias  grcracs  ou  paroiaeg,  abalos  musculam?,  etc,  ' 

Nesse  neurastbanico  do  forma  mi\U,  em  que  predominavam 
os  symptonias  fçastricos  e  cerebraes,  na  acena  mórbida  sobre- 
sabiam  pbenomenoií  psychicos  apparon temente  inquietadores, 
sem  outra  qualquer  manifestação,  entretanto»  além  do  eraba- 
raçoia  a  incolierente  cunversaçâo  o  difficuldado  do  ideiação. 

Emííora  li^ssa^^oiro,  esto  ostado,  no  fim  de  al*íura  tempo, 
devo  certamente  concorrer  para  o  apparecimcnio  de  uma  ser:o 
interminável  das  mais  variadíis  enfermidadi^s. 

K\  portanto»  nas  moléstias  deste  grupo  nosologica,  quoas 
vanedades  avultara  em  numero,  o  as  suas  moáalidrviles  se  mos- 
tram éob  a  base  tiionomica  dos  priucipios  otíologicod  sy rapto- 
ma  ticos. 

E'  corrente  era  todo  o  sul  de  ^'loyaz,  que  na  época  do  comoço 
dos  ventos  boreaes^  occorrem  muitos  casos  de  broncliitesi  bron- 
ciio-pnetimonias»  pneumonias  8  outras  moléstias  inflaramatorias 
agudas  dos  órgãos  tboracicos . 

E^ta  proposição  carece  de  fundamento,  pois^  a  não  serem 
os  casos  de  pnoumonia,  succedido^j  por  causas  bana  es,  assim 
mesmo  não  muito  communs,  o  que  mais  ordinfl  ri  amento  se  ob- 
gerva  é  íiontraliirem  esta  doença  e  suas  .similaní-í  as  pessoas  que, 
om  seiTivo  de  queimada  do  roças  ou  de  campus,  expõem  brusc:!- 
mente  o  corpo  a  acçã  1  do  frio,  ou  bobeodo  agua  fresca  ou  la- 
vando o  rosto,  molbando  a  i-aboça  e  os  prs  para  abrandarem  o 
calor  commtmica'io,  ou  recebendo  stiLilamente  uma  corrente  de 
ar  íVio- 

Uma  mallioF  adoeceu  gravemente  de  pneumonia  duplit 
comprohendendo  a  totalidaitle  doa  dous  pulmões,  por  baver  la- 
vado  a  eaboca  em  uma  bica  d*agua  corrcnto,  ao  raoio  dia,  tendo 
o  corpo  l>anhado  de  copioso  suor,  ooa  consequência  de  serviço 
que  fazia  perto  do  fugo . 

Um  dos  mais  curiosos  casos  por  mim  observados  foi  a  bc- 
mato-chyluria  do  coronel  V.,  que  também  soflTria  de  uma  bron- 
cbítô  chronica.  Tinha  melhoras  duradouras,  som  comtudo  obter 


in*!  íT^>^:^    >■     ^^b-.r."^'     lEr-*:»! 


?••«;*.  •  i:»  -«i  ^ra  » 
arnn  ia  sLcn*  fr^r  Da' 
n*.  aDfl  i  -  111       rTjrsB-^r-:^  ttr  liíl 

I  ^  iiiiii"     :    :xrvr^r^  mii£^;%  rx^  ia  raiiiiÃ>   m  ««as  »   m 

sca  ^.  riiiis  ixi^foÃ*  ^aeicr^v.  ia  stxiui  ^ii«^?!i[  ht  jàAt^m 
J^mã  t  ^tiarg  ls  2qrT-tnT:    "^r^  ãa  ó.    '«10  V^r^aaj  »   mi 

f5í-«-5  •-  3a<.4  :ii  "niWia.  iii^r»»  rra  í  .LUixnix  tt^-t*  *  nnctíten  ie 

'«Mnt/^,  tpb&SQija  rif»  i4.  ?aanx  :an  *Lra  it^  por':  ò:  ?  i^ 
«Ur». 

%H^ii%M,  \vjrí\T%:Át  (keiltofia^  xwor:!!.  ^  j*  q-ae  .-ni'^*^- 
^mfi^>.  um  «t  faon.W  a^r  iir^*  *!*ani4w  ^  [-^tiynÁ  i -  ?*> 

//í  fíi^uovr^  riégTkm  %  Mlectr  c-t^oeUeH.  ipóa  três  is:x«  •!• 
/y/A'  ni6«  ik>frnmentr>fl. 

Krn  tod«  »  ares  demarcail^,  fó  ha  om  ^or^r.  e^^e  riesnM 
mniV^  p^fKrtio.  em  qu*^  obs^rrei  ^fii^rno.  Poi  perlo  di  rilli  de 
MmKrfi  á'ArmAâ,  00  ramo  doi  BKrros  do  Oitiafueiro.  "i  pi», 
niei"!;  bqmiia  que  arompanhi  as  siaoo^iiideâ  do  ril^^irâo  do 
mfisuno  DOffH^,  f;  oode  je  hana  inatallado,  por  occisiio  d »  minha 
pM^a^em  mai^  otj  m<riio9,  o  doto  cemitério,  contra  taij  o  qu-  a 
ad^ncia  «  o  «i>oso  comroain  indicam  :  lendo  de  noiar  q:i*-  o  nii- 
niueulo  (Antaoo  promptamente  «J^Vipparecerá  desJe  qae  o  .^ar<o 
do  ri ^^i rio  Í5r  lirre,  e  desembaraçad-i  o  leito  dos  ionumer^s  tron- 
cose  ruzef  de  arvores  que  o  atravancam  em  todos  osíontidoa. 

Eiíiro,\MTíto,  em  Mestre  d'Arma«  nada  se  eonboce  de  paio- 
dismo,  e  o  avpecto  da  população,  na  mia  qaaai  totalidade  mui 
yobre,  é  lodicatiTo  de  boa  eande. 


o  BRAZIL   CENTRAL  337 

O  começo  do  Vão  do  Paranan,  onde  se  determinou  o  vértice 
nordeste  da  área  marcada  para  a  futura  capital  federal,  é  sau- 
dável como  a  Commissão  teve  eosejo  de  verificar. 

Mas,  por  pouco  que  o  caudal  do  rio  Paranan  se  avolume,  o 
paludismo  vae  appareceudo,  oomo  em  todos  os  ^andes  rios, 
em  todos  os  vOos^  onde  ha  lentidão  na  expedição  natural  das 
aguas,  em  todos  os  legares  em  que  as  a<?uas  costumam  es- 
tagnar-se. 

A  turbeculoseé  desconhecida  nos  sortoes  goyanos. 

Os  dous  doentes  que  encontrei  na  Formosa  èrao^  ambos  de 
fora,  e  haviam  procurado  essa  cidade  pela  fama,  justamente  me- 
recida, da  exoellencia  do  sou  clima:  uma  moça  mineira,  que 
anteriormente  havia  exercido  o  offlcio  do  cigarreira,  e  um  moço 
vindo  de  S.  Paulo  por  ArazÀ. 

Nâo  ô  raro  o  papo  em  Goyaz,  e  as  pessoas  que  o  tem,  salvo 
uma  OQ  outra,  não  ligam  a  menor  importância  ã  doença. 

Em  certas  regiões,  eom  especial  idade  no  norte  do  estado, 
ha  pontos  em  que  o  papo  é  mais  generalisado:  e,  ao  que  me  foi 
referido,  já  houve  tempo  em  que  era  motivo  de  estranhesa  para 
os  moradores  desses  longiquos  legares  o  apparecimento  de  pes- 
soas sem  papo. 

O  papo,  em  geral  indolente,  é  pediculado  ou  não.  No  pri- 
meiro caso,  a  extensão  do  pedículo,  pelo  que  eu  observei  em 
Ooyaz,  é  de  alguns  centimentros  apenas  e  de  larga  base,  e  no  se- 
gundo, o  papo  é  adherente,  apresenta-se  com  formas  e  dimensões 
muito  variadas,  seja  uniloculado  ou  multiloculado;  e  alguns  ha 
cuja  manifestação  exterior  se  traduz  simplesmente  por  um  en- 
grossamento mais  ou  menos  accentuado  do  pescoço. 

Algumas  vezes,  no  periodo  inicial,  o  pnpo  dóe  a  ponto  de 
incommodar  o  paciente. 

Examinei  um  homem  que  possuía  um  incipiente  doloroso. 
Acontecendo  ir  ã  capital  do  estado,  notou  que  no  fim  de  cerca 
de  vinte  dias  o  papo  havia  dosappareeido,  sem  deixar  o  menor 
vestígio. 

Voltando,  poróra,  para  a  sua  cidade,  de  clima  mais  fresco, 
mais  secco  e  mais  consi;ante,  vio  com  magoa  reapparecer  o  papo 
doloroso . 

A  natureza  do  papo  ató  hoje  ó.  ainda  desconhecida ;  mas  acre- 
dito que  não  são  estranhas  ás  suas  causas  efflciontes  as  influen- 
cias do  processo  evolutivo  da  herança  principalmente  e  do  estado 
social,  das  intempéries,  da  miséria,  da  alimentação,  da  agua, 
provocando  tudo  isto  determinado  grèo  de  enfraquecimento  or- 
gânico, e,  pois,  íácilitando  a  acção  do  vigente  toxiinfeccioso. 

Desde  o  tempo  de  Morei  e  Vingtrinier,  acreditava-se  na  exis- 
tência de  um  agente  miasmatico  especial,  produzindo  uma  de- 
generescência mórbida  cujo  primeiro  gráo  era  o  papo  e  o  ultimo 
cretinismo. 

Saint-Claire  Deville,  em  suas  pesquizas,  reconheceu  que 
todas  as  substancias  da  atmosphera  de  uma  região  encontram-se 
também  ua  agua  da  mesma  região;  pelo  que  comprehendese, 
uma  vez  admittida  a  existência  de  um  miasmia  papogenico, 


m>i 


RlíVlSTA   DO   INSTITOTO   HISTÓRICO 


pàãe  oll6  achar-se  no  ar  e  na?  aguaa  da  localidade  assolada  pela 

KdberhS  Tourílôs  c  outros  acreditam  ca  ideotidaxla  do 
a|cont6  papogeBica  e  inal(%ríco,  porquanto,  tie^uodo  Toardes,  a 
oiulemia  do  papo  «i3  cm  grau<le  fíivifò  occasiooâa  pela  iDJiiteoeta 
pantanosa*. 

rom  Baillarger»  pólo-se  di2»^r  qiu>  oxiste  sem  contestação 
um  *.iíTente  toxico,  o^special»  "nico»  o  mesmo  por  toda  a  piarte* 
qno  nf*^  ^^ '  ^^  organismos  \ivo3  d  lhes  imprime  uma  tara  de 
ú^gi  ia  sempre  idenUoa,  a  qual  oomeçano  papo  e  acaba 

Entro  ííòs,  o  Dr.  Jios^S  Ricartlo  Pires  de  Almeida,  ifiTasii* 
gãdor  iateilígente  e  opero:^,  descobriu  nm  micróbio,  a  que  doo 
a  quolidado  do  prmiuctor  do  papo,  segundo  eip«>e  no  seu  r^im* 
tm^o  de  medtcohygionista,  qtte  foi  em  1893,  da  Ofmmisãão  «te 
Ksiufíos  fia  Nora  Ctnniof  do  Ksiatio  de  Minas, 

Estes  estndtis  do  Dr*  Pires  de  Almeida,  embora  da  lAuíla 
valia,  não  tiveram  ainda  a  sancçâo  dasoiaiiela* 

Acredttãmlo-s  \  como  o  iliosirc  medioo acredita,  que  a  eausa 
eiSctonte  do  pa^^  e  suas  degeoareaoeiíeias  é  um  mic*oMa.  d^ 
Yo-aedizcr  om  Tísta  do  estado aelual  doatea  e8lodo8]iaHieQlare9« 
como  Bor  iíer,  que  é  permittido  pensar  que  a  eaoaa  do  papo 
ot^ste  em  tim  microorganismo  ainda  daacoobecida,  eoiaparar<  1 
ao.4  r«'rmeutu<,  impasâi?el  de  mt  deaeolierto  pela  diimica.  eouia 
o  do  pdudismo,  e^ja  exlsteneta  a  micraieopio  reTelon  e  atWH 
culaçào  eoQÍlrmou. 

Oam  o  ttaluditfiio,  dan-se  a  maaoia  eoosa.  kto  é,  aeredilaii-aB 
■a  eatsieaicia  de  um  «gante  iitfbeeíoao,  eapariftao»  o  meono  por 
Ioda  a  parte,  aiMaiiio  o«  orgaaisaos  vítoi  e  Iboi  im|ifiBÍDda 
lima  taradedeftiiorKeaDeiaaemprefdeiiiica,deaii6a  M^  ín* 
lerwItliBla  aimplaa  eim  o  prunatro  lermo  e  a  cam&ia  paJoftre 
ou  paludismo  aroUmm  era  o  «Itimo. 

Depoía  dos  timb-Ulioa  tntelligoaica  de  Lairoiao«  aa  EurogOL. « 
do  Dr*  Fraaoiseo  F^k^urdo,  entro  aâa,  domohrm  lo  o  a^eoio  pro- 
dootor  da  ialoiko<io  aalai  iea.  o  ifUaMoria  de  LaT«vaa, 

Oa  diTOfoea  giêos  da  dfl(gooogomintja  molíTada  peto  papow 
m,  oeoa  de  Qojgkm  per  mim  Tiaitad^  eeam  layy  tadwi  por 

odooirMa*  008  aiiaiPfladoiL  'Oom  loaBUsastaGosa  orBBOJ^eaa  ▼ariao* 
éOMo  o  eaeooineo,  o  Dmeo  do  eopiíilow  o  ámeqolliVrodo,  o  im- 
o  idiola  myioèrmaloBo  dolWwawi,  ooroiíBa^tarpeo,  pu- 

00  lio^ 


imaloopordoli 


u  olc«aléo 

16»  Olé  01 
r.âM 


I  q«e  era  o 


o  IIRAZII.   r.iíNTRAL 


330 


I 


aiitaraáto;  e  nosso  descalabro  do  todaa  as  furça^  riflicaca  do  es- 
pirito, sobreaaMi  uma  mogi  perfeita,  iíitelligente,  pir(íoeixdo 
peli  correcção  da  aeu  enten iimonto  e  da  suíi  boa  moraL  ser 
estranha  do  aasci mento  e  €ria<;ãg  a  es^e  iiiei'>  do  tào  profundÍD^ 
dogradação  humnna. 

Vi  uraa  negra  o  um  lilbaaiiuUo,  caJa  am  com  um  onormo 
papo  multilocQlado,  a:!ndo»  não  obstanto»  os  dous  perlei tcunonte 
sãos  de  corpo  e  do  espirito:  aquulla  boa  co3tnbeira  o  este  per- 
foito  carreiro. 

Ao  cúntrario  destoa*  uma  velha  octogenária  da  cidade  de 
Homllm,  tr acenda  na  rogiào  media  do  pescoço  um  pequeno  papo, 
do  tamanlio  de  uiu  ovo  de  j^alUntia.  apreseniav  i  cni  alto  grào 
09  eaLigmaa  da  degeneraf^ao  paposa,  dentre  os  qn9.es  so  desta- 
cavam o  idiotismo  o  a  surdo- mudei  quasi  completos. 

Porto  do  Santa  Luzia»  cncootrei  um  acramogaíico,  oujog 
sympiomas,  mal  acceottiados,  todavia  oram  bastante  claro:)  para 
nâo  deixar  uonbuma  duvida  âobru  o  diagnostico. 

Final  mento,  p6de  so  concluir,  com  Uaillarger,  Brisáau  I,  Dal- 
loraa^^ne,  Dagonet,  Jullo  do  Mattos,  Foderé,  Morol  o  outros: 

l<>— lia  estreita  relação  entre  a  papeira  e  os  diversos  estados 
de  degenerescência  cretinosa ; 

^ '— esta  relação  não  ô  absoluUimeato  constante,  mas  guarda 
ligação  multo  intima ; 

:;  — a  papeira  o  o  cretinismo  sâu  unidos  pelos  raais  estreitos 
laços  etiobgicos  e  patholo;;^icos,  e,  na  realidade,  não  sao  mais  do 
qtie  duas  manifestações  di  Heron  tos  de  uma  uníca  e  mesma  en- 
demia ; 

4*^0  maior  numoro  de  croLínos  unconira-se  nas  fimilia^  do 
papudo.s. 

O  papo,  adfiuirido  ou  Uoreditario,  póde-so  curar,  p  vto  trata- 
menta  opotbeiapico  iuiciaiJo  a  tempo  o  pela  modicaçQo  iuierna 
e  exleriia^abuudantumente  iodjula, 

A  mudança  do  meiu  o  u  t*3mpo  sào  LuDbum  fdctoreá  de  pri- 
meira ordem  na  cura  de  tão  triste  doença. 


CAPITULO  X 

ANTIGAS  E  ACT( 'AES  VIAS  DE  r.QMMUNlCAÇÃO  TERRESTRES 
E  FLUMALiS 

§1 

ANTIGAS  K  ACTUAE3  VIAS  TEíiREgrRES   DE   COMMCNÍCAÇ  \0» 

O  primeiro  desciíbridor  do  Goyaz,  conforme  a  tradição,  fii 
Manoel  Corrêa»  que  em  1017  ^Di^^  Joaquim  Manoel  de  MBcedo) 
ambiciosamente  visando  os  lucroi  do  ouro  e  da  tscraviííação  dca 


I 


iiU  UhVlMlA   IH»   INSTITUTO   lUSTORICO 

luai^     «it^<<«riaoH  \H>\s>  abu^h»  O  pelas  oircumsUneias  de  eotSo 
i^.lnuU».    iMiti\^Mhou-5M>  v^U»í>  «eriite  a  dentro  atô  oriodos 
V,a»vi   av*  .juAi  Mivu  Ji**oiuvo#  de  ouro  em  pó,  poroMiode 
um  ui.i .»  »U'  iHiauhv^.  O  uwbeui  wcraTi»)U «oiloe iodio». 

\v.u  \  .v.;\'tu  aoi\\>u   um  mdl   e«^cripto  e  coofoao  roleiío 
.  luii    ^'    u.»  *  í^'u  vlo^visdu  u)n)rni»  (Ayres  deGml). 

vsi. :  .>  I  .  ti)v^;c«;.i'\utt  Mc'  Ul'^fie  mi»cir«  em  tMnpús  diflÉraolas 

«>;.ii  uUs  •  ;n  ;or.4l.  *  iui'«uku  ciimiDbo  aw  as  ltrrai^  do  indifls 

.  ^^.,.,:)^io  ^  .^i\iè^ti<i^  pred^ridu  pelo  iLuiio  gneral  Dr. 

>.....  N  .    .1  .'^  u  ^^  .k>  ^.;l^.llUae^   e  em  curto  pcui»  de  Mnpo 

,,uAv^'«^^    "^  ^\oaHir^ir«^j^  :^cr  picadas  «m  todas  a«  õizsc^ 
..»v*'   ^*  '^   *  !*uuiUviK'>  úA.'A><.>'*ífcf  ie   jur*í* 

\  ........   \A«'«  .;uv  >«arrvjiàruu  i  aaT^gscíK»  peotíaa  •  áes- 

...11.  ..J.iA,    *it   .wouè*.»  i<í  .vix-»  i»    tuaOTj  mil  SlíIumbbpm 

\,  ..    .u    ..   u.x  '  ^aoithk  :K>rou^i:^rHM;i«»p«iiiiiaiMÍa-e»fefia« 

.,^.  .isv.:^-   '  v...:i^v^  \.^uiiUM»  v»ae$  :Jor  *«rra.  e  soiiriFimii#4 

.^M  U  ,  ,  «s oiis  ..X  -  Avio  si  «u  r^Mii.  piua  ieK'j(B7.rantciim 

w.  ,  l  \..  v-.v  ^'X'.^^^h  ^  H».-.u   -txNM  i  <ãai  praeiuflBS  3Iub»k 

«..K.x  >  .«u^»^■  >>    «     :^«AU    it^     xir<àoioiiiBtt   jasnu  ^ 

^.(«  ..         .1 «...     wv\»c«Lu%^««    '  ^    ^'*    ^'^    'Sim,    iu  OBMDB 

.;.     .^;.    tí*.   4c-       r*!V    iií. 

^     .  :»-♦    .        ■  V'^'    ^•- \Li ..     uy     w  -w-t  ^  .«^te 

.a.. A...    u.. --    á  ■:.>  .  >  *=JÀ»^.     ■  vr«-     •    ;;.-.    'r!ãttcaf;\#    m 
y.^--.   -*      .  ^--.A."  .   -m    u:  lã  x.."'.c^.s    t-:*crai3. 

.:    •y.j^i   :r..:i^.   •. ■■•liav  \-rsáa    5     ■  ?av»?í  1^.44,  .-js*  ;tr  à^ 

u.    ■ -.■     ■ae<r     ,:      -.   3L    TI';    -t    -à^*'-:    íin:.\-,   ..ftiparvs.    wu 
j?-ai.;-    ■•  ^     *^-.i.    aii».*  -    i-.r'^-    a       ^j^w^^-^f    ?z«vai.eaea  & 

w     i-'*    .^-.      T   :      :»*    -    "i,.  >•■      •   .  ^r    ■.     « 
>3aLMi-.  ...  ,*    ;:-     •. 'Oí-^-  •  -V 

li       -■•     ^:      ..     í      t    "   .-^         ::  is   ^       .    '«        L"---^!*.    j 


o  BRASIL  CENTRAL 


341 


govôrauidor,  qinà  tmoobstaaí.o  coahocia  n  ^un  íideli  Lido^  espiri- 
to recto  e  reconht^ciJ  i  [>rL)bridíjiJtí, 

Em  1726  péla  iiiíjámo  gdvorniwlur  CQVi;do  coiíi  todos  oá  re- 
cursos necessários,  de  uovo  ontrou  Humm  com  giviode  séquito. 

Mais  teliz  desta  vez,  eacontroii  o  desejado  sitio  dos  mdios 
Ga^Qzex^  ou  Oútjàs  corau  escreve  o  coQogo  Suuza* 

Eáte  ponto  liJsLorícti  d;is  antigas  viagens  du  descobrimento 
de  ouro  pelo  auteriordo  Brazil,  apresenta  uma  coutruveráia, 
que<  entre lanto^  pôde  ser  sem  base  pelo  «ipparecimjutu,  uos 
tempos  maia  raoderaos,  de  intere^j^antesducuaientoa  nos  arclii- 
vos  do  governo  de  Goyaz  como  va.mos  ver. 

Noa  80U8—  Annaes  d.t  Provmeia  de  Go>;a—  diz  Josi^  Martins 
Pereira  de  Alencaatro,  quo  foi  prosideotLrda  mesma  provincia: 
«Nâo  vemos  fundamento  ;ilguja  que  induza  ;i  crer  quo  olle 
(Bnenu  Fiilio)  tivesse  cliegadu  com  os  aeus  companlieiros  da 
miiirgensdú  Paraoan,  no  norte  da  provineia,  o  muito  menos  que 
alí^una  d^iS  seus  aventureiros,  desQorteados,  se  tivessem  erubar- 
caâu  no  Tocantios  com  dirocçào  ao  Para.  Tudo  isto  temos  cm 
coQla  dfí  novel  la  mal  contada,  O  que  acreditamos  é  o  seguinte:» 

€  Desanimados  alguns  dos  ciielea  da  bandeira,  oâo  sé  por  oão 
lereoi  acertado  cora  o  rumo  demandado,  como  por  x,^vim\  mor- 
rido muitas  praças  e  escravos,  alguns  até  de  fome,  vondo  além 
disto  em  perspectiva  aterradora  uovus  perigos  atravOs  de  flo^ 
restas  povoadas  de  innu meros  selvagens»  projectaram  voltar 
atrás  um  anuo  depiiis  do  haverem  partido  de  S.  Paulo  ;  poróin, 
á  vííjta  da  altitude  eaorgica  de  Bueao  e  da  ^ua  conskiiicia  nos 
perigos,  molbor  aconselhados,  resolveram  prose^niir,  comianto 
quo  iim  expresso  fosse  a  S.  Paulo  com  cartas  ao  governador 
pedindo  os  socoorros  de  que  careciam. 

ví  Com  offeíto  assim  so  pn^icou,  oscrevendo  Bueno  a  Rodrigo 
Cosar  de  Menezes,  latítimando-Hte,  por  não  ter  atr»  então  podido 
descobrir  as  paragens  que  buscava  com  aquella  fi;  o  condtan^da 
de  um  novo  Colombo. 

«Quiz,  porém,  a  Divina  Providencia  que,  dopoia  de  trea 
auuos  dos  maiores  sOiffrimentoB^  chegasse  Bueao  com  a  sua 
gente  ao  ponto  do  seu  almejado  destino  ('). 


r 


*  Bàs,io-mo  na  Reguinio  carta»  qne  El-Rel  escr«vea  ao  gover- 
nador de  S.  Paulo,  pam  lejeitarrin  o  depoim^íiio  qufr  sobre  eato 
puBto  da  tlisturia  d*'  Ooyast  <e  Ir  nas  Mtmorius  do  coiiego  Luiz  Aa- 
tOQio  da  Silva  o  Sotiza,  Bôrredo  e  muitos  outros  : 

«Senhor,  havendo  dado  coata  a  V,  M.  da  forma  vm  que  tenho 
estabebcido  as  Ilova.^  minaa  di»  Cnvabâ.  e  Oslando  para  dfapnrlir  as 
via?í.  tíliega  t»  oxploriídur  tJo>  dfscobrímudtos  dos  'Ii>ya7es,  BatQi>loni<iu 
Bu6iio  lia  íSilva,iiuc  m.iiidei  oui  o  anni>  tle  1722  liqiiclle  M^rlao.  em  o 
(jual  aniou  tros  aiinoa  e  dons  m^z^^s,  -s«in  poder  acerlar  com  a  fjarajjeni 
que  buscava,  por  haver  auareuta  ânuos  nu©  tinha  vÍa(o,  io  cu,c*  dila- 
tado tempo  ae  st^guiu  dilrícultíir-se  o  íjup  r\  raQla>ia  lhe  facilitava^ 
©,  3fm  embargo  de  se  vor  diminuto  de  forças,  por  lhe  hnver  iHorrido 
od-aertado  a  maior  parto  dj  ?jentfl  íiac  o  acompanhava,  nâo  atírouxou 
na  diligência    porque,  como  ¥alorosio,    cousilaJito   e  leal  vat^Uo  ilc 


3'»2  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTOKKO 

<!>iz  a  tradiçio  qae  oa^ntnra  aíoii  Tes(:g:us  d*  paaéxzeia 
d3  Sf^a  pae,  e  qae  eotre  os  íQá*'3«  gojá.i  hwia  vir^ã  reior- 
dições  do  Drrirel  Anha^gu^ra.  Eram  já  pa&»ad>3  quarea^a 
anões ;  desta  vez,  por^m,  aão  f.»r.im  periidos  piri  o  Estado 
Untos  trabilbos  e  STcriâ:^.03». 

<Xã3  ox^  pareia  de  grande  iaferei^e  saber  qaal  ÍA  pr-i^i- 
sãmente  essi  íocnlMale  qae  l>ieo>  e-^m  tanto  e^ipenho  pro- 
curara. Dizena  ans  que  era  o  sit.o  do  Ferreiro,  outros  qa  ■  a  Esar ra . 
E*  eerto  qae  Baeno  tinha  n^te  ultimo  lo;^ar  as  «nas  livrais,    c 

?[ae  dahi  se  transf-^ríram  cm  17^7  os  primeiros  hibi cintes,  para 
andarem  na  mar/em  do  rio   Vermelh  j  o  arraial  de  SintWnna. 
depDís  Vílla-Boa,  e  boje  cllade  de  «^oyaz. 

cO  grande  desfai  ju?  s  >ffrído  no  p^sml  da  bio  leira,  r&iuziia 
a mnito  poucas  praxis  pali  mor^  da  amas  e  des3rção  de  o^jtras, 
e  a  demora  na  ida  d  »  soccãrros  pxliios  ao  Governador,  resol- 
Teram  Baeno  a  regressar  aos  iar^s  d'>mesticos. 

«Corria  o  anno  de  17^.  Xo  dia  21  d 3  ontubro  cbegoa  a 
S.  Paalo.  precisament:^  quasi  qaindo  jà  estiram  preparados  os 
anxiiiosqoe  peiira». 


V.  Já.,  dr-ípr,/ iU  •••  cvi-IeQt.-i  purígu^  .jue  tra/.ia  dunt'-  dos  oiíf»*. 
ajisim  p«Ia  multiJã>d^  £:<e>a*io  ÍKir)«aro.  qae  continuam. ate  se  a\i9i- 
nliavacom  •11".  ojvao  p.-la  granlc  esterilidade  {u--  e\\.tT.uiCAi^\:.  dj 
iiocci?>ari«j  para  ;iliuientar-S''.  atse  «tando  ccin<ig>  -lu..-  n'\o  ii  iv..i 
appareccr  d"anto  d  •  mim  íc.-n  *^t:s.az-r  o  do  qne  *»;  havia  en  arreda  J*^. 
c  mais  faríl  gíria  p^rdor  a  vida  :  «•.  'Oií<ían//*>-»#i'' '/o  •■í''J'Ío  ^/z-  «/i*. 
fc  nchnréi  ,- thi  *u't  fii'ut*'z-t.  jã,-(ym''i  so*'rort't-f-".  >*'»»•  *-»  parj  ''<ir- 
Ih''  r^il^n'  a  ilitn  (lil'ti''ncin,  n'a*  ninóa  jt^ira   ratvr-ih-    «i    •*'  ''i   ».*  •*•'< 

fcrç"i'e  '  iiuhidojHir".  u  t/ifhir-fh''  acft-Oi-ro.  ch'*/'t  t*.o  'fUt  l'í  t- •  •  -r- 
rrnt'\  tnHU'> -iatuíffifo  jfjr  h*i cr  ron^-fjuith»  *,  ///*  ■  #  jti^'aito  .V*'^'»'  'i> 
batia  buK*.i'ln,  iX-  cxiy* ác^i'*yhT\m*'nio  s.-.-Mira  i-nae-  ::raol.i:.:3  a  s  d  • 
4>uial»á  «uni  a  íne-!ii.i  pt.rpiaDcti*  ia  c  íjíii  aL-uui  1  v^ní-vr».  .1..  p-r  nt* 
ttrem  os  are^  tso  contjL'io.í>i9,  e  por-fuc  c  ta  Qoti>  ia  tem  tants^  •  .^- 
cu'i--'dnci.iS  cm  utili  iade  <j<j  3<rviç«»  de  \  .  M.  ••  •!'■  *'.ia  r-a  la-^nla. 
;i  iid'1  dilato,  pondo  íii%taiiie<it^  oa  re^l  presença  •!  \  .  M.  o  -r.aM  i.o 
íí  lealdadí^  dos  p:iii]i<ita^.  'i«e,  ^  •  ^  m  algum  tciii;»'r.  >e  di/,  a  nã  >  m-.i-- 
fr;ircrn,  riu  o  do  !ik-u  eov-rno  t -.m  d.<>fniiio  d'*  -«iff?  aru  !;.\  «.pi- 
luão.  <  ofiio  acredii;»  n  õ)h  dicncia  e  a  'U.f-ição.  em  ^{HQ  -  acLj.  e  ocmo 
o  "iplor.idor  Ii.it  !iolo:i.í;u  Bucn»  da  >ilv.i  ■•  -'.w  g^nr*  .í..  \o  L  lí^»  da 
>ilv;i  Oi  /.  qiio  o  afoiuj»anIi  «u.  s m  d^saiuparal-o.  ainda  r.jii..e- 
í-í^nd'»  (t*  <».ident'A  i»  ri.o-  n  quo  stava  exposto,  liiv.^nl)  p^rdii» 
2Z  í*"'«  ravo  áv  mãos  do  L''nlio.  o  ni.T.ii*!  p«»r  «  lu-^  da  '.rand  *^\>- 
rilid  id '.  p  .1' tridíi- <•  la  <  irouiii-t.inii.is -i-  'a/'?m  d« .  n  .>  -i  .;ur  \  .  M. 
0--  louvi-,  iiiaitlaii  l<>  a7rad''C<^r-lli'^';  .►  ■;.  rv  <  •  .pi.  !!»  •  1  /  V.-:  .,  por 
niia  honra  bíí  d^'\an/*'em  in-^ain  nl»-,  «•  'a/  nd)-lh  s  ;  «^u-  ilas  ui  to  - 
quo  V.  M.  ío-tuiiia  di.-ttrihiiir  com  os  hen«íim;ritO'.  •■  eniãi  h".n 
podciM  aiiimar-me  a  pedir.  s*-.  .»  r- ai  LTaudoza  d«  V.  M.  :o^s».  ne-»;- 
•ario  kml»r.ir  o  serviç<Miu«;  nt>t<-  írovi-ru  >  Ih».  lenh«j  w\\.'>  i  oin  tauo 
dc.?\íl'»,  a^.iin  nos  de.s 'obrim 'nt'>À  ilo  ouro  ••  s  u  rstai.tic»  nuenlo 
coTiio  auLTiiúiito  da  .'az(;iida  real  c  arcr«  scimo  do^  diz-ituo;,;,  cuj«j2  ser- 
viços acTolitnm  os  mes'iios  íiil'«ilo«.  Deus  iruard  •  a  real  p-.-á'»a  do  V. 
M.—  s.  |»aulo,  '/Ti  *\c  outubro  *h-  17^>.— /ío'/i'V/u 'Víj.  ^V  MiritZis,» 
Dys  Anna^n  de  Juíc  Martins  Pereira  de  AKncaslre. 


o  BlíA/-tL  CENTRAL 


343 


•irDaiido  conta  áo&  seus  serviços  e  reqtmaitfiQdo  auxilio?  p  ira 
proaeguir  m\  orapreaa,  que  tão  bom  ia  começada,  teadoos  con- 
seguido em  raaio  de  1720,  voUqu  a  Ooyaz  aompanhado  do 
pa5re  AQtjniií  do  Oliveirx  Gago.  Manoel  Pinto  Guedes,  o  enge- 
heiro  Manoel  de  Barros,  .loio  Leite  e  outroa,  quo  j4  o  liaviam 
acompanhado  na  primeira  expedição». 

*Uô8de  que  resolveu  voltar  a  Goyaí  foi  com  tenção  formada 
de  e^taf>elecer*se  ai  li  deíirntívameiite». 

Atada  uma  vez,  om  17:^8,  Bueno  voltoii  a  S,  Paylo  para  dar 
noticiai  jjobre  o  estado  dkts  minas,  e  iiesBa  occaaiào  requereu  a 
[■emuueraçao  do  seus  valiosos  serviços. 

Foi- 1  lie  conferido  o  titulo  de  capitão -rege  ate  e  supeiiutoíi- 
dente  geral  das  minas  de  ííoyaz,  cora  juri-dioção  absoluta  no 
civeU  crime  e  militar,  e  direito  do  conceder  sesmarias,  l-^oi 
depois  promovido  ao  posto  de  coronel  das  ordenanças,  e  cora 
a  ci'eaf,^  de  Villa  Boa  uomeadoseu  <Kipitão-mór.  ííriiz  te^o 
em  rcoompansa  a  nomeação  de  guarda  mor,  ua  conformidade  do 
art,  7"  do  regimento  de  30  de  junho  de  1722,  ( lutras  poquonas 
mercêf  foram  conferidas  aos  sócios  de  Buono, 

Diz  o  cónego  Souza :  <K'  verdadu  que  podemos  chamar  a 
usto  lorapo  a  odade  tte  ouro  do  Goyaz,  mas  desde  oníio  como- 
çaram  a  evapoi.ir-se  as  buas  gi-auduzos,  O  ouro  fugiu  do  seir 
centro  e  nao  tornou  com  a  mosma  facilidade  com  que  se  ad- 
quiria» o  se  lho  dava  consumo,  o  sem  fallar  no  luxo  desregr&do, 
quG  veiti  depois  a  consumar  a  decadência  emquanto  se  não  po- 
voou o  Ciiminbo  de  S.  Paulo,  o  único  que  então  havia,  emqtianto 
a  agricultura  não  miuistrou  mantimentt^s;  as  cousas  mais  ne- 
cessárias para  vida  m  vendiam  a  peso  de  ouro. . ,»  * 

Como  6  natural»  os  homens  concorriam  cada  vez  raaii, 
e  vmhara  de  toda  a  parte  :  de  S,  Paulo,  Minas  Geraes,  Rio  de 
Janeiro,  Bahia,  Pernambuco,  Piauhy»  Matio  Grosso,  Maranhão 
etc.  e  por  sertões  incultos  abiia.ni  picadas  de  coramunicaçâo 
para  a  região  dos  Araés,  como  a  princípio  se  chamava  esta 
p;irtedo  Brasil,  notável  pela  sua  riquezi  aurífera. 

Mas  stmi  orientação  nem  destino,  essea  intrépidos  ban- 
deirantes rarai  vezoi  marcavam  os  caminhos  percorridos,  e 
quando  isto  faziam  era  mui  vagamente. 

Entretanto,  as  novas  expedições  o  camvanas  de  Ortiz, 
Galhamaro,  Manoel  Rodrigues  Ihoraa/.,  António  Ferraz  de 
Aritujo,  Am  iro  Leite  e  outros,  em  tudas  as  direcções,  iam  le- 
vantando arranchamentos  nos  sitios  oscolhidos  para  a  fundação 
lios  seus  os  ta  í>nleci  mentos  ilr*  mineração,  úi^  que  se  originaram 
muitoH  íirraiacá :  Ouro  ilno,  Trahiras,  Meia  Ponto,  SinfAnna, 
Amaro  Leite  etc. 

Ao  passo  que  as  terras  goyanas  eram  assim  descortinadas 
pelo6  seus  primeiros  povoadores,  os  míneiro:^,  imitu.ndo  o 
exemplo  dos  pxulistaf,  faziam  largas  explorações  pelo  alto  rio 
S,  Francisco,  no  das  Velhas,  Paranahyba  ató  S.  Marcos,  abrindo 
achtraada  piada  ^Ííj  Goí/ííi,  guiados  pelo  vaqueano  ssertaiima 
Urb  tno  de  Couto,  cmos  conhecimenloi  praiicus  dos  sertões  do 
interior  do  Brasil  o  diatinguiam  nesta  nattiresa  de   tr^ibalhot. 

2158  —  2i  Tomh  Lxviii  1-.  II 


L 


34  i 


REVISTA    DO    INSTITTTTO    JIISTORJCO 


O  traDSito  estabelecido  para  o  Ptauhy,  Maranhão  o  Pará  ett!, 
ôra  í^rande,  tanto  p*  r  terra  como  por  via  íluvuU.  e  também 
para  M.Uto  GroFs-*,  pela  estrada  aberta  era  1736  por  Theodo- 
ricn  Nobre  d  seu  g(  oro  Angelo  Preto,  amboiã  paclistas,  <iae  esta* 
belecerftm  esta  cora  iiunicaç?.u  bonofica  (Southey).  em  substi- 
tui*;no  íi  primitiva  picada  do  Bartbulomeu  Bueoo  da  Stl^a, 
António  Pjreg  de  Campes,  o  íIei?cobrid«>r  de  ruyabâ,  mais  oa 
menos  do  mesmo  ter  jpo  de  Anhnguera,  e,  porventnra  de  outros 
com  numerosas  comitivas  (Barão  de  Melgaço). 

Knlrc  outras,  a  picada  de  Goyas  ia  ter  aos  curnies  do  rio 
í>.  Francisco,  como  áo  denominavam  o^  campos  de  criaçio,  e 
por  cila  ?e  r.iziam  is  permuttas  do  ^ado  e  fazenda»  com  o  ouro 
cm  \mS,  quasi  que  n  utíica  moeda  então  existente  para  toda  a 
espí-cM.^  de  traosacçõf  3  comraorciaeí 

lígta  picada,  cin^^ideradã  grande  fonte  d*^  extravio  do  ouro 
«3m  pó,  fíCJju  inteilnta  pelo  ftando  do  5  de  oulut-ro  de  MX^t 
publicado  a  toque  de  caixa,  em  o  qual  se  ordenava  que  fossem 
coDtlscados  todos  os.  ^ons  dos  que  comprassem  géneros  entrados 
por  essa  via  de  coi/imuaicaçào. 

As  numerosas  pi  lada^í  para  Goyaz  eram  portas  francí^s  para 
a  prevaricação  e  o  contrabando,  c  motivaram  uma  serie  do 
medidas  exiravaíjan -es,  daj;  qiiaes  citarei  as  mais  curiosas. 

A  cana  vògvà.  de  10  de  janHro  do  1730  determinou  que  bou- 
vegae  um  ió  camiiil  o  para  Goyax;  pouco  tempo  depois,  flcou 
vedada  a  uavegaçi<  do  Tocantins;  em  outra  occasláo  se  or- 
denou ao  govõrna(^o '  do  Maranhão  que  tivesse  todo  o  cuidado 
cm  não  adeantar  ;w  povoações  para  as  partes  das  minas,  o  ouo 
líkv  consentisse  qur  <!e  modo  algum  se  abrissem  caminíios 
para  oUas,  pela  al^a  conveniência  o  ccoQomia  quo  devia  re 
saltar  da  execuçáu  íi  1  e  Invioiavel  da  lei  de  ',^7  tJe  outubro  de 
17:^3  í 

Alem  destila  nudidas,  o  conde  de  Sarzedaspor  ordem  de  25 
de  jullio  de  1732  tíjiha  determinado  que  ninguém  fosse  a  Goyaz 
sem  passar  pelos  rc^iStros ;  e  para  melhor  fiscal isação  e  cobrança 
do  direito  das  ontrÊ^dis  raandoíi  estabelecer,  sem  levar  em  conta 
o?  registros  de  &e^'u  ida  ordem,  o  da  margem  do  rio  Jaguary* 
o  doi»  Arrependidoís,  uos  limites  de  Minas  e  Goyaz,  e  o  de  Sio 
Domirtgos,  porto  d  i  Formosa,  antigo  arraial  itos  Couros,  para 
Minas  ;  os  de  S.  Doaúngos,  Tagtiatinga  e  Duro  para  I^bia  ;  o 
da  Formiga  para  P  auhy  ;  para  Níaranhâo  o  da  Boa  Vista  ; 
para  o  Pará  o  de  S.  Joáo  das  Duas  Barras  e  pai-a  Cuyabi  o  re- 
gistro du  rio  Grande  (Araguaya). 

Sobre  todaít  as  medidas  se  destacavam  a  expulsão  dos  ou- 
rives como  outros  untos  inimigos  dos  direitos  itíaes  ;  a  celebre 
dispoâição  que  ve<ia*a  nas  minas  de  ouro»  cnnnavi"'  ^  ^  -  nge- 
Dhoeas  do  agnardeite»  pelo  bando  de  13  de  junho  lue 

ao  mesmo  tempj  o.^dânara  áquelles  quo  iive!>3em  p: ..     ^  de 

canoa  as  destruísse  a  no  prazo  do  dous  mezes,  bob  pena  áé 
serem  reraõitidoa  ,>T9308  para  S*  Paulo,  afim  de  serem  casti- 
gados na  fórína  dait  leis  o  s^oíTrerem  as  mais  penas  quô  se  Ihel 
qtiitè8á»m  tmpor,  além  das  dt  bequeõfro. 


M   BRAZIL   CENTRAL 


345 


Tal  nKjdlda,  como  as  outras,  produzia  os  mais  lameoia- 
vôii  resultados,  qm^  foram  aggmvaiiog  rundii  mais  pelag  dispo- 
airôeada  regimenta  do  f*  de  f  voreiro  de  1733»  dado  ao  provodor 
do  registro  de  S,  Paulo  pelo  conde  de  Sarzerlaa,  oo  qual  se  do- 
terminava  que  ninguém  podia  entrar  em  Cíoyaz  sem  apresentar 
despacho  on  licença  do  governador. 

A  deapeito  da  severidade  destas  ordens  e  sua  rigorosa  exe- 
cução, o  contrabando  fazia  se,  o  extravio  continuava  em  maior 
escala. 

A  improdcuidade  destas  medidas  e  a  falta  áú  cuniprimcato 
das  ordens  do  governador,  não  por  calculada  desobudíentia  mas 
por  falta  de  m<?ios  para  fazei -os  observar  em  toJa  a  pie  ai  tudo, 
levaram  o  ;íovernador  a  expor  a  El«Rei,  em  exttjnso  relatório, 
til  situação  das  minas,  o  que  <íelorrainou  a  provisão  régia  de  "' 
dM  di^zembrode  1734,  era  virtuJ*^  d.i  qual  o  ^'ovornalur  devia 
coovocar  nm  jnuta,  que  eitodasse  o  propuzosse  a  forma  que  se 
devia  observar  na  conservação,  augmeuto  o  estabUidado  das 
mínaa  de  Guyax. 

Com  efTéito,  essa  junta  extraordinária  e  solemtio  convocada 
para  25  de  abril  de  1735,  resolveu  que  convinha:  elevar  íioyax 
ao  gr-lo  de  capitania  independente  da  jtiri^dicgâo  de  S,  Paulo; 
tran- ferir  a  fUndií:ão  doS.  Paulo  para  o  arraial  de  Mela  Ponte, 
além  de  ouíiras  medidas  tendentes  a  augmenlar  a  renda  o  re- 
primir o  contrabando. 

Entretanto,  só  por  alvará  de  8  de  novembro  de  1744  é  que 
se  realísou  a  creaçio  da  capitania  iadependeaíc  do  Goyaz  (jttn- 
taraoDte  cora  a  de  Guyabá),  sendo  nomeado  Gomes  Freire  de 
Andpa<lo»  que  linha  a  governação  do  Minas  e  Rio  de  janeiro,  e 
dispensado  Luiz  de  Mascarenhas,  ontào  govern:wior  de  S.  Paulo* 

Mas,  só  por  carta  patente  de  14  de  setembro  de  1748,  é  qae 
a  nova  capitania  tove  o  seu  govornador  privativo  D.  Marcos 
de  Xoronlia,  raais  tarde  Conde  dos  Arcoa,  que  governava  Per- 
oambuíso. 

Em  4  de  março  de  IS49,  deixou  D.  Marcos  o  governo  de 
Pornambiico  o  í4e>ruiu  para  o  liio  de  janeiro,  de  onde  só  pode 
seguir  oui  18  íte  agoístíj  para  ft  caiíitania  de  Goyaz,  oude  chogurí 
no  dia  de  6  novembro  e  tomou  posse  em  8  do  mesmo  mex,  i>e- 
rante  a  respectiva  cíimara. 

Após  a  creação  da  capitania  independeuta  de  Goyí*z.  du- 
rante o  tempo  dos  governadores,  algumas  picadas  de  mabi  geral 
interesse  tran^ formaram -ííe  em  vcrdadeiríu  e!ffraíí<w  reaes,  pas- 
sando peloH  registros;  e  ainda  hoje»  quasi  dous  séculos  passados, 
encontram- se  easas  largas  e^^trad as  nos  chapadões,  nos  v alies  e 
srias  encosta!^, 

O  governo  de  Luiz  António  de  Távora,  conde  de  Sarzedas, 
maroi  a  «r^poca  do  fastígio  da  prol  acção  do  ouro  em  Goyaz, 
como  tambi3m  a  da  abertura  de  maior  numero  de  picadas  e  nm* 
dação  de  arraiaed. 

Luiz  de  Mascarenhas,  conde  de  Alva,  assistiu  aos  primeiros 
movimentos  da  decadência  da  mincraçào  goyana,  e  ao  rçtírar-se 
para  S.  Paulu,  em  17  dts  maio  de  1746,  nlo  Uutia  coOieguída 


346 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Safltaradimiouiçãoíloa  r©'lifo4  damiii-^raçâi,  apaz\r  da  tenta- 
tiva da  descobt^rta  rtog  Martyrios,  da  fundaçAo  de  diversos 
arraiaes  em  terrenos  auril'n"03>  da  urganisação  de  importantes 
tiandeiras,  dm  quaes  sobrcsahem  a  de  Bento  Paes  de  Oliveira, 
a  de  António  Pires  de  Campos  i;  a  numercaa  de  Airayas  para 
exploração  do  rio  do  Som  no  qye  ae  dizia  rieo,  segundo  as 
informações  de  alguns  aveniureiros  i]ue  haviam  entrado  do  sul 
do  Piatihy,  por  es*e  lado  até  eniào  coiíiplí^tanr.onte  rtciscunhecído. 
Em@ni«  nao  lhe  valeu  a  ideia  de  explorar  a  vasta  campjknha  doa 
rios  Verie»  Turvo  e  Claro., 

Um  dos  mais  notáveis  .governadores  de  Qoyaz.  José  de  AU 
meida  de  Vasconcellos  de  Sobral  e  Carvalho.  Barão  de  Mossa- 
medes  e  Visconde  da  Lapa,  cm  visita  ao3  auri  feros  arraiaes  em 
1773  notou  por  toda  a  parte  tão  grande  redtJCi^âo  do  serviço  dos 
lavras,  que  sú  um  supremo  eaforçc  poderia  fazel*o  voltar  ao  an- 
tigo esplendor. 

Para  conseguir  isto,  pensou,  entre  otitraa  medidas,  na  or* 
ganisa^ão  de  novas  handeims  que  elTuc  ti  vãmente,  em  numero 
de  quatro,  tiverim  rumos  difUiren  tos»  mas  sempre  em  busca  do 
ouro. 

Das  duas  de  Meia  Ponto,  a  primeira  commandacia  i»elo  cn- 
piUo  Francisco  Soalhes  de  Bulhões,  tendo  couio  ajudante  Tliomax 
iÍB  Souza  Vil  la  Real,  ao  depois  notiivcl  scrtanista,  demandava  o 
preeonisado  rio  Rico;  e  a  segunda»  em  succossao  á  primeira, 
chefiada  pelo  padre  José  Si  mães  da  Motta. 

Desta  expediçòeíí  nada  mais  resultou  do  que  a  completa 
mina  de  Bulhões,  pelas  grandeíí  despesas  que  fizera, 
-'►  A  do  Filiar,  commanilada  pelo  valente  eapítão  Maximiano, 
e  destinada  ao  pontal  do  Tocantins,  teve  furioso  encontro  com  os 
índios  Chavante  de  canoas,  os  Carioeiros,  na  margem  do  ri* 
beirão  d:is  Almas,  da  <|ual  resultou  a  morie  du  capitão  traiçoei- 
ramente atirado  por  ura  indio  que  elle  tinha  cre  kdo. 
O  êxito  fui  uegativo  por  completo. 

Finalmente,  a  de  Trahiras,  confiada  ao  capitão  José  Machado, 
ia  a  procura  das  cek^brns  mina*  das  Martyrioa,  e  chegada  a 
oxtromidade  meridional  da  grande  ilha  do  lianaoal,  sofTreu 
encontro  com  m  Cai^jás  n  Javaci^,  e  receioso  o  capitão  de  atra- 
voíísar  as  numerosas  tribua,  regressou  A  Goyaz,  sem  nada  con- 
seguir. 

Dahi  por  deanle,  novas  tentativas  infructi feras  se  fizeram 
por  estradas  conhecidas  o  mais  ou  menos  frequentadas,  o  as 
afamadas  e  fantíistícas  riquezíis  auri  feras  dos  Martyrioí,  rio 
Rico  e  outras,  ficaram  como  ainda  lioje  estão,  no  desco- 
ulieeido* 

Das  antigaís  tsstradají  roaeá  muitas  desappareceram  com  a 
extincçâo  da  extracção  do  ouro,  e  as  que  tlearam  são  de  lute- 
rosaos  antes  fnteresti^doal,  para  Nfatto  Grosso,  Bahia,  o  Minas 
principalmente,  do  que  qualquer  outro»  e  ^o  som  coniervaçio, 
mudando  consinn temente  de  leito  e  quasi  sem  pontes. 

Oi  carros  da  bois  e  as  tropas,  que  ainda  hoje  são  os  únicos 
meios  de  transporte  uo  interior  elevado  do  Brazil,  á  pruporção 


o    HIIAZIL   CHXTRAL 


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que  Tão  pasâftodo,  afaadam  m  bitoa  dessas  estradas  ;  e  oa  car- 
reiroíí  e  tropôiros  vão  traçaDdo  novas  estradas  ao  lado  daa 
velhas,  íis  vexus  sem  raaia  trabiUios  ílo  quo  roçar  grosseíra- 
meote  al^^unia  capoeira  ou  cerrado  oxíatoate. 

Por  es9G  facto,  ooflm  de  algum  tempo,  todo  o  leito  da  nova 
estrada  estil  cheio  de  tocos  arrodondadoa  pelas  patas  dos  ani- 
mães  e  roítas  d 03  carros,  o  quo  de  ordinário  é  liois tanto  iocom- 
modo  ao  viojan  to . 

NSíO  ó  raro  oacoóírarem-sa  estradas  com  maia  ãe  cem  o 
mesmo  comduzeatoa  metros  de  largura,  apenas  aprovei  tidas 
em  dimeQãôeâ  úteis  a  um  ou  doii  carros  do  boi 8  00  trapa^, 

O  A  fundos  sulcoá  produzidos  pelas  roslas  doa  carros  de  boii 
e  tropas  nas  o^t radas  abandonadas»  no  tempo  daa  chuvaa  tor- 
nam-30  verdadeiras  valias  d«  es.;^oto3  da^  abundantíssimas  o 
lorrentosas  aguas  pluviaes  que  as  vão  lentamente  corroendo  e 
formando  caldeipoes  e  desbarrcincados,  que  ás  vezes  tomana 
dimensões  colossxos  em  largura  0  profuotl idade. 

As  terras  acarretadas  vara  constituir  era  distancia  variável 
as  planieies  aliuvionief,  ou,  se  são  em  pequena  quantidade, 
depositamse  pert j  da  foz  dos  raosmos  dosbarrancadus,  aoli  o 
aspecto  de  conoa  de  dejecção  torrencial. 

Vou  transcrever  um  roteiro  de  Urbauo  doCoutj,  do  30  do 
juoiíode  175íi.  escripto  no  Palácio  da  Ajuda,  em  IJsbôa. 

A  pes8oa  que  mo  forneceu  esta  cópia,  António  Pereira, 
bomem  conceitua>io  e  de  idado  avançada,  disse- me  tol^a  obti  lo 
dos  arclvivos  do  governo  de  Goyaí.  Apezar  do  não  ter  tido  op- 
poptunidade  do  verificar  a  existência  do  oriffinal  e  confrontal-o 
com  a  cópia,  com  tudo  publico  o  referido  roteiro  por  que  pôde 
algum  dia  ser  útil  o  porr^ne  timbem  tem  pontos  de  semeltiança 
com  o  que  ubsorvei  no  Sitio  No^o,  perto  do  Mestra  d* Armas, 
ponto  inicial  do  eixo  hydrographico  da  vasta  bacia  do  majestoso 
Paraná,  e  com  a  descri pçáo  do  Cijoego  Soukx,  naa  Memorias 
Got/anast  em  que  ha  noticia  do  um  distincío  roteiro  que  Urbano 
dou  ao  seu  s.j^io  o  capitão  Francisco  Soares  de  Buliioes.  p  do 
qiial  ae  ^overoou^  st^m  discrepância,  duranta  sessenta  e  aeto  dias 
do  marcha. 

Eis  o  roteiro  de  Urbano  do  Couto: 

«Irão  lís  meus  novos  bandeirantes  de^sa^  minas  americanas, 
pela  picada  da  Bahia  que  vae  para  Goyaí!»ao  loí^ar  maii  alto  da 
terra,  de  onde  emanam  quatro  ribeirões,  dos  quaes  ílcarâo 
intituladas  as  sua^i  cabeceiras»  estas  as  principaes  do  rio  Preto, 
no  arraial  dos  Couros,  S.  Bartboloraeu,  Paranan  e  Maranhão; 
nesta  altura  verão  ires  ligóas  em  carreira,  em  campinas 
claras,  verão  um  poço  sem  praia  e  nem  alcance  de  fundo,  verde 
c*jr  de  mar»  que  não  secea  e  nem  va^a  quar  no  inverno  e  quer 
ua  calma;  desta  altura  verão  um  morro  de  feiti  j  de  uma  ca- 
nastra, em  mez  de  Agoísto,  áii  parte  quo  entra  o  sol,  nâo  o  pri- 
meiro, ao  segundo,  um  morro  Três  Irmà-js,  depuis  de  passarem 
quatro  ribeirões  de  matus  e  roclja^  ou  rochas  e  monies,  verão 
trea  páa  de  buritys»  vâo  acima  delles,  não  o  primeiro  o  derra- 
deiro, e  verão  um  morro  do  feitio  de  um  cuscuzeiro,  0  pela 


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REVISTA    DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


parto  da  serra,  cact^m  o  verif>  ouro  b  im,  <;  m  acharem  pela  cinii 
íi  cabe-.^:!  i^íicnatrarão  ^''raiiíioza  til  que  não  torão  vistrj  cm 
Goyaz.  Palácio  da  Ajuda,  30  du  junho  de  1750.  Em  oorae  de  S, 
M-  S.  D.  MnriaiiDa,  mulher  do  8r.  H.  João  V.  mandou  para  ser 
arehivado  no  Palácio  da  Capitania  de  Goyaz». 

Na  in:striictlva— xl/cmoriV/  íi  respeUn  do  de^^cobrimento  tlo$ 
Mtiriíirios  áo  Padre  José  Maoonl  do  Síquoira.  iosotrta  na  edição 
definitiva  da  Viagnn  ao  Aratjuaya^  do  ílnatlu  tteneral  Couto  do 
Mai;cilliâeá*  S.  PaoJo,  1902,  pajr.  273  o  aeííuintos,  oncuntram-ae 
divt^raús  roteiros  tias  famosas  niin;is  dos  Martyrios,  de  cuja  ifli- 
ítira  ee  infere  com  faci  lidado  a  contuBào  c  obscuridade  d^i  d  es* 
cripçno  dos  mosmng  votoiros»  eorao  ora  o  caso  geral.  Asssim 
também»  na  pag.  457,  tumo  o*",  da  goguoda  serie,  da  Rovista  do 
liiãtitut.j  Histórico  o  Heo^rapliico,  do  aono  de  184íi,  o  era  nota 
daa  Meniorina  Gotfanas,  do  cónego  Souia,  vem  o  intcrossante  ro- 
toiro  dita  mesmas  minas  dos  Mart.jrios^  escripto  em  '  uyabá  pelo 
capitão- raór  António  Pireíi  de  Campos,  e  p  u*  este  apresentado  ao 
capitulo  António  Rodriguea  Villaros,  em  175íi  mai^*  ou  raonuá. 

No  tempo  de  D.  Marooa  do  Noroníia,  ao  depois  Conde  do« 
Arcos,  pretendeu  Francisco  Tosse  Colombina  o  companiiia  abrir 
uma  entrada  dt^  carros  e  carretas  de  S.  Paulu  a  Goyaz,  o  dahí  a 
Cuyabã,  querendo  o  pnvile;?io  do  rendimento  das  carretai  por 
dez  aniios,  c  uma  siasmaria  de  Ires  em  ires  legoas  na  estrada,  o 
qijo  lho  foi  concedido  por  provisão  de  6  de  dezembro  de  1750  ; 
mas,  etita  protoncão  nâo  pa-íj^oii  dn  enthuslasmo,  o  ficou  na  ordem 
daquellea  projectos  que  só  so  eraprchendem  o  nunca  5e  ete- 
outam  (Cónego  Souza). 

iU 

NiVf^AÇÃO  PLUVt^L  ATÉ  A  ADMINISTRAÇÃO  DO  OVNEaAL  OR.  lúSt 
VIEIRA  COUTO   DE  MAGALHÃES 


Ao  mesmo  tompo  quo  se  tratava  de  melhorar  a  viaçíio  ter- 
restre, a  nave^ic^o  fluvial  torna vâ-í*e  objecto  de  tentatlva^í.  al- 
gumas d:iá  quaes  importantes  e  animadoraa,  por  parte  dj  alguns 
gfoveniíalores  e  particulares. 

Em  oxplor;»çâo  dos  sertões  do  caudaloso  Tocantins.  emBde 
agosto  do  [ôíb,  ojesuiU  Chhstovão  Listoi,  acompanhado  da  com* 
pett-nto  comitiva,  de  que  fazia  parte  Fr,  Christovão  doS.  Ji>aè, 
\i\  conhece  lor  desses  sertões,  sahiu  do  iildciamento  do  Una  guiado 
pnlo  cacique  Tomaíjica,  maioral  das  aldeias  do-í  indios  Tocantins, 

Na  alleia  prfncíp;il,  li,ivi.i  ii^e^  praças,  em  cada  umíi  da^. 
quaes  levantou  uma  cruz,  no  meio  de  festivos  alvoroços  dos  bár- 
baros ;  u  no  Ilm  do  :Ll^'^um  tempo  havia  conseguido  a  paeiQcação 
de  grande  numero  desst^s  Índios^,  cunstruido  uma  igreja,  feito  ca- 
samentis  e  bapti^dos. 

Na  volta  trouxe,  como  reftíra  no  pacto  da  pacificação,  um 
íllho  do  cada  ca-?iquo  espontaneamente  cedido,  e  chegou  a  Ca- 
metjlem  :>  do  outubro  do  mesmo  anno. 


ÍTBÃI 


319 


Daraato  o  loago  período  de  duzoíLit  aanus,  ustívoram  sem 
navegação  de  valia  as  duas  grandes  arterii^-â  de  Goyaz  ;  de  sorte 
que  ^ò  em  1753  é  que  o  p  idre  António  Vioira»  que  exerfua  as 
funcções  ÚQ  Superior  da  Companhia  de  Jínis,  na  provinoiada 
BraziL  o  de  Viaitador  Geral  das  Missões  do  Estado  do  Maraobão, 
organisou  líma  expedição  doaimada  a  chau)  u  i  civilização  os  Ín- 
dios Poquiz  úu  Poqiiigoaras  (Potygoaraa»  ua  grande  nação  do3 
Tyiabiraâ,  habitantes  áaa  selvas»  do  rio  To;  ntins,  o,  por  vontura 
de  outras  ti  ibos* 

Levava  om  sua  cora  pau h  ia  u3  padres  Francisco  Velloso,  Ma- 
noel de  Souza  e  António  Ribeiro,  oxi mio  ccubocedor  da  llojíup, 
indígena,  ocapil^fo  de  e^itrada  Gaspar  Card  >eo,  por  ordem  do  go- 
vernado/ do  Pará,  Ignaciú  do  Re^^o  Barreto,  ô  o  peaaoii  neces- 
sário para  viagem,  em  que  occupava  dezoito  canoas, 

ííiz  o  Padre  Vieira,  om  sua  carta  de  4  abril  do  iíjõ-l,  oscriptii 
dfs  S.  Luiíí  do  Maxanhao  : 

Partimos  para  o  rio  Toeanfins,  oti  o  entro»  trus  religiosos, 
todos  sacerdoteií  LUisulogos  e  práticos  na  Isc^^^ua  da  torra,  o  doia 
defles  insignios  nella.  Navegaiiius  pela  rio  icima  duzentas  e  cin- 
coenU  legoas,  e  cbogamos  ao  Ug^v  qííúq  instavam  os  indio.^  qiip 
iam 08  buscar.. .» 

Km.  outra  carta,  datada  do  Para,  de  l^  do  Fevereiro  de  í*'»OI, 
e  dirigida  i  Camarada  mesma  cidade,  sojre  a  injusta  eseravi- 
saçaoaos  Índios,  escreveu  o  Padrn  António  Moira: 

*. . .  o  neste  particular  se  Vossas  Meriéá  bem  lançareiíi  as 
contas,  acharão  que  n^o  só  alguns  annoi?  (como  suppoe  o  Regi- 
mento das  Missões)  houve  missOcs,  maèi  qve  foram  maiít  sa  m\a- 
^ões  í)ue  os  annos;  porqne  desde  oaimo  de  P355,  em  que  veia  o 
dito  Regi  meti  to,  ao  fez  a  missão  dos  Tu^íaamb;i?í  pelo  padre 
Francisco  Volioso,  a  dos  Nhoingaibas  pel  i  padre  João  de  Souto 
Mayor,  a  dos  Pacajás  pelo  metímo  padri%  i  iios  Aruaqtjizos  pelo 
padre  Francisco  VoUoao,  a  do  rio  Negro  >i  lo  padro  Frànciàco 
Gonçalveíf,  a  dos  (■arajáia  pelo  padre  Thomô  íti beiro,  a  dos  Poquiz 
(Potygo ares)  pelo  padre  Manoel  Nunes  eji  de  Ibyapaba  pelo 
padre  António  Vieira,  e  agora  actnahuente,  eUá  outra  no  rio  das 
Amazonas,  em  que  morreu  o  padre  Manojl  de  Souza  e  fíeou  o 
padre  Manoel  Pires  ;  nas  quaes  raiíssões,  e  tu  outras  de  menos 
empenlio,  se  lom  deseído  mais  de  três  mí\  ndios  forros»  e  mais 
de  mil  e  oitocentos  osei-avos* . .» 

Seiguudo  A lencastre,  é  também  citado  como  verdadeiro  o 
facto  de  haver  em  IGríO  navegado  o  Tocantins  at^j  alôm  da  con- 
íluenciado  Araguaya,  Manoel  Braodílo  e  Oorçalo  Pa<^3. 

Depois  destas  viageni,  grande  interreste  apresenta  a  qno  f«'Z 
em  167.H,  o  capitão  Francisco  da  Motta  Faljào^  por  ordem  do  go- 
vernador Pedro  Cczar  Menezes,  o  aniilia^ío  por  António  Pinto, 
capitão-mor  do  Pará  (que  como  Maranhão,  Piauhy  o  Amazonas 
formava  eniào  o  estado  do  Maranhão),  parji  expulsar  d  is  mar- 
gens do  Tocantins  tima  bandeira  de  paulistíis  cliefiada  pelo 
mestre  de  campo  Paschoal  Paos  de  Ara^j  i,  o  qual,  attraves- 
gando  os  sertões  do  rio  s.  Francisco  e  àO  Pianhy ,  ja  De>í!e 
tempo  descobertos  por  Domingos  Aífonso,  chegou  ás  terras  dos 


âSO 


RRVISTA   im   INSTITUTO   HISTÓRICO 


índios  GuamjyE  (Ouarahus,  como  escro?o<J.  M.  P.  Alencaslre), 
quo  ©lie  logo  reduziu  ao  captlvuiro. 

Mutí^a  vendo-se  impoienlo  para  atacar  o  oosado  pauU^tú, 
retrocedeu  í*  orn  Heli^ra  deu  conv,í  do  occorrido. 

Pmparavu.  o  govornadur  uma  for  to  expcnlicáo  militar  píiva 
fim  ulentíco,  quando  ehegou  d»3  Lisboa,  António  Raposo  Tavares, 
elerigo  do  habito  do  S.  Podro,  encarregado  do  degcobrimento  f!o 
mesroo  rio  que  logo  entrou  a  n&vogíir  at(^  a  região  dos  Guai^juz, 

Maa»  tendo-SG  íJadu  o  fallecimonto  de  Paes  de  Araújo,  o  a 
Bl]bs&<]uente  retirada  do^;  seus  companheiras,  o  padre  Raposo, 
cujas  ifcsperanças  ^e  fundavam  só  na  commonicaçào  daquolle 
paulista,  miiiio  a  sou  pe/araa  chorou  todas  mal  logradas  dentro 
d 4^  poucos  dias  com  as  in  formações  da  sua  morte  ;  e  &em  oiaii 
frueto  de  tantas  fiidigas,  que  o  desengano»  quo  assaz  lho  Ibi  cus* 
toso,  voltou  para  a  cidade  d©  Bel(^m»  doudo  brovemouto  se  re- 
colheu aPoriu^^al,  conveDcoodo  bem  com  as  experiências  das  pre- 
sentes dcFgraças  as  passadas  invejas  da  sua  expedição  (Herrodo)>, 

Nfto  obstante  o  sentimento  de  desanimo  motivado  pelo  mal- 
logro  desta  viagera,  em  1675  0  próprio  governador  Bernardo  Pe- 
reira de  Berredo,  levando  em  sua  companliia  o  capiíào  de  infan- 
taria Diogo  Pinto  da  4.Taya,  subio  O  rio  Tocaniios,  í*  na  altura  do 
O  «íráos  descobrio  a  foz  do  grande   vraguaya* 

A  estas  seí?uiii-9e»  em  1775,  a  do  alferes  José  Pinto  da  Fon- 
seca» em  companhia  de  F.  Francisco  da  Victoria  o  dfis  c'ilio>^ 
Jos<5  Machado  de  Azevedo  e  António  Pereira  da  Cunha.  Fon.srca, 
alcançou  sem  maior  novidade,  a  ponta  austral  da  ilha  do  Ba* 
naoal,  onde  fez  pacto  com  us  Índios  Caraj<48  Java<?z,  o  ãesae 
paeto  resultou  a  fundação  do  primeiro  presidio,  que  foi  deno- 
minado a  Nova  Beira. 

Por  essa  forma,  floou  a«]ritada  a  questão  da  nriveji^ação  do 
Tocantins,  o  mais  tarde,  ordens  régias  vieram  .^atisfazof  os  de- 
sejos e  aspiraçr^es  do  todos  os  povos  do  nejrte  do  Ooyaz,  do 
Pará  o  do  Maranhão, 

D.  Luiz  da  Cunha  Menezes,  se.L'Uindo  as  normas  de  U.  Josô 
de  Vascõncello8,qiíe  durante  o  seu  íroverno  mostrou  a  mais  ele- 
vada intellijaencia  e  patriótica  capacidado  governamental,  pro- 
cedeu eom  a  maior  correcção  e  h ah i lidada  na  tentativa  de  le- 
vantar a  capitania  da  decadência  em  que  se  achava. 

A  conquista  dos  Caiapós  animou  Luiz  da  Cuiiha  a  em- 
pFehender  a  dos  Cha vantes  ;  mas  bem  claramente  percebeu  que 
dstei  Índios  só  com  a  navegação  do  Tocantins  poderiam  ser  tra- 
zidos á  civilização. 

Pei^suadido  disto,  representou  á  c<'irte  portujsrueza  mostrando 
de  novo  a  conveniência  de  ser  cx**sada  a  prohi bicão »  que  por 
tantos  annos  matava  oíí  interes.^es  do  norte  da  ea  pi  tau  ia  ;  e 
netsft  mesma  oeca&iáo,  o  ^'overnador  do  Pará,  í>.  Josi^^  de  Ná- 
poles Telle!4  de  Meneze^^,  recj»bin  oivleíis  termioanf^íi  para  pro- 
mover a  nave^fíição  do  Tocanlins  e  mais  ri<"s  intfiriores. 

Em  principio  de  setembro  de  1782,  chojaram  á  Vi  lia  Boa,  o 
capitão  Paulo  Fernandes  Bello  e  o  porta- bandeira  Manoel 
Jouquím  de  Mattos,    vindos  do  Pará,  ilo  onde   haviam  partido 


o  LníAZii.  <:kntiiaí. 


ar»i 


em  janeiro»  cora  um  graado  carrogaraoiito  quo  deixaram  no 
Pootal,  para  ser  votidido,  e  dalli  soguíretii  por  terra  para  a  ca- 
píUl  em  31  do  julho . 

Km  uraa  das  siiíis  cartas,  assim  ao  exprimia  o  goveni-idar 
do  í^vrii  1  *  Vencidas,  íolameale,  todas  as  d iíticn Idades  <la  iia* 
li I reza  e  da  politicai,  ton lio  r^mfim  .1  furtuna  o  a  honra  de  di- 
rigir a  V.  E.,  por  esto  no?o  meio,  a  fíesejada  noticia  da 
prompla  e  miis  fácil  comraunicacao  que  a  elFeitos  da  minha  di- 
ligencia edo  meu  cuidado  vou  pr^eurcir  estabelôoer  com  V,  K» 
entre  estas  duas  capitiinias.)^ 

«  Para  restabelecer  com  a  rogularid;ido  0  permanência  de- 
YldaSi  mando  o  capitão  de  auxiliares  Paulo  Fernando^  BeLlo  abrir 
e  do.'Oiiibaraçar  a  naveííãçao  do  rioTorantina,  pelo  qiio  respeita 
aõadomtnios  dest-  Esiado,  0  recebor  as  ortJt>ai  do  V,  IC.  rela- 
tivàíí  aosdíiãsa  ctipjtania.» 

«  Na  n«*va  fortulozade  N.  S.  do  Nazareth»  por  mim  man- 
dada erijarir  nas  margens  do  rio,  acharão  us  commerciautcâ 
que  houveram  da  froquontal-o,  de  qualquer  das  partos  um  re- 
gistro prompto  o  conveniente  para  a  segurança  dos  seus  trana- 
pofteá.3^ 

Por  infelici^lade  DO  tompo  do  Luiz  da  Cunha  tros  males 
assolaram  a  capitania,  e  um  grave  erro  da  sua  adminid  ração 
veiíi  cooperar  com  aquellcs  para  ob  desastres  de  sou  g-ov^^roo. 

O  primeiro  dos  males  foi  a  fome,  result:iuto  do  completo 
abaniooo  da  agricultura  em  proveito  exetiiâivo  da  mineração. 
Os  monopolintas  e  atravessadores  ,suigiram,  ♦<  uao  Ibr-im  jwuros 
os  castigados  por  Oápecularora   com  a  miséria  publitía. 

O  segundo  foram  as  inundagôes  de  I7H2,  prolongadas  e  ta- 
manhas como  nào  m  conbeciam  outras  e  causaram  os  maioros 
malofl  nas  casas,  plantíiçCtes  e  no  próprio  gL^do. 

O  torceirot  foram  os  ciganos,  mesinheirus  a  hxlorci  áefnteno- 
dicJia,  que  apruveltando-se  da  ignorância  do  povo,  praticaram 
todos  os  excessorí  com  o  uiaior  esc^andalo  a  publicidade,  nàu  obs- 
i.anto  os  castigos  iniligidos  aos  mais  desfai^adus. 

O  gi^ande  erro  de  Luík  da  Cunha  foi  a  translerenciade  mais 
do  í^iJO  Índio»  Carajá?,  e  Jav(?7,  do  presidiu  da  Nova  Beira  para  a 
aldeia  do  S,  Jos*^  do  Mossamedes»  com  o  íntuno  de  incrementar 
«'i^ta  nascente  povoação  «  destruindo  dn^t(^  modn  nm  dos  presi- 
dios  que  mais  promcttia  pi-osperar  pela  sua  avantajada  si- 
tuaçáõ,  uma  das  garantia^i  futuras  ila  navegação  ^ftessa  im- 
portante via  de  sua   eommunicaçâo  ílurial.» 

A  conquista  dos  :ujOO  cUa vantes  de  Qud.,  por  Tristão  da 
Cunha t  irmão  o  sucessor  de  Luiz  da  Cunha,  na  qual  mais  uma 
ve£  sobresaiiiu  o  liabíl  sertanista  capitão  do  dragões  iusé 
Pinto  da  Fonseca,  foi  ura  dos  mais  noíavcis  foi  tos  do  seu  Inngo 
ííovornu,  o  btíiu  ussioi,  o  intei  esse  qmí  manileí^tou  mais  jela  na- 
vegação do  Tuc  m  ti  ns  do  ene  pela  do  Aiaíçnaya,  que  deixon  :io 
govern;i.dor do  Paríl,  D*  Francisco  de  Souia  Cuutinlw,  om  cum- 
primento áú  ordens  rigiis, 

D.  Francisco,  que  Ja  havia  mandado  'Tose  António  do  Ara^tjo 
em  exploração  íío  rio  Araguaya,  sem  contestação  foi  o  primeiro 


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REVISTA    r>0   INí^TITIlTO   HISTÓRICO 


qtie  olhou  com  vistas  largas  piira  o  futuro  desta  oavegaçao,  e 
pro-nirou  tmismo  onirnal-a  muito  concorronrlo  para  que  os  ne^o- 
ci  iQtíís  do  Para,  Feliciaao  José  Hoaçalve^,  Aotooio  Henriqnes 
da  Silva  o  Man^  tíl  Xo»é  da  Cunha,  organizassem  uma  sociedade 
fiue  devia  subir  peio  T<icautíiis  o,  qo  seu  regresso,  exploraria  o 
Araguaya,  rio  que.  na  snn  opiuiâ^í,  era  o  camiQho  pi-eferivel  ao 
Tocautíns  para  ria  futuras  viajgrens. 

Ficoii  encarreíí  mIo  de  levar  esfa  oxpadiçao  a  cabo  o  va- 
queauo  c;i  pitão  Thomaz  <íe  Souza  Vi  lia  Real  que,  partindo  do 
Pafíi  em  5  de  fevereiro  de  1791,  subiu  o  Tocantins»  chegou  ao 
iin^íal  do  (armo,  então  <■  ibeça  de  julgado,  a!ri  diapoz  as  mer- 
cadoriiis,  e  se^íuiu  por  torra  para  ViUa  Boi,  onde  chegou  a  21 
do  abril,  sendo  recebido  por  Tristão  da  Cunha  com  a  maior 
cordialídíide. 

Após  oito  mezes  de  domora,  Villa  Real  embarcon  uo  porto 
da  íbz  tio  rio  Porreiro,  a  III  uentií  do  rio  Vormellio,  o  pelo  Ara- 
guiiya  foi  ter  ao  Par;l,  coni  pouco  mais  do  cincoonta  diajs  dii 
viagem,  duiante  a  qtial  coDvencau  algumas  aldeias  de  indioa  a 
irem  ao  Pará,  como,  eífectivamon  to /foram  e  fizeram  tratado 
de  paz. 

Do  Panip  entretanto,  dSLo  subiu  mai9  expodivâo  alijuma 
para  ííoyaz  atv  I79r^auno  em  que  chegaram  a  Belóm  do  Pará, 
tendo  uave;:ado  pelos  rio>  Vermelho  e  Araguaya,  Mijíiiel  Alves 
do  Oliveira  e  .Jos*^  Eustachio  Lobão,  com  carregamento  do  gé- 
neros da  terra. 

Fm  I7í)7,  D.  Franciscu  mau  dou  o  ai  Teres  Joaquim  Jost:'  Má- 
ximo, estabelecer  um  rogislro  perto  da  grande  cachoeira  de 
itaboca,  no  baixo  Tocantins,  para  facilitar  o  auxiliar  a  nave- 
gação. 

A  despeito  dofi  >íUCce3so^  destas  priraeíran  oipodiçoe:*,  parti - 
cularmeote  da  do  capitão  Villa  Rival,  a  navegação  do  Ara^^uaja 
p  baixo  focantins  trouxe  desanimo  aos  mais  corajosos  empro- 
hendedores. 

Em  ttjda  a  extensão  navegável  da  grande  artéria,  superior 
a  -íMÚ  kilometros,  não  havia  uma  uoiea  povoação,  circum- 
stancia  esta  que  se  não  existisse,  teria  sem  duvida  concorrido 
para  que  fosse  o  Araguriya  preferido  ao  Tocantins. 

Não  ubstante.  D.  Francisco  de  Souza  Coutinho,  assim  se 
exprimiu  em  cot  respondencia  com  o  secretario  de  Estado,  Mar- 
tinho de  Mello  o  Castro  ;  «  A  dita  exploração  o  reconlieci mento, 
de  que  vou  dar  conta,  aio  só  carresponden,  mas  excedeu,  quanto 
a  mim»  ao  tjue  ^c  pudera  desejar,  e,  se  em  toda  a  occassào  fSm 
esta  dMoober ta  do  gmnde  interesse  pelo  noUivcl  at^croscimo  que 
deve  prodtis;ir  na  cultura  e  no  commercio  do  uma  o  outra  capi- 
tania, na  presente  eonjunctura  ainda  a  i^otisidoro  mai^  impor- 
tante pela  facilidade  dos  prum|ttos  soceorros  que  esta  pôde  re- 
ceber daquelLi,  oíTerecendo-se  a  occasiaode  os  precisar  ». 

Depois  deste  facto,  Thomaz  de  Souza  Villa  Renl  voltou  a 
Ooyazefoi  empregado  no  serviço  da  capitania  com  muiio  pro- 
veito para  a  navegaçio  do  norte,  da  qual  so  tornou  o  homem 
mais  pratico. 


o   BRAZn.   Cf^NTRAL 


351 


Não  íintilíiou  a  Tristão  da  Cunha  a  pouca  fnMjíiLmciíL  da 
Diivcgação  dt>  Tocantins,  e  tcvo  opportunidaclo  do  rciilizar  a 
iáéí*  de  trazer  essa  navegação  atô  as  Tertont<*s  do  i'io  Uruhíi, 
a  poucos  kiJomotros  di  Vil  la  R  ia.  quando,  tendo  ordem  de 
soccorrer  ao  (ipam  Pará,  cora  800  homens,  fez  a  expodif-ão 
iniciar  tl  descida,  no  dia  2Q  de  março  ã*^  178'),  no  porto  de 
SanrAnna  do  Capimpuba,  no  mesmo  rio  Qruli«'i,  sob  o  com-^ 
manrto  de  Miguel  do  Arruda»  sondo  pi loki  Thomaz  do  Souza 
Villa  lleaL  Após  demorula  via^^eni  a  tixpedií;áu  i^hegon  ao  F^ará 
apenas  cora  80  homens  invaiidus,  por    leiííra  deserta  lo  oí  mríig. 

Nâo  ora,  portanti,  sem  razào,  qiio  tK  Francisco  de  Souza 
Coutinho,  libava  mai.s  importância  A  navt»ííação  do  Araguaya 
que  à  do  Tocantins. 

Es  tu  nunca  mais  se  continuou  embora  tenha  ^tdo  julgada 
raai,s  breve,  e  ness(^  prewupposto,  em  ^arta  osoriptit  do  I^aríl  nm 
14  df  setembro  de  I7í>7  a  Tristão  da  Ctinha,  h.  Franclscu  in- 
sistia peta  sua  id^a. 

D.  Joào  Manoel  de  Menezes,  alguns  mezos  depois  d*^  no- 
meada governador  de  Goyaz,  recebeu  da  Rainha.  I).  Maria,  a 
carta  n^^gia  do  I:;í  do  maio  do  1798,  na  quat  tendo  « tlolerminado 
promover  elíhmzmento  a  ríQueza,  a  foiicidífcde  v.  eom modo  dos 
naUii^ntes  dessa  parte  do  í^razil,  sou  servida,  alt?ni  de  outras 
providencias  jci  dada»,  dar  outras  pai-a  a  eommunicaçào  áty  umas 
liapitanias  para  outras,  enciírreerando  da  ,su:t  execti^ão  e  da  ?iiia 
ílireeeâo  o  inspecção  de  todoí?  o«  trabalhos  que  roquer  a  reali- 
zação (io  piano  que  mandou  pôr  em  pratica  o  govern  ulor  v  ca- 
pitão general  da  c^apitania  do  Para,  D,  Francisco  do  Souza  Cou- 
tinho ;  e  porque  a  soliredita  communicação  .<e  ha  do  lUzor  poios 
rios,  ordeno-vo8  que,  conformando- vos,  como  quero  o  mando 
vos  conformeis  com  o  que  vos  ftVr  proi>osto  polo  referi<ío  gover- 
nador, e  de  accorlo  (Mim  olle  quanto  ao  tempo  e  ao  modo  de 
principiar e  proseguíro^  (rabalhos  nofiess  trios,  façais  explorar 
os  rios  que  correm  p^los  districtos  dessa  capitania  e  qui-  vEo 
levar  as  suas  a^uasao  Amazonas,  o  qxw  por  eMe^^  so  façam  des- 
cimimtos  em  épjcas  determin  tdas,  que  vos  annunciar  o  f^ovor- 
nador  do  Pará,  de  sorte  que  eui  logir  dado  venham  encon- 
trar-86  com  iis  partidas  que  úo  Pará  subirem  pelos  mcstiios  rio», 
aílm  que  por  este  modo  se  facada  e  continuem  as  explorações  ; 
que  di>  toios  08  rios,  que  do  interesso  do  Braail  vãu  desaguar 
naque:la  capitania  o  suas  restas,  vindo  assim  a  conseguir-se  os 
preciosos  conhecimentos  para  86  regular  depois  i  me-íma  com- 
rnunicaçào. . .». 

I^ara  melhor  estudar  os  moios  de  f^umprír  as  reaos  recom- 
mendações»  eralwircou  o  gevernador  <'m  lielím,  e  subindo  pnlo 
Aragoaya  e  rio  Vermelho,  -he^íou  a  Villa  Boa,  onde  tomou 
posse   era  25  de  março  do  IHOO. 

Fundou-se  um  pi-esidio  na  carreira  do  Arai^uaya,  junto  á 
barra  do  Itacaíuna,  ponto  proitmo  da  condueneii  dos  doua 
rios,  empregando  íiest»?  mister  Hriv:  Murlinho de  Almeida  «  uma 
^uarni;ào,  mas  dentro  de  piucus  annos  mais  esta  povoaçiio  foi 
desamparada,  com  g-rande  prejuízo  da  nave^-^açSo, 


a5i 


REVISTA    D«>  INSTÍTUTO   IlIvrOBiCO 


Iq felizmente,  a  taIU  de  tino  ode  iDstnieções  apropriada! 
desta  governador  destruíram  por  corcploto  &  obra  regeneradora 
da  capitania  do  Goyaz,  cusiosameote  iniciada  por  João  Manoel 
de  Mello,  o  haMlmonio  eontinoada  por  José  de  VasconcelloiSp  poa- 
teriormenío  ViáL-oiiJe  tia  lapa,  e  por  rristãj  da  Cunlia. 

D.  Francise.i  de  Aa^iâ  Mascarenlias^  mais  tarde  Conde  6 
Maniiiez  de  S.  .laio  da  Palma,  apossado  em  tiO  ie  fevereiro  de 
18<)4.  por  alvará  de  18  de  mar<.-o  de  1^09,  creou  a  comarca  de 
S.  João  das  iiuas  Barras,  prumo  vendo  uella  o  de^rníiargador 
Joaquim  Theoti>»io  Serrado,  que  no  norte  do  Goyaz  c<íle- 
brisou-so  pelos  sem  bons  servíí^Oíi ;  mas  teve  Uoeoça  dâ 
de  poder  ri^sidir  em  Natividade,  eniquanto  não  se  creavo  a 
referida  vil  la  de  S.  Jjão,  na  barra  do  Ariíguaya  com  o  TocantiJts. 

Protejíeu  a  navegaçiio  do  Tocantins,  Maranhão  o  Ara- 
^'iiaya.  animando  o  povúamento  dag  margens  desertas  desses 
rios,  atí'*  tres  léguas  do  distancia,  por  meio  de  isenções  do  di- 
zimo e outras  medidas;  e  para  facilitar  o  de^nvoivimento  da 
navegação,  contlou  a  do  Tocaotmíi  no  desembargador  Segurado* 
e  enipeuliou-se  pela  du  Araguaya, 

Apezar  de  Ibe  faltar  o  coqcui*so  do  governador  do  Pará, 
D.  Marcos  de  Noi^onha,  Conde  dos  Arcos,  nesse  emprebondi* 
mento  patriótico,  nâo  desanimou  D*  Francisco,  e  peia  junta  da 
real  fazenda  mandou,  em  1805,  fazer  cinco  grandes  canoas, 
Príncipe  Refítntê^  Minerva,  ThetU^  Aurora  e  Veana^e  duaS  mon- 
tarias, que,  em  maio  de  1806,  para  o  Para  paniram  do  porta 
de  Santa  Rita  c  ^rm^ndo  cerca  de  2i  toneladas  do  prodoirtos 
diversos. 

AlguQj  particulares  associados,  com  quatro  grandes  canôoa 
feltis  á  espensas  suas,  desceram  com  o  mesmo  do^tioo  a  13  de 
maio,  eom  tempo  de  alcauçar  a  flotílba  real. 

Em  abril  de  1807,  nova  leva  de  idênticos  productot,  em 
íiçual  quantidade,  foi  para  o  Pará,  sob  o  commaodo  do  capitão 
Thomai  de  Souza  Villa  KeaU  na^  canoas  Princesa  Cnrtôla,  Con- 
de$m  (U  Otidí^s^  Águia ^  Pm^úla  e  c^sne^  pertencentes  a  tres  ne» 
goeíantes. 

No  aono  seguinte,  outra  expedição  partiu  com  carrega- 
mento  menor  e  deu  pouco  resultando, 

Ejitas  transacções  nio  puderam  se  raanier  entre  as  doas  ca* 
pitanias,  a  despeito  do  denodado  esforço  do  D.  Francisco,  por 
quanto  os  governa*iores  do  Pará  naa  prestavam  o  aeo  coaearsoi 
nISo  obitante  o  interesso  commum  da  navegaçto. 

Asiim  cessou  o  commercto  com  o  Pará  pela  via  Aragoaira. 

O  abandono  a  que  cUegara  a  navegação  do  Araguaya  ood- 
traitav.!  até  certo  ponto  com  os  progre^sisos  da  do  Tocantins,  em 
cnjas  mirgens  mais  pj voadas  se  achavam  os  mais  distant» 
pontos  do  Rio  tte  .lan.^iro,  Bahia  o  S,  Paulo,  com  os  quaaa,  até 
enlào,  oommereiavam  os  liab imantes  de  Goyaz  e  offereciam  aa 
comm.rcio  lío  Pará  outras  commodos  e  facdidades. 

E  II  :^  •  de  maio  do  l8Ud,  na  fúz  do  rio  Manoel* Alves  Grande 
fundou-se  um  presidio  militar  para  proteger  o  commeroio  d  a 
esra:aentn>  Porto  Real  e  S,  João  das  Duas  Barras. 


o    BHI/.IL   CENTHAr, 


:í5n 


<  Ao  desembargador  TheotooSo  Segurado  e  coronel  José  Ma- 
noel da  Silva  oliveira,  afjuelic  ouvidor  e  esf.6  commMnlante 
Tiiilitar  da  nova  comarca,  miitto  se  4o ve  o  ter  sido  naquelle 
tempo  a  navi^giição  do  Tooantíos  mais  prospera  do  que  ó  boji'* 
Cíicreveu  Aloncaslre  em  1803» 

Muito  aoimoti  Umbem  essa  navej^^açâo  o  estabeltícimènío 
da  linha  de  correio  de  Rio  do  Janeiro  ao  Pará,  via  Goyaz,  a 
cuja  realisaçao  o  cle&emba/gador  Segurado  o  coronel  Oiiveirvi 
ptealarant)  o  valioso  auxiliada  abertura  da  estrada  de  iSão  Romão 
ao  Porto  Imperial. 

Em  1810,  Dogoveroode  D.  Fernando  Delgado,  esse  serviço 
era  regular  e  09  estafetas  percorriam  'U98  kjlometros,  sendo 
1848  por  terra  e  ir»50  p«lo  rí.>  Toca  o  tina. 

Náo  loi  D.  Francisco  mais  felia  na  nave;,'?\çâo  do  rio  doa 
Bois  ou  Anicens,  por  onde  contava  achar  uma  sabida  para 
S,  Paulo,  maia  curta  o  mats  Itarata  do  que  pclaâ  estradas» 

E^te  rio  na  estaçAo  das  chuvas,  di  oavegaçáo  cerca  da  4tí 
kilometros  ao  sul  da  vi  Ha  do  Anicuns  ou  !3H  da  cídaíbt  do 
Oeyaz;  e  na  estação  da  aocca  líBdaquella  v  illa  o  Jiiaia  ou  menos 
211  da  capital  tío  costado  de  Goyaz. 

Es  ta  n  i  iil  à  o  de  O  l  i  r  c  i  ra  G  u  t  e  r  j^cíí  .  lio  m  e  i  u  o  1 1  sad  o  o  1 1  esej  o  b  o 
do  prestar  al^um  scrv iro  que  o  recemraendasse,  em  1808,  qo 
eomeço  das  a^^uda,  embarcou  em  uma  caaua  eem  seis  corapa- 
ij  bei  roa,  com  destine  a  navegar  o  rio  doa  Bois,  o  Paranahyba  e 
cliegar  a  S.  Paulo  subindo  o  Tietó. 

Em  uma  primeira  cata-dupa  perderam  a  eanoa  o  os  manti- 
mentos, salvando-se  apenas  os  intropides  navegantes. 

Depois  de  indisípansavel  demora,  continuaram  ousados  a 
viagem  em  uma  jangada  que  fizeram  ;  maá  com  poucos  dias  do 
viagem  foi  ter  a  jangada  a  outra  catadupa,  onde  não  só  perd^^u-sa 
como  perderara-ae  tambL*m  tros  vidas,  escapando  somente  Gu- 
terres e  dons  companheiros. 

Após  muitos  solfrim  'ntos,  errando  pelas  mattas  empossas 
déssaíJ  regiões  selva  Ucas,  Ealanisláo  falieceu  a  miogoa,  o  íetis 
d..'U9  infelizes  cempan  hei  roa,  depois  de  andarem  perdidos  deus 
annos,  foram  ter  á  villa  de  Lages,  no  R«raná,  valendo- lhes  muito 
piira  a  sua  sustentação  os  pinhaes  do  sul»  conforme  se  exprimo 
um  contemporâneo  de  tão  temerário  eommettimento. 

Ahi  furara  pr  ííos,  e  mais  tarde  soltos,  depoia  de  conhecer-se 
a  verdade  ;  e  nao  querendo  mais  voltar  a  essa  capitania  to- 
maram destino  diverso;  um  do  nome  Gregório,  secunde  o  ma- 
rechal  Cunha  Mattos,  oxist ia  casado  em  Jundiahy,  em  1817,  e 
outro,  em  lf^l2,  no  dizer  do  cónego  Souza,  vivia  na  Bahta. 

No  governo  de  I).  Feriiando  Delga^io  Freire  de  Castilho, 
ftova  tentativa,  desta  voz  feliz,  foi  feita  para  realizar  a  nave- 
gação do  rio  Anicuns  ou  dotí  Boiti  sob  its  ordens  do  muito  pruticu 
capitão  de  dragões  José  Pinto  da  Fonseca,  celebre  pelas  suas 
na*  vegaçõea  no  Araguaya  e  seus  aitiuoiito5»  e  João  Caetano 
da  Silva. 

A  navegação  de  S,  Paulo  para  as  minas  de  Cuyabá,  ja  era 
conhecida  pelos  rios  Tietê,  Paraná,  Pardo,  Camaquan  e  Taquary  ; 


I. 


r 


O   BRAZIL   CENTRAL  357 

A  actividade  agrícola  do  Pinto  de  Magalhães  foi  sogiiia  ga- 
rantia da  prosperidade  da  nova  povoação,  que  em  1813  teve 
uma  guarnição  militar  comraandada  pelo  próprio  Magalhães  ;  e 
muito  influiu  para  o  seu  rápido  desenvolvimento  a  completa  pa- 
cificação dos  Índios  Macamecram^a  affluencia  para  ella  dos  povos 
que  viviam  dispersos  pelos  sertões  de  Grajahú,  Balsas,  Farinha, 
Lapa,  etc,  as  estradas  que  se  abriram  para  diversos  pontos, 
a  navegação  do  Grajahú  em  1811  descoberta  por  António  Fran- 
cisco Bandeira,  a  do  Tocantins  e  o  commercia  com  o  Pará, 
Maranhão  e  Aldeias  Altas. 

^  A  ambição  do  Maranhão  de  possuir  tão  prospera  povoação 

'  provocou  a   demarcação  dos  limites  com  Goyaz,  da  qual   se 

^  lavrou  um  termo  em  9  de  junho  de  1816. 

Em  1820,  entretanto,  Fernando  Delgado  considerou-a  pcr- 

^  tonconte  ao  Maranhão,  em  cilicio  de  informação  ;  não  obstante, 

tal  offlcio  ficou  sem  resposta,  o  auto  de   demarcação  de  9  de 
julho    sem  approvação  c   o  termo  até  1845  não  havia   ainda 

^  sido  sanccionado. 

Como  seus  antecessores  Fernando  Delgado  não  teve  melhor 
sorte  no  tocante  á  navegação  do  Tocantins,  e  apezar  do  bom 
auxilio  do  ouvidor  da  comarca  do  norte,  o  desembargador  Joa- 
quim Theotonio  Segurado,  cujos  felizes  resultados  coroavam  as 
tentativas  deste  magistrado,  até  1822  continuaram  sem  resul- 
tado 08  louváveis  esforços  de  Delgado,  para  cuja  permanência 
e  êxito  era  preciso  mais  perseverança  e  actividade,  de  que  não 
deram  provas  nem  os  goyanos  nem  os  paraenses. 

O  successor  de  Delgado,  o  ofllcial  da  real  marinha  portu- 
gueza,  Manoel  Ignacio  de  Sampaio,  foi  acolhido  pelos  grandes 
movimentos  politicos  que  tinham  invadido  as  nacionalidades  eu- 
ropéas,  mudando  em  algumas  delias  o  caracter  das  instituições, 
em  consequência  das  ideias  liberaes  em  toda  a  Europa,  o  que 
em  Portugal  produziram  os  memoráveis  acontecimentos  do 
Douro,  os  quaes  chegando  ao  Rio  de  Janeiro  reflectiram-se 
por  todo  o  Brazil,  e  tiveram  como  resultado  ultimo  a  indepen- 
dência de  7  de  setembro  de  1822. 

Em  1824,  Caetano  Maria  Lopes  Gama,  mais  tarde  Visconde 
de  Maranguape,  prestou  juramento  e  tomou  posse  do  cargo 
dè  presidente  da  provinda  de  Goyaz,  e  em  25  de  novembro 
do  anno  seguinte  assumiu  as  rédeas  da  administração  pro- 
vincial. 

Durante  cerca  de  três  lustros,  quasi  nada  se  fez  no  tocante 
à.  grande  navegação  Interior  de  Goyaz;  e  só  em  18^,  na  pre- 
sidência do  senador  José  Rodrigues  Jardim,  é  que  mais  uma 
vez  foi  solicitada  a  attenção  publica. 

Em  seu  relatório  disse  o  finado  presidente  :  «. .  •  •  são  os 
rios  Araguaya,  Tocantins  e  Turvo,  os  de  que  fallo,  são  estes 
os  canaes  por  onde  ha  de  vir  a  felicidade  dos  goyanos... 
Quanto  ás  difiãculdades  da  navegação,  ellas  já  não  são  desco- 
nhecidas ;  os  seus  maiores  obstáculos  estão  superados  ;  as  mais 
perigosas  cachoeiras  demoram  para  baixo  da  conâuencià  do 
Tocantins,  cigò  espaço  é  aásaz  ft*équêntàdo». 


358 


REVISTA   DO   tNSTITUTt»   inSTORlCO 


Xn  ad mi Qist ração  do  iotollígente  e  provecto  Dr.  Jnac]utm 
Ignacio  Ramalho  fundou- se  a  osfcirços  <le  seu  governo  uma 
sociedade  para  lovar  a  elleito  a  navegação  regular  doa  dous 
grandcfl  ri  s,  sob  a  hábil  direcção  do  Dr.  Ruâno  Theotonio 
Segurado,  juiz  raunicipíil  o  <le  orphãos  do  ('nrolina,  e  riue  em 
pessoa  dirigiu,  era  1847,  a  primeira  viagem  para  o  Pará,  onde 
loi  recebido  nora  grande  satisfação  pelo  raspeotivo  presidente  e 
mais   auttjridados  civis  e  mílitaves. 

Xa  a<lmini.stracâo  do  Cummendador  Autonio  do  Pádua 
FJeury,  outra  socieda^o  foi  fimdada,  cm  1848,  pel^^s  trabalhos  do 
Dr.  Rutlnj,  com  o  ca^jiul  de  seto  contos  do  n^a ;  o  na  primeira 
viagem  ao  Pant,  guiada  pelo  mesmo  doutor,  deu  cincoenta  por 
conlo  de  lucros. 

Mas  ficando  a  administração  desta  sociedade  nas  mãos  de 
um  Id  dos  membros  da  sua  directoiia,  no  fira  do  tn-s  anoos 
estava  completamente  arruiQadr\,  s^^guodo  voridcou-se  na  única 
assem blí^a  convocada  por  eaTdmulação  da  presidente  da  provi a- 
cia  do  então  o  Dr,  loaquim  \nLonio  da  Silva  Gomes;  í|Uo  com 
o  auxilio  olllcial  eoíiseg^uiu  dar  nova  face  á  sociedade  de  nave- 
gavãu,  qiio  progrediu  lenta  mas  íointorrunipidameuto, 

O  Sfíccessor  de  Padna  Meury,  o  Dr.  Eduardo  Ulynipio 
Machaílo  continuou  esforçadiimoiUo  na  mesma  senda. 

M^^  infeliztnento,  oo  sou  governo  cheguuu  á  Goyaz  o  eoge- 
nlioiro  fivil  Juão  Baptista  de  Castro  Moraes  Antiis,  cm  cora- 
misaão  do  ^^overno  gerado  qual  por  sua  inhabililade  muito 
concorreu  para  manter  no  animo  deste  presidente  e  no  do  seu 
atiecessora  utopia  irrealisavel  (  Couto  de  Magalhães  )  de  <|Uo  a 
navogmção  do  rio  Vorraolho  devia  chegar  a  7í>  kilometro^  de 
Ooyaz,  o  na  desobstrucçao  dease  rio  osgotou  grande  som  ma  do 
capi  taes  e  trabalhos . 

Além  da  desobstrucvão  da  parte  innavegavel  do  rio  Ver- 
molbo,  a  má  collocaçÂíi  do  presidio  de  Sanu  Isabel»  de  tão 
funestos  resultados,  fui  outro  revez  p:ira  a  navegação  do 
Araguaya,  e  s6  a  vontade  ene  r;:ica  «lo  Dr.  Sih^  Gomes  ira  o  3- 
portando  esse  presidio  para  a  foz  do  rio  das  Mortes,  impediu 
qne  no  sou  tempo  dosapparecesso  a  oaveí^açao  do  Araguiya. 

No  terreno  ingrata,  preparado  pur  estas  dua^  «'íícum- 
stanetãs,  deaenvolvou-so  o  gérmen  fatídico  lançado  peio  pro- 
sidente  Francisco  Marianni,  que  matou  por  longos  ao  nos  essa 
bei  la  o  utilissifna  navoí^ação,  muod.»nrio,  om  leví,  retirar  a 
guarnição  du  presidio  de  Su.nui  Maria  do  Arairoaya  o  considerando 
essi    navegução    impraticável  agora  t^  de   futuro, 

K  para  maior  raaf,  no  aiino  seguinte  fui  ín*cunf*ado  ne?8e 
modo  do  pensar,  pelo  presidente  sou  auecessur  Cruz  Miicliado, 
mais  tardo  visconde  de  Sorro  Frio,  que  também  a  considoix)u 
Irroaliaavel,  raeí>mo  depois  que  era  j-1  praticamonto  uraaacqui- 
siçi!kO   antes  nacií^nal    que  iriterpruviaclal. 

Ho  seu  relatório  do  181^3,  djz  o  {n\  José  Vieira  C<juto  do 
MagalU&os:  <  os  Srg.  Gama  Cerqueira  e  Aragáo  o  Mello  prepa- 
ran^ni  d  ©  n  o  vo  e  %  ped  i  çõeu  pa  ra  restan  rt  r  tiq  oe  1  le  p  res  id  io ;  ma  s 
parâ^   v6r  qyaiHo   ú  fácil    destruir,  e  o  quão  dlííleil  é  con- 


Itel 


o   BRA2IL  CENTRAL 


.159 


struip  qQBLlqmr  cousa,  coalemplo-se  agora  o  facto  d^  nâo  terem 
sido  bastantes  m  esfoFÇCs  reiteirados  de  cinco  aanos  de  adminia- 
tração  para  fázep-so  aqui  lio  que  aa  tioba  doátruido  em  poucos 
dias.  A  expedição  preparada  por  ds^es  aenliorea  só  poude 
chegar  ao  seu  destino  nos  iíqí  da  admiois tracto  do  Eimo* 
Sr»  Josú  Mar  tios  Pereií-a  de  Alencastre,  a  cujos  esforços  e  me* 
didas  se  deve  a  «LKisieucta  des^o  presidio,  cuja  destruição 
acabou  cora  a  pouca  navcgaçáo  quo  havia  para  o  Pará,  o  a 
cuja  ijombra  coincga  et  Ia  a  medrar  de  uo?o  », 


§  III 

NA  ?E0 AtJÃO  A   VAPOR  N«>  NORTK   t>0   BRAIII.    CENTRAL 

Tal  era  a  situação  era  que  se  achava  a  navegação  fluvial 

nessa  parte  do  interior  do  Erazit,  e  quaes  as  múltiplas  victssi- 
todes  e  peripécias  que  havia  soíTrido»  quando  em  i863,  assumiu 
a  presidência  da  antiga  província  o  Dr.  José  Vieira  Couto  de 
Magalbâes. 

Bem  depressa  o  ootavel  mineiro»  comprehendíjndo  que  o 
melbor  meio  Jc  augmetitar  as  rendas  o  de  reduzir  ou  evitar  o 
contrabando  ora  tor  boas  vias  de  commoiiica<;ão,  procurou  com 
todo  o  interesse  eí^tudar  as  sabidas  naturaea  do  futuroáo&stad>>* 

A  própria  uatui^oza  preparou  os  oicoadouros  para  o  norte 
nos  grandes  rioe  Araguaya  e  Tocantins,  e»  porventura,  nas 
com  muni  cações  ílaviaes  com  o  Maranbâo,  Piatihy,  Bahia  o 
Minas  Geraes,  a  leste,    Pará  ao  norte    e  i\r:i.tto  Grosso,  a  oeste. 

Rfipresentara  os  melhores  canaes  de  exportação  para  o  sul 
o  rio  dos  Bois  e  o  Taquary,  esto  principalmonto:  porque  como 
muito  beu  pondera  o  I>r.  Couto  de  Magaíliãos,  a  -'ommunicação 
do  rio  úoH  Bois  ou  Anieutia,  no  seu  tempo,  ia  ter  a  um  pmto 
reutra!  Jo  Brazil,  a  cidade  de  Piracicaba,  além  de  qu«p  por  suas 
condições  particulari-s,  j-traais  prj<leria  lur  outro  agente  motor 
que  nào  o  braçii  liumsmo;  ímo  passo  quo  o  rio  Taquary,  sobre 
levar  os  [iroducios  de  Uoya»  a  um  porto  de  mar.  via  Paraguay, 
podena  com  o  pro;íresso  dos  leinpos  vir  a  ler  o  vapur  como 
força  motriz. 

PoBto  que  actualmente  a  navegação  do  rio  dos  Bois  possa  pôr 
o  Hoyas  can  communicação  com  a  cidade  do  Santos,  oomtudo 
não  ú  esta  a  sabida  natural. 

Não  obstante,  Couto  de  Mii^^alhã**^  não  desço nhe^ rei i  os  be* 
nelicios  desta  importante  linha  de  aave^^ação  fluvial,  que  encon- 
trava otHoaí^concurroucta  nas  ejtrartas  reies  doi  antigos  Ijandei* 
rantes  ;  e  volveu  suai  vistas  [lara  os  grauJis  rios  dj  nurto, 
oud«iuma  uave^façào  ru  lime  atar, deáde  alguns  ânuos,  i^rmutava 
entre  Qeyaz  e  Par4  os  seus  eífeltos  eommerciaed  e    íadustriaeâ. 

Entretanto,  o  Dr.  Couto  de  Míi-^alhãet,  em^uanto  presi- 
dente de  Uayaz  nào  logrou  eíTectaap  tào  louvável  quão  68- 
forvvlo  commettimentri,  e  a  navegaçilo  a  vapor  no  Brazil 
central,  cjntinuou  a  ser  uma  bella  esporauça. 

2ir)>í    —   2'i  Tú,MO    LXMIJ,    V.    U. 


<Hi»  -í^    .r  .     ^     j>mm*    ãSfzZ^L 


mf^íl0m    lê^«^9M  j<8frWMWi    fií 

^  %¥*7^  ^  Má-iâméí   ^  ÊKif^ 

MÍM#r4MiMMrli»«  âiiiMM>  4«  rum 

IMa  f^n  i/^jtUUru  fi4/f  t/^e,  corno  m  mobrrior.  em  Goj^n, 
#4^/f  Hffmêfitiértêf-ti^  tfisúA  *Uf  /|0^  iMflyia  oiifu  Tez  tonur  paleate 
n,  m^ê^umíMléi^  áéf 'twíUíUM  e   Aragoaja,  eum  peqadOLiséia- 

t^fUmilM  âoiàM  nhtUf4  utítU  Uid';,  em  l^^,  na  presidência  de 
léuÀUt  hiífMOt  htí  qws  o  liiiMiri;  admuiístrádor,  tobrepiganda 
Ma»  iM  téftiimriétihyUm,  tmvo  a  vcratiiri  de  ver  realizada  a  obra 
Hilêím¥\ê  MiHnnUtnêiiUUt  cifín  «urenidade  e  firmeza,  e  com  de- 
liim  •  \iiiifi  Miiifimo  «UAiMfitttdo  dufíioU)  ftein  aoooi. 

lA/i  iKiMiiUtlOfMi  r6ra  a  ';u«toMa  ompreza,  que  seus  beDo- 
lÍÊ^m  Mpruvif liavam  uliouUaneamunte  íio  Pará,  Goyaz  e  Matto 
Uri/N4i/,  if  pura  Un(i,  mandou  com  ímmensos  sacriâcios  abrir, 
um  Hiifiifilio  dn  nnrro  dn  boin,  <le  coroa  do  16  metros  de  lar- 
Ifiim  a  N«i(4t  de  lêliu.  na  exiooiuo  do  b*^  kiiomelros,  entre 


nm 


REVISTA   DO  INSTITUTO   UISTORICO 


Em  ISfiô,  no  Faríl,  obteve,  a  custo,  do  çoverno  geral  era- 
dito  pura  mandar  desobstruir  ai)  cachoeií-as  do  Araguaya;  en- 
commendou  na  ínííiiitorra  um  oavio  próprio  para  quebrar  ro- 
chedos abaixo  du  nivel  d  agua;  umudou  ras^^ar  cauaeís ;  preparou 
com  paoieucia  o  material  uecesísario  para  su paru i*  cacboeU'as; 
instruiu  o  pB^soal  destinado  a  guarnecer  a^  tíoibarca^goes  oxplú* 
radoru^  ;docret«jiip  mediante  auclarisaçao solicitada  da  asâeiubléa 
prov  io ciai,  premi us  para  fomeatat'  a  pequena  navegação;  dis- 
cutiu proficienlrementii  a  exetiuibi lidado  de  seus  phiooí»,  ora  om 
raemoriaesao  Pai-laraento»  pedindo  subvenção,  ora  em  offtcios 
à  praça  do  comraercio  de  Beiêm,  documentos  {consianie  o  ul- 
timo do  I Harto  Official  úG  2'J  de  outubro  do  18G6)  em  que  expõe 
a  matéria  do  furma  notável»  com  preciosa  abundância  de  in* 
formações  ííeogrupbicíis,  floanoeiras  e  commerciaes ;  por  fira. 
apromptou  dous  vapores  consagrados  a  nave-íar  o  Tocantins  e  o 
Ai'aguaya;  g  como  a  sua  prcsonça  ^eria  vantajosa  â  direcção  e 
animação  doíí  tra bailios  preparatórios  da  transposição  daa  cor- 
redeira.s»  alcançou  permiã&ão  do  embarcar  no  uãvio  iniciador* 

Era  um  tentamen  perigosisíiimo.  O  vapor  oatava  arriecado 
a  quebrar  ns  macbina^,  abalroar  era  pedras  occulta^,  «oa^obrar 
a  cada  minuto.  Couto  de  Ma;^atliâei)  tudo  pi*6vira«  ordunando 
mie&ò  SG  ullimasae  o  (ireparode  um  dos  uãMos  (o  Fardu  adni 
de  que,  em  caso  de  oatastrophe.  restasse  o  outro  (o  Jurupefmni. 

ProvidencLou  até  para  que,  se  as  ^  acboairas  estorvassem 
inbjiramente  a  passagem,  o  barco  toáse  desmontado,  conduzido 
as^áim  por  terra  e  montado  de  novo  mais  acima  (Conde  de 
Âirouso  Celso) . 

Neste  propósito,  Couto  de  Ma>:aibães  jMi^ou  a  presidência 
ao  Dr.  ioáè  Maria  de  Moraes,  L"  vice  presidente,  e  foi  «tentara 
potttgem  do  vaf^or  através  das  cachoeiras  do  Tocantins  e  Ara- 
guaya, 86  as  aguaâ  estiverem  em  ponto  que  me  paxeça  isso 
possiveU  comodiáse  em  respectivo  oíílcio. 

Elfocti vãmente,  animado  de  rara  jnti'epidez>  inaudita  cora* 
gem  6  temeridade,  oon^guiu,  entro  lutas  o  perigos,  vencer  nu 
vapor  i*arà,  a  cachoeira  de  Taptiiunaquara,  1^96  kilometros 
acima  de  Belém,  e  assim  entrou  na  leogâo  encacboojrad*  do 
Tocan  ti  ns- Ara  <2rua  ya  * 

Esta  feliz  tontativa  não  t<'ve,  como  a  ant*?rior,  em  Ooyaz, 
outra  consequência  mais  do  que  ainda  uma  ve^  tornar  patente 
a  navegabilidade  do  Tocantins  e  Araguaya,  com  pequenos  dis- 
pêndios e  fecundos  resultados. 

Somente  dous  anno^  m^iis  tarde,  em  isr^s,  na  prosidoncia  du 
Matto  Gro&^o,  toi  que  o  iUustre  aduun  is  trado  r,  sobrepujando 
todas  as  cjoutrartedados,  teve  a  ventura  de  ver  realizada  a  obr» 
quo  bavia  empieheudído  com  serenidade  e  ârmeza^  e  com  de* 
nodo  e  pairiottsmo  sustentado  durante  seis  annos. 

Tão  auspiciosa  fora  a  custosa  ompreza,  que  ^eus  bene- 
âcios  aproveitavam  simultaneamente  íw  Fará,  Goyaz  e  Matto 
Grosso;  e  para  isso,  mandou  com  immensos  sacriíicios  atirir. 
um  «^mioho  de  carro  de  bois,  de  cerca  de  16  metros  de  lar- 
gura e  sete  de  leito,  na  extensão  de  328  kilomeims»  entre 


(U:ní:ral  \)r.  Couto  i>e  Magalhães 


o   BRAZIL   CENTRAL 


a6i 


Guyabá  e  o  ultimo  ponto  a  que  pôde  chegar  n  va]^r  no  rio 
Araguaya,    Itacayú. 

O  capitão  Agostinlio  Peroira  de  Macodo  foi  encarreiíftíio 
do  cun^truir  o  trecho  da  ositíida  da  Coyabá  ao  ribeirão  da 
A^ua  Branca,  dosviiiDdu-a  das  vertentes  do  Prata  para  os 
€hapiulõea  pertencentes  ao  systema  da  cordilbeira  dos  Parecys, 
u  diúortium  aguarum  das  daas  im mentas  bacias  do  Amazonas 
e  do  Prata* 

D'ahi  ao  Araguaya,  a  coustrucção  foi  confiada  ao  intolZl- 
gente  .sertaniaiaf  o  capiíao  Antopio  Gomeâ  Pinheiro,  que  teve 
de  aíkstal-a  um  pouco  para  o  nurte,  nào  só  para  encurtar 
distancia  corno  para  evitar  as  duas  únicas  serras  que  existem 
em  todo  ease  sertão:  a  da  Lagioba  e  a   do   Taquaral. 

O  vapor  que  serviu  para  a  realização  deste  grande  feito, 
foi  comprado  bom  o  alada  iiuvo  da  extinota  companhia  de 
navegação  do  alto  Paiuguay  ;  foi  desmontado  e  conveniente* 
mente  encaixotado,  aasim  como  apparelhoa  o  instrumentoa  do 
uma  verdadeira  ofíiciua,  o  transportado  para  o  Araguaya, 
conforma  o  sí^guiule  iUnerariu:  sob  a  chefia  do  V  tenente 
da  ar  ilíada  Pedro  Maria  Duroclier  a  expediçrie  desceu  o  rio 
Ciiyabri  até  a  barra,  no  São  Loiírenyo  ;  remontou  este  rio 
ijkiú  a  foa  do  Piquiry*  ondu  entrog<iU  ar*  capitão  Luiz  líon- 
çalves   de   Lima,  incuiubido  de   armai -o   no  Araguaya. 

b:;ate  capitão  subiu  o  Piquiry  ati3  o  porto  de  Tauã,  e  abi 
fox  entrega  de  tudo  ao  capitão  sortani8ta  António  Gomos  Pi* 
nheiro,  que  devia  leval-o  em  tO  carros  de  brus,  por  terra, 
através  do  í>riM  kiJometros  de  caminho,  escoltados  por  20 
praças,  também  com  obrigação  de  abrir  picadaa,  onde  hou- 
vesse necesaidade. 

De^^inteiligencias  entre  Pinheiro  e  Lima.  juntamente  com 
uma  epidemia  de  seroes,  pu^eium  a  expedição  em  risco  de 
mallograr-se  ;  mas  a  boneflca  iatervençao  do  capitão  de  fra- 
gata António  Cláudio  Soido,  por  doterminaçrão  do  general 
Dr.  Couto  de  Magalhães,  de  ura  lado,  e  de  outro»  o  trata- 
mento apropriado  dos  doento.s,  evitaram  tão  grande  desas- 
tre. 6  tudo  chegou  ao  Araguaya  com  a  maior  llâlicidade  ô  sem 
mais  contratempo. 

Depois  que  o  vapor  ciiegou  ao  iau  destino,  seguiram  a  pes- 
soal operário  e  o  capitão  do  fragata  Balduíno  SoS&  Porreira  de 
Aguiar,  em  caracter  de  oommaníante  de  navio  e  cbefe  da  expe- 
dição, e  a  cujo  impulso  tudo  se  moveu  com  admirável  presteza, 
no  próprio  dizer  da  Couto  do  Magalhães. 

Do  Pará  e  de  Goyaz  vieram  tambora  objectos  indispensaveit 
ao  cuiteto  da  navegação  e  reconatrucçào  do  navio  :  ca  boa»  po- 
liame,  tonas,  breu,  tinta,  taboado  du  cedro,  etc, 

Installon-80  a  oíncina  naval  oní  pleno  sertão,  defronte  da 
barra  do  rio  Vermelho  e  armou  stí  o  Aroíjifaif-neritaMiús 

Km  15  de  maio  de  18r>8,  o  Dr.  C^nto  de  Magalhães,  em  via- 
gem para  ItacayiK  achava  ao  de  pouso  na  praia  das  Ortigas, 
quando  viu  chegar  o  vapor  Afaí^uaiz-nerúassú  do  commando 
úo  Balduíno  de  Aguiar,  qae  veto  buscal-o,  2m  a  230  kilometroa 


3tí2 


REVISTA   DO    INSTITUTO   UÍSTORICO 


acima  daa  oOlciQas,  teodo  veactdo  fdcilmaate,  duraQto  a  subida 
do  rio,  as  i taipavas  da  Cacáoeirinhn .    f) 

«TiVG  inoiprimivol  gitLsfação  qiiaudo  vi  este  primeiro 
ag6nte  da  íaduatria  e  do  commeroio  acortaado,  por  assim  dizer, 
este  gigantosco  rio  e  ostas  explendídas  solidoe^f  do  sonino  em 
que  o  trazia  o  deserto  ;  o  assim  do  via  acontecer.  \**) 

W  E.  (*")  que  tora  oltiado  com  Unto  inter oáse  para  ei^ta 
questão»  aabo  que  Ititis  e  cootrariedades  tom  tido  o  {jo verão 
Eôstes  cinco  anuas  utti mos  piM  trazel-:i  ao  deáuj  ido  termo»  ;í 
que  oao  teria  chij^g^ado  ^o  não  íosãe  a  energia  coiii  que  u 
Exm»  Sr.  raiuistru  da  agricultura  ("  *)e  V.  E.  se  diguaram 
apoial-a.» 

No  dia  28  tevo  logar  a  cerimonia  relifriosa  da  benção 
do  navio  a  quo  se  deu  o  nomo  de  Araguatja,  o  da  ioauguraçaa 
oflâcial  da  navegação  a  vapor  no  Brazil  central,  ci;m  a  presença 
do  muitas  peáâoas  gradaa  o  povo,oumo  se  verá  da  acta  extra hida 
do  livro  —  Navkgaçào  Interior  do  Brazil— do  Dr.  Eduardo 
Joaé  de  Moraus. 

^  Auto  da  inauguração  da  navegação  a  vapor  do  rio  Ara- 
guaya. 

Aos  vinte  e  oito  dias  du  moz  de  maio  do  anuo  do  aaseimcuto 
de  Nosso  Senhor  Jesus  Christo  em  Is*íS,  47«  da  Independência  do 
Iraperii),  á  margem  osquorda  do  rio  Araguaya  o  a  trinta  ioguas 
da  ca  p  i  ta  I  de  O  o  y  az ,  reu  n  i  ram-so  o  K^m  S  r .  D  r .  JoãO  V  leí  ra 
Couto  de  Magalliiôs,  presiiientc  que  fui  dcjâta  província  o  por 
cila  eleito  depuUdú  ã  Assem bléa  Geral  Legislativa,  actual- 
menta  presidente  da  província  dó  Matto  Grosso^  a  o  Exmo.  Sr. 
doserabíirgador  Dr,  Joáo  Bonifácio  Gomos  do  Siqueira,  V*  vice- 
presidente  da  de  GoyaZt  eiu  exercício,  oom  muitos  funi^eiooarios 
puMíeos  o  grande  numero  de  outros  ciJadãos  quo  concorreram 
para  o  fim  de  itssistipem  â  cerimonia  religiosa  da  bonçao  do 
vapor  Amíjmuj-nerà^assH  o  a  inaugurai Ío  da  navegação  a 
vapur  uo  rio  Aiaguaya,  em  consetíitencia  do  o  haver  ♦  ommurjí- 
eado  o  mcdíi3o  Exmo,  Sr.  presidente  da  provincia  do  Matto 
Grosiío  ao  desta  provincia,  íjue  dirigiu  convites  e  iez  publico 
este  lacto  da  mais  ^«ublda  importância  pai^ao  ougraadecimeotu 
V  prosperidade  da  provincia  de  Goyaz, 

E  achando '8e  surto  no  porto,  em  frí^nte  á  fóx  do  rio  Ver- 
melho, o  mon^nonado  vapor,  do  quo  é  commaodante  o  capitão 
d(í  fragata  commnndador  íuldaino  José  Ferreira  de  Aguiar, 
i^ecolhoramse  a  bordo  os    Esuioh*   Srs.    presidrmteíi  das   pro- 


(*}    Dá-iic  Q  iiwme  ú.v  Uaípataii  a  rccitco  i^uc  aliavtíis-jum  u    rio. 

(**y  Ofiicio  tk  2íí  dô  maio  tio  i8t>eí,  dirííridti  da  ni.'ir^<-GUi  e*- 
qucrrta  <Ju  Ani;Ttiaya,  p^>U!sO  dulVowto  da  lòií  do  Riu  Votmclhu,  ao 
míniálro  da  marinlia  o  Sr.  coa-tolheiru  ViísconJo  di*  Ouro  Preto, 
entãi>  Dr.   Aíloiisu  Celso  do    Assis  Figueiredo. 

(•*•)  RoleríJ-^e  ao  Sr,  rõnsolbeiro  Visconde  de  Ouro  Prcio.  oa- 
im  xmvkUivQ  da  um  rinha, 

í'*")    O  UiittJo  coastílheiru  Maiiotl  Pia  lo  de  Soaxa  Daata^, 


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O   BBAZIL    CliNllíAÍ. 


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í 


Tincias  de  Matto  Grosso  e  de  Goyaz,  acompachados  doa  Srs,  Dra, 
Theotlora  Rodriífuei  ãf  Moraes,' 3'  vice-presidente;  Dr,  Fredo- 
rico  Dabney  de  Avellar  Brotóro»  cíieíe  do  policia  da  proviecia  ; 
Dr.  João  Luix  de  Aratijo  Oliveira  Lobo*  inspector  geral  dos  pre- 
aídíoa  ;  Antooio  Honório  Ferreira»  iospeclor  da  Ttieaouria  do 
Fazenda  do  Goyaz  ;  Dr*  Joaquim  Rodríguoa  do  Moraes  iardim, 
eogeolieiro  ;  capitão  Luti  Gonçalves  de  Lima»  engenheiro 
constryctor  ;  Dr,  Joã^í  Tiioraaz  do  CarvalhaeSí  l"»  cimrgião  do 
exorcitj ;  muitog  outros  fUnccionarios  públicos  e  pessoas  impor- 
tantes. íííP  seguida,  precedendo  os  necessarioa  exames  e  reco- 
nheelniento!?»  teve  logar  a  cerimonia  religiosa  do  vapor,  alô 
então  chamado  Arogiiaif'nerú~(ts${4,  o ffl ciando  o  Revo»  padre 
R,  da  Costa  e  Oliveira»  capelláo  do  pro5i*lio  fia  Loopoldloa, 
tendo-se  antes  assentado  em  mudar-se  o  nome  do  vapor  qno  se 
pjASSOii  a  chamar  ÁragHaya^ 

Terminado  o  neto  religioso,  cr^ueram-se  vivaa  à  religião  do 
Kstado.  a  Sua  Magestade  o  Imperador,  ao  governo  imperial, 
aos  Eiraoa.  Srs*  Ministro  da  Madaha,  Conaellieiro  AfTonso 
Ceim  de  Assis  Figueirodo»  e  ^f inistro  da  Agricultura,  Conse* 
liioiro  Manoel  Pinto  de  Souza  [ motas e,  finalmente,  ao  progresso 
da  nave^çâo  a  vapor  no  interior  do  Império.  Logo  depois,  o 
vapor su^^pendeu  ferros,  íargou  do  porto  em  direitura  á  margem 
oppoâta*  atravessou  n  rioAraguaya,  cruiou  em  differentes  dí- 
i^eoções  ao  som  do  hymno  nacional,  ^ubiu  o  rio  Vermelho  o, 
voltíindo  ao  ancoradouro,  foi  s o! em n emente  proclamado  acliar- 
se  instai  lada  a  navegação  a  vapor  do  rio  Araguaya,  acto  esta 
que  foi  saudado  enthusiasticamente  por  todas  as  peasoas  quo  as- 
sistiram de  bordo  e  das  praias,  Entào  o  Exmo.  Sr.  desembar- 
tíador  -loão  Bonifácio  Gomes  de  Siqueira  levantou  vivas  ao  Kxmo, 
Sr.  Dr.  José  Vieira  Couto  de  Magalhães,  a  quem  se  deve  a  reani- 
mação da  navegação  do  Afaguaya  e  seus  a  ffl  uen  tos*  a  iniciativa 
da  navegarão  a  vapoi-,  quesa^tentoii  com  tanta  constância  eaa- 
critlcios,  e  acal»ava  de  ser  realisada,  a  despeito  de  todos  os 
obstáculos  econtrariediidet,  a  qu©  sempre  se  mostrou  superior, 

O  Exmo.  Sr.  Dr,  Conto  foi  saudado  e  comprimentado  por 
todos,  portão  alto  feito,  rrMíoHendo  as  mais  vivay  demonstra* 
coes  de  gratidão  o  reconhecimento* 

Assim  terminou  a  cerimoniada  inanguraçao  da  navegação 
a  vapor  no  rio  Arn^uaya ;  e  df*  tiido^  para  momoria,  se  lavrou 
o  presente  auto,  quo  vàe  por  todus  ansignado  e  do  que  se  oxtra- 
l) iram  seis  cópias,  pari.  serem  remettidas»  a  sabor:  doas,  aos 
Exmos.  Srs,  Ministros  da  Marinha  e  da  AgricDltura  ;  duas,  para 
a  secretaria  do  governo  província  de  Matto  Grosso  o  a  Camará 
Municipal  da  r apitai  d -h  mesma  e,  finalmente,  duas  para  a  as 
magmas  repu"  tições  de  Goy az,  António  Honório  terreira  o  os- 
crevi;  Ur^  Jost'  Vieira  Couto  de  Marfolhãen,  Dr.  João  Bonifácio 
Gomes  de  Siqne*ra,  Theoftoro  Rodritfues  *Í€  Mornes  Jardim, 
PYederíro  linbnetf  tft' Át*'Hnr  Brotéro,  Dr,  João  de  Araújo  OH'' 
peirn  Lobo,  Antanio  Honório  Ferreira,  Joaquim  Rodrio^es  de 
Moraes  Jardim^  Luiz  Gonçahex  de  Ltma*  João  Thomat  Cerva* 
í/m*»*.  Confere:   Antomo  Honório  Ferreira, 


REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


O  governo  imperial  dairio  o  devido  apreço  ao3  patrióticos 
esforços  do  Dr*  Couto  de  Ma^alhaGa  oa  brilhante  empreza  que 
com  tanta  difficnllade  acabava  de  roalisap,  a^signou  cora  o  in- 
trépido geoeral  o  contracto  da  navegação  a  vapor  do Tocanti oi 
o  Araguaya,  em  abril  de  1869,  e  ao  raesmo  tempo  lei -o  di- 
rector da  cateelieae  nes^  reg-ião  (Octaviano  Esãelin). 

Km  virtiiile  deste  otjn tracto  a  navegação,  rjuo  era  do  2.266 
kilortietros  3e;jitQdo  o  relatório  do  Dr.  Antooio  Florêncio  Ite- 
rei ra  do  Lago  o  Dr,  Bríõjamiíi  Frankilin  dô  AIbuqnerf]ue 
Lima,  ooramtsaionadoa  para  a  exploração  desses  ãom  rios  pelo 
dccriiton.  lB(i8^de2nde  agros  to  de  íh70,  comprehendia  qua- 
tro ítecções:  1*,  \lo  Eíelém  á  cachociira  dtj  If-aboca,  do  tempo  da 
cheia  do  rio,  e  do  restante  do  aDno  att'^  onde  Tos-^o  possível  ;  2»,  a 
secção  da-^ciíchoefras,  isto  i5,  do  Itak>ca  ao  presidio  de  S.  Maria  ; 
:í*,  deste  presidio  ao  de  S.  Le^ipoldimi  ;  4\  de  S.  Leopoldina  a 
Itacayfj,  no  estado  de  Matto  Grosso. 

DaríiDt  *  cerca  de  dona  annoâ,  Couto  de  Mafalhaos  trabalhou 
sem  treífya  nem  descanço  para  re^iilarisar  a  naveg;tçàu  do 
matefitoso  Ara^r^iaya»  tnndí^  eamo  gerente  e  dedicado  eumpa- 
niioiro  o  seu  primo,  tenente-coronel  Josô  Maria  Borges  (como 
Couto  de  Magalhães  Dm  bravo  da  jíiierra  do  l^araífDay)»  o 
como  superintendente  o  engenheiro  iuLrlez  Willtam  lluist* 
mortoá  ambos  desastradamente. 

Em  moíado  do  1871.  por  motivo  de  saado  ou  i>orc|tio  a 
empreza  roxu  lar  mente  já,  estivesse  fun<'CL0DandQ  (O,  BsseHn), 
oDr.  Coiilo  dfMíi^alliães  retirou-se  para  o  Rio  do  .í«iiieiro.  e 
nio  voltou  mai.^  ao  Arai^uajra. 

No  86fví<:o  dacateches  ^,  o  general  Couto  de  Maf^falliãeis  oâo 
detienvolvou  menos  actividade  e  patrioli^nun  c^omo  no  mistor  da 
nave^gão  a  vapor,  e  do  inicia j  dessn  m  L^niflco  trabalho  marca 
a  rundaç&o  do  Collesrio  d  ^  Santa  Isabel  qtte  cuntav^t  entre  i>s  aeus 
víote  aliimoos  de  arab4j5  us  SBioa,  ahavãnies,  Ca^fifiÓi,  (iorotirés^ 
(^arítjàs^  Tapií-úpth^  o    trt^s    da  extincla   tribo  dos  Qmijajarai, 

Os  |»riraeirõf?  pro fessí ires,  capitão  Fel tciss imo  do  Flspirito 
S40ÍO,  mai!i  tarde  elevado  í%  brigadeiro  doHt  inditJíj,  e  sua  i^nhora 
[I.  Kmeroncíaoa  Vicente  do  Azeve^iu,  além  de  to<  la  competência^ 
tinha  para  com  oh  oeocivilisijulos  todo  o  carinho  n  alago  ^0, 
Esselrn). 

Hm  pouco  tempo,  os  pio^,  amigos  e  parcntog  dos  collo^íiacs 
tinham  tnivado  ;iraistosaH  relaçOas  i-om  oa  cí vi liíiad na  c  entra- 
vam a  prestar  rei  ^viinte-i  íorviços:  lorneoiraontfj  de  li*nha  era 
acba8«  hera  empilhadas  f^m  ileterminadoíi  pontoM  da  rnarííem  do 
Aiuguaya.  sempre  Junto  das  suas  aldeiaii,  c^im  o  lim  de  entreter 
foiftçôes  de  commercioe  de  amizade  cjra  ob  hoys  {cÍitIhíáos}  nlc. 

O  Frei  Savioo  do  Riraini,  franciscano,  muito  coDheci do  na 
Bib ia  como  emérito  proltaaor  e  pregador  no  respectivo  con- 
vanto,  fundou  a  Cohnia  da  Pedra  Branca,  no  aldêlnmento  do8 
Chamhiods,  perto  da  cachoeira  dos  Martyríos;  e  dentro  do  trei 
nDooi,  no  dizer  de  O.  F::sseliD,  havia  boas  6  bonitas  casas,  bem 
alinhadas,  abundância  do  neoeMarto  para  a  subaisteocia,  tua 
pequeno  cafezal  a  até  roaoirus  de  variadas  espécies. 


o   imA/IL  CF.XTRAL 


•ãfíS 


m 


Alli  reinava  Sn  bi-o  Uiãn  a  orleiíi- 

Km  Snniít  Maria  do  Ara/itaya,  o  Fr,  Francisco  do  \fimte  Bão 
Vícto,  apozar  (íe  muito  velho  e  qiiast  cogo,  dirigia  com  «írande 
proveito  o  serviço  da  catecíhe.sfi,  tauto  como  om  S.  Jogé  o  Frei 
Si  gi9  rmi  o  d  o  d  e  T.i  gír  i  a , 

Aflsira  torra iíiou  a  benéfica  ioíluencia  do  Dr*  .í«i8<*  Vieira 
Couto  de  MagTilhãfiíí  n«>  rico  e  fritaroso  astado  de    íloyai. 

A  emprezi  da  navegação  progrediu  e  clm^ou  n  adquirir  o 
vapor  JkfínWro,  ospecialmonto  oonstriiido  pa ran  navegaçào 
nas  maiores  bainisdo  rio. 

A  retira-la  do  immortal  funda  lor  da  navegação  a  vapor  no 
norte  do  Brazil  ceotral  entretanto  marca  a  ora  da  decadência 
dessa  navegação,  apezar  das  ominentoa  finalidades  do  activo 
o  laborioso  goyano,  o  coronel  João  Josr  Correia  de  Moraes, 
pari  cnjaa  niaoa  passo  ti  a  em  prez  a,  «»  qtie  a  manteve  com  mais 
ou  metius  dillculdades  atô  o  anfio  do  1887  ou  188H,  quando 
foi  tranàferida  p  ira  uma  oompanliia  norte  americana,  conoea- 
sioQaria  lias   íatjulosas  minas  do  Cayapó* 

A  fundaçàodji  Companhia  Viac-ào  Férrea  e  Fluvial  do  Tocan- 
tins o  Araguaya  mo  melhoro  ti  seriamente  a  navegação  da 
grande  artena  liuvial.  embora  luri  do?  maiíí  notáveis  goyanos 
contemporâneos,  o  raarecíial  Joaquim  Rodrigues  de  Moraes 
Jardim,  eatí vosso  na  sua  suprema  direcção. 

Depois  do  advento  da  Ropubiiea  passou  esta  eompanhía  a 
novas  raãos  sem  mai«i  Tirtuna  e  sem  raeihor  sorte»  posto  con» 
ta  36  maia  o  vapor  Colofubo, 

Kra  20  dit  junli  I  dol!H3í)a  Idrectoria  Geral  da  Industriíido 
Ministério  da  Industria,  ViaçSo  o  Ot>ra»  Publicas  cliaraon  con- 
cnrrencia  para  a  vendado  material  da  eitincta  empreza,  onri 
cujo  acervo  figurava  o  vapor  Ara/f  tf  aifn,  o  antigo  e  log<^ndario 
Araptoff^nsrit-itssú,  que  Couto  áti  MagralhUes  transporttiu 
da  bacia  do  Prata  para  a  do  Amazonnâ,  como  ja  M  dito,  em  I^ 
Cíirros  de  bois  no  pofcurao  de  cerca  de  ti60  kiloraetros,  era 
sertão  quasl  desconhecido. 

Em  1905  novaempreía  or^íaDizaTi-se,  e  pela  actividade  do 
emprezario  t\  justo  esperar  no  progreííso  o  dt^aenvolvimento 
dessa  poJero^  arma  da  nossja  prosperidade. 


CAPITULO    XI 


AKRONAVEOAÇÀO 

E'  fura  de  duvida  que  a  direcção  do?^  balões  hoje  reprasanta 
uma  brilbanto  conquista  scieotiílca  do  XX  S43Cuto»  o  signiílca  a 
estrondosa  reairsação  da  bel  la  concepção  do  genío  do  i  Ilustra 


366 


BE  VISTA    DO    INSTITUTO    mSTOniCO 


«[lie  Impul- 
padro  íliia- 
fie  estreitos 


bmzUeífo,  o  Dr.  Alberto  Santos  Diimont»  o  victorioíW)  triiimpho 
do9  gramlcs  esforços  de  um  (k's  maia  notáveis  brasiloiros  da 
XVUI  soeuli»,  o  padre  l^artliolomoii  Lourenço  do  (íosmâo,  o 
voador,  humeiB  de  extraoidinario  talento»  de  grande  e  variado 
sabí^r,  do  olevada  ímpoftaucia,  espirito  superior  a  todas  f*  ao 
seu  34*culo  também, 

Ofl  hm  tos  pro;?iYví5os  da  aoi^onavogaçilo.  posto 
monadoa  prdo!^  mairidistinctcps  sclent!sf.as?  depois  tio 
mão,  nos  XVIU  o  XIX  secubjg,  nao  pa^mram 
limites,  o,  podo ^6  mesmo  dizor,  eram  a  consoiiueiacia  das  mais 
arriscadas  asconções,  ont,regues  os  a  roo  nau  tas  noa  vae-vens  da 
sorte  em  verdadeiros  [>alôes  perdidos,  e^im  verdadeiras  teme- 
ridades* 

Proust  6  Pilatre  de  Rozier,  era  junho  de  1784»  om  Veraail- 
les.  doanto  de  Loiz  XVI  e  do  rei  da  Suécia,  alcançaram  a 
altura  do  2.  loO  metros,   mercê  dos  ventos. 

Blnncliard  e  Jeílerios,  atravesaandoo  canal  da  Mancha,  eolro 
Douvreae  Calais,  em  7  do  jaoeiro  do  17^5,  estiveram  quasi  a 
afôgarso  á  vista  ánM  costas  da  Fram;a,  ena  virtode  do  pequena 
calmaria,  cuja  occtirroncia  determinou  a  parada  do  aerustato  ; 
e  isalvaram-se  por  um  verdadeira  milagre. 

Não  obstante,  leram  mais  felizes  do  que  o  norte-aiiiericaDo 
Wíso  que,  em  13  de  setembro  de  1783,  não  se  atirveu  á  arro- 
jada travessia  do  Atlântico,  em  rumo  da  Europa. 

O  boliemio  aeroiianla  Kátcvara  Gaspar  Robertaon  no  prin- 
cipio do  XIX  século  fez  exploracõ^^s  aeronáuticas  especulativas 
que  o  tornaram  millionario. 

Depois  destas  ascençoe^í  interessantes,  destaca m-ae  peto 
valor  scientiftcu  ou  pela  grande  altura  que  alcançaram,  aí 
de  Guyton  de  Morveau,  de  Biot  e  Gay*Lussac,  em  20  de  agosto  o 
16  dtí  setembro  dn  1804.  om  Paris  ;  a  de  GifTard  que  appijcou  o 
vapor  como  força  uiotrix,  pela  primeira  vez  erapix^gada  por 
fulton  ;ade  Tissandier  Crocô-Spmeili  e  Civel»  em  l:;!de  abril 
de  1875,  úe  fi3Cundos  resultados  scientificos, 

Gambeta  (<i  Tissandier  dias  antes)  sahiu  do  Paris  em  7  de 
outubro  de  1870,  durante  o  sitio  estabelecido  pelo  exercito 
aílomâo»  o  foi  pousar  om  Mootdidier,  gem  ter  sido  alcançado 
pelas  balas  inimigas  em  sua  direcção  projectadas. 

Maior  interesse  oITereceu  aascençào  de  Rolier  o  seu  com- 
panheiro» o«  quaes  sahindo  de  Paris  em  2i  de  novomliro  desse 
mesmo  anno,  quasi  a  meia-ooito,  no  dia  seguinte  do  manhan, 
depois  dos  maiores  perigos,  foram  de^^cer  a  mais  de  06m  kiio- 
metros  ao  norte  do  Christtiania,  na  Noruega* 

Sem  embargo  de  todos  esse  a  insucee«st:>ã,  após  a  guerra  de 
1870,  o  governo  francesE  em  1875,  restaurou  ít  Escota  aeronáutica 
miiitar  de  Meudon,  supprimida  havia  muitos  anoos  j»olo 
capricho  de  Napoleão  1,  escola  esta  que  durante  a  primeira  re- 
publíra  prestou  aasigoaíados  serviços  Aã  armas  francezas.  Nosta 
escola,  uma  companhia  de  aoroackutasoccupa-so incessantemente 
em  estudos  theoriooa  e  práticos,  observações,  investigações  o 
experiências,  tanto  jjelo  que  diz  rospoito  d  direcção  dos  aeros- 


o   0UA21L   «  EKTÍUL 


:U) 


r 


ta  to  a,  coms>  pelo  qtie  so  rpfero  ;U  diversisaitnas  a  ppU  rações 
destas  (\.  piifíooharia  iiiíUtar. 

Já  ora  1861,  na  guerra  dos  Estados  Unidos,  a  aeronave  re- 
prosentoM  imii  iraport  inte  papoí.  commnnieando  o  observador 
aerco,  \Mxt  meio  dn  um  fio  eléctrico  imaírinado  t>elo  engenheiro 
aeronauta  norto  americano,  Allan,  com  o  *]iiartnl  ^onerai  do 
f^ampo. 

Maf,  a  primai ra  mnnsaífem  tolegraphica  transmittida  do 
seio  ildâ  rogíôea  aeivag  foi  a  do  professor  Love,  em  \\'a9liiQglc»n, 
ao  prosidento  dos  Estíidos  Unidos,  o  era  concebida  nos  termon 
seguintes: 

«  Waí»hÍiigíon.  halãú  The  Enterprize, 

€  Senhor  pro«Monte.  O  ponto  de  observação  domina  uma 
extensão  dn  ciucoenta  milhas  proximíimonte  do  diâmetro.  A 
cidade,  com  a  sua  cintura  do  acara pamentoF,  apresenta  uma 
scana  síoborba.  Tenho  imraengn  prazer  em  onviar-vos  nsi-e  des- 
pacho, o  primeiro  qiio  Jamais  se  toleírrapboti  do  uma  estação 
aí*re.i,  n  em  reronhecor  tudo  íiuanto  vos  devo  por  todas  as  anl- 
maçons  que  nso  tendes  dado,  o  por  mo  haverdes  concedido  en- 
sejo de  demonstrar  os  serviços  que  a  sciencla  aeronáutica  pôde 
prestar  ao  exercito  inatas  regidos.  > 

Em  setembro  de  1861,  nassa  mesma  guorra,  um  dos  mais 
arrojad  iS  aeronantaj*  eonhecidog,  Mountaín,  forneceu  pela  sua 
así^e  Qçâo  ae  rea  ao  gonei^al  Mac  Cl  o  1 1  a  o  ta  o  pre  c  ioKi'*  i  n  fo  r  ra  a  - 
çõos,  que,  por  proposta  deste,  o  Dapartamonto  da  (luerra  deu 
ordem  para  se  cooslruirem  mais  quatro  balões. 

Na  guerra  A-ancj-prussiana,  <  desdo  ^3  do  setembro  de  lH7i) 
até  2H  de  j-ineiro  do  ISTl.aesseuta  e  quatro  balões  atmve?isaraiii 
as  linhas  prusaían.s,  Cmcu  foram  apridioiíados  o  dou»  caiiiram 
no  mar.  Traoaportaraiií  peios  ares  01  aeronautaig,  IM  (passa- 
geiros, 363  pombos  viajantes  e  90(X)  Ivilograramas  de  despachos.» 

Também  o  bsláo  tem  sido  empregado  em  foati vidsides  pu- 
blicas, o  para  não  ojt;ir  mais  do  quo  um  faííto,  banta  di/.er  que 
sobresaiie  a  asceoçâo  feita  por  oecaaião  da  coroação  de  Nupjteão  I 
porS,  S.oPapa  í'io  Vil,  que  so  achava  enlao  em  Paris 
í*m  h\  de  dezembro  de  IH'I4. 

A^sonze  fioraa  da  noite  foi  solto  aos  ventos  um  balão  per- 
dido, feericamente  iiltímif^ado  com  troH  mil  vidros  de  eòr.  No 
dia  seguinte  de  manh^io,  o  tíaíâu  pairou  por  sobre  a  cúpula  de 
S.  Pedro  c  o  pilacio  do  Vaticano,  e  foi  eahip  ídgum  terapo  de- 
pois no  lago  Bracciaou,  do  onde  o  retirou  a  enorme  multidão 
que  o  seguia  e  que  poude  eotào  saber  o  que  annunciava,  era 
Huas  leltras  douradas»  estii  espécie  de  mensageiro  coícste. 

Desta  expedição  se  pôde  concluir,  como  fact»  positivo  o 
jueramefjte  casual,  aliàa  de  muito  interessa,  a  celeridade  com 
que  t*oi  percorrida  em  poucas  horas,  a  irrande  distanela  entre 
as  duas  capirues  do  mundo.  Paris  e  Roma. 

Ivm  I8HV,  o  distinclo  paraense,  Júlio  César  Ribeiro  de  Souza, 
protestava  perante  as  sociedades  sciautiílcas,  contra  a  imitação 
de  seu  aerosvato  fusifurme  pelos  capit'«es  franceícs  Renard  o 
Krebtt, 


nàátáã 


REVISTA   Da  IVSTITUTO   HISTÓRICO 


TodATia,  aem  aqoelte  aporoso  braiileiro,  pela  morte  lio 
c^o  roubado  aos  serviçoâ  dã  pátria,  nem  estes  liTeram  a  btm 
sarte  de  con^guir  a  direcção  da  aeronave* 

Vinte  lionos  mais  Urde,  em  19  de  oatabro  de  1901,  o  Im- 
mortal  Dr.  AlberU)  Santos  Duinont,  iambem  brasileiro,  depois 
ã^  militai  e  repetidajs  expi^rieiícia^  em  que  haTia  já  oonsiimido 
cinco  baJõos,  annuncioa  haver  descoberto  a  direcção  dos 
balões. 

Deaote  desta  ^-andiosa  ooiicia  o  Aero^Club  de  Paris,  pro- 
pôs um  eoncursT)  em  que  íícoq  íDstituidoum  premiada  cem  mil 
francos,  ao  aeronauta  qne,  em  trlnU  minutos,  sahLndo  do  pateo 
Aero  Club,  déaae  uma  volta  cm  torno  da  torre  Ellfel  e  voltaaso 
ao  ponto  dti  partida. 

Sani'>s  DumoQt  apresentou  so  com  o  seu  dirigitel,  queent^ 
tinha  o  numero  *,,  e  effectuou  rígorosaraenie  o  programma  do 
Aero^Club. 

Dopois  ÚQ  lonj^os  debíttes  mais  ou  menos  apaiionadot ,  o 
Aero  Club  conferiu  au)  ím mortal  aeronauta  brasileiro  o  premio^ 
como  recompeni^a  da  real  descoberta  que  acabava  de  f^zer  ;  6  a 
data  de  VJ  de  outubro  de  1 901  paâ^ou  a  marcar  om;^  nova  era 
ua  historia  da  aeronavegação. 

Passaíioe  cioco  annos,  em  2Z  de  outubro  de  1906,  no  hipó- 
dromo de  BagiiteUe,  em  Paris,  Santos  Immoat,  pelo  mvL  gtande 
meritó,  porseverantes  trabalhos,  tenacidade  inexcedivel  eeu- 
geobusos  etforcoí,  e  deaote  de  milhares  e  milhares  de  especla* 
dores,  conseguiu  dar  um  vôo  de  sesííenta  metros,  no  seujã 
famoso  aeroplano  automóvel  mais  pi  sado  do  que  o  ar,  obtendo 
assim  o  primeiro  prejuio  Arcbdeacon,  uma  rica  taça. 

A*  i5  de  outubro,  novo  voo  <io  3?0  metros,  em  21  1/:^  se- 
gundos de  tempo,  seis  metros  acima  do  ohâo,  fez  o  ílhi.^rreaoro- 
n?iuta  ganhar  o  segundo  premio  A rchdeacou,  do   1 .3(Xl  francos. 

Ofl  mciií^saateâ  triumphos  do  nosso  grande  compatriota 
abrom  as  portas  da  Hiatoriasoseu  nome  glorioso  ;  e  desappa- 
vpoi*  para  í^emprí^  o  temeroso  problema  que  o  homem,  desuea 
legí^ndarii  i-  infausta  aventura  dtí  ícaro,  por  tanto  tempo  con- 
aidorou  como  superior  ao  seu  poder. 

Um  outro  brazi lei ro  eminente,  AugtfSto  Severo,  deputado 
ao  Congresso  Nat^ional,  e  emulo  do  Santos  bumont>  foi  vic;lma, 
com  n  sou  hábil  iD<vchÍnistaSachet,  da  sua  intrepidez,  cahindo 
da  íiUura  ú^s  45õ  metros,  na  rua  do  Maim%  fim  i'aris,  era  conse- 
qm-ii(!ia  da  terrivel  explosão  do  seu  grande  l>:ilao  Fax.  nn  dia  tS 
di<  maio  iln  \9iU,  r^yando  se  preparava  pfira  festejar  no  dia  se* 
guintfn  a  data  \i  de  maio,  anijí versar io  ú\  extincçào  da 
íísícravidão  no  BraziL 

Pretendia  o  deputado  Augusto  Severo  fazer  uma  ascenção 
doQnitiva  no  seu  balão  dlrigivel,  com  o  llm  de  mostrar  os 
melhoramentos  por  ello  introduzidofí  e  que,  eegundo  os  doutos, 
coQstituiara  na  verdade  um  progresso  na  arte  da  navegação 
aérea . 

Entre  nós,  infelizmente,  não  existe  ainda  uma  escokide 
aeronavegação»  como  a   militar  em   França»  Inglaterra,  et6« 


o    BRAXIL   CENTRAL 


369 


de  maneira  a  Santoa  Diimont  ou  seus  disoípulo^í  poderem  prestar 
ao  Braz^l,  os  relorautei  serviços  da  sua  descotierui.  destiaada 
mm  maiores  heQOÔciuae  maia  fucuniioa  resultados. 


FUTimo    DA  KAVKOAçIO  PLIIVIAL,   E    AÉREA    NO   BHAZIL  CKNTRAL 

I 

A  natureza  ilim  ao  Brazil  central  ura  dos  melhores  gya- 
temas  llíivifies  do  mundo,  onde  a  navegação  cotivenientcmente 
o  rpfftQizada  representará,  do  certo,  um  dos  raai3  importmto 
instnimotitos  da  prosperidado  dessa  bel  la  0  íortilissima    rtigiào. 

Entretanto,  a  despeito  das  mais  satisactorias  tentativas, 
no  correr  de  quasi  t pôs  séculos,  desde  osjeauita«,  padre  Cli ria - 
to  vão  Lisboa  em  agosto  de  M>:^,  padre  António  Vioií^a  om 
riezorabro  de  ir^ò'!  até  o  í?enrsral  Dr.  Jos^»  Vieira  louUf  do  Ma- 
ííalliâea  em  maio  de  1808,  uos  rios  Tocantins  e  Araguayj;  a  des- 
peito dos  grandes  esforços  de  dislinetos  pairiotaí»,  doa  primoipog 
iniciado ros  do  movimento  progressista  lluvial  a  vapor,  o  Vis- 
conde de  Mauá,  Dí*.  Christiano  Beneíicti  Ottoni,  o  oDr*  Aure^ 
liano  Cândido  Tavare>  íiastos,  era  doz'^mbro  de  18  i6,  no  rio 
Amazonas  ;  os  Drá.  .íoàf>  .losé  do  Oliveira  Junqueira,  om  no- 
voínbPo  de  1853,  o  Franklin  Araericn  de  Menezes  Dória,  no  rio 
Parnabyba,  om  fevereiro  ile  1H6(>,  o  1°  te  no  n  te  da  Arina<la 
Francisco  Manoel  Alvares  do  Amujfj,  no  rio  S.  pj^anciaco,  i^ra 
fevorí^iro  (Ilí  1871  ;  a  dospeito  dos  animadorns  msultados  das 
poucaa  amprezas  do  rommunicacão  Huvíal  actualmí^nte  exis- 
tentes, a  navegação  a  VEipornos  poderosos  riuíidõ  planalto  bra- 
ziietro  aí  orla  está  muito  loníç«  da  verdadeirii  expressão  do  seit 
valimento  rôál. 

A  fundação  da  cidade  de  Matto  Grosso  o  do  FovU^  Prin- 
cipo  da  Boinu  nn  rio  Guaporr*,  noa  tempo-^  colou iaog»  naturat- 
mente,  foz  convergir  quasi  toda  a  navegação  do  Amazonas 
unicamente  ptira  o  rio  Madeira,  náo  ob.statile  a  grande  oxten- 
síiu  de  cerca  do  4fi'}  kiioínetpof,  cheia  do  diíl!»ni Idades  o  perigos, 
na  sua  secção  encacboeiraíia  ;  e  tem  ficado  lúú  agora  ^uasi 
esiqueeidas  as  viagens,  tanUs  vezos  cojn  oxito  «^íTocluadas»  pelo 
Tapaj  àz  < \  polo  Toran  ti  n^í  A  r-t^uay a . 

Não  tiVm  si  lio  mais  lombrãle  us  dois  caudalosos  aíBuentes 
do  alto  Ara^uaya,  rio  daá  Mortos  o,  principalmente,  o  no  Bar- 
reiros e  o  sou  giande  trihutario  o  rio  da.4  Garças,  pelos  antigos 
jeauitas  priíforidos  desde  a^  suais  primeiras  internações  em 
bus  Vi  dr»  Matto  GrofiíO, 

A  boa  navegação  de  Par^jsruay,  seus  afluentes  o  sub-  af- 
fluentes,  ao  sul,  e  a  téatíí,  a  do  TJóté.  outr^ora,  atrahiram  o 
commercio  destinado  ao  Maito  O  rósea  para  e:ásas  linhas  Huviaos, 
Qoa  grandes  rios  do  norte  fíc^ram  inaproveitados,  apQzar  de  aô 


370 


llBVISTA    iíO    INSTITUTO  llISTOÍlIflO 


ainives?arem  o  solo  pátrio  e  oocurtarem  muito  ai  distancias 
nntr©  06  priacipaf^s  centros  de  oomraercio  e  iniu^tria  do  ParA 
o  Ma.ibo  Grosso. 

Não  são  estes  os  uaicos  rios  Daveg^iveisque,  mais  ou  menos, 
directamento  íatereásarD  a  zona  domai^ada  no  planalto  ceoti-al 
para  a  futur  i  capital  fedoral  ;  mui  toa  confluentes  caudalosos 
o  oavMgaveii,  qoíisi  todos  aiíida  inexplorados,  tom  as  suas  nas- 
centes 011  em  lerintorio  goyano  ou  era  seus  limites,  defrootando 
com  oíitros  que,  depoi'*  do  um  curso  relativamente  pequeno» 
prfístam-se  a  n;ive^açâo  também. 

O  rio  Paracatil,  o  maior  aítiuento  mineiro  do  rio  S,  Fran- 
cisco» nasc©  na  serríi  dos  Pitões  ;  tom  um  cui*8'J  de  cerca  de  6:^0 
kitomotros,  dos  quaes  42i  navegáveis,  seí^ondo  o  í)r.  Eduardo 
Josr*  de  Morai^s  ;  o  o  seu  aiHuente  rin  Pretíí,  íjue  nasce  na  cidade 
R-oyana  ãn  Formosa,  tom  mais  de  5tNi  liilometros  de  compri- 
mento 6  em  içrande  parte  é  uwe^aveL 

r»  rio  l^rucuia,  de  porto  do  óviO  kilometros  do  extensão»  dos 
quaes  ^31  navegáveis,  som  contar  o  seu  caudaloso  tributário 
o  rio  Claro,  ainda  im^x  pi  ora  do  o  mal  conhecido. 

O  caoilaloso  rio  Pardo^  qne  nasce  nas  rronteiras  de  Goysss, 
tem  porto  de  rj5  J  kiíometrus  de  curso,  sognndo  íJerlier  :  eo  rio 
Pandeiros,  í|Uõ  n:isce  na  st*rra  Negra»  em  Minas,  porto  do  Goyaz, 
não  eâo  conltecidos  ;  ma&,  no  dizer  do  t>r.  Kduardo  José  d  d 
Moraes,  aquelle  ái  maia  do  81  kiloitietms  do  navegação  e  este  40, 

O  rio  Carinlianlia,  cuja  origem  esld  na  sorra  do  S.  D> 
mingos,  limite  de  (íoya/,  divide  Min«a  da  Bahia,  tem  4Gí  kílo- 
metros  do  curso,  e  é  francn mento  navegável  em  extensão  dó 
12J  {*),  nãoso  levando  em  conta  a  impraticável  cachoeira  de 
Marni;íz,  48  ki  lo  me  troe  da  barra,  por  ser  remo  vivei  medi  ao  to 
pequeno  dispêndio,  conformo  o  parecer  de  competento  com- 
míssao  de  en^'o  aliei  rosque  a  visitaram. 

O  vapor  do  rioS,  l*Yancigc*>,  Prêsiftente  Ihintn-^,  jd  percorreu 
o  Cannhanha  2(j  kilo.uotms  sobre  o  comiíiando  do  1*  tenentn 
da  Armaila  ICmilio  Augusto  Moilo  li  Alvim.  A  zonagoyanaa  quo 
p6de  mteressar  <i  navogacão  do  t'annhanha  o  seu  importante 
ailluenlo  Ita^aary.  tem  as  cidaílcs  d©  Flores  e  Forte,  no  Vâo 
do  Paranan.  ontle  o  rio  Paranaa  j/i  é  navogíivcl. 

O  rio  C«»rrenle,  críjas  nascentes  tlcam  lambem  na  serra  do 
S,  Douiingus,  tim  iiuij  ou  m»!iios  o  mesmo  curso  quo  o  Ca* 
rinhanh  i  o  |i  foi  nave^rado  peto  vapoi*  do  rio  S.  Francisco 
Stiídnnfui  Mavinhn,  sob  o  com mando  do  1^  tenente  da  Armada 
Alvos  de  Araújo,  atí^  o  porto  da  8anta  Maria  a  I3:i  kilometros 
da  baira,  o  ainda  continua  navegável,  nuis  ou  menos  30 
kilometros,  até  a  povoação  de  S.  Jos*^,  segundo  Durval  Vieira 
de  Aguiar. 


(%  KtLfahido  úo  numero  único,  êdiç&o  e^pêeinlf  do  Jom&I,  O 
S,  Fiíififin-o^  jvdo  comm^rcio  da  eapilnl  da  Bahiti,  pnlilicadríern  54  da 
t>»ver<*if'>  d<^  ISÚí),  oní  homeo;igem  ao  Ur.  Aliguel  de  Teiíe  *'  Argolto, 
íllrw:lor(»<*ngfiiU«irocb«fe  do  j\rolon)í.iiiierj lo  di^  K^ra^b  da  Feno  d» 
Ii:*lMft  ao  SAo  Franoinofi, 


o   BRAZIL   CENTRAL 


;i7l 


A  meia  distancia  eotre  S.  Josâ  e  o  por. o  de  SaDta  Maria, 
desemboca  o  rio  daa  Egíias,  navegável  até  a  villa  Correntiaa. 
Defrontam  osíes  rios  cora  a  região  govana  em  que  se  acham 
S,  Domingos  6  Posalí,  na    liacia  do  caudaloso    PíiraDaru 

O  rio  Orando,  um  dos  raaiopcs  tributários  do  S.  Francisco, 
tíoiíi  o  percurso  dtí  cerca  do  5(M)  kilometros,  náo  oUt^reoe  em- 
baraço  algum  á  uavéj^açâo  alê  a  €Ídado  de  Campo  Largo,  :/'J7 
kilomstros  da  lítirra,  e  d*abí  ao  JJiuoeiro  diíitanLo  132  í5  ainda 
navegável»  nao  obstante  os  rápidos  era  algumas  curvas  do  rio. 

Acima  do  lirauoiro  começam  íts  pedras»  a  ponto  de  turaar 
impossivel,  Qiu  alguns  locares,    a  navogagao  de  canòis. 

sáo  aillueotes  do  rio  Orando,  o  rio  Freto,  navegável  na 
exfenífâo  de  264  kitomotros  até  a  barra  do  Sapào  (do  maior 
volume  d*agua  do  quo  o  rio  Preto  a  também  navegável),  o 
Branco    até  Jacarú»  e  o  rio  daa  Ondas   I::  kilomeíros- 

O  rio  Sapão  nasço  em  uma  afjua  etnendado,  mais  ou  mcuua 
na  latittida  do  10  gráoa  auatraois,  a  noroeste  da  Bali  ia,  nos 
iimitea  deste  estado  com  os  do  Maranhão  o  Goyaz;  em  toJa  a 
sua  extensão  o  Sapão  não  apr-senta  pântanos  ;  rt^cebo  nume- 
rosos ai11uentea«  vindos  da  base  dod  plauittos  adjacent*3s  ;  o 
cheirando  na  Chapada  da  Mant/úbeira  Ibrma  cora  os  seiíB  tribu- 
tários» na  phrasô  do  James  Welli,  um  voriladeiro  labyrtntlio 
de  cauaes,  ao  logar  denominado  Vanjem  BoniU,  a  689  metros 
acima  do  mar,  ©onde  cmsoe  ora  espantosa  abundância  a  bel  la 
palmeira  barity. 

Na  foz,  o  rio  Sapão  tom  cerca  de  quatro  metros  de  pro- 
fundidade, e  até  bem  perto  das  nascentes  consorva  trtís  metros 
©  triiita_  centimetros,  sem  qued  ^s  nem  caclioeiras,  e  com  a 
inclinação    geral  de  1    para  3000  (James  Wells). 

Da  toji***  cnif^ndaia  úo  rio  Sapào  saUe  lambem  o  rio  í>Íõgo 
que   vae  lazer  barra  no  rio  do  íSomoo,  ailluento  do  Tociiutios, 

•í  O  rio  Dio^jo  dista  cercado  20  Iiilomotros  da  cabeceira  do 
rio  Parnahyba.  que  o  perfeitaraonto  n«vogavel  de8aj>ta  Pliilo- 
mena  para  baixo  e  dividia  as  |Tovincias  do  Maranhão  o  Piauby  ; 
portanto,  uma  estrada  de  ferro  liganJo  o  rio  DiojíO  á  parto  ua- 
veg.ivel  do  Parnaliyba  seria  de  grande  alcance  pjndo  ora  <iom- 
muQicaçâo  as  províncias  do  norte  do  Império  oom  as  do 
centro».  (*) 

n 

Desde  que  a  aeronave  entrar  ora  decidida  concurrencia  com 
os  g^randes  elementos  da  civiíistLção  moderna,  dos  progressos 
dua  Dações  cultas,  era  stias  relações  comine rcia  es,  indusldaes  e 
outras,  o  que  praticamente  só  parece  possível  quando  a  electrJ- 


(•)  Dã  rela  tório— i?í£í<ííoí  tk  Unhas  ferrcaã  e  de  naffegação  ttaê 
ftiinf^A  dnji  rnx^t  S»  Frã7itn)(en  c  Tarantiits,  citado  pelo  Dr.  KJaardo 
Jofé  de  Moraes,  DO   eu  li^ro^Xacftjarão  ítactivr  do  Butsih 


S72 


REVISTA   DO  iNStlTUTO  HISTÓRICO 


cidaUâ  for  a  foiv.a  motora  efTectiFá,  é  fópa  de  toda  a  duvida  qae, 
o  eentru  áo  6r&2il  neste  particular,  será  uma  região  exce- 
pcionalmealo  privilegiada. 

Salubridd.dc  perfeita  coDsoaote  com  o  sou  clima  verdadeira* 
nieute  sadio ;  grandes  e  aljuodaoteii  quedai  d  agua  para  pri>- 
ducção  da  etectricidade  nrotora,  em  distancias  relativamente 
pequenas,  umas  das  outr-iA  ;  curtos  trajectos  a  vencer  peia  aaro- 
nave  ou  pela  ferro-via  eléctrica,  eotre  os  portos  dos  rios  uave- 
gaveis  do  norte,  sul,  íéste  e  o^te  do  Brazil  central,  cujos  cha- 
padôes  são  om  geral  arriínados  por  brandos  decliveis  taludados  ; 
desueceséidade  de  caminhos  especíaes,  portanto,  para  a  rápida 
transmissão  doe  Tapores  de  navegação  fluvial  aos  seus  respe- 
ctivos portos,  ou  Ás  estradas  de  ferro  de  penetração,  regionaes, 
traneeontinentaes  ou  estratégicas  ;  franca  e  rápida  communica- 
ção  e  translação  de  objectos  urgentes,  entre  portos  commer- 
ciaíís  de  rios  navegáveis  ou  do  littoral  mariíimo ;  entre  esta* 
ÇÔC3  importantes  dos  entroncamentos  das  grandes  ferro- vias  ; 
ejitre  as  cidades,  de  un^as  áis  outras. 

Ha  absoluta  ausência  de  temfieâtades  c^c Iónicas  e  de 
outros  grandes  perigos  para  a  aeronavegação-  Neste  movi- 
meu  lo  progressista,  dove-se  levar  cm  conta  m  novas  eznlora* 
çòes  iudustriaes,  cujos  maleriaes,  lia  tantos  séculos  guaroadov, 
espertm  r>  alvento  da  ctvilisação  e  do  pi*egreBSO  no  vasto  pla- 
nalto centrai  do  Braxil. 

Novas  e  numerosas  offlcinas,  protegidas  pelas  estradtts  de 
fori^o,  pela  navegação  íluvial  e  peia  aeronave,  conforma 
a  natureza  da  sua  proincção,  verão  os  seus  eifeitos  com- 
roerciaes  rapidamente  transportados  ás  feiras  do  consumo 
mundial . 

Milhares  de  operários  de  todo  o  género  e  suas  famílias, 
aos  serviços  da  aerostação,  da  navegação  fluvial  e  da  loco- 
moção ferro-viaria  eléctrica,  terão  remunerador  traballio,  e 
por  sua  vez  promoverão  maior  producçáo  e  maior  coosumo, 
que  devem  trazer  augmento  do  movimento  comraercial,  agn- 
cola,  etc. 

A  nossa  situação  actual,  no  convítio  ãns  nações  cultaLSt 
mostra  claramente    o  atrazo  em   que   estamos  no  tocante  ao 

Srogre^so  dia  vias  de  coraraunicaçao  férreas  e  tluviaeSt  isto  é, 
e  vias  lie  coramunicação  rápida  c  barata. 

As  nossas  estradas  áv.  íorro  são  poucas,  de  mui  lenta  con- 
strucçâo,  de  fretes  em  geral  excessivamente  caros,  o  qut-^  diíH- 
culta  muito,  senão  impodo  o  desenvolvim<*nto  da  lavoura  va- 
riada, e  nem  sempre  tena  ubadecldo  aos  interesses  geraes  ou 
regiouaes  ;  pois  que  a  funesta  intervenção  de  mal  entendida 
polittc^gem  ás  vezes  tem  sacrificado  o  interesse  coUeetivo  aos 
interessai  politicas  de  uma  «luv idosa  ou  pelo  menos  epbemera 
aucuiriiade  de  aldeia. 

Isto  tudo,  porém*  vae  desapparecendo  pouco  a  pouco  com  a 
immígr^ção  utíl  o  laljonosa  quo  tem  feito  do  Lirazil  a  sua  nova 
pátria  ;  e  os  iieneíicios  do  seu  fecundo  trabalho,  em  poucos 
annos  terão    mudado   fundamcnlul mento    a   feijão   da    actual 


o   BRAZlt   CENTRAL 


373 


vida  ligricola  e  iadustrlal,  uísa  vez  que»  í^ejam  secundados  pelos 
das  via:^  de  conimttnicação  rapidu  c  Ixir^t^i  do  centco  úo  Brazil 
para  qualquer  ponto  do  sou  Imn^eilso  tittoraK 


BIBLiOGRAPHlA 


1  —  l*ros|je<3to  dd  Capitauiíi  íie  Goyaz  lio  auno  do    IHO.*s   um 

que  turno  o  pusae  Úg  recreia  rib  do  Governo  deJJa  o  ba- 
charel Manoel  Joatjyim  da  iiíjveífii  Felu»  JdaÈiuscripto  do 
Archivo  da  Secrelaria  de  Estado  dos  Negócios  Estran- 
geiros^ 

2  —  Memoria  ora  quo  se  moetrara  algumas  provjdoncias  ten- 

de nton  ao  melhoramento  d  ti  agriculturu  a  commercio  da 
Capitania  de  Goyaz,  oJterocida  ao  Ex.  8r.  Condo  de  Li- 
uharofl,  Ministro  e  Secretario  de  l^]s"ado  dos  Nogocio.s  Ks-» 
traogeirus  o  da  Guerra»  por  Francisco  Joctú  Kndrigues  Ba- 
rata, sargeoto-mór  da  Cíipitaoia  do  Fiuã.  Manusvriptfi 
do  Archivo  da  S.  E,  JV»  E,  Tubi  içado  na  Revia  úi  do  In- 
stituto Hiôtorico»  turno  IV,  .seguoda  serie,  pag.  :í:^* 
1848. 

3  —  Descrlpção  do  estado  actual  da  navegação  dos  rio»  Âra- 

guaya,  Tocantins  e  Maranhão,  dirigida  em  1808,  ao  Kx, 
Sr.  Dr.  Rodrigo  de  Souza  Coutinbo,  por  José  Manoel  da 
Silva  Oliveira. 

4  —  G^ivii  esoripta  por  O»  Francisao   do   Assiâ  MaBcaroEhas, 

no  dia  ena  que  deu  posíçe  do  governo  du  Capitania  de 
Goyaz  ú,  Fernando  Delgado  Freire  de  Caatilhu,  nomeado 
seu  Bucceásor ,  Manuso iptú  do  ÁrcJnvo  da  S,  E\  y,E. 

5  —  Promemoriada  mhiade  ferru  e  áis  minas  de  dali  ire:  a 

primeira  oa  Capitania  de  mina^  dn  Goyazea  de  Vi  lia  Boa 
e  A  segunda  de  i»alitre  naCapita^nia  da  Baliia,  e  lambem 
perteDcente  á.  Capitania  de  Minas  Geraes  {Nho  traz 
quando  foi  aecripta  nem  por  quem  foi).  Mapiuscripto  do 
.Ire Atuo  da  6\   E,  N,.  IC. 

6  —  iQÍormação  sobre  algum  pontoa  relativos  á  Davegação  e 

índios  da  Província  de  Goyaz,  dada  em  1808  ao  Ex.  Sr. 
D.  Rodrigo  de  Souza  Coutiulio,  por  Álvaro  José  Xavier. 
Mtrmucrtpio  do  Ar  chi  tio  da  K^êcrtítati^.  de  Eilado  dos  Xegv' 
cios  Estrange iro:> . 

7  —  Digressão   que  fez   João  Caetano   dit   Silva,    natural  de 

Meia  Ponte,  em  1817,  para  descobrir,  como  com  eíTeito 
degeobrio,  a  nova  oave^ação  «ntre  a  capitão  ia  de  Goyaz  o 
a  do  S,  PauiOt  pelo  rio  doa  Bois  até  o  rií>  Grande,  que 
divide  as  duas  Capitani  is;  cuja  navegação  tinha  sido  teo- 
tada  pelo  Ex,  Sr«  Conde  da  Palma,  quando  ioi  gover- 
nador da  Capitania  de  QayaZf  mas  ou^ja  tentativa   não 


374  REVI5TA  DO  LV^TITLTO  HirTlHX-^ 

t0Te  ettsiVf  pijT  Mt  ter  ^piida  «t  ^x^vêiíãl.   JáLjautcr^mu 
oftTHniia  %-j  Li^lOito  riíttorier>  e  ijfHf=!iauc9L  jua  ir. 

s  _  Viajam  'te  Thofxtu  te  Souxa  v:Ua  xájw    Ttóuá  _t;:s   ~j— 
Uuufe  <&)cniiii«aVjft  oAfiintH  .««tatíTon   i  uttãOLfc  Xkveçr.ao 
ií*?.  laciaita  «m  •i«>miihro  ie  lT.-â- 

Lmz  Antoaio  ia  .%!▼&  %  ^jjoxk.  'A.±^   '^imiran    nk  .ifi^ 
▼úca  io  Inscitar^,  vuno  v.  ^«tfníiiia  «rio.  .9tf).  ?\ic.  4â9 . 

Lij  —  aeiasiiria  •tirijinuo  tn  V(iai8r^*o  «ia  L-ucanoqía  ?aiiuc&  ^Bb» 
Camiti  7,  «ie  Caacrtuaa,  »ai»r?r>acuia  '^  ima  mmixii^o 
na  .imanca  ia  àoi:  -Viyaz,  22  'ii»  inniôpi  »  at*.  ?a- 
biioMfa  mi  túma  vir  -ia  ftr7:sta  <ia  'ny.mm,  s  úíbí  i& 
1946. 

IL  —  Documenciiíf  aiflciasit.  i,  .  •«i.  :2;  pair.  *<âl  *  Tãçmzt;». 
•iu  4JIIID  vir.iaR«visca  Ia  Ixtfricir^).  Pit-^i  la/omni  uk* 
Depsca^H.  3M  <if»  upixCa  i*»  ."fia.  i^iss  .«BkiuiiB.  M&fiuiuo 
•ík  OLi^eirri.  1.  ^,  itaitntfTiHS-liiAiaaat.i.  Aatomo  ^^^nu^. 
•ie  •iodoy. 
^  —  LjpKi  ia  arii  ias  a   úifersa  ;ti.«  ?Ui&]    uk  ?  narii  •??- 

•it22MiQnixxaita  ie  iuaa  lairÃiM  ie  jiiiioá.    lir.^ja  Lr  -í.^j 

■inoe  punun.  Jfimwjicrsiir*!    io  jiaCicusD. 
13  —  .uma»  -ia  Pravuieia  is  «^oy  àZ  9eiú  3r.    ase     iaràns  -•i^- 

?Bra  ie  AIihicmcts,  uCi^  3r»:«iaHfli»  i;k  lita  ?7aTT:LL*i^ 

3a  ana  >LXVU.  parte  «fonda  ia  EUt^i^a   m  liBUSoto. 

iifi-fc.  3w.  1  <»  iR:nniit«9. 
-i  -*  ffiiOuRa  ia  ■'^^pTn^ni»  «ie  «loyaAL  sjorifluuía  laiD  «nirgião 

4Bé  '-buiuei   líitooes  ta  ?n(ii,  sobiicatia  t>in  •sfiEau:^^  k* 

5  —  V>jv3^n9  uix  wurces  m  ílio  S.  ?_":uici?cb  -«  laTr^iiico 

«ÍB  'njyro.  por  M.    uU^UaiC   Sunr.  iiiUWPí.    -•     '••!.   ^«r. 
:»i  —  iJLiòeR  júinhev.  3^aUu"Jk.  lu   ii-asii.  «i  Más.  T-^aulICtUi  ie 

Loiz    u*    ZjKn.    ' nnrTi^-ra   3eia  JjiuiC'    **srTcuBie9    ^-^ 

aueun . 
-"*  —  larijn^plua  .titfunea  ia^n^oncia  ie    íovas  peiv    ?:*:- 

.piieirn  aaraumoo  ^oiá  ia  JiiniiaMaaaa.  niMjtlininr  ias 

.iiTmas  la  npiwna  Pr^vroca.   ?*iiiiieaiia  nu  'JowsMà  :T  i 

Sf  ta  leriflBL  i*  juKitma  vn    ST-k  i    v^T3. 
.3  —  l^HaCuTú  ^grwMuiadn  ^  k^emiut-a  .e^sMaava    lo  •  j^-vl 

3iÉo  ireanKite  ia  ^nv^jacia  i  ixnr.  ^r.  Dr.  Jtí:st«  '*:e>ra 

Ijiira  le  Magilhiit    itivaz    r«^. 
.'J  —  iar^aw  lu  P^iiro  .uitonia  Viaira.  ~.uiiu)    .  ikj       .^^       -*-- 

^smtB^  ia  •idiçaii  ie     .^?ã.    !.^^í«l.    Imuffvza   ^«UKuria 

^vominaise. 
ii>  ~  ^fBBlur;a  i  :ip9||P!Cú  •«!  iFwonnmKito    h^''  ManrrTtM  Tmu 

ier.  PiiiP»  Hj.^  ^aiiu«á  ie  iiuiava.    tiferm  lO  jr.  -'roo* 


RIO  ABANDONADO 

(  o  PURUS ) 


I 


RIO    ABANDONADO 


(  o    flRUS  ) 


O  geograpUo  norte-americano  Morris  Davis  reví^loii  o 
*'  í*ycJo  vitftí  -  dos  rios.  Era  uma  concepção  reTOliicioiíam. 
Nâo  houve  scientistajungidoá  r^nfe^da  geogpaphia  descri ptiva, 
ilomlnante  aioda  ^ntve  n(m^  que  ^  nào  escandalizasse  aote  o 
coDCoito  desaasombrado  do  Yankee.  Maa  o  antagonismo  foi  pa»- 
aa^eiroe  trâgU*  Uma  simples  monographia,  Rivers  íind  vallsys 
úf  Pennsyl^nin^  deslocou,  dc  golpe,  desde  1389,  toda  a  fortaleza 
inerte  dà  rotina  ;  e  firmou  um  noYo  mmo  ao  critério  gix>gpa- 
phíco,  não  jà  apenas  pplo  associar  á  forma  a  eâtructura  dos 
terrenos,  completando  os  fácies  inexpressivos  das  guperâeies 
com  08  elementos  geológicos,  senão  lambem  esclarecendo  a 
génesis  dos  mais  breFea  aecidentes  e  descobrindo  nas  linhas 
pinturescas  da  movei  physionomia  da  terra  a  expressão  elo- 
queniíí  das  energias  naturaes  quo  a  modelaram  o  sem  cessar  a 
transfiguram.  Pôr  fim  ninguém  mais  oxtranhou  que  llorria 
Da  vis,  impellldo  aos  uUimo.^  corollarios  da  nova  doutrina,  se 
abalançasse  a  uma  espécie  de  ph  jsiologia  mon^^truosa,  e  descrê* 
vesse,  dramaticamente»  as  complexas  vicissitudes  da  existência 
millenaría  dos  fartos  curdos  iie  aguas,  mostrando- nol-os  com 
uma  infância  irriqaíeta,  uma  adolescência  revolta,  uma  virili- 
dade equilibrada  e  uma  velhice  ou  uma  docrepitude  melanco* 
liça,  como  se  eUes  fossem  estupendos  organismos  sqjeitos  âcon- 
currencia  e  a  selecção»  destinados  ao  triumplio  ou  ao  anniqaila* 
mento,  consoaoto  mais  ou  menoa  se  adaptam  ús  condições 
exteriores. 

Não  acompanharemos  o  ^nial  bio>?rapho  dos  rios  pennsyl- 
vanieosno  explanara  theoria  admirável  queé  o  caso imprès* 
.sionador  de  uma  entrada  triumphanto  da  imaginação  e  da 
fantasia  nos  remansos  da  sciencia.  fiaste- nos  notar  que  olta  foi 
aeceita  em  todo  a  linha  e  é  Inf rangi vel,  esteiando-se  em  dad<^ 
induetiVDS  e  seguros. 

Todas  as  caudaes,  de  feito,  atravessam  períodos  inevitáveis, 
de  rnhmos  uniformes  e  constantes,  máo  grado  a  variabilidade 
do  theatro  em  que  se  operam:  a  principio  indecisas,  erraiites 
e  frágeis,  derivando  ao  acaso,  ao  vici  ám  pendores,  como  a 
procura  de  um  Ííoiijõ  *3m  cada  dubra  do  chào,  e  accamiilando-se 
nos  numeiijsos  lagos,  incoheren temente  esparso»,  onde  repou- 
sam; depois,  definidas  nai  primeiras  linhas  do  drenagem,  maii 
estáveis  e  fundas,  para  onde  convergem,  adensadas,  as  chuvas, 
formando-se  o  apparelho  das  correntes,  repro  fundando*  se  os 
leitos  esboçados  e  iniciando-se,  com  a  energia  tumultuaria  das 


380 


RKVíSTA    DO 


ÍTO  iiisTomco 


cacboííifa^,  o  cliinjue  secular  cora  as  asperezas  da  torra,  lon^o 
tempo  ;  at.^^  qne,  exUnctus  oa  ompeçi>s  ostruchiraos,  estabelecido 
ura  Íe4to  ©  definido  ura  Iraçulo,  n  rio  m  coD^ititua,  cora  os  aeua 
alTltien toa  fijcns,  om  declivo  continuo  era  curvaturas  i^^olares, 
um  tliahviig  íAjustade  X  contextura  do  aôlo,  o  a  dilTerenciavíio 
morpliolugica  íjíie  reflecte  os  seus  varioa  estádios  —  das  cabeceiras 
onde  perduram  as  aguas  selvagens  do  antigo  regimen  torrencial, 
ao  curstj  míMio  que  ihe  caracteriza  a  situaçílo  presente»  e  ao 
trechi)  inferior*  profigur^ando-lho  a  decrepitude,  onde  elle  se  es- 
praia, repouâ  adam  ente,  e  constróe,  pela  «colmatagei»  das  Ttzas, 
que  acarreta  com  velocidade  tnseufliveU  a  própria  planície  ai- 
luvial  era  que  deacausa. 

l\  a  pt];ise  de  madureza.  O  rio  está  na  plenitude  da  vida, 
depois  íia  molduragera  coinpleia  de  todi^s  os  relevos,  Attinga-a 
rematando  um  esforço  pertinaz»  que  6  por  vezes  tcda  a  historia 
geulo^'ica  da  rogÉíio. 

Não  húÈive  um  ponto  em  todo  o  percurso  de  centenares,  ou 
de  milharei^  d^  kilumetr  >s,  que  ello  não  atacasse,  um  grno  de 
areia  que  nílo  removesse,  balanceando  as  excavaç5es  a  mon- 
tante com  08  atcrro.-í  á  jusanto  — construi ndo-se  a  si  mesmo  — 
obediente  Á  tendenciíi  univer^al  para  as  gjtnaçô  s  estáveis* 
AdqiiSrio,  por  fira,  o  seu  perfil  longitudinal  de  oqnllibrio,  eeste, 
ainda  alu*npto  nas  vertentes,  onde  a  rorrenteza  é  máxima  e  o 
volume  miniiuo,  vem  continuamente  amortecendo  se,  em  sue- 
cessivo  ca h ir  de  declive,  atô  ao  quisi  liorísontalismo  no  nivel 
de  b/ise,  da  fu2,  onde  aquoHeseleraenton  se  invertem,  resultando 
o  equilíbrio  dynaraico  do  syatoma  da  relação  inversa  entre  as 
massas  liquidas  e  as  voloeidadefl  que  as  arrastara. 

Como  quer  que  seja,  desde  que  alcança  rste  ptariodu  tiwlos 
oa  olemont*)»  do  Sf^u  tbahvet.%  prnjm^íadoíí  em  plano  vertieal,  de- 
senham^se  com  a  forma  approiimadade  um  rAraíHie  d^^smedida 
parábola,  úv  concavidade  volvida  para  as  allurajs* 

Assim  se  traduz  genmetrieamente  um  facto  mecha  nico 
complexo.  K  bem  que  a  tend<*ncía  para  aquelía  figura  síya  em 
geral  perturbada  nu  oxtíócta  nas  camadas  de  resistência  varia* 
vet,  onde  as  rochas  desvendadas  originam  oMntagnnismo  das 
cftclioeiras,  r  iimí^tTíivcl  que  a  curva  parabólica  se  delineia  nos 
terrenos  liomogeneos  eomo  scmJo  a  forma  definitiva  da  sí*eçào 
longitiidinfil  de  todos  08  rios  no  remnie  de  suas  vicissitudes 
evolutivas. 


O  Purtls  ^  ara  dos  melhores  exemplos. 

Desenha ndo-se  lhe  u  perdi  era  tuda  a  extonaio  itinerária  de 
3.21H  kiloraetros%  nua  vai  da  embocadura  no  Solimões  aos  ul- 
íimoii  raanadeirr>s  do  ril^eirio  Pucani,  na  >orrania  deprimida  e 
aem  nome  que  separa  as  maiores  bacias  hydroj^raptiicas  da 
terra,  chegasse  muito  approximadaraente  áquelfe  ramo  de 
parábola. 

Pelo  raenoa  nenhuma  outra  curva  o  definirá  melhor. 

t>emo8stra  o  este  quadro»  onde  os  vários  trechos  se  ^uocedem 


í 


RIO  ABANFIONAIVO 


38 1 


(111  raoiio  a  acorapanhar-se  em  todo  r»  seti  pArcnrso  a  rjnnía  re^ii- 
larísiinia  á*\9  agna^  : 


SECÇÕES 


Dm  nascentes  ao  Curiuja. 

Do  Curiuja  a  Cítraoja  ,     . 
»   Curanja  à  foz  do  Ghao- 
>  C 1 1  a  nd  í  o.^  8  á  foz  d  o  Yaco 
»  Yaca  ao  Acre    ,     , 
>  Acre  ao  Pambiiiy     • 
»  PaQhmy  ao  Murjiim 
^  Macuim  ao  Solimões 


fUSTAMCIAâ 

ni^Fiaiwf' 

DECI-IVI- 

ITlPfB- 

C*« 

0408  rfKR.AL 

R  A  m  A  B 

DE  líIVKL 

(KmsO 

(Mta.) 

117 

189 

/«In 

278 

60 

/viot 

304 

49 

fãilhi 

:™ 

39 

/t70<> 

237 

27 

/^D'» 

233 

20 

Viurtw 

740 

58 

7lt««o 

mn 

15 

VwJiMJ 

DRaurs 

K  ILOM» 
TRlCO 


r.60 

0"\22 

O"'.  16 
(rM3 

0'",U85 
í>",077 
0"\015 


Ahi  sé  hatim  dado  T.icillante  :  o  que  rcsolta.  da  differeoça 
de  uivei  nos  pontos  eitremoa  do  yliirao  trecho-  Deduzimol-o 
adoptando  um  mínimo  de  18  metros  para  a  altiim  da  foz  do 
Purrts,  sobre  o  ríi^el  do  mar,  quando  ella  ê.  certamente,  maior, 
e  mais  favorável,  portanto,  ás  nossas  conclusões.  Oa  demais  eJe- 
mentos,  dovemot-os  aos  trabalhos  de  William  Chandlpíís  e  ás 
nossas  observações  recentes. 

Ora,  ao  main  rápido  lance  de  vistaa.  e  sem  que  se  exija  um 
deienho  facílimo,  veriflca-se  qiio  o  «írande  rio.  atravessando  um 
terreno  homogéneo  e  mais  ou  raenof?  irapermcavtil,  suíjonli- 
nado  a  um  declive  que,  apezar  de  diminuto  é  dominíinte  na 
vasta  planura,  omie  as  chuvas  se  distribuem  eom  regularidade 
incomparável— ó  doa  que  mais  sa  adaptam  ás  condições  f  heo- 
rlcAi  indicadas  por  Morris  Davis ;  o  no  ultimar  a  sua  evolução 
geológica  retrata-se  admiravelmente  na  parábola  raagestosa  de 
que  tratamos  ha  pouco . 

No  estudar  o  seu  regimen  geral  vamoá,  portanto,  com  a 
firmeza  de  quem  discuto  a  equação  do  uma  curva. 

Assim,  considerando  o  prtmeiro  trecho,  aquelía  declividade 
do  l"',nO  por  kilometro,  tão  diversa  da  que  se  lhe  succede,  de 
0«»,g2,  diz- noa  para  logo,  dispensando  o  exame  local,  que  o  ver- 
dadeiro Alto-Purús,  demarcado  oíílcialmonte  a  partir  da  boca 
do  Acre,  e  estendido  por  alj^^uns  Reographos  ainda  mais  para  ju- 
sante —  principia  de  facto  muito  aliara»  a  3019  kiloraetros  da  foz» 
na  confluência  do  Cujar  ©do  Curiuja,  os  doustribumrios  em  que 
elle  se  reparte  numa  dichotumia  perfeita,  perdendo  o  norae  e 
osgalhandose  líirgamonte  fraccionado  pelos  mais  remotos  pontoa 
da  aua  vasta  bacia  de  captação. 


382 


REVISTA  DO   INSTITUTO  IIISTOBICO 


Por  outro  lado,  o  deelíTe  raal,  de  ^ 


ty\9 


mal  se  approKima 


da  conhecida  relação  -^-  firmada  com  o  limite  mioimo  daa 

verteot435  torrenciaes. 

CoDclucse,  então,  de  prompto,  que  o  rio,  até  do  sea  ul- 
timo segmtj^to,  oDde  é  sempre  mais  difficil  e  remorada  a  regu* 
larisação  doâ  IeÍtos«  está  numa  pba.se  avancadiBsima  de  deseo— 
Tolvimento*  £*  o  caso  excepcional  de  uma  j^rande  artéria,  eotro 
as  maiuraes  existentea.  capaz  de  ser  Davegada  nas  mais  extremas 
naseentee,  durante  as  cheias  que  llie  encubram  os  onruerosoa 
degjáos  das  corredeiras— porque  em  tal  quadra,  admiti  indo  qno 
as  aguas  subam  de  ti*es  metros  numa  calha  de  doz«  ct^m  iquelto 
declive,  que  corresponde  a  0»,(K)IG  por  meti  o,  o  F^imple^  em- 
preiío  da  fbrmula  de  DWiibuisson  nos  diz  que  as  correntes  de- 
rivarão com  n  velocidade  matima  de  apenas  £"»,20,  facilmente 
vencida  por  uma  lancha  yoIoz. 

Ora,  estas  deducç^^s  resultanús  do  breve  exame  do  um 
quadro  tão  expressivo  que  dispeo?^  o  dia^amma  correspondente, 
resaltam,  vivamente,  ás  maia  incurioias  vistas  de  observador 
escoteiro,  que  alli  passe  depois  de  varara  planura  amãzoutca. 
num  itinerário  de  quinhentas  léguas. 

De  Tacto*  o  que  sobremaneira  o  impressionou  é  o  espeoia- 
culo  da  terra  profundameote  trabalhada  pelo  indeânido  e  in- 
commensuravel  esforço  dos  formadores  do  rio.  Chega,  depois  de 
trilhar  o  cânon  coUeante  de  Pucaoi,  ao  opé  das  ultimas  ver- 
tentes; defronta  a  divosa  escarpa  de  uma  corda  iasigaiOcau^e. 
de  cerros  deprimidos;  vinga-lhe  em  três  minutos  a  altura  rela* 
liva  de  sessenta  metros  escassos— e  não  acredita,  obstinada- 
meniet  que  esteja  na  fronteira  b.vdrographíca  roais  extraordi- 
nária do  globo*  podendo  ir  de  uma  passada  uoica  do  valle  da 
Amazonas  ao  valle  do  Ucayali . . . 

A  altura  em  que  se  acha  não  lhe  basta  a  desapertar  os  hori- 
zontes, ou  a  atalaiar  as  disiancias.E'  inapreciável. Não  ha  abran- 
gei-a  cora  a  escala  luais  favorável  dos  mappas.  E  sem  duvida 
jamais  comprehendoria  iao  indeciso  ditortium  oquarum  a  tão 
opulentas  artérias  8<^  ao  huscar  aquelles  rincões,  varao^lo,  ao 
arrepio  das  itai^vas,  por  dentro  das  calha«t  reprofundadasdu 
Cujar,  do  Cavaljano  e  do  íHi^ani,  o  observador  se  nào  habitu- 
asse a  contemplar,  ton^'os  dias,  os  inais  energictis  offeitos  da 
dynaralca  poderosa  das  aguas  que  transmudaram  a  paragem 
outr^ora  mais  em  relevo  e  dominante.  Nào  lhe  importa  a  inópia 
de  conhecimentos  paleontologicos,  ou  a  carência  de  fosseis  nor- 
teadores. Está,  evidentemento.  sobre  a  minaria,  de  uma  suble- 
vação quasi  extincta,  cuja  synclinal  elle  pôde  reconstruir,  pro- 
longando a^  linhas  dos  estratos  que  afloram  nos  sulcos  onde  se 
encaixam  aquelles  uUimo-i^  tributarics,  denunciando  todo^  na 
tranquílJidade  relativa,  quasi  reman^ados  nos  intervallos  do 
soas  corredeiras  (restos  de  velhíssimas  catadupas  deâtruida^i), 
a  derradeira  phaso  do  uma  luta  em  i|ue  o  Purtls,  pru^  alongar 
a  sua  secção  de  estabilidade,  teve  que  derruir  luontanbas.  Pelu 


RIO   ABANDONADO 


38;í 


raenos  a  aeti vidado  epoBiva  e  o  volume  de  raatoriaes  arreba- 
tados de  todoa  aquolíea  pendores,  foram  mcalculaveis,  para  que 
as  liahas  de  drenagem  se  abateasem  até  ao  substractum  rochoso 
©declioasscm,  como  vimos,  aos  gráos  apropriados  aos  cursos  na- 
vegáveis. 

Apezar  disto,  a  transição  para  o  trecho  seguinte  ainda  é 
repentina,  Passa-se  da  declividade  kilometrica  de  1"\60  para  a 
deO"\22. 

Mas  é  o  imico  salto.  DaUi  por  diante,  como  o  rôvela  o 
quadro  anterior,  ató  ao  ultimo  segmento  oxtremaíío  pela  foí, 
oade  para  descer-se  ura  metro  se  tem  do  caminhar  íií).7<X),  a 
alteouaçâo  doa  declives  proaeííue  com  uma  regularidade  pnr- 
ffiiti,  iociuindo  o  Punis  entro  as  catidaes  de  tudo  regularizadas, 
cuyo  «cyclo  vital»  progi^essivo  vai  cerrandose. 

Não  aprofunda  mais  o  leito.  Os  próprios  afloramen tos  ilo 
gréa  (Parasõndslein)  apparocoadQ  nas  vasaetes,  dispersos  ontre 
Huytanalian  e  a  embucaduia  do  Acre,  e  dalli  pnra  cima  ainda 
maii  raros  att'í  pouco  além  do  Vaco,  reforçam  a  afflrmatívã, 
bem  quG  na  apparenciaa invalidem.  Restos  do  antigas  corredoiraa 
detmantelladas,  í^urgem  como  te^t8muubi18  das  erosòes  primi- 
tivas e  n&o  provocam,  em  gorai,  u  minino  desnivelamento,  O  pe- 
queno povoado  da  íaclioeira,  que  so  erige  defrontando  um 
trecbo  tranquillo  do  rio,  lem  o  mais  iroproprio  dos  nome-^,  ei- 
presíiívo  apenaa  no  recordar  iim  acci dente  perdido  oin  remoto 
pas.sado  ^eoíogico  o  do  qual  perduram  apenas  alguns  blocos  de- 
sordenadamente accumulailos  em  minúsculos  n:cifes,  o  breves 
«tpavesfioes)^,  Alli,  como  nos  outros  trechos,  o  meí^mo  quadro 
da  terra  estirando -se  complanada,  pelos  quadrantes,  ou  doce- 
mente  ondulada  denunciando  a  mais  coraplota  moMuragem.  as- 
sociasse aos  demais  caracteres  no  suggerir  a  derradeira  phase  do 
processo  evolutivo  do  valle. 

Um  elemento  apenas  falta  :  a  regularidade  na  sucessão  das 
curvas  dn  nivel  das  vertentes  immodiatas  âs  margens»  que  se 
fronte  iam*  Qualquer  É?ocção  tran  versai  do  Purús  re  prezou  ta  ás 
mais  das  vezes  uma  praia  deprimida  <{ue  mal  so  alteia  va^o- 
rosameoto  ati'«  au  rebordo  longínquo  íia  plauicie  pouco  elevada» 
con trapos in  a  uma  barranca  despenhada,  como  a  da  margem 
opposta  :í  hoca  do  ChanJIe^s,  ou  eabindo  ils  vezes  a  pruun», 
feito  uma  muralha,  como  na  situação  aimimvel    do  Calhay. 

E'  que  á  im mutabilidade  daquellc  perfil  de  equilíbrio  sf  an- 
tepõe &  variabilidade  da  sua  planta,  em  escala  capa?,  de  justiti- 
car  aos  que  o  incluem  entre  os  rios  *ciyos  leitos  e  margens  não 
estão  sequer  delineados  em  seus  períls  de  cstructura  deãuida  o 
assente*. 

Realmente,  o  Punis,  um  dos  mais  tortuosos  cursoi  dagua 
que  se  registram,  é  também  doa  que  mais  variam  de  leito.  Di- 
vaga, consoante  o  dizer  dos  modornoa  geographos,  A  própria 
velocidade  diminuta,  que  adquirio  e  vai  deseteacendoâompie  até 
ao  quasi  robalsamenio»  nas  cercanias  da  foz,  ai  liada  à  íncon^íitsten- 
cia  dos  terrenos  alluvianos,  formados  por  elle  mesmo  com  us  ma- 
teriaes  conduzidos  das  nascentes,  determina-lliõ  e^te  eafacíep 


S8« 


RRVÍSTA   rKl   INSTITUTO   MlSTOmcO 


voIaveL  A'3  f?rias  ng-tTaa,  derivando  em  correntezas  0'nca«,  thH% 
a  quantiilailH  de  movimento  opoessario  íls  direcções  intoreirefa, 
O  minimo  obstáculo  dfi^l-jca-aí?.  Ura  tronco  ãf^  .síimaiímA  que 
tomba  dê  uma  das  mar^^ens,  abarreirando-aíí  líjBreiranaeotj,  dearia 
oemptiío  rli  mas3.v  lifini-la  contra  a  outra»  onde  ác.  proinpto  99 
oiopcita,  monos  om  virtude  da  força  viva  da  correote  que  da  in- 
coherenoia  daa  terras,  inteosiasima  orosôo  de  effeitos  precipi- 
tados. 

A  Indecisa  arqaeadura,  que  logo  ae  forma»  ciretilarmente,  se 
accentua,  e,  á  medi  la  que  aiigraenta.  vslí  tornando  maia  vio- 
lentos os  ataiines  da  comprinente  centrifuíra  da  correnteza  qae 
lho  solapa  a  con-avidade  crescente,  fazendo  que  era  pfjucos  an- 
nos  todo  o  rio  se  afaste,  literalmnnte,  do  primitivo  rumo.  Mas 
como  osLo  se  traçou  adscripto  aos  pontes  deterrainantvís  de  oto 
perÔLde  equilíbrio  inviolavol,  aqiiollo  desvio  nunca  ^  uma  bifur- 
cação, ou  definitiva  mudança-  O  rio,  depois  de  rasgar  o  amplo 
eirco  de  erosão,  procura  volver  ao  antigo  canal,  como  qaom  con- 
torneou  aponas  um  «obstáculo  encontrado  em  caminho, 

O  circulo  por  onde  ellese  aíongfa  tende  a  fecbar*se.  Do  sorte 
que  toda  a  área  de  terrenos  abrangidos  S'?  transmuda  era  vorda- 
deira  peniosula,  lií^ada  poMim  istlímo  tâo  delgado,  da  vezes,  qu© 
o  caminhante  o  atravessi  em  minntos,  emquanto  gasta  um  dia 
inteiro  de  viagem,  embarcado,  para  perlon/yap  o  contorno  da 
torra  ouasi  insulada.  Por  fim  estaae  dessaca,  iltiando-ae  de  t-odo. 
No  sobrevir  de  uma  enchente  o  Puriís  despedaça  a  frágil  bar- 
reira ão  tsthmo ;  e  retoma*  do  golpe,  o  primitivo  curso,  dei- 
xando â  margem,  a  relembrar  o  desvio  por  onde  divagou,  um 
lago  annuiar,  não  raro  amplíssimo.  Prosegue.  Reproduz  adiante 
ontros  mer^ndros  caprichoso»,  completados  sempre  pela  creaçao 
doi  mf*3mog  lagoa,  ou  írtcmJo?.  Ka^im  vai  —  perpetuamente  0*í- 
cillantoao.s  lados  de  sen  eixo  invariável  —  num  rytlimo  perf»íito* 
reíliTCtindoo  jo*rar  de  leis  mecânicas  capazes  de  so  synthetixa- 
rem  numa  formula,  que  seria  a  traducçao  analytica  do  curioso 
movimento  pendular  sofare  um  plano  de  nivol. 

I>esta  maneira,  ai  li  se  rósolve  naturalmente  nm  do«  mais 
«erios  pn  dilemas  de  hydraiilica  tíuviaL  De  facto»  aquelles  lagos 
eSo  vcrdiídeiros  diqnes,  fanccionando  cora  um  duplo  effeito  ;  de 
um  lado,  impedem  as  in nu n dações  devastadoras  absorvendo  os 
excelsos  tias  cheias  tratisbord antes  ;de  outro  lado,  regulam  o  re- 
gimen das  aguas,,  durante  as  grandes  estiagens,  era  quo  se  abrem 
por  si  mesmos»  automaticamente,  csiourafifto^  para  usar  uma  ei- 
prossio  local,  e  re^ítituindo  ao  rio  empobrecido  da  vasante  partas 
das  massas  liquidas  ijue  econoraizarara. 

Nào  se  calcula  o  valor  destes  trabalhos  coloasaes  da  na- 
tureza. 

Revela-noí-08  bem  nm  confronto  expressivo.  Os  bydraulloos 
fk^ancezes.  que  averbaram,  em  1S56,  como  pormenor  Inveroiimll, 
uma  subida  de  I0'",90  dafl  aguas  do  Qaronne,  originando  uma 
da«  inundações  mais  fUoestas  entre  as  que  tOm  occorrído  Da 
Europa, —  certo  nilo  comprohenderiam  a  própria  existência  do 
vasto  território  amasonlco  eonvizioho&o  Punis  (  que  vale  oeroa 


njO     ABANDONADO 

dfi  ciocof  fita  Giironaofi  c  liei  os  )  se  souíwsj^ovn  qiio  elln  se  alteia  15 
nitítros  na  foz,  oníle  teni  uinn  mil  lia.  úv.  largo,  e  que  dal  li  à 
raoiitantf^  na  agtias  tufam  iiura  er^sreiíilii  i^spantoso  ati5  23  metro*, 
aobre  as  estiaí^ein»  na  condriK^ncijv  do  Acre. 

No  e m  1  ao  to  ost as  e nch o n  tos  sS o  i n  n  ocu  a« . 

A  massa  liquida,  inílada  logo  áíí  primeiras  ohuvas,  sobe, 
galgando  velozmente  as  barrancas  o  ora  poncg  dias  vai  bater 
nos  esteios  dos  barracões  erectos  nos  «^  firmou»  main  altos  do 
terreno...  o  todo  ^ste  diluvio  eni  marcha  não  acacliôa,  não 
ttimuUúa,  não  so  arroraesaa  era  corrento^aâ  vertiginosas,  nào 
enleia  as  era  barca  çòeií  torce  ndo-as  naa  espirae-i  vibrantes  doa 
reraoinho3,  e  não  devasta  a  terra.  DÍíTunde-»e;  extingue -se,  si- 
lenciosamente ;  i>erde'se,  rnoíTenaivo,  naqiiollas  niilliaren  de  vál- 
vulas de  segurança;  e  espraiando-se,  raso,  pelo  chão  das  matas, 
ou  eapaliiiandij-so,  desafogadamente,  em  desm^rcad-is  superflcies 
ondn  repontam,  aalte-id as,  as  nltim;is  ramas  iloridas  dos  igapÓJí 
afogados,  vai,  ao  contrario,  rcgeoer.mdo  aquella  nie^nia  ten-a, 
o  recooatruindo-a,  porque  a  torna  dii  ao  no  oin  armo  mais  elo* 
vada,  com  a  ccolmatag^o»  perfeita  de  toda  a  vasa  que  acarreia, 

ASâim,  em  toda  aquelta  planura,  o  notável  ailluento  ama- 
JEonico»  serpenteando  nas  innnmeraveís  sinuosas  que  llie  tornam 
Ti3  distimcias  ttinerapias  duplas  das  geographicas,  inetne-eo 
entre  os  mais  interessantes  «rios  trabalhadoroa  »,  construindo 
os  diques  submersíveis  que  o  atlíviam  nas  enchentes  —  e  lhe 
repontam,  interroittentoraente,  is  duaa  bandas,  ora  próximo»  ora 
afastados,  salpintando  todas  ^s  várzeas  ríbeirínbns,  e  avultando 
maiores  c  mais  numerosos  ;l  medida  que  so  desre,  e  se  amortecem 
os  declives,  atéalar^^a  kuxadaeentmlizada  em  ('antuam.»,  onde 
as  grandes  aguas  tranr|Uíl]as  ilerivam  m  digestos  amento,  pquiH- 
bradiíg»  sulGiodo  de  meio  a  iiumo  a  vastiflão  de  riivel  de  um 
mediterrâneo  esparso. 


Mais  esta  formnçãõ  de  laj/oí*,  ou  regftrvat*)rios  naturae^, 
cuja  fa noção  í>enefiea  vimos  de  relance,  ae arrota  inronvonifmtes 
de  tal  porto  que  turnam,  por  vozas,  em  alguns  pontos,  qua^i 
irapenetravel  uma  artéria  Huvial  qye  pelos  olerneulós  privile- 
giadosideseu  perdi  concorre  com  as  mais  accessiveia  â  na- 
veííação  regular. 

Realmente  nosse  aiTano^o  derruir  de  barrantsos,  para  tor- 
Cí'r-se  em  seus  incontáveis  meandros,  o  P  urus  entope -se  com  as 
raízes  o  troncos  das  arvores  que  i»  marginam . 

A's  vezes  e  rim  lanço  unido,  de  kilometros,  de  *barroira», 
que  lhe  cahe  iJe  uma  vez  e  de  súbito  era  cima,  atiraiido-lhe,  de* 
sarraigada,  subro  o  lecto,  uma  donista  inteira. 

O  facto  r^  vulgaríssimo.  Conhecem-no  todos  os  quíj  por  alli 
andara , 

Não  raro  o  viajante,  â  noite,  desperta  saeudido  por  uma 
vibração  de  terremoto,  e  nturle-se  apavorado  ouvindo  logo 
após  o  fragor  indescriptivelde  my nades  de  frondes»  do  troncos, 
de  galhos,  entrehíitendo-se,  ranjendo,  estalando  e  cahíndo  todos 


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REVISTA    IMJ   INSTITl  TO   HISTÓRICO 


a  um  tempo,  num  baque  surdo  o  prolongado,  lembrando  o 
assalto  íuimiDantM  de  um  cataclysmo  e  um  desabameota  da 
terra. 

Sao,  de  facto,  os  «terras  cabidas»  das  qiiaes  resultam 
sompro  (luas  sortcj  do  obstáculos;  de  um  lado,  o  inextricável 
acervo  ila  calhadas  o  troncos,  tiue  so  entrecruzam  á  sapcrâco 
dagua,  ou  irrompem  om  pontíis  ameaçadoras,  do  fundo  ;  o  do 
ontro,  as  mag^a^  ar^nllosis,  ou  argíllo  arenosa?»  qne  a  corivíoto 
pouco  veloz  nio  di-ísolve,  põrmíUinlo  lhos  accumnlarera-ae  nas 
mi Eiusculas  ilhotas  dos  «torro  H»,oiu  mais  prâjudíciaes,  nos  raaos 
bancníí  compactos  dos  -áalues-^,  impropriando  a  passai^em  ao^ 
mat.^  dimínutoâ  calados. 

Não  precisamos  insistir  in^sto  facto, 

A  sm.  ^mvidade  i:-  intuitiva.  K  conslderaiHloge  inw  elle  to 
rnpi-oiiuí;  em  tola  a  e^ttetisão  tle  -isO  kilometros»  quo  Ví*i  da  em- 
bocadura do  Vaco  a  do  Coriíija,  onde  se  acrumulam  cada  Tez 
miis  aciuellãs  entraves,  mílítftnidaraonto  erescenU^St  chega-sea 
conclui]'  que  o  Purúâ,  depoiíí  do  haver  conseguido  iim  dos  mai9 
regulares  porils  de  toda  a  hydj'ographia»  od*3  apparelhar-se  com 
os  mníliores  elementos  predispostos  a  uma  rara  ílxiiez  de  re- 
gimen, erigindo  so  modiílo  admirável  entre  as  eaudaes  mais  bom 
talhadas  á  grande  navogaçào— está,  agora,  a  pouco  e  pouco  per- 
dendo  a  maior  parto  dos  seus  requisitos  superiores,  com  o  pro- 
gredir  de  um  atravancamento  cm  larga  escala,  que  o  tornaríi 
maia  tarde  inteiramente  impeoetraveL 

Dizomol-o  basejindo-nos  em  penosa  experiência  culrainaJa 
pur  II m  naufriígio  Sobretudo  além  da  embocadura  do  Chandless 
mtiltiplícajn-se  tantj  esteg  empecilliOi?,  de  todo  extranhos  á  <te- 
c  tom  ca»  especial  do  rio,  que  em  longos  cestinlos»  com  a  pro- 
randid.idi>  média  de  cinco  a  seis  pcs,  nas  vasantes»  onde  passa- 
riam c:tr regai a.H  as  mais  poderosas  lanchas,  mal  pede  deslizar 
uma  montaria  ligeira. 

Excuánmo-nos  de  exempliflcar,  alongando  esta^  consido- 
raçoMg  ligeiras.  Notemos  apecias  que  a  partir  do  tributário 
pn^cjtado  nio  á  bifurcação  Ciy.irCnnuja,  o  Piirús  ora  vários 
loirarei  parece  correr  por  cima  de  uma  antiga  derrubada.  Vai -se 
como  nnirc,  galhos  ustonados  6  mvoltos  de  uma  floi^esta  morta, 
E  m  observarmos  que  além  dtis  orapeços  era  si  mesmaf  encer- 
rados, estis  trinqueirai^,  1'ebatsando  as  aguas  que  ^e  tiltramíi 
entre  os  ramos  unidos,  facilitam  a  formação  de  toda  a  sorte 
de  baiiioíí,  compiolirmder^^íc  ha  em  toda  a  sua  latitude  o  pro- 
gredi imanto  continuo  de>sa  obstrucçáo  prejudicialissima. 

Porque  os  homens  que  alli  mourejara— o  cmucheiro  peruano 
com  as  suas  tanganas  iljas,  na^  montarias  velozes,  o  nosso  aeria- 
guejro  cora  os  varojões  que  lhe  impulâiunara  as  ubás,  ou  o  re- 
gatão  de  lodns  as  pátrias  que  por  alli  mercadeja  nas  ronceiras 
alvaren^ías  arras^^das  á  sirga— nu nc^i  intervém  para  melhorar 
a  sua  un^C4  e  magnifica  estrada  ;  pasmam  e  repassam  nas  para* 
gens  perigosas  ;  esbarram  rajl  \&zqs  a  canôi  num  tronco  cabido 
h  1  dez  annos  junto  á  beira  de  um  canal ;  insinuara-se  mil  vezos 
t*i)m  as  maiores  djíííctildades  numa  ramagem  revolta  barrando» 


RIO    ABANDONADO 


887 


> 


lh63  do  lad)  a  lado  o  caminho  ;  eacalhani  o  an*astam  peao:^- 
mente  is  cangas  aobreoâ  raesraos  câalôes»  de  argiila  endurecida, 
vezes  sem  coota  arriscam  se  ao  naufrágio,  precipltaoilo,  ao  mm 
das  aguast  ae  ubáj  contra  as  pontas  diirissimas  úm  troocos  quo 
«o  ©Dristam  inviâiveis,  submersos  do  um  pilmo— mas  lião  cJcíí- 
peadem  o  mioimo  eâforço  c  nào  despodom  um  goljx)  uníeo  do 
facão»  ou  d*j  macliado,  num  m  fJaquelles  páus,  para  da^albí^ar  a 
trave>íiia. 

As  liineíiaB,  ©  até  os  vaporas,  qm;  ííIIí  xão  apparccuudo 
mais  a  miode,  á  medida  quo  avullaaias  safras  ãm  côiito  o  vintn 
opulentos  eerin^íLOS  que  já  se  abriram  acima  da  coniluencia  do 
Vaco,  viajam,  invariavelmente,  naa  quadras  favoráveis  das 
cheias,  quando  aquelles  entraves  se  afogam  em  alguns  metros 
de  fundo, 

Sobora,  velozejí,  o  Pio  ;  descarregam,  precipitadament(3 , 
cm  vários  pontos,  au  mercadorias  consignadas  ;  carroííam-so  do 
borracba  ;  o  tornam  logo,  precipites,  aguas  abaixo,  fuí^iudo. 
Apozar  disto,  algumas  não  se  forram  a  repentinas  descidas  do 
nivel,  prondendo-as.  E  lá»  so  ficam,  lon-us  mexei?— esperando  a 
ou  ira  onclionte,  ou  u  inesperado  do  um  -repiquete  '  propicio,  in- 
vernando,  paradoxalmente,  sob  as  soalbi-iras  cíiuicti lares— nas 
mais  curiosas  situações:  ora  em  pleno  rio,  agarradas  pelos  cen- 
to narcs  do  bniros  das  arvores  soocas,  que  as  imrnobilisaoi  ;  ora 
a  meio  da  barranco,  ondo  as  eorprondeu  a  vjisante,  -^roííseíra- 
menta  especadas,  encorabentes,  com  as  proas  afooinbando,  incli 
nadas,  em  riscos  iKjrmancntes  de  queda  ;  ora  no  alto  de  uma 
barreira,  como  autbenlicos  navios  fantasmas,  apparecendo  do 
improviso  o  sorprendedoramente,  em  plena  entrada  da  inata 
migestosa. 

O  contraste  desta  navegação  com  as  admiráveis  condífne.-í 
teclmicas  im manentes  ao  rio  o  rla;;raute*  O  Punis— e  oomo  olle 
todos  os  tributários  meridionaos  du  ;\ma/,unas»  d  parte  o  Ma- 
doira -cstà  inteiramente  abandonado. 

Entretanto  o  simples  enunciado  destes  inconvenientes,  t)vj- 
dente  mento  albinos  As  suas  adm  iráveis  condÉçòos  estructurae^, 
delata  que  a  remoção  delles^  embora  demorada,  não  demanda 
trabalboB  excopcionaea  de  ení/enharia  c  oxcopcionaes  dispên- 
dios. 

O  que  resta  fazer,  ao  homem,  e  rudimentar  o  simples. 

Os  grandes,  os  sérios  problemas  de  hydraulica  flavial  que 
alli  houve,  resoiveu-oso  próprio  rio,  agindo  no  jogo  harmonioso 
da^  íbrças  naturaej  que  o  modelaram. 

E  ellos  mpresentíim  um  trabalho  incalculável.  O  Puriis  ú 
uma  das  maiores  dadivas  entro  tantas  com  que  nos  esmaga  mni 
natureza  escandalosamente  perdulária. 

Yojaraol-ode  relance. 

Toda  a  liydraulica  fluvial  pareço  ter  nascido  erjtre  os  leitos 
do  Garonoe  e  o  Loiro,  taes  e  tantos  os  monumentos  que  alli  le- 
vantou a  eugeniiaria  franceza.  Nunca  o  homem  arremoleu  com 
tamanha  pertinácia  o  brilho  com  a  íirutalidado  dos  elemeotoii. 
Os  Romanos  transfigurando  a  Argélia  e  os  Hollandeisos  constru- 


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REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


ind>  a  Hollaoda,  emparelham-se  bem  com  os  abnegados  profiS" 
&iooa6â  que  dui^ou?  um  suculo,  impasâíveíiá,  ante  successiva^  vb- 
vozes,  lie  devotaram  <l  (jtnpre^a  exhausu  va  de  paralyzar  torreei  t430, 
de  aUeauar  iauadagòes  e  de  eacaluiar  .ivalanches',  oa  dupU  teo- 
tativa  do  facilitar  a  navej/ação  o  rle  proieirer  os  territórios  ri- 
l^oíriíiliosi.  E  todo  esátí  muu'Diflco  esfor^^o  om  que  ^a  irumortali- 
zararn  Descliamps,  Dieulafoy  o  Belgrand,  resultou  em  grande 
)iarte  inútil.  Inútil  ou  coutrciproducciíte.  Ob  primorõs  da  ooge* 
n liaria  estragíiraiíi  o  Loire.  Os  diques  submeriJiveU  ou  iosubmer- 
sivoí^,  destJDud.rS  a  bãlvarein  a^ povoações,  ua caoae^ de lijoeurra 
que  30  Uws  anaexavam,  a^  margens  artiâciae^  lade^indo  om 
dBZon&s  de  kilometi-od  o  Irito  menor  da^ caudae0,os  eurocamaatos 
antopoêtos  ás  erosões,  as  barragens  antepostas  ás  curronteina — 
tínhini,  om  ^^eral,  u  dunição  eptiemcra  úos  mis  mezes  da  es- 
tiagem, tal  a  ínconsuucia  irreparável  datiudlas  iirterian. 

Por  lim  HUgeDh.Lram  iití  estupeudos  i-etiej-vaturios  alçando- 
radua  nos  Pyrenoo^,  ej>calonando*ae  por  todos  os  peudorotí,  para 
armaztíuai'  líé  itiuodaçòeíí,  E  armazenavam  oatastrophei—  roa- 
pendo-âo-lbes  ob  muros,  de  onde  salta vaoi  as  onda^  aõâpeohadaâ 
varrendo  povoados  inteiroíí... 

Mas  ainda  quando  estas  rupturas  áoá  reservatórios  compen- 
sadores Dào  formassem  os  epij^odios  mais  dramáticos  da  liistoria 
da  engenharia,  e  elles  pudessem  origír-se  estáveis  e  sem  riscos, 
n<jB,  quaesquer  qoo  fo^^sem  os  nossos  esforços  e  os  nosios  disp(5Q* 
dioii»  jamais  os  construiriamoacorao  nol-K)â  oonatruio  o  Furdi. 

Consiilere-ae»  para  isso,  esto  exemplo:  Dupoochel,  para  dar 
ao  Nest?—  um  pequeno  rio  com  a  defeza  múdia  de  25  metros  cú- 
bicos—um  modelo  oonstanta,  que  lhe  amurtocos^  as  inundaQÕeB» 
calculou  um  reservatório  de  300. fXM), 000, 000  de  litros,  e  recuou 
ante  o  algarismo  colossal. 

Ora,  o  Neste  é  três  vezi^s  menor  que  o  Yaco  que,  entre- 
tanto, não  se  incluo  ontn^  maiores  aiUaentes  do  Purús* 

Diante  dosU^s  dados  for  iii  ida  veia  pOo-se  de  manifeeíto  que  a 
construcçEo  áv  iiíservatorios  t*omp**n.sadorQs  no  graúdo  rio  seria 
o  mesmo  que  fazer  um  mar,  Cuucluf-so  qnv  os  cxístented» 
nuinero<í^iTnu8,  ás  suas  margens,  r(^pi'osentam  um  capital  incA- 
timavel  e  íicima  dos  mais  ousados  orçamentos.  Frocizamos  ao 
me  nos  con  se  r  v  ai '  o , 

Aprovei temoíJ  uma  iíçào  velha  de  um  século.  O  Mi^^isAipi, 
que  no  seu  curso  infertor  retrata  o  tra(;ado  do  Furds  oom  a  ex* 
accio  de  um  decalque,  era,  pel;^  mesmas  causas,  ainda  mais 
inçado  de  empocilhos,  toraaiidu  se  quasí  impenetrável  e  em 
muitos  legares  de  todo  íntraospooiveL  Alguns  de  seus  tribu- 
tários não  estavam  apeniis  tranca.dos ;  desappareciam,  littaral** 
mente,  sob  os  abatizos, 

Xu  eratanto  o  grande  rio,  liojo,  transâgui-ado,  do^enlia-se 
como  um  dos  traços  mais  vívoh  da  pertinácia  norte-americaoa. 

Lá  está,  porém«  no  seu  valle.  em  um  de  seus  arlluentes,  o 
Ho  Vermelho»  um  easo  desalentador.  £*  um  rio  pei^dido. 
O  yanken  descobrío-o  tardo  demais,  A  dosmedicb  trangueira* 
tfis  grdat   rafl,  õxa^^tameulo  formada  como  as  que   eitao  for* 


1 


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RIO    ABANDONADO  389 

mando-se  no  Purús,  estira  o  labyrintho  de  seus  madeiros  e  das 
suas  fh>Qdes  mortas  por  630  kilometros  —  e  lá  está,  indestru- 
ctivel,  depois  de  desafiar  durante  vinte  e  dousannos  os  maiores 
esforços  para  uma  desobstrucção  impossível. 

KstaDolticida  a  proporção  entro  aquello  rio  minúsculo  o  o 
Purús,  entre  nós  e  os  norte- americanos,  aquilata m-sc  as  diíli- 
culdades  que  nos  agaaiiiarão,  se  progredirem  os  obstáculos 
apontados,  e  cuja  remoção  actual,  completando-se  com  a  defesa 
embora  rudimentar  das  margens  mais  ameaçadas  pelas  erosões, 
ó  ainda  da  relativa  facilidade.  Ao  mesmo  passo  se  attonuarão 
consideravelmente  as  «divagações»  precitadas,  que  constituem 
verdadeira  anomalia  num  rio  apparelhado  do  um  períil  do  es- 
tabilidade demonstrável  até  geonieti*icumente,  como  vimos. 

De  qualquer  modo  urge  iniciarse  desde  já  modestíssimo, 
mas  ininterrupto,  passando  de  governo  a  governo,  numa  ten- 
tativa persistente  e  inquebrantável,  que  seja,  ujna  ev<pecie  de 
compromisso  de  honra  com  o  futuro,  um  serviço  organizado  de 
melhoramentos,  pequenos  embora  em  começo,  mas  crescentes 
com  os  nossos  recursos  —  que  nos  salve  o  magestoso  rio. 

Von  den  Stein,  com  a  agudeza  irrivalisavel  de  seu  bel  lo  es- 
pirito, comparou,  alguree,  pinturescamento,  o  Xingil  a  um 
«enteado»  da  nossa  geograpbia. 

Estiremos  o  parai  leio. 

O  Purús  é  um  engeitado. 

Precizamos  incorporal-o  ao  nosso  progresso,  do  qual  elle 
será,  ao  cabo,  um  dos  maiores  foctores,  porque  ó  pelo  seu  leito 
desmedido  em  fora  que  se  traça,  nestes  dias,  uma  das  mais  ar- 
rojadas linhas  da  nossa  expansão  histórica. 

Euclides  da  Gunua. 


2UESTÃO   MAURER 


OS  MUKERS 


t:DUAlU)0  MARgUUS  1'KIXOTU  (nocio  ilu  IiiUitulu  HisWrioo) 


2lh6  —  2>3  T«^jio  Lxvii.  i-,  it 


QUESTÃO  MAUHER 

os     MUKERS 

Um  facto  bem  curioso  e  conhecido  occupou  a  attenção  do 
Governo  do  Rio  Grande  do  Sul  c  do  povo  daquella  Província,  no 
anno  de  1874. 

Foi  a  resistência  opposta  pelos  niuckers  á  furga  armada 
enviada  pelo  Presidente,  depois  do  diversos  compromissos  por 
elles  acceitos  e  que  romperam,  compromissos  que  tinham  por 
fim  evitar  as  reuniões  que  aquclles  colonos  faziam,  cultivando 
uma  seita  religiosa. 

Não  queremos  entrar  na  apreciação,  na  critica  das  funccões 
que  exerceram  os  muckers  e  as  autoridades  policiaes,  subal- 
terna e  local. 

Narrando  com  as  provas  documentadas,  zelosamente  ^uar« 
dadas  no  Archivo  Publico,  aquella  questão  tão  cheia  de  peri- 
pécias e  de  mysterlos,  temos  um  fim  único :  submettermos  á, 
apreciação  dos  estudiosos  os  erros  e  actos  criteriosos  prati- 
cados pelas  autoridades  daquelle  tempo,  muitas  das  quaes 
ainda  vivem. 

Hoje,  com  a  liberdade  dos  cultos,  aquella  questão  no  seu 
principio,  no  cultivo  da  seita,  passaria  como  um  caso  de  espi- 
ritismo, francamente  tolerado  e  professado  por  um  grande 
grupo  da  nossa  sociedade,  e  não  chegaria  ao  sacrificio  de  tan- 
tos individues,  alguns  de  grande  valor  moral. 

£'  verdade  que  o  ultimo  acontecimento  que  revolucionou  o 
sertão  da  Bahia  —  a  questão  de  Canudos  —  muito  se  assemelhoa 
ã  dos  muckers,  e  assim  como  foi  attribuida  a  jagunçada  um  mo- 
vimento politico,  pois  se  afflrmava  que  os  monarchistas  ti- 
nham feito  naquelle  sertão  o  seu  quartel  de  ordens,  também 
a  principio,  foi  attribuida  aos  muckers  um  fim  politico,  como 
se  verá  no  correr  da  presente  descripção. 

Ainda  nos  lembramos  —  com  pezar  —  da  teimosia  dos  ser- 
tanejos da  Bahia  em  não  obedecerem  as  ordens  do  governo,  e 
do  que,  por  isso  succedeu. 

Muito  80  assemelharam  aos  muckers.  E  um  ponto  deveras 
impresâionador  foi  a  coincidência  da  morte  do  commandante  do 
12<»  batalhão  do  infantaria,  coronel  Gencsio  Oiympio  de  Sampaio, 
em  S.  Leopoldo,  Ferra- Braz,  e  a  morte  do  tenonte-coronel  Tris- 
tão Sucupira  de  Alencar  Araripe,  no  sertão  da  Bahia. 

Ambos  com  mandantes  do  mesmo  batilhão,  que  a  sorte 
designou  para  abafar  movimento  ae  fanáticos  religiosos,  foram 
victimas  das  balas  estúpidas  de  diligencias  policiaes. 


394  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Não  sabemos  se  liin  pacieotd  mais  hahil  e  maia  compe- 
tente dõ  que  anoas.1  pobre  vontade  tenha  sa  dedicado  à  qaestão 
cujo»  apootameotos  pira  uiíia  narração  intt>ressan(e  ahi  flcam. 
Comtada,  podemoa  aHirmar,  o  o  fazémõs  cjm  sÍDeeridade,  a 
exactidão  de5tes  apotiaoiônios,  extrahidos  do  docmneQtos  otã- 
eiaest  como  j  L  notinúmos. 

O  nosso  trabalbo  não  foi  pe<)ueQO.  Reunir  documentos  es- 
partos  em  diversas  ctiUecçoôs»  o  qne  muito  tempo  exigia,  pô\-^m 
em  ordem  chronologica,  e  apMveitar  o  maif  possiTel  na  lin* 
guasrem  oflicíal  o  seu  extracto  e  muitas  vezes  a  sua  copia  fiel, 
eoDStituio»  por  alguns  mezca,  o  nosso  principal  cuida  lo.  a  ncnsa 
demorada  atteaçâo*  afim  de  constituir  uma  espécie  de  pftm* 
porte,  que  nos  permitttsso  merecer  a  honra  de  Doe  asseatar  4 
vista  doâ  meares,  a  quem  o  aproseatamos,  a  merecer  julga- 
mento. 

Capital  Federa],  25  de  março  de  I9<~J2  ^  Eduarda  M^rqmes 
Peixoto, 

Xútv  ^lhn%a,moA  de  tratar  sobro  as^^umptos  de  carAeter  re^ 
9crTado,  TOotivu  por  que  ivtiramos  a  temi*o  aí  folh  ts  71  e  ?:*. 

16  de  abril  de  1902,  ^  E.  Sf,  PsLeoto, 


Que  í^  tf  to  31aurer 

João  Jorge  Maurer  e  sua  mulher,  raoradores  no  4^  dtstricto 
do  termo  de  S.  Lo^^poldo,  Província  do  Rio  Graodo  do  SÕl,  Éi- 
ziara  reiiDi«5es  um  8'iacisa  com  fios  religiosos,  havendo  já  eon- 
eeguido  fanatiz>)r  um  grande  numero  de  colonos,  ao  passo  qae 
excita''ara  a  ludi^iiaçlo  de  outros  homens  crf»dalos. 

Tendo  conhecimento  destes  fkctos  o  chete  de  Policia  daqnella 
província,  qoe  era  então  o  Sr.  Luiz  José  de  Sampaio,  ofHcioa 
em  14  do  maio  de  1H73  ao  presidente  da  mesma  província,  João 
Pedro  Carv<^Íhode  Moraes,  narrando  o  que  estava  acontecendo, 
o  que  ft^z  com  que  o  presidente  por  otTIcío  de  16  do  meamo  mes, 
determína^e  que  a  mesma  autoridade  policial  se  dtrigevae  a 
áqunlla  tocai idádti.  auxiliada  com  Torça  militar  sa0!cietiu«,  para 
tomar  por  si  mo^m:i— conhecimento  dos  factos  o,  provideQ- 
ciar  de  modo  quocf^sasseni  f  aos  occtirrencias  e  fosíom  manti* 
dos  o  socego  ea  traquilídaiie  publica  '. 

No  dia  h)  embarcou  uo  vap»*r  Get^mania  o  chefe  de  Policia 
com  50  primas  do  batalhão  1:^  de  infantaria^  ^h  o  mando  do 
tenente  Lino  Pereira  Rebouças,  tendo  na  véspera  partMo 
para  o  mesmo  logar  10  praças  de  cavallarta  do  corpo  De- 
liciai. 


t,  Ollkio  de  31  d*'  inaia  de  lí?73,  n,  iíÈ^,  do  presidenta  João 
Pedro  d«  Cd rvalbo  iTe  MAracd,  do  Rio  Orande  do  Sfil,  ao  i»iitiUtr*i 
dos  Negócios  dâ  Justiça,  cojiseihetra  MvaovI  Ant^^aio  Dmarte  d« 
J^ev#do. 


<is  \[i:kERS 


^«5 


Era  opiumo  gaial  quô  Maurer  reãiatiria  u  auturiJade  pu- 
blica, para  o  que  havia  foinpraílu  armas   o  muDições. 

Ao  tiiiirar  a  autoridade  na  lovoação  fnicootrou  ua  moradorea 
bastante  se» broísa liados. 

No  dia  seguinte  ao  da  sua  chegada  mandou  o  chefe  de 
policia  ama  eíscoita  de  12  homenií  da  cavÉillaria  do  corpo  policial 
sob  o  mando  da  tenente  de  mesmo  corpo»  Mantel  Francisco  de 
Miranda,  acompanhado  do  um  oficial  ílo  justiça  com  o  compe- 
tente man^ladú,  cdn  um  individuo  versado  no  allemào  e  conho- 
cedor  do  iogar,  para  servir  de  guia  e  iaterprete,  com  ordem  de 
conduzir  á  sua  presença  João  Jor^íe  Maurer  e  sua  mulher,  e 
do  appronhunder  todo  o  armamento  e  munlcào  quo  Ibase  en- 
contrado, 

A  ililigencia  teve  o  resultado  í^sperado»  pois  que  se  efifectiioii 
sem  a  mab  leve  resistência.  Foram  conduiidos  Maurer,  seus 
sectários  em  numero  de  seis,  deixando  de  ser  nessa  occasiao  a 
sua  mulher  Jacobina  Maurer,  por  se  achar  doento> 

Foram  interrogados  \íaurer  e  seus  sectários,  emquanto 
outra  diligencia,  acomprinhada  de  um  carro,  foi  busc^vr  Jaco- 
bina, que  i'oi  encontrada  em  ostado  de  letliargía,  estado  em 
que  viajou  durante  oito  horas,   em  completa  i use naibi lidada. 

Traur' por  liada  para  a  casa  da  Camará,  onde  sa  achava  o 
chefe  de  policia,  e  conservada  aobra  uma  mesa»  deit^ida»  assim 
ficou,  insensiveU  ^i^i  oâ  B  horas  da  noite. 

Deaconíiaudo  a  autoridade  que  Jacobina  tivesse  tomado 
qualquer  dose  de  opiOt  ou  outra  substancia  que  pudesse 
comproraetter  a  sua  saúdo,  mandou  convidar  o  Dr.  .loão 
Imniel  llillebran.  que  declarou  não  podt^r  assignalar  com 
precisão  iia  cauí?as  daquello  estrido,  mas  que  a.-^se^iirava  que 
naíla  havia  a  nrceiar  pola  existcncia  porque  ptílo  aspecto 
I'  regular  idade  das  pulsações  mostrava  gu.-^ar  .Jacobina  uma 
saúde  vigorosa* 

Quando  a  escolta  que  conduziu  Jacobina  cheguu  ao  logar  da 
sua  resirlencin,  encontrou  ali  vários  seus  adeptos,  de  amboa  os 
sexos,  entre  elles  algues  cegos  e  alaijacloa,  que  esperavam  içar 
sãut  com  as  applicaçoes  feitas  por  Maurer,  mediante  o  auxilio 
divino  obtido  por  intervenção  do  sua  mulher. 

Continuando,  i^ntretanto.  Jacobina  Maurer  a  permanecer 
no  mesmo  estado  de  torpor,  nào  obstante  o^  meioa  empregados 
pelo  Dr.  Hillebrand  para  despertal-a,  e  declarando  alguns  dos 
individues  quo  a  tinham  acompanhado  que  ella  despertaria  se 
lhes  fosse  permitiido  entoar  alguns  dos  seus  cânticos,  a  instan* 
cias  do  mesmo  Dr.,  consentiu  o  chefe  de  policia,  e,  com  eíTelto, 
depois  de  alguns  cânticos,  começou  ella  a  mover,  os  braços, 
abriu  os  olhos  e  pr  o  ferio  em  allemão  as  seguintes  palavras  : 
«  O  meu  coração  está  contente*  Aqui  ha  muitas  meninas  más  », 
Referia  se  ás  senhoras  que,  movidas  pela  curiosidade,  haviam 
adluído  à  casa  da  Gamara* 

Logo,  em  seí^uida,  os  seus  devotos  a  cobriram  do  beijas, 
mostrando  o  jubilo  de  quo  se  achavam  posàuidoi  e  a  f é  que  de- 
positavam DO  seu  Ídolo. 


.996 


REVISTA    no   INSTITnTO   HISTÓRICO 


Interrogada  no  díasa^aitUB  declarou  Jacobina  Maurer  que 
ii9  rpuniãoíí  qon  fazia  cm  sun  casa  tinham  por  fim  a  ex- 
plicação do  verdadeiro  es  piri  ti  da  Bíblia  sagrada  ;  que  fazia 
essas  explicações  por  iuspiragào  divina,  ignorando  a  mandira 
porque  Ih  s  vinha  tal  inspiração;  que  09  seus  sectários  não 
prestavam  jura tnentj  alííum  o  quo  a  ontrada  era  livre  para 
todoa  qnoquizessem  ouvir  as  suas  explicações;  qne  era  ver- 
dade quo  prohibia  a  seus  seof-arius  de  rrequentarem  as  igrejas 
e  de  mandaí'jnrn  seus  dlhng  ;ís  escolas,  mas  quo  assim  procedia 
porque  ali  m  nâo  ensinava  a  verdadeira  doutrina  ;  que,  com 
eíFeito,  HO  osperava  uma  graodií  rí^uniâo  pira  e  dia  do  fópirito 
Santo,  mus  que  não  sabia  o  que  havia  do  apparecer  noila  ; 
que  nada  suífrin  em  sua  saiidu  e  oue  só  tevo  uma  grande  eu* 
fermidíide  aos  \2  annos ;  que  do  sois  annos  a  essa  parte 
é  que  cú.sturnava  dcar  ás  vezo^  no  e-stado  de  insonaibilidade  em 
que  foi  vísia ;  que  as  suaâ  reuniões  nno  tinham  dias  marcados, 
o  que  seu  marido  era  que  as  promovia  em  tempo  opportuno. 

Inquirida  sobro  a  ajiparição  que  liouve  era  uma  das  ulti- 
mas n^uniões  o  do  quo  tratavam  alguns  do^t  seus  adeptos,  de- 
clar^iu  que  tinha  ouvido  IWllar  níssu,'  raaí  quo  não  pocíia  dizer 
a  í-espeito  por  estar  fura  dos  sentidos  nessa  ^  ccasião. 

Todas  as  declarações  de  Jacobina  Maurer  foram  coníirniadas 
por  vários  dos  seus  ndeptos»  tornando-se  sobremodo  notável  a 
mforjinçao  prestada  por  Carlos  Etnsíeldt,  homem  laborioso  e 
hem  conceituado,  que  declarou,  com  uma  ingenuidade  sem 
igu^il,  que  acoeitara  de  bem  grado  o  papel  de  Judas,  que  lhe 
fura  dado  por  Jacobina,  porque  estava  convencido  que  esse  era 
o  legar  que  lhe  estiva  destinado  pela  Bibiia  ! 

O  eholíR  de  Policia  mandou  dar  busca  na  casa  de  M;mror  e 
na  de  outros  seus  sectários,  o  explorar  os  mattos  do  Perrabraz, 
onde  se  dizia  haver  ^rrande^  depósitos  de  mantimento^,  armas  e 
muniçries,  e  nenhuma  virma  ou  mimiçio  fui  encontrada. 

Maurer  e  Síia  mulher,  sf^Lfundo  afflrmou  o  chefe  do  Po- 
licia nu  seu  reJaí^orio  ile  2  de  junhi  d*'  lft7;í,  eram  protestantoJi 
e  seus  sectadus,  cum  eicepção  de  doas  ou  trei  cathaHc<is.  que 
ultimamente  se  tínb  im  retractaii*  (^  furam  aos  pí^s  do  con- 
fessor pedir  abiolviçã<*  do  suas  cal  pis.  eram  peia  maior  partf3 
da  mesma  religião. 

Os  únicos  livros  enconinitlos  em  ca^a  de  Maan^r  o  seuã 
adeptos  firam  a  Bíblia  e  algumas  oanvôes  religiosas  em 
manuscriptos, 

O  chefe  de  policia  procurou  com  aftnco  descobrir  si  havia 
alguma  mào  ucculta,  que  fizesse  iMpecular  cum  aiuelias  reu- 
niões, segundo  ^'  prop liava,  e  as  suaf  pos  luizis  o  cnn  venceram 
de  que  IVfaurer  e  seni  sectários  eram  simpiosmtuiie  levados 
pDla  crença  d  j  [u  •  Jacobina  Maurer  snaiíUiva  inspirada  por 
Dean  pari,  oí  il  In  minar. 

Na^  in(>rma';jM  prnatid»«  pelo  chefe  de  policia  no  sau 
relatoriu,  iliziaaqmUa  auioridale  quti  crença  mais  se  robustecia 
—  daquôlles  bomens  fanáticos  ^-  pelos  transtornos  nervosos 
e  a  moaofuania    reli^:ioaa   que  sofTria    :u]uella  mulher,   enter* 


os   MUKERS 


397 


mrJadeqae,  sogimdo  constava,  era  hereditária  mas  que,  ontfe- 
tanto.  os  3tíU8  ailopadoroa  attiHbiiíiim   a  cjiusaâ  sobrenatQraeá. 

A  opioiâo  que  o  clicfe  de  policia  emittira  A  eerci  do  estado 
mórbido  de  .laco  bio  a  Maurer  se  actiava  confirmada  pelo  exame 
medico  a  que  mandara  preceder,  o  qtie  constava  das  cópias  que 
remettei^  ao  pra-íidetite. 

Para  evitar  que  Maurer  e  sua  muliíer  fosaera  T^ictimas 
do  raDCíir  que  cootra  elles  m  liaviani  maaifrstado  na  maior 
parte  dos  moradores  das  colónias,  e  disaip»i'  os  riioeios  que 
haviam  íncutidG  com  as  suas  reuniões,  pelos  íjoatos  aterrado reíS 
que  corriam,  julgou  acertadfj  o  cbeíe  de  policia  i^motfcel-os 
para  a  capital  da  Provi ncia,  o  que  foi  leviído  a  efleito  no  dia 
2Í,  seguindo  elle  pira  o  quartel  tio  corpo  policial  e  .íaf^obina 
Mauper  para  a  Santa  Casa  da  Miaericordía,  devendo  reííi^ssar  ao 
logar  do  seu  domicilio  logo  que  cessassem  aa  cauBas  que  impel- 
lirara  a  se  lançar  raãx>  daquelle  arbítrio,  acompanliando-os 
seis  de  seus  companheiros,  também  presos. 

Com  muito  Keío  e  intolligencja  se  portaram  nesta  eom- 
missão  o  íi^ente  interprete  da  colonisação  Luiz  Krann  Walter , 
que  de  ordem  do  presidento  acompanhara  o  ebefe  da  policia. 

Foram  igualmente  áifimos  de  inonção  o  tononte  Luiz  Pe- 
reira Rebouças,  commandante  da  forga  de  I"  linha,  o  o  h 
adjunto  do  corpo  policial,  capitão  honorário  do  tíxeroilo  Manoel 
Francisco  de  Miranda,  aquidle  pela  boa  ordem  e  disciplina  om 
que  soube  manter  as  praças  i^b  o  seu  cummando  e  este  pela 
actividade  e  inteliigencia  com  qun  se  houve  em  varias  dili- 
gencias de  que  foi  erici pregado  *. 

Interrogatório  do  Joào  -íorgo  Mauror:  —  Deolarou  ter  32 
anoos  e  sev  fllbo  Carlos  Maurer,  da  linha  do  Hortencio.  ser 
&nalphabeto  ;  que  fazia  curais  sem  ser  profís^ionaU  que  em  sua 
casa  .HO  faziam  reuniões,  m^xs  somente  cora  o  fim  do  ser  expli- 
cado o  veMadeiPO  sentido  da  Bíblia ;  qun  essa  explicação  era 
dada  por  sua  mulher  .locobina,  inspirada  por  Deus,  que  esta 
Dão  sabia  ler,  nem  escrever,  mas  que  aprendera  ler  tettra 
redonda  depois  que  Deus  commjara  a  inspiral-a  ;  que  nào  sabe 
como  é  que  o  e&ptrLto  de  Deus  descera  sobre  áua  mulher  ;  que, 
ella  não  soffria  ataques,  nem  inçara  modos  de  qualquer  ordem 
ma.4  que  nessa  ocuasiao  m^  achava  muito  fraca,  em  consequência 
de  »eas  trabalhos  de  espirito ;  íiue  ignorava  o  numero  de  «eus 
adeptos ;  que  estava  talvez  próximo  algum  grande  aconteci- 
mento, mas  que  nâo  podia  afflruial-o  ;  que  Carlos  l^^linsfoldt 
era  adeptr>  e  que  era  possiveL  que  a  Bíblia  lhe  houvesse  dei^ti- 
nado  o  papel  de  -luda^  ;  que  elle  (Maurer)  fazia  curativos,  le- 
vando uma  pequena  espórtula,  devendo  os  doentes  altíra  disso 
trazer  víveres  ;  que  sua  seita  não  tinha  estatutos,  nem  leiíí  e 
segredos  ;  que  o.-*  adeptos  não  pre^stavam  juramento  algum,  e 


1.  Helatorin  <bí  chefQ  de  policia,  Laií  Joaé  ác  Sampaio,  no  prf»- 
iidonte  <la  provincia  João  Pí^dro  Tar tralho  do  Moraes,  de  2  de 
jiinhu  de  1873. 


398 


BRVISTA    1)0   INSTITUTO   líISTORIíTi 


que  podia  entrar  f!  salj ir  fiuftm  quizesse;  que  ostava  raal  com 
.1,  -L  Ivloin,  ali:'is  seu  parente  (ih)  «  líir>  Orandense  *  do  2i  iln 
jnlliQiJn  IK74.) 

Interrogatório  do  Carlos  Einsfelíli  : —Declarou  quo  era 
rival  haver  rí?utilòes  om  casa  de  Maurer»  nas  quaes  Jacobina, 
por  directa  inspiração  de  Deus,  explicava  o  verdadeiro  sentido 
da  Bíblia ;  quo  todos  os  adeptos  da  soita  juravarti  observar  o 
5«  capitulo  do  Kvangellio  dí^  S,  Matiíeus ;  que  ero  luosfold  <^ra 
opposto  da  seita;  cabendo  o  papel  dt>  Judas  porquo  tinha  mais 
amor  ao  dinheiro  do  que  a  Deus  ;  que  so  aeliava  plenameoto 
gatisfeito  eom  osse  nomo;  que  Jacobina  Matirer  não  sollro  doonça, 
nem  ataques  alj^ung  ;  que  Maurar  curava  doentes  por  inspiração 
divina  ;  qíie  ás  reuniões  de  Maurer  a^siatíain  mais  do  quarenta 
pessoas;  que  a  seita  nao  eoraprava  armamento  porque  jamais  se 
serviria  da  violência  ;  que  elle,  Einsfeldt,  comprara  pólvora, 
chumbo,  oundoá  de  armas,  etc,,*,  mas  que  o  Hzcra  para  as 
exigências  de  sua  proíissão  de  ferreiro  e  arraoiro  ;  que  retirara 
seus  íllhoa  da  escola  per  ordem  de  Jacobina  Maurer;  quo 
estavam  á  espera  de  granrle.'?  acontecimentos  ;  que  os  adeptos 
continuariam  fieis  íi  seila,  ainda  que  se  rotiraísem  do  logtir 
Maurer  e  sua  mulher  ;  que  o  governo  pudia  sulTocar  a  seita  o 
elle»  EíDsfeldt,  não  resistiria,  mas  si  a  seita  continuasse,  caa- 
tinuaria  elle  também  a  aconapanhal-a,  porque  elle  o  seus  com- 
panheiros obrariam  sob  a  directa  inspiração  do  Deus»  sem 
inteuçilo  alguma  de  so  revoltarem  conira  a  autoridade,  a  qual 
obedeciam,  respoiíaodo-a,  (Do  <  11  io  Grandense  i»  de  '2í  de 
julho  do  1S74.) 

ínterroííatorit»  úf  Joíío  Nicolâo  Fucho.  quo  falleceu  na 
cadêa  da  capital  :  —  liedariíu  que  Mauier  e  tava  cucando  a 
sua  mtdher,  quo  estava  totalmentt^  ee<ía  o  quo  oUe  (Fucho) 
fazia  parte  da  soita  porqEio  ontondia  quo  Jaeolnna  explicava 
bera  a  lliblia  ;  que  em  uma  das  reuniões  fiii  casa  do  Maurer 
apparecera  Jacobina,  vestida  do  branco,  com  uma  grinalda  na 
cabeça  e  cora  um  ar  sobrenatural,  abençoando  os  presentes  quo 
tinham  ficado  muito  comraovidos.  <Do  «  kio  Grandonee»  de24 
de   julho  do  1874.) 

Augusto  Wilborn  ;  —  Declarou  (que  so  acha  preso  nacadéa) 
quo  assistira  diverms  vezos  íts  roímioea  em  caga  de  Maurer 
para  oiivir  explicar  n  Biblia,  por  inspiração  diL*eeta  do  Deus  ; 
íjue  ora  uma  das  rf^uniues  apparecera  Ja^-obina  de  lorma  sobro- 
nalurol  o  myteriosa,  i^arecendo  um  espirito  e  nada  tendo  dn 
Immauo  ;  que  ella  nossa  occasifto  diasera  quo  alli  se  ncbava 
o  maior  inimigo  de  sua  familia,  mas  que  lho  pediria  perdão  ; 
que  de  facto,  se  adiantara  um  homem  de  cabe  lio  preto  e  de 
nacionalidade  alleníã.  que  s^o  ajoelhara  pedindo  perdão  ;  quo 
elle  não  podia  dizer  so  esse  homem  era  ou  nfio  o  pastor  Kleiu  ; 
que  Jacob  ma  propheLisara  que  on  dia  do  Espirito  Santo  li  avena 
um  grave  acontecimento,  que  elles  deviam  aguardar  reunido?; 
que  não  tinham  comprado  armas,  nem  munições  ;  que  o  QU- 
moro  do  adultos  qm*  se  reunia  vn\  casa  de  Maurer  cheirava  a 
sessenta  ;   que   finai  mente  elle»  NVlIborn.   «'gtava  sendo    tratado 


<»S    MIKERS 


H99 


por  Maurcr  u  lhe  rcmun oraria  o3  seus  Hor viços  raetUc\>8.  (Do 
«  Uio  Grandensc  >  tio  24  tli?  jnlHo  tia  1874.) 

O  mesmo  jarníil  <^  Itio  fírandensii  >^  terminando  o  sj^u  artigo 
sobro  os  iutciTOgalorio;!,  assim  se  exprimiu  : 

*  Como  bem  vêem  os  Jeitore^,  confirmam  os  interroga- 
tórios acima»  que  Ibram  publicados  na  occaaião,  tudo  quanto 
narramos  alé  lioji?  sobro  a  origem  da  soita  o  íiobre  a  comedia 
que  na  tal  reunião  Ibra  ropre.^entuda  por  klrin.  Jacobina  o 
Mau  10  r. 

l?  fora  do  duvida  qno  iodi>8  os  assumptos  do  ordf  m  geral, 
Klein  ensinava  nus  presos  o  <itie  do  viam  ai  loirar  ;  rans  não  6 
menos  eorto  qti.^  os  adeptuíS  acima  (cora  única  «ixcepçào  quíçil 
do  Carlos  l^inslerlt)  criara  piarnentr?  díi  divindadíi  de  Jacobina, 
como  expressamente  mautlefctiiu  Wilborn,  declarando  que  para 
eUe  era  Jawbina  o  verdeiro  Cliriáto  í 

A  kilyra  do  rtilaturio  do  Dr.  Cliere  de  Policia  o  do;í  inter- 
gatorios  acimoi  d»_^ve  pois  convencer  o  leitor  do  quo  no  presente 
caso  temos  mu  director  oeculto  (Ktoin).  dous  perigosoa  irapo^ores 
(Maurcr  e  Jacobin  i )  íj  nm  grande  nnmuro  do  illudidos,  do  quem  se 
apoasara  uma  v erd aád ra  mo uoman ia  reli^no^a*  tornando  os  cegos 
encravos  da  auiiaciosa  impostora  que  .se  diaia  Cliriíto, 

Kram  estes  õs  eíemuntos  que  deviam  contribuir* 


No  dia  S8  do  maio  chegou  á  capital  o  chefe  de  p^linia  cora 
as  praçan  fia  I  Minha  quo  o  a^MimpanhuMiri,  deitando  em  Sfiu 
LiHjpoldo,  íl  disposivao  do  deli^fíido,  ají  da  eavallaría  do  corpo 
prtficial,  que  tinham  seprtiilo  eui  auxilio  da  liiliirnneiá,  li- 
cando  aquelle  município  de^msõmhi-of/ti  c  iivro  í/m  proptttrattdft 
f/o  novo  Mes^ins  c  seus  tiptistoloji^  conformo  diz  om  informação  do 
2'J  de  maio,  o  presidente. 

A  13  dn  junho  foram  postos  ora  iibcrdado  oi  esposos  Maitrer 
por  ter  veriílcado  o  pre,sidi!nto  <la  Província  que  era  infundado 
o  terror  do  que  so  achava  possuída  a  popuJaçâo  da  cidade  de 
S.  Loopoldo,  4"  diatricto,  o  que  rienbura  fim  poli tit:o  Unham  s:-- 
inclhanteg  reuniões,  occurroncia:^  que  tiverani  por  origem  a 
i^-^noranci^*  e  o  fíinaUsmo  religioso  do  alguns  iuiiividtios  da  pouca 
ou  nenhuma  importincta  íoilieio  u.  l^^Hl,  do  M  de  junho  do  187:», 
do  Prasidontn  da  Proviucri  João  Podro  Carvalho  dc^  Mo: aos  ao 
Conselhoiro  Manoel  António  Duarte  de  Azevedo,  ministro  da 
Justiça), 


A  10  de  de/,embro  do  mesmo  armo  os  colonos  do  Campo 
Rom  e  de  Forrabraz  :— Karls  Lufipar,  João  Jacob  Karát,  lleínrioh 
Web  ir,  Aadors  Karst,  Christian  Kust,  lobanus  Selín»  Jacob 
Rrhn,  Míirtin  Sehn,  hdiaouí-fí  lulz,  nr*dôlpti  S^lm,  lleinrich 
Wilhelm  «ia^iber,  J.  C.  II.  Snhnelf,  Joseph  Sohnídl»  Karl  M;iurer, 


400 


HKVISTA    DO   msTITtTTO  HISTÓRICO 


Karl  Maurer  Ir.  CtiristiaD  ^f,lll^o^,  Nioolíla  Bartb,  Peter  liarth, 
Freelrííscli  Bartb,  Jaciíb  Men'.z,  Luiz  Kilsen,  Jacob  Muller,  Taddin 
Wasan.  Georg  Rubison.  Christiaa  Kassel,  Felfppo  íleisner,  Au- 
gusto Uil  bom,  representaram  ao  loiporador  o  quanto  soffriam 
nâo  M»  de  alguns  moradores  das  coloni  is,  quo  erara  deáordoiroa 
e  intrígautes,  como  tíirab^m  do  próprio  subdelegado  e  alguns 
inspectores  úb  quarteirà^i  do  distríeto,  qiio  protogiara  oi  mal- 
vados, consentindo  t?  fazivndo  vtolenoias  contra  os  requerentes, 
cbe^^iido  a  ponto  de  aerer»  insultadoB  por  palavras  obsoonas  e 
atacados  de  TRbenque  <>  podras,  persoguidoa  assirn  doede  maio 
daquGlle  anno. 

Repi-esentav  »ra  que  a  20  da  maiu  fora  presto  o  colono  .Torgo 
Maurer^  conduzido  o  escoltado  para  a  eidjide  de  S.  Leopoldo,  lo» 
gultado  em  todo  o  caminho  e  dcâfeíteado,  sem  quG  alguém  oe 
repollisso  atô  aqntdJa  cidado,  oado  chegaram  a  lhe  cuspir  na 
cara,  soodo  reraettido  nn  dia  sosulote  para  Porto  Alegre,  onde 
flc^ira  preso  no  quartel  de  Policia;  que  no  dia  2/  do  mesmo  mez, 
dia  da  Ascensão  do  Senh<^r.  fora  presa  a  mulher  de  Maurer,  so 
achando  olla  doente  dn  um  mal  qu:>  a  costuma  dar.  ficando  sem 
sentidos,  sendo  1  f  rada  —  por  ufna  escolta  do  8  pravas  —  em  unm 
carreta»  sondo  que.  na  viagem,  que  durou  9  horas,  foi  ella  in- 
sultad  K  continuando  doente  até  aquella  cidade,  onde  a  deposi- 
taram na  casa  da  caraara,  exposta  ao  publico,  tende  sido  exa- 
minada por  médicos,  afim  de  ver  si  era  flngida  a  moléstia,  com 
applicações  de  agulhas  e  pontas  de  canivetes  por  todo  o  corpo  e 
mais  applicaçòes  medií^ai*  para  ella  tornar  a  au  o  que  oonso- 
guiram  só  depois  de  5  hoivtá  ;  que  no  dia  soguinlo  fora  embar- 
cada em  nm  vapor  o  mandada  para  Porto  Aloire,  recolhida  a 
SanU  Cas:i  da  Misericórdia,  flcando  assim  cinco  filhos  sem  pães  o 
entregues  aos  estranhos;  que  foram  conservados  45  dias  auaeotes 
de  suaa  i^asas  por  ordem  policial  e  obrigados  a  nsslgnar 
um  tt^rmo  para  não  consentir  nmn  fa/.or  reuniões  relisrioíí*^* 
aendo  depois  mandados  para  í\s  suas  casaa ;  quo  Maurer 
pstLLva  fazendo  uma  casa  e  pedira  ao  Ur,  chefe  de  Policia 
que  Ciíisiíniisso  ter  em  sua  casa  os  trabalhadores  precisos 
para  a  sua  obra,  o  qne  lhe  fÔra  consentido,  mas  «lue  o  snbdele- 
gftiio  -lempro  ia  inonimodal-o,  prohibindo  o  numero  de  pe-isoas 
precisas,  per  mi  ttindo  apenas  quo  flí-assem  três  pessoas,  e,  sabendo 
que  nâo  havia  rouniào,  mesmo  assim ^  o  incemmodava  ;  qao 
ao  cíilono  Nicolau  Fiareh  estragaram  uma  porção  de  ix>upa 
branca,  quo  se  achava  estendida  no  quintal  o  que  encontraram 
em  pedaços  ;  estragaram  40  milheiros  de  abelhas,  e  que  indo  em 
passeio,  com  ^lias  irmãs,  um  fllho  deste  fora  espancado  por  um 
inspector,  acompanhado  por  um  vadio;  que  ao  colono  Lu  ppa 
atacaram  fogo  em  uma  ceíHsa  de  roça  ;  que  no  dia  '43  do  corrente 
prenderam  novamente  Maurer,  em  sua  casa,  por  ordem  do 
subdelegado,  arrancaram-n  o*  som  motivo,  da  sua  mulher  que  se 
achava  doente,  llcaudo  com  ella  os  cinco  filhos  menores ;  qao 
prenderam  33  fies^oas,  sendo  deste  numero  os  petlcionarloi 
que  foram  presos  em  snaa casas,  trabalhando  uns  em  suas  ro- 
ços o  outros  em  passeio,  sem  quo  li viíssem  eommottido  o  mínimo 


ns     MIÍKERS  401 

delicio,  foram  todos  condazidos  presos  para  uma  tavernx,  oode 
os  deixaram  dous  dias.  Ali  receberam  visitas  e  tomaramllioá 
os  animaes,  que  tioham  moatados. 

Que  foçam  escoltados  para  S.  Leopoldo  e  iosultados  em 
caminho  e  recolhidos  ao  xadrez  daquella  cidade,  donde  tiraram 
um  menino  de  14  annos,  orphão,  da  companhia  do  seu  padrinho, 
contra  a  vontade  de  ambos.  Que  no  dia  27  mandaram  para 
Porto  Alegre  cinco  moços  para  assentarem  praça  na  marinha. 
Que  os  cavallos  pertencentes  aos  queixosos  foram  postos 
em  um  potreiro  e  os  três  melhores,  de  estimação,  inutilillzaram, 
morrendo  um  de  uma  facada  que  lhe  deram  e  os  outros  dons 
com  talhos  de  faca.  Que  depois  de  presos  sete  dias,  sem  saberem 
por  que,  foram  postos  em  liberdade,  mandados  para  as  suas 
casas,  e,  como  soffressem  todas  estas  vergonhas  e  desfeitas 
pediam  justiça. 

Esta  queixa  foi  a  informar  ao  Presidente  da  Província  do 
Rio  Grande,  por  despacho  do  Ministro,  do  27  do  dezembro 
de  1873. 

O  Presidente  da  Província,  em  offlcio  n.  171,  de  20  de 
janeiro  de  1H74,  mandou  que  o  Chefe  de  Policia  informasse. 
Este,  em  oíficio  de  22  do  mesmo  mez,  mandou  que  o  Ddlegado  de 
Policia  do  S.  Leopoldo  interpuzesse  a  sua  informação.  O  delegado 
não  estando  em  exercido,  remetteu  a  informação  prestada  pelo 
r  suppLmte,  chamando,  entretanto,  a  attenção  do  Presidente 
para  o  seu  offlcio  de  2(5  de  novembro  do  anno  anterior  em  que 
communicava  a  tentativa  do  assassinato  do  que  fôra  victima  o 
inspector  de  quarteirão  João  Sehn,  e  para  o  ofdcio  de  19  de  ja- 
neiro com  que  o  supplente  daquella  delegacia  Guilherme  Haestel 
informou  o  €  abaixo  assignado  >  dos  colonos  daquelle  muaicipio 
contra  João  Jor^re  Maurer  o  sua  mulher. 

Accrasceatava  que  orafu  infundadas  as  queixas  daquelles 
representantes  contra  o  subdelegado  e  inspector  do  quarteirão 
daquelle  districto  e  somente  fllhas  da  inimizade  que  os  mesmos 
representantes,  como  cogos  instrumentos  do  Maurer  e  sua  mu- 
lher, votavam  contra  o  dito  subdelegado  e  aos  inspectores  pela 
vigilância  que,  em  desempenho  dos  Stjus  devoras,  empregavam 
para  que  cessassem  as  reuniões  que  Maurer  fazia  em  sua  casa. 
Esta  inimizado  se  manifest  iva  da  própria  representação,  attri- 
buindo  ao  subdelegado  factos  que  se  deram  sem  sua  intervenção 
ou  sciencia,  e  ainda  mais  com  o  sou  ulterior  procedimento, 
porquanto,  além  da  tentativa  de  assassinato  do  João  Sehn, 
por  que  estavam  sendo  processados  es  dous  representantes  Jacob 
Sehn  e  Rodolpho  Sehn,  partiam  constantemente  ameaças  de 
morte  cunti»a  o  subdelegado,  que,  não  julgando  segura  a  sua 
existência,  se  retirou  para  fora  do  município. 

(  Informação  do  delegado  de  policia  Lúcio  Schreiner,  n.  221, 
de  28  de  janeiro  do  1874,  ao  desembargador  Luiz  José  de  Sam- 
paio, chefe  de  policia  da  Província.  ) 

O  1**  supplente  em  ex^rcicio  declarou,  em  20  de  janeiro,  que 
nenhuma  intervenção  tivera  a  autoridade  policial  daquelle 
districto  nos  factos  relatados  na  representação  e  que  se  deram 


i02 


nF,VlSTA    D»»    INSTITUTO   HÍSIORICO 


íirQ  maio,  porquo  kies  factos  torara  praticados  por  ordem  do 
Ur,  cliefe  He  policia,  qne  fora  expr^asatíionto  ílquello  raunicipio 
S3^rídi' ar  das  n'iioir»os  que  se  faziam  em  casa  úe  Síaiirer»  reuniões 
quo  peitnrlKivam  o  succgo  publico  e  a  paz  d  is  faaiUiaa  o  quQ 
íoraiii  demiflciadiis  poios  jarnaca  da  cidade  o  da  capital  da  Pro- 
vi ncia.  Asseverava,  eotròtanto,  que  Maurcr»  mm  rauUier  o 
seus  adepto?  não  Unham  sido  victimas,  como  ao  inculcavam,  de 
violências  o  insultos,  por  parte  das  antoridadfs»  lií*m  como  não 
foral II  in.junados  pfdo  povo. 

Os  factos  dí^  quo  tratava  a  rcprõseutatao  com  r*3 í a (, ao  a  Ni- 
colau Bartli  e  B,m  colonos  Luppa,  eram  do  ordem  particular  t^ 
uellcs  não  poJeria  iotorvir  u  autoridade  pulHca  sinSo  om  vir- 
tude de  uma  queixa,  com  as  formalidades  fegaos  ;  nuoca  o 
fizeram  os  snppostos  o íTo ndidos,  segundo  constava,  nem  ao 
mrtiií!?  iudií:av;iin  o^  nomea  do  &euij  oíTeosorea,  limitando^sa 
unícameote  a  dizeroin-se  viciimas  desses  o  outros  actos  insigní- 
dcantBíí,  quoas  autoridades  nâo  protegiam. 

Tendo  Maurer  o  aua  mulher  promettido  ao  clmío  de  Policia 
dji  não  cuntinuaiem  com  aá  reuniões  que  faziam  em  suacasíi, 
ordenou  o  subd^Io^^ado  Christiano  Speniler  a  Jofio  Sobn,  iospe- 
ctor  de  quarteirão»  que  oa  tivo^so  em  vigilância,  uâo  sn  para 
foramiinicar  o  proccdimooto  de  Maurer  como  para  obstar  que, 
a  titulu  do  opíírarios  de  sua  cai^a,  com  fórraa  cxqiiisita,  que  so 
dizia  ser  o  templo  em  que  so  doviara  rounir  os  adeptos  da  sua 
nova  seita,  ali  êc  reuniram  om  contravenção  ao  termo  quo 
Maurer  Imviam  assifínado.  Na  noite  do  S2  do  noveml>ro  do 
anno  passado,  achando-se  o  inspector  dít  quarteírào  .loâo  Seho 
em  sua  i-asa,  com  a  mi  f^railia.,  foi  chamaio  por  diia.s  jiessoas 
(|rm  linhum  cliesíJdo  á  porta* 

Acudi n  Itj  ao  chanri  lo»  ao  abrir  a  porta,  dispararam  sobre 
íV.le  um  tiro,  que  o  feriu  ^Tavr^mento,  Senli  eoniiecôu  €3  seus 
.is&assiuoi^,  os  qj(aes  li^niraia  na  ropra^outacão  quo  informava,  e 
denunciou  os  ícuâ  nomes. 

í^st '  facto  deu  em  resultado  a  exacerbação  do  povo  contra 
Maurer  o  seus  ade^-toií,  o  o  socet^o  foi  completamento  al- 
terado. 

Vendo  o  sub^lelegado  Spindlo  o  perigo  imminente  de  Maurer 
o  s  013  ãíleplos  e,  querendo,  como  tíie  cumpria,  evitar  coníiiotos 
de  graves  cousoqueneiaSi  oa  mandou  conduzir  a  sua  presença  o 
os  pez  sol»  íi  vi;:ilanr'ia  do  força  polieiaL  Tendo  chegado  ao 
distrii-to  o  Delegado  Lu^do  Sclineiíior  neste  interesse,  us  mandou 
coniluzir  para  S.  Leopoldo  alé  que  os  ânimos  se  acalmasseni 
e  qUos  pudes-em  vol>,ar  seguros  para  suas  cesas.  Nao  lhe 
constava  que  Maurer  e  seus  adepros,  duraut-j  o  lempo  em  quo 
estiveram  deli'! os  cuquelle  dislricto,  fossem  iusuUadoa  e  inju* 
riadus  por  alguém,  mas  era  pc^sivel  que  uma  ou  ouira  pessoa 
do  povo,  que  se  ai^bava  exacerbada  com  o  barbiiro  attentado  do 
que  fora  victim  i  o  inspector  John  Sehn,  que  todos  suppunliam 
partiíso  do  Maaz^r  o  seu>  adeptos,  Ibe  iliri/isse  alguma  palavra 
ineonveDtenii\  visto  a  autondalo  não  pjder  pre.?or  tudo  no 
oatalo  dl»  ,i|^i tição  ODQ  que  estava  o  povo. 


as  MUKBRS 


403 


\ 


Cumpria  dlzor  que  Maurar  e  seus  adeptos  não  eram  os 
ill&li£Oâ  cordeiros  que  se  inciileavana;  elles  Uzmm  í,'arbj  em  des- 
obedecer !i9  autoridades  e  se  diziam  auporíores  a  ollas,  andavam 
conaiantemonio  armiidos  e  ameiçavara  aquelles  quo  os  não 
acompanhivam  nti  sua  deaespera.daraaDÍa  cbe^aniio  ao  ponto  fio 
inttraarem  ás  aiitoridadoâ  c  jrao  etii  principio  -íoíito  moz  Ôioram 
Claristiano  Karst,  Pedro  Mentz  o  Carlos  Ltippa,  qtjo  foram  il  casa 
do  subdelegado  Spindelr  oxijjír  e  ordenar,  sob  pena  de  haver 
balas,  que,  dentro  do  prazo  de  três  dias  lhes  fizesso  entrega  do 
armamento  apprcdienditlo  cm  caai  ãe  Maiirer  0  a  í^olttíra  de 
Mculau  BartU,  preso  para  cumprir  smtença  por  ordem  do 
Sr,  juiís  municip.il  do  termo,  ((níonnaçio  íIo  1'  siipplenle  em 
ciorcicio  do  4"  districto  de  São  Leopoldo.  Felippe  Boadii  ao 
Sr.    ilelegado   do  termo,  eapitao  Lueio  Sciíroider). 

O  chefe  do  policia,  Luiz  ^osú  do  Sampaio,  roraettoti  c«tii 
informação  ao  proaidente  da  Província,  por  oíílcio  n.  93,  do  '^^1> 
de  janeiro  dt^  l>í7I. 

i^,  em  í^\o  "uçâo  ;io  díiapaciío  de  ?7  de  dezt^mbro,  do  Mirtlsf-ro 
da  .lusliÇii  informou  o  presidente  tia  Proviucia.  -loâo  Petlro 
Carvalho  do  Moraes,  era  oílkno  n.  412,  de  10  de  fevereiro  de 
IS74,  d i tendo  que,  visto  os  esclarecimentos  prestados  pelo  dos- 
embar;:ador  chefe  do  policia,  polo  delegado  do  termo  d  13  São 
Leopoldo  e  subdelegado  do  4"  di^írieto  do  mesmo  tormo,  julgav  i 
deatjtuida  de  fundamento  a  mesma  ropríHòD tacão.  A'  vista  án 
quo  o  Ministro  da  Justiça,  Dnarto  di  Azevedo,  despachou 
€  qui  um  baver  que  deferir».  (Mar^o  de  Ií^74.) 

Accusando  a  recoprãu  do  aviso  expedido  i^do  Ministro  da 
Jus^ii;a  era  H  de  março,  partioipavi)  o  l*residente  em  olUcio 
n.  9n6,  de.  '^9  de  março  de  1874,  quo,  t  ndo-se  retirado  daquella 
província  João  Jorgo  Maurer,  ceasaj^am  os  símis  adeptos  dj  pre- 
mo vor  deaordens  no  Ferrabraz  e  Cimpo  líora,  reítabolecendo-so 
assim  oaocego  publico  nãquehõs  íogares. 

Informava  aqiiolla  auUjridride  quo  linha  havido  exo «rgeraçíío 
nos  boãt.03  espujhadog  a  respeito  das  disposições  attrihuidas 
a  taes  individuõ.H  o  ão^  scua  sectários. 


No  dia;:n  ile  ai>ril  ilf^  1874.  d?is  7  para  a?  H  liura'^  da  noile, 
na  cidade  tl<i  S.  Leopoldo,  tim  indivi^Iuo  ombn<;ado,  ao  pa>isnr 
pela  casa  de  (Juilhormo  CI03,  na  rua  do  Píisíu.  disparou  um 
tiro  gohre  o  menor  Jor;íe  Humbert.,  que  se  achava  no  interior 
da  casa,  fallocendi»  inbtaiiUiieaniontu,  ficando  ferido  do  mo>mo 
tiro  outro  moço,  que  estava  perto  daquclk^  menor. 

IVrsoguido  o  assassino  pela  policia  e  pnvOt  ao  approsi- 
inar-so  o  pelicial  .loão  Francisco  de  Almeida, disparou  o  individuo 
ouf.ro  tiro  sobro  a  praça,  que  fleou  gravemente  f<'rida  no  braço 
direito  o,  correndo  em  direcção  aos  corturnes,  juntou-se  com 
outro  corapanlieiro,  que  di.9parou  noví»  tiro  mhvfi  oh  policíaes  e 
peafloas  que  os  acompanhavam,  ísom  que  nenhuma  llcasée 
oiti n  lida. 


404  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

Ck)DtiQuaDdo  OS  assassinos  cm  sua  fuga  sempro  perseguidor, 
aioda  feriram  gravemente  com  outro  tiro  a  Guilherme  Daa, 
morador  na  margem  do  rio,  que  os  quiz  atacar  pela  frente* 
conseguindo  afinal  entrar  no  banhado  grande  que  ficava  por 
detraz  dos  cortumes*  não  se  tendo  conseguido  a  sua  prisão  até 
ás  6  horas  da  manhã.  (Informações  do  chefe  de  policia  interino 
Abilio  Alvares  Martins  e  Castro,  de  1  de  maio  de  1874  ao  pre- 
sidente João  Pedro  Carvalho  de  Moraes.) 

A'  vista  desta  grave  occun'encia  ordenou  o  presidente  qae 
aquella  autoridade  partisse  para  a  referida  cidade  a  syndicar  doB 
factos  e  dirigir  as  indagações  a  quo  procedia  o  respectivo  dele- 
gado de  policia  para  a  c<iptura  e  punição  dos  criminosos,  leyan- 
do  comsigo  as  praças  de  policia  que  julgasse  necessárias. 

O  chefe  de  policia  seguiu  no  dia  4  de  maio  o  regressou  ali, 
mas  foram  incompletos  os  resultados  de  suas  indagações. 

Occorrendo,  porc^m,  ter  aquella  mesma  autoridade  trans- 
mittido  ao  1  residente  da  província  com  o  oíficio  n.  516,  de  17 
do  mesmo  mez,  copia  do  que  lho  dirigira  o  delegado  de  policia 
de  S.  Leopoldo  Lúcio  Schneider,  em  officio  n.  296,  de  16,  e  parte 
do  inspector  José  Hueno  Netto.  de  15  do  junho,  1**  districto* 
quarteirão  n.  2'^,  dos  quaos  constava  que  naquelle  município 
acabava  de  se  dar  o  assassinato  da  mulher  o  cinco  filhos  de 
Martim  Kassel,  cuja  casa  fora  ao  mesmo  tempo  incendiada,  se- 
gundo a  voz  publica  pelos  sectários  de  Maurer,  por  ter  Kassel 
abandonado-os  e  procurado  de  novo  a  communidade  evangélica, 
e  parecendo  provável  que  este  attentado  se  prendesse  a  outros 
factos  de  igual  gravidade  alli  occorridos,  julgou  conveniente  o 
presidente  que  se  tomassem  enérgicas  e  promptas  providencias 
para  o  restabelecimento  da  oi^dem  publica  e  tranquilUdade  dos 
habitantes  daquelle  município  e,  por  isso,  determinou  ao  chefe 
de  policia  no  dia  18  do  mez  do  junho,  em  ofiãcio  n.  1601,  que 
sem  demora  se  transportasse  áquelle  município  e  procedesse  ás 
diligencias  necessárias  para  o  nm  indicado. 

Para  que  aquella  autoridade  pudesse  bem  desempenhar  a 
referida  oommissão  foi  acompanhada  por  10  praças  de  oavalla- 
ria  da  foi*ça  policial,  determinado  |k4o  Presidente  ao  coraman- 
dante  geral  da  força  coix>nel  José  António  da  Silva  Lopes,  em 
oíficio  n.  160:^,  força  que  seguiu  no  dia  19,  ás  9  horas  do  dia  ; 
e  por  outra  de  oO  praças  do  12»  batalh.ão  do  infantaria,  requisi- 
tada por  oillcio  n.  1603  do  mesmo  Pi*esidente  ao  commandanto 
das  armas,  no  qual  mandava  que  as  fizesse  seguir  a  20,  ás  7 
horas  da  manhã.  (Ofiicio  n.  16:^,  de  '^  de  junho  de  1874,  do 
presidente  ao  Ministro  da  Justiça.) 

hra,  de  facto,  Martim  Kassel  morador  daquelle  termo,  dis- 
tante quiitro  le;Lruas,  perto  da  divisa  do  6**  districto.  Ello  fazia 
parto,  como  adepto,  do  Manrer.  H  ivia  pouoo  lompoque  se  tinha 
retirado  da  sociedade  o  procurado  de  novo  a  communidade 
evangélica  a  que  pertoncia.  motivo  i>or  que  na  noite  do  14  cer- 
caram a  sua  casa .  A  visita  daquelle  cerco  elle  pediu  providen- 
cias e  foi  portador  da  pano  do  luspeotor  do  respectivo  quartei- 
rão, 22,  l*»  districto,  José  Bueuo  Netto. 


08   MUKERS 


•  105 


Em  c&miuho  âCQu  de  pous^>,  na  noito  do  15,  ern  cusa  de  um 
sou  cunhado  da  nume  Jo^é  Biclj  * 

Nu  manha  seguiu t3  soube  que  naquella  noitú  linlia  havido 
para  os  ladoa  de  sua  ca>a  i^  a  10  tiros  coosecutivos  o  om  Soguida 
se  soube  que  a  casa  do  mesmo  Mai*iim  Kassol  tinh;i  8Ído 
quoimada. 

Acudindo  eilo  o  muitos  visinhosso  cortiftcaraiii  da  voFdado, 
tendo  sido  qufjimada  a  casa  com  a  mulher  o  emeo  íMUoh  de 
KaáseU  dons  maiorus  <Jo  14  aanos  e  outros  dous  menortis,  que  so 
suppunha  todos  ínortet  porquo  nenhum  tinha  sido  ODContraOo, 
achando- s€,  polo  cotitrario,  debaixo  das  ruioiís  o  ctQzaa  da  casa, 
restos  do  corpoá  liurai^nos. 

O  povo  ÍL'oa  alarmadí)  por  aquelle  tào  hoiTivel  quão  bár- 
baro aeonteciraentb.  Si  não  nouvesse  oocrgicíiâ  medidas  aquelles 
;í raves  a t tentados  iriam  progredindo  de  dia  a  dia,  trazendo  a 
exterminação  das  pessoas  pacificas  o  laboriosas  do  termo.  Era 
iodispensavel  uma  loira  respeitável,  (OftlcJo  de  1(>  do  .jtmho  de 
IS74,  do  delegado  Luiz  Schneidcr  ao  chefe  de  policia  Abílio  Al- 
vare^i  Martins  e  Castro.) 

Achava-sei  pois,  em  S.  Leopoldo  o  chifre  de  policia,  para 
onde  tinba  seguido  t^om  50  praças  de  Hnba  e  iam  ser  vomúã-da 
outms  tantas  da  (iuarda  NaciouaU  puis  coustavii  querosistiriam 
os  adeptas  de  Mauit^r.  (Carla  oílicial  de  João  Pedro  Carva- 
lho de  Moraes  ao  conselheiro  Manoel  António  Duarte  de  Aze- 
vedo, de  23  de  junho  de  1874)* 


No  dia  21»  áfl  4  horas  da  tArde,  seguiram  para  aquoUa  ci- 
dade, S»  Leopoldo,  mil  is  20  praças  du  i:í"  batalhão  de  inlanta- 
rla,  com  mandadas  por  um  capitão,  que  o  cheíe  de  polícia  soli* 
citou  em  otlcio  da  mesma  data. 

■  O  presidente  autorisou,  por  telegrarama  de  21,  a  mesma 
autoridade  a  requisitar  directamonle  ao  uiajor  commandante 
da  4**  secr&o  do  batalhão  da  Guarda  Xacionat  daquoUa  cidade, 
as  praças  que,  porventura,  ainda  julgasse  precisas  para  conse- 
guir o  bom  êxito  da  commissao  em  que  m  achava, 

Aquellô  commandante  o  presidente  oíJIciou  em  âl,  n»  I6â9, 
participando  esta  auiorisação. 

No  mt^smo  dia,  2),  au  escurccej\  <^ho;/ou  de  S.  Leopoldo,  no 
trem  da  h^strada  de  Ferro.  preí?o,  o  rro  Carlos  Einsieldt.  (Offlcia 
a.  524,  do  delegiido  do  policiada  capital  ao  presidente  da  Pro- 
vmeia,) 

Nú  acto  de  desembirque  do  trem  do  preso,  Juotiram-se 
mais  de  4(>f>  pessoas,  quaai  todas  d<;  nacionalidade  allemã,  dando 
vivas  Èl  justiça  brasileira,  ao  presidente  da  província  e  ao  Dr. 
chefe  de  policia»  e  proferindo  depois  gritos  de  ^  morra  o  assas- 
sino »,  mas  que  felizmente  se  eontiverani  cem  algumas  admoes- 
tações que  lhes  toz  o  delegado  Feliciano  i jaquim  de  Borbann, 
sendo  logo  o  dito  reu  recolhido  á  prisão.  (Offlcio  n.  irj38,  de  23 
de  junho  de  iíí74,  do  presidente  do  Rio  i.iraude  do  ííul  João  Pedro 
Carvalho  de  Moraes  ao  Ministro  da  Justiça.) 


-406  RBVI8TA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

Ainda  no  dia  21  cheg:Jiram  as  praQ&3  do  12^  batalhão  a  São 
Leopoldo. 

Em  oflíicio  do  23,  o  chefe  da  policia  iaterioo  pedia  ao  presí- 
deote  *Á)  clavinas,  i^^ual  dumoro  de  o:spada9o  nõoesdaria  muDi- 
çáo ;  commuiúcàva  a  prísã'»  do  Carlos  l-^msfultd  o  participava 
contar  prendera  urn  ódtro  indiciado  Jorge  Itobiason. 

íi  prcaidcQtG  em  ollcio  da  mos ra:i  data,  n.  IG19,  autorisa%a 
o  major  Júlio  Anacleto  Falfilo  da  Frota,  director  do  Arsenal  de 
Guerra,  a  mandar  psira  S.  Leopoldo,  4  disposição  do  Iir,  chefo 
depolicia,  50  clavinas  Menier  com  os  competentes  cartnchaiues, 
50  espadas  com  liainlias  o  boldrié:?,  arraíimentoà  quo  devnriarn 
ser  fuitregiies  naqueilo  dia,  na  estação  da  Companhia  d**  Ferro, 
afim  de  seguirem  o  seu  doâtino  na  manhã  iiumediata,  24,  nu 
wngon  da$  8  horas. 

O  director  kU  Arsenal  de  rtuerra,  por  offlcio  n.  2Z2,  dí^clarou 
em  .Xisposta  qiM  (Izera»  cmn  íirgonci;!,  ci!tre/?ar  ua  esticão  da 
K.  de  Vt.vro  para  seguir  para  S.  Lo«ipoldo,  u  21,  ;l  diápo:iii;do  do 
rhefe  de  puliciíi,  u  armaiiienlo  requisituito. 

Aoelmfe  de  pulicia,  irm  oí1íl'í<»  n,  h.íi,  o  pre?ttdente  partit*]* 
poii  ter  expedido  ordens  para  que  fusse  reiíiottido  uaquellc  dia  u 
armamento  e  c;vrtucham<i  qnt^  pedira. 


Durante  a  noite  do  2i\  de  jurilm  foram  incoodiadiís  l*í  '  ;í    . 
c  a.ssastíinadoá  os  seua  moradoroi,  pelo  «lue   soliL-itiJU   por  - 
gramma  o  Dr.  cbele  de  policia  a   raaiur  força  pnasivul   e  «li 
pevíis  de  artílharJri,  não  sú  para  so  poder  perse^^^uir  cora  enr 
cclHcacia  a  quadrilha  de  Maurer,  cuja  casa  estava  íbr ti tíc 
como  também  para  fazer  a  policia  da  cidade  e  reanimar  a< 
o  povo,  ater rorisado  por  tao  insólitas  atrocidudes  o  desmo:  tj 
nado  por  yt  íahir  toda  a  força  que  alli  se  achava  e  que  a  mvs- 
m\  autoridade  so  via  forçada  a  eipedir  p:irA  o  interior.  (Tele- 
grama do  Dr,  chefe  do  policia»  de  20,  ao  pi^e.ddente  da  Pro- 
víncia.) 

Em  consequência  da  continuação  dos  factos  reprovados  do 
S*  Leopoldo,  fez  o  presidente  marchar  no  mesmo  dia,  ás  4  horas 
da  tardn,  em  um  trem  oxlraonlinario,  que  requisitara  ao  cUefo 
do  trafeíío  da  K,  P.  de  Perto  Alegi'e  a  Nova  Hamburgo,  *Ji 
praças  do  it"  batilliào  com  lo  oiiioiae^»  força  i^quisitada  no 
commandante  dasar-masem  oillcio  n.  1657,  o  mais  |-i  praçAs 
e  l  ollieiat  de  peliria,  *J  praviís  de  artilharia  c^m  2  ulllcitios  o  a 
eompelenttí  ^luirnivao,  ia  lo  toda  a  lorça  convenienLemuete 
armada  e  municiada,  -job  o  oommaodo  do  coronel  ueuuina 
Olympio  de  Sampaio. 

Naquolle  raoí^mo  dia  foi  por  ordem  presidencial  detarmina- 
do,  olllcion.  1805,  ao  inspector  da  Thesouraria  da  Fazenda^ 
Leopoldino  Joaquim  do  Freitas,  que  se  entregasse  ao  quarlol 
mestre  do  il'  batalhão  um  conto  de  réis  para  occorrep  ás 
despezas  com  o  foruect  meu  iodo  etapatf,  v.íuíú  a  foi*;.v  quu  lonUa 
seguido,  como  a  que  b&gau. 


os  MUKERS 


407 


O  director  geral  dos  Negócios  da  Fazenda  Provincial,  Dr, 
João  CapristraEo  de  Miranda  o  Castro,  recebeu  da    Presidência 

Súf  offlcio  D*   1650,  ordem  para  ijue  fosse  entregue  ao  alferes 
a  força  policial  Marciano  de  Almeida  ile  Oliveira  a  quantia  de 
300$  para  a  despeza  eitraordinaria  que  havja  do  fazer. 

Ao  director  do  Laboratório  Pyrotecliuico  capitão  Firnaino 
Herculano  do  Moraes  mandou  o  presidente,  ofllcio  n,  1806,  que 
foásera  íiibr içados,  com  brevidade»  2Ú0 . 000  cartuclioa  emliaiadofl 
de  14,tíG  para  supprimento  do  Araenal  de  Guerra. 

O  presidente  da  província,  á,  vista  da  gravidade  da  situação, 
resolveu  partir  no  meamo  dia  para  S.  Leopoldo,  aâm  de  m  en- 
tender com  o  chefe  de  policia^  o  que  fez,  tendo  regressado  no 
dia  27»  as  2  horas  da  tarde. 

Em  S.  Leopoldo»  o  presidente  da  Província,  por  proposta 
do  87  dô  junho  do  chefe  de  Policia,  exonerou,  a  bem  do  serviço 
pu!>lico  da  subdelegado  do  1«  distrioto  Francisco  Keuse,  sendo 
nomeado  o  l"  supplento  Antonino  Gunther  Mesngfleisch  ^mra 
aquelle  cargo, 

Naquelie  mesmo  dia  foram  remettidaa  mais  duas  peças  do 
montanha,  que  feiram  requisitadas  por  lelegramma  do  presi- 
dente ao  commandante  das  arraas, 

Aquetla  presidência  expediu  ordem  ao  marechal  superior 
da  guarda  nacional  da  capital,  S.Leopoldo  e  Camaquam,  para 
chamar  ao  serviço  de  100  a  130  praças  dos  corpos  de  cavallaria 
da  ííuarda  nacional  do  serviço  acUvo  ns,  It  o  13,  fazeodo-o.^ 
marchar  á  projxorçàu  que  se  íoasom  reunindo  em  nu  moro  do  25, 
por  str  insufllcíente  ii  cavallaria  existente  em  S«  Leopoldo,  qm 
se  reduzia  a  43  praças  da  mesma  guftrda  naciaaal  daquelle  mu-* 
nicipio  (õMcio  de  2S  de  Junho,  o.  1661,  da  presidência  ao  Mi^ 
nistro  da  Justiça ») 

A  27  recebera  o  delegado  L,  A.  Feijó  Júnior»  deS-  João  do 
Monto  Negro,  participação  que  uaquelles  dias  próximos  transi- 
tavam daquelle  districto  para  o  de  S.  Leopoldo,  e  vice- versa, 
homens  suspeitos  de  serem  adeptos  de  Maurer.  A's  9  horas  da 
noite,  do  dia  28,  teve  participação  qoe  haviam  transitado  alguns 
homens  vindos  daquelle  districto,  suspeitos  pela  pressa  com  que 
quizeram  passar,  por  nio  quererem  encarar  e  por  irem  muito 
armados,  a  ponto  do  trazerem  três  pistolas.  Julgava  aquella 
autoridade  que  havia  qualquer  cousa  e  notava  receio  de  parte 
da  população,  principalmente  da  de  o ri^^em  allemã.  Por  isso^ 
pedia  instruoçõod  para  poder  marchar  com  acerto,  e  requisitava 
ao  chefe  de  policia  oito  ou  dez  soldador  de  policia  e  alguns 
cavallos,    em   offlcio  do  28, 


Achava-se,  pois,  a  Incta  travada.  Os  adeptos  de  Maurer  em 
uma  sd  noite  tinham  incendiado  ti  casas.  Contavam-se  14  oasas 
ínceudiadriâ .  As  famílias  que  as  habitavam  foram  barbaramente 
assassinadas,  não  seudo  poupadas  nem  as  mulheres,  nem  as 
crianças. 


213Ô  -.  S7 


Tomo  Lx.Ttn.  p.  o. 


408 


HEVISTA  nn  rNSTITriTO  iustorico 


Tendo  partido  da  cipiUl,  a  26  do  juaho,  pela  Eatrada  do 
Foro  paraS,  Leopoldo,  ííheguu  As  5  }/2  da  tarde  âquella  ci- 
dade o  coronel  Jeauiao  Olympio  de  Sampaio,  com  9  ofllLMaia  o 
í)0  praças  do  batallino,  dons  ollici.tíjs  e  17  praças  do  artilliuria  « 
duas  loccua  dtí  ío^o  de  calibro  2.  NaquoHa  noito  acampou  o 
cormiol  naditacidado  o  no  dia  so^' um  te,  íls  11  horas,  ínarchi>u, 
deixando  :iú  praças  o  l  ufflcial  ás  onlen^  ilo  Dr,  chefo  da 
polifia. 

Depois  do  transpor  o  riu  foi  (fomot':ulo  pela  faltado  vulií- 
cuíos  para  a  coíidueçâo  do  tiiatoriaí.  o  qiiu  foz  com  qiio  .só  au 
anoitrM'er  aÍciin(;a.sso  a  casa  do  capiláo  Droyor,  no  Campo  Bom, 
ondn  pernoitou. 

Na  míinlia  dt<  '/8  continuou  o  coronol  a  inarcba  o  :U  ^í  horas 
da  tardo  so  reunio  á  forga  commaoilada  pelo  capitão  José  Joa- 
quim Alves,  mio  so  corapimlia  de  '!  olliciaes  o  45  praças  tam- 
bém do  batalhão,  e  mais  3  otliciaos  o  4U  praças  de  ciivallaria 
de  g  u  ardas  n  ac  i  on  a  03 . 

Ala  deiícançou  a  Jbrça  duas  horas,  oraq  íanto  o  coronel 
colhia  iorormacõesdoB  vaqiieanos,  que  íq  aprasontaram,  acerci 
da  posição  occupada  pelos  m-etarios  do  Mayr<*r. 

Tevo,  íMita<:»,  uotMíia  o  corufiol  do  um  cainp«stro  que  ficava 
ftntio  graúdo  oxteii.-^ão  da  picada  qui^  tinham  do  pôrcorrer, 
aiguiiiaili^í.ancia  :>.rjí»o!s  lia  casa  de  Maorer,  ponto  do  n^uniao  <Io 
lodosos  rovoltosuí?.  ideado  logo  suppoz  o  ooroiiol  a  vaoLa^em 
dooccupar  iiquollo  ío^*ar  qiio  o  approximava  do  ponto  de  oLtje- 
etivot  ratnlítanilu  o  litaiim?  n;t  miulruj^^Lida  do  dia  »eguJHto,  além 
da  conveniência  do  atravessar  a  maior  parto  da  picada  tiara  sor 
hostilizado  porque  não  tinha  sido  pri?3cntido.  Aqiiellas  com- 
inunicai^oes  recol)idas  de  homeos  reputados  práticos  o  idóneos 
pelos  próprios  habitantes  paciíicosí;  resolveram  o  coronel  a 
seguir  ás  5  heras  da  tarde,  sendo  protegiilo  pelo  luar  esplendido 
daqoella  noito  o,  conforme  as  informações  chegaram  as  forças 
sem  etístaculos,  dopais  do  percorrerem  quasi  meia  légua  do 
pica-la,  ao  referido  campestre  que   tencionavam  occupar. 

Alli,  porém,  foram  as  forças  recebidas  por  uma  descarga 
de  fuzilaria  que  parUu  do  matto,  avístando-je  logo  a  casa  do 
Maurer  muito  próximo.  Foz  oi?oronoU  immed latamente,  avançar 
toda  a  lorça  do  que  dispunha  e  í-olloc^tr  as  duas  boccas  de 
fo*fo  que  principiaram  a  atirar  sobre  a  casa  o,  juatamento, 
al^HiuB  ío^^uottííí  incondiario,s. 

A  infantaria  sustentou,  entrio,  por  cspaçí)  do  ti*es  horas  um 
vivo  tiroteio,  que  foi  i^^ualraeote  ro!*pondido  peio  inimigo 
emborcado.  Uma  das  boecas  de  fogo  fui  desmontada  pela 
jnsuíãcieucia  do  reparo,  o  logo  depois  foi  encravada  a  se- 
gunda. 

A  forç:i  de  cavallaria  flcou  situada  protegendo  o  flanco 
esquerdo  e  do  retirada,  único  por  onde  deiíou  a  força  de  receber 
fogo  d  1 1  r  an  te  a  refrega .  Fa  1 1  ii  d  do  j  á  a  m  u  n  it.uo  úg  i  n  fan  tar  ia  e 
tendo  inutílisado  as  peças,  ordenou  o  coronel  a  retirada,  que  se 
eflectuou  em  ordem,  oâu  obstante  o  inimigo  os  perseguir  du- 
rante treb  quartos  de  hora  na  pKMrla . 


os   MUKERS  409 

A's  10  horas  da  noite  chegou  a  força  á  casa  de  Pedro  Ser- 
rano, onde  acampou,  fozendo  recolher  os  feridos  que  foram, 
durante  a  noite,  des veladamente  tratados  pelo  Dr.  Raymundo 
Caetano  da  Cunha,  que  fora  acompanhando  a  ambulância. 

A*s  9  horas  da  manhã  rotirou-se  o  coronel  para  o  acam- 
pamento do  Campo  Bom,  não  só  para  evitar  que  o  inimigo 
presenciasse  os  movimentos,  como  por  offerccor  mais  facilidade 
de  communioaQão  com  o  commanJanf.e  das  arma^  o  mais  auto- 
ridades, oraquanto  prepirava-se do  necessário. 

Lamontava-se  a  perda  de  tros  oíllciaes  o  .'{2  praças  feridas 
e  quatro  praças  mortas. 

Constava  terem  os  mauristas  grande  numero  de  feridos  e 
soffrido  a  perda  do  outros  que  morreram  no  combate. 

Recommendava  o  coronel  Genuíno  á  consideração  do  com- 
mandante  das  armas,  como  dignos  de  louvor  os  olliciaes,  praças 
e  paisanos:  Dr.  Raymundo  Caetano  da  Cunha,  que  assistindo 
ao  fogo  oom  toda  a  calma  se  tornou  digno  de  elogio  pela  cora- 
gem com  que  se  portou  e  dedicação  em  soccorrer  ;ios  que 
cabiam  feridos  c  o  alferes  ajudante  João  César  Sampaio  que, 
a  seu  pedido,  viera  de  Porto  Alegro,  muito  coadjuvou  pela 
promptidão  com  que  cxei^utava  as  ordens  do  coronel,  e  pela 
bravura  e  coragem  com  que  as  transmittia  no  mais  renhido 
da  acção. 

O  major  graduado  Rafael  Fernandes  Lima  e  capitão  Joáô 
.loaqoira  Alves  portaram-so  com  bravura  ató  receberem  os  fe- 
rimentos que  os  fizeram  retirar.  O  capitão  Silvério  José  da 
Cruz,  calmo  e  valente,  assistindo  ató  o  iim,  prestou  importantes 
serviços,  sendo  encarregado  do  remover  a  artilharia  inutilizada 
e  proteger  a  retirada,  o  que  executou  de  uma  maneira  heróica, 
digna  dos  maiores  encómios  pelo  valor  com  que  disputou  ao 
inimigo  a  execução  daquelle  diíllcil  trabalho,  no  qual  foi  coadju- 
vado heroicamente  polo  valente  alferes  Francisco  Duarte  Vianna; 
o  capitão  de  artilharia  Nicolúo  Ignacio  Carneiro  da  Fontoura, 
ferido  gravemente,  dcsenvolvou-se  com  admirável  coragem  e 
sangue  frio  ;  o  capitão  da  guarda  nacional  António  .losó  da 
Silveira  e  os  odiciaes  da  força  de  cavallaria  que  comman- 
dava  cumpriram  as  ordens  que  lhes  foram  dadas  ;  os  tenentes 
Tertuliano  de  Campos  Duarte,  do  1<*  regimento  de  artilharia  a 
cavallo,  e  Frederico  César  Vianna,  do  4<»  batalhão  de  infantaria ; 
os  alferes  Paulino  Júlio  de  Moraes  Carneiro,  Francisco  de 
Paula  Andrade,  Fobronio  de  Brito  e  Estevam  de  Souza  Franco, 
do  3**  regimento  do  cavallaria,  portaram-se  dignamente  du- 
rante o  fogo  mortífero  de  fuzilaria  ;  assim  também  os  2°"  cade- 
tes Alfredo  Alberto  de  Alencastro  e  António  Monteiro  de  Albu- 
querque, todas  as  praças  do  batalhão  cumpriram  o  seu  dever, 
portando-se  com  coragem  ;  igualmente  os  operários  militares 
que  formavam  a  guarnição  da  artilharia  e  as  praças  da  guarda 
nacional  que  souteram  o  legar  que  lhes  foi  contlado  ;  os  pai- 
sanos Frederico  Bier  Sobrinho,  Lucas  Franco  Martins  e  Pedro 
Serrano  assistiram  ao  fogo  e  atiraram  sobre  o  inimigo,  de- 
monstrando  boa  vontade. 


410  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Os  dous  primeiros  coutinuaram  do  acampamento  prestando 
serviços  com  muita  dedicação,  o  ultimo  foi  um  dos  vaqueanos 
que  na  informação  que  deu  sobre  a  casa  de  Maurer  não  foi  bem 
exacta,  porém  estava  o  coronel  convencido  de  que  elle  o  não 
fizera  de  propósito  e  antes  pela  falta  de  conhecimentos  precisos 
e  levado  pelo  desejo  de  se  prestar. 

(Relatório  apresentado  ao  commandante  das  armas  Barão 
do  S.  Borja  pelo  coronel  Genuíno  Olympio  de  Sami)aio  em  3  de 
julho  de  1874,  om  Campo  Bom.) 


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REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


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O  major  graduado  do  li^  hatalbâo  do  infantaria  Raphael 
Fernandes  Uma  (^  o  capitão  do  1<*  regimento  de  artiiliaria  a 
cavallo  Ignacio  Carneiro  da  Fontoura  so  recolheram  ás  capas  de 
suas  familias  paru  se  tratarem  (oíTlcio  n.  1970,  do  oommandante 
das  armas.  Rarão  de  S.  liorja,  n.areclial  do  campo,  cm  30  de 
junho  de  1874,  ao  presidente  da  provincia). 

Foram  recolhidos  X  cdfermaria  militar  os  oíliciaes  o  praças 
feridas  com  armas  de  (b^o.  <-ís  II    horas  da  noite   do  dia  :i9.  C) 


Ç)  o  oriicio  <lo  30  de  jnnho.  n.  r>37,  do  deli^pado  do  policia  da 
Cíipitíil,  Feliciano  Joaquim  Horinann,  ao  pre^^idriilo,  dava  como  tendo 
sido  n-('olhida>  38  praijas.  Também  participava  ter  sido  pro>o  um 
panlo,  escravo  do  uma  viuva,  moradora  na  Barra,  por  ter  lançado 
uma  bomba   inflammavel  em  uma  casa. 


os  MURT^nS 


41S 


o  presidi  li  j  to  ila  Provincia  «Himnmaicoa  us  iiltinicia  aeonte- 
cimontoa  ao  Ministro  da  Justiça  em  olilcio  de  4  d&  Julho  de  1h74, 
11.   190L 


Na  dia  20  chegou  â  capital  o  cliefe  do  policia. 

Fora  ás  7  horas  da  noite  requisitar  mais  tr<>pa  de  linha  a 
vista  da  resistência  opposta  pelos  Mauriítas  fi  força  do  eoroneL 
líonuino. 

líríi  possível  que  03  ^utatiua  —  com  sua,  audácia  —ata- 
cassem S.  Lopo  Ido,  á  via  ta  do  que  mandou  o  prés  ide  oto  que 
partisse  .^  força  do  linha  que  exiatia.  A  policia  o  a  guamiçê^o 
da  capital  tia  liam  do  ser  confiadas  á  guarda  nacional.  Foi  deter* 
minada  a  vinda  da  tropa  de  llnba  do  Rio  Grande,  Polotas  e  im^ 
periaes  mapínheiroa.  (Carta  do  â9  de  junho,  do  Presidente  aa 
Conselheiro  Duarte  de  Azevodo.) 

Nesto  mesmo  dia  20  expediu  o  presidente  da  Província  a  a 
seguintes  determinações  : 

Ao  commandaBte  da  força  naval,  por  telogramma,  que 
para  accelerar  a  vinda  das  praças  do  3'  hatathão,  em  goarDiçâo 
no  Rio  Ora  ode  e  Pelotas .  e  im  periaes  marinhei  ros»  fizesse  om- 
barcai-os  no  <  Guah y  ba  >»  ruantlando  a  Jaguarão  o  vapor 
«  Apa  »,  para  condazir  o  conUo gente,  que  d'ali  devia  vir. 

Ao  commandiíotrí  superior  da  guarda  nacional  dos  raiini- 
cipios  da  capital,  S.  Leopoldo  e  S.  João  Baptista  do  Camaquan» 
que,  com  urgência,  chamasse  a  serviço  de  destacamento  a 
guarda  naeíon&l  da  capital,  S.  Leopoldo,  Aldeia  Viamão,  e 
Belém. 

A  guarda  nacional  da  capital  seria  destinada  á  guarnit,^ao 
o  policia  da  mesma,  e  a  de  outros  pontos  dever t:b  seguir  para 
S.  Leopoldo*  aâm  de  auxiliar  a  força  de  linha  quo  lá  estava 
operando. 

Ao  chefo  de  policia»  i>or  telogramma,  participou  qu'i  se- 
guiriam a  30,  duas  peças  de  montanha  com  100  tiroif,  500  arma- 
mentos de  cavallaria,  inclusive  clavinas  o  3uu  armamentos  do 
infantaria* 

Ao  superi  tendente  da  E.  F.  de  Porto  Alegre  a  Nova  Ham- 
burgo determinou  qun  providenciasse,  a ílm  de  que  ás  4  1/2  horas 
da  tareie  estivesse  prompto  o  trem  quo  iiavia  de  conduzir  a  Sâo 
Leopoldo  a  força  d<í  linha  que  seguia  com  o  chefo  do  policia. 

A  esta  autoridade  eommuDicou  que  o  marechal  comuian- 
danto  das  armus  participara  que  se  achavam  promptos  para 
acompanhai- Q  dous  offleiaea,  um  corneta  e  raiús  30  praças,  bem 
como,  realizando,  naquelle  dia,  os  meios  de  serem  rendidas  as 
praças  da  gu.irda  da  cadeia,  seguiria,  a  30,  o  re.^to  do  batalhão p 
Recommendava  ao  chefe  de  policia  quo   expedisse  telegramma 

fiara  os  offleiaes  e  praças  que  houvessem  sido  feridas,  fossem» 
ogo  depois  dos  primeiros  curativos,  remettidos  para  a  capital 
pela  E*  de  Forro,  providenciando  sobre  os  meios  de  locomoçãOt 
para  sei-em  conduEldoa  im mediatamente  da  estação  para  a  enfer* 
mar  ia  militar. 


416 


RKvisTA  00  ucurrirro  msroRico 


Aò  ètrii>  da  H.  Borji*  oomnmndaaie  dia  «nui»  dotAr* 
intnau  q«e.  pur  Ur  A^MBetto  o  ofTerpétniciitij  do  barâo  de  Oilijr  n 
ter  ebama/io  a  retinif  os  yoluutirioâ,  <|U6  iam  render  a  força  4e 
llnbn  qois  fru^rdava  a  cadèa*  ierrÍMe  expedir  as  soas  íHFéoom 
para  qm  to<la  a  força  de  linha  cu  disponibilidade,  na  ddidet 
matún»  á$  A  ]/Z  i^ra  s.  Lr^poldo. 

Ao  delegido  do  esipltio  «to  fiorto  autorizando  a  freiar  om 
yapor  dci  poqartno  ratado,  qiio  mguimè  tmmed latamente  com 
urna  lancha  a  reN^^iuo  fjara  S.  I^^oopoldo,  âcando  ili  :U  ordens 
do  rhfífo   iJo   pui  leia. 

Ao  fíírfWítor  do  Araenal  áa  Guerra  rníin^laodo  appompUr 
o  riUTiííttíír  p;ira  arjriollíi  rfdado  [.0<K*  armamentos  do  cavallarta 
8  M'K)  d  15  hl  fintaria  (í  i^ntriígar  a  João  Daniel  CoUin,  subdolegado 
do  5'  diHtricto  d(3  8.  Leopoldo.  IcO  carabina».  IQ()  cinturões 
e  pritrfmas,    Hi   houresao,   o  6,uD0  tiros. 

Psiãêmi  no  mofmo  dia  os  seguintes  telegrammas  : 

Aí)  cliofo  do  divi.iio  commandante  da  força  naval  detor- 
nilriitndr?  qitft  fo^j^cni  lo^o  romettidoi  para  a  capital  m  coii- 
Unuftutfíti  ún  Hnlia  t[Ui*  faziam  a  guai-nição  do  Pelotas,  Rio 
Ora  ri  dl  ^  ii  NorU%  pjira  o  f^ue  seria  posto  á  disposição  o  vapor 
«  Apa »,  fazendo  emliarcfir  as  praças  d^  imperiaes  marlntioiros 
i\nn  loRtie  i:K>!ij!iivel   di.4pen^iar. 

Ao  commamianto  superior  da  guarda  nacional  do  Rio 
r}mnr!o  n  Pah4a:«i  rmítiiniu^^ndaDdoa  prompia  exocuçao  da  ordem 
(^xfiedlda  iiiif|uel[t^  dia  ]tai*a  a  subi^tittiiçâo  da  força  do  Huba  pola 
da  guarda  naolonul,  d<i  inotlíí  que  pydosge  vir  pelo  €  Gualiyba  », 
f[iiif   df^ia   partir   para  a   oapiíat. 

Ao  curofioi  pommandante  da  í^^uarda  nacional  do  Rio 
Orande  o  lMlota«,  dotíirminaiido  q«e  ctinipria  qnn  chara.xsae 
a  í^n^irda  iiaf^ional  a  sorviço  de  dfstucamento»  para  suUstituir 
M  ft>rça  iU\  linha  íhu  guarnli;ao  naí|nell;i  cidaio  o  Norte,  visln 
liH-  ella  dív  mtirc^liar  para  a  t^&fdtal  pari  duli  partir  para  São 
t  «nu  pold  o. 

Ao  m>u) mandante  an perto r  da  ^'tiarda  nacional  de  .la^uarão 
ilidormlthíN  que  ex|w\liíííío  ordem  para  que,  com  ur^íi^nGía,  ro- 
íiniMsr  íi  r^xa  da  iiif^tna  guarda  que,  pelo  eoinínandanie  da- 
miHl.i.  A'oniiiira,  lho  fosse  rít<jiiiflilada»  para  sulístituir  a  força 
*lé   liiilin   que  tiavia  de   pariír  para  a  capital. 


(U  Qtfoatofl  em  S.  Loopoldo  continuavam  com  o  oaraoter 
a!4:<iijitado?  para  a  ptiputaçãu,  quo,  do  todos  os  pontoa,  pedia 
auillio  de  força  e  armamento»  que  deixaram  de  sor  Ratisfollos 
por  não  (HMlor  a  autoridade  oompeteoto  dispor  de  maàa  fbrca 
o  a  matnrritu. 

\*%^HH  dl'  ter  o  ooronel  Oonuino  acampado  noramente.  a 
iK^i  •m  OamiM  iloos.  lr«i  léguas  msls  ou  menos  dislaote  de  São 
LtapoMO)  aaod<Hi  balw  %m  omi  eaas,  om  que  ocmstava  baTor 
^ãgéíÊê  ém  aoatiirades.  com  IhiUs  faram  eneontridiia  éoits 
liiMPsetis  a  duas  iuulbort\^,  que  oppoteram  tio  !brle  fiiísi«iela 


os  MUICBRS 


4!7 


qae  oTjrigaram  a  eacolta  ropelíír  com  valieraoncia,  oonseofuindo 
prendel-us,  tetidu  sido  aómeuto  lèridooom  um  bngode  ohubo  uma 
praça  oa  um  cadetn.  Nada  eonslíiva   oflflcialraento. 

Foram  conduzidos  oa  prosos  p-^lo  trom  da  tarde  com  os  quo 
}ti  so  acbavam  presos, 

A  casa  da  viuva  Bonder  fora  atacada  polus  maurititas,  a 
26.  em  S,  Josõ  do  Ilortaneio,  ficando  a  mesma  aonhora  gra\6- 
mfintô  fi3iída  e  à  morte,  ^seapaEdo  um  flllio  e  filtiri.  por  topi>m 
acudido  oa  vizíuboa  e  não  terem  acnrtodo  os  tiros, 

Conatava  que  na  picada  dos  €  Dous  írmãuj^  »  tinham  appa- 
recido  quatro  Ma  uri  3  tas  e  que  lo  rara  batidos  peloíí  tãdadaos  quo 
ali  st^  achavam  muni  d  os,  rosuitantlo  a  morto  de  nrn  do  cada  l  mIo» 
constando  ser  um  dos  sadorados  pnretitio  do  chefo  .íoàu  Jorgo 
Matirer*  (  Carta  do  chefe  do  polícia  ao  proaidente,  do  29.) 


Do  f^cto,  estava  a  cidade  de  S.  Leopoldo  desí^ílcada  do  força. 
Apenas  18  praça»  de  Hnha  tinham  flctido  para  garantir  aquolla 
cidailo  o  fazor  a  guarda  da  cadéa»  ondo  se  achavam  os  prosoa 
quij  tinliam  cliegado.  O  resto  ila  força  que  fazia  parte  do  com- 
nianfJo  do  coronel  Genumo  aeguir.i  a  27.  O  resto  da  munição 
seguiu  acompanhada  do  tonento  Mai*oiano  e  de  12  praças  dô 
policia « 

»Si  a^ontí^cessé  ger  acommettido  qualquer  ponto  dos  arre- 
dores daqtielle  logar  não  tinfia  o  chf>fo  do  polici  i  como  mandar 
de  promplo  acudir,  uâu  diívendo  contar  com  os  cidadaoi  que  «n 
proãtassem  ao  serviço  de  ronda,  ng  quaí?í?,  apozar  do;^  seus 
bons  deítôjoa,  eram  paisanos»  o  nelíes  não  so  devia  tor  plena 
confiança.  Por  isso  e  sondo  certo  que  do  lia  talhão  12-^  aímla 
havia  na  capital  100  praças,  Bolicitou  o  chefe  do  policia  an 
presidonte  da  Província,  a  '^,  que  se  dignasse  expedir  orJeon 
para  que,  no  trem  dji  tarde,  seguissem  raai  3o  praças*  O 
tenente  Garcez,  que  ficara  cm  S.  Leopoldo,  reclamava  um  cor- 
neta, indispensável  para  o  serviço. 

Vimos  que  o  chefe  do  policia  fora  attcndido. 

Naquelle  mesmo  dia,  ^9,  o  barão  da  Graça,  por  tido- 
grammap  participou  ao  presidente  que,  de3de  as  .'í  horas  da 
tarde,  tomara  as  providencias  necessárias  para,  em  qualquer 
momento,  sor  dispenamla  a  guarnição  de  lluha  o  seguir  o  des- 
tino de  termina*!  o. 

No  dia  30  passou  o  prosidonte  telegrarama  ao  major  .losi' 
Luiz  térrea  da  Camará  papa  qtie,  na  ausência  do  eomm^indanto 
superior,  expedisse  ordons,  com  urgência»  para  ser  sulístiiuida 
—  pela  guarda  nacional  -  a  força  de  linha  que  devia  pnrtir 
p:Lra  a  capital,  O  armamento  seria  remottido  pelo  depoaito 
do  liio  Grande. 

Deu  ordem  ao  superintondente  da  E.  de  Ferro  para  dar 
pasfagem  ao  1*  cirurgífio  do  corpii  do  saúdo  do  exercito 
Dr.  ttaymundo  Caetatm  tia  Citnha  que  8Q  ia  reunir  k  força  do 
coronel   Ganuiuo* 


418 


niíVíSTA    1)0   INSTITUTO   JJISTORICO 


NaqucUo  dia  ebogoii  a  Porto  Alegre,  iis  7,30  da  Urdo,  a 
caiiIiOBGira  <  Hoorique  Martins»  e  a  lancha  a  vapor  «  Jiirit.r*. 
acudo  a  demora  devido  a  grandea  dillictildados  nas  voltas  do  rio, 
(  Telegramma  de  30,  do  Conrmandante  ao  presidente*) 

Ainrja  a  30,  o  chefe  de  policia  passou  ura  tGlegranima  ao 
proãidente,  no  qual  dizia  achar  convoniente  que  fosse  provi- 
denciado para  que,  com  toda  a  urguncía,  chegasse  a  S.  LcopuLdo 
poças  lie  alcance  e  toda  a  força  ãe  Unha  possível. 

Participava  que  o  coronel  Genuíno,  declarara  que  sem  5í)f> 
ou  iloo  homens  o  boa  artilharia  do  alcance  não  se  podia  tomar 
ã  casa  em  que   ost^vam   os  scolt^radoa. 

Em  resposta,  o  Preside  me  disse  que»  como  o  chofo  sabia» 
olle  dora  todas  as  providencias  para  augraentar  a  Torça  alli 
existente.  A  tropa  que  estava  oo  Rio  Grande  o  imperiaea 
marinheiros  chegar,  am  a  1  áe  julho  #  e  segueriam  im  medi  ta- 
mento.  A  artilharia  de  que  se  podia  diapór  ora  a  quo 
tinha  ido* 

Por  telegramma  de  3íl  participou  o  capitão  do  porto  Rodrigo 
António  de  Laraaro  que  ás  1 1  horas  partira  a  reboque  do  vapor 
Otífthf/hn  a  lancha  a  vapor  da  provi uc ia. 

famliem  por  telogramma  v  comraandante  da  forra  naval 
participou  torem  seguido  no  Gtmhf/òa  os  dous  contigentes  da 
1=^  linha  e  imperiaes  marinheiros, 

O  Ápa  ia  ao  Jaguarão  buscar  a  tropa,  que  se  destinava  á 
capital.  n.j  prevenção  requisitara  a  capitania  o  vapor  Jaguarão 
para  qualquer  emer^'encia,  visio  que  o  lerao  du  Siiceira  ainda 
nâo  eslava  prompto. 

rnmeçoii  no  mesmo  dia  30  o  serviço  das  patrulhas  no- 
cturnas» coníbrme  o  ofRcio  do  delegado  de  polícia  da  capital, 
de  1  do  julho,  Feliciano  Joaquim  do  Borbon. 

Est|uecia-nog  de  relatar  que  no  dia  2  J  de  junho  áa  2  horas 
e  29  niimif.oá  da  tardo  seguira  para  S,  LoopolJo  o  vapor  JtnHy 
com  a  sua  lancha,  para  tlcar  a!i  ordens  do  Dr .  chefe  do  policia 
interino  e  do  conimamlante  da  canhoneira  ff  enrique  Martws^ 
cuju  vapor  e  lancha  furam  fretados  pelo  dolega«lo  do  capitão 
do  porto  a  Frederico  Biar  Sobrinho  pela  quantia  de  M»0$  diários 
fornecendo  aquotla  delegacia  todo  o  carvão  que  foste  preciso 
gastar  dur.inte  o  tempo  que  se  empregasse  naqnella  com- 
miiflioo  dito  vapor,  até  regressar  ao  porto.  (Oti!ciode30  de 
junUo»  D.  gí>,   do  delegado  do  capitão  do  porto  ao  Presidente.) 

Accuaando  u  oítlcio  do  presidente  do  ií9  tio  junho»  em  que 
autoriz  iva  o  delegado  du  lermo  de  S.  João  do  Mont<i  Neirro, 
S*  A.  Kaijo  Júnior  a  reqnisitíir  do  commandante  do  corpo  da 
gUiirJa  na^^ional  djq\ielle  município  até  :>Q  prai^-ai  para  manter 
a  oiilem  e  a  trauquil lidado  publica  o  rec*?pção  do  30  clavinas, 
Oto.,  agradíiciaem  nume  dapopnla<,'ão  da  dita  villa.  Partici- 
pa\'a  Já  ter  reqiiísitítilo  a  for^a,  do  tonente-corooel  Apolinário 
Pereira  do  Moraes  o  este  dera  as  suas  ordens,  esperava  ver  a 
30  aquartelada    metade  <la  força. 

Pedia  al^nima.<i  pistolas  para  cavallaria,  alguns  cavailof  e 
forrairen^. 


os  MUKERS 


iid 


r 


Em  outro  oflicio  úix  mesma  O  a  ta  reiterava  o  peditlo  doi 
cavalloíí  o  participava  estarem  «abresaltados  os  t-oloDoa  de 
Marati,  qíu  Tirtude  ão  que  coaífireDciara  com  o  1"  juiz  de  paz 
,1.  F,  I*edro  Schneidor  para  operarem  os  movimentoa  quo 
tossem  indispensáveis. 

No  dia  §0  expediu  o  presidente  ao  Ministro  da  .Huliça  o 
soguiDte  telegramma  : 

«  Negócios  S.  Leopoldo  -rravissíinos,  14  casas  itirendiadaM, 
€  famílias  assa iisi nadas.  Ca^a  Maurer  ata^.wla  Ui>atem  por  k'n 
«  praças  do  lioba,  artilharia,  também  guardas  nucionaes,  po- 
«t  ficia,  Síesiâteiicia  tenaz,  loridos  Ires  oííioiuos,  80  praças. 
€  SeguG  resto  do  1'^'^  batalbào;  requisitei  infantaria  es»taoionada 

<  Rio  íirande,  Pelotas.  Jaguarão  o  iniporiaos  marinhoÍro>í* 
€  Guarda  nacionril  opt-rou  cora  Ibrça  linha»  policiará  reforida-! 
tf  cídmdcflT  nacionaes  e  eslrangetms  oireroeeranise  na  capital. 
€  Esiea  3UCC0SS08  o  bombardeiamento  Al  voar  exigiam  mais 
€  força  linha  na  provioeía.» 

No  dia  1  de  Julho  o  presidenio  dirigiu  outro  letegramma 
ao  Ministro  : 

«  Sectários  Maoi-^r  uâo  foram  atacados,  atacaram.  Sáo 
€  150  ora  posições  dirtícuisdo  tom?ir.  Convém  bater  já.  Poniem 
«  reunir  outros  malvados.    Artilharia  aqui    mú,    S,    tíabriol 

<  virá  maisdomorada  «^ue  Corte.  Requisito  qual ro  pras  mon- 
«  tanba,  guarnição,   ofítciaes,  :^ÍX>  congréves^  primeiro  vapor,* 

O  rroéidento  da  Provincía  por  officio  n,  1844,  do  l  do 
jiilbo,  declara  ao  barão  de  S,  Borja  ter  ficado  inteirado  do 
contendo  do  seu  oíficio  n.  1360  sobro  os  ferimentos  do  major 
ííraduado  do  12^  batalhão  Raphael  Fernandes  Lima  e  do  capitão 
do  1°  regimento  íle  artilharia  a  cavallo  Nicolào  lífnacio  Carneiro 
da  Fontoura,  recolhidos  ás  casas  de  suas  familías»  o  do  capitão 
José  Joaquim  Alves  e  praças  que  se  recollieram  á  enfermaria 
militar. 

O  major  .iuUo  Anacleto  Falcão  da  Frota,  director  do 
do  Arsenal  de  Guerra,  foi  autorizado  a  mandar  satisfazer  o 
pedido  de  barracas  para  offlciaes  e  praças  áo  12^  batalhão. 
(Ofílciode  Ido  julho,    n.  18^0.) 

Ao  suporinteDdcnttí  da  Estrada  do  Ferro  da  Capital  a 
8.  Leopoldo  autorizou^te  dar  passagem  no  trem  daquolle  dia, 
U  a  60  praças,  inclusive  officiaesdo  3*  batalbào,  um  guardião  e 
^  imperiaes  marinheiros. 

Ao  chefe  de  policia  foi  tran&mittido  um  ttiloi^ramma 
participando  quo  seguiram  6(í  praças  no  trejudas  4  horas  o  que 
doiíse  providenciai  precisas  para  regularizar  o  fornecimeuto  do 
rancho.  Seguiram  um  goaiNiião  c  VO  marinheiro».  Que  man- 
dasse um  machinista  e  foguiátíi  da  Henrique  MtrUtis  para 
levarom  a  lancha  quo  ta  substituir  a  Juritt/^ 

Ao  commando  das  armaa  declarou  o  presidente  que  tele- 
graphara  ao  commandanto  da  guarda  nacional  mandando 
retinira  força  precisa  para  substituir  a  d©  linha  que  tinha  de 
vir  de  Jaguarão  e  ao  commaDdanteda  fronteira  do  Rio  Graode 
mandando  fornecer  armameoto  para  80  praças  de  cavallaria  e 


■ 


420 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


infantaria  que  lho  fossem  apresentadas*  (Resposta  da  cópia  da 
te legmmm a  quo  o  presidente  dirigia  ao  coramandAnte  da  froa- 
leira  c  gu^iroiçâo  do  Jaguarão,  á  qual  acompanhou  o  offlcío 
n.    136L) 

No  mesmo  dia  I  foram  expôdidos  telogrammaa  á  presidência: 

Do  iimjor  João  Liiix  Carpèa  da  Caiu.ira,  do  Jaguaiú^j,  par- 
ticipando terem  sido  expedidas  ordens  neoessarins  para  o 
corrimandrinto  da  3'^  companhia  arul^  de  loraataria  para 
reunil-a  com  a  maior  br< jv idade  possivcL 

Do  cummandinte  âup&rior  da  gaarda  naciooaJ  do  municipro 
do  Rio  GranJe,  participando  qiio  a  t  irdada  30  se  reunira  para 
destacamento  aguarda  nacional  daquâlla  cidade.  Precisava  de 
prompto  r^o  fardiuiaentos  e  o  compõteote  armamento. 

Poi  at. tendido  na  parto  relativa  ao  armamento,  por  sor  di- 
rigida ao  commanilanttí  da  guarnição  e  frooteira  do  Rio 
Orando. 

Nij  dia  2  de  julho  devia  âcar  completo  o  dastaca monta 
do  30  prai^uis  do  guardas  uacíonaBS,  requisitadas  peio  dolo* 
gado  do  termo  de  8,  Joào  do  Monto  Negro,  L.  A.  Feijó 
Jun  ior, 

Aquclle  dele<:ado  pedirão  máximo  da  autorisação  dada 
pelo  proâidente  da  Proviítcia  por  julgaha  indispeaaaYel.  £ra 
possível  que  l¥)  praças  fossem  insulflciontes,  caso  appareoesa» 
Hú  Vi  dado   por  fora  lía  vi  lia. 

Contava  qne  havia  no  formo  alguns  individnos  que 
estavam  sentenciados  á  morte  pelos  sectários  de  Maurer, 
sendo  um  delles  um  FeMppe  de  ^al,  com  casa  de  negocio  na 
costa  da  fiorra»  pelo  que  havia  noticia  de  que  olle  e  al- 
guns   visinhos  a   ti^es  noitos  liavtam  ^tado  em  alarma. 

Constava  maia  que  o  I«  juiz  de  paz  daquelio  terma, 
Joào  Frederico  Sclmeíder,  receiava  ser  victima  d&o  êò  por 
ser  primo,  como  se  Julgava,  da  mulher  de  Maurer  e  ean* 
trario  á  seira  deste,  como  por  sor  elle  irmão  do  di>le^ado 
de  S,  tj^opoldo. 

Naqunllo  termo  foram  presos  no  dia  1  áe  julho  doas 
iodividuos  que  tiníiam  ido  do  município  de  S.  Leopoldo  <-4>m- 
prar  oito  arm.uj  e  quatro  pistolas,  e  que  se  tornaram  suspeitos. 
Pelo  mesmo  delegado  fora  ordonado  aos  passa  geiíos  do 
Pa^so  do  Monte  Negro,  que  distava  daquella  villa  cerea  de 
uma  logua,  o  em  virtude  de  repetida-s  reclaruaçòes,  que, 
até  segunda  ordem,  não  dessem  passagem  a  mais  ninguém. 
Dera  lo^ar  a  esta  ordem  o  tor  attluido  ao  dito  itBAso.  nus 
últimos  dias  de  junho,  nmitoa  transeuntes,  armados  e  apres- 
sados, sendo  que  antes  o  ntimei^o  delles  era  inferior. 

O  delegado,  á  vista  disso,  peáki  autorlsiic^o  ao  presl* 
dente  d:i  Província  para  requisitar  mais  for^a,  si  as  cir* 
inirnstacias  exi^nssem,  assim  como  reiterou  o  pedido  que  fl»€>- 
ra  de  cavallos,  visto  serem  elles  indispensáveis,  no  caso  4a 
haver  necesj^tdade  de  acudir  com  força  a  alguns  pontos  dis- 
tantes, bom  assim  de  espadas,  id^i^das  e  mais  armas  do  io^ 
fantaria  para  occorrer    és    necessidades  que   podiam  haver» 


os   MUKERS  421 

ató  armar  os  cidadãos  que  a  isso  se  quizessem  (''^^tar,  em 
ordem  á  revista,  a  ataques,  que  se  pudessem  dar,  em  vis- 
ta do  que  se  dizia  que  os  sectários  de  Maarer  buscavam  o 
apoio  dos  desertores,  criminosos  e  escravatura.  (Offlcio  do  de- 
legado do  termo  do  S,  João  do  Monte  Negro,  L.  A.  Feijó 
Juuior,  ao    presidente  da    Provinda,   do   Sdejullio.) 

Naquelia  data  enviava  a  mesma  autoridade  á  conside- 
ração do  presidente  a  traducção  do  uma  carta  de  Jacobina, 
flcaudo  com  o   original. 

Bis  a  traducção  da  carta: 

Sr.  Mathias  Schroeder,  no  Maratá, 
Padre  Ktcrno  em  29  de  maio  do  1874. 

Meu  prezado  primo. 

O  procedimento  e  a  conversação  que  você  teve  na  Ga- 
pella  da  Piedade  com  o  meu  mano  Jacob,  no  domingo  do 
Espirito  Santo,  mo  faz  lembrar  os  seguintes  factos;  e  muito 
eu  estimo  que  você  por  íim  se  lembrasse  das  doutrinas  e 
admoestações  quo  a  fallecida  sua  mãe  lhe   deu. 

Você  mencionou  quo  ella  lhe  tinha  tido  que  veria  o 
»Anti-Ghristo—  o  que  teria  muitos  adlierentes.  Isto  ó  pura 
verdade,  meu  caro,  e  ou  lhe  posso  confirmar  que  também 
tenho  muita  lastima  disso,  quanto  mais  que  cheguei  a  ter 
o  triste  conhecimento  que  você  cahiu  nas  ciladas  que  elle  tem 
armado. 

<Anti-Christo>  quer  dizer  contra  Christo  e  destes  ha 
muitos.  EUcs  toem  a  intençÃo  de  excitar  e  persuadir  os  seus 
próximos  a  serem  espiões  e  trahidores  falsos  como  o  primo 
Lúcio  (^)  tem  feito  comtigo,  e  como  elle  tem  atiçado  ha 
já  perto  do  um  anno. 

Por  isso  lhe  digo  aue  eram  horas  de  você  se  lembrar 
dos  preceitos  de  sua  fallecida  mãe.  O  Lúcio,  Anti-Christo, 
também  procurou  excitar  teu  génio  dizendo  que  eu  tinha 
deshuarado  toda  a  parentada  em  fallar  mal  numa  carta 
sobre  o  defunto  seu  pae.  Dahi  já  vocô  podia  observar  que 
idéas  injustas  este  homem  formou  de  nós;  e  você  deve  acceitar 
melhores  lições  e  preceitos. 

£*  certo  que  por  cima  do  corpo  de  um  defunto  po- 
dem nascer  capim  e  hervas,  porém  por  cima  dos  seus  feitos 
ou  para  melhor  me  explicar  das  suas  mal  feitorias,  nunca 
nascerão  sinão  a  historia  do  mundo  que  não  podia  ser  o  Tri- 
bunal do  mundo. 

Os  homens  mais  poderosos  e  celebrados  não  puderão  im- 
pedir quo  as  suas  acções  fossem  faltadas  e  censuradas  pela 
]X)stcridado.  Não  consiste  a  reputação  de  um  liomem  em 
alcançar  alta  idade,  mas  âcar  idoso  na  probidade,  merecer 
estimação. 


(^}  Ert  o   áeletrado  de  pulicia  de  S*  Leopoldo. 


422  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

A  circumstancia  de  você  ter  servido  de  espião  a  favor 
dos  nossos  contrários  nunca  lhe  íôra  honra,  nem  quo  vooé 
morra  de  velhice.  Também  acho  que  é  preciso  restabelecer 
a  sua  lembrança,  você  não  se  lembra  que  a  fallecida  sua 
mão  muitas  vezes  eo  queixou  que  não  tinha  sido  estimada 
pelos  seus  soberbos  parentes.  Não  !se  lembra  quo  a  rica  fumilia 
dos  Hanzen  tinha  vergonha  dos  Schroeders»  Andrés  c  Menez 
es  por  serem  pobres,  que  preferiam  ver  elles  cahirem  a  elles 
chegarem . 

Vocô  não  reparou  quo  vieram  nos  visitar  somente 
quando  precisaram  de  nós,  por  exemplo  como  o  Lúcio  tem 
60  servido  de  você,  não  para  boa  causa,  mas  para  espião 
o  traidor. 

Para  tor  noticia  do  nós  não  ó  preciso  espiar.  O  oogso 
comportamento  o  as  nossas  acções  estão  abertos  e  claros, 
sem  secredos  e  sem  fraude  alguma,  porém  quem  não  se 
confia  em  ninçuem  também  não  merece  confiança 

Para  explorar-nos  o  Luclo  não  procisa  de  ninguém, 
mas  para  diíTamarnos  e  tornar-nos  suspeitosos  perante  o 
mundo  oUe  procura  gente.  Elle  mesmo  por  fim  ha  decahir 
na  cilada,  que  elle  com  tanto  zelo  tom  armado  para  pegar 
08  nossos  correligionários.  —Bile que  tome  o  Spindler  (*)  por 
modelo.  Destas  minhas  palavras  já  podia  você  tomar  a  no- 
oeasaria  clareza  o  explicarão;  agora  você  escolha  de  qae 
forma  o  maneira  quer  proceder  daqui  para  diante. 

Km  legar  do  obedecor  cegamente  ás  ordens  do  Luoio 
lho  dou  o  bom  conselho  do  vir  aqui  no  nosso  melo  c  você 
logo  pôde  aabcr  das  feitos  e  procedimento  delle.  Appare^^a 
c&  para  eu  poder  lhe  dar  as  necessárias  explicações  sobre 
elle,  sobre  o  que  elle  tem  praticado  e  sobre  as  preten- 
ções  secretas  que  elle  ainda  tem. 

Vae  perguntar  ao  padre  Klein,  que  lhe  tinha  prestado 
tantos  serviços,  como  foi  recompensado  pelo  mesmo  Lúcio. 
O  gosto  e  prazer  delle  consiste  em  improvisar  abaixes  assignados 
contra  nós,  fabricar  cartas  maliciosas  e  informações  falaas, 
86  esconder  timidamente  e  depois  negar  tudo.  Por  que  é 
que  ello  procura  absolutamente  a  nossa  cabeça  r 

Julgo  que  ó  porque  elle  mesmo  não  a  possua  provas 
disso  etle  já  tem  dado.  Elle  para  ser  alfaiate  era  muito 
estúpido,  pai*a  ser  oleiro  muito  preguiçoso,  e  para  ser 
advogado,  ora  meu  Deus  nem  sei  o  que  vou  dizer  ahi.  Final* 
mente  lho  dirijo  a  per^^unia,  se  está  scientc  das  declarações  e 
oommunic;vçòes  que  fizemos  ao  seu  cunhado  .lacob  Attentrofen  f 

Caso  não  o  saibas  venha  que  eu  lhe  digo.  Aqui  sou  com 
estima  tua 

Jacobina  Maurer.  (*) 


(M    SpindUr    era  o  >uKleloi:a<lo    do   Caaipo    Bom,  c  a:-<:».CaJo 
por   aviuella  sociedade  tíve  Je  se    rt^tirar,  o  cmikTou. 

i'^  Traduc<:âo  do  proI"c•^^>r  G^'ita^o  Adol''o  Brandt. 


os  MUKERS 


423 


O  Jornal  Rio^rãndens^'  de  25  de  jiiUio  attribuia  eáta  carta 
fto  pnstor  Kieio.  A  lôttra  afflrinava  ser  delle  e,  por  iiso,  jul- 
gava provado  aquelle  jornal  ser  o  pastor  Klein  quôm  din^^ia 
as  operaçijei  do  Jacobina   Maurer, 

Esta  carta,  dizia  o  meamo  jornal,  escripti  em  nomo  de  Jaco- 
bina Maiirer,  em  '.-8  de  maio  do  corrente  anuo,  quando  Hixmborto 
já  tinha  sido  assassinado  e  quando  estava,  desde  o  Kspirito  Santo, 
decretado  o  extermínio  d©  14  lamilias  qiae  haviam  incorrido  no 
oJio  dessa  megera,  <5  uma  obra  mestra  de  hypocrisia, 

€  Seus  termos  do  linguagem  provam  que  nao  t^  do  uma 
€  mulher  analphabeta,  como  é  Jocobina,  e  a  iettra  é  de  João 
€  Jorge  Klein,  conlurroe  ex-pastor  do  Padre  Eterno,  que  a 
<  edcrevcn  pouco  aotes  da  sua  prisão, 

«  E  baje  quer  negar  que  foi  a  alma  e  o  occulto  director  de 
€  todo  o  moviuieiíto. 

c  Convém  accrcscantar  que  duas  cartas  do  ameaças,  que 
Jacobina  Mauror  e  sua  irmã  Elizabcth  Mentz  dirigirão  ao 
snr.  Lúcio  Scbri^iner,  sâo  lambera  do  puõhfj  de  Klein,  assim 
como  eJíisto  uma  carta  de  Klein  ao  snr,  Scbremer,  oolão  dele- 
gado de  policia,  olTtrecoodo  seus  aervit^os  como  espiãc  de  po- 
licia nas  indagações  sobro  a  tentativa  de  assassinato  contra 
.loào  Silva,  mas  com  a  condição  de  so  lhe  dar  prévio  couhe- 
«  cimento  dos  depoimeotos  já  feitos  (!i)  e  dos  autos  do  reâpe* 
«  ctivo  lírocesso  !  * 

O  mesmo  jornal  afflrmava  ter  tido  osta  carta  achada  era 
casa  deMaurer  a  VJ  de  julho.  Entretanto,  vimos  Aor  ella  oa- 
viada  polo  delegado  Feijó  Júnior,  ficando  em  sou  iwdor  o  ori- 
ginal, muito  antes,  ao  Prcsidonto  da  Província. 


Pela  locomotiva  que  partia  da  capital  do  Rio  Grande,  ás  4 
horas  da  tarde  do  dia  '^  de  julho  remettott  o  Presidente  da  Pro- 
víncia ao  Dr.  Chefj  da  Pulieia  interino,  por  intermédio  do 
Thesouroiro  da  Secretaria  da  Policia,  a  quantia  de  ura  conto 
de  róis,  afira  de  ser  entregue  ao  oflicial  mais  graduado  do  3" 
Batalhão,  para  fomeciraento  da  etapa  ás  praças  em  S.  Leopoldo. 

Ao  Delega  lo  do  Capitão  do  Porto  mandou  entreg:ar  a 
me^raa  Presidência  a  quantia  de  UMD^fHiij,  que  devia  sor  en- 
tregue ao  Cora  mandante  íi a  Canhoneira  c  Henrique  Martins  ^ 
para  fornecimento  de  rações  yos  luiperiaos  Marinheiros, 

Pelo  Arsenal  do  Guerra  foram  enviados  para  S,  Leopoldo 
5U.000  cartuchos,  55. OCO  capsulas  cora  destino  ao  'S'  Batalhão 
e  mais  50,0no  tiros  para  o  15^. 

Residindo  na  fregoezía  do  S.  Anua  do  Rio  dos  Sinos  o 
Tenente  Coronel  José  Maria  do  Aleocastro,  commandanie  do 
1 1'^  corpo  de  cavaltaría  da  Guarda  Níicional,  determinou  o  Pre- 
sidente ao  Chefe  do  Policia  que  officiasso  direotamecUe  áquello 
commando,  pura  que  activasse  a  reunião  das  pra«;as  do  corpo 
do  seu  com  mando,  como  já  lhe  íôra  ordenado  polo  âou  oomman* 
daoteauperior* 

tí^^2S  Tomo  Lxviit  r,  ii 


424  REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

Bste  corpo,  1I«  deoavaIIaria«  em  fias  de  Junho  apeaas  con- 
stava de  três  offlciaes,  alferes.  O  seu  oommandante  prometteu, 
comtado  satisfazer  ao  marechal  Luiz  Manoel  de  Lima  e  Silva, 
em  soa  requisição. 

O  Tenente-Coronel  Tristão  José  da  Fraga,  command&nte  do 
14®  corpo  de  oavallaria  de  Viamão,  partira  às  5  horas  da  tarde 
do  dia  30  de  junho  a  reunirse  às  pragas  que  fosse  possível, 
devendo  em  seguida  seguir  para  S.  Leopoldo  a  apresentar-so  ao 
Chefe  de  Policia, 

Ató  o  dia  2  de  Julho  se  tinha  reunido  na  Capital  da  Pro- 
víncia, no  1<>  Batalhão  de  infantaria  da  Guarda  Nacional  apenas 
190  pragas  entre  oMciaos,  quando  o  Batalhão  tinha  maia  de 
1.000  praças. 

Eis  o  mappa  da  forca  daquelle  Batalhão: 


os  MUKBRS 


425 


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»lotpttfw-o|u*ÍÍJVg    I         "^  1   M   1   f   1   1  '^  J    1   H 

1 

OiJt^ejoti»  fefljojiy    1          "^  1    1    M    f    1    í        f    1    f    1 

JÇUi-^S^j^a  »la«U9X    1          *  f    1    í   1    f    1    1  ■-  1    ]    j    1 

oin-»pnf«*»lii^n9X    f          |       |    1    |   f   1   1   |   f   |   M 

-"^rvJV    1          i       1   1   M   1   1   M   M   1 

[9QáJO^e»íti0D9X    \            f        1    M    1    f    1    1    j    r    1    i 

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Qoaraadoáar  «> 
a  dflmoosInK^  <l"0>  ^  I9r 
tímoiit»  diqiullei  <)a3  le 

qallliuld  pfiUei  m  actor 


kfKilriotaj 
«Mi«tUmiiifo»&TÍ;iSad%  tima- 
altondft,  ranli 


iLi  êocMêâp^r  de  Gf  nauliess  e  AUnéocvi  . 

bléak  giiral  de  1  de  joUií»,  oiTerenr  ao  gOTemo  éà 

a  lea  ituilio  i^ra  a  gu^nucio  e  polieíftiiieiíto  dm  ci4adle. 

qoaalo  etla  esUresie  das^a  d^  tropa,  por  euisa  dos  m 

tecinealos  de  S.  Leo[poldo. 

A^qoella  reaoiâo  ooapareeerim  e  ititgMfUMi  o 
mmo  00  Sffs.  Barnanlo  FliUBiaf.  Antoaio  Bliim»  Gkrios 
Kaiier.  Haiirtqiie  Pryielili^,  Tereidni  Raietio.  Jacob  gio|ip. 
Frederto»  Uarmls,  H*  iMm^  Aleiaodre  Martosodort  Plrederieo 
Molz,  Carlos  Reicbel.  Germaoo  FraiM^  A.  H.  Graa^LaeiL, 
Edoardj  HoeQ«.  W&lter  Keíla,  J.  SchuloeMriL  P.  H.  Joe^^*. 
A.  Darkeo.  F.  J,  Saeh,  H,  Soeger»  J.  H.  Reatar*  Jolio  ímàer. 
L.  Bastou,  João  BroDfeli»  J.  L.  Rampp,  A,  HollJBiaD,  H.  Uam- 
iarleio»  F.  Schultx,  II.  Goaso.  João  HeiQtz  e  F.  Wtlde* 

O  affere<!imei]io  foi  acceiU)  e  louvado  por  otUcio  do  presiieata 
da  ProTiaci^  de  3  de  JQlho  d.  16111.  Por  outro  offlcio  n.  16% 
delêrmiaou  a  preaidaocia  ao  chete  da  policia  da  capitai  mo 
eipadiase  ordem  kflm  de  que  fossem  os  oliertaote»  csoatemplaaoo 
DO  numero  dos  eâtrangeiros  que  faziãDi  a  polida  da  capital. 

Era  preiideote  daquelli  socioiado  Herm^mo  Traot.  e  secre- 
tario A.  H.  Gríndlach. 

No  dia  2  de  julho  passou  o  presidoate  ao  Minisiro  da  Joa- 
tiça  o  seguinte  teiegraoimi  : 

«  Para  S.  I^eopoldo  preaciadirct  difllcitmeoto  da  força,  niaa 
«  não  da  ariiliiaria  e  polidos  feitos  auto*kioDtdm*  Podem  elio* 
gar  a  12  muito  em  tempo. 

«  Coronel  Genamo  não  poda  atacar  sem  ^e^>^ço*  Goarda 
<  Nacional  reoue  lentameate*  auxilia  pouco  e  os  colonos  nada, 
€  Compro  dever  in^iâtiado  para  evitar  demoras  prejudieiae$. 
€  V.  tx.  reviverá.» 

No  dia  30  de  julho  partiu  do  porto  dj  Rio  Grande  para  a 
capital  da  ProTincla  o  vapor  <  Apa»  e  o  rebocador  €  Ja^txa* 
rao»  conduzindo  o  3"  bitaiiião  de  infantaria  ( Telesrraatmas  do 
capitão  do  pork»  do  Rio  Grande  Rodrigo  António  de  Lautarc  ao 
presidente  e  do  brigadeiro  Francisco  de  Paula  Macedo  Raogel 
ao  commaodante  daã  armas.) 

NaqueUa  data  o  marechal  commandaote  da  guarda  oa- 
cional  Luiz  Manoel  de  Lima  o  Silva  oíficiott  ao  presideaie  íqIa* 
gando  sij  podia  nomear  os  olllciaas  da  reserva  ou  refjrmadas 
para  preencher  a  falia  quo  havia  de  ofQciaes  no  1"*  baiulbâo, 
conforme  representara  o  comraandanle  do  referido  baialbõo. 

Na  mesma  data  participou  o  cbofe  do  estado  maior  (*>«  por 
telegramma,  ao  presidente  qno  a  guarda  nacional  de  Jaguarte 


(^)  Xea^ut«;  corr>n«l  Jo&quliu  Blarja  dg  Oliveira    Villfts  Boais, 


m  !^rnKERs 


427 


estaca  se  rminíodo  por  ordom  tio  major  Camaríi»  quo  s<3  as- 
signava  «  commandaate  í^uperior  interino  s»,  o  quo  ellc  não 
tinha  sciencia  de  semelhante  fèic  to  oíílcialmc  a  to.  Pediu»  por- 
tanto, ao  presidente  rcgiitarizar  aíjuplje  serviço. 

O  presidente,  em  resposta,  ofllcio  do  9,  declarou  quo  tendo 
—  pur  tole^ramina  —  ordenado  ao  liri gradei ro  commandan ta 
superior  que  flzesse  substituir  com  urgência  por  praças  da 
guarda  nacional  a  força  do  3*  hatalhão  de  infantaria  e  sendo 
também  informado  por  telegramiua  do  quo  aquello  brigadeiro 
estava  em  sua  fíizenda»  determinou  ao  sen  ajudante  de  ordens 
que  procedessem  cora  urgência  àquella  reunião»  visto  constíir 
por  cummunícação  do  giineral  commandanto  das  armas,  de  2% 
ílé  maio  ultimo  que  o  Sr.  chefe  do  estado  maior,  não  obstante 
ser  tombem  offlcial  reforraadt»  do  Eiercito.  tinha-sô  auBcntado 
sem  licença  para  o  Estado  Oriental. 

Ao  gerente  da  companhia  de  carris  de  ferro  Porto  j\Ie- 
grense.  Manoel  Soares  Lisboa.  ofHeiou  a  presidência,  <3),  espo- 
rando que  facilitasse  a  acquisição.  por  preço  razoável,  atG  On 
anlmaes,  dos  que  possoispo  aquella  companhia,  em  condições 
de  sorem  montados  alguns  e  outros  servirem  para  puxar  a 
artilharia. 

A  companhia,  attendendo  a  urgente  Deces>idíide,  dispensou 
das  suits  cocheiras  o  numero  de  animae*  indicados  pelo  proí^i- 
dente.  E,  porque  na  carga  do  material  os  aniraacs  de  tiro 
estavam  representados  pelo  valor  de  80$  cada  um.  foi  aquelle 
o  preço  por  que  se  fez  a  descarga  dos  animaes  da  companhia. 
(  OíBcio  de  4  de  julho  do  gerente  da  companhia  ao  presidente.) 

Foi  ainda  no  dia  "i,  ás  8  horas  da  noitL\  que  rdcel>eu  o 
major  eommondante  interino  do  13^  corpo  de  cavalEaria  da 
Aldeã  Alvear  do  José  Ferreira  o  o  til  cio  do  com  mandante  supe- 
rior da  guarda  nacional  Mnnoel  Luiz  de  Lima  o  Silvo,  que 
fora  expedido  a  ^7  de  jnnho,  em  que  ordenava  que  ae  reunissem 
todas  as  praçns  do  corpo  do  seu  interino  cominando. 

Aqiiefíe  oííicio  foi  parar  em  casa  do  negociante  Ismael  da 
Rocha,  no  Jogar  chamado  Pamieo.  Alli  chegando  o  alferes  Ma- 
noel CarvaJliõ  de  Oliveira  o  levou  ao  major  commandante  inte- 
rino, quei  de  volfa»  encontrou  o  professor  do  Passo  do  Feijó 
Joaquim  Álvaro  Xavier  que  o  instruiu  das  ordens  naquello 
oílicio  contidas, 

A' vista  de  um  cíBcio  do  juiz  de  paz  do  termo  de  S,  João 
do  Monte  Negro  João  Frederico  PoJro  Schrcvner  D  sobro  ;i 
lesoluçio  que  tomara  e  que  foi  appr ovada  pelo  Delegado  do 
policia  daqtetle  termo,  quo  lhe  recoromeodou  que  tomaí^so 
qualquer  providencia    quo  on tendesse  que  fo.sso  altamente  re- 


(')  Bera  molivo  át^uelU  tflicio,  datndo  de  2  da  julho,  a  noticia 
que  rií\9  cpbecelríifl  do  Chhy  Unhom  pnsiado  pnrn  íiquollo  Imlo  uns  30 
tLOiT.eBB,  e  que  ynr  prev^ençao  cliamara  lodoa  os  liabílanlefl  fíaqiiplLi 
colónia  as  arma»  para  reunir  no  centro  uma  forcíi  e  pi^r  nriH  entradas 
um  piquete,  motivo  tM>r  que  requisitava  armas. 


428 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


clAtDida  pela  iranqaillilade  publica,  para  a  Kguraaçsi  das fkal- 
Íi9m  dA  íiDportaote  coloDia  Maratà,  em  qne  elle  Foaiihft,  davenda 
la^o  dar  parte  para  aer  lerado  ao  coubecimeDlo  do  preãitaite  ; 
reiteraTa  Dovameiíte  o  pedido  de  liJ<»  arntiflde  isfkDtari&,  dO 
pistolas,  3^»  espadas,  e  os  seus  pertenoea,  o  4  a  8,000  cartociícMk 
1103  tambo^,  alguDs  apitos,  caTalIoâ  otc,  O  delegado  sâ  eaen- 
aava,  caao  fo«6  âcceíto  o  pedidu  da  compra  de  cavallús,  indt* 
cajida  para  aqaelle  fim  o  Vineate-corooel  Apollioario  Pereira  de 
Moraes* 

Na  colónia  de  Tcatonla  ee  achava  o  ourives  Carlos  Racheri, 
de  S.  Leopoldo. 

Como  o  director  da  oolonia  Oaear  V.  Barooski  tivesse  aoti- 
cias  pariiculai-es  que  Reichart  andava  fo^do,  commoniooii  o 
fai^to  ao  delegado  de  policia  de  S.  João  do  Monte  Negro,  pe- 
dindo ao  mesmo  tempo  noticias  da  seita  dos  4  muckers  »  de 
S.  Leopoldo,  visto  qne  naquella  colónia  existiam  algomas  fa- 
mílias ameaçadas  de  morte  pelos  ditos  <  mackers»  (Offleío  do 
director  da  colónia  ao  delegado  de  policia  de  S.  João,  de  4  de 
julho,) 

No  dia  4  de  jnlho  o  presidente  determinoa  ao  chefe  de  po- 
licia providenciasse  para  se  remeticr  ao  din^ctor  do  Arsenal 
de  Guerra  os  recibos  dos  artigos  de  guerra  e  mais  objectos 
que*  por  aquella  repartição,  se  tinham  enviado  para  a  cidade 
de  S.  Leopoldo,  com  deatiQO  ás  forçai  de  1*  linba  e  guarda 
nacional,  o  quo  tudo  foi  executado  e  enviado  a  7  de  jalho* 
conforme  o  offlcio  daquella  data  do  cheíé  de  policia  ao  pre> 
iidente. 

Ainda  a  4,  o  delegado  do  policia  da  capital,  por  offlcio 
n«  550,  pediu  ao  presidente  dispensa  do  serviço  da  guarda 
nacional,  pelo  serviço  accumu  lai  o,  dos  inspectores  dos  1%  S*  e 
3"daquella  cidade, 

A  6  de  jiillio  seguiam  o  tenonte  Manoel  de  Oliveira  Chaves» 
dous  alferes  e  ciocoenta  e  oito  praças  para  S.  Leopoldo,  do  M** 
de  cavai I ária  da  guarda  nacional. 

O  presidente  accusou,  em  data  de  7,  o  offlcio  do  tenonte 
coronel-commandante  do  11,  participando  a  partida  ao  com- 
mandante  superior  marechal  Lima. 

No  mesmo  dia  seguiu  para  S.  Sebastião  o  tenente  coronel 
Josó  Mariz  de  Aleocastro»  comman  lante  du  1 1**  corpo  de  caval- 
lari^  em  S,  Anna  do  líio  doa  Sinos,  aflm  de  alli  i^euoirSO  praças 
para  o  completo  das  100  que  deviam  marchar  e  destacar  as 
necessárias  para  freguezias  de  São  Sebastião  eS.  José  do  Hor- 
tencio,  e  ari*ecadar  todo  o  armamento  que  estava  em  poder 
de  João  Daniel  Collim. 

Tendo  o  Dk  Chefe  do  Policia  requesitado,  por  telegramma, 
a  remessi  de  munições  precisas,  em  resposta  o  presidente,  |K)r 
oílirío  de  6,  declarou  havendo  tendo  o  Sr.  Ministro  da  Justiça 
annunciado  que  seriam  romettidos  da  Corte  a  artilharia  e  fogue- 
tes a  côngréve,  resolvera  esperar  que  chegassem  aquelles  re- 
cursos para  que  se  eflocttiaMe  o  ataque,  que  linha  de  ser  dado  4 
casa  onde  se  achavam  refugiados  Maurer  e  seus  adeptos.   Cum-i 


os  MtJKBRS 


429 


prl»  que  a  força  ao  mando  do  coronel  Genuino  Olympio  de 
Samptio  se  conservasse  em  posição,  de  unde  pudesse  eVltar  qae 
os  referidoa  adeptos  fizessem  correrias  na  colónia,  recommen- 
d ando  que  o  haMli lasso  com  os  auas  commnni caçoes  a  dar  ao 
Governei  D  formações  precisas  dos  successo»  qoe  fossem  correndo. 

A  6  foram  i^mettidos  ao  delf  gado  do  capitão  do  porto,  como 
rocnitado!^,  os  meoores  Jacob  Kenner  e  João  Pedro  Kenner  para 
a  companhia  de  aprendizes  marinheiros. 

Na  ante-vespera,  4,  tinham  sido  recolhidos  à  cadca  do 
capital»  idos  do  S.  Loopoldo,  os  presos  Pedro  Couzado,  Carlos 
Kist,  Jacob  Cobei%  Pedro  Kolem  or  Robem,  Miguel  Konner, 
João  Kennor,  Nicolau  Coura  th  e  Chrístiano  ScieíFel. 

O  coraraandante  gera!  das  armas.  Barão  de  S.  Borja,  dotôr- 
miaou  ao  coronel  Aufíusto  César  da  Silva,  em  ofiicio  de  6, 
n.  1417,  que  logo  qoe  o  batalhão  de  seu  commando  cho/^asse  a 
S,  Leopoldo,  flzeesse  marchar  y ma  ala  sob  o  coraroando  do 
reapectivo  major  a  aprepenlar  e  ficar  ás  ordens  do  coronel 
Genuino,  cntendendo-se  com  o  Dr.  chefe  de  policia  para  aquar- 
telar a  outra  e  sobre  os  meios  de  mobilidade  para  se  encetarem 
as  operações,  devendo  lhe  informar  do  numero  da  carretilhas 
que  exiatiam,  especificando  o  algarismo  das  apropriadas  para  a 
cooducção  de  íeridoa  e  do  para  a  do  munições  ;  si  eram  co- 
bertas   e  quantos    animaes  bastavam  para  conduzir  cada  uma. 

Receberia  o  coronel  Augusto  do  ooromd  Genuino  as  partes 
que  elle  enviasse  e  Ih  as  transmittiria,  assim  como  lhe  auxiliaria 
com  a  força,  no  caso  de  a  requisição. 

O  delegado  do  cirurgião  môr  do  o^cercito  tamhem  seguia 
para  S.  Leopoldo  afim  de  montar  uma  enformaria  ambulante, 
destinada  aos  primeiros  curativos  aos  feridos*  Convinha  que 
lho  fosse  prestado  o  auxilio  que  elle  reclamasse  para  aquelle 
âm»  (Enviado  coraooflflcio  n.  1421  do  comraandante  das  armas 
ao  coronel  Genuino), 

Aquellas  instrucrões  foram  levadas  ao  presidente  da 
provincia  por  oíUcío  n*  142íí,  do  7,  do  Barão  de  S.  Borla,  O 
Presidente  occusou  e  as  remettou  por  cópia  ao  chefe  de  policia, 
recomraendando  que  prestasse  ao  coranel  Aui^^uâto  Silva  todo  o 
auiilio  ao  seu  alcance  para  a  boa  execução  do  servido  de  que 
elle  estava  encar regido.  Esporava  da  actividade  o  solicitude 
daquella  antoridade  que  daria  as  providenciai  precisas  para  as 
respectivas  autoridades  policiaeH  coadjuvarem  effleazraente  a 
força  que,  ao  mando  do  coronel  Genuino  do  Samp'iío,  tinha 
de  atacar  a  casa  onde  se  refugiaram  os  autores  dos  attentadoa 
ultimamente  commettidos,  e  concorrerem  para  que  se  verifl- 
cassô  a  prisão  dos  criminosos,  reunindo  nos  pontoa  por  onde 
elles  poSessem   se  esconder,  cidadãos  dispostos  a  enfrentai- os. 

As  requisições  do  chefe  de  policia  deviam  ser  feitas  ao 
coronel  Augusto  César  da  Silva»  ou  ao  oronel  Genuino  Olym- 
pfo  de  SampaiOp  coníbrme  fosse  mais  conveniente  ás  diligencias 
a  que  tivesse  de  proceder,  além  do  que  ficava  incumbido  ao 
coronel  Genuino . 


430 


REVISTA   DO  IXSTITUTO    HISTÓRICO 


Estavíim  com  plano  de  se  sublevar  e  passar  ao  distri- 
cto  da  freguezia  de  N, S.  dos  Anjos  os  escravos  tloa  moradorna do 
districto  de  Miraguaya,  dô  Santo  AtitorJo  da  Patrulha. 

Sabendo  oa  moradores  do  Míraguaya  de  tal  plano,  se  divi- 
diram em  ires  fortes  escol  tus,  e  guarueceram  o  a  trea  passos  do 
arroiO  Mimguaya  atira  de  batorera  taes  reuoiões  dos  negros; 
raaSt  sera  duvida  porque   clles  suuberaru,  uno  houve  novidade. 

0  tenoute-coronel  Sezefredo  da  Costa  Tones  estava  cora 
gente  retinida  e  entrara  para  a  Catandurx  cm  diligencia  de  al- 
guns dos  cabeças . 

Aquelles  negros  tentavam  algyma  acção.  O  subdelegado  da 
freguezia  du  N.  S,  dos  Anjo»,  Andri5  Macliado  de  Moraes  Sar- 
mento, julgou  conveniente  a  partida  dag  praças  da  guarda 
nacional  para  S.  Loopoldo*  o  que,  aliás,  se  podia  demorar  por 
mais  iim  dia  ou  dous,  a  ver  si  dispersavam  os  negros*  pois 
podia  ser  a  reunião  um  plano  do  combinação  com  os  sectários  do 
Mau  ror. 

Tomando  em  consideração  a  exposição  feita  polo  sobdt^egado 
Sarmento,  mandou  o  major  Bernardo  Joaquim  Ferreira, 
Gommandantn  interino  do  13"  e^  rpo  de  cavalkría  da  Goai-da 
Nacional  da  Aldeia,  que  o  capitão  Marcas  Carvalho  de  Oliveira 
(off,  dci  7,  do  raarocbal  coranianiiante  superior  da  gtiarda  oa* 
ctonal)  continuasse  acampado  a^íoardando  instrucçtes  do  com- 
mandante  superior. 

Do  l^"  corpo  se  achavam  reunidas  o  aquartelladas  «3 
praças  de  prot  e  ae  esperava  naquello  dia  a  4*^  companhia,  con- 
formo participou  o  commaodanto  da  mesma.  (OIT.  de  7  de  julho 
ao  marechal  Luiz  Manoel  do  Lima  e  Silva,  do  Bernardo  Josô 
Teixeira,  major  i  ommandante  interino») 

O  marechal  Lima  o  Silva  communicoueste  íkcto  á  presi- 
dência da  proviacia  em  olílcio  do  8  do  julho. 

A  7  do  julho  o  presidente  da  província  passou  as  seguintes 
ordena  o  participações: 

Ao  general  com  mandante  superior  da  guarda  nacional  dos 
raunicipios  dacapttiil,  S,  Leopoldo  e  Camaquim,  determinando 
que  enviasae  o  mappa  da  força  do  ir,  12'',  13'*  e  14**  corpos  do 
cavallaria  da  guarda  nacional  Que  se  reunira  e  marchara  para 
S.  Leopoldo,  md içando  desde  logo  qual  o  numero  de  cavalloa 
do  que  necessitavam  m  praças  d aqtiellescurpos. 

Não  soube  o  commandante  superior^  marechal  Lima  o 
Silva,  dar,  por  ignorar,  o  numero  da  força  que  existia  naquelle 
dia.  Ia  pedir  inlbrmaçõos  ao3  commandantes  doa  corpos  pois, 
além  da  que  se  athava  acampada,  tinha  de  seguir  a  que  se  fosse 
reunindo.  Eram  precisos  390  a  ICK)  cavai  los,  fornecimento  de 
bocca,  barracas  o  ponciíes.  (OíT.  de  8  de  julho  ao  presidente^ 

rieclarou  a  presidência  que  offlciara  ao  director  do  Arsenal 
de  Guerra  (off.  de  8,  ao  director  do  Arsenal,  major  JuIio  Ana* 
cletõ  Falcão  da  Frota)  para  remetter  ao  coronel  Augusto  C.  da 
Silva  IDO  ponches  do  píinno  para  serem  distribuídos,  por  em- 
préstimo, ás  praças  da  Qtiarda  Nacional,  que  oa  precisassem. 
Quanto  ao  fornecimento  de   bocca,  seguiria  um  offlcial  do  ík- 


os  MUKERS 


r 


zeoda  para,  á  yiata  doa  respectivos  preta,  fazor  o  pagamento  do 
90  (do  e  o  tapa* 

Ao  eoramandaute  das  armais,  barào  do  S,  Borja,  coramíi- 
D  içando  que  naquelia  da  la»  7,  experlira  ordem  ao  marechal 
cominaTidari te  superior  da  guarda  nacional  da  rsapital  para  qoe 
determinasse  aos  corpos  de  cavallaria  da  meama  í^uarda,  1*", 
]29,  13^  e  14,  quL\  ao  chegarem  à cidade  de  S,  Leopollo,  se 
apresentassem  ao  coronel  Augusto  César  da  Silva»  comman. 
d  ante  do  3'  bataJhão  de  infantaria»  o  do  terminando  que  provi- 
denciasse» fora  a:á  suas  ordens,  ao  coronel  Augusto  Silva 
para  que  fossem  ftrnecidaa  as  etapas  ás  praças  daqitelJea 
corpos. 

Ao  barão  de  S.  Borja  enviou  dous  mappas  dos  terrenos  de 
Ferrabraz»  onde  se  achava  a  casa  em  quo  se  refugiaram  Oâ  au- 
tores doa  iitten Lados  commettidoa  no  mnoiciptu  deS.  í.eopoldo, 
sendo  um  delles  destinado  ao  oíHcial  encarreirado  do  perseguir 
eefloctuar  a  prisão  dos  reforidos  criminosos. 

Ao  chefe  de  divisão  commandante  da  furça  naval,  por 
telegramma,  rocomiiiendarido  que  apressasse  o  embarque  para 
aquelJa  capital»  da  artilharia  o  pragaiií  vindas  no  transporte 

No  dia  7  de  julho  mandou  o  chefe  de  policia  apresentar  ao 
coronel  Qenoíno,  comraandante  do  1S<*  batalhão  de  infa rataria, 
111  guardas  nacionaes  dos  corpos  12«  e  11%  os  quaofj  foram 
reunidos  pelos  respectivos  cammandantos,  tenentes  coronéis 
João  Lourengo  Torres  e  Trbtâo  José  da  Fraga,  sendo  54  do  1'*  o 
57  do  2*»  corpo*  Todos  foram  armados  de  clavmas  e  espadas  e  de- 
vidamente municiados* 

No  mesmo  dia  o  tenento-coronol  Josô  Maria  de  Aloncastro, 
Ckjmraandantedo  U^,  apresentou-se  com  5g  praças,  armadas  o 
municiadas  ;  o  Dr,  chefe  de  policia  mandou  que  se  apresentasse 
ao  coronel  Genuíno. 

Dec  I  arou  a  ixi e  1  le  t e ne u te- c oronel  AI e n cas t ro  qii9,aeí;rundo 
as  ordens  da  presidência,  fízera  destacar  no  districto  de  Santa 
Anna  50  praças  do  mesmo  corpíj  de  seu  cora  mando,  e  para  os 
quaes  o  chefe  de  policia  mandou  o  necessário  armamento  que 
elle  requisitou. 

Ainda  no  dia  7  se  apresentou  ao  coronel  Geauino  a  força 
do  12«  curpo  de  cavallana  da  guarda  nacional,  cora  posta  de  54 
homens  e  comm andada  peto  tenente  Dias»  que  foi  acampada 
convenientemente. 

Naquelladata  recebeu  o  coronel  Genuíno  duas  boccas  de 
fogo  e  dons  carros  com  ferrameatí\s  e  granadas,  do  que  jd  ti- 
nha bastante. 

Continuavam  a  faltar  balas  razas  e  metralhas,  queaqueltô 
coronel  pedira  para  S.  Leopoldo  era  nnraero  de:200 

As  duas  boccas  de  fugo  foram  para  Campo  Bom,  guarneci- 
das por  13  homens  do 3^,  com  ordem  de  voltarem,  port-m  no- 
nhum  artilheiro  as  acompanhou. 

Era  o  que  havia  de  mais  necessidade. 

Naquelle  logar  existia    bastante  trem  bellico  accumulado 


432 


REVISTA  DO  IMSTlXaTO  HISTÓRICO 


iiso  tornava  a   força   pequena,  porque  havia  necesBidade  de 
guardal-o  e  cobrir  á  noite  o  acampamento. 

O  coronel  Genuioo  requeri  tara  do  chefe  do  policia  todoa  oa 
oíUciaes  e  praças  do  seu  commaodo  que  em  S,  Leopoldo  se 
achavam,  mas  julgava  ser  o  numero  pequeno. 

O  capitão  de  c^ivallaria  da  guarda  nacianal  António  José 
da  Silveira  i-eclamou  fornecimonto  para  as  praças  da  forca  que 
coTnmandava,  e  qtie  era  composta  da  mesma  gnarda  nacional, 
declarando  não  ter  recebido  quantia  alguma  para  aquelle  fim, 
A'  vista  disso,  mandou  o  coronel  Genuíno  fornecer  a  ração  de 
240»  conforme  as  forí.-as  de  linha. 

Aconselhava  aquelle  Coronel  para  ser  o  local  da enfarmaria 
a  povoação  denominada  *  Hamburgo r-Berg»,  que  ficaTa  no 
meio  do  caminho,  entre  o  Ferrabraz  o  S«  Leopoldo  e  roRavii 
que  toda  a  força  que  fosse  para  o  Campo  Bom  levasne  o  abar- 
raeamento  preciso.  (OíT*  de  7,  do  coronel  Genuíno  aocomnian- 
dante  das  armas.) 

Aceitando  o  oíTerecimento  feito  pelo  capitão  Fernando 
Schneider  para  com  os  seus  serviçcs  auxiliar  a  captura  dos  cri- 
minosos de  Ferrabraz,  determinou  o  presidente,  no  dia  8,  que» 
depois  de  satisfeita  a  commissão  que  naquella  data  lhe  coo* 
flava,  se  entendesse  com  o  coranel  Angusto  Silva,  aám  de  que 
o  dirigisse  ao  coronel  Genuino  de  Sampaio,  com  o  qual  deveiia 
combinar  os  meios  mais  eOlcazes  para  evitar  que  os  alludidos 
IUccioso«,  quando  fossem  atacados,  pudessem  escapar. 

Aquelle  capitão  tornou-se  digno  da  ocoflança  publica  pela 
dedidacâo  ao  Império,  de  quo  deu  provas  durante  a  guerra  do 
Paragoay.  (OÍT.  ao  barão  de  S.  Borja,  de  8,  participando  aquelle 
offereciraonto.) 

Foi-lhe  determinado  que,  se  entendendo  com  o  gerente  da 
Companhia  Estrada  de  Ferro  Porto  Alegi^nse  (^),  procedesse  á 
escolha  de  6^3  muares  para  o  serviço  do  Estado,  em  oondiçSea 
de  serem  montados,  e  outros  de  puxarem  a  artilharia  ('), 

A'  proporção  que  fossem  separados,  deveriaam  seguir  para 
S.  Leopoldo,  em  turma»  de  24,  á  disposição  do  coronef  SUva, 
para  o  que  passara  ordem  ao  representa  o  te  da  E*  de  Ferro  da 
Capital  a  Hambiirger  Berg,  para  oâ  transportes. 

Ao  capitão  Thet  dolindo  António  da  Rosa,  commandante 
interino  da   força  policial,  em  offlcio  n,   17^,  mandou  o  Xíie- 
sidento  que  fizesse  immediata  mente  partir,  no  vapor  ^' 
o  tenente  da  força  policial  João  Henrique  Knell  para  a  l 

do  Curral  Alto,  de  propriedade  de  João  Ferreira  Porto,  ikúm  de 
tomar  conta  de  lí)0  cavai  los  destinados  á  (brça  de  ca  vai  lar  la  do 
Rio  Grande,  que  tinha  de  marchar  para  S,  Leopoldo* 


(*)  Aviisdo  por  õflílcio  do  m^snio  dia  S,  do  pr<^«ideiiie. 

(*>  O  pre^dcnlo.  por  cilicio  dc«  8,  cominaiiicou  ao  cominandanto 
da»  arutai  a  ueinracâo  do  capitão  Schnoider  e  a  compra  ttaa 
nifiares. 


os  MIJKBRS 


433 


No  mesmo  dia,  por  telegranima,  ao  commaodante  da  ca- 
nhoneira Henrique  Martins  autoriaou  o  pvosiílonte  a  regres- 
sar ao  porto,  logo  que  julgasse  coaraoiento,  om  coosi^ueiicia 
da  Yasaatedorio. 


Á  força  da  guarda  nacional  oomniandada  polo  capitão  An- 
tónio ^08é  da  Silveira  deu  logar  a  repetidas  queixas  dos  iiabi- 
tantes  paci  íleos  daquelleg  arrodorejí. 

As  deserções  eram  muitas,  15  praças  daquella  milícia, 
pertencontes  á  4*  se<!ção  se  ausentaram  sem  licença. 

O  capitão  do  destacamento  fez  sabor  do  occorrido  ao 
coronel  Qenuino  era  ofiicio. 

Tendo  scieocia  o  presidente  do  qtiese  passava  mandou  ox- 
pedir  ordena  pelo  commandante  superior  da  guarda  nacional 
para  que  se  procedesse  ás  necessárias  averiguações,  mandando 
submetter  a  conselho  de  disciplina  as  praças  culpadas,  sob  o 
commaodo  do  capitão  Silveira  e  accusou  ao  barào  do  S.  Borja  o 
seu  oflicio  n,  1448»  em  que  transmittira  por  copia  os  officius  de 
7  e  8  do  coronel  do  12^'  batUbao  sobre  aquella  falta  de  discipli- 
na.  Ao  chefe  de  policia,  por  officio  de  9^  mandou  lambem  syn- 
d  içar  o  presidente. 


Ao  direotor  do  Arsenal  do  nuerra  ordenou  o  Presideoto»  a 
9»  para  que  remettesse  para  S.  Leopoldo  a  ser  entregue  ao  co- 
ronel Augusto  Silva  as  duas  cstatjvas  de  foguetes  a  congrèvo, 
que  se  acbavam  encaixotadas,  requisitadas  por  officion.  M59 
ao  barão  de  S*  Borja. 

Ao  coronel  commandante  da  guarda  nacional  de  S.  Gabriel 
declarou  o  presidente  que  nào  devendo  ser  deraorafio  o  tempo 
do  serviçíi  das  praças  que  vão  para  os  postos»  nào  podia  fornecer 
fardamento.    Quanto  ao  armamento  podia   requisitar  do  de- 

J)OSÍtO. 

No  trem  das  10  horas  do  dia  9  fez  seguir  o  capitão  F.  Soh- 
neidor  24  muareis,  apartados  da  cocheira  da  companhia  carris, 
pani  S.  Leopoldo. 

A'  mesra.i  hora  segui ii  para  a  capttil  o  Jaguar ão,  condu- 
zindo oa  artilheiros,  peças  de  champanha  e  as  respectivas  muni- 
ções»  que  tinham  ido  da  corte  no  Vossimon, 

No  dia  anterior,  8,  o  SUmira  sabia  em  procura  do  Apa 
que  sahira  da  capital  âs  5  1/2  da  tarde.  O  Vossiman  lo^o  que 
conoloisse    o  r.?cobimento  de  carvão,  seguiria  para  Assumpção, 

O  Barão  de  Serro  Formoso  pedia  por  lelegramma,  ao  presi- 
denta armamento  o  fardamento  para  as  praças  que  iam  para 
os  postos. 

No  mesmo  dia,  9,  passou  o  coronel  Augusto  César  da  Silva 
ao  commanilaute  dai  armas  o  seguinte  telo^rrarama  expedida 
de  S.  Leopoldo: 

"  As  11  horas  aqui  cheguei  oom  o  batalhão  de  meu  comman- 
do,  não   lendo  encontrado  casa   para  aquartelar.    Nada   por 


43i 


REVISTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


eniquanto  se  faz  preciso  para  se  pcMler  devidameote  operar, 
sinão  íirtyiiaría  cuni  as  competentes  munições  como  havia 
requisitado  o  corou  ri  1  Genuíno.  Amanhã  pela  manhã,  faço  mar* 
char  sob  o  commando  do  major  ílíicai  a  alii  esquerda  a  apreson- 
tar-86  áqtiello  comoeL  Apresentou-se  o  capitão  honorário  da 
exercito  Schneidor  com  18  mulas.  Hojo  taco  poguir  pelo  trem 
quatro  praças  doentes  acompanliadas  por  um  cabo  que  devo 
voltar.» 

Até  9  de  julho  a  unic»  notícia  que  chegava  da  casa  de 
Maurer  era  a  do  se  estarem  íbrti ficando.  Xouhuma  partida 
delles  tinha  sabido  do  matto, 

Da  força  de  infantaria  que  existia  em  Campo  Bom  30  ho- 
mens estavam  na  frente  coraoiandados  por  ura  ofíicial,  e  o 
resto,  no  acampamento»  estava  occupado  com  o  serviço  pela 
vigilância  forte  nas  munições  o  nos  utensilios  que  cobriam  o 
campo. 

At  tendendo  a  isso  pediu  o  coronel  Genuíno,  poroílllcio  de  9, 
ao  commandante  dag  armaB.  alguma  gente  do  li"  hataitião  para 
fazer  o  serviço  menos  pesado. 

O  tempo  eitava  chuvoso  havia  dios,  No  acampamento  exia- 
tiam  alguns  doent(3s. 

Os  incêndios  que  uUira amento  tinham  apparecido  nas  pro- 
priedades abandonadas  doa  sectários  de  Mauser  haviam  parado. 

Entretanto  havia  ainda  roubos,  praticados  á  noite  e  cujog 
autores  debalde  aquelle  coronel  procurara  descobrir. 

Depois  do  encontro  de  '-dH  do  junho  no  Campo  Bom  Unha 
feito  o  coronel  Genuino  s  ihir  diversas  partidas,  afim  de  pwndôr 
alguns  dos  princípaes  revoltosos,  que  lhe  constava  acharem  sg 
era  9uaí5  casas,  porém  nada  se  tinha  conseguido.  Attnbuia  o 
coronol  aos  avisos  que  ellea  recchiam  logo  que  ise  movia  a  força, 
não  õbálante  procurar  a  noite,  com  Iodas  as  precauções.  A  8elta 
reunida  em  casa  tle  Maurer»  desds  o  enconiro  que  tivera  com 
as  forças  legaes,  parara  com  as  tropelias  que  praticava,  nofihu- 
ma  queixa  linha  havido  contra  elleíi. 

Um  fkcto,  porém,  lamentável,  se  dera  aos  olhares  de  todos. 
Apezar  da  vigilância  que  Unha  leito  exercer,  o  clarão  do  incên- 
dio apparccera  repetias s  vezes,  denunciando  a  vingança  co- 
varde e  barbara  contra  os  sectários  de  Maurer. 

Ateavam  fogo  em  &uas  propriedades  abandonadas,  ao  que 
precedia  o  í^aque  de  tudo  quanto  encontravaníi .  Já  tinha  denun< 
ciado  o  coronel  ao  Dr.  chefe  do  policia  como  autor  de  alguns 
delles  o  cidadão  <loâo  Daniel  Collin,  autoridade  policial,  *  >  coronel 
não  descançava  no  trabalho  de  evitar  a  reproducçâo  daquellea 
crimes  e  procurar  oa  seus  autoies  para  romettelos  á  auto- 
ridade competente. 

Era  para  sentir  que  a  própria  guarda  nacional,  que  seapre- 
sentava  para  ajudar  a  manter  a  ordem  e  reprimir  os  sce lenidos 
de  Maurer.  se  tivesse  desviado  do  seu  posto  para  praticar  o 
roubo  o  o  incêndio.  (Oíflcio  do  coronel  Genuino  Olympio  de 
Sampaiir  ao  commandante  das  armas. ) 

Estas  occurrencias  furam  lovadas  ao  conhecimento  da  presi- 


09  MUKBR» 


485 


ddnolai.  polo  oommandaate  das  armas»  por  ofUdo  n.  1428,  do  7 
de  julho. 

Tendo  desarvir  a  cidade  de  S.  Leopoldo  de  base  de  opera- 
ções para  a  tropa  que  dovla  perseguir  os  críoilDOsos  s&ctarios 
do  Maurer,  l ornou  o  inarecbal  do  campo  commaDdaDte  das  armas 
a  doliboracâo,  de  que  dou  coDhecímento  ao  pr0áideQte>  por 
oflftcio  de  s  de  julho»  de  ordeoar  ao  dulegado  do  cirurgião  raúr 
do  Exercito  uaquella  província,  que  se^uiásu  pxra  aquelto  dis- 
trícto  afim  d©  mont  ir  uma  oorermaria  arabulaote  pira  nella  sq 
prest^rera  os  priíueiroa  curatiroa  c  tratarem  aa  praças  qua 
enferraa$aem.  (Offlcion.  1910,  do  IQde  jallio»  do  Prosideoto  ao 
miuislro  da  guerra  Oliveira  Junqueira.) 

A  10  de  Julho  chegou  á  capital  da  província  do  Rio  Orando 
no  Sul  um  contiugento  de  30  praças  o  2  ofQciaes  de  artilharia 
com  6  bLíCcas  do  fogo  do  montanha»  palaiFientas  e  mutiinões  cor- 
reapondenteSt  que  o  ministro  da  guerra  ãzera  embarcar  no 
transporte  Vossimon,  iam  contribuir  para  a  restabelecimento 
da  ordem  em  S.  Leopoldo. 

Tâo  depressa  terminasse  aquella  diligencia  deveria  re- 
gressar o  con ti n gente  â  Corte  e  ser  remottida  a  artilharia  í 
commissâodo  tenente  coronel  Conrado  Jacob  de  Niemeyor,  i 
qual  ae  destinava*  (Ofllcio  do  li  de  julho,  n*  1995,  do  presidente 
ao  ministro  da  guerra.) 

A  10  de  julbo  remetteu  o  coronel  Genuíno  Olympio  de  Sam- 
paio os  paisanos  sectários  de  Mauror,  Jorge  Jacob  F^uRã  e  Adão 
Muller,  agarrados  pela  força  dopaisino  Nicolâo  Schoxeitter,  em 
o€casiáo  que  tentavam  reunirso  aos  outros  revoUoflos,  na  casa 
de  Maurer*  O  primeiro  era  reputado  como  um  dos  cheies  da 
seita. 

No  inteiTogatoHo  a  que  foz  o  coronel  íienuino  proceder  res- 
pondeu Fuks  que  pertencia  i  sociedade  de  Maurer,  e  que  fora 
ferido  na  ponto  dos  <  Dous  Irmãos»,  quando  do  outra  vez  ir 
fonuir-se  com  mais  dez  dos  seus  compaubeiros  no  Porrabraz,  e 

3 ue  sendo  atacados  fugiram  d  is persjs  para  o  matto.deíiaudo  um 
m  seus  morto  stjbre  a  ponte;  que  depois  de  andar  alguns  dias 
escondido  tentara,  no  dia 9,  juntar-se  a  Maurer,  quando  fora 
agarrado  e  trazido  paraaquelle  acampamoato,  Xada soube  dizer 
sobre  os  prejuízos  que  tiveram  no  eocontro  do  28  do  passido,  do 
qtie  disse  não  t^r  conhecimento.  Veriflcou-se  í|uo  tinha  um 
ferimento  produzido  por  arm^  de  chumbo  oa  ci^ixa  esquerda, 
ao  terço  inferior* 

No  dia  9  se  apresentara  ao  coronel  Genuíno  o  tenente- 
coronel  da  guarda  nacional  Fi^aga,  com  57  guardas  do  corpo 
docavallaria  o.  14,  os  quaes  foram  acampados  conveniou te- 
mente. 

Requisitou  o  coronel  25.000  cartuchos  para  a  cavallaria, 
(OíHçio  de  111  de  jutho  do  cjronol  Genuino  ao  coronel  Sil- 
veira.) 

O  coronel  Augusto  Silva  remetteu  por  copia  o  offlcio  acima 
do  coronel  Genuino  ao  commaudanto  das  armas  o  participou  ter 
feito  recolher  a  boi-do  do  vapor  de  guerra  Henrique  3Iariins^  a 


436 


REVISTA   IK»   INSTITUTO  HISTÓRICO 


disposição  do  chefe  de  policia,  Jorge  Jacob  Fults  o  AdEo  Multer* 
por  não  haver  naquella  cidade  prisão  de  segurança.  (*) 

No  dia  10  de  juiho,  pelaB  7  horas  da  muihà,  fez  marchar  o 
coronel  Augusto  Ct^ear  da  Silra  a  ala  esquerda  do  batalhão  sob 
o  commando  do  raajor  fiscal  Américo  Aotonio  Cardoso,  a  apre* 
sentar-ae  ao  ct»roQel  Genuíno,  como  fora  ordeuado  pelo  com- 
mandante  das  armas»  eníi  offlcio  n,  1417,  de  6  do  correote 
raez,  achando-so  aforça  restaote  aquartellada  na  cidade. 

A'  disposição  do  coronel  Genuíno  se  achavam  ci oco  carretas, 
tendo  idle  pedido  mais  seis,  como  alUrm^u  ao  coronel  Aug^^ta 
Silva  o  chefe  do  policia»  que  ainda  não  tinham  sido  remettidas 
pela  diffleuldarle  de  so  obter. 

O  coronel  poudOí  co^itudo,  obter  quatro  carretas  e  espe- 
rava a  chocada  da  artilharia  para  fyzor  seguirem  Jnotas. 
Estava  informado,  por  pessoas  habilitadas,  que»  com  muita 
facilidade,  seriam  encontradas  tantas  quantos  qnizesso,  por 
existir  grande  numero. 

Julgava  íjue  as  que  movia,  inclusive  as  cínoo»  seriam 
bastantes  para  o  serviço  que  iam  prestar. 

Entretanto  ia  pedir  conflr mação  de  tndo  qno  nece-ai- 
tasae  para  o  bom  êxito  dai  operações  (Ofll,  de  10  de  jolho  do 
Coronel  A.  Silva  ao  Comniandatite  das  Armas.) 

No  mesmo  dia  che^^-aram  ao  acampamento  do  Campo  Bom 
a  ala  esquerda  do  S*^  batalhão  e  í¥)  guardas  oacionaes,  do  íl« 
corpo  de  cavallaria,  sob  o  commando  do  Tenente  Manoel  do 
Oliveira  Chaves.  (O 111.  de  M  do  Coronel  Oaiiuino  ao  í^Joronel 
Augusto.^ 

A  IO  de  jniho  se  achavam  rL^tmidas  lôo  praças  de  pret 
do  13*  corpo  de  cavallaria,  da  Aldeia  dos  Anjos.  (Olll.  do  Ma- 
rechal Commandante  da  Ouarda  Nacional,  de  10  de  julho»  ao 
ProôidenteO 

Por  haver  falta  de  oíBciaes  da  arma  de  artilharia  offioioa 
o  Presidente,  a  10,  ao  Brigadeiro    innocencio    Vollozo  Peder- 


(*)  0«  referidoií  itresos  foram  conduiidos  por  unia  escolta  de  oiko 

Íiraças,  8oh  o  nianao  do  iilfero^  da  4"  s^ocção  do  InTantiiria  da 
liiMrda  Naciottal,  Rodrigo  José  do  Ki>:aoirmlo  Sobrinho,  ao  com* 
miiurlo  da»  forças  em  S.  LoopolJo.  Declarou  aqiiello  ciliciai  ao  r*o- 
ronel  ComiDandanto  {{ug  o  Major  João  Schmtlt,  ác  ordem  do  Chofe 
do  Poicia.  lhe  tinha  dotormínado  que  entre|i;asso  o  armamento  e 
cavâHo?  do  riuatro  praça»  <la  mesma  escolta,  mostrando  confiden- 
calmlGDte  o  oHi.  do  mesmo  Major  ao  Capitão  António  Jo<^u  da  SiU 
vieira,  vara  qu©  eate  flaesso  retirar  toda  a  forca  da  dieta  secção, 
indo  a  aua  presença  para  receber  ordena,  á  risin  da  commnnicação 
do  Dr,  Chofo  do  Policia,  que  dina  continha  fazer  retirar  a  forca 
daquelia   companhia. 

Na  mesma  dacta  o  Ck>ronel  Auf^usto  Ccaar  da  Silva  doclaron  ao 
Ciimmandante  das  araiaí!  que  a  eicistencía  do  seu  commando  in- 
cuiiimodava  ao  tir.  Dr,  Chefe  de  Policia,  polo  que  ^o  julgava  in- 
conveniente  ao  prosoguimento  das  o^ieracõcâ  policíaos  por  ollc  execu- 
tadas. AHaim,  pois,  parecia  conveniente  se  retirar  mcfmu  porua^ 
a«  adiava  doente,  (Olli.  do  10  de  julho^ 


os   MUKERS 


437 


neiras,  CommáQriante  da  curso  do  cavallaria  o  iQfantarla, 
esperíiodo  que  o  Brigadeiro  empregasse  os  sorviçoa  do  Capitãg 
Fraacisco  ClBmoDtino  de  Saotiago  Dantas,  do  municipio  de  São 
Leopoldo,  mandando  apreseotal-o  ao  General  Commaudante  das 
Armas. 

Aquelle  Brigadeiro  participou  à  Presidenclat  a  li,  ttírem 
gido  cumpridas  as  suas  ordens^  apregoo tando- se  o  Capitão 
Dantas  no  mesmo  dia  ao  Commandanto  das  Armas. 

Na  mesma  dacta  a  presidência  preveniu  ao  Gerente  da 
oompanliia  carris  de  ferro  Porto  Alegrensc  —  Manoel  Soares 
Lisboa,  q tio  30  achava  encarregado  o  ajudante  de  ordens  do 
Commaodank*  das  Armai,  Francisco  Franciáco  Maria  Pinhoi  ro 
de  Bittencourt,  de  separar  36  muares,  devendo  24  seguir  no 
trem  das  8  horas,  de  U  o  os  restantes  no  das  4  lioraj  da 
tarde. 

Ao  delegado  Luiz  AntoQio  Feijó  Júnior,  do  Termo  do  São 
João  do  Monte  Negro,  approvoa  o  Presidente  não  aô  as  pro- 
TidoQoiaj  que  adoptara  para  manter  a  tranquíliid&de  publica 
e  prisão  dos  sectários  de  Matiror  como  a  deli  Iteração  que  to- 
mara do  autorizar  o  Diroctor  da  Ctilonia  -tTeutonia»  a  i^eunir 
pesssoas  que  voluntariamente  se  prestassem  a  manter  a  ordem 
e  prender  aquelles  sectários  na  referi-la  colónia*  Declarou  quo 
»e  achando  aqueiles  criminosus  concentriidos  naa  immediaQOõs 
do  Forrabrax  e  Padre  Eterno  tinham  do  convergir  para 
aque!l69  pontos  as  forças  mandadas  em  sua  perseguiçào,  e  sendo 
os  30  homens  reunidos  oaquelíe  municipio  e  os  cidadãos  que  lhe 
prestavam  o  seu  concurso,  sufficiaotes  para  conterem  o  mesmo 
pronderem  um  ou  outro  criminoso  que,  porventura,  conse- 
guisse cvadir-se  iaoladaraente,  deixava  de  providenciar  e  de  sa- 
tisfazer ao  seu  pedido,  constanto  de  armamento  para  maior 
numero  de  praças. 

D  Commandante  da  canhoneira  dleorique  Martins»  estacio- 
nada enfrente  íl  S,  Leopoldo,  participou  ao  Preei  dento  que  cora 
aa  chuvas  que  tinham  cahido  achavam  se  paradas  as  aguas  do 
rio,  que  promettía  âochõr,  e,  por  isso,  ta  se  conservando,  de- 
yeudo  descer  logo  que  principiasse  o  rio  a  baixar, 

Em  cumprimento  do  que  determinara  o  Commaudante  das 
Armas,  em  ofR.  de  7,  n.  K437,  seguira  a  9,  para  a  cidade  da 
8.  Leopoldo  o  delegado  do  Corpo  de  Saúde  do  Kiercito,  Dr.  José 
Joaquim  ám  Santos  Corrêa,  cirurgião- mor  de  Brigada,  onde  so 
entendeu  com  o  Chefe  de  Policia  relaUvameute  ao  edificio  em 
qae  devia  se  eatabelecer  uma  enfermaria  transitória,  pam 
nolla  ae  pi^estarem  os  primeiros  curativos  e  se  tratarom  as 
praças  que  enfermasaom» 

Concordaram,  na  falta  absoluta  de  outra  accommodaçãOt 
que  30  estabeleceria  a  referida  enfermaria  oa  casa  om  que 
se  achava  aquartelada  a  tropa,  passaando  esta  para  outra. 

A  caaa  em  que  m  eatabeleceu  a  enfermaria  era  situada  à, 
rua  do  «Fogo»,  esquina  da  do  €Sapucaia»,  do  propriedade  de 
D.  Saturnina  Goolbo  do  Prado,  e  ja  se  achava  alugada  pelo  Dr. 
Chefe  do  Policiai  por  40  mil  róis  menaaea.  Nesta  caia  aot^Tam-se 


498 


REVISTA  DD  INSTITUTO  HISTÓRICO 


ocondiciopados,  e  em  compartimentos  indep^Bodonte^,  caixotes 
com  munição  de  guerra , 

Ficara  encarregado  da  on formaria  txansitoria  o  2o  Cirurgião 
do  Corpo  do  Suiidet  Dr.  Salustiano  José  Pedroza,  aqoera  o  Co- 
ronel Auit^ustít  Cezar  da  Si  lira  havia  do  aprosontar  o  pessoal 
necessário  para  o  serviço  daquolla  eiafermaria,  (Off.  n,  â528,  de 
10  do  julho  do  Delegado  do  Saudt*  ao  Barão  do  S,  Borja.) 

O  Presidente  teve  coo tieciment^j  por  oíT*  n,  1.48Q,  do  II,  do 
Commandanlo  das  armas  ;  o  Minbtio  da  Guerra  Juao  José  do 
Oliveira  Juiiqueira,  por  off,  do  Preaidente,  de  15  de  julho, 
n,  2U27, 

Não  querendo  o  Dl-,  Chefe  de  Policia  receber  os  prasos 
Jorge  Fuks  e  Adão  Muller»  reraeltidos  directamente  ao  Com- 
mandante  Coronel  Augusto  César  da  Silva,  maadou  este  que  f© 
apresentassem  competentemente  escoltados  aque II es  presos  p^\t- 
sanos  ao  Commandante  das  Armas,  Barão  de  S  Borja,  os  quaes 
foram  para  líordo  da  Canhoneira  «Martins»  íi  dispoisição  do 
Chefe  de  Polida,  que  insistia  era  não  quor«r  recel>âl-os, 

O  Cominandante  das  Armiis,  em  olT,  resorí^ado,  declarou 
ao  Coronel  Augusto  Silva  que  muito  bem  procedera  cm  relação 
aos  prisioneiroá  recolhidos  a  bordo  da  canhoneira  e  que  lhe 
tinham  sido  remettidos  paio  Coronel  Genuino,  e  que  surprehen- 
d  ido  com  o  flnal  do  mesmo  oíT,  aconselliava  que  tivera  paciên- 
cia e  que  não  se  importasse  com  o  incouimodo  quo  causara  a  sua 
presença,  em  S.  Leopoldo^  ao  Dr.  Chefe  de  Policia. 

Devia  coiUinuar  a  proceder  militarmente,  como  tioba  feito. 
usando  de  ioda  a  urbanidade,  aiteução  e  circumspccçâo  com 
íiquella  autoridade,  prestando-lhe  o  auxilio  que  reclamas^  o 
tlveiSd  relação  com  o  serviço  policial  simplesmente.  Participava 
qoeno  trem  das  8  horas  da  manhã  do  dia  14  seguiria  para 
aquella  cidade  e,  então,  ooDrerenciaría  com  aquelle  Coronel  e 
cora  o  Coronel  Genuíno.  (OfT.  reservado  de  11  de  jnlho 
do  commandaQto  das  armas  ao  Coronel  Augusto   c\  da   silva  ) 

Os  dous  offs. citados  foram  enviados,  por  copiarão  Presideoie 
da  Província  com  o  do  Commandante  das  armas  de  4  de  juliio, 

O  Coronel  Augusto  César  da  Silva,  com  off,  do  i  l  de  julho, 
ao  Dr.  Chefe  de  Polícia  interino  Abilio  AlTaro  Mariiase  Castro* 
pedia  quo  declarasse  em  virtude  de  ordem  de  uuem  ae  achava 
p<,istada  a  porta  da  casa  da  camará  daquella  cidade  de  S.  Leo- 
poldo, onde  i-esidta  aquella  autoridade,  uma  guarda  de  32 
praça9»eom mandada  por  um  official,  o  qual  a  sua  missão,  [Kira 
reaulvcr  se  devia  ou  nào  continuar  aquella  guarda,  isto  em 
virtude  da  forçi  diminuta  para  attonder  os  dilTereiites  o  mul- 
tipUcadcs  serviços  militares,  que  competiam  ás  pmças  da  l 
linha  do  exercito  (ofT.  de  11  de  julho).  No  mesmo  dia  com- 
muDicou  o  Dr.  Chefe  de  Policia  aoDr,  Presidente  da  Província 
que  linha  chefado  aquella  cidade  o  Coronel  Augusto  César  da 
Silva,  que  ia  tomar  conta  do  commando  das  forças,  quo  foram 
e  que  baliam  de  ir,  para  so  levar  a  cffeito  a  ditígeocia  de 
priâào  dos  criminosos  adeptos  de  Maurer,  uo  morro  de  Ferrabraz 
oom  animo  de  resistência. 


GS  MUKERS 


ia9 


Sondo  a  prisão  daquellos  úrimiaosos  uma  diligoocia  policial, 
ootoodia  que  toda  a  força  devia  obstar  a  sua  disposição  o  não 
podia  80  mover  sem  maadado  e  ioátnicvà.o  aua  e  não  por  iní- 
ciativa  própria.  Assim,  entendia  que  qualquer  prisão  feita  de 
ties  criminosos  llio  devia  aer  pelo  Coronel  encarregado  da  força 
e  da  diligencia  comratiaicada  directamente  por  offl,,  embora 
este  %  os  presos  viessem  por  intormodio  do  Coronel  que  estava 
comm^iodando  toda  a  força  para  satifif.izer  ás  suas  requisições. 
Entretanto,  a  10,  tendo  o  Coronel  Oeuiii no  Olympio  de  Sampaio 
prendido  Jacob  Fucks  e  Adão  Muller  os  rometteu  directamente 
ao  Coronel  Auf  nato  César  na  Silva  com  oíUcio»  relatando  o  oc- 
corrido»  e  esto  lhe  dera  de  tudo  conhecimento  com  o  offloio 
daquolle  por  cópia,  O  mesmo  Coroni?!  Augusto  Siiva  Julgou-so 
com  atitor idade  de  exigir  que  o  Chefe  Policia  informasfio  por 
ordem  de  quem  tinlia  aquella  autondadi^  na  casa  da  cambra, 
ou  de  residia,  uma  j^uarda,  e  isto  a  ti  m  ãe  rf^i^olver, 

DemaÈi»,  tinha  retirado  força  i^  ííq  movido  sem  a  bua  scieu- 
oiat  ignorando  o  Chíiíe  de  Policia  **m  ijiie  circumstauaia  se 
teliava  o  Corouel  iienuino  para  poder  proscguir  na  diligencia 
}il  encetada,  e  do  qye  í(*ra  por  ollo  incumbido. 

Tudo  idtu  fazia  crer  quo  a  pei^cguição  dos  sceEerados 
tomara  um  cara^-ter  que  não  tinha,  tícanloBob  a  dirocvão 
militar,  e  nu  I  li  ficada  a  ac^-ão  de  sua  autoridade,  fí>ra  da  qual 
oâo  podia  a  força  publica  abusar  legal  e  regularmente. 

Para  evitar  confltctt>8  cora  os  comraaudantes  da  foix;a 
publicii  dúu  o  Chefe  de  Policia  conhecímonto  de  tudo  ao  Pre- 
stdcntiv  pedindo  que  providenciasse  io(t!.  do  II).  Declarou  o 
Coronel  Augusto  Casar  da  Silva  ao  Commandanto  daij  Armas,  a 
il  do  julho,  que  coutando  com  os  reouraos  que  aquelie  com- 
raaodo  havia  declarado  que  seguiriam  para  S.  i^eopoldo»  decla- 
rara em  seu  tolegramma  de  9,  que  nada  se  tornava  preciso 
para  as  operações.  Entretanto,  só  recebera  50  mulãí^,  inclusive 
*JG,  que  naqaelle  dia  lhe  apresentara  q  Capitão  Bittencourt»  as 
quaei  com  as  demais  se  achavam  om  poder  ao  capitão  Shneider, 
e  100  ponches  de  panno. 

Declarou  aquelle  Coronel  que  para  bem  satisfazer  com 
a  precisa  pr^mptidí^o  qualquer  exigência  que  lhe  tízesso  o 
Coronel  Cenuino,  lhe  faltavam  to4o3  os  meios  do  provi* 
denciaa  a  sanar  algumas  faltas  quo,  porventura,  pudessem 
apparecer. 

fN  oiuproLMdosda  pigattoria  n.io  ne  tinham  ainda  api^esen- 
tado  mnnidoíi  do  d in!ie iro  para  oceorror  ;la  deí^pezas,  porquanto 
Sí^ndo  dífhcil  se  encontrar  =-  pagando  — carrr-tas  de  conducção 
l>ara  Campo  Bom  maiíj  diíflcil  m  tornaria  Mtaiido  o  pagamento. 

O  Commandaote  d^ia  arraiis,  om  ollL  n.  1 185,  de  Ti,  levou 
40  couheci mento  da  Presidência  este  facto. 

Os  oíllciaei  cammauil antes  das  forças  dos  diversos  corpofl 
dã  Guarda  NacíonítT^^ue  se  achavam  em  Campa  Bom,  foram 
peiVir  providencias  ao  Coronel  flenuíno  sol^re  o  fornecimento 
de  suas  praças. 

O  Coronel  irornuiuo  commuuicou   o  facto  ao  Coroool  Silva, 

1158-23  Tojio  Lxviii  V,  u 


440 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


esperando   providencias  com   urgeocia,    viaio   que   não  podia 
aquella  í?eDle  coQtinuar  oaqaelhs  circurastancias. 

Os  iiíílciaes  cuinraaadaotes  eram  subalteroo^  o  oao  liQh:iiii 
levado  meios  do  reitiodiar  aijutdU  neeeisidadô.  (J  Ccmmandanbe 
do  l,:'*  Batalhão  nào  tinliít  ordem  para  deliberar  sobre  o  dkãsum- 
pto,  iieTndiaíieiro  para  buppf  ilus,  pol^  quo  o  que  í-ecebera  er-t 
para  o  Ibroâcimeuto  das  praf;a:!3  dr  ^eu  iiomellatu  cotDtaandt),  e 
nâ.0  d<"<ípjavíi  stí  envolver  no.s  duMjytroâcor|Kfô, 

Naqiiellí!  dia,  U,  i)«jiti  aaribá.  lez  o  Cooimandaiit^  do  3^, 
marchar  compe  tonto  mu  n  te  cíicoItíMlosdoiscârrolâetá,  carrejsra<ltJi' 
com  li.tMMi  i-ari.uxns  oinbaladus  para  clavioas»  seis  pyramidas 
de  mil  t  rali  ia,  15  ditas,  contendo  nove  balas  razag  cada  «ma,  e 
maii  novo  doato  olTeito,  nVo  p^idcndo  litleralnieiUe  ^aUir^aer  o 
pedido  do  25.000  cartuxua  quo  fizera  o  Coronel  Gonuiuo,  em 
olll.  de  10,  por  m  achar  na  deptíndc?ncía  do  rerursos 

Subj-e  os  tiros  do  metralha^  granadas  o  baias  rasis  que 
reclamava  o  Coronel  Qrnuiuo  orientava  aqiiollo  Coronel  ao 
r^mmandauto  das  armas  qoo  nó  exísii.^m  granadas  o  que 
i^ítioravíi  m  i>oderia  servil*  para  aa  pe<;.%a  qtn*  elie^íaí  iam  oaqueJEo 
dia,  quo  ora  de  auppur  vicasL'  com  a  corapotoato  mimiçàt*.  (otH. 
do  Curonel  Aum:u.^Iu,  do  11,  ao  Barão  dií  S.  Borja.) 

Ainda  A  li  escrevia  o  (  uru  manda  n  to  do  li'<*  ao  Goronol  Caai' 
inaridani.c  do  :!  •  dizendo  qtte  .soria  bem  aprovei taífa  a  artilharia 
qiHj  tfevia  cbegsir  do  Riu  de  Jitneiro  na  acca-íiáo  de  attcar  oa 
cercara  posiçào  d-ja  Sectarius  de  Maurer,  puia  julgava- a  do 
mais  alcance  do  que  as  que  linha,  as  quaoã  podiam  ser  retiradas 
logo  qut?  fossem  substituídas. 

Precisava  dt;  mais  íei3  carretilhas,  com  couros  suíllcíentes 
para  cobril  a^^,  para  era  ocasifio  de  marcha  conduzir  toda  a  mu- 
oivàu,  poi3,  apenas  dispunha  de  cinco  descobertas.  08  «vnimaei 
destas  cinco  carretilhas  so  achaviím  om  Hamburg-Berg  com  o 
seu  encarregado,  o  paizano  Felippe  Runls,  lá  morador  (offlcio  do 
coron*d  (Jenuiao  ^Sampaio,  do  11,  ao  ooroneí  A.  Silva). 

O  commandant<í  rias  aríiitaem  oíHciode  11,  n.  1472»  pòiiíu 
ao  presidente  da  provi ncia  que  foíiS«^m  abonadas^  v^inta^eaa  ge- 
raes  aos  otBciaes  quo  foram  íendos  em  S.  Leopoldo,  no  ataque 
contra  as  nossas  forçaá  o  a.^  de  Maur  r,  o  se  achavam  com  licença 
do  mesmo  commando  se  tratando  um  suas  ca^ad.  O  presidente*  a 
13  dó  julho,  olllcio  n.  200-i,  solicitou  do  mÍiii3ti*o  da  guerra  que 
resDlvosse  se  devia  fazer  extensiva  a  disposição  do  aviso  de  l4dc 
uoveoibro  de  ISúO. 


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444 


REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


A  12  foram  recebid&s  os  cavalte  que  polo  fazendeiro  Jocio 
F<?ri'êifA  Parto  foram  oíferecidos  ao  Estado»  cm  nu  mero  de  «i*J, 
ficando  cãncadoí?  na  vintíeíii  dou?  (^  raorpcodo  ura,  como  decla- 
rara o  capitAo  honorário  Selmeíder.  que  os  fazia  eoDdazír  a  |.^ 
para  Campo  Bom  (OITlcio  He  12  de  julho  do  coronal  AU|jríi«lo 
Silva  iiõ  Birão  de  S.  Br*rjai- 

Aifidasobréa  forra  comtnandada  pelo  capitão  António  Jrm& 
da  silvoirii,  quo  se  campanha,  a  ^  de  junho,  de  40    ^í^nnrias. 
iíHlciou  o  corjiiel  Genitioíi  íio  coronel    Augustr»  Silva   a   12   de 
julho,  csomraun içando  quo  o  Dr.  cheíb  d<í  Policia  detorininara 
qOG  p>dia  dispersar  aqnella  força,  heixou  o  referido  odieíat  dij 
o  tàtev,  não  ^'y  por  entender  qi»e  não  df^via  aquolle  aet*^  v, ^^  ;r- 
do  >i,  como  porque  se  achava   de  posse  do  oíBcio  do 
Augusto  Silva.  [íelo  qual  licou  a:ibendo  qii©  díiquella  lí 
doante  er.i  a  autoridade  a  quem  tinha  de  ao  diri^nr.  Os  : 
nacumaea  daquelli    for^-a»  que  tinham  seguido  em  ser v  ^ 
haviam   voltado»   i-norava    por  ordem    de   quem,    %"lsto    q«e 
nenhuma  cainmmicação  recebera. 

O  commandante  das  armas  a  I:í  do  jntho*  em  ollleio 
n.  14U4,  ioformando  um  ou  Iro  ofHcio.  dizia  que  real  menta  o 
l^.  chefe  dl'  poLcm  se  Unha  íncommodado  com  a  existência 
do  command'  do  3^  batalbão ;  que  a  autoridade  do  Dr.  cbefe  de 
polícia  não  fi>ra  menoscabada  e  que  o  pr»eedimeoto  havido  oS^ 
era  si  não  o  cumprimento  do  regulamonto  que  re^'ia  e  que 
terminantemente  disponha  os  tramites  por  onde  devia  chegmr 
íkit  ti>nliecimento  superior  qualquer  participação  eom  respeito 
ao  âerviço  e  porque  parecia  fadifferente  ao  fim  que  m  tinha 
em  yi5ta  que  as  communicacdos  das  oecurreocias  da  f^rente 
foseem  levadas  ao  sen  conhecimento  directamente  pelo  coronel 
(íennino  Olympio  de  Sampaio,  ou  por  intermelio  do  predito 
commando,  nâo  podia  deitar  de  qoalirlcar  de  sem  razão  o  pro* 
cedjratmto  do  Dr.  chefe  de  policia,  a  quem  aliás  respeitafa  por 
sua  illustraç.10,  civismo,  honrosa  attitudc  e  providencias  que 
Uimara  para  terminar  a  inmirreição  de  Maurer  é  msm 
adoptes. 

I^odia  14  dejuJho  partiu  o  presidente  da  provineía  pstm 
a  cidade  de  S.  Leopoldo»  e  depois  de  conferenciar  Ckoni  o 
Dr.  chefe  de  policia,  commandante  das  armas  e  coronéis  Au- 
gusto César  da  SilTa  e  Geou  i  no  Olympio  de  Sampaio,  sobre  úd 
mddentes  que  se  deram   entre  elles. 

A  14  de  jnlho,  em  officio  dirigido  ao  Dr.  ohefe  de  Policia^ 
dijtia  o  presidente  da  proTÍncia  que  aquellas  proridencixs  ns 
tinha  organiza<io  de  conformidade  comas  leis  militares,  a  ler  :\ 
de  tioba  o  a  j^uarda  nacional,  mas  que  não  tinha  modifkadii  a^ 
attribtiicOes  da  autoridade  policial,  competente  no  easo  ver- 
tente, nem  akterriram  as  obri^at^ões  que  ^a  autoridades  peliciaâd 
e  militares  tinham  niiiãs  para  com  as  outras,  quando  Itiea 
cumpria  proceder  c*>iúaatamente.  Tratara  se  de  prender  éri- 
minosos»  e  f  o  Dr.  chefe  de  policia  competia  requisitar  m  fk»rç% 
oâu?  êò  [)ara  que  IbaseiD  eíTecti vãmente  presa<<  aqueUes  qae 
e^Uvam  refugiados  na  sobredita  easa^   mas  qaaeaqQer  ontro^^» 


ns  MnivFR?^ 


445 


ondo  roâsera  encntitradoá,  Eim,  poi^.  f^ra  lie  duvida  que,  além 
&x  inencionada  diíiLTôDcia,  devia  a  força  unida  pa.ra  auxiliar  a 
aíi;^^  dl  juftiça,  attendor  a  qualquer  outra  acquísiçílij  que 
tivesse  por  fim  prendar  us  indiciados  ou  manter  a  tran<|uil- 
lidiKieo  ordem  [mídica,  onde  juí  ti  as  se  qnc  íleviam  ser  garantidas. 

Quinto  l1  roferiíJa  dilígoocía  Umlíera  não  havia  duvida  de 
qne  á  aritoridado  poHcial  »*Oínpotia  dar  iastrucç<Víg  p:ira  quft 
a  fr>rça  tivesse  crinhccimento  exacta  do  dover  quo  lhe  ora 
imposto  o  muito  conviria  reí'om mandar  quo  procuriiSí*ô  ovitar 
a  oíTasão  desanfjue  ou  a  mina  do  propriedades  partictilaroa  S6 
liou vf'Ssepoí?sibi lidado  de  prcFcindir-sodo  rao  lidas  tão  eitreraas, 
K\  entretanto,  eerto,  qiio  a  força»  continuando  sujnita  ás  leis 
quo  a  pe^'om»  tinlj:i  responsnljilídaile  própria  pelo  modo  porqu.í 
executava  as  díliu^ancias  de  que  fora  oncarre^^^âda  o  por  «'oníie- 
^'uioto  que  lhe  G.^\bia  li bín"dade  do  acção,  tanto  mais  quanto  m 
indiciados,  pelo  sou  numero  e  pelas  fundições  para  ellua  van- 
tajosas do  terreno  qno  occupnvara»  assim  c  «mo  pola  audácia 
que  já  tinham  dado  prova,  oxi.^iam  o  empreíro  de  uraa  foi^ 
considerável  a  do  medidas  que  davam  á  dilifíencia  que  lhe  ora 
confiada  o  c.T.r actor  de  uraa  verdndelr:i  <3xpi*díção  militar.  Em 
aumma,  a  forra  dependia  do  chefo  de  j>olicia  no  qtie  não  podia 
procedo r,  sem  que  houvoâse  requisição  sua  o  lnstrucv5í?a  que 
ÍJirijifiam  a  oxecnção  dèllaa  ;  mas  foiU  a  requisição  era  inde- 
pendente nao  S'i  quanto  1  direcção  df>  seu  serviço,  mas  tirabera 
quanto  aoa  meios  a  empregar  o  modo  do  nperar  para  ma  lixar  a 
dili;?encia  que  lho  cumpria  dosemiiouhar. 

Assim  que  pertencendo  naquella  oceaaiao  ao  coronel  Au* 
gusto  César  da  Silva  o  eommando  da  força  reunida  no  muni- 
cípio, era  ci>m  aquolle  odicial  que  o  chefe  de  policia  devia 
entonder-iie,  fliriíTindo-lhe  jis  rejuisiçõos  qu'  fessem  couve* 
nieut^s,  >:em  que  iio  ©m tanto  ficisne  íuhihido,  eomo  já  lhe  decla- 
rara, de  rí'claraar  directamí^ute  dn  coronel  (lenuiuo  Olympiõ  de 
Sampaio,  quando  e.^tivessn  imperando,  isoladamente?,  o  cumpri- 
menti)  de  alKf*nia  diJifr<*neia  que  por  uquolía  iV^rma  puda^ae 
ser   maia  pnunpta  e  olllcuímeute  iie-sompenhada. 

Com  o  quo  precedia,  juli^ava  haver  dito  o  ííuíUciente  para 
quo  se  eatabõlncesse  entre  a  autoridade  policial  o  os  oíBciues 
mencionados  a  necessária  harmonia  do  vi  st  ia  quanto  ií  apro- 
«iaçâo  dos  deveres  de  cada  um,  o  conso^uindo  este  ponto 
ossenciíil,  pensava  que,  havendo  igual  ompen lio  di*  uma  o  outra 
parte,  do  manter  as  relaçõeg  reciprocas  em  um  pé  de  perfeita 
intelli^encia  e  aceordo,  st?riam  facilmente  evitados  alguns  incon- 
venienles  quo  podiam  resultar  da  oiíceas idade  em  qtie  estavam 
ile  combinar  a  sua  acção,  como  muito  convinha  ao  interesse 
do  sorvido  publico,  esperando  daquel Ia  autoridade,  magistrado 
il lustrado  e  circnmspocto,  assim  como  dos  oníciaos  superiores» 
diíTuos  de  consideriíí.ào  pela  sua  graduação  o  íáer  viços  preá  Lados. 
(Carta  oflfjcial  escripta  no  Palácio  S.  Leopoldo,  om  U  de  julho, 
do  pi^©si<lente  aoeliafo  de  policia.) 

Foi  enviada  por  cópia,  e  ai^ompanhande  offleio  reservado 
de  15»  ao  e^m mandante  da«  arraaK, 


4Ui 


HBVISTA   IM>  líCSTITUTO  IlISTOfUOí» 


O  presidenta  <l«»1xaTa  de  paria  et  íoMeaúméê  qmm  WàÈÊWm 
ft^nelle  oflSdo,  isto  ^.  o  ofUeio  que  llio  dkifto  0  nnii— niinfi 
êSã  anuas  sobre  aquetlo  aasnmpio»  mbíib  eoiBo  o  ijob  enie^ 
rac^ra  ao  chefe  de  polieui. 

Tivera  em  tísu  reaolfer  o  caao  ooeorriílo  o  editor  ifiie 
mlDrena  demora  a  diltgencía.  A'  oodsiáencio  ém  Mínialri  é^ 
Justiça  e  da  Guerra  suboietteria  a  sua  resposta  eooi  os  oAsiss 
4o  magistrado  o  o  do  eonumaiKiaiite  ilas  armas»  o  qnã  és  ChgU 
fesem  oflldo  de  ^"i  de  jollio  o.  17^,  ao  Misislni  d»  ivstiça. 

O  preeídeiite  da  proviocia^  por  o0iek>  áe  15  da  jnllio, 
n.  1797»  deu  eonta  ao  Mioisiro  da  lustK^  àa  % oe  átí0màmam* 
áTiflta  da  ^rrare  cerarrenda  qae  poacani  toda  m  pepUa^ia  ila 
cidade  de  S.  Leopoldo  de  tal  fúrma  alarmada  i|iis  utm  éqm»  se 
anima Ya  a  pr&star  aaxilio  ás  aatoridades  polidas,  mottn»  por 
mê  eotenden  qae  se  xerí acara  o  caso  prensto  peia  M  a.  Sãfi^ 
de  10  de  setemoro  de  1873  e  refulamento  a.  5573,  de  ^  èe 
marçodelS74«parael»nimroserTlQodedeâtacameQtodm  gOMiék 
nadofial  e  dar  as  segniotes  providencias,  que  repetiraoioa,  por 
eonveaieneia  de  aonotacões  que  flae^oa,  e  por  ser  útil  4  noosa 
mí^norii 

Expediu  ordem  para  ^oe  Ibs^ai  chamados  m  aarriço  de 
destacamento  o  l''  batalliâo  de.  intãotarta  da  giiaNa  narieiíal 
aetiTada  capital,  allm  de  fazer,  era  siibstlliEÍ$o  d«^  raiÉn  d% 
forçado  1^' baulhãode  infaotaria.  qoe  deria  imaBsdiataiSMiale 
flianhar  a  se  leimir  ao  oorooel  Gemiiiio  e  os  eorpos  de  eaiml- 
laría  da  mesma  f^uarda  **  classes  ns.  11,  \%  13  e  14,  mim  de 
ifosJaieDte  se^írem  para  o  mesmo  ponto,  bem  esmo  para  que 
▼iesaem  paim  a  capital  os  destacamentos  do  r^baUlbio  de  iam- 
l^ria,  i|ue  ^  scbavam  no  Rio  Orande.  S.  José  <ia  Norte  •  1%^ 
lutas,  e  toda  a  força  do  mt^mo  batalhão  ostacâoioaáa  em  1^ 
intario,  doTeodo  sor  sabsiituidas  todas  aq«ièUs&  praçss  de  Unlm 
pnia  goaida  naeiooal  dos  respeetiiros  eommandos  mipatef*. 

HaToodo-se  reunia  o  1*  batalhão  da  capitai  eom  mnita 
prnmptidão  e  tendo  sido  aeceito  o  oflerecimeoto,  por  elleio  de 
^  de  janbo.  n,  1662,  'lae  fé%  á  preaidencia  o  Bário  de  Cal^r, 
de  reonir  50  TõIunUrioe  oadonaes  e  eêtrao^eirQS  para  ftmraa 
m  guarda  da  cadeii,  o  400  se  realuon  immedlalaBwnta,  oB- 
elando  o  Presidente  ao  direcV^r  do  Arsenal  de  Guerra,  lu  1^63, 
parm  fornecer  o  respectíTo  armamento,  seguindo  lo^^o  mais 
60  praças  do  1^  batalhão  a  se  mmir  4  lorça  ao  mando  és 
eomoel  Genoino. 

Aooeitou,  por  offlcio  de  30  de  junho.  n.  167^,  o  offereni* 
mento  que  fizeram  os  empregados  aa  Directoria  Geral  da  Fa- 
neoda  lYoTÍncial  e  Mesa  de  Rendas  (ofQcio  de  30,  n,  3Q|>  por 
intermédio  do  director  ^eral  João  C&pi^trano  de  MiraMa  i^ 
Osstro,  de  guardarem  a^iueJIe  estabelecimento  pnblieo^  pelo 
qoe,  em  offieio  n.  1073,  du  mesmo  dia,  ordeoen  n 
dante  geral  da  força  policial  que  âsesse  entrega  por 
timo  de  seis  arnias  de  infantaria,  sabres,  bonets,  ele. 

A  população  da  capital  m  tinha  prelado,  expontaneasente, 
a  úuser  o  sertlço  de  patrulhas  uoctoroas  e  ultimamente  a  soeie- 


í»S    xMilKlvriS 


4t7 


dado  de  Gymnasticog  o  Atiradores  Allomria.s  tambflm  59  offere. 
cora  para  fsUj  ser i? iço. 

Ordenou  ao  commandíinto  superior  interino  da  ífuard* 
r^aciotial  do  Riu  Purdo  o  Encruzilíiada  que  mãndasfiii  sulístituif 
por  praças  da  mesma  guarda  as  do  i°  regimento  de  artilharia 
a  cava  lio  que  se  achavam  em  pregoadas  nos  po^&og  militares 
nntro  o  (íit^  Pardo  e  S.  Gabriel»  visto  teroin  eatas  de  vir  para 
a  capital,  por  Imver  írilU  de  arHIlieiroá  pnra  guarní  cerem  a<; 
pncns  q"©  d<^vj:ini  ser  romeU-idaH  ao  coronol  Genuiao. 

Autorizou  o  delegado  de  policia  da  villa  de  S.  -íofio  do 
Monto  Negro  a  n^unir  AO  praças  da  guarda  nacional  para  poli- 
ciarem aquelio  muníeipto  e  romoLtor  o  corapetotito  arma- 
mento. 

Tendo  igualmente  autorizado  o  subdologado  do  policia  do 
5''districto  e  do  termo  de  S.  Leopoldo  a  rc'unir  força  para 
ganiotir  a  vida  0  u  propriedade  dos  h.ibitaotes  do  mesmo  diâ- 
tricto  c  mandão io  reme t ter- lhe  armamento  do  infantaria  para 
aqueilelím,  pos&eriormente  lhe  lU  cat^s^ida  aqueila  autorização 
o  retirado  o  armamento»  por  não  tor  ellc  evitado  que  fossem 
saqueadas  easas  pertencentes  a  adeptoa  de  Mm  *er, 

Oâ  corpos  de  cavallaria  da  (itiarda  Nacional  ns*  12»  13  o 
14  jà  ao  achavam  era  S,  Leopoldo»  com  os  cotit ingentes  que 
puderam  reunir;  do  11*^  se  podia  contar  150  guarfas,  dosquaea 
ordenou  que  marchaasein  |íW  para  S.  Leopoldo»  licando  TiO  na 
Freguesia  de  Santa  Anna  do  Rio  dos  Sinos  para  a  segurança 
daí  famílias  ám  mesmos  guardas  o  mais  pessoas  do  logar, 
ai  tente  o  i^eeeio  do  que  f(*  achavam  possuídos. 

No  dia  1  dn  -lulho  chegaram  60  praça.'?  do  3'^  baíAlhâo  de 
infantaria,  que  se  adiavam  no  Rio  Grande.  Norte  n  Prdotas, 
I'  naquellf  mr^nio  dia  mnreharam  para  S.  [.eopoldo* 

A  "1,  desembarcou  n.i  capitil  lola  a  íorça  du  mesma  la- 
triUiTio,  que  se  adiava  ern  Jaguamo  e  marchou  para  o  niesííio 
ponto  no  dia  9, 

Fez  seguir,  por  oíTlcio  de  29  de  junho,  ao  seu  cominandanto 
Capitao*Tenente  Joào  Gonçalves  í>uarte,  para  estacionar  em 
S.  Leopoldo  a  canhoneira  «  Henrique  Martins*,  com  forte  tri- 
pulação, que»  posteriormente,  foi  reforçada  cora  '^0  iraperiaes 
niarinheims  e  I  guardião,  que  a  Preííidencia  mandara  vir  do 
Rio  Grande. 

Seguiu  também  para  o  me?ímo  local,  (telcgramma  de  ^í>  ao 
commandaiUe  do  porio),uma  lancha  a  vapor,  que  depois  foi  sub- 
Htituida  poLi  ila  íloiilha  de  excavaçào  da  Provi ncia,  que  se 
achava  no  Rio  Grande»  afim  de  conduzir  tropa  de  S.  Leopoldo  ao 
passo  da  Cruz,  nu  líio  dos  Sinos,  que  ficava  próximo  ao  Padre 
Eferno. 

Acceitôu  o  Presidente  (oíllcio  de  30  ao  chefe  de  Policia) 
o  offerecimento  feito  polo  capitão  honorário  do  exercito  Fer- 
nando Schn^^idor  para  reunir  artilheiros  voluntários,  24»  da 
eilincla  bderia  alieraã,  tendo  seguidn  pam  s.  Leopoldo  na- 
quelle  intuito,  ondu  havia  prestai! o  bons  serviços.  Foram  re- 
mei tido*?  ao  coroind  Generino  4  peças  de  montanha»  de  calibre  4, 


.448 


REVISTA    I>1  INSTITUTO   HISTÓRICO 


No  dia  4  farnm  rocuUiidos  á  cadéa  d:t  capital  8  presos, 
V  iodos  do  S.  Leopddo  e,  a  «'»,  reme  t  tidos  ao  do  legado  do  capitão 
do  porto  2  moDorea  cora  deatioo  á  comparjliia  d»3  aprendizen 
miirinbeiros,  indàviduoa  ú8tQ.s  pârtoncentes  áa  ramiliaa  da  seita 
Maíjrer. 

Havendu  ST^íidf>  difflculdade  em  obter- se  cavallos  par«i 
a  montaria  dajs  í)r.'u:a.s  da  iJuarda  Nacional,  no  dia  B  oITerfícnti 
o  cidadão  João  Ferreira  Porto  Inii  cavallo.s  ííratuitaini*Qt(»  para 
;u|Nt>H6  fim,  os  quae.M  mandou  o  Presidente  receber  em  tuía 
EstancÍJL  do  <  Curral  Alto  »  o  eenduzil-os  a  S.  Leopoldo  (oíflcio 
n.  I  772»  de  I  í  dn  julho,  ao  ríiiniiítro  da  guerra). 

Cumproti  ao  gerente  da  Companhia  de  Carris  de  Perro 
Por  do  Alej^Ten^e.  r»o  anímaes  a  preco  de  s]siK30ciida  um  par^ 
montaria  e  puxir  a  artilhari;i,  e  os  mandou  entre;=;ar  ao  c*ipitão 
honorário  FemaudoSctineider  para  íazeí-o^  seguir  para  S.  Li>o- 
polio,  á  dJapoáíção  do  corooel  Au^juntu  i\:^ar  da  SUva.  com- 
fíiaodante  do  3"  batalhfio  dí?  iníantaria. 

A  ala  esquerda  do  S""  batalhão  de  infa otária  achava-se 
reunida  ás  forças  ao  mando  «lo  coronel  GenulDO*  o  a  direita  em 
S.  Leopoldo  com  o  respectivo  chefe, 

O  eoronel  Genuino  remettera  no  dia  13  os  paisanos  Jacob 
Nay,  Pedro  studeg,  Jacob  Fuks,  filho  de  Jor^ío  Fuk8,  Carlos 
Fuk«,  íilho  do  mesmu  ;  Wilholm  Aren  e  Jacob  Arend,  ambos 
cnt(3ado8de  Teorge  Fukí,  que,  pelos  moradoros  da  costa  da  «erra 
do  Bom  Jardim  foram  presos,  por  pertencorona  A  sei  ti  de 
Matirer.  Aehavam-.se  reunidas  a  15.  todas  as  lorças  ero  Campo 
Bom,  ao  mando  do  coronid  Genuíno.  (Offlcio  n,  K787,  de  15  do 
jiillio,  do  Presidente  ao  ministro  da  jostiva.) 

Acompanha  ml  o  o  oíflfiio  dn  15  de  julho,  n,  l,79í.  envioa 
o  í'rctsident*í  ao  ministro  da  justiça  as  cópias  das  ordens  qui^ 
expedira  n<»  sentido  di*  se  sup]>rirem  as  sommas  ní^eeHS.\rin.^ 
pira  necorrer  ás  despe?,n  reservadas  da  i"eparli«,ão  <!a  iiolicLi, 
ã  liejn  da  seí^^nratiça  e  trai*íjujUi  íad»'  publica,  em  consí*'jueDcia 
ilris  a eoiH-oei mentos  de  Maitrer  e  ííoiis  sectários»  no  mifuieiplo  de 
S,  Leopoldo. 

Kstas  C4')pias  constaram,  da  requinicão  do  chefe  de  polícia 
de  18  de  Junho  ao  Presideulo— para  8er  entn^guo  ao  Theumn^oiro 
.loaquim  Balbino  rordeiro  rV)0s()(>0. 

Foi  aberto  um  credito  extinordinario  pelo  Presidente  do 
Kstado,  de  tjn<)$000  íoíllcio  n,  KíSíHí,  de  I«  do  junho,  ao  ministro 
da  justiça) . 

O  Presi  lente  participou  ao  chefe  este  credito  em  odkio 
n.  K6ffU,  (íe  18  de  Jtinho. 

Tendo  a  chefatíin  de  policia»  por  otllcie  de  *0  de  junho 
j'eí|wisitado  mais  (iO0$00n  por  se  achar  or^g-ot&dA  a  primeira 
remessa,  a  Presidência,  por  of II (do  do  30  de  junlto*  ti.  L66<i, 
respondeu  ter  altorto  para  tal  fim  o  cre^iito  de  4:CHX»$<KX>  ao 
inspector  da  thesu oraria  do  fazenda. 

Fm  dotado  J5deelarou.  por  oll*.  u.  1,788,  a  PiHísidencia  ao 
Con.^elheiro  Duarte  d©  Astevetlo,  ministro  da  justiça,  que  m 
achavam  em   S.  Leopoldo  a  artilharia  e  munição  qiio  tinham 


os  MUKERS  449 

sido  reraettidas  no  transporto  «  Vassiraon  >.  tendo  o  inspector 
colloctor  ordem  para  effoctaar  o  pagamento  das  dcspezas  quo 
fossem  de  mister  fazer-se,  quer  com  a  etapa  das  praças,  tanto 
de  linha  como  da  (iuarda  Nacional,  quer  com  o  transporte  de 
todo  o  material  bollico  para  o  Campo  Bom. 

Na  mesma  data  submettii  a  Presidência,  em  ofllcio  n.  1 .791, 
á.  aprecíiação  do  ministro  a  planta  de  Padre  Eterno,  do  líorval 
o  outros  da  Colónia  de  S.  Lfíopoldo,  levantada  pelo  aj^rimonsor 
Josô  Maria  Vidal,  representando  a  parte  do  território  occupada 
por  Manrer  c  seus  adeptus. 

Segando  as  declarações  que  prestou  verbalmente  o  coronel 
Genuino;  aquella  planta  apenas  dava  uma  idéa  da  sitnaçâo  por 
elles  occupada  o  não  representava  com  exactidão  tod«>s  os  acci- 
dentes  do  terreno,  áendo  corto  que  naquella  data  as  estradas, 
que  naqiielle  ponto  S3  dirigiam,  estavam  completamente  al- 
teradas. 

Ainda  na  mesma  daota,  15  de  julho,  recoramendou-se  ao 
subdelegado  de  policia  do  S*»  districto  do  termo  de  S.  Leopoldo 
á  cheftitura,  que  tomasse  todas  as  providencias  para  ser  preso 
qualquer  dos  criminosos  sectários  de  Maurer  que  alli  procurasse 
se  refugiar,  reraettendo-lho  com  as  devidas  se^^uranças,  c  dava 
outras  recoramendações  sobre  as  garantias  das  propriedades  dos 
sectários  ou  de  outra  qualquer  familia. 

Ao  mesmo  tempo  requisitou  do  commandante  das  forças 
coronel  Augusto  César  da  Silva  para  que  dôsse  as  necessárias 
ordens  aflm  de  que  o  coronel  Genuino  movesse  a  sua  força  e 
procedesse  áquoUa  diligencia  conforme  as  instrucçoes  que  en- 
viara ao  mesmo  coronel,  visto  ter  o  Presidente  da  província 
declarado  que  se  achava  prompta  a  força  requisitada  pelo  co- 
ronel, com  todos  os  elementos  de  mobilidade  para  a  diligencia 
da  prisão  dos  criminosos  adeptos  de  Maurer. 

Por  offlcio  da  mesma  data  dava  instrucçõos  d  autoridade 
policial  ao  coronel  G  nuino  para  que,  m'> vendo  a  força  sob  o 
sou  commando.  conformo  requisitara  do  Sr.  coronel  Augusto 
Cosar  da  Silva,  commandante  das  forças  naquella  cidado,  tra- 
tasse de  eíTectuar  a  diligencia  interrompida,  da  prisão  doa 
adeptos  da  seita  de  Maurer,  indiciados  autor^^  dos  bárbaros 
attentados  commottidos  na  noite  de  25  de  jun no  e  de  outros, 
anteriormente  praticados. 

Determinava  que,  dirigindo-se  aquelle  coronel  á  casa  do 
Maurer,  situada  junto  ao  morro  do  Forrabraz,  a  faria  cercar, 
dispondo  a  sua  força  de  modo  a  nfto  deixar  escapar  um  só  dos 
criminosos,  quo  na  dita  se  achavam  refugiados  o  para  isto  se 
devia  tomar  as  precauções  que  a  táctica  militar  aconse- 
lhava. 

Posto  o  cerco  convenienie  na  casa  e  nos  pontos  que  jul- 
gasse necessários  e  cumpridas  polo  oíílcial  do  justiça  as  forma- 
nda los  legaes,  o  auxiliaria,  para  quo  fossem  presos  os  crimi- 
nosos, fazendo  repellir  «jualquer  resistência  no  grau  em  que 
fosso  esta  offerecida,  convindo  quo  so  empregasse  tudo  quanto 
fosso  po88ivel  para  que  nâo  houvesse  effugâo  de  sangue  da  parto 


450 


REVISTA   fM3  INSTITUTO  1ÍI--TORICO 


da  toTi:%  publica  e  das  crimiaosoi^  aenao  no  caso  abeoluiameoie 
iodíspcnsavol. 

fiffecUiadis  as  prisões  com  rf^sUteocia  oo  sem  âUa,  deTja 
íazor  garantir  os  presos,  d5o  cooseniindo  qae  nenbam  deUe?i 
sofTreftse  a  meoor  oíTenãa  por  parto  da  força  publica  oa  doe 
cidadSo  que  a  esta  se  reuDínsem.  e  bem  assim  oão  permitttsse 
a  ruioa  da  propriedade  dos  meemos  criminosas  ou  da  outras 
pes.^  >a8,  nem  quo  das  casas  se  tirasse  cousa  alfruma*  eicé* 
ptuailos  as  armas  n  muniÇHOs  quo  fossem  oncontradas  Aquellns 
n^commendações  tornavam-se  necossariag  fazer  para  que  não 
se  reproduzissem  os  factos  do  pilhagem,  Jl  praticados  peios 
guarffas  nacionaes  ao  mando  do  capitão  Aotonío  Jo^  da  Sil- 
veir  i«  cm  algumas  casas  qut>  foram  varejadas  em  dias  paasados» 
o  do  que  tivera  conhecimento,  com  pesar. 

Si  por  qualquer  cireumstancia  os  crimJQOBOS  ou  algum 
delles  se  evadissem  da  predita  casa,  refugiando-se  em  outra  ou 
no  matto,  deveria  fazei  os  prender,  ontíc  quL^r  que  os  encoa- 
Irasso,  tomando  para  iito  as  providencias  precisas  o  que  dui- 
xava  ao  ^u  reconhecido  cri  tono. 

Nenhuma  pessoa  da  fiimtlla  dos  crimiaoaos  seria  conduzida 
presa  som  ordem  para  isto,  salio  a  mulher  de  João  Jorge 
Maurer,  jacobina»  e  a  mulher  de  Rodolfo  Scbn. 

Terminada  a  diligencia  deveria  dar-lhe  parte  ofllcial  cir- 
curnstanciada,  sem  omissão  da  menor  occurrencia,  remettendo 
09  presos,  e  não  retiraria  a  força  daquollos  arredores  sem  a  sua 
requisição,  porquanto  era  n^^ceçs  irio  que  as  famílias  dos  presna 
ficassem  í=raran tidas  em  suas  vidas  e  propricMÍades.  nlo  sendo 
vit^íimas  da  indií:nacâo,  filha  dos  bárbaro??  attentados  praticado*» 
por  aqaellos  eiimloosos. 

No  dia  l(í  participou  o  chefe  ãn  policia  ao  Presid<*nte  da 
Ijrovíncia  q»ie.  nchando-sc  prompta  a  força,  com  todos  os  meios 
de  mobilidade,  conform»!  lho  cora mun içara  aquella  presideoeia, 
mandou  quo  se  levasse  aquella  diligencia. 

Para  isso  foi  oo  dia  i'^  ao  acampamento  da  força,  3  léguas 
d  is  tintes  da  de  S»  Leopoldo,  eu  tender -se  com  o  coronel  Genuino 
Olympio  dn  Sampaio,  acompanliando-o  o  coronel  Augusto  César 
da  Silva,  e  dera  as  suas  instruc«  ões  verbaes  e  esoriptas.  Ficara 
asseotado  que  seria  levada  a  elfeito  a  diligencia  no  dia  18.  Aos 
ffublelegados  dos  districtos  ofDciaes.  no  i^ntido  de  prtividen- 
ciarem  a  priBão  de  qualquer  dos  ta  es  criminosos  que,  logrando 
escapar-se  da  casa  em  quo  estavam,  procuraasera  refíigiar-se 
em  seus  dísirictos  o  tomarem  todas  as  medidas  quo  juT^Mrem 
convenientes. 

A  17  >e  opresetitoii  ao  Chefe  de  Policia,  que  mandou  se 
apiTseutar  au  coronel  Augusto  C.  da  Silva,  o  major  Bernardo 
Jonquiui  Ferreira  roju  VJ  guardas  e  i:í  ufficiaes  do  Corpo  n.  líí 
lio  sou  Píjm mando, 

O  coronel  A,  C.  da  Silva  oi'denou,  a  18,  quo  se  apresfo- 
fasso  a  fbrva  ao  í-.oronel  Genuino,  no  acampamento  de  Campo 
Bom  (  utr  do  17,  do  eoi*onel  A.  Silva  ao  eoramandantn  das 
acnia:»)» 


os  MLIKEKS 


151 


Oá  míirad«iL"oíá  do  Siipiranga  Fclippe  Sebn  o  MarLia* 
hresoTi^iarara  ao  To  d  ente- coro  o  el  Tristão  Josj  de    Fraín 


Gr.iy 
represoTiiarara  ao  roDente-corooei  Trisiao  ,íosj  ae  rraía  que 
indivíduos  da  fort;aíitie  se  achavam  djsticados  do  ouívo  ladi>  do 
Pasáo  da  Cruz,  oitavam  arr.íbiiihando  q  carrc;íando  gados  d*.-  sua 
propriedade,  pmvaieoeodo-se  da  ordem  de  tirarom  liado  dos  Mau- 
ristas»  e  aquoUe  oriiciat  levou  ao  canliociíQonto  do  coroael 
Gomiiao  Olyrapio  de  S  irapaio. 

Por  este  motivo  o  Baráo  de  S,  Borja  determinou  qae  as 
praças  da  torça  destacada,  que  tio ham  arroHaiiliado  i^ado  dãs 
Colonos  não  pertencentes  A  aoita  de  Maurer.  deviam  sor  ro- 
mettjdas  com  a  competente  pirte  a  aatoridade  policial  re- 
spectiva pira  proceder  contra  e! la,  conforme  fosse  de  direito 
(off.  do  liarão  de  S.  Borja»  de  i7  de  julho  ao  Presidente  da 
Província.  ) 

O  Presidente,  por  olf,  d.'  ^^^  da  juUio  rcíípondeu  ao  uia- 
reelial  Birão  doS.  Borja  o  approvou  o  a^^to  que  tinha  deter- 
minado sobre  aqueUaa  praçcts. 

A  IB  ^Q  [>rovidenciou  sobre  o  fornecimento  de  etapa  o  jta- 
gamento  de  vencimento  as  B30  príi<:as  de  Kí' corpo  rio  cavai  lar iar 
daíUiarda  Nacional  (on\do  Presidente  ao  Commandantesuperio 
da  íJuaríla  Nacional  da  Ha  pitai,  S,  Leopoldo  e  Camaquan.) 

No  dia  líí  o  Dr,  Chefe  de  Policia  eipediu  o  soju'tiinte  tele- 
gramina  ao  Presideote  da  Provi  ncía. 

«  Sao  2  horas  ©4'3  minutos.  Clie;;'aram  noticias  do 
ataque  a  causa  de  Maurer ;  offoreceram  tenaz  resis- 
tência, foram  dollea  mortos  ao  todo  em  numero  de  Oú  ou 
80.  De  nossa  parte  mortos  o  feridos  uns  lio.  Offlciaes 
somente  2  feridos,  A  cidade  está  em  festa.  ^ 
Este  tclegramma  o  Presidente  da  Província  trausmittiu  na 
integra,  no  dia  '^0,  ao  Ministro  da  Justiça. 

No  dia  seguinte,  20,  o  chefe  de  Policia  paESOU  outro  telo- 
gramma  ao  Presidente, 

<  Acaba  de  che*?ar  do  acampamento  do  Ferrabraz 
um  olT.  do  major  do  3"  Batalhão  Américo  Antoniu  Car- 
doso, que  dá  a  triste  e  lamentável  noticia  :  €  Acam- 
pamento no  morro  do  Ferrabraz,  20  de  julho  de  1871. 
lllm.  Sr,— rommunico-lho  que,  neste  momento, 
5  horns  da  manhã,  foi  irravemonte  ferido  e  acha  le 
em  perigo  do  vida  o  lllm.  Sr.  coriuiol  (ienuíno  Olyrapio 
de  Sampaio,  por  6  ou  8  bandidos,  que  por  occasiâo  do 
ataque  de  hontem  ©aca parara  e  trat?mi-no«  de  inpom- 
modar,  occultados  na  e9|'«3sa  ma!.la,  onde  estamos 
acampados  ;  o  que  scienUflco  para  coulí0'.*i mento  disso, 
dando  08  devidas  pi'ovideocias.  Ao  conchíir  i'sta  soube 
que  o  rtí^iuito  íSr.  Curouel  tdlocora.  I^jug  «íuarilo  a  \  . 
Ex.  Ul.  br.  Corontl  Augusto  César  da  Silra,  Commau- 
dante  das  forçaa  em  operai õe^  —  Américo  António  Car- 
doso, major.  »  O  coronel  Augusto  Cezar  da  Si  Iva.  íáegue 
neste  momento,  meio  dia,  para  aquellc  logar.  Esto 
pedíí  que  m  mande  um  medico,  que  se  torna  necessário 
e  com  toda  a  urj;'6ncia,t> 


45â 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


ToDdo  fallecido  o  CommandaDto  das  forças  Coronel  Qoauioo 
Olyrapiu  Sampaio»  Ibrido  gruvemonte  iia  msinhãde  2u  do  c^jr- 
reute,  asaiiriiiti  o  cummaodo  d^  força  em  S.ipiíMQga  o  Tooente- 
egrunel  Tristãu  Juhó  da  Fraga,  que  participo»,  vm  oíl',  da 
meísiiia  data,  au  coronel  Augusto  da  í<ilva,  quo  áa  3  horas  da 
madrugada  daquoUe  dia.  do  um  serro  ooboito  de  matto,  o  qae 
tica\  a  p  oximo  ao  legar  do  acaruparaetno  no  Fonabraz,  appskre- 
coram  ua  soclariud  do  Mauror.  que  cm  resumido  mi  moro  tinham 
es<-*apado  do  coinbat*^  e  da  lá  fizeriím  iogo  sobre  o  acampamenVi, 
ficindo  gravemonte  ferido  o  Coioiiel  Couimaudauto  das  forcas 
Coronel  íienumo  Olympio  Sampuio  o  alf^^anias  praçiís.  O  tiroteio 
su 8 tentado  pela  força  le^^al  e  que  foi  diri^^ida  pelo  ra ferido 
Coronel  afogo utoií  os  crkjjiuosos  pelas  4  l/:j  da  manhã. 


COMBATES   DE  U)  E  20 


No  dia  17  de  julho  o  coronel  Goneríno  Olympio  de  Sampaio 
levantou  o  acampatoento  das  forças  em  Campo  Bom  e  marcboy 
até  o  .Sap^ranga,  oode  acampou  á  tarde,  toroando  todas  ;ts  prti- 
vidtíiiciaií  para  levar  o  ataque  á  casa  do  Maurer  no  dia  se- 
guinte, y  que  nào  ponde  realizar  pelo  mau  tempo  que  sobreTeia 
na  madrugada  de  18, 

Transferido  para  o  dia  19,  determinon  iis  forçiig  da  maneira 
geguinte  :  a  artilharia  com  4  boccas  "le  fogo  e  uma  estativa  do 
foguetes  a  congráve,  toda  a  forçai  do  i2'  Batalliào  de  loíantaria 
e  quaroDta  praças  di;  cavaUaria  deviam  ontrar  pela  estrada 
da  direita  ;  a  ala  du  3«  Batalhão  de  infantaria,  pela  estrada  do 
centro,  despendBndo  tima  furçíi  de  cioioenla  homonspai*a  a  en- 
trada da  esquerda,  acompanhadas  esta^  úhslh  ultimas  forç;is,  a 
primeira  de  'M\  homunade  cavalJaria  o  a  sogtiuda  do  outros  triQta« 
al«''m  do  toda  a  força  do  U'^  c^rpo  de  ciuardas  N/icionaes.  que 
logo  quo  sahiâso  no  Campestre  operaria  separadamente  no 
oerco  de  toda  aquella  exleueâo* 

As  tros  estradas  a  quo  me  refiro  convoigiam  sobro  a  casa 
de  Mau  ror,  por  picadas  extensas  unicofí  pontos  accessiveis  ao 
esconder ijo  dos  criraerosoa  fanáticos. 

A's  6  horas  da  manhã  do  19,  as  for^^as  a.ssím  dispoitad  inter- 
oarara-se  nas  mattas,  observando  todas  as  regras  da  arte. 
O  Coronel  Cymmandante  seguiu  á  frente  da  columna  da  direita 
e  junto  a  elie  marchou  o  Tenente  Coronel  Fraga,  conforme  a 
sua  ordem. 

Logo  quo  os  atiradores  descobriram  o  inimigo  principiou  o 
fogo  moderado,  a  li  a  há  da  fronte  foi  reforçada  considera  velmon  to 
e  passou  a  commandat-a  o  inr repito  capítàu  Silvério  José  da 
Cpu£,  avançando,  até  deixar  col locar  a  artilharia  cm  uma  altura 
que  domina\a  a  casii  de  MaurcT.  Aos  primeiro;^  tiros  admira* 
volmente  dirigidos  pelo  distincto  capitau  Francisco  ClementtDO 
de  Santiago  Dantas  rucharam^se  os  reparo.^  de  ties  pe^as.  6  aoi 
uKimog.  que  os  esforços  temerárias  do  mesmo  capitão,  tentaram 
sobre  os  canhões  mal  montados,  faziuní  se  os  reparos  vm  pedaços, 


os  MUkERS  453 

restando  apenas  uma  bocca  de  fogo  em  bom  estado  por  não  ter 
ainda  trabalhado. 

O  Coronel  mandou  tocar  avançar.  Quando  a  linha  de  ataque 
superava  as  primeiras  diíficuldados  que  otterecia  o  terreno  acci- 
dontado,  apparecia  a  força  do  ;{°  Batalhão  pula  frente  da  casa 
do  Mauror,  commandanda  peio  raajoi'  Américo  António  Cardoso, 
e  pola  retaguarda  o  Capitão  I.uiz  Alves  Leito  do  Oliveira  Sal- 
gado com  a  giia  força  dinfantaria  e  os  clavineiros  do  14®  corpo 
de  Guar*ia  Nacionaes.  A  linha  dos  combatentes  avançava  en- 
tão formando  um  semicirciilo. 

O  Coronel  Comraandanto,  mandou  ordem  ao  major  Américo, 
que  já  se  aproximava  ao  ponto  onde  se  dera  o  ataque  na  nouto  do 
tàH  dc  .lunho,  quo  sustentasse  aquella  posição  en trinchei- 
raudo-sG  na  primeira  ordem  dos  cercados  que  o  separavam  do 
inimigo  e  dahi  sustentasse  o  fogo  protegendo  o  ataque  dos 
atiradores. 

Os  sectários  do  Mauror,  cegos  pelo  fanatismo,  faziam  uma 
resistência  barbara,  aproveitando  todos  os  obstáculos  para  dis- 
putal-os  com  ardor. 

A  infantaria  vencendo  a  valia  profunda  formada  em  torno 
da  casa  pelas  aguas  do  arroio  Forquilha,  nas  suas  enchentes, 
fazia  recuar  os  criminosos  que,  concentrando-so  na  casa,  formavam 
delia  uma  cratora  vomitando  balas  pelas  quatro  faces  ;  oâ  Ca- 
pitães Silvério  .losó  da  Cruz  e  Luiz  Alves  Leite  d'01iveira 
Salgado,  e  os  Tenentes  Jesuino  Melchiades  de  Souza  e  Lino  Pe  • 
reira  Kebouças,  cercavam  a  casa  á  frente  dos  soldados  mais 
destemidos,  que  debalde  tentíivam  entrar,  eram  repeli  idos  por 
descargas  em  que  tomavam  parte  até  as  mulheres  que  che- 
gavam a  descobrir-so  nas  janellas,  tazendo  pontaria.  Nessa  con- 
Junctura  apresentou-se  o  Capitão  Dantas,  que  fez  chegar  a  sua 
dedicação  e  bravura  ao  ponto  de  acompanhar  a  linha,  debaixo 
de  fogo,  vencendo  obstáculos  incríveis  para  conduzir  a  única 
bocca  de  fo^o  que  lhe  restava,  com  o  âm  de  metralhar  a  ca>a, 
porém  aos  primeiros  tiros  que  fez,  os  reparos  tiveram  a  sorte 
dos  oubros.  As  balas  continuavam  a  partir  certeiras  do  sótão 
da  casa,  quando  um  dos  cantos  delia  principiou  a  arder. 

O  fogo  tomou  proporções  e,  de  dentro,  apenas  o  grito  de 
crianças  se  fez  ouvir,  ao  que  alguns  soldados  arrombando  a 
porta  atiraram  se  a  salvai-as,  conseguindo  tir^r  para  fora  52 
pessoas  vivas,  entre  inulhcres  e  creanças,  e  8  mulheres  mortas. 
Algumas  das  primeiras  sahindo  arrastadas  forcejavam  tentando 
de  novo  entrar  para  a  casa  procurando  a  morto ;  o  fumo  e  o 
fogo  nada  mais  deixaram  fazer . 

Dahi  a  momentos  tudo  era  devorado  peias  chammas. 

O  desditoso  coronel  Genuine  Olympio  de  Sampaio  dirigiu 
o  ataque  na  linha  de  fogo;  calmo,  o  valente  militar  tudo  pro- 
videnciava o  ao  seu  tino  se  dove  a  precisão  com  que  atacaram 
as  forças,  obtendo  o  resultado  quo  tiverem. 

Terminando  a  jornada  do  dia,  acamparam  aís  forças  ás  11 
horas  junto  ao  Perrabraz,  a  poaca  distancia  dss  rninas  dos 
sectários  de  Maurer. 


454 


RBVISTA   lin    INSTITUTO   iílSTORIGO 


Sahíratn  ilívors^s  partidas  orn  p€i'3e^uição  de  ali^ans  dus 
criminosos,  qyo  tinham  fugidu  para  o  matto,  parem,  dopois  de 
rauitu  procurarom  voltíiram  sem  os  terem  orican trácio. 

Cuidou-so,  ent^o,  principalmoQte  ua  conduccão  dos  íeridos, 
entroguea  ao  desvello  do  prostimoso  Dr*  liayraundo  Caetano  da 
Cimba,  que  tove  ordem  do  Corúool  para  ucompaDhãÍ-os  até  São 
Leopoldo, 

Tivcmoít  í ora  de  combate  3  ofBciaôS  c  li3  praças.  Foram 
ferid  o  s  d  i  verso  s  pai  sa  p  oa . 

Do  iciraigo  cahiMra  sem  vida  11  fun.iticos.  DeDtro  da  casa» 
antes  de  queimada,  viram-so  muitos  homens  raortoí;  e  não  cessou 
de  partirem  deUa  tiroa  certeiros,  emquanto  retava  alguma 
parte  em  qwe  o  foífo  eão  tivesse  chefiado. 

Foi  Liiiíunitrudo  alííum  dinheiro,  que  sendo  apresoutado  ao 
coroDel  coiHraaadanto  ellc  o  íeí  contar  com  testemunhas  u 
t^ntrogar  em  dcposití  au  i.idadá-i  Nicolau  SclnnUbi  con- 
etando  do  73  om;aii  do  ouro»  315  bolivianos  o  ;.M  I  balasiracos» 

Pelas  3  Iioraii  da  mad  rugi  ida  do  dia  'iO  foram  .s»?  atidas  d  ti 
acampamento  da  direiUi,  descargas  no  da  infantaria,  .^o  ama* 
iibccer  dirigiuse  o  tcneoto-coronel  Fraga  para  aquello  pouio  o 
encontrou  muribundo  o  valente  que  na  vespora  lhe  tinha  causado 
admiração  c  respeito. 

Teve  entiio  o  tenonts-coronel  Fraga  conhecimento  de  quo 
Da  primeira  descarg;i  dirigida  do  isatt^)  sobre  o  acampamenio, 
por  alguns  dos  re vultosos  que  na  véspera  tinham  coDseguitla 
fugir,  o  bravo  coronel  Qentiino  Olyrapio  de  Sampaio,  que  ae 
ucbav  i  acordatiOt  sahindo  da  sua  barfaou,  determinou  que  rosB3 
a  tropa  collocada  em  linha  resptjiidenilo  aos  tiros  do  matto  oam 
descargas  cerradas  de  fuzilaria,  e  tendo  assim  diapoito  a  for<;a, 
êlle,  sereno  passeava  na  rectaguarda  da  linha,  quando  lufeliz* 
mente,  um  baía  o  ferio  em  uraa  perua. 

Assim  se  dirigiu,  sem  se  queixar,  para  um  rancho  próximo 
e  de  lá  determinou  que  o  major  Américo  António  Cardoso, 
continuasse  dirigindo  o  fogo,  rocõmmeudando  qoo  nài^  queria 
quo  03  seldadoa  soubessem  que  ístava  feri^io,  O  velho  militar 
oh^er\'ava  os  deveres  do  solevados  atíi  noi  momentos  em  que  se 
sentia  morrer. 

A'3  4  1/2  lioras  da  manhã  o  fogo  tinha  cessado  e  rts  7  o 
cor.mel  Genuíno  era  cadáver.  O  listado  o  o  Imperador  perdiam 
um  dos  8CU3  mais  valentes  e  dedicados  servi doros.  Mais  um 
Ciipitão  o  ein<^o  praças  foram  leridoa  naquelta  in;Miliii. 

Cumpria  um  devo?  o  coronul  Fraga  recommendando  a  ron- 
siderai. 'áo  dos  seus  superiores  como  dignas  de  louvor  o  toaeniií 
Jcatiirji  Mtílcluades  do  Souza  e  alferes  Joàn  Cc^zar  Sampaio  que, 
servindo  de  ajudantes  de  ordens  do  coronal  por l aram -so  com 
bravura*  O  primeiro  tniUtimittindoordeDS  na  linha  de  aliradurei» 
avançou  com  oa  valentes  que  primeiro  a^ísal taram  a  casa  dâ 
Maurftr. 

O  capitão  Silvério  Jos»**  da  Vniz  era  conaidera<lo  pelo  dee- 
ditoso  corond  como  um  do'^  eeus  maia  distinotos  oíQciafts.  QiiMido 
terminou  o  ataquo   viu  o  tcnoatc-coronel  Kra^a  aquolle  oo* 


os   MUKERS 


455 


i 


Tonol  chamar  o  capitão  Cruz  ©  apertor*lhe  a  mâo.  agradecendo- 
lho  a  coadjuvação  heróica  qae  lhe  tinha  pr eatado . 

Fora  um  acto  dd  josttQa  que  encheu  m  eothusl&smo  aquello 
teoento- coronel. 

Os  vatentêã  capitães  Fi^ancisco  Clementiiio  de  Santiago 
Dantas,  commandan to  da  artilharia»  Lytz  Alvei  Leito  de  oTi- 
veira  Salgado,  que  commandou  uma  força  de  infantaria,  pres- 
taram Oti  serviços  importantos  relatados. 

o  Dr*  Ray mundo  Caetano  da  Cunha,  medico  u  soídado, 
humanitária  o  Valente,  prestou-se  sempre  com  a  maior  dedicação, 

Oa  capitães  da  Guarda  Nacional  António  José  da  Silveira  e 
Josó  B€nto,  o  primeiro  tendo  empregado  a  sua  resumida  força 
na  conduci^  de  munição,  recebeu  ordem  para  juntar-s©  at>  co- 
ronel, onde  p resto u-se  baatantet  como  sempre  o  yíu  í^zer  o 
tenente-corooei  Fra^a,  emquauto  achou-^  servi  ndo  ;  o  segundo 
que  80  apresentara  nas  ve&peras  do  ataque  foi  dos  vaqueanos  o 
que  concorreu  com  os  seua  aerviços  de  boa  vontade. 

O  capítãu  da  guarda  nacional  Andr4l  líios  reuniu^fto  íi  força 
na  madrugaria  do  ataque,  i*3sUtiu  a  todo  o  fogo  o  mui fyo  mere- 
ceu pela  maneira  com  que  m  prestou. 

Oií  ti'Dõiites  da  mosma  Guarda  Vicente  Corrida  da  Silva,  que 
avançou  com  a  força  do  14"^  corpa  dd  cav aliaria,  e  Manmd 
de  Oliveira  CUavefl,  que  serviu  juuto  ao  coronel,  âzcram-so 
dignos  do  encómios. 

Osalíerea  da  guarda  Dacional  Saturnino  Cardoso  da  Silva 
Fraga,  Augusto  Caetano  da  Silva  Neco  e  o  sargento  quartel 
mestre  Joào  \lcente  de  Andrade,  que  acompanharam  o  tenente- 
coronel  Frsf^a,  prestaram  importantes  serviçoí?  com  decidida 
coi-agem.  Os  maia  offlciaes  e  praças  de  que  se  compunha  a 
força  e  que  se  engajaram  no  fogo  cumpriram  o  mm  dever. 
DeJicaram-3c  os  paisanos  Frederico  Bier  SobrinUo  o  Lucas 
Franco  MartineSi  que  preatando-ao  constantemente  deade  o 
fogo  de  2H  do  pâss;i4o  foram  feridos  no  ataque  de  19,  em 
que  ie  conduziram  com  toda  a  coragem, 

O  tenente-coronel  Fraga  terminava  a  parte  que  deu  ren- 
dendo li  devida  homenagem  ao  valente  coronel  Genuino  Olym- 
pio  do  Sampaio,  rogando  ao  coronel  Augusto  Silva  para  fazel-o 
junto  àa  autoridades  suporiorea  para  que  recommendassem  á 
magnanimidade  dolmpenidur  a  familia  numerosa  daquelle  mili- 
tar distinoto  quo  morreu  pobre  defendendo  heroicamente  a 
causa  publica*  (Parto  oflieial  do  tenente- coronel  Tri^tlLo  José 
da  Fraga  ao  coronel  Augusto  César  da  Silva»  do  20   do  julho.) 


Nii  madrugada  de  VJ  recebeu  oitlena  o  major  gratinado 
Américo  António  Cardoso,  de  '^^  batalhão  de  infantaria,  para 
marchar  de  Sapyranga,  despendendo  uma  força  de  50  homens 
commandada  por  um  capitão»  que  entraria  pela  estrada  da 
esquerda  da  casa  de  Maurer  e  com  o  i^esto  da  ala  devia  seguir 
pela  estrada  do  centro,  ^endo  cada  uma  deafl<is  forças  aoompa- 

""     2158  —  30  roxo  txvm.  r  u. 


456 


REVISTA    rwl    T^^^TrT^TO   íli^TORICO 


nbada  de  30   homens  do   cavalgaria,  ^ue  deriam  proteger   a 
rotaííaanla , 

AS  r>  horas  da  maaha  eotraram  nas  picadas  que  termi- 
Dam  defronte  a  câsa  do  Mauivr*  com  iustruoções  oeot^gevtn 
pai*a  aaHir  áeiUs  ao  mbsmo  tempo. 

O  cripitãu  Luiz  Alves  Leite  de  Oliveira  Salgado,  que  i'oí  a 
ooiDmaQdanto  da  força  quo  ontrou  pola  esquer<da»  doi  sevL  tra- 
Joclo,  dentro  da  pieadii,  foi  atacada  por  alguns  do»  ertiBi- 
nosoa  que  foi  recuar  avacçando  a  sua  gente,  resultando  desse 
encontro  alguns  feridos. 

A  força  com  quo  maixíliou  o  mujor  OanloBu  depoii  de  vencer 
ofl  obstáculos  encontrados  na  pu  a»Ja  obstruída  e  tranuada  nin 
diversos  ponloSi  o  tendo  cessado  o  íbgo  de  artitbavta,  âabtUt 
camo  ao  tinha  cv^nvencrotiado,  em  um  i^ampo^re,  onde  eetavani 
alguns  mortos  dos  oo&his  no  dia  28  do  pissado,  esCnodo  a  casa 
de  Mau  ror  a  60  metros  de  distancia.  Abi  recebeu  um  foifo  viva 
do  fuziíru-ia  diriííido  p«do  inimigo,  oiitrinciboir.ido  por  tro« 
ordens  do  corças  de  paus  grossos  e  uma  vala  profutida.  Nessa 
occasião  um  ajudante  de  ordens,  o  tenente  Genuíno  MelchiadiBS 
de  Souza,  vindo  jd  pela  direita  trazia-rae  ordens  do  coroDel 
eommaodante  da  força  Genutuo  de  Sampaio  para  misteoT^r 
aqm He  ponto,  estendendo  em  linha  juoto  ao  primeiro  cereado 
que    devi:\  servi  r-nos  dt:  trinchoiía. 

Todas  as  furças  appareceram  ao  mesmo  tampo  e  o  cofeoal" 
Qenuino  de  Sampaio,  avançando  com  a  tinha  de  atiradores  o 
o  capitão  Luís  Alves  Leite  de  Oliveira  Salgado  com  a  fòrga 
do  3"*  também  em  linha,  tomaram  a  casa  de  Maorer  a  bayoneta^ 
debaixo  de  um  fogo  desespttrado,  que  da  easa  dirigiam  contra 
os  que  a  assaltavam . 

A*s  1 1  horas  do  citado  dia,  depois  de  varias  peripécias,  aeam- 
pou-^  junto  ao  Ferrabrás  e  pelas  3  horas  da  madrugada  de  20 
a  linha  ixsspondeu  ao  fogo  que  sobre  o  acampamento  faliam 
poucos  homens  coliocados  no  matto. 

Toda  a  força  de  tnflaiiteria  foi  eiteodida  em  linha  e  na  re- 
laguanfa  deUa  pmeeiaTa  calmo  o  valente  coronel  Genuine  01  vm- 
pio  de  Sampaio.  Quando  ia  rctírar-ee  pax-a  um  rancho  próximo 
e  mandou  ao  major  Cardoso  otNlem  para  liirigir  aforça  por  ae 
achar  ferido.  O  fogo  contiunou  até  aa  4  'i  horas  da  manhã, 
ás  Mte  era  o  coronel  cadáver. 

Houve  alguns  feridos  ne«sa  manhã. 

Poram  dignos  de  louvor  :  oeoapitães  Luíe  AÍvpíí  LiMto  de 
Oliveira  Salivado,  que  diri>iiu  com  aeerto  e  bravura  a  força  que 
lhe  foi  i-oD fiada  no  assalto  da  casa  de  Maurer  o  foi  um  doâ  in* 
trepidoe  que  primeiro  a  escalaram  ;  o  capitão  Aureliano  Au- 
guito  de  Azevedo  Fedr.i,  que  marchou  com  a  forca  da  ala 
flimerda,  portando- se  com  a  bravura  que  já  Uieera  resenlie- 
elia  na  companha  da  Pamgtiay  ;  o  tenente  Jesoino  Itololtaiai. 
de  Sbuza^  .Uferes  Joaqmm  Machado  de  Souia  e  Joio  Oeiear 
Siiapaio,  deetemidos  a  toda  a  prova,  fbmm  dtgnoi  da  coêêM^ 
ra^ho  de  iotie  superiores  o  companheiros. 

Os  õffleiaei  aapitâo  Justuio  Feesia  de  Audiade,  tanenlv 


os   MMKEHS 


457 


Tristio  FIotoucío  doa  Santas,  De  to  António  Bornardo  de  Fi- 
gueiredo 6  os  alferes  Manoel  Rodrifíues  das  Chagas,  Jogo  Ca- 
pístraoo  de  Oliveira  Epaminondas»  Maiiool  Luiz  dos  Reis  Corrêa, 
Josá  Joaquina  Luc  ia,  Cosrao  Sosv  da  Silva  e  Raymyiido  Nonato 
Pinheiro  de  Freií^as,  0  as  demaia  praças  sob  o  com  mando 
daquoUe  major  cumpriram  com  dignklívie  oá  deveres  de  soldado. 
(Parte  oílícial  da  força  que  ooramandou  o  major  graduado 
Amorícu  António  Cardoso,  dj  3'  batalhão  do  infanteria,  no 
ãtique  do  10  Li  20  de  julho.  Acatnpanieuto  de  Ferrabraz,  ííf>  de 
julho  du  1871.) 

Relação  nominal  dos  oíflciaes  e  pra-  as  que  foram  mortos, 
feridos  ou  contusos  uos  combates  dos  dias  19  e  2Q  do  cor- 
rente,  no  morro  do  Ferrabrás.  Ala  esquerda  do  3»  bata- 
lhão de  infantaria 


<«lâl>UHÓK'- 

0 

s 

f. 

^oMK'i 

OHHERVAÇÕES 

l 

iTu^lino  Pc^^oft  je   Andra-Je.  •     ,     .     . 

Fcrid» 

% 

Monoel  Luiz  tlo^  Reis    .     ,     .     . 

* 

Ctího  .      .     , 

3 

Maijool  Florêncio  Gome»     ,     .     .     , 

1                 » 

4 

Vlopt>ntiijo  AiUoiúo  do  A,iiumpi.^o  , 

* 

»     t      *      » 

5 

Era*  Odonco  do    ^^ntnpos»       ,     • 

■m 

6 

Joiío  Frnncbco  Ri^n-so     .... 

» 

2«  sargento* 

7 

ViCr                                          "Ca,     » 

• 

A 11  «pecada  . 

Jo  '                                          a,     .     , 

• 
• 

SoU)ado  .     . 

m 

VícenW  1  cnciia  Jú  M<jj»to.     ,     , 

• 

lí 

.loH#  doíí  Santos  Oliveira     ,     .     , 

» 

lá 

Bkfanoel  .)o«tt  ,199  Pas«oh.     •     .     . 

Morto 

13 

Jo»<í  F 11  r Pt' ira  do  Carino.     .     ,     . 

Feridn 

ti 

Francisoo  Forrííra  ^o«r«s.     .     • 

CoutUijO 

!'. 

14 armando  Gonçalves  da  Silva    • 

Fftfído 

16 

Joai^uim  Fraiicí«<o. 

17 

Manoel  Luk  Moiao* 

l.^ 

Jo&Q  Atitouiú  da  CruE* 

IVt 

Lour«iiço  Peroira  d«  AlcanUta. 

SiO 

Cláudio  Jo»iV  António  d«  So«ua. 

21 

Joiii|iiÍDi  Maxiino  d«  Sonaa. 

^8 

Joã«  Jfjsf*  de  SOTiita, 

2:í 

Knieluoso  Metido*. 

£4 

Matioel  GoQ]««  da  Silva.     .     .     •    .     . 

hViiila  ikã  força 
«ommaruittflft  pí^lo 
oapiiào   baigado, 
da,  qual  fez  parU, 

.ír/itfrico  t\(f (Cõ^õ.  —  Em  £i  de  julho,  maaittpamtíotõ  de  Saptranga. 

Na  Camará  Am  Deputados»  em  sessão  de  14  do  julho 
de  1874,  presideneia  do  Sr.  Cornvii,  osundo  na  tribuna  t>Sr. 
Carlos  Peixoto  orando  sobres  a  qiioslílo  religiosa,  o  Sr.  Silvf»lra 
Martins,   p.da  ordnm,  pidiíi  a  palavra  o  disso  : 

Sr,  Presiilentt^,  dfísejo  fazer  ura  requeri oien to  pedindo 
inn>nnagõe64  ao  g-overno  sobre  div-orsos  assassiuatus  o  iocendios 
praticados  na  minha  província  .pela    s^ita  do  novo  pi*oplieta 


458 


REVISTA   ÍK)    rNSTTTLITO   HISTÓRICO 


Maurer*  (Risadas).  OuerenrJo  evitar  uma  interpaliaçio  regrulart 
peço  a  V.  K%,  que  consulte  a  Gamara  se  me  concede  urgeDci:v 
peio  breve  ttirmo  de  ura  quarto  de  hora,  para  summaria- 
mente  justificar  ura  requorimeotu. 

Parece-me  quo  com  isto  ganliaremoa  todo-t.  conseguindo 
ou  mais  depressdfc  o  que  protoado,  e  o  Governo  evitando  a  perda 
sem  duvida  do  al^íuraas  liorasde  sessão. 

Rogo,  pois,  a  V.  Ex.  que  consulte  a  casa  iicerca  do  roeu 
requefimento, 

ConaultadíL,  a  Caraara  resolvo  p^Ia  aíTlrmativa. 

O  Sr.  PreiidetHe:  —Tem  a  palavra  o  Sr.  Silveira 
Martins - 

O  St\  Silveira  Maritm  ;  —  Sr.  Presidente,  as  narrações 
que  faz  a  iutprensa  desta  cidade  transcrevendo  as  noúcías 
publicadas  naB  folhas  da  província  do  Rio  Grande  Sol,  sobre 
os  asdassinatcs  e  incêndios  praticados  em  algumas  colónias 
daquella  província,  causara- nos  a  todos  triatí^a  approhens*'*e3  de 
maiores  catastroptie*,  q\m  ai  mia  possam  ter  logar,  pela  incapa- 
cidivdc  do  administrador. 

A  foi  ha  oITlcial,  para  desculpar  o.s  j^^ravissinios  crroií  ninj- 
mettidos  pela  presidência,  procura  sempre  alterar  a  verdade  ; 
nem  outra  cousa  ao  pôde  esperar  do  deliniíuento  senão  a  ne- 
gativa do  dolicto,  para  livrar-so  da  reapun>?abilídade*  A  fulha 
oiKcial  é  redigida  sob  a  imraediata  inspecção  do  presidente, 
que,  do  corto,  se  nio  confessará  incapaz,  antes  diariamente  se 
elogia,  se  eleva  e  glorifica. 

O  Oovemo,  pois,  não  se  deixe  levar  pelas  maravilhas  que 
a  folha  offlcial  conta  do  seu  reJactor- presidente,  estnde  us 
factos  por  bí^  que  acabará  aprecia udo*os  de  ramlo  contrario  ; 
e  quando  mais  oão  seja,  pelos  resultados  ha  de  conhooer  a  capa- 
cidade de  seu  delegado. 

A  derrota  vergonhosa  sofTrida  pela  força  de  linha  nas  pica* 
das  já  não  é  amostra  de  desprezar  para  copjecturar-fe  o  qoe 
ainda  |ódo  succeder,  ai  os  Sra,  Carvalho  de  Moraes  e  Victorioo 
coniinuarem  a  felicitar  aquella  terra. 

A  folha  ofBcial  explica  esta  vergonha  pelo  modo  se^^uinte  : 

«  EÍTectuada  a  reunifio,  i?ôz-se  em  marcha  para  casa  de 
Maurer  com  120  homens  do  IS'\  l?*"  do  artii liaria  o  in«  de  cavai- 
hiria  do  guardas  nacionaes,  e  o  coronel  Genuino,  não  quei^endo 
aboletar  a  ti^opa  nas  casas  dos  colonos,  quer  amigos»  quer 
mauristas,  tratou  <!e  ver  posígâo  para  acampar  e  no  dia  se- 
guinte de  manhã  -ercar  a  casa  de  Maurer. 

Infelizmente,  os  va<jueano3  que  guiaram  aquelle  valente 
offlcial,  nao  comprehendendo  as  stias  intenções  e  desejando 
leval-o  ao  lugar  mais  commedo  para  acampar,  o  entranharaai 
pela  picada  que  conduz  directamente  para  a  casa  de  Maurer, 
e,  sem  o  praverera,  lizeram-o  cahir  era  piena  emboscada  dA 
gente  de  Maurer ;  que  presen lindo  a  iropa,  se  preparara 
para  aggredii-a.  Logo  que  foi  atacada,  formou- se  a  tropa  em 
um  pequeno  campestre,  próximo  á  casa  de  Maurer,  única  posi* 
gâo  que  podia  tumar. 


os   MTTKRRS 


450 


O  ooronol  Genuíno  eoUooou-ae  ah  i  com  ãua  força  debaixo 
dd  vivo  fogo  do  fuzilaria»  ao  qual  respoodeii  com  algua?  tiros 
das  pecrueoas  peças  quí^í  tinlii  o  tiroteio  do  caçadores. 

A  força  foi  logo  cercada  p«la  fronte,  llanco  direito  c  rota- 
guarda,  e  em  pouco  mais  ile  duas  horas,  que  ám\m  o  fogo 
teve  fora  de  oorabate  o  major  Raphaeli  o  capitão  Alveá,  o 
capitão  Nicoláo  Fontoura  e  *iZ  praças,  soodo  7  de  artilharia 
uma  dáá  peçaíí  ficou  logo  com  o  reparo  inútil,  o  a  ouira  com  o 
ouYJdo  oucravado  ;  a  munição  do  inftintaria  tombem  acaliou,  e 
a^m  tovo  o  coronel  do  f^iz-^r  uma  retirada  l)em  diíílcil,  qun 
felizmente  não  íoi  ranito  poi^segtiida.  » 

Ora,  j^Guliorcs,  esta  uoticia  da  folha  oíliciãl,  quo  só  pjrc- 
tende  desculpar  os  ^raviflâimos  cr  roa  praticadoa  dodraente-s© 
i)or  outra  noticia  da  raoâiua  folba  descrevendo  o  lo^ar  onde  foi 
b;\tido  o   coronel  flenuino  ;  veja-so  : 

M  Ooâcro vemos  em  primeiro  logar  o  tlioatro  dos  sticcessos» 

u  que  no!S  impretísionai^  na  occasiâo  era  somente  o  con- 
trasto daqnella  negra  montanha,  coberta  de  secuíaros  e  inac- 
cesâiveis   maltas,  com  o  alegre  valie  do   Padre  Eterno. 

E  razão  tivamoa  para  contemplar  aquella  medonha  mon- 
tanha,  com  seus  não  monoâ  selvagens  arrabaldt^s,  com  um 
certo  terror. 

Era  ai  ti  o  covil  em  quo  enlao  se  preparava  a  horri?el 
tragedia,  quo  dalii  a  anãos  devia  fazer  estremecer  do  horror  a 
província,  reproduzindo  ;».g  sconaa  da  media  idade  o  dando  lugu^ 
bre  nomeada  ao  morro  do  Ferra  braz  t*.  suas  atljaceoclas. 

Recostado  sobr^^  a  matta  viriíem  que  cobn?  as  fraldas  da 
Serra  Geral,  desde  a:i  nascentes  do  Jacuhy  at**»  og  camp  »s  do 
S.  Francisco  de  Paula,  é  o  Forrabmz  o  maior  morro  daqueUa 
região;  estii  como  que  preparado  p^la  própria  natureza  para 
servir  de  covil  a  bandidos  e  salteadores. 

Ha  apenai  duíis  picada:^  que  dão  accosao  As  immediaç5e$ 
do  morro,  onde  demiira  a  casa  do  Mmrer,  que  fuaesta  nomeada 
adquiritin,  e  onde  fumega  hoje  o  sangue  de  quarenta  bravos, 
que  jogaram  a  vida  na  defesa  dos  colonos  do  Padre  Ele rno  o 
Campo  Bom, 

Uma  das  picadas 
afftrmam-nus,  conduz 
da  Serra.  y> 

r)ra,  vé  V.  Bx.  quo  a  folha  que  descreve  logar  assimi  de 
modo  tão  tétrico,  nâo  narra  a  verdade  quando  noticia  que  a 
força  procurava  pjuto  para  acampar  nestas  picadas.  A  verdade 
é  que  a  ibrça  ia  a^vsaltar  a  casa  de  Maurer,  e  que  antes  de 
chegar  ao  seu  objectivo  fui  assaltada  por  todos  oa  flancos  e 
solTreu  um  torrivel  desastre,  íicando  5  mortíjs  o  35  feridos, 
rntre  estes  3  ofRciac5,  ao  todo  40  homens  postos  lora  de  com- 
bato, ou  a  terça  parte  da  força  total  ! 

A  mesma  folha  oftlcíal,  ou  antes  o  presidente,  qne  manda 
puldicar  ostea  factus,  publicou  t^imbem  cora  a  maior  inge- 
nuidade uma  reclamação  dos  allemães  do  Pelotas,  concebida 
no.stes  lermos  : 


é  por  onde  penetrou   a  força  ;  a    outra» 
por  detraz  da  casa  de  Maurer  ao  matto 


MO  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

«  Ilim.  e  Bxm.  Sr.  Dr.  .loâo  Pedro  Carvalho  do  Moraos, 
proAldoQto  da  provinda. 

Polutas,  20  do  janho  de  1874— Oi  abaizos  assignados. 
AllomfteH,  profundamente  indignados  pelos  crimes  de  tão  estú- 
pida quilo  malvada  seitrv  do  fanático  Maurer,  appellidado  doutor 
inilagroiío,  fisso^sorlado  poio,  por  tantos  tKulos,  réprobo  e 
InDimo  ex-padro  protestante  Hein,  ambos  quiçá  occultamente 
amparados  poio  próprio  delegado  de  policia  de  S.  Leopoldo, 
que,  oomoaibomos,  6  amigo  o  parente  muito  che^o  de  um 
ode  outro....» 

O  próprio  presidente  manda  publicar  a  reclamação  dos 
alldoiàes,  om  que  ae  diz  que  os  fanáticos  são  amparados 
polo  dologado  de  polioii  ! 

O  Sr,  OuítmtTo  Lobo  :  —  Não  é  o  jornal  official  que  o  diz, 
d  a  ropnisontaçao. 

O  Sr,  Silveira  Martins  :  —  Mas  o  Governo  accoitou  e  man- 
dou publicar  a  accusagão  que  lhe  foi  ingenuamenie  feita  om 
l)M>o,  sem  que  ao  menos  possa  desta  voz  empregar  o  subterfúgio 
do  dizor  quo  são  censuras  movidas  por  paixOes  políticas,  por- 
qu '  não  se  pOde  dizer  que  os  03  allemães  que  assignaram  a 
r^pn^sêntaçio  as  tenham. 

O  Nr,  Gnsnuio  Ixibo:  ~  O  jornal,  por  ser  official,  não  deixa 
de  ser  noticioso. 

O  Sr,  SilPftim  Martins  :  —  Não  tiro  argnmonto  de  ser  9 
noticia  publlead  i  no  jornal  otticial ;  disso  rio-me,  tirj  ar^- 
mento  da  ventado  do  íkoto,  alias  noticiado  por  todas  as  folbaa 
da  província,  pois  dahi  se  concluo  qual  a  opinião  publica 
8obn«   a  administração  do  Sr.  ('arvalho  de  Moraes. 

€  O  Jú9*iMl  (/i)  rommât*€io  da  oòrte  ha  di:is  publicou  noticias 
doÉ  reotMilivi  ai>on(ecimento^  o  irjinserevou  vários  artis^os, 
on(r«^  outros  mi)  quo   aqui  tenho,  o  assim  com  menta  os  factos: 

«  (Vi  primeiros  atteniado^,  quo  aliás  não  foram  eonvenieu' 
toaieo(t>  Imprimidos,  doram  logar  a  que  essos  homens  não  desa- 
animasstmi  na  ounsumação  de  seus  tenebrosos  planos,  o  creaa- 
fUMU  «MU  duvida  um  ooili^n  que  n^pcitam  e  fazem  respeiUr. 
pois  s%\  :«:fts)m  se  piulo  o  d^ivo  explicar  a  monstrtioaidade  de 
i)eQ8  ultinuv^  atteniadi<«.  Os  adi^pios  re^ulara-se  por  eso  código 
4^  at>eilt>  quo  elle  ^  violado,  jiilgam-se  no  diroiío  da  infligir 
a^^  \ioUdvn\>^  occistigo  relativo  :  o  alepto  nâo  pôde  abando- 
nar a  soita,  o  que  a  abandona  é  punido  com  a  murta  e  •> 
incêndio ! 

«  O  assassinato  d(>  um  meai n  *  e  div-ersas  tropelias  exerci- 
das |Wa  g^M)U>  d<^  M  4ur«r  dftviam  ter  posto  de  sobre-aviso  o 
foverno  da  prv^vinoi  u  pois  ora  de  esperar  que  commetiess^n 
Qovos  alternados  ainda  maiores.  » 

«  XvUtra  pullicação  da  província  li  quo  um  inspector  d« 
quarroirão.  qu>  oscapou  a^»  ftiror  dos  í^natieoe.  lisse-a  ao 
pr^Vj^r;^Si\  v  arv alho  de  Moraes  q:e  o  culpado  de  tn;o  era   o 

«  Compro h:»nio-et  hem  c^omo  piVie  sar  o  Governo  cr*lpado 
doeitc^  s;iAv>Ss"«;  nÃo  i>  de  vvrto  por  hiver   cooâentiio  em  tio 


OH  MllKERS 


MM 


horrendos  attcDlíuios»  mas  porque  se  não  pôde  livnir  da  grão 
diásima  responsaMlidado  que  sobro  miia  h-jinbros  posa  (apoia- 
dos), pola  saa  fraqueza  ua  ropre^são  d\^  delictOÈ,  o  pola 
inépcia  com  que  tem  deixado  deeenvolvar-^e  uma  seita,  qtio 
desde  o  seu  principio  manifesU-se  prejudicial,  o  deade  o  anno 
pasãiado  apresoDtjii-se  cora  caracter  ameaçador,  teodo  anua 
memliFos  praticado  variou  asi^assinaloâ  impunemente < 

O  Sr,  ftõrencio  de  Abreu: — Apoiado* 

O  *Vr .  Sii  ve i ra  âíú rt  inai — A  po  1  ic  i  a  já  p rocode  u ,  n ão  n ego ; 
mas  como  procedeu  í  Com  fraqueza,  com  inh  abilídade;  pren- 
dou alguns  aos  ían;tticosí  ©  Soltou-os,  conte  alando -se  em  J^azel-os 
assiguar  termo  de  bism  vivei\  sem  prooeí^al-os  nem  pu- 
ni l-os  piílas  mortcis  commettidxts, 

Ha  muitos  mezes  8iiceedem-se  assaesinatos,  qno  teem  alar- 
mado aá  coiomaB,  sempre  tão  paciílcas,  laboriosas  o  alegro»; 
quantos  criminosos  foram  puaidoa  V  Quantc^  a  polícia  prendeu  ? 
Nenbum  I 

O  resultado  ô  hoje  a  morte  o  o  incêndio  por  toda  a  colónia, 
aohando-se  a  cidade  de  S*  Leopoldo  ameaçada,  pois,  segundo 
li,  .iá  houve  ct>atra  olla  tentativa  do  incêndio  o  até  contra  a 
própria  capital  da  província  í 

O  Sr,  Florêncio  de  .i//r«ii:— Apoiado  1 

O  Sr^  Silveira  Martins:  —  Não  é  po&givel»  portanto,  des- 
culpar as  autorida^les;  o  cheA;  de  policia  que  propõe  os  ci- 
dadãos que  eatao  nomeados  delegados  ou  subdelegados,  foi, desde 
o  principio  do  anno»  dispensado  polo  d  es  [i  acho  que  teve  do 
desembargador ;  o  nomeado  ainda  não  checou  .i  província,  o 
que  estó  aerv  iodo  é  um  botn  magistrada,  mas  ttervo  int(<rina- 
menti%  oau  Tem  a  íorça  m<»ral  precisa  para  o  cargo  que  exerce 
p4ir  nomeação  do  presidente,  v  não  t'i<t4  isentn,.  nomo  ourapria 
que  eâtive^se,  das  paixuos  politicas  dos  partidas  iia  pmvincia. 

O  prasiiíente»  pon^ui,  nao  pód»  ter  desculpa,  ptjís  desde  o 
anuo  passado  quo  a  imprensa  o  atlverit^  do  perigo. 

K  o  que  maib  é  necessário  para  provar  a  íírapde  incapaci- 
dade do  adminisTxador  do  que  o  extraordinário  j-uldo  que  fex 
elogiando  as  provldoocias  tomai  las.  que  no  em  tanto  derim  em 
resultado  um  revez  rergonhosiâsimo  que  d  as  m  oral  i  sou  oomple^ 
lamente  a  autoridade  ? 

Si  considerarmos  tanta  inopcia  debaixo  de  outro  ponto  de 
vista,  senhores,  que  espoctaculo  damos  com  tal  desmazelo  aos 
nossoâ  vizinhos  do  Rio  d\  Prata^  defroota  de  quem  estamos  por 
assim  dizer,  com  armas  sobre  o  hombro  ( 

Agora  mesmo  surge  nova  difflculdade  internacional  e  a 
administração  da  província  do  Rio  Grande  do  Sul  revela  aos 
nossos  vtzjnfios  que  é  litepta,  que  nao  dispõe  de  fori.'a  alguma 
respeitável,  pois  não  sn  foi  batida  toda  a  que  pt»de  reunir 
contra  algumas  dezenas  de  ignorantes  fana  ticos,  mas  a  arU- 
Iheria  quo  tem  é  tal  que  as  duas  pecas  onviadan  para  o  lo^ar 
do  oonflicto  se  inutilisaram  aos  primeiros  tiros. 

O  administrador  da  província  não  sabe  usar  dos  meios  que 
lera,  e  menos  poderá  ereal-os  onde  os  nãi)  encontrar.    Estará 


4G2 


REVISTA   liO  INSTITUTO   lilSTõRlCu 


agora  conTôneldo  o  governo  do  qup  lhe  iemoe  dito,  nu 
sidfinto  c  o  g<?neral  das  armas  nào  estão  na  aUtira   ac 


itie  o  pre- 
los oargoa 
oxorcem  ( 

O  prestdoDtOt  depois  de  ir  pam  S.  Leopoldo,  onde  plaoeoa 
a  campanha,  que  teve  tao  ridiculo  desfecho  na  derrota  de 
Ferrabraz,  voltou  e  dedlca-âo  a  fazer  rondas  de  noite  na  cidade, 
o  que  nâo  passa  de  pretexto,  segundo  me  informam,  para  beber 
champagne  e  cerveja  cora  alguns  amigos  quo  tarabnm  r^nritUéi. 
Sm,  pois,  estas  des^raç  IS  para  o  pi^.sidentft,  juotivosdo  ts*n^,  d& 
broiiioi  e  léstanças  * 

O  gcnoral  das  armas  da  sua  parte,  emquanto  o  presidente 
festeja,  eaUl  mertido  em  casa,  basof&ndo  que  foi  ello  só  quem 
venceu  a  guerra  do  Paraguay;  e  o  coronel  commandanle  rio 
r^  batalhão,  apezar  de  haver  feito  a  gtierra  nos  matos  daquella 
republica,  metie-se  mm  a  artilharia  em  estreita  picada  ^  Doiie 
o  gacrifíca  vaJentea  soldados  por  maneira  que  exige  um 
conselho. 

De  todos  estes  íkctos  resultai  grande  desmoralisa^  pira  a 
força  publica  e  para  a  administração  da  província  t  (Apoiados.) 
Mas  o  que  se  ha  de  fazer  f  Todos  os  dias  clamo  desta  tribooa 
contra  os  factos  que  se  repelem»  e  são,  não  digo  symptoma^, 
mas  documentos  vivos  dessa  relaxação  moral  que  o  naeaDabre 
amigo^  deputado  por  crinas  Oeraes,  o  Sr,  Martinho  Campo»,  vê 
grassar  cm  todo  o  império;  o  governo,  por^m,  não  ouve,  está 
.surdo  ás  censuras,  sò  aâ  attenção  iits  adulações  e  Usonjas. 

Veremos  se  acorda  agora  ao  estrugir  do  canhão  no  roon*o 
do  Ferra braz. 

Quem  qruzdr  sustentar  um  presidente  é  censural-o;  o  ga- 
binete entendo  que  demittir  um  mÀo  empre^ulo,  uma  autori* 
dade  incapaz»  por  consura  do^  adversários,  ^«jam  eUa:^  as  mata 
justas  6  sensatas,  é  prejudicar  o  préstimo  da  autoridade  que 
representa!  E*  justamente  o  contrario  (apoiado):  o  governo  que 
mantém  um  ftinccionario  indigno  commette  dons  crímOiS,  se* 
nhores,  pactua  com  os  arras  praticados  e  toma  a  respoosabi- 
lidado  de  todos  tqneiles  que  se  praticavam. 

Qualquer  govorno  pude  fazer  uma  nomesçio  iuléiit,  é  pena 
que  assim  seja,  mas  ninguém  é  infallivel,  e  um  erro  reisedala- 
ae  a  todo  o  tempo,  e  emenda-se.  Nâo  é  assim  que  proesdeo 
nofiso  governo;  alie  entende  que  deve  sustentar  o  admiotstndor 
por  iocapas  que  s^ja,  e  quô  6  uma  falta  do  decoro  dar  rasio  â 
oppoeiçfo  por  mais  evidente  que  seja  a  aceaiaçâo, 

A  consequência  é  que, em  vez  dos  ministenos  sacridcarem  os 
náõs  presidia tes  ao  bem  commum,  sacrificam ^se  etles  aos  mãos 
preaidantes !  Todos  os  dias  clamaoi  que  as  censuras  são  úlbas  da 
opposi^  systematica;  e  não  considerm-se  que  ha  do  kiaver  por 
fÔE^  opposiçao  systematica  emquanto  o  governo  Tyrtumslifii- 
mento  sustentar  (^  é  impeocaveUo  que  Umos  os  dispaxalit  dos 
^us  prepostos  sao  actos  ju  liciosos,  tegaes  e  dignos  do  kNivor. 

Ainda  a  opposicio  muitas  veias  louva  algum  algua  acto 
do  governo  ;  mas  o  governo  acha  que  todas  as  ncoas  asimras 
sio  íf^ustas  e  apaixouailts  : 


r- 


Oft   MUKERS  44i:Í 

Perguntam  ao  nobre  miaistro  do  império  até  quando  q^ier 
tla^ollar  i  proviíiria  do  Rio  Hrande  cana  um  administrador  tão 
inepto,  como  ii  Sr,  Carvalho  de  Moraoa  ?  Qao  ♦\stí*  adminis- 
trador não  eaU  na  altura  de  sua  posição^  acaba  ilo  mostrar  de 
uma  maneira  desgraçada  para  o  governo  e  para  o  paíz. 

A  conlEnuarem  a  felícuar  aqnella  província  homens  da 
ordem  do  presidente  e  do  «íenoraí  ànê  armas,  o  nolmj  ministro 
não  se  deve  maravilliar  si  oste^  fatai^s  acontecimenloa  da  serra 
íle  Forrabraz  s©  reproduzirem  om  p^y^íi  nas  campinas»  esíeo- 
dendu-ia  por  toda  a  provincii  úo  Fiio  Grande  <lo  Snl. 

O  governo  não  tora  maia  tarde  drsoulpaa:  lomtre-se  qyo  não 
é  governo  para  cuidar  «ò  de  hí,  ma^  principalmente  para  des- 
empenhar 03  alto»  devores  do  vebr  pela  liberdade  do  cidadão, 
de  garantir  a  propriedade,  de  manter  a  pns  e  a  tranqnillidadâ 
pnblic;^. 

Oex-pastor  Klein^qíie  f«ira  k  presença  do  proaidente,  com 
quom  trocou  algumas  palavras  em  allemão,  foi  mandado  om* 
bora  em  santa  paz  ;  ontretanto  acba-ae  agora  presõ,  eomo 
sendo  um  dos  inâtigadores  dos  at tentados  commettidos,  e  até 
passa  por  ser  o  fal^ricante  dos  Toguetes  incendmi  Jos. 

Si  o  governo  da  província  não  está  livre  da  responsai)! lidado 
não  pôde  estar  o  ministro  qoe  iâima  em  manter  taes  admini^j- 
tradoras  o  multo  mais  grave  seià  a  sua  responsabilidade  dtiquí 
em  diante,  porque  os  factos  não  farão  mais  do  que  coii firmar 
.iquílto  que  S.  Ex.  jà  Stbedo  antemão,  g  não  quer  evitar. 

Daqui  por  diante,  portanto»  não  me  cangarei,  senhores;  nSo 
ffasT-ard  o  meu  tempo  censurando  a  administração  d"*  Rio  Grande 
do  Siili  aprovei tal-o -liei  ataeando  o  governo,  e  principalmente 
ao  Sr.  ministro  do  império  que  é  quora  nomeia  o  prnsitJonte. 

Concluindo,  requeiro  á  camará  que  se  peçam  informações 
authenticas  do^  acontecimentos  que  tem  tido  ultimamente  lo^^ar 
no  Rio  Grande  do  Sul,  do  numero  de  moríeí?  praticadas  e  de 
casas  incendiadas  pelos  sectarÍMâdo  Maurer,  bom  cómodas  for- 
ças de  que  a  preaidcocia  disptle  para  manter  a  ordera* 

Vae  a  mesa,  v^  lido,  apoiado,  entra   em  discussão    e    fica 
adiado,  por  ter  pedido  a  palavra  o  Sr.    minisiro  da  Justiça,  o 
seguinto  requerimento  : 
« 1  'edido  de  i n for ra açoes : 

€  Requeiro  que  se  peçam  ao  governo  informaçOes  sobre  o 
numera  dd  assassinatos  e  incêndios  que  teom  praticado  ni  pro- 
vincia  do  Rio  Grande  do  Sul  os  sectários  de  Maurer»  e  quaes  ws 
providencias  tomadas  pelo  governo  jmra  evitar  maiores  raalosi. 
—Em  11  de  julho  de  \S14,—Silmíra  Martins,  * 

O  St\  Áraujú  (ióes  Júnior  (pela  ordem) í—  Sr.  presidente, 
os  ílactos  do  que  tratou  o  nobre  deputado  polo  Rio  rtrando  do 
Sul  são  tão  graves  quf?  devemos  ouvir  a  palavra  do  governo 
(apoiados);  eu,  portanto,  creio  eori  cspondor  aos  sentimentos  da 
camará  i-equô rendo  urgonc ia  par.i  quo  continue  a  discussão  do 
requerimento. 

Consultada  a  Camará  não  é  apprivada  a  urgencii, 


464 


REVISTA    DO  ÍXSTJTLTO   llI?!rTOR|CO 


O  discurso  do  Dr.  Silveira  Martios  íoi— por  émemio  d# 
ftBeadAraaçiu— Incluiiia  a&^t  «a  p&giais  54  a  &^  loftârrompoiída  ã 
narracãa  do  combate  de  (9  o  20  do  julhi^.  oomo  fè  túi^ 

Como«  de  íórma  alguma,  fica  pr.:^judicada  a  nm^^  oanmci» 
o  doixamoaahi— «mal  coJ locado». 

(Noti  dl}  autor  J 

A«'  T  hoius  da  fflaohâ  do  dia  20  o  capitão  Luís  Alwm  IMtã 
de  OUToira  Salgado,  eom  a  sua  Torva  de  5«i  praças  avuiçoii 
pic^yfa  qoe  da  caia  do  padre   Ktein  ia  ;er  Rm  á  do 
Maarer* 

V£tíL  picada,  que  além  da  ter  1/4  de  le^oa  maii  oa 
era  qaasi  impenetraTel,  (bi  em  tempo,  vencida,  nào  otetaaii 
at^uoâ  tiros  recebidos  em  seu  come*.^,  os  quaas  para  oao  no- 
tíT^^r  grande  perada  oa  força,  obrigaram  aocapit&o  a  faiar  matm 
peqoeoa  carga,  debandando  compleUimente  as  emboseadaa  »té 
o  poDto  principal  p.ra  o  qual  cotí¥ergi;im  todas  as  Baú  íbrças 
(saia  do  Maarer)* 

Ao  ebegar  á  casa  alludida*  procurando  traoapor  os  o^&a- 
cnlosde  seus  eontoraos  o  que  prompio  a  felizmeote  conaeigiua  o 
capiuo  Salgado,  mandou  elie  carregar  sobre  ella  para  aTiiar  o 
FITO  fo^o  qne  Taziam  os  rerolbosos  entri achei  rados* 

Doranto  o  tempo  de  aoçio  deâia  força  fícaram  fóea  da 
combata  o  alferes  Manoel  Luiz  dos  Reis,  '^  sargento  Vicdola 
Ferreira  da  Fonseca,  8  soldados,  ttm  corneta  do  1^  kitalhío  és 
inlknteria,  que  marcbou  oom  a  lòrga  do  commando  do  capltio 
Salgado,  e  um  soldado  morto.  Destes  foram  logo  ^  ao  eatrmr 
na  picada  feridos  e  oe  demais  já  sabre  a  c«iisa  de  Maut^er, 

Eram  dignos  da  attoagào  superior  os  alferes  Manoel  Luta 
duâ  K^t<r,  ioaê  Joaquim  Lucaâ  e  o  1'  cadete  Alf)r«do  Alberiõ  de 
Aiencsatro  e  S»  sargento  Vicente  Ferreira  da  Fonseca  pela  ina- 
aeira  digna  com  que  cnmprirain  osaeu^  devt^res  de  soldado,  ta* 
sondo  igual  meo^  do  2*  sargenui  Vicente  Pi^rreírada  Foiiaec% 
que  Intrepidamente  foi  l^rldo  no  seu  posto. 

Acampanieotu  do  T  batalhão  de  inían teria  Juu to  á  caM^do 
Maurer«  no  Ferrabraz,  20  de  julho  de  1^4.  — Luts  AJxew  LeiÊ0  dm 
Õ/tctftret  StílgaiL\  capitão. 


H  major  ^aduado  Severiaoo  de  Oeraiieíra  Daltro  maiduMi 
do  Sapyranga  ás  ô  horas  da  manhã  de  19  em  direocio  ao 
Ferrabraz,  peia  eatraíla  da  direita  com  a  força  do  batalUo  de 
infantaria  n.  12,  apresentando-se  no  caminho  o  allérea  Manoal 
Marques  de  Souza,  que  com  30  homens  fazia  p  irte  da  TaiiguaiHla 
deada  4  do  correntd,  e  entrou  na  picada  proiegaado  a  ariilluiria 
o  flkaeiído  parte  da  columna  dirigida  pek»  coronel  cosi* 
mandnnte» 

Chegado  a  um  campestre  fji  reforçada  a  yanguarda  qo^ 
estendeu  em  Unha  de  atiradores.  aTnnçando  até  um  ponlo  mím^ 
▼ado  em  que  fot  colltjcada  a  artiliteria  quo  aos  phmatrae  tiroa 
teye  inútil isad08  os  repaitM  de  tra^f  peçoii.  Ao  toque  de  «▼ançar 


os   MfJKRRS 


carre{á[oii  toda  a  linha  de  atiradores  confiraandada  polo  valcíote 
capitão  Silvorio  Jo:?ú  da  Cruz.  Nessa  occasiao  appfireoorara  era 
dois  pontos  a  D  mesmo  t?mpo»  estomloodo  em  linlifi  a,  f^ín^a  do 
3 '  liatalhao  de  infaiitaria  ;  o  coronoí  Gonuino  de  SarapAio,  na 
íinlia  de  fojfo,  dirigia  o  raoviaiento  debaixo  de  fogo  iacesísanta 
do  JBi mi iío  qua  disputava  o  tnrrotuj  nas  õiíBcuIdtdos  que  nos 
aprosGUtava  o  fiscondMrijo  que  dofendiam.  R^itidoíí  por  quasi 
todos  os  Iad08,  concentraram  ae  na  casa  <le  Maumr,  á  GXo*.»pção 
ãfí  oito  liornons  quo  foram  vistos  entrar  para  o  mntto.  e  íi>.sim 
cruzaram  foíço  sobro  03  assaltantes  qiie  iam  cahir  feridos  junto 
ao  antro  dos  criminosos.  O  fogo  tefidu  sido  ateado  em  um  dos 
cantos  da  Cíísa  frz  diraiauir  í^mátialmouli^  os  tiros,  que  de 
dentro  faziam  atè  as  mulheres. 

Terminado  <>  ataque  acampou  a  pouca  diitancia  pelas  1 1 
lioraw  lio  dia,  Na  madrucfítda  de  20,  peías :)  horas,  o  piquet^^  fez 
lo^o  sobre  o  matto,  de  onde  algun-;  dos  críniinogoís.  qu«^  hô 
tínbam  esrapa  [o  na  véspera,  atiraviiín  sobní  o  acampajueoto  da 
infantaria,  sobrevindo  a  infelicidade  de  sor  ferido  o  coronal 
Qenuioo  deSampiio,  commandante  da  for«;a,  qtte  retirando-sf^ 
para  um  rancho  próximo,  mandou  que  dir-ígitise  o  fog^t  o  major 
Amoricfí  António  Cardoso,  recoraraoritlandu  silencio  sobre  o  qua 
Ibe  tioba  acontecido.  A'9  4  1/2  terminou  o  tiroteio  e  ás  7  o 
batalhão  lí"  perdia  o  seu  chefe  o  o  exercito  ura  dos  aeua  velhos 
e  valentes  militares. 

Reconjmendava  om?ijor  Daltro  :1  consíderaçno  dos  aupe- 
rfores  os  olflciaea  que  relevantes  áor viços  prestaram:  o  Dr,  líay- 
mundo  Caetano  da  Cunlia  que,  já  enr  2s  do  próximo  passrad o, 
fora  devidamente  apreciado,  e?tí>ve  Junti*  no8  cnrabatos  at»-  que 
rí  dn vin*  de  sua  profissão  o  arredou  para  curai*  o^  prim*dro5í  fe- 
ridõíí.  ITomaiiiiario  e  d<'fítemid  í  o  Hr.  ^  uuba  reunia,  estaí^í  im- 
purtantps  nualidade^  píu;i  uin  mcjico  militar,  o  teuniitt:'  .Ití- 
suino  Mídohiarins  de  sou/a  ii  o  allVTCs  João  Cf*?íar  ^'aítipaio.quo 
serviram  j*into  an  Cfjromd,  fanara m-s**  digniim^nti^  ii»  t  orapri- 
mento  do  aeus  devcrt*;^, 

O  capitão  Silvério  Josi^  da  íJruz,  que  avim^ou  cumfnan- 
dandõ  a  linha  de  atiradores  do  batalhão,  portou  se  hôroica- 
mentfn  levando  os  soldado.s  ao  heroísmo,  uaa  occa8ir»e«  mais 
arriscidas  do  combate, 

O  capitôo  Domingos  Baptista  de  Carvalho,  os  teneotus  Her- 
meto  Gomcí^  Tourínho,  Lino  Pereira  Rebouças,  Carlos  Maria 
da  Silva  Telles,  Frederico  Cea  tr  Vianna,  as  alferes  Paulino 
Júlio  de  Moraes  Carneiro,  Fraucisoo  Duarte  Viaana,  Kstovara 
de  Souza  Franco,  João  Francisco  Minna  Hann^tu,  Manoel  Mar- 
ques de  Souza,  Francisc  í  d^  Paula  Antlrado  e  Frederico  Joaquim 
Liâljoa,  que  combateram  na  linha  de  atiradores  o  portarara-se 
com  bravura.  O  1'  cadetiU^eo  vigi  Ido  da  Costa  Araújo  Mello, 
ti"  dito  Maoocl  da  Silva  Coelho  Júnior,  2"  cadete  José  Au- 
gusto da  Soledado  o  os  l*»"  sarg^^ntos  Juv*-acío  Imborem  Alves 
o  Francisco  Gomes  da  Silva  dí^tiugtiiram-se  pela  coragem 
que  demonstraram •  íM  niíus  oflaciaes  cumpriram  o  seu  dever 
nos  legares  que  Ibe^  foi  determinado.   A»  pravas  de   pretavan- 


\6i\ 


HEVISTA   DO   INSTITUTO   IIISTOHKX) 


çaram  com  muita  ordem  e  promptidSo.  (Parte  oífloial  de  20 
de  jalho  do  major  gradaado  commandaote  interino  o  tenente 
coronel  Fraga,  commandante  das  forças.) 

Relação  dos  offlciaes  e  praças  mortos,  feridos  e   contusos  do 
12»  batalhão  de  infantaria,  no  combate  de  19  de  Julho 


liRvnrAçÔFs 

S 

p. 

Alferes 

1 

10  sargento  .    .    . 

2 

Ans^teçada    •     .     . 

3 

»        .     .     .     • 

4 

SoMado 

5 

»       .     .    •    . 

G 

»       .    .    •     . 

7 

»       .    •    .    . 

7  A 

»       •    •    .    . 

S 

»       .    .    .    . 

tt 

*       .... 

10 

»       •     •    •    . 

11 

Corn«l»Mro.    .     ,     . 

12 

Coronel.    .... 

12 

Anspcçada     .     .     • 

14 

Soldado     .... 

15 

Total.      .     .     . 

10 

V) 

M 

■O 

o> 

NrtMKS 

2S 

fd 

«B 

=3 

O 

Francisco  Diiarto  Vianna 

Ferido 

Juvenclo  Zubaram  Alves 

Contuso 

Jesnino  Francisco  de  Almeida    .    .     . 

Ferido 

Vicente  dos  Reis 

» 

2o  cadete  ãoné  Augusto   da   Soledade. 

» 

JoSo  Francisco  Pinto 

> 

Jo»*«  IVrelra  da  Silva 

» 

Francisco  Pereira  do  Silva    ,     ,     ,     . 

» 

Manoel  Leandro  Borges 

» 

José  Joa<iulin  de  SanfAnna    .... 

» 

Jacintho  da  Rosa 

» 

Cláudio  Pinheiro»     ••..... 

Morto 

Manoel  Gomes  da  Silva 

Ferido 

TimU-io  de  -ÍO  de  julhn 

Genuino  Olympío  de  Sampaio.     .     .     . 

Morto 

António  .loaquiro  Pereira 

Ferido 

Pedro  de  Si-nna  Sarp^s , 

» 

Acampamento  em  Ferrabrax,  21  de  julho  de  lS7i.  -^  Sev^iano   ríe    Çef- 
qn^irxi    Daltro.  major  graduado,  commandnnto  interino. 

No  dia  IO,   pelas  O  horas  da  manhã,  marchou  com  a  força 
sol)  o  seu  commandoo  tonenl«-í»oronel  Josô  António  Dias  Filho, 


os   Ml/KEBS 


467 


íkzeDdo  a  retaguarda  da  coluraoa  que  avançou  pela  direita 
da  caía  de  Maurer»  commaiidada  pelo  coronel  Gonuiuo  Olympio 
de  Sarai»aio.  Na  occaãiào  de  coUocar-se  a  artilbaria  prestou  a 
força  deste  coraraandu  auxilio  para  levol-a  ao  ponto  elevado 
do  lo^ar  em  que  principiou  o  fogo, 

DuraoLo  o  ataquõ  alguns  dos  guardas  deste  commaDdo  cm« 
pregarara-se  no  trabailio  da  munição  o  conducção  dos  feridos. 

Todiis  portaram-se  com  coi"agiím.  Acampada  «o  Fer- 
rabraz  soffreti  a,  lorça,  pelas  3  horas  da  raadruifada  de  20, 
uma  descar^^a  doi  crímiaosos  que  se  tlnbam  escapado  do  atariue 
de  19»  resultando  o  ferimento  do  guardn  nncionalJacob  Ponsue. 
(Parte  oíílcial  do  tenente  coronel  José  António  fHas  Filbo  ao 
tenente-coronel  Fraga,  de  21  de  jtiUio  de  1874.  Acampamento 
da  força  do  IB»  corpo  de  cavai  lar  ia  da  guarda  nacional  no 
SapiruDga.) 


No  dia  ]0  sõgniri  o  tenente  Vicente  Carvalho  ila  Silva  pela 
estrada  da  oj>qiíorda,  quo  vao  mn  dirocno  á  casa  dtí  Mírurui", 
iiroTtipatUiando  a  infan leria  commnndadik  pelo  capltào  Sat;^'.j.(lM . 
[lepuiâ  de  transpor  a  picada^  venctntlo  al^^uraadJÍllculdade  sabiu 
em  um  campestre,  onde,  eslondenda  a  força  era  linha,  esperou 
que  tenninasse  o  rogo  da  artilharia.  Depois  de  pouco»  tii^os 
ouviu  se  o  signa l  de  carregar,  ao  que  marchou  estíi  força, 
atrave-ssando  o  matto  que  separa  da  cisa  de  Maurer,  debaixo 
da  fogo  mor  ti  fero  fci  terçada  a  casa,  u  que  Ibi  presenciado 
pelo  tenente-roronel  Fraga  que  se  achava  junto  ao  coronel 
Genuíno.  Foi  esta  força  coadjuvada  pelo  a f feros  Sattirnino 
José  da  Fraga  que  portou&e  i-ora  bravura,  assim  como  lodos 
oa  guardas  que  eu  mp  ri  rara  o  seu  dever.  (Í*arto  do  tenente 
Vicente  Carvalho  da  Silva  Fillio  ao  íenento* coronel  Fra^^a,  de 
21  de  julho  de  1874.  Acampamento  do  14''  corpo  de  cavai I ária 
tioSapiranga«) 


Convém  salientar  o  seguinte  facto:  As  pari  es  oíllciaes  do» 
combates  de  19  e  âO  foram  enviada»  ao  Presidente  da  Pro- 
víncia pelo  commandante  das  armas  muitos  dias  depois  da- 
quella  acção,  isto  i-  a  3  de  agosto»  em  oíllcio  n*  ld82,  como 
havemos  do  observar. 


No  dia   21  o  Preaidente  da  Provinda  pas^inu  u  seguinte  te- 
legramraa  aos  Ministros  da  Justiço  e  íiuerra  : 

«  Alguns  sectários  de  Manrer,  que  conseguiram  es- 
capar do  ataque  levado  hootem  á  casa  em  que  estavam 
refugiados,  acorametteram  hoje  sobre  a  raadí-ngada  a 
fopça  acampada  nas  immediaç^es  do  logar  do  ataque. 
Ha  que  lamentar  a  morte  do  bravo  e  dietincto 
coronel  Genuíno  Olympio  de  Sampaio»» 


468 


REVISTA   DO   mSTíTUTO   ilISTORtCO 


A*  ciáèã,  da  Ciipltal  f<n*a  rocolliido,  a  20,  o  alieraãa  Luiz 
Cliriatiuiio  Schoinol,  pmso  na  districla  da  Eatrolla  cm  Tuquary, 
por  peiM^Qcer  á  soita  da  Man  ror,  (Oílcio  de  -^1  tio  delu^ado 
Feliciano  Joaquim  de  Borman  ao  Prosilent^.) 


No  dia  22  do  juillío  roraetteu  o  Prcsiieúto  a*»  ConsoUioIro 
Duarte  de  Azovodo  a  cupia  da  cart;i  do  cbofe  do  I'olici;i,  díiodc»  oo- 
titíias  doqiio  linliaoccorrído  dopoiadrKktaquo  à  eaáa  ile  Mriuror. 

Na  falta  de  cominuTiicaçâo"nâo  podia  fizer  senào  ánv  oo- 
iihocirnonio  dos  seus  aiítos, 

Knvi.4va  o^  rtítalhoíí  dos  jornae.s  fjtie  ^'uíitiohaiiT  ludo  tjufiDlo 
a  impitSDsa  iiolia  publicailo  sobri;  a<juella  onmplitíada  e  mys- 
tmvioâa  qu©»tâu. 

Jul;<ava-a  u  Promi dento  ein  pontíj  di?  .sor  terminada  bre- 
voiuoDk%  comquaiitú  sunda  pudessem  existir  alèfuns  sacrificioi 
dolorosotí,  como  n>ra  u  da  vida  do  distiuctt)  cnroriol  «'Onuioo 
Olyinpio  do  Sampíiio* 

Restava  uoíí  mattos  de  Perra  braz  tal  voz  a«i  fármtico^, 
quo  tiobam  do  sv.v  porsoguiLlng  «  mortfiã  uio  por  ura»  lona 
lelizmeotu  nâo  apparoeerara,  rouio  i^ecoiítva-ae,  elementos  ox- 
traniios  A  seita,  venladçiraiiieDt«  singular  e  excêntrica,  tanlo 
por  suíis  doutrinas  como  p<>r  sua  ferocidade. 

Não  dovia  extranliar  u  Ministm  a  liaí^majk^em  dos  artigos 
d     Rci^rma,    (1) 

OfljoVivQs  pedi  ticos  que  redigiam  aqnella  íollia  eâtavarn 
a;í;iiiitadiç<>s  com  a  Preaidencía,  o,  além  disK<\  tinluvm  na  cansa 
intercisse  especial  que  sejii  duvidíi   lliea   parocia  profundo, 

Eiplir  iTia  em  poucas  palavras  píira  nãu  duixsir  visos  do 
eoygmatica.  O  Sr*  coruíiel  írenuiiió  propendia  para  iXíè  idóas 
ODUservadorag,  mas  arit*^s  de  todo  era  ogi-mcuvímeMte  militar, 
modesto,  amigo  da  orilenk  e  dos  principies  da  ^lutondade,  6 
sabtit  Cfjoservar-so  allieiu  a  tofla^  essas  idéaíi  do  liberalítímo 
q lio  deram  cabo  da  dinciplina  do  exercito.  Náo  podia,  poii, 
merneor  as  symjKittiiiis  da  He/bmitt.  Assim  piném  ná<t  aw>n- 
teria  í*om  o  coruaol  Vuííiisto  Cosar  da  Silva,  qu*>  mnoquanto 
também  llie  constasse  ser  militar  circumspecto  »í  cumpridor 
dos  seus  deveres,  merecia  as  íjons  graças  dos  jovens  reda- 
cíorea  da  Reforma.  Hra  pois  muito  simples  4ue  aquelles  moç<:tS 
queriam  dizer  que  o  coronel  CienoiBo  nada  li^om  na  questiu» 
para  quem  o  coronel  Augusto»  a  quem  talxirá  euncluil-a,  »^a 
digno  de  maiores  encómios.  (Carta  de  J-ão  Pedru  <*arvalín»  de 
Moraes  ao  Conaelbeim  Manoel  António  Duarte  do  Azevedo, 
de   2â  de  julho  de  1874.) 


M)  A  /ífi^/bítíi*  ora  um  jornal  |vei!itlco  «lo  Rto  Õrand©.  orr^m  fio 
partido  liboiíil.  A  na^ãu  bra^ileim  aetiav&*Ho  >ub  a  iaú«ienciii  do 
uarlido  r  irí*.crvadí>r,  qu<%  rlc  íacto,  íi»  torta  lo  ciTft  ilurrmtc  o  pcri*>do 
de  Ali-  imiiuft. 

A  lo  de  jullío  compl  Uram  .sij^  anuo<i  qui^  fAra  iuaiigufãda  a 
ãiluiiçuu  tHíU^urvadora  que   »e  acUavit  ú  lr«ato  dos  d«»ti&ctò  do  paii* 


os   MUKERS 


460 


A  morte  do  eopottel  Genuino  tíauBJU^a  geral  consternação 
e  eonfesáiiva  o  chefo  (íe  Policia  í{uq  na  oommbsao  que  se 
achava  não  potlui  tor    maior  deâí^ost^i. 

Xãu  rocef^eríL  ainda  ;i  cluiíatiira  parte  oíUcial  da  dili- 
goncia  a  qual  pedira  ao  coro  mil  Augusto,  e  sora  ella  não 
poderia  4ar  A  Presidoa-íia  informaçõiis  oilli  iaos  que  nâo  deviam 
ser  atlministríwli^s  pelas  noticias  verbaea  e  cootradicturias  que 
U^m  tido.  Corria  *".>[iio  certo  que  (ia  resfstontM,!.  íbram  ra">rto3 
15,  além  dos  quo  se  julgava  terejii  Mlecido  .ibatados  no  poiao 
da  casa,  í^nja  e.xcn.vaçâ<>  êncommamliMi  ao  corunel  Auguáto  que 
maíidíisse  l^zer  par^t  se  verificar,  e  se  escaparam  lU  a  Ti 
para  ims  oacotnmodar  ainJ».. 

No  dia  21  chegaram  as  muliioros  presaâ  e  vieram  i-J  e  28 
epeanras,  alguma»  fórida»,  Korara  as  cr0AO«;íi8  e  ia  interrogar 
as  muLherea, 

Morto  o  coronel  ÍTonuim»  ticou  no  eommando  d  is  íor<?a8, 
antes  do  rí>rniiei  Augtist<j, '»  tnnento-con>nel  Fraga,  que  feire* 
tirar  toda  a  gente  da  pr»8inâo  couquistíida  e  d'íuide  so  obser- 
vava 05  críminoS4.)s  e  os  seuá  movimentos.  isLo  ao  ver  do  rhoio 
de  Pidi'ia  ibra  um  errot  deu  om  retíultattu  virem  durante  a 
noite  ao  iogar  os  bandidos  e  retl parara  todos  os  cadáveres, 
de  aorte  que,  tendo  ido  o  Delegado  proceder  aos  preoisus  autos, 
não  o«  encontrara. 

Já  tiiiUa  o  titio  Io  de  Prdicia  recommendado  ae  forencl  a 
perseguição  daquelles  rrimino^s,  ipie  se  conservavam  perto 
e  sobre  o  miu-ro,  e  constava  que  aquello  coronel  ílzera  saUir 
no  citado  dia,  2),  com  va[ueano3  ura  i  escolta  para  tal  fim. 

tímquanto  não  se  acabasse  com  todos  aíiuelles  batidfdos 
nâõ  .se  restabeleceria  a  trauquillid  ule  e  o  socegn  desta  po- 
pulação,  que  continuava,  com  razão,   a  julgar-se   ameaçíiaa. 

A  artílhari  t  seguiria  a  "^  com  o  oipítão  Dantas  e  Sch- 
neider. 

Pensava  o  chefe  do  Policia  que  se  p  >di:i  retirar  a  goarda 
nacional  que  estava  em  servido  naquelle  munioipío»  mas  não 
a  força  de  linUa  som  a  prisão  ou  entormiuio  dos  malvados*  Es- 
perava  que  u  o  n-onol  lhe  dissesse  o  que  Itzera  a  escolta  que 
axpedira  a  Ui  para  melhor  declarar  ao  Presidente  o  qim  era 
preciso. 

Esta  *M\TÍiii  iUe  Tot  esc  ri  pt  a  até  as  du^is  horas  da  ma- 
drugíida  pelo  rhefo  de  í 'oliciai  era  citensa  e  continlia  matéria 
que  se  prendia  a  assumpto  roservailo. 

Tivemos  de  supprimir  o  t|tíe  se  ciuUiuha  uo  final  da  carta, 
assim  cõra«>,  como  é  íacildo  ser  veriíicado^supprimimosas  folhas 
dt^te  nosso  trab  ilh  >  ns.  72  e  73,  o  isto  pela  seguinte  rairão. 

Para  ser  crmsultado  ou  publicaJt»  do  comentos  ile  caracter 
reservado^  archivado  na  repartivan  competente  do  Ministério 
do  hl  tenor,  t'^  necessítrio  uma  liceu  va  do  Mlolstri»  daquellc 
departiimento  adujinbtrativo. 

Ni^s  solicitamos  a  licença  necessária,  mas  uão  obtivemos  a 
peruiissao,  como  se  vê  do  Diária  Official  de  16  de  abril  do 
presente  annu  ([002). 


470  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

AqucUos  documentos  oram  interessantes  e  muita  falta 
fazem  ao  nosso  tia^alho. 

Antas  de  tudo  deviamos  cumprir  a  lei,  que  acatamos  com 
muito  respeito. 


Km  offlcio  de  22  de  juibo  ao  Ministro  da  Jusitíça  in- 
formou o  Pi*esidente  que  no  dia  19  se  verificara  a  diligencia 
que  tinha  de  ^er  cfièctuada  para  o  fim  de  cercar  a  ca:^a  de 
Maurer,  situada  nas  immediações  do  morro  do  P.  ri*abraz  e 
prenderes  criminosos  alH  refugiados  que  já  liaviam  resistido 
a  força  contra  elles  mandada  no  dia  28  de  junho. 

Sobre  o  resultado  da  diligencia  nâo  se  possuia  outra  com- 
municaçao  offlciai  além  do  telegramma  que  o  Dr.  chefe  do 
Policia  expedira  ao  Presidente,  de  S.  Leopoldo,  sobre  in- 
formações yerbaes  de  um  official  que  mandara  a<>  chefe  de 
Policia  o  coronel  Genoino  de  Sampaio,  logo  depois  do  cdu- 
cluido  o  ataque  à  (;asi  do  Maurer,  e  isto  piíra  (lar  conU  do 
occorrido. 

As  primeiras  informações,  porrm,  não  >g  achavam  comple- 
tamente confirmadas  pelas  noticias  posteriormente  chegadas  <; 
publicadas  nos  jornaes.  Comquanto  fosse  muito  difflcil  no  meio 
das  asserções  vagas  e  ás  vezes  contradictorias  da  impi*ensa 
fbrmar  um  juizo  seguro,  parecia  averiguado  que  alóm  de  cinco 
ou  seis  dos  sediciosos  que,  durantd  o  ataque,  conseguiram  es- 
capar-se,  outros  em  igual  numero  ou  pouco  superior  se  ha- 
viam anteriormente  refugiado  nas  mattos  ;  entre  estes  se 
asseverava  que  se  achavam  Jacobina  Maurer,  sen  marido  e 
Suppa. 

Depois  do  ataque  o  do  incêndio  da  cas<i  Ibram  batidos 
os  mattos,  mas  sem  resultado. 


Por  officio  n.  1572,  do  21  d(í  julho,  do  co!umaodante  das 
armas  à  Presidência,  dava  aquelle  commando  superior  couta 
do  qae  hou  e:a  entre  mortos  e  fe /idos  31  praças,  e  inclusivo 
dois  offloiaes  levemente  feridos,  conforme  a  seguinte  relaçiio  : 


os   MUKERS 


471 


Relação  dos  oí&ciaes,  pragas  e  paisanos,  feridos  no  ataque 
levado  à  casa  de  Maurer  no  dia  19,  os  quaes  seguiram  para 
a  enfermaria  de  Porto  AJegre 


NUMblO 

td 

9 

ce. 

CORfOS 

NOMES 

1 

20  s4.rgento. 

30  batalhão. 

Vicenta  Ferreira  da  Fonieca. 

8 

Cabo.     .     . 

Brás  Odorico  de  CampOi». 

3 

»    .    •    • 

Manoel  Florêncio  Gomes. 

4 

Anspeçada. 

José  Rodrigues  de  Oliveira. 

5 

» 

Jot<  JoaqaUa  deOlÍTeira. 

6 

Soldados    . 

Jos<S  dos  Santos  Oliveira. 

7 

•      .     . 

Joaquim  Francisco  dos  Santos. 

8 

» 

Rajnonnde  Qomes  da  Bilra* 

9 

» 

Manoel  Lois  Moco. 

10 

» 

Lourenço  Pereira  de  Alcântara. 

il 

» 

• 

Joaqijioi  Maximino  de  Souza. 

12 

•   ■ 

Vicente  Pereira  «Io   Monte. 

13 

Cláudio  Jo^^  Autonio  de  Souía, 

14 

» 

João  Vieira  da  Silva. 

Ij 

» 

João  António  da  Cruz. 

lô 

» 

José  Porreira  do  Oarmo. 

17 

» 

Cândido  Frutuoso  dos  Santos, 

18 

» 

João  José  dos  Santos. 

IV) 

Alfores 

Francisco  Duarte  Vianna. 

80 

2»  largeiílo. 

João  António  do  Carvalho. 

SI 

An s pecada. 

Josc  Augusto  da  Soledade. 

»*j 

» 

Jobuino  Francisco  da  Almeida. 

W 

Soldados     . 

Vicente  dos  Hei&. 

24 

•      •     • 

José  Joaquim  Sant*Anna. 

85 

•      •     . 

João  Francisco  Pinto. 

9Ò 

»      •     • 

José  Ferreira  da  Silva. 

8158- 

31 

Tomo  lxviii  p.  ii. 

472 


REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


nvu&tío 

a 

COBPOS 

KOAIlt 

m 

Soldado».    * 

IS»  bnUlbÃo* 

Mano*.^!  t^mndro  Borgút.   . 

2â      1 

*     * 

Francisco  Pereira  da  Silva - 

sti 

» 

lacintho  d&  Hosa, 

90 

Corii«U  .     , 

Manoel  Gomei  do  sUva. 

31 

««  wirg»  «.rl^ 

Francisco    Alexandre  da  HiUa    E6»a^ 

M 

l'ai«aDo. 

João  Aalouio  Moreira. 

33 

»                           4                * 

LucaM  FriincÍK(^«  MariiriA* 

Sentia  provável  que  uii  SecUrioá  <Ui  Mimn-r  quo,  ny  dia 
PJ,  i;<*iJSc;íiiitMiu  oscjipiuv,  ttíntastsi^ui  intiTíiar -ppr  cliffíTenteíí 
p<)n('js  da  Pruviíjcia,  evadiodo-íic  aiír<ím  á  acvãu  íI:í  justiça, 
determiiKm  o  Prirsideiue  ao  cheíe  4ií  Policia,  <-'m  ufflcio  do 
â2  dê  juflit>,  n,  1784,  qm»  ri^^oiiinjcíjdassi!  aos  dtilf^gatioíí  iioe? 
tcrmois  do  Tuaizak»,  S,  Juàíi  do  Monte  Negro»  Taqu-iry,  Rio 
Piínlu,  Santo  António  dit  Patrnlha  õ  Conceição  do  Arroyu» 
qtH!  empreitassem  toilos  u.s  eslorços  pai^a  que  ellêí*  fo!»«eto  cik- 
pturados  6  enviados  com  xse.uruninça  para  a  Capital, 


No  me-smo  dia,  ollício  u.  17S2,  oHletoii  ao  conimauilamle 
das  arrnas  e  ao  chefe  de  Policia  dizendo  que  pare<.'eiidu-lho 
que  para  continuar  a  pi4*íe>íUiçâo  do^^  s*'ctarJOs  de  Maurer, 
que  em  pequeno  numero,  <;o« seguira  escapar,  uào  ora  ntícoi*— 
sario  toda  a  força  rendida  íjo  muhicipio  do  S.  Leopoldo  o  con- 
vindo alliviar  a  gnanJa  nacional  do  pesado  serviço,  que,  com 
tanta  deditíaçào  tinha  prestado,  reoommendava  ao  cumman^ 
dante  das  armas  para  que  expedisse  ordeiíi  ao  coronel  Au* 
gusto  Ccsar  da  Silva  piirr  lUzel-a  voltir  a  Capital  per  con» 
liDgeatea,  a  proporção  qnt*  se  fosse  rccolhen«!o  do  Campo  Bonu 
a  Força  <1$  linha  que  existia  naquolle  inanicipio,  e  tUspeiisai* 
a  guarna  nacional  depois  ile  arreeadíKlo  o  arinamenro,  niu- 
íiição,  púíicíies  e  cavall  ^s   que    \\\i\  foram  foi'neci«los. 

Para  manter  a  ordem  e  a  traniiuil lidado  publica,  bem  coaio 
para  qualquer  diligencia  que  a  autoridade  policial  âupefior 
tiveve  que  eílectuar,  fie  via  se  conservar  naqueíle  inunicipio  alô 
segunda  ordem,  a  força  qiio  julgasse  indispensável  o  requisí- 
ta^tí  o  monciouado  coronal  Augusto  Genar  da  Silva. 


03  MIJKERfe 


473 


Este  coroneU  tio  empenho  Je  capturar  os  cnralnoííiis  qae 
csca liaram  no  dia  VJ,  Éiíera  no  dia  :^1  seífuirduas  partidas  para 
o  m;Uto  oufíe  elles  se  achavam,  |>oríÍm  já.  pri^paratlos  osperrivam 
a  tropa  sofire  quoai  atiraram  som  serem  visto-s,  fazeado  dos 
nosflos  cinco  mt>rto3e  sete  IVíridoíj. 

Nào  excediam  ollea  de  dez  homens  que,  vatjiieanos  como 
oram  daquelleâ  logares  esciíbrosoSi  tiravam  tcada  a  vantagem. 
Os  paisanoíj  daquelleíí  arredores  que  multo  doviarn  ajudar  a  força 
negavam  80  a  toda  a  coadjuvanâo»  que  delles  s>e  devia  esperar. 
(Oãoio  de  21,  do  coronel  Augusto  Silva  ao  comniandaute  das 
armas  ) 

A  data  de  £1  de  julho  foi  tiiomoravel  na  Provineia  do  Rio 
Grande  de  Sul,  Foi  qirindo  teve  lugar  o  enterro  im  capital  do 
coronel  Genuíno  Olympiu  de  Sampaio.  Furam  geraas  as  de- 
monatrações  de  pezar  pela  perda  de  um  oflici  vi  qyo  so  recom- 
mondava  por  s  ios  valiosos  serviços  e  qun  deixou  na  viuvez  o 
orphaedade  uma  numerosa  rmnlia,  (Ofllcio  de  22  do  julho,  do 
Prestdenie  ao  Mioiairo  da  .hislíí,a,  n.  l>9rj,) 

<  O  en torro  do  vatentti  coronol  Genuine,  que  se  realizou 
huntein.  ás  U  huras  do  dia.  foi  umíi  demonstração  imponento 
de  sentimento  publico  pela  perda  de  tilo  benemopilo  veterano, 
qne,  crestado  ao  sol  de  depenas  de  batalhas»  veio  a  euccurabir  a 
uma  bala  dispararia  de  nm  escondrijo  do  Fermbraz. 

Nâu  fui  indoria  essa  morte,  pori|ueo  soJdado^ondequiT  que 
ôuecumba  no  desempenho  íio  i^eu  dever,  morre  g  tório  st»  mente, 
mas  foi  lamentável  o  prafundamente  commoveu  a  todos,  par- 
que o  finado  gozava  de  grandes  e  juntas  8ym[íathias,  e  sua  pre- 
matura morte  deixa  na  viuvez  e  orphandade  uma  numerosa 
fHmilia. 

O  sahimento  do  coronel  (tonnioo  foi  o  maia  numeroso  o  im- 
ponente que  ternos  visto  ne^ta  rapital, 

O  corpo  foi  condustido  á  mão  do  ca^  á  igreja,  sondo  já  nu- 
luerosissimo  o  acorapanhamont  *  no  qual  so  ditítinguiam  repro- 
gentantea  do  grande  conselho  Firmeza  e  Fidelidade  (que  haviam 
depositado  uma  coroa  sobre  o  esquife),  da  loja  do  mesmo  nomee 
da  Luz  e  Ordem,  do  que  o  finado  era  membro. 

Na  igreja  recoboram  o  préstito  cerca  de  mil  pessoas  de 
todas  as  condições  sociaes,  côreir  politicas  e  nacionalidudeá,  que 
assistiram  em  rigoroso  respeito  ;i  oncommeodaçáo  solonne,  ©m 
que  offícíou  S.  Ex,  Revm,  o  Sr.  Bispo. 

O  balalhào  da  guarda  nacional  formuva  a  guarda  de  honra 
0,  ao  sahir  da  ií^reja,  conduziram  o  caixão  os  Srs.  Presidente  da 
província,  general  coiomandante  das  armas,  general  Pederneiras 
e  mais  oíHcíaoíí  superiores  do  exercito. 

Achavam-ae  preíientes  e  firmavam  parte  do  préstito  todos 
Oi  empregados  ealumnOB  dae^^cola  nirliiar,  os  oJíkiaos  do  quartel 
general»  os  honorários  e  i-tjf-i  mndos  residentrs  nesUi  capital, 
Oiversoa  magistrados,  os  clieíes  de  mnitis  repartições  puidicaa, 
CS  caracteres  mais  dislinclos  ^^  membro>i  do  fuirUdo  conservador 
da  capital,  um  gríinde  numero  de  cidadãos  por<eQcenles  ao  credo 
Uberal,  o  commereio  qua^ii  sem  citcepçao,  mnumoros  cidad^e 


474 


REVISTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 


de  todas  :4S  classes  e  muitoa  estrangeiros,  avultan.io  eolre  elies, 
pelo  numero,  portuguezos  o  alLemâos» 

Pôde  dizer-so  que  l^arto  Alegre  em  peso  acompanhou  o 
saliimeuLo  do  valente  oíTlcial,  que  o  recel>eu  como  iiliimu  *h*- 
monstraváo  do  apreço,  aendo  o  corpo  coodnzído  á  n\B,o  até  u  ce- 
mitério extramuros ! 

Foi  uma  yUima  ^  expressiva  íiomeo&gem  proatada  au  ca- 
racter e  ÁS  vii-tudtvi  do  linado.  quecahira  exaugue  oa  senda  do 
derer, 

Foi  um  momíiQto  .sobremodo  tocante  quando  os  restos  mor» 
taos  do  coroQol  Uouuino  doacatKarara  tirii  momento  á  porta  desse 
quartel  do  qual  sahira  o  o  dia  *Jt)  do  mez  passado,  gaihardamont.t 
â  frente  da  seu  batalliào . 

Vimoa  cDtao  moUiaroin-stJ  de  lagrimas  olhos  que  ha  muito 
nau  sabiam  chorar,.. 

E'  que  havia  alguma  couija  de  exiraerdinariaraonie  com  mo - 
voíite   nosta  ultima  visita  que  o  morto  fazia  ao  seu  quartel. . , 

O  enorme  acampauhameQto  levou  o  corpo  até  o  oemi tório, 
onde  foi  deposiUdo  era  seu  ultimo  jazigo,  voltando  todo«  pro- 
fundamente com  movidos  de&sa  fúnebre  ceremonia, 

A  capital  da  província  pi*estou  ao  valente  coronel  as  ultimas 
honr:is  de  fornia  tão  digna  e  compietiit  que,  se  ha  consulo  pos- 
sível om  tal  des<^raQa«  deve  a  família  do  finado  encontrar  um 
agridoce  lenitivo  neáfla  solenne  demonstração,  que  excedeu 
a  toda  a  expectativa, 

8i  amargurados  foram  os  últimos  dias  do  hravo,  censurado 
injustamente  o  com  mera  aerimoiiia  partidária,  apagou  a  mlemm 
maairestavao  do  povo  da  capital  a  lembrança  dcs^aá   injuístiço!}. 

Ante  o  esquife  que  eiioerrava  m  t^miHrusttjd  mortauít,  calou- 
§e  a  palião  política,  o  todL*8  a<»  livoram  lagnmua  de  dor  para 
esse  sildado   encanecido  no  fumo  das  batalhas,  nuc  veio  a  buo 
eumbir  tristemonto  numa  aurpreza  uocturna,  IVita  pov  alguos 
sediciosos  nos  maitos  da  culonta. 

líonra  seja  feita  ao  iíovo  de  Porto  Alegre  que  mais  uma  vea 
so  mostrou  na  altura  do  seu  dever.» 

(Jornal  Rio  Grandvnse^  '^J  de  julho  de  1874.) 


Ao  Ministro  da  Justiça  deu  conhecimento  a  presidência,  por 
copia^í,  das  ordens  qur>  dera  ao  chofo  do  pnlicia,  para  a  retirada 
dos  contingentes  da  força  que  ^  acliava  rtnmida  emS.  (.nopoldo 
o  da  detormi nação  as  autoridades  policiaes  visinhas  para  a 
captura  dos  sectários  de  Mauror,  íiiio,  porventura,  apptirecetsem 
noa  respectivos  diFtrictos.  tOlUcio  jk  lí<í>3,  de  22  de  julho.) 


No  dia  23  remettou  o  pi*esldentc  ao  mesmo  mioistro  os 
i^etalhos  áos  jornae^  daquella  dau  e  que  fallavam  tiobre  a 
quiàstào  Mauri^r. 


os    MUKi:U«:  \7h 

No  dia  24  expediu  este  teK^gramma  : 

« llotpoQdc}  qoo  a  casa  de  Maurer  foi  tomada  a  19 
o  incendiada,  escapand^j  alguns  scdicii^soa . 

Destes,  <',  na  madrugada  do  80,  atiraram  sobre  a 
forca  acampada  junto  áquolla  casa;  friram  repellidos, 
mas  feriram  5  praças.  Coronel  Cienuioo  fôrido  era  uma 
porna  por  bala  que  cortou  yraa  artéria,  curado,  ÍUlloceu 
pouco  dnpois.  Coronel  Atigusto  tomou  coramaedo  da 
força. 

Bt>je  consta  particnlarme^ito  (|!io  08  sediciosos 
foíum  encontrados  no  raatto;  liouvo  tiroteio  e  10  praças 
onírc  mortos  o  feridos. > 


Era  Docessaria  a  perseguição  do^  criminosoi  internados  nas 
mattasjimto  ao  Ferrabraz»  serviço  qim  não  dependia  de  grande 
força»  m.as  ffm  áv.  pessoas  praticas  e  conhecedoras  ílaqTielles 
mattoa,  com  a  inteliigeneta  o  boa  direcção  rio  um  offlcial. 

Não  era  com  a  força  pnbiica,  nó  ouracro  que  existia  e  com 
a  direeçào  que  tinham  levado  as  diligencias  feitas  dopois  do  dia 
19»  que  se  Jiavía  de  conseguir  o  flm  desejado,  maxime  quando 
era  conhecida  dos  oíficiaes»  oncarregadoa  daquelle  serviço»  os 
quaea  diziara  quo  nâo  lhes  pertencia  por  não  serem  capitães  do 
matto. 

Entendia  o  chefe  d©  polícia  quo  podia  sem  prejuízo  do  ser- 
viço  ser  retirado  o  coronel  Augusto  Silva  com  a  fòn.a»  ficando  à 
.sua  disposição  l'^  priiças  com  um  oíllcial  subaitemo  inte in- 
gente (*  dí^  toda  a  confiança,  tle vendo  a  pro.sidencia  dar  aulorl- 
sação  para  contraetar  de  ;:0  a  40  paisanos  que,  com  o  auxilio  da 
íbrça,  quixe^ssem  entrar  nos  mattos  para  perseguir  e  pren- 
der aquelles  criminosos. 

Por  esta  forma  o  tendo  ura  ofiicial  nas  referidas  condições, 
julgava  que  em  breve  se  conseguiria  a  conclusão  daquolle 
negocio. 

Tcndo-se  retirado  para  a  Capital  doentes  diversas  praças  de 
policia,  solicitava  ao  presidente  as  suas  ordeos  para  que  se  lhes 
apresentassem  outras,  pois  necessitava  multo  dí«  força  policial. 
Cilicio  de  24,  do  ctiefo  de  policia  ao  prnsidonte.) 


O  Capitão  Dantas  —  O  Jornal  A  Reforma,  no  soo  numero 
do  24  de  julho,  publicou  o  seguinte  sobre  o  capitão  Dantas  : 

Pessoa  chegada  li  untem  de  S.  Leopoldo  o  qu  o  assistiu  ao 
combale  do  19  com  os  muckers,  infurmon-aosí  de  que,  depois  de 
ter  funccionado  a  arttlheria  e  fuzilaria,  quando  (tira  atacada  a 
casa  de  Maurer»  entre  os  bravos  o  í1  lei  a  es  que  primeiro  entraram 
na  referida  casa,  conta-se  o  Sr.  capitão  San  Tiago  Dantas. 

Depois  de  ter  no  combato  dirigido  a  arttlheria  e  fuzilaria  a 
seu    mando,  e  quando  cila  deixou  de  ser  prestavel»  S.  S,  ga- 


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REVISTA   DO  INSTITUTO    HISTÓRICO 


Ihardamente  deixou  aquello  posto  p&ra  ir  z^judar  os  sens  bravos 
oompanbeiros  oode  maior  era  o  perigo. 

Dentro  Ja  casa  do  Matiror,  foi  morto  pelo  valente  official, 
um  raocker  que  estava  para  desfechar  aua  arma  contra  a  gente 
nossa  ;  e  nõJísa  occa-ião  o  dostemi  .o  otllcial,  com  uma  certeira 
bíila  de  revolver,varoQ"lhe  um  olho  e  o  fez  cahir  morto.  Dopoif, 
ajudou  a  ooUocac  colobões  e  tudo  quanto  podia  servir  para  o  in 
Gondio  da  cada,  dando  outras  acertadas  provideocloâ  na  conti- 
nuação do  combate  daquelle  dia. 

Tâo  dlsiincio  <iii;tnto  valente  oilicial  prestou,  pois,  rolevaiH* 
tiasÍMíos  eerviros  á  causa  publica  na  jornada  do  Forrabraz, 

.h\  lhe  foz  merecida  justiça  o  órgão  otBcial  ;  o  6  cora 
som  mo  prazer  que  transcrevemos  em  nossas  columnas  as  suaé 
palavraíi: 

<  Pessoas  víndaâ  do  tlieatro  das  operações  contra  os 
sectários  do  Maurer,  nos  fkzom  os  maiores  elogius  rfo 
comportamento  do  distinctooíflcialdG  artilha ria.capítão 
Dantas,  que  não  só  fez  quasi  o  Irapossivel  para  bem 
manejar  a  sitadillloil  arma.  nuni  torreão  absotutameote 
impróprio  o  em  colli>cação  que  nãu  podia  deixar  de 
causar  o  desarranjo  dos  reparos,  mas  também  penetrou 
com  os  artilliLurijs  a  seu  mf*ndo,  depois  de  cessar  o 
bombardeio  na  casa  de  Maurer^  e  mais  tarde  aioda 
rouniu-se  á  tropa  que  batia  noá  mattos,  i)ôr8eguindu 
os  sediciosos  de  revolver  em  punho. 

Fazemos  um  acto  de  joatiça.  mencionando  aqui  es- 
pecialmente o  nome  do  Sr.  Dr,  Dantas,  sem  pníjutzo  de 
outras  olliciaes  que  também  se  distinguiram.  • 


Listft  dos  muckors.  —  n  jornal  Ria  Gmndf^nMe  no  seu  nu- 
mera de  40  de  julho  piifílicou  a  seguinte  lista  dos  muckeríi  : 
si^gundo  um  calculo  que  nos  garantem  exaoto,  havia  no  começo 
dalucta  <7ontra  os  muckers  70  homens  capazi3S  do  pi^iíaroin 
em  -irma>s;  deste*  foram  pi*esns  ou  murlns  antes  do  ataijue  de 
19  de  jullio,  '^  ;  morreram  naquolle  ataque  19  o  rendeu-sa  1 
(o  airaiato  Volz);  du  ,sorte  que  o  mais  quo  pôde  haver  ainda  em 
íirmaH  sfiíi  .^í  homens,  destes  porem  d<^vo  estíir  parte  mutiH- 
sada  por  ferimentos. 

Oê  raucker^  que  foram  reconhecidos  noa  incêndios  da  noite 
dn  *^5  sào  0f<  seguintes  : 

lím  casa  do  Huforaeirtor :  Pedro  c  Frederico  Rartli, 

Em  ca«a  do  Drí^cyer:  André  Soppa,  Carlos  Soppa,  Chria- 
tiatio  Koe^t  o  sen  11  lho. 

Em  casa  doJ,  Moui'er:  o  v*^lho  Carloa  Maorer  oum  suaii 
filhas  (irmão  o  sobrinhos  do  offendido). 

Km  ctsa  de  Jacob  Maiirer  :  os  mesmos. 

Em  casa  do  Jíioob  Schrnitt:  RodolfScheu, 

Em  casa  de  Carlos  Hronner;  Henrique  Meus  e  Jacob  Sehn» 

Em  caia  de  Ohlwelldr ;  Carlos  e  Martin  Hebn. 


(-«   MIIKRRS  477 

Em  casa  de  Felippe  Sehn:  o  velho  Schnell   o  aeus  filhos. 

Em  casa  do  U.  Herey :  os  mesmos. 

Julga-se  terem  morrido  no  combata  de  19  : 

Henrique  Maarer  e  sua  mulher; 

João  Carlus  Schaell,  com  2  filhos e  1  filha; 

Um  filho  de  João  Sehn  e  sua  mulher; 

Carlos  Sehn,  sua  mulher  e  1  filho; 

Um  filho  de  Rodolpho  Sehn; 

A  mulher  de  Christiano  Karst; 

Carlos  Suppa; 

Nicol&o  Bar(>h,  1  filha,  a  mulher  e2  filhos; 

Pedro  Barth  e  1  filho; 

Jorge  Robisson  e  sua  mulher ; 

Christiano  Cossel; 

Jacob  MuUer; 

Jacob  Fnchs; 

2  filhos  de  Jacob  Noó,  Jacob  Fochs  e  um  íllho,  Valentim 
Yason,  Henrique  Uebere,  Carlos  Maarer. 

Ao  todo  31  pesjoas,  d^s  quaes  11  ou  12  parieram  a  vida 
dentro  da  casa  incondiada. 

Estão  presos  na  cadêa  da  Capital  : 

Augusto  Uilborn. 

Um  filho  da  viuva  Schneider. 

Um  peão  de  J.  Robinson. 

Carlos  Einsfeld. 

Pedro  Coura  th  e  um  irmão, 

Frederico  Schefelle  um  filho. 

João  Ronner  eum  filho. 

£x-pastor  Klein. 

Freaorico  Schnell  e  um  pardo. 

Jacob  Kober. 

Carlos  Hert. 

Christiano  Fachs. 

Jacob  Noó. 

Jacob  Cherobin. 

Pedro  Stut. 

Dois  filhos  da  viuva  Amdt. 

João  Jorgo  Fuchs  (f^lleceu)  e2  filhos. 

Um  filho  de  Courad  Noóe  Alexandra  Hosbaoh. 

Ao  todo  28. 

(j^ailherme  Maurer  morreu  antes  do  ataque  na  picada  dos 
Doifl  Irmãos. 

Foram  presos  no  ataque  de  19  :  *^ 

João  Jorge  Maurer,  uma  irmã  o  5  filhos ;  a  nmlher,  2  fi- 
lhos e  2  filhas  de  João  Carlos  Schnell;  duas  filhas  de  João 
Sehn;  a  mulher,  a  cunhada e  3  filhos  de  Jacob  SeUa;  3  fillios 
de  Carlos  Sehn ;  a  mulher  de  André  Suppa ;  3  filhos  e  3  filhas 
de  Christiano  Harst ;  a  mulher  e  3  filhos  de  Carlos  Suppa ;  um 
menino  cego  de  Nicoláo  Barth  ;  a  mulher  e  dous  ftlhos  de  Pe- 
dro Barth  ;  uma  filha  de  Jorge  RobinsoD ;  a  ma(her  e  5  filhos  de 
Carlos  Maurer  (pae  do  propheta; ;  a  viuva  Maots  e  uma  filha. 


47K 


RKVíSTA   DO  INSTITUTO   ItJSTORlCO 


Entra^ou-âd  expontaneamonte  depois  do  combato  do  disk 
19,  o  aUaíaTf^  Volz»  (\\m  tí^ra  foHr»  importantes  revelaçS****. 

Por  ^mi  ititermodio  sabe- se  qin^  Jacobina  Maurer  p»ti% 
fííToctivarannte  no  matlo,  para  ontlo  se  rotirára  dias  íintos 
do  ataque»  om  cotnpaD]LÍ;i  úv.  feii  actual  amante  Rodolpho 
Sohn, 

Alli  lho  arranjaram  uma  haiTaea  d*í  couro,  com  <íama  etc. 
perto  íla  roca;  depois  porém  rptiraram-se  raaiK  para  o  ifiterior. 
SalMJ-9e  por  Volz  Larabf*m  f|Uf^  oh  muckers  apanliarani  dos 
campos  do  combate  armamonto,  bliizaa,  barretinaí^  ♦"  mnni- 
çoót,  d©  que  se  sí>rvem.  K*  de  suppor  qiio  Volz  faça  revela- 
ções completas,  ponotrando-so  por  sou  intermociío  em  UMm  os 
inyeteno!^  da  seita. 

Por  ojicio  de  ^5  do  Jolbu  o  Prosideata  communicou  ao 
chefe  de  polícia  qye  naqnella  data  ofúcíara  ao  commandanie 
das  Armas,  recoraraendando  que  activasse  a  retirada  da  força 
renoida  naquelle  munieipio,  ficando  a  disposiçào  do  chefe  de 
líK)a  l^n  praças  e,  mitrosim,  qiio  estavam  dadas  as  ordens, 
por  oiflcio  de  95  n,  1,9^^7,  ao  coram  and  ante  da  forca  policial, 
para  que,  sem  denriora,  fossem  díriííida.s  a  s.  Leopoldo  as  pra- 
çae  do  policia  quo  estivessem  disponiveiF. 

Auctori^ava  a  contratar  30  a  40  homens  para  a  execução 
da  diligeocia,  conformo  o  alvitre  da  cliefatura  polici&U  po 
dendo  despender  até  a  quantia  de  cinco  contos  de  réis. 

Encarregara  d^vqueíla  commissào  o  capitão  de  artilharia 
Fraoci.^co  Cleroentino  Santiago  Dantas,  por  oílleio  dn  25,  que 
dpsempenlmra  dignamente  a  ciímmispào  que  lho  fora  confiada 
í>m  u  ataque  .1  casa  do  Mí^nrer»  o  que  participou  em  ulUcio  da 
mesma  data  ao  iMTecU>r  do  curso  de  Infan teria  o  Cavai- 
larla. 

Ainda  na  mesma  data  ofllciou  ao  commandan  te  das  Armas 
aâm  de  que  o  commandante  da  força,  que  âcou  uaquelle  mu* 
nicipío,  prestasse  ao  capitão  Dantas  todo  o  auxilio  de  que  elle 
precizasse  para  o  bom  êxito  da  diligencia  que  ia  executar. 
Cumpria  dar  providencias  do  modoqtio  aqueile  oí13ciai  logo  que 
se  apresentasse  dósse  começo  á  sua  commisívão. 

Determinou  a  presidência  ao  commandante  Qeral   interíDo 
^da  Policia  que  íizesso   seguir  para  S,  Leopoldo»    no  trem  das 
4  horas  da  tarde,  aa  praças  de  policia  que  estavam  díapoDiveis 
(oíflciodeSe.) 

Ao  MÍDÍãtro  da  Justiça  passou  este  tele^ramma:  — 
cAs  forças  do  governo  tiveram  a  19.  2  mortos,  30  Iteri* 
<:o8*  A  20  o  coronel  Genuino  morto,  4  feridoe.  A  21» 
5  mortos,  7  feridos,  Telegramma  recebido  pelo  Dr. 
Gaspar  é  filso.  Para  evitar  iguaes  falsidades  conviria 
suspender  as  coromunicações  telegraphicas  partícula* 
rea  sobre  estes  negócios . 

Casa  Maurer  mcendiada  a  19.  Não  se  sabo  quantos 
sediciosos  morreram ;  Jltgiram  apenas  6,  que  com  ou- 
tros  escapados  antes  nfto  excedem  a  15,  que  incom- 
raodam  sem  inspirar  receio. 


1 

k 


08   MHKKltS 


i79 


Mantiei  rotirar  oontingentô  da  força  rennida  em 
S.  Leopoldo,  íievondr»  ficar  ahi  a  Indispí^nmvel  para 
concluir  a  diligoncia, 

Eipediram-SG  os  seguintes  telegr&ramas ; 

A 25,  ao  Ministro  da  Pazeuda.  —  «De  S.  Leopoldo  nada 
consta  de  importao to.     A  Guarda  Nacional  está  se  retirando •*. 

Oo  Cliefií  ao  Pmsídont©  ^  A  20.  cNíula  con??r.n.  dt\  Maurcr. 
i^tiúo  ([UQ  a  forca  í*9  fí o n sorva  snm  obrar,  nao  obgtanf-e  dizerora 
ouf*  o-j  crimiuosí^fr^  andam  íl  vista,  perto  da  roça  da  casa  inccín- 
díada.  Honcom,  loíço  qyo  chc^uoi,  maufloi  »ma  i^raca  ao 
acaropamenio  com  oírtcio  ao  coronel  Augusto.  Veremos  o  quo 
estfí  me  diz»* 

Do  Presidente  ao  Mioistro  da  Fazenda  —  A  âô.  fPop  tole* 
gramma  expedido  hoje  de  S*  Loopoldo,  comrn única  o  Chefe  do 
Policia  que  de  Maurer  nada  consta,  e  quo  a  força  continua  na 
posiçílo  tomada  no  dia  20». 

Da  Cliefe  de  Policia  ao  Presidente  —  A  2Ck  <  São  5  horas 
da  tardo,  oad a  de  novo,  O  sul(!a(io  que  mandei  liontem  ainda 
n  il o  vol  to  r  r .     Do  ve  c  b  <  ■  gar  pp  1  a  no  u  t e  » , 

Do  Clu^fí^  ao  Presidente.  —  A  27.  ^  Ainda  nenliuma  no- 
ticia me  mandou  o  coroad  Augtisto  da  diligencia  de  que  eatíi 
encarregado.  O  í^oldado  quo  mandei  ao  acampamento  e  do 
que  já  noticiei  a  V.  Exa .  não  voltou  » * 

Do  Preaidento  ao  Ministro  da  Justiça  —  A  S7.  *Km  26,  co- 
lonos combinados  com  o  cor.íiiet  Augusto  atacaram  sediciosos. 
Foram  raal  snccedidos.  Kntraram  rio  matto  150,  mas  sfimeiíte 
parle  avistou  crirainosnfi,  aos  primeiros  tiros  iHjErocederara , 
.•ínetentando-He  Sd,  que  ílnaloienta  recuaram.  Houvo  três 
mortos,  4  feridos.  Chefe  ílo  Policia  vao  í^oniractar  <"onheca' 
dores  dos  raaitos  ijue,  apoiados  pela  força  de  linha,  persigam  os 
malvados,    Chegoti  a  acta  do  3°  batalhão* 

No  dia  ^,  pelas  U  horas  da  manhã,  chegou  o  coronel  Au- 
gusto Silva  a  s.  Leopoldo  cora  a  sua  força.  Até  íIs  5  horas  da 
tarde  aquelle  coronel  não  tlniia  se  entendido  cora  o  cíiefe  de 
Policia,  AÍTIrraavam  que  aquclle  coronel  deixara  no  Sa piranga 
e  outros  iogarea,  conforme  a  reqniaiçlo,  80  praç  ls,  comraandadas 
por  um  tenente,  içando  40emS.  Leopoldo  com  um  alferes. 
Nada  dis^eaobroa  diligencia  que  se  fez  a  20,  de  cujo  resaltado 
o  chefe  sabia  por  informação  particular. 

Entraram  no  matto  150  paisâQos,  não  entrando  a  forçA 
publica,  que  ficou  longe  e  nada  fez,  dariuelles  ficaram  mortos  3 
í*  feridos  5,  sendo  1  gravemente. 

(Telegramma  do  Chefe  de  Policia  ao  Presidente), 

Do  Presidente  ao  iMinistro  án  Justiça  —  A  27.  cO  Chefe  de 
Policia  cúmmunic^-mo  que  o  coronel  não  lho  deu  noticia  da 
d  S I i ge nc i a  íl e  q ue  es 1 1 v a  e nca rregado  » . 

Discurso  proferido  ao  terminarem  as  miasas  do  7^  dia  por 
alma  do  coronel  Gennino  Olympio  de  Sampaio,  no  dia  27  do 
corrente,  na  igreja  do  Rosário,  por  Alexandre  B.  de  Monra: 

Senhoreâ  —  Calaram-se  as  vozes  dos  levitas  do  Senhor,  oi- 
ti nguiram-sc  09  Cíinticoa  sagrados,  ceasaram  as  proer»s    ondere- 


480 


RRVISTA   DO   INSTmiTO  HISTÓRICO 


ça4as  &o  Altíssima  pele»  descasco  etorna,  poloa  goso»  aa  mansão 
celeatò,  em  favor  da  alma  de  iim  intrépido  jfuerroir«j,  brayu 
entre  ob  brams,  distinctu  e  dedicado  servidor  du  paiz, 

Nâo  é  licita  a  duvida  em  rolaçao  ao  promio  na  vida  d^ak^m 
turonlo  outorgado  pelo  Juiz  Infalltvel  ao  espirÉti>  animarlor  da 
matéria,  que,  abandonando  o^iia,  pasto  íios  vermes,  coraparôco 
peraote  aquello  Juiz,  jamais  ao  havoíido  desviado  díis  oonnas  do 
dever»  dos  principios  de  rõctidao  o  justiça,  <la  áen  la  da  virtude* 

Ura  desses  ospiritoa  rectú>%  se^^rogado  do  èuvolncro  mato- 
riaU  Toi  aquelie  quo  abandonou  o  corpo  do  curooel  Gf^nuino 
Oljrmpio  do  Sampaio, 

A  alma  pura  tio  valente  sold  ido,  independente  dos  paal- 
moa  e  uraçôes,  fruo  ria  niunsão  dos  juiílos  u  mi:*rt>ciiju  o  condigno 
premio,  deplorando  entre  os  ;{osos  celejuaes  a  amarga  saudado 
que  no8  turtura,  a^  ta^rímas  pungentes  o  crucianteâ  dorea  da 
extremecída  os  posa  e  idulatrate  filling. 

Ao  terminaroin  oh  miniatros  do  altar  sua  santa  mi^s&o,  o 
sou  piedoso  ministério,  »3ja-me  licito  occupar  por  alguod  ma- 
mentor  a  vossa  attenção,  íallando  daquello  por  quem  aeaocaa- 
doram  os  círios,  erabãlsama-se  o  esiJ&ço  a  nos  achamo^^  reunidos» 
nois te  sagrado  re<!Ínto;  daqnelle  de  quem  fui«  de  quem  foâtc» 
amigos  e  etUhusiaãtas  adnjlra^lores. 

Náo  VU3  descnnerei,  as  virtudes  privadas  do  lUustre  raorlo 
08  predicados  do  oxcoUeQte  esposo,  a 0*60109,  extremos  paier- 
naes,  demonstrados  no  lar,  na  convivenciada  lamilia. 

Se  quereia  conhecer  as  Uirgnmas  intimas,  os  attributoa,  aa 
qualidades  apreciáveis  doeomnei  Genuíno  como  chefe  do  famí- 
lia» pedia  narração  -í  esposa  e  fllhoa,  entre  líigrimaa  o  soluços. 

Quero  unieamoote  fallar-vos  do  servidor  do  paiz,  do  »ol* 
dado  modelo  da  iáubordi nação  e  disciplina,  exemplo  da  bravura, 
prototypo  da  coragem. 

O  coroo ol  Genuíno,  desde  o  primeiro  posto  de  official  sub- 
altorno,  até  o  ultimo  do  ofUciat  superior,  coníiuistou-o  par 
serviços  relevantes,  por  honrosos  e  brilbantea  feitos  milít<ire&». 

A'r*do  Dezembro  de  í8:i7,  na  província  da  iiahis,  berço 
de  tantos  vapões  que  têm  illastradoa'^  pagiQíisda  historia  br.i- 
sileira,  na  idade  do  10  annoí^,  aliatou-se  voiunCiirio  nas  fileira^ 
do  exercito  o  joven  Gomiino  Oiympio  de  Sampaio;  19  dias  de- 
pois, a  20  do  mesmo  mez,  foi  commisaionado  no  posto  de  alferes» 

Nesse  mesmo  anno  r>  imberbe  alfert^  de  comraisão  revelou 
distinetfjs  dotes  milítaros,  deu  provas  do  reconhecida  coragein« 
fazendo  parte  das  forças  quo  batiam  os  revoltosos  da  proYincia, 
disti(igutnd4>se  em  diversos  encontros  das  mesmas  forças  com 
aquelles  rovoltoaos. 

Quatro  mezeá  e  alguns  dias  depois  do  sna  praça,  a  !•  do 
abril  de  1^33,  deixava  o  distíncto  aiferes  do  cominissâo  a  terra 
natal,  e,  abandonando  o  lar,  doslocando*se  da  família,  vinha 
pedir  aos  guerreiroíi  do  extremo  sul  do  império  comparticipação 
doe  seus  louros,  um  lugar  entro  elles,  que  a  tão  alto  tinham 
elevado  o  renome  do  soldado  brazileiro,  oonquistindo  a  aureola 
do  ralor. 


os   MUKICRS 


48i 


Incorporado  is  forças  le^aoa  que  nesta  provinciui  í^omba- 
tlítm  em  pvoi  do  throtio  e  la^.fiífrKJado  do  império^  oatrou  o  al- 
ibreô  do  cararnissão  fTonuiria  Oiympia  de  Sampaio  nos  combane« 
de  3  (lo  mfiio  do  1840,  no  pisio  dfj  Taquary.  de  3  de  jíinho  de 
1841  oiii  S.  Burja,  de  2'3  tio  mesmo  rnez  e  armo  no  banhado  do 
[uliatlniD. 

Era  *i7  do  maio  de  1842,  contando  aiitifirnidado  de  18  de 
JuIIèo  do  1H41,  foi  promovido  u  íUforeB  olTiutlvo.  Toraoti  p;irte 
ojoven  alferes  era  diversos  otttro**  combates»  além  diU|m^llos 
mencionados,  até  a  honro^^a  paciíicagao  da  província,  no  anno 
de  1845. 

Doía  anno.i  depois,  era  7  de  setembro  de  1847,  ora  a<|imllo 
que  m  diistiognira,  eombatendo  duas  revolações,  promovido  ao 
posto  de  tenente. 

Uma  nova  revolução  íieciarando-s^e  na  província  d«  Per- 
nambuco, deixou  o  tenente  Ganuino  as  pltíran  rio*^r;indnaMefí, 
seguindo  para  Aquella  provinoia  em  47  dedezumbro  ile  1819. 

JA  ontào  ornavam  o  peito  da  farJa  do  jovon  oflicial  ?íubal* 
terno  os  habitori  de  Cbrifitie  da  Rosa,  qui  havia  conquistado 
remuneração  deaous  iíorviços,  corati  conquiíiUra  glorioa.imeate 
os  galões  de  alferes  e  tenente. 

O  soidado  da  revohtrâo  de  PernambucOp  soubo  continuar  a 
manter  os  foros  que  adquirira  combatendo  as  reyoluçõei  da 
Uahia  o  Rio  Grande, 

Os  combates  em  que  tomou  parto  nesta  ultima  revolução 
atlet^^am  í-emelbante  verdade, 

Paeiflcada  a  província  de  Pernambuco,  réí^rossou  o  tenento 
íienuino  para  esta,  sendo  om  2  de  dezembro  de  1885  promovido 
ao  posto  de  capitão. 

Ou  galres  de  cai>itào  foram  adquiridos  por  serviços,  por 
merecimentos  comprovados  na  campanha  sustentada  polo  Im- 
pério contra  o  listado  Orientai  1  do  Uruguay  e  Bueno  Ayres,  para 
onde  marchou  a  H  de  junho  de  1851,  fazenrlo  parto  da  iMli visão 
do  o\ercito  brazileíro,  assistindo  ao  combate  de  Toneleri>a  em 
17  dezembro  de  1851,  e  tomando  parte  ua  batalba  de  3  do  feve- 
reiro de  1^52  nos  Campos  fie  Moron. 

A  raodallia  commemorativa  dessa  batalba  lhe  veio  ornar 
o  peito. 

As  moléstias,  os  aofln  mentos  phyi^icofi  coaj^iram  o  capitão 
í^nuino  a  deijtar  o  s  trviço  activo  do  exercito,  abandonar  a  ar- 
ma om  que  tanto  se  distinguira,  conseguindo  transferencia  para 
o  eata^lo-maior  do  2'*  olasise»  por  doiToto  de  1  de  ííetembro  de 
18fV8. 

Seus  sopvicoi  foram  aprovei tarlos  om  diversas  eommissôas 
corapativcís  como  seu  estado  de  saúde. 

Possuindo  já  os  babitogda  Rosae  Cbrlsto,  em  1358  obteve  o 
de  Aviz,  como  retribuição  e  atte-tíição  honrosa  do  20  annos  de 
bons  aerviçus  som  a  menor  nota  que  pudesse  marear  sua  con- 
ducta  militar, 

A  guerra  declarada  ao  Imporia  pelo  dictador  do  Pavaguay, 
a  InTasão  do  território   desta  provinota  provocaram  um  brado 


REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTORIOT» 


UDisooo  do  indignaç^,  a  exptosão  dos  seatímefitoã  de  palrfotis* 
mo  âf^  uma  extremidade  a  oatra  da  terra  do  Craseiro. 

Em  todas  aa  pruvineiaa  levantaram- í*e  le^iôea  de  goerrei- 
ro3.  or^anisaram-so  c<)rpãâ  de  voluntários,  phalangcs  át*  de- 
fensores da  hoora  aacional.  Aos  miltia  es  oíferecer^na-ie  vn- 
ienie^  braços  a  empiiobar  as  armas  de  soldado,  cidadãos  po8* 
$Qidort'fide  santo  amor  d\  pátria  apresentaram  se  presstiiTWos  a 
seguírt^m  para  o  campo  de  latallia,  fi  ali  dnrramapom  sou 
gue*  erguendo  bem  alto  o  pendão  auii-verde* 

A  província  do  lUo  Grande  excedeu  a  todas  as  outras 
irmãs  no  enthu&iasmo  patriótico,  no  numero  do  ^^uerrelrtM  e 
valenteâ  braços,  na  indignação  pela  invasão  de  seu  lerrilorio, 
pelo  proceder  audaz  e  Tandalico  do  inimigo.  O  T&lor río-graa* 
don^»  mais  uma  vez  posto  à  prova,  attingiu  ás  raias  do  th»* 
roismo  ! 

Nio  ora  possível  ao  capitão  Genuíno  conservar-ae  ioaciÍTo 
ante  o  movimento  geral  de  enthusiasmo,  que  se  t>beenr&Ta  en 
todo  o  Império. 

O  solda  io  experimentado  esqueceu  os  pa*ÍecÍraeotaí  physi- 
cõsante  os  reclamos  da  pátria  olfendida,  e  foi  do^  primei roc«  a 
servir  os  bradei  de  reparação  e  vingança  appellaodo  ao  eoa* 
euno  de  todos  os  brasileiros. 

Declarando  se  prompt »  para  marchar  para  o  tlieatro  dm, 
guerra,  sua  declaraçÀo  foi  atieudida  e  seus  serviços  aprovei- 
lados  na  or^^anisaçao  do  ^3^  corpo  de  voluntários*  rmbaiido  a 
commtssàu  de  major  cm  3  de  setembro  de  1»^. 

Seguind>  para  o  campo  da  batalha,  para  a  arena  do  com- 
bati», tomou  parte  o  distinguiu *se  o  nu^r  de  oommísíâo  ík»* 
nutoo  Olympio  de  Sampaio  nas  batilhas  de  IGe  17  do  abril.  ? 
eíi  de  maio  do  18íV;. 

Os  actos  da  bravura,  a  serenidade  do  animo,  a  pir  da  es* 
oeâsiva  intrepidez  o  indómita  eoragem,  nieroceram-lhe  a  prth 
moçio  ao  gráo  de  offlcial  da  ordem  da  Rosa.  Novos  feitos,  oo* 
▼as  provas  de  valor  nos  c^^mbat^  de  3  e  22  de  setembro  do 
mesmo  anno  motivaram  que  fosse  agraciado  com  o  habito  do 
Cruzeiro. 

i>avam  lhe  assim  condoooraQdes.  quando  a  outros  menoe 
distiiictòfl  libara !isf\vam  postos  da  aeeefiso* 

Sò  a  '^t  de  setembro  de  1866ol>toTe  o  major  de  commisiio 
Qenu*no  ser  provido  na  offectívidade  desse  p*^to,  por  actos  da 
bravura. 

Ante^t  pelofl  s^^rviços  pr^tidos  nos  combatee  de  15  o  lE  da 
julho  do  mesmo  anno.  foi  elevado  ao  grio  de  commendador  da 
ordem  da  Rosa,  sendo  seu  nome.  com  relação  áquelle  prinieiro 
combate,  c^pocialisado  om  ordem  do  dia,  pela  calma  e  dlgní* 
daJe  que  mostrou  durante  a  acçào,  recebendo  no  segundo  um 
glorioso  ferimento. 

Com  relação  ao  ataque  do  forte  de  Curupaity,  em  2â  da 
setembro  de  Icíd'-,  coná^i^a  a  ordora  do  dia  que  trata  dene 
ataque,  referiíida-se  ao  coronel  <lenuino,  eoti&o  simples  flOJ^r 
de  commissÃo.  o  s«»^tnte!  «  O  major  flenuino  Olympio  d© 


os  MUKERS 


483 


r 


pnio,  coramíLDdante  do  6^  batalhão  de  infantaria,  do  pr^-codea- 
tos  sempre  hoaroaos  par  sua  bravura,  intolligoncia  o  poricta, 
adtiu  riu  ura  tiiulu  mim  ú.  coasideração  c^ua  merece  :  no  es- 
ta lo  maior  do  2"  classe  Ita  ranitos  annos  i^,  entreíaiito»  perfeito 
oílkial  de  infantiria  ;  ferido  na  acção,  não  qiiiz  rfcolher.su  ao 
hospital»  couservaoJo-so  no  comuiandodo  bata.íUão,>» 

Toinaudo  parte  iíj  ataquo  a  tomada  do  putr<jiro  f> velha, 
cora  ;is  fijrçaua  ao  mando  do  bngadeiri»  João  Manoel  Mene^t 
Harreto,  diz  a  ordem  do  dia  da  general,  oiítrio  iníiriiiioz  de  í ca- 
xias, comniandruitc  om  cliefo  do  exerci  ti: 

«  Traospondo  com  o  seu  batalhão  um  di^sliladeiro  do  difllijil 
accesso,  que  ia  ter  ao  logar  em  que  a  força  inimif^a  no  achava 
occupandu  uma  posi<íâo  fortílica-^a,  viincoivlo  tolos  oá  obstaiuloa 
debaixo  do  mais  vivo  tr^o  o  praticaudo  octos  de  bravura  que 
muito  o  distingia  iram,  mostrou  a  tiabittial  perícia,  c  denodo^  e 
raais  uma  vez  a  bem  mei-ecida  repuUçáo  de  que  íçoáa.x- 

Entrando  no  ataque  c  tomada  da  posição  doaomioada  de 
Tayi,  foi  mais  uma  vez  elojjiado  pelo  arrojo  e  bravura  cora 
qne  ee  portou. 

Além  de  outros  muitos  con^bato^  distieguíu-sd  ainda  o  co- 
ronel GenuiQo  noa  seguintes»  fazeodo-se  como  sempre  especial 
menção  de  seu  nome  oai  respectivas  ordens  do  dia  r 

Assalto  e  tomada  do  reducto  1]^ ta beleci monto,  a  19  de  fe- 
vereiro de  1858 ;  ataque  de  4  do  maio  do  mesmo  anuo  por  forças 
numerosas  das  fortificações  de  Huma\  tá  ;  assalto  o  loraada  do 
reducto  sobre  o  passo  real  do  T.tbiquary,  era  1*h  do  referido 
moiíde  maio;  ataque  e  tomada  da  ímptjrfcaute  posição  Suru- 
biahy. 

Por  decreto  do  ll  do  abril  do  l^OS  fui  elov.iiiu  a  uíliciul  di* 
imperial  íU^dem  do  ('ruzeíro,  pelos  snrvivu»  [ ire. ^ tabu  uvu  nora- 
bates  de  '^J  de  outubro,  'l  d"  novembro  do  lí^6T  o  VJ  de  feve- 
reiro do  1868. 

\o  anoív  da  1861)  foi  íln?  coníerida  a  medalha  de  mérito  ml* 
litar,  em  attençao  aos  reiteradosi  actos  de  bravura  pratica  los 
era  diversos  combates. 

A  20  do  fevereiro  do  mesmo  auno  foi  promovido  a  tenente 
coronel,  por  successiva  serie  do  acton  do  bravura.  A  guerra  do 
Paraguay  deu  ao  exercito  brasileiro  gcneraes  menos  distinctos, 
inferiores  em  serviços  ao  coronel  Genuíno  Olympio  de  Sampaio, 
A  Qiste  ultimo  posto  foi  o  il lustre  finado  elevado  depois  da 
terminaçiio  da  guerra,  por  merecimento. 

reuho  voa  descripto  com  singeleza  e  verdade  a  ionga  e 
gloriosa  carreira  militar  daqneUe  cuja  porda  lunentamos. 

O  valente  soldado,  poupado  pebs  balas  iniraiu^aa  em  deze- 
nas de  san^^uinolentos  comúiíes,  o  bravo  que  viu  sempre  ful- 
gir Bo  liorjsonte  da  exí^toucia  a  tstrella  brilhaiilo  dá  victoriai 
o  i  o  trepido  guerreiro  que  airrontou  com  despivzo  os  maiores 
perigos,  perconendu  glurioso  estádio,  caliiu,  baqueou  cadáver, 
traspa.^aado  pela  bala  impelltda  por  fanáticos  adeptos  de  uma 
seita  repulsiva,  por  màos  de  liodiondos  asãassino^í  o  iacen* 
diários  l 


481 


REVISTA   1>0    INSTITUTO    IIISTOHICO 


Fatalidade  ! 

K  (lUEindo  a  fatalidade  o  afisigoalava«  quantia  a  morte  Ibd 
adejava  n  fronte  e  o  Bscolbia  Tictima,  o  adio,  a  paixão  poliUca* 
pre*izava  ferir  u  coranel  íjenuino  cem  sua  reputação  iiiilttar, 
daodo-lhe  o  diploma  de  inepto  Da  persèguiçào  a  vândalos  era 
desespero  de  cama,  toado  por  iheatru  de  suas  operações  aS 
maUas  espessas  e  por  trincheiras  anno^^os  troooos,  eolre  eetes 
encobrindo-se  ao  fogo  daquettes  por  quem  erum  perseguidos. 

Não  era  realmente  para  taes  ioimi^íos  o  coronel  Genuíno 
o  m:us  apto  combatente.  Devia  necessariamente  sor  victíma, 
como  foi,  de  sua  coragem  levada  ao  extremo  da  temeridade. 
A  bala  que  o  tornou  cadáver  attin^^iu-o  à  fronte  dotí  soldadod 
que  Oíimmandava,  instigaodo-íjs  ao  fogo»  o  avançaram  era  per- 
segui í;ã  o  dos  facínoras,  dos  réprobos  sociaos  e  rebronbados  aos 
mattus. 

Sí^ntindo  correr  o  san^^uo  da  ferida  que  recebi^ra,  perder  as 
forças»  esvai r-se-lhn  a  existência,  o  bravo  experimentado  em 
tanta*  batalhas,  teve  sem  duvida  cruento  [>ozar. 

Não  cortou-lLe  a  niort*'  o  fio  da  existência  om  uma  batallja 
refíular,  li;  ii>t  tinido  a  a  forças  que  eomm:indava  o  estandarte  na- 
cional, misturando  ^  o  til  ti  mo  suspiro  com  o  som  dos  hymuos  da 
victoria,  e  sobre  seu  cadáver,  desfraldando-se  altivo  e  soberbo 
esàe  mesmo  estandarte «  que  tantas  vezes  engrandecera. 

Já  consagrámos  or&ções  á  alma  do  il lustre  finado;  consagre- 
mos 4  sua  memuria  eterno  sentiraouto  de  saudade. 

Lembre-se  o  governo  imperial  da  fkmilia  d  aqaelle  que  tao- 
tos  o  tao  assí^nados  servidos  prestou  á  causa  da  pátria,  esten- 
dendo-lha  mão  protectora,  amparando-a  da  miséria,  j4  que  não 
ô  possível  lenítivrj  à  dor,  á  saudade  que  a  flagella. 

Sào  essef  necessariamente  todos  os  votos  em  tão  solenne 
memento.  Frtta  a  alma  dojoHto  na  maosão  celeste  o  preniio 
devido  às  buas  virtudes,  restando- nos  a  memoria  da  sua  passa- 
gem na  iorra,  de  seus  brilliantcii  feitos,  que  seráo  oommemora- 
dos  íias  pagioaê  da  tiiíítoria. 

Seja  a  lerm  leve  aos  preiíiosos  despojos  de  um  bravo,  que 
lhe  foram  conílados.  (F^ublicado  no  Rio  (h-andensc  de  l  de  agosto 
de  1874.) 


Do  chefe  ao  presidente.  A*  28  —  <  Nuda  me  consta  do  Pôr* 
rabraz,  para  onde  hoje  segue  o  capitão  Dantas  a  dispor  as  cou- 
sas. Rogo  a  V.  Ex.  te  digne  dar  as  suas  ordens  para  que  fique 
um  medico  com  ambulância  para  curar  qualquer  ferido  que 
ainda  po.ssa  haver  nas  diligencias  que   m   hão  de    fazer. 

Xa  enfermaria  existem  em  serio  tratamento  algumas  mu- 
1  beijes  presas.  Si  desmontar  se  a  mesma  enfermaria,  onde  e 
como  serão  elles  curados?  Digne-^e  também  ordenar  que  a  es- 
Wi\%  mulheres©  aos  paisanos  feridos  o  me<íico  preste  sotis  sooonr- 
roíf,  e  para  elles  oh  raedicJímentiH  da  ambulância»  Seria  convu- 
nietUe  virem  as  ordens  por  leíitKr.uuma,  p^iniue  me  consU  que 
os  médicos  se  retiram  hoje  â  Uide. 


i 


os   MUKERS 


O  presidente  expediu  ordens  ao  commaodaQlo  dan  armas 
pani  quii  fossam  recebidos  o  trilados  oa  enfermarlii  uraíuílaote 
de  s»  Leopoldo  os  individiioa  cootractadofl  pelo  Dr.  chefó  de 
policia,  que  cahi^Bera  leridoa,  providenciando  pura  qun  so  lao- 
çnkáse  á  cjuta  doMimiterio  da  Justiça  aa  despe/^as  ndia^  com 
as  feri  d  OH,  asâim  coma  o  tratameotf»  das  niulhnres  e  criauras 
que  naqueUa  mesma  bnrermaría  coutiniKiâsem  em  tratamonto, 

Telegramnia  do  presidente  de  2^,  em  r«\^poâta  ao  do  chofe 
de  policia  : 

4S  Ao  cGOimandauti.^  da.^  armatí  estão  expedidas  as  necossarias 
ordens  para  u  tratameoto  ua  enfermaria  ambtilinto,  não  hó  cias 
iiiullierOí  e  criançi^St  alii  recelljidas,  como  também  doacoatra- 
ctados  quo  fossem  íeridtís,» 

Tele^ramma  do  chofo  tle  policia  ao  presidente  —  A  3H. 
<  Seífuiu  o  capitão  Daota-í.com  elle  foi  toda  a  força  que  eu  linlia 
aqui  40  praçaii  e  o  alferes  Febrooio  ;  o  f|ue  se  de  ti  com  Oíítá 
forçai  antfg  fie  marchar  direi  a  V.  Ex.  depois.  Aquello  eapitáo 
pede  com  iijstaucia  que  líie  mandií  para  ser viretíi  com  elh  o 
isadetu  da  e^^coia  Jr^âo  Marcos  doi  Sautose  o  tenente  Arilmr  0^* 
cardo  A*  Gnimaraes,  a  este  etkTevi,  Jul«:a  >mpiH3»cmdÍvel  os 
serviços  destes  como  o  do  tenente  Carlos  Telles,  cm  queiii  do- 
pu  si  ta  plena  conílança.  Voja  V.  Ex.  4  elles  vêem  amanha.  O 
mosuio  capitão  pede  de  40  a  50  armas  spenc^n%  com  os  cumpe- 
tentes  cartuchos  ;  convinlia  vir  tudo  tsio  logo  e  Iojj^o,» 

Por  oíBcío  de  *^h  de  julho  o  presidente  transmittiu  ao  Dr, 
cliefe  de  policia  por  copia  o  oítlcio  ».  106:%  de  27,  em  qtie  o 
comniandante  das  arma^  dirigira  o  do  capitão  e  commandante 
da  força  do  lií"  batalhão  Hermenegildo  Otimes  de  Castro  e  Mello, 
de  :í5,  do  qual  constava  que  era  poiler  das  praças  Pedro  Fer- 
reira do  SanfAnna  e  Olympio  Bernardino  d©  Senna  nonhum 
dmUeiro  fora  encontrado. 

Telcgramma  de  2*J  do  presidente  ao  chefe  de  policia  : 
*í  K^itâo  dadas  ordens  para  que  amaiihã  sig^am  HO  íispiní^ardaií 
íspencer  com  canuchames.  Quanto  aos  offlciaea  euteFid<ír-m«liei 
cum  o  commandante  da^  armas.  Aguai'do  o  ol"flciíj  quo  me  an* 
mincia  o  que  flcou  do  oaviur-mo. 

Por  cffício  de  2\)  o  chefe  do  policia  iuíòrmoa  ao  presidente 
tju©  o  alferes  Fettronio  de  Brito,  teodo-eo-lhc  apresentado 
doente,  seguia  para  a  capital  com  o  soldado  seu  camarada.  O 
coronel  Auíiusto  César  da  Silva  se  retirara  sem  mandar  provi- 
denciar a  cerca  do  depoi^ito  de  raiioições,  deixando  do  tomar 
contado  armamento  que  distribuirá  o  levaiu  cora  sigo  o  tenoute 
António  Garcia  de  Miranda,  que  sempre  estivera  ai  li  encarre- 
gado daqUGllo  serviço^  quer  antes  ou  depois  da  sua  cho;íada.  Re- 
quisitava» como  era  necessária,  a  preisença  daquelle  i/frtcial, 
oraquaoto  hc)Uvesso  armamento  a  distribuir  e  arrecadar-àe, 
pur  estar  pratico  o  naber  a  quem  entregara  o  mesmo  arma- 
mento. 

N*»  mesmo  dia  acampou  ao  Campo  Bom  u  capitão  liantas 
para  tomar  doscunso  e  dar  algiiman  providencias,  aílm  de  quo 
a  í>jrça  coramandada  pelo  tenoute  ílermetu  Gomes  lourinho  se 


486 


REVISTA    DO   !XST1TLIT0  HISTÓRICO 


puzesse  tambom  oní  marclia  para  o  Sa piranga.  O  alferes  Fe- 
broaio  de  Brito  tioha  vindo  de  S.  Leopoldo  com  08  homens 
dali  sabidos  a  ^H^  e  por  isso  ílzera  voltar  c  se  aprescotar  ao 
chefe  de  policia* 

\  tropa  fjiic  tiíiha  u  napitao  ruuLaíá  oitava  cum  o  auiiiio 
também  abatido»  mas  nsporava  que  cuiu  dous  ou  três  dias  de 
iua&ruc^ao  rullocal-a-hia  iia  altura  da  míii.Hão  qiio  lho  estava 
(30  u  ri  ada. 

Lembrava  rum  iii.-iií!tiíucri  os  KilVniitrus.  lílles  íiiíloiaiii 
Siibre  o  mural  dii  íorva  bruU  o  elUca/jaento,  quauiio  oi'am  bofit^. 
Convifllia  aotcií  que  los,^cm  nioí-os,  íimbiciosos  o  susceptivoia  do 
eatiraulos  que  grandes  pjipoletes  e  mimiciosos  okaminadoroâ  das 
proscripçõi33  do  um  regolamonW  dracooiaúo  como  era  o  nosso, 
(Glíicio  do  29  do  julho»  de  Ciiiirpu  Bom,  do  Franciâco  Clemeotioo 
de  Santiago  Dantas  ao  chulo  de  policia.) 

Ainda  a  2ii  o  delepa^lo  Kelidano  loaíiuim  H^niian,  na 
atiáonoia  do  cheio  do  policia,  osn  oIUlúo  n,  G18,  enviou  ao  pi-esi- 
dente  a  relaçàa  dos  homens,  mulheres  o  criaoçaa,  que  a  28  ã 
meia  noite,  tinham  chegado  presos  do  S.  Leopoldo  e  tinham 
sido  recolhidos  á  eadôa  : 

nOMENiJ 

1.  Pedro  Mentz. 

2.  .Lieob  Montx. 

3.  pioao  Toltz, 

{.  Jacob  KrebiíK 

5.  .lacob  Noú- 

ú*  Juào  ChrisUí4!io  FuoM. 

Mí  LIILIiEo     t     t  HUNÇAcs 


Carolina  Meotz  —  solteira  , 
Jacob    Maurer,  tillio  de  João  Jorge  Maurev 
Henrique    »         3»        »      »        »  » 

Praiicisco    >         »       5^      >       *  » 

Xfathilde     »         >        »      »       »  » 

Amélia        t         >        »      *        ;►  » 

Guilhermina  Mentz»  fllha  d*5  Henrique  Mentz. 
Amália  »  »      »         »  » 

Felippioa    Maurer,  casada  com  Carlos  Maiiror, 
Susana  »         JlUii      da         » 

Carlos  p  fíUio        »  > 

Carolina  »         (lllia        *         » 

Felippioa  »  w  »  » 

8ubioa  »  w         »         9 

LoopoldiQti       >  >         »  > 

i:ií8abet!i    Seliu  >  >      João  Sí^hn. 

Guilherme  tíoalzcrt  filho       »      Maria    » 
Catharina  San  toes,  solteira. 
Carlota  Suppa,  mulher  do  Aressé  Su^pa. 


t>S  MUKEBS 


4«7 


2ti.  Frederico  Karat,  íllha  de  CbrísUano  Karst, 
?7.  Luiz  »         »      »  *  » 

28,  rarloa. 

29,  Carolina. 

30,  Amália. 

3L  Ouilbormina  Sehn,  mullier  de  Kodolplio  SbUq. 

32.  Kmilia  *        filha        p  »  > 

33.  Margarida        *       mulber   j*         »  » 
:í4,  Bertha             >       fllha       »         >            » 

35.  GiiilhermÍDa     »  »         »         ]►  » 

36.  [lay mundo        >  »         »         »  » 

O  jornal  Rio  GranfJcnse,  de  30  de  julho,  tarabom  publicou  a 
relação  que  acima  estampamos ,  concluindo  um  sou  artí^ro  com 
um  appello  á  caridado  publica,  que  dizia  : 

*  Estagentti  pordou  tudo  quanto  era  aeu  ;  as  mulherGS  o 
crianças  não  te^^m  colebôest  oeiB  coburtaa  e  ostâo  dHtadaa  no 
chão  nestas  frias  noitoíí  de  julho* 

O  alimento  dado  aos  presos  também  não  6  próprio  para 
crianças,  nem  é  tão  abundante  que  possa  dispensar  reforço. 

Criimos  que  a  caridade,  neste  caso»  não  devit  distioguír 
entre  molhares  e  outras  pessoas. 

São  raulhoros  e  eriangas,  c  estas  ultimas,  pelo  menoíí, 
nenhuma  culpa  teem  nos  crimo.-ir  dos  seus  pães. 

Kotre  as  raulhores  também  ha  muitas  quii  tiveram  parte 
nos  crimes»  accrescendo  que  João  Jor^fe  Maurer,  na  noito  dos 
incêndios,  llics  declarou  quo  eram  os  seus  inimigos  de  S,  Lm^ 
puído  que  tinbaiu  ido  incendiar  as  casas. 

Tanto  descontava  elle  díi  adbosão  das  raulhoroá  que  pro- 
ourou  illudíl-as. 

H'  justa  a  indignação  contra  os  muckers,  que  luiiv-^jaiu 
ai'maíi  contra  os  nossos;  mas  as  crianças  ao  menos  devem 
inspirar  compaixão  ao  publtco* 

iiias  se  acham  eipostaí  ao  frio  e  fome,  e  p,>rtinto  invo- 
camos para  olla.*s  a  caridarle  das  almas  l>em  formadas. 

Quem  as  vir  em  sua  triste  posição  nio  poderá  deixar  de  ter 

Srofunda  j^elm  dessas  pobres  crianças  que  culpa  alguma  teem 
os  crimes  dos  seus  pães.  » 

A  so4!iedado  rio  í^Taiid^nso,  com  os  seus  sentimentos  bons 
de  caridade,  soiitiu  a  dôr  da  dosgntça  quo  invadiu  o  lar  daixuelles 
colonos.  Polo  "|Uí^,  vejamoM: 

O  Ur.  cliefn  do  policia  declarou  fto  SdinUdegado  na  capital, 
por  oíllciu  d<^  2!s.  r|ue  provjdonci.isse  suIhn^  a  íwpar.icão  daa 
criáiira^*  qii«í  acompanh  iv:im  as  mulheren  iiri*^as  em  S.  I,eí>- 
poldo.  E,  comu  iioiivossít  ramilíím  quo  desejavam  ròetíbolas, 
oUrigundo-se  a  enti^egal-as  quando  a  autoridade  ©xiffisse,  aquelle 
delegadij,  por  oíílcio  de  3<>,  expo^  ao  presidente  da  provincía, 
que  ímniediatiÃmente  o  autorisou  quo  as  entregasse  sob  as  oou- 
díçõôd  expostas. 

Por  officiodoSO,  u.  1^7,  do  barão  de  S.  Borja,  enviou 
aquelle  commatidante  a  copia  de  uui  ouiro  oiIlcio  do  chefe  do 
ãílfiíj— 3jí  Tujiit»  Lxvtd  I',  n. 


4&8 


REVISTA   DO   LXSTITUTO   HISTÓRICO 


bíiUllião  di!  íaTuDlariu  ao  prcaídôiito  da  proviacia  sobre  o  quo 
liceornHU  foiíi  níspeito  ao  ataqim  travada  no  dia  2^3  isntro  as 
Colonos  ú  QH  nmuvisus,  quo  si?  acliavani  rèrngiadQii  oo  tnatio. 

ATAgri^   im  211  1>K  JULUO 

Nu  acari» («ame II to  du  Saijiran^a,  <»  paigaiiu  Pedra  Sarraoo 
prucurou  no  dia  22  ao  i-urutitil  Siívit,  peduido  para  eonsiiotir 
tjuo  rcnmdoíi  cuni  outroii  ci<ladaos  ^a^i^olIl  ao  matto  do  dia  ^, 
pula  manliã,  um  perseguição  iloa  últimos  adrpto»  d«.t  Mauitr, 
para  o  quu  rtíqucna  que  al^tíiii;L  forga  do  Imha  gs  ajudai^»;*, 
chamando  a  atteaçào  dou  criinino^^os  para  que  elles  pai^ano^», 
loiímndu  na  véspera  pusíçâi  cunvoniente,  os  ataca8í>úiii  pvlsk 
rota^-^narda;  ací-rescendt*  qui:*  uâo  «losejavam  que  a  rorça  de 
línlia  ontnibáu  nem  engajavSSf  logo,  porquo  podia  iWJontecBr  Ibrir 
;ilguos  dos  seus  com  pari  liei  ros,  persuadi  ndu-so  que  fo^ysom  d,* 
8QÍta. 

A  tudo  isso  anauiii  o  curouol  Silva,  de^daraodo  quo  pt*ê8tava 
a  Ibrça  quo  podiam»  íi  qual  chamaria  a  aiiençâu  dos  rcvoltusou 
nii  tuuipo  í*omp*itt»nt6  uo  dia  2r»,  coo  for  mo  <"ointiiDação. 

Nõ  dia  cUado  fez  sr^oir  uma  força  do  :^0  praça*  do  12'*  ba- 
talhão do  infanU>r  ia  com  o  kmrnle  Uermoki  Gomos  lourinho  s 
o  alíbrçs  Frederico  Joaquim  Lisboa  ;  o  outra  de  igual  nuinora 
do  3""  da  mesma  arma  com  oa  alCercs  Ray mundo  Nouato  Piobctro 
do  Freitas  e  Manool  Rodrigues  das  (^ba^^as. 

Depois  do  procurarem  o  inimiíío  com  aU^uns  Ufos  que 
Ibrara  pes;ondidos  pelos  criminosos  approximaram  se  os  pai- 
ai  nos  o  principiaram  o  fogo,  retlrando-se  a  força  do  lio  ha  para 
um  iaranjid  próximo  e  ali  so  conservou  fonnada,  l'ouoosiiio- 
mentoii  oram  pasí^ados  o  a  maior  parte  doa  tádadãos  retira- 
ra-so  em  ^TUpo-.  Dopois  tove  o  corouel  noticias  que  cahindo 
um  doUes  ferido  moftalmente  na  primeira  descar^^a  que  fizeram 
Oâ  rovoltosof!.  ficara  o  ou  moro  dus  combato  ites  reduzido  a  20 » 
(|U6  contmoaraTii  a  fmzer  fogo  relirando-se,  o  assim  perderam 
mais  duiis  que  morreram  o  quatro  feridos. 

A'  vi^ta  daquella  dobaudada  do  15D  homens '  contra  uma 
dúzia  d<'  criminoso»  prosou  o  Coronel  Silva  um  roíturi.o  que 
pediram  ia  tarde  e  além  da  forç^a  que  lá  m  adiava  dotde  a 
madrugada  afim  de  retir^ir  os  foridos  com  segurança  si  accaso 
f ossfi  m  po  rse ;:  u  l dos . 

Do  jornal  her  Iioit\  do  S.  ívouronço,  uadu/ju  o  jornal 
Bio  firantlenst\  com  supprcssao  de  algumrts  particularidade,  a 
seguinte  descripção  do  comi  ia  í  o  de  2r>  do  corrente : 

<  O  ataque  do  duotíj^o  contra  os  muckors  de  Ferrabfaa^ 

"        '    \  itiQCit  d 


que  stí  pensava  pi 

certeza,  foi  í 

custou  a  vida  a  ri 

í;t  .-nlonia. 

Era  opicii 

'í»f       .ii 

si  a  tropa  hoi 

tr,M            . 

se  tio  liam  offerocido 

9m- 

0  tcn^Tiol    Au^ 

a  mnnhíi  de  do 

ataque,  ii 

r  pre\imir  im  v 

os   MUKERS 


489 


Na  occasiâo  porém  viram-so  õ.^  cnloiio^  sós,  mas  ainda  aagim 
atacaram  e  soíTi^eram  o  fo^ro  tias  2  ás  4  horas,  r-jem  aiuilio  da 
tropa. 

Um  mortífero  fogo  recebe»  us  colonos  o  no  momento  em 
qno  um  ilelles,  Thoodoro  MeiDliardr,  do  narspicado  dizia: 
€  f  cevemos  eitnr  porto  do  acamprimento  t^  cahiu  eiie  traspassado 
por  íliias  balas,  com  a^í  palavraís :  «  Para  mim  chegou  !  * 

Morporam  o  foram  r<irido8  mais  outros  colonoíi  cujos  nomes 
já  osião  conhecidos.  Como  do  costume,  estavam  os  mnckeiâ 
omboscadoíí  no  matto  e  detraz  de  arvores  dcírrubadas. 

Com  tudo  ?abe*íie  que  dous  foram  mortos  ;  um  quo  tirilui  orna 
1>arí'etina  de  moldado,  cahiti  rodondamenta  no  chão  a  outro,  ao 
cahir^  du  til  .«orte  moveu  os  brados,  que  tíimbcm  devia  ter 
forimonío  mortal. 

Os  bandidos  se  sèrvimm  du  capiní?arda  a  Mínié  o  o  seu 
numero  ú  avaliado  em  8,  julgando-se  que  a  outra  metade  do 
banilo  estava  de  guarda  ao  covil  de  Jycubina. 

Ao  passarem  pelo  matto  acliou  a  Dossa  gente  o  logar  ondo 
oB  tnuckers  váo  buscar  agua  oura  fbgar  ond<i  tinbara  rocente- 
meute  collxido  «boboras  e  morangas.  Ha  Urabom  rastro»  quo 
provam  que  eiles  ainda  p€s^stlem  cavaJloa. 

8ou  acampamento  ó  au  lido  do  uma  ix)ça,  reeoD  temeu  te 
foi  ta,  e  é  «'oberio  de  troncos  de  arvon^s, 

Eiles  faziam  barracas  baixns,  de  couro  criK 

Di8tiiiguiram*se  sobru  modo  o  Sr,  Coíiio  o  o  professor 
Fiâcher,  do  Mundo  Novo*  O  primeiro  esteve  sempre  á  freote 
daa  tropas,  e  o  segundo  voltou  diversas  vezes  ao  matto«  em 
moio  de  um  chuveiro  de  balas,  para  salvar  feridos,  como  ixjr 
eiemplo  o  infeliz  Htiorique  Hofmann,  que  gravemente  ferido* 
pedia  pelo  amor  de  Deus,  que  não  n  dcíixass*3m  cahir  nas  máos 
do^  cíioibaes,  Elleeipirou  iogo  depoia  de  tirado  pikra  fdra  do 
matto. 

U  jornal  Rto  Grantiense  pubHcou  a  21»  uma  carta  do  seu 
CO rrospon dente,  comusttomeá  doíi  coloous  que  com  o  Sr,  Colliu 
entraram  em  fogo  do  domingo»  26, 

Sâo  08  soguiutes  : 

Henrique  Hofmanu,  do  Leonahuf,  morto* 

Pelippfa  Kessch,  dii  Nova  I 'içada,  morto. 

iqEo  íídz,  áo  Sconerhoft  leridu. 

Lind.  do  Somn^erersclmeir.  raorio. 
_  Theoaoro  Meinbardt*  Haropicadet  morto, 
■^íicolíio  Adam,  do  Sconerhof,  forido. 

>oaf)  KronoL  fendo, 

íicoíáo  .Michaolsen,  do  Sconerbof,   lerido. 

Pischer,  do  Mumlo  Novo, 
(Jo&o  JColfeiibultel,  do   8,   f^opoldo. 

Andreaií  Krmfd,  do  i^anipo  Huiu. 

Ri»bert^  Ueitreich,  do  Soonerbof. 

HfilTmaiip,  do  Hamburgerberg. 

kicnrdo  Schircitt,  do  Sconertiof. 

Jacob  HoDiiemao,  de  ílarspread. 


4ÍK> 


ííKVí^TA    DO   IXSTITLTtl  UfâTORlCO 


J<âo  fictoeb,  ^  Borspicade. 

A  27  da  jallia,  eu  ama  cirli  qat?  o  pres^ieoi:  '  i  pr  • 
Tioeta  escFeveu  ao  cbafe  de  pjticta  dizí^i  que  o^  S  . 
ftlleaiá43i  que  iho  apresentara  o  cangai  allemão  tioU^iin  tia/io  — 
aobre  a  iiiTealída  ao  abrigo  dos  mackers^  ínrorm:icoe9  qa«^ 
combi Davam  cam  a^  da  autoridade  polidaL  Naqoella  ovile^ 
por<^m,  Tiera  á  ^ai  c  sa  o  roajir  do  Ji*  batalbâo  e  diaas  que  ao 
:u:4X>rdo  bavi<io  entre  o  cdraod  AogOãto  o  coloooi,  que  ^oimrain 
fio  matto,  ficara  aju^ta^lo  que  a  tropa  de  linha  eotrarim  aoica- 
mente  para  attrahir  oa  muckers,  e  qae  oonsegaído  este  Tesultãdo 
Ihea  caberia  peraegair  aqoelles  malvados 

Não  secauaaria  em  efimerilhar  a  verrJade*  não  ^^tavai  de 
le  demorar  sobre  fa^to^que  oaj  unham  remelio.  O  que  bAirii 
de  real  é  que  ^mallograra  imús  umi  leouiira. 

Tractemos  pois  do  futtaro,  diiia  a  prestdeocia. 

No  os(«do  actual  das  cousas  jatgava  iadjâpen^Tet.  -xini^n, 
mais  que  no  princípio  «:)a  «iiiestâo,  contar  rom  oel^inec^ 
inào.  Inssera  ao  capitão  San tia;7C}  DanULsqoe  prociini^âo 
nisar-fie  com  oâ  colonos  u  os  trataaac  <*jni  benevolência.  ^! 
asitm  proa)des>c  tmlij  :*»3ria  tdcií.  No  caso  contr^irto  |ii:tana 
oom  ^'fandBS  diftlculdadcs,  e  com  i^nindo  ctigto  ^ileançariae  re* 
Buludo  deseja-lo. 

Pelo  que  lhe  dizia  oiieu  ultimo  telo^uuma  estará  o  eh<.*re 
lie  policia  cura  4<»  praças  de  JinUa  em  S-  Loopoldo.  Pciks^iva  u 
presidenta  qtie  nas  círeurastancias  actiiaos,  era  mai-i  á»i  quo  o 
Deoessario,  principalmente  tun«lo   <0  praças  de  pohcia. 

Destas  prtMjiaava  algumas  puni  a  cidaie  capital  quo  «stava 
completamoote  desguarnecida  c  não   padia    ricur  «.«ntreg^ud  s^ 
mente  à.  guarda  naoionaU  A  força    chegara  a  til  ponto  qtie  uo 
dí:i  20  foram  chamados  oito  guarJas  í^ara  o  thoatro. 


Ao  proííi  lente  da  província  escreveu  o  Dr.  Chefe  do  Polioi^ 
uma  carta,  datada  de  í^  do  jultio»  affírmando,  conforme  o  telo- 
gramnia  que  passara,  da  checada  no  dia  21  do  coronel  Augusto 
Silva,  tendo  seguido  para  a  capital  9\mi  ter  se  entendido  com 
ello,  chefo  do  policia,  Põra  bom  asâira. 

Não  ora  exacto  o  que  dii^scra  o  maji^r  acerca  dos  últimos 
acontecímentoíí.  Rolcreria  conn»  tinha  ouvido,  pois  de  luida 
sabia  oíllcialineatc,  porque  o  coronel  Silva  nada  lhe  participara 
o  com  razáo,  visto   quo   nenhuma   parltí   tomara   cum   a  sua 

lorv"i. 

Cd  paisanos  combinaram  entrar  no  niatto  no  domingo  r  .se 
apresentaram  ao  Augusto  dizoodo  o  plano,  o  pedindo  o  auxilui 
da  força.  O  plano  ora  entrar<?ra  elles  em  niirnt^ru  de  I5t^  pela 
retaguarda  uni  trcíi  pir tidos  i>or  pi 41  tos  ilivin-áos,  eutraodi.i  ao 
meííuiu  Inmpo  a  força  para  siiítontar  um  |»*^queno.  fogo,  »inin- 
UitHlo  «rutiríMla»  umquanlo  clluH  iio  internassem  o  aiiortassem 
os  crímiuõsoí». 


ns    MlíKHRS 


491 


leio  comhinado  c  corto  o  coronol  Augusto  oncontrara  cam 
efTeito  os  priisanos  pelos  loirares  cònvencionadoiíjmas  a  forçupti- 
14ica  í  m  numero  do  40  praças,  cora  o  «ou  coronel  não  paasoudos 
da  caaa  de  M  larer.aiosados  os  paisanos  de  esperar  foram  pre- 
sjyQtidtjs  poít»3  crirainosus  e  principiou  o  Tog^o.  Vando-ao  raal 
aqtiGlIií-^  cúfidiat<>nLns  p<Mlirani  aoccorro  ao  coronol,  qufl  não 
íí8lando  jíi  no  lo  ff  ar,  í*aranj;uig,  não  o  prestou,  nom  o  o  í  II  ciai  que 
estiva  com  40  prai^-as^  dízondo  qim  não  queria  sujeitar-so  a  con* 
wlhos  d<i  ííiici*ra  pitr  sacriflcar  a  iíua  gente  Os  paiíJauci  assim 
c  í^iítando  jí  3  mrjrtort  v  4  róridos  se  retiraram,  e  teriam 
muito  conseguido  se  tivessem  tido  o  auxilio  da  Torça,  Isto 
llio  fura  informado  p'>r  pessoais  fidedignas  t»  dentre  oUa^ 
Colíin»  Nr^'oIa[l  Sclimith  o  Jacob  DieíTarlljelIer  que  dirigiam 
os  partidos* 

A  toílos  ouvira  o  chefe  de  polícia  lamonlar  a  falta  do  Oe- 
nuiuo,  dizendo  que  se  elle  extstííss©,  e  alli  estivesse  se  teria 
daquella  Teita  acabad<i  com  m  maivados, 

Oá  paisanos  ficaram  indií^nadoa  e  pop  pouco  nâo  houve  ura 
conflicto.  Por  isso  o  com  a  retirada  da  força  os  hibitaoteis 
daquolles  legares  m  queri;im  ausentar,  abandonando  tudo,  c  »ó 
cem  esforço  os  ti n lia  podido  conter,  anímando-os. 

Compreliendia  a  pi^esidencia  que  mau  eIToito  não  produziria 
semelhante  resolução,  e  que  do  correrias  nào  fariam  oa  &oele- 
radijS,  nao  tentlrj  nas  cotonias  e  picadas  quem  os  pudesse  <"onter. 
O  Augusto  levo  a  habiíiilide  ãi\  noj  poucos  dias  que  m  demo- 
i'tui  no  acara  pamento>  ai  bei  ar  do  si  todo  o  auxilio  que  lhe  pode- 
riam prestar  o.s  cídiJãos»  roíluzíndo-se  ao  estado  de  nao  poder 
conseguir  o  frete  de  uma  carreta.  Erafloi  se  retirara  ello,  a  aza 
negra  de  todo  o  negocio. 

Tanta  gloria  devia  pertencer  ao  Sr.  bário  de  S,  Borja  pot' 
têl-o  chamado  a  São  Leopoldo. 

Sobre  o  saque  cada  vez  se  fallava  mais  e  diziam  que  aquelle 
coronel  recorn mondara  a  alguns  dos  soldados  que  dispuzessem 
do  que  tinham  de  modo  que  não  apparocesse  nosta  cidade.  São 
Lfíopoldo. 

íjue  bcía  disciplina  militir  !  exclamou  «>  chefe  na  lua  carti, 
n  homein  que  prece  lia  daquelle  moifo  Juigara-se  cora  direito 
em  fa  liarem  lírio  da  força  qrie  co  mm  andava,  quando  a  alguu:! 
delia  se  imputava  fact^js  quo  realmente  praticíiram,  e  ainda  en- 
contrava gencraes  que  o  apoiavam. 

fíUe  se  fura  e  o  chefe  de  policia  esporava  a  «Reforma*,  em 
tí^mpo  poria  tudo  a  limpo, 

O  capitão  Dantas  seguira  a  .?8  com  o  ofllcial  e  40  praça.^ 
que  o  clieíe  de  polifia  tinha  em  S.  Leopoldo  ;  ficara»  portaotu, 
com  '/O  praias  de  |  olieia  e  não  3t>  como  jiensava  o  preside nt4>. 
Não  podia  dispensar  um  soldado  e  antes  delles  precisava. 

Cora-j  merecia  ainda  a  confiança  doa  habitantes  daquella 
logar,  deu  iro  de  meia  hora  conseguia  reunir  ("'0  liomeoá,  que 
Oitavara  fazendo  o  aer viço  de  ronda  e  piquetes  nas  avenidas  da 
ciiade. 

Veria  o  presidente  como  estava  liem  l  Como  autoridade  não 


^92  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

contava  o  não  tinha  força  publica  suflíicionte  e  havia  do  conflar 
nos  cidadãos. 

Não  desanima V  a  comtudo  e  tinha  fé  quo  levaria  ao  cabo 
aquel la  tão  tormentosa  dili^íencia,  apezar  de  t>das  as  difflcul- 
dades  o  desgostos  que  tinha  tido. 

Confiava  muito  no  (capitão  Dantas.  Rlle  exigia  a  vindi  cios 
tenentos  de  artilliaria  Oscar  do  Andrade  Guimar&es,  Círios 
Telles,  do  cadete  João  dos  Santos,e  a  ida  delles  ora  tão  necessária 
quanto  ora  corto  que  o  Sr.  Augusto  não  deixava  mais  oíflciaos. 

Corria  a  noticia,  cuja  exactidão  iria  verificar,  de  que  ô  ou  8 
dos  sceleradus  tinham  transposto  o  pouso  de  Supp^i  em  distancia 
de  dua  4  léguas  da  cidade,  e  diziam  que  dous  delles  eram  o  Suppa 
e  o  Jacob  Sohn. 

O  povo  ficou  logo  aterrorisado  e  o  Chefe  do  Policia  tomou 
as  providencias  quo  o  caso  urgia.  Ató  aqueila  hora  nada  appa- 
recera  de  novo. 

Algum  intento  traziam  ellcs ;  a  autoridade  policiai 
procuraria  frustrar-lhes  qualquer  plano  de  virom  À  cidade,como 
se  suppunha  geralmente. 

Ainda  isto  fora  o  resultado  do  modo  por  que  Augusto  dei- 
xara a  íurça  distribuída,  não  tendo  satisfeito  a  requisição  sua . 

Fizeram  seguir  na  lanclia  a  vapor  os  presos  que  estav  im 
em  S.  Leopoldo,  ficando  somente  as  mulheres  doentes  em  trata- 
mento. Precisava  que  a  lancha  voltasse  com  toda  a  bro vidado, 
ilocommendara  ao  presidente  não  se  esquecer  de  mandar  os 
offlciaes  que  pedia  o  capitão  Dantas,  bem  assim  as  armas  do 
Sponcer  e  cartuchos.  O  capitão  Dantas  queria  ver  si  podia  bater 
03  criminosos  a  :m,  e  o  chefe  de  policia  tratava  de  mandar  lho 
os  paisanas  quo  lhe  fossem  chegando. 


Carta  do  presidente  ao  chefe  do  policia  em  20  de  julho. 
Recebera  as  cartais  de  28  e  29.  A  1"*  resp)ndeu  o  seu  telegramma 
Quanto  ás  providencias  que  pedia  o  quanto  a  parte  antí^rior  não 
tinha  quo  demorar  porque  preferia  tratar  do  futuro. 

Sentiu  não  poder  attender  a  tudo  quanto  desejaria  o  capitão 
Dantas.  Não  lhe  era  licito  requisitar  estudantes  do  curso,  mas 
não  deixaria  de  oíllciar  ao  commandanto  das  armas  a  respeito 
do  tenente  Telia-}. 

Mandasse  o  chefe  u  oííicio  que  anuunciara  relativamente 
ao  tenente  P^ebronio  para  que  o  presidente  exigisse  oíflcial- 
meute  a  sua  substituição.  Precisava  do  offlcio  do  chefe  de 
policia  sobro  a  reproácn tacão  do  coronel  Augusto  e  de  commu- 
nicação  oíllcial  sobre  o  «lue  oc(!orrera  com  as  praç  is  que  sahi- 
ram  de  S.  Leopoldo  cora  o  capitão  Dantas. 

Requisitasse  oíllcialmente  todas  as  providencias  que  julgasse 
necessárias  para  a  boii  execução  da  diligencia  quo  tinha  de  ser 
offectuada.  Prevenisse  ao  capitão  Dantas  que  não  procedessíí 
sem  segurança  de  boni  êxito,  fíra  melhor  esperar  alguns  dias 
para  rt'uuir  todos  os  ídementos  precisos  do  que  se  arriscar  a 
um  mal  logro. 


os    MITKIÍRS  il)3 

Kstas  3  c  u'ta8  acima  foram  reinettidas  por  copia 
ao  conselheiro  Mano^»l  António  Duarte  do  Azevedo  eni 
carta  de  3  de  agosto  pelo  Dr.  João  Po  Iro  Carvalho  do 
Moraes. 


Como  vimos  nas  cartas  acima,  no  dia  29,  :l  noite,  alarmou-se 
a  cidade  de  S.  Leopoldo,  porque  constou  que  o  velho  Suppa  com 
6  ou  7  raackers  fora  visto  nas  iramediaçíies  do  logar  em  que 
foi  sua  casi. 

O  boato  se  espalhou  e  a  cidade  se  poz  em  immediata  guarda 
porque  homens  verdadeiramente  desesperados,  como  eram  os 
mucliers,  oram  muito  capazes  de  tentar  um  ataque  a  S.  Leo- 
poldo para  libertarem  as  mulheres  e  crianças  presas. 

Por  essa  raião  foram  os  presos  a  28,  á  noite,  i*emettidos 
para  Porto  Alegro,  a  bordo  da  lancha  a  vapor,  c  em  toda  a 
cidade  dobraram-so  as  patrulhas,  tomando-se  todas  as  demais 
providencias  necessárias,  para  o  que  prestaram-oe  da  melhor 
vontade  os  habitantes  do  logar. 

Os  cidadãos  occuparam  durante  a  noite  todos  os  pontos  peri- 
gosos, mas  não  houve  novidade. 

(Do  jornal  RioGrandense^  de  30  dejuflio,) 


Por  ofllcio  n.  1660,  de  30  de  julho,  o  commandante  das 
armas  participou  ao  presidente  que  antes  de  receber  o  seu  officio 
da  mesma  data,  já  tinha  determinado  ao  tenente  António  Garcia 
de  Miranda  que  seguisse  para  S.  Leopoldo,  a  tomar  conta  do 
deposito  de  munições  ê  armamentos  e  que  não  podia  informar 
sobre  as  instrucçõcs  que  o  coronel  Augusto  Silva  deixara  á  força 
que  lá  ficara,  por  ter  embarcado  naquella  data  o  >  batalhão.  (1) 

A  presidência  por  oflicio  da  mesma  data  pediu  áquelle  com- 
mando  que,  não  havendo  inconveniente,  desse  as    necessárias 


(1)  Antoriormcnto  communicara  o  Dr,  chclb  do  policia  á  pre- 
sidência que  sopruira  «ara  a  capital,  com  um  soldado  seu  camarada,  o 
alferes  Folironio  do  ftrito,  que  tendo  partido  na  véspera  de  S.  Leo- 
poldo fom  as  pravas  existentes,  r<^«rressara  com  parte  de  doente  do 
Campo  Bom,  on  ic  haviam  acampado  as  forças.  No  oílicio  dizia  aquellc 
magistrado  qiio  o  coronel  Augusto  César  da  Silva  se  retirara  de 
S.  Leopoldo  som  provid  nciar  acorca  do  deposito  do.  munições,  doi- 
xan<lo  de  tomar  conta  do  armamento  quo  distribuirá  o  levando  com- 
8ií?oo  tenente  António  Garcia  do  Miranda,  (juc  sempre  estivera  encar- 
resrado  ilft  pielle  serviço.  Por  isso  podia  as  necessárias  providencias, 
attendendo  que  convinha  íjue  conclui<<se  o  serviço  o  mesmo  oflicial 
uocoine>;ou.  Recommendava  quo  lhe  desse  conhe(!Íínento  das  provi- 
encias  tomadas  polo  re''erido  coronel  com  relação  á  tropa  quo  deixara 
em  S.  Leopoldo  á  disposição  sua,  aliin  de  quo  pudesse  intervir  aquelle 
magistrado  sobr»*  o  moiio  porque  d<*v»ria  >:o  iiaver,  uuando  tivesse  de 
r«'qui^itar  o  auxilio  da  mesma  torça.  (Officio  do  30  ao  presidente  ao 
commandante  das  armas.) 


í 


496  REVISTA    DO    FNSTITIITO    HISTDRICO 

carreg^ado  do  Detalhe,  ter  re<;ebido  todos  os  doentes  da  1^  linba« 
menos  os  dom  Luanias  i*m  í]U08tãí>.  respoDdondo  o  mesmo 
Sr.  Tenetite-comnel  qiuí  ê)iiííisso  a  Hímo^jão  ániUis  para  a  eofer- 
maria,  tsto  dt^  cardem  'lo  Sr.  commaQdLinte  das  armas,  YÍsto 
Sí^rem  praça-s  em  dostacamonto, 

Hxi^iu  o  eiicarrogíido,  áa  oon  forni  idade  cora  aa  ordon», 
aquoUas  praças  do  a  Jininiatrador,  dizendo  nste  quo  só  as  poderia 
roraover  para  n  eorermaria  com  préria  ordem  do  Sr.  Provedor 
o,  entcndeQÍo-96  comesle,  disse  ao  encarregado  que  uma  vez 
eotriodo  aquelh^s  dous  doontes  naquoUe  estabelecimento,  fozia 
milito  gosto  de  os  tratar  ali,  visto  qae  desejava  so  prestar , 
attenta"  íi  umergeocta  em  que  ae  aeliava  o  Governo  em  dobellar 
as  di-sordena  eiistODtes  em  S.  Leopoldo,  resposta  qae  tve  a 
honra  di*  verbal rarinle  relatar  ao  Sr,  General,  quando  em  visita 
á  eníermaria.  Si  aqnelles  guardas  ficaram  na  Saota  Casa, 
onde  aliás  eram  liem  tratados,  e  não  na  EnTermana  Mtfitar, 
Coi  devido  unicamente  á  ignorância  do  enfermeiro  e  não  das 
autoridades  inilitires  e  dos  médicos.  (OíBcio  de  28  de  julho 
do  Encarre;^'ado  liínacio  Manoel  Domingues  cirurgião  mór  ao 
Dr.  .José  Joaquim  dos  Santos  Corria.) 

Esta  informação  foi  enviada  ao  Proíidento  da  ProviocJa  por 
cópia  junto  ao  oílicio  n,  irj49,  de  30  de  julho,  do  commamlaritu 
das  armai»,  que  terminava  dizendo:  <«que  tão  leviana  putdicaçào 
serviu  apenas  para  provar»  si  ainda  era  preciso,  o  pouco  cri- 
tério e  indiscripviid  da  imprensa  do  nosso  paiz». 

As  duas  informações  foram  ao  conhecimento  dos  Ministro» 
da  Justiça  o  da  Guerra,  pelos  offlcios  'iiXK)  o  2ÚÚ\ ,  do  31  do  julho. 


Km  ofTlciu  circumslanciíido  expoz  o  Prí^n] Itmteda  Provinda 
a  31  aos  ,\íiíri9tnw  da  .lustit.'a  e  Guerra  os  acontí^cimentos  que  »« 
píLssaram  depois  da  partida  do  ultimo  vapor  para  a  Corte. 

Repeliremos  aqui  os  successíoa  occorridoa  e  narrados  noi 
cita  los  officios  como  necessários  á  ordem  que  oborlrtcerang  : 

ot  No  mesmo  dia  em  qufí  chegou  a  S.  Leopoldo  a  noticia  do 
fall^eimento  do  cornnel  Oennin^^  de  Sampaio,  st^gaiu  daquella 
cidade  para  n  acampamento  o  í^oronel  Augu^^to  César  da  Silva. 

Aconteceu,  porf?m,  que  tendo  o  (^omm  uido  da  força  passado 
para  o  Tenente  Coronel  Fraga,  julgou  este  oflkial  da  ítuarda 
Níicionar  que  devia  retirar-sií  do  logar  onde  acsibava  de  »er 
incendiada  a  casa  de  Maurer  para  ponto  mais  abrigado  dos 
insuliiOB  dos  sedicio-'*os. 

A  consequência  dei^a  r« ^solução  foi  quo  oS  orimiiiOAOfl 
llznram  d  asa  p  parecer  do  logar  ilo  cumliatc*  os  cadáveres  de  «teus 
curapljcm,  e  que  o  Delogadu  de  i^olicia  não  pôde  fazer  os  cor p<H 
de  delicto,  quatido  ali  chegou. 

No  dia  2]  de  julho  tratou  o  Coronel  Augusto  t^esar  da  Silva 
de  contmuar  a  perseguição  tios  criminosos»  luíis  não  íoi  bem 
succeilida  a  tllligene^a  que  mandou  elTeciuar.  Kntr.iram  no 
matto  50  praçaii  de  iinha,    cummandadas  por  dous  ofiãciâes,  o 


os   >n'KKRS 


497 


r 


apeirnsfio  approxímando  do  lo^ar  ooítc  so  acliavara  refit;?íadoí? 
08  sediciosos,  foraiii  por  estes  recebidas  coni  láo  vivo  fogo  de 
fuztiaria  quo  tiveram  dn  retrocetler,  soíTpeodo  a  perda  d<? 
5  moptoa  6  7  feridoi. 

Os  aedíciuaos  occtilto»  atrás  d©  ironcos  do  arvoreg  e  da 
ramagem  do  mat.to  mal  foram  avisUdo^,  e  não  se  ponde  sabor 
se  sefTreram  al^iim  d  a  mo  o  dos  tiros  que  lhes  foram  dados. 

Depois  dessa  diii^^naeia  uíTí^ijliiada  a  ?1  do  jallio,  coiifervou- 
se  o  Coronel  Aui^iisto  Ceaar  da  Silva  no  Sapiranga,  logar  pro* 
ximo  ao  esconderijo  úm  sediciosos,  a  tá  36,  dia  em  quo  n->  tirou -se 
para  S.  f.eopoldo  o  mandnn  aiulliar  o  ataque  que  de  combi- 
nai, ao  cora  elle  tentaram  vários  coíunos. 

remo  teve  o  Presidente  occasião  de  communicar  ao  MÍQtsiro 
por  tele^framma,  foram  tristes  os  resultados  do  novo  com- 
metti mento.  Os  colonos  marcharam  em  oumero  de  150»  mas 
semente  50  cheiraram  ao  ponto  onde  o:^  e^pt^ravam  os  siítliciosos 
e  ficiíram  rn-luzidos  aâO,  logo  que  principiou  o  fo;.'o  o  iino  dous 
dentre  oUes  ca  li  iram  feridos. 

Do  olTficio  do  Coronel  Augusto  Ct«ar  da  Silva  via-se  que 
naquelle  meamo  dia  26,  começara  a  tropa  a  sua  retirada  para 
S.  Leopoldo,  om  cumpri  mento  da-is  ordeas  que  expedira  o 
Sr.  commandante  das  armas,  determinando  primeirameatií  que 
a  foi*^a  fosse  reduzida  ao  offectivo  iiidi^ponr^avel  para  que  pu- 
dessem ser  attendidas  as  requisirôes  do  Cliefo  do  Policia»  o  po!*- 
teriormoDte  limitando  a  120  o  numero  das  praças  que  deviam 
ficar  á  disposição  daquoUe  magistrado. 

Segundo  as  ootiLdas  dos  jornaes  e  informações  que  eram 
dadas  ao  chele  de  Polícia,  estavam  os  sediciosoi  em  numero 
do  15*  Nao  havia  pois  necessidade  de  empregar  om  sua  pÉírso- 
gaiçán  tuda  a  força  «juo  se  achava  reunida  e  por  ouiro  lado 
convinha  alíiviar  a  Guarda  Nacional  dos  sacrítkios  qui*  ilip 
haviam  Jíído  imp»stos  nâo  só  nesta  Capitai,  como  vm  outros 
po  n  U*  s  d  a  i  ^  r  o  v  i  n  cia . 

Ai<5ni  disso  a  nova  tentativa  de  invasão  da  Estado  Orion- 
tú  que  l^almas  e-ítava  preparando,  exigia  a  presmça  do 
3"  batalhão  em  Ja^uarào»  anm  de  que  a  ausência  do  força  de 
linha  oaquelle  ponto  da  nossa  fmntera  não  íavorecesao  a  riía- 
lízaçào  de  planos  que  tiuhara  de  ser  contrariados. 

Resolveu,  portanto,  o  Presidente,  mamlar  dl^pon^ar  a  maior 
parte  da  fbrça  e  autorizou  o  Chefe  de  l*olicia  a  contractar 
indivíduos  conhecedores  dos  mattos  onde  ««stíivam  refugiado.-*  os 
sôdiolosos,  que  perse^fuindo-os  em  seu  esconderijo,  ai II  fossem 
prendel-os  ou  oxterminal-os  com  o  auxilio  da  força  de  linha 
que  ficara  íl  disposição  da  autoridade* 

Convindo,  i>orém,  que  eáses  coutractad^s  fossem  dirigídon 
por  pessoas  que  tlvessoin  titules  para  merecer  a  confiança  da 
autoridade,  convi  lou  o  Pr-esidente  o  Capitã  >  de  artilliarla  Fran- 
cisco Clemontino  de  Santiago  Dantas  a  encarreirar  se  da  dili- 
gencia» quo  exiifia  tanta  rostduçâo  quanto  espirito  <lo  iniciativa, 
qualidades  que  deu  pn^va  iu>  utaquc?  de  19  de  julho  ;  no  dia  26  à 
tarde  seguiu  o  Capitão  banias  para  S.  Leopoldo,  e  ^2S  partiu 


iON 


BKVISTA    1X1    lVSTITÍ'Tf*   JIISTORICO 


para  Forrahraz,  Idvando  cainsjgo  40  praçaa,  que  Daqaell&  cidiide 
deixara  o  Coranel  Augusto  Cosar  da  Siíva,  na  occasiâo  em  que 
ae  retirara  para  ►à  Capital,  cnde  cheirou  a  29, 

ftefenra  um  dos  jornae.^í  da  cidado  i\ufí  na  occasiâo  da 
saliida  do  S.  í.oopnldf^  os  soldados  roeus  iram  marchar  por  não 
quernrcifi  se  sujeitar  ao  curnuiafido  dd  uni  oíftnial  oxtraolio  ao 
s(\u  corpo. 

õ  Proãidcutn  aindna  uào  tiiiha  reiMíbido  sijljto  oáte  íncidonto 
i^otumuniíaí-õm  oíllciaes  do  Cliefó  du  Policia»  mas  era  certo  que 
os  soMaíIos  tinham  se^^uiiio  omi  o  Capitão  Daulrm  o  com  os 
ordciaes  do  seu  tíorpo  que  os  commaiidava. 

No  dia  HO  partiu  o  :;"  Batalhão  para  Jaguarão  a  bordo  dos 
vapores  Silv*'tni  e  Ifenri/jue  JAiWtwíf,  com  ordem  de  deixar  no 
Rm  Grande  í^  em  Polotíis  09  respectivos  de& ia ea mentos,  e  no 
mesmo  dia  deteimínou  o  Presidente  quo.  ò.  nwi  checada,  fosse  a 
Guarda  Nacbmal   dispensnfLt  ilo  sr^niro   a  qui^    fôra  cli amada. 

Do  dia  2iy  at*^  esla  da  la  íorara  dadas  as  providencias  para 
habilitar  o  Capitão  Santiago  a  oíTectuar  a  diii^ennia  quo  Jtie 
íòra  conflada,  o  pira  arrt^^adar-sa  n  nrmamontú,  muniç5íis  o 
cavalhada  <iur  a  retirada  da  raaior  parlo  da  força  tornou 
dispensavois. 

Communicou  o  Chefe  de  Policia  a  31  an  Presidont/?  que  so 
lhe  aproson taram  5  sedicinsos  e  qa^^  om  consequenrda  de  revê* 
laçoes  iinportanteg  por  elles  íniias  ácorca  do  logar  onde  ae 
occuitava  J.icnbina  M.uiror  o  sous  adeptos,  sí^iiira  para  For- 
r.ibraz,  si  fim  <ie  sn  enlender  com  o  Capitão  Da  fitas  n  com  oUo 
combinar  o  atique  íjiie  tenha  de  ííer  dado  onntra  a([iiollca 
erimiiKHi^s. 


TelegraraiDa  do  Chefe  de  Policia  ao  Presidente  da  Pro 
vineiíi: 

*<  2  de  ajíosto —  Estoíi  junto  ao  Ferrahraz,  de  onde  assisti 
•<  ao  ataquf?,  lista  tudo  acabado,  tivemoíí  leridoso  hr.  Dautois  f^ 
<  03itro  oiflcial.  iim  sulda^lo  morto  e  poucos  feriilus  leves*.  O 
*  próprio  accnísceutoii  «jue  tmlo  tirou  morto,  inclusivo  Jacobina 
<í  e  dutis  muURTe^'.  CYt-?o  que  e*íapou  um,  » 

TelegraUima  do  Presidente  ao  MmiBlro  da  .lustiça  : 

€  Recebo  do  l>r.  Chefe  do  Policia,  tlatiojo  de  S.  Leopoldo  : 
Acabo  de  choíçar,  íi  hora.?  da  tnrde.  trazendo  coramigo  o  Danta^*, 
eujoH  rerimentoa  í<âo  lovos.  Esti  nendo  traiado  na  minha  casa, 
não  iíispiíM  o  menor  cuidado.  Kslá  tudo  acabado.  •■ 

l*or  cirta  pariicular  do  .loão  Podro  Carvalho  dw  Moraes 
ao  coQ>tídl»i4i'o  ÍJ  íarto  de  Azevedo,  de  ^í  do  a^rusto  de  1874, 
enviou  ixjpia  d  t  carta  do  Dr.  chnro  de  Policia  que  dava  infor- 
raiçòB^  sobre  o  resultado  do  ata:iuo  que  o  Capitão  Dantas 
du*iglra  no  dia  2  contra  os  ultiraoa  setítiriog  do  Maurer,  que 
sí  achavam  alojados  noi  raittis  pro  si  mos  ao  Fcrrabraz. 

O  ehefo  do  Policia  na  sua  carta  de  2  do  agosto  in  formou 
ao  Prõiidonto  que  arguira  para  o  Ferrabraz  nu    dia  I"  e  depoU 


os   MI  KERS 


4UÍI 


do  cotiferoDCÍiir  aom  o  Ui\  Daatas  fit-areL  dellLerado  que  ^ena 
a  2  o  ataque. 

Com  e!Ti!Íto,  ao  amaoliecer  do  dia  acbava-se  o  clicfo  do  Po- 
licia em  lugar  próximo  e  d'ond6  ouviu  o  sibilar  dia  balas,  e 
áa  6  1/^  b  jnid  priucipiou  o  citaque. 

Us  criminosos  flíemin  vivo  logo  c  tenaz  roalstcocia,  niíis  o 
Dp,,  iolropido  e  denoUdo,  titjba  disposto  o  ata  lUB  do  fórraa 
tal  qiiG  não  escapou  ura  só,  e  todus  foram  morlAs  ii;i  própria 
loca,  quasi  quo  a  Torro  ou  arnia  branca,  nob  a^  balas  que  f.i- 
ziam  ellaií  cliover  om  nossa  gejitii.  V  perícia  do  Dr,  so  devia 
tào  bora  resultado.  H^iuvl»  duas  horas  d«i  íogo. 

.Tá  no  úm  do  atíiquc  Infii  ídli\  Dr.  r)iata.s,  ftírido.  O  iliefo 
do  P^jlicia,  que  tiabatulo  provideoeíalo  o  fizera  oonJuzir  t>tó  o 
pasío  da  Cruz,  d*ondo  vieri  erabircado  até  S.  Leopoldo;  a  ti; 
ai  li  fora  conduzido  eui  uma  cama  em  bombros  de  povoas  dis< 
linclaa.  Fora  hospedado  om  casa  do  chofe  de  Policia,  sondo  tra- 
taílo  como  ora  pojSáivcL  Os  acua  ferimentod  oram  levo.i. 

O  chefe  de  policia  escrevia  (|ue  coiti  o  despacho  da  lucLa 
Unha  respoodiíjo  â  —  Reforma  —  o  ao  próprio  Sr,  coronel  Au- 
gusto, quo  tendo  ido  substituir  o  bravo  e  distincto  corouííl  Oonu- 
ino^  de  saudo.>!4i  uiiMuoria.  e  cuul  ui^lííj  <le  5(Ni  [iraçai»  nada  fez*  o 
disiijra  cm  itíTícLo  f\uo  nada  tííilia  a  tizer. 

Como  di^ísera  fi^ou  |)rovado  quo  o  íic;j:olúo  não  era  do  nu- 
mero, maB  .sim  deboa  direcção.  Nora  todaa  as  providenciais  para 
a  oonducçtão  do  todos  os  mais  íérilos,  que  estavam  soado  tra* 
tadus  pelo  ln\  Haymumlo 

S<i  pcrdiuiíos  ura  stildado  ú  di/s  feridos  m  um  ora  grave, 
u;io  coutando  um  outro  que  aind  ^  uão  chegara. 

Os  criminosos  mortos  e  que  pelo  chefe  do  P-dicia  loraia 
vistoi  foram:  Joào  Selm,  Cuios  Sohu,  Martin  Sehn,  iiodol lo 
Jacob  SehTi,  Oiií-loá  Mauror,  laeob  Maurer,  Hearif|ue  Noí,  João 
Noé,  tíonrath  Noé»  Nicolau  Bar  th,  ChrJstiaiio  kast,  ValeiUiui 
Tosou,  Nicolau  Sctiioell,  Jacobina  Maurer,  Mariana  Hopotactas 
e  Cathurina  Arnt,   17  ao  iodo,  sondo  14homeíiS0  3  mulher^. 

Não  ao  sabia  noticias  do  Joào  Jorge  Maurer,  que  ou  se  ti n lia 
escapado  ant^sa  ou  morrera  no  encontro  dos  paisanos  uo  do- 
mingo  passado. 

Não  escapara  nenhum  uoatique  de  :.\  Estava,  poÍi  resia- 
belecida  a  tranquilidade  uaquelle    município. 

Ficaram  tei'i  'os  três  dos  cinco  paisauos  contratados  pela 
cbeíatura  da  Policiai . 


o(K)  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

BdlftQio  d08  feridos  uo  «ucoatro  do  2  do  agosto 


OK  Al 

»l  ArÕKS 

NOMES 

OUSKRVAÇÕtS 

• 

Ctipilâo  ( 

Alteres 
talliHo 

riirliliiaria 
.lo  Í2'    Ha- 

Francisco  Oliuii^ntíno  San- 
t  a«.'0  Dantas     .... 

António  J.    Ribííiro.     . 

Ferido  ievcnientí*. 

SoMuilii 

Antão  Eítcves  Tavares.     . 

»            » 

» 

.     .     .     .'Francisco  JoȎ  Bezerra. 

1 

»            » 

» 

.     .     ,     .  Ponriauo  Vanocl    Fornan- 
i     «Irs 

1 

»            » 

» 

.     .      .  Dniiiysio    José    do    Nasci- 

iiiciito.     ...... 

»            » 

> 

.     .     .  Francisco  José  Per^-ira,     . 

»        gravrt. 

» 

.  António       Franc'sco       da 

Tunha     

»        leve. 

» 

.     .     .  Manoel  José  Joaquim     . 

»            » 

» 

.     •     .     .  Raymundo  José  Picapua     . 

Gontusj. 

Paihano 

.     .     .     .  João  Baptista  Dias  Figueiró 

Leve. 

» 

.     .     .     .João  Agapito  dr  Souza.     . 

» 

T» 

.      .     .     .  Manoel  Joatiuiin  Ribeiro     . 

» 

No  dia  :>  o  Presidontd  expedia  o  soguinto  tcle^ramma  ao 
ministro  da  Justiça: 

«  No  ataque  de  hontem,commuDÍcii  o  cbefo  de  Policia,  foram 
mortos  todos  os  sediciosos,  ao  todo  17,  sendo  14  homens  o  'S  mu- 
lheres, entro  os  quaes  Jacobina.  Escapou  mystcriosamente  ou 
morreu  João  Jorge  Maurer.  Da  força  legal  morreu  1  soldado, 
foram  feridos  levemente  o  capitão  Dantiis,  Alferes  Ribeiro,  7 
soldados,  3  paisanos  e  juntamente  2  soldados.  O  fogo  durou  ::i 
horas.  Os  sediciosos  íoram  mortos  dentro  do  seu  covil  â  arma 
branca. 

O  chefe  de  Policia  participou  ao  Presidente  no  dia  4  ter 
seguido  toda  a  força  do  l:d"  Batalhão  de  Infantaria  sem  ter 
deixado  praça  alguma  por  não  ser  necessária  e  se  achar  resta- 


os   MUKEHS  501 

belocida  a  ordom  o  tranquil lidado  publica  naquollo  municipiodo 
S.  Leopoldo. 

Alguns  oíUcios,  extractos,  dirigidos  a  diversas  autoridades 
peio  Presidente  da  Provinda: 

OlHcio  n.  2029  A,  de  4  de  agosto,  ao  chefe  de  Polícia  par- 
ticipando ter  expedido  ordem  para  se  recolher  á  eapital  o  12^ 
Batalhão  de  InTantaria. 

Oíllcio  n.  2031)  ao  Sr.  Raphel  António  de  Oliveira,  Professor 
da  I '  aula  do  V  distrioto  da  Capital,  louvandoo  pelo  oíléreci- 
mento  que  foz  por  offleio  de  31  e  proveniente  de  que  naquella 
dacta  dava  conhecimento  uo  chefe  de  Policia. 

Odílcio  n.  2039,  ao  chefe  de  Policia,  coinmuniciíndo  que  o 
professor  iiaphaei  António  de  Oliveira  se  oíforccera  para  reco- 
lher na  habitação  de  sua  família  os  menores  filhos  dos  adeptos 
de  Maarer,  que  se  achavam  recolhidos  a  cadôa  civil. 

Officio  n.  2040  ao  commandnnte  das  arm;u3  Barão  de  S .  Borja, 
cojiimunicando  não  ser  mais  necessário  a  conservação  do  \2^ 
Batalhão  de  Infantaria  na  cidade  do  S.  Leopoldo,  podendo  se 
recolher  á  capital,  sendo  preciso,  entretanto,  que  se  conser- 
vasse o  numero  de  praças  que  o  Dr.  chefe  de  Policia  julgasse 
conveniente  <!  segurança  publica. 

Ofâcio  n.  2041,  ao  mesmo  commandante,  para  que  provi- 
denciasse para  que  fosse  dispensada  a  Guarda  Nacional,  por  ter 
de  embarcar  no  trem  das  4  horas  todas  as  forças  que  se  acha- 
vam em  S.  Leopoldo. 

Ofâcio  n.  2009,  de  5  de  agosto,  ao  sub-deiegado  de  Policia 
do  5<>  districto  de  S.  Leopoldo  João  Daniel  Collina,  para 
que  mandasse  recolher  ao  Arsenal  as  100  carabinas,  cinturões 
e  patronas,  com  I.OOO  tiros,  para  armar  a  força  de  volun- 
tários. 

Oftlcio  n.  2070,  de  5  de  n^osto,  ao  juiz  de  Paz  da  freguezia 
de  S.  João  do  Hetaren  para  dispensar  do  serviço  a  força  do  11® 
corpo  d(i  cavallaria  da  Guarda  Nacional. 

Ofíl'*io  n.  :i071,  de  5  de  agosto,  ao  delegado  de  Policia  do 
termo  S.  João  do  Monte  Negro  Luiz  António  Feijó  Júnior,  man- 
dando dispensar  a  força  de  voluntários  d*aquelle  termo,  e  reco- 
lher ao  Arsenal  de  guerra  o  armamento  e  munição  que  foram 
distribuidos. 

Ofdcion.  2072,  de  5  de  agosto,  ao  subdelegado  João  Roiz 
Jacques,  sub-delegado  da  Povoação  deS.  Sebastião  do  Porto  de 
Guimarães,  dispensando  a  força  do  11"  Corpo  da  Guarda  Na- 
cional. 

Offleio  n.  207:j,  ao  Tenonti»  Coronel  J.sé  Maria  de  Alen- 
castro,  commandante  do  IT  de  Cavallaria  da  Guarda  Nacional, 
dispensando  a  guarda  da  povoação  do  Porto  de  Guimarães,  e 
que  ordenava  ao  juiz  daquelLi  freguezia  e  sub-delegado  da 
povoação. 

Offleio  n .  2095,  de  7  do  aj?osto,  ao  commandante  superior 
da  Guarda  Nacional  da  Capital  para  mandar  dispensar  a  força 
do  1"  Batalhão  que  «guarnecia  a  Capital,  isto  por  ter  chegado  o 
129  Batalhão  de  Infantaria. 


502  REVISTA   DO  INSTITUTO,  IIÍSTOHIO) 

Offlcio  n.  2110,  de  7  d(3  agosto.  Por  oíllcio  do  delegado  ao 
chefe  de  Policio  d.  649,  de  5,  ficou  o  presidente  inteirado  de 
que  todas  as  crianças,  vindas  de  S.  Loopoldo  o  qu*)  83  achavam 
recolhidas  a  cadêa  da  Capital,  tinham  sido  entrc^^ues  a  respei- 
táveis familias  allemans,  de  accòrdo  com  o  curador  de  órfãos  o 
da  sociedade  de  beneflcancíji  allemã,  e  quj  além  disso  se  achava 
promovendo  uma  subscripção  para  educação  das  mosmas  criín- 
ças,  quo  por  não  fallarem  portuguez  foram  entro>^uos  às  ditas 
familias. 

OiTioio  n.  :^113,do7  de  agosto,  accus indo  o  oíllcio  n.  C58,  do 
7  do  delegado  ao  chefe  de  Policia,  que  acompanhou  a  relação 
demonstrativa  dos  nomes  dos  menores  quo  vieram  do  S.  L30- 
poldo  o  foram  recolhidos  á,  cadéa,  bem  como  doi  nomes  o  mora- 
aias  das  pessoas  a  quem  foram  entregues. 

Relação  dos  mcnoros  vindos  de  S.  Leopoldo  com  a  declaração 
de  suas  ftliações,  nomes  o  moradias  das  pess)as  a  qncni  foram 
entregues: 


os  MUKERS 


503 


Cu 


£    S 


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2158  —  33 


Tomo  lxviii.   i>.  ii. 


504  REVISTA   DO   INSTITUTO   MISTORICO 

OÍRclo  n.  2136,  de  1°  do  agosto  accusando  o  oíílcio  n.  663 
do  delegado  de  Policia  da  capital  participando  qne  a  9  chegara 
á  noite  cm  S.  Leopoldo  e  tinham  sido  recolhidos  á  cadéa  os 
prosos  constantes  da  rolação  que  acompanhou  o  mesmo  officio. 
Esporava  quo  o  Delegado  providenciasse  para  que  tivosscm  o 
mesmo  destino  os  menores  re  1  ai* io nados,  que  tiveram  os  outros 
cm  idênticas  circumstancias. 

10  de  agosto.  Do  Delegado  do  Policiada  Capital  ao  Presidente, 
participando  (lue  a  U,â noite, che<i:aram  de  S.  Leopoldo  os  presos: 
André  Luppa,  Carlos  Luppa,  Henrique  Wober,  André  Karst,  Josó 
Kirst,  Maria  Isibel  Mentz,  Maria  Magrialena  Schnell,  Carolina 
Joauna  SchnoU,  Majifdalena  Maria  Schnoll,  Felisberto  Schnell 
(menor),  Germano  Sclmell  (menor),  Catliarina  Webor,  Henriquo 
\Vober  Filho  (menor),  Carlos  \V\iber  (menor)  o  Isabel  Robison. 

For  offleio  n.  '^U^9,  de  13  de  agosto,  remetleu  o  Presidente ão 
ministro  da  Guerra  as  cópias  doa  offlcios  do  General  CommaQ- 
dante  das  armas  daquella  Província  com  as  partes  do  ataque 
leyado  &  casa  de  Maurer,  no  dia  19  de  julho.  O  oíficio  do  com- 
mandante  das  armas  era  datado  de  3  de  agosto,  n.  1082,  e  dizia 
que  deixara  de  dar  conhecimento  ao  Presidente  das  partes  que 
recebera  sobre  o  ataque  levado  á  casa  do  Maurer  em  19  de 
julho,  por  estar  persuadido  de  que  o  tinha  feito  o  Dr.  cbefo  do 
Policia,  em  consequência  de  haver  solicitado  o  coronel  Augusto 
Osar  da  Silva,  que  oriontou-o  do  occorrido,  conforme  lho  com- 
municara,  quando  deveria  ter  lho  participado  do  que  houvesse 
em  rtílação  com  a  policia.  Ma;^,  como  a  Presidência,  por  officio 
do  "^9  exigia  quo  mandasse  oxtraliir  cópias  para  aquelle  fim, 
prevenia,  entretanto,  de  que  tudo  dera  gciencia  ao  Sr.  ajudante 
;:eneral,  como  era  do  seu  dever.  Em  oíílcio  do  G  de  agosto, 
n.  1718,  o  commaudanto  nas  armas  transmittiu  por  cópia  as 
partes  que  recobera  sobre  o  ataque  do  19  e  tiroteio  de  <fO. 

Obedecendo  a  ordem  chronologica,  no  logar  competente, 
incluímos  as  partes  offiriaes  acima  alludidas. 

Por  oíílcio  n.  2208,  de  fi2  de  agosto,  enviou  o  Prcífidonto 
ao  Ministro  da  Guerra,  conselheiro  Juão  Josó  de  Oliveira  Jun- 
queira a  parte  ciliciai  do  cliefe  de  Policia  dirigida  áprosi- 
dencia  ao  terminar  a  diligencia  que  lhe  fora  encarregada, 
c  dizia  que  tendo  regressado  no  dia  10  de  agosto  da  cidade  áv 
S.  Leopoldo,  pai^a  onde  tinha  ido  syiidicar  du  incêndio  da  casa 
de  Martin  Cassei  e  assassinato  das  pessoas  de  sua  farailia,  cujo 
inquérito  fora  romottido  ao  Dr.  Juiz  do  Direito  do  respectivo 
districto  criminal,  continuando  alli  na  perseguição  dos  adeptos 
da  seita  de  João  Jorge  Maiirer  pelos  bárbaros  attentados  prati- 
cados na  noite  de  25  de  junho  ultimo,  participara  em  parte 
official  aquoUa  autoridade  ao  Presidente,  em  1:^  de  agosto,  se 
achar  restabelecida  a  tranquilidade  publica  naquelle  município. 

A  diligencia  do  dia  2  de  agosto  dera  aquolie  resultado. 

No  ataque  d'aquelie  dia,  dirigido  com  tod:i  a  pericia  e  va- 
lor pelo  distincto  Ciipitão  de  Artilharia  Francisco  Clemeutino  do 
San  Thiago  Dantas,  foram  exterminados  todos  os  scelerados 
fanáticos  da   referida  seita,   os  quaes,  escapando    da  casa  no 


os   ÍÍUKERS  505 

ataquo  do  dia  l'J,  se  haviam  refugiado  na  matta  de  Ferrabraz. 
Eram  ellas  em  uumero  de  r.\  inclusive  3  mulheres,  e  todos 
oíTereceram  lio  viva  e  tenaz  resistência  quo  não  foi  possivel 
salvar  a  vida  de  um  só,  toiuando-se  necessário  que  a  força 
publica  tomasse  á  arma  branca  a  barraca  ondo  so  achavam 
acobertos  p:)r  grossas  arvores  quo  lhes  serviam  de  formidável 
intrincheiramento. 

O  chefe  do  Polícia  quo  do  uma  collina  próxima  assistiu  ^ 
lacta  viu  o  quanto  foram  os  scileralospjttioazes  na  resistência. 

Finda  a  lucta  foi  o  Presidente  quo  procodcju  aos  respectivos 
autos  de  carpos  do  delicto. 

Naquelie  grande  combato  (assim  podia  sor  qualiúcado), 
cujo  fogo  durou  o  tempo  d3  2  l/*^  horns,  mais  ou  menos,  tive- 
mos morto  um  soldado  do  12»  Batalhão  de  Infantaria,  feridos  o 
capitão  Dantas,  o  Alferes  António  Josó  Ribeiro,  12  soldados  e 
13  paisanos  contractados. 

Felizmente  o  ferimento  daquelle  capitão  fora  leve,  não  tendo 
inspirado  o  menor  cuidado  o  bem  assim  o  do  Alferes  Ribeiro. 

Os  criminosos  mortos  na  lucta  foram: 

João  Sehn,  Nicolau  Schoell.  Martim  Sehn,  Jacob  Maurer, 
Valentim  Uossun,  Christiano  Karso,  Rodolpho  Sehn,  Nicolau 
Barth,  Conrath  Noé,  Jacob  Sehn,  Jacobina  Maurer,  Mariana  Ho- 
pstactor  e  Catharina  Arnt.  Garantia  o  chele  de  Policia  quo  eram 
to<los  quantos  so  adiavam  refugiados  úaquelle  logar,  d*onde  na 
occasião  do  ataque  não  se  evadiu  um  só,  jà  porquo  tinham 
assim  o  propósito  do  morrer  resistindo,  e  já  porque,  pela  forma 
que  o  distincto  capitão  Dantas  dirigiu  o  assalto,  não  havia  para 
ollos  a  possibilidade  da  fuga. 

João  Jorgo  Maurer,  chofe  da  seita  o  conseguintemonte  dos 
criminosos,  não  foi  alli  encontrado,  o  era  convicção  do  chefe 
do  Policia  crença  gorai  quo  ollo  Já  não  existia. 

Havia  (luem  ponsai^se  que  elle  se  retirara  para  fora  do  mu- 
nicipio,  procurando  garantir  a  vida  e  evitar  a  justa  punição  do 
seus  crimes  ;  o  chefe  de  Policia  julgava  isto  pouco  provável, 
porque  não  havia  delle  noticia,  apezar  das  instantes  recommon- 
dações  por  elle  feitas  ás  autoridades  dos  municinios  limitrophes 
com  aquello,  o  aos  colonos  que  mais  do  quo  qualquer  autoridade 
tinham  intercbie  em  descobril-o,  o  denunciaio  á  justiça. 

Achavam-se  recolhidos  a  cadèa  civil  desta  cidade,  Porto 
Alegre,  50  adeptos  da  seita  quo  são  considerados  autores  e  cúm- 
plices dos  referidos  attentados,  o  quo  vão  sor  sujeitos  a  processo. 
Nesse  numero  se  incluiram  menores  o  mulheres,sendo  que  alga- 
mas  destas  terão  a  sorte  daquelles,  e  outros  serão  postos  em 
liberdade,  logo  quo  pelo  inquérito  policial,  de  cuja  conclusão 
tratava,  se  mostrasse  sua  uu  não  culpabilidade. 

Os  menores  seriam  uns  recrutados  e  outros,  por  sua  pouca 
idade  e  sexo,  teriam  conveniente  destino.  Esperava  a  parte  official 
que  lhe  devia  dar  o  Capitão  Dantas, para  então  apresentar  ao  Pre- 
sidente o  Relatório  geral  de  todas  as  occurrencias  da  diligencia . 


o  DIREITO  NO  SÉCULO  XIX 


PKLO 


ir.  $tk0  ^npst0  (kmm  f  tssa 

SÓCIO  CORRBSPONDBNTB  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO    B    LXNTB    CATKBDXATTOO     DA 
FACULDADB    DB    DIKBITO    DB    S.     PAULO 


•  »r,  •• 


o  Direito  no  ssculo  XIX  C) 


A  celebre  pliraso  latina,  barbara  o  quasi  grotesca,  proferida 
por  Francisco  I  era  1820,  exprime  ao  vivo  um  doa  factos  ca- 
pitães que  assignalam  o  desonvolvimento  jurídico  do  século 
XIX.  Apprehensivo,  perdeudo  por  um  momento  a  sua  habitual 
iodiíTorença,  exclamou  o  impcrsidor  austríaco  por  occasião  das 
manobras  militiroi?  em  Buda-Pest :  <  Totus  mundus  stultizat^  et^ 
relictis  antiquis  suis   legibus^   vult  hdbere  novns  constitutiones  ». 

Em  verdade,  ao  representante  das  antigas  tradições  mo- 
narchicas  de  um  paiz  enraizadamente  conservador,  como  tem 
sido  sempre  a  Áustria,  o  que  se  passava  no  scenario  politico  de 
quasi  toda  a  Europa  e  da  America,  devia  causar  a  impressão  de 
que  todo  o  mundo  ostiiva  enlouquecendo,  por  quorer  á  viva  força 
novas  constituições.  Com  os  olhos  fitos  na  Inglat  «rra,  que  tem 
tido  o  privilegio  de  offerecor  o  modelo,  para  o  qual  convergem 
as  vistas  dos  amigos  da  liberdado  constitucional,  os  partidos 
liberaes  o  democráticos  das  nações  europóas  e  americanas 
pugnavam  pela  promulgação  de  constituições,  ou  pela  reforma 
das  jã  existentes.  O  Espirito  das  leis  era,  então,  o  evangelho 
politico  dos  povos.  Montesquieu  triumphava  em  toda  a  linha. 

Narias  cansas,  meramente  occasionaes,  contribuíram  para 
a^isa  remodolaçao  politica.  A  repercussão  qu(í  tiveram  os  prin- 
cípios proclamados  pela  revolnç(7o  francezft  de  1789,  a  indepen- 
dência dos  Estados-Unidos  em  1776,  a  promulgação  em  1787  da 
constituição  federal  americana,  e  as  profundas  alterações  por 
que  passaram  todos  os  Estados  Europeus  em  consequência  do 
tratado  de  Vienna  de  1815,  explicam  a  vasta  ebulição  social, 
que  transfundiu  em  preceitos  constitucionaes  os  princípios  con- 
cernentes á  organisação  do  poder  e  ás  garantias  dos  direitos 
Sublicos,  principies  que  na  Inglaterra  foram  o  f):*ucto  sasonado 
e  uma  experiência  prolongada,  o  resultado  lento  e  gradual  de 
conquistas  parciaes,  as  consequências  de  uma  evolução  maltas 
vezes  secular.  Das  muitas  constituições  que  teve  a  França,  en- 
genhadas pelo  espirito  revolncionario  do  89,  a  de  1791,  a  de 
1793,  a  de  1795  — conhecida  por  constituição  do  annoIII,  ade 


(*)  Inclnimlo  n>sla  part:*  da  Rcvisla  o  ppo*<  «nl »  estudo  sohro  o 
Diroití»  no  suriilo  XÍX,  a  <k)ii)inis:sâ(»  d»-  Rfilai-vão  torna  puldico 
mai»  mu  substancioso  tral)a1lio,dt'  raraiti^r  lundanientalmont  >  hi.sto- 
rico,  dí'vido  á  roin]n.'t.*níia  do  ilIu.Ntrado  consócio,  cnjo  nome  ayni- 
bolii^a  o  «lo  um  dos  mais  c^clar<'c.idos  pens»dor<'8  cõiilemporan<íOii 
do  niiMo  pfliz. 


510 


REVISTA  DO   fNSTITtíTO  HISTÓRICO 


P 


1799  011  do  aDOO  MIT,  a  de  1804,  só  ficon,  bó  resisti  ti  À  proTS 
real  da  experiência,  a  parte  em  que  se  condensaram  os  prin- 
cipitii  c:iríl'íaoá  ão  tlireito  cor3sttliTeii>nal,  As  eitravagaotei  eoD- 
cepçoei  revolueiunaria-?,  a»  iJ<'\is  ináp.ra-iaí^  peio  canimtú 
soii^ti  de  Rougaeau,  par  Mabty,  p<:»r  Steyes,  pelos  precfir^ores  oti 
collalxiradores  da  revolução,  aá  innovaçòeg  radicae?.  farAoi 
i;líi  ninadas  pQ\.%»  injunccues  da  vida  pr.itica.  Os  esc  ri  pioras 
iJoUticoa  o  os  pliilosoplios  da  França  no  século  XVÍII  eram  todos 
uns  dmequjlibradoíí.  só  a  razão  ealmae  ítiiperior  dõ  Moiitesquicíi 
potlia  legar  cnsinamentoa  e  conselíios,  de  que  efflcaz monte  se 
aproveitasse  o  legislador.  Qíianto  á  Ciflstttuii^o  feder;il  noi-U^ 
araoricana,  o  seu  typo  espoliai  nòo  permittia  facilmente  a 
imitíiçâo»  .Vs  nações  que  mais  tarde,  afastanda-se  do  n^^imi^Q 
paríarnontar,  ensaiaram  o  presidenciaíísroo  dos  Esradijs-Unido«, 
soffrcram  desastrosas  conserjuoncias  para  a  liberdade  politica  a 
para  a  moralidade  admiuiíitrativa. 

Uonaa;?racão  da  soberania  nacioiíalt  .^^pa ração  doa  poderes. 
systema  represoatativo  parlriraenLir,  garantias  constitiicionans 
para  -in  Ijlterdades  do  consciência,  dfí  culto,  iadividual,  do 
ímpriinsa,  da  palavra,  de  reunião,  do  associação,  de  represen- 
liçíio  o  para  o  direito  de  propriedade,  f*h  os  principio?  lun- 
damentae^  do  íliToito  eutistitucional,  os  lifioamr?nlos  psseneiaes 
do  uma  eon^tituição»  no  conceito»  doa  pensadore:^  mais  auti>ri- 
sados,  e  n  t  prati^^a  da^i  niições  politicimonto  mais  adeaotadan,  na 
H<^ciilo  qne  findou.  í'ura  ama  ou  outra  excepção,  com  rcstricçõris 
o  vadanlos,  impostas  p'da  tradição,  pelo  ^enio  e  cjndiçijes  cspo- 
ciaas  de  cada  povo^o  Jiroítu  constitucional  positivo  se  conteve  era 
r-gras  amoldadas  a  osses  principios  sobre  a  nr^anisação  dos  po- 
deres e  a  ííãrantia  con^ititucional  dos  direitos  do  orlem  publica, 

O  coDjunctj  das  Id  ms  o  dt-*  leis  qno  íbnnain  í>  direito  con- 
atitudooal  no  secnlj  XIX,  não  fji  uma  conquista  desse  st^culo, 
ou  do  ultimo  quartel  do  século  XVllI.  iCmquanto  a  monarchja 
aUsolutíi,  ou  illusoriamente  tomp^raia»  coiíio  em  FraDça  pelos 
E^imíos  Gemes  e  Pfn*lametUo.<,  na  Hun^rria  peiasí  asse  rabi  eu  a 
Holenne^  da  Bitlln  th*  Ouro^  ou  era  Portu^íal  pelas  CMrs^  era  o 
regímen  poUtico  dominante*  a  SuJhsm  ia  dosdn  lif'^1  lançando  os 
fundamentos  da  sua  eonToderaçao  de  ilemocracia^,  a  Suécia 
df^sde  1322  ora  irovernada  por  uma  realeza  electixa,  e  a  Tn^ 
glaterra  decide  1100  jíoztva  ria  sua  '  '  rí'f  d'*r,  Liherdúdv:^^ 
uutirgada  por  Henrique  i.  E  <*3ti  foi  a  primeira  pí^ira  do« 
alicerces  do  cyclopica  munumonto  conRtitKcional,  que  os  ros- 
tumoí?  e  diver^?a^  lois  eseriptas,  entro  as  quftos  raeroceni  espís- 
cíal  monção  a  M^tfttvf  fo^ta  do  rei  iofio  Som  Terra  em  l^ir*,  a 
Petição  if o  direito  ÍÍo  10â7,  o  IHÍl  dos  f/iívtfo.s- de  IÔH'íí  o  o  Ati  cf 
súiliemenl  de  1701,  foram  pouco  a  potico  levantando»  para  ser 
aceroscentado  o  aperfuiçoado  no  secuL>  XIX  pelas  n^  for  mas 
eleitoraes  e  parlamentares  de  1832,  de  iWM  e  de  1884. 

Com  os  principios  dn  direito  publico  inglez  ecom  as  tlieorias 
ptulosophicaa  o  politicas  dos  e^criptorís  fraocezes  do  sé- 
culo XVni,  fizoram-se  aa  diversas  con^Utuiçoes  que  teve  a 
França  logo  depois  da  revolução. 


o   DIREITO   NO   SKCULO   XIX  511 

Assim,  ([uando  começou  o  século  XIX,  já  ostavam  prepa- 
railus  us  matoriaes  de  que  so  conipuzerani  as  innumoraa  cam- 
stinuíções  da  Kuropa  e  da  America,  no  docurso  do  soculo. 
A  afanosa,  a  febril  activid.idíí  constituinte  do  século  XIX 
roduziu-so  a  uma  tarefa  de  atlaptação,  a  um  o>íf(»r«;o,  não  raro 
penoso  o  infru<;úforo,  de  mera  a  ^>imilaçixo.  Em  grande  parle 
íbi  um  tiabiUho  artistieo. 

Assistiu-.se  a  um  vcrd.ideiro  deslilar  de  constituições.  A 
França  teve  a  0'rl<t  constituciomil  de  1S14,  a  C^n-tu  de  liS.JO, 
a  consútuivão  republicana  do  1848,  a  constituição  imperial  do 
185V0  as  leis  coiistitucionaes,  do  1870.  A  Allemanha,  depois  da 
Confrder  tção  (h  liheno  em  IXOG,  da  Conj'edrrffÇ(~o  Grrmaytioi  em 
1815.  teve  a  sua  constituição  não  executada,  de  18JÍ),  acon- 
sUtuição  da  Cnnfedernção  di  Aliemonh"  do  Norte  em  IS<>7,  c  a 
do  império  all<3mão  em  1871.  A  Pru.ssia  (íumeçou  pelo  seu 
Decreto  constituciondl  de  18 lõ,  promulgou  as  ordi;nançjis  con- 
stitucionaes  em  1823  o  1824,  o  afinal  a  constituição  de  1850. 
O  mesmo  íizeram  os  demais  lOsrados  ollenuv^s  (mu  (épocas  di- 
versas, como  a  ÍJaviera  e  o  Grão  Ducado  de  Badou  em  1818, 
a  Wurtonhi^rg  em  isií),  a  Saxonia  em  1831,  tendo  sido  mo- 
diticadas  tndas  essas  cí)nstituiçfteâ  pola  or^rauisar.ão  do  império 
allemão.  A  HolKinda  promulg.ui  uma  constir.ui(;ão  em  1801, 
«lutra  em  18:0.  mais  urn:»  em  i8U(»,  outra  em  1814,  n,  final- 
ment'?,  a  de  1848.  A  HoUnca,  menos  irmovadora,  pro^irou 
b';m  comprehender  o  applicar  a  sua  constituição  de  I83i,  a 
única  que  teve  em  todo  o  século,  so  exccptu  ^rmos  a  lei  fun- 
damental dos  Paizrs- Baixos  de  1815,  commum  á  Hollanda  e  á 
Belgi  -a.  A  Suécia  fez  a  sua  c«.nslituição  em  1800,  o  a  ^'oruoí,^a 
em  1814.  A  Dinnmarca  em  1840,  depr^s  em  1855,  em  186.'}  o 
em  18'>ó.  A  hsuissa  começou  polo  Pado  fedcr'd  de  1n15,  pro- 
mulgou uma  constituição  em  18J8,  e  a  vig.Mito  — em  1S74. 
Os  seus  caniões  foram  regilo.s  por  constituições  de  Opocas 
diversis.  4  Áustria- Hungria  ensaiou  uma  constituição  em  18^^!, 
para  mais  tarde  elaborar  :is  suas  leis  constitucionaes  do  IHdl, 
Dasta  mesma  data  são  as  leis  constitucionaes  da  Áustria. 
Os  pequenos  Estados  da  Itália  d»^  17í  7  a  1840  tiveram  23  coa- 
stituieões.  De  todas  ollas  Hísta  a  de  I84s.  promulíxada  a  prin- 
cipio para  a  Sardenha,  e  hoje  (vstendida  a  totla  a  Itália  unificada. 
Portugal  fez  a  sua  címstituição  em  1822.  tovo  a  sua  (VirM  em 
1826,  revista  em  1838,  modifi-ada  pelo  Acto  Addicional  de  1852, 
e  pela  lei  sobn»  o  pariato  de  IS78.  A  Hespanha  promul^rou 
uma  constituiçrio  muito  liberal  em  1812,  suspendeu-Ihe  a 
execução  em  1814,  come«;ou  de  novo  a  obsorval-a  em  1820, 
substituiu-aem  1834  e  em  1837,  fez  outra  em  1845,  que  alterou 
por  um  Acto  AddU.ionid  o.u  1851),  po/.  do  novo  em  vigor  a  de 
1845  (íin  1864,  pro  uulgju  una  out.a  era  18VJ.  para  terminar 
com  a  de  1876.  A  Grécia  começou  pela  constituição  de  1822, 
refundiu-a  em  182:{,  rofundiu-a  de  novo  em  18^7,  creou  uma 
outra  em  1844,  o  terminou  o  século  cun  a  de  1864.  A  própria 
Turquia  alimentou  a  velleidade  de  ter  uma  constituivào,  eera 
1876   publicou  a  sua  Curln  constitucional^    nunca    observada,  6. 


512  REV7STA  DO  IN^ITUTO  HI^^TORICO 

d6snec«fliario  dizer.  O  oonititacionalisiBo  alastroo-ae  jkié  ao 
Egyfito,  qiio  em  W^>  teve  um  simolacrode  oonstítuiçaa,  q«e 
foi  sempre  letra  morta. 

Na  America,  o  Brazil  promulgou  a  sua  coafltitaifpo  em 
1824,  modiíicou-a  pelo  Jr/o  Áddicifmnl  em  |h34,  e  sateUtsnu-a 
em  1891.  O  Chile  de  1812  a  1874  teye  nove  coostitiuçOaB. 
A  Argeniioa  promal<?oa  seto  entre  1811  e  1860.  A  Boliria  te 
o  dcsfoz  dez  no  espaço  de  45  annos,  isto  é.  de  1.^^^  a  1871. 
O  Perrt  — oito  ííDtre  1823  e  I8<X).  O  México  *  cozo  de  is^  a 
1877.  A  Colômbia,  Venezuela,  o  Equador,  todas  as  mais  rapo- 
blícaj  da  America  hespanhola  revelaram  qnasi  a  mPMma 
instabilidade  em  suas  leis  fundamentaes.  Em  meio  de  tantas 
reformas  e  substituições,  esses  pactos  não  podiam  ter  o  earael«> 
an^sto  que  a  tradição  lhes  adjectiva. 

Em  alguns  paizes  sujeitos  ao  regímen  oonstitncioiíal  re- 
presentativo, o  poder  executivo  é  exercido  por  um  gabiocte, 
emanação  da  soberania  parlamentar,  ou  commissão  execatíTa 
do  parlamento.  Em  outros,  o  poder  ezecntivo  está  confiado 
a  nm  presidente:  ó  o  governo  pessoal  de  uma  aotoridade 
meramente  executiva.  Esta  classificação  não  comprebenda  os 
typos  cspeci^ics  do  governo,  como  o  allemão,  em  que  o  chelé 
da  nação  não  ó  obri^a<lo  a  escolher  os  seus  miniitros  no  seio 
do  parlamento,  e  desempenha  funcções  muito  mais  amplas 
que  as  de  nm  pi^esidento  no  regimen  presidencial. 

A  distincção  entre  o  governo  parlamentar  e  o  presidencial 
é  anterior  ao  scculo  XIX.  O  primeiro  gabinete  foi  constituído 
por  (íuilliormc  III  na  Inglaterra,  ora  fins  do  século  XVII.  O  go- 
verno presidencial  começou  com  a  constituição  americana  do 
1787,  a  qual,  posto  quo  tenha  sido  uma  reforma  da  de  1778, 
aSHÍgnala  o  inicio  da  fecunda  c  gloriosa  evolução  politica  dos 
Estaílos- Unidos  nos<ículoquo  findou. 

Dos  dois  regimens  foi  o  parlamentar  o  que  melhor  garantiu 
08  direitos  do  ordem  publica.  O  jverno  presidencial  só  pro- 
duziu OK  resultados  que  a  theoi  a  ideou,  como  consequências 
lógicas  do  principio,  nos  Estados  Unidos  da  America  do  Norto. 
Em  nações  pertencentes  a  raças  diversas,  sujeitas  à  acção  de 
meios  diffcrentes,  com  vários  gráos  do.eultuia,  alli  ido  á  repu- 
blica ou  á  monarchia,  na  Inglaterra,  na  Fi*nnça,  na  Bélgica,  no 
Chile,  na  Itália,  no  Brazil,  na  Hospanha,  em  Portugal,  o  parla- 
mentarismo foi  o  regimen  que  menos  imperfeitamente  garantiu 
as  liberdades  politicas  e  a  paz  social. 

A  federado  e  a  confederação  são  formas  do  Estado,  ante- 
riores ao  século  XIX. 

Montado  o   machinismo,   disposto  um  apparelho  especial 

fiara  a  formulação  das  normas  jurídicas,  creado  o  orgam  reve- 
ador  do  direito,  nada  mais  natural  do  que  a  incoísante  activi- 
dade legislativa  do  scculo  XIX. 

(.'om  o  doscn  volvi  monto  do  princípios  ostabolecidos  pelo 
direito  constitucional,  formou-so  o  direito  administrativo.  Este, 
sim,  ^  creaçãodo  século  XIX  ;  e  -— oircumstanoia  digna  de  nota 
'*- começou  ase  constituir  exactameuti'  no  principio  do  ^culo. 


o  DIREITO  NO  SÉCULO  XIX 


513 


Níioqim  antfví  não  tivessf^m  existido  í^ia  administrativas.  Nor- 
mas jiiridicíijí  dossa  ospecio  Hnmpm  liouve,  ãmáfy  qiio  b%  opga- 
dÍsou  o  FÍ3t,ndo.  Nunca  sfi  viu  ^^overoo  sem  admini;dtraçao, 
O  EHíteaU),  o  Coúi^o  o  as  Novellas  contam  raiiitos  preceitua  de 
ordem  ndíriinií*tratíva,  Sob  o  reinado  de  neorleciano,  o  iraporio 
romano  tom  um  syst^raá  [latavel  ão  administrai-ão,  Anteí5  da 
8U,  a  Praoça  re^'ulúu  os  smis  Hc^rvíças  públicos  por  n  nino  rosais 
leia,  entro  as  qiiao^  sfio  famrjsas  as  ordenanças  do  irj«H,  do  iri6<» 
lí  de  I57^í.  O  que  ('•  cre^açâo  do  ^octdo  passado  ú  o  direito  a<lmi- 
nistrativo  considerado  como  sciencía,  ou  systema  do  princípios 
o  deduc vDos*  Em  toda  a  parto  e  se cipro,  aá  oorraas  jurídicas 
precolerara  a  alienem  jurídica,  a^ssim  como  a  arto  do  curar  pre- 
cedeu as  sciencias  quo  —  enfeixadas  —  formam  a  medicina. 
A  arte  vem  antes  fia  scíoncia,  para  dopoí^;  ser  por  esta  explica- 
da, corrigida  e  riesen  volvida . 

A  França,  estão  concordes  nestn  ponto  os  escriptores  d© 
todas  as  mais  naçõea,  a  França  foi  a  miçào  ([iw  creou  a  scieiioia 
de  direito  administrativo,  iK*pois  que  a  conatituiçao  do  anuo 
VíUt  isto  é,  de  ITím,  reor^raniarju  o  cuosollto  de  Eitado*  ao  qua! 
nesse  mesmo  anuo  íoi  conforida  a  faculdade  de  decidir  os  coo- 
flictos  e  íu>  questões  contenciosas,  ioleiou-so  uma  Jurisprudunda 
administrativa.  O  docrelo  de  22  ác  jullio  do  WMl  creou  no  seio 
do  conselho  do  Kstatlo  uma  commissâo  especial .  * :ncarre;rada  do 
contencioso,  e  deu  ás  questões  desta  ordem  um  pro<;esso  diffe- 
roQUí  do  das  moramento  administrativas.  Em  1848  Maçarei 
publicou  sons  En.uiÚKi  de  jurisprudência  alminiitr^tíivT,  primeira 
obra  de  salor  que  se  es-^revou  sobre  esto  ramo  do  direito  pií- 
lilico.  Os  tratíuios  de  Portiez  TOise,  divulííaJo  em  17'.»0,  e  do 
htonnin,  em  1812,  srio  livros  som  morecimento.  Miicarel.  tle 
Herando©  Cormonin,  se  considerara  a  justo  titulo  oscoustiUií- 
dores  da  sciencia,  cumprindo  não  o.^quecõr  os  subsidios  proata- 
dos  por  Sirey  com  o  seu  trabalho  —  JurisprudeucUt  do  comeUtú 
fie  lui'Hio,  Uq  Gorando  ora  um  philosúplio.  o  Curmenin  um 
pamphletario,  O  jurisconííulto,  no  sentido  rigoroso  do  termo, 
foi  MacareL  Entretanto,  ãm  três  o  quo  mais  concorreu  para 
a  divulgado  dns  noções  do  direito  administrativo  nesse  poriodo, 
foi  Cormenin,  f? raças  ao  seu  ostylo  lapidario. 

A  revolução  de  18  !0  deu  novo  impulso  aos  osíiudos  do  direi* 
to  administrativo.  Com  a  elevação  ao  poder  de  Gaizot  e  Tliiora, 
nessa  época  memorável  em  que  o  romantisrao  triumphava  na 
litieratura,  foram  croadas  diversas  cadeiras  de  direito  admiois- 
iratlvo.  Jl  em  1828  de  Gorando  tinha  recomeçado  o  seu  curso 
na  Faculdade  de  Pariz.  lie  18Í8  a  18  n  iaauguraram  os  seus  em 
Dijon.  Poitierse  liennos,  Sorrãirny,  Foucart  o  Luferricro, 

Foram  esses  os  primeiros  a  (fotermioar  a  natoroza  do  con- 
to ncioso  iiiimiui»t.rativin  Km  seus  traballioSi  classil Içaram  os 
assumptos  administrativos  i'm  três  íírupos  oues[>eriõs  :  ri)  ma- 
térias da  comperencia  d.a:s  jurisílicçõos  ordinnrias,  <i  nau  úiin 
juri!i<licçôí'á  administra  ti  vas,  a  quo  indevidamento  estavam 
antes  sujeitas;  /')  matérias  da  oompeteneia  das  Juriiidicv^i^H 
adminivlratiyna,  e  para  as  quat)s  w)  faimltava  o  nnsurMQ  oonLen- 


511 


RE\'^TA  DQ  ixsmtrro  nistORioo 


ekK> ;  c)  materõA  da  oempeteiieía  dê  j 
eUn»,  «q  dí9erietdi»rim*  ICesU  ébm  i 
laUgaíer,   VuiUeOroy  e  omrof. 

O  golpe  de  EftUdo  de  Xapoleia  IO  Ibi  O  btieío  de  «a  ] 
fie  eolacioaauDeoto  psr^  o  direito  adialBiiM#tiro>    O  ' 
iBiadon  eúmriámrím  iffuiivnuic»  dent  rMBo  de  diratie  m  ee  Itatt- 
Ufeos  mm  oooiflwitmHji  dot  texim,    A  revMa  te  Pefizea 
de  Waluwiày,  qee  erem  et  efgea 
eaHerei  do  dirtiie  ednÍQi9timlívo« 
eeçio* 

Gom  e  iaei^wsciadii  imperm  »$na  era  iseo  « 
wmi  iiaa  éim  de  flerâeeíaiMite  pem  os  4 
Bttitieeiíi  1151  e  Dareite  em  l»S?  epneseetinra  mm  pUoo  de 
effmiiaCTe  dadúeite  sidieisi^iratira.  diTiJinli^-o  em  trm  |iv^ 
tes  t  u  pe8R«i,  SM  eoimf  e  os  bmkIoi  de  adcfelrir.  íTcpereu  wb  % 
efUido  dtf  aoleridedes  ednínkiraliro  do  'lae 
idmfDiitnilJr:is.  Deeroeq  em  1*<M  o  Avieúe  em  IMP. 
x<*rutt  rai>iii!eaicde«  oe  eleasideaç^  de  Eithéeu  Piímli^pote. 
1&C7»  LafiMTiêfe  palMksoti  o  e^Q  TWtod»  tf*  jwriãdéeçtÊ»  t 
fr^ftivt  ^  4»  «r^  r«nrr«of  eoi«f^ri««d*,4|iieBeiirióa  eoi  I0ST  ifeetli^ 
eoQ  itiB  Terd^etn»  i»ad«,*le, 

AfQitDi.  DO  correr  do  «eciilo  XIK.  se  eooedtiijii  em  Frmaça  a 
adeeeiã  do  iif^tto  Ailmiaiâtraliro,  que  nai  dc«  msmm  etifcores 
maia  íosigiiea,  Bertli^leinj,  pcefesor  Bà  Faeobbdede  OíríSí»  de 
P3rtz«  «^m  tim  Ihru  fiablicMe  no  ãltíoio  aano  do  aecoie  sth- 
tb^tisia  n'>»eguia;e  «luadro  :  o  díie.to  adndiiMrativo  ^  orái- 
jiioto  4o«  r  r  tr^^,  ,r^^  g  ^j|2  1^  ee^ttiido  aa  qeaei  a  admlntitmcte 
eaero!  v  ;  ide,  e  são  ftm^.-çõra  «la  iMliMiíaiilre^i»  todas  as 

de  poder  ^ v^  que  eoneàrrem  para  a  ffiwemje  daa  leia, 

I  aa  de  justiça,  oa  de  erlem  jodieial.    ^ta  dirello 
a  of^oiaaci^  adjaíflismtára,  a  aeoío  adaioie- 
tiaÚTa  e  a  jottica  admiiiistratíva.  Na  ^§amiM^ã»  mémÊwmtãrit^ 
I  M  oiloism  ^  :  n  separação  do  poder  eieentivodo  legrvUltro, 
aaepara^  ?i>r  aJmini^traUra  do  )iidl6iariex  a  leraonali- 

dade  inu:  ado  e  áo%  deii9  «nfKof^afiDiei  e  a  tlieorla  Ú9m 

fknioçjSes  puMu^Li  ;  OiQr^\m^  n  ntvos^  cli^fi»  do  K^tMto, 

iníBlitrnit,  artmiellto  io  Estado  í'  ra<m^  r6gioaae§>  dla^ 

láufri  1 14101  filscracâo  dci^  i ave n^çf^es  g^raesda 

trai"  ^  r«3eees  loeaeii.  Na  e©ptfi*o<f w tpi^f rxiiíee  i 

oeci  ^''-  "ipetoaqoaea  a  adiainigUacâe  aggggMnfc  a 

rt3«(^  p^Miea?  ;  ce  «erriço»  esKociaee  do  Bi* 

Udíi,  i^...  ...,  .^ç.,i,i^,è  miUtar  de  terra  e  mar,  deiaiBio  pmblioo, 

rtaiçie  lôrr^tre,  domioio  marí  .imo*  domliiio  mlUiee  uu^ial  e 

r^riín^i  das  âj^nas  eoçTefite>«  domiaKi  privado  do  Bflaio  e  aaaa 

í  5e8  e  tribalbos  pablioo^  ;  oc  serTiços  fa-uiuttros  do  Bita* 

intrrenjQ  fj  E-tado  na  iiidiietrie  <ie  IraiitpDTle*,  fodaa* 

veo^^ão  admiitlitrMiva  en  masteia  eriíoi- 

:vereoe  gráo^,  íoitituíQOeidepteTideMia 

.  u.:v^'  d^  atefiiaeiícla;  legislação  flaaoeeini.  rabdÍTidèda 

e.i  TT  ameotaria  e  flecal.  Ha  jufiiçti   tàdmimifiroUpa  i  os  prte> 

clfiiis  damioaatcs  do  oonteoeloeio  adãiifHatmtivo,  a 


o  DIREITO  NO  SÉCULO  XIX 


5í; 


ilaa  juri^dicçòtíS  adoiinistrativaá,  iu  attribingões  ilafí  juriádieçòe^í 

A  iidministraçàu  ítdgae  a  buHpaijlioIa  iiuiUrtim  largamoní-o 
a  IVatiCtízai  da  quai  muito  sí.^  approximoK  Caiiíhom  a  noa^i^  du- 
rante o  império.  Na  \Hnraanha*  m  diroito  adii/inistrativo,  até 
ao  ultimo  quartel  do  século,  nâo  ora  Iraetado  com  a  prulundeza 
o  com  o  brillio  Mue  dldítntíuiaiu  u  cultivo  dos  outros  ramos  do 
aaber  jurídico  Foi  ji  noa  últimos  anooâ  que  o  actual  imperador 
fiou  um  ;/ramlo  imptilsíQ  ás  reformas  adminisi-rutivas,  o  quo  esti- 
mulou oa  estudos  de.si^ã  ordem, 

O  direito  aclrainiatrativo  iogloz  <Iesonvolvcu-sc  lentamente, 
euuio  o  direito  constitucional.  Quanto  d  scíencla  admÍQJâtrativa* 
o  espírito  practico  dos  in globos  tem  sido  avesso  aos  trabalhos 
meramenlo  theoiicos,  ou  eaiwi^ulativos.  Na  Itália,  líoma^^^uosn  e 
Mauna  muito  fizeram  proííredir  esii  parto  da  soioncia  jurídica. 
As  ioiií  d^  ordeni  admmiistrativa,  reunidas  em  um  vtdume  im- 
propriamente denominado  Codijo  dfJHiitiçft  admini:;tra(ica^  rcson» 
tera-so  da  inllueneiii  fraiiceza»  (iuo  m  oxore^u  i^m  qaasi  lodos  os 
paizos  da  rava  latina,  O  facto  mais  importante  que as^igoalou 
o  desonvolvimeoto  du  direito  administrativo  italiano,  Ibi  o  pro- 
jecto de  loí  aprosentado  por  Miuglujtli,  em  IStH,  com  o  intuito 
de  rostiLuir  aus  tnlíunaos  judiciários  as  nttribuiçõos  conforidas  â 
j  uri -dicção  contencmsa  admini^^trativa.  Do  rosto»  non  ultituos 
anuoii  do  aeculo  ioi  esta  a  tendência  observada  em  quasi  t^jdoá 
OíJ  paizas  quo  tiobam  adoptado  as  ínstituiçucs  administrativas 
fraiicezas.  Dos  iarouveoioute»  que  Mingbetti  procurou  remover 
na  Itiilia,  tístiveram  sempre  isentos  06  h^tadoá  I  nirlos,  onde 
nunca  m  confiaram  ao  poder  adtiânistrativo  a.s  aitrlbuivõus 
próprias  do  judiciário, 

Na  America  latina  o  direito  ;ulmuH8tratÍvo  foi  um  reflexo 
da^í  idiías  e  das  leis  da  França,  ou  rios  liUado.i-Unidoa. 

A'  codificava  o  ilo  d  irrito  admuiisirativii,  repeli  ida  pela 
maioria  dos  estadiHtíi.s  o  jurisconsultos,  tem-sr  oppObto  a  própria 
natureza  das  leis  aduiinislrativai^,  oesoncíalraentõ  variavei>. 

Nas  monarcliiítsabsiilutaa.  rouaidos  tododíH  poderei  públicos 
na  peaaoã  do  rei,  ora  esle  o  chefe  supremo  do  puíer  judiciaria, 
cajas  ftincçoeâ  ora  tlelegava  a  individuoaou  a  corporações,  ora 
reservava  para  si»  om  seu  couselbo  ou  de  qualquer  outro  modo. 
I>abi  a  di3tincçao  entre  justiça  detetjnda  e  justiça  tdida.oii 
reservada  Os  olTLcLos  da  judicatura  oram  objocto,  não  raro,  de 
compra  o  venda. 

Verdade  O  que  a  própria  venalidade  e  a  pro/ria  Iiereditarie- 
dadfj  desses  car^^os  foram  constituindo  uma  garantia  para  os 
direitofl  om  litigio,  porquanto  produziram  como  uníural  conse- 
quência a  inamovibilidade  dus  magistrados,  u  que  permittm  a 
estes  manter  uma  attiiudo  li  une  e  independente  em  face  da 
realeza,  o  do„^  pleiteantes,  O  maior  mal  desse  regimen  consistia 
n.v  falta  de  selecção  das  capacidades,  e  nas  espórtulas  exi^ridas, 
ou,  melbor,  nas  extorsões  impostíis  poios  que  exploravam  a 
judicatura  como  fonte  exclusiva  de  proventos,  O  regimen  judi- 
cíario  não  ora  o  mesmo  em  todos  os  paízes.  Assim  que  na  lugla- 


5in 


HEVISTA   no  INSTITUTO  nn?^ORICO 


torra  á  camará  dos  pares,  o  não  ao  fúí,  competia  a  eti|»r 
jurisdicção  do  piiz* 

Na    Âlliíraanha  a  soberania    dos    imporadores   toroou-so 
quaâi  nominal,    p;iS9auJõ  a  attribaição  de  administrar   justiça j 
para  of^  oleiLoro^,  os  aoburanos  cíTeclívos  do  império.  Nata  iule-^ 
rc^iDtc  da  urgaoisavâu  judiciaria  allemâ  a   <s5e  tempo  :   áa 
uiiJverMdadcs»  i|uo   enlau  gosavain  do  jírandts  importiioeia  so- 
cial o  politica,  eraiti  sujuítas   ixs  qnQsiòQ^   rorenâí?s,   <\Vi 
curporaçõcíi  rcaulviam   ííuutrioiílniente.    A  Itaiia,  a  H* 
Portugal,  rescntiamsu  mui  tu  da  iollm  ncia  do  direito  caulhiit-j, 
tanto  na  judicatura  como  no  processo. 

Em  toílas  aii  eoDííUtuivões  d»  século  XIX»  consagrado  o  j»río* 
ti  pio  da  se  paraijâo  <ÍiiS  poderes»  Tjram  esiabelecidos  preceitos' 
garoutitiortís  da  iiidi! pendência  do  poder  judiciário*  K*  corto 
qae  subsistiram  na  pratica  viístigios  úo  antigo  reí^ímeo  ;  pr^- 
valeceu  em  parto  a  tiadicào  do  qoo  o  poder  judiciário  ú  uma, 
delegação  do  chate  do  Estado. 

O  podor  executivc,  em  geral,  manifestou  a  acentuada  rela- 
Líiiicia  em   rtcoíiliscor  rio  judiciário  um   podor  ímiop^^n dente* 

Em  poucas  na«;õeB,  como  os  Estados- Unidos  e  a  io^^latcíri-a, 
Lem  sido  respeitada  rigorosamonto  a  indúpendencia  do  podar 
judiciário* 

Ao  lado  dus  juízos  to^adod  para  o  jul^aiiionto  das  qucstõe-» 
eiveis,  adoptou 'So  na  Europa  o  na  Amorica,  t^Kl'Opto  na  ffol- 
landa,  u  jury  criminaU  q»Jõ  os  ingioxeíá  conhocíam  e  praticãTam 
doado  a  odade  média »  o  os  nortO'amoricaf)Oíá  clesio  o  inicio  de 
iisua  (áxistuiicij:  cijJoniai,  quv  os  próprios  íVaficeics  im[»erfeitíi- 
raojjlo  orgaiiisurami  dcpuia  diis  ínvaaôoci  i^ermanicas»  at<í  ao 
geculo  XV. 

D  diroil*o  judtLiario  tiau  prii;^rediu  80uu'ute  im  quo  õou- 
corno  .1  ur^aniayvi^'>  do  puder  judiei luíft,  iU  ro^rras  sobre  a  invos- 
tidtii  a  nos  cargos,  Icudontca  a  aiiSí  icurar  uuia  corta  t»oleoí:&o,  ao 
oxercicio  das  fimcvóoLS»  e-ftíib^loaondj  a  vitaliciodado  o  a  inamu- 
%'ibHidado,  à  exteníjâo  da.s  attribui.u js  dos  juízos,  O  procesFo 
tornuU'Se  meno$  iontu,  furam  eliminadius  as  precauções  o\cí^- 
Pi va>í»  dimi  imi u-so  a  profusão  doa  actos  oscriptofl.  M  uitos  codigoa 
de  procoífo  civil  m  promulgaram,  entro  os  qiiai^s  o  francnz  em 
l<S06t  ú  o  italiano  em  18<í5,  ambos  modítlcados  o  de^^envol- 
Tidofl  por  varias  leis* 

No  procè.sííO  crimicai,  autes  de  comtv;ar  o  século,  eram 
cunhocidoij  diius  hystomas  :  o  accusaturiu,  quw  liavia  sido  pra- 
ticado em  França  duádc  as  invasões  germânicas  ató  a  sccolu  \V, 
sysLeitia  que  dava  u  direito  de  acL-Uíiar  à-i  vicMmas  dos  deliclos, 
ou  aoi  seusí  cunjunctosi  estatuía  a  pruva  o  os  debates  oraes,  a 
publicidiwie  d  tó  atidi/uLÚas,  o  admiUia  a  defeca  L*ia  todas  aa 
plittães  úo  priice^o  ;  e  o  mquísitono,  applic  ido  tius  tros  últimos 
séculos  autes  da  revoittçno  franc&^a,  systcma  âuccessi vãmente 
organisado  polaa  ordenanças  dé  IVJS^  de  I'>:í9edõ  I07'\  e  em 
virtude  do  qual  o  dii*eito  do  accusar  compi^tia  a  funcionários 
especiaes,  rf^iervado  ás  partea  o  direito  de  dcnimciar*  a  1o> 
strucçao  eri   escrípta  e  sncrcta,  as  pi^ovas  le^^aes,  a  defesa  — 


o  DmEiTo  NO  sECTH/i  xrx 


limitafia,  (m  siipprlmida,  os  juizes  —  funccionarios  piiblicog,  o 
não  jurados.  Com  oa  elemeutoa  aecoitavoiá  do^ise?  dous  y^lomatí 
íippostoíi  constitíiiu-8ô  o  gystonia  mixti^^  geralm^jata  adoptíulo 
iK)  íieculo  que  lindou,  alargandu-atí  buccosííí vãmente  u  publici- 
dado  da  in8trticç;i'j  o  as  gariiutías  da  dofesa. 

Or;/anij<oii-sii  o  mioía tório  publico,  cxcopto  na  Inglaterra, 
CUJO  systoíua  do  quuixaa  v  donunciaa  particdtai^j.s  é  absoluta- 
mente ín  d  JL.no  de  imita^^Oi  Oj»pocialiii€Otc  pelas  nações  de  raça 
latina.  Ctimpro  notar  que  o  coiiigo  í\'íxno^z  do  IrutrucçtJo  cn- 
tfiitíttí,  pruuinlgado  cm  l-snH,  o  o  lUilisixioÚG  Processo  penal,  pro- 
iunl;/ailu  oní  Ih65.  por  síu  í^rnii  cercearam»  mais  do  (juo  convj- 
nh  t,  o  direito  do  queixa  em  benoíkio  das  atlribuiçõos  do  miuis- 
tório  publico.  Suporior  a  qualquer  dosaas  legitilaí.'ôes  6  o  nosso 
Votiiffo  do  processo  criminal  áe  \sA2,  pelo  modo  com  O  acautelou 
o  interesso  áooial  e  os  dít^eitos  do  individuo. 

No  direito  ponal  proseguiu,  aló  quas^i  ao  fim  do  século,  o 
motfhnefito  humanitário,  miciirio  00  seculo  Xlfllf  por  Itecciíria  e 
l^'ilaní.,'ieri  na  Ualia,  por  Bt^ntlum  na  Inglaterra,  pelo»  Ency- 
clopediatas  na  França,  por  Ivrint  e  Kicbto  na  Allemanbiv,  movi* 
mtmto  quo  teve  precuraoroa  em  Orotios  e  Wolil  no  gtculo  XVII. 
Ja  auleb  da  rtToíwfíío  franccza,  Frederico  cj  tímnde,  i^atharioa 
da  Uiissia  o  Loopoltlo  da  Toscana  haviam  refurmadu  alguojas  das 
i^egras  maiH  erueis  do  direiti>  p^naK  eliminando  om  parte  o 
rogimen  feroz  o  arbitrarin  di"  rtjpre^âo  do  crime.  A  Assvmhicn 
conMUnntt\  desenvolvendo  princípios  contidos  na /^fc^mfp^ro  dos 
direitos  do  homem,  ftrmou  normas,  que  foram  univorsalmento 
arroitiis  no  século  XIX.  Sendo  o  lira  d«  toda  a  assfjcinçâo  poli- 
tica*  uo.s  termos  do  art,  Si*  da  Dcriaraiylú  dos  hireitos^  a  conser- 
varão dis  direitos  oaiuraeii  e  impiescríptivojs  do  homem,  se- 
gue-seque:  r^a  lei  sodcve  prohibir  Ui?  a«"çuos  pn  juJiciitesàbo- 
ci»34lado ;  :."'  alei  sO  pode  estabelecer  penus  eatrietJK  e  evidente- 
mente necessárias.  As  jjeoan  oram  arbitrarid-s,  deseguacSi  uem 
ftompre  pessoaes,  A  As-satMc^í  roníUittintc  estatuiu  que  ninguém 
pôde  ser  punido»  senão  em  virtude  do  uma  lei  anturiiirmenti 
promulgada  o  le^^almeato  applicada  ;  que  us  delicios  da  meama 
es^Hície  £ãj  punidos  com  pena^  da  mesma  espécie;  que  o  stjp- 
plioio  dõ  um  dtdinqnente  e  as  cond o m nações  infa mantos,  quae<i- 
iiuer  qtio  sejam,  não  passam  it  faniilia  do  condemnado.  Aboliu 
a  confis"  açâo  e  a  sobre  vi  vencia  nas  penas, 

O  Citditjo  ptjnU  franeezde  IKiO,  obra  do  dospotisiuo  riapoleo- 
Dico,  Jbi  orna  reacvão  contra  prineipios  declanidus  pela 
Assem' >íetL  comi  tuinítí.  exprimiu  um  regmsâo  no  systeiuit  da 
iotimidaçao.  consagrou  dishesigõus  de  injustificável  severidade. 
Km  l8o2  deu-se  um  i  reacção  contra  o  syst^ima  das  pouas  desse 
codi^iro.  traduzida  pela  iei  de  2í5t  de  abril. 

Acceutuavu-sui  eotào.  em  todu  u  muodo  culto  o  mevimeato 
humaoitario  o»j  direi  lo  peual.  Aboliu-so,  geraluieote,  a  pena 
de  morte  paru,  as  delictos  p^Utico^,  e,  em  mui  to  i  paUes,  pftra 
os  propriod  crimea  com m uns. 

Abrandaram-se  as  penas  em  quac^i  lodos  o.s  códigos,  como 
no  coiig^o  líolga  em  18*77,  no  italiano  de  18H9,  no  hollaiidez  do 


REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

lí^Hl,  ijQ  alloraão  cli^  1880,  no  auslriaco  de  185?»  no  portugue-^ 
da  mosina.  tl:it't,  na  i-usso  de  1845,  í\u<\  aboliu  as  tortui*aseas 
ponas  tíurporao:?,  rijvístu  Jopois  mais  unvx  vez,  .sempre  oo  seo- 
Lido  ãú  duninuir  o  rJíí«>r  dos  castigos.  As  prisòes  foraio  coDà- 
trutdíu»  attoiídoado-^o  áa  eundições  liy-ieriicas,  disoipljoare^, 
ccoDOuiicas  o  moraes,  que  a  doutrinai  exigia  par.i  ea ta beleci- 
raontotí  dfssFa  ordem.  Fizeram  ho  penitoDoiaria^,  quo  fão  ver- 
de iros  aiudeloíá  ^ob  esso  quádruplo  aspi^cto,  coijkj  a  dt-  Vionii4 
d'Augtria,  imitada  pol.j  architecto  dade  Lisboa.  Mstabclccea-i^ 
u  syíitoma  dastjparação  dos  menorea  dos  atlidlos,  KQéaiaramâo 
diversos  iiudosí  do  obter  a  correcção  dos  didinquenies»  como  a 
líf>ertai;;iJo  condicintial^  a  conil^mtmção  condicionai^  cjusa gerada 
pela  IUmosoíí'L  o  sabia  lei  Bõi-ongor  (*^i  do  marco  do  ÍH*H), 
o  jKúronnlo,  ou  prutccção  aoá  condomnadod  q  ii>  cumpriram  a 
pcaa  c  so  rotiram  da  prisão.  ^  irffniíporlai;ão^  para.  poniten- 
ciaria.^  ou  colou ia8  ú\^%a.wWs,i\reh<OiÍlHa(;rto,  Frocurou  se  pre- 
venir o  crhiK^  por  mniu  ài\  leis  tio  protoe^ão  à  ioLiDrí  *  <• -j^tf  ro>i 
oul*re  opisrarioiíí,    mutualidades,  uniões  proflssionaos  ira 

o  aícooliamo.    I*romatg  u^am-so   mnius  lois  para  a  ix,  . l_-  da 

va^ralfundagom  o  da  íiieadicídade,  p^nlendo  servir  do  mi^delo 
piíra  osta  í^pecic  a  lei  belga  de  27  do  novembro  do  IXíU,  Co- 
vardia ou  relaxação  moral,  a  magDanimidado  do  jury  tocou  au 
exct-sso. 

Vm  meio  de  todo  esijo  movimento  huraaoitario,  j4  ao^s 
ullimuá  aniitis  do  ^íoculo,  uma  reacção  m  myiiiiíV.gtuu.  l*anit»- 
cou  se  a  TK^rceber  quo  aá  lucdidas  posUí*  em  pratica  nilo  pro- 
duzi ram  oíí  resiilUíio.s  alm**jadoí> :  a  criminalidade  proLrrodia^ 
ii  reineideiiciaeb'v.iva-ge  a  uma  proporção  do  oitenta  por  couto 
Hobre  a  poputai;ão  <luljni|H0nu%  a  poquona  criminaUdado  tri- 
plicava, a  precocidade  do8  crinjinf»sos  crescia  aí».HU>^tadorameuUi, 
a  vida  o  a  propi iodado  oriíra  miiia  amoavadas  do  que  ante**.  A 
aM  ir  mação  des-ea  fítctos  iiâo  deixava  de  sor  verdadeira,  moémo 
quando  í)0  aUendia  ao  au;^monto  da  pupittagâo,  ao  dasenTolvi- 
iueoto  áxá  ri(]ueza^,  e  á  precisão  duâ  meioa  judlcjaes  |»am  a 
ver»  flcavão  dus  d  el  i  c toá . 

Vau  upiíosição  á  escula  clássica»  qm^  havia  preooQisuda 
toda^  essa»  medidas,  fo m u ou  .<o  a  eãcola  denomÍJiuda  pf»$ítivigta 
italiana.  Ksta  câcula  nao  proc^cdeu  iinicameiit<i  dt>  movimoota 
reaccionário»  despor Lado  contra  as  theorias  Uiitnauitarios  p^lo 
insuccosso  destaii.  Tem  um  londumeiíto  seio  o  ti  tico,  uu  mera- 
mente dontrinariõ  :  u  determiiiiiímo  ip.vcologico,  thooria  geral- 
motite  acceita  por  todos  uá  ^'randod  penéádorea  do  ííOCuIo  XIX., 
^' o  fiOU  principio  ;  e  oiiietbodo  positivo,  transportado  dvis  í^eieu- 
cíjls  pliy^icas  c  naturatí>  para  o  daminio  daseociaea,  é  o  8eu  me- 
Ihodo.  A  tóíácola  positivista  di  vidiu-áo  lt>go  em  dtius  tlieoriaâ  tlis- 
tiuotas:  a  atHlírupolugjca  o  a  suciolo^íica,  iioteudo  a  escola  authro- 
polu^ica  quOi  as^mi  comu  urio  se  pôde  esluilut*  a  moÍeíit,ia  abs- 
iraindo  do  d«íento,  não  se  póie  o?ítadar  o  dolícto  alstramd») 
do  deliu  jucQle*  b^tud;u>do  o  deltnqtienre,  fez  a  conUocida  olas- 
si  doação ;  diviliuos  ein  delinqoenfes  nutog,  didinquentes 
por  babito,  delinquoule^  por  paixáo»   delinquentes  de  occaiiào 


o    DIBEITO   NO  SÉCULO  XIX  519 

e  delinqueotcâ  alÍQU&do8.  Os  delíQqueuLes  uatas  se  distingiiein 
por  cor  tos  osiii^raaíi  pbyíiicas,  como  a  írontii  fugidia,  baixa« 
eatroiti  o  achaUda ;  a  grande  proeiniuencia  das  arcadas  sa- 
lnn'cUiai'ií3 ;  o  pro^^uatliismo  simiaiio  o  o  progenoismo ;  as 
orelhas  alistadas,  Lu-gas  e  por  vezes  deseguaos  ;  a  asymetria 
craoeauae  facial  ;  as  ^raades  salieacias  zygoinaUcaa»  corrcís- 
pODdootcs  a  uma  mandlbulni  larica  o  robusta,  do  mento  qua- 
drado ;  o  nariz  platizThiaeo  uu  alto  e  adunco  ;  os  ollius  dtâ- 
tao te s,  escuros  o  cavo.s,  obliqu<jS,  flxos  e  jílacians,  quasi  mar- 
moi«oa,  ou  cxtrematiieotu  moveiá  c  intorrogadores  ;  a  pálpebra 
fr;iozida  o  íuBtigijula  peio  nystatjnms;  as  maçaiis  do  rosto  de  uma 
ctU"  uniformemente  mureoa  ou  paliida  ;  notável  predomínio  da 
face  sobro  o  craneo  ;  incisivos  sobrepostos  o  cauiaos  beatiaea ; 
03  labioíí  íirmcs —  viíicaioa  pelo  tkius  ameaçador  daa  commis- 
suras.  Oa  delioqueotea  oatoji  ainda  se  fazem  notar  pula  ausência 
het^edttaria  do  senso  monil,  imprâvídencia  v  iníiensibi lidado. 
Nascem  dolinquentutf,  o  Dão   i^    possível  corrigil-os. 

ÕB  crimiQosoã  por  habito  adquíi-em,  ainda  jovens,  o  habito 
do  cri  mo,  Nâo  b.^m  os  caracteres  anthropologicos  dos  crirainosoa 
natos  oiif  pelo  menos,  não  os  mauirestam  de  modo  tao  accentuado. 
Aâsiui  como  os  criminosos  natos  sáo  viotimas  da  horelitario- 
liado»  os  delinquoDtiíS  por  habito  são  víctimas  do  meio*  A 
fraqueza  moral  de  taes  indivíduos»  alliada  ás  circumatancias 
I  ambiõutes,  trausforma-os  em    ladrões  e  vagabundos*    O  alco- 

I  olismo  o  a   prostituição  muito    contribuem   para  a  formação 

I  dessa  classe  do  delinquentos* 

Os  criminosos  natos  e  os  por  habito  tém  no  crime  uma  pro- 
flasáo,  Sáo  os  reincidentes,  tao  conbeçidoa  da  policia  o  do  jnry. 
'  Os  criminosos  natus  são  os   híadapiirsis  hereditíirios;  os  delin- 

í  quentes  pov  hábitos  sào  u>  inadaptaceis  sociaes, 

I  Os  delinquentes  de  occ^isião  fiao  manifestam  tendência  natu- 

ral para  o  crime  ;  o  que  os  caracteriza   e   a  fraqu(?za  ilo  ^cnso 
moral,  o  não  poderem  resistir  às  inlluencias  externas.  Ao  mais 
I  ligeiro  Impulsoi  cedem  á  tentação»  A  miséria,   as   possibilidades 

^  de  fugir  á  punição,  a  imitação,  facilmente  os  levam  &  practica 

do  delícto. 

Os  delimiueRtes  por  paixão  coostitnem  uma  variedade 
dos  delinquentes  da  occasiao ;  agem  sob  o  império  de  um  ai^re- 
batamoQto  stibito»  do  um  assomo  irrellectido,  da  colora,  do 
amofi  do  odío,  do  ciunio.  Em  geral  são  dotados  de  um  lem- 
peramouto sanguíneo  ou  nervoso,  ô  do  extrema  sensibilidade. 
'    Depois  do  crime  sentem  o  remorso. 

Finalmente,  os  delinquentes  alienados  formam  uma  classe 
composta  de  todos  os  doentes  :  os  loucos  por  hereditariedade, 
por  aegenerescencla.  por  alcoolismo,  os  epileticos,  com  todos 
os    mitioiilt.'^. 

Partindo  de  um  principio  verdadeiro,  applicando  um  me- 
thodo  scioQtiíico,  a  escola  anthropologiea,  em  \qz  de  proceder 
com  a  discrição  que  a  sciencia  eiige,  tào  precipitadamente 
induziu,  tao  sem  baae  generalisou,  tantas  contradicções  re- 
velou entre  os  seus  adepiosi  tanto  exaggerou,  tanto  desvir^ 
2158— ^íí  Tomo  lxvui  r»  ii. 


HEVÍSTA  no  INSTITUTO  111STOHIO> 


tuou  na  practica  o  sou  principio  o  o  teu   íbu*   líivorocGado  e 
augniuntando  injustas  v  pcrníciusas  nbsulvirOes,  que  afloaí  caki 
í^ulj  o  raai;^  oatroudosn   lidículo,    O    typo  do  criminosa   nato, 
punlo  capital    para  a  escola  anthropulbgicai    ató  hojo   nào  fbi 
Jctormiuado  com  prodsão    o  segurança .    Qual»'  o  intifco  cs- 
plialico  do   crionuuso  ?  E*  a  «luli»  hoceplialia  V    K'  a  metattca- 
plialia?   li*  a   hracbionptiilla?  O   criminoso    nato  ó  t!*/   cIovaíLi 
ustatura  o  envergadura    hercufoi,  ou    frauxino,  do    cíjijIotdos 
mulliuris?    Snfue    ess*.'?!;     o    outros    iiiititos    pontua     nada    ?*? 
gabo  do  jíosiUvo,  nào    ses  pos  ucm   noções   scientiíicas.    A  ioda 
quiinrio  hou vosso    perfeiln   unaníraidad.)  entre  os  socfarios   da 
eseulci  quanto    aos  caraetoras  anatoniicc8  o  physiulogicoíí   do 
criniinoíío»  o  quo  ô  ritsottitameiiií^   iiiconiutítavol,  ó  que   mnito>; 
delinfiuíintus  da  poor  espécie  nio  ostentam  nenhum  das  cstígmaii 
da  delioquencia,  ao  passo  qui%  por   outro  lado,   eutro  os  nossos 
aniiífos  o  ccnjitnctQs,    pessoas  sãs  o   justai,   rospcdtadoras    d:tó 
íeis,  o  quo  jdmais  commettoraiii  :i  mLiislii^õíra  iniVacção  pi.mal» 
notamos  inJíviJíioscom  todos  os  signaos  physico^í  da  crimina- 
lidado. 

Alguns  criminalistas,  reconhecando  quo  é  destituída  d«  btí© 
a  classifleaçílo  da  escola  antliropologica,  e  ao  mesmo  tompo 
diatiiiguindo  entra  as  idóas  da  escola  algumas  noçôeá  verda- 
deiras, algumas  ínlicações  úteis,  propuzerarn  uma  classifioaçâo 
dos  doUnquontes  em  delinquentes  primários  ou  do  occaslão, 
delinquentes  prodssionaes  ou  do  lia"bito,  e  dolinquentea  anor- 
maes  ou  defeituosos, 

A  escola  do  .sociologia  criminal  estuda  a  iniltiencia  do  meio 
social.  Ma  um  meio  social  normal,  favorável   á  saúde  morai,  © 
ura  moio  social   moral  moo  ti    insalubre»  om   quo  o  crime  tem 
um  terreno  propicio,    O  delicto  provera   do  ílactor   individual, 
da  cdade,  do  caracter,  do  temperamento,  da??  disiosicoe.s  pos- 
Noaes,  c  do  factor  social,  do  meio»  Tomando  se  ura  meio   .^jcivil 
dado,  descobro-se  iinia  i-eluçao  tjntruesse  liuito  o  sua  íiiniina* 
lidíido.  O  moio  nío  ú  idvíiriavol  :  diversas  condiçô  «  ] 
uiuracs  e  suclaes,  combinadas  comas    teudcnciag    indi 
íbruiaiu  um  nível  do  ciiininalid;ide,  r|u«'  sooltív.LOU  soabaixa. 
O  <juo  ,so  vliania  ci  imo,  6  a  principio  um   impulso  instinctivu, 
sem  nenhuma  iiléa  do  culpabi lidado.  O  honiom  primitivo  msk  da 
íorça  pbysicii  para  saUsír/j?r  í<ous  iiitorosso   o  apiK^titea,   St^sks 
por  iodo  uiá  actua  illicilos  tão  raros  :  a  riioralidado  «iu  j>/stíca  du 
acções  ♦'  detetiíiinada  pela  opinirio  dominanto  do  grupo,  que  n<H 
primeiros  teiupoá  <!' pouco  ou   (juaBi   nada  eii^ciíto.    O  ^rodo- 
min  ioda  lorça,  uís  o  ira«;o  carai-tcristico  da8  ttLrreraiaçòes  rudi* 
meutartv<. 

E  I  y  n  ta  e  d  i  íll  c  u  1  toga  monte  <  j  n  o  a  h  n  ma  n  i  dad  o  vae  coo  ce- 
bendu  o  fonuultudo  n  direito,  u.  prolee<;ao  dos  fracos  contra  09 
forttiá.  A  experit,ncia  rtívola  .1  «jciodado  que  Ih)  é  imposi^ível 
tolin'ar  a  violência  e  a  fraudo.  Sente  se  a  necessidade  da  urdem 
publica  e  a  utilidade  de  fixar  lho  os  preceitos  garautidores 
«5111  textOã  le^aes*  A  criminalídadt»  se  tmubiorma.  O  Qtie 
liòjô  é  acto  lícito,  amanhã  se  converte  em  crime  bediondo. 


o   IMniiíT*!   fio  6KCUI.t'   XIX 


Âft 


Sparlít  tiíliirava  o  itinititicidio;  Alheriaa  a  piratacía ;  na 
cílíttlo  mt'día  S3  justillcavaiti  om  inai-f  violentos  att4BOtBdoá 
contra  a  vkla  e  a  proprltMlaie.  Na  épocjv  actual  o  auí^'metií.u 
lia  crimlni^lidade  6  áQ^iáú  ao  onarmo  deienvolviriRMiUj  das 
ciíladoa,  com  o  i>rtijttizo  da  iKjvoaçâo  d  is  cau.pos  ;  ú  seiísua 
lidado  excitada  pela  expaoilo  dná  r^íu^za^^ ;  â  avidez,  ao 
^aMto  o  à  fac ilidindo  da8  «.•^ifeculagòee;  ao  contra^Uí  entro  o 
luxf)  o  a  pobifjza  ;  ás  nocoiíiitivdtjs  i^iovitaveís  da  IncLa,  cuda  vez 
mftiij  aíspcra,  pfda  vida.  U  f|Uo  cumpre  é  tppíiar  OôUdas 
prcviMiLvas  ;  fvilitai*  ao  pr'dt3inrialo  a  ací|uiífiç&o  dc8  ali- 
inotitus  e  habita<;r>e«  hygiocicag  ;  uniÕ,*j!  proflssii.maea  ;  a  urgfii- 
nisavão  d?\  iu^Utonda  imblica  ;  a  ediícaçãa  physica  c  mural  da 
infância  abandonada;  lactar  contra  a  imprcofa  líc<iiífiosa,  quo 
cnvi^n*  na  a  ii\nr\  poimlar  ;  cstalieloctT  ôOLruraw  opírarios  contríi 
a  mtlí*ítía,  o  accidentô  o  a  vrlbicc.  A  i^eprossào  «'■  tambcrn 
ncco^aríji,  Ksta  devo  etercítar-H\  aprociando  Ui  íiatureza  maií 
ou  menos  antí-aocial  do  dpíiníju-inte,  o  o  gtfíu  do  intfjtisidado 
do  rnovol  anti  social  qnõ  o  íiopell  ■,  leni  o.mo  as  eondií-ôed  du 
mein  Convf^m  nfinlliplicar  os  tnbiinaL^á  liKaee,  difacontralifnr  a 
Juíslir.rj  pór  o  juiz  bom  petto  dos  jnri  dicciotíadoí»»  era  cnotacto 
imiti  o  i* 'm  a  [Mipulaçau,  qne  diive  corlieoer»  para  jul;íai*  do 
act^ordô  com  hh  regras  do  bom  sonso,  com  a  experiência  dos 
liomoiis  o  da  vida.  A  Oác-  la  aocicíogica  eDcerra,  'Somo  se  ve,  al- 
gumas iodjcaçoos  uttíiç,  o  baseadns  cm  preciosaa  oís^i  vaç^íes. 
O  seu  conceito  do  csime  é  qtif^  é  inao^xíitãvei.  AlgUDJas  das 
snas  idóas  ja  haviam  sido  procoiiisadas  e  parclalmtnte  appii- 
c;idas  p^la  escola  clasfiea. 

Doí3  noiaveis  eodiíroB  civis,  quaos  marcos  milliapios,  aaM- 
f^nalam  o  ectteçoo  o  tim  do  íoculo  XIX  :  o  Irancez,  promul- 
gado om  31  de  mm.  o  d*  IníiI,  o  o  alÍi?mao  em  \>^  de  agosto  do 
IHíJií,  paiM  ser  ap pi  içado  do  i  do  janeiro  do  19W  em  dtanli^. 

Anteii  do  cídíí?o  Napoleão  ííó  Uavia  na  Et-ropa  ura  coiigo 
civil,  digno  desta  dcDominavãL»:  u  prnasiaQo.  «to  1794.  O  código 
suoiu  de  1734,  era  um  aumlíraina  do  di-sposieí"^!*»  de  direito  civil, 
dêdirtito  í'rmnicirí:iL  de  dit^oiCo  penai,  d©  prcco»so,  de  dl^ 
rc  i  to  ad  nn'  niat  rati  vo  *  O  cl  d  ig<  >  bav  a  ro  d  o  1 756  era  ao  tcji  uma 
obra  dê  doutrina  do  qno  um  «^odi^o  proprianíontp  dito  :  conlinlia 
extonsu^  desenvolvi meiíloíí  tic  tíiooriíwi  d^^  direito  romano,  qno 
u  legislador  declarava  no  fim  laappl içáveis.  S'ím  embargo  cíom 
seus  muitos  o  grave*!  defeitos,  da  furando  pirte  coneagrada  á 
pura  doutrioa,  da  falta  d>^  ctuci^jáo,  o  ofjdigo  pinisfiaao  foi  o 
inicio  da  cudiflcavâí    civil  da  Europa. 

u  código  Napuloão  inspira 'U-se  om  quatro  fontoá :  os  coá* 
tomes,  especialmente  os  do  Faríz,  o  direito  romana,  as  orde- 
nanças rtgias.  e  as  íeis  proiiiul^^a  as  depuis  do  reííoiuçtirt  fran- 
csza,  O  direitj  (an'  nico  o  a  jurisprudoncia  do«  parlauiOíitos 
prestaram  iniuima  contribuição.  A^  duas  ordcui*  de  censurae 
í^itoã  aos  redacturoêi  do  cudlgo  oxpimiem  o  uspinto  quc  prc- 
aidiu  à  bua  elaboração  :  ia.  a  ^J^niOíi  o  codigu  Napolvao  tem  o 
defeito  de  haver  reproduzido  cm  grand-  parta  o  direito  ru- 
mano  ;  para  outrus  o  de  »er  um  eodtgo  revolucionário,   A  ver- 


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REVISTA  BO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


dade  á  que  o^  mm  rodtictorm  se  timi taram  a  combinar  m 
principiou  do  direito  romano  com  oâ  costuraea  da  França,  d&ado 
prefonineia  a  eâteiSi  espeoiainientu  om  relagáo  ao  casamooto, 
ao  pátrio  poilor,  ao  poder  inarttal,  á  tilíaçao,  á  tutela,  à 
commtirjíião  do  bons  uo  matriínooio,  o  .is  ordeuaDçae  do  que 
toca  ás  doaçtitís  o  kstamentus.  O  elemonlo  goroaanico  pre- 
ponderou na  redacção  do  código :  o  chofe  do  família  nao  tem 
o  puder  dísputícu  ©  duro  qu6  os  romanos  lhe  attrí buíam  ;  é 
aateá  um  tutor,  um  prolectar  ;  o  pátrio  i^oder  nào  afisouta  uai- 
c-imente  iio  interesso  do  pae,  mm  também  no  do  fUbo  ^  a  por- 
sonalidaiie  da  mulher  no  caâam  Mito  nào  6  mutilada*  oti  quasi 
oitiuctai  i'omo  eiu  Roma  ;  a  viuva  tom  o  |*atrio  poder  ;  esta* 
boleceiB  o  regimen  da  c  o  mm  unhão  do  ben^,  tjiEo  os  ronsaoot 
nlo  conbtíciam  ;  a  mtillitír  ú  íiontoir.fc  do  iiiaritio  depoiâ  dos 
culkt temes  do  discirao  segundo  grau  (').  Os  redactore.s  do  codi^u 
NapoJeão  inapiraram-se  maitj  na  ofjuidado  do  qua  uo  rigor  ló- 
gico do  direito  ;  abstrair; im  do  (bnnaliíímo  rujiiauo, 

Nâo  cabo  duí*  limites  dctíte  retruspocto  lembrar  toda.i  n^ 
niodilicaròes  IVitaj^  uo  direito  pelo  cudi;^o  írancoz  quanto  à 
cumpra  e  venda,  ils  servidões,  ás  obrigaí.-õe^,  em  graoJe  parto 
modeladas  polo  direito  rumano,  íÍ  liypothcda,  cujo  rcgimeo 
ttiDto  f«j)  censurado  peloy  molht>rea  jurisconsultos  Tranco/es,  ils 
■ubsti  toi<;oeSj  matéria  em  que  o  cgdigo  alteruu  profuiidamonte 
o  direito  anti^ío.  Não  uori  ú  tào  pouiio  permlttido  por  em  rulovo 
a  inriueneia  quo  exerceram  sebro  os  redactores  do  codíj<o  as 
ubraã  da  Dumoulin,  Cujacio,  DWguesáoau  e  l'otbier. 

Todos  08  códigos  promulgado*  oo  correr  do  século  so  ro- 
sontem  da  inlluoncia  exercida  polo  loèjblador  trancez.  O  aua- 
triacode  \BUk  o  ^ardu  de  1838.  o  du  cwitão  de  Vaud  de  1819, 
odaLubíanade  1S24,  adoptaram  em  parto  as  diâposiçõe^  do 
código  Napoioão.  O  código  civii  italiano,  de  1865,  ò  o  francez 
aperfoiçoíido .  O  hospanhoí,  de  1889,  se  abstrairraoa  das  nor- 
mas que  consagram  usos  e  costumes  peculiares  ao  paiz,  ainda 
t^  o  código  rraooez,  cora  algumas  í:orreí5çòes  na  redacção.  Não 
obstante  a  disposição  diversa  das  matérias,  o  chileno,  de  1855, 
o  argentino,  de  1869,  e  o  porluguez,  de  ls07,  este  ultimo  sem 
methoilo  o  mal  redigido,  traduzem  o  ospiriÈi^  dominante  na  le- 
gislação francesa. 

Dessa  coiTentc  do  idúaa  jurídicas  afastou-so  complutameoto 
o  coiigõ  allemâo.  E'  o  que  so  v6  logo,  ao  primeiro  exame. 
quanÍLí  se  compara  a  classiíicaçao  doáto  código  com  a  do 
írancez.  Km  trea  pirtes  divide  o  código  Napoleão  todo  o  direito 
civil,  das pessuas^  dos  henit  e  da^  varias  modificações  dii  propric'» 
dade,  dos  diversos  modos  de  adquirir  a  propriedade^  divisão  quo 
merecidamente  ti^m  sido  acoimada  de  .so  não  cingir  a  netibum 
criteriu  meihodolugico  SGientiíico.  Neste  ponto,  ai' ^  ■  «-digo 
allemào  nào  foi  innovador,  |>orquanto  a  sua  cia-  íS  a 

d(j  excelicnte  código  de  Zurich  do   1887,  isto  é,  a  ^.->.^..,.ação 


(*)  Dispo^içio  U]ai«  tani«  iuoditlcada. 


o   DlRTirrO  NO   SFCULO   XTX 


523 


^cientifica  de  Savígny,  liíereiraraento  alterada  por  uma  trana- 
])Osição  do  matérias.  Alt^m  desta  divisão  scientífica,  os  attri- 
butos  que  distíngíiom  o  cotli^o  allomão,  no  dimr  de  ntn  doí*  seus 
aonotadores,  podnm  rcFiimtr-sa  no  jue^uintu  :  <t  lógica,  desea- 
Yolvioieiíto  integral,  emprego  de  formnlas  coraprehensivas  o 
^oraei,  espirito  pratico/ ausência  de  formalismo  inútil,  ten- 
dência phllosíipliiCM  ô  Bcioniifica,  sob:  ledado  de  rogiilamon tacão 
e  de  prohiliição  *•  O  código  é  tão  completo  quanto  possível  ; 
resolvo  um  grande  numero  de  questões  que  em  outros  pai/ea 
<  ontinyam  ontregues  ú.  jnriíiprudencia.  Para  conseguir  este 
resultado  o  legislador  germunico  estabelece  o?*  principiou,  ou 
leis  funda  m^-ntaos,  de  cada  mater  ia»  principios  que  já  foram 
corapanvdos  «  a  formulai  algébricas  >,  Ao  juir,  compete  por  meio 
da  deducção  tirar  as  regraa  par  lie  u  lares  para  cada  es  pi -cie 
regrai  que  o  codi^ro  formula,  não  raro.  dando  exemplos  do  me* 
íhodo  applicavel.  por  que  so  devem  deduzir  os  corollarios  dos 
principies  firmados. 

Profund.iíj  in novações  intei*cs§antes,  e  é  este  o  ponto  a  que 
ora  maiií  nas  cumpre  attender,  fez  o  código  tedesco.  Porraitto 
a  promesm  a^n^tmctn,  uma  eapecie  de  stipul  líio  dos  romanos» 
em  virtude  da  qual  nos  obrigamos  a  uma  prés  tição  sem 
cau:?a  :  é  uma  convenção  meramente  formal»  cuji  mite  i  i»  ou 
conteúdo,  pode  variar  infinitamente.  Creou  a  hypoiheo'  ahs' 
f ra cia,  direito  real  independente  do  um  credito,  sem  relação 
necessária  com  um  contracto  principal.  Uma  ouira  inoovação 
curiosa  é  a  renda  territoriai  :  pôde  constitui  r-se  sobre  o  a 
prédio í  rústicos  um  direito  reaU  que  garante,  nâo  o  pagamento 
do  capital,  mus  o  de  uma  renda  em  dinheiro,  ou  juros,  pe- 
riodicamente pagos.  O  código  admitte  que  oa  esposos  íaçain 
contractos  sobre  o  reírimen  patrimonial  depoH  de  celebrado 
o  casamento.  O  homem  só  podo  easar-so  aos  vinte  annos;  a 
mtilbor  aoi  deze^eii.  A  mulher  é  associada  ao  marido  no  exer- 
cício do  pátrio  poder.  Notável  modificação  :  pormitteavse  <i^- 
ppessamente  os  pactos  successorios.  Os  lierJuiros  só  rt!>pondera 
pelas  dividas  da  herança  dentro  dus?  forças  do 4a.  São  her- 
dei roti  necessários  unicamente  os  descendentes,  o  pae  e  mão 
do  de  ítíjus  (  e  nao  os  outma  ascendeoins  )  e  o  conjugo  su- 
perstite.  Ifa  a  desherdação  f^ona  m^nte,  mais  uma  ríovidadc. 
Para  que  se  não  dividam  os  grandes  prédios  rústicos,  as  fa- 
bricas e  quaL»squer  outros  imraoveis  dr*  grande  valor,  os  di- 
reitos á  reserva  legitimaria  o  ao  legado  são  direit-os  pí^sfioaes. 
O  le;yratario  é  um  credor  apenas,  assim  como  o  propríu  her- 
deiro necessário,  A  mulher  casada  e  o  filho  natural  são  multo 
mais  protegidos  que  nos  códigos  anteriores.  Dilata-salhea  no- 
tavelmente a  e^phera  de  actividade  juridica.  A  mulher  ttím  o 
direito  e  a  obrigação  de  dirigir  o  lar  comraura.  No  circulo  das 
oocupaçOes  doruesticas  representa  o  marido.  Não  precisa  da 
autorisaçáo  deste  para  acceitar  ou  i*epudiar  uma  herança, 
para  recusar  doiçSes,  ptira  fazer  valer  em  juixo  certa?j  di- 
reitos. O  marido  é  essencialmente?,  um  administrador ;  não 
podo  obrigar  a  mulher  por  actos  jurídicos,  nem  dispor  dos 


REVISTA   DO    INSTITUTO  IIISTORÍCO 

bens  qno  eibi  transo. para  o  casal.  A  mulher  tem  a  faculdade 
pedir  ex  pi ieaçôns   sobre  o   modo  como  O  administrada  sua  for 
tuna.  O  lilho  natiiiul,  6m   relaçiio  á  mão  e  «eus  pa^s,  csU 
po9i<.v^o  jurídica  de  um  rlllto  legitiTna.  Qua.nto  ao  pae.  os  obri^^ 
gaçúeg  sãL»  niai5   rig^rosad   do   que   uaa  outrfti  logislaçoââ.  Ha 
tendência    manifoâta    para   cjnsagr.Ar  p  rocei  tos  puramente  rao- 
raeSt  o  qtie  levou  um  criUno  illun^tre  a  dizer  que  cortes  artigotfa 
do  código  teora  laivos  de  predica  e  do  evan^elisação.  A  pesioftf 
que  eae  nm  pobroza  por  sua.  imrauralídade,  e  tem  íilgum  parem 
quô  llio  dova  alimentas,  ^ú  póJo  podir  o  estrictaraeote  iodispon* 
Havei  paraaua  mnnutopcao.  Aembríriguoz  ú  fuodamento  siiffíoi* 
eu  te  parn  a  decretn<;riQ  da  iaterdicçáo.  Crouu  se  o    tribuoaí  dati 
lutoías»  quo  iloiide  as  f[m'stôe'io  quariííquiu*cauííictos  eoiro  o  tu- 
tor e  o  pupiUo^tutre  us  paos  o  oa  fllUo^^ootre  o  marido  e  a  ratilher«] 
a  propoaito  do  roousafl  do  autoríaaçlo,  arbitrarias  ou  abusivas. . 
l':m   certos  oasos,  o   li^tiuiiv   polo  trtbimal  dai  tutelas   ^ibâtltud<j 
o  pae.  A  intonção  ^lar^  pariea    nuâ    coutractus  deve  ser    Císcru- 
piílosaraeoto  iuvoíítigadii  pelos  juizes.  O  art.   133  declara   ox- 
prcs>!amQnte  quo  importa  incíagar  qual  fui   a  vontade   i^eal    dns 
partos^  8em  proucctípacoos  com   o  sentido  lii.toral  dos  termos. 
Não  so  dovom  admiUir  iuterprelaçõos  de  contracto?*  eni  que 
prevaleça  a   iint   (é.    ¥/  ovidcuto  o  cuidado  do  lojíisli^lor  eiiij 
evitar  dooÍ!íi5í.*â  contrarias  á  Ima  To.    O  artiâoe  tem   um   dirott 
real  sobro  as  coisas  ptrr  oUe   laboradas  ou  repararias,    K^italie-l 
lec  'mse  as  Karantias  ora  favor  do  operário  doiuito  do  patrão,  ikm 
quem  so  impõe  a  obrí^açàa  de  providenoiar  do  modo  que  a  vidai 
e   a  saúdo  do  operário  uíio  estejam  expostas  a  corto?!  perí^OB. 
r>emaiSi  o  pitrào  é  obrig^ado  a   volar    poios  bons   costumou  i\o^ 
ompro«íãdos,  o   a   facilitar-líics   o  6X<^nMí3io   do  culto  religioaiT, 
So,  durante  um  período  muito  cui-to,  o  oporario  ho  vT'  impodiílo 
do  prosUr  os   sorvíçoa  coiiUacrado!^»  de:-<da   quo    não  si^ja    poipj 
culpa  Hu;i,   o    código   til  o    a8:jo^^[ira   o   d  i  rol  to  á  poro  opção  dusi 
salariOií* 

O  código  tom  incontestável niimto  uui  caracter  momli^adoí 
0  socialista  fraotamenr,a  íiccenumdo. 

Uma  herança  oberada  ao  liquida  pela  faUeneia. 

A  fallenciàjíl  havia  sido  admittida  no  díi^^ito  civil  allemâo 
desde  1877*  Outras  naçòi?^  t^rabam  eí  tatu  iram  mne  melo  de 
liquidação  para  08  devedores»  moramon  to  civis;  foi  o  quo  f»^í 
a  Inglaterra  em  IHÔI  e  em  1H$3,  a  suí^sa  em  \Ss9,  a  Hollanda 
cm  1893,  09  Katiidos  Uníd  m  pela  logislação  fi^a^meatada  dos 
Kstadoi  O. 

O  diroito  commoreíal  teve  o  80^t  primeiro  eodigo  no  prin- 
cipio do  ítículo  passado.  O  codi;íO  civil  da  Prússia  do  ITOil 
havia  ostabolocido  roeras  sobro  us  commorcianlcM,  os  livros  do 
cjramorcio,  a  sociodado  morcxutil,  o  transiporte  do  morcadarías 
por  mar»  os   corrotores  e  ageot^a  do  cambio,    a-í  avarias,  «o- 


i*^  H  d>*jido  o  começo  da  odado  morlerna  Dl^'un4  eitalulos  da« 
pidadra  iln  Unlíu  rston-liiim  n  fallfíiuda  ao^  nio  conim(*rciaiiÍ«<* 


gnvm,  letra  de  cambio  e  fallencia.  Mas,  taes  pi^ecGitos,  ruJi- 
ment&TOs  e  eât^ssos^  Dão  satisfiizfam  as  Qece8:iidades  do  com^ 
morcio,  que  se  íoi  deseíivalvenilo  incf*ssanti  (5  extraardina- 
riameiíto  nosoculo  flmlo. 

O  eodigo  coninii^rcial  franccx.  pruíimlgado  em  Isu7,  p;ira 
For  applicado  de  I  d<i  jau  oiro  do  1:^0^  em  <itviiiti%  iiilo  foi  itm 
innovador  ei»rao  o  i-chÍíjío  civil,  A  maior  p:irí.«  do.suasdiapo- 
Biçiles  já  estavíim  consa^ni^diis  piíLis  onlcnanças  de  Luiz  X(\ , 
de  líi73  n  Iiísi.  N*vi  ol>!jtatiti\  fui  o  coí1j^'õ  cõminorcial  francíjz^ 
para  noa  sorvi rmoí!  da  pliraso  de  Vidai i,  o  *  pao  »  doa  codij^os 
4iio  tovG  o  8(iciilí3  XIX,  O  nosso  do  1^50,  o  ttaliano  de  IH 55, 
fluÊatituido  em  iss?,  o  pijrtugiie2  d*?  1^*33,  completam  ente  re- 
fUíidiilo  om  i^sSs,  o  argenlino  do  18^*2,  rníorraado  om  Iís^m,  o 
diileao  rlc  i8í»5,  os  da  Hespanlja,  ílollauda,  RuSiíia,  (ímcia»  Tur- 
<juia,  so  filiam  ao  código  íranr<>/.. 

A  Jnfflalorra,  cumo  em  ndaçâo  a  ouiroíi  raraoa  do  direito» 
se  tuna  oianilastado  avessa  â  t edificação  de  suas  lois  com- 
morcia(j3. 

Os  códigos  promulgados  dos  ullimoa  anãos  do  soculo  firidn 
revolam  as  mudiflc.ições  o  pro^re^sos  por  que  passou  o  direi  tu 
commercial.  O  código  fraDe9z  do  começo  do  socuío  oâo  regu- 
lava a  venda  mercantil,  nem  a  coQta-coi-i^ente,  oom  os  se^airoáí 
torrestred,  nera  og  segui  os  sobro  vida,  nera  os  tiuilus  do  obri- 
gaçõos  ao  portador,  oom  varias  outras  rol  iç5oi  d(j  direito.  Ús 
promulgados  no  uUimo  quartel  do  século,  como  o  italiano  do 
IKtíá,  por  exemplo,  coniêta  normas  especiaes  sobro  cada  uma 
ílesâas  matérias,  que  regulameotam  desonvolvidamoiUo, 

O  contracto  de  compra  6  venda  mercantil  é  siijoito  a  dis- 
posições monos  rigorosas  que  as  do  direito  civil,  Estabolocora- 
86  preceitos  si>bre  o  contracto  de  reporte,  A  rogulamrmlaçâo 
das  sociedailes  do  toda  ospeclo  i?  roíuodida,  pai'a  o  flm  do  f^e 
ctmciliar  a  iiberdado  cora  a  responsa bilidado  privada,  restrieta, 
ou  os  ti  neta,  a  ingureocia  dos  j^^ovornos,  e  creadiis  garantiam 
contra  a  iVaude,  Para  íaToreeer  o  dosonvolvimento  das  soi"io- 
dadea  e  garantir  os  creiore^,  regularaenta-so  a  emissão  do 
tiíuloado  obrigações  ao  portador,  ou  noroíaativos,  Precoitoa- 
se  sobre  as  sociedades  cooperativas.  A  lotra  de  cambio,  por 
disposição  expressa  dos  códigos  mais  adeantados,  deixa  de  sei* 
mero  instrumento  do  cambio  trajoeticlo,  para  tor  eonjuncta- 
mcnto  a  funcção,  nào  menos  Imporlanto,  de  substituir  a 
mooda.  O  contracto  compleio  da  conta-corronto  è  disciplinado 
por  normas  es|)cciaí'i.  Incluem-so  disposições  sobre  os  cliequee, 
sobrí^  osarmazeas  goraeso  os  irarrants,  aobfo  oa  geguros  ter- 
restre'!, sobre  os  seguros  de  viía.  NoíJ  paizes  mais  arteantaíloa 
o  legislador  so  esforçou  por  cscoimar  a  falloncia  ihm  ^írandeu 
iie:jpezas  e  prolongada  duração  do  processo,  o  por  evitar  as 
íraudos  e  conluios  do  fa Ilido  com  ulguua  crodores. 

iNo  código  commerctal  allemao  de  IO  úq  maio  do  l^í07,  nào 
raai^  so  vêm  capítulos,  ou  secçiles»  om  que  eo  disponha  sobiHi  a 
letra  de  cambio  e  sobre  a  ÍUUencia,  Uma  e  outra  sio  rrpu* 
ladas  in,stituiçfío5  coramuns  ao  dii^eito  civil  e  ao  commercial. 


520 


RFVrSTA   DO   iM^íTITfTTO    ÍUSTORICO 


  letra  de  cambio,  segundo  a  theoria  quo  afinal  foi  aceoita 
geralmente»  constituo  prova  do  uma  obrigação  formal»  qiio 
pòdtí  ser  assumida  iodistínctaraente  por  commerciaotos  e  não 
comrasfciantes,  postai  quo  ainda  ajuizada  porante  os  jniziis  do 
coramercio.  K  a  falloncia  civil  já  está  doe  rolada  em  varioi 
;)aizefl,  como  vimos  ha  pouco, 

A  imifioftção  dõ  dirríto  privado,  a  promulgação  de  umeo- 
tU}£0  Doico,  em  quo  se  encerrem  o^  preceitos  discriminadOH  em 
civis  o  commorciaes,  nao  passou  do  mera  A>ipiraçao  do  al^uu^  jn- 
rislas,repeHiitft  poios  legisladores.  Prova-o  o  codiíío  promulgando 
pela  Allomanha  ora  1897.  Uma  notavol  excepção  a  essa  regra 
foi  ensaiada  pído  código  federal  das  ohrignçôes  díi  Suissa  em  1881 . 
A  libordado  dt>  comraerclo»  isto  <^  a  faculdade  coacedida  a 
todos  08  estrangeiros  do  se  estalielecerem  e  roramcrciarom  cm 
um  paiz,  nas  mesmas  condicçôos  quo  os  nacionaes,  consagrada 
pela  revolução  franc.^za  na  celt^bro  lei  do  ^  do  março  de  1791, 
foi  se  dilatando  rada  vez  roais  no  correr  ilo  século  XIX,  o  que 
tambom  succedou  á  lil-erdado  do  commerciu  iotornacional,  ter- 
restre G  maritímo. 

O  direito  internacional  ptiblicj  progrediu  admiravelmente 
A  escola  idealista»  que  s6  admittia  ura  direito  das  iiíentes  ideal, 
pUilosophico,  o  a  escola  positivista  (oo  s  'Oiiilo  ospecifil  desta  ex- 
pressão Qo  direito  internaeionat)»  íiue  só  recooliocia  os  principíoa 
jurídicos  consagrados  ou  formulados  pelos  tractados,  fundi* 
ram-sô  na  escola  ecléctica»  de  que  ibram  repreaenlantes  aa- 
ctorisados  no  século  fiudu  Befflcr,  Bluntschli,  Neuman,  Holt- 
zendorir,  Fíore.  Calvo. 

O  Congresso  de  Vienni  do  isi5»  que  reorganizou  politica- 
mente a  Europa»  proclamou  a  liberdade  do  navegação  era  iodoa 
os  rios  quo  separam,  ou  atravessam  diversoi  Estados,  desde  o 
lo^^aremque  so  tornam  oivegaveis  até  ao  mar;  ostaboloceu 
preceitos  repressores  sobro  o  trafico  doa  escravos  ;  e  tez  a  co- 
nhecida clossiíicação  dos  agentes  diplomáticos  ora  embaixado- 
res, legados  o  nuaciuíído  papa,  enviados  ordinários  ou  extraor- 
dinários, c  encarrexados  de  negocias»  accrescentando  mais 
tvirde»  e-n  1818,  o  Congresso  do  Aix-laCliapolle»  a  clasae  doa 
ministros  residentes,  Regressouse  á  tbeoria  do  oquiíibrio  eu- 
ropeu, estabelecido  pela  pas  de  Wostphalia  em  1618  consolidado 
pela  paz  de  Utrecrht  em  Í713  e  roto  por  Napoleão  K 

A  inda  em  1815  fo  i  as  s  igu.  ado  era  Par  i  z  o  t  r  a  t  ad  o  d  a  Snni  a 
Ai { i*i nça,  c u jo  fi m  os t r msi  vo  e ra  a p p l içar  aos  negoc i os  d e  i  n to- 
resse  com  muni  das  três  potencias  sic^natarias.  Áustria,  Ivus- 
sia  o  Prússia,  os  preceitos  do  Evangelbu»  da  religião  e  da  mora!, 
bum  como  obrigar  por  todos  03  meios  og  súbditos  dessas  nações 
á  observância  dos  priocipios  do  cliristiatiismo,  po?to  quo  o  iu- 
tuito  recôndito  e  verdadeiro  do  famoso  ti  atiido  fosse  estabe- 
lecer uma  politica  reaccionária,  obri^^ando-se  as  potencins  a 
preataçío  de  auíilios  mutuou»  o  a  uma  vi-ilaocia  activa  sobre 
a  politica  iotf.^rna  de  to  los  03  fótados,  pari  impedirom.  ou  re- 
primirem, todo  movimento  popular  tendento  a  raodiQrar  a 
ordem  de  coisas  consagrada   polo  congresso  de  Vienna»    Para 


o    DÍRFJTO  NO  SFGtILO   XíX 


527 


oato  mesmo  úm  de  suíTo^ar  as  iáéxs  revolucionarias,  asaigna- 
ram-so  os  traUdoa  do  A íi-la -Chapei le  em  1818  o  de  Trop- 
pau  em  1820. 

Contra  a  polífica  do  intervenção  iníino;ar.ifla  p*>la  Santa-Aí- 
/f>iíi<vf,  os  Rstadog-Uiiidoa  em  1823  alopUu'íim  a  eelebro  dou- 
trina do  James  Mo n roo»  quinto  presidenín  da  RBpjildica*  o  qtial 
iia  sua  mèna:ii;íiHn  doasn  -um o  dí^olaroii  qiio  a  íri^rlaterra  o  a 
Uuisia  não  tinham  o  dlnnto  do  alargar  a  rrontmra  de  suas  pos- 
aoHSõeâ  cora  prf*j(jizo  da  re-íiâo  conto nta la  ao  noroesti*  dus  Es* 
tado3'L'nido8,  ti  que  m  não  devia  adiníttir  quo  a  Hespanha 
transplantasse  para  a  Am<írica  o^  princípios  da  Santa- AU.ança, 
nem  que  impedisse  o  movimento  emancipador  de  suas  colónias, 
Ei^sa  opinião  pessoal  d(*  Monroc  foi  elijvada  á  categoria  de  uma 
dout-rina  do  direito  internacional  sob  a  toma  da  conhecida 
máxima  :  a  Anii^ríca  pnrtenco  aos  americanos.  Sem  era- 
har;:íi  de  ter  sido  estaliolecida  no  interesso  úm  ameiiciínos  do 
Norte,  a  doutrina  dn  Monroe  mal^  de  nma  vez  aproveitou  às 
naçòos  da  Araerira. 

PpIo  tratado  do  Pariz  d*?  is^r»  foi  aholido  o  cors>»  llrmou- 
•e  a  TGííFã  de  quo  o  pavilhão  nootro  cobro  a  mi^rc^idoria 
i  ai  mi  ira»  excepto  o  cunirabaudo  de  ífu+rra»  bem  como  a  do  quf> 
amorcaduria  noutra  níi o  <'í  conrtseavol  sob  o  pavilbáo  inimigo, 
oieepto  se  íor  contrabando  de  guerra,  o  deelaron-se  obrigatório 
o  í>loineiõ  — somente  quriudo  élTt'ctivo,  O  nua i*  negro  foi  neu- 
tralisudi,  e  seus  portos»  atíertuís  à  marinha  mercante,  ficaram 
fechados  para  todus  os  navios  de  guerra.  Abriu  se  o  Daíiubio 
ao  commercio.  A  Sublimo  Porta  começou  a  participar  das 
vantagens  do  direi  Co  publico  europeu  Fífíalmente,  os  plenipo- 
tenciários da  Inglaterra,  Áustria,  França  Rússia,  Sardenha  e 
Tnrquia,  emitiram  o  íízcram  transcrever  no  protocollo  o  so- 
gainie  voto:  «Os  Kstadus  entro  us  -quat^a  surgir  qualqui^r  desiu* 
telli^oncia  devcrno,  aiUes  ilo  reconerás  arraíis,  appellar  para  m 
bons  oíflelos  de  uma  potencia  amiga.  * 

Oti^atadode  l.ondres  de  1871  modificou  a  ('onvençno  dos 
Estreitos  á&lSil,  paragai^antir  a  execução  das  estipulações  do 
tratado  do  Pariz  de  1856, 

Era  1878  o  tratado  de  Berlim  remodelou  a  vida  politica  do 
Oriento,  así^gurou  a  he^ernnnla  da  Rus.sia  em  ralnçào  a  essa 
parte  da  Kuropa,  n  fírmou  a  liberdade  ndigiosa  na  Tnrquia* 

Recorreií-fe  largameotc  á  arbitraarom  duranto  todo  o  sé- 
culo, para  a  solução  de  questões  de  ordens  diversaa.  Assira  :  em 
casos  de  dotenção  arbitraria  de  subdir.os  ou  agentes  de  fim  Es- 
tado por  í*ul:di  tos  ou  íigonu-s  de  outiT>  Kstado  foram  proferidas 
decisòés  arliltíae»  na  questão  L(j  Forte  em  18+33,  na  do  capitão 
Wite  em  IHfíl  ;  em  contestações  sobro  fronteiras  ou  limites  do 
territórios,  o  tratado  de  Gand  de  Í814  instituiu  trea  commissoea 
arbitraes,  ejá  noa  últimos  annos  do  soculo  duas  decisões  foi-am 

f proferidas,  inolvidáveis  para  a  noFsa  pátria,  representada  no 
itigío  por  um  de  seus  li  lhos  mais  illiístres  por  todoíí  os  títulos 
de  benemerência ;  era  hypothosas  de  damnos  soffridos  por  um 
Estado»  ou  pelos  cidadãos  des??o  Estado,  quanto   às  pessoas    o 


528  REVISTA   DO  INSTITUTO  ÍIISTORICO 

aos  beu^t  em  consequoucia  do  actus  iUicitos,  ou  Qogligoucia»  d# 
outro  tísttiíio,  nu  Uocíiladâos  du  otUro  Kstada,  foram  julgadl«»« 
entn)  outra-s,  as  questdps  do  purtn  díí  Fsiyal  eia  Í814,  do  Portaa- 
dic  em  Ift34  vt  1835,  m.h  i  eclaoiAC^Sea  am*^f  i^aiift»  contra  o  \ít»itcii 
tm   ls3l»  lí  IHIS,  :\  (|tiestãcv   do    navio  n  185:i,     í»  lití^^ia 

do  Mactidnniano,  em  1858,  a  quéatão  ii  '*/'>!   em    IHíil  o 

1827*  Km  IH71  o  ti'utado  di3  Washiu^non  ctetermiaou  a^  cori- 
du;õod  em  (|Utí  so  do  viam  áubmeUcr  d  arbitraj^oiu  ^is  vi^clamaçúes 
da  Alãf*ftma,  Êsm  moemo  truiido  aioda  Uzou  as  se^uiotcâ 
normas:  l^  — um  jioverao  neutro  deve  ompregar  toJoa  Oi 
moii^spara  impedir  quo  na  sua  jurisdicção  territorial  »eja  ar- 
mado. (Ml  64]Uipado,  um  barco  qualquor,  qHQ  se  suppontu,  com 
funda  menti),  osUr  destinado  ao  oor»Ot  ou  a  aotoa  de  UoslUidado 
contra  uma  potoncia  amig;i  ;  ^"  —  um  govertio  neutro  nâo  tj^ve 
tolerar  qiJõ  Uín  dos  b(dn}ííM\tutei  Ibô  faça  dos  portos,  ou  das 
a^ua^  territorian*,  a  bise  íh\  suas  operações  navaoii  contra  u 
outro  bel li^ií^oranio,  nom  qt^A  no  íou  território  um  ÍK?Uiííerantô 
ae  ;ip<.^pcolja  do  provisões  ou  de  rusmicue-^,  ou  recruto  soM.idoa; 
H.^  — um  ^'ovorut.i  miutro  está  obrigado  a  todas  as  dili|jr«meiaó 
noceisaí'iA8,  mn  soua  portes  q  afluas  territoriae.s,  para  provouir 
qualquer  viulaçúo  dos  d«vern:í  miuicionados.  Dcpoia  do  tratado 
de  Washington  em  1871  fori\m  immórosaíj  as  decisuí*^  arbitracsé  : 
oumpro  entro  outras  qu  sStòes  lembrar  a  do  Chile  com  div<!rj«:v8 
potenciaií,  porquantf*  ao  represontaiUe  do  Bra/il  coube  a  honra 
do  prnshíirás  t^ommiaaôcs  da  in^^laterra,  da  França  e  da  Ititliâ, 
qno  doviam  julgar  as  reclamações  motivada-*  pm  actoa  das 
íopças  rbilon^s  do  torra  «*  mar,  uos  torritoring  c  costas  do  Peru 
e  da  Hulivja. 

ííaranHU'90  a  tihordade  do  commorciti  naa  regiões  maia  lon* 
í(inqiias.  Em  líí85  o  tratailo  dn  Horlim,  assignado  pela  Allt**' 
manha»  In,?Iatorra,  AnstríaHungria,  Bolgiea,  Dinamarc*i, 
Prançsa,  líjilia,  Hollanda,  Portugal,  Rússia,  Hospanlia,  E-itíidoa 
Unidos,  Suécia  e  Turquia asse;?uron  a  livre  naví*gíiç?\o  dos  tloia 
principa<*a  rios  da  Africa»  quo  di^sembocani  no  AtlauUcOt  o 
Confio  o  oNiífí'r.  O  tratado  do  Bi^rlim  obriga  as  navAJus  âi^fua* 
tariaa  a   protegerem  os  imlijenas,    mi8SÍou»iriot<,  "  ^    e 

quaeaqner  instituições  roligio^f,  sciootiflcasjou  plíi  a», 

que  tenham  por  fim  espalhar  a  civiliaacào  entro  v-~  i- 1  i^naa 
da  Africa.  A  tolerância  roligiosa  ojti  efiireaaamontc  mt nuda 
O  tratada  di?  ronatantiuopola  de  1^88  dispoí  que  o  canal  do 
Suez  sor.t  livre,  o  estará  sompre  franqmmdo,  tanto  na  \ràt,  con]o 
na  guerra,  a  todos  os  navios  mercantos  ou  d**  gunrra,  soin  díji- 
Itncção  rlõ  pavilhões.  O  tralado  do  Pari/,  do  issi  organizou 
um  systnmade  legrati  oapeeiaes  tendentOfí  a  pri.tnycr  i-^  eabodt 
mb  niarintís.    Pormuu-ae   tnua  fhr^Jn  /'<jííi.í  *i  «* 

aultaiite  ria  convíinrãndo  lH7r>,  r«»vista  em    litt  i  '.  u 

da  de  187H,  desenvolvida  pela  de  4  dejiiHiodu  ití4ii,  itm  Vimilia 
odopois  em  Wiisbioííton.  em  1807. 

H^tabolocuu>ge  o 

diapeonda  áa  obraa  iitlorariu     ai  ^b 


D  niRKITO   XO  SF.CULO  XIX 


52í> 


ClvilHou-se  muito  a  guorra.  A  conTenv^^L)  de  Genebra  de 
1864  poz  em  practica  a  Vt^gvx  :  hosieís^  dum  mdnerati^  fYatrt^s, 
Secundo  essa  convonção,  as  ambnkncias  o  hospiUea  milit\re>{ 
sdfão  reconhecidos  neutros,  o  conno  taosi  pTOti^giiios  e  reftpei- 
tadofi  peloa  bellig^eratitos,  oraquanto  conii^^erem  doentos  ou  fo* 
ridos,  A  neutral idado  cessa  dosde  quís  as  ambnlannias  e  liox- 
pitaes  sejam  guardados  por  uma  torça  militar.  Todo  o  p<\^.^oal 
dasambiilanciutí  0  bõspitaes  gozado  beneficio  da  noutra  lidiído. 
Os  soldados  feridos  ou  doeníes  fjerào  recondiizitloa  para  áua 
pátria,  a^isim  como  m  que,  depoi»  do  tratamento  medico,  so 
verificar  quesáo  inoipazos  de  continuar  a  servir.  Os  que  sarm- 
rem  coinpietamoiito,  títmbora  pcdorão  s<vr  rocoiidiiKidos  para  o 
peupaiz,  sn  prostaroin  o  compromisso  do  FoabFitor  da  lucta.  A 
<;oaví>ncâo  exige  um  si^rnal  dislinctivo  uniforme  para  todos  os 
hospitaes  n  anibtil  an  tias,  uma  rru/,  ví>rrael  lia  sol  ire  iim  campo 
branco.  Era  l^Ú^  p  ^diibiu  se  o  uso  de  batas  e^íplosivas,  abriu- 
do-sp  uma  exft^prrio  para  :ls  arman  de  gro&so  oaliiu^^. 

rormubraui-so  regras  para  evitar  a  abordagem  no  mar* 

As  rolaç<'ieg  com  os  povoa  áo  K x tremo- i>n ente  tiveram 
iiotavel  inci^omento* 

O  prújftto  dt'  }>ft;  prrpetna  iiflo  SO  p<Mle  maH  dizer  um  sonho 
do  abbado  dfi  S;iint-Fjerre,  ou  a  conetípçào  do  um  idoõlú^'o 
como  o  philoH  »plío  de  KcBnigsburg,  depois  quo  prrr  iniciativa 
do  ciar  de  tudas  Kuí^sias  foi  convocado  o  sr'  reuniu  o  congroa  o 
de  llaya,  qtie,  !íe  nâo  priHÍii/ui  rttsultados  de^do  jd  aprociavois, 
iucontestavelmíuito  UeDOta  uma  «ova  ciUTcntj  do  idt^t>í  uai 
relações  ínlornaciouaog.  Nus  uliimns  .mu os  do  século  XIX 
muitos  conllictos  intorniicionaos  Ibram  provou  idos  poios  di- 
versos  ídoíos  admittidos  no  dir  'Íto  úim  irnntes  :  a  iutorvencS-o 
amistosa,  oa  bons  offlcius  do  «ima  põlrn^íln  íimiga  e  a  modioçrlo, 
nvi taram  miiitas  guorras. 

O  dir 'ito  intcrn:icíí»nal  privndd  tauto  «o  í^urir|UGr<Mi  d'i 
oiiras  doutrinarias  dti  184'*  om  doantfi,  fde  convGni.ôjH  inter- 
nacionaos  na  ultima  mota-k^  do  século,  qiio  ^  absolutamente 
impossivcd  enudonsap  em  um  quadro  wynoptico  os  piMj^ressoi 
quB  fez  este  ramo  da  sciencia  jtiridica-  sú  as  convenções  inter- 
nacionaes  que  Asser  o  lUvier  áonomíutira—primipacij  expostas 
muito  resumidamente,  tomariam  maior  ospaço  que  o  concedido 
a  esta  resenha.  A^  marcas  do  fd.brica  o  do  commorcif»,  a  assis- 
tência judiciaria,  a  f^xecuçâo  dos  julgados,  ^s  gucoossões,  os 
actos  do  osradoeiviU  aji  socioiiados  romm^rcinos  o  iniustríaeíi, 
as  questões  nílalivas  aos  silvados  di^  naufragio-í,  tudo  lõrn  sido 
rogti lamentado  por  raein  d*-*  canvençtlos  intornacinie!*.  O  Si/m- 
iemn  tie  fhrfliio  Rúmnnn  de  Savignv,  OS  Comrnâfifori^ít  sof^rr  a 
eònfliilo  dtia  htiít  d^»  Story ,  o  Tratado  tf  o  Direito  lf%tern'teionat 
Prí^ulú  de  Fo^íix,  os  fotmnefi tórios  Aohre  í»<  h^ímnúnlox  do  Di* 
reito  Internficiúnnl  de  Whoaton,  \mv  Lauronce,  os  Commetuariaã 
sofirv  as  Leis  I,iUvnac\ow[f^f  do  Pliilíimoro,  o  Diivifí»  Cií^il  íntet*' 
ntíciannl  do  (.aurent,  o  Direitn  ítt  Ur  nacional  Priú^do  do  Fíore» 
O  Traindii  .^obfê  fts  l^nn  iintt*rnnfÍQnties  Pritadts  de  Weâtlake, 
constityom  os  prlnaipaea  subsidioii  lofentlflcos  que  contribuíram 


530 


REVISTA   DO   IVSTTTtTTO    HISTÓRICO 


durante  osectilo  passado  para  a  formação  da  direito  interna 

et 00 ai  privado  como  scíencía  autónoma. 

A  despeito  de  todos  e^sos  oâforços,  as  opiaÍMes  cootínnarani 
divorg-entes  9obro  a  questào  pHmordtal  de  saber  se  a  lei  pessoal 
èi  a  da  Dacionnlidade,  ou  a  ilo  domicílio.  O  código  civil  Allemâo 
coosao-rou  o  prin*-ipio  da  n.icionaljdado,  que  <^  o  quo  so  ooq- 
forraa  com  as  id«?as  modernas. 

O  direito  romano  pisson  por  notáveis  modiâcações,  quaoto 
aoa  eiementos  di3  fístndu  e  ao  methodo  do  exposição.  As  JnsU- 
tiitas  de  Gaio.  de  que  apenas  so  conliecia  um  resumo,  incluído 
na  collôccão  daa  leis  romanas  loita  por  ordem  do  Alarioo  2*, 
foram  descobertas  por  Niebuhr  ora  Vorooa*  no  anno  de  1816.  Km 
182.':  descoluiu-^^e  a  coilecr-ão  de  fragmentos  de  jiiriscoosulloi 
edo  eon?ticuícòc3is  imperiaeSf  contieeida  boU  a  denominaçâj  do  — 
Vaticann  júris  rufnaui  fYtigmenta,  Km  1871  Joram  acliadas  na 
Andaluzia  dnas  tahoaa  de  bronze,  em  riue  se  continham  fra- 
gmentos conijiíieraveís  do  reguliimento  colonial,  le.c  coloni(e^  que 
César,  pouco  antes  de  raorror,  dou  á  culonia  denominada  'i- 
Geneíwa  JuHti.  Km  18íl  encantmnim  por  acaso  em  Malaca 
duas  taboas  de  bronze  com  o  regulamento  munícipat  que  o 
ímperatlor  Dioolt^iano,  notivel  peli  adrainisfraçào  que  or^a- 
nisou,  concedeu  á  cidade  federada  de  Málaga  o  k  cidade  dtí  Sal- 
pensa.  Muitos  outros  fiNigmentoá  do  direito  romano  áó  foram 
conhecidos  no  correr  do  secilo  XIX. 

A  constituição  politica  do  Roma  era  imperfultaraoníe  oj* 
nbecída.  Gra^^as  aos  trabalhos  colossaen  de  Mummsen  e  de  Mar- 
qoai^dt,  pode- se  boje  estudar  o  direito  publico  romano  tao  pro- 
rtindameote  como  se  estuda  o  da  Inglaterra.  Ni  Mtm^tal  das 
AHHguid"d€s  Romanas  depara- St*- nos  uma  exposição  minuciosa 
da  organisacâo  da  magistratnra  romana,  da~^  atiribuições  e 
emolumentos  dos  magistradoSi  du  peííioal  poato  sob  as  ortlena 
do^  magistrados,  d  is  insi^uiai  e  henra^  desses  luncdouario.^^, 
da  sua  representação  e  responsabilidade,  da  i*ealeza,  dograode 
pontífice,  do  consulado,  da  díctadura,  do  mftgisier  equilum^áo 
triiumftTo,  da  pretura,  dog  governadores  de  províncias,  dos  tri- 
bunos do  povo,  dos  censores,  dos  edis,  da  qnestura,  dos  presi- 
dentes  de  jurys,  dos  magistrados  extraordinários,  dos  magi^- 
trados  í\tiiiljares,  dos  poderes  constituído'*  e%traord!ni\riOf<,  do 
principado,  do  patrianíado,  dos  cHcnte^^  da  plebe,  do  estado  pa- 
trício —  plebeu,  dj3ft  impostos,  do  serviço  uiilitar,  da  com  po- 
tencia e  funccíonamento  da  asaemblfti  do  povo,  do  direito  de 
cidade,  da  ordem  senatorial,  do  regimen  municipal,  de  iodas  as 
instituições  do  direito  publico  romano. 

A  escola  liistorica,  que,  teudo  como  vexillaries  no  ultimo 
século  Xiebulir  e  Sivií?ny,  dominou  por  largo  tempo,  muito  já, 
havia  feito  progredir  os  ostudi>3  de  direito  romano.  No  começo 
do  século  deu  se  um  reflorescimento  dessa  disciplina,  ainda 
mais  pujant*^  do  que  o  movimento  fio  século  XV1«  qnasi  sus* 
peuí?o  no  século  XVII,  e  capeciamente  no  século  XVIII.  iJepois 
qu<*  mais  tardo  Savigny  publicou  o  seu  Sífstêfnn  tie  Direito 
Romano,  o  metbodo  syntheUco  foi  geralmente  adoptado  para  a 


o    DIRKITU    NO   SÉCULO  XIX 


i3i 


erpuaiçáo  das  leiu  romEoas  nas  ubraa  didácticas,  ^ô  oa  grandes 
commeotadortíJí  dos  pandcctas  continuaratn  com  o  metbodo 
aaal>  tíc(.s  ista  é,  com  os  conimonUrios,  quo  aao  doáenvolví- 
menio^  das  íjlosa^í.  I^irtcncom  ao  aectilo  XIX  nomes  de  iti ma- 
niatas comt>  eutofl  :  íduí»l£,  PuchU»  Hasse,  Vau;3:eru\vd,  Cramer, 
Guscben,  Windsclmid,  Muhloobrucl»,  Wariikuenig»  Ihering»  e 
Untos  outros. 

I.)  direi ío  roíiiauo  no  socula  XIX  deixou  de  ser  a  loi  vi- 
^oulõ  (lei  principal  e  nàe  subsidiaria i  noa  últimos  paizes  quo 
ainda  o  appliaavam,  ialo  é,  deixou  de  aur  uma  parto  do  direi Iq 
commum  ijermtmicK  Sò  su  íjsLuiJa  o  direito  romiiio  actual- 
mcnia  como  loíJÍsia(,áo  ^subsidiaria»  ou  por  iuterea^o  tícienf.ilico. 
Mas.  umica  osse  direito  fui  lido  am  míãor  ostima  fKJlos  ciil- 
torts  da  jurisprudência  do  que  no  seeulo  XIX.  tlstu  pondo,  ma- 
raviiboso  senso  jurídico  o  desse  povo  que,  ba  cerca  de  dois  mil 
aunos,  organisou  um  corpo  do  loís  qyo  a  ia  da  hoje  oHerece  as 
niaítí  salisiv^,  as  mai8  jualas  solui^uea  |iara  tini  scitI  numero  de 
dililcultoso^,  át)  intrtacados,  do  particularússimoia  litígios  da 
complicada  vida  modoruii ! 

\  luôtoria  exteroa  geral  do  diroito,  para  no8  servimoí?  da 
pbrasc  de  Rousííol,  ainda  aguarda  o  .sou  Buáiiuet.  Escrevcram-ae 
iinicamonte  aljirtimaá  hiatorias  oapueiaos,  «lu  locaes»  como  a 
oxccllonto  Historia  do  DircU*)  c  d"S  Lfstituií;õtís  l*oÍiiicas,  Cieis  c 
Jndiciarias,  da  Inglaterra,  por  Glasáou,  os  Estudos  sobre  a  his- 
loria  di>s  instituições  jrrimitivas  do  SufQUior  MaíDe,  a  do  direito 
Irancoz  do  LaforritTi!,  o  mau  uai  do  historia  do  mesmo  di- 
reito  do  Poiíjrnet,  a  historia  do  direito  italiano  de  Salviolí,  a  do 
^,'ovGrno  e  le^^islaçao  do  Portuí^ral  por  Coelho  da  Rocha,  a  ma- 
Kuiíica  Hisiút'1*'  flx  Adminish'ai:<''o  Pufdica  cm  Poriuyal  por 
Garua  Barros,  os  estudos  de  historia  do  direito  do  vários 
paÍ2'.'S  por  DareãU',  a  historia  das  fórmari  primitivas  da  pro- 
priedade por  Laveleyc, 

A  pbilosopiíia  do  direito  pasâou  pela  mais  prodinda  revo- 
luçao»  para  não  dizermos  <|ue  â3  constituiu  na  altiraa  metade 
do  século  XIX.  Renovou-so  c  impletamente  o  motiiodo  appli- 
cado  ao  estudo  desta  dotítrina.  n  que  se  denominava  philoso- 
phia  do  direito,  ou  direito  natural  (expressões  até  ha  pouco 
usadas  indistinciamonto),  era  um  conjuncto  do  ]irincip'os  que  se 
afUrmavam  revelados  de  um  modo  sobrenatural,  ou  dados  pola 
ixívelação  Uitural  da  razno,  reputida  uma  faculdade  mera- 
mente transmissora  das  idéas  uuiveraacs  o  absolutas,  ura  poder 
intuitivo,  comparável  â  percepção  externa  —  pela  qual  adqui- 
rimos o  conhecimento  dos  pheíiomenos  que  se  passam  fora  do 
eu,  Admi t lidos  os  p ri nci pios  religiosos^  os  corollarios  deduzidos 
constituíam  as  regras  de  direito,  e  desse  moio  se  formava  uma 
theoria  sem  neahuio  caracter  scienfltico.  uma  iloutrina  que  se 
apresentava  como  ge  fora  uma  sciencia,  mus  cuja  base  era  a 
revelação  sobrenatural,  um  ponto  do  1*3,  uma  afflrmacào  theo- 
loííica.  Acceitu»  00  princípios  subjectivus  do  racionaUsmo,  as 
ídéas  absolutas  do  mothodo  aprioristico,  deduziam-se  as  alhr- 
mações  virtualmente  contidas  em  taes  priíieipiost  e  desse  modo 


532 


RRVISIA    l>i>    rN^^TITUTO   THSTORim 


36  furmava  uma  tliooria  cuja  bascc?rft  nm  rin1ím»'nfnr  c  Impt^r* 
finito  conliccimertto  da  pgychica  humana.  Assim,  a  i  - 

direito  nâo  era  uma  íjouirina  sciontiQca,  Assertoou 
do  cronçus  religiosas,  ou  idéa^  a  priori,  não  miniiitriiui  íuoda- 
mcQU>  para  a  furm^vâo  do  iima  acioucia. 

A  applicação  do  niLHliodo  pusilivo  (o  i    '  "        m: 

dispòe    a  intoMigoDcia  humana   para  a 
scionlifleas)  ao  estudo  ílos  phonomcous  sonn-.-  iim: 
pro!uDd;i.  (]\m  havi.t  enti*©  a  moral,  u  direito,   e  i 
idioas  <iue  SC  occupavam  com  os  factos  *'"  "»  ■■■ 
as  scieucias  cuja  oQjoctivo  ú  u  cslQdo  d^s  * 

pUy&ico,  inor^Tinico  ou  orgânico,  Itivi>8U;.  ... 
factus  juridicus,  etliicus.  políticos,  ccononjicos,   on 
pelouuismo  methodo  Io^tíí^o  por  qiio  so  estiidani  o  ,    ^.  - 

s\c%,  (la  cbimicat  ou  da  biologia. 

Toda  douUina  que  actualmeutB  pretendo  roT<»7?t,fr-£n  ^p  «m 
oiiracter  8vi<ín  ti  fico,  precisa  tor  como    biso  a  o' 
ftiotos,  quQ  é  o  aliuorcô  comiunin  para  a»  índucç^^^ 
«cienciíiíJ. 

A  ul)serv3çãa,  directa  e  hi«toricai  mostra-nns  i]ti«  n  vMa 
social  é  uma  injunoç<io  da  natnrezi  úq  certos  ji 
(juaoB  ostíVo  liomora  :  é  um  facto  geral,  con 
ii^to  é,  uma  lei,    A  observação»  din^cta  o   hi 
ooíloctivo  mo8tra-no8  que  :i  UííL-eraiaçáa  i5  ínii 
certa  rostricí;ão  da  actividade  doa  int-  '  '  ■ 

Kssa  restricçáo  do  ae  ti  vidado»  oín 
;írei,  impõo-se  Tatalmonte  ás  pr^^p'  t ' 
as  das  formÍLr:is,  das  abelhas,  d^ 
seres  dotndus  do  uma  or^^anizar:» 
superior,  cuja  intelliiíôncía  se  rir 
d  adc  H  mais  *^e  r  a^  i  s ,  d  tis  ge  n  o  r  1 1  í 
tade  obedece  a  uma  rique 
sídade  da  rostrici.fio  das  a 
todo  lt:va  ualuialmento  A  lunrm 
dos   í:omuiaodoí<  impostos  ^  aoi, 
applicação  de  uma  verdade  gorai  :  •  .  •  i 

84nencia  com  nm  fim  utíl  ;  procuram^'  

numoDos  para  poderinoíí  prever;  c  < 
a  nossa  comlucta,  evtt;iudo  o  qao  &  i 
humano»  e  ^ujeilan'        - 

A8  jiornia^  jui 
—  sob  a  furm  '     ' 
scieti titicas,  o 
gciencia  é  di- 
rias,   entro  vr  e 
coDsequeneias  *Tr  ^ 
dencía  para  o  i 
que  nos   imitou    . 
vagão  e  o  de^eavoH 

Báse  foi  tsempre.y 
eeitos  da  moral  e  do  ^^^H  ^^^P^*  '4 mu  till^i 


o  TííBIllTO   \*0   SECirf,0   XtX 


f>33 


f«n'mi-l<í  m ijiOametitoa  roligtoaos,  er»  subjoctiviíínio  aproaouu* 
ra  como  corollarios  ik\  princípios  íutlômonatraTtiU. 

Foi  |á  na  u  11  ima  niotade  do  se  cu  lo  pa.Hsado  quo  philosoptioa 
como  8liiftrt-MilU  ^peiícor,  Schallle,  arrlinados  ao  metltoilo 
scicritHico  applicado  por  Comtn  ao  estudo  de  torJus  aa  gciencíAS, 
inclusivo  as  sociaes,  <?  jurisconsultos  cmno  Cario,  DW^^uaanu, 
Cuglioio,  Mlra^'li:i  »i  tjnt4jâ  o  tantos  otitroa,  er^íucram  a  plillasa- 
phí.i  do  ílireito»  !>lo  »\  a  doutrina  qm?  investiga  ob  princípios 
rundamcntaos  do  diroito,  á  digntdado  do  aeitíiicia. 


O  Sôcula  XVIII  leguíi  ao  século  XIX  a  prcoccupaçno  da  Irbc^r- 
ilado  puHticv,  qno  doranto  lungo  tcíinpo  foi  objecto  ôa,  rjuestão 
jurídica  msiis  empol^Mnto,  mais  incandesconte. 

O  secuío  XIX  nao  expirou  sem  formular,  itara  sor  tíolvidy 
pidó  século  XX,  utn  problema  do  ordem  jurídica. 

fota  éo  mais  formidável  do  quantos  jamaisi  se  agitiram  no 
dominiii  do  diroito» 

A  organifiação  Rctnal  da  propriôdado,  resultado  do  oraa 
lODta  evolução  de  muitos  séculos",  porquanto  acciíradaa  investi- 
gaçí5€a  híátorícas  o  se«:ura9  mducçoiís  nos  mostrara  que  noa 
t jnipoa  iirimitivos.  a^sim  como  ainda  hoje  entre  aa  agremiações 
bumanaã  rudimentiires,  dominava  a  propriedade  collcctiva  da 
terra,  tem  sido  iiidoinente  combatida  peloa  sectariog  de  novos 
idéaos  ergonómico -jurídicos. 

O  socialismo»  nome  coramum  a  todas  úm  theorias  que  subor- 
diaani  mais  ou  menos  complotamonte  o  individuo  ao  Kstado,  e 
realríoífem  maia  ou  manoa  a  propriedade  individual  em  bene- 
ílcio  da  proprioilade  collectiva,  preconisá  a  necesaídado  de  corri- 
gir as  dosogualdadea  soei  les. 

Nao  se  confundem  os  -ocialiídl-aí?  eotu  os  anarcliiata^r  Eatea 
querem  que  a  humaiiiilado  re^roáso  lo  c.^ta  fo  fttftuml,  ideado 
pelo  empirisnro  roveUicionario  do  Juao  Jacques  Ronsfiíau.  Não 
prel^ndem  Hõmente  a  abolição  da  propriedade  índiviílnal»  tal 
como  ^e  Rciía  coiisliloida.  Vílo  alem,  o  inspiram  a  um  i*evira- 
mento  completo  da  vida  Iminana,  cm  que  so  extingam  todas  hs 
Ttia^iíilratura^^,  toioâoá  vincutog  di?  direito,  todos  oá  inatrumen- 
to>í  do  policia  social,  &  uma  existência,  cm  aumma,  mo7*v  fera* 
rum.  l*ara  realiííirauiopia  anarcliista,  que  it  um  idyl lio  todo 
teí'ido  de  optiíviíMiio,  di?  caridade,  do  airoirõeíi  o  d«  henevolnocia 
mil  Lua,  n>ra  iiii.ii«jr  deatroir  a  íiuciedadc  v*ctual  pela  eíjpoltuyao  o 
pídu  aííiiasM ítalo.  A  cruel  pliauUâHUi  iiiiarchida  ;ipr«  ,t'oíi  como  a 
lòrmasuprama  da  jiiòtiv^  o  anriiquilamerit.0  d»  ^  tiitaaçáo 

que  se  eítcrtuou  iiiiceaianaiueuto.   fiudínuntt%  o   irape^ 

rio  de.  forras  naturaos  incoercivci»,  ^ómoiite  tei  1 1  iiubMvol  n  rea- 
liai¥;;ifí  desiia  veHoidiifle  aulÍ-»'ientiHLM,  se  ou  liumeuíí  fossem 
dulados  de  lodaâa^  viriude^,  cuja  eumpl^^f*  1  ■■  -  "de- 
para exactamente  uauueltõi.  que,  ^em  o  i  uti- 

meutod'*  piodale  ou  ae  probidado,  acarte,..  „     ^.„ >.>uhõ 

negro  de  tudo  piirifloar  p^la  chamrna  dos  inccndíoá  ♦. 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


O  iiiiai*cbisma  nãa  é  uma  ibooria  discuti vul  om  face  d^ttl 
8C  mo  cias  que  estudam  o  bumom  u  a  s<j('iodiuic  E*  aponiis  uma 
incitação  aocrima. 

Nú  5i3]itido  lato  dii  GipresâãOi  o  aociulismo  compreliemlo  u 
coaimuolsmo,  l>  culkctivismo  a  o  tíocialismu  propriamcuLe  dito. 

Pretendo  u  comuauiuamoqiio  uao  uxiata  o  direito  du  propriu* 
dado  aiiigular  :  toáa^"í  as  GoiãnB  saij  jiropriedttdo  caminUDi  do 
Uidm  os  liomeos.  A*  auctoridado  publica,  ao  liaíado,  cuiupi^ 
rOi^rtlr  com  egtialdíido  o  uso  e  í^^quo  doá  boas  cujn.  prupriedade  ià 
toaus  porloaco»  Em  quo  consisto  essa  distribuição  egualltaria  f 
Aqui  aurgo  a  diverge UCÍ.V  (.«ntre  os  sortario^í  da  ihõoria,  o  pr^j- 
funda,  ífTcd  lio  ti  vel.  Qtiareiu  al^xuns  quo  se  distribua  a  riqu»  z.* 
dt)  cíUt^umo  coíu  e^fualdado  absoluta,  abjtração  feita  das  dOiíus- 
fiidadua  t^  doa  meneei lutin tos  do  cada  uru.  Adoptam  ouiruá  u 
Icmuift  :  (*  Cifíín  ani  òeffttndo  sutts  jiCtc^y$idadvs ,  Final iiieuto,  nao 
í.iluni  ooiijmiini^sta-í  qun  almojcui  .i  reparu<íà*>  da  riqueza  do 
conaumu  scijuudo  a  capacidadu  producUva  do  cada  iudivlduo. 

U  com  munis  mo  ogu;iiitai'io»  distribuindo  quiuliòua  idoutvooH 
aus  dilí^íoiites  u  aos  dusidioiíos,  cuiiaat;raria  a  maior  das  injusti* 
gaSi  í2  i.íâtaDCdria  taJos  us  LQccjitivuí»  da  produc^/ao  oconomica  ; 
pois»  dado.^  os  actuaes  caractorcá  pjychicos  do  homem,  6  a  maia 
v.ip<n"OiJ.L  utopia  protcudor  quo  gIIíj  traballiL^  iiiii)ellido  >»óniento 
por  motivoá  aUruÍ::iticoií,  sociaea  ou  UamauiUrioii. 

A  diHtril>ui(;ão  das  riquozasdtí  consumo  so^uudo  a 
dados  d«>  cada  um,  alôm  dos  gravoit  incunvcniftoti^s  ai 
croaria   um  numeroso  oxeixjito  de  (uiicci  ^ 

carreando  a  iiberdiide  u  sáob  um   rugiiuou  i 

por  miafi'^0  averi^^ár  i:-^  —    ».•!..    i^ 
cada  família.  l't5lo  pri 

da  riqueza  du  consumo  quo  aoí  forto,  activo»,  int«3li 
profiuctoroa, 

Stí  praticasseuioa  u 
duotiva  de  cad.i  in  I" 
toriaU  maia  ve 
mos  adoâegUL! 
diversidade  d» 

Quer  o  cij 
em  duiiâ  partos, 


r 


n   DIREITO   NO   SÉCULO  XIX 


535 


veis,  m&s  as  próprias  coiãaa  movôis  que  formam  a  riquâza  repro- 
duetora;  passam  ao  dominio  do  Estado.  Organiaam-so  coopera- 
tivas para  a  exploração  de  todos  o»  raraos  do  trabalho  ;  e,  visto 
que  »e  oão  retira  do  producto  a  renda  da  terra,  Dom  o  premio 
éo  capitalista,  oem  o  lucro  do  emprezario.  oá  operários  perce- 
bem  um  ealario  equivalente  ao  producto  pleno  do  seu  trabaibo. 
Não  BB  excluo  o  interõsso  priviido;  o  individuo  podo  accumular. 
Verdade  é  que  ha  um  limite  rigoroso  a  asaa  accumulação»  poiá 
qvLv  todo  ii  capital  porteDOt.^  au  Estado,  o  só  as  riquezas  de  con- 
sumo podem  ser  accurauladas  pelos  iadividuoá.  Nâo  se  supprime 
a  herança»  que  fica  reduzida  áj  riquezas  do  coosurao,  as  ynicas 
sobre  as  quaes  pôde  incidir  o  direito  de  propriedade  sing^u lar. 

O  collectivisiuo,  parcial  ou  integral,  não  viria  de  modo 
ooobum  implantar  entre  03  homens  o  pleno  dorainio  da  justiça  e 
a  sonhada  egualdade.  Em  primeiro  logar,  dada  a  variedade  dos 
climaH  e  da  fertilidade  das  terras,  aeri  sempre  impossivel  fazer 
uma  distribuição  egualítaria  do  solo  enti^e  as  a^a-emiações  huma- 
nas. A  desegualdado  latalmonto  bubaistiria  ontre  nações»  Esta- 
dos ou  ooramunas  diversas.  Como  m  cultivariam  as  terratt  ?  Por 
rontractoís  de  emphytouse,  ou  de  arrendamento  t  Surgiriam  for- 
çosamente novos  (actores  de  desegualdade  económica.  Por  meb* 
do  operários  eoniractados  pelo  Estado  í  O  extraordinário  augmen- 
t^  do  funccionalismo  cercoaria  a  liberdade  iudividual  e  a  ioiie- 
peudeucia  politica  do  cidadão.  Se  admittlmos  a  lierança,  temus 
uma  fonte  permanente  de  desefuatda4les  e  injustiça^.  80  aboli- 
mos a  herança,  desap parece  um  dos  melhores,  dos  mais  efllca- 
ses  estímulos  da  producçao  o  do  progresao,  porquanto,  dada  a 
impossibilidade  jaridica  de  transiuiUir  os  bona  por  e!?^e  modo,  o 
homem  nao  despendera  a  mesma  actividade  pliysica  e  intelle- 
ctual  que  hoje.  Se  permittimoa  a  accnmulaçào  das  riqnozns  de 
consumo,  appareee  a  prupriedado  individuil  com  as  dosegualda- 
díís  que  lhe  sâo  inhe rentes.  Se  vedamos  eam  accuraulação,  temos 
o  communismo  com  todos  os  sons  inconvenientes. 

O  socialismo  propriamente  dito  não  alimenta  a  aspiração 
eommunista  de  fa^er  do  todas  as  coisas  propriedade  comranra  do 
todos  08  homons,  nem  pretende  abolir  a  propriedade  privada 
sobre  o  capital,  ou  riqueza  da  roproducção.  Sem  extin^íuir  a 
propriedade  individual,  quer  attenuar  quanto  possível  as  des- 
egualdades  economic&s  ora  existentes.  Para  conse^íulr  esse  resul- 
tado, invoca  a  acção  do  Estado,  cuja  intervenção  os  adeptos  do 
todas  as  theorias  socialistas  reputam  indispensável, 

Eis  aqoi  algumas  das  princii>aea  idóaa  do  progrâmma  socia- 
lista: a  regulamentação  do  salário  ;  a  diminuição  o  íliaçio  dss 
boras  de  trabalho  ;  a  fundação  do  sociedades  cooperativas  esti- 
pendiadas ou  auiiiiadus  pulo  Estado  ;  a  .supjue^síía  j  do  trabalho 
das  creanças  e  mulheres  cas  ida^-j  ;  ;i  creação  das  corporações  de 
artes  o  olfleios ;  o  estabelecimento  do  eaixasí  de  ítoccorros  para  os 
Eivalidos  do  trabalho,  e  para  a^  viuvas  e  orphans  de  operários  ; 
Klucaçao  pelo  Estado  doa  filhos  de  oporarios  ;  um  imposto  pro- 

sivo^  ou  de  qualquer  modo   pezado,    sobre  a  herança  eo 


8158  —  35 


TgMH    LXVltl    P.H 


536 


REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


Muitas  das  a^piraçoofl  daâ  yarias  escolas  do  socialismo  pro- 
priamente ílito  hão  do  l^e^  fatalmeiíto  «'oncrotísadíis  em  leis.  Nào 
ha  um  só  liomem  «1o  curarão  bem  ft>rmado,  quo  í^o  não  sinta  con- 
fiaogido  ao  euntcmplar  t>  doloro.so  quadro  ulTerocido  pelas  bocío- 
dadoa  actuacs  com  a  sua  moral  mercantil  o  €g:oistica.  O  socia- 
lismo ha  do  ti  iumphar  parcialmente.  O  seu  triuiDpho  6  infhiUi* 
vid,  necnsísurio. 

A  ;^raDdodiflicnIdado  do  problema  csU  em  do  tal  arte  cun- 
ciliíir  (s  pritioipios  da  egualdadu  e  da  justiça  coiu  o  da  utilída<le, 
que,  mitigadas  os  luales  económicos  do  prolt Cariado,  s«  nào  ííap- 
primam  os  eatimulos  opoisticob  da  produci.ão,  o  que  seria  suppri- 
uiir  t>  progn^sso  áíi  espécie  hiunaiia,  puid  não  ha  desenvolvi* 
ínclito  intollcctual  e  moral  sem  eerta«  condições  da  bcm-e^tar 
maUTial, 

Ks5a  \ae  ser  a  fírando,  a  cnljbbal  tarefa  do  soeulu  XX. 

«  O  inundo  iutetro  ost4  ;itlenlo  ao  i\uo  so  vae  passar,  (rpreaa 
dí^  uma  a,!4Ítaçâo  iuimensa»  e  pergunta  *'oin  an;^uslia  qual  será  a 
soluç.iodo  mais  temeroso  profcleraa  quo  j;ÍmaiâBe  formulou.^ 


O  estudo  retrospectivo  da  evolução  jurídica  do  século  XIX. 
£Ó  deve  infundir-nus  n lentos  e  esperanças.  Nào  ob.^tanie  os  seus 
erros  o  os  seus  cniues»  nunca,  em  periudu  ncnhimi  da  historia, 
os  homens  fíoxaram  do  mais  liberdadi'  politica  e  civil ;  nunca  a 
porsonali liado  humana  foi  maia  respeitada  ;  rjanc:i  os  diroifcoí 
em  jL^er:M  foram  menos  violados;  nrmca  as  guerras  foram  maiff 
espaçadas ;  ounca  as  tuctas  entro  os  fudividuos  e  entro  as  nav6oa 
tiveram  um  caracter  menos  selvagiím, 

Í)U«  P£t>ao  14£&;a. 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905 


l»  SBSSÂO  ORDINÁRIA  EM  10  DB  MAli(;o  DE  19fJ5 

Pr^iidewta  dQ  Si\  Comielheiro  ti,  H.  itc   [r/mno  e  Castro 

A'»  ií  horas  da  tarde,  preseutca  oaSrs.  Conselheiro  Aqiiiúo 
e  CtíHtro»  Manju»^/  ilo  P;irau}i;.Mí,Í,  Comrnt?ridudf>f  Heiiri<iue  Raf- 
íUrd.  Dogorabaríí^wior  Sunza  PiUníÇ^i,  Cnrisi-lhoiru  Caíidido  de 
Oliveira,  hr.  \.  do  t^aiila  Freitas,  Koclui  Pombo,  Aribur  Oiii- 
marães»  Kdnardo  Maríjiio  Peixoto  e  Max  Floitiss,  2**  sccreUrio, 
abrese  a  sessíío. 

O  Sr,  Meííisí»,  2°  secretario,  lê  a  acta  da  18*  e  ultima  . ses- 
são ordinária  do  anno  passado,  a  qual  ô  approvada, 

O  Sr.  Presidente  commuoiea  nos  ge^niintes  tormos  ao  Insti- 
tuto o  f^Ileci monto  dos  euiisocijs  Srs.  Dr.  Jos(?  Saldanha  do 
Gama  o  Commendador  Oliveira  Gatmniby  :  ^Encetumos  hoje  'ás 
nossos  trabalhos  literários  sob  a  dolorosa  ira  pressão  que  nos 
deira  a  lamentável  porda  ae  dons  di;:nos  consócios  —  oâ  Srs. 
DP»  Jo^é  Saldanha  da  ' iãraa  g  Cornmoniador  Jo^é  Antunes  Ro- 
driíTuôs  de  Ollvoira  Catraraby,  ultiraamonte  falleeidos  nesta 
Capital. 

Recoramendavam-se  ambos  ú,  nossa  consideração  o  apreço 
pelas  suas  qual idados  pessoaês.  ser viç?a  dcan.-a  publica,  amor 
tjts  letí.  'ialoiente  ú.  nosga  Associação,  q  ti  o  tanto  os  pre- 

zava n  t  por  èlles  distíOiíiiida.  <»   elevado  merecimento 

dv  '  companheiros  ill  tis  três.  pelo  caractoro  pola  iu- 

tr  I  devidainooto  apreeiado  no  ologio  biogiupijico 

quii    Jii  L   N4'    L>  Iri^titul.o  realiza. 

Hqjo,  em  nuriprimnuto  do  rigoroso  rlever,  limitam  o -nos  á 
expresâãn  <!'-  ,,.,.., .^  f<jrdt'ae^  seotimontos,  f  izeodo  insorir  na 
íicta  da  pr  sno  niii  voto  de  prtífondo   pezar  por  ião  de- 

plora vel  i'  rito.  • 

O  Sr.  liilor  Henrique   [taffard,  1"   so(srõtar:o,  lè  o 

riiiiih^    ,  mí:    ollloio     do    Sr.     Joaquim    Carneiro    de 

|!  ia,  de  15  de  dtízembrj  de  1904.   comraunicando  a 

para  o  cargo  de  Director  Geral  dosCorreios.— In- 
lece-so. 

» <1tih  ifp  KnpTí^nha"!?!,  de  16  de  fevereiro,  commti- 
'  lado  o  agradece  «íe, 

ita  Cath\rinae  do  Secre- 
lalu,  a<:  "^í:;  de  dt^zombro  de  lí«)4,  com- 
ao  oílíeio  do  lustitnto,   de  16  de  agosto 


538 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


altimo,  que  foram  sipedldas  as  necessárias  ordeoá  para  sor  ea^ 
tregae  á  redac^^áo  do  Jomal  do  Comm^jrcio  a  quantia  de  um 
coalo  de  réis,  pira  auiiiio  da  obra  ornamental  a  executar  ee  na 
igr^a  dê  N.  Senlkora  da  Graça «  em  Saa tarem»  onde  repousam  of 
fostoâ  mortaes  do  Pedro  Alvares  CabraL  —  Muito  se  agradece 
o  doDativo. 

—  Da  íSocieté  Koyal  do  Geogriiphío  d^Anvcrs,  do  15  de  do- 
zerabro  de  I9m4,  pedindo  a  remessa  da  Remsta  do  Instituto  ílís* 
to  rico  —  A'  Secretaria  para  providenciar, 

—  Carta  do  Dr.  Alberto  Conrado»  Cansuí  do  Brazii  no 
Porto,  de  26  de  novembro  do  IÍK)4,  remet  tendo  o  l'^  tomo  da 
obra  intitulada  O  Commerciae  a  Naioegaç^o  na  Historia  —  Muito 
ue  agradece- 

n  Sr.  Presidente  justifica  a  auiiencía  do  Sr.  Conscllieíra 
Manoel  Francisco  Coriv^a,  1"  Vice-PrcjBidente,  e  ié  a  seguinte» 
carta  que  llio  ibi  dirluida  pelo  Sr.  Barão  Homem  de  MeUo» 
3'  Vicc-Presidente:  <*  Teolio  a  honra  de  participar  a  V.  Kx, 
íjuo  six**  1^0  dia  Ti  do  corrunte  raox»  a  bordo  do  /i'»«  Aamionas^ 
para  «»ii  bantos  Logareíí. 

Fazendo  esta  communieavão,  rugo  a  V.  Ex.  «juo  se  df;icn< 
turnal-a  presouttí  aos  nos»rjs  consócios  do  lujítitut.o  Hisforiou,  sk*ji 
q uaos  d i r i jo  m i n I » aji  re.spo i tosas  sa u d iiço» vs  v  d eeped i das »  p^n id t> 
tíRmpiia  ao  ^ervií^o  do  Instituto  oa  inous  esror<;o8  e  dedicação  onde 
fjuer  que  mt3  aclio.» 

O  Sr.  Gotnmaidador  Kalíard,  t '  secxtjiario,  h*  as  oITeciitik 
d6:»tacando  entro  estas  a^  íoLtas  pelos  consócio j  Dr.  Maoool 
Barata»  da  Vida  de  iloines  Freire  df  Àndradat  eni  dous  volumes 
(17;?1),  de  um  retrato  emoldurado  do  .loaé  lin  Araiijo  Roeo, 
1^  presidente  da  rrovinela  do  Para  (17y:MB:J3)  c  do  trabalbo  da 
lavra  do  me.^imo  consócio  —  A  Jonuida  de  Frafwisco  Caldeira  de 
CaiitUú  Bmn€*^ ;  e  ado  consócio  Dr.  Antunio  de  Toledo  Piza^  do 
Annuariò  Estaiislico  d<i  S.  Paulo, 

O  Sr.  Floiuss,  2"  secretario,  oíTeroce  uma  aquai^ella  íbita 
pelo  aeu  doaio  pae  Henrique  Fleiu^s,  repreaeotando  uma  .ses- 
são imperial  em  1859,  trabalboestedeâK^riptono  penúltimo  ou* 
mero  da  Re¥iaseença  pelo  notso  emérito  bibliotbeoario— Dr.  .loié 
Vieira  Fazenda. 

O  Sr,  Raffard,  |«  secretario,  lè  aa  sõgaintea  propostas: 
€  Propomos,  do  conforroidad©  com  os  F>statutos.  para  aocio 
honorário  do  Institnto,  o  Sr,  Dr.  .loscí  -íoaqnim  Seabra,  Ministro 
do  Interior,  om  attenção  aos  lions  sf*rvir'08  qiio  tenn  prailado  ah 
Instituto,  sala  das  MosaSes,  |o  de  mar^o  ilo  rJOõ.  —  O.  //, 
d*Áq*nno  e  Vtistra^  M^irt^wz  d**  Pnrãnn^uã^  Utfnrigu*'  Haffat^^ 
A.  F-  de  Souãa  PHanfja^  A,  d*'  Paula  Freiius,  Etluardo  Mar* 
fjucs  Peixoto,  RocJiit  Pombo,  M,  Fieimi.*—X'  Commí^ào  do  imÍ- 
missão  desocioíí.  Relator  o  ih',  lV\u]aFrottã±^. 

€Dd  eontormidaie  com  o  .^  r  do  art.  :0  dos  Estaiuios,  e 
reconhecendo  o  valioso  serviço  preatado  ao  Instituto  peio  Sr.  Dr, 
Joe^  Leopoldo  de  Bulbões  Jardim.  Ministro  da  Paseoda,  que 
detorniiQou  a  relmpr^^saão,  nas  odiei  nas  da  Impransa  Nactonal. 
dos  volumes  ivsgotados  da  R^vi^ki  Tri mensal,   o  que  consta  da 


ACTAS   daí;  SESSOE8  Wi    lí)05 


530 


ordem  n,  88,  do  l:í  do  dezembro  p.  p.,  publicada  no  Diária 
Official  de  13  da  meaino  mez,  propomos  ãeja  o  mesmo  seohor 
admíttido  como  sócio  honorário  do  Ijistltuto.  Sala  daa  sossoeg, 
10  de  março  de  1905.  —  O.  Jí.  d* Aquino  e  Casiro,  Marquez  de 
Paraná fjud,  Henrique  Rfiffard,  Max  Fleinss,  A.  F.  ffe  Sousa 
Piíanga,  Àrihur  Guimarães^  Eduardo  Marques  Peiroto^  Rocha 
/Viw//f>.>— A'  Commi>?são  de  admisaão  de  sociofl.  Relator  o  f>r. 
Píiiila  Froitas. 

*  Propomos  para  sócio  corn^spoodente  úo  Instilíilo  Histó- 
rico e  Geographico  Brezileíro  o  Dr.  Alfredo  Ferreira  de  Carva- 
lho, natural  d©  Pernambui^o,  com  35  annoa  de  idade,  enge- 
nhe iro  cívilf  autor,  entre  outras,  das  seguintes  obras:  Diário  de 
um  toklado  da  companhin  das  hidins  Occideniaes  ítraducçâo  e 
notas),  Olinda  conquistada  (traduoçao  do  hollaedez),  A  im- 
prensa Bahiana  e  Jornaeí^  Pernambucanos^  O  Dr,  Alfrodo  Fer- 
reira de  Carvalho  tem>  além  doB  referidos  livros,  publicado, 
em  revistas  e  jornaea,  importantes  e  numero^ai  mono^rapliias, 
abrangendo  estudos  de  historia  pernambucana,  critica  literá- 
ria, biOíírapMas  de  Itraziltiros  celebreis,  etc,  eé  o  !'■•  Secre- 
tario do  Instituto  Archeologí CO  Pernambucano,  Rio  de  Janeiro, 
10  demarco  de  190ri,  —  Affúnio  íWío,  Henrique  Ràffard,  Max 
Fleiuss^  Rot^ht  Poíiiha^  Arthur  Gmmitníe^^t  Ed-uardo  Marques 
Peii^otú.^  —  A'  Com  missão  do  Historia.  R«^Íator  o  Dr,  Ijeite 
Velho. 

<  Propomos  para  sócio  do  loitituto  Histórico  e  Geographico 
Brazileirõ.  nos  termos  dos  K<^  ta  tu  tos,  o  Sr.  Dr.  Luiz  Gonzaga 
da  Silva  Ijeiíie,  natural  de  S.  Paulo,  advogado  e  autor  da  obra 
cm  cinco  Yoluraes,  intitulada—Oenefí/o^ía  PeuUsiana.  Saladas 
.^ss^es,  10  de  março  de  190.1.— //enrí^wí  Rúffard,  Rocha  Pombo^ 
Max'  Fimm.'í,  Ar  ih  tf  r  Guimarães^  Edttardo  Marques  Peixoio  ^^^k" 
Commísião  de  Historia*  llelator  o  Sr,  Coniellieiro  Cândido  de 
Oliveira. 

^  Propomos  para  sócio  correspondente  do  Instituto  Histó- 
rico o  Geoí^i-aphico  Brazileiro  o  Sr.  Ur.  Diogo  de  Vaaconcellos, 
natural  de  Minas  Geraes,  advogado,  autor  da  Historia  Antiga 
de  Minas  (ier^ías,  de  que  oITerocc*  um  exemplar  ao  instituto. 
Sala  das  se^sdea,  iode  março  de  19( ^.^Heni^ique  Ma^aní,  Rú* 
eh  a  Pombo  t  Mae  Ffeiuss^  Arthur  Guimnrtfes,  Eduardo  Marques 
Peixoto,  »  —  A'  Commissâo  do  Historia.  Relator  o  Sr.  Visconde 
de  Ouro  Preto. 

*  Propomos  para  sócio  corieapondento  do  Instituto  Histó- 
rico e  Qeographíco  Brazileiro  o  Sr.  José  Jacintho  Ribeiro,  na- 
tural de  S,  Paulo  o  alH  empregado  na  Repartição  de  Kstatis- 
tica,  autor  da  obra  denominada  Chronologia  P^fulista,  Saia  das 
sessões,  10  de  março  de  llwiS,  —  Henrique  Raffard^  Rocha  Pom* 
búf  Max  Píeiuss^  Arthir  Guimarães ^  Eduardo  Marques  Peixoto,w 
—A'  Commissâo  de  Historia.  Relator  o  Sr.  Conselheiro  Cândido 
ie  Oliveira. 

*  Propomos,  de  accordo  com  os  Estatutos,  para  locio  cor^ 
respondente  do  InsUiuto  Histórico  e  Geographico  Brazileiro  o 
Sr.  Dr.  Luiz  M.  Fernandes  Sobrinho,  ofTerecondo  como  para  a 


640  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

soa  entrada  o  sou  trabalho  sobro  D.  António  Fdíppe  Cam&rfto. 
Sala  das  sesáões,  10  de  março  do  \9{)5,— Henrique  Raffard^  Max 
Fleiuss, Souza  Pitanga, i^  —  A'  (.k)raraissão  de  Historia.  Relator  o 
Sr.Con.sol beiro  Cândido  de  Oliveira. 

Levanta-se  a  sessão  ás  4  \  ò  horas  da  tarde. 

Ma:r  Fleiuss,  2"  secretariei. 

OFFERTAS 

Pelo  sócio,  Sr.  Senador  Manoel  Barata,  Vida  de  Gotnes 
Freire  d'j.  Andrada,  em  doas  volumes  (obra  rara),  1724  ;  A  Jor~ 
noda  d^  Francisco  Caldeh-a  de  Castello  Branco^  Fundação  da  ci~ 
dade  de  Belém,  estudos  dd  historia  p:ir<iensd,  por  Manoel  Barata; 
o  um  rotrato  eumldurado  do  Josó  de  Araújo  Roso,  I""  Presidente 
da  Província  do  Pará,  1793-1833. 

Pelo  Sr.  Diogo  de  Vasconcellos,  Historia  Antiga  das  Minas 
Oeraes, 

Polo  Sr.  Klesbão  Alveá  Maia,  sua  obra  —  Miscelânea  Esco- 
lar—Elementos de  Geograpliia  do  Brazil, 

Pelo  sócio  Sr.Dr .  João  Barbosa  Rodrigues,  Uiraêrg  ou  Curare. 

Pelo  Sr.  Commondador  José  Ribeiro  Duarte,  1»  secretario 
da  Irniandadodo  blorioso  PatriarchaS.  José,  Relatório, 

Pela  E-cola  de  Minas,  Annaes, 

Pela  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  A  Lavoura, 

Pela  Repartição  da  Carta  Marítima,  Boletim, 

Pelo  Museo  Nacional  do  México,  Bolelin  e  Anales, 

Pelo  Grande  Oriente  do  Brazil.  Boletim, 

Pela  Societé  de  Geographio  Comraerciale  de  Bordoaiiz, 
Bulletiii. 

Pela  Real  Academia  de  la  Historia  do  Madrid,  Boleiin, 

Pela  Socielad  Cientifica  Argentina,  Anales. 

Pelo  Ministério  de  Fomento  do  Peiú,  Boletin  dei  Cuerpo  de 
Ingenieros  de  Minas. 

Pela  Directoria  Geral  do  Siúdo  Publica  do  Rio  de  Janeiro, 
Boletim  mensal. 

Polo  Museu  Gceldi  (museu  Paraense).  Boletim, 

Pela  Socielá  Africana  d'Italia,  Bolletino. 

Pela  Real  Sociedade  Geográfica  de  Madrid,  Boletin. 

Pela  Socioiaíle  de  Goog^-aphia  de  Lisboa.  Boletim, 

Pela  Societá  Geográfica  Italiana,  Bolletino, 

Pela  Société  Khedivale.  Bullelin, 

Polas  redacções,  as se.L'^uintes  revistas:  Revista  do  Instituto 
Arcln^ologico  e  (ieologico  Pcrnamhvcan(\  Revista  Trimensal  do 
Instituto  do  Ceará,  Remsto  Medico-Civuriiica  do  Brazil,  Revista 
do  Are/iro  Publico  Mineiro,  Rrvista  ifilitw,  O  Trabalho,  O 
Oriente  Portuguez,  Rciísta  Didnctica,  Rtjrist".  Men.^nal  de  la  Ca- 
mará Mercantil,  de  Avellineda,  Proviocia  Je  Buenos  Aryos, 
Revista  de  la  Real  Acadchiia  de  Ciências  exactas,  /Isitas  y  natura- 
les  de  Madrid,  Revista  da  Sociedade  de  Medicina  e  Cirurgia^ 
Revista  Maritima  e  Renascença, 


ACTAS  J)AS  SESS<m>í  DE  1005  541 

Pela  Junta  Superior  do  SaniUd  do  Cuba,  Tn;<orme  3/«n- 
sual, 

Pola  Ripirtiçãodo  K^Utistica  o  Archivro  Publico  de  S.  Paulo, 
Annuario  Eslathlico, 

Pela  Associação  a)mniorcial  do  Rio  de  Janeiro,  Boletim. 

Pelas  redacções,  os  jornaes:  Le  Sourem  Monde,  Jornal  do 
Recife  e  Club  CoritiOano. 

2»  SESSÃO  ORDINÁRIA  EM  24  DE  MARÇO  DE  1905 
Presidência  do  Sr,    Marquez   de  Paranaguá  {2^  Vice-Presidente) 

A*8  3  horas  da  tarde,  presentes  os  Srs.  Marquez  de  Para- 
naguá, Gommendador  Henrique  Raífard,  Mnx  Fleiuss,  Rocha 
Pombo,  Dr.  Marques  Pinheiro,  Eduardo  Marques  Peixoto  e 
Arthur  Guimarães,  o  Sr.  Presidente  diz  que  havendo  numero 
legal  abi'e-se  a  sessão. 

O  Sr.  Fleiuss,  2°  secretario,  lê  a  acta  da  sessão  anterior,  a 
qual  é  approvada  sem  debate. 

O  Sr.  Presidente  diz  que  o  Sr.  Conselheiro  Aquino  e  Castro, 
Presidente  do  Instituto,  por  justo  motivo  de  serviço  publico 
deixa  de  comparecer,  e  que  o  Sr.  Conselheiro  Manoel  Fran- 
cisco Correia,  1«  Vice-Presidenke,  também  não  comparece  por 
se  achar  ausente  desta  Capital. 

O  Sr.  Commendador  Raífard,  1®  secretario,  lê  o  seguinte 
expediente : 

—  Offlcio  do  Sr.  Ministro  da  Bélgica,  datado  de  8  de  março, 
acompanhando  uma  carta  do  Sr.  Edouard  Jansen,  Secretario  da 
Societií  Royalo  de  Geographie  d'Anvers,  em  que  commnnica 
remetter  a  collecçãodos  boletins  da  mesma  Sociedade.  —In- 
teirado, e  agradeco-sc. 

—  Offlcio  do  Sr.  Juan  P.  Perez,  datado  de  Assumpção,  de 
fevereiro  ultimo,  eommunicando  ter  sido  nomeado  Director  Qeral 
da  Eâtatistita  do  Paraguay .  *  Inteirado,  e  agradece-se. 

Programma  para  o  concurso  da  Societé  de  Geoçraphie  Com- 
merciale  de  Bordoaux,  para  a  obtenção  dos  prémios  de  Salnt- 
Laurent.  —  Inteirado. 

O^Sr.  Presidente  diz  que  se  achando  na  ante-sala  o  sócio 
correspondente  estrangeiro,  Sr.  Carlos  Lix  Klett,  digno  Cônsul 
Geral  da  Republica  Argentina  no  Brazil,  designa  os  Srs.  secre- 
tários para  introduzil-o  no  recinto. 

Ahi  chegado,  o  Sr.  Presidente  dirige-lhe  a  allocução  do  es- 
tylo,  felicitando  o  novo  consócio,  ao  qual  o  Instituto  vai  certa- 
mente dever  os  serviços  que  uma  dedicação  esclarecida  sempre 
traz. 

Pedindo  a  palavra  o  Sr.  Klett  profere  o  seguinte  discurso : 
cSefior  Presidente.  Seôores.  Quando  fui   honrado  por  esta  im« 

Cortante  Institucion  ai  reconocerme  como  á  uno  de  seus  miem- 
ros,  aprecie  ontoncos  el  mérito  de  la  designacion  como  surgida 
de  un  centro  eminente  de  cultura  tradicional ;  y  la  aprecio  aun 
mas,  Sefiores,  en  este  momento;  por  cuanto  el  caracter  queaquel 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

nombramieulõ  mo  confiore,  ai  proporcionarme  la  oeaaióa  de 
sal  lidar  eii  sus  actuales  reprosuntantes  la  brillante  tradicioo  do 
ííste  Centro,  dedicado  á  iiiiã  vida  prollcua  ile  labor  cientifico, 
mô  brinda  i^imlrarmto  Ia  oportuoidad  do  reniJir  homenaj^eo  su 
próprio  seri(/,  Ú.  las  figuras  prooaiíi entoa  cuya  vòz  hi  escuchado 
(ilrora  este  roei n lo.  Eti  ol  lian  actuado  porsoiiajeâ  vonorables» 
íií^enti'»  valiuscts  dei  dcaonvcVlviniento  social  y  ntmliíico  íIm  osU% 
p;ii3,  ctijos  iiaíiubros  ptTtoncen  ã  la  liistoria  lloJ  pitoblo  á  ciiyo 
engrandoeimcnto  lian  c.jiU  riba  ido  fn  oseoiiarios  divers^is.  Vq 
íaludo  en  recuordo  t^omo  rc^prosontante  do  una  Naí'ióa  que, 
(loida  á  la  quo  cl  los  farmarou  liiclia  por  idotiticos  íde^iloi  de 
progreso  Sul-AmcricaDO, 

«Senor  Prosidonte  :  Agradosco  la  cordial  acogida  dul  Insti 
tu  to  Histórico  y  Geograpbico  BrazilL^lo,  ai  cual  rao  honro  en 
perteneof  y  ruego  Uagaes  I  legai'  la  expi'e9siôii  do  este  saa- 
limiento  á  cada  imo  do  su^  dignos  mierabros.  Jíedlcho.» 

O  Sr.  Prcsidooto  diz  que  não  se  acbando  presente  o  orador 
do  Instituto,  Sr,  Desembargador  Souza  Pitanga,  convida  o  Sp, 
Max  Pleiuss  para  responder  ao  recipiendario. 

Usando  da  palavra,  o  Sr.  Flõiuss  diz  que,  ^o  Instituto  acollio 
com  muito  prazer  o  Sr.  Carlos  í  Ji  Klett.  A  obra  que  ba  dous 
annoaUijeafíu  o  iuí^resao  no  Instituto  teve  o  parecer  do  emi- 
nento  brazileiro  Sr,  Visconde  de  Ouro  Preto,  presíidissimo 
consócio,  que  a  examinou  om  longo  parecer  aqui  apreciado  por 
quantos  tiveram  a  veotura  de  ouvil-o  e  que  so  acha  hoje  incor- 
porado nas  paginas  da  Revista. 

E  osconceitoâ  emittidos  sobre  os  Esiuiiiosão  Sr.  Klett  polo 
i Ilustre  consócio,  Fouberam  desde  logo  despertar  a?  sympatnias 
de  todos  pelo  novo  companheiro,  que  agora»  pela  primeira  vez» 
comparece  à  sessão  do  Instituto,  onde  é  recebido  com  o  maior 
carinho,  prova  de  que  tudo  se  espera  da  sua  coadjuvação  intel- 
ligonte  e  loaL  » 

O  Sr.  RafTard,  1*^  secretario,  lo  o  relatório  geral  de  1904, 
apresentado  pelo  thesoureiro  Sr.  Dr.  F,  B,  Marques  Pinheiro. 
E*  enviado  ú  Commissào  de  Fundos  o  Orçaraento,  sendo  relator 
o  Sr*  Conselheiro  Souza  Ferreipa. 

Ilalnitv^  fçerol  da  Rt^^eelta  e  ffioMiiezct  <lo  Ifiutltiito 
Hintiirloo  «"í  C^i^«}^rii|»llleo  llro7,l1e1rcft.  AliAo  *0- 
einl  de  lOOt 

RFXaiTA 

Saldo  em  31  de  dezembro  de  1903 l:257$73n 

Subvenção  do  Thesouro  Federal 10.49 

Juros  de  apólices    . 4:93 

.luros  de  inscripções    .,,....,.  453í!<J<J() 

Juros  na  c/c  do  Banoo  Commercial 34s8ri0 

Annuidadesdo^iSrs,  aocios,     ..,..,.  414|000 

Remissão  de  um  aociíi 150|DOt) 

Joias  pela  entrada  de  sócios 2(jQ$Ò00 

17:03[)$SB6 


ACTAS   DAS   SESSOKS   DE    1905 
DESPBZA 

Património 

Despezas  geraes,  empregados,  seRsSU)  magna,etc. 

Purcentagem  ao  cobrador 

SnUio  para  1905  : 

Km  caixa 14â5<)'> 

No  Banco  Commercial 1:322$580 

Renda  com  applicação  especial : 

Na  Caixa  Económica 73$000 

No  Banco  Commercial 261$540 


543 


6:72í$700 

U:439$900 

105íi;300 


1:3:^TÍ;146 


334$540 

17:939$586 

S.  E  ou  O.  —  Rio  de  Janeiro,  31  de  dezembro  do  1904.—  F. 
B,  Marques  Pinheiro,  thesoureiro* 

Demonstraç&o  da  conta  Becrita  e  Despesa  do  Instituto  Histórico  e 
QeograpUco  Brasileiro,  anão  1901 


RECEITA 

Em  caixa  om  31  de  dezembje  de  10()3 
No  Banco  Ck>mmercial.    •    .     . 
Na  Caixa  Económica    .... 


Subvenção  do  Thesouro  Federal 

Reoebido  em  12  de  Janeiro    .  • 

Recebido  em  8  de  Junho  •     .  . 

Recebido  em  O  de  Julho    .    •  • 

Juros  de  apólices  : 

Recebido  em  12  de  janeiro  .  . 

Recebido  cm  18  de  julho  .     •  • 

Juros  de  inscripções  : 

Recebido  em  28  de  marco.    .  . 

Recebido  em  30  de  setembro  .  . 


3Glí2;470 
841$260 

55§0()0 


5:' 8^330 
l:166$0r>6 


2:430$000 
2:500$000 


^6$500 
226$ri00 


1:267$730 

10:499$990 
4:930íí000 

453ÍO00 


Juros  na  c'c.  do  Banco  Commercial  : 

Contado  em  30  de  Junho   •    •    .     •  12$530 

Contado  em  31  de  dezembro  .    .     .  22:^30 


34$860 


544 


RKVISTA   IX)   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Annuidadc  dos  Srs. 


Affonfio  Coiso  de  Assis  Pigiieirodo 
Amaro  Cavalcanti  .     .     . 
António  O.  Santos  Piros  .     . 

Artliur  Sauor 

Augusto  Siqueira  Cardozo,  . 
António  da  Cuulni  Tiíirbjza  . 
Alfredo  Nascimento  Silva,  . 
António  Paula  Freitas.     .     . 

Barão  do  Loreto 

BernaiNlo  T.  de  M.  Leite  Velho 
Capistrauo  Je  AbTOu     .     .     . 
Cândido  de  Oliveira    .     .     . 
Carlos  V    de  Olivoir;i  Freitas 
Evaristo  Xunea  Pires  .     .     . 
Eduardo  Marques  Peixoto.     . 
Francisco  Ciltieiros  da  Graça. 
Francisco  R.  de  Mello  Rego  . 
João  Barboza  Rcíiirigues 
João  Carlos  de  Souza  Fofi-eíra 
José  V.  Couto  ^l©  Magalhães 
José  A.  R.  Olivei  a  Catramby 
José  Mauricio  F.  P.  de  Barros 
José  Cândido  Gu   lubel.     .     . 
José  Francisco  Rocha  Pombo. 

Luiz  Criíls 

Manoel  Oliveira  Lima  .  .  . 
Manoel  de  Oliveira  Lima  .  . 
Ovídio  F.  Trigo  de  Ix^ureiro  . 
RyiJrif^-^u  í>ctavio  L.  Menezes. 

Riiy  flarbríza 

Saivrtilor  P  r^n  do  Carvalho  e  Albu 

querque 

Tristão   de    Alencar    Araripe 

nior 

Thomaz  Q.  Paranhos  Montenegro 
Visconde  de  sinimbu  .     . 


Ju 


lâjoon 

l-2$000 
12^0(.)() 
12$000 
12jí;000 
12s000 
DsiíOOO 
12$000 
l^SOOO 
l:i$O0O 

ojooo 

12$0()0 

12$000 
12$000 
12s00() 
l:>$000 
lájjOOO 
12$000 
12}í;000 
12$000 
12S-000 
12Í00O 
12$000 
lâsOOO 
15$00() 
lásooo 
12SO00 
12,^000 
12$0()0 

lâlOOO 
12$000 

r2H;ooo 


414.<;000 


Remissão  do  Sr.   Francisco  de  Cam- 
pos Aodrada l5ChJ000 

Jóia  do   Sr.   Francisco   do    Campos 

Andrada Bô^OOO 

Jóia  do  Sr.  Cândido  de  Oliveira  .     •  5n$0(X) 

»    >    >»    José  F.  de  Oliveira     .     .  r)0.'f;000 

»    »    *     Vicente  Ferrer     .     .     ,  ÕOífOOO  200$000 


I7:939$586 


ACTAS   DAS   SRSSURS   DE    1905 


545 


DBSPEZA. 

Património  : 

Compra  <lo   2   apólices  a 

981$n00 l:96iW<K) 

Sello 2$200       1:964$200 

CJompra  do  2  apólices  (  do 

4()0$<)0i)  a 77G»;000 

Sello 1$100         777S100 

Compra   do  3   aix)lic6S  a 

Dííi-ÍOOO 2:97<;$000 

Sello 3s300 

Corretagem 7|500      2:9>^6$800  . 

Compra  de  l  apólice  .     .  991$000 

Sello 1$100 

Copreta.!?era 2$500         994$(5()0      QiT^pOQ 

Despezas  geraes«  empregados,  etc: 

Laemmert&C.*,  conta  de 

190>  a  190:J  ....       l:208$100 

Laemmert  tSc  C%  couta  de 

1903  a  1904  .     •     .     .  589$300 

Jornal  do  Commercio,  pu- 
blicações de  1901  a  1904.         244$800 

Ribeiro  Alves  &  C.»  por 
uma  moldura    .     .     .  25$000 

J.  Mendes  &C»,  por  um 
landau 120$000 

Restauração  (A.  Dagiier- 
re)  8  contas  ....  140^0 

Ronezes  para  uma  missa.  20s0(l0 

S(»nos  para  recibos.    .     .  2$700 

Recibos  do  P.  M.  GuimarStos,  supp.  à  Secretaria: 

do  T)  do  marco.      10()$()00 

de  II»  de  abril.        ÕO^oOO 

do  6  de   junho       lOo^OOO         250íí;000      2:349$900 

Vencimentos  dos  empre- 
gados   ():030!f;000 

Duas  gratificações  ao  por- 
teiro      60*000 

Recibo  de  P.  M.  Guima- 
rães para  ornamenta- 
ção do  tumulo  do  Pedro 
Alvares  Cabraí 200$00í) 

Estampilhas  para  recibos. 

Sessão  maírna. 

Recibo  de  10  de  dezembro.         20o$000 

Recibo  de  12  de  dezembro.  150$000 

Recibo  de  20 de  dezembro.  hít^*)OQ         450$000      9:430$900 

Gommissões  aos  cobrado- 
rei 105$300 


516 


BEVI&TA   ÍX)   INSTITUTO   HISTÓRICO 


S&ldos  para  1905  : 

No  Banco  Commercial 1 :584$1^ 

na  Caixa,  Económica  *.,.«•  73$000 

©m    (^iia    (  mooda  cor- 

rentíí) U$Vi6      1  :a71$6as 

17:039)580 

S,  R.  O.  —  II io  dft  -lanei  1*0,  31  lie    lif^zombro   de  19í>4. 
/^\  /?.  M^rí^Mtfs  Pin fugira,  tb&soiireiro, 

ííKFLKXÀO 

O  mou  diímissirao  antecessor  o  Sr*  Dr.  Castro  Carreira,  de  saii- 
dos^a  memoria,  apresentou  a  Idi^a  de  remíaeões  de  godos  e  aca- 
bar as  annuidadeg,  A  iJéa  é  útil  ao  Instituto • 

Os  Estatutos  regem  a  hypotheae  para  os  sócios  actuaae 
(Est,  art.  18).  Para  os  sócios  em  atrazo,  art.  19  dos  mesmos 
Estatutos,  a  Mesa  providenciará»  assim  como  maroarít  o  quan' 
tum  para  a  remissão  perpetua. 

Nas  i*e flexões  do  balanço  de  19)1,  notara  o  Sr.  Dr.  Caeiro 
Carreira  que  havia  a  receber  de  aanuidadea  atrazadas  ():790$ 
(Rov.de  1901,  patf.    43>). 

A  cifra  hoje  «1  maior  o  do  mais  diíTlcil  cobrança. 

Para  ^u*^  o  Instituto  possa  apreciar  este  facto  apresento  a 
nota  doa  rocebt mentos  de  anauidades  desde  IWi  e  ahi  verá  o 
decrescimento  da  renda  nos  annos  do  líKr?  at^  1904 . 

imTy  ^  aanuídades 7I4$00O 

1896  —     »     81Õ$íK>0 

1897  —     >      i;24$í)(M> 

1898—     »      672   " 

1899  —  »  rJ 

1900  —  *  

1901  —  >  630i00:i 

1902  —  »  540 

1003  —     »      45í*}Ol) 

1004  —  >  414$iXK> 

O  Instituto  tem  a  recobar  as  contribuições  doTliesouro  Fo« 
deral  dos  dous  últimos  trimestres. 

As  apólices  adquiridas  tem  as  de  1:000$  os  números 
100.707— 54,0^^7— 27ií.í>8ã  a  84  e  I89.a5l  ;  as  de  4<>0$000  os  nu- 
meros  502  e  í?,OI7  —  F.  B,  Marques  Pinheiro,  thesoureiro* 

O  Sr.  Fiei uss  justifica  a  ausência  do  Sr.  Conselheiro  Sal* 
vador  Pires. 

O  Sr.  Raffard,  1°  Secretario,  diz  que,  era  virtude  da  deli- 
beração da  assembléa  geral  de  23  de  dezembro  de  1904»  sobre  a 
homenagem  que  deve  ser  prestida   pelo  Instituto  ao  seu  presi- 


ACTAS  DAS  SESSUKS  DE  1905 


5Í7 


dentas  Conselheiro  Aquino  o  Castro,  tomou  diversaa  provideaoiasí 
quo  enumera,  acban  lo-se  tudo  a  termo  de  poder  ser  cumprida  a 
resolução  da  mesma  as^ãembléa. 

O  Sr.  Presi-ieote  dií  que  o  lastituto  approva,  porisao  quo 
não  houve  a  menor  obíervaçãoa  respeito»  a^  medidas  tomadas 
pob  Sr.  l*^  Secretario  e  de^igoa  o  dia  30  do  corrente*  o  do  annJ- 
versario  natalício  do  Sr.  GonscUieíro  Aquiiio  e  Castro»  para  sor 
«íFectuada  a  inauguração  do  retrato  na  sala  da  Secretaria,  ás  2 
horas  da  tarde,  h  para  essa  demonstração  ju^tissima  do  apreço 
ao  dedicado  president4.^  da  Instituto  pode  o  comparecimento  dos 
consócios  e  das  pessoas  que  a  esta  so  desejarem  associar,  sendo 
que  o  Instituto  espera  que  o  Sr>  Conselheiro  Aquino  e  Castro, 
contrariando  embora  os  ^eus  sentimentos  de  modéstia,  não  re* 
c usará  assistir  á  manifostação  do  que  vai  aer  alvo- 

Nada  mais  ha  viando  a  tratar  levanta  8o  a  sessão  ús  4  horas 
da  tarde. 

Maje  FÍ0iusi^  £•  secrotario. 


01 KKRTA^ 


Pela  tàiiouce  SociSkie—fítdkdn, 

Pelo  instituto  Hanhf^manniauo  n*jHvsLZíl-'Anínies, 

Pela  National  (ioographicSocioty— //ttí  Xiíti&n*sl  GeQtj**aphic 

Pela  Sooiedadc  ú%  Geograpliiad  >  U  ^1;  m'~B(}letttn, 
Piíla  Socretarii  da  Agricultura  do  Estado  da  B  úiivc— Boletim 
Pela  American  íJeographic  d  Socieiy ^BolHin, 
Pelo  Observatório  do  Rio  de  .lanei  r o— ífo/dím  Mt*tisaL 
Pela  Real  Socjedad  Geográfica  de  Madrid— OwÍÉjan. 
Pela  Accademia  delle  Scienzo  Usiclie  e  Matematiohe  de  Na* 
"poii^  Renãiconto, 

Pelo  Observatório  AstronoraicoNacionaldeTacubaya— Ai'><i- 
rio  de  1905, 

Pela  Socledad  Cientifica  Argentina— jlnâ/e^. 
Pela  Universidadde  Santiago  do  Chile— Ana/«  de  la  Univer- 
sidade 

Pelo  Superior  Tribunal  de  Justiça  do  Estado  do  Amazonas 
"—Jultjados  e  decisães^ 

Pelo  Sr.  LuíE  Leopoldo  F.  Pinhoiro^ Elementos  de  Geotjrã* 
pliin  physicn^ pofiiicti  r  attrofvmiita i  Historia  do  Braiií  r&ntftdn 
aos  fiwninús^  JJçms  ('lemcniàres  de  Geographia  sef/undo  o  meihodt* 
GmUHeTt  Curso  MHkodictt  de  (ieographia^  Pequt^tm  Geoffrapkm 
da  infâmia^  Pefuena  Bistoriu  ff  a  BratU^  Nom  AHos  Umeerêai 
da  fnftfnciít. 

Pelo  International  Bureauorthe  Amoricati  Ropublio—  M^m^ 
thiy  BulUiin, 

Pelo  Mu«euGoeldi,  do  Pará,  vlrporíi.s  frucíi/erasdú  Porá,  A% 
Vespidaíi  aociafis  do  Parà^  Os  Músp4Ítos  no  Parfí,  Ax  Arwres  Bva* 
silicnx^  Arovresde  bfirmrha  e  deimtata  f/a  região  a^núsonicg. 
Pe l o  G  r ande  Or i ente  do  Hrai  =  l —Boletim  • 


548  REVISTA  DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

Pela  Igreja  Matriz  de  S.   José  de  Alóm  Parahyba— Z)trtfi7<i 

do  Património, 

Pela  Directoria  Geral  dos  Correios,— jBo/eiim  Postal, 

Pela  Junta  Superior  de  Sauidad  dela  Ma  de  Cuba— /n/orm€ 

Metisual, 


3^  SESSÃO  ORDINÁRIA  EM  7  DE  ABRIL  DE  1905 

Presidência  do  Sr,  Marquez  de  Paranaguá^  (:?«  Vice^Presidenie) , 

Xs  3  horas  da  tai^de,  pi*eseiites  os  Srs.  Marquez  de  Parana- 
guá, coramendador  Henrique  RaíTard,  Drs.  Marques  Pinheií^o, 
A.  de  Paula  Freitas,  André  Werneck,  Conselheiro  Salvador 
Pires  de  Carvalho  o  Albuquerque,  Rocha  Pombo,  Eduardo 
Marques  Peixoto  e  Max  Fleiuss,  2<»  secretario,  abre- se  a  sessão. 

O  Sr.  Fleiuss,  2«  secretiirio,  lê  a  acta  da  8(^ssão  anterior,  a 
qualó,  sem  debate,  approvada. 

O  Sr.  Presidente  justifica  a  ausência  do  Sr.  Presidente  do 
Instituto,  Conselheiro  Olegário  Herculano  de  Aquino  o  Castro  e 
a  do  1°  Vioe-Presi dente,  conselheiro  Manoel  Francisco  Correia  é 
justificada  pelo  Sr.   1°  secretario  Raffard. 

O  Sr.  Presidente  diz  que,  de  accôrdo  com  o  deliberado  na 
ultima  sessão,  foi  inaugurado  no  dia  30  de  març )  ultimo,  na 
sala  da  Secretaria  o  retrato  do  benemérito  Presidente  do  Ins- 
tituto. 

Desejava  o  Instituto  dar  o  maior  realce  á  solemnidado, 
mas,  em  25  daquelle  moz  recebeu  o  seguinte  offlcio  do  illustre 
Sr.  Conselheiro  Aquino  e  Castro: 

«Rio  de  Janeiro,  25  de  março  de  1905  —  Exm.  Sr.:  Por  no- 
ticia hoje  dada  na  imprensa  soube  que  na  quinta-feíra  próxima 
será  inaugurado  no  Instituto  Histórico  o  ratrato  do  actual  Pre- 
sidente do  mesmo  Instituto,  retrato  que  por  excessiva  obseqnio- 
sid;ide  dos  dignos  consócios  se  mandara  tirar  para  ser  collocado 
em  uma  sala  dessa  esclarecida  Associação. 

Summamentc^  penhorado  por  tão  delicada  fineza,  por  inter- 
modio  de  V.  Ex.,  dirijo  ao  Instituto  os  meuscordoaes  ;^radeci- 
mentos,  vendo  na  graciosa  deliberação  tom  ida  um  novo  incoo- 
tivo  ao  amor  e  dedicação  que  de  luní?o3  annos  consagro  á  cor- 
poração literária  a  que  temos  a  honra  de  pertencer. 

Nâo  podjndo,  porém,  por  motivo  imperioso,  compawcer  ao 
acto  da  annunciada  inauguração,  rogo  a  V.  Ex.  o  favor,  que 
ainda  mais  obrigará  o  meu  reconhecimente,  de.  dispensando 
qualquer  formalidade,  dar  por  inaugurado  desde  já  o  retrato 
com  a  simples  coUocação  no  lugar  que  lhe  é  destinado. 

Servirá  elle  em  todo  o  tempo  de  significativo  testemunho 
<la  generosidade  e  gentileza  dos  actuaos  consócios  e  n(ybre  esti- 
mulo a  que  outros  pelos  seus  bons  serviços  mere<;  im  e^sa  hon- 
rosa demonstração  de  apreço,  n*»  seio  Je  táo  illustr.ida  quão 
patriótica  associação. 

Exm.  Sr.  Marquez  de  Parana^jrná,  M.   D.    Vice- Presidente 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905         549 

do  iDStituto  Histórico.—  Olegário  Hercvlano  de  Âquitij  e  Castro^ 
Presidento.» 

\'  vista  distoi  convocou  a  Mesa,  quo  se  reuniu  a  27,  deii- 
bprnndo  ínatiLíurar  o  retraio  sem  íorinaíidailo  algumn,  oo  dia 
30,  envianilo-se  nesse  dia  um  i.  Menmgem  ao  S/.  Consclbeiro 
Aquino  ©  Castru,  a  ijue  acompanhou  um  r-Eiitao  de  ouro,  reror- 
dando  a  dolil>ora(;áu  da  Assenil)lea  Geral  quo  inanduu  collocar 
na  Secretariado  instituto  o  roti'aU>  do  incsmo  Sr.  l*rc58Ídent»^ 
Ineumbiti-de  de  rediofir  a  Mens*uje)n  ao  cousoeio  Sr.  Dr.  AíToa^^o 
AriDO», 

No  dia  3^3,  com  effeito,  o  lu«tituí^  inaugurou  com  a  pj-n- 
Èítín*;a  do  variij«  coHíííieíoíí  o  rotiMtu  e  enviuu  ao  Sr,  ConseUioiro 
A^juiuo  e  Gastr  »  a  so^juinio  Mfn^uíjrm^  assignaJa  puv  47  íiOCiOS 
e  encerrada  («lo  bfbliothtHjario,  impro!?fíaem  per^-aminlio,  toudo 
nu  alto  uma  !>ellis»im  i  illuatiMçãu  syuibolica,  í'*/í(íl  pelu  a[>|dau- 
flidg  pr^>re!5ííor  lludulplio  Amoedo,  <iiie  taoibem  pintuu  o  relrato: 

«Illm.  e  Exm.  Sr,  ConseilujirO  Dr,  Olegariíj  Herculano  de 
Aquino  o  Castro  —  O  InsUtutu  HistoriCM  e  Geo;,^rapliieo  Ijrazi- 
loiro.  no  dcsempcnlio  dos  flns  de  su-i  instituição  s^jcial,  tem  o 
grato  ensejo  do  celebrar  boje,  nuraa  data  histórica,  uni  dia  de 
feaia  intima,  o  anoiversarío  natal i^^io  do  i Ilustre  yai-ão,  que  h:i. 
34&anoa  faz  parte  de^t;i  Sociedade,  e  ha  li  annos  é  seu  benemé- 
rito Prc!âident3. 

Vimos  celeHr. ir  uma  datt  higíorica»  dissemos,  porque  o 
noraede  V.  Er.  que  appireceu  na  vida  publica  na  aurora  do 
ííegundo  reioad  •,  ona  o  nono  anno  do  Guvorno  do  S,  M,  o  Sr. 
D/  Pedro  II,  <  sttã  ii^^ado  a  muitis  das  plíftsos  gloriosas  da  exis- 
tência nacíonnl,  como  magistrado,  como  parlamentar  e  como 
administrador. 

Como  maí^^stradOt  Borvindoá  pátria  durante  56  an nos,  dosdo 
Promotor  Publico  em  1^'40,  até  o  posto  culminante  do  Poder 
Judiciário— a  presidência  do  nosso  Tribunal  Supremo  ;  como 
parlamentar,  representando  a  província  de  São  Paulo  em  duas 
legislaturas  ;  como  adralni.^tnidor,  presidindo  a  província  de 
Minas  Geraas. 

Do  modo  por  quo  V.  Ex.  exerceu  esses  cargos,  dá  prova 
a  própria  marcha,  sempre  así^encionaK  da  sua  loo;:a  carreira» 
além  ã'\s  muita^   demontitravões  de  apreço  que  tem  recebido, 

O  dõseiiiponho  de  tào  altos  cairos,  já  é  em  si  um  titulo  de 
Irenemoreocta  ;  mas»  V.  Ex*  lem  ainda  enriquecido  a  litteratura 
histórica  e  jaridica  do  nosáo  {miz  com  a  con  cri  buirão  de  traba- 
líios  vaíiosofí,  reunindo  a  espontaneidade  de  talento,  que  crôa, 
á  madureza  da  experiência  que  rolleto  e  «orrí;:©, 

E"  pois,  com  desvanecimento,  que  o  Instituto  Histórico  vera 
ora  prestar  esra  riuigela  hotrienagem  ao  ^gu  Presidente,  man- 
dando  gravar  n'um  c^rião  de  outro  a  auspiejosa  data,  e  eullo- 
candoo  j^etraio  de  V,  Ex.  numa  das  Siihia  do  odiftcio,  ao  lado 
dos  vultos  venerandos  da  noss;i  historia. 

Quiz  o  destino  reunir  no  mesmo  hom*Mu  a  representação  do 
duas  grande-^  ín4itiiiçõea  humanas  ;  a  historia  e  ajustic*.  Ha 
oeste  acaso  da  fortuna,  uma  lição  subtil ;  a  iiistoria  e  a  Justiça 


550 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


fundem-ao  oum  mesmo  tribunal,  tão  duradouro  quanto  a  pro- 
picia existência  do  Uomem»  abrangetido  o  pasmado,  o  presente  e 
o  futuro.  Se,  cjmo  prejidouto  do  nodso  raais  alto  tríbuuil, 
V,  El-  raprofleata  a  justiç:4  de  agora,  como  preaideoto  do  In-iti- 
tu  to  Histórico  b>  mbolíaa.  a  juâtiça  do  futuro.  E  esta  união  Ó 
tarabom  uma  ameaça  e  ura  cunsolo  ;  ameaça  para  os  que  eííc^ipuni 
da  ac<;ãiO  das  leia  e  um  coasolo  para  us  que  soffreiíi  sôm  razão 
oa  seua  rigores,  Cunaidofo  soI>eranamente  felíiea,  dizia  Cicei-o 
no  seu  Brnti*^^  o.s  cidadãos  que  pódern,  alO  ao  fim  dus  seoa  dia-í» 
gozar  da  considerarão  iií?ada  a  a  seu  nome,  da  ^'loria  conouis- 
tada  por  seus  serviços  e  da  estima  propori-iouada  pelo  saber. 
Feliz  também  —  afcrescen taremos  com  Mídherbe  em  aeus  ver- 
sos a  Luiz  Xlll —o  espirito  que  ^sentu  do  ri^or  do  tempo, 
pôde,  uasfl^aj^  ultimas  obras,  attestar  o  ^eu  vij^^ar  primeiro. 
Saudamos  a  V.  Ex* 

Rio  de  Jaaeiro,  :J0  de  mar^^o  de  1905.» 

Agora cab«  ler  o  i>fficioquo  roeotjeu  do  Sr*  PresidonUj,  ^^ra> 
deceiído  as  manifestações  que  ílir  foram  feir.nsi 

«  Eim.  Sr,  —  Ri^ébi  com  summo  prazer  e  Justo  desvaiiec;!- 
lUOQ to  a  delicada  I'  honriíKi.ssj ma  MeusíiK<!íii  qm*  dj;fnuii-se  o 
Instituto  Histórico  e  (ieograpiíico  Br;* zi loiro  tio  diri^^ir  me  o  *M} 
do  mel  próximo  píUi!*ado,  data  flnamooto  í/nivada  em  um  ri* -o 
cartão  de  ouro  junto  á  icesma  Mensuífem* 

> a  devi iJa  estimação  será  tido,  enf.ro  m  tJtulus  que  maifl 
prt'3o,  esse  importante  dcf-umento»  d  u  piam  ente  pDioioso  pela 
forma  primorosii  de  que  se  reveste  o  peto  subido  valor  da.§ 
assiguaturas  que  o  abrilliaatam. 

Tão  aiisnuflcatíva  prova  de  benévola  at tenção  da  parte  da 
iliuatre  e  benemérita  aoricdade  litteraria,  que  tenho  a  honra  do 
presidir»  ó  o  mais  generoso  pn^raio  que  pf>ieria  ser  daio  aos 
esforços  de  uma  longa  existência  dedicada  ao  trabalbo  o  com 
dignidade  percorrida,  sem  outra  aspiração  a  iiâo  ser  a  f*atisfaç.ão 
da  própria  consciem-ia  pelo  exact«j  cumpi-imeiíto  do  fie  ver. 

tteiterando  os  protestos  de  minha  profunda  í^rafidâo  pelos 
obséquios  recebidos»  cumpre-me  ainda  uma  \  ez  assegurar  que 
procurarei  eorreãponder  á  con dança  e  estima  com  que  sou  dis- 
tinguido, collaborando  com  fiedicação  o  aífecto  na  irrande  obm 
de  Qtie  se  acha  encarreçad  l  a  douta  o  i^spnitavid  ASi^ociaçào, 
que  tão  bons  serviços  já  tem  prestado  á  gloriosa  historia  ila 
nossa  Pátria.  Rio,  7  ite  abril  de  1905.  Exm.  t^r.  Marquez  di 
Paranaguá,  digno  2**  Vice-Presideii to  do  instituto  Histórico,— 
Olegfiriú  Ihrcuiana  ãc  Aquino  ê  Castro^  Preslilente.» 

Rm  eoiiclusão,  o  Sr.  Presidente  declara  que  o  Instituto  fiea 
de  tudo  inteirado* 

Emseííuida  o  Sr.  Presrdenkí  diz  que  depoia  do  um  ;ussum- 
pto  tão  ;,rrato  vai,  inlelizmentc,  tratar  de  um  uutro  qut:  pungira 
o  loraçao  dos  consócios.  E'  que  os  jornaos  de  hoje  dào  a  triste 
noticia  do  falleci mento  do  i Ilustro  sócio  correspondente  Padre 
.lo.*^^  Joaquim  Corrêa  de  Almeida,  na  cidade  fie  Barbacona,  onde 
nascera,  O  venerando  saceniote  era  merecidamente  estimado 
petos  dotes  de  espirito  e  de  coração.  íJnriqueoara  as  iettraâ 


ACTAS   DAS  SES80KS    I>H    1905 


55 1 


pátrias  cjm  muítxs  producçõe^  puôtica-s  íí liadas  ao  ^'enoro 
satyricQ  da  qiia  oa  í5pOiía  contôraporLQoa  era  o  maia  noliivel 
cTiUort  attonieuio  sempre  ao  8ab'o  cõQaulUu  do  puoU  qiio  dizia: 

Satjras  pp«staiu,  saiyras  so  entimam 
Quaadu  Qeltas  caliLiiiiiiai,  fel  niio  verle. 

Como  bomoro  ãe  coração,  o  Padre  Corroa  de  Almeida  pra- 
ticou ionuraeras  acrôes  meritórias  e  sempre  procurando  rn- 
deal-as  da  maissinDora  modéstia. 

Entrou  para  o  Instituto  a  20  do  aljHl  de  1894  com  o  tra 
h^lho— Noticia  sobre  o   inunicipio    de  Barbaccna* 

Cumpre,  pois»  a  nossa  sócio  lado  um  acto  do  justiça  inse- 
rindo 0a  acta  da  sessão  lIo  hojiii  um  voto  de  profiiudo  pezar 
por  tão  la^timivet  perda. 

O  Sr.  Fleiuas  pode  a  palavra  para  tostoraunhar  quo  o 
vonerando  Sr*  Presideato  soube  com  rara  folicidatle  traçar  o 
perfil  do  bom  velbioho  que  agora  so  fluou. 

ConlioccLi  o  orador  o  padro  Cori-êa,  como  vulgarmeute  o 
cliamavam,  era  Barbacona,  no  anuo  du  I8S1  t.%  dosdo  ontâo, 
habituou*3e  a  admiral-o  e  a  pru£al-o.  Sob  a^  apparouciafi  de 
extraordinária  modoiitia  eceultava^so  no  oadro  Corroa  um 
b ornem  profundamonte  illusLrado,  conhocíídor  dos  factos  so- 
ciaos  o  do  mus  protagonistas,  apreciando-Oíí  com  um  tacto 
especialíssimo* 

A  sua  longa  existoncia— 4  do  setembro  de  I8:i0  a  7  de 
abril  do  1905— ílcarà  eomo  exempio  do  um  liomem  quo  aos 
primores  do  espirito  aliiavx   as  opulências  do  cjraçao. 

Pede  licença  para  ler  um  sonetj  de  António  Figueira,  no 
qual  se  faz  brilbante  justiça  ao  Toibo  sacerdote: 

o   l-ADRIJ   CORRÊA 

U  pobre  padro  auciãOi  quo  humildemente  passa 
Entre  a  turba  feliz  doa  príncipes  da  Igreja, 
Debonraria,  a  meuurt  uão  uioi*eceu  a  gnL<;a  ; 
liado  padre  morrer,  o  na  la  mais  deseja. 

Mas  a  morte  no  cliegar,  transmuda- se  a  desgraça: 
O  rebanho  do  anõea,  que  boje  provoca  a  inveja, 
—  A  purpura  ou  a  murca»  o  b  if^iilo  qno  soja, — 
Tudo  PUI  pú  so  fará,  e  6  justo  que  se  faça. 

H  u  pobre  padre  velho,  o  sicerdoto  obácuro, 
í)  nomo  salvari  do  ciqueci mento  humano. 
Ha  de  a  raiira  cingir  no  templo  do  futuro. 

Na  ironia— primaz^  no  voi^so— veterano,— 
EUe  soube  fundir  eiu  o  molde  n  iwlííí  puro, 
O  estro  de  Juvenal  na  liugua  de  Herculano. 

O  Sr.  Presidente  di^  que,  eiú  vista  do  golpe  que  acaba  de 
ferir  o  illustre  consócio,  Sr.  Couselboiro  Souza  Furreira,  nomeia 


ií^  —  :^ú 


TfJMO  LXVHI,    V,    II 


5n2 


REVISTA   DO   INSTITUTO   DISTORICO 


para  sorrir  intcrinamonto  mi  comoiissão  de   admissão  de  mmú8 
Q  Sr.  Conselheiro  Salvador  Pire«. 

O  Sr,  CoTumcDdador  RaUard,  1"  Sdcrdtario,  lé  as  ofTerUm  e 
depois  os  seguintes  pareceres,  quô  fícam  sobre  a  Mesa  para  to- 
Uçào  o  a  próxima  Sôssior 

*  A'  Coraraissão  de  admissão  de  sócios  foi  prpsente,  aíim  do 
emittir  o  respectivo  pai^ecor,  a  proposta  ju  d  ta,  da  Mesa  do  los- 
titulo  Histórico  e  rit^ogrAijhico  Brasileiro  apresentando  para 
socLo  líonorario  do  tostittito.  S,  Kx.  o  Sr.  Dr,  José  Leopoldo  do 
Bulljõea  Jardim»  Ministro  da  Fazenda. 

A  proposta  em  siCs^titOm  a  josliflcação  da  disfcincção  quo 
lie  111  mereço  o  Sr.  Ministro  da  Fazcndu,  detorniinantío  a  reim- 
priíssfxo  nad  oíHeinas  da  Improns-i  Naciotuil  dos  voliimos  oi(/utv 
dos  da  ilovísta  Triraeatral  do  Insiitíito,  por  aviso  n.  SH  de  12 
de  dôzombro  de  Í9ij4|  publicado  no  IHariò  O/ficinl  de  13  do 
inesnio  mcz, 

E'  um  síírviru  relovante,  pois  o  lusiiUitj  conluva  J!Í  diversoiá 
immeroH  aati^n^áda  sua  preciosa  Ivuvistat  qtio  teudiam  .i  ní^sip- 
parei^er,  e  deixavam  lacunar  sensíveis  na  sua  notável 

Nestas  condições  baseando  so  no  §  1 '   do  art.    lo   i  j,- 

butoSr  é  a  Commlâsâo  do  admissão  de  sócios  do  parocer  t^ue  a 
proposta  ajjrcbieõtaudo  para  sócio  honorário  do  Instituto  o  Sr, 
Ur.  José  Leopoldo  de  Bulhões  Jardim,  osti  uo  caso  dd  aer 
ap provada. 

Sala  das  sessões»  era  24  de  março  do  1905.—  António  de 
Paula  Freitas,  relator. —  Salvador  Pires  4ú  Cart>aího  e  All^u- 
gtierque, —  Manoel  Francisco  Corrêa, t^ 

M  A'  Com  missão  de  admissão  de  soo  toa  foi  presente  aâm  de 
emittir  o  respectivo  parocor,  a  proposta  juota  da  Mesa  do  Ins- 
tituto Histórico  e  Geographico  Brazlleíro,  apresou  tando  para 
sócio  honorário  do  mesmo  instituto,  S.  Er.  o  Sr.  Dr*  José  Joa- 
quim Seabra,  Ministro  da  Justiça  e   Negócios  Interiores, 

Kiitre  as  diversas  instituivòes  scientiftcag»  que  tem  mereci- 
do de  S.  Ex.  evidentes  pruvaà  de  consideração,  achasse  indu- 
bitavelmente o  Instituto  Histórico  e  Googr^iphioo  Brazileiro 
para  o  quat  foi  sempre  sou  pensamento  destinar  um  ediíli^io 
em  que  ptidesso  funccioiíur  coudiij;naiJiente  e  alojar  o  impor^ 
tau  te  o  rico  arcbivo  que  possue, 

Faxendo  concluir  o  ediflcio  do  cács  da  Lapa  foi  logo  o  sea 
primeiro  intento  alíi  colloear  o  Instituto,  destinando-llii»  uma 
das  alas  assim,  como  o  restante  ú.  Academia  Nacional  de  Medi- 
cina, ao  Instituto  da  Ordem  do&  Advogad^is  Brazí loiros,  c  4 
Academia  de  Lcttraa, 

luf^  diz  monte  o  ospavo  reservado  para  o  Instituto  foi  veri- 
licado  iusuíficient(\  o  por  e;sse  motivo  doixou  o  Instituto  de 
oocupal-o.  Nuè  descurou  entretanto  o  digno  Ministro,  a  oarg^o 
de  cuja  pabta  correm  os  iie^^ocios  da  insirutção  do  paiz,  de 
procurar  alojar  o  Instituto  em  algum  outro  ediflcio. 

Vários  alvitres  foram  saggeridos  e  se  al^,'uns  falharam  foi 
sompro  «m  virtude  do  causas  ostrantiaM  ^ob   sons  bons  desejos. 

Actualmente  tem   o  la^tituio  promassi  de  ir  occupar    o 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905  553 

grande  edificio  ondo  fiincciona  o  Archivo  Publico,  logo  quo  <^sto 
80  remova  para  o  odiftcio  ora  obras  á  praça  da  Republica. 

Evidentemente  todos  estes  esforços  dâo  uma  somma  do 
serviços  que  o  Instiiuto  não  pôde  deixar  do  bem  apreciar,  con- 
ferindo a  distincção  de  quo  trata  a  proposta,  de  accordo  com  o 
§  l»  do  art.   10  dos  Estatutos. 

Nestas  condições  julí^a  a  cora  missão  do  admissão  de  sócios, 
que  a  proposta,  apresentando  o  Sr.  Dr.  J.  J.  Seabra  para  sócio 
honorário  do  Instituto,  vstà,  no  caso  de  ser  approvada. 

Sala  das  sessões,  ora  24  de  março  de  1905.—  A.  de  Paula 
Freitas,  relator. —  Salvador  Pires  de  Carvalho  e  Albuquerque. — 
Manoel  trancisco  Correia  •  » 

O  Sr.  Fieiuss  diz  que  na  próxima  sessão  lerd.  talvaz  a  carta 
que  vai  dirigirão  Dr.  Alfredo  de  Carvalho,  distincto  l»  Secre- 
tario do  Instituto  Archeologioo  de  reruambuco,  a  proposit>  da 
versão,  citada  por  Lord  Rusebery  e  outros,  sobro  uma  conspira- 
ção preparada  em  Pernarabuco  cora  o  fim  do  libertar  o  grande 
Napoleão  do  captiveiro  em  Santa  Helena. 

Sobre  esse  íissumpto  o  Sr.  Raífard  adduz  algumas  informa- 
ções. 

Levanta-80  a  sessão  ás  5  horas  da  tarde. 

Mar.  Fieiuss,  2"  Secretario. 

OPFERTAS 

Pelo  Sr.  José  Jacintlio  RibeiíX)  Chronologia  Paulista  2  vols. 

Polo  Sr.  F.  de  P.  Chaves  Campello— Er/)o«iVtfo  de  Motivos 
da  Associação  Commercial  da  cidade  do  Rio  Grando,  quanto  á 
preíerencia  da  construcção  do  Ramal  da  Estrada  de  Ferro  de 
Santa  Anna — D.  í^edrito—S.  Sebastião,  no  Estado  do  Rio  Grande 
do  Sul. 

Pela  Associação  Coramercial  do  Rio  de  Janeiro— Br/e/ tm— 

Pelo  sócio  Sr,  J.  Barbosa  Rodrigues— A/i/Wac^<t.'í  de  Para- 
guay 

Pelos  Srs.  Mirko  y    Stero  Seljan—  El   Salto   dei  Guayrá. 

Pela  American  Geographical   ^oci^iy—Bulletin. 

Pela  Société  Khédivale— Bulletin. 

Pela  Sociótó  de  Géographie  Commerciale  de  Bordeaux— 
Bulletin. 

Pela  Repartição  da  Carta  Marítima  do  Bvdail^Boletim  Se^ 
niestral» 

Pela  Societá  Africana  dItalia—jBoíteítno. 

Pelo  Instituto  Histórico  o  Geographico  de  S.  Paulo— -Rtf- 
vista. 

Pelo  Dr.  Paulo  Ferreira  Alves,  prefeito  de  Nictheroy— iWe- 
morial . 

Pela  Directoria  General  de  Estadística  de  la  Provinda  de 
Buenos  Aires — Boletin  mensual. 

Pela  Real  Academia  de  la   Historia  de  Madrid— Bo/e/t». 

Pelas    Redacções  as    seguintes    revistas— /^evúta    Medico 


554  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

Cirúrgica  do  Brazil —  O  Trabalho— Renascença— Revista  Corri'' 
mercial  e  financeira —  Mala  da  Europa — Jornal  do  Recife  —  Cliib 
Coritibano— Diário  Official  do   Amazonas, 


4*'  SESSÃO    ORDINÁRIA  EM   28  DE    ABRIL   DE    1905 

Presidência  do  Sr,   Conselheiro  O,    lí.  de   Aquino  e  Casit  o 

A*s  3  horas  d«i  tarde,  presentes  os  Srs .  Ck)iiselheirus  Aquiao 
o  Castro,  Marquez  de  Paranaguá,  Commendador  Henrique 
Raffard,  Desembargador  Souz\  Pitanga,  Capistrano  do  Abreu, 
Barão  de  Alencar,  Rodrigo  Octávio,  Arthur  Guimarães,  Couto 
do  Magalhães,  A.  do  Paula  Freitas,  Rocha  Pombo,  Marques 
Peixoto,  Luiz  Cruls,  Salvador  Pires  de  Carvalho  o  Albuquerque, 
Andró  Werneck,  Visconde  do  Rodrigues  do  Oliveira,  Carlos 
Lix  Klett  o  Max  Flciuss,  :^°  secretario,  abre-se  a  sessão. 

O  Sr.  Floiuss,  2*  Socrctario,  16  a  acta  da  sessão  anterior,  a 
qual  ô  som  debate  approvada. 

O  Sr.  ('ommcndador  RaíFur»!,  l"  Secretario,  lè  o  expediente 
«iue  consta  de  um  ofíicio  do  Sr.  I*refeito  Municipal  romettendo 
um  exemplar  da  Mensa<<om  apresentada  no  dia  6  áo  corrente  ao 
Conselho  Mimicipal,  o  que  muito  se  agradece. 

Lê  depois  as  oíTertas  e  cm  seguida  o  balancete  do  !•*  trimtís- 
tre  do  corrente  anno,  o  qual  ó  remotti  lo  á  Comuiissão  de  Fun- 
dos o  Orçamentos,  relator  o  Sr.  Conselheiro  Souza  Ferreira. 

Diz  ainda  que  o  Sr.  Thesoureiro  communica  que,  oní  13 
do  andante,  foi  comprada,  por  intermédio  do  corretor  Sr.  Al- 
fredo G.  V.  do  Amaral,  uma  apólice  geral  do  valor  do  200>;, 
juro  de  5  %,  de  n.  2.601  ( decreto  n.  9.370,  de  14  do  fevereiro 
de  1888  ),  à  razão  de  990$,  custando  198$000. 

O  Sr.  corre  ter  dispensou  a  commissão.  Esta  apólice  fui  adqui* 
rida  com  o   rendimento   dos  títulos  com  applicação  especial. 
E'  apresentada  a  apólice. 

O  Sr.  Presidente  declara  quo  o  Instituto  agradece  a  com- 
municação  feita,  bem  como  o  obsequio  do  Sr.  corretor  Amaral. 
Procede-se  em  seguida  á  votação  dos  pareceres  da  Com- 
missão de  Admissão  de  Sócios,  que  haviam  ticado  sobre  a  mesa 
na  ultima  sessão  o,  sendo  os  mesmos  approvados  por  unanimi- 
dade, o  Sr.  Presidente  proclama  sócios  honorários  os  Srs.  Drs. 
José  Leopoldo  de  lUilhõos  Jardim  o  José  Joaquim  Seabra. 

Achando-sc  na  sala  iramoliata  o  sócio  recem-eleito  Dr. 
Leopoldo  do  lUilhõo3,  o  Sr.  l^residonto  designa  os  Secretários 
para  introdiizll-o  no  rcjinto.  Alii  ch<juMdo,  o  Sr.  Prosidence  di- 
rigolhe  a  .Ne;j:uinte  allocução  : 

«  Ao  illustro  Sr.  Dr.  Jt»:ó  Luopoldo  de  tíullióes  Jardim, 
muito  digno  Ministro  dos  Negocies  da  Fazenda,  tem  o  Instituto 
Histórico  e  Geographioo  Brasileiro  a  satisfação  de  ofiferocer  um 
Jogar  de  honra  entre  os  amigos  das  lettras  e  desvelados  cultores 
da  scioncia  aquo  ospecialmerit^  0.  coiis.iícp.ida  oaX-x  lo«rendariae 
douta  associação  litteriíria. 


ACTAS   I»AS   SKSSnfííi   DE    1^05 


r.55 


A  admi8sí5o  de  novos  coliaboradores,  intolligoDtos  o  presti- 
mosus,  é  Êcrapre  motivo  da  jiil>il<jí  pam  o  Instituto.  O  qne  con- 
stituo a  grandeza  dosti  bolla  instituirão  é  s<im  duvida  o  valor 
moral  c  iutellochcti  doí?  seus  ní^suciados*  S§o  devidamente 
apreci fidas  as  qnaliiirvkíS  po8so;ies  do  di^tiõcto  consócio  qito  com 
:v  m.x  ]í resenha  vem  hoje  dar  l^rilho  e  animação  aos  nossos  tra- 
biillios  ;  st^u  nobre  earai^tcr,  eminuntn  pusiçna  social  o  bona  ser- 
viços prés  ta  doa  á  causa  publica,  írui  merecida  monte  graogea.do 
a  consideração  c  estima  que  lhe  são  tributadas. 

Os  favores  dispensad^js  is  letti'íis  e  à  sciencia  t>eIos  Poderes 
Públicos  directa  i*  efRcazmento  concorreoi  para  o  dosenvcílvi- 
raonto  o  proífrosso  do  paiz  ;  bem  o  comprohendeu  o  hoarado 
Ministro,  quando  fácil  concedei  o  Ctovernõ  o  apoio  de  sua  auto- 
rizada inllucní'.ia  aus  que  a  procurara  movidos  por  elevados 
intorosses. 

Já  deve-lhe  o  Instituto  bêneflcios  outroá  de  maior  valia, 
espera  ainda  obt<7r  de  stiJi  l)o:i  vontíide  e  patriotismo  era  pròl  da 
importante  o  trabalhosa  empem  era  que  se  acham  aqui 
empenhados  m  dilif?entns  obrorros  da  nossa  hi8toi"ia. 

Seja  bem  vindo  entro  nós  o  novo  ron^orio  ;  e  pos^sam  os 
nossos  votos  assegurar  a  telieidade  que  iateiramente  desejamos 
o  ttcompanhe  na  brilhante  e  rápida  carreira  que  alé  hoje  tem 
seguido  na  siia  vida  publica.» 

O  Sr.  Dr.  Leopoldo  de  Bulhões  profere  o  seguinte  discurso: 

€  Sr.  Presidenne  —  Agradeço  muito  cordialmente  a  esta 
dotíta  corporação  a  bene vidência  com  que  acolheu  a  indicação 
do  moii  nome  cumo  dij^no  de  IlíruiMr  entre  ou  qnv  tralialham 
pelo  proííresso  e  estudo  da  historia  egeographia  do  lirazil.  K  ao 
meu  recolhimento,  ainda  que  aisim  possa  parecer  A  primeira 
impressão,  uâo  sr  ajuntai  timidez  nem  em  braço  de  me  sentir 
euTí  meio  extranlio. 

Não  fossemos  todos  nascidos  na  mosraa  terra,  fallando  a 
mesma  língua  ('  commungaudo  no  mesmo  ardente  culto  da 
esperança  no  futuro,  da  iírandezi  politica  em  proporçfio  e  har* 
morna  com  a  grandeza  physicíi  do  Urazil  ;  não  fossem  quasí 
todos  aqui  rostoí?  meus  f:i  mi  liares  e  algtins  de  amij^^os  caros,  e 
ainda  eu  me  acharia  ;l  vontade  nesta  assernblt5a. 

Aqui  rae  ainto  prepanido  para  acompanhar,  não  sô  com 
nym  patliia,  mas  tamb<mi  com  coTihecimontos  de  experiência 
pim^oal,  ai  estados  para  a  descripção  physíca  do  nosso  ignorado 
tf^rritorio.  Nisto  ao  menos  uie  vale  o  tt*r  nascido  muito  longe 
do  mar,  bisUntelnn^re  do  extrangeiro  para  que,  antes  de  vtr 
entender  o"?  encantoa*  do  exoti^mo^  tenha  crescido  i'  merlrado 
era  mim  »*  amor  iTiiiucbL':vutivel  da  terra  nataL 

Nunca  se  pr» Jo  discriminar  entre  os  tantos  estimuloí?  phy- 
sicos  de  um  caracter  qual  o  determinauto  da  escolhii  de  uma 
carreira,  Araso  seM  o  meu  nuâciment<3  no  sertão  o  quo  fez  de 
mim  ura  politico?  Cedo  kl  vi  que  a  t^/rra  ó  grande  e  a 
gente  pouca  o  o  ^'overoo  diíllcil  de  tao  vasto  domínio  sem  cul- 
tores. Acc0ndeu*se-me  o  desejo  de  aprender  para  ensinar  qnaes 
as  necí^^sidadeR  do  paiz  e  qimos  os  mnios  de  as  satisfazer. 


55G  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

Nesta  ompreza  tonko  lidado  com  succoeso  vario,  mas 
sempre  com  ardor  sereno  de  quem  yO  a  terra  antes  dos  homeiíB 
do  presente,  a  terra  para  os  homens  do  futuro  que  aerão  os 
brazileiros  mais  ditosos. 

A  fíoographia  das  viagens  polo  sortão  e  do  sertão  para  o 
mar  eu  tenho  para  justificar  até  certo  ponto  o  meu  assento  entre 
geographos. 

Agora  a  historia ;  sam  immodcstia  na  comparação  com 
aquelle  homem  do  Estado  inglez  que  não  queria  estudar  a 
historia  d ifferento  da  que  oUe  tinha  feito,  parece-mo  que  a 
contem ]'<  raiiea  o  que  se  vive,  toda  cheia  de  reflexos  do  pas- 
sado, é  ainda  uma  garantia  de  que  somos  capazes  do  entendel-a 
e  continual-a. 

Tenho  dlco.» 

O  Sr.  Desembargador  Souza  Pitanga  responde  nos  seguintes 
termos;  «Sr. Dr.  Leopoldo  de  Bulhões.  O  Instituto  Histórico  exulta 
ao  acolher-vos  em  seu  gi'emio  porque  neste  penetrais,  seoão 
cingido  dos  louras  do  historio^rapho,  aureolado  pelo  alto 
prestiprio  de  um  modesto  mas  primoroso  factor  da  historia  da 
nossa  Pátria.  Em  vossa  existência  ainda  poucj  longa  o  vosso 
nomo.  jíí  illustro,  ?:o  inscreve  como  o  do  paladino  estrénuo  e 
sympaGhico  das  causas  mais  gloriosas  que  se  têm  agitado  na 
arena  politica  do  nosso  paiz. 

O  liberalismo  d  ove  á  vossa  illustrada  coUaboração  o  trium-. 
pho  do  vários  princípios  e  seu  pi*ogramma ;  o  abolicionismo  o 
vosso  prestigioso  concurso  para  sua  grande  victoria  ;  a  Repu- 
blica ao  vosso  dedicado  auxilio  o  traço  honrado  de  sua  vida 
financeira. 

K  é  esse  acervo  de  serviço  que  vos  habilita  a  erigir  o  vosso 
perfil  singelo  de  homem  publico  sobre  a  peanha  desse  planalto 
em  cuja  base  tentam  entrelaçar-so  em  fratornal  amplexo. 

Tocantins  e  o  Araguaya.  E*  essa  a  razão  do  vossa  prepon- 
derância nesse  vosso  amado  Goyaz  ondo  encontrastes  amanhada 
a  terra  fecunda  pelo  cultivo  jã  iniciado  por  ihustres  antepas- 
sados e  pela  acção  benéfica  de  um  magistrado  d  i  estatura  de 
António  Félix  e  pelo  talento  desse  astro  precocemente  eclypsado 
quo  deveria  hoje  luzir  comvosco  em  uma  constellação  doa 
gémeos,  do  António  Augusto  de  Rulhões  Jardim. 

A  at  ti  tildo  resolut:imente  austera  que  assumistes  na  guarda 
do  erário  publico,  sem  as  deformidades  e  as  rudezas  do  mino 
tauro,  mas  com  a  coragem  do  cherubim,  que  com  o  gladio  do 
fogo  repelle  os  robell is  quii  o  tontam  assiltnr,  não  impediu 
que  acolhesses  com  desvelo  a  solicioaçxo  deUo  Instituto  na 
reimpressão  do  suas  rovistas  oxti netas  ;  6  justi  portanto  a  ho- 
menagem de  gratidão  que  elle  prosí,a  atjuolle  quo  soube  com- 
preheudoí'  que  não  ó  uma  prodigalidade,  uras  uma  economia  o 
que  se  dospen<le  em  proveito  dos  que  eiabjram  a  historia  do  sua 
pátria.» 

O  Sr.  Fleiuss,  â*"  Secretario,  le  a  seguinte  proposta  : 

<  Propomos  para  socio-correspondente  do  Instituto  Histórico 
eGeographico  Brazileiro  o  Sr.  Alberto  Pimentel,    natural    de 


ACTAS  DAS  SESS:1ES  DK  1905 


557 


Portíjgal,  onde  resido,  ootavol  h  imoin  de  lettr.is  o  autor  de 
diveraud  trabalhos  hi9torii3og  b  litierai*ioií,  servindo  de  base  para 
esta  proposta  a  suíi  obra  A  Carte  dr  D,  Podro  IV, 

Sala  díis  sessões,  era  íi8  de  abril  de  19ii5. —  Henrique  Raf" 
farth — .4.  /*»  í/e  Souza  Pitanga, — Saicado^'  Pires  de  Carvalho 
e  Albuquerque , — Ltíis.  CruU. —  Roõfm  Pombo  ^ —  Couto  de  Mft' 
tffilhães,  > 

Vae  á  commissão  gubiidjaría  de  historia,  do  que  ú  rel^hiv 
o  Sr,  Max  Ficiioss. 

O  St\  VíscondG  de  Rodrigaoa  de  OllFeira  obtendo  a  palavra 
íliz  a  .seguiíite  exposição: 

«  l''xra.  Sr.  Ppmideote  —  Ha  cerca  de  oito  annos  oonsmltoi 
a  V.  Ex,  píiíu  sabor  si  seria  ag-radavèl  ao  Instituto  ouvir  a  lei- 
tura de  uin  projecta  do  reconâtitui<,€o  das  finrmç,i9  braziloiras* 
ScFviu-sõ  V.  Ex,  de  respuoder-roe  qun  o  Instituto  já  possuía 
furando  copia  ãe  documentos  que  serviram  a  hi-ítoria  flnan- 
ceira  do  Rrazil  o  que  ac 'ittva  com  gosto  tinia  nuva  contri- 
buirão. Os  n rmifírosoií  e  venerandos  aocius  presentes  âqunlla 
sessão  de  5  de  Setembro  d<3  1897  autorizaram  a  k^itura  imme- 
dia  La  do  m^u  manuscriptot  a  que  d^ram  muito  benévolo  aco- 
ilíimeiíto,  pelo  qu;il  reitero  o  meu  pr^Tundo  agr.idécimonto» 

Hoje  desejo  oíTorecer  uma  nova  contribuição  para  o  arcliivo 
do  venerando  Instituto  ;  ú  um  trab.tlbo  fuito  por  mão  de  mes- 
tre, o  projecto  da  reforma  raomjtaría  o  da  ereação  de  um  baaco 
de  emissão  no  lípaíil,  olaborado  f>elo  íír.  Edmond  Théry,  de  oo- 
toFia  competência  no  estudo  e  no  concerto  das  íioanças  ava- 
riadas. 

Tonlio  a  iionra  de  oiforecor  ao  venerando  In?!tltutu  a  refe- 
rida obra  »í  também  uma  traduc.ão  partfiiíueza  da  mesma, 
iradiiíívjij  que  mandei  Hizer  a  podido  de  patrlcio^^  qu«í  tomam 
vivo  interesse  em  que  o  Hrazil  posisoa  inooda  convertível  em 
ouro  o  fiao  Cíotiniie  eiccluido  das  nações  civííizadas  que  fazem 
aa  fluas  pLTmulas  internacionaes  em  ouro  o  que  assim  evitam 
aa  desastrosas  ilitctuações  do  valor  da  monda. 

Essa  traducçào  eiíá  prer«:iaila  pelo  Sr.  Dr,  Dominiíos 
Olympio  e  trnz  como  a n nexo  um  despreteucioso  pare«íer  meu 
Acerca  do  credito  aj^ricola  no  Brazil.  táo  reclamado  pela  nossa 
depauperada  lavoura. 

Já.  se  tem  occtipado  com  o  referido  projecto  tanto  a  im- 
prensa da  Capital  como  a  dos  untados.  Para  não  abusar  do  pre- 
cioso tempo  do  Instituto»  abatenho-me  de  fazer  considerações 
sobre  o  alcance  do  referido  projecto,  mas  mcobendo  hoje  de 
S,  Paulo  a  Fo//ia  ATora,  de25  do  corrente  mez,  que  traz  umOi 
analysô  daciuelle  projecto,  toitio  a  iibnrdade  de  onerecel-a  ao 
venerauilo  instituto^  referindo- me  a  ella.  Ha,  todavia,  com  re- 
lação ao  projecto  do  Sr,  Tliéry,  um  facto  que  cumpre-me  men- 
cionar, porque  asdegura  os  meios  da  reíilização  do  dito  projecto, 
e  sobretudo  por  ser  muito  lisonjeiro  para  o  BraziL 

Eis  o  facto:  uma  grande  potencia  íinanceira,  a  Banque  de 
l' Union  Parifiionne,  fes  seu  o  projecta  do  Sr,  Thr^ry  o  deu-rae  a 
missão  da  propol-o  ao  iloverno  Fedoral,  o  que  envolve  o  oíTere- 


RHMSTA   DO   INSTITUTO   UIS1 


ci monto  t\e  cont#>nn>  do  mil  coDtoft  om  ouro,  qoe  raeLàiiift  ft  n- 

pciiçãa  do  prujecto.   Paroei*  mí^  quo  ne»e  fiicf-».    ta*í   liaooiHm 
para  o  HrazJU  Ti»í>roce  s<*p  coníiírnado  no:i  an  Tcnenoda 

jo^títuto.  íi  quem  agradeço  a  l»enevoleDcÍ;à  cc  :  ^saprviíiilí 

óurip  esta  succinta  communiroçáo». 

AebaDdose  na  sala  immediaiao  Sr.  DeputãtJci  Sjlvio  Ro- 
moro,  íwcío  efl^octivo  clêít)  em  .f3  de  agosto  de  11*01 .  o  Sr,  Pre- 
sideate  «iegijçtmos  Srs.  secrot  irios  |>ara  íatrodoxU-o  no  reeioto. 

Ahi  cheRad )  o  Sr.  Prt^idonte  diri  jo-lhe  a  se^tnto  aUocoçiii: 

«  Sr.  Dr.  Sylvio  konaero  —  O  iQstitnto  Histórico  o  Gecigra- 
pUlco  Brazileiro,  confrindo-yog  o  titulo  de  so^io  eíTc^ciiv^a,  hoje» 
com  muito  prazer  tos  acolbeDdoem  seu  grémio,  d&  tesleaiBiiika 
do  apreço  que  liga  ao  dúsenvolvimento  das  uoasaâ  lettraj  ew- 
titdus  históricos  a  que  do  longos  auoos  se  dedícm,  procitfmiido 
colln^r  nas  noUveis  habilitaçõiís  de  provocUjs  mestres  daseieocM 
o  valioso  coD curso  de  i]ue  necôssita  para  quo  Uem  pos»  ser 
prtíenchidô  o  uobn*  o  difllcil  encargo  que  a  91  tomou  do  proparar 
Fegupos  olomentm  para  a  ^rran  iiuaa  historiJi  *Ui  nossa  pátria. 

Em  felizes  condições  vos  acbaes,  ao  virdes  tomar  parta  ein 
nossas  lidos . 

Tendes  amor  ao  trabalho,  cabeis  prezara  seieada  o  a  tendes 
bem  servido  com  as  vossas  luises,  do  que  aâo  prora  os  variados 
e  ÍQteressantes  trabalhos  acieniiâcose  litterarius  que  traafim  o 
Yosso  nome.  Com  tão  legítimos  títulos  de  coaLpalencia  m  coma 
lustividado  que  é  própria  do  vosso  zelo  pelo  progr^esso  moFal  a 
iatellectuiil  do  nosso  paíz,  ser-vos-ba  f.icíL  o  agradável  f»r- 
mspítnder  ao  muito  que  espera  o  Instituto  do  vosso  prosttaw 
em  proveito  dxs  nossas  lettras. 

Reotbei,  p^is,  as  coidiaoâ  sandaçí>ei  que  em  nomo  do  losti* 
tuto  vos  gào  por  mim  dirigidas  nesta  occasiâo.» 

O  Sr.  Dr.  Sylvio  Roraero.  pedindo  a  p,Uavi*a,  profore  o  s^ 
gulnte  discurso  : 

<  Sr.  l^residonte,  meu:^  senhores  —  O  adiantado  da  bora 
priva-me  do  prazer  e  da  honra  de  entreter  por  algum  tampo 
esta  selecta  companhia  com  a  leitura  do  trabalho  que  aqaí 
trago  ai^ei^ca  do  Brasil  social  o  que  me  serviria  do  discurso  4b 
apresentação.  Limito-me,  poU.  a  duas  palavras  de  mero  agrada* 
cimento. 

Os  creadores  deste  Instituto  oom  o  haverem  intitulado  — 
gc&graphico^  ethnographico  e  histórico,  tiveram  ã  eiaru  tntuicio 
de  que  os  problemas  nncionaes.  mais  sérios,  mais  graves»  mais 
proluodos,  tudo  que  Be  pôde  cliamtir  o  cííso  h-aiUeiro  na  ordem 
íjooial  e  politica,  tera  de  ser  estudado  e  solvido  A  cusia  da  iote- 
gridadi?  ão  solo,  da  aatouomia  da  raça  e  de  sen  desenvolvimento 
histórico  neslo  meio. 

As  goraçôíiâ  que  se  t^.^om  succedldo  após  a  dos  iDiciadorefl, 
não  tem  desmerecido  ;l  desie^  no  triptiae  empenho  indioado« 

Este  Institut*^  tem  prestado  relevantes  serviços  ao  paiae 
podel-os  á  ainda  prestar  no  presente  e  no  ftituro,  no  encalço  dos 
masmoff  idéaes. 

Perteocer  a   tão  selecta  oompanbia  é  por  certo  honraria 


ACTAS  DAS  SES.SOKS  DK  1005  559 

pai-a  sor  muito  prezada.  K  o  ouvir  phrases  tão  amáveis  o  tuo 
conceituosamonto  elovadas,  como  ossas  quo  mo  dingio  S.  Kx. 
o  Sp.  Prosidonto,  seria  motivo  para  envaidecer -me  se  não  mo 
sobra -isom  razões  pira  attribuir  só  o  só  a  esse  generoso  cava- 
Iheirisra),  tão  delle,  que  costuma  repartir  com  os  outros  os  pró- 
prios merecimentos. 

Agradeço  ao  Instituto  a  generosidade  que  teve  cm  colher 
om  seu  seio  um  homem  do  ordom  tão  secundaria  como  ou  (  n/ro 
apoioflos  ffernrs )  e  faço  reverter  sobro  o  Sr.  Presidente  as  phrases 
encomiásticas  que  ouvi  à  sua  bondado.» 

O  Sr.  desembargador  Souza  Pitanga,  orador,  responde  da 
seguinte  forma  : 

<  Sr.  Dr.  Sylvio  Romero—  A  vossa  presença  neste  recinto 
faz-me  instincti vãmente  lembrar,  a  mim,  que  carinhosamente 
cultivo  as  recordações  encantadoras  da  vida  académica,  o  perfil 
de  um  outro  vulto  que  devera  ter  pertencido  ao  nosso  grémio: 
o  do  Tobias  Barreto  dcí  Menezes. 

Iniciastes  vosso  tirocinio  litterario  sob  o  inlhixo  desse  philo- 
sopho  que  á  vo^sa  delicada  propaganda  devo  a  divulgação  do 
suas  id(?as  e  a  consagração  do  seu  mérito. 

As  polemicas  tão  renhidas  quão  eruditas  que  tivestes  de 
sustentar  nesse  piedoso  empenho,  constituirá m- vos  tal  patri- 
mónio litterario  que  por  si  sós  justi ficariam  vosso  advento  ao 
nosso  convívio  ;  mas  outro  titulo  de  maior  propriedade  impu- 
nha osso  acontecimento  qu^í  nos  rejubila  :  O  a  voasa  Historia  da 
JAIeraiurn  UrazUeirn,  que  valo  um  trecho  do  íirchivo  de  um 
Instituto. 

Não  tivesse  ella  o  mérito  que  eíTecti vãmente  tem  como  obra 
didáctica,  e  seria  um  titulo  do  alta  benemerência  para  a  historia 
do  nossas  letras. 

Em  suas  paginas  salvastes  da  obscuridade  o  do  esqueci- 
mento diversos  distinctos  litteratos  que,  sem  ella,  não  teriam 
talvez  transposto  as  raias  dos  seus  Estados  nataes  e  cujos  nomes 
são  por  ella  transmittidos  ã  mocidade  estudiosa. 

O  Instituto  acolhe,  pois,  com  o  maior  acatamento  o  novo 
consócio  de  cuja  comprovada  aptidão  muito  espera  para  seu  pa- 
trimónio scientiílco.» 

Nada  mais  havendo  a  tratar,  levanta -se  a  sessão  ãs  5  horas 
da  tardo. 

Max  Heiuss^  2»  secretario. 

OFFEPvTAS 

Pela  Associação  Typographica  Paulistana,  Estatutos  e  Rela, 

tórios. 

Pelo  Cuerpo  de  Ingenieros  de  Minas  dei  Peru,  Boletin, 
Peia  Sociôtó  Imperiale  des  Naturalistes  de  Uosco^y ^Bulletin, 
Pelo  Ministério  da  Viação   e  Obras   Publicas,  Brazil  at  the 

Lmisiana  Purchase  Exposiiion  S.  Louis,  1904. 

Pela  Sociedade  N;vcional  de  Agricultura,  Boletim, 


50U  REVISTA   DO  IXSTITmi  H1ST>ORIOD 


Feia  Academia  Real  das  Scienciai  de  Lisbcn* 
cm  19  de  ferereiro  de  1905. 

Pelo  Sr.  Praneisoo  A.  ChaTes,  ArcMi99  dmt  Aç«m^  a  MitUtrit 

Pelo  Sr.  Ao^  Floro  t'  #sla.  Discurso, 

Pela  >oci*^lé  «ie  Gdoi^raphie  de  Geof-re^  Le  Gfo^. 

P*.-U  '^eographkml  Qaeeoslaiid  Jounud,  i^roewedêMÊ^, 

Pel^/  Inteniaáooal  Bureaa  of  the  AOMnema  Sapnãtieii»  Mtm- 

Mj  B^ifiin, 

Peaa  Inrectoria  Geral  «le  Saade  Pnblica*  BcUiim  Mgmsfi. 
Pela  R^al  Socâaiad  Gda^rraphiea  de  )fJhdridL  BUmêêm^ 

Pela  American  «3€OJTaphicaI  SocieiT,  RMlIcrõi. 
P*'lo  InstiUito  Geo^iÂoo  Arg«Qiiiio.  Boietím, 
Pela  Hiftjricai  Soeietj  of  PaosjlTaiiia.  Tke  " 
Pela  Natíooal  Gao^raplúc  Sodety.  Il^ 
Peli  Seene-taria  de  A^ricaltora  V.  I.  e  Obrms 
K3taio*ia  BaJ.ii.  Bxeii  .. 

Pela  Directoria  Crera;  d;-  Correi-^,  Boi€iim  i^cMmi^ 
PeU  JuDU  S'ipen-:r  de  Sanuiad  de  la  IsIa  de  C^te.  /»;>« 

Pelo  Moseo  Nacional  de  Mexioo,  A«kii«f . 
Peli  DireccioQ    ^^neral   de  fetadii^i.^  de  Ia  Pf%>Tiaeia  de 
Buenos  Aires,  Z>nR:'.^T«.<3. 

Fel  A  Aá90cia.:rlo  Commerrl  i  d>  Rio  de  Jaaeiro.  Bjiiiwm, 
P^I<js  Srs.  Moa:fon  e;  Grande  —  Rcp^-n  s^tr  va^  JKsm» 

Peio  Sr.  Fr:L:^.*^^  Vi  ie'ie  Viaiini  —  ZH^^  -í  -  _c^-.-v*n»3>  w 
.Vrehi  TO  ?  :;l< ico  .la  Baiài  % . 

Pel^-  K:»lt»s  ArMer.-MolstíS  —  BuiU^im. 

P»-!^  Sr.  Ea?eci>  jo  C4:it>  —  Kf»'  ■•'•. 

Pelj  5*>*:  •Sr.  Dt.  OliTeir.\  Lima  —  V;.í,s  dtp>l.>^^t%r^  ^ 

?*•!>  Si:*^.^  Sr.  Dr.  Xelãot;  C'^.:*>  -ie  ^^fllaa  —  O  Eti^^ê  •? 
Jftiur'  Gír':s  z\  Expos«;ão  de  S.  Loiz. 

P  •.  i  >..v:e:.    Jes  E:uies  Inio  Ch::i.i-es  ie  Saiís:*  —  B^Uetm 

Pe.viTj     Kepabli.MQj  de   ComneiBoricâes  C^riesséeSM 

Paalo  —  '  :^   .:•*«-.:&»  f€  e/  <í^  A:  -.;  <í^  /9'>#. 
Pe;oObMfTAV>rij  i.  R;o  ie  ;aceirj—  B;^^ãi. 
Pelas  rwpee;;TA«   ^^iicções  as  s?^in;K  re  ^nms  —  g^iila 

rfí^wM  'f  Oiv^-v:j  ie  Miirid,  r;  Pí*--«ití^  I«r?«  :.,  £ímsU 
JííN.*:;  it-  i:  *;:  .:-:  lí^-:  •  ív.  de  ATrlliae^ia,  S' -v<<^  .V^*-# 
Oi^  -.-.  :  io  :■;  -:  j:;,  O  T-i  -i."  ;.  Rítísí^  Z>ii:rSk-vt,  O  A»":it -#  4j 
K^lado  *e  \tk:-.wr-3r*>>  ,  Ã.^i^--v.v^ -:.  v.  r^:  Vj-*í>.  J^r^zi  là 
Rect-i,  Jj-^ri.  0-*í  ii.".  I..  A31^  :ii5,  L:*^:^^-,  Orwií^i^  A^^m-, 
JÊc*'.'  -ia  £"•.»  ".•'ííi . 

?e .-•   S:.\r.  L^:i  u»>rr.iin  ia  Sii^i   Leaae  —  As.->fmér«caj. 

uate 


ACTAS  DAS  SESSOBS  DB  1905 


5Gi 


,V  SESSÃO  ORDINÁRIA   EM  12  DE  MAIO  DE  1903 
Presidência  do  Sr.  Marques  de  Paranaguá  (S*'  Vicc^PresidmU] 

A 'a  3  huj-aa  da  Urde  presontea  03  Sra.  Marquez  de  Pam- 
na^uâ,  Com rno lidador  Horirique  RalTaríl,  Max  Fl*¥iiii^%  Viacon  lo 
de  Ouro  Prot«i,  Desembargador  Paranhos  Montenegro,  Eduardo 
\farques  Peixoto,  Barão  de  Alencar,  Carlos  Lix  Klett,  ConselliníTO 
Salvador  Pires  de  CarvalliOG  Aibuquerquf%  Cândido  de  Oiiveim, 
Arlhur  Guimai-âe?  o  Dv,  André  Werueck,  abre-so  a  «essa o. 

O  Sr.  Fleiass,  2"  Socretario,  lê  a  acta  da  sessão  anterior, 
a  qual  é,  sem  debato  approvada. 

O  Sr,  Presideote  diz  ter  recebido  do  Sr.  Conselheiro  Aquilo 
6  Castro»  digQo  Presidente  do  instituto,  a  aeguiote  Ctirta  que 
pxssa  a  ler:  €  Rio,  lâ  de  maio  do  1905.  Exni.  i^r,  Marquez  do 
Paranaguá,  M.  D,  Vice- Presidente  do  Instituto  Histórico  — 
Deixo  de  comparecer  hoje  à  se^aao  do  Instituto  Histórico  por 
haver  sessão  no  Supremo  Tribuoal  Feden^L  Para  o  património 
do  mesmo  Instituto  oflfereço  as  «eis  apólices  jimtas  do  empres- 
timo  municipal,  do  vator  do  2<}0$  cada  tima,  o  de  ns,  42J>li  a 
42,íV79.  Respeitoâaa  saudaç.063.— O/íJ^jrif?  !hrciUano  d*í  Áquitto 
e  Castro,  Preaidente.» 

O  Sr.  Presidente  dií  que  o  Instituto  recebe  cora  indelével 
reconhecimento  o  novo  favor  do  seu  benemérito  Presidente  que 
nào  cessa  de  provar  o  verdadeiro  amor  pela  associação  que 
justamente  ae  orgulha  da  sua  sabia  direcção.  Diz.  qun  íia  ,\po- 
licea  serão  entrog-ues  pelo  Secretario  ao  Sr,  Thesoureiro. 

O  Sr.  RaíTard,  i"  Secretario,  justifííma  ausência  do  Sr.  Con- 
selheiro Correia,  I»  Vice- Presidente. 

O  mosrao  Sr.  V*  Sf^crotario  Id  o  !íOí?uinte  expediente  :  — 
Offlcio  da  Soriíídade  de  (íoognipliía  do  Lisboa,  do  1  de  Mirço 
nlUmo,  remettoodo  ao  Instituto  uma  collefção  de  puiilioaçoes  do 
ConQrt^aso  Otímutil  P<*riutjue^,  —  AgWJLTãem-^St  jis  puhlicaÇi'*BS 
e   agradeça-se. 

—  Oríiciodo  Dr.  Baoh,  chefe  organizador  do  Museu  Ama- 
zonense, datado  de  H  de  Abril,  communicando  ter  aido  uofnoaílo 
para  aquelle  cargo.—  Intciírado»  agraileç i-ae . 

O  Sr.  í°  Secretario  lo  os  seguintes  pareceres  da  Coramissao 
de  Historia  : 

«  Foi  presente  á  ConimiMo  do  Historia  a  proposta  que 
pira  sócio  coi-rospoodente  do  Instittito  fizoram  osSrs.  Henrique 
Raííarde  outros  do  Dr.  Luiz  Gonzaga  da  Silva  Leme,  advogado 
residente  na  ciíade  dn  S.  Panio.  A  Com  missão  teve  occaslão 
de  examinar  a  (lenf^iúi^gia  Paulistana  extenso  trabalho  em 
cinco  volumerí,  no  qual  revela  o  Dr.  Leme  grande  aptiilâo 
para  a,s  pe^íquizaii  tíooeal>gicas  e  muito  couhecimonto  das  coisas 
«  dos  huraens  de  aua  terra  natal.  K'  uma  obra  de  largo  fôlego 
que  suppre  deílciencias  e  lacunas  de  similares  emprehendi- 
mentos  aníeriores  e  de  utilíssima  consulta.  Com  totla  a  justiça 
constituo  u  (i^nedogia  Paulistana  ura  titulo  de  admissão  do 
Dr»  Lema  no  quadro  doa  nossos  aocios  correspondentes*    Sala 


5G2  REVISTA   no    INSTITITO  HISTÓRICO 

das  sessões,  12  de  maio  de  1905. —  Cândido  de  Oliveira^  relator. 

—  OuroPreio,—  Lcitr  Velho, >  — K'  approvado  e  vai  á  Commissão 
de  admissão  do  sócios.  r<ílator  o  Sr.  Dr.  Paula  Freitas. 

«  O  autor  á\  C/ironolof/ia  Paulista,  Sr.  José  Jacintho  Ri- 
bairo,  prestou  um  bom  serviço  aos  futuros  historiadores  da 
sua  t^rra  natal,  colloccionando,  nos  dous  volumes  oíforecidos 
ao  Instituto  c  editados  ora  isoo  e  1904,  os  succfssos  mais  in- 
teressantes do  prospero  Estado,  cuja  Repartição  do  Estatística 
exerce  funcções  importantes. 

Para  aquilatar  o  merecimento  da  obra,  impressa  iK>r  ordem 
do  Governo  Estad  ai,  basta  o  lisonjeiro  conceito  que  delia  faz 
o  il lustrado  prof(3ssor  Dr.  lirasilio  Machado,  nosso  apreciado 
consócio.  Parece,  pois,  à  Commisião  de  Historia  que  deve  ser 
approvada  a  proposta  para  sócio  correspondente  feita  na 
sessão  de  10  de  Março  ultimo  pelos  Srs.  RalTard,  Rocha  Pombo 
e  outros. 

Rio.  Sala  dos  se^ssões,  12  de  maio  de  1905.—  Cândido  de 
Oliveira^  1'elator. —  Ouro  Preto. —  Leite  Velho. > 

E'  approvada  o  vai  .1  Commissão  de  admissão  de  sócios, 
relator  o  Sr.  Coaselheiro  Salvador  Pires. 

O  Sr.  1°  Secretario  lê  as  offertas. 

O  Sr.  2"  Secretario  as  seguintes  propostas  : 

«  Propomos  para  sócio  correspondente  do  Instituto  o  Sr. 
Hernardo  Horta  de  Araújo,  natural  do  Espirito  Santo,  com  .35 
anncs  de  idade,  autor  do  trabalho  cLimites  dos  Estados  de 
Minas  Geraes  e  Espirito  vS.into>.  quo  ofTereceuao  Instituto. 

Rio,  11  do  Maio  de  lUOry.-^fíenr  gw  Ra  ff  ar  d  .—-Max  hlei^ss^ 

—  Anhur  Cuimardcíi . —  Sylvio  Homero,-^  Eduardo  Aí.  Peixoto»^ 

Vai  á  Commissão  de  Historia,  relator  o  Sr.  Visconde  de 
Ouro  Preto. 

€  Aventando-so  a  id(?a  do  arrazamento  do  morro  do  Cas- 
tello,  terá,  se  for  levado  a  elTeito,  de  sor  demolido  o  templo 
occupado  pelos  relií?iosos  Capuchinhos. 

Nessa  igreja,  que  servia  de  Sé,  estão  desde  l.'>73  os  restos 
mortaes  de  Estacio  de  Sá,  1«  capitáo-mór  do  Rio  do  Janeiro. 

Em  1861  mandando  aquelles  religiosos  proce<ler  á  recons- 
tmcçào  do  templo  o  mo'lirtcan.io-se  o  respectivo  soalho,  houve 
nocessid:uIe  de  remover  a  pedra  sepulchral  gravada  por  ordem 
de  Salvador  Corrêa  de  S?t. 

O  Instituto  Histórico  o  Ceographico  Brazileiro,  tendo  á  sua 
frentfí  o  inolvidável  protector  Sr.  D.  Pedro  H,  resolveu,  então, 
oxhumnr  os  osso^  de  Estacio,  os  quaes  mais  tarde  foram  reco- 
lhidos ao  mesmo  jazigo,  dentro  de  uma  urna  do  pão  hrazil, 
adrrdo  prepa rada . 

A'  vista,  portanto,  dos  projectos  com  relação  ao  morro  do 
Casti3ll ),  propora-^s  quo  o  Instituto  tome  as  providencias  ncces- 
sariís.  afim  de  que  as  preciosas  cinzas  de  Estacio  de  Sã  sejam 
guardadas  no  prosbyf.ero  da  Archi-Cathedral,  obtido  o  indis- 
pensável consentimento  do  nosso  venerando  consócio  o  Sr.  Ar- 
cebispo D.  Joaquim  e  dos  religiosos  capuchinhos  «jue,  de  certo, 
não  4j  recusarão. 


xV.TAS   DAS   SliSSÒES    DE    1U05  563 

Rio  do  Janeiro,  12  de  maio  de  1905,  —  Visconde  de  Ouro 
Preto.  —  Cândido  de  Oliveira. — Salcador  Pires  de  Carvalho  e  Al- 
buquerque. —  Carlos  Li  Klett.  — T.  G,  Paranhos  Montenegro, 
— Barão  do  Alencar,  —  Eduardo  Marques  Peixoto.  —  Arhur  Otit- 
marães, — André  Werncck.  —  Henrique  Raffard.  —  Max  Fíeiuss, 
— Marquez  de  Parana(/ud.» 

E'  approvada  a  proposta,  ficando  a  Mesa  do  Instituto  auto, 
rizada  a  providenciar  a  respeito. 

Lovanta-se  a  sessão  ás  4  horas  da  tardo. 

Max  Fleiuss,  ::i"  Secretario. 

OFFERTAS 

Pelo  sócio  Sr.  Senador  Manoel  Barata  —  Relatório  dj. 
Venerável  Órdoni  Terceira  dos  Minimos  de  S.  Francisco  de 
Paula,  de  181J2  a  1897.  seguido  da  noticia  histórica. 

Pelo  sócio  Kaymunlo  Cyriaco  Alves  da  Cunha  —  Eápcri- 
mento  de  cura  da  Malária  com  o  Esanopheles  [ia  Amazónia. 

l'ela  Societá  Gcogratica  Italiana —liollotino. 

Polo  Grande  Oriente  do  Brazil  —  Boletim. 

Pela  Real  Suciodad  Geo;íra(ica  de  M  idri  l  —  Bolelin. 

Pela  Real  Academia  de  la  Historia —  Bolotin. 

Pelo  Sr.  Deputado  Bernardo  Horta  de  Araújo  —  Limites  dos 
Estados  do  Minas  Geraes  e  Espirito  Santo. 

Pela  Sociótó  Internationale  de  Science  Sociale  —  Bulletiu. 

Pelo  Instituto  Hahncmanniano  do  Brazil  —  Annaes. 

Pelo  Sr    Alfredo  Schreiner— Deux  questions  sur  la  Guerre. 

Pela  Universidad  de  Santiago  de  Chile  —  Anales. 

Pelo  Instituto  Geograpbico  o  Histórico  da  Bahia  —  Revista. 

Pela  respectiva  redacção  —  Revista  Marítima. 

Pelas  redacções  os  seguintes  jornaes  :  A  Semana  —  Diário 
OíDcial  —  Mala  da  Europa  —  Diário  Oíílcial  do  Recife  —  Gazeta 
Commercial  o  Financeira—  O  Século  —  Portugal  Moderno— Re- 
foi*mador—  Cruzada  —  Correio  do  Povo  —  Gazeta  Medica. 
Pola  Associa';'ão  Commercial  do  Rio  de  Janeiro  —  Boletim. 


(>*  SESSÃO  ORDINÁRIA  EM  20  DE  MAIO  DE  1905 
PreAdencia  do  Sr,  Conselheiro  O,  H,  dWquino  e  Castro 

A's  3  horas  da  tarde,  presentes  os  Srs.  Cons(jlheiro  Aquino 
e  Castro,  Manoel  Francisco  Correia,  Marquez  de  Paranaguá, 
Commondador  Henrique  Raltard,  Conselheiro  Cândido  de  Oli- 
\eira,  Eduardo  Marques  Peixoto,  Rocha  Pombo,  Dr.  Mai*qut)S 
Pinheiro,  Dr.  A.  de  Paula  Freitas,  Carlos  Lix  Kletí,  Ar  hur 
Guimarães  e    Mix  Fleiuss.  '-^  secretario,  abre  se  a  sessão. 

O  Sr.  Fleiuss,  2"*  secretario,  lê  a  acta  da  sessão  antorior 
a  qual  (\  sem  debate,  approvada. 

O  Si'.  Con3:)lLeiro  Correia,  i*»  vice-presiílento,  explica  as 
razões  de  sua  prolon^^^íia  ausência  por  motivo  do  enfermi- 
dade. 


564  RRVI.STA  DO    INSTITUTO  HI.STORICO 

O  Instituto,  polo  órgão  de  sen  presidente,  dedara-se  iaiei- 
rado   e  se    felicita  pelo  oomparecimento  do   eea    respeitaTel 

1*  vice- presidente. 

O  Sr.  Commendador  Raflard,  V  secretario,  diz  que  tem  Ta- 
ria")  p>nderacõe3  a  fazer  sobre  o  U)iiio  LXVl  da  Revista^  ora  no 
prelo,    e  cuja  conclusãfj  o  orador    teve   qae   chamar  a  si  em 
eoosoqacncia  da  partida  inopinada  do  Barão  Homem  de  Mello, 
qae  se  havia  incumbido  da  referida  pablica^.  Parece  que  o 
referido  tomo  será  menos  volumc^so  qoe  os  anteriires.   Deixa, 
por  exemplo,  do  apparecer  nelle  uma  interessante  memoria  lida 
em  iHt.s  pelo  seu  auctor,  nosso  ooneocio  Sr.  Fxiuardo  Marques 
Feixotj.  sobre   a  •lenomina<;ão  da  freguezia  de  Guaratyba,  por 
isso  que  não  foi    entregue  á  Imprensa  Nacional  pelo  Sr.  barão 
Humem  de    Mello   que.    provavelmente,   a  conserva    em    sea 
poder.  Achando-se  atiazada  a  impressão  da  Revista  e  não  ood- 
vindo  mais  deroorala.  resolveu  o  orador  actlval-a,   deixando 
pani  tomo  pcsieriur  outras  matérias.  Paz  desde  já  estas  decla- 
rações {lara  evitar  reparos. 

O  mesmo  Sr.  1*  secretario  lé  o  expediente,  que  eonsta  do 
seguinte: 

Offlcio  do  Sr.  Joaquim  Augusto  Gama.  datado  de  24  decor- 
rente, oíferecendo  vários  documentos  de  sen  finado  pai,  o  com- 
mepdador  Cesário  Augusto  Gama.  —  Muito  se  agradece  e  râo 
á  Commmissão  de  redacção. 

— ^  Otficio  do  Sr.  Carlos  M.  Uriese.  datado  de  Buenos-Aires, 
de  18  de  Maio,  dizendo  ter  enviado  nm  exemplar  de  sua  obra 
Geografl '  Argentina .  —  Agradece-se . 

—  Carta  do  consócio  D.  Joaquim  Silvério  de  Souai,  Bispo 
Coadj  lictor  de  Diamantina,  datada  de  20  do  corrente,  offere- 
cendo  o  erboço  do  longo  episcopado  de  D.  João  António  dos 
Santos.—  Agradece-se  e  vai  â Commissão  de  redacção. 

O  mesmo  Sr.  1^  secretario  lé  as  olTertas,  entre  as  quasB 
se  destacam  as  das  obrss  offerecidas  pelo  consócio  Sr.  Vis- 
conde de  Sanches  de  Baena. 

O  Sr.  29  secretario  lê  a  seguinte  proposta:  <  Propomos  para 
sócio  eíTectivo  do  Instituto  o  Sr.  Barão  <ie  Parauapiacaba  (con- 
selheira João  Cardoso  de  Menezes  e  Souza),  eminente  homem 
de  letras,  antigo  procurador  fiscal  do  tbezouro  nacional,  dire- 
ctor geral  do  contencioso,  ex-deputado  á  Assembléa  Geral  e  na- 
tural do  F:stado  de  S.  Paulo,  onde  nasceu  a  25  de  Abril  de  \S^^ 
formando-se  om  direito  em  1848.  E  autor  de  varias  obras  de 
alto  merecimento,  servindo- lhe  de  titulo  de  admissão  o  no- 
tável livro  sobre  Theses  e  Colonização  no  Brazil.  Sala  das 
sessÕeis,  20  de  maio  de  19<Jõ.  — Marqttez  ile  Paranaguá.  —  On- 
di'fo  (fe  Oliveira.  — F.  B. Marques  Pinheiro. --Arthxtr  Guimarães. 
—  Henrique  Raffard.^  —  Vai  à  Commis&ão  Subsidiaria  de  His- 
torit,  rei  itor  o  Sr.  Rocha  Pombo. 

O  Sr.  l"  Secrf^*tario  coininuQica  a  visita  que  ao  edificio  do 
Instituto  fez  no  dia  18oiIlustre  consócio  Sr.  Dr.  Leopoldo  de 
Bulhões,  ministro  da  fazonda,  «'  da  promessa  que  fez  de  mandar 
proeeiJer  aos  necessários  coocertjs  uo  prédio,  uma  vez  provad  o 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DK  1905 


565 


qoB  este  pertenço  au  Estado.  Ficou  o  digno  bibJiothcMsafio  Dr. 
Vieira  Fazenda,  como  profundo  conlieceflar  f]íio  é  dcâáoi  asg 
sumptús,  de  redigi'  imi  hititorico  sobro  o  poolo  cm  questão, 
(3  um  architectocoustnictor,  devidíiraeoie  autorixadOí  jíl  exa* 
minou  o  que  indiápens;iveliuonte  se  deve  fizer  e  om  breve 
aprosootará  o  respectivo  urgamèDUi. 

O  Sr.  presidente  da  qiii*.  o  Iti&útuto  fica  inteirado,  agra- 
decoudo  a  boa  vontade  do  aeu  iLtubiro  consócio  o  Sr.  mínijítro 
da  fazenda. 

O  Sr.  Max  Floiíiss  iò  o  seífuinto  iiarucor  da  CommiaBâo 
Subsidiaria  de    IIidturi;v  o  de  que  6  relator: 

ítDti  í|iiaiitos  tralíiilhoi  temos  lida  sobre  a  iodividualididn, 
ainda  t«T.o  pouco  ostudaia,  de  IK  í*nâv*j  l  do  Brazil  c  IV  de  Por- 
tUí^Ml,  nenhum  uus  agradou  lantia  corao  o  do  qtifí  ó  autor  o 
Sr,  Alberto  Pimentel,  cooliecido  boratítii  de  lottr.ts  porLutJUfZ. 
e  que  yá,  tom  public:ido  outras  obras  amlbidas  euin  apptatisos 
que  lho  testemuuíi  iio  o  v,iior. 

Para  n6á  —  Braziioiros— a  rigurado  D,  Podro  1  tom  um  ro- 
lovo  especial,  crodor  de  acatamento  e  sympathiu,  nào  obstanto 
a  sc^Mo  de  calumnia:^,  falsas  apreciações,  exã^'oros  de  toda  a 
surte  com  que  so  Ibo  pi^tendem  diminuir  os  serviços  que  nos 
prestou . 

A  etle  se  deve,  iodíacutivelmente,  a  nossa  independência 
poli  Uca,  quando  apenas  sabíamos  do  re^^imen  colonial  o  entra- 
vamos no  sotimo  anuo  de  remado. 

Eapoatanea  oa  curo  liar  io  de  hábil  propaganda  sobre  o  sou 
animo  exercida»  o  certo  ô  quo  so  não  fora  a  sua  acção  decisiva, 
leal.  heróica,  a  Independência  niio  seria  levada  a  eífeito  tão 
cedo  e  muito  nos  custaria,  pois  naquella  ópooa  s\  como  ^emp^e, 
o  patriotismo  braKil(»irt>  constituía  apreciável  elemento,  tí- 
nhamos contra  nós  as  forças  portu^^ucza.^  c  att>  as  do  outras 
nacionalidades.  Teatomunha  contemporânea  dos  succa^sos  da 
abdicação  narra,  por  exemplo,  baver  naquello  tompo  constado 
que  o  commandanto  da  nao  ingleza  Warspile  dissera  ao  Impe- 
rador quo  com  a  sua  esquadrtv  o  Cl>1  locaria  de  novo  no  tbrono 
se  Sua  Magesiado  quisesse,  reapondondo-lbe,  porém,  o  exlmpo- 
rador  que  não  queria  o  derramamento  de  sangue.  Reforo  isto 
António  Francisco  Torres  Júnior,  na  Gazeia  LUtirarui,  uotavol 
publicação  dirigida  por  Toixeiríi  dt^  Mello  e  Valle  í'al)ral  e  que 
vio  a  luz  da  publicidade  noâta  Capital  em  1884. 

Soma  resuluçáo  de  D,  Poiro  a  luta  seria  inevitável ô  a  in- 
tegridade nacional  ficava  om  oxtrcrao  ameaçada, 

Não  sabomojí,  portanto,  porqtií»  ra.zâo  cspiritos  cscbrmdos 
buácum  desenliar  a  figurado  IJ.  Pedr>/ apoucada  no  seu  valor 
moral,  retirando  d  iie  as  qualidades  pava  8o  apontar-llio  os 
defeitos,  iiié  certo  ponio  de^^culpavoisem  ura  rapaz  do  -ii  annoí, 
pois  foi  cora  tal  idade  quo  elle  nu  Vpyranga  lançou  o  primordeo 
da  autonomia  nacional . 

K  não  só  Brasileiros,  mus  também  Portugaezes,  o  doiscrevem 
eom  rancor  e  pai  mo  desmedidas. 

Oliveira  Martins,  a  mais  bella  organização  Utteraria  dos 


565 


Revista  do  insíjtuto  iiistouico 


últimos  aoQos  om  l^oriugal,  dà-nos  de  D.  Podro  a  segutata  idóa 
no  âôu  Porlugul  Contâmpuraneo*.  «Pobre  vaidoso,  a  quem  íaitaT^ 
ensinar  aíDda,  que  nem  simpli?8  ^eoeral  era  !  b 

Já  QO  Brazil  c  as  CtAonias  Portuguesas  o  mesmo  tllustrd  ea- 
criptor  dizia qae  o  <  Priacipe  quo  se  julgava  arbitro  dos  deãtíncs 
do  Brazil  %t\  apeaas  o  iQâtrunionto  de  um  movimouto  que  o 
dominava  e  o  arrasiava.  Títere  coroado  nas  mãos  de  Aodrad'*, 
D,  Pedro,  arrogante,  ap^iUonado,  teraorarío,  capricUoso,  soHu 
de  costuínoí!,  viulento,  culorico,  despolido  pur  tem  porá  inento^ 
poi'  sangue  o  pur  educação,  não  tiolia  a  fur^a  que,  f:iz  Oâ  Impe- 
radoi^es  aom  íi  intelligeacia  que  dirige  o^  estadistas  *. 

Ora,  (5  preciso  ler  sempi  o  em  visti  qtie  ii  t  t^poca  em  que 
se  exigia  do  Príncipe  os  dotes  supenorcâ  dos  homons  de  lotado 
e  as  virtudes  dos  varõiis,  era  olb  um  moço  inexporieulu  ! 

Os  juízos I  ontr<^iaatu,  a  seu  resiMjito  são,  om  );,'eral  cou U  a- 
dictarios,  pois  ua  própria  obra  do  Oliveira  Marti us,  p:ií,'iua  Jia 
om  que  do  diz  acr  IJ.  Pclro  ^o  pvimcirii  em  coragem,  o  pri* 
meiro  de  iíaii:i  .soldados, o  prinielro  de  soas  frLXÍna:s:iiâo  teoíiiti  ^k 
morte» ,  líntre  nós  pouooís  nat>  téru  sido  i^íuilamuto  os  mdos  julga- 
dores de  D.  i^edro,  diremos  moikiio  oâ  seus  de triWí toros.  Compro- 
hoode<%^e,  toiavia,  ai;^  cjrtj  pouto  e  sa  explica  a  paixão  politic;i 
quo  na  époja  abáorvia  o  obliterava  os  ojpiriios.  Entre  05  pr.j- 
prios  que  queriara  v  trabalhavam  pala  ludo pendência,  for- 
ma va-te  a  CLírrento  do  dcápoito,  uegando-se  com  furor  uns  aos 
outros  reciprucos  trabalhoí*  e  valimentos. 

Se  D-  Pedro  tivesse  procurado  a  facção  opposicíonista,  não 
evitaria  oi  doestos  da  que  onrão  teria  esáe  ni>me.  Eile  era  o 
alvo  ;  elogios  e  baldoas  preferiam-no  em  qualquer  situação. 

Habituado,  pnréna,  a  na »  accoitir  definitivos  os  juizo:?  de 
cortos  histúfiograpiíos  eolliemõs,  em  footea  variaa,  .sub-sidius 
sobre  a  entidade  do  Pr in cipo,  o  isto  nos  autoriza  a  a^áe;?urar 
que  o  Sr.  Alberto  Pimentel  saubo  debuxardhe  o  retrato  com  04 
traços  seguros  do  eicript  jr  ^ue  á  perícia  habitcd  reúne  a  proll- 
eiencia  do  obííervador  apurado, 

01ivn>d(7Sr.  Pimontal,  de  que  esVamji  trat-^tnio,  jà  <^, 
aliás,  cjníiecido  dos  socio:i  do  Instituto,  pois  do  lutttieuloso  tra* 
bailio  do  nosáo  pre.sado  colloga  Hearir^ue  Rairard  st>bre  Pessoas 
e  Cousas  iío  Brãiil  h;i  largas  traugjíripQões  e  referencias  ao 
estudo  sobre  a  Corts  de  li,  Feifro  IV,  que  em  lH\i6  appAreoeil 
Pim  folhetins  no  Jomni  tln  Commerrio  desL:i  Capital. 

TransJbrmandoMj  em  livro,  o  Sr.  Pimentel  evitou  que  aa 
suas  p;igina3  bellas  c  verdadeiras  fosáeiii  condemnad-is  ao  oi* 
vido  ila.s  p  ubliea<L'Ões  só  iusortis  na  imprensíi  diária.  Applausos 
uào  serão  nunca  demais  a  ([uorn  com  taoti  siucorida^lo  e  brilho 
cultiva  as  lotíras  biátencas. 

No  po  jueuo  prefacio  diz  o  autor  :  «nesti^i  ultimo?!  an  lo^ 
de  uni  seeulu  que  tjni  sido  a  gloriíiciçâo  pratici  da  mooauica, 
o  bstoríador  ba  de,  para  s^r  liio  com  algum  agrado,  conver- 
ter^se  em  machiaa  de  dístlllação,  rcoolhendo  com  paciência  ou- 
raeroâixs  noticias  do  quo  para  uio  do  publico  apeuas  do\erá 
extrahir  a  ãubatancia  e  a  critica  >. 


ACTAS  DAB  SESSÔBS  DE  1905 


Sob  easa  orientarão  é  que  foi  escrlpta  a  obra  e  dahi  se 
cúQchie  u  quantíj  elta  tem  ée  agradável,  i-roporoioDaiido  ao 
mesmo  tempo  inforraaçõea  precisas  e  eriteriogoã  eonceitoa.  Em 
Boaií  primeiras  paginas  o  autor  traça  o  perfil  úb  D.  Pedro  quo» 
em  mu  enteníler  -<  Nascondo  e  vivendo  orn  uma  Corte  onde  a 
í Ilustração  era  uni  luxo  de^contiecldo  e  onde  o  gosto  pela  eda* 
cação  artística  nào  chegou  luinca  a  lançar  rajreá,  D.  Pedro 
possuía»  por  um  dom  de  natureza,  a  i  m  premiou  a  hii  idade  vi- 
bratil,  que,  so  tivesse  BÍdo   devidaunTite  desenvolvida  o  duáci-- 

1)liíiada,    podoria    ter  foito    dollo  um   artiata,    um  poeta,  ura 
lomeoi  intellectualmeDto  diâtiocto  ^. 

Deicrlptft  a  pliyslOQonnia  de  D,  Pedro,  no  dupio  aspecto 
phyiíico  e  moral,  o  autor  occupa-se  desenvolvidamente  do 
papel  que  elle  representou  oo  Braztl  até  1B31,  contendo  taes 
paginis  variafi  observações  quo  tem  a  sua  base  no  criterioso 
julgaineoto  dus  ractus, 

Nao  fim  esquoçiimos,  poi^m,  do  que  disse  s,  Martíos,  Arce- 
bispo da  Laeodlémonia,  quanta  aos  primí?iros  annos  do  Príncipe 
DO  Brazil :  *  Paasando  au  Brazil  no  flm  do  anuo  de  1807  com 
seus  VtifíusfOíj  Pai^i  procurava  ahi  cora  aunimo  desvelo  a 
sciencia,  qtie  a  politica  afastava  delhj  com  ardil.  Quanto  o 
Principo  via»  observava  ou  ouvi  i  na  arte,  achava  quíisi  sempre 
uma  decidiíJa  reprovação  ora  sou  nobre  coração,  em  sua  alma 
fraur^a»  em  .seu  ^;enio  incapaz  de  doblez  ». 

Essas  palavr&a  são  talvez  o  traço  mais  seguro  da  indivi- 
dualidade do  Pr in cipo.  que  no  curto  governo  soube  dotar-nos 
cora  o  admirável  estatuto  politico  de  ^õ  de  Março  de  I8<í4. 

Narra  em  seguida  Alberto  Pimentel  a  attltude  do  primoim 
Imperador  em  a  nova  eampanUa,  tão  teoieroaa  quão  brilhante, 
em  que  bg  envo-lveti  com  o  inttjito  de  repor  no  tlirono  do 
Portu^^al  li,  Maria  da  Gloria,  aua  filha,  patrícia  nossa,  poiíi 
nasceu  aqui  a  4  de  Abril  de  I8lii  na  Quinta  da  Boa  Vista. 

A  or^anizição  do  exercito  liberal  na  ilha  Terceira,  as 
manobras  diploraatic^is,  a  entrada  na  Porto,  as  guerrilhas  o 
combates,  a  intorvenção  d '  Saldanha,  a  tomada  de  Lisboa,  o 
triumpho  completo  da  caum,  seguido  em  brovo  das  dlssenções 
politicas,  tudo  vem  flel  e  agradavelmente  contado,  de  modo 
que  o  livro,  tf^ndo  grande  valor  histórico,  reúne  igualmente 
primorosas^  qualidades  litterarias. 

Aliá:^  esto  deve  ser  o  flui  a  que  coJlimem  oa  trabalhos  his- 
tóricos que  por  sua  ari-lez  muitas  vezes  deixam  de  ser  lidoi* 

O  livro  do  Sr,  Alberto  Piraentel  tem  pagma^^  verdadeira- 
mente e  a  cantadoras.  Não  só  a  figura  de  D.  Pedro,  como  a  de 
D,  Maria,  maa  também  as  de  Garrett  e  Mousinho  são  defie- 
nbadas  com  uma  nitidez  írancamente  admirável,  e  o  autor 
aproveitou  com  igual  habiUdade  certos  episoJios  que  muito 
ooncorrenj  para  u  interrease  do  livro. 

Meroce  acr  transoripto  o  ctao  lio  Marquez  de  Rosiende  como 
typo  não  só  descriptivo.  como  revelador  de  circumstaiicias 
características,  depois  da  morte  de  l>,  Pedro  IV»  Eil-o  : 

«Como  sempre  acontece»  alguns  velhos  cortesãos  dosappa- 


iifpS  —  37 


Tomo  Lxvnt.  v. 


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REVISTA    DO  INSTITUTO   HÍSTORÍCO 


iccêJu  «U  ^^irnua  piLM  aor  âubiiítuidos  por  outi^oa.  Vm  áoH  que 
iiQ  tíonioni  diaiito  do  hoí  qiio  uasce,  é  o  M;*nnioz  do  Hazeuiíe^  ta^ 
niansU  do  Imperador.  I^ay^ííam  a  iraballmp,  f'»ra  utn  araigu 
diidií  adu,  Napíor  descrcve-o  dcisembarcaada  cuíii  ello  an  Pi- 
jíueira  :  *  era  coiisd  biiíii  divertidíi  ver  um  cavalloiro  do  MaJU 
oiu  grarido  uaíforíiiL*,  adurnado  cum  toda»  as  sh^b  ordeas  o 
LTti74*s,  muiitado  nas  cosUi  de  um  pGScador,  c^itnbnleatjd'?  por 
moio  da  re«.*$aca,  u,  depoU,  âcutado  nuitm  má  cavalgadura, 
taz^tr  ;v  sua  etit raia  ua  trigueira.  >  Indicado  a  D.  Pedra  o  4 
causa  tíQDstiluciuú:il  s^/nUa  acmpro  iitu  i  crânio  aotipatliia  por 
D.  Miyjuel  o  di8iíera-lb,o  cara  a  cara  om  Vienoa  d'Au2$lría« 
como  ídie  próprio  o  couta  :  «  Seiílior,  noa  nâo  tetiKM  oerUinont'-» 
alfoicão  tjm  polo  outro.  » 

1  Ilustrado  académica,  ti  riba,  pirétni  ropeutoâ  du  lu^^» 
geaio  o  obstínaçõojs  iavenciveiíí. 

Soubií  <iuc  a  jovcn  Jí;AJaba,  tiuo^  como  li,  Podro,  Dào  8íkhk% 
dbfarrar  as  âuas  aatlpaihiais  o  bs  sua^  pro<lileeg088«  diissera 
uma  vez  r 

—  Quando  meu  paa  morrer,  o  Rozoode  oão  toroarà  A  toa* 
tar-so  á.  me«a  commigo. 

Loíjo  que  o  imperador  oxpirou,  o  Marquez  sahiu  do  Paço 
do  Queluz  iao  deiso  rio  atado  qucu  arrancando  a  graa-crus  que 
trazia*  eniiuu  a  pela  cabeça  da  prim^^ira  sentidolla  «[uo  on- 
controu. 

O  soldado  ficou  aparvalhado,  estupefacto;  Rezende  t|Uí  ti  a 
oertameoto  aigniãcar  tioni  osso  pro<30fli mento  :  <  Voluntaria- 
mente oparaáempro,  dispo  bojo  todas  as  miubag  honrarias.  » 

A  Imporatriz  separou-so  da  liaínba  depois  da  morta  de 
D,  Poflro;  foi  habitar  o  palácio  das  JanelIaM  Xerdcs,  lastott 
coni  liezemlõ  para  que  fie  asso  ao  sou  :*er  viço.  O  Marquoz  fleou, 
porque  pertencia  á,  Varie  Velh*  o  a  Imporairiz  repre^^ontava  o 
passado, 

Nào  havia  uom  era  fácil  poder  haver  uma  iutimídado  sma 
uuvons  ontro  a  ra:idra8tu  o  &  entcNida.  D*  Aniolia  fura,  ó  c©j*6j, 
uma  espoja  dedici^iís^ima  ;  oo  lirazil  uiostrara  se  carinhosa 
para  como  m  filhos  do  U.  Pthlr«j,  di'Spo«Íira*,^  doUns  coro  »io- 
ceras  saudados,  mas,  ;^<(»ra«  no  ruiulo  do  mii  ciravãu,  seu  tia  «i 
magua  do  vor-se  reduzida,  pela  morUj  do  Imperador,  a  uma 
íigtu'a  íiocundaria,  do  vor  sua  Jilha  om  uiuu  obictiridado  rota- 
tiva»  ao  passo  que  D.  Maria  da'Jlona,  soa  oote.ul a,  ora  rainha. 
cmxia  a  ci^rõa,  eu}íx  coiiqiiiiíta  dia  prupria,  a  imperatriz,  regara 
wm  A8  âuas  i.ieriínus  de  o>po!sa  amante  e  sobre.^aÍtada  durão  to 
as  campanhas  da  liberdcide. 

Complicações  fatu.e§  do  um  secundo  ca^Aiueuto,  dubreiudo, 
quando.,  em  ujui  elovada  jerarchia.  oâ  de^itinus  dad  pesâoat  de 
uma  mesma  família  se  tornam  senâivel  meu  te  diffurontei. 

Gora  a  luurte  de  D,  Pedro,  a  mU&ào  da  imperathr  estavm 
acabada.  A  da  Rainha  ia  pvineipiar. 

Da  próprio b  tVictos  mediam   uma  movi tivel  diiitaueta   entre 
aa  duas  ttenhoras  que   uuiira   deixaram  de  vjsitar*»e»  mad  qu« 
I  custo  se  tinham  jínpara»Ío  uma  da  outra. 


ACTAS  DAS   SESSÕES   DE    1*^05 


:*6!J 


O  Mariiuoz  tio  Riizeudo  maátmvii  se,  ri  prosiinga  do  D, 
Maria  II,  respeitoso  o  retraindo,  Nao  acecita' a  ULMíbum  ólidoquio 
du  Fáçj  daa  Nocaseidaduá  o,  sultrocuda»  nao  queria  .sentar  se  á 
íl  TUí^sa  da  Raitilia. 

liiia  voz  terminava  o  juntar  íias  Nccefísidade!»,  tiaaudo  a  Im- 
pci^atrix  oliegou  de  visita,  aconipaoliada  pelo  Marqtio/. 

—  E'  agora,  díiásu  u  Kaiidra  pura  al^fi  •m,  quo  o  lli»z<íi)du 
vae  qiiobrar  o  â<^u  proUislo. 

OíTorcceu-llie  algumas  d-is  exccd lentas  li m.10,  quo  «stãv  uii 
iiá  mc!sa, 

—  O  Marquoz  ú  giiloiío,  disa  •  a  R^iialia,  c  nao  pordcrà  cor- 
tamenti!  a  ocrasião  du  coruor  tão  lioas  limas. 

—  Dovoíii  ser  ox»  ollenios,  resuoadru  ellr,  õ^aiiiioandci  a«,  o 
eu  jâ  as  nào  como  Ita  nuiito  tempo.  A  11  (ti ma  voz  íoi  iia  quinta 
das  Lupas,  l^ram  magnificas!  Ma.s,  minha  seniiom,  a  idade 
vao  ?e  upponda  auíí  inriis  ca^írichoií  úq  giUaso*  Todiís  as  cau- 
telas sao  poucas, 

—  lima  só,  Marquez. 

—  Tenho  pena,  minha  senhora,  pnrqno  dovom  81^1-  didiciosas, 
a  appartíncia  c?  magniíloa*  Realmeiíto  não  podem  ter  melhor 
cara  ! 

K  pouson  :vs  limas,  A  Rainlia  fii^ara  viTjcitli. 
De  outra   v**z  estando   j ti n tas  a  Rainha  o  a  Imperatriz,  foi 
prccisu  mandar  al?Jiiem  a  S.  Vicente,  com  tu<la  á  prossa. 

—  Si  a  Marquez  Jiie  íi/ej^se  esso  favor, .,  disee  a  Rainha, 
eu  mandava  p^>r  uma  earrtiagom» 

—  Sim,  minha  senhora, "eu  von,  respondeu  Reiíende,  ma« 
a  pi>,  porque  mo  faz  mnifo  bem  andar,  oRtnodicos  rccomraen- 
dam-mo  isto  í  aode  nmito,  Eu  vou,  eu. , .  vou. 

E  foi  a  pé  com  sacrifício,  para  11  ao  se  aproveitar  da  car- 
ruagem do  Paço. 

Como  Bsse,  de  outros  episiidios  vem  o  livro  clieio,  o  que, 
aem  duvida,  lhe  traz  uma  feição  interessante. 

Jul|^^imo5  ter  dito  o  snllleíeote  paraqut^  ae  mauifesie  o  juízo 
da  Coramissao  Subsidiaria  de  Historia,  IntoiramoQte  favorável  à 
admissão  do  .Sr,  Albertij  Pimentel  no  q  ti  adro  de  seus  sócios 
correspondentes. 

Merece-o  olle  e  muito  lucraril  a  nossa  aí?sociação  cora  o 
possuir  na  velha  raetropoie  quem  disponha  de  elevada  cultura 
intoltectual  e  grando  amor  ao  trabalho,  pelas  rograii  do  coUe- 
ííuismo  so  veja  obrigi  lo,  o  que  lhe  será  de  certo  taretk  satisfa- 
ctoria,  a  forneo-ernaô  os  elementos  hUtoricos  que  só  08  archívos 
porteguezeís  conservam. 

E'  o  que  peusaiiioa. 

Rio  de  Jaueiru,  -id  de  maio  de  1905.—  Max  Fíexuss,  relator. 
—  Affonsú  Celso.  —  Rocha  I*omlh)  ,* 

E'  approvado  e  vai  á.Commissão  de  admis&ào  de  aocios, 
relator  o  Sr.  Conselheiro  Miuoel  l»'raiicisco  Correia , 

Levanta-se  a  iáessáo  às  5  horas. 


Max  Fl^iuss^  ^  secretario. 


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HEVISTA  DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 


uFFEHTAS 

Pelas  Srs.  Abrou  Ca^do^o  &  Corap,  —  Apontomentos  para  tt 
Histarin   do    Vaptíania  de  S.    rfwtm\  por  Augusto  de  Carvalho. 
PeJo  luteroaliooal  Buraau  of  thQ   Americau   Republica  — 
Monihlt/  Buikiin, 

Pelo  Sr.   José  Campo.s    Novaes  —  Metropolitana    Paulista, 
Pela  Assoch^áo  Promotora  e  MantoDedor^  do  Asylo  Heií- 
riqae  Valkdares —  Eslaiuíos. 

Pela  Soeiéut  Africana  d*Italia  —  Ilultdrtio. 
Pelo  Ifiátituto  Histórico  o  r;eograpliico  do  Rio  Cirande  do 
Norte  —  Revúta, 

Pelo  Musoa  Nacional  do  Montevideo  —  Anates, 
Pela    Sociêtó   útj.  fkographio    Coiiiniflixsiale  dtj    Bordi.*4itix 
—  BuUetin, 

Po!a   Assrsfcí^noiit  a  Infância  do  Ki<»  dií  Jaoeiro  ^  Archiros, 

Pela  Dirocioria  Gorai  de  Saudii  Publica  —  Ihictim  Mensal^ 

Pelo  Gnmdc  Oriento  4o  Brazil  ~  Boletim, 

Pela  SocíedíMlõ  de  Geo;2:rapliia  do  i.isboa  ^  fíoletim. 

Pela  National   Geograpliic   Magiizine    Sucioty  —  T/it  Jllií- 

t/íiiine* 

Pela  Gamera  Italiana  di  Coiiimorcio  o  d'arti  ia  Sâo  Pautu  -^ 

—  Builetino, 

Pela  Dirocioa   ííeneral  do    Estatística  de  la  Provincia  du 

l^uenos  Aireá  —  Demo tp-a fia  . 

Pela   Associação   Cominercial  do  Rio  do  Janeiro  —  BoleUm. 

Ptda  Repartíí;^o  da  Carta  Maritima  —  Boletim, 

Polas  respectivas  redacçõos  as  rõviatas  —  Renascença^  ltevis(a 

Diiiactica,   Hevista  Caríophiht,    O   Oriente    Português  —  Rem^shi 

Medico  Cirúrgica  do  Braiil^  Recisin  Comtnrcial  e  Financeira, ^- 
Pelaa  ^edacçí^es  vs  iorn^es  —  Lc  Xouveau  Monde^  O  /i^vbr- 

hu\úú)\  Maln  *f**  Kiíío/jíí,  Bi^trin  O/ftiinl  da  Vapilal  Fed*.Tal^  Di&riú 

Vfji<ini  do  AuimontfSf  Jormú  do  Recife, 


T-»  SESSÃO  ORDINÁRIA  EM  y  DE  JUNHO  DE  1  905 
Prútidenàa  do  Sr,  Conselheiro  O.  E,  de  Aguino  e  Castro 

ÁS  3  húvnM  da  tarde,  preaenteios  Srs.  Conselbeiros  Aquiaa 
e  Caati^o,  Manoel  Francisco  Correia.  Commendador  Henrique 
Raflardt  Des<?mbargador  Souza  Pitanga,  Visconde  do  Ouro 
Preto,  Consellieiro  Cândido  do  Oliveira,  Dr.  Aotonio  do  Paula 
Ppeitas,  Rocha  Pombo,  Barão  de  Alencar,  Bolixario  Pernam- 
bucoí  Dr.  Manoel  Barata»  Dr.  Marques  Pinheiro,  Desembar-, 
gador  ParanliõS  Montenegro,  Dr.  António  da  Cunha  Barbosa  < 
Max  Fleiusa,  t'  aeeretario,  abre-se  a  sossao. 

O  Sr.  Fleiuss,  2"  Secretario,   lê  a  acta  da  sessão  antoHor. 
a  qual  é.  3em  debate,  approvada. 

O  Sr*  Predidenie  communiea  da  seguinte  forma  o  falled- 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DÊ  1905 


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meoto  dos  coosocios  hooorarlos  D.  MarUn  Garcia  Mérou  e 
Monsenhor  Jos<5  Lourenço  da  Costa  Agoiar,  Bispo  do  AmazoDas: 
«  Com  grando  pezar  tenho  a  cornraun içar* voa  a  p  Ttla  de 
dois  diati actos  consócios  do  íiis titulo,  que  assim  do  dia  em  dia 
vae  toado  deáfalcadi  a  b/ilhanto  plialaiigo  do  sem  prestimosos 
auxiliares, 

A  7  de  julho  de  1805  recobla  o  Instituto  Histórico  eoa  aeu 
grémio  o  novo  consócio  hoaorario  Sr.  D.  Martia  Garcia  xMíírou, 
acolhido  cora  as  raaís  siigíiiUcativa»  manifeatacoes  do  apreço  e 
coDstderação  devidas  ao  seu  alto  moreciniento  6  elevada  posição 
social. 

As  lisoojeiraá  pti rasos  com  que  foi  jastiftcada  a  admissão 
do  nobre  consócio,  ontáo  rop  tese  a  tanta  da  Republica  Argentina 
lio  Brazil,  habil  diplomata,  poeta  o  littcrato  que  merocen  de 
autorizado  juizo  o  conceito  no  notável  estylista  e  escriptor  de 
muito  talento,  e  a  belliásiiTia  alloeuçao  cora  que  respondeu  ás 
saudações  que  por  essa  occisiáij  lhe  foram  dirigidas,  l)em  mos- 
traram quáo  justa  e  acertada  fui  a  honrosa  distincção  que  lhe 
conferimos  e  a  que  soube  corresponder  com  a  gentileza  própria 
de  um  porfeilo  cavalheiro.  Hoje,  lafolizmenlo,  anuimcia-ao  a 
perda  do  distínclo  consócio,  fallecido  lia  pouco  na  Euroi>a,  se- 
gundo as  publicações  feitas  na  imprensa. 

A  tio  desagradável  noticia  veio  juntar-se  a  que  pelo  mesmo 
moio  nos  fui  dada  ultimamente, 

A  5  do  corro  nto  falleceu  em  Lisboa,  volkindo  da  peregrl- 
Baçào  aos  Santos  Lugares*  o  Sr,  D.  Jo^Ó  Lourenço  da  Costa 
Aguiar,  l*"  Bispo  da  Diocese  do  Amazonas,  noss^  estimado  con- 
sócio honorário  desde  1898. 

O  venerando  prelado,  i ilustrado  escríptop,  orador  e  parla* 
mentar,  tirnou-ao  especialraeotí?  notável  peto  zelo  apostólico 
com  que  se  dedicou  de  longa  data  .jo  ser  viro  de  catechese  dos 
indígenas,  chamando»  pífios  seus  esforços  e  benéficos  ensinos,  ao 
greraio  dalgren  e  da  cirilizaçâo,  e??aea  transviados  da  senda  da 
verdade  e  da  fé. 

Para  melhor  fazer  oomprehender  aos  eathecumenos  as  bel- 
ezas da  religião  e  &  sublimidade  da  missão  a  que  m  dedicava^ 
publicou  ura  cathecismo  escripto  em  lingaa  braiíileira  qae  lhe 
era  familiar. 

Devíí  o  Instituto  á  sua  generosa  ob.^Of|UÍosidade  a  offerta  da 
iraportaiite  obra  — Santuário  MariBuo,  de  Frei  Agostinho  do 
Santa  Maria,  em  10  volumes, 

O  orainente  sacerdote,  ornato  de  sua  classe,  era  ura  digno 
ministro  da  religião  qui^  professava  cono  desvelo  e  ai*dor  iucít- 
cediveis»  e  tão  respeitável  pelo  sou  caracter  e  sou  sabor,  como 
pelas  suas  virtudes, 

lamentando  inHmaraente  as  perdas  que  acaba  de  soffi^er, 
cumpre  o  Instituto  riíjoroso  dever  fazendo  inserir  na  acta  da 
presente  sessão  um  voto  de  profundo  pezarpor  tao  infausto  e 
doloroso  motivo.  > 

O  Sr,  Commondador  RaíTard,  1'^  Secretario,  \6  o  seguinta 
escp^^líoute: 


5?2 


RF.VrSTA   DO   INSTTTITTO   ITISTORTCO 


Convite  do  Gabinete  Porliigw^z  de  Leitura»  para  a  sessão 
litíeraria  cm  comraomoraçao  ão  iriceatcuaríoda  publicação  do 
D*  Qt4Í2:ot€  de  ia  Aíancha,  a  realizar-se  na  noito  de  12  do 
corrente. 

—  ConvUe  do  Retiro  Littorario  Portuguez,  para  a  cooforea- 
cia  qu6  o  Dr.  Luiz  ^lurat  roalizarfl  na  noito  do  10  do  carreote, 
sobro  Cervantes  o  as  suíls  obras. 

—  CoQTite  do  Clíib  Naval,  para  a  sessão  magna  do  dia  1 1 
do  corrente. 

O  Instituto  agrítdíico  esses  convitos  o  far-se-.l  ropresoo- 
tar  nas  referidas  8ol'imn  idades. 

Carta  do  Sr,  Miiiiairo  da  Juàtiça,  datada  do  7  do  correcto, 
Doa  seguintes  termos: 

ly  lllm.  Kxm.Sr.  Presidente  do  Institato  Histórico  e  Geo- 
graptiico  BrazilHro,  Contelbeiro  tíle^^^ario  Herculano  do  Aquino 
o  Casirj, 

Tenho  a  honra  de,  accusando  o  rriolnmeato  do  diploma  de 
sócio  bciuorario  d  esto  ilioBtro  Institiitc»  manifestar»  por  intor- 
modio  de  V.  Ex,,  o  meu  desvanecimento  pela  dialinc^So  qu«í 
rae  fui  feita  o  a  quo  procurarei  sempre  corresponder  na  medida 
de  minhas  forças.  Folgo  de  mo  ver  ligado  a  tão  veneranda 
i^ofporação,  áqual  dtíve  o  nosso  paiz  relevantissimos  serviços 
no  domínio  daliistoria  o  da  L'ei>gi'apliia  o  k  quu!  estão  associa- 
dos  os  mais  enrainentes  vultos  das  let trás  pátrias. 

AcceiíG  V.  Kx.,  e  d]gne*se  transmittir  aos  iltustres  mem- 
brusdo  Instituto  Histórico  e  Geogrraphico  Brazib4ru,  as  expiea- 
s  o  es  sinceras  do  meu  agradecimento  o  as  sog^uranças  do  meu 
prol'undo  apreço  o  elevada  estima.  D?  V.  Ex,  amigo  c  adnil* 
rador,  patrieiu  t*  rospeitador,  J,  J,  Seal>ra.*  —  O  luitituto  flcm 
inteirado. 

*  Míni^t4:Tio  dos  Ne^íocios  da  Fazeudai7  de  junho  do  1905, 
—  Exra,  Sr.  Henrique  Haffard,  l^  Secretario  do  Instituto  His- 
tórico e  Oeograpbico  Hraxi loiro. 

Accusaudo  recebido  o  oUlcio  de  V,  Ex.  de  2  do  oorrente 
mez*  com  que  rae  enviou  o  diploma  de  aocio  honorário  deste 
Instituto,  cargo  para  o  qual  tive  o  honrado  ser  eleita  por  nna- 
nimidr^de  de  votos  em  sesgâo  de  '^"^  do  abril  ultimo,  agradeço 
a  V,  Ex.  og  elôvados  termos  em  que  se  referiu  á  minha  pessoa 
e  que  mui  lo  me  pí^nhoraram,  protatando  dedicar  com  a  raniur 
sinceridade  U^ãm  os   meus    i\*fiu\*08   á    benemérita    ^  >. 

tjuo  ba  bciísenta  e  sete  annos  afflrma  diariamente  a  -i- 

petejicia  o  devotamento  ás  uTande.s  qu«  atoes  da  historiik  e  gi^o- 
gr^iphia  pátrias.  Saiide  efraU^rnidado.*-  Ltupoblo  de  Bnlhòeit, — 
—O  Instituto  fica  inteirado. 

«^Ministério  de  Relaciones  Exteriurea.  Archiva  Esp<H:ial 
dr»  Limites.  Lima,  2:1  d^*  abril  de  !9()5.  Sefior  inrector  dei  Insti- 
tuto Histórico  y  íieograflco  Hmsilero, 

Sefior. 

Conociendo  la  importância  qu-.  justamente  dú  e>o  lu^titut» 
rica  dei  Sra,»  tengo  ol  agrado  de  romitirle   los  seguie 
*  El  Istmo  de  Fincar  rabi  »  y  Xui  vos  Ea-plorúcioner  < 


ACTAS  t>AS  SESí^KS  DK   1905 


Madre  de  Dtõs,  echos  hap  mui  rlire^íon  i  que  tratan  úo  impor* 
t!vtitC3  expodicionos  praticadas  en  ol  ínlerior  dol  Porá  linjo  loa 
EUisiacios  ílel  suprorao  nobierno  do  íísta  Republica. 

Se^un\,  pues»  do  que  lua  eiprosaííoslibros  ee  ande  intoroasB 
par.t  í>l  lusUtuto,  ih  qtio  es  Ud,  difrnn  Presidente,  mo  es  grato 
suFcrihirmo    su    atto.    y  A,    A,  —  Carlos  Larrabur  y  Corrf}a,)if 

—  Afirraíleco-so. 

í)  consócio  Sr.  Eduardo  Ma^qllo^í  Peixoto  commuuífa  que, 
por  motivo  do  moléstia,  deixa  Jo  comparecer* 

O  Sr*  PresirJonto  declara  quo  o  cooâOCTo  Dr.  Sus  viela  fiuarcU 
tendo  de  retírav-80  para  o  seu  paiz,  veio  possua! monte  despe- 
dir-se  do  Instituto  o  offoreccr  es  bous  serviços  em  qualquer 
parte  onde  issteja. 

O  Sr.  Presidente  diz  que  o  instituto  se  despede  aífectuosa- 
menti'  de  seu  digno  consócio,  desejando-ltie  todas  as  prosperi- 
dade. O  Sr.  1"  S<?cretario  In  as  segriiotea  propostas: 

«  Propomos  qíio  seja  elevado  a  aocio  honorário  do  Instituto, 
de  conformidade  cora  o  §  2*  fio  art.  In  úon  Kstatutos,  o  vene- 
ranilo  consócio  oíTeetivo  Conaelheiro  José  Maurício  Fõrnandes 
Pereira  de  Barros»  quf  dead^í  li' do  setembro  de  ISSfJ  faz  parte 
do  Instituto.  Rio,  9  dojunlio  de  1ÍW5.  —  O.  E,  de  Aquino  e 
Castro.  —  M(>nocl  Frajicisco  Correia,  —  Henrique  Uaifard.  — 
MãJ'  Pliiitss.  —  Mocha  Pomho  —  A,  }\  de  Sousa  Pitanga, —  F.  /?* 
Marguf.t  Pinheiro^  » 

Vai  á  Com  missão  de  admissão  de  sócios,  i^lator  o  Sr,  Coo- 
sollieíro  Souza  Ferreira. 

—  <  Propomos  para  focio  eííectivo  do  Instituto  Historioo  o 
Sr.  Dr,  Maneei  Cicero  Peregrino  da  Silva»  natural  de  Pernam- 
buco, Hirectorda  Bibliotlicca  Nacional,  carito  em  qne  tem  re- 
velado a  maior  competência  aliiada  a  inexcedivel  dodiCtii;ão. 

Homem  de  lettras,  espirito  emioeutomente  investigador,  o 
Di\  Manoel  Cícero  trax  lustre  ás  corporações  de  que  fàz  parte. 

Para,  entretanto,  justificar  esta  proposta,  nos  termos  dos 
Estatutos,  apresentamos  os  seus  trabalhos  de  selecção,  cora- 
ment<arÍ09  e  critica,  constantes  dos  Ánnftes  da  Bihliúihrca  Nn- 
Hoíifd,  publicados  sob  a  sua  Intolligente  direrçâo  e  rodacão. 

Rio,  9  do  junlio  de  lí»05.  —  Ma^i  Fleiuss,  —  Btnrique  Rafjard. 

—  Epiíúciú  Pessoa.  — A,  P.  de  Sousa  Pitaaga, —  Manoel  Barata, 

—  A,  da  Cunha  Z?or6^  ;a.  ^  Belitario  Pernambuco,  —Leõfohlú  de 
Dulbõcs,  —  Capisirnno  de  Abreu ^^ 

Vai  d  ComraisHâo  Subsidiaria  de  Historia,  relator  o  Sr.  Dr. 
AífoD^o  Coiso. 

O  Sr.  l"  Secretario  lê  as  olTertas,  entre  as  quaos  m  des- 
tacam :  os  6*  o  7"  volumes  da  Genealogia  Paulistana,  pelo  autor 
Dr.  Luiz  Gonzaga  da  Silva  Leme  ;  o  Àtmannh  do  Ministério  da 
Guerrff,  offereeido  poio  Sr.  General  fíarào  de  Itaypii,  e  llelatorio 
da  Cou^raissão  d  d  Tombamento  dos  próprias  nacionaos,  olTerecido 
por  intermédio  do  biídiotbeeario  Dr.  Vieira  Fazenda. 

O  Sr.  líelizario  Peruambiico  oíTerecít  um  exemplar  da  sua 
conferencia  sobre  a  Uuificaçao  do  operariado,  Commemoraçiio 
do  1"  de  Maio. 


^74  REVISTA  DO  D^TrrUTO 

Cúrrelor  Aiflreto  Otitão  Valmor  do  ABnnJ,  aeli  apaUoe»  va»- 

isnte,  Em*  Cnwllniirn  O.    H.    AVía»  # 
;  e  ma^»mm  eampnr  nwm  afobe  «erO,  do 

aetair  a  oúaprm  4e 
Ik0«  eoai  a  of^teiB  lan  o 

Veada  d«i  apolkee   mmieipaat,  ao 

da 10^M>      li 

GonMa  de  «na  afoite  gvai  n.  ^OSO 

(fei  a.  #0  «  Dae.  a.  2.907).     .    .      t :aoa|OOtl 

«*101       1:M 

SaMo. 

O  Sr.  ValmoT  iHipwiiioii  a  mttetskgem 

k>  iMtiteto.  O  8r.  IteaMtrriro 
Q  Sr.  ruMhlratn  dis  aiw  o  lajlitsla  ftea  íqí 
agradioee  o  aerrico  obaeqiiiflio  èb  Sr*  \  almor* 

O  Sr.  l*  Socnuria  proiSa  ^wt^  a  esea^la  da  q«a  rio  ptê- 
•  OQtraa  aasieiâjcSei»  a  Lasti  tnto  »  (^  repctageatar  m  asb 

í  do  Sr*  SolTiela  Onairli. 
'O  Sr.  Proaide&te  amnèa  para  aale  ftni  oa  Srs,  Seeixstarísa 
O  Sr.  ^  SacreUrio  lé  os  aefuialet  paneearei : 
<A'  CoMtíariio da  admíBãiOdaapeinafiii  greaBaie  o  »ai^e<r 

aoe  aaja  f oieloido  aisira  oa  aoetos  txjmrnpoúàeoím  ém  teiUIalo  a 
Uliístre  eaerlplor  porlittaei  Sr.  Alberto  Pimaiitol,  realdaBlB  aai 
Uakia. 

Naan  bem  aiaborado  e  erwiito  pardoer,  ISta*ae 
atgninaa  qaaatSea  Idrtarleas  «foa  ae  praadaia  á     ' 

'  do  Bfmxil«  aolira  ^oa  raraa  o  intansaate  tn- 
balbo  jaiãaealiro  da  «imíMio. 

â  Comaiiu&i»  de  adiiaiii  de  aoeios.  mm  aatrar  na  spn^ 
dação  de  laet  qoeildee,  qoe  "«erâo  mais  tatde  reaalrtdas  ^loi  a 
iiagarei  alidade,  oae  o  teoipo  aaaeigiira  a  eei  praaoii^  de  ácécm* 
neaCos  aio  eivados  de  fkrar  oa  de  odie,  jalfa  eatreiaitto  darer 
deelarar,  de  aeeordo  ceai  o  lefMdo  parecer,  que  eia  aoa 
eatto  a  Historia  dirá  aoe  a  iaterceaícia  úMqmúe  rdadpe 
sacia  do  Brwt  foi  proTcItosa  e  taiellea  4  ooaaa 

Alada  da  eontbnaidade  eom  a  epiaão  da  iUnstada 
miiiM  SabaUlaria  de  HlatorU  a  de  adwtolo  de  soeloa  é 
pareeer  que  a  proposU  «lo  aooie  áo  Sr.  AlWno  Piaieatel 
»^ío  corrmpoiíileQie  aoja  approvaia. 

Sala  das  <>>uilaa9es  io  laitítttio  iristorJeo  e 


I 

« 


Brazileiro»  5  dti  jynlio  de  VJOo.  —  Manoel  Francisco  Correia ^  re- 
lator^ —  .1.  de  Paula  Freitas.'' 

Fica  sobre  a  mesa  para  ser  votado  na  sôssão  segui  ate, 
«  0^  trabalhos  originaes  o  traducçõe»  hicluidas  na  revista 
de  dezembro  do  1903,  publicada  pelo  Instituto  Archeologico  o 
Geographico  Pernarabiicano,  constituem  nò  por  j^i  titulo  baa- 
tanto  para  ad ra i 1 1 i r  o  D r ,  Al f redo  Fe r re i r a  de  Ca r va  1  h o  como 
sócio  correspondente  do  Instituto  Histórico  e  Geogrrapbico  Hra- 
zileiro.  Os  originaa^  revelara  esipirito  indagador  ikís  investi- 
gações 0  penetração  Incida  em  interpretar  os  documentes  que 
jnstííicani  as  opiniões  :  as  traducç5es  provam  igualmente,  além 
de  dotes  preciosos  que  são  o  conhecimento  de  idiomas,  não  vulgar 
entre  nós,  a  escolha  dos  livros  que  são  para  a  liistoria  nacional 
subsidioa  vai iosiíss imos.  Sento  a  Commissão  de  Historia  grande 
prazer  pelo  ensejo  que  tem  de  concorrer  com  o  sou  voto  paiM  a 
admissão  do  um  sócio  tao  qualificado  o  que  jú  devia,  ha  muito 
tenipo.  ser  distinguido  cjm  o  titulo  pai*a  que  v.  propoíito. 

Rio,  9  de  junho  de  19Õ5.  —  Bernardo  Teiceiru  ãe  Moraes 
Leite  Veliio^  relator,  —  Cândido  de  OUioeira,  —  Vtiúondtr  de  Ouro 

E*  approvadoe  vae  d  Commissao  de  admissão  de  sor-ioi,  re- 
liLtor  o  Sr.  Conselheiro  Corrda, 

— cOs  iraballioa  do  Sr,  Dr.  Alcibíades  Furtado  dâo-lho 
pleno  direito  á  admissão  no  Instituto  Mistorico,  nr.  qa  ilidade 
do  sócio  eíTectivo,  conforme  a  proposta  apresentada.  Os  seus 
estudos  sobre  os  ("orrêas  de  5i,  sobre  Escriptares  nortistas ,  so- 
bra Eippolijto  da  Costa  são  paginsià  que  revelam  ao  mesmo  tempo 
um  escriptor  primoroso  na  tórma  e  iwssuidur  de  erudição  no- 
tável. 

De  facto,  no  Sr*  Dr.  Furtado  se  encontram  as  qualidades 
raras  do  verdadeiro  homem  de  letti^as,  capaz  dn  enfrentar  e  re- 
solver com  brilUantismo  qualquei"  problema  histórico. 

Acolhendo-o,o  Instituto  fará.  acquisiçao  de  seguro  elemento 
para  rôalce  d*  doita  o  vau  iravol  associação.  E'  pft(\  pelo  me- 
nos, o  pensar  da  Commisíào  Subsidiaria  de  Historia,  tilo,  9  do 
juniio  de  190 >♦ — liar  Fieiuss,  relator.  —  Affonso  Cjíso.^-» Rocha 
Pom/jo.  *— E.  approvado  e  vai  â  Commiâsào  de  admi-ísào  de  sócios 
relator  o  Si\  Dr.  Paula  Freitas. 

O  Sr,  Floiuss  pado  licença  para  chumar  a  attcnção  do  In- 
stituto paia  o  brilhantíssimo  editorial  d  a  Gaveta  de  Noticias  de 
7  do  corrente»  sobro  a  repatriação  dos  despojos  raortae»  do 
\K  Pedro  11.  Ê'  uma  íd(U  que  caminha  victoriosamonte  e  que 
nasceu  do  Instituto,  como  ao  verifica  das  actas  das  suas  sea- 
Bõe  desde  1892. 

Não  constituo  ella  a  manifestação  de  partidos  politicos, 
mas  tão  somente  oiprime  o  voto  unanime  doa  braiileiras,  dese- 
jo?oi  de  concorrer  para  esse  preito  do  justiça  f\  memoria  do 
maior  patrício. 

Levíinta-se  a  sessãr»  .Is  5  horas  da  tarde. 


Mtim  Fiieuss^   2»  secretario. 


ACTAS  nxs;  sE^*?rjr:s  rm  1905 


gnjmio  om  1874,  daiído  da  suaa  ospôcia^^s  habílitat.õaa  iiíorarias 
aíjbejs^s  províís  úm  diversas  memurias  geograpbicMfí  eonci^nmii- 
tes  ao  Yalle  áo  Am;izouas,  om  trabalhos  jublicadoii  ivx  nos$a 
Rei^i>ta,  8ervia<ío-lbe  de  titulo  dtí  ay missão  a  rneriiofia  odgi- 
ual  inédita  intitulada  Reliíjuias  dt  \tmn  fjranilc  trihu  e^tincta^ 
iraballio  que  raorecf  u  favoravid  parooT  da  Cammi3são  do  Ar- 
cheología  e  liauojeiro  «-nnceito  de  autoriz  ido  mestrt%  que  con- 
sidorava  iatcressautlssiniiesaa  memoria  pola  abuiidíinte  luz  que 
vinha  dorr  amar  sobro  o  porioifo  prrliistorícot  ap<mas  cotro- 
Tisto  e  aiDda  não  aprofundado,  srndo  de  esperar  que  o  labo- 
rio3t>  escriprnr,  pod<T«ísanirnto  tonourresae  fiara  olticidaçâo  de 
problemas  por  eOo  propno  inif-iados. 

IiifeliEmeore  (v  passamento  dê  tâo  digno  consócio  voia  privar 
o  Instituto  do  valioso  coiicupso  dr  uma  ijitrdlig*'íicia  esíilan^cida 
poloeâtudo  e  j.ola  experienciíi .  Rcsta-nos  o  dover  d<*  deixar  na 
acta  da  presouto  sessão,  manifestafia  a  exprísaao  do  no^so  pro- 
fundo pezar  por  tão  lamenUvei  acoDteciniont-j». 

O  Sr.  Commondadur  RalTard»  l*'  Secrotano,  lê  o  srguinta 
ox  pedi  00  te: 

—  Carta  do  Sr.  Barão  de  Muritiba,  datada  de  Boulogncj-anr- 
Seine,  accnsando  o  rorebimiíUto  do  diploma  dt>  sucio  honorário 
o.  aí^rítdecendo  e.sti  dmtincvão* 

—Cartado  consócio  M.  Araiinafoí?ui*  podindo  novo  diploma 
dosocio.— A'SecreLaria  para  providenciar. 

^Do  Director  dx  Bibliotbeea  r  Museu  da  Marinha,  âolioi* 
tandõ  a  remeisa  do  alguns  volumes  da  Rei^iiia  TrimcnítaL—  A' 
S  rre tarja  para  proviííenciar, 

— Ofíício  d'i  Sr.  do  Sainitdet,  MÍDistro  da  Bulgica,  offért^eomlo 
um  cxmnpktr  da  pmgratoma  tio  Congresso  liitísrnaoioual  do  Êi- 
pa  n  são  i:  lou  o  m  ic  a  M  i  md  i  a  U  q  u  o  s  r  i  b  w  e  rá  r  o  1 1  i  zar  a  24  d  o  Se- 
teri^bro  do  1905,  o  convidando  o  Instituto  a  tomar  parta  nosso 
C»  tigresa.  —  Agradecõ-ge  e  vai  á  8ticr©tiiria  para  outriva  provi- 
do oc  ias  . 

O  Sr.  Commcnílador  RalTard,  1*»  Soe r otário,  lê  depois  íu 
tdTertas»  que  ronai-arn  do  appemlic^. 

O  sr.   Kleiuas,  ^d'*  Secretario»  li*  os  seguintes  pareceres: 

—  Ua  GoiííiníSèão  de  admiasãi>  úo  sócios  * 

«A  iluuta  Coramissâo  de  Historia,  aprociiàndi*  com  abun- 
dante í*  nierieiíto  louvor  os  Lralaihos  n  qualiilade;*  do  Sr.  Dr. 
AlfiMdo  Forroíra  dv  Carvitlbr»,  proposto  para  t^túm  correspon- 
dente do  jnsiituííi,  turmini  assíim  o  sou  oarlareoido  pnn^or-r  do 
l*  do  corí enfci  hk;z: 

«  SeniG  ;h  ('ommissão  dr^  Ifist<»ri.i  o  giande  prazer  pelo  en* 
Sííjíi  quo  tiiu  do  riínorrnr  cora  o  seu  voto  pata  a  admissão  de 
UTo  sócio  íh^o  qualificado  e  quo  jl  devia,  ba  muiui  terapo,  mv 
disiiaguido  I  om  o  título  para  que  O  proposto.» 

Dõ  aceordo  com  este  autjnzido  juizo,  ,t  Cotnmíssâo  de  ad- 
missão do  sócios  é  do  pardti^er  quo  sija  approvitda  a  proposta  de 
que  St*  IraU,  o  incluído  ontreos  Si>cioa  í^rrespondi^uies  do  íniti- 
tuto  o  Sr.  Dr.  Alfredo  Ferreira  do  Carvalho.— Sala  das  GOm- 
missões  do  Instituto  HLst-jnco  o  Geograpbico  Brazilerro,    14  do 


578  REMSTA  DO  INSTITUTO  HISTORIOD 

jaDbode  1905.  --Manoel  Francisco  Correia^  relator.    Amionim  és 
Paula  Fretfccf.»— Pir:asobreamefa  para  TOUçâo  na   i>rouumâ 

«—A  Cornmíssâ^i  de  admissão  de  sócios  do  lastítato  Hiatori^w 
6  Qco/raphíco  Brazileiro,  tendo  fia  minado  o3  doeomentoa  ju- 
tofl,  relativos  á  proposta  apreieDtaodo  para  sócio  elff^etiTooSr. 
Dr.  Alcibíades  Furtado,  conformar  se  com  o  parecer  da  Comima- 
slo  Subsidiaria  do  Historia,  e  entende  qae  a  referida  proposm 
está  nas  c<3ndic5es  de  sor  approvada. 

Rio  de  Janeiro,  23  de  janbo  de  1905. —Dr.  António  de  Pamím 
Freitas,  Y^XdXoT, -^Manoel  Francisco  Correia, — »  Fica  sobra  a 
mesapara  ser  votado  na  próxima  sessão. 

Dl  Comiiiissâo  Subsidiaria  de  Historia :  «  RazTies  Taliosas. 
Kohejos  titulo»  legitimam  a  admissão  do  Dr.  Manoel  Cioero  Pe- 
regrino da  Silva  110  Instituto  Histórico.  B'  ama  individaalidae 
de  fino  valor,  tão  modesta  quanto  operosa,  filiada  ao  grupo  es 
casso  dos  mothodicos,  dos  perseverantes,  dos  organizadores 
cujo  moticaloso  esforço,  desronhocido,  não  raro,  da  multidão, 
grandemente  aproveita  a  altos  interesses  sociaes. 

Depois  de  haver  servido  durante  mais  do  iO  annos  como 
bibliothecario  d  i  P.icuMado  de  Direito  do  Recife,  foi  o  Dr.  Ma- 
noel Cicero  rhninado  a  dirii/ir  a  Bibliotheca  N.icional.  Merecea 
a  nomeação  applausos  <ie  quantos  com  ello  haviam  tratado.  O 
Dr.  Manoel  Cicoro  revelara  no  Recife,  a  par  do  fidalgos  pre- 
dicados mora(*.s,  ampla  (competência  na  especialidade  que 
elegera. 

Operando  oní  área  mais  vasta,  accentuaram-se,  desenvolve- 
ram-se  as  suas  aptidões.  Não  0.  facil,  senão  árduo  c  complexo,  o 
cargo  do  cliofo  do  dononiioado  maior  repertório  do  conheci- 
mentos humanos  di  America  do  Sul. 

Funccionando  ha  cerca  do  um  seoulo,  pois  a  instituiu  o 
benemérito  D.  João  VI,  logo  após  a  sua  chegada  a  esta  Capital, 
a  Bibliotheca  quojá  cm  1814  contava  60.000  volumes,  tem 
augmentado  progressiva  e  extraordinaiamente,  encerrando 
hoje  para  mais  de  íi50.000.  Enriqueceram-n'a  as  collecções  e 
livrarias  do  Conceição  Velloso,  Silva  Alvarenga,  CJonde  da  Barca, 
Francisco  de  Mello  Franco,  Jo-ié  Bonifácio,  o  velho.  Do  magnâ- 
nimo o  saudosíssimo  Imperador  D.Podro  II,  recebeu  ellaum  do- 
nativo verdadeiramente  ré^no  :  50.0.0  volumes,  magnificas 
obras  sobre  todos  os  assumptos,  volnmos  ciija  valia  d  quasi 
sempre  encarecida  pela  dedicatória  autographa  dos  autores. 

(íuaida  a  Bibliotheca  inestimáveis  preciosidades  em  edições 
esgotadas  ou  do  luxo,  manuscriptos,  estampas,  coUecçoes  nu- 
mismáticas e  philateticas !  Administraram-n^a  liomens  supe- 
riores, quaes  o  Bispo  de  Anemuria,  Januário  da  Cunha  Barbosa 
(um  dos  preclaros  fundadores  do  Instituto  Histórico),  Camillo  de 
Montserrat,  Ramiz  Galvão,  Raul  Pompeia  e  Teixeira  de  Mello. 

Manda  a  justiça  aflirmir.que  o  Dr.  Manool  Cicero  mostrou- 
se  digno  desse  notável  estabalocimento,  umas  das  puras  jóias  do 
património  brazileiro,  continuando  as  tradições  de  seus  mais 
brilhantes  antecessores.  Vai  gerindo  a  Bibliotheca,  mais  do  que 


ACTAS  DAS  SESSÕES 


579 


zelosanieoto,  cora  extremado  cariaho.  Compulsem-so  osaeys 
relatórios,  redigidos  sóbria  o  luoiiDosnoicnte,  e  verse-hão  os 
€Qnáiiomvt?i3  mellioramentotii  ahi  effec tilados,  a  despeito  de 
tíxiguoíí  recursoí**  líeforniiifam-se  e  accresceram-H^j  a«  estantes, 
Iimparam-ne,  restiurarim-^ãe  livn  j^,  comhaterarase-lljea  os 
ioiraigos  d«8truiiÍor(3s,  indo  praticando  para  raclhor  acconi- 
nKidar  a  consorvar  os  volumes.  Ao  lado  desces  c.thauativoj 
cuidados  materiacs,  procedeu-se  soriameiíte  ;l  eatalogaçrio, 
ampliaraiii-se  iiamoosameote  as  porrautas  quer  naciõiiaoi,  quer 
e:>traagõtras,  augrneQtaraniiJe  as  acquisiçdes,  fundaram  so  oíD- 
cinas  de  encadernação  o  lypofrraphia,  ira prim indo  se  nestas  os 
Jnrtíit'5,  a  mais  relevante  publicação  Htteraria  o  acíentiflca  do 
Brazil,  dopois  da  ííecista  do  nosso  Imlittito. 

Além  disso»  tomaram-Ho  medidas  de  defesa  contra  o  incêndio 
«enipre  a  temor  so  em  ediflcio  impróprio  como  n  da  BibliotUeca, 
elaborou  so  uíji  projecto  de  novo  i'egtilameiito,  idoou-se  o 
oxocutou-be  iiiíi  artístico  cx-íibrn  e  um  bollo  ombiema  para  o 
lustítuto.  Escrevou,  de  mais,  o  hi\  Manoel  Cícero  eruditas 
introducçôes  para  os  Ântmc:>^  «joraprovadoras  da  sua  sciencia  e 
ainordascoiiHas  pátrias.  Em  surnma,  sob  o  fecimdo  o  Oí^ctare- 
(Sido  impulso  delir.  Manoel  Cirero  prospera  a  Bibliotheca  d©  dia 
em  dia. 

Não  bastarão  os  méritos  e  sorvi^^a-í  ligeij-amento  ai>ontados 
a  justiflcar  a  entrada  do  Dr.  Manoel  Cícero  no  Instituto  í 

Cremos  que  síiik  estamoa  certos  de  que  adquiriromos  nelle 
um  excellente  consoiíio,  estimável  e  respeitável  pela  ^ua  i^apa- 
cidade,  talento  e  virtudes.  Rio  de  Janeiro,  :^3  de  jimhod©  lí/Oõ. 
—  Conde  dtjAffortso  Cífíí",  relator.  —  Rocha  Pombo,  —  ãí&.,v 
Fleiuss,* 

¥'  approvado  c  vai  â  Commi^o  de  admissão  de  líocios, 
relator  o  Dr.  Paula  Freitas. 

*— A'  Commi^sao  Subsidiaria  de  Historia  foi  presente  a  pro- 
posta, assignada  pelo  Sr.  t  onseUiínro  Cândido  de  Oliveira  o 
outros*  para  que  seja  admittidoconio  sócio  elVoctivo  deste  Insti- 
tuto o  E  x  m ,  Sr.  Consel I í o í ro  . ( eão  Card ozo  <  I  o  Me n eze s  c  SoU2a , 
Barão  de  Pai  anapiacaba. 

A'  referida  proposta  acompanhou  um  volu^ne  da  obra 
The^es  sobre  a  colonização  do  ProM,  da  lavra  do  illustre  escri- 
ptor  de  quem  se  Ira  ta.  —  Ksto  livro,  qne  mareou  i''po*-'a  nos 
annaes  da  nossa  administrarão,  occapa-se  om  divergias  partos, 
subdivididas  em  capituloa  de  assumptos,  cuja  loa^nitudo  ú  im- 
poBsivel  desconliecer  e  que  interessam  altamente  aos  destinos  do 
paiz.  problemas  quacíi  todos  ate  )ioje  importantissimos»  pois  que 
entendem  de  porto  com  o  futuro  da  nacionalidade. 

Incumbido  pelo  Minísteno  da  A  ^^ri cultura  de  estudar <,  em 
todos  os  detalhes,  a  questão  do  povoamento  do  nosso  vasto  ter- 
ritório e  de  oriíanizar  um  plano  jíoral  de  coloniiavão—  apresen- 
tou» em  1^75.  o  Sr.  Baião  de  ParanapiciCíiba  ura  notável  traba- 
lho que.  fora  do  duvida,  eice<lu  aos  limites  de  um  relatório, 
para  assumir  proporções  de  ura  esUido  profundo  de  todo  o  pro- 
blf^ma  sob  os  seus  varloa  aspectos,  constituindo  a  obra  talvez 


680 


FtKVl^TA   DO  INSTITUTri   HISTÓRICO 


P 


mais  comploxA  a  mikis  proiicuív  do  qudnlas  se  tom  eâ^ripto  aqui 
BOgoncro» 

ComeçiA  u  II lustre  oscTiptor  por  deliQLí;ir  todo  o  moviraciito 
da  civil izaçáfi  européa»  tlilatíiud^^-á  ^  do  contioente  por  todo  o 
planeia  o  jutercurrentumonto  af8U'Qí^'la.  com  utnn  perfeita 
vUão  doa  phcnoinenoá»  a  ruturoza  das  rolaçõos  quo  se  foram 
crcíuido  antro  os  povos  da  Europa,  e  oi  da  America,  da  AfrJci. 
da  Ásia  e  da  Oceania.  Oei^upa-so  em  sie;^'ui«ia,  da  modu  osp<?r*ial, 
doíâ  Eslado:^  iDidas,  quti  o  ijruprio  Govorno  lho  indicara  cnmo 
«ando  o  paíz  americano.  uíkIlí  :?o  achava  já  iiaquolle  tenipo, 
Eoolhor  oncaminliado  o  pniblejiia  da  iniraigraçâo.  fndív-v  '■- 
dt^poiií»  quaes  í\h  caiisaá  a  quo   so  devo  attribiiir  a  pi 

qu€  o  iniraigraute  dá  quasí  sempre,  ao  iUo  da  Prati,   .     .    

OAi  motivas  que  o  inculcavam  do  tul  anomalia  —  anomalia  que 
nadava  no  espirito  de  muitos,  compromcttondo  as  condiçor^  du, 
^Itdjridade  do  noss^  paia.  O  Sr.  Harârt  do  Paraiiapiacaba,  da 
monstrou  com  absoluta  se;.nirauça,  que  nào  ora  o  clitna.  uen 
uiitra4  quaesquor  cundiçõiís  de  natureza  que  deviam  õiplicar 
repugnância  do  cmIjdu  europou  pelo  Hrazil,  e  com  uma  co; 
gom  digua  de  homem  do  l-Istado*  expoz  fraiicaraeotn  as  causal 
reaos  de  semelhante  desvanlagem  para  o  nosso  paiz,  fardado 
resaltar  :  —  a  falu  do  li  herdade  de  concurrcncia  :  —  a  não 
existência  do  casamento  civil  como  instítuk'ão ;  —  a  in^ufB- 
ciência  do  ensino  ptquilar  o  principaliíientii  a  ausência  do  lus 
trucçào  agricola  o  proiissioiíal ;  o  diminuto  numero  do  ini<ti 
tuiçõtjs  de  credito,  especíulraentede  bancos  destinados  a  aaxílt;^ 
a  pequena  lavoura  e  industria;  a  nossa  incursa  em  fazer  o 
Briízil  conhecido  na  Europa,  sobretudo  nos  paizes  do  onde  pro- 
samos derivar  pijpuiaçáo  que  Ví3nlia  aíifij^meatar  a  noss.t  capa- 
cidade productora,  etc.  Kisalii  :  ha  trintii  a  unos  já  ha?  ia  cí?  pi* 
rito  neste  paiz  que  proidamava  resolutamente  conceitos,  idéas  c 
roformast,  muitas  daa  quatyi  ainda  hoje  constituem  ohjocto  de 
propagada.  E  não  se  pimso  que  o  8r.  Barão  de  IMranapiacaba 
se  lijniUva  a  indiear  essa.s  no  e.^sidadcs  (uQdamentacsda  nossa 
Tida  social,  puliticíi,  iuridica,  administrativa  e  eíonoraica  : 
8.  Kl.  estudou  proruudariiou  te,  cu  111  am|dn  descortino  o  reve- 
lando uma  competência  oxcepciujial,  todas  er^isaa  causas  quo 
andavam  empecendo  o  povoamento  do  paíz  cuja  riqueza 
económica  Cátevo  infelizmente,  coiitiuúa  a  estar  dependendo  da 
exploração  dos  múltiplos  e  valioísOíá  eloiuentos  com  qun  contamos. 
Falta- nos  espaço  para  destacar  todo  o  mérito  e  oxcellencia  d« 
obra;  hào  de  permitliruiiS,  no  emt,anto.  citar  aiuda  coiuo  d 
mais  notáveis  pela  ext^JU  a  e  variadíssima  erudição  e  pol 
firmeza  de  puláo  com  que  íoi  edcriptu  :—  o  Lapiiuto  I  da  longa 
brilhante  explanação,  capitulo  que  sd  por  si  formaria  um  livrai 
do  mais  alto  valor  e  digno  de  e^tudú  e  melitacÃo  dos  uos.<o9  bo« 
meníi»  00  capitulo  II  em  que  o  autor  areeiílúa  i  necessidade  »1<|| 
ensino  agrícola  a  i^roft&ííionul.  Esta  parte  conserva  ainda  hnj<| 
lodo  o  caracter  de  oppurtamdale  e  é  de  lamentar  uue  não  seja 
maia  conLecida  e  aproveitada  doS  uoâàos  adminitítradoreâ* 

Kxoede  naturalmeute  Ja  as  proporções  dte  VMii  inreoer  o  qn^ 


I 


ACTAS  DAS  SfiSSÔES  DH    1905 


581 


eâtumoâ  fiizando  :  sirva-uos,  porúm,  do  tíscusa  a  ImporUufia 
ild  obra  ci  o  mérito  cxcoiícional  do  ominuuto  escríptor  do  qiium 
temos  a  fgrtuoade  oonupai' nos,  E  uma  vííz  quo  jA  tiieorremos 
a^im  lutm.i  iufraogn j  de  praxris  o;io  duvidamos  om  completar 
osti)  parecorGom  esto  íècliu  quo  náo  se  reduziria  —  é  claro  — 
a  símpluis  nota  ligeira  c  acce^fioria,  miis  «uria  o  tliuma  priocipal 
do  pr^íiSontB  trabiltio,  Su^  em  vox  do  tratar  cotno  wjh  cuíiipro»  du 
livro  roferido.  tiv^ssomus  ile  tratar  da  p«jrsonaí idades  du  Sr. 
Barão  de  Paranapíacaba .  Por  mais  fiue  osla  ubra.  a  tra^-od 
;;oraea  anafy;sada»  dj;,^  áos  lalejitua  do  illustie  braziiciíu,  oâo 
poderiamoH  terminar  estas  liiiha.s  ijem  fazer  notar  quu  u  sr» 
Barão  do  Paranapiaciiba  é  um  dus  nomea  mais  queridos  da 
nossa  mocidadi\  um  das  próceres  mais  re^puitavulíi  d.i  littera- 
tura  pátria,  qíioS.  Ex.  tLvni  eu riqiiocido  com  tantas  producrnes 
lie  subido  valor,  Qome  cm  ^utoma,  quo  lia  ilo  padsar  á  posto- 
ridadocorao  umaymbolo  de  amor  da  pátria,  d©  espiritj  labo- 
rioso o  do  poeta  distincto, 

Nào  sabemos  do  quom  noíito  paiz  seja  inaii  digno  de  vir 
lioíirar  uma  cadeira  nesLe  Instituto.  — sala  daa  sessões,  2  t  de 
junlio  de  IPnS. — Rocht  Pombo ^  rol^xtor,-^  Max  Plciuss*—  Võndâ 
í/t!  Affonsú  Ceho,'» 

[\  approvado  o  vai  á  Commiss"1o  de  admissão  de  isocios, 
relator  o  Sr.  Conselheiro  Souza  Fendei ra, 

E'  adiada  a  voLação  do  parecer  da  Coramissao  »k!  Historia. 

FHdo  Sr,  1"  Sueretario  sao  Udaa  as  sejçuintod  propostas: 

^  Coíicorreado  na  pessoa  do  Exm.  o  llevoí.  Bibpo  do  Petro- 
polis  Moiísenlior  D,  ioão  Braga  as  condi ç^a-j  do  art.  10  dos  Es- 
tatutos, propomos  o  raeamo  Rovni.  Sr,  para  sócio  bonorario  do 
Instituto  Histórico* 

SaU  das  sefliões,  23  de  junho  do  UI05,—  Olegário  Líercultmo 
de  Aquint*  c  Castro,  —  Manuel  Francisco  Correia,  —  Uaniquc 
Ra(ft*rãn—Unrão  ãc  ÁírHCur.^^CvHde  de  Affonso  Celso, — Cumlido 
de  01  ivei  m,  —  S*  1 1  cador  Pira  de  C,  Aib  uq  ue  i  'y  >*  e .  —  Bel  tia  ri . 
Pernambuco, —  Jostl  J,  du  França  Júnior, —  Aríhur  Gitimartrcuo 
—  Rocha  Pitíd/a,* 

Vai  à  ComraíFsão  de  admissão  de  socioa,  relator  o  Sr.  Con- 
Rd  lio  iro  Torreia - 

—  «  Pi opoiuus  para  sócio  correspondon to  do  Instituto  líis- 
orico  o  Oeo^írapbico  Brazileiro  o  í?:r.  Ut\  Jouo  Paudiá  Calogeras. 
Ingeiíhoiro  de  minai*  e  civil,  UepuUido  federal,  cum  35  ânuos  do 
edade,  residicd<i  em  Míuas,  serviuilo  de  basíio  sen  trabalho  olfe- 
iiecido  á  bibliuiliec;i  da  nu^aa  Aí>«uciiição  aob  o  titulo  *Aé  minas 
do  Brazib.  —  S,  R,— í>aia  das  sesíões,  U3  do  junho  dó  1005- 
— Henrique  Hoiford. —  Ctjpistntno  de  ÁOreu,  —  Max  Fieiuss, — 
Rocha  Pombo,'^Átthur  Guimarães,  —  JasiJ  J.  da  França  Jonior, 
— Eduardo  Marquôif  Peixoto,'^  Leopoldo  de  Jjttlhúes,^ 

Vai  á  Conmaísião  do  llistoria,  relator  o  Sr,  Vtsouode  da 
Ouro  Preto, 

O  Sr.  1"  Secretario  lè  o  &egumte  documenio  ; 

«  Instituto  Histórico  o  Geographico  Brazileiro,  Rio  do  Ja- 
uoim,  10  de  junho  do  1^05.  lUiu.  e  Exm.  Sr.— Peço  a  V.    Ex. 


582  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

a  minha  exoneração  de  Thesoureiro  do  Instituto.  Agradeço  a 
V.  Ex.  a  distincção  que  se  dignou  conferir-me,  designando-me 
em  1903,  para  exercer  tão  honroso  cargo.  Apresento  para  es- 
clarecimento do  digno  sócio  que  for  escolhido  para  me  substitair 
o  balanço,  dos  mezes  do  janeiro  a  maio  do  corrente  anno  social, 
demonstrando  o  saldo  do  3:581$120,  no  Banco  Commerclal,  eem 
caixa  27 l$l 48. 

Aproveito  a  occasião  para  manifestar  a  V.  Bx.  os  protestos 
de  minha  subida  consideração  e  maior  estima. 

Illm.  o  Exm.  Sr.  Conselheiro  Olegário  Herculano  de  Aqaioo 
e  Castro,  Muito  Digno  Presidente  do  Instituto  Histórico  e  Qeo 
graphlco  Brazileiro.—  P.  B.  Marques  Pinheiro 

Balanço  da  Receita  e  Despesa  do  Instituto  Histórico  e   GFeograpUco 
Brazileiro,  de  1  de  janeiro  a  31  do  maio  de  1905 

RECEITA 

Em  caixa 14$566 

No  Banco  Commer ciai.     .  l :  322$580      1 :  337$  1 46 

Renda  com  applicação  es- 
pecial na  Caixa  Eco- 
nómica   7af000 

No  Banco  Commerciah    .  261$5'^0         334$340      1:671$686 


Subvenção  do  Thesouro  Federal 3:68^18^ 

Juros  de  inscripçOes 226(300 

>     de  apólices 2:600$000 

Annuidades  dos  Srs.  sócios: 

1904  Max  Fleiuss  .     .     .  1:^0 

:     Monsenhor    Vicente 
Lustoza 12$000 

Dl*.  Sylvio  Romero    .     .  12$000 

Dr.  Luiz  R.  C.  do  Albu- 
querque   12$000 

Dr.    António    de    Toledo 

Piza.  lUOl  a  1904.     .  60$000  I08$000 


.loia  do  Sr.    Arthur  Gui- 
marães   50$000  50$000  158$000 

VenJa  do  seis   apólices    municipaes,   ns.  42.074  a 

4?.079,  I0:>$0()0 1:170$000 

9:500$368 


ACTAS  DAS  SESÕES  DE   1905 


583 


DESPESA 

Paga  pelas  seguintes  contas  : 

Ribeiro  Alves  &  C 704000 

Domingos  de  Luca 284$000 

Goulart  &  Irmão 99|000 

António  Ferreira  Lopes  Sobrinho 75$000 

soares  &  Baptista tXh^OOO 

Abilio  Correia 280$000 

Rodolpho  Amoedo 500$000 

Costa  Júnior 100*000 

Ribeiro  Alves  &  C 280$000 

Recibo  de  F.  Guimarães 100^000 

Folha  dos  empregados 2:500$000 

Estampilhas $900 

Commissão  aos  cobradores 14|700 

Compra  de  uma  apólice  de  1 :000$,  do 

n.   26.030 1:008$000 

Sello ^00  1:010$^0 


Renda  com  applicação  especial  : 

Compra   de   uma  apólice  de  200$  de 

n.  2.601 198$000 

Sello $300 

Na  Caixa  Económica    .     .  82^000 

Em  caixa •J3$240  175$240 

No  Banco  CuiumcTcíal.     .      3:58i$l2í) 

Em  CHixa 177$y()S      3;76:?sU28 


3:9378268 


S.  E.  ou  O. 


Ks.      y:5()9$308 


Rio  de  Janeiro,  10  de  junho  do  1905.— F.  n.  Marques  Pí- 
fiheiro,* 


O  Sr.  Prosidonto  entende,  o  assim  i*esolvo  o  Instituto,  que 
não  se  deve  acceitar  a  demissão  quo  do  cargo  de  Thesouroiro 
apresenta  o  prestimoso  consócio  Dr.  Marques  Pinheiro,  po- 
dendo-se,  pornm,  dispensais  provisoriamente  dj  exercício  do 
cargo. 

E  para  substitnil-o  ioterinamente  designa  o  consócio  Sr. 
Arthur  Guimarães,  membro  da  Commissão  de  Fundos  e  Orça- 
mento, sendo  por  sua  vez,  nessa  commissão  substituído  polo  Sr. 
Barão  de  Alencar. 

Por  unanimidade  o  Instituto  appro vou  essas  deliberações. 

Procedendo*se  a  escrutínio  para  votação  do  parecer  da  Com* 
missão  de  admissão  de  sócios,  que  floara  sobre  a  mesa  da  ante- 

•^158—38  ToMu  Lxviii.  p.ii. 


584 


REVISTA   DO   INSTITITO  HISTÓRICO 


riorses^o,  é  o  mesmo  approvado  o,  acto  continuo,  o  Sr.  Pre- 
sidente proclama  sócio  correspondeDlo  estra[i^'eiro,  o  escríptor 
portirguez  Sr.  Alberto  Pimentol,  rtísideote  era  Lisboa. 

Nada  mais  havendo  a  tratar  levanta-se  a  s^gsào  áa  5  honiB 
da  tarde. 

il/íia?  Fieiuss^  2"  secretaria* 


0FFERTA8 

Pelo  Sr.  nr.  ioào  Pandiíl  Calogenis  sua  obra  —  As  inim^u  d^ 

Brútii  e  ,<Hti  U^íjislaçrU)  — dois  voluioois» 
Pelíi  InU^ndencia  Municipal  —  B^lciíti. 
Pría  Sociedad  líeoííraliea  de  Lima  —  />oMi«. 
Pi'U  lHriHítoi"Ja  Geríil  do  S.uide  fnídica  —  Bfdeitm, 
Ptíla  Aniericao  Gaoí^nipliical  Syfitíty  —  tíuiletm, 
Felu  íioftio  Sr.  NeliíOO    do  ^euiui  —  Serra noi    líiu^itte^^    ^f§^ 

boços  biog:raphicos. 

Pd  a  Sociedade  de  Goographia  da  Linhoik  ^  (MaUj^o  dn  i&c- 

posição  dt^  ('artõgraphifi  Nncianaí , 

Peia  Real  Academia  da  Cieaciaa  exactas*  fiaíeas  y  níUurmim 

de  Madrid  —  Retiisia, 

Pelo  Cuorpo  de  Inginioroti  de  minas  dei  Peru  —  Hoietm  . 
Pela  UniviTSiíiad  Central  do  QuiLo—  Anates, 
Pela  Sociedaíl  Cientifica  Argentina—  Anaidi. 
Pelo  Mnaeo  Nacional  de  Buenos  Ayrcâ  —  Anale^M 
Pela  American  International  Biiroau  of  the    Amerlcax)  Re- 
publica —  Monihfj  Bulieiin . 

Pela  As^cía^nio  úm  Empm^^ados  no  Commerolo  de  Saota 

Catharina  —  St/nthese  da  Ekyosiçfio, 

Pelo  Sr.  Barão  de  Vasconoeílos  —    Traços   Biographicos    da 

Visconde  fie  Gttaratiba, 

Pelo  doutor  era  direito  Joào  Baptista  de    Castro  RodHgiuw 

—  Thesrs. 

Pelo  Sr.  coronel  António  Paes  de  Barros  —  O  Archira, 

Pelo  sócio  Sr,  l*IriJOSio  Quesíada  —  /^  Suciolcgia, 

Pelas  redacções   as  seguintes    tqvuIíís  —  Medico   (irurgica 

do  Brasil,  O  Orienie  Portugiwz  ^  R&\'úta    Maritimo^   Renascença, 

Reptita  Co^mnierciaf  e  Fitwnceirff , 

Pela  Assooiação  Commercial  do  líjo  do  Janeiro  —  Bolttim, 
Pelas  Reílaccôes  os  jornaes  —  M(da  ãa  Europa,  Diário   Offf- 

ciai  da  Capital  Federal,  Diário  Official  do  iVmazonaF,  Jomai  éã 

Rêciflí^  PortUffal  ModetmOf  O  Século^  Correio  do  Povo^ 


íl»  SESSÃO   ORDINARU\  EM   7  PK  JULHO  DB  1905 

Presidência  do  Sr,  Conselheiro  AT*  F,  Correia  (  í"  Vicã*Pre^énlUf ) 

A*8  3  boMs  da  tarde,  presentes  os  Srs.  Conselheiro  Manoel 
Franniáoo  Correia,  Commendador  Henrique  RaiTard,  Deí^em- 
bargador    Souza   Piun^ítt,    Arthur    Guimai-áes,  Rooha  Pum- 


ACTAS    DAS   SESSÕES   PE    1905  585 

ba,  Visconde  do  Ouro  Proto,  Drs.  Manool  de  Mello  Cardoso  Ba- 
rata, Antunio  de  Paula  Freitas,  António  da  Cunha  Barbosa, 
Desembargador  Paranhos  Montenegro,  Barão  ile  Alencar,  Con- 
selheiros Cândido  de  Oliveira  e  Salvador  Pires  de  Carvalho  e 
Albuquerque,  Dr.  Josó  Américo  dos  Santos.  Carlos  Lix  Klett 
e  Max  Fleiuss,  2®  secretario,  abro-se  a  sessão. 

O  Sr.  Fleiuss,  2^  Secretario,  Ic  a  acta  da  sessão  anterior,  a 
qual  é,  som  dobate,  approvada. 

O  Sr.  Presidente  participa  que  o  Sr.  Conselheiro  Aquino  e 
Castro,  presidente  do  Instituto,  por  justo  motivo  deixa  de  com- 
parecer. 

O  Sr.  Rallard,  1"  Secretario,  lô  o  expediente  que  consta  do 
seguinte  : 

Ollicio  do  Presidente  da  Commis.sáo  Promotora  do  Cente- 
nário de  Bocage,  datado  de  Setúbal,  convidando  o  Instituto  a 
tomar  parte  nessa  celebração.—  A*  Secretaria  para  informar. 

Ofncio  do  Curonel  Dr.  Manoel  Rodrigues  Campos,  Comman- 
duntedo  ColleKlo  Militar,  pediudo  varius  tomos  da  Revista  para 
a  bibliothecado  mesmo  estabelecimento.  A'  secretaria  para  pro- 
viflonciar. 

O  Sr.  RaffarJ,  1°  Secretario,  lè  as  oíVortas. 

O  mesmo  Sr.  Secretario  le  a  8e«,'uinte  proposta  : 

«  Propomos  para  sócio  correspondente  do  Instituto  Histórico 
e  Geograpbico  Brasileiro  o  Sr.  Dr.  D.  Daniel  Garcia  Acovedo, 
natural  do  Estado  do  Uruguay,  advogado^  Ibrmado  pela  Uni- 
versidade de  Montevideo,  onde  reside,  membro  do  Instituto  dos 
Advogados  Brasileiros,  e  da  junta  de  historia  o  numismática 
americana  de  Baenos-Aires  e  autor  do  traballio  junto  —  Con- 
tribucion  ai  estúdio  de  la  cartOfjrafia  de  los  paises  dei  Rio  de  la 
Plata.  Rio,  7  de  Julho  de  \^)b.— Henrique  Raffard,— RocTia 
Pombo. — Arthur  GuimaMes. — José  Américo  dos  Santos, )>  Vai — á 
Commissão  de  Historia,  relator  o  Sr.  Conselheiro  Cândido  do 
Oliveira. 

Lê,  depois,  os  se«^uinti!S  pareceres  : 

Da  Comissão  do  admissão  de  sócios: 

«  As  condições  prescriptas  nos  estatutos  para  a  inseri pção 
na  classe  dos  sócios  honorários,  concorrem  todos  na  pessoa  do 
illustre  Bispo  de  Petrópolis,  o  Exm.  Sr.  D.  João  Braga. 

A  Commissão  de  admissão  de  sócios  6,  pois,  do  parecor  que 
a  proposta  da  Mesa,  também  assignada  por  outros  consócios, 
apresentada  na  ultima  sessão,  incluindo  o  respeitável  prelado 
naquoUa  classe,  seja  approvada,  não  só  pelos  dous  terços  exi- 
gidos pelo  art.  11,  §  [o,  dos  mesmus  estitutos,  mas  por  uuani- 
midadfo  de  votos . 

Sala  (Ias  Coramissões  do  Ini^tiiuto  Histórico  o  Geographico 
Brazileiro,  30  de  Junho  do  llíOri.—  Manoel  Francisco  Correia, 
relator.  — -Iti/oHto  de  Paula  Frei' as, — J.  C,  de  Souza  Ferreira, i^ 

E'  approvado  e  fica  sobre  a  mes^  para  ser  votado  na  sessão 
se<ruinte. 

«—Abundando  nas  considerações  feitas  pela  Commissão  Sub- 
sidiaria de  historia  no  seu  parecer  do  23   de  junho  ultimo, 


58R 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


quaota  ao  raeriro  litterario  do  Sr.  .loilo  Cardoso  de  Mooe^e^  e 
Souza,  Barão  ile  Paranapiacaba,  aCommisâão  de  admiásJlo  de  sa- 
cio» entendo  que  a  molu^ão  desse  nomo.  por  varioa  Ulules 
illuetre.  noriuidi-u  dos  sócios  odectívo^  do  fa^tituto  Histórico  c 
GLT.i^raphicu  UvimU^Ávo  é,  não  só  liomonagera  devida  a  provecto 
cultor  das  lolLi-ds  pátrias,  riia^  laoibom  bom  serviroa  owim  (ktao- 
ciaçâo,  para  cojus  patrióticos  líns  •>  ÍUrào  d*!  Paranapí acaba 
eontríbiiii^á  podorosamaiito  com  siíli  iiotavol  talento  o  copiosa 
illustrai^áo,  largamento  comprovada,  tno  de  Janeiro,  O  du  julho 
de  HK)'. —  João  Carhs  d*'  Souin  Ferreira,  relator. —  Anionio  rfí 
Pa  a  kl  t  rc  i  las.  —  Man  o  et    Fr  a  n  c  isca  ' '  o  r  j  v  ia .  » 


E'  approvado  e  ficasubrc  a  inosa  para  ser  vota-lo  a^ 
ik^gutntc, 

«  —  A*  Cu  lu  mi  ti-sao  lio  admissão  de  soei' íS  foi  presontja  projiosia 
apLvsoíilaudo  para  8olÍu  eiroctivij  do  Inítituto  Histórico  o  ^eu- 
tçrapliíc(iBraztK'iro.  oSr.l>i\  Manoel  Cícero  rt3r*?grÍflo  da  Sjlva, 
actuai  Ltiroctor  da  lUldiolln;ca  Nacionali  o  bem  a>sim  o  parooi;r 
da  Commlsááo  Subsidiaria  d(j  Historia  sobro  os  traballios  e  tof» 
viços  prestados  polo  proposto. 

A  Commisaão  de  admissão  do  socloâ  coiiforma-^o  Jntoira- 
meote  com  o  meocioQado  parecor,  julgando  o  proposto  em  oon- 
diç5Gá  tio  ílizer  parto  do  grémio  do  Instituto,  pelo  que  entende 
que  a  propostíi  Sjbre  a  admissão  do  Sr.  Dr.  Manoel  Cicero  Po- 
rugríno  da  Siiva»  satisfasiendo  aos  requisitus  de  ídoDoidaiio  e 
conveoieucia  dn  que  tr.Ua  o  art.  7%  í:?  3**.  doi  KstatutOá,  esià 
ao  ca«o  de  aer  approvíida*  Scjila  das  soasõos,  5  de  julho  de  liMCi. 

—  ÂtitoniQ   dtí    Pnuhx     Freitas^    relator.  —    Mn f toei   Fmnciyca 
Canvúi.^  J.  (',  ttc  SoHiii  Frrreirit^t 

l!:'appr<»vado,e  lii^a  Àobrn  a  mosa  para  ser  vo(adf)  uit  pr^aiiiia 
ieatflU).«^A'  cooimissao  do  admissão  do  sotsiõs  Ibi  priv^euloa  pi-o- 
poBta,  apreseEfandtj  o  Sr,  lir.  Luiz  Guuza^a  da  Silvii  Lome  para 
aocio  coríe.^pomloDtíMio  Instituto  nislorieo  e  Oeugraphico  Hra 
zileiíij,  bem  remo  o  parecer  da  Conuuissao  do  Kííitoría.  a 
respeito  do  tra^lho  de  composição  dti  proposta,  sob  o  titulo  — 
(lenoalugia  Paulistana—  cora  a  qual  a  presente  Commissão  se 
conforma  inteirameíit<3, 

Satisíazendo,  pois,  a  pru posta  ás  prescripções  do  art,  8*, 
l^â  l'*,  dos  estatutos,  é  a  Commis^GU)  de  admissão  de  sócios  de  pa* 
rocer  qut;  a  proposta  apresentaudo  o  Sr.  Dr,  Luiz  Gonzaga  da 
Silva  Lo  mo  para  9<>ci  o  cor  respou  dente»  está  n-is  coud1«;ôes  de 
sor  approvada.  Sitia  áii^  sesaõeSi  5  do  jfilho  do  IW05.  — Dr. 
António  ih  Píiniii  Ircitits,     relator.  — -Uííjioe/  Fmncisco  Correia , 

—  /,    i\  fíc  Sou^a  Fcrrciru,» 

bV  approvado  e  (loa  sobre  a  mesa  para  ser  votada  na  f^osaão 
seguia  te. 

Da  Comisão  de  historia 

«  A— Comraissâo  do  Historia  leu,  com  a  devldu  am  ngao,  o 
livro  Líiiíi7í?j  fíoA"  FsUifios  (!c  Mindi  Gerctj  <i  E>piriÍo  Santo  dií 
lavra  do  tsr,  Horiiardo  Horta  dts  Araujj,  proposto  para  íío*_íu 
corruspondente  do  Instituto. 


ACTAS   DAS  SESSÔICS   DTÍ    1005 


587 


E'  uma  colloçção  do  excerpLos  de  uuiLero^issiitios  documuD- 
tos,  ftoiiííos  e  modernos,  oiBciaes  e  particularos,  rofereutei  á 
queátão  indicada  no  titulo. 

Precede-a  exposiçáo  do  motivos  destinada  a  jnsti ficar  os 
votoa  emitlidos  pi^lu  mitor  acerca  do  accordo  a  que  devera 
chegar  os  deus  m  ^nciona los  íí^tariof ,  para  ao  nâo  reprodiizi- 
rom  contestações  deííagradaveis,  quo  podem  asHumir  certa 
gravidade,  oriundas  do  proituií^õníí  anto^^onicas  no  to<;anto  os 
fronteiras  icspeL^tivag, 

O  Si\  Jieriiardu  Horta  opina  om  prol  do  Espirito  Santo,  que 
lhe  confiou  a  honrosa  tamfa  de  defonder-llio  ^i  causa. 

Abstom  ae  a  Comraií!.são  th^  fíiatoría  do  apreciar  a  soIíjç§l) 
adoptada  pt^lo??  coníirnissarios  das  partem  liiioraritea,  anaiimpto 
extraiiho  ao  encargo  a  i^i  conuneUido,  isto  »\  maoitestar-scííoíiro 
o  merecimento  ílo  e  criplo. 

Estotí  ineonteslaveL  Representa  o  livro  grande  esforço  om 
peaqtiiy.a  ©estudos,  inspirado  polo  desejo  de  apurar  a  verdade 
e  nizer  justiça.  E'  trabalho  promis-or  doolifaa  do  maior  vulto» 
concopuente  á  historia  e  gwjzraphla  pátrias,  para  os  qua&s  não 
lultam  aptidões  a  quem,  por  dili^^^ancias  pcsíoaeá,  unicamente, 
como  declara,  logrou  onfeixn*  tam^anha  c6pia  de  elementos  de 
informaçõas,  E' de  pari^cer  a  Commissão  quo  a  proposta  seja 
approvada.  Ilio»  30  dn  junho  de  19l6.—  Vi^romlc  de  Ourú  Pido, 
roA-úúr,— (*nndíido  d/;    OHvfHrtf ,— Leite  Vefha.* 

B' approvada  o  vai  á  (  o m missão  de  adraissilo  do  sacíofl, 
relatiOr  o  Sr.  í>r»  António  de  Paula  b>eiÈas. 

—  Da  cora  missão  de  fundos  í>  orçamentu  : 

*i  A  Commi.s^ào  de  Fundo  >e  '  irçaraento,  toado  examinado  o 
halanço  do  Theiíoureinj  Dr.  Francisco  Baptista  Marque;?  Pinhei- 
ro, dotado  rle  in  de  junho  ultimo,  julga  qtie  nenhuma  obser- 
vação toma  fazei",  podundu  o  mesmo  ser  appmvalo  por  estar 
nos  dovldo3  ÍTmos.  líio,  2í>  de  junho  de  1905, —  José  Maurício 
Fernande,^  Pereira  de  //a rr os,  relator» —  Barão  de  Aíencar, 

Fica  sobro  a  mesa  para  ser  votafío  na  seguinte  se-sílo. 

O  Sr.  Arthur  ijuiraaraes,  Tíiesoureiro  iaterino,  podo  a  pa- 
lavra para  aalientar,  o  que  julga  um  dever  aeii,  o  editado  de 
escrupulosa  ordoiii  em  que  lím  ibrun  entref3''ues  pelo  Sr,  Dr, 
Marques  Pinheiro  toei  os  os  npofociosda  thesouraría  do  Instituto, 
E  aproveita  o  eiiseji>  para  dnclarar-so  mais  uina  vez  penlior.vlo 
piíta  |?entilf>z.i  do  f>iv.  Presidente  ilo  Instituio,  escolhi -n d o-o 
para  Ihesouretro  interino. 

O  Sr.  Prcsiilonto  diz  quo  o  Instituto  Mca  inteirado, 

Di/.  f>  Sr,  Príísldonte  que  o  Sr.  CoíHolheiro  José  Maurício 
Fernandes  Pereira  dp  llirros  em  earta  dirigida  ao  Sr.  Conse- 
íheiro  Aquino  o  Castro,  Presidente  do  Instituto*  pedio  demissão 
de  membro  di  Comraíssão  de  Fundos  e  orçamnnto. 

Aclia  o  Sr.  Pre3Íd'3:ite  qa©  p61o  lhe  svr  concedida  dispensa 
de  exercício  do  cargo,  o  sí  o  Instituto  assim  resolver  indicará 
o  Do^íemlí armador  Paranhos  Montenegro  para  membro  da  citada 
Gommissão. 

O  Instituto  approva  pur  unanirniíltilíi. 


1 


588  REVISTA    IX)   INSTITUTO   HISTÓRICO 

O  Sr«  Visconde  de  Ouro  Preto  pede  dispensa  de  represen- 
tante do  Instituto  junto  ao  3*  Coní^resso  Scientiíico  LaiÍDo-Ame- 
ricano,  allegani«j  não  dispor  de  tempo  sufflciente  para  assistir 
Is  reuniões. 

O  Instituto  conceie  a  dispensa  e  o  Sr.  Presidente  Domeia, 
em  substituição,  o  Sr.  Conselheiro  Cândido  de  Oliveira,  a  quem 
ó  rlesdo  logo  entref^uo  a  caderneta  de  in;rresso,  expedida  pela 
I)ircct>ria  do  Congresso. 

Proceder!  Jo-so  á  votação  dos  pareceres  da  Commissão  de 
admissão  de  socíoh,  que  haviam  ficado  sobre  a  mesa  da  aniorior 
sessão,  suo  os  masmos  por  unanimidade  approvados  e  acto  coa- 
tiniio  u  Sr.  Presidente  proclama  sócio  ellectivo  do  Instituto  o 
Sr.  Ul'.  Alcibiaies  Furtado  e  correspondente  o  Sr.  Dr.  Alfredo 
Ferreira  de  Carvalho. 

Achando -se  na  sala  immediata  o  sócio  recem-eleito,  Dr. 
Alcibíades  Furtado,  o  Sr.  Presidente  designa  os  Srs.  Secretários 
para  introduzil  o  no  recinto. 

Ahi  chogifcJo,  o  Sr.  Presidente  dirige  lhe  a  soguinto  al- 
locução: 

^  Sr.  Ur.  Alcibíades  Furtado  —O  Instituto  Histórico  vê  oom 
pra/xT  hoje  alistado  entro  os  seus  prestimosos  eollaboradores 
o  Sr.  Dr.  Alcibíades  Furtido,  autor  de  vários  tribalhos  litte- 
rarios  devidaraento  apreciados,  e  que  bem  demonstram  soas 
habilitações,  amor  ao  trabalho  o  iníatigavol  actividade. 

Kspuia  o  Instituto  que  sorá  de  muito  proveito  para  as 
nossas  Letras  a  auspiciosa  admissão  do  novo  consócio  a  quem 
bão  dirigidas,  neste  momento,  as  nossas  aír»3ctu'jsa8  saudacõ^.» 

O  Sr.  Dr.  Alcil)iades  Furtado  responde  da  seguinte  forma: 

«  Cumpro  o  mais  ^^rato  dos  deveres,  manifestando  o  meu 
reconhecimento  ao  Sr.  Presid(?nte  e  a  este  illustre  Instituto, 
que  mo  acaba  do  ad  nittirno  seu  grémio,  a  que  t-m  pertencido 
os  grandes  espíritos  de  minha  pátria. 

A  minha  emoção,  neste  recinto,  ó  semelhante  ao  alvoroço 
de  um  homem  sensível  o  culto,  contemplan  lo  os  monumentos 
da  civil isação  latina. 

\'uma  evocação  suprema  se  me  afiguram  presentes  os  vul- 
tos s<ji)eranos  de  Gonçalves  Dias,  João  Francisco  Lisboa,  Porto 
Seguri\  Araguaya  e  tantos  outros,  entre  os  quaes  o  do  preclaro 
M  jnarcha,  cu.j  i  cadeira  dofrooto,  vasia,  prolongando  a  desola- 
ção da  sua  ausência:  precursores  e  continuadores  do  mesmo 
afin.  qu  '  lembra  o  esforço  solidário  do  coral  nos  sedimentos 
calcaroos. 

Emquanto,  porém,  os  organismos  inforiores  lutam,  unidos, 
para  continuidade  bi()logica,  pugna-se  aqui  pela  continuidade 
histórica  da  nos^a  raça,  pela  aíílrmação  d  i,  sua  influencia  no 
tempo  e  no  esp  iç). 

lia  um  lustro  iá,  SíMihores,  que  expirou  o  século  que  se 
poderia  chamar  da  historia  e  da  geographia  ;  ainda  que,  outras 
disciplinas  foram  nelle  o  escopo  dos  estudiosos,  mas.  porque, 
no  dizír  de  Altainira,  se  transformou,  por  completo,  o  obteve 
foros  do  scioiícia  a  Historia. 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DÊ   i905 


589 


Por  cim  iÍo3  uUiinos  dias  des^o  século,  lia  eti  uma  oração 
acadiiinica,  que  foz  bastante  ruiinr  n  js  centros  littorarios  ;  por- 
ventura, rnai^  pola  celebridade  do  sim  aut-jr,  do  quo  pi>lo  valop 
(!a  sua  ar^n  monta  cão. 

iieíko-mo  ao  notável  discurso  do  Sr.Feriiinand  Bninnotiôm» 
da  Academia  Franceza»  arHitro  das  roputarííos  li  turrarias  dosou 
paíz,  cuja  fama  proveio,  prinoipíilmenLo,  ila  iissiduídade  da  sua 
CO  II  abo  ração  na  H^rue  dc^  D<:uj  Mondes,  oade  tovo  oríti^iaa  íJb 
certa  Onara,  que  us  annua  cuii verteram  em  acurada  ironia  d  rile- 
^ n ta  i  rn iie  r ti nooo ia . 

Tímlioo  prazop  de  c^infesflar-vos  qoo  fechoi  tj  livro  do  mostre 
cora  friesa. 

Na  nossa  America  jovon,  íòra  úoa  cenaculoá  parixienííos,  o 
pequeno  grito  de  forni  nino  de-aleutu  rt^soava  oomo  a  queixa  de 
um  vencido  da  fortuoa,  perdida  no  rumor  da  vida  rliaria. 

Apregoada  banoarota  da  âciencia,  «qu©  não  realizara  os  3/4 
doa  compromissoa  tomaios  »,  na  dizer  do  critico  fraocez  —  isto 
porque  a  sciencia  fechou  o  balaoro  do  século  XIX  com  muita** 
questões  abortas  quo  passam  u  conta  nova  do  século  XX  —  está 
porfeitamente  desmentida  pelo  ardor  com  qne,  á  esta  liora,  se 
CLíUtínúa  a  obra  dos  scien tintas  do  soculo  passado. 

A  frequência  dos  con grossos,  ncstos  uUimos  tempos,  é  a 
mai8  eloquento  alTlrmaçá  i  da  fO  sciontifica. 

Entre  nóí?,  na  hora  em  que  so  vai  reunir  o  3*  Corií^rosso 
Latino  Americano,  (jstaaltir mação  é  uma  necsessidade. 

Vai  occupar  a  vaagiiarda  nesse  certamon  o  Instituto,  que 
de  certo  reuno  o  escol  dos  nossos  contemporâneos  e  oatá,  por- 
tanto, .'ip  parei  liado  para  a  continuação  da  obra  de  Ferreira 
Penna.  Baptista  Caetano,  Couto  dfi  Magalhãa^,  (Jonçalvos  To- 
canlioíí,  Sòbastiâo  Ferreira  Soares  o  outros,  que  da-íta  associação 
foram  membros  di  st  me  tos. 

Kíjta  *'  a  eorporação  capaz  de  iniciar  a  sy.slematização  das 
conclusõea sociológicas  do  século  XIX. 

Imaginai  o  meu  onthusiasmo  juvenil,  o  mou  ano(3Ío  de  tes- 
tf^munlmrlhe  a  iniciativa,  de  sontir  que  arde,  viTaz,  na  minha 
pátria^  a  cou fiança  nas  conclusões  da  soíenc ia  eit por í mental  e 
que  esta^  preoccupaçoos  americanas  não  serão  sem  fruííto  para 
a  humanidade. 

No  vosso  exemplo,  euros  consócios,  e,  particularmente  no 
vosso  patriotismo  e  saber  do  Exm.  Presidente  do  Instituto,  o 
mais  obscuro  dos  presentes  porá  a  mira  das  suas  aspi- 
rações . 

Assim  lhe  consintam  os  esforçoe,» 

O  Sr.  Desembarí^adur  Souza  Pitanga,  orador,  responde  a 
esto  discuraOj  salientando  os  méritos  do  novo  consócio,  ci^as 
obras  dão-lhe  direito  pleno  â  ca<Jeira  para  que  foi  eleito  por 
su^aglo  unanime*  Muito  p6tle  e  deve  ei^perar  o  Instituto  do 
conenrso  do  distincto  homem  de  lottras.  » 

O  Sr,  Fleiuts  diz  quo,  no  Instituto,  nao  pode  passar  desper- 
cebida a  morte  de  Elysée  RôcLus,  a  âgura  culminante  na 
geo^raphia  contemporanoa.  Pede,  portanto,  quo  na  acra  da 


L 


590 


REMSTA    DO    INSTÍTUTO    niSTóBia> 


presente  soef^ío   flqiio  registrado   o   pezar   que   o     facto    áeve^ 
raiiaar  a  (inanlús  se  deílicam  íios  eHtiidog  ^oographíoos. 

Nada  mn\H  havejuio  íí  tr&Ur,  Ifív-inta  3ie  a  sosí^ao  íla  5  tionê 
da  tarde. 


OFPRRTAS 

Pelo  Cí^níttilado  Geral  ilol  P&ra^uay  en  el  Brml  —  Mttppa  i 
la  Repuhlint  (hl  Par<i{)uait  por  C»  Romero, 

Pt^la  nireetoria  Geral  aos  Correios  —  Boletim  Foliai ^ 
PeJa  Sotíiôt'1  íieograílca  Itália  na  —  Bi*lh'iino^ 
Pela  Dlreeloria  Gc*ral  de  Saudõ  t*ol>lica  —  fíoletxm  MetiMtt, 
Pola  Acadomia  dellc  Scienzo  Fisjche  e  MaiematicUo  —  ner>^ 
tleconto. 

Pela  Museo  Nacianal  do  Mexioo  —  Anal,'$, 
Pela  SociótíS  de  Geo^^rapbie  Coramorciale  de  Bordeaux— /íi*/- 
lelifi . 

Pela  Real  Academia  de  la  Historia  de  Madrid  —  Bokftin, 
l^ela  GeograpUical  Socictv  ol"  ih^  Paciílc  —  B*4leiin, 
Pt^ta  Real  Socieda^l  Geoíírafica  do  Madrid  —  Jíntelin, 
Pela  SocioíJatlo  do  Geo^riphia  dn  Lisboa  —  Boletim, 
Peio  Sr,  José  Jiiaii  Bieduna  —  Càroniôa    HiHoricn  def  H4ú 
Xegro,  Í7T4  -  iSSÍ , 

'  Pela  Bib!iath0oa  Nacional  —  Rdaiorin  apresentado  pelo  di- 
rector Dr,  Manoel  CÍ<^ero  Peregrino  da  Silva  — ►  i'at'ilog')  dns  Râ*^ 
tratos  coIJígidos  por  Diogo  Barboza  Machado  —  Dornme*Htfs  par 
a  Historia  da  Cooquista  ©  Colonização  da  coata  de  Leste  e  O^te  ' 
do  Braiil  —  Annjes  da  Bibliotlieca  Nacional  do  Rio  de  Janeiro, 
voLXXVL  1904, 

Polo  Director  —  Ann\Âario  EstadiHico  de  la  Repuldica  O,  dei 
Uruguatj, 

Pela  Afisoriaçào  Commemaf    do  Rio  de  Jineií^o  —  BaUtim, 
Pela  Jíinta  Superior  de  Sanidad  de  la  lala  de  Cuba  —Informe 
Mensuai, 

Pela  Camera  I  tal  lana  di  Gommereio  ed  Arti  en  Sio  Paulo  —  , 
Bolietino, 

Pelo  Instituto  Hahttomanniano  do  Brazil— -  Ann^tei, 
Peio  Cuerpo  de  íí»geni«roí!  de  Minas  dei  Peru  —  fíoletin. 
Pelo  Intoroacional   Buroau   of  tho   American  RopublÍ«'S  — 
Monílthj  Bulleiirt. 

Poías  redacções  as  seguiu ted  revistas  —  Revista  do  ínftUuta 
Histórico  e  Cteogrfrphicu  do"  Rio  Grande  do  Norte»  JíertJía  Inter* 
mtcional  Jílustratfa,  El  p€n.^amie*^to  Latino^  Revista  Commercial  t' 
Financeira . 

Pelas  redacções  oa  segai  ntea  jornaea  —  Le  Kouí^au  Monde^ 
Jornal  do  Reiife^  Diário  Officiai  do  Amazonas.  Diário  Ofíicial  da 
Capital  Federal,  R-formad^r^  Correio  do  Povo,  See^ilò  o  Mfiln  da 
Snropa. 


ACTA^  DAS  8HSSÒES  UK    1005 


591 


10*  SESSÃO  ORDINAklA  EM  2\  DE  JULHO  DE  1905 
Presidência  do  Sr.  Comelheiro  O.    H^  de  Aquino  e  Castra 

A's  3  horas  dsi  tarde,  preaentea  os  Sfs.  Conselheiro  AquiDo  e 
Castro,  Conimendador  Henrique  Rôffard,  Arthur  rjuimurâes^ 
Roei  ia  Pombii»  Viscoodí*  de  Ouro  Presto,  Coiiaellmii-o  Canrlido  de 
Oliveira,  Salvador  F*ires  de  Carvalho  e  Albuquerque,  Barão  de 
.\leQcar,  Eduardo  Mai^ques  Peixoto,  Coronel  Di\  Tliaumaturgo 
do  A^^Vfido,  Drs.  Jogfl  Américo  dos  Santos,  MancHjl  dii  Mello 
Cardosío  Barata,  António  do  Pania  Freita»^  Alcihiftdeg  Firrtado, 
Carlos  r,ix  Ivlett  e  Max  Fleiuâs,  ?■*  secrotario.  abre-se  a  cessão, 

O  Sr.  Floiuas,  2«>  secretario,  lê  a  acta  da  «esaão  anterior, 
a  qual  ^,  sem  debate,  approvada* 

O  Sr.  Presidente  conimnnica  nos  seguintes  ternioa  o  Mleci* 
mento  do  sócio  benemérito  e  I"  Sice-P residente  Consoltieiro 
Maooel  Francisco  Correia: 

<  Com  prolunda  ma^ua  teve  o  Instituto  Histórico  noticim 
do  passamento  do  prezado  o  benemérito  consócio,  di^^no  T  Vice* 
Preííidente,  Sr.  Consoilieiro  Manoel  Francisco  Correia. 

Ainda  na  ultima  sessão  presidiu  elle  os  nossoa  trabalhos 
com  a  animação  o  zoIíj  que  mostrava  sempre  no  cumprimento 
dí!  seus  deveres  e  com  o  interoáse  qrm  intimamente  dedicava  á 
douta  corpoi^çâo  de  qíic era  ornato;  e  pouci^s  dias  depois,  a  i  I 
do  corrente  inesperadamente  descia  ao  tumulo,  rodeado  ilas 
cordeaes  e  ospressiva^s  raariiíesloçôes  de  afTiícfa,  considr^rarSo  e 
i^espeito,  que  todos  Justamente  tributavam  ao  subido  mereci* 
mento  de  quem  tanto  se  recammendava  á  as  ti  ma  publica  pelas 
qualidades  moraes  o  iotellectnacíí  que  o  doitinguiam. 

Era  uMi  vulto  saliente  na  nossa  liistorja  o  prestimoso  com- 
panheiro cuja  fatta  deploramos ;  seu  nome  aeíia-se  ligado  ao 
generoso  Impulso  da  grande  n  huiaaiiitaria  reforma  do  ele* 
mento  servil :  seu4  valiosos  serviços  prestados  â  causa  publica 
no  exerciein  das  mais  elevarias  luncções,  na  adminisiraçaa, 
no  parlamento*  na  tribuna  popular,  com  as  aabias  lições  da 
educação  moral  e  religio&a,  proíiisamente  abi  expendidas,  e 
especialmente  o  inctinsavel  amor  que  consagrava  as  letras  o  à 
instrucçâo  do  povo,  que  o  presa va,  sào  títulos  de  honra  que 
engrandecem  a  memoria  do  illustre  morto.  Monumentos  que 
attestiim  a  sua  vasta  e  provei  Wjsa  col  laboração  na  propaganda  do 
euainoedaínstrucçâo  serão  sempre  as  llorescontes  instituiçõesdo 
Ásifio  Amantes  da  ínslrucção^  Associação  Promotora  da  Insirucção^ 
Mantenedora  da  Escota  liarão  do  Rio  Doce  o  outt as  que  creou 
uíi  dirigiu  com  a  proficienria  do  sabj^r  q  da  experiência  que  em 
longos  annos  de  vida  conquistara  esse  desvelado  apostolo  do 
ensino  e  da  instraccão  popular  da  nossa  i.erra. 

Hoje,  cumpre  o  Instituto  ri^oreso  dever  re)?Í3trando  na  acta 
da  piamente  sesíào  ura  voto  de  intenso  pezar  pela  irreparável 
perda  que  acaba  de  soíTrer»  reservando  para  occasião  oppor- 
luna  o  elogio  blographico  do  estimável  con&ocio  que  úf^  nós  se 
dasprende  deixando-nos  immorrednnras  aaudades.» 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTORIOO 


K^tas  palaTraa  do  Sr.  Preiiâonto  são  repotiiamootc  ^péMu 

O  Sr.  (:ommenda4or  R&ÍTard,  h  SocreUno,  declant  gipe  aí» 
ha  oí!lcio^«  e  té  depois  Moffertis. 

<>  8r.  Preâideate  nomrta  o  sr.  Knrão  Ja  Alencar  parm  sqV 
stitnir  o  Sr.  (^uns^^llioiro  Corrf*ia  na  CominUsão  de  iitmíwlii  áe 
soeic»,  conliauaiido  na  mo^ma  Corjnniíoão  o  Sr.  fUnaotlloifl 
Sal?iidor  FJres,  sabstiioiDdoos  í mpedí mentor  do  9r*  CbosallMiro 
Sonm  Korroin. 

O  I  DF  ti  tu  to  approva  taes  deliberações. 

iy  Sr.  R  iíTarfí  eomnitiDica  que  cõm  o  Sr.  2**  Secrolauio  Mai 
FJííiusrt  represeritõu  o  Instituta  dos  fiineraes  do  Sr,  Ckíosettelni 
Correi  k  doiiodtantJOf  etn  nomo  do  Insiitutij,  âobre  u  tumiilo  áa 
pranteado  brazileíro,  (ima  cor<>a  com  as  seguintes  macripçòmz 
€U  íosÊitiito  Histórico  e  Geogniplncvj  Bnizlieiro  ao  sen  1*  Vioe- 
1 'regida  D  te.» 

Informa  ainda  que,  conforme  as  ordens  reobldas  do  Sr,  PTt^- 
sídeote.  o  Instituto,  em  si^mnl  de  pezar,  coQsorToaas  suas  purtâa 
eprrada«  durante  três  di.is. 

O  Sr.  Presidente  declara  que  o  íostituto  fica  lateLrado, 

O  Sr.  Dr.  Alcibíades  Furtado  communica  qae  reprcaentOQ 
o  Instíttrto  nii  sessão  inaugural  du  Congresso  de  Expaaaío 
Económica. 

O  Sr.  ppeiklorite  declara  que  o  lu&tituto  fica  inteirado. 

O  Sr.  1*  Secretario  lê  a  seguinte  proposta: 

^  Propomos  í|Ue  o  Instituto  Histórico  e  G(^o)?r^pliioo  Brazílei- 
ro  irnnirntjao  escuiptnr  bF-azilníro  Henevenuto  H^rna  cie  fix/rr  q 
líuslo,  ein  fjfessKí,  ilo  fios^o  fíillciiido  con^^ocio,  I  ^  Vice-1  o, 

Conaolhniro  Míukx*!  Kp*iiícíscu  Cornna,  p:iPã  ser  c<A  i  na 
ttala  lias  BtjSíirjos.—  Ifjo  de  Jaíifiro,  vi  dejuHíode  lytfâ,—  ti.  ff, 
tf£  Aquino  t*  Qistro,—  Henrique  RnfYarti^  —  Mm*  FíeitáSi. —  Jofé 
AifWfico  f/rtí  Santo» , -^Thaumolurifit  de  AsftXfr/o, —  Rorha  Pomtm, 
~-'  (\tntHffo  (h*  Oliteirn, — Hoiíandor  Pim  de  (\  Aibuquerque,^^* 
fífirfTti  th  Menear, —  Vinemide  deOuro  PreU*, —  Mam^nl  Barata, 
^(*titiíni  /,ií'  lihti, — ICduardft  Marquei  Pei.volo, —  Arihur  ituimn" 
rtJffâ,     A,  df  í*aula  Freitas, —  Aicíbictdes  Furíad/i. 

O  8r.  Prosidonte  declara  approvada  unanimemonte  a  pro- 
poiU, 

O  Sr.  2*  Secretario  lò  os  so^fuiníos  parocores: 

Da  Commissão  de  Historia, 

«  Não  ty  mera  exposivâu  chronolQgica  de  factos  nem  uma 
apreciaçilo  syntíietica  do  deiienvolviraento  social  e  politica  de 
Minas  Gonies,  a  obra  do  Ur.  Dio|ço  de  Vasconeallos. 

Consiste,  cotno  o  autor  p^^conlioee,  nnrau  rtmuiâo  de  memo- 
rias sí^bre  acoiiteoi  1110  n  tos  occorridos  em  úpoca^  remotas,  mal 
estudados  pelo^  biatoriadoros,  coQf»ervftda!í  pela  T,cadicçii'j. 

Kmbora  som  |d  tno,  deâprovidu  de  idéas  gei*ar::í  a  que  subor- 
dine a  aproei. tçáo  dos  snccessos,  tom  o  trabalho  notarei  mereci- 
mento revelando  brilhante  espirlt*»  investigador,  esclarecido, 
devotado  ao  rebarbativo  oxame  de  cousas   mortas  ba  séculos. 

Occupa-sõ  o  Dr.  Diogo  de  Vasconcellos  com  as  primeiras 


ACTAS  DAS  SKSSORS  DE  1905  593 

expedições  ao  território  mineiro,  os  jesuitas,  os  paulistas,  os 
aventureiros  levados  pela  sede  do  ouro,  à  procura  de  esmeraldas 
conquistando  a  pouco  e  pouco  o  sertão . 

Fundam- se  arraiaes,  doscortina-se  o  inteiior,  dobollara-so 
os  Índios  tupis,  «roias,  guaranys,  tupinás,  tapajóz,  cata^uás,  cada 
grupo  dos  quaes  merece,  no  livro,  descripção  particular. 
Sur^'0in  conflictos,  armam-se  motins  entro  os  povoadores.  Ov^n- 
niza-30  o  ferrenho  regimen  das  minas.  Trava-se  a  guerra  dos 
emboabas,  que  por  ^i  só  fornece  assumpto  a  extensa  mono- 
grapliia.  Destacase  a  Capitania  das  Minas  da  de  S.  Paulo.  Vem 
os  fecundos  governos  de  António  de  Albuquerque,  D.  Braz  da 
Silveira  e  do  Conde  de  Assumar. 

A  propósito  de  tudo  isto,  apresenta  o  Dr.  Diogo  do  Vascon- 
cellos  documentos,  retratos,  genealogias,  anecdotas,  dados 
sempre  inspiradores  de  at tenção  e  interesse. 

Um  dos  trechos  mais  attralientes  é  a  defesa  do  governador 
do  Rio,  Francisco  de  Castro  Moraes,  batido  em  171 1  por  Diiguay- 
Trouin. 

Acoima-o  o  geral  dos  chronistas  de  traidor  e  cobarde. 

Generosamente  pretende  o  Dr.  Diogo  de  Vasconcellos  reha- 
bilital-o. 

Outro  ponto  curiosíssimo  6  a  longa  narrativa  da  conspi- 
ração de  Villa  Rica,  em  1720,  chefiada  por  Philippo  dos  Santos. 

Em  summa,  traçado  com  estylo  elegante  e  terso,  possuo  o 
volume  do  Dr.  Diogo  de  Vasconcellos,  pelo  menos,  estes  titules 
—  Grande  conhecimento  das  cousas  pátrias,  amor  a  ellas,  capa- 
cidade dfí  as  contar  agradavelmente  • 

Representante  de  um  glorioso  nome  nacional,  illustre  depu- 
tado sob  o  luiperio  em  varias  legislaturas,  é  o  Dr.  Diogo  de 
Vasconcellos  perfeitamente  digno  de  entrar  para  o  Instituto 
Histórico  e  Geographico  Brazileiro. 

Sala  das  sessões,  "-ii  do  julho  do  1V>05. —  Visconde  de  Ouro 
Preto,  relator. —  Cândido  de  Oliveira, —  Leite  Velho. j^ 

K*  approvada  e  vai  á  Commissão  de  admissão  dn  sócios, 
relator  o  Sr.  Barão  de  Alencar. 

Da  Commissão  de  admissão  do  sócios: 

«  A*  Commissão  de  admissão  de  sócios  foi  sabmettida  a  pro- 
posta apresentada  em  sessão  de  1  de  março  ultimo,  acompa- 
nhada do  parecer  da  i Ilustrada  Commissão  de  Historia  acerca 
das  «Chronicas  Paulistas»  publicadas  em  dois  volumes  nos 
annos  de  1899  e  1904,  o  offerecidas  como  titulo  do  admís^ião  do 
lUm.  Sr.  José  Jacintlio  Ribeiro,  residente  no  Estado  de  S.Paulo, 
no  grémio  deste  instituto,  como  sócio  correspondente. 

Concluo  o  alludido  parecer  pela  insufflciencia  histórica  do 
valioso  trabalho,  que  não  só  mereceu  ser  publicado  a  expensas 
dos  cofres  públicos  do  dito  Estado,  como  ser  prefaciado  pelo  Có- 
nego Kzoquias  da  Fontoura,  e  lisonjeiramente  criticado  pelo 
il lustrado  professor  da  faculdade  de  direito,  Sr.  Dr.  Brazilio 
Machado,  nosso  distincto  cuns>>pJo. 

Em  virtude  do  que  fica  exposto,  a  Commiss&o  de  admissão 
de  sócios,  considerando  que   o   Sr.    José  Jacintho   Ribeiro,  ao 


HEVXSTA  DQ  INSTmiTll  HtSTOiKlQO 

demais,  reiíoe  as  exigeociiiâ  do   §  S'  art,    7* 

saa  iamo  o/nclua  que  a  proposta  acl»  go 

rsoor  |>leQa  af^pravac^  do   Inititato  HísUmco  e  Úeoç%f^' 

Br*zilaTO.  Sala  dai  «m£ei,  âl  de  ^tilbo  de    ISI06.  —  r  ' 

Piret '/«  Ctfr»<íW^  €  .4l^^t»^^r7ii^,  relator.  —  BowJo  ^  ^i/e 

—  Dr,  Á^  de  Paula  hrtitat,* 

Ftea  aolire  a  mesa  para  aer  roiado  na 


l>roedde*sc  i  yoUk&o  do  parecer  da 
OrcamentOi  que  haTia  ficado  sobro  a  me*  ^ 
relativo  ao  balaaço  á^y  Thcsooreíro  eflip< 
Marques  Pinhf*tra,  de  1  de  .iacieíro  a  «"^  d 
rneumo  apprurailo  pí>r  a  o  :i  n  nn  í  d  aile. 

curreadri  94^  u    r-  roti^itL.   pnra    Toia^fto   doa  pÊífmbmm  li 
romminãô  do  udmi  Mog  que  fiísirain  9olire  m  iMia<di 

tilUma  sessão,  são  •  ^  approvados   por   uiiaiiliBldade  dl 

iUÍTrigio^  c«  ^to  conijuuo,  o  Sr.  Frosidenta  proelama  mtím 
o(fectíVi/s  do  fnstituio  os  Srs.  Dr.  Maooel  Cícer^i»  Por^ritts <i 
8il?a  c  Barão  de  Paninapi acaba,  sócio  liooomno  a  Sr.  h." 
Braga,  Btapo  dt!  Petrópolis  o  correspodiientõ  o  Dr.  Ltiu  O 
dii  Silva  L^me. 

Ijeyaota-He  a  ^«^frio  ás  i  1  2  da  tarde* 


Mar    Fleiutt^    !*•  si*or«LiHí*^ 


aPFBRTAS 


Pelo  aiietor  •  Departamento  do  AÍto  Junai  *— ,i  f  W    i ' 

Pelo  íírando  Oriento  dn  BazU  —  Boletim, 

Pela  Estatística  Commeicíal  ~~  Boletim, 

Pela  SocU^té  Imperlale  dos  Naturalístffl  da  MoooDw  —  < 

Pela  Unirerseity  of  Upsala  —  BuUetíA, 

Pela  American  Geograplnc  Society  —  Buileiin, 

Pela  Socioté  de  Geograpbíe  de  Genéve  —  Le  í:/abe. 

Pela  Siciétií  dn   Gcogrraplue  Commerciale  de  Bot^caux  - 

Pelo  sócio  Sr.  Barân  de  Sliidart  —  Bt^cument^ts  pmm  <i 
toriã  d*'  Marlim  Saarex  Morâno  i»  Revi f ti*  trimern^U  tio  Ímãi\ 
t/o  f''nrd, 

Pt^la  liirôccjoD  Gonoral  iln   l*:stndhcica  út^  ta  Província 

Peia  As.wciafrio  Comincrcial  do  liio  do  JanRiru  —  fí^Mim, 

Polo  Observalõrio  Astrunonolco  Nacional  de  Tâenbaya 
(MejitCô)  ^  Ohservaciones  MetêotoiògicífM, 

Pelas  Rdílacções  as  segui otes  Ke^istas* —  Rm^ascêncúm — U^ 
vhta  Medico  ('it'urg  ca  do  Braz  ti,  —  Rerixta  Mentwil  de  ta  íMmitm 
Mercantil  de  .A^ellaneda,—  Provinda  de  íiuenoã  iiyrej,—  O  OH* 
ente PorÍHtjuúz, —  Rcmfta  Maritima  Braiile^m,^'  Hevittn  Didm~^ 
r  l ic*t ,  —  fi'evi ^í a  Com  m( veiai  e  !  inancf  im  , 

V^Am  kmlacçõps  m  sng^aintníi  >>rnafi9:  —  A  Semamn^^^ 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905  595 

Districto  Federal, —  Gazeta  Medica. —  Mala  da  Europa. —  Cru- 
zada,—  Jornal  do  Recife. -^  Diário  O fficiaL —  Diário  Official  do 
Amazonas, —  Le  Nouveau  Monde. 


11"  SESSÃO  UKDINARIA  EM  4  DE  AGOSTO  DE  \9'}b 
Presidência  do  Sr.  Conselheiro    O.  H,  de  Aquino  c  Castro 

A's  3  horas  da  tardo,  presentes  os  Srs.  Conselheiro  Aquino 
o  Castto,  Commendador  Honrique  RaíTard,  Desembargador 
Souza  Pitanga,  Rocha  Pombo,  Eduardo  Marques  Peixoto,  Con- 
selheiro Visconde  de  Ouro  Preto,  Cândido  do  Oliveira.  Salva- 
dor Pires  de  Carvalho  e  Albuquerque,  Desembargador  Paranhos 
Montenegro.  Dr3.  António  da  Cunha  Darbosa,  Nelson  de  Senna, 
Alcibíades  Furtado  e  Max  Fleiuss,  ^'  secretario,  abre-so  a 
sossâo. 

O  Sr.  Fleiuss,  2«  Secretario,  lê  a  acta  da  sessão  anterior,  a 
quul  é,  sem  discussão,  approvada. 

O  Sr.  RaíTard,  l«  Secretario,  lê  o  seguinte  expediente  : 

—  Offlcio  do  Instituto  da  Ordem  dos  Advogados  Bra^íi loiros, 
do  31  de  julho  de  11)05,  convidando  o  Instituto  para  assistir  á 
inauguração  da  estatua  do  insigne  juriscousuUo  pátrio  Dr.  Au- 
gusto Teixeira  de  Freitas,  no  largo  de  S.  Domingos,  no  dia  7  do 
agosto,  ãs  3  horas  da  tarde.  O  Sr.  Presidente  nomeia  os  Srs. 
Desembargadores  Paranhos  Montenegro,  Salvador  Pires  e  Con- 
selheiro Cauuido  do  Oliveira  para  representarem  o  Instituto. 

—  Convite  da  Academia  Nacional  de  Medicina  para  a  sessão 
solemno  da  recepção  dos  delegados  estrangeiros  ao  3»  Congresso 
Latino  Americano.  O  Sr.  Presidente  nomeia  os  Src^.  Max  Fleiuss 
o  Alcibíades  Furtado  para  representarem  o  Instituto. 

—  Oíllcio  da  Academia  Real  de  Soiencias  de  Lisboa, 
datado  de  12  de  Julho,  prevenindo  que  o  Sr.  António  Cabreira 
se  intitula  membro  correspondente  da  mesma  Academia, 
quando  delia  foi  eliminado  a  2õ  de  levereiro  de  1904.—  Intei- 
rado. 

—  Carta  do  consócio  Dr.  Manoel  Cícero  Peregrino  da  Silva 
nos  seguintes  termos  :  «  Rio  de  Janeiro,  2  de  agosto  de  1905. 
Ezm.  Sr.  Secretario  do  Instituto  Histórico.  Sciente  pela  com- 
municação  que  de  V.  Ex.  recebi  e  a  que  tenho  o  prazer  de 
responder,  de  que  por  esse  Instituto  acabo  de  ser  distinguido 
com  a  inclusão  cio  meu  obscuro  nome  no  quadro  dos  seus  sócios 
effectlvos.  cabe-me  declarar  a  V.  fez.  que,  sobremodo  me  desva- 
)iece  semelhante  acto  com  qu )  essa  douta  corporação  aprouve 
honrar  me  o  que  aos  elevados  intuitos  que  presidiram  a  sua 
fundação  e  são  a  garantia  de  seu  desenvolvimento,  procurarei 
servir,  prestando  ao  Instituto  Histórico  e  Geographico  tírazileiro 
a  contribuição  que  permittirem  as  minhas  rcstricias  aptidões  e 
limitadas  forças.  Queira  V.  Ex.  acceitar  os  meus  protestos  de 
apreço  o  consideração.  Do  V.  Ex.  admirador  e  criado.—  Dr. 
Manoel  Cicero  Peregrino  da  SiUa.>  —  Inteirado. 


596  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

O  mesmo  Sr.  1<>  Secretario  lê  as  ofTertas,  entre  as  qoftes  se 
destaca  a  do  consócio  Dr.  Nelson  de  Senna  de  um  retrato  do 
Dr,  Lund. 

Currendo-so  o  escrutínio  para  votação  do  parecer  da  Com- 
missão  de  admissão  de  sócios,  que  ficara  sobro  a  mesa,  da  ante- 
rior sessão,  é  o  mesmo  approvado  por  unanimidade  o,  acto 
continuo,  o  Sr.  Presidente  proclama  sócio  correspondente  do 
Instituto  o  Sr.  José  Jacintho  Ribeiro. 

Achandoso  na  sala  immediata  o  novo  sócio  enbctivo,  o 
Sr.  Barão  do  Paranapiacaba,  o  Sr.  Presidente  desigcia  os 
Srs.  Seci*etarios  para  introduzil-o  no  recinto. 

Ahi  chegado,  o  Sr.Presidente  dirige-lhe  a  seguinte  alioenção: 

<  Sr.  Barão  de  Paranapiacaba  —  Em  tempos  que  bem  longe 
vão,  nossa  heróica  tori*a  em  que  por  fortuna  de  ambos  tiTemos 
modesto  berço,  juntos  sentamo*nos,  em  descuidosa  idade«  nestes 
toscos  bancos  escolares  que  tantas  vezes  deixam-nos  suaves  e 
saudosas  lembranças  do  passado,  proseguimos  após  oa  afanosa 
carreii*a  da  sciencia  a  que  nos  dedicamos,  attingindo  sempre 
unidos  o  almejado  fim  a  que  nos  propúnhamos.  Mais  tarde,  por 
largo  periudo,  fomos  separados  pelo  vario  destino  que  desviou- 
nos  os  passos,  e  eis  que  hoje,  já  alquebrados  pelos  annos  e  pelos 
trabalhos,  ainda  uma  vez  nos  vemos  com  prazer  reunidos  neste 
vasto  templo  consagrado  à  sciencia,  e  illuminadopela  sabedoria  e 
pela  experiência  de  seus  desvelados  sacerdotes.  Ainda  que  tarde, 
aqui  nos  achamos,  mas  como  no  ardor  da  mocidade,  votando 
constante  amor  ás  lettras,  dedicação  ao  trabalho,  e  á  pátria 
tributando  os  últimos  esforços  de  nossa  intelligencia  e  boa 
vontade. 

G*  grato  recordar  passadas  eras  quando  dão  testemunho  da 
elevação  dos  sentimentos  que  nos  tem  animado  em  longo  per- 
curso uma  vida  honrada  e  laboriosa  como  tom  sido  a  vossa,  dis- 
tinguida pelos  serviços  que  ao  paiz  presidistes  com  dignidade  e 
prortciencia. 

Bom  podeis  comprehender  quão  viva  por  isso  6  a  satisfação 
com  que  hoje  aqui  vos  recebo,  assogurando-vos  que  desse  sen- 
timento comparti lh;vm  os  dignos  membros  desta  illustrada  cor- 
poração, que  com  intt^ira  confiança  vos  acolhe  cm  seu  grémio, 
dando- vos  um  logar  de  honra  bem  proporcionado  á  vossa  su- 
perior e  reconhecida  illustração. 

Acceitai,  pois,  as  cordiaos  e  alfectuosas  saudações  que  por 
meu  intermédio  vos  são  dirigidas  pelo  €  Instituto  Histórico  e 
Geographico  Brazileiro> . 

O  Sr.  Barão  de  Paranapiacaba  pede  a  palavra  e  profere  o 
seguinte  discurso : 

«Exms.  Srs.  Presidente  e  mais  sócios  do  Instituto  Histórico 
e  Geographico  Brazileiro.— Depappareceu  dentre  os  vivos  o  ma- 
gestoso  vulto,  de  quem,  por  longa  serie  de  annos,  presidio  esta 
aggremiação  de  incansáveis  exploradores  do  riquíssimo  veio  da 
historia  nacional,  edificando  os  com  o  exemplo  de  perseverante 
esforço . 

Esta  cadeira*  que  ninguém  mais  ha  de  occupar,  jamais  de^- 


ACTAS*  DAS  SESSÕES  DE   1905 


597 


pirá  o  longo  dó  que  a  reveste,  Dahi  cahio  derrubado  pelo  braço 
iconoclasta  da  revolaçâo  a<iuello  que  era  no  Brazil  o  que  p^ira 
a  ciciado  do  are«/pago  foi  a  eâUitm  do  Athené,  o  poahor  án  Uber- 
dade o  do  progre&>ia.  Palladie  de  que  despojara m  o  tidytu  sa- 
grado, D.  Pedro  do  Alcaut;irá,  filho  da  terra,  a  que  deu  o  nomo 
a  cruz,  merece  aos  antíslea  deat-e  templo  de  sciencia,  de  quoi  foi 
fiiQdadur  e  se  conservará  perenne  uragu,  o  culto  que  se  rende 
atj.s  méritos  transcendentes.  Tonhu  tv  que  em  breve  veremoa 
perpetuad;i  ora  bronze  o  mármore  pela  justiga  da  hi.stuii;^  o 
cJTi^ie  desse  primeiro  entre  nossos  benemeriLus  —  symbolo  jm- 
poliutoda  reli^íiao  do  pairiotismo, 

Corau.  ainda  auiiliado  du  tele^copio,  nosao  olhar  desmaiando 
nas  profundezas  dos  paramos  azuLS,  ^ú  diviza  uma  zona  de  nàbn- 
losas  DO  espaço»  onde  resplendem  as  innuiiieiaá  constei laçdes  da 
í  ííí  /rfdf/í,  assim  a  vida  da  humanidade  quanto  mats  anterior  aoa 
moDumentos  eseriptus  mais  caliginusa  ao  torna,  envulvendo-se 
n*<s  lírumas  do  myiho  e  nos  véos  do  maravilhoso. 

No  roa,  cuja  prudente  direcção  uu  governo  o  sábio  espirito 
legislíidor  a  legenda  attríbne  a  inspirações  da  celeste  IÍ<^oria,  é, 
no  critério  do  Niebiihr,  [jersonagem  imagioario.  Do  heróe  de 
Marathona,  cujo  ostra<^israo  appl  vndiram  os  Ubenienses,  fati- 
gados de  ouvirem  sempre  ligado  ao  nome  delle  o  opitheto  de 
justo;  do  vencedor  de  Leucir;is  e  Manlineia,  f^i^e  nem  zombantío 
incutia,  e  do  imraortal  iriuraphador  de  Salamina  restam  apenas 
meraonasá  truncadas,  factos  deíiflgurados  por  idéfis,  impedindo 
que  sitas  personalidades  sojaíri  claramente  despicadas  no  sce- 
nario  histórico. 

A  peiflonalidado  de  D.  Pedro  de  Alcântara  avulta»  porém, 
distincta,  ilhirainada  em  plena  luz  da  vida  contempíiranoa, 

O  ultirao  Imperador  do  Brazil  realiza  o  typo  do  aabio 
moditlu,  em  que  Zeno  compendiou  turlas  as  virtude^j  que  ^Glori- 
ficam a  natureza  humana.  A' creaçao  ideal  d«>  chole  do  Stoi- 
cismo,  falta»  DO  cmtanlo,  um  caraeteristico  —  i>  da  bondade  — 
que  ncceniúa  a  adoruvel  physíonomia  mural  de  D.  Pedro  II,  No 
mundo  pagão  nem  o  philo-opbo  de  í.Utium,  nem  Marco  Aurélio, 
seu  discípulo  e  admirador,  que  no  Etnfieaiífon  lho  consubstanciou 
as  lições,  podiam  tromprehender  aquelle  sentimento  —  fíôr  do 
coraçâu,  abrolbada  ao  auigronto  orvalho  do  Cordeiro  Imma- 
culadu,  quando  no  Golgotha,  próximo  a  oxhalar  o  infinito  —  ai, 
em  que  se  continha  dor  maior  quo  a  eíernidado»  rogava  ao  Pai 
das  mlsericoiMJms  perdão  para  os  algozes,  que  pagavam  com  a 
mais  no>rra  iniíratidao  a  maior  e  a  mais  santa  da?  dedicações. 

Sim  !  A  bondade  —  graça  concedida  aos  eleitos,  rellexo  da 
que  resplendia  no  coração  o  nos  olhos  do  Divino  Mestre  —  era 
um  dos  raros  privilégios  daquella  cxcepeiíynal  creatura. 

Olvidando  as  purpuras  do  berço,  que  jubilo  sentia  quando 
se  nivelava  com  os  pobres  e  humildes.  Era  nessas  occasiCfes, 
aliás  muito  frequentes,  que  aquella  muniíicente  expansão  Irans» 
bordava  em  frncios  de  iienção . 

O  grande  poeta»  que,  por  sua  mão,  eícreveu  a  dedicatíiria, 
mu  que  desigoava  Marco  Aurélio  conioauccessor  de  D,  Pedro  lí, 


598 


REVISTA   IX)  INSri  íLini   HISTÓRICO 


tinh-i  em  loente  o  sigoil^car  do  moDarcha  brazíleiro  a  sabedoria, 
o  amor  da  sciencia  e  o  espírito  de  justiça,  que  realçavam  no 
Romano  Impeíadur  ;  raaâ  não  se  referia  a  ^êse  exoUo  dote  do 
amor  christão,  ungido  de  celos  to  ternura  nas  fontes  do  E?an- 
gellHi,  impulso  da  compaixão,  que  m  traduz  em  dco<  s  higrímas 
íiuto  íiB  miíiuririá  do  proxiino.  V;tga  o  indeciflamenie  Iruxuli.-ou 
tísEi}  stuitimentfj  ua  alma  de  Tilo,  que  ■  rjnsidi.irava  ptrdidu  odiíi, 
nao  assign alado  pola.  pratica  de  :dgum  leiíoíltio. 

€  O  sol  é  a  sombra  do  Ooii>'  >,  digiro  o  cantor,  *  ujaá  lmi"uics 
eoutintiam  a  resuar  oa  entrada  deste  século  com  ah  harmonias 
quQ  vibravam  na  alma  da  ííí 'ração  passada, 

só  o  Gonio  podia  seíisibilizar  por  este  conceito  o  deslumbra- 
mento» auc  aos  fr Jureis  olhos  da  cr e atura,  incíipaz  do  flí-ar  o  rei 
da  iiiz*  deve  produzir  o  fulgido  Conspecto  do  AUisjáimp,  que  6ô 
Moyaôs  no  Sinai  oai^arou  altenuado  oa  Sarça  ardimie. 

Pois  bem  I  Na  alma  de  l).  Pedro  H  e^palliava*8o  mais 
clTuscadora  que  no  eola  sombra  do  Omnipotente,  reítectindoaHi 
os  esplendores  da  Caridade  —  caudal  da  vida,  quejoirou  da9 
chagas  e  do  suor  de  agonia  do  Martyr  do  Calvário, 

Occultaado  no  mais  mysterioso  sigilo  aeuá  raégoá  de  bene- 
ftccDcia  o  is  generosas  íloreâconcias  de  ura  coi*ação,qae  o  EteruO 
eomplaceatemonte  aflfeiçoara  no  mais  perfeito  molde,  a  palma, 
qu0,  por  seus  ment^:^,  llie  ouubo  na  mora  la  dos  justoâ,  não 
cede  em  viço  e  fragrâncias  ás  de  S.  Francisco  e  íJ,  Vicente 
de  Paulo. 

E  morreu  no  oxilio  J  O  cataclysrao  politico  arrojou-o  para 
ioflge  da  terra,  á  qual  desejara  restituir  o  corpo,  delia  forraadu. 
A'á  pi  int;i.s  do  virtuoSíj  Aullieu,  que  sòmonte  cogitiiva  de  con- 
•strui^ções  ciYíltaadarafl  o  não  coino  o  da  Lybi.t,  do  tnonuiuetitos 
de  dostr«H;oH  linin.uios,  laltort  o  contacto  <h}  rimo  iiiUal.  de  quo 
hauria  aleiíU),     Síi1Ío*íou  o  no  ar  o  Hercules  rta  nn^sinlgra. 

Nei>8a  oíí^-iní/íiçâo.  í^cnuinameute  bríi^íileira,  pullulava  (»rii 
gypremo  gráo,  o  que  Chateauljrtaad  tiruoioina  o  maii  sJgr.Mhi 
moral  dos  iustinctos  —  c  amor  da  pátria,  (orça  que  preQdo,«itia| 
o  iraan,  os  pés  do  homem  ao  solo  onde  houvo  o  berço. 

E'  essa  mysteriosa  attracçào,  que  li^^a  o  Samoyed  i  e  a 
Esquimau  4  sua  <\'ypta  de  troglodita,  preforivol  pura  elias  á« 
confortáveis  habittiçõea  do  homem  civilizado  e  que,  em  moio  dj 
luxo  tíis  ^q-ande.s  cidades,  arrancou  ao  tilho  do  Oitaltí,  des- 
cripto  por  Deliile,  a  ingcoua  eiclamaçío  :  <  Resiitue  mo  as 
minhas  llcreatas.* 

Foi  a  inílnencia  desse  in venci v<?l  insiincto  í|uo,  aetiiando  na 
imaííi nação  dm  Scandinavos»  oreou  entre  as  nuven^  do  ^en  cin- 
zento céò  o  WaUiúia,  reservado  por  otlin  aos  triíimpliarlores 
í\os  f^randís  combates  —  esse  paraízo  illuminado  pelas  auroras 
líorcaes,  onde  oa  guerreiros,  reclinados  era  mrintõosde  grinaldas 
e  cori>aj^,  so  entregam,  por  toda  a  eternidade,  ás  libações  do 
liydromel,  servido  pelas  Walkyrias  em  craneos  humanos. 

Km  nenbum  coração  ardeu  mais  intenso  o  puro  do  que  ao 
de  D.  Pedro  II  o  fogo  do  BQthtisiasmo  pela  Alma  Mater,  em  ouju 
regaço  alvoreceu  para  elie  a  aurora  da  Uberdade  de  que  im- 


ACTAS   DAS   SBSSÕEÍ5Í   DE    1905 


puDhou  ua  mão  firmo  o  baMo  e  preparandu  a  hei^moniik  do 
Brazil,  dcstíEiado  a  ^r  o  regulador  do  fiel  da  balaaça  politica 
no  equilibriu  sqI  america^ia. 

Sua  figura,  irradiaudo  todas  as  ftilííiiraçíSea  da  gloria,  povoa 
de  saudosas  lembranças  esao  aayio  de  paz»  oEde  outr'ora,  mm 
lazeres  da  >:ovôrnam;a  somelbante  ao  debellador  de  Witikiml 
na  Aiõ^iemia  Paiatina,  outro  AlcÍDo  ©  Egiiiliardo,  dirigia  os  tp-v 
bailios  ao  lado  du3  memhposdeâto  instituto»  com  os  quaes  fra- 
ternlsavíí,  aoorapanbando  oa  naa  inveátigaví>os  do  pasmado  o 
alargando  o  oampoda  iiistoría  do  Brazil. 

Imprimir  ordem  o  luz  aos  nossoá  aooaes,  revolver  aiitigod 
maiiyácriptosf.  iiacudindo  o  pó  das  tradições  e  apurar  o  quo 
nulla:í  havra  do  eerto  o  verdadeiro  era  uma  das  auas  mais  caras 
occupaçocs* 

O  seu  amor  da  pátria  eradíKjuellosquc  Bomiparte  qualificou 

—  primeira  das  virtudes.  Sua  immaculada  cõnscioncia  extro- 
niava  o  falso  do  roal  patriotismo,  conilemíiandu  u  suicídio  do 
Catão,  a  quom  aliil^  ALmeiJa  (larrott  diiítinguo  com  o  tiinlo  do 

—  maior  uos  lioraena — ,  e  o  de  Lsocratci^,  qtic,  aos  1*9  anãos, 
auccumbiu  volUBtariamoulo.  aralioií  dfsalenlailos  por  um  oclypso 
na  lil»erdade  da  Pátria. 

Sobreviveu,  graças  á  sua  gi^andoza  d*alma  (•  jitsta  coinpro- 
hoo-^ão  do  patriotismo,  ao  golpo  ilo  oxteriiduío  wxê  losUtuiçõoíí  de 
quo  ora  o  roprosentrintoo  quQ  Cíjusoliduu  e  desenvolveu. 

De^e  cruel  oxilio,  ond6,Da  pkrasn  dií  Venuí^iuo»  so  conscn>ou 
imj^atíifío  na  lont^iuiploçilo  «las  ruinas  om  que  >(es''b(tra  o  stít* 
orbt%  ainda  c-^tudav^i.  nos  livros  o  na  pratica  to  mel liora montai 
adaptáveis  ao  Brazil,  indKKtndo-u^  em  Crirta  a  um  do>;  ministíroí» 
do  Ooverao  pmvbjorii»  quo  decretara  o  aeu  lianimento. 

Nuaca  se  lhe  uuviu  formular  uma  queixa  ou  exprimir  u 
maia  leve  retscnUmuuto  contra  o.-í  que  o  deathronaram,  role- 
gamlo-o  para  o  estrangeiro. 

Alma  pura  o  saBta,  em  i  o  to  lucro  de  lus^ !  Em  qual  outro, 
mollior  que  «/m  ti,  íoi  sinceramento  dr3iiion?*traiJa  n  virtude  do 
CbristUi  quo  presci^evo  o  perdão  das  injurias  o  a  compoaíía';áo 
do  mal  pela  offorta  e  iiratica  do  b  ^m? 

iííanto  !  iíanto  I  Sauto  ! 

Como  na  visão  em  que  Shakespeare  pinta  o  príncipe  do 
Diaamarca  cm  íaco  da  sombra  ul trica  do  pai,  atQgura*so-me 
agora  ver  aurí^ár  du  entro  aquello  vóo  de  crepe  a  froute  do 
imperial  ancião,  calma»  lumiuosa  o  coroada  de  um  uimbo»  sol- 
tando do:í  labiog  o  celebro  *  remembar  l  » 

Nusíjaa  feic;r>ed,  j^ravadas  como  i-m  vida,  do  sei  to  de  indo- 
fioivel  dogura»  nessoâ  lábios,  que  jamais  se  crisparam  no  ríctus 
da  colora  ou  do  odio,  esaa  palavra  não  exprime  o  appeilo  á 
Yio*raíiça  ;  e  sim  a  resiu^nafuio  de  Carlos  1  quando,  no  cadatalao 
de  Wbute  Hall,  entregava,  em  signal  de  adeus  ao  Arcebispo 
Juxon,  o  cordão  do  S,  .lor^'0,  Urado  do  collo,  quo  ia,  em  seguida, 
roei  i  na  r  no  cepo  ia  tal. 

Sim,  espirito  de  amor  l  Já  perdoastes  os  erros  e  as  culpas 
dofl  <iuet  per  íalsaa  apreciaç5r3â  te  afastaram  da  Pátria*  O  Brazil 
21ÕS  — 3y  IVmú  Lxvni.  i>,  ii. 


600  REVISTA   DO   INSTITUTO    HISTÓRICO 

não  te  ezpelllu  do  seu  grémio.  Agora,  osteodondo  os  bra4,'0<( 
reclama  a  posse  do  teus  sa^Tados  restos  !  £i  dulce  moriau 
remini  cilur,  Argos,  dizia  Virgílio  do  amigo  de  Wandro,  a  lutar 
nas  vasicas  da  agonia. 

Quando  já  devassava  o  horisonte  da  eternidade  doviam 
também  acudir-to  ao  eipirito,  vivas,  ioopitas,  as  soooas  qae 
tantas  vozes  coatcmplasto.  Corto  que,  nos  momentos  derra- 
deiros, vias  ainda,  em  recordação  suprema  a  reflectir-se  nas 
aguas  do  Guanabiira  esta  abobada  sci*ena  do  saphira,  dondo  o 
sol  como  cviterna  lâmpada,  derrama  num  oceano  de  Ailgores 
os  elemenios  da  vida  o  da  força  creadora. 

Tens  agora  na  froote  a  aureola  dos  bemaventurados* 

Tua  memoria  sorá  immorredoura  neste  mundo,  onde,  JL 
11  uz,  semeaste  o  bem. 

In  memoria  eterna  eril  juslus. 

Em  mim,  qui)  sonti  de  perto,  o  influxo  do  sua  iuoxhaurivel 
boudado  e  que  pude  avaliar  os  thosouros  de  aíTectos  daquello 
grande  coração,  seja- mo  licito  exprimir  minba  saudado  nestos 
versos  de  Alexandra  Herculano  ao  fundador  do  Império  bra- 
zileiro  : 

Para  o  >o\  «lo  oriente   outros  se  voltam 

('alor  o  luz  ^u^^cau^lo, 
Qurm,  p«^lo  bello  sol,  quo  jaz  no  occaso 

CÁ  ficarei  choramlo. 

Possam  meus  olhos,  qae  j4  lobrigam  as  margens  do  paiz. 
dondo  nenhum  viandante  ainda  voltou,  testemunhar  a  repara- 
ção, que  se  csiÁ  preparando.  Possam  neste  cérebro,  que  }A 
d^espendeu  cm  serviço  da  pátria  quasi  todo  o  seu  limitado  ca- 
bedal, scintillar,  como  em  lâmpada  vizinha  de  apagar-se,  algona 
vividos  lampejos  aproveitados  em  trabalhos,  quo  se  appro- 
zimem  das  primorosas  producções,  com  que  nobilitam  o  ar- 
chívo  desta  casa  eminentes  varões,  tilo  conspiruos  pelo  sabar* 
a  quem  sou  reconhecido  pela  honra  de  aqui  me  collocarem  como 
seu  par.> 

O  Sr.  Desembargador  Souza  Pitanga,  orador,  responde  da 
seguinte  forma  : 

«  Sr.  Irarão  de  Paranapiac^iba . 

Si  no  perlustnir  desta  mísera  piM-egr mação  humana,  uma 
compensação  existe  que  deva  ser  cousídei'a<ia  uma  felicidade,  6  a 
de  traospur  a  montanha  da  vida,  conservaudo  ua  mente  o  fogo 
sagrado  da  poesia. 

Ser  poeta  moço,  quando  o  sangue  em  bortotões  estimula  as 
vibrações  cerebraos  que  geram  a  inspiração,  ô  um  phenomeno 
commum  ás  naturezas  a  ellas  predispostas ;  mas  conservar 
viva  a  chamma  luminosa  do  estro,  apôs  as  luctas  da  vida  e  a  re- 
voada intérmina  das  illusões  perdidas,  é  dur  que  só  é  peculiar 
kn  complei^-ões  sobronaturaes  de  Victor  Hugu,  oa  França,  de 
Longfellow  na  America.  Sois  desses  poucos  privilegiados,  pois, 
ainda   cm  longa  idade  transportaes  para   as  lettraa   pátrias 


ACTAS  DAS  SK8SÔES   hli    1^05 


601 


os  pritUQfcs  pooUoog  de  Byrua,  oa  lições  humorísticas  de  Lu 
FoiíUiuij ! 

No  ^^iHj^yrk-o  quo  acabaes  d6  fazer  ik»  moiiívrcha  líhuraJ, 
fuíitlaiior  o  prutectoi*  dtjí>ie  Instituto,  prosti^atos  sei' vira  ido n tico 
ao  dos  graiiiieíi  poetsia  que  caotam  em  seus  poomaa  os  bordes  o 
niíirtyi 08  do  sua  pátria. 

U  instituto  Hísiorico  eGiJu.iírauliico  Braziiciro  vos  ucollio, 
pois,  com  os  luuros  iJovídoK  ii  um    bencoionto  da.s  lotuus.]^ 

O  Sr.  ViôcoQtlo  do  Ouro  Preto  lé  o  s^^guiní^  pjirôcor  da  Cmn- 
mm^o  riô  Historia  o  do  que  lai  rolívl/jr  : 

<  [íelibíiroti  a  Cainari  dosi  Depuia^lus  nomoar  uma  Com- 
miasão  especial  j>ara  rover  todoB  aá  projíKítL>8  acerca  da  lejíis- 
Jaçau  das  minas  e  prop<>r  o  que  julgasse  acerta  lo,  para  o 
desenvolvi  monta  da  indusu*ia  extractiva. 

O  relator  de.s  a  CommitHãoe  iuiaiador  daidéa,  a  Sr.  Dr,  Juâo 
Pandià  Calogoras,  escreveu  os  dous  volumo^  intítutiMloâ  —  Às 
minas  do  Brasil  e  sua  Upislaçâo, 

Nao  está  corapieia  a  obra ;  terá  maia  um  volurao  prova- 
velmente, expondo  o  jusii ficando  o  projoeto  de  lei  que, 
no  entender  da  <;oniuiis;íãa,  devora  reger  o  importanto  as- 
sumpto. 

inacabado,  porém,  6  já  trabalho  do  fôlego  e  do  ijulndo  rae* 
rito,  coDstibiíndo  minucioso  inquérito  sobre  tolos  03  pontos,  a 
cuja  respeita  as  aovag  lois  devem  estabelecer  regras»  que  at- 
tondam  às  exigências  ecooomicas  de  utiUzaçiiodo  sub^súlo. 

No  1"  volume  occupa-se  o  Sr.  Calogeras  do  historia  das 
descobertas  d.*  ouro  nas  diversas  regiões  do  Brazil,  doa  raethodos 
emproados  na  extracção,  do  desenvolvimento  e  deoadeocia 
desse»  servi^íos,  dos  preoeitoa  legislativos  a  quo  estavam  subor- 
dinados e  das  quantidades  apuradas  até  reci^nte  data. 

Em  seguida  trata,  Bob  (jua^L  todos  ossos  mesmos  a^^púclosi, 
do  diítmanto.  dis  p&dras  coradas  e  das  terras  raras i  mais  deti- 
damentOf  das  arvãa^  minazitica.^. 

Pam  o  ::!'*  volume  rosõrvuu  o  Ferro,  o  manganez»  o  cobro»  oi 
combu^^tiveis,  a  prata  o  subâtancia.-j  divet  san,  como  o  ohumbot  o 
mercúrio»  a  platina,  o  p.lladium,8;tUtr0t  etc. 

Cada  um  (Uja  eafiltulaj  tormma  com  a  extensa  lista  dos 
livros  e  documentos  com  pulsados. 

Mo  ultimo,  fcob  a  epigraplie  —  Coiniusões  Geraes  —  íbrara 
ai3lgnalado.s  os  embaiaçus  qae  ao  alargamento  das  industrias 
da  eitracçào  de  mineraes  resultam  da  Constituição  Pedoral, 
que  ligam  a  propriedade  do  sub*salo  á  da  superticie,  cujaa  títulos 
de  domiuio,  na  maicr  parte,  irregulares  e  imperfeilos,  ^Uácitam 
pleitos  frequentes»  amodroutamlo  kimm  capitães*  podieriam  ulti 
applicar-se  pi*otícuamento. 

Nesse  mesmo  capitula  critica  o  Úi\  Calogi^ras  o  projecto 
de  lei,  em  elabaraí^ão  nu  Ctmara  do  quj  é  mumbru,  para  crnuvao 
de  um  cstabelecimeato  de  cx*cdU0j  destinado  a  auiiltar  a  iedus* 
tria  de  minerava  o. 

Acompanha  o  impor  tau  te  dacumento  o  quadro  da  im* 
por  tacão  e  exi)ortaçâa  de  niineraei,  eutre  n6i^  uo  anuo  de  TcHíJ 


í>02 


REVISTA    DÕ   INSTITUTO   HISTÓRICO 


tle  onáú  SC  vè  a  unorme  somma  quo  doiipeDdea  u  Brazíf 
adquirir  o  quo  tomos  em  aboodaocia  o  da  melhor    qualidade* 

A  ísimples  insípecçâo  dessos  algarismos  mostra   quanio  im-  j 
porta  para  o  futuro  do  paíz  pi-omover  a  exploraçãu  aotívm  dái  ' 
riquezãd  do  sub- solo  que,  s6  por  ai,  podem  avolumar  aâ  rooeítai 
do  paíz,  diapensados  outros  oqub  que  posam  dobro  os  eontri- 
buíntes. 

De  par  com  o  conliticimeíito  profundo  do  assumpto,  rere* 
la-se  o  autor  das  Minas  do  Bmtil  um  espirito  obserTador  o  cm* 
scjouciosameote  cntico,  que  sabe,  através  dos  erros  commeitido^, 
o  cuja  demoDstraçao  faz,  recoobecer  as  boas  iatençoos  ú3l<  auto- 
ridades e  funccioDarios,  incumbidos^  em  differeato^í  épocas,  de 
dirigir  e  iQSptj^scionar  q^  trabalhos  de  mineração,  sob  o  pontx» 
de  víi^ta  ecjoomico  e  fiscal,  dando  o  devido  doscouto  ;is  difi- 
culdades do  meio  em  que  aííiam. 

Muita  censura  injusia  en contra  no  curioso  oscripto  cabal 
refutação.  Merecida  repartição  ahí  se  dopara  aos  que,  era 
tampos  idos,  se  dedicaram  ;i  causa  puMica,  coosagraudo  seus 
labores  á  árdua  utilização  das  jazidas  mineraes. 

Nobre  exemplo  dos  sentimentos  de  justiça  qau  ornam  o 
animo  do  autor  app.irece  em  míiis  de  ureia  pagina  dos  dous 
volumes  publicados.  Aã^sim,  entro  outros.,  o  juizo  manifestado 
a  respeito  do  illustre  Governador  Geral  U.  Francisca  de  Souza, 
que  couiíoguiu  despertar  a  attencào  de  PMtíppe  MV  para  as 
recentes  descobertas  de  no.^tsas  riquei^aa  mineraes  e  promover  a 
concessão  do  favortis  aos  colonos  que  aqui  viessem  estabe- 
lecer-se. 

A'  memona  do  benemérito  Sr*  O.  João  VI  rende  igual- 
mente culto,  quando,  á  pag,  3H,  2»  vulume,  escreve  :^  <  E'  veso 
constante,  pouco  explicável  embora,  descrever  D.  .loao  VI  comu 
príncipe  incapaz^  educado  por  frados,  eternamente  hesitante, 
e  arrastando  suas  duvidas  e  dupUcidadess  pelos  paços  reac^. 

E'  tempo  de  restittiir-so  a  csi?o  monarcha  o  lo^ar  que  Ibo 
compete  na  evoluçàa  portugueza  e  brazi leira.  De  que  viveu 
(pag.  114)  a  8Íderur^na  brazileira  ató  liSTo  f  Táo  somente  do 
impulso  adquirido,  mh  a  poderosa  o  intelligento  aocào  de 
D,  João  VI  e  seus  miniálros  .»  • 

Quem  quer  que  folhear  a  obra  de  que  a  Commissâo  de 
Historia  apresenta  eslit  ligeira  noticja,  nutrirá  seguram on te  a 
grata  esperança  de  que  nao  lhe  será  o  ]iro.jecto  ue  lei  que  virá 
coroal-a,  attendendo  sabiamente  ao  escopo  principal  de  uma 
legislação  sobre  minatí  ;  conciliar  o  direito  do  proprietário  com 
o  interesse  superior  da  comrauu idade. 

Que  não  se  demore  o  advirta  o  illastrado  autor  que  o  em* 
prego  abundante  de  terminologia  scientitioa  ou  de  pbrases  de 
uso  [Kiuco  commum,  diminiie  o  numero  dos  que  estão  no  caso 
de  apreciar  a  stia  grande  ej^udiçao  e  primoroso  talento  :  taes 
são  os  votos  da  secção  de  Historia. 

Dis  iiDhEus  acima  decorro  naturalmente  a  conclusão  de  qao 
a  bibliotheca  do  In&iiíuto  Histórico  ts  Geographico  Urasileirú 
possue  mais  um  livro  precioso,  fructo  tanto  da  scíencia  physioa. 


ACTAS  DAS  SEaSÕES  DE    1905 


603 


oomo  da  económica  e  histórica,  livro  que  deve  franqueir,  a 
quem  o  produziu  e  mais  p6de  produzir,  ag  portas  do  nosso 
gremio.  Rio  de  Janmro,  31  de  julho  de  1905.  —  Vi<cõnde  de  Ouro 
Preto,  relator,  —  Cândido  tie  OHveifa,  —  Leite  Velho,  » 

—  E*  approvado  e  vae  á  Com  missão  de  admiasáo  de  sócios, 
relator  o  Sr,  C^náelheiro  Salvador  Pirm 

Pedo,  om  seguid.i,  apiilíivra  o  Sr.  Dr,  Nelson  de  Senoa  e 
lí}  uma  commtiDÍcação  relativa  ao  Río  Doee, 

O  Sr.  Dr.  Alcibiades  Furtado  lô  depois  um  trabalho  relativo 
a  um  naturalista  do  ^ecuIo  XVIII  —  Pedro  de  Montenegro,  da 
Companhia  de  Ibííus— missiotiario  das  raissõos  do  Paraguay, 
sua  obra  existente  na  Biblíotheca  dos  Condes  de  Oásuoa  (Madrid). 

Escreveu  sobrí.^  a  í\orB,  dij  Paraguay,  Brazil  e  tíoiivia. 

Por  proposta  do  Sr.  Presidente  o  Instituto  delibera  que 
as  Buas  sessões  ordinárias  passem  a  ser  celebradas  ás  segundas* 
feiras  ás  3  hora?. 

Levanta-se  a  sessão  ás  5  horíís  da  tarde, 

Miix  Fleiuns,  2^  secretario. 

OFFERTAS 

Pelo  sócio  Sr,  Dr*  Nelson  de  Senna  —  O  retrato  do 
Dr.  Lund  o  um  jornal  Álbum  de  Mimts.  Á  Edade  da  Pedra  do 
Brasil, 

Pelo  Gabinete  Por tuguez  de  Leitura  no  Rio  de  Janeiro  — 
Catalogo  da  Exposição  Cervantinn  e  discursos  pronunciados  na 
eesi^o  commemerativa  do  Tricentenário  da  publicarão  do 
2).  Quixote^ 

Pela  American  Goographical  Society  of  New  Yorlv  — 
BuUeíin, 

Pelo  Bocio  Sr,  Jos(5  F»  Rocha  Pombo  —  Paraná^  Sanín  Cu" 
tharina  (questão  do  líraitos). 

Pelos  Srs»  Estevão  de  Mendonça  6  António  Fernandes  de 
Souza  —  FiViT  dê  Communicaçi^o , 

Pela  Societá  Geographica  ítaliani.  —  Bolletino, 

Pela  National  Qeographic  Society  of  Washington  -^  The 
Natioyial  Geogropkir  Ma^osine, 

Pela  Directoria  Geral  de  Saúde  Pubíica  —Boletim  ^fenífoL 

Pelo  Grande  Oriente  do  Brizil  —Boletim  mensal , 

Pela  S  jciedad  Cientifica  Argentina  —  Anales. 

Ptílo  Verla>r  der  Archiv  Gesellschaft  Berlin  —  Árchivo, 

Pela  Universidad  de  la  Republica  de  Chile  ^Anates, 

Pela  Real  Academia  de  Ciências  de  Madrid  —Beviâfas, 

Pelo  Muííeu  Nacional  do  México  '^Anaies, 

Pela  Junta  Superior  de  Sanidad  d*)  la  lala  de  Cuba  —  In- 
forme Mensual, 

Pela  Associação  Commercial  do  Riu  de  Janeiro  —  BolHitn, 

Pelo  sócio  o  Sr»  Dr.  Erailio  August>  Goeldi,  diroí^tor  do 
Mtiseu  do  Pará  —  0$  Mosquitos  do  Pará. 

Pela  Redacção  —  Regista  Commercial  e  Financeira. 

Pelas  Redacções  os  jornaes  — A  Scmnna,  Jornal  do   RecifH, 


604  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

Aurora^  União  dos  Proprietários^  Cidade  de  Sanios^  Orusada^ 
Diário  Official  da  Capital  Federal,  Diário  Official  do  Amazonis 
Le  Xouveau  Monde, 


12»  SESSÃO  ORDINÁRIA  EM  21  DE  AGOSTO  DE   1905 

Presidência  do  Sr»  Conselheiro  O.  H.  de  Aquino  e  Castro 

A*8  3  horas  da  tarde,  presentes  os  Srs.  Ck)ii8elheiro8  Aquino 
e  Castro,  Visconde  de  Ouro  Preto,  Henriquo  Raffard,  Drs.  Ma- 
noel Barata,  A.  da  Cunha  Barhosa*  P.  B.  Marques  Pinheiro, 
Conselheiro  Salvador  Pires  de  Carvalho  e  Albuquerque,  Desem- 
bargador Paranhos  Montenegro,  Marques  Peixoto,  Beiisario 
Pernambuco,  Rocha  Pombo,  Barão  de  Alenear,  Conselheiro 
Cândido  de  Oliveira,  Barão  do  Paranaplacab-i  e  Max  Pleiass, 
2*  secretario,  abro-se  a  sessão. 

O  $?•  Fleiuss,  2«  Secretario,  lô  a  acta  da  sossão  anterior, 
a  qual  ó  som  discussão  approvada. 

O  Sr.  RaíTard,  !<"  Secretario,  lô  o  seguinte  expediente: 

— Officio  do  Instituto  Histórico  e  Qeo;rraphico  do  S.  Paulo, 
datado  do  10  do  corronto,  apresentando  condoleneias  e  commu- 
nicando  o  voto  de  profundo  pezar  pelo  íHUecimento  do  Conse- 
lheiro Manoel  Francisco  Correia.— Inteirado  o  muito  se  agra* 
dece. 

^OíTlcfo  da  Irmandade  do  Santíssimo  Sacramento  da  Cande- 
lária, datado  de  16  do  corrente,  enviando  ura  exemplar  do  rela- 
tório do  ultimo  anno  compromissal.— Agradece-se. 

— Offlclo  da  Commissão  Geoírraphicae  Geológica  de  S.Paulo- 
datado  de  1  do  corrento,  enviando  uma  collecção  de  boletins  e 
das  folhas  topographicas  publicadas  pela  Commissão.— Agra, 
dece-se. 

— Ofllcio  da  Prefeitura  do  Alto  Juruá,  datado  de  10  do  cor- 
rente, romettendo  um  exemplar  do  l''  relatório,  a  medalha 
commemorativa  da  Amdação  da  Capital  do  Departamento  do 
Alto  Juruá,  bem  como  o  diploma  e  o  decreto  do  creação.— 
Muito  se  agradece. 

O  mesmo  Sr.  r  secretario  lô  as  oífertas. 

O  Presidente  communica  nos  se<:ruinttts  termos  o  falleci- 
mento  do  consócio  elfectivo  Sr.  Conselheiro  António  Joaquim 
(io  Macr^do  Soares : 

«  K*  sempre  com  sincera  magua  recebida  pelo  Instituto 
Histórico  a  noticia  de  haver  perdido  mais  um  dos  seus  dignos  e 
prestimosos  auxiliares,  o,  infelizmente,  tão  tristes  novas  vão 
sendo  nestes  últimos  tempos  de  continuo  repetidas. 

Hoje  cabíí- me  o  poisado  dever  do  communicar-vos  que  fal- 
leceu  nesta  Capital,  no  dia  13  do  corrente,  o  nosso  estimável 
consócio  Dr.  António  Joaquim  de  Macedo  Soan^s. 

Distincto  e  provecto  magistrado,  vcrdadLíiro  ornato  de  sua 
nobre  classe,  ora  ainda  o  i Ilustre  morto  fervoroso  cultor  das 
Im»II:w  lettras,  n  do  seu  amor  ao  estudo*  superior  íustrtícçSo  e 


iof^atigavol  acti vidado,  (Mxa,  cxulieraiites  pmvas  nas  auas  Ta- 
ríadíiâ  o  interessintas  uro<lycçõt\s  jiiridicas  e  litterarias,  devi-i 
dameiíta  aprociudas  pelos  enteodirlos. 

Ha  pouco  (líEÍa*mo  ell*'  tor  om  mâo  11  m  ciirioso  trabalho  d« 
valar  histórico,  que  demiti  na  va  ao  liistitiito,  corporição  a  tjiio 
ligava  prirticular  api*»X'ói  sentindo  nao  poiloi-,  pela  multiplítií- 
dado  do  seus  devoros  olliciats,  doiiicar-s©  com  mais  assiditidado 
ao  se  r  V  i  ço  d  n  t  ão  1 1 1  í  1  as:^  oc  í a  <:âo . 

Haveis  lio  istar  loiiiI>radu9  dna  liáonjoíras  pliras^s  coraiiuo 
SC  exprosrfíiram  a«  ri09>ías  commissúí^a  sohie  o  mento  1(0  trala- 
llnj  que  serviu  do  titulo  á  gua  ailmismo  ao  iiogso  gr.^raio  em 
is&o  ;  nlo  púdo»  entretanto,  e  por  mal  da.^  nossa  a  let  trás,  o 
hábil  pliiloloju^O  oonciuir  om  tempo  o  ^on  Dicciouario  íimziteiro 
(ifi  Linffua  PorUtfjuezat  Glucidarici  fltyniolo;íico  critico  das  pala- 
vras o  pli rases  quo»  orijíinariíis  <1õ  Brazil  ou  aqui  populares,  se 
nlo  encontram  nos  dicciotiarios  tia  liugua  portu^uoza  ou  nelles 
vi'ín  cora  formas  c  si^miíicaváo  diíTerentos  ;  obra  importantia- 
sima,  no  conceito  da  Coniniissio  qu^*  a  examinou  i>  de  graúdo 
intGPGsao  para  as  lettras  petrias,  historia  o  j^oo^rapliia  do 
Brazil. 

Maito  tinha  o  Instituto  ainda  a  colher  era  proveito  dos 
oatudo3  a  que  so  dedica,  da  (íspecial  aptidão  o  reconhecida  coai- 
petatioia  do  illustralo  e  laborioso  eseriptor  ;  nâo  o  p6niiitt,iu, 
poriam,  a  sorto,  ainda  uma  vez  contraria  aoíi  nossoa  desejos. 

Cumo  demoastraçíio  dos  seíitiraentos  do  que  m  acha  i>us- 
âuidu,  [\iz  o  Instituto  inserir  na  ac(.a  da  presuote  sessão  um 
voto  de  profundo  puzar  por  tão  lanaentavel  porda,  rôservanilo 
para  occasiao  opportuna  o  elogio  biographico  do  saudoso 
consócio»» 

Acliando-30  na  ante-sala  o  Ubtvo  sócio  eífectivo  Sr,  Dr.  Ma- 
noel Cícero  Peregrino  da  Silva,  o  Sr.  Preaidonto  deai-rna  os  Sr*?, 
Secretarias  para  introdQ7il-o  no  recinto. 

Ahi  chegado,  a  Sr.  Presidente  rlirige-lhe  a  seguinte  al- 
locução: 

«Sr.  Dr.  Manoel  Cicero  Peregrina  da  Silva  — Cora  muiio 
prazer  sois  hoje  admittido  a  tomar  parte  nos  ei^peciaes  e  impor- 
tantes trabalhos  desta  patriótica  e  dou  la  associação «  Sobojas 
provas  tendes  dado  de  vossas  habilitaçõos  litterariasT  e  o  agrado 
com  que  fbi  acolhida  a  apresentação  do  vos^a  nome  para  nosso  eoa- 
soelo  bem  demonstra  o  justo  apreço  dado  ao  vosso  merecimento 
e  a  fundada  esperança,  que  nutre  o  Instituto,  do  quo  muito 
concorrorá  para  o  bom  desempenho  de  suas  funoções  o  luea- 
tiraavel  auxilio  do  vossas  loies,  incansável  actividade  o  extremo 
internai  pelo  desenvolvimento  e  progresso  das  nossas  lettras* 

Por  meu  intermédio  vos  são  neste  momento  diiigidas  as 
affectuosa^  saudações  do  Instituto  Histórico  e  Geographico  Rra- 
zileiro.j^ 

O  Sr,  Dr.  Maut^l  Cicero  Pei*egrino  da  Silva  pronunciou 
de^iois  o  seguinte  discurso  : 

«Sr.  Presidente,  meus  s^ínhorea  — Ao  trau-ipòr  o  limiar 
desta  Instituto  sinto  maior  a  Yosm  genero^iidade,  aclmUtindo-ma 


606 


RFATSTA    DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 


ao  votâso  grémio,  e  maior  o  meu  agradecimento  pela  distjacçào, 
que  me  conreristes, 

Dti  8orpro3a  qaçi  me  causou  a  doliberaçào  que  ioni<ute8, 
passo  à  eompreUeQsão  do  alto  valor  da  ioTeaUdura  o  dos  de* 
veres  que  lhe  correspondesn,  c  reconheço  qno  á  difflculdade  do 
bem  deaempeabal-os  só  podorei  oppôr  o  desejo,  quo  ora  ex- 
primo, de  ser  útil  ao  íastituto  na  raeili^Ja  do  meu  alcaoce. 

Sei  que  é  nobro  e  patriótica  a  mis.^  que  elle  se  impoz. 

A  func;ào  que  lhe  iacumb«j  exercer  nào  se  fJÒJt'  reoamir 
em  armazenar  doeumen'>oâ  e  lauçal-os  à  publicidade,  é  mais  ex- 
tensa a  mais  proflcua  :  vai  ao  ponti  de  atitisaL-ua  e  aaalysal-os 
para  díjllea  extrabír  a  syntheáe  histórica. 

Cabo-llie  :iíteiço:ir-se  á  moderna  concepção  da  historia,  ex- 
posição doâ  factos  culminantes  liii  vida  d. i  humanidade  na  &aa 
marcha  atravez  das  idades,  encadeados  nos  aos  outros  o  expli- 
cados  por  causas  diversas  accumuladaa  peto  passado  e  subordi- 
nadas áU  condições  do  meio. 

Cabe-lhe  fazer  por  es^  processo  a  ht§toria  brazileirm,  «les* 
entranhan  ío-a  dos  documentos  do  seu  e  de  outros  arahíros  0 
ordenando  com  espirito  critico  e  imparcial  esse  trabalha  de  re- 
co n>ti  to  ícán  do  passado  > 

Cabe  lhe  aioda  recolher  elementos  que  tornem  possível  a 
continuação  da  sua  obra  oj  Tu  luro,  velando  petit  contiautdndo 
hislorica  do  Brazil,  que  ao  nâo  deterá  era  sua  marcha  pro- 
gressiva, 

Cal>e-lb(\  finalmente,  velar  pola  unidade  de  nossa  historia, 
que  terá  sempre  por  scenario  o  território  bra/tleiro  ano  e  in- 
tegro, como  até  hoje. 

A  imparcialidade  do  Instituto  Histórico,  sem  a  qual  lhe 
não  ííeria  possível  desempenhar  a  sua  missão,  depositário  de 
tradicSes.  zelo>o  du  nome  brazileiro,  leva-o  a  reconhecer  e  a 
proclamar  o  mérito  de  t'idoâ  os  grandes  vultos  da  historia 
pátria. 

A  uma,  porém,  destaca,  aquelles  3.»b  cujos  auspícios  eUe  ee 
ÍUndou  e  sob  cuja  effectiva  protecção  viveu  larpes  aooos,  e 
destaca  para  prestar  ura  etilt^j  á   sua  memoria,  en  'q  de 

fetichisrao,    preito  do  iramori^douiM  graiidâo,  o.  o 

Instituto  associa   aos  serviços  que  lhe  proí^tou  o  ^.guiíuu  Im- 
perador os  que  ao  seu  paiz  prestou  o  grande  Brazileiro, 

Presumo  ter  asi$im  a  noção  preciza  da  magnitude  dos  fins 
principaes  que  o  Instituto  Histórico  e  Geo^raphico  Brazlleiro 
se  propoo  realizar. 

Resta  agora  ao  oeophyto  iniciar-se  nas  praticas  da  oommii* 
DÍdade  e,  contando  com  a  vossa  banovolencia,  procurar  appro- 
zimar  dos  vossos  os  seus  esforços  em  proveito  da  causa 
commum*» 

O  Sr*  Preaidento»  na  falta  do  orador,  nomeia  o  Sr.  c<inm 
sei  beiro  Cândido  de  Oliveira  para  respcmder  .10  racípiendario. 

O  Sr«  Conselheiro  Cândido  de  Oliveira  profore  o  seguiote 
discurso  : 

<Sr.   Dr.  Maneei  Cioero  Peregrino  da  Silva—  ^cle   bem- 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE    1905 


G07 


vindo  á  cata  casA  onde  a  aciencia  da  Historia  tem  um  teraplo. 
Si  o  renome  quo  conqiiíslaatGs  no  Reiíife,  como  i Ilustre  socío  do 
loslituto  Arebroloíçico  do  Periiambnco.  nao  bastasse  para 
abrir- vos  us  nossas  portas,  m  esím^os  que  empro^aos  para  o 
engrandecimento  e  prosperidade  da  Bihliotlieca  Nacional  sâo 
títulos  de  Ijencmerencia  baatantos  para  revelar  a  justiça  de 
voasa  unaoinie  eloiçào. 

Aí|ui  sentia-^e  a  falta  da  vossa  presença. 

Q  Director  da  primeira  bibliutlioca  da  America  Latina  nao 
podia  deixar  do  pertencer  a  este  núcleo  de  obreiros  da  cauaa 
do  progresso  das  lettraa,  concorrendo  com  o  estudo  dos  graves 
problemas,  que  são  o  objectivo  do  nuasa  íisaociação.  para  o 
grandioso  monumento  da  Historia  do  Brazil,  ainda  mais  d(a'a- 
douro  do  que  esse  mageatoso  eíirtcio,  onde  em  breves  dias  serão 
guardados  os  copiosos  tbesouros  bibliog  apliieos  agora  expostos 
a  írraves  perigos  na  acanhada  casa  da  Lapa, 

Este  Insí.ituto  n  como  um  proloníramento  da  repartiçrto  a 
quo  presidis. O  escopo  commum  e  a  commemoração  das  í^randoi 
epopi^as  da  Htiraunidáde. 

Em  ambos  se  serv©  devotadamente  a  cansa  da  scienria  o 
da  pátria.  Aqui  :ora j  alli,  perraanece  irnmorredoiira  a  saudade 
do  ínolito  soberano,  ciijo  nomo  inesquecível  acabaes  di^  invocar, 
c  que  na  Bibíioiheca  Naí^ional  como  nrstc  recinto,  eom*  em 
cada  canto  d-v  cidaile  deixou  os  rastros  lirmioosos  da  dedi- 
cação pelo  BraziL    Pcrírunsivil  benefncienrfo, 

O  Instituto  ílistofiíTo,  a  nossa  msiis  antiga  aasociaçào  litte- 
raria,  de  quo  tenho  a  lionra  de  st  inti?rprete  neste  momento, 
saudando  u  novo  sócio,  conilaque  clle  vae  íi^ni  exhibir  essa 
mesma  indofessa  acávidade  e  zelo,  oujuâ  eíTeítos,  com  tanto 
brilliantisrao,  e  em  tào  curto  espaço  de  tempo,  já  se  admirara 
na  fecnndis^ima  tranaformação  por  que  teem  passado  os  serviços 
da  Biblintheca  Nacional.}» 

O  Sr.  l*  Secretario  16  o  segainte^  parecer  da  Commissão  de 
adnQissáo  de  sócios,  o  qual  fica  para  ser  votado  aa  seguinte 
sessãotcA  proposta  apresentada  na  sessão  de  19  de  junho  atim  de 
aer  elevado á  clisae do  -ócio  honorário  o  sócio  eíTcciivo  Sr.  Con- 
selheiro José  Maurício  Fernandes  Pereira  d^  Barros  merece  da 
Commissáodo  admissão  ilo  rocios  parecer  favorável  por  isso  que 
na  pessoa  desse  prestimoso  consócio,  qticí  a  cerca  de  50  anãos 
concorre  para  o  deseraponlio  dos  aUo3  fins  do  Instituto  t-om  sua 
iUustraçao  e  assiduidaUe,  se  acham  dignamente  represeotidos 
todos  oú  roquisfitos  pelos  nossos  Estatutos  exigidos. 

Rio  de  Janeiro,  2\  de  agosto  de  V:H'i'^,—,f(ifro  Carlos  de  Sou:a 
Fi'rreiríT,  relator.  ~  A,  de  Pauht  Ff  eitau  '> 

O  Sr.  Dl^  Manoel  Cícero  olTero-ft  ao  Instituto  dons  exempla- 
res (um  de  prata  e  outro  de  cobro)  da  medalha  commemorutiva 
do  lançamento  da  primeira  pedra  do  novo  edifício  para  a  Biblio- 
theca  Nacional. 

Levanta-se  a  sessão  ás  5  horas  da  tarde. 


Max  Fleims,  2">  secretario. 


608  REVISTA  DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 


OFFBRTAS 

Pela  Assistência  é.  Infância,  Archivos. 

Pelo  Sr.  Jalian  O.  Miranda,  Compendio  âe  Historia  Na- 
cional (1830-1894)  Montevideo. 

Pelo  Sr.  A.  Braamcamp  Freire,  Livro  Terceiro  dos  Brasões 
da  sala  de  Cintra,  do  Anselmo  Braamcamp  Freire. 

Pelo  soclo  coronel  Grcígorio  Thaamaturgo  de  Azevedo:  Di- 

Sloma  da  Profoltura  do  Alto  Jorna  que  aeompanha  uma  me- 
alha de  prata.  Relatório  da  Prefeitura  do  Alto  Juruã,  1905. 

Pelo  Internacional  Bureau  of  tho  A.  Republics  Washingtoo, 
Monthley  Bulletim. 

Pelo  sócio  Sr.  Barã-o  de  Stúátvt,  Apontatnentos  Bio^Bibtio» 
graphicos . 

Pelo  Sr.  Leopoldo  de  Freitas,  O  Sr,  Br.  Bernardino  de 
Campos  (Estudo    Politico), 

PelosocloSr.  Dr.  Nelson  do  Senna,  em  nome  do  Sr.  Dp. 
Daniel  Garcia  Azevedo,  Contribucion  ai  estúdio  de  la  ceLtiogrufa 
de  los  paises  dei  Rio  de  la  Plata. 

Pela  Sociedade  de  Qeographia  de  Lisboa,  Be^etim. 

Pela  Sociôté  KUedwaIesde  Geographio,  BúOelin. 

PelaSociôtá  Geográfica  Africana  dltalia,  Bolletino. 

Pela  Societô  de  (^graphie  Commerciale  de  Bordoaux, 
BuHêiin, 

Pela  Real  Soelcdade  Geográfica  de  Madrid,  Bólletin. 

Pela  Société  de  Geographie  de  Qenôve,  Le  Globe. 

Pela  Historical  Society  of  Pennsylvania,  The  Magazine. 

Pela  Associação  Commerciai  do  Rio  de  Janeiro,  Boletim, 

Pelo  Muèôo  Nacional  de  Montevideo,  Anales, 

Pela  Repartição  da  Carta  Marítima,   Boletim. 

Pela  Republica  de  Cuba,  Informe  mensual  sanitário  y  demo^ 
graphico. 

Pelas  Redacções,  O  Trabalho,  Lavoura,  Revista  Mensttal  e 
Mercantil,  de  Avellaneda.  prov.  de  Buenos  Ayres,  O  Orienie 
Português,  Revista  Didáctica  e  Revista  Medico^Cirurgiea  do 
Brasil, 

Pelo  Apostolado  Positivista  do  Brazll,  Contra  a  Vaccinaç^o 
Obrigatória,  por  R.  T.  Mendes. 

Pelas  Redacções  os  seguintes  iornaes  :  O  Século,  Diário  Of- 
ficiai  do  Amazonas,  Dinrio  Official  do  Rio  de  .lanei ix),  Le  Nouvean 
Monde,    Jornal  do  Recife,  Revista  Commefcial  e  Fitianeeira. 

Pela  Directoria  da  Companhia  Mogyana  de  Estrada  de 
Ferro  e  Navegação,  Planta  Geral, 

Pela  Irmaniade  do  Santíssimo  Sacramento  da  Freguezia  do 
N.  S.  da  (^ndelaria  pelo  seu  Provedor  Mano(»l  Lopes  de  Cjir- 
valho  em  31  do  julho  de  19<>5,  Relatório. 


ACTAS  DAS  SESSÕES  BE  1905 


m» 


13*  SESSÀO  ORDINÁRIA  EM  4  DE  SETEMBRO  DE  1905 
Presidência  do  Sr*  Cúusciheiro  O.  H,  de  Aquino  e  Castro 

A'8  3  hor*«  da  tarde,  pre^^eotes  os  Srsí.  Coaaelheiroa  AquLoo 
e  Caafra,  Marquoi  de  Píiratiaguá,  Víscoíide  de  Ouro  Preto, 
Heniique  RafTaiM,  Di?s<?ml>argadar  Souza  Pitanga,  CooBelheiro 
Camela  Lanipreia,  Ooronol  Thaiimatiirgo  de  Azevedo,  Capis- 
tranode  Abreu»  Barão  de  Par.ioapiacaba»  C^^nselhoiro  Salvador 
Pimg  de  Cu r valho  o  Albnquoi^qne,  Dosembar^ador  Paranhos 
MoQteoeorro,  Ro<5ha  Pombo,  Drs.  Manoel  Cícero,  A,  ã:\  Ciinha 
Barbosa.  Manoel  Barata,  Alcibiades  Fartado,  António  de  Paula 
Freitas,  Conselheiro  Cândido  de  Olivolra,  Eduardo  Marques 
Ptjíxoto»  CiirbDB  Lix  Klett  o  Max  Floiusa,  ^  Secretario»  abrc-se 
a  sessão. 

õ  Sr.  Fleii]8â,  2^  secretaria,  l<^  a  acta  da  deseio  anterior,  a 
qual  ó  appràvada  Bem  dldcuifiSo. 

O  Sr.  lialfard,  l"  Secretario,  doclara  que  tiao  ha  oíltcíoe  o  Ifi 
em  seguida  aa  oíTertas. 

O  raesnao  Sr.  SecreiAPia  ir*  os  Heguiniei  parectíroa  da  Com- 
missfio  de  admisaão  de  sócios,  as  quaes  ficara  sobro  &  mesa  para 
a  voiacão  nasese&e  seguinte: 

«  A*  Comraissão  de  admimo  de  sócios  fui  presontn  o  pa 
re^ep  da  CommlHsao  de  Historia  flrma^lo  peliís  nossos  dignos 
cãiiaocios  08  Srg.  Vtíícomin  de  Ouro  Preto»  Cândido  da  Oliveira 
e  Leite  Vellio,  que  pensam  poder  ser  inchado  era  o  numero  de 
iiossoá  con^eajiondentea  u  Sr*  Dr.  .íoãa  Pandiá  Caloí^eraíj.  A* 
vista  daa  razões  expressíia  nosso  parecer,  os  infra-assígnadus 
nada  toem  a  oppòr  e  jtrlgam  que  cora  Ioda  a  ju;ittça  píkJtí  o 
mesmo  Sr»  Dr,  .João  Pandiá  Calo^reras  ser  iiicluido  na  classe 
alludida.  lílo,  4  dosottunbro  do  [90Ty,-— ^Salvador  pires  do  Citr* 
valha  e  Albuquerque^  relator. — A.  de  Pauli   IreitiíM,* 

—  «A  C!om  missão  de  admÍ8í»^a  de  sócios,  conformando-g© 
com  o  parecer  da  Commissão  de  Historia  acerca  do  trabalho  do 
Sr.  Bernardo  Horta  do  A rauja  e  era  visita  do  qual  é  proposto 
para  sócio  correspondente  do  Instituto  Histórico  e  Oeoisfraphioo 
Braíileíro,  é  do  pa  'ev^er  que  a  preposla  para  easc  Dmeeiá  na» 
condições  de  ser  apppuvada.  Rio,  4  do  .setembro  de  Umi.— Dr. 
éSai t^adar  Pires  de  C&rvntho  e  Aibitg»erque, — A.  de  Pauta  1'yeHas, 
—  rfdator.* 

O  raesmo  secretaria  ie  dopoia  as  seguintes  propostas: 

«  Pi-opomos  para  sacio  eítectlro  do  Instituto  Histórico  e 
Oeograpbice  i^razfleiro  o  Sr.  José  Arthur  Boitoux,  brazllefro, 
natura!  do  Estado  de  Santa  Catharioa.  o x -director  da  estf\tistica 
daquello  Estado,  ex-deputado  federal,  fundadofre  primeiro  se- 
cretario do  instituto  Histórico  do  seu  Estado  ^  correspondente 
do  outras  associações  congéneres  do  Brazit.  S&rve  de  título  Á 
sua  admissilo  o  seu  ÍJicciúnfirh  Hiíitorioi  e  Gengraphicú  do  Es^ 
lado  de  Santa  fVdAíirtrta,  que  O  niosmo  ííenhor  ora  ofrerecc  ;i 
bildlothoca  do  Instituto,  tendo  sido  ease  trabalho  dedicado  á 
uo8«a  asmclAção.  Kío^  5  de  Pietembro  d<i  1Wm5,  '^Hmriifut  Ha/^ 


610 


REVISTA   DH   INSTITUTO  HISTÓRICO 


fUrd , -^ Ma noel  Cice ro,  —  A* da  Cu nh a  Ba rbo sa. —  Rú cha  Pomõo ,  — 
Eifuardo  Marques  Pt^ÒTolo,»— Vae  1  Coramíssao  Subsidia- ria,  de 
Hiatoria,  relalor  oSp.  M.  Fleiuss, 

—  «  Propomos  para  sooio  corraspoDilente  ostrangeiro  o  Sr, 
I>r.  Paulo  Elirenreicí»,  raeJico»  resifienie  era  Borlim,  prufèasor 
de  sciencias  naturaes,  auti^rda  rnouogniphia  intituLida  Ethnú^ 
graphia  do  BraiH,  publicada  no  Jornal  do  fommercio^  6  J4  oíTe- 
recida  i  nosaa  bibliotheca.  Rio,  4  de  setembro  de  1905. — A,  F, 
do  Sõ uza  Pita nga , — Ma rquez  de  Para nag uâ .  —  Max  Fleiuss -  — 
ff  enrique  Raffard  ,—S<ilvmfor  Pires  de  Carvalho  e  Albuquerque^  — 
Cândida  de  Oliveira i»-'\ ha  A  Commissãu  dô  Ethaographía.  re- 
lator o  Sr.Conselíieiro  Tristão  de  Alencar  Araripe. 

ProcedG"?e  ora  aoguiíía  â  votação  do  parecer  da  Commissão 
ão  adraÍ3>âo  de  sócios,  que  bavia  ticado  sobre  a  joesa  da  ante- 
rior sessão  e.  sendo  o  mesmii  approva^lo  por  unaoimidade,  o 
Sr.  Presidou te  proclama  sociu  lioDurarin  do  Instituto  o  sccío 
efiFectivo  Sr,  Conselheiro  Jobô  Maurício  Pornandes  Pereira  de 
Barros* 

—  O  Sr,  coronel  Grgorio  Thaumaturíço  de  Azevedo  diz 
qua  tendo  de  r^í^resíar  em  breve  para  a  sua  Prefeitura  do  Alto 
-luriiá,  despede* se  do  instituto,  oíTerecendo  ali  os  seua  i?er viços. 

—  O  Sr.  í*re4>idento  declara  que  o  Instituto  agrad<?ce  © 
deseja  feliz  viagêío  ao  d  is  ti  neto  consócio. 

p.ide  diipois  a  pdavra  o  Sr.  Rocha  Pambo  e  lê  o  preíkcio 
da  Historia  Geral  do  Brazil,  qu^í  esr»á  escrevendo. 

Era  seguida  o  Sr.  Fleiuss  le  um  trabalho  seu  sobre  as  con- 
dições aciuaes  do  [fistii^uto  Hi.^torico,  salientando  o  conataoto 
va  I  or  d  a  assoe  i  a  gào , 

iâvaQta-se  a  sessão  áâ  5  horas  da  tarde* 

M^rr  Fleims^  2^  secretario. 


OFFERTAS 

Pela  Acaderaii  dor  Wissenscharten  —  Archivo,  SitsemgsÒ€' 

richte^  Denkíchriften,  A^manach^  Fontes  Eerum  AuntriaeoTntfn ^ 
Pela  Escola  Poíytechnica  de  8.  Paulo  —  Afmvario  de  1905, 
Pelo  Sr.  António   Ramos  Machado  —  Resumo  Histórica  da 

Venera i>€l   Ordem  Terceira  de  S,  Fríincisco  da  Penitencut, 

Pelo  Sr.  Dr.  João  Pandiá  VulogoiRs  *-  As  minas  do  Brasil 

e  at*«  legislação t  tomo  1  li. 

Pelo  Sr.  CiiilusM.  IJrien  sua  ohvK  Geógrafa  Argentina. 
Pelo  Grande  Oriente  do  Brazil  —  Boletim, 
Pela  Societá  Geoiíraflca  Italiana  —  Boltetino, 
Pela  llstatistica  Demographo  Sanitária  — /íoítífím  viemal. 
Pela  American  Geograpliícal  Society  ^~  Buletin, 
Pela  National  Geographie  Suciety  —  The  Magvsine, 
Pelo  Instituto  Hahnemauniano  do  Bia/il  -^  Ãnnaes. 
Pela  Estatística  DemoíJfrapho-Saoitana  da  oidiMle  do  òao 

Salvador  (Bahia )  —  Annuario. 

Pela  r diversidade  de  Santiago  do  Chile  —  Anales, 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905 


611 


Ptjla  Junta  Superior  do  Sanidad  do  Ia  lala  de  Cuba  —  lufor^ 
me  Mensnal , 

Pelo  Ceugrosao  Scientiôco  Latino  AmencaDo  —  2"^  BoUUm* 
Peia  Associação  Coiiiraerciai  do  Rio  de  Janeiro  —  /íotelim. 
Pelas  redacções  as    suíçuiotes  revistas  :—  lievislti  Vf^ffuner^ 
ciai  c  Fifiaticfira^O   frahaUio^  Revista  da  ^Sociedntie  íí<j  Medicina 
e  iirurtjia  do  Riu  de  Juneiro^  He  cts  ta   Marítima  e  Ref:isia  Didá- 
ctica, 

PeJa  Estadística  do  la  Província  de  Buenos  Ayres  —  Ifofeiim 

Polo  Sr.  Dí'.  A.  Santos  Lucaa  — Qaciqucs  mols  surlcs  uttiihe- 
niiilit^ues  cn  Porlugal,  notice  et  defenso  des  tntvauj^'  do  AntrOnio 
Cabreira, 

Pelas  redacções  a  revista  Renascença  o  os  jornaoa  Le  Nou- 
veaa  Mútide,  Jurtud  do  Recife ^  Diiirio  0/ficitd,  Cruzada ,  Mulu  da 


14^  SKSSÃO    ORDINÁRIA     EM    IH    ])K    SETEMBRO    DE    1905 


Presidência  do  Sr ,  CúiuclheiroO,  //,  da  Aquins  e  Vaatro 

A's  3  huras  da  tarde»  presentes  os  Sps.  Conselheiro  Aquino 
e  Castro,  Henrifiiio  Raftard»  Desembargador  Souza  Pitanga, 
Arthur  Guimarães,  Rocha  Ponibo,  Eduardo  Marquos  Peixoto» 
Visconde  de  Ouro  Preto.  Desembrirgador  Paranhos  Montene^a»» 
Couselhoiro  Saívador  l*ires  do  Carvalho  o  Albuquerque,  Drs, 
Manoel  Barata.  Alcibíades  Furtado,  Manool  Cicoro,  F.  B.  iMar- 
(jues  Pinheiro,  A.  da  Ctinha  Barbosa,  Carlos  Lix  Klett  e  Max 
Fleiuss,  2"  secretario»  abre- se  a  sessão. 

O  Sr,  Ficiuss,  2"  SecreUrio,  bi-  a  acta  da  sossaoaoterior,  a 
quul  é  approviida  sem  discussão. 

O  Sr.  RalFard»  l-  Secretario,  declara  que  não  ha  olílcioB  e 
10,  era  seguida»  as  olFertas. 

O  Sr.  Rocha  I*oml>o  communica  que  o  Sr.  Marquez  do 
Paranaguá  por  justo  moiivu  deixa  de  comparecer,  enviando, 
entretanto,  ao  Instituto  o  exemplar  do  livro  do  Dr,  Nogueira 
Parana;<Uti,  Dq  Rio  ao  Piauhij, 

Correndo-se  o  escrutínio  para  votação  dos  pai^eoeres  da 
Commiâsão  de  admissão  de  socioa  que  haviam  flcadu  sobre  a 
meâa  da  anterior  sessão,  hâo  os  mesmos  approvadoe  por  unani- 
midade do  sullragios  e,  acto  coutitioo^  o  Sr.  Presidente  pro- 
olaina  sócios  correspondentes  do  Instituto  os  Sr».  Dr.  João  Pan- 
diá  Calogeras  o  Beruardo  Horta  de  Araújo- 

Em  seguida  o  Sr.  Fleiuss,  2*  Secretario,  le  o  parecer 
abaiio  : 

<  A'  Commissão  Subsidiaria  de  Historia  foram  preaontes  a 
proposta  relativa  ao  Sr,  José  Boíteox  e  os  raantiscriptos  do 
seu  Diccionario   Histórico  e  Geo„'raphico  de  Santa  Catharma. 

Deu-se  pressa  a  Com  missão  em  examinar  •>  trabalho  e  ila 
leitura  falta  resuitou-lhe  lavoravel  impressão. 


612  RBVISTA   DO   INSITTUTO   HISTÓRICO 

Os  diccionariog  historioos  o  goographicos  são  de  grande 
necoBsidade,  máximo  os  quo  so  refiram  d  nossa  pátria,  ainda 
ião  mal  conho^^lda. 

No  caso  vertente,  pois,  todos  os  esforços  são  meritórios, 
quer  oollimem  um  plano  gemi,  abrangendo  todo  o  paiz,  quer  so 
occiípem  detalliadamente  de  uma  das  suas  divisões. 

Sob  o  ponto  de  vista  mnndial  um  djs  primeiros  dicoiona-. 
rios  de  caracter  propriamente  histórico  e  publicado  cooi  o 
titulo  —  Diocionario  Histórico  e  Critico  —  foi,  como  se  sabe,  o 
de  Bayle,  apparecido  em  1696,  e  que,  como  bem  ponderou 
eminente  loxicographo,  podo  ser  tido  como  o  inicio  da  —  Ency- 
clopedia  —  de  Didorot  e  d'Alembert. 

Outros  diccionarios  oxtrangeiros  ha,  conhecidos  o  aprecia- 
dos, e  quanto  à  geographia,  nos  últimos  tempos,  nooiíama 
obra  excede  em  valor  á  ae  Elysée  Reclus. 

Em  nosso  paiz  cumpre  citar,  antes  do  todos,  o  —  Dicoio- 
nario  Geographico  do  Brazil  —  de  Moreira  Pinto,  vasto  emcn- 
tario  de  preciosas  informações  e  qu(^  em  conjuncto,  constituo 
a  mais  completa  resenha  dessa  matéria  com  relação  ao  Brazil. 

Como  trabalhos  parciacs,  áx  indole  do  elaborado  pelo 
Sr.  Josô  Boiteux,  ha  o  —  Diccionario  Histórico  do  Espirito 
Santo  —do  nosso  saudoso  consócio  Dr.  Cezar  Augusto  Marques, 
—  o  Diccionario  Geographico  de  S.  Paulo—  do  Dr.  João  Mon« 
des  de  Almeida,  —  o  Diccionario  Histórico  do  Coará,  o  do 
Amazonas,  o  de  Pernambuco,  etc.,  eto. 

O  Diocionario  preparado  pelo  Sr.  José  Boiteux  exprimo, 
sem  contestação  possível,  larga  somma  de  esforços  intelligetites, 
denotando  a  aptidão  do  autor  para  taes  emprehendimentos. 

De  caracter  mais  geographico  quo  histórico,  o  trabalho  do 
Sr.  Boiteux  íarà  boa  figura  nas  collecçõe;^  dessa  natureza,  per- 
mittindo  o  prompto  conhecimento  de  qualquer  região  do  Es- 
tado do  Santa  Catharina. 

Quando  fôr  levado  ã  impressão,  convóm,  entretanto,  quo 
o  autor  repare  as  lacunas,  aliás  raras,  que  se  notam  no  ori- 
ginal. Ha,  por  exemplo,  certos  rios  cuja  determinação  não  so 
acha  pi^eoisada. 

Essas  o  outras  i>oquonas  laltas  similares,  quo  o  leitor  cui- 
diuloso  approhcndo,  não  prejudicam  a  impi>rtaucia  do  ti*abalbo, 
digno  de  encómios,  dando,  portanto,  ao  Sr.  José  Boiteux  pleoo 
direito  de  ser  admittido  em  noss4>  grémio. 

Podem-se-lho  dirigir  as  mesmas  palavras  que  Raul  Pom- 
péa  endereçou  a  Moreira  Pinto,  iio  bello  prefacio  do  Dicciomi^ 
rio  Geographico  do  Brazil  : — «  Vulgarizado  o  conhecimento  do 
vosso  dijcionario,  oUe  ha  de  ser  igualmente  acceito  de  todos 
os  brazileirus,  como  um  quadro  grandioso  em  que  a  Pátria  se 
reflecte.  A  Pátria  é  a  verdadeira  genealogia  dos  americanos. 
Como  a  galeria  secular  dos  velhos  solares,  vão  os  fidalgos  do 
velho  mundo  contemplar  e  reconhecer,  na  tinta  Jus  telas  anti- 
gas, os  nomes  e  as  tradições  do  sua  linhagem,  assim  a  demo- 
cracia brizileira  respeitosamente  irá  visitar  a^  paginas  des- 
crlptivas  do  vosso  livro,  em  contricçao  de  um  culto  domestico. 


ACTAS    DAS   SESSÒK^:?   DE    1905  613 

Cada  local idado  ah!  reprosentaril  um  somblaoto  querido  da  im- 
luensa  rainilia  a  que  todos  pertencemos.  Cada  designação  será 
como  um  appellldo  especial  da  fraternidade  que  o  úome  brazi- 
leiro  resume.» 

Rio.  18  do  setembro  de  líK)5.— J/ax  Fleiuss,  relator.— Com/e 
de  Aiyonso  Celso, — Rocha  Pombo,  » 

E'  apprjvado  csso  parecer  e  vau  à  Commissâo  de  admissão 
de  sócios,  sendo  relator  o  Sr.  Conselheiro  Salvador  Pires  de 
Carvalho  o  Albuquerque. 

Pede  depois  a  palavra  o  Sr.  Dr.  Alcibíades  Furtado,  que 
lè  um  trabalho  seu  sobro  a  «Historia  de  duas  Villas»  (  S.  João 
da  Barra  c  Campos  dos  Goytacazcs). 

Levanta-so  a  sessão  ás  4  \/2  da  tardo. 

Max  Fleiuss.  2,*"  secretario 

OFFERTAS 

Pela  Secretaria  de  Agricultura,  Viação,  Industria  e  Obras 
Publicas  do  Estado  da  Bahia  —  Boletim, 

Pelo  International  Bureau  of  tho  American  Ropublics  — 
Monlhly  fíulUHn, 

Pela  Bibliotheca  Nacional  —  Relatcrio, 

Pela  Société  de  Qoographie  Commercialo  de  Bordeaux  — 
BtUlelin. 

Pela  Real  Sociodad  Qoograâca  de  Madrid  —  Boletin. 

Pela  Academia  Nacional  do  Ciências  do  Córdoba  — Z/o/elin. 

Pela  Sociedad  Geográfica  de  Lima  —  Boletin. 

Pelo  sócio  Sr.  Dr.  Nelson  do  Sonna  —  Bacia  do  Rio  Doce^ 
Minas  Geraes. 

Pela  Conferencia  internacional  de  Copenhague  sobre  a 
tuberculose  —  Relatório, 

Pelo  Gobierno  de  la  Provinda  de  Córdoba  —  (ieogra/Ui  de 
la  Provinda  de  Córdoba  c  Alias  da  Provinda  dg  (Córdoba. 

Pelo  sócio  Sr.  Dr.  Manoel  B.  Ottoro—  Geografia  Fisica  j, 
E$ ferira  de  las  Prorindai  dei  Parayuay  y  Misiones  Guará nies, 
por  Azara. 

Pela  Associação  Commoi*cial  do  Rio  do  Janeiro  ~  Boletim, 

Pelo  Sr.  S.  Boccíinera  Júnior  —  Diversos  jornaes  e  retrato 
c  biographia  do  Carlos  Gomes. 

Pelas  redacções  as  seguintes  revistas:— O  Trabalho,  Hedsta 
Didáctica,  Redsía  Medico-Cirurgica  do  Brasil,  Revista  Mensual 
dê  la  Camera  Mercantil  de  Avelaneda,  província  de  Buenos 
Ayres,  Revista  luternacional  lllmtrada  Loiino^Americano-Eu^ 
ropèa  e  Revista  Commerdal  e  Financeira. 

Pelas  redacções  os  seguintes  jornaes:—  Mala  da  Europa, 
Cruzada,  Jornol  do  Recife,  Diário  Offidol,  do  Amazonas,  Diário 
Offieial,  da  Capitai  Peieral. 

Pelo  Sr.  Barão  de  VasconcoMos,  o  retrato  do  sócio  Sr.  Vis- 
conde de  Sanches  de  Baèna. 

Pelo  Sr.  José  Boiteux  —  Catalogo  da  Exposição  de  S,  Luiz, 


REVIST/ 


JTO   mSTURlGO 


15»  SESSÃO  OUDLNAHIA  EM  2  DE  OUTUBRO  DB    IMfô 
Preêidencia  do  Sr,  Conselheiro  O,  H.  de  .49111110  0  Casira 

A 'a  3  horas  ái  tarde,  preseotos  oa  Srs.  Conselbeiros  AquSoo 
o  Castro»  Marquez  de  Parunagud,  Heuriquo  Haífard,  nedemtKU*- 
gador  Souza  PiUn^ía,  líocha  Pouibo.  Cooselbríiro  Salvador  Pires 
de  Carvalho  e  Albuqueniue,  Dra.  F.  B.  Marquez  Pinheiro, 
Josí'  Ameritío  dos  Santos,  Visconde  do  Ouro  Preto,  Dra,  Manoel 
Ciccro,  Alcíbiades  Furtado,  Barão  de  AloDcar,  Capi^rtrano  do 
Abreu  a  Max  Fleiu^s,  2^^  secretario,  abro-ao  a  seásàu. 

O  Sr.  Fleiuisá,  ^'  Secrotj.río»  Jè  a  acta  da  soBsào  anterior,  a 
qmú  é  approvada  sem  discussão, 

O  Sr.  ilaíTard,  l'^  Secretario,  declara  que  não  ha  ofBclus  <i 
lú  ad   ollertas, 

O  Sr,  Flui  usa  diz  que,  corao  relator  do  parecer  da  Com- 
missao  Subsidiaria  de  Historia,  referente  ao  Diccionario  His- 
tórico IV  Oeof  rapbioo  de  Sauta  Catbarina,  apresentado  pelo 
Sr.  Josú  Hoiteux,  sente-se  na  Docojssidade  do  pedir  o  adiamento 
do  reiii>ectiva  proceseo  de  admissão  do  mesmo  senliur. 

Sobre  a  oriicinalidade  do  trabalfLO  .surj^iram  duvidai  quo 
convém  sujam  uíuci-iadas  completaroeiíto,  aíiin  do  que  o  parocor 
!4ii!i«Í3ta  uu  seja  rovoííado.  As  duvidas  repousaru  110  factu 
de  haver  no  Instituto  um  raauuscHpto  inédito  do  Padro  Jo.\, 
quim  Gomèâ  de  Oliveira  laíva.  datado  de  J867,  e  intitulada 
*  Dicívionario  Topographieo»  HiiitLírico  e  ivstatistico  de  Santa 
Catharina* . 

O  Sr,  Joi<0  BoitcuXt  comparecendo  bojo  ot^t'»  íusLiluk», 
aflirniou  ao  urador,  na  presença  do  í>r.  ivooba  Pombo,  outm 
digno  mumbro  ila  Commi.^.são  Subsidiaria  du  Historia»  do  Sr,  1* 
Secretario  o  do  Di\  Bibliothecario,  qnv  f^ra  dle  Boiteux  queui, 
«m  1884,  offerecera  ao  instituto,  (jor  intermédio  do  Dr»  Sa- 
<M'ament<j  lílake,  cópia  do  trabalho  do  Padre  Paiva  (  do  quo 
tivera  noticia  p»do  Sr.  Manoel  Bernaidino  Augusto  Varolla, 
então  ftinccioDario  da  cheTatura  de  policia  do  Desterro  )  e  qnu 
maia  tarde,  lendo  conseguido  o  original,  que  lho  foi  dado  por 
Francisco  «tos  Santos  Barbosa,  appareotado  com  o  Padre  Paiva. 
prop>z  ao  Sr.  Conselheiro  Triatão  de  Alencar  Araripe,  então 
um  dos  redactores  da  Remsia  TrimensaU  trocar  a  cópia  ailu- 
d  ida  piji  >  mosmo  original . 

Do  facto,  na  primeira  pagina  do  manuscriplo  ào  Padi*o 
Paiva  lé-se  esta  declaração  :  .4  vópw  /ot  subítihiifla  i>Qr  eHc 
ariijinal,  ma;*,  na  reiarao  das  offerta^,  em  1884,  o  Dr.  Blaikko 
não  doclioa  o  nome  do  Sr.   r3yit.eux. 

Attírmaodo  o  Sr.  Boiteux  categoricamente  ser  o  autor  do 
trabalho  sobre  que  versou  <>  parctcer  da  i^mmiâião  Subsidiaria 
de  Historia,  anuuiu  o  mesmo  senhor,  depois  de  vai'ios  alvi- 
tres, na  presença,  das  referidas  pei>>ioad,  ao  so;^uiutj  :  rt^unú-se 
n  Cammissão  Subsidiaria  de  Historia,  arhfindO'Se  o  Sr»  Boitem^t 
presente,  e  con/yoniar  os  originaes  do  Padre  Pawa  com  os  ori- 
ginaet  da  me^mo  6>.  BoUeux, 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE    1905 


615 


t 


Desta  forma  fieuríl  o  caso  deT^idaineote  esolar^ido  o,  por- 
tanto, o  oiador  pede  an  iQstttuto  o  aáiameato  do  procôsao  o  a 
voltados  papeis  À  Commlss&o  Siil>sidiarta  do  HUtoria.  » 
Assim  se  resolve. 

O  Sr.  ^^apquôz  de  Paranaguá  o ITeraco,  em  nome  do  Dr,  Gnl- 
lliermo  Catraraby»  o  scg^tiinte  livro  :  <  Dell  Uniono  dei  rogno 
di  Foriogallo  alia  corona  di  Castígiia  >,  «<  Jatoría  dei  sig.  lero- 
rimo  do  Francbi  Conestaggio  *»  <  Gontilhomo  Oenovose  In  Gé- 
nova** €  Appresso   Oirolamo   Barfcoli,    1585.  * 

ti  Sr,  Presidnnte  diz  que  o  Instituto  íigradeoe  a  valiosíi 
offerta,    que  é   PomeUida  li  Cummia^ai  do    Redicçào. 

Acíianda*so  na  aote-sala  o  novo  aocio  oorr4<!^]>ondeQtd  eleito, 
Sr.  Dr.  Joio  Pandl  Calogoras»  o  Sr.  Presidente  designa  •>» 
secretários   para  intro<liizil'0  no   recinto. 

Alii  chegado,  o  Si%  l 'resiliente  dirigo-lhe  a  soguiote  ai* 
locitçào  :  —  «  Sr,  Dr.  Joau  Pandiá  Calogeras,  o  Instituto  Histó- 
rico 6  Geognipliico  Brazileiro  com  muito  prazer  hoje  vos  recebe 
na  qualidade  do  sócio  rorrespondento ,  bem  certo  de  qtio  será 
a  vossa  cSfiareoida  collaííoração  á<5  grande  provelíx)  para  as 
letti-as  pátrias,  aqui  cultivadas  com  desvelado  empenho.  O  im- 
portante trabalho  qne  publicastes  sobre  as  Minas  do  Brazil^ 
lisonjeira  e  merecidamente  apreciado  pelas  oommissões  compe- 
tentes e  que  sérvio  de  titulo  á  voí^sa  aimissào  ora  nosso  grémio» 
dá  seguro  teatemunho  de  vossas  hahililaçoas  lítterarin^i,  amor 
ao  estulto  e  infatig:ivel  actividade.  K*  de  esperar  que  cm  tâo 
vantajosas  condiçõos  empregueis  iodo  o  osfoi^o  em  bem  da 
nona  patriótica  misí^,  correspondendo  assim  &  confiança  em 
Vós  depositada. 

Recebei  as  cordiaes  saudíiçOes  que  p>r  me  o  intorraedb  vo3 
sao  dirigídRfl  neste  momenro  por  esta  nouta  associaç^lo.» 

Pedindo  a  palavra»  o  8r.  Dr.  Calogeras  pronuncia  o  se- 
guinte discurso:  *  Sejam  de  agrai loci mento  minhas  primeiras 
palavras  pela  acolhida  íreoerosa  do  brazileiro  ilSustro  que  pre- 
flide  08  vossos  trabalhos,  M^jiielo  do  acti vidado  o  de  de  Jicaçiio, 
nao  cou tente  do  prestar  á  nossa  terra  inestimáveis  serviços 
no  sou  insiis  elevado  tribunal,  maior  credor  ainda  se  torna  da 
gratidão  nacional,  pelo  desvelo  continuo  a  bem  do  progredir 
ininÈerrupto  deste  escrínio  opulento  de  thesouros  quasi  igno- 
rados, que  6  o  voí^so   Instittiti?. 

Pennorou-rae,  senhores,  a  benevolência  com  qne  me  jul- 
gastes digno  de  occupar  um  logar  entre  vós,  não  obstante  a 
fraqueza  dos  títulos  que  eshlbi.  Procurarei  redobrar  do  zelo 
para,  por  serviços  futuros,  justificar  a  mercê  que  me  con- 
cedestes. 

El  entretanto,  por  que  negal-o  ?  sem  culpável  immodestia 
ã^ro  confessar  que,  ao  aor  admiti  tdo  a  collaborar  c  <mvoi^o,  não 
me  sinto  alheio  á  vossi»  obra  ^cientifica,  nem  experimento  a 
seuíiaçao  de  quem  penetra  ora  ambiento  extranho.  Por  ven- 
tara influeoeia  de  raça  ou,  mais  estrictamente,  influxo  atá- 
vico. 

Por  estas  causas,   talvcn,  >ootando-mtí  a  vosso  lado,  pa- 
2158  —  10  Tomo  lxviii.  p.  n. 


ACTAS   DAS  SESSÕES   DE    1905 


615 


Desta  forma  ficará  o  caso  doT^idameote  eselarecido  e,  por* 
tanto,  o  orador  pede  ac^  iDstituto  o  adiamento  do  prooesao  e  a 
volta  dos  pa pois  k  Commíssão  Subsidiaria  de  Hiitoria.  » 
Asâim  se  resolve* 

O  Sr.  Marqtiez  de  Paranaguá  offereco,  ora  nome  do  Dr,  Gul- 
Uiormc  Catramby,  o  8eg:uintc  livro  :  <  Dell  Unionc  dei  rogno 
ái  Portogailo  alía  corona  di  Cíistigiia  »,  ^  latoriíi  dei  ^íg*  lero- 
rirao  de  Fraochi  Conestsiggio  »,  «  Geotilbomo  Genovese  In  Gé- 
nova 1^,  <  Appresso  Oirolamo   Bartoii,    1585.  y» 

O  Si\  Presil lente  diz  que  o  instituto  agradece  a  valiosa 
offerta,    que  é  remettida  á  C  um  missa  »  de   Redacção, 

Achaoíia»só  na  ante  sala  o  novo  soci^i  L^orrcsipondeiite  eleito» 
Sr,  Dr.  João  Fandià  Calogeraa,  o  Sr.  Presidente  designa  m» 
secretários  para  introíliízit-o  do    recinto. 

Ahi  chegado»  o  Sr.  lYêsidente  dirigo^llie  a  so^uiate  al- 
locnçào  :  —  •  sr,  Dr,  João  Pandtá  Calogeras,  o  Instituto  Histó- 
rico e  Geographico  Brazileiro  com  muito  prazer  bojo  vos  recebe 
na  qualidade  do  sócio  rorrespondonte,  bom  cert<i  ile  que  será 
a  vossa  esí  laret4'la  collaf>oraçíi.o  de  grande  proveito  para  as 
letti-as  pátrias,  aqui  cultivadas  cora  desvelado  empenho.  O  im- 
portante trabalho  qne  publicastes  soliro  as  Minas  do  Bra^ilf 
lisonjeira  e  merecidamente  appociado  pelas  oommissões  compe- 
tentes e  que  sérvio  de  titulo  á  vossa  admissão  em  nosso  ifremio, 
dà  seguro  testemunho  de  vossas  halulltaçõas  litteraria.^,  amor 
ao  eutu  lo  a  infatigável  actividade.  E'  de  esperar  que  em  lâo 
Tanta,jo»as  condições  empregueis  todo  o  esforço  em  bem  da 
noAsa  patriótica  missão,  correspondendo  assim  á  eonflança  em 
vós  depositaiia. 

Recebei  as  cordiaes  sandações  que  p!ir  raoii  íntorraediQ  vos 
são  dirigidas  neste  momenio  por  esta  douta  associação.» 

Pedindo  a  palavra,  o  Sr*  Dr.  Calogoras  pronuncia  o  se- 
guinte discurso:  <  Sejam  de  agradecimento  minhas  primei raa 
palavras  pela  acolhida  ^^enerosa  do  hrazileiro  illustro  que  pre- 
«Ide  oa  vossos  trabalha)».  Modelo  de  actividade  o  de  de iicaçao, 
não  contento  do  prestar  á  nossa  terra  inestimáveis  serviços 
no  flííU  msiis  elevado  tribunal,  maior  credor  ainda  se  torna  da 
gratidão  nacional,  pelo  desvelo  contmuo  a  bem  do  progredir 
ininterrupto  deste  oserioio  opulento  de  thosourjs  quasi  igno- 
rados, que  ô  o  vo«90   Instituto. 

Pennorou-rae,  senlaores,  n.  benevolência  com  que  me  jul- 
gastes digno  de  occupar  um  lugar  entre  tós.  não  obstante  a 
fraqueza  do^  titules  que  exbibi.  Proi^urarei  redobrar  de  zelo 
para,  por  serviços  futuros,  justificar  a  mercê  quo  mo  con- 
cedestes. 

E,  entretanto,  por  que  negal-o?  sem  culpável  immodostia 
devo  confessar  que,  ao  ser  admittido  a  coUaborar  c  >mvof?eo,  não 
me  sinto  alheio  á  vossa  obra  scientiíica,  nem  experimento  a 
sensação  do  quem  penetra  em  ambiento  extranho.  Por  ven- 
tura influencia  do  raça  ou,  mais  ostrlctamente,  inôuxo  atá- 
vico. 

Por  o.-^taíi  odusas,  talvez,  sontando-me  a  vosso  lado,  pa- 

2158  —  40  ToMu  Lxviii,  p,  ii. 


616 


REVISTA   DO   mSTITUTO   IUBTORICO 


rece-mr'  volver  do  perogrinaç^s  longínquas  o  pougar  em  velha 
casa  oanlitícida,  onãe  se  eocoatrauí   rostos  aifiigus. 

H*  ainda  a  pleniiude  de  calma,  de  recolhimento,  de  quem, 
para  dcâcaDçap  da  labor  diurDO,  ao  acolho  ao  gabinete  de  eatado 
e  aili  procura  inUagar  dos  factos  som  outra  paixão  além  do 
respeito  à  probidade  intellectu^il,  d  symjjiitlúa  profumJa  pelos 
asíjumptos  ioquiríilus,  uaica  b^SB  possível  para  campretieosÊo 
completa,  nortoado  polai  oobro  máxima  (|Uo  um  pcosodor  i)6dío 
fosse  instiripta  em  sua  lapido  funerária  o  qtie  devera  por  igual 
inspirar  aos  phiioaophos   o  aos    homeos  do  acçãu  :    Venintem 

Como  para  dar  um  commeatario  á  licção  palpitante  en- 
cerrada em  tal  concoito,  o  próprio  locaJ  L^m  quo  Lral>alba6a  vetn 
traz  6  r  eu  si  na  me  a  tus.  Auslôro,  n  dom  brando  att  salas  frias  dos 
i^ejlios  tilaustroaondo  yo  cjriservúu  a  citílura  histurica  ;  ^reno« 
fera  do  burborinlio  da  cidaie,  parodus  lorradas  d«>  t^r^i'^r,^as 
jóias  liUorarias  onde  so  ostenta  uma  longa  o  glorLo>  ^  a 

de  sacritícios  pela  formação  o  pela  dofesa  de  umíi  i  _._  ili- 
dade ;  cimolios  e  inéditos  onde  o  mesmo  pò  é  o  dos  gerações 
que  passaram  lutando  por  os^o  idtjal  ;  tudo,  emfim.  neâte  retiro 
de,  paz  o  de  i ntell entoai idn do  táo  ulU  produz  a  ômovao  reli- 
giosa, fonte  ãii  ci'í.^açào  mental,  e,  atraveai  os  tempot?»  aloquen- 
tementii  demonstra  a  nogíio  conscmnte  do  Brasil  uno  em  todas 
as  suas  mauilestaçues  sócia  es. 

K  El  tanto  nao  rr»ra  bastante  para  causar  a  impressão 
augusta  quo  inspira  aos  iniciador,  viria  deapertat-a  o  alog^ular 
poder  evocador  dos  objectos  inanimados  :  aquelia  cadeim  âoín- 
pro  vasia,  ond©  uma  sombra  amiga  como  que  parece  presidir 
ainda  a  vossos  laboras;  oílli^ies  de  beneméritos,  ct^as  almas 
Dâo  abandonaram  este  recinto^  forças  tutelares  que  animam 
a  acção  do  seus  Heis. 

Assim,  ampliflcado,  em  todos  nds  s  *  renova  o  mystario 
aryano  dos  deuses  lares.  Em  torno  doste  culto  aos  grande 
Brazt loiros  desapparecidus  todos  n«J3  unimos,  sem  divorcio  de 
opiniões,  o  em  nossos  peitos  arde  a  inextinguivid  cUamma  da 
ara  quo  alii  lhes  levantamos. 

Feliz  feição  psychica  que  solidariza  os  destinos  e  o  evoluir 
de  notsa  gente,  desde  suas  obscuras  origens  ati^  o  alvo  final  da 
sua  existência. 

Fôiix  unidade  lógica,  qun,  gradualmente,  ao  predomínio 
corrente  do  interesse  iramodiato  de  nosso  agrupamento  etlinioo, 
substitua  o  conceito  fecundo  de  sua  força  immanèDte,  e  des- 
preza o  ligeiro  frémito  epidérmico  dos  agitaduros  do  dia  para 
deixar  nriuraplia  a  acçãn  orgânica  da  niça,  vinda  do  pagado 
e  deduzindo  eeus  e irollarios  pelos  tempos  em  fora. 

Beradito  escopo  esto,  do  que  resulta  intensa  obra  do  vida, 
nurraa  de  agir  colloctiva.  Tal  a  bella  missão,  dignamente 
cumprida  de  voaso  Iní?tiluio. 

Escola  de   tolerância  e  de  justiça*  a  um  povo,  ainda  ínooii* 
sei  ente  de  sua  remota  ostrafic&c^^  ti  is  to  ri  ca,  vosaos   traiu  " 
mostraram  as  fUndas  raives  nas  eras  j^ue  se  íòram. 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE  1905 


617 


Aofl  que  datam  da  véspera^  ou  da  aote-vcspera,  quando 
muito,  o  descobrimento  du  noiao  paiz,  maia  uma  ?ez  paten- 
teastes que  €m  assumptos  iociae^s  não  existe  coração  expontânea, 
o  que  só  a  mythologiã  registra  o  caso  <Je  Mioerva. 

Escola  de  esperança,  também.  ReTolando  o  nateiro  eni 
que  mergulhou  a  senjeníe  de  que  vemus  a  efipleíjdida  flora «;'ão 
de  hojei  animaai-ea  a  luta  pel:i  conquista  de  í deães  supt^riores, 
e,  era  nomo  do  passado»  prometteateíí  para  um  futuro,  quem  sube 

auâo  proiimof  a  realizaçào  do>  ^íoberbos  aiiceios  dos  aohelos 
e  civilisação  e  do  fraternidade  dos  maia  arrojados  aouhadorea 
coutem  porá  neos. 

Pelo  trabalho  o  pelo  aproveitamento  das  caracíeri^ticai 
próprias  de  no^so  meio  atô  alcaeçar  um  estado  social  mais 
alto  ~  lai  me  parece  a  fórmula  de  vosso  esforço  extrenuo. 

Delle,  s&m  desaleutoâ,  cada  vez  revigorado  na  Mção  do 
nossas  fontes  formadoras,  se  er^ue  a  esse  Brazlt  novo,  maia 
forte  6  mais  bello,  um  hyrano  ardente  de  amor  e  de  fé  ! .  .< 

Agradoço  permittírdo»  que  eu  venha  iníitoirar  com'^o8co 
nesta  crustada  pelo  desenvolvimento  nacional.* 

O  S  r .  Dosem  ba  rgad  or  So  u  z  a  P  i  t  aoga ,  orad  o  r ,  re  spond  e- 1  ba 
DOS  seguintes  termos:  *  Sr.  Dr,  Pandiá  Calogeras.  O  nome 
que  trazeis  para  o  Instituto  ecoa  em  seu  ["ecinto,  relembníndo 
o  do  i Ilustre  antepassado  que,  emigrAdo  da  Attica  portentosa, 
assignalou  sua  passagem  por  esta  sogunda  patfia  nos  fastos  de 
sua  educação  publica  e  cio  seu  progresf^o  iadustrialf  máximo 
nog  da  sua  viação  urbana. 

A  este  Instituto  chegaes  hoje  escudiído  pelo  notável  tra- 
balho sobre  a  legislação  dás  minas,  O  bandeirante  forasteiro 
arrojasse  aos  centros  inhospi tos,  impellido  pela  ambição  e 
pelo  natural  impulso  aventuroso,  a  descobrir  as  ri  que/as  feéricas 
e  os  iDestimaveie  tbesouros  que  a  natureza  propicia  armaze- 
nara no  seio  virgem  da  nossa  torra  abençoada.  Infelizm^^ote, 
porém,  as  geraçSes  poateriorí*9,  menos  ambiciosas  e  menos  em* 
probendedoras,  em  coutristadora  apathía,  lém  secularmente 
deixada  em  improductivo  ej^taso  as  ijinuraeraa  jazidas  miueraea 
de  toda  a  ordem.  Apenas  alguns  exploradores  estrangeiros 
têm  vindo  haurir  resultados  certos  d aquel lascivos  ricos  veeiros 
asseguram  o  êxito  da  emproza* 

O  vosso  curioso  e  altamente  scientifico  trabalho,  promette 
assegurar  a  ees»  importaotisslmo  rarao  do  nossa  industria,  uma 
éra  nova, 

SSo  estes  os  Totot  do  Instituto  que  vos  acolho  com  o  apreço 
devido  íl  vossa  distincta  competência  era  táo  interessante  secção 
da  sciencia  humana.:» 

O  Sr.  Ríiffard,  !•  Socretario,  lè  a  seguinte  proposta:  <  Pro- 
pomos para  »<joío  correspondenfe  deste  instituto  o  Sr.  Dr, 
Joaquim  Nogueira  Paranaguá,  com  45  anno«  de  Idade,  natural 
do  Piauhy.  servindo-lbe  de  título  do  admissão  o  livro  ^  í^o  Rio 
4e  Janeiro  ao  Píúuhif.ofSeTeciáo  pelo  autor  ao  uie^mo  Instituto* 
Sala  das  aesaôes,  '^  de  oumbrode  1WJ5.—  Manoel  Cicerú. —  Rocha 
Pombo. —  José  Américo  d&s  Santos. —  Marques  de  Paranaguá,  — 


G18  RKVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

Henrique  Raffard.—A,  F.  de  Souza  Pitanqa  ». — Vae  á  Com  missão 
Subsidiaria  de  Goographía,   rolator  o  Sr.    Barbosa  Rodrigues. 

Pe'lo  do  pois  a  palavra  o  Sr.  Fleiuss  e  lê  um  trabalho  sea 
sobre  D.  Pedro  I  do  Brazil  o  IV  do  Portugal. 

Lovanta-so  a  sessão  ás  4  12  horas  da  tardo. 

Max  Plêiuss^  2"  Secretario. 

OFFERTAS 

Pela  Amorican  Gcographical  Socioty  —  UuUeíin, 

Pela  Societá.  Africana  d'Italia  —  Bolletino, 

Pola  Directoria  Geral  dos  Correios  —  Boletim  Postal. 

Pelo  Club  Littorario  13  de  Maio  —  Estatutos, 

Pelo  Internacional  Bureau  of  tbo  American  Uepublics  — 
Monlhly  Uullelin. 

Pelo  Sr.  Dr.  Prefeito  do  Districto  Federal  —  Mensagetn. 

Pela  Caixa  Económica  e  Monto  de  Soccorro  do  Rio  de  Ja- 
neiro —  Relatório, 

Pela  Secretaria  da  Instrucção,  Industria.  Ternis  o  Obras 
Publicas  de  Goyaz  —  Relatórios  de  190 i  e  Í905, 

Pela  Iniversidade,  em  Santiago  de  Chile  —  Anates, 

Pela  Directoria  Gemi  do  Saúdo  Publica  —  Annuario  de 
Estatistica  Demographo  Sanitária. 

Pela  Bibliotheca  Publica  Pelotonse  —  Annaes, 

Pola  Junta  Superior  do  Sanidade  de  la  Islã  de  Cuba  — 
Informe  Alensual. 

Pela  Associação  Commercial  do  Hiode  Janeiro  —  Boletins 
ns.  38  e  39, 

Polas  redacções  as  seguintes  revistas  —  Revista  Medica 
Cirúrgica  fio  Bratil,  Revista  Commercial  e  Financeira,  JVòvo 
Cruzada  o  Renascença . 

Pelas  Redacções  os  seguintes  jornaos—  Le  Nouveau  Monde, 
Jornal  do  Recife,  Club  Corytibano,  A  Estrella,  Mala  da  Europa 
e  Diário  Official,  da  Capital  Federal. 


If)*  SKSSÀO  ORDINÁRIA  KM  10  DK  OUTUBRO  DE  1905 

Presidência    do    Sr.     Conselheiro  O.  //.  de  Aquino    c    Castro 

A*s  ")  horas  da  tardo,  presuntos  os  Sr-í.  Conselheiros  Aquino 
e  Castro,  Marquez  de  P.»rana::uá,  Henrique  Ralfai-d,  Desembar- 
gador Souza  Pitanga,  Rooha  Pombo,  E<iuar<lo  Marques  Peixoto, 
Drs.  F.  B.  Marquei?  Pinheiro,  Manoel  (Mcero,  João  Pandlá  Cal- 
logeras,  Alcihiailos  Furtado,  Josí*  Américo  dos  Santos,  A.  da  Cunha 
Barbosa.  Barã.)  de  Paranapiacaba,  Conselheiro  Salvador  Pires 
do  Carvalho  o  Ali)U([aorquo  e  Carlos  Lix  Klett  o  Max  Flclusa, 
2^'  Secretario,  abi'c-se  a  sescião. 


ACTAS    DAS    SESSÒKS    1)K    1905  {\\{) 

o 

o  Sr.  Fleiuss,  2^  Secretario,  lê  a  acta  da  seeaáo  anterior, 
qual  é  approvada  sem  discussão. 

O  Sr.  Raffard,  1°  Secretario,  lê  as  oflertae,  eotre  as  quaes 
s o  destacam  as  obras  do  Sr.  Leôncio  A.  Gurgol. 

Em  seguida  o  mesmo  Secretario  le  a  proposta  abaixo: 
«  Propomos  para  sócio  correspondente  do  Instituto  Histórico 
o  Geographico  Brazileiro  o  Sr.  Dr.  Josó  Pereira  Rego. Filho, 
natural  ao  Rio  de  Janeiro,  doutor  em  medicina,  Secretario  per- 
petuo honorário  da  Academia  Nacional  do  Medicina,  Bacharel 
em  I.ettras  pelo  Imperial  Collegio  de  D.  Pedro  II,  servindo  de 
baee  para  sua  admissão  a  Memoria  manuscrlpta  que  offereceu 
ao  Instituto  sobro  a  Viagem  do  paquete  Brasil^  de  21  de  março 
a  23  de  abril  de  i905,  —  U enrique  Rnffard,  — A.  da  Cun?ia  Dar- 
hosa,^^  Eduardo  Marques  Peixoto» — Rocha  Pombo.  » 

Vae  á  Commissão  Subsidiaria  de  Historia,  sendo  relator  o 
Sr.  Max  Fleiuss. 

O  Sr.  Raffard,  1*»  Secretario,  communica  que  o  comman- 
dante  da  canhoneira  Pátria^  acompanhado  do  sócio  Sr.  Coronel 
Ernesto  Senna,  visitou  o  Instituto,  sendo  recebido  pelo  Sr.  Dr. 
José  Vieira  Fazenda,  bibliothecario,  que  o  acompanhou  em 
todas  as  salas,  fornecendo  minuciosas  informações. 

O  Sr.  Presidente  diz  que  o  Instituto  âca  inteirado,  agrade- 
cendo a  gentileza  do  commandante  Ribeiro. 

O  Sr.  Fleiuss  communica  que  o  Sr.  Visconde  de  Ouro 
Preto,  por  motivo  de  força  maior,  deixa  de  comparecer. 

Em  seguida  diz  ter  sido  distinguido  pelo  consócio  Dr.  Barão 
de  Studart  com  o  oíTerccimcnto  das  seguintes  obras  do  bua  lavra 
—  JJatas  e  factos  para  a  historia  do  Cearei^  Apontamentos  biblio" 
graphicos,  Nolas  para  a  historia  do  Ceará,  Catalogo  dos  jornaes 
de  g^-ande  e  pequeno  formato  publicados  no  Ceará, 

Achando  se  desfalcada  a  collecção  das  obras  que  o  Instituto 
possua  do  apreciado  consócio,  o  orador  pede  licença,  por  isso  que 
são  verdadeiros  trabalhos  do  valor,  para  oíTcrecer  ao  Instituto 
os  exemplares  aliudidos. 

Pede  em  seguida  a  palavra  o  Sr.  Dr.  Alcibiades  Furtado, 
que  lê  um  trabalho  seu  sobre  Caminhos  para  Mina^ . 

Depois  o  Sr.  Eduardo  Marques  Peixoto  lè  o  trabalho  seu 
sobre  Origens  do  Passeio  Publico  Conflicto  entre  o  Vice-Rei  Luiz 
de  Vasconcellos  e  o  Desembargador  Picaluga, 
Levanta-se  a  sessão  ás  5  horas  da  tarde. 

A/ax  Fleiuss j  2°  vSecretario. 


OFFERTAS 

Pela  Commissão  do  Serviço  Geológico  de  Portugal  —  Com- 
municações. 

Pelo  Grande  Oriento  do  Brazil  — /?o/dt w? . 

Pela  Societá  Africana  dítalia— Bo//eít>o. 

Pela  Socielé  de  Geographio  Commercialo  de  Bordeaux— 
Bulletin, 

Pela  Real  Academia  de  la  Historia  de  Madrid— i?oZe/t«. 


620 


BEVrSTA   DO   INSTITUTO   IHSTDHICO 


Pelo   Sr,  Alvos   do  Magalliio.^  —  A^oi>/t  Lei  do   Systetna    do 
Mundo  ^ 

Pelo  Sr.  ProfJiito  do  Districto  Foderal   Dr.  Poreira  Pa*98O0 
~— Consolidiv:;tlo  dfís  leis  e  posturat  mnnicipaes. 

Pela  Direetori.i  Oeral  da  Saudê  Publica  —  Boktim  Mensal* 

Pí4fv  R'ml  Six-íeda'l  Got>|?raíica  da  Madrid  —  Boletin, 

Pela  Directoria  da  Caixa  Eoonoinioa  e  Monte  do  Soocoro  — 
Relatório. 

Pela  National  Goograpliio  Society  of  WaabJDj^toa  —  The 
Mngnzine* 

*  Polo  Observatório  do  Rio  Janeiro  —  Boletim, 

Pela  Sr.  LooDcio  A.  Oargel  —  João  Ramalho  perante  a  his-» 
toria—  D,  Pedro  II —  E*  tempo -^  Mappa  genealógico^  .     . 

Pela  Litcrary  and  HLstorical  Society  of  Qtioboc  ^  Btockatim 
Of  Qnebec  í  n  i775  —  i770. 

Pelo  Sr,  Presidonttí  do  Estado  de  Sergipe  —  Mcnmgem. 

Pela  Aasotiiação  Coramorcial  do  Rio  de   Jaooiro  —  Boíffiíwt . 

Polas  respectivas  redacçoej  as  seguintes  ro vistas  —  Redita 
Marttinw  —  f)  Trabalho  —  O  Oriente  Português  —  Revista  Di* 
d%cUcn  —  Reiíistn  Mental  de  la  Canuira  Mercantil  de  Âoêitanetla 

—  Reiistn  de  la  Real  Academia  de  Ciências  estadas  fisicas  e  natU' 
rales^  de  Mofirid  —  Indusiria  j\ries  e  l^ai^oura. 

Pelo  Sr,  AibiDO  Coata —  Á  ímlustria  doXargut.    , 
Pelas  redacções  o9  jornaes  —  íJifnrio  Oficial,  da  Capital  Fe- 
deral —  liiario  Offídal,  ão  Amaxonas—  Labor  ^  Jornal  do  ReeifM 

—  Le  Nouveau  Monde. 


17*  SESSÃO  ORDINÁRIA   EM  30    DE   OUTUBRO   DE    tíKI5 

Presidência   do  Sr,  Marquez    de   Parunugud  (S**    Ftóir- 
Presidenie) 

A 's  8  horas  da  tarde,  prosontea  os  Sra.  Marí^uoz  de  Para* 
napiiá,  Henrique  RatfaM,  Arthur  Oiiiniarã*^^,  R(K*ha  Pombo, 
Kduardu  Marques  Peixoto,  DeBonabargador  Paranhos  Monteiie- 
gro,  Jos(''  Verissimo,  José  Amei  ico  doa  Santos,  AlciJáíAdes  Fur- 
tado, Barão  de  Alenoar,  Dr.  A.  do  Paula  Freitas  e  Max  Fletuâs, 
2"  Secretario,  al»re-80  a  sessão. 

O  Sr.  Fleiyss,  2«  Secretario,  lô  a  acta  da  sessão  anterior, 
a  qual  (>  approvada  sem  debate»  O  Sr.  Presidente  declara  que 
o  Sr.  Cun-^eltuviro  Aquiuo  e  Castro.  Prosidente  do  luatituto,  por 
motivti  d©  torça  maior,  deixa  do  comparecer. 

O  Sr,  Fleiuss  loforma  que  o  Sr.  Viscondo  de  Ouro  Preto 
por  motivo  de  moléstia  doma  do  coraparecer»  actoaulo-ss  flaliz- 
meote  em  viaij  do  roiitabeloci mento. 

O  Sr.  Ra!fard,  1-  Secretaria,  16  um  offlcio  da  Secretaria  da 
Associação  Artística  e  Litteraria  de  Taubaté  solicitatifío  a  re- 
messa da  Remsta,  E*  enviaulo  á   Secretaria  para  informar, 

O  mesmo  Sr.  Secretario  lô  as  oflertas. 


ACTAS  DAS  SFSSÕHS  DE  1905 


G2i 


O  Sí\  Flofiiss  ofTeroce  cm  nomo  úo  cutisocio  Dr,  Podro  hc^mx 
um  0X6iuplLr  4o  seu   trabalho  subre  a    hettirminismo   pstjchico, 

O  Sr,  l"  Secretario  lê  a^  sPíçuiDif'^  propôs Uí: 

«  Propomos  para  sócio  nffectivo  do  Inatiuao  Histórico  e  Oeo- 
^aphico  Brazileíro  o  Sr.  Dr.  Joiquím  Xavier  da  Silvoira 
Juaíur,  advr>^a'lo  aeáta  Capital,  i:x-ppef''ito  do  Distriíito  Pede- 
ral»  coníiGcMo  homom  de  lettraa»  «ervml»  do  ba-íe  para  sua 
admistsàu  os  trabalhos  quo,  de  cnract  t  liiátorioo,  oíTer-cfii  ao 
Instituto. — Síjila  das  so^sôBs,  30  de  outubn  de  19)5.  —  //t'«- 
rique  Raiyurd, — Manoel  Cicero.  — António  da  Cunha  Barhosa,  >  — 
Yao  &  Commis^ão  Subsidiaria  de  Historia,  relatur  o  Sr.  Fleiuas. 

<  Temoít  a  honra  do  propor  para  sócio  corrospoiídeoto  do 
Instituto  Hi:iitorico  e  Geographico  lírazileiro  o  Dr.  Vinconzo  Gros^ii» 
geugrapho  e  publicista  italiano,  professor  da  Keal  Utilvorsidade 
de  Roma,  8*^rvindo4ho  do  título  a  ossa  adrniasão  o  8eu  livro 
ultimamí^nto  publicado  .S7 oría  'fefin  eolotit^zazione  italiana  nell o 
éStatadi  S,  PãiHo.  R'ima,  1905,  obra  por  elle  dedi«*ada  .1/  bene* 
m^riti  iní^tituii  Stnrici  e  fifío  gradei  dei  firas  He  e  di  *S,  Paulo^  o  da 

qual  tuintís  a  honra  do  oHorcícor,  ©m  sou    ni^rae,  ura  oxomplar  a 
os  te.  Instituto. 

Aii''m  deste  livro,  que  b6  ror  si  reeom mondaria  sobojaraente 
o  Dr.  Vinconzo  Grossi  ao  bom  acoltúmeoto  dt^âta  i Ilustre  socie- 
dade, toraam-no  deli  o  bonomerito  onda  monos  de  26  trabalhos 
seus  sobre  o  nosso  paiz^  cuji  enumeração  achareis  numa  nota 
impressa  appmisa  ao  volume  que  vos  apresentamos,  e  que  todos, 
como  esto,  ro velam  eo  Sr.  Professor  OroSaSi  amor,  conheci- 
monto,  estudo  o  cupiosldade  das  cousas  brazi leiras. 

Pamcendonos  que  ao  Sr.  Dr,  Vincenzo  Grosai  sobejam 
títulos  para  m^r  admittido  nestf^  Instituto,  nao  duvidami>s  que  o 
acolhereis  com  a  sympatliia  do  qup  lílle  tão  digno  é. 

Sala  da«  sossohíí,  30  die  outubro  de  lUí6. —  José  Verissimo, — 
Uenrique  Raffnrd.—  Moj  Fieius^, — Hrj^^hn  Pombo, —  Árthur  Gu  i^ 
m&rães, —  Júsé  Américo  dos  Santos,^  Eduardo  Morgue  a  Pciseoio.^ 

Vae  á  CommtBsão  Subsíiiarla  rle  Hlator/a,  relator  o 
Sr.  Conde  de  Arfonso  Celso. 

O  Sr.  Dr.  Alcibíades  Furtada  offereco  troe  docurauntoa 
ioedttoa.  que  são  enviados  ÀCoraraissão  de  Redac^jâo,  e  lê  depois 
ura  trabalho  seu  ;íobre  Os  uliimos  di*ís  de  Pedro  /«o. 

Levantasse  a  sesaâo  ás  4  Í/2  horas  da  tardo. 

Mat:  l^ítíxms^  i"  Secrotario. 

0FFERTÁ8 


Pela  Socletá  Geográfica  Italiaua  —  BoUeiino. 

Pela  Associação  Commerclal    di*    Pornambuco,     Boletim 

Pelo  Sr.  Dr,  Francisco  Pereira  Passos,  Prefeito  do  Distrtcto 
Federal  —  ciíio  de  Janeiro*,  fyrgimisndft  por  Ferreira  da  Rosa. 
Pela  Associação  Commercial   do  Rio   de   Janeiro,  Boletim, 
Pela  Sociedade  Nacional  de  Agricultura»  Botetim, 


622 


REVISTA    DO    IXSTITLTO    HISTÓRICO 


Pola  Líttip.LPy    aiii    Hiâturlcíil  Sociotjr of  Quoboc,    Tãansnc- 

Pelo  iDstitiito  HanemanDlano  do  Bruzil,  Ânnaes, 

Pela  Directoria  Gorai  doa  rormius,  Búteiim  Postai, 

l'6la  Sociíxlade  da  Goograpnia  de  IJsboa,  Boletim, 

Pela  Directoria    Geral  ée  Saude    Publica,  fíoieltm     rncnsaL 

Pela  Soeietò  de  íjêo^írapliic!  Commorcialfí  dii  Havro,  Dulíeiin, 

Poio  Cueppo  de  iDí^inicroo    de  Minas  dei    Porú,     fíoieUn 

n.  24. 

Pola  Commissâo  Geographica    o  Geológica  de   S.    P.i^ulo, 

BoUtim  n,  i5. 

Pelo  líistituto  Mtatorico  e  QeograpnicodeS.  Paulo — Be- 

vista, 

Pelay    raspectivaa  redacções  íís  seguiotes  revistaSi  Bevisia 

Cúmmsrcia!  e  Fitíanceira^    Revista  do    íníititutú  Para^uayo^     Re» 

vista   de  Aledicina  e  Cir^rgia  do    Biú   de   Janeiro^     O   Are*/iÍ9o, 

Renascença , 

Pelas  rodaoç5eâ  og  soguintes  jornaea  — Lf  Noueeau  Monde 

—  Jorfitxl  do    Recife  —  R&formador  —  Diário  Official,  da  Capital 

Federal  —  Diário  0/ficiaí,  do  Amazouíis. 


18"  SESSÃO  OROmARÍA  íí.Vl  13  DR  NOVEMBRO  Dlí  1905 

Presidi; íicUi  do  Sr,  i't>nxelheiro  O,  /f,  dt^  Aquino  e  Casíro 

íVb  r!  Uoraíí  tia  tarde,  p^eseiiten  os  Srs.  Cang*3lhtiíri>9  Aquino 
e  Castro»  Barã'>  Hixiietn  de  Mello,  H  mfiquc  íiiíTArd,  Dosembar* 
^ador  Soijiia  Pitanga,  ArUiur  Quiraaràes,  Rocha  Pombo, 
Eduardo  Marques  Peixoto,  Drs.  J,  Barbosa  RodHi^oa,  F,  B, 
Mapque^í  Piolioiro,  ^fanotil  Barata,  A.  da  Cuului  Barbosa,  José 
Américo  dos  Santos,  Barão  de  Alo ncíir,  Harao  d^í  Paranapiícaba, 
CoQselheiro  Salvador  Pire:!  de  Carvallio  e  Allniquerque,  e  Max 
Fleíuss,  2"  Secretario,  abre-so  a  sea^o, 

O  Sr,  Fleioss,  2^  Secretario»  lé  a  acta  da  aessão  anterior, 
a  qual  é  sem  debate  approvada » 

t>  Sr.  Presidente  comraynica  nos  seguintes  teriTios  o  Iklle* 
cimento  do  consócio  Hr*   António  de  Toleiio  Piza  : 

♦  Senliorra  —  Nu  desempenho  de  doloroso  devor,  tantas 
v*^zes,  íníidizincntf^,  eumprida  nestes  uliímna  tempoa,  tenho 
hoja  de  iommiinicar-vos  que  o  Instituto  Histórico  vê-se  privado 
do  valioso  concurso  de  mais  um  do  sou;-!  dignos  e  prestimosos 
coDaoctos. 

Fallocen  no  dia  H  do  corrente,  na  cidade  de  S.  Paulo,  ondo 
residia,  o  Or.  António  de  Toledu  Piza,  Director  da  Repartição 
de  Estatística  e  do  Arciúvo  do  Estado,  admittido  ao  nosso 
grémio  oomo  sócio  co^r^?^pondente  em  1895. 

Pelo  seu  caracter^,  superior  instrucção  e  importantes  ser- 
viços prestadas  no  exercício  íloa  car^roa  que  llie  foram  confiado». 


ACTAS  DAS  SE39ÕES   DE    1905 


623 


roc<>miiif^[iíJÍoU"Se  o  lioarado  P.uilistaá  o.itima  o  apreço  em  quo 
era  tido  pur  quantos  recoDliticíara  o  seu  roal  merecimento, 

DedicandosG  com  espie ialida<le  aos  tra bailios  attincntes  1 
sua  rGpartíção  o  aos  estudos  kistoricos,  deixou  como  pix>va  de 
suas  liabili tacões  litterarias,  aproveitadas  iiivèstigaçrios  q  in- 
fatigável activrdailo,  além  de  cuidadosos  trabalho.s  e»  ta  ti  áticos, 
ti  ma  cjpioaa  collecçao  de  doeu  monto»  interessantes  para  a  iiii- 
toria  o  costumes  do  S.  Paulo,  publicação  oílcial  de  subido 
valor,  forta  em  numerosos  volumes  que  enriquecem  a  nossa 
bibliutbeca,  o  mais  curiosas  memorias  o  varirtdos  artigos  publi- 
cados na  imprensa  periódica  s^jbre  factos  históricos  pouco  co- 
nhecidos uu  mal  apreciados»  relativos  â  antiga  província  da 
S.  Paulo,  terra  clássica  de  patriotismo  e  de  liber^iade,  tão 
notável  pela  graudeza  dos  feiíos  nella  celebrados i  como  pela 
heroicidade  dos  que  nelles  tomaram  parta, 

O  Insiitulo  Hiiilorico,  penalisado  pela  sensível  perda  qtio 
acaba  de  soffrer.  faz  inserir  na  acta  da  presente  sessão  um  voto 
do  proíuodo  pe^ar  por  tão  lastimável  acontecimento,  j^ 

O  Sr,  Raffird,  1^^  Secretario,  lê  o  expedieoto,  que  consta 
de  um  convite  do  Sr.  Ministro  da  Industriai  para  a  coro  mo  d  ia 
do  lançamento  da  primeira  pelra  do  pavilhão  da  Exposição  de 
S,  Luiz,  na  Avnnida  Central,  e  de  ura  ofllcio  do  (onsul  Geral 
t.a.  Republica  Argentina,  solicitando  alguns  exemplares  da  /ííf- 
visia  Tfimensal  p^ra  o  Ministério  das  Relações  Exteriores  em 
Buenos- A  yros. 

L<'  depois  as  ofTertas* 

O  Sr,  lír.  Barbosa  Rodri^^ues  oíToroco  nessa  occasião  as  ae- 
guintoã  obras,  de  que  ú  autor  :  Mt/rinr,ieíí  da  P*wagtmif,  L\n^ 
rmrij  on  Çarare^  Les  noc^s  des  palmiers,  Vbaé  Kaã  Tapijitjetn 
Enmjndamn^    NoHcias  sobre  fUguns  jãnfins  botânicos  da  Europa, 

O  Sr,  Barão  Homem  de  Mello  foliei ta-se  por  se  vôr  do  novo 
restituído  ao  coavivio  dos  seus  colle°[as  do  lostituto,  depois 
da  longa   viagem  que  emprebeadeo  á  Terra  Santa. 

Aproveita  o ensejL»  para  tratar  da  nova  odição  que  da  obra 
de  António  Piífaíetta  está  fazendo  a  casaeiitora  americana 
The  Ar&hur  íi.  Clark  Cornpany,  era  Cleveiund,  no  Ohio,  pare- 
cendo convenlento  que  o  lustítuto,  qutí  poásue  a  primeiru  edição 
da  mesma  obra,  adquira  a  nova  publicação. 

Assim  se  resolve • 

O  Si%  1*»  Secretario  \v  os  sej^uintes  pareceres :  Da  Com- 
missão  Subsidiaria  do  Historia  : 

€  A  admissão  do  Sr,  Dr.  .Joaquim  Xavier  da  Silveira 
Júnior  como  sócio  efectivo  do  loslituto  Histórico  e  rieographlco 
Brazileiro  representará  um  premio  ao  jusio  o  notório  mereci- 
mento do  proposto.  Litterato,  publicista,  homem  de  governo, 
o  Sr.  Dr.  Xavier  da  Silveira  poderá  prestar  ao  Instituto  re- 
levantes serviços. 

Nascido  era  S,  Paulo  a  1 1  de  outubro  de  l>i64,  formado 
em  Direito  pela  Faculdade  da  mesma  Capital  em  1880,  dedicou* 
se,  desde  cedo,  ás  lidos  jornalísticas  e  juridicas,  revehuide  ca- 
pacidade não  com  mu  m . 


63i 


BKVJSTA   DO   ÍNSTITÍ^TO   HISTÓRICO 


Cfima  homom  lie  goTorno»  jà  lho  dúve  o  ínstiliito  eapocial 
diiforoDcia,  puis  quo,  qiraodo  Prefeito  úestí^  Di-itricto,  iQcumbío 
ti  no.sísu  grumio  do  import:inte  jtilííanieDto. 

Oa  tr^tlialliod  de  caracter  histórica  que  apre^ôotoii  para  ser 
admittido  mo  maid  que  siiíHeiíiDU^s,  sobrelevando  o  inoislro 
perfil  que  traçou  do  ^raiidj^  BornaHn  Pereira  do  VascoocoUoí . 

A  Com  missão  Subsidiar  i&  de  Histxiria  pensa,  pois,  qu0  o 
Sr.  Dr.  tJoaquíra  Xavier  da  Silveira  Juniopostá  perfeitamonçe 
nas  condições  do  ser  sócio  effectivo  do  loatituto  Historioo  e 
Qôograpliico  Brazileiro, 

Sala  dsâ  soasooia,  10  do  novembro  de  ll>()r>.— itfoa;  Fteiuss^ 
relator, —  Condií  de  ^i/fonso  ^'elstK —  Hocha  Pombo ^* 

Vae  A  Goramismo  do  adiiiisáio  do  souios,  rõlator  o  Sr. 
Barão  do  Alencar. 

Da  Cominissão  Subsidiaria  do  Genji^rapliia: 

«  Satisfazendo  a  iDciimbtmcia  do3te  Instituto  para  dar 
pacocer  «obro  o  traballio  do  lixm,  Sr,  Senador  Dr.  No^^ueira 
Paraoa;íuá.  iiitítuliirlo— Do  Rio  de  Janeiro  ao  PiouHíf  pelo  m- 
iêrwr  dú  pitiz,  que  apr<35:^[itou  baseando  a  sua  candidatura  a  um 
logar  de  «ócio  corresponde  n  to,  pansa  a  Com  missão  a  dar  uma 
noticia  sobra  elle. 

E*  umabella  doácripçao  d©  viagem,  com  sainete  litterarta 
sem  outiva  preaccuparào. 

Estylo  Huentd,  phmse  !>em  cuidada,  pussaado  em  resenha  aa 
estações  da  Estrada  do  Form  Central  do  RraziU  principalmente 
a  da  Serrado  Mar»  oníleem  raaísde  um  ponto  existem  rébrícas 
diversas,  linlias  d(i  bouds,  como  em  .Jui«  de  F6ra,  iLcticioiog 
na  Sorra  da  Mantiqueira»  altitude  dos  diversos  pontoa,  vegeta- 
ção para  a  industria    pastoril,  boteis,  plnheirae-i,  até  o  Sitia, 

l>'ilbo  do  Norto.  o  Dr*  Paruiaguíí  1 9 vou  suas  vistas  para  a 
criação  e  di1,-nos  a  respeito  boas    itiforraaçuLíS, 

nes4.Tevo  as  diversas  estações  até  oCurvello,  u premeu tattdo 
typos  do  ostriçòos»  bairres  da  cidado  A  marL-^oni  da  lio  lia  até 
Sabarâ,  dabi  a  l^irapôra,  navegação  fluvial,  rio  das  Velhas* 
S,  l''i'ancisco»  do  PirapÃra  á  barra  do  ílio  Urande,  doscreveoda 
grtit'is  nesse  percurso,  uspocial mente  a  do  Bom  Jesus  da  Lapa, 
na  Babia*  Depob  do  se  referir  á  viagem  á  villa  do  Corrente,  de 
cujo  histórico  falia,  dá  noticia  das  culturas  locaes  8  dos  acei- 
dentes  dos  terrenos  e  condições  cl i mater icíis,  eBtende-í>«  eobre  os 
phnnomenos  da  secca  nessas  regiões  e  da  noticia  de  uma  ox- 
curflâo  aos  municipios  do  Corrento  e  Paranaguá,  apresentando 
canções  locaes  relativas,  todas  á  industria  pastoril,  imitaud«j 
assim  Juvenat  tialeno.  Falia  sobre  as  fazendas  dos  loanes  per- 
corridO'4,  pas.^audo  por  alto  sobre  a  climatologia,  icbtyolõgla, 
insectos»  avos,  ^adu,  apresentando  lendas,  entre  as  quaes  a  da 
lagoa  de  Paranaguíl, 

Entrando  na  parto  principal  do  assumpto,  eiBtuda  o  pboQõ<* 
meno  das  aguas,  hoje  dimintildas,  e  apresenta  uma  divisão  da 
área  percorrjda,  onde  são,  ao  alto,  estudadas  a  âora  o  a  fauna, 
vias  de  commuuicação»  otc. 

Do  Corrente  ao  Riusinbo  é  outro  capitulo,  onde  as  mesma^t 


ACTAS  DAS  SBSSOB6  DK    1905 


625 


obíervaçoos  m  apreaeatara,  espocialraefjtn  Bobre  o  coco  áemúd  o 
a  p  Lassa  ba. 

Aâsumptas  particulares  dd  reeepcSo  om  ctimi»  do  fazonrleirai 
fecliam  o  volume  di3  íoítura  attrabento  e  util,  ^lupro  coprwto 
oa  lÍDguagam. 

Ha  a  ioda  noticia  tio  Riosiotit)  4  Contrai  c  Floriano,  nomeadm- 
raeotâdo  Paço  do  Surubim  de  Floriano  ;l  Amarração, 

O  trabalho  encorra  ÍK>aa  pbotogravuras  e  raerocu  luittira, 
poiâ  quo  BGn  autor  procurou  imprimir  aetle  um  ctiubo  original 
na  fórma  o  no  asatjmpto  tratado. 

Não  sendo  um  trabalho  ospecial  do  historia  ou  etlmogra- 
pbia,  tmcer-a»  comtudo,  dadop  geoííraphicaa  interoi^sautoa  e 
utm:^.  sendo  um  betlo  cuia  para  os  pioneiros,  quer  scienti^^ias  ou 
nào,  pelo  que  a  Com  missão  ê  do  o  pi  o  ião  quo  o  seu  autor,  com 
m  ínzm  que  tom  e  pelo  seu  amor  ao  estudo  das  cousas  ç  itrias, 
«atíi  no  caso  da  merecer  um  lojíar  nesta  gàbia  corporação. 

Em  13  de  novembro  do  19ii5-^  J,  Barhom  Rodrigw^s,  re- 
lator.— Saloador  Pires  do  C,  ARniquerque,  » — Var*  á  Comnals-^ão 
deadmis.iáode  sonios,  roIatoroDr,  Aotonio   do  Paula   Froius. 

O  Sr.  Fleiuss  propõe  que  o  Inãtiluto  d  orneie  um  t  f^ommissao 
para  ir  fdlioitar  o  eminente  consócio  D.  Joaquim  Aroorerde  pela 
sua  elevação  á  purpura  cardinalícia. 

Essa  proposta  é  unanime  meu  to  a  p  provada  e  o  Sr.  Presi- 
dente nomeia  a  seguinte  coramissãíj  corapoata  dos  Srs,  l^rão 
Homem  de  Mello,  Max  Floiuss   e  Monseaiior  Vicente  Lustosa. 

Pede  era  seguida  a  palavra  o  Sr.  Eduardo  Marques  Peiíoto. 
que  leu  um  trabalho  seu  sobre  AManobras  militfires  execuUtdits 
nos  eampo.f  de  SanVAnna  c  de  S.  Chriíttífifão,  «o  Vice^ Reinado  do 
Conde  d  ti  Hesendâ, 

Levantasse  a  8eRB<ào  ás  5  horas  da  tarde. 

MiLc  Fíeutss^  2"  Secretario, 


OFFSETAS 


Pelo  Sr,    Arthur    Lnra    UMdh—Bef^ssu    do    Cúroml  João 
Francisco  Pereira   de  S&uza, 

Pelo  Instituto  Historioo  dol  Peru'— If* fia guracion    solemne, 
petlo  Grande  Oriente  do  Brázú— Boletim, 
l^ela  Societá  Africana  á'[Uúm—IiofeUno, 
Pola  Real  Academia  ile  la  HistoJa  do   Madrid— /ío/eít». 
Peja  Roal  iSo cie Jad    (leograâca  de  Madrid— flí>'#/ím. 
Pela  Assoe iaçAo   Gommercial    do  Rio  de  Janeiro— /io^^íím. 
Pela  Directoria  Geral  dos  Gorríúos-  Boíetim  Postal, 
Políidrespectiva.s  redacçõoa  as  seguintes   revistas— /ítím^fn 

Hiagraphica  da  Bahia — Ei  Pensamisnto    Latino — Rênisla    mari^ 

tima^Rerista    Didáctica — Revista    Commereitd    e   Financeira — 

Cruzada  * 

Pelas  redacções  os  seguintes  jornaes,  La  Xouveau  Monde — 

Jornal  do  Recife^  Reformador  Diário  Official^  da  Capital  Federal, 

DturtQ  offkiat  do  Amazonas. 


626 


RBVISTA   DO  INSTÍTUTO   ITISTORICO 


Pelo  sócio  Sr,  Dí\  João  Barlíoga  Rodrigues  a^  suas  obraâ — 
Mi/rtacces  du  Pttragifai/,  L'Uirczy  ou  curare,  Les  Noc^i  de 
indrnier^^  Imhae  Kaa  Títpviieiã  Enoijndaua^  Xoticias  sobre  alpuns 
jardins  hotf micos  da  Europa. 


19*  SESSÃO  ORDINÁRIA  KM  27  DIÍ  NOVEMBRO  DE  1905 
Presidência  do  Sr,  Barão  Bomem  de  Mello  (5"  Ytce^Presid^me) 

A'8  3  horas  úvl  tardio»  proseDles  c^s  Srs.  Rarão  Homem  áQ 
Mello,  llGoriíiuo  liaíTard,  Desembariíador  Sonm  Pitanga.  Rocba 
Pombo»  Eduardo  Míirí]ue8  Pivixoto,  í»rs.  Manoel  do  Mellu  Car- 
doso BumU,  Jo8í'i  Américo  dos  Saiitoií;  Aotooio  da  Cuoba  Bar- 
bosa,  Manoel  Cícero.  Consollioiro  Salvador  Pires  do  Carvalho  d 
Albuqueiviue,  Di\  Suaviela  Gnarch  o  Max  FLdasa,  2*»  Secretario, 
abre-^e  a  sessão. 

O  Sr.  FkHu.s.^,  â'  Secrolario,  U'  a  acta  da  eessão  aDterior,  a 
qual  (^  approvada  sem  dísnuisão. 

O  Sr.  Prefidcute  doclara  qiio  o  Sr.  Conaellieiro  AquiQO  e 
Castro,  Presiduote  do  Instituto,  por  justo  motivo  do  serriço 
publico,  dtíixa  de  cora  par  ocíM", 

O  Sr.  Floiuss  diz  que  rocobeu  do  consócio,  Sr.  Visconde  de 
Ouro  Preto,  actual raenkí  em  Petrópolis,  a  seguinte  carta,  qae 
convém  flque  registrada  na  acta  da  presente  soessão: 

€Com|jromett.i-me  com  o  nosso  illustre  collega,  Dr.  Manoel 
Barata,  a  comparecer  hujeao  ln.stÍtut,o  Histórico.  Chove,  porém, 
arjui  incegsriDtemente.  Sahir  do  ca»a  seria  expor  me  a  uma  re- 
caliida,  que  oa  módicos  muito  me  recommendam  evitar. 

RuKO  Uio  doéculpar^oie  para  com  S.  Ex*,  asfiegurando-lha 
que  taoto  maia  sinto  foltar,  por  motivo  de  força  maior,  á  Tnlnba 
palavra,  quanto  ficarei  privado  do  ouvir»  como  desejava,  a  ioior- 
os.sauto  01  posição,  que  vae  o  mesmo  uosao  consócio  fiizer  oa^ 
ultima  sessão  ordinária  do  anuo. 

Espero  ser  relevado  do  censura  até  por  «er  J&  castigo  a 
aJludiJa  privação,  —  ihrro  Preto. ^ 

O  Sr.  Presidente  diz  que  o  Insiituto  fica  inteirado. 

O  Sr.  Raítard,  1"  Socrotario.  10  o  expediente,  quo  eoasta  de 
um  ijíBcio  do  eu gonlieiro  chefe  d:i  comraissâo  cunítructora  da 
Avenida  Central,  ofíerecenrio  yma  m*3dallia  de  prata,  em  lem- 
lirança  da  ínaugiiragao  da  mesma  Avenida,  o  que  muito  90 
agradece  ;  de  tim  offlcio  do  director  da  Bibliotheoa  Nacional, 
communioando  que  o  lostiluto  tem,  naqtiello  estabeleci  me  nki, 
23  pacol^á  do  publicações  proCi?dentes  do  estrangeiro,  do  que  se 
fica  inteirado  ;  e  do  um  exemplar  remettido  pelo  Sr.  Alejandro 
Rc^a,  de  Butjnos  Aires,  do  seu  trabalho  Xumismaiica^  Las  Púist^s 
//q/oí,  f/  Francia  en  Americxi  €  stglo  XVHI»,  O  qUG  oiuito  9o 
a;,'rad©ce. 

O  mosmo  Sr.  Secretario  16  as  oÊTerta^,  enti-e  as  quaes  se 
destacam  as  que  sào  feitas  pelo  consócio  \)t*  Manoel  Barata,  e 
qric  >fão  as  sogíitntos  : 


ACTAS   DAS  .CESSÕES 


í327 


Papeis  que  pertenceram  aa  Marechal  Francisco  José  do 
Souza.  Sijareá  de  Andr<*A,  Baráij  da  Caçapava,  e  a  seu  fíítio»  o 
Marechal  Jo&é  do  Victoria  Soares  úo  AQirt'a. 

Sâo  concernente^  úã  pessoas  dos  mesmoid  maroehaes  e  a  qo- 
gocios  públicos, 

<  Píati  do  la  enieaa-la  de  BuTagin,  Iovl'  ou  1830,  par  Mrs. 
deQueydOQ  et  Saoté,  aous  les  ordres  et  la  díroctíoii  do  ^f^. 
Barrai . 

Pían  dela  mdo  do  Buooiua  Aireg.  levé  eu  1831  par  Mr.  Lo- 
bourguignon  Duporré,  soaa  les  or^irea  et  la  diroction  do  Mr» 
Barrai  * 

Plan  do  port  et  de  la  rade  de  Montevi<Jéo,  bv6  on  1831,  pnr 
Mr.  L^bour;^'uigno[i  Duperré,  aous  lea  ordres  et  la  diroction  do 
Mr.  Barrai. 

Pl&n  de  la  rade  de  Maldonado,  levé  eo  1B31|  par  Mr,  Le- 
bourguigoon  Du perro,  sons  los  ordres  ot  la  direction  do  Mr. 
Ba  ri  "ai, 

O  Sr.  Prosidootc  diz  q  io  coosidora  taos  oíTGrtttíí  de  grande 
valia  e,  por  isso,  remoiie  a  primeira  t  Coínmisaáo  de  liedacçâo, 
o  a  segnoda  d  ComraiSbào  de  Geograpliia,  relator  o  Sr.  contra- 
almirante  Callieiroa  da  Graça. 

O  Sr.  Preaidentecaramiinica  ijue  a  ooramisíiào  nomeada  na 
ultima  sessão  do  ínstitato  pira  levar  sua^  congratulações  a  Sua 
Eminência  o  Sr.  Cardeal  D.  Joaquini  Arco  verde,  nosso  venerando 
consócio,  cumprio  a  grata  ini^umbencía,  Icntio  sido  carinlioía 
raento  acolhida  por  Sn  a  Kininencia. 

O  Sr,  RalTard,  r  Secretario,  lé  cg  segulntos  pareceres  da 
Commissão  de  adraii^sac*  de  lucios  : 

A  «  Coramissão  Subsidiaria  de  Historia  >  accontuou  o  reco- 
nhecido merecimento  doSr,  l>r.  Joiquim  Xavier  da  Silveira 
■Tonior,  c  -mo  liUorato,  publicista  e  homem  de  governo,  e  n»z  o 
elogio  critico  de  a6u>j  trabalhos  de  caracter  liiatoríco  apreaon- 
tadoa  ao  InetiUit»  para  sua  admissão. 

Quanto  a  idonoidiído  do  illuslre  proposto  h  ella  patente  pelos 
cargos  administrativos  qae  tom  doa  ^mpenhado  com  o  brilhi», 
qualidades  pessoaos  que  o  distinguira  o  marcada  posição  social. 

Esta  Comraissao  é»  portaiuo,  de  parecer  quo  o  Sr,  Dr, 
Joaquim  Xavier  da  Silveira  .lunior  seja  admittido  como  aocio 
eílectivo  do  Instituto  Histórico  e  Gengriiphico  Hrazileiro. 

Sala  das  sessões,  27  de  novembro  do  Itiõ 5.  —  liaruo  de 
Áhncor,  —  Salvador  Pire:^  de  Vnr\3f\thn  e  Aífmqucrque,  » 

Fica  sol)ro  a  mesa  para  sor  votado  na  sessão  seguinte , 

«  A  comraissao  de  admissão  de  sócios  é  de  parecer  (luo  o  Sr, 
l)r.  Diogo  do  Vasooncellos  esta  perfeitaooento  nos  casos,  pelo 
seu  talf^nto  o  aturados  estudos,  do  pertoncor  como  sócio  corres* 
poadentõ  ao  gromto  do  m*sm  Instituro  Histórico,  ad  qual  pres- 
tará valiosos  serviços,  sendo,  como  ú,  vergado  em  assumptos  de 
nossa  historia  e  com  especialiiiade  aos  retet entes  ao  seii  Sstado 
natal,  Mioas  Oeraes. 

A  mesma  Coramissão  está  do  pleno  accordo  com  o  parecer 
da  Commisâão  do  Historia. 


628 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 


Rro  de  JaneifO,  4  de  setembro  de  1905.  —  Barão  dm  Alen^ir, 
*—  Sfjlvodor  Pires  de  Carvalho  e  Allmquerque,  »" 

Fica  sobro  a  mesa  p^ra  ser  VLfiado  na  sessão  sef  iiinte. 

«A  Commíi^^)  de  admisdão  de  sócios,  a  qite  loi  presente  o 
parecer  da  Commissão  Subsidiaria  de  Geogrrivphia.coofbrmando-ae 
com  o  que  QimuciosamcaTe  expõe  e^8e  parecer,  aoteodo  que  o 
Sr,  Senador  Dr.  Joaquim  Noirueira  Paranaguá  está  nas  coo- 
diçOès  de  pertem-er  ao  quadro  dos  membiog  do  lostituto  His- 
tórica e  Geoj?raphico  Brazileiro  :  pelo  que  é  de  parocer  qae  a 
pfopo2ita  apreseiitaado-o  para  membro  corret^poudoate  eaié  ao 
caso  de  ser  approvada.. 

Sala  das  sessõ^g,  27  de  novembro  de  1903,  —  -á.  de  PmUa 
Freitas.  —  *Salvador  Pires  de  0*rvtUJto  c  Albuqmrqtse^» 

Fica  sobre  a  mesa  para  ser  votado  ua  sessão  seguinte. 

O  Sr.  Raffard,  1«  Secretario,  pondera  que  alada  poderia 
haver  uma  ses&ao  ordinária  do  Institato,  do  corrente  aono, 
Kasasea.^ão,  porém,  cahiria  no  dia  11  de  dezembro,  vésperas  da 
sessão  ma^^na,  e  a^sim  embara<;aodo  os  preparativos  da  solem- 
nidade  annual. 

Haveodo,  entre Uin to,  diversas  questões  a  resolver,  propõe 
qoe,  ao  ou  vez  de^sa  sesi<^ao  ordjoaria,  se  realise  uma  eesiiào  ex- 
traordiDaria  na  próxima  st-íxunda- feira,  4  de  dezembro,  ás  3 
horas  da  tarde  . 

Assim  se  resolvo, 

O  Sr,  Dr.  Manoel  Barata  pede  depois  a  palavra  pai*a  ofiO»* 
recer  um  valioso  documento:  Caria  mttographn  de  D^  Pedr^  H 
ao  Visconde  de  Sopucafii/^  acerca  das  carias  de  /^,  sotfre  a  Confe^ 
derarão  dos  Tomoyos^ 

O  oirertante  jnJ^a  necessário  adduzir  algumas  coDsiderftçõei 
e  apresentar  ao  Instituto  as  notas,  pela$  quaes  se  prova  a  au* 
tbeoticidade  da  misi^iva,  e,  o  que  é  mais,  que  o  Sr.  D.  Pedro  U 
tomou  parto  na  questão  iitteraria,  publicando  no  Jornal  do  Com* 
mercio  artigos  em  defit^a  do  poema  e  de  seu  autor  Domínfos 
José  Gonçalves  de  Magalbâes,  depois  Visconde  de  Araguãya* 

Asáim  pi-ocedeu  o  Imperador  para  combater  a  critica  »evor& 
que,  sob  o  pseudonjmo  de  A/,  escrevera  um  dos  maiores  litte- 
rttoa  da  época,  .íoav  de  Alencar, 

Tudo  ISSO  decon^e,  diz  o  Sr.  Manoel  Barata*  da  lâiiara  da 
precitada  carta. 

Como  é  ísabido»  I<f  escreveu  no  Diário  do  Rio  de  Janeiro  oito 
cartas,  a  ultima  datada  de  15  de  agosto  do  1856, 

No  mosiQo  me/  publicava  o  emérito  escriptor,  na  tecçfio 
Folhas  Soítas  do  referido  Dtario,  dous  artigos :  om  que  se  pôde 
ler  nu  n.  ^3,  de  22  de  agosto  e  o  segundo  no  n.  ^34,  do 
mesmo  mez. 

O  primeiro  artigo,  om  defesa  da  Confederação  dos  Tamo^fog^ 
appareceu  no  Correio  da  Tarde  n.  169,  de  23  de  julho  de  í^bò, 
sob  o  titulo  A  Confederaçilo  dos  Taníoyos^- Breve  reiepotUi  és 
cartas  do  ÒV.  Jg^  no  Diário  do  Rio  de  Janeiro,  Tr&zia  este  arugt) 
a  assig natura  O  Amigo  do  Poeta. 

O  segundo  artigo  appareceu  no   mesmo  jornal,  u.  173,  de 


ACtAS   DAS  SESSÕES   DH    1905 


G29 


28  do  julha,  com  o  titulo:  Ainda  uma  palavra  ao  %ilU9(rissimo  Sr, 
Ifj,  do  Diário  do  Rio  de  Janeiro,  11rmando-o  a  mesma  /issi^Oíitura. 

O  torcoiro  artigo,  aindu  no  Correto  n,  176,  de  31  de  jullio, 
sob  o  titulo  :  Mais  vma  paíatrinha  aos  criUcos* 

Esses  artigos»  nsf  riptos  cum  carta  ac/imonia.  foram  attri- 
buidosa  Manoel  *le  Araújo  Porto  Alegre»  roais  tarde  Barão  de 
Sim  to  Angelo,  amigo  intiiuíi  do  Magalhães. 

Entretaolo.  ussiguados  cora  o  psLiuíonyrao  Outro  Am ii/o  dt? 
Poeta,  apparoiXírara  no  Jormil  do  Cofnmcrcw  al^íuus  artij^Oá  com 
t>  titulo  ÍCefiex^fes  ãi-  caríus  saOre  a  Confederação  dos  Tamoyoíí^ 
aasi^^oados  por  Ig, 

Podem  esses  artigos  sor  apreciados  oo  Jomut  do  Commcrcio 
de  I85í). 

ÍJ  primeiro  doUe»  saliiu  oom  erro^^  do  cópia  em  o  n,  2J5,  de 
4  do  agoiíto  e»  por  esse  motivo»  foi  pepreduzido  no  dia  0. 

O  segundo  íoi  [mblieado  oo  n.  222,  do  1 1  de  agosto. 

O  torço  iro  appareceu  a  15  deese  mez»  no  n,  2i!6. 

O  quarto,  ainíla  a  21  de  agosto,  no  u.  '^3i, 

Dopojs,  em  resposta  ás  Folhas  Soltas,  o  <mÍro  fimifjo  do  poeta 
escreveu  mais  dous  artigos»  como  Si*  vê  uo  Jornal  do  Vommercio^ 
de  23  e  S4  de  agosto  do  reífirido  anno, 

Igoorou-se  até  boje  quem  fosso  esse  outro  amigo  do  poeta^ 

Qu6  taes  escriptos  doDotavara  oirctimspecçllo  e  sísudez» 
Qol-O  diz  Irjoocoiicio  da  Silva  no  seu  Diccionarxo  Biòliofjrtíphico 
(tomo  9",  pag.  14:í), 

Pela  carta  diz  o  Sr.  Manoel  Barata  quo  oíTeroce  ao  Instituto 
acompaobando-a  de  uma  cópia,  se  vp  que  o  luiporaflor  esp^jrava 
aneio-simento  pur  alguém  ^ue  se  devia  apresentar  ora  campo 
para  dofender  o  poema.  Esse  alguém  era  o  grando  MonfAlveroo. 

O  illustro  franciscano  achriva-se»  porém»  gravemente  en- 
fermo e  só  a  30  de  oiittibro  poda  concluir  as  suas  considerações 
criticas»  litterarias  e  philosophíeas  Icerca  da  Confederação  dos 
Tamot/os,  poema  do  Sr.  Domingos  Jc>ík5  Gonçalves  d©  Magalháe.-^. 

Sabirara  no  n.  354  do  Jom^U  do  (^õmmercio  do  23  do  de- 
zembro e  foram  incorporados  mais  tareie  aos  Trabalhos  oratórios 
ê  liiterariQS  de  frei  Pranriacfj  rftí  MonCÁtveme,  collígidos  por 
Camará  Bitoncourt  —  Rio  do  Janeiro,  1803. 

As  palavras  do  Imperador  teem  completa  justificativa  do 
preambulo  de  Mont^Alverne  que,  depois  de  fazer  allusâo  aos 
seus  males  physícos  moraes»  acercscentou  :  «  K'  mister,  pon^m, 
obedecer  áquelle  que  tem  ura  império  absoluto  sobre  o  meu 
coração  e  sobre  o  meu  espirito,» 

Pi-ovada  a  autbentí cidade  da  carta  do  Imperador,  a  qual, 
segundo  o  Sr,  Manoel  Barati,  foi  esícripta  om  10  de  agosto  d© 
1856»  faz  esse  consócio  raençiio  de  outros  trabalhos  publicados 
sobre  a  Confederação,  entro  os  quaes  cita  os  do  Jos^*^  Soares  de 
Azeverfo,  publicados  na  Renista  Bra:tileira  de  1857,  tomo  l", 
pags.  5y  a  IV3. 

O  Sr*  Bar^o  Homem  de  Mello  felicita  vivamente  o  Sr.  Dr. 
Manoel  Barata  por  e.ssa  verdadeira  elucidação  da  nossa  historia 
litteraria.   [.endo  o  documento,  assegura  ser  elio  escripto  pelo 


G30 


REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 


Sr.  D.  Pedro  II.  Sabe  que  o  Imperador  carteava*se  com  o  mais 
tarde  Marquez  de  Sapucahy,  já  ten-lo  ti  lO  ensejo  de  apreciar  a 
correspiiodencia  de  ambos,  cui  Jadosamento  conservada  por  mn 
di^DO  descendente  do  illustre  homem  de  Estado,  antí^  pre- 
sidente do  Instituto  Histórico. 

Tem  fé  que  essa  correspondência  ainda  venha  a  sor  oflfore- 
cida  ao  Instituto,  que  a  guardará  como  um  objecto  digno  da 
maior  veneração. 

Quanto  á  int-eressantissima  carta  do  Imperador  agora  oíTo- 
reeida  pelo  erudito  consócio,  ricamente  resguardada  por  uma 
pasta  de  marroquim,  com  titules  douridos,  remette  a,  bem 
como  as  notas  qu.'  a  acompanham,  â  Gommissão  de  IledaccSo, 
aigradeceodo,  em  nome  do  Instituto,  ao  illustre  consócio  o  va- 
lioso ofTerecimento  feito  de  maneira  tão  pi-ovecta  quanto  fidalga. 

Nada  mais  havendo  a  tratar,  levanta-se  a  sessão  &s  5  \/Z 
horas  da  tarde. 

Max  Pleinssy  i»  secretiirio. 


OFFERTAS 

Pela  Universidade  de  Santiago  do  Chile,  Anales. 

Pelo  Canadean  Instituto,    Transadions. 

Pela  Sodóté  de  Geographie   Gommerciale  de   Bordaaax, 
BulUtin, 

Pela  American  Geographical  Socioty,    BuUetin, 

Pela  Directoria  Geral  de  Saúde  Publica  do  Rio  de   Jaaciro, 
BoUHm  Mensal  > 

Pela  National  Geographie  Society  of  Washington*  The  Na* 
tionU  Geographie  Magazine. 

Pela  Academia  Cearense.  Revista, 

Pelo  Arcliivo  Publico  Mineiro,  Revista. 

Pela  Socledad  Cientifica  Argentina,  Anales. 

Pelo  Museo  Nacional  do  México,  Anales. 

Pela  Associação  Commercial  do  Rio  de  Janeiro,  BoMim. 

Pela  Repartição  da  Carta  Marítima,  Boletim. 

Pelo  Sr.  João  Evangelista  Braga,  Monographia  sobre  a  pa- 
lavra  SE. 

Pela  Directoria  Geral  dos  Correioá,  Boletim  Postal, 

International  Buroau  of  lhe  American  »  Monthly  Bullelin, 

Pelas  respectivas  redacções  a^;  seguintes  revistas  :  Revista 
do  Centro  de  Sciencias,  Letttras  e  Artes  de  Campinas^  Revista  Cofn- 
mercial  e  Financeira,  O  Trabalho,  Revista  Aíedico^Cirurgica  do 
Brazil,  O  Ot-iente  Português,  Revista  Mensal  de  la  Camará  Mer* 
cantil  de  AveUaneda. 

Pelas  redacções  os  jornaes  —  Le  Nouveau  Monde,  Jornal  do 
Reci/e,  Diário  Ofpcial,  do  Amazonas,  Diário  Official^  da  Capital 
Federal. 

Pelo  consócio  Sr.  Max  Fieiuss,  o  1**  numero  de  revista, 
Seeulo  XX,  de  qu^»  ^  director. 


ACTAS  DAS  SESSÕES  DE    1905 


631 


SESSÃO  EXTRAORDINÁRIA  EM  4  DE  DEZEMBRO  DE  1905 
Préêidanci  r    do  Sr,  Marquei  dô  Paranaguá  (2^  Vice-Presidente) 

A's  3  horas  da  tarde,  preseotes  u9  Srs.  Cousí^Ilieiros  Mar- 
quez do  Parana>:iJá  e  Barão  Homom  ilti  Mt^tUo,  Húfiiiiue  Ral- 
faivi,  Deiônibarííador  .Souza  Pitanj^a,  Eduardo  MaiMjues  Peixoto, 
Barão  de  Altíiicar,  Dra.  José  Américo  dos  Santos»  Alcíbiadea 
Fuitado,  Maooel  Cicero,  António  du  Paula  Freitas,  Barâ.i  de 
Paranapiacaba  e  Coosellieiro  Salvador  Pires  de  Curvallio  ti  At- 
buquerqiio  u  Max  Floiuss,  2*^  ^ecrotaruj,  abro-ae  a  sossão, 

O  Sr.  Flciuaa,  d'*  Sei^retado,  lê  a  acta  da  sessão  anterior,  a 
(jual  é  appruvada  sem  discussão^ 

O  Sr.  Proaideoto  com  mu  ai  ca  que  o  Bi\  Consetboiro  Aquino 
Ki  Castro,  Presidente  do  líiafeitutOi  por  justo  motivo  de  ser  vigo 
publico,  deixa  de  comparecer. 

O  Sr.  RãíTard,  1"  Socrctarío,  1(>  as  oíTertas, 

Correudo-se  o  escrutínio  para  a  votação  dos  parecerea  da 
Com  missão  do  adraissão  de  sócios,  que  haviam  ficado  sobra  a 
mesa  na  sessão  antorior,  sào  os  mesmos  approvados  por  una- 
nimidade de  suíTi-agioíí  e,  acto  ojDtinuo,  o  Sr,  Presidente  pro- 
clama :  soció  eíTectívo  o  Sr.  Dr*  Joaquim  Xavier  da  Silveira 
Júnior  o  sócios  correâpondent-a  os  Srs.  Drs.  Joaquim  Nogueira 
Paranaguá  e  Diogo  do  Vascoocellos. 

Adiando-so  na  ante  i:ala  o  sócio  correspondente  ro^em- 
eleito,  Dr.  Joaquim  Nogueira  Paran.tííuá,  o  Sr.  Presidente  de- 
signa os  Srè.  Secretários  para  o  introduzirem  no  recinto ♦ 

A!ii  cliepido,  o  Sr,  Presiilente  sauda-o  «íqi  nome  do  insti- 
tuto, enaltecendo  osmnrituíi  pesáoaea  do  oovo  conaocio»  ao  qual 
o  Instituto  acolhe  com  extremu  prazer  e  conllança,  corto  de  que 
tudo  devo  esperar  da  sua  valiosa  coadjuvaçlo. 

O  Sr.  Dr,  Xoííueira  Paranaguá,  pedindo  a  palavra,  profera 
o  seííuintG  discurso  : 

<  Si\  Preaidetite  e  il lustros  consócios  —  E'  com  desvaneci- 
môuto  quo  vos  a^íiadcço  a  boDíívoltnicia  com  que  me  aculhestoa 
no  grémio  desta  importante  instituição,  conferindo- me  u  titulo 
de  sooio  correvSpoiídento  do  In^itituto  Histórico  e  fíeographico 
Braziíeiro. 

Penetrando  os  unibraes  de>>te  magostoso  recinto,  verdadeiro 
tabernáculo  da  sciencia,  experimentei  as  caricias  do  uma 
atraosphera  impregnada  de  civismo  po la  paisagem  de  muitos 
braziieiros  iliu:streíi,  cheios  de  serviços  A  pátria»  A  minha  indi- 
vidualidade, o  meu  aer  oapi ritual,  pai-ece  entrar  em  relações 
afToclaosas  com  os  ffrande.s  vtiitos  da  nossa  historia  que  nos 
procedi>ram  na  formação  da  nos^ía  nacionalidade. 

Valiosíssimos  ducumenuis  relativos  ao  BraziU  desde  o  seu 
dascLtbri mento  ato  o  mornentu  actual, aqui  se  acham  recordando 
as  lutas    titânicas  que  tiveríim  de  sustentar  os  nossos  maiores. 

Os  beneméritos  fuodadojHíSde^itíi  útil  e  patriotici  iusiitui- 
rão  deverão  merecer  m  bênçãos  eternas  da^  pmsentoa  u  futuraf* 
gera^QOea. 

215Ô  — 41  Tomo  lxviu.  p.  ii. 


i\ 


— .    k.^m^. 


Mj  «     é  ^       <¥ 


SESSÃO  JIAfiM  A^NIVERSABIA 


Instituto  Histórico  e  Geograpliico  Brazileiro 


EM  15  DE  DEZEMBRO  DE  1905 


Presidência  do  Sr,  Conselheiro  O.  H,  de  Aquino  e  Castro 

A  15  de  dezembro  do  1905,  67''  anno  da  fundação  do  In- 
strtuto  Histórico  e  Geographico  Brazileiro,  na  sala  das  sessões 
na  mesma  associação,  ás  7  \]2  horas  da  noite,  foi  celebrada, 
com  as  solemnidades  do  ostylo,  a  sessão  magna,  prescripta 
pelos  estatutos. 

Presentes  os  Si*s.  Conselheiros  Olegário  Herculano  de 
Aquino  e  Castro,  Marquez  do  Paranaguá,  Barão  Homem  do 
Mello,  Henrique  RaíTard,  Desembargador  António  Ferreira  do 
Souza  Pitan^ra,  Conselheiro  Salvador  Pires  de  Carvalho  e  Albu- 
querque, Barão  de  Paranapincaba,  Dr.  Manoel  Cicero  Peregrino 
da  Silva,  Alcibíades  Furtado,  António  do  Paula  Freitas,  Manoel 
de  Mello  Cardoso  Barata,  JosC^  Américo  dos  Santos,  Barão  de 
Alencar,  Desembargador  Thomaz  Garcez  Paranhos  Montenegro, 
3osO  Francisco  da  Rocha  Pombo,  Dr.  Alberto  de  Carvalho, 
Eduardo  Marques  Peixoto,  Major  Belisario  Pernambuco,  Coronel 
Jenuino  da  Silva  Mello  e  Max  Fleiuss,  2^"  secretario,  abriu-se  a 
sessão. 

Alrm  dos  representantes  dos  Srs.  Ministros  da  Industria  o 
da  Guerra,  do  Conselho  Municipal,  o  seu  vice-presidente  Dr. 
Castro  Barbosa,  presidente  do  Instituto  Polytechnico,  director 
da  Bibliotheca  Nacional,  Dr.  Piía  e  Almeida  e  André  Caval- 
cante, ministrei  do  Supremo  Tribunal  Federal,  Dr.  Auto  Bar- 
bosa Fortes,  achavam-se  presentes  varias  pessoas  de  elevada 
posição  social  o  membros  da  imprensa. 

O  Sr.  29  Secretario  leu  as  justificações  do  não  compareci- 
mento dos  Srs.  ministro  de  Portugal,  ministro  da  Bolívia,  mi- 
nistro da  Allemanha,  ministro  da  Bélgica  e  Dr.  Susviela 
Guarch. 


63G  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

O  Sr.  Presidente  pronunciou  o  discurso  habitual,  soguin- 
do-se  com  a  palavra  o  Sr.  Henrique  RaíTard,  1"  Secretario, 
que  leu  o  relatório  do  anno  expirante. 

Depois  o  orador,  Sr.  Desembargador  António  Ferreira  de 
Souza  Pitanga,  leu  o  elogio  áoa  sócios  fallecidos  durante  o 
anno. 

Levantou-se  a  sessão  ás  10  horas  da  noite. 


IDISOXJI^SO 


.§r.  dEonstlbtira  (^legaria  íktttlan0  b^^qtúiw  t  Ciisíra 


PRESIDENTE    DO   INSTITUTO 


Senhores—  Congrratulo-me  comvosco,  em  dia  de  tão  dooea 
recordações  para  os  amigos  das  lettras,  que  cultivam  com  des- 
velado empenho  o  estudo  da  historia  do  Brazíl,  por  ver-vos, 
ainda  uma  vez,  aqui  reunidos  e  sompre  animados  dos  nohres 
sentimentos  que  nos  inspiram  a  gloria  da  pátria  e  o  amor  à 
sciencia,  celebrando  com  smcoro  jubilo  o  anniversario  da 
fundação  do  Instituto  Histórico  e  Oeographico  Brazileiro,  pres- 
tante associação  que,  no  largo  espaço  de  07  annos  tão  grande 
lustre  ha  dado  ás  noUsas  lettras  e  proveitosos  subsídios  á  nossa 
historia. 

Representa  hoje  o  Instituto,  pelo  concurso  de  sua  intelli- 
gcncia  o  boa  vont^ule,  no  exercício  da  ponderosa  missão  que  lhe 
foi  dada,  a  feliz  realização  da  grandiosa  idéa  dos  seus  bene- 
méritos fundadores,  condignamente  secundados  pelos  que  lhes 
succedoram,  zelando  o  património  de  honra  que  lhes  foi  legado 
o  bem  merecendo  o  lisonjeiro  conceito  e  singular  apreço  que 
lho  consagrava  o  mais  generoso  dos  Príncipes,  seu  inclyto 
protector,  quando   em  aífcctuosas  phnisos  de  agradecimento, 

Sue  perdurarão  em  lettras  de  ouro,  cravadas  em  nossos  annaes, 
izia,  em  occasiâo  solemno,  memorada  na  acta  da  sessão  de  24 
de  maio  do  1880: 

€  O  Instituto  bem  sabe  que  eu  sou  todo  delle»^ 

Tão  honrosas  palavras,  proferidas  do  alto  do  throno  por 
quem  tão  gentilmente  digna va*8e  de  tomar  parte  na  nossa 
modesta  sociedade,  não  significarão  só  o  reconhecimento  do  real 
valor  em  que  era  tido  então  o  Instituto  por  quem  sabia  em  sea 
espirito  superior  devidamente  aprecial-o,  mas  servem  ainda 
hoje  de  poderoso  estimulo  para  que,  em  todo  o  tempo,  procure 
corresponder  á  extrema  confiança   com  que  fora  distinguido. 

Nesse  intuito  proseguirá  animoso,  o  nem  prevalecerão  as 
contrariedades  que  possam  sobrevir  ;  bem  sabe  o  Instituto  que 
o  caminho  que  conduz  á  gloria  é  difQcil  e  escabroso  ;  já  o  dizia 
Seneoa: 

€  Non  est  ad  astra  mollis  e  terris  via, 9 


G38  REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

O  (iuo  foi  O  Instituto,  o  que  é,  o  que  será  na  succossão  dos 
tempos,  bera  o  dizem  suas  bellas  tradições  o  o  asseguram  a 
inquebrantável  ârmeza  dos  nossos  sentimentos,  constanto  amor 
ao  estuiio  o  inteira  dedi^^ição  ao  serviço e  engrandecimento  da 
pátria  que  nos  6  tão  cara. 

Na  expressiva  phrase  de  um  dos  nossos  exímios  litteratos: 
grande  ô  a  gloria  que  cabe  aos  membros  deumi  instiiuição 
que  trabalhando  em  honra  da  pátria,  fazem-na  conhecida  das 
nações  estrangeiras,  que,  a  despeito  de  sua  adeantada  civili- 
sação,  ignoram  ainda  quasi  tudo  do  que  pertence  á  nossa  his- 
toria e  geographia,  desconhecendo  com  desdouro  nossos  inna- 
meraveis  leitos  heroicamente  praticados  em  tempos  bem  diffl- 
ceis;  rolevant'3  ô  o  serviço  que  prestam  colligindo  o  prepa- 
rando entre  multiplicados  embaraços  os  importantes  materiaes 
indispensáveis  para  uma  historia  bem  orgjinizada,  qae  apre- 
sente com  exacUdão  o  imparcialidido  ao  conhecimento  dos 
nossos  c  dos  estranhos  um  «luadro  fiel  em  que  se  veja  exposta  a 
marcha  dos  acontecimentos  relacionados  entro  si,  desde  a  des- 
coberta desta  parte  do  novo  mundo  até  hoje. 

Com  effeito,  grande  cópia  desses  materiaes  e  dados  neoes- 
sarios  para  descrever-se  a  geographia  o  historia  do  Brazii 
existe  nos  archivos  da  nossa  sociedade,  o  são  outros  por  elia 
procurados  nos  diversos  ou  remotos  legares  em  que  se  acham. 

Muitos  documentos  preciosos,  memorias  e  informações  sao 
hoje  patentes  á  leitura  do  publico  no  recinto  da  associação, 
sob  as  vistas  do  habil  e  cuidadoso  bibliothecario,  ou  cm  soa 
revista,  abundante  de  noticias  o  esclarecimentos  sobre  o  dosso 
passado,  flsLzendo  realçar  o  mérito  de  Rrazileiros  illustres,  que, 
pelos  seus  feitos  e  cívicas  virtudes,  honrando  a  pátria,  immor- 
talizarão  seus  nomes. 

O  crescente  desenvolvimento  quo  se  observa  nas  institui- 
ções scicntiflcas  o  litterarias,  que  se  distinguem  por  aprofhn- 
dados  estudos  e  constante  applicação,  é  devido  essenoiaimonto 
ao  espirito  de  associação  que,  quando  bem  dirigido,  comojà 
foi  aqui  lembrado,  vivifica  o  animo  a  robustece  a  força  o  acti- 
vidade de  que  depende  o  aperfeiçoamento  moral  o  intellectuai 
da  sociedade. 

Conta-se  que  o  celebre  chanceller  Bacon  ideara  a  organi- 
zação de  uma  sociedade  ^eral  de  todos  os  homens  dados  ao  es- 
tudo das  sciencias  e  das  lettras,  os  quaes,  auxiliados  em  todo  o 
mundo  com  os  meios  necessários  e  altamente  protegidos,  teriam 
de  consagfar-so  exclusivamente  aos  trabalhos  litterarios  e 
scientificos,  aproveitando  reciprocamente  os  conhecimentos 
obtidos,  que  desta  arte  seriam  depositados  em  tbesouro  com- 
mum  para  felicidade  do  género  humano.  As  idéas  do  eminente 
pbilosopho,  que  ao  tempo  em  que  se  manifestaram,  no  dizer 
do  um  critico,  não  passavam  talvez  de  um  senho  extravagranto, 
de  algum  modo  as  vemos  realizadas  em  nossos  dias. 

O  prostii:ioda  sciencia  exalta  e  ennobrece  o  caracter  na- 
cional ;  rcvelase  superior  ao  domínio  das  paixões.  No  valor  áãA 
mais  encarniçadas    lutas,    em   que    por  tanto  tempo  se  empo- 


DJSCl  R8^>   fK»  Sl{.    PRESII>ENTE 


<;:]9 


nliarani  as  narôes  estrangeiras,  nota  um  historiador  quo  as 
sociBilíules  liUerarias  funccionavam  e  correspondiani-ee  cõmo 
ora  dascançada  paz  ;  enun  dados  passaportós  |>ara  as  expediçòeíí 
Íotigmf]iias  e  ae  Ifioâ  iUjeralísavam  rocommeodaçÔGa  ;  um  insi- 
gne chi  mico  inglez,  por  descoberta  devida  à  sua  experiência, 
recebia  da  Fraoça,  por  tmatiirae  votação,  o  promio  que  llie 
fora  conferido  p^da  mais  ootavel  eort>oraçào  de  sábios  da 
Europa, 

Equem  mo  vè,  cema  pensava  um  dos  nosaos  iiiuatradoâ 
meatreB*  que  o  estudo  das  scienciaâ,  o  culto  da  pc^esia,  o  esplen- 
dor dag  artes,  levantando  os  homens  acima  de  iuosí]uÍDhas 
prooccifpaçõea,  tem-nos  unidos  por  vinculos  tão  Ibrtea  que 
ijào  será.  fácil  rebaixal-os  a  condiçocá  vulgares  ? 

Si  acast)  se  perdosáo  o  espirito  do  associação,  l)6m  pode- 
riaraoa  afftrmar  que  o  encontraríamos,  vivido  o  í"ort(%  entro 
OH  homens  estudíosjs  e  esclarecidos  do  nosso  lenapo, 

O  estudu»  dizia  o  celebre  orador  romano,  nâo  quer  o  isola- 
mento ;  reclama  compartes  no  trabalho,  afim  de  sor  útil  e  pro- 
veitoso, ensinando  ou  aprendendo,  ouvindo  ou  discorrendo, 

Cougratulemo-nos,  puí^.  pelo  innpiilso  que  á  nosia  sociedade 
tem  dado  o  eonjnncto  esforço  de  gi'andeí  tilentos  e  reconhe* 
cidas  illiistra<;õôs  ;  com  tal  cooperiçrâo  ternos  por  certo  a  inteiro 
consijguimeiito  do  nobrr  e  elevado  fira  a  que  nos  propomos. 

Sigamos  constantes  a  vereda  eacetaíia,  quo  6  a  do  trabalho 
o  da  lucív,  do  patriotismo  c  da  boora,  qne  nos  conduz  d  gloria* 

K\  nellfti  como  dizia  M.  Alves  Branco. 

,,.ontri!    nspinhos 
811OS  pnlmíi*  florflíctím;  o  qtio  am  cinpf« 
TniuliMtn  r  n*t  ipioni  pj^i  ila    vi^iitur.i. 

No  decurso  do  anno  quo  ora  finda,  animado,  como  de  coa- 
tuini\  íbi  o  movimento  du  nossa  vida  saciai  ;  sessões  reííular- 
mento  líolebradas  e  concorridas  por  avultado  nuraeroda  sócios, 
leitura  de  trabalhos  originaes,  antecipada  noticia  de  outros 
que  se  preparam  para  em  tempo  serem  apresentados  ;  não  io- 
lerrouipida  publicação  da  nossa  sempre  apreciada  Hrvhta  ;  con- 
venientes discussões  subre  assumptos  sujeitos  à  nossa  apre- 
ciação; assídua  correspondência  com  Oíjqtie  so  interes>am  pelos 
no>soâ  trabalhos,  são  tostomunhoíí  inequivocoa  da  fecmida  oxis- 
teucia  da  nossa  associação. 

De  tudo  dar-vos-ha  minuciosa  noticia  o  digno  e  zeloso 
Sr.  1"  eocp.tario  no  relatório  annual  que  vao  sor  lido  ;  nâo 
deixarei,  porém,  de  especialmente  referir-me  a  trabalhos  da 
subida  irapiirtaocia  o  em  adeanttdo  andamento,  relativos  ti 
geoiíraphia  e  historia  do  Brazil,  devidos  á  reconhecida  compe- 
teaeia  e  iníktigavel  a-^tividade  de  dous  diatíoctos  coei  soei  os  do 
Instituto,  os  Sra,  Barão  Homem  de  Mello   e  Roclia  Pombo. 

O  Atlas  do  Brazil,  cuja  publicação  de  novo  se  prepara  em 
França,  e  qm  foi  objecto  tíe  acurada  attençáo  da  parte  do  seu 
i Ilustrado  autor,  na  reeoíae  d  aprazível  viagem  feita  ao  volho 
mundo,  vem  concorrer  pira  que   se  tornem    bem  conhecidos 


640  REVISTA   DO  INSTITUTO   HISTÓRICO 

todos  OS  pontos  do  nosso  extensíssimo  terrítorio,  como  seguro 
elemento  da  unidade  nacional. 

A  historia  do  Brazil,  agora  emprebcndida,  depois  de  muitas 
e  incompletas  publicações  de  escriptores  nacionaes  e  estran- 
geiros, ô  a  feliz  realidade  de  uma  patriótica  aspiração  ha  muito 
ardentemente  pronunciada. 

Grandiosa  e  diílicil  é  a  obra  a  que  se  propõe  o  laborioso . 
escriptor.  A  historia  do  Brazil,  expondo  com  verdade  ejadi- 
closa  critica  os  numerosos  e  admiráveis  sucoessos  que  consti- 
tuem verdadeiros  titulos  de  gloria  para  a  Naj^fto,  será  um  ex- 
celso monumonto  levantado  em  honra  da  pátria,  patenteando  o 
progressivo  desenvolvimento  moral  o  material  deste  grando  paiz. 

As  provadas  liabilitações  do  historiador  e  o  vasto  o  bem 
deduzido  programma  que  apresentou  ao  Instituto  em  ura  a  de 
suas  ultimas  sessões  fazemnos  esperar  cabal  desempenho  de 
tão  árduo  com raetti monto. 

Com  producções  litterarias  desta  ordem  hão  de  sempre  en- 
graudcccr-so  os  créditos  de  que  merecidamente  gosa  o  Instituto 
Histórico  e  (ieograpliico   Braziloiro. 

Identificados  com  o  amor  da  verdade  e  da  justiça,  confir- 
mam cm  seus  trabalhos  os  operosas  scientistas  o  distico  do 
lyrico  latino: 

Quid  vcrum  atque  bonum  curo  et  roço,  et  omnis  in  hoe  sutH. 

Novos  e  habilitados  consócios  vieram  no  correr  do  anno 
alistarse  náis  nossas  pacificas  phalanges  de  obreiros  do  pro- 
gresso, nos  extensos  domínios  da  sciencia  que  solioitos  de  longa 
data  perlustramos. 

O  valioso  auxiiio  que  nos  trouxe  a  auspiciosa  entrada  de 
prestantes  collaboradores  veio  revigorar  nossas  forças  e  ex- 
citar-nos  a  persistir  com  redobrado  esforço  no  louvável  empenho 
de  bem  cumprira  difíicultoa  incumlienciaque  nos  foi  deixada. 

Infelizmente  as  justas  alegrias  que  sentimos  por  tão  agra- 
dável motivo  toem  sido  de  continuo  contrastadas  pelo  intenso 
pezar  quo  nos  opprim  í  quando  perdemos  saudosos  companheiros 
que  para  sempre  vão  doixando-nos,  arrebatados  pelo  cruel  des- 
tino, quo  impiedosamente  nos  tem  ferido  no  intimo  de  nossas 
mais  caras  aneivões. 

No  rovei*so  do  risonho  quadro  de  nossa  vida  social  activa  o 
florescente,  irão  sendo  insculpidos  em  caracteres  indeléveis  os 
prezados  nomos  daquelles  quo  sob  o  lábaro  eterno  da  immor- 
talidade  se  abrigaram  das  vicissitudes  da  sorte  e  áspero  influxo 
das  paixões  humanas. 

Cabe  essa  delicada  e  dolorosii  tartífa  ao  nosso  erudito  e  ta- 
lentoso orador  que  a  desempenhará  magistralmente,  como  de 
costume,  tecendo  o  rloprio  biographico  dos  sócios  ultimamente 
fallecidcs. 

E'  uma  divida  de  coração  quo  resgatamos  ;  derradeiro  tri- 
buto do  admiração  c  do  respoito  d  venerada  memoria  daquelles 
que  em  vida  se  distinguiram  pelos  seus  serviços,   illustra<,io  o 


DISCURSO  DO  SR.    PRESIDENTE  641 

virtudes  ;  é  a  solerane  consagração  do  morito ;  o  authentico  re- 
conhecim(?nto  da  verdadeira  superioridade,  que,  na  piírase  de 
um  moralista,  consiste  na  for^a  da  alma,  força  que  não  é  só 
exercitada  pela  intolligencia  ou  pela  vontade,  mas  ainda  animada 
e  robustecida  pela  virtude. 

Concluindo  o  que  orn  cumprimento  de  um  preceito  regi- 
mental tinha  a  dizer- vos  nesta  ligeira  ai  locução,  resU-me  at^ra- 
decer,  em  nome  do  Instituto,  a  obsequiosa  at tenção  que  deve- 
mos ás  distinctas  pessoas  que  se  dignaram  de  tomar  parte  nesta 
festividade  académica. 

E  com  especialidade  são  rendidos  os  nossos  mais  profundos 
G  respeitosos  agradecimentos  aos  Srs.  Ministros  da  Uuerra  e 
da  Industria,  Conselho  Municipal,  Club  de  Engenharia  e  So- 
ciedade de  Geographia,  dignamente  aqui  representados. 

A  amável  assistência  dos  que  vieram  assim  abrilhantar  a 
sessão  anniversaria  em  que  é  commemorada  uma  data  lumi- 
nosa da  nossa  historia  litteraria  em  extremo  nos  anima  c  lison- 
jeia. O  favor  recebido,  honroso  para  o  Instituto,  é,  para  os 
que  o  prestam,  altamente  significativo  do  justo  apreso  em  que 
são  tidas  entrenós  as  instituições  scientificas  e  litterarias,  po- 
derosos elementos  do  civilisação  e  progresso  de  um  povo,  quando 
ã  liberdade  se  allia  o  patriotismo. 

Prosigao  Instituto  com  resolução  e  coragem  na  difflcil 
empreza  por  nobres  sentimentos  iniciada  e  ató  hoje  vantajo- 
samente sustentada. 

Seguras  garantias  de  prosperidade  o  vigor  na  proveitosa 
existência  desta  douta  associação  nos  oíTerecem  não  só  as  libe- 
raes  disposições  dos  poderes  públicos  claramente  manifestadas 
nos  favores  que  nosteem  sido  dispensados  o  que  muito  nos  penho- 
ram, como  ainda  a  illimitada  confiança  quo  nos  inspiram  as 
provadas  habilitações  o  reconhecido  zelo  dos  dignos  isonsocios, 
a  quem  são  devidos  os  mais  francos  elogios. 

Pelos  bons  serviços  prestados  ã  pátria  na  composição  de 
sua  grandiosa  historia  terão  elles  recommendado  seus  nomes 
ã  gratidão  nacional,  e  de  seus  trabalhos  poderão  ainda  dizer, 
como  do  sous  cantos,  o  nosso  engenhoso  poeta  Silva  Alvarenga: 

Pop  ollos  noin<^  o    fama 
Torei  com  gloria  na  futura  idade; 
Premio  quo  mo  não    rouba  a  mão  escassa 
Do  tempo  injusto  quo  voan<Io  jiassa. 

Está  aberta  a  sessão, 


*riJiri 


t 

á 

•1 


RELATÓRIO  ANNUAL 


DO 


PilDieiro  secrelario  Commeudador  Mm  HaM 


Ka  Se33&o  Kagna  om  15  de  d^sõmliro  do  1305 


Em  modosta,  mas  sij^níflcativa  íbstivídadB  ucadcfiiica  reu- 
ncmse  hojetjâmembroádo  lustitutj  HisLoricoti  (íeu^ríipieo  Bra- 
zilciro  para  celebrar  o  sexagésimo  se  ti  mo  anoiversario  de  sua 
findarão . 

Nesses  sara  ih  aanuaes  este  util  e  patriótico  grémio  ííede, 
não  aos  desejos  do  vaidadf?  o  do  vanjíloria,  mas  á  explicável 
necosaidadc,  nu  antes  a  iitiperioao    duver. 

CoiitiDuadores  dos  pati  iarchad  desta  casa,  nós,  os  que  lhes 
vamos  siiccydondo,  eoatas  devemos  da  ret^poasabilídade  da  miíí- 
sao  que  oes   fji  coDÍiada. 

Dovemol-as  ao>i  poderes  públicos,  quo  em  tndos  oa  lompos 
tios  toem  auxiliado,  n  tiHJos  os  nossos  conip.iitnuias,  às  nossas 
cy-irratls,  ás  corporações  estiiiu^^eiras  que  sempre  iios  ti-era 
hoorado  com  boa  confratcrnidadij  e  mui  ti  ct/asideraçau »  Deve- 
iQOl-as  ao4S  nossos  amigos  v  mai^quij  tudi>  ao»  uussos  dosatíectos. 

Essos  o  fnstituu  eocontrou  om  sCU  n^^scedouro  o  aioia 
nâo  doaap pareceram  de  todo,  L*gavictos  pela  evidôDCia  do8 
factos. 

Aíguero  que  se  acha  jirosento.  aioda  no  corrente  anuo 
sabiii  a  campo  em  defesa  do  InsULuto  lli:ttorico,  mal  apre- 
ciado depois  de  uma  longa  existência  votada  ao  amor  das 
cousas  pátrias. 

i':sse  brilhante  escriptor  provou  que  o  lostituto  tem,  como 
seififri*!'  teve,  intenm  mtalidade , 

E'  uma  instituição  que  resistirá,  puis  orvstallista  o  ele- 
mento $ub:itanciãl  da  vida  intellectiva  da  uussa  p^tria^a  sua 
historia. 

Ha  um  aspecto  qup  ora  offerece  a  no?so  Instituto  e  para 
o  qua!  busco  a  vtnsa  íUteuí.ao, 

u  que,  de  ordinário,  os  no^soi>  adveriiano^  al]e^^ivam  era 
que  esta    asâociavâo    só  m    compunha    de    velhos,   como  si  o 


644  REVISTA   DO   INSTITUTO  HISTÓRICO 

adagio  latino  do  senectus  est  morbus  pudesse  ser  applicado  a  espí- 
ritos que  diariamente  demonstram  a  sua  completa  integridaae. 

Mas  ainda  por  esse  lado  o  Instituto  hoje  se  apresenta  em 
condições  galhardas. 

As  nossas  fileiras  acham-se  agora  guarnecidas  por  am 
novo  pugilo  de  homens  que,  por  suas  qualidades  de  caracter, 
de  intelligcacia,  do  civismo,  saberão  manter,  com  brilhan- 
tismo, os  Lauréis  conquistados,  AíTonso  Celso,  Alflrodo  Nasci- 
mento, Aílonso  Arinos,  Epitacio  Pessoa,  Leopoldo  de  Bulhões,  Max 
Floiuss,  Rodrigo  Octávio,  Marques  Peixoto,  Arthar  Guimarães, 
Alcibiades  Furtado,  Manoel  Cicero,  Oliveira  Lima,  Auguro  de 
Lima,  Pedro  Lessa,  Pandià  Calogeras,  Horácio  de  Carvalho, 
C^uto  de  Magalhães,  Alfredo  de  Toledo,  Manoel  Barata,  Bu- 
clydes  da  Cunha,  Campos  Andrade,  Albino  Alves  Filho,  Xa- 
vier da  Silveira  Júnior  e  mais  alguns,  pertencem  a  uma  ge- 
ração que  dispõe  de  vigor  e  de  prestigio  ainda  não  atacados 
pela  acção  destruidora  dos  annos. 

E  nesse  facto  deve  residir,  como  realmente  reside,  uma 
das  mais  seguras  esperanças  do  lustituto. 

Cabe,  pelos  nossos  estatutos,  ao  I»  secretario,  continuando 
a  summariar  todos  os  factos,  apresentar,  em  resumo  succinto 
quadro  dos  nossos  trabalhos  no  anno  que  hoje  termina. 

Verdade  «3  que  a  imprensa,  a  quem  somos  gratos,  publica 
graciosamente  e  com  toda  a  regularidade,  as  actas  das  nossas 
conferencias.  Exparsos  aqui  e  alli  seria,  passados  annos,  ta- 
refa trabalhosa  ao  espirito  indagador  que  quizesse  eonhecer  as 
differentes  phases  desta  corporação. 

Votado  ao  estudo  da  Historia,  disse  o  inolvidável  Eduardo 
Prado:  <o  Instituto  ó  elle  próprio  já  um  largo  pedaço  da  his- 
toria do  saber  brazileiro.» 

Para  justificar  essa  asserção  pena  ó  tenha  sido  tal  incum- 
bência confiada  a  quem,  no  dia  de  hoje  e  ha  14  annos,  obri- 
gado se  ve  por  satisfação  do  bons  desejos,  a  ser  a  nota  discor- 
dante neste  ooncerto  de  harmonias  iitterarlas. 

Não  importa,  porém;  sem  atavios  de  eloquência,  o  orador 
que  vae  abusar  da  vossa  l»enevolencia  está  tranquillo.  Faliam 
tão  alto  os  esforços  de  todos  os  nossos  consócios,  que  só  pa- 
teuteal-os  por  meu  intermédio  não  lhes  tira  o  valor  e  o  me- 
recimento. Podemos  todos  asseverar:  o  anno  cadente  ó  mais 
nm  annel  da  longa  cadeia  que  une  o  passado  glorioso  ao  pre- 
sente animador  e  ao  futuro  rico  de  esperanvas. 

E  (.'sses  votos  devem  constituir  os  anhelos  do  quantos 
prezam  as  verdadeiras  lotti^as  pátrias. 

A  administração  eleita  para  o  anno  do  1905  tomou  posse 
cm  7  de  janeiro  e  a  10  de  março  reuniram-se  pela  primeira 
vez  os  membros  do  Instituto  quo  realizaram  a  sua  19^  e  ul- 
tima sessão  ordinária  em  ::^7  de  novembro.  Uma  sessão  extra- 
ordinária teve  logar  em  4  do  corrente  para  a  conclu^U)  dos 
trabalhos  do  anuo  em  andamento. 

Estas  sessões,  regularmente  frequentadas,  tendo  na  m(}dia 
14  sgcios  presentes,    íbram   presididas  pelo  titular  Sr,  Conse* 


RELATÓRIO   DO    1"   SECRETARIO  645 

Iboiro  DP.  Olegário  Herculano  do  Aquino  o  Castro,  á  oxcopção 
de  seis,  nas  quacs  por  motivo  de  serviço  pablico  deixou  do 
compirecer  S.  tíx.,  sendo  substituído  om  uma  polo  i»  vice- 
presidente  Sr.  Conselheiro  Manoel  Francisco  Correia;  em  cinco 
pelo  2«  vice-presidente  o  Sr.  Marquez  de  Paranaguá  e  ainda 
em  outra  pelo  3o  vice-presidente  Sr.  Barão   Homem  de  Mello. 

Todas  fomm  sempre  secretariadas  por  Henrique  Raffard 
o  Max  Kieiuss. 

Neste  anno  foram  a  Imittidos  15  novos  associados,  sendo: 
ti'es  bonorarios,  quatro  offoctivos  e  oito  correspondentes. 

Na  classe  dos  sócios  honorários: 

Em  sessão  de  28  de  abril  foi  pjf  unanimidade  de  votos 
eleito  sócio  honorário  e  acto  coniinuo  tomou  posse  o  Sr.  Dr.  José 
Leopoldo  de  Bulhões  Jardim,  aetual  Ministro  da  Fazenda,  dando 
assim  testemunho  da  importância  com  que  recebera  a  distincção. 

E'  ocioso  encarecer  o  mérito  do  novo  confrade,  espirito 
desde  os  mais  verdes  annos  entregue  ás  lides  jornalistioas  o 
litterarias. 

Desde  os  bancos  académicos  de  S.  Paulo  até  as  elevadas 
posições  sociaes  a  que  tem  sido  chnmado,  o  Dr.  Bulhões  re- 
velou sempre  a  competência  o  o  critério  que  só  o  estudo  ver- 
dadeiro e  a  grandeza  do  vistas  podem  originar. 

Membro  do  instituto,  o  Dr.  Bulhões,  dias  depois,  visitou 
demoradamente  o  edifício  social,  percorrendo  todas  as  suas 
dependências  e  examinando  livros  e  documentos  da  nossa  bi- 
bliotheca  e  archivo. 

Prometteu  —  o  que  está  em  véspera  de  ser  uma  bella  rea- 
lidade—alcançar do  Congresso  Federal  os  auxilies  necessários 
para  os  concertos  de  que  careoe  o  próprio  nacional  na  parte 
em  que  fúncciona  o  Instituto. 

Tudo  isto  prova  que  a  investidura  do  Dr.  Bulhões  foi  um 
acto  de  justiça  e  ao  mesmo  tempo  assegurador  de  benefícios 
k  nossa  instituição. 

Na  mesma  sessão  foi  eleito  sócio  de  igaal  categoria  o  Sr. 
Dr.  José  Joaquim  Seabra,  actual  Ministro  da  Justiça  e  Negó- 
cios Interiores,  o  qual  com  toda  o  direito  mereceu  esta  honra 
por  parte  do  nosso  grémio. 

Logo  em  principio  de  sua  administi*ação  desejou  S.  Ex. 
dotar  o  Instituto  com  nm  prédio  em  que,  em  condições  favo- 
ráveis, pudéssemos  dar  desobriga  á   nossa  importante  missão. 

Ninguém  desconhecerá  no  eminente  cidadão  os  predica- 
mentos que  o  tornam  digno  da  distinc.;ão  como  a  do  que  foi 
objecto  por  parte  do  Instituto. 

Confere  este  o  titulo  de  sócio  honorário  a  pessoas  que 
por  sua  idade  provecta,  consummado  saber  e  distincta  repi*e- 
sentação  estejam  nas  ciroumstancias  de  justificar  a  escolha. 

Esta  manifestação  de  apreço  coube  este  anno,  com  toda 
razão  e  justiça,  ao  preclaro  membro  do  episcopado  brasileiro 
o  Bxm.  Monsenhor  D.  João  Braga,  digno  Bispo  de  Petrópolis. 
S.  Ex.  Uevma.,  com  a  gentileza  que  o  caracteriza,  agradeceu 
seu  diploma  promottcndo-nos  toda  a  coadjuvação. 


6ÍG  REVISTA   IM 

Na  clasão  àoê  sócios  eíTectivos: 

Em  7  do  julho  o  Dr.  A Iclbiades  Furtado  quo  Lomoa  |.0t^ 
do  lugar  de  sooio  efreetivo,  baveodo  sida  proelaiiiadu  do 
me.&mo  dku 

Admirável  artista  do  verso  o  muito  d*-'dic  ido  a  íq  vobttgaçòes 
hktorícaa,  têm  o  Ur,  Furtado  prudnzidu  vm-ioi*  trabalUoã  do 
subido  valor. 

Ao   SíiOtarso  ctitir   nós   iirometUiti  fcUo  aujciiUr  o»  iioiesuâ 

esforços.    RJTeclivamiMite»  no  correr  d pí* te  anuo,  como  ee  ^-era, 

—  leu  outras  iiovaíi  iiíoduevoes  inre    b*io  de    fii^^urar    ua    oúaíta 

Espirito  paci(3Dte  o  de  amouidado  du  cstylo.  o  Dr.  Furtado 
ocGiipa-se  de  prefoi^acia  com  a.s  queiitões  do  p>ovoameutu  do 
nosso   solo. 

Com  coadju  vadoros  como  o  Dr.  Kurtiidu  o  Instituía  li  ca  certa 
de  ir  Ciiminbo  do  pro5periJ;idt3. 

}'jSí&  conceito  ap^plica-tò  intaimn  ao  8r*  Dr.  Manoel  Cicoro 
Peregrino  da  Silva,  adinitti'io  em  sessão  do  21  do  julho  e  cm- 
postado  a  a   de  ^^1  de  a^^^-o^to. 

Ardoroso  e  illostr»  obreiro  das  letlras  imtrías,  a  ellaa  vae 
prestando  reaes  serviços  na  direcção  da  nossa  Bibiuitheca  Niicíunal 
que  vae  ser  dotada  de  um  eiitido  coudjgtio  doáta  insUttiiçâa, 
primeira  da  America  da  Sul. 

Nas  fileiras  dos  nossos  antigos  e  verdadeiros  hcmons  de 
líjttras  flguram  com  vant;i;íem  o  Sr.  Ur.  .loá^  Cardoso  de  Me- 
nezes e  Sauzn,  Barão  de  Faranapinc<(ba  ;  S.  Ex,  foi  proclainado 
ura  21  de  julbo  a  tomou  posse  en\  i  de  agosto. 

Na  bagagem  littcrarla  du  S,  Ex.  eticonlnun-âe  belli^stmãs 
prodiicçôos  que  o  torDiiram  cunbeàdo  att^  co  estrangeiro. 

Prosador  emérito,  coino  prova  o  trabalho  si>bre  Coloéti^içõo 
que  serviu  de  titulo  a  sua  admiaslo.  Mereceu  este  trabalho  de- 
tido parecer  do  no^so  digno  consócio  Sr.  Rocha  Pvmbo. 

O  Baiâo  de  Parapiacab»*  apôs  íonga  existência  dedicada 
às  iuctas  das  sclencías  e  das  iHtra.s,  não  »e  seate  ahacido. 
Mostra  o  líieânao  entbosiasmo  qtíe  nos  [iniaos  juvenis  o  a  í^iia  j>er- 
inanoncia  entre  nós  é  bom  exemplo,  di^'no  tie  imitíiçâo, 

Nao  era  desconbecido  pelo  Instituto  o  illustro  liilitraU» 
publicistai  u  homem  do  governo  Dr.  Joaqutjn  Xavior  da  SilveiíTi 
Júnior,  Dcí^de  bem  mo<  o  dedico u-se  ás  lides  da  ímpreos-i  reve- 
lando cupicidado  não  communi.  Ne^ise  nlun  seguiu  os  i\\oin|»Ít»s 
do  seu  progenitor,  ião  cedo  roubado  á  pairia. 

Quando  prefeito  raimicipal»  o  Dr,  Xavier  da  Silveira 
dígnou-se  de  incumbir  o  nusso  Instituto  do  ser  juiz  para  apre- 
ciar o  mor i to  de  uma  raomoria  histórica  aiirosentada  aos  põ* 
deres  muiiioipaes. 

Advoga-lo  de  grande  clteDÍela  nào  doixi  nas  lioras  vaifas  o 
Dr.  Xavier  de  entregarse  ás  pesqoiiias  da  uo-^-ía  hisluria* 

Entre  es-sns  irakilb^íf*  Hguru  í^jii  vjuiljfííinj  u  perfil  Itjo- 
graphtco  do  grande  íiomiunde  Estado  quo  se  >  hamou  IlerDordo 
Pereira  de  Vasconcollos*  Serviu-llm  de  litutu  á  sua  admis^àu 
eiita  memoria. 


RELATÓRIO  DO    I"  SECRETARIO 


647 


I  Com  a  l>rlllianto  cuoporação  da  Dr.  Xavier  da  Silveira  con- 

I  lanioa  nòê  oa  memhpjs  do  lustltutt>. 

I  Ellu  coTii  os  rccom   admiUídoa    supprirào   com    vantagom 

I  as  cíaroij  qu<j  a  morte  vao   fazendo  niis  nossas  fileiras. 

I  Na  cljJSác  dos  8acios  correípontientog: 

f  Naã   caitíco  de   oncomioH    quom    coma  o  Sr.    Alberto    Pi- 

I  montei  uccapa   piJ.siçAo  crainonie  na  lista  doa  escriptores  par- 

tiigueze:^. 

O  sou  intore^aanto  livro  a  CãrU  de  D,  Pedro  IV  Tal -a  com 
justiça  iíor  adinittida  omSl  do  junho  sócio  do  Instituto.  Esle 
"trabaiUo  moreoeu  longo  c  minucioso  parecor  pui' parte  da  Tom- 
miesao  Subsidiaria  da  Historia,  sendo  o  rolatur  o  Sr. Max  Fleiuss, 
2"  secretario.  Fazõmod  iioasis  as  ultimai  palavras  dcsto  parecer 
«muito  lucrou  a  nossa  associação  cnra  o  possuir  na  valíia  rao- 
tropolc  (iiiemt  dispondo  de  clovada  cultura  iotellectual  o 
graodo  amor  ao  trabalho,  polaa  rcgr.iá  do  collcstiismo  m  veja 
obrigado,  o  que  lho  sora  de  certo  tarofa  satisfacLona,  a  forne- 
cer-nos  03  olomeiítoíí  históricos  qiio  sò  os  archivos  partiigiteze3 
coniiorvam>  • 

í^otiioiocio  correaiioudente  foi  admittido  em  7  de  julho  o 
Dr.  Alfredo  Ferreira  ae  Carvalho,  engenheiro  civil  e  1"  secre- 
tario dii  Instituto  Archoologtc.i  Pernambucano. 

Sâu  do  sua  lavra:  Dvirw  ffe  t/m  sohffido  dn  companhia  dits 
índinst  Olinda  conçitisladut  Itnprcnsn  Imkinna,  Jornne.^  pernambU' 
canos,  etc,  Foi,  pois.  Ijolla  acqui.sJç;Kí  p.vra  o  Instituto  adesBe 
homem  de  leltras  que  possua  estudos  ospoeiaes  sobre  as  íUíTe- 
rentes  pha^s  da  historia  peroambucana. 

Sob  o  titulo  V/irúnúíopia  Paulista^  escreveu  o  Sr.  José  Ja- 
cintho  Ribeiro  paciente  e  curioso  trabalho  que  lhe  dou  o  direito 
d©  figurar  entre  os  nossos  associados  corrospundoutes. 

Para  <lar  idéa  du  valor  desíia  ciironologia  bastti  citar  que  é 
eila  muik)  consultada  pelos  frequentadores  da  nossa  bildiotlieca. 

A  chronoloí^ia  mereceu  Justo  parecer  do  nosso  i Ilustro 
consócio,  ha  pouco  fallecido,  íír,  António  de  Toleilo  PíEa  o  elo- 
;íÍos  li  miados  pelo  ilíustro  cone^fo  Ezequias  Galvão  da  Fonseca 
õ  poio  notável  juriícanaulto,  publicistii  o  lenfe  da  FacuUiado  de 
Direito  áeS,  Paulo,  Dr.  Hrazilio  Machado  de  oliveira. 

Acontecimento  de  siimma  importância  loi  som  duvida  a  pu- 
biícaçUo  da  obra  om  três  volumes  do  Sr.  lír.  Pandià  Calogeras, 
As  Minas  do  Bra.ií,  um  trabalho  «jue  constitue  ver«iadeiro 
tratado  tobro  tão  importante  ajisumplo.  E'  de  admirrir  a  eru- 
dição, o  critério  4íiipar*jiai  o  o  espirito  de  iiivesliguçno  reve- 
lados pelo  jovi/n  deputado. 

Historia  das  mína^,  de  suas  primitivas  descobertas,  meios 
empregados,  claaslílcações  mineralógicas,  aperfeiçoa  mantos  na 
extracção,  decadência  iia»  explorações,  leis  antigas  e  modernas, 
tudo  teia  legar  cabido  néste  ímmenso  repositório  de  iufor mações 
utets  ao  progresso  do  BraziL 

Euj  consequ*'ncÍa  do  longo  eju^to  parecer  tlrmado  pelo  Sr, 
Visconde  de  Ouro  Preto,  na  qualidade  de  relator  da  Com  missão 
de  Historia,  foioDr,  Pandtá  Calogeras  admitlido  com  todo  dl- 

21 5S  —    í2  TuMu  l:xvíii.  i-,  ii. 


(MS 


REVISTA    DO   IXSTíTUTf»   HlSTOniCO 


reiio  sócio  oorrespoodoate  Ho  luãliUito»  em  IB  de  se  tom  ti  ru  e  to- 
mou posse  í-m  ^  (Jt3  outubro. 

Tèro-se  rèpiNiduzido  ontie  diversos  EâUdOi  áú  Brmzil 
qnestíitís  sobrií  limiíoB.  E^í^rs  lití;,rifs  lòni  áado  Ioj:ar  do 
aj^parcMiimonto  de  trabalhos  soUvú  pontu;  iki  nui?sa  historia  tor- 
rJtonaí,  Hervi*  agora  do  exeraplu  a  memoria  LimitfS  ^-nlre  oi 
K^ktdús  tit'  Minas  (lerfies  o  do  Espirito  Stmlo,  firma<dli  polo  Dr. 
BcTDardo  Horta  do  Arairju.  deputado  íoilorul. 

O  Dr.  Horta  revtdoii-s<^  invcstiíjf.idor  da^  antiguidades  do 
Estado  quo  dígnainonte  re^frasènta  ;  fui  proclamado  sócio  cor- 
refcpondoQto  du  loíítituto  em  IH  do  setembro. 

n^ariRaes  úo  listado,  pátria  de  tankiá  brazíleiros  i  ti  adires, 
receberam  valiosa  contribuição  com  a  importanto  nionoífra- 
pb ia  d u  Sr,  1  > r .  1  í  i o jí o  do  V as co n c u  1 1  os ,  //í s t o r ia  a n ! iga  fie  Mina  * 
Geraes^  Esmerilhando  faetos,  dencobriudo  novo^t  docmootitos, 
foz  o  Dr.  [íiogo  perífeito  quadro  syiitbetico  do  desonvolvimeoto 
social  e  politico  de  Minss,  reveíuu-se  oscriptor  e  sobretudo 
irapareial. 

Traçado  com  eUylo  elegante,  d  de  fácil  leitura  o  livro  do 
Sr.  Ur.  Diogo  do  VaÉtconctllos,  justamente  proclamado  sócio 
rorrespundcntô  do  Instituto. 

Nem  ^sempre  a.<j  tompe^tnoikas  Iiielas  politicaâ  ab&orvcin  de 
tudo  o3  cuidados  dos  nossos  bomans  públicos.  Alguns  ha  que  se 
aproveitando  dos  lazore8  cultivam  com  vautagem  ag  lottroí»  6 
Bcieaeias. 

E  disto  dá  prova  o  Sr.  senador  Dr.  Joaquim  No^ricini 
Paraná ;jíu:l  com  seu  livro  Do  Hio  de  Jnntiro  ao  Piauhy, 
KiSíripto  CO  NI  erilorio  e  obs^rviíçAu,  ora  lingua^^m  II  «ente, 
pikle  mv  lido  du  uiaa  aHi)ent;id:i.  deixando  no  espirito  do 
leitor  buiiií  impreíísõeâ  acerca  do  nosso  paíz.  Suíi  ori;/iníilidade 
impue-se  o  pòJe  o  Lír»  NuiOi'ira  Pitrana^^uá  ser  incluído  com 
vant4igoiii  na  ^'ruude  gíibM'ia  t\Kjs  viiij.ire^  que  em  todos  oi 
tempos  lèm  pereorriJo  o  Hrazil  <•  cujas  memorias  dao  valor 
ás  paginas  da  uos-sa  Reci^ttt,  S.  Ex.  Íoi  proeiauia<lo  soei  o  oor- 
rospondynte  e  empossíulo  em  4  do  corrento. 

Não«ao  de  faeil  eve/uçao  o>í  trabalíiõs  ^'enoitõ;/ico8  quando 
Be  trata  de  uma  só  femilia  i Ilustre»  cujos  desce adontes  so 
contam  âã  vezes  por  nulliares.  Essa  dilH<'uldade8obe  do  ponto 
quiuio  o  eseriptor  trMu  de  Sií  oecupar  tlr  dive» ssis  fauiiliaii  que 
em  í:èria  epoo^t  ^  tiraram  um  ctotormiuada  localidadu  o  dAbi 
Ê*e  raunricaram. 

Essed  obíoes  veneeu-oji  brilhau temente  o  Sr.  Dr,  Lui£ 
Gonz  iga  da  íSilva  Leme  com  a  sua  (lenenlwjia  Paulintc,  que 
já  copíta  oito  voltiraoíí.  Trabaibo  de  bm^jo  fôlego,  íiuppre  mui- 
tas  das  lacimas  quo  se  podem  encontrar  em  Pedro  Taques* 
Me  D  d  os  do  Almeida.  Azevedo  Nfarquoíí,  etc. 

Ham  recjbi-la  p4>lo  lustitiilo  a  candidatura  do  Sr.  Dr,  Silva 
Lem^,  íoi  olle  proi-tamado  .^ucio  cort'es[ioiideute  em  21  de  juilio. 

Éritreianto  manda  a  vordade  dizer  qiie  o  trabalho  do  Sr. 
Dr,  Silva  Leme  podo  í?er  ainda  augmentado  com  os  a.seeQ- 
dentea  doa  clieíe,^   que   lixaram    residência  om  S.    Paulo,  por 


HEI.A'r(>KI'J  IK)    I"    íliCUliTAUJi» 


C49 


I 


oiemplo  na  faoiilia  ToloJo  Piza,  e)  i Ilustro  gGDealugíiít-íJi,  fal- 
landu  de  D,  Siiuáo  do  ToIlíiÍí)  Pi/  *,  riatyral  do  AogiM  da  Uh^ 
Ti3i'ccira»  quo  (ixuoii  tíin  S,  I'aiiÍo  '1í>  nnno  <ío  IG40,  o  iodíca 
pertuncoute  àa  cusilí  di^â  Duí^uus  ih  Alba  dú  loâ  Tovmt^s  e 
iondos  do  Oroptua  cuja  ori^tiui  eiuorilra uos  mais  deserivulvida 
em  niã  trabulíiu  intittilado  Mt-ttioia  /tist<jrn.*í  itobre  Íti  /'tmtita 
Aivfo-t .  tic  Tottuíii  c^H  Vhite,  i-ublicadd  em  VMÀ,  pt>r  Tlionias 
Tharor  Ojeda  nm  Aiuiaod  Aa  Universidade  do  Clnb,  Lottio 
CXili, 

Nesto  aDDO  du  lUor»  Umhoiu  kíiiaaram  po.s^e  ojá  Srá.  Círios 
r.ix  KlctL,  caasul  ^oial  da  ríopiiblíca  Argentina,  em  â4  ile 
mítrro,  o  Dr.  Sylviu  Komoro  em  :i8  de  abril,  proolamudoá 
sócios  om   l*.'04. 

O  Sr,  cimsiollieiíNí  ,]ú%\  Mau  rido  Perormdna  INiroira  d<i 
Barras,  nossi  compauli^iro  de  UubalJio  de^dc  E^»,  foi  elo- 
vado  morocidaiuf^ato  á  clasíjõ  do  socíj  honorário,  ua  «iessão  de 
7  do  abril. 

O  QOââO  cijQSocio  tliOíioiírtiiro  Dr.  Fr  a  íi  cisca  Bapiidta 
Martiues  Piíibeiro,  liavetido  «ido  na  sasi^são  do  23  do  jtiiho  ox- 
onerado,  a  seu  pedido,  por  diversas  vcxtís  solicitaio.  ío^  sub- 
stituido  aló a  eleição  de  Dovo  titular,  pelo  uos-ío  oonfrudo  Sr. 
Artbur  í  íuiinarât^, 

Dor-im^s/^  al^uuius  mu  liíicague^  uas  diversaá  commiíiãôtii 
em  const»quencÍa  do  exuiiorações  coDcndidas  a  pedido; 

Na  dí!  FimJos  e  OrvamontuB,  u  Sr*  Desemljargador  TUoniaz 
Gareoz  Paraubos  MontoDegru  subtiluiu  o  Sr.  foQaolJjeiro  Ju8â 
MauHeio  Fernandes  Per<íjra  de  Barros  ;  na  do  admifesao  do 
!?ocio3,  ú  Sr,  Coíis^idbdrQ  Salvador  Pires  do  Carvalho  e  Albu- 
querque âubsUlutu  o  Sr.  t  ú use Ui eiró  .luão  Carlos  de  Souza 
Ferreira  e  o  Sr.  Birào  de  At«jncar  substituiu  o  lallecido 
Coii:>elheiro  MiiUoel  Fraucisco  Correia^  cujii  benemeidJicia  é  de 
todos  peifeitiimeate  coobeL-ida. 

Na  represe  11  tarào  \\o  CoDííresirio  Latiau-Amoricano  o  Sr. 
líouselbeíro  Cuadido  de  Oliveira  áubsútuiu  o  Sr,  Viiwoudo  de 
O  tiro  Pi-Qto, 

No  Congreigo  do  Eiípansào  Económica  o  Instituto  foi  repre- 
sentado polo  Sr.  Dr.  Alcibiadjs  Furtíuio* 

Na  inaiif^u ração  da  o:<tatua  du  ominento  jurisconeiilto  Dr. 
Augusto  Teixoira  do  Freitas  ftitevtí  premente  o  lostítuto,  bem 
tíumo  cm  todas  a^j  solemo idades  quo  se  realizaraiu  n\  .Vvenida 
Couínil,  livada  a  clTeito  í?raças  á  onergia  o  fur<,ía  de  voutado 
do  dou.i  bêàemeritos  brdzilõiro»,  Urá.  Lauro  Mtiller  c  Paulo 
de    Frontiíi, 

Km  soisalLo  da  aíse^oblea  geral  de  z:l  de  dezembro  de  11HJ4, 
presidida  pelo  Sr.  Maiquez  de  Faranaguá,  fui  uaanimementíe 
appriivadti  foísse  col  locado  na  Sitla  da  iii>sta  ãe-ríítarja  o  re- 
traiu auleodo  oo.-ííso  venerando  l'r*iBideiiio,roUôidbeiru  ulegtirio 
Herculauu  de  Aijuino  o  Castro, 

Para  exet^ução  des^o  dtísiderutum  fui  csicolbido  o  dia  l^ú  de 
março,  anuiversario  nataliciu  de  ^,  Kx.  Era  desejo  do  lastitoto 
dar  a  miã  eeremouia  o  maior  brílhautiauio,  mau  a  bto  &o  oppoz 


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HEMSTA   DO   INSTITUTO   IlISTOniCO 


o  Sr,  r*residoatL%  p^^dindo  fosao  elía  realizada  com    toda  a  sim- 
plicidíido  e  aâsiiii  loi. 

No  referido  dia  30  o  lãatttiito  enviou  a  S.  Kx.  cíin  cartào  de 
otiro  acoiopaDhado  de  nraa  ineusa^^om  r<ídigrdri  prlo  qosso  enii- 
Díinto  eonsociíi  Dr.  AiTonso  Armos  í3  usaignada  por  todos  os 
nieroliros  presentes,  om  nutiicro  áe    10. 

DessG  inod')  o  Instituto  procurou  sjlvor  tiraa  divida  de 
gratidão  para  com  o  nosso  il lustre  Presidente,  a  quem  deve  inol* 
vidáveis  Berviçoa* 

Na  sessão  do  7  »lf>  Julho  propoz  o  :i'^  SecreUpio,  Sr.  Max 
Fleíuss,  licasso  registraflo  oiir  acta  um  voto  do  potar  pelo  íhll©- 
ciiíiento  do  f?abio  goographo  ElisOo  II ^^ chi 9. 

Por  occasiao  lío  «Dterr.iraeato  do  nusso  prantoado  l<»  Vice- 
PresideutM  Sr.  roíif^llioiro  Manoel  Francíaco  Correia,  u  Instituto 
teabomiinhou  o  seu  aproçíj  ao  i Ilustre  morto,  fazeiído-íío  i^ejuv- 
sentar  a  dopositando  uma  coroa  sobro  o  ataiUle. 

Ao  torraod  coiilie^iuieiítOd  da  idavaçâo  do  nosio  preclaro 
coujíocio  Monscnlior  1>,  Joaquim  Arcovorde  do  Albuquerijuo 
Cavalcanti,  rosolvrmus  ibase  uma  com  missão  iblíoiur  S\i% 
Bmíueticia  por  ter  rocahido  nollo  essa  suproma  dignidaio 
cuiiforida  pela  primeira  voz  a  um  prelado  sul-americano. 

Ao  partir  S,  Kx,  Rvma,  para  Rouui  uma  outra  coraraissào 
fiilUe  Ifivar  os  nossos  voim  de  boa  vingcm  o  feliz  roí^roBso, 

Km  li  uma  Sua  Eminoncia  eiicontrou-so  com  troíí  venerandos 
consócios  Do*í08— o!5  í^ardoae.^'  Rampolla  o  Ootti  n  o  Hispo  do 
Para,  D.  Francisco  do  Rego  Maia,  aosqiiae^s  aprescutamod  da^ui 
03  aossos  cumprimonto:s  respeitosos . 

O  Instituto  igtiaímíjote  loz-so  representar  nas  seisões 
litterarias  reaiizadas  eui  iiotnoaaLiOiu  a  D.  Miguel  Cervantes 
pelo  Gabíoottí  Porltiguez  úe  Leitura,  Retiro  Li  t  terá  pio  Por» 
tuguez,  como  todas  as  ceretnonia^  o  solemoidados  para  as  quaee 
fora  gentil  mo  II  to  convidado. 

Ú  patrimunio  do  ínatiluto  t\ji  augmentado  coin  a  gene* 
rosa  oílerta  do  noí4so  b<3nomeriio  Preaidentn,  sr,  tonselfieirti 
Olegário,  de  súis  apólices  muuicipaes  do  valor  do  ;^00$ 
cada  uoia, 

l''e/.-so  a  distribuição  do  volume  LXVIl  da  nossa  ã<íthta, 
acli»ndo-,so  no  prelo  a  1    parti  do  voliirao  LXVIIL 

CouUnuam  muito  frequentados  a  nuasa  bibliotlDca  e  ar- 
di ivo,  a  cargo  do  Sr.  lH\  José  Vieira  F.iaunda,  cuJoíí  serviços 
a   esta  associação  oão  carecem   de  encómio». 

Continuanms  a  ser  bonrados  com  importantissimas  obras 
naciooaes  e  estrangeirai  que  constam  das  respectivas  actas, 
bem  como  manuscriptos,  jornaos,  revistas  litterarias  e  seien- 
tiâcas  e  mappas. 

Dentre  os  oITartaníos  cumpro  salientar  os  nosaos  consócios  Se* 
nador  Manuel  Barata,  Dr.  António  de  Toledo  Piza,  Max  Fleiusa» 
Úr,  Alcibíades  Furtado^  Visconde  de  Sanches  de  Baena,  Dr. 
Joio  Barbosa  Rodrigues»  Dr*  Manoel  Cícero»  Dr,  Nelson  áa 
Senna,  Dr.  FandíÀ  Calogeras»  Cjronel  Tbauraatargo,  Barão 
de  Vasconcelloa,  Dr*  Paulo  de  Froutin,  Joaquim  Augusto  GamAt 


RELATOR  IO  IX^  1''   SHCRRTABIO 


LeoDcla  do  Amaral  durgel,  Carlos  Larrabure  y  Córnea,  Ale- 
jatidrtí  Rosai,  Daniel  Garcia  Acevedo,  viuva  do  Senador  Tliomaz 
(ia  Porei iincii la,  ln\  Guilhormo  Catramhy. 

Fizerarn-se  ouvir  em  «li  versas  sesi  soes  os  d  ia  tine  toa  collo^as 
Visconde  Rodri^riios  dfl  Clivei ni,  tobre  Finanças  do  Brd^U  ; 
Dr.  Nelsun  iia  Senna,  Sijbre  o  Rto  Doce  ;  Di\  Alcibiadea 
Furtado,  londo  tim  seu  iraballio  âcorca  de  Um  naturalista  do 
sccuíú  XVfll  e  outros:  Pedro  iM  ou  te  negro,  que  descreveu  &  Flora 
do  Paraifiiã^,  8ubre  a  História  de  duns  rillas,  5,  Jotto  da  Barra 
e  Campos  ;  Os  <  'aminhos  porá  Minas  ;  Os  últimos  dias  de  Pedra 
ho  ;  Josô  Francisco  da  Rocha  Ptiíiibo  sobre  o  prologo  e  pro- 
gr&oima  da  sua  H^stona  do  Bnuil  ;  Max  Fleiuas  aua  menioria 
aobre  2>.  Pedro  Ido  Brazile  IV  de  Portugal^CondiçÕej  actuaes 
do  Instiktlo  Histórico  e  Geographico  Bra  til  eiró  ;  BMuardo  Marquas 
Peiíoto,  Ctw flicto  entre  o  Vice-Rei  Luiz  de  Vasconcelios  c  Souza 
e  o  Desemhtirgador  Ambrósio  Filai itga —  Manobrafi  militares  exe- 
cutadas Q0!J  campos  d<!  SaDfAaaa  e  S.  Christovão  por  onlem  do 
Viço- Rol  Condo  de  llezQnflB^Quetíôes  sobre  terrenos  na  ilha  da 
Paqueíã;  Ss^,  Sonadof  Manoel  Barata,  ao  oíTorecer  ao  lostittito 
uma  carta  autu^rapha  do  Sr,  D,  Fedro  11  dirigida  ao  Mar- 
quez de  Sapncahy,  a  respeito  da  quosíãc  li  Iteraria  ?iobre  o 
poema  .1  Confederação  dos  Tamoijos^  leu  noías  innumeras  sobre 
o  assumpto. 

Por  ellas  ficou  provado,  ali'[n  da  authontic idade  do  do- 
cumento, que  o  Imperador  tomou  parta  nesta  queetào,  escre- 
vendo artigos  ao  Jornal  do  Commercio,  sob  o  psoudonyiíio  Outro 
nmigo  do  poetai  O  Irapíjrador,  Manoel  de  ;\raíFJ<3  Porto  Aleí^re, 
Frei  Francisco  de  MootAlverne,  dofimdonmo  poett  Domingos 
Gonçalves  do  Magalhães,  coutra  a  eritic  i  de  JysO  de  Alencar 
que,  no  Di^rrio  do  Rio,  escrevera  sub  paeudonymo  diversos 
artigos.  Por  proposta  do  Sr.  2^  Secretario  Max  Pleiuas,  una- 
nimemente approvada,  o  Instituto  rêsoívou  mandar  cupiar 
as  referidas  cartas  e  publical-as  em  ura  dos  proiímos  números 
de  oosâã  Reinsta. 

Não  pó'le  o  Instituto  líeiííir  de  consi-içiiar  nesta  resenha  o 
facto  de  ter  sabido  do  prelo  o  4"  e  ultimu  tomo  do  Compendio  da 
Historia  dú  Brazil,  da  lavra  do  pulre  Rítph  lol  M.  GalanU  S.  J., 
obra  cujo  inicio  data  de  1897* 

Eáse  trabalho  do  no^ao  modesto  qoâo  erulito  consócio  se 
impõe  a  g-randos  louvores^  por  exprimir,  em  ena  singeleza  ex- 
poaiuva,  a  graad'j  cuiiura  do  autor,  sendo  no  genoro  uma 
publicação  mag^nidca. 

Sobre  este  mesmo  assumpto  cumpro  regial-ar  o  appare- 
cimento  dos  primeiros  fa^cicubis  da  Historia  da  Jímiíí  do  oosso 
provecto  consócio  Sr.  Rocha  Ponabo,  Dessas  primeiras  pagina.'! 
ae  pôde  augurar  um  livro  de  primeira  ordem,  pela  elovaçáo  d«í 
conceitos  e  segurança  de  inspiração. 

Ainda  cumpre  salientar  os  novos  esforços  do  uoaao  Vice- 
Presidente,  Sr,  Barão  Homem  de  Mello,  que,  achando-ae  na 
Europa,  cuiduu  da  nova  o  lição   do  seu  Atlas  do  Bra^U. 

E,  neste  terreno  dv  coilaboraçao,  citaremos  o  concurso  do 


REVISTA   DO   INSTITUTO   HISTÓRICO 

Sr.  Sainctellnttn,  digoo  ministro  da  Bélgica,  qiio  fic  tem  empo- 
tiliailo  om  olTorccor  íio  nosíio  liisULtito  varias  publicaídoa  íúitas 
om  Bou  paiz  o  de  jiotavel  impor tancin.. 

ínspíniram-aos  soring  eiildiíJoe  ok  nossog  dístinctos  compa- 
nheiros ãe  Ihies  Mjirquoz  dn  p.ir.ioiiíjuá,  \  isconda  de  Oriro 
Proto  íi  furão  dií  LorcU»^  pnlojj  innoíiirnodo>;  phy^icoíi  que  oi 
iicurametUíradi.  Felizinonto,  mtvn  se  dissiparam,  FazomoíS  votos 
pam  que  fonlimiom  íi  nos  auxiliar,  fiando  sonipro  o  o  tom  pio  da 
assiduiilade  o  amur  à  nossa  corpuraçào. 

Serapi-e  agradecida  d  memoria  do  todos  oz  seus  consócios^ 
que  inm  contriljiiÍLÍo  para  o  ou grandooí mento  dosi*  agromia- 
^■^ao,  o  Instituto  loz  colobrar  uma  miaaa  do  sulTraglos  polas 
almai  doa  sótís  fallecidua  con frades. 

Nestfi  anuo  deixaram-iios  para  snmpro :  Dr,  Jos(}  Siildaaha 
da  Gama,  Cominoadador  Josã  Aatuncvs  de  Oliveira  Catratnby» 
Padre  Joaô  Joaquim  Corroa  do  Almeida,  Doa  Martin  narcía 
Méroii,  Monsonbor  D,  Jos(5  Louron^o  da  Costa  Aguiar, Bisp*»  do 
AmazonaSp  Dr.  António  Manoel  (lonçalvea  Tot^antins,  i^onsenioiro 
Manoel  Francisco  Correia,  \\l\  António  Joaquim  de  Macedo  Soa- 
ra^i,  Dr.  António  de  Toledo  Piza  e  Almeida. 

Metíior  do  quo  nôg,  vae  o  orador  do  Instltato,  com  a 
GloqtJencia  qno  llie  «3  procria,  patentear  oa  aorviçoa  prestados 
por  fistes  illuatreí  finadusi  e  mostrar  a  magna  qno  nos  ficou 
pela  falta  de  tão  e limados  auxiliares  e  bons  compuiliclroB. 

Cúm_o  so  trata  do  pag^ar  no  dia  de  hoje  dividas  do  gra- 
tidão, nao  noa  podemos  osqnecor  do  Sr,  D.    Podro  11. 

Km  sígnal  dô  pemr  pelo  seit  Í^Ulo<!im©nto,  no  dia  5  do 
dnzembro  tovo  <j  Instituto  cerradas  ns  portas  do  seu  e«llflcÍo, 
como  tnm  fòito  era  todos  oa  annivcrsario^  do  infausto  aeon- 
techiunto. 

Paia  satisraçâo  do  Instituto  Histórico  0  Geographieo 
Brazi loiro  qne»  prlniniro,  teve  a  iniciativa  da  rt^patriaçao  dos 
dnsprjjoa  ilu  [mperaior  o  da  nua  augusta  esiKJSa/ vè  o  mesmo 
Instituto  caminhar  victortosamonte  esta  idnii  genarosa  o  digoa 
dos  Brazi  lelroâ. 

Não  é  Glla  a  manifestaç.^  do  partidos  polilicos,  mas  ex- 
primir 03  Votos  do  todos  tiuantoa  desejam  conrorrer  para 
esse  preito  ái)  justiça  d  memoria  do  no33t>  grande  comp^- 
trloti. 

Nessa  dia  o  Instituto  ird  ao  encontro  do  venerando  ataúde 
para  pre»tar-i!ie  ainda  maiores  homenagens,  sem  outros  sen- 
timentos maii  quo  os  de  muita  s^tndade,  muíro  r-espeito  e 
eterna  gratidão  a  quem  Ibi  IntKcedivol  amigo,  carinhoso  guia 
o  inolvidável  protoctor. 


DISCURSO 


ORADOR  DO  INSTÍfUTO  DESBMBAPMOOR  ANTÓNIO 
DE  SOUZA  PITAN&A 


Exmas,  Sras,,  raoiiHi  caros  confrades  —  «  P<rr  partículas 
subtis  dotailaíí  d©  Torça  di^  agí^regaçâo  q  ão  transformação, 
unidas  ao  principia  dn  vontailo,  tonim  foi-mados  txlns  os  soros 
desto  mundo  mortal,  oraanado  lio  immortaL 

CaiLi  um  do^sei!  •jores  advituro  n  qualiludo  do  quoo  procndc, 
áo  modo  qiio  quanto  mais  um  sor  ostít  alHistado  na  S6ri0|  mais 
qualidades  leni.» 

Vau  qualquer  prromio  seiontifico  qiio  nãu  tivosfip  a  proU- 
cioncia  deata  douta  Instituiçáo,  a  enunciação  dosso  preceito 
scientifico  seria  altribuida  a  Darwin,  a  llcBcIcel  ou  a  Quatro- 
faííos ;  pois  brtm»  meus  sonhorf^s,  esaas  palavraa  sao  textual - 
mento  transcriptas  polo  erudito  Jacolliot,  om  su  i  obra— Ti-adi- 
ç5cs  InilO' Asiáticas,  do  Código  d'!  Manú,  «teaso  legislador  ainda 
meio  envolto  nos  véo9  da  lend;i,  e  quo  0.4  Hinrldg  proclamam 
filho  do  Hrahma  o  pao  dn  gonero  humano.» 

Míw  para  que  o  apipbtegma  hralimanico  conquistasse  os 
foros  de  dogma  Hcientifteo ;  para  que  a  viTdadc  pmpliotica,  que 
a  lucidez  do  gouio  i^eracrutou  na  obaervaçào  ompirica  doa  phe- 
nomenos,  fosie  sanccíonada  pela  sciencia  o  tivesse  o  pnatifrio 
de  uma  lei  natural,  que  percurso  immeuso,  que  pcrogrinação 
«Goular  levedo  fazer  a  Humanidade  nr*  espaço  e  no  torapo  ! 

Que  iaoxifotavois  the^ouro'?  úq  paciência,  quo  ingentes 
eáforços,  que  horuieos  sacrificlos,  quaota  iuta  terrível,  quanta 
guerra  sanguinolenta  nesáa  deiTvíta  intérmina  om  que  prosogue, 
caminbu  da  civilização,  gravitaudo  mcanaciente,  mas  fatalmente 
para  osâe  ideal  quo  insúnctivamonto  a  fascina:  ritam  tmj^en^ere 
rero. 

Que  inoatimivel  tiíeaouro  ropresenta  para  a  Humanidade 
a  conquista  de  uma  veriade  sciotUitlca»  pesado  o  nae^lido  o 
accurauio  de  esforços,  de  grandes  acontecimentos  que  facul- 
taram sua  ovoltição  !  Que  arrouboá  ^oniaes  e  que  evontu;ilidad©3 
épicas  tiveram  de  occorrer  pira  que  a  C(mstiuni;rio  monistlca  e 
a  (evolução  trinsfcirmistica  dn  Untvi^i^g^,  pela  lei  da>í  afllnidadea 
pliysicas,  transitasse  das  paginas  da  Bíblia  hindu  para  os  am- 
phhheatros;  os  gabinetes,  as  bibliothecaâ  e  os  museus  de  nossa 
actualidade  soioniidoa  1 


654 


REVIíTTA   DO   INSTITUTO   HISTORTCO 


Em  sua  trajectória  pela  zcna  das  scicnciaj  Dal  ara  <^,  oo 
predomÍDío  da  ciTílrzaçào  da  Grécia,  tove  do  resistir  às  leis 
physicas  do  genial  matbemaUco  do  Syracusa»  íla  inv^estigaçues 
nattiralísticas  de  Aristóteles,  que  niofeceram  de  Cuvier  a  õcm- 
fissão  do  não  terem  sido  j:lmat>;  excedidas  :  e  a  essa  synthaee 
iocoraparavol  das  sciencias  mediciií  que  se  chama rn  os  Apbo- 
risinos  de  Híppocratos. 

Penetrando  em  líoina  ieve  de  transitar  pelo  fijco  das  Incidas 
in vesti gaçõGS  de  seus  grandes  natnralislas»  de  Plínio  e  de  Celso, 
o  primeiro  cm  sou  dolirio  ^cientifico»  asphixiando  o  sen  ^nio 
nas  emanações  sulfúreas  do  Vesúvio,  para  logar  il  Humanidíido 
os  seus  :^7  volumes  de  Hisloria  natural  ;  o  segundo,  cooqQistaDdo 
por  sua  prodigiosa  observação  os  foros  de  Hippoc rates  ]aUno«at4:' 
ser  consagradíi  pelo  grande  eplco  da  natureza,  o  genial  Lucré- 
cio, em  suas  sublimes  st ropties  : 

m  Q«ippi\  u!m  iiofi  rííii^ril  |?eDÍ!a1ia  corpora  qnoi^ine 
Qui  pojssit  inalfr  r».'bus  L-onsisterr  c^ntaf 
Al  iiiinc  s^niiuibus  «{aia  rertis  inicrqiio  creantur 
Imlo  cTiawitur,  ai  rjuc  oras  iii  ntniiniíi  f-xít, 
MalnriPíi  obi  moM  quijiiííijiiM  (*í  corpora  prima,» 

Ou  íiilcítnte:  «Preti^rra  cjuoui  niMloríi»»  t'»\  mnUa  parjiia 
Quotii  locns  cmI  prciíita  nec  ruH,  noc  cauaa  nioriilur 
LlUa  ;  i:cTi  d*.beiil  mini  mus  et  conrjcri  rf»$.  • 

Lac.  Liv.   II 

E  como  esses  pcregriuos  corpr»s  orrantes  atravez  da  immco- 
sidade.  tendo  om  seu  centro  o  núcleo  luminoso  já  formado  pela 
aggregaçào  das  mutecuíaa,  e  em  torno  a  nnbtiloíia  íimurpha, 
ainda  em  periodo  do  ag;?regação,  a  idóa  genial,  quo  num  relâm- 
pago de  inspíraçio  illiiminara  o  cérebro  do  líropbcLadolírabma- 
nismOt  sur>?e  nos  horizunies  da  scíencla  mode.rna  attraliindo 
para  sou  fòcu  os  telescopiús  dos  grandos  perscrutadure3  das  leia 
do  UDiverso,  de  Gaíileo,  de  Newton,  de  Ktí píer  ou  de  Pascal , 
enlrn  no  perímetro  da  atraosphera  terrestre  sujeita  a>6  dyna- 
momelros  dos  operários  de  sua  meeanici,  do  Oalvani,  de  Papin, 
ár  Volta,  de  Salomon,  de  Caus,  de  fSenjainin  Franklin  :  penetra 
afinal  no  seio  vivo  dos  seroa  orgânicos  onde  a  vâo  surproheoder  os 
microscópios  videntes  dos  investigadores  dos  mysterios  da  vida, 
de  Andrt>  Vesale,  de  Hirvey,  de  Haller,  de  Brou-ssais,  do  Bicbat, 
do  Magendie,  de  Milne  Edwards,  de  Claude  Bernard,  at«3  assumir 
a  formula  definitiva  de  uma  lei,  iiniversalineute  consagrada 
cumo  a  expresgão  incontroversa  da  verdade  scien titica  I 

E  é  assira  que.  atravez  do  perpassar  dos  séculos,  a  Humani- 
dade contjuiata  o  precioso  Acervo  de  sciencia,  que  C^  o  seu  glo- 
rioso apanágio  de  superioridade  na  evolução  progressiva  da 
vida  do  Universo.  E  sobra  ea^e  alicerce  inal uivei,  que,  mais  do 
que  a  roeba,  lesiste  aos  próprios  cal acl Umas,  o  naturalista 
edtílca  o  monumento  onde  so  professam  as  leis  reguladoraa  da 
vida  dos  seres  creados  ;  o  sociólogo  erige  es  alvas  cola  moas  do 


DISCURSO   no   ORAlíOR   OtTICIAr, 


C55 


u 


Tribunal  protector  das  roiacíies  vitaea  da  coramunidade  humana; 
o  pbiloííopho  arcliítecta  o  hh  grado  tom  pio  da  fé,  em  que  so  por- 
acrutam  os  mysterios  e  rende- se  culto  ao  Eterno  Sor  l 

A  âciencia,  alei,  a  religião,  vinculadas  em  ura  nexo  lógico 
n  necessário,  operando  o  gríindioflo  plirTiomeno  da  ovokiçio  pvo* 
jçressiVA  !  Mas  íjuo  anjo  mysterioâo  e  bomtíiu\\o  assim  proteíro  a 
harmonia  da  vida  universal  ( 

Historia,  mãe  carinhosa  da  scioncia,  quo  nas  arcas  santas 
do  teu  Taiiornaculo  ^2:11  ardas  solicita  as  ta  boa  a  ai^Tarlaa  da  lei  da 
verdade,  como  é^  providcncinl^  nm  tt)das  ns  rolaçôea  da  vida 
humana  l  Graças  á  tua  acção  tutelar  encontra  a  sciencia 
a<'curauIados  todos  ca  docuraentus  e  todos  os  monument^js,  com 
os  4Uae3  pôde  edificar  a  Humanidade  proclaraando  lhe  o  seu 
lerama  —  Nosce  í**  ipsam.  K  assim  edificada,  pnde  ella  predizer 
o  futuro  po!a  lírUo  do  passado  e  fciiz  de  sua  soíeneia,  /e;t.r  gtti 
paiuit  rerum  cúfjnnscerc  ramas ^  proscguia  em  sTia  evolução  pro- 
gressiva nas  gcienciris  abatractas  como  n^s  especo  lati  vas«  na 
eathética  c^mo  etliica,  na  biologia  como  na  soniologia,  e  até, 
meua  s*ínhore.^  nesae  ultime  i^lo  da  corrente  da  vida,  qtie  prende 
o  ser  floitj  ao  in  tini  to,  na  rí\  esse  inai^  alovantado  traço  da 
superioridaile  Immana^  essa  aublime  faculdade,  que  a  imi>ellô 
para  a  Cairsa  Primaria  da  Creação,  que  illuminadhe  a  alm* 
com  a  idéa  de  Deus  ! 

li  como  nas  irradiações  sideram  de  um  zodiaco  estellar, 
elln  ptiie  ler  o  h  iroacopo  de  saa  im mortalidade,  repassando  a 3 
zonas  successivaa  das  rel»;^'iõ(?s  proftissadas  uo  percurso  do  cyclo 
histórico,  disde  os  írrosseiros  feticíii.4tnoa  das  tribns  primitivas 
at(?  o  feiichismõ  solar  dos  Asgyrios  e  da  Trindade  Kgypria  ; 
desde  o  polytheismo  piUorescti  da  mytholugia  grega,  até  o 
panthí»tsmo  brahmauico,  até  o  idealismo  niwarnico  de  Budha  ; 
desdo  o  monothoismo  i n transi f? ente  doá  Hebreus,  ate  o  advento 
da  lioa-Nova  do  Christianismo,  derramando  sobre  o  mundo  a 
interna  hiz  de  sua  doutrina  humauitiria, 

íiemdita  sojis,  poisp  Historia,  mãe  carinlif»sa  da  scienciaque 
naa  arcas  santas  tio  teu  Tabernáculo  guardas  solicita  as  taboas 
saibradas  da  lei  da  verdade  ;  bemdítos  todos  os  que,  operários 
ou  levitas,  tôm  edificado  leu  g^randioso  templo  e  pentificado 
nas  ai'as  do  teu  culto  immõrtal  ! 

Oliveira  Catramly 

A  leiíião  possante  das  aves  i.iarinlias,  quedos  ninhos  alcan- 
tilados das  custas  portugiiezas  emiírra  para  os  Oceanos,  a  forte 
revoíida  do  alcyoiies  e  de  albatrozes  de  azas  roliusta^.  alTeitas 
ao  embato  da  tormenta  II,  ao  longo,  pelo  azul  tim  mstús  mercs 
na  sifidão  meinncnUca  das  agna,^,  ainda  oão  eat.l  extincta.  En- 
saiados os  primeiros  vôo.^  nas  ilhas  a li jacentes,  na  Madeira  o 
nos  Açores,  piílo  arrojo  heróico  de  Gonçalo  Zarco  o  Tristão  Vaz  ; 
devassadas  as  costas  africanas  pela  intrepidez  temerária  de 
Diniz  Fernandes,  no  Senegal,  de  João  ile  Santarém  e  Pedro 
Kacobar.  nas  costas  do  Ouro,  de  Diogo  Cam,   00   Congo,  de 


na  ix^flfnrrpj 


A^«ir»«  m  BemiMm^  de 

eiMiIflhetttd  e  trwBfOfl»  «  am  nte  Mi» 
iIé  fíârllwkmiiie  Dím  e  de  VMce  de  Qi 
por  Fidi^Ahr^ive  Gebrsl.  pe 

eei  fie  leeindoi  pe&  limito 
race  de  tif 

PMttdo  e  período  dm 

neeaiee,  m  H^mnà  nerielioB^ 
eo  periode  iedoelrUl,  e  no  dene  d 

etil  á  HeaeaidMe  i  m  eaTegiete  bmi 

Pof  neeie  tuIo  ceoopo  de  eeti?iiede  ^ 
Aitnoei  ftodrlgnet  de  Olii^eíre  Oetieaièy  ee 
feoete  que  o  irouxerea  ao  feio  detli  teilHe 

Neieldo  oe  eidede  de  Bnge,  RdiM»  de 
jeoelrede  ItiiA^  deáii^ov^eo  fle»4e  verdw  hum 
ítéámdQ-Êà  ea  martehe  de  gtt>^rrm  de  mm 
ioipolM^  poréiD*  para  a  úÈ^rtgm^o  de  loego 
ike  o  alTíire  de  pedir  aoa  eionerecão  e  dtfi| 
mira  de  eoaa  aspirmfõ^* 

Km  boa  hora  o  fez,  pois,  deide  logo,  ei 
TÍ««ena  úã  ooetas  do  Sul  do  Impc^rie,  pasaade 
eiufe  penetrou  qas  Taetídôes  aqoalieae  áo  e^t 
peroorrendo  lUe  todas  :iii  eaadaee,  deirie  ee  gl 
160  até  oã  meaodpoe  sinuoêoe  doa  igarapé 
pelos  encantos  d^  Iam  ilo  rio.  que,  eoine  a 
bavia  íaáciínuio. 

Tâo  viDcolado  aeniiit-fiC!  à  sorte  éo  m 
iberat  qoe«  em  1851,  pt^dia  o  obtisTc  a  m 
eldadiui  branleiro. 

O  momeQto  patni  a  sua  aptidão  prodadc 
propteio :  o  éco  vibrante  daâ  palari 
TaTarei  Bastoe  haria  feiti?  deraioroiiar  a  m 
úiterceptaTa  a  franca  oaTegsçâo  do  Ama: 
actividade  de  Irioeu  EvaogeHtta  de  Sousa^o  1 
de  Mauá,  líoha  sido  atlrabida  pela  realixi 
quista  da  civilização. 

Oliveira  Gatrambf  foi  uai  das  esoollii 
commaodar  um  doe  deu9  vaporei ;  e  oom 
casa  proflstio  qup,  em  1^^,  ieebor  de  toda 
tava  atia  carta  bydrogruptttca  de  Btíérn  a  Ui 
ao  Mínistorio  d\  Mahaha  e  aio  ia  hoje  serv 
zona  do  grande  rio . 

Tal  aptidrio  mereceu-H  '     load 

!•  (eoDote  boaorario  da    .\  i  *!« 

diveraof  ofliciaiwj  pir^  ^Hon 

qoe  deliam  ear  eoUooadoa  os  phar^aa  do  Am 


DISCURSO  DO  ORADOR  OFFICIAL 


TeDílo  iatciTompido  a  viila  activa  do  navegação,  porma- 
necoQ  na  cidaílo  do  Belóm,  ondo  a  5  dn  iimrgó  tle  1859  deaposou 
!\  líxma.  Sra.  l).  Fr.mcisca  Menici,  vírUiosa  matrona  que  llie 
sobrevive  ;  abi  fundou  divorsos  iíisutiitoa,  ijobrosaliioílo  o  Hos- 
liitíil  <la  Brnoíieencia  Porttigueza,  instiMiição  píiilantropioa  de 
grantl»!  utilidade  humanitária  <j  estylo  ar^^liiteclrtriico,  e  dirigiu 
maia  de  uma  eíii  preza  de  nave^íHíáo. 

Transfcriodo  sua  rnsidcncia  para  eáta  Capital,  ali^m  de  suas 
locubraçucs  i>rofls8ÍonaiíJ§,  dedit!ou-K6  ao  aorviç*j  da  itistrucçâo 
publica*  tendo  infçresS-»  na  Aasociavíw  l^roraotora  da  In^trucçào, 
á  qual  prestou  íissi^oalados  ser  vivos,  merecendo  a  medalha  do 
fiooio  bem  feitor,  o  sendo  pelo  Governo  do  onlixo  condeoorado 
com  a  CO  IO  monda  da  Ordom  da  líoaa, 

A  Sociedade  de  Geographiado  Rio  de  Jaoeiro  acolheu  cora 
particular  diatiDcçáu  o  activo  op^Tario  da  got>^raplda  brazilioa, 
daodu-lho  um  lojsíar  em  sua  meaa  <Íiroctnia,  na  quat  occupou 
air>  a  morto  o  cargo  de  theaoiireiru.  Ivoi  seu  ^rtí mio  celebrou 
variris  conforeucia^í  sobre  a  doseuboría  da  Brazil  o  a  dotermi- 
nação  geo^^rapldca  da  bnhia  Cabralia.  Hsso  assumpto  que  já  o 
havia  occupado  com  a  orgaaizaçâo  da  carta  que  eoollrmou 
VarDliíi^em  na  verdadeira  disliEc^âo  liiatoi-ica  entre  ossa  l>ahia 
o  a  de  Porto  Seguro,  fucilítou-Ihe  a  honrosa  incumbe ncia«  o  as 
suas  conforônciíAS,  precisas  e  seguras,  mereceram  do  nosso 
illustre  conlrado  Barão  Iloraem  de  Mollo  o  elogio  de  ter  dito  a 
ultima  jpalavra  sobro  o  as^umptu. 

Todos  esses  titulos  do  benemerência  facultiuam-lhe  a  en- 
trada neste  Iníitituto,  que  do|dora  sontído  o  claro  que  em  sua 
legirio  abriu  a  íigíira  sympatldcado  velho  maniihoirif  erudito, 
quo  muhv  ^'albarda monte  honrar  »iia  pátria  nativa  o  mfk  pati  ia 
adeptiva. 

O  Engcnlielro  Tocantins 

Outra  ílgura  qno  m  tios  apresenta  enquadrada  na  nuperíicie 
immensa  diis  aguas  ama2f)nicas  r  a  do  António  Manoel  Gon- 
çalves Tocantins,  o  explorador  do  seus  grandes  a^tluèntes,  o 
descobridor  de  seus  campos  gerae^,  dessa  zona  opulenta  que  so 
intitula  «Planalto  da  Guyana  Braziloíra»*. 

A  singularidad*'  de  sua  vida,  o  traço  especifico  do  nua  obra 
scjentiíic^i,  t  rasem- nos  aos  olhos  d^atma  o  &eu  original  por  Al, 
como  o  de  um  Tritão  Camoneano,  ou  como  esse  esculpíural 
Teitrit^o  imaginado  por  Georgo  Saad,  emergindo  da  vastidão 
das  aguas»  tendo  a  fronte  engrinaldada  pola  f(dhngem  glauca 
dag  enormes  algas  e  nymphivis  ilo  seu  rio  htniionymo. 

Conhecedor  de  todos  os  oficantos  ílm  maiores  centros  (ío 
Civilizarão,  odueado  tmi.  Píuiz,  fnrmadf>  em  fíaiid,  a  natural 
incMoação  de  seu  temperamento  de  stientista  e  de  phil  ao  tropo 
o  fez  consagrar  sua  jirecios*  existenoia  ao  fterviç*>  da  civilizacrio 
do  sua  terra»  tio  «uya  gramloísa  ora  lím  liinaUco, 

i\as«i(lo  em  Carne  tá,  provjoria  do  Pará,  aos  29  ilo  ile/.embro 
da  183Ô,  5 lho  do  abastado  lavrador  ooroaol  Manoel  PeJro  Oon 


658 


BEVISTA   DO   IXSTITrTO  HISTOBICO 


çdlvea  e  aua  esposa  D.  Catfaariúa  do  NascimoDio  Gonçalves, 
senhores  da  fazeada  cSanta  xMaria>,  à  margem  do  rio  Tocantins, 
fez  o  seu  curso  do  ti u m a n idades  do  Somiuario  e  do  Lycau  de 
Belém»  e  em  l8íU  so^aiii  para  Pariz.  onde  frequentou  os  estudos 
do  CoDs€!rvatoi io  impori  il  de  Artes  o  Oílkios,  sob  a  direcção 
do  profesâor  PnyeOt  t^ndo  conseguido  equiparar  seus  a t testados 
dos  estabelecimentos  paraenses  ao  diploma  Tranoez  de  bacbare] 
em  lottras. 

Em  I86:>  segQiu  paitt  Gaod,  ni:itrículando-80  em  sua  celobre 
Universidade,  pela  qual  foi  em  1855  laureado  ongenheiro 
industrial* 

De  volta  ao  Pará,  foi  nomeado  cngeobeiro  da  Repartição 
de  Obrai*  Publicas,  eju  cujo  oxercioio  executou  diversos  tra- 
balhos, entre  os  quaes  eobrelova  o  do  levantamento  da  planta  e 
direcção  da  nova  povoação  de  Pinheiro»  em  18'>8,  creada  por  lei 
de  IStvO, 

Por  esse  tempo  despojou  aExma.  Sra.  D.  Joanna  Cardoso 
B  ira  ta,  graciosa  senhora  de  uma  díis  mais  illustras  famílias  do 
Pará,  irraa  do  nosso  prezado  confrvide  Senador  Manoel  Barata. 

Profe.ssou  níi  Eicola  Normal  e  no  Lyoeu  de  Belém  as  ca- 
deiras de  arilhmeiica  o  matbeioatícas,  Aindna  e  dirigiu  um 
coltegio  de  meninos  :l  qoe  deit  o  nomo  de  Marquez  de  Santa 
Cruz,  em  humena^^õm  ao  saudoso  prelado  metropolitano  D*  Ro- 
muaido  António  de  Seixas, 

A  sortcí  das  tríbus  aborígenes,  em  grande  numero  habi- 
tantes das  ruarj^ens  do  Amazonas»  occupou  particularmente  a 
sua  attençào  de  homem  de.sciencia;  e  Of^tudaodo  o  fdTDHiarí- 
zando-se  oom  a  língua  tupy,  coq.so.íuíu  penetrar  em  diversas - 
tabas,  coí) vivendo  at^um  tempo  com  os  Mondurucú^,  dos  qoaet 
consoou m  conduzir  para  Belõía  um  dos  caciques,  que  depois  de 
alguns  dias  do  sua  hospítalidaile  regressou  ao  seio  da  iribu 
raardvilhado  do  prodi^^^io  da  civilização, 

Commísâionadtj  pelo  trovomo  do  Pará  executou  díveraas 
viagens  <le  exploraçãi*  peloi  nos  Tocantins,  Tapajoz  e  Xlúgd,  e 
na  ilha  d*  Marajó,  ondo  p  roce  leu  a  trabalho:^  ethnojfraphtooa 
ern  companhia  de  ladialáo  Netto,  da  Ferreira  Penna  o  de  outros 
notáveis  naturalistas. 

Em  1890  fui  encarregado  da  exploração  do  rio  Trombetas  o 
seus  afllHontes,  afira  do  d^rterminar  com  precisão  a  sítu&çâo 
topo;^raphiea  dos  ínti ti i lados —campos  geraes  de  ^ Óbidos,  aute* 
riurtnenie  revelados  pelo  padre  José  Nicolino  de  Souza.  Essa 
sacerdote  teve  occa&ião  de  vi  r,  quaoJo  estudava  no  Seminário 
de  Aix  era  Frinçi,  um  manuscripto  de  antiâros  mis-sionarios 
jesuitíis  diindo  liotiria  i lesses  campos,  e  voPandr»  ao  Brazíl 
empmhendí3U  descobridos  do  novo,  tendo,  porrm,  faUeeido  nu 
rio  Cuminàem  I88:í,  quando  pelu  terc^dra  vez  tentava  a  eiplo- 
mc^o,  sendo  enterrado  na  floresta  fronteira,  em  uma  ilha  que 
foi  denominada  por  Tocantins  em  sua  carta  topoiíraphica— ílba 
Mcoltno,  a  este  coube  levar  ao  cabo  o  audaz  e  valioso  ten- 
tamen  de  doiar  seu  H-stado  natxl  cora  esse  pr^iCiasissimo  logra- 
douro. 


DISCURSO   DO   ORADOR    OFFICIAL 


659 


Sobre  caae  objecto  n ao  vo^  posáo  miniíílríkr  mulhur  mfor- 
niaçio.  do  <iue  commuDicando-vos  a  inteivssxnto  carii  diri- 
gida do  Ne  uclm  to  I,  onde  então  se  adiava  o  Dr.  riorji:alveis  To- 
caEtins,  a  !í<'U  aniifí'»  Dr,  Joào  Baptista  Permira  Pítnna,  fa- 
seado minucioso  histórico  da  desí-oborra  desses  campos,  a  que 
filo  dêílnJli* vãmente  denominou  earapos  íjeraes  da  Guyiina 
Brazileira.  Esse  procioao  documento,  qiiu  mo  foi  ^n^aciosaraento 
oirerecido  pelo  illusire  Senador  Manoel  Barata,  vao  alií  an- 
Dcxaio  a  este  traliatlio  para  a  Kevista  do  [nstituto. 

Tão  valiosos  serviços  abriram  ao  nosso  confrade  Dr,  An- 
tónio Manoel  Gonçalves  Tocantins  aa  por  tus  da  cSociotà  de 
Antroptjloííia  o  Etn<do;Lria»  de  Florençn  Il>v78)  ;  da  *Instílution 
Eyiní*í?raphiíiuo>  do  Parii  (1^81);  tio  Instituto  Polytechnico 
liraziloíro  (1876);  da  Associação  Bi^azileira  de  Homoua  do 
Leitras  (1883)  cem  1874  as  deste  Inatiluto,  qno  depõe  hojo 
Hobro  o  tumulo  do  ilíuíítratlo  o  indefesso  collaborador  de  sua 
grande  obra  eite  exiguo  tributo  de  saudade. 

Monsenhor  Coata  Aguiar 

Ainda  o  perfil  de  um  confrado  po  nos  apresenta  sobre  o 
«cenário  grandioso  úo  Amazonas  :  é  o  do  seu  primeiro  prelado, 
empunhando  o  crncilixo  de  mission.irio,  tendo  por  soIio  a  vas- 
tidão de  suas  a^^nas,  por  dOí^el  a  ejípe.ssura  de  suíia  florestíis, 

D.  José  Lourenço  da  Costa  Aguiar,  fllbodo  negociante  Boa- 
ventura da  Costa  Aiíuiaredo  D.  Joanna  Virí^ilía  de  Paula 
Aguiar,  nasceíi  na  cidade  de  Sobral,  K>tado  do  Coará,  aos  9  de 
agosto  de  1847.  Tendo  iniciado  o  corgo  de  humanidades  em 
Bua  < idade  natul,  com  o  padro-meslre  António  Fialho  e  o  pro- 
fessor VicenUs  do  Arruda,  entrou  em  1866  pata  o  Seminário  Dio- 
cesano da  Fortaleza  ou  do  recebeu  ordeor^,  iodo  celebrar  a  sua 
primeira  missa  na  kírra  de  seu  berço  a  8  de  dezembro   de  1870, 

Piovido  pelo  virtuofio  prelrido  D.  Luiz  António  dos  Santos 
no  curato  da  Si5  da  Fortaleza,  ahi  exerceu  o  seu  sacerdócio  até 
1876,  quando  a  convite  do  eminente  D.  Anfcjnio  do  Maeedo  Costa 
transferiu  sua  regidt-ncia  para  a  dioceso  do  Pará,  onde  exerceu 
as  funcçuí^s  de  cónego  da  Sé  c  de  vigário  gorai  do  Amazonas, 

Agitou-><%  por  essa  occa.sião,  nas  relações  entre  a  Igmja  o 
o  listado  do  Brazil  a  colebre  «questào  religiosa*,  da  qual  foram 
prinoipaos  protagonistas  aquelleínidi to  prelado  o  o  da  diocese 
do  Olinda/ D.  Vital  de  Oliveira,  quo  levaram  u  sou  fervor  alô 
ao  «acrificio  de  uma  condemnaçào  iudiciaria. 

Ao  lado  do  cliefe  de  sua  circumítcripção  ecciesiastica  ne- 
nhum lutador  nKiiá  strenuo  ao  aciíou  aem  com  mais  resolução 
que  o  denudado  sacerdote* 

De  temperamento  cuu  lha  ti  vu  o  ardentejutador  da  imprensa» 
o  padre  José  Lourcnvo  sustentou,  nus  columnas  da  liou  Xora,  a 
luta  acirrada  que  eessa  arena  entào  se  travou. 

Adopto  exaltado  do  pJirtido  conservador,  interveio  forte- 
mente nas  lutas  poiitica^  daquelle  Estado,  unido  ao  chefe  desse 
partido,  cónego  Siqueira  Mendes,  de  quem  era  corroligionario 


A60 


HEVISTA    IKl   INSTITUTO   IIISTOHICO 


dedtcadu*  Q  por  Tese?  conse^ura  ser  eleito  á  fii4  Afl8SiDèl6a 
LegitlãiíTa  c^  de{>otôá  Camar^L  doe  Dêputa«lo.'<. 

DeiotnpcQbou  varias  funccôes  huin.iiiíUknaa,  qoaos  ms  do 
provedor  dv  Santa  </dda  «ia  Mi^ri<^rdía,  aámlnUtriidor  do 
AfvIo  (lo  AlioQádoãedo  lloapiqio  do8  Lazii*o<t  de  TQeunfttiba . 

Tt«nd«j  abkodofMd» «1  politica  (|a&ndu.  peli  [<[  la  dm 

Republica  na  Hmzil*  fui  disáohida  a  Camará  dn  q  .  ftarlc*, 

B0gutu  para  Uoma  onda  ctirêuu  u  Cotiegío  dos  Nubiv^»  sendo 
graduado  doutor  t*m  direito  eivíl  e  canc*DJco  (R*ki  UaivHrsídiído 
de  S.  Apollioario. 

Creada  a  diocese  do  Amazonas,  fui  sagrado  sea  primeiro 
biiípo  a  il  de  mar.  j  de  1^'JI,  na  igreja  do  Sagrado  Coracào  do 
Josiu,  de  Pctropuliâ,  eonriMindo-lho  asagntç!^  o  ioleroiincio 
apostólico  D.  Jeronymu  Maria  Gotti,  ^qiÍo  assistentes  os  Bispos 
de  Nictheroy  c  do  Argos,  D.  Francisco  Maia  o  D,  Joaqairo 
Arcov#i*do,  no&^o  illa^tre  confrade,  actual  Arcoblspo  do  Rio  de 
Janeiro  o  primiiiru  Cardeal :$t)l-amoricano. 

O  traço»  portara,  mais  originalmente  hiinfianitario  da  rida  do 
nosao  oxtincto  confrado  é  o  da  sua  di^Mlicação  ;1  catechesd  do  mt- 
aero  selvagoni,  cntro^'uo,í?ra  plenu  poriodo  do  civilização  o  liber- 
dade, á  tyrannia  anuiquiladora  da  i^rnorancia  e  da  ú:^rav}dão. 

Tendo  nas  veiai  o  sao^oo  beroieo  dos  Potiguáras,  de  ouja 
taba  saliiu  o  períil  «glorioso  de  O.  Antooio  Folippo  Caiuarâo«  o 
padre  Joaé  ÍMurGa^o  no  oxercício  do  seu  sacerdócio  erapenhava-ee 
com  fervor  christào  pctla  aorta  doi  desventurados  senhorea  espo- 
ladúci  de  noa^a  terra  ;  o  entre  as  suaá  prodm'^^os  litt^frariaa  oe 
seus  artigoa,  os  seua  discursos,  aa  auas  pastoraes.  fuliie  eni 
primeira  plano  o  ^'^u  :«CAríjfu  Mufi encana,  CutimiiuH  tmra  aranÊm 
yhirtfjati*  Htipi»,  E'  o  Catbeci^moda  L>outrin  i  Cliriitã  pur  olle 
escriptr»  um  Uoguti  ubeugatú  para  uso  das  tribiia  8èlvag«08  do 
Amazunaa. 

Que  ntaior  apologia  para  tiui  prelado  christao  áo  que 
aâsixnalar  em  «eu  espolio  li  Iterar  tu  essa  jóia  bamanit^iria? 

g' e.<^e  o  luaia  ijjiiemue  rcq^iem  que  junto  a  úqú  tumulo 
pòile  entoar  o  In^tituti.»»  eui  homenagem  ao  saudoíki  conn-ado, 

O  Fadra  Correia  de  Almeida 

Âs  vestes  saeerdotaos  do  compaobeiro  exiuicto  to  roçam* 
a  iiuagem  de  outro  C4>nsocio,  tainl^em  sacerdote,  de  cuja  iulor- 
essaule  eoJlaboravEo  Toi  esteannopriv^ulij  olualituto  —  opadrc* 
me.4re  José  Joaquiui  Correia  de  Almeida. 

Mui  diveróã,  pi^rém,  era  a  sua  compleição  pdyehica  e  de 
outra  natureza  o  acervo  litterarlo  por  elle  legado  á  poateridadê, 
apda  uma  exiâienoia  unifurmo,  de  cerca  do  oitenta  o  eioeo  annoa. 

Najscido  u  i  cidade  do  Barbaceoa,  Estado  de  Miuiàn  c^et^m, 
em  4  do  setembro  de  1^:^0,  ua  me^oiia  casa  em  «^ue  residiu  a 
vida  lu leira  e  m^íu  a  íaUecer,  tilbo  do  advogado  major  Feroaodo 
JoÃú  de  Aliseida  e  Souza  e  ^ui  embora  D.  Uarbara  Marcetlioa 
do  Paula  Correia,  irmãu  do  notável  iniaoíro  Cooselhairo  M»* 
riauno  Carlos  de  Souza  Correiat    cônsul  do  Brazil  era   liaboa  o 


DISCURSO  DO  UR  Al )( Hl    DM  lí  lAl. 


(V(U 


dopois  iJiroctor  da  Secretaria  da  Gaorni,  iniciou-se  o  joven  Josô 
Joaquim  Qo  estudo  primário  do  ItitíriÍÉlades,  com  o  vigário  do 
BarbucouíL  Juíiquioi  Camillti  do  Brito,  vutlo  .salíonte  na  rovo- 
lMr;ào  mio*!3ríi  do  184?,  pasmando  dfpoi^ípara  S,  Jcão  d'El-Hoy, 
ondú  orstuduu  umsica,  dv.  ijue  íbi  sooipro  cullor,  t*  Imraaiiidados 
ató  philosopliia,  <iom  os  proíbssoroa  líegioaldo  do  Harro»,  Dr. 
Ik*míngcjs  da  Cu  d  ha  e  com  o  ("ooego  Mariulifi  (José  Anlooro)i 
lljura  prociiiinonto  o  biatoriador  daquella  rovolurão. 

íím  1841  iuiciou  Sii  110  ina^iaterio  couio professor  contractado 
tomlts  porém,  do  interrompel-o  por  tor  rebimtadoa  revolução, 
na  qual, embora  nâo  lomassc  parte  directa,  prestou  lhe  todavia 
assistência  gyuipatbica.  ièiido  8ido  quem  ímprimiti  a  procla- 
mação dos  chores  roboldes,  por  entcsiidor  da  arte  typo^^capbiea. 

Sentindo  decidida  vocaçiMj  pela  carreira  eccloâiaatica,  pn^íí- 
tou  no  Soraiiiariu  ãe  Marianna  os  exames  synodaed  ©  .scíj^uíu 
para  o  Rio  do  Janeiro»  onde  recebeu  todas  as  ordeus  que  l\m 
foram  c<j  d  feridas  por  D.  Manoel  do  Monto»  Cjode  de  Irajá,  sendo 
a  sagração  sacerdotal  a  3  de  mato  de  1811,  tendo  canteulo  sua 
primeira  missa  ora  Barb:irena,  a  *^l  dti  abril  do  mesmo  anoo. 

Recusando  luodoata mente  a  dirtícviío  desta  paruchia,  quú 
lhe  lôra  olforeoida  pelo  venerando  prel.ido  de  Marianna,  D*  An- 
tónio Ferreira  Viçoso,  exerceu  diveríias  cape  Ha  o  ias  ei  por  vezes 
teve  do  exercer  interifjainenta  funcções  paroehiaes,  como  «nico 
ijacei-duto  residenle  em  Barbaceua, 

Eui  ui na  dessas  iniorinidados,  o  enlâu  preaídento  da  pro* 
vinciã  —  Carneiro  do  Campos,  adverti  u-o  de  uao  compnlas  ri- 
írorosamcnfe,  am(uça.ndo  o  de  suspfjnderdhe  a  cungrua.  Ktt.sa 
advertência  tevoasefíuiatL^  resposta,  iiaquoUe  huntifr  íiíuí  foi  a 
nota  dominante  ile  tod»  a  sua  vida:  «Beyu  us  mãoa  de  W .  Ex. 
pela  patriual  lioíiilidii  com  ipjo  me  aoieaçt  eum  u^*  p^^íiisi  da 
lei;  .sulTrel-as  Uoi  em  do>i!onto  dus  meus  peccadoá,  declarando, 
porem,  que  Tiouhum  caso  faç^i  de^^a  íinnbtítf/jní  a  que  fec  dá  o 
nome  de  côngrua-» 

A  í)Ua  proftiiíão  dcfiiiiiva,  porém,  a  que  dedicou  o  raetlior  de 
sua  vida  durante  maia  àq  trinla  a  o  nos.  foi  o  magistério,  no 
exercício  da  cadeira  do  latiaa  de  líarbacena: 

\   iiirtiiiia  i-a|t|MCÍiii>s;i 
r.tiU§jiirou-an  luulra  iiiiiii; 
8ii(ílfi-iiie.  |)ui*  uiçuií  pL^-cado», 
Ha  câdrirâ  de  Lihiii . 

Por  ella  viu  ello  transi tarom  varias  geJ^ÉW.õe^  da  mocidade 
mineira  qud  eile  bi^jeiramente  satynza  : 

Du  xnuito.^  Jiiíja  V  garioa. 
Jai2fft  ou  ndvMgadOâ* 
Os  vorhoá  mui  cjtij  arfados 
Eu  çosMifiiiivLi  <  iíu?ndur  i 

A«j  padr«}  luuilru  miuinro 
Haiivo''^f  ruuseiTanciro, 
Quiu4ios  *'\ie&  pode  111  dar. 


662  REVISTA   DO    INSTITUTO   HISTÓRICO 

No  exercício  do  saa  profissão,  na  cidade  qae  lhe  serria  de 
berço,  o  padre  Corroía  de  Almeida  tornou-se  uma  personalidade 
necessária.  Verdadeiro  typo  do  sacerdote chris tão,  virtuoso  sem 
bypocrisia  ;  caridoso  som  vaidade,  modesto  som  aíTectacão,  a 
sua  sympathicA  figura  era  sinceramente  querida  no  seu  meio  e 
delle  irradiou-se  para  todo  o  Brazil,  com  esse  mesmo  traço  moral 
que  o  recomraenda  à  veneração  da  postiTidade. 

O  que,  porém,  o  tornou  popular  e  adqoiria-ihe  mesmo 
celebridade  na  pátria  como  no  estrangeiro,  onde  mereoeu  refe- 
rencias lisonjeiras  de  homens  da  estatura  de  António  FeliclaDo 
de  Castilho,  foi  a  sua  verve  satyrica,  fecunda  e  inesgotável, 
que  ministrou- lhe  assumptos  (>ara  a  publicação  de  15  rol  umes 
do  versos  humorísticos,  em  todo  o  longo  percurso  do  sua  Tida 
de  octogenário. 

Seria  mister  dar  a  este  trabalho  proporções  que  elle  não 
comporta,  para  recordar  a  diversidade  de  assumptos  do  dia,  por 
elle  chistosamente  criticados  em  satyra  verdadeira, 

cPorque  nelia  a  calomnia  o  fel  não  verte.» 

Não  resisto,  porém  d  tentação  de  dixer  um  soneto,  que 
reputo  um  primor  de  verve  e  de  metrificação. 

Sustentava  elle  então  ardente  polemica  com  diversos  litte« 
ratos,  entre  os  quaes  o  erudito  Dr.  Baptista  Caetano  de  Almeida 
Nogueira,  sobre  a  procedência  da  poesia  com  caracter  indígena, 
a  que  denominavam  indianista.  da  qual  era  aquelle  fervoroso 
adepto  e  adversário  o  nos^so  extincto  confirade;  eil-o  : 

\'aW  puri.  Dão  canto  a  moila  de  emltoaba : 
Ol  bre.  0111  vez  do  Trjo.  o  grão  Paraupeba  ; 
I*r»H'ouiE»?  a  ellicaz  virtude  da  capeba 
E  reflua  o  salK)r  molifluo  «la  mangaba. 

Do  (iuaratiuçu"tá  o  PiíidaiiionbaDjerabd 
Tem  muito  «jue  diz  r.  >e  nâu  e  paidreba  : 
K>timulo>  lhe  dt-em  as  puas  «Ia  urumbeba, 
Inspiracõo>  lho  dè  Paranapiacaba. 

l»i'»ta<  inari:oiis  .;u»»  banlia  o  larpo  ParahvKi, 
Incal>]Uo  a  puliinoa.   oxalle  a  i:abiroba. 
iVcanto  a  jurity  pousaila  iia  iiul>aiiba. 

l>' -llirone  o  ryn\in«d,  rnlhr.»n»'  a  |»atatiba. 
l>  •  Puído  quor  lallar»  >••  íjll-    .la    i>in  tuba 
K  s- us  \er>v>-  t»  r.<o  a  lur  da  ojrn.iúba. 

Sem  o  estylete  acerado  com  que  Jnvenal  pungia  as  micerias 
da  Roma  decadente  :  sem  esse  epigramma  subtil  com  que  Vol- 
taire vergastava  a  corrupção  d;4S  (  òrics  e  das  certezas  de  ^^ea 
tempo  ;  sem  e^s<^'  improviso  humurislico  com  que  o  grande  Ma- 
noel Maria  fulminava  o  adversa. lo  invejoso,  o  («dre  Correia  de 
Almeida  <>,  ludavia.  um  coQtioua*lor  da  poe*ia  saiyrica,  xão  van- 
tajosamente representaia  em  Portugal  por  Nicoláo  Tuleniinoe 
Faustino  de  Novaes,  e  no  Braiil  pelo  grande  Laurindo,  pelo 
velho  Muniz  Bari*eto,  pcT  Joaquim  Serra,  por  Alves  de  Oar* 
valhal  e  lantos  ouiros  cultores  dessa  alegx^  viella  da  poesia. 


DISCURSO  DO   ORADOR  OFFICIAL 


663 


r 


Complitição  oquiLtbradn.  o  íaiiz.  o  padre  Correia  do  Almeida 
coDííorvou  até  os  últimos  instantes  toda  a  lacidoz  de  espirito, 
toda  a  frescuri  d^aloai.  de  um  jusk)^  toda  a  encantadora  philo- 
aopbia  de  um  poeta, 

E  ne^taa  simples  palavras  está  traduzida  ri  homoDa;^'Bm  que 
á  sua  memoria  rondo  o  Instituto  Histórico  e  Geograpliico  Bra* 
zilcirõ, 

O  Dfi  Saldaaha  da  (Hma 

Ao  modesto  prul^èríaorado  «íxercido  pelo  aiofrelo  sacordote 
miooiru.  vincula-so,  por  aniitliosu,  o  eíovado  ran^iaterio  da 
iilta  sci<*iicia  profesáíiílo  por  outro  nosso  confrade  (*olhÍdo  pela 
morto  e  Dotavol  lento  do  sciencias  oaturaos»  Dr.  Joaô  de  Sal- 
danlia  da  Gama. 

Nascido  no  municipio  do  Cimpo§»  Estado  do  Rio  de  Janeiro, 
a  7  de  agosíto  de  183^»  tilii }  de  D,  Josij  de  Saldanlia  da  Gama  e 
ííua  esposa  D.  Maria  Carolina  Barrosf>  do  Saldanha,  o  Dr.  José 
do  Saldanha  da  Gama  proceciia  de  stírpo  privilegiíwla,  que 
tendo  era  remotos  avoeogoi  cingido  a  coroa  de  Aragão  o  de 
Castella,  viu-sc  cm  Portugal  illustrada  pelo3  perfis  do  Marquez 
do  Pombal  e  polo  Duque  do  Saldanda,  e  na  vida  colonial  do 
Brazil,  pelo  Condo  da  Ponta,  governador  da  Bahia  cm  18^18, 
seu  avíi  paterno - 

Mas  á  sua  compleição  intellectuaU  aos  hrasous  heráldicos 
de  seus  antepassados,  antopuoham-seas  aspirações  de  uma  outra 
nobreaa,  a  nobrosa  da  sciencta  que  mais  o  fascinava» 

Recebendo  no  afamado  Colégio  Calogoras  aprimorada  edu- 
cação secundaria,  raatriculou*se  na  Escola  Central,  oode  em 
18I5Õ  recebeu  ogrào  de  bacharel  ©ra  scieneias  phyaicaa  e  raatlie- 
matícas. 

Dedicando -se  desde  logo  ao  ensino,  exerceu  nesse  estabele- 
cimento as  fyncçõos  de  coadjavaote  e  depois  do  oppositor  da 
secção  doscienciasnaturaes^  sendo  proviJo  na  cadeira  de  botâ- 
nica, quooccupoíi  por  largos  annos,  até  jubilisar-se  em  1886* 
Foi  essa  cadeira  o  alicerce  sobre  o  qual  Saldanha  da  Gama 
soube  erigir  com  pericia  o  odiftcio  do  seu  mérito. 

Discipulo  do  sábio  professor  Freire  Alleraao,  de  quem  foi 
continuador,  o  lal>orioso  profe-íwor  foz  estudos  espoe  ia  os  sohre  a 
ilora  brazileira,  o  principalmente  sobro  as  nossas  o^adeiras  do 
construcção,  e»  apparelhado  de  conhecimentos  e  dotado  de  làcil 
e  elegante  eloquência  didaiiiica,  tornou-se  Hgura  distincta  em 
uma  oongregaçào  do  sábios,  onle  íalgiam  as  mentalidades  de 
Rio  Branco,  de  Bellegarde»  de  Villa  Nova  Machado,  de  Loaalo 
Seiblitz,  de  José  Joaquim  da  Cunha,  de  Gomes  de  Souza,  de  Epi- 
fânio Pitanga,  do  Antiocho  Faure,  de  Benj  imin  Coustant  e  ai* 
gumas  altas  noiabilidades,  que,  por  felicidade  da  sciencia,  lha 
íiobrevivem. 

Para  prtifesãar  scíentidcamente  a  iua   disciplina   favorita, 
fundou  um  bello  gabinete  botânico,  mdn  s^lieníijt  se  um  copiodo 
liervarli»,  por  suas  próprias  mãos  disposto  e  chiasi  íicado  com 
ál58— 43  Tomo  lxvui  r.  ii. 


DIíiCrjRÍ50  t>o  OR/ Don   OI^FrOIAL 


r 


o  Dr*  Ãntonlo  Pisa 

Afiíio  u  tributo  prúsudo  ao  opnrario  da  acicncia,  cumpríj  a 
Instituía  o  dovor  de  rondcr  o  soa  preitade  gratWào  at>  operam 
da  Uiâtoria. 

O  tnM;o  «^pocifico  da  vida  labor iuisa  c  proficna  do  Dr,  An- 
tónio de  Tok*do  Piza  é  o  so  ti  fervoroso  fiulk»  ;l  hií<turi a  pátria. 

Nascido  em  Capivary,  Estado  dô  S.  Paulo,  íjlou  -^  du  ràbrit 
dtj  1K48,  filho  úo  roi^péiuvel  fazendeiro  paulista  Jost?  do  Toledo 
Piza  o  Almeida  o  sua  e^poáa  D.  Marim  de  €'aivíilho  Vw\,  clmfo 
do  irma  illustre  família  que  torn  a  fortuna  de  contaf  em  ao« 
seio  pcríl.'!  que  se  impÒL^m  pola  sua  ísiíporíoridado  na?í  raais  qí(\- 
vadas  regiÔMs  sociatjs,  u  i  naa^i-^tratura,  na  Bcionnia,  na  diplo* 
macia,  iniciou  setis  estudos  cum  sam  piu,  pasmando  a  aer  diâcipnío 
do  professor  particiilir  Seratlni  Josi'"  d  >  Horto»  a  quem  dedicoti 
Júlio  Riboiroíáua  grammatica  portugueza. 

Destinando-so  íl  iavouia,  pormaneceu  na  íizenda  até  aos  á3 
anuo«,  quando  transferiu  sua  residência  para  Porto  Feliz»  ondo 
exerceu  o  ma^istenu  primariu  atO  187  L 

Tendo  c-mprchundido  por  ambiyão  de  moço  o  oxíg^encia  do 
saúde  tima  vta^^om  aos  Est;idõa  Unidoi,  luatriculou-so  em  1875 
no  coiáodtj  engenharia  da  Universsid^ule  de  Cinciunatí,  Kstado 
do  nhió,  e  quaLro  anuc^  depois  viu  CfO-oadoB  og  scoa  esforços, 
recobendo  o  diploma  do  engonboiro  civil  com  diatincçào  o  sendo 
togo  empregado  em  con^trucções  do  camínlioí3  de  ferro  nos  Es- 
taídos  de  Kentiicky  o  do  Tenossee. 

Em  ÍS^a  vrjltoíí  ao  Brazil,  sendo  sua  aptidão  aproveitada 
como  director  techníco  do  Engenho  Central  do  Porto  Feliz. 

Em  1S85  voltou  aos  . Estados  Unidos  om  eoramissao  indas- 
Éria!  da  casa  Joarpiim  Sallest  &  C  qnr  o  ofijarregou  de  adqínrir 
os  machinísraos  c  montar  a  fabrica  Antárctica  Paulista,  no  bairro 
de  Agua  Branoa,  commi-Jsao  que  vantí^josamente  deí^mponbou  ; 
e  om  18mi  transferi  u-tíc  para  Jabotieabal»  onde  dod  içou -fie  a 
coDiiirucções,  tondo  edi rifado  em  poucos  ni«ze9  a  matriz  de 
Araraquara. 

Sectário  deci>iid'j  das  iá&is  republicanas  desde  o  manifesto 
de  1870,  o  Dr.  António  Piza  foz-se  seu  propagandista  na  ira- 
prensa,  collaborando  eiu  diversos  jornans  de  combate  e  oc- 
itupando  a  presidência  do  Gltib  Kepublieauo  d43  Porto  Feliz,  ondo 
fez  divor&iií  eonferíjíiicííis  publicas,  »cudo  também  delegado 
junto  ao  Con;^'^re.4iío  Ropuldicano.  doa  Clubs  de  Ifcú  ode  Capivary. 

Era  18^3  fui  Douicado  director  da  Estatislica  o  do  AreUivo 
Poblico  de  í5.  Paulo,  o  fui  essa  acertada  e-scoUta  que  o  collocoii 
em  sôu  verdadeiro  poato.  Espirito  observador  e  caracter  recti- 
lineo»  encontrou  o  Dr.  António  Piza  nesse  iiicio  o  eleriiento 
maid  pruptcio  á  sua  ríxpansão  iniellectuaL  Nesse  ambiente  se- 
i^eno  encoutrou  eáiimuío  para  a  fuudar/áo  do  luatUuto  Histórico 
B  Geogra-pbleo  de  S.  Paulo  o  pitra  o  grande  numero  de  tra- 
balhos biatoricos  publicados  eia  áiia  Revisti,  em  que  são  ma^t«' 
tralraente  tratadas  intoressantissiraas  questõeí*  da  nos^a  íxiú- 
toria,  entre  as  qttaes  avulta  a  doa  caoipos  de  Palma  e  do  tef  ri- 


REMOTA  DO  INSTITUTO  H[STORI€0 


iodo  litigioso  cDire  F^raná  e  Saota  Catharíoa ;  par»  empre- 
benier  a  «PabUcação  oflQci&J  de  Interessantes  Doetunenloc  mrm 
a  Historia  e  Costumes  de  S,  PauIo%.  por  oUe  coordenadas  • 
aaaotados,  om  may  de  50  Yolumes.  que  lhe  granjearam  q«  ftrw 
de  hi^toriograpba  e  o  adioiitiram  ao  oosio  grémio,  que  lameala 
a  perda  ioestimavel  do  devotado  sectário  de  deu  culto, 

Bfaeedo  Soards 

O  lofltituto  iuterpretaoseDUmento  da  Pátria*  ajoelliAEido- 
se  revereale  ante  o  tu  maio  au^oiàto  do  seu  grande  juk  :  é  ao 
menos  uma  jutta  coinpeosação  easa  homenaírem  postbmiia 
áquelte  que  peregrinou  iargoa  aonos  por  essa  via  dolorosa,  qoe 
6  ^4  partilbado  que  ae  sacrifica  a  esse  sacerdócio « 

So  õ.^;  íjuo  o  profess^km  conhecem  as  provações  desse  marty- 
rologio  em  qua  ae  resume  a  vida  do  magistrado  :  faxer  justiça 
e  recebor  injastiçaâ. 

Arauto  da  cLviIizacao,  pioneiro  do  direito,  miasíooario  da 
lei,  o  magistrado  brazileiro  vé  fanar-se  a  flor  de  sna  rnceídade 
na  obscuridade  do^  sertões  remotos,  aMonta  impávido  o  perigo 
em  todas  as  suas  manifestações,  desde  os  mais  ameaçadores 
accideates  naturaes  at^'  á  aggreesÉLo  boâtil  da  bosta  fera  e  da 
fóra  huQQana,  a  mais  feroz  de  todas  as  bestas.  E  ao  termo  da 
jornada,  a  perspectiva  de  legar  á  família  a  ossada  e  a  miséria. 

E  contam-se  por  unidades  O0  poucos  felizes  que  escapam  a 
esse  destino. 

António  Joaquim  de  Macedo  Soares  teve  a  foriuna  de«  em 
Bua  romagem,  traositar  por  alguns  oásis,  que  lhe  saaTisaram 
alguns  mumentosdiloD^a  e  fecunda  existência. 

Naãcido  a  14  de  janeiro  de  1838  na  fbsenda  do  Bananal, 
distrícto  da  Pootii  Negra,  município  de  Maricá,  província  do 
Rio  de  Janeiro,  alho  do  Dr.  Joaquim  Mariano  do  Azevedo  Soa- 
res e  D*  Maria  de  Macedo  Soares,  suii  ascendência,  através  dos 
abastados  fazendeiros  e  lettrados  do  alta  represen tacão «  entro 
os  quaes  figuram  o  capitão-raíjr  de  Cabo  FTia  Dr.  Francisco 
de  MacoíJo  Freire  de  AzeveJo  Coutinho  e  o  Dr.  Julião  Rjingel 
de  Macedo»  que  substituirá  interinamente  no  Governo  Geral 
do  Rio  de  Janeiro  a  Salvador  Corrêa  de  Sít  e  Benevides,  vin- 
cula-se  no  fidalgo  O.  António  de  Mariz,  perpetuado  por  Joeé 
de  Aleocar  no  seu  Guaramj. 

b]m  1853  matriculou  sê  no  antigo  Seminário  do  Rio  do 
Janeiro,  onde  fez  o  curso  prcparatijrio  o  o  de  tbeolo^'ia,  qao 
compleiou,  merecendo  sempre  as  notas  mais  disti netas. 

Incompatível,  porém,  por  temperamento  e  pela  corrente 
de  sua^  idóas  pHiiosophicas  á  vida  ecelesiastica  e  animado  por 
seu  padrinho  o  Comuieudador  Aatonio  Joaquim  Soarea  Kibeiro, 
seguiu  para  S.  Paulo,  em  cuja  Academia  matriculou-se  em 
1851,  recebeodo,  depois  de  brilhante  curso,  o  grto  do  b&cbarel 
em  scieocias  sociaes  e  jurídicas  a  22  de  no^-embro  de  18Ô1 . 

Voltando  á  terra  natal,  foi  fazer  seu  anno  de  pt^tica  em 
Amruama,  e  ahi  desposou,  aos  2â  de  novembro  de  186^,  sua 


DíSCUnsn  DO   ORADOR    OFFÍCIAL 


CGT 


prima  IX  Tlioodora  Alvares  de  Azavedo  Macedo  Soares,  disLincta 
ijiatrona  d#  quem  houve   naraorom  proíe*  que  lhe  sobrevivo. 

Começa  abi  a  movimentada  vida  publica  do  o  osso  i  Ilustre 
compinlieiru  oxtinGr.o, 

Delegado  de  pelidii  de  Araruama  om  IH62»  inspector  es- 
colar ©ra  18  >3,  juiz  miinicípil  u  de  orphàoa  no  mesmo  aono, 
promotor  publico  do  Rio  Jíoníto  era  18G4»  juiz  de  direito  de 
Campo  Largo,  no  Parafiá»  em  1865»  chefe  de  policia  úessa  pro- 
vJDCia  era  1^76,  juiz  de  direito  ^io  Mar  de  Hespanha,  em  Mioaa 
Geraes,  cm  1878»  de  Cabo-Prio  era  1881,  da  2*  vara  cumraercial 
da  Corte  em  1886,  desembargador  da  Corte  de  Appellaçáo  em 
1889,  fui  ahnai,  nomeado  em  1892,  Ministra  do  Supremo  Tri- 
bunal, posto  de  actiTídade  em  que  o  veio  colher  a  morte  a  14 
do  acosto  deste  anuo . 

No  exercicio  de  todoa  esses  cargos,  além  das  peregrinas 
qualidades  do  caracter»  Macedo  Soares  fazia  sentir  sua  ele- 
vada mentalidade  illustranJo  as  loitrag  jurídicas  cora  luminosas 
sentenças  e  eruditos  artigos  dn  doutrina  publicados  em  diversas 
revistas  e  em  livros  de  junsprudencia,  entre  os  quaes  o  seu 
LierQ  das  Terra -^^  Regimento  de  Ctí.stas  du  Cêrie  de  Appeliíiçtfo  e 
AnnotõçÕes  rfas  úbras  de  Pereira  de  Carvalho  e  Goavéa  Pinto* 

Além  da  carreira  juiliciaria,  traço  dommante  de  tóua  vida» 
Macedo  Soares  íoi  um  cultor  das  letxrag  e  um  atrenuo  comba- 
tente na  arena  poli  tico -social. 

Duas  questões  aociaes,  principalmente,  foram  olíjecto  de 
seu  ardente  e  constante  enthuaiasrao:  a  da  liberdade  de  cunhei- 
encia  e  a  da  abjliçào  do  aioraentij  >er  vil .  A'  primeira  eile  serviu 
tomando  a  direcção  da  maçonaria  e  batendo-se  em  sua  defesa 
Contra  as  intransigências  do  o  i  tramou  tau  is  mo  ;  á  segunda 
prestou  braço  forte  miciando  eááu  corrente  de  juatiça  humaníi» 
suaviaando  o  jugo  ferrenho  de  Icy  obsolotaii  ou  derrgadas  peia 
hermenêutica  racirmat,  iramanentcem  preceitos  cousiitucionaes 
e  princípios  scientiticos,  que  as  haviam  rovugado.  Em  seu  es- 
pirito emancipado,  o  symbolo  anachronioo  da  Themis  romana 
transformara-so  no  áa  Justiça  Christà,  tendo  nos  ollius,  em  vez 
dô  uma  venda,  uma  lente  perscrutadora  da  alma  liumana;  em 
voz  do  gladio  vingador*  o  eiitandarte  tnumphante  da  justiça 
scientiflía»  com  o   seu  lemma  humanitário  :    oppúríet  ynúereri, 

O  obscuro  companheiro  que  vos  dirige  a  pulavra  rejubila-se 
em  lembrar-so  que  foi  nessa c;irapan ha  humanitária  que  acliou*se 
ao  lado  de  Macedo  Soares,  o  conquistou- lho  a  sympathia  que 
perdurou  até  a  sua  morte. 

Ma:i  outro  traço  de  diatincção  ainda  realçava  o  mérito  de 
Macodo  Soares:  era  o  sen  culto  pelas  lettnis  pátrias  e  pela  sua 
historia:  de  collaboraçao  com  Beaure paire  Rohan,  e^reveu  um 
trabalho  sobro  linguas  indigenaa  e  ethnographia*  traduziu  a 
Uou  trina  Christã  para  a  lingua  tupy  e  compôz  um  diccionario 
brazileiro  de  linguas  ponu^ue/is, 

O  Instituto  por  taes  serviços  o  acolheu  em  seu  seio,  o  pe- 
zaroso  registra  o  eclipse  que  era  sou  horizonte  oporou-se  oom  a 
morte  do  erainnnte  raagtstrado  brazileiro. 


DISCURSO   DO  OBADOB  OFFICIAL 


Em  18íí0  havia  sido  oleíto  depiiUfio  -i  Asaembléa  Geral,  por 
mvx  província,  mandato  qtio  desempeDlioit  com  os  olhos  íltos  qo 
fiitiiroda  pátria, 

Eít\  IS7I  o  giudasô  Viscoiid*?  <la  Ria  Branco,  por  occa^iiSo  r!rt 
organizar  o  seu  primofro  ministério,  aff(TOCt^u-lhu  uma  pasta, 
fjuoi  rGCU8;ul;i  a  principio,  tbi  accoi ta  afinal»  í>ara  conjurar  dif- 
licylflíides  na  organização  rniíiiniorial,  tondo  sido  n  )áSíi  confrado 
nopioado  Mini  tro  do  Kxtrangoíroí?. 

No  d»ísemp(?[iha  doasa  árdua  commiSfíão  prestou  ainda  o  Con- 
selheiro Corrma  asaii-^nalndos  Sorviçoá,  taos  oomo  a  negociação 
confidencial  com  o  rn-nor^l  Mitre»  a  soiyrào  doi  oonílictos  onlão 
suscitados  com  a  Frativa  o  com  a  Bolívia,  redigiu  notável  me- 
morandum  ao  íloverno  da  Allemanlia  sobre  a  colonização  allemã 
no  Rio  (irande  do  Sul,  publicado  ora  nossa  Rci-iH*',  quo  detor- 
tninon  a  ovonoraç^Lu  dada  ptdo  Priíncipe  de  Bismarck  ao  Ministro 
Solíns,  oxoiverando-sc  afinal  dossa  conimissão  iior  o|iporse  a 
qu6  oi  nossos  representa  o  tos  om  Lundro»  rtícõbe;*?>em,  s%m  auto* 
lÍEiçao  Lo^al,    com  missões  pelos  ompm3t.imus  que  cootraliiam. 

Km  1877  foi  eleito  si^ador  por  sua  província  natal  e,  nâo 
somente  nos  archivyg  oilioiaes.  mas  na  tradição  popular  estíi 
perpetuada  a  memo  ria  do  Sonador  Correia, 

Sua  palavra  clara  e  singela  estava  ao  serviço  de  todas  as 
boas  ca  as  as;  o  raro  era  o  dia  em  que  no  Senado  n  rio  ecoasse 
aua  voz  em  favor  do  um  dii'eitoou  de  uma  providoncia  utiL 

Proclamada  a  Repablica  a  15  do  novembro  do  issíi,  acer- 
eoii-»e  o  Senador  Correia  da  pessoa  de  IK  Pedro  íí»  do  quem 
era  amigo  pessoal  o  foi  um  dos  que  mantivomm-se  a  sou  lada 
nos  momentos  ao^^astiosoa  de  sua  soquestração. 

Quando  al^nim  tempo  depois,  passadas  iím  a^ítoçõos  da 
transformação  polltiLa,  foi  creado  o  Tribunal  de  Contas,  o  Go- 
verao  da  Republica,  pt3lo  u^^^'\o  do  Ministro  Mr.  Serzi^doIIo 
Corrêa,  o  convidou  para  sou  Presidento»  logar  que  exorcou 
dignamente  em  IH114,  sendo  então  eleito  Director  do  Lloyd 
Brazileiro, 

Mas  a  noU  maig  sonora  áa  harmonia  de  sua  utíl  existência 
foi  a  sua  dedicação  extrema-la  e  cariobosa  peia  caoaa  da  ins- 
trucção  popular. 

Tomando  a  serio  a  maiitoa  de  Guizot  quo  o  futuro  pertenoô 
ao  povo  mais  iuatruido,  entregoa-sa  de  corpo  e  alma  á  faina 
alKinçoadti  de  propagal-a  por  todos  os  moio»,  promovendo  confe- 
rencias, fundando  in4itutos,  creando  escolas,  bibliõtliecas, 
museus»  gabinetes,  acoroçoando  sua  frequepcia,  fomeataodo  a 
aspiração  de  saber,  giwngeando  recursos  para  faoilital-a  ás 
classes  desprotegidas,  tornando-se  em  summa  um  apostolo  da 
educação  no  BraziL 

Entre  as  in numeras  associações  desse  caracter  por  olle 
fundada-  ou  mantidas,  rasai taiti :  A  instituição  era  novembro 
do  1873  das  conferencias  datíscola  da  ííloria,  tribuna  popular  em 
que  ecoavam  iia  palavras  do-s  sacerdotes  de  todas  as  scienci:uí ; 
a  installaçâo  em  1  de  janeiro  de  1^74  da  Astsociação  Promotora 
éa  Instrueção,   que  manteín  diversos  institutos  de  eduoaçiu»  pQ' 


670  REVISTA   DO  INSTITUTO  HISTÓRICO 

pular,  entre  os  qaaes  a  Escola  Senador  Correia,  no  largo  de 
S.    Salvador;    a  Escola  Santa  Isabel,   no  ediflcio  situado    em 
Villa  Isabel  e  offerecido  a  essa  Associação  pelo  venerando  Sr. 
Visconde  de  Ibituruna  e  reconstruído  pelo  nosso  bonemerito 
confrade  Dr.  António  de  Paula  Freitas ;  a  Escola  Nocturaa  de 
S.  Christovâo,  para  a  educação  popular,  sem  distincçâo  de  na- 
cionalidade; a  Escola  Barão  do  Rio  Doce,  fundada  por  es^e  hu- 
manitário titular  e,  incorporada  pelo  Senador  Correia  a  essa 
Associação,  nella  creou  uma  bibliotheca,  com  o  efflcaz  coocarso 
do  sócio  benemérito,   nosso  digno  confrade  Dr.    António  da 
Cunha  Barbosa.  Foi  também  Presidente  da  Sociedade  Amante 
da  Instrucção  e  da  Associação  da  Infância  Desamparada. .  • 

Que  opulento  inventario  pôde  apresentar  um  nababo  para 
legar  á  descendência  deslumbrantes  thesouros  que  se  possa 
comparar  a  esse  inestimável  espolio  ? 

Como  esses  bemaventurados  que  a  i^eligião  representa 
coroados  por  uma  legião  do  archanjos,  o  Instituto  vê  no  seu 
Pantheon  o  seu  VicePi*esidente  illuminado  pela  luz  da  virtude, 
cercado  dessa  revoada  immensa  de  creanças  pobres  a  quem  elle 
ministrara  até  «1  morte  o  pão  sagrado  da  instrucção. 

D.  2Cartin  Oarcia  Heron 

Tenho  tido  por  norma,  nas  anteriores  commemorações  dos 
nossos  irmãos  extinctos,  antepor  sempre  os  nomes  dos  consócios 
de  outros  paizes  aos  dos  nossos  compatrícios :  ha  nesisa  prece- 
dência essa  preoccupação  de  distinguir  os  hospedes  com  os  le- 
gares de  honra,  reservando  aos  familiares  o  recesso  da  intimi- 
dade. Inverto  essa  ordem  para  coUocar  em  ultimo  logar  o 
UDico  sócio  extrangeiro,  se  assim  podemos  chamar  a  um  latino- 
americano. 

£*  necessário  consolidar  por  todos  os  meios  essa  corrente 
salutar  de  união  e  sympathia  entre  os  povos  neo-latinos,  habi- 
tantes da  America,  naturalmente  ligados  por  laços  ethnicos, 
geographicos  e  sociológicos.  A  influencia  exclusivista  e  repul- 
sora  de  Francia,  de  Rosas  ou  de  Solano  Lopez  já  não  constitue 
um  factor  de  prevenções  e  hostilidades  para  a  nossa  vida  po- 
litica. 

A  harmonia  de  vistas  e  de  aspirações  tão  eloquentemente 
manifestada  nos  Congressos  Latino-Americanos  tem  demonstrado 
a  sinceridade  desse  desideratum.  A  solução  arbitral  de  impor- 
tantes questões  territoriaes,  a  visita  reciproca  dos  Chefes  de 
Estado  As  nações  vizinhas,  a  publicação  de  livros  de  propaganda 
como  a  recente  monographia  do  Sr.  Bomâm,  dão  já  teste- 
munho de  sua  effectividade. 

Entre  os  espirites  superiores  dos  que  têm  fomentado  essa 
orientação  de  paz  e  de  progresso,  conta-se  o  de  D.  Níartin 
Garcia  Merou,  cm  sua  passagem  pelo  nosso  proscénio  diplo 
matico. 

Nascido  a  14  de  outubro  do  1862  em  Buenos  Aires,  passou 
o  periodo  da  infância  em  Entre  Rios,  num  sitio  campestre,  de 


DISCURSO    no  ORADOB    OFFICIAL 


671 


onde  aos  10  anoos  voltou  il  Capital»  aílm  de  coocluir  sua  edu- 
cação, fazendo  com  í^ratid©  aprove*  ta mfin tu  o  curso  do  Collecrio 
Nacional,  ondo,  orii  IHlH^  obt^^n  a  distincçâ')  do  uma  medaíha 
em  um  concurso  liUar^irio* 

Era  1880  eucarrogroy-se  do  uma  sec^^âo  do  folhetim  nas  co- 
lumnas  da  Xacíon^  sob  a  direcção  do  grande  Argentino  D.  Bar- 
tholomé  Mitré,  odesie  ontílo  revelou  sua  capacidade  para  as 
lides  da  imprensa,  escrevendo  varias  chronicas  intereaaantea 
que  publicou  depois  om  livroí»  sub  os  titulOíJ  Estúdios  litterarios 
6  Libras  y  (tutores.  Algum  tempo  depois  publicou  um  volume, 
Poêsias^  em  que  ae  cncoFitram  primores  do  um  lyrismo  lamíir- 
tineano,  de  que  dou -vos  um  eiemplar  nesta  es  tropha: 

I!uyi%  no  **<50uch  s  la  pulabra  inipia 
Dt?l  crifii  n,  quo  devora  !a  coasrieacia; 
Ciuarfia  pura  *"n  tu  pf'clio,  vida  iiiía, 
Lo  In/,  íl<'  tu  inocência  ! 

fim  18BI  foi  nomeado  2*"  Secretario  da  Legavão  argentina 
em  Veoezuela  e  Colômbia,  sendo  dal  li  transferido  para  aa  de 
Madrid  o  Pariz, 

De  volta  a  Buenos  Aires  publicou  o  seu  livro  Impreshnes, 
interessante  conjunto  do  trecho  do  mondo  qtie  percorrera,  não 
iMlmonte  das  consas  que  vira, mas  dos  homens  com  quem  tratara, 
principalmente  dos  homens  de  lettras. 

Foi  era  seguida  nomeado  Secretario  do  Presidente  da  Re- 
publicíi  Oenera!  Júlio  Rocca.  em  sua  primeira  presidência ; 
e  desempenhada  essa  importantri  corami^sâo,  foi  nomeado  Mi- 
nistro Plenipotenciário  no  l^ai-aguay  e  depoia  uo  Brazil,  onde 
deixou  de  sua  passagem  excelleute  impressão,  que  foi  inter- 
pretada com  a  habitual  matatria  pelo  nngso  ilíuãtre  confrade 
Dr.  Araripe  Júnior  em  estudo  do  sou  perfil  litterario,  onde  en- 
contro o::^  dados  biographicos  mais  importantos  do  notável  di- 
plomata por  te  fí  o. 

Foi  depois  Ministm  nos  Estados  Unidos,  do  onde  regressou 
a  Buenos  vVires  para  desempenhar  importante  commissão  po- 
litica, Anda  a  qual  foi  nomeado  Ministro  na  AlIemRnha,  onde 
ao  checar  foi  hruscaniento  colhido  peJa  morte  cm  pleno  vi^or 
physico  0  psy Chico, 

Os  trabalhos  que  lhe  âzeram  júa  á  sua  admissão  neste 
Instituto  foram  principal  me. i  to  o  seu  eMudo  sobre  **  notável 
homem  de  lettras  colombiano  D.  Aiidrés  Bello  o  os  eniaios  lit- 
terarios  sobre  os  perfls  de  All>erdi  e  Echeverria,  duas  notabili- 
dades  das  Icltraa  platinas. 

A  alta  cultura  histórica  que  nelles  revelou  dá  a  medida  da 
Inestimável  perda  que  a  litteratura  araerkana  solllre  com  sua 
m o rte  i n  fau s ta  o  pre mat u  ra , 

Estct  cumprido  o  dever  do  Institnt<j  de  entoar  junto  ao  tu- 
mulo dos  companheiros  cahidog  na  jornada  a  p^almodia  da  dor 
Q  da  saudade . 

fc]$so  tributo  do  sentimento,  por«^m,  longo  de  deixar-nos  na 
alma  a  depressão  do  desíinirao  e  do«ibatiraent>,  a  elf^va  na