Skip to main content

Full text of "Revista do Museu Paulista"

See other formats


slg ha ever Se RE =“. 
Sn meape tea 
CIC Ta arcanes 

per 


peter mor 
ta 


Sr pars re 
prepa 


edt 














REVISTA 


ME © De 


TOMO XII 











——— 
= uta 


e 


EE 


3— 





SAO PAULO 
TYP. DO “DIARIO OFFICIAL” 
I920 





Prefacio 


Apezar de havermos annunciado, no prefacio do 
tomo a este antecedente, que reduziriamos o nume- 
ro de paginas do presente volume a 760, sahe elle 
com quasi mil. Não nos foi possivel deixar de lhe 
incorporar um numero avultado de excellentes ar- 
tigos e memorias, cujos originaes receberamos desde 
bastante tempo, sob pena de desattenção para com 
dedicados e eruditos collaboradores. Assim tal ex- 
- tensão tomou o volume que nem lhe podemos an- 
nexar a resenha bibliographica já prompta e que no 
tomo XIII — em adeantada elaboração — tomará lar- 
go espaço. 

Entregando ao publico o tomo XII da Revista 
do Museu Paulista seja-nos permittido endereçar 
aos nossos bons amigos e optimos collaboradores os 
nossos muitos agradecimentos pela offerta das con- 
tribuições com que tanto vieram abrilhantar o pe- 
riodico do nosso Instituto. 

Os diccionarios Aainjgang portuguez e Por- 
tuguez kainjgang, o Supplemento à grammatica 
Kainjgang da lavra do Rev. Pe. Fr. Mansueto de 
Val Floriana, constituem dos mais valiosos docu- 
mentos da philologia brasilica, quer pela auctoridade 
de quem os assigna, quer pela riqueza dos elementos 
colligidos. 

Não menos valiosa, embora menos extensa, a 
collaboração do Rev. Pe. Fr. Antonio Sala, com o 
seu Ensaio de grammatica Karapé e Vocabulario. 
Conhecedor profundo dos idiomas do Brasil Central 
reservou-nos o Rev. Pe. Sala um dos seus bellos 
estudos sobre a linguistica brasileira. Em nume- 


\ 


ey 


rosas revistas americanistas, e das mais cotadas do 
Universo, delle ha bella bagagem scientifica. Muito 
generosa contribuição traz-nos, ainda agora, o grande 
amigo do nosso Museu que tem sido o Snr. Prof. 
Alipio de Miranda Ribeiro, cuja vasta serie de me- 
morias sobre a fauna brasiliense já constitue um 
acervo de proporções grandiosas. 

Honrou-nos com a sua Revisão dos psitiacideos 
brasileiros e mais sete memorias em que resume as 
descobertas feitas no exame das nossas collecções de 
batrachios ; estudos excellentes, visto como, graças 
a elles, poude á sciencia incorporar numerosas formas 
novas, e discutir com abundancia de argumentos 
varios pontos controvertidos e importantes da zoolo- 
gia brasileira. 

O nosso dedicado e proficiente naturalista Snr. 
João Leonardo de Lima concorre ao presente tomo 
com um artigo em que descreve algumas formas 
novas. 

Ao Snr. Prof. Adolpho Hempel devemos quatro 
trabalhos valiosos. Em dous estuda ss pragas im- 
portantes do milho e do arroz no Estado de S. 
Paulo, problemas de grande relevancia; em um ter- 
ceiro assignala as coccidas que ameaçam a nossa 
pomicultura e no quarto revela a existencia de nada 
menos de quatorze formas novas, para a Sciencia, 
de coccidas, especialidade em que alcançou a mais 
alta auctoridade. 

O Snr. Curt Schrottky tem nome feito como 
hymenopterologo e solida reputação de entomologo. 
Nas suas bellas memorias não só revela muitas novas 
formas como em uma dellas faz a revisão de um 
grupo importante com a maior abundancia de do- 
cumentação. A estes artigos segue-se mais outra 
contribuição do nosso dedicado custos, o Snr. Hermann 
Luederwaldt, sobre Dorilyneos brasileiros, assumpto 
ventilado com a segurança alcançada pelo digno na- 
turalista em assumptos da myrmecologia brasileira 
e neotropica em geral. 

O Rev. Pe. Longinos Navás, hemipterologo 
hespanhol de reputação mundial, obsequiou-nos com 


DA ET see 


um pequeno artigo o primeiro de uma serie de tra- 
balhos com que pretende honrar as paginas de nossa 
Revista, estudando os hemipteros brasileiros. 

O Snr. Julius Melzer versa ainda umas paginas 
sobre o seu assumpto predilecto tratando de longi- 
corneos- novos ou pouco conhecidos do Brasil e sabem 
os nossos leitores quanto este dedicado amigo do 
Museu Paulista conhece bem o campo em que com 
tanto afinco e resultado trabalha. 

Um artigo do nosso prezado collaborador dr. 
Alberto Childe, publicado no tomo X da nossa Re- 
vista inspirou ao Snr. Frederico Sommer erudito 
amante dos estudos de glottologia comparada uma 
serie de deducções interessantes no seu Conceito de 
metal nos nomes proprios dos povos e paizes. 

Com a devida venia transcrevemos da /n/for- 
mação Goyana as curiosas e valiosas notas do Snr. 
Capitão Dr. Antonio Pyreneus de Souza sobre os 
costumes e a lingua dos nhambiquaras. Vivendo 
entre estes indios pôde este dedicado civilisador dos 
nossos sertões — um dos membros proeminentes da 
Commissão Rondon, — colher numerosos elementos 
que incorporou, com destaque, à summula dos co- 
nhecimentos da rossa ethnographia. Completa ao 
volume o relatorio para o anno de 1919 que tivemos 
a honra de apresentar ao então Secretario do Interior, 
o Exmo. Snr. Dr. Oscar Rodrigues Alves, relatorio 
que traz diversos appensos, como as relações das tres 
viagens de collecta de material feitas durante o anno 
pelos naturalistas do Museu, das dadivas recebidas 
pelo Instituto, das consultas por nós respondidas, 
permutas realisadas, o relatorio do bibliothecario-tra 
ductor, um projecto de alargamento do Instituto, 
attendendo-se à proxima commemoração centenaria 
de 1922 e afinal os topicos relativos ás reclamações 
do ex-director Dr. Ihering, sobre livros e periodicos 
sobre que pretende ter direitos. 
| Embora já esteja bastante melhorada a parte 
ilustrada dos nossos textos muito longe se acha 
ainda do que esperavamos venha a ser. Não nos 
foi possivel mais fazer dada a extraordinaria carestia 


SR ES 


das contribuições das artes graphicas, no momento 
actual. E, desta vez, ainda, cabe-nos agradecer, pe- 
nhorados, o zelo e a delicadeza com que no Drario 
Official foi acompanhada a impressão do presente 
tomo pelos dignos funccionarios desta repartição. 
Fiquem aqui consignados os nossos muito especiaes 
agradecimentos aos Snrs. Horacio de Carvalho e Dr. 
Bento Lucas Cardoso, D. D. Director e Gerente. O 
Snr. Rubem Leal, dedicado chefe das officinas, com 
a sua habitual solicitude intelligente muito serviu ao 
Museu fazendo o possivel para adeantar a impressão 
do volume. 

Assim tambem os seus dedicados auxiliares, Snrs. 
Paschoal Gonzalez, Albino Gollazzi, e Antonio Corrêa 
Netto. Quantc ao chefe da encadernação, Snr. Julio 
Moreira e o pessoal a quem dirige, cabem-lhes os 
nossos agradecimentos muito sinceros pelo modo com 
que se houveram na entrega do.tomo XI, grosso 
livro de quasi mil paginas. 


S. Paulo 1.º de Novembro de 1920 


Arronso D EscrRAGNOLLE TAUNAY 


Director do Museu Paulista, em commissão. 


Professor na Escola Polytechnica de S. Paulo. 


INDICE GERAL 


à pda ‘i is, ng 





INDICE GERAL 


PREFACIO i 
PRIMEIRA PARTE 


Fret Mansueto BARCATTA DE VAL FLORIANA: 


Pgs. 
Diccionario Kainjgang-Portuguez. . . . 1 
Diccionario Portuguez-Kainjgang. . . . 249 
Supplemento ao diccionario Kaimjgang . . 309 
Supplemento à grammatica Kainjgang. . 367 
de TER Saat Me ILO Pe RR PD OU SIDER pee PS RARES 2 
CAE! CHEACEMMISTOTICA NOS, OAL ROBISON 
Aparas catechisticas Kamjgang . . . . 379d 
Elddenda e rcorrigenda a BSD 
Frei ANTONIO MARIA SALA : 
Ensaio de grammatica Kaiapo . . . . 398 
Reino nei SE RER eee AS 
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO : 
Revisão dos psittacideos brasileiros . 1 
AA Ppendioe nme Pad to. YON sra ee 28 
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO: 
Triprion, Diaglena, corythomantis, etc., 
uma sub-secção, de Hylide, com duas 
BPECles NOVAS pave Fe SKE 83 


IT VE 


ap QUE 
JoÃo LEONARDO LIMA: 


Aves colligidas no Estado de S. Paulo, 
Matto-Grosso e Bahia, com algumas 
formas novas 
ADOLPHO HEMPEL: 


Coccidas que empestam as nossas arvores 
[ructiferas 


Apo» Ho HEMPEL : : 
Pragas e molestias do arroz no Estado de 
8. JPaulo eae ES EB 

CURT ScHROTTKY : 


Les abeilles du genre « Ancyloscelis » 


Curt SCHROTTKY : 

Himenopteros nuevos o poco conocidos sud 
americanos 
HERMANN LUEDERWALDT : 

Chave para determinar Dorylineos brasi- 
lew'os 
ALYPIO DE MIRANDA RIBEIRO: 

O genero Telinatobius ja for constatado no 
Brasil ? 
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO: 

Os Engystomatideos do Museu Paulista 
(com um genero e tres especies novas). 
Azipio DE MIRANDA RIBEIRO: 


Algumas considerações sobre o genero «Ce- 
ralophr'ys» e suas especves. 


Pes. 


107: 


259 


ee See 
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO : 


Os brachycephalideos do Museu Paulista 
(com tres especies novas) 
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO : 


Algumas considerações sobre « Holoaden 


Lüdericaldti » € generos correlatos 


ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO: 


As Hylas cœlonotas do Museu Paulista . 


ADOLPHO HEMPEL : 

Descripcoes de Coccidas novas ou pouco co- 
nhecidas . 
ADOLPHO HEMPEL : 

As pragas importantes do milho no Estado 
de S. Paulo 
ANTONIO PyRENEUS DE SOUZA : 


Sobre os costuines dos indios nhambiquaras. 


R. P. Loncinos Navas, 8. J.: 


Algunos insectos del Brasil 


JuLius MELZER : 

Longicorneos novos ow pouco conhecidos do 
Brasil 
F. SOMMER : 

O conceito de metal nos nomes proprios, de 


povos e parzes 


Relatorio referente ao anno de 1919, apre- 
sentado ao Dr. Secretario do Interior 


321 


329 


389 


411 


419 


— XI — 


ANNEXOS AO RELATORIO 


I Relatorio do traductor bibliothecario 
Il Viagem do naturalista caçador sr. 
Hy. Garbe : 
Viagem do caçador auxiliar sr. J. 
Pinto da Fonseca 
IV Viagem do Custos do Museu sr. 


Luederwaldt Le GER 
V Dadivas feitas, em 1919, ao Mu. 
seu. 


VI Projecto de alargamento do Museu . 
VIT Consultas respondidas 
Vill Permutas. ENS EU CI Re 
IX Reclamações do ex-director Dr. 
lhering . 


DS D ——  — 


DICCIONARIOS 
Kamjgang-Portuguez e Portuguez-Kamgang 


COMPOSTOS POR 


Frei Mansueto Barcatta de Val Floriana 


DA 


ORDEM DOS MISSIONARIOS CAPUCHINAOS DO ESTADO DE SÃO PAULO 


nee E 











al 
: 





Neo 


(Je 
Hu 


abs 





DICCIONARIO KAINJGANG-PORTUGUEZ 





ABREVIATURAS 





Subs. : substantivo Tel. : Telemaco Borba 

Adj.: Adjectivo São Paulo : Diccionario Frei Daniel 
Imper.: Imperativo  Resp.: Resposta 

Sing. : Singular Adv.: Adverbio 


Plur.: Plural Posp.: Posposição 
Ex., P. Ex.: Exemplo, por exemplo 


Vis.: Visconde de Taunay 
Vid. App.: Vide Appendice 


Ch. L.: Padre Francisco Chagas 






Pol 
AE | 0 a; à 
se ‘ 
Sars É + j ae 
» * 
Ths J e ae 
~~. à 
E] 417 Tu Es 
pe St - = 
1 4 
“o + = - - 
i EC at 
= aà 
| : k e pa À = sr n w 
Po ss Ta “i as . ] ir 
| - 2 AU TANIA 
x | È E Em v a o E ui x! E 
ss) PAR cê 
hp bre à 4 
ù , E GC 













ine ; RE na | Fat xt dti CET TES at, Calaeth 


HET! (x) THA fa IA À 








é que De isto TE TR 
; E +4 …. RUE HUE A SRE 
| | LT 
Rade anand.) ose 


px 


A 


A, áma, an, an, at: Tu-1: Ama: ati-ma: a, para (posp) 


2- A hôrike : Como vai você? - a, você - hôrike, como : 3-A’ma: 


gára fuôre tôn ja? Você não tem mais palhas de milho ? gára, 
(g nasalado ) milho-fuôre, palhas (para pitar)-tén, não — 
je, estás com. 4- A’ma hü? Você está bom? - Aü, bom. 5 
A’ma hô ni ti van? Você é um homem muito bom? - ti, 
muito -- van, é. 6 - A’ma tx fi: Eu te dou-ix, eu-fi, dou -- 
ima,a ti-7- A’ma ori kantin ? Você não vem hoje? - dri: 
hoje, agora-kantin, vem. 8- Ex ama to hótiti: Eu preciso 
muito fallar com vocé-ex eu-to, fallar - hútiti: preciso 
muito, quero muito. 9- Ambré: Junto com você -- am, você — 
bré, junto. 10-- A’ma niféia ni: Você está fechado - niféia, 
fechado-ni, está. 11-- Tó cima kupáne: Você tem um pedaço 
- tô, tem-kupddne, um pedaço. 12 - Exman an déve je: Você 
está devendo a mim - exmán, para mim-an, você-deve, de- 
vendo-je, estã. 13 - An pén tan at fut tógmo: Tu estás com 
os pés levantados - an, pleonasmo - pé tan, com os pés + fu 
(1) levantado -- tógm», estás agora. 

A, lettra que se antepõe ás vezes aos vocabulos por 
harmonia ( prothese ). 1 -- Akékaktin: não entendo -- kikaktin, 
não entender. Tambem : sou inimigo de alguem. 2- Aín ton- 
gatô ni ti, jonja : Elle está fora de casa, e fica brabo = in, casa, 
tônjatô, fóra--ne, está --jôn, brigando - je, está. 3 -- Aningá 
agn don ge: Elles tiram das mãos as armas - ningá, mão -- 
agn, elles -- dôn, arma -- ge, tiram. 4-- Aôn ônet vén: um diz 


mentiras para o outro --aôn, um ao outro--ônet, mentira -- 


ven, diz (em Kaingáng, se põe ás vezes um só membro do 
correlativo ). 5- Hix in ra, aix man-hôti ix tingo: Eu vou 
de bôa vontade 4 minha casa -- éix, minha -- in, casa -- ra, para 
eu--dix, eu--man--hôti, de boa vontade -- ting, vou -- ge, pretendo. 


AKTA tin kantin: Trazes a elles todos. Vide App. 
Aktan vinera : Convida a todos. 

AFANGRURA (AFAngrôra, afangrüre): Calças. Diz- 
se tambem degne gôro- fan, pernas -- grôro, cobrir -- dégne. 
anus. 

AK : Elles. Vide ag. Por methathese Kan, gen. 

AKAJITIRI VE: Está fazendo festa--akajíri. Faz 
festa -- ti, elle -- ve, está. Vide kanjíri. 

AKANENE: Acabar, de--a, kanéne, acabar: a é con- 
nectivo. 





(1) Vide füinera. 





io, ee 


AKANKÚTEN: Nascer, sahir, apparecer. Vide kan- 
küten. 1-- Arán kankúten: O sol levantou-se. 2 -- Kotxt akan- 
kúten: O filho nasceu. 


AKOTXÍ: Filho. 1 - Akotxt bre (b de bre, nasalado ) 
ti nz: Elle está junto com o filho -- bra, junto -- tz, elle — ni, está. 

AKRITON: Demonio. 

AFANGRÜRA : Calças. Vide App.. 


AG : Elles, gente. Feminino fag. Singular masculino ti,' 
feminino, fi (ella, mulher) 1-- Kan dgn: Todos elles, toda a gente 
- kan, todos -- 2 -- E” agn: Muitas pessoas-e, muitos homens -- 3 
Tito dgn: A gente da comitiva delle -- ti to, com elle -- 4 -- Vei- 
nkangrá agn : Quatro pessoas--veinkangrá quatro -- 5-- Pirá vei- 
nkangrá : Quatro peixes-pird, quatro, Xanxi veinkangrá : Qua- 
tro passarinhos--xanxí, passarinho--5 bis - Agaôn jenjbre núnti: 
alguns delles são preguiçosos -- ag, delles -- adn, alguns--jenjére, 
preguiçosos -- 6-- Tag mi ag dra je: Elles estão entrando por 
ca-tag mi, por cá -- dra, entrando -- je, estão -- 7 -- Ag kmônera : 
Venha a gente--kamônera, imper. plural de kantin--8--Ag kara: 
Toda a gente-kdra, tudo - 8 - bis -- Ag kara ta tingex kémo: 
Quero que toda gente vá lá-ta, lá -- tin, va-kémo, quero agora - 
9-In ag ke ná: Estão fazendo uma casa-in, casa-ke, fa- 
zendo-ná, estão - 10 - Tag mi ag korég tavin ti kamôn: Vem 
para cá um grande desproposito de gente - tag mi, para cá - 
koreg, muito - tavin ti, demais - kamôn, plural de kantin - 2 - 
Jantka ki ag e ag ndnti: A’ porta se acham grandes 
grupos de gente - jantká ki, à porta-ag repetido, indica 
varios grupos - e, muitos - 12 - Kan ag hul hóre vüire: Já 
todo o povo se retirou - kan, tudo - hul, já: indica tempo 
passado - hore, fóra - viiire, foi-se embora, perfeito de tin - 
13 - Ag jéne kôix ni: O camarada delles está comendo - 
ag jéne, o camarada delles - kóix, comendo - ni, está - 14 - 
Agma kangämo: Elles agora estão doentes - agmá, elles - 
kangd, doentes - me, agora 15 - Denum hana agmán hat ton 
ni: Elles não estarão fazendo nada - denim... ton, nada - 
hdna, particula para fazer o futuro - agmán, elles - hat, fa- 
zendo - mi, estão - 15bis- Agmán ix ti aéra kkixno: Eu 
digo a elles que o prehendão - kéixn eu digo a elles - ti, 
a elles - xéra, imperat. de xe, prehender - 16 - Agmán ix to 
han: De certo eu fallo a elles - agmán, a elle-to, fallar - 
han, de certo - 17 - On tan agmán je: Homem considerado, 
capitão -ôn tan, aquelle que-ag man - muita gente - je, 
está com - 18bis - Ag mdn te e: Tem muita gente - te, tem - e, 
muita. 18 - ter - Agmún min tdi kagôüüve: agente foi matar 
a onça -tái, matar - kagóiive, foram - kagôuve, plural per- 
feito de tin - 19 - Ag ôn jenjére: Alguns delles são 
preguiçosos - 20 - Ag pén ne: E' pegada delles - ag, delles 
-ne, é-21- Agmá javén: signaes delles - 22 - Enkréja 
ag mó jen: Elles vão caçar - enkréja, caçar - mójen, vão 
- 25 - Kaimbára ag mo kémo: Logo elles querem ir em: 
bora - kaimbdra, logo- mo, ir-kémo, querem agora - 24 - 


MN Ce 


Rairánha ag ta: krot krone kéja : elles trabalham, (e) que- 
rem beber - rairânha - trabalham - dgta, elles - krot krone, be- 
ber, repetido por serem muitos que trabalham - ke, querem - 
ja, agora-25. Akta tin kan tan vínera: Convida a todos 
(imper. ) - dkta, a elles - vínera, dize tu - 26 - Agtot xor jägne 
géme: Elles querem brigar um com outro - ag tôt, com elles 
-xér, querem - jágne, mutuamente - géme: querem brigar — 
27 - Ti kokénja, ti ténja ag tôn: O estão ferindo (e) não 
o estão matando - kokén, ferir - ti, a elles - ja, agora - agtôn, 
elles - 28 - Tx bre ag môjen: Elles vão commigo - bre, junto 
- 29 - Kuraôn ki agtón ag xíri: Outro dia delles havia 
poucos — kuraôn ki, outro dia - agtôn, delles - ag, gente - xfr?, 
poucos - 30 - Ag tôn bre fi kantin: Eila vem junto com 
elles - fi, ella-31- Agtôn tavin ten ja ti: Elle agora os 
mata de todo - tavín, de todo - tén, mata - ja, particula, que 
indica o presente - tavin, de tudo - 32 - Kikján kan ag tégmo: 
Todos estão chcrando - kikfán, chorando - kan, - todos - tógmo: 
estão agora - kik, pleonasmo - 33 - E ag tógmo: Elles são 
muitos - e, muitos - tógmo, estão agora-34- Ag to ix jôn : 
Ralho com elles - ag to, com elles ix, eu-jon, ralho, fico 
brabo - 35 - In tag hô had ja ag togmo: Elles estão fabri- 
cando bem esta casa-in tag, esta casa-hô, bem - had, fa- 
zem - ja, agora - tógmo, estão - 36 - Pórco ag tan bitkan: 
Estão carregando os porcos - aktän, elles - bútkan, carregam 
37 - Gôio bakanttin : Carregam agua - goio, (g vasalado) agua- 
bakdntin, trazem dara cá - 38 - Ag tôn ve: E” delles - ve, é - 
39 -- Giri ag tovaix: Soltam os meninos -- giri, (g nasalado ) 
meninos -- tovaix, soltam -- 40 -- Legré ag tin, jagne kak póvo : 
Os dois viajam (e) se separam -- lengré, dois - tin, viajam -- 
jagne kak, um do outro - póvo, separam ( páuo ) - 41 - Ag ren- 
gré: Elles dois - 42 - Prôn xéro véve, hára ôn agn pron javdix : 
Eu queria casar; mas os outros não queriam que eu casasse — 
pron, casar - xôro, querendo -- véve, estava, de ve, estar - hára, 
mas - ôn agn, os outros -- jcvaix, não querem -- 42bis -- Ag ve 
kAnje ti vére: Até aqui os está vendo --ve, vendo -- känje, 
esta -- vére, até aqui (lugar e tempo )--43 - Ex ag anguéz 
x tinge: Agora eu vou visita-los -- angvéi, visitar -- tingo, vou 
agora- ex, eu--44-- Agn vin: Elles proseião - agn, elles - 
vin, proseião -- 45 -- Ti to agn: Fallão a elle--ti to: A elle 
- to, fallão - 46 - Kan agn: Toda a gente-- kan, toda -- 47 -- 


48 - One jog tére titomo ? Resposta: Tó agn -- Quem diz que 
meu pai morreu ? Resposta : o diz o povo -- ône, quem -- jog, pai-- 
ti, elle -- tére, morre -- tómo, falla, agora -- 49 -- Ag bre ix à ixka 
(o u se pronuncia nasalado) te kankéi lardte : Ajudei a gente a 
tirar do matto a canôa -- bre, (b nasalado ) juuto com elles -- 
üaixkän te, do matto -- laráte, tirar - 5O - Ag dre môixno : A 
gente vai agora (hoje )-- dre, óri: agora, hoje -- móixno, vão 
plural de tin -- 41 -- E agtôn mo kémo : Pretendem ir muitos -- e, 
muitos -- agtôn elles--mo, ir-- kémo, pretendem -- 52 -- Aktán 
ke kémo, ama kofáti niha kémo? Resposta: Han: ag tan ke 


a so 


hé ve? : Sera verdade que você ja vai envelhecendo muito ? -- 
aktán, elles -- ke, dizem -hó, verdade - mo-agora- kofá ti, 
muito velho - ni, fica - ha, já -- han, sim - ve, é -- 53 — Ag djex 
apenitemo: Elles batem em mim -- djex, em mim -- apeníte, 
batem -- mo, agora -- 53bis -- Ag r ngré jên kantin: Os dois 
vem comer -- ag rengré, os dois -- jén, comer -- kantin, vem. 

Vide App. Agéfa: Aguardente. Vide App. 

AG HAND: Vos ( Aghande ). 

Agh! Não sei! 

A’ HANAN? Está bem?--a, você--ha, bom - nan, 
pleonasmo. 

A HOMAN ? Esta bem ?-- Hô, bem -- Resposta: Hé ix 
je: Estou bem je, estou. 

A HERA? Onde?--14 héra tin? Aonde vai?--2- 
A héra ti tére? Onde morreu? -ti, elle-3 A héra vüire ? 
A onde foi ?-- vii. re, perfeito de tin, ir. Vide déto (d nasalado). 

AIANKA: Assoprar, accender. -- Tambem azénka, dinke. 

AIANG, ag hAnde, aig, die, dia ag: VOS-1 Aiáng 
kan kamoje ne: Vos todos estais de viagem-kan, todos-ka- 
moje. vindo-ne, estais--2-.Aiing akamôntôn ne: Vos ainda 
não vindes - tôn ainda não - 3 - Azang in te, kren fag tânda 
ton nAnti: Na vossa casa ha meninas ( familias) pobres - 
in te, na casa - kren, dvo, criança - tanda ton, pobres-nanti, 
estão. : 

A IX: Nos dois-a, tu-ix, eu-I-A dx je: Nos 
dois estamos. 

Alke: Accender, soprar. Vide aiénka. 

AIA’G: Vocês, vos-IAidg men, tang akänti fe: 
Vosso animal femea está aqui-ajag men.. fi, vosso animal 
femea-tang, aqui, - känti, está — fi, ella. 

A’ige. Vide App. 

AJORO: Auta-I- Ajér t’nin kói: Comer carne de 
anta - t’nin, carne - koi, comer. 

AJUTKE: Chegou, quer chegar -de a prothetico, e 
de jun, chegar. Vide jun. 

ALENGRE : Dois, segundo, ete. Vide arengré -- I -- Em- 
pré tag van alengreti kején: Esta estrada será uma vez a 
segunda -- tag, esta -- kején será uma vez -- Vide App. 

ALUMIA’: Porungo--de a, prothese -- rwmid, rudid, 
rud. Vide estes vocabulos. Vide App. 

A’MA. Vide a: tú, você. 


AME: Anum ( Passaro ). 

£N: Tu. Vide a.--I- AN kéke, hômo: O que tu 
dizes é verdade -- kéke, repetes - hômo, é bom, é a verdade-- 
me, agora. Vide App. 

An: Prothese --I-- [x ankéke, hi ve: O que eu digo, 
é verdade -- kéke, dizer varias vezes, costumar dizer - hô, 
verdade, bom -- ve, --2-- Hix pija ône: eu não minto -- pija, 
não -- ône, minto. 


= o ae 


Anankúre, gedeti. Vide App. 

ANATO’E: Os paus para produzir, confricando-os, o 
fogo. Vide kréie. 

ANDO’: Arma -I - An dó tôn ra, ti ming tai: 
Embora sem armas, elle mata as onças--tôn, sem -- ra, ape- 
zar -- ming, onça -- tai, mata. 

A’NGE: PRESO, morto; de an, connectivo, e de 
ge, pegar, matar-I- A’nge ja agn ni: A gente esta presa,- 
ni, esta - ja. agora. Vide App. 

ANGA’: Terra-I- Anga tonjami ti: elle está fora 
da sua terra - ongá, terra; de an, connectivo; e de ga, ter- 
ra — tônjá, tônjémi, fora - ti, elle. Vide App. 

Amgat. Vide App. 

ANGU: Muito - Gireangú ve: Ha um grande bando 
de meninos -ve, é Angui. Vide App. 

ANGVE-I: Visitar, passeiar na casa de alguem: 
Hinde fag angvéi xôrmo: Desejo visitar as vossas mulheres 
- hânde, vossas - fag, mulheres - aórmo, desejo agora - 2 - 
Ag hande raingré angvei xórmo: Desejo de visitar a vós 
dois - raingré, dois - ag hande, vós. 

ANGE XOGMO: Estou abrindo a bocca - Ange, abrin- 
do a bocca. - xogmo, estouagoro. Significa tambem bocejar. 

A’NHA: Tu, você - A’nha veinmd ne: Você esta 
louco. Tambem: Você está soffrendo - veinmã. louco, dor, 
molestia - ne, está. Vide App. 

ANHE: Vide App. 

ANJARE: SOVACO?-I- Anj ré krénti fi kánti: 
Cousa que se carrega a tiracollo. 

ANJ AMEN : Adiante - I- Anjamen tin ti: Elle vai 
adiante - an, prothese, jamen, adiante. 

ANJA’: Dente-I- Anja tôn .grat gétke: Ranger 
com os dentes -tôn, te: com - já, dente. 

AN: TU-I- Anja veinmäne: Tu estás aborrecido- 
veinma, aborrecido ne, estás - ja agora. 

ANJEN: Camarada - [ - Anjén pén jen: Os cama- 
radas começam a comer - an, connectivo - jen, camarada-pen, 
começam jen, comer. 

A'NJE: E, pertence-I- On in anje? De quem é 
a casa?-ôn, de quem -an, connectivo, je, é.- Resp.: Tx 
in dnje: E' casa minha-2- Ain ra anje: A casa está 
perto - in, casa - ra, perto. 

ANNI: Sentar-I- Annira: Senta-te. 

ANTXMO: Criar-I- Jóg tôn anhéje kémo: Quero 
criar um orphão -jog tôn, sem pai - anhéje, criar -- kémo, 
quero. Vide mim, jeaníxmo. Derivam destes radicaes as 
seguintes palavras: Anjén, camarada ; antáinhi, criôlo; veän- 
jen, criôlo. , ; t 

ANPEN: PÉ? 1-Anpin tan futógmo: Estou com os 
pés levantados - pén, pé -- tan, com - fu, levantados -- tog, estou 
-- mo -- agora. 


SSD 


Ampengrú. Vide App. 

ANPRON Mulher - 1 -- Anprôn fag: tuas mulheres-an, 
prothesi ou tu, teu -- pron, mulher-tag, ellas : (serve para fazer 
o plural). 

A'NTA: Aquillo que-- A'nta ke, venbédne: aquillo 
que diz, é falso-ta, aquillo ke, dizer, venbébn, prosa, falso. 

ANTE'RE: Bebado ( porque parece morto ) i-- Antére 
jen kan, akakanjéno: En quanto está bebado, fica preso-jen, 
esta-kan, emquanto-akakán, preso-jéno, fica--akakan, propria- 
mente, dentro. 

ANTÉRE: Morrer (tére). 1-Antére javai la, ti térmo, 
goifá krot kam’ ton: Elle morre antes do tempo, se não 
deixa de beber pinga-javáix, antes do tempo-ra, la: apezar- 
térmo, morrerá -- gôiofá, (g nasalado) agua ardente--krôt, 
beber -- kamé, temer, deixar -- ton, não. 


ANTI: Elle 1-- Anti ma to hürikæno? Como fallarei 
a elle? ma, a--to, fallar -- hérzke, somo -- no, agora. 

ANTON: Você, tu - 1 -- Antôn grüne veinmá ne: Estou 
soffrendo por tua culpa -- grône, por culpa -- veinmá, soffrendo, 
ne, estou. 2-- Antôn grün kéve ti: Elle está fazendo por 
tna culpa - ke, fazendo - ve, está. 3-- Antôn juniz je : Eu 
estou brabo com você- jun, brabo --ix, eu--je, estou. 4- 
Anton pirá xápka: Tu pegaste um peixe -- pirá, peixe - xa- 
pka, pegaste, de xab. 5- Antôn vanjéne hádno, kixan ti: 
A comida que fizeste, não tem sal -- vanjéne, comida -- hádno, 
fazer -- xa, sal -- tôn, sem -- ti, está -- ki, pleonasme. 6 - Antôn 
jun ij je: Estou brabo com você--an voce -- ton, com -- jun, 
brabo ij, eu- je, estou. 


A'NTO, déto Aône. Vide déto (d nasalado ). 
Antojón. Vide App. 
Antotóro. Vide App. 


ANTONINI: Came 1-- Antonini jegangára: Asse 
varias vezes varias carnes -- jénga, assar, imper., repetido para 
indicar varias acções. Torrar se traduz com togn -- Ant, bicho 
(tambem de, com d nasalado ). 


A 

ANVÆT: Visitar 1- Tx alengré xanvei tinmo ve: Eu 
venho visitar meu irmão - ix, meu -- alengré, irmão -- ve, estou, 
-timno, vindo agora. 2- Ti tan angvei ti, ti. vénke ix: 
Eu vi aquelle que passeiava --ti tan. aquelle que -- ti, indica 
a mesma cousa, como primeiro ti - vénke, vi-- ke, desinencia 
para indicar o tempo passado. 


ANVIN: Palavra. Vide vin. 1--Ti tan vin ke ix, hé 
ve: O que disse, é verdade - titan, o que -- vin, palavra -- ke, 
disse -- hd, verdade - ve, é. 

AON Quem-1 Agn adn ne? Quem é delles? agn 

- delles -- aôn, quem (on )-me, é. 

AON Mentir -- Aôn ne ti: Elle esta mentindo - adn, de 
a, connectivo, e de ôn, mentira. 2 -- Ono vdix : Não quer mentir ; 
não mente nunca -- vaix, não quer, nunca. Tambem aor, or. 


a = 


| APA’: Jacaré ( hampa ). 

Apáinke. Vide App. 

APANT (pani): Costas, espaduas, hombros -- 1  Apani 
véti ce: Eu viro as costas -- véti, virar. 2- Apaníte kantin : 
Vir de costas -- ap níte -- de costas -- kantin, vir. 3- Apanite 
kúten: Cahir de costas -- te, de, kútemn, cahir. Vide App. 


APÉ (pe): Pé. 1- A é niten: Percutir com os pés - 
níten, percutir. 

Apri. Vide App. 

APON : Chamma. 

APRON (prôn ): Casar, esposa, mulher. 1 -- Aprôn pejú 
ja ti ne: Elle está roubando a mulher -- pejú roubando -- ja, 
agora -- ti, elle -- ne, está. 

A’RA: Apezar de (ra) 1--Jávar) dra: Apezar de 
não gostar -- jávaix, não gostar. Vide ra. 

A’RA: Então: A'ra à) tin xa mo ha: Agora eu já vou 
para o Salto Grande -- xa, Salto -- ra, para - mo, agora - ha, ja. 

Ara, ra: Para 1- Aranket Jerônimo dra (ra) viiire. 
Hontem fui para São Jeronimo -- arankét, hontem -- viiire, fui: 
2-- Jantkàä ara ran: entrar pela porta -- jantká, porta -- ran, 
entrar. 

Ara: entrar. Vide App. 


A’RA!: Prouvéra a Deus! 1--Ic ha hô ne ára!: 
Prouvéra a Deu que tivesse boa saude! - ha, bom- hd, muito 
- ne, estar. 


ARÁN: Sol, quente, calor, maduro, tarde 1-- Aran 
kanka känte: Norte --arán, sol--kanká kante, do lado do 
vento — kanká, vento. 2-- Arán düro: Eclipse do sol -- diiro, 
apagar. 3-Ardn júro: Levantar de sol--jun, levantar. 
4-- Aranjúro kante: Leste. 5 - Kaixkangó arän pakæin : 
Eclipse do sol--kaixkangó, nuvem -- pakxim, cobrir. 6- 
Aran húru pútke: O sol já entrou -- húru, já, indica tempo 
passado -- pútke, entrou, do verbo pur, mergulhar -- ke, desi: 
nencia para indicar o tempo passado. 7-- Aran puria kante 
Occidente. Ja (já) de p riá, significa lugar. 8-- Ardnjun- 
ti-mo: O sol está entrondo -- ti, elle--mo, agora. 9-- Aran 
angüt : Muito calor; grande secca -- angüt, muito. 10-- Ara- 
ka: na secca, no tempo da secca -: ka, no. 11--Arânka kain- 
kati: No tempo da secca, venta -- kaiká, ventar - ti, muito 
ou está. 12- Arankäxka: Tarde, de Arán, calor -- kaxka, 
céu. 13-- Arânke, erdnke: Tarde -- ke, no. 14- Aran inindo 
káxka: Meio dia. 15-- Arântiti: Muito calor (em S. Paulo), 
verão. 16-- Arânto angüte, kré totógn: Por causa do muito 
“calor, as plantas seccam (se torram )--to, por cansa -- krê, as 
plantas -- totógn, seccam, de tógn, torrar, repetido por serem 
muitas as plantas. 17 -- Gôio ron: Agua quente -- ran, quente. 
18 Aran ti je: Está maduro -- ti, elle -- je, está -- 19 Ti ka- 
nét aráno ha: A fructa delle ( da arvore ) está madura -- kané- 
fructa -- aráno está madurecendo agora-- ha, ja-- 20 Aränhe 


— a == 


tavin: Quente demais -- éavin ; demais -- 21 Aranka ka: Tarde. 
Aran kaike kankáno: De tarde venta, 


ARAN: Febre, Vide App. 

ARANARAN: Lima, certo instrumento de ferro. 

ARANK ET: Hontem- 1 Arankét ix kangä : Hontem 
fiquei doente --2 Arankét kuxän ki: Hontem cedo- ki, non 
em. V,de App. 


ARANKÉT ONT KA: Ante hontem--ka, no - ônt, 
on: outro. 


ARANKÉTOT ONT KA: Traz antehontem. 
ARANGRETÁRA : coroa feita de pennas. 


ARANGRÓ, LANGRO: Feijão-1 Arangró déimo : 
Cosinho feijão-déi, cosinhar Tambem arangóro, langóro. 


Aränh. Vide App. 


ARANJE: Está escrevendo. Melhor arün je-I-Ardn 

je x kémo: Vou escrever -- je, estou - x, eu - kémo, pretendo. 
“ ARANTITI: Muito quente, verão. 

ARARAD: Arrastar. Tambem lardd, rardd. 

ARATO: Deverás (haráto)-1 Aráto küjô je: Deve- 
ras está magro-kiiio, magro-je, esta- 2 Aráto tx kutügh - 
két, ; Eu trabalho tudo o santo dia - kutügh, noite-kéti, tra- 
balho - 3 -- Arato xiri ton: Deveras uão é pouca cousa-tôn, não- 

ARE: Campo (ré) 1-- Min krin emprii arê: Campo 
da estrada da cabeça de onça-ming krin, da cabeça da onga- 
emprü, estrada--aré, éré: campo--2 Xaxd ré: Campo da 
cascavel -- xaxd, cascavel--3 Kréie buüngh ré: Campo do 
pilão grande - kréie, do piläo-rê campo-4 Rê kuran 
budngh: Campo claro e grande - kurán, claro. 

ARE: Capim. Hervas mais grossas do que o porte da 
guanxuma: estas se indicam com o nome de ka, pau-1- 
Méin arts kokó nanti; Os animaes estão comendo capim - 
méin, animaes - k kd, comem, 1epetido, por serem muitos os 
animaes que comem - núnti, estão. Múin, são os animacs 
domesticos. 


ARENGRE: Irmão. Tambem lengré, langré; dois, 
amigo, companheiro; par, junta-1 Arengré bói: Um par, 
uma junta de bois- 2 Regré kürôn: Irmão moço, novo - 
2- Arengré ag tin: Elles vão de dois em dois - tin, vão - 3 
- Arangré handes kémn : Vos dois pretendeis ser companhei- 
ros - hdndes, vos--4 Alegré jé: Estar em companhia - jé, 
estar - 5 -- Akotxi pére kantin alegré jé: Traz em companhia 
o filho - pére kantin, trazer carregando. Vida pére. 


ARIKE: Igual--1 Ix javii alegré jágne arikédni: Os 
meus dois irmãos são iguaes entre si--javii elengré, dois - 
jágne, um à autro-- ni, são. Vide hürike,. 


Es 


ARIN : Formiga--1. Arin krin buôngh: Formiga ca- 
beçuda -- krín, cabeça -- 2 Arin in: Formigueiro -- in, casa -- 
3 Arin jan: Mandibula da formiga- ja, jan: dente- Arin 
én kára ran je, on kakute je: As firmigas algumas en- 
trio, outras sahem -- én, alguma -- kara, dentro -- ran, entrando 
- kankuten, sahir. 


ARO: Cançado - 1 Ama arüdn: Tu estas cançado -- 5 
Ix arétiti ha: Eu ja estou muito cançado- ha, ja--3 Ix 
lairânha ix arótiti ha: Eu seu cançadissimo de trabalhar - 
lairânha, travalhar -- 2 Ix arét æiri ton: Não estou pouco 
lançado -- pouco, xiri. 

AROD : Jetra, pintura, marca. Vide réd.1-1 Arüd 
arédnera. (Imper:) Faça letras: escreve tu. Repetido, por 
indicar frequencia de acção -- 2 Aródnera: pinta tu, escreve 
tu ( Imper.;-3 Arôd to kin--vemnrâmen ja ne: Ja está 
aprendendo a ler--to, pleonasmo -- kinveirämen, aprender - 
ja, está. Vide App. 

ARO: Paredão --1 Krin arô: Paredão do monte. 


ARO: arúng. Vide arú--1. Venharó: Tosquiar, cor- 
tar ( cabellos, lan )-2 Kainging venhard : Indio Kaingang 
tesquiado -- 3 Ix gáix aréra: Cortam-me os cabellos -- gäix, 
(9 nasalado ) cabellos. 

ARO: HORTA )-1 Aró kaki: Dentro da horta -- aro, 
cerca, lugar cercado -- kaki, dentro --2 Ard kaki pa: Cultivar 
a horta -- pa, cultivar. Vide pánktimo, pan: derrubar, cortar. 

AROPKIMBÉ: Avançador. 


ARUNG: Cortar - 1 Pin rtngara: Corta lenha. Imper. 
- 2 Einmá pin rürüng: Elle cortame lenha -- pin, lenha 
- ring repetido, costuma cortar, corta frequentemente. 

ARÚ TIN: Ir buscar agua - ru, cabeça -- tin, ir. 
A-XIN: Espirrar. 

AT: Tu. Vide a. 

ATANDE: Qual cousa ? -- 1 Atandé ne kangämo ? Que 
parte doe ?-- de, qual-- kangámo, doe agora - atandè ne? O 
O que? 

ATEKRÉ TI: Livrar. Vide kréti. 

ATI KANTÍN: Chegar--1 Kaimbára ati cantin pa- 
trão: Logo chega o patrão -- kaimbára, logo. 

AUNMA, aon ma: alguem --1 Aúnma nôro ton nikte : 
Ninguem vive sem dormir --a prothese -- ón, alguem -- nôro 
tôn, sem dormir -- nikti vive -- ma, pleonasmo. 

A-UTKE: Pitar, fumar. 1- Anjóg ra a-útkémo- 
Eu pito agora perto de pai--anjóg, pai-ra, perto - a —- ut- 
kémo, pretendo pito - kémo, pretendo. 

AVAKUÁ: Roupa. 1- Avakud kavtn fi: Ella exten- 
de a roupa -- kavín, extender - fi, ella, a mulher. 


UE 


AVAJAREBN : Pentear-se. 
AVANGRO : Garganta. 1 -- Xavangró: Minha garganta 


- aa, minha. 

AVÉI: Visitar. Vide angvéi. 1- Ein tan angréi og 
kamôn: Elles veem aqui para visitar-nos -- din, a nos - ka- 
môn, vem -- ag, elles. 

AvÍN: Palavra. 1- Avin kan ix, hô ve: As pala- 
vras que digo, são verdadeiras -- ka, digo - hô, verdadeiro -- 
ve-2- Avin ke na: Está querendo fallar -- ke, querendo -- 
na está. 


B 


BA: (o B nasalado) Apanhar. 1- Krenán kren xoro 
ma: Apanhei um coelho debaixo do mundéo: krendn, mun- 
déo -- krén, debaixo - xôro, coelho. 

BA: Carregar. Pronuncia-se quasi como mba nasalado. 
1-- Veinkatá ix ba: Ix kangá kan, ix vetkiiktan je: Eu car- 
rego remedios: eu me estou curando, porque estou doente -- 
venkaktá, remedio -- kangá kan, por estar doente -- kan, por -- 
veinküktän, curando - je, estou-me. 1- Gôio ba ne ti: Está 
trazendo agua--ne, esta--t7, elle. 3--Igma gôioba nim: 
krôn hôtiti: Me carregue agua; estou com grande sêde -- 
igmá, para mim -- nim, peço, dê -- krôn kótiti, estou com muita 
séde. 4-- A'ma 2x krén mano: Agora trago para você be- 
ber- dma, para -- krôn, beber -- máno, trago agora -- no, agora. 
5 -- Bara, traze tu. 6 -- Kotxí ba fi je : Está carregando um filho, 
Kotxí, filho -- ba, carregando -- fi, ella -- je, esta. 7 -- Bara mon 
ou bamonéra : Carregai. Imper. 8-- Dê banje, kaféi ni: O 
que está carregando, é flôr -- Dé, a cousa que -- banje, esta car- 
regando -- kaféi, flor--ni, é. 9- Ix kaxôrro batin, mage ti: 
Elle recebe meu cachorro para carregar -- batin, levar-me, car- 
regar-me -- je, está recebendo. 10-- Gôio ba ne: está carre- 
gando agua - ne, esta. 14-- Pejú; karka ma: Roubou; de- 
pois carregou - kdrka, depois. 12 - Ma ix kaxôrro ma? Ac- 
ceita de carregar o cachorro ?--ma, acceita-- ma, carregar. 
13 -- Dê néni kanjäm ke ve? Resposta: Antin: tande mano : 
Que carne quer comprar ? Kesposta : Trago daquella qualidade 
de carne -- dene de que bicho -- ni, carne - kanjam, comprar 
-- ke, querendo -- ve, está -- ant, animal -- ini -- carne -- tan de, da- 
quella qualidade -- mdno, trago agora--no, agora. 14 -- Anti 
ni tande máno ti: Que carne esta trazendo elle ? -- 15 -- Mara: 
traze tu. 

BA: Dar 4 luz, parir. 1 - Ankrén ba fi: Ella está 
dando à luz um filho -- ankrén, krén: filho-- ba, dar a luz-- 

fi, ella. 2- Prän ki ôn kren ton nik -- fi; prän ôn te akotxin 
man -- ff: Da uma cria cada dois annos -- prin ki, no anno -- 
ôn, um--krén, cria, tôn, não - nz, tem - fi, ella -- 6nte, outro 
ak‘oxi, filho -- man, dá à luz. 

BA: RECEBER. 1-- Ori patrôn ki ninhéro ba: Hoje 
recebe dinheiro do patrão -- ki, do. 2 -- Xinco mil réix ba ix, 
ônoá on ba: Eu recebi cinco mil réis, e outro recebeu ou- 
tro tanto. 3-- Ti ningé tokfi ba fi: Ella recebe o annel de 
Fulano de tal -- Ti ningé tokfin, annel delle -- ningé, da mão — 
tokfin, annel-- ba, recebe -- fi, ella. 4-- Tx kaxôrro ba, ma 
je ti: Elle carrega o cachorro para eu recebel-o - ba, rece- 


PAR fe a, 


ber - ma je, está carregando. 5 -- De ( 4 nasalado ) mat kémo ? 
Que quer receber ? -- de, cousa -- mat, receber - kémo, queres 
agora. 

BAKANTI’N: Trazer - I - Bakantin gagrôra: Trazer 
barro - grôra, barro ga, terra -2- Pórko gôio bakantin ra: 
Traga agua para os porcos - ra, voz imperativa — à - Bakan- 
tin ra ningé: Traga um pouco - ningé, um pouco - 4 — Ba- 
kantin húri: Já trouxe -- huri, ja; indica o tempo passado- 
A -Bara kamón, bakamónera: Trazei imper.- 6 - Arroz 
bakamôn ne. Estão carregando arroz -- ne. estão -- 7 -- Venaéra 
bakamôn jéve: Estavam carregando um cadaver -- jéve, esta- 
vam -- ve, desinencia de imperfeito. 

BAN, be: Sogra, avó. Vide App. 

BATATA. Vide App. 

BATIN: Levar. Plural: Camôn: Déja jen batin tin? 
Porque não traz a comida ? -- déja ? porque ?-- jen comida --2 
- Porfírio kren venxáre, venakejéto agn vakangoiiven: A gente 
levou o cadaver do filho do Porfirio para o cemiterio -- Por- 
firio kren, do filho do ‘Porfirio, -- venxére, cadaver -- venake- 
jéto, no cemiterio--to, no --agn, a gente -- bakangüvüen ; 
trouxeram. 

BE: Acontecer 

BE: Cabra. 

BE, suffixe para indicar perseveranga, costume, habito 
-I- Kaimldra ti nô:0 be ne: Elle costuma dormir logo (cedo) 
-noro, dirmir-ne, esta--kaimbara, logo--2--Eix be ne 
kanigámo kan, lairanha tôn ne: Como estou ordinariamente 
doente, não estou trabalhando -- béne, ordinariamente -- kan, 
por -- arajarája, trabalhando -- ton ne não estou--3-- En fé 
kangán be: Soffremos de estomago de costume - en, nós — fé, 
estomago -- bé, constantemente -- 4-- En én bed ne ti: Elle 
costuma enganar-nos -- 6», enganar--bed, por costume -- d, 
connectivo -- ne, está -- 5 -- Odn be: Enganador -- ôd, mentir. 

BE: Acontecer--I-- Kején be: Acontece ás vezes — 
kején, às vezes-- 2 -- Tx jomã venxén be: Acontecia uma 
vez que eu era malvado -- jomá, malvado -- venxén, uma vez. 

BE, büigh : Rabo, cauda. 

BE: Sogra. 

BEDN, ben, ben: Marido --1-- Ja bedn: Meu marido- 
ix, meu--2-- Be tôn: Viuva--3--Bén ha hina? Vai bem 
seu marido ?-- ha, bem, -- húna, vai - 4-- Be tôn- Viuva- ton, 
sem -- ben, marido. Tambem: Mulher mundana. - 

BE TON: Viuva--tôn, sem. Significa tambem mu- 
lher atoa, mundana.--I-- Be ton fi: Mulher sem marido, 

BEJUJU : Sucury. Tambem beijuji. 

BEM: Marido, casar (da mulher com o marido) -- I -- 
Tx kotxi fi ben: Eu casei minha filha -- hotxi ji, filha. 

BENG: Machado --I-- Beng ja: Córte de machado -- 
ja: córte, dente -- 3 - Beng pu: Cabo de machado -- 3- Beng 
tan pó: Pedra lavrada com machado-- tan, com --5-- Pó 
tan béng: Machado feito de pedra. 


PEÃO < 


BERE: Fundo, baixada. 

BIRURU”: Especie de berne. 

BE TON: Viuva, mulher atõa--I-- Be tôn fi: Mu- 
lher sem marido -- fi, mulher. 

BO; Espiga -I-- Arangóro 66, langro bó: Espiga, 
vagem de feijão --1-- Gara (g nasalado) bd: Espiga de milha. 

BOKA’: Espingarda. 

BOI: Boi, vacca - I - Bói nônje : leite de vacca. 

: BOGN : Crescer. Tambem bong--I-- Ix b'gn Jatay: 
Eu me criei em Jatahy--2-- Kré bóng bóng ja ti ne: A 
roça está crescendo -- kré, plantas -- bóng, repetido, por serem 
muitas as plantas -- ja, na hora presente -- ne, está. Vide App. 

BOI: Boi, vaca--I- Bot tanté: Vacca--tantü,\ fêm- 
mea. 

BOKA’: Espingarda -- 1 -- Boká do: Espingarda - do, 
arma -- 2 -- Boká kané: Bago de chumbo para espingarda --3- 
Boká fun: Polvora para espingarda. 

BUNG: Crescer, criar-se. 

BONG. -- I -- hejéje bong: Nervo. 

BORNIA. Vide App. 

BRA’: Junto. Vide bré (b de bre nasalado ). 

BRAKTE: Atravessar --I-- Emprü to brükte kééra 
he: Veja de não atravessar a estrada --emprii to, na estra- 
da -- kéêra, veja -- he, não. 

BRAIA BRA'IA, mraia mráia: Nadar. 

BRAN: Cipó. 

BRAN: Surrar. 1--Ti bran bran ag: Surraram a 
elle. Bran, repetido para significar que o sujeito apanhou 
mais de uma varada —- t', a elle. 2- A'ma bran kémo: Vou 
surrar-te. 

BRARO: Takápe. 

BRE: Junto. 1--Ti bre jéne ix: Eu como junto 
com elle; me hospedo junto com elle--ti bre, junto com 
elle -- jéne, como - 2 —- Jíri (j nasalado) bre kajúno: Agora 
acaricio o menino- gíri bre, junto com o menino -- kajúno, 
brinco. 3-- Le prôn bre tin tx: Eu vou junto com minha 
mulher -- ix pron, minha mulher - tin, vou. 4 -- Pão bre eixman 
denéni nim: denéni, carne -- den, animal --ni, carne, nim, 
dá. 5 - Jágne bréne tanke kéve: Estamo-nos ajudando-nos 
um a outro --jagne bre: Um junto com outro -- tânke, fa- 
zendo -- ve, estämos -- ke, querendo. 6 - Ambré x tin kémo: 
Eu quero ir junto com você -- am, vocé-- x, eu. 


BR@ION: Machuear. 

BREION: Cipó. Vide bran. 

BRE'IX (braix): (Quebrar. 1 -- E'ix méin pen, brén- 
bra ja ti ne: Esta quebrando os pés dos meus animaes - 
éix méin, meus animaes -- méin, animaes — brenbrá, fazer va- 
rias quebraduras -- ja, agora -- ti, elle -- ne, está. 


BRE'NE: Cinza. Tambem bréje. 


a | as 


BRERE: Molha tu - 2-- Brére korég ti: Muito hu- 
mido - korég, demais -- ti, elle. Brére me: Pouco molhado, 
humido -- me, pouco. 4-- Emprii van brére ti: O caminho 
está molhado -- emprii, caminho -- van, está. 5 -- Brére me há- 
nera : kíri bren han he: Humedeça-o; veja de não molhal- 
o - hdnera, faze tu -- kiri... he, veja de não -- bren han, fazer 
humido. 6- Brérti: muito molhado. 

BRYRI: RASGADO 1--Kurú briri; Panno rasgado, 
trapo. 4 
BRO: Partir, quebrar. 1-- Ex fan brô je ti: Elle 
está partindo minha perna -- fan, perna. 2- Ka brô je: A 
arvore está cahida, quebrada. 3--Ti pen brô je: Está que- 
brado o pé delle -- pen, pé. 

BROGN BRO JE, braiabráia, mrdia-mraia: Nadar. 

BRON : Veia. 

BUA’: Mau ( Visc. ). 

BUDN: Vesgo, olho torto - 1- Jr ki budno: Me 
olha torto -- Ix ki, em mim -- búdno, me olha agora. 

BUONGH, biiogn: Grande, demais. Para indicar parte 
grande de alguma cousa, se traduz como fosse o grande de 
alguma cousa. 1--Ka buüngh: Pau grande. 2-- Kambé buôngh : 
Veado grande. 3 -- Kré buôngh: Coxa, a saber parte infe- 
rior da coxa. 4-- Krin buôngh: Estrella grande. 5-- Kron 
buôngh gra: Beba muito. 6-- Góio buôngh: Rio Grande. 7 -- 
Dun buôngh: Tripas--dung, ventre. 8--Jantdbudngh kupri : 
Urubu rei (nome de passaro )-- kuprí, Ningé féie buüngh : 
Dedo pollegar - Ningeféie, folha do dedo. 10-- On buongh : 
Capitão -- ôn, homem, algum que é. 1 

BUONGHTITI: A lua esta cheia -- ti, muito. 

BUICH: RAbo--1-büigh kan, varéja je: No rabo 
delle ha uma thesoura -- kan, no -- ve, tem -- 2 -- Jong jo büigh : 
Cauda de gavião - 3-- Xanxi büigh: Cauda de passarinho - 
Ti biüirgh: Cauda delle. 

BUITKE: Pitanga--1.-Ixó búitke: Minha pitanga 
- Iró, minha. 

BURO : Brotar, brote -- 1 -- Fumo buro : Broto de fumo, 
planta de fumo -- 2 -- Gara búro: Broto de milho -- 3 — Ti bur- 
buro: Varias qualidades de plantas ; varias plantas -- 3 -- Bun- 
búro joa: Esta brotando a barba-- joa, barba-- 5 -- Ti buro: 
Planta delle--6-- Búrn hô: Plantação boa--7-- Burt ne: 
Esta brotando. 

BURRO: O burro (animal )--1-- Búrro kajére agn : 
A gente amanga o burro -- kajére, amanga. 

BUTKAN: Carregar-- 1 -- Pórko agtôn bütkan : A gen- 
te carrega um porco -- dgtôn, a gente. 

BU TON: Sem rabo, pitôco -- bu, rabo. 

Nora. — O b com uma linha encima, se pronuncia 


nasalado, mais ou menos como mb, e tambem em principio 
de palavra. 


K 


KA: Arvore-- pau, baculo, poste -- 1 -- Ka budngh: Pau 
grande -- 2 -- Nakiiii: Takápe, maça para percutir a gente - 
3-- Ka fódn: Atirar um pau - 4- Ka feingrá: Levantar um 
pau --feingrá, levantar -5-- Ka fuüre: Casca de pau, cor- 
tiça de arvore - 6-- Ka húti: Aquelle que trabalha em pau 
- häti, de han, fazer --t', elle--7-- Na jaré: Raiz de pau - 
8-- Kan nite: Bater com um pau ou simplesmente bater -- 
8bis -- Ka pandó: Pau curvo--9- Ka pen: Pé de pau. E' 
feito de uma tala de taquara, e serve para mecher nas brazas. E' 
curvo feito em forma de pinça, forcipe--10 -- Ka rôro : bola ( ru- 
ro, lúro ), redondo -- 11 -- Ka xin : Pau pequeno, pausinho -- 12 
- Kan tan téje; ône horiké je: Este pau é grande: este 
outro é igual em tamanho - téje, alto -- horike, igual -- je. é -- 
ône, e outro. -- Hara ontan pantet känje: Mas este outro é 
mais alto ainda -- pdnte, mais -- 13-- Ka tan xoro tate: Eu 
mato um coelho com um pau -- tan, com -- xôro, coelho -- táis, 
mato -- 14 -- Kan tan hi je, ône ti fari je: Este pau é grande, 
este outro é maior -- hi, grande -- ône ti, este outro -- far, far: 
maior --je, é-- 15 -- Ka tara: Pau duro--16- Kin tan téje 
gu je: Esta arvore é muito alta -- gú, muito -- 17 -- Ka téje: 
Pau cumprido -- 18-- A korég tavinti: Muitissimos paus -- 
korég, muitos -- tavin, demais -- 19 - Kané han: Toco de pau 
- 20 -- Ka kané gétimo: Tiro fructas do pau agora -- hané, 
fructa -- ge, colho -- mo. agora--21.- Vuig ka ti: Elle move 
o pau - vuüg, move -- ka, pau -- 22-- Dejegrúmt ka éix ka kané : 
Eu procurei meu pau com a luz de de cera -- déje, cera -- 
grum, accender ka, com -- kané, procuro - 23 -- Na feingra: 
Levantar um pau. 

KA, kan: Dentro, em--1-- Kanké brex ti in ka hani: 
Elle mora junto com seu irmão na casa delle -- kanké bre, 
junto com seu irmão--ti in ka: na casa delle -- in, casa -- 
kanké, irmão mais velho --2- In kara ara: Entrar em casa -- 
kara, dentro - ara, entrar -- 3 -- Jiirirutka: Dentro do carro 
-- jürérût, carro --ka, dentro -4-- Venharô ka pan ti: Elle 
amarra no papel -- venharé, papel -- pan, envolver. 


KA: ficar -1-- Xa ix jéne: Estou ficando - jéne, estou. 
Ka: Mosquito da terra--1-- Ka ran: Borrachoudinho 
do rio - ran, pintado -- 2-- Naxin kupri: mosquito pequeno 
branco; pernilongo -- xin, pequeno -- kupri, branco. 
— Ka, KAN: Tudo--1-- Ka ag hul kara, hora: O povo 
ja foi-se embora--ka ag: Toda a gente -- hul, ja, indica tempo 
passado ~ hora, sahiu. 


oo. 


KAKA: Dentro--1--O puz numa rede: Tanja kakak 
ti fi--tdnja kaka, numa rede - k, connectivo -- fi, por. 

KAKA: Logo, em -- 1-- Jong jut kaka, ix am n kan- 
jamo: No chegar o pai, eu te pago -- jong jut, chegar -- Aman, 
a você -- kanjamo, pagarei. 

KAKÁN : Rosto -- 1 -- Kakán korég : Rosto carrancudo 
- korég, feio. Tambem kakän júno -- juno, de jun, brabo, e 
de no, esta--2--En kakan kupé je: Estamos lavando o rosto 
- kupé, lavando -- je estamos - en, nós -- 3 - Kaká ro: Fronte 
pellada -- ro, tosquiar, aparar - 4 -- Kaká korég togn ne: Esta 
com cara feia -- tóng ne, está estando. 

KAKAN: Aguia. 

KAKANE: Fructa de pau-- kané, fructa- ka, pau -- 
muitas -- 1 -- kakané e ko ma ix ne: Eu estou comendo fructas de 
pau muitas -- ko ma, comendo muito -- ne, estou -- 2 -- Nakané ko 
ha tavintiti: Eu como fructas muito boas -- ha boas -- tavin, de 
tudo (latino, prorsus ). Vide App. 


KAKANT : Matta (Tel.) Deriva de ka, pau (varios 
paus, arvores ). 

KAKANERE: Armar. Vide App. 

KAKA RO: FRONTE pellada -- ré, tesquado, aparado. 

KÂKE, kóke: Estragar - 1- Ex kuró káke ti: Elle es- 
traga o meu vestuario -- kuró, kurv, vestuario. 

KAKEN : Vide App. 

KAKI: Dentro -- 1 -- Vexkakt dinhéro fónd: (tambem 
fodn ) Por dinheiro dentro ( na algibeira ) -- fond, pôr, atirar - 
Inkafiididn kaki ix nôro: Eu durmo no quarto -- inkafii- 
dúnd, immuafiidúdn : Quarto -- nôro durmo. 

KAKJÚJ : Takápe. 

KAKO :perto -- Nako ra viiire: Elle andou perto - ra, 
para -- viiive, perfeito de tin - 2 -- Kako ken móixno: Vamos 
perto -- k, connectivo -- móixno, vamos agora -- en, nós -- 3 -- Ka- 
ko te: Na visinhança -- ten, na. 

KAKRÁN: Sogro -- 1 -- Ix kakra: Meu sogro. - 2 -- Ka- 
kré : sogro, jóng kakré. 

KAKRE: Mesa, cama, taboa, girdo. De ka, pau, kre, 

KAKRE KIN: Tamanduä mirim. 

KAKRO: Fita, corda--1-. Kakré jokéti; A corda bambeia. 

KAKTA: Salutar. Adject. Vide veinkata-1-- Kujafá 
kaktä : Remedio contra os vermes -- kujafa, kajafii: vermes. 

KAKTU: Silencioso. 1-- Kakti ag ti: Estão silen- 
ciosos -- ti, estão. Vide kati. 

KAKUTEN, kankúten: Nascer, apparecer, levantar-se. 


1- Niiva kankúte ton ne: A lua ainda não nasceu -- kürd, 
lua - kankúten, sahiu -- ton, não. 


KAKUU: Macete para percutir homem ou animal. 

KADERE, kajére: Liso. 

KADJUNO, kajuno : Divertir-se. 1-- Kajun emane: 
Gosta de divertir-se -- ema, gostando -- ne, está. 

KAÉI: Arara. Especie de papagaio. 

KAFA’: Pulso ( São Paulo). 

KAFAJA'TITE: Que gruda. 

KAFA'N: Além de alguma cousa. 1--Kofan ta (te) 
ka tije: Esta de lá (do rio)ta, te: De lá - ka, estando -- je, 
esta. 2--Gôio kafan ir ta ka ix ni: Estou morando além 
do rio -- gôio, (g nasalado) rio -- kan’, morando -- ix, eu, estou. 
3 Goto buüng kafán te: Além do rio grande. 4-- Kafan te 
langró van: No outro lado ka feijão -- langró, feijão. Vide App. 

KAFLEI grin: Tabaco, fumo. 


KAFÉ: Kafé. 1-- Kafé tüdüre: Pó de café. Kafe 
tüdera : Socca tu o café. 3 - Xafé ti düro xe: Esta sujo de 
café -- kafé dii ii: De po de café -- xo, sujo. 


KAF LI, kaféê : Flor, ramo. 1-- An krin ka kaféje 
ten kanje: Está com uma flôr na cabeça -- krin ka, na cabeça 
- ten, com--kanje, está estando. 2 -- Xanxi kaféje kakan venpejú 
kanjen ti: O passarinho se esconde no ramo (na flôr)- 
æanxi, passarinho -- kakan, dentro -- venpeju, escondido -- kingen 
fica --ti, elle. Wafeje ga (ge) vüire: Elle foi colher flôres - 
ga, ge: Colher--viiire, foi, andou. 4-- Kafejete ti tore je: 
Esta cercado de flores - tore, cercado. 5-- Noféx féje kurän 
ton ne: Ainda não é tempo de flôrear -- kwrdn, tempo - ton, 
ne, ainda não é. 6. Fi krin kan, kaféja finne: Na cabeça 
della estão postas flores -- fi krin. cabeça della -- kan, na -- fi, 
postas -- ne, estão. Tambem: Ella esta com flôres na cabeca 
- kaféje fin, cerca de flores, corôa de flores. 

KAFENJA: Cunha--ka, de páu--já, instrumento - 
fén, rachar. 

KAFEXF AJA: Florear. 

KAFÆTI: Carregar. 1-- Akotxin kafe ti: Carrega o 
filhinho. 


KAFINBE NT: Casamento da mulher com o homem: 
do homem com a mulher é pron. 


KA’FI NIN: Remendar. 1-- Venxupóix kafi nin: Ella 
esta remendando um vestido -- venxupóix, vestido -- ka, está — 
nin, remendando. 

KAFO, kafé: Pulso. 

KAGA’N: Pisar. 1--Ix aró had ke; pórceo nifèn je: 
gira kagan: Eu quero fazer uma cerca; eu fecho os porcos ; 
pisam meu milho -- aro, cerca -- had, fazer -- ke, quero -- nifen, 
fechando -- je, estou-- van, meu--gara, milho (g nasalado ) 


Di 


- kagán, pisam. 2- Porco gara kokéktimo: Os porcos es- 
tragam o milho - kóke, estragar - mo, agora - ti, elle. 

KAGENJO : Resina. 

KAGBA’: Ponte. 1--Nagbá kre pa je. Está pas- 
sando debaixo da ponte -- pa, passando -- je, está. 

KA’GMI: Agarrar com força, tirar-- I-- 7% nanja kr 
ag kágmi: O tirão a força da cama delle -- tz nángja, cama 
delle - nan, deitar -- ja : lugar, instrumento -- kr’, acima, em -- 
ag, elles -- 2 -- One kagmi ag: Elles pegam outro -- ône, outro. 

KAGN: Agarrar com lorça--I - Kagn ôn ti ma: 
Elle aperta muito o outro --ma, muito -- 2 -- Nengé hagmo ti: 
Elle aperta a mão--ningé: mão - 3-- Nágnora: Aperta tu, 
esfrega tu. ; 

KAGRA’ IX: Eu como tudo--ka, ko: Como - gra, 
tudo. Tambem komgrá, kangra. 


KAGOUVE: Elles fôram para algum lugar. Perf. 
plur. de tim, ir. Serve para todas as pessoas--I-- Xré ra 
ag kogóiive: foram para a roça plantada--ra, para- ag, a 
gene--2--Ag ming táix kagüüve: A gente foi matar a 
onça -- ming, onça. 

KA--T': Cbheirar--I-- Ka-ira: Cheira tu. 

KAJA’: Amargo. ' 

KAJATU'N :. Esquecer? . (Tel): 

KAJANKUA’: Verme de criação, bixeira. 

KAJARE: Raiz de pau--I-- Komin jaré: Raiz de 
mandioca. -- ka, pau. 3 

KAIKA’: Amigo, parente, irmão mais velho, membro 
da nossa tribu, collega -- 1 -- Jógn kaiká: Tio paterno mais 
velho - 2 -- Katka pron: Cunhada, e exactamente, a mulher 
do irmão mais velho -- prôn, esposa -- 3 -- Katka ton: Sem pa- 
rentes, sem amigos, sem collegas, etc. 

KAIKA’N: Céu)--I-- kaikan kuti ne: O céu está 
preto, coberto de nuvens -- kut, obscuro -- ne, esta -- 2 --Xaikän 
tii: Céu azul--tói, verde, azul, preto -- haikán, céu. 

KAIKAÏ GÓGN: Nuvem --I-- Kuiká gogn aran paxin 
ti: Ecclipse do sol -- pakxin, envolver-- ti, elle -- 2-- Kaikän 
gogn kiixá paxin ti: Ecelipse de lua -- kiixá, lua. 

KAIKÉ: Trovoada; irmão mais velho. Vide kanké. 

KA--I: Mastigar, cheirar -- 1.- Ka-ierá: Mastiga tu. 

KAIERE: Manco; macaco. Vide kajére, kanhére. 

KAINBA’RA: Logo, logo que-I-- Naimbara ix me 
wiri, agto ix penoa vüvre: Logo que eu percebi, eu fui pro- 
cura-los --me, ouvi, percebi -- ágto, a elles -- penoá, procurar -- 
vitire, fui. 

KAIMIRA. Imper. de kaimi: pegar--I- Niifé hai- 
mira: Pega tu na faca. 

KA'IN : Esquerdo-I- Tx pen káin: Pé, braço es. 
querdo, pé esquerdo - 2 -- Jakáin : Minha esquerda -- ja, minha. 


25 — 


KA-PN: Cheirar, farejar--I-- Xaïrc : Fareja tu -- 
2-- Ajent ka-inti: Elle fareja a comida - jen comida - 6, t, 
são lettras connectivas. Vide App. 

KAINK E: Caixa canôa. Vide App. 

KAINGA NG: Homem, sujeito, Indio Coroado de São 
Paulo e do Paraná. Tambem Kazegáng, Kajgéng -1 - Kaïxyäng 
kamé kan, ag uäika (u nasalado) ra mó ton: A gente não 
vai no matto, de medo dos Indios Kaingang-kamé -- kan, de 
medo -- ag, a gente -- muditka ra, para o matto-- 2 -- Naixgéng 
jukremä : Homem ajuizado -- 3 -- Naijgéng hô: Sujeito bom -- 
4-- Timá Kaijgáng kéxno: O homem falla agora com elle -- 
kéxno, falla agora. Vide App. e Xaingüt. 

KAINPAN: Inchar. 1-- Pen kaïjpa ra ti; Elle está 
com o pé inchado -- ra, está. : 

KAIO’: Magro. 

KAIO E: Periquito ( Visc.) 

KAIRA’ME: Altivo, soberbo, sabio (kh a-i-rd-me ). 

KAIRO'NI: Saber. Vide kevenhara, kevanhéra, kive- 
irinmen. 

KAIRON: Manco: On jun ne, kairon ni ha: Quem era 
brabo, agora está manço--ôn jun ne, quem estava brabo - ón, 
quem -- ne, estava -- nt, esta-- ha, já. 

KAIXK 4’: Irmão mais velho. 1 - His kaixká kangamo 
ha: Meu irmão já esta doente -- kangámo, agora está doente. 


KAIXKANGON. Vide App. 

KAIXNI: Morar. 1- Kuvara legua piri kadxni: Moro 
longe uma legua - kwvara, longe. 

KAIXO’: Aguti: (bixo ). 

KAIXO'N : Kaixôn. 1--Naixôn kri ni ti: Elle está 
sentado num caixão -- kri, em cima -- ni esta sentado. 

KAIU'I: Leve (tambem k ju) ). 

KAJA’: Amargo. 

KAJAKUA: Verme: especie de berne. 

KAJAF A’: Verme. Tambem hujafá. 1-- Nut hkajafá 
van ne: Está sendo cheio de vermes -- kut, cheio, com, dentro 
- van, sendo -- ne, está. 2--Ti ni kajafá, jan ne: A carne 
do tal bixo está bixada--:i ni, a carne do tal bixo --jan ne, 
está sendo., 

KAJAN, kanjám : Comprar, pagar -- Eix man kanjam, 
ranha--rânha ; éix má kanjim tôn, lanha--ránha ton: Se me 
paga, trabalho; se não me paga não trabalho -- ezrmdn, para 
mim -- 2 -- Hixmdn kajám ke ton ne: não me quer pagar -- ke, 
querer -- 3 -- Kajdme ix xíntini: Eu compro muito barato -- 
cintini, muito barato -- 4-- Kurt kajáme tin: Vou comprar 
umo fazenda -- tin, ir, -- 5 -- Kajám buôngh titi: Comprar muito 
caro - buüngh, muito grande,--6-- Kanda kanjam. Eix man 
tan, kanôa húru kanjám : Aquelle me comprou uma canoa - 
tan, aquelle - hAúru, particula para fazer o passado - 7 -- Aa- 
jano vaio titi: Elle não tem nenhuma vontade de pagar -- 


vdix, não ter vontade--8-- Véri kajdm: Alugar--véri, por 
pouco tempo -- Ti ranharänha kajdm: Pagar o trabalho de 
Fulano de tal--ti, de Fulano de tal. 


KAJARÉ : Vide App. 

KAJE: Estä--1- Krin kri kaje: Esta: no cimo do 
monte -- krin kri, no alto do monte - kri, acima -- krin, monte. 

KAJERE: Manco. Vide kanhére. 

KAJÍRI: Fazer um festim. Vide kanjíri. 

KAJÚJ, kajúi : Leve. 

KAJÚNO : Bricar, divertir-se - 1 - Najtin emäne : Gosta 
de brincar - emdne, gosta - 2 - Najúnmo ra, jatu jen ti: Em- 
bora brinque, elle está quieto - ra embora - jatú quieto, 
pacifico - jen, está - 2 - Kanjúno, kanjiri: Eu me devirto - 3 
- Kenjútôn grá: Não te divirtas. Impr. negativo. 

KAMARON : CIPO imbé. 

KAMBA: Noticia. Vide Kambé, Kambú, Kambü. 


KAMBA: Subir. 1- Kambá kanti gére: está subindo 
vapor — känti, está - gére, ( q nasalado ) vapor, ar. 


KAMBE: Veado - 1- Kambé buông: Veado grande. 
2- Kambé füore: Pelle de veado. 3 - Kembé ningrú: Unha 
de veado -- mingrú, unha. 


KAMBE: Noticia: contar, conto. Tambem Kambe- 
nex, Kabünéx. 1--Ti kambiinex: Noticia delle. 2--Ti kan- 
bi me ix: Eu ouvi uma noticia--me, ouvi. 3-- On kambô 
ti: (Quem conta historias -- ôn, cousa falsa--ti, elle. Tam- 
bem: on, aquelle que -- kambé - conta. 


KAMBU : Noticia, contar. Vide Nambé. 
KAMBÚT: Pesar, medir peso. 


KAMBUT: estar aprumado --i-- Kambut ke ti na: 
Elle o está fazendo aprumado -- Je, fazendo --ti, elle -- na, 
esta. 

KAME': Temer, prohibir, medo. 1-- Ix nerénje kamé 
ti: Elle me prohibe as laranjas. 2-- 1x kamén e ti togmo: 
Elle me está temendo muito --e, muito - tógmo, está. 3 -- 
Antére javaix ra, ti térmo; gôiofá buüngh krôt hamén ton: 
Morrerä antes do tempo, si não tem medo (não deixa) de 
beber demais aguardente -- antére javdix ra, embora antes do 
tempo de morrer -- tére, morrer -- javdix, antes do tempo -- ra, 
apesar -- ti, elle -- térmo, morrerá -- gôtofá, aguardente -- budngh, 
demais -- kamén, ter medo, deixar - tôn, não. 4-- Min kamé- 
nera: (ruarda-te da onça. 5-- An kamét ketônhe: eu não 
tenho medo de você-- an, você -- ke to à) ne, não estou — ké, 
quero -- to, não -- 2), estou -- je. 6-- On kamé ton: Um que não 
tem medo: corajoso. Vide App.. 


KA'ME: Pegar a fazer. Vide kam/. 


/ : A 
KAME: Provar, experimentar -- 1 - Kamera: re Ne 
menta tu. Vide de App. Lu LIBRARY j: 


KÁMI: Abraçar, pegar, tomar por empreitada - 1 -- x 
vein lairânha kämé han: Principio o trabalho que tomei por 
empreitada -- vein lazrdnha trabalho -- han, começo - 2 -- Gôio 
kami apén kanküten: Emprehender a passar o rio de a pé 
- pen, de a pé -- kankuten, passer -- 3 -- Goto ka mi lkankúten : 
passar no rio de a pé- ka mi, por dentro -- ka, dentro, em -- 
mi, por-- 4-- Prúnja kamix ken: (Quero pegar na vassoura -- 
prúnja, vassoura -- 5 -- Rairânha kamix ti: Elle trabalha por 
empreitada -- 6 -- 1-- Jagne lkâmi: Abracar-se um com outro -- 
jagne, um com outro -- 7-- Vin hamé ke ha: Ja quer começar 
a fallar -- ke, fallar -- ha. 





KAML: Buscar: Kavarú kdmèr tin: Eu vou buscar 
o cavallo - x, eu. 

KAMON : Eïles veem. Plural de tin por todas as 
pessoas -- 1 -- Hérike ka lkamôinho? Quando elles vem ? -- hé- 
rike ka, no quando - ka, no -- kamóinho, vira -- nho, desinencia 
de futuro -- 2.- Ag veirkadiri han kamône: Elles vem para 
fazerem uma festa -- veixhadiri, fazer festa - had, fazer -- 3 — 
Ha jént kamon jént: Venham os camaradas, para comer — 
ha, voz imperativa -- jent, jen: comer --4-- Kamônera: Ve- 
nham Imper.-- Namônera kan: Venham todos --5-- Ag ka- 
monera: Venha a gente -6 -- Kamôn tôn kan agn: Não 
vem toda a gente -- Gbis - Angvéi kamônve : Vinhamos fazer 
visita -angvéi, fazer visita -- kamônve, imperfeito -- 7 -- Hen 
tan agvéix ag kamnôve: Veio gente aqui para fazer-nos vi- 
sita -- éin, nos -- tan, aqui 

KAMPA’RA: Ficar inchado - kampädn, inchar -- ra, 
estar. Significa tambem arrebentar, p. ex.: do sarampo, va- 
riola, etc. 

KAMPO’: Pulga. 1- Kampó êrê: Campo da pulga 
(isto é: do bicho do pé ). 

KAN (Logar): De. Responde à pergunta: de onde? 
1--7% kant húru povo: Se separeu delle--ti ant, delle -- 
póvo, pduo: separou-se -- húru, ja: indica tempo passado. 2 -- 
Ain ta ka hóro: Sahe desta casa -- in, casa -- ta, em -- ka, de — 
hóro, sahir 3--Lengré ag tin; jágne hak póvo: Os dois 
viajam ; depois se separam -- lengré, dois -- ag, elles - tin, vão -- 
jadgne kal, um de outro -- póvo, separam. 

KAN: De (modo: responde à pergunta: De que 
modo 2). 1-- En pet kan ha mo: Vamos de a pé - en, nos — 
pet, pé--kan, com, de--ha, voz imper., mo, vamos: plural 
de tin, ir. ; 

KAN: Do que (nos comparativos). 1-- 7% kan fore 
( fore) hô nz: E muito maior do que elle --¢i han, do que 
elle - fóro, maior -- Aü, muito - ni, é. 

KAN: Em - Jiiriirut ka: No carro. 2-- Ro kan kanhe 
kan: Todos estão presos na cadeia -- kânhe, estão -- kan, to- 
dos. 3- Xanxi hânde kanki tôn ne: O passarinho não esta 


ae e. 


mais na gaiola-hande gaiola - kanki, na - tz, elle - ton, 
não ne, esta. 4-- Fi krin kan kafènje fin ne: Na cabeça 
della se acha um ramalhete de flores - fi hrén kan, na cabeça 
della - fi, della -- kaféjefin - ramalhete de flores - ne, esta. 5 — 
Ie jogn kanen dôro kan jen kan, ivéiæmo : Meu pai, emquanto 
está na janella, me esta vendo — jogn, pai - kanendôro, janella -- 
jen, essä-- kan, emquanto-7, a mim- véixmo, está vendo 
agora. 6-- Venharüt ka pan ti: Elle embrulha no papel - 
venharôt ka, no papel - pan, embrulha -- tz, elle. 7-- Burro 2x 
kan pe nite: o burro deu um coice em mim com o pé - kan, 
em mim - kan, com o pé -mite, bateu. 8 - Aran karka ka > 
No calor, na tarde. 9- Orekdn ti hanje: Está atolado no 
brejo -- orekan, no brejo- ti, elle--ire, preso -- hinje, esta. 
10 -- Ti büigh kan, varéja je: Na cauda delle está uma the- 
soura - 7 büigh kan, na cauda -- vareja, thesoura - je, esta. 
11 -- Jantka kan, va fi je: kanen je: Estava na porta, e espe- 
rava -- jantká, na porta -- kan ( gan )--va, estando -- fi, ella — 
je, estava -- kanén je, estava esperando. 12--Góio kan mi, 
apen kanküten ; passar por meio do rio a pé -- goto kan, no 
rio -- m2, por meio -- kankúten, passar. 13 -- Antere kéka, ti ke. 
No que ia morrer. elle fallou -- ke, querer - ko, no —- ke, fal- 
lou -- tz, elle. 14-- Anäix ke ka, veixhatá krone: No que 
queria deitar, bebeu o remedio -- náix, deitar - veirkatä, re- 
medio: Arôd veixkatà ; kira nani: Bebo o remedio; depois 
vou deitar -- krôd, bebo - kara, depois -- na, deitar -- nz, estou. 
15 - Anais kék , reza ic kéti: No que quero deitar — Kéti, 
faço. Kéino, tambem significa fazer. 

KAN: Em quanto-1-A tin kan, paxké ti: Em- 
quanto andava, se curvava-atin kan, emquanto andava, no 
andar - paxkéti, curvar-se - 2 - Akanga lan, tamin tine ke: 
Emquanto estavas doente, queria, passar por aqui-a, tu — 
kanga, n9 que, emquanto - ta mim, por aqui - ta, aqui - tine, 
ir - ke, queria. 

KAN: Entao-1- Nan kotxin mankantin man he tô 
ni ha? Então não quer já trazer outra vez o filho? — man- 
kantin, bakántin : Trazer - mat, mais, outra vez - ke, quer - 
ni, esta ha, já-2- Kan e fa ix ke tôn nive? Então não 
devia eu chorar outra vez muito ? - e, muito - fa, chorar - he, 
devia = ni, estar - ve, desinencia do imperfeito - 3 - Kan xon 
déje timá ke ton 77: Então porque eu não devia fallar para 
elle ? - xôn, eu, déje, porque - tima, para elle - ke, devia fallar - 
4- Kanxóg, hüritke laird éin mo? Então como devemos tra- 
balhar ? - hóritke, como - éin, nós - mo, agora 

KAN: Estar-1- Inindó ka, húru kurânke: E' meio 
dia: passou a manhã - inindô, meio dia - kurânke : manhã - 
húru, ja: indica acção passada - 2 - Kan hirw: Já passou — 
3- Ninhéro vavá kan emâne: Gosta de pôr fora dinheiro - 
vava, por fóra - emáne, gosta-4- Ie fé kan tógn tog: Meu 
coração está batendo - fé, coração - tógn tógn, batendo — han, 
está-5 HG ix kan éti: Eu estou muito bom - été, muito — 
6 - Kan æiri: Está pequeno - xiri, pequeno - 7 - Ot kan, vin 


Leg: 


ke nai: está querendo dizer o que é mentira - 6¢, falso - kan, 
é — vin, fallar - ke, querendo - na, está - 8 - Ix jong bre kanje: 
Eu fico com meu pai- jong bre ( B. de bré nasalado ): Junto 
com meu pai- kan je, estou ficando - kn, ficando - 9 - Kan- 
endôro kanje kan,vevéndn : Emquanto estava na jauella, se 
apresentava - kanendôro kan, na janella - kanje, estar ficando - 
vevéndn, se apresentava. 10 - Vin me kan nanti : Estão fallando 
pouco - vin, fallar - me, pouco - kan nanti, estão. 11 — Ot kanti 
nänté: Elles estão ficando mentirosos -- ôt, mentiroso -- 12 Kurú 
kanti na tôn ti: Elle não tinha vestuario -- kuru. vestuario — 
kanti na tôn, estava com -- ti, elle -- 13 -- Kavaruü dére kanni : 
Elle está sentado na garupa do cavallo -- dére. parte poste- 
rior -- nº, sentado -- kan, esta--14-- Jén ti Kkânti tógmo: O 
almoço está prompto -- jénti, almoço -- kânti tógmo, está es- 
tando -- 15 -- Ori tan kanive ; hara húru vitre: Hoje esteve 
aqui; mas foi-se embora -- óri, hoje - tan, aqui - kaníve, es- 
tava -- hdra, mas -- viiire, foi-se embora. 


KAN: Fora (em composição )- 1 -- Nanhkúten: Sahir 
fora, nascer, levantar-se, passar. 


KAN: Para cá (em composição como prefixo ): Aantin : 
vir-{èn, ir - kan, para cá. 


KAN: Por meio-1-- Pédn kan ha mo: Vamos de a 
pé--pedn, de a pé--ha, voz imper.- m0, vamos -- 2 -- Vaji 
kan, t» tére: Morreu numa cilada -- vaji kan, numa cilada - 
ti, elle -- tére, morreu. 


KAN ; Porque - 1- Kaixgáng kamé kan ag tiáixka (w na- 
salado) ra kangdiive ton: A gente não foi no matto de medo dos 
Kaingangs - kamk kan, de medo - k:mk, medo - ag, a gente 
— vdixka matto - ra, para - kangóiive, foram, perfeito plural 
de tin - 2- Han fágmo kan, ix man hüti: Eu estou muito 
contente, por as mulheres estarem melhor - han, melhor - 
figmo, as mulheres estarem agora — man -- hóti, muito con- 
tente - 3 -Ij fa krünge kan, tot pútka: Porque minhas 
pernas não batem (não acham fundo ); afundo outra vez - fa, 
perna - krénye, bater - kan, por - tót, outra vez - pútke, mer- 
gulhou, afundo - 4 - Pi kotxi tére kan, Fidénxio mankan- 
gamo: O Fidencio está muito triste, porque morreu e seu 
filho - ti kotxi, o filho delle - tére, morreu -- mankangá, triste - 
e, muito - d, connectivo - nt, está - 5 - Kanga kan, à) kantin 
ton ne: Por estar doente, eu não venho ainda - 6 - À kangá 
kan, ij man -hAóti ton: Por estar tu doente, eu não estou 
contente — a, tu - kangá kan, por estar tu - 7 - 15 jog ton ne 
kan, à) mankangati: Hu estou triste, porque não tenho 
pai - tôn ne, não tenho - ne, tenho - mankangáti, triste estou - 
ti, estou - 8 - Jôntitimo kan, xet xôrmo: De tão brabo que 
estou, te quero matar (pegar) - jôntiti, muito brabo - ti, 
estou - xet, pegar, matar. — E” proprio da lingua dos Kain- 
gangs significar as vezes a acção incipiente p la completa, 
e a completa pela incipiente. Assim xe, significa propria- 


mente pegar; e, como pegar é acção incipiente de matar - 
significa tambem matar. - xôro; querer, desejar - 9 - Ei 
faix hotiti kan, sog fágmo: Estou chorando, porque desejo 
muito de chorar - faix, de chorar - hótiti, preciso muito — 
xog, estou (tog)-fdmo, chorando agora - 10 - Kokire kan, 
tére: Morre de fome - kokire kan, por estar com fome - tére 
morre - 11 - Ton jon kan, tére ve: Por estar com raiva com 
Fulano de tal, está morrendo - {ôn, com Fulano de tal - jôn, 
estar com raiva - ve, está - 12 — Por estar eu tendo dinheiro, 
eu sou contente: Ex ninhéro jént kan tógn, ex manhüti- 
jent, tendo -- togn, estar - man — hóti, sou contente — 13 - Lara- 
nhiränha kan, kangatiti: Por trabalhar, elle ficou muito 
doente --14-- Pirá kuka rog kan, ti tére: Morreu por ter 
engulido um osso de peixe -- kuka, osso - rog, log: engulir -- 
15 -- Gôiofà krid kan, ti tére je: Elle esta bebado, porque 
bebeu pinga -- gôiofá, aguardente -- krôd, bebeu -- tére, bebado 
— je, está-16-- 4 jôn kemäne kan tog, pron fi ten: Por 
estar inclinado 4 raiva, matou a mulher -- jon kemane, incli- 
nado à raiva--togn, estar - prôn fi, a mulher -- ten, matou — 
i7:--Kréd buüngh kan, togn tógn kémo: por elle beber 
demais, vai ficar torrado -- buüngh demais -- togn, torrado — 
togn, ficar -- kémo, vai -- 18-- Ma hadn kan, kuxon ag nänti : 
Elles estão vermelhos de vergonha --ma hadn, sentem ver- 
gonha - kuxôn, vermelhos -- nánti, estão. 


KAN: Quando-1-Antän kekakti kan, ijmân to nes 
Quando elle não entende, elle está fallando para mim-antán, 
aquelle ahi-kikaktin, não entender, não saber-ijmá, para, a 
mim-to, fallando, perguntando-ne, está. 2-Hürike kan jogn 
kantin, ij man hôti: Quando vier meu pai, serei contente— 
hürike kan, quando-käntin, vier-man-héti, serei contente. 
3-Emprii veg kan, prére ti: Quando apparecia na rua, gri- 
tava - vey, apparecer - prére, gritar. 4- Xan mdn ninhéro 
nikti kan, ij man hôti: Quando me deu dinheiro, eu fiquei 
contente - xenman, para mim - nem, dar - k, connectivo, kan, 
no, quando. 5-/jman vét kan, timá tibré vembé: Quando 
se apresentou a mim, eu fallei a elle junto com Sicrano de 
tal - vét, apresentar - tibre (o B é nasalado ), junto com Si- 
crano (com elle ) vembé conversei. Vide app. 


KAN: Tudo: Kamôn kan: Vêm todos - kamon, plural 
de kantin. 2- Tan déje rog kane ke? Porque quiz engulir 
tudo aquelle ahi? - tan, aquelle ahi - déje, déja: porque — 
rog, enguliu - káne, tudo -ke, quiz. 3- Jenjét kan hari: 
Estão pendurados todos; os penduraram todos - húrí, par- 
ticula para exprimir o tempo passado. 3 bis - Jj kotæine 
taktôn je va, hára kan tére: Meus filhos são tres, mas todos 
morrem — kotwin, filho - va, são - hara, mas - kan, todos - tére, 
morrem. 4-On tag kanje ma, ij kotne tôn ne; tére ke 
ton nt: Aquelle que fica, não é meu filho; elle não morre - 
én tag, aquelle que - kánje, fica-ma, ainda - ke, vai. 5- 
Kokire kän, kan téremo : Todos morrem de fome - kan téremo, 


Re re 


todos morrem. 6-Jn hat kan kren t{ ni ha: Elle ja fez 
quasi toda a casa - /n hat, fez a casa - kren, quasi - ti, elle 
— ni, mora, ha, ja. (1) 

KANA: Estar: 7% tin kurän ha rot käna : Está marcado 
o dia (tempo, hora) da sahida delle - ti kuran, delle - ha, 
ja - rôt, marcado - kana, esta. 2? - Noatat ki kana: Esta de 
bruço — noátat de bruço - ki, no. 5 - Küixma lire kana: Está 
olhaudo para cima - kúixmá, para cima-lire, olhando. 4- 
Kana de lagrá na: A cousa está ficando bamba - de, (0 D 
- é nasalado ), cousa - langrá, bambo - na. 5 - Veinkri ti kana 
ne: Está“coberto - veinkri, coberto — ti, elle - kana ne, esta 
sendo - ne, está, 


KANKA: Dentro. Posp. 


KANKA: Vento--1-- Kanka ran: Vento quente -- 2 
Kanká kuxa: Vento frio - 3-- Kankda fag gáix mon: O vento 
levanta cs cabellos das mulheres — fag gaix, cabellos das mu- 
lheres -- fag, mulheres. 

KANKÉ, kaika ; Irmão mais velho--1-- Kanké bre 
vi in ka, kane: Elle mora junto com seu irmão mais velho na 
casa delle -- bre, junto -- tí in ka, na casa delle -- kane, mora 
- 2 - Akanké kofá je: O irmão mais velho, fica velho -- kofd, 
velho -- je, fica -- Zx jogn kanké : O meu tio paterno mais velho. 

KANK FUORE ( fuôre ): Orvalho ( pelle de vento ). 


KANKÉI: Mesa, canôa, -- 1 -- Nanké kri: na mesa -- 
kri, acima, em -- 2 - Kankéi kre ni: Está sentado debaixo da 
mesa -- kre, debaixo -- mt, está--3-- Kankéi rumid, remo da 
canõa -- 4 -- Kankéi prin: Proa. 

KANKI: Dentro ( kankä kan)--1--In kanki: Dentro 
da casa - 2 -- Ande kankt ti ton ne: não esta mais na gaiola 
-dnie kankt. na gaiola. 

KANKRÉ : Copo -- 1 -- Kankré tag fürifen, metade deste 
copo - tag, deste -- fürifen, metade. 

KANKRO - FUORE : Lambary -- kankrô, pequeno, 
fudre, pelle -- [.- Kankrô fudre xamb ij: Eu peguei um lam- 
bary -- «amb, pegar. 

KANKRO -- FUORE-- RÉRE : Cascudo, mandy - rére, 
ferrão. Segundo R de rêre, nasal. 


KANKÚTEN: Desembarcar, nascer, desapparecer, sahir, 
transportar -- 1 - Hixma kanôa ha bakankúten: traga aqui a 
canôa para mim -- eismá, para mim -- ha, voz imperativa — b:- 
kanküten, traga aqui--2-- Azdg tôt kafän ra kankúten: Vos 
passastes outra vez para la--addg, vos -- tôt, outra vez -- kafänra, 
para-la -- ra, para--kunkuten, passastes — 3 -- On kankúte vémo : 
O outro nasce agora primeiro -- ôn, o outro -- kankúte, pri- 
meiro -- mo, agora -- 4-- 1) jogma to ij kankute tôn: Eu digo 





(1) Ag kan pager: Todos elles estão passando — ag, elles — pa, passar = 
jen, estão. ( Vide App, ) 





a meu pai qre eu não saio -- to, digo -- 5-- Kanküten ve ti: 
Elle nasce primeiro -- 6 -- Gire tag kanhúte, javai ra konkúten: 
Este menino nasceu antes do tempo 7 -- Gire tag (o G de gire, 
nasalado ), este menino -- javái ra, embora antes do tempo -- 
javáix, antes do tempo. Vide App. 

KANDIE, krúnge, veixkikánge: Emendar, unir. Vide 
App. 
E KANDO: Vallo--1-- Ga kandó: Vallo de terra -- ga, 
terra. O G de ga, nasalado. Ti kandon na: Esta furado - 
na, esta. 

KANDON: Furar. . 


KANDON NIAFA: Trado -- niafú, instrumento. 


KANE: E-te vocabulo tem muitos sentidos, que serão 
explicados separadamente. O sentido geral é: bolhinha. 





KANE: Bago de espingarda ( tambem kané fá.) 

KA'NE: Bater. Tambem háni, nite, kanite : percutir, 
surrar. , < 

KANE: Cicatriz. 

KANE: Esperar. Vide kamhém--I- Xan hané ton 
ra, hárato kantinmo: Embora não esperado, eu venho - xan, 
eu -- ra, apezar - hárato, contudo - kantinmo, venho agora - 
2 - Jantká to ti neanprôn ankanén je: Elle se acha na 
porta, (e) espera a mulher -- iartká to, va porta - to, na - 
ti. elle--ni está-anprôn, a mulher -- ar, connectivo -- anka- 
nén je, espera, está esperando - je, está -- 3 1j kané ag nanti: 
Elles me estão esperando -- kané, esperando -- 4 Xen kané ve: 
Elles me estão esperando --xen, a mim - ve, está — DER 
ja ha: Está esperando -- ja, agora- ha, ja. 


KANE: Estar. Vide ka, kan, kannz- 1 Ti kré titam 
pri k né: Elle é melhor do que Fulano de tal-ti ré, 
acima delle -- tampri, melhor-kané, é -- 2 -- Fi kri atampri kané: 
Tu es melhor do que ella fi kri, do que ella -- atampri, me- 
lhor -- a -- connectivo -- 3-- Kangá kan agn kane ?: Todos el- 
les estão doentes ?.-- Resposta: He (ha): kangá kané - mo 
Sim; todos estão doentes -- he, ha: sim -- kanémo, estão doen- 
tes agora --e, connectivo - mo, agora, podese tambem dizer 
kangaga, para indicar o plural. 


KANE: Fructo -- 1-- Kané fuüre. (O R. de fuüre na- 
salado, como tambem o G, de gára): Casca de fructa -- 
2 -. Gara kané: Fructo do milho -- 3-- Kané gára: Milho de 
grão, em grão-- 4 Ka kanémo: A arvore está produzindo 
fructas -- kanémo, fructifica agora - 5 Tiign buüngh kané: Ba- 
nana, tiign buüngh, caeté grande -- kané, fructo. 6 -- Bandna 
kané: Banana. 7-- Kané kupré ( kupré \: Escolher fructas -- 
8 -- Gara kané piri: um grão de milho - piri, um. 9 Ka- 
kané gétimo : Esta colhendo fructas -- ge, colher - ti, elle - mo, 
agora. 10-- Kané växti je: Esteril-va, váix: Nunca --ti, 
elle -- je, está com. 11-- Ka buro kané: A fructasahe da ar- 
vore - ka, da arvore - búro, nascer, sahir. 12- Ti kané ará- 


Ra 

no ha: As fructas de Fulano de tal estão madurecendo - aráno, 
madurecem agora - no, agora. 13 -- Lúnhára kané gére (o g na- 
salado): Aroma do ananaz -- lanhára, planta do ananaz -- gére, 
cheiro. -- 14-- Tiig hané: Banana. 15-- Té kané: Lugar de 
fructas, pomar. 


KANE: Grão, bago, fructo. Kané géra (o g nasalado) : 
Grão de milho, milho em grão: 1--Gára van kanémo: O 
milho esta cachando -- van, esta - kanémo, cachando agora. 


KANE: Nó.(latino nodus ). 


KANE: Olhar, ver, enchergar. 1--kané tôn: Não vê, 
não enxerga, cego. 2-- Núnera: Olha tu. 3 - Kané tôn gra: 
Não enxergues. Imper. negativo. 


KANE: Olho. 1-- Kané jokü : Pestanas - jo, guardar -- 
2-- Kané dôgn kanni ha: Já está com os olhos furados, cego -- 
dügn, furado - käni, está--ha. 3- Kané pire: Monoculo -- 
pire, um. 4-- Ti kané dip ti: Elle está furando os olhos de 
Fulano de tal. 5--Ti kané vandüve: Elle estava furando 
os olhas delle. 6 -- Jagne kane’ dé van: Se furam os olhos um 
a outro -- jágne, um à outro -- van, estão. T--Tj kanén kren: 
menina dos meus olhos -- Aven: menina, ovo, familia, pupilla. 
8-- Kané kan ni: Está no olho-- kan, no--ni, esta. 9--T; 
kané kri fi: Osulos-- kri, no, sobre -- fi, collocados. 10 -- Nota 
kané me: Olha pouco alto -- kóix, no alto -- me, pouco. 11 -- 
1x kané van raran kémo: Meus olhos vac ficar com verti- 
gem--— van kémo, vão ficar -- rardn, com vertigem. — 11 
(bis )-- Rencd ti kané kri fore: O lenço está posto nos 
olhos delle -- fóre, está posto -- fóre, de fodn, pôr. 12- Kané 
rit (lit. ): Olho vivo, vivaz, aberto, de lire: acordar, ter o 
o olho aberto. 13-- Hijmän to hané jo tx vin ne: Elle falla 
para mim com as pestanas -- e/jmdn, para mim -- to, pleonas- 
mo -- kané jo, com as pestanas, pestanejando - vin ne, esta 
fallando. 14-- Kané fudre: Pestanas - fuôre, pelle. 15 -- Kané 
tôn : não enxerga, não vê. 16 - Mané nôt: Olhos fechados -- 
not, de nôro, dormir, estar de olhos fechados. 17.- Kané 
korég: Quasi cego -- korég: ruim, doente. 18 Kané jum bu- 
ong: Pestanas-- jum, guardar - buüngh, grande. 19 -- Kané 
peju ti: Elle cobre os olhos -- pejut, esconder. 20-- Kané ni: 
olho d'agua. (1) Vide App.. 

KANE: Perseguir - 1 Ti kdnera: Persegui-o tu. Imper. 

KANE: Procurar -- Kanén ja: Esta procurando agora -- 
“ja, agora.. 2-- Aidg kanén ja ij kantin ve: Eu venho pro- 
curar-vos — azag, vós -- kantin, vindo-ve, estou. Vide App. 


KANE: Provar, experimentar. 


Kane KREN: Menina do olho, pupilla-- krén: ovo. 
criança, filhote -- kané, olho. 


KANE DORO: Janella -- Vide kanendôro. 





(1) Tambem : Gôio ni, 


La] 
— 9 — 


KANE FA’: Bagos de chumbo,-- fa em geral signifi- 
ca meio, instrumento. 

KANEFUORE: Pestanas -- kané, olho--fuüre, pelle. 

KANE’ han -- Toco de arvore. Tambem kan hin --kan, 
arvore -- han, principio. 


KANE JOKI: Sobrancelhas -- kané, do olho -- joli, 
guarda - ki, em. Tambem : kané jokii. 

KANE MA’JE: Gostar, ser inclinado a fazer alguma 
cousa -- 1 -- Dinheiro vavá, kenemá je: Gosta de botar fora 
o dinheiro -- vavá, botar fora -- 2-- Kufúru kenemäje : Tem 
propensão a tussir -3-- De kenama je: Gostar de alguma 
cousa -- de, cousa. (O D de de nasalado) Diz-se tambem ; 
ema, emane. 

KANE'MO: Dar frncto--1-- Na kanémo: A arvore da 
fructa agora -- mo, agora. 

KANENDORO : Janella - kanén, para olhar -- dôro, 
buraco -- 1-- 1j jogn kanendôro lünjen kan jan, ix vegn: Meu 
pai, emquanto agora esta na janella, elle me ve-- kan- 
jen, esta -- kan, no momento emquanto -- jan, agora -- ij, a mim 
vegn, ve. -2- Kanën dôro kanjer kan, vevédn: Emquanto 
estava na janella, me via-vevedn, forma do imperfeito -3 
Aran kanendôro kin erarino: O sol bate na janella - arán, 
sol - kin, na - erino, arino, bato - 4 Kanendôro hanjen han, 
kané 2j: Estando ua janella, eu olho - kané, olho. 5 - Na- 
nén dôro kre ti je:. Elle esta debaixo da janella - kre, de- 
baixo — ti, elle - je, esta. 

GOIO KANE NI: Olho de agua 1 -- Gôio kané ni han- 
gja : Cabeceira do olho d'agua. 


KANE PANDO: Tumor - pando, torto. 
KANE TON: Cégo, sem olhos. 


KAN ENE, kanére: acabar. 

KANFORO: Maior-1- On tan kanfôro ne: Ele é 
maicr do que outro - on tan, aquelle lá - ne, é - kan do que 
- fôro, maior 

KANGA: Doente ( korég) doença - 1 - Nangagá emá 
kan ne: Todos os paizes são insalubres - kangaga, doentes. 
Repetido para fazer o plural - kan, tudo - emd, paiz, cidade, 
bairro. .2- It hanga re 7j koi: Eu assisto um doente - re, 
perto - ko’, como. 3- Kangati ne: Elle esta doente. 4- 
Kangati 1) kotxine: Meu filhinho está doente - kotaine, fi- 
lhinho - kangd, doente - ti, está, 5- Kangä kemane, Doentio 
- kemáne, inclinado - kangá, a doença. 5 bis- Ama kangá 
kan ti ni: Você fica doente - ni, está - kanti, estando. 6- 
Veinkanga kiiktan: Curar um doente - küktan, curar. 7- 
Ankanga ra, raira 7j tinmo: Embora doente, eu vou agora 
trabalhar - an, prothesi-ra, apezar. 8- Kangä ij ma ne: 
Eu estou muito doente: ma muito. 9- Akotæi fi kanga an- 
gvéi kantin ti: Elle vem para ver sua filha doente - ahotxi . 
fi, filha - angvéi, visitar. 10- Ankangâmo éne kan, à) t ema 





35 — 


ra tin ke: emquanto aquelle está doente, eu pretendo ir para 
o povoado - éne, aquelle - kan, emquanto - ixt, eu-ema ra, 
para o povoado - ra, para - tin ke, pretendo ir. 11- Eng fé 
kanga be ne: Estamos sempre scffrendo de estomago - en, 
nós — be: sempre, habitualmente - fé, estomago - q, connectivo. 
12 - Déja fâne? Ij kanga kan, ij fa ne: Porque choras? 
Eu choro, porque estou doente - déja, porque - fo, chorando 
- ne, estar - kan, porque. 14- Kangá buüngh, háti mo: Eu 
estava muito doente, e sarei - hatimo, agora estou bom - mo, 
agora. 15- KNangá kan agn : Todos elles estão doentes — kan 


todos. 16- Aze taktôn kang*mo : Vos tres estaes doentes - 
taktôn, tres. 17 - Ankangan be ti ti: Elle está habitual- 
mente muito doente - ti, muito. 18- Vaixkatá dun kanga 
kat’: Este remedio é bom para a dôr de ventre - vaixkatá, 
remedio - tang, este-du (o Dé nasalado) kanga, dôr de 
ventre — kata, bom para curar. 19 -- Aie ag taktôn mankangagá 
kanémo: Vos tres estaes muito doentes (ou tristes ) - aie 
ag, vós - mankangagá repetido para indicar o plural. 20-- 
Kanga ij angü titi: Ru estou muito doente ( Ahi! que dôr !). 
21 - Kanga veg tog ne: Parece muito doente - veg togn, está 
parecendo. 22 - Kangá veg ja ne: Parece que agora esteja 
doente - ja, agora. 23 - Kanga angvéi tinmo: Eu vou agora 
ver um doente. 24-Fag kangá húru hadn: As mulheres 
que estavam doentes, ja sararam - fag, mulheres - huru, já, 
indica acção passada. 25- Ella está doente: Nengáfi ne. 
— 26 — On kánga tôn ni ha: Nao tem mais doentes - on... 
tôn, nenhum. 27 - Kangá kan agn: Todos estão doentes. 
28 - 1; jogn kanga van ke ton: Meu pai não ficará doente — 
ke serve para fazer o futuro. 29 Jongjo, kangá ton ni, 
karaka penói ton: Gavião, se não ficar doente, não ma- 
tarei ( atirarei ) mais - káraka, depois - penói, atirar, matar" 
Propriamente significa atirar; em força porém da proprie- 
dade que tem as vezes o Kaingang, de indicar a acção 
incipieute por palavras que indicam a acção completa e vice- 
versa, aqui significa matar. 30- Vexén kanga ij: Ha tempo 
estive doente — venxén, ha tempo. 31 - Aranha-rdnha kan, ti 
kanga ti mo: De tanto trabalhar, ficou muito doente - kan, 
por, porque -kanga ti mo, está doente agóra - ti. muito - 
mo, agora. 32-- Kanga kan agn? He, kangá kanemo: A 
gente está doente ? Sim, estão doentes. 33 - Hanya hati húri : 
O doente já sarou - húri, particula para indicar o tempo 
passado. Vide App. 


KANGA KEMA’NE: Doentio -- kemâne, emäne: incli- 
nado. 1- Ema ta ki kangá emane ag: Neste lugar a gente 
é inclinada à doença - tag ki, neste - ema, localidade, villa. 


KANGÁMO : Estar doente agora -- 1 -- Atán de kangâmo : 
O que é que doe ?-- Dun kangämo: E” o ventre que doe -- 
atán de, qual cousa ?-- de, cousa (qual parte )-- dun, ventre 
- 2-- Venxa ( venxé) ti dun kangamo: Uma vez elle soffria 
de ventre -- venxd, uma vez -- 3 -- Nerénja ko kan, ti dun kan- 


— 36 — 


gamo: O ventre delle doe, por ter comido laranjas -- 4 -- Ti 
kangámo ma ra, kenkét hürikéxno : Embora elle esteja doente 
muito, elle proseia-- ra, apezar de-- kenkét, fallar muito -- 
kentkét, compôsto de ke, fallar duplicado, para exprimir mul-- 
tiplicidade da acção - hórilkésno, da mesma forma -- 5 -- Kan- 
gamo kan, One kotii te nôro ton: A outra noite não dormi, 
porque estava doente - ône, a outra -- te, na -- 5 bis -- Hz) kaxkä 
kangámo : Meu parente, collega esta doente - 6 - Jj jogn van 
kangdmo: Meu pae agora está doente, vein -- prefix ( van ). 

KANGÃO: Aperto de mão. Vide ge. 

KANGATI: Muito doente muito triste -- ti, muito -- 1 -- 
Tére: ma ha ne kangáti: Morre: elle está muito triste -- ma, 
muito -- ha, ja -- ne, está -- 2 - Ef) iog tôn ne kan, ip man kan- 
gat/: Eu estou muito triste, porque não tenho mais meu pai 
- tôn ne, estão tendo -- tôn, tendo -- tôn, não -- kan, porque. 


KANGÁ TON: Salubre, sadio - tôn, não. 


KANGAXI: Um pouco doente, --xí, um pouco--1 - 
Ontantó kangaxi ha ti can, 77 man- hóti: Eu sou muito 
contente porque a mulher, que estava algo doente, sarou - 
éntanté, mulher, -- háti, ficou boa -- kan, porque. 

KANGO : Vide App. 

KANGOUVE: Fomos, fostes, foram; plural passado 
de tin, ir-1-- Vitpkéie kangüuve : Foram pescar. 

KANGRÁ: Arremedar, imitar, imagem -- 1 - Om vin 
kangrá kenemane: Gosta de arremedar a voz dos outros - 6n, 
dos outros -- vin, voz, palavra ---kangra, imitar -- kenemdne, 
gosta. 2-- Lakangra: relogio, talvez por ser semelhante ao sol -- 
la, do sol-- kangrá, imagem. É 


KANGRÁ : Comer tudo - 1 -- Kangra ij: Eu como tudo-- 
2-- Pores min kangrá ne; A onça come os porcos -- ming, onça 
- 3 Tigère van tônjet ke tôn? O cheiro daquella cousa não 
desapparecerá ? Resposta: Janta kangrät kan, tônjet, kémo: 
Desapparecerá, quando © corvo tiver comido tudo - ti gére, o 
cheiro -- tônjet ke ton, não estará mais -- jantá, corvo - kan, 
quando -- tônjet, estar fora -- van, prefixo. Vide. App. 


KANGRA : Quatro -- 1 -- Veinkangrá: Uns quatros -- 2 -- 
Veinkangra agn : Quatro pessoas -- 3 -- Pirá veinkangrá: Quatro 
peixes -- 4 -- Xanxi veinkangra: Quatro passarinhos -- 5 -- Kan- 
gra fag: Quatro mulheres - 6 Vein kangräti: (Quatro pes- 
soas -- 6 bis -- Veinkagrá, veinkangrá én: Oito -- veinkrangrá 
ôn, outros quatros -- 7 -- Veinkangrá, ôn kofdnte: Cinco - ôn 
outro -- kafún, além--te, no-8-- Ona veinkangrá venxéra 
vuttka: Carregavam o cadaver outras quatio pessoas -- ôna, 
outras -- venxéra, cadaver -- buitka, carregar. 

KANGRATKO ( Kkangrôóve ): Retrato - 1- Vérex kan- 
grátko kantin tôn ne; Ainda o retrato não veio -- veret, ate- 
gôra - kantin, vir. 

KANGRÉ, kungré: Louça, trens domestico. 


Te — 


KANGROVE: Retracto, imagem. Vide kungra, arre- 
medar -- 1 -- Déne kangréve into nanti: Na parede estão os 
retractos dos bichos- déne, dos bichos-- into, parede -- núnti 
estao. 

A QUE : Extender. Vide kavin--1-- Kangvira: Ex- 
tende tu -- 2 -- Vexupóia kangvin: Extender o vestuario. 

KANH ÉM : Esperar, ficar -- 1--1j bre kanhmæi: Fica 
um pouquinho commigo -- xi, um pouco. 

KANHERA'M : Amançar, mango (tambem ) kaiére — 1 
— Xanxi kanherän tôn ti ne: O passarinho não está ainda 
amansado -- æanxi, passarinho -- tn ti ne, ainda elle não esta 
— ti, elle E 

KANHERE: Macaco ( kajére ). 

KANHEROI: Conhecer ( vide kiveirnémen etc. ) -- 1 
- De kára ti k nherói: elle conhece todas as cousas - de 
kara, todas as cousas. 


KANH EMIX: Resina. - 

KANHU'E: Pulmão--1 -- Fé Eanhúe : Pulmão dos 
peito -- fé, do peito. 

KA’NI: Está--1-- Ankré kri fi kdnz: A criança esta 
nella (nas costas della )--ankré, kré: eriança-- kr? fi, nella. 

KANIET, kané: No--1--En kaniért ke: EO pre- 
tendemos fazer um nó - er, nos -- ke, pretendemos - 2 -- Kané 
hadn : Fazer um nó --hadn, fazer 


KANT TE, Ones Bater, percurtir -1-- Spora hanite: 
Tocar com a espora - 2 -- Ka nite: Bater com um pau, dar 
pauladas -- ka, pau. 

KA’NJA: Ficar, estar de pé. Vide kan, kane — 1 — 
Kanja ori akémo: Quero hoje ficar de pé--ori, hoje -- 2 -- Ij 
arût, kin 77 tan kanja: Eu estou cançado, (e) eu descanço- 
em pé - arût, cançado - kin, descançar - tan, la-- kanja es- 
tando de pé. 

KANJA'M, kajdm; Comprar, custar, pagar e, com o 
afixo vére, alugar - 1 - Ti horég kanjám ja à) je: Eu estou 
comprando cousa que não presta - korég: que não presta - ja 
agora - 2) je--eu estou -- je, estou -2-- T'ampére 7) hanjam 

2) krenóje: Eu compro uma enxada: faço a carpa, limpo - 
_ tampére, enxada - 3 - Vére João kanôa ij kanjäm: Eu alu- 
guei uma canôa do João - vérex, por algum tempo - 4 - Kan- 
jam buôngh, hanjám «xin: comprar caro, comprar barato - 
xin, pouco —- 5 -- Bimán, tan hiro kanda kanjám : Aquelle já 
comprou uma canôa para mim -- tan, aquelle -- huro, particula 
adverbial para significar o tempo passado 

KA’NJE: Emendar, Vide App. 

KANJE: Estar, fear 1 - Kanendôro kdnjen kan, 
vednvédn : Estando na janella, se apresentou - kanendôro, 
janella - kan, emquanto -- vednvédn, apresentar-se --2-- Ex 
ningé feie, pire on kinje: Os dedos da minha mão, mais 
um: seis—3- Küixmäne péne viet känje: Esta carregando 


“o 
v — 





os pés para riba: está com os pés levantados -- kürman, para 
cima -- vúét, carregar -- 4 - Maria kri ti tamprí känje : Elle é 
melhor do que Maria -- Maria kri, do que Maria -- ti, Fulano 
de tal -- tampri, melhor, superior 

KANJTRI, kanjúno: Divertir-se -- 1 -- Akaji ti ri ve: 
Elle está brincando --ve, está- ti elle-2- Gíre akanjiri: 
Divertimento de crianças, meninos -- gíre, menino. Vide App. 

KANJUNO: Brincar, estar brincando -- 1 - Kanjut 
kemá: Gosta de brincar - kema, ser inclinado -- 2 -- Kanjiré ij 
jént tan: En estou lá na festa -- jen, estou - tan, lá — 3 — 
Kanjút kenmane: Está gostando de brincar - 4 - Ha kanjit 
tin: Va brincar -- ha, particula imperativa - 5 -- On brex 
kajúno vüire: Foi brincar junto com outro -- ônbré, junto 
com outro -- bré, junto -- viiire, foi -- 6 -- Veix kandiri: Diver- 
timento -- 7 -- Veixkandiri kurän ki judn: Elle chegou no 
dia da festa--kurdn, dia}, no --judn, chegou -- 8 -- Gire 
kanjin niafá : Brinquedo de meninos -- niafú : objecto, instru- 
“mento - 9 -- VEIxkandíri kirk: ja, in ki nanti: Agora de- 
‘pois da festa, elles estão em casa - hárka, depois -- ja, agora 
— in ki, em casa -- núnti, estão - 9 -- Bré kanjúti: Elle brinca 
em companhia. 

KA'NMI: Pegar; puchar. Vide mi -- 1-- Empriigh 
kami: Pega, pucha na estrada. Vide ge. 

KANNANTI: Estão--1 Ga kri ankrin fi kan nanti: 
Elles estão com as cabeças collocadas na terra-- ga kri, na 
terra, sobre a terra — ankrin, cabeça -- fi, collocadas -- kannäntf, 
estão. Tambem -- han, todos nánti, estão. 

KAN NI: Estar, estando -- 1 -- Ankré fi kré fi kanni: 
A filhinha está nas costas dellas -- ankré fi, filhinha -- kri fi, 
posta acima -- fi, posta - lanni, está 


KANNÍN: Estou sentado -- 1 - Einbré ha kanni mr 
hadn: Fique sentado um pouco comnosco -- ézn bré, comnosco 
- ha, voz imperativa -- xi, um pouco -- hain, fazer -- 2 -- Perógn 
tokfin kännin : O sacco fica amarrado -- perógn, sacco -- tokfin, 
amarrado -- 5 -- Emén ti kinni: Elle fica quieto. 


KANNITE. Vide kannite: Bater, percutir, surrar, 
cotucar -- kiifé re kdnnite: Dar facadas -- kiifé, faca - re, com - 
2-- Ti fé kannite ja: O coração delle está batendo -- fé, co- 
ração -- ja, agora -- 3 -- kannite lengré hadn: Bater duas vezes | 
- lengré -- duas vezes -- hadn, fazer. 

KANO’URA: Esfrega tu. 

KANOA, kankéi: Canôa 1 - Nanda gôio jengura tére: 
A canôa desceu rio abaixo - jengúra, pelo -- tere, descer -- ka- 
noa dôn ij: Eu furei a canôa-3-- Vérez kanôa lanjäm ex 
kémo: Eu pretendo alugar a canôa -- Vére kanjúm, comprar 
por algum tempo. 

KANPA'DN: Inchar, arrebentar (da variola, sarampo, 
ete. )-- 1-- Bexiga kampädn húri: A bexiga já arrebentou - 
húrt, particula adverbial para indicar o tempo passado. 

KA'NXE: Nó de pinho, preso ao pau. 


— 39 


KANXON: Então--1-- K.nxôn déje tima ke ton ij? 
Então, porque eu não devia fallar a elle ?-- déje, porque -- 
tima, a elle-- ke, fallar -- 2 - Kan xôn hüritket lairá éinmo : 
Então como trabalhamos agora ? -- hóritket, como -- lairá, tra- 
balhamos -- éir, nos -- mô, agora. 

KANXU: Taraquatiá. 

KANXTRI: Pequeno. Tambem --aíri--1--Garz kan- 
œiri: Milho pequeno, arréz--2-- Det kanxiri kré: Plantas 
pequenas de varias qualidades -- det, cousa. 

KANTARARADN : Apertado -- 1 -- Pentoró kantara- 
radi: Calçado, botinas apertadas -- pen ord, botinas -- {or6, o 
que cobre. 


KANTARERA : Desce. Imper, de kantére-, Tam- 
bem kanteréra, kantaléra - I kantérejafi jambá: Desce pela 
escada -- kantérejafd, escada -- jambá, descer. 

KANTE: Do lado (posp.)— 1-- Aranjüro känte : 
Oriente — -- júro, sahir -kdnte. do lalo--2-- Aran kanka 
kánte: Norte (sol do lado do vento )--3 - Aran puria hk nte: 
Occidente -- puriá, lugar onde o sol mergulha -- pur, mergu- 
lhar -- ja, id: lugar - 4 Kura kanka känte : Sul-- kuaa. frio -- 
D-- Are kant: janthii fuire: Labio superior -- jant kii fudre, 
pelle da bocca, labio-- Jimi Júnte, do lado superior -- 6 -- Gu 
kiinte jant kit fubre: Labio infarior -- gu, em baixo. 


KANTE: Dentro--1--Tn kante ti ni: Elle está dentro 
de casa -- ni, está -- 2 -- Gôio hante tam for e: Sumiu-se na agua — 
wamfóre : desapparecer, perder-se - 3 - Imafédiidn (inkafidiidn); 
kdnte à) nôro : Eu durmo no quarto -- nôro, durmo. 


KANTEGARAJENGO: Azeite -- kdnte, ficar - gára, mi- 
lho -jérgo, cousa torrada. Não seria o residuo que deixa o 
milho torrado na panella ? 


KANTERE: Descer, morrer todos-- 1 -- Góio ki ag 
kantére: Elles morreram (desceram) na agua -- ki, na- 2 -- 
Krin to ij hantére: Eu desci do monte -- J:rim to, do monte -- 
o- Nrin 7) tamprügh: Eu subi no monte -- 4-- Nantére kan 
kredn : Morreram quasi todos -- kan, todos -- kred, quasi -- 5 -- 
Kanoa gôio jengúra tére: A canôa desceu rio abaixo -- jen- 
gira, pelo -- 6 -- T) ke tanki nanté tére ketôn aôrmo: -Não 
quero que as crias. que estão ahi, morram -- i kre mi- 
nhas crias -- tan ki, no ahi--nänti, estão -- le ton ni, que não 
vão morrer -- xôrmo, quero -. 7 -- Ip Jogn Jenga kanje ha: ja 
estou no lugar em que estava meu pai--jénjo, lugar, cadeira - 
8-1; lantére jafa jamba, kantére jafá ti tamprügh: Eu 
descia da escada e elle subia -- kantére jafá. escada -- jambd, 
descia -- tampriigh, subia -- 10 - Ha mi kantéremo : Agora elle 
esta descendo pela mesma estrada - ha, mesma -- mi, pela -- 
ha, (mesma cousa). | 


KANTI : Estar -- 1-- Tán kanti ni: elle está ahi -- kanti 
ni, está estado -- 2-- Ag xapé ij känti ni: Eu estou com o 


ES ESS 


chapeu delles -- ag, delles --3 - Noro kaänti mi ti: Elle esta 
dormindo -- nôro, dormindo. Tambem: Elle está de olhos 
fechados -- 4 -- Zn te há ti ni ti: Elle está dentro de casa - in 
casa -- te, em - 5 -- Ni anti: Esta sentado - ni, sentado - 6 -- 
Veran vog hkânti ti: Uma vez elle estava em movimen- 
to -- vexán, uma vez -- vog, mover-se -- 7 -- Jagne dé kánti tu ki: 
Estão aqui um depois do outro -- do, atraz -- jägne, um, outro 
— take, no aqui --8-- Néntimo ra, getka: embora fique. bas- 
ta -- ra, ainda que -- yétha, basta -- 8 (bis) -- Namba kánti gére: 
O vapor sone, e fica alto-- kambá, sobe-- kanti fica, gére, 
vapor, ar--9-- Anpron tára kan ti fore: Elle é mais forte 
que tua mulher-an, tua-- tara kan, forte do que -- fore, 
mais ---10 -- Ontantô kri ungré tara kanti fore: O homem 
é mais forte do que a mulher -- ôntantô kr2, do que : mu- 
lher -- ungré, o homem - tara, forte -- fore, mais -- 10 b -- Ungré 
ve ontanto tára kri känti fore: O homem parece mais for- 
te do que a mulher - 11 - Veinpeju kánti jéne ti: Elle man- 
dou que ficasse escondino -- v-inpeju, escondido -- hânti, ficar-- 
jéne, mandon--12-- Nanti tiix ti: Elle fica verde -- tia, 
verde -13- Ot kant? nôro: Está dormindo fingidamente — 
ôt, on: fingidamente- 14-- Tan hánti ij je: Eu estou fi- 
cando lá --tan, là-—je, estou-- 15 -- In te kánti ninho: Eu 
agora estou em casa--nínho, estou agora -- 16 -- Jóix hanti: 
Está girando -- jóix, girar -- 17 -- Janjét kanti: Esta pendura- 
do-- 18 -- Xe kdnti: Está preso - 19-- Ti vuét kánti, fodn: 
(O carregava e o jogou fora - vuét, carregando -- kânti, esta- 
va -- fódn, atirou, jogou fora --20-- Tan kanti rid, nim: Dé 
a marca que está ahi--tan kánti, que está ahi--7déd, mar- 
ca-- nim, da tu - 21-- Jénti Ela tógmo ? Elle e tá estando 
almoçando ? -- jén, almoçar -- ti, elle -- kânti, estando -- tógmo, 
esta agora -- 22 -- Kurú kanti nénti ton: Nao’ tinha mais 
panno -- kuru, panno -- nánti, estavam com - 22 bis -- Agtä do 
ti kanti ne: Elle E atraz daquella gente -- ag, gente -- ta, 
aquella - do, atraz--23 - Put kre kúnti na: Estava quasi 
mergulhando -- put, mergulhar-- kanti na, estava estando - 
kre, quasi--24- Va hüti húri: hé kanti: Ja elle sarou ; elle 
está bom -- va, prefixo -hati, bom -- húri, ja, indica tempo 
passado - hô, bom -- kdnti, esta Vide App. 

KANTIN: Vir. Plural: Namôn, môkan--1- Nar mi 
agton mokan: De todos os lados vem gente para cá - kara, 
kar: tudo--mi, por--ag ton Cae gente --2-- Ha kantin, 
tag, ‘gma nim: venha para cé, (e) me oda isto -- ha, voz imper. 
- tang, isto -- nim, de -- 3 -- pm te 7) kantin: Eu venho da 
serra -- te, da-- ri, serra, monte -- 4 -- Ha vére hantin: Venha 
cá um pouco-- vére, voz imper.--5-- Ag ta dô ti kuntin ne: 
Elle vem vindo atraz daquella gente -- ag ta, daquella gente 
- dé, atraz -- 6 -- Akotxi pére lantin alegréje: carrega teu filho 
em tua companhia -- perekantin, carregar, para ca -- alegréje, 
em companhia--7--IHa tag mi kantin: Venha para ca- 
tágmi, por ci--8-- Bakantin ningé: Traga uma mão (traga 
ainda )--9-- Im te kantin: vir de casa -- 10-- Ajóg kan ti hô- 


EE 7 q a 


re, kantin: Elle se separou do pae e vem ajóg, do 
pai-- kan, do-ti, ele-hóre, sahiu, kantin, elle vem 
-11- Lengré ag jen kantin: Os dois vêm comer -- lengré ag, 
os dois- jén, comer-12- José pirá buüngh bakantin — José 
traz um grande peixe -- 13 -- Ha kôix kantin: Venha comer 
- kóix, comer -- 14 —- Akantin kevenhéra ij: Eu sabia que voce 
vinha -- a, voce -- kevenhéra, sabia -- 15 -- Venxé te kantin: Vir 


de longe -- venxé te. de longe -- te. de — 16 -- Ama óri kantin ? 
Voce vem hoje? óri, hoje -- 17 -- Ag jo à) kantin: Eu venho 
adiante delles -- 79, adiante - 18 - One éneki kantin ne? Quem 
é quem vem la? ône, quem -- éns Iii, lá -- ki, em -- 19 -- Numêra 
kantin ne: Elle vem vindo de vagar -- nº, está -- 20 -- Naim- 
bara tot kantin ne: Logo venho outra vez - tot, de novo - 
21 -- Ha kamójen: Venham - ha, voz imper.- 22 - Tima to, in 
tonjaki ha kantinje: Diga a elle que venha fora de casa -- 
timá, elle --to, falle--in, casa --tônjdki, tora-- ki em - 25 -- 
Kurän ha tot kantin: Volte de madrugada, de dia -- kwran, 
dia -- 24 -- Grété ix cantin: Eu volto improvisamente -- 25 -- 
Veinkangra kuran hat kanje ( kánti): Está já a quatro dias 
-- hat, ja-- kánje, está -- 26 -- X unguéi kantinoue: Eu vinha 
visitar-vos -- x, eu -- angvéi, visitar-vos — kantinove, vinha -- 27 
- Prin kantin tan, epangh buüngh hádmo: No anno que vem 
faço uma grande roça -- prin hantin, anno que vem -- fan, 
neste -- épangh, roça -- budngh. grande -- hadmo, farei -- 28 -- Ag 
nängja tot kantin jin ne: Estão voltando no lugar, onde 
costumão deitar -ag ninja, cama delles-- nan, deitar -- ja, 
lugar -- tót, de novo --29-- Vem vindo para ca esconder-se : 
Tan ra veinpejt kantin jan ne-tan ra, para cá -- veinpe-jú, 
esconder-se -- ja, agora -- ne, está -- 30 -- S. Jerénymo tot kon- 
tin: Voltar de S. Jeronymo - 31 -- Gara in kara bahantin: 
Trazer o milho em caga-- kira, dentro - bakantin, trazer. 
32 -- Anjognbrég ni, à kantin: Eu venho para morar 
junto com meu pai--bre, junto --mi, morar. 33 — Prdn 
kentin toki, aj gára korégn tavinti jo: Eu neste anno 
que vem, guardarei muito millho -- pran kantin t hi, neste 
anno que vem-taki, neste--hki em --Kkoreg, muito - tavi- 
tin, demais -- jd, guardo. 34 -- Gire, eèxmän ha hantin: Menino 
venha para mim -- gire, menino -- eixmám, para mim - ha voz 
imperativa. 35--Pakti kupéix kantin ti: Elle vem lavar 
os pratos -- paktii, pratos -kunéix lavar. 36 -- Kan kotxim 
mat kantin ke tin ui ha: Então o filho não voltará ja 
outra vez? -- kan, então -- kotxin, filho - mat, outra vez -- ke, 
querendo --n7, está--ha, ja. 37-- Pôrko butha, aktôn goio 
bakamôn : Elle carrega os porcos, os cutros trazem agua — 
agtôn, os outros. 38-- Kaimbara dti kantin patrão: Logo vem 
para cá o vatrão--áti kantin, vem para cá. Xan angvée 
kantin: Vem fazer uma visita para mim--xan, a mim - 
angvéi, visitar. 39-- Fi kantin ton grad: Não venha ella -- 
ton grá, sufixo para fazer o imperativo negativo. 40 -. Venxa 
kofa fi, ij ve, à kato fi te kantin: Uma vez veio ao meu 
encontro uma velha para ver-me -- venxá, uma vez -- kofa fi, 


— 42 — 


uma velha-7) ve, para ver-me--7) lato te, me encontrou - 
fi, (no meio da palavra), ella. 41- Tag miha kantin: Ve- 
rha por esta estrada -- tag mi, por esta estrada — ha, voz impe- 
rativa. 41 bis--Jj bre kantin ti: Elle vem junto commigo. 
42 -- Timan to, kur kantin kemane : Diga a elle que queira vir 
depressa --/0, dizer -- wr. voz imperativa --kemane, queira. 
43 ~ Ha kantin, tag ijman nim: Venha (e) me dé isto - 
ha, voz de mando--tey, isso--nim, dê. Tag mi kantin; 
kirka in ténja ma van ti: Elle vem para cá, depois con- 
tinua a ficar fora de casa--tag mi, por c&-- karka, depois -- 
tónja, fora-- van, fica-- #i, elle. 45- Ein gagrora bakantin : 
Nós carregamos barro -- én, nós - gagrora, barro. 46 -- Lengré 
ag jen kantin? Resposta: Déja! on jen kara kantin : Vem 
todos dois comer ? Nao, um vem comer depois -- lengré ag, 
os dois -- je, comer -- déja, não quero -- dn, um outro — kara, 
depois. 47-- Kamôn ton kan. ain? Nas vem toda a gente ? 
48 -- Janjanjét kantin: Vem cambaleando. 49 - On vex kan- 
tin, húru vütre: O outro que veio ver-me, foi-se embora -- 
on, o outro -- ve, ver- x, a mim -- Aúr», já —viiire, foi-se em- 
bora. 50- Anvéi kontin mo, hurw viiére: Eu venho visital-o ; 
já se foi embóra -- anvéi, visitar -- ti, elle. . 51--Jj xin, uaix- 
hate kantin: Eu vim em pequeno matto -- x n, pequeno — 
ude uaixka, nasalado — waixrha, matto -- te, do -- Æcntin, vir. — 
53 -- Ha atikontin:-- Venha até aqui--ha, voz imperativa. 
53 -- Akanénja tx kontivve: Eu vim procurar-vos -- a, você -- 
kanén ja, procurar-vos--ja agora-- kantinve, vinha. 54 -- 
Gara ningé à) bakantin: Ku trago uma mão de anilho -- 
mangé, mão —- gara, milho. Vide App. É 

KANTO: Logo -I - Kanto, jmán ke, kanjámo: Logo 
que elle me falla, eu pagarei -- ixmán, para mim - ke, falla- 
“Kkanjamo, vagarei - 2 - Eix venhard kevenhdra kemo? Apren- 
derei a ler? Resposta: Nurânke kantó: Logo com o tempo 
venherô, ler - hemo, poderei - kurdn ki com o tempo -- hanto, 
logo. 

KANTO’: Papagaio -1-- Engje hk n kanté xá: Com 
a rede pego o papagaio -- éngje, rede -- kan. com -- xa, pego 

KANTO: Com o porrete-- ka, porrete -- to, com. 

KANTON : Vide App. 

KANTOGN : Então (tambem an)I- Kantôgn ha 2) 
xe: Então me pegue -- ha, voz imper.-- xe, pegue -- 2 -- Nan- 
tog 1) xedn tr: Então elle me pega. 

KANTOGN -- TO'GN: Então está batendo - Ij fé ij 
kantogn tógn: Eu me bato o coração, o peito-- fé. coração 
peito -- hanrógm, bato, tógn, estou. 

kantóje: AnNULAR ( dedo ). 

KANTOXA’: Uma cousa presa a outra-- xa, preso -- 
to, a elle - Jan esta. 

KANVIN: Fxtender (p. e. roupa). Vide / vin. 

KAP,GAP : Quebrar. Melhor: Æap, ka hke.-I-- Pakti 
gapti: Elle quebrou um prato -paktii, prato -- ti elle. 

KAOXIA’: Vide App. 


“o 


— o — 


KAPE’KE ( Telemaco ) : Quebrar. 

KAPA'RA: Ficar inchado; tirar, arrancar. Vide kam- 
pádn.--I NWoix ka pára: Destripe -- kóix, tripas - kapära, 
arranque. 

KAPE’N: Ramo; pinça feita de uma tala de itáqua- 
ra curvada sobre si para mexer nas brazas; é trem do co- 
sinha -- 1 -- Ka pen irá kampáti: Do ramo brota o nó -- irá, no 
-- kampádn, brota - ti, elle. 


KAPOTE: Encruzilhada - I - Emprü venkampoie : En- 
. cruzilhada da rua -- ven kan, um de outro -- kan, de póie, pôvo : 
separação. 

KAPORO'N ( Telemaco ), alengré: Companheiro. 

KAPORO': Preto -- I -- Kaporó ti n2; Esta preto. 

KAR: O mesmo que kúra com os respectivos sentidos. 

KA’RA: Acabar - I-- Arén tavin, krôn kara váix : Elle 
bebe demais, e nunca deixa de beber-- tavin, demais -- hára, 
deixa vaix, nunca --2 - On vin kdra vdix: (Quem nunca aca- 
ba de fallar, quem -- vi fallar - 3- Kara à) hind: Estou prom- 
to, acabei - 4 Kara vaix tógmo : Esta demorando, tógmo, esta 
5- Ti kérni kan, enkrét karaväix ne: Elle está triste por- 
que morreu Fulano de tal -- ti, Fulano de tal--Xer, morrer 
ni, está - kan, porque - enkrét, pensar - kéra, deixa - väir, 
nunca. Vide App. 

KÁRA, kárka: Depois, em segundo logar, dentro, aca- 
bar. 1- Kara arán hddno: Daqui por diante fará calor — 
kara, daqui por diante -- arán, calor -- kddno, fará -- no, no fu- 
turo. 2-- Nárka dma xampé hddno: Farei um chapéu para 
você -- kärka, particula para exprimir o tempo futuro. 3 - 
Karka tinmo ha: Irei ja--hdrka tinmo, irei. 4-- Nárka en 
porko taixno: Iremos matar um porco - em», nós -- {diæno, ma- 
tar. 5-- Kurdn taktôn kárka: Depois de tres dias -- takton 
tres. 6 -- Kara 7 tin mano: Depois continúo a viagem -- man, 
mais, continuar. 7-- Tagmi kantin; karka en te ma tonja, 
vanti ton ti: passa daqui; depois não quer mais sahir de 
casa -- tágmi, gor ca--in te, de casa -- ma, mais - tonja, fora -- 
van, estar --tôn, não -- ti, elle. 8-- Ij gent; har tx tin: eu 
almoço ; depois vou-me embora-- jet, almoçar. Tore kején ; 
fésta kärka ij tin: Espero um peuco; depois da festa vou- 
me embora -- tore, espero -- hején, as vezes. 10-- Fésta har- 
kan ti dinéro ma hano: Depois da festa, elle receberá ja 
muito dinheiro -- ma, receberá - ma, muito -- ha, ja -- no, sufixo 
para exprimir o tempo futuro. 11-. Nafê krôd ; kara ix tin- 
go: Bebo o café; depois vou-me embora -- kvdd, bebo. 12 Aära 
kin kamôn ne: Depois elles vêm vindo -- ki, em -- kamôn, vem ; 
plural - ne, vem. 13-- Nárax tin máno : Depois continuarei a 
viagem -- tin man, continuar a viagem - x, eu. 14-- Jen; kara 
in ara tin: Como; depois vou para casa in dra, para casa. 
15 -- Kurdn taktôn kar, ti judn : Depois de tres dias, chega -- 
judn, chegar. 16-- A’ma à) kára um féno: Jogo eu troco 
para você--ima, para vocé- um, outro - féno, troco. 17 -- 


Kara hidmo: Logo farei-- mo, suflixo do futuro. 18 -- Nara ij 
tin múno: Logo vou continuar a viagem. 19-- Karka ij tôt 
tin mán ne; arankaska venharô timo: Eu quero voltar logo; 
de tarde vou na escola --tôt tin, voltar -- man, quero - venha- 
rô, ler -- tinmo, vou -- arankaxka, de tarde. 

KARA: Entrar, dentro. 1-- Kainké ki kara: Entrar 
na canôa-- ki, na. 2 -- Venxén ti ro kara kéja: Agora esta 
dizendo que uma vez entrou na horta -- venrén, uma vez ti ro — 
horta delle -- keja, está dizendo agora. 3 - Ij ti vin ki kara ne: 
Eu entrei por ordem delle -- fi vin ki, por ordem delle -- Ji, 
por -- kdra ne, estive entrando -- ne, estive. 4-- Ha kardra : 
Entre para dentro, ka, voz imper. — kra, dentro -- ra, ran, 
entre. 5-- Arin on kára, 6n kanktüen: Das formigas, umas 
entram, outras sahem - arin, formigas -- ôn, umas -- kira, den- 
tro -- ran, entram -- kankuten, sahem. 6--In kára rara: En- 
tra dentro da casa -- rára, imper. de ran. T-- Ha kira. En- 
tra tu-- ha, voz de mando. 8-- Gdra in kara batin: Levar 
dentro da casa o milho, Gara, milho -- in kara, dentro da 
casa. 9-- Muanfé (M de muafé nasalado ) te préje kára ran : 
Evtia a linha na agulha -- wanfé, linha -- te, com -- préje kara, 
dentro da agulha - ron, entrar. 10 -- Tnkafódidn kdrka ra: 
Entra dentro do quarto -- inkafôdiin, quarto. 11 -- Tágmi kara: 
Entra por aqui. 12 -- Jontká niféiera ; kiri kaxôrro kara hé : 
Fecha a porta: veja que o cachorro não entre -- nifeiera, fe- 
cha tu — Kiri, veja he, não. 13 -- Gôio kuxa kára pen ra na: 
O calcanhar esta dentro da agua fria-- kuxá, fria -- penra 
calcahar -- na, esta. Küra 2) húri: Estou prompto. 15-- 
Karka nôro: Dormirei. 16 -- Karka ha: Logo, ja. Vide App. 

KAXKAKRANJA: Horizonte - kranja, limite, união -- 
haxka, de céu. 

ARANKAXKA: Tarde -- Tambem -- háxiva. 


Arán inindó káxka; meio dia. Vide kdxka. Tnindó 
meio ? ardn, dia? 

KAIXKAPNG: Nevoa--kaxkaing krin romke: A ne- 
voa cobriu as estrelias -- krin, estrella -- róômke, cobriu. 

KAXKAINGOTI: Nuvemzinha. 

KAXDIRI, kanjiri: Festa, divertimento, festim. 

KAXGEN: Vide App. 

KAXTNE: Ratinho --1-- K xine xan vendiimo ( ven- 
drümo ): Ratinho me dá prejuizo -- xan, para mim, 

KAXINE: Vide App. 

KAXPA'RA : inchar, tumor, leicenço -- 1 -- Ti kaxpára : 
Tumor de Fuläno de tal. 

KAT..: Remedio (subs. ), medicinal ( adjec. ) -- 1 -- 
Indi veinkati: Remedio para a dôr de ventre -indu, du: 
ventre -- 2-- kanga kati: Medicinal -- kangá, doente -- 3 Vein- 
kata ba ij: Eu carrego remedio -- ba, trago--4--Ij hanga 
kan, ijo veinkatá ni e: como estou doente, estou com muitos 
remedios -- kangd kan, porque estou doente -- 7j0, eu - mi, esa 


— 45 — 


tou -- e, muito -- 5-- Aujafa kati: Bom contra os vermes - 
kujafá, verme ( kajankuá, kajafa ). 
KATA’. Vender ( Vise. ) 
KATAMP ERE: Taboa -- ka, pau -- tampére, largo. 
KATANKO’PKE: Fuzilar. 


KANTARERA: Desce tu ( imper. ) 
KATXPN: RATO(haxin) --1-- Katxin buüngk: Ra- 
tão -- budngh, grande. 


KATERE, o mesmo que Jantére :descer, morrer todos. 

KATITO’RA: Vestir--1--Ti jan kotxi katitóra; A 
mai delle veste o filhinho -- jan, mai -- kotxi, filhinho -- tora, 
katitóra. vestir cobrir. 


KATO. Vide App. 

KATOI: Mosca verde - 1- Xan katiri veixpratiti : 
Me mordeu muito muito a mosca verde -- ran, a mim -- veix- 
prá, morder -- titi, muito muito. 


KARA: Tudo. 1 - Nrôjo kara tinkti: Todo homem vive 
fraco -- krôjo, fraco-- tin, viver - k, connectivo -- ti, elle. 2 -- 
En nore kuran kára: Nós dormimos todo o dia--en, nós -- 
nôro, dormimos --kuran, dia--kdra, inteiro. 3-- War mi ag- 
tôn kamôn: De toda a parte vem gente--kára mi. de toda 
a parte. 4--T; ningê féie kara pire on kanje: todos os de- 
dos da minha mão (e) outro está: seis - mingé féie, dedos -- 
kara, todos -- piré, um -- ôn, outro - kanje, está. 5-- Ag kara: 
Toda a gente. 6--76 do kar agn: Toda a gente tem es- 
pingarda -- tô, tem -- do, espingarda. Vide App. 


KARAN: Maduro -- Naingáng kardn ha ti: O homem 
ja está maduro -- kaingáng, homem - ha, já -- ti, elle. 


KARAN : Mosquito, borrachudinho da beira dos rios. 


KARAN: Suor, ealor-- Ex kare: O meu suor; eu 
suo -- 2-- Arankét karaneve: Hontem fazia calor -- arankét, 
hontem -- karán, calor -- eve, esvava -- ve, desinencia do imper- 
feito. — Aranké ti kardn kánti ti: hontem fazia muito calor -- 
kan, era -- titi, muito - 3 - Ij karântiti : Estou suando muito -- 
titi, muito. 


KARAN: Passar, acabar -- 1-- Kuaxa karan húri: Ja 
passou o frio -- kuæd, frio -- hurd, já: indica tempo passado -- 
2-- Vajá ôntka japan karamo ha: Depois de amanhã, terei 
acabado a roça -- vajadntka, depois de amanhã -- vajá, amanhã -- 
ônt ka, no outro -- japan, minha roça -- kardmo : o mo final 
siguifica o futuro -- ha, ja. 


KARARA: Acaba tu. Impr. 
KARANGU. V. App. 


KARAV 4’IX : SER DIFFICIL, levar tempo; -- 1 -- Ti 
kéæ (kré) ni kan, enkré karaväix ne: Eu sinto que elle 
morreu -- kex, morrer -- ni, estar-- cn, porque -- enkrét, pen- 
sar -- karavaix ne, esta custando -- 2 -- Vejéne lkaraváix hádno : 


Ep 


O almoço demora muito - hddno, se faz agora -- 3 -- karavaix 
ha tógmo: Já esta demorando -- tógmo, está agora - 4-- Ow 
pirit epângh hásno, kara vdix hati: Se fazaroça uma pes- 
soa só, demora muito a fazela--ôn pirit, uma pessoa só — 
epangh, xoça - hdd ne, está fazendo -- hati, faz - 5 -- haraváis 
ti tógmo: Elle esta demorando -- tógmo, está -- mo, agora 

KAXAKT” : Sobrancelhas -- 1 -- Naxakii kren ti evairno: 
Elle olha debaixo das sobrancelhas : olha para baixo -- kaxalii 
krén, de baixo das sobrancelhas -- krén, debaixo -- evaixno, 
olha agora. , 

KAXKA: Céu. Tambem haiká -- Aran inindd kaxkà : 
Meio dia --arán, sol--inindd, braço ? - 2 - Kaxká tii je: O 
céu está azul, verde - tóz, azul - je, esta 

KATOIXTE: Enconirar- 1-- Ti katóixte ix alengré. 
O meu amigo encontrou-se com Fulano de tal--ix alengré, 
o meu amigo -- ti, Fulano de tal--2-- A’ma ti katoite: Elle 
se encontrou com você -- ima, você -- 3 -- 1j jógn kofá katoite 
77: Eu me encontrei rom o velho meu pai -- kofa, velho -- 5 
— Akatóste à) ke ve; hérax xa katóite ton ne: Eu queria 
encontra-lo ; mas não o encontro - ke ve, estou querendo -- ve, 
estou -- härar, mas -- xa, eu — hatoi ten ne, estou encontrando. 

KATGRO : Tosquiado -- 1 - Krin katoro: Cabeça 
tosquiada. 

KATO'TE: Encontrar. Vide katóixte, -- 1 -- Emprii 
krid ji ôn hkatóten tôn ne: Não encontrou a ninguem na 
estrada -- emprit kri, na estrada -- d, connectivo - 72, ao longo-- 
én tôn, ninguem -- hatóten ne, esta encontrando. 

KATORO : Limpo -- 1-- In katôro ja ne: Agora a casa 
está limpa. 

Katxine : Tenázes. 

KATO’: Tonto. 

KAUT’: Costella ( kavui) 1-1j kaui: Minha costella. 

KAVA’: Especie de mosca -- 1-- Kavd aninhé ki pran- 
go: Uma mosca está mordendo no nariz -- aninhé ki, no na- 
riz, -- ki -- no prángo, morde agora. 

KAVA FU’: Figueira--I- Kava fú krén ag nánti: 
Elles estão debaixo da figueira -- kren, debaixo -- nânti, estão. 

KAVARE’: Desatar. 

KAVARU' Cavalo -- I -- Ankavar! ra; kara vüire: 
Deixou o cavallo, e se foi embora -- ra, deixar -- kara, depois 
viiire, foi-se embora -- Ibis -- Navarú kri ni hari: Ja mon- 
tou a cavallo -- kavarú ri, no cavallo -- mi, sentou -- hurd in- 
dica o passado - 2 Kavarú kr: ti ni: Elle está montado a 
cavallo — ni, está -- 3 -- Novarú kri ni, tin: Elle está no ca- 
vallo (e) viaja--tin, viaja. Vide App. 

KAVE'I: Sujo--I-- Xôvo ten veixkavéi ja ne: Esta 
agora sujo de lama xóvo. lama -- ten, com -- veirkavéi, sujo — 
ja, agora - ne, esta-- 2-- Ningé kavéi: Mão suja--3--on pét 
kavéi ij je: Wu estou com um pé sujo-- on, um je, estou. 
Kavin : Dar. Vide App. 

KAVIDN: Passaro thesoureiro - kav/dn, extender. 


=a 


KAVIDN, kanvín: Extender ( kagvin)-I Avakuá ka- 
gvin fi fi: Ella jùe a extender roupa--avakua, roupa- - fi, 
poe ji, ella. 

KAVO": Banha -- Porco kavó: Banha de porco. 

KAVU: Especie de mosca. Vide App. 

KAVUZ, kauigh: Costella. 1-1; kattigh: Minha 
costella. Vide App. 

KE: Fallar. 1--Há ke: Falle- ha, voz de mando. 
2-- Ti man ke kan, vin xínko had ij: Emquanto lhe falo, 
digo cinco palavras - Ti mn, a elle -- kan, emquanto -- ke, 
tallo -- vin hadn ij, faço palavras -- hadn faço. 3-- Kuméra ti 
ke taktóixte: Fallou de vagar tres vezes -- kwméra, de vagar, 
com respeito -- taktóixte, tres vezes --he, fallou. 4- Eixma 
ha ko ke ti: Klle me mandou comer -- eixmá, para mim - 
ha, voz imperativa -- ko, comer -- ke, disse -- ti, elle. 5 -Ixma 
îj in ra moje ag ke: Me fallaram que elles vão para minha 
casa -- in ra, para casa -- ra, para - moje, vão indo -- mo, indo 
- ag, elles -- ke, fallaram. 6 -- Vim me ke nanti: Estão dizendo 
poucas palavras -- Xe näntin, estão dizendo -- ke, dizendo. 7 - 
Horitke, a tere kan, ke? Como disse ao morrer? -- hüritke, 
como --¢ére kan, ao morrer -- kan, ao, emquanta -- ke, disse. 
Resposta: 17 man ti, hüti tére ke: Respondeu que morria 
de bôa vontade -- timan, a elle -- ti, elle -- hóti tére, que morria 
de boa vontade. 8-- An héke hi ne: O que dizes é verdade 
- an, tu-- kéke, fallar varias vezes --hé bom, verdade, ne, é. 
9-- Ex tan ke, hô ve: O que digo é verdade -- ex tan, aquillo 
que eu- Xe, digo --ve, é. 11- Ex man ag ke: Elles fallam 
para mim. 

KE: Fazer. 1--Pão arankét ke ve: Hontem estava 
fazendo pão -- arankét, hontem - ve, estava. 2 - Japan ij kéve: 
Estou fazendo minha roça --japámn, minha roça--ve, estou, 
3 - Reza ke ti: Elle faz reza. Vide App. 

KE: Querer (tambem ge), estar para fazer, ser im- 
minente -- L-- Fua (fá g 7j kémo: Ea quero chorar agora -- 
Jfud, chorar, g, connectivo kémo, quero agora -- 2 -- Anton {jo 
joma ne: Você está mal commigo -- anton, você, (jo, commigo 
o, com ?-- joma, muito bravo - 1, está. -- 2 bis -- Hiamdn dinhéro 
nimo ke: Elle pretende dar-me dinheiro — nim, dar. 3 -- Naim- 
bara tag ijman nim kémo: Logo elle pretende dar-me isto -- 
tag, isto. 4--Venxére ke ton nôro ton ij: Não quero vigiar o 
defuncto -- venxére, defuncto — ke tôn, nio quero - nôro tôn -- vi- 
giar -- nôro, dormir -- tôn, não. 5 -- Pergunta: Tigére(o g nasa- 
lado ) van tonja ke tôn ? Este cheiro desapparecera ? Resposta : 
Han: van tonjé kémo, jantá kangrat ka: Sim: desapparecerä, 
quando os corvos tiverem devorado tudo --ti gére, (o g nasala- 
do) cheiro deste animal ( carniça )--van tônjá, fora daqui ; 
ke ton, não vai ser - han, sim --kémo, vai -- jantá, corvo -- kan- 
grat, comer tudo -- ka, quando. 6 -- Ex in te ke tinôro? Ele 
pretende dormir na minha casa? ex in te, na minha casa -- 
ke, pretende. 8-- Ex in tin ke ne ha: Já pretendo ir na mi- 
nha casa. 9- T'ére ke ti na: vai morrer. 10- Aiâng bré tan, 


SAR -— 


lairânha ke ij ne: Eu pretendo trabalhar aqui comvosco -- aiing 
bre, comvosco - bre, com -- tan, aqui -- lairánha, trabalhar -- ke 
ij ne, estou pretendendo - ke, pretendendo : quero ajudar-vos 
a trabalhar. 11 -- iv in ra naix tin ke ve: Eu pretendo ir dei- 
tar em minha casa -- ax, deitar -- ve, estou-/e, querendo. 12 - 
Tima ij ti nim keve: Eu pretendo dar a elle a tal cousa -- 
ti md, a elle -- ti, a tal cousa -- nim, dar -- ve, je, estou. 13-- 
One ker tin--O outro quer ir embora-- one, o outro -x, con- 
nectivo. 14-- hex enkré tôn nº: Não quer pensar - ke, quer -- 
x, conuectivo, enkré, pensar. 

KE: Poder-1-- Mentfu ton, emin hadn ni ke ton: 
Sem farinha, não se póde fazer pao-- mentfu, farinha -- tôn, 
sem -- emin, bolo —- hadn ni, estar fazendo -- ke ton, não poder. 

KE : Dizer. 

KE: Suffixo para indicar acção imminente -- 1-- Ahantin 
ke, kevenhira: Eu sabia que você devia vir a qualquer 
momento -- akantin, vir -- kevenhdra, sabia -- ke, era immi- 
nente - 2 = Kuranke: Amanhece - kurdn, dia -- ke, é immi- 
nente -- 5 - Kurán ké ti ne: Esta clareando - kurán, claro -- 
ke, imminente -- ti, elle--ne, está--4-Jrór kéxno: Já vai 
enfraquecendo. Vide App. 

Ke, suffixo para indicar o verbo passado -- 1 - S. Jero- 
nymo to van ke: Eu estive em S. Jeronymo - to, em — 2 -- 
Küxa hul lirke: A lua cheia já passou --hul, ja, indica 
tempo passado ( hüru ) -- Niicá, lua, da lua, hul, redondc--ke, foi. 

KE KA: No tempo que (latino simulac ) -(1)--1- 
Antére ke kan, ti ke: Estando para morrer, elle fallou -- 
antére, morrer -- an, connectivo - kekdn, no tempo que -- ke, 
sendo imminente -- kan, quando -2-- Andix ke ka, veikata 
krône : No deitar, bebo remedio -- ndix, deitar -- kréne, bebo -- 
2bs -- Krod veixkatà ; kara nan ni: Bebo remedio, depois me 
sento para deitar -- krod, bebo -- mi, sento --3-- Andix ke ka 
reza 1) kéti: Autes de deitar, eu faço a reza-- kéti, fazer, 


Vide App. 


KÆKE: Fallar muito, ecchichar. Deriva de ke (fallar) 
repetido, para indicar pluralidade de acção -- 1 -- Neké ti mo: 
Elle está fallando muito, esta cochichando -- Kek indica tam- 
bem o cochichar dos irracionaes, como passaros, ete. -- 2 -- 
Akotx: lardi kéke ti: Elle fallou repetidamente ao filho que 
trabalhasse -- kotxi, filho -- lardáí, trabalhar -- 3 - 7% kangamo 
ra, keké titi: Elle apezar de estar doente, falla muito -- ra, 
apezar -- tita, muito -- 4-- Hex má ag kek; vi hi ne: Elles estão 
prosiando para mim (e) estão fallando bem -- ag, elles -- vê... 
ne, estão fallando -- ví, fallando -- hó, bem - 5 -- An kéke hô ve: 
ej píja ôno: O que digo é verdade: eu não minto -: hd, ver- 
dade -- ve. é -- pija, não -- ôno, mentira. 

KEKFUa’: Limpo, lavado --1-- Vexupôix kekfua : 
Roupa lavada -- vexupóix, vestuario, roupa. Vide mafud. 





(1) Composto de ke: ser imminente, queres; e ka em ( posposição ), 


age 


KEKI’: Pello - 1- Keké fudrä: Pelle com pello- 
kel:i, de pello -- fuôre, pelle. 


KEKORA : Apaga tu. (A mancha, p. ex.) Limpar. 
Vide App. . 

KEKR/#: Empolado -- 1 -- Gôio kekréve: O rio estava 
empolado -- ve, está. 

KEFÆ: Leite ( Thel ). 

KEJ£JE :: Nervo:--1-- Kejéje buôngh: Nervo gran- 
de - buôngh, grande. 

KEFTNI: Balaio. 

KEIO’: Tatu. 

KE IRE ou kire, kéra : Acautela-te, acautelai-vos, imper. 
-1-- Kix lairdnha, kéira é vógmo he: Não me amoles, 
emquanto eu trabalho -- lairínha, trabalho -- kéira, serve para 
fazer o imperativo -- vogmo, amolar agora -- he, não. 

KEIXNO: Trabalhar, tazer agora, de ke, faço - no- 
agora. Hix potrão vin kir kéino: Veja de fazer o que man- 
da o meu patrão — vin, ordem, palavra --kir, veja. 

KEJE'N: A's vezes, no futuro, talvez. 1-- Kején 2) 
käno : Vou fazer no futuro -- Gire tag venxén hi je ve; hára 
jon mdje; kején ton jônmo: Este menino uma vez era bom ; 
mas agora é malvado; e no porvir não será mau --gire (0 g 
nasalado ) tag, este menino -- jéve, era -- hara, mas -- jonmd, mal- 
vado -- tôn, não. 2 -- Tore kején; fésta kárka à) tingo: Espero 
um pouco; depois da festa eu vou-me embora -- tóre, espero -- 
kején, um pouco. 3-- Kején ixó kangdmo: A's vezes fico 
doente -- ixó, eu. 4-- Kején ixôn hino: A's vezes eu faço -— 
hdno, faço. 5-- Kejene xon jon ti: A's vezes elle fica brabo 
commigo -- xôn, commigo —- ;ôn, biabo. Vide App.. 

KEMA’: Um que é inclinado a fazer alguma cousa, 
ou gosta de fazer alguma cousa; que tem o vicio de fazer 
alguma cousa. 1-- Denúm tavin kemá je: Um que não gosta 
absolutamente de cousa nenhuma -- dentim, cousa nenhuma -- ta- 
vin, absolutamente -- ema je, esta gostando. 2-- Kanga kema 
ne: Doentio, insalubre. 3-- Tj jent kema ne: Eu sou comi- 
lao - jent, comer. 4- Kajún kema ne ti: Elle gosta de brin- 
car. 5-- Kema ke tôn ix: Não sou inclinado; tenhe repu- 
gnancia — ke, não posso, não quero -- tv, não--), eu. 6-- On 
tan vin kema: Mentiroso -- ôn, mentira -- vir, mentir -- kemá, 
gosta -- tan. aquelle. 

KEMA': Pegar. 1-- Ajua kema tógmo: Elle está pe- 
gando a barba -- togmo, está -- jua, barba, 

KEMA': Trabalhador, um que faz muita cousa. 1 -- 
Ontantô kema -- mulher trabalhadeira, sacudida. 2 -- Noné ke- 
ma: Lingua falladora. 3 - Kema hôtiti: Trabalhador muito 
muito: muito trabalhador. Deriva de ke. fazer-ma, muito. 

KE'MO, ke: Quero, quererei. Kója ij kemo: Quero 
comer, vou comer — ko, comer -- ja, agora. 2-- Kod keton nt: 
Não quero comer -- ke ton nz, não estou quereudo. 3- 1j ki 
déve; kanjám ton kamen jex kemo: elle me deve; tenho 





50 — 


medo que não me pague -- 7 ki, para mim -- kamén, ter medo — 
kanjam ton, não me pague — kém», vou (ter medo ). 4-- Kóix 
kemo ha: Jávou comer - ha, ja 5 - Ixôn antôn qumá ne kan, 
fag ex emo: Yu vou chorar, yorque você está brabo com- 
migo: 7x. commigo - anton, você -- —- jomá ne, esta brabo - 
jomá, brabo - kan, porque - fa, chorar - g, connectivo, Jémo, 
vou. 

KEMA’: Cortar. Vide App. 

KEN: Tudo. Vide keneke. 

KEN: Ler. 1 — Nixkéra lengré: Lê duas vezes - 
lengré, duas vezes. 2-- Vexkén kara ton ne: Não está lendo 
ainda tudo -- kira, tudo, ton ne, ainda não esta. 


KEN: Querer. Vide App. 

KEN 4’: Cortar ( Telemaco). Vide hemd. 

KENKAT : Vento (em vez de kankd). Vide App. 

KEN 4’: Vide Xené. 

KÉNE: Ir. Vide App. 

KENKI: Cantar--1- Ti kangómo ra, kénki: Em- 
bora elle esteja doente, elle canta -- ra, apesar. 

KENKTEREMO. Vide App. ( Suffocar ). 

KENHÉRA : Vide App. 

KENTK : Papagaio pequeno -- maracanan -- 1 -- Kéntié- 
rê kanxire: Campo pequeno do papagaio pequeno -- kanxire, 
pequeno. 

KE PEN: (Querer seriamente: = 1 - Tan pia xan he 
pé: Isto não quero seriamente - Tan, aquilo -- pia, não -- 
xan, eu 

KERA, KEREN: Vide App. 

KÉRA, KIRA: Guarda-te, sejas cauto -- 1 — Kera: pana 
pra: Acautela-te: a cobra morde —- pan, pana, cobra — pra, 
morde -- 2-- Ker idmä, veinmá hadn: Vejas de não fazer-me 
mal -- idmá, para mim - venmã, mal--had, fazer - 3 — Kéra 
ara tin he: Veja que não entre - ara, dentro -- tn, ar -- he, 
não (só com kéra ). 

KERON, kirôn, kürôn: Moço novo, cousa nova (p. 
e. vestido )-1-- Ankerón kâánti küdne: O moço está des- 
cançando ~ kánti, está -- küdn, descançar. Vide App. 

KEX, gex: Tomar, pegar 

KEX, kreæ : Morrer -- 1-- Néx ni: esta morto -- 2 -- Kex 
ni. ja: Está morrendo. 

KEXONG: Aguti ( Kexônge. 

KERÆK, krü: Ferido, machucado -- On kerék tavinte 
fi, ha van tan: Aquella que estava muito ferida, está ahi -- 
on... fi, aquella — favinti, muitissimo -- ha, ja-- tan, lá — van, 
esta. , 

KÆTI: Fazer. Vide kéæno, ke, kéino-- 1 - Anáix ke 
ka, réza ij kéti: No deitar, eu faço a reza — núix, deitar — a, 
connectivo - ke, ira, no-2--Prdn alengrét ki, fi kren 


DL ea 


kéti: Ella dá uma cria cada dois annos- prin alengrét ki, 
em dois annos -- ki, em -- fi, ella- kren, cria-- keti, faz 

KETKA: No que, emquanso : Vide kéka. 

KE TON: Não quero, não posso - 1 - Zn ra ij tin ke 
ton: Não posso ir para casa-- in ra, para easa-- 7), eu-- 2 -- 
Laranha ränha ij mat ke tô ij je kotüghte: Não posso mais 
trabalhar de noite -- mat, mais--ke tô ij je, não estou po- 
dendo -- 7), eu-- kotiigh te, de noite -- te, de 

KETI: Morrer. Vide App. 

KÆVE: Pretendo fazer--1--T; japdn ij ke ve: Eu 
estou pretendendo fazer minha roça -- japan, minha roça -- ve, 
estou -- 2 - Kajdm kéve: pretendo comprar, pagar -- 3 -- Xen 
empriiru hat ke ve: Pretendo fazer um terreiro, uma rua -- 
xen, eu--emprüru, rua, terreiro — Adt, fazer - 4 -- Id naix tin 
ke ve ha: pretendo ja ir deitar -- nix, deitar -- tin, ir -- ha 
ja-5— Arankét pão) hat ke ve: Hontem eu queria pão -- 
arankét, hontem -- 6 -- Ato grin kéve: Eu estou fazendo por 
tua culpa -- ato, de ti-- grin, por culpa ( posp. ) (tambem grin). 
Talves composto de G convectivo-ren, surrar. 

KEVE: Estar querendo -- 1- Arankét pão hat lréve : 
Hontem queria fazer pao -- hat, fazer - 2 - Ti kubé lex keéve : 
Eu estou querendo tomar caldo -- ti, do tal bixo, kube, caldo ? 
- kex, ge: tomar --3-- Kuvord hô tin kevénve: Eu queria 
ir muito longe -- lkuvará hd, muito longe -- A6, muito -- kevénve, 
queria, imperfeito — 4 -- Xéve ton je kafê: Não quero mais ter 
café -- je, estar com. 

KEVENHA'RA, kevenhéra, kevanhéra, kinveinrâmen : 
Conhecer, ser amigo, lembrar-se; aprehender -- 1.- Fong ke- 
venhára 77: Eu conheço, eu sou amigo dos Brancos -- fông, 
gente branca. Assim chamaram os Kaingangs a gente de 
sangue europeu, por ouvirem que estes ultimos, quando 
davam tiros de espingardas, diziam: Fogo! Vide App. 

KEVO’: Cego. Tambem vd, küvo. 

KI: Em, de--1-- Avaxdtke fédn: Por no sal -- xat, sal -- 
ki, us - fódn, por --2-- Emprüru ki prére ti: Grita na rua -- 
emprüru, rua -- ki, na-- prére, grita - 3 - Gôio ki ti tére : 
Morreu na agua; desceu na agua --tére: morrer, descer -- 4 — 
Emi ki gôio ti je: No pão tem agua - «mí ki. no pão -- je, 
tem -- 5 -- Ló kaki porko kúten: Tocar os porcos no potreiro 
— lo, potreiro -- kaki, no — kitten, tocar -- 6 —- One éne ki kanti 
ne ?: Quem está estando lá ? -- ône, quem — éne ki, no lá -- ene, 
lá — kánti nº, está estando -- kdnti, estando -- 7 -- Empriiru lei 
jantiká: Porta da rua -- jantká, porta - 8-- Kurän lengré li ti 
tére: Morreu em dois dias -- kurán, dia -- léngré ki, em dois -- 
9-Ga ki ti nan ti: Elle está deitado no chão--ga ki, no 
chão -- nan, deitado -- ti, elle -- 10 - Ori 2j patrão ki dinhéro 
ma: Hoje recebi dinheiro do meu patrão -- óri, hoje -- patrão 
ki, do patrão -- ma, receber -- 11 Kurdn taktôn ki: em tres 
dias --taktôn ki, em tres-12-Iantká ki fag e ag-nânti: 
Na porta ha muitas mulheres (e ) homens -- fag, mulheres -- e, 


52 — 





muitas -- ay, homens -- jantká Jr, na porta -- 13 -- Néafa ki, no 
dormitorio -- niafá : cama, lugar de dormir, instrumento para 
dormir -- 14 -- Aaënké ki goio ni: Na canoa ha agua -- engôio 
agua--ni, he-15- Emá buingh ki ag nanti: Elles estão 
numa grande povoação -- ag nanti, se acham -- 16 -- Xón ni ki, 
kaiankua ni: Na minha carne ha vermes -- won, minha - ni, 
carne -- kaiankuá, verme -- 17--(ra ki euñèx : olhar no chão - ga, 
terra. (g uasalado ) chão -- euáix, olhar -- 18 - Gôro hi eréin: 
pular na agua --eréin, pular -- 19 - Aôpo kid gôio ma ne: 
No copo ha muita agua - ma, muita - ne, ha - 20 - Pin 
ki jógdno: Atiçar no fogo? - pin, fogo - 21 - Niri lakangrá 
ga ki küten he: Veja que o relogio não caia no cho - kiri, 
veja--ga. chão -- húte, cahia-- 22 -. Kavarü péne kangrá je: 
ônte jo nant: ; on, dó ki nanti: O cavallo tem quatro per- 
nas: umas adiante, outras atraz -- pene kangrd je, esta com 
quatro pernas -- je, está com- Ônte, algumas -- 70, adiante — 
nânti, estão -- do ki, no atraz -- ki, no -- 23 -- Aran kanendoro 
kin araríno (eraríno ): O sol bate na janella -- kanendôro 
ki, na jauella - ararino, bate agora - 24-- Larânhe kin gôio 
ma vê: Nas laranjas ha muita agua (sumo )-- ma, muita-ve, 
ha -- 25 Engôio kin hiruw judn: Ja chegou na agua (no rio) 
—húru,, ja -- judn, chegou -- gôio ki: agua, porto -- 26 Engôio 
kin vák ti: Elle está (corre) no porto -- van, está ( corre - 
— |, connectivo )-- 27 -- Kurd ôn ki agtô wire nants: Nou- 
tro dia havia pouca gente - kurán, dia-ôn ki, noutro — airi- 
pouca --agton, gente -- nánti, havia. Plural .- 28 -- Prim grei- 
ki kixkangäti : Todo o anno fica mutio doente -- prin, anno 
- gret, tudo -- contracção de kare, gare: tudo--/7, em --ti, 
muito -- 29 - Perdgn kia nimmo : Guardo na patrona - perogn 
ki, na patrona -- nimmo, guardo agora -- 30 -- Aningét ti lerem 
ki taix : Bater com a mão na cabeça de alguem -- ningé, mão 
-- ti krin ki, na cabeça delle -- tt, delle -- táix, bater -- 31 -- Gôio 
ki ren: Pular na agual —- 32 - Kainké ki kara : Entrar no na- 
vio -- kara, entrar - 33 -- Ama kive ij: Eu olho em você — dma 
ki, em você -- ve, olho -- 34 --Ij kito lirije : Elle está olhando 
em mim--2) ki to, em mim --liri je, esta olhando ~ je, esta. 

KI. Pleonasmo, prefixo. Parece dar às vezes ao verbo 
uma vaga significação de dentro. 1 -- Kin don ij tingo: Eu vou 
para traz: recuo -- don, atraz. 2-- hi ag kankéi kan tére: 
Desceram com a canôa; desceram da canôa —- ki ag, elles -- 
kanoa kan -- da canôa, com a canôa -- tére, descer. 3 -- Jagne 
man ki nija ve agn: Elles se mostram um ao outro a ca- 
deira, o lugar de sentar -- jagne man, um a outro -- nija, lugar 
de sentar, cadeira. 4-- Kiri goio ra tin he, kin geixno: 
Veja de não ir na agua, ficarias enroscado -- kiri, veja -- govo 
ra, para o rio--he, não --ge, enroscar. 5-- Kin ränho: en- 
tra agôra--ränho, de ran. 6-- Ki prego: Pregar. 7 - Kix 
enkre: Pensar. 8-- Aix kangáti: Está muito doente. Xix- 
kéra alengré: Leia duas vezes -- alengré, duas vezes. 9-- A7- 
æéra: Amarre, pegue. 10-- Kix enkré ton ne: Não está 
pensando -- enkré, pensar --ne, está. Tambem: ken kré ton 


ne. 11- Kixnigé: Trabalhar. 12- Kir kangá kané: O 
olho está doente - kangá, doente. 13-- Ka tan ti krili tai : 
Bater com o porrete em alguem -- ka, porrete -- tan, com — ti 
kri, nelle -- táix, bater. 14 - Ki venjéxmo : Como agora. 15 - 
Kin ägmo ha; eij bre tin ti ha: Elles vão embora ; elle ja 
vai commigo -- mo, vão - ha, já — etx bre, commizo -- bre, com, 
junto - tin, ir. 16-- Kidn venharü hi ti ni: EK’ cousa boa 
aprehender a ler-venharü, aprehender a ler -- hi, bom -- tí, 
muito -- ni, é. 17-- Ki ag hur náix kara: Elles acabaram 
de puchar--hwr, ja-- náix, pachar. Kara: Elles acabaram. 
18-- Ki ay kankéie naix no ha: Elles ja pucham a canõa -- 
ha, já. Vide App. 

KIDVEINRA'MEN. Vide App. 

KIXKAIRONE : Conhecer, ser amigo. 1 -- Kix kairô fi: 
Eu sou amigo della, a conheço -- fi, ella. 2-- Kixkairómme : 
Me lembro. Vide App. 

KIXKAKTTYT'N: Não entendo, me esqueço, não conheço, 
tenho odio de alguem. 1-- Ti jame ij kaktin : Eu extranhei o 
cara delle -- jamé, cara. 2-- An tan kiskantin kan, ix man 
to ne: Quando tu não entendes, tu me fallas -- an, tu -- kan, 
quando -- ijmán, a mim -- to, fallas -- ne, estás. 3 -- Ixán kikatin 
ti ha: Já o esqueci-ij. eu--ti, a elle - ha, já. 4-- Ti ij ki- 
katin: Eu não o conheço. 5 -- Xemá hikaktin ra, vitire hirike : 
Embora me fosse desconhecido o lugar, todavia eu fui- x, a 
mim -- ema, lugar, villa -- vitére, fui -- hórile, todavia, da mesma 
forma. 6- 1j emprü kikakti ne: Eu não conheço a estrada - 
emprü, estrada -- kikakti ne, estou desconhecendo. 

CAJATÚM : Esquecer. 

KIKI: Pelo. Te kiki: Pello delle. 

KIKI: Especie de aguardente, cerveja feita com milho 
torrado, - 1 Aikibe: Cousa que tem sempre pello -- be, hab- 
tualmente. 2 - Déne kikibe: Pello de animal -- déne, animal. 

KIKIKOPTI : Desapparecer - 1-- Veingrin kt goto ki- 
kikôpti: A agua desapparece no pote - veingrin ki, no pote -- 
verngrin, cousa feita em casa. 

KIKTANGH, melhor kitktdngh : Curar -- 1 -- Kitktdngh 
ex kémo : Quero curar -- kémo, quero -- 2 -- Kiiktdinja: Medico. 

KIENKA: Soprar (no fogo ). Tambem aiénka, hiankd. 

KIFA : Coração. 

KIFÉ, kifé: Faca. 

KIFANTEIE, kiifé teie: Refle, espada — küfé, faca -- 
teie, cumprida. , 

KIFA KRE: Cannivete-- kifá, küfé: faca-- kre, pe- 
quena. à 
KIFOIA : Verme. Vide App. 

KIGMA, kóúixmá, küxæmä: arriba, encima, no alto. 
KIJAKA, kidnka: Fazer fogo, soprar. Tambem aiénka, 
krenhko, kijénka. 


Re AR 


KIJÉRE, kiijére: Liso - 1 -- Pandoói küjére : Monte liso 

KIJO: Magro--1-- Nijó ja ti ni: Ellejá está magro 
-- ja, agora - ni esta. 

KINGRÉ : kiingré: Brigar, fazer guerra ~ 1 -- Giri 
küngré ne: Os menines brigam -- ne, estão. 

KINVEINRÁN : Entender. 

KIVINKE: Fechar com chave. Vide App. 

KIR, hire. kéra : Guardar-se, acautelar-se -- 1 -- Vin patrão 
kir kéino: Veja de guardar a ordem do patrão - vin, ordem 
- Jéino, fazer agora-- 2 - Prün ônte, ker ôn ve hana: Veja 
que no outro anno seja outro o primeiro -- prin ônte, outro 
anno -- ônte, no outro -- te, no ôn. outro -- ve, primeiro -- hdna, 
seja - 3-- Kori lakangrá ga kute he: Veja que o relogio não 
caia no chão -- lakangrd, relogio -- ga, chão, kúte, caia-- 4 -- 
Kire kajatún: Veja de não esquecer -- 5 -- Nire práxke he: 
Veja de não bocejar — préske, bocejar - 6 — Ari ord: Guar- 
da-te do atoledo -- oró, atoledo--7-- Néra pdna prá: Veja 
que a cobra não morda-- pina pan: Cobra -- prá, morder - 
8 - Kéra tan ra tin ne: Veja que elle não va indo lá--tan, 
lá -- ra, para tin ne, va indo. Vide App. | 

KIOGN A'IN : Choupar. Vide App. 

KIRON, keron kiirôn: Moço, novo ( adjectivo e nome) 
I- Venharô kirôn: Livro novo-2 Gre(ungré) kürôn : Ho- 
mem moço. 

KINVEINRA'N, kinveinrâmen: Ensinar -- T-- Venha- 
ro linveirämen : Ensinar a ler -- venharô, lettra, livro, cousa 
escripta. 

KINVEIRA’MEN: Conhecer, ser amigo, lembrar-se, 
entender, ensinar 1-- Pedro hinveinrdmen: hara José kinvein- 
ramen tavin: Amo a Pedro, porém a José amo immensamente- 
tavin, enormemente -- 2 -- Kaimbára à) ti kinveirâmen: Logo 
elle me conheceu--3--Ij jog .ij keinveirâmen: Eu amo a 
meu pai--4-- Venxá jágne linveinrämen ; hara óri jágne ki- 
kaktin: uma vez eram amigos; mas agora são inimigos — 
jágne, um a outro -- venxá, uma vez --hára, mas-5-- Kin- 
veirdmen kdra jen ti: Ele está amando a todos -- hára, a 
todos -- kiveinrdmen ... jen, está amando a todos. Diz-se tam- 
bem hevenhéra -- 6 -- Harcto kiveinramen: Na verdade já co- 
nheço -- hdrato, na verdade - 7 - Ex kit kanherôn ne: Sou 
amigo - 8 -- Tjánt kikairé : meu amigo -- ijant, meu - 9 -- Ven-- 
hari, kidvenhéra: Ensinar a ler - 10 - Ændäix hiveinramen : 
Ensinar a cosinhar -- daíx, cosinhar -- 11 Ninveinramen ij tingo : 
Eu vou ensinar. 

KIXKAKTI’N: Não conheço, não gosto, tenho odio. 
Vide kikaktin. I-- Aikaktan húru ; hara veinrámen ha: Eram 
inimigos; mas agora são amigos --. Tambem: Me tinha es- 
quecido ; mas agora me lembrei. 

KIEVA'IX: Olhar. Vide evdix.. 

KIXKANHERA'N, kixkairón, kikairó: Conhecer. Vi- 
de kanherán. Vide App. > 


KIXENKRE’DN: Pensar. Vide enkrédn.--I-- Ix kot- 
xi ki enkrédn : Tenho cuidado de meu filho -- kixentrédn, 
tenho cuidado. 

KIXFAKRE': Vide App. 

KIXU'T. Vide App. 

KITARE : planicie, campo, kit prothese -- aré, campo. 

KITA'RE, kitéra : he --I- Kitérema, kitára ma: 
Muito firme -- ma, muito -- 2 -- Ajéma kitáre ma: A cadeira é 
muito firme -- jénja, cadeira. 

KITKAJAFA’: Verme. Tambem Jajafá. 

KITITA’ : Bater --I-- Martello tan ki tita: Bater com 
o martello — tanki neste, ti elle, -- ta, bate. 

KITITE'RE. Vide App. 

KITION : Não esta presente. 

KITONE : Vide App. 

KITUDN: Berne - I -- Akitúdn: Teu berne. 

KIVT : Leicenço. Especie de tumor. 

KIVO’, kevo, kiivó: Cego. 

TIKLA’ERA: Cinto. Vide App. 

KO: FRE -1- Ko xi hadn ij: Coni pouco - xi, 
pouco -- hadn, fiz - 2 -- Koi n ti: Come muito - #5, muito -- », 
connectivo -- tz, oe Ij ro kun ki naréje koixno: Eu 
como agora laranja no meu quintal--ro kanki, dentro do 
meu quintal -- 4-- Ko korégtiti : Muito ruim para comer -- ti, -- 
titi, muito muito — 5 -- Ria ke tôn ne: Ainda não vai co- 
mer, ke, vai-6--Ij) ankó : Eu como -- íjan, eu-- 7 - Ko má- 
mera: Continua tu a comer -- man, continuar -- 8 - Kói Aúri > 
Ja comi - tri, ja. Gétka: Basta--9- Kó ke: Vou comer - 
1- Koi emúne: Gosto de comer - 2 - On kre hi kóix: Um 
come mais do que outro -- On kri hd, um mais do que ou- 
tro -- kóix, come--12- Jambalón kó hô ne tt: O jambalón 
é muito bom para comer - ne, é — ti, muito -- 13 - Kó tôn éix: 
Não como ainda -- tôn, ainda. não -- 14 -- Pão hoi ketôn, ni kói 
ketôn : Não como nem pão nem carne -- Xe tôr, não posso — 
ni, carne -- 15 -- Ag jéni, à) kói ni: Elles comem, eu como. 
Tambem não simplesmente - jéne, comem --kóia ni, estou 
comendo -- 16 -- Arê kó kd mo: Comem herva agora - arê, her- 
va kókó, comem varios. Repetido para indicar o plural -- mo, 
agora -- 17 - 1) md ha ko ke ti: Elle me manda comer - ha, 
voz imper.- ke, diz --ti, elle--18--Ti ha pije kómo: Elle 
ainda não come--ha, voz imper. -- péje, não. 


KO: Ao lado. Vide App. 

KOBRAR: Cobrar. 

KOKA’ME: Pacca. 

KOKE: Flauta de itaquara. 

KOKE: Destruir, comer, estragar -- 1 -- Tn kokéktimo : 
Elle agora destroôe a casa--in, casa -- 2 --Gára kokéktimo : 
Agora elle destroe o milho 3 -- Ixjan ro hat ke (kie); pôrko 
fénje: gára kokéktimo : Eu faço uma cerca; eu fecho os 
porcos: estragam o milho -- ijan, eu - rd, cerca -- had ke, pre- 
tendo fazer -- fénje, fecho -- 4 -- E) vexupóir húru koké ti: 


-— 56 — 


Estragou o meu vestido -- vexupóix, vestido -húru, ja: in- 
dica tempo passado. Vide App.. 

KOKE: Ferir--1-- Ka ti kokét já ne: Está ferido com 
um pau--ka, pau--ja nº, está agora -- 2 -- Ti kokén ja, ti 
ténja ag ton: O feriram; não o mataram -- ja, indica passado 
-- tén, bater, matar -- 3 — Kokékt, kokéltimo : Firo agora. 

KOKFU’: V espa. Tambem: feindi. 

KOKIKE: Chamma-1- Pin ten kokike: Chamma 
feita com o fogo - pin, fogo - ten, com. Vide apôn. 

KOKIRE : Estou com fome--1- Kokire han ij: Eu 
sinto fome -- han, padecer -- 2 Kokire kan, lantéremo: Elle 
morre de fome -- kan, porque --kan téremo, morrem todos -- 
kan, todos -- 3 -- Iján kokire me: Eu soffro fome -- jan, eu -- 
me, sinto. Vide App. 

KOKO: Pedregulho. Nokó 

KOK--O’: Especie de fructa vermelha ( Xo/--6 ). 

KOKORA : ( kokré ). Vide App.. Apagar (uma man- 
cha, p. ex.). Vide Kekonra. 

KOKOE': Colibri. 

KOKRE': Tenho nojo, fedor. -- 1 -- Imá kokré: me cau- 

sa nojo - imá, para mim--2-- Déne kok E Carniça -- déne, 
animal - kokré, fedorento. 

KUKRON : kokrén: Panella. 

KOKRT RE: Geada, frio, inverno, gear. 

KO”D: Descançar -1 Vaix kid je: Está descançando -- 
je, está — vaix, prefixo - 2 Venküdne kémo ha: Já quero des- 
cançar -- kemo, vou -- ha, já -- 3 -- Ij arôt kan, 1x küd tan kánja : 
Porque estou cançado, eu estou descançando aqui - arôt, can- 
cado -- kan, porque -- tan, aqui - kánja, estou agora — 4 - Ein 
küd je: Estamos descançando -- éin, nós. 

KOFÁ: Velho - 1- Kofá ne váix : Nunca fica velho - 
váix, nunca - 2 - Tj prôn kofáne: Minha mulher fica velha - 
pron, mulher - ne, fica - Jj, minha. 

KOFU: Pesado - 1 - Kofüitete : Muito pesado: tete, 
titi, étiti, (titi, muito, muito - 2 -- Vetnlaerai kofú má ve: O tra- 
balho é muito pesado: é porco - ma, muito - vé. Tambem : 
Veinlairái korég ve: O trabalho é porco, ruim - 3 - Kofi 
angiititi: Pesadissimo, 

KOFURO: Estar tussinde - 1- Ij kofúro: estou tus- 
sindo. 

KOGN: Salto. V. App. 

KOGN: Varzea; insultar -- 1 -- 77 hogn nánti: O in- 
sultam -- núnti, estão. 

KONFOIA: Bixo ( kifóia ). 

KONJOORA: Misturar -- 1 - Gôio kan, vinho” -konjo- 


éra: Eu misturo agua no vinho - kan, no. 
KO-U: Vento brabo ( Ko-kux ). 


KOIAMPÉPE: Perdiz. 
KOIX : Tripas. 


Re 


KOTJ, KUI'J, kôúj: Jacú ( Koi ). 

KOIJGRIN : Encrespado, escolhido - 1 -- Gáix hoijgrí: 
Cabello encrespado -- 2 - Gdix koëxgri ni: O cabello esta en- 
crespado — mí, está. G de gaix nasalado. 


KOIXMÁ, küxma, kéix: No alto, encima -- I -- Adixmd 
evaix : Olhar para cima - eudix, olhar - 2 -- Ka ti tampriigh 
kite hômanr ti ne: Elle subiu pelo pau (escada), e está 
muito alto - kóix hd, muito alto ( Aümad )- ti, elle -- ne, está - 
ka, pau - tampriigh, subir - 3 - Küzæman ti ma ve: Ele está 
estando muito alto -- ma, muito -- ve, está -- 4 - Xüzæmuine péne 
vuét kdnje: Está com os pés virados para cima - péne, pés - 
vuét, carregar - kánje, está - 5 - Nodt ki kana; küixma lire 
kdna: Estar de costas; estar de bruços - nodt Ji, de brucos 
- kána, estar - lire, olhar para cima -- 6 - Kü/jman ti krdn ja: 
Elle agora planta lá em cima -- Aran, planta -- ja, agora -- 7 — 
Koijman tt kánje: Esta lá em cima--8-- Táphe hii ná ti: 
esta de bruço? - tápke kri, acima do... ?- na, deitado- 9 - 
Kojmá lire kindti: Esta de costas -- kind, deitado - ti, elle - 
10 -- Kôixmd 1j veg ton nik ti: 7 kiivóti: Eu não estou 
vendo a ello em cima: eu su muito cego --veg, ver- ni; 
estou -- tí, a elle -- kiivd, cego -- ti, muito. 

KOIXKAPARA: Destripar - kóix, tripas -- kapdra, ar- 
rancar ? ( inflammar ). 

KOIJGRIN, koingrin: Encolber se -- 1 -- Ti fina koin- 
gré nanté: As pernas delle estão encolhidas -- fana, pernas - 
nanti, estão. 

KOIXNPNI: Ran pequena -- kóix, alto -- ni, sentado - 
ni, esta. , 

KOIXE: Roer. 

KOIO : Magro Kojo. 

KOJON: Especie de perdiz. 

KOJU : Tempestade -- 1 -- Kojú kópke: Relampago da 
tormenta : repetido para siguificar a repetição dos relampagos, 
se diz: hkokópka. 


KOMA : São da mesma idade - 1.- Jágne komd héve: 
Diz um a outro que são da mesma idade -- jagne, um a on- 
tro -- ke ve: está dizendo -- ke, dizendo - ve, esta. 


KOM, ko: Ao lado?-1 Jágne kom kdnti: Um esta 
ao Jado do outro -- kúnti: um senta ao lado do outro -- kom, 
ao lado -- jágne, um do outro -- Anti, está. 


KUMIN: Mandioca. 


KON, kôót: descançar - 1 -- Kôn ij akamétiti : Eutenho 
muito medo de descançar -- a, connectivo -- kamé, temo -- titê, 
muito, muito -- 2-- T; ve vditkin neve; hára x nôro tin kémo 
ha: Eu queria deitar; mas já não dormirei -- 770, eu -- vaithôn, 
descançar -- hára, mas -- x, eu -- nôro, dormir -- kémo. não posso 
- ha, ja. : 

KON: Ponte --1-- Ga kôn: ponte de barro -- ga, barro. 


58 — 





KONAN: Xingar--1 -- Ti kognänera: Xinga tu; 
atormenta tu. -- 2-- Deje ix méix vogkoná ne? Porque estaes 
atormentando a minha criação ? - deje, porque -- méix, animaes, 
criaçào. . 

KONKO FEERE: Rocio, Konko, vento -- fééré, pelle. 
Vide hanka. 

KONKFO’IA: Verme. Vide App. 

KONDMA’ (kéixma ). Vide App. 

KONGE, Trem domestico--1-- Kongé rü: Trem do- 
mestico pintado. Vide App. "Tambem hungé. 


KONGOI'N: Herva matte. 
KONGRA: Coma tudo -- ko, comer -- gra ( kara), tudo. 


KONGRE : Mandicea domestica. Aumfn, é a man- 
dioca braba-- 1 -- Kongré jaré: Raiz de mandioca. Tambem 
hkongjaré: Raiz de mandioca. 


KONJE: Timbo. 

KONO’N: Arraucar -- 1 - Kendra po: Arranca a pedra. 
Vide Kuno. 

KO’P: Resplandecer - 1 - Aüfé tagn kopkópke ti na: 
Esta faca está muito resplandecente - kiife tog, esta faca — 
ti, muito -- na, esta. ; 

KORAN (kurán ): Claro, dia, tempo. 


KORE: Durar -.1-- Prän langrét ki kóre: Dura dois 
annos -- prim, anno -- langrét, dois -- ki, por. 


KOREG: Difficil-1- Korég tin ti: Elle anda com 
difficuldade -- tin, anda--2-- Vut Kkorég: Difficil para carre- 
gar - vut, carregar -- 3-- Nún x korég ti: Muito difficil para 
arrancar -- ti, muito -- 4 Vedlazrinha korég ve: O trabalho é 
dificil, ingrato -- ve, é - 5 -- Ninhéro vanhár korég ti: E muito 
dificil ganhar dinheiro -- 6 -- Kané korégn: Vista, olhos 
ruins -- 7 -- Korég ton jon kémo: Com dificuldade fica brabo 
com alguem -- 1ôn, com alguem --7ôn, brabo -- kemo, quer ficar. 

KORE'G: Estragado, inutil: Benéka korég ve: A 
boneca está estragada - 2 -- CHapéu tag korég tôn ne: Este 
chapeu não está ainda estragado -- tôn, ainda não está — 3 
— CHapéu tag korég váio ton häna: Este chapeu nunca 
ficará estragado -- váix, nunca — hán, será, ficará, de certo -- 4 -- 
Korég ti ne ha: Ja está muito estragado -- ti, muito -- ne, está — 
ha, ja -- à -- Dét korég : Cousa inutil -- ae, cousa -- t, conneetivo — 
6-- Ti horég kanjám: Compro cousa inutil -- kanjám, com- 
pro-7--Ga korég ve: A terra está estragada - ga, terra -- ve, 
esta --8-- Ti ni korég je, A carne está estragada- ti ni, a 
carne do tal animal--9-- Det korég ni: A carne deste bixo 
atoa -- det. bixo. 

KORE'G: Doente- 1- Kané korég ne: Está com dor 
de olhos -- kané, olho --2-- 7j fé koréqg ne: Meu estomago 
está doente - fé: estomago, coração - 3 -- Nrin korégn : Doente 
de cabeça, louco -- 4-- Norég tavintr ne: Elle está doente 
como ninguem -- tavínti, muito demais -- ne, esta. 


KORE’G: Falso. Vide ôn, ôt, dd, Gdn. -- 1 -- Pandé- 
re korég ve: Elle é padre falso. 

KORE’G: Feio--1-- Korég tôn je: Não é feio — 2 
— Korég togn ni: Ele é feio -- tógn, sendo - ni, esta -- 3 — 
Kakan korég togne: Elle esta ficando com cara feia -- /:a- 
kan, cara-- tog ne, esta estando. 

KOREG, jon: Mau, ruim. brabo, mal--1- Korégn 
agn nanti: Elles estão ruins - agn, elles -- 2-7) jan horég 
ti ni: Minha mai é muito braba -- jan, mãi--ti, muito, ni, 
é--3-- Ti korégne ke ij vénve: Eu via que elle queria ser 
ruim -- ke, queria -- vénve, via. 

KOREG: Inimigo-1--4gmán orég ti ni: Elle 
esta mal com elles --agmdn, com eiles - 2 -- Timan korég ti: 
Elle está mal com Fulano de tal. 

KORE'G: Muito: Prin hantin taki, tj gara korég 
tavinti jo: Eu neste anno que vem, guardo um grande 
desproposito de milho -- prin, anno -- kantin, vir -- talkí, nesti-- 
tavin ti, muito demais -- ¢7, muito -- jo, guardar. 

KORPO, (hi) Corpo — 1 — Ij kôrpo, 7) hô : meu corpo. 

KOX: Comer. Vide App. 

KOTE: Perder--1--1; kuran kote: Eu perdi meu 
tempo. 

KOTXT : Filhinho-1- 1; kotixin kangá ti je: Meu 
filho esta doente - ti, elle -- 2 -- Kotxin fi kotxt: Netto, 
filho da filha -- Zotxt fi, filha - 3 -- Kotxt prôn: Nora — 
pron, mulher, esposa -- 4 -- Notowí tantô fin ne: Ella é mulher 
do filho - ontanté, mulher -- fi, ella - ne, é -- 5 -- Rengré kotxt: 
Sobrinho -- rengré, do irmão -- 6 -- Sobrinha -- Rengré kotxi fi: 
Sobrinha: filha de irmão - 7 -- Rengré kotxi tantô fi: Sobri- 
nha: filha do irmão --tantô fi, femea -9-- Ahotxí jogmán 
kúnti tínti: O filho trata do pai -- jogmán, pai - kánti tínti, 
trata-- 10-- 7j kote fi ben ij: Eu casei uma filha -- bén, 
casei. 

KÓVEIX, küvé/x: San gue --1-- Aküvéix: Sangue 
teu--a, teu:-2-- Akiivéix ti tiimátimo : Chupao sangue — ti, 
elle, bixo -- tiima, chupa -- mo, agora - 3 -- Ta gud van kiivéir : 
A barba delle esta ensanguentada -- juà, barba - van, está. 

KOU: Jacú--1-- Koi déiera: Cosinha tu jacú -- déi, 
cosinhar. Vide kuín. Vide App. 

KOVO: Cova--1-- Aréx kovo: Cova de defuneto -- 
krex, de defuncto. 

KRA: Pau superior, que esfregado com o inferior, 
produz fogo. 

Vide kréie. anatóe. 

KRA'IE: Pequeno pilão. 

KRAN : Bastar, Vide App. 

KRAN: Planta- 1-- Ante kran van tôgn: A tua 
planta não está secea - ante, tua - kran, planta - wan, esta— 
togn, secca. 


— 60 — 


KRAN: Plantar-- 1 - O'rititôn, vaid ti tôn vdinkren- 
ke: Não se pode plantar nem hoje nem amanhã -- or7, hoje — 
ti, elle -- vai, amanhã — vaikrán, plantar --2 - Kurd 7) tingo 
kranja: Amanhã cedo vou e planto -- /wra, amanhã cedo. 
Vide App. J 

KRAN : Ter feitio, chegar -- 1 -- Ij hota/ hran känti ne = 
Meu filho já é homem maduro -- /:ran, tem feitio, maduro-- 
kant, estando -- nº, está -- ungré, gré : homem. 

KRANKE: Unir -1.- Aningét veitkrintôn kranke : 
Unir uma mão acima da outra -- ningé, mão -- t, connectivo = 
kri, acima -- ôn, outra -- 2 -- Vetthantin, kranke: veirkantin, 
um vem para outro -- krdnke, (e) se une. 

KRANHA: Logo? Vide App. 

KRANJA VEG TOK TI: Onde elle está principiando 
a limitar -- se -- kranja, unir limite -- vég, principiar -- tóg, esta. 

KRANJA: Limite, união. 

KRANGE: Adiar, diferir. 

KRANGE: Esticar ? -- 1 - Krdnge kinja: Agora está 
esticado -- kánja, está. 

KRÁNGE : Parar--1-- Atin gafút ki jut kan, krénge : 
Ao chegar na ponte, parou --áti,: elle--gofút, ponte -- jut, 
chegar -- kan, quando. 

KRANGÉMO : Dar signal ? 

KRANINIM : Especie de camisa sem manga para homen 
e para mulher. 

KRANHE : Parar. Vide App. 

KRANJA : Limite -- kran, limitar -- ja, lugar -- 1 -- Arèn 
kran ja: Raiz do monte, união do monte. 

KRAN JA: Estou plantando. Vide Jran -1-- Nuxa 
kranja ij tingo: Amanhã cedo vou plantar - ued, amanhã 
cedo. 

KRE : Ter inveja ( Krimáje ). Vide App. 

KRE: BAIXO, em baixo, adject. e adverb. e posp.- 1 
- Kangba kre pa: Passar por baixo da ponte -- hangbd, ponte — 
kre, por baixo -- pa, pdje : está passando. Nangbda hr? pdje: 
Está passando por cima da ponte, J:rí, por cima -- 2 - Nulirôn 
kre pin fi: Per lenha debaixo da panella. Tambem: Ave 
pin fi, com o mesmo sentido -- kukrén, panella - 3 -- Are te 
kankúten : Sahe do lugar baixo -- te, do -- re, lugar baixo - 
kanküten, sabe. 

KRE : Choupana, toca -- 1 -- Okxá kré: Toca do tatétu -- 
okxá, tatétu (especie de porco ). 

KRE : Cortar -- 1 -- Ka buüngh kre ij: Eu corto um pau 
grande -- ka, pau. Vide krii. 

KRÉ: Coxa da perna, e exactamente a anterior -1 — 
Kre buüngh: Coxa posterior -- budngh, grande. 


AOL ae 


KRE : OVO, filho, criança. 

KRE: Livrar, escapar do perigo, salvar, salvar-se - 1 - 
A ti kre ti: Fulano de tal salvou a Sicrano de tal- a, pro- 
thesi --ti, a elle, a Sicrano de tal--ti, Fulano de tal. Vide 
App. 

KRE : Peneira. 

KRÉ : Planta, plantar; herva, capim, cresciuma. Vide 
enk ré. } y 

KRE : Quasi-- 1-- Kan kré: Quasi tudo - kan, todos — 
2-- Kantére kan kred ni ha: Morreram quasi todos -- kantére, 
morreram -- kan, todos -- ni, estão -- ha, ja. Vide App. 


KRE: Roça - 1 -- Gara kré: Roça de milho, milharal -- 
2-- Gira kanxíre kré: Arrozal -- kanxtre, pequeno - 3 -- Are ra 
ag kagéuve: A gente foi para a roça-ra, para kagóuve, 
foram, andaram. Nota. Are, japan, significam ambos roça: 
diferem em que kre, significa roça plantada; ao passo que 
japén significa só roça derrubada -- de pan, derrubar —- 4- Je 
&ré: Minha plantação. 

KRE: Vaso --1-- Kré lanketére: Vaso largo, raso. 

KRE: Morrer - 1 - Kréndnia vate ra. ij kren: Apezar 
de ser tempo de não morrer ainda, eu morro -- kre; morrer - 
d, connectivo -- javáix, antes do tempo - ra, apezar de. 


KREK : Ensinar. V. App. 


KREIE: Pau, que esfregado com outro, dá fogo. O 
superior se chama kra; os dois se chamam anatôe. 

KREN : Cova-- Okxd kren: Cova do tatétu. 

KREN : Cresciuma, planta. Com as talas de cresciuma 
os Kaingang tecem os chapeus--1- Kren kuké: ‘ala de 
crescuma. 

KREN : Criança, filho, ôvo, ( kren fi - filha) -- Ix kren, 
veinrimen hótiti: Eu em criança, aprendi muito muito 
- veirimen, aprendi - hótiti, muito muito. 2-- Ankre fi, jog 
núnti: estava a familia e o pai -- kre fi, filha -- jog, pai - nant, 
estão. 3-- Ajdg in, kren fag tandatôn nánti: Na vossa casa 
ha familias pobres -- ajdg, vossa -- kren fag, meninas -- tandatôn, 
pobres. 4- Ankren fi kri ti káni: O menino está nas costas 
della -- fi kri, emcima della -- ti, elle: serve para indicar o 
genero de kren; a saber, que neste caso, se deve tomar como 
masculino. 5- Ankrén kára fágma nánti? Todas as familias 
são mulheres ? -- kdra, todas -- fagma, ellas, mulheres -- nánti, 
são. 6-- Bóix kre: Bezerro, bóix: boi, vacca. T-- Priin kri 
krén fi, pron ôn ki kréx tôn nik fi: Da cria cada dois annos 
-- prin kri, num anno--krén, cria -- ji, ella-- ôn, outro — ki, 
em - ni, está - k, conneetivo -- fi, ella. 8-- Akrén jog fi ni? 
A menina tem pai?--kren ... fi, menina -- jog, pai, ni, está. 
9- Garit kren ocê tan, garit kren buôngh kajäm : Com uma 
gallinha pequena, compro uma gallinha grande -- garit krén, 
ovo de gallinha, pinto-- tan, com -- ai, pequeno -- kajdm, 
compro. 10-- Krén fag nánti: As mulheres, as femeas estão 


dO, em 
x 
prenhes, fag, mulheres, femeas - Jk:rón nanti, estão com cria. 
11 -- Navarú kren, kre vidn : Dar capim ao poldro -- kre, capim 
-vidn, dar. 12-- An kre cut kan ni: Esta carregando uma 
criança -- vútkan, carregando, mi, está -- an, prothesi. 


KREN : Debaixo. 1-- Kava fá lren: Debaixo da fi- 
gueira -- kavafu, figueira. 2 - Arendin kren xóro ud a: Eu pe- 
guei um coelho no mundéu -- krendn kren, debaixo do mundéu -- 
xóro, coelho -- tia, ba: pegar. 3-- Kren ti lankuten: Cahiu 
debaixo -- kankúten, cahiu. 4-- Ga kren, debaixo da terra. 
D Venxupôix kren ti je: Está debaixo do seu vestido -- 
venxupóix. vestido --je, esta. 6--Eix pen kren: Debaixo 
de meus pés. 7-- Pin krén pin fi; engôio venuvôre je: Por 
lenha debaixo do fogo; a ägua ferve-- pin lren, debaixo do 
fogo -- pin, lenha — fi, por - venuvóre -- fervendo, je - está, 
Vide App. 

KREN : Dentro. 1--Nrenin kren xoro tia: Pegar um 
coelho no mundeu -- krenán ren, no mundeu -- da, ma, ba : 
pegar. 

KREN : De frente? 1-- Ti; in kren ti je: A casa delle 
esta de frente --ti in, a casa delle -- je, está. 

KREN : Escapar do perigo. 


KREN: No fundo de alguma cousa. 1--Ga ren : 
No fundo do meu quintal -- ga, terra, quintal, terreno. 

KRÉN: Livrar, escapar. 1-- Antére ké mo ra, kren: 
Embora estivesse perto de morrer, escapei -- antére lémo, vou 
morrer - ra, perto. 2- Atit krété: Elle livrou a Fulano de 
de tal--ati, tt: A Fulano de tal -- ré ti, eile livrou. 

KREN: Morrer. 1-- Venjéne javaix kan, krén: Por 
que não quero comer, morro -- venjéne, comer -- jávaix, não 
quero -- kan, porque. Aréx kovo: cova de defuncto -- konvo. 
kôvo: cova. 

KREN, krédn: pensar. Vide enkredn. 1-- Kixkré : 
pensar. 2- Kregmo: Estou com cuidado. 3 - Noxiti ki x 
krégmo : Tenho cuidado do filho- kz, no--x, eu. 4-- Ongré 
kréd ni: O homem está pensaudo, esta com cuidado. 


KREN : Planta, plantar. 1--Ro, On kret, ôn kret ton 
ti: Da horta, uma parte está plantada; outra parte não -- vó, 
da horta--6n, uma parte--kret, plantada - ôn, outra - tôn, 
não. 2--Nrén kre: Planta de cresciuma. 3-- Xren t gn: 
Planta secca. 

KREN: Salvar, livrar, escapar. 1- Veinkatd te ti ij 
krén: Eu o salvei com o ramedio - ve/nkatd, remedio -- te, 
com--ti, a elle. 2-- Ti krén ti hami: Ele emprehende a 
salvar x Fulano de tal- ti, a Fulano de tal - himi, empre- 
hende, começa - ti, elle. 3--1j goi ki tére kre: Me salvou 
de afogar na agua - goi ki, na agua -- tére, morrer. 

KREN : Itaquara. 

KRENDE’NG, krundimg : Capivara-dung, barriga ? 
Krun, de porco. 


63 
RAA: RES 


KRENGH, kréngh: Porco--I-Xrüngh buüngh : Porco 
do matto-buüngh, graude ; javaly-2-Krôngh kanheroi : Porco 
domestico-kanherói, manço. 

KRENO’JE: Carpir limpar a terra, as plantas - I - 
Tampére kanjdm, venkrendjen kémo : Comprei uma enchada : 
pretendo carpir - tampére, enchada - kémo, pretendo. 

KREXKOVO : Cova de defuneto - kréx, defuncto. 

KRET: Livrar, escapar -I Kret javdixtité: Escapa 
muito dificilmente -- javdixtiti, com muita dificuldade - tite, 
uffixo para fazer o superlativo. 

KRE VAN, kré va: Esta em baixo - van, esta - I - I; 
ningé veikré tane kréva kri On pire : Deseseis-- 7) ningé, 
minha mão - verkrí, encima - connectivo - an, - on: outra -- 
veikré tan, encima de outra —- krévat kris, e a de baixo esta 
em cima. On peré, mais um. Tambem kre, em baixo -- kri, 
além, mais uma em baixo. 

KRE'VA: Empolado, que esta em cima--I --Gézo k-- 
kre va: A agua esta empolada. 

KRI: Salvar. Vide App. 

KRI: Acima, em--l Jj ningé veikritane kri: Minha 
mão acima da outra -- veikrét dne, veitkrit On, acima do outro, 
on, outro -- veitkri, acima. Esta locução indica o numero dez 
2- 1j ningé veitkritäne kri ij ninha on piré: Deseseis : mi- 
nha mão acima da outra, e de novo a minha mão em cima, 
mais um- 7) ninhd,a mão --2) ningé veekrit dne, minha mão 
posta sobre a outra — kerf 1) ninha dn peré - posta de novo a 
minha mão - ôn piré, mais um. — No lugar de ôn piré. se 
ponha on lengre, on taktôn, on veinkangrá; e se terão os 
numeros dezesete, dezoito, dezenove -- 4-- J) ningé veikrit on 
keri piré:, Onze. — Em lugar de piré, se ponha alengré, ta- 
kton, veinkangrá , e teremos os numeros doze, treze, quator- 
ze -- O -- 1j ningé veikrit ôn rengré: Vinte: minhas mãos pos- 
tas uma sobre as outras duas vezes. — Substituam-se ao 
rengré, as palavras taktôn, veikangrá, petkdra (patekrá); e 
se obterá trinta, quarenta, cincoenta- 6 -- Ka éne fódne 
emprii kri: Elle colloca aquelle pau na estrada -- Au, pau 
éne, aquelle -- fodne, colloca--kri, na -7- Krin kra: Acima 
do monte --Jrín, monte --8--kri fi: Posto em cima- fi, 
pesto --9-- Nrin krè venman kan, ti tére: Elle morreu de 
dor de cabeça -- krin kri, na cabeça -venman, soffria, an, 
porque, por -- tére, morreu -- IO -- Goto kri ti tin ti: Caminha 
na superficie da agua, caminha na beira do rio -tin ti, ca- 
minha --Il-- Nrin kri nôro ij kémo: Pretendo dormir no 
morro -- kémo, pretendo - 12 - Empri kri noromo : Estou dor- 
miado no caminho -- 13 -- Ti kré ti van: Elle está acima de 
tal cousa--ti kré, acima de tal cousa--van, está- 14- J} 
jogma kakré kri nd ni: Meu pae está deitado na taboa, no 
girão - na, deitado -- ni, estä - 15 - Goto kré lairânha: Praia 
do rio -- lairänha, areia -- 16 -. Kavarú kri ti ni: elle está no 
cavallo -- kavarûu kri, no cavallo--ti, elle--ni, está - 17 -- 
Girt tag kri prin piri ni: Este menino tem um anno -- gi- 


BUT" TT 


ri krè, no menino -- tag. este --18-- Emprit kra rénço xa: 
Peguei um lenço na rua --emprir, rua -- xa, peguei - 19 -- kri- 
ne romke: A estrella está coberta -- krine, estrella - romké, 
está coberta -- 20 -- Ti kri, prän hôrike ne? (Quantos annos 
tem 2--ti kr7, uelle -- pran, annos -- hórike, quantos -- ne, esta 
21 -- Ari fi kani, está em cima della -- fi, ella - 22 -- Kavaru kri 
húru ni: Ja montou (sentou) a cavallo -- húru, particula 
para indicar o tempo passado — ni, sentar -- 23 -- Kavarú kan- 
tére húri: Já apeou do cavallo, kavaru te: do cavallo - te, 
do -- kantére, descer, 24 - Ex gáix ra (rd) ij ni: Eu es- 
tou cortando os meus cabeilos-- gáix, cabellos ra, krira: 
cortar -- 2) ni, eu estou -- 25 -- Hkri, aran tógmo: Em mim tem 
calor (raiva ?)--arán, calor - togmo, tem. — Ga kri kute: 
Cahe no chão--ga kri, no chão -- kite, cahiu. 

KRI: Estar mal. Vide krimáje, odiar. 

KRIPKE : Para cae para lá-- I- Arike hak péte: Voa 
para cá e para lá - kan, em -k, connectivo - péte, voar -- 2 
Krike kan ag kagóuve. A gente'foi para cá e para lá -- ag, 
gente -- kan, toda -- kagüuve, foram. 

KRIKFE,: Morcego. Vide kiikfé--1-- Krikféje: E' 
morcego — je, é 

KRU, kri: ferido--I-- Arék ij: Eu sou ferido -- 2 
Kridna: Está ferido. 

KRIKOTO : Miolo. 

KRIKRIJE: Periquito. 

KRIMA : estar com odio, estar mal com alguem. Tam- 
bem - krz. 1-- Jot tot kri je: Elle está mal com o pai guga 
pai — t, connectivo -- to, com -- t, connectivo -- Je, esta -- 2 -- Jæot 
ti krinmá ne: Elie está mal commigo -- 7xdn, coince 
connectivo -- ne, esta —- 3 - On kri figmo : Ella está mal com 
o outro -- én, outro — fi, ella, a mulher - mo, agora. Vide App.. 

KRIN : Cabeça —- 1 -- Bix krin van kofüéti: minha ca- 
beça está muito pesada, van, esta--2-- Nangáti 1j krine: 
Minha cabeça está muito doente - ti, muito--3-Arin gaix 
tim: Cabeça sem cabell:s-- gáix tôn, sem cabellos -- 4 - Krin 
péto : Carrapato -: krin, cabeça - pe to, no pé -- to, no 5 -- Krin 
tampré : Cabeça larga, especie de barata - 6-- Krin kri: Na 
cabeça, no monte -7-- Krin tdramo: A cabeça agora esta 
dura. obstinada -- 8 -- Arvin vo éin kémo: Pretendemos mover 
a cabeça -- vo, mover - éin, nós - kémo, pretendemos. 

KRIN: Estrella - 1 -- Arvin hé: estrella bonita - 2 -- 
Krin fiii: As Tres Marias, o Orion -- 3 - Krin aran irója: 
Via Lactea (Tel.)-- 4 - Nrin-pan : Pleiades - pan, corôa, amar- 
rar. 

KRIN : Monte --1-- Xapé krin: copa do chapéu -- 2 -- 
Krinjijibé: Serra, que não foi alcançada bee aguas do di- 
luvio no seu cume -- j/j/, nome -- be, perpetuo -- 2 -- I krèn kré 
nore kémo : Ku pretendo dormir no monte -- Pet pretendo -- 
kri, no-- 4- Krin tôn ni: Não tem montes - 5- Arin téie : 
Monte alto, monte comprido -- 6 -- Kyën kri je kan, ij kanga- 
ti húri: Emquanto eu estive no monte, eu estava muito 


=e Gat == 


doeute - je, estava -- kan, emquanto-- húri, particula que in- 
dica tempo passado--7-- Krin kr: kanje: Está no monte -- 8 
Krin te à) kantin: Eu venho do monte -- te, do - 10 -- Ij vaiaka 
krin ra tingo: Eu amanhã vou para o monte -- vaiaká, no 
amanhã -- há, no. Vide App.. 


JANTKU, KRINA. Bigode -- jantkü, becca, kri, enci- 
ma - na, estas. Poderia tambem ser na (gaix): Cabellos acima 
da bocca. 

KRINARO” : Paredão -- ard, cortado ( rü ). 


KRINKE: Topar--1-- Po tan krinke 1): Topei numa 
pedra - tan, em — pó, pedra. 

KRINMA’: kóixmá, krima: Em cima - 1 - Arénma 
vin näné agn: La em cima estão fallando - vin, fallando 
nanti, estão - agn, gente. 

KRIONGH: Ratão. 

KRIRA'N : Paca. Tambem hokame - ran, pintada - ko- 
comer — kamé, ter medo. 

KRINTA’VE: Chapéu - krin ta, na cabeça, ve, esta. 
Tampa de caldeira, etc. 


KRIN TEIE REM BUU”GH: Nome de um passaro -- 
krin, cabeça -- teie, longa, grande -- rem, pintada -- bwiigh, rabo, 
cauda. 

KROGN, krüuv, krügn : Cachoeira. 

KRO"GN, kriign: Porco do matto -1 -'Xrügn vendé 
éin húri: Nos ja vendemos um porco -- éin, nós -- krügn, 
porco do matto, e tambem domestico. : 

KROJO: Especie de barata. Outra variedade se cha- 
ma tirixi. 

KROJO : Fraco -1-- Arôjo kara tinta: Todos vivem 
fracos — kdra, todos -- tint/: vivem. 


KRONE: Beber. 1 -- Xrôtkrôt hé an éin tógmo : Nos es- 
tamos bebendo muito -- krôt repetido, significa multiplicidade | 
de acção -- hd, muito -- «x, connecti\o -- tógmo, estamos. 2 -- Ti- 
má ha kron ke: Mandar «a alguem que beba: timá. a alguem-- 
ha, voz demando --ke, dizer. 3 -- Antére javair ra, ti térmo, goio- 
fa krôtke buüngh kaméngo tôn: Elle morrerá antes do tempo, 
si não deixar de beber pinga -- javáix ra, apezar de prema- 
turamente -- juváix, antes do tempo--ra, apezar - ti térmo, 
elle morre -- goirjá, aguardente - krôt, beber -- ke. querer - 
buúngh demais -- kamén, temer -- go, agora - ton, não. Króne 
buüngh : beber demais. 6-- Aron hütiti: Beber muito muito. 
Desejar muito de beber: ter sede. 7-1) krô hütiti húri: 
Já passou a minha sede -- húri, indica acção passada. 8- 
Krôn ix tive; hara x krén man ke ton ne: Eu bebia muito; 
mas pretendo não beber mais, muito -- ti, muito -- ve, estar - 
hára, mas, man, muito - ke, pretender -- ne, estou. 9 -- Krod 
koreg titi: Elle bebe muito demais -- korég, muito -- títi, serve 
para fazer o superlativo. 10-- Aréd manaera: Beba mais - 
man, mais -- era, terminação do imperativo - de de mandera, 
connectivo. 11-- Aréne ke to ij ni ha: Eu não quero ainda 


OUR 


beber -- ke, pretendo -- ni, estou--ha, já. 12--Krôd buüngh 
kan, togn tógn: Porque bebe demais, esta ficando torrado - 
tôgn, torrado -- togn, esta ficando. 13--Ta krôn tongrá: Não 
beba isso -- tôn gra, terminação do imperativo negativo. 14 -. 
Orit veikatã krôn kémo: Hoje pretendo tomar remedio - 
t de o'rit, connectivo -- veikatá, remedio. 15-- Kafé krôt 
kenema je: kurarét ki ij krôn: Eu gosto de beber café: eu 
bebo todo dia -- kenema, gostando -- je, estou -- kurarét ki, cada 
dia -- kurd, dia -- re, cada -- ki, em. Vide App. 

KRONHON: Nevoeiro. Ao contrario kaixkangogn, 
significa nuvem alta. 

KRON--KRON : Mugido dos porcos, grunhir. 

KRU, kriigh, kiig, kégmo: Cortar, feridas, cortes -- Xrü- 
krii: Coriar repetidamente -- 1 -- Kriira: Faça ferida, corta tu. 

KRUG: Bater. Vide krông -- 1 -- Krông 2 fa ton kan, 
putke: A minha perna afundou, porque não batia ( no firme ) 
7) fa, perna - kan, porque -- pútke, mergulhou, afundou - 2 - 
Pin krug: Bater fogo. 

KRUGH GRA MA: Bata com força - gra, desinencia 
do imper. -- ma, mais. 

KRÚJO : Variedade de barata. Vide Ierôjo. 

KRUNDUGH: Capivara. 

KRUNGH: Porco, principalmente o do matto. Vide. 
kreng, krüngh, krendengh -- 1 -- Krüngh kanherói: Porco manso, 

KRUN, krüngh: Cachoeira--1-- Gôio krüngh: Salto. 
do rio. E 

KRUURA : Paca (animal ). 

KRUURA : Corte, fira, faça ferida. Imper. 

KTURN: Berne-1- Jj kturn: Meu berne. Tambem : 
Ktudn. 
KU, ki: Em-1- Kurän taktôn ki judn ti: Elle che- 
gou em tres dias -- kurán, dia -- judn, chegar. 

KU: Soecar -- 1 -- Méin kum bre: Os animaes se cho- 
cam um a outro - méin, animaes -- bre, junto, com. 


KUÁNKA: Accender. Vide kidnka, kaiénka, aiénka, 

KUAIN VIN, wäinvin: Um que não pede fallar -- vin, 
fallar -- váin, não pode. 

KUANKEPXÍNHA : Tira de panno ? 

KUARAN, kuvarán git: Muito longe. 

KUK : Torar, cortar arvores -- 1-- Kuk cgn: Elles fa- 
bricam tiros de madeiras--agn, elles--2 - Kukug: Acção 
multiplice de torar. 

KUK 4°: Osso, queixada de qualquer animal --1-- 77 
nid kukd: osso do lombo -- ¢/, do tal animal -- nid, carne -- d, 
connectivo. 

KUKE: Tala - 1 -- Xrén kúke: Tala de cresciuma. 

KUKFE’: Descascar -- 1 -- Kan kufééra: Descasca tudo- 
- kan, tudo-- kukfééra, imperativo. 


MESO A 


KUKFÉ : Morcego --1 Kukfé kürikéixno : Eu sou si- 
milhante a um morcego -- hórike, como --ij, eu--no, agora, 
Se diz tambem kukféze. 

KUKFEN : Descascar. Vide Kukfé: kukféiera: Des- 
casque o pau -- han, pau. 


KUKI: Poste, morrão -- i -- Taboa to, xa kuki prégo ij”: 
Prego um poste a uma taboa--táboa to, a uma taboa -- to 
com, à -- xa -- unir -- prégo, prego. 

KUKO'DEN : Não tem tempo? Vide App. 

KUKRIPRE: GEADA, gear -1 - Kura hukrire : Tre- 
mer de frio -- kuad, frio. 

KUKRON: Panella -- 1 -- kukrôn ró: Panella pintada. 

KUKRIJA: Panella, Vide App. 

KUKXE: ARRANHAR.--1-- Ningrú kukxé : Arranhar 
as unhas- ningru, unha 

KUKX/: Enredado--1-- Ven kukxéjá ti ja ni: Está 
enredado -- ja, agora -- ti, elle -- ni, esta. 


VENKUKX EXE: Varias cousas enredadas. A syl- 
laba axe posta duas vezes, iudica multipiicidade de acção. 

KUKTA'NG: Curar - 1 - Ijmá pe fóke küktangh : Cu- 
ra para mim o branco o pé ferido -- 2jma, para mim -- foke; bran- 
co — küktängh, curar -- 2 - Venkanga kiiktang : Curar um enfer- 
mo -- Foke, significa Branco, estrangeiro. Vide App. 

KUKTO'IJNO: Rachar. 

KUD: Cortar. Vide App. 

KUD em lugar de kurv: De ligeiro. Serve pare fazer 
o imperativo com a ideia de pressa- 1 - Kud mora : Rs 
os olhos de pressa -- nóra, dnrma. feche os olhos - 2 -- Géio 
ki ti térmo : kud nim, kud nim: ij bre kankúte ni: O Moro 
na agua: faça-me logo o favor de ajudar-me a sahir - gôio 
ki, na agua -- térmo, morro agora - kud nim, faça o favor — 
ij bre, commigo--kankuten, sahir: ajudar-me a sahir. 
Vide App. 

KU'DJE: Enleado, no -- 1-- Ti tandéne kudjéjé ? Por- 
que está amarrado ? -- ti, elle -- tandéne, porque -- kúdje, amar- 
rado -- je, está. 

KU’D: Mái. Vide App. 

KUDMA: Azul, preto --1-- Kaikan kudma: O céu 
esta preto. Vide tid . 

* KUDN: Espirrar--1-- Hix ninhé vant kudbédno: 
Meu nariz espirra por costume -- ninhé, nariz - kudn, espir- 
ra -- be, por costume -- no, agora. 

KUDN: "Tocar musica--1-- Ag tan kúdnora: Esta 
gente toca musica - 2 -- 7% tandéne kudn? Porque elle as- 
sobia ? — ti, elle -- tandéne, porque. 

KUDNORORA : Pousa, imper. - kud, kur: de pressa 
nôrora, durma. 

KUND: Cortar, descoser -- 1 - Kurán kudn va ti : A cos- 
tura esta oortada -- Doria. costura -- kudn, cortar -- va, está - ti, 
ella. 





— 68 — 


KUBJA, kujéja: Arranhar --1-- 7j kujéja à): Eu me 
arranho - 2 - A’ma akuéja: Tu te arranhas. 

KÜFAN KRE: Faca pequena; ré, pequeno. 

KUFA'N TÉIE: Espada, refle-- kiifé, espada -- téie, 
comprido. 


KU”FE: Faca--1--Kufé kan nite: Pereutir com a 
espada -- kan, com -- nite, bater-2- Kiifé re ran: Cravar a 
faca -- re, com-- ran, entrar. 

KUFE'N, kukfén: Arrancar-1-Ti fudre kukfén: 
Arrancar a pelle -- ti, da tal cousa. 

KUFU’RO: Tussir -- 1 - T7 kufuro kenema ne: Está in- 
clinado a tussir -- tt, elle -- kenema, inclinado. 

KUGMA'RA: Um bocado ? 


KUGNA: Errar ?.-1- Emprü kugna ij tôn: Eu erro 
o caminho. Ki, em — na estão - tôn, não 

KUTNHE: Cinta de embirra com que as Kaingäng 
sustentam nas costas as crianças embrulhadas em um manto. 
A dita embirra é emendada nes cabos; corre adiante pela 
fronte, e atraz cahe pelas costas prehendendo e envolvendo 
as crianças pelo assento ds costas da mãe. 

KUIANFÁ : Verme. Vide kujafà - 1- Kujafa kakta : 
Vermicida -- kaktá, remedio 

KUJARE RE: Garfo -- rére, ferrão. 

KUJATUN: Esquecer--1-- Kire kujatún: Veja de 
não esquecer -- kire, veja. Tambem -- kajatan. 

KUJLJE: Arranbar. 

KUJEJE: Veia. 

KUJ EN, extender-1-- Kujénera: Extenda. Imper. 
Tambem -- kavinera, véra. 

KUJERE: Plano, plaino -- 1 - Emprü kujére : Estrada 
plaina 

KUJO': Pardo -- Min kujó: Onça parda. 


KUJO: Magro --1-- Kujén à): Eu estou magro —- 2 - 
Kujo ti ne: Elle está magro -- ti, elle - ne, está. 


KUJO: Moélla das arvores, ou dos ossos dos animaes 
(tutano )--1-- Ti kujó. 

TI KUJO’: Moélla da tal consa. 

KUJU’: Meio--1- Kuju éix ne: Eu estou no meio - 
éix, eu--2-- Kuju hi pânte vin hadn: Fazer uma palavra 
do meio para cima -- v/, palavra -- hadn, fazer -- pdnte, do lado 
- hô, para cima -- 3 -- Kujú dôro ti: Oco no meio -- dôro, fu- 
rado -- ti, elle -- 4-- Ema kujú mink tinikti: No meio do bairro 
vive uma onça -- emá kuju, no meio do bairro -- mink, mi, min : 
onça --t, elle--nikti, vive--5-- Vexupóix kujú ka fi je fi: 
Ella põe no meio um vestido -- verupdix, vestido - ka, no - 
fi je, está pondo- fi, ella--6-- Tupén vá xo kujúk: Eu já 
estou no meio da semana -- Tupén kujuk, meio da semana - 


FU RES 


xd, eu va, estou -T -- Ag kujü mi à) vüire: Eu andei pelo 
meio do povo -- ag kujú, meio do povo -- mi, pelo -- vüsre, fui - 
ix, eu. 

KUJU: Pardo-1--Min kuju: Onça parda - min, 

nça. 

KUJU': Sobrar- Kuran kujú: Me sobra tempo — 
kuran, tempo. 

KUJUJ: Leicenco. 

KUL em vez de kur, kúri: de ligeiro. 

KUMAIA’: Podre. 


KUMEËRA: Vagarosamente, com delicadeza, com 
respeito, levemente -- 1 — Kumééra d-jafa lan viiire: Foi de 
vagar na cosinha -- dejafá, cosinha -- (an, para -- vitére, foi -- 2 
— Kuméêra hinera: Faça de vagar --hânera, faça. Imper. 
— 3 - Kumééra vendü : Rir delicadamente, sorrir - vendii, rir -- 
4 Kuméêra han tin: Va de vagar - ha, voz de mando - tin, 
ir - 5 -- Kumééra ij timá ke ha: Ja lhe fallo respeitosamen- 
te -- timd, a elle -- ke, fallo -- ha, ja 

KUMTI'N: Mandioca -- 1 -- Kumin jaré: Raiz de man- 
dioea -- joré, raiz. 

KUMUIA’: Podre. Vide kumaiá, kokré. 

KUNBE'DNO : Espirrar--1--1; ninha van ti kwn- 
bédno : Meu nariz está espirrando -- van, esta -- ti, elle. 

KUNDU'NO: Socar-.1--Gara kundunera: Soca tu 
o milho. 

KUNGRE’: Trens de cosinha. Tambem kungé, gun- 
gé.—1- Ti kungé ho te van kara ti: “Os trens delle esta- 
vam bem collocados--hó, bem--va, estar -- ti, elle -- kdra, 
todos. Vide Aonjé. 

KUNGR#’: Bater, combater, brigar -- 1 -- One venxá 
veenkugré: Quem brigou outro dia?--ône, quem -: venxen, 
outro dia, no tempo passado -- 2 -- (rire kungré ne: O me- 
nino esta brigando - géré, menino - ne, estã -- 3 — Kungré ag 
kan je: Elles estão fazendo guerra. Vide App. 

KUNGRON : Bater -- 1 -- Janthá kungrôn ij: Eu bato 
a porta - 7), eu. 

KUNO : Arrancar --I-- Férro kun hore já ne: O ferro 
esta arrancado, e esta fora — hore, esta fora -- jáne, está agora 
2 -- Aveixupoix kino: Agora tiro o vestido --a, connectivo -- 
veixupoix. vestido. 

KUPA’DN : Pedaço, pa - I-To kupádne ti: Elle 
tem um pedaço - to, tem - 2 - Eixmã kupidne nim: Me de 
um pedaço - nim: dar - 2 - pa jo tê kupara nim hadn: 
Elle guarda um pedaço para mim - ijmá, para mim - jo nim 
hadn, guardar - kupára, um pedaço. 

KUPA’DN : Cortar -1- Pó kupára: corta tu a pedra 
- pó, pedra. | 

KUPE’: Adorno - I- Nhatkúá kupé: Adorno do peito. 

KUPE’: BAPTIZAR-I-- Kupé kuran te karka, ag 
mon kémo: Depois do dia do baptisado, pretendem ir em- 


a TP es 


bora = kurán, dia - te, connectivo - kdrka, depois-- min, vao 
kémo, pretendem -- 2 - Ti kupéti: Elle é padrinho de Fula- 
no de tal -- Æupé, baptizou - tí, Fulano de tal - 3 - Nurdn te, 
kupé ag mônke: Com o tempo pretendem ir bantizar - ku- 
rán te, com o tempo - ke, pretendem - ag, elles - 4 - Onte 1j 
kiupégmo : Eu bapuzo outro - ônte, outro - te, connectivo - 5 
Tj kotxin ix kupé: Ea baptizo meu filho. Usa-se tambem kepé. 

KUPE’, kupéia: Lavar, fazer banho - I - Lavar roupa : 
Mafua - Ibis - Ti ningé féie kupé, ti pen ku é: Lavar os 
dedos das mãos e os pés de alguem - ningét féie, dedos - 
pen, pés. 

PENKUPE’: Ratão. Tambem hkriông. 

KUPEJAF A’: Escova pira lavar, instrumento qual- 
quer para lavar - jafá, instrumento -- kupé, lavar. 


KUPRA’: Vasio: Kupré ag nänti: Elles estão desoc- 
cupados, vasios - 2--In kupra: Casa desoccupada, tapéra - 
3-- Kuprà ti ne: Elle está vasi)-- ti, elle. 


KUPRI : Branco, alvo. novo --1 = Jantan buüngh ku- 
pri: Urubü rei --janta, corvo, urubt-- buôngh, grande - ku- 
pri, branco -- 2 -- Kupri ti ne: Elle esta branco - 3 -- Xuprik- 
timo, kuprkfimo: Elle está com amarellão, ella está com ama- 
relläo -- k, connectivo -- ti, elle -- fi, ella - 3 — Kur kupri, panno 
novo. 

KUPR7 : 1- Nakám kupri: Cara limpa. 

KUPRÍ KUXON: Amarello - kuxôn, vermelho -- Au- 
pri, branco. 

KUPTE, kúpe: Cortar. Tambem kupá - 1 - Ven kujú 
kan kuna ti: Elle cortou no meio -- kan, no -- venkugú, meio 
2-- Ti duix kupte (fuixte): Cortou o pescoço delle - du x, 
pescoço (d nasalado )--3-- Ti ningét féie, ti pen kupte: lhe 
cortou os dedos das mãos e os pés -- ningét feie: Dedos das 
mãos -- 4 - Ka kúptimo : Corta elle agora um pau. 

KUR: Falar, cantar de homeus, de passarinhos e 
de outros animaes -- 1 Nurán te kur kara ti, kotü te kur 
kara ti: Canta o dia inteiro e a noite inteira -- kuran, dia -- 
te, por -- kara, tudo - kotiigh, noite - 2 - Kürot On gétha: Falla 
o outro bastante -- kúro, falla --t, connectivo -- ôn, outro -- gé- 
tha, basta (g nasalado ) -- 2 -- Gallo popotke kat, kur: O gallo, 
no que pretenfia bater, cantou -- popótke, bater - ka, emquan- 
to 3 - Ti kur: Voz de enimal -- 4 -- Nanci kut kur: Os pas- 
sarinhos cantam -- kwr, repetido para indicar o plural ou re- 
petição de acção-4--Garit kur: Canto da gallinha - 5 -- 
Xanxi tandéne kúru kémo? Porque o passaro pretende can- 
tar? -- tan, aquelle, déne, porque, kúru, cantar — kémo, preten- 
de-- Ti kur: A voz de tal cousa -- 6 - Nur ti: Elle canta. 

KUR: De ligeiro. Serve para fazer o imperativo -- 1 -- 
Kur kôij ni: Senta-te para comer depressa -- ni, sentar -- kóix, 
comer -- 2 -- Kur ban ni: Esteja trazendo logo - ban, trazen- 
do - ni, estar - 3 -— Kur ijma nim: iján koje: De para mim, 
eu como -- nim, dar - iján eu. Tambem: Minha mãe - Iróje, 


— 71 


como -- 5 -- Nur toréra : anda lijeiro -- toréra de tona - 6 =. Nur 
ij) goto nim: Me dê agua --7-- Aur krôn má ne: Esteja tra- 
zendo para beber--ma ne, esteja trazendo - 8 - Nur IJrôn 
alengré : Beba duas vezes - 9 -- Kur gôio ma ne: Esteja logo 
trazendo agua - 10- Kúri xama kamôjen ; aiâng brek ti ni; 
ma ara ti: Venham para mim; está comvosco; elle entra 
mais — xama, para mim - kamojen, elles vem - ajang bre, com- 
VOSCO -- ajang, vos -- bre, com - k, connectivo, ti, elle -- ni, es- 
ta--ma, mais - dra,entra -- Lt - Aur nino jengäÿe Shan : 
Cosinhe bem a carne de ligeiro -- antonini, carne = jengage, 
cosinhar -- han, bem -- 12 -- Auru igmá nim: Dê para mim, 
depressa, Vide App. 

KUR N: Dia, tempo, claro, hora -1-- Kuran tag: 


Este dia -- 2 - Kurän bongh érê: Campo grande e claro -- éré, 
campo -- 2 - NKuran kantin : Approximar-se a alva -- kwran, dia, 


alva - kan! in, vem - 3 — Eij kuran te húru kran: Eu plantei 
em tempo --kwrán, tempo - húru, particula para indicar o 
tempo passado - kram, plantar -- 5 -- Eixmán ke kuran kanti : 
Elle me diz que é tempo de plantar -- ke, diz -- kanti, é - 6- 
Antére ke ton kuran tôn ki, gôtoft kré tôn: Não tendo che- 
gado o tempo, elle nãs morrerá, si não beber pinga -- antére 
ke tôn, não morrerá -- kurán ton ki, não sendo o tempo - 
gôiofá, pinga - kro tôn, si não bebe - 7 - Nurân ke (ki), de 
manhã -- 8 Auran ke ton jon kémo: De manhã eu fico brabo 
com elle -- tonjôn, brabo com elle - kémo, pretendo -- 9 -- Ku- 
rain te, kotiigh te môro tôn ne: Não estou dormindo nem de 
dia nem de noite -- nôro . . . me, estou dormindo -- 10 -- Aura 
te tag fi nôromo : Ella durante este dia dorme - fi, ella -- nô- 
romo, dorme agora -- 11 -- Kwran ja ti ni: Ja está claro -- ja, 
agora -- nz, está-- 12 Xurän taktôn kürka: Depois de tres 
dias -- karka, depois - 13 Kuran kuxa: De madrugada -- zur, 
frio — 14 -— Akurd kan, éin ti tax : De dia matamos a elle -- a 
connectivo -- han, durante — é/n, nos --ti, a elle--táix, matar 
- 15 Kuraônki: Noutro dia -- ôn, outro - ki, em-- 16 -- Véret 
kuran ti na: Até agora é cedo -- ver t, até agora -- 17 — Nurán 
taktôn hadn éij, kuran taktôn kár ka, ati in : Eu sarei 
em tres dias; depois de tres dias voltei --hodn, sarar, 
trabalhar -- dti kantin, voltar - 18-- Kuradn ki: No futuro - 
ôn, outro -- ki, em -- 19 Kuran ki, à) tén ton ne: De dia eu não 
estou viajando -- ki, no -- tin, viajaudo -- ne, estou -- 20 - Nurán, 
takton hati: Ja são tres dias- ha, jà- ti, elle - 21 - Kurá- 
rét ki vaikupéje : Elle se esta Javando todo o dia, cada dia 
-rét, cada-- ki, em-- vaihupé, lavar--je está - 22 -- Aura 
arengré ki ti tére: Morreu em dois dias - arengré, dois -- 25 
Kuran timo ha: ja amanhece -- ha, já -- 24- Ti kuran ki ti 
térmo : Elle está morrendo agora no seu tempo -- ti kwran ki, 
eo tempo delle -- térmo, morre -- 25 -- E'ix kikairone ? Nurante 
éix kilkairône: Aprehenderei ? Com o tempo aprehenderei -- 
kika/rone, apprehender -- Kura ôn ke känte : No futuro -- kante, 
do lado -- 27 - Vaia ka kurän korég: Amanhã é dia ruim 
(dia santo: ruim, porque não se trabalha nem se ganha) - 


ABS: SRE 


vaia, amauhã -- ká, no --28-- Naimbára hurd 6n ki, termo: 
Logo morro no tempo -- 29-- In tan kurá e kárka háno: Eu 
acabarei esta casa depois de muito tempo --7n tan, esta 
casa — huri e. muito tempo -- harka, depois -- háno, farei — 
30 - Nurán ki ema ra, ij tinve: No tempo passado, eu estive 
na villa -- ema, villa - ra, para -- tínve, passado de tin, ir - 31 
- Kuran li, ae madrugada. Vide App. 

KURAN: Costurar - 1 - Murdn fi ne: Ella está costu- 
rando - fi ne, ella--ne, esta--2-- Kurán Judn va ji: Ella 
esta cortando a costura -- udn va, está cortando -- fi, ella. 


KURAN: Voltar -1-- Ranhkáxka ix kurdi ne: Eu 
volto de tarde -- rankdala, de tarde - 2 - Kurdngra ha: Volte 
ja- ha, ja-- gré, desinencia do imper. -- 3 - Rankáxka 7) hku- 
ráino: De tarde eu volto--4-- Kurd ij ha kémo: Pretendo 
voltar ja. | 

KURE: Limpo, direito - 1 -- Emprü leuré : Caminho 
limpo -- 2-- Nurídnera: Limpa tu, concerta tu -- 3 -- Tóna em- 
prii  kurdra: Vamos, Jimpemos o caminhe-- téna, vamos - 
kurdra, imper. Significa propriamente endereitar. 

KURE : Voz -- 1- Kaxôrro kúre: Voz de cachorro. Vide 
kur. ) 

KURI, kur, voz imper.- 1-- Kur ixmá nim: De para 
mim -- mim, dê. Vide App. 

KURO, kiiron, keron: Moço, novo--1-- Ont Kerôn: 
Outro moço -- 2-- Veuharé kiirôn ni: O livro está novo. 

KURPORO : Isca -- kur, penno-- póro, queimar. 


KURU : Depressa. Vide App. 


KURU : Panno --1-- Kuri ton: Um que esta sem vestido, 
pellado -- tôn, não. E” o nome de uma tibiide Kaingáng 
que não usa de nenhum vestido--2-- Kurt brérèxi: Trapo 
pequeno - bríri, rasgado--3-- Kur kiirén: Panno branco, 
panno novo -4-- Kurt xi : Panninho -- 5 = Kura kiirén : Panno 
novo-- 6 -- Kuri pé! Oh! panno legitimo ! bom !. Deste exem- 
plo se deprende que os Kaingáng fazem menor uso das in-- 
terjecções do que nós--7-- Kurt tang: Este panno novo, 
tang : este — 5 — Kurt kanjim, comprar novo panno -- 6 -- Tj kur 
jadjara: Meu panno está rasgado em varios pontos -- jad, ras- 
gar - ra, está - 7-- Nején kurt tôn âne ti: As vezes elle está 
com vestido, as vezes nao--kején, às vezes--áne, está-a, 
prothesi - k, connectivo -- ti, elle -- 8-- Kurt Fü: Roupa boa 
-9-- Kurt na ix: Eu deito com o manto--na, deito -- 10 -- 
Kuru tan wampé: Chapeu feito com panno--tan, com -- 11 
Kurt xe: Ponche preso, amarrado -- xe, amarrado. 


-KURUDE: Canastra — kuri, panno - dê, canastra. 

KURU Xt JANJÉRE: Bandeira, estandarte - janjére 
pendurado. 1 

KURU XI TAN FUORE: Santo do mastro -- kurt xi 
tan, feito de um panninho -- fuüre, folha. 


> 
— 7 — 


KUXA: Frio--1-- Kuxd men kaxnemäne: Gosto de 
sentir frio - men, sentir - kaxnemane, kenemane: gosto -- 2 - 
Ta ki kuxá ne: Aqui faz frio --ta ki, em aqui-- kt, em - ne, 
esta--3-- Ta ki kuxa na ti je: Aqui eile está deitado no 
freseo — na, deitado -- ti, elle - je, esta -- 4 -- Gôio kuxän ti ne: 
A agua está fria muito -- ti. muito --5-- Auxa karan húri: 
O frio já passou -- húri, particula para indicar o tempo pas- 
sado -- 6 -- Kuxá kukrire: Tremer de frio. 


KUXA: Manhã, inverno --1-- Kuxä van jun ha: Ja 
chega o inverno - van juin, chegar -- ha, jà-- 2-- Kuxá van jun 
ja: O inverno chega agora. 


KUXÁTITI: In verno, muito frio. 


KUXA: Lua, mez-- Kiixá hullirke: Já passou a cheia 
- hul, húri, ja--lur, ruro, redondo - ke, suffixo para indicar 
o tempo passado -- 2 -- Kiixá kupira: Quarto de lua -- kupara, 
cortado - 3 -- Niixa ton: Lua nova --tôn. sem. 

KUXAN KI, kuxá ki: De madrugada - 1 - Nuxâán à) 
ninho: Eu me levanto de madrugada - ninho, agora me le- 
vante --2-- Ori kuxan ki ij lire, hoje me accordei de ma- 
drugada -- ôre, hoje -- lire, acordar. 

KUXA : Mez--1-- Ta kúte taktóix küxd: Choveu por 
tres mezes -- ta, chuva -- taktóix, tres. 

KUXEKEX : Pegar? -- Kuxékex kemá ne: Elle gosta 
de agarrar-se. 


KUXMBE': Lagrimas ( Küxmbé ). 
KUXON : Vermelho. 


KUT, kur kud: Correr. Voz imper.- 1- Kutära: En- 
tre imper.- ára, entra - 2 = Kut tin: Va depressa - tin, ir - 3 
- Ku tin ha: vanuvore: Va depressa ja: elle corre - ha, 
ja -- vanuvóre, está correndo -- vanuvó, corre- re, esta. Vanu- 
vore sigmfica tambem está fervendo - 4-- Jan, kut tin: va- 
nuvoremo: Mãe, corra, ja estão fervendo -- jan, mãe. 


KUTÁRA: Occupado --1-- Nutára 77 je: Eu estou 
oceupado - je, estou. 


KUTE: Apparecer-- 1 - Küten ke tôix ni: hanga 
buôngh hadéixno: Não p sso apparecer: eu me sinto muito 
doente -- ke, posso - to, não -- kuten... ni, estou apparecendo -- 
kanga buôngh, muito doente -- had, sentir-se -- 7), eu -- no, agora. 
Vide kakuten. 

KUTE: Cahir-1-- Kavallo tic kúten: Eu cahi de 
cavallo --2 - Ti kúte: O barulho produzido pela queda do 
alguma cousa. 


[4 
KUTE : Tha. 
KU'TE, kúten: Nascer - 1 -- Akuüten vaix ra, kankuüten: 
Nasceu antes do tempo --akúten váix ra, apezar de não ser 
tempo de nascer ~ vai, antes - kankúten, nasceu -- 2 -- Ahura 


ton ki. kúten: Apezar de antes do tempo, nasceu -- a, con- 
nectivo -- kurá tôn. tempo ainda não -- 17, no. 

KU'TEN : Obseuro. Melhor Æut#, kutüigh (o G H pro- 
nuncia-se em voz submissa ) 

KO'TE: Perder - 1 -- kurän kite: Perder o tempo. 


KUTE, kúten: Tocar--1-- Lo kaki pôrko kuüten: To- 
car os porcos na horta —- lo, ro: horta, lugar fechado -- kaki, 
dentro. 


KUXON: Vermelho. 


KUT, kur, kud: Correr. Voz imper. — 1 - Xutara : 
Entre (imper ), entrar-2 — Nut tin: Va depressa - tin, ir - 
3- Nu tin ha: vanuvore: Va depressa já: elle corre - ha, 
já - vanuvóre, está correndo - vanuvó, corre -re, está. Va- 
nuvóre significa tambem esta fervendo -4- Jan, kut tin: 
vanuvoremo : Mai, corra: ja está fervendo - Tan, mdi. 


KUTARA : Oceupado - I Nutára 7) je: Eu estou oc- 
cupado - je, estou. 


KÚTE: Apparecer - 1 - Kuten he tôix n°: hanga buôngh 
had éixno: Não posso apparecer : eu me sinto muito doente ; 
posso = to, não - hiten... ni, estou apparecendo - hanga 
buüngh, muito doente - had, sentir-se -1), eu- no. Vide kan- 
karen. . 
KUTE: Cahir-1 Kavdllo éix küten: Eu cahi de ca- 
vallo - 2 - 7% kúte: O barulho produzido pela queda de al- 
guma consa. 


KÚTE: Ilha. 


KUTE, kúten: Nascer -1- Akúten váira, kanküten : 
Nasceu antes do tempo - akúten vaix ra, apezar de não ser 
tempo de nascer - va. x, antes - hankuten, nasceu - 2 — Akurá 
ton hi, kúten: Apesar de antes do tempo, nasceu -- a, conne- 
ctivo = Jurá ton, tempo ainda não -- kz, no. 


KÚTE Perder-1-- Kurán kite: Perder o tempo. 


KUTE, kuten: Tocar -1-Lo kaki pôrko küten: 
Tocar os porcos na horta- Jo, ro: horta, lugar fechado - 
kaki, dentro. 


KOTU : Kutiigh, noite (gh de kutüigh profere-se sub- 
missamente, obscuro). - 1 - Notúiite mémen hadn : Sentir medo 
de noite - mómen, temor - te, de — hadn, sentir - 2 - Notwiite tag 
nôro ton ne: Esta noite não dormi --tog, esta -- ne, estou. 
Tambem : Esta noite ainda não estou dormindo -- 3 -- Lairánha 
ij tin: kotü kéti: Eu vou trabalhar, eu trabalho de noite -- 
kéti, trabalho -- 4 -- Kotuiite 7j kampó me: De noite sinto 
as pulgas :- kampó pulga-me, sinto as mordeduras - 5 - 
Koti tag, kampo kanxiri me: Esta noite me judiaram os 
bixos do pé--kampó kanairi, bixos do pé -- me, soffri -- 6 -- 
hoth étiti ha: Ja é muito obscuro -- 7 -- Kutiigh xi hi: 
Meia noite -- 8 -- Larai kut kéti: Elle pretende trabalhar de 
noite -- ke, pretende - ti, elle. 


KUTU : Atoa, estultamente -- 1 - Æixmän ut to tí: 
Elle me ‘alla atoa -- to, falla. Tambem surdo (Thel.) Kut 
de: E” surdo -- de, ê 

KUTU’: Obseuro-- 1 -- Eijmán kutuü ti: Para mim 
é muito obscuro -- ti, te: muito --2 - Kutuken húri:s Ja foi 
anoitecendo -- ke, querer -- 3 -- Kotiigh hütiti: Obseuro muito 
muito -- gh, connectivo. | 


KUTUXZ: De tardinha, a noite avançada -- 1 -- Ko- 
tuxi ha ne: Ja é tardinha --ha, ja - ne, é. 


KUTUX/7 HO: Meia noite-- 1 -- Kutüxi hô vitire: 
Elle sahia a meia noite-2-- Kuti xi hot 77 nôro: Eu 
durmo a meia noite -- t, de hüt, connectivo -- nôro, duxmo. 

KUVARA': Distante. Tambem kunrá--1-- Kuvara ka 
légua ij) ni: Eu moro a distancia de uma legua -- ka, no - nº, 
moro - Nuvarán qu ka ij ni: Eu moro muito longe -- gii, 
muito. Tambem kuvara hôti-3- Nuvará hó to éin veg ti: 
Elle nos ve de muito longe -- to, de - éin, a nós--ve, ve -— À, 
connectivo -- 4-- Nuvará hô to i) tin ve: Elle me ve, estando 
muito longe - ti, elle -n, de tin, connectivo -- 5 -- Nuvará- 
hü to in ve: Ver a e:sa de muito longe --2n, casa. 

KUVEIX, kovéix: Sangue — I — Kiivéix kid ma ne: 
Está muito ensanguentado, 5 no — md muito ne, está. 

KUVO’: Embirra — I — Auvo fé: Corda, fita de em- 
birra. 

KUVO’: Cego — I Küvod ij kankúten : Nascí cego — 
d, connectivo — 2 -— Ij kiivótiti ni: kóix to veg ton ni: Eu 
sou muito cego: eu não posso ver de cima, no alto - hiivó- 
titi, cego muito muito - ni estou -- kóix, emeima, - to, de -- ve, 
ver, -- connectivo — tôn. não. 


KUUARA’: Longe. Vide Kuvará. 


D 


Nota: No principio da palavra, a lettra d é nasal. P. 
ex: Timotheo, é pronunciado como fosse escripto Ntimotheo. 
Isso vale tambem rela ivamente às lettras b, p, g, guttural. 

DA: Animal. 

DA MONE: Cousa desarrumada -- da, cousa -- mon, le-- 
vantado. postas em movimento — ne, esta. 

DA'RA : Fralda - 1 Tindára : Fralda do homem. 

DATON : Atoa. Vide App. 

DE : Cousa, armario, caixa. 

DE: Armario - 1-- Denim: Armario para alguma cou- 
sa-- um, om, ôn, 6t: alguma cousa -- 2-- Xuru de, armario, 
caixa de panno. Vide App. 

DE: Caixa--I- Kurú de: Caixa de panno - kurt: pan- 
no; mala de couro. 

DE, da: Cousa, bixo - 1 - Da tôn ki ti tére: Morreu por 
nenhum motivo, atôa- ki, por? - ti, elle - t, connectivo -- 6», 
algum - 2 - Denim van ko tôn: Não está comendo nada - 
denim... ton, noda - veinkó, come - 3 - Det kára: Toda cou- 
sa - kára, tudo -- 4-- Denúm kara ni jenga agn: Elles assam 
carne de toda a qualidade de animaes -- denúm. animaes — hára, 
todos -- nz, carne -- jénga, assam -- 3 -— De ton ijamá nim: Elle 
não me dá nada -- de tôn, nada-- #jamd, para mim -- nim, dá 
-5 Den géka: Pegou a cousa -- géka, pegou -- ka, suffixo para 
fazer o. passado -- 6 -- An tó 30 à) ketô ij je: Não quero estar 
brigando com você - ánto, com você-to, com - jó, brigar -- 
ke, pretendo --to, não -- 7) je, eu estou --Y — Ande por dia — 
kémo? O que queres diariamente - an, tu--de? que cousa ? 
quanto ? - 8 -- De núm kenema je: Gosta de tudo - denúm, tudo 
- kenemá, gostando -- je, está - 9 -- Déne ix prá: O biro me 
morde -- pra, morde -- 16 -- Aningét te déne? -O que está na 
‘tua mão ? - «a, tua -- ningé, mão -- t, connectivo - ne, está - 11 
-- Denúm ôt ve agn jéne: Elles mandam outro para ver tudo 
- denúm, tudo -- 6t, outro -- ve, ver - jéne. mandam - 12 -- De- 
nim, significa tambem outra cousa - ón, outra — 12 bis -- De- 
nim tavin krimá je: Não esta gostando absolutamente de 
ninguem, de nenhuma cousa -- tavin, de tudo. absolutamente 
-- krimá je, está aborrecido -- 13 - Dét koré: Cousa ruim, dia- 
bo - koré, ruim -- 14- De non ijmá nim: Me dê alguma cousa 
- nim, de - ôn, alguma -- 15 -- Denúm ton te, kara had kant? : 
Tudo está feito do nada - denum ton - nada --te, do - had, 
feito -- káânti, está -- 16 -- Det kára ti kanherói: Ele conhece 
todas as cousas -- det Kkára. todas as cousas - ti, elle -- 17 -- Dét 
korég ne: FE’ cousa inutil -- ko, ég, inutil, ruim -- 18 - De tim 


77 


ve kema: Gosta de ver tudo; é curioso -- kemá, é inclinado - 
19 -- Det koré ni ágto kémo: Elles querem carne desta por- 
caria, deste bixo ruim --n/, carne-agto, elles -- 20 -- Garin 
kré tan, dene kupré: O branco deste ovo da gallinha -- garin 
kré, ovo da gallinha -- tan, de -- déne, a cousa -- kuprí, branca 
21--In to na ti: Encostarse a casa - in to, à casa -- to, à -- na, 
encostar-se - ti, elle - 22 - Déne kokré gére: Fedor de carni- 
ça-déne kokré, de animal podre -- ni, carne - 23 -- Denúm 
tok tin já ne: Elle está com nada - denúm to, nada -- k, conne- 
etivo - ja ne, está - 24 - Dene ni kanjam kéve ? -- Que qualida- 
de de carne quer comprar ?--déne?-- de que animal ?-- ke ve, 
esta querendo -- ke, pretendendo -- ve, está -- 25 -- An ti ni tan, 
de bin»? Porque tu trazes agora carne daquella qualidade ? 
- an. tu--tr ni -- carne do tal bixo --tanr, aquella - de? por- 
que ? -- báno, trazes agora - 26 -- Ag ta déto móne ? -- Aonde é 
que vão elles ? - ágta, elles — déto, aonde -- móne, vão: plural 
de tin-- 27 -- Detan ti tokfi ne ?-- Porque elle está amarra- 
do ? -- detan, porque tz, elle - tokfin, amarrado -- ne, está -- 28 
- An tan deto tinge: Aonde vaes tu ? -- dntan, tu -- déto, aon- 
de--tin ge, pretendes ir -- ge, pretendes -- 29 -- Déja vin ke? 
Porque quer fallar ? -- déja, porque -- vin, fallar - 50 -- Léje ti 
je ti kanémo ? O que está procurando ? -- ti elle - kanémo, vro- 
cura agora -- 31 - Zxmän ama denum nim ; ixán koje: Me dê 
alguma cousa: eu como - denúm, alguma -cousa - dma, você 
- nim, de -- ixdn, eu -- hoje, eu como - 52 - Den hd: Cousa bôa 
33 - Den jun ( jon): Bixo brabo: féra - 34 - Denéne tan, bói 
ve je: Aquelles bixos estão parecendo bois -- tan, lá - je, es- 
tão -- ve, pareceudo - 35 -- Det kara kóti ti: Elle come muito 
de tudo -- kótr, come muito -- #, elle -- 36 -- Denén tére: Bixo 
morto — 37 -- Hijman ti déne to: Elle me disse uma cousa - to, 
disse -- 38 Tirô tandéne ni?--O que é a letra da tal cousa ? 
-- ti rd, a letra da tal cousa --tandéne, o que?--ni, é?-39 
- De núm de: Armario para alguma cousa -- denúm, para al- 
guma cousa -- de, armario - 40 -- Hijman deve ne: O que me 
estás mostrando ?-ve ne, estás mostrando -- 41 -- De háno ? 
Que estás fazendo agora ?--42-- Déto ti ne: Onde está elle ? 
-- déto, onde -- ne, está -- 43 -- De xo jon ne: Porque está brabo 
commigo ?-- xo, commigo - jon, brabo -- 44 - A xo jon ne, taix 
kémo: Si estás brabo commigo, vou matar-te -- fäix, matar - 
kémo, pretendo -- 45 Venharô de: Cousa escripta. Vide App.. 
DE: Estar (ervez de je). Vide App. 
DE? Porque? Interrogagivo. 
DE ? Que cousa? que 6? --1-- De ti jama nim? O que 
é que elie me da?-- jdmd, para mim-- nin, dá tu-2-- Ti 
tande hat ke? O que é, que pretende fazer ? ti, elle -- tande, 
o que -- hat, fazer - ke, pretende --3-- Ti ta had ij, ro ni: O 
que faço eu, é cerca -- ti ta, o que — had, faço - ro, cerca - ni, é. 
DEGNE : Anus, bunda. 
DEGNENGORO : Calças - 1 -- Degnengôro to tj, perógn, 
hat kie: Eu pretendo fazer sacco das calças -- to, com - pe- 
rôgn, sacco -- hat, fazer -- kie, ke: pretendo - 2 -- Degnengôrc 






NO 


küren to kantin ge: Elle pretende vir com calças novas — 
kiirôn, novo -- ge, pretende -- to, com - 3- Franxíxko degnen- 
gôro tavin tôn je; veinpefine pire ne: Francisco não tem 
absolutamente calças; elle anda só de xiripa- tavin absolu- 
tamente -- je, está com -- veinpefin, xiripá - píri, só -- ne, esta. 


DEL: Cosinhar--1-- Dejafa, cosinha -- já : instrumento, lu- 
gar onde se faz alguma cousa -- 4 -- Déiera: Cosinha tu - 3 - 1; 
prôn arangré dérmo : Minha mulher cosinha agora feijão — 7) 
pron, minha mulher -- arangró, feijão -- déimo, cosinha agora 
--4-- Kéii déiera : Cosinha tu jacú -- hóii jacu -- 5 -- Dejafa han 
fagn húri: Ellas ja arrumaram a cosinha -- fag, ellas -- húri, já : 
indica tempo passado -- 6 -- Déi tin fi: Ella vai cosinhar. 


DEIKEMÁ : Avarento -- kemd, gosta--de, de alguma cou- 
sa ( Tel. ). 

DEIA, déja : Não quero ; porque -- 1 -- Déia kaxorro tag 
ti batin ton ke? Porque E não quer levar este cachorro ? 
- butin, levar -- ke, quer -- 2 - Déja agtôn ti jon? Porque elle 
está brabo com a gente -- Va tôn, com a gente jen ne, está 
brabo -- 2 -- Lengré agn jen kantin ? Os dois vêm para comer ? 
Déja ! On jén kara kantin: Não! não quero! Um vem comer 
antes, outro depois -- /engré agn, os dois -- jen, comer -- kantin, 
vem ( kamón ) - On, outro -- jen, para comer -- kara, depois — 
kantin, vem -3 - Déja! mag ne 77: Não quero! estou com 
vergonha -- ma, vergonha - q, connectivo -- 7, eu. 

DEJAFA’: Cosinha. Vide dé/: cosinhar. 

DEJE: Cera -- Dejegrú : Be de cera - grt. luz, ac-- 
cender, resplandecer, illuminar -- 2 -- Déje fén jafa: Castiçal -- 
déje, vela - -fen, fechar - jafú, instrumento -3- Deje grú ra 
nira: Sente perto da luz -- ra, perto -- mira, senta tu — 4 - Déje 
grúnera: Accenda a cera. 

DE'JE Não quero! porque? Vide déia. 

DEN : Casa do botão ( Ch. L. ) 

DENE, den: Bixo-I Dene ij prá: Um bixo me 
morde -- 2 - Dene tan bói véje: aquelle bixo está parecendo 
boi -- tan, aquelle -- je, está - ve, parecendo -- 3 -- Déne ni: Car- 
ne de bixo - ni, carne - 4 -- Dét hore tini agton kémo: Elles que- 
rem carne de bixo ruim -- dét koré, bixo ruim --tíni, carne 
ág'on, elles -- kémo, querem agora -- 5 -- Déne tére : Bixo mor- 
to - 6 - “en jun: Bixo brabo -- jun brabo. 

DENE: Atraz--1- Vog dénera: Vira tu atraz -- vog, 
mover-se — 2 -- Tan denéra: Vire cambota. 

DENE: Deixar. Vide App. ( dere ). 

DE’NE NI: Carne de bicho - ni carne--1- Déne ni 
jénga agn: Elles assaram carne de bicho --jénga, assaram. 
Diz-se tambem dané ni. 

DENMA, denemá, devemna: uruti - denmá : bixo forte, 
mau - venmá, mal. 

DENUM : Alguma cousa, tudo -- 1 -- Denúm tok tin ja 
ne : Elle não tem nata - denim to, nada -- k, connectivo — té 
elle - n, connectivo - já ne, está agora - já, agora. Vide App. 


DENPAN: Urutu ( Vise) Vide Den man. 


DERE: Parte posterior, assento, cauda, banco -- 1 — 
Kankéi à) dére: Meu assento da canda — kankéi, canda. 


DERÓTKE: Fundo de alguma cousa (do copo, p. e. ). 
DERE: Deixar-1 - Dére enkré: Deixar de pensar. 


DET KORE: Cousa ruim, diabo, bich) ruim - de, 
cousa, bicho -- t, connectivo. 


DETO: Aonde--1-- Ti te arankét déto tin ne? A onde 
ia indo Fulano de tal e Sicrano de tal hontem ? -- tite, elle — 
arankét, hontem -- tin ne, ia indo--tin, ir - 2 -- Agn déto mo 
mo ne? A onde vão indo elles ? - mo, repetido, para significar 
multiplicidade de acção -- 3-- Ag hânde déto nanti? Onde 
estais vós? -- Ag hdnde, vós. Vide App. 

DETUM: Tudo--1-- Detúm brija ti: Elle esmigalha 
tudo - brüja, esmigalha, quebra. 


: DEVENMÁN: Urutú -- de, bicho -- venmdn, mau. 

DI (em logar de ti): Elle. Vide App. 

DIK, ding: Fundo --1 Dik de: Cousa funda -- de, cousa 
-2- Oré dik (ding) tag dik hô ne: Esta lagôa é muito 
funda — tag, esta -- hd, muito -- ne, é -- oré, brejo. 

DID: Costas. Vide App. (lombo ). 

DJI: Ao longo -- 1 - Emprü dji ôn katóite ton ( katôte ): 
Ao longo da estrada não se encontrou ninguem - emprü, estra- 
da--ôn... ton, ninguem -- katóite, encontrou. 

DING: Profundo. Vide dik. Contrario de palêre, raso. 

DINHERO : Dinheiro -- 1 - Dinhero tag korég jd ne: 
Este dinheiro agora não vale mais-- ja, agora -- korég ruim -- 
ne, está. 

DIO, em vez de do, espingarda, arma. 

DITXU’: Lebre. 

DIU’, ju, jon: Brabo, mau, feio: Kakän diú: Cara 
feia (jun). 

DO: Arma, flexa, espingarda--1-- A ningá agn don 
ge: A gente tira a arma de tuas mãos--a, da tua ninga, 
mão -- dón, arma -- ge, tiram - 2 - Dó jek fin: Ponta da fle- 
xa -- jek, corte ?-- Hixman ix do hádno: Agora estão con- 
certando a minha espingarda -- cixmán, em meu favor -- hádno- 
estão concertando agora, de ha, bom-4- Wire pan dó: 
Guarda-te da arma da cobra -- kíre, guarda-te -- pan, da ser- 
pente - 5 -- Dó féére: Pennas de flecha -- 6 - Dó réêre : ferrões, 
dentes da flecha --8-- Do kané fa: Sortimento de bagos 
para esgingarda--kané fa, bagos - 9 -- Do rúro: a arma cur- 
ta: garrucha -- 10 - 1; dó: Minha arma -- 11 -- Do téie: Arma 
comprida : espingarda -- téie, comprido -- 11 -- Dó ten min, 
ta‘x 77: Eu matei uma onça com a arma -- ten, com -- min, 
onça — k, ronnectivo -- taza, matar -- ix, eu. 


DO: Atraz-1-Do ti na ti: Elle está atraz de 
Fulano de tal-- dó ti, atraz de Fulano de tal-- na, esta -- ti, 


ES a) — 


ele--z--Jógn do 7) tin ge: Eu quero ir atráz de meu 
pai--jógmu do, atraz de meu pai--ge, quero--3-- Kin do ti 
veinvó: Elle corre atraz -- ki, prothesi -- veanvd, corre. Vi- 
de App. 

DO TI KETI: E' mais moço. 


DO: Raio-1- Ran dó: Raio do sol-rán, ardn: 
sol. 


DO: Abrir. Vide dôro. 


DUDN: Proeminencia, maçà - 1 -- Du didn: Umbigo 
- du, veutre. | 


DOGNDO : Furado nos olhos, cego--1-- Dign do ja 
ne ha: Esta já cou os olhos furados -- 2 -- Dign do ni ha: Já 
ficas cego. 


DOGN DO: Triangulo. Tambem: Ti pe dügn do. 


DON: Abrir. Vide dôro--1-- Donera: Abra. Tam- 
bem abriu a porta (ellipsi. Ch. L. ). 


DON, do: Atraz--1-- 12 don venvo ra: Está correndo 
atraz delle -- ti don, atraz delle -- venvó, correndo -- ra, está -- 2 -- 
Ti dine tx tinmo ha: Bu já vou atraz delle - tínmo, vou agora 
-3--7i don ij viiire: Eu fui atraz delle -- viiere, foi -- 4 — 
Jägnin dine agmo ha: Elles ja vão uns atraz dos outrcs -- 
jágnin, um a outro-dgmo, elles agora -- 5 -- Andot ké ve: 
Mais moço -- ke ve, esta feito atraz ? -- Ajut keve: Mais velho 
- ju. adiante -- t, connectivo - 6 -- Ti dot kaxoro fodn: Atirar 
o cachorro atraz delle - fódn, atirar, açular -- 7 - Ti dé ti ni: 
Fulano de tal está atraz de Sicrano de tal -- 8-- Done ágmo : 
Elles vão atraz -- done, atraz -- e, epenthesi -- mo, vão — 9 - 7% 
do ti veiva: Elle corre atraz de Fulano de tal - veivá, corre - 
10-- Aqu do xóldado jéne ti: Elle manda soldados atraz 
da gente -- jéne, manda. 


DORO: Fure, buraco -- 1 -- ningrén dôro: Entradas 
dos ouvidos - mngrén, orelhas. Tambem : furos dos brincos - 
2 -- Perógn tokfin kanin : kire done he: O sacco está amar- 
rado; veja que não fique aberto -- tokfín, amarrado -- kanin, 
fica -- kíri, veja -- dóne, abrir -- he, não -- 3 -- Jantka dón ja ti 
ne ha: A porta já está aberta a esta hora -- jantká, porta - 
ja... ne, está--ha, já -ti, elle. Tambem: Elle já abriu a 
porta--4-- Ka côro: Pau turedo, ôco. Tambem: Ka janké 
- 5 -- Dôro ti: Cousa aberta -- 6-- Préja dóro: Fundo da 
agulha - 7-- Donera: Abre tu--8-- Dôro ti je: esta aberto 
- ti je, elle está - 9 - Arankét kainké ij) dôn: Hontem eu 
abri a canôa -- arankét, hontem - kaénké, caixa, canôa - 11 - 
Kuji dôro ti: Elle esta ôco no meio - kujú, no meio -- 12 — 
Ti kanén dip ti: Elle fura os clhos de Fulano -- düp, furar 
-13-- Ti kanén van dé ve: Os olhos delle estão furados — 
van dé, furados - ve, estão - 14 - Jägnen kanén di: Se fu- 
ram os olhos mutuamente -- Jagnen, mutuamente. 


DA GENS PE 


DORO: Algibeira - 1- Dôro kaki fodn: Por na algi- 
beira -- kaki, dentro - fódn, por. Tambem: Veinxkaki fódn : 
Por na algibeira -- veinxkaki, dentro. 


DORO, koké non: Coruja. 


DORO, duro: Apagado. Vide dun. Tambem jun ? 
DOXE: Doce--1--1j jo dôxe nim hadn: Eu guardo 
doce para mim - Jo nim hadn, guardar. 


DU: Palma ou parte inferior de alguma cousa - 1 - 
Ningé du: Palma da mão -- Ningé pakxim: Costa da mão. 

DUD: Costas -- 1 -- Dud kuka?: Ossos das costas -- kukd, 
osso. Dud kuhá, espinhaço. 

DUIX: Pescoço - 1- Ti dúix fúixte: Cortou o pes- 
coco delle - ti, delie - 2 -- Duix kxire: Deu risadas de arre- 
bentar o pescoço -- À, connectivo - xire, arrebentar - Dúix ge 
zc ne: Eu estou rouco - ge, pegado - 7) ne, eu estou - Duix 
ka ag ten: Elles b teram no pesenço delle- ka, no- ag, 
elles -- ten, bateram. Vide App. Significa tambem collarinho 
da camisa. 


DUN: Batata. 


DUNG, dun: Ventre--1--T; dun dôgn: O meu um- 
bigo -- dügn, proeminencia --2-- Ij dun van kangamo: Meu 
ventre esta doente -- veinkagámo, esta doente agora -- 3 -- Dun 
kanga, ti: O ventre está com grande dôr--ti, muito -- 4 -- 
Nerénj à) ko kan, eix dun kangati: Porque eu comi laranja, 
o meu ventre esta doente -- ko kan, porque eu comi -- Dung -- 
buingh: Tripas-- 6 - An dun éin kangâmo: Estamos agora 
soffrendo de ventre - an, connectivo -- é2n, nós -- 77 Dun uafé : 
Cos, cintura, cinto das calças. 


DUR: Pó. Vide App. 

DURO : Apagar--1 -- Aran duro: Se apaga o sol. 

DURU: Pó. Vide tudére -- Kafê ti duro xo: Sujeira 
do po de café - sugn, xo: Sugeira. 


E 


E’: muito -- 1 -- Ti kotaxi tére kan, Fidenxio mankanga ed 
ni: Fidencio está muito triste, porque lhe morreu o filho - ti ko- 
ti, O filho delle -- tére kan, porque morreu - han, por -- mankan- 
ga, triste — e, muito -- d, connectivo -- ni, esta --2- E agtôg mo 
l:émo : pretende ir muita gente -agtó, gente - q, connectivo 
--mo, ir-3-- Agmán to e: Tem muita gente, ou fallou muito 
a elles--to, ter, fallar--4-- Xoldádo e ag nanti: Os sol 
dados são muito — núnti, são — 5 -- Kanendôro ki, og ene: Na 
janella ha muita gente - kanendôro, janella -- ki, na - n°, tem 
-6-Gôi ki e kitten ke: Cahiu muito na agua-- kiten, 
cahir -- ke, sufilxo para indicar o passado -- Dón ag e kamôn: 
Atraz vem muita gente - don, atraz -- kamôn, plural de kan- 
tin, vir -- 8 - Norég tavin ag e kamôn : Vem deveras um grande 
desproposito de gente -- korég, muito -- tavín, deveras -- 8 bis — 
Nôr ke e ni ha: Elle: quer muito dormir -- nor, nóro: dormir 
-- ke, querendo - ni, está --ha, ja--9-- To ij edn gara: Eu 
tenho muito milho -- 10 -- Antére ton ni, e ko: Para não mor- 
rer, eu como muito — antére... ni, estar morrendo -- ko, como -- 
11 -- Jagne ton jônmo é: Elles estão brabos um com outro -- 
jônmo, estão brabos agora- 12- In tag ti kurän te e hano: 
Elle faz esta casa em muito tempo -- in, casa -- ti, elle — ku- 
rán, tempo, ki, em - húno, fará. Tambem: Kurdn ki han et 
kémo -- et, muito -- t, connectivo - 16 -- In tag e ho je: Esta 
casa é muito alta -- hô, alta--je, 6-17-- Pin tan ki ed ne: 
Aqui tem muita lenha --tan ki, no aqui, ki, no. Vide App. 

E, he: Não. Usa-se com o verbo kire, guarda-te -- 1 - 
Kiri perógn don ne e (he: Veja que o sacco não fique aberto 
- perógn --, saceo -- dôn, aberto - ne, fique -- he, não -- 2 -- Kiri 
goira tin he: kingééxno: Veja de não ir ao rio; do con- 
trario ficas enroscado nelle -- gôi ra, para o rio - ra, para -- ti 
ki, nelle -- géixno, te pegaras -- ge, pegar -- 7, connectivo -- no- 
no futuro. 


EKTOA’: Perto. Tambem to, tohd-I Tima to ektôn 
tonjaki hakantin ge: Diga a elle: Queira ir fora da visinhan- 
ça-tima a elle - to diga, - ékto, perto -- tonjoki, fora da ( vi- 
sinhança )-- ha kantin, vir ha, voz de mando - ge, ke: queira. 

EKTONJAKZ’: Fora da visinhança - tônjaki, fora. 

EKURA’N: Dia, tempo, hora, claro. Vide kurán. 

E’IX, ix, ig tj, ex, x, xan,: Eu, meu-I - Gonoá me 
avin tivin ne àj: O sabid é para mim um animal bonito 
-- gonoá, sabia, me, animal - ain, bonito - tavin, deveras - 
ne, 6-7), para mim - 2 - Ha ‘ema ix cinhéro nim: Me dê 


o meu dinaeiro. Ha voz imper, - nm, dè-3- Hix já fi 
ve, jéx tinmo ha: Eu vou ver minha mai já--jom, mai 
fi, ella- ve, ver--jéx, eu-- tinmo, vou agora -- ha, já - 4 Kia 
man ge veiketá : Eu e lho remedios para mim -- ge, colher -- 
veiketa, remedios -- 5 -- Amd ix ninmo veiketá : Eu dou remedio 
para você - dma, para você - nínmo, dou agora. 

EIN: Nós ( Tambem en)-1- Ein ninhé: Nosso nariz 
(nijé)-2- Ein jomá: Nossa aldeia- ema, aldeia jama, 
nossa aldeia -- 4 -- Ein hkainkã ton ti: Elle não é nosso irmão, 
collega, contribulo -- kaënkd, irmão -- 5-- Hin ve kan togmo: 
Nos estamos vendo tudo -- ve, ver -- kan, tudo - tógmo. esta -- 


mos agora -- 6-- On cin bre tankéxno : O outro nos está aju- 
dando -ôn,o outro -- éin bre, com nosco --tankéxno, trabalha 
agora - 7 — Ein jan dnto jon: A nossa mii fica braba com você 
- anto, com você - an, tu - 8 - Ein kakan kupé ja: Nos agora 
lavamos a cara - kakán, cara - kupé, lavar - ja, estamos - 9 — 
Ein tan ag angvéix kamônve: Elles estão vindo aqui visi- 
tar-nos — tan, aqui - angvéix, visitar - kamôn, vindo - ve, es- 
tão -- 10 - Hinman to ôno to: Elle nos conta mentiras -- to- 
falla -- ônô, mentira -- ti, elle - 11 - E'in arôtiti nanti: Nós es- 
tamcs muito cançados -- nânti, estamos -- arôtiti, muito cança- 
dos - 12 - Veindü éinmo : Nos estamos rindo -- mo agora. 
EINJIN : Canto de casa, angulo da casa. 
EINRA'N, Einragn: Copo--1-- Einrântog, tog fudn: 
Este copo esta cheio -- tag, este -- tog, está -- fudn, cheio (fan) 


EJEN, Jen: Comida, almoço, refeição -- 1 - Ejént 
kanjan kémo: Eu pretendo pagar a comida -- kanjam, com- 
prar — kémo, pretendo. 

EJUVEN, enjuvén: Conselhos --1-- Eij jog tinkte 
kan, «njuvént hati: Meu pai, quando estava vivo, dava 
bors conselhos -- tinkti, viver - hati, fazia--2-- Enjuvén ra: 
Dé bons conselhos. Imper. * 


EMA: Vide jama: Povoação, cidade, mundo, villa, 
bairro - 1 -- Emá kara: tudo o mundo, todos os povos-- 2 — 
Ema vet ka ix ni: Eu estou vendo tudo o mundo -- vet, 
vejo -- t, connectivo -- ka, tudo -- ni, estou - 3 -- Ema tag korég 
ne: Este lugar é ruim--tag, este - korég, ruim --4 - Hüri- 
ken ti ( Tupén) emá kara hat húri: Como fez Elle (Deus) 
o mundo ?-- hürike, como --ti, elle -- Tupén, Deus -- ema. 
mundo -- hat húri? Fez: o passado é indicado por húri - 5 
—Jamd: Minha terra, meu bairro, minha morada. Terra, 
bairro, etc. se traduzem com ema, ama--6- Ema ôn te ton 
fuixfúio ni: Não tem xupim nem em um nem em outro 
lugar -- emã On te? Noutro lugar--tôn, não -- fuixfuix, 
chupim (passarinho) -- n7, tem. Em Kasngang basta pôr um 
membro da correlação para indicar os dois, e assim esta 
expressão significa: Nem num nem noutro lugar tem chu- 
pim -7-- Ema ôn te gara ton ne: Nem num nem noutro 
lugar tem milho -- gára, milho - ne, tem --8-- Ema kara mi: 
Por todo o mundo -- mi, por--9-- Emãá buünçh: Cidade —- 


E A o 


buongh,, grande - 10-- Jama to ij je: Não tenho morada - to, 
não -- 1) je, estou tendo -- 11 Jama ki judn judn: kura éne 
ka kamôme: Continuam a chegar na povoação : elles vêm 
naquelle dia -- ki, na--judn, chegar: a repetição indica plu- 
ralidade de acção-- éne ka, naquelle dia -- ka, em-- 12 - Emã 
ta ki kangi emá ne: Este lugar é insalubre, ou: este 
lugar é pestivo a ficar doente - ki, em - emd, inclinado — 
ne, está -— 13 -- Kanganga kan ema ndnti: ‘Yodos os lugares 
são insalubres - kangá, com a repetição no fim, é um dos 
modos para indicar o plural -- nanti, são. 


EMA'N: Tempo de secca ( Thelemacô ). 


EMA: Um que tem inclinação, que gosta, que tem 
propensão. -— Vide kemá -- 1 - Ema taki kangá ema ne: Este 
lugar traz doenças: este lugar não é saudavel para elle -- 
emá ta ki, neste lugar -- ne, está. 

IMANIE: Obediente ? 

EMBEKTO’: Um certo modo de pegar os ratos — 
1-- Ambektó: Salto, onde se pegam os peixes com o me- 
thodo de pegar os ratos - xa, salto ( kroun). Tel. 

EMBRA’: Junto -- Ein bra ko: Elle come comnosco — 
éin, nós -- bre, junto -- 2 -- Hin bré vin hô ne: Está fallando 
cousas boas comnosco - vin... ne, está fallando. Vide App.. 

EME’: Quieto - 1-- Emé ij) kani ni: Eu estou senta- 
do quieto -- káni, sentando. 


E-ME': Sacudido -- e, muitu -- mé, forte. 

EME JUR: Fusil? ( Visc., Vide App.). Parece signi- 
fique antes: Dé para mim, e--me, para mim--jur, dé. 

EMIN: Bolo, pão (emin ). 

EMIN: Caminho, estrada. 

EMPA'NGH: Roça--1-- Empangh wri: A roça esta 
feita - pangh, derrubar, fazer roça -- húri, indica tempo passado. 

EMPRA'N: Em baixo -- Emprán evaix : Olhar em bai- 
xo -- eväix, olhar - 2 - Ta kane emprane: Está la em baixo -- 
ta ka, lá -- ka, em -- ne, está ( pran ). 

EMPRUGH, emprü : Estrada, caminho - 1 -- Min krin 
emprügh ré: Campo da estrada da cabeça da onça -- min krin, 
cabeça da onça --rê, arê: campo -- 2 -- Emprügh joro: Estra- 
da quebrada, que dá voltas - 3 -- Emprii ki (kri): Na estra- 
da -- 4-- Emprii veinkanpóvo je: Uma estrada se separa da 
outra - veinkan, da outra --je, está --vein, um do outro, mu- 
tuamente - kan, de-- povo, separar-se - 5 - Emprügh kanmi: 
pegar um caminho. (Vide App.). 

EMPRU KI JANTKA': Porta da ruo -- ki, na. 

EMPRURU : Terreiro, rua - 1-- Empriiru mi ha nanti : 
Já se acham na rua - mi, na -- ha, já - nánti, estão - 2 -- Emprü- 
ru hat kéve: Estou querendo fazer limpar a rua — hat, fazer 
- ke, querendo - ve, estou -- 3 -- Emprüru mi jantkà : Porta da 
rua -- mi, na jantká, porta. Póde-se usar tambem empriiru 
ki--4- Emprüru pri: Varrer a rua. 


OR Gay Nc 


2- Emprü hat kéve: Estou querendo fazer, limpar a 
rua - hat, fazer - ke, querendo - ve, estou - 3 - emprüru mi 
jantka: Porta da rua - mi, na - jantká, porta. 

Pode-se usar tambem empriirw ki - 4-- Empriiru prá: 
Varrer a rua. 

EMU: Diligente, sacudido. Vide e - mé. 

EN: Nós. Vide éin- 1 - Entôn kara in: Casa de 
nós todos - entôn kara, de nos todos - kára, todos - 2 - En 
kara vankangámo : Nos todos agora estamos doentes - van- 
kangamo, estamos doentes agora - 4-- En tére kan, veikupri 
en hô hóro ti: Quando morrermos, a nossa alma sahe do 
corpo -- k, connectivo -- kan, quando -- en hé, do nosso corpo - 
hero ti, elle sahe - ti, elle. No conceito dos Kaingdngs, a 
alma é de genero masculino -- 5 -- E’nk xf hdtiti: Faz pouco 
caso de nós-- k, connectivo -- xi, pouco -- hati, elle faz - ti, 
elle -- 6 -- Enk tan angvéix kamon ne: Elles vem vindo vi- 
sitar-nos aqui--tan, aqui - angvéix, visitar - kamôn, veem, 
plural - ne, estão. 

ENKAGBE’: Cova. 


ENKFT : Anzol-1-Ænkfi buüngh: Anzol grande - 
buüngh, grande -- 2 - Enkfi xône: Linha de anzol. 


ENREDN : Pensar, ter cuidado de alguma cousa - 1 - 
Kix ix krédn: Eu penso, reflicto - 2 -- Koxit ki x enkrédmo : 
Eu penso no filho -- ki, no, tenho cuidado do filho -- 3 -- Ungré 
engré: O homem pensa, é sisudo. Vide App. 

ENKREJ: Caçar--1-- Enkréx ki kanti nanti: Elles 
estão estando caçando-enfkré) ki, na caça -agne, elles - 
käntr, estando -- nânti, estão -- 2 -- Enkréj hütiti: Elle deseja 
muito de caçar -- hótiti, muito deseja: tem a paixão da caça — 
3 - Entré jan: O caçador está caçando agora -- jan, agora 4 - 
Xanxi enkré je ti: Elle está caçando passarinhos -- xanxi, 
passarinho. 

ENKRE: Plantação. Vide kré.-1- Kre van ton ti: 
Não ha ainda planta -- van, esta -- ti, elle. 

ENKTON: Nós--k, connectivo. Vide éin, en --t, 
connectivo -- ôn, outros (nos outros )- 1 -- Enktôn kara kérex 
kônvo: Cova para todos os cadaveres de nós -- kara, todos— 
kérex, cadaveres. 

ENKU'K: Rachar. Vide kuk. 

ENDE, de: Cousa. 

ENDEJAFA': Cosinha -- 1 -- Endejafá Iuméra viiire 
ti: Elle foi de vagar na cosinha -- kuméra, de vagar. 


ENDENÚM, denúm: Alguma cousa -- 1 - Endenúm 
kenema je ton: Não gosta de nada, é insupportavel -- ende- 
num... tôn, nada -- kenema je, . está gostando -- 2 -- Endeniim 
ve tót agn jén ne: Estão mandando elles outros para ver 
alguma cousa -- ve, ver--ôt, outro --t, antes de dt, connecti- 
vo - agn, elles -- je ne, está mandando -- ne, está. 


NOR 


ENDORTI: Elle apaga. Vide duno, duro, dórti. O 
contrario de aénka, accender. 

ENE: Aquelle lá, lá (adverbio )--1-- Ton éne ra: 
Vamos para lá --tón, vamos--ra, para -2- On éne ni, fi: 
Quem está ahi, é mulher --ôn, quem - ni, está --fi: ella, 
mulher - 3 - E'ne korég je, éne ha hi je: Aquelle é mau; 
aqueile outro é muito bom -- kurég, ruim - je, é-- ha, bom — 
hé, muito - 4--Krin éne to tamprügh ti: Elle sobe naquelle 
alto -- to, em--ti, elle--5-- Nângja kri gire enent fi: Pôr 
aquelle menino na cama--nängja; cama - nan, deitar — Jr, 
em cima, na-ja, instrumento. logar - 6 - E'ne fi ni: Ella 
está ahi -- fi, ella. 

ENHORIKEMON : Póde ser, talvez. Vide hôrike-1 - 
Enhüriké mon kantinmo: Talvez eu venho agora -- 2 -- Exhi- 
rikeno: Por exemplo ? | 

k NGA’: Piolho. 

2 ENGA', ga: Terra --1-- Jj engäto : Na minha terra - 
to, na-2-1; jama kan, ga ha hô ni: Na minha terra, ba 
terra boa-jamä, minha terra - Lan, na, ha, boa-hé, muito 
ni, tem. 

ENGAJE: Laco--1-- Engáje tan kantó xa: Ficou 
preso num laço um papagaio -- tan, pum — kantó, papagaio - 
aa, preso. Tambem: Com um laço pega um papagaio. 

ENGA'RA: Milho. Tambem gára - 1 -- Gara tôt: Milho 
verde. A 

ENGARA xfre, engdra kanæire - gára kanæire : Arrôz 
- xi-e, kanxire: pequeno - 1 -- Gáraxire kré: Arrôzal-kre, 
roca plantada - 2-- Gara xi pantfi: Montão de arroz. (G de 
gára nasalado ). ; 


ENGARIT : Gallinha -- 1 -- Engarit kur: Falla, canto de 
gallinha. 

ENGARIT krén : Ovo, pinto, filho de gallinha. 

ENGA'XKA : Parte? Gente? (Vis). 

ENGDEXTIFI’: Cosinheira. Tambem dextifi- dèx, 
déi: cosinhar -- fi, ella. 

ENGETKA, gétka: Basta! Chega ! 

ENGHU’ - 1: Assobiar, assobio ( engu - hi, engu -- i ). 

EGJAME': Adiante de nós--en, nós -- jamé, face — 1 - 
Girt engjamé môjen: Os meninos vão adeante de nós - giré, 
menino -- môjen, vão. 

ENGJE: aropouca. Vide énje. Diz-se tambem eng- 
janje--1- Engjanje xa känti : Está preso no laço -- xa, preso 
kanti, está -- 2 - Engjé to xa nikti: Está preso no laço -- to, 
no -- n/, está - k, connectivo -- ti, elle. Tambem: Engje to xa 
tógmo-tógmo, está agora. 


ENGMA’NJE, ôn ag men je : Capitão, cachique -- 6n, 
quem - ag, gente -- man, muita-jé, esta. Tambem eng budn- 
h je-budngh, grande. 

ENGO-- hu: Capoeira, matto pequeno. 


Don À 


ENGOIO, gôio : Agua, rio - 1 -- Gôio tx: Agua verde 
2 - Engôio ijma nim: Me dê agua - 7jama, para mim - nim, 
dê. Ija krône: Eu bebo - ixa,eu3-gôio gu: Agua baixa - 
4- Gôio kri : Sobre a agua, a flor da agua, à beira do rio 
leri, acima - 5 -- Gôio fuüre te: No barranco do rio - te, no - 
6 - Gôio kuxan ti: Agua muito fria - ti, muito - 7 -- Gozo xo: 
Rio Tieté - xo, sujo--8-- Goio buôngh: Rio do Peixe--8 
-Gôio kupri : Rio Feio, Rio Aguapehy -- kupri branco -- 10-- 
Gôio Tacró: Rio Feio-- 11 Goió aränti: Agua muito quente 
12 Goto arântim»: A agua está quente agora-- 13 Goro ni: 
Tem agua, agua parada --14--Gôio hé: Tem agua boa - 
hi, boa -- 15 Géio kané: Olho de agua (tambem gôio ni). 

ENGORO, grôra grôro: Barro - 1 Engôro grin: Barro 
amassado, artefacto de barro -- grin, artefacto caseiro. 

ENGRA’, gra, gre: Macho, varão. - I - Gire engra: Me- 
nino macho -- I -- Gra ij ni: Eusou varão - 7), eu - [- A’ma 
gra ns: Você é varão. 

ENGRE’KA: Tanga (S. Paulo.) 

ENGREND4A’: Peneira. 

ENGRENDT : Debulhar (milho ete. ). 

ENGRET : Salvarse. Vide kre, kren - 1 - Engrét ja -- 
väextiti : EK’ n'uito difficil salvar-se -- javäix, contra vontade, 
difficilmente. 

ENGRI’N: Festa, festim -- 1- Engrin ke na: Esta 
querendo fazer festa -- ke. querendo -- n”, está. 

ENGR!”, grt: Illuminar-1-- Engrá fi ve: Ella esta 
allumiando -- fi, ella -- ve, esta. 

ENHORIKE: Mais ou menos, talvez. 

ENHENDIE: Capitão. Tambem enhuündie. 

ENINDO : Meio dia — Vide 2nind6 - 1 -- Enindó käxka: 
O meio dia -- 2 -- Inindó húru kaxka: Ja passou de meio dia - 
húru, particula para indicar o tempe passado. 

ENJE'N: Refeição, almoço. — Vide jen -- 1 -- Enjén 
kokré : Comida podre -- 2 -- Enjén ti kanti togmo: Elle esta 
comendo — kanti tógmo, esta. 

ENJENIAFÁ, jeniafa: Lugar de comer; mesa, i’ s- 
trumento para comer -- niafá : instrumento, lugar. 

ENJUVE'N: Conselho - Enjuvên hé (ha): Bom con- 
selho -- 2 - Enjuvên hatiti: Conselho muito bom. Vide App. 

ENMANJE: Capitão. 

ENTAJA: Rede. 

ÉNTO : Aonde. Tambem déto - 1 - déto jog tin: Aon- 
de vai o pae?-2-Ti xapé déto (4 nasulado ) ni? Onde 
está o chapéu delle ? 

ENTON: Vos, vos outros. 

ENTONGA’: parede. Vide intongá - inton, parede - 
ga, terra. - 1 -- Entenga dôro: Fresta da parede - dôro, bu- 
raco, abertura. 


8 O rms 


EPANGH, empógh: Roça-1 - Japanpángh: Minhas 
roças. Repetido, para indicar o plural. Deriva de pan, 
derrubar. GH de epangh pronuncia-se aspirado e com voz 
submissu. 

EPA'NI: Costas--1-- Epâni te: Nas costas - te, nas. 


4 . “ , r 
ERA, irá: Queixo, protuberancia--1 - 1; irá: Meu 
queixo - 2 - Ka irá: Nó de pau. 


ERAKÉ: De tardinha. 


ERANK FRA: Tarde -- 1 - Arankét erankéra: Hontem 
de tarde - arankét, hontem. 
ERE: Fora? Vide App. 


ERE, arê, rê: Campo - 1 -- Hré buüngh: Campo 
grande - 2 -- Kampó érê: Campo da pulga - kampo. pulga. 

ERE: Capim. Tambem arê--1-- Erê bóix hoi húri : 
Já o boi, a vacca comeu capim - kóij, comeu -- 7, connectivo — 
húri, particula para indicar o passado. 


ERÉIN : Pular --1-- Góio kin eréin : Pular na agua— 
kin, na. 

ERIN, arin: Formiga--1-- Erin ru kan, pran: A 
formiga morde com o ferräo-ru kan, com o ferrão - kan, 
com--pran, morde -2-- Pran e arin: A formiga morde 
muito -- e, muito. 

ERIKE, hérike: Como, quanto, qual, igual, seme- 
lhante, quando --1-- Min ten ag hüriket ni? Como elles 
estão matando o tigre? -- min, tigre--ten, matando - og, 
elles -- kiréke, como-t, connectivo -ni, estão -- 2-- Xanxi 
hóreket ni: De que tamanho é o passaro -- xanxi, passaro — 
hirike, de que tamanho -- 3 - João hürikex ke je: João esta 
querendo ser igual -- ke, querendo -- je, está - 4 -- José tara 
ritke ton ne: Não é forte como José - tára, forte -- ritke, 
como -- ne, é. 

EXON: Cousa minha é - ôn, é. Tambem ixôn. 

ETA'NGH: Paracanjuba ( peixe ). 

E'TI: Muito - 1 - Jambalôn vankô hi ne ti: O jamba- 
lon é muito bom para comer - vankó, ve'nk6, para comer - 
van, prefixo -hô, . . . ti, muito bom, ne, é--2-- Gara étiti : 
Muitissimo milho -- 3--São Jeronymo tô agn éti ne : Em São Je- 
ronymo tem muita gente -- tô, em -- agn, gente -- ne, tem -- 4 — 
Pira étiti: Muitissimo peixe. 


F 


FA: Anus. (Vis)--1-- Tifa: Anus do tal sujeito. 

FA: Chorar--1-- Kuran te fi fan ti, kutiite fi fan: 
Ella chora muito de dia e de noite--kwrán te, de dia -- te, 
em~ fi: ella, a mulher -- Jotii, noite. Nota. Em lugar da co- 
pulativa, se repete a proposição -- 2-- Akangän bé titikan, fi 
tog fa kémo: Porque está sempre muito doente, ella quer 
chorar - «, connectivo --kanga, doente -- be, constantemente - 
titi, muito -- kan, porque -- fi, ella - tóg, está -- kémo, quer -- 3 
- Fi fa: Chôro fella -4- ]j fon bé titi: Eu Chou sempre e 
muito -- be, sempre titi, muito - 5 - Déja fa ne ? Porque está 
chorando ? -- déja, porque - ne, está. ( Vide App.) 

FA, fé: Estomago ne kajé, fa kajé: Estomago 
azedo, nace do estomago - kajé, azedo, azedume. Tam- 
bem /aja, amargo. 

FA: Perna. Tambem fuä.-1-1; fá: Minha perna . 
2-1) fá rúro : Barriga da minha perna -- rúro, redondo - 
3-1; fa krin: Joelho -kren, cabeça -- 4-- Afan grúra, afan- 
grôra: Calças. Vide App. 

FA: Sortimanto para alguma cousa, instrumento - I -- 
Kané fá: Sortimento para espingarda -- kané, bago. Vide 
niafa, jafa. 

FAKRIN : Almofada. 

FA, fon! Quebrar. Vide App. 

FAKRIN : Joelho --1-- Ty fakrin: Meu joelho. 

FACTON : Ellas, - ¢- connectivo -- én, outras. 

FAG: Ellas, as mn RU Fag ven-à ha: Ellas já 
criam -- ven-a, criar-ha, ja--2-- Fag in la vúire: Foi à casa 
das mulheres -- lá, rá: para in. casa 3 Fag gáix: Cabellos 
das mulheres -- 4 -- Jagnen dot tin fag: Ellas vão uma atraz 
das outras -- jágnen dot, uma atraz da outra - dot, atraz -- t, 
connectivo -- 5-- Fag to xa: Avental-to, a-- xa, preso -- 6 - 
Fag veinpefin: Avental -- veinpefin, chiripd. Fag fé veinpe- 
fim: Xiripa do peito dellas -- fé, peito (avental). HA'Nno 
fagmá kan, à) manhüti: Eu estou muito contente, porque 
as mulheres estão boas -- hano, estão boas agora -- fagmd, as mu- 
lheres, ellas -- ka, porque - manhéti, estou contente. 

FAGRIN : Presente - I Tima fagrin mavidn: Dar um 
presente a Fulano de tal - timã, para elle - mavidn, dar -- 2 
Fagrin madamôn ne: O presente está largado, desarrumado 
2 - damôn, desarrumado. 

FAG: ferida. Vide Appendice éfoke. 

FAIA: Lavar roupa. Vide App. 

FAN: Encher (fón, fór): -- 1 -- Fánera: Encha: Imper. 


aa eus 


FAN : Apaubar - 1 - Ta veiekri fan: Apanhar chuva - 
veinaleri, encima - ta, chuva. Tambem: A chuva molha a 
cabeça -- ‘veinackri, cabeça — fan, molhar. 


FAN: Derrubar -1-- E’2j in fan kre ti: Elle quasi 
derrubou minha casa - in, casa -- kre, quasi - ti, elle. 


FAN: Quebrar -1 - Japán fan tin: Ir quebrar a 
minha roça -- japan, minha roça - fan, quebrar, colher -- 2 - 
Ejapän fan hütéti : lorégti : Eu tenho precisão de colher 
minha roça; senão fica ruim -- hôteti, preciso muito — korég, 
ruim — ti, ella. 

FAN: Encher--1-- Ta fuán: Tempo chuvoso - ta, chu- 
va --fun, fuan : cheio, molhar. 


FÂNERA: Enche tu. Tambem fonera, de foro. 
FANGRIN: Presente. Vide fagrin - 1 -- Fagrin ijmd 


nimve: Elle me está dando um presente, ou elle me dava 
um presente--7 ma nimve: me dava, ou me está dando — 
ve, está; eu senão partícula do imperfeito. -- 2 -- Vimá fagrin 
mavidn: Dar um presente a Fulano de tal -- mavidn, dar. 

FANGRURA: Calças. Vide afangriira. 

FAN TON: Fixo - 1 -- Kané fantón: Olhos fixos - 
fantón, fixo. 

FAR, for, foro: Grande, grosso, cheio, maior - 1 -- Ka 
tagn e hije; ône ti ka fari je: Este pau é alto: o outro é 
mais alto -- ka, pau-- tog, este--é, muito --hó, alto -- je, é - 
ône, outro -- ti, o- ka, pau -- far, maior -- 7, connectivo -- je, é. 

FA'TI, fé: Ponte-1-Ga fati: ponte de terra — 
ga, terra. 


PÉ: Coração, peito - 1-- Fé kajé, kaja : coração triste. 

FE, fe Ella -- 1 -- Fe ningét : Mão della -- ningé, mao -é, 
connectivo -2-- Fé fa: Choro della -- fa, choro. 

FE’ : Folha. Tambem féie--1- Fuél: fé: Folha de 


Rubens - Fuénk féje: O pinheiro está com folha - je, 
está. Vide App. 


FE’: Peito, estomago - 1 -- 4g fé :peito deiles -3-. A 
fé: O teu peito-a, tew-4- 7j fé langa: O meu peito 
está doente. 

FE KANH - U'E: pulnäo. 

FÉÈRE : Penna, aza--1-- Fi féêre kren nonnôron - 
ti: Estão dormindo debaixo das azas della -- kre, detran 
nôro, com a syllaba repetida, indica o plural -- tz, estão -- 
D6 féêre: pennas de flexa - do, flexa - 3 - Pirá féère : wae 
dana de peixe-4-- Den féére: Pennas azas de bixo -- den, 
bixo. (R de féêre nasalado ). 


FEBRE: orla do vestido do panno. 
FE FÉ: barulho. 


FÉIE: Folha. Tambem fé-1- Fuék fé je: Os pi 
uheiros estão com folha -- je, estão. 


ROC: 


FÆIE: Dedos-1- Ningét féie: Dedos das mãos — 
2-- Te ningét féie küpte : Cortou os dedos das mãos--3-- Ti 
. ningét téie kiipte; ti pén féie küpte: Cortou os dedos das 
mãos e dos pés (os artelhos ). 

FEINGR 4’: Levantar -1--Na fecngra: levantar um pau. 

FEIRA'NG: Grillo (Jrújo, barata ). 

FEN: Fechar. Vide nifé. 

FEN: Levantar-1-- Ti fén ag: Elles o levantam - 
ag, elle . 

FEN: Curvo, quebrar - 1 -- Jakrin fen kânti ja ne: Elle 
agora está estando ajoelhado -- jakrin, joélho -- kânti, sendo - 
Je, esta. 

FE'NE: Aza -1-- Ti féne: Aza delle. Vide féêre. 

FENE -- é: Palma, gissura --1 - Arangro kanni ; arô- 
nhe länné; fene--é bre: Haia feijão e arrôz com palmito 
arangró, feijão - arrônhe arrôz -- bre, ( Aqui o bré se poderia 
traduzir com e conjuncção ). 

FE'NJA: Sombra, fresco--1-- Na fénja: Sombra de 
arvore. 

FENJE: Monjeo - 1 -- Fénje han je kémo: Quero fa- 
zer um monjôlo -- han, fazer -- jer, eu -- kémo, pretendo. Vide 
App. Deriva de fen, queb:ar. 

FENEIN: Tatu ( Tel.) 

FENJE’N, venjen: Almoço, refeição. 

FENO, péno : Trocar, vender -1--In unféno: Vendo 
a casa in -- un, casa uma. Vide App. 

FEPARO’: Collo-- fé, do peito - paró, o que cobre ? 

FERRO: Ferro -- 1-- Férro je: E' ferro -- 2 -- Férro grúti 
na: O ferro resplandece muito ( quando acceso ). 

FE TO XA: Cousa presa ao peito, à cintura - fé, cin- 
tura, peito - tó, ao -- xa, preso. 

FI, fe: Ella mulher, femea de animal qualquer. O 
plural é fag--1-- Fi féére krén, fi kren nônôronti: O pin- 
tinho muitas vezes dorme debaixo das azas deila (da gal- 
linha )-- fi féêre, azas della -- krén, debaixo -- fi krén, filho della 
- nônôro, dorme frequentemente. O verbo com alguma syl- 
laba repetida, é frequentativo --2- (rére fi váix togmo: Ella 
esta respirando com dificuldade -- gére, respirava - váix, com 
dificuldade - tógmo, esta agora - 3-- Notxi tuntô fi: Nora -- 
tantô fi, mulher otxi, do filho - 4 -- Notxi fi kotxi fi: Neta, 
filha da filha - 5 - Rengré kotxi fi: Sobrinha, filha do irmão. 
Tambm javü kotai fi--ja-vii, irmão -- 6 - Ex vexi fi: Irman- 
zinha minha - xi, pequeno --ve, irmã-7- Fi kotxi: Filho 
della, filho da mulher -- 8-- Ki nongúje: Ubre della. Nonje, 
significa leite-9-- Jan fi jogn: Avô materno - janfi, da 
mai -jogn, pai--9 bis- Jan fi jan: Avó materno - janfi, 
mãe - 10 - Ag ton bre fin kantin: Ella vem junto com 
elles, com os homens - agtôn brê, com elles -- kantin, vem -- 
11- Fin bet ke ve: Ella pretende casar - bet, casar - ben, bet, 
marido - ke, pretendendo - ve, esta--12--Gire tantô fi ni: A 
criança é mulher, é femea -- gire. - menino - tantô fi, femea- 13 


Be 9h cj; 670 


-- Ij kotxi fi bén: Meu genro: marido de minha filha -- ben, 
marido - kotwxi fi, filha - 14 - An kotxi van fine: ella esta gra- 
vida -- an, connectivo - fi n>, ella esta com -- hotxi filho -- vein, 
van, prefixon. Tambem Krenfini-15 - Kuran nôro fin ton 
ne: kotü te noro fin ton ne: Ella não dorme nem de dia nem 
de noite -- kurán, dia--nôro, dormindo - tôn ne, não está - 
kutü te, de noite -16-- #7 in janthá piri ne: A casa della 
está com uma só porta -- fi in, a casa della jantká porta -- ne, 
está píri, uma só - 17 -- Avakua kavin fi ne: esta extenden- 
do a roupa lavada -- kavin, extender -- 18 -. Nongje hô fi ne: 
Ella está com muito leite -- nóngje, leite -- hô, muito -- je, esta 
com -- 19-- In tonjaté fi: Ella está fora de casa - tonja, fora 
- tô, em — in, casa -- 20 -- Ontantô, fimá ij ke: Senhora, eu 
fallei a ella - fimá, a ella -- ke, fallei, fallo -- 21 -- Prin grét ki 
fi krén kéti: Ella da uma cria cada anno - prin, anno -- kré, 
gré, ledre, kdra : cada -- ki, em -- krén, cria -- kéti, faz. 

FI: Dar--1 -- Ijmá fi: Me dê — cjmá, para mim - 2 -- Timá 
agn do fi: Lbe dão a arma -- timá, elle -- dó, arma -- agn, elles - 
3-- Tima ixôn dó fi: Eu lhe dou minha arma, espingarda -- 
4- Ama ixôn tj fi: Eu te dou o meu--5-- Eixmá a fi: Tu 
me das--a, tu--6- Eijmán ti fi: Elle me dá. 

FI: Por, collocar - 1- Avi fi: Posto em cima -- kri, en- 
cima --2--W; kri fi: Posto acima della - 3 -- Ti kri ij figmo: 
Eu ponho encima delle agora - 4 - Gara fuvre xa ki ijmá fi 
ti: Elle põe palha de milho para mim no salto -- fuére; palba 
- gára, de milho - xa ki, no salto -- kz, no--7jmd, para mim 
-5-- Ténja kakak ti fi ti: Fulano pôz a Sicrano na rede -- 
ténja kaka, na. rede -- kaka, dentro -- k, connectivo - ti, Fulano 
--6-- Véin dôn agn apén fi: Elles poem pé atraz do outro 
- veindôn, atraz um do outro - apén, o pé. 

Fin, uin, vin: Amarrar, fallar. 

Fin, Coroa. Vide App. 

FOA’: Perna, caneila. Tambem fa, fuá--1-- 1; fod: 
minha perna. 

FOAFU’: Figueira. Vide App. 

FO’KE: Boneca, Branco. 

FOKE: Ferida - 1 -- Eixmd ij pént foke küktan : Curar 
uma ferida do meu pé -- cijmá, para mim -- ij) pént, o meu pé 
--t, connectivo - fóle, ferida -- kuktän, curar. Tambem: O 
branco me curou o pé-- foke, branco. Cfr. fúxno, vúxno. 


FOKFÉIE : Lontra, loudra. 


FÓD: Fazer mudança-- 1- Ga fód: Fazer mudança 
de uma terra para outra -- ga, terra. 

FODN: Mudar, vender. Vide App. 

FOD : Atirar, pinchar, pôr arrebentar. Vide fón, 
fodn-1-- Ka fódn: Atirar um pau. Vide App. 

FOG, vog: Maltratar - 1 -- Kix in méin fog : Maltra -- 
tar os animaes de minha casa - éix in, de minha casa -- méin- 
animaes, criação. Vide App. 


nda RES 


FOIANNA: Faca. ( Koingangs de S. Paulo). 

FON, fódn: Expulsar, tocar, atirar -1-- Lo kaki pôr- 
ko féin: Tocar os porcos dentro do potreiro — lo, potreiro -- 
kaki, dentro - Ibis - Fód 75: Pinchei--7j, en--2-- Ti ararat 
agn, rég ti fódn agn: O arrastaram, e o expulsaram fora -- 
ararát, arrastar -- agn, elles - re, fora -- ti, a elle - 3 - Ka fódn: 
Atirar um pau--4-- Rénco ti akané kri fore: O Jengo está 
collocado nos olhos delle -- ti ak né, os olhos delle - J:ri, nos -- 
fon, collocado -- re, está --5-- Léti ti fon ne: Elle está jo- 
gando fóra-6--Dó fonera: Joga tu fora a flexa--7-- Ti 
epin ki foi: Elle atira nas costas de Fulano de tal — epán, 
costas — ki, nas -- fon, atira - ti, elle - 8-- Ti fodn: Elle mu- 
da para outro lugar -- 9 -- Vaia ka ij in fone ha: Amanhã já 
eu mudo de casa -2) in, minha casa ---, connectivo — ha, já. 

FONXIFT : Menina neo brasileira. Vide App. 

FON: Vencer- 1-4 fódn éix: Eu te vengo--a, 
a ti. 

FONG: Homem branco, fogo. Nota. Esta denomi- 
nação, dada à raça européa pelos Kaingéngs, tem sua origem 
nos commandantes dos soldados, que usavam nos commandos 
a palavra fogo, para mandar aos seus subordinados que dis- 


parassem as suas armas de fogo - 1 -- Fógn agn: Gente branca -- 
2- Fog kangro : Immagem, retracto de branco. 


FORO: Cheio, grande, maior--1- Kan tag e hõje; 
ône tag ka far i je: Este pau é alto, este outro é mais 
alto ainda -- ka, pau - tag, este--é, muito -- hô, alto - je, é - 
One tag, este outro--far i je, é mais alto- far, maior -., 
connectivo -- je, é-- 2 -- Féro à) ha: Já estou cheio, farto - 75, 
eu. Tambem :.F6ro igmo ha, mo, agora - 3 -- Fóro ij ne: Es- 


tou cheio -- ne, estou - 4-- Ori gôio foro (váre) ja ne: Hoje 
o rio esta cheio--ja, agora-5--Ti kri tan foro hô ni: 
Aquelle ahi é muito maior do que Fulano de tal -ti kre, 
acima de Fulano de tal - tan, aquelle ahi- foro hé, muito 
maior -- kri, do que -- 6 -- On tan kan foro tine: Elle é maior 
do que este outro - ôn tan kan, maior do que quem está ahi -- 
ti, elle- kan (kri), do que. 

FO, fot: Mudar, largar, fazer mudança - 1 - Ka œanæi 
fot: O passarinho muda para outro pau, poleiro - ka, pau -- 
2- Ex prôn fóte: Eu mudo de mulher -- prôn, mulher (1)-- 
3--Ij junmo ra, ix jógn in fóti jati: Estando eu para 
chegar, meu pai estava passando para outra casa -- júnmo, 
chego agora -- ra. perto - jd, indica aeção contemporanea -- tê, 
elle--4-- Ainxi fóti: Mudei para a casa pequena — conne- 
ctivo -- inxi, casa pequena, nova -- továix, significa largar. 

FORO: Maior--1-- On tan kan foro ti nº: Este pau 
é maior — ôntán, est'outro -- kan, pau -- ti, elle - ne, é. 





(1) Os Kaingáng costumam mudar de mulher muito frequentemente, 


UT ie 


FOVE: Torto --1-- Fôve ti pé v2: OG pé delle é torto 
- tipé, o pé delle - ve, é. 

FU: Anus ( Visc.) Vide App.. 

FUA’: Armario--1 - Venjénia fud te nim hat: Guar- 
da tu comida no armario - venjén, comida-- te, na-- nem... 
had ; guarda. 

FUA’: Chorar. Tambem -- fa - 1 -- Fua ma fitimo: Ella 
está chorando continuamente -- ma, continuamente - ti, muito 
- mo, agora--2--Ij fuá kára kuti: Eu chóro toda a noite -- 
kara, toda. 

FUADN : Temporal, molhar. 

FUOGN: Pinheiro. 

FUÔRE, fütre, vüire: Elle andou, foi. Vide viiire. 

FUIGH : Trança -- 1 -- Xampe fuigh: Trança de cha- 
peu. Os kaingangs fabricam os chapeus com tranças de ta- 
las de cresciúma, costuradas entre si. 

FUIGH : Semente -- 1 -- Ti füigh: Semente da arvore 
tal -- ti, delle. 

FUIGH: Galho - 1- Fudngh fugih: Galho de pinheiro. 

FUI, fu: Levantar - 1 -- Apén ten fúinera: Levanta 
tu o pé, o braço -- 2 -- Tant füinera: Levanta tu isto -- tan, 
isto -- t, connectivo - 3 - An pén tang atfutdgmo: Estar com 
os pés suspensos -- an, connectivo -- tan, -- tan, com -- at, con- 
nectivo — tôgmo, estar. 

FU'IRA: Tecer. 

FUIRE, viizre : Foi, andou -- 1 -- Aro karat à) véi fúire: 
Eu entrei no horto para ver -- rd, horto = kara, dentro -- vêi, 
ver. Vide App. 

FUIX: Cortar -- Ka fúix agn: A gente corta uma 
arvore -- ka, pau - agn, a gente -- 2 - Médico pén fúix: O 
medico corta o pé -- 3 -- Porko fuix ti: Elle cora um purco. 

FUIX: Assobiar. Dahi fuixfúiz, chupim, noto pas- 
sarinho. 

FUIXFU IX: Chupim ( passarinho conhecido ). 

FUN: Polvora de espingarda, 

FUN : Encher. Vide App.. 

FUOK, fuüngh: Pinheiro - 1 -- Fubk pé: Pé de pinhei- 
ro -- 2 -- Fubk fé je: O pinheiro está com folha - fé, folha -- 
je, está - 4 - Fuük: fé: Folha de pinheiro. Fuüre: Folha. 
Vide fuire. 

FUTFORO : Cheio varias vezes -- fut, a syllaba for 
repetida, para indicar repetição de acção. 

FU KTIMO : Elle está com ferida. Tambem fóktimo. 
Vide fóke. 

FUTRE, fuüre: Pelle, casca, palha - 1 - Arin kánte 
jantkii fubre: Labio superior -- kré känte, do lado de cima -- 
känte, do lado -- jantkii, bocea - fuüre, pelle -- ? - Gu kante 
jantkü fuüre : Labio inferior - qu, de baixo - 3 - Kané fuüre : 
Casca de fructa - 4 -- 77 fuire vaixkukfén : Descascou a pelle 
delle, do animal -- vuiwhul:fén, descascar -- 5 -- Fuire tag, gara 


RO ee 


fuüre ni: Esta palha é palha de milho - #4, esta -- gára, 
milho. Vide App. 

FUURE: fuóre, Terreiro, barranco -- 1 -- Nem van xan 
fuiire te: O bosque virgem está no meu terreiro -- ném, mat- 
to virgem - ram, meu - te, no. V de App. 

FUXNO: Chaga ? - 1 - Venxat fino: Chaga puru- 
lenta? Vide Appe foke. 


G - 


Nota - G em Kainganges se pronuncia às vezes nasa-- . 
lado, em principio de palavra quasi sempre. Serve as vezes 
de connectivo. Vide App. 

GA: Terra, chão, barro. Vide gagrôro I Ga toväiæ 
ti ne; gafoti: Elle está abandonando a terra ; está passando 
para outra terra - fovaix, abandonar -- ti, elle-- ne, esta fóti, 
muda, passa para outra terra -- 2 -- Emá tovaze: Abandonar o 
bairro — 3 -- Ij ga kren : Debaixo do meu terreno -- kren, debaixo 
-4- Ga hüd ni: A terra é boa--hô, boa -- d, connectivo — ni, 
é-5-Ta ki ga hótiti ne: Aqui tem terra muito boa- ta, 
aqui -- ki, em -- tiii, muito muito -- ne, tem -- 6 -- Ga kri ti nini: 
Está sentado no chão -- kr7, no — nini, esta sentado -- ni, esta — 
ni, sentado - 7 - Ga tonjamitité : Está fora da sua terra -- toja- 
miti, fora — ti, elle -8--T; jamá kan, ga ha hi ne: Na mi- 
nha terra tem terra boa--jamd kan, na minha terra -- ha, boa 
hé, muito -- ne, tem. Vide App. 

GA : Tudo, em vez de kan. 

GAKON : Vallo, fossa, terra escavada -- I --In pednim 
gakôn : Vallo, em redor da casa -- im -- casa -- péd, pé -- d, conne- 
ctivo -- nim, redor -- ga, terra, kôn - escavação. 

GAKON: Cova: I--Gakôn hadno: Faço agora uma 
cova -- hádno, faço agora. 

GAKONBRA’: Buraco. 

GAKONVO: Sepultura, cova. 

GAKONDORO : Abertura da cova -- dôro, buraco aber- 
tura, j : 

GADORO: Buraco de terra, sepultura. 

GAFA'TI: Ponte de terra, estiva- fati, ponte. Tam- 
bem gofuti. 

GAFUTI : Ponte- 4'ti gafúti ij ki jut kan, kranje: 
Elle ao chegar na ponte, parou -- ati, elle -- a, connectivo - ki, 
connectivo - jul, chegar -- kan, quando - krdnje, parou. 

GAGRT gagrin : Telha - ga, de terra -- grin, artefacto, 
obra - 1- Ga gringrin tag ij jo: Eu guardo, aproveito estas 
telhas -- gagringrin, telhas, plural por ser reduplicada a syl- 
laba tag, estas -- jó, guardo - 2 - gagringrin tag krén: de- 
baixo destas telha, debaixo deste télhado -- krén, debaixo. 

GAIN: Fino? Vide App. 

GAIX, NAIX; Cabellos (à --nhaix À e góix, com n 
nasalado ). 


2 , 
GAN: Bater, derrubar -- 1 - One kane gan ? Quem esta, 
batendo ? -- dn, quem -- kdne, esta. 


Es o Re) 

GAN: No, em vez de kan. Vide App. 

GAN: Fstragar, derrubar -- 1 - Inonda gan: Derrubar 
os esteios --/nonda, esteio, parede — 2 - Te gara gan: Derrubar 
o milhal- te gara, milhal. Vide App. 

GAN, kan: Posposição em vez de kan: em, no tempo 
que. Vide App. 

GAN: Errar -1-- Emprii gan: Errar o caminho, 

GAN-GRE: Lagarto. 

GAP, kap: (Quebrar. 

GA’RA: Milho. Vide Zara, engára -- 1-- Gara kren tin: 
Ir plantar milho -- tin, plantar (ii nhära, à -- gára com N na- 
saludo ). 

GARIN: Gallinha - 1 - Garin kren: Ovo de gallinha — 
krén, ovo. 

GA : Gritar - 1 -- Ayman, to gáti: Elle grita para elles -- 
agman, to, para elles -- to, para -- ti, elles. 

GE: Assim--1-- Topén ge hat: Deus faz assim -- hat, 
fazer. 

GE: Apanhar, tirar a força, segurar com as mãos, 
arrojar-se, depor, pegar, tomar, choupar, querer. 

GE Apanhar--1-- Kafé gékfimo: Ella agora está 
apanhando café -- k de gékfimo, connectivo - ji, ella -- mo, ago- 
ra -- 2 -- Kaféje géhjimo: Ella apanha flores agora, -- kaféje, 
flor - mo, agora -3-- Kafé javaix la ge, kafé ge ti: Elle 
apanha café, apezar de não ser ainda o tempo de colhêr café - 
javaix, antes do tempo - la, ra: apezar. 

GE: Brigar--1-- Jagne ge agn: Elles brigam entre 
si -- jágne, entre si--agn, elles. Vide App. 

GE: Choupar - 1 - Kin gôiogeti: Elle choupa agua - 
kin, prothesi. 

GE: Entrar com forga-1--Ij in kren ti ge: Elle 
entra com força debaixo da minha casa - 7) im kren, debaixo 
da minha casa - kren, debaixo - ij in, da minha casa. 
Vide App. 

GE: Pegar, matar - 1 - Nó ge kemane: Estou gos- 
tando de pegar para comer — iv, comer — kemä ne, estou 
gostando -- kema, gostando -- ne, estou -- 2 —- Nan get mara: 
Continua tu a arrastar e pegar — nan, arrastar - ma, conti- 
nuar -- ra, particula imper. -- 3 - Ta ki van ge: Aqui esta 
preso -- ta, aqui -- ki, em — van, esta, ou prefixo sem sentido — 
ge, preso, matado -- 4 - Ge tind ti: Ja o está pegando — na, 
está -- ge, pegando. 

GE: (Querer em vez de ke. 

GE:. Segurar: Venhari ge x kára ij je: Eu estou 
segurando todos os livros -- venharó, livro -- kára, todos — x, 
eu-ij je, eu estou -- je, estou. Vide App. 

GE: Tirar, roubar -1- Aningé agr do ge: Elles 
tiram a arma das mãos - aningé, mão - agn, a gente — dé, 
arma — 2 -- Gé ti mo: Elle esta tirando agora -- ti, elle — 
mo, agora - 3 -- Jengére gimo ( géxmo ) tix: Não tiro, não 
posso tirar o respiro -- jengére, respiro -- x, eu. 


— 98 — 


GE: Tirar, separar uma cousa de outra -- 1 - Kuka to 
ix Enin gex han: Eu faço separação da carne do osso - kuka 
to, do osso -- to, do - t'nin, carne -- ge... han, separar - x, eu 
- han, faço. Vide App. 

GE: Tomar, tomar por bocea -- 1 - Eix ge ma veiketa : 
Eu continúo a tomar remedios -- ma, continuo -- veikéta, re- 
medio - 2 -- TP; kubé he x ke ve: Estou querendo tomar sopa 
-- ti kubé, sopa - ke, tomar -- kémo, pretendo — x, eu - 3 - 
Jágnen to ge: Tomam um de outro - jägnen to, um de outro 
to, de -- 4 -- Nankré fuôre œabm tx; hára agtôn van ge: 
Eu pego lambary ; mas a gente toma ( rouba ) -- agtôn, a gente 
-- van ge, toma de. Podia dizer-se tambem só bango, de ba, 
tomar - go, agora. 

GEDETI: gostar. 

GEMO : Depor - 1 - Garin kren gégmo: A gallinha 
agora põe ovos -- kren, ovos — mo, agora. 

G&'GO : Assar-1-- Ti nin gégo: Asso carne do tal 
bixo -- ti, do tal bixo. 


GENE : Ir embora. Vide App. 

GERE: Cheiro -- 1-- Gére korégtiti : Cheiro muito ruim 
-- titi, muito muito -- 2 -- Gére hüti nänti: Elles estão muito 
cheirosos -- nanti, estão - 3 -- Laranha kané gére: Cheiro da 
frueta do ananaz -- kané, frueta - 4 -- Den gére hó: Fragrancia 
de alguma cousa -- den. de alguma cousa. 

GERE : ran (animal conhecido ). Vide App. 

GE'TKA : Basta - 1 -- Gétk2z: hurd: Basta; ja passou 
tudo - ka, kan: tudo, húri, ja, indica tempo passado. 

GI: Tirar. Vide ge. 

GYRI: Menino - 1-- Ij) giri ve: Eu sou menino - ve, 
sou - 2 - Giri tang kuxa ki gmi ti ne: Este menino esta 
aqui desde cedo - tang, este -- kuxä: frio, manhã -- ki, desde 
-- J, connectivo -- mi, aqui - ti, elle -- ne, está--3 -- Ti gire 
(nire) jiji hôrike ti? Qual é o nome do menino de Fulano 
de tal? - ti gire, menino de Fulano de tal -- jijí, nome — hü- 
rike ? qual -- ti, elle. Vide níre (ñ-nhire, n - gire, sendo o 
n nasalado ). 

GLIKE : Vide App. 

GNA’VO: Vide gnóvo, góvo. 

GLAKO’TIMO : está gottejando (S. Paulo). 

GNO'VO, yovo: Quebrar (gnávo) -- 1 -- Ona paktü gnóvo? 
(Quem quebrou o prato ? -- dna, quem -- paktü, prato, tijella. 

GO: Ramo. Vide ngo. 

GO: Muito. Vide App. 

GOG, krü: Torar, cortar -- 1 - Pin gigmo: Está agora 
torando lenha -- mo, agora. 

GOIO, engôio : Agua, rio -- 1 ~ Goto buüngh : Rio gran- 
de; agua demais -- buüngh, grande - 2 -- Gôio ain: Rio pe- 
queno, riacho -- xin, pequeno -- 3 -- Gôio kin eréino: Pulo na 
agua -- kin, na -- eréin, pular -- no, agora -- 4 -- Gô/ to, veix- 
kupé ton ni: Está no rio e não se lava -to, no -- vaixkupé, 


+ 


00 


lavando -- ton, não -- ni, está - 5 - Gôio kupri: agua branca 
--kupri, brauco. — E” uma especie de cerveja feita de milho 
com uma fermentação especial, que consiste em préviamente 
sujeitar o milho á torrefação. Tambem significa o Rio do 
Peixe, que tem aguas claras - 6 -- Gôio kikré-- Rio Tieté -- 
kakr6, fedorento (kokré) -- 7 - Gozo xd: Rio Aguapey -- xd, 
preto -- 8 - Kanda goto kafan ra tin ne: A canôa vai indo 
para lá do rio -- goto kafän - além do rio - ra, pera - tin, 
indo -- ne, vai. 

GOIGA: Pedaco--1-- Ti nin góiga: Pedaço de carne 
-ti nin, carne do tal bicho -- nin, carne. Vide gig. 

GONO..: Sabiá -- 1- Gonoá ij ni: Eu estou com um 
sabia -- ni, estou com. 


GOPKE: Chover -- 1 - Gôpke váix háti: Demora a 
chover -- vdéx, demora -- hdti, faz. Vide glakotimo. 

GORO, grôro, gróra: Barro. Tambem gagrôra -- 1 -- 
Goro grin ke ve: Está fazendo artefactos de barro -- grin, 
artefacto -- ke, fazendo -- ve, esta. 

GOVO: Quebrar—1-- Poktii lanktére góvo: Quebrar 
um prato -pcktii lantere: Tigella larga, prato. Vide gdvo 
gnóvo. 

GRA: Bola. Tambem gro - 1 - Dúix gra: Maçã do 
pescoço, papo -- dúix, pescoço. 

GRAKG: Pingar --1--Glako ti mo: Está pingando 
muito -- #7, muito -- mo, agora. 

GRE’: Homem, macho. Tambem ungrét. -- Bóix gré: 
Boi macho -- 2-- Bóix tanti: Boi femea, vacea -- 3 -- Gire tay 
hirike ti? Tim ôngra je, ti m ontantô je, O que são estes 
meninos ? O delle é varão, a delle é femea -- hirike ? o que ? -- 
je, é--m, connectivo, ongrá, varão -- ontantô, femea. 

GRE, jaré: Raiz--1-- Numin ard gré (jaré): Raiz 
de mandioca pintada. Tambem: Kumin ard jaré-aré, pintado. 

GRE : Peneira, em vez de kré. 

GRE : Rã. 

GRE en vez de kré: Salvar, livrar, escapar -- 1 -- Gré 
javäiætiti : Muito difficilmente escapa (se salva ). 

GRE, kére, kdra: Tudo. Vide grétki - 1 -- Kan grat 
ka : Quando come tudo - kan, ko, come -- gra, gre: tudo - 
kan, quando. a, come. 

GR&KA : Tanga ( São Paulo ). 

GRÉGN : Arara. Tambem Keag (Martiues e outros). 

GRE'IN : Doce -- 1 -- On ve ti gréin : E' outro doce -- 
on, outro - ve, é -- ti, de tal cousa -- gréin, doce. 

GREN : Baixo em vez de krén-- 1 - Gren te ti kan-- 
kúten : Elle vem de baixo -- te, de -- ti, elle -- kankuüten, sahe, 
apparece. | 

GRENDE : Debulhar. Vide engrénde - 1 - Grénde 
gate : Peneira de crina para debulhar milho, ete. gáix, ca-- 
bellos, crinas. 

GRENKE ( krénke): Unir, traçar o limite. 


— 100 — 


GRE'RE : Ariranha; bixo semelhante à phoca. 

GRETKI, gré, kara: Cada, ki, em -- 1 -- Prin gretki: 
Todo o anno -- +, connectivo -- gre, todo, cada-- ki, em -- 2 — 
Kan grát ka: Quando come tudo - kan, ko: Comer -- ka, 
quando. 

GRIN : Festa, baile -- 1 - Grin ké je: Está querendo 
fazer um festim - ke, pretendendo -- je, esta. 

GRIN : Manufacto, obra --1 - Kaféi grin : Fumo, tabaco 
- ka, de pau - fé, folha -- 7, connectivo- grin, manufacto — 2 
- Ga grin: Telha -- ga, de terra -- grin, obra-- 3 -- Gôrogrin, 
gróro grin, gróra, grin: Pote. 

GRIX: Debulhar -1- Xan gara grix ke ve: Estou 
pretendendo debulhar milho -- xan, eu -- gára, milho -- ke, pre- 
tendendo -- ve, estou. 

GRODN: Amassar. Vide App. 

GRO'GN : Bater: Grógn éix: Eu bato. Vide krug. 

GRÓN : Tucano. 

GRO”NE: Por culpa, grin. Vide App. 


GRORO, Debulhar - 1-- Hin gára grôre: Nós debu- 
lhamos milho — éin, nós. 

GROTO : Improvisamente - 1-- Grété ij kantin: Eu 
venho improvisamente. Gre, pensar-to, sem. 

GRURO: Iluminar. Vide gru.-1-- Pin grúnmo - 
O fogo está illuminando agora -- mo, agora -- 2 - Ka, grünmo:" 
O pau (accendido, se entende) illumina agora - ka, pau — 
3- Pin gri: O fogo esclarece - 4 - Grúnera: Esclarece tu, 
faça luz -- 5 -- Férro gru ti na: O ferro está muito resplande- 
cente — ti, muito--ne, está — 6 — Vai-ú gru : Accender o cigarro. 

GRUMTXI: Jaguatirica (especie de jaguar pequeno). 

GRU’RA, grüro gréra: Cobrir -- 1 -- Afangrúra : Cal- 
gas - afin, pernas. Tambem se diz degnengôro, degnenrôro-- 
dégne, nadegas. 

GU: Baixo, em baixo, parte inferior .- 1 -- Gu kante: Do 
lado de baixo --2-- Gu känte jantkii fuôre : Labio inferior — 
jantkii, da boca -- fudre pelle - 3- Pen gu: Sola do pé -- 4 - 
Gu ve, kdnti tin ti: Elle está em baixo e caminha -- ve, 
esta -- kantz, está - tin, caminhando -- tz, elle --5 - Kanda jengu 
ra tére: A canôa desce --jengú ra, para baixo -- tére, desce 
-ra, para--6-Godio qu ti té je: O rio está muito baixo 
-- titi, muitissimo - je, está. Vide App. 

GU: Muito -1-- Tara gu é dni: Elle é muito forte — 
tara, forte. duro - é, muito -- d, connectivo -- ni, é -- 2 -- Kuti 
gu étiti ha: Já é muitissimo escuro -- kuti, obseuro -- étiti 
muitissimo -- ha, já -- 3 -- Aran angiit: Muito quente -- arán, 
quente -- angiit, muito - 4 - Kofi angüt: Muito pesado + 5 — 
Ko qu ij kema ne: Eu estou gostando de comer muito — 
kema, gostando - ne, estou - 5 -- Tar gu é: Muitissimo forte 
- é, muito - 7 -- Kuvarin qu ij) jama ni: Minha morada está 
muito longe -- kuvarän, longe -- jam’, minha morada -- ni, está 
- 8 -- Kan tag téie qu je: Esta arvore é muito alta -- ka, ar- 


— 101 — 


vore — tay, esta -- téic, alta -- qu, muito - je, é - 9 - Kania 
winek ti, hara tok téje qu je: A canôa é muito estreita, mas 
é muito comprida - xéne, estreita - k, connectivo -- ti, muito 
-- hárato, mas na verdade - k:, connectivo - je, é - 10 - Ningé 
güje : E” o dedo indicador - ningé, dedo -- gu, grande - je, é 
-11- Ko gu kema ne: Elle gosta de comer muito -- ko, co- 
mer -- kema, gostando -- ne, está. Vide App. 


GU'I: Caxim. Vide App. ( Variedade de euphorbia ). 

GUI: Finear -- 1- Gúiera: Finca tu. 

GUITXU : Candimba (especie de bixo). 

GUJE: Acostumado -- 1 -- Ixon guje: Eu estou acos- 
tumado -- ixôn, eu. 

GU'GE : Trem, utensilios - 1 -- Ti guge va hi kanti: 
Os utensilios delle estão postos em ordem - gúnge, quüge: 
Trens - va, estão -- hd, bem -- kânti, estão. Vide honge, kunge. 


GUORE grin: Pote de barro. 


Em tempo: Antes de E, I, o G se pronuncia como 
em Portuguez, antes das outras vogaes. Vide a minha gram- 
matica. 


[el 


Nota. O IT se pronuncia aspirado. As vezes muda-se 
em M. 

HA: Bom--1-- Ha hé: muito bom -- hé, muito. Tambem 
significa: Esta bom?--2- A haman: Você continua bom ? 
--a, vocé -- ha; bom -- man, mais, continua - 4 - Ha tavin: Bom 
devéras ! -- tavin, demais, devéras-- 4 bis - Ti kané ko ha ta- 
vintiti: As fructas delle são devéras boas para comer -- ti 
kané, as fructas delle - kó, para comer -- tavintiti, optimas 
-- 5 - Ha had ne: Esta preparando, fazendo bom -- ne, está. 
Vide App.. 4 

HA: Bonito -- 1 -- Ene kurég ne, éne ha hô je: Aquele 
é feio, aquelle é muito bonito, -- éne, aquelle- ne, é--ha hd, 
muito bom -- je, é. 

HA: Estar -- 1 -- Ha hürike jógn?-- Como está o pai? 
- hürike, como -- jógn, pai. 

HA: Particula prepositiva que serve para fazer o impe- 
rativo--1-- Ja kantin: Vem tu -- kantin, vir - 2 - A'ma ha 
enkréx tin: Você vá caçar - enkréx, caçar -- tin, vá--3-- Ha 
tin: Va embóra-4- Ha ve dn: Veja cutro, outra cousa -- ve, 
ver - ôn: outra cousa, outras pessoas -- 5 -- Hat in te ti hore: 
Saia elle de casa -- t, connectivo -- in te, de casa -- hóre, fora, 
sahir -- 6 -- Kuméêra an ti mone: elles vão de vagar - kwmé- 
tra, de vagar - han, voz imper. -- ti, connectivo -- mône, vão 
T- Ha ve on: veja outro--8-- Timá to ha krôn ke: Mande 
a elle que beba; diga a elle: Beba -- timá, a elle--to, falla 
tu--ha ke, queira -- krôn, beber--9-- In tan ha lirino: Este- 
ja vigiando dentro da casa--in tan, dentro da casa — lírino, 
vigia agora-- 10-- Ha kara: Entre -- kara, entrar -- 11 -- En 
pé kan ha mo: Vamos de pé--en, nos--k:n, com - mr, ir- 
12-- Ha ke: Diga--ke, faliar--13- Ha kamôn je: Venham 
— kamôn, vir, plural de tin -- je, estão -- 14 -- Ha tin; antére 
tx kémo: Va, ( senão) te mato --an, a ti-- tére, mato -- je, eu 
- 15 - Hla tan ra tin: Vá para la--tan, lá-ra, para - 16 —- 
Ha kovx kantin: Venha comer -- kóix, comer -- 17 -- Eixmän 
ha ko, ke ti: Elle me diz: Coma: Elle me manda comer — 
ke, diz -- ti, elle -- 18-- Ha kanjú ti: Que elle vá brincar - 
kanju, kanjúno: brincar --19-- On kerék tavin fi, ha van 
nira: Aquella que está ferida demais, que fique sentada - 
On... fi; aquella que -- kerék, ferida -- tavin, demais —- van, es- 
tar -- nz, sentada -- nira, imper. -- 20 -- Ha tá mi kantére: Dega 
por cá-- tí mi, por cá--tá, cá -- kantére, descer -- 21 - Ha ti 
ten: Mata-o -- ten, matar-- 22 -- Ila beng: Dê de machado -- 
bengh, machado - 23 -- Ha cénha: Acceuda -; 24 -- Venhari 
ha vin: Pronuncie bem a letra escripta -- «enharô, escripto 
_- vin, fallar. 


— 103 — 


HAD: bonito, bom. 

HA: Ja. Adverbio, que em geral, se põe no fim da 
proposição ; indica tempo presente, futuro ou contemporanec — 
1- Javii vavevéngo ha: Meu irmão ja se apresenta frequen- 
temente - va, esta - ve, apresentar-se, repetido para indicar plu- 
ralidade de acção - go, agora- 2 - Tara ij) ne ha: Eu ja es- 
tou forte -- tara, forte, duro --n2, sou--3-- Ti ha pije komo: 
Elle não come aiuda -- pije, não - mo, agora --4-- Xan in ra 
langré ni ha: Elle esteve já duas vezes em minha casa - 
xan in, minha casa -- ra, para- langré, duas vezes -- ni, es 
teve--5-- Hix pé pakxin ti ha: Meu pé ja esta me- 
lhor -- pakxin, melhor -- ti, muito -- 6 -- Kofa 2j je ha: Eu já 
estou velho - kofa, velho -- je, sou - 7 -- On ha ne ko ?: Quem 
ja está comendo ? ne, está -- ko, come -- 8 -- Ag tan ke hômo : 
ama kofa ni ha kémo? Não dizem agora a verdade que você 
está envelhecendo ? - agtán, elles -- ke, dizem -- hd, a verdade - 
mo, agora - áma, você - kofa, LIEN ni, estar -- kémo, quer, 
pretender. — Resposta : Han: Agtan ke hi ve: Sim: é ver- 
dade -- han, sim - ve, é- 9 - Enhirike mon ta kutéixno ha: 
Talvez já chova -- enhirike mon, talvez, pode ser -- ta, chuva - 
kúte, cahir -- ixno, agora - 10- Gara van kanémo ha: O 
milho está já rachando -- gára, milho - var kanémo, racha 
agora - 11-- Ag mo ha; einbré ti ni ha: Elles já vão; elle 
fica comnosco -- mo, vão -- éin brê, comnosco -- ti, elle -- ni, fica - 
ha, jà - 12 - Kurangréte éin ha: Nos ja voltamos - éin, nós. - 


Ha kurangréie: Volta tu já-13- Ara ja ag mo ha: Já 
estão entrando - áran, entrar - ja, presentemente -- mo, vão — 
ha, ja. 

HA: Mesmo -1- Aré tag ha van ni: Esta letra esta 
sendo a mesma — arô, letra -- van, sendo -- ni, está -- 2 — Ha mi 
cantére : Descer pelo mesmo caminho -- mi, por - ha, mesmo - 
kantére, descer. Cf. hórike. 

HA: Sim-1- Ha, Sle, je: Sim esta cosido - ta- 
näia, cosido, tenro, maduro--2-- Xá tan je? - Ha: hana: E 
cha este? Com certeza é - xa, cha - je, é-- hana (tambem 
mana ) é- ha, com certeza. 

HAD: Fazer a colheita -- 1 - Arroz had: Colher arroz 

- Ha ti mo: Klle esta colhendo -ti, elle - 3 - Arroz hat 
kémo: Elle pretende colher arroz - kémo, pretende. 


HAD, hat, han --1-- Hadera: Faze tu - 2 - Japan han 
tin: Vou fazer minha roça -- japan, minha roça - 3 -- In had 
ex kémo: Pretendo agora fazer minha roça -- ex, eu--4 - 
Jua had ja ti ne: Elle está agora fazendo a barba -- juá 

À ? 
barba -- ja, agora -- 4 bis -- Veinketá hadn éix: Eu estou pre- 
parando um remedio --veinketa, remedio--éix, eu.-- 5 - Ix 
jentæi hadn ij: Eu como pouco - jentæ{, pouca comida -- 5 b- 


Ein bré kanhém xi hadn : Espere aqui um pouco comnosco -- 
ein bre, comnosco -- bre, com - kanhém, esperar -- 6 -- Veinxa 
ôntanto veinhanne: Uma vez fez de mulher -- vernxá, vein- 
æé: uma vez- ôntantó, mulher -- vein han, fazendo - ne, 


QUE 


esteve -- 7 -- Det kara hodn hat kanti: Está fazendo todas 
as cousas -- det kara, todas as cousas -- de, cousa -- t, connecti- 
vo--han hat, repetição para indicar pluralidade de acção -- 
kanti, esta--8-- Ha hadn: Fazer bem, preparar -- ha, bem — 
9 - Nur antonini jengaje han: Vaassar carne -- kur, particula 
imper. que da a proposição a idéa de pressa -- antonini, car- 
nes, plural por ser repetida a syllaba--10-- Nangja haté > 
Fazer a cana -— 11 - Ti to hän de? Que faz elle ? -- ue ? que? 
-11b- Hat ke na: Está querendo fazer -- ke, querendo -- na, 
está-- 11c- Dinhéro ma ha ti: Elle faz, ganha muito di- 
nheiro -- ma, muito -- 11 d-- Ha hadn: Fazer bonito, embel- 
lezar - ha, bonito, bom -- 12 -- Jengére buüngh had acógmo : Eu 
estou arfando -- jen,ére, respiro -- buüngh, grande -- cógmo, es- 
tou agora. -- 12 bis -- Jengére ton gixmo ha: Ainda não pega o 
respiro -- tôn, não -- gizmo, eu não tiro -- ge, gi,: Puchar -- ha, 
ja. -- Jengére ton ti ne: Elle ainda não respira -- 13 -- Anti 
hat in kren kan, in to ni ha: Quando elle tiver quasi feito 
a casa, ja morará nella --an, prothesi--ti, elle --in, casa -- 
kren, quasi -- kan, no momento, quando - to, em -- ni, estará - 
ha, ja--14-Ko xi hadn ij: Eu preparo pouca comida -- hoc, 


pouca comida -- 15 -- Ama negóxio had: Você faz negocio — 
16 - Ono ro täng hadn ? Quem fez esta cerca ? - ônc, quem = 
ro, lo: cerca--17- Had hi: Bem feito-- hé, bem — 18) -- 
Hádni ha ton ti ne: Ainda não fez--7, connectivo -- ha, 
ja - hadn, fazendo = ne, está, esteve - 19 - Emprü hadn: 
Fazer estradas -- 20 -- Kwran taktôn hadn éix, kuran taktón 
karka atikantin : "Trabalhei tres dias; depois de tres Mt 
vim até aqui--kurdn, dia-taktôn, tres -- hadn, trabalhei; 

káraka, depois -- atikantin, vir para ca -- 21 -- Hadn ij ke ton! Ê 
Não posso fazer, não quero fazer -- he, querer, poder -- 22 — 

Hadi hititi je: E' muito facil de fazer -i de hadni, con- 
nectivo -- hútiti, facilimo -- je, é-. 23 - had manera: Faça mais, 
continue a fazer - man: continuar, mais:-- era, desinencia 
do imper. -- 24 -- Dejafá hadn ha húri: Ja fez a cosinha - ha, 
ja - húri, particula adverbial para indicar o passado do ver- 
bo -- dejafa, cosinha -- 25 -- Brére me hanera: kiri bran han 
hé he: Humedeça-o: veja de não molhal-o demais -- brére 
me, pouco molhado -- me, poneo - Jkíri, veja -- brán, molhado - 


hô, muito -- he, vão -- 26 - Vaj-ú han je: Está fazendo um 


cigarro -- vaj-ú. cigarro--je, está--27-- Empri hat ma ti: 
Contam a: construcção da estrada elle -- ma, continua -- tê, 
elle--28- 7j man pin hat: Faço fogo para mim -- man, 
para mim -- pin, fogo -- 29 -- Vuig hat ti: Elle poe em movi- 
mento -- vudg, por em movimento. Vide App. 

HADN : Concertar - I -- Hixmän do hadna : Esta con- 
certando aula espingarda para mim, eixmán do : minha arma, 
espingarda - 2 - Ij don hat mat ke to ij ni : Não estou mais que- 
rendo concertar minha espingarda -- mat, mais -- ke -- querendo 
ni, estou -- 3 - Vérex kangrdtka hadn ton ne: Ainda o re- 
tracto não está acabado - verex, até agóra -- han, feito -- ton, 
não, ne, está. 


CREDO > 


HAD: Sarar, estar bom de sande--I-- Iládno váix 
hati : ian a sarar -- vais, difficil -- hdti, sara - hddno, agora 
esta bom-- 2 - Hand kan fagma, ij man hôti: Eu estou muito 
satisfeito, porque as mulheres sararam -- hano, estão boas — kan 
porque -- ij, eu -- manho i, estou satisfeito --3--Veinkatá te hadi 
ja ne: Com o mec esta sarando -- veinkata, remedio -- te 
com -- ja, agora -- 4-- hadn ixón húri: Ja sarei --ixôn, eu húri, 
particula para ar av o passado--5-- Hadn hadi agtôn 
Elles estão bons -- hadn é repetido para indicar pluralidade -- 
agtôn: elles-- 6-- Ij häntiti : Eu estou com muita saude -- 
titi, sufhxo superlativo -- 7 -- Kaimbára hano: Logo fico bom 
9 - Hati húri: Ja sarou--8-- Veixkuktan ti kan, had ja ne: 
Porque me curou, eu ja estou bom -- veixkuktán, curar -- kan: 
por, porque. Vide App. 

AD: Sentir, -soffrer - 1 - Kukire hadn: Sentir fome - 
kokire, sentir fome. 

HAG : Não sei (agh). Tambem Kgha. 

HAG ja: Lugar, onde e meça. Vide App. 

HAHE’? De onde?-1- Hahé kantin? De onde vem ? 

HA’LA, hdra: Mas - 1-7) jog 7 jén kémo ; halato ij 
lairänha vaixti: Meu pai pretende mandar-me; mas eu não 
quero trabalhar - jéne, mandar - kémo, pretende - váixti, sou 
muito contrario ao trabalho - tz, muito. 

HAM: De certo - Ki han kéixno: De certo faz agora -- 
ki, prothesi - kéixno, faz agora. 

HAME : Começar. 

HAM: Primeiro, começar - 1 - Hame fag fa: Primeiro 
ellas choram, começam a chorar — fog, ellas — fa, chorar. Tam- 
bem: Ellas começam a chorar - 2 - En han tojôn: Nós prin- 
cipiamos a brigar = en, nos - to, com - jon, jun: ficar brabo, 
brigar. Vide App. 

HA'MJA: Cabeça, principio (subs. )- ja, lugar onde 
começa uma cousa - 1 - Gôio ni hang ja: Cabeceira da agui- 
nha - gôio ni, aguinha. 

HAMPA': Jacaré. 

HAN : Preparar. Vide App. 

HAN: Certo - 1 - Ti han kéixno: De certo elle agora 
trabalha — tz, elle. | 

HAN : Fazer. Vide App. 

HAN: Sim-1- Han: agmän to ha i: Sim: ja contei 
para elle - agmán, a elles - to, contei - ha, ja. 

HAN : Mesmo - : - Ti han ne: Elle é o mesmo - ne, é. 

HA’NA ? Que 6?-1- Lana jog? Que é do pai: iy - 599; 
pai - Ib- Djon ve tin; ajavii hina: Não sou eu: é o irmão 
com certesa ( que fez )- vjôn, ixôn: eu - ve, sou — javii, irmão 
- häna é - 2 Hana à do? Que é da tua espingarda ? - a, tua, 
- dó, arma, espingarda. 

HA'NA ? Que é? Vide App. 

HA'NA, serve para fazero futuro, propriamente signi- 
fica de certo.-1- Ta ma hána kutéiæno : Chovera mais - ta, 
chuva - ma, mais ( continuará a chover ) - küte, cahir - 2 - Ta 





— 106 — 


häna kiten: Choverä - 3 - Tami hana jog angvéi ti: Aqui 
elle visitará o pai-ta, aqui- m?, por - 4 - Ti; tan déja, rog 
ne hina’ Porque elle engulirá isto ? ti, elle, tan, isto - déja, 
porque - rogne, está engulindo. 

HANBE’KTIMO: Costumar de fazer - 1 - Veinmá han 
bektimo : Elle costuma fazer mal - veinmá, mal. 

HA'NDE, ag húnde, aiang, die: Vôs - 1 - Ag ititi hânde 
nanti: Vos sois muitissimos. 

HAN HON: Flauta com diversos canos. 

HANJA : Lugar onde começa alguma cousa. Vide App. 

HA'NTO, deto: Onde - 1 - Hanto ij ti fixmo? Onde 
ponho a elle agora - fi, por- x, eu- mo, agora. 

HA'RA, hdla: Mas, porém - 1 - Kanda xine ti: hala- 
tok téien gu ne: A canoa é estreita, mas é muito comprida - 
xüne, estreita - k, connectivo - qu, muito - téie, cumprida - 
ne, 6-2-NX n ra tin ti; hara dni i taki kata ti: Elle vai 
ao Salto grande; porém eu fico triste - X n ra, para o Salto 
- ra, para-tin, vai-d, connectivo - nº, fico - katu, triste - 
ti, muito - 3 - Xan ve ton ra, harato kantinmo: Embora não 
visto, eu venho agora -- xan, eu - ve ra, apezar de visto - ra, 
apezar -- harato, todavia. 

HA'RATO Assim mesmo! Deveras! 

HA’TI: Faser. Vide App., 

HAT, had: Sentir, perceber, soffrer - 1 - Fébre had -- 
éixno: Agora eu soffro de febre - éix, eu, no, agora-2- 
Kaimbára febre hadn ke ti: Logo vai soffrer de febre - ke, 
vai -ti, elle-3- Konga budngh hadéixno: Agora padeço 
grande dôr - kangá, dor - 4- Kotü te kampón e hadéix no: 
De noite soffro muito as pulgas, kotii te, de noite -te, de- 
kampó pulga. 

HA’TI: Ir embora - 1 - Ix in nôro háti ha: Eu ja vou 
dormir em minha casa - in, casa - ha, ja. 

HA - HURA : Inteiro ( ha-hiira ). 

HAU háu: Cão. Vide App. 

HE: Não, com kíre-- 1 -- Kiri perógn din he: Veja de 
não abrir o sacco - perógn, sacco - dôn, abrir - 2 - Niri gôio 
ra tin he: ti kin géixno: Veja de não ir ao rio; ( senão ) 
ficas enroscado nelle - gééo ra, para o rio-ra, para-ti hi, 
nelle, ge, pegar. 

HE: Sim. Tambem het, han, ha-1- Ti veixkarü jo 
kéira nim. He: ajo nimmo: Veja de guardar um pedaço 
para mim — Resposta: Sim o guardo - ti veixkarú, um pe- 
daço de tal cousa - jo... mim, guarda, (para mim), ajo .. 
nim guardo para ti-a,a ti-2- Ijmá jo ti kupára nim had: 
Elle guarda um pedaço para mim -7jma. para mim - é, elle 
- kupára, um pedaço (de kupan, cortar ). 

NEGO, jénga: Assado-1- 7% nin hégo: Carne as- 
sada de tal qualidade, do tal animal - #/, do tal animal -- nin, 
carne. . 

E HEHE: De onde--1-- Iléhe ti kantin?: De onde vem 
elle ? 


Rn 


HEN! Ahi!-1-Hen kuxátiti: Ai! faz muito frio! 
Ai! que frio! 

HEN, hénto, déto: Onde - 1-1) xampé hénto ni: 
Onde se achao men chapeu ?- ni, esta -- 2 - Hénto ajama ne: 
Oade se ach: minha morada?--a connectivo -- Jama, morada 
ne, esta. 


HENHORIKE MON: Talvez; mais ou menos -- I -- He- 
nkéreke mon kantimo : Talvez eu venho agora -- kantimo, ve- 
nho agora -- 2 -- Henhdrike mon tj jogn Xa ra tingo: Talvez 
meu pai va para o Salto Grande--jogn, pai-- Xa, Salto 
Grande - ra, para - fingo, vai sgora - 3 -- Henhôrike mon ijma 
if déve deix mil reis : Me deve mais on menos dez mil réis 
ijma, para min -- vi, elle. 

HE’RA: Aonde-I- Héra móix aiäng? Aonde ides 
vos ? móix, ir -- aiding, vos. 

HO’RIKE, Hôrika : Como, quanto, quando, qual -- seme- 
lhante, igual - 1 - à) jan koréke ne? Como vai minha mii ? jan, 
ne. é. Tambem: Jj jan ha hórike? Minha mii está boa ? - ha, 
mai boa. = /1ü fi ne: Ella esta boa -- hd, boa - fi ella - ne, esta — 
2--- 1j jogn hérike: Como vai meu pai. Tambem: Hórike 
jogn ? -- 3 - Hórike ka en vex kamôn ne? Q ando virão ver- 
nos ?-ka quando - en, nos-7e, ver - ne, esta ~ kamôn, vindo 
4- Ti hórike je kotxi ? Quantos filhos tem? -Jje, estar 
com, possuir, ter — kotxi filhos -- 5 -- 77 jururut horike ne: Elle 
é semelhante a um carro-ne, é ti, elle-6- Grre tag agn, 
timongra je hor kéti, timôn tanto je hôriketi ? Destas crian- 
ças, quantos são os meninos de fulano de tal, e quantas 
são as meuinas de sicrano de tal, -- gire tag, destes meninos 
- ag, elles, serve para formar o plurar--ti, de fuäno de 
tal -- m, connectivo -- ongrá, varão -- ôntantô, femlea - 7 - 
Kaféi hortke ? Que flôr é ? - 8 - Nuxá hôrike nº prán ki tan? 
Quantos mezes tem neste anno ? prán ki, no anno - tan, este 
9-1; javu alengré jagne hôriked ni: Os meus dois irmãos 
são semelhantes um com outro--javú, irmao-- jágne, um a 
outro - 10 -- Xanxi hôritke? De -que tamanho é o passari- 
nho?-11-- Aanjam horiked je: Quanto custa? -- kanjäm, 
comprar - jé é--hórike, quanto-12-- Nire jiji hóriketi ? 
Qual é nome do menino? 7/5, nome--13-- Aran ke hôreke 
ne ? Como se deve plantar ?-- ke se deve - 14 - Hôriket kan- 
tére, kémo ? Como pret ndem de morrer todos? kan, todos 
tere, morrer -- kémo, pretendem -- 15 - Hürikétka jógn kantin 
ni? (Quando é que vem vindo o pai ?-- ka, quando -- ni, 
vem está -- 16 —- One hirike hadn: Fazer de um modo di- 
verso -- ône, diverso -- hadn fazer -- 17-- Hérike eman hat tó- 
gmo ? Como está fazendo o mundo ? -- eman : mundo, villa -- hat, 
fazendo -- tógmo, está agora-- 18 -- Jagne hôrile en ne: Nós so- 
mos iguazs -- jágne, um a outro. O ô de hüriske deve sempre 
carregar o trema (ô). 

HEVE'T, hevéi: Veia. 

HI !: Oh!--I- Hi! hé té One kaixká ra tan! Oh! 
como é feliz quem vai para o céu! hd, feliz-- ti, muito - 


— 108 — 


kaixká, ceu--ra, para - tin, vai. Hü deve sempre carregar o 
trema (6). 

HIJE RE: Planicie. Tambem kijére, kiijere. 

HIX : Tatu. 

HO”: Todas as syllabas HO que seguem até HOM 
inclusive se pronunciam HO””: Agradavel - I -- 7) ma ho hadn : 
Faz uma cousa agradavel para mim -- hadn, fazer -- 2 - Kuxa 
ki ni hit: E agradavel levantar cedo - kuxá cedo -- ki, em - 
ni, levantar. 

HO’: Alto-T--In tage hó je: Esta casa é muito alta 
— in, casa é, muito — hô, alta - je, é. Vide App. 

HO : Forte, alto. Vide App. 

HO : Novo. Vide App. 

HO: Amigo -- 1 -- Hô ij jen ti: Elle é meu amigo; é 
amavel para mim —jen, é--ti, elle-- 2 - Hô ti jen ti: Elle é 
amavel com fulano de tal--ti, fulano de tal-3-- Himá ti 
ho je: elle está bom commigo. 

HO: Bem--1- Mot ij ni: Eu estou bom--t, conne- 
ctivo -- ni, estou. 

HO: Bom--1--Hô hadn ha ij: Eu já fiz bom negocio 
- hadn, fazer - ha, já —- 2 -- Ixôn nangja hot hanera: Prepare 
minha cama --ixôn, meu--nänja, cama --hôt hanera: prepa- 
re - 2 bs- Jambalôn can ko hôn eti: O jambalon é muito 
bom para comer -- van, sendo -- kd, comer - hd, bom — ne, está 
-ti, elle -3--Jj fa tin hô: Minhas pernas são boas, ser: 
vem para viajar - tin, viajar - servem - 4 -- Larânha hô nanti: 
São muito bonus para trabalhar - hó : bom, sacudido — 5 -- A’ma 
hot ni? Você está bom ?--6- HG ij je: Eu estou bom -- je, 
estou --T-- Bijmán ti hd je: Elle está bom commigo - 7 -- Hô 
à) kan eté: Ku estou muito bom -- kan, estou -- éti, muito -- 8.- 
Venxén hid ni ktive; harato óri joma ne: uma vez era bom, 
mas agora é ruim -- venxén, venxin: uma vez- hd, bom -- k, 
connectivo -- ti, elle -- ve, era - jomä, malvado -- 9 - Kakané tag 
jéne hé ne: Esta fructa é boa para comer - kakané, fructa 
de arvoro--ka, pau, arvore--jéne, comer - 10 - Ex kurä on 
ki, hôd ni: Eu outro dia estava bom -- ex, eu -- kwra, dia -- 6n, 
outro --11-- H6 ti ne; hô fi ne: Elle está bom; ella está boa 
- fi, ella-12-- Arangro pr hüti ne: Tambem só feijão é 
muito bom -- arangró, feijão -- pir, só -- ne, é -- 13 -- Ha hô man: 
Está muito bom - man, muito -- 14 -- Kitveinran hôdnt: E' bom 
para ensinar -- 15 -- On hô. E” bom -- ôn, é -- 15 b--Kren ti campé 
hé ne: O chapéu de cresciúma é bom -- ti xampé, o chapéu 
delle -- krén, resciuma - 16 -. Padre hé ij je : Eu sou padre bom - 
17 -- Ko hô ne: E' bom para comer -- 18 - Kix hô hadn ja: Eu 
agora preparo, preparei já, --k, prothesi--ij, eu--hadn ho, 
preparar -- ja, agora ou já. Indicar o passado tambem - 19 -- 
Ig jogma hé tinkti: Meu pai vive muito bem --jog, pai 
-- tinkti, vive--20 -- Denhü: Cousa boa--den, cousa - 21 
- Pi nin go hd: Carne boa para comer- tz nin, carne do 
tal bicho, da tal qualidade--ko, go: para comer - ho, boa 
- 22.- Aixmä vi hi ne agn kéke: A gente diz palavras que 





— 109 — 


são boas para mim--aiæma, para mim- vi, palavras -- hd ne, 
que são boas -- agn, a gente -- héle, fallam: repetido para in- 
dicar o plural. Significa me querem bem. 

HO: Bonito -- 1 -- Kaxka hi ne: A tarde é bonita -- ka- 
aka, taxde- ne, é--2-- Pa (po) hi: pedra bonita --3 -- On 
hi: E” bonito -- én, é--4-- On hô fi: Ella é bonita - fi, ella 
-5- À hô ni: Tu és bonito - a, tu - 6 -- Bandaawhé Carlito ! 
Que linda banana, Carlito! - 6 - Nhatiká hóti nz: O enfeite 
do peito é muito bom - nhatikà, enfeite do peito -- húti, muito 
bom -- nhatilá, nhatka: adorno do peito em forma de rosario 
ou de outra cousa-7-- Ningrü hin hanera: Corte as unhas 
- ningrú, unhas - hin, bonitas -- hánero, de han: faze tu--8 
- Kaxká van hód ne: O céu está bonito - kaxká, céu (katka) 
-- van, estando -- ne, esta. 


HO”: © rpo-1--T; hi: Meu corpo - 2-- Ti ho korég 
ne: O corpo delle é feio -- korég: feio, ruim -- gi seu, delle -- 
3-1; hô kangã ti ha: Meu corpo já esta doente = kangé, 
doente -- ti, muito - ha, ja. 

HOT HAN: Preparar -t, connectivo - hô, bom -- han, 
fazer. 

HO: Engraçado - 1 -- On hô ve: O outro é engraçado 
- ôn, outro, pessoa — ve, é. 

HO: Feliz--1-- Hô had ij: Fiz bem; fui feliz no ne- 
gocio -- had, fazer. 

HO: Facil. 

HO: Grande--1-- Kan tag hô je: Este pau é grande 
- ka, pau -- n, connectivo -- tag, este -- je, 6-- hd: grande, grosso. 

HO: Mais - 1- Veixkatá ee. e hije: Este remedio 
é muito mais--e, muito--je, é--2- Kupri hd: Mais branco 
- Kuprí ve: Menos branco -- ve, menos--3-- Ka e hô je: O 
pau é muito maior - 4 - Ka tang e hô je; ôns ti ka fari je: 
Este pau é grande; o outro é maior--ône ti, > outro - ka, 
pau -- far, maior -- 7, connectivo -- je, é. 

HO: Muito-1-Krin kri je kdn, tami hé pandôi 
véltimo : Quando está no alto do monte, verá muito de longe 
um espigão--kri, encima, posp.-je, está--kan, quando 
.- tami, ao longe, por lá--pandói, espigão -- véktimo, vê 
agora, verá - 2 -- Veikatá hi je kan, kténo; xin kan, krone, 
kiéno ton: O remedio, sendo muito; mata: bebendo pou- 
co, não mata -- vezketá, remedio-je kan, quando é -- kténo. 
mata -- xin, pouco - krone, bebe -3--Linhero hô ti ne: 
Elle está com muito dinheiro --ti ne, elle esta com --ti, 
elle--4- Jaktára hé! Muito miseravel! Oh! miseravel - 
5- Taréja jaktára hó!: Aquelie sujeito miserabilissimo, 
está morrendo -- ja, está em acto --tére. de morrer - 6 - Kutii 
aci hót, ix nôromo: A’ tarde muito avançada, à meia noite, 
eu domirei -- kutu, noite -- xi, pequena -- nôro, durmo -- 7 - 7% 
hô ti kri tampri kane: Elle é muito melhor do que fu- 
lano de tal--ti hô... tampri, elle é muito melhor - ti kere 


— 110 — 


do que elle-8- Ti ant foro hô ne: Elle é muito maior 
do que fulano de tal-- 7% kant, mais do que elle - kan, 
do que elle--t, connectivo - fóro, maior - hd, muito - ne, é — 
9-- Nôngje ho fi ne: Ella está com muito leite - nóngje, 
leite -- hd... ne, está com muito-- fi, ella- 10- Jama hárato 
n:: O meu bairro está muito perto --jamá, meu bairro - 
re, perto -- hárato. deveras -- 10-b -- Rejar hé to ij kâni : Eu sou 
muito acostumado a rezar --t , acostumado -- kdnz, estou - 11 
- Hálato laranhard ij hiti: Deveras eu trabalho muitissimo - 
hälato, deveras -- húti, muitissimo. 

HO: Quero - 1 -- Joi hé ij: Quero urinar - 2 - Noro 
hôütiti: Estou com muito somno, quero muito dormir -- 3 -- Jj 
krôn hôtiti húri: Já passou a minha séde-- húri, particula 
para indicar o passado. Vide App. 

HO: Verdade -- 1 -- 7j hô vin ke: tj pija dno: Eu digo 
a verdade: eu não digo mentire - hd vin, palavra verdadeira — 
ke, digo -- pija, não--ôno, falso--2-- Agtán hé vin ke kéma 
ne: Elles gostam de dizer a verdade --agtân, elles -- kema, 
gostam. Vide App. 


4): Verdade. Vide App. 


HO: De boa mente, de boa vondade - 1- Pirã œamb 
hôti tin ti; jógn jen Dot kênti: Elle vai de boa vontade 
caçar peixes; o pai janta de muito boa vontade = pira, peixe - 
æamb, pegar - hiti, de muito boa vontade - tin, ir--jen, jan- 
tando - kánti, está-2-ljmá hd han: Para mim o faz de 
boa vontade - ijmá, para mim - han, faz. 

HO, hid: Capaz. Vide App. 


HOM: Pular--1-- Hémkera: Pula tu-2--Gôio órit 
hémke kémo: Hoje pretendo pular na ‘agua -- órit, hoje - 
kémo, pretendo. 


HÓRE: Fora (posp.), separar, sahir -- 1 -- En tére kan. 
veikuprin 7) hô horo tí: Quando morrermos-- no momento 
(de nos morrer) da alma se separar do meu corpo — en, nós — 
tére, morre -- kan, no, quando, -- veikuprin, alma -- 77, meu -— hé, 
corpo -- tí, elle. -- Alma em Kaingáng é masculino -- 2 -- An 
jog lean! hore: Esta separado do pai- an, connectivo -- kant, 
do --3 -- Hat in te hore: Ja esta fora de casa -- ha, ja -- t, 
connectivo. 


HO”RIKE: Qual, quanto, ete. Vide hérike. - 1 - Kaféi 
hórile? Que fôr 6?-2--7% kangdmo ra, kenk hôrikéxno : 
Embora esteja elle doente, com tudo elle qrer prosear -- kan- 
gámo, doente agora - ra, apezar -- kenk, fallar muito, cantar. 
E a red uplicação de ke, fallar para indicar intensidade de acção - 
hérike, igualmente -- x, connectivo - no, agora esta. 


HO’RO: em vez de huru, Ja, fora. 

HOT: Onde. Vide App. 

HOTITI: Desejar muito, precisar - 1 - Kron hôtiti àj: 
Eu preciso muito de beber: tenho muita sede -- krôn, beber 


Se fi ques 


-2 - Xan kamixa kun hôtiti: Preciso muito de tirar a ca- 
misa -- van, eu -- kun, tirar 

HO’BO, hóvo, h6obo : Lobo. 

HUKE! Soprar. Vide aike, aiénka. 

HUIK: Cabo de caldeira, arco de caldeira ou de ou- 
tra cousa -- ti Aik: Cabo da tal cousa. Vide pu. 

HU: Apitar. 

HUIK KRIN: Especie de aranha -- krin, cabeça, 

HUIX: Sopro--1-- Ti hüx : Sopro delle. Vide azénka. 

HU"OU: Sapo. Tambem bi (Sao Paulo ). 

HUPO’NERE: Tocha. - Pónera: Queima tu. 

HURI: HURO, hur, hul: particula adverbial para 
significar acção passada do verbo que modifica - 1 - Autú 
ken hurt: Ja passou o obscuro, a noite-- kutú, noite -- ken, 
connectivo — 2 - Venjén hat hut: O almoço esta feito -- hat, 
feito -- 3--T) krén hüôtiti húri : Ja passou a seae-- krén, be- 
ber -- hütité, ter precisão - 4 -- Ij kokire húru hadn : Não sotfro 
mais fome - kokire, fome --hadn, sentir- 5-- Kron ij huri: 
Ja bebi--6- Jan, hur kara venjén? Mai, a comida esta 
prompta ? -- kara, acabar -- venjén, comida--7-- In hur kara: 
Acabou a casa -- in, casa--8-- On ag jamen (ju) húru viiire: 
Elle foi adiante dos outros-dn ag, dos outros -- jamén, 
adiante -- viizre, andou--9-- Agn jamén tin ti: Elle vai 
adiante dos outros-— tin, ir--10--Fagn kanga haru hadn: 
As mulheres que estavam doentes, ja sararam ~ fagn, mulhe- 
res - kanga,, coentes -- hadn, sarar, estar boas. 

HURO’MKE: Cobrir - 1 -- Kaix kangón krid hurómke : 
A nuvem (nevoa) cobriu o monte -- kr{d, monte. Vide romke. 


IAMPRT : Limpo, puro. Vide App. 

IX, IJ, éix, ej, ex, aix — can, je: Eu, meu: pronome 
pessoal E possessivo — 1 — 1j kafi Significa tambem, sala: Meu 
pulso -2-- 1) je, ix ne: Eu sou, estou com, possúo, tenho algu- 
ma cousa -- 3 - Krin te id kantin: Eu venho da serra — it, eu 
--te, da-- kantin, vir-- krin: serra, monte--4-- Jj) ambre tin: 
Eu vou com você -- ambré, com você - am, você--5 - Ix ôn: E' 
meu-ôn, é- 6-1) jógn kanyáti: Meu pai esta muito 
doente -- ti, esta -- 7 -- Tampére kanjam, ix veinkréno je: 
Eu compro uma enxada, eu estou carpindo -- tampére, enxada — 
lxnjäm, compro - ixó, eu - krendje, estou carpindo -- 8 - O'ri in 
hadn ij: Agora eu faço uma casa — 677, hoje -- hadn, faço -9- 
Ga grin ij jo: Eu guardo as telhas - ga grin, telhas — 70, guar- 
do - 10 -- Ij gama te piju ma ti: No meu bairro elle continua 
roubar -- jamá, hairro-te, no-piju, roubar - ma -- continua 
11- 1) anti kekaird: Eu amo a elle-an, connectivo-- ti, a 
elle -- kilairé, amo --12--1) in ra ix tin ke: Eu pretendo ir 
na minha casa -- ix in, minha easa--ra, para — ke, pretendo 
13--Je vaju grú: Eu accendo o meu cigarro -- je, meu -- vajú 
- cigarro - 14 -- E'ix men vog konána agtógmo: Elles estão 

jadiando dos meus aniinaes -- men, animaes -- vog, vogkonana, 
RE - ag, elles - tógmo, estão -- 15 - Ij erá (irá ): Meu 
queixo -- 16 -- 1) ningé féie ado : Dedo indicador - ningé 
féie, dedo -- 16 bis -- B ning xi: Dedo pequeno - ningé. mão -- 
17-Ixôn ij kóij : Eu como o que é meu -- kóij: como - 18 -- [jon 
avangró: A minha garganta -- 1º -- Tjôn pu, vel: ton ti ne: 
Eu escondo (e) elle não me vê -- pejú, escondo -- ve, vendo -- 
k, connectivo -- ne, está. — Tambem eu roubo, e elle não me 
vê--20--T; hadn veijmá; ag kid nanti: Eu soffro doença; 
elles estão descançando -- hedn, soffrer -- veiamá, doença, mal 
-- kid, kün: deseangando -- nánti, estão --21-- Ixó to joma: 
E' malvado commigo -- to, com -- jomá, malvado -- jôr, brabo 
- 22 -- Ixô ton, ag ton ve: Não é nem meu nem delles -- ve, 
é - ag, delles -- to, não -- 23 -- Ixôn hô hô hanera: Prepara tu 
o meu corpo -- hó, corpo -- hi han, preparar -- 24 -- 1j jógn ja- 
mu ve je: E' meu tio paterno mais moco-jogn javü, irmão 
de meu pai--ve, menor--je, 6--25--Jj langré ve: Minha 
cunhada -- Jangré, do irmão -- ve, irmã, mulher -- 26 -- Tx prén 
fi javú: Meu cunhado -- 7) prôn fi, de minha mulher -- javu, 
irmão -- 27 -- Ix kotaxi fi kotwi: Meu netto- kvtxifi, da filha 
-- 28 -- Ij jenma: Hombros -- jen, costa - ba, ma, grande-- 29 -- Ij 
kikairé fi: Minha amiga -- kikairó: amo, conheço — 30 -- Jj 
pron javaiix ra, ij jan pron te acórmo: Embóra eu não queira 


— 115 — 


casar, minha mai quer que eu case--prôn, casar - 
javáix, não queira--ij jonminha mãi-xórmo, quer 
que eu case--ra, apesar-31--1) Ki eréino (erén) ag 
xormo: Elles desejam pular em mim--7) ki, em mim- 
ki, em--32- Eijma de ve ne?--O que é que me apresen- 
ta?-dé, que cousa--ve, apresentando -- ne, está--33 - Ix 
a ij japan ra tin ne: Eu estou indo para a minha roça 
--a, connectivo-- japan, minha roça--ra, para--ne, estou 
-- 34 -- Tin ven ix: Eu vou primeiro — ven, primeiro - 35 -- Ix 
veindii javáia ra, veindii: Apesar que não queria rir, eu ri 
veindü, rir- 36--1) a hürike van tôn ti: Elle não está como 
eu--a, connectivo - hôrike, como --van, esta --tôn, não -- ti, 
elle--37 -- Ij alengré angvéix tinove: Eu ia visitar meu ir- 
mão, companheiro, amigo - alengré, amigo, ete. -- angvéix, vi- 
sitar -- tínove, ia 38- Tx kitdún : O berne que estä em mim 
— kétdún, berne - 39 — Tj hô kaugati ha: O meu corpo já está 
doente - Ad, corpo - kangäti, muito doente - ha, já -- 40 — E; 
ankomo kan, javii ti penót ten: Emquanto eu como, o irmão 
vai procural-o -- an, connectivo -- kómo, como agora -- A em- 
quanto — pene, buscar, matar, pegar -- 41 -- Ninhé à) kujé : O 
meu nariz é direito -- Æujé, direito. — Torto, se diz pando, 
te, ve-- 41 bis Ninhé te à je: Eu estou com o nariz torto -- 7, 
eu -42--Ij jognma hô tinkti: Meu pai vive feliz tinkti, 
vive - 43 -- Eijm os fuinfúi. x v6g ti mo: Elle agora toca o chu- 
pim para mim --fuixfúix, choupin, 2specie do passarinho 
damninho -- vog, toca — ti, elle - mo, agora — 44 -- Níre fi, eix- 
man ha kantin: Menina, venha para mim -- nire a menina -- 
ha, voz de mando - 45 -- Gire fi, eixmän paktü lanktére kupé 
hakantin : Menina, venha para lavar meus pratos -- pakti, pa- 
nella — lanktére, largo -- kupé, lavar -- 46 - Ij vin pije (rija) 
hô je: À sine palavra não é boa-—win, palavra -- pije, não 
- je, é-47-- Tx an kokire me ra, lairânha ve: Eu, embóra 
soffra fome, trabalho -- kokire, fóme -- ra, apesar — 48 — Txan 
on mua hô man ex kémo: Para mim tudo servirá -- 
tocam, para mim--on mua, (o m se prouuncia nasalado ) 
qualquer cousa 2--hó, bom -- man, muito — ex-connectivo -- 
kémo, vai ser ~49--Laranharanha, ij an kó je: Eu 
trabalho e estou comendo -- kóje, estou comendo — 50 -- 
Exa hi ne ara! Oh! si tivesse saúde! -- ho ne, estar bom -- 
ne, estar — ara, interjecção de desejo -- 51 —- E'ix káxka kan- 
gamo: Eu des tarde fico doente-- kä:: ka, de tarde -- 52 - Tj 
da ti tin: Elle vai perto de mim -- la, perto -53-- Kin don 
4) tin ge: Eu quero ir atraz -- ki, p othesi--don, atraz — ge, 
pretendo -- 54 -- Fód ij : Pinchei, atirei, colloquei -- 55 -- Ij prôn 
veixkuranti kiveinrämen : Minha mulher aprende a costurar 
— veixkuranti, costurar - kiveinramen, aprender. -- Minha mu- 
lher sabe costurar: Jj pron veixkuränti kevenhéra -- 56 — Ij 
Jógn bre ix vivre: Eu fui junto com meu pai -- jog brê, com 
o pai — viiire, fui - 57 -- Veixküdje ij: Eu estou descançando 
— je, estou — kon, kod: descançar -- 58 -- Tj jon: Eu brigo; eu 
estou brabo - 59 -- Ti katóite ix aleng gré: O meu amigo o en- 


— 114 — 


controu -- hatóite, encontrou - 60 -- Ir hivotiti han, ta to ig veg 
ton ti ni: Como eu sou muito cégo, eu não estou enxergando 
lá -- kiivd, kivo: cégo - kan, porque -- ta to, no la-- ta, Já - ve, 
ver -- g, connectivo - ni, estou-- 61-- 1) pén jakän kante: A 
minha esquerda -- 7) pén, do meu pé-jakän esquerda, kante,. 
do lado -- 62 -- Iv arütitr : Eu estou muito cançado - titi, muito 
63 -- Timé tampére judn: Me dê a enxada~idma, para mim 
-- tampére, enxada -- judn, dê, me chegue- 64-- 1) hô: Meu 
corpo -- 65 -- ( ningé, ininhá, ut, pire, ete., vide App.) Jogma 
min tag tan (ten) ja ve: Meu pai esti matando esta onça 
— jogmã, pai -- min, onça -- ja, agora -- ve, esta — 66 -- Ij langré 
kotæi : filho de meu irmão, meu sobrinho -- langré, irmão -- 66 
bis -- Eiama emin nin: Me dê um bolo, um pão -- n/m, dê -- 67 
Hé ix ne: Eu estou bom--hô, bom -- 68-- Tx jan bre jogn: 
Meu pai junto com minha mii -- jan bre. junto com minha 
mai -- 69 -- Zj jan küfé küpti: A faca de minha mãi corta — 
kiifé, faca - küpti, kiipti: corta -- 70 -- Tx jénja : Minha mesa 
de comer -- (x, minha -- jen, de comer -- ja, logar, instrumente 
- 71 -- Jx din: Meu ventre -- 72 - Ix dúin: Meu pescoço -- 
72 bis -- Emprü ki ix kúte: Eu cahi na estrada, ki, na -- 73 - 
Iv kauigh: A minha costella -- 74 -- Du kanga kata: Reme- 
dio para a dor de barriga -- du, ventre — kanga, doente, dôr 
-- kata, salutar -- 75 - Ti tang timan ke ve ix: Eu vejo aquelle 
que falla a Fulano --ti tang, aquelle que -- man, Fulano -- 
ke, falla -- ve, vejo -- 76 -- Ij bre jiji: Aquelie que tem o meu 
nome: xará, tocaiu -- 2j bre, junto commigo - jiji, nome -- 17 
- Ix be: Minha avo -- 78 -- Kôix to ix veg ton ni kti: Eu 
não vejo muito em cima — kúix, cima -- to, em -- veg, vendo 
-- ni, estou -- ti, muito -- 79 -- De à) jo: Eu guardo a cousa -- 
de, cousa -- jo, jo nim, jo nim had: eu guardo -- 80 - Ga grin 
ix jo: Eu guardo as telhas ~ ga grin, artefacto de terra, te- 
has -- 81 — Ix je: Eu sou. 

IN . Casa - 1-Inempran kuúte : Cohim no chão da casa -- in 
empran, chão = prán, Bante baixa - kite, cahiu -- 1-b-- E'ix in: 
Minha casa --2-- Ag in: A casa delle--3-- Ori in ix hadn: 
Hoje eu faço uma casa -- óri, agora -- 4 -- In ton ve ix ha viiire: 
Ainda eu não fui ver a casa--ha, já -- viiire, fui --ton, não - 
4-b -- Int anguéi ha ti vüire: Elle ja foi ver a casa -t, con- 
nectivo- ha, ja--angvéi, ver--viiire, foi-5- If tn ti hur 
tra: Já elle acabou a minha casa - hur, particula adver- 
bial para indicar o passado do verbo - kara, acabar -- 6 -- In 
tonjá ra hüru vüire: Já sahiu para fora da casa -- tonja, 
fora -- ra, para--7--In xi: Rancho, casa pequena, choça - 8 - 
Im dn han mánera: Faça mais outra casa -- ôn, outra -- md- 
nera, mais -- era, terminação para indicar o imperativo -- 9 - 
In on ne: E' outra casa -- ôn, outra - ne, é-- 10 - Xan xi in: 
Gaiola, casa de passarinho - 11 -- dx jama te tan, denim pejú 
ma: Elle no meu bairro rouba tudo -- jamá, meu bairro -- te, 
no -- tan, aquelle -- denim, tudo -- pejú, roubar -- ma, continua 
- tí, muito -- 12 -- Aiáng in: Vossa casa -- 13 -- Ag in te nórumo: 
Está dormindo agora na casa delles -- te, na -- 15 -- Ainkafé -- 





/ — 115 — 


düdn kara ra ix: Eu entrei no quarto -- a, connectivo, inhka- 
fédiidn, quarto -- kúra, dentro - ra, ran: entrar -- 16 -- Inka- 
fodiidn kdra ne: Está dentro do quarto - 17 - Onn te ne? 
(Quem está dentro da casa?-ôn, quem--ne, está -- 18 -— In 
ton hat kren, ni ha: Ainda não fez quasi a cisa (e), e ja 
mora nella--tôn, ainda não - hat, fez--krén, quasi-ni, 
habita - ha, ja-19-In in: Varias casas - 20 - A jog in te 
ti ni: O pai se acha em casa-in te, em casa -- 20-b -- In 
tagn tx já vénve; haraori kton ve: Esta casa era minha - 
mas agora não é mais -- tagn, esta — ij - minha, (já, particula 
para indicar o passado )-- vénve, era - óre, agora. hoje -- ki, 
connectivo -- ôn, de outros --vé, 6 - 21 - Kix iju in kantin : 
Eu venho a minha a -- ÉiX, eu — ju, minha -- 22 -- In in 
hadn : Fazer casas--23-- In ka me prin: Varrer um pouco 
dentro da casa -- ka, dentro -- me, um pouco - prin, varrer -- 24 
-- Inprüru : Terreiro, rua da casa - priirw rua. 


INKAFODUDN, imafôdüdn (O M de imafódudn é na- 
salado ): Quarto da casa -- in, casa - ka, dentro -- fod, atirar -- 
dudn, maçã, protuberancia. Kafó, sala. 


ÍNERE: Sovaco. 
INIVA: Sentar ( Visc. ). 
IN-HUÍ, eng-huí : Assobiar, assobio. 


ININDO : Meio dia -- 1 -- Inindó kan, xa: Esta no meio 
dia -- kan, no - xá, esta -- 2 -- Inindó kaxka: Meio dia -- 3 -, 
Aran inindó káxka: Meio dia - aran, sol-- 4 -- Aran inindoó 
känti xa: O sol está preso no meio dia-- kantz, está -- xa ; 
preso - 5 -- Innindo to: No meio dia - to, em -- dó, raio. 

INIRIL : Hombro ( Vis. ). 

INJÚJO : Papagaio. Tambem kanté. 

INPRU : Terreiro. 

IPE’DN: A direita. - Jakan, jakdin: A’ esquerda. 

IRA’: Queixo, no:-1-- Ka pe irá (era) hampa ti: 
Do galho erompe o no -- kapé, galho - kampa, brotar - tz, elle, 
-2-- Ix irá (era): Meu queixo. 

INTO: Parede de casa - 1 -- Into na ti: Elle se encosta 
à parede -- na, encostar-se -- 2 -- Déne kangréve into nänti : Na 
parede sa acham retractos de bichos -- déne, bichos, cousas -- 
kangrôve, retractos -- nânti, estão. 

PNTO fóro: Fuligem. 

INTON GA: Barrear, pôr barro na parede -- 1-- Intôn 
ga ti: Elle põe barro na parede. 

IXION : Calças ( Vis. ). 

PTITI: Muitissimo -- 1 -- Veilairá kof ítiti: Trabalho 
pesadissimo -- vcilairá, trabalho -- kof, pesado -- 2 -- ’titd aiág : 
Vo sois muitissimos -- aidg, vos. 

PTITI: Mais de vinte (muitos ). 


J 


Nota 1. Suffixo para indicar que faz alguma cousa, 
Vide App. 

Nota 2. O J pode-se pronunciar como em Portuguez 
um pouco nasalado, ou senão como o Y Espanhol um tanto 
nasalado. Os Kaingang que não podem, por defeito physico, 
falar fanhosamente, o pronunciam como o J portuguez. 


JA: Bico--1-- Janón : Bico torto. 

JA: Corte (jan )--1-- Béngh já: Corte do machado. 

JA: Eu. Vide App. 

JAN, ja: Dente--1- Jan uamfore: (U se pronuncia 
nasalado). Perder os dentas--2-- Ajan jejét kéma ne: Gosta 
de ranger os dentes -- a, connectivo -- jejét, ranger -- kema, gosta 
--3-~Japo: pedra do dente -- po, pedra -- 4 —- Ja pando: Dente 
torto. — Tambem ja nôn--on, torto--5--Ja joxke: Dente 
podre, 6co--6-- An jan kupé jafa: Escova para lavar os 
dentes, instrumento para lavar os dentes - an, connectivo -- 
kupé ; lavar -- jafá, instrumento -- 7 - Jan tôn: Quem é sem 
dentes -- tôn, não -- 8-- Buromo ha jan : Ja brota o dente- bú- 

. romo, brota agora. 


JA: Estar. Tambem je, ne, ni, na--1-- Tx alengré véi 
tin ja ix: Eu vou visitar meu irmão -tin... ja, vou indo — 
véi, ver. 

JA: Suffixo para indicar instrumento - 1 - Tokfin ja: 
liame - togfin, amarrar - ja, instrumento -- 2 - Jafa: Instru- 
mento. 

JA : Particula adverbial para significar acção presente 
ou contemporanea a outra ou passada, ou simplesmente acção 
passada -- I -- Venxan ti ró kara kéja : Outrhora eu queria 
entrar na horta delle - venxân, uma vez-ti ro, horta delle -- 
ro, cerca, lugar fechado, horta - kara, entrar -- ke, queria — 2 — 
To ti vinki, kara ran je ja : Eu estou entrando com licença 
delle -- ti vin, ordem delle -- kz, por - kara, dentro — ran, entrar 
- je, estou -- ja, agora -- 3 - Ti nin kajafà ja ne: A carne 
do tal animal está bixada--ti nin, a carne -- kajafá, bixo - 
jane: Está agora com -- 4 - Ix ve ja ti känti : Elle agora me 
está vendo--ve, ver -- kanti, está-- 5-- Noro ti ten ja ne ha: 
Eile ja vai dormir--nôro, dormir -tin, vai-ja, ne, esta 
agora -- 6 - A jan jog junmo kan, porko ati ta ja agn: Quan- 
do chegavá vosso pai, elles matavam os porcos - ajáng, vosso 
- júnmo kan, quando chegava -- kan, quando -- atita, matavam, 
de tain -- ja, então -- agn, elles -- 7 -- Gire van tére fati: O me- 
nino então estava morrendo -- tére, morrendo--ja, então-- ti, 





ome Fy aoe 


elle --8--In tag ix vénve ja; hava ori agtôn ve: Esta casa 
era minha; mas agora é de outra gente - ix minha - vénve, 
era -- ja, então —- ori, agora -- agtôn, dos outros -- ne, é-- 9 -- Ti 
nindó xe ja agr: A gente então lhe amarra os braços - ti, 
nindó, o braço, os braços delle -- xe, amarrava - ja, então - 
agn, a gente -- 10- Akajúno ra, jatu jenti : Embora agora 
brinque, esti quieto, pacifico, não é barulhento - ra, apezar 
jatú, quieto -- jen, está. Vide App. 

JA: Lugar -I--Tg jénja : Meu lugar de comer, meza 
jen, comer. 

JA, jan: Mäi-I- 7) jan fi javu ve: E meu tio ma- 
terno; meu tio materno menor -- fi, della -- ve, é, menor — 2 — 
Tx jampé fi ave: Ella é minha mii legitima -- pé, verdadeiro, 
bom, legitimo -- ave, é--a, connectivo - 3-- ama jan hi ni: 
Tua mii está boa-ama, tua--hd, esta-4-- A jan hôrike ? 
Como está tua mai ? -- a, tua-- hórike, como -- 5 -- Fid mahüni : 
Ella esta muito boa; ella continua muito boa-- fi, ella--d 
connectivo. Vide App. 

OA’ : Old :! Serve para chamar pessoas do sexo mas- 
culino; para chamar pessoas do sexo feminino, precisa usar 
a voz ja! 

JAK: Roca. Vide App. 

JAKA’: Em caza, lar. Vide App. 

JAKA'IN, jakän : Esquerda -- Ipédn, direita. Vide App. 

JARXUNDE: Assar (Sao Paulo). : 

JAKFE’: Ninho -- I - Déto jakfé ni? -- Takan kowcmá : 
Onde está o ninho ?-- Lá encima -- déto, onde -- ni, estã -- tá, 
lá — kan, no, em -- kiexma, em cima. 


JA KRrén: Eu planto--ja, eu--kran, kren, planto: 

JAKRIN, fakrin: Joelho - krin, monte -- fa, perna 
Tambem significa junta dos dedos, pulso, munhéca, nó -- 1 - 
Ix ningé féie jakrin: A junta do meu dedo - 2 - Jakrin ti 
je: Elle está de joelho --te, elle- je, está-3- Ka ki tan 
ajakrin fen kánjen ti: Neste pau elle se ajoelha -- ka, 
pau - ki, em fén, torto -- kánjen, esta-- ti, elle -- 4 -- Jakrin 
tanje: Está de joélho - tan, com -- 5 -- Akan tagn jakrinkrin 
na: Este pau está com nós- a, connectivo -- kan, pau — 
jakrinkrin, nó: a repetição da syllaba indica o plural 
ou multiplicidade de oração, porém feita em lugar e tempo 
proxima uma da outra --na, está -- 6 - Ningé jakrin: Mu- 
nhéca, pulso - 7 - Jakrin tan, tin: Andar de joelho. Vide 
App. 

JAKTA’RA: Miseravel, coitado, compaixão -- 1 -- Ex 
man tog jaktära je: Para mim é um coitado -- tog, a, para 
--je, é. Tambem: Tenho dó do coitado. 

JAKUÁ : Sugeira, cabellos 

JAKUA' TUG TÉIE. É uma ou mais tribus de Kain- 


gangs que andava de cabellos compridos. Deriva de jakud, 
cabellos, sujeira, vermes ( porque entre os selvagens que não 


- 118 — 


dispõem dos recursos que nós temos, o uso dos cabellos é in- 
separavel da sujeira! )- tug, estar com-- téie, cumprido. O 
nome seria dado por escarneo? Vide App. São cs'Kain- 
gang de São Paulo e do Rio dos Cinzas. 

JADJA’RA: Que está rasgado em varias partes — ra, 
está. Rasgado em uma parte só, se diz jara--1--Id kur 
jadjára: Meu manto esta rasgado em varias partes -- 2 - Jj 
kur já ti: Meu manto rasgado -- kur, panno -- ti, elle — 3 - 
Veixupóix jad já ne: O vestido está rasgado -- 4 - Ij rénxo 
jadjänera : Rasga tu o meu lenço. 

JAFA': Instrumento, lugar, trem, escada, utensilio - 
1-T; kantére jafá jamba tere kan, j fa ti tamprügh: Em 
quanto eu descia pela escada, elle subia -- kantére, descia — 
jamba, pela - tampriigh, subir, tére, descer - 2-- Noro jafan 
te: No lugar de dormir -- te, em, 

JAGME, jakxúnde: Assar--1-- Atri, kren pn fi: 
antonini jdgme: Ponha lenha debsixo: a carne está assada -- 
kurz, voz imper. tendo annexa a idéa de pressa -- krén, de- 
baixo (do fogo)- fi, pôr -- pin, lenha --antonini, carne. Nota. 
Os Kaingangs assam a carve sobre a lenha ou no espeto. - 
Han, toco de lenha. 

JA'GNE: Um a outro--1-- Jagne bre ag mo: Elles 
vão junto uns com outros -2-- Jagne véra: Olhai-vos um a 
outro. - 3-- Jágne bre lairânhamo: Nós trabalhamos junto 
um com outro -- bre, junto -- 4 - Jágne kungré agn: Elles bri- 
cam, guerreiam-se um a outro--kungré, brigam ete. - agn, 
elles --5-- Jagne gémo: O mesmo sentido, como o antece- 
dente -- ge, pegar, brigar 5 b -- Jágne ton bra ke vüire: Não 
quizeram ir junto uns com outros --tôn, não --ke, querer -- 
vüire, foi-- 6 -- Jagne dot tin fag: Ellas vão uma atraz da 
outra --dó, atraz--tin, vão--t, connectivo- fag, ellas -- 7 — 
Jagne ge: Elles se agarram um com outro -- 8-- Jágne kom 
kanti: São da mesma idade; estão sentado um ao lado do 
outro -- 9 -- Jagn hirike nek ti: Um é do tamanho do 
outro -- hórike, igual--ne, é--lk, connectivo -- ti, elle -- 10 - 
Jagn ningé: Pegar-se, brigar -- ningé, mão, pegar, tambem - 
11-- Paraguay jagn ningé ij: Eu combati no Paraguay -- ge, 
combater -- 12 -- Jagnin to agn gêmo: Elles combatem, estão 
brigando um com outro -- to, com -- 12 b- Jagnin done ágmo 
ha: Elles ja vão um atraz do outro -- dó, dón, don’: atraz - 
ag, elles -- mo, väo- ha, ja--13--Jagne ran je agn: Elles 
estão uns perto dos outros -- nânti, estão. — Nota: No nu- 
mero antecedente, são só dois que estão um perto do outro; 
no presente são mais de dois--15--Jágne agn déne bano: 
kiré ju he: Elles carregam as cousas um de outro: veja 
que não guardem (alguma cousa)--máno, bdno: carregar - 
déne, cousa -- kiri, veja -- ju, jo: guardar -- he, não - 16 -- Jag- 
nin to jon: Elles ficam brabos (brigam) uns com outros -- to, 
com -- jon, brabo -- 17 -- Jagnen ton ge ha: Ja brigam um 
com outro -- ge, brigar--tôn, com-18- Jägnen bre nänti: 
Elles estão junto um com outro -- 19 —- Jágne kevenhara ni: 





— 119 — 


Elle se conhecem um a outro - #7, estão —- kevenhara, conhe- 
cendo -- 20 -- Jágne kanti ta ki: Um está com outro lã -- kan, 
com --ti, elle-ta, lá -- ki, no--21-Jdgne kiveinrämen agn 
ra, jagne ti jôn: Embora sejam amigos, elles brigam entre 
si- kive/nramen, ser amigo - ra, apezar -- ti, elle - 22 -- Jagne 
to tangrénke ( tangranke, tankrénke ): Se unem um a outro 
com -- 23 -- Jágne kan póvo ha: Já se separam um de vutro — 
kan, de -- róvo, separar-se -- 24 -- Jágne hôrile ton nänti : Elles 
não são iguaes um a outro -- hórike, igual -- nânti, são -- 25 - 
Jägne ra na agnagn: Elles estão deitados perto uns de outros 
em grupos - jágne ra, perto uns de outros -- na, deitar -- agn 
agn : elles, elles -- 26 -- Jágne to jon kemá agn agn : Elles gos- 
tam de brigar um com oatro em grupos — hema, gostam -- 27 -- 
Jágnema cn verkaridn : Elles se dividem entre si alguma cou- 
sa - ôn, alguma cousa -- 28 -- Porko ting alengré jagne rath je : 

Estes dois porcos são iguaes entre si--alenyré, dois -- je, 
são -- tang, estes -- 29 -- Jagn hiritke je ton: Não são iguaes, 
não são a mesma cousa. Vide App. 

JAGOT: Pendurado - 1- Jagüt kan, x2: Está preso e 
pendurado -- kan, esta. 

JAJA’N: Armar- Ténja jajanera: Arma tu a rêde - 
téja, réde — jajanera, extende tu. 

JAJA’RA: Rasgado em varias partes, de jad -- 1 -- Ix- 
kur jadjára: Meu vestuario esta rasgado - va, esta. 

JAM, ham: Primeiramente, principiar - 1 -- Jam jen 
yra; karka rexéi ; ix do ranharânha viúire: Primeiro levan- 
tei; depois rezei; afinal fui trabalhar - jengra, levantar - 
kárka, depois -- dó, atraz, afinal -- viitre, fui --2-- Emprü tag 
van heja (kején) ja ki: Esta rua será a primeira -- van ke- 
Jén, será -- kején, uma vez (serve para fazer o futuro )-- ju 
primeira -- ki, na. 

JAMA: Minha terra de ja, minha -- ema, terra, bairro - 
2-- An jamä anfóti: Tu mudas de bairro --an, tu --jóti, 
mudas -- 3 -- Déto jamá ue? Onde está o bairro ? -- déto, onde. 
Vide App. 


JAMBA: Por--1-- Gôio jamba ti tére: E desceu 
agua abaixo, rio abaixo -- jambd, pelo -- tére, desceu -- 2 -- Gôio 
jamba ti tamprügh : Elle subiu agua acima, rio acima - DA 
pelo. Vide App. 


JAMBO, jambé: Sogra de minha mii, avo -- jam, mai. 

JAMBRE: Cunhado, genro - jam, mai-- bre, junto - 1 - 
Jambré kotxin: Filho do cunhado -- 2-- Jambré bre tin: Ir 
junto vom o cunhado -- bre, junto -- tin, ir. 

JAMBRE JOG: Meu pai e minha mai. Vide App: 

JAME: Face, adiante-1-- Ag jamé: adiante delle - 
jamé, adiante. 


JAMJÉT: Sentir (Tel. ). 


— 120 — 


JAM’, AJAME : Adiante — 1 - Franxico jôrürut jami 
tin ti: Francisco vai adiante do carro -- jürürué, carro — ti, 
elle. — José dó tin ti: José vai atraz -- do, atraz. 

JAMPRI : Limpo, puro, -- 1 -- Empri dai ga Rua limpa, 
boa. - Jamprü, significa tambem a minha rua -- 2 - Mentfú jam- 
pri: Farinha pura, limpa. 

JAN: Dente. Vide ja. Tambem bico - 1 - Jan pandó : 
Dente, bivo torto. 

JAN: Mai--1—Jan fi jan: Mai da mii, avó -- fi, ella, 
mulher. 

JANKA’, jantha : Porta -- 1 - Jantha ta ran: Entrar 
dentro da porta -- ara, ra: para — ran, entrar — 2 -- Jantha dôro 
ve ix: Eu vejo a porta aberta -- dôro, aberta -- ve, vejo. Tam- 
bem vejo a abertura da porta - dôro, abertura, buraco. Vide 
App. 
E J'ANKE: Oco- Ka janke: Pau ôco. Tambem ka dôro 
- ka, pau. 

JANK ERA: Tarde: jankéra jex krén: Plantei de 
tarde -- jer, eu. Vide eränkéra. 


JANKODI'T: Costella (Sao Paulo ). 

JANGJANJE'T: Cambalear - 1 - Jagnjanjét kanti: 
Elle está cambaleando. 

JA'NJA: Rasgar - 1 - Venharô janja agn : Elles rasgam 
um livro - vanharô, livro - 2 - Venharü jadjára : Livro rasgado. 

JANJA: Misturar -- 1- Arrdz langro tan, jánja ge = 
Mistura arroz com feijão -- langró, feijão -- tan, com -- 7e, esta 
-jénja, misturando--2-- Vinho tan janja je ti: Elle está 
misturando com vinho -- tz, elle. 

JANJA'JET : Cambalear - Janjajet kanti: Está cam- 
baleando -- hânti; esta. 

JANJE: pendurar - 1 -- Janjénera : Pendura tu. 

JANTA”: Corvo. Tambem ihantá -- 1 - Nhanta buüngh : 


Urubú rei -- buingh, grande. Jantá; aba de chapeu -- 1 -- Cha-_ 


peu jantá : Aba de chapéu. 

“JATKA': Porta. Vide janka — 1 -- Jantká nifé ja: Ins- 
trumento pare abrir a porta: chave -- nifé, fechar -- ja, ins- 
trumento -- 2 - Jantha ki, fagn e, agn núánti: Na porta ha 
muitas ANT MER e homens -- kz, na -- fagn, mulheres -- e, muitas. 
-- «gn, homens. 

. JANTKU”: Boca -- 1 -- fantkü néféira: Fecha a boca 
tu -- 2 —- Jontkii ka na: Está na boca, freio - ka, na -- na, está 
- 3 - tte it kri gdix: Cabellos acima da boca: bigodes -- kr?, 
encima -- 4 - Kriz kante jantkii fudre: Labio superior — kri 
kânte, do lado de cima -- kúnte, do lado - 4 — Gu kánte jantkié 
fuvre : Labio, inferior -- gu, inferior. Vide App. 


JAPA’NGH: Minha roça. — Roça simplesmente: epangh, 
de púngh, derrubar -- Ix japan (ane Eu quebro aroga, colho 
a roca-- fan, quebrar. 

JARA’: Saliva, euspo - 1- Zr jará: Minha saliva -- 2 
- Jara kokré: Cuspo fedorento, gamba. Vid. App. 








— 121 — 


JARA’ KOKRE : Raposa, gamba. Não é a raposa 
da familia dos cães; senão a dos marsupiaes. 

JARE': Raiz-- Kumin jaré: Raiz de mandioca -- 2! -- 
Kumin jaré mentfa: Farinha de raiz de mandioca -- 3 -- Az 
jaré: Raiz de pau--4-- Ka jaré ko je: Está comendo raiz 
de píu -- je, esta. 

JATU’: Pacifico, quieto, silencioso, socegado - 1 -- Aka- 
juno mo ra,jat* jen ti: Embora elle esteja brincando, elle 
é quieto -a, connectivo — kajunm, brincando agora -- jen, 
esta --2-- Jatu agn nänti ha: Elles já estão socegados — ha, 
já -- nanti, estão -3-- E jatü ra, tog xon jon ne: Apezar 
que eu sou pacifico, comtudo com elle estou muito brabo -- 
e, muito -- tog, com elle - xon, eu--jon, brabo --ne, estou. 

JATITI: Um pouco cantando ? 

JAVA'IX: Não gostar, não poder, ser difhcil, ter repug- 
nancia, antes do tempo. Tambem se diz váix -- 1- Pejú tan déto 
ve javáio ke: Escondeu aquelle onde era dificil achar -- peju, 
escondeu -- tar, daquelle, déto onde -- ve, achar -- sufixo para 
indicar o passado - 2 - lj inva javäæ ra, 1j tin ge: Eu preten- 
do deir para casa contra meu gosto -- javáix ra, contra meu 
gosto -- ra, contra -- ge, ke, quero — 3 — Antére javáix ra, ti tér- 
mo ; goiofá krôt kamé je ton: Se elle não está com medo (se 
não larga) de beber pinga, elle morrerá, apezar de não ser 
ainda tempo ( antes do tempo ) -- antére javäix, antes do tempo 
de morrer -- wa, apezar -- ti térmo, elle morrerá -- goiofá, aguar- 
dente — hrot, kron : beber - kamén, temer, deixar -- je, esta -- 
tôn, não -- 4 — Javaexrtiti: Muito difheil. 

JAU’UE: Irmão menor -- ve, menor. Tambem jaüigh. 

JAVE’, jaué: Cuia, colher. 

JA VE: Tia materna -- jan, mãi-- vé, irmã--I--T; ja 
ve ori juno: Hoje chega minha tia- 

JAVE AN: Signaes?-1- Agmo já ve an: Siguaes 
delles -- gino, delles. 

JAU, javú: Irmão. - Tambem jaüigh-1- 1x prôn fi 
javú: Irmão de minha mulher, conhado -- prôn, pron fi mu- 
lher, esposa -- fi, ella -- 2 -- Javu fi: Mulher do irmão - fi, mulher 
-3-- Javu ve : Irmão menor -- ve, menor. 

JAVU'XI: Irmãosinho - x7, pequeno - I -- Tx jan gpavúxi 
Ori jut húri: Hoje chegou o irmão menor de minha mãi (o 
tio materno mais moço )-- jut, jun: Chegou -- hurd, ja. 

JAU'E, javu ve: O irmão mais moço -- ué ve,: Menor 
I-- Ix jôgn javú ve : O meu tio paterno mais moço -- jogn 
javú, irmão de meu pai. : 

JEANTXXMO. Vide jenaníxmo: Criar. Jen, comer — 
nixmo, dou. 

JE: Estar--I--Jéro tôn ti je : Elle não tem dinheiro 
jéro, dinheiro -- 2 - Pin buôngh hadn je: Está fazendo um 
grande fogo - pin, fogo -- hadn je: Está fazendo -- 3 -- Kaim- 
bara ag kofá je: Logo a gente fica velha -- ag, gente sofa, 
velho -- je, fica -- ag, gente -4-- Javú lengré ix je : Eu tenho 
dois irmãos -- lengré, dois -- /j je, estou com -- 5 - Ka jovú ix je: 


122 
Eu tenho um galho de arvore -- jovu, galho — 6 -- Kavarû péne 
kangra je: O cavallo está com quatro pés -- péne, pé- je, es- 
ta com - 7 — Ahotaifi kangajan tôn ve kantin je : Vem ver 
a filha que nao esta mais doente -- re doente agora -- 
ton, não mais kantin je vem vindo -- 8 - Nore jex kémo ha: 
Eu pretendo dormir já --jex, eu -- a pretendo - ha, ja--9 
Jamá ton ix je: Eu não tenho morada - jamá, minha morada 
- 10 - Déne kan, ni je: Eu tenho carne de todo animal, de 


toda qualidade — déne, animal - kan, tudo - ni, carne -- IT - Tz 


ni kajafa ja ne: Agora a carne do tai bixo, está bixada — ti, 
do tal bixo — ni, carne -- ja ne, agora esta, então estava -- 12 -- 
Lengré agt je : Elles são dois -- lengré, dois -- 13 -- Ene veiæ- 
má buingh je: Aquelle ahi me esta fazendo grande mal - 
éne, aquelle ahi -- vaixmá mal -- hadn, fezendo -- je, está -- 14 
- Gire tag venxén hüjeve: Este menino uma vez era bom -— 
- tag, este, venxén, uwa vez -- hi, bom -- jéve, era -- 15 - Ka- 
kan kupé je: Está lavando a cara - kupé je, está lavando — 
16-I-- Ir dijéro je kan, ix man hôti: Eu sou muito conten- 
porque tenho dinheiro -- je, estou com, tenho -- kan, por- 

que -- x manhüti : Eu estou muito contente - 17 - Ta kaix 
ja ne: Agora estou aqui--ta, aqui --ka, em--ja, agora-ne, 
je: estou-18--T/ agn vava je: A gente delle é vagabun- 
da -- vavai, vagabundo. Vide ne,--19-- Tx jen je: Eu estou 
comendo. 

JE: Comer. Vide jen--1-- Xan jéne hütiti: Eu até 
agora estou com fome. 

JE: Eu. Je kré: Eu planto, minha plantação. 

JE!: Qual! Não é verdade! Interrupção de desap- 
provação. 

JEA'N, jenan, veän: Criar -- 1 -- Mavaru je dn ti: Elle 
cria um cavallo. | 

JEKE, chamar: --I--X ag jéke ke ve: Eu estou 
querendo chamar a minha gente -- 11-#, -- minha ag, a 
elles - je, eu ke, querendo -- ve - estou, 


JEKE: Passo. Subs. --1-- Jéke alengré: Dois passos -- 
2- Tx jek ke ni: Eu estou fazendo passos -- ke, fazendo - na, 
estou - 3 -- Jek -- jénkera : Ande. Repetido para indicar que os 
passos são muitos. 

JED: largo--1-- Emprii 9 jét man ag: Elles fazem 
a estrada mais larga - man, mais. Tambem jedn jedn. 

J@J: Urina, verter urina. 


TAME JEJ: Fel-- tamé, de figado -- jéj, urina. 

JE'N: Comer, almoçar - 1 -- Ajén me kóir, tínti: Elle 
vive comendo pouco -- a, connectivo -- me, pouco -- tinti, vive 
— 2 Venjén väix kan, ix tére: Por eu não querer comer, eu 
morro -- váix, não quero -- por -- tére (kren :) morro -- 3 -- Jén je 
ha ti ve: le hire ti : Elle está almoçando : elle esta com fome 
-- je, está -- ha, | ja-- ve, esta--4-- Ha jent : Almoga tu, janta 
tu -- ha, voz imper. -- E conneetivo - 5 -- Tj jén javáio : Eu não 
gosto de comer -- jávair, não gostar - 6 -- Ha kamon jént: 


x 





Dre 


Venham comer --kamon, plural de tin, ir,-7-- Ti jen gémo. 

Tomo o almoço delle (tiro a força )-- 8. ÂMA HU'RI JEN. 

Você ja comeu -- húri, particula para indicar o tempo pas- 
sado -- 9-- Jen tôn ne: Ainda não estou comen o --10-- Ta 
ka tx jéno ha: Eu aoe aqui ja-- taka, termo composto de 
ta, aqui e de ka, ld,em-11 Jénja agn ha: Elles estão co- 
mendo -- ja, estão--12-- Véri jen ton ne: Ainda não estor 
comendo -- véri, até agora--13-- Abré ix jen: Eu almoço 
com vocé--an bré, com você-an, você —-14- Yan vére 
jen hütiti: Eu estou até agora com muita fome -- xan, eu - 
hôtiti, tenho muita precisão -- 15 -- Ninjén ti mo: Elle está 
comendo -- kin, prothese -- 16 - Pôrco jénera: Come tu o porco 
-17 -- Jen ton hótiti: Não ter muita precisãe —- 18 -- Vetxkanga 
na, húru jen: O doente, que estava deitado, ja comeu -- 
hüru, particula para indicar o passado - na, deitado 19) -. 


Áma Iniru jen: Vocêja comeu -- 20 -- Kavarú jen nânti: Os 
cavallos estão comendo — nânti, estão. Vide App. 

JEAN: Criar--1-- Agire je anixmo: Eu crio uma 
criança -- ix, eu - mo, agora -- 2 -- Porko jein ix mo: Eu agora 
crio um porco--- Jennán gire kémo: pretendo criar um menino. 

JEN: Paträo-1-7x jen ti vin ki, karára ve: Eu 
estou entrando per ordem do meu patrão: --jénti vin ki, por 
ordem do patrão -- ki, por--kdra, dentro -- «ra, entrar -- 2 -- 
Jenfi: patrôa. 

JEN, jéne: Mandar, ordem, mando -- 1 -- Reu ln? 
Jéne: Manda que fique escondido -- kanti, fique -- 2 -- Xan jéne 
me vaia: Não me quer obedecer -- xan jéne, minha orden — 
me, ouvir, guardar — víix, não quer --3-- Girejénera: Manda 
ta o menino -4-- Hj vin jéne ix: Eu mando a minha pa- 
lavra, a cousa — vin, -- palavra, cousa, mandamento -- 6 -- Tg tan 
jén liri: Eu guardo o mandamento daquelle -- {an jen, ordem 
daquelle —- /íri, guardo --7-- Denúm ve tôt agn jéne: Eles 
mandam outra vez para ver os animaes -- dem, animaes -- ve, 
ver -8-- Aga do ti xoldado jéne jáne: Fulano de tal manda 
soldados atraz delles - agn do, atraz da gente - ti, elle —- jéne, 
mandando-,j4 ne, está agora-- 9- Xan jene me váiati 
ti: Elle não quer tender a ordem -- me, ouvir, atten- 
der -10-- Tx man jen ti liri: Elle guarda o meu manda- 


mento -- liri, guardar, Cn ne -- ixmün jen, a minha ordem. 
JEN: Encima. Vide jengitd. 


JEN: Camarada, trabalhador -- 1 -- Ha ix jent kamó je 
jen: Venham para comer os meus camaradas - ha, voz 
imper., -- kamójen, venham vindo -- jen, para comer -- 2 -- Ix 
jogn ix jen kémo; halato lânh: ranha vaixti no: Meu pai 
quer que eu me empregue; mas eu não quero trabalhar -- 
kémo, pretende--halato, mas na verdade -- váixtino, não 
quero agora. 


JENK : Ponta de osso-1--Do jenk: Ponta de osso 
da flexa - dó, flexa. 


a NE Si 


JENE: Ficur. Vide App. 

JE'NE; Comer. Vide App. 

JENGA: Assar-1--Ti ni jénga je: Está assando 
carne do tal bixo--ti ni, carne do tal bixo--je, está -- 2 — 
Antonini jengagira: Assa tu as carnes do tal bixo -- antont- 
ni, carnes -- jénga, repetido para indicar pluralidade de aeção — 
3-. Ti jénga je: Elle está torrando. Vide App. 

JENGBA’: Ao longo-1-- Gôio jengbä: Ao longo 
do rio, pelo rio. 

JENGE'RE: Respirar, ar--1-- Jengére kémo ra, ve — 
aman ti: Embora queira respirar, soffre -- kémo, queira - 
ra, embora -- vexmän tz, elle soffre -- veixmdn, soffrer, dor -- 2 
- Ie jengére: Eu respiro, meu respiro --3 -- Jengère kuxä : 
ar frio. 

JENGI, jengú: Encima, no alto. Tambem se diz 
koix, hoixmá--1--Gôio jengii ta: kantin: A agua vem de 
cima -- ta, de -- 2 -- Jengót, mais alto-- hd, mais. Vide Jengü. 

JÉNGJA: Cadeira -- 1 -- Ag jéngja tira ma ki: Na 
cadeira muito forte delles -- ki, na -- ma, muito -- táro, forte — 
Jógn jénja: assento do pai. 

JENGJA : Mesa. Vide jénja. 

JENGRA’: Levantar-se - 1 - Ix ham jengrá, kara réxéi, 
do ranharanhz vüire: Primeiro levantei; depois rezei; afinal 
fui trabalhar -- kara, depois — do, atraz, afinal -- vire, fui. 

JENGRA’: Resto da comida? Almoça tu. 

JENGU’: jengi: Em cima -- Kanda jengu tére: A ca- 
nôa desce de cima-- tc, de-- 2 - Ungré jengii te kantin: O 
homem vem de cima - ungré, homem -- te, de. 

JENINBAI (Thel); Hombros. Tambem jenma, jen, 
costa - bai, grande. 

JENJA : Mesa, corte --1-- Beng ti jénja: Corte feito 
com machado -- beng, machado. — Ja, dente. 

JENJERE: Preguiçoso, vadio. 

JENGMIRA: Expremer. 

JENMO’JEN : Mascar. 

JENMA’: Hombros. Vide jenimbai. 

JENVENIA, enquvénia: Conselhos. Vide enjuvén - I -- 
Jenvénia me je ti: elle está attendendo os conselhos -- me, 
ouvir, attender -- je, esta -- ti, elle. 

JENTKT: Em pé? 

JENTA'IN : Gostar - 1 - Kanjiri ix jentain: Eu gosto 
de festar -- kanjri, festar. Tambem se diz kema, emia. 

JETKE: Bacia. Vide App. 

JIJT : Nome --I Tijigi hórike ti: Qual é o nome delle ? 
- hirike, qual-- tí, elle-- 2 -- Jiji tôn: Não tem ainda nome -- 
tôn, não - 3--Imbre jiji: Tocaio, xará --ím bre, commigo -- 
jiji, nome: que tem o mesmo nome como eu. 

JÍRE. gire, níre: Menino. Vide este vocabulos (ii — 
nhire. . 





—— ET qo 


E 


— 125 — 


JÍRI: Festa, divertimento, brinquedo. Tambem kan- 
jtri, kanjuno. 

JO’: Antes, adiante -- 1 -- Jó ix kantin: Eu venho 
adiante -- hantíin, vir.-2 - Ti kotxine j6gn jo, tére : O filho de 
Fulano de tal morreu antes do pai -tí, delle, de Fulano de 
tal -- kotaine, filho - jógn jo, antes do pai - 3 - Ag jo ix kanti: 
Eu estou adiante delles - 4 Kavart péne kangra je: dn te 
jo nanti: O cavallo esta com, (tem) quatro pés: dois 
adiante, dois atraz — péne, pés -kingra, quatro - je, está -- 
ôn te, uns - te, o ad - jó, diante -- nánti, estão -- do, atraz 
- lei, no — 5-- Ajut kéve: Mais velho — jut, adiante - 6 - Ti jó 
veiva : Elle corre adiante -- veivá, corre -- 7 -- Jo ix tin ve: Eu 
vou indo adiante; eu ia adiante Ses ae pode ser presente 
e imperfeito, conforme a traducçäo -- 8 -- Jo ti ke ti ni: Elle 
é mais velho. Vide App. 


JO, jon, gun: Brabo. 

JO, jo nim, jo nim hadn guardár (alguma cousa ) 1 - Ix 
jo ti emt kupara nim hadn : Elle me guarda um pedaço de 
pão -- (x, tama — para mim -- ti, elle -- emin, bolo -- 2 -- Ix jó nim 
veæupôiæ : Eu guardo o vestido -- vexupóix, o vestido — 3 -- 
Te veixpeju, jó nim: Eu escondi e guardei -4- Ti tan jo 
nim hat ké ve: Elle pretende guardar esta cousa — tí, elle -- 
tang, esta cousa — kéve, esta pretendendo - 5 -- Gara jo in: 
paiol de milho -- gára, milho - jo im, casa de guardar — in, 
casa -- 6 -- Eixmän vin to ne kané jo: Elle me falla com as 
pestanas -- eixmän, para mim, vin, palavra -- to, diz-- kané jo 
ki: com as pestanas--jo, guardar - 7- Topé jo in kofá: A 
Egreja velha -- topé, Santos - jo in, deposito -- .Jó venjén jafuà 
te nim had: Guardar a comida no armario -- venjén, comida 
—- jafuá, armario --te, no. 


JO: Meu. Tambem ix.—1--In tag jo vénve, hara 
óri agtôn ve: Esta casa era minha, mas agora é delles -- in 
tag, esta casa -- hára, mas -- 6r/, agora -- agtôn, delles. 

JO: Urina---- 2x jo hé: Eu tenho precisão de urinar -- 
hd, tenho precisão. 


JO TI KE TI NI: É mais velho -- jó, adiante. 


JOA: Barba--1-- Joá (jud) téte: Barba cumprida - 
2 -- Joá búro: A barba desponta, brota - 3 -- Judá kuxôn : Barba 
vermelha. 

JOARI’A: Thesoura. Tambem vezkuré ja - ja, instru- 
mento. Tambem varéja -- joa, barba -- ard, cortar - ja, instru- 
mento. 


JOKE; o - 1- Kakré joké ti: A cama, a taboa 
bambeia. ; 

JOKI’, jo Kii -kii, em cima: O que guarda ?--1- 
Kané joki: O que guarda os olhos: pestanas. | 

JOKIXNINGE: Especie de minhoca - ningé, mão - 
jokix, guardar. 

JOKRIN : Lombriga -- jo, guardar —- krin, cabeça. 


— 126 — 


JOD: Cinta--1-- Perógn jô!: Cinta do sacco, do sur- 
rio, da patrona. Vide ven dd. 


JODJORO: Angulo: 


JOHI: Mijar, verter urina. Tambem jon. — 1 -- Jonei 
hôtiti: Tenho muita precisão de verter urina. , 


JÓGN: Pai--1-- Jégn kakré: Sogro do pai; por con- 
seguinte avô materno. Jogne kakré significa conhado do pai, 
e por conseguinte tio materno - kokré, irmão mais velho -- 3 — 
Jogn arengré: Tio paterno -- alengré, irmão — 4 -- Ungré jogn: 
Pai do homem --ungré, ongré, homem -- 4-b-- Jogne ve: Tia 
paterna — ve, irmã - 5 - Jógn jógn: Pai do pai: avd - 6 - Jógn 
hailké: Irmão paterno mais velho: tio paterno mais velho -- 
6-b - Anjóg lan a -- útke mo: Eu agora pito perto do pai- an, 
connectivo -- lu, perto --a--útke. pitar- mo, agora --7 ~- Janfi 
jégn: Pai da mai: avô materno - Jan, mãi--fi, ella - 7-b — 
Jogn jan: Mai do pai: avó paterna --8-- Ix jogn javü ve: O 
meu tio paterno mais moço - ve, menor -- 9 - Jogn tôn : Sem pai, 
orphão -- 10 -- Jj Jogmá ix jan bre hangâmo : Meus pais estão 
doentes -- 1) jogma ix jam bré, meu pai junto com a minha 
mai - jam bré, com minha mai (e minha mai) -- 11-1) jogn 
kanga buigh, han»: Meu pai, (que estava) muito doente, 
agora está bom --hangd buüngh, que estava muito doente -- 
hino, agcra esta bom - no, esta--12--Jég v , ve: E' o pai 
-ve, va: é-13-Ix jógn jen kan, ta kd kanje ha: Eu es- 
tou aqui por ordem do meu pai - jen, ordem, mandar — kan; 
por, porque -- ta ka, aqui--ha, já--13--Tx jog ton ne kan, 
ix mankangati: Eu estou muito triste, porque não tenho 
pai -- ne, estou — kan, porque -- mankangaté, estou muito triste 
-- tr, muito -- 14 -- Jógn jutke kan, ix aman kanjámo: Logo 
que chegue o pai, eu te pago —- jut, chegar - ke, estar immi- 
nente alguma acção -- kan, quando --ama. ti--hkanjam, pa- 
gar -- 15-- Karka ix jogkaiké bre ix ni. Daqui por diante, 
(no futuro) eu moro com o tio paterno mais velho -- karka, 
depois -- kaiké, irmão mais velho -- bre, junto com -- ni, estou. 
Vide App. 

JOIXKE: Girar, mover-se em reder de si, por em mc- 
vimento rotatcrio alguma cousa, moer. -- 1 -- Gé7o tan joixke : 
E” tocado, pesto em movimento à agua -- gôio tan, a agua. 

JOIXNI: Torto - Jo/wni ti känti na: Elle está ficando 
torto -- kanta, ficando -- na, esta. 

Acid : Moer, moinho -- Jóia hkantín : Elle vem para 
moer - 2 - Joix jinera: Moe tu — 3 - Joixni je: Está moendo 

~ je, esti-4-Ja joixke, pedaço de dente. Vide App. - 

JOM 4’ TI NE: E' corajoso. 

JOIX NIN AREL: Rodar. Vide, App. 


JON: Brabo, brigar, ralhar. Tambem jun, jo - 1 -- Ti 
to jon je: Está brabo com elle -- ti to, com elle - je,esta — 2 
- On jon má ne: Quem é muito brabo -- én... ne, quem é - 
jonma, malvado, brabo --3-- Den jun: Animal brabo - den, 





EO 


animal--4-- Jó váix: Não gostade ser brabo: é paciente. 
manço -- váix, não quer-4b--Jováix tavin ti ne: Elle não 
está brabo de modo nenhum -- tavin, absolutamente, de modo 
nenhum -- 5 — Ti pid jun t{ : Elle nao é brabo -- pia, não - 6 — 
Júnti -- mo: Elle agora está brabo -- mo, agora -- 1 - Ungré jun- 
mo: O homen está brabo agora - 9 - Jon kema : Inclinado a 
ira — ema, inclinado, que gosta--10-- Jun ne ti: Elle esta 
comraiva - 11 -- Kején ti jun buüngh : As vezes, no futuro elle 
( é) muito brabo -- kején : ás vezes, no futuro -- buüngh, muito 


= 12 Agtôn à) jôn ton je: Eu não estou brabo com elles 


- ag, elles tôn, com - 13-- Ti jon ve: Elle está brabo -- ve, 
está -14--76n jon: Vamos brigar -- tóna, vamos - 15 -- Jon 
venxén be: Uma vez elle era habitualmente brabo -- venrén, 
uma vez -- be, habitualmente -- jormá : brabo, malvado -- 16 -- 
Jun ton gra; Não te embrabeças ! - 17 — Bói jon venma xóro 
ti: O boi brabo quer fazer mal - venmä, mal--góro, quer -- 
ti, elle - 18-- Ajôn kemane kan togn, pron fi ten: De tão 
brabo que era,matou a mulher - kemáne, gostava, era inclinado- 
kan, porque -- tôgn, estava -- prôn, mulher -- fi ella -- ten, matou- 
19 - Fag ex kémo ; an tog ixó jon mane : Eu quero chorar : eu 
estou brabo com você--fa, chorar -g, connectivo, ex eu-- 
antôg, com você -- am, você -- tog, com — jonma, muito brabo, ne, 
estou -- 20 - Junmá ti ne: Elle está muito brabo -- 21 -- Ti to 
jonmá ne: Está muito brabo com elle -- ti to, com elle -- 21-b 
- Fi to jonmd ne: Está muito brabo com ella -- 23 -- Kejéne 
xôn jon ti: As vezes elle fica brabo commigo -- kejéne, às 
vezes -- von, commigo -- 24 -- Kurän te ton jon ti: Com o tempo 
fica brabo com os outros - -tôn, com os outros - kuran, tempo 
- te, com -- 25 -- E jatu ra, tog xin jonne : Embóra eu seja muito 
pacifico, estou brabo com elle, e muito -- jatú, pacifico -- ra, em- 
bora -- tól:, com elle --k, connectivo -- xôn, eu - 26 -- Gire tag 
venxén his je ve ; hára jonm je; kején jonmo ton: Este menino 
uma vez era bom; mas agora é malvado; no futuro não será 
brabo -- gire tag, este menino -- venxén, uma vez--hé, bom -- géve, 
era -- hára, mas -- jonmd, malvado-- kején, no futuro -- 27 -- Agton 
ix jon: Eu ralhei com elle --agtôn, com elle -- 28 -- Jo vaix 
titi: Elle é muito paciente - 90, ficar brabo - váix, não quer. 


JONGJO’ : Gavião - 1 - Jongjô biiigh: Cauda de ga 
vião -- 2 -- Jongjó kangá ton ne; kárka panó ton: Gavião, si 
não ficar doente, eu não matarei mais depois -- hangá, doerte 
- ton, não--ne, ficar -- kdrka, karaka, depois -- panó, peno: 
atirarei, matarei. 


JOGN JOGN: Axô, pai do pai-1-- On tôn ène ni? 
De quem é quem está ahi? -Jogn jógn én éne ni: EB do 
avô quem está ahi -- dn ? de quem ? -- tôn, quem -- t, connectivo, 
ahi -- ni, está -- éne, aquélle. 


JON: Urina. Vide jej-1-Ix jon hütiti: Eu preciso 
muito de verter urina. 
JONJE: Especia de abelha de côr preta -- jon, braba -- 


je, é. 


A = 


JONJO'N: Tremer. 

JONJOJO": Riscado de cima para baixo - 1 Venharô 
tag jonjojó ni: Este livro esta riscado de cima para baixo - 
venharô, livro. 

JONJO'N : Uma especie de verme. 

JONJO'NG: Tremer. 

JONJORO ; gonjúro : Tremor, calafrio, febre -- I -- Jon- 
jóro kan, kuxantimo: Por causa da febre, estou com frio - 
kan, por causa -- kuxá, frio. 

JONPRA'DIT : Preguiçoso ( São Paulo ). 

JOPE’: Antebraço-- Jopén diidn, cotovello - dudn 
maçã, protuberança — jo, antes - ro, esta. 

JO'RO: Rasgado, cortado - I - Emprü joro: Caminho 
cortado, caminho que dá voltas. 

JO”RU” RU’: Carro. Vide jürüru. 

JO’RO : Torto, que dá voltas. Vide App. 

JOXLIRE : Ter inveja - jo, brabo - lire, olhar. 

JOTI: Tamanduá bandeira. 

JO'TITI : Tamanduá, esquilo, serelepi. 

JAVE’: Barba. Vide App. 

JOVUTJE : Galho pequeno -- I- Ka jovuije: Pequeno 
galho de nma arvore. 

JUJO: Adiante- 1- Jantká nifeie ju, jo: Adiante 
do portão -- nifeie, fechado -— jantka, porta - 2 -- ajut kéve: E' 
mais velho. Tambem: Ajutké je. 

JU’: Barba. Tambem joá--1 Kürôn tan jod ton ne: 
Aquelle moço não está ainda com barba — kiiron, moço -- tan 
la -- ne, está. 

JUKE: Dar coices - Kavarú ti tan kri jutke ne: O 
cavallo da coices naquelle homem -- ti tan kri, naquelle -- 2 
An kri ti jukéixno: Elle dá coices em você-an, vecê-- 
kri, em —- 3 — Juké ti: Elle dá coices. Segundo Thelemaco, 
significa tambem afiar. Vide App. 

JUKREM 4’: Sisudo - 1 - Kaixgang jukremä : Homem 
ajuizado. 

JUKFUT : Sentar em carreira - 1- Xanæi julkfuigti : 
Os passarinhos sentavam em carreira. 

JUDN, juno, juro: Chegar, apagar a luz, p.eu--1 - Judn 
judn edn ag Chega muita gente -- judn, repetido para signifi- 
car multiplicidade de acção -- e, muita -- dn, connectivo -— agn, 
gente -2- Ti judn: Elle chega-- 3 -- Veixkandiri kurän ki 
judn: Veio no dia da festa -- veixkandiri, festim -- kurán ki, 
no dia - 4- 7% judn judn : Os cabos da linha do fio -- ti, delle. 
Vide App. 

JUDN: Dar-1--7Jxmà tampére judn: Me dê a en- 
chada -- tampére, enchada -- 2 -- Kavaru jankii kan na judn : 
Dê o freio do cavallo - jantkii, bocca- ka na, o que está — 
3-- Kur igmá judn: Me dê de pressa - kur, voz imper. para 
indicar pressa -- igmá, para mim -4-- Ti judn, igmán kami: 
Eu pego o que elle me deu -- kâmi, pego. Vide App. 

JUKRA'IX : Gengiva. | 





an — 


KANÉ JUGVE: Tumor ? 
JUINPYRE: Pulso. (São Paulo). 


KANE JUMBI’: Pestana-- kané, dos olhos -- ju, guar- 


dar -- bi, buüngh: grande ( São Paulo ). Vide kané jokt, kané 


jokit. 

JUN: Chegar. Vide judn--1-- Arankét Antonio juno 
hüri: Antonio chegou hontem -- arankét, hontem -- húri, par- 
ticula adverbial para indicar o passado-- Rio da Xinxa jute 


Juri: Chegou ao Rio da Cinza- ti, elle. — Tambem: Rio 


da Xinxa ten húru katampriigh: Chegou o pau no Rio da 


Cinza -- ka, pau ( canôa)-- ten, em -- tampriigh, subju -- 3 -- 


Juri: Chega tu--4-- Tx junmo ra, jogn in fot ja ti: Perto 
de eu chegar, meu pai estava mudando para outra casa -- 
ra, perto - in fot, mudar para outra casa - in, casa. 

JUN: ee brabo. Vide jon.--1-- Kakan jun (diu): 
Cara braba -- 2 - To jun ne: Esta brabo com alguem - to, com 
alguem -- ne, ta -3--Junma ti ne: Elle é malvado -— junmä, 
malvado. Vide App. 

JURA’NA: Ponta--1-- Ka jurina: Ponta de pau. 

JURO, júno: Levantar-se, sahir, nn chegar -- 1 
Kuxa juro tôn: A lua não aoe tae ainda -- 2- Jura: Le- 
vanta tu-3-- Nid, (nijá) jut ke: A fumaça vai ade -- ke, 
pretende, vai-- 4 --Gdzo ten jut kehúri: Ja soe da agua - 
tan, da--ke, suffixo para indicar .o passado -- 5 -- A’ran jut 
ke kan, ix vütre: No levantar do sol, eu fui embora -- arán, 
sol -- ke, queria-- kan, no que — O contrario de júro é pur, 
mergulhar, entrar, afundar. Vide App. 

JURURU: Carro. Vide jériiré -1-- Jiiriirikré hiru 
kantére: Ja desceu do carro -- J:ri, no -- huru, particula para 
indicar o passado -- 2 -- Jiiriiru tétite, bdi van je reréii: Pas- 
sava o carro; os bois estavam puxando - tétite, passava - van, 
estando -- je, estavam -- reréti, eraréti: puxando - 3 — Jürüruüt 
hôritke ne: JF semelhante a um carro -- ne, é. 

JÚXKE, jôiæke: Cambalear.- 1 - Júxke tog ti ni: 
Elle está cambaleando -- tog, estando -- ti, elle -- ni, esta. 

JUVA’, joa, jua: Barba -1-Juvd kid: Bigode, kii 
kru, de cima -2- A’ma kevanhéra juválii: Você sabe o que 
é bigode —- ima,você -- kevenhéra, sabe. 

JUTKE: Está subindo, apparecendo. Vide App. 


L 


Nota. — Os kaingangs indifferentemente usam nas 
iniciaes, e muitas vezes tambem no corpo das palavras, J por 
r, @ viceversa; e, por esta razão, se registram aqui poucas 
iniciaes com /: muitas serão registradas sob a letra r. 

LA: Deixar. Tambem ra, re-1-- Ir nôro la; ix liri: 
Eu deixo de dormir: eu acórdo -- liri, acordar do somno. ter 
os olhos abertos. 

LA: Pára. Vide ra. 

LA: Perto. Vide ra. 

LA: Sol. Vide aran. 

LAKANGRA’: Relogio -- kangrá, retracto - lan, do sol. 


LAI: Trabalhar Vide rairânha - 1 - Ix lai javáixtiti : 
Tenho muita repugnancia de trabalhar -- javaixtiti, tenho 
muita repugnancia. 


LAN: Entrar. Vide ran. 

LAN: Rasgar--1- Ix fuüre lânera: Rasgue minha 
pelle -- fuüre, pelle. 

LANGRA’: Bambo--1-- Jantkii kana langra ni: O 
freio esta bambo -- jantkii, da bovea--hdna, o que esta -- nú, 
esta. 

LANKTE’RE: Largo - 1 - Patkü lanktére ni: panella 
larga prato. 

uANGEN DO’ KAXA’: Meio dia, lan, sol. Vide arán 
kaka. 

LANGRE’, lengré, rengré : Duas vezes -- 1 - Elle esteve 
duas vezes ua minha casa: Xan in ra ti langré vüire- xan 
in ra- para minha casa - xan, minha--ra, para -- viiire, elle 
foi--2-- Ki ten lengré: Bater com o pau duas vezes -~ ka, 
pau ten -- com. 

LANHARA’NHA: Areia-I-- Lanharánha ka mi ix 
tin: Eu vou pela areia -- ka mi, pela. 

LANHARA'NHA: Trabalhar. Tambem lairânha, rai- 
rânha, lara --I-- Larânha -- rânha kan ti, kangäti ti: Por 
que elle trabalha, fica muito doente -- kan, porque ti, elle — 
kangáti, muito doente. 

LE, la: Fora--I-- Le ke kaféi vavâmo tr: Elle esta 
atirando, jogando fora flores -- 7, em -- vavämo, atira agora. 
Repetido para indicar pluralidade de acção -2-- Ha le ra 
kite: Toque para fóra -- ha, voz imperativa - kúte, tocar- ra, 
para - 3-- Le ti fore: Elle joga fora. 

LENGRE': langré, rengré: Dois, duas vezes - I -- Ka 
ten lengré: Bater duas vezes com o pau - ka, pau -- 2 -- Lan- 





— 131 — 


gré ki, kara langré ki : De dois em dois; ki, em -- kira, de- 
pois ( primeiro em dos, depois em dois ). 

LANGRO’: Imagem —-I-- Fog langrô : Imagem de 
branco ; boneca -- fog, branco, estrangeiro de sangue europeu, 
langró, retrato. 

LIKE: Depressa (Sao Paulo ) -- I -- Tona like: Vamos 
de ligeiro. Este vocubulo o dou como incerto. 

LI'RI : Abrir os olhos, accordar do somno, ter vivaci- 
dade, gouvernar ‘vijiar, estar vivo-I-- Lire ke ti: ha- 
rax káraxi nôro : Elle vai accordar ; mas pouco depois 
dorme -- ke, vai --hára, mas -- káro, depois -- xi, pouco -- nôro, 
dorme - 2 -- Jógn fagn lirt ne: O pai está governando a ellas 
- fagn, as mulheres -- ne, está -- 3 .- An pron jantha to lire ne: 
tua mulher está vigiando na porta -- an, tua -- jantká, porta 
to, na-4-Wix te lire kémo: Elle pretende de olhar em 
mim --’e, em - 5 —- Ori kuxan ki lire: Hoje acordei cedo -- 
kusxán, cedo -- lire, acordar -- ki, em -- 6 -- Aran lire ne: O sol 
está apparecendo -7 -- Kavariú kané lire ne: Os olhos do 
do cavallo são vivazes -- kané, olhos - 8 - Tx nóro la; ix lire: 
Eu largo do somno; eu acordo -- la, largar -- 9 -- Lire ne ti: 
Elle está vivo. 

LO”, em vez de rü: Escrever, marcar, pintar -- 1 -- 
Lünera : Escreve tu. 

LO, em vez de do. Vide App. 

LORO: Cousa redonda. Vide App. 

LU, ru, rudia, rumiä: Cabaça, porungo - 1 - Lu ti 
viizre: Foi buscar agua. Tambem rumia, rudia viiire--lu 
... tin; ir com a cabaça: ir aguar -- viiire, foi 


- 


M 


Nora. — Muitas vezes se permutam mas palavras as 
letras m e b. Principalmente no começo da palavra o B se 
pronuncia mb. 

MA: A, para. — Vide tambem man --1-- Irmä nim: 
Dê para mim - nim, de-2 Ix ma vin ton: Não falla- win, 
fallar -- 3 -- Ivamak to: Falla para mim -- k, connectivo -- to, 
fallar - 4-- Enmã vin hô to: Para nós falla uma conversa béa 
- en md, para nós —- vin hd, conversa boa --to, falleu -- Enmá to, 
vin hé hadn : Fallou para nós e fez uma conversa bôa -- hadn, 


fazer - 5 - Eix dma tox hótiti: Eu preciso fallar muito com 
você -- Ama, para você -- to, fallar -- x, eu - hütiti, preciso muito 


- 6 -- Hixman xa tan kajám : javäix, exman dinhéro kajám : Me 
pode pagar com sal ou com dinheiro. Propriamente : Me podem 
pagar com sal; sifnäo querem, com dinheiro -- xa, sal - tan, com 
-- javain, si não quer- 7-- A’ma ix krôn mano: Agora eu te 
carrego de beber --múno, bino: Carrego agora --8-- A’ma 
denúm mäno? Agora eu te levo (te devo levar) alguma 
cousa ? denúm, alguma cousa - de, cousa -- n, connectivo -- um, 
alguma -- 8 -- Denúm man ke toi ne: Eu não quero cousa 
alguma - ke, querendo -- tói) ne, eu não estou - 9 -- Agman te 
vin ke: Elle falou ao povo --agman, ao povo -- vin ke: dizer 
palavras -- 11 - Bijám tan húri kanjäm: Elle ja pagou para 
mim -- tan, aquelle--huro, ja, indica tempo passado -- 12 -- 
Timano veixmän ti hat: Fuiano de tal fez mal a Sicrano de 
tal - timán, Sicrano de tal -- o, connectivo -- hat, fez -- veizmán, 
mal, hat, fazer -- 13-- An kren kara fágma ninti ? Todos seus 
filhos são mulheres? en, seus-- kren, filhos -- fay, mulheres -- 
nanti, são - 14 -- Xanman nim javäix ra, ix ma nim: Apezar 
que lhe repugne de dar para mim, elle dä--xa man, para 
mim -- javaix, repugnar- ra, apezar -- 15-- Eixmá to kan, ix 
fa: Quando elle falla para mim, eu choro-- to, falla-- kan, 
quaudo -- fa, chorar -- 16 -- Kixma pin nim: Me dê fogo -- pin, 
fogo -- 17 - E'ixma pin hit: Faz fogo para mim - hat, faz — 
18 - Eixma to kaka, ix fa: No que elle fallou, eu chorei -- 
kaka, no momento de--19-- Timá tora kotxifi továix: Diga 
para ella que solte a filha -- tora, diga -- kotxi ft, tlha--t véia: 
largue -- 20 -- A’mak to ti: Elle falla para você -- a, você - ma, 
para - k, connectivo -- 21-- Timd to tan ra tin: Diga a elle 
que va para lá -- tan, lá - ra, para -- 22 -- Jágne ma ag vin: Elles 
fallam um a outro -- jdégne man, um a outro - vin falam -- 23 -- 
Fagn ixmakto: As mulheres me dizem -- fag, as mulheres -- 
k, connectivo -- Fagn ixmäkto vin mo ne: Estas mulheres 





— 135 — 


me dizem que vão conversar - vin, falar - mo, vão -- ne, es- 
tão - 24-- To mandera?: Continue a falar -- mandera, conti- 
nua tu. 

MA: Apanhar — 1 - Krenän kré aóro ma: Apanhar 
um coelho num mundéo--krendn, mundéo -- kre, debaixo - 
aóro, coelho. 

MA: Capim--1-- Makri: Canna -- krz, mais alto -- ma, 
do que o capim. 

MA: Carregar--1-- Ma je (ba je), ix kaxôrro ba: Eu 
recebo o meu cachorro para carregal-o -- Ma je, estou rece- 
bendo -- ba, carregar -- 2 -- Gôio ba ne: Esta carregando agua -- 
ne, esta--2-- Veinkatá ba ti: ix kanga kan, ixó veinkata ni: 
Elle traz remedio: por eu estar doente, eu estou com re- 
medio -- kan, porque ~ 2x6, eu -- veinkata, remedio -- 3 -- Bara: 
Carrega tu--4-- Peju ; karka magvüire : Roubou, depois car- 
regou -- pejti, roubou -- magviitre, bagriiire: carregou. Tempo 
presente bdatin - 5-- Ama ix kaxôrro matin? Você carrega 
o meu cachorro ? -- 6 -- Déne ni kanján ke ve? — Resposta: 
Antini tande mano (denteni)? Que carne quer comprar? 
Resposta: Carregue carne daquelle bicho -- déne, animal -- ni, 
carne -- kajám, comprar -- keve, está querendo -- dntidene: Do 
bicho -- ni, carne -- tan, daquelle - de, cousa -- máno, carrego 
agora. Vide App. 

MA: Jaboticaba, guaiaba. 

MA: Mais, muito -- Ix jan irma tag man nim: Minha 
mai me da mais daquillo - jun, mãi -- tag, daquillo -- nim, da 
- 2-- Min kantin mr, ta ka ja ni ni: A onça tornou a vir: 
ella está de séde aqui- min, onça- hantin, vem --ma, mais 
outra vez--ja, agora -ni ni, está estando -3-- Tin ma: Va 
(mais ligeiro )--4-- Kantin man ton: Não vem mais -- outra 
vez -- 5 -- São Jernymo to ix vin ke; mara ix tin ton ne: Eu 
pretendo ir até São Jeronymo; mais ( adiante ) não vou indo 
— to, em -- van, ir — ke, pretendo - ma, mais -- 6-- Ix ki evaix ; 
kara kulrôn ve; do rairanha mátimo: Olhou em mim; de- 
pois olhou a panella (0 tacho), afinal continuou o trabalho 
-ix ki, em mim -- eváix, olhar -- kara, depois - kukroén, tacho 
- ve, olhou --do, afinal- ma, mais, continua - ti, elle -- Mo, 
agora -- 10 - Ta kute ma ti: Chove mais; continua a chover 
- kúte, cahir--ti, elle (impessoal) --11 -- Veinvó manera: 
Corra mais -- manera, mais. Imper.--12 - Ta man ha khú- 
teixno: De certo chovera mais - ha, de certo -- 13 -- Man 
tin ho: KH’ melhor ir outra vez — tin, ir - 14 - Kijmanim man: 
Dê outra vez para mim --ki, prothesi -nim, dê-- 15 -- Man 
hô hano: Está agora muito melhor -- man... ha, se sente me- 
lhor -- hô, muito -- 16 -- Lairânha mat ke tô ix ne: Eu não 
quero mais continuar a trabalhar - to, não; querendo -- ke, 
querendo -: ne, estou - 17 -- Denúm mat ke tôij ne: Eu não 
quero mais nada -- denúm... ton, nada-18-- To mandera: 
Continua a fallar-- d, mandera, connectivo. 

MA: Muito -- 1 -- Karka ti dinhéro ma hanno: Logo elle 
terá muito dinheiro kdrka, depois-hänno, fará--2--Fuá mat fimo : : 


— 134 — 


agora ella chora muito -- fut, fa : chora -- fi, ella -- mo, agora -5-- 
Anjan ma hi nl: Tua mai está muito bôa -- an, tua -- jan, mai - 
hi, boa -- ni, está -- 4 - Kakané ko ma ix ne: Eu estou co- 
mendo muitas fructas de arvore -- ka kané, fructas de arvores — 
ka, arvore -- ko, comer - 5 -- Laranja ki gôio ma ve: Nas la- 
ranjas tem muito sumo -- ki, na -- gôio : sumo, caldo, agua — ve, 
é, tem -- 6-- Nángja to ti me xe ma ti ni: No lugar onde 
costumam deitar, esta elle pegando muitos animaes. Ti, Fulano 
de tal - nángja, séde, lugar de deitar - nan, deitar - ja, lugar 
-- to, no — men, animaes -- xe... ni, esta pegando -- 7 -- Ninhéro 
ma ha ti. Elle faz, recebe muito dinheiro -- 8 -- Féve ma ti ne: 
Está com muitas folhas -- 9 -- Intan ma had já ne: Aquella 
casa se faz com muita pressa - in, casa -- tan, aquella -- ma, com 
muita pressa -- had,... ni, se está fazendo -- ja, agora -- 10 -- 
Ti kotxine tére kan, Fidènxio mankangamo: Fidencio está 
muito triste, porque o seu filho morreu -- tére, morreu -- kan, 
porque -- man, muito -- kangdmo, está triste agora — 11 -- Ma hé: 
Muito bom --12-- Arennãn vanuvóremo: De baixo (da panel- 
la) ferve muito agora -- 13 - Jonjúro kan, kuxán témo: Por cau- 
sa da maleita, está com muito frio -jonjúro, maleita -- kan, 
porque -- ti, elle -- 14 -- Gire tag enkréj xóromatógn je: Este 
menino esta tendo muito desejo de caçar -- enkréj., caçar — 
xóro, vontade -- tógn, tendo -- je, esta. 

MA: Para. Vide ma: a. 

MA: Parir, dar à luz. Vide ba -- 1 -- Priin ki kren ton 
nik fi, prin ôn te akotxin man fi: Um anno não da cria, 
outro anno da-- prdn, anno -- ki, no --ton, nàâo-- nt... fi, ella 
está. com -- k, connectivo -- on te, noutro -- akotxin, filho -- man 
da à luz. 

MA: Pleonasmo -- 1 -- Jogma, pai - 2 -- Nren ma venu- 
vóre: Debaixo ferve -- kren, de baixo (da panella), na la- 
reira. 

MA: Promto -- 1 -- Venjén ma hut : O almoço está promto 
venjén, almoço -- hut, particula adverbial para indicar o pas- 
sado. Tambem, hur kara. 

MA: Receber--1-- Ori patrón ki ninhéro ma: Hoje 
recebo dinheiro do patrão -- ki, do-2-- Ma ton ix: Não re- 
cebo. Vide Ba. 

MA: Vergonha - 1-- Irma ma hat: Me faz vergonha - 
ijma, para mim -- hat, faz, causa -- 2 -- Tx ma hadn: vergonha, 
soffro vergonha -- ma, - 3-- Fix ma hati ti: Eu soffro muita 
vergonha. 

MAKRI’: Canna, bambu-- md, capim--kri, acima 
m,--a (m nasalado ). 

MAKURE : Busina; (M, nasalado). 

MAFE’: Linha, trança, corda, ortiga, fio - 1 - Mafé 
hadn : Fabricar linha. m de m--a fé, nasalado. 

MAFUIGH: Trança. M, nasalado. 


MA" (M, nasaladc): Bosque, matto. Vide mditka - 1 -- 
Xumai: Meu bosque -- x, meu --u, connectivo -- 2 -- Mai van 


| 
| 





— 135 — 


ee ore te: O bosque está no terreiro -- van, esta -- ran, meu 
jiore, terreiro, extremidade de qualquer cousa -- te, no. 

M’AL: Nunca, faz muito tempo -- 1 - Tére máix : Nunca 
morre, é immortal -- tére, morre. (M, nasalado). 

MA’IXKA, maika : (m, nasalado) matto, bosque -- Vide 
mais — 1 -- Maixka ra mójen : Vão indo para o matto - ra, para -- 
mo,indo -- Jen, vão 2 2 Maixkan te: No sertão, no matto -- 3 -- Mai- 
jika man vúire: Andou pelo matto -- mi, pelo -- n, connectivo -- 
viiire, foi. Perfeito de tin -4- Mazjkan te ka kane: Fru- 
ctas das arvores do matto -- te, no - 5-- Múixkan te muan: 
(m anasalado). Canna do matto -- 6- Mazjka ji pejú: Se escon- 
deu no matto- peju, escondeu-se - ji, pelo. 

MAN: A, para. Vide ma, para, a--I-- Eixmão tive: 
Elle me está respondendo, fallando -¢:, fallando -- ve, esta -- 
2--Eixman to ti ha: Elle me responde ja-t, elle--ha, ja 
- to, falla, responde -- 3 -- Hj man ti ke: Elle me falla -- ke, 
fallar - 4 -- Agmán ke tngrá: Não falle para elle -- tongrá, 
terminação do imper. negativo - 5 - Timán to ton: Não fal- 
le para elle -- 6 — Kumééra iman ke: Me falla com respeito 
kumééra, com respeito, de vagar -- 7 -- Timdn x he kan, cinco 
de ix hid: Emquanto falla a elle, eu fiz cinco cousas - x, 
eu -- kan, emquanto -- de, cousas -- 8 -- Birman to hóti tin ti: 
Elle precisa muito ce fallar commigo -- hótiti, precisa muito 
de fallar --9 - Ya jogma vin x ke ve : Estou querendo fallar 
com meu pai - va, meu - vin, fallar -- x, eu -- 10 -- Timan to kani: 
Diga a elle que fique -- kind, ficar -- ‘11— Eix man, akané joix 
vin ne: Commigo falla com as pestanas ( pestanejando ) -- 
kané -- jóix, pestanas - vin ne, está fallando -- ne, está -- 12 - 
Eixmán ôn» to: Para nós diz mentiras -- en, nós -- ôno. men- 
tira - 13 - To manera: Falle mais -14- Ant n kik: ktin kan, 
iæmän ton ne: Quando tu não entendes, perguntas para 
mim -- anton, tu -- kikaktin, não entendes -- kan, quando -- 
jéman, para mim--to, fallas--15-- Ti tanman ke ve ix: Eu 
pretendo fallar para elle ahi--ti tanmán, a elle ahi-- 16 - 
Enmän to, vin hé hadn: Elle falla para nós. (e) conversa 
bem -- enmdn, para nôs--vin hd, conversa boa--hadn, faz - 
17 - Eixmún ti nengé to: Elle falia a mim com a mão -- 
ningé, mão -- 18 -- Gara pórkoma vidn -- Dar milho aos porcos -- 
vidn, dar - 19 - Timän vembé to: Elle diz uma conversa para 
elle -- vembé, conversa. 

MAN: Mais. Vide ma, mais -- 1 - Nin mdne kémo: 
Vou sentar mais — nim, sentar - man, mais--e, connectivo -- 
kémo, vou - 2 -- Kix nim man: Dê mais para mim -- Jk, pro- 
these -- x, eu - 3 - Denum man ke to je: Eu não tenho mais 
nada - denúm... to, nada — ke, vou -- je, estou com. 

MAN: Muito -- 1 -- fio foie man aro: Horta de JUS 
flores -- kaféje, flores -- ar6, ró: horta, logar fechado -- 2 -- Ku- 
vará man je ni: Eu moro muito longe. Tombem: Pare 
gu ix ni kuvard, longe. Vide ma, muito - 3 — Man hô hüno : 
Me sinto muito bom -- hino me sinto -- hd, bom. 

MAN: Receber. Vide ma, receler! 


— 156 — 


MAMFORE : Perder, desapparecer, ter prejuizo. Pri- 
meiro M, nasalado. 

MANG : Abelha, mel. 

MAN ne Alegre, contente - 1 -- Bigmám hôti : Bw 


sou contente -- 2 -- É cmd hotiti: Eu sou muito contente. 


MAHO isto - 1-- Man ho hino? — Resposta: Mán- 
tin hô: Está melhor ?: hano, sentir-se -- man, mais -- hô, bom 
-- ti, elle -- n, connectivo - 2 Hino fagmã kan, ix man hott: 
Eu sou muito contente, por estarem melhor as mulheres -- 
häno, estão boas -- fagmá, as mulheres -- kan, porque -- maw 
hóti, estar contente, satisfeito. 

MA'NO. ba, ma, man: Carregar- 1-- An tini tande 
mano : ape carne trazes agora ?-- am, tu-- tind, carne -- tan, 
de que--2-- Mara: Traze tu. 


MA’ ‘NO : M. uasalado. Canna, bambú - 1-- Máixkan te 
mudno: Canna, bambu do matto -- te, no. 


MÃO: Em redor. 
MARAMBRÁTA, barambráia: Nadar. 


MARÉIA; besouro (São Paulo ). 

MAT: Mais. Vide ma, man -- 1 - Larânha mat ke 
toix ne: Não quero mais trabalhar -- ke, quero -- laránha ... 
ne, estou trabalhando - to ix, eu não -- 2 -- Denúm mat ke tô 
ix ne: Eu não quero mais nada -- denúm... to, nada. 

MAT: Molho ?--1- Mátka ix ko: Eu come com mo- 
lho -- ka, com 


MAT: Receber. Vide ma, receber — 1 -- De mat kémo ? 
O que é que quer receber ?-- lémo, quer--2 - Laranja mat 


kémo: Quero receber laranja -- de, que cousa. 
MA’TIMO: Estar pendurado -- 1 -- Apén ten mátimo : 
Elle esta com os braços pendurado - pen, braços —- ten, com. 
ME, méin: Ouvir, perceber - 1 - In kafididn kaki, 
veexprére me: Ouço um barulho dentro do quarto -- inka- 
fôdudn, quarto -- kaki, dentro -- veixprére, grito - 2 - Ti pen, 
ti ningé méin ton ti: Elle não percebe nada nos pés e nas 


mãos -- ti pén, os pés delle -- ringé mão -- 3 - Wi) amé Kaka, tax 
fa: Logo que eu ouvi, eu chorei -- a de mé, connectivo -- kaka, 
logo -- fa, chorar -- 4 -- Kutt te tag, ix kampó me, (had ): Esta 
noite percebi (e soffri) as pulgas -- te, em -- kampó, pulga - 
had, soffri -- 5 - Agn vin me ix: Eu ouvi a conversa deles -- 
vin, conversa -- 6 -- A’ma vin me väix : Você não quer ouvir a 
palavra (não quer estar attento, obedecer) -- váix, não querer 
-7- E amé ha, ix fa: Logo que eu ouvi, chorei - ka, no mo- 
mento de-- me, ouvir--fa, chorar-8 -- Veixpré me ix: Eu 
ouvi um clamor -- 9 -- Ti kambu me ix: Eu ouvi noticia delle -- 
kambú, noticia. Vide App. 

MEN, me: Animal, bixo --1 - Gonoû men xin tavin 
me: O sabiá é um animal deveras bonito - xin, pequeno,. 
bonito -- tavin, deveras --ne, 6-2--Hixman ti mén xi ne: 





ey || ee 


Para mim o animal delle é bonito -- t2 men, bixo delle -- 3 -- 
Amèin re; kdra uiizre: Deixou o animal, (e) depois foi-se 
embora - a, connectivo--méin, animal--re,  largar -- kira, 
depois -- 4 -- Déje «x méin vog kunâne: Porque está judiando 
dos meus animaes ? - deje, porque -- ne, está -- 5 -- Ti méix had 
ja ti ni: O animal delle está sarando--¢/ méix, o animal 
delle -- had, sarando -- ja... ni, esta agora - 6 -- Eix mén : Meus 
animaes, minha criação -- 7 -- Men konan ix: Eu judio da 
criação, nos animaes--8-- Ex men pau kémo: Elle agora 
pretende roubar meus anima-s -- pzju, roubar - 9 - Aiáng méin 
ax ra ton: Eu não abandonei os vossos animaes -- aiang, de 
vós - ra, abandonar - 10 - Min ti me kangrá: A onça comeu 
todos os meus animaes-- min, onça--ti me, animaes delle - 
kangra, comer tudo -- 11 -- Méin humbré: Socar de animaes -- 
cocar-se -- 12 -- En mén venma hi ti: Elle faz mal aos nossos 
animaes -- venma, mal -- hat/, faz. 

ME: Morada-- Tx me (jama) kuvaran qu ni: A mi- 
nha morada é muito longe -- qu, muito -- ni, esta. 

ME: Ouvir, perceber -- 1 -- A’ma vin me väix : Você não 
gosta de ouvir a palavra, as ordens, é desobediente — 2 -- Auxa 
me ix kenema ne: Eu estou gostando de sentir o frio -- huxá, 
frio -- kenemá, gostando -- ne, estou. 


ME: Pouco - 1 -- Brére me nimera: Guarda-o humido 
— brére me, pouco molhado -- nimera, guarda-o - 2 -- Tord mé 
ix ne: Eu estou esperando um pouco -- tóri, esperando. Vide 
App. 

M*MBRE’, memberé: Borboleta (São Paulo). 

ME'IA : Meia. 

MEN: Baixo, torto -- 1 - Dui mén xa: O pescoço esta 
torto -- duin, diz, pescoço -- xa, preso. 


MENFU’, mentfu: Faricha. 


MÉN : Animal. 

MI: Pelo meio. Vide App. 

MI: Aqui-1-- Kuxá ki tag mi ti ne: Está aqui desde 
cedo -- hwxa hi, desde cedo - ki, em -- tag, este - mi, aqui -- 
ti, elle. 

MI: Por, em-1-- Emprig mi móijen: Elles vão 
pela estrada -- moijem, vão-2-- Tag mi ha kantin: Ve- 
nha ca, venha por cá--ha, voz de mando - 3 - In mit 
kantin : Vir em casa - in, casa - 4--Gôio ka mi apén kan- 
kúten . Passar pelo rio de a pé - ka, no - mi, pelo -- apén, de 
a pé — kankuüten, passar - 5 - Engo huxi ka mi mójen: Estão 
passando na e pela capoeirasinha - engo-hüxi, capoeirasinha 
- xi, pequena — ka, em - mi, pela - mójén, vão, plural de tin, 
ir--6-Ta mi ve, hüti ni: Olhar para lá, é bonito - ta, lá - 
ve, ver, olhar -- hóti, muito bem -- Ema kara ay tag mi ka- 
môn : Vem por cá gente de todo mundo - ema kara, de todo 
mundo -- ay, gente - kamôn, vem: plural de kantin, vir -- 5 -- 
Ta mi ag korég tavin ti ne: Aqui se acha um povão - ag, 
korég, muito -- tavin, extraordinario. 


ee BR 


MIK XIN: Onça pequena, gato. Vide o subsequente 


termo. 
MIN: Lugar. Vide App. 


MI, min mink: Onça, jaguär-1- Min kujo: Onça 
parda - 3 - Min tin ja ni ha: A onça já está-se retirando -- 
tin, já vai embora agora-- 4-- Emã kuju mi ti nik ti: No 
meio do bairro, vive, esta uma onça -- ema, bairro — kwju, meio - 
mi, onça -- ni, esta-- ti, elle--4-- Mm kogéré: Onca pintada 
5 Min vu: Onça preta-- 6 - Min kiixôn: Onça amarella, 
vermelha, loura--7- Min krin emprü aré: Campo da es- 
trada da cabeça da onça -- min kren, cabeça da onça — emprii 
aré, campo da estrada -- 8 -- Mink táix: Matar uma onça — 
9- Mink tdi kagóuve: Foram matar a onça. Vide App., 


MITIN sabão: Ensaboar ? 

MO, terminação dos verbos para indicar o tempo pre- 
sente ou o futuro-1--Góio kin eréimo (eréino ): Pulo 
agora na agua -- ki, na--créin, pular. 


MO, plural de tin: Ir. Tambem moi, moje: Haka- 
mo jen: Venham vindo --ha, voz imper. — kainôn, vem -- 2 
- Aix kamonja kuran kan, 1x kran: Porque agora vem os 
dias (de plantar), eu planto--áix, para mim -ja, agora -- 
kwran, dias - kran, planto -- 3-- Mon kan kre: Sahem quasi 
todos -- kan, todos - kre, quasi-4- Aiâng kuvara lairdnha 
mono: Vocês vão longe para trabalhar -- aiâng, vocês -- ku- 
vara, longe -- 5 - Enkréja mó kan já ne: Vão indo agora todos 
caçar — enkréja, caçar -- jd ne, estão agora -- 6 -- Ag mon kran : 
Elles vão plantar - 7 -- Mo kinânti: Vão indo -- ki, connecti- 
vo - nanti, estão, plur. de né--8-- Eng mo ja kuvarangu : 
Já estamos em caminho para uma longa viagem - en, nós - 
g, connectivo - ja, agora -- kuvarangu ; muito longe -- gu, mui- 
to -- 9 Vaiak aiâng airanha mon ne: Amanhã vos ides tra- 
balhar - vaiaka, amanhã - rairânha, trabalhar -- mon ne, vais 
indo - 10 - Mon venxén, kärka kamojen: Vão por algum 
tempo; depois vem - venxén, por algum tempo --hárka, de- 
pois -- À môn, vem - 11 -- Emprüru mi og mojen: Elles estão 
viajando pela rua--emprüru, rua-- m2, pela-mu jen: vão 
indo - 12 -- Venxén mon, venxén kamon: Ora vão, ora vêm 
- 15 - Mó kara hüru: Todos já foram embóra -- kára, todos 
- hûru, já indica tempo passado -- 15 — Batata bakantin, mo: 
mora ag pepije ay kémo: Traga as batatas; a gente vai 
perto; a gente vai roubar -- bakantin, trazer -- ra, perto -- 
pejt) -- roubar -- kémo, vai -- Ein venbédn, ém mon: Nós con- 
versamos; nós viajamos -- venbédn, conversar-- éin, nós -- 16 
- Ti jaré tamén mojen: As raizes da tal arvore vão longe 
- ti, da tal arvore -- tamén, longe -- mójen, vão -- 17 - E’in ve 
nharô miafá ra mógen: Nós vamos para a escola - venha- 
ro, letra, livros -- livros -- néafa, logar, instrumento -- ra, 
para -- 18 -- E77 man ke ij in ra mó ke agn: Eles me fal- 
laram que querem ir para minha casa -- ke, fallaram - in ra, 
para minha casa -- he, pretendo ir--19-- Janka nifé ag mo 





— 139 — 


ke: Pretendem passar o portão -- janká nifé, portão, ke - pre- 
tendem -- nifé, fechado -- 20 -- Lairânha ag mó ha: Elles ja 
vão trabalhar -- lairânha, trabalhar - ha, já -- 21 -- Mon, karka 
kamoje: V:0, depois vêm -- karka, depois -- 22 - Mon ipédn ; 
kárka jakain: Vão à direita; depois à esquerda - ipédn, di- 
reita -- karka, depois -- jakáin, esquerda. Vide App. 

MO, suffixo de presente. Vide App. 

MOKE': Garrucha (S. Paulo). Deriva de boka: es- 
piugarda, garrucha. 

MO'MEN : Temer, deixar de fazer alguma cousa por 
medo, prohibição, ser cobarde --1-- Mómen kankutin: Sahiu 
(de alguma cousa ) de medo -- 2 -- Kutú tag mômen had: Esta 
noite sinto medo -- kwtu, noite - tag, esta -- had, sentir, soffrer 
- 3-- Mômen airi kan: Medroso - xiri kan, por causa leve - 
æiri, pequeno - 4 - Je momentiti: Eu estou muito assustado — 
5 - Momen ix had: Eu fiquei assustado - 6  Xavarû momen 
kema: Cavallo passarinheiro -- kema, inclinado. 

MON: Levantar --1-- Veg món:' Levanta primeiro -- 
veg, primeiro - 2 - Kanka fag gaix mon: O vento levanta os 
cabellos dellas, das mulheres - kanká, vento -fag, das mu- 
lheres - gáix, cabellos. 

MON: 1.- Enhirike món: Pode ser. — Serve tambem 
para fazer o futuro. 

MONKO’PO: Alampada (S. Paulo }. 


MONTXI: Fino. Tambem torije. 
MBARAMBRAIA: Nadar. Vide barambraca. 
MRAN, mran: Surrar (bran ). 

MRENE, bréne: Cinza. Vide bréne. 
MRÉION : Machucar, surrar. 

MUA: Trazer. 

MUAITTRA: Matto. 

MUANFÉ: Trançar. Vide App. 


MUA'N: Itaquarai - 1 - Muän ki nanti: Estão no 
itaquaral - ki, no - nänti, estão. 
MUANFK: Trança; caxim de espinho. 


N 


NA: Deitar-1- Aix na kanti je: Eu estou deitado 
- kânti, estando - je, estou-a, prothese - 2 - Na ix ke kan, 
réza ia kéti: No momento de eu deitar, eu faço a reza— 
ke, pretender - kan, no momento de -kéti, faço - 3 - Kuxá 
tag ki na ti je: Elle está deitado nesta fresca — kuxd, frio — 
ki, em-4-Nôro na ix ke ne ha: Eu estou querendo já 
deitar - ke ne, estou querendo - 5 - Le (re) krin na ix: Eu 
deito no capim - le ri, no capim, le, capi - 6 Kurúg na ix: 
Eu deito com o kurt kurt, lençol, manto - g, connectivo 
- 6- Anta ra kaxôrro hi nákti: O cachorro quer deitar 
perto de você - duta, de você - ra, perto - hd, quer - na, dei- 
tar - k, connectivo - ti, elle. 

NA, ja, je ne, ni, de: Ser ficar. Vide estas palavras — 
1-Ona giri tag pejú je: Quem destes meninos está rou- 
bando ? -ôna, quem - giri meninos - pejt, roubando - je, está 
-2- On pejú tag jén: Quem roubou, é este - ta, este — jen, 
é-3- Kutiixi hd na: Já é meia noite, é já noite avan- 
cada - kuti xi hd, meia noite, etc.-4- Brüje ti na: Elle 
está quebrado - brüje, quebrado - tí, elle - 5 - Kadére, kajére 
ti na: Elle está liso - 6 - Ti fa, koingrin: As pernas delle 
estão encolhidas - fa, perna - ne, estão. 

NA: Eu. 

NA: Mai. 

NAFU : nofwii: Chuva de pedra. 


NAG: Puchar - 1 - Kanda magnara: Pucha tu a ca- 
nôa - 2 - Ningréin nag hi titimo: Elle está com muita von- 
tade de puchar as orelhas -- ningréin, orelhas -- hüti, tem pre- 
cisão, tem vontade -- 3 -- Nagnäg: puchar varias cousas, puchar 
repetidas vezes. 


NAGNINGE: Picapau (Sao Paulo ). 

NA'IX, gáix, ngáix: Cabells--1--Gaix téie ti ne 
fag güix hürikeri : Elle tem cabellos compridos como aquel- 
les das mulheres -- téie, compridos -- fag, mulheres -- hürike, 
como -- ti «lle--2-- Gaze kuxôn: Cabellos louros -- 3 - Géix 
téta (téle) ag päni kri ti nanti: Os cabellos compridos es- 
tão nas costas delies--ag pani, costas delles -- kr, acima - 
nänti, estão -- 4 -- Gate ij) je: Eu estou com cabellos -- je, 


estou - 5 - Bj géie nagnána ti: Elles estão puchando repe- 
tidas vezes os meus cabellos -- nagna, puchar repetidas vezes — 
6 - Jantkú ri gate: Cabellos acima da bocca: bigodes — 





= 


eae 


— 141 


jantki, bocca - 7 - Gaix kupri: Cabellos brancos -- 8 -- Gäix 
koiagrin : Cabellos crespos, encarapinhados. Vide App. 

NAÂIX : Puchar--1-- Elles já estão puchando: Kiig 
näixno ha:-ki, connectivo--no, agora- ha, ja -- 2 -- Kidg 
hüru ndie hára: Já acabaram de puchar -- kara, acabar - 
húru, particula para indicar o passado. 

NA'IX : Paineira ( arvore ). 

NAM: Arrombar, puchar. Vide nag - 1 - Jantká nam: 
Arrombar a porta - 2 Nanera: Empurra tu -3-- Ix gaix nd- 
nera: Pucha tu pelos meus cabellos. 


NAN: Deitar-- 1- Nóro nan ix: Eu deito para dor- 
mir--2-- Tx jogma kakré kri nd ni: Meu pai está deitado 
ua cama-kakrê, taboa, mesa, cama, girdo - kri, na-- na, 
deitado - nz, está --3-- Krôt; kara nambra: Beba; depois 
deita -- númbra, imper. 


NANIKOVAIX : Laranja azeda (2)-- ko, comer - váiz, 
não querer, repugnar. 

NA'NGA: Puchar--1-- Tx gaix nängnera : Pucha tu 
meus cabelos. 

NA'NGJA: Cama--ndng, de deitar --ja, lugar--1- 
Nängja kri gire énent fi fi: Ella põe aquella criança para 
dormir -- kri, na, acima--ênent, aquella -t, connectivo -- fi, 
poe - fi, ella -- 2 -- Nangja kri ti van ne: Elle está na cama - 
van ne: Está estando. 

NA'NTI: Estamos, aaa estão -- 1 -- Pir ag nanti: 
Elles são poucos -- pir, poucos - ag, elles--2-- Jam bré ag 
ndnti: Elles estão junto com a mii -- jam, mai - bre, junto - 
- Ix kanén nänti agn: Eles me estão esperando -- kanén, 
esperando -- 4 Maika te nanté agn: Elles moram no matto - 
muaitka, matto -- te, no. 

NARA’N: Tecer ? - 1 - Engjénuarán ken ja ti: Elle 
agora está tecendo um laço -- engjén, laço -- k n, pretendendo — 
ja, agora. 

NAX: Cabellos--1-- Nax teis tine: Elle está com 
cabellos cumpridos. Vide App. } 

NDE, de; Cousa.-- Interrogativo: Que cousa? o que 
é?-1- Dé ti te arankét hat tin ja ne: O que é que foi 
fazer hontem ? ti te, elle - te, connectivo -- arankét, hontem - 
de, que cousa- tin, ir-- ne, estar. Vide App. 


NDEI, déi: Cosinhar -- 1 -- Déiera: Cosinha tu. 

NDEJEN: Cera. -- Melhor déie--1- Déjen gru ra ni 
ti: Ella senta perto da luz de cera -- gru, luz--ra, perto — 
ni, senta -- ti, elle. 

NDENON: Outra cousa-- 1 - Denôn to xa; Uma 
cousa presa a outra --t», a-- xa, presa --ôn, um a outro. 

NDENUM: 'Tado, de -- de, cousa -- n, connectivo -- um, 
én: um, algum - 1 - Nnenum peju kenema ne: Quer roubar 
tudo -- peju, roubar - kenema, gostando -- ne, está. 


ie ee 


NDETO: Aonde. Tambem déto--1-- Ndéto mó ne: 
Aonde vão indo ?-- mó, indo. 

NDING, ding: Profundo -- 1 - Oré ding (dik): Lagoa 
profunda, brejo profundo, pogo. 


NDO: Atraz. 

NDOGN: Cego. Vide App. 

NDON, dón: Furado, furar--1-- Kanda don ix: Eu 
furo uma canôa. 


NDUDN: Caramujo. 
NDU'1: Pescoço. Tambem dui, Vide App. 


NOLURU: A agar. 

NE, je, ni, na de: Ser, estar com alguma cousa. ter 
alguma cousa. Vide estes ns Ninhéro tôn ti je: 
Elle não tem dinheiro --ti, elle--2-- Pm buôngh had ne: 
Está fazendo um grande fogo -- pin, RAE grande - 
had, fazendo --3 -- Kaimbära ag kofa ne: Logo a gente fica 
velha -- kaimbára, logo -- agn, a gente -- kofa, vel 10. Tambem : 
Logo se fica velho -. 4 -- Javii lengré ne ix: Eu estou com 
dois irmãos, tenho dois irmãos - javii, irmão. 

NENGEKA? Como é que foi? 

NENGRA', jengrá: Levanta -- te tu. 

NEIAXPM, nija vim: Banquinho -- ni, sentar -- ja, ins— 
trumento. 

NEM, nen: Matta virgem -- 1 - Nen van xan fuüre te: 
O matto está no meu terreiro -- van, está -- can, meu -- fudre, 
terreiro -- te, no - 2 — Nen buüngh ti na: Elle esta com exten- 
sas mattas - buüngh, grande-3- Nen pänktim:: Elle esta 
fazendo derrubada - pan, cortar, fazer roça. 

Ngé: COMO? - Ngé ka? Como foi?-kan, foi, esta. 

NÉNI, ndéni: Animaes, alguma cousa: Déne kankrôve 
into núnti: Os retratos dos animaes estão nas paredes - 
déne, retractos dos animaes, das cousas - hangrôve, retractos 
ínto, parede. 

NENMA”, denma: Bicho mau, urutú. Tambem denema ~ 
1-kire pij neumd: guarda-te do urutú escondido - pi), 
pijú, escondido. k 

NENTÁIN, jentäin : Gostar - 1 - Kanjtri tx mentäin : 
Eu gosto de brincar. 

NEN UM : Qualquer cousa, de - de, coisa -- n connectivo 
-ôn, um: algum - 1-- Denum Ko javäixtit': Lhe repugna 
toda a comida - ko, comer -- javairteti, não gosta. 

NERE'NJE: Laranjas. 

NE'TEL: Saci: Supposto animal supersticioso. 

NGAN: Derrubar. Tambem gan-1-Gau hütiti ti 
nho: Agora é facillimo derrubar - hé, facil - t? à, muito - nho, 
agora. 

NGANDORO : Canôa (Sao Paulo ) ga, ka: pau - dôro, 
furado. Significa tambem arvore ôca. 





— 145 — 


NGA’RA: Milho, mais - 1 - Gára tagn: Este milho - 
2-- Gára togn: Milho secco -- 3 -- Gira toi: Milho verde (7 - 
nhára ). 

NGDO, do: Furado - 1- Arangró do ni: O feijão esta 
furado -- nº, esta. 

NGERE: Cheiroso - Denúm yére hi: Alguma cousa de bom 
cheiro -- denúm, alguma cousa, hô- bom -- gére, cheiro - 2 - 
Gére kokré: Cheiro fedorento -- kokré, fedorento. 

NGTRE : Menino. Vide gire--1--Gire ki ti tére: O 
menino morreu -- ):7, connectivo — tére, morrer -- 2 -- Gire into 
ag nänti: Os meninos estão em casa --to, em -- núnti, estão 
-3- Give fi: Menina. — Gire fay, meninas - 4 -- Ene gire fag: 
Aquellas meninas --5--Gire fag ta ki nant‘: As meninas 
estão aqui--ta, aqui - ki, em-6-Gire ba fi je: Ella esta 
carregando a criança - ba, carregando - fl, ella — je, esta. 

GIREXT : Criancinha. 

NGOIO, gôio: Agua. — Vide gô/0 - i - Gôio ni: Agua 
parada. 

NGO: Ramo de arvore -1 - Gonoa go ki ti ne: O 
sabia esta no ramo = 7, no - tí, elle. 

NGOP: Chover - 1 - Ngôp ke vaic hati: Custa a cho- 
ver - váix, difficil - ke, querer - had, fazer, 


NGORNOA : Pennas de ave. 

NGRE: Macho, varão. Vide gra, gre. 

Ngre: RAn. — Vide gré. 

NGREN: Doce. Vide gren: Doce, gostoso, adoçar - 1 - 
- On ve ti ngré: Parece doce de outra qualidade - 6%, outro 
ve, parece - ti, elle - 2 - Tin yréra: Adoce-o tu. 

NGREN : JAgutirica. Pequena onça. 


NGRENKA: Jagutirica de São Paulo. 

NGRO : Tucano (Sao Paulo ). 

NGRORO : Debulhar - 1 - Gara ngrôro: Debulhar 
milho. Vide grôro. 

Ngrú: Accendido. 

NHA: Bico (de passarinho ) Vide ja, dente - Xanxi 
ja: Bico de passarinho. 

NHA: Corte. Vide ja-1- Kiifé nha: Córte da faca 
- kiifé, faca. : 

NHAPA: Foice. Vide App. 

NHA: Dente. Vide ja. 

NHA: Deitar. Vide na--1--Nhá agmän nz: Elles 
estão deitados -- ni, estão -- 2 -- Noro ja: Deito para dormir -- 
3- Nha ag nanti: Elles estão deitados -- núnti, estão - ag. 
elles. 

NHA: Mãe. Vide ja, jan --1.- Jamanhé ni?: A mãe 
está bôa ? - ma, pleonasmo -- hd, bôa -- ni, esta - 2 - A nha hü- 
rike? Tua mãe como está ?--«, tua -- hórike, como -- 3 -- Vid 
ma hô ni: Ella está bôa- fi, ella -- d, connectivo -- 4 - Nham 
nhà ne: E” a avó materna, a mãe da mãe. 


-— 144 — 


NHA# A’: Instrumento, escremento, esterco, lugar, 
Vide Jafae. 

NHAMNHAMA: Estreitar (ao peito, por exemplo ). 

NHANTA: Corvo. Vide janiá -1-- Nhanta kupri 
buüngh: Urubu rei - kupri, branco - bnôngh, grande. 

NHA’RA: Milho, pipoca. Vide gára--1 - Nhda kané: 
Grão de milho--kane, grão, fructo--2 Nhära pen: Pé de 
milko --3-- Nava kran tin: Ir plantar milho -- kran, kre: 
plantar --4-- Gara fuóre: Folhas, palhas de milho -- 5 - Ama 
gára fuóre ton ja? Você não tem palha de milho ? -- je, esta 
com, tem. 

NHARA KANXTRE: Milho pequeno, arroz -- kanxire 
xire: pequeno. 

NHATK A4, jantka: Porta- Nhatká ra je: Está perto 
da norta--ra, perto. 

NHATIK 4, nhantka: Adorno do peito, que consiste 
em geral de rosarios de contas, missangas. Tambem nhatká 
ku pé. 

NHATIKAMBU"T: Rico--hambút, dinheiro, peso, prumo. 

NHEKFIN: Ponta de osso -- Dó nhekfin: Ponta de 
osso da flexa-- do, flexa ( jekhfen ). 

NHEMOJEN : Lagarto grande: um pequeno se chama 
lungro. 

NHMOJEN : Mascar. 

NHEGA’RA: Levantar-se. Impr. Tambem e melhor 
jengára, jengra. 

NHERE : Aquelle. 

NHENHUM : Aza do vaso. 

NHETIKARANHE: Parte do vestido que cobre o 
hombro. 

NHIN : Em redor - 1 -- Vehinhin tin: Ir em redor. 

NHIRJRE: Costado. 

NHO: Afiar--1-- Pânho: Pedra de afiar. 

NHON, jôn : Brabo -- Nhon ti ni: Elle esta brabo — 2 - 
Nhôn be: Habitualmente brabo -- be, constantemente -- 3 Nhon 
be ti ni: Elle está habitualmente brabo. 

NHORO, somno, dormir Vide nôro. 

NHORO : Maleita ( S. Paulo). 

NHOU: Cabeça de arvore-I- Tól mhoû : Cabeça de 
coqueiro — tói, coqueiro (nho - % ). 

NI: Carne-I- Pérco ni: Carne de porco - 2 - Xon 
ni li, von kajanguá: Na minha carne tem bichos - xôn, mi- 
nba -- ki na van, está - kajankudá, bicho, bixeira - 3 - Ni tói: 
Carne crua, verde - 4 - Ni déi: Carne cosida -- dei, coser — 5 
Ti ni t' ni: carne do tal bicho -- ti dotal bixo. Vide App. 

NI: Estar, ter- alguma cousa, morar, ficar--I -- Aitt 
ti tôn ni: Elle não está - ki, connectivo -- ti, elle-2- Ta 
ka ti ni: Aqui mora alguem--ta, aqui - ka, em -3- Gôio 
ni hangjd kuvarangi e dni: As cabeceiras do riacho estão 
muitissimo longe -- goioni, riacho -- hangjd, lugar onde come- 
ça - hang, começar -- já, lugar -- kuvara, longe--gu, muito — e, 





— 145 — 


muito -- d, connectivo — ne, estiio--4--Jatohy to tx ni: Eu mo- 
ro no Jataby-to, no-- 5- Xux ti ni: Elle está sujo - 6 
Kakan korég ix tog ne: Eu estou com cara feia-kakan, 
cara - korég, feia - tóg, ficando, nz, estou —- 7 - Kofá ix ni: 
Eu estou ficando velhe --kofa, velho--8- Nor ke ni é ha: 
Elle já está com muita vontade de dormir -- nor, dormir -- ke 
querendo -- é, muito --ha, ja-9-- Méxa ra ti ni: Elie está 
perto da mesa- ra, 10 Venxán hid ntktivi ; hárato jomá ne 
ori: Uma vez era bom; mas agora é malvado — renan, uma 
vez - hd, bom -- nik., ve, era-- i: connectivo - óri, agora, hoje 
jomd, malvado - ne, é--to, de harato, certamente -- 11 Gonoa 
ix ni : Eu estou, tenho um sabiá -- gonod, sabia - 12 -- Kan- 
ga kan, veixmä fi ne: Por estar doente, elle está com dor- 
kan, por -- veixæmd, dor -- fi, esta -- ne, ella -- 13. -- Ti bre ix ni- 
nho: Eu agora moro com elle-- tz bre, com elle - bre junto 
14-- Ta ix kurän taktôn ni: Eu morei ahi tres dias - ta, 
ahi - kiran, dias --taktôn, tres. ; 

NI: Dar em vez de nim. Vide App. 

NI: Sentar--1-- Kaxôn ré ni: Sentar no caixão - 
lré, no--2--Nira: Senta tu--3-- Nz mane kémo : Quero sen- 
tar mais -- mcéne, mais - kémo, pretendo - 4-- Méxa krén ni: 
Estar sentado debaixo da mesa - Jrén, debaixo 5 Emprii la 
ni: Estar sentado na rua- ka, na. 

NIA’: Fumaça. Tambem nijá--1- Nia nin (veinin ): 
Em redor da fumaça. 

NIA’. nijá: Ninho--I-- Xanæi nijá ve ix: Eu achei 
um ninho, melhor um pouso de passarinhos, ni, ter séde - 
jd, lugar -- ve, descobrir. 

NIAKUK 4A’: Sabugo de milho - kwka, osso- 

NIAF A’: Instrumento, lugar, meio, escremento.  Diz- 
se tambem niafud, nhafa--1 Venbédn niafd ; lugar de prosa, 
conversa, locutorio - 2 - Kron néafa govo: O vaso para be- 
ber está quebrado -- krdn, beber-- góvo, quebrado - 3 -- Venha- 
ró niafá ra mo jen: Elles vão indo na escola -- venharü- 
livros -- ra, para -- mo, indo -- jen, vão -- 4 -- Xanxi ag nai nia- 
fa: Poleiros dos passarinhos - canxi ag, os passarinhos -- ag, 
elles: se põe para indicar o plural --naz, deitar -- niafá, lu- 
gar, instrumento -- 5 -- Ka don niafd : Trado -- ka, pau, -- don, 
furar -- 6 -- Noro niafan te: Lugar de dormir--te, no - néro, 
dormir ( dormitorio ). Propriamente : No lugar de dormir. 

NIK 4’: Chifre. 

NIKRE’ : Ler, contar ( dinheiro ). Tambem veinkré - 
1- Nikré ti is Elle agora esta fazendo contas --ti, elle - 
mo, agora -- 2 - Ningé féie nekré ti: Conta os dedos - ti, elle 
— 3 - Veinrô us ti: Elle lê as cartas — veinrô, livro, carta, 
papel eseripto - 4-- Nikrén to tógmo: Não estou prompto 
para ler -- to, prompto ? - tógmo, estou agôra- 5 -- Ix veinran 
nileren hótiti: Eu tenho grande paixão de aprender a ler— 
veinrän, avrender -- Aétiti, tenho muita paixão. V. App. 

NIKTI: Viver:--1- Venæän niktive: Uma vez vivia — 
venxän, uma vez ve, terminação do imperfeito. Vid. App. 


— 146 — 


NIKTE: Engatinhar - 1-- Nikténo ha: Já engatinha 
--ha, já -- 2 Ti nk ‘ite: O engatinhar delle - 3 -- Nikte ti: Elle 
engatiuha - 4 -- Ti nikte; O engatinhar delle. 

NIDKUKA’: Lombo --ni, da carne--d, connectivo -- 
hukad, osso -- 1 -- Ti nidkukd: Lombo do tal animal. 


NIFE’: Fechar, fechado. - 1 -- Janka nifé je: A porta 
está fechada -- je, está. -- Jantha niféje ti je: Elle esta fe- 
chando a porta -- ti, elle -- je, está -- niféje, fechando - 2 - Gôio 
nifé: Agua parada, fechada, tanque, açude -- Jantka nitéiera: 
kirè kaxórro he kara: Fecha a porta: veja que não entre 
o cachorro -- jantka, porta - niférera, fecha tu-- kara, entrar 
- he, não-4- Ti nifé: cousa fechada delle; a cousa enfiada 
(na agulha) delle; a tampa da panella ou de outra cousa 
- 5- Topé jo in ix nifèx no: Agora eu fecho a Egreja- 
Topé. Santos - jo, guardar - in, casa -- 6 -- Jantká nifé: Por- 
tão -- 7 - Nifêja: Chave -- ja, instrumento. Vide App. 


NYJA: Lugar, pouso - nº, sentar - ja, lugar. Significa 
tambem .cadeira - 1 - Jayne man déne kadnija ve: Eles se 
indicam um a outro o lugar onde pousam os bixos + jágne, 
um a outro - déne, animaes — kid, connectivo - ve, indicam. 

NIM, anixmo: Criar-1- Ti kején kren nimmo: Eu 
criarei uma familha delle - kején, particula para fazer o fu- 
turo = kré, familha - nímmo, vou criar. 


NIGUJA: Dedo indicador -- ni, mão ?- qu, grande. 
NIJA, nia: Fumaça -- 1 Nija ve ix : Eu vejo a fumaça. 
NIJT : Nome. Vide App. 


NIM: Dar,-1-- Vére nim: Dar por algum tempo, em- 
prestar gratuitamente -- 2 -- Nifá krin vére nim had tx: Eu 
emprestei por algum tempo o travesseiro -- vére, por algum 
tempo -- 3 - Evxma emim nim: Me de pão -- enim, bolo —- 4- - 
A’ma veixkatà ix nimmo: Eu te dou, te darei remedio -- ama 
para você - veixkata, remedios -- 5-- Tima veirupóio nim: 
Elles lhe dão vestido -- tima, lhe -- 6 -- Eixmá dinheiro nim ke: 
Elle pretende de dar-me dinheiro - ke, pretende --7 Xanmán 
dinheiro nimkti kan, ix man hóti: Porque me deram di- 
nheiro, eu estou contente -- canman, para mim -- kan, porque - 
nikti, k, eonnectivo -- kan, porque -- manhüt’, contente-8 - Jo- 
gmá ti húru dinhéiro nim: Ja deu dinteiro ao pai-húru, 
particúla para exprimir o passado. Vide App. 


NIM: Emendar, por ex. um vestido: - 1 - Veinæupôix 
ka fi, nim nim: Emendar um vestido - vein upóim, vestido -- 
Ji, ella -- ka, no. 


NIM: Guardar. Tambem: Jo nim-1-Ix jo dóxe 
nim hed: Eu guardo o doce--tjó, eu - 2 - Venjén niafua 
te nim hat: Guardo no armario da comida -- niafá, lugar -- 
venjén,, comida--te, no- Timá ke: Venjén nim hânera : 
Diga a elle: Guarda tu a comida -- tima, a elle -- ke, dizer -- 
hänera, imper.- 3 - Inman fakré nim han ti: Elle me guar- 
da o meu travesseiro. 





— 147 — 


NIM: Ordenhar - 1 -- Vacca léite nim nim ton ne: 
Ainda não tirou o ro das vaccas--leite, nongje,: leite, 
nim, repetido para significar pluralidade de actcs. 

NIM: Pedir -- 1 Goio ki térmo : kud nim! Kud mim! 
im bre kankiten: Eu afundo na agua- rogo acuda ! acuda ! 
ajuda-me a sahir - goio ki, na agua -- térmo, afundo agora -- kur, 
kud ; corre tu - nim, te rogo- in bre kankuten, sahir com- 
migo: ajuda-me a sahir - 2 - Ermé te grafà no te nim: Eu 
te rogo de capar o tal animal para mim-exmaä, para mim — 
tz grafü, a parte do corpo que deve sar tirada para capar 
um animal de genero masculino -- 20, arrancar -- nim, te rogo. 

NIM, ni: Carne. 

NIN : Estar -- 1-- Pexpeje ti ni je: Elle está sendo 
fraco -- pexpé je, fraco -- ti, elle- mi je, está sendo. Vide je, 
ni, nane. 

NIN: Em log:r de ningé, mão. Vide App. 

NIN: Em redor--1-- Pin nin: Em redor do fogo - 
pin, fogo-2--Péd nin: Em redor do pé-3- In péd nin: 
Em redor dos alicerces da casa - d, connectivo - 4 - Péd nin: 
Tartaruga. 

NIN: Sentar, vide ni- 1 - Kir pit ag nin: Veja que 
elles sentem em poucos - kir, veja - pit, pir, poucos — ag, el- 
les - 2 - Nini venkokot an húri: Já nós sentämos para des- 
cançar - ni ni, estamos sentados - venküt, descançar, Rapetido 
para significar pluralidade de acção - an, en, éin nos -- : húri, 
particula para indicar o passado do verbo. 

NINAF A’: Munheca, pulso. 

NINKA': Chifre. Tambem niki - 1 - Bóix ninka: 
Chifre de boi - 2 - Bóix ninká legré ti ne: O boi está com 
dois chifres - t;, elle - ne, esta. 

NINKFE'IX: Fechar. Vide nifé, nifé je - 1 - Kanda 
ninkfé ix: Eu obturo a canôa. 

NINDO': Braço - 1 -- Anindó tokfin kan je fi: Ella 
esta com o brago amerrado - a, connectivo -tokfin, amarra- 
do - kánje, está - fi, ella-2- Nindô kin et: Amarrado no 
braço - ki, no-n, connective - xe, amarrado - t, connectivo 
- 3-- Nindó tokfin téje ni: O liame de amarrar o braço é 
comprido. Vide App. 

NINDO’: Meio dia-1--4rán inindó kaxka: Meio 
dia — aransol -- káxká, céo. 

NINDONI’VE: Verti e-1- Krin nindônive: Vertice 
da cabeça -- 2 - Nindó nive katóro: Vertice da cabeça tos- 
quiado. 

NINDUIX, dúix: Pescoço - 1 - Duëx men xa: é uma 
fórmula de juramento, que mais ou menos significa: Fique 
eu amarrado pelo pescoço, seja eu enforcado. 

NINCA’M: Fazer signal - Eixmán ti tin ningám: 
Elle me faz signal de ir embóra - ezrman, para mim. 

NINGL’: Mão -- x - Ningé du: palma da mio - du, 
palma, parte inferior -2- Ningé petkara: cinco -3 - Ningé 
ônta on: sete-4- coe veitkritôva : dez-5- Hix ningé 


— 148 — 


feie kira pire onkanje: seis - 6-- Ningé pire: Uma mão - 7 
— Ningé rengré: Duas mãos-- 8 - Hix ningé kamira: Péga 
minha mão -- 9 - Akané ningé te pejú ti: Elle cobre os olhos 
com as mãos-a, connectivo - kané, olhos --te, com -- 10 -- 
“Ningé wu ti ni: Elle esta com as mãos pretas de fuligem; 
esta com mãos sujas --ss- Ninjé pan je: Está com a mão 
coberta ; esta com luvas — pan, coberto - 12 - Ningé pan: Cos- 
tas da mão -- pan, costas - 13 -- Ningé jakrina?: Pulso, mu- 
nheea-- jakrin, pulso - 14 - Ningé kagmo ti: Ele aperta: a 
mão — ti, elle - 15 - Nin ti tinje: Elle está esfregando a mão 
- tin, esfregar. — Explicação dos exemplos 2, 3, 4, 5. Ningé 
pet kdra-pet, uma - ningé, mão - kdra, inteira, a saber, todos 
os dedos de uma mão - Ningé veitkritóva, uma mão está aci- 
ma da outra--veikri, acima — t, connectivo--6, outro--va, 
esta a saber, os dedos das duas mãos - ningé, cinco dedes — 
ônte, com um -- ôn, outro um- ra, depois-- pire, um --ôn, 
outro -- kanje, está. 
NINGE’: Tambem. --1-- Hoó fi ningé: Ella tambem: é 
boa--fi, ella. Vide App. 


NINGFEIE, niféie, nifége, nifé: Fechar. 

NINGE’ FE'IE : Dedo.--1-Ix ningé féie, kara piré 
on kanje: seis.- 2 .- Tx ningé féie kára, todos os dedos da 
minha mão -- ôn kanje, esta outro -- pire, um -- 3 -- Ningé féie 
buôngh: Dedo pollegar - buüngh, grande--4-- Ningé gija, 
dedo indicador - gu, grande --ja, que é? - 5 -- Ningexin kan- 
tóje: Anullar -- xin, pequeno -- kantoje, que esta ao lado? -- 
to, perto -- je, está -- kan, estando -- 6 -- Ningé xin: Dedo mi- 
nimo. 

NINGNIE : Sentar. V. App. 

NINGRE'N: Orelha, ouvido -- 1 -- Ningréin buôngh: 
Lobis-homem -- buüngh, grande. Nome de um ser supersti- 
cioso -- 2 -- Ningrèin dôro: Entrada da orelha--dôro, furo, 
buraco -- 3 -- Ningréin nak: Puchar as orelhas. 


NINGREINTOX : Brinees-to. aoxa, preso. | 

NINGRU’: Unha- 1- Te ningru je: E' minha unha. 

NINHA'M, nam: Puchar. Tambem mnijám. 

NINGU'IA : Dedo indicador, ponta do dedo. Vide App. 

NINHE': Nariz -- 1 -- Ninhóé koke: Flauta para ser 
tocada com o nariz. -- 2 -- Ix ninhé: Narizes, ventas. 

NINHE: Está. Vide App. 

NINHE’RO: Dinheiro - 1 -- Nenhéro tag hürike ta ké 
ni? Como este dinheiro está ahi? -- tag, este - hiréke, Como? 
--ta, abi-- ki, no -- ni, esta -- 2 —- Ninhéro vavai kenema je: 
Gosta de botar fóra. dinheiro -- vava, botar fora, jogar fora-- 
kencmá, gostando - ne, está -- 3 -- Ninhéro ton ti ne: Elle não 
tem dinheiro - Ninhéro man húri: Elle recebeu dinheiro -- 
man, receber - húri, particula para indicar o passado. 

NINHO: Eu agora estou; eu agora sento - 1- Am- 
bré ix ninho: Eu agora moro junto com Você --an, você. 
Tambem: Eu agora me sento junto com Vocé- bre, junto. 





— 149 — 


NINHO: Levantar-1--Kuxrä ki ix minho: Eu me 
levanto cedo - kuxd, frio - ki, em, de. 

-NTNHO, terminação do verbo, para indicar tempo 
presente ou futuro. 


TININTVI; Ponto no escripto. 


NINJA: Cadeira -- nin, sentar --ja, lugar ou instru- 
mento para sentar -- 1 - Ninja hat ti: Elle arruma a cadeira - 
hat, faz --ti, elle--Ixôn ninja kri ni ix ke ve: Estou pre- 
tendendo ir sentar na minha cadeira -- ke ve, estou preten- 
dendo -- 2 -- Giri ninja: Cadeira de menino -- gíri, menino -- 4 
Ninja kri gire «xi fi: Por a criança na cadeira -- iri, na - 
girexi, meninosinho -- fi, por. 

NINJA: Fumaça. Tambem #24, nija, 

NINTORNI VE: Coroa da cabeça, feita cortando os 
cabellos à uso franciscano -- tóro, tosquiar. 

NIO'RO : Quebrado, rasgado --1 - Kurt Rionidro ( jo- 
jóro ): Panno com varios rasgos. Vide App. 

NIRA: Senta tu--1--Anira jéngve: Levantar-se da 
cadeira -- jéngve, levantar-se. 

NIRE: Menino. O N se pronuncia 2--g ou w--nh 
nasalada e fanbozamente. Vide gíre, ñhire, jire--1-- Gire ix 
in kamti ed ni: Tem muitos meninos em minha casa - ní 
kan, em casa -- ti, connectivo -- e. muitos -- d, connectivo -- ni, 
estão -- 2 - Gíre bakantin fi: Ella traz o menino -- fi, ella - 3 
- Nire tantô fi ne: Ela é menina - tantô, femmea -- 4 -- Gi- 
reman jiji ne: O menino tem nome --jijí, nome -- 5 - Gire 
jigi ton ne: O menino ' não tem nome ainda--tôn, ainda 
não --6-- Gire tag ankankúten, javdie ra kankuten: Este 
“menino nasceu antes do tempo - hankúten, nasceu -- javáiz, 
antes - ra, apesar - 7 -- Kire gire fag tan goira kamôn he: 
Veja que aquellas meninas não venham na agua, no rio -- 
kire, veja — gíre fag, meninas - gôi, agua - ra, para - he, 
não --8-- Giri ag tay en jamé mójen: Estes meninos vão 
adiante de nós -- giri ag, meninos -- tag, estes --en, de nós- 
jamé, jami : adiante -- mójem, vão--10-- Giri ki ti tére: A 
criança morreu — X/, pleonasmo -- ti, elle. Pôde-se pronunciar 
h-ihiri. 

NITE: Bater, percutir - 1- Ka bengh nite: Bater 
com o machado no pau--béngh, machado -- 2 -- Titin níti 
kan, ti ton ge: Porque o bateu, com elle briga - ti tan, 
aqueile lá -- kan, porque -- ti to, com elle -- ge, briga. 

NIX: Sentar. Vide App. 

NO: Mostrar -1- Irma no jan kangrüve : Elle me 
mostrou o retrato da mãi -- jxmá, paro mim -- jan da mai. 

- NOATOT: Costas-1 -- Noatüt he na, kóixma lire: 
Estar deitado de costas e olhar para cima -- ki, em -- na, deita- 
do -- Xüéxma, para cima -- lire, olhar. 

NOIX : Tirar, arrancar. Vide App. 

NOIO: Orla do vestido -- nóio: Orla do vestido delle. 


— 150 — 


NONDU”GN: Umbigo, corda umbilical. 

NONE’: Lingua -I-- Noné krumd: Cortar a lingua. 

NONGUJE: Peito, seio, ubre --I-- Tanti nongüje 
krin: Bico do ubre. Vide App. da mulher - ¢anté, da mu- 
her, da femea - krin, cabeço -- 2 - Finé mongú je: Ubre da 
mulher - fi, della - 3 - Nongúje kotæi: Filho de peito -- hotxi, 
filho. 

NONGJE : Leite ( nonje ) - I- Langrá nongjé : Aquen- 
ta o leite - 2 - Vacca nonje nin nin tôn ne: Ainda não foi 
tirado o leite da vacca- nim, ordenar, tirar o leite. Aqui a 
repetição da syllaba indica pluralidade de acção. 

NONJO’RO: Amontoado-I- Arrox panfi nongóro : 
Feixes de arroz amontoado -- panfi, feixes. 


NHONNO'N, jonjón : Minhoca. 

NORO: Fechar os olhos, dormir - I - Noro ix tinmo : 
Eu vou dormir -- tinmo, vou agora - 2 - Noro kémo: Preten- 
do ir dormir- 3 - Eix noro hütiti: Eu tenho muita precisão 
de dcrmir- hüt{ti, estou com precisão - 4 - Máitkan te ti 
nóro to: Elle não dorme no matto - maitka, matto -— te. no - 
to, nio--5- Venxére to ke nóro to: (Quero vigiar o de- 
funto - venxere, defunto - to, perto -- ke, pretendo - 6 -- No- 
ro xór -- mo, cochilar - xormo, quero, desejo - 7 - Nórora: Fe- 
cha tu os olhos 8- Aané not känti : Esta de olhos fechados 
- kané, olhos - kdnti, esta. Vide App. 

NO'TI: Tirar, arrancar --I- Pentoró mnóti: Tirar as 
botinas -- pentoró, botina--tord, coberta--2 - Ti grafu nóti : 
Capar um macho -- grafú, membro .viril-3 - Ti jua not: 
Arrancar a barba de alguem -- ti, de alguem. 





O 


O: Com -I -- De xo jon ne ? Porque esta brabo com- 
migo ? de, porque - x, eu,-- 0, com — jôn, brabo. 

OA’! OLA’ oh! senhor Fulano. Se é mulher que se 
chama, se diz Ji-I- Od! déto tin kemá ne: Aonde gosta 
de ir ? dêto, aonde, - kema, gostando -- ne está. V. App. 


OAKA’: Amanhã. 

OAIX : Nunca. Vide App. 

OAT : Taquara. 

OINKANTIN : Tabre. Vide App. 

OAKTKE : Instrumento de musica vocal de bambú ou 
de chifre de boi - oa (u-ain), bambu - Awré voz, falla tolice. 

OA'KTIMO: Apodrecer. 

OKX 4’: Tatetu, especie de porco - 1 -- Ora kré: Cova 
do tatetu. Vide App. 

ODN: Mentiroso ( Ot on), falso, mentira - I-- 77 ode 
kangá ve: Elle é doente fingido -- vé, é. 

ODNBE'DN, odnbé: Mentiroso por habito - T- Ærmä 
ddne bédne ne: Elle me passa a perna - coxmá, para mim - 
ne, está. Oenbédn. Vide App. 

OJO'RO : Anta, tapyr. 

OMQUIETI: Pula. Vide App. 

ON : QUEM, aquelle cujo, aquelle que - I - On vin 
hé ve : Aquelle ja conversa é boa -- Gn, de quem - vin, win: 
conversa -- ve, é. Vide App. 

ON: Algum - On ven húri: Appareceu alguem -- ven, 
apparecer -- húri, particula para exprimir o passado. Vide 
App. 

À ON: Aquelle que--1 - On tan giri fag nants: Aquellas 
ahi são femeas ( aquelles meninos ahi são femeas )-- on tan 
aquelles ahi -- giri, meninos -- fag, mulheres, femeas --nänte, são. 

ON: Outro, um, algum - 1 -- Onma: a, para alguem -- 
ma, para -- 2 -- On veg to ix ni: Não estou vendo ninguem - 
én. . . tô, ninguem -- veg, vejo - ni, estou -- 3 -- On ve ti gren : 
E” outro doce --on, outro --ve, é -gren, doce - 4 - On pire: 
Um só--pire, s0--5- On ay mó: Alguns delles vão -- mó, 
vão -- 6 -- Onte kavarú kri né ti, On te kite: Um que estava 
no cavallo, ficou; outro cahiu--ônte, um-- te, connectivo -- 
kri, no -- ni, ficar - ti, elle --Irúte, cahiu -7 - Onve váix: Me 
repugna de ver outro -- ôn, outro -- váix, me repugua -- 8 - On 
ton ve vaix: Nunca vejo alguem -ôn tô, nenhum - var, 
nunca -- 8-b -. On hü: Algum homem bom -- kd, bom -- 9 - On hi 
fi: Alguma mulher bôa- on... fi, alguma mulher - 10 -- Aon 


ma no ro tôn: Ninguem dormiu--a, conuectivo - ma pleo— 
nasmo -- nôro, dormindo - ne, ficou -- aônma. . . ton, ninguem 
11- Aon ônet vin: Um diz mentira para outro - ônet, men- 
tira -- vin, falla. Em hkaingâng às vezes se exprime um só 
membro do correlativo, sendo o outro subentendido -- 12 -- On 
bré juno viiire: Foi brincar com outro - bré, junto - júno, 
brincar -- viiire, foi -- 13 Ag aon jenjére nänti: Alguns delles 
são preguiçosos - ag, delles -- adn, alguns -- jenjére, preguiçoso 
-- nânti, são -- On tantôü : Alguma mulher, outra mulher, mu- 
lheres simplesmente -- 15 -- On buôngh: Um homem grande, 
um capitão. Tambem: On ag buôngh ve: Um que está com 
muita gente, um grande AN -- 16- Maria otanti bre nôro : 
Maria dorme com uma mulher -- 17 -- Nonguje ontxin : Criação 
de peito --nongúje, peito, ubre-ont, homem, algum -- xn, 
pequeno -- 18 -- On tag ti kri tampri kane: Este outro é me- 
lhor do que elle (do que Fulano de tal) -- on tag, este outro 
- ti kri, do que elle -- tampri, melhor -- kane, é - On tô ix vin 
väix ne: Eu não quero fallar com outro - to, com -- vin, fallar 
- vai, repugnando - ne, está --20-- On ve váix ag ne: À 
gente repugna de ver alguom -- 21 - On kuxôn: Uma cousa 
vermelha -- Æuxôn, vermelho -- 22-- On kuxôn je: E” uma 
cousa vermelha -- 23 -- On koix hé ne: Uma coisa que é bôa 
para comer -- kóix, comer -- ôn, uma cousa —- ne, esta — 24 -- Rd: 
én kret, On kret tôn ti: Elle planta uma horta, outra não 
planta-- ro, horta--kré, plantar --25-- On tiie Uma cousa 
verde -- 26 -- On kanga tôn ni ha: Não ha mais doente -- ôn 
ton, ninguem -- ni, tem — ha, já - 27 - Veinkangra ôn kafán te: 
Cinco -- veinkangra, quatro -- 6n, outro - kafén, alem -- te, no — 
28-— On kara vin vate: Um que não acaba nunca de fallar, 
que não pôde fallar, gago -- kara, acabar -- váix, munca, não- 
póde -- vin, fallar -- 29 -- Ontento: ti, ontento vegmo; Teste- 
munhas ? -- 30 -- On Je kré ni ma ix to no: Dou parte 
ao juiz--onjekéni, juiz-- ma, ao--to, digo-- ix, eu -- no, ago- 


ra-31-- Venkanjiré ôn had mn ne: Elle está fazendo. 


mais uma festa — venkanyjiri, festa - On, outra -- had, fazendo -- 
man, mais -- ne, está -- 32 -- A’ma pirma kantin: ondgn ka- 
mon ton jane: Vem você sósinho: os outros ainda não 
vêm -- pirma, só -- amo, você -- partícula para indicar o ver— 
bo passado --ôn agn, os outros --kamôn, vem --ja, estão -- 
à3 -- Ontanté finma tx ke: Eu tallo para a mulher -- on tanti- 
ji, mulher: usa-se o pronome para indicar o singular - ma, 
a,*para -- ke, fallo -- 34- On tin ti: Uma cousa toca a outra 
- On, um a cutro-35-- On tag? Quem esta la? -- 36-- Aôn 
ône vin: Dizem mentira um & outro--côn, um a outro-a, 
connectivo -- dnc, mentira -- vin, aizem -- 36 b -- On ag man je: 
Que tem muita gente -- ôn, quem -- ag, gente--je, tem, está 
com — 37 -- On hürike hadn to: Elle faz como o outro -- ôn, 
outro -- hiréke, como -- hadn, faz --ti, elle - 38 -- On kri timi: 
Quem está acima delle -- kri, acima —- nz, esta -- 39 -- On pirit 
empangh had ne, kara väix hati: Se alguem está fazendo 
a roça sósinho, demóra muito a fazel-a - empángh, roça - dn, 


PC > 





MRE + A 


algnem - pirit, sósinho --empangh, roça -- kara, acabar - vaix, 
demóra — hati, faz — 40 -- Ontantd hi fi ni: Alguma mulher é 
boa -- ôn, alguma -- tanté, mulher -- hi, boa -- fi, ella - 41 - 
Ema ontke togn fuir. fuix ni e mo: Nem um mem outro 
logar, agora não tem muito xupim -tog. não, de tô com on 
conpeetivo -- ema, bairto, logar -- ônte, num e noutro -- te, em 
- fuix fúix, cupim (especie de passarinho )-- ni, tem —e, 
muito -- mo, agora -- 42 - One ve váix: Algum desconhecido — 
ve, ver-- ône, algum -- ve, que visto - váix, nunca -- 45 — One 
kan foro ne: Um é maior do que outro -- ône, um outro - kan, 
do que -- foro, maior -- ne, é — 44 -- On tag kan foro ne: O ou- 
tro é maior do que este -- tay kan, do que aste--on, 0 outro 
- 45 -- One kangämo kan, kôtü te nore tôn: Outro, porque 
esta doente, não dormiu de noite - kangämo, estar doente 
agora — kan, porque -- kutii, noite -- te, de -- 46 — One vin hi ve: 
O outro está fallando bem -- ôno, o outro -- vin, fallando -- Jó. 
bem -- ve, está —- 47 -- Aprôn xóro ix véve, hira ônag ix pron 
javèix : Eu queria casar, mas os outros não queriam - q, con- 
nectivo -- pron, casar -- coro ix, quero, desejo -- véve, estava -- 
hára, mas--6n ag, os outros -- javáix, não gostam -- 48 — On 
kujó: Um macillento -- 49 -- Ont hi: Sujeito bom -- dn, um - 
50 -- Vaid ka ôntka: Depois de amanhã - vaiaka, amavha — 
Ont ka, no outro - ka, em --51-- On jo: Sujeito furioso — jd, : 
jon: brabo -- 52 b-- Ono luro : Sujeito baixo--lúro, ruro : baixo, 
redondo -- 52 - Ono ve ha: Algum já vê-- 53 - On tan: Aquel- 
le que -- 54 -- Onmän tankéixno: Algum faz aquillo -- ônman, 
algum -- tan, aquillo -- kéixno, faz agora -- 55 - On ve: E' dif 
ferente -- ôn, difterente - ve, é —- 56 — Ongré ontüi : Um homem 
preto -- tôz, preto -57-- On ven húri: Ja descobriu c outro -- 
ven, descobrir -- húri, particula para indicar o passado do 
verbo -- 58 -- Ont xin: Criança -- vin, pequeno -- 59 -- One vin 
vaio: Mudo, sujeito que não póde fallar -- ôno : algum, sujei- 
to -váix, não poder -- 60 -- On ja batin kanje: Está agora car- 
regando algum -- ja batin kânje : está -- 61 -- On ben tére ja fi: 
Viuva-- on, de quem - be, marido -- ja, agora -- fi, ella, mulher : 
62 - On ven hari: Appareceu algum - ven, apparecer 63 - Ti 
tan kri péin on: O outro atira naquelle ahi - kr, em - péin, 
atirar -- 64 - Vin kri tôn, vein kri tan: Um acima do outro - 
vein kri, acima - On, outro -- 65 —- Aningét vaikri tan kánge: 
Umo mão está acima da outra - tar, ton: outra, de t. con- 
-nectivo, e de an-on--66-- On tan éne ni? Quem é que 
está sentado ahi?- On, quem-tan, lá--éne, aquelle -- ni. 
sentado -- 67 -- On ag nänti? Quem são elles? On, quem - 
68 -- On tan venharô kikairôn ne: Um que conhece letras - 
én tan, aquelle que - venharô, letras -- hilkairôn, conhece -- 69 
-ôn... ton: Ninguem - tôn, não--70-- On vin tin váix: 
Mudo -- vin, falar -- tôn, não -- váix, não póde-- 71 -- Pejú dn 
ve gaváio ke: Escondeu o que não se podia descobrir - jo- 
váix, não poder -- 72-- One éne ni, fin ni: Aquela ahi, é 
mulher -- éne ni, está ahi-- fi, mulher - nº, ¢- 73 -- On kupri : 
Homem branco - én, homem - 74 -- On tauit piri: seis. — A 


— 154 — 


explicaçäo deste numeral e de outro se deve procurar na 
grammatice.--75-- On tanuit alengré: sete— 76 - On tanuit 
taktôn : oito 77 - On tanuit kangra: nove -- 78 -- Ningé on 
tauit veinkangra: quaterze-- on, outra mão. T'auf: unica- 
meute, só ( Cfretavin ) - on, outro, 

ON: Quem: Interrogativo, afirmativo, relativo - 1 -- 
On dre kajúno viiire: Com quem foi brincar ? -bré, com - 
kajúno, brincar -- vüire, foi -- 2--One éne kikanti ne ix: Eu não 
sei quem é aquele -- éne, aquelle -- kékaktin, não sei--ne, 
estou -- 3 -- One jog tére ti togmn?: Quem é que está dizendo 
que meu pai murreu ?--ti, elle - to, fallar - m», agora. Res - 
posta: To agr: O diz o povo --agn, povo-to, o diz- 4 — On 
in an je: De quem é a casa--an, connectivo — je, pertence 
5- Icôn: E minha--6-- On tan ni ni: Quem que está sen- 
tado ahi?-- ton, ahi--mi ni, está sentado - 7 -- Jógn jógn On 
tan ni ni: E’ o avô quem está sentado ahi--8- Ona giri 
tag peju ? Quem é que roubou este menino ?-- peju, roubou 
-giri, menino --tag, este-9--On ga na ni: A quem está 
pertencendo o terreno ?- ya, terra -— na, pertencendo ~ nz, está 
- 10-- On agn ne: Quem são elles - agn, elles - ne, são - 11 
- One tére?: Quem msrreu?--12--One goiofá tira ne: De 
quem é « pinga forte?--tára, forte--ne, é, goiofá, aguar- 
dente -- 12 - Ona paktii gnân? (Quem quebrou o póte, a ti- 
jella ? — 14 - Ou ay buüngh ve: Quem está com muita gente: 
grande capitão -- ve, está -- buüngh, muita. 

ON, óne: Falso--1-- On váix be: Homem veridico - 
on. falsidade -- vai. não gosta -- be, por habito - 2 - On ven 
«óro: Quer dizer nma mentira - ve, dizer - wéro, gosta de- 
seja - 3-- Einmán ot ti vin: Elle nos diz uma mentira - e/- 
man, para nos-- dt, mentira--vin diz - 4 - Onbed ne: E 
mentiroso, d connectivo -- 5 -- Ad ne: Está mentindo, a, con- 
nectivoo - 6-- Vein on ve: E' mentira -- vezmôn, mentira — 7 
Oti kánti jan: A mii é falsa -- hânti, está- 8--Ot Kkânti noro: 
Finge de dormir -- nôr>, dormir-- 9 - Zæman fay on to ne: 
Para mim ellas estão fallando mentiras - fay, ellas -- to, di- 
zendo — ün, mentiras -- ne, estão -- 10 -- Jan On kânti na: Ella 
é mai falsa - na, é. 

ON: Ser?-I- Had ix Gn húri: Ja estou bom -- had, 
bom -- on, estou ?-- húri particula para indicar o passado ( já 
sarei)-2-Titôn: E delle ôn, é (2), cousa(?)- On éne 
fi: Aquella é mulher -- ôn, é ? - éne aquella -- fi, mulher, ella. 
Vide App. 

OOKE : Rumor, barulho. 

OOKIRE: Busina (uan küre )-m - ain, bambú -- kiire ; 
falla. ‘ E 

OPA: Gafanhoto. 

ORA, oró: Atolar--1-- Kiri oró he: Veja de nãa ato- 
lar - he, não. 


ORE, ora: Brejo -- 1 - Oré dik ( ding ): Brejo profundo : 
Poço, lagoa -- 2 -- Ord titi: Muito brejento - 3 -- Oré tan : Mar- 





155 — 


reca -- tan, no (que esta no brejo )--4-- Oré kógn: Salto da 
lagoa. E 
ORI, ore: Hoje, agora -- 1- Or; Trpé ne: Hoje é dia 
santo -- Topé, Deus, cousa religiosa -- ne, é.-- Ori kuran korég 
ne: Hoje é dia ruim, é dia santo (ruin, porque não se ganha 
nada) -- 2-Or/ timán veixmd ne: Hoje para elle é ruim -- timan, 
para elle -- vetwmd, mal -- ne, é--3 — Ori ti tôn, vaicka ti ton 
vainkrén ke tôn ne: Nem um nem outro não : lantam nem 
hoje nem amanhã--ti to--um —- vaiaká, amanhã -- vainkrén, 
plantar - ke tôn ne: Não preteude - 4 -- Ori moi ketôn, vaiaká 
moi ke: Não pretende ir hoje, mas amanhã -- mdz, elles vão 
- ke; pretender. 


ORE: Banhar-se. 


ORÓ, ora: Atolar, atoledo -- 1 - En 6r6 kan tére: 
Atolamos na lama -- ex, Aa -- kan, no -- tére, afundar. 

ŒRO : O que cobre - 1 - Pent óro: O que cobre o pé, 
botinas -- pent, pé-2- Depuengina: : Calças -- dégne, trazeivo -- 
9, connectivo -- óro, cobre -- 3 -- Afrangroro: O que cobre as 
pernas: calças-- fa, perna - a, connectivo. - 


OT, én: Falso-1 -- Ot venbéd ne: Elle está ordinaria- 
mente mentindo -- ven, fallar - be, ordinariamente -- ne, esta. 

OT: Algum, outro. Vide ôn.- 1 —- Ningé ôt pire: Seis 
- ningé, cinco, com os numeros superiores a cinco -- ot, outro 
— pire, um -- 2 -- Ningé Ot, rengré: Sete. 

OT : Cinco ( nos numeros super.oresa cinco ). Vide App. 

OTORE'RE: Instrumento musico, feito de itaquara, 
encabado num porungo. 


OVO’ Corredeira. 


P 


PA: Embrulhar -1-- Ti kuká pa: Embrulhar o tal 
osso, o osso da tel cousa -- kuká, osso. Vide pan. 

PA: Passar - 1- Pa korég ti mo: Elle agora passa 
com dificuldade -- korég, difficil -- ti, elle -- mo, agora -. 2 -- Rake 
ton ja ne: Não pretende passar agora - ke, pretender -- ja, 
agora - 3 -- Kagba kri paje: Esta passando na (sobre) ponte 
4-- Pa jen fag hari: As mulheres já passaram — fag, mulheres 
-- huri, particula para indicar o passado -- 5- Pan ti ton gra: 
Não passe elle lá --t ngrá, terminação do imperativo nega- 
tivo — 6 - Pajen: Está passando - 7 -- Kan pa jen: estão pas- 
sando todos. 

PA: Pedra. Vid. App. 


PANKXI'M: Passar bem -1- Dinhéro tag to, kren 


pakæinti: Com este dinheiro mal se passa, apenas se passa — 
to, com -- kren. com dificuldade, quasi. 

PATRON : Vide App. 

PAKXIN : Coberto. Vide paxim. 

PAKX7M: Costas -- 1- Ningé pakxim: Costas das 
mãos. Vide ponim. 

PAKTU”: Panella, prato, tigella. 

PAKTU” LANKTE'RE: Prato- lankiére, largo -1 — 
Paktii lanktére buingh kupén kan ti ne: Elle está lavando 
o prato grande -- kupé, lavar -- känti, estando -- ne, está. 

PAFA': Ama, mammar. 

PAFYM: Saia- pa, pe: pé--fin, amarrar -1- [x 
pafin : Minha saia. 

PAHT: homem, chefe da tribu,-1- Pai buingh: 
Capitão .mór, governo. Significa tambem homem ?. 

PAHI FRE: Firanha ( peixe ). 

PA'IXKE : Curvar-se -- 1 - Páixikéra : Curva-te tu — 2-- 
A tin kan, páixkéte ti: Emquanto andava se curvava-- a, 
connectivo -- tin, anda - kan, emquanto -- paíxkéte, curvou. 

PAIXI’M : Menino. 

PAINPA’RO: Piolho. Vide App. 

PAN: Amarrar -- 1 - Veixkantin pan: Amarrar 0 sur- 
rio -- veixkantin, patrona--2--Ix kvrin pam: Eu amarro a 
cabeça; Pénara: Embrulha tu--3-- Ti pan krin tan vopke : 
Aquelle descobriu a cabeça amarrada delle --ti, delle - tan, 
aquelle. 

PAN: Atraz-1- Emprii buüngh krin pan tétiti: A 
estrada grande passa atraz do monte -- emprii, estrada -- buüngh, 
grande -- krin pan, atraz do monte - téti. passa -- ti, elle. 


E E E E NT E o DO O E  dn - 


di met nd dote ne e A à dt Éd 





-— 157 — 


PAN-: Cobra --1-- Pan óiaprá: Mordedura de cobra - 
pra, morde -- 2 Pant fuüre : Pelle de cobra ( casca ). Vide App. 

PAN: Cortar, derrubar. Vide App. 

PAN: Pedra. Vide pó--1-- Pan buéngh: Pedra gren- 
de--2-- Pan kupri: Pedra branca--kupri,, branco -- 3 -- Pan 
ten pin: Pedra para fazer fogs -- ter, com -- pin, fogo -- 4 - 
Pinho: pedra de afiar -- nho, afiar. 


PANDFRE: Padre (do Portuguez ). 

PANDO’; pandórx : Corcunda, monte, espigão, costa 
eurva--1-- Fa pandó: perna torta-2- Kané pandó: Olho 
torto, tumor --3 -- Ka pandó: Pau torto, porrete torto - 4 -- 
Ja pando: Dente torto, bico torto. 

PANKRINHERA ; Cobre tu. 

PAGXINTI: Melhor. Vide pakxinté-- 1 - Arankét 
pankxint?: Hontem passava melhor -- 3 - Panxinti ha: Ja 
estou melhor -- ha, ja. 

PANDO'IX : Espigão -- torto, morro, monte -- 1 -- Pan- 
doix hi: Espigão bonito. 

PANGH: Cultivar, derrubar, fazer roçe -- 1 --4rô kaki 
pan: Trabalhar na horta .- ró, horta -- kaki, dentro - 2 -- Nem 
pantimo: Elle agora faz roga--nem: Matto virgem - pan, 
derruba — ti, elle - mo, agora. 

PANI'M: Parte poster.or, costas, de traz-- 1-- Ningé 
panim : Costas, parte posterior das mãos. -- Ningé du: Palma 
da mão. Tambem pani. 

PANO’, panói: Atirar, flexar - 1 -- Jonjo, kanga ton ni 
karaka panó ix iôn: O gavião, se eu sarar depois não fle- 
xarei mais -- jongjô gavião - kangd, doente -- nº, ficar -- kd- 
raka, depois -- ka, no. 

PANOA. Guabiroba. 

PANPAN : Sandalha. Repetido para indicar que a 
sandalha é feita de varios liames - pan, amarrar. 

PANTAHO”: Caninhana -- pan, serpente -- hd, grande. 

PA'NTE: Do lado- 1 - Kujo hô pante vin hadn : Fa- 
zer à palavra do meio para cima — Æw0, meio -- hd, acima — 
vin, palavra -- hadn, fazer ( escrever ). 

PANTE : Mais-1--Ka tan téie ni: hára ôn tan tê 
pante kinje: Esta arvore é alta, mas estoutra é mais alta 
ainda -- ka, pau -- téie, alta - ôn tan, est'outra ( tambem outra 
lá) ~ ôn, outra -- ti, elle känje, mais. 

PANTHIE: Passaro cachique - 1 - Pantéie buiiigh ve: 
Amareilo, como o rabo do passaro cachique -- biiigh, rabo -- 
ve, como ( tem rabo amarello ). 

PAN TEN: Passar lá ( pan, passar - ten, lá )--1 -- Pan 
tenra: Passa tu para lá - ra, terminação imperativa — 2 -- Pa 
_ tentôn gra: Não passe para lá--tôn gra, terminação imper. 
negativa. Vide App. 

PANT: Pedra--t, connectivo--1- Ti kri pant fo ti: 
_ Elle atira uma p dra em Fulano de tal--ti kri, em Fulano 

“de tal.-fódn, atirar. 


— 158 — 


PANLFT: Montäo--1-- Arróz pantfi nonjoro : Montão 
de arroz amontoado -- 2 -- Pó pantfi: Montão de pedra. 
PARA': Premer. 


PARANDORO : Caverna -- dôrn, buraco. 

PARE’RE, palére: Baixo, raso. 

PARE VÍRI: Jararaca ( Vise. ). 

PARY: Pary. logar no rio em que se caçam cs pei- 
xes, feito artificialuente de pedras. 

PAXI’M: Coberto. Vide pakæim -- 1 - Kuikangó kiixa 
pakxim: Lua coberta de nuvens, eclinse de Jua -- haik ng6, 
nuvem -- 2 -- Nakano aran pakxim: Sol coberto de nuvem, 
eclipse de sol-arún, sol--3-- Ningé pakxim: Dorso da mão, 
costas da mão. 

PAKXIM, pakæin : Costas -- Ningé pakwxim : Costas das 
mãos. 

PAT: Olhar fixo - 1 -- Tx hit pat ke ton: Não pode olhar 
fixo em mim --2x kit, em mim —t, connectivo -- ke, poder. 

PAKTU”, patkü : Prato, panela, tigela ~ 1 -- Paktü lan- 
ktére: Prato lanktére, lergo. 


PATEKLI: Monte de alguma cousa. — Vide pantfi - 
1-- Pin panifi: Monte de lenha. 

PATFÍ: Aranha. Vide App. 

PAUO, póvo: Separar--1-- Ti kdnt húru pauo: Se 
separou delle -- kan, de -- ti, elle -- húru, partícula para indi- 
car o passado -- 2 - Emprii véikan póvo: Logar onde se se- 
param as estradas -- vé/n, prefixo que serve para substantivar 
as palavras. | 

PE’: Braço, pé. Tambem pén--1-- Pé buüngh: Bra- 
ço posterior -- buüngh, grande ( omoplata ). 

PE’, pén: pé-1 - Kafé ti pén: Pé de café --t', delle 
-2- Eix pén pakxinti: Meu pé esta melhor --3-- Ti pén 
proéja ne: O pé delle está com uw callo agora --nº, está - 
pr'éja -- callo -- 4 -- Pé panim: Parte superior do pé, costas do 
pé--5-- Pé du: Sola do pé, parte inferior do pé - 6 -- Pén ra: 
Caléanhar, talão -- 7 Pén féie: Artelho, dedo do pé -- 8-- Pén 
ningrii: Unha do pá de homem e de animal -.9-- Pén pan: 
Sandalha -- pan, o que cobre -- 10-- Pén ord: Botinas do pé ~ 


dro, o que cobre - 11 -- Penoró tôn: Sem botinas -- 12 -- Pén 


tan kur: Marreco -tan, no -- kur, panno. — Vide oré tan -- 
13- Ex pén ten, hoxin táre: Com um meu pé matei um 
rato -- ten, com - katxin, ratinho -- 14 -- On pén kavéia: Um 
dos pés está sujo -- dn, um dos- 15-- Pén kit férro je: Esta 
com o ferro no pé--hit, no--je, está- 16- An pén kanti: 
Estar de pé - 17-- Pént hur, pénti kurú: marreco- 18 -- Pént 
kur kanriri: Marreco pequeno -- 19 - Hix pén krén (kran) : 
Debaixo dos meus pés - 20 -- Fag péne xegaé nánti: Os pés 
dellas estão presos -- fay, das mulheres -- xe, presos. Repetido 
para siguificar repetição de acção -- nänti, estão -- 21 —- Kavaru 
péne kangra je: ônte jo nanti; ônte do ki nânti: O cavallo 





— 159 — 


tem quatro pés: uns adiante, outros atras -- péne, pés - kan- 
gra, quatro -- je, tem -- ônte, uns -- jo, adiante -- do, atraz - ki, 
no -- nanti, estão. 

PE’: pé de arvore--1-- Fuénk pé: Pé de pinheiro, 
de araucária. 

PE’: Verdadeiro, legitimo, bom-1- 7x jama pé: A 
minha verdadeira morada - jamà, morada -- 2 - Kurt pé! Oh! 
fazenda boa! - kum, panno, fazenda -- 3 -- Ter pé: Morre de- 
véras--4-- Ha tin: ante péx kémo: Va exabora, senão te 
mato devéras!-- ha, voz de mando -- tin, ir-- an, a ti-- te, ma- 
tar -- kémo, pretendo--5-- Ter pen ha ti: Morreu ja devéras 
ho, ja. ; 

PEDNBEN : Marreco--1-- Pednbén kanxiri : Marreco pe- 
quenc. 


PE’DNBUONGH!: Pato grande. 
PEDNÍM : Tartaruga, kágado. 


PÉDNIM : Em redor do pé, do alicerce -- nim, em re- 
dor - 1-- In pèdnim ga kôn: Vallo em redor da casa ga- 
kôn, vallo. 


PÉDNO, péno, pano: Acertar, atirar--1-- Po ten pé- 
dno: atiro uma pedra, dou uma pedrada -- pó, pedra --tén. 
com --2-- Pó ten pedn gra: Apedreja tu. Vide App. 

PED-O: Batata. 

PEDPURE: Urú 

PEFÍN, pofin: Xiripá, perizoma, tanga - pé, perna, 

PE-HU: Ababora. 

PEIN: Jacú. — Tambem, pedkuün, kuiin, küin. 

PHIN: Tiros - 1- Agpéin hôrike n°: Quantos são os 
tiros delles ? - hórike, quantos ? - ne, são - 2 - Péink to 2x ne: 
Não estou com nenhum tiro - |, connectivo - tu. não - ne, 


estou com -- 3-- Alengré éix pén nanti: Os meus tiros são 
dois - ndnti, são. 


PEIMBANG: Mutum, passaro -- péim, né -- bang, buingh, 
grande. Vide App. 


PÉINKUPÉ KRIÔNG: Ratão. 

PEJU’: Roubar, esconder, enterrar, sepultar. cobrir. 

PEJU’: Cobrir - 1 - Kané pejú ti: Elle cobre os olhos 
- 2 -- Ningé ten akané pejuxti: Elle cobriu os olhos com as 
mãos -- ten, com. 


PEJU : Enterrar, sepultar - 1 -- 7% peju kuno ti: Elle 
arranca a cousa enterrada -- ti, a cousa — kúno, arranca agora - 
2-Tx jógn pejú ix tin: Eu vou enterrar meu pai- tin, ir- 

— Ti peju ag hari: Já o enterraram- ag, a gente. 

PEJU: Esconder - 1 -- Pejú o tin: Eu vou esconder - 
æ, eu--2-- Pepi ôn ta ve jováixke: Esconder alguma cousa 
onde não se podia achar -- ta, onde -- ve, achar .- javáís, não 


214060 = 


poder, não querer- 3-- Tivo peji veg ton ti ne: Elle não me 
esta vendo, quando o escondo -- ixó, eu — veg, ver -- q, connectivo. 

PEJÚ: Roubar -- 1- Pejuá: Ladrão - 2-- Pejú korég- 
titi: Roubar é cousa muito ruim -- 3 -- Pejú ti: Elle rouba - 
4- Peju denúm be: Ladrão habitual de toda cousa - denúm, 
toda cousa - be, habitualmente -- 5 -- Det pejú ag: Eles rou- 
bam tudo. Vide App. 

PEJUA': Ladrão - pejúja. 

PEN: Arrebatar. 

PEN: Pé. Vide pé. 

PEN: Braço-1- Pen buôngh: A parte posterior do 
braço, omoplata -- 2 - Pen kandiidn, pendiidn: Cotovello -- 
didn bola-3- Pen ja: Braço direito, mão direita -- 4 -- Pen | 
kain: Braço esquerdo -- 5 -- Pen ton: Sem braços -- 6 -- Ex pén 
van hid ne: Meus braços estão bons--hô, hom--d, conne- 
ctivo -- me, estão -- 7- Nindó : Ante braco -- 8 -- Ex pén brabra 
hü iæ ne: Eu estou melhor do braço quebrado -- bra, quebrado -- 
Ad, bom - d, connectivo -- ne, estou - # —- Pen grüra: Mangas. 
Vide App. 

PEN , pan, péno pano: Atirar, dar tiros = 1-- Pó ten 
péngra: Dê pedradas você -- pó, pedra- ten, com --g, conne- 

tivo - ra, terminação do imper. (apedreja tu )-- 2- Hix dót 
tan pén, kamé: Tenho medo de atirar com a minha arma — 
do, arma -- tan, com -- kamé, tenho medo -- 3 -- Kix do pen ag 
kami: Elles pegam atirar com a minha arma -- kami, pegam - 
4- Ti tot pén: Elle atira em Fulano de tal- ti to, em Fu- 
lano de tal--to, em--5 - Pen hô ve; hara ke tôn ne: Ati- 
rava bem; mas agora não sou capaz -- 1d, bem -- ve, sou, era - 
hdrat, mas- ke... ni, estou podendo -- tôn, não. 


PEN, PENI: Costas. 

PEN: Comegar. Vide App. 

PENKUPE: Ratão. 

PENINJA: A direita. 

PENI BRADN: Curvar-se. 

PÉNJA: A direita- 1-- Ki Pa kénte: Do meu 
lado direito -- kúnte, do lado. 

PENJE: Começar -- 1 -- Kix pénge, ae pénje: Eu co- 
mego, elle começa--2- An jen lairânha pénjen ha: Os ca- 
maradas já começam a trabalhar - an, connectivo --jen, ca- 
maradas. 

PENO, féno: Trocar, comprar-- 1 -- A’ma ix kára um 
féno: Ein troca depois te dou outro -- dma, para você -- kára, 
depois - um, 6n, Onv: outro ( compar. ). 

PENOA’. Buszar, procurar. 

PENOA’: Guabiroba, fructa. - 

PENOÍ: Dar tiros em alguem, matal-o -- 1- Xangi 








Cale ot | 


pet ne TO de ES fee à 


à 





— 161 — 


“penot x ke: Ea pretendo matar o passarinho -- x, eu -- ke, 
pretendo - 2 -- Gôgn pendix: Matar um bujio. 


PENOI: Procurar - 1-- Navarú penói tin ti: Ele 
vai procurar um cavallo -tin, vai-- 2 -- Ajógn ti penói tin 
ke ha: Meu pai já pretende ir procura'-0 -- ke, pretende. 

PENRA': Caleanhar, taläo--1 -- Goto kuxá penrá kara 
ne: O calcanhar se acha dentro da agua fria --Jkuxá, frio - 
ne, esta— kdra. dentro. 

PÆNTAN KUR: Marreco. Vide App, 

PENTKUU: Pombo, jacú, jacutinga. 

PETFANG: Saracura ( Thel). 

PENTFUA'N: Periquito -- fudn, cheio, quebrado, curvo. 

PEPA'N: Pavão. 

PÆPO: Sapo-1-- Pépo tóix : Sapo verde. 

PERA’ NMA: Serpente venenosa. 

PÆRE: Prefixo, que dá aos verbos o sentido de car- 
regar. Vide ba, bakantin- 1 -- Jog péreix kantin: Eu trago 
meu pai -- jog, pai - perekantin, trazer- 2-- Tx in javáisx ra 
ic ting?, ix in ag ix père mojem: Apezar que eu vou de 
ma vontade para casa, elles me carregam em casa -- in, casa -- 
javaix, de ma vontade -- ra, apezar -- tingo. vou agora -- pere- 
môjem : Carregam--3-- Ain ra ti tx pereviire: Eu o car- 
reguei para casa -- a, connectivo -- vü/re, perfeito de tin, ir. 
Vide Ap». 

LA 

PERET: Bater palmas--1-- Péret--perét ke ti: Elle 
pretende bater varias vezes as palmas -- ke, pretender -- péret 
perét, bater palmas. 

PERGEIN: Esfregar. 

PERO'GN : Surräo, sacco, bolso, patrona. 

PERORO: Camisa de mulher. 

PEXPEJE: Fraco-1-- Pexpéjetiti: Muito fraco. 

PETKA’RA: Cinco, está acabado -- pé, uma ( mão )- 
kara, inteira (os cinco dedos). "Tambem géfka: está acaba- 
do, basta. 

PETKUIN: Pombo, jacu--1--Petküin ni kd tx: 
Eu como carne de jacu-- ni, carne. 

PHTE: Correr, voar. Vide veinvo - 1-- Kavará ki- 
“kekál: péte: O cavallo corre para cá e para lá -Jíke, ea e 
Já -- kak, em vez de kr, em--2 — Ti do péien me: O animal 
corre atraz delle -- do, atraz -- me, animal -- 3 — Kaxkango pé- 
ten: A nuvem voa, corre - ka xkangó, nuvem. 

PETPUERE. Uru. ú 

PIA’, pié pij: Não. Vide tôn-1--Tx pid ranha- 
ränha : Ew não trabalho -2-- Nrôd pir ix kémo; e2x pt) 

krôn langréno: Eu pretendo beber uma vez; não bebo duas 
vezes -- pir, uma vez -langréno, duas vezes agora--no de 
langréno, agora --3-- An pije eix vin to hé je: Voce nao 


= 


— 162 — 


está fallando bem a minha lingua --amn, você -- vin, lingua - 
to, fallar-- hd, bem -je, estas--4-- Jx anke hé ve: éix pige 
dno: Eu digo a verdade: eu não minto --úínke, digo -- an, 
connectivo -- ôno, mentir - 5 -- Pije timbré ve hô ne: Eu não 


me dou com elle -- tvmbré, com elle -- hd, bem -- ve, fallar -- ne,’ 


estou -- hd, de boa vontade -- 6 -- One nénjéro ni, hára man- 
kangáti; pie hé ti: Quem tem dinheiro, mas está doente ; 
não é feliz--ône, quem -ni, tem--hára, mas -- mankangáti, 
muito doente, triste -- hd, feliz. 

PIANXO’: Brazas. 

PIY'JA: Não. Vide App. 

PIN: Fogo, leuaa--1- Eixman pin ix perekantin: 
Eu trago a lenha para mim-2- Pinmän vé/n ix: Eu estou 
em redor do fogo -- man, pleonasmo -- vé/n, em redor -- 3 -- Pin 
ra húri ni: Ja sentei perto do fego-- ra, perto -- nz, sentei - 
húri, particula para indicar o passado--4-- Pan ten pin: 
Pedra para fazer fogo-- pan, pedra -- tén, com -- 5 -- Pinmant 
ag van ra, kéke na: Elles estavam perto de fogo (e) pro- 
siavam -- van, wan: estar--ra, perto--kéke, deriva de ke, 
fallar: aqui é repetida a syllaba para significar multiplici- 
dade de accao--6-- Pin tug togn agm, pin ag tug togmo: 
Elles estão em redor do fogo —{ug, em redor -- tógn, estar - 
ägmo, elles agora -- mo, agora. 


PINFE: Fogueira grande (nas festas ) -- 1 -- Pin gr : 
Fogo que esclarece. Vide gru-2 - Pin tokfin: Archote, 
feixe de Jenha--3-- Pen joije tckfin: Weixes de ramos miu- 
dos de lenha -- pin, lenha, 

PINGO'GN : Cinza. 

PINNTNJA : Fumaça, fuligem de fogo -- ninja, fuligem. 

PINJPRE, pinkanjire: Divertimento do fogo --jire, 
kanjire, festim, divertimeuto. Este jogo consiste em comba- 
ter contra uns suppcstos inimigos, atirando contra elles paus, 
cobertos com cêra de abeihas do matto, accendidos. 

PINXO’: Braza. 

PINTOKFPN: Feixe de lenha. 

PIPIRÆTITI: Pouquissinos, deriva de pire, com 
uma sillaba repetida para indicar pluralidade de acção, de 
cousa -- 1 -- Na piretiti: Pouquissimos paus. 

PIR, pire, pit, pet: Um só, pouco--1-- Ka pipirititi: 
Pouquissimas arvores- ka, pau -2-- K1 korég tavinti: Um 
desproposito de paus = korég, muito - tavin, deveras -- 2-bis — 
On piré: um só, um homem, algum só-3-- Piri ag nânti: 
Elles são poucos -- nint?, são -- 3-bis -- Eig pirmá xtimo ha: 
Eu agora estou já sosinho -- pirmá, sosinho -- ma, suflixo sem 
sentido - 4: E'ix pir in te ni: Eu estou sosinho em casa - 
in te, em casa--te, em--5-- Vin pire: Falla pouco -- 6 - 
Farinha ón pit: Um pouco de farinha 


PIRÁ: Peixe -1- Pirá biiigh: Rabo de peixe- 2 - 
Pira kulá : Osso, espinha de peixe, costra de peixe - kuká : 
osso -- 3 -- Pird kuká rog kan, ti tére: Elle morreu, porque 











— 163 — 


enguliu um osso de peixe -- rog, enguliu -- kan, porque - tére, 
morreu — 4 -- Pira buüngh: Peixe grande -5-- Piré pó: Pedra 
do peixe -- pó, pedra, rochedo -- 6-- Pirá fuÿüre : Casca, esca- 
ma de peixe. 

PIRAJU’: Peixe. E tambem palavra Guarany. bem 
como a anterior. 

PIX’: Milho moido. 

PITEN KO’K: Chamma de fogo. 

PITPU”RE: Uru ( passaro ). 

PLAN: Anno. Vide App. 

PIRMA’: Sosinho--1-- Pirma lairänha : Eu trabalho 
sosinho. 

PO’: Pedra--1-- Pó ten bengh: Machado de pedra - 
ten, de (latim ex )-- 2 -- Bengh tan po: Pedra lavrada com 
machado -- bengh, machado -- 3 -- P6 ta krinke (kranke ): Tapar, 
unir com pedra - kránke, unir. Pó significa tambem penhasco, 
penha. Vide App. 

PO'N : Atirar ( pono, peno A - 1-- Pónera : Atira tu -- 2 - 
Pon hô vénve (véve), hara ke ton ni ha: Era bom atirador : 
mas agora não pode mais -- hô, bom vénre, era -- hára, mas - 
ketôn, não podendo - ni, esta -- ha, ja. 

PO'N: Queimar. Vide por --1- Pónerá: Queima tu. 


POP: Bater-1--Eix ningét ten odes Vou bater 
palmas -- néngé, mão -- ten, com -- ke, vou -- 2 -- Popte ka, gailo 
kur: No que batia, o gallo cantava -- ka, no momento -- kur, 
cantar, de homens ou de animaes -- 3 - Jágne ki poptke: Batia 
um noutro -- jagné, um outro -- ki, em -- ke, suffixo do passado. 
Vide Apr. 

PORO : PATES Vide pon — 1 -- Kur poro : Isca -- kur, 
panno--2--Tx in poró pin ha: O fogo ja queimou a minha 
casa -- pin, fogo. 

: POT: Mais. Vide App. 

POVEJE: Samambaia. 

PO'VO, páuo: Separar -- 1 -- Jagne kana póvo ha: Elles 
ja se separam um do outro - j gne kan, um de outro - a, con- 
nectivo. 

PRA: Morder--1--Kéra: pana pra: Acautela-te : a cobra 
morde -- pan, serpente -- a, connectivo (1) -- 2--Pra ti ne Je : Está 
estando mordendo -- tz, elle-- ne je, esta estando - 3 -- Jágni 
pran ‘fagmo: Elias estão mordendo-se uma a outra a as 
mulheres -- mo, estão -- 4 -- Panoia ix pra: A cobra me morde - 
o, connectivo -- 5 -- Pra buügh : Comilao--budngh, muito — 6 -- XZ 
in pra: O pernilongo me morde -- xz. pernilongo -- in, a mim. 

PRAKA'NI: Bocejar, gemer, espreguigar-se -- praka ni: | 
Querer gemer. 

PRa’KTIMO: Elle esta gemendo, de pra, gemer -- k, 
connectivo -- 119, agora -- 1. — Veinprá mén: O animal geme 


“-mén, animal. 


= a 


(1) Tambem: Veja que não te morda sc cobra, 


— 164 — à 

PRA'IXKE : Escorregar - 1- Kavarú praixke: O ca- 
vallo escerrega. 

PRA’MXOKA’ TE: Senhor ?. 

PRAN : Anno--1--Krintave print ed ni: O chapeu é de 
muitos annos- kríntáue, chapéu --t, connectivo — e, muitos -- 
d, connectivo -- ni, é (0 chapéu é de muitos )-2-- Gíri tag 
prin kré ti ni: Este menino tem um anno completo - tag, 
este - prin, anno--kri, acima--12, elle -ni, está --3 — Prän 
kantin tan, epangh budngh hadmo: Neste anno que vem, 
farei uma grande roça -- kantin, vir-- tan, este -- epangh, roca 
- háimo, vou fazer - 4 -- Priin rengré jo, ix taki ton ni: Eu 
antes de dois annos. não estava aqui — jo, antes -- rengré, dois 
- taki, aqui--5-- Prin tin ven monte: O primeiro anno que 
vem -- tin, vir -- venmón, primeiro agora -- mon, agora — te, em 
-- 6 -- Prän énete: Naquelie anno -- éne, aquelle -- te, em — 7 -- 
Prün ônte, outro auno--8 - Prän gret ki kixkangáti: Todo o 
anno fico muito doente -- gre; todo -- t, connectivo -- ki, em — k, 
connectivo -kanga, doente --ti, muito --9-- Prän ki kren ti, 
prin ki kren ti :ôn: Um anno planta, outro não planta -- 
lren, plantar --10-- Giri tag prin piri ni ha: Este menino 
ja está com um anno — giri, menino. 

PRAN: Baixo. Vide App. Tambem, emprán. 

PREGO: Prego. 

PREJA: Agulha, ferrão (préje) Tambem 7é-- 1- 
Uafän te préje kara rän: Entiar com a linha na agulha - 


mafän, linha. O M se pronuncia nasal. — te, com - dra, den- 
tro-- ran, entrar--2-- 1% préja: Ferrão do tal bicho (p. ex. 
da vespa ). 


PREN : Bradar -- 1 -- Prénera : Brada tu -2- On veinma, 
ras Um louco está gritando -- dn veinmá, um louco -- dn, 
um --3-- Jágnen bre pre préra: Gritam juntos um para outro 
ge um a outro- bre, junto—prére com syllaba repe- 
tida significa multiplicidade de acção — 4 -- Plénera: Grita tu. 

PRENFPN: Tornezelos. 

PRERE, préle: Gritar, clamar. Vide prén. 

PREXPR#’ JE: Cacar, obrar. 

PRI: Encima?-1-- Pri ni: Esta encima - nº, esta. 

PRIN: Prôa-1- Tr kanké prin: Proa da minha canôa. 

PRINBRE’K ; Lavrar, fabricar -- 1 -- Prinbrék ti mo: 


Ella Javra-- 2 - Ka prinbrék ti mo: Elle está lavrando um 


pau--ka, pau-5- x dó ka prin brék ti mo: Elle lavra o 
pau ( corunha) da minha espingada -- ao, arma. Vide App. 

PRINE: Casal, um par-- 1 -- Pentküün prine: Um casal 
de pombos--2- Ajay jo prin tin: Vai adiante de vos um 
casal -ojáng, vos--j0, adiante. Tambem: Vão adiante de 
vos de dois em dois, em casal. 

PRIRI: Colla, grude--1-. Priri kan tó te: Elle gruda 
com a colla a tal cousa -- kan, com--to, a alguma cousa. 

PROEJA: Callo. 

PRO’IX: Carvão, brasa--1-- Próix perógn: Sacco de 
carvão. 





> 
E 
x 
yet 
> 
; 





— 165 — 


PRON: Cas r do homem com a mulher, mulher, es- 
posa. — Fin bet é o casar da mulher com o homem -- 1 -- 77 
proxke: Elle preteude casar, é noivo -- ke, pretender -- 2 -- 
Kaika prôn : Cunhada -- kailá, o irmão mais velho -- 3 -- Kota 
pron: Nora -- kotxí, filho--4 Ix prôn kotxi ne: Meu enteadoi 
-5- An prôn jamé tinkti: Vai adiante da mulher - an, con- 
nectivo — jamé, adiante -- k, connectivo — 6 -- Ir pron j vaixtiti, 
tx j6gn ix prôn xoro kéma: Eu não gosto de casar; meu 
pai deseja que queira eu casar -javívx, não querer -- para 
fazer o superlativo -- 6r0, querer, desejar -- hémo, quer -- t:ti, 
terminação para fazer o superlativo --T-- Prôn ton: Sem 
mulher, solteiro --tôn, sem. Vide App. 

PRUNJA’, prundja : Vassoura -- prún, varrer - ja, ins- 
trumento — 1 - Prunja kâmix ke: Pretende pegar na vassoura 
-- kâmi, pegar - ke, quer--2- Prudjá pu: Cabo de vassoura 
-3- Aix prudjà ve: E' minha varsoura-- a, connectivo. 

PRU, prun: Varrer, limpar com vassoura -- 1 -- Em- 
prüru mi prúnera: Limpe o terreiro, a frente da casa -- m2 
pelo -- 2- Eix prut ke: Eu pretendo limpar. 

PRURU : Frente da casa ( Tel). 

PRURU, emprüru: Terreiro, quintal-1-7rüru fa 
Lixo do t-rreiro. 

PXO : Mongango, mogango. ( Vise.). 

PUGN : Amarrado. 

PUO"RE: Ortiga--1- Puôre fé: Linha de ortiga. 

PUR: Mergulhar, afundar, descer, entrar ( do sol)-1 
- Fin ki dó pútke: Merguliou nella a espada - fin ki, nella 
- ke, sufixo do passado - 2 -- Arán purjá känte: Occidente — 
arán, sol- ja, lugar -- kân'e, do lado --3-- Aran putke : O sol 
entrou --4-- Aran purú já ne: O sol está estando entrando - 
ja ne, está estando —- 5 -- Put ke jc: Está querendo entrar - 


“ke ja, está querendo. Tambem, entrou.-- 6 -- Aran put Ie 


kan: No momento de o sol querer entrar -- kan, no momento 
-- ke, querer - 7 -Putkára : Mergulha tu -- 8 -- Aran húru pútke : 
O sol ja entrou- húru, particula para indicar o passado — 9 - 
Pútke krén:kanti nânti: Estavam quasi todos mergulhados -- 
krén, quasi - kánti nänti, estão estando. 

PUT: Mergulhar. Vide o antecedente. Vide App. 

PUTPORE, putpüre : Uri. Talvez porque se abaixa 
frequentemente. 


FR 


Nora. — As letras L e R, especialmente quando são 
iniciaes, se substituem frequentemente umas às outras. 

RA: Apezar de, embora, sem embargo de; vermelho ; 
para; perto; abandonar. Vide App. 

RA: Apezar, embora, sem embargo -- 1 -- Ti tére ton ra, 
pejú. agn: Embora não tenha ainda morrido, o enterraram — 
tére, morrido -- tôn, ainda não -- pejú, enterrar --agn, a gente 
-2- Ie injaváixratin, ix tin ge: Apezar que eu vou para 
minha casa de ma vontade, eu pretendo ir-- vou -- javáíx, de 
ma vontade -- ge, pretendo - 3 -- 77 tin javáix: Elle não quer 
ir -- 4 -- Erankéra ra, ix kran: Apezar de ser tarde, eu planto 
- erankéra, tarde-- ra, apezar -- kran, planto -- 5 - Kajän buüngh 
ra, ix kajim: Apezar que seja caro, eu compro -- kajam 
buüngh, caro -- ra, apezar -- 6 — Jénti javaix ra, in ra tin xoro: 
Apezar que o patrão não queira, eu vou para casa — jen, patrão 
- 20/0, quero, desejo --7-- Ix qudn ja ra, ix kanga: Apezar 
que cu esteja chegando, eu soffro dôr. Melhor: Estando 
certo de eu chegar, scffro dôr-- judn, chegando - ja, estar — 
ra: apezar no momento -- 8-- Ag méntôn ra enkréje : Embora 
sem animaes ( cachorros ), elles caçam -- ay, elles -- mén, ani- 
maes -- tôn, sem — ra, apezar -9-- An ti térera,peju ton: Nem 
que elle morra, não roubo -- an, connectivo -- peju, roubar -- 10 
Xan hkanén tôn ra, kantin ti mo: Embora eu não o espere, 
elle vem agora -- ran, eu-- kanén, esperar -- mo, agora — 11 -- 
Gôio kuxa ra, kara na penra: Embora a agua seja fria, O 
calcanhar está dentro -- kuxá, fria -- ra, apezar - kara, dentro 
--na, está --penrá, calcanhar -- 12 - Kajám buôngh ra, «xa, 
rangró kajim lé ve: Eu pretendo comprar feijão, embora 
seja caro - xa, eu -- rangró, feijão - ke ve, estou pretendendo 
- 13 -Veiketa krônmo ra, ti térmo : Embora elle tome remedios, 
elle morre -- veniketä, remedio -- krénmo, bebe agora -- 14 — 
Jengéra ra, veixmanti hadn : Embora elle respire, soffre dôr - 
jengére, respirar - ra embora — veinamã, dor -- had, soffre - 15 
- Ix tére ra, peju ton: Nem que eu morra, eu não roubo. 
Vide App. 

RA,: Largar, abandonar - I- Ankavarú ra: kara vüi- 
re: Largou o cavailo, depois foi-se embora - kdra, depois - 2 
Ajäng mêin ton ra ix: Eu não abandono os vossos animaes 
- ajáng, vossos. 

RA: Para-1 - Nairgán tin kan, ix vaixka ra tin ke 
ton ne: Porque viaja o Kaingang, eu não quero ir para o 
matto - ka, porque - ketone: estou querendo - müuä/rka, matto 


- ra, para--2- Nré à te viúire: Elle foi para a lavoura plaa- | 








-- 167 — 


tada - ré, terreno plantado - 3 - Zx in ra ix tin: Eu vou 
para casa — in, casa --4- À in ra ix pére viiire ti : Elle me 
carregou eim casa -a, connective -- peretin, carregar - 5 - Xa 
väixtka ra ix tin ke ve: Eu estou querendo ir para o matto 
xa, eu —- keve, estou querend» - ke querendo - 6 - Arankét to, 
ic in ra kantién : Eu vinha em casa hontem - t»,, no. - Vol- 
tar: Tot kantin -7-- Tx jénti vin ki kara ve: Eu estou 
entrando por ordem do patrão — jênti, do patrão -- vin, ordem 
ki, por - kira dentro - ra, para - ve, estar -. 8 -- Lo kara ra tin 
ra: Entra tu no logar cercado - lo, logar cercado, horta - 
tin ra : Entra tu --9-- Ha ta latin: Va p ra lä- ha, voz im- 
per. -ta, tan: la. 

RA: Perto - 1 - Pin ra ti nôro: Ele dorme perto do 
fogo -- pin, fogo-nôro, dorme -- 2 -- Jagne ra en nai, vin en nán- 
ti: Estamos deitados um perto do outro,e conversamosn- jd- 
gne ra, um merto do outro - ra, perto na’, deitar - en, nos - 
vin, fallar - 3 -- Méxa ra ti ni: Elle está perto da mesa -- 4 - An 
tin kémo ra, ti tére: Perto de elie ir embora, elle morre -- An 
connectivo - kémo, querer - 5 - Ix jun mo ra, ix jogn-in 
fóti ja ti: Perto de eu chegar, meu pai estava mudando de 
casa - junmo, chego agora -- ra, perto - fóti, já está mudando 
6 -- Jagneran je: Um está perto do outro - je, está - 7 - Ix 
jun ja ra, ix kangáti: Perto, pouco antes de eu chegar, eu 
estava muito doente -- jun ja, estar chegando -- ti, muito — 
8- Tag vúitha je ra, ti tére : Estando perto de carregal-o, 
morreu -- tag, este -- viiitka. carregando -- je, estava - 9 — E'ix 
in ra van ni: Minha casa está perto - van nº, esta estando 

RA: SOL. Vide arán-- I-- Kotügta kaxdíri ra van ne: 
Está ficaudo a se divertir até o romper do dia ( toda noite). 
a dançar - kotüg ta, de noite - kaxdiri, divertir-se - ra, até o 
sol -- va ne, esta ficando -- haxdire, dançar. 

RA: Vermelho - I - Gara ra : Milho vermelho. 

RA, sufixo para exprimir o estado de uma cousa. 
Põe-se depois dos verbos. Assim do meu vestido que se está 
rasgando, digo: Ix kur jadjäne ; ao contrario do habito ja 
rasgado, digo: Ix kur jadjára-jad, rasgado -- ja ne, está fi- 
cando -- ja ficando - ja ra, está sendo. 

RAKFUU” : Gancho de anzol. 

RAINGRE-: Dois - I- Raingré hände : Vos dois. 

RAN: Entrar. Vide ranho-I-- Lan vüire ti: Elle 
entrou -- /am, dentro - 2 -- T; jantkii ran: utrou na bocca 
delle - 3 - Zx janka ran: Eu entro pela porta -- janká, porta. 
Vide App. 

RAN :: Môrno, quente. Vide arán, calor -- I -- Gôi ran: 
Agua morna. 

RAN: Rasgar -1 -- Ix fuüre lanara: Rasga tu o meu 
couro, a minha pelle. 

RAN: Sol, dia-I-- Ran púru hiri : O sol ja entrou 
- húri, particula para indicar o passado --2-- Ran kuti: Um 
dia (e) uma noite --3-- Ran kara: Um dia inteiro - 4 - Ran 
dó: Raio do sol. 


— 168 — 


RAN: Dia--I-- Ren grétiti: Cada dia -- 2 - Lan lan- 
grétite : Cada dois dias -- langré, dois. 

LAN : Calor-I--Lan ka: No tempo do calor - ka, em. 

LANKANGRE’: Relojo -- lan, do sol ~ kdngrë, imagem, 
retrato. 

LANKA’XKA: Tarde -- lan, calor -- kaxka, ceu. 

LANKTE’RE: Raso, largo -- I -- Paktii lanktére : Prato 
largo. 

RA'NE, rine, rén: Escrever. pintar, marcar. Vide rÿ.. 
Desta palavra deriva a palavra venharo escriptura, livro. carta. 

LA'NHA: Areia--I- Ranha perógn: Saeco de areia. 
Vide raranha, larânha. | 

LA'NHA: Trabalhar. Vide ránha ranha, leirânha, 
larái. 

LANHA’RA: Annanaz--1-- Lanhära kané gére : Chei- 
ro da fructa do annanaz -- kané, frueta -- gére : cheiro. 

RA’NHO: Estou entr:ndo -- 1 -- Kanôa kara ix ranho: 
Eu entro dentro da carôa -- kara, dentro. 

sd raräg: Arrastar--1-- Larág ne: Usta arras- 
tando -- 2 -- Ka lurag-larag: Arrastar um pau. Repetido para 
sean be pluralidade de acgao--3-- Ti rorag: Arrastar a 
elle --4-- Ag bre ix waixka te kanôa laráte: Eu junto com 
elles arrastei a cauôa do matto: Eu ajudei a elles a arras- 
tar a canôa do matto--ag bre, com eiles-- waixka te, do 
matto -- te, do. U de wartka, nasalado. ; 

RARANJÉRA : Laranjeira. 


RARAN : Ficar torto - 1 -- Ir lané rarän kémo: Meus 
olhos vão fisando tortos - kémo, vão. 


LARÁNHA : Areia - 1 -- Gôio laränha : Praia (do mar, 
do rio, etc. )--2-- Ranha rainha: praia. Repetido para si- 
gnificar multiplicidade de cousas. 


LANHARANHA: Trabalhar. Tambem lanha, raira 

ad lara’, ranharanha, larénha. -- 1 -- Lanharanhamo pir nan 
i Se à poucos que trabalham -- mo, agora -- pir, poucos -- nant? 

são -- 2 -- Lanharanha kk weg ti ns: tile nao presta para tra- 
bahar -korég, ruim-ne, é-3- Ti rari kajim: Pagar o 
trabalho de alguem - kajäm, pagar. comprar -4--Tx larái 
javáistiti ha: Eu já nada gosto de tr-balher — titi, termina- 
ção do superletivo — javadr, não gosto, não quero - 5 — Laira- 
nharânha hôó: Sa-udido para travalbar -- hô, bom, sacudido - 
6 -- Veinlarrar kami: Tomar um trabalho por empreitada -- 
kämi, empreitar, pegar. 

RE: Abandonar - 1 -- Amé n ré; kara vüire: Abando- 
nou o animal; depois foi-se embôra - mé n, animal--a, con- 
nectivo -- kdra. depois. 

RE: Cada - 1 - Kurd rét ki: Cada dia - kura, dia- 
ki, em. 

RE: Caw pr Vide &è aê-1-Rê tuüngh: Campo 
grande --2-- Numpó vê: Campo da pulga - kampó, pulga 
(bixo do pé ). 





ondes. (his >< VE a ae E 





£ 


ee PO eee TE FOR 


+ 


. 


y 






— 169 — 


RE: Cortado -- 1 - Je ré je: Ew estou cortado -- je. eu 
- je, estou. 

RE: Grama, capim - 1-- Re kri ti nd ti: Elle se deita 
no capim -- kri, scima, em -- na, deitar -- 2 -- Léi œéra: Amar 
ra tu o capim -- 2, connectivo -- xéra, amarra tu - 3 — Ii kré: 
Capinzal -- kré, plantação. 

RE: Penta, ferrão - 1-- Niúfé re kan nite: Bater com 
a ponta da faca -- kan, com - nite! bater, percutir. 

RO, re: Escrever, vintar, marcar. Vide ra so. -1- 
Kongé ré: Trem, utensilio pintado -- 2 -- Kul:rôn rù : Panela 
piniada -- Arônera: Pinta tu, escreve tu. 

REN: Vesgo. Vide App. 

REN : Casa de botão. ( Visc. ). 

REN : Pular. Vide App. 

RE: Estar --1-- Kuruxi jenjér e: A bandeira esta ex- 
tensa - kuruxi, bandeira - 2-- Jadjá ra: Que está rasgado — 
jadjád, . varios rasgos- 3-- Venuvó re: Que es à fervendo. 
Tambem veinvóre, venvóre: 

RE’: Fora--1-- Le ki kaféi vavâmo ti: Elle esta ati- - 
rando fora as flores - ki, em - kaféi, flores -- va, atirar. Re- 
petido para significar repetição de acção. 

REM: Pintar. Vide ra, 76, re, rôn. Significa tam- 
bem escrever, marcar -- 1-- Ten kuran rem ti húri: Ja mar- 
cou o dia de partir -- tin, de partir - kurán, dia-- ti, elle-- 
huri, partícula para exprimir o passado - 2 -- Arénera: Pinta 
tu. a-- connectivo -- 3 -- Krin téie rem buiigh: Cauda do ca 
beça cumprida pintada: Provavelmente nome de algum pas- 
saro ou ave--téie, comprida -- buiigh, cauda. 

REN: Pular. Vide erén, eréin- 1 -- Tx kri rén: Pula 
em mim -- J:ri, em. 


RENGRE : Dois, irmão, amigo, companheiro, col- 
lega. Tambem lengré, alengré, langré--1-- Aiãg lengré: 
Vos dois -- 2 - Rengré kotxim : Sobrinho -- rengré, do irmão - 
koxim, filho - 3 - Ag renyré: Os dois - ag, elles -- 4 -- Kengré 
kotat tantü fi: Sobrinha -- kotxi taniü fi, filho mulher — tanéi 
fi, mulher, femea-5- 7x langré: Meu companheiro — 6 - 
Ti k tóixte ix lengré: O meu companheiro se «ncontrou 
“com Fulano de tal--t;, Fulano de tal--7-- A'ma rénço ren- 
gré nim ix: Eu te dou dois lenços -- nin, dou. 


RENTI: Surrar--1 -- Ako'xine rénti: Surrar o filho 
2- Langro rénti-ma: Continua a bater 0 feijão - ma, conti- 
nua. Tambem: Bräntr, mränti, mrére. 


RERE: Ferrões, de re: ferrão, ponta -- 1 - Nankrô 
fudre rêre: mandy —- kankrô fubre, alambary -- rêre, ferrões 
-2- Lo rére: Ferrões da flexa -- dó, flexa. 

LETITI: Liquido ? 

RIKETI: Como. Vide App. 
RIAVOT: Viver ( Thelemaco) ( ?) 
RINDIA’: Fronte. 


— 170 — 


RING: Cupim, termita. 


LIRI, riri: Estar de olhos abertos, acordar do dor- 
mir, olhar, fazer a guarda, ter vivacidade, esperteza -- 1 -- Fag 
jong lire jo: O pai dellas esta acordado, está de olhos aber- 
tos, vijia -- fag, dellas - je, está-- 2-- Ix leito lire je: : Elle esta 
olhando em mim - ki, em — to, connectivo -- 3 - Tx ôn ag man 
je ta liri: Eu observo este capi itão -- 6m agman je quem tem 
muita gente -- On, quem - agmän, muita gente -- je, tem, esta 
com. 

RIRIRINGIi: Rachar -- 1 -- Pin réréringh : Rachar lenha. 

RITKE, hórike: Come-- Ze José tara ritke tôn ne: 
Eu não sou forte como José-- tara, forte --2-- Te rikéd ni: 
E’ como elle em quantidade e qualidade -- d, connectivo -- nº, é 


RO: Cerca, sebz, horto, lugar fechado, prisão. Vide ló :. 
-- 1 -- Nós fazemos uma cerca: Lo hin en h dn, fazemos -- en, nós 
-2- Ro had ne: Está fazendo uma cerca -- 3 -- Ro mféiera: 6 
Fecla tu a cerca- 4 - Ró ka je: Está na cadeia -- ku, na - 5 — 
Ró ka xe je: Está preso na cadeia — re, preso -- 6 -- Ti tan dê 
han ne: O que esta fazendo elle ahi? Resposta; Ti tan ard 
hadn ve: Elle ahi esta fazendo uma cerca - ti tan, aquelle 
ahi -- de, que cousa -- han, fazendo nº, está -- ard, ro :cerca — 
ne, esta - 7-- Ló dôro: Abertura da cerca-8 - Ló dôro 


toväix : Deixar uma abertura na cerea -- 9 - Ono aró 
tang hadn ? Quem faz esta cerca? - ôno, quem - tang, 
esta -- 10 -- Tx ro kanki anarénje kóixno: Eu como agora 
laranjas no meu horto - kanki, dentro -- kó?, como -- x, eu — no, 
agora -- 11 - Ro kanki ovelha bakangóuve : Carregaram a ovelha 
dentro da mangueira -- rd, mangueira -- balangôuve, plural de 
bakantin, perfeito -- 12 -- Ló kaki pôrko küten: Tocar dentro 
do potreiro os porcos -- 13 - Ló kaki kren nanti: Na horta ha 
plantas, plantações - kren, plantas - 14- Ló kara ti ran: Elle 
entra no lugar fechado -- kára, dentro -- ran, entra. Vide App 


RO’: Estar. Se usa como sufixo para significar es- 
tado. Exemplo: De dôn, furar; se faz dôro, que significa 
buraco cu uma cousa que está aberta - 1 - Emprii jodjôro : 
A estrada tortuosa, que está torta. 


RO: Marca, escrever, pintar --1-- Venharü : Cousa es- 
cripta, livro, p ntura, carta - 2 -- Rô ne: Está escrevendo = 3 
Lünera : Escreve tu, marca tu--4- Ta anti rid nim: Da 
tu a marca que está ahi--ta kánti, que esta ahi -- rôd, marea 
nim, da tu--5-- Tin kura rôd kinti ha: Já está marcado o 


dia de partir - tin, de partir Æurän, dia -- kânti, esta hr, ja. 


Vide App. 


RO’G. log, lóng, rôk: Engulir, engasgar -- 1 - Lóngara 
lógera: Engcle tu--2-- Ti tan deja rog ne kane ke : Por- 
que elle ahi pretende engulir tudo? -ti tan, squelle ahi -- 
déja, porque rogne. engulir  káne, tudo -- ke, pretende-- 3 -- 
Agn on kuka rog kan, kantére : Alguns delles morrem, por- 


que enguliram ossos - 6n, alguns- kan, porque --4-- Lokte: 














TAN 


Enguliu - 5 -- Titin deja rógne hana ?: Porque elle ja está 
engulindo ? ti tan. aquelle la - ha, ja -- na, está. Vide App. 

RO'I : Cortar--1-- Krin vói korég : Cabeça cortada 
mal, cabelios mal cortados -- krin, cabeça. Vide rüg, rün. 

ROMBA'RA: Remar. E” palavra Guarany. 

RO’MKE, tarômke: Cobrir. 

RON: Redondo ( Thelemaco ). 

ROUPRA’ Formiga - pran, morder. Tambem arin, 
erin, «ring. 

ROVA’: Cara ( Th. ). 

RU: Trinca, corte, parte, de riing. cortar -1-- Kiixá; 
ti vii; Da lua um pedaço della (meia lua ).- kiixá, lua - ti, 
della (masculino )--2-- Kira prin rü ni: O mez é uma 
parte do anno -- pran, do anno- ni, é. 

RUD: abreviação de rudiá, cabeça, porúngo — 1 -- Rudiá 
tag to gôio hô váix ti ne: Neste porung» não pode ter muita 
agua -- to, no -- tag, este --hô, muita - vii, não póde -- ti. elle 
(agua )- ne, ter, estar. 

RUMERURO : Serra. ( Visc ). 

RUMIA’: Cabaça-1- Ru tin: Ir buscar agua (ir 
com a cabaça )- 2 - Arumia ti vüire: Elle foi buscar agua, 
foi com a cabaça 

RUNG: Cortar--1-- To rü: Um córte, um pedaco da 
tal cousa --ti, da tal cousa. Vide arüng, 

RUPRIN: Formiga. Vide App. 

RU RO: Redondo, curto, baixo, pequeno - 1 -- Kiixá 
muro: Lua redonda, cheia- 2- Niixá iúro heilké: Quarto 


e-escente -- 3 -- Ona lúr.: Homem pequeno --ônra, quem é - 


4-Rúro ti na: Elle é pequeno --na, é. Vide App. 


RÚRO: Camisa curta. 
RURIA: Via lactea ( Thelemaco ). 


RURÚJA: Luctar ( Vise ). 


a 


x 


Nota. Em geral os Kaingáugs pronunciam os chiante 
como ch em chegar. Por isso em vez de o $, nós ado- 
ptamos o X. 

XA:. Aguentar. Vide App, 

XA, x, ze: Eu, meu--1-On xa tara rike je: Eu 
sou forte como o autro -- ôn, outro -- rike, como -- je, sou -- 2 — 
Xangvéi kantin : Venho para passeiar - x, eu -- angvé?, visi- 
tar, passeiar--3-- Xa méix tôn ti ne: Elle não me está 
ouvindo -- mééx, méin : ouvir -- ne, esta -- 4 -- Xa arangro kajám 
ke ve: Eu estou pretendendo comprar feijão -- kajám, com- 


prar — ke, que endo -- ve, estou. - 5 - Pi hajám buôngh ra, ix 


kajam ke ve: Embora custe caro, quero compral-o -- kajam 
buüngh, caro -- ra, apezar - 6 -- Xa kran mat ke ve: Eu estou 
pretendendo plantar mais, estou pretendendc continuar a 
plantar -- kran, plantar -- mat, continuar -T-- Xa tan la tin 
langré ni hr: Eu ja estou andando duas vezes para lá -- 
tan, lá -- ra, para -- langaré, langré: duas vezes -- 8-- Kanga 
can gu ti ne: Eu estou muito doeute -- gúti. muito -- kanga, 
doente --9 -- Xanové? kantino ve: Eu estou vindo para pas- 


seiar, fazer visitas -- O de kantino, connectivo -- ve, estou -- 10 - - 


Nan tan keke kant, ex kéxno: Porque me falla aquelle, eu 
faço (a cousa)-- tan, aquelle -- kéke, falla muito, de - ke 
fallar -- kant, porque --kéano, fago--i1-- Xav.ngro: Minha 
garganta--12-- Xa véno : Eu agora sou 6 primeiro -- ven, 
primeiro - 729, agora -- 13 Xa gara ton ti ne kan, porko ven- 
dér kémo : Porque não tenho mais milho, quero vender os 
porcos — gára, milho -- ti, connectivo - kan, purque. 

XA: Estar--1-- Vavar xd. Está jogado fora -- vava 
Jogar fora, correr --2-- Janjét ken xa: Está pendurado -- 3 — 
Xux ti va: Esta sujo-- ti, é elle-4--Akrindne pin gógn 
aa: Está com cinza na cxbeça -- krin, cabeça -- ane, conneti- 
vos -- pin gogn, cinza de lenha -- pin, lenha -- 6 -- Jenjét kan 
wa: Está desfraldado tudo -- kan, tudo --7-- Enjáje kan, xa 
kantó: O papagaio esta preso no laço -- engjaje, laço - kan 
no -- kantó, papagaio. 


XA: Grudar--1- To ti va: Gruda a elle alguma cousa= 


to, a elle -- ti, o homen. 
XA: Estar preso--1-- Akrin pin gogn xa: Na cabeça 
está presa cinza - pingógn, cinza - pin, fogo. 
XA: Pegar--1-- Empri kri lénxo xa: Na estrada pe- 
guei um lenço - kri: na, sobre. 














XA: Sal-1- Eixmá xo tan kajám; javdix taxman 
ninhéro tam kanjam: Me pagam com sal ou com dinheiro. 
Propriamente: Me pagam com sal; não gostam, me pagam 
com dinheiro -- kanjim, pagar - eixmá, para mim - tan, com - 
Javaix, não gostam. 

XA: Salto do rio. — O Salto dos ribeirões se chama 
krôwngn. 

XAKRI’N : Gafanhôto. ( Vis. ). 

XAKKINGO’: Picapau - go, eome. 

XAKXO’: Gralha branca. 

XA'IG: Preto. ( Vis. ). 

XA IX: Amarrar. Vide App. 

XEN : rte Vide App. 

XANXO": Gralha. Vide App. 

XAB, sent samb: Pegar, caçar alguma cousa - 1 - 
Anton pira xabka: Tu pre petes um peixe -- anton, tu -- ke, 
ka: suffixo do passado --2--Pira xable ha: Já esta pegando 
um peixe - ha, ja--3- nr fudre xamb ix; hara agtôn 
banmo: Eu pego lambary ; mas o povo carrega (tira ) - hára, 
mas -- dgton, a gente - binmo, carregam agora--4--Pira ix 
xamb e hima’, Agora vou caçar muitos peixes -- e, muitos — 
tinmo, vou agora--5-- O'ri pirá ix xabmmo: Hoje eu pego 
um peixe. 

X A'IX : Bater - 1 - Ix xaix ti; hára kuran ke eirmän 
kajäm : Elle bateu em mim; mas com o tempo elle me paga 
-kuran ke, com o tempo -- ke, ki: com - kajdm, pagar. 

XAM: Pegar. Vide xab. 

XAN: Eu-1- Xan gara tôn ne: Nao tenho milho, 
- ton ne, não tenho -- kémo, pretendo. 

XAN: Pisar--1-- Gara i pen xan: Eu piso o milho 
com o pé--7, meu-- pen, pé-- 2 -- Arrôz tit à wan fa ne: Eu 
estou pisando ae verde com o pé--tóz, verde - jane, estou 
agora. 
XANX 4’: Vectra (cobra )-- 1 -- Xanxa aré: Campo 
do cascavel -- erê, campo ( érê ). 

XANXT': Passarinho -- 1 - Xanxi( xeaxi ) buüngh : Pas- 
sarinho grande -- 2 -- Xanxi tét/ hurd: O passarinho ja passou 
voando -- Auré, particula para fazer o passado do verbo. 

XATKETI: Boiar - 1-- Xatkéti ka: O pau boia ~ ha, 
pau. 
XARA'MPO: Sarampo--1-- Xarampo húru kampádn : 
O sarampo ja arcebentou -- kampand, artebentar -- húru, ja. 

XA’VE: Chave--1-- Xave korég: Chave ruim, chave 
falsa -- 2 -- Xave hii je: A chave é boa - ve, é -- hi, boa. 

XAVANGRO": Garganta. Vide App. 

XE: Quatí, bicho de especie dos ursos. 

XE : Preto. Vide App. 

XE: Pegar, prender. Vide xa-1--Ti xe: Preso, 
captivo delle-2- Xe agn: O prendem --agn, a gente — 5 — 
Ti nindó van xe je: O braço delle está preso -- nendó, braço 
- van, está -- je, está --4-- Ti xe ha: Elle já está preso — ha, 


— 174 — 


ja--5--Kantogn a ha à xe: Então pega-me tu - kantógn, 
então --a, tu--2, a mim--o-- KZ xéra: Amarra tu -- ki, pro- 
thesi -- { - Agma ix ti xe ra kéixno: Eu quero que o deixem 
preso -- kéixno, quero -- agmá, elles - ra, deixar -- 8 -- Ge, xedn: 
Pega (e) mata--9-- 77 xe ix, gex kémo : Pretendo prendel-o 
e amarral-o —- gex, pegar, matar. Este verbo propriamente 
faliando significa pegar, porém como em Kainging as vezes 
as palavras que significam o principio de uma acção, signi- 
ficam tambem a execução do escopo porque ella se faz e 
vice-versa; por isso gex significa pegar e tambem matar — 11 
- Vetxkuk æéixtémo : A linha está amarrada -- veixkuk, a linha 
- 12-- Ágmo ix te xéra kéixno: Eu quero que o deixem preso 
- ra, deixar. Vide App. 
XE: Peroba. 


X ENE: Linha, corda - 1 -- Enkfi xéne (xine): Linha 
de anzol -- 2 - Ujje xine: Linha do arco de atirar flexa -- udje, 
arco para atirar flexa 





XHRE: Pesado — i - Noro æéro : Somno pesado -- nôro 
dormir. , | 

XHRE: Cadaver. Vide tére, morrer-- 1 -- Xére ton à, 
lairänha-ranha ix: Eu não sou cadaver, eu não estou mor- 7 
rendo : eu trabalho -- 2 -- Laranharânha ix ha: xére tôn je ha: 
Eu trabalho: eu ainda não estou morrendo. 

XI: Instrumento musical, eu--1-- Xi gara tôn je: Eu 
não tenho milho -- je, tenho -- gara, milho. 

XI, xin: Pequeno, bonito -- 1 -- Méix mantxi à) je: Eu 
tenho animaes muito bonitos -- mééx, méix: animal -- mantxi, 
muto bonito -- man, muito. 

XT: Pernilongo -- 1.- Xi win, pra: Os pernilongos zunem 
(e) mordem - win, zanem--pra, mordem--2-- Xin kupri: 
peruilongo branco. 

XIP: Maracá. Instrumento musical. | 

XIN: Criança -- 1-- Ag ain kafé ti: Fulano de tal ca- “4 
rega a criança delles - knfé, carrega- ti, elle. 

XIN: Ir (São Paulo). Ex xin kéne ha: Eu já estou | 4 
querendo ir embora-- ke, querendo--ne, estou-- ha, já --xin | À. 
em vez de fem. VA 

XIN: Pequeno. Tambem me. Vide xci--1 -- Perog xi 
mantkatin: Trazer a malinha -- peróg, sacco -- xi, pequeno -- 
matkontin, takantin: trazer --2-- Küxa xin: Quarto min- 
guonte (lua pequena )-3--Gonoa me avin tavin ne: O sabia 
é um animalzinho deveras bonito -- gonoa, sabia - me, animal 
tavin, deveras -- ne, 6 = 4 - Gôio xin: Ribeirãozinho -- 5 - Niúxa 
cin ti ni: A lua estã no quarto minguante --t;, elle - mi, 
está -- 6 - Ix xin maztha te kantin: Ku vim pequeno do matto 
métthka, matto - te, do - kantin, vim=-T-- Le fa win ti nt: 
Minha perna está muito pequena - fa, perra--ti, muito --S =. 
Küxä xin: A lna diminue - in, diminuir -- 9 -- Mixin : Onça 
pequena, gato - 10-- Min xin œu: Pequena onça preta - xu, 
preta. 





cate Urey pd 


XIN KUPRT: Pernilongo branco. 

XI'NTKA: De pouco em pouco-- ka, com-#, con- 
nectivo. 

XPO: De vagar. 

XPRE: Pequeno. Vide kanxire--1 - Ti xire, jog tére: 
O pai delle morreu, quando elle era moço -- ti xire, quando 
elle era moço - j6g, pai--2-- Ag xíri: Pouca gente. 

DIXKXTRE: Dar gargalhadas, arrebentar de tanto 
rir -- dix, pescoço ? - k, conneetivo — xire, arrebentar. 

XPRI: Pouco depois -- Hat xiri, ix lairanha viúire: 


Pouco depois. eu fui trabalhar -- 2 - Zx-me xir?, ag to ix virire: 


Logo que eu subi, eu fui contal-o a elles - me, ouvir -- to, 
contar. 

XIX A’ KANXTRI: Beijú, mistura de farinha cosida. 

XO: Commigo - 1- Ama xo jôn ne: Você esta brabo 
commigo - xo, de x, eu--o, com -- jon, brabo. 

XO, x01, xu: Preto--1-- Kaixká van xüdn ne: O céo 
esta preto - kaíxká, céo - van ne, está sendo - van, sendo - 
2- Totó xo: Borboleta preta. 

XO, ruido que é produzido pela lenha, quando se 
apaga ya agua. 


XÓ pin: A-lenha faz ruido. 


XOG : Então, estar -- 1 - Lx fáin hititi kan, xóg fágmo : 
Porque eu tenho muita vontade de chorar, por isso eu choro - 
fain, chorar - kan, porque--fágmo, choro agora -- hütiti, de- 
sejo muito -- 2 -- Tx kré tan ki nanti kantére ke xogmo: Os 
meus filhos. que estão ahi, estão pretendendo morrer -- kré, 
filho, ôvo, familia -- tan nant’, que estão ahi-- tan, ahi -- ki, 
em -- ke, querer - xógmo, estão agore. 

XOGN :-1-- Kré xógn: Clara de ôvo--kré, ôvo--2 
- Garin kre xógn: Clara de ôvo de gallinha. 

XOGN: Agitar? Vide App. 

XO'T: Espinho -- X6/ gw: Muito espinhoso -- gw, muito. 
- Diz-se também «xo/t. 

XO'IN : Mosca. Vide App. 

XON: Chocar da gallinha--1-- Xón gu ja fi ne: Ella 
ja esta chocando muito -- gu, muito--j1 ne, está agora -- fi, 
ella. 

XONE: Estricto, estreito -- 1 - Kanôa xônek ti; hárato 
téje angu je: A cauda é estreita; porém é muito comprida -- 
k, connectivo -- ti elle -- hárato, porém. Vide tara. 

XO’RO: Cheio--1- Fuink xor ve: Está cheio de 
pinheiro -- fudnk, pinheiro -- ve, está -- 2 - Fuünk kara: Dentro 
dos pinheiros; tudo pinheiros -- kara: tudo, dentro. 

XORO: Coelho-1-- Ka tan xóro tate: Eu mato 
um coelho com um cacete -- ka, cacete -- tan, com - taix, bater, 
matar -- 2 -- Xóro kré: Cóva de coelho - 3 -- Krenan kre xoro 


— 116 — 


jz ma: Eu apanho um coelho no murdéu-/renär, mun- 
déu — J:rén, debaixo - ma pego. 

XYRO: Desejar, querer, gostar. -- O contrario de váix, 
eg --1-- Dinhéro mat xormo: Agora deseja mais dinheiro 
— 2 Aian jog angvéi fay «wormo: Ellas agora desejam vi- 
sitar vosso pai —- angvéí, visitar- fag, ellas, as mulheres — 3 — 
Veixinän xórmo: Quer fazsr mal -- ve/eman, mal, loucuras, 


. Jouco -- 4 -- Gire tag enkréj mat æxoro ton je: Este menino 


não quer mais continuar a caçar -- gire, menino -- tag, este -- 
enkréj. enkréi: caçar - mat, continuar - je, estar - 5 -- Aiâng 
raingré angoëéi corms: Ea desejo ver o vosso irmão -- raingré, 
irmão -- anvei, visitar - 6 - Ama rairánha xórmo: Você quer 
trabalhar -- dma, você -- 7 -- Kúten xóro tâmo: Está com geito 
de chover -- kuten, cahir -- ta, chuva -- mo, agora. 

XORE: Sapé. Vide App. 

X9 VO: Sujo, lamacento. 

XU : Aquecer. Vide xut. 

XU: Negro, preto. Vide xô, xüd-- 1-- Min xu: Onça 
preta -- min, onça--2 -- Xu ti ne: EK’ mulato, é preto -- ti, 
elle. 


DITXU : Lebre. det, det: bixo-- xu, preto. 


XUPTN : A LENHA Se apaga - au; ruido da lenha. 


que se apaga -- pin, lenha--I-- Pin cw: O ruido da lenha 
que se apaga -- pin, da lenha. . 

XU: Maracá. Iustrumento musico. 

XUG : Saliva, escarro, cuspir. Confére jára, baba- 1 
Xugna : Cospe tu-2- Xug féin : Jogar fora (da bocca) 
a sa iliva -- fodn: jogar fora, atirar - 5 - Tx kw faro,cugn: Eu 
msso (e) escarro. 

; NUMPRT: Roda de moinho. 

XUPO'IX : Camisa. Vide app. 

ae Sujar--I-- Gôio xux ti xa: A agua esta suja 
za, esta--2--Xux ti. Elle suja--3-- Xux ti ni: Elle esta 
sujo. 

XUT: Aquecer, esquentar --I-- Ningé xu ti: Elle 
esquenta a mão -- ningé, mão. 








e Oda 


Se 


a. eee ae IT 


tee Car! 


nd LE oi 





a 


T usa-se muito como connectivo. Exemplo: Ungrét 
agn, em vez de ungré agr: Os homens. 

TA: Lugar. Vide App. Vide te. 

TA: Aqui, la--1-- Ta ra ti viire: Elle foi para lá - 
ra, para --viiiré, foi -2- Ta ti ni ti: Elle esta sentado lá — 
ni, sentado - ti, está — 3 — Ta ka ti rô ni: Elle esta marcando 
la--ka, no -- rô, marcando - Ta ka ti rôm nim: Faça o fa- 
vor elle de marcar aqui -- nin, faça o favor - 3-b- Ta ra vein- 
peu kantin ja ne : Elles agora vem para cá afim de rou-- 
bar -- veinpejú esconder, roubar — kantin, vir -- já ne, estão vin- 
do-4- Ta ka né, kuprá ni: Esta aqui (e) está desoccupado 
ne, esta - kwpra, vasio - 5 — Ori tan ka nive; hára húru viiire: 
Elle esteve aqui; mas agora foi-se embora -- 677, agora, hoje 
nive, imperfeito de mi, estar --hára. mas--húru, particula 
para fazer o passado -- 6 - Min tay ix jogn táix ja ve: Meu 
pai está matando esta onça -- min, onça -- tag, esta (tan) --ja 
ve: está agora- 7 - Taerén húri: Ja pulou aqui - erén, pu- 
lou-8- Ta e ra ix tinmo: Eu agora vou mvito para lá -- e, 
muito -- ra, para - 9 - Tag mê kantin Vir aqui, vir por cá -- mi, 
por - g, connectivo - 10 — Tag mi kantin ti, karak xin mi ton 
ha van tr: Veio por cá: depois ja não estava mais - kdra, 
depois -- xin, pouco -- ma, continuar - ha, ja-van, estar - 11 
Arô tan há van ni: Esta letra é à mesma--arü, letra - 
tan, esta -- ha, mesma -- van ni, esta sendo - 12 -- Tag mi ag 
ara je: A gente entra por ed-- mi por -- ara, entrando -- je, 
esta--15- Tag mi ag tére je: A gente está descendo aqui 
mi, em-- tére, descer - 14-- Tag mi karára: Entra tu por cá, 
kara, entrar - 15 - Ta ki ix kankit-n: Eu nasei aqui - ki, em 
- 16 - Ta ki wanxvi man je: Aqui esta pegando pas- 
sarinhos -- min, pegando -- je, está -- 17 - Ta ka ni e ve: 
Esteve aqui muito tempo -- ni, ve, esteve -- e, muito ka, 
kan: em — 18 - Tu kó ti ni: Elle esta ahi comendo - ko 
comendo --19- Emá van ta ki: Aqui ha uma povoação -- ema, 
povoação - van, ha-- 20 - Tak te ix kantin ne: Eu venho 
vindo de lá -- |), de tál:te, connectivo -- te, de - ne, venho - kan- 
tin, vindo -- 21 -- Ta kante: Do lado de lá = kánte, do lado - 
- 22- Ama Korod ta ki kikairôn ni: Você aqui está apren= 
dendo o Coroado -- kikairôni, aprender -- 25 -- Ta ki xi ed ne: 
Aqui tem muitos pernilongos - xi, pernilongo --e, muito -d: 
connectivo - ne, tem -- 24 -.Xan ra tn, nara dni e ta ki ka- 
iu ti: Se eu vou para Salto Grande, com certeza aqui fica- 
ra muito triste-- Yan, Salto-7ra, para--tin, ir-hára, mas 


— 178 — 


porem, com certeza -- dni, conaectivo - katü ti, elle triste -- ti, 
elle--25-- Ta ki ni ke ve: Eu estou pretendendo morar aqui 
ke v , estou pretendendo -- ve, estou --ni, morar - 26 - Ema 
ta ki kangà kemá ne: neste lugar é (elle) inclinado a doeu- 
ca -- ema: localidade, bairro -- ki, em -- kemá, inclinado - ne, 
esta. Tambem: Este lugar é insalubre --27-- Ta ki fénja 
had ne: Aqui está fazendo sombra -- fenja sombra - hadn, fa- 
zer -- 28 - Ta mi ag koréy tavinti ne: Aqui ha muita gente 
de mais - mi, em = korég, muita -- tavin, demais - ti. termina- 
cho do superlativo --29-- Tag mi ha na, angvéig ti: Elle já 
esta aqui( e) passeia-- ha, ja -- na, está -- angvéi, passeia -- ti 
elle -- 30 - Ta mi euair, kanémo: Eu estou olhando por lá 
(e) esperando -- éuäix. olhar -- kanémo, espero - 31 - Tan tét 
kantin : Voltar de lä- tt, de novo vir -- kanti, vir -- 32 -- Ta 
ki mana ken ne: File esta querendo continuar aqui -- mana, 
continuar -- ke, querendo --ne está--23- Ta On inrá mo agn: 
Elles vão Ja na casa de outros. 

TA: Chuva-1- 7% fan: Tempo chuvoso -- fan, mo- 
Jha--2 - Ta tôn ti mo: Agora não chove - m6, agora-3- 
Ta kiten ke ton: Nao quer chover- Jkúten, cahir -- k>, que- 
rer-- 4 Ta na kie: Está querendo chover - na, está — ki - 
e, ke: querendo. Vide App. 

TA: De ( preposição que indica relação de materia ) - 
1-- Kur ta in: Casa de panno, barraca --hkur, pauno-- in, 
casa. 

TA: Bater, matar - 1 - Tanhera: Bata, mate. Vide tas. 


TAKE: Fazer-1- Tê vin ki tankéixno: Eu agora 
faço conforme a ordem delle -- vin, palavra,- ordem -- kz, con- 
forme -- tankéixno, faço agora. Vide tanke. 

TA, preposição indicante relação de tempo e de lugar 
-1- Kotü te: De noite. 

TAKE: Pancada. 

TAKTON: Tres--1-- Taktôn, taktôn: Seis. Tombem 
taktôn, taktdixts - -- Emprüru tag van kején taktônti: Esta 
rua será uma vez a terceira -- emprurii, rua-- tag, esta -- van 
kején, será uma vez-- kején, particula para fazer o futuro - 
3-- Ankané hadn ix kuran taktôn: Eu estou esperando ha 
tres dias- an, conuectivo -- kané, esperando -- hadn, fazer -- 
kuran, dia--4-- Ag taktôn hande: Vos tres-- ag...hande 
vos -- 5-- vraktôn ag: Elles tres. 

TA'DO: Relampago -- ta, de chuva -- dó, raio. 

TAG: Cahir. é 

TAG: Este, esta 1 - Tag liri: Este vijia -- 2 - Ku- 
ran tag: Este dia --3-- Tag gára fuüre ni: Esta é a palha 
de milho --gára fuôre. palha de milho -- fuire, palha - ni, 
6--4-- Emi tag korég ne: Este lugar é perigoso - ema: villa, 
cidade, lugar -- korég, perigoso, mau -- 5 - Ti vin ki, tag kétx- 
no: Eu agora faço isto por ordem delle - ti, de Fulano de 
tal - vin, ordem -: his. por ---kézano, faço - 5 —- Ard tag ha van 
ni: Esta letra é a mesma -- a, connectivo - ha, mesma — vin 
ni, esta sendo -- 6 - Auxàä t.g ki: Neste fresco. 








eee RE O E 


thèses dé 


a, 


— 179 — 


TA'I, tain, t', ten, ta: Bater, matar, golpear, ferir. 


Tambem tiix-1-:De xo jôn? Axo jon ne, taix kémo - 
Porque estás brabo commigo ? Se te embrabeces commigo, 
eu te bato -- de, porque — vo, commigo -- jôn, brabo —- n2, ficas - 
a, você -- x), commigo -- x, eu--o, com -- kémo, quero — taire, 
bater-2-- A táix kémo: Pretendo bater — te, matar --te —- 3 - 
Ti táix ti ka ten: Elle bate Fulano de tal com um cacete - 
ka, cacete -- ten, com --4-- Ka tag taixktáino: Eu dou uma 
porção de porretada com este cacete -- taixht táino, repetida a 
syllaba, para significar multiplicidade de acção - 5 — Tt táin- 
ra: Bata tu à elle. 

TAIN: Jaríva Especie do palma, Tambem táion. 

TAIN: Cantar--1-- Tainra, tanh2ra : Canta tu -- 2 — 
Taintänhera : Canta tu, repetidamente. 

TAIN, THIE: Cumprido--1--Táin gu: Muito cum- 
prido. 

TAINTA'NIA: Instrumento de musica. Vide App, 

TAJA: Laçar- 1- Kambé tája One: Alguem laçou 
um veado -- kambé, veado -- ône, alguem. 

TAM: Com. Tambem te, ta -- 1 -- Béng tamp pó: Pedra 
lavrada com machado -- beng, machado -- pó, pedra -2 -- Pó 
tam béng : Machado de pedra. 


TAME: Figado -- 1 -- Tamé je) : Fel - 2 - Ti tamé : Bago 
do tal animal. 


TAME: Lonje--1-- Ti joré tamé mo Jen : As raizes da 
tal arvure vão page --t/, da tal (arvore )--jaré, raiz-- mo, 
indo —- jen, estão - 2 -- Tamé jejénkimo: Estão esparramados. 


TAMPERE: Enchada -- 1 -- Jama tampére judn: Me 
dê a enchada -- judn, dê. 


TAMPÆRE: Largo -- Küæma ti ne, to tampére ve: 
Elle esta encima e vê 1658? - küixma, em cima--ti, elle - 
ne, está --ve, vê, enxerga -- 2 - Kren tampére: Cabeça largas 

TAMPRI' : : Bom, ae. mais, superior -- 1 -- Arangró 
kotéti tampri kine: O rae é muito bom para comer -- ko, 
comer -- titz, muito -- kane, é -- 2 - Detôn kri, ti tampri kane: 
O tal animal é melhor do que a outra cousa para comer — 
de, cousa -- ôn, outra--kri, do que--tampri, melhor -- kani, é 
3 -- Exôn kof: van ton kre tampri : : O meu é mais pesado para 
carregar do que o do outro -- exôn, meu -- Je fu, pesado -— ban, 
carregar — tôn kri, do que o outro -- tôn, o outro -- tampr i, mais 
4 Ungré ontanté tara kri tampri kánti: O homen é mais 
forte do que a mulher - ungré, homem -- ôntantô, mulher -- 
tára, forte -- kri, do que -- tamprí, mais- känti, é--5--Ti hô 
tê kri tampri kän2: Fulano de tal é melhor do que Sisrano 
de tal -t;, Fulano de tal -hé, bom --ti, Sicrano de tal -- kr, 
do que -- tamprí, mais--6-- 77 kri ti tampri kane: Elle é 
melhor do que Fulano de tal kane, káni: 6-- 7 -- Exon küfé 
va ton kri tampri : A minha faca é superior a do outro -- 
küfé, faca - va, é —- tôn, a outra -- kri, do que -- 8 -- An pron tara 


— 180 — 


kri kanti fo e: Tu és mais forte do que a mulher- an, tu 
- fore, mais--9-- Ka kané kri, ti tâmpri kane: Aquillo é 
melhor do que a fructa da arvore — ka, da arvore ~ kané, fructa. 

TAMPRIN: Subir--1- Avine ti tamprin: Elle sóbe 
no morro -- 2-- Ka tampri: Sobe na arvore. Vide tampriigh. 

TAMPRUGH: Subir—1-- Ka ti tamprügh: Elie sobe 
na arvore —- ti elle --2-- Kantére jafa ti tampriigh: Elle sóbe 


pela escada -- kantére jafa, escada--kantére, descer — jafa, 


instrumento -- 3 -- Rio da Xinxa ten, ka tampriigh: O pau 
(a canôa) sóbe até o Rio da Cinza -- ten, em, no -- ka, canéa, 
pau--4-- T'amprüra: Sobe tu (imper. ). 

TAN: A, preposição de meio -- 1 - Gôio tan joixke: E” 
tocade a agua -gôio tan, a agua --jóixke, gira, põe-se em 
movimento rotatorio. 

TAN: Aquelle -- 1 - Van krot ra, jen tí : Embora aquelle 
não beba, elle come--tan, aquelle -- krôt, kron, beba - jen, 
come --2-- rma tan nim: Me dê aquillo - nim, da tu — 3 — 
Tan kéra: Faze tu aquillo -- ke, fazer - 4-- On van tankéiæno : 
Alguem está fazendo aquillo:-ôn, alguem -- van, está - tan, 
aquillo -- kéixno, fazendo agora -- 5 - Ti tan foro: O que está 
cheio -- ti tan, aquillo que-- Tan ra ix ting ge: Eu pretendo 
de ir perto daquelle, tan, aquelle -- g, conuectivo — ra, perto 
-- ge, ke, pretendo -- 7 - Tan vére via ke ve: Está querendo 
emprestar aquillo -- tan, véra ban, vére vui, vére nim: em- 
prestar — vére, por algum tempo -- vid, ba, carregar -- nim, dar 
- 8-- Antán déto tin ge?: Aonde quer elle ir ? -- antän, aquelle 
— QN, connectivo -- ge. quer. 


TAN: Com-1- Kiifé ten tx arino: Eu corto com a 
faca -- küfé, faca - arino, corto — 2 - On tan akujanja: Mistu - 
rar uma cousa com a outra - ôn tan, uma cousa com a outra 
-3--Hixma xa tin kajám ; javaix, ercmã dinhéiro tan kan- 
jam: Tu me pagas com sal ou com dinheiro - xa, sal - tan, 
com -- kanjäm, pagas - javáix, não gostas (se não gostas ) — 
4-- Vinho tan janjan je: Está misturado com vinho -- je, está 
- 5 Langró arróz tan jajan je: Está misturando feijão com 
arroz -- 6 -- Nurú tan ix nija: Aecampamento de barracas de 
panno -- kurv, panno-- in in, casas. Repetida a syllaba para 
indicar o plural -- nija, sede--7-- An pent tan atfi tógmo: 
Está levantando os braces, esta com os br gos levantados - 
pén, braços -- at, connectivo — fut, levantar -- tógmo, estou -- 8 


- Uafé tan tokfin: Amarrado com linha -- mafé, linha — tokfin, 


amarrarado, feixe - 9-- An pén tan fúínera: Levanta os bra- 
ços- 10 Aur tan fun: Levantar por meio de um panno - 
kur, panno -- tan, com-- fun, levantar. Talvez em lugar de 
fun, se diga tanfún, levantar. 


TAN: Em--1.- Jatahy tan ogn: A gente de Jatahy - 
ang, gente -2-- Oré tan: Marreco (o que está na agua )- 
oré, brejo - 3 -- Fesndú tan kren nänti: Na vespa tem ovos 
feindú, vespa--tan, em krén, óvos — nânti, estão -- 4 -- Jama 
tan denim pejú nanti tan: Lá na minha villa aquelles rou- 








— 181 — 


bam tudo—)äma, meu, bairro, minha terra -- tan, em -- denúm, 
tudo — peju, roubando -- nánti, estão -- tan, aquelles. 

TAN: Com elle-1- Tan jon kan, tére ve: Porque 
esta brabo com elle, está morrendo -- kan, porque -- ve, está. 

TAN: Lá--1- Tan tôt kantin: Elle volta de lá - tôt, 
de novo — kantin, vir- 2-- Tan tô ti ni: Elle sta lá--tô, em 
- 3 Ie xampé déto ti ni? O meu chapeo onde está? — 
Resposta: Tan té ti ni: Elle está lá--4-- Tang On te kantin 

i: Elle vem de lá, do outro lugar — tan, de lá -- g, connectivo 
- ôn te, de outro --5-—- Tan juru ke: Esta chegando de lá - 
ke, quer — 6-- Tan ki: Alli -- ki, em -7- Tan té ni: Está alli 
- tô, em--8-- Tan de brujéja ti: Alli elle está esmigalhando 
as cousas -- de, cousas -- bruje, esmigalhar -— ja, está -- ti, elle, 

TAN: Ter--1- Tan de tôn, tända ton: Que não tem 
nada, pobre -- de, cunsa — tôn, não. 

TANAIA: Molle, cosido, maduro - 1 -- Tânciatiti : 
Muito molle — 2 — Arangró tanäia : Feijão cosido. 

TA’NKE: Trabalhar, fazer --1 —- Jágnen bre tante : 
Ajudar-se um a outro — bre tanke, trabalhar junto, ajudar - 
jagne, um a outro -- 2 — Ti bre tânkét kantin ix : Eu vim para 
ajudal-o — kantin, vim -- 3 -- Jágnen bré t tânke eve: Elles es- 
tão pretendendo ajudar-se um a outro -- ke, pretendendo -- ve, 
estão - 4- Empri hadn tim bre tankéêra: Ajuda a elle a 
fazer a estrada -hadn, fazer--bre tankééra, ajuda tu - 5 — 
On ix bre tankéixno: Outro trabalha commigo -- ôn, outro 
(me ajuda )- 


TANKE: Estar em pé? Vide App. 

TANKRANKE: Largar - 1- Lairänha  tankränke : 
Deixar, largar de trabalhar, 

TANGR'ANGE: Unir. Tambem tankranke. 


TANKUJESA: Misturar. 
TANKURIKI: Linha recta, direita. 


TÁNDA TON: Pobre--tan, ter da, cousa -- tôn, não, 
nada. £ 

TANÆ: Raio (tade, tado, tate: raio ). 

TANDENE: Este o que é --tan, este -- de, o que -- ne, 
é--1- Xanxí tan de ne kiirw kémo ? Este passaro que quer 
cantar, de que qualidade é 2 - xanxi, passaro — tan, este, aquel- 
le -- kuru, canta — kémo, quer. 

TANDO": Arco-iris, arco da velha -ta, chuva - dó, 
raio. 
TANG: Gordo -- T; tang: Gordura do tal animal, do 
tal sujeito -2-- Tang ja ti ni: Elle agora está gordo -- 3 - 
Tangara: Engraxa tu-5- Tangiäno ag: Elles engordam. 
Repetido para significar multiplicidade de acção. 

TANG: Novo-1--Kurú t ng: Panno novo. Tam- 
bem: Kurt küron-küron, novo, moço. 


TANGRENKE, tangranke, tankränke : Unir --1 - 
Jägnen tangrénke : Se unem uma cousa com outra - AE 


— 182 — 


um a outro-tan, com-grénke, unir-- 2 - Anfáte venxôn 
tangrénke, kó kánti: Elle está com as pernas unidas uma 
à outra, (e) está comendo -- anfáte, com as pernas — te, com - 
fa, perna - ar, connectivo-venxôn, uma com outra -- tan- 
grénke, unidas — kd, comer. 

TANKITA’NHERA: Canta tu. 

TA'NDAON: Alguma cousa. ( Vide App.) 

TANDA'N: Morjélo. ( Vise. ). ; 

TANDANTINO: Elle socca. 

TANDENE: Rico. 

TANDENE: O que é. ( Vide App.) 

TANDL'TO? Onde? (Vide App.). 

TA'NG: LA’: (Vide App. ). 

TANIA: Matar( Vide App.) 

TANG: Gordo, ( Vide App. ). 

TA'NJA, ténja: Réde. 

TANPRI’. Vide tampri: bom, superior, mais, melhor. 
-1-F% kri ti tanpri kane: Elle é melhor do que a mulher 
- fi kri, do que a mulher - kane, é. 


TANTA: letra do alphabeto --1-- Tanta D buüngh, 


küxà ve xa: A letra grande D é parecida com a lua -- kiixa, 
lua -- ve, parecendo -- xa, esta. 

TANTO: Mulher, femea--1--On tantü fi ni: Ella é 
mulher de outro - ôn, de outro -- fi, ella -- 2 -- Gire tantô: Me- 
nina -- gire, menino - 3-- Tanti nongüje krin: Bico dos pei- 
tos da mulher — nanguje, ubre -- krin, cabeça ~ 4 -- Tanti kofa: 
Mulher velha--5-- Tantô jógn: Pai da mulher - 6 -- Tanté 
jan: Mai da mulher --7 -- Bói, moi tanti: Vacca. Tambem 
boi fi--fi, ella. 

TA’PKE: De costas--1-- Tapke kri nati: Elle esta 
deitado de costas -- tapke kr: Sobre as costas -- na, deitado -- 
ti, está--2-- Tapke kri na ti, koijman ti liri: Elle está 
deitado de costas e olha para cima - kd? man, para cima - ti, 
elle -lir?, olha :° 


TARA: Forte, força, coragem, valente, duro, aperta” 
do, estreito --1-- Tara ma ti ne: Elle esta muito forte -- ma, 
muito -- 2 -- Tara mati mo: Agora elle esta muito forte, ago- 
ra continua muito forte -- 3 -- Tara titi: Muito duro - 4 - Tar- 
tino ag: Elles são fortes egora. Repetido para significar 
multiplicidade de acção,de cousa - 5 -- Tara gud ni: Está muito 
duro -- gu, muito -- d, connectivo — nz, esta -- 6 -- Tara tonti ne: 
Não está duro -- ti, elle --7-- Tárax ni ha: Eu ja estou forte 
- x, eu--ha, ja-- 8-- Tara jax ni ha: Eu ja estou ficando forte -- 
ja... ni, estar ficando --9-- J'éra ma: Muito forte, venenoso -- 
Pana tara ma: Cobra braba--10-- Turumáni ti raméni: 
Aquelle que é muito forte, o capitão. Vide tújo. 

TA’RAMA: Venenoso, brabo -- 1 - Tárama xanxa: Cas- 
cavel venenosa. q 

TARE'RA, kantaréra: Desce tu. 





———— ll ". 


TALPRI, tariri: Vijiar - ta, là --lir’, olher, abrir os 
olhos. 

TARO’MKE: A chuva cobre, fecha -- 1- Kren kri ta 
rômke: A chuva cohriu emcima da estrella - krin kri, acima 
da estrella--ta, a chuva — 1ômke, cobriu. 

TARO’RO, tortro: Trovão -- ta, chuva -- rôro, trovoar. 

TARURO : Trovão. cheio -1.- Kuxá tarúro: Lua 
cheia -- 2-- Kiixá tulurke: A lua-pretende ficar cheia, está 
proxima da cheia. 

TARANE: Conservar (Vide App.) 

TARREN ke titini: trovão. ( vis.) 

TANJA : Fino. 

TATE KOKOPTKE : Relampago (v) 

TATENAKE: A chuva gutteja. 

TA’TIRE: Rebanho -- Porko tätire : Rebanho de porcos. 

TAVA'N: Esquina - 1 - Emprüru ta van kején pira ki 
ni : Será aquella a primeira esquina da rua - kején, no tuturo - 
pira, primeira -- ki, connectivo -- ni, ser --2 - Empriiru ta van 
alengré ti: E' a segunda esquina da rua - 3 - Emprüru ta van 
taktóixti: E” a terceira esquina da rua. 


TAVIN: Unicamente, de tudo, devéras (é empha 
tico ), absolutamente --1-- Món kan kret tavin: Quasi todos 
vão embóra -- món, vão -- kan, todos —- krét, quasi -- tavin, mes- 
mo--2--Gonoa mé xin tavin: O sabia é devéras um bixo 
bonito - y noa, sabia -- mé, animal - xin, pequeno, bonito - 3 
- Joc kotxæi piri tavin ti ne: Meu filho esta de todo sósinho 
-- kotai, filho -- pirz, sósinho -- tavin ti ne: Está de todo sósi- 
nho -- 4-- Kura v-inkangrá tavin ti ri: Elle só fica quatro 
dies, nem mais nem menos- kurá, dia -- tavin, nem mais nem 
menos -- 5 - Kura tó veinkangra tavin judn: Chega só no 
quarto dia--to, no-- judn, chega. Diz-se tambem tauin, 
tauit- 

TE: Aquelle. Tambem tan, ta--I--Ti te aranké, 
déto tin ne: Aonde ia indo aquelle ahi hontem ? - ti te- 
aquelle ahi -- déto, aonde -- arankét, hontem -- tin ne, ia indo. 

TE: Com*-I -Ix jogma tx ka kuptimo : ti te in hadn 
je: Eu corto um pau para meu pai: com elle faz uma 
casa-- ma, para-ka, pau--kuptimo, eu corto kup, cortar - 
ti, elle -- mo, agora. 

TE: De Prep. de lugar -I--Nrin te ix kantin: Eu 
venho do monte--krin, monte-2- Ta: te ix kantin: Eu 
venho de la--ta, lá k, connectivo -- 3 -- O'ri in te judno : Hoje 
elle chega de casa--7n te, de casa--oré, hoje. 


TE: Dentro, em--I-- Tégtan in te käni: A moça está 
em casa -- tigtan, moça - kâni, está--2- Tx prôn in te ni: 
Minha mulher está em casa-- pron, mulher-- ni, esta--3 - 
Maitkan te nôro : Eu durmo no matto -- muáitha, matto -- 4 
Epan te ix ni: Eu moro na roça -- epangh .roca - n/; moro — 
D - Kurän te, k tii h te: De dia (e) de noite. 

TE: Elle(¢i)-I- Te xéra: Prende-o tu. 


— 184 — 


TO, te: Lugar- I-- Te kané: pcmar-2- Ti ten gara: 
Milhal delle--gára, milho --3-- Ten ema ton ti : Deserto -- 
emá, povoação. Vide App. 

TE: ten: Bater, matar. Vide ta, táix - I-- Ti ten agn: 
Elles o mataram -- agn, elles -- 2 -- Ha tin: ante jex kémo: Va 
embora, senão te matto -- ha, voz imper.--tin, ir a ti jex, eu 
--te matar -- kémo, pretendo. Tambem: Tingrá : ja an tan 
kémo: Va: eu prerendo matar-te - j, eu --an, a ti-- tan, ma- | 

| 
| 





tar -- 3 -- Ka ten lengré: Bater duas vezes com o porrete -- 
ka, porrete -- lengré, duas vezes -4-- Ka ten ti fa ten: Bate 
a perna com o pau duas vezes -- ka, porrete — ten com — tí fa, 
a perna delle. 


TE: Ter.-I-Te «xan kupádn: Eu tenho um pedaço - 


can, eu--kupadne, um pedaço -- 2- Te gire hérikd ni ? q 
(Quantos meninos tem ? -- géré, meninos — hôrike, quantos -- d, | 
connectivo -- 22, tem — te, elle - 3 - Amate venharó: Voce tem 1 
livros. 4 


TE: Torto -- Ninhé te ix je: Eu estou tendo o nariz 
torto -- ninhé, nariz — ix je, estou tendo. 
TEKUXIA’: Matto virgem. Vide nem. --I-- Jex pan 
tekuaxia: Eu derrubo o matto virgem -- jex, eu -- pan, derrubar. 24 
5 Je, : 


TEIA : Camisa comprida. (Chl. ) 1 
TEIA: Alto, comprido, largo - I -- Tan ti téie he: Elle 
faz longo aquilo - tan, aquillo - #, elle -- he, faz -- 2 -- ka teie : 
Arvore alta -- 2 -- Ninhé téie: Nariz comprido -- 4 - Téze qu ton 


je: Não está muito alto - gu, muito - 5 - Emprú teje gu: Estra- 4 
da muito larga. Tambem; lanktére, largo. 7 
TEERE: Morto, bebado-I-- Téicra ti na: Elle esta E 
morto, bebado -- na. ! Ws) 
TEIN : Jacutinga ? | 

2 À M 

TÆMO, especie de palmito. / 

S| 

TEN: Voar--1-- Téntenmónk ti: Elle.esta esvoaçando à 
agora--ten, vepetido, indica multiplicidade de acção — món, : 
agora -- ti, elle--2-- T'en xi had ti: Elle faz pequenos vôos à 
--tenxi, vôo pequeno -- had, faz -- ai, pequeno -- 3 - Ténxi hat: | 
Elle vôz pouco, faz pequeno vôo. 4 
TEN: Bater, percutir, matar--1-- Pó ten xaxi ten: . 


Matar um passarinho com uma pedra-- pó, pedra - xanæi, 
passarinho -- 2 -- Guarany ix ten: Eu mato um Guarany -- 3 - 
Min tan ten hirike ti? Como elle matou aquella onça ? -- min 
onça -- tan, aquella -- hürike, como - 4 -- Ti taix ti: Elle matou 
--5- Na ten ti táio: Elle bate com um páu--ka, pau- ten, 
com--6-- A ten ix kémo: Eu pretendo matar -- kémo, pre- 
tendo --a, connectivo. Tambem: Tére ix kémo -- tére, matar 
--7- la tin: an ten jex kémo : Va embora; ( senão) te mato 
- ha, vóz imper.-an, você--jex, eu-8-- Odn bedn tenra: 
Mata tu o mentiroso -- ôódnbédn, mentiroso -- 9 -- Ir patrão ix 
t xno: Meu patrão me bate -- te, bate -- x, a mim -- no, agora. 
Vide App. 





— 185 — 


TEN: Com -- 1 - Pó ten xanxi tén : Matar um passarinhe 
com uma pedra -- xanxi ten, matar um passarinho - 2? Pó ten 
pengra: Atirar pedras -- pó ten, com pedras --3 Na ten t ix 
taie : Eu mato com um porrete -- ka, porrete--táix, matar, 


THEN: significa a materia LE que é frita uma cousa 
- 1-- Po ten mesa: Mesa de pedra - 2 -- Pó ten beng: Machace 
feito de pedra. 

TEN: De. Vide App. 

TEN: Em-1--KRo da Xinxa ten kanõa tamprigh: 
A canôa subio no Rio da Cinza -- ten, no - tampriigh, subir. - 
Na jut? hurt: À canoa já chegou - Ary, parueula para 
designar o passado e verbo -- ju chegar, de jun. 

TEN: Roga--1 -- T° ten gara : Milharal de Fulano de tal. 

TEN: Ter -- ra de tôn: Pobre, que não tem nada - 


de, cousa -- tôn, vão -- 2 - Denúm ton ti ten: Elle não tem 
nada - denúm. . . ron, ias 

TEN: Voar--1-- Xanxi ten ten món: O passarinho 
esta esvcaçando -- ten, repetido, para significar repetição 
de acção --món, agora. Vide depois de témo palmito — 2 - 
Tenxi ha ti te: Aqueile lá ja vôa pouco -- tenxi, voar pouco - 
ti te, aque!le là. 

TEN: Ir (tin) Vide App. 

TENJA: Rede para pescar e para deitar nella. 

TERE: Descer, afundar--1--Gôi pó hri ti tére: A 
agua desce acima das pedras -- po ri, acima das pedras -- 2 - 
Gôio kara ra, tamprügh tére ti: A agua entra dentro, sóbe 
(e) desce--ra, entra - kara, deutro--tompriigh, sobe -- 3-- 
Kanûa jengú ta tére: A canôa desce de cima -- jengii, ne 
alto -- ta. ae -- 4 - Julio goto ma tére ke: Julio pretende descer 
para buscar agua -- ma, carregar -4-- Veixvál: ti tére: Elle 
desce correndo - vexva, veixvo, vo, correr -- k, connectivo — 5 
- Ningrén tére : Orelha cahida - 5-- Aran tére: O sol entra. 
Tambem: Aran putke : O sol está para entrar. 


TE'RE: Morrer -- 1 -- Téreketiná: Elle esta para mor- 
rer -- ke, vai, quor -- na, está -- 2 -- Ti tére : Cadaver -- 3 -- Tére 


“vaix ha ti: Elle ja custa para morrer — cáix, dificil — ha. ja - 


3- Ti tére tôn ra, ag ti pejú: Apezar de ainda nao. estar 
morto. a gente o enterrou -- ra, apezar - reju, enterrar -- 5 — 
Tére ix jógn: Meu pai morreu -- 6 -- 7% kotxine ti tére: O 
filho delle morreu -7- Enk tére, veinkupri en hd hóro ti: 
(Quando morremos, a nossa alma sahe do corpo -- em, nos -- k, 
connectivo -- veinkupri, alma -- hd, corpo — hóro, sahe -- ti, elle - 
8- Tére ti, tére fi: O morto, a morta-9-- Ter pé: Morta 
deveras - pé, verdadeiramente ( não apparentemente oa 19 - 
Antére ke kurdn tin ki, ti tére goio fá kro kamén je ton: 
Embora antes do tempo, morrerá; si não temer de be beber 
pinga ( largar de beber pinga) an, connectivo -- ke, querer - 
kurän, tempo -- tôn, não -- ki, no -- gdiofa, . aguardente -- kro, 
beber -- kKamén, temer, deixar :- je, estar--11-- Tére váix té- 


— 186 — 


Elle custa morrer - váix, custa--12- F2 kotwine fi tére: A 
filha della morreu--13-- Antère ke mo ra ti krén: O filho 
delle está para morrer --ra, perto - kémo, pretendo — kren, 
menino, filho, familha 14 -- Tére ke ti ne ha: Elle ja esta para 
morrer -- ke, querer, estar, proximo — La, ja — 15 - Antére kémo 
ra, ti kren, significa tambem : Embora eu estivesse preximo 
a morrer, elle me Jivrou -- émo, estar proximo - ra, embora - 
kren, livrar - 16 - Larânharânha ha: ix xére (tére) tôn je 
ha: Eu ja trabalho: eu ainda não morro - ha, ja -- xére, mor- 
rer — aére je, estcu morrendo — 17 -- Tére ti húri : Elle ja mor- 
reu -- húri, ja- 18-- Tére tógn ha: Ja está morrendo -- tógn, 
está -- 19 -- Veixketá kronmo ra, térmo: Embora beba remedio, 
elle morrerá -- veixketá, remedio -- krônmo, bebe agora — ru, 
embora -- mo, terminação por indicar o presente e o futuro - 
20 - Kurän ki ti térmo: Durante o dia elle morre -- kurdn, 
dia -- ki, no -- 21 Denúm tére: Animal morto, carniça — denúm, 
auimal -- 22 - Tipéne tére je: Os pes delles estão ficando es- 
quecidos -- tére je, estão morrendo —- 23 -- Kura rengré ki ti 
tére: Elle morre em dois dias--/, em — rengré, dois - 24- 


Ti tére kan, man hôt : Elle está satisfeito, porque morre -- 


man hóti, ser contente - 25 -:Tére váix Não gosta de morrer, 
não murre nunca -- váix, não gostar, nunca. Vide App. 

THRE: Bebado. 

TETA'N, tógtan tetang,: Menina, moça -- 1 -- Tügtän 
ki péin ôn: O outro atira na moça -- ki, na--péin, atira - 
on, o outro. 

THTI: Voar, passar correndo -- 1 -- Emprü buôngh krin 


pa téti ti: A estrada grande passa atraz do monte -- pa, | 


atraz --ti, elle. Vide App. 


TÆVI: Oliacto. 

TI: Elle, homem. o tal animal, a tal cousa. — F%, ella; 
ag, elles, a gente, o povo; fag, ellas, as mulheres, as femeas 
~ fi, a femea - 1 - Kaktu titi: Elle está maito silencioso -- tit?, 
muito--muito--2- Titan vernxvd, timbra hadnje: Aquelle 
lá corre e ajuda a Fulano de tal -- ti tan, aquelle lá - veinxva, 
corre (veinavó )--timbra hadn, trabalhar junto com alguem, 
ajudar alguem -- je. estä -- 3-- Ti ta rire (lire): Aquelle ahi 
guarda, faz a guarda --líre, fazer a guarda, abrir os olhos — 
A-- Ti tan de hi vida hadn kénti nánti: As cousas da- 


quelle ahi estão bem distribuidas -- de, cousas -hô. bem - 
vidn, distribuir, dar--hadn, fazer-- kânti, sendo -- nânti, es- 
tho--5-- Ti xe ho: Ele já está preso -- 6 -- 1% makangátimo : 
Elle está muito triste -- t; mo, elle agora -- mankanga, triste — 
7- Timä tó tôn: Não conte para elle--to, conte--timá, a 
elle --8-- Ti féére: Aza do do animal tal --9-- T7 tan e hôti 
ni; ôn ti tan hanxíri ti ni: Aquelle ahi é muito grande ; 
aquelle outro ahi é pequeno --e, muito -- hó, grande - ti, elle 
- ni, é - ôn, outro -- kanæiri, pequeno -- 10-- Timá tin ti: Fu- 
lano vai para Sicrano--timá, para elle--11- Ti tan joixke 
je: Aquele lá está peneirando -- jóixlke, caminhar em roda, 


— 187 — 


peneirar — 12 -- On ten ti ti: A tal cousa vai para outra -- 13 
- Ti kó: A comida delle-- ko, comida-- 14-- 77 vuétka, ti 
fodn: Lhe deu um empurrão - vudtha, carregou -- ti, elle -- 
fódn, atirar, jogar -- 15 - Rezar tóix ta ti ne: Aquelle ahi 
está acostumado a rezar -- tóix, acostumado -- ta, aquelle -- ti, 
elle -- 16 -- Rezar hi toix kdnni: Elle está muito acostumado 


a rezar -- hô, muito -- 17 -- Tigére me agn: A gente percebe 


o cheiro do tal animal -- gére, cheiro - me, percebe -- 18 — 7? 
pantfi: Montão da tal cousa - 19 -- Ti rü: Letra, marca, 
pintura da tal cousa - 20 -- Ti tan ix jogn ne: Aquelle ahi 


é meu pai-- ne, é-21-- Kix men pen brexbra ja ti ni: Os 
pés do meu animal estão quebrado -- én, animal -- brexbra, 
quebrado em varios lugares -- 22 -- Denúm tóg tin ja ne: Elle 


vai ficar com alguma cousa -- denim, alguma cousa -- tog, fi- 
ear -- ti, elle --n, connectivo -- ja ne, está agora - 23 -- Ti keré é 
Peneira delle .- 24.- Krenóje: Carpir--25-- Ajoro tnin ko, 
kémo: Pretendo comer carne de anta - «jôro, de anta -- E nin: 
earne -- kóí, comer -- 26 -- Uaitká im Enin koi kémo: Amanhã 
pretendo comer carne -- vaika, amanhà -- 27 -- 1% ix bre: Elle 
junto commigo --bre, junto-- 28-77 rü: Letra, linha geo- 
metrica. — Vide ari - 29 - Kiiva ti rii: Meia lua--ti, delle 
- rü, corte — kiixá, lua. Tambem hiixá kupara-kupara, corte 
de Æupädn, cortar --30-- Ti jo vaxi (vaji): Cilada delle, 
que está adiante - jó adiante- 31-77 jara: Saliva delle -- 
32 — Potrão, ti jén: Camarada do patrão - Putrão fi, patrôa 
— jen, camarada - 33 -- Kanén dôro kré ix je: Eu estou de- 
baixo da janella-- kré, debaixo --je. estou--34-- Ti gôvo. 
Caco de tal cousa -- gôvo, quebrar -- 35 - Ti küfé: Faca del- 
Je -- 36 -- Ti fubre: Pelle de alguma cousa casca -- 37 
- Ti füro: Orla do vestuario de alguem - 38-- Ti prôn 
ke (prox ke): Elle pretence casar-se -- 39 - Ti prôn ke ve: 
Elle está pretendendo casar-se .- ke ve, está querendo -- 40 -- 
Ti korég ne: Elle é mau-- ne é-41-- Ti to agn: A gente 
que esta com ello--to, com -- agr, gente --42-- Ti tó ix vin 
korégn hat: Eu com elle fiz um discurso ruim --tó, com -- 
vin h t, fazer uma conversa — korég, ruim -- 43 - Ti tére : Elle 
desce. elle merre-- 44 -- Veinxaré ti tinkti: Elle vive desoc- 
cupado -- veinxaré. desoccupado -- tinkti, vive — 45 -- Jenjére tog 
ni: Elle está sendo preguiçoso -- jenéjre, preguiçoso -- mi, esta 
- tóy, sendo -- 46 -- 77 kambu jofá (n afã): Balança. -- ti kam- 
bu, do peso delle jafs, instrumento -- 47 -- Ti kambuno: Ni- 
. vel, instrumento para nivelar, linha para nivelar -- 48 -- Ti 
bre x tanke: ajudar alguem. ti bre, junto com alguem - », 
tânke, trabalhar -- 49 - Tz kubé: Stpa-50- Ti tan kri pó 
ia fód: Eu atiro pedra naquelle ahi--ti tan kri, naquelle 
ahi -- pó, pedra - fódn. lançar --5l .-óri ti ni hot ix: Hoje 
eu como carne do tal bixo, da tal qualidade-- óri, hoje -- ti, 
do tal bixo -- Æd/, como - 52 = Vaed ka ti ni kôi ix: Amanhã 
comerei carne do tal bixo --vaií, amanhã--ka, em--ti ni, 
carne do tal bixo -- 53 -- 77 tan kur me: Aquelle ahi perce- 


— 188 — 


be a voz--kur, vóz - me, percebe -- 54 Ti done ix tinmo: Eu 
vou atraz delle -- dón, atraz - e, connectivo -- 55 -- Ti tan krê: 
A planta daquelle ahi — ré, planta - 56 - Ti to kúten: Tran- 
sportar. Vide. App. 

TI: Estar - 1 - Manga ti: Esta doente - kanga, doente, 

TI, serve para fazer, como sufixo o superlativo - 1 — 
Ix jógn man ho titi tinkti: Meu pai vive muito feliz - man 
hót:, contente -- {/, muito -- tin, vive, vai - k, connectivo -- ti, 
elle. É 

TIA’RA: Buraco. 

TIK?: Tala de cresciuma ou de outra cousa. 

TIKIT’: Collarinho da camisa. Vide App. 


TIGRIN: Voltas-- 1 -- Xapé tag ti grin petekra ni: 


Este chapeu tem cinco voltas —ti, elle-- petekra, petkara: 
cinco -- wi, tem. A saber: é feito com uma ou mais tranças 
que dão cinco voltas para costuradas uma com outra formar 
um chapéo. 

TIFUORE: Pelle delle--1-- Pirá fuüre: Costra de 
peixe. 

TIN: Esfregar- 1 -- Nin tintin je: Está esfregando a 
mão - nin, ningé: mao-- tin, repetido para designar multi- 
plicidade de acção. À 

TIN: Ir-1-- Tin ix kémo ha: Eu pretendo ir em- 
bora ja - ja, ha--2-- Ag ta tin kan tan vinera: Convida tu 
toda a gente -- ag, gente, = tin, ir -- tan, la. - vinera, 
falla tu--3- Tin korég: Caminha mal--4-- Ti hubé. ti 
kubü : Pello, crina, sopa. Kavaru ta ten ti: Elle vai de a 
cavalo -- ta, com -- 5 -- Ag karatag tin géx kémo: Toda esta 
gente pretonde ir embora -- kara, toda — kémo, pretende — 6 - 
lc in ara tin: Vai em minha 'casa--áre, ra; para--in, 
casa -- 7 -. Kuxá ix tingo, ija krén je: Eu vou amanhã: eu 
estou plantando- kwaa, amanhã cedo --ijá, eu--je, estou - 
8-- Prán tin ja ne éki: O anno passado — prin, anno -- én», 
aquelle -- kz, em-9-7x Xan ra, karka ra ix tin ke ve: 
Eu pretendo daqui a pouco ir para o Salto Grande - Xan 
ra, para o Salto Grande -- ra, para -- karka ra, pouco depeis - 

ra, perto -- ke ve, pretendo ir--ve, estou -- 10 -- Kafé ix krôd ; 
‘kara ix tingo: Eu bebo café; depois eu vou-me embora- 
kród, bebo - 11 - Kaixgâng tin kan, ix waixka ya tin ke 
ton ne: Eu não vou indo para o matto, por o Kaingdng 
ir -- máithka, matto -- ra, para - ke, querendo -- ne, estou -- 12 - 
Kuvarangú tin ix kevénve: Eu queria ir longe -- kuvaranguü, 
muito longe -- gu, muito -- vénve, estava. O plural de tin 


é mó, món. O perfeito singular é vüire, o plural é kagúuve. | 


TIN: Prompto - 1 - Ten tôn: Não estar prompto. 

TIN: Tocar-1--On tin tinti: Uma cousa toca a 
outra -- tin, é repetido para significar multiplicidade de acção 
- On, um a outro. ’ 

TIN: Passar, viver-1-- Anprôn tonjá mi ti tink ti 
Elle vive separado da mulher -- an, connectivo -- tonjá, 
fora - mi, aqui --ti, elle - tin, vive -- k, connectivo -- ti, elle - 








— 189 — 


2-- Te jógn man hóti tink ti: Meu pai vive contente - 
jogn, pai- man hôüti, contente — 3 -- Kaféie na totogn tink ti: 
A borboletta vive deitar nas fores -- kaféie, flor- na, dei- 
tada -- totógn, borboleta -- 4.- Tx kokire me tin kan, laira- 
nharânha ve: Porque eu vivia soffrendo fome, eu estou tra- 
balhando - kokire, fome -- me, sentir, soffrer -- kan, porque -- ve, 
estou -- 5 -- Ajóg bre tin ix: Eu vivo junto com meu pai -- a: 
connectivo -- bré, juuto-- 6 - Tére je ti tin; vére ti tinkti: 
Ainda não esta morrendo; vive ainda--tére, orrendo -- je, 
está -- vére, até esta hora. 

TINDARA': Fralda. 

TTRE : Carrapato (tíri)- 1 - Tiré kanxiri: Carrapato 
pequeno — 2 - Tir? maimantike: Carrapato grande. 

TITA'N: Galho. Outras palavras. Vide App. 

TITA'N: Aquelle ahi, aquelle Já. 

TITIGA'RA: Roça de milho. Melhor: Tô gara. 


TÍTIRE, o acto de a roda rodar. 

TITE, sufixo do superlativo. Vide App 

TO: Com, junto-1-- Tó ti na ti: Elle está pegado a 
alguma cousa--to, a--ti, elle, na, está-- 2-- To tangrénke: 
Esta unilo a elle-- {angrénke. unido- 3 - To ti wa: Está 
preso a elle--xa, preso - 4 - Ti tô agn: A gente ( que está ) 
com elle--agn, gente-5-- Ti ton krima je: Está mal com 
elle x, connectivo-- je, está -- 6 — An ton juin ne ix: Eu estou 
brabo com elle - am, connectivo - jun, brabo - ne, está -- 7 - 
Kaféi tan, toro je in: A casa está cercada com aquella 
at -- lafér, flor - tan, aquella -- tóro cercada — je, esta -- 8 -- To 

: Sal com aquella cousa --to, com aquella cousa - 9 -- 77 
ia jon ne ix: Eu estou mal com elle, estou brabo com elle 
-- jon, brabo -- 10 -- Degnengôro to ix perógn hat ie: Eu pre- 
tendo com as calças fazer sacco -- degnengôro, as calças - 
perógn, de saeco kie, ke: pretendo -- hat, fazer --11-- Xon ton 
jaräixtiti: Não quer ficar brabo commigo -- xôn to, commigo 
-- javdix, não querer-- ti, terminação do superlativo. Vid. App. 

TO’: Atraz, em lugar de do. 

TO: De-1-- Krin to ix kantére: Eu desci do monte 
— kerin, descer -- 2 — Kaimbara tôt kantin ne: Logo volta aqui 
- kantin, vir--tôt, de novo - 3-- Kuvará to hô éin vek ti 
Elle nos ve de longe — hé, muito. 

To: Acostumado-- 1 -- Rejár hô to ix känni: Eu estou 
muito acostumado a rezar -- hd, muito -- kannz, estou. 

TO: Certamente, de certo--1-- Hala to: Certamente, 
porém. 

TO: Dizer, explicar - 1 -- Timant» to: Não diga a elle, 
não explique -- to, não - 2 - To manera: Falla tu mais, con- 
tinua tu a fallar -- man, mais, continuar -- era, particula impér. 
- 3-- One jog tére ti tomo? ( Resposta) To agn (ag kara): 
(Quem falla que meu pai morreu? Resposta: O povo --ôn, 
quem - jóy, o pai - tére, morreu -- tomo, diz agora -- ag, povo — 
ag kara, toda a gente -4-- Exxma tog hott: Elle quer muito 
fallar para mim -- 4, connectivo — Aüf, mort muito -- ti, elle 


— 190 — 


-5-- Akoxi jiji to te Antonio: Elle chamou o filho de An- 
tonio -- a, connectivo -- kotri, filno -- jiji, nome -- to, disse -- te, 
elle --6-- Ex ama to ti hótiti: Eu teuho muita vontade de 
de fallar para você--ám”, para você, ti, connectivo -- hútiti, 


quero muito -- 7 -- Aman to ixô húri: Eu já fallei para você 
-ixó, eu--húri, já -8 = Toréra: Falla tu --9 -- Tongra: Não 
diga. Imperativo negativo. Vide App. 


TO: Em--1--Gô% to vaixkupé ton ni: Não se está la- 
vando no rio -- gôio to, na agua -- vaixkupé, lavar-se - ni, estar 
2. Kuvara hi to ix ni: Eu moro muito longe - kuvara, 
longe -- hd, muito -- to, em -- nz, morar —- 2 -- Arankét to ix tot 
kantin in ra: Huntem voltei em casa--arankét, hontem - 
to--no -tót, de novo -in, casa--ra, para--3- Ag in to ix 
nôromo: Agora eu durmo na casa deiles -- in, casa -- nôromo, 
durmo -- 4 -- In tonjatü in jénno: Agora eu como fora de casa 
-- tonjaté, fora -- jénno, como agora --5-- Ti to ti pén: Fulano 
atira em Sicrano--¢ to, nelle--ti pé», elle atira -- pén, atira 
- 6-- Ex into ix jégn ix ve: Eu vejo meu pai em casa - 
ex into, em minha casa -- ve, vejo - 7 -- Verexi to nognóro je: 
Elle dorme frequentemente no pouso -- verexi, pouso -- nôro, 
repetido para significar repetição dos actos --je, está -- 8— 
Hénto aiag mnánti? ( Resposta) Jatahy to éin nanti: Nós 
moramos em Jatahy - hénto, onde --aiag, vôs--éin, nos - 9 - 
Venxére tan;ag, Por firio veixkéje to bakangôuve ( vakangoii- 


ve): O povo levou aquelle defuncto no cemiterio do Porfírio | 


-- venxéra -- cadaver, tan - aquelle, ag --o povo -- veixkéje, ce- 


miterio -- to, no -- bak mgéuve: Carregaram, de bakanté -- 10 — 


Emprü to brakééra: Atravessa a estrada tu - empri, estrada 
-11- 8. Jerónymo to te van ke. Má ra ix tin ke tun ne: 
Eu pretendo ir até S. Jeronymo: não quero ir mais adiante 
-- to, em- van, estar -- ke, pretendo -- ma, mais -- ra, para — ke 
ne, estou querendo -- tin, ir --12-- Jama hô ra tôn ne: O meu 
bairro está muito perto -- jamá, o meu bairro -- hd, muito -- ra, 
perto -- tôn, no --ne, está - 13 - Ka to pén: Atirar, acertar ne 
pau -- ka, pau - 14-- O'r7 2n to júdno: Hoje chegarei em casa -- 
ri, hoje - jüdno, chegarei - no, terminação do presente e do 
futur) - 15 -- Ti toh ta ti feindu, p. e.: Elle bateu no ou- 
tro. ( Por ex.: a vespa. quando finca o aculeo, aguilão na 
gente que fere com seu veneno )-- ti tok, nelle -- k, conne- 
ctivo -- ta, bater, percutir. Tambem ten. 

TO: Lugar Vide te-I- To éin vear kangiuve: Nos 
fomos ver o lugar--éin, nos -- 2 -- Tótigára: O milhal delle 
- gara, milho - 3 -- Tó kre: Lugar baixo - 4- Tô miga ve w: 
Eu vejo a fumaça do lugar - nija, fumaça. 


TO: Não, em vez de tôn por harmonia - I Laranhará- 
nha kotii te mat ke to ix ne: Eu não estou mais querendo 
trabalhar de noite - kotii, noite -- mat, mais- ke, querendo — 
nz, estou = 2 Pao kó ke tó ix ni, ti nin ko ke to tx ni: Eu 
não quero comer nem pão nem garne - ko, comer — tinin, car- 
une -- 3 Anto jôn tog ne ix: Eu não estou brabo com Você - 


“ 








— 191 — 


ânto, com você - jon, brabo - g, connectivo- nº, estou -- ar 
eu. Vide App. 

TO: Para- 1 - Ti ton veinva, timbrá ha je: Ele 
corre para Fulano de tal: elle trabalha com Fulano de tal - 
Ti ton, para elle--ve/nva, corre -- timbrá, com elle - had je, 
está fazende - 2 -- Agmaän ti ga tr: Elle clama para a gente - 
agmán to, para a gente -— ay, elles -- ga, gritar -- ti, elle. 

TO, ton: Ter--1--T6 gara to ix ne: Eu não tenho 
milho -- gára. milho -- tô, ter -- to, não -- ix, eu- ne estou — 2 - 
Tô agn éti: Tem muita gente -- agn, elles, gente -- e, muito - 
ti, serve para fazer o superlativo -- 3 —- Tô aa: Tem sal - 4 - 


Ágma tô e: Tem muita gente - ¢, muita -- 5 -- São Jeronymo 
tô agn éti: Em São Jeronvmo tem muita gente -- 6 -- Fari- 
nha ton ti tô ti: Elle não tem farinha -- ton, não -- ti, elle. 
Vide App. 

TO: De lado. Vide App. 

TOA’; Perto--1--In toa ix ne: Eu estou perto de 
casa - in, casa--2- Ti toa ix ve kama ne: Eu estou gos- 
tando de velo perto-- ve, ver-- kema, gosto -- ne, estou--5- 
Pin totogn tod mi: Torra no fogo: está perto-- pin, fogo - 
totógn. torrar - ni, esta--4-- Min toa ve ix: Eu vejo uma 
onça perto-- min, onça. Vide ektua. 

TOK (tog): Amarrar--1- Tokira: Amarra tu. 


TOKE: Em (posp.) de to, em: e de ke, connectivo 
ou paragogico -1-- Afé ti tok tair täic kémo: Elle quer 
bater varias vezes no peito - a, prothese — fé, peiro -- ti, elle - 
tazx repetido, bater varias vezes -- kémo, vai. Serve para 
fazer o futuro. 

TOK: Ficar, estar - 1 -- Kofa ra tok ti mo, lanha ra- 
nha ti tinkti: Embora esteja velho, comtudo vive traba- 
lhando -- kofa, velho - ra, apesar — tóltimo, agora esta. fica — 
lanharânha, trabalha --tinkti elle vive, vai--2-- Juxke tok 
ti ni: Elle vai cambaleando -- jiixcke, rodeando -- tz, elle -- nz, 
esta -- 3 -- H6 tok ti: Elle vai bem --hô, bem--4-- Xâma di, 
nhéro nim ti kon, tokt ixmän hóti: Eu sou contente, por- 
que elle me deu dinheiro -- nim, dar--xäma, para mim -- kt- 
connectivo -- kan, porque -- 7x, eu--man héti, contente -- tok: 
fico, estou.. 

TOK: Não--1--Denúm tok tin jane: Elle não tem 
mais naia-- de, cousa -- n, connectivo -- um, alguma -- tok, não, 
de ton e de k. paragegico. 


LOK, tog: Secco-1- T'ni tok kd faria to: Como 
carne secca com farinha-- ?ni, carne de tal qualidade -- ti, 
de tal animal, qualidade -- kó, como - to, com. 

TOKFI’N: Fita de chapeu, e tudo que serve de 
liame. 

TOFIN, togfin: Atar, ligar -- 1 — Perógn tokfin känni: 
O sacco esta amarrado -- kanni, está -- 2 —- Pin togfin: Feixe 
de leuha -- 3 -- Dúitogfin : Gravata -- dud, pescoço -- 4 - Anindd 


192 — 


bokfin kan je fi: Ella está com braçalete no braço -- anindó, 
aindó: braço --kon, estando --je, esta-- fi, ella - 5 -- Detun 
tan ti tok fi ne? Com que cousa elle está amarrado ? - 
detún, cousa -- tan, com, ne. está. 

TOKFZNE: Ludra, loudra ( mammifero aquatico ) da 
classe dos roedores. 

PORFIY'NJA: Arco, liame de aiguma cousa - tokfin, 
amarrar — ja, instrumento, correia para cingir 0 corpo. 

TOKUT (tok fiu): Feixe--1--Pin to kui: Feixe de 
lenha 

TORTENO: Cosinhar. Vid. App. 

TOKUTEN : Transportar --1-- 77 toktúen: O trans- 
porte delle. 

TOFINE, tofine, tokfine: O annel -- 1 -- Ningé tokfine: 
O anel da mao, do dedo. À 

TOG: Bater-1-=-Tx fé ix kintogn-tôgn : Eu bato no 
coração -- fé, coração -- kan, no -- tógn repetido, bato mais de 
ama vez, frequ entemente. 


TOG: Estar - 1-- Kanga ve tóg ne: Parece que está ‘ 


doente -- kanga, aoente- ve, parece -- ne, esta -- 2 -. Jênti kanté 
tógmo: O almoço está prompto -- jen, almoço — kanti, está - 
togmo, esta prompto — 3-- Veinxaré ti tinkté: Jenjére tógmo : 
Está desoccupado: é preguiçoso - veinxaré, desoccupado — 
binkt?, vive — je jére, ocioso -- tógmo, está agora - 4-- Jon kema 
ne kar tógn pron fi tén: Porque elle é brabo, matou a mu- 
Mer; de tão brabo que é, matou a mulher -- jôn, brabo - 
kema, inclinado -- ne, estando - pronfi, mulher -- fi, ella - 5 - 
Niiema dirt kan tógn na ni: Ele está olhando para cima ; 
está deitado -- kuxms, para cima -- liré, olhando -- kan 
-tógn, esta estando — na, deitado -- ni, esta -- 6 — Korég 
tog ni: Está feio, mau, ruim - ni, esta -- 7 - Ix di- 
nhóiro je kan toy, ix man hõi: Eu estou contente, 
porque tenho dinheiro - man hóti, contente ( lê-se man héti 
-8- 7/16 tog ti: Elle esta bom - ho, bom - 9 - Ti vog tog ti 
ja nº: Elle está judiando -- vog, judiar-- 10 - Eix jatu va, 
tog, æ jon já ne: Embora eu esteja quieto, comtudo estou 
brabo -- jutu, quieto -- ra, embora --x, eu--11-- Xan déne ni. 
ko, tére tin ti: Porque comi carne de animal estou mor- 
rendo, ni, carne--tére, morrer--12-- Japân arengré niafa 
tôgni : Eu estou tendo roça em dois lugares - japan, minha 
roça -- crengré, dois -- niafa, lugares--13-- Ti vog konana 
tógmot ti: Fulano está judiando de Sicrano -- vogkonana, 
judiar -- 14 — Karaváio ha tógmo : Ja está demorando — kara, 


demoram -- ha, já --15-- Ajuá kemá tógmo: Está pegando. 


a barba — kemá, pegar --juá, barba -- 16 - Kanga ve tog nº: 
Parece doente -- ve, parecendo -- ne, está -- 17 -- Binrá tag 
tog fuan: Este cópo parece cheio -- tag, este - tog, esta -- 18 
- Tegtonja: Frigiteira-- tog, frigir -- ja, lugar, instrumento 
de frigir. L 
TOG: Falla, fallar, dizer: de to, fallar; e de g, con- 
nectivo -- 1 -- On jog tére ti tógmo?: Quem é que está di- 








— 193 — 


zendo que o pai morreu? To agn: O povo diz--agn, povo 
— ón, quem - jog, pai--tére, morreu--ti, elle -- tógmo, esta 
fallando agora. 

TOG: Secco -- 1 -- Arangró tog : Feijão secco - 2 -- Krod 
budngh tog kan, togn togn kémo: Porque bebe demais, fica 
torrado -- buôngh, demais. 

TOG: Torrado. Vide o antecedente - 1 - Tugtógnja : 
Frigideira. 

TOHA’, toha, ektoa, toháixr: Perto - In toha ix lai- 
ranha : Eu trabalho perto de casa — in, casa — lairânha, tra- 
balho — 2 - Ei in tohá ix tin ge: Eu pretendo ir perto de 
casa --éix, minha -- ge, ke: pretendo. Vide App 

TOL: Verde --1-- Tói korég: Azul-- korég : ruim, feio 
—2- Toi éti je: E' muito azul — “ti, muito --9e, 6-3 -- Tite 
ti ne: Está verde --4-- Tüix ti nanti: Estão muito verdes - 
ti, muito -- nant, estão. Vide App. 

TOI: Cru, verde-1-- Ni tóix ti na: A carne esta 
verde, crua — ni, carne -- na, esta. 

TOI: Faca de pedra ( de crystal, quartzo, ete. ). 

TO: Coqueiro -- 1 -- Tói féie: Folha de coqueiro. 

TO'IJ : Acostumado (toixtan)-1--Tóixta kix kafé 
krone kwrarét ki: Sou acostumado a beber café todos os 
dias - kix, eu -- k, prothesi - cura, dia -- rétki, cada. 

TON, to: Elle-1-- Ton ra ix ting ge: Eu pretendo 
ir perto delle -- ge, pretendo -- ra, perto -2- Ir jan ton ju 
ne: Miuha mai está braba com elle, ralha com elle -- jan, 
mãi -- jun, braba. 

TONA: Vamos - 1 - Tona empri kuru je: Vamos 
pelo caminho direito, pelo caminho concertado, limpo -- emprii, 
caminho -- 2 -- Kur toréra : Anda ligeiro -- kwr, ligeiro -- toréra, 
imper. -- 3 - Ton énera: Vai tu para lá --éne, la-ra, para. 

TON: Junto - 1- Véinkangra ve ôn kafânte: São cin- 
co -- veinkangrä, quatro -- ve, são --ôn. outro -- kafânte, além. 

TON: Nao-1--Anto jon tôn ne ix: Eu não estou 
brabo com você-- an, você -- to, com -- jôn, brabo- tôn, não - 
ne, estou -- 2 - Tôn fi ni: Ella não está -- fi, ella -- 3 - Be ton 
ji: Solteira; viuva, mulher da rua -- be, marido -- fi, ella -- 4 - 
Tonk ton ti ni: Não tem mais - ton, ter -- k, connectivo -- nº, 
está -- 5 -- Venjén ma tonk tôn: Não tem mais comida - ven- 
jén, comida -6- Kuxa tôn: Novilunnio -- kwxa, lua -7- 
Kaika ton ne: Não é nosso irmão, parente, contribulo, socio, 
conterraneo -- 8 -- Ton ti tén: Nao bate mais - tén, bate -- ti, 
elle (não mata )--9-- Ankurán tôn ki kankuten: Nasceu 
antes do tempo -an, connectivo - lkurán, dia- ki, em- 
kankuten, nasceu -- 10 -- Paxke ton ja ne: Não está passando, 
não pode passar -- pa, passar -- ke, querer, poder - ja, agora - 
me, está -- 11 - Pax korégtimo: Elle passa com difficuldade - 
pa, passa- korég, difficilmente -- ti, elle - mó, agora -- 12 - 
Góio pa je ti: Elle está passando o rio -- gôio, agua, rio — je, 
está -- 13 - Laranha van ton ni: Não tem mais laranja - van, 


— 194 — 


estando -- 14- Agman ke tôn ti: Elle não fala para a gente 
- ke, falla--15-- Jagne vütre ton bra: Um não foi junto com 
outro -- jágne, um outro -- bram, junto -- viizre, foi. 

TON: Ter. Vide to, 16:--1- Tôn tavinti ti: Elle tem 
muitissimo, de tudo -- tavin, de tudo, demais. 

TO'NG: Andar. Vide App. 

TONJA’: Fora--1- 1x jama tônjá ra vüire: Sahiu 
do meu bairro-ra, para--jamá, meu bairro -- ema, bairro 
simplesmente -- 2 - Tima to in tônja ki ha kantin ge: Diga 
a elle que queira vir fóra de casa-to, diga -- ki, em -ge, 
queira - kantin, vir--ha, voz imper.--3--Gôi tonjaki pirá 
ve: Eu vejo um peixe fora da agua -- gôi. agua --pirá, pei- 
xe--ve, vejo-4--In tonjami ti ne: Elle está fóra da agua - 
in, casa -- 5 -Angá tonjamitite: Elle esta fora da terra -- angá, 
terra - 6 -- Anprôn tonjamitéti: Está separado da mulher -- an, 
prothesi -- prôn, mulher -- 7 -- Fi tonjatô ti: O homem está 
separado da mulher -- fi, da mulher--ti, homem - 8 -- In 
tonjatô ha kantin: Venha fora de casa - ha, voz imperativa 
- kantin, venha--9-- In tonjutô io jen: Eu sou hospedado, 
empregado fora de casa -- jen, hospedado, empregado -- 10 -- Ain 
tonjatô ne; ti jon ja ne: Elle está fora de casa: está brabo 
- jon, brabo -- ne; está -- ja, agora 11 --Gôi tonjatü : Fora da 
agua ( gôi kúnte, dentro da agua). Vide App. 

TONJU’N : Brabo com elle, ralha - I-- Ix jan ton jun 
ne: Minha mai esta braba com elle- jan, mai (briga). 

TONiO’: Vomitar - 1 - Tontó van ti: Elle esta vo- 
mitando -- van, esta. 

TOO: Par) Vide ste, on 

TOPEN, kampidn: Arrebentar - I -- Kakané topén: 
Arrebentou da arvore uma fructa -- ka, arvore - kané, fructa- 

TOPE'N : Santo, dia santo, Deus, objecto religioso, 
semana -- I - O'ri topén ne: Hoje é dia santo-ne, 6-2 - 
Topé jan : Mai de Deus - jan, mãi - 3-- Topé join: Egreja 
- join, deposito - topé, de Santos -- jo, guardar - in, casa -- 4 - 
Topé méin: Andorinha -- mein, animal -5 -- Topén kujt 
ki: No meio da semana -- kujú semana -- ki, em. 

TO'RE : Esperar - I - Tore, méix ne: Espere e esteja 
ouvindo -- méix, ouvir -- ne, estar - 2 -- Tori ai: Espera um 
pouco -- xi, pouco - 3-- Tore kején féxta karkd ix tin ge: 
Espero um pouco; depois da festa pretendo ir embora -- ke- 
jen, serve para fazer o futuro -- kárka, depois. 

TORERA : Trovejar ( Vise. ) 

TORI, montxi: Fino (mantoi ). 

TORO’: Vestir-I- Pentoró: Botinas -- pén, pé-2 - 
Ti jan kotxi katitora: A mai de Fulano de tal veste o filhinha 
-- jan, mai = kori, filhinho - 3 -- In toró--a--barote - b - quintal. 

TORO’: Tosquiar, aparar cabellos, lan, ete. 

TORORE: Trovão ( Vise ). 

TORO’RO: Tambor ( Vise ). 

TORO: Vestido. Vide App. 

TORURU : Trovejar, "Trovão. 








— 195 — 


TOXA': Uma cousa unida a outra, de to, ae XO 
presa -- 1 -- Nengrén toxaa: Brinco -- ningrén, orelha -- 2 - Táboa 
to xa ka kipréix: Eu prego a uma tabva um pau - ka, pau, 
-- préix, prego. 

TOXA’: Carne seccada ao sol - 1 - Ti toxa farix tan 
bre ko: Elle come carne secca com esta farinha -- ti, elle -- 
toxa, xarque -- tan, esta — bre, junto. Vide App. 

TOXON: Socar. 

TOT: Atraz--1- Tót koxôrro fódn : Acular o cachorro 
atraz (de alguem )-- fédn: atirar, açular. 

TOT: Com--1-- Tot krimaje: Esta mal com alguem 
-- krima, mal--je, esta. 

TOT: De novo- 1- E’in, ag kanfà ra kanküten : Nos 
(e) elles He paro la -- éin, nós -- kafan, além — ra, para 
kankúten, passar -- 2-- Tot kantin: Voltar - kantin, vir -- 3 - 
Tot tin: Ir outra vez-4-- Xa jan tot tin ke ve: Minha mãe 
pretende ir outra vez -- xa, minha -- jan. mãe -- ke, pretendendo 
-- ve, esta -- 5 -- Alankaxka ix tôt tin kiveinrétimo: De tarde 
vou de novo e apprendo a lêr- alankäxka, de tarde -- ki- 
veinrótimo, apprendo a lêr, leio -- 6 -- Dére loin vüire: Re- 
cuou -- dére, atraz. 

TOT: Não. Vide tôn- 1 - Denuúm tot agn venjéne : 
Elles não comem nada--denum tof, nada -- venjéne, estão 
comendo -- ne, estão. 

TOTO’: Mariposa, horboleta -- 1 -- Toto kámi : Pego uma 
borboleta -- 2 -- Totóg xu: Borboleta preta --3 - Totóg kupri: 
Borboleta branca. 

TOTTAMPRE, tottampriigh : Subir -- 1 -- Küirman tot- 
tamprügh : Elle esta subindo lá encima -- küiæmdän, em cima 
-- ne, esta. 

TOTOGN: Derreter, torrar, fritar - 1 -- Mentfu totóg- 
nera: Frita tu a farinha--mentfu, farinha -- totognera, im- 
per.--2-- Ti toto ré: Esta derretendo -- ré, esta. Tambem: 
Van tóy: Derreter -- vein, prefixo - 3 -- Totó ré : Está derretido. 
Vide tógn tóg. 

TOTOGMA BUONGH: Forno. 

TOTOT VAN: Assucar -- van, canna --totot, torrada. 
V de van, ( nasalado ). 

TOVA'IX: Soltar, abandonar -- 1 -- In tovaixväix : Aban- 
donam a casa. HK’ repetida a ultima syllaba para significar 
pluralidade de pessoas que fazem a acção -- 2 -- Xanæi toráiz : 
Soltar o passarinho -- 3 - Goirfá tovade húri: Já largou da 
pinga -- húri, ja: indica tempo pssado. 

TOU: Cedro. (V 2 

TOVAJT : De vagar--1-- Tovajil: tin: Ir de vagar - k, 
connectivo. 

TU: Carregar:-1-- Tug korég ti Gee : Esta carregando 
com dificuldade -- korég, com dificuldade -- 2-- Jahkua tug téie : 
que usa cabellos compridos adiante das a -- jakua, cabel- 
los -- tug, trazer -- téic, comprido. Nome que Kaingávg tos- 


— 196 — 


quiados dão às tribus do Kaingáng não tosquiados, por escar- 
neo--3-- De tu ix: Eu carrego uma cousa - de, uma cousa 
--4--Ti tan gara tug: Aquelle lá carrega milho ou: Quem 
carrega milho -- ti tan, aquelle que - gára, milho -- 5 - Xapén 
türa: Va de chapéu. Imper. 

TUA'IN: Soltar. Vide App. 

TU, tôn: Não-1--Tu ra: Apezar de não. 

TUDE: Gordura. 

TUDN : Berne. 

TUDN : Pisar -- 1 - Gara túdera: Pisa tu o milho-- 2 
-- Kafé túdera: Soque o café--53 -- Nafé tudére, po de café, 

TUG: Redor--1-- Pin tug ton agmo: Elles vão em 
redor do fogo -- pin, fogo - ton, em — ag, elles -- mó, vão - 2 - 
Pint ag tug tog mô : Vão em redor do fogo -- t, counectivo - 
ag, elles. 

TU”GN : Caieté - 1 -- Tiign buôngh : Caieté grande, ba- 
naneira -- 2 -- Tiing buôngh kané: Banana -- kané, fructa. 

TUGND: Taquara - 1 -- Gringréin tugnd: Taquara 
para tocar musica na dança -- gringrém, dança. 

TUJO, túru, tara, tivo: Duro ( túra), forte, estreito. 

TURU, tara: Duro - 1- Tarátiti, turátiti: Durissimo 
-2-Turw ma ni: Que é muito duro - ma, muito -- 7, é. Si- 
guifica valente, capitão. 


Se 
4 





U 


Nota. U seguido de vogal que não seja U, permuta-se 
com V, e viceversa. 

U connectivo -- 1 -- Hix in uakantin: Eu trago à minha 
casa -- éèr, minha — in, ca a-- wakantin, bakantin, trazer. 

UA’: Bosque (uát). O U, é ( nasalado ). 

ee Estar: Bra in ra ud: Minha casa está perto - 


ra, perto - 2 — Eix in a in ra ud: Minha casa está perto da 
tua a, tua — E - On udn tankéixno : Alguem trabalha, ou está 


trabalhando -- ôn, alguem -- uän: está ou prefixo -- 4 -- Hix in 

va in ra je: Minha casa está perto da tua -- je, está. 
UAKRI’: Canna de assucar, taquara, Vide vakri. * 

UAKRO’: Taquara para fabricar flechas (vide vakró). * 

UAFA': Lavar roupa. Vide muafa. 

UAFL, mafé, vafè: Fio, linha. * 

UA'I, vaza: Nuuca, faz muito tempo. 

UAI, vái: Amanhã-1- Uaëz ka: No amanba, ama- 

nhã cedo. 

UA'IN: Matta. Vide main. * 

UAINKRIV &’DNIA: Guarda sol, guarda chuva. 


UAIU: Pitar-1- Tóna vaiú: Vamos pitar. 

U 4’IX : Não querer. ser contra a vontade de alguem 
- 1 -- Antére vaix ra, tére ti: Embora antes do tempo, morre 
- váix, não querer, antes do tempo. 

UA’M: Matto. * 

UA'NGE: Perigoso, matar. Vide App. 

UANXA’: Noutro tempo. 

UE: Irmã. Vide App. tambem outras palavras. 

UA'N: Taquara, canna. Vide Apn. * 

UEKANTIN : Trazer. Vide bakantin, vakantin --1 — 
Bakantin pirá büungh: Carrega um grande peixe -- pirá, 
peixe. Vide App. 

UTJE : Arco para atirar flexas -- 1 -- Ix uije: Meu arco 
-2-- Uije xône: Linha de arco. 

UWE’, melhor, jiji: Nome--1-- Imbré jiji: Tocäio, 
xará -- in, meu -- bré, junto. 

UPN vin: Palavra, fallar, amarrar -. 1 -- Uin vaix: 
Mudo -- vazx. não pode -- vin. fallar --2-- Uin kikaktin: Não 
sabe fallar -- kikaktin, não saber ( tartamudo ). Significa tam- 
bem EU. Vide App 

UM, én: Algum, outro -- 1 - Moéda um: Alguma moeda 
- 2- Um ag budngh ve, um bubngh ve: Capitão -- buôngh, 


* O Ué (nasalado ). 





LAB EE 


muita -- eg, gente -- ve, está com -- 3 -- On tan venharô kikairôn 

e: Um que sabe ler -- likairôn, saber -- 4 - On xex je: Um 

que esta preso -- xé, prender - je, está- 5 - On agn: Os ou- 
tros, elles 

UM, Gn: Quem (interrogativo e correlativo )-- 1 -- On 

pen agr tag ne: le quem é esta pégada, este pé?--tag, 

esta -- 2-- On budngh qu ve: Quem é muito grande -- ve, é - 
gu, muito. 


UMA, ama: tu, você. 
UMAG: Os outros? Vide App. 


UNGRE, nesgas: (Vide App.) Homem, varão - dn, 
algum -- gré, varão Coppeste de femea ), homem - 1 — Ongré 
jogn: Pae ‘do homem - 2 - Ongré jan: Mai do homem -- 3 
- Ungré anprôn kânti fóren: O homem é superior à mulher - 
an, prothesi - prôn (ontantô ), mulher -- fóren, superior -- 4 - 
Ongré ôntanto tara kri tampri kanti: O homem é mais 
forte do que a mulher tara ré, mais forte. Vide umgrat app. 

Um ag: Os outros. Vide App. 

UMUAK À : Bosque. Vide App. 

UM buüng ve: Capitão. Vide App. 

UO. Macuco ( passaro ). 

UOAXI’M: Nhambu. ( Visc). 

UÔ: Não, não quero. 

UOG: Tocar. Vide vog--1-- Krégn epangh te ró uóg : 
Tcear os porcos da roça fechada -- krôgn, porcos -- epangh te, 
da roça -- ró, fechado -- wég, tocar. 

UO’O: Corredeira, rapido (nos rios). Tambem wo. 


nos a Correr (vó), ferver - 1-- Uó re: Esta fervendo - 
re, esta--2-- Kur wore a: Corra depressa. Vide venwvora 
venuora. 

URMÔNO: Fumaça ( São Paulo). 

URUGURÚ: Lança. 

UM, ôn, ôt, ut: Outro, algum -- 1 -- Ix ninga ut pire 
Minha mão (e) um outro: seis. A saber: Os dedos de uma 
mão, mais outro dedo. 


UUA: Estar, em lugar de vuá, va. Vide. App. 





| 
| 





V 


Nora. V antes de vogal se nronuncia como o nosso 
V on como o W inglez. Ex.: Vó pronuncia-se como vó e 
como wd. 

V counectivo --1-- Jan vaix tag nim: Minha mii me 
da isto -v, connectivo -- dix, para mim -- tag, isto (tambem 
diz-se uäix, para mim ). 

VA, ba: Carregar - 1 - Akotxi va fi ne: Ella esta car- 
regando um filhinho -- nata filhinho -- fi, ella -- ne, está - 2 - 
Venxére tag agn, Porfirio venkéjeto bakangouve: A gente 
levou este cadaver para o cimiterio do Porfirio ~ venxére, 
aefuncto -- tag, este -- agn, gente -- venkéje, cimiterio -- to, ao - 
bakangôuve, carregou, perfeito plural de bakantin -- 3 -- Eixma 
kanoa bakankuten: Elle me faz passar a canôa para cá - 
eiaman, para mim -- bakankuten, carregar para cá. 


VA: Correr. Vide vó-1-Gôi ki vá ke: Pretende 
eorrer na agua —qôi ki, na agua- ke, pretende. Vavángo 


Vide App. 


VABRA: Esparramar, transbordar, jogar fora -- 1 - Ti 
kuka vovábra: Joga fora os ossos dos taes bichos -- kuka, 
ossos. A repetição das syllabas va. indica pluralidade de 
cousas ou de acções. Vide vam. 


VAEKA: Amanhã. Vide App. 

VAGUA’ Coxo, manco--1-- Vacca vagua fi mo: A 
vacca agora está mancando - fi, ella - mo, está agora. Vide 
App. É 

VAGUO: Coxo--1-- Tanda tôn vagui ti ni: O pobre 
anda coxo -- ti, elle. 


VAT: Prefixo que ás vezes não altera o sentido da 
palavra, e às vezes a transforma em substantivo. Ex: kuw- 
pri, branco ; com © prefixo vad, significa alma. Pronuncia- 
se tambem váix, váin, vêin, véix, véi, vén, oa, oi, Ex: Vai- 
kukfén, Morcego - kukfén, descascar. 

VAIAK A’: Amanhã - vaiá, amanhã -- ka, no - 2 -- Vai- 
éntka: Depois de amanhã -- én, outro -- ka, em --3-- Vaiaká, 
arankaxka : Amanhã de tarde -- 4 - Vaiaká rairânha ton ti : 
Ele amanbã não trabalha - rairânha, trabalha - 5 - Vaike- 
ran káxika : Amanhã de tarde. ( Vaikerankaxka) Vide App. 


VAI - Rodear -1-- Vai ninja: Rodear a fumaça. 
VAIKENE : Embirra. Vaikokenfi ( Vise): Dança 
Vailkréti: Perder ( vise ). 


— 200 — 


VAINGRIN : Festim caseiro. Tambem vaikoké fu. 
Ambos significam baile -I- Ix jógn ti in, veingrm han ne: 
Meu pai faz festa em sua casa -- 2x, meu -- ti in, na casa del- 
le --han, fazendo - ne, esta. 

VAIL” : Cigarro, charuto --I-- Vatu koi ix: Eu pito 
um cigarro -- kói, como--2--Vaiu gru: Accender um cigarro. 

VAIJU'DN: Chegar, de vái e de jun. 

VEINCANGRA’ : Quatro --1-- Péin veinchangra : 
Quatro pés. 

VEIKAT 4: : Remedios -- kata, salutar, medicinal. Vi- 
de veinketd, vainketá, 

VAIS EIE, vexkéje: Cimiterio - I -- Venxére tag agn 
Porfirio veixkeje to bakangóuve: A gente levou para o cemi- 
terio do Porfirio este cadaver - venxére tag, este cadaver - 
agn, a gente -- bakangüuve levaram, plural perfeito de ba-- 
kantin -- venxkéje cemiterio -- to, para. 

VAIKOKEFU’: Dança. Vide vaigrin. 

VAINKRIVE'DNIA ( VEINKRIVE'DNIA ): Guarda- 
chuva -- J:r?, acima -- ve, proteger, apresentar -- ja, instrumento. 

VEINKRA'N: Plantar, bastar - 1 -- Ore ti tôn, vaia ti 
tôn vainkran ti ke ti tôn ne: Elle não planta nem hoje 
nem amanhã --óre, hoje --ti, elle--tôn, não. (Tambem nao 
basta nem para hoje nem para amanhã. ) 

- VEIKRI FI: Uma cousa posta acima da cutra -- Ji, 
acima -- fi, pôr- 1 - An ngé vaikri fi: Pôr uma mão acima da 
outra - 2-- Vain done apéin fé: Pôr um pé atraz do outro -- 
- apén, pé -- fé, pôr. 

VAIXKUPEN : Lavarse -- 1 - Kurarétki vaixkupéx 
ke: Pretende lavar-se todos dias - kupén, lavar -- kwran, dia -- 
rátki, cada ( réthi ). 

VAIKUPRIN, veikuprin, vaikupri: Alma--va, prefi- 
xo - kupri, branco. 

VE KUREJA: Pente. 

VAINDU”: Rir- Vaindi vaix ne: Não gosta de rir -- 
váix, não gostar -- ne, esta. 

VAINPRA’: Gemer, gritar - 1 - Veixpraktimo: Estou 
gemendo - 2-- Veixpran man ti: Elle continua a gemer - 
man: mais, continuar. 

VAINLO’: Ler. Vide App. 

VAINMANTITI: Responder. 

VEINVO’: Correr. Vide vo, uôd--1 - Kavarú vainvo: 
O cavallo corre (petén): corre depressa. 

VAIONTKA: Depois de amanhã -- vaia, amanhã -- ôn, 
outro -- ka, em. Vide vata. 

VAINPEF7N: Tanga, perizoma, xiripá, saia. . 

VAINRO’: Livro. Vide App. 

: VA IX: Não gostar, não querer, ser dificil, nunca, ser 
impossivel.) - Vin vaix t/ té ni: Não pode falar, é mudo - vin, 
falar -- ti, elle - 2 -- Anjan vair tini: Nav gosta de brincar -- 
kajúm, brincar - 3 - Hat ne váix: Faz com dificuldade -- had, 
fazer -- 4 -- Vin kidv eramen váix: Eu aprehendi a falar com 








ad 


— 201 — 


dificuldade -- vin, falar -- kidvezramen, aprehender - 5 -- Tére 
vaix: Nunca morre -- 6 - On jaktara váix : Alguem, que nunca 
é miseravel -- jaktara, miseravel -- 7 -- One vin kara váix : Tar- 
tamudo -- kara, acaba - vin, fallar--vaix, nunca--8 - One vin 
vaio: Taciturno — vä/x, não gosta -- 9 - Ninhéro vanhã (x ke 
æôro váix ti ne: Eu não gosto de ganhar dinheiro -- ke, quero 
- x0 0, desejo -- 10 -- Denim kajame váix ti ne: Elle não quer 
comprar nada - kajáme, comprar -- 11 - Tére váix tog nt: 
Não gosta de morrer — tére, morrer -- váix, não gosta - 
tógn, está — 12 —- Kova vdix tógn ni: Elle não gosta 
de comer - k6/, comer - 13 - Luix laranha vaix hadno: A 
Luiz repugna agora o trabalho -- hadno, faz -- 14-- Nan lirá- 
nha vdie tégn: Eu gosto de trabalhar -- xan, eu - togn, estou - 
15 -- Kané vaix tije : Não quer dar fructas, & esteril --kané, fruc- 
tas — ti, elle -- je, está -— 16 - Gôix ki tére váia had: Foi difheil 
livrar-me da morte na agua (de escapar de ser afogado) - 
ki, dentro -- tére, m rrer--váix had. difficil a fazer -- 17 -- On 
pirit epangh hdd ne, kara vais hati: Fazer uma roça um só 
homem, é cousa que nunca se acaba--ôn, um - pirit, só - 
pángh, roça - kdra, acabar -- had, fazer -- 13 - Ixá kiv inrá- 
men javaix titi: Elle me entende com dificuldade -- kivein 
rdmen, entender, comprehender -- 19 -- Hadno vaix hati: 
Difficil a fazer -- 20 - One vin váix: Não quer mentir, quer 
ser veridico - ôno, mentir -- vin, falar--21 -- Venbéno vaix ti ni: 
Elle não é enredador - venbéno, enredar agora -- vad ti ni, 
não gosta (venbéd ne). Vide App. 

VA IX: Amanhã, no tempo futuro. 

VA'IX : Difficil, não poder-- 1-- Aréd nia váix ra, ix 
krén: Apezar de ser difficil salvar-me, eu me salvei -- kré, 
salvar - d, connectivo -javaéx ra, apezar de ser difücil - 2 - 
Ama vin vdix ix: Eu não te posso falar -- amd, para você 
-- vin, falar -- vdix, posso. 

VAIX: Ha muito tempo--1-- Lx jogn tere ti váix 
hüri: Meu pai morreu ha muito tempo - húri, particula para 
indicar o tempo passado -- ix, meu. 


Vdixkdni VE: Está de cabeça baixa - 1 -- Krin váix 
kâni ve: Esta de cabeça baixa. 
VAIU’ Cigarro. Vide App. 


VAIV ÉIE : Espelho. 
VAJI’ Cilada. 


VAM: Jogar fora-1-- Ti ni vavamba: Jogar fora a 
carne do tal animal--2-- Lé ki kaféi vavéimba: Atirar fora 
as flores, esparramar as flôres no capim -- lé, fora, capim. 

VAN: Estar, prefixo em lugar de véin - 1-- Kura 
vanjuno: Chega o inverno --kuxd: frio, inverno — júno, che- 
ga agora - 2-- Ta ag vanjuno: Aquella gente ahi, chega - 
ta, lá -- 3-- Ti nindó vanxe je: O braço delle está preso -- 
nindó, braço -- ve nxé, preso - je, esta-4-- Eix pé van hid 
ne: Mea pé está -melhor - hôd, melhor -- d, connectivo -- ne, 


” 


= 902 = 


está- 5 - Ama hô ne ti van: Você é muito bom- 6 -- Kurán 
van ton ti: Elle não tem tempo -- kurán, tempo - 7 —- Gôio 
ki van ke: Vai estar no porto -- góio ki, na agua, no porto 
- ke, vai--8-- Ta vankúte taktóixti: Chove tres vezes - ta, 
chuva - veínkúte, cahe- faktôirti, tres vezes -- 9 -- Vanfuüre 
tog núnti: As folhas estão seccas -- vanfudre, fudre: folhas 


- tógn, seccas -- nanté, estão .- 10 - Éix fé vankangámo: Me 
dóe o estomago -- fé, estamago -- veinkangâmo, está doente 
agora--11-- Ta van ki judn: A chuva está chegando -- judn, 
chegar -12-- Venharô van judn: O correio vai chegando - 
venharó: Livro, cartas, cousa escripta - 13 - Ninhéro van 
húri : Teve dinheiro no passado -- 14 -- To venharé van nánti: 
Elles vão tendo livros -- to, ter -- 15 - Exôn küfé vat ôn kri 
tampri kané: A minha faca é melhor do que a outra - exôn, 
minha -- kiifé, faca -- ôn, outra -- kri, do que — tampri, melhor - 
kane, é-- 16 - Ti géra van ton jatô ke ton? Resp.: Tonjan 
(tônjen) kémo, jantan kangrat ka: O cheiro delle não des- 
apparecerä ? Resposta: Affastar-se-ha, quando o corvo tiver 
comido tudo -- gére, cheiro -- v2), estar -- tónja, fóra -- ke, vai: 
serve para fazer o futuro -- tôn, não -- tônjen, esta fora -- kémo, 
serve para fazer o futuro - jantá, corvo -- lan, comer -- grat, 
tudo - ka, quando-17- Jantka van dôro ja ix: Eu vejo 
que a porta esta aberta - jantká, porta -- van, esta -- dôro, 
aberto - /x, eu-- ve, vejo-19-On kerét tavin fi, ha nira: 
Aquella que está demais ferida, fique sentada -- ôn, fi, aquel- 
la que -- kerét, ferida - tavin, demais -- ha, voz imper. -- nira, 
fique sentada - 20 - Kiixá pirá van ton ni ha: Não faz ainda 
um mez -- kiixá, lua, mez - pirá, um -- van está, faz -- ha, já. 
21 -- Horténxio vankanga ra, rairânha tin mó: Hortencio, 
apesar de estar donte, vai trabalhar -- kangá, doente - ra, 
apesar -- tinmo: vai agora - 22 - Kamét veinkata veingémo : 
Tem medo de tomar o remedio - kamé, ter medo - t, conne- 
ctivo - gémo, tomo agora. Vide App. 
VAN, em vez de fodn: Atirar. 


VAN: Rapaziada, rapaz, -- 1-- Ki hadra van! Oh! ra- 
paziada ! trabalhai ! -- hádra, imper. de hadn, fazer. | 

VANKÜRE: Variedade de moscas -- kiire, falar, voz. 

VANDON: Atraz. — ane dôn -1-- Vandône evatx: 
Olhar atraz -- coiái, olhar -- 2 -- Franxixko joriirut jami ti tin, 
Joxé va-dô ti tin: tis vai adiante do carro. José atraz - 
jóriimút, carro - jami adiante - ti, elle. 

VANFO’RE: Perder. V, (nasalado ). 

VANGRO’: Garganta. 


VANHA’: Ganhar -- 1 - Ninhéro venhi ix ke x6ro 
váio ti ne: Eu não quero ganhar muito dinheiro -- ke, quero, 
vou - xóro, desejar -- váix, não gostar. 

VANXO":--1-- Vanxó Topén kujike: No meio da se- 
mana -- kujuke, meio. 





AO pt eS 


VENUVO’: rerver- 1-- Kuk:rôn venúvóre: A panella 
esta fervendo -- re, esta -- 2 — Krén (1) venuvoremo : No fundo 
esta fervendo -- kren, krenman: No fundo-3- Kafé vanu- 
vóremo: O Café esta fervendo. — Significa tambem correr. 


VARA: Circulo - 1-- Vára hátimo: Elle está fazendo 
um circulo -- hati, fazer - 2 - Ori gozo vara juno: Hoje chega 
um rego de agua - 3 —- Ex in man varant nänti: Em redor 
de minhas casas tem um fosso - 2, casa -- man, redor — 
nanti, tem. 

VARANTA’TA: Fazer roda com o corpo, ir em roda -- 
1- Varantate fagmo: Ellas correm em roda--2--E’ix in man 
varantate he kant agn: Elles estão rodeando a minha casa- 
ma, em redor -- kana, estão - agn, elles. Varan: Circulo -- 
tata -- correr. 


VÁRE: Cheio em vez de fóre, maior -- 1 - Ori, goio 
vare jane, está: Hoje o rio está cheio (é maior ). 

VA'RE: Pouso--1-- Vare je kuran ha: Ja é hora de 
ir no pouso-- je, é-ha, ja--2-- Varexi te nognorje: Estão 
deitados no pouso para dormir -- varexi, pouso pequeno -- te, 
no -- nan, deitado -- q, -- connectivo - nôr je, esta ( dormindo ). 

VAREJA: Thesoura--1- Ti buügh kan varéja je: 
No rabo delle tem uma thesoura -- ti, delle -- buügh, cauda - 
kan, na -- je, esta. 

VAVA'I: Vagabundo -1- Ti agn vavai je: A gente 
delle é vagabunda. 

VAVA’: Botar fora, transbordar. Vide vam -- 1 -- Ni- 
nhéro vava kenema je: Gosta de botar fora dinheiro - kenema 
je; esta gostando--2-- Ti nz vavamdra: Joga tu fora a 
carne do tal bixo--t/ nz, carne do tal bixo-3- Ti Luka 
vavambra: Joga fora o osso de tal bixo--4--Lé ko kaféi 
vav-mo: Atirar fora as flores, esparamar as flores no cam- 
po -- lé, fora, campo, capim -- kafé?, flor - 5 -- Gôio vavar xa: 
O rio está transbordando, está empolado, faz vanzeiro -- 6 - 
Gôio kri vavakte goio: A agua vai transbordar no porto -- 
goto kri, porto. Vide App. 

VAXT': Cilada. Vide waji. 

VEVA'NGO: Correr muito, correr varias vezes. Vi- 
de App. 

VE: Achar--1-- Xan kané, ix ve: Procurando, achei -- 
wan, eu-- kané, procurar --2-- Peju dn tan ve javäix ke: 
Escondeu onde não se podia achar - pejit, esconder -- ôntan, 
onde -- ve, desecbrir -- javáixke, não se podia. Vide App. 

VE: Virar. Vide App. 

VE: Torto. Vide App. 

VE--1-- Ono ve ha: Antigo. 

VE: Apresentar - 1 - T; ve ix: Eu apresentei a elle - 
2- Ixan ti ve kan, ti bré vembé ix: Quando elle se apre- 





(1) Kren significa tambem vaso, 


— 204 — 


sentou, prosiei com elle - #rdn, a mim-- kan, quando - bré - 
com -- vembé, conversar. 

VE: Como, semelhante, parece -- 1 - Pantéie bwiigh ve : 
Parece-se com a cauda do passaro cachique ( amarella ) - 
buügh, cauda - 2 -- Aran ve: semelhante ao sol - 3 -- Tanta D, 
kixá ve: A letra D, é semelhante à lua -- Jiixá, lua -- tanta, 
letra. 

VE: Fallar-1- Tx pije ti bre ve hi ne: Não me dou 
com elle --píje, não--bre, com--ve, palavra --hô, boa — ne, 
está. 


VE: Descobrir -1-- Ama kix ve: Eu descubro, para 
Você - k, connectivo -- ix, eu -- dma, você -- 2 -- Tive agn húri : 
Elles o descobriram -- hurd, particula que indica o passado 
-3- Ajôro ve agn húri: Elles descobriram uma anta - 
ajoro, anta. 

VE: Menos-- 1 -- Kupri ve: Menos branco - 2 -- Javú 
ve: Irmão menor. 

VE: Ser, estar - 1 -- Kupri ve: E” branco - 2 -- Antôjo 
ve: E' Antonio--3- T; têre ve: Esta morto -- têre, morto — 
4 -- Gire tag venxén hi je ve: hára ori, jomma ne; kején 
tonjonmo: Este menino uma vez era bom; mas agora é 
malvado; no futuro não será mau -- gire, menino -- t7g, este - 
venxén, uma vez -- hd, bom — jéve, era -- hara, mas -- Óri, agora — 
jonma, malvado- je, é--kején, no futuro — tôn, não - jônmo, 
será brabo -- 5-- Navarü ton ve: agn v2: Nao é cavallo: é 
gente - 6 -- Veiôtn ve: KE historia!- 04, falso, mentira -- 7 -- 
Kofa fi ve: Ella esta velha -- kofá, velha. 

VE: Extender-1- Ningé véra: Extende tu a mão. 

VE: Ganhar-1-- Emi ve ix: Ganhei um pão, um 
bolo -- emi, pão. 


VE: Irma--1-- Ve waz: Irmã primogenita - 2-- Ve tô- 


gtang: Irmã moça - 3-- 1x veg: Minha irma -- 5 -- Ix jog ve: 


Minha tia paterna -- 6 -- Zx ve fi: Minha irma - 7 -- Vexi:, 


Irmanzinha -- xi, pequeno - 8 -- Ilangré ve: Mulher do ineu ir- 
mão, cunhada -- 9 - Tx pron fi javii: Irmão de minha mulher, 
cunhado -- pron, mulher -- 10- Ve: Prima. 


VE: Mostrar--1-- Hicmán de ve ne: Elle me esta 
mostrando uma cousa-- de, cousa-- ne, esta. Vide vevénd. — 
2-- Jagne man ag den nija ve: Hiles mostram um a outro 
o logar onde estaciona o bicho -- jagne man, um a outro - déne, 
o bicho -- nija, logar, morada. 


VE: Parecer--1--Ungré ve ontantô tara kri tampri 
kánti: (O homem parece ser mais forte do que mulber -- ungré, 
homem -- ve, parece--tára, forte--kri, do que --tampri, me- 
lhor, superior -- känti, está--2-- Ve ti hari hi känti: Parece 
que já ficou melhor -- húri, ja: indica o tempo passado -- hd, 
bom -- kanti, esta. 

VE: Primeiro, principiar --1-- Veg mén: Quem le- 
vanta primeiro -- mon, levantar -- 2 -- On kankúte vémo: Quem 
nasce primeiro -- kanküte, nascer -- vémo, agora primeiro - 3 - 








ee ee ee eS ee ee 


Xa vémo: Eu agora sou o primeiro -- xa, eu -4-- Vejéne: 
Primeira refeição, refeição, almoço. Vide App. 

VE: E. 

VE: Ver, cuidar - 1-- Véra: Vetu. Imper.- 2-- Tantká 
dôro véra: Ve tu si a porta esta aberta -- iantkä, porta — adro, 
esta aberto -- 3-- Véra: Cuida tu (p. ex.: do serviço )--4- 
Xanxi veg ti je ne: Elle está olhando o passarinho -- xanxi, 
passarinho -- vég, olhando -- ne, esta -- 5 -- Tantká van dôro véra : 
Ve tu se a porta está aberta -- van, está -- 6 -- Agn ve tôn ix 
kantin : Eu venho sem ver-vos - agn, vos -- ve, ver - tôn, não 
-7-- Angringe vex ting ge: Eu pretendo ir ver o baile -- 
angringe, baile -- x, eu--tin, ir-- ge, pretendo -- 8 - Kanga ve 
ix tin ge: Eu pretendo ir ver um doente - kanga, doente -- 
9--Éim ve ti: Elle nos ve-#, elle 10 -- Empriiri to veg 
kan, prére ti: Ao velo na rua, gritou - Emprüri, rua -- te, 
na -- veg, ver -- kan, emquanto -- prére, gritou -- 11 - Ve ton, ix 
tot kantin: Eu volto sem ser visto--12-- 77 momen ve ix: 
Eu o vi atropellado, com medo -- ti, a elle -- 15 -- Ix kin evaix ; 
karana kukrôn ve; rairânha man fimo ha: Olhou para mim ; 
depois viu a panella; agora continua a trahalhar - ix kin, 
em mim -- karana, depois -- kukrén, panella -- ve, olhou -- rai- 
ranha, trabalhar - man. continuou -- fi, ella --mô, agora -- 14 
- Ve gôio kenemä ne (je): Gosta de ver agua -- kanemá je, 
esta gostando -- 15 -- Ti tan ke ve ix: Eu vi aquelle que fala- 
va--ti tan, aquelle que - ke, falava. Vide veg. Vide App. 

VE: Virar--1-- Apâni ve ti: Elle virou as costas -- a, 
prothesi -- pani, costas. 


VE, Desinencia do imperfeito. Vide App. . 

VE’AN: Criôlo--1-- Veanfi: Criôla - 2- En veanfi: 
Nossa criôla -- 3 -- Pórco veaniæmo, jeanixmo: Crio um porco. 
Vide jeanixmo, anixmo. Vide App. 


VEKE: Presente -1-- Véke ixma nim: Me dê um 
presente -- nim, da tu. 

VEG: Ver-1-Ix jogn kanendôro kanjen. kan, ix 
veon: Eu vi meu pai, estando na janella -- kanendôro, ja- 
nella-- kan, na-2--Xanxi veg ti ja ne: Está vendo um 
passarinho -- xanxi, passarinho -- já ne, esta. Vide App. 

VEG : Primeiro. 

VEDN, em vez de vini. Fallar. 

VEI: Apparecer --1-- Ta ki véi pandére: Appareceu 
aqui um sacerdote -- ta kz, aqui -- pandére, sacerdote. 


VEL: Ganhar, receber -- 1 -- Emin véi: Ganhar um pão, 
um bolo. 

VEI: Ver--1-- Kaiká ix véi kantin: Eu venho visitar 
os parentes - k«ikä, parentes, contribulos, socios -- 2 -- [xo ti 
véix hôti: Eu tenho saudade de velo - ixôn, eu-- tz, a elle 
- hôti, quero muito -- 3 -- São Jerónimo féxia véio kangôuve : 
Elles foram ver a festa em São Jeronimo -- kangóiúve, plural 
de tin, perfeito. 












QGICA7 


N S 
(Qu da Ha € 










a Ÿ se aoa ee 
LI LIBRARY) pe 
em 

> 6 “Sy, / Bs 


/ 


eo he a D: AE 
‘fp ABS 


2 OG oe 


VEIKETAI: Remedio. 

VEINKRIT: Uma cousa acima da outra - 1 - Apéin 
veinxkri fi ti: Elle poz um pé acima do outro -- fi, por - 2 
- Veinkri pan fin ti: Elle amara uma cousa acima da 
outra -- pan, amarrar -- fi, ligar. 

VEINKAKTIM : Não sabe, é bobo. 

VEINKANGRA'JE on kafänte : Cinco. 

Nota. Os seguintes nomes, etc. podem-se escrever 
com as sillabas iniciaes veix ( nasal), ven; dando a mesma 
pronuncia, como quando se pronuncia j ou » nasalados, á | 
ultima letra. Por isso nós escrevemos as palavras seguintes 
indifferentemente com uma ou outra sillaba. Póde-se escre- 
ver tambem veinx, ben, béinx, van. 

VEIN: Em redôr--1-- Pin man véin ix tin: Eu vou 
em redor do fogo. 

VEINA'E: Prisioneiro, criôlo, escravo -- véin, um -- de, 
anixmo, criar. 


VEINKAKT: Dentro -1-- Veinkaki dinheiro fódn : 
Por dentro, pôr no bolso dinheiro -- kaki, deutre -- fodn,. pôr -- 
2- Andôro veixkaki fódn: Ponha no bolso -- dôro, buraco, 
bolso. 

VEIKAT 4’ veinkata: Remedio -- 1-- Veinhoktân ge, 
veinkiiktan je: Está curando -- 2 -- Veinkakta korégn: Reme- 
dio que não presta, ruim, atôa -- 3 -- Ono veinkaktá ( veinketá ) 
krôno ti kuxa: Elle bebe frio o outro remedio -- dn, outro -- 
krôn, bebe -- o, connectivo. -- Aran krôn ké ton: Não o pode 
beber quente -- arän, quente -- ke, pode-- 4 - Veixkakta korégn 
krô ti: Elle bebe o remedio ruim -- korégn, ruim — 5 -- Vein- 
kata ho je, k'éno ; xin, krone: Si o remedio é muito, mata, 
si é pouco, se pode beber -- 6 -- Vernkaktá dun kanga kata: 
Remedio que cura a dor de ventre--dun, ventre - kanga, 
doente -- kata, salutar -- 7 - Veinkat&a ko ja fi ni: Ella esta 
tomando remedio -- ko, comendu -- jc, agora -- fi, ella-- ni, está 
-8-- Veinkata koja kan, tonjara mo: Porque tomaram reme- 
dio, sahiram para fora - kan, porque .- tônja, fora-- ra, para - 
mo, vão, plural de tin, ir--9-- Veinkatá hi: Remedio bom -- 
hé, bom. 


VEIKAKTI’ : (veikakti ) : Tolice -- 1 - Onu veikaktin : 
Outro louco -- ôno, outro -- 2 -- Veikakti hati: Elle faz de bobo 
a Fulano de tal -- hat, faz -- ti, a elle. 


VEINKANE: Olho de agua -- kané, olho. 

VEINKA'NE: Bolso -- 1 -- Veinkané to ningé känje: A 
mão esta no bolso -- to, no - ningé, mão - 1 - kanje, esta. 

VEINKANGA’: Doente -- 1-- 7% veinkanga küktäng : 
Curar um doente -- kiiktin, curar. 

VEINKANGRA’: (Quatre -- 1 -- Veinkangra én kafante 
Cinco -- On, ontro -- kafan, alem -- te, em -- 2 -- Veinkangra ti 
(Quatro pess: as. | 

VEINKANJT'RI: Festa. 





=< SCT 


— 207 — 
VEINKANPO'VO : Eneruzilhada -- 1 -- Emprü veinkan- 


pov»: Encruzilhada da rua--póro, pawo, separar -- emprii, 
estrada. 

VEINK A’NTEN : Um a outro -- 1 -- Veinkanten kränje: 
Está unido um a outro -- kranje, unido. 

VEINK A’NTI: Ser -- 1 - Niixã veinkânti prin ru: Um 
mez é ama parte do anno - kiixá : mez, lua — prin, anno - ru, 
corte, parte. 

VEINKARTDN : Repartir no meio -- 1 -- Ti veixkaridn: 
Metade de alguma cousa. Vide App. 

VEINKARU’: O resto de alguma cousa - 1 -- Ti vein- 
kara je nim: Me guarde o resto daquillo -- je nim, guarda tu. 

VEINXKARA’: Polo. Vide App. 

VEINK &’ JE, uankéi : Cemiterio -- kéje, defuncto ? — 1 — 
Veinkéje to: No cemiterio -- to, no. 

VEINKRE'ME, veinkrâme: Em baixo -- 1 - Veinkréme 
eoûtx : Olhar em baixo. 

VEINKENEMA' NE: Que gosta. -- 1 - Veinrô veinkene- 
ma ne: Que gosta de letras, estudioso - veinrô, livro, letra. 

VEINK? : Matto.--1- Vein ki dij vein pejú: Escon- 
deu-se no matto -- dij, no -- veixpejú, escondeu. 

VEIKANJA, veinkranja: Unir, emendar ( veinkranja, 
veinki kränja ). 

VEINKIJU'DN: Lugar de chegada -- 1 - Gozo veinki- 
judn: Lugar de chegada da agua -- júdn, chegar. 

VEINKLIVEDNIA : Guarda-chuva. Vide App. 


VEINKODJE: Descançar - 1 -- Venixküti: Elle des- 
cança -- ti, elle. 
VEINXKRBE : Para baixo - 1 -- Veenxkré eovaix : Olhar 


“para baixo -- cováix, olhar--2-- Veinxkré to ve: Está em 


baixo -- to, em -- ve, está -- 3 -- Veinkrénti codi jen ti: Elle está 
olhando em baixo -- jén está., 


VEINKRE'N : Familha, criança. 

VEINKE, veznkré: Ler, contar, fazer contas -- 1 - 
Veinkré kara ton ne: Ainda não está lendo tudo. Tambem : 
Não acabar de ler ~ kara, acabar tôn, ainda não. 


VEIKRE’N, vemmkrédn : Pensar. 

VEINKRE'NOIX : Carpir. 

VEINKRI’: Encima--1- Veinkri fi fa ti: Elle põe 
uma perna acima da outra -- fi, collocar -- fa, perna -- 2 -- Apéin 
veinkri fi: Pôr um pé acima do outro -- a, connectixo -- péin, 
pé-3- Ti pén veinkri fi kin ne: Um pé delle está posto 
encima do outro pé -- kane, está - 4 -- Anpén ti veinkri fi kan 
ni: Está com os pés postos encima dos pés do outro -- tê, 
delle --5-- Veinkri tan ne: Aquelle esta posto encima do. 
outro -- fan,aquelle -- 6 -- Aningé veinkritôn, kranke: Uma mão 
posta encima da outra (e unidas ) -- tôn, outro ~kranke, uni- 
das -- 7 — Veinkri tôn: um posto encima do outro 

VEINKRI: Coberto-1-- Veinkrí ti kané ne: Está 
ficando coberto - kané ficando -- ne, esta, 


a JOB = 


VEINKRIVE DNIA, veinkliuédnia: Guarda chuva, taxo 
( Vise ). 
VEINKUK: Linha--1-- Vethukextimo: A linha esta 
presa agora—e presa - x, connectivo -- ti, elle -- mo, agora, 

ONVEIKUKTA'NJE: O medico. Vide App. 

VEINKUPE’VE: Sou padrinho. Vide App. 

VEINKUKXE’X: Enleado -- 1 -- Vekúkxéxe: muito 
enleado. 

VEINKUJE’NTIMO: Elle esta derramando, derramar. 


VEINKUPE’: Fazer banho -- 1 -- Veinkupéktimo: Elle 


agora toma banho -- 2 -- Kwrarékte (kuraräkti) -veinkupétimo : 
Yoma banho todo o dia--kwra, dia -- rátki, rétki, cada—-3- 
Veinkupé ve: E' meu atilhado — ve. é. 

VEINKURA'N: Costurar, costura - 1 -- Veinkurän tí 
kiveirämen : Aprehende a costurar, sabe costurar. 

VEINKUREJA: Pente 

VEINMA'NE: Mai. Vide App. 

VEIXMAN : Cousa. Vide App. 

VEIXPORO, aran : Febre. 

VE'IX : Não gostar. Vide App. 

VEINDER: Vender -- 1 -- Eix vendér: Eu vendo. 

VEINDON 4’: Um atraz do outro -- Véindona apéin fe 
(fi): Por um pé atraz do outro -- fe, por. 

VEINDU: Rir--1-- Veindú vaix ti ne: Não gosta de 
rir -- ti, elle - ne, esá-—- váix, não gostar - 2 -- Veindü javaiæ 
ra, 2x veindü: Apezar de eu não gostar de rir, eu ri-- ra, 
apezar -- javáix, não gostar. Diz-se tambem veinjii, rir. Vide 
App. 

VEINDUMO, vendriimo: Causar prejuizo -- 1 - Katxine 
kan, veindriimo: Por causa do rato, eu estou com prejuizo - 
kan, por causa. 

VEINGRIN, veingrére: Baile, dança - 1 -- Veingrin je 
hadex kémo: (Quero dançar -- fazer -- x, eu -- kémo, pretendo - 
2-- Agringe ve jex tinmo: Eu agora vou ver o baile - an, 
prothesi — ve, vêr -- jex, eu -- tinmo, vou agora. 

VEINGRIN : Brinco (veingrine, veingreiin) Melhor: 
Veingrin ningréin to xa-veingrin, artefacto -- ningréin, orelha 
- to xa, preso à (orelha )--to, a - xa, preso. 

VEINGRIN : Enleado -- 1 -- Pan veingrin: Cobra en- 
leada — pan, evbra. . 

VEINGRIN: Gratuitamente, sem ganhar. 

VEINGRIN : Moringa, artefacto qualquer -- 1 -- Veingrin 
govo külti: A agua da moringa esta secca -- kélti, secco — 2 
- Veingrin ki goto hékti: A agua no pote esta secca — ki, no. 

VEINKANJIRI: Festa - 1-- Vetnkanjire karka in ki mo 
nânti: Depois da festa, elles estão casa -- aria, depois 
- in, casa -- kt, em-- mo, indo -- nânti, estão. 

VEINMA'N: Não gostar. 

VEIXM4A’: Mal. Vide App. 

V£EINPEJU’: Roubar. Vide App. 





| 
| 
| 
| 
| 
| 
| 
| 
| 


or si 7" - 


= ao = 


VEIRAI: Duas vezes. Vide App., tambem outras pa- 
lavras. 

VENHARO: Escrever. aprehender a lêr, lêr — 1 -- Kar- 
kax tôt tin man alankáska venharütimo : Logo de tarde elle 
volta na escola para continuar a aprehender - kárka. logo 
depois -- tôt tin, voltar -- man, mais - alankaxka, de tarde -- ti 
elle - 2 - Venharô timo: Elle esta escrevendo -- vétr, prefixo 
arô, letra -- mo, agora -- 3 -- Venharô ti ni ni: Elle está sen- 
tado para escrever -- ni, sentado -- ni, está -- 4 - On tan venharô 
kikairôone : (Quem sabe ler, mestre -- ôn tan, aquelle que - kz- 
kairôn, sabendo, ne, esta -- 5 -- Ixman vaiaka venharü : Eïle 
me escreve amanhã -- ixmãm, para mim -- vaiá, manhã -- ka, em 
—- 6- Venharô had dix: Eu escrevo cartas - had, faço -- 7 - 
Venharô niafa: Tinta para escrever --jafã: meio, instru- 
mento, materia para fazer uma cousa - 8 — Veinrô venkma je: 
Um que gosta de estudar - venkmá, que gosta. 

VENHARO: Cousa escripta, livro, carta, papel es-- 
cripto, pintado. 

VENHARO DE: Cousa escripta-- de, cousa-- 2 - Ve-- 
nharô van jédn: Esta chegando o correio ~ veinjudn, che-- 
gar. 

VENHARO: O Rio Tibagy. Talvez por ser a di- 
visa do territorio dos Kaingangs tosquiados. 

VENHARO: Tosquiado -- I - Kaingang venharó: 
Kaingang de cabellos cortados. — Os que tem cabellos cum- 
pridos, são appellidados de Jaquá tug téie. Veja esta voz. 
Jakuë: porearia, lagarta. 

VENHARO” BEN : Pentear. 

VENHAROT PU: O cabo do pente -- pu, cabo. 

VENHON: Falso -- ven, prefixo ôn, falso ( veinôn ). 

VENXU JAKUA’: Ferrugem, sujeira, de alguma 
cousa. 

VENHARO: Pelle, tosquiado (venlé)--I -- Venharü 
grant tógmo : Estou raspando a pelle -- gran, raspar -- tó- 


gmo, estou. , 
VEJENE: Venjéne. Refeição - I -- Venjéne, kara 


“váix: A refeição demora. — Ao contrario: Venjéne hur kara: 


O almoço esta prompto — vái uunca-- kára acaba -- hur, ja - 
2-- Venjéne : Primeira refeição -- ve primeira -- 3 — Ven- 
jen hat: Preparar o almoço -- hat, preparar -- 4 -- Venjén 
hátimo : Estou preparando o almoço -- 5-- Venjén kanjám ti : 
Compra mantimentos -- kanjam, comprar -- 6 - An tan ven- 
jére hadmo, ki xan tôn ti: A comida que está preparando, 
esta sem sal — antán, a que -- venjén, comida -- ki, pleo-- 
nasmo -- xan, sal - tôn, não -- ti elle -- 7 - Venjén ma 
hut: A comida esta feita - hut, ja. Vide App. 

VENJENMTRA: Estreitar ao peito. 

VtNJO”’DN: Faixa de casca de goivira de que se 
servem as Kaingangs para carregar as crianças nas costas 


Eee (ij 


fazendo--a passar adiante pela frente, e atraz deixando-a 
cahir pelas costas unida pelos seus cabos, onde, atraz das 
costas, seguram pelo assento a criança envolvida num Jençôl. 

VENJOMA'TIMO: Esta brabo -- vein, prefixo -- jôn, 
brabo -- ma, muito — ti, elle -- mo, agora, 

VENJU: Rir. Vide App. 

VENJUTFUIT: Fileiras .- 1 - Venjutifuit fag ti fag: 
Ellas faziam duas fileiras -- fay, ellas. 

VEINLAIRA'NHA, veinlairáia: Trabalhar -- I -- Ve- 
inlairái kofú ma ve: O trabalho é muito pesado -- kofu 
pesado - ma. muito -- vei, é. 

VEINMA’: Aberrecido -- I — Ixma veinlairânha vein- 
ma: Para mim o trabalho é aborrecido -- eixmá, para mim 
2 -— Venma vin je ne: Está aborrecido de fallar -- vin, 
fallar -- jéne, esta -- 3 -- Veinmáântimo : Elle esta aborrecido. 

VEINMA’N: Ajuntamento - I - Ta ka veinman ti 
ne: Aqui tem um ajuntamento -- ta ka, em aqui - 2 — Ve- 


Zeman agn: Elles se ajuntam — agn, elles -- 3 - Pósko ve- 
zxmi: Ajuntamento de porcos, manadas de porcos -- 4 -, 


Agn veixma : Ajuntamento de gente — 5 -- Pombá veixmä- 
veirmo: Ajuntamento de nombos - 6 - Veirma agn nânti: 
Elles estão em bando -- 7 E'ix méix veixmä batin ti ne: 
Elle está carregando o mem rebanho -- méix, animaes -- ba- 
tin, carregar - ne, está. ‘ 


VENMA'N ( venmin) Doença -- I - Krü Jrii ven- : 


man: Lepra -- krú krú. varias feridas, repetido, para indi- 
car pluralidade de feridas - 2 -- Krii krü venman hat kan, 
ti tére : Elle morreu de lepra - hot, sottrer -- kan, porque 
tére, morreu -- 3 -- Veixmã kan ti tére : Elle morreu de 
molestia -- veixmã kan, por estar doente. a 
VEIXMA’: Soffrer -- 1 -- Vezxma fi ne: Ella está doente, 
esta softrendo -- 2 -- Anton grône veinma ne ix: Eu estou sof- 
frendo por tua culpa-antôn,de ti--grône, culpa-3-- Ag 
grône veinma ne ti: Elle soffre por causa dos taes sujeitos. 
VEIXMA'N: Louco--1-- Veinman timo: Elle esta 
louco -- 2 -- Ti veinmá : Loucura delle - 3 - A’nha veinma ne : 
Você esta louco -cnha, você --4- Ag veinmá hat xóro: 
(Querem fazel-o louco, querem enganal-o - 5 -- Ti weixmü 
hat: Fazer de louco alguem enganal-o -- 6 -- Veixmã ti ne: 
Elle esta louco, exquisito -- 7 -- Veixmá kan, góio ti tére 
afogou, porque era louco — kan, porque - tére, morreu. 
VEIXMA' Mal--1-Ix méix veerma hat ti ne: Elle 
está fazendo mal acs meus auimaes -- méix, animal-- hati, 
faz -- ti, elle -- 2 - Eixmã veinma hat ag mo: Elles vão fazer 
mal para mim. 
VEXMA': Presente -- 1-- Tx jan veixma: Presente de 
minha mãi--ja, mii. 


V .IN-NINGREIN-TO'XA: Brincos-- vein ningréin, 


orelhas -- to, a -- xa, preso. 
VEIXPA'NTE: Atraz das costas-- 1-- Veixpânte ki 
evaio : Olhar atraz das costas -- 7, em -- eváix, olhar. 





a O 





Sato ir 


VEIXPEFPN: Tanga, saia, perizoma, xiripa - 1 - 
Franxixko degnengôro ton je ton: veinpefin tavin ton je: 
Francisco não está com calças: só está com perizoma -- ton, 
com -- tôr, não. 

VEINPEJU : Esconder, fugir - 1 - Um agno veinpejú 
kan: Toda outra gente se escondeu -- wm, outra - ayn, gente 
-- 0, connectivo -- kan, todos -- 2 -- Veixcpegúd ix: Eu escondi - d, 
connectivo. 

VEIXPEJU’: Roubar. 

VEIXPE'TI: Sonhar -- 1 -- 2x veixpéti kején enkréxti : 
Eu sonhei que ia cacar--kején, particula para fazer o futu- 
ro -- enkréxti, caçar -- ti, elle. 

VEINPO’RO: Febre -- poro, queimar. 

VEINPREN: Gritar, clamar - Veinprére ti: Elle deu 
um grito-2-- Veinprére mé ix: Eu oiço um grito -me, ou 
vir-3-- Veinpréktimo: Grito, dou gemidos --4 - Veinprán : 
Gemer. 

VEINPRON: Casamento: Veinprôn hur kara: O ca- 
samento está acabado, está feito -- hwr, particula para indica- 
o passado. 

VEIPFUGRIN : Coberto -- 1 -- Veinpugréra : Cobre-te tu. 

VEINRON, venharô : Aprender -1- Tx veinrôn ni- 
krén hôótiti: Eu tenho muita vontade de aprehender a ler 
-3-- Kickantin húru; hara kiveinrämen ha: Tinha-me es- 
quecido ; mas já me lembrei -- kékuktin, esquecer -- hiveinrá- 
men, lembrar — 3 -- Veinlô kenemá je: (rosto muito de estu- 
dar — kenemä, gosto -- 4 -- Kiveinra «x tinge: Eu pretendo ir 
estudar, ensinar -- ge, pretendo. 


VEIXVINE: E' verdade - vin, palavra - ve, é. 

VEIXVO'G: Correr - 1 -- Veixvóg ti tére:. Elle desce 
correndo — tére, desce. 

VENBE'NO: Enredar, enganar - 1 -- Vendéno väir ti 
ni: Não quer enredar -- váix, não quer. 

VENXA': Uma vez, ha muito tempo -- 1 -- Venxán ix 
jog tére: Meu pai morreu ha muito tempo--jég, pai -- tére, 
morreu -- 2 -- Venwat kénvd: Uma vez fez força ? - kenva, fa- 
zer força? -- 3-- Venxät ti ró kara ja: Uma vez entrei na 
horta de Fulano de tal--tz, de Fulano de tal--ró, horta - 
kara, entrei --ke, queria - ja, eu -4- Venrá ix ve ti: 
Uma vez elle me viu-- ve, ver - 5 -- Venxát ke ve: Está fa- 
zendo ha muito tempo -- ke ve, está fazendo - 6 -- One veinkun- 
gré ne veinxé: Aquelle que brigou outro dia--ôn , aquelle 
que -- veinkungré, brigou --ne, estava -- 7 -- Venxat te tag mo 
viiire: Passou ha muito tempo por cá -- tag, aqui -- mi, por, aqui — 
vügre, foi, perfeito de tin, ir- 8-- Venxá ix kofá fi ve: Uma 


vez me vin uma velha. - Ix kato fi te: Elia me encontrou 


— fá fi, velha — ve, ver - kató... te, me encontrou - 9 - Ver é 
réix ti: Outro dia elle surrou - réix, surrou - 10 — Venré 
kangá ix: Outro dia eu fiquei doente - kangä, doente - 11 - 


1 


— 212° — 


Venxat dntanti had ja ne: Outro dia se fingiu mulher - 
ôntanto, mulher -- rat, fazer. 

VENXARE’: Desvecupad»--1-- Venxaré ti tink ti: 
Vive desoceupado ~ 2 -- Jenjére tng ni: EK pregaiçoso - tinkti, 
vive -- jenjére, preguiçoso — tógn, #stamdo - ni, esta. 

VENXAT KENVA: Fazer força ? 

VENXA'NTI VUNO: Chaga purulenta. V. App. 

VENXE: Uma vez. Vide venxá. 

VENXEN KATI’NTI: Puxa contra o geito. 


VENX ERE: Defuneto -- 1 -- Venxére ko tôn nôro ton 
ni: Não quero vigiar o defuneto- nôro ton, vigiar -- leo, ao 
lado -- tôn, não quero -- 27, estar. 

VEIXENBURU FE: Ortiga de cipó -- búru, nascer — 
fé: fita, linha. 

VEINX KARU mi ne kânje: Por a mão no holso - 
ne, mão. Vide App.. 

VEIXKA'NTE KRA'NJE: Unido um ao outro -- hranje, 
unido. 

VEINXT?: Ha pouco tempo - 1 - Veinxiâma ko je: Você 
está comendo ha pouco tempo - ám”, você. 

VEIXO’: Um a outro—1-- Veixo ag ra ninti: Eiles 
moram uns perto dvs outros -- ra, perto - nin ti, estão - 2 — 
Anton grin (grône) veinxo réix ne: Por tua culpa batem 
um no outro - grin, culpa - réix ne, surram-se- veinró, um 


a outro -- 3 -- Anfate veinxó tangranke kantin: Vem com as. 


pernas unidas uma à outra -- tangrânke, unida -- hantin, vem. 
VEINXOGFINJA, veintogfinga : Cinto, correia, cintura 
- fin, amarrar -- ja, instrumento. 


VEINXUPOIX : Vestimento, vestuario - 1 - Veinzupóix 
porn: (Queimar a roupa -- porn, queimar -- 2 - Ti venixupôiæ 
jakuá: Sujeira do vestido delle -3-- Aix veixxupóir erin 
éiæno : Estou vestido de vestuario — erin, coberto -- éixno, 
sou --4-- Veixupoix janjáti: O vestido está rasgado -- ti elle - 
D -- Veixatupôix kurég ne: O vestudo esta ruim -- korég, ruim — 
ne, está - 6 —- Aveixrupwx kúno ti: Eile despe o vestido, 
roupa -- a, connectivo -- kúno, tirar, arrancar. 


VEINVIN : Conversar — vin, fallar. palavra -- vein, pre- 
fixo--1-- Vein vin kiveirâmen: Um que sabe falar, inter 
prete, lingua - kinveirâmen, que conhece--2-- Véix vin ve: 
E' palavra, é verdade. 

VEINVO, venuvé : Correr, médica er--1-- Veinvóg ti tére : 
Desceu correndo -- tére, desceu --2-- Veinvó ma tí je: Elle 
continua a correr - ma, mais, eontinnar — je, está --3-- Ti jon 
veinvé: Elle corre adeaute de Fulano de tal - jo, adeante - 
ti, de Fulano de tal -4 -- Ix vevo vüire: Eu fui-me embora 
correndo -- viré, fui - me, embera. 


VEINVOTI: Elle corre-- 6 - Kavorú veinvó: O ca 
vallo corre - 7 -- Ve/vog tére, desce correndo -- k, connectivo. 





— 215 — 


Tambem veivak tére-3- Te javu hãor veinvig: O mesmo 
meu irmão (de que falamos) corre -- javú, irmão -- hava, mesmo 
-9- Nut tin: venvora: Va depressa: ferve - kut, voz imper. 
- tin, ir -- venvora, ferve. 

VEINVO: Fazer qualquer barulho, ferver--1- Veru- 
vore: Está fervendo -- re, esta: Pode-se tambem dizer: ve- 
NUO, venuvo, venuvóra. 

VEJENE: Refeição - 1 —- Venjéne kara vaic: O al- 
moço demora. Vide veijéne, váix. não gosta - kara, de ser 
prompto. 


VEMBZÆ: Conversar, contar, enredar -- 1 -- Einbré ven- 
bédn hat xéro emane: Grasta de conversar comnosco — einbré, 
comnosen — .córn, desejar -- emane, gosta — hat, fazer - 2 - Ven- 
bédn niafa: Logar de conversa - néafa, logar - 3 -- Timan 
to vembé ti: Fulano de tal conversa com Sicrano de tal - 
timän, a elle-- to, falar -- 4 -- Ajágne enkréxhe to renbédne : 
Conversavam um com outro sobre a caça -- jágnen, um a outro — 
enkréx, caça — 5 -- Ivan ti ve te kan, timhré x vembé : Quando 
eu o vi, eu conversei com elle-ixán, eu--ve. vi- kan, 
quando (no momento ) de vel-o timbré, com elle -- 6 -- Eixman 
venbédn : Elle conversa commigo — 7 -- On vembédn ag tc: 
Elle conta historias a gente - ôn, falso — venbédn, conta - ágio, 
a gente-8- On kamhét venbéd ne: Um que está contando 
historias - 6n, falso, um - kambét, noticia - 9 - Venbéne váix 
ti ni: Elle não gosta de enredar — váix, não gostar — ti, elle - 
ni, está — 10 — Venbét kenemá ne: Está gostanto de enredar - 
kenema, gosta. 

VEMPRE: Poeira. 

VEM: Mostrar. 

VENDER: Vender. 

VENDUNO: vendriimo: Estragar. dar prejuizo, apa- 
gar-1- Katxine xan vendüno: O ratinho agora me dá 
prejuizo - katxine, rato - xan, a mim. 

VEN-A: Criar-!--Fag ven-á: As mulheres criam - 
fay, ellas - 2 - Vená dn: Um eridlo. 

VENGRIRT : De graça — 1 - Vengriri ranharânha : 
Trabalho de graça. 

VENHARO Pelle- 1 - Venhard gran tógmo: Está ras- 
pando a pelle - gran, raspar - tógmo, estou. 

VENO VE: E falso-ren, prefixo - ôn, falso - ve, é 
(E historia! Ora isso!) 

VENXA’ Uma vez. — Vide weinxä. 

VENX FE: Uma vez, outrora. Vide veinxó. 

VENXÉ... VENXÉ: Ora... óra: já... já-1- 
Venxé kamôn, venxé kakamón je: Ora vão, oura vem - ha 
món, elles vem de -- kantin, vir - 2 - Varantá te fagmo: Ellas 


correm fazendo rodas, circulos - mo, agora. 
VENX!7 : Ha noaco tempo. — Vide veixi. 





ETA 


VENXKI’: Um a outro-1- Venxki kranje: Unir 
um a outro, emendar. 

VENXO’: Uma outro-1- Venxd kid ren ved: Uma 
surra ao outro (e) mata-o - ki, em, d, paragoge - rén, sur- 
ruar - xed, bater, matar. 


VÉRA: Extende tu. Vide App 

VÉRA: Aqui. 

VERE: Um pouco. 

VERE: Até agora. Vide App. tambem cutras pa- 
lavras. 


VEVÉDN: Apresentar - 1 - Kanendôro kanje kan, ven- 
cédn: Ele se apresentou, estando na janella - kanendôro, 
janella - kan, na - känje, estar. 


VENVE, véve: Terminação do imperfeito do verbo 
ve, ser, estar -- 1 -- Ti agi ke vénve : Elle queria ser ruim - 
korég, ruim -- ke, querer - 2 - Hat airi vénve kn, l'iränha 
vitire: Logo depois que sarou, foi de novo trabalhar -- hati, 
estar bom-xiri, pouco depois, logo que-- kan, quando -- lai- 
ranha, trabalhar - viiire, foi -- vénve, estava 32 Ta horég 
vénve : Elle era ruim -- vénve, era -- 4-- Prôn xoro ix vénve ; 
hara On prôn javaix ágno: Eu queria casar; mas a gente 
não quer que eu case -- prôn, casar -- coro, quero -- hára, mas — 
én agn, mas a gente javäix, não quer --5-- Pén hô ti vén- 

e; hara ke tin nz ha: Atirava elle bem; mas agora não 
vóde mais- pén, atirava-- hd, bem--ke tôn, não póde -- 6 - 
Kizkaktin vénve; hárat hüru kiveinramen: Eu me tinha 
esquecido; mas agora me lembro -- kivkaktin, esquecer -- huru, 
ja: indica tempo passado - kinveinrâmen, me lembro. 


VERE: Até esta hora, até aqui (tempo e lugar )- 
1- Ha vére kantin: Venha até aqui -- ha, voz imper. -- kantin, 
vir--2 - Vére kuxà ki ke na: Ainda está querendo amanhe- 
cer -kz, em--ke, pretender, querer--kwra, cedo--3-- Véri 
jen tôn ne: Ainda não tem almoço, refeição -- jén, almoço -- 
ton, não--4-- Vére x kürôn ne: Eu estou ainda moço--2, 
eu--kiirôn, moço ( kerôn), novo -- ne, estou -- 5 -- Pergunta : 
Jan, hur kára venjén? Resposta: Vére kara hádn ton ne. Per- 
gunta: Mai, o almoço esta prompto? Resp.: Ainda não 
acabei de preparal-o --jan, mii -- hur, particula adverbial, para 
indicar o tempo passado -- kara, acabar -- venjén, almoço - 
hadn, fazer -- ton, ainda não -- no, está -- 6 -- Vérex kangratka 
kára ton ne: Ainda o retrato não está acabado -- kangratka, 
retrato -- ara, acabar. Tambem: Ainda não acabou de comer 
tudo -- 7 -- Vér-x São Paulo ama ra tin ton ne? Ainda você 
não vai para São Paulo ?-- dma, você--ra, para-- tin, vei 
ton, não--8-- Vére ti tara je: Elle ainda esta forte -- tara, 
forte. 


VERE: por algum tempo, não por sempre -- 1 - Ha 
vére kantin: Venha para ca um pouco -- ha, voz imper.- 








| 


te hf li. à nd 


= as o, 
eS à. e 


— 215 — 


kantin, vir - 2 - Vére nim: Empresta-me -- nim, da-- vére, por 
algum tempo - 3-- Véréx akanoa kanjám ex kémo: Quero 
alugar ( comprar por algum tempo) a canda--4-- Vére me 
kanõa kanjám ix: Eu preteudo alugar por pouco tempo a 
canôa- me, pouco--5-- Kur ixmän vére nim: Empreste- 
me -- kur, de pressa, voz imper.-- 6 -- Vere tora: Guarda tu 
por algum tempo -- tora, guarda, imper. 

VERI: Um pouco--1- Véri kupéra: Lavate um 
pouco -- 2 -- Véri ranharânha ai: Trabalha um pouco - ai, 
um pouco. 

VERE: Primeiramente - 1 -- Ixdn vére jen kütiti: Te 
nho muita vontade de almoçar primeiro - je, almoçar -- hôtiti, 
tenho muita vontade, 

VETKA'N Uma cousa unida à outra-1- Anengét ve- 
tkan: Uma mão unida a outra--a, prothese - ningé, mão -- t, 
paragoge -- 2 -- Aningét vetkan tr jénti: Um que está de mãos 
postas -- jen, está. 

VEXA': Parecer --1-- Tanta D, küxa ve xa: A letra 
D parece-se com a lua -- tanta, letra -- Jriicá, lua -- xa, esta. 

VEXA'N: longe --1-- Vexaän kanti fódn: esta posta 
longe -- fodn, atirar, pôr --2-- On vexän kanti tin: Viaja 
affastado do outro -- ôn, cutro. 

VEXA': Uma vez--( Vide venxa, venxé)--1-- Venxá 
mi hüti ix ne: Eu aqui era muito bom uma vez -- mz, aqui - 
hôti, muito bom. 

VEXA: Irmã primogenita. 

VEXKURU JA, vexkuréja: Pente. 

VEXÉN: Uma vez—1--In pen du ki, kané vexén 
kénve: Uma vez queria elle procurar alguma cousa uo canto 
da casa -- impendó, canto da casa--ín, casa--pén, pé-- do, 
canto -- kané, procurar -- ti, elle -- kénve, queria. 


VEXF LJE, fexféje: Florescer -- 1 -- Kafê vexféje mo: 
O café está florecendo. 

VENXKRÆDN : Combinar, pensar. Vide enkrédn. 

VEXUPO'IX : Vestido -- 1 -- Vexupóir jadnjadn: Ves- 
tido rasgado em varias partes - )1dn, repetido para significar 
pluralidade de rasgos. 

VE TI NE: E' menor. Vide ve. 

VETOIXTO: Improvisamente. Vide App. 

VEVE: Era. Vide vénve. 

VI: Palavra, falar (vide vin). Nandameto 

VIDNBEDN : Conversação. Vide védnbedn -- 1 -- Vidn- 
bédn éimo: Estamos agora em conversação -- éimo, nós agora. 
- 2 - Vidnbédn, mo éin: Nos conversamos (e) caminhamos - 
mó, caminhar. 

VIDN : Dar, distribuir, fornecer, guardar -- 1 -- Kavaru 
kré vida: Dar herva ao cavallo -- ré, herva - 2 -- Farinha 
zema vidn : Dá tu farinha para mim —- 3 -- Vidn hat ix húri: 
Já distribui -- Aúri, já: indica o passado do verbo. Vide App. 


— 216 — 


VIERI'N : Volta ? 

VIN: Falar, mandamento, ordem, recado - 1 - Vin ki 
ti, mi ta? viiire ix: Eu fui matar uma onça por ordem delle 
_- vin, ordem — ki, por —- mi, onça — tái, matar -- viiire, foi--2 - 


Vin jéne ix: Eu mandei recado - jéne, mandei -- 3 - Fagn 


iamak to vin veixmá ne: Ellas dizem para mim palavras 
atôas -- fagn, ellas -- iama, para mim --k, connectivo — to, fal- 
lam -- veixmá, ruim, atoa, louco -- 4 -- Eimá vin ti kémo: Elle 
quer falar commigo -- kémo, quero -- 5 — Eirma ti vin hô je: 
Está bom commigo -- eixmá, para mim --hô, bom -- je -- esta - 
6-- Vin váix ti ni ha: Não pode mais falar - váix, não pode 
-ha, ji-7-- To to ix vin korég hat : Eu disse uma pala- 
vra ruim para elle-- to, fallar- hat, fazer--S--Ir vin: Eu 
falo --9- Vin váix ti ni: Não quer falar - váix, não quer — 
ti ni, elle está - 10 -- Vin kamém kémo ha: Ja elle de medo 
pretende de deixar de fallar -- kamém, deixar de mado -- kémo, 
pretender - ha, já - 11 -- Ti vin konana: Elle escarnece - vin, 
palavra -- konäna : atormenta, judia - 12 -- Xa jogmá ix ke ve: 
Eu pretendo falar a meu pai - xa, eu-- jog, pai-- ma, a — ke, 
querendo -- ve, estou -- 13 - Vi hé ti nik ti: Elle está dizendo 
palavras boas, é manço — hüti, muito bom -- x, connectivo -14 -- 
Jágne ra nai vin ti nanti: Estão deitados um perto de outro 
(e) proseiam -- jágne ra, um perto do outro -- nad, deitar — nánti, 
estão-15 -- Eixmá vin tôn : Não me falou — tôn, não -- 16 -- Xa 
jogma vi x ké ve: Eu pretendo falar a meu pai--xa, meu 
- ke, querendo -- ve, estou --x, eu--17--Vin tôngra: Nao fale 
- 18-- Vin pire: Fala pouco- pire, pouco -- 19 -- Vin hé ti ne: 
Elle está falando bem -- hô, bem — 20 -- Pi vin ki, tag kérxno : 
Eu faço isto por ordem, com licença delle -- ti, delle — ki, por 
— kéixno, faço agora - 21 -- Eixmäno vin kémo tin: Elle quer 
fallar para mim -- eéxmän, para mim — 0, connectivo -- 22 - An 
pije vin to hô je: Tu não estas falando bem - an, tu -- pije, 
não — vin to, dizer palavras -- je, estas - 23 -- Déne ve kaniin 
vine ti: Elle me convidou para ver o bicho -- dé ne, aéne, 
bicho -- kantin vine, dizer que venha. convidar - ve, ver -- 24- 
Eimanto akané joer vin ne: Elle me fala pestanejando com 
os olhos -- eixman, para mim -- akané jodx, pestanas -- vin ne ; 
esta falando -- 25 - Einbré vin hô ne ti: Elle está bom com- 
nosco -- einbré, comnosco - vin, falando -- hd, bem -- ne, esta — 


26 -- Akta ha tin kan tan vinera: Diga a todos que andem 
lá, convide a todos -- akta, a elles-- ha, voz impr. -- tin, ir — 
tan, la-- vinera, dize tu-- 27 -- Eixma ti vin kémo ton: Elle 


está mal commigo--eixmä, para mim-- vin, falar - hémo, : 


pretendo -- tôn, não. Vide krémä je — 28 -- Ix jogn tink ti kan, 
enjuvén hati: Meu pai, quando estava vivo, dava bons con— 
selhos — tinkti, vivo -- kan. quando -- tinkti kan, quaudo vivia 
- enjuvén, conselhos -- húti, fazer, dar -- 29 -- Xa jegmá vi a 
ké ve: Eu pretendo falar a meu pai. Já explicado. Vê tam-— 
bem sob a palavra seguinte. Vide App. 

VIN KARA VA'IX : Tartamudo, nunca acaba de falar 
- váix, dificilmente -- 1 -- Vin korég ti je: Está falando mal, 








dis fa ii e 


PSS id e dd Do 


4 
, 


balbueiante (On vin korég ti je, balbuciante )-- 2 — Vin hema: 
Prosiador -- kema, que gosta--3-- Vin korég ti je: E' maroto 
-4- Vin kuair: Caládo, taciturno -k, counectivo -- uia, 
vai, não gostar. Tambem Vin vaix -- 5 - On to dx vin vaix i 
Com outro eu estou mudo, caladao — ôn, outro -- ni, estou - & 
- Agtôn mim to vm jéne: Elles estavam falando sobre uma 
onça — agtôn, elles -- mim to, sobre uma onça -- vin, falando - 
jéne, estavam -- 7 - Vinton: Silencioso -- 8--Gôio vin ton : Agua 
parada, silenciosa. 
VIN: Amarrar. Vide App. 


VITPK BIB: 1-Pesear -- Vitpkéie kangóiúve: Elles fo- 
ram pescar -- hangiiive, foram: perfeito plural de tin. 

VIRI’N: Virar-1- Kavaru kri ninja virit ke: Virou 
o arreio do cavallo - kr7, do - ninja, arreio — 2 -- Kankéi viri, 
ke: Virou a canõa--3-- Vérit kara: Virar de tudo - karat 
tudo -- 4-- Virin ti: Vira elle. 

VIVT : Solidéo, berrete. 

VO, ve: Imã --1-- Tx ve fi: Minha irmã, minha prima 
- fi, ella. 

VO: Correr. Vide veinvó. Tambem significa fazer 
bulha, ferver -- 1 -- Vora: Corre tu. Tambem wora -- 2 - Uo ton 
gra: Não corras tu: fiques quieto, não te movas-- 3 -- Gozo 
ki vorókte: Corria frequentemente no porto --gõio ki, no 
porto - ke, suffixo para indicar o passado. 

VOHN: Falar. Vide App. 

VOG : Amolar, judiar. 

VOG: Corredeira dos rios-1--Gôi vog ki judn: 
Chegar na corredeira do rio - ki, na -- judn, chegar. 

VOG : Judiar, amolar, atormentar - 1 -- Ix vog tôngrá : 
Não me amoles - 2 -- Déja tr vôg ?: Porque atormentas a elle 
-3- Ie pia ti vog: Eu não faço mal a elle - pia, não — 4 - 
Tx lairanharânha kéira ix vog ma he: Não me amoles, em- 
quanto eu trabalho -- kira, veja: serve para fazer o impera- 
tivo. Vide App. 


VOG: Mover--1-- Vóg dénera: Vire para traz -- déne 
dére, para traz. 

VOG KONA'NA: Judiar--1 -- Déje ix méix vog ko- 
nana? Porque judias dos meus animaes ? -- déje, porque - 
méix, animées. 

VOG : Expulsar, tocar -- 1 - Vognera: Toca fora. Imp. 
- 1- Bixmn füir-fü/x vognera : Tota tu o xupim para mim - 
füix-füiæ, xupim, passarinho conhec do, de côr preta — 2 - Ti 
vôg ti: Fulano de tal (elle ) toca a Sicrano de tal - 3 - Xanri 
vógn ja ix tin ge: Eu pretendo ir afugentar os passarinhos 
- xanxi, passarinho. 

VÓPKE: Tirar -1-- Ti krin pan vóp ke ti: Fulano de 
tal pretende tirar o lenço, liame da cabeça de Sicrano de tal. 

VORA: Traspassar. Vide App. 


— 218 — 


VORE: Correr, ferver, fazer bulha, mover -- 1 -- Veín- 
fuire tógn kainká ti keti: O vento faz mover as folhas seccas 
- veinfuore, folhas -- tógn, seccas — vóre, mover -- kéti, faz. 

VU: Empinado - Vu éne te ni : Lá está empinado - 
vu, empinado, éne, lá — te, no. 

VUA’ vué vué: Carregar -- I -- Kankrô fuôre «amb 

; hára agtôn vuámo: Eu pego alambary; mas o povo car- 
rega (tira a saber ) - kankrô fuôre, alambary -- ide sa 
ix, eu-hára mas - agtôn, a gente - vuámo, carrega -- 2 -- Em- 
bra vuü ne: Estão nos ajudando a carregar - en, nos bra, 
junto — ne, está - 3 -- Ixôn kaxorro vuüd ja ne: Ja está 
carregando o meu cachorro -- ixôn, meu- jane, está agora - 
4 - Ti anguéi œuôn ke ix: Eu pretendo trazel-o para pas-- 
sear - anguéi, passei - ke, pretendo - 5 - Onw veinkangra 
dgn venxére vúitha : Traziam o defunto quatro pessoas - ôn, 
algum -- venxére, defundo -- 6 -- Gire vidtkan fi ne: Ella 
esta carregando o menino -- gire, criança -- 7 -- Ti viitka kan, 
xére : Emquanto o carregavam, morreu - kan, no momento 
- xére, morreu - 8 -- Vuüt kan ja ti: Elle esta carregando -- 9 
Vuüt ke tôn kara ix ne: Eu não estou sendo capaz de car- 
regar tudo - ke ton, não posso -- kara, tudo, acabar - 10 -. Ti 
vutkje ra,ti tere: Apezar de elle carregal-o, elle morreu -- ti 
elle -- je esta ra, apezar - 11 - Vuô corég: Difficil para carre- 
gar - korég, dificil -- 12 -- Vudt kan ti : Elle carrega. Vide App. 

VUO’G: Mover (vuég)-1--vuég vuoeg: Varias 
movimentos -- 2-- Vuég haté: Fazer movimento -- 3 -- Ti vuét 
kinti fodn : Deu-lhe um empurrão -- fôd atirar -- 4 -- Vuét ti 
jéne : Elle se move — jéne, está. 

VUO"T: Virado -- 1 - Néixmd péne vudt kanje: Está 
com os pés virados para cima -- küirmän, para cima -- péne, 
pes -- kanje, está-- 2 -- Hix ki lire vuüd ne: Estou virado 
olhando para cima-- ki. em - lirz, olhar. Vide App. 

VU" IRE: Fui, foste, foi. Perfeito de tin, ir, singular -- 
1- Arót kára anvéi vüvre: Entrei na horta para passear -- q 
de ard, prothese -- 7), horta -- kara, entrar dentro -- 2 -- Ti bré 
viiire ix: Eu fui junto com elle-- bré, junto -3-- Lx jógn 
angvéi viiire: Met pae foi, passeiar--4-- Vüère ti húri: Ja 
foi-se embora - ti, elle -- húri, já : indica tempo: passado -- 5 - 
A’ma São Paulo la hiro viiire tôn ne? Você ainda não foi 
para São Paulo -- ama, você -- la, ra, para? - hurd, ja. serve para 
fazer o tempo passado -- tôn, não - né esteve (foi indo ). 


PERE TIN: Prazer, levar para algum logar -- 1 -- Intonjá -- 


ra pére viiire ix: Eu o carreguei fóra da casa -- in, casa — 
tonjá, fóra -- ra, para. 


TOTNVÜIRE : Voltou ( voltei voltaste ) -- 1-- mera totn- 
vivre: Voltou atraz -- dére, atraz. 





| 
‘ 
E 
| 
| 
L 
L 
L 
. 
F 


DICCIONARIO 


Portuguez-Kainjgang 





hy 
t 
ha 


À: 2 dl 
Ê ao Pant 


1 


Oty 


ADS: a. 


A 


A’ prep., para indicar o complemento de meio, ins- 
trumento. Ex: Moinho movido a agua; exprimese o A 
com tan, ta-1--Gôio ta joixke: E” movido, é tocado, mo- 
ve-se em gyic, tocado à agua --2-- Pótan de han: Fazer 
uma cousa com uma pedra - de: consa -- han, fazer. 


A: a, para, compiemento de termo: traduz-se, com 
ma, ou sem elle, pondo o nome ou pronome ou complemento 
de termo antes do verbo: Elle me da dinheiro: Eixmã 
dínheiro ti nim -- ti, elle. -- nim dá. 

ABA (p. ex.: do chapéu ): Janta. 

ABANDONAR: Ré, továix, ra - 1-- Men ré : Aban- 
donar o animal - mén, animal - 2 - Ga tovaix : Abandonar 
a terra. 


ABELHA : Mang: é o nome geral da especie. Jónje 
é uma variedade. 


ABERTURA: Doro -1 -- Abertura da cova, gakôn 
dôro — ga, terra -- kox, cova - dôro, buraco abertura. 

ABOBORA : Pe- Au, Pakon ( Vise ). 

ABORRECIDO : Venmá. 

ABRAÇAR : K Anmi. 

ABRIR : Dô, dôro, dôn -- 1 -- Abrir a porta: Don ( Ch. 
L.).-2-- Jenjére (p. ex., os braços ) -- 3 -- Abrir os olhos: 
Beithe, mbriinke ? 

ABSOLUTAMENTE: Tavín. 

ACABAR: Kénere, kanéne, kara, kardn -- 1--Kanénera : 
Acaba tu -- 2 -- Petkára, acabar. 

ACHAR, descobrir: Ve. 

ACAUTELAR-SE: Kéra, kira, kéira, kére, kéêra, (o 
cave latino ). 

ACCENDER: Azénka, aianka, kiénka, lIeáka, kiânka 
( soprar ), kuanka. 

ACERTAR: Pén--1-- Ti ti pén, acerta em Fulano de 
tal -- elle, tz, Fulano de tal -- pén, acertar. 

ACIMA: Kétxma ( adverbio ) küæmu. 

ACIMA ( Posp.): Kri--1-- Véi kri fi känti : Está posto 
um cima do outro —- véi, prefixo que serve muitas vezes para 
reduzir o nome outra palavra -ji, posto. Tambem veikri, 
veckriton servem para fazer o correlativo ou reciproco — Jeri, 
acima -- t, connectivo — ôn, outro. 


— 222 — 

ACONTECER: Be--1-- Acontece às vezes: Néjen be 
- kejen, as vezes. 

ACORDAR: Liri (do somno). Significa tambem abrir 


os olhos, como, nôro, dormir, siguifica fechar os olhos. 


ACOSTUMADO: Toi, to, guje, toéxtan. 

AÇUDE: Gôio nafé - góin, agua -- nifé, fechada. 

AÇULAR (o cachorro ): Fódn. 

ACUSAR. Vide dar parte ao juiz. 

ADIANTE (tempo e lugar): Jo, ju, jamé. jami, jut 
-1-- Anjamé tin: Ir adiante (anjomén tin ). 

ADOCAR: Gren -- 1 -- Adoça tu: Grénra. 

ADORNO: Kupé--1-- Adorno de peito: Nhatka (ro- 
sario), ete. 

ADULTO: Karan. 


AFFASTAR: Vexen kanti fôdn -- vexén, longe - fódn, 

atirar. y 

AFILHADO : Venkupé -- kupé, lavar, baptizar. 

AFINCAR: Gui. 

AFOGAR (morrer na agua): Gôio ki tére, engdio 
rog kan, kantére -- ki, na -- tére, morrer. 

AFUNDAR: Putke, pur. 

AGARRAR, pegar, matar: Ge. Agarrar com força, 
hagmi. 

AGRADAVEL: Hô. 

AGUA: Gôio- 1 -Gôio ni hângja: Cabeceira da agua 
parada -- nº, parada -- hingja, lugar onde uma cousa começa, 
de han, começar - jo, lugar - 2 -- Ir buscar agua: Aru tin - 
aru, cabaça--tin, ir—3- Agua baixa: Gôio gu - 4-- Gôio 
nifé : Agua fechada -- 5 -- Gôio ni: Agua parada. 

AGUAR (ir aguar): Arútin. alú tin. aru tin — ru, ca- 
baca--tin, ir. Ru, rumiá, rudia: Cabaça. Os Kaigang não 
tem outro vaso para ir aguar, a não ser a cabaça. 

AGUARDENTE: Gôio fá. Uma variedade della se 
chama kiki (é feita de milho ou de pinhão ). 

AGUIA: Ave de rapina: Kakán. 

AGULHA : préja, : 

AGUTZ : Bixo conhecido: Kaixo. 

; AH! (interjecção ): Hen ! 

AINDA: Vére (até este tempo, até este lugar, até 
aqui )--1-- Vére x küron ne: Sou ainda moço - kiiron, moço 
- 2-- Ainda não -- ton, ainda -- ningé. 

AJUDAR, traduz-se com bré e com a palavra que exprime 
aacção com que se ajuda alguem -- 1 -- Embrá vud ne: Está 
ajudando a carregar -- vue, carregar - 2-- Jagne bre kéte: 
Ajudar-se um a outro -- júgne, um a outro -- két/, fazer--3 - 
Jágne bre ix muaitka te kankéi larái: Ajudo a elle a ar. 





DR" ?. 


rastar a canoa fora do matto - ag, a elles -- ix, eu -- m--uäitka, 
matto -- te, do - kankéi, canôa- laräi, rarai: arrastar -- 4 - Ti 
bra denim hadn: Ajudar alguem a fazer tudo -- hadn, fazer 
- denúm, tudo -5- Ajuda-me tu a sahir da agua: Ix bré 
gôio kan he kankiiten-kon, na -- ha, voz de mando -- kankúten, 
sahir -- 6 -- Jagne bré tanke: Ajudar-se um a outro - tanke, 
fazer. 


AJUIZADO : Jukremá. 
AJUNTAMENTO: Veixmá ( manada de porcos p. e.) 


-1- Giri veirmi: Ajuntamento de meninos -- 2 -- Agn verx- 
ma : Ajuntamento de geute. 


AJUNTAR: Bakant/n -- 1 -- Arroz bakamonera (arroz 
bdra kamó ): Ajuntai vos arroz. -- 2 -- Ajuntar 0 povo: -- Agn 
tong vajeto keka (?) 

ALAMPADA: Monkópo ( São Paulo ). 

ALLARGAR : Jedn- jedn (p. e. a estrada ). 

ALEGRE: Man - hô, mahó. 

ALE'M: Bré: Além de pão, me deu carne :Pão bre 
lemân denéni nim -- ixmán, para mim -- pão, pão -- déne, de 
bixo -- 27, carne -- nim, deu. 

ALE’M: Kafán - 1-- Além do rio: Gôio kafan te-te, 
em-2--Gôio kafan ra tin: Ir além do rio -- ra, para (indica 
movimento para lugar ). 

ALGIBEIRA : Déro, kakí. (dentro )--1 - Pôr alguma 


cousa na algibeira: Veixkaki fódn--fódn, por, atirar, lançar - 
veixkaki, dentro. 


ALGUM: On, ônt-ôt, um. On, ete. significa tambem 
outro, e tambem um e outro. Neste ultimo sentido, se es- 
creve ás vezes uma vez só, visto ser uso dos Kaingáng de 
usar, porém não sempre, um só membro da correlação. Al- 
gum se traduz tambem com cunmá composto de a prothese - 
um, algum —- ma, paragoge. -- Traduz-se tambem com ut--1 - 
Alguma cousa, tudo: Denúm -- de, cousa -- n, connectivo — um, 
algum. 


ALGUMA COUSA: Tánda, tanda on. 

ALMA: Veikuprí ( cousa branca ). 

ALMOÇO : Jen, venjén, fenjén - 1 -- Aimoga tu : Jéngra. 
ALMOFADA: Fakrín - krin, cabeça -- fa, instrumento 
ALTIVO: Kairdme. 


ALTO: Koixmá (em cima), téie, téje, ( cumprido ), 
téi, tai, kri, hé - 1 — Koi ( küx ) kané mé : Olhou pouco alto - 


me, pouco -- 2 -- Mais alto. Vide mais. 


ALVO: Titankare ja vo ve (?). Vide App. 


224 — 


ALLUMIAR: Gru (resplandecer ). 

ALUGAR: Vére kanjém-vére, por algam tempo - kan- 
jam, comprar. 

AMA: Pafá, (mulher de criar crianças, ama de leite ). 

AMANÇAR: Kairónhi, kanherdn, kajére, kanhére. 

AMANHA: Váix, vajá, vai kd; vae kd, oa ka, vae- 
ka, vai -- 1-- No amanhã: Veia ka-ka, em — 2 -- Amanhã de 
tarde: Vaia hd aran káxka-arán, sol, calor-- kdxka, ceu. 
Tambem se diz vaka, uaika, waia -3-- Vaikéra kâxka : 
Amanhã de tarde. 

AMAR: Kikairone, kevenhéra, kevenbéra -- 1 - Em 
kikairône te: Elle nos ama--en, nos. Tambem se diz kivein- 
ramen. 

AMARGO : Fa, fod, fud, kaj, kajé. Fa, propriamente 
significa azedo. 

AMARELLO: Kuprí kuxóa (branco-vermelho ) - 1 - 
Pan téie buiigh ve: Como a cauda (amarella) do passaro 
cachique -- pantéie, passaro cacique--p n, amarrado -- téie, 
cumprido — buügh, cauda, rabo - ve: é. como. 


AMARELLÃO - 1-- Está com amarellão Kupriktimo, 
de Æupri, branco -- mo, agora. — 


AMARRADO, feixe: Toku/ntokf/m. 

AMARRAR: Xe, tog, pugn, pan, kixé--1-- Tokira: 
Amarra tu-- 2 -- Xe-- a, um preso -- 3 -- Kixéra: Pega tu - 4 - 
Krin pan: Fita para amarrar a cabeça -- kren, cabeça — 5 — 
Vein krin pm fin ti: Elle amarra uma cousa acima da 
outra -- ti, elle. 

AMASSAR: Ngrvudn. 


AMIGO: Jágne kiveinrémen — jágné, um a outro — ki- 
veinrimen: conhece-se, ama-se -- 1 -- Venxán jagne k.veinra- 
men; Ori kikaktin jagne: Uma vez eram amigos, agora são 
inimigos -- venxén, uma vez -- vri, agora. hoje - kékaktin: não 
se conhecer, ser inimigos. Diz-se tambem: Jágne kikaióne, 
- Amigo simplesmente se traduz com as palavras alengré. 
rengré, hd, kitkanherône, kaika ( este é substantivo )-- 1 — 
Kairé fi, kixkatrofi: Amiga --fi, ella. 

AMOLAR (alguem) bulir com alguem: Vog. 

AMONTOADO: Nonjéro. 

ANANAZ : Lanhára. 

ANDORINHA: Topé méin - Topé, de Deus - méin, 
animal : 

ANGULO : Dógn dó, pen dô, jodjóro. 


ANIMAL: Mé, méin (animal domestico ): de, da: ani 
mal domestico e selvagem -- 1-- Animal brabo: Dén jun- 
Tambem se diz mén, déne. 





a a RUE 


ANNEL: Tokfine - 1 -- Ningé tokfine: Annel (do 
dedo) da mão - ningé, mão. 

ANNO: Prim, plan -- O auno passado: Priin tin ja 
éne ki-- éne, aquelle - ki, no -- 2 -- Cada anno: Prin grét ki 
- 3 - Um anno completo: Prim kri ti ni -4-O anno que 
vem: Prän kantin -5 - Prin ont ki... Prin Ont ki 1ôn: Um 
anno sim, outro não -- ki, em -- t -- connectivo. 

ANTA: Ojôro, ajôro. 

ANTEBRAÇO: Nindó jopé (de jo, adiante) -- pé 
braço (3. Paulo). 

ANTES, adiante: Jo, jamé, jami ( posposição ), ka 
(esta propriamente significa no tempo que)--1--Ir adiante 
da gente: Ag jo tin -- ag, elles -- 2 - Pouco antes: RA (perto), 
-- 3- Pouco antes de chegar: Jut ra-jut, chegar -- 4 -- Antes 
de deitar: Anáix ke ka--a, prothese, náix, deitar -- ke, que- 
rer -- ka, no--5 — Antes de um anno: Präân jo--prin, anno 
-- 6 -- Antes do tempo: Kuran ton (tempo não) - 7 -- Antére 
ke kan ke, ti ke: No que morria, fallava -- an, de antére, pro- 
these -- ke, querer -- ti, elle -- ke, fallava. 

ANTES DO TEMPO: Kurän ton javarx - 1 - Anku- 
ran ton, ki kankúten: Nasceu antes do tempo -- ki, no -- kan- 
kúten, nasceu, appareceu - 2 -- Antére javaix ti tére: Elle 
morreu antes do tempo: — ti, elle. 

ANTIGO : Onove ka. 

ANUM: Amé (passaro). 

ANUS: Tafa. 

ANZOL: Enkfi. 

AONDE: Déto, énto, héra. 

APAGAR: Kekóra (1), dun, dur, dôr, dúru, - 1 - Dor 
ti: Elle apaga--2-- Pin duro: Apagaro fogo - pin, apagar. 

APANHAR, RECEBER: Ma, ba - 1 - Apanbar chuva: 
Ta váin krimá--ta, chuva. Tambem ta fan--fan, apanhar. 

APERTAR: Kagn. venjenmira - 1 -- Calçado apertado 
(estreito): Pentoró kantararadn. 

APERTADO ( estreito ): Tara. 

APERTO : Kangão. 

APITAR: Kudn, in húi, eng--hui--in, eu-- eng, nós. 

APEZAR DE: Ra ( posposição ), ara. 

APODRECER: Oäktimo - 1 -- Podre, kokré. 

APPARECER, (vir) Vem.: Do sol, jud, jun 

APPARECER: Ve (ter apparencia ), liri, vei, kanku- 
ten, kuten, akankúten -- 1-- Aran liri: O sol apparece ( lir/, 
_ propriamente acordar do somno, abrir os olhos) -- 2 - Kankuten 
propriamente sahir ). 

APPARENCIA: 1- Ter apparencia: ve, véi. 

APPARECIDO, semelhante: ve, véi 

APPETITE: 1- Não tem appetite: Jent kamé. 

APPRENDER: Veinrämen, veinran, kiveinran - 1 ~ 
Eix veinrán nikrén hôtiti: Eu desejo muito apprender a ler, 





(1) Kekóra, kekónra : apagar ( p. e, a tinta ) limpar, 


E 990 


a fazer contas -- nilern, fazer contas -- hútiti, desejar muito — 
9 - Endäix kiveinramen: Apprender a cosinhar -- däix, cosi- 
phar -- 3 -- Venharé: Ler, appreuder a ler--aré, letra -- 4- 
Kikairéne: apprender -- 5 - Apprender a escrever: Venha- 
ri -- 6 - Ontán venharé timo: aqnelle que apprende a ler 
ou escrever: discipulo. ; 

APPRAZER: 1-- Appraza a Deus: Ara! 

APRESENTAR: Ve-1-- Vevédn ( sendo varias as ve- 
zes em que se apresentam as cousas ). 

APRUMAR: Kambúno, kambudne. 

AQUECER: Xut (a mao), xu; aran. 

AQUELLE: E'ne, tan, Néhne - On éne fi: aquella é 
mulher -- dn, é-- fi, ella. 

AQUI: Taka, tag, ta, dti, mé--1- Tágmi: por aqui -- 
mi, por. 

AR, RESPIRO: Jengére. 

ARANHA; Hukrin (é uma variedade), patekle, pa- 
tekri. 

ARAPONGA: Aügn. 

ARARA: Crogn, kaéi. 


ARCO, KRECHA: Uije-1-- Arco da caldeira: Hugh, 


vue. 
ARCO-IRIS: Tandé (raio da chuva)- fan, chuva-- 


dó, raio, espada. Tambem significa relampago. 


ARCO DA PANELLA, DO CALDEIRÃO : Telefinjas 


de tokfin, amarrar, e de ja, instrumento ( huigh ). 

AREIA: Lanharanha ( ranharanha )-- 1 - Praia do rio: 
gôio lanharânha. 

ARIRANHA : Grére. 

ARMA: Do, andó--1 -- Arma curta: do ruro. 

ARMAR (EXTENDER): Jajan, ka kané (?). 

ARMARIO: Fua, kurt de - kuru, panno -- de, ar- 
mario, jénde: armario de mantimentos. 

ARAPUCA: E'ngje. 

ARKANCAR: Konôn, imperativo -- konônera - 1 -- Kuk- 
féra: arrancar (a pelle) imper. de Julifén, kufén, küns, 
nôti, ( arrancar as botinas ). 

ARRANHAR: Kuéja, kudjéja, kulxé. 

ARRASTAR: Laräg, ararád (a canôa do matto ). 

ARREBENTAR: Topên, kaxpan -- 1 -- Arrebentar a 
cerca: Ro fodn. 

ARREMEDAR : Kangrá. 

ARRIBA: Kügmd. kiiemd, küixmd (no alto, em cima). 

ARROJARSE: ge. 

ARROMBAR: Nam. 

ARROZ: Gara kanxire, ou gara xire-xire, kanæire, 
pequeno -- gára, milho. 

ARROZAL: Arroz kre, gara kanxire kre, tô gara 
kanxire, kre, planta -- tô, logar. 

ARRUMAR: Häti--1- Ninja hati: arrumar a cadeira. 








o 
ii di co ti is Ai it dd Dc dd dd a ESS 


MOY E 


ARTELHO : Penféie -- féie, dedo, pén, pé. 

ARVORE: Ka-1-- Arvore grande: Kan téie - téie 
alto, grande. 

ASSAR: Jagmé, jenga. 

ASSADO : Jéngo, tógn. 

ASSAR: Jéngo, jángo, tógn. 

ASSENTO : Dére, nija. 

ASSIM : Ge. 

ASSISTIR: (Um doente): Manga re ix koi -- kanga, 
doente - ra, perto -- kói, comer. Vide trabalhar, ajudar. 

ASSOPRAR : Hui, hu. 

ASSOBIAR: Fix, hui. 

ASSOBIO : Enghui. 

ASSUAR : Kunbédne, kud. 

ASSUCAR : Toto van. 

ATAR : Tokfin. 

ATE AQUI (lugar e tempo ): Vére. 

ATE AGORA: Vére--1-- Até agora não: Tôn-2-- 
Ainda não: tôn. 

ATICAR (a lenha): Jod, jodno. 

ATIRAR (no sentido de dar tiros ): Pén, penó:, péne, 
pén, péne, panno 

ATIRAR NO SENTIDO DE PINUHAR: Fédn--1 - 
Léti fodn- le, fora ii--elle--2-- Pó fonera: Atire pedras - 
fónera, imper.. Tambem létiti fóre-3-- Vavá: atirar fora - 
4 - Vavarxa: Atirar fora. 

ATOLAR: Ora. oré. 

ATOLEDO : Oro, oré, ora. 

ATORMENTAR: Xonäneru ( imper- ), vog. 

ATRAVESSAR: Bran--1-- Emprii tan bran kééra: 
Tenha cautela em atravessar a estrada--emprii tan, ha estrada -- 
kééra, veja ( imper. ). 

TRAZ das costas: Apani te, de a prothesi -- pani, 
costas -- te, em--1-- Veixpänti eoâèx : Olhar atraz das costas 
-2-- Krin pin: Atraz do monte -- krin, monte. Xrin pan 
siguifica tambem : Correia das estrellas ( as tres estrellas do 
Orion ( Tel). 

ATRAZ: Dére, do, ndo, to -- 1 -- Voltar atraz : Dére viiire 
-- viiire, foi, perfeito de tin-2-- Vira atraz: Vog dénera 
( imper. )-- vdg, mover - ra, de denera, terminação do imper. 
Tambem se diz: vdég dônera. 

ATRAZ: TO'T, dót, do, dén--1-- Vog donera: Volte 
atraz -- 2-- Van dor: Atraz -- van, prefixo. Tot significa tam- 
bem de novo. Ex.: tot-kantin, voltar -- k: mtín, vir. 

ATROPELADO : ( confuso pelo temor ): momen (te- 
mer, estar espantado ). 

ATTENDER O PEDIDO: Atan kéx, hat kike. 

ATOA: Denun ton (tok), kutú: bobo, atoa, -- korég : 
mau, atoa. 


? 


— 228 — 


AUSENTE: Está ausente: Tonjamititi--tonjá, ausente 
fora-ti, está 

AVARENTO : Deikemä ( Tel.) de, cousa -- kémá, gosta. 

- AVENTAL: Toxä--1- Fé toxá: avental de peito - 

fé, peito - 3 - Fag veinpefin: Avental das mulheres -- veinpe- 
fin, avental ou xiripá -- fag, dellas. 

AVO’ (a avó): Jog-jan (avó paterna )--jog, de pai - 
jan, mai--2-- Janján (janfijän), avé materna, mai da mai - 
i, ella. 
: AVO: Ben, bon--1-- Avô paterno: Jognjogn -- 2 -- Avó 
materno: Jan jogn-jan, mai. 

AZA: Féére - 1-- Debaixo das azas: Féêre krén-- 2 - 
Dénféére: Aza de bicho ( passaro )-- 3 -- Diz-se tambem fééne. 

AZA DO VASO -(e tambem de passaro): Jenbung 


(genjung ?). 


kajé. 
AZEITE: Konte gara jéngo ( milho, que esta assado ?). 
AZUL: Toi koreg (toi, verde -- korég, feio), küdna. 


ZEDO, amargo. Laranja azeda : Núáni kovaix, kajá, 





B 


BABA : Jara. 

BACO: Tamé (tambem figado ). 

BACULO : Ka. 

BAGO: ( fructo): Kané. 

BAGO (DE CHUMBO PARA A ESPINGARDA ): 
Kané fa; boka kané fa; dé kané fa-- boka, espingarda - dó, 
arma. é 

BAILE: GRINGE : veingrin, veingrire, veingrére, kren, 
gren. 

BAIRRO : Ema (villa, povoação, cidade ) - 1 - Meu 
bairro : Jamá. 4 

BAIXADA : BERE. 

BAIXAR: Gu. 

"BAIXO, curto, pequeno: Ruro, lúro, pran, emprán, 
ren -- 1 - Homem pequeno: Ungré lúro, ônô luro. 

BAIXO: Krén, kré--1-- Em baixo: Ven krén, enkran 
- 2-- Está em baixo: Ave va-va, van, está -- 3 -- Para baixo: 
Veixkré - 4 - Veinxkré ve: Elle olha em baixo. Diz-se tam- 
bem gre. Olhar para baixo: Vein kréno eváix, veinprán eväiæ. 

: BAIXO (opposto de em cima): Gu--1--Gu kante: 
Lado de baixo -- kante, do lado ( pospos. ) -- 2 -- Gu fi ti xa ha: 
Já está ella muito funda -- gu, fundo -- fi, ella -- ti, muito -- 
ca, está -- ha, ja. © 

BAIXO. RASO: Paiére, parêre-.1- Rio que não é 
profundo : Goio palêre. 

BALAIO: Keëni. 

BALANÇA: Ti kambú jafá-kambú, peso --ti, da tal 
cousa -- jofá, instrumento. 

BAMBEAR: Joké -- 1 -- bambo: langra. 

BAMBU": Tugnd uakró (esta ultima é uma variedade 
que serve para fazer flexas). U de wakrd, nasalado. 

BANANA: Banana, Tiign buông kané -- tiign, caeté -- 
budng, grande -- kané, fructa. 

BANANEIRA : Tügn buông. 

BANCO, CADEIRA: Ninja, ninjafà -- nn, sentar -- ja, 
instrumento, logar, jafa, instrumento 

BANDEIRA : Auruxi-kurt, panno, xi, pequeno. 

BANDO, ajuntamento: Veixma. 

BANHA : Kavo. 

BANHAR--SE: Ore. 

BANHO : Kupé, kupéia ( lavar-se ). 

BANQUINHO: Nin xin-nin, sentar -- xi, pequeno. 

BAPTIZAR : Nupé (lavar ). 


BB EE 


BARATO: Kanjam xm-hkanjam, compra -- xin, pouco — 
1- Kanjim wintin: Comprar muito barato — t7, muito. 

BARATA: Nrôjo, krmújo, ( uma variedade ) tirixi. 

BARBA: JUA”, Joá--1-- Barba de pau (raiz): Ka 
jare. 

: BARRANCO DO RIC: Gozo fudre. 

BARREAR : Intongá -- ga, barro -- 1 -- In tonga ti: Elle 
barreia. 

BARRIL: Gôio fd de. 

BARRIGA DUN, du -- 1 -- Barriga da perna: vide perna. 

BARRO: Ga, engá ( terra )-- 1 - Goro, grôro, grôra -- 2 
- Groro grin: Artefacto de barro ( artefacto caseiro ). 

BARROTE DA CASA: Intoró, de into, parede -: ro, 
cerca. Into, deriva de in, casa--to, parede --ou de in, casa 
— tóro, veste, o que encobre. 

BARULHO: Oéke--1-- Barulho de uma cousa que 
cahe; Ti kute--ti, de tal cousa - kúte queda --2- Fazer ba- 
rulho qualquer: Veinvó -- 3 -- Fefé-- 4 - Não faz barulho : Vin 
ton - vin, polavra -- tôn, não. 

BASTA : Gétka. 

BASTAR: Aran. Vide dar. 

BATATA: Ped-é, dun. 

BATER: tain, táix, ten (percutir matar), nite--1 - 
Ka nite: Bater com porrete -- 2 -- A vespa bate em alguem: 
Titó kiti ta feindú -ti to, em alguem -- feinduú, vespa. Ki, 
em, ta, bater. Significa isto, que a vespa bate com a parte 
posterior do corpo em alguem, enfiando-lhe dentro o ferrão 
(rere, ferrão ). 

BATER: Kréngn, grôngn--1-- Tantha krügn: Bater 
na porta -- iantká, porta--2-- Kriing’ gra ma: Bata mais - 
kriingrd, imperativo (tambem Æüngré ). 

BATER (pisar): Gan. 

BATER: Póp-1--O passarinho bate as azas : Xanæi 
féêra pop - xanxi, passarinho -- fééra, aza -- pop, bate. 

Ba (de coração ): Tügn. Esta batendo : Kamtogre 
- kan, está -- 2 -- Bater repetido: Togn togn. 

BEBADO : Tére--1-- Tére ti: Esta bebado. Tambem o 
bebado - 2 - Tére fi: A bebada--f, ella. Tambem téêre. 

BEIJU : Mistura de farinha com cousas doces: Xixá 
kaxire. 

BEM: Ho”, ho” t, pakxin,- 1- Pakxinti: Elle está 
bom -- 2 -- Ha hé man: Passe bem - ha, voz imper. -- man, con- 
tinue. 

BERGANHAR, VENDER: Péno, féno -- Un péno: 
Troco outro - wn, outro. 

BERNE: Kturn, hutúdn - 1 -- Tx kitúdn: O berne que 
está em mim -- 7x, meu. Especie de berne bikurt, bekuru. 

BARRETE, solideu: Vivú. 

BESOURO : Maréia (S. Paulo ). 

BICO: Ja, jan (dente )--1-- Bieo de passarinho : 
Xan ai ja. 





Gé mit ln 


ots db 


BIGODE: Jantkit kri gaix (da boca em cima cabel- 
los). Tambem: Jantkü kri ndix. 

BICHEIRA : Kaiankuá. Bicho (animal): Me ( cavallo, 
sabia ).. Ka, de mosca -- iakua, lagarta. 

BICHO : Den -- 1 -- Den jun : bicho bravo -- 2 -- Déne tan: 
Aquelle bicho. Tambem: Déne éne-éne, lá - 3 - Den ne ni: 
Carne de bicho -- de, bicho. Diz-se tambem de, déne -- 4 -- De- 
num: Algum bicho, outro bicho -- 5 -. Verme: Najafa, kaian- 
hua, konfoia, kifoia - ka, mosca. 

BOCA: Juntki”, jenthii. 

BOCADO: Kugmára, krugmara. 

BOCEJAR : A’nge -- 1 - Ange xogmo: Estou bocejan- 
do -- 2 - Angémo, o mesmo sentido. 





BOIAR: Xat. 

BOLA : Gra, gro, jakrin. PAT 

BOLO : Emin ( pão ). AR: 

BOLSA : Perógn ( patrona, sacco ). Ee a ie 

BOLSO: Veinkané. Le LIBR 
. BOM: Ha-1--Ha tavin: Bom de tudo -- 2 - Ha hé tal 
vinti ti: Muito bem de tudo. ene : 


BOM (melhor: ) Tampri ( superior ). 

BOM: Hé--1-- Man ho”: Muito bom -- man, muito. 

BOM (que tem serventia para alguma cousa ): Hé -- 1 
Ko ho” ti: Muito bom para comer -- ko, comer - ti, muito - 2 
Lairânha hone ti: Elle é muito bom para trabalhar - lazra- 
nha, trabalhar -- ti, elle. 

BOM (estar bom, ficar bom de saude) Had, pakxin, 
ho” - 1 - Had, sarar, ficar bom --’’ - 2 Pakxin : Ficar bom. me- 
lhor -- 3-- Está bom ? : Ma hé pa, mais; cin, bom. 

BONITO: Ha, xin, hé -1-- Ha tavin (xin tavin): 

Devéras bonito!--2- Casa bonita: In xin-in, casa - xi, 
xin, bonito. 

BONECA : Foke, fou. 

BORBOLETA : Totógn. Outras variedades : mebüré, 
membré -- 1 -- Borboleta preta: Totó aw. 

BORRACHUDINHO : Kran, karan. 

BOSQUE: Ua, úáitka, dai. (1) Vide matta. 

BOTAO: Den. 

BOTAR FORA: Le fore, vava -- Léti ti fóre: -- elle jo- 
ga fora -- le, fora -- ti, elle -- fódn, atirar - 2 -- Vavárxa: Esta 
botado fora -- xa, está. 

BOTINA : Pentoró ( vestido do pé )-toró, vestir. 

BRABO : Korég, diun, jun, jon, - 1 - Bixo brabo. Vide 
bixo -- 1 -- Estar brabo : junne -- ne, estar. Diz-se tambem jo, ju. 

BRAÇALETE : Nendo tokfin 

BRAÇO: Pen, jen -- 1-- Braço posterior: Pé buo’’ngh -- 
bnôngh, grande -- 2 -- Braço esquerdo : Pe káin -- 3 - Braço ante- 
rior: Jó pé - jo, anterior. Braço tambem se traduz com nindo. 


(1) U nasalado, 


Sat FBO! 2 


BRADAR: Pran, prén, préra, préle. 

BRANCO: Kupri--1- Homem branco: Fong (deriva 
da palavra fogo, portugueza ) -- 2 -- Branco de ovo: Garin kré, 
déne kupri-—gqurin, gallinha, kré, ôvo -- dene, cousa - kupri, 
branco. 

BRAZA: Pianxo, pro"ix ngrii, prove. 

BREJO: Oré. Vide lagôa. 

BRIGAR: Kungré, ge--1-- Brigar um com outro: Ja- 
gne ge. jagne kungré, jagne ton ge--ton, com -- t, conenctivo. 

BRINCAR: Kajuno, kanjúno. 

BRINCOS: Ningréin toxá -- ningréin, ouvido - to, a al- 
guma cousa - xa, preso. Tambem. Veinnigréin toxá. 

BRINQUEDO: Kanjun niafá -- niafá, instrumento -- 
kanjún, brincar. 

BROTAR: Búro -- 1 -- Broto de fumo: Fimo buro. 

BRUCO, de bruço: Tapke. 

BUGIO: Gogn. 

BULHA: Vó (fazer bulha ). 

BULIR COM ALGUEM: Vog. 

BUNDA: Dégne. 

BURACO : Dôro -- 1 -- Entrada da orelha: Ningréin dô- 
ro-ningréin. orelha -- dôro, entrada, buraco -- 2 - Buraco na 
terra. Gakom -- bra--de ga, terra e kom, buraco -- bra, que- 
brado. Tambem se diz: Gadôro. 

BURRO ( jumento ): Burro. 

BUSCAR: Penoá. kané, penói -1-- Ir buscar: Pen? 


tin; kané tin-2--Ir buscar agua: Vide ir aguar. Kämi 


significa pegar. 
Busina : Ma(1) (oa, vdin, uain) kéire-vain, itaquara — 
kiire, busina. 


(1) M, V, U, nasalados, 


| 
| 





C 

CA (aqui) : Tag, taki, mi-I-Para cá : verá: Vexá kan- 
tin: vir para cá-l - Kikeká vó : Correr para cá e para lá - 
ka, em = vó, correr -- kike -- para cá e para lá. 

CABAÇA: Lu, ru, vrudiá, rumia--1- Ru tin: Ir bus- 
car agua com a cabaça, ou simplesmente: IR buscar agua. 

CABEÇA: Krin--1 -- Cabeça de arvore (copa): Nhoú 
-- 2 -- Uma cabeça a cima da outra: Arin vaixkritôve -- krin, 
. cabeça -- vaixkri, acima -- t, connectivo-o, outro -- ve, está — 3 -- 
Nindo nive: Vertice da cabeça. 

CABECEIRA : (do rio): Gôto hangja, de han, começar 
- q connectivo - ja, lugar. L be 

CABELLOS: Gdix, Jakua, Vide Appe, Nax. --1- 
Cabellos cortados : Krin rô (jeri) -- krin, cabeça ri, cortada. 

CABO: (da linha): TIJUD died 

CABO: Pu-1--da espada: Dó pu--2- Cabo de pen- ' 
te: Venharô pu. 

CABRA: Cabra, be. 

CACAR (exonerar o corpo): Prexpréje. 

CAÇAR: Enkréje, enkré). 

CACHAR: Kanémo (a acção de certas plentas emittir 
o cacho). 

Cachím (variedade de Euphorbiacea) : Gui (Vise). 


Cachim de espinho : Uamfé (vise.) 

CADA: Gré - 1-- Prin grétki: Cada anno - prin, 
anno -— ki, em-2- Aura grétki ou kura rét ki: Todo dia 
- 3-- Kura langgra rétki: Cada dois dias. 


CADAVER: XERE, ti téra, venxére ( defuncto ) - ti- 
tére, de ti, elle, tere, morto. 

CADEIA : Ró (cercado) - 1-- Livrar da cadeia: Venx- 
kanjam (comprar, remir alguem) 


CADEIRA : Jenja, nija, ninja. 


CAFE: Kcfè. 

CAGADO : Pednín. 

CACHO : Kané -- 1 - Cacho de banana; Banana hané, 
tügnbügn kané-tügnbüghn, caeté grande. 

CACHOEIRA : Krógn. 

CADEIRA : Jénjr, nija. 

CACHORRO : Hogn-hóg. 

CAHIR: XKúte, taq--1--Cahir por detraz: Apanitô 
kuten, apaníte ou panitó, de costas-- 2 -- Apanitô tagne: 
Cahir de costas. 

CAIXA: De, kainké (canôa). 


CAIXÃO : Kairão. 

CAIETE: Tügn. 

CALCANHAR: Penra. . 

CALÇAS: Afangrôro, afangrüro, degnengóro, ixion -- 
fin, perna-dégne, bunda. 

CALLO : Praéja. 


CALOR: Arán - 1 -- Teuho calor: Avi aran togmo- 


kri, encima-tógmo, estou. Diz-se tambem lan. 

CAMA: Nänja de nan, deitar - ja, logar ou instru- 
mento. Tambem se diz kakré. 

CAMARADA: Jen, ajén. 

CAMBALEAR : JUXKE (jéérké), girar, janjet. 

CAMINHO: Emprü, emin. Concertar o caminho. Em- 
prii hat hadn. 

CAMISA CURTA: Roro. Camisa: Xupoin. Camisa 
comprida, téie. 

CAMPO : E'rê, ré, arê. 

CANASTRA : Kurt de- kurt, panno - de, caixa. 

CANÇADO : Aré. 

CANELLA (perna): Foá, fá. 

CANINANA: Panta hé-panta, cobra--hé grande ou 
bonita. 

CANNA (bambu): Uäno -- Canna de assucar : Makri. (1) 

CANIVETE: Küfà kré, kiifekré-kiifé, faca. Tambem- 
havankré. 

CANOA (S Paulo) Kagndóro -- de ka, pau - dôro, 
buraco - Ka tamprü: A canôa sóbe. Tamkem, kainké. 

CANTAR: Táinra (imper.); kur, canto dos homens e 
de passarinhos; kenk/ -- 1 -- Taintânhera Canta tu. 

CANTO (angulo da casa): Ge -- 1-- Ingé: Angulo da 
casa. 

CAO: Vide cachorro ): Hau-háu. 

CAPAR: Gratá nóti--grafú, testiculo -- nóti, tirar -- 
gra, macho. 

CAPAZ: Hé--1-- Ix kiveinrâmen vaix titi: Eu não 
sou capaz de aprehender -- váixtiti, não ser capaz -- 2 -- Hô- 
ton: Não ser capaz. 

CAPIM: Kre, arê, éré. Planta, como a guanchuma 
por ser algo lenhosa, se chamam ka, pau. Tambem se diz, 
ud -- 1 -- Uakrin : Canna. 

CAPINZAL: Rei kré-réi, planta -- kre, plantação. 

CAPITAO ( cachique ): Ontan ag man je-ôn quem - 
ag, gente -tem--je, está. Tambem turumán -- ni -- turú 
forte (tara) -- man, muito = nt, é. Tambem : On buüngh 
ve: Aquelle que é grande -- on, quem -- ve. Tambem: On ag 
man je. enhundie, engmanhe. 

CAPIVARA: Krü ndii ngh, krondéngh. 

CAPOEIRA (MATTO ): engo--hu. 


( 1) M, nasalado 


— a” 


EE ec dé 


| 
É 





— 235 — 


CARA: Kakan, rova, gakan, jamé ( faces ). 

CARAMUJO: Dudn. Dudn, significa pretuberancia. 
Talvez se nomeie assim o caramujo, por causa da casa que 
carrega comsigo. 

CARNE: NY, ti nz, carne delle - 1 -- Dé mi, dene ni, 
antoni ni, daneni : Carne de animal, de bicho -- 2 -- Carne 
crua: Ni tói (verde )--3-- Ni dei ! Carne cosida -- 4 - Car-- 
ne secca: Ni toxá, tog, secco -- xd. está -- 5 -- Déne kan ni: 
Carne de todos os bichos -- Nan, todos. 

CARO: Kajam buôngh - kajám, comprar -- buüngh, caro. 

CARPIR: KRENOJEN, veinkrendjen, veinkrenóin. 

CARRAPATO: Tiré, tiri, Tirt kaxine -- 1 -- Carra- 
pato grande: Tiri mainmáânti ke. 

CARREGAR: Ma, ba, bu, butkan ( carregar e mover- 
se). batin, matin, van, vuän, vué, ve, vuétkan, vu, tug, viet 
vüat; -- 1 - Matin: carregar.-- 2-- Mano, bano: estou carre- 
gando --3-- Vuét kan ni: Está cargando-nz, está -- 4 -- Vu ix: 
Eu carrego --5-- TU, tug -- Perfeito singular de batin, é ba- 
vüire ; plural é bakangüuve- 6 - Carregar para cá: Ba- 
kantin. Plural, bakamojen -- 7 - Vuetkantin : Trazer (vetkan- 
tin) - 8 -- Bara, bare: Carregue. Imper. -- 9 -- Akotxin vuet 
kan feti: Carrega um filho no collo -- akotxin, filho -- fé, 
collo - tí, elle - 10-- Pego alambary, mas o povo leva (rouba) : 
Kankrifuére xabm ix hara ag vué-xabm, pegar -- kankro 
fuére, aiambary-hara, mas -- ag, elles--vué, tiram -- 11 -- Pere tin: 
Carregar. PERFEITO : Péreviiire, carreguei; perekangduve 
carregamos, carregastes, etc. 

CARREIRA: Jukfui 

CARRO: Jürürut, jüréru. 

CARVAO: Prüix. 

CASA: In--1 - Hix in hkóke ti: Elle destroe a mi- 
nha casa- éix, minha-kôke, destruir -- 2 -- Casa de botão: Ren. 

CASACA : Casaca --1-- Casaca tug: Ir de casaca-tug, 
carregar. 

CASAL: Prine. 

CASAMENTO : Veinprôn ( de hemem com a mulher ), 
kafinbét (da mulher com o homem). 

CASO: Faz pouco caso de nós: Enkwxin. Vide acon- 
tecer. 

CASAR: (do homem com a mulher): Prôn.- Da mu- 
lher com o homem: Finbét l:éve-fin ella-bént, marido ke, es-- 
ta querendo -- ve, esta. 

CASCA : Fuóre (pelle) -1 - Ka fuére: Casca de 
pau: ka, pau. 

CASCAVEL: Xanxá, xaxá. 

CASINHA : Inxi. 

CASCUDO : Kankrüfuôrére. Nankrô», pequeno peixe -- 
fuüre, pelle (para significar que é peixe que não tem es- 
pinho), rére, ferrão. 

CASTICAL: Déje fen jafi--déje, cera-jafá, instru-- 
mento-fen, fechar. 


CASO: 1-- Fez pouco caso de nós: Einxi. Vide acon- 
tecer. 

CAVALLO: Kavaru. 

CAVERNA : Parandôro. 

CEDRO : Tou. 

CEGO: Dégn dé, küvo, kané tôn, ndôgu. 

CERA : Déja, déje-- 1-- Dejgrú: Luz de cera. 

CERCA: Ló, ro, aró. (a, prothesi). - Tambem signi- 
fica lugar fechado, prisão, CERCADO: Toró. -- 1-- A casa está 
cercada de flores: Kaféi in tord je-kaféi, flor-in, casa-je, esta 

CEREBRO: KOJO, krixkóio. 

CERTO: Han, hana - 1 -- E’ certo, é verdade: Ma 
hé --2 - Com certeza, sem duvida: Harato, hara - 3-- Ta 
hana kite: De certo chove-tz, chuva ute, cahe -4- De 
certo faço: Athan kéixno-kéirno, faço. 

CEU: Kaixka, kaika. 

CHAMAR: Ke -- 1-- Eu chamo: Je ke, de je, eu-ke, 
chamo --2-- Keke: Chamar varias vezes -- Chamam varias 
vezes a comer: Ko kék . 

CHAMMA : Apon, pôn - queimar, pin ten kóp-ké. 

CHÃO : Ga, enga. 

CHAPÉU : Krintave, klintáve, xampé.- Voltas do cha- 
péu: Krintawegrin. Nota. Os Kaingang fabricam chapéus com 
tranças de cresciuma. 

CHEGA ! (basta !): Gétka ! 

CHAVE: Niféja-nifé, fechar-ja, instrumento -- 1 -- Cha- 
ve falsa: Niféja korég -- Chave verdadeira: xave hô. 

CHEFE: Pu-i (parece palavra portugueza ). 

CHEGAR: Judn, júro, juno -- 1 -- Chegam varios um de- 
pois do outro: Judn judn. A repetição indica multiplicida- 
de de acção -- 2 -- Esta rua chega até aqui: Emprii tag taki 
kränje-emprü, estrada - tag esta — krdnje, chega - 3 -- Chegou : 
Jütke - 4-- Está chegando: Van juno-jino, chega - van 
véin, prefixo. 

CHEIO: Fotfóro-futfóro ( repetido para significar varias 
cousas cheias ) váre, fur, foro, for, xóro -- 1-- O rio está cheio 
hoje: Ori gôio váre-- ori, hoje -- gto, rio. 

CHEIRAR: Kain, -- Kainra : imperat. -- 1 -- Na káin : Eu 
cheiro. 

CHEIRO : Géré(1)- 1 - Gére hô: Bom cheiro -- 2 - Gére 
kôleré : Mau cheiro, kokré, podre. 

CHEIROSO : Gére. 

CHIFRE: Nika, Ninka. 

CHOÇA: In xi - in, casa - xi, pequena 

CHOCAR: Xôn ( das gallinhas ): 

CHORAR: Fa, fua, foa. 

CHUPAR: Xiœut ( Vise), náix ( puchar ). 

CHOVER : Ta kite-ta, chuva, cahir -- kite -- Güp, gopeke. 

CHOUPANA (toca): Kré. 


(1) G, nasalado, 





-1 


bo 
[oo] 


CHUPAR: Ge (1). 

CHUPIM: ( passaro) Füixfüéæ -- fúix, assobiar Repe- 
tide, para significar o frequente assobiar do chupim. 

HUVA: Ta--1--Chuva de pedra: Nafu --2 -- Tem- 
poral: Ta fan-fan, cheio. 

CICATRIZ: Kané. 

CIDADE : Ema budngh -- ema, povoação buüngh, grande. 

CIGARRO: Vai-ù -- 1 -- Pitar cigarro: Vari kói-kói, 
comer. 

CILADA: Vaji. 

CIMA: Pânte--1-- Para cima: Pänte- 2.- Do meio 
para cima; Kujú hd. 

CIN O: Patekra, patekdra, petkara, veinkangra ôn ka - 
fante--veinkangra, quatro - ôn, outro -- kafän, além-te, em — 2 -- 
Ot (com os numeros acima de cinco ): 

CIN-OENTA: Vide grammatica. 

CINTA (correia, cintura ): Jéd, dung muafé-dung, 
ventre, mafé, correia. klaera ( Vise. ). 

CINZA: Bréne, mréne, pingógn. 

CIPO: Mréion, bréion, bran -- 1 -- Cipo imbé: Na- 
maron. 
CLARO: Kuran. Adj. (dia claro, tempo claro ). 

COBARDE : Mômen haan-mómen, temor -- hand, sentir. 

COBERTO : Pakxin ( coberto pouco ) veingrin, vein- 
krim - 1 - Pakxin, de pan, coberto-xim, pouco -- 2 -- O céo está 
coberto: Naxka venxkud ne--kaxká, ceu - vexkw'd, coberto -- 
ne, está. Venxkud sigaifica propriamente preto, azul ( VEN- 
XO, venxu D, connectivo cobrir: Pugn. 

COBRA: Pan--1-- Pan fuüre: Pelle de cobra. 

COBRA CORAL: Pan kongarü ( comgeré ). 

COBRAR: Ix kajám ke ti: Elle quér que eu pague : 
me quer cobrar. 

COBRIR: Rémke, tarómke, veinpu, grúro tóró, pon, 
orô - 1 -- Kaiká taromke: Ceo coberto -- 2 -- Veinpú grin: Ca- 
beça coberta -- grin, caboça -- 3- Kané peju: Olho coberto - 
kané, olho -- 4-- Afangrura, afangróra : Calças -- fan, perna - 
5 -- Pentoro: Botina -- pen, pé--toró, cobrir - 6 -- Hurômpke. 

COCHIÇAR ( palrar): Kéke--de ke, fallar, repetido 
por ser frequente a palavra no cochichar. 

COCHILAR: Noro xórmo--nôro, dormir -- órmo, desejo. 

COXO ( mancn ): Vaguá, vaguü. 

COELHO : Xóro. 

COETANEO: Jágne koma (comé) -- jogne, um a 
outro -- ko, ao lado. | 

COLHER: Had (fazer a colheita). Cuia ( colber ), 
juué, javé, jaué. 

COLIBRI: Kakóe. 

COLLA ( grude ): priré. 

COLLARINHO DE CAMISA: Tindúi 


(1) G, nasalado, 


238 — 


COLLO: Fé paro -- fé, coração. 

COM, prep. que indica instrumento : Tan -- 1 -- Beng tam 
pó: Pedra lavrada com machado -- beng, machado -- tam, com, 

COM: ( posp. de companhia, logar, contra ): To, bra, 

bré, ten, ta, ton.--1--Ix to jim ne ti: Elle se brabo 
commigo -- jun, brabo --ito, commigo-ne, esta -- 2 -- Ixbré 
tin ti: Elle vai commigo -- tin, vai -- ixbré, Coming -- 3- De 
xo ama jun ne? porque está brabo commigo -- de, porque - xo, 
commigo -- ima, você -- juno, está brabo -4:- Ka tan in 
hádno: Com pau faço uma casa-- ka, pau--tan, com -- in, 
casa ( instrumento ). 

COM (instrumento ): Re--1-- Küfé re tan: Matar com 
faca -- Life, faca -- re, com -- tan, matar. 

COM : Materia, ten, tan --1-- Pó ten méza : Meza de pedra. 

COMA (imper.) XKongra, haco, kangrai--ha co, de 
ha, voz imper. e de ko, comer. -- 1 -- Coma mais: komanera -- 
ma, mais. 

COMBATER: Niingré, gé. 

COMBINAR: Vewxenkrédn, de vex e de krédn, pensar. 

COMEÇAR: Kami, han, pén. 

COMER: Jo, kó a - 1 -- Exon komo: Eu estou comendo 
-m>- de como, agora -- 2 - Comer tudo: Kangra, de ka, ko, 
comer -- gra, mem DAE e venjén, kevenjén: Comer, tomar 
a refeição -- 4 - Como um pouco: Jentxi. 

COMIDA: Venjén -- 1 -- Pouca comida: Ko xi. 

COMILAO: Pra buéngh-budngh, muito. 

COMMIGO: Xo. 

COMO: Déja, hürike ? -- 1 - Déja rog ne ha? Como ja 
esta engulindo? og, engulir--ha, ja--2-- Tx Joxé hürtke 
tara: Eu sou forte como José:)-- Como esta o pai? Hu hô- 

“vike jogn ? -- ha, bom-- hórike, como - 3 -- Hürike : Semelhante — 
4 -- Como está elle: Haman ti ? 

COMPANHEIRO : Arengré, rengré, langré, kaporon 
( Telamaco ). 

COMPANHIA: Brincar em companhia: Bré kanju, ti-kan- 
ju, brincar -- ti, elle-bre, junto --1- Vamos em companhia: Alen- 
gré tôna -- aléngré, dois -- tóna, ir. 

COMPRAR: Kanjam, kajam. 

COMPRIDO : Téie - 1 - Camisa comprida: Teie. Tam- 
bem tai. : 

CONCERTAR : H dn. ha hadn - hadn, fazer -- ha, bom 
1-- Dó hadn: Concertar a espingarda -- dó, espingarda 

CONHADA : /avuñi-f, ella, mulher. Katka pron: 
Mulher do irmão -- prôn, mulher -- kaiká, irmão mais velho - 
1 -- Ilangré ve: Irmã do meu irmão -- ve, irmà-- À, meu, langré 
irmão. 

CONHADO : Jambré, ilanivré --1-- Tx pron javú; ix 
pron fi gavú - pron, mulher - fi ella -- javú, irmão. 

CONHECER: Kevenhara, kinveinramen, kanheroë, ke- 
venhar a. 





” 
ee a a ee 


€ 


PA CN 


| 
4 


Ee tes 


CONNECTIVOS: 1-- Mankanga ed ni: Está muito 
doente -- e, muito - d, connectivo - nz, está -- 2 - Veinpejud ix : 
Eu me escondo -- d, convectivo -- 3 - Æïx in ui kantin : Venho 
para minha casa -- ui, eu -- 4 - Ungré grét agn: Gente mas- 
culina -- t, connectivo -- 4 -- Hiinz em vez de hôni: Está bom 
- d, connectivo. 


CONSECUTIVO: (prep.) Se traduz com kan, por- 
que. Exemplo: E’ tão bom, que deu tudo de esmola; se 
traduz nesta forma: Porque é muito bcm, deu tudo em esmola 


CONSERVAR: Véle titaráne. 

CONSELHO : Enjuvén. : 

CONSIDERADO : ( Homem considerado) On tan ag 
man je-on tag: aquelle que- ag, gente -- man, muita — je, 
está. 

CONTAR: Nikré (fazer contas ). 

CONTAR (narrar): Vambé, to. 

CONTAS: Nikré 

CONTENTE: Mahüti : - 1 - Ix mahôti ; eu estou muito 
satisfeito. 

COMTINUAR : Ma--1-- Continuar a comer: Human, 
imper. manera 

CONTRIBULO: Kaka. Esta palavra tambem signi- 
fica irmão, gente de meu parentesco, da mesma liga, ami- 

os. 

CONVERSAR: Veinvin, vembé. vimbé, venbé, vembédn, 
vimbédn - oinbédn - 1 -- Vi je ne: Está conversaudo - vin, 
conversar -- jéne, estar sendo. 

CONVIDAR:--1-- Akta tin kantan vinera: Convida- 
os todos -- vinera, falla tu -- ag, elles - ta, aqui - kan, todos - 
tin, vir-2- Ag kara ta ting ex kémo: Quero que todos 
venham para cá -- kara, todos -- kémo, quero. 

COPO: Kankré, einran -- 1 -- Eirdn fuän: Cepo cheio. 
Tambem einragn: E 

COQUEIRO : Tó. 

CORAÇÃO : Fé, kifé, kifd, fé. 

CORDA: Kuinhe. E' uma tira de embira com os 
cabos atados que passa na fronte das mulheres com a qual 
as mais Kaigang seguram nas costas pelo assento as crian- 
gas. -- 1 -- Uafé, mafé, fe, xine (linha de anzól). 

CORAGEM: Tara, kamé ton - kamé, medo -- ton, não. 

CORAJOSO: Jom tine. 

COROA :--1--Corda de penuss: Arangretára -- 2 -- 
Corôa feita com o córte dos cabellos como aquella de padres 
franciscanos: Nindó nive. 

COROADO: Kaingâng (significa tambem homem) -1 
-- Jaquatugtézé : uma tribu de kaingang, que deixa crescer 
os cabellos nas fontes da cabeça -- jaquä, cabello (1) -- tug, car- 
regam --téie, compridos. 





(1) Propriamente porcarias, vermes, 


— 240 — 


CORPO: Hü-1-Meu corpo: Zx hi. 2-Pintar o 
corpo: Rô, ard. 

CORREDEIRA: Ovô, ud, uôg, vó, veixvo. - 1 -- Gôio vó 
ki judnti: Elle chegou na corredeira -- ti, elle. 

CORREIA: Venjódn. As Kaingang com estas cor- 
reias de goivira apoiadas adiante da fronte e amarradas atraz 
das costas, carregam atraz das costas as crianças embrulha- 
das num lençol, fazendo sentar a criança sobre esta embira -- 
2-- Togfinja: Correia, civto para amarrar as calças, a saia 
ao corpo. Diz-se tambem: veintokfinja, veinrogkfinja. 

CORREIO : - Chega o correio : Venharü van judn - ve- 
nharô, carta, van -- judn, chegam. Van, vein: prefixo. 

CORRELATIVO: On: um e outro. 

CORRER: Veinvó, ud, vo, veivól:, uai, vó, petén, veinva. 

CORRER FORA, TRANSBORDAR: Vava-- 1-0 rio 
está transbordando : Goio vavária. 

CORTAR: Fiix (a cabeça), pan, kema - 1 -- Kemán - 
2 -- Krit (ferida) krü -krü, varias feridas - 3 -- Ariing ou rüng 


-- 4 -- Ariino -- 5 - Krü, - 6 - Nre, --7-- Niúpte (o pau) -- 8--Cortar | 


(os cabellos ): Ro, rói-- 9 -- Corta tu: Kriira - 10 -- Cortar 
matto, fazer roca; pan. Pan tekuxiá: Cortar o matto virgem -- 
- 11 -- Cortar: Nupára. Imper. -- 12 -- Cortar os cabellos -- Gaix 
ri ro- gatx, cabello -- kri, acima. 


CORTADO:--1-- Kurán küdn: A costura está corta- 


da - kúdna, de kur, cortar -- na, esta. 


CORTE: Já ( dente )-- 1-- Beng ja: Corte do machado. 
CORTIÇA : Ka fuôre -- ka, pau - fuôre casca. 


CORUJA: Dôro kenon: orelha puchada, arrancada. 


CORVO: Jantá -- 1-- Jantá buôngh: Urubu rei. 

COSIDO : ( cosinhado ): Tanáia ( molle ). 

COSINHA : Déja fa-fa: instrumento, lugar 

COSINHAR: Déi. ih 

COSINHEIRA : Déixti fi-fi, mulher -- ti, connectivo. 

COSTAS: Panim, pani, epâni ( espaduas ), apáni (par- 
te posterior de qualquer cousa) -- 1 -- Estar de costas : Noa- 
tot -- 2 -- Costas das mãos: Ningé pakxim-pakaxim, de pan, cos- 
tas--xin, pequenas. Tambem: Ningé pan, ningépanim - 3 
- Osso das costas ( do lombo ); indid kuka. 

COSTELLA: Kavüi, jankád-ot (S. Paulo), kauigh. 

COSTRA DE PEIXE: Pirá kuká -- pirá, peixe -- kuka, 
osso. 

COSTUME: Be. Propôe-se a palavra que indica a cou- 
sa que se costuma fazer -- 1 -- Noro be ti: Elle costuma dor- 
mir -- ti, elle. 

COSTURAR : Veinkw dn, vainkurán, kurdn. 


COTOVELLO : Jopén düdn-jopén, braço anterior -- 


didn, protuberancia, maçan. Tambem nindô dúdn-nindo, | 


braço. 


£ 


RR TES Ts ERES 





— 241 — 
COURO: Fuüre (pelle )--1--Couro de veado: Kam- 


bé fudre. À 
COUSA : De -1-- Outra cousa : Denum - denim, on, 
algum. Significa tambem tudo --2 -- Dé koré (korég): Cou- 


9 


sa ruim (o diabo) -3-- Ti det k.rég: Cousa ruim delle. 


COUSA: Veixmá--1 -- Ti jan veixmä tag eixmä fi: 
A mãe delle me dá esta cousa - jan, mãe - tag, esta - fi, da. 

COVA: gakônvo -- 1 -- Okxa kré: Cova de taté- 
tu --2-- Kréx kovo: Cova de defuncto - kréx, defuncto. 

COXA: Are -1-- Parte inferior da coxa: Kre buô- 
ngüh--buüngh, grande. 


CRAVAR (a faca.) : Küfé re ran-küfé, faca-re, com - 
ran, entrar, küfé kan nite: Bater com a faca- kiifé; faca, 
kanite, bater. Tambem: Kan, com-nite bater. 

CRESCER : Bógn (de plantas e pessõas). 

CRESPO : (encarapinhado): Koingrin (torto). 

- CRIA: --1-- Dar cria: Kren ke ti-kren, cria-ke, fazer- 
ti, elle. 

CRIAR: - 1 - Jeanixmo, jen anixmo (criar um menino, 
um animal) -- 2 -- Criar-se, crescer: Bógn. Exemplo: Eu me criei 
em Jatahi: [x Jatahy bôgn--3- Anhe ge (criar um menino 
ou um animal)-- 4 -- Venäe: Criôlo --5 - Ven - a: criar. 

CRIANÇA: Girexi, gire, menino-xi, pequeno. Xin: 
pequeno, criança. - Hrén (ovo, familha, criança). -- Veen- 
kren. Nongüjè ontxt: Criança de peito - nonguje, peito - ont.ri, 
criança. - Ontxí. - Ven kren. 

CRIAR: Anhe. 

CRINA : Niibé, rére-rére, ferrão - Ti kube (kubé): 
Crina delle. 

CRIOLO : Veän, venãi -- 1-- Vena on: Um criôlo -- um, 
on -- 2 -- Criôla; Veanfi. 

CRU’: Tüix (verde)--1-- Ni tô” Carne verde -- ni, 
carne -- tó?, verde. 

CUIA : Javé, jaué. 

CUIDAR: Ve - 1 -- Estar com cuidado : Xrêgmo pensar. 
Enkrégmo. . 

CULPA: Grin, gréne--1-- Por tua culpa: Antén grin, 
anton grône, aton grône--2 - Anton grin kéve: Fiz por tua 
culpa - fiz, kéve. 

CULTIVAR: P. ng, pan -- 1 -- ; an, epdng ( propriamente, 
derrubar ). 


CUMPRIDO: Téie -- 1 -- Muito comprido: Téie qu, taie 
gu, táon gu-gu, muito. Téie, téi; significa tambem alto, 
fallando-se de arveres em pé. Tambem tai. 

CUNHA: K fénja-fen, quebrar - ka, pau- ja, instru- 
mento. 


CUPIM: Arin (especie de formiga), rin. 
CURIOSO: Detun ve kemá -- detun, tudo -- ve, ver -- 
kema, ser inclinado, gostar. 


\ 


— 242 — 


CURAR: Kiiktang (um doente ). 

CURCUNDA: Pando ( curvo ). 

CURTO: Ruro. 

CURVAR-SE: Páixke, Apainke, bradn -- 1 - Panim 
(pan) bráin: Curvar as costas. 

CURVO: Fen --1 -- Jakrin fen: Curvar o joelho. 

CUSPO : Xug ( escarro), jara (saliva, baba ). 

CUSPIR: Engondra ? 

CUSTAR, SER DIFFICIL: Vaix háti--háti, fazer -- 
vaiax, difheil. 


EP a” 


, 
jae po 


D 


DANÇA: Veingrin, grin, réin (pular). vaikokefu (Visc.). 

DAQUI POR DIANTE: XKára--1--daqui a pouco: 
kara, kar, karaxi -- xi, pouco. 

DAR: Nim, judn, vidn, mavidn -- 1 -- Não me dou com 
elle: Pije ti bre ve hô ne- pije, não -ti bre, com elle - 
ve, fallo -- hô, de boa vontade -- ne, estou - 2 - Dar coice : Juke 
- 3-- Dar capim (herva) ao cavallo; HKovarú kre vidn-kre, 
herva -- vidn, dar -- 4 - Dar presents: Fi. Em sentido de bas- 
tar -- kran. Dar, se traduz tambem com kur, jur, kaxidn, 
moteke. (Visc.) 

DE ( proposição ): Kan ( separação ) -- 2 - Ki (origem ). 
Recebi pão do patrão: Patron ki emi ma--emi, pão - ma, 
recebi -- ‘5 -- Jagne kan povo : Separou-se um de outre -- jagne, 
um de outro-pôvo, separar - 4 - Te, ten, partida de lugar. 
Krinte ix kantin: Venho do monte -- krin, monte - te. do -- 
kantin, vir - 5 -- Kan, causa. -- Morre de fome: kokire kan, 
tére -- kan, por -- tére, morrer -- 6 -- Tan, em (lugar). Jatahy 
t n agn: O povo de jatahy -- agn, povo - tan, ne--7-- Ta: com 
(materia). -- Casa de pau: Ka tan (te) in-ka, pau -- fe, tan 
de -- in, casa - 8-- Kan -- de, (com: modo). Pé kan tin: Ir de 
a pé-9-- Te, ta (tempo): Kotii te: De noite — kotii, noite 
- 10 - Te, de (Lugar): Venho do monte: Nrinte kantingo. 

DE BAIXO: Arén, kran ; pran. 

DEBULHAR : Grénde (milho p. ex.), grüro, grij, 
gréndi. 

DEDO : Féie, ningé féie - 1 -- Dedo annular: Ningé- 
féie kantégé-ningé, mão. Tambem: Ningé xin kantéje-xin, 
pequeno -- 2 - Dedo indicador: Ninguúja - 3 -- Dedo mediano : 
Ningé féie güje- qu, grande--je, está -4-- Dedo minimo : 
Ningé xm--xin, pequeno -- 6 -- Ningé féie buüngh: Dedo 
pollegar - buôngh, grande ( Telemaco ). 

DEFUNCTO: Krex, venxére, tére. 

DEIXAR: La, ra, re, dére--1-- Deixar o cavalo, e 
ir embora: Me re, kara viiire-- me, mén, animal ( cavallo ) 
-- kara, depois -- vüzre, foi embora -- 2 - Lairânha tangréke vais : 
Não gosta de deixar de trsbalhar : larrânha, trabalhar - tan- 
grénke, deixar -- váix, não gostar. -- 3 -- Deixar de fazer algu- 
ma cousa por medo: kamé -- 4-- Tr kéxni enkrét kara väix ne : 
Não deixo de pensar na morte delle -- Ti kéxæni, morte delle 
--enkrét, pensar -- karaväix, deixando --ne, estou (sinto a 
morte delle. 

DEITAR: Na (na cama, p. ex.). Imper.: Námbra -- 
1--Deitar agua (deixar cahir agua). Ton-á, 


MCE MERS 


DELICADEZA : Auméra ( kumééra ). 

DEMAIS: E hô. 

DEMONIO: Det koré--dét, cousa -- koré, ruim. Tam- 
bem akr/tôn. 

DEMORAR: KARAVA4'IX (nunca acabar, demorar, 
custar acabar ) -- kara, acabar -- váix, dificilmente, nunca, 

DE NOVO: Tot--1-- Ein tot konfá ra kankuüten : Nos 
passamos de novo para lá -- én, nós — kanfän, além - ra, para 
- kon, em -- kúten. passar -- 2 -- Tót kantin: Vir de novo, vol- 
tar para cá. 

DENTE: Ja, jan, anja (an, prothese) -- 1 -- Toco de den- 
te: Jajóxike - ja, dente — jóixke, toco. 

DENTRO: LAN, kanki, k1kà, kara, veixkaki, ka, kan, 
kon, te, ta; kren--1- In kanki: Dentro de casa - in, casa 
--In kanka. -- 2 - In kara vüire: Foi em casa — viiire, 
perfeito de tin--4-- Veixkaki fódn: Por dentro ( no bolso ) 
- 5--In kanti kanje: Está em. casa-- ti, elle - kanje, está -- 
6 -- Esta em casa: In te kan ni- kan, estando - nt, esta -- 7 — 
Dentro da gaiola: Xanxi in kren-xanæi, passarinho -- zn, 
casa. gaiola -- £ren, dentro. 

DUNUNCIAR: Vide dar parte. 

DE PE’ NO CHAO: Pentoró tôn - pentoró, botina — 
tôn, sem. 

DEPENNAR: huúgnóre. 

POUCO DEPOIS: Kara, xiri, kar, karka -- 1 - Kaim- 


bara xiri: Pouco depois -- 2 -- Festa kirka: Depois da festa — 


3 -- Kara ki: No depois -- ki, no - 4-- Dó: Depois (logar e tem- 
po)-5- Xiri: Logo depois -- Háti xíri: Logo depois que 
sarou -- hati, sarou - 6 -- Vaiônt ka: Depois de amanhã -- va7- 
amanhã -- ôn, outro -- ka ( noutro amanhã ). 

DEPOR: Ge, gégmo (a gallinha pôs ovos ). 

DERRAMAR: Veznkujén. 

DERRETER : Tógn (assar )-- 1 -- Está derretido : Totó 
re--totó. repetido para indicar multiplicidade de acção -- re, 
está. Totót, totógn, toto, indicam multiplicidade de acção. 
Está derretido : Toto ré -- re, esta. 

DERRUBAR; Gan, pan, fan--1-- Derrubar a casa; 
In fan -- 2 -- Derrubar o matto - Nem pânktimo -- nem, matto 
- pânktimo, derrubado agora. Dahi a palavra epän, roça, 

DESAPPARECER (perder). Mamfore, tonjet kémo 
(de tonjet, estar fora-. kémo, quero agora ) -- Desappareceu a 
agua do pote: Góio kikiküp -- ti. 

DESARRUMADO: Damo -- da, cousa. 

DESATAR (soltar o cavallo): Ra. 

DESCANCAR: Vensküje, vekidje, kin. 

DESCASCAR: Veixkukfén, kukfén, kuldé. 

DESCER; Tére, kantére, katére, jambá-- 1 -Imper.: 
Taréra (teréra, kantaréra-- 2 -- Kankéie ki ag tére: Elles 
descem da canõa; desembarcam - ki, da - ag, elles -- tére - 
descem. 





BH) Ts 2e 


DESCOBRIR: Ve--1- Descobrir uma anta: ojóro ve 
- 2 - Descobrir o chapéu: Krintâue vopke. 

DESCONHECIDO : One ve vais -- dre, um -- ve, visto 
-- váix, nunca. 

DESCUIDADO : ÆXïliriton -- liri, acordado -- tôn, não. 

DESEJAR: Xóro, kexoro. 

DESEMBARCAR: Kampäje, kankiten, kampáje : To- 
dos passam -- pa, passar. 

DESERTO : Emi tôn- em. povooção -- ton, sem -- 1 -- 
Ten emátôn: logar sem povoação -- 2 -- Min ema ton ti -- Mim, 
gente --ema ton ti, ema ton, sem morada. 

DESENTERRAR: Peju, kuno--peju, roubar - kuno, 
arrancar -- peju, escondido. 

DEZESEIS: Vide grammatica. Vide App.. 

DEZENOVE. Vide grammatica. 

DEZESETE. Vide grammatica. 

DESCOSER, DESCOSTURAR: Kudnvati, kugvânti. 

DEZOITO. Vide grammatica. 

DESLIZAR: Tére-1- Pó kri goto tére: A agua des- 
liza sobre as pedras - pô, pedra — kri, acima. 

DESOCCUPADO : Veinxaré (sem trabalho ). VASIO : 
Kuprá--1 -- A casa está desoccupada: In van kupra- van, 
está. 

DESPICHAR: Tankränje. 

DESTRUIR: Wokék - 1 - Nokéktimo: Destruo agora - 
2 - Destruir a casa - In kokéktimo. Significa tambem estragar. 

DESTRIPAR: Kóix kaixpára, kôix kapara. 

DE TARDE: Jankéra. 

DEUS: Topén. 

DEVAGAR: Xio, kuméra ( melhor kumééra ). 

DEVER. Me deve dinheiro: Jama dinheiro déve. 

DEVERAS : Zlälato, härato ( certamente, na verdade ) 
Tavin, tauit - 1 - Hatavin: Deveras bonito! - ha, bonito. 

DEZ. ( Vide grammatica } - 1 - Ningé veikrit on: Uma 
mão acima da outra. 

DIA: Kura, koran (tempo claro), mais raro arán 
(sol), ou lan, ran - 1 - Outro dia no tempo passado : Venxar 
-2- Dia Santo: Topén, kurän korég-kuran, dia -- korég, 
ruim (assim consideram os Kaingäng o dia santo, porque 
nelles näo ganham nada)-3--Um dia e uma noite. Vide 
noite. 

DIABO: Det koré-de, bixo-t, connectivo -- koré, feio. 
Vide demonio. F 

DIFFERENTE : Onve--ôn, outro -- ve, é 

DIF ICIL: Väir,.korég, kara váix -kára, acabar - väéx, 
dificil -- 2 -- Difficil de carregar: Tug vdix--tug, carregar -- 3 - 
Difficil de passar: Pa korégtir.o-pa, passar -- korégtimo, dif- 
ficil agora -- 4 -- Javáir : Difheil. 

DINHEIRO : Jéro, nhinhero, nhatikambu. 


— 246 — 


DIREITA :--1--A' direita: Pénja känte-pénja, di-. 


reita -- tante, de lado--2-- A direita: Ipédn-i, meu -- pedn, 
direita. Tambem peninja 

DIREITO : Nuré, jejét, jet, kujé- 1 - Estrada direita : 
Emprit kuré -- 3 -- Fazer a estrada direita: Emprii jetjét ké 
ve-ke, fazendo = ve, está -- 3 -- Nariz direito: Ninhé kujé - ni- 
nhé, nariz -- kujé, direito. 

DISCIPULO : On tan venharó ti-venharü, ler, es- 
crever; apprender a ler. 

DISPARAR (espingarda ): Pen, pedn. 

DISTANTE: Kivará, kucrà -- 1 -- Muito distante: Mu- 
varan gu, kuvara ho. 

DISTRIBUIR: Mavidn, vidn. Significa tambem dar 
simplesmente. 

DIVERTIR-SE: Najúno, kanjuno, kadjúno, kadjiri 
kanjiré, kaxdiri - 1- Pinjiri: Divertimento do fogo. 

DIVIDIR: Veix haridn. 

DIZER: Tó, ke, vin, ven, ven bédn, win -- 1 -- Cochi- 
char: Néke--2-- Imperativo de to, é toréra- 3 -- Ti korégn 


ex kéixno vénve: Eu digo que elle era ruim -- ti, elle -- ko- 


rég. rum -- ex, eu -- héixno, digo agora -- vénve, era. 

DO’ ( compaixão ): Me causa dó: Ex man tóg jaktara 
je-exman, para mim -- jaktára, miseravel -- je, é. 

DOCE: Doce ( subst.), (adj. ) grén, gréin. 

DOENÇA: Veinmá,--1-- Veixmäfi ne: Ella está doen- 
te -- fi, ella -- ne, esta com. 

DOENTE: Kanga (adj.), veinkanga, korég - 1 -- Va- 
rios doentes: Kangagá -- 2 -- Kangáti : Esta doente -- ti, esta. 

DOENTIO: Kangambé (‘sempre doente ) - be, sempre. 

DOIS: Lengré, raingré, alengré, arengré, alengré, 
langrê--1-- Vôos dois: Aiang lengré-aiáng, vos. Tambem: 
Ag raingré hande-ag... hände, vós. 

DOM, presente, donativo: Fagrin. 

DONO: To non poko: Dono do porco. 

DORMIR: Noro, nôt -- 1 -- Logar de dormir: Nôr ja--ja, 
logar -- 2 -- Dormitorio : Nôro niafa--niafa: logar, objecto que 
serve para fazer uma cousa, instrumento. 

DORSO DA MÃO: Ningé pakæin. Vide costas da mão. 

DOUTO: On tan venhrô kilairóne-ôn tan, aquelle 
que sabe lettras -- venharô, lettras -- lizkairône, sabe. 

DOZE. Vide grammatica. 

DURAR (ser dem muito tempo): Este chapéu dura 
um anno: Krintave tag prin ed ni--lkrintávetag, este chapéu -- 
tag, este -- priin, anno -- ¢, muito -- d, connectivo -- ni. é. Tam- 
bem se diz koré. 

DURMO: Noro. -- Norora. kudnôrora. Imper. 

DURO: Tara, tiju, two, tira, thru -1 ~- Tartâno, tan- 
gtano: Ser forte, ficar duro. 

DUVIDA :--1--Sem duvida ( certamente ): //arato. 








E 


E, conjuncção, não ha em Kaingang. A’s vezes se 
suppre com kdra, depois Ex.: Trabalho e durmo : Lairânha, 
kara norômo. A's vezes se repete a prosposição. Canta de 
dia e qe noite; se traduz como fosse escripto: Canta de 
dia, canta de noite: Auran kiir ti, kotü te kur ti--kurán, 
dia - kur, cantar -- kutii, noite. As vezes se traduz com a 
posposição embre, bre, quando é possivel. Ex.: Meu pai e 
minha mai. Ix jogn, ix janbré, meu pai junto com minha 
mai. 

E', verbo do verbo ser: O--1-- Tit dn: E' delle - ti, 
delle -- ¢, connectivo - 6, ôn: é--2--Ixôn: E' meu - 3 - Ag 
ton: EK’ delles- ag, delles -- t, connectivo -- 4 -- Hana, é - 5 - 
Vénve, era--6-- Ve: E” ( presente ). 


ECCLIPSE: -- 1-- Ecelipse de lua: Katkango kiixa 
pakxim-kaixkangé nuvem -- kiixa, lua -- pakaim, cobrir -- 2 - 
Ecclipse de sol: Kaixkangó aran pakxin-aran, sol--3 - 
Arän dúro - arán, sol - dúro, se apaga. 


EGREJA: Topé -- join, -- topé, dos Santos -- join, casa 
de guardar; de jo, guardar, e de in, casa. 

ELLA: Fi (femea, mulher ). 

ELLAS: Fag ( femeas, mulheres), fagtôn. 

ELLE: Ti; - 1 -- Com elle, to. 


| ELLES : Ag, ( gente ), agtôn -- 1 - Elles deis : Ag rengré. 
- 2 - Com prothesi : - 1 - Kiág to: Com elles--X/, prothesi - 
to, com. 


EM: Kan. ki, ka, tan, te, to, tog, ta, te, to, gan, gri; 
kri.--1-- Kan, iudica tempo. Ex.: No dizer isto, motreu 
( emquanto disse isto, morreu): Tag to kan, ti tére--tag, 
isto - to, dizer -- ti, elle -- tére, morreu. Diz-se tambem gan - 
2- Ki: Prazo de tempo em que se faz uma cousa. Ex.: 
Kuran takton ki judn: Chegar em tres dias -- kurán, dia - 
taktôn, tres - judn, chegar (no prazo )- 3 - Ka, kan: tempo 
e lugar. Ex.: Responde ás perguntas: Onde? quando ? -- 4 
- Tan: Em (lugar). Responde à pergunta: Onde ?--5 - TE: 
para onde? onde? de onde ?. Vai em casa, vem de casa, 
esta em casa: In te tinti, in te kánni, in te kantin--känni, 
esta -- kantin, vem -- 6 -- Te, indica quietude. Ex.: Gio te ni: 
Está no rio-- ni, está. Outro: Ag in to nänti: A gente esta 
em casa -- ndnti, estio--ag, gente. Se diz tambem tóg -- 7 - 
Kafan ta (te): Além de alguma cousa. Ex.: Gôio kafânte : 
Além do rio --8 -- Krinto ix tempriig: Eu subo no monte. 


— 218 — 


EMBAIXO: Veinkrán te-te, em - veinkrán, embaixo : 
veinprän, empra. 

EMBIRRA: Avvo, vaibéne ( Vise ). 

EMBORA. Apezar de: Ra ( Posp. ) 

EMBRULHAR: Pa, pan. 

EMENDAR: Nándie, véixki kran je; (unir uma cousa 
com outra ). Kanye. 

EMPINADO: Vu ve-vu, empinado -- ve, é. | 

EMPOLADO : Kréva, kriva (que corre acima )- kre, 
kri : acima--va, corre - 1 -- Gôio kekréva: A agua está em. 
polada. Repetido para significar multiplicidade de acção. 

EMPREGADO : Jén. 

EMPRESTAR: Vére nim --vére, por algum tempo - 
nim, dar. 

EMPURRAR: Nam. 

EMQUANTO: Kan (posp.). Ex.: Emquanto comia, 
morreu: Ko kan, tére ti-ko kan, no comer - tére, morreu -- 
ti, elle. 

KA’ML: Tomar por empreitada. 

ENCHADA : Tampére. 

ENCHER : Fan, fuan, for, tokfuan, van, var. Imper.: 
Fanera, fonera. 

ENCHUTO: Kagná. 

ENCIMA: Veinkri, jengi ta, küixma. krinma.-1- 
Jengi ta: De cima-jen gu, acima - ta, em--2- Aüixma : 
No alto. 

ENCOLHIDO, torto, encarapinhado ( pernas, cabellos): 
Koingrin: 

ENCONTRAR: Natóite, ka... tóte (o pronome se 
põe no meio entre kato e to)-1 - Nato fi te ij: Eu encon- 
trei a ella --fi. ella. 

ENCOSTAR-SE, deitar: Na --1-- Encostar-se à pare- 
de: Into na--into, parede. 

ENGRAXAR: Tang. 

ENCRESPADO : Koingrin. 

ENDIREITAR: Kuridnera ( Imperativo ). 

ENCRUZILHADA : Veinkanpóvo, veinkanpauo, pauo, 
póuo 

ENDURECER: TARTA'NO, DE TARA’, duro. 

ENGANAR: Ti veinmá háti-ti, a elle -- venma: lou- 
co -- had, fazer -- ti, Fulano de tal-- 1 - Onbédn : Enganar. 

ENGATINHAR ; Nikte. 

ENGANADOR: Odnbé - 1 -- Odnbéd ne : E” enganador 
- ne, 6--d, connectivo. 

ENGRAXAR: Tang. Imper.: Tangara. 

ENGULIR: Log, reg, log, god. 

ENLEADO: Veixkukæxé, veingrin, kukæxé, kulrxéxe, 
quando são varias as cousas enleadas, ou se repete varias 
vezes a acção de enlear. 

ENLOUQUECER: Veinmáã ne -- ne, está. 

ENREDAR, enganar: Vembé. 


Ss RD 2 eS med 


E EE 





— 249 — 


ENROSCAR, ficar enroscado: Xéixno. 

ENSABOAR: Mitin sabão (?). 

ENSINAR: Kénveiramen, Kikairän -- 1 -- Ensinar a ler : 
Veinarô kinveiramen. 

ENTÃO: Kan, kanton, ara--1-- Então eu: Nog. 

ENTEADO: Ix prôn kotxi; ix bén kotxi - ix prôn, de 
minha mulher -- kotxi, filho -- ix bén, de meu marido. 

ENTERRAR ( defunctos ): Peju. 

ENTRAR (penetrar): Ran, lan; kara, ara, gen - 1 - 
Ränho : Entro agora --2--O sol já entrou: Aran (lan) húru 
pura - arän, sól-- Ahúru, já - purú, entrou --3-- Aran purja : 
O sól entrou--ja, particula para indicar acção passada - 
4- Ran ten: Entrar. 


ENTRADA DO OUVIDO. Vide ouvido. 

ENXERGAR: Kané. 

ERA : Vénve, do verbo ser. 

ERRAR (o caminho ): kugn, gan. 

ESCADA:  kantérejafa, tamprü jafa -- kantére, descer 
- jafà, instrumento -- tamprii, subir. 

ESCAPAR, (salvar-se ): kre, kret ( livrar-se do perigo). 

ESCOLA : Venharô niafa ( jafa ) - riafa, lugar -- venha- 
rô, lêr. | 

ESCONDER: Pejú (escondido), péj, pej, vainpaju, 
veinpeju. — 

ESCORREGAR: Paixke ( significa tambem curvar-se ). 

ESCOVA : Kupé jafa -- kupé, lavar -- jafá, instrumento 
-1-- Aján kupé jafa: Escova de dentes -- jan, dente - a, ai, 
connectivo. 

ESCRAVO : Antãij, änjen (antainhi), ve há —- ( eriolo ). 

ESCREMENTO : Nhafä. 

ESCREVER: Venharë, ri, ra, arû, lü - 1- Rb ne: Esta 
escrevendo -- ne, está -- 2 -- Rô, significa tambem pintar, marcar 
—- 3- Arônge : Está escrevendo -- 4 - Cousa escripta: Ve- 
nharô -- 5 -- Escrever uma carta: Venharô had 7) -- had, faço 
-- tx, eu -- 6 -- Aprender a escrever: Venharô kiveinrâmen. 


ESFREGAR: kanoiira, pergéin, tin tin ti. 

ESPADA : Dó -- 1 -- Cabo da espada: Dó pu -- 2 - Espada, 
refe: Nifé téic--kufé, faca--téie, comprida, grande -- dó, 
arma. ( Kiúfantéie ). 

ESPARRAMANO ( Aqui e acolá): Tamé janjénkimo 
- tamé, aqui e acolá, longe. 

ESPELHO : Vaivéie. 

ESPERAR: Tore--1 -- Esperar um pouco: Nanén x2 - 
kanén, esperar -- xi, pouco -- 2 -- Hannhóa ( Vis. )- 3 -- Uanha- 
wanha ? 

ESPETO : Jenga gré. 

ESPIAR: Kikokan ( Vis. ). 

ESPIGA: Bo. 


— 250 — 


ESPINGARDA : Boká, boké. Significa tambem este 
vocabulo, garrucha; dótéie-- dó, arma --téie, comprida, dió 
(São Paulo moké ). 

ESPINHA DORSAL: Gitka. 

ESPINHO : X02, «ot. 

ESPIRRAR : A-xim. 

ESPOSA : aprôn -- a, connectivo -- prôn, mulher. 

ESQUECER: Kikaktin, kajatún, kixkaktin, akikaktin 
1-- Veixketá kajatún : Esquecer o remedio -- verxketa, remedio. 

ESQUECIDO : Membro insensivel do corpo ( esque- 
cido) Méin ton. 

ESQUENTAR: Aran, togn--1-- Pin to agn togn, to 
ini: Se esquentam ao fogo, e estão perto -- pin, fogo -- to, ao 
- «gn, elles - to, perto -- dnz, estão. 

ESQUERDA : Kain -- 1 -- Minha esquerda : Jakdin -- ja, 
minha. Direita é 2pédn. 

ESQUILO ( serelépe ): Jótiti. 

ESQUINA (da rua): Tavan. 

ESTA (adj. indicativo): Tagfi-tag, esta-- fi, ella, 
mulher. mh ne 

ESTAR: Je, ne, ve, na, ja, ni (plural, nanti ) kanje, 
kénje, kan, kana, ként, kane; ha, re ( resultado de uma acção ) 
tog, tógmo (significa tambem ter); van, wan, mó (é desi= 
nencia ds verbos): significa acção no tempo presente ou 
futuro; aa (signfica resultado de uma acção ); kánti--1 - 
Está bom ?: Ha hôóne?--ha, bom - hô, muito -- ne, está - 2 -- 
Rúru te na: Está pequeno (baixo )-- tz, eile--3-- Ha hi? 
Está bom ?-- 4 -- Kurd ai jadjà re (ra): O lenço está estra- 
gado -- kuriai, lenço -- jadjá, estragado -- 5 -- Xéixtimo: Está 
preso -- xe, preso -- x, connectivo -- ti, elle -- 6 -- Xua ti xa: Está 
sujo -- xu, sujo--x, connectivo = 7 -- Vavarxa: Está jogado 
tora - 8-- Jan Ôt kanti na: A mãe está falsa -- jan, mãe -- ot, 
falsa - kántina, está. Tambem uán. Como está elle? Hanan ? 
(que é delle?) À 

ESTE, esta, pronome demonstrativo e adject. demonstra- 
tivo: Teg, tag fi-fi, ella. ! 

ESTEIO : Inondá -- 1 - Derrubar o esteio: Inondá gan. 

ESTICAR: Kranje. 

ESTOMAGO : Fé, fa. 

ESTRADA: Emprii. 

ESTRAGADO : Korég, kóke. 

ESTRAGAR : Kokéktimo (elle estraga ) - kóke, estraga 
- #7, elle -- mo, agora ou no futuro. 

ESTRELLA : Krin. 


ESTREITAR: Namñhäna. 

ESTREITO : Tára ( estreitado, apertado ). O contrario 
de largo ( xéne, veinxrüne : estreito ). 

ESTUDAR: Veinlá, veinlé, veinran. 

ESTUDIOSO : Veinrá kenemá je -- kenema, gosta -- je, 
esta. 


. 
i 
| 
| 
1 
- 
É 





— 251 — 


EU : 4%, éix, ga. je, tc, ex, æ, ju, 27d, œdn.æu, me, 
xo, na, nan --1-- Xôn, irôn: E' meu --on, é --2-- Ja kran: 
Eu planto - kran, planto. Tambem: Nakrdn, na, eu. 


EXEMPLO -- 1 -. Por exemplo: Enhiréke mon. 

EXPERIMENTAR: Kami (a espingarda ). 

EXPLICAR (dizer): To. | 

EXPREMER : Jenmira (imper.). 

EXPERIMENTAR: Kame. 

EXPULSAR : Kuten, vuóg. 

ESQUINA (da rua}: Taván 

EXQUISITO (louco ): Veixman -- 1 -- Veixman ti ne: 
Esta louco -- ti, elle - ne, esta. 

EXTENDER: Kavin; janjan, kavin, kanvi; kujé; ve 
— 1 - Extender roupa: Vetrupoixr kanvin --2-- Janján: Está 
extendido, largo, pendente -- 3 -- Kujénera : Extende tu (im- 
per. )-- 4-- Néndo véra : Extende o braço -- » ra, imper. - nando, 
braço. | 

EXTENDIDO ( deitado ): Na na-- na, extendido - na, 
está = 1 - Está extendida (a bandeira): Janjanjét. 


EXTRANHAR (não conhecer ): Ti jamé ix kikaktin 
— ti jamé, a face delle - kikaktin, desconhecer. 


E 


FABRICAR: Prin breg. 

FACA: Kiifé-- 1-- Faca de pedra: Toi. Faca; Foiána 
(S. Paulo ). 

FACADA: Küfé jénga -- jénga, golpe. 

FACES (as faces da cara ): Jamé. 

FACIL: Hô. 

FALLAR: Vin, ven, voén, kur, to, ke, tog - 1 - Kané 
joie vin ne: Está falando com as pestanas -- kanéjoix, 
pestanas -- vin, fallar -ne, esta--2- Kur, falla dos homens 
e dos animaes - 3 -- To: Dizer, explicar, contar. O mesmo 
se diga de tóg - 4 -- Kéke : fallar repetidamente, cochichar -- 5 — 
Kéve : está fallando -- ve, esta. 


FALSO: On, ôdn, ôt, kambhé, veinôn-- 1 -- Aôn net * 
Está mentindo -- a, connectivo -- on, falso --ne, está --t, con- 
nectivo - “-- 4ór ne: Diz mentira - or, em vez de or, men- 
tira - veinó ven: Diz o falso -- ven, diz - veinôn, falso, falsi- 
dade -- 3-- Veinône, veinôn ve: E' falso--ne, ve--4-- Ot jan 
ne: E mãe falsa -- jan, mãe. 

FALTAR - 1-- Ton tavinti ti: Aacabou com tudo. 

FAMILIA (criança): Veinkrén, krén (filho, menino, 
ôvo )-- Krén má: muita familha (filhos ). 

FARINHA : Mentfu. 

FAVOR (faça 0 favor): Nim--1-- Eisman ti grafú no 
ix nim: Eu te rogo (faça o favor de) que me capes a elle 
(o animal )-- eixmän, para mim --ti, do tal animal — grafü, as 
partes sexuaes de macho (de grá, gre: macho -- fu, a parte 
sexual )-- no, arrancar -- nim, faça o favor. 

FEBRE: Veixpõro - 1 -- Estou doente de febre: Febre 
hadéixno - had, soffcer - éix, eu--no, agora. Tambem: Aran. 

FAZER: Hadn, hâte; tanke, take; kéti. ke, ge--1 - 
Reza ke ti: Elle faz reza -- ti, elle - 2 - Kéæno : Estou fazendo 
x, eu--mo, agora. Tambem, kéino-- 3 - Fazer festa: Kangiri 
-4--Fazer banho: Veijkupé -- 5-- Está fazendo um póte: 
Goro grin kéve - ve, fazendo, ve, está - gôrogrin, obra de barro, 

FECHAR: Ninféie, nikféie, nengféie, nifé - 1 - Lugar 
fechado, cercado, murrado : Lo, ró, -- 2 -- Fechar os olhos: Kané 
not (de nóro, dormir ) --3-- Abrir os olhos: Nané liri, liri, 
acordar, abrir os olhos--4-- Fecha os olhos: Norora -- 5 -- 
Fechar com chave: Kinvinké (?) Fechar a porta: Nifé 
(Ob E) 

FEDOR. Vide mau cheiro. 

FEIJAO: Alangró, arangró rangrô, langr6. langoro. 


« 





4 
| 
| 
a 
: 
4 
| 


SR - . = o 
PTD TE E E E DD PN ee o né din Ed 


me E o si MO ot ét te > ré ee D E A de. 





Lt 


AO cl 


FEIO: Aorég, diu (?)--1- Rio Feio: ( Aguapey) 
Goio Kupri: agua branca, -- 2 -- Esta feio: Norég tog ni-tóg, 
estando -- ni, está. 

FEITIO: Ve, kranke--1--O filho ja tem o feitio do 
pae: Jogma kotxi kranke - jogmá, pae - kotæi, filho -- kranke, 
é semelhante. 

FEIXE: Panfin, - | -- Molho de arroz: Arroz panfin. 
Tambem - to--kvim, to kuën, tokfin. 

FEL: Tumé jéj-tamé, figado ~ jé, fel, urina : 

FELIZ: Hô. 

FEMEA : Tantô, ôntantô -- ôn, algum. 

FERA, animal bravio: De--1-- Féra braba; De jun. 

FERIDA: Ari, foke--1- Krii krü veixma : Lepra -- 
veemd, molestia, doença -- kriikrii, chagas, repetição para in- 
dicar o plural. Tambem fokta. 

FERIDO : Arü -- 1 - Esta ferido: Krüd na - krii, ferido 
- d, connectivo -- na, esta. 

FERIR: XKukén, tai, krüt, fut (cortar), kerét, ten, 
koke -- 1-- Kukenja : Está ferindo, está querendo ferir -- kwk, 
ferir -- ke querendo -- já, está -- 3-- Táix : Bater, matar -- 4 — 
Krüra: Fere tu ( Imper.)--5-- On keréki: Um ferido -- 
on, um, algum. 

FERRO: Ferro. 

FERR:0 : Préja( aguilhão ), rére, ru - 1-- Rére: Fer 
rio do garfo--2-- Préje ou préja: Ferrão das vespas -- 3 -- 
Ferrão da formiga: Ru. | 

FERRUGEM (sujeira): Jakua--1-- Ti venxu jakuá : 
Ferrugem do tal objecto preto - ti, do objecto tal-- venxu, 
preto. 

FERVER: U6, vó, veinvo -- 1 -- Vénvo re: Esta ferven- 
do, rê, está Tambem venuvo ra, venuora. 

FESTA: Veinkanjiri ( divertimento ): veingrin (baile), 
veinkókefin (baile), veingrin, jiri, gran, kanjun -- 1 -- Elle 
fazia festa: Akoju ti nive -- ti, elle -- nive, terminação do im-- 
perfaito, de ni, estar - a, prothese. 

FICAR: Ka, kanja, tógmo, tog, kanje, nz, jéne, ne - 1 
- Elle fica brabo: Jun tógmo-- jun, brabo -- tógmo. esta 
agora - 2-- Kujo ja ti ni: Elle fica magro -- kujó, magro -- 
ja, agora - ti, elle -- ni, fica. 

FIGADO, baço: Tamé. 

FIGO: Fod, fukané. 

FIGUEIRA: Kava fu (figueira). 

FILEIRA: Venjútfuit - 1 - Em fileira: Pré (?) 

FILHO: Kotxi, kren (ovo), kotxin, akotxi--1 -- 
Kotxinfi: Filha -- fi, ella. 

FINCAR: gui. Impr.: qui-era ( um moräo. um poste). 

FINGIR : On. Vide falso, mentira -- ddn, dt -- 1 - Ven- 
xan tandatôn had ja ne: Uma vez se fingiu pobre -- tanda- 
tôn, pobre -- venxan, uma vez. Tambem kangranove. 


— 954 — 


FINO, bonito: Montxi -- 1 - Panno fino: Kuru gain- 
kurú, panno. Tambem tarijá. 

FIRME: Tara, kitara, kitare -- 1 -- Muito firme: Kita- 
ra ma-ma, muito. 

FITA, linha, corda: Kakrô, muafé. 

FIXO :-1- Kané fantôn: Olhos fixo -- kané, olhos. 

FLAUTA: Kóke--1 - Flauta para ser tocada com o 
nariz: Ninhé kôke- 2-- Flauta com varios tubos: Kan hon. 

FLEXA: D6--1- Ponta de osso da flexa: Dó jénk.-- 
jénk, ponta de osso. Osso simplesme te se traduz com kuka — 
2- Ferrão da flexa: Do rêre. 

FLOR: Kafexféje, fexféje vexféje. 

FOGO: Pin (significa tambem lenha )-- 1 -- Fogueira 
grande: Pin fé, pin grà--grû, accend'do, que illumina. -- 2 -- 
Kren pin fi ti: Elle põe lenha no fogo.--3-- Kren pin fi: 
Por lenha debaixo da pannella -- kren, debaixo - fi, por. 

FUI: foste, foi: Viiire, üere, itire, perfeito singular do 
verbo tin ir. Vide fomos, foram, foste, Usa-se tambem fiiire -- 
1- Foi meu irmão que fez isto: Tag ix javu hadn hâna-tag. 
isto -- javú, irmão -- hadn, fazer -- hana, com certeza. 

FOICE: Nhcpa. 

FOLHA: Fe, féie féx --1-- Folha de pinheiro: Tara 
TO Nay es). | 

FOME: Kokire--1-- Ter fome: Kokire -- 2 -- Soffrer fo- 
me: Kokire me-me, soffrer. Tambem : Kokire had -- 3 -- Tenho 
muita vontade de comer: Jx jen hütéti-- jen, comer -- hétiti, 
desejo muito. 

FOMOS, fostes foram (vide foi): Kagüuve. (O o se 
pronuncia fechado ou estreito ) kangüuve. 

FORA: Tonja, tonje ( posp.)--1 - Tonja tô: Em fora -- 
ton, em -- 2 -- Tonjaki : e mesmo sentido - ki? em - 3 - Tonja- 
mi: Por fora -- mz, por ( vosp.), aqui. 

FORA: Lé, ré, hore, ére, horo--1-- Léra fodn: Pu- 
char para fora - ra, fóra -- fodn, pinchar, atirar. -- 2 -- Hore: Ir 
para fora, sahir; fora (adv.) --3-- Le ra ti küten : Tocar pa- 
ra fora alguem -- kuten, tocar - 4-- In ere: Fora de casa. 

FORÇA: Tára--1-- Fazer força: Nenvá -- 2-- Entrar 
por força: Ge ( significa tambem apanhar, brigar, matar, pe- 
gar alguem a força ). 

FORMA. De formas que. Vide consecutivos. 

FORMIGA: Ru, arin, erin--1-- A formiga morde : 
Arin rupran-rupran, morde -- 3-- Formiga cabeçuda: Arin 
krin buvengh-krin cabeça, buôngh, grande. Tambem ruprin. 

FORNECER: Vida, mavidn. 

FORNO: Totognia buông. 

FORTE : Tára, túru, tur, tar. 

FRALDA: Tindara ( Vise. ). 

FRACO: Krójo-- 1-- Esta fraco: Pexpéje. 

FREIO : Jantkii kan na--jantkü, boca-kan, estando-na, 
esta. 

FRENTE: De frente: Aven (?). 


E 
4 
e. 
: 

‘ 





sb o es ee 


FRESCO: Kuxá ( frio, inverno ). 

FRESTA da parede: intongá dóro, intongá, parede 
-- dôro, abertura, buraco -- intonga, de intôn parede -- ga, terra. 

FRIO: Auxä, kukrüre (este ultimo significa tambem 
gear ). 

FRIGIDEIRA : Toton ja--tuton, torrar--ja, instrumento, 
lugar. 

FRIGIR “assar ): Totógn, jegme. 

FRONTE : Rindiá, kakan--1-- Kaka rô--rù, pellado, 
tosquiar. 

FRUCTIFICAR: Kakanémo, kanémo, kakané, kane. 

FRUCTA: Kané, kakané -- ka, pau-- 1 -- Kok -- 6, espe- 
cie de fructa vermelha. 

FUGIR: Pejú, veinpeju. 

FULIGEM : Intufóro, peninja. 

FUMAÇA: Ninja, nija, niiá (S. Paulo, wrnüno ur- 
muno ). 

FUNDO (adij.): Dik, ding-- 1 - Oré ding: Lagôa 
funda -- 2 - Fundo do quintal: Ro krén-ro, quintal--krén, em 
baixo - 3 -- Fundo da agulha: Préja dôro-dôro buraco -- 4 - 
Fundo de alguma cousa: Duritke. 

FUNDO : Bére ( subst. ). 

FURADO: Dén--1- O olho delle está furato : Ti ka 
né van düpti-- ti kané: Olho delle -- van, esta. Diz-se tam 
bem dign, dügn, kandon ( furado), -- Dign dó: Bolbo do olho 
furado. 

FUTURO, Se faz accrescentando a syllaba mo ao ver- 
bo, e assim tambem se faz o presente. Pode-se fazer o futu- 
ro com a particula enhürike mon, e tambem accrescentando 
ao verbo um adverbio do tempo futuro, como: kurdn, dia; 
kurá opki, noutro dia; vaiaká, amanhã; kején, kárka, depois. 
Ex.: Karka krintaue hadno: Logo farei um chapeu -- hádno, 
farei. 

FUZILAR: Natankôpke ( resplandecer ). 


G 


GAFANHOTO: Opa, Xukrin 

GANCHO : de anzol: Rakfuii. 

GALLÃO, fita de chapéu: Tokfin. 

GALLINHA : Garit (engarít). 

GALHO : Fuigh, jovuije, ramo miudo--1 - Galho de 
café: Nafé ti pe-pén, pé-2-- (Galho secco: Titan tara 
(Vide). ; 

GAMBA : JARA (cuspo). 

GANHAR: Vanha, véi. 

GARFO : Kuja rére-rére, ferrão. 

GARGALHADA: Ti dut diira-ti, delle, düi, pescoço- 
doira, arrebenta. Tambem: Ti dui ire. 

GARRUCHA: Dó múro, do, arma-ruro, curto. S. Paulo: 
Moke. 

GARGANTA: Avangró, vangró, kado -- 2 - Minha gar- 
ganta: Xavangró- x, minha. 

GASTAR: -1-- Gastar atôa: Vava. 

GATO: Mini, minkæi; de min: onça, jagudr-æ{, pe- 
queno. 
GAVIÃO : Jongjó. 

GEADA: Kokriire (tambem inverno). 

GENGIVA: ju kráix (?). 

GEITO : Está com geito de chover: Ta kúten sxóro- 
ta, chuva-kuten, cahir-góro, deseja. 

GEMER: Prá, veinprá. 

GENTE : Ag (elles). Serv para indicar homens e mu- 
lheres. quando estão misturados -- 1 - Gente delle : Tito agn, 
ti to: Com elle-agn, gente --2 - Tem muita gente: Ag gu 
ve-gu, muita-ve, tem. 

GERIVA : Táion (Vide). 

GIRÃO : kakré. 

GIRAR : (mover em giro): Júxke, j6ixke. 

GISSURA : (especie de palma): Fénê-é. 


GOIÁBA : Ma. 

GOLPE: Jénja - 1 -- eins de machado (ra patates 
Beny jénja - 2 - Golpe de faca:. Küfé jénja (facada). 

GOLPEAR : Täix (bater, matar). 

GORDO : Tang. 

GORDURA: Tide tide. É 

GOSTAR: Emá, hema, kenema, venkenema, kenmá, 
jentáim --1-- Kenemá ne: Está a nao ne, está. Tambem 
nentdin, gedé ti. 








PP PETER POA 


opt 


GOSTAR. Não gostar: Váix, javáix, wier, jauaix. 
Estas palavras significam tambem nao querer, ter repug-- 
nancia. 

GOSTOSO : Grent (doce) -- 1 -- Gostosissimo para co- 
mer: Ko ha tavin-ko, comer -- ha, bom-tavin, de tudo -- Não 
gostar: Xrimäje. 

GOTEJAR: Glakó ti mo, nató ti mo, tate, náke. 

GOUVERNAR: Líri. Significa tambem accordar, es- 
tar de olhos abertos. 

GRALHA branca: Xakxó, Xanxó. 

GRAMMA: Rê, érê. 

GRANAR, CACHAR: Kené, kanémo. 

GRANDE: Buüngh -1- Maior: Foro, for, fare, hé 
--2-- Muito grande, demais: E hô. 

GRO : Kané--1- Grão de milho: Gara kané. 

GRAVATA : / ud tokfin-düin, pescoço tokfin, liame. 

GRAVIDA: Ankotxi van fi ne: Ella esta com filho - 
tan, sendo-fi, -- fi, ella-ne, esta. Tambem kren. 

GRILLO : Feirâng. 

GRAÇA. Trabalhar de graça: Veingrin lairânha-lai- 
ranha, trabalhar. 

GRITAR: Veimprá, pra, pre, préle, veinpréin. Imper. : 
Prénera, prélera, prérera 

GROSSO : Fór. 

GRUDAR: Xa; to tangrénke-to, a elle - tangranke, 
unir. 

GRUDE: Priri, kafa ja ti. 

GRUPO --1- Grupo de gente: Agnagn -- 2 -- Vão 
em grupos: Ag nó mó-mo, ir, repetido para significar mul- 
tiplicidade de acção, plural. 

GUABIROBA : Pano-á. 

GUARDA: Fazer guarda: Lire. 

GUARDA (depositario) : Jo, jo, nim -- 1 -- Me dê pão 
e guarda-o para mim: Emin jo nim-emin, pão - nim, guardar 
- 2- Nim hat: Elle guarda a cousa. 

GUARDAR: Vidn had. 

GUARDAR: Kire, kéra, kéira, kamén (temer) -- 1 ~ 
Guardar a ordem: Tin vin hadn. 

GUARDA-CHUVA: Vaixkrivédnia, venkrivédnia, uain- 
klivédnia-ja, ia, instrumento. 

GUELLA : Xavangro. 

GUERRA: Küngré - 1 - Guerrear-se, brigar um com 
outro: Jagne küngré. 


H 


HA (do verbo haver): Ni. Em sentido de ter: To--1 
Outro dia: Kura ôn ki-kura, dia-ôn, outro-ki, em. 

HABIL (para alguma cousa) : Jó. 

HERVA: Kré, arê, ré -1- Herva mate: Hongóin. 

HISTORIA. - 1 -- Contar historias (mentiras) Vezôtn 
ve-veidt, veiôn : historias! - ve, conta -- 2-- Historia : kambet, 
kambút (noticia) 3- Ot kambét: Conta historias. 

AGORA : Ori, hoje. 

HOMBROS : Jenimbai (Telemaco) Peinbuüng. (Vide.) 
pani, epani, veixpäni, jenmän, iniril (Visc.). 

HOMEM : Gré, ungré, ongré, on, kaixgang, kaingang, 
kaingôó - 1 - Homem baixo: Ono lúro (rúro) - ôno, algum 
rúro : baixo, redondo -- 2 -- Homem de um só olho (monó- 
culo): Kané pire ni-kané, olho-pire, um, nz. está com - 3 — 
Os homens: Ag; as mulheres, fag--4-- Homem corcunda : 
ungré pando - pandó, curvo - 5- Homem preto: On tó. 
Tambem pa-i. 


HONTEM : Arankét. 


HORA -- 1 - Na hora de morrer: Ti kuran ki termo 


-ti. delle -- kuwran, hora-ki, na-termo, esta morrendo agora. 
HORIZONTE: Karka kränja-kaikan, ceu-kranja, li- 

Oie,. 

" HORTA: Ar6, (cerca), ro, lo. 

HOTEL: Enjenniafá. 

HUMIDO : Brére me-brére, molhado-me, um pouco. 





IDADE: -- 1- Da mesma idade: Jagne kômo-jägne, 
um a outro - ko, ao lado -- 2-- Mais moço de idade: Andot 
kéve-dot, atraz -- 3 -- Mais velho : Anjut keve - an, connectivo -- 
jut, jot, adiante. 

INCHAR: Kamp.idn. 

IGNORAR: Kixkaktin. 

IGUAL: Hórike, hérike. 

ILHA: Kute. 

ILLUMINAR: Gru. 

IMAGEM: Langré--1-- Fog langré: Imagem de bran- 
co -- fog, branco. 

IMMORTAL: Tére váix--tére, morre--váix, nunca. 

IMPERATIVO: Sefaz: - 1 -- Accrescentando ra, era, 
ao verbo. O imperativo negativo se faz pondo depois do ver- 
bo a negação tôn, a syllaba ra -- 2 -- Se faz pondo adiante 
do verbo a particula ha-- 3-- Prepõe-se a particula kur, dan- 
do ao verbo seguinte, além da significação imperativa, a de 
que a cousa imperada seja feita com pressa. Além de kur, 

se usa Æut, kul, lkúri. -- Exemplos -- 1 -- Hako: Come tu. 

IMPOSSIVEL: Váix, koréy, javáix-- 1 -- Impossivel 
dormir: Nôro ke tôn-- nôro, dormir, ketôn, não poder. 

IMPROVISAMENTE: Grito, vetóixto ( improvisa- 
mente). 

INDICAR ( fallar ): To. 

INFERNO: Det koré jamä-det koré, demonio - jamá, 
casa, bairro, morada. 

INFLAMMADO : Kaënpän, kainpara (inchado. ) 

INIMIGO: Kikaktin; katka tôn-kaikà, da nossa tribu, 
liga. Vide amigo. 

INSALUBRE: Kanga kema ne--kanga, doença - kema, 
que gosta -- ne, esta. 

INSECTO. Uma variedade: Toniôn. 

INSTRUMENTO: Jafà, já. Significam tambem lo- 
gar - 1 -- Instrumento musical; Oakire, otorére ; xi, xii - 2 — 
Instrumento do canto: Taintânia. 

INSULTO : Kagn. 

INTERJECÇÃO - 1 -- Ara! Apraza a Deus!--2-- Hi! 
Oh! Indicam desejo. 

Além destas, quasi não ha interjecção em Kaingäg, a 
não ser alguma monosyllaba para exprimir a dôr. Suppre-se 
dando às palavras, em pronunciando-as, a expressão do af- 


— 260 — 


fecto que aliás se exprimiria pela interjecção. Ex.: Kurú 
pé! Ob! panno bom! -- kurt, panno -- pé, legitimo. 

INTEIRO: Ha-úra. 

INTERPRETE, lingua: Veinvin kiveinrâmen-vein- 
vin, lingua, falla -- kiveinrâmen, conhece -- vin, palavra. 

INTRACTAVEL: Juma ti ne-ju, jo: brabo - ma, muito 
- ti, elle -- ne, é. 

INUTIL: Korég -- 1 -- Dét korég: Cousa inutil - det, 
cousa -- korég, inutil, ruim. 

INVERNO: Kuxá, kokrüre (gelo): kuxântiti (S. 
Paulo ). 

INVEJA:--1--Titon ix krimaje: "Tenho inveja delle. 

IR: Tin, singular; mó, món, móij mot. mojen, plural 
do presente ( Mu.) Perfeito: U singular, vüire, fúire; plu- 
ral: Kangôuve; Imperfeito tinve -- 1 -- Tona: Vamos. Imper. : 
Toréra -- 2- Kur toréra: Vamos de pressa - kur, de pressa - 
3- Ton énera: Vamos para lá--éne, la--ra, para - 4-- Ir 
embora: Tin-5-Ix in kén: ha: Ja quer ir embora em 
casa -- in, casa-- ke, vou - ne, estou-- ha, ja--5-- Ix in ra 
nôro ha tin ha: Va ja para minha casa dormir -- ix in, mi- 
nha casa--ra, para-- ha, voz imperativa -- ha, ja —- 7 -- Como 
vai meu pai? Ix jog hôrike? -- jog, pai - hórike, como vai - 
8 -- Hô tok ti? Vai bem ?-- hi, bem -- tog, está -- ti, elle -9 - 
Kéne: Ir--10 - Iô tong ti: A cousa vai bem. Tambem ha. 
Ha hô rike? Como vai? Hatin: Vai embora. 

IRASCIVEL: Jom kema - jom, bravo - kema, gosta. 

IRMA: Ve, vô, veg--1-- Véfi: irmai- fi, ella - 2 - Ve 
titany ; Irmã moça -- tótang, moça -- 2 -- primogenita : Veacái - 
3 - Irmã de irmão: Javü ve-javü, irmão. Tambem ve. 

IRMANZINHA : Vexi, váxi fi - fi, ella. 

IRMÃO : Javü, arengré, rengré, langré ; kainké, irmão 
mais velho. Tambem Janké, kaiká, que tambem tem o sen- 
tido de parentes, da mesma tribu--1-- Javii--ve: Irmão 
mais novo -- vc, menor -- 2 -- Irmãosinho : Javuxi -- xi, pequeno 
(jauve : irmão menor. Tambem, javüich ). 

ISCA: Kur póro -- kur, panno -- póro, queimado. 

ITAQUARAL: Muän (1). 


r 


(1). OM, é nasalado, 





| 
| 
; 
| 
| 


J 


JA (adv.): Ha, húri, - Ha, significa uma acção que 
nao demora para effectuar-se. Ex.: Teu pai vem amanhã? 
Não: elle vem já: An jóg vaidka kantin? Resp.: Ud: dri 
kantin ti ha--an, teu -- jog, pai -- vajaka, amanhã -- kantin, 
vem. Húri, indica o passado da acção. Ex.: Kangã hati 
húri: O doente ja sarou -- hati, sarou - húri, ja. 

JABOTICABA : Ma. 

JACARE : Apd, hampd. 

JACU: Pen, koiin, küüy, koi, peintkúin, pei. 

JACUTINGA. Se traduz como jacu. 

JAGUAR, onça: Min, mink, mi. 

JAGUATIRICA: Grouuntxi. Em S. Paulo, grénha. 

JANELLA: Kanén dôro-kané, olho-dôro, buraco, aber- 
tura. 

JARARACA: Pareviri. 

JARDIM: Kaféje ro. (V.) 

JARIVA: Tain (especie de palma). 

JOELHO : Jakrin, fakrin - 1 -- Curvar o joelho: Ja- 
krin fan - 2 -- Estar de joelho: Jakrin tan je-jakrin, joelho-- 
tan, com--je, esta -- 3-- Fakrin - fa, perna-krin, cabeça ( joe- 
lho ). 

JOGAR FORA: Va, vava, vavâmbra ( Imper.), vimba-- 
1-- Vavár xa: Está jogando fora, wa -- esta. 

JUDIAR : Vog, vogkonáne, konána - 1 -- Veinmá had 
- veinmá, mal - had, fazer. 

JUDIACÇAO : Kogn, konána. 

JUIZ: Onje kreni--1-- Dou parte ao juiz: Onje kré- 
ni mato ix--ma, ao -- to, fallo-z, eu. 

JUNTA, PAR: ( casal): Arengré (dois), prine, -1 - 
Junta de bois: Boixprine. 

JUNTA DOS DEDOS: Ningé féie jakrin. 

JUNTO: Bra, bre--1-- Junto commigo: Ixbre. 







; KAGADO: Pednim.  : | 
eee — KAINGA'NG: Kuingäng, kaingi, kaingit, 


\ 


we 


EL 


LA: Ene, tan-1- Ta kan. Naquelle logar - kan, em 
-2- Eneki: Naquelle logar - ki, em -- 3 -- Para cá, para la: 
Krinke - 4 - Ta ra vütre: Ir para lá- ra, para. 

LABIO : - 1 - Labio inferior: Gu kânté iantkü fudre- 
qu, haixo -- kante, lado -- jantkii, bocca -- fuüre, pelle - 2 Arix 
kante jantkii fudre, labio superior - kri, acima. 

LAÇO: Énje, éngje ; taja (laço, laçar ). 

LADO :-1- Do lado de cima: Av? kante-kri, acima — 
2 - Do outro Jado do rio (além do rio): Gozo kafän te-gõio, 
agua - kafan, de lá -- te, em -- 3-- Passar para o outro 
lado do rio: Gôio kafan ra kanküten-ra, para -- gôio, rio - 
kankúten, desembarcar -- 4-- Ao lado do rio: Gôio kri--5- 
Ao lado de alguem: ro. 


DE TODO LADO: (de toda parte): Kármi-kar, tudo 
— mi, por- 6 - Tamin eváix : Olhar por todos os lados - ta- 
min, por todos os lados, longe. 


LADRÃO : Péju - à -- a, final, serve para mudar o ver- 
bo em nome. — Outro exemplo: Tixe-á, um preso -- 2 -- De- 
num pejú: Rouba tudo -- denim, tudo. 

LAGARTO : Jenmojen (nhemmójen ); gangré. 

LAGO (1): Oré dingh (dig) --oré, brejo -- ding, pro- 
fundo. 

LAGOA: Oré ding; ord ding -- ding, profundo -- ora, 
brejo. 

LAMBER: Tuma-- Pan küveix tumati mo -- Aquelle 
esta lambendo sangue. 

LANÇA: Rugurt, urugura. ! 

LANÇAR: Vangémo - 1 -- hamét kata vangémo : Teme 
de lançar o remedio -- kamét, temer -- kata, remedio. 

LAGRIMA : Kiúxbé. 

LAMACENTO : Xôvo. 

LARGO: Lanktére (ranktére)- 1 -- Estrada larga 
Emprú téie -- emprú, estrada. 

LAMBARY : Kankrü fuére (o estreito ). 

LARANJA: Nerénje. 

LARANJEIRA: Larangéira. 

LARGAR: La, ra, re; tovaix -- 1 -- Largar do somno : 
Ie noro ra-nóro, dormir --2 --In továix vain agn : A gente 
largou a casa uns depois dos outros - in, casa--tovain, re-- 





(1) Kapen, lago ( Martins). 


— 264 — 


petido, ae indicar multiplicidade de acção -- Ayn, elles, a 
gente - 2-- Largar do trabalho Tanke kranke - tanke, trabalho 
krânie, limniter: Fangrimada mone -- Esta tudo largado, des- 
arrumado. a 

LARGO: Tampére, lanktére : Estrada larga: Emprú 
téie, téie, enmprido. 

LAVAR: Kupé, kupén, kupéia, veinkupén; kekfua, 
Suan, faia - 1 - Lavar ropa: Muafuäiten. 

LAVRAR (paus): Prin breg - 1 - Elle lavra paus: Ka 
prinbréktimo -- ka, pau -- ti elle - k, connectivo -- mo, agora. 

LEBRE: Ditxu, de dén, bicho - xt, preto. 


LEGITIMO : Pé, pospostivo--1-- Kurúpé! Panno le- 
gitimo ! bom ! 

LEICENÇO : Kujuj. 

LEITE: Nônje -1- Bo nonje: Leite de vacca -- bo, 
boi, vacca ( nônhe )-- 2 -- Tirar leite osdenhar: Min. 

LETRA: Aro, tanda. 

LEMBRAR: Kinveinrämen -- 1 -- Lembrar-se; Kinvein- 
ramen. 

LENHA: Pin, --1-- Ruido de lenha que se apaga (ac- 
cendida ): Xó. 

LEPRA: Krii kri veinmán -- krii krii, feridas -- venma, 
doença. 

LER: Venharÿ ; kin, veikén, ken ; nikrén ( contar, ler), 
venharo. 

LEVANTAR: Fén ; Jengr ; fii; feng; mon; jur: 
kankuten -- 1 -- On ani na, jengra : Quem esta sentado, levan- 
te -- on, quem -- nº, sentado — na, está — jengrá ( imper:), levan- 
te --2-- Fuinera: Levanta tu (alguma cousa), activo -- 3 -- 
Fengra, feingrá: Levanta tu. Imper. -4-- Se diz fut, em 
vez de fun-- 5 -- Veg môn: Se levanta primeiro -- vég, pri- 
meiro -- 6 -- Kiixd júro: A lua se levanta -- kiixá, lua -- jur, 
levanta -- o, agora - 7 -- Níjá jutke: Vae levantar-se a fuma- 
ça -- nijá, fumaça -- ke, vai -- 8 - Küxd jútke (kankúten): A 
lua se levanta -- kankuten, apparecer, sahir -- 9 -- Mon. 

LEVAR: Ud, ué, va, ve, ba- 1 -- Batin : Carregar trans- 
portando. Plural: Bamón baratin: Transporta tu (sngu- 
lar): bdra: móne: transportai ( plural ). 

LEVE: Kajuj. 

LEVEMENTE : Kumééra. 

LIAME: Tokfin. 

LIGAR: Tokfin. 

LIGEIRO: 1--De ligeiro : Kur, hud, kul, serve esta pala- 
vra para fazer o imperativo, accrescentando a idéa de presteza. 

LIMA (instrumento para limar o ferro, etc. ): Aranarän. 


LIMITE: XKránje-- 1 -- Limite, raiz do monte: XKrin 
kranja -- krin, monte. 


(1) Fagrinma, objecto, da, tudo - mon, largado - ne, esta, 


ni 


etats do Ennio Eee je me dé Sd dû nr du 


ea CIS ETR q 





— 265 — 


LIMPAR: Kupé (lavar)--1-- In katóro jéne ha: A 
casa ja esta limpa -- in, casa -- katóro, limpo -- jéne, este -- ha, 
ja -- 2 -- Kuré: Limpo, direito. 

LIMPO: Kupri, katoro, kuré, iampri, kekônra. 

LINGUA: Noné. Em sentido de linguagem, vin--1 
-- Lingua de serpente: Pando -- pan, serpente -- dó, arma. 

LINGUAGEM : Vin (fallar ). 

LINGUA: ( interprete) Vei vin kinveirämen -- kivein- 
ramen, saber. 

LINHA: (fio para costurar ) Uafé, vafé, veixkúk -- 1 - 
Mafé nifé: Linha enfiada na agulha --nifé, fechado -- 2 - 
Cabo delinha: Ti judnjudn -- judn, chegar -- ti, delle — 3 - 
Linha de anzól: Enkfi xüne--xün, linha -- 4 -- Linha do arco 
de atirar flechas: Uij aúne -- wij, arco - 5 -- Linha recta: Tan- 
kurike -- tan, lá -- kuri, direito -- ke, no. 

LIQUIDO : Létiti (2). 

LISO : Kadére, kadndére, kajére, kiijére, kijére. 

LISTRADO (pintado): ÆKongarü. Panno listrado: 
Kurt kongaro. 

LIVRAR: kré (escapar do perigo ), hrén. 

LIVRO: Vanharü, vairi. 

LIXO: Fá-1-Lixo do quintal: Pruru fa-prüru, 
quintal, ( empriirw ). 

LOBISHOMEM: Ningréin buüngh-ningréin, orelha - 
buongh, grande. 

LOCUTORIO : Venbednniafa-venbédn, conversar - nia- 
fa, lugar, instrumento. 

LOGO, logo que: Kaimbara, karaxi, kanti. 

LOGO DEPOIS: Xiri, krânhe ( kara ). 

LOMBO: Nidkuka-kukd, osso. 

LONBRIGA : Jokrin ( cabeça adiante ). 

LONGE: Auvarä - 1 - Muito longe: Kuvaran qu, 
kuvará hô - ? - Ao longe (do rio, da estrada): Dji ( posp. )- 
3 - Emprü dji: Ao longo da estrada - 4 - Ao longo do matto : 
Maitka dji - 5 - Extenso: Tamé - 6 - Kuvarangu. 

LOUCO: Vexkaktim, veikaktim: véixmaän - 1 - Onu 
veinkaktin : Um louco. | 

LOUDRA : Animal roedor aquatico: Tokféie, tokfine. 

LUA: Kiixa-1- Lua cheia: Xüxà rúro-rúro. re- 
dondo ( taruro ). Tambem: Niixá talurke ; küxà buônghtiti- 
titi, muito - buüngh, grande - 2 - Meia lua: Kiixá ti 
ru-tirú, corte -- 3 - (Quarto minguante, vide Ap.: Quarto cres- 
cente. 

LUCTAR: Rurúja. 

LUGAR: Jafa, niafá: ja, nia; to, te, ta; ema; ti- 
1- N/jà: Lugar para sentar, cadeira, banco -- 2 - Lugar de 
dormir: Noro niafá -- 3 -- Lugar de deitar: Nanjo - 4 -- Lugar 
de fructas: Tô kané - 5 - Lugar pestivo: To kangá -- 6 - Roca 
de milho: Tó gára - 7 - Lugar da chegada: Vankijudn-judn, 


— 266 — 


chegar - 8-- On ta: No lugar em que--9 - No bancs de meu 
pai: Ix jog jén ja, jog - pai. - 10 - Lugar de comer: Jér ja 
- jen, comer — 11 - Neste lugar: Taki. 

LUGAR ONDE COMEÇA UMA COUSA: Hängja- 
hang, principio. 

LUGAR BAIXO: Tó hren--kren, baixo - tô, lugar. 

LUVA: Ningé pa-pa, amarrar -- ningé, mão. 

LUZ: Gru-1- Luz de cêra: Déje gru, deje, cêra - 
2 - Dar a luz, parir: Ba. ma. 





M 


MAÇÃ (bola, proeminencia) - 1-- Maçã de pescoço: 
Duin diidn-dúin, pescoço - diidn, bola. . 

MACACO: Kajére, kanhare, haiére. 

MACETE: (para bater nos homens e nos animaes ): 
Kakjuÿ, kakuü, kakii. 

MACHADADA : Bengh jénja--jénja : corte, golpe. 

MACHADO: Seng - 1 -- Machado feito com pedra: Pó 
tan beng-pó tan, de pedra - 2 - Béng tan pó: Pedra lavrada 
com machado - tan. com. 

MACHO: Gré ( varão ); engré, gré : homem. 

MACHUCAR (surrar ). Bréion, mréion, de bran cipó. 

MACUCO: Uo. 

MADRUGADA: Kurän kuxra-kuran, dia -- huxá, frio 
- 1 - De madrugada: Kuran kuxá kan--kan, em. Tambem: 
Kuna ki--ki, em -- kuxa, frio. 

MADURO (molle, cosido) : Tanaäia ; karan - 1 - Homem 
maduro: Kaxgang karan-kaixgáng, homem - karán, maduro. 

MAGRO : Kiijó, kojó, kato. 

MAI: Jan, ñhan, fia. 

MAIOR: For, fóre, kantfore, kanfore (kant, esta); 
fore, vara. fare. 

MAIS: Man, mat, ningé; pante, pot, kri-- 1 -- O homem 
é mais forte do que a mulher; Ontantô kri ungré tara 
fore kanti- ôntantü kri, do que - ungré, homem -- tara, 
forte - kânti fore, mais esta -- 2 - Mais ou menos: Enhôrike 
mon ( cinco mais ou menos ) -- 3 -- Melhor: Tampri -- 4 - Mais 
alto: Púnte téte-téie, alto. Ka tan téie ni; hara, dn tan, 
pant kanje: Aquelle pau é alto; mas aquelle outro está 
mais alto ainda -- ka, pau -- tan, aquelle -- ni, esta-- hara, mas 
- ôntân, aquelle outro --kánje, está -5-- Veinvó madera: 
Corra mais -- venvo, correr--ma, mais-- d, connectivo -- ra, 
desinencia do imperativo. 

MAL: Veinma (doença e qualquer mal), veinmá -- 
1 -- Está mal commigo: ( tem odio de mim): Jama krima je 
(tema kri je)--erma, commigo -- kr, krimá: mal --je, es- 
ta --2- Kixkaktin: Está mal, é inimigo. Tambem: Pijá 
kairon ne: Não me conhece, é meu inimigo -- pijá, não — ne, é 

MALLEOLO DO PE: Pre fi. 

MALEITA : Nhoro, nôro ( durmo ). 

MALTRATAR : Vóg, konane, fog. 

MALVADO: Jonma, jôn kema--jon, brabo (jun) - ma, 
muito -- kema, gosta. 


SUS 


MANADA -- 1 -- Manada de porcos: Porco veinma ; por- 
co tatire. 

MANCO ( coxo): Vagua, vaguÿ, tin koré. 

MANSO: Jo vair --jo, brabo, - váix, não quer, nho 
vaixti ne. 

MANSO (não selvagem ): Kanherói, kanhére, kajére. 

MANDAMENTO : Jen, vin. 

MANDAR: Jéne, jen, vin -1--Ti vin ti tin: Elle o 
mandou ir embora-- tin, ir embora -- 2 - Elle me mandou 
comer: Eixmá ha ko ke ti:-eixma, para mim- ha, voz im- 
perativa -- kd, comer -- ke, disse -- ti, elle. 

MANDY (peixe): Kankré fuore rére - kankrô, peixe 
pequeno -- fuire, pelle (sem espinho)--rére, ferrão. Vide 
cascudo. 

MANDIBULA: Ja (dente)--1-- Arin ja: Mamdibula 
da formiga -- arin, formiga. 

MANDIOCA :-- 1 -- Kumin. 

MANGAS DO VESTUARIO : Apengrüra ( Vis.); 
anindó to kfim ; anindó grüra. 

MANHÃ: Kuxá ( frio) 

MANTIMENTOS: Venjéne, vejéne--1-- Te (ti) jen -- 
Mantimentos delle. 

MANTOS DOS KAINGANGS: Kurt ( é semelhante a 
um lençol ). 

MANUFACTO : Grin. 

MAO: Ningé, aninga, ningam, nin, ne, négi -- 1 -- Nin- 


gé pire: Uma mão - pire, uma --2-- Palma da mão: Ningé 


du -- 3-- Ningé petkdra : Toda a mão. 


MARACÁ ( instrumento de musica): Xi, xu ( Vise. ) 
MARACANAM : ( pequeno papagaio ): Kentkeré. 
MARCA: Aro, rô. 

MARRECO : 1 -- Pentan kur -- pentan, no pé -- kur, pan- 
no -- 2 -- Marreco pequeno: Pedn ben kanxiri -- kanxiri, pe- 
queno. Tambem se traduz a palavra marreco com as pala- 
vras pélnben, pent kwr, oretan — 3 -- Pent kur hanwir/ : Mar- 
reco pequeno. 

MARIDO: Ben, bedn, bem. 

MARIPOSA ( Borboleta ); Totógn. 

MAROTO: Vin korég ti je-vin, fallando-korég, mal- 
ti, elle-je, está. 

MAS ( conj.): Hara, hala. 

MASCAR: Nhemojen, jenmojen-jen, comer. 

MASTIGAR : Kaiéra. 


MASTRO (Santo do mastro ): Kuruxi tan fuire-ku- . 


ruxi, pannozinho-tan, de-fuire, folha. 

MATAR (bater): Taix, te, ten, tan, penói ; ge; xe ; té- 
re ; udnge. Deprehender-se-ha do que aqui dissemos, que 
muitas vezes, em Kaingäng,a palavra que exprime acção in- 
cipiente, tem sentido tambem de acção acabada ; e a acabada 
de incipiente. Ex.: Nôro, significa dormir, e tambem fechar 


dis ee HO 


r 
EP O 


dd bte 7 


| 





S969) 


os olhos — 1 — Táixra : Mata - imper.: bate — 2 — Te, ten: 
Bater, matar — 3 — Penói, propriamente, dar um tiro de fle- 
xa ou de outra arma; matar — 4 — Ge: Brigar e matar — 5 
— Xe, prender e matar. 

MATTO : Véix, váix, tan, müar, muaitha; te lkuxiá ; 
nem; wasn — 1 Váix ki: No matto-ki, no - 2 - Tekuxid : Mat- 
to virgem, e bem assim nem. 

MAU: koréy, bua ( Vise. ) 

MEDICINAL: Kata, kaktá (bom para tal ou tal in- 
commodo ). 

MEDICO: Ontan küktän j2, ônküktan je-0n tan, aquel- 
le que-küktän, curar-je, está. Tambem vezkiiktdn je. 

MEDIDA: Kambut. 

MEDIO (o dedo grande): Ningtya. 

“MEDO: Momen (temer) — 1 — Momen hadn: Soffrer 
médo - hadn, soffrer. 

MEDROSO: Momen ti xiri-ti, elle-xiri, pouco. 

MEIA: Fa pan-fa, perna-pan. o que enleia. 

MEIA (adj. feminino de meio) — 1 — Meia noite: 
Kutuxi hi-kuti, noite-xi pequeno-hé, meio. Vide meio. 

MEIO: #6; kujá — 1 — Hô pante: de meio para ci- 
ma — pante, para cima — 2 — Aran inindd káxca: Meio dia 
— arán, sol — kdxka, ceu — inindo, ( 1) braço. Tambem nindó, 
enindó — 3 — Kujú hi: Do meio para cima — hi, para cima. 

MEIO ( instrumento ): Niafa — 1 — Kantére niafá : Es- 
cada para descer. 

MEIO (POSP.): De, com ( Complemento de meio ): 
Kan — 1 —Ir de a pé: Pe kan, tin - pé, pe-kan, de -'tin, ir - 
2 — Ir por meio da cidade: Ema kara mi tin. 

MELHOR: Tampri — 1 — Está melhor? Resposta: 
Sim: está melhor: Man hi hana? Resposta: Han: man hi 
hano-man muito-hi, mais-han, estar bom-no, agora-han, sim 
— 2 — Elle está melhor de saude: Had ti-had, está bom— 
ti, elle — 3 — Muito melhor: E hi je-e, muito - hi, melhor- 
je, está— 4 — Pankxin ti: Elle está melhor de saude. Tam- 
bem se usa pakaí. 

MENINA : Gire fi-gire, menino - fi, ella — 1 — Meni- 
nas: Gire fag-fag, ellas — 4 — Menina: Gire tanti-tanti, 
fêmmea — 5 —Fongæifi ( pequena branca ). 

MENINO : Gire, giri; paixin, niri— 1 — Menino de 
peito: Nongüje giri-nangúje, peito (n-nhgiri ). 

MENOR: Ve; ke ti ne; — i — Elle é menor: Ve ti 
ne-ne, esta — 2 — Irmão menor: Javii ve. 

MENOS: Kéti, ve ( vide anterior ). — 1 — Mais ou me- 
nos: Enhôürike mon. 

MENTIR: On, ôt, aôt, adn, onbédn ; venbéd, ônet - 1 
— Ot venbédne: Falla mentira-ôn, mentira venbédn, fallar 
sempre-no, agora — 2 — Está mentindo: Aôn ne-a, conne-. 
ctivo — on, mentira — ne, está — 3 — One ven: Diz mentiras. 





(4) ou coroa, de nh-gain, cabellos - do, abertura (no vestice da cabeça). 


— 210 — 


MENTIRA : On veiôtn ven -- 1 -- Veiôtn ven--veiôt. 
cousa falsa--ven, diz--2-- Venôn ve: Falla mentira - ve, 
falla. 

MENTIROSO: ODN BEN, odnbé. 

MERGULHAR: Put, pur; vetkambúno - 1 -- Fin te 
dû pútke: Mergulhou a espada nella -- fin te, nella -- dó, es- 
pada -- putxie; mergulhou, enterrou. 

MESA: Jénja, jen néafa, kankéi, kakré - 1 -- jenja, de 


jen, comer -- ja, lugar, instrumento -- 2 -- Kakré: Taboa -3 -. 


Mesa de pedra: kHóten, mesa — pó, pedra. 

MESMO : Ha, han -- 1 -- Pelo mesmo caminho: Ha mi 
- mi, posp.--2-- Ti ha ve: K' delle mesmo -- ti, delle -- vé, é 
(ué ). E 

MESTRE: On tan venharô kikairone -- on tan, aquelle 
que -- venharô, ler, escrever -- kikairone, sabe. 

MEU, minha: Tx, éix, xa, ja, id, jo - 1 -- Ixôn : E 
meu--ôn, é--2 -- Jo ve: Minha irmã - ve, irmã. 

MEZ : Kiúxá (lua ). 

MILHAL: Tô gára: (Roça de milho), gára kre--tü, 
logar -- kré, plantação. 

MILHO: Gara, engara - 1 -- Milho moido; Pixi-: 
Milho torrado: Antotóro. 


MINHA: Vide meu -- 1 -- Cousa minha: Ix de-de, cousa 
- 2-- Minha roca: Japän-ja, meu - pan, epdn : roça ( derru- 
bada ) -- 3 - Meu bairro, minha eidade : Jama -- ema, povoação, 
roça, cidade, bairro. 

MIJAR: Jó, jón, joéi--1 - Ter precisão de mijar: 
Nai joéi hé - nai, eu. 

MINHOCA: Nhonhôn. Uma variedade: Jokix ningé 


(mãos no armario ). 
MIOLO: Krixkóio, koio. 
MISERAVEL: Jaktara -- 1 -- Me faz compaxão, me causa 


dó: Ix má jaktára ti je-ixmä, para mim - ti, elle -- jaktára, 
compaixão - ti, elle -- je, é. 


MISSANGA : Nhatiká, jatká adorno do peito : em geral 
é um rosario de capiá. 

MISTURAR: Janjan; tankujéja, akujanja, kanjanja 
-1--Akujanja je ti: Elle esta misturando -- a, connectivo — 
Je, esta. 

MOÇA: Tütang, tetang, tigtan. 

MOCO: Niirón, kerón, ( significa tambem cousa nova ) 
- 1-- Mais moço: Andôt kéve - a, connectivo- do, atraz -- t, 
connectivo -- ke ve--2-- Dóti ti ke ti ni: E’ mais moço elle 
- ti, elle. 

DE MODO QUE: A proposição consecutiva se exprime 
em Kaingáng com um complemento causativo. Ex.: Chovia 
de modo, que se não podia mover ; exprime-se assim : Por cho- 








— 271 — 


ver muito, não se moviam: Ta kiite buongh kan, vue ke, 
ton ti -- takute, cahia chuva -- buüngh, demais -- kan ( porque) 
- vud ke, poder mover-se -- té7, não -- ti, elle. 

MODO: --1-- De que modo ? Hürike ? 

MOELLA (Dos ossos, das arvores). Auju ( meio, 
centro). | . 

MOER : Jóix, jóixke ; fénje joixjinera. 

-MONGANGO : Pxô. ( Especie de abobora ) 

MOINHO: Joixnim--1-- Moinho a agua: Gôi tan 
jotxke — gôi, agua -- tan, com -- joixke, se move, em giro, ro- 
d ndo. 

MOLHADO: Brêre. 

MOLHO : Mat (?). 

MOLESTIA : ( doença) Veinma, veixma. 

MOLLE: Tanafa. 

MONJO’LO: Fénje( 1); Tandán ( Vise). (1) 

MONO’CULO: Kané piré -- kané, olho. 

MONTÃO: Pantfi -- patfi. 

MONTE: Ærin -- 1 -- Acervo de alguma cousa: Pantfi ; 
krid (monte). 

MOSTRAR: Ve. 

MORADA: Me, ma, emá-- 1 -- Minha morada: Jama - 
ja, minha. 

MORAR: Núixni, ni, nanti-- 1 - Ninho: Estou mo- 
rando -- nho, agora. 

MORCEGC : Kükfé, vaikükfé, vein kukfé, vakükfé 
( descascador ), krikfé. 

MORDER: Pra. Morder das vespas. Vide bater. 

MORINGA : Vèéngrin -- véin, cousa -- grin, artefacto. 

MORNO: Ran, arän ( quente, sol ). 

MORRER: Tére, kalére, kantéere ; krén ; kex - 1 -- 
Cadaver: Kréx; kititére : morre elle. 

MORRER afogado: kitére. 

MORTA, defunta: Tére fi- fi, ella. 

MORTO, cadaver : Xére subst.) ; téere, téera - 1 - Morto 
devéras: Tér pé-pé, devéras -- 2 -- Somno de morto: Noro 
xére ( somno pesado ). 

MOSCA: Ka--1 - Mosca verde: Aa tói-tói, verde - 2 
-- Borrachudinho do rio: Karan-ran, pintado ?-- 3 -- Variedade 
de mosca: Vankiire -- 4-- Mosquito da terra: Ka --5-- Xóin. 

MOVER: Vuüg, vudre, vog, vueg, kéti ? -- 1 -- Mover-se 
em roda: Jóixke -- 2 -- Immovel: Vúoton--tôn, não - 3 - Vuig 
kanti g020 tan joixke : E” posto em movimento pela agua, e se 
move - tan, pela -- vuüg, é posto em movimento - jóiscke, se move. 

MUDANÇA: Ti fódn (o mudar delle )-ti, delle - fodn, 
mudar. 

MUDAR (mudar de casa, de mulher): Fod, fon, fot 
-- 1 -- Mudar para outra terra: Ga fódn--ga, terra. Nota. — 
Os Kaingâng são polygamos. 


(1) Os dois vocabulos significam : lugar de quebrar. 


— 272 — 


MUDO: Kuáin vin, vai vin, uäix win, win vax - váir, 
não poder -- vin, fallar--1-- Ven kikaktin-vin, fallar -- kika- 
ktin, não saber -2- Um mudo: One vin váix —- ône, um. 

MUGIDO de porco: Arôn--krôn. 

MUITO: HG, é, ma, éti, titi (estes dois ultimos se 
pospõem ao adjectivo para fazer o superlativo ); gu, man ; 
angu, angutiti (este ultimo é superlativo )--1--Tára gu: 
Muito forte -- 2 -- Aran angütiti: muito quente -- 3-- Gire gu 
ve: Tem muitos meninos -- gire meninos -- ve, está com, tem — 
4-- Muito: uma quantidade muito grande: Korég - 5 - De 
mais: Buôngh -- 6 -- Kron buôngh tôn gra: Não beba demais 
-- kro, beber -- tôn, não --g, connectivo -- ra, desinencia do im- 
per. -- 7 -- Muito mais: E hd. 

MULHER: Tanté, ôntanto ( femea tambem do animal ), 
fi (ella), fag (ellas) fágma, ellas -- 1 -- Mulher do filho do 
meu irmão (sobrinho fraterno ): Rengré kotxi tantô fi - ko- 
tê, filho -- rengré, dois, irmãos -- tontô, esposa - fi, ella -- 2 — 
Mulher mundana: Be tôn -- be: marido, tôn: não, sem. 

MULTIDÃO : Agmonagmôn. 

MUNDO: Ema kára-emá, povoacio-kara, toda. 

MUNHECA: Nindo jakrin,-nindo, braço - jakrin, joelho. 
Tambem nina faem S. Paulo, juin pire.. 

MURCHAR: UA’, m--ua. 

MURO de pedra: Paro, porc. 


MUTÚM: Péin buüngh. 


N 


NADA: De tôn, denim ton de -- cousa - tôn, não - 1 - 
Denúm - de, cousa- n, connectivo -- um -- algum. 

NADAR: Braia-brdia, breg -- bréje, mbraia -- mraia- 
mraia, marambráia. 

NAO: Ton; pia, pijá; vós pie. tóg, tot, tó, pè = 1 - Ton 
ra: Apezar de não. Com o verbo kire usa se he. 

NARIZ: Ninhé. 

NASCENTE (oriente): Ardy júru kante-aran, sol - 
juru, levantar -- kante, do lado. 

NASCER: Auten, kankuten (apparecer), kakuten, 
akúten, akankuten; born, bogn. 

NEM em sentido de ainda que: Ra-1- Nem que 
deva morrer, não roubo: 1x têre ra, ix peju tôn-ix, eu-tére, 
morra -- peju, roubo. 

NEM - NEM: Para se traduzir esta comjuncção, se 
repete a proposição. Ex.: Não come pão nem carne ; se traduz : 
Não come pão, não come carne: Emim ko ton, nº kói ton -- 
pio, emin--come, kót -- carne, ni. 

NENHUM: On tôn-ôn, algum ton, não. 

NERVO: Keiéie -- 1-- Kejéje buôngh: nervo grande. 

NESGAS : Tungré. ( Vise. ) 

NETTA: Kotxifi--kotxifi (filha da filha), filha-Jotoifí. 

NETTO: (filho da filha) Kotaifé kotre. 

NEVOA: Kaxká ing--kaixká, céu. 

NHAMBU’ Oaxim. 

NINGUEM : On tôn--on, alguem -- 1 -- Não esta ninguem: 
On ua ton -- ua, está. 

NINHO Jakfé;. nia. 

NO’: Kudjé kané - 1 -- No de pau: Ira --2-- Ka pé irá, 
kampáti: Do galho do pau, arrebenta um nó: -ka pé, pé 
do pau----kampadn, arrebentar, nascer -- 3-- No de pau: 
Jakrin (curva, joêlho ) - 4 - Fazer um no: Kaniét, kanét hadn. 

NOITE : Kotiigh, kotu, kuti -1-- Um dia e um noite ; 
Ardn, kutú; ran, kutú -- 2 -- Meia noite: Kutt xz hô -- 3 -- Quer 
trabalhar de dia e de noite: Lairai kutii ké ti -- lairái, tra- 
balhar, - kutii noite - ke, quer - ti, elle. 

NOIVO:- 1--Ser noivo: ti prôæke- pron, casar -- ke, 
quer -- ti, elle. 

NOJO : - 1 -- Cousa que faz n6jo : De kokré -- de, cousa. 

NOME :Jiji, uiji, “ai. 

NORA: Kotxin pron, kotxi tdntô fi -- prôn, esposa. 
kotxi, do filho 


NORTE: Aran kanka kante-kante, do lado -- kanka,. 


vento -- aran, sol. 


NOS ( Pronome pess. ) Ein, en -- 1-- Entôn, enke ton - 
i: - connectivo -- ôn, é, pertence - 2 - Nós dois; (eu e tu): A 
ix -- a, tu-ix, eu -5- Emo: Nós agora. 

NOSSO: Ein, en, entôn. 

NOTICIAS: Kambét, kambut; kambé, kambu. Estas 
palavras tem tambem sentido de fabula, invencionice. 

NOVE: Ontauit veenkangrd. Vide grammatica. 

NOVO: Tang, kürôn (panno novo), hé — 1 — Irmão 
mais novo: Javü ve — ve, menor. Tambem javii dó--dó, atraz 
— 2 — Irmão novo: javu kürôn — 3 — Irmão menor: Javit 
ke ti ne--ke, menor-ti, elle--ne, é. 

NOVILUNIO: Kiixatôn--kiúxa, lua — ton, não. 

NU: Vide pellado: Kurt ton-kurú, panno -- tôn, sem. 

NUNCA: Vaix, uäzr, vad — 1 — Nunca comerei: /a- 
raka kótx tôn--káraka, em seguida — kôix, comerei — to, ton: 
não. 

NUVEM: Kaixkan--gôgn--kaixkän, do ceu -- cogn, véu ? 

NUVEMZINHA : Kaixrkaingoti, kaixkangógn ai-mxi, 
pequeno. 


O 


OBEDIENTE : Vin liri kemane; xanjéne kemdne-vin, 
ordem -- (iri, observar -- kemane, gostar, -- xan, meu -- jéne, man- 
damento. 

OBRA, manufactura: Grin. 

OBRAR, evacuar o ventre: Prexpréje. 

OBSCURO: Kuti, kotii (noite) 

OBSERVAR (a lei): Vin liri--vin, preceito = liri, ob- 
servar, por em pratica. 

OBTURAR: Ninféie, ninkféie ( fechar ). 

OCCIDENTE: Aran puriá kante-puria, lugar do sol 
pôr (de pur, mergulhar -- ia, logar ), kante, do lado. 

OCCUPADO : Kutára. 

OCIOSO : Venxaré. 

OCO : Jonke ; kujó dôro-kujó, no meio -- dôro, furado, 
— tê, elle. 

OCULOS: Kané kr: fi-kané, dos olhos -- kri, acima - fi, 
collocado. 

ODIAR: Krima, kri--1 - Krima je: Esta brabo; esta 
com odio — je, esta. 

OH! (affecto, admiração ): Hi! 

OH! (desejo): A’ra (prouvéra a Deus! ). 

OH! (compaixão ): Jaktara ! ( pobresinho !). 

OITO: Veinkangra, vetnkangra ; veinkangra, On vein- 
kangrã; ontauit taktôn- venkangrá, quatro - ontauit, (1) 
cinco — taktôn, tres. 


OLA: Od (quando se chama homem ); já ( quando se 
chama mulher ). 

OLFATO : Tevi. 

OLHAR: Ve; eváix, kievaix; liri (estar de olhos 
abertos ): kané; eudi, evái— 1 — A mulher na porta esta 
olhando: Ontantô jantká kan, liri-ontantô, mulher -- jantká, 
porta--kan, na -- liri, olha — 2 — Olhar fixo: Pat — 3 — Elle 
nos olha: Ein kané (ve ). 

OLHAR, no sentido de ter cuidado de alguma cousa : 
Liri. 

OLHO: Kané — 1 — Olho d'agua: Goto ni -- ni, tem. 
Tambem gôio kané--gôio, agua. Tambem gôio veinkané — 2 
— Abrir os olhos: Liri — 3 — Olho quasi cego: Kané ko- 
rég--korég, ruim — 4 — Fechar os olhos: Nôro ( durmo ), ka- 


(1) On, uma ( subentendida mão ), tauit, tavin; só unicamente. 


LOT. = 


né not — 5 — Olho furado: Kané düpti — 6 — Menina dos 
olhos: Kané kren-kren: ovo, criança. Tanbem kané kré — 
7 — Olhos vivazes: Kané lire. 

ONÇA: Mink, min, mi--1- Onça pequena: Mik xin 
- 1-- Onça pequena preta: Mink vin xú--xu, preto, 

ONDE: Déto, éntó; tandétó; hanto, ténto, hit - 1 -- De 
onde: He hi --2-- Para onde: Ahéra. 

OU... o, disjunctivo. Se traduz trausformando a pro- 
posição conforme o exemplo seguinte: Me pague com di- 
nheiro: si não queres, paga-me com sal: Dinhéro tan ha 
kajäm : javäix, xa tan ha kajametan, com - kajam, pagar — 
javäix, não queres --xa, sal. (Me pague com dinheiro ou 
com sal). 

ONZE: Ix ningé on tauit píre. Vide grammatica. I 
ningé vei kritôn kr pire. 


OPTIMO : Iotiti. 

ORA!-1- Ora! não devia eu fazer assim? Kanxôn' 
déje ge ix han tan ?--kanxôn, ora, então - déje, porque - ge’ 
assim - han, fazer - tan, isto. Ora... ora: kara; venxé' 
Se constrôe como fosse: Faço isso, depois faço isso. 

ORDENHAR: Mim, min ( Tirar o leite da ubre das 
vaccas ). 

ORDEM, mandamento: Jen, vin.-- 1 - Estou aqui por 
ordem do pai-- Ix jógn jen kan, t1 ki kanje-kan, por ( por- 
que )- jen, mandar - taki, aqui -- kánje, estou. 

ORELHA: Níngréin - 1 - Orelha cahida: Nengréin 
tére. 

ORLA de vestido: Féêre, nóio. 

ORPHAO: Jóg ton--jog, pai-- tôn, sem. 

ORTIGA : Muafé (tambem linha para coser )- 1 - Or- 
tiga de cipó: Venxénhúru--búru, brotar. Tambem ; pudre fé 
(ortiga de cipó ). 

ORVALHO: Kankfuôre. 

OH! Si (interjecçäo de desejo ): Ara-1-Oh! si ti- 
vesse saude ! Ir a hô ne ara! -- ixa, eu - hô, estivesse bem - 
ara, prouvera a Deus! 

OSSO: Kuka. 

OUTRO: Ut, dt, ôn, 6m, ôn, ton, um - 1 - On: Algum, 


outro - 2 -- On ma: Para algum — para -- ma (posp.) - 3 - Ou- 


tra cousa: De non, dentin, denûm - de, cousa - 7, convectivo 
- ôm, outro-- 4 - Outro dia: Kura On ki--kurán, dia - ôn, 
outro -- ki, em -- 5 -- E’ outro: on uá-uá (van), é - 6 - Em sen- 
tido correlativo, se põe muitas vezes, uma vez só, ex.: Um 
foi ferido, outro não; se traduz como fosse: Outro foi ferido 
-7-Um a outro - Venx6. Ex.: Venxó kid ren: Um pulou 
no outro -- kz, no - d, connectivo -- rem, pular -- 8 -- Veinxó ag 
rad nanti: Moram um perto do outro -- ag, elles -- ra, perto 





- d, connectivo -- nanti, moram --9-- On, ut: Um e outro - 
10- On kan to xa: Uma cousa presa a outra-- xa, presa - 
to, a- kan, está - 11 -- Os outros: Ona agn (latino cacteri ) 
- 12 - Jagnemán déne nija ve: Mostram-se um a outro o posto 
do bixo -- jagnemän, um a outro -- déne, bixo -- nija, posto - ve, 
mostram - 3-- Um a outro: Jagnin - 4- Um ágno: Todos 
os outros. Uanxi: Noutro tempo. 


OUVIR, perceber: Mé, méin, auguë ( Vise. ). 
OVO: Kren--1 -- Clara de ôvo: Xôgn. 


P 


PACA: Krüra, kriran (Tel): kamé( que tem medo ) ; 
ko kamé (que tem medo de comer) - ko, comer. 

PACIENCIA: Tenha paciencia um pouco: Vere me 
kejéne. 

PACIFICO ( quiéto ): Jatt. 

PAGAR: Kajam, kanjam (significa tambem comprar ). 

PAI: Jogn, jog, jong--1--Ix jogn, ix jambré: Meu 
pai e minha mai -- jan, mii -- bré, junto (meus paes). Tam- 
bem: Ir jambré jogn: O pai junto com minha mii ( os paes ). 

PAINEIRA: Náix. 

PAIOL: Juin, de j», guardar--in casa--1-- Gara 
join : Paiól de milho. 

PALAVRA: Vin, win, vi--1-- Palavra atõa: Vin vei- 
ama -- veixma, louco -- 2 -- Palavra ruim: Vin veixma -- veixmä, 
ruim -- 3 -- Palavra: Veívin. 

PALMA da mão: DU. Tambem significa planta do pé - 
1-- Ningé du - mão, ningé -- 2 -- Bater palma: pret--prét ké ti. 

PALMA (variedades) Témo; féne--é, táin. 

PANCADA : Dar pancadas: Popekéra. Pancada: Take. 

PANELLA : Patkü, kukrôn -- 1 -- Patkii lanktére : Prato 
— lanktére, largo - 2 -- Kukrija ( Vis. ). MEN: 

PANNO : Aur“ (fazenda) - 1 -- Panno grosso: Júrubre 
( Visc ). 

PÃO: Ka--1-- Pãos que se esfregam um a outro para 
fazer fogo: Anatõe ( Tel.) 

PAPAGAIO: Kantó, angúio ( Vis.)(1)--1-- Variedade 
que mora no campo: Kentl: érê kanæire -- kentk, papagaio -- érê, 
campo -- kanxire, pequeno ( maracänà ). 

PAPEL ( Especialmente escripto ): Venharü. 

PAPO : Dúix gra -. dúix, pescoço -- grd, bola. 

PAR: Prine, alengré: (dois), casal. 

PARA ( Posp.): Man; to--1--Ir para casa: In ra ix 
tingo -- in, casa -- ra, para -- tingo, vou agora. 

PARACANJUBA: (especie de peixe ): Efängh. Angh 
de etängh, pronuncia-se com som metallico. 

PARAR: Kranje --1-- Anti gafut ki judn, kranje: quando 
chegou na ponte, parou -- anti, elle (an, prothesi ) gafút, ponte 
de terra ( estiva ) --k/, na -- kan, quando -- kranje :parar, parou. 

PARDO: Kuju, kujó -- Onça parda: Min kujo. 

PARECER: Ve--1-- Parece que está melhor: Játi 
húri ve-- hati, sarar, húri, particula para fazer o passado. 


(1) E” o mesmo que jongjó. Kantó, papagaio domesticado, de kan, pau-to, 
gavião, ne, Jonjó, papagaio selvagem, corvo, 


| 





diet e 


PAREDÃO: Ari, krin ari -- lerin, monte. 

PAREDE: Pendó; entonya; intôn. 

PARENTES: Kaiká ( contribalos, consocios ). 

PARIR: Ma, ba; kren k-ti; kren, cria -- ke, fazer -- ti, 
elle. 

PARTE: Egarka, kupádn ( pedaço ), rii, riid (corte ) 
- 1 Que parte está doendo ? (o que está doendo? ): fan- 
déne Kangâmo? --tandéne, o que--kangámo, está doendo 
agora - 2-- Rii, parte, de rüng, cortar-3-A parte baixa da 

casa: In pé--pe, pé-- 4- Dou parte ao juiz: Onjekrenma to 
temo - onjekréni, juiz- ma, para, ao-- to, fallo -- 7x, eu -- mo 
agora -- 5 -- Parte posterior : Panim. Ex. Ningé panim ( pan Je 
Costas da mão. Pé panim (pan): parte superior do pé -- 6 
— Kiicã prän vii ni: O mez é uma parte do anno -- hiixa, 
mez -- prin, anno - rü, pe -n/, é--7-- Olha longe: Tamin 
evaix - tamin, longe--8- Atan déne kangâmo?. Que parte 
doe ? 

PARTIR: Quebrar: Brüéx. 

PARIS Par: 

PASSAR: Pa, paxke, paje; kanküten; kurän-1 - 
Passar o rio: Gôio are kankuten -- gio, rio -- kafan, 
outro lado -- ra, para -- 2 -- Fazer passar : canôa : Xankéi ba- 
hankuten -- 3 -- Passar E e Téti--4-- O carro passou: 
Jurürut tetite - 5 — Passar ( viver ): Tia. 

PASSARINHO: Nani. 

PASSARO : Xanxi-- 1 -- passaro cachique: Pantéie - 
2 -- Passaro grande de cabeça grande e pintada; Arin téie 
rô buüngh- krin cabeça --téie, alta-- rd, pintada -- buôngh, 
grande. 

PASSEIAR (fazer visita para alguem ): Angvé?,,an- 
quéi. 

PATO GRANDE: Pedn buingh -- pedn, ph buongh, 
grande. 

PATRAO: Jénti, patrão (Jem mandar ) -- ti, elle. 

PATRIA: Jama -ja, minha - ema, terra, povoação, — 
2 -- Hix engd : (minha terra) 

PATROA : Jenfi-fi ella -- jen manda. 

PATRONA: Perógn (sacco )-- 1 -- A tiracollo: Anharé 
Jeren -- anharé, sovaco--krén, debaixo. Tambem:  Anharé 
kren tin. 

_ PAU (arvore, madeira): Ka. 

PAVAO: l'epän--pan, coberto -- pé, pé. 

PE: Pé, anpé, pén, apé--1-- Pé de arvore: Pé--2- 
De pé no chão. Vide descalço -- 3-- Estar de pé: Anpén 
kânti-- 4 -- Pegada de gente: Pén. 

PE’: Suffixo para indicar que uma cousa é boa, legi- 
tima--1-- Kurt pé: Panno legitimo, bom. 

PEDAÇO: Kupädn ; góiga; veixkarmá ; lkupára. 

PEDIR, se traduz com o verbo judn, ete. - 1 -- Lema 
nim: Dé para mim--2--Temá jidn: Dê para mim. Tam- 
bem: Ixmá jure. 


à — 280 — 


PEDRA: Pá, pan, pó--1-- Pedra de afiar: Pänh6 - 2 
- Pedra de fogo: Pan ten pin-ten, com---- pin, fogo - 3 -- 
Pedra lavrada com machado: Beng tan pó-beng -- machado 
- tan, com -- 4 -- Machado lavrado com pedra: Pó tan beng - 
5 Pó ten pénd: Deu tiros de pedra -- pénd, atirar, matar 
com tiros. 

PEDREGULHO: Kokü. 

PEGAR, começar, agarrar: Mami, kânmi. Imper. kaë- 
mira -- 1 -- Pegar a fallar: Vin kame ke ha-vin, fallar -- ke 
querer, pretender. Pegar, prender: Xe (fazer prisioneiro 
matar ). 

PEGAR, no sentido de tocar: Kénera, kuxé. 

PEGAR, no sentido de brigar, colher flôres, etc.: Ge 
-1--Jágne ge--jágne, um a outro -- ge, pegar ( brigar ). 

PEGAR, carregar: Ua, ba, ma. 

PEGAR, no sentido de prender caça, etc. : xabm, xam 


PEGADAS : Péne. 

PEITO: Fé. No sentido de ubre, nongiye, nonguue. 

PEIXE: Pirá, péraju -- 1 -- Casca de peixe: Pirá fudre 
- 2 - Rio do Peixe (em S. Paulo: ) Gôio buongh ( rio grande ). 

PELLADO. ( Cabeça pellada ): Ro. 

PELLADO (Nu): Kurútôn-hkurú, vestuario - ton, não 
sem. 

PELLE: Ffuüre; venharü -- 1-- Pelle de cobra: Pam 
fuüre -- 2 -- Raspar a pelle: Venharé grantogmo-grant, raspar 
- toy, estar -- mo, agora. 

PELLO : Kiki, keki 1 -- Kiki be: Tem sempre pello -- 
be, habitualmente. 

PENDURADO : Jaróje. 

PENDURADO : Jagét. 

PENEIRA : Kre, grendá -- 1 -- Grendé gaix : Crinas de 
peneira -- gáix, cabellos (ñ-nhjaëx ). 

PENETRAR: (entrar): Ranho, ran. 

PENHA: Po. 

PENHASCO : Po. 

PENNAS (de passaro): Féére - 1 -- Pennas da flexa : 
Do Féêre; Ngornoa. ° 

PENSAR: Krédn, enkrén, veinkrédn, kienkré, kexkré, 
kred, kixenkrédn ; tore. ( Vise. ). 

PENTE: Vaikuréja, veixkuréja-kuré, limpar - ja, ins 
trumento. 

PENTEAR-SE: Venharébn, avenharébn. 

PEQUENO : Xi, xin, wire, ( re, estã), wird, kan.riri ; me. 

PERCEBER ( sentir ): Had, me. 

PERCUTIR: Nite; ten -- 1 -- Percutir com um pau: 
Ka nite-- ka, pau. 

PERDER: Mamfore, vamfore, vanfóre; hutén, kote - 
1-Ix kuran ix kote: Eu perco meu tempo - ix kuran, meu 
tempo --2- Kokéktimo :: Perde agora -- ti, elle -- koke, perder, 
estragar. Tamhem vaikréti. ( Vise. ). 


— 281 — 


PERDIZ : Kojon, koiómpépe. 

PERIGOSO (que mata): uänge, adnge. 

PERIQUITO : Krikrije, pént fuan -- fuän, perna. Tam- 
bem kaio-é. ( Vise. ). 

PERIZOMA, saia, xiripá: Pe fin-fin, cobrir. 

PERNA: Fa, fua, foá,--1-- Barriga da perna: Fa 
rúru -- rúro, redondo. 

PERNILONGO ( variedades ): Naxin kupri, xin ku- 
pri -- ka, mosca -- xin, pequeno -- kupri: branco. 

PERSEGUIR : Kané. 

PERTENCER: A’nje, na ni; ôn je-- on, de alguem - 
je, é. 

PERTO: Ektoá, to- 4 (adverbio ): ra (posp.). Ra, 
indica relação de logar e de tempo (está perto de morrer ). 
Em vez de ra, se diz tambem re; e em vez de to - a, se 
diz tambem kaké; to-hi; ektonjaki (ki, em), kak--ka. 
Tambem to -- hdix. 

PESAR: Kambut -- 1 -- Pesado, kofu. 

PESCAR: Vitpkéie, vipkéie. 

PESCOÇO: Duin. 

PES‘): Kambut. 

PESSOA: Ti, fi (elle, ella) -- 1--Quatro pessoas : 
Veinkangrá djn--agn, homens. Sendo muiheres, se diz 
fagn. 

PESTANA : Kané jo--kané, olho--jo, o que guarda 
(o olho). Tambem: kané joki, kanéjum buüngh -- jum, que 
guarda -- budngh. grande: Tambem : kané fudre -- fudr , pelle. 

PESTANEJAR ( fallar pestanejando ): Æzxmä to kané 
jo vin ne: Elle me falla com as pestanas -- eicmä, para mim - 
to, a-— vin, fallando -- ne, estã -- kané jo, pestanas. 

PICAPAU: Xankringô, nagningé. 

PILAO: Kraze ( pequeno pilão ). 

PINÇA PARA APANHAR as brazas: Ka pen--ka, de 
pau--pen, pé. 

PINGA, aguardente: Goiofá, agefa ( Vise. ) 

PINGAR: Glakótimo--glakô, pinga --ti, elle -- ma, ago- 
ra. Tambem nakótimo. 

PINHAL: Fuügn te, te fuiink. 

PINHAO: Fuügn. 

PINHEIRO: Fuék, fuôek, fuénk. 

PINTAR: Aré, r6 — 1 — Cousa pintada; Venharô — 
2 — Kungé ari: Trem de cosinha, etc. pintado -- kungé, trem. 

PINTURA : Aro. 

PIOLHO: Engd, ti krin pan paro (? ). 

PIPOCA: Gára (milho), nh-gára. 

PIRANHA ( Peixe ): Pazére, pa-iére. 

PISAR: Kagan, xan, tud, — 1 — Kagan : Pisar (a ro- 
ça p. ex. )— 2 — Kafé tud: Pisar o café no pilão para re- 
duzil-o em po — 3 — Pó ce café; Kafé túdere. 

PITANGA: Búit-e. 


— 282 — 


PITAR: Aútke — 1 — Pitar cigarro: Vatu ho-vaiú, 
cigarro-ko, comer. 

PITOCO (sem rabo): Bu ton--bu, rabo--ton, não ( buü- 
gh, raho ). 

PLANICIE ; Kitaré. kujére. 

PLANO: Nugére. 

PLANTA: Kré— 1 — Planta do pé: Pe du-du, par- 
te inferior. à 

PLANTAÇÃO: Kré — 1 — Plantação pequena: Búru 
hô-buru, brotar — 2 — Minha plantação : Je kre (Ja kran -- 
Je, ja: eu. 

PLANTAR: Kre, kren, vetnkré, veinkrán, kran, krank. 
PLEONASMO: Ma, (em jogma) : ki, em kikéra (leia) : e 
outros. : 
PO: Vembré — 1 — Nafé diirw: Pó de café. Tambem 
Kafé túdere, kafé tudúre, kafé dúru. Vide pisar. 

POBRE: Tanda tôn-tan, ter-da, cousa-tôn, sem. 

PODER: -1- Javáix, vaix : Não poder - 2 - Não se 
pode fazer: Hat ketôn-had, fazer - ke, poder - tov, não. 

PODRE: Kokré, kumia, kokrd - 1 - Fedor de um bi- 
cho morto: Déne kokré gére-gére, cheiro. 

POEIRA: Vembré. 

POLEIRO : Xanxi agn nan niafá-xanxi, passarinho 
- ayn, elles (serve para fazer o plural de passarinho ) - nan, 
deitar - jafa: logar, instrumento. 

POLLEGAR : (dedo pollegar): Ningé féie buingh-nin- 
geféie, dedo - buüngh, grande. 

POLVORA : ( para espingarda) Fun, boká fun-boka, 
espingarda. 

POMAR: Te kané - lugar - kané, fructas ( fructas não 
colhidas ). 

POMBA : Petküin, penkiiin. 

- POMBO: Pethiiin. 

PONTA: Juräna - 1 - Ponta de pau: Ka juräna = 2 - 

Ponta de flecha: Dó jekfin -3 - Ponta de osso da flecha: 


Do jek (nhék) fin--fin, amarrar - 5 - Dar um ponta-pé: Pe. 


nite-nite, percutir, bater-pé, com o pé. 

PONTA DO DEDO: Ningúja. 

PONTO (na escripta ): Ninive. 

POPA (da nau, séde do pilôto ): Nanhéi deré-kankéi, 
ndo-dére : assento, parte posterior 

POR ( posp. ) - 1 - Elle passa por aqui: Tag mi tin-tag, 
aqui - mi, por - tin, ir. 

POR ( posp.): Jamba (ao longo de alguma cousa ). 

POR (posp.): ( Kri )--1-- Passar pela ponte: Nágm- 
ba kri tin -- kagmbá, ponte -- kri, acima -- tin, ir. 

POR (verbo, atirar ): Fódn, fóre--1-- Rênco ti kané 
kri fore: Pôr o lenço (atiral-o) nos olhos de Fulano de 
tal --kané, olhos--kri, acima--2-- Xa ki fódn: Atirar no 
sal -- ki, no -- 3 - Van. 

POR, collocar : Fi, fé. 








— 283 — 


PORCO: Krôgn, kriúign--1 - Porco manso: Króúgn 
kajére ( kajéror ). 

PORCARIA: Déne kokré - déne, bixo -- kokré, podre, 

PORISSO: TO'GN, kantogn--1-- Togn togn kémo: 
Por isso quero assar -- togn, por isso -- togn, assar -- kémo : 
quere, pretendo. 

PORQUE: De, detún, detan ; kan, kantogn -- 1 -- Ma- 
tou a mulher, porque era raivosa : Jun Ji kan togn, ti prôn 
tén--jun, braba - fi, ella -- tógn, era - tí prôn, a mulher delle - 
tén, matou. 

PORQUE. Se resolvem com porque as proposições 
consecutivas. Exemplo. Era tão raivosa, que a matou: as 
sim se transforma: Porque era muito raivosa, a matou: 
Jon fi kan, fi ten--jón, braba -- fi, ella --kan, por ( porque } 
- ti, elle -- ten, matou. 

PORQUE ? (interrogativo ): Déje,? dê? -1-- De xo 
jôn ne? Porque esta brabo commigo ?-- 29, commigo, eu -- 
jon, brabo -- ne, estás. 

PORTA: Jantká ( Nhantkä), janká - 1 -- Porta da rua: 
Emprü ki jantká - emprü, rua - ki, na - jantkà, porta. 


PORTÃO: Jantkä niféia-niféia, fechado -- 1 - Janthá 

nifé 9 I, (gm ) je: Está adiante do portão -- jo, adiante -- je, esta 
RTO: Gôio ki-gõio, rio -- ki, no. 

RR Rudia, alumia, rumia, ru. 

POSTE: Ná ( pau), kuki. 

POSTERIOR: ( parte posterior ): Panim. 

POTE DE BARRO: Guüre grin. 

POTREIRO : Lo, ro-lo, ro: lugar fechado. 

POUCO: Pir, pire; me; xire - 1 -- De pouco em pouco : 
Xin kan-kan, com - 2 - Pouquissimo: Pipirétiti-- 3 -— Pit :, 
pouco -- 4 -- Lava um pouco: Vér2 lkupéra-véri, pouco -- ku- 
péra, lava tu ( imper. ). 

POUSO: Vére--1-- Pouso pequeno: Varét wri. 

POVO: Agn (elles)--1--Ag kara: Todo o povo- 
kara, todo--2-- To dgn: A comitiva delle -- to, com elle (o 
povo). (1) 

POVOAÇÃO : ema (villa, bairro, cidade ) - 1 - Jama : 
Minha povoação - ja, minha. 

PRATO: Paktii lanktére, largo. 

PRECISO: Hótiti- 1 - Japan fana hôtiti : E’ preciso co- 
lher a roga- japan, roça - fan: colher, quebrar - 2 -- Preciso 
urinar : Jon hótiti. 

PREGO : Prégo. 

PREGUIÇOSO : Jénje -- 1 -- Está preguiçoso : Jenjére- 
re, está -- 1 -- Jén pridit. 

PREJUIZO: --1-- Ter prejuizo: Uanfore -- 2 -- Causar 
prejuizo: Vendúmo, vendrümo. 

PREMER: Par-a. 

PRENDER : Xe (tambem matar ). 


(1) Kan ag, povo do matto. 


ro ge 


PREPARAR: Han hadn--han, bom -- hadn, fazer -- 1 - 
Hé han--hô, bem - han, fazer. 

PRESENTE: (estar presente ): Nititon ( Vise. ). 

PRESENTE, donativo: Véke, fágrin (1) -- 1 -- Déne fi: 
Dar alguma cousa -- dére, cousa -- fi, dar--2-- Ir jan ixmã 
veixma tay mim: Minha mai me deu este presente -- jan, 
mai - veixma, presente (1)-- tag, este - nim, deu. 

PRESO : Xe--1-- Preso a um pau: Han xe--kan, pau 
- xe, preso - 2-- Preso, captivo: Ti xe-á-3-- Estar preso: 
Xe, xa -- 4-- Um que está preso: Tixe ra-ra, está - ti, elle - 
5 - Captivo, escravo: Xéja. 

PRESSA ; Kur, kúri, kud - 1 -- Correr de pressa : Kutin 
vanuvôre--kut, de pressa -- venuvó, correndo -- re, esta - 2 - Kud. 

PRESTAR: Cousa que não presta: Vide cousa. ruim. 

PRETO: Xu, x6, xôd; kaporo, kiidma (azul), xáig 
(Misc) ed ter 

PRIM A IRMA: Ve, ve ji. 

PRIMEIRAMENTE : han--han: começar. 

PRIMEIRO : Ham: jam, ja ki; ve, vére, vémo, veg - 1 - 
Tin vén ix: Eu vou primeiro -- tin, ir- ven ; primeiro. 

PRIMOGENITO : Kaiké --1-- Irma primogenita- Vexäi. 

PRINCIPIAR: Jam, han, ve, kâmi ( pegar ) -- 1 - Tx 
ham: Eu começo. 

PRINCIPIO : Lugar onde começa alguma cousa: Häng- 
ja-ja, lugar -- hängh, principio. Vide lugar. 

PRISÃ O ( Lugar fechado ): Ro, lo. 

PROA : Kankéi prin--kankéi, não. 

PROCURAR: Penói, kané, péno — 1 — Xan kané kan, 
ix ve: Achei, porque procurei - xan, eu - kan, por ( porque ) 
- ve, achar. 

PRODUZIR : Kanémo ( fructificar, cachar ). 

PROEMINENCIA: Diidn, didn ( Maçã, bola) — 1 — 
Umbigo: Dun diidn. 

PROFUNDO: Dik, ding — 1 — Lagoa profunda : Oré 
ding. 

PROHIBIR : Kamét ( causar temor para que alguem 
não faça uma cousa ). 

PROMETTER: kejemora (?). 

PROMPTO: 1 — Está prompto o almoço? Jénti kan- 
ti tógmo? jen, almoço -- kanti tógmo, prompto — 2 — Ma- 
hut: Está prompto - Aut, ja significa acção passada — 3 — 
Kara ix húri: Ja estou prompto-- kara, acabado - húrz : 
indica passado. 

PROPENSO : Kemdäne, kenemâáne, emâne ; hútiti, 

PROSEAR: Kenkét, repetição de ket, fallar para indi- 
car repetição da acção. 

PROTHESI. Em principio de periodo se accrescenta d 
palavra, a letra a ou outra, para suavizar a pronuncia. Exem- 
plo: Ain--a, prothesi -- in, casa. 





(1) Significa antes objecto, 


— 285 — 


PROVAR, experimentar uma cousa: kané, kamé. 

PRUMO: Kambut — 1 — Aprumar: Kambúdno. 

PUCHAR: Ninham, nam, nham, nanga, nag. 

PUNHO : Inzndo. ( Vis.) 

PULAR: Ren, eréin — 1 — Pula tu: Hómkera, hom- 
ge ( Visc.) 

PULGA: Nampó. 

PULMÃO: Kanhüe, fe kanhãe ( fé, peito ). 

PULSO: Kaji, kafúi, kafa, ninafá ; jakrin ( munheca ). 

PUNHO : Pu (cabo de faca, etc.) 

PURO: Jampri. 

PURULENTO — 1 — Chaga purulenta: Vúxno, fúa- 
no (2) 


Q 


QUAL ( Interjecção de reprovação ): Je! — 1 — Tem 
dinheiro elle? Resposta: Qual! Je! 

QUAL: Hórike. je; tandéne — 1 — Qual é o passaro 
que canta de noite ? Xanrai tandéne kotit kur ? xanai, passa- 
ro -- tandéne, qual, kotü, de noite, kur, canta — 3 — (Qual cou- 
sa: Atandé ne ? 

QUALIDADE: Det-t, connectivo — 1 — Det kanxirè 
kre: Planta pequena de varias qualidades -- kanæiri, pequeno 
-- kré, planta — 2 — De que qualidade é isto ? Tandéne ? — 
3 — Carne de toda a qualidade: De num ni-ni, carne - de- 
núm, de todo animal. 

QUALQUER COUSA: NENHUM, denúm. 

QUALQUER: On muän, algum -- mua, ma, pleonasmo. 

QUANDO: Posposiçäo : Kan, hôrike, hórike kan. As ve- 
zes se traduz sem particula nenhuma -1-- Ixó peju, vék ton 
ti ne: Elle não me viu, quando me escondi -- ixo, eu -- pejú, 
escondi -- ve, viu -- k, connectivo - tôn não -- ti, elle-- ne, es- 
tava. 

QUANTO : Hürike, de -- 1 - Quanto ganha por dia? De 
ganha kurarékt: ? rékti, cada -- 2 -- Quantos annos tem? Ti kr 
prin hórike?--ti kri, sobre eile -- prân, annos - 3 -- Quanto 
custa esta cousa? Tag kanjam hürike je? - kanjám, custa, 
compra -- tag, isto -- je, está. 

QUARENTA: Vide grammatica. 

QUARTO (sala ) de uma casa: Inkafidudn ( imuafo- 
dudn ). 

QUARTO de lua -- 1 -- Quarto crescente de lua: Kiúrá 
rúro keiké -- küxä, lua - ruro, redonda -- kezké, vai ser ? ( Tel) 
- 3-- Quarto de lua; Xüxa kupádn--kupádn, pedaço, cortar-- 
4-- Quarto min guante: Kixá xin--xin, pequeno. 

QUASI: Kré, kred--1-- Put kré: Quasi mergulhou, 
afogou-se - put, mergulbar. 

QUATI: Xé. 

QUATORZE : Vide grammatica. 

QUATRO : Veinkangrá, kangra -- 1 -- Quatro pessoas : 
Vein kangra ti. 

QUE ( Pronome relat.) --1-- Um que (algum que): 
On tan --2-- A criança que está ahi: Ire tan ki van-kré, 
criança -- tan, que estão ahi -- van, está -- ti, elle -- 3-- O que: 
Ti ta. -- Aquelle que viste, é meu irmão: Titan, dma véi, tx 
javü ni--âma, você -- véi, ver -- javú, irmão - nz, e-- 4-- Ot kan, 
vin ke na: Está dizendo o que é falso-- dt kan, o que é fal. 


DPS ou 


E 


— 287 — 


so -- vin ke, quer fallar ( ke, quer )- na, está -- 5-- Tx jog kan- 
gam buôngh, hino: Meu pai, que estava muito doente, esta 
sarando -- kangá, doente -- buôngh, muito -- hat, sara -- no, ago- 
ra- 6-- Aquelle que esta preso: On tan xe je--ôntán, um 
que -- xe, preso -- je, está -- 7 -- Aquelle que: Ti tan --8 -- One 
éne kantin : Aquelle que vem lá -éne, lá — kantin vir -- 9 -- 
De ban je, kaféi ni: O que carrega, é flor - de, o que -- ban, 
carregando -- je, esta -- hkaféi, flor- ni, é--10-- Ti tan péin 
ôn: Aquelle em que outro atira -- ti tan, aquelle em quem -- 
péin, atira -- on, algum que. 

QUE? que cousa? De? Hüna ? 

QUE E'?: Hórike? atandéne? de? hana?--1 -- Que 
flor é esta? Kaféi tag hirike ? -- tag. esta -- 2 -- Qual é a parte 
que doe? Atandéne kangâmo hürike ? tandéne ? o que ?-- kan- 
gämn,dée agora -- 3 -- Que carne está trazendo ? Anti ni bak:an- 
tin ne ? -- anti? de que bicho ?--nz, carne -- bakantin, trazer -- ne, 
está -- 4 -- (Que esta fazendo elle? Titânde han ne? -- ti, elle -- 
tânde, qual cousa - han, fazendo -- ne, está -- 5 -- Que estas fa- 
zendo ? De hana ?- de? que cousa ? - 6 - Que ganha ( quanto 
ganha)? Ande ganha -- an, connectivo--7--O que? Déje ? 
Tandéne ? -- 8 -- Que letra é esta? Tiriôtandéne ni?-- Ti ri, 
letra de tal cousa - 9 -- Que queres por dia? Ande, por dia 
kémo ? - ânde, quanto -- kémo, queres -- 10 -- Aktan ka ke ix -- 
Eu quero o pau delles : agian, delles -- ka, pau - ke, quero -- 11 
- Anton venjéne hadno, ki xan ton ti: A comida que fizeste, 
não tem sal -- venjéne, comida -- hádno, fizeste -- ki, pleonasmo 
-- xan, sal -- ton. sem - ti, esta -- antän, a que - 12 -- Que é 
do pai? Hana jogn? - jógn, pai -- 13 -- Iórike tag ve? Que 
é isto ? -- ve, é. 

QUEBRAR: Fan, gap, gapke, gapki, brod; gnovo, 
gnavo, gnan ; gôva ; bré, bréi - Estragar (roupa): jara, jad -- 
jara (este ultimo, quando ha muitas rasgaduras). 

QUEIMAR : Pôn, poro. 

QUEIXO: Ira, era. 


QUEM : Om, an, im - Quem é delles ? Agn adn ne? 
agn, delles -- adn, quem (a connectivo ) -- ne, é -- 2 -- On agn 
ne: Quem são elles -- ôx, quem. 


QUENTE : Ran, aran. 

QUERER: Xóró; ke, kémo; kemane (ser inclinado, 
gostar ), ge; hé- 1 - Queria (imperfeito ): Kevénve--2 ~ 
(Querer sériamente: Ke pén - pén, devéras -- 3 -- Está queren- 
do: Ke ne -- ne, está - 4 -- Não quero! Déjá, ud (não) - 5- 
Kéve : Estou querendo - ve, estou - 6 - Ot kan, vin hema: 
Gosta de dizer o que é mentira -- 6¢ kan, o que é mentira - 
vin, fallar -- kemá, gosta - 7 -- Ke tógmo: Estou querendo -- 
tog, estar -- ke, querer ( tambem ke xégm) ) -- 8 -- Não querer : 
Váix, véix. 

QUIETO : Katu; emé; jatu - Elle está quieto: Emé 
kan ni- kan ni, está estando -- 2 -- Kitône ( Vise. ). 


. 










— 288 — 

QUINTAL: In to ro a da casa -- to, dent | 
cerca ): émprüru; emprüru. 

QUINZE: Ix ningé on tauit petkara: vas grame 

matica. Tambem: ningé veikritâne kri petkära, ry 


R 


RABO: Bü, bügh, büëgh, bü. 

RACHAR: Riring, rürüngh ; kuktoixno, kuktoino ; 
apri ( Vise.). 

RACHADO : Féra ? 

RAIO (do sol): randó--ran, do sol--d», raio, setta. 

RAIO (relampago ): Ta né- ta, chuva.( 1) 

RAIZ: Jaré - 1 -- Raiz de mandioca: Nwmin jaré - 
2 -- Raiz de pau: Ka járé -- 5 -- Raiz (Tel. ): Gre — 4 - Raiz 
do monte: Krin kranja - krin, do monte - kranja, limite união. 

RAIVA: Jôn -- 1 -- Estar com raiva: Tonhú ne-to, com 
elle - nhu, ju, jo, nhô: brabo - ne, estar. 

RAMO: Pen; go, jovi -- Ka jovi: Ramo de arvore - 
2-. Ka pén: ramo de arvore -- à -- Jovuige: Ramo pequeno. 

RAN: Gre - Ran pequena: Koixnin. 

RAPADO: XKatôro -- 1 -- Cabeça rapada: Nrin katôro. 

RAPAZ: Niiron -- Rapaziada: Van. 

RAPIDO ( corredeira do rio): Uo. 

RAPOSA (gamba): Jara. 

RASGADO : Jadjara, jara; briri. 

RASGAR : Ran, Jan, lan, jad. 

RASPAR (a pelle): Gran. 

RASO : Palére, parére ( pouco profundo ); lanktére, largo. 

RATAO : Pen kupé, kriông. 

RATINHO : Kaxin, katxin. 

REBANHO : Tatzre. 

RECADO, ordem, mando: Vin, jen - 1 - Vin jen ne 
ix: Eu mando um recado -- jen, mandando -- nº, estou. 

RECEBER: Ba, ma, man, ban, véi, mat ( t, connectivo ). 

PRONOME RECIPROCO: Vide um, outre. 

RECUAR: Dére tit tin - dére, atraz — tit, de novo - t/n, ir. 

REDE para caçar passarinhos e peixes: ténja, entânja 
taja. 

: REDONDO: Ruro, lóro, roro. 

REDOR: Tug; mão, nèm--1- Pin nim: Em redor do 
fogo -- 2 - In ped nin: Em redor do pé da casa - in, da casa 
-- pé, alicerce. _ 

REFEIÇÃO :Fjén, jin, vejéne, venjéne. 

REFLE (Espada) Wiité téie-- kiifé, faca--téie, com- 
prida. 

REGO: vara, varat. 


(1) Tambem: tade, tadó - Ne de ta me, é o mesmo que dó : mudou-se © 
demn,eooeme, 


— 290 — 


RELAMPAGO: Kopke --1-- Nokópke: relampagos: 


Tad6 -- ta, chuva--do, setta. "Tambem: Tate hohkópke - te, 


( do) raio ( parece que significa tambem arco iris ). 

RELIGIOSO. Objecto religioso: Topén. 

RELOGIO: Lankangrá -- lan, sol -- kangra, retracto ? 
Tambem lakanyri. Tambem sd la, lan. 

REMEDIO: Veikatá veinkata -- Medicinal ( adject. ) 
kata. Tambem se diz: venkata, veinhalkta, veiketa. 

REMENDAR: Kanim, nim nim. 

REMO: Natampére. 

REPARTIR, dividir: Veinkaridn. 

REPETIÇÃO “e acção. Indica-se duplicando a pa-- 
lavra ou syllaba de palavra. Ex.: Judn judn ayn: Chegam 
varios grupos de gente -- jud, chegam - agn, gente. 

REPUGNAR: Väsx. 

RESINA : Na jénjo -- ka, páu; déve, hambmic. 

RESPEITO : Aumétra (de vaga ). 

RESPIRAR, respiro: Jengére. 

RESPLANDECER: X6p--1- Fuziiar do raio: Vado 
kokópke -- tádo, raio. 

RESPONDER: To, veinman ? mcto. 

RESTO: Veinkaru. 

RETRATO: Kangrüve, langrü, hangrátha, kangra, 
kangretkô, vereskangrat. 

REMIR (resgatar): Venakanjâm -- kanjäm, comprar. 

RIBEIRÃOSINHO : Goioxim -- xin, pequeno. 

RICO: Nhatikambút ni--ni, está com -- nhatekambut, 
dinheiro; tandéne, ( Visc ). 

RINS: Ti hanxkra-- ti, delle. 

RIO: Gôrm--1--Ir para lá do rio: Goto kafän ra tim 
- kafán, além--ra, para--2-- Morar para lá do rio: Gôto 
kafan te ni--te, em- ni, morar. 

RIR: Veindi, vaindü, vendi, venjü, vendüt. 

RISCADO : Jónje--1-- Papel que está riscado: Ve- 
nharô jonje je -- je, está. 

ROÇA: Epängh ; te; kre--1-- Minha reça: Ja pangh 
- 94, minha -2- Fazer roça: Nem panktimo -- nem, matto 
virgem -- pan, derrubar -- tí, elle -- mo, agora — 3 -- Né, propria- 
mente plantação -- 4-- Te gára. Roça de milho - 5 = 77 ten- 
gara ou titógára: Roça de milho delle. 

ROCHA ( pedra): Pó. 

RODA: Xumiri-- 1 -- Fazer giros em roda com o corpo: 
Varantáte -- 2 -- Rodar, descer: Téêre -- 3 -- Rodear alguma 
cousa: Vahi--4-- Rúru ke: Rodar -- ke, ir. 

RODAR: Tére, joixninarei ( Vise. ). 
RODEAR (alguma cousa) : Vahi. 
ROER : Aire. 

ROCIO (orvalho ): Aonk6 féére. 
ROGAR: Nim. Vide dar. 


sel b MT nn ht 





E “o 


— 291 — 


ROSTO: Kakan. 

ROUCO: Duigéia ( Vise. ). 

ROUBAR: Peju, ge (tirar), gen. 

ROUPA: Venxupóir, vexupôir, avakua - 1 -- Lavar 
roupa: Wucfuäite. 

RUIDO do fôgo que apaga ( na agua): Xúpim - pin, 
lenha - xw, ruido. 

RUIM, mau dificil: Norég, jôn, jun - 1 -- Brabo: Jon, 
jin -- 2 -- Difficil para carregar: Vut hkorég. 





S 
SABÃO: M-uanfáia ( Vise. ). 


SABER: Kevenhéra, kiveinramen, hevenhara, k{xkar — 
róne-- 1-- Não saber. Não sei! Hagh! agh! Desconhecer : 
Kixkaktin ; veixkikaktin; pre katrone -- pie, não. 

SABIA": Gonoá. 

SABOREAR: Nankané; gedéti. 

SABOROSO (bom para comer ): Ho. 

SABUGO: Nin kuká -- kukd, osso. 

SACERDOTE: Pandére. 

SACCO : Perogn. 

SACUDIDO : Emé -- 1 -- Sacudido (bom para traba- 
lhar): Hô. 

SAHIR : Kankúten ; horo, hore; akankúte-1--O sol 
sahe: Aran kankuten (juno ). 

SAIA, æœéripi, perizoma: Pafin, pefin. 

SAL: Xa. 

SALIVA (cuspo): Jara, œug ( escarro ). 

SALTO (do rio): Xa. 

SALUBRE: Kanga tôn - kanga, doente -- tôn, não. 

SALVAR (de um perigo) Gre. kre, gret, kret--1- 
Javaix ra, tx krén: Embora com difficuldade, eu escapei -- 
javärx, com dificuldade -- krén: me salvei, escapei. 


SAMAMBÁIA : Povéje. 

SANDALHAS : Panpan ( cousa amarrada ). 

SANGUE: Küvéix, kôüvéix, aküvéix. 

SANTO : Topén. Vide dia. 

SAPE’ : Xóro. 

SAPO: Pépo--1--Sapo verde: Pépo tóix -- tóix, ver- 
de -- 2 -- Hiidii. 

SARACURA : Pet fang. 

SARAIVA: (Chuva de pedra) Nafuüi (as proprias 
pedras da saraiva ). 

SARAMPO : Sarämpo. 

SARAR: Had Vide ficar bom. 

SASSI’: NETEL. 

SAUDADE--1--Tenho saudade. Ix hé vetamdngo -- hd, 
quero - vetrmdngo, eu fico louco (de querer ). 

SAUDE - 1 -- Tenho saúde: Hü ix je-- Ho, bom - ge, 
estou. 

SE : pronome impessoal da terceira pessoa indefinito : 
Ag (elles), fag (ellas )--1-- Kaimbara ag kofá je: Logo se 
Sh velho -- kaimbira, logo--ag, a gente -- kofá, velho - je, 

ca. | 





SEBE : Ro, lo ( cerca, lugar fechado ). 

SECCA : Arankà, - 1 - Tempo da secca: Emd(?) 

SECCAR: Tógn, tóg, tok. 

SECCO: Aran, ko (2), tógn - 1 - Fôlhas seccas de ar- 
vores: Ka féje togn -- ka, arvore -- féje, folhas - 2 - Kren tógn : 
Planta secca. 

SEDE , cadeira, assento: Nija. 

SEDE: Krén hititi-krén, beber-httiti, precisar muito. 

SEGUNDO ( NUMERO ORDINAL ): Alengréti-ti, elle. 
- lengréti, lengrélei. 

SEGUNDO (ao longo, posposição ): Jénga. 

SEGURAR (com as mãos ): Ge. 

SEIO (peito) Nongúje. 

SEIS: -1- Ix ningé féie, kara pire on kanje - Ix 
ninge fêie, os dedos da minha mão - kara, depois - pire, 
um -kanje, esta-2- Ix ningé ut pire-ut, outro, pire, um 
-3- Taktôn, taktôix-taktôn, tres - 4 - Ix ningé, kara on piri. 
Tambem: Zx ningé pire on kanje-5- On tduit piré - dn 
tauit, cinco - piri, (e) um-6- Ix ningé fére, kara on pir 
— ningé féie, dedos da minha mão - 7 - Ic ningé pet kara -- peti 
um - ningé, cinco, kara, depois-8- Ix ningé, kdra on pir, 
-9- Ninhä ut pire. 

SERELEPI, esquilo: Jótiti. 

SEM: Tén-1-- Kané ton: Sem olhos. 

SEMANA: Topén - 1 - Meio da semana: Topén venxd 
kujuke -- topén, cousa santa - kujuke, meio. 

SEMELHANTE. Vide como: Hérike; ve ( parece-se 
com )--1-- Arán ve: Como o sol--ve, se parece -- arán, sol. 

SEMENTE: Fuzgh, fuügh. 

: SEMPRE: Be ( pospostivo ); váix - 1 - Jaktára vain: 
sempre miseravel, 

SENHOR: Prainxikite. 

SENHORA : Ontanto. 


* SENAO--1-- Va; senão já te mato: Ha tin: ten kémo 
- ha, voz imperativa -- tin, ir -- tén, matar -- kémo, quero ( senão, 
não se traduz ). 

SENTADO: Kanim--l:an, está - ni, sentado. 

SENTAR: Nim, ni--1 - Senta -te: Anira-a, prothesi 
= nira, imper. Tambem inira ( Vise. ). 

SENTIR: Had, me; jangé ti (Tel.)- Estar sentido, 
triste - Enhtrét : Kára vaix ne (não pode deixar de pensar) 
- encrét. pensar -- kara váix, não pode acabar. 

"SEPARAR: Povo, páuo -- 1 -- Separar de alguem: On 
kak povo--onkak, de alguem -- 2 -- Está separado da mulher : 
Fi kak póvo-fi kak, della, da mulher. Tambem: Fi tonjatü 
ti--tonjatô, fora - fi, della. 

SEPULTURA: Gadôro, gakônvo - 1 - Vexkexkéx had 
ne prin ka tag: Estou fazendo varias sepulturas este anno 
- Vexkerkéx, sepultura (e) sepulturas -- had, fazer - prdnka, 
no anno. 


= HOU 


SER: Na, ne, ni; ja; on, tog; hana; ve--1-- Onje: E' 
de alguem -- dn, de alguem -- je, é--2 - To á ni: Estas tendo 
-tó, ter--a, tu--ni, estas - 3 - Hana bet ? (Que é do marido ? 
- hána, que é-- bet, marido -- 4 -- De, em vez de je. 

SERPENTE: Pan, pina -- 1 - Serpente venenosa: Pe- 
ránma. 

SERRA: Rumeroro. 

SERVIR para alguma cousa, ter serventia: Jó (ser 
bom ). 

SETE: Ningé dn ta dn; ningé ôn dn; Ningeféie 
ônôn. Vide seis. Otalengré. 

SI, conj neção: Kan, posposto. 

SIGNAES : Véen - 1 -- Dar signal: Krangémo; mnin- 
gam, jave an. 

SILENCIO: Vinton - vin, palavra -- tôn, sem. Tambem : 
kakta, jatu, hkatu. 

SIM: He! ha! han! 

SITIO: Æpangh - 1- Epáângh to ix ni ( anga terra): 
Moro no sitio -- to, no - ni, moro. 

SO’: Pir (um só), pirma; tavin (só de tudo )--1 - 
Ka pipirititi: Poquissimos paus--ka, pau--2-- Anda só de 
calças: Dégne gôro tavin ti ne: dégne - gôro, calças -- ti, elle 
- ne, esta. 

SOBRA: (de sobrar de alguma cousa): Tóke, tike. 

SOBRANCELHAS: Naxakii. 

SOBRAR: Aujü -- 1-- Sobra tempo: Xurän kuju. 

SOBRINHO : Rengré kotxi -- rengré, irmão -- kotæi, filho 
- 2- Sobrinha fraterna: Rengré kotxi tantô fi--tantó fi, 
mulher. 

SOCAR: Kundúro ; ‘oxén; kumbré--1-Os animaes 
se chocam: Mézn kumbré--méin, animaes - 2 -- Tandan 
( Vise. ) 

SOFFRER: Veixma ; me (sentir ). | 

SOGRA: Ban, be, jambé, bengám -- jam, mãe - ben, 
marido. 

SOGRO: Nokrá, kakran. 

SOL: Aidn, ran, lan, ra- 1 - Entra o sol: Arad tére. 

SOLIDEU : Vivú. 

SOLTAR: Toväix - Soltar um passarinho: Xanæi to- 
vite -- ranxi, passarinho - 2 -- Käuëén ( Vise.)- Tuáin. 

SOLTEIRA: Be ton-tôn, sem-be, marido. Tambem 
beton fi--fi, ella. 

SOLTEIRO : Prôn ton-prôn, mulher -- tôn, sem. 

SOMBRA : Fénja - 1-- Sombra de arvore: Ka fénja. 

SOMNO : Nôro. 

SOMOS, sois, são: Nanti. 

SONHO : Veixpéti. 

SONHAR: Veixpéti. 

SOPA: Ti kubé. 

SOPRAR: Adénka, alinha, húke, kuënka (accender o 
fogo soprando ). | 


sde ds né à né M ee 


a" 


‘ 





tire à 


14995 E. 


SOPRO: Zitix. Tambem fux 

SORRIR: Auiméêra vendü - kumécra docemente -- ven- 
dit. rir. 

SOSINHO : Pirma, pérema. 


SOVACO: Inére. 

SUBIR: Tampri, tampriigh, tutampré, tampré: jut, Jur. 

SUBIR do vapor: Kamba. 

SUCURY : Bejuji. 

SUFFIXO para indicar o passado do verbo, ou futuro 
imminente : Ne. 

SUFFIXO para indicar o estado de uma cousa: Ra - 
1-- Te kur jadjà ra: Meu vestido está rasgado -- kur, vestido 
- jadjád, varias rasgaduras - ra, está. 

SUFFOCAR: Nantéremo, 

SUJAR: Xuy. 

SUJEIRA : Jokuá--1-- Ti veixupoix jakua: Sujeira 
do vestido delle -- verxupóix, vestido--ti, delle--2-- Jakua 
tug téie: Os que estão com sujeira - jakuá, sujeira ( cabel- 
los) tug, com - téie, comprido. 

SUJEITO: On--1 -- Sujeito bom: Ont hé -- 2 - Sujeito 
furioso : On jon, on jo -jôr, brabo -- 3 - Sujeito bom: Nar- 
gon hô -- kaxgôn, homem. 

SUJO: Xux; kavéi, kuti -- 1 -- Cousa suja: Det xdvo -- 
xóvo, sujo -- det, cousa. 

SUOR: Narán ( significa tambem calor )-- 1 -- Tx karan : 
Meu suor-- 2-- Eu suo muito: Ir haratiti. 

SUPERLATIVO, se faz accrescentando é, ti, titi, étiti, 
gu, aos adjectivos como suffixos. 

SURRAR: Rénti, brénti, bréion, mbérion, bran, mran. 


É & 


TABACO: Naféi, grin. 

TABOA: ha tampére--ha, päu-1- Kakré: Taboa 
( girão ). 

TAKA'PE: KAakukü. Macete para bater e matar a 
gente. Tambem brarü. 

TACITURNO: One vin vaix : vin kuáin ; vinkuáir, 
vinvaix -- ône, quem -- vin, fallar -- vai, não póde -- k, conne- 
Ômvinkuäix -- váix, não pode. 

TALA: Kukë - 1-- Tala de cresciuma ; Kré kuké. Serve 
para fazer os chapéus. Tambem Juli. 

TALVEZ: Enerikemôn, enérike, enhürilee. 

TAMANDU A’ BANDEIRA : Joti - 1 - Tamanduá mi- 
rim: kakré kin. 

TAMBEM: Ningá, ningé. 

TAMBOR: Toróro. 

TAMPA (da panella, etc.): Ti nifé-nifé, fechar — 
ti kritava. 

TANGA: Veinpefin, vainpefin, veixpefin ; gréla. 

TANQUE: Gôio nifé (agua parada )-- nifé, fechado. 

TAPAR : Krinke. 

TAPIR: Ojôro. 

TAQUARA: Tugnd - 1 Instrumento musical de taquara 
para tocar nas dancas : Gringréin tuynd-gringréin dança 
( grin, divertimento )- 7, connectivo -- réin, pular. 

TAQUARA: Arén; odt, muat, wan. 

TAQUARAL: m--uáitho v-uan. 


TARAQUATIÁ : Konaú. 
TARDE: Arankäxka ; erankéra; lankäæka ; jankéra 
(opposto de manhã): erenké. 


TARTARUGA: Pednim. 


TARTAMUDO: Vin kekaktin ; 6n vin kara váir. on vin 
korégtzje -- win fallar -- kikäl:tèn, não saber -- karavaia, não aca- 
bar nunca ou nao poder acabar - One com difficuldade -- je, 
esta. 


TATETU:.Okra: 

TATU: Ke, fene -- éin, hix. 

TAXO (caldeira) Veinkrindéia (Vise.), kukrôn. 
TECER : Varan; fúira. 

TELHA : Ga grin -- ga, de terra--grin, artefacto. ee gri.) 
TEVER: Kamét : momen. 

TEMPESTADE: XKoju. 





dt dis 


oy 


a» ee ee ES ee ee ee ee ee ee eS A 


à 





E 
dá 


Mb ES re 


TEMPO: Kurän- 1-- Antes do tempo. Vide antes. 
«- 2-- Tempo chuvoso; Ta fan (fudn)--ta, chuva- fan, 
cheio -- 3 -- Ha muito tempo: Vaix--4--Ha tempo: Venxá 


(uma vez), veinxi, venai--5-- Por algum tempo (não para 


sempre ); Vére. Vére kanjám : Comprar por algum tempo: 
alugar. 

TEMPORAL: Ta fan (fuän)-ta, chuva -- fan, cheio. 
Tambem fuadn ( Visc. ). 

TENAZES : Katxine. 

TER: Tóg--1--Jenjére tog ni: Esta com preguiça - 
jenjére, preguiçoso -- nz, esta - 2 - Gara tóg ni: Tem milho - . 
gara, milho --3 - Nokire tug ni: Estou com fome - kokire, 
ter fome -- 4 -- Parece que esteja doente: Kanga véi tog ni- 
kanga, doente -- véi, parece -- tog ni, estar sendo doente — 5 - 
Korég tog ni: Estou tendo fealdade. 

TER (possuir): Te, to, ton-1- Ton gira tavinti : 
Ter um desproposito de milho -- gára, milho -- tavin, demais 
- 2 - Imper.: Tóra, tore. -- Vére tora: Tenha por algum tem- 
po--vére, por algum tempo--3-- Vocé tem: To a ni-a, 
você — ni, tem. 

TERRA: Ga, angá ---1 -- Minha terra: Jama - ja, mi- 
nha - ema, villa. 

TERREIRO : Fuüre; impriru; priv. 

TERMINAÇÃO PARA No O TEMPO PRE- 
SENTE E O FUTURO: Mo--1-- Kémo : Quero agora, ou 
quererei. 

TESTEMUNHA : Ontentóti ; ontenvégmo. 

. TETA DO UBRE: Nonguje krin-- nongúje, ubre -- 
krin, cabeça. 

PEU, TUA: An. 

THESOURA : Varéja, joaria ('Tel.) -- joa, barba - ro, 
cortar -- ja, instrumento. 

TIA (materna): Ja ve--ja, mai-- ve, irmã. Tambem 
jan ne. 

TIBAGY (rio): Venharü. 

TIETE” (rio): Goio x6 : -- xo, preto, sujo. 

TIGRE (rio): Goto ialeró. 

TIMEO: Konjé. 

TIGELLA : Faktii (prato ). 

TINTA: Venharô nzafa- niafá, instrumento -- venhari, de 
escrever ( materia de escrever ). 

TIA ( paterna): Jógn ve--ve, irmã. 

TIO (paterno): Jógn alengré -- alengrè, irmão -- j0gn, 
pai--1 - Tio paterno mais Mr Ta jogn kanke ( kaiké ) -- 
kanké, irmão mais velho --2- Jogn java ve; Tio paterno mais 
moço -- ve, menor. 

TIRA (de panno): Awanké xin ha. 

TIRAR: Ge, gi; nóti ( Arrancar, p. e. um prego ); vó- 
pke--1-- Ti krinpan vopke: Tirou-lhe o lenço de cobrir a 
cabeça -- kren pan, embrulho da cabeça -- pan, envolver. 

TIRO (de espingarda, de flexa, etc. ): Péin. 


— 298 — 


TOCAR (musica): Nudnora. 

TOCAR, expulsar: Aute, kitn: vogn; fodn - 1 -- To- 
car os porcos no potreiro : ro kaki, poreo vogn -- Ro, lagar fe- 
chado - kaki, dentro. 

TOCAR, estar em contacto: Tin. 

TOXA: Hupónere-pon, queimar. 

POCO de pau: (toro) Wanehcn. 

TODAVIA: Hara (mas), ärato-1- Xan koné tonra, 
harato kantinmo: Embora não esperado, eu venho -- ran, eu- 
kanén, esperar - ton, não - kantin, vir -- mo, agora. 

TOIXINHO : # ang. 

TOLICE : Veixkaktin, oinkikaktin ( Vise. ). 

TOMAR: To; gé-1-- Toma tu: Tora -- 2-- Tomar 
agua: Gôio ge, gôio krône--krône, beber -- 2-- Veixkatá hro- 
ne: Bebo remedios ( veixkata gémo ) 

TORAR (cortar toros ): Nuk. 

TORMENTA: Koju. 

TORO (de pau ): Kané han. 

TORQUEZ (pinça, tanazes ) da cosinha para pegar 
as brazas: Na pen--ka, de pan -- pén. pé, 

TORRADO: Tog--1-- Jénti kanti tógmo: O almoço 
está torrado agora -- kant?, está -- tógmo, torrado agora. Tor- 
rado se traduz tambem com oq. 

TORTO: Men; ve; jóiwni; te; rarän -1- Dui mén: 
Pescoço torto - 2 -- Ninhé te: Nariz torto -- 3 -- Kané raran : 
Olhos tortos -- 4-- Pé torto: Penve, fove. -- Fove, perna torta. 

TOSQUIADO : Venhari, ari, aru, katoro - 1 -- Krin 
katóro : Cabeça tosquiada. 

TRABALHAR: Lairânha ; rairanha, lenharânha, ra- 


nharänha ; kixningé ; lanha, ranha, veinlairan, lairán, rai- - 


ran, larái, lai; take, tânke --1-- Trabalhar por empreitada : 
Véi lairai kâmi-kâmi, emprehender --2- Trabalhar gratui- 
tamente : Véin grin lairái. 


TRABALHADOR, sacudido; Kema --1-- Ontantü ke- 


ma: Mulher trabalhadeira, sacudida. 

TRABALHO, Pagar o trabalho de alguem: Tê vein: 
lairái kajam--ti, delle -- kajam, pagar 

TRADO: Kandôn niafá - don, furar - ka, pau - niafa, 
instrum ento. 

TRANÇA: Uafé, wafüigh - 1 -- Trança de tala de 
cresciúma para tecer chapéus: Wiiigh. 

TRANSBORDAR: Vavárxa. 

TRASPASSAR: Vore. 

TRASPORTAR: Bakantin - 1 - Bakamônera: Tran 
sportai aqui, imper., plural de bakantin, que significa pro- 
priamente trazer aqui; transportar simplesmente, se exprime 
pela palavra batin - 2 -- Bara mone: transpertai vós. De- 
riva de bamone, plural de batin. Transportar se traduz tam- 
bem com o verbo tolkúten. 


TRAVESSEIRO : Nuakré. 





O te: 


399 — 


TRAZ: 1- De traz: Panim -- 2-- Do. 

TRAZER: Uakantin, bakantin, vakantin, makantin, 
vuetkantin, bakankuten -- 1 - Eixmã kanûôa bokankuüten : Elle 
me traz a canôa - esemám, para mim - 2 - Plural bakamon 
- 3 - Por abreviação: ma, ba - 4 - Bara: Traga -- 5 -- Bara 
mone: Trazei -- 6 -- Praz a todos:-Agtat in känti ne. 

TREM de cosinha: Guje, kúnge, konje, kúnge. 

TREMER: Wokrir: (tremer de frio), kulrire; jong 
jong, jonjoro, junjuro, junjôn -— 1--Elle treme de febre: 
Kuxântimo - kwxá, tremer — ti, elle -- mo, agora -- kuxá, frio. 

TRES: Toktôn - 1 - Ajany taktôn : Vós trés - ajang, 
vós - 2 - Ag taktôn hande: Vos tres - ag... hande, vos --3 - 
Elles tres, os tres: Ay taktôn. 

TREZE: Vide doze e grammatica. 

TRIPA, intestino: | 07). 


TRINTA: Vide grammatica. 


TRIPAS: Dung buingh - dung, ventre - buüngh, grande. 

TRIANGULO: Ti pé dign do. 

TRINCA : Ru. 

TRISTE: Veinmaä, katu, monkanga tr. 

TROCAR: Péno, umpén:, féno, win féno (vender ). 

TROVÃO: Tarúro. tórere ( Vise ). 

TROVOADA: Nainka, hankd. 

TROVEJAR: Tarúro, toréra. 

TU: A (você), ama; ane; ati; antôn--1-- A ne: Tu 
és (a nz). 

TUCANO: Grogn. gro. 

TUDO: Kan, ga, kára, ka, ken, denut, “eae denúm 
- 1- Detúm broéja ‘te Eee esmigalhando todas as cousas - 
boéja, esmigalha -- ti, elle -- 2 -- Det dra kevenhrára: Conhece 
tudo -- ares ND 


TUMOR: kané, kané pando. 
TURVO: Kaoxiá. 
TUSSIR: Aufire. 


17 


UBRE : Nongúje. 
UM: Pire, pir, pit, piri, pirit- 1-On pire: Um só 
--2--Um e outro. Vide outro--3- Jágne: um e outro ( mu- 
tuamente ). Tambem jágnin. 
UMBIGO: Dung dügn--dung, ventre -- dügn, pretu- 
berancia, cousa furada ? 
UNHA: Ningru. 
UNIR: Kranke, veinkekranja, veinkikanja, veinkikandie, 
veënkilänje, krinke, tagrénke, granke, tangrake -- 1 -- Ningé vet 
kan: Uma mão unida à outra -- 2 -- 77 veinkânti : um está unido 
á outro --3-- Aningét veit kritôn kranke: uma mão acima 
da outra ( pode -se assim exprimir o numero dez ) -- 4 -- Tok tan- 
grénke: O que une, gruda - 5-- Vei kánti kranje, verxhanten- 
kranje, verkikranje: Se unem. se ligam um a outro. 
URINA: Je), jon (je). significa fél), jo, 762. 
URU: ( Passaro): Pedpiire, pudpüre, pudpüre, pidpüre, 
pitpüre. 
URUBU’ rei: Jantá buüngh kupri--jantä, corvo- 
buüngh, grande -- kupri, branco. | 
URUTU’: Denmi, denema, nenma -- den, animal -- ma, 
mau ( Confr. tardma ). venenoso. Tambem denpän. 
UTENSILIO : Jafá (instrumento ). 
UTIMAM (prouvera à Deus): A'ra! 





E: 


V 


VACCA: Boi tantü (tantô, femea) --1 -- Leite de 
vacca : Boi nônje- 2 -- Ubre de vacca : Boi nongüje (mondnje, 
bononguje . Boi fi: Vacea. 

M eae Vavaje--1--A gente delle é vaga- 
bunda: Ti ayn v vadaxje. 

VAGAROSAMENTE (com delicadeza) AMuméèra - Ir 
vagarosamente : tovaji tin-- tin, ir- tovrji, sem fazer bulha. 

VAGAR: Vide: Vagarosamente. 

VAGEM: Bi - Vagem de teijão: Arungró bü. 

VALENTAO: Jonmá -- jon, brabo -- ma, muito. 

VALENTE: Tára. 

VALLO: Nandó (fossa), gakôn -- ga, terra. 

VAMOS: Môiæno (indicativo), ides, vão - 1 - Imper, 
Tona. 
— VAI-1- Elle vai bem: Hi tcg ti -- tog, está -- ti, elle 
VARRER: Prun. 

VARZEA: Kügn. Oré kügn --oré, lagoa. 

VASIO desocupado: Aupra. 

VASO: Aré--1- Kré lanktére: Vaso largo 
VASSOURA: Pr únja, prúnja - ja, instrumento -- 1 -- 
E' a minha vassoura: A “in prunja ve - a, connectivo -- ve, é. 

VEADO : Nambé. 

VEIA: Aevéi, brôn, kujèje. kevét. Küveëx, significa 
sangue. 
VEJA (que não te succeda isto ): Wirz he, kéra he -- he, 
não. 

VELHO: Nofa--1 - Mais a Jo ti kéti ne -- jo, 
adiante -- ke, fazer -- ti, elle--ne, está --2-- Ajút kéve: Está 
mais velho -- a, connectivo -- jut, eita ei beta Ajôt heve. 
Vide do, ko: atraz, ao lado. 

VELHACO : Vemma hôti : 

VEM, de vir: Xamôn. Todas as pessôas do presente indi- 
cativo plural. 

VENCER: Fodn ( propriamente atirar, jogar longe ). 

VENDER: Péno, féno (trocar ), fudn, fot, kata ( Vis. ). 

VENENOSO: Tara ma--tára, forte -- ma, mau. 

VERMELHO : Kuxûôn -- Vermelho do ovo: Garin kren 
Aewxon, 

VENTAR: Kenké, kankati - 1 -- Kankamo: Venta 
agora - 2-- Arankaxka kanki: Venta de tarde -- arankaxka, 
de tarde. 

VENTAS (do nariz ): Nénhé. 


VENTO: Aanka- 1 -- Vento brabo: Aoû. ho -- hix. 

VERÃO: Aräntiti (S. Paulo }: 

VERDE: Tôóir. Significa tambem não maduro, azul 
- 1-- Naxka tóix: Céu azul -- 2 - Verde. não maduro: Naja, 

VERDADE: Hô -1--E' verdade: Hô ve--ve, é-2- 
Elles dizem a verdade: Altán ke, hô ve-- aktan, elles -- ke, 
dizem - hô ve, o que é verdade --3--O que digo, é verdade 
Ex anke, hi ve- ex, eu -- an, connectivo -- ke, digo -- hd, ver- 
dade -- ve, é - 5-- Na verdade, ja sabe: Jarato hiveinramen - 
harato, na verdade. 

VERDADEIRO, bom, legitimo: Pe, pospositivo -- 1 — 
Kurû pe: panno legitimo -- kuru, panno. 

VERGONHA: Ma--1--Sem vergonha: ma vaix. 

VERME: Nujafa, hajafa, kifóia. kitkajafa. Significa 
tambem bixeira- 1 Verme da criação: Najankud -- jakud, 
sujeira, ha, de mosca. 

VERME, insecto: Konfoia, kifoia. 

VERMELHO: Ra, kurôn. 

VERTICE da cabeça: Nindo. (1) 

VERTIGEM -- 1-- E-tou com vertigem: Vanraran ix - 
2-- Vou ter vertigem -- Vanraran kémo. 

VESGO : Budno ( que tem os olhos tortos ), ren ( Vise. ). 

VESPA: Feindú - 1-- Uma variedade: Nokfu-- 2 -- Xo 
niôn -- co}. mosca -- jon, braba. 

VESTIDO: Vexuwnóix - 1- Pa te do vestido que cobre 
o hombro: Nhetikarânke --2-- Estar vestido: Erineixno. 
Tambem, toró--3-- Está rasgado o vestido della: Fi tóin 
jati -- to n, vestido ? 

VESTIR: Nititóra, hkatitóra, tora -1-- Vestir um me- 
nino: (rire kititóra. 

VESTUARIO : Vexupóis. 

VEZ, uma vez: Venxén, venxa, venxat - 1 -- Duas 
vezes: Lungréno, alengré, alengréni -- 2-- A’s vezes: Kenjén. 
(significa tambem no futuro ) -- 3 -- Ir outra vez: Tot tm -- tôt, 
outra vez, de novo -- 4 -- Duas vezes: Alengréti -- Tres vezes : 
Taktôixti. 

VIA LACTEA: Ruria | Tel. ). 

VICIO, se traduz com ema, ser inclinado a alguma cousa. 

VIGIAR: Nôro tôn -- nôro, durmo -- tôn, não. Tambem 
com liri, vigiar, taliri, tariri. 

VILLA: Ema. 

VINTE. Vide grammatica - 1-- Mais de vinte: Tiit; 
( Muitissimos ). + 

VINTE E UM. Vide grammatica. Tambem : ningé vei - 
kritôn rengré, kripire. 

VIRADO: Venhaôn ( viatico para comer na viagem). 

VIR: Nantin, okantin. Plural komon -- Perfeito singu- 
lar hanviiire -- plural khagiuve -- 1 -- Vir até aqui: Atikakagüuve 
-2-- Vem tu: Nantingrá, ha kantin. 





(1) Tambem nindôni ve, de nh-gdix, cabellos -- do, abertura. 








| 
| 
: 


nn de AA ce 


VIRAR: Virin, vôg, ve, vudt -- Virar atraz: Vog dénera- 
déne, dére: atraz -- ra, sufixo do imperativo -- 2 -- Apani vé 
ti: Vira as costas. Tambem writ. 

VISITAR: Angvé, avéi, anvéi, angvéz. 

VIUVA: Beton fi -- betôn, sem marido -- fi, ella. Beton 
fi significa tambem mulher atõa -- 1-- Viuva: On ben tére ja 
fifi: ella, mulher -- ôn ben, cujo marido -- teréja, agora está 
morto. : 

VIVER: Tin--1- Não mor:eu : agora vive ainda; Te- 
réja ti tôn: vére ti tin ti-ti, elle -- vére, ainda ete. aqui. 

VIVO: Riavoi (Tel. ) -- 1 - Olho vive, vivaz: Kané lit- 
lit-- acordado, vivaz, de liré, acordar -- 2 -- Vivo ( contrario de 
morto ): lire. 

VOAR: Peté, petén; téte, ten-1-- Tenxi: Voar pouco 
- 2 -- Broe ( Vise. ). 

VOCATIVO. Interjecção para chamar um homem: oa / 
Para chamar uma mulher: ja / 


VOCE: Anha, ama; umá--1 -- Você está louco; Anhä 
veenma ne-veinmá, louco - ne, esta. 

VOLTA: Pierin, kuran--1-- Emprü góro: O caminho 
dá uma volta -- emprii, caminho -- jor, da volta - 2 -- Nionióro, 
jojóro: varias voltas. 

à VOLTAR:--1-- Voltar para cà- Tot kantin -- tot, de 
novo -- kantin, vir --2-- Voltar: agraje (significa tambem : 
Ellles entram ). 

VOMITAR : Tonto. 

VONTADE -- 1 -- De boa vontade: Hü -- 2 -- De ma von- 
tade : Javaix, vain. 

VOO --1-- Vôo pequeno: Tenæi. 

VO'S (Segunda pessôa do pronome pessoal): JIáânde, 
die, aiag, aiang, ag... hande aiag, ata, ag, 

VOZ (falla dos homens ou dos animaes): Niir, küre, 
ke-- 1 -- Kéke : Fallar repetido. 






XARA’ (tocaio): émbré jiji --imbra, commigo 2 J jé 
nome (que tem 6 mesmo nome que eu tenho). Tel. 
XARQUE: Toxá, de toy, torrar - xa, esta. i’ 


vie 


MA ict 


{ 


LOMBAR fom, dog, Em 








— APPENDICE — 


|  Supplemento ao Diccionario Kainigang 
| Supplemento à Grammatica Kainigang 
Ill Notas 


NUS 


As 





| 


Supplemento ao diccionario 
Kaingang 


NOTA. Este supplemento demonstra de modo espe- 
cial a flexibilidade do dialecto kaingáng do Tibagy. (1 ) 


A, em vez de ha, voz de mando; ja-1-Krôn tén nia; 
Ainda não come. 

A, prothese - 1 - Aningé pite fari aixmd vidn: Me 
dê um punhado de farinha — 2 - Ainxi : casinha (2)-3-- Ajur 
ke ve: É mais moço, velho - jut, adiante. 

A: você--1-- Fi kri a tamprí kine: Voce é melhot 
do que Fulana de tal - fi kri, do que ella. 

AKRITON : demônio. 

ANTA: povo ~1-- A’kta tin kantin vinera: Convida 
todo o povo; vinera, falla tu --2-- Akt én tavinti: Elles 
acabam com tudo, destroem tudo — tôn, destruir, matar. 

ADN : fazer, em lugar de hadn. 

AFANCRURA : calças. 

AG: elles -1-- Ag táin tavinti: Elles os matam de 
tudo -- fin, matar. 

AGEFA’: agua ardente, em vez de gôiofa. Vise. 

AGH! Nao sei! 

AG LENGRE: os dois. 

AG NA’NGJA: morada delles, séde delles - nangja, 
lugar de deitar. | 

A’GTO: com elles -1- Agto jo tôn je: Eu não estou 
brabo com elles. 

| A’GTAN: povo-1- Ag ta kantin vinera: Convida ao 
povo -2- Agta tin tin: O pôvo vem de um lado e de outro 

AG TON: Elles destroem, acabam - 1 - Ag ton tavin 
ja ti: Elles ja destruiram tudo. 

AI GE: Ea pego.eu mato ---Ti ai ge: Eu pego, 
mato a elle - A. connectivo. 

AI AMA’NKE: Eu pergunte de você - 1 - Az amanke 
héra tin. Eu pergunto de você para onde vai ? - héra, para 
onde — ra, para. | 

AI KORAN: Eu costuro. 

AJUDAR: traduz-se com bre e com o verbo que sig- 
nifica a qualidade da acção em que se ajuda - 1 - Imbre tânke : 


( 1) Esta flexibilidade lhe é emprestada pelo uso frequente das figuras de 
dicção, e pelas liberdades orthoepicas. 
(©) Casa bonita. 


— 310 — 


ajudar a trabalhar - 2 - Vuet kantin bre; Ajudar a carregar 
- vuet, carregar -- kantin, vir.--Tambam só vuel kantin, e 
embré vuet kantin. 

AJURU': agudo. 

ALENKÉIRE : rispo. 

AMA’: você. -1- Te xama emin kupádne: Tome um 
pedaço de pão de mim - x, eu - te, toma tu - kupad, pedaço. 

AMPRI : caminho ( emprü, ) depois do pronome J, eu 
-1- Jampri: caminho de mim. 

ALENGRE’: em companhia ---- En alengré tôna: 
Vamos em companhia - tôna, vamos, 

ALU'DN: ir buscar agua --1-- Jona alidn: Vamos 
buscar agua. 

AN, ON: aquillo que -1-- Ex anke, hi ve: O que 
digo, é verdade - ke, digo -- hó verdade -- 2 -- Atan ke x, hat 
ke ve: Disse que fazia o que eu dizia-ke, dizer- hat, fa- 
zer -- ve, indica tempo passado. 

ANA: de certo, em vez de hana--1-- Taki ana tog 
enkréx, di hi ni: De certo aqui está caçando bem -- tog, 
está — enkréx, cacar -- hôni, bem - nz, está -- di (ti), elle. 

ANAKU’RE, gedétr: gostar. 

ANKIXKAIRO'N NE: sou amigo. 

ANKO'KE NE: E coetaneo -- ko, lado -- ne, esta. 


ANKÜVEIX : sangue —--- Anküvéix ti tumátimo: 


O bixo lambe muito sangue -- ti, elle. 

ANDA: porque ----- A’nda kangra ke? Porque quer 
comer tudo ? 

ANDO'T KE’VE, ajut kéve: E’ mais moço, é mais 
idoso -- do, atraz -- jut, adiante - ank6 ke ve : E’ coetaneo -- ko, 
ao lado. 


ANGA’: sitio. terra. 

ANGA'T: passar pitos em alguem. 

Aº'NGE UA'NGE: perigoso. Propriamente, matam. 

ANGUI: ouvir. Vide me. 

ANGUIA'MEN : adiante. Vide jamé. -- - -- Anguiâmen 
húru vüire : Foi adiante. 

ANHA-A'NHA : Esperar. Vide uânha-uânha.- Visc: 
anhoa. 


A'NHA : você ----- Anka veinam’: Você está aborrecido. 

ANHANGU’T: muito -- -- -- Aran to anhangút, kre togn 
togn : Com o muito sol ( calor ), as plantas seccam -- kre, plantas. 

N'NHE: criar -- 1 - Anhe anti jog ton kémo: Elle quer 
eriar um orphão -- anti, elle. 

A’NI: aquele (éne) - 1-- On dni kânje: aquelle que 
está ahi. 

ANJA'NJA: FILEIRA. Tambem: fui - 1 - Anjanja (pri): 
Em fileira. 

ANJUVE'N: sabio, conselho, aconselhar com tino. Tam- 
bem enjuvén. 


APANGH: roça. Tambem epangh. 





— 511 — 


ANPTE: Você não --1-- Anpie kairôone : Você não sabe 


nada -- pie, não. 
APENGRU’RA: mangas dos braços -- pé, braços. 


ANTOJO’G : brigar ------ Antojóg tog ne: Não briga 
-- tog, não. 
ANXT : pequeno------ Anxi ra, tog téie: Apezar de 


pequeno, está comprido. 

ANTA'INHE : escravo, criôlo, de únhe, criar. 

ANTERE: morrer -- 1 - JJüritke antére kena? Como 
quer morrer ? 

ANTOJO'N : brigar, ralhar. 

ANTO’ NI: carne de bicho -- ánto, de: animal. 

ANTO’RO: milho torrado. 

AOMA’: verdade. Em lugar de ha hi ma. 

AO’RNE: mentir. Tambem ône. 

AO'TKE, auútke: pitar. 

APANITO: de costas-- 1 -- Apanito kanti: Está vira 
do de costas. 

APRI’: rachar. 

ARA! oh!--1-- An ha hône ara! Oh! si tivesse saude ! 
ha hô, melhor. 

ARA: entrar--1-- Kainké ka ton, po kit ara: A ca- 
noa entrou com o pau na pedra. - ka, pao--ton, com-pó kJ, 
na pedra. -2- Ama in ra ara kémo: (Quero entrar em tua 
casa -- Ama, tua - 3 -- Aranh agmo ha: O povo ja entra -- ag, povo 

ARA'N: (oré) brejo -- 1--A ran ding: lagôa. 

ARANKA'I: de tarde -- 1 -- Arankat éin kirdino: Vol- 
tamos de tarde -- éin nós. 

ARANKA'IKA, arankärkü : no calor do dia, na tarde. 

ARA'N, veinpõro : febre - 1 - Arano : Eu estou com febre. 

A’RAN KE: no calor------ Aran ke tavin: No maxi- 
mo do calor 

ARANGRA’: companheiro - 1 - Arangra kirkairônhe : 
Eu amo o meu companheiro. 

ARANH: entrar -- ---- Aranh agmo ha; O povo ja en- 
tra -- ha, já. 

ARIKE: como, igual--1-- Na tan táje qu je, ont tag 
arike je: Aquella arvore é muito alta, esta outra é ignal- 
mente alta -- táje, alta -- gu, muito -- on, outra. 


ARO: penhasco, paredão. 

AXMAN : para mim.-- I-- Aaman ton ha: Ja diz para 
mim -- 67. dizer. | t 

ATEN: Elle -. Aten kiirôn ra, kédne: Apezar de mo- 
ço, elle morre - Ate in xet Ikéve. Me quer matar -- kéve, quer 
- Atet kré ti: Fulano de tal salvou a Sicrano de tal-- dre, 
salvar. 

ATI: preparar, lavrar ( háti)-- K2 ag átimo: Os ho- 
mens preparam o pau. 

ATITI: precisar mnito, desejar - Ir japan fan átati : 
Eu muito preciso de colher a roça. Mais commum, hótiti. 


B 


BA: carregar - 1-- Akantin ba nim: Te rogo “venhas 
carregar -- nim, TOO. 

BA: dar a luz--1-- Akoxin ba fi: Ella dá à luz uma 
criança. 
BA : roubar --1-- Pejt, kar tit On ba; ba vüire: Es- 
condeu ; depois, o que roubou, levou - tit, elle ---ultimo, ba, 
carregou -- 2 -- Ti ningé tokfin ja ba te: Elle roubou o annel 
de Fulano de “tal - ningé togfinja, snnel. 

BAKANTTN : trazer, convidar -1- Agta ti bakantin 

e: Elle convida o povo. 

BAN : scgra ---Jn ban: Minha sogra. 

BATATA : --1-- Batata ba ti ne: ag mo ra, pejú : Esta 
carregando as batatas - a gente vai perto e rouba : 
- ag, a gente -- mo, vão- ra perto, -- pejú, roubam. 

BANGH, bak, ban, buüngh : grande -- 1 -- Pirá mbang : 
Grande ee 

BE: sogra. 

BE: Acme sempre, habitualmente. -- Posto depois 
dos verbos «de acção, significa profissão, officio--- 1 -- Veinmdt 
kan, tére be: Por estar doente, ‘as vezes desmaia -- 2 -- Kuté 
ne ketó ix ne: kangán be hadéix no: Não saio: me sinto 
habitualmente doente -- ute, sahir--Jketo, não -- had: sentir, 
soffrer -- 2 -- Tx be: Estou acostumado--- 4 -- Kuran be ve; cos- 
tureiro-- Nour, costurar --5 -- Joma verén be ve: Uma vez 
eu cestava sempre brabo. 

BEKIKI: Lan -- be, ovelha — kiki, pello. 


BK, ‘posposto a han, significa fabricar, fazer -- 1 -- Tie 


veixmã hambréktimo ( béktimo ) : Eu faço mal. 


BEIKTE (MBÉIKTE ), mrinkéti vabrir os olhos. Vise. 
BEIN-BE'IN : apalpar - 1-- Mbein béin, in ra: Entrei 
apalpando. 


BO : habitualmente --'1 -- Déne kiki bo: Animal péllu- 
do -- déne, animal. 

BOG, vuog: fazer mal --1-- Jog tére toni, à mato in 
bog 6: Meu pai, quando estava vivo, me dizia que não qui- 
zesse fazer mal -- tére ton, vivo - mato, dizia -- oi, não querer 

vaio ). 
'BORNIA : nascer, crescer. Tambem bogn --1 ---Taki bor. 
nea : Nasci caqui. 

BRE: junto --1-- Nengé brex, kanjuti: Elle briga e 
brinca. 

BREKTIVO (Vibe béktimo ) : fabricar - 1 - Kame 
nibréletimo : “Prepara, lavra pau. 

‘BUA: mau, Visc. 








” . 
ee cn O SR D dd E nn sr es À du id 


K 


Nota. Nas palavras portuguezas, usamos o C. 

KA: comer - Kakane kema ix ne: Au sou amante de 
comer ‘frugtas — kama, leemcd : amante. 

KA: porque -- Anprôn pejú ka, brane ne: O está sur- 
rando, porque roubcu a mulher. 

KA: Em-1- Ti vut kaje ra, tére: Morreu, embora 
estivesse no collo -- je, estar -- ra, apezar. 

KA : quando --1 - Er amé ka, ix fa: Logo que ouvi, 
chorei -- ka, em -- me, ouvir --2 - Véra ka. hadn ton ne: Até 
agora não fez. + 

KA AG: o povo-- ka, matto - 1 - Na ag hul hore viiire 
(fúire): O povo ja se retirou -- hal, huru : particula para in- 
dicar o passado -- hóro, fora -- 2 -- Venjén ka agn hat: O po- 
vo prepara a comida --3-- Na ag ten: O povo o mata. 

KAKEN : dentro - Lo kakén porko fodn : Tocaro por- 
co no potreiro. 

KAKNA FOI: figueira. 

KAKRE : travesseiro, girão - ka, pau-- kre, em baixo 

KADN : pau -- 1 -- Kadn kadére: Pau liso. 

KAERA: cinto. Vide klaera, kulaerc. 

KAFAJATITI: gruda muito. 

KAFAN : para la--1-- Okada dôro kafán ra, ara: Pas- 
sa além do buraco do tatétiú=dôro, caverna. 

KAFU : sala. Tambem: Jemfi, muafi--1- Kafu va hul 
vüsra : Ja foi para sala -- In kafú: Sala de casa. 

KAGAN: dentro, debaixo. Tambem kakan--1 -- Ti vei- 
xupsix kagän, jén ti: Esta debaixo do vestuario delle -- jen, 
esta — ti, elle. 

KAGMBA: pinguela, ponte: 

KAGNA : enxuto ? 

KAGON : aterro -- ga, terra - gon, mexida. 

KAIKAN: amigo. Vide kaka. 

KAIGOT : homem--1 -- Naigót tan ham bôgen : Aquel- 
le homem nasceu primeiro -- ham, am: primeiro. 

KAJU'D : brincar - À -- Kajúd kenemá ne: Elle gosta 
de brincar. à | 

KATN: cheirar- 1-- Na hain: Eu cheiro -- na, eu. 


Bd 


KAIN : comprar. Tambem kajäm--1- Ama káin, lai- 
ranha: Se me pagas, trabalho, - 2-- Kaim big: Comprar ca- 
ro -- 3-- Kain ton: Comprar barato. 

KAINGOT ( Kaënjgäng ); homem,-- 1 - Kaingit kar 
ix kairóte: Todos os Kaingang me querem bem - Jar, todos- 
kairôte, kikazrote, amar. 

KAIO-E': periquito. 

KAION: pagar - Azma kaidn, lairânha: Se me paga, 
trakalho -- Kain ton: Não pagar. 

KAIXGANG: homem--1- Kaïjgang korég: Homem 
mau. . 
KAIXKANGOG: nuvem- 1-- Kaixkangog kri ; Nu- 
vens aitas - kri, em cima. 

KA JAFÁ: larva de mosca. porcaria -- ka, mosca. 

KA JARÉ: barba de pau, raiz de pau. 


KAJUD: brinear--1-- Kajúd kenema ne: Gosta de 
brincar. E 

KAMAXMARA ( kaimbára ): logo. 

KAMEN: temer, guardar-se, deixar de fazer, prohibir. 

KAMBU’RO: prumo. 

KAMUN, hkamôn : vem elles. Plural de kantin--1 -- 
Kamun ge agn: Elles vem agora. 

KAN: comer. Tambem kó--1-- Ti nin kan gra: Co- 
mer toda a carne de tal bicho -- gra, tudo - 2 -- Kan gra ix: 
eu como tudo. 

KAN: em, quando ( posp. ) --1- Inindó kan: No meio 
dia --2-- Anti ket kan, ti alengré kané: No partir procura 
o seu companheiro. 

KAN: para, fim--1-- Tx ko ton, tere kan, ix ko: Por 
eu, si não comer, morrer; eu como (visto eu dever morrer, 
si não como; por isso eu como )- ix ko ton, se eu não como. 

KAN: por isso. Vide kan xog. 

KAN : porque- 1 - Ko kan, ti tére ton: Por elle co- 
mer, não morre ainda--2-- Veixma kan, ti tére: Morreu de 
doença -- tére, morreu. 

KaN: tudo--1-- Kan han gütka ton: Nem todos bas- 
tam para fazer -- gé‘ka, bastar -- 2 -- Kan da mo húri: Todos 
os bichos foram embora -- da, bichos- mo, ir. Os bichos do 
watto foram embora -- ka, do matto. 

KANKTE’REMO : suffocar, afogar. 

KA'NDE : estar, envez de kanje. 

KA'NDIE : emendar, unir. Tambem kranje. 

KANDO?’: valla. 

KANE’: estar bom de saude ? -- Hex kané ti: Eu estou 
muito bem de saude. 

KANÉ : gaardar-se -- 1-- Min kanera: Guarda-te da 
onça. 


KANE TON: morcego, que não enxerga. Tambem 
kulfén. 


1 


Pur id 


ane sol big ee dc 


TO EEE Se LS à os dt nt PN O de PN E 





KANGA'NGA : doentes -- 1 -- Xunganga hütèti : Elles es- 
tão mu to doentes - 2 -- Kanganga han ainmo: ‘Yodos esta- 
mos doentes. 

KANGA TON: sarar. Tambem não estar doente. 


KANGO : homem -- 1 -- Kongi ve ga tan bóg: O pri. 
meiro homem nasceu da terra -- ve, primeiro - ga tan, da terra- 

KANGRA : fingir -- Titan kangra: Aquelle ahi finge. 

KANGRA’T KA; Comer tudo. 

KANGRPN: dançar. 

KANHAMBÉT : noticia. Tambem kambut. 

KANHERODN : Aprender. 


KANHEM: estar --1-- Ine ône kanhém, ônta tan ka- 
nhém: Das casas, umas estão la, outras estão acolá. 

KANIÉTI: estar de pé. 

KANJA : acabar -- Kanja ori kémo: Quero acabar hoje. 

KA'NJE: emendar ( kräje, kränja ). 

KANJTRI: brincar. 

KA'NME: Experimentar, saborear ( kamé ) - 1 -- Naren- 
je känmi: saborear laranjas. Hx aniot tan pen kanmi : Ex- 
perimenta atirar com esta minha expingarda -- do, espingar- 
da - pén, atirar. 

KANXKRA': rins. 

KANXO’G, kan: porisso-- 1-- Kane fa ix ketôn ve: 
Não é porisso que chore - ix, eu-- je, é. 

KANTKTÉREMO : sufocar, afogar na agua. Tambem 
kantéremo - kan, em. 

à KA'NTE: debaixo, dentro --1 - Engôio kánte kite: Cahiu 
dentro da agua —- kúte, cahiu. 

KA'NTI: estar -- 1- Tx œampé dgta kdänti ne: Elles 
estão com o meu chapeu. 

KANTPN: vir-1-- Vaxkä te ti kantin: Elle vem do 
matto--2-- Hantingrá: Vem tu. 

KANTON: entäo-1- Kantôn ka ix xe ag: Então 
elles me amaram a um pau--xe, amarram - ka, pau. 

KAOXIA’: Turvo -- Goto Kaoxii: Rio Turvo. 

KAPO’: pulga --1- Kapó kanxíre: pulga pequena 
( pulga de pé). 

KAR, kdra: depois -- 1-- Kar à jen, in ra tin: Depois 
da comida, eu vou para casa-- jen, comida --2-- Karâne à 
kexógmo: Depois eu farei -- ke, fazendo -- x6gmo, estou - 3 — 
Kar igmá nim: Depois dê para mim --4-- Kar à dma xapé 
háanns: Depois eu farei um chapeu para vocé--5-- Kar à 
hádn» hana: Depois eu sararei com certeza -- 6 -- Kar igmá 
ba ne: Depois traz para mim -- ne, está - 7 -- Nar igmá nim 
mané : Depois te peço que dês para mim mais. 

KARA: logo--1-- Kara à kanhambet, tanket kantin : 
Logo que soube, vim ajudar. 


316 — 


KA'RA: livrar (kre)-1--Ix kava: Eu livro, eu es- 
capo (do perrgo ). 
KA’RA: acabar--1-- Narat húri lairdnha ketôn: O 
serviço não esta ainda acabado --2-- Vére kdra tôn ne: Não 
está ainda acrbado. não esta prompto -- 3-- Fagrin vuet Ietôn 
ne kira in ne: Qualquer não carrega o objecto. 
KA’RA: tudo — 1 - Kára ti kanherói : Elle conhece tudo 
- kanheró», conhece. 
KARA'NE: plantar (kre ). 
KAX AG: o povo--kax, matto?-1- Kox ag mi tin 
e: O povo está aqui - ti, artigo. 
KA'XKA: elaro- 1- Aran kaxka: Dia elaro, sol claro 
-2- Kaxk: hi ne: E” mais claro -- hi, mais. 
KAXGON ( kainigäng) : Homem, sujeito — 1 - Kaxgôn 
ho: Homem bom; sujeito bom. 
KAXT'NI: carrapato. 
KATA’: vender ( Visc. ). 
KATITORA: vestir-- 1 - Ti na kotitéra: A mãe o veste 
- na, mai. 
KATO’: mosquito -- 1 -- Xan ható veixpré ti: O mos- 
quito me morde -- ti, artigo -- xan, a mim. 
KAVA’: mosca ~ 1 -- Navá len: A mosca pula -- ren, len: 





ula. 
à KAVEN: soltar. Vise.--1--Ti kavéntimo: O solta 
agora. 

KAVIDN : virar -1-- Kaënké kavidn ke: A canoa virou. 

KAVIN: dar-1-- Eemd emin kavin: Me dê um bolo 
—2- Imd fari aningét pite kavin: Me dê um punhado de 
farinha -- aningét. um punhado. 

KE, prefixo, -1-- Dinhéro ganhá kexéro vaix ti ne: 
Elle não quer ganhar dinheiro - xóro, querer. 

KE, suffixo, que serve para indicar o passado e o fu- 
turo: neste ultimo sentido se traduz com querer, ir. Ex.: 
quero deitar, vou deitar - 1 - Pird xabm ke ha ti: Elle ja vai 
pegar peixes -- xabm, pegar -- ha, ja--2-- Anta ot ke vended 

: Tu vais dizer mentiras -- venhéd, diz:r. 

KE: dizer--1- Antan ke x, ha, ti kek te: Elle falla 
que fuläno de tal faz o que eu digo —- ke, digo- ha, faz - ti, 
elle--te, elle--2- Tima ix ni ke ja: Eu disse a elle que 
dava —- timá, a elle -- ja, particula para indicar o passado -- 3 
- Atan ke, hänera: Faze tu o que elle fallar. | 

KE: ir, querer, pretender -- 1 -- Ixô veixmá ke ndnti: 
Elles me querem fazer mal -- ixó, a mim -- 2 - Ant in ket kan, . 
ti alengré kané:No acto de partir, procurava um companheiro 
- adengré, companheiro. 

KE. in (kan, posp.)- Ti krin ke táix: Bate na ca- 
beça delle -- fix, bater. : 

KE: particula para indicar o Pasian -1--Aran ke 
tavin : Passou de tudo o calor. 

KEKA’: no momento que queria -- 1 - Entája mon de-. 
néni ke kan, jatu je ti: No momento de levantar o bixo da 








ia 
ty 

‘ 
” 


— 317 — à 


rede, estava quieto - entája, rede, laço - mon, lavantar -- 2 - 
A jen ke kan, temd vi hô ne: Em quanto quer almoçar, me 
diz palavras boas: é bom commigo -- 3 - Agntôn va je ti kéka, 

rére: No momento de ajuntar o povo, grita — va, ba: trazer. 

KEKO’RA, kekônra: limpar, apagar, por ex, a tinta. 

KE’KA: dizer--1-- A jént kéka: Elle manda de comer 
-a (ha), voz de mando -- jent, comer. 

KEKRE'N (kúngre, brigar )-- 1 -- Jagne kekrén: Bri- 
gar junto. 

KEFE': leite. Vise. 

KEPXNI: estou querendo - 1 - Emdán ve ké ix nt: Es- 
tou querendo ver o mundo -- emin, mundo. 

KEMA': cortar. 

KEMA’: gostar -- 1 -- Kúna tin kemane : Todos gostam 
de ir embora --2 - Ranha-ranha kema: Ter inclinação a tra- 
balhar, ser muito trabalhador -- 3 -- Arót kemd: Ser sujeito à 
canceira. 

KENKA'T : vento - 1 — Fan gáix kenkdt vuôti : O vento 
agita os cabellos das mulheres ( kanká )--ti, artigo - gdix, 
mulheres, ellas. 

KENDA’: querer estar, de ke, querer - da, na: estar 
-1-In te ag nôro ken da: Elles querem dormir em casa, 


KEN: em, quando --1-- Antin ken, alengré kané: Na 
hora de partir, procurava um companheirc. 

KE'NE, o mesmo que kdra: acabar. 

KE'NE : ir--1-- Inin kéne ha kéti Elle diz que ja quer 
ir para casa -- ha, ja -- ke, diz -2--Ix kéne kémo: Quero ir 
embora. 

KE’NE: estar querendo, de ke, estar querendo, e de ne, 
estar -- 1-- Kuvará hé na tin kéne: Pretende fazer longa via- 
gem --2-- Tati ke ne: Está querendo chover. 

KENHE'RA : acostumado. 

KE'NHO : quero agora - 1 -- Koi ti nin kénho: Quero 
comer carne de tal qualidade. 


KENTKERÉ : campo que canta. Tambem maracanã, 

KENTKERE KANXIVREs maracanã. 

KEPE': lavar. Tambem kupé 

KER: depois - 1-- Ker ara tin: Entra tu logo -- tin, ir. 

KER: guarda-te, ve de não fazer - 1- Ker idma hat: 
Ve tu de não fazer para mim. 

KERA’: dia-1-- 72 kerá ti kren: Chegou o tempo 
delle. O segundo ti, é o artigo. 

KE'RA : entrar, embarcar. 


KE'RA : guarda-te, veja de não fazer, ponha sentido 


“que não aconteça. - Nes dois ultimos sentidos, afim de que o 


verbo exprima a negação, deve ser seguido da particula he. 
KE’RE: conta tu - 1 - Kére ton: Não contes. 
KE’RE: depois - Ti lo, kére tr la: Primeiro entra um ; 
depois outro ( Fuláno de tal, depois Sicrano de tal ). 


CRE 


KE’REN, o mesmo que kiren : tenha cuidado, guarda- 
te -1 - Relójo kéren kite he: Veja que não cahia o relogio - 
he, não - 2 - Kéren ixmá veinma hadn: Veja de não me fa- 
zer mal - veijmá, mal - had, fazer. 

KEXA’N: lua. Tambem heixa, lixa. 

KE’XNO: morro agora - 1 - Xan ton ke vaix, kéxno: 
Si não quero comer, agora morro. 

KE’XNO: morro, quero agora - 1 - A’man kara kéxno: 
Voce quer que eu entre agora - hava, entrar. 

KETA'N, kúktán : curar - 1 - Ati ketánagn : O curam. 

KE'TI: mover, agitar - 1 - Fang nh-gaiax kankat kéti : O 
vento agita os cabellos das mulheres - gáix, cabellos - faq, dellas. 

KEºTI: fazer - 1 - A'tan kex, ha kéti: Faze tu o que 
queres - a, tu -- an, aquillo que. 

KETON : não - Xe, affixo - 1 - Fangrin vuet k ton ne: 
Não carrega o objecto. 

KEVE: disse-2- Tima ¢ nit kéve: Eu disse, promet- 
ti que dava a elle, 

KE’VE: fui, foste, foi -1- Hat kéve: Fui trabalhar - 
2- Ta kéve: Foi lá. 

KEVE'IX (húveix ): sangue. 

KEVO": cego. 

KI: aqui-1-- Ni ti ton ni: Não está aqui. 

KI: em (pos.) -1-- Jágni ki pran fagmo: Ellas se 
mordiam uma com outra -- mo, agora - 2- Do kin xet : Amar- 
rar atraz -- xet, amarrar — do, atraz. 

KI: por-- 1-- Ti vink ti mi tai viiére: Elle foi matar 
onças por ordem de Fulano de tal -- vin, ordem -- tã?, matar. 

KI: prefixo-- 1-- KZ nim man: Dê mais. 

KIKE : fallar, dizer -- 1-- Antan kex, hat kike: Elle 
fallou que fazia o que queria. Pelo contrario: Antan kex, 
ha hat hike, significa: Faze o que queres. 

KIKOKAN : espiar ( Vise. ). 

KIKTAN : curar. 

KIDVENHERA'N : ensinar 

KIFA’: coração. Tambem : fé. 

KIFO'TA : bixo -- 1-- Txôn win kifoia ne: A nossa car 
ne está bixada-- nin, carne--2-- Van kifoia nin hadno: A 
carne cria bixo -- van, prefixe. Tambem honféza. 

KIFU HO (kihw hi): soprar. 

KIGMBE”: lagrimas. Tambem fiigmbé. 

KINORA : brejo - 1 -- Kinorá putke : Afundou no brejo. 

KINVPNKE: fechar com chave -- 1 - Kinvivikte : Fe- 
chou varias cousas com chave. 

KIOGNA’INGE: choupar. 

KIR : guarda-te -- 1-- Kir ag pit vin: Veja de fallar 
pouco a elles -- pit, pouco. 

KIXE’RA: amarra tu. 

KIXFAKRE’: travesseiro - 1 -- Nixfakré had ir: Eu 
guardo o travesseiro. 


= 


» . 
TPE ed 


ses Éotitiéhite 


E, 


ne lt ot die aci Dear A ad e ee 


NT a VTT 


À é o di A ee ii ee à 





KIXU’TI: ckoupar. 

KIXVENHERA'NGO : ensinar 

KITKAIRO'JE, Avtkanherdje : ser amigo. 

KITITE’RE: morre afogado. 

KITITONE : não está presente. 

KLAERA, hulãera : cinto, cintura. 

KO: comer --1-- Venjenma ko vaer kren: Quasi não 
quero comer o alimento -- váix, não quero -- kren, quasi -- ven- 
jenma, alimento. 

KO: ao lado - 1 -- Jágne ko kant; : Esta ao lado um de 
outro -- känti, está. -- 2 - Are ko fay, ko a fag nânti: As vaccas 
comem capim, e estão ao lado uma aa outra -- fag, ellas -- 
nânti, estão. -- 3 -- Kangáti ko ic ni: Eu estou ao lado do 
doente: o assisto --4 -- Jágne kó nänti: São da mesma idade. 

KANJA’M: comprar, pagar--1-- Eixmán kanjám ke- 
ton ne: Não me cobra. 

KOKE’, kokét : perder, destruir, estragar -- 1 -- In koket : 
Destruir a casa-- 2-- Kurän koke: Perder o tempo. 

KOKE’RE: estar com fome--1-- Kokerétiti: Elle esta 
com muita fome. 

KOKO’: gemer. 

KOKRE': podre -- 1 -- Endéne kokré: Carne podre. 

KOGFUORE, kankafuvre: orvalho. 

KOGN : saito -- 1-- Oré kogn: Salto do brejo. Fu, pa- 
rece que significa tronco 

KOGNAFU’I : figueira. 

KOHU’X: vento brabo, Tambem Av fi. 

KOINGRIN: crespo, encrespado -- 1 -- Näix koingrin : 
Cabellos encrespados. 

COMPANHIA -- 1-- Em companhia: bre. 

COMPARAÇAO. Exemplo de comparação -1-- Exûx 
kofú vatôn kri ti tampri kine: O meu é mais pesado do 
que o outro -- vctôn, outro -- kofu, pesado. 

KODNMA’: para cime. Tambem kiixma. 

KONFO'IA: verme. 

KONGARO : pintado. 

KONGERE': Pintado. 

CONNECTIVOS. Exemplos. -- 1 --Venjenmät tonk tôn : 
Não tem comida. -- Serve o k para distinguir aqui uma pa- 
lavra da outra. 

CONVIDAR: Exemplos -- 1 - Tin kan vinera tán ke: 
Dê ordem tu para que venham -- ke, disse -- tin, ir -- kan, todos 
- tan, lá .-ken, fallou -- 2 -- Ag ta tin agr : Convidar a todos. 


COPUL ATIVOS. Vê tambem os Copulativos do Sup- 
plemento grammatical: Exemplos de proposições copulativas. 
- 1 -- Kengrex bre kanji ti: Briga e brinca -- kengré, brigar 
- bré, junto, e -- kanji ti, brincar -- 2 - Dénum háno vdix tavin, 
tinge vaix tavin: Não quer absolutamente fazer nada, e não 
quer andar -- denúm, alguma cousa --hdn, fazer -- váix, não 
quer; tavin, absolutamente - 3 -- Iv jogn, ix jamtré ha ti to 


HAT é ge 


tinge: Meu pai e minha mai me mandaram de ir com elle -- ha, 
voz de mando -- to, com -- tinge, ir agora-- 4-- Ex ningé kupé, 
kan ex pé kupé: Lavo as mãoseos pés lan, depois:-- 5 -- 
Kanoa engôio kafän ra ten ja, ne: A canôa.passou o rio; e fica 
- kofdn, além-- ra, para-ne, fica-ja, particula. para indicar 
o passado -- 6- Ex néngé, ex pé bré kupé: Lavo minhas mãos 
e meus pés. 

KORA’ ; claro, dia. 

KORE'G: feio, ruim, mau--1- Ixó vin korég hat ja 
ne: Ja fallow mal de mim -- vin, palavra- hat, fazer: 

KOX : comer-- 1-. Kox ti ne: Elle está comendo: 


KOXOG: vermelho. Tambem ku.con. 

KOTU”: obscuro -- 1-- Vein kutñte: Vista ruim -- véin, 
vista. ig 

KOTUIGH: noite--i-- Mord, hotiigh: dia e noite. 
2 Kara kotüsgh: toda a noite. Tambem tarde e noite. 

KOVOFE’: cabo--1-- Novo fé to xa grenti: Dança. 
estando na corda de embirrato, na--xa, estou - Kagrin, 
dança -- ti, elle. - 
KOU: jacú - 1- Koti déiera: Cosinha tu jacú. 
KRA: Depois. Tambem ra -- 1 - Kranhe wapé hddno : 
Depois faço um chapéu. 

KRA'INHE, krénóje: carpir. 

KRAN, gren: homem--1- Aran ka ja ti: O homem 
está aqui-- ka, aqui -- ti, está. 

KRAN : plantar --1-- Kra à nhe: Eu planto agora, nhe, 


+ 


estou. 

KRAN : chegar --1-- Ti kurdn te kran: Chegou no 
tempo delle -- te, no. 

KRAN : ser sufficiente -- 1 -- Enjén ti hrdn ti tônje: A 
comida não dá, não basta para nós; enjén, comida -- tôn, não. 
| KRANHA, karanhe: logo- 1- Xränha xapé hádno: 
Logo faço um chapéu. 

KRA’NJA: limite, de kran, chegar, e de ja, logar - 1 
- Kaxkankranja: horizonte. 

KRA'NHE : parar--1--Laranha tan kranke vdix : Aquel- 
le não quer parar de trabalhar - tan, aquelle.-- vdéx; não querer. 

KRE : livrar, escapar. 

KRE, kára: tudo inteiro - 1 -- Antan kiran te kre ha, 
xæéiæno : Si o não o fizer a até o fim do dia, mato-o. 

KRE : cresciuma:-- 1 - Kren kre: Planta de cresciuma, 

KRE : filho, familha-- L- Ave ton ne kan, mankangá 
ti: Sou triste, porque: não tenho filhos -- kan, porque -- 2 - On 
hé kre, ti koré kre: A familhado outro é boa, a delle é ruim. 


KREN : debaixo, em baixo -— 1 -- Engôio l:ren ( kante ) ; 
kite: cahiw na agua - 2. - Veixkren te ve; veixkrvin leanénge : 
Ve em baixo; olha para cima. 

KREN : no fogo--1--Kur antôni kren, jagme ha: 
Ponha a carne no fogo depressa para coser -- 2.-- Kren ka pin fi: 
venuvóre: Ponha lenha no fogo: ferve - ka, nopin, lenhai- 





EE AR 


3 -- Veixkran te ve; Veixkrin kanén je: Ve em baixo, olha 
em cima 4-- Kur antóni kren: jagme húru tôn. Põe tu a 
carne ao fogo: ainda não está assada. 


KREN : mulher, esposa - 1 -- Ixon kren bré, hädno : Faço 
eu e minha mulher, 

KREN : parar, chegar-- 2 -- Lanharánha tan krénje vdix 
ni: Não quer parar de trabalhar aquelle -- tan, aquelle — váix, 
nunca. 

KREN : Estar mal, differente com alguem. Tambem 
krimáje, kri--1- Ti ton ix krentité: Eu estou muito mal 
com elle--tôn, com -- 2 -- Ti tan ix kren: Eu tenho inveja 
delle. 

KREN : quasi-- 1 -- Ti ni kangra kan kréni ogn: Co- 
meram quosi toda a carne de tal bixo — kangrá, comer tudo 
- nin, carne -- 2 -- Kran kred nim: quasi todos pedem -- nim, 
pedir. 

KRI: acima--1-- Aningé veikri ten kránhe: Unir as 
mãos juntas -- krdnke: unir, 

KRI, kré: Salvar, escapar do perigo. 

KRPKE: para cá, para la--1-- Krike ag petén : Elles 
correm para cá, para lá, para todos os lados. 

KRIKRI-VEINMA’ : lepra. 

KRIMA’JE: Ter inveja, estar desgostoso - 1 -- Denum 
tavin krimd je: Não gosta de nada-- denim, tudo -- 2 -- Ti ti 
krimá ne: Esta desgostoso com fulano de tal. 

KROD : beber -- 1 -- Krod korégtiti: Bebida muito ruim 
- 2 -- Krodéra: Bebe tu. 

KRO’NE: beber -- 1-- Zemd nim arengré krône: Me dê 
para o meu companheiro beber - 2 -- Krôn tôn ni a: Ainda 
não bebe -- ha, a: ja. 

KUAKRE': travesseiro, girdo. 

KU: Bom. Tambem hô. 

KUA’NKA : accender. 

KUARA': longe. 

KUKFE’RE, kukfén: arrancar, por exemplo, a pelle. 

KUKRTJA : panella (Vise.). 

KUKXE”: arranhar, p. ex.: as unhas. 

KUKTA’NGH: curar -- 1 - Ati kuktang ex kémo: Eu 
quero curar a elle -- kémo, quero. 

KUD : cortar -- 1 - Ajuá kud ja tôn ti ni: Não cor- 
tou ainda a barba -- ja, particula para indicar o passado — 
juá, barba. 

KUD : de pressa, em vez de kur -- 1 -- Kud nôra : Durma 
de pressa, 

KUD : cahir. 

KUDN : tocar musica - 1 - Anton kudn: Aquelle toca 
- 2-- Ngirexi kudn : O meninosinho toca. 


KU'FA': faca - Kiufá tan: Aquella faca. 
KUGNA'I: choupar - 1 -- Kugnaz gére : Aspirar ar. 
KUJEJE: veia. 


— 322 — 

KUJU’: metade, resto. - 1-- Kafi kuju je: Está no 
meio da sala. 

KULA’ERA: cinto, cintura -- 1 - Ti kuläera: Cinto 
delle. 

KUN : soccar - 1 - Engára kun, dúnera: Socea tu o mi- 
lho, e faze-o em po. 

KUNGRE : brigar -- 1 - Kungré brex j kanju ti: Bri- 
ga e brinca -- bre, junto. 

KUNVA’TI: desmanchar a costura, descoser. 

KUPRI’: limpo, branco - ku, prefixo. 

KUR: depressa --1-- Kur tama dinheiro: Me dé 
dinheiro. 

KURA’ KUXA’: de madrugada. 


KURAONKI: noutro tempo--1-- Kura-6n ki et ag 
nikte tag: Noutro tempo aqui vivia muita gente -- et, muita 
-- ag, gente. ; 

KURE': direito. Em sentido derivado, limpo. 

KURE’TKE: de vez em quando. 

KURANGARA'JE : voltar. 

KURI-E’: prompto -- é, muito 

KU'RU : depressa -- 1 -- Anton: jagme ha: kuru kren 
pin fi: A carne já esta-se assando: ponha lenha depressa 
-- antóni, carne -- jagme, assar — fi, por--kren significa tambem 
vaso. 

KURUTGH: direito, endereitado, corrigido - 1 -- Empriigh 
kuriiigh: caminho endereitado. Tambem kuré, kuru. 


KUXA: mez, lua -- 1 -- Kiixán te xeix han ex kémo: 


Vou trabalhar seis mezes (seis luas). 

KUTA'RA : estreito - 1 - Eman kutara: Caminho es- 
treito. Tambem tára; Ku, de kutara, prefixo. 

KUTE KU’TE : passar -- 1 - Kafan ra kuüte-kuüte: Pas- 
sar alem de alguma cousa; tocar para la de alguma cou- 
sa-2- Ti to kúte: Dar passagem a alguem - to, a. 

KUTU’: surdo, bobo, atoa - 1-- Kutt de: EK’ surdo 
- de, je: é 

KUTUIGH : noite ( kutu ) -- Kutu te: De noite. 

KUUARAN, kuvarän : longe. 

KUVEIX, anküvéix : sangue -- 1 Ti küvéix tavin ti 
ne: O sangue delle é demais - tavin, demais-- ti, artigo, 


» sp 





D 


D. raras vezes se usa por T. Exemplos. -- 1 -- Xüix kan 
da krin hid ne: La em cima as estrellas são bonitas -- kéix, 
alto -- kan, em -- da, ta: lá -- hüd, bonito--2-- Tx kokérediti : 
Eu estou com muita fome. 

DA, de: animal. 

DA: estar, em lugar de na -- 1 -- Inte age nôro ken 
da : Elles pretendem dormir em casa -- ken, pretendem. 

DA: em, em lugar de te, ta --1 -- Kaikan da krin: 
Estrellas no céu 

DAG: este, em vez de tag --1 -- Andag xié, andäg é 
téia : Este é muito pequeno, este é muito longo, alto - ai é, 
muito pequeno. 

DAI, em lugar de nai: deitar--1--Ign dai ke na: 
Pretendo deitar - ke na, estou querendo. 

DARA: fralda-- 1-- Tin dara; Fralda de tal causa. 

DATAN TON: atéa--1-- Da tan ton ki ti tére: Elle 
morreu atoa -- ki, pleonasmo. 

DE, do: atraz. Vide dére. 

DE: bicho. 

DE: E’ --1- Venharé de: E' livro. 

DE, em vez de ti, elle -- 1-- De vin méix: Ouvi prosa 
delle -- me, ouvir. 

DE: em--1- Kaixkán de krin hôd ma nánti: No céu 
as estrellas são muito bonitas. 

DE'GNE, em lugar de iágne: mutuamente - 1 -- Lagré 
ágte húru dégne kak póvo: Os dois se separaram um de 
outro -- legré agte, os dois. 

DE’IA : não querer - 1 -- Ahé déia, afi tônho : Não quer 
estar boa, quer brigar -- afi, ella -- tônho, briga agora. 

DEIXAR: Eixmár vin ti ha ti na: Elle me disse de 
partir -- ha, voz de mando, de permissão. 

DEN : casa de botão ( Vise. ). 

LE'NE: atraz --1-- Vog dénera: Empurra tu para traz. 

DE'NE : bixo -- 1 -- Déne ag: bixos. 

DENOMINAÇAO : Akoxi jiji to te: Elle disse o nome 
ao filho: denominou o filho - to, fallar -- te, elle. 

DENU’M: alguma cousa, tudo -- 1 -- Kin pran dénum : 
Morde alguma cousa levemente. 

DENU'M TON: atôa -- 1- Denwm tén tin jo ne: Fica 
brabo atoa. 

DE’RE, déire : atraz -1-- Deire na: Está atraz - 2 -- 
Tin dére kto: Atraz, no fundo -- k, connectivo -- to, em. 


/ 


ME Oo pedi 


DESERTO: Min emá ton ti-min, aqui--emd, po- 
voação -- ton, não--ti, está. Tambem: Enkré van ton ti: 
Nao ha plantação. Min, não significaria gente ? onça ? 

DESOBDIENCIA : Ajéne me váix -- jene, mandamento 
-- me, ouvir--vaix, não quer. Latim: Obaudire. Patrão vin 
kikaktin: Não conhecer a voz do patrão: não obedecer ao 
patrão. Na lingua kaingáng, a palavra que indica o prin- 
cipio da acção, indica ás vezes tambem a acção completa. 

DET?: que cousa? O que?--1- Det igma nim? O 
que me dá? 

DI: cousa. Tambem de-1-- Kan di akémo: Quero 
tudo -- 2 - On di ke ton: Não quer outra cousa -- ôn, outra 
cousa -- 3 -- Ex man di ni ketôn: Não me da nada. 

DI: sentado -1--Ign di kena : Eu não quero estar 
sentado -- kend, estou querendo. 

DIN: fundo -- 1 - Engôio din: Agua funda, lagõa. 

DING: profundo, contrario de palére, raso. 

DINHEIRO : DIJE’RO--1-- Hix man dijéro nim ke 
ja: Elle fallou para mim que lhe dê dinheiro -- ke ja, fallou. 

DIO’: espingarda, em vez de do. 

DIU’M: brabo, em vez de jun. 

DO’: espingarda - 1 -- Dó kanén guefa: Bago para es- 
pingarda. Vide nhafá. 

DO’, to: fallar - 1-- Jagne do kikaktin : Um não en- 
tende o outro -- jágne, um a outro. 

DOG: Estar - 1 -- Akrin küvéix pugn dog: A cabeça 
está unsanguentada. Tambem tog. 

DOGN DO: cego. 

DON JA TI NE: A porta está aberta -- ja, indica o 
passado -- ti, elle. 

DO’RE: aberto - 1 -- Dóre ti je: Elle está abrindo. 

DORMITORIO : noro jafá -- atá, lugar. 

DUI: collarinho de camisa ( ellipse ). pescoco. 

DUR: po-1-- Kafé ti dur ja é ni: Elle esta com 
muito pé de café -ja, particula para indicar o passado -- é, 
muito -- nz, esta. 





rm 


Pe ft dl De né: mi, à» RÃ eee E O ee niet + 


| 


E 


E: eu. meu-1-E nái kéne ha: Eu vou deitar - nde 
deitar -- ha, já - 2-- E bakantin engangróra: Eu trago barro-- 
bakantin, trazer -3-- E on fan kre ti: Elle quasi derrubou 
minha casa -- kre, quasi - fan, derrubar. - 

E”: muito--1-- Agmi é te: Tem muita gente -- te, tem 
--1-- Korég tan ni é: Aquelle é muito ruim -- tan, aquelle - 
2--In tag é hô je: esta casa é muito grande -- hô, grande -- 
é, muito. 

EKTOA’: perto ( Pos.)--1-- Ngire ektod ag nánti: 
Perto dos meninos ha muita gente -- ngène, -- ngire, nh -- giire 
meninos —- ag, gente. 

EE: muitos. Tambem II (ii)-- 1 - Kuraôn ks ag ée nikti : 
Noutro tempo havia muita gente -- ôn, outro -- nik té, havia - 
ti, artigo. 

E HO: demais -- In tag e Ad je: Esta casa é grande 
demais : 

HG: eu, meu -- 1 -- Hix náin eg náne: Eu pucho pelos 
meus cabellos -- nine, puchar. 

EIA'T : eu -- Eiát pirmá in te ninho: Eu estou sósinho 
em casa -- pirmá, sósinho. 

EINGRA’N : Copo - 1 -- Eingrán tag fuán : Encher este 
copo -- fudn, encher. 

HOTEL: e jen niafá -- jen, comer - niafd, lugar -- Eman 
buüngh jen niafa: Hotel de uma cidade grande. 

EMBUONGH : grande -- 1 - Embuongh joá búro: Des- 
ponta uma grande barba -- búro, brotar. 

EME JUR: fuzil (Visc.). Talvez signifique: Dé 
para mim -- jwr, chegue, venha para mim. 

EMPRA'N: em baixo--1 - Emprán eváix: olhar em 
baixo. 

EMPRE’, emprég: estrada, caminho -- 1 - Emprég mi 
mojen: Vão pela estrada. Vide empri -- 2 - Empre gri nô- 
romo: Durmo agora na rua, ao lado da rua --gri, kri: em 
cima, ao lado. 

ENKRE’: estar com cuidado -- 1 -- Ti enkrén ix: Eu 
estou com cuidado delle. 

ENKRE  : roça plantada -- 1 -- Enkré ra ti ag bakagóuve: 
Carregaram para a roça o homem - ra, para. 

ENDENE... ketôn: Nada:-1 - Endéne emá ketôn 
jane: Eu não gosto de nada - emá, gostar 

ENDENIAGO'RO : calças ( degnengôro ) - dégne, tra- 
zeiro - góro, vestir. 


PR ua 


ENDET: animal - 1 Endét kára kre: Toca, caverna, 
para tudo o animal - kára, tudo. 

ENE: aquelle - 1 - Jn ené: Aquella casa. 

E’NE: la-1- E’nera ti vüire: Elle foi para lá - ra, 
para - ti, elle 

ENGA'N : todos. Tambem kan.- 1 Engán ônbed ne: 
Elle está enganando a todos - ne, está. 

ENGA’XKA: gente - 1 - Kavarú ting ve, engáxka ve: 
Não são cavallo, são gente. 

E'NGE: mandar. 

ENGO’: Subir - 1 - Engó xóro krin: Quero subir o 
monte -- góro, quero. Tambem: Engú xoro krin. 

ENGR'EN : adoçar - 1 - Engrén gra: Adoça tu. 

ENGRE’N: em baixo - 1-- Engrén gu: Muito em 
baixo. 

ENGRE'T : salvar-se - 1 - Engrét javdixtiti: E difh- 
cillimo salvar-se, escapar. 

ENGU’E: mandar, capitão. 

ENGUL’: encima Tambem jengu, jengi.-1-- Engui 
hé: Muito encima. 

ENGVE’: visitar. Tambem angvéi. 

ENHA'M: principiar. Tambem ham - 1 - Enham an- 
tonhoi: Principiam a brigar - antonhoi, brigar. 

ENHU'NDIE, enmán je: capitão -1 - Enhundie ren je 
ne: O capitão surra - te, ren: surrar. 

ENJUVE’N: sabio, sisudo, conselho - 1 - Enjuvén tô 
ni kan, veiamd tink ti: Por falta de juizo, vive estulto — 
ni kan, por não ter--tin, vive -- k, connectivo - 2 - On nánti 
tán, enjuvén je me: Os que estão aqui, ouvem o conselho — 
on, aquelle que - je, estão - me, ouvem. 

ENMA’NJE: capitão. 

ERANHERE' : companheiro, em companhia. Tambem 
alengré. é 
ERE’ ( posp.): fora--1-- In eré tin bré vüire: Sahiu 
fóra de casa junto com elle. 

ERE’N: pular, matar --1-- Ti erén hurw: ja pulou 
nelle -- Izon de éremo: Elle me mata -- de, elle. Acção inci- 
piente, que significa acção completa. 

ERIKE’TI: Como, igual. Tambem hürikéti.  . 

ERO’: Muro, parede. -- 1 -- Hadn eró: Fazer uma 
parede. 
EX: eu-1-Ex in kéne ha: Já quero ir embora. 

E’TI: muito--1 - Kamé eti tink ti: Elle vive com 
muito medo - kamé, medo. 


F 


Nota. Esta letra, as vezes, muda-se em H. Exemplo : 
Fi, ella, muda-se em Hi. 

FA’: anus- Ti fa: Anus do tal sujeito. 

FA: instrumento, materia, lugar. - Niafa: instrumento 
de sentar, lugar de sentar. 

Fa: azedo -- Engôio fa: Agua azeda, vinho, aguardente. 

Fa: perna- Ti fa ve ne: A perna delle é torta — ve, 
torto - Ti fana koingrin: Encolher as pernas. 

FAG: mulheres - Ex fagn : Minhas mulheres. 

FA'A : lavar roupa ( kupé, fazer banho ). - Kuru faia fi 
ni: Ella está lavando roupa. 

FAN: destruir -- 1-- Hix in fan kre ti: Elle quasi des- 
truiu minha casa - kré, quasi. 

FANG: ellas, mulheres. 

FAN: encher - Fánera: Enche tu. Tambem fuän. 

FAN: quebrar. 


FANGRIXMONE : está largado, desarrumado. Ya- 
grin -- objecto, mo, desarrumado -- ne, esta. 

FE: dar. Tambem fi. 

FE, fi: folha, grimpa de pinheiro. 

FEERE: penna--1-- 7% féère: pennas de passarinho. 

FE'N: sombra, fresco --1-- Vat fénje hadno: Aqui faz 
sombra, fresco. 

FEN: quebrar-- Fen je « kémo: Eu quero moer -- 
1- Ku kri jakri fen kan, jén ti: Elle está com o joelho 
quebrado no pau: Está ajoe.hado. 

FEN: levantar -- 1 -- 1% fen agn: o levantam, o re- 
colhem. 


FEN: ramalhete - 1 - Kaféje fen: ramalhete de flores. 

FE’NO, péno: vender--1 -- Ama kára umfe no: De- 
pois eu quero vender para você -- dma, para você. 

FIN: unir, amarrar. Tambem win. 

FIN : corôa - 1 — Kaféje fin : Corôa de flores. 

FINVA'IX : mudo, não pode fallar. 


FIM.. Proposições de fim, se podem fazer com a posp. 
kan, por motivo de - 1 - Peju tôn, hárato gen xoro kan, 
tin já ne: Não roubou, mas foi para roubar -- hárato, mas, 
na verdade -- gen roubar - xóro, queria-kan, por -- tin ja ne, 
já foi indo - 2 -- Ag anvéi æoro kan, ja ti vúire: Elle foi para 
visitar as taes pessoas - xóro, desejar (porque queria visitar 
as taes pessoas, elle foi). 


— 328 — 


FO : perna. Tambem fa. -- 1 - FO ve : Perna torta - 
ve, torto. 

FOA’ (fu): figueira -- 1 - Fod fu kané: figo. Vide 
kava fu-fu parece significar tronco 

FODN : arrebentar, atirar -- 1 -- Ró fon húri: Arre- 
bentou uma cerca - ro, cerca. 

FO'DN : mudar, vender - 1 - Ga fodn: Mudar de ter- 
ra, morada; vender a terra: Fot in huri : Ja vendeu a 
casa. 

' FOG : Branco - 1 - Kix pén fog ta küktan ti ne =: 
Aquelle branco cura o meu pé -- kiiktan, curar. (1 ) 

FOG, vog. maltratar - 1 -- Eix in méin afog gna agn : 
Elles estão maltractando os animaes da minha casa -- gna- 
estão — méin, criação. 

FONGXT : Branquinha, menina branca. 

FOR : atirar - Le fore : Jogar fora. 

FOT : mudar - 1 - Pron fot ti: Elle muda de mulher. 

FOT : vender - 1 -- Fot ti : elle vende. 

FU : Semente. 

FUA’ : lavar -- 1 - Venxupoéx fudra: Lava tu a 
roupa - Venxupoix fud : Roupa lavada. 

FUA'DN : temporal, cheio. 

FUAMBE’ : chorão. 

FUEK : pinheiro. 

FUICH : caroço, semente -- 1 - Tí füigh : Semente 
da tal cousa. 

FU” IRE, viiire : fui, fostes, foi. 

: FUORE : extremidade de alguma cousa, por conse- 
guinte tambem terreiro - 1 - Máix xan fuôre te: O bosque 
no meu terreiro, te, em. (2) 

FU'XNO, vúxno : chaga purulenta. 

FUTFO’RO : cheio: repetição de acção. 

FUUIGH : fileira - 1 - Krin fuüigh: O Orion-krin, 
estrella. 


(1) Tambem: Elle está curando aquella ferida do meu pé -- fógia, 
aquella ferida. 


(2) M de máix, nasalado e fanhoso. 





oe “SS 


G 


G. serve ás vezes de connectivo - 1 - Kofá tx gni 
ha : Eu ja estou velho - ha, ja-ni, estou. -- 2 -- Empré gmi 


ha mójen : Audem pelo mesmo caminho -- ha, v6z de man- 
do -- mi, pelo. 

GA: entrar 4 força. Tambem ge. 

GA: terra-1- Nhe ga hüdni: A minha terra é boda, 
nhe, minha - 2 - Ga kôn dôrô; Abertura da fossa. 

GA: tudo. Tambem kan - 1- Ko ga ti ru: Come tu- 
do o pedaço do animal - tz, do animal - ru, pedaço. 


GAFON: estiva - ga, terra - fôn, quebrada 

GAGRI'N: telha-1- Ga grin grin tag gino: Pego, 
aproveito estas telhas — tag, estas. 

GAIN: fino-1 - Kuru gáin: Panno fino ( vise. ). 

GAN: derrubar - 1 - Ka gan agn : Elles derrubam uma 
arvore. 

GAN: elles. Tambem kan - 1 - Empri ki gan ton: Não 
estão no caminho, erram o caminho - kz, em. 

GAN: em. ( Pospos. de tempo ) - 1 - Inindó gan: No 


“meio dia. 


GAN: em. ( Posp. de lugar )- 1 - Oré gan, ko: Como 
no brejo. 

GAN: quebrar - 1- Ka gan ag: Derrubam a arvore. 
Tambem : kon, gon, com o mesmo sentido. 

GANT, garfn: gallinha - 1 - Gani kre: pintinho. 

GE: brigar, entrar à força, fazer força - 1 - Kare ge 


jen: Entrar e forçar. 


GE: pegar, matar. 

GEDE’TI: gostar. 

GEN: roubar à torça, usar rapina. 

GENE: ir embora-1 - Gen kan, ti gene: Foi embo- 
ra, porque queria roubar. 

GEJE, gúje: estar acostumado - 2 - Ix angu je: Ha 
estou acostamado. 

GERE'RA: pega tu - 1- Méin-méin geréra: Pega tu 


“os animaes - méin, repetido para fazer o plural. 


GER - hé: sovaco. 

GI: pego - 1 - Ga grin grin tag gino: Pego, aproveito 
estas telhas. . 

GI: pegar, matar - 1 - Ton vaji gingo : O mato às es- 
condidas, por ciladas. Tambem kéngo. 

GIFE : faca - 1- Ti gifé: faca delle. Tambem kiifé. 

GLIKE, hürike : igual - 1 - Fag gaix gliké ti: Como 
os cabellos das mulheres - fog, mulheres. 


— 230 — 


GNA'IX : cabellos - 1 - Ira gnäix : Cabellos do queixo 
barba. 

GNAN, góvo, gnovo, gan, gon: quebrar - 1 - Paktii 
gnan : Quebrar o prato. 

GOGN: bujio - 1- Ga ka páno à kan, kit gogn : O bu- 
gio cahiu, porque foi flexado na arvore - ga, arvore - kan, na- 
pano, flexar - ix, eu - kan, porque. 

GO: comer-1- Ti nin go i ga: Quero comer carne 
do bicho - ga, quero - 1, eu. - 2 - Go gu kemane: Gosto mui- 
to de comer - gu, muito 

GO: muito. Tambem gu -1- Engôio ni hangja kuvarán go 
ti ni: As cabeceiras da aguinha estão muito longe - kuvarä, 
lonje - ha. principio - ja, lugar - ti, artigo. 

GOIO-EN, corrupção de goio-cint : rio difficil, suben- 
tendido, de passar, a váu. 

GO'NVO : quebrar. 

GOP : quebrar. 

GORE'GN : ruim. Tambem korégn - 1 - Kané korégn : 
Olho ruim, quasi cego. 

GOXI ( KOTXI ): filho - 2 - Timan óri é goxi fi to- 
vai: Ella hoje abandonou meu filho a Fulano de tal - ti- 
man, a Fulano de tal -- fi, ella -- továix, abandonar. 

GO'VO: quebrar. Tambem fan, góvo, konvo. Significa 
tambem caco. 

NIRE GRA: menino macho. Tambem nire tz. 

GRA: Tudo. Tambem kära - 1 - Kan gra ix: Eu co- 
mo tudo - kan, como. 

GRA'O, SEMENTE: fu, füigh 

GRE’: debaixo. 

GRE’: peneira. Tambem kre. 

GRE'N, krén: debaixo - 1 - Engrên ti kankuten : Sahe 
debaixo. 

GROTO : sem pensar, improvisamente. 

GRIN, grôn: por culpa -1- Ato grin ké ve: Fiz por 
tua culpa - ato, tu. 

GRODN : amassar - 1 - Engá grodn : amassar a terra. 

GROIX : sotejar - 1 - Gróix ké no: Vai gotejar. Vide 
glakótimo. 

GRONE: por culpa - 1 - Anton grône ix veixmä ne: 
Eu soffro por tua cuipa. 

GRU : cortar - Tambem kru - 1 - Pen grónmo: Corto lenha. 

GRU: pedaço -1-Jen gru: Pedaço de comida. 

GUET: RANJER - Anjo tan grat, quet quet kéve: 
Elle quiz ranger com todos os dentes — an, prefixo - tan, com 
- grat, todo, kéve, quiz. 

GUI: cachin. E' uma planta euphorbiacea (visc.). 

GUIAKE’: amanhã. 

GUI: muito - 1- Ténjen qui: Muito alto. 

GÔGUO'RE GRIN: pote de bsrro - go guôro ; barro - 
grin, artefacto. 





ims 


H 


Nota. A’ vezes o F se muda em H.Exemplo: F7. ella: 
muda-se em Hi. 

HA: bem - Emprü had hadn: Caminho bem feito. 

HA: bem -1- Ko ha tavintiti: Muito bom para co- 
mer — ko, comer. 

HA, voz imperativa - 1- Tan krot ton mo ro, jent 
ha, fer: Embora não beba agora, diga-lhe que coma - tan, 
aquelle - ra, apezar, jent, comer - fen, fallar - krôt ton mo, 
não beba. Fen por vin. 


HA : verdade. Tambem Jó. 

HA: bom de saude - 1 -- Ha hürike : Como vai de sau- 
de? Está bom ? - hôrike, como ? 

HA, inclinado. Tambem hi - 1- Enjuvén hi hôtit;: 
E’ muito inclinado a dar bons conselhos - Enjuvén, conselho. 

HAD: bem - 1 - Tive hadn ix, ve sx dn mamfére: Olhan- 
do bem. vi o que perdera. 

HAD: bonito - 2 - Agtôn had nanti: Elles são bonitos 
- agtôn, elles. 

HAD: fazer - 1- De ti had ne? Que faz elle? - de, 
cousa — ne — está. Resposta: On ti had ni, ro ni: O que elle 
faz, é cerca. 

HADN : sarar - 1- Kara ix had ne: Eu sarei - kira, 
depois: serve para fazer o futuro. 

HADN : sentir, aperceber. Tambem me. - 1 - Had hôrike ? 
Como apercebe ? 

HAG : não sei ( Vise. ). Tambem agh. 

HA’GJA: Lugar onde começa uma cousa - ha, come- 
gar - ja, lugar - 1 - Engôio ni hagja : Cabeceira, onde começa 
a aguasinha. 


HAMA: começar -1- Hame fag kik fag: Começam 
a chorar — fa, chorar - kil, prefixo. 

HAME: começar - 1 - Hóma fag fud: Começaram a 
chorar - fag. ellas. 

HAN : beneficiar, fazer bem 

HAN: certo-1-Ti hon ne: E' certo. 

HAN: Fazer, concertar - 1 - In Kkofá hánera: Con- 
certa tu a casa velha-2- Ti vin hdnera: Faze, guarda a 
ordem delle - vin, ordem. | 

HAN: ja-1- Ti ve han ix: Ja o achei. 

HAN: preparar - 1 - Veinketá han ix: Eu preparo 
um remedio. 

HANA: certo. Vide hana, verdade. 


En ABIN 


HANA: principio, primeiro-1-T hana jengra: Eu 
levanto primeiro -7, eu 

HANA? O que é? onde está? - Hana ben? Que é 
do marido ? Tambem : Onde esta o marido ? - 2 - Bedn hôrike ti 
Como está o marido ? — ti, esta. 

Nota. Ha, hána, no principio, siguificam: O que? o 
que é? no fim, certamente, ja. 

HANA: verdade, certo - 1 - Agmá ix to häna : Eu con- 
tei certo para elles - to, contei -2 - Ta hana kite : De certo 
chove - ta, chuva - 3-- Ankéke, häna : O que dizes, é verda- 
de--an, ôn: aquillo que--kéke: dizes, repetes; duplicado, 
para significar multiplicidade de acção -- 4 -- Kar i hädno 
hina: Depois eu sararei com certeza -- kar, depois. 

HA'NGJA: lugar onde começa uma cousa. 

HARA: na verdade--1-- In hára xi ni ton ti: Não é 
certamente pequeno para mim -- xin, pequeno --ti, elle. _ 

HA'TI: Fazer--1-- Ve‘xkre ix hati. Eu faço a roça. 

HAT: ja--1-- In véi hat vüire: Eu ja fui ver a casa. 

HAT: estar bom--1-- Hix nat hótin ha: Ja estou me- 
lhor -- hô, mais -- tin, muito -- 2 -- Hix méin eix hat hô tin ha: 
Eu sinto que estou muito melhor -- méin, perceber -- na, estou. 

HAT : preparar -- 1 - Venjenma ha ágmo ha: Elles pre- 
param a comida - Kan, ag hatimo: Elles preparam a ma- 
deira -- kan, madeira. 

HATI: depois --1-- Kurdn taktôn háti : Depois de tres 
dias. | 
HA’TI: preparar. Veja hatimo. 

HENA: onde--1-- 4 manke hena ra tin? Pergunto 
para onde ia.? -- múnke, pergunto. 

HENAN ? que é?-- 1-- Hénan bet ? que é do marido ? 

HI: ella. Tambem fi. 

HO: bom - 1-- Jog tére tôn, mbog hé i: Quando o pai 
estava vivo, eu crescia bom -- mbog, crescer. 

HO: capaz - 1 -- Taki enkrédj hidne van ton han: De 
certo aqui não ha bons caçadores -- enkrédj, caçador - van, 
estäo -- han, de certo. 

HO: forte, alto -- 1 -- Jamá hô tora: Falla tu alto para 
mim.-jamd, para mim. 

HO : grosso. 

HO: longe--1-- Tág mi ven hô ti ne: Daqui se avista 
muito longe -- ven, ver. 

HO: muito--1- Ti hô kri ti tampri kéne: Este é 
muito melhor do que aquelle - ti hé kri, acima deste bom - 
ti, elle -tampri, superior -- kéne, é. 

HO: onde-1- Hô ti jamá ne? Onde é a morada 
delle ? - ti, delle - ne, é. 

HO: querer --1-- Ti gnin hô go: tenho vontade de co- 
mer carne -- 2 -- Eix hat hôti ha: Ja tenho muita vontade de 
sarar -- hat, sarar. 





, NT 
———— 7 


NIET DUT OR NES DNS ad ee di ii eee 


ÈS ne 


ee ns de ee mon à 


» 4 


dé Pe do nt pis A A Se 


— 333 — 


HO: sacudido -- 1 -- Laranha-ránha hô agtôn nanti: 
Elles são sacudidos para trabalhar. 

HO: verdade -- 1 -- Agtan ke hd, ama kofá ti ne akémo ? 
A gente falla a verdade que você está envelhecendo ? agtan, 
a gente, o povo--ke, falla--akémo; vai - kofa, velho -- #5, 
muito —- ne, fica. — Resposta: Han agtan ke hô ve: Sim: a 
gente diz a verdade -- han, sim. Tambem ágta ke hima. 

HO: novo--1-- Kurú hô: Panno novo. 

HO: querer -- Ka tang hô ktáino: (Querer matar com 
este pau - ktáino, matar -- 2 -- Ix in ve kan, veirmángo, ha: De 
eu tanto querer ver minha casa, fico louco -- veixmángo, fico lou- 
co, porque quero ver minha casa -- 3 - In ha hü vaew : Não quer 
mais ficar em casa - vaix, querer. 

HODN: bom, mais--1-- Hédn ha nána: De certo é 
melhor -- ha, bom -- hédn, mais -- nána, de certo, envez de hana. 

HORO : fora--1-- Hóro tin: Ir embora--2-- Ti nin 
hórv ti fodn: Elle joga fora a carne -- nin, carne — fodn, jogar 
-3--In te ti ni: hóro vaix: Elle fica em casa: elle não 
quer sahir -- te, em. 

HORO : ( húri), particala para indicar o passado -- 1- 
Ka ag h6ro viiire ( fuire): Todo o povo foi-se embora -- ka 
ag, povo -- ka, do matto ? 

HOT: onde -- 1-- Hét cjama ne? Onde está a minha 
morada. ; 

HU: bom-- 1 -- Veixkatá hud ni: O remedio é bom - 
2--Hu hud.nz: Ha muita cousa boa--3-- Huk hud ni: Ha 
muita cousa boa. 

HU: assobiar. Tambem fu. 

HU’ME: assobiar. 

HUR RAX KE : Ja passou o sol -- hur, particula para 
indicar o passado -- 7a, -- sol ke, passou. 

HUR ROM KE: ja cofriu -- rôm, cobrir - ke, particula 
para indicar o passado - 1 - Kaixkangó krin hur rom ke, 
A nuvem cobriu a estrella, o monte - krin : estrella, monte, 


I 


I: eu, meu-1- Ningruja: E’ minha ponta da unha - 
G% dente. 

IAMPRI : limpo, puro - Mentfu iampri: Farinha pura: 

PNHO: meu, eu-1-inho ué: Minha irmã. 

PI (ée): muitos-1 - São Jeronymo fog it nänti : Em 
São Jeronymo ha muitos brancos - nánti, ha - 2 -- Gôio ii: Mar. 

IN: casa-- Kuru tan in in ja: Acampamento -- kuru 
tan, de panno - ja. lugar. -- 2-- Int anvéi ti vüire: Elle foi 
ver as casas. 

PNKENE: ir embora - 1 -- Ex inkene ha: Eu já vou 
- me, embora. 

TNE (jägne): um, outro (correlativo)- 1 - Ine kengré 
ne: Um briga com outro. 

INGENE, ingéna: ir embora. 

INH: meu-1-Inh arengré: Meu irmão. 


INITAMBUITKE : pitanga. 

PNHE: eu-1- Karg inhe la tin: Irei para lugar 
desconhecido -- karg, depois-- la, para. 

PNI: sentar -Inira: Senta tu. 

ININHA’ UT PPRE: Seis - ininha, minha mão - ut, 
outro — pire, um. 


ININHA’ UT PETKA’RA: dez -- petkára, cinco. 


ININHA' VEIKRITONE, ininhá kri pire: deseseis - 
veikritône, encima da outra - ininhã kri, mais uma mão - 
Tambem : Iningé veikritône, ininha kréva kri pire--ininhã kre 
va, estando uma mão em baixo. Em lugar de pire, se ponha 
alengré, tokton, veinkangra: e se obterão os numeros dese- 
sete, desoito, desenove. 

ININGE' veikritâne kri petkara: Quinze-- petkara, cinco. 
Veja-se a explicação antecedente. 

ININGE’ veikritôn ut pire: onze - veikritôn, um en- 
cima do outro- ut, outro. — Ponha em lugar de pire, as 
vozes: alengré, taktôn, veinkangra ; e o leitor terá doze, treze, 
quatorze. 

ININGE veikritôn lengré: vinte, ou senão: uma mão 
posta duas vezes sobre a outra. Substituam-se ao lengré, os 
vocabulos taktôn, veinkangra, petkára, e se obterão as pala- 
vras correspondentes a trinta, quarenta, cincoenta. 

INIRIL: hombro. | 

INJU'JO : E' o mesmo que jongjó: gavião, corvo, 

papagaio. Vise. 








— 335 — 


IMPRU': terreiro, frente da casa. - 1 - Imprú prúne- 
ra: Varre tu o terreiro. 

INTORO': parede da casa. 

IRA’: queixo-1-Irá gáix: barba -- gáix, cabellos - 
irá — queixo. 

IXION: Calças. Vise. 

IXO': eu, meu. 


JA (jo): adiante. 

JA: dente - 1 - Iningrúja: Preto da unha - 27, minha 
— ia, dente. 

JA. suflixo para indicar quem faz a acção. — Exem- 
plo: enkréja, pejuju : caçador, ladrão. 

JA: eu--1--De te jama nim? O que é que elle da 
para mim ?--te, elle-- jamá, para--2- Japán tekuxiá: Eu 
corto matto virgem. 

JA: particula que indica o passado --1-- Jénia ag: 
Ja almoçaram -- jen, almoçar -- ag, elles -- 2 -- Nôroga tin ti: 
Elle já foi dormir -tz, elle.--3-- Kupéja: Se lavou -: 4 — 
Dijéro tag korég jan ni: Este dinheiro não tem mais va- 
lor. - 5 -- Vexkajiri kärka ja: in ki nanti: Já possou a festa : 
elles estão em casa-karka, depois--in ki, em casa. -- 6 -- 
A'kto ua ja ti kéka: Fallou que elle já ajuntou o povo - 
kéka, falou --7-- Noro tin ja ni: Já foi dormir. -- 8 - Em 
pri veinkanpovo ja: Ja passou a encruzilhada —- empriú, es- 
trada. -- 9 Krôntôn ja: Não bebeu. 

JAK: roça -- 1-- Jak fan: Colher a roça -- fan; quebrar: 

JAKA': encostar -- 1 -- Jaki intoná: Encostar à parede- 

JAK A’IX : braço esquerdo, esquerda. 

JAKRTN : bola -- 1 -- Xavangró jakrin: Bola da gar- 
ganta. 

JAKTA'RA: miseravel, compaixão -1- Jaman ti 
jaktára je: Me faz compaixão - 2 - Jaktara väir: Alegre — 


váix, não quer--jaktára, triste--3--Jaktára tére: Morre o. 


coitado ! 

JAKUA’: verme, porcaria - 1 - Jakua tug téie: fracção 
de Indios kaingáng, que andam de cabellos compridos nas 
fontes da cabeça. — São os de São Paulo e do Rio da 
Cinza do Paraná = jakuá, bixo - tug, trazer, téie, comprido - 
2 - Ka jakua: larva de moscas - ka, mosca. 


JAD: cortar- 1- Pin jad vüire: Foi cortar lenha. 

JA'GNE : um outro - 1 - Ajágnin krexké to, agn ven- 
bédn: Elles conversavam um com outro de caça -- krex, 
caçar -- to, de -- venbedn, conversar. 


JAGNTA’RA: miseravel. 


JAMA’: morada--1- Jr jamá pé: A minha legitima 
morada - 2- Ix jamän tora viiire: Eu sahi fore da minha 
morada, da minha terra -torá, fora--3--Jamag hô ke ton: 
O meu bairro não é bom. 





— 337 — 


JAMBA’: descer, para baixo-1-- 7x kantére jafa 
jambá: Eu dego da escada. - 2 - Engôio jambá ti tere: Des- 
ceu rio abaixo. 

TANKEIRA: ponta do dente -jan, dente, corte. 
Veja alenkéire 

JANTKA’: porta- 1-- Emprii ki janthá: Porta da 
rua. 

JA’NIA: rasgar -- 1- Venharô jänia: Rasgar papel. 

JARE'RA : Corta-me tu os cabellos. 

J A’'TI TI: Elle canta. 

JATONRA’: fóra-l--Emám jatonra viiire: Sahiu 
do bairro: 

JAUTGH, jawégh, javá: irmão - 1 - Jauégh ve: irmão 
menor. 

JAUU’ MI: irmão menor -- mi, ve: menor: 

JE, ja: particnla adverbial para indicar o passado — 1 


— Xa ag je ke ve: Eu disse 4 minha gente. 


JE: ir. - Vide jéne. 

JEKE: passos. Veja: kéne ha. 

JE'GNEN, jéne: mandar para alguma parte. 

JEN: assado -- 1 --Ti ni jen à ko: Como carne assada, 

JEN: braço. Tambem jin. 

JEN: comer - 1 - Jénja ag ha: Elles já comeram. 

JENA'N: crioulo; a saber: escravo de casa. — Tam- 
bem significa criar homem ou animal - 1 - Patrão ti jenän : 
Escravo do patrão. — Tambem jean. 

JENTKA': dinheiro. Tambem nhatka. 

JE'NE: ficar, estar--1--In tonjatô jéne: Eu fico 
fora de casa - tonjaté, fora 

JE'NE : Alimento - Jen kamé: Não tem appetite (tem 
medo de comer) - Ag jéne ko ix ni: Eu estou comendo ali- 
mentos delles. 

JENE: ir- Veixpeju kan, ti jen: Elle foi para se 
esconder — vexpeju kan, para se esconder. 

JENGA GRE; espeto - jénga, torrar. 


JENNIANIA AG: Elles cantam. 
JENGBA': descer, para baixo. -1-E tin ke na 


jemba: Eu pretendo descer para baixo. 


JENE: mandar -1- Eix vin jéne ix: Eu mandei 
meu recado. 

JENGE’RE: respirar. 

JENGU’: alto--1--Jen gu je: E” alto. 
| JENJE’K : estar esparramado -- 1 -- Ta men jenjélimo : 
Aquelles animaes estão esparramados -- ta, lá. 

JENJ ENJE : Fazer passos 

JENMA’: hombros. — Tel.: jenimbái. -- Ti janman ti 
kami: Elle pega os hombros. 

JENNIAF4’: hotel. Veja enjenniafa. 


JÉNO : virar -- 1-- Jéno van ti: Elle vira-se. 


— 338 — 


JERE: extender, abrir - 1-- Apéie jére: Abrir os 
braços. — Tambem nzére. 

JETK E: bocea. Veja jantkii. 

JETK É KRINA': labio superior. 


JEVENIA: conselhos, aconselhar. Tambem enjuvén 
- 1-- An ti tan jevéma me: Aquelle ouve os conselhos : obe- 
dece-me, ouve. 


JINGITA , jengita: no alto. 

JO: pai--1--Ori jo maixkän te ton ti ne: Hoje o 
pai não esta no matto -- ti, artigo -- te, no. 

JO: mais velho--1- Jo ti-ke ti ne: E' mais velho. 

JOG: pai- 1 - Jog ve: E’ o pai- 2 -- Jog jamé tin ge: 
Pretende ir adiante de meu pai--jamé, adiante -- 3 - Ix jog, 
jambré kangämo : Meus pais (meu pai e minha mai) estão 
doentes -- bre, junto - 4 -- Ix jogn, ix jan junmo kan, porko 
atita agn: No chegar meu pai e minha mai, a gente matava 
o porco - 5 - Jogva va, kantin: Meu pai carrega e vem. 

JOGN : apagar - 1-- Pin jogn: Apagar o fogo. 

JOIXKE: toco de alguma cousa-1--Jan jóixke: 
Toco de dente. 

JOIXKE : girar, moer, quebrar. 

JOIXJT NE: moer,girar quebrar --1 -- Engara joixjinera : 
Moe tu milho -- 2 -- Engôio ti joijine: gira tocado 4 agua. 

JOIXNING E: lesma -- ningé, dedos -- jóix, guardados : 
allusão aos tentaculos que retrae e esconde na cabeça ? 


JOIXNINARÉI: rodar. 

JOM 4’: corajoso. 

JO’RO: torto, que dá volta--1- Emprü jóro: A es- 
trada dá voltas. 

JOX LIRE: ter inveja, jo, brabo -- lire, olhar. 

JOT: pai--1-- A'ra jot tot krima je: Na verdade não 
desgosto o pai -- tot, não. 


JORO : torto. 

JOVE’: barba. Tambem: java, joa. 

JU : adiante - 1-- Jantká nifé ju je: Esta adiante do 
portão -- je, esta. 

JU: brabo. Tambem: jun, diú - 1 -- Kakán ju: Cara 
braba -- 2.- Nho vaix ti ne: paciente-- nho, brabo -- váix, não 
quer -- 3 -- Etxmaän ton june hádmo : Elle já briga commigo - 
ha, ja-- mo, agora -- 4 -- Ju ne ti: Elle é brabo. 

JUKE: bambear - 1 - Kakré juke ti: O girão bambeia. 

JUDN : apagar - 1- Ta van pin judn: A chuva apaga 
o fogo -- ta, chuva 

JUDN: chegar, dar -- 1 - Pingógn ixmà judn : Me dê 
cinza. 

JUFU’: fileira. Tambem: jukfu-1-Ti jufu tan: 
Aquella fileira delle. 


=, 


a di do de À 





— 359 — 


JURA’: agudo (re, ra). 

JURURUK : ir em redor -- 1 - Tan jiúriirúke : Aquelle 
gira em redor. 

JURE: dar--1 - Júre ti: Dé a tal cousa. 

JUT : apagar. 

JUT : apparecer -- 1 -- Jútken húri: Appareceu. 


L, 


LA : agudo, ponta. Tambem: ra, ja, re. 

LA: dia, sol, claro, relojo--La kantinge: Eu chego 
num dia -- 2 -- La, kúten kan: Num dia e numa noite -- 3 - Koti 
te kaxdiri la van ne: Dançaram até o romper do dia -- kota 
noite -- Ja van ne, o sol estava -- 4 -- Jul lax ke: O sol pas- 
sou — hul - particula para indicar o passado -- la, sol -- x, pa- 
ragoge - k2, particula tambem para indicar o passsado. 

LA: fora. Tambem: le, re - 1 -- Ta la ti tin: Elle vai 
para fora-ta la, para. . 

LA: para - 1 - Ene la ti vütre : Elle foi para la - éne, lá. 

LA: perto - 1 - Topé la ix in nhe: Minha casa está 
perto da egreja - topé la, perto da egreja - nhe, está. : 

LA: relogio - 1 - La rótimo: O relojo marca, 

LAKANGRO”GH : relojo. 

LAIARU’: ananaz. 

LAN: dia-1- Lan jud ix: Cheguei num dia - 2 - Lan 
kantin ge: Chega num dia. 

LAN: relogio. 

LAN: sol - 1- Lan puri: O sol entrou. 

LANKANGRO’GH : relojo. 

LAGNERA'NHA : areia. - Tambem : erê, lairânha. 

LARA’NHA: areia- 1 - Laranha kan, ix tin: Eu via- 
jo na areia. 

LEN: bater, surrar - 1 - Ix len ti kémo: Elle quer sur- 
rar-me. | 

LPRI: vivo, vivaz. 

“LO, do: Atraz - Ti lo ti tin: Elle vai atraz de Fu- 
lano de tal. 

LO’RO: cousa redonda. Tambem lúro, rúro. 

LORI, ir: vivo, acordado, etc. Veja lirí. 





M 


MA: para - 1 - Engára ta porko ma vidn : Dá tu aquel- 
le milko aos porcos - vidn, dar. 

MA. ha : bom — 1 — A'ma ve ix ma hé: Eu vejo que 
você é muito bom- 2- Féxta ma hi ti: A festa esta muito 
boa. 

MA, ha: certamente - 1 - Kofa ma ve: De certo pesa. 

MA, ha: fazer-1- Venjén ma hut: A comida esta 
feita -- hut, particula que indica o passado -- ma, fez, -2- Ma hul 
kiixa lur ke: Passou a lua cheia - lwr, redondo - hal, ja, 
indica o passado. 

MA : grande -- 1 -- Kiixa ma hulurke : Passou a lua cheia. 

MA: maito-1- Féie ma ti: Muitas folhas - 2 - In ja- 
ma te, dendn piju ma ti: No meu bairro um sujeito roubou 
muitas cousas - den, cousa - on, um sujeito — pzju, roubou -- 
ti, elle. 

MA: para mim-1- Ma fi: Dê para mim. 

MA: roubar - 1 - Xen ma, xen koja: Roubei e comi - 
wen, eu. 

MA, ha: verdade-1- Ma ho: FE’ certo. 

MAKE’: dizer - 1- Ona hi ma ke: Quem diz a ver- 
dade - ôna, quem - hô, verdade. 

MAN, ma: sufixo de pir-1- Arengré kofa apirima 
in ra viiire: O velho foi duas vezes sósinho em casa - kofa, 
velho. 

MAN, ma, ha: bonito - 1 - Mantxine: bonitinho. 

MAN, ma: buscar. 

MAN, ma: carregar - 1 - Maran vére: Carrega tu para 
ca — vére, para ca, 

MAN : concertar - 1 - Emprü ag man mox kéve. Elles 
pretendem ir concertar um caminho - mo, ir- x, paragoge. -- 
Tambem diz-se han. 

MAN, han: fazer-1 - Kaféje aró man: Faz um jar-- 
dinzinho - kaféje, de flores -arô, cereado - 1 -- Veixmá ixó 
man xóro: Elle quer fazer-me mal -- eéxma, mal. 

MA: muito - 1 -- O'ri ta veixmaä man ti: Hoje a chuva 
faz mal -- veixma, mal. 

MAN : HULL tomar -- 1-- Kankrófuôre xabm ix, hara 
agtôn m-ángo ( 1): Eu pego lambary, mas a gente toma -- xabm, 
pegar -- hára, mas. 

MA'NA,hána : de ete -1-Ta mana kutéixno: De 
certo chove -- idos cal — 2-- DS tére mana: Com cer- 
teza morre logo -- tére, morre. 





1) M. de m-uango, pronuncia-se fanhosamente 


342 —- 


MA’NKE: responder, dizer -- 1 - Az manke: H6 ra tin ? 
Pergunto: Para onde vão ?--ra, para. 

MANDAR, se traduz com a voz de mando ha, e com 
o verbo significando a cousa que se manda fazer. [Exemplo : 
Antán ke, hat ké ke: Fallou que faça o que quer -- antán ke, 
o que quer- hat, voz de mando -- ke, fazer -- ke, disse. 

MANTXI'NE, hantxine : bonitinho. 

xa hati: fazer --1-- Ninja mati: Arranjar a ca- 
deira -- 2 -- In don mat ketô i ne: Eu não concerto a minha 
pra o -- don, espingarda -- ketô, não. 

MBA: Trazer -- 1 - Mbára mán ne : Traga mais - ne, estar. 

MBOIN TAIN BE VE: carniceiro -- mbôi, boi - táin, 
matar -- be, habitualmente -- ve, está ( Vocabulario Bugre ). 

ME: perceber, ouvir, cheirar - 1 - Ajéne me váix ti ne: 
Desobediente - ajéne, mandamento -- me, ouvir -- váix, não 
quer - 2 -- Mééra: Tenha paciencia. 

ME: pouco -- 1 -- Tx jen me ko, ix tínti : Eu como pouco, 
eu vivo. , 

MHI, véi: ver-1-- Xan méi ton nik ti: Elle não 
esta vendo -- ni, esta. 

MEN : apercebo, oiço--1.- Ix jogn ix in ha ni men: 
Eu oiço que meu pai está em casa ja-ha, ja--2- Kuxá 
men kenemä ne: Eu gosto de sentir o fresco -- kuaa, fresco. 

MEN : animal - Éÿx men ix mano: Eu trago meu 
animal. 

MENE, hana: certamente - 1- Ta méne kutéixno: 
Chove com certeza. 

MENFT : farinha. Tambem mentfu. 

MI: pelo meio--1--Hma kara mi ag kamôn: Vem 
gente pelo meio da cidade. 

MIN : gente ? - o -- Veixán min hité tin ti: Uma vez 
havia muita gente -- 2 -- Min ema tôn ti: deserto -- emá, mo- 
rada -- ti, tem - 3 -- oes tan hé ti? Esta gente é boa? 

MINK: onça, jaguar--1- Agtôn mink ven to ix: Eu 
estou dizendo ao povo que appareceu uma onça -- ven, appa- 
recer -- to, dizer -- k, connectivo -- ne, estou. 

M-IRID: virar--1-- On m-irid kankéi: Uma canôa 
virou --2- Tan m-iritke: Aquella virou. 

MO, sufixo do presente. — Usa-se tambem com o im- 
perativo -- 1 --Akanjúnmora : Brinca tu. 

MOAFU’ (1): fio, linha. 

MOIA, plural de tin-1-- Pron móia: As mulheres vão. 

MON : atôa, em desordem, desarrumado -- 1 -- Fog ixmá 
to vin mon ne: Os Brancos me estão fallando palavras atôæ 
- vin, palavras -- ne, está -2-- Fagrinmá da mon ne: O ar- 
tefacto, o objecto está lá desarrumado - da, ta: lá aquelle. 

MO NO'NJE: leite de vacca. 

MU, mo: plural de tin -- 1 -- Mu kan da húri : Os ani- 
maes do matto foram embora -- da, animal. 





(1) OM, é nasalado, 





PER a 


Rr o. 


MUA"(t): bambu. — Melhor : mua -- 1 -- Tambem vudn. 

M-U A’: roubar -- 1 - Xen kóia, m-ua : Eu como e roubo 
-2- M-uángo : Eu roubo. 

M-UA”: trazer--1--M-ua, kantin ningé: Trazer um 
pouco -- kantin, vir. 

M-UAFUIGH : trança. 

M-UA4'I: nunca -- 1 -- Kanganho m-uéno: Eu nunca fico 
doente. À 

M-UANFÆ: Cachim de espinho: especie de euphor- 


biacea. ; 

M-UANFUAITE : molhar, lavar. 

M-UANXA': uma vez. Tambem venxén. 

M-U &: ganhar, receber -- 1 -- Emi m-ué i: Eu ganhei 
um pão. 





(1) OM inicial, nasalado, 


N 


NA, ha: certamente -- 1 -- Kwaa taki na haté: Aqui cer- 
tamente faz fresco -- taki, aqui - 2 - Tx jogn kakré kri nana 
ni: Meu pai com certeza está deitado no giräo. 

NA, ta: Chuva--1-- Na kótimo: A chuva goteja -- 2 — 
Na ke: Vai chover. 

NA: Estar -- 1-- M-uaixka te na ti: Elle está no matto 
- 2 - Empri ki nai tôn: Eu não estou no caminho: errei o 
caminho. 

NA: eu--1-- Na kran: Eu planto--2-- Nan kanjam: 
Compro para mim. 

NA, voz imperativa. Tambem ha - 1- Exan kemo kan, 
na ti péno atin: Emquanto, eu como, que elle va procurar 
a Fulano de tal - exán, eu - kan, emquanto - péno, procurar 
- tin, ir. - 2 Oa, na ka lairanha kantin : Ehi! Fulano de tal, 
venha cá trabalhar - ka, aqui. 


NA, ja: Mai-1- Tina pé fi ne; Ella é mai verda- ; 


deira de Fulano de tal - pé, legitima -2- Ti na eixma fi: 
A mai de Fulano de tal deu um presente - fi, dar. 

NA, ja ; particula adverbial para indicar e tempo passado 
-1- Pénta hórike hadn na? Quanta tiros deu aquelle ? - pen, 
tiro - ta, aquelle. 

NA’KTIMO: está chovendo, está molhado. 

NAFU': chuva de pedra -na, ta: chuva; fu, bago ? 
bola ? semente ? 

NA4'I: encostar-se - 1 - Ag ro ix nai: Eu me encosto 
à parede delles. À 

NA'IX : algodão, cabellos - 1 - Eix nhgäir nana ne: 
Elle estä puchando pelos meus cabellos. 

NANTKAMBU’ : dinheiro - natka, jantka: ornamento 
do peito em forma, as mais de vezes, de rosario - bu, gran- 
de -1- Endéia nkatkambüititi, hára kangan be: Não que- 
ro muitissimo dinheiro, e estar sempre doente - endéia, não 
quero - tití, muitissimo - hara : mas. 

NAX : cabelos - 1 - Nax téie ti: Esta elle com cabel- 
los compridos - ti, elle. 

NATO'TIMO : pingar - na, chuva - któ, gotejar, pingar. 

NDEKEKTAKA'RA : insecto ? 

NDEN MA TON: nada - 1- Nden ma ko tôn ne: Nao 
está comendo nada. 

ND#’NE: bicho - 1 - Ndéne van kan ti hi ne: Elle esta 
comendo muitos bichos - van, está, - ko, ko: comer - hô, mui- 
to - ne, está (van... ne: está estando). 

NDE'NE FE’: cordão que se põe atraz. 


4 
r 4 
- 
4 
| 





pre”. 


E AG 


NDO : atraz. 

NDOGN : furado - 1 - 7% kané ndign: Os olhos de 
Fulano de tal são furados : cego. | 

NDU'LI: apagar - 1 - Nduli ya hadn: Apagaram 

NDU’RU: apagar - 1 - Ndúru ja ti ne: Elle apagou. 

NE, éne : aquelle - 1 - 7% ne: Aquelle Fulano. 

NEDO’: um, cutio?-1- Nedô kikaktin ne: Um não 
entende ao outro. 

NEDO: alguem ? - 1 - Nedó pan: Amarrar alguem. 

NEM: matto - 1 - Nembra vüire: Foi para o matto. 

NENA'NE: puchar - 1 - Ex nade nenáne: Pucha pe- 
los meus cabellos. 

NENDIMA': urutu. Tambem : denman. 

NH-GAIX : cabellos - 1 - Jantkü nh -- gaix: bigodes - 
jantkü, bocca. 

NGERE-HO : cheiroso - hô, bom - 1 - Ngére hô ne ti: 
Elle é cheiroso. 

NGO'P: quebrar, arrombar - 1 - Jantka 1 ti: Elle 
arromba a porta. 


NGÔRE-HO : cheireso 

NGORNOA’: penna de ave. 

NGRE'N : doce, gostoso - 1- Ngrén hi dit: Muito 
gostoso — di, em lugar de titi. 

NGRU : accender, accendido - 1 - Prüix ngru: brozas 
- 2 - Deja ngrúndra : Accende tu a cera. 

NHAN : cabellos - 1 - Nhan dó: coroa da cabeça, obti- 
da cortando os cabellos. - do, abertura. - Parece por conseguinte 
que a expressão: inindó kax ka; significa: que se acha na 
minha coroa, no vertice da cabeça. - Vide: aran inindó kax- 
ka: meio dia. - Talvez; O sol estä a prumo da corôa da mi- 
nha cabeça. 


NHAP 4’: foice - pa, pedra -nha, dente. 
NHE: está--1--.Jent ton nhe : Ainda não almoçou. 


NHENE: aquelle--1-- Nhéne korég, nhéne ha hi: 
Aquelle é feio, aquelle é muito bonito - ha, bonito -- 26, muito. 


NHENGR F: levantar. 


NHETU : bocea -- 1 -- Nhetii gére : REA - "Tambem 
gantki. 

NHE : comer - 1 - Am bré à nhen: Eu como com você - am, 
você. 

NHO’: estar brabo -- 1 -- Nho vaix: paciente, manso -- 
vain, não quer. Tambem significa: bom -- 2-- Inhó éne väix : 
Aquelle esta brabo commigo. 

NI: dar. 

NI: parar-1 - Gôio ni: agua parada. 

NI: viver, estar - 1 - Ema kuju mi ti nik ti: No meio 
do povoado vive uma ouça - kujú, meio - mí, onça. 

© NI A: esta querendo--ni, está - a, hd: querer - 1 Aron 
ton ni a: Não quer beber mais. 


— 346 — 


NIA, níja: habitação -- ja, lugar —- ni, de habitação - 1 
Xanxi nia: habitação de passarinhos. 

NIAF 4’: lugor -- 1 -- Néafan te: no lugar 

NIANIA’N: cantar - 1 - Fog nianiin: Os brancos can- 
tam, rezam cantando. 

NIAVA'IX : contra a vontade - 1 - 77 niaváio peremojem 
ag: Elles o transportam por força, contra a vontade. 

NIAVA'IX: dificil, impossivel - 1 - Engrét néavaix- 
titi: KE’ difficilimo salvar-se, elle versa em grave perigo. 

NIKRE'N: calcular, contar-1- Nikrén ton tógmo: 
Não está caleulando. 

N'KTI: viver. Veja ni. 

NIENIE'RE : abrir, dilatar- 1 - Apén nieniére: Abrir 
os braços. 

NIFE': fechar -- 1- Lo ne féicra: Fecha a cerca, a cadeia. 

NIJI': nome. — Tambem jrji--1-- Kotxi niji hóriké 
ti: (Qual é o nome do menino ? 

NPJA: séde, habitação, morada --1 - Te nija ve ix: 
Eu vejo a habitação delles - n7, habitar -- ja, lugar -- 1-- Jágne 
man déni nija ve: Um mostra ao outro a séde do bicho. 

NIN: mão--1-- Nin ton tingé: Pega a mão -- to, em -- 
tinge, pegar. 

NINDO": panho - 1 - Tnindo: meu punho - 1 -- Anindó 
tokfin : mangas. Tambem: Anindó grúra. 

NINDONE'NI: coroa que se faz na cabeça com o cor- 
te dos cabellos. Tambem: Nindonive. . 

NINGE': mais, ainda - 1 - Muakantin ningé: Traga mais. 

NPGNIA, ninja: banco, 

NINHZ’: estã-- 1 - Mi tan ninhé: Esta matando uma 
onça -- ni, esta. nhe, agora. 

NINGU'JA : o dedo mediano. 

NIONIO’RO: torto, que dá voltas -- 1 - Emprü nionzo- 
ro: caminho torto, que dá voltas 

NIX: sentar--1-- Tag nix ti: Elle senta la. 

NI’RI, melhor, #h-giri, nh-giiri : menino - 1 -- Nh - gitri 
tantô : menina. 

NITE: bater--1-- Aa t/ nite lengré: Bateu com o 
pau duas vezes- 2-- Ka ti nite han: Deu um golpe com um 
pau--3-- Ka ti ni te lengré: Deu duas porretadas. 

NO'I: verter urina-- 1 -- Nót hi: Quero mijar, tenho 
precisão de mijar. Tambem : 904, jon. 

NO'IX: tirar, arrancar -- 1 -- Eixman ti ngrafu nóix 
nim: Faça o favor de me capar o tal bicho -- grafú, parte ge- 
nital do macho 

NONGUE, nongúje: Ubre, peito. 

NORO : dormir - 1 -- Ag nonôrja : Elles dormiram -- 2 — 
Xanxi ag nonoro jafá: poleiros de passarinhos. 

NORO : fechar os olhos -- 1 -- Kané not känti ni: Elle 
está de olhos fechados. 

NUN: apertar ?--1-- Ti dúix kag nun ir : Bu estran- 
culo a elle - kag, em -- dúix, pescoço 








dt nica i 


O 


OA’: vocativo para chamar homen --1--Oa, tin kema 
ne? Olá, gosta de ir embora ? 

OAK 4’: amanhã. Tambem vaiaka. 

OAKUA’, avakua: lavar-1-- Mafua avakua: lavar 
roupa. 

OAIA’: amanha-- 1 - Oafd ôn: Depois de amanhã. 

OA’IN. vein: suffixo--1--HW’ix in orinkantin: Vem 
em minha casa. 

OA’IX: nunea-1-- Topé tére oair : Deus não morre 
nunca. Tambem óin. , 


OAXE, venra: uma vez, outróra, de ionge -- 1 - O'rí 
en oaxé komôn: Nos hoje viemos de longe - en, nós. 

OA”T: taquara. — Tambem - wan, m-uänt. 

ODN: mentir-- 1 - Imá ôdn: Me conta mentiras. 

OEK 4° : amanhã. - Tambem : vaia ka, vaiaki, vaiantha. 

OEP, ve: irmã--1-- In oéi: minha irmã. 

OENBE DN: conversar. 

OE'NI, vin: fallar. 

OI: não querer-1--T jon tog ne 6? : Eu não quero ser 
ruim - jon, ruim - 2 - Laranha-rânha 6, embré tin m-uái : 
Não quer nem trabalhar nem ir em companhia comnosco — 
en bre, comnosco. 

OIA’ (aiáng): vos -- 1- Oiá tin kemá ne! Quereis ir ? 

OIKATI’N : tolice. — Tambem : veinkaktin. 

OINKLUBINA, veinkri védnia: guarda chuva. E” um 
exemplo este dos mais frisantes para demonstrar a grande 
flexibilidade do Kaingang no que diz respeito 4 mudança de 
letras. 

O’IN : nunca - 1 -- Topé ter óin: Deus não morre nunca 
- tere. morrer. Tambem vdix. 

OINKANTIN : to'ice. 

O MGUIE : pular. — Tambem: homke, ómge. 

ON: algum, uns--1- Ixôn nin ôn du hadno: A minha 
carne cria algum bixo - hddno, cria - da, bicho -- 2 -- On veix- 
vin korég agno vair: Elles não gostam da palavra ruim de 
algurs -- veixvin, palavra -- váix, não gostam. 

ON: mentira - 1 -- On kambét: Conta mentiras. 

ON: outro-1-- On pejú ti: Elle roubou de outro. 

ON: um--1-- On tauit: um só. 

ON... ON : uns... uzs (correlativo ) -- ne on éne kanhén, 
én tan kanhén : Das casas, umas estão esparramadas) para la, 
outras para cá — 1 - kanhén, esparamada - éne, lá - 2 - Fuüre, 





348 — 





ôn kara jagne kúten: As folhas cahem umas depois das ou- 
tras - On kára, umas depois das outra 
ONE: mentira - 1 - Aôn ônet ve: Um que diz men- 
tiras - adn, um - ve, diz. 
ONE: palavra atoa - 1- Fag iamak to vin one: Fal- 
laram ellas para mim palavras atoa - to, fallar - vin, palavra.. 
ONBUONGH VE: capitão. , 
(.NMA’: todos - 1 - Onma tankéixno : Eu ajudo a todos. 
ONMA’... ton: ninguem. | 
ONM - uédn: conversar. ‘ q 
ONE ..! to: nenhum - 1 - One tantô vek to à ne kafi 





| 

je fi:Eu não vejo nenhuma mulher que está na sala -- tanto, 1 
mulher — kafi, sala-- je fi, ella está. 
ONRU’RO: um baixo, homem pequeno. | 
ONTENTO’TI : testemunha. 


ONTXT: criança. 

ORE’: banhar-se. 

ORNBE': mentiroso. 

OT: cinco. -- Entra em circumlocução para inidear os 
numeros superiores a cino. 





P 


PA: pedra - 1 - Pa kancæiri : pedra pequena -- 2 -- Pa ró 
ki ti tére : Desce pelo cercado de pedra -- ki, pelo. 

PAKON : abobora. 

PAFU A’: mammar. 

PAHI’: homem, capitão - 1 -- Paimbang: capitão gran- 
de, governo - pazxim, menino. 

PAIN, pan: cobrir, amarrar Dahi pan, cobra, porque 
se enrola. Tambem xe. 

PAN: amarrar. 

PAN: cortar --1-- Japan tekuxia : cortar o matto virgem. 

PAINPA’RO: piolho. Tambem: ti krin painpäro. 
Tambem : ga, nh-ga. 

PAN: mais - 1 - Arankét punkxin ti: Hontem estava 
melhor -- xin, bom -- pan, mais. 

PANDO’, pandó: : torto, espigão ( Bug ). 

PAN: cobra - 1-- Pan konare ( kongarü ): boi coral - 
2 - Panepé : cotiara. 

PANT: pedra -- 1-- Pant xi: pedra pequena. 

PA'NTE, pot: mais -- 1 -- Pante tôngrá : Não faça mais 
-2- A'ra ontát ti pante kanje: Na verdade este é mais do 
que aquelle - ara, na verdade -- ontát, aquelle outro -- ti pante 
mais do que--3-- Kuju hd pante vi hadn: Escreva o voca- 
bulo mais alto do que a metade - hô, mais alto -- Kuju, metade. 

PANXO': braza. 

PAREVI’RI: jararaca. 

PATEKLT': aranha. 

PE”: braço-1 -.Jo pé: braço anterior. 

PEDNO: acertar - 1-- Ti krintave jog pédno: O pai 
acertou no chapéu delle -- krintave, chapéu -- 2 -- Pot ti pédno: 
Elle acerta com as pedras -- te, con. 

PEIN, pein buôngh: pato: 

PHIN : jacu. | 

PEJU’: esconder, roubar -1-- 77% peu; kara ti ma; 
vüire: O escondeu; depois o carregou, e foi-se embora - ma 
carregar -- viiire, foi-se embora. 

PEJU' : sepultar - 1 - Ati tére ti ton la, ag peju: Em- 
bora estivesse aindo vivo, o enterraram -- tere tôn, vivo --la, 
apezar. 

PEN : arrebentar -- 1 - Kakané ti pen: Arrebenta uma 
fructa. 
PEN: braço - 1 -- Apén nieniére: abrir os braços -- nie- 
niére, abrir. Tambem jenjére-- 2 - Ti pen, neji ti méin ktôn 


— 350 — 


ti: Os pés e as mãos delle são esquecidos -- néji, mão -- méin, 
aperceber. 

PEN: começar - 1-- Ex pen je: Eu estou começando. 

PEN, péni : costas - Péni brod : quebrar as costas. 

PEN: dar tiros, bater -- 1 - Aka ix pen: Eu dou por- 
retadas -- 2 -- Pen tan erikédni? (Juantos tiros deu aquelle ? 
-- tan, aquelle ? 

PEN : jacu. 

PEN, pia: näo-- 1- On pé ti fódn: Ninguem o vence 
- on pé, ninguem -- fodn, derruba ( vence ) 

PENOA': procurar - Ix jogn, ha ti penoa tin ke: Meu 
pai me mandou buscal-o - ha, voz de mando - ke, fallar. 

PENJEN: começar. 

PEREMA': trazer- 1- Ex perema, à lairânha: Eu 
trago, eu trabalho. 

PENTA'N: marreco - 1-- Pentin gat ko: (O marreco 
come terra -- ga, terra. 

PETENKHITA: espantar--1- T2 petenkéita: Ile 
ficou espantado. 

PETENK U'R : marreco. 

PETFA'NG: saracura. 

PIA’: não-1- Tan pia xan ke pen: Eu não principio 
fazer aquella cousa -- xan, eu -- ke, fazer. 

PI'JA, pije: não--1--Pija kofu hit: Não é muito 
pesado - 2 -- Ti pije kairéne: Elle trata mal, não ama. 

PINXO’, panxd : biaza. Tombem: pianx6. 

PIRMA': sosinho -- 1 - Bix pirema lairanha: Eu tra- 
balho sosinho. 

PIXI': milho moido. 

PITENKO’K: chama de fogo. 

PLA’N: anno--1-- Plan taingu : Anno muito comprido 
— qu, muito. 

PLERE: gritar. 

PO’: pedra - 1 - Jama emprii po é ete: O caminho da 
minha casa tem muitissimas pedras -- e éte, muitissimas. 

POD, fod: jogar fora, largar. 

PONE: pedra -- 1 -- Pone kofiiititi : pedra muito pesada. 

POPO’KERA: Da pancadas tu. 


POT: fazer pontaria, acertar -- 1- lx ki pot ketone: 


Erraram o tiro em mim. 

POT: afundar -- 1 -- Ken 6ro pot ken; Afundaram no 
brejo -- oró, brejo. Tambem se diz put, pur. 

POT : mais - 1 - On tag téje pot kanje: Este é mais 
alto -- téje, alto. 

PRAN : abrir a bocca, espreguiçar-se, gritar -- 1 -- 
Veinprák ti : Elle abre a bôca, geme - 2 - Pran buôngh : 
Abre a bocca demais, come demais. 

PRAN : baixo -- 1 -- Ardn pran ti je: O sol está 
baixo -- ti, o (artigo). 


‘ému à go 


RE EN ee 


PRAN : morder -- 1 — Kava aninhé ki prango: A 
mosca morde no nariz -- kava, mosca. -- ki, no. 

PREJA : folha de sapé - 1 -- Xóro préja ta in: 
casa de sapé, ta, de. 

PRENE : gritar. Tambem plére, prére. 

PRI : branco, bom, bonito. -- Tambem kupri. 

PRINBRE'G : fabricar - 1 -- Iman do ka prinbrég : 
Elle me fabrica a coronha da espingarda -- do ka, coronha, 
pau da espingarda --2 - Emán kara, de prinbrég : Fez 
as cousas de tudo mundo -- emän kara, de todo o mundo -- 
de, cousas. 

PRIMEIRO - 1 -- 7% ra, kére ti ra : Primeiro entrou 
um, depois outro - kére, depois. 

PRON : mulher, esposa - 1 -- Une prôn téreja : viu- 
vo -- teréja, morreu. 

PRU’ : pentear -- 1 ~ Venharô pru : pentear a ca- 
beça tosquiada. 

PRURU : frente da casa. 

PXO’ : mongango. 

PUGN : amarrado ? ensanguentado ? - 1 -- Akrin 
pugn : cabeça ensanguentada -- 1 -- Veixpúgn dog : Está 
ensanguentado -- dok, tog : esta. 

PUTKA’RA, putkéira : entrou. - Jutkára : sahiu 
fora 


R 


RA: abandonar - 1 -- Ti man méin ra: abandonar 
o animal a elle -- man, a. 


RA: apezar, embora - 1 - À Ad ra, ti téére: Apezar 
que estivesse bom, morreu. - 2 = Atan kiirôn ra, ti kéd ne ra: 
Apezar de moço, quasi morre -- tan, aquelle -- ra, quasi, perto. 

RA: embora --1-- Xemá akiain ra, ix viiire: Embora 
eu não conheça a povoação, eu fui -- x, eu - ema, povoação, 

RA: entrar-1--Td kara ra: Eu entro -- 2 -- M-udit- 
ka ra ra x kéve: Eu pretendia de entrar no matte --ra, 
para -- kéve, pretendia. 

RA: fora--1-- Akajuno ra ti jen ti: Elle esta fora 
do brinquedo - jen ti, elle esta. 

RA: nerto-1- Mo ra ag: Elles vão perto - 2 -- Janka 
ra: perto da porta. | 
RA : pintado - 1 -- Nh-gára ra: Milho pintado. 

RAN: entrar--1-- Do in rano: Eu entro atraz delle - 
dó, atraz. 

RAN: quente-- 1 - Kanká ran: vento quente. 

RANHERE' : irmão, amigo, companheiro, dois. Tam- 
bem alengré -- 1 -- Iranheré véi, tin: Eu vou ver meu irmão. 

RANJENDOK 4’XKA : meio dia. : 

RE: para-1-Véixka re ti tin: Elle vae para o 
matto. 
RE: ferrão. — Plural rére. 

REM : pular, tombo -- 1 -- Eugôio ke rem: tombo, salto 
no rio. 

REN: casa de botão. 

REN : vesgo--1- Tx ki ren ved ne: Está olhando obli- 
quamente em mim -- ved ne, esta olhando. 

RE'RE, liri : accordar -- 1 -- Kotúiigh nha rére : De noite 
a mãi acorda. 

RIKE'TI: igual -- 1 - Jagne rékéti kéje: Um é igual 
ao outro -- 2 -- Tine jiji rikéti? Qual é o nome delle ? 

RIRE, liri: acordar, fazer guarda, estar de olhos 
abertos - 1 -- Tv tan rire: Aquelle la faz guarda. 

RTTKE : igual--1-- Anga rítke ton je: As terras não 
são iguaes. | 

RO: muro, cerca -- 1 -- Kaféje ro: jardim. 

RO: cortar -- 1 - Ti fuüre küfé ro: Cortar a pelle de 
alguem com a faca. 

RO: pintar, pintar o corpo-1-Arû ritke ton ne: 
Não é da mesma côr, não está igualmente pintado, corado. 





ROG engasgar -1 — Ajéno rog kan, téremo: Morre, 
“porque ficou engasgado com a comida. K 
~ ROG: engulir. ARS a 
RONG: engasgar. \ 
 RUPR?N : formiga - ru, cortar. 
RU’RO : camisa curta. 
- RURU'JA : luctar . Vise. 


x 





x 


XA: assentar- 1 -- Ningé kan to ti «a: Uma mosca 
assenta no nariz — to, no — ti, elle (a mosca ) -- 2 -- Akrin tan 
hôd ne pingógn xa: Adheriu muita cinza na cabeça -- tan, 
lá -- hid, muita. 

XA: estar--1-- Engôio van gu vu ti xa ha: O rio 
está ja muito baixo -- vu, baixo ( fi). 

XAKRIN: gafanhôto. Vise. 

XA’I: adulto?--1-- Ve vai: irmã mais velha. 

XA’'IG: preto. Vise. 

XAM, wan: pisar --1-- Ex pen katxin xan: piso com 
os meus pés um ratinho. 

XAMB: pegar-1-- Pirá xamb ix: Eu pego um peixe. 

XANXO": gralha. 

XAP: pisar. 

XAVANINGRO": garganta, guella. 

XE, xin: bom, bonito, pequeno — 1 -- Xe taui: sacudido 
- taui, de tudo. 

XE: prender - 1 -- Ti xéja: preso delle - ja, indica o 
tempo passado -- 2 -- Eman jatô, ti, ti xe hima ti: Fora da 
povoação, fulano de tal e sicrano de tal pega muita caça -— 
gato, fora --hôma ; muita. Tambem hôma significa verdade - 
2 Ti xe ha: Já o mata - 3-- Ag œéxe : Prende a elles. Visc. 

XEM, xemb: pegar--1-- Pirá xemb ke: pegou um 
peixe. 

XEN: en-- 1 - Xend alengré véix tin ve: Venho vindo 
ver o amigo -- véix, ver-- 2 - Xen veg: Eu primeiro. 

XENXT : passarinho. 

XE’RE: defuncto. -— Tambem veirére -- 1 -- Veixére ix 
hati: O faço cadaver, o mato. 

XEVANGRO': garganta. 

XO: eu-1-Xo nho: Eu fico brabo -2- Arengré 
kikairônhe: Eu amo o meu companheiro - 3 -- A'nge xógmo : 
Eu estou abrindo a bocca. 

XOGN : agitar-se ? -- 1 -- Avin kan, xogn bre ti: Agi- 
ta-se, emquanto falla -- kan, emquanto. 

XO'IN : mosca. 

XOIN JO'N : vespa, mosca braba. 

XO’RO: sapé--1- Xóro préja ta in: casa de sapé — 
préja : agulha, espinho -- ta, de. 

XU'M -- uai : Meu matto -- udi, matto. 

XUPO'IX : camisa. 





di ta) “ud. oe 


| 
| 
| 





~ 


TA: la--1- Ta je tt: Elle esta ahi - 1 -- Oré ndig mi 
ta rem : Desceram lá no lago-- mi, por qui. 

TA: lugar--1--Ta taki kangämo: Neste lugar fica 
doente. 

TA: aqui--1-- Ta ko tr ni: Neste lugar. ha gente ? - 
ko, comer. 

TA: com -1 - ‘Kaféi ta ti toro je: Esta cercado de 
flores - tôrô, cercado. 

TAK : bater--1-- Jagne kan ti tak: Elles se batem 
mutuamente -- 2 -- Ti kri tak tôn ti ne: Elle não bate no 
outro. 

TA’ERE: descer — 1 -- Po kri taere : Desce pelas pedras. 

TAG: Aqui, ali. 

TAG: este -1-- Xapé tag tan ne: Este chapeu é novo 
~ 2-- One tag: Este sujeito. 

TAIO’N : geriva. 

TAINTA'NIA : instrumento de canto. 

TA JEN: comprido--1-- Tajen gu je: Esta muito 
comprido, alto, se se trata de uma arvore em pé. 

TA’LA: para fora--1--Ha ta la tim!--ha; voz de 
comando. 

TAMBA'NG : bananeira. Tambem: tugn buongh : 
caeté grande 

TAME'N : longe -- 1 -- Tamén evaix : olhar longe - 2 - 
Tamén ve hi ti: Ve muito para lá--3- Krin kri nhe ka, 
tamé pondôi ve hô ti: é muito facil ver ao longe espigões 
de cima do monte -- krinkri, acima do monte -- Ad, facil - kan, 
no-- 4- Ti jaré tamén moje: as raizes de tal arvore vão 
longe -- ti, pronome masculino. — Isto prova que tudo nome 
de ser insensivel é de genero masculino. 

TA'MI: neste mundo -- mi, ema: lugar--1- Tami ag 
korég tavin ti: Neste mundo tem, ha muita gente demais - 
korég, muito. 

TANPRE': subir -1 - Tampréra, tamprira: Sobe tu - 
2 -- Krin te tampré : subir no monte. 

TANE': faisca -- ta, da chuva -- ne, do raio. 

TANGRA’: para la: Tangra anvéi tin: Vai para lá 
passeiar, fazer visita. 

TA'NKE KA’NJE: estar de pé-1- Inharit ki tx 
tanke kanje: Eu descanço estando em pé -- ki, kin: descançar. 

TANKTA'NHERA ; canta tu. 

TA'NDA ON: alguma cousa--1-- Tanda ôn xo je: 
Tenho alguma cousa. | 


— 356 — 


TANDA'N: monjolo. Vise. 

TANDA’NTIMO: socar. 

TADE'NE: rico. 

TANDE'NE ? o que?--1-- Atandéne kangâmo? O 
que é que dóe? ; 

TANDETO: onde --1 - Atandéto ne? Onde está. 

TANG: gordo--1-- Tang ja ti ni na: Elle ficou já 
gordo. Na por ha, ja. 

TANG : lá - 1 - Xan tang angvéi ti ne: Elle. me 
visita la -- anvéi, visitar. 

TA’NIA : matou, de tan, matar ; , ia particula para 
fazer o passado. 


TA'NGE : cahir. 


TA'NTO : onde -- 1 -- Tantü i ni ? Onde estou eu ? y 

TARA'NE : conservar - 1 -- Véle ti tard ne: Elle 
até agora esta forte -- véle, até agora -- ne, está. 

TARARA'N : trovão. 4 

TARTJA : fino. 

TA’TE : relampago -- 1 - Táte kópke : o relampago 
resplandece. -- Kokópke, significa a repetição do fuzilar. -- 
De ta, chuva -- ne, do : raio. (1) 

TAUTN : absolutamente, unicamente. -- Vide tavin 
1 On tauit : cinco -- 2 - Aranké taui : passou de todo 
o calor. Ke, particula para indicar o passadc. 

TE, tt: Elle; o, (artigo) -- 1 -- Te nija ve ix ‘ Eu 
vejo a cadeira delle, 

TE : lugar plantado de slguma cousa. - 1 - Ten 
Juôgn : pinhal -- 1 - Ten nh -- gára to ix ne : Eu não te- 
nho milho na roça, milho não colhido -- 2 - Tekuxiá ; mat- 
to virgem -- kuaia, frio ? 

THIN : jacutinga. 

TEN : de - 1 - Ro ten krôugn vog : tocar os porcos 
da horta. 

TEN : matar - 1 -- Ix jogn mink ten: Meu pae ma- 
ta uma onça -- 2 -- Ti me ten : Elle mata um animal. 

TEN : ter - 1 - Ten ema ton ti: deserto - ema, 
villa -- ti, artigo masculino. 

TE, ti: elle - Ten tuktá ti ( feindüu) martella (a 
vespa) a elle -- tuktá, martellar. -- Quando a vespa enfia o 
ferrão, faz como quem bate o martello. 

TEN: tin: ir-1--Ijéne te, jonmo: Eu vou e estou 
muito brabo. 

TEN: voar. — Tambem petén - 1- M-uaixká te téte : 
Voou do matto--2- Ténten monk ti: Vão voando. 

THRE: - 1 - Teréja: morreu - 2 -- Ki ag tére: Mor- 
rem afogados: 

TETA’N: meninas -- 1 -- Tetan fag: as meninas. 

TETE: voar - 1-- Xanxi téte húri : O passarinho voou. 


= TT 


a 


| 
| 
| 
7 





(1) No vocabulario Bugre significa bater, 





‘ 


es st) 


po 


BLS PU 


TI: elle, o (artigo). - Usa-se no masculino com .os no” 
mes de plantas e com os que designam seres inanimados. -- 
Exemplo. : In ag: As casas -- 1 -- Ti kritave: a tampa de tal 
cousa -- 2 -- Te in kant ag nanti: Na casa delles tem muita 
gente -- 3 - Arán ti jutke; O sol sahiu -- ti, artigo -4 — Ka ti 
kôket jani : Elle já estragou o pau--5-- Arangró ko ti ti 
tampri kánti: O feijão é melhor para comer do que a tal 
cousa -- ti kri, mais do que a tal cousa -- tampri: superior, 
melhor. -- 6 -- Tinh - erá : queixo delle. 

TIKTZ : martello -- 1 -- Tikti ti rem: elle bate com o 
martello. 

TIDU'I : collarinho da camisa. Ch. L. 

TIN : carregar - 1 - Ag tr tin kan ti ne: Elletraz tudo aqui. 

TIN : tocar --1-- Nin tinga: Toca as mãos. 

TIN : viajar --1-- Legré ag tin: Os dois viajam. 

TIN KORE’G : coxo. 

TPNDARA : fralda. 

TITA’N : Galho --1-- Titân tara: galho secco. 

TITA’N: aquelle que--an, ôn: quem-1-- Titan ka 
réja, vóve : Aquelle pau que pintaram, corre - re, pintar (1 ) -ja, 
indica o passado -- vo, correndo -- ve, está -- 2 -- Ti tan jon je: 
aquelle que é meu pai. 

TITA'NG: toicinho de tal animal. 

TPTE, titi: suffixo do superlativo -- 1 - Eixma: Hix 
kokirétiti, ke: Elle me fallou: Eu estou com muita fome -- 2 
- Bix kevotite: Eu estou mnito cego. 

TITUKTA’TE: martella elle -1- Ton ti tugtá te (feindu) : 
Ella (a vespa) enfia o veneno em alguem --tón, em algum) 
-- tugtáte, martella -- ti, ello. 

TO: ao--1-- Kan to xa: está no pau--kan to, no pau. 
- 2 Tima to, tin tx: Eu disse a elle o caminho. 

TO: atraz. Tambem do - 1- To ti na ti: Está atraz. 

TO: conversar -1 -Ex ama to hütiti: (Quero muito 
conversar com você -- hútiti : quero muito -- 2 -- Tima tox tin: 
Fulana de tal fallou a elle. 

TO: com--1- Ti ni langio to koixno : como carne com 
feijäo. Tambem: Como carne e feijão - 2 -- Tx tini ko faria 
to: Eu como carne e farinha -- 3 -- Jágnin to ag juno: elles 
brigam um com outros. 

TO: em--1- Apanitô ti tógne: ella cahiu de costas. 

TO: estar - 1 -- Vexupóir koreg tonho: estou com ves- 
tido ruim. 

TO: fallar -- Kuro tôn guitka: falla o que basta -- kuró, 
voz de mando --2-- Tan jiji tóra: Dize tu o nome daquel- 
la cousa--3-- Agtán jog tómo éix: Eu agora fallo de al- 


- guns delles-- 4 -- 4'man tónho: Eu digo para você. -- Tam- 


bem : Em fico brabo com você. 
TO : verde--1-- Gran to: milho verde. 


TO KAMONE, to agmón: o povo. 





(1) Tambem ré, 


-— 358 — 


TOKTENO: assar, frigir, cosinhar -- l-- Langoro 
tokténo: Cosinho feijäo. 

TOGN : torrado - 1 - Ti ni togtognera : Torra tu a carne. 

TOI: azul - 3 - Toi je: E' azul. 

TOIN: vestido --1-- Fi tóin jati: Elle rasga e vesti- 
do da mulher. 

TOJON: brigar - 1-- Fágn jagne tojôn : As mulheres 
brigam junto. 

TOJU'N: ralhar, brigar --1-- To ju ne ti: Elle está 
brigando, 

TON: aquelle.-- Plural: ag ton. 

TON: destruir, acabar com esta ou aquella cousa - 1 -- 
Ema buôngh ki agta tonk ti: Destruiram uma grande cidade 
- em& buôngh, cidade. Ag ton tavin ja ti: Elle matou 
toda a gente. 

TON HA: não querer-- 1- Krôn ton ni ha: Não quer 
beber. - Tambem ton hi. 

TONA: ide 1 -- Alengré tona venbédn : Os dois andam 
e conversam -- 2 -- Tonk te: Vai elle -- te, ti: elle. 

TON: ter -1-- Ténket húri: Tinha (mas não tem 
mais). -- 2 -- Ton tavinti ti: Elle tem tudo o que quer: não 
lhe falta nada. 

TON : fallar. 

TONG: estar - 1 -- Xa jéne tong ; kara tog tin já ne: 
Eu mandei, dei ordem; mas elle não foi. 

TO'NK TE: andar) - 1 - Hôtonkte: A cousa andou bem. 


TO’NHO : ralhar, brigar-- 1 - Afi tônho à: Eu ralho 
com a mulher -: afi, ella, Agtôn tavin ja ti: Elle matou 
a toda gente. 

TONHOU: brigar, ralhar = i - Tonhú ne: Está brigan- 
do, ralhando -- 2 -- Eixmán tonhú vaix hadno: Elle não quer 
brigar commigo ; quer fazer i pazes commigo. 

TONJAMPTI: fora -- 1 -- Angá tonjrmiti ti: Elle es- 
tá fora da terra. 

TONJARA’: fora -- 1-- Eman tonjara viiire; Sahiu da 
terra, da villa. à 

TONJATO : fora-1- In tonjati i je no: Eu estou 
fora de casa. 

TONJÔN : brigar --1-- Xan tonjôn nhaváixtiti: Nao 
quero absolutamente brigar. 

TON ÔN PORCO: dono do porco. 

TONVANJI'NGO: chegar de mansinho. 

TO’RE: pensar. -- Tambem Jredn. 

TO’RE: ir. Tambem tóna -- 1 -- Kur toréra : Vá deprésio 


TORO: vestido- 1 - Ti toro à gránti: Eu raspo o. 


vestido -- ti, artigo que se refere a tóro. 

TORO'RE : trovão. 

TOX 4’: carne assada - 1 - Fari toxábre kéra: Come 
tu farinha e carne assada. 


, à 
eme à be ee di o E CN Dr, SP im fie € 





ee or Dead dns si Cape mi ee ee ee 


ee a : did da a édtinl 


da = 
ON MO 


CA 


CE vw 





— 359 — 


TO’XTO : improvisamente - 1-- Hix venvo, tóxto i 
vüire : Eu corri e fui-me embora improvisamente. 

TOT: em--1- 7% to- pen: Eu atiro nelle ; atirar nelle. 

TOT: com--1-- Anjó tot kri je: Está mal com o pai 
- anjo tot, com o pai --j=, está. 

TOTO'G: der:eter, torrar--1 -- Titang totog fag: As 
mulheres derretem a banha - titâng, banha - 2 -- Totógnera : 
Frita tu--3 -- Totog m - wan: assucar. 

TOTO'GMA, totónja : forno -- ja, instrumento-- 1 -- Totóg- 
ma buüngh : foruo grande. 

TOV A’IX : perto-1-- Ti tovaix ti ve kema ne: Elle 
gosta de vel-o perto. 

TOVE'J, tovaji: de vagar -- 1 - Tovéj ktin : Ir de vagar 

TUMA’. tumba: lamber-- 1 Anküvéix tumátimo: Elle 
lambe sangue -- 2 -- Twmbara: Lambe tu. 


U 


UAINKA’ : amanhã. 


UA'N : canna. Tambem oan. - 1 - Uazkant uän: 


taquaral. 

UA’NGE: pegam, matam, perigoso -- 1 - Taki uange: 
Aqui matam, é perigoso. Tambem ange, ge. 

UANXA’ venxä : noutro tempo -- 1 -- Uaxa nix ti 
ve : Antigamente havia o tal sujeito. 

UAXTN, vaxin: Ha pouco tempo. 

UE’ : irmã - 1 - Ué fag : As irmãs - 2 -- Inh uéi: 
Minha irmã. 

UEINMA' : mal. 

UENHARB : ler. 

UENUO'RE : ferver. 

UBT : parecer -- 1 -- Xend uét ke peju : parece que 
eu queria roubar. 

UIN : eu - 1 -- Ex in uin kantin : Eu venho em 
minha casa. 


virou. 
UM : outro-- 1 -- Um ag: Os outros - 2 - Um agno 
veixpejü kan : Todos os outros fugiram -- kan, todos. 

UMBE'NG VE : capitão. -- Tambem : umbuôngh ve, 
umbengu ve. 

UMBA4’ : lamber - 1 - Ankiiveix umbára : Lambe tu 
o sangue. 

UMFE'NO : vender: barganhar -- 1 - Xanxi à um- 
féno, um batin : vendo um passarinho, e carrego outro — 
um, outro. 

UNGRA’T AG : os homens. 


UX : eu -- 1 - Kur uxmd nim : Dê para mim, 


ace 


PO ee NE AP ee 


UIRTTKE : virar -- 1 -- Uiritke kankéi : A canôa 








Gt id sea = nd AS ee ee a dé 


V 


VA: correr-- 1-- Ti kambé va, O veado corre. 

VAK : primeiro - 1 -- Xan vak: Eu primeiro. 

VAKAGOUVE, bakagüüve: carregamos, carregastes, 
carregavam -- 1 - Enkré ra ti vakagüüve : O carregaram para 
a roça- ra, para. 

VAKEXO’GMO: Saber -- 1 -- Enkré tan kinânti, mana 
kantére ketôn ni, vakexégmo : Não sei si os filhos que ficam, es- 
tão vivos ainda -- tan, ôn: o que - entré, filho -- mana, certo -- 
kantére, morrer -- ketôn, não. 

VAEKE': amanhã, duas vezes. 

VAFO, kafô, m-uafô: sala. 

VAGUO: coxo, manco--1-- Ti vagüd kemá: Soffre de 
manqueira. 

VA'I: amanhã, duas vezes. 

VAIAK 4’: amanhã, no futuro. 

VAIAKE': amanhã, duas vezes, no futuro. 

VAIK 4’ RAN KAX KA, vainkéra, eranké lan käxka : 
amanhã de tarde. 

VAIBE’NE: amarrar, embirra. 

VAIKRETI: perder. 

VAIMA'NTI, vainmänti : elle responde. 

VAINKPE': lavar-se, ser padrinho de baptismo. 

VAINLO : ler, livro -- 1 — Vainlé kikaktin : não saber ler. 

VAINTN : em redor. 

VAIR?7N': livro. 


VAIRO : livro -- 1 -- Xan vairü ni: Eu estou com livros. 

VA'IX : ser dificil, impossivel, não gostar, ser contra- 
a vontade, demorar, nunca — 1 --T jénia váixtíti: Me repug- 
nava alimentar-me - jénia, comi. - Tambem: Comi com re- 
pugnancia -- 2 - Väixman ti: Elle não pode fazer - man, han : 
fazer - 3 - Ix, ôn ve váix, peju : Eu escondi aquillo que era 
difficil achar--ôn, aquillo que —- ve, achar --4 - Ma váix : sem 
vergonha. — Facil é hé. 

VA'IX HA’DNO: custar -- 1 - Nonôro väix hádno: cus- 
ta para elles dormirem. 

VA'IXKA : matto. - Tambem m-uáixka - 1 -- Vaixká te 
en nonôromo : nós dormimos no matto. 

VAIXMA': mal--1-- Antán man kaxôrro vaixmä: o 
cachorro faz mal áquelle. 

VAJI'N : de vagar, sem que se apercebam, armar cila 
das - 1 - Tônvanjingo : Eu vou sem fazer bulha. 

VAN : por -- 1 -- Xa ten ki van: por no sal -- ten, com — ki, 
em (salgar ). - Tambem fodn. 


VAN, fodn: atirar. 

VAN: canna de assucar- 1 - Totó van m-wan): as- 
succar — toto, derretido. 

VAN: estar-1- On van fudre tógn, vare ti ke: Elle 
agita as folhas seczas (subentendido o vento) -- 1 -- Ngára van 
häno ha: o milho principia a ficar bom - hano, bom agora -- 
ha, ja. 

VAN: receber -- 1- Ninhéro van (man, ban ): receber 
dinheiro. 

VANFO'RE: perder. 

VANUVO'RA: está fervendo. 

VA'RA: cireulo--1 - Vara háti huri: ja fez um cir- 
culo. - Tambem varet. 

VA'RE: maior. — Tombem fóre. 

VA’RE: pouso — 1 -- Varéja ha: ja está feito o pouso — 
ja, indica o passado. 

VA'XKA. m-uaitka: matto -- 1 -- Vaixká te kantin ti 
tan: Aquelle vem do matto -- tan, aquelle. 

VA THRE JA FI: viuva - va, marido ( ba )-- fi, ella -- 
téreja, morreu. 

VAVA’: dilator - 1 - Kaixkangógn vava: a nuvem se 
dilata. 

VAVA'MBRA, vavâmra: atira tu e carrega. 
VAVA’NGO: correr --1-- Ir java vavängo : meu irmão 
corre. 

VAVA'RÇA: fazer vanzeiro -- vava, atira repetidamen- 
te- xa, está. 

VE: achar-1- Ti ve hadn,(1)ôn m-uamfore, ve : Eu 
olhando bem, achei o que perdera, achar. 

VE: apresentar -- 1 - Véke imânie: se apresentou ao 
capitão - ke, particula para indicar o passado. 

VE: irmã-1-- Hix ve feg: minhas irmãs. 


VE: primeiro--1-- One ve hr: antigo - ône, aquelle. 


que-ha, ja-2- Xon ve vek: Eu vi primeiro -- veh, primeiro. 

VE: principiar -- 1 -- Prax on küron ha ve: ja principia 
anno novo. 

VE: ser-1- Ungré ve: E’ homem -- 2 -- Xoldado jo ve: 
c soldado é mais velho. 

VE: torto--1 Pen ve: pétorto - 2 - Fo ve: perna torta. 

VE: ver-1-- Endéne kantin ve te: elle vem ver uma 
cousa -- endéne, cousa. 

VE: visitar- 1 - Avang éin ve kamôn ve: viemos vi- 
sitar-vos - ve, sufixo para indicar o passado -- 2 - Ti evéix ix 
vé: Eu o vi que olhava -- evéix, olhar. 

VEG: principiar - 1 -- Xon ve vek : Eu vi primeiro. 

VED: apresentar, mostrar -- 1 - E’ixman tokfinja ved 
ne: Elle me apresenta o aunel. 

VEG: principiar, primeiro -- 1 -- Xend veg: Eu prin- 
cipiei. : 





(1) Ti, a elle -- ve, olhar -- hadn, bem -- on, aquillo que -- ve, achei. 





as 


PTT 


ei o VE 


qe 


E aço 


— 363 — 


VED: apresentar, monstrar : Eicmán togfinja ved ne: 
Elle me mostra o annel. 

VEDN: dizer -- 1 -- Lairanha vanha, xa, on vedn : Al- 
guem disse que eu trabalho para ganhar -- 2 -- Rairanha ni 
kemá «xan, On ved ne: Alguem disse que eu gostava de 
estar trabalhando -- ni, estar. 

VEG: primeiro -- 1 -- Xen veg : Eu primeiro. 

VE HA: criolo. - Tambem: ve--a.- 1 - Fag veha: es- 
cravo dellas. 

VEILENGRE’: um par--1-- Veilengré toxá: Um par 
de brincos. 

VE: conversar--1-- Véin nhaváia : Não quer con- 
versar. 

VEINKLIVE’DNIA, veinkrivédnia: guarda chuva -- 
veinkri, cobrir. 

VEINKRENO'IN : carpir. 

VEINGRE, veingrire: baile. 

VEINGRIRA, veingrin: sem salario, como o trabalhar 
dos escravos, que não se paga--1 - Veingrira lairânha : Tra- 
balhar de graça. 

VEINLO : livro -- 1 Veinlô nikré ti: Elle lê o livro, 

VEINLO: couro de gente, pelle de gente - 1 - Veinli 
grantógmo : Estou raspando couro. 

VEINKRE’N: criança, ovo. 

VEINKRENO'IN : carpir. 

VEIXKUNGE': trens de cosinha, etc. -- 1 -- Katxin ix 
veikungé vendiino : Vs ratos estragam os meus trens. 

VEINMA'N : faz mal - 1 - Ima veinmá ne venjéne : 
Me faz mal a comida. 

VEIXKA, UA IXKA, m-udixka : matto -- 1 - Véixka te 
ti kantin tang: Aquelle ahi vem do matto --ti tan, aquelle 
ahi. -- 2 -- Véixka re ti tin : Elle vai para o matto -- re, ra : para. 

VEIXKARPDN: dividir - 1-- Jagne man veixkaridn : 
Dividir do com outro. 

VEIXKARU": bolso--1-- Veixkaru mi ne känje: A 
mão está no bolso -- me, mão. 

VEIXKE'PEVE : padrinho de baptismo - veixkepé : la- 
var, baptizar. 

VEIXKIKRA'N : unir, emendar. -- Tambem kánje, kran- 
je --1-- Veixkikrä je: Esta emendando. 

VEIXKRA’NKE: chegar a algum lugar, bastar, ser 
suficiente. 


VEIXKUMBRE': esfregar, chocar-se mutuamente, co- 
mo fazem os cavallos, etc. | 

VEINKU'KTAN: curar -- 1-- On veikúktan je: Aquel- 
le que cura, medico --2-- On veikuktan je, ti gre ja: O 
medico o salvou --ti, o (artigo )-- gre ja, o salvou. 

VEXT : ha pouco tempo -- 1 -- Veixkandiri karka, vexi 
ag ga ki, nanti: Logo depois da festa, elles estão na sua ter- 
ra ( propriedade ). 


— 364 — 


VEIXMA’: mal--1-- A’ntan man cachorro véixma : O 
cachorro fez mal áquelle sujeito -- 2 —- Ixôn veixmaä ag nanti: 
Elles estão mal commigo. 

VEIXMA’: cousa --1-- Ti jan veixma ven: A mii del- 
le mostrou uma cousa, objecto. 

VEIXMA’: louco --1-- Veixmango hot tin: Tenho tan- 
ta vontade de ir, que fico louco. 

VEIXPA’NTE : atraz das costas - 1 -- Veixpan te 
ki evaix : Olhar atraz das costas — ki, em. 

VEIXPEJU’ : roubar -- 1 -- Veixpejud ix : Eu roubo. 

VEIXPO’RO, aran : febre. 

VEIXVIN: não gostar de fallar - 1 -- Eixmän ti tan 
véia vinti: Aquelle outro não gosta de fallar commigo. 

VEMBRE : cisco, poeira. 

VEN: extender - 1- Ningé vénera: Extende tu a 
mão. 

VEN: fallar-1- Ven nhavaix ti ti: Não gosta de 
fallar. 

VEN, fi: pôr--1--Tampri jafa into ven: Encosta 
a escada à parede. (1) 

VEN-á: criolo-- 1 -- Fag ven-á: criolo ; escravo, criado 
pelas Fulanas de tal. 


VENBEDN : conversar -- 1 -- Venbéd nim: Peço con- 
verses. 

VENBE'T: enganar --1-- Venbét kema: Um que tem 
o vicio de enganar. 

VENKAJA'M: comprar, livrar, remir. 

VENKRE'N: criança--ovo- 1--Ti; veinkren ké ti: 
A criança delle falla. 

VEINKRENO'IN : carpir. 

VENKUJO’: magro -- 1 - One tang vexkujó je : Aquel- 
le outro está magro. 

VEMK UMBRE : chocar-se - 1 - Méin veinkumbré: A 
criação, os animaes se chocam. 

VENKURE: especie de mosca -- kiire, falla, canta. 

VENDUT : rir-- 1 -- Vendüt émo: Rimo-nos agora. 

VENHA ON: virado, criar. 

VENHARO : livro--1-- Venharé de: E' livro - de, 
je: 6. E 

VENHARO : ler. 

VENHARO KIVEINRA'MEN : ensinar a ler. 

VENHA RO : Tibagy. 

VENJENMA' : alimento -1-- Venjenmá väix kan 


kren: Não querer quasi comer nada -- kan kren, quasi de 
tudo -- kan, tudo. 


VENJU’: rir. Tambem vendu. 


(1) Ven: primeiro: --1- Tin ven ix: Eu o vi primeiro -- 1 -- Janeiro 
küxa ven, Dezembro kúxá ndo: ti : Janeiro é o primeiro mez, Desemblo o ultimo. 





à pi 


Da a 


VENJUKFU'IT : fileira. 

VENXA'N: longe:--1-- Venxán Kantinve: Vir de 
longe. 

VENXE'T: morrer - 1 - Veinxkute kan, venxét : Mor- 
reu, porque cahiu. 

VENTKIKAKTPN: não saber. 

VENUVORA: passar correndo -- 1 -- Kaixkangôgn ve- 
nuvo húri: A nuvem passou correndo. 

VERA, VEN ERA : extender -- 1 - Ningé véra : Exten- 
de tua a mão. 

VERA: aqui - 1-- Ha vira kantin: Venha aqui. 
Tambem só: ha véra. 

VERA: um pouco -- 1 -- Véra véinke. 

VERA: até agora-- 1 - Vére kangratka húru kan tin 
ne: Ainda não está feito o retrato -- 2 -- Vére kara hadn ton 
ne: Ainda não está feito -- 3-- Ixán vére jen hôtiti: Eu até 
agora estou com muita vontade de comer. 

VERE ME KEJENE: Tenha paciencia; espere um 
pouco. 

VERIXM 4’: sem geito, louco --1-- O'nrz ti man ve- 
rixma te: Hoje elle estava muito sem geito, louco. Tam- 
bem veirma. 

VEX: mandar. Tambem vin. 

VEXKEX: defuneto. 

VEXKUJU': no meio --1-- Verkuji ka kupèn ; Cor- 
tar pelo meio - ka, no. 

VEXE : de longe--1-- Vexé kantinte: Elle vem de 
longe. 

VETI: viar-.1-- Apenitôó véti: Virar as costas. 

VI: palavra, ordem, recado, mandamento - 1 - Ex vin 
jéne ix: Eu mando o meu recado. 

VIDN: guardar -1-- Vidn hed ix hari: Eu guardei 
- vidn had, guardar. 

VIHOTL, vikóti: amigo. 

VIN : amarrar. 

VIN: fallar -- 1 - Tx jan ti vin ki, kára já ne: Minha 
mai entrou por ordem de Fulano de tal- #7 vin ki: por or- 
dem de Fulano de tal.--2-- A’ma Kaingáng to vin kikairôn 
ne? Você conhece o Kaingang ?--3-- Igmá pirt vin väix: 
Só não quer fallar commigo -- péré, só -- 4 -- Eixmaän vin mank 
tin ha: Elle já profere a ordem de partir já - mank, fallar 
- A’ma vin me váix: Você não obedece. 

VINK: ordem, mandamento, palavra -- 1 -- Vink ti ko- 
tugh kéæno : Elle me manda de trabalhar de noite. 

VINKOTI, vinhóti : amigo -- vin, palavra -- hô, boa. 

VINVA'IX : mudo -- váix, não póde. 

VIX: fallar - 1 -Tx dma vir kiveinrâmen váix: Eu 
com difficuldade te sei dizer. | 

VIRPTKE: virar -- Viritke kankéi: A canôa virou. 

VO: correr - 1 - Xanæi jingita vô: O passarinho vôa alto. 


— 366 — 


VOEJA: vouje, vuije. uije: arco. 

VOE'N: fallar-- 1 -- Krin voén kémo: Pretendo fallar 
com a cabeça ( meneando a cabeça ). 

VOG: judiar--1--77 jen vogmo: Tratar mal o ca- 
marada -- jen, camarada - 2 -- Ima vcg tôn : Não me amoles — 4 - 
Ti vog kona togmo: Elle está tratando mal a Fulano de tal. 

VOG: tocar--1-- Fuix-fix vog: tocar o chupim (co- 
nhecido passarinho preto ). 

VORA: traspassar--1-- Ti vora, ti la: transpassa, e 
entra tu nelle. 

VOTO'IXTO : improvisamente -- Votóixto kantin: Vir 
improvisamente. : 

VU: carregar:-- 1 - Ba tin hi kan, vu ti ne: Por ser 
facil de carregar, elle carrega. 

VU: empinado-1- Vu ve: E’ empinado -2- Vu ve 
éne te: La esta empinado. 

VUA: esta-1-- Kaxka vua-hé ne ! Oh! como está bo- 
nito o céu! - hô bonito. 

VUA'RA: circulo, em redor, ir em redor, fazer rodas 
andando -1-- Pin vuara: Em redo: do fogo. - 2 -- Ag vuóra 
(vuära ): Circulo de homens. 

VUA’RA: lava tu--1-- Verupo.© vuara: Lava tu a 
roupa. 

VUE : carregar - 1 -- Embré vué: Elie ajuda a carte- 
gar --2-- Kainké vué ti ne: Elle agora carrega a canoa. 

VUE’: é--1-- On vué: E' differente. 

VUE’: olhar-1- Ex kilén vuédno: Eu olho obli- 
quamente. 

VUE’: roubar-- E’ix vué já ne: Eu ja roubei. 

VUETKANTIN : ajudar a carregar. 

VUNO, suppurar, chaga purulenta -- 1 -- Venxant ti vino 
(vüxno ): Uma vez elle tinha uma chaga purulenta. -- Tam- 
bem fuæno. 

VUO', vudg: amolar-1- Ja ama vuó tôngra: Tu 
não me amoles. 

VUO'RA, vudra: circulo--1-- 4g vudra: circulo de 
gente. 

VUORET : circulo. 


VUOTKANTI’N BRE: ajudar a carregar - vuô, car- 
regar. 


To 


ÿ 
\ 
x 
q 
4 
¢ 
R 





le) Sle 


Supplemento a grammatica 
kainjgang 


ADJECTIVOS VERBAES. — Constam do verbo de 
que se occupa o profissional, da palavra be, que significa 
habitualmente, e da palavra ve: é. Exemplo: — kurán be 
ve: alfaiate - de kurán, costurar, be, etc. 

ADVERBIOS. — Xzm, além de pequeno, significa tam- 
bem bom e bonito. Exemplo : pank xin ti: Ele está 
melhor - pan, mais - xin, bom - tz, esta ? 

AFFIRMAÇAO. — A afirmação se exprime tambem 
com a negação não só do contradictorio, mas tambem do 
contrario. Exemplo: — kangá tôn, não só significa não es- 
tar doente, mas tambem estar são, sarar. 

ARTIGO. — No dialecto kainjgáng do Tibagy. usa-se 
tambem o artigo determinativo, como o demonstram os exer1- 
plos seguintas: (O artigo é o mesmo pronome pessoal da 
terceira pessoa. ) 

1-- Ti kotxine ti tére: Morreu o seu filho. O artigo 
é o ultimo ti. Consulte o meu Ensaio de Grammatica. « Re- 
vista do Museu Paulista », vol. X, pag. 546, no fim. A mi- 
nha separata, pag. 8, no fim. 2-- Kiva ti ru: Uma parte 
do mez — ru, parte. 3 - Gôio œux ti xa: a agua está turva -- 
aux, sujo - xa, está. 4- Ka ju ti húri: A canôa chegou -- ka: 
pau, cauôa- ju, chegar - ti, a. 5- Ka kané ti kri ti tam- 
pri kané: A fructa é melhor do que a outra cousa -- ka kané, 
fructa, ti kri, do que a outra cousa -- ti, a, artigo. 6 - Pron 
fi: A mulher - prôn, mulher -- fi, artigo feminino. 

CONNECTIVOS. — Chamo de connectivos uma ou 
mais letras, postas entre duas palavras afim de suavisar a 
aspereza da pronuncia ou para evitar o perigo de conside- 
rar duas palavras como sendo uma só de differente sentido 
das duas; emfim, para evitar equivocos. Os grammaticos de- 
nominam estes accrescimos de epenthese e paragoge. Exem- 
plos : 

1- Ti krin tavink ti jog pédno: O pai acertou o 
golpe exactamente. O connectivo aqui é o ultimo K. — Se 
fosse tavínti, seria superlativo de tavin. No primeiro exem- 
plo, ti é artigo, no segundo suffixo do superlativo. 2- Vink 
hôti: Amigo - de vin, fallar - húti, muito bem. — O k é o 
connectivo. 3-Venjem mat tônk tôn: Não ha comida - 
tôn, tem -- tôn, não. — O k é o connectivo. 


— 368 — 


COPULATIVAS. — Vide Notas Varias N.º III e Sup- 
plemento ao Vocabulario. 

APHERESI. — Em logar de hórike com H aspirado, 
póde-se dizer érike, ritke: igual. Exemplo: Jágne ritke: 
Um egual a outro. — Em logar de hana, póde-se dizer ana, 
sem aspiração no principio. Assim succede com muitos ou- 
tros vocabulos que principiam por H, como o demonstra o 
Supplemento ao Vocabulario deste Appendice. 

GENERO DOS NOMES. — Os seres inanimados se 
consideram como masculinos, e se designam, quando é o caso, 
com pronomes pessoaes masculinos. Exemplos : 

1-- Ka ti kóket jin ni: O pau está estragado - ka, 
pau -- ti, artigo masculino. 

2-- Kiixa ti rw: Parte da lua ou do mez- ru, corte - 
ti, artigo masculino. 

3-- Gôio xux ti xa: A agua está suja. 

4-- Ka ju ti húri: A canôa chegou. 


Mudança de letras 


1 -- Ai, se põe em vez de vein. Exemplos - 1 -- Aikorán, 
costurar, em vez de veinkorán -- 2 - Ainkréd, pensar, em vez 
de veinkréd. 

2-- Buôngh, grande, mesmo no dialecto de Tibagy, 
admitte as seguintes mudanças: ban, buügh, buôgn. 

3-0 K, as vezes substitue o M. Exemplo: Kafé, 
sala; em lugar de muafé. 

4- O D, ás vezes substitue o N. Exemplo -- 1 - Da, em 
logar de na, estar -- 2 -- Venharô de: KE” livro. De em vez de 
ne -- 3 -- Ign dai: Eu deito, em vez de naz. 

5- O D, ás vezes substitue o T. Exemplo: De vin 
me ix: Eu oiço prosa delle. Aqui é de em lugar de ti, 
delle. 
6--O E, as vezes substitue o I. Exemplos: Ti-ngdix 
eg náno: Eu pucho os cabellos delle -- eg, em lugar de zg, eu. 

7-E, ás vezes substitue Ja. Exemplo: On pé ti fudn: 
Ninguem o derruba, o vence -- pé, não, em lugar de piá--fodn 
vencer, atirar derrubar. 

8-- E, as vezes substitue o O. Exemplo: De, atraz, 
em lugar de do. 

9-- E, ás vezes substitue o U. Exemplo: Kevó, cego, 
em lugor de kiivd--kexd, em lugar de kiixá. 

10-O H, as vezes substituie o F. Exemplos: Hi, 
ella, em lugar de fi. Húix, assobiar, em lugar de fia. - 
Kohüx, tempestade, em lugar de kofúo. 

11--O I, às vezes substitue o U. Exemplo: Ndúli, 
apagou, em vez de dúru. 

12--O M, ás vezes substitue o H, aspirado. Exemplos : 
- 1- Engára ta porco ma vidn: Dá aquelle milho aos por- 
cos--ta, aquelle -- ma, voz imperativa em lugar de ha -- 2 - 
Ninja máti: Arranjar a cadeira. Máti, arranjar; em vez de 


pa f ad 
= 





a 4 


— 369 — 

hati -- 3 - Mantxi ni: E” bonitinho, em lugar de han'xi ni- 
han, bonito -- xin, um pouco. 

13--O M, às vezes substitue o V. Exemplos- 1 - M- 
virid, virar, em lugar de virid-2- Fexrta m-ud hô ti: A 
festa está boa -- mua, estar, em vez de van--3-- Ambré tin 
m-ãi : Não quer ir juuto-m-ái, não quer, em logar de 
vaix.--4- Jauu mi: Irmão menor, em lugar de javw ve--ve, 
menor. 

14 -N, às vezes substitue o G. Exemplo: Nijí, nome, 
em lugar de 274. 

15-- N, as vezes substitue o H. Exemplo: na, em vez 
de ha. 


16- N, as vezes substitue o T. Exemplo: na fu, chuva 
de pedra; em lugar de ta fu--ta. de chuva-- fu, bola? — 
Tambem; Naká, em lugar de taká, aqui. 


17--N, no fim da palavras às vezes substitue o R. 
Exemplo: don, abrir; em vez de dor. 


18-O O, ás vezes substitue 9 VE, VA, - Exemplos. - 
1 - Oikluéima em lugar de veinkrivédnia, guarda chuva - 2 
- Ranha -- rânha ói: Não quer trabalhar -- oz, não quer, em 
vez de váix -- 3 - Oeka em vez de vataka, amanhã. 


19-O R, substitue às vezes o N. Exemplo: O'rn 
be, em vez de ôn be, ódnbe: mentiroso. 


20-0 U, ás vezes substitue o O. Exemplo: Munje 
agn: A gente vai. Munje, em vez de mônje. 


21-O U, ás vezes substitue o V. Exemplos - 1 - 
Uaxd nix ti ve: Antigamente existia Fulano de tal -- uaxa. 
antigamente, em vez de vaxd, venxd-- 2 -- Udg, atormentar, 
em vez de vog. 

22-0 U, as vezes substitue o I. - Exemplo : Oikluéi- 
ma, em vez de veinkrivédnia: guarda-chuva. 

23-O V, ás vezes substitue o F. Exemplo: Van, 
atirar, em vez de fodn. 

24-O V, ás vezes substitue o M. Exomplo : -- vafó, 
em vez de m--afô, sala, que tambem se chama kafo. 


- OMMISSÃO DE LETRAS. - Diz-se kra ás vezes em 
vez de kara, depois. 


POSPOSIÇÕES '- 1- KI, em. Exemplo: Jagne ki 
pran fágmo: Se mordem mutuamente : uma à outra - 2 - Ki, 
por. causa: Ti vin ki: Por ordem delle. 

23 -- Horo; fora. Exemplo: - Nin à hóroto fodn: Eu 
jogo fora a carne -- fodn, atirar -- to, em. 

24 - Tóra: fora. Exemplo-- Ix jama tora viire ti: 
Elle sahiu da minha terra -- jáma, minha terra 

NOTA. — Não seriam em origem os sufixos das de- 
clinaçôes das linguas classicas e não classicas, posposições 2 ( 1) 





(1) Cfr, o latino: mecum, tecum, etc, 


NT: QE 


PREFIXOS. — As palavras ran, dia; pri, branco; va, 
vára: longe; tára, estreito: com o prefixo ku, se trans- 
formam em kurán, kupri, ete. (1) 

PRONUNCIA. — O GH final pronuncia-sa aspirado 


como ich em allemão, e submissamente. 


REPETIÇÃO DE SYLLABAS E PALAVRAS. — A's 
vezes, repetindo a syllaba e palavra, não só se Indica a plu- 
ralidade de cousa ou acção, mas tambem proxima distancia 
de lugar ou de tempo em que se acham e effectuam, deixando- 
lhes uma certa unidade commum. (2) 

VERBOS. — A’ vezes, quando o sentido é claro, se 
ommittem. Exemplo: Aranké ti korég tavin! Hontem foi 
bem ruim ! 

O perfeito às vezes parece ter sentido de acção com- 
pleta como em grego. Exemplo: Tonk húri: Tevi; mas 
não tem mais -- tok, tevi -- húru, já. — Tambem: Ha ti hiri: 
Está bom de saúde. Propriamente: Sarou, e por conseguinte 
agora esta bom -- hdti, sarar. 





(1) Pronome pessoal da terceira pessoa, No Kaingang, quando a clari- 
dade da clocuçäo o permitte, usa-se sempre o pronome pessoal de terceira pes- 
soa em lugar do nome. Exemplo: Buôngh ti ni: lua crescente — buông, gran- 
de — ti, elle, em vez de lua, que é do genero masculino — ni, fica. 


(2) Por outra, formando, por assim dizer, um só quadro, 








Notas 


I 


O Kainjgang é uma lingua de orthographia muito fle- 
xivel. Exemplos : 


1. Krénini, krânini : camisa. 


2. Kofa ix gni ha: Eu ja estou velho. Em vez de ni 
ha--gni, estou -- ha, ja. 


3. To kamôn : A gente. Em vez de: to agmôn-agn : el” 
les, gente. 


4. Palavras que acabam em U, às vezes depois do u, 
tomam a sillaba igh. Ex.: bu, biizgh: rabo. Fu, füigh, se- 
mente - Kavu, kaviiigh, costellas. Javu, javiiigh, irmão. Nes- 
te caso o u se transforma em ii. 


PT 


Exemplos da emmissäo do verbo. Arankéti korég ta. 
vin : Hontem foi muito ruim. -- Korég, ruim - tavin, de tudo- 


ET 
EXEMPLO DE TRADUCÇÃO DA CONJUNCÇÃO E: 


1. Ix jambré, jog kangamo : Meu pai e minha mãe estão 
doentes -- jambré, junto com minha mii. 
2. Aran lan, púru : O sol entra e mergulha. 


3. Ex ningé, ex pé kupé ix: Eu lavo minhas mãos e 
meus pés. 


4. Kungré bre, kanjúti: Briga e brinca. 


5. Expére me, lairanha: Transposto e trabalho -- me, 
ma, carregar -- pére, prefixo. 


6. O sufixo JA pode significar o agente. Ex.: Pejúja, 
ladrão.- Enkréja. Fes a 
IV 


Tamaikaxpe. E’ o nome de uma arvore do Perú que 
admitte uma traducçäo kainjgang ; a saber: Tama, de muita 
chuva -- ka, pau - pé, legitimo. 


Cantiga kainjgang : Bajubét, xoro, muafang, vue, véira 
von, vai, van, brét, xóro. 

DESTA CANTIGA entendo os seguintes vocabulos, mas 
não o sentido complexivo. --ba carregar -- bet, marido — xóro, 
quero - muafáng, lavar -- vue, carregar -- von, correr -- va, car- 
rego - 2, eu--va, está -- bret, junto. 





VI | 
Uma critica historica 


Antigo morador do sertão paulista, (1 ) competente aliás 
em assumptos sertanejos, externcu-me sua opinião certa vez 
ácerca da epoca em que os Kainjgang Jakuatugtéie acaso 
hajan invadido a parte do territorio de São Paulo em que 
hoje tem sua séde. Fora, conforme me dizia, lá pelo anno 
de 1235 mais ou menos. Dava elle como movel desta tras- 
migração do territorio do Paraná para o de São Paulo, um 
conflicto occorrido à margem esquerda do rio Paranapanema, 
ajusante da barra do Tibagy. A memoria deste facto teria 
permanecido no nome dado a uma pedra no local onde se 
desenrolára o acontecimento, e que tambem hoje se chama 
Pedra do Coroado. — Antes deste conflicto, Kainjgang Ve- 
nharô 2 Kainjgang Jakuatugtéie formavam, conforme a opi- 
nião do amigo, uma confederação, habitando identico territorio. 

Não nego a possibilidade de tal acontecimento, com- 
tudo acho-lhe dificil explicação na parte que se refere 4 
pretendida confederação e cohabitação no mesmo territorio. 
A razão é, que indios de differentes denominações e, não 
digo linguas, mas dialectos tambem, habitam ordinariamente 
em localidades differentes, formando cireumscripgdes com fren- 
teiras distinctas, que os separam uns de outros. Pois bem, 
os Kainjgang Venharô se distinguem dos Jakuatugtéie pelo 
habito destes não cortarem os cabellos, ao passo que elles 
andam sempre de cabellos aparados. Em geral entre os in- 
dios de differentes costumes, nascem frequentemente sangren- 
tos conflictos por causa de injurias mutuas, especialmente de 
invasões territoriaes. Suas relações diplomaticas quasi nunca 
são amigaveis. — O nome de Venharô, dado ao Rio Tibagy 
pelos Kainjgang Venharó, não significaria talvez Rio dos Tos- 
quiados ? ( Poderia tambem significar « pintado»). E isso 
talvez pela razão de constituir hoje e no passado, a linha 
divisoria entre os Jakuatugtéie e os Venharé ?. — Com efeito, 
os hodiernos Kainjgáng, ainda selvagens do Rio da Cinza, a 
direita do Tibagy, são Jakuatugtéie. — Conforme verifiquei de 
visu, odeiam-se de odio inveterado entre si estas duas frac-- 
ções dos Kainjgág. Conheci homens Venharü de idade de 
trinta annos ignorando de que os Jakuatugtéie e os Venharü 
fallam a mesma lingua. — Estes nada sabem da pretendida 
federação, cousa quasi inexplicavel, a prevalecer a opinião 
do amigo. — Jckuatugtéie é uma alcunha escarninha, que dão 





(1) O Rev. P. Serôdio, 


pe ra ie 


os Venharé aos seus inimigos. Uns e outros, embora fallem 
a mesma lingua, a fallam com tantas differenças que consti-- 
tuem dois dialectos perfeitamente distinctos : outra razäo que 
não abona a opinião contestada. — Ha em Santa Catharina 
tribus de Kainjgdng, denominados Kamé, palavra que poderia 
significar medrosos. São comprehendidos sob a denominação 
de Jakuatugtéie não só os Kainjgang do Rio da Cinza, mas 
tambem, como deixei entrever no principio, os de São Paulo 


VII 

Goio--en é nome kainjgäng de uma cidade do Rio 
Graude do Sul, banhada pelo Alto Uruguay. Alguns inter- 
pretes a querem composta dos dois vocabulos GOTO, agua, : 
e EN, grande. Contesta porém esta opinião o defuncto Te- 
lemaco Borba quanto ao vocabulo EN, dizendo que, como o 
ouvira narrar dos Kainjgáng, deriva de OINT (vdint), que 
elle diz significar invadavel. — Por minha conta, accrescento 
que quanto ao sentido, se póde acceitar esta interpretação, 
mas grammaticalmente, não. Neste ultimo sentido deve-se 
traduzir dificil ou impossivel, sub-entende-se, a passar. por 
ser ahi o rio além de caudaloso, muito correntoso, de forma 
que não dá váu. 








VII 
Aparas Catechisticas Kainjgang 


Extrahidas do Vocabulorio Bugre, fazendo seguir à 
cada um deiles uma explicação. 

1- Deus: Topén. Para evitar equivocos, se usa a pa- 
lavra portugueza 

2 - Homem: kata, kato. Homem bom: Kaiá ke (ho) 
Homem mau: Kai korém (korég). O homem bom, depois 
da morte, vai para o céo, 0 mau para o inferno, no fogo; 
de onde não sahirá mais: Kaio ke tére, kraka kaiké ra 
tamprü ; kai korém numbé ra, pin kri kote; kara ka kekotim 
ven. 

Explicação. Tére, morrer -ke:(hé.), bom - kra ka, no 
depois -- kra, kara: depois-ka, em - kaiké, céu- ra, para - 
tamprü, sobe - numbé : fuma, gruta profunda, inferno - ra, 
para - pen kri, no fogo — kri, em = pin, fogo - kote, cahe - ke- 
kotim, é, ao que parece. o mesmo como kankuten, sahir - 
vén, nunca. 

3- Céu: Kuiké - 1 - Kaiké tére: descer do céu. 

- Veinma ( tambem det koré ), diabo. 

5 - Cruz: Ka vaikofi, marim (marém)--ka, de páu - 
vaiko (ko, ka), linha - fi, amarrada - marim, transversalmente. 
Por conseguinte: Linhas de pét, amarradas transversalmente 
ou pregadas transversalmente. Vaz, de vaikó; parece prefixo. 

Katké rem: fazer o signal da Cruz - kaiké, fronte (céu) 
- rem, traçar, fazer um traço, marcar. 

Onde morreu Christo? Jesus Christo éna ki tére? 
Resposta: Pregado na Cruz: Ka vaikó fi marim toe fin. 

Explicação. E'na. onde - ki, em —- toe fin, pregado na 
- to, na-e, parece errado, deveria ser k. E’ improvavel que 
o erro seja do Auctor, que se revela muito versado no Ka-- 
énjgang; deve ser erro de segunda mão, como ha varios 
outros neste trabalho. Opiuo que o copiador tomou o C do 
Auctor por É, talvez por achal-o um pouco semelhante ao 
E. No mais, parece-se este trabalho á uma musica classica 
reproduzida num phonographo, de onde sempre sahe defei- 
tuosa; a saber: o transcriptor deste trabalho commetteu 
varios erros. 


6.-- Cousas do primeiro mandamento da lei de Deus. 

Adorar: kamé tin-- kamé; respeitar, temer. -- Adorar 
um so Deus grande: Topé piri on banc kamé tin -- piri on 
um só -- banc, grande. 


mA TA 


Cousas do sexto mandamento da lei de Deus. Oikó 
ton ban (tambem oinkoton, onko tôn) : casto. 

Explicação. Oikó, parece composto do prefixo 67 (ven, 
vein) e de ka, ko, que significa o acto conjugal, quando fei- 
to entre marido e mulher; fornicação, ete., noutros casos -- 
ban: grandementa. fora da regra. 

Pro tôn ni ou kauën, ban tôn ni ou kauen: Não 
sendo casada. não conheças homem ; não sendo casado, não 
conheças mulher. 

Explicação. prôn, mulher casada, nº, é (verbo) - ton. nao 
- ou kauen: não podes conhecer. -- On kauen, parece-me erra- 
do: deveria ser onka uen--onka (o mesmo como oika, oiko) : 
não commettas o acto deshonesto, ne coeos. em latim--ko,. 
coire, em latim -- uén : não queiras, vão podes, não te é Jicito. 

Forniear: Oikn ban. Vide explicação em casto. -- Tam- 
bem: bra nan ti: elle deita junto - bra, junto - nan, deita 
- tí, elle. 

Baptismo, designa-se pelas palavras: Topén goto kupé 
- topén, bento - góio, agua - kupé, lavado. 

Você foi baptizado ? A’ma topén gôio kupé ke. Se po- 
deria tambem traduzir: Você quer baptizar-se ? O segundo 
sentido liga melhor com a resposta que é a seguinte 
Ketetim (hôtitim), que significa: Quero muito. ; 





IX 


Alguns reparos ainda 





Seja-me permittido aqui um exame de tres trabalhos 
sobre cousas kaingang. A elles sou devedor de não poucos 
conhecimentos linguisticos desta raça de indios. Não posso 
porém occultar o facto, que nelles se me depararam, a meu 
ver inexactidões ou, mesmo, erros. EE’ escusado lembrar que 
o erro é obscurantista: não favorece o progresso, impede-o ; 
só a verdade é progressista. Ninguem portanto, espero, ser- 
me-ha mais grato, do que os Auctores citados, visto como os 
seus estudos, unicamente visaram o progresso da sciencia 
em geral, e da linguistica em particular. 

Fallemos primeiro do trabalho do meu amigo Dr. Af- 
fonso A. de Freitas, dignissimo 1.º secretario do Instituto 
Historico de São Paulo; depois, por ordem chronologica de 
outro do Dr. Ermellino de Leão, ex-director do Museu Pa- 
randense; e afinal sobre um terceiro da lavra do illustrissi- 


mo dr. Geraldo H. de Paula Sousa. 


X 


O illmo. dr. Affonso A. de Freitas, num folheto inti- 
tulado «O Guayanaz de Piratininga » ( Typographia Laein- 
mert & Comp., São Paulo, 1910), em que defende com pro- 
ficiencia, these contraria a do saudoso Dr. João Mendes de 
Almeida, que Tupys-Guaranys, e não Tapuyas eram, nos 
primordios da oceupação portuguesa, os habitantes de Pira- 
tininga, teve que recorrer á lexicologia kaingang para pro- 
var mais cabalmente a sua these. ‘Ao lado de observações 
muito criteriosas, fructo do seu engenho, lhe cahiram da 
penna algumas apreciações, a meu ver, pouco exactas; e 
outras que, em sentido universal, não são acceitaveis. Seria 
de admirar, si a cousa tivesse succedido diversamente, si se 
considera que o Auctor se serviu de trabalhos directos alheios, 
aliás muito incompletos. 

Sustenta, baseando-se na auctoridade de um dicciona- 
rio colligido pelo saudoso Antonio Goncalves, que os Kain- 
gang de São Paulo chamam a si Vaicha gan (vaichä, do 
matto -- gan, gente ); sendo esta denominação privativa des- 
tes indios, e não commum aos Kaingang do resto do Brasil 
e de outros paizes da America do Sul; e que vaicha é vo- 
cabulo usado por elles exclusivamente. Principalmente esta 
ultima observação não corresponde 4 verdade, porquanto este 


So aye ex 


vocabulo é usado por todas as tribus kaingang dentro e fora 
do Brasil. Em Tibagy, usa-se a palavra v--waitka, m-uäitka ; 
e no Vocabulario Bugre, váiken. 

Mas então será pelo menos peculiar a estes indios a 
denominação de Vacha gan (deve ser Vakagan), dirá al- 
guem. Ponho em duvida a certesa e a verdade desta affir- 
mação. Noto, por incidencia, de ter ouvido dizer em ‘Pen- 
napolis, que tambem os indios do Rio Feio, e por conse- 
guinte de Säo Paulo em geral, se intitulam a si mesmos de 
Kaingang. Ha, porém, outra consideraçäo a fazer, e é, que 
não é absurdo identificar o vocabulo vaika gan com kaën- 
gang. Com effeito, no Supplemento Grammatical deste Ap- 
pendice, e no meu Diccionario, se pode verificar que nesta 
lingua, ás vezes o V. e o M. se mudam em K. Exemplo :, 
— vuafô (muafé): sala; póde mudar-se em kafü; então 
m-uáitka se pode transformar em káika. Cumpre notar que 
além de m-uaitka, usa-se tambem o vocabulo v-uáin (vem 
no trabalho do Dr. Geraldo H. de P. Sousa, que citarei 
abaixo ), para designar o matto. Dahi então, sem recorrer- 
mos aos esforços acrobaticos de Heckel, teriamos a transfor- 
mação de váin em káin; por conseguinte, tambem de Vailk: 
gan em kaingán. Portanto, creio, não se póde geralmente 
affirmar que vaikagän é denominação privativa dos Coroados 
de S. Paulo. Affirma ainda o Auctor, que os vocabulos : 
ojoro, goto, aim, tindôro (buraco delle), tindu (barriga 
delle), ikrin (minha cabeça), tiniká (chifre delle), inoné 
(minha lingua ), kanhére, goto, ni, inaprôn, kotwin, che ( xe), 
gôio, buüngh, ingá (terra), mi (onça). grôn: são privati- 
vas dos Kaingáng de São Paulo; mas é erro; pois lhes são 
communs aos Venharô do Tibagy (1). 

E aqui cahe a proposito ventilar o assumpto sobre o 
qual fallei outra vez ( veja-se o meu Ensaio de Grammatica 
Kaingáng, na minha separata á pag. 48, no vol. X da « Re- 
vista do Museu Paulista », pag. 576) a saber, si a palavra 
kaingang significaria: gente do matto, ou não. 

No predicto trabalho, seguindo a opinião a que pare- 
ce inclinar-se o douto Dr. Hermann von Ihering ( Vol. VI da 
« Revista » citada, pag. 25 e segs. ), impugnei a parte affir- 
mativa; porém, com o progresso dos estudos, me convenci 
que convinha tambem defendel-a. Na realidade, lendo uma 
parte da minha collecçäo de phrases tomadas da bocea dos 
indios (não me tinha aproveitado dellas na organisação do 
meu Diccionario por suspeital-as no principio, mas não em 
seguida, pouco exactas ) deparei que as expressões: ka agn, 
kan agn, foram traduzidas tambem com as palavras: « gente. 
do matto » pelo indio de quem as ouvira. Pois, assim sen- 
do, está provada, a meu ver, a probabilidade da afirmativa. 
No meu Diecionario, ao lado de kaingang, encontra-se tam- 
bem: kaxgen, kaxgan, kangan. Mais: como em logar de 





4 


pie dido PRES NET IT SP EE D OO UT Te 





(1) Tambem kré: casa, toca. 








— 319 


ko (comer), posso dizer Kkoix; assim em vez de kan agn, 
posso dizer kaixging. Temos pois toda inteira a palavra 
kaixgang itentica à de kan agn, mudaudo-se por metathese 
agn em gang. A mais forte dificuldade que se poderia op- 
pôr, seria talvez que, tambem no singular, esta palavra si- 
gnifica homem Nao é ella comtudo insoluvel, se se consi- 
dera a grande força transformativa que tem nas linguas, os 
traslados. — Notamos por incidencia, que, como arê significa 
grama e gramal ou campo onde ella cresce; da mesma tór- 
ma ka, sigaificaria arvore, e arvoredo ou matto. Mais con- 
soante, porém, com a expressão que kaxgan, como dissemos, 
significa homem, seria fazel-a derivar kaz (kata), que con. 
forme o Vocabulario Bugre, significa homem; e gang, elles 
ou melhor os ( artigo ). 

Afirma ainda o mesmo Auctor, que gééo, não signifi- 
ca rio, mas o significa, si a este vocabulo se accrescenta um 
adjectivo que se possa traduzir como « grande ». Diz mais 
que os Kaingang do Paraná indicam a palavra rio com 
gôio-en. Ensinaram-me pelo contrario os indios, como se 
pode ver em varias phrases do meu Diccionario, que gôio 
simplesmente significa agua e tambem rio; que gõio buôngh 
significa rio grande, e gôio xin, significa rio pequeno. — 
Emquanto a gôio-en, veja-se o que disse nestas notas sob o 
numero...... 


XI 


Passemos agora ao exame do trabalho do Dr. Erme- 
lindo de Leão. Encontra-se este douto trabalho no Vol. XV 
da « Revista do Instituto Historico de São Paulo», à pag. 
243 e seguintes. Não trata só de linguistica, mas tambem 
de questões archeologicas, ete. Eu me limito a fallar sobre 
a parte linguistica. 

Elle ensina que esta lingua é syllabica e agglutinante. 
Para proval-o, basta analysar a palavra kaxin (rato). Ka, 
na lingua Æixod, fallada no Perú, significa animal; em ka- 
ingäng porém, isolada, nada significa; então em kaingang, 
é agglutinante. — Xin, pelo contrario, em kaingang, signi- 
fiea pequ no; então é syllabica. — Em kambé ( veado ), kan, 
em kixoá, significa animal -- be, em kaingang significa grande. 
A mesma conclusão. — O mesmo se poderia provar com mzi- 
tos outros exemplos. Ao lado porém destas doutissimas ob- 
servações, accrescenta evidentes erros, aliás desculpaveis em 
quem, como elle diz, fez só estudos de gabinete, louvando- 
se unicamente em fontes alheias, às vezes viciosas. 

Diz portanto em primeiro logar que pandói significa 
planicie, e que é contrario de pando, torto. I final seria 
para elle negação agglutinante. O Auctor sem duvida foi 
enganado pela leitura dos trabalhos do saudoso Telemaco 
Morosini Borba; porém faço aqui salientar que pando ?, 
pandoix, não siguifica planicie: mas espigão, outeiro, ou, 


— 380 — 


conforme o Bugre, coxilha. A ser verdade o que diz o Au- 
ctor. tambem koz, koix, seriam negações de ko, comer e si- 
gnificariam : não comer, o que é falso. 

Opina tambem que existe nesta lingua o exogenismo. 
Tenta proval-o com um exemplo que de nenhum modo abo- 
na a sua opinião. Para elle, o sexo feminino designaria a 
mulher com a palavra fag, e o sexo masculino com a pala- 
vra tante. Observo que fag, no sentido primitivo, é artigo 
determinativo e pronome pessoal plural. Significa: «as, el- 
las ». — Ontantô fag traduziam os meus indios com a ex- 
pressão: «< As mulheres». Conforme o Auctor, precisaria 
traduzil a : mulher, mulheres. Isto é simplesmente um contra- 
senso. Fra um indio que me traduzia este periodo: Estou 
muito satisfeito, porque as mulheres sararam, com estas pa- 
lavras: Hadn fag húri kan, eix man--hôti -hadn, estão boas-- 
húri, particula para indicar o passado--kan, porque-eix, eu. 
Usa-se tambem do pronome fag, para designar, pronominal- 
mente, as vaccas (veja-se o Supplemento primeiro deste 
Appendice sobre a palavra: ko, ao lado. Tambem a nota 
marginal do Supplemento Grammaiical, sob o titulo : Prefixos.) 

A’ pag. 343, diz que não existe em kaingang, formu- 
lario para designar o sexo, numero ou grão. Não se póde, 
em sentido universal, admittir semelhante doutrina. O pro- 
prio Anctor à pag. 348, escreve que filho é kKotxi, filha é 
kotæifu. Veja o meu Ensaio, acima citado, e o Supplemento 
Grammatical deste Appendice (1). 


XII 


Demos agora, só no que diz respeito à linguistica, 
um relance ao trabalho do Illmo. Dr. Geraldo H. de Sousa. 
E” parte integrante de Vol. X da « Revista do Museu Pau- 
lista ». Consta de vocabulos tomados da bocca dos Kain- 
gang de Pennapolis, no Estado de São Paulo. 

Estes indios indicam o relogio com os vocabulos rex 
txin ( xin), que significam: ren, sol--xin, pequeno. Coin- 
cidencia notavel com os do Paraná -- Tibagy, que o indicum 
com os vocabulos ran ou lan, que significam sol! 

Para o nosso Auctor, iapurú, significa molhar. Esta 
traducção. em sentido derivado, é exacta; em sentido ori- 
ginal só póde traduzir-se com as palavras mergulhar, afun- 
dar, etc. 

Revela-nos este trabalho, que tambem os Kaingang de 
São Paulo tratam a nós brancos de fog, fong, fogn. Con- 
clio deste facto, que somos assim denominados vor todas as 
tribus de Kaingang dentro e fóra do Brasil. Veja-se a ex- 
plicação no Diccionario. Deprehende-se dahi que nenhum 
outro vocabulo é tão apropriado como este, para conservar 





(1) Diz que na de nára (milho) vem de na, dente: Porém na, (dente), 
se deve escrever ja, e pronunciar o j nasalado ; na, ra, se deve escrever e pro- 
nunciar nh, - ga ra, « então»... 





ee Mae A, 


E O AN, 


4 


we eae eee ee ee ee ee el ee ee ds 


a ee oe PE DES UT PE 


os 1 


a o 


— 381 — 


viva a memoria dos antigos resentimentos, e para alimentar 
a inimizade secular e o odio contra os brancos. Por inci- 
dencia, noto que o cavallo é chamado, segundo o Auctor, 
por estes indios, de men buüngh, que significa: animal 
grande. 


XIII 


Aran inindélax ka: a meu ver, esta proposição deve 
ser traduzida assim: O sol está na corôa da minha cabeça. 
Este é o seutido literal: aliás significa: meio-dia. Deve 
ser composta dos vocabulos; arän, sol-- 2, minha -- nindo, 
corôa -- kax, no -- ka, esta. Nindó, por sua vez, parece ser 
composto de nh--gáix, nos cabellos--de, abertura. O voca- 
bulario Bugre diz que deriva de ngan, cabellos - don, aber- 
tura e de vi, que não explica. Não projecta por acaso esta 
denominação uma restea de luz que explique talvez o mo- 
tivo porque estes indios abrem a corôa na cabeça? Não se- 
ria esta corôa imagem do sol, a quem elles no tempo pas- 
sado. ou mesmo talvez no presente, prestavam, ou ainda 
prestam culto? Creio que, embora fraca seja esta escóra 
sobre a qual pousa esta supposição, não se possa comtudo 
rejeitar sem justo motivo. 


XIV 


O dr. Hermann von Ihering, no trabalho acima cita- 
do, reprehende a Hensel de ter ter usado o vocabulo ngôi 
em vez de gôio (agua); porém injustamente, como pode 
verificar quem compulsar o meu Ensaio, acima citado, e o 
meu Diccionario. 


AV 


O celebre Martius, no seu ¢ Glossarium linguarum bra- 
siliensium », deixou consiguada uma nota em allemão, que 
eu só transcrevo em parte na traducção portugueza. « Estes 
Kames, escreve o dito Auctor, conhecido entre os colonos 
de São Paulo, sob a denominação de Bugres ou de indios 
do matto, se denominam de kaingáng, e, caso elles se esta- 
beleçam como mansos entre os brancos, se chamam kazki ». 
Até aqui o Auctor citado. Entendo que kazki é a mesma 
paiavra kaika, que significa: amigo, alliado, ete. No Vo- 
cabulario Bugre, porém, burro kaikí, significa burro manso. 


FIM 


% 


of 4 ¥ 
DA ee a Sa 
ee 


VA a 
Le 











Pag. 
» 


» 


d 0 O AR) 


ADDENDA E CORRIGENDA 


Diz 

linha 14 kupdne. 

» 17 Kmonera 

cael IME à 

» 37 prehender. 

» { geme 

at ee dors : 

» 52 kémo 

SOU IN EMA Mc 

wy 25 ind ti)». 

DRM Cam Qu IE 

"A SR) TEA 

» 43 angute. . 

» 11 lançadc. 

» -a0. cabeça . 

> d+ goiobai,. —. 

» DRC Gti ioe ie 

> 20 bakangóiivuen 

» 2 piraru .. 

een, Bea 

> 28 buónghtiti : 

> MPR PTE 
e alhures linha 11 kcni, morar 
linha; UM xe, .: 

a ur énE >, - 

a pain dois 

=» 21 ka ix ni, mora 

» 2h mingrú. . 

my pba came) 270 
e alhures linha 10 manhôti 
‘linha 47 kotne . . 

» 3 Jerrão . | 

» 39 transportar 

» kG kamhén. . 

» 36 buongh . 

> 44 inclinado . 

> 9) spretine') six. 

» 13 kiveirnamen 

» 14 penoró. . 


. 


Leia 


. kupádne 
Kamónera 
mo 


. prender 
. gémo 

. pára 

. hémo 

. mo 


. ki xan tôn ti 

. cómo 0 | 
Xa ra 

. anangúte 

. cançado 


. cabaça 
. gôio ba 
. hôtiti 


. bakangüüven 


. bikurá 


depois de nim, se acerescente : Me dê carne 


. buônghtiti 
- pôr 


. ka, em-ix, eu-ni, moro 
2160 


. gente 
. pakxín 
. ka, em-ix, eu-ni, moro 


. ningrú 
DE 


. man-hóti 
. kotxine 


. ferrões 


- transportar, passar 


. kanhém 


. buôngh 


. inclinado, sujeito 


- prefixo 
. kiveinrdmen 
. pentoré 


Pag. 42 linha 49 Ne 
6 curvada sobre'si. 


43 


» 


» 


> 


» 


e alhures, linha 38 ketôn: não 
posso, não quero . 


linha 16 e 19 sles 
nectivo E 5 
linha 27 mutio 
» 18 pana, pan. 
» 21 koin. à 
» 36 Tambem não. 
» 47 kokux . 
» 44 ix ve vaikén neve. 
» 8 kondma. i 
» 38 e 39 Kow, kum. 
» à rômke . ; 
» 6 jantkü, kriná 
» 3 demando 
» 23 estrangeiro 
» 87 “kud mars 
» 14 na, estão . 
» 21 kuprkfimo. 
>» DO da a 6 
» 35 venharo 
» 25 panno novo 
» 1D ea ane: 
» 20 huten 
» AB e A 
» 2 Dé nasale 
» 42 esguingarda . 
» 5 Doro, kokonôn . 
» 23 kanga, ti. 


» 38 egjame. 

> + AT iguen + 
e alhures linha 28 canada 
linha 24 fon. 


» 


2 


— 386 — 
Diz 
kake. 


10 kan, de poie. 


18 quem 

26 kadno . 
50 queres . 
50 ka em’. 


36 insalubre . 


19 Ôôno to. 
7 fica doente 


40 da, desar rumado. 


41 efoke 


Leia 


. kápke 
. curvada em forma de 


pinça 


. kan, de-póie 
. On, quem 
. hádno 

. querer 

. ka, em 

. insalubre, 


sujeito a 
doença, 


são 
Con- 
. quer/a fazer. Connec- 


tivo 


. muito 

. pdna, pan 

. kótin 

. Tambem jéu 
. ko-h#x 


ix jo vaikéno no ve 


. kéndmd 

. Koi, kiién 

. romke 

. jantkiikrind 

. de mando 

. estrangeiro, ferida 
. kudmái 

. na, estao 

. kuprékfimo 

. ki ti tére 

. venharô 

. panno (novo) 
Jan 

. küten 

. gu 

. D e T são nasaes 
. espingarda 

. Doro koko nôn 

. kangá ti 

. Ono ti 


. Neste lugar, o pôvo 
é sujeito a doença 


. engjdme 
. quem 


en-hérike 


. fan 
. da, tudo-mén, 


de- 
sarrumado 


. fóke 


Pag. 


yo y 


ÿ 


MONO ME MC UM ME M 


— 387 — 


Diz Leia 
93 linha 11 foi. se PAU Lodi, “ti 
96 » 39 N e gaix. com na- 
salado . . Ne G de nh-gdix, na- 
salados 
ae 7 errou o caminho . no caminho-ki, no-na, 
esta 
97 » 16 e 17 agman, to. . agmán to 
100 » 24 ka, grummo. . ka grúmmo 
102 » 2 aspirado . . aspirado, fora o caso 
que seja precedido 
de N : então se pro- 
nuncia como em 
portuguez 
104 > 46 hadna. . hddno. 
105 » 16 kgha!. . kagh ! 
105 » 20 manda-me . empregar 
107 » ty Ra o, “Jan ha 
107 » 46 hóriske . hórike 
JOS, > GF cho . bd 
108 » 46 indicar M7 imdica 
110 » 33 da alma se separar. a alma se separa 
Mao is 4 Significa tambem 
sala . . (significa tambem 
sala ) 
RP AQ” Jem, costas . jen, parte posterior 
do braço 
113,» 24 | Eixmos . Exmá 
PES > 4 Onn te ne . On in te ne 
Pipe! M22. Enya o . Iníra 
fae) ». 29º Ingújo . Jongjó: gavião, pa- 
pagaio, corvo 
LEGS + 2 que . queria 
ie. mun al tere, fa . teré ja 
Pie To  horike:. . hürike 
Tih. > > 138 oráção:. al a ACÇÃO 
120 e albures linha 32 Janta 
buongh ERES ae . Janta buông kuprí 
121 linha 18 daquele . . aquelle 
RE rade ve, . ué, vé 
122 » 50 por. . kan, por 
123 » 13º precisão . precisäo de comer 
124 » 17 jengüt. . Jenghot 
124 » 42 Bacia. . boca 
266 3 8 kokré . sat kakKré 
127 » 40 não fica doente. . sarar 
1290 = 12 no, está ~ . 14 voltas-ro, esta 
TIS ART UE. oy. ETA quilo 
1298473002 kuxa . küxd, lua. Tambem 
alhures. 
133 » 1 vão conversar . . palavras atoa 


vo yr ÿ 


. 
[a ji bed bed co RR o ce jud 
. a 

O O 


34 linha 39 
35 1 Betto 
E 5 » 46 
58 » 40 
39 > 1 
39 » 3 
39 » a2 
39 » 33 
140 » 2 
14h =» 9 
148 » (32 
WA » 44 
TAR sow USE 
142 on Za 
1490 5 aa 
1420» 35 
149 #, 42 
143 > 6 
TAGS = ES 
143 > 45 
144 » 1 
144 » 3 
144 > 7 
144 » 8 
JA >» 12 
AZ (uti MI 
144 » 44 
AA >: ara 
144 » 48 
145 » 8 
145) > HO 
PAS pt Ronee 
VAG) vo ee 
148 » ao 
49 07 
150 » 5 
150 >» 30 
151 » 9 
151: vom 
Wal QUE 
LOT oa ak 
192 » 33 
1550 » UM 
155 » 1 
ss" dar BE 
156 » £36 
257 » 2 
157. au COR 
158 e alhures 


— 388 — 
Diz 


hadn : vergonha 
Erxmae . . 
KRaïeïje Lu ui 
bakantin, mo . 
kankútin . 
M-uaitra . 
Muan . 


Muanfé . . 
magnára . . 
hara 

BOLO Us esd 
Nnenun 


Nduru: a gar. 
kankrüve. 
neuma. 
mentain 

gau. 


e 28 yére 
fl 


Jamanhôni 
ee 


jamid . . 
Nhaa. . 
Nhahra 
Jekhfiu 


Tol nhou . 


ki na van 


Ti ni tri 

Kititi . 

ntktivi ; 
Dale AV qa as nn 
éin nós 

ninçam son 
ningreintox, aoxa 
mi kan . ; 
cabeço...mongúje 
ordenar . « . 


BO re 


Leia 


. 40 ma, vergonha 
. Eixmá to 
. Kaféje 


bakantínmo 


. kankúten 
. M-uditka 
. M-udn 

. M-uanfé 
. nagnára 
. kara 

. téie 

. Ndenúm 
. Ndúru: apagar 
. kangróve 
. nenmá 

. jentdin 

. gan 

. gére 

pit 


. Jamdn hô ni 


. jafd 

. jantd 

. Nh-géra 
. Nh-gára 
. jekfin 


. Toi-nhoú 


. ki: em, na, em a-van, 


está 


Dk mai, ting 
Se fegal 

. niktíve 

. niktíve 

. éin, nos 


ningdm 


ningréin toxd...toxd 


. in kan 

. cabega... nongúje 
. ordenhar 

. Tolíce 


kure voz, falla tolice 


IN sie de tae 
kô, bom de 
Onjekéni. . . 
traxbire "x «10! da 
Afrangrôro . . 
lankiére . « . 
ROT a 
Pan oiapra. . 
LOD, deu 
linha 36 pen ôró 


kúre: voz, falla 
cuja 

hé, bom, 
onjekréni 
trazéiro 
Afrangrôro 
lanktére: 
krin 
pandia pra 
ton 
pentôró 


Pag. 163 linha 40 


> 
> 


163 
165 
165 
169 
170 
170 
170 
Lee 
173 


> 


» 


49 

8 
EN 
11 
15 
49 
44 
15 
29 
31 
32 
18 
39 


22" O ee 
Diz 


mulheres. . + 
se cobra . 


Leia 


. gallinhas 
. as cobras 


kéma . ‘ . kémo 

kren : kanti. . kren kánti 
piniada . pintada 

en ham , ; . ên-han 
kinti . kaänti 

rog. - rog 

cabeça . cabaça 
kémo . . porco vendér kémo 
fane . já ne 

milho . . arroz 

xéro . xére 
mantkatin . matkantin 
depois . . pouco depois 
Téo us hd 

tan. . . tan, aquillo 
Re ES EE + in, in 
tankitanbera . tanktdnhera 


turuma ni taramani 


e alhures linha 7 kuxa, lua. 


linha 11 


» 


Bevwpevyryvyvvveyy 


Y Ÿ 


40 


tarren . 


turumá ni, tardmani 
küxd, lua 


. tarardn 


prep. . . posp. 
ir . ir, ante 
quor . quer 

krei . kre 
jenjre . . jengjére 
ja ne eki - jan éneki 
hott . héti 

Br te tele te ae OTR 

Aa! aban hacks had 

kama . . kemá 

fiu . . fin 

kuxma . kiixmd 

ko . . ho 

bram . ; . bra 

(, DREGE, rer . (jon, briga ) 
it Pe sa 

bounh," +. . buôngh 


vaikokenfi 


. vaikokefú 


e 46 vainlo . . . vainlô 

CUT sina LUE EC. 

jane, esta . . . jdme 

vevang . vavdngo 

ontan, onde. . . 6n tan, aquelle que 
veiketai . veiketá 

porque tomaram re- 

medio . . afim detomar remedio 


VOIRE ys. ss 
veinkliuvédnia. . 


. veinkré 


veinkrivédnia 


208 
209 » 
210 
210 » 
JL 1a > 
DAS RUE 
Bi! id 
215 » 
26 a» 
PA UGS 
2 KEINE 
218) 1 
DAME 
DD e 
Do Ao 
Pops NO 
2202 a> 
PP dE 
226 “> 
DOM > 
BUM io 
298 > 
23 » 
Piola): >. 
Dal > 
Do 5 
les 5 
236 » 
236 » 
Don eS 
237 » 
208: » 
298 0 06 
239 » 
239 » 
250, ee 
240 » 
240 » 
PAO » 
241 > 
241 . >» 
248 » 
240.2 
244 

DAA. tas 
244 » 


47 
15 

q 
23 
37 
45 


— 390 — 
Diz 


e. 208 linha 3 veinkukéxtimo. 


estão . . o 
e 16 venkmáje. 
venjutifuit . . 
mem 

kara . 

ora vem . 


k6titi . 

vexa . 

Toto 

mado 

Em o RR 
tira a saber. 
cima 


Ou SIR Estad 
tokuin tokfin 
kikaione . 
nindó jopé 
onoveka . 
Nehne 
pannos + —. 
fora ti. 
amargo 

Ei, em! à: 
bem Rs 
Ma hô pa 
buscar, kané 


jexke . 

kek. 

Nain, VEIN.) 4 ds 
taromke, cobrir. 


come 
posp. 
kanju, ti. 
Vambé 
COPO apo shale 
JOM Ro ENS 
Dôro kenon. 
jankad-üt 
Propõe-se. . . 
buünhüh . 
kube, réére. . 
kaxidn 
kantéje . + « 
kúgnóra . 

Gio. 5. any 
da, cousa. 


a 


Leia 


. veinkukxéxtimo 


vão indo 


. venkemdje 


venjutfui 


- meu 
. kara kéja 


ora väo todos, 
vem todos 
hótiti 


ora 


. vexdi 


Shri ito) 


. medo 

. Eixmán 

. (tira, a saber ) 
. encima 


1 

. toku/n, tokfin 

. kikairóne 

. nindd, jopé 

. ônove ha 

. Nhéne 

. páno, pédno 

. fora-ti 

. amargo: kajd, kajé 
. ki, prefixo 

. bom 

. Ma hô-pa 

. kané, näo tem este 


sentido 


. Jóixke 

. kéke 

. vdin, véin 

. ta, chuva-rómke, co- 


bre 


. kómo 

. prep. 

. kanjú ti 
. Vembé 


. 


copo 


. jon 

. Dôro konôn 
. jaukadôüt 

. Pospõe-se 

. budngh 

. kübü réêre 


kavidn 


. kantóje 


kúgnora 
Veingrín ki gôio 
da, tudo 


ÿ 


VV A RE TMC br -W 


245 
246 
249 
250 
252 
253 
254 


VV Y VE yw 6 


. 244 linha 44 


— 391 — 


Diz 


kukde. oe 
kankute, kanpa je. 
arengré, alengre 
tin tin ti. 
veinlo. 

em vez de or . 
foa, fu kané 

ti, ir 

jouije, ramo miudo 


Leia 
kukxé 
kankúte. Kampdje 


. alengré, alegré 

. tin, tin ti 

. veinlü 

. em vez de 6n 

. foafú kané 

. tin, ir 

jouíje (ramo miudo ) 


Tude tide . Túde, tíde 
tan. . van 

jo, nim . jo ním 
liOie . limite 
langré. . langrô 
Quer UA DRE RR . quero 
Tambem ve. . Tambem ué 
fan . . fen 

AGA . Arû 
venharo . venharó 


Bamôn, bara tin 
veinma 

hana 

vestice. 
kanjänja . 

kudjé kané . 
enke 

Oni. 7.0 

anguid 

to, gavião . 


. Bamôn. Baratin 

. ueinmá 

. háno 

. vertice 

. konjánja 

. kudjé, kané 

. enk 

ava OU 

. jongujo 

. corvo, gavião, papa- 


gaio 
Onjekrenmá. . Onjekréni ma 
kren tin . . kren ti 
aange . . odnge 
fuür . fudre 
largo . lanktére, largo 
gova : gôvo 
an . . on 
Fera . Féro 
Fjén . Ején 
tamé MEANS" o tané 
péti - pét 
Kaféi, grin. . Kaféi grin 
Kakükü . . Kakütü 
ne. ue 
boéja . . broéja 


Nhetikanhe . 
kkgüüve . 
Ajur 

moço 


. Nhetikardne 
. kagóiive 

. Ajút 

. ommittido 


Diz Leia 
Pag. 311 linha 50 Kkôtiti . . . » bôtiti 
» 320 » 15 Hkotusch .  » kotäigh 
» 320 » 20 Roney erro 
> 32 49 no pin e «MO, Bin 
2», 321 13 Comeram . . . Comeram todos: 
> Dove ND Brel, O UN LEE BATE 
» 336. » . LS possou. . . '. passou 
» 352 » MG dakisin.. .. se. akkakin 
a aD. 2»: 28 do maio |. . dó. raio 
>» 861  » 22 vainkpé . 1. .! .wvaimküpé 
>. SOS DP dO, Com 4 . um do 
A SE) END bE sy E SECTE 
DO DOD DA ANR TIR ats RER 
> (911: » 20, Kaïinvang. <i. + do Raingóne 
» 13191015 18 Mnumer0:.. 0e aero: VI 
» 2001 bs 1040 na rats re Te na 
» 380. » 50 mh, gara . . . . mh-gára 
NB.— 1 — Ketôn, parece que não significa: estar immi- 
nente, poder, querer; mas simplesmente « não ». 
2. — Ja, quando adverbio, não significa agora, presente- 
mente ; mas indica tempo passado. 
3. — Existe algum nome abstracto em Kaingang. Exem- 


plos: Momen, ma hadn: Ter medo, soffrer vergo- 
nha - hadn, soffrer - mómen, temor. 2. Kokire me: 


sinto fome — me, sinto. 


| 
« 
L 





Ensaio de grammatica Kalapó 


COPELO 


Rev. P® Antonio Maria Sala, O, P. 








Lingua dos Indios Kaiapós Brasil Central 





| 
| 








Ensaio de Grammatica Kaiapó (*) 





1.º — Convém notar o titulo do nosso modesto tra- 
balho. E’ apenas um ensaio; não será uma grammatica 
completa e definitiva. Desculpar nos-äo portanto os defeitos 
e lacunas. 

2.º — Tomámos por base observações particulares re- 
gistadas por missionarios competentes. Collecciondmos mais 
de quinhentas phrases, ouvimos nossos Indios fallarem; fo- 
mos notando aos poucos diversas particularidades e só tirá- 
mos conclusões depois de termos, minuciosa e conscienciosa- 
mente, observado factos numerosissimos. 

3.º — Para a escripturação dos nomes kaiapós servimo- 
mo-nos do excellente. « Antropos-Alphabeto » A difficuldade 
para tomar apontamentos exactos é grande: (1) um Indio por 
exemplo, pronunciará de tal modo, outro já prouunciarä dif- 
ferentemente : aquelle que vae tomando notas, mesmo já tendo 
o ouvido affeito e a lingua habituada, deixa às vezes esca- 
par um accento, ou um espirito rude -ou alguma consoante 
surda. De modo que, para chegar-se a um resultado satis- 
factorio é necessario fazer-se sobre a mesma palavra ao me- 
nos uma dezena de observações. 





(A) Este artigo não foi revisto pelo autor (N, da R, ) 


(1)— O P. Antonio Vieira (1608-1697) descreveu admiravelmente as difh- 
culdades com que têm de luctar os missionarios para comprehender os Indios: 
«Por muitas vezes, me aconteceu estar com o ouvido applicado à bocca do bar- 
baro e ainda do interprete, sem poder distinguir as syllabas, nem perceber as 
vogaes ou consoantes de que se formavam, equivocando-se a mesma lettra com 
duas ou tres semelhantes, ou compondo-se, o que é mais certo, com mistura de 
todas ellas, umas tão delgadas e subtis, outras tão duras e escabrosas, outras 
tão inteiras e escuras e mais afogadas na garganta que pronunciadas na lingua: 
outras tão estendidas e multiplicadas que não percebem os ouvidos mais que a 
confusão, sendo certo em todo o rigor que as taes linguas não se ouvem, pois 
que se não ouve dellas mais que o sonido e não palavras articuladas e huma- 
nas.» (Sermão do Espirito-Santo, prégado em São Luiz do Maranhão. T. 3). 


E” necessario tomar o barbaro a parte e estar e instar com elle muito só 
por só e muitas horas e muitos dias: é necessario trabalhar com os dedos, 
escrevendo, apontando e interpretando por acenos o que se não póde alcançar 
das palavras: é necessario trabalhar com a lingua, dobrando-a, torcendo-a e 
dando-lhe mil voltas para que chegue a pronunciar os accentos tão duros e tão 
estranhos : é necessario levantar os olhos aos céos uma e muitas vezes com a 
oração, e outras quasi com desesperação ; é necessario finalmente gemer com toda 
a alma ; gemer com o entendimento, porque em tanta escuridade não vê sahida; 
gemer com a memoria, porque em tanta variedade não acha firmeza; e gemer 
até com a vontade, porque no aperto de tanta difficuldade desfallece e quasi 
desmaia. (Sermão da Epiphania prégado em Lisbôa a 6 de Janeiro de 1662). 


— 396 — 


4.º — Os Kaiapós (1) cuja lingua estudämos são os 
commumente designados pelo nome de Caiapós do Norte. 
Acham-se divididos em duas povoações. Ha tres annos, uns 
habitavam nas margens do rio Arraias, 03 outros nas do rio 
Páu d'Arco. Actualmente estão morando à beira das Ar- 
raias, uns para cima do ponto em que a estrada do Novo 
Horizonte atravessa o rio, e outros para baixo. Em que pa- 
ragens habitarão elles no anno vindouro? Apressein-se os 
ethnologos. Daqui ha dez ou vinte annos a raça talvez já 
tenha desapparecido. 


Para clareza da exposição servir-nos-hemos das divi- 
sões ordinarias das grammaticas. Trataremos successivamente : 


1 — DA PHONOLOGIA 
6 


2 — DA TAXINOMIA 
3 — DA SYNTAXE 





(2) Donde lhes vem este nome de Kaiapés? Já no reinado de D. Maria I 
(1777--1816) os Kaiapós do Sul eram conhecidos por este nome. (Cf. Aug. de 
St. Hilaire « Viagem ás nascentes do S, Francisco e ao Estado de Goyaz», 1524, 
Cf. Martius, etc. 


Os KEaiapós entre si dão-se o nome de «Meibenokre» (homens valorosos 
os Carajás appelidam-nos de «Kradaü». 


e 


= 


I-PHONOLOGIA 


O effectivo phonetico da lingua kaiapó estabelece-se 
da maneira seguinte : 


Vogaes 
| AS u 
a) e is) 
0) e. 0 . 
q €,00,1 aa 
a 


Kgè) 
tds) Erez 
EMA 
p- b. m. 
O accento tonico geralmente, se acha no fim da pa- 


lavra, de sorte que, só indicaremos o accento nas palavras 
escriptas, quando fizerem excepçao à regra. 





(1) O espirito que collocamos antes de certas palavras serve para repre- 
sentar o som «g» muito surdo. 


I1— TAXINOMIA 


Ha nove partes do discurso: Nome, artigo, adjectivo, 
pronome, verbo, adverbio, preposição, conjuncgao, interjeição. 


1.º - NOME ; 


O nome póde ser commum ou proprio. 
A — Nome commum. — Ex. : 


Abäm, pae | kuka, semblante 
niri, mãe | néakre, nariz 

and, mãe niakrekre, narinas 
krã, filho ama, orelha 

kra, cabeça jua, dente 

diunu, pae kvkre, casa 

ama, queixo ko, cacete 

pa. braço mut, sol 

juje, arco na, chuva 

kurua, flexa puka, terra 


B. Genero. — Propriamente fallando, só ha genero 
para os sêres animados; distingue-se o macho e a femea. 
Todos os demais nomes de arvores, de mineraes, de rics, de 
cousas são neutros 


O. Numero. — Tudo é indeterminado. Ex.: um me- 
nino, meoprire; meninos, meoprire. 


D. Nome proprio. — (1) — Os Kaiapós formam seus 
nomes proprios com nomes communs. Os modos de formação 
são multiplos. 

Tiram-nos 1.º Dos nomes de animaes. Ex.: wako, 
maki, krokrokie, especie de esquilo. 

2.º Dos nomes de membros de animaes, Ex.: kapra- 
pa, pata de jaboti, kapra-k cti, cabeça de jaboti, mekra, 
cabeça de jacaré; miko, pelle de jacaré, ok-/, osso de ave 
de rapina, rop-jua, dente de onça ete. 

3.° Dos nomes designando um estado em que se acham 
animaes. Ex.: kukreit kain, anta amarrada. 





(1) Não é aqui o lugar de tratar a questão sob o ponto de vista 
ethnologico. Quem dá o nome á criança ? Quando se lh'o da? Quem é que 
determina a escolha de tal ou tal nome? Quantos nomes têm cada individuo ? 
etc... 


PRET = 


am 


| 


= 


O a i e» mo et a 


— 399 — 


4.º Dos nomes de arvores de plantas. Ex.: boi--krat, 
herva. 

5.º Dos nomes de cousas. Ex.: Æurua--puji, uma 
flécha, Æurua-nibo, fiécha envergada. 

6.º Dos nomes que exprimem acções. Ex.: jujeno, 
levanta teu arco, kakoru, elle toca trombeta, etc. 

E’ o caso de dizer-se que fazem flécha de todo pão e 
que inventam todas as combinações possiveis 

Uma particularidade interessante é ouvil-os dar o nome 
a certos objectos que vêm pela primeira vez. 

Um guarda chuva tornar-se-a niep à ara, aza de mor- 
cego; os oculos, nokam kot, ferro que se põe nos olhos ; 
um annel, mkra kam kot, terro na mão. Uma rolha ficou 
sendo «a cabeça da garrafa », um gramophone, um harmo- 


nium, « ferro que canta >. 
E. Grãau. - Formam-se os diminuitivos accrescentan- 


do-se ao substantivo o suffixo re Ex.: diunu, pae, diwnure, 


paesinho. 
Acrescentam tambem depo's de certos nomes os suffi- 
xos a, e. Ex.: diunua, neri. mãe; dimune, niriua, mãesinha. 
Formam-se os augmentativos accrescentando-se o sufh- 
xo ti. Ex.: kra, cabeça; irati, cabeção. 


2.º — O ARTIGO 


Propriamente fallando não existe artigo em kaiapó. 
Comtudo, quando se quer determinar uma cousa, um facto, 
uma pessoa emprega-se a palavra tu. Seria mais razoavel, 
talvez classifical-o como uma especie de adjectivo demons- 
trativo. Ex.: O menino de quem fallâmos, que estaes 


vendo | tu meoprire. 
As vezes tambem faz o papel do artigo esperanto la. 


8.º — O ADJECTIVO 


A... Qualificativo. — Não concorda com o nome, nem 
em genero, nem em numero. Pode-se distinguir qualifica- 
tivos simples e qualificativos compostos. 


Exemplos de qualificativos simples : 


met, bom, bonito | juakini, ladrão 
oùt, forte kubeget, velho 
kane, doente eni, mentiroso 
prik, grande 


Exemplos de qualificativos compostos : 


kabe krok, gago krat kut, coxo 

no ngru, cego nibum tu, corcunda 
noi kie ngru, zarolho | kra keket, louco 
pa-i addu, maneta kabe ket, mudo 


iamakre ket, surdo 


— 400 — 


B... Grão. — Para indicar o comparativo, os Kaiapós 
empregam uma periphrase Tu és maior que eu 
ga (n) ga prik, buban ne ba à pri. 
Ao pé da lettra: Tu grande, porém eu pequeno. 
O superlativo forma-se pelo acerescimo do adverbio 
acue : met, bom; acue met, optimo. 


Quando querem dar mais força ao superlativo, repetem 
o adjectivo. Ex.: acue met met, excessivamente bello. 


O... Possessivos 
ino juje, meu arco 
ano kikre, tua casa 
ano kurua, sua flécha 
guaiabano ko, nosso cacete 
guaiabano rop--pre, vosso cachorro 
arino kilri, suas casas. 


D... Não empregam adjectivos demonstrativos. Ser- 
vem-se da particula tu, para determinarem mais especial- 
mente um objecto. 


E... Adjectivos indefinitos. 


kunz, tudo ; 

kumet, muito; 
om quo, outro ; 
ngrire, pouco. 


F... Adjectivos numeraes. Só existem os cardinaes 


pudi, um 
amaikrut, dois 
amaikrut-à keket, tres 
amaikrut amazkrut, quatro 
amaikrut amaikrut-2 keket, cinco 
amaikrut amaikrut amaikrut, seis 
Não sabem contar dahi para deante. Os Karajás, seus 
visinhos contam até vinte. 


4º —O PRONOME 


A.... Pronome pessoal 


Eu. (ba) kane, eu estou doente 

acue (à) met, eu sou muito bonito. 
Tu (ga) prire, tu és pequeno 

acue (a) prik, tu és muito grande. 


Bille. ella (amu) kane, elle ou ella está doente. 

7 { (ama) punu, elle ou ella é feia. 

Nés 14 guiaba) kane ou (amguaiba ) kane, nós es- 
3 { tamos doentes. 


— 401 — 


Vos { (amura, ire, vos sois magros. 


Elles, ellas (ari) jua, elles estão se banhando. 


Como acima se notou ha duas ífórmas de pronomes 
pessoaes. Parece que a euphonia só é a regra a seguir-se 
no emprego destas formas. 


B. . . Pronomes demonstrativos: 
tam ia, este, esta | tan ia, aquelle, aquella 


No plural os pronomes conservam-se tambem invariaveis. 


O. . . Pronomes possessivos : 


Ba-noia, o meu guiaba noia, o nosso 
bu noia, o teu joara-noia, o vosso 
bw tania, noia, o seu Joara-noia, o seu 


No plural estes pronomes ficam tambem invariaveis. 


D. . . Pronomes indefinitos, relativos, interrogativos : 


Kuni, todo, todos kati, nada 
tu mo?, que cousa ? tu nium?, quem’ de quem ? 


tu ma?, quanto ? para quem ? 
nuna ?, quanto ? 


Exemplos : 
tu nium kra?, de quem é filho ? 
nuna à à kurua?, quantas flexas tem elle? 


nuna poi ?, Quanto custa isso ? 
tu nia & ia krare?, Quantos filhos tendes ? 
5.º — O VERBO 


Só existem tres modos e tres tempos; o infinito, o in- 
dicativo e o imperativo; o presente, o passado e o futuro, 


Os modos 


A... -Ocinímito : 


Kuma, temer nabi, subir 

tu, morrer emt, cobrir 
amin, enfeitar-se amju, esconder-se 
onua, ferir “po, partir 
amua, seguir apto, escarrar 
omu, vêr kak, tossir 
muite, fugir eni, mentir 
amikakrure pentear-se ikoaie, vestir-se 


qua, descer kakie, rachar 


Le AOD 


B. .. O indicativo: 


O verbo fica invariavel no indicativo ; só se distinguem 
as pessoas pelo emprego dos pronomes pessoaes. Existe uma 
forma do indicativo. presente que corresponde ä forma por- 
tugueza « estou fazendo » : 


ne-bam kum kra ike oja, estou cortando os cabellos. 
tw moina ga oja?, que estás fazendo ? ( actual- 
mente no momento em que fallo ). 
Esta forma é caracterisada pelo accrescimo da palavra 
oja. 
O... O imperativo tem duas formas: 
a) a forma familiar que é nem mais nem menos o in— 


finito e que se distingue na conversação, pela simples into-" 
nação da voz. 


b) a forma regular que se compõe do verbo e da pa- 
lavra amu. 


Exemples: amuabi, sóbe; amu apto, escarra; amar 
miute, fóge. 
Os tempos 


D... O presente se designa pela fórma ordinaria de 
verbo. 


E... O passado se reconhece pelo emprego da for— 
mula a rum na que no estylo familiar é abreviado ora em 
arum ora em na. 

Dahi tres fórmas ha para indicar o passado : 

a rum na— arum — na ~ 


Ex.: arum na juje amikuin, o arco’ quebrou-se. 
F... O futuro emprega a formula gota. Ex.: bo 
jujé goia kwin, eu quebrei o arco. 


6.0 — ADVERBIO 


A. ++ De lugar: 


jai, aqui niari,. la 

koi ma, rio acima apari-ma, rio abaixo. 
kan, dentro kapot kan, fora 
uarema, deante kateri, atraz 
taumaia, perto onia, longe 


B.:.. De tempo: 


krura, hoje akaatélée, amanhã 
one, agora pruro, cedo 
anubeit, depressa 


— 403 — 
C. .. De quantidade : 


aite, mais aie jd, chega 
kumet, muito ngrige, pouco 


D. .. De affirmação: 


tua, sim (1) kati, nada 
no, não arambri, certamente 
ket, nada 


Notam-se tres adverbios de negação — no, é a negação 
simples; ket se emprega quasi sempre com outra palavra. 
Ex.: Não ha peixe, {ep ket — peixe, não. 

O modo de negação mais energico é esse; nom et, de 
nenhum modo. 


7.0 — PREPOSIÇÃO 


A principal preposição, é a preposição kam que signi- 
fica: em, sobre, por, em casa de, para; colloca-se depois do 
complemento. Ex.: Xikre kan na casa. 

Ha excepções a esta regra, exigidas em particular pe- 
las regras da euphonia. Ex.: Vou ao Pará ( Belem ) ba ham, 
Pará mo. 


8.º — CONJUNCÇÃO 


A principal conjuneçäo é me, colloca-se tambem de- 
pois do nome que ella deve ligar a outro. Ex.. dot éuruti 
me kuoro me batatas e bananas e mandioca. 


9.º — INTERJEIÇÃO 
As principaes interjeições são gok, pok; bok ; exprimem 


ora a admiração, c desejo, o prazer, ora a aversão, etc. . de- 
pende da intonação da voz. 





(1) As mulheres pronunciam «uã». Porque? Será por indolencia ? 
Habito já adquirido e conservado por tradição? Nao achamos entre os Kaia 
pós mma lingua feminina particular, como julgaram achar entre os Carajás. 
Um modo differente de pronunciar não constitue uma lingua. 


HI— SYINTAXE (1) 


1.º O complemento determinativo do nome põe-se sem- 
pre depois do nome. Ex: mi kra, a cabeça do jacaré ( mi, 
jacaré, kra cabeça): rob jua o dente da onça. (rob onça, 
qua dente ). 

2.º O adjectivo se colloca sempre depois do nome que 
elle qualifica. 

3.º O objecto de uma acção se põe sempre antes do 
sejeito e verbo: kukrizt meo kubi o homem matou a anta 
(kukriit anta, meo homem, kubi matar ); amu kukrizt uabi 
mata esta anta. ( Julriit anta, amuabi mata. ) 

4.º Regras de euphonia. (2) Entre certas palavras que 
se chocam e torna dura a elocução colloca-se uma vogal ou 
uma consoante que torna a pronuncia mais suave. 

Parece que não ha regra fixa para o emprego de tal 
ou tal vogal, de tal ou tal consoante. 

Vogaes euphonicas 7, o, u. 

Consoantes euphonicas m, n, p, 0. 

Podem-se ver exemplos nas phrases Kaiapos que citamos 
no fim deste opusculo. 

5.° Algumas considerações geraes. ~ 

Na conversação os Kaiapós supprimem as syllabas. 

E o que augmenta a difficuldade de entendel-os. 

Acontece as vezes que n'uma phrase de dez palavras, 
cinco são truncadas. 

Encontram-se poucos nomes extrangeiros. Da lingua 
Carajá só encontramos uarukoko (3) cachimbo, ibim, mau. 

Da lingua guarany encontramos atorore especie de jahà 
(crypturus sui ). 





(1) Um excellente meio de interar-se das regras da syntaxe kaiapó é 
escutar os Indios fallarem o portuguez. As palavras são portuguezas, a syntaxe 
é caiapó, Não dizem elles? O gamo comeu a onça, O capim pastou o 
veado, etc, 


(2) Essas regras são rigorosameute observadas, Os Kaiapós, chamam 
por zombaria de “Carajás"' os extrangeiros que não ás observam. 


. (3) A respeito desse nome não se pode saber bem se é de origem 
Carajá ou Kaiapó. 





| 
1 
| 


VOCABULARIO 


PORTUGUEZ 
Partes do corpo 


Lingua 

Bocca 

Labio superior 

Labio inferior 

Dente 

Nariz 

Narinas . 

Olho 

Orelha 

Agulheiro da ore- 
lha 

Orificio do 
auditivo 

Fronte 

Cabeça 

Craneo 

Cabello 

Sobrancelhas 

Pestanas 

Barbas 

Bochecha 

Hombro 

Braço superior 

Antebraço 

Cotovello 

Mão 

Dorso da mão 

Palma da mão 

Dedo 

Dedo pollegar 

Dedo mediano 

Dedo annular 

Dedo minimo 

Unha 

Perna 

Parte superior da 
coxa 


ducto 





FRANCEZ 
Parties du corps 


Langue 

Bouche 

Lèvre sapérieure 
Lèvre inférieure 
Dent 

Nez 

Narines 

Oeil 

Oreille 


Trou de l'oreille 

Orifice du canal 
auditif 

Front 

Tête 

Crâne 

Cheveux 

Sourcils 

Cils 

Barbe 

Joue 

Epaule 

Bras 

Avant-bras 

Coude 

Main 

Dos de la main 

Paume de la main 

Doigt 

Pouce 

Doigt du milieu 

Doigt annulaire 

Petit doigt 

Ongle 


Jambe 


Cuisse 


KAIAPÓ 


inoto 
iaikua 
ikruot ko 
iako 

ijua 
niakre 
niakrekre 
inno 
iamak 


borijua 


iamakrekre 


inine 
inikrei 
ipakrat 
ipanot 
ipanop 
inikra 
irkraibum 
ikrakrat 
nikra 
ikrã 
ikratekumokra 
ikraatona 
ikratano-o 
nikop 


aa 
no 


ikie 


PORTUGUEZ 


Partes do corpo 


Joelho 

Pé 

Dorso do pé 
Planta do pé 
Calcanhar 


Dedo do pé 
Unha do pé 


Unha do cervo 


Corpo 
Cadaver 
Colo 
Pescoço 
Garganta 
Axilla 
Omoplata 
Costelletas 
Peito 
Mamelão 
Teta 


Seio ( mulher ) 
Ubre ( de animal) 


Ventre 
*Umbigo 


Cordäo umbilical 


Espaduas 


Pelle 


Pelle ( vellosa ) 


Osso 
Sangue 
Veia 
Pulso 
Carne 
Coraçäo 
Figado 
Pulmäo 
Estomago 
Tripa 
Saliva 
Urina 


Suor 
Lagrima 
Excremento 
Halito 

Bico 


— 406 — 


FRANCEZ 


Parties du corps 


Genou 


Pied 


Dos du pied 


Plant 


e du pied 


Talon 


Orteil 

Ongle du pied 
Sabot du cerf 
Corps 
Cadavre 


Col 
Cou 


Gorge 
Aisselle 
Omoplate 


Côtes 
Poitrine 
Mamelon 


Mamelle 


» 


Pis 


( femme ) 


Ventre 
Nombril 


Cordon ombilical 


Epaules 


Fesses 


Peau 


Peau 
DE 


( poilue ) 


Sang. 


Veine 
Pouls 
Chair 
Coeur 


Foie 


Poumon 
Estomac 
Boyau 


Saliv 


e 


Urine 


Sueur 
Larme 
Excrément 
Haleine 


Bec 


KAIAPÓ 


ikokra 
pari 
iparibum 
iparinopkre 
iparikrat 
iparikra 
iparikop 
niajono 
ini 

natu 
inokré-nu 
imut 
inokré-ni 
ierakre 
ijukeit 
inokua 
inokot 
inomekra 
iko 
inomiekrã 
kokã-o 
inin 

inot 

not 
inikre-i 
itokreni 
hi 

0 

i 

kamro 
ikujek 
itotok 

ini 
inanoro iagot 
ima 
iborikaikrut 
itu 

ikrajo 
apto 

ho 

iago 

no kãgo 
ni 

baako 
akruotu 


Le) ae 
PORTUGUEZ FRANCEZ 


Elementos e natureza Éléments et nature 


Agua Eau 

Rio Fleuve 
Ribeiro Rivière 
Fogo Feu 
Fumo Fumée 
Cinza ‘Cendre 
Chuva Pluie 
Nuvem Nuage 
‘Orvalho Rosée 
Vento Vent 
“Tempestade Tempête 
Relampago Eclair 
“Trovão Tonnerre 
Arco-iris Arc-en-ciel 
Sol E Soleil 


Sombra (de gente) ‘Ombre (des gens) 

Sombra (das cou- 
sas ) 

Sol nascente 

Sol de meio dia 


Ombre (des choses) 
Soleil levant | 
Soleil du midi 


Sol poente Soleil couchant 
Norte Nord 
Sul Sud 
Leste Lest 
Oeste ‘Ouest 
Estaçäo das chu- 

vas Saison des pluies 
Estação da secca Saison aride 
Dia Jour 
Noite Nuit 
Manhã Matin 
Lua Lune 
Lua nova Nouvelle lune 
Lua cheia Pleine lune 


Eclipse de lune 


Eclipse da lua 
Eclipse de soleil 


Eclipse do sol 


Estrella Etoile 

Pleiades (as sete 
cabrinhas ) Pléiades 

Estrada ou carrei- ‘Chemin de S. Ja- 
ro de Santiago cques 

Solo Sol 

Terra Terre A 

Campo ‘Champ 


KAIAPO 


uo 
pari 
pakreti 
kuo 
kuo-kum 


kakrä 

attoro 

kokre 

kok jabere toid 
nanajie-ne 
nanakrikri 

Juo oiti 

mut 

ikaro 


amukra 

mut kato 

arumna kaikua po- 
kri mut 

arumna mu kriin 

kaikua iamak 

kaikua iamak 

mut apuijo 

mut niejo 


no 


naipokri 

ameipokri 

arumna kati 

arumna kamo 

arumna kaikua kam- 
bri 

mutturu o 

mutturug nu 

mutturug ti 

arumna mutturuô tu 

arumna muttuu 

kanieti (pequena) 

umaioroti (grande) 


ngrot 


moigro 
puka 
puka 
kapot 


PORTUGUEZ 
Elementos e natureza 


Planicie 

Caminho 

Picada 

Selva, matto 

Morro pelado 

Carrascal 

Outeiro 

Pedrisco 

Serra 

Morrcte 

Caverna 

Ilha 

Thota 

Praia, costa 

Areia 

Pedra 

Ferro 

Ouro ( não tem no- 
me ) 

Prata 

Cobre 


Casas, utensilios, al- 
deia 


Casa 
Cumieira 
Porta 
Parede 


Almofada 

Banquinho 

Maca, rêde de al- 
godão 

Maca, réde de fi- 
bras 


Panno 
Forquilha 
Travessa 
Caibro 
Fuso 

Fio 


Cesta para viveres 
Peneira para a fa- 


rinha 
Isca 


— 408 — 
FRANCEZ 
Eléments et nature 


Plaine 
Chemin 
Sentier 
Forêt 

Mont pelé 
Fourré 
Monticule 
Petits cailloux 
Chaine 

Petit mont 
Caverne 

Ile 

Dôt 

Plage, rivage 
Sable 

Pierre 

Fer 


KAIAPO: 


ipokri kapot: 


ikiekei e 
borikopti 
ikeine 
ko no 
krãi 

krã iagot: 
inpuore 
apeiti 
apeit 
pukatingrü: 
pukati 
ke 

koit 


Or (n’a pas de nom) 


Argent 
Cuivre 


Maison, ustensiles, ha- 
meau 


Maison 
Faite 
Porte 

Mur 
Coussin 
Petit bane 


Hamae de coton 


Hamac de fibres 

Étoffe 

Fourche 

Traverse 

Chevron 

Fuseau 

Fil 

Corbeille pour vi- 
vres 


Tamis 
Amorce 


mekurujo 
koit 


Kribé 


kikre 

ikokokot 

kkre ie kukekre: 
Ó 

kren aparijo 
krijo 


kajoni beputui 


ujeje beputu, 
kajot 

pari 
kiinorojo. 
pi-ie 
kurua-no. 
kajot 


kaitkok 


juükapijo, 
roro 


PORTUGUEZ 


Casas, utensilios, al- 
deia 
Cesto (para guar- 
dar milho, man- 
dioca) 
Cesto (para guar- 
dar comida) 


Cesto (para trans- 
portar os obje- 
ctos de viagem) 

Patrona 

Cesto (para guar- 
dar pennas) 

Esteira (de palha 
de bacaba) 

Esteira de palha 
de burity 

Pãos para produ- 
zir fogo 

a) Pão superior 

b) Pão inferior 

Folle 

Cabaça para beber 

Cabaça para botar 
Ossos 

Pennasmiudas, 

Cabaça para pen- 
nugem 

Panella 

Cuité 

Cabacinha 

Cuia 


Colher 

Machado 

Folha do machado 

Machado de pedra 

Enxada 

Cavador 

Faca 

Instrumento para 
furar (espinho 
de tucum ) 

Instrumento para 
cortar ( dente de 
piranha ) 

Pedra de afiar 


— 409 — 
FRANCEZ 


Maison, ustensiles, ha- 
meau 


Corbeille (pour 
mettre du mais, 
du manioc) 

Corbeille (seule- 


ment pour gar- : 


der de quoi man- 
ger 

Corbeille ( pour por- 
ter les objets de 
voyage ) 

Giberne 

Corbeille ( pour con- 


KAIAPO 
Kribé 


kaigre 


kaitkok 


kait kum (e) net 


rara 


server des plumes ) rere kopro 


Natte ( de paille de 
bacaba ) 

Natte de paille de 
burity 

Bois pour produire 
le feu 

a) Bois supérieur 

b) Bois inférieur 

Souflet 

Calebasse pour boire 

Calebasse pour 
mettre des os 

de petites plumes, 

Calebasse pour du- 
vet 

Poêle 

Sorte de calebasse 

Petite calebasse 

Fruit de callebas- 
sier ( sec et vidé) 

Cuillère 

Hache 

Lame de la hache 

Hache de pierre 

Houe 

Pioche 

Couteau 

Instrument perfo- 
rant (épine de 


tucum ) 
Instrument tran- 

chant (dent de 

piranha ) 


Pierre 4 aiguiser 


kupip kokti 


kupip kumenet 


roro 

put-ore 

rore 

kumakaribe 
uokon 


uokon nikat 


jo uo jo 
nuoi 
uotoid 
ongrejo 


kurüjo 

omono kurüjo 
kra me) 

na jua 

kot jua 
purure 
kikrékrejo 
kotuagri 


roikokreñi 


gop 
ken kokrajie 


PORTUGUEZ 
Barcos e armas 


3arco de cortiça 
( uba ) 

Barco de madeira 
( canôa ) 

Montaria 

Vapor 

Remo 

Leme 


Arco 

Corda do arco 

Frecha 

Frecha com ponta 
de taquara 

Frecha com ponta 
de osso 

Lança 

Anzol 

Espingarda 

Espoleta 


Vestidos 


Pente 
Mascara 
Maraca 
Baile 
Canto 
Festim 
Boneca 


Familia etc, 


Homem 

Gente 

Marido 

Pae 

Sogro ( pae do ma- 
rido ) 

Sogro  pae da mu- 
lher ) 

Mãe 

Homem que tem 
filhos 

Rapaz 

Sogra (mãe do ma- 
rido ) 

Sogra (mãe da mu- 
lher ) 


— 410 — 
FRANCEZ 


Barques et armes 


Barque d'écorce 


Canot 
Embarcation 
Bateau à vapeur 
Rame 

Gouvernail 


Are 

Corde de Varc 

Fléche 

Fléche avec pointe 
de taquara 

Fléche a pointe 
d'os 

Lance 

Hameçon 

Fusil 

Capsule 


Hakits 


Peigne 
Masque 
Maracá 
Bal 
Chant 
Festin 
Poupée 


Famille etc, 


Homme 

Gens 

Mari 

Pére 

Beau-pére ( pére du 
mari ) 

Beau-pére ( pére de 
la femme ) 

Mére 

Homme qui a des 
enfants 

Jeune homme 

Belle-mére ( du ma- 


ri) 
Belle-mére (de la 
femme ) 


KAIAPÓ 


ko 

ko 

ko kamo kuô 
kopore 

kokratei kam o ka- 
kejo 

Juje 

Juje-je 

Kurua 


po 


Kurua fi kop 
ropi 

tep arijo 
katogre 
katégre amak 


pijoare 
kumarina 
otoid 

metoro 
ngrere 
meôdkukre 
nud mekarû 


arabatoid 
mco 

amiei 

abam 
parmareñiet 


imônet 
Jui 


mekrare 
meroroni 


pamerenet 


poponet 


ni. 


PORTUGUEZ 
Familia ete. 


Criança 
Genro - 
Neto 

Irmão 
Irmão primogenito 
Caçula 
Cunhado 
Irmã 

Irmã primogenita 
Cunhada 
Mulher 
Esposa 
Moça 

Filha 

Nora 

Neta 

Viuva 

Tio paterno 
Tio materno 
Compadre 
Comadre 
Tia paterna 
Tia materna 
Sobrinho 
Sobrinha 
Velho 
Velha 
Primo 

Avô paterno 


Avô materno 
Avó paterna 
Avó materna 


Casa dos bailes 
Chefe 

Branco 

Negro 

Indio 


Medicina, religião 


Medico 
Remedio 
Doença 
Tabaco 


— 411 — 
FRANCEZ 
Pamille ete, 


Enfant 

Geudre 
Petit-fils 
Frère 

Frère aîné 
Dernier né 
Beau-frére 
Soeur 

Soeur aînée 
Belle-soeur 
Femme 
E’pouse 

Jeune fille 
Fille 

Bru 

Petite fille 
Veuve 

Oncle paternel 
Oncle maternel 
Compère 
Commère 
Tante paternelle 
Tante maternelle 
Neveu 

Nièce 

Vieux 

Vieille 

Cousin 


Aieul (père du pè- 


re ) 

Aieul ( pére de la 
mère ) 

Aieule (mére du 
père ) 

Aieule ( mère de la 
mère ) 

Maison des bals 

Chef 

Blanc 

Nègre 

Indien 


Médecine, religion 


Médecin 
Reméde 
Maladie 
Tabac 


KAIAPÓ 


meprire 
krotko 
itomjuo 

tom 

kateua 
kutapure 
ikrotko 

aoit 

kuteua 

popoi 

ni 

prô 

kurerere 

kra 

krañure 
tonjuo 
bicangri 
diunua kam o 
niriua kam o 
kromjuô 
kromñet 
diunua kanikuoi 
niriua kanikuoi 
kranno 
kranure 
mekbeñet 
mekbeinet 
itonjuô 


kuatui 
anakuatui 
inet 


nirinã 
urukuamkam 
kute meô 
kokajo 
kotuk 
mekoket 


uaiiga 
pijo 
kane 
kariño 


PORTUGUEZ 


Medicina, religião 


SAMI 
FRANCEZ 


Médicine, religion 


Cachimbo 
Charuto 
Rapé 
Phantasma 
Sombra 
Nome 
Imagem 
Palavra 
Somno 


Numeros 


Um 
Dois 
Tres 
Quatro 


Cinco 
Seis 
Muito 


Pronomes 


Ella 

Nos dois 
Nós tres 
Vós dois 
Vos tres 


Todos 
Este 
Aquelle 
Outros 


Adejectivos 


Grande 
Pequeno 
Alto 
Fundo 
Longo 
Gordo 
Magro 


Pipe 

Cigarre 

Tabac à priser 
Fantôme 
Ombre 

Nom 

Image 

Parole 
Sommeil 


Nombres 
Un 


Deux 
Trois 
Quatre 


Cinq 
Six 
Beaucoup 


Pronoms 


Je 

Tu 

Il 

Elle 

Nous deux 
Nous trois 
Vous deux 
Vous trois 


Tous 
Celui-ci 
Celui-la 
Autres 


Adjectifs 


Grand 
Petit 
Haut 
Profond 
Long 
Gras 
Maigre 


KAIAPO 


uarikoko 
kariño ipeit 
karino bei 
nominomaikure 
ikarô 

ii 

karo 

mekabe 
inonjua 


putire 

amaikrut 

ikieket 

amaikrukt amai- 
krukt 


amaikrukt amai- 
krukt ikieket 
amaikrukt amai- 


krukt amaikrukt 
atue kumet 


ba 

ga 

temua 

tamio 

tu guaiba 

tu guaiba 

ga me tamia me 

ga me tamia me 
tamnia me 

arakuni 

tamnia 

tamuia 

ari O juo 


atue rat 
amgrire 
prik 
ubom 
prik 

rat 

ire 


PORTUGUEZ 
Adjectivos 


Ligeiro 
Velho 
Feio 
Quente 
Secco 
Podre 
Doente 
Morto 
Cego 
Mudo 
Coxo 
Gravida 
Bom 
Tonto 
Mão 
Valente 
Cobarde 


Cores 


Branco 
Preto 
Escuro 
Sujo 
Vermelho 
Azul 


Tempo 


Hontem 
Ante-hontem 
Amanhã 

Depois d'amanhã 
Hoje 

Sempre 

Agora ~ 

Logo 


Lugar 


A” direita 

A’ esquerda 

Cá, aqui 
Proximo 

Longe, ao longe 
Para lá 

Para cá 
Adeante 


AND ve 
FRANCEZ 
Adjectifs 


Agile 
Vieux 
Laid 
Chaud 
Sec 
Pourri 
Malade 
Mort 
Aveugle 
Muet 
Boiteux 
Enceinte 
Bon 
E'tourdi 
Mauvais 
Vaillant 
Lâche 


Couleurs 


Blane 
Noir 
Sombre 
Sale 
Rouge 
Bleu 


Temps 


Hier 

Avant hier 
Demain 
Aprés-demain 
Aujourd'hui 
Toujours 
Mainterant 
Bientôt 


Lieu 


À droite 
-- gauche 
Ici 

Près de 
Au loin 
Au delà 
En deçã 
En avant 


KAIAPÓ 


amibeit 
kubenguet 
punu 
kagro 
amet 

kro 

kane 

arum na tu 
nojgro 
Kaben ket 
te ket 
arumna on 
met 

bibaj 

okri 

okri 

mare 


aka 
tuk 
kotuk 
tuk 


kambrik 
gragra 


a akati à 
amu akati à 
akatibe 
amuia à 
hia kam à 
kuni à 
one 

one 


ubok 

iu 

nia) 
tamnaia 
onia 

onia amu 
am (e) re 
ma 


PORTUGUEZ 


Lugar 


Para traz 
Arriba 
Sobre 
Debaixo 
Fóra 
Dentro 
Sim 

Não 
Talvez 


Verbos 


Trabalhar 
Respirar 
Levantar-se 
Atar 
Ficar 
(Queimar 
Trazer 
Pensar 
Comer 
Cahir 
Voar 
Correr 
Temer 
Bocejar 
Dar 

Parir 
Agarrar, tomar 
Bater 
Ouvir 

Ter fome 
Tossir 
Defecar 


Mascar 
Rastear 
Rir 
Pintar 
Costurar 
Espirrar 
Ourinar 
Cheirar 
Remar 
Chamar 
Vêr 
Estar sentado 


— 414 — 
FRANCEZ 


Lieu 


En arrière 
En haut 
Sur 

En bas 
Dehors 
Dedans 
Oui 

Non 
Peut-être 


Verbes 


Travailler 
Respirer 
Se lever 
Attacher 
Rester 
Brúler 
Porter 
Penser 
Manger 
Tomber 
Voler 
Courir 
Craindre 
Bailler 
Donner 
Accoucher 
Prendre 
Battre 
Entendre 
Avoir faim 
Tousser 


E'vacuer les excre- 


ments 
Macher 


Suivre à la piste 


Rire 
Peindre 
Coûdre 
E'ternuer 
Uriner 
Flairer 
Ramer 
Appeler 
Voir 

Etre assis 


KAIAPÓ 


oniabum 
koima 

ibu 

krakri 
katou 

kajuo jkam 
tuã 

no 

tukon 


goia peit 
ijakoro 
kaimoja 
kubäto 
uaija 
cere 
amoro 
go pajum 
kukre 
tu 

to 

pron 
iman 
akiere 
amu 

ruô 
amoitu 
amutak 
kuma 
inore 
kari 
ikuo 


kamña 
pore 
kekei 
krori 
kai 
avi 
itu 
kro 
mo ure 
makia 
omu 
ho 


PORTUGUEZ 
Verbos 


Dormir 
Afiar 
Tatuar 
Matar 
Estar triste 
Beber 
Espreitar 
Crescer 
Tecer 
Chorar 
Deitar 
Contar 
Mostrar 
Vamos ! 


PORTUGUEZ 


Mammiferos 


Macaco prego 
Macaco de cheiro 


Cuxiú 

Macacão 

Macaco da noite 

Sahuim branco 

Guariba de mão 
branca 

Morcegos 

Onça preta 

Onça pintada 

Onça vermelha 

Cão 

Raposa 

Guará 


Coati de bando 
Lontra 


Coandú 


A is) re 


FRANCEZ KAIAPÓ 
Verbes 

Dormir ngre 

Aiguiser nägri 

Tatuer kiori 

Tuer kubi 

Etre triste jumari 

Boire ikon 

Filer kajot kigre 

Croitre prik ane 

Tissser kajot ipei oja 

Pleurer amui 

Coucher no 

Compter abenakre 

Montrer kumakre 

Allons! guai on 

mr NOMES x , 

FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO 
Mammiféres 
Singe Cebus libidinosus Kukoi 


Chauve- 
souris 


Jaguar 


Chien 

Renard 

Loup du 
Brésil 


Coati 
Loutre 


Saimiris sciurea. L. Kukoi pa 


Pithecia satanas 


Aotus trivirgatus 
( Humboldt. ) 
Callithrix mela- 

nura, E. Geoffr 
Alouata belzebub 


Felis onssa (var 
preta L.) 

Felis onssa L. 

Felis concolor L. 

Canis 

Canis 


Canis jubatus 
Desm. 

Nasua narica L. 

Lutra paranensis 
Rungg. 

Cercolabes pre- 
hensilis 


gore 
iek 
kuben ku- 
koit 
niakon 


kukoi akare 
kubut 

niep 

rop tuk 

rop krori 
rop kambrik 
rop re 


joti 
bu 


uakon 
ne 


ngroi 


— 416 — 


NOMES 


PORTUGUEZ FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO 
Mammiferos Mammiféres 
Capivara Cabiai Hydrochoerus hy- kunnu 
drochoerus L. 
Paca Agouti paca L.  ngra 
Preá Cavia aper-ia Erxl. kro 
Cutia vermelha Agouti Dasyprocta agu- kuk@i 
LA DT 
Preguiça grande Ai, pares: Bradypus tridac- pot kok 
seux tylus 
Preguiça peque- Bradipus marmo- pot kokre 
na ratus Gray. 
Tatú verdadeiro Tatou Tatus novencinc- tôti 
tus 
Tatu peba Dasypus setosus  apiet 
Tatu canastra Priodontes gigon-  apieti 
teus E. Geoffr. 
Tatú de rabo Cabassou gymnu- apiet kôi rot 
molle rus Ill. 
Tatu bola Tyropeutes conu- gnure 
rus 
Zambu fedorento angre ka ok 
Tatu china rare 
Tamandua ban- Myrmecophaga tri- pot 
deira Tamanoir dactyla L. 
Anta Tapir Tapirusterres kukrit 
tris L. 
Caitetü Pécari Tajaçi tajaçú agrure 
Queixada Tajagu albirostris agro 
Sussuapara Doreclaphus di- moti 
chotomus 
G uassú-apara Odocelus swas-  ajoti 
suapara 
Galheiro 
Catingueiro Mazama simplici- niajô 
cornis 
Matteiro Mazama america- karikrat 
ne Lil. kuno 
Campeiro Dorcelaphus be- mo i aka 
zoaticus L. 
Aves Oiseaux 
Urubú commum Catharista atra- noi 
tus ( Bp. ) 
Urubu rei Gypagus papa (L) kukrut 
Pinhé uagogo 
Gavião de peixe  E’pervier uokro 


, 


d'eau 


 PORTUGUEZ 


Aves 


Koam 
Cara- cara 


Repina miudo 


Caburé 


— 417 — 


Papagaio perroquet 


Curica 
Periquito estrella 


Periquito verde 


Papagaio peque- 
no de rabo cur- 
to 

Camboata 

Ararinha de rabo 
vermelho 

Arara vermelha 


Arara azul 


Arara canindé 


Tucanos 

Picapão do cam- 
po 

Picapão grande 


Picapão pequeno 
Cabeça vermelha 


Alma de gato 
Assu commum 
Pombo 

Rola 


Mutum 

Mutum verdadei- 
ro 

Mutum castanho 


NOMES E , 
FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO 
Oiseaux 

guuoi 

Milvago chima- kré krep 

chima ( Vieill ) 

Falco albigulares kririre 

Daud. 

Glaucidium bra- bare 

ztlianum (Gm.) 

Amozona brazili  kroiti 

ensis (L.) 
kréti 
Perrache Brotogerys versi- krere 
coloris: (| PL, 
S. Mill) 
Brotogerys tirica kete 
( Gm.) 
Perroquet oire 
ke 

Pyrrhura vittota mo-gnure 

Ara rou- Ara chloroptera mé kambuk 


ge 
Ara bleu 


Ara canin- 
dé 
Toucans 


Pivert 


Colombe 
Tourte- 
relle 


Gray 

Anodorhynchus 
hyacinthinus 
( Lath ) 


Ara arauna (L) 


Colaptes camptris- 


( Vieill) 


 Campephilus ro- 


bustus ( Licht ) 


Piaya cayana 
Crotophaga ani 
Columba livia 
Olaravis pretiosa 


Crax sclateri 

Crax blumenba- 
chi Spix. 

Cras sclateri ( fe- 
mea ) ? 


mo kotukti 


mo aroire 


ngrôti 
cot-cot 


noiti 


uauati 

noi kranko 
kambrik 

pekore 

borire 

tutti 

tutte 


tutti 
kanoroti 


krut kambrik 


PORTUGUEZ 


Aves 


Jaci 


Jaho 
Turury 


Azulona 
Ema 


Jacamim 
Seriema 
Colhereiro 


Jabiru 
Garça 


Patos 
Mergulhão 


Gaivota 
Tico-tico 


Thesoura 


Curiango 


Andorinha 


João Congo 
Mãe da lua 


Anum preto 
Especie de car- 

deal 
Beija-flôr 
Nambé 


Sabiá 
Gralha 


— 418 — 


a NOMES A TA ES 
FRANCEZ SCIENTIFICOS KATAPO) 
Oiseaux 
Pénélope Penelope (crista- muteik 

ta?) surpecili- 
aris ? 
Cripturus notiva- muteikre. 
gus (wied. ) 
Crypturus soui  atorore 
( Herm ) 
atoroti 
Nandou Rhea americana moti 
( Linn ) 
Psophius crepi- múro-moro: 
tans Lim. 
Cariama crista-- múrek 
tus (L) 
Ajajd ajaja kambri kam- 
( Linn. ) brikre 
Marabout Mycteria micteria kambrikti 
Héron Pilherodins  pi- 
leatus ( Bodd.) kanbriktukre: 
Canards nokajotti 
Plongeon Sula lencogastra 
( Bodd. ) bori 
Mouette  Sterma maxima 
( Bodd ) boi-boi 
Brachyspiza ca-- 
pensis kra noire. 
Mucivora tyran-- 
nus kagote 
Caprinulgus ce- poro pottà 
riceocaulatus- 
( Cass. ) 
Hirou- Diplochelidocia- 
delle noleucus ( Vieill) iporore 
Caprimulgidae ?  piore al 
Pyrocephalus ru- 
binou ? gnua 
Crotophaga ani  borire 
Paroaria ? 
me kamrure- 
Colibri Trochilidae ini 
Myópiza manin- 
bé Licht krã top 
nuúkre 
Corne- 
ille  Cyanocorax krata 





PORTUGUEZ 


Reptis 


Jabotis 

Jaboti assú 
Mata-mata 
Casca de junta 
Lagartos 


Cameleão 


Jacaré ( amarel- 
lo ) 


Giboia 
Jararaca 


Cascavel 


Cobra azul 
Cobra major 
Peixes 


Tucunaré 
Curimata 
Cruvina 
Jaraquy 
Aruana 
Cachorra 


Surubim 

Pintado 

Bicuda 

Piranha 

Piranha verme- 
lha 

Piaba 

Piaba comprida 

Pirarucú 

Mandi 

Pacú 


Trahyra 


— 419 — 


FRANCEZ 


Reptiles 


Lézards 


Camé- 
léon 


Crocodile 
(jaune) 


Boa 


Jararaca 


Serpent a 
sopnettes 


Serpent- 
bleu 


Poissons 


NOMES 


Testudo tabulata 
Chelis fimbriata 


Tupinambis 
Enyalius bilinea- 
tus 


Caiman latiros- 
tris Daud, 


Constrictor cons- 
trictor 

Bothrops 
lens 


éndo- 


Crotalus 
Boa constrictor 


Cichla temensis 
Prochilódus ? 
Sciena ? 


Osteoglossum ? 


Platystoma ? 
Platyetoma ? 


Serrasalmo 


Tetragonopterus ? 


Arapaima gigas 

Pimelodus ? 

Myletes rhomboi- 
dalis ? 

Hoplias malaba- 
ricus, 


SCIENTIFICOS 


KAIAPÓ 


kaprã 

kaprã kotti 
konire 
kobi kei 
uet 


kometi 
konkinü 
mi 


kanüti 
puka itéka- 
moro 


abat 


kamóútukti 
ikoti 


Eep 


tep i kot 

ngroti 

krã iti 

tep paritikre 

kopoti 

tep na tire 

konron 

tep ibire 

tep krutu 

tatutti 

kuka 
bik 

tep proro 

tep ua 

muriarotire 

kroro 


kam- 


tep o 


kru üt 


— ADD 


PORTUGUEZ 


Peixes Poissons 
Yu 
Mandubé 
Poraquê Poison- 
torpil- 
le 
Acará 
Piau 
Mandi 
Sardinha 
Pataca 


Sardine 


Acara-boi 
Cara 


Avoadeira 
Bicuda pequena 


Pirarara 
Barbado 


Piau de pinta 

Cuyú-cuyú 

Cuyú-cuyú pin- 
tado 

Mandi 

Pataquinha 

Cari 

Cará 

Sabão 

Pacú prata 

Pacú vermelho 


Chipita 

Trahyra preta 

Cangiran 

Arraia Raie 

Raie 

Gr a nde- 
raie 


Arraia pintada 
Arraia grande 


Insectos Insectes 


Insectes 
Cigale 


Insectos 
Cigarra 


FRANCEZ 


NOMES 


SCIENTIFICOS 


Erythrinus ? 


Electrophorus- 
electricus 


Geophagus 
Leporinus 


Phractocephalus- 
hemiliopterus 


Oxydores ? 


Oxydoras ? 


Mileus ? 


Ellipesurus 


Ellipesurus 
Ellipesurus 


KAJAPO 


Eep 


kunap 
tep parikua. 


po 


mokokti 
kraïn 
noia 
ikarürü 
okrétu 
krain amu 
noti 
kura-kura 
kraintekre- 
apari 
tep agot 
tep krutu- 
katiet 


ñiapokti 

kameron ka 
ok 

tepua noia 

kru ikoti 


rop kroire 
kruppi 
papa 
oi 
mutkrã 
pari mut 
diororotti 
tep ua ko- 
nokti 
kriri-kriri 
krué tuk ~ 
tep noket 
mientet 


mientet kro 
ri 
nuoi krit 


moi-go 


kokot 


PORTUGUEZ 
Insectos 


Grillo 
Barata 
Barata grande 


Barata de casa 


Borboleta azul 
grande 


Vespa amarella 


Mar:bondo de sur- 
rão 

Maribondo de casa 
branca 

Maribondo vaquei- 
ro 

Maribondo tatú 

Maribondo de cha- 
péo 

Maribondo pinta- 
dinho 

Maribondo de car- 
ne 

Besovro 


Abelhas 


Tiuba 

Tatahira 

Bora 

Beijoin 

Chupé 

Bocca de vidro 
Mambuquinha 
Jatahy 

Abelha de macaco 
Arapuá preto 
Olho azul 
Abelha de cupim 
Abelha pequena 
Bocca de barro 
Limão 
Mandaçaia 
Arapuä verdadeiro 
Tubi bravo 


EAD ee 
FRANCEZ 
Insectes 


Grillon 
Blatte 
grande- 
blatte 
blatte- 
domesti- 
tique 
Grand 
papillen- 
bleu 
Guépe- 
jaune 


scarabée 


Abeilles 


abeille de singe 


Petite abeille 


KAIAPO 


irekate 
kopoti 


moro 


veve notti 
kräñere 
krã eti 
noiborore 
Turu kaprere 


apieti 
tei iaka 


amiu poire 


pi kre kam amiu 
Ku-ngô 


gnoire 

ka (g) drô 
ikvit ko 
immoreti 
krã iti 
muure 
noroti 
mukrü úte 
on i 

kukra ire 
nururai 

jo 

mejt mamã 
kukoi kuka 
ton mu 
uojihu tukti 
he kambnk 
immorére 


PORTUGUEZ 


Insectos 
Tubi de fogo 


Enxu 

Miruiré 

Uruçú boi 

Tubi manso 

Mel 

Sambora 

Céra 

Formigas 

Formiga preta 
de rabo 

Formiga de por- 
co 

Cupim macho 

Formigão 


Corta folha 
Correição 
Formiga de fogo 
Formiguinha 


Formigueiro 
(c-aa) 

Cupim vermelho 

Cupim de casa 


Ninho no páu 
duro 

( Campo ) verme- 
lho 

( Campo) ninho 
com ponta fina 

(matto) ninho no 
pão 

Morissoca 

Mosquito polvo- 
ra 

Muruim 

Mucuim 


Mosquito 
Mosca 

Pulga 

Bicho de pé 
Piolho 


ce NOMES 
FRANCEZ sorENTIFICOS 
Insectes 
Miel 
Cire 
Fourmis 
Fourmi 
noire 
Fourmi 
de pore 
Grande Formica hercula- 
fourmi nea 
Pe titre 
fourmi 
Fourmili- 
ére 
Psocus domes- 
ticus 
Acaridea (do ge- 
nero) trombidium 
Moustique 
Mouche 
Puce Pulex irritans 
Chique Pulex penetrans 
Pou Sarcopilla 


KAIAPO 


immóreno 
kambrik 
amiuti 
mej ko 
mej uti 
immôreti 
me} 
mei nu 
me) 6 
ruru 
murum not 


murum joa- 
tukti 

murum kriri 

mururiti 


murum krâti 

murum krore 

murum ore 

murum kru 
re 

murum ae 


roro 
roro ts 


roro toiate 
roro kre 

roro iamak 
roro tukre 


pure 
putukre 


pukrure 

te kumbri- 
kre 

kob (e) re 

kob (e) re 

tep noti 

tep nore 

nuore 





49 


PORTUGUEZ FRANCEZ 


Arachnideos, etc.  Arachnides 
‘Carrapato (redo- Tique 
leiro) 
Carrapatinho 
vermelho 
‘Carrapato miudi- 
nho 
_ Lacraia Scorpion 
Aranha Araignée 
Carangueijo Ecrevisse 
Escolopendro Scolopen- 
dre 
Minhoca Ver de ter- 
re 
‘Caracol pequeno Petit li- 
maçon 
Caracol grande Grand li- 
maçon 
Caracol d'agua  Limaçon 


d'eau 


NOMES 


SCIENTIFICOS 


Todes 


Astacus fluviati- 
lis 
Scolopendra 


KAIAPÓ 


teti 


te kambri- 
kre 
tep ore 


makre 
ei 
na aijo 


mürükreruti 


tep prã jo 
nu on ne 
nu 6k 
nop 


Flora Kaiapó 


PORTUGUEZ 


Piassaba 

Coco 

Paty 

Paty 

Burity 

Burityrana 
Burityrana grande 
Macahuba 

Naja 

Bacaba 


Assahy 


Tucum 


Joary 
Tamareira 


Bananeiras 
branquinha 
comprida 
verde 

roxa 
goyana 


comprida 


NOMES 
SCIENTIFICOS 


Palmeiras 
( Attalea funifera 
M.) 


( Cocos nucifera, 
M 


a Cocos botryopho- 
ra M.) 


( Mauritia vinife- 
ra M.) 

(Mauritia aculeata) 

(Mauritia)... ? 

( Acrocomia sclero- 
carpa M.) 

( Maximiliana re- 
gia M.) 

( Oenocarpus disti- 
chus ) 

( Euterpe oleracea 
L. 


( Astrocaryum tu- 
cuma M.) 


( Phenix deutylife- 
ra ) 


Bananeiras 


( Musa violacea L. ) 


KAIAPÓ 


ronne 
rôtire 
uoti 


uore 
ngroa 


ngroarore 
ngroarüre kaük 
ngroin 

rikre 


kam (e) re 


kam (e)re kokre 


roire 


roiti 
ro ka 6k 


turuti 

tukaiagot 

abieti 

iüetti 

toka kambrik 
toka kokuk kreti 


kaimaure 


ee 


PORTUGUEZ 


Bananeiras, etc. 


naja 


bananeira do ma- 


tto 
cacho 


Batatas 
Cara 


Batata roxa 
Batata vermelha 


Batata de leite 


Mandivca 


Macaxeira 


Arroz 
Milho 
Milho branco 


Espiga 

Boneca 

Flores ( fleurs ) 
Palha 

Colmo ( chaume ) 
Abobora 

Girimú 


— 425 — 
NOMES 


SCIENTIFICOS 


( Heliconia ) -paco- 


va — 


( Convolvulus bata- 


ta ) 


( Dioscorea batata 


D. C.) 


Manihot utilis- 


simas 


Oryza sativa 
Zea mais 


Cucurbita maxima 


KAIAPO 


tukre 
turure 


o po 
iot 
lot 


abieti 
kambrikre 
kotoid 
krererekti 
koiroid 

okti 

iot kre okati 
iot gran gran 
iot tukre 

iot kre tukre 
kuürü 


nobere 


kuürüjoi 
kuürô kambrik 
kuürü kre akare 
ñiroire 
agragrati 
kéti amu 
imot tukre 
aiakati 
bauñure 
bai 

oka 
katorogrere 
notuktire 
kamrekti 
baé gra gra 
bad prire 
te 

aboro 

iu 

pro 

kako 
katere 
kate) potti 


PORTUGUEZ 


Meläo 
Melancia 
Mamões 
Barriguda 
Baru 
Jatoba 
Aroeira 
Sambaiba 


Landim 
Pao Brazil 


. Bruto 
Pao doce 


Pao d’arco 
Pão d'arco rôxo 


Capitão do campo 


Angico 
Taipoca 
Mamoim 
Embaúba 
Cuturuba 
Oity 


Piquizeiro 


Caja 
Cajueiro 


Louro 


— 426 — 


NOMES 
SCIENTIFICOS 


Cucumis melo, 1. 


Citrullus vulga- 
TES, Ty. 

Caricapapa- 
ya L. 


Bombax ventricosa 
Dipterix ptero- 
pus M. 
Hymenea strigono- 
carpa, Hayne L. 
Schinus terebinthi- 
folius Raddi 
Cecropia concolor 
( embauba ) 
Callophillum bras. 
Coesalpinia echi- 
nata Lam. 
Araticum ( Ano- 
na sp. ) 
Vochysia 
rum 
Tecoma ipé 
Tecoma impetigi- 
nosa 
Nectandra myrian- 
tha meison 


tucano- 


Piptadenia rigida 
Benth. | 
Cecropia 


Moquilea tomento- 
tosa Benth. 


Caryocar brasi- 


liensis 
Spondias lutea 
Anacardium occi- 
dentale 
Cordia 
Cham. 


alliodora 


KAIAPÓ 


kate] inure 
katej tom kuru 
kate} ieti 
orokubereke 
kate) 


katejbori 
pititi 


krep 
moid 
praógrare 


krare 
boijum 


pi kambrik 
mejmrot 


rurók 
cukrã 


tukrã po 


romgre 
rom 
romti 
romtoid 
krute 
ture 
boriimpre 
atuorôó 
kamok 


prin é 


prin 
boi rerekre 


akruét 


pim kam grêgrêre 


=a 


EL UL LULU mr 


PORTUGUEZ 


Sapucaia 
Gamelleira branca 
Cagaita 


Canduru 

Canduru de fructo 

Goiaba ( da beira 
do rio) 

Goiaba do matto 

Pitanga 

Coité 


Cipós ( 


Cipó de tingui- 
imbé 

Bauhinia sarmen- 
tosa 

Cipé de escada 

Sambahibinha-ci- 
po d'agua 

Cipó de amarrar 


Unha de gato 


Cipó de sapo pe- 
queno 

Cipó vermelho 

Cipó de leite 

Cipó de sapo 

Maracujá 

Malpighiacea 


ME" D AS 


NOMES 
SCIENT: FICOS 


Lecytys ornigera 
Ficus olearia 


Myrtus dysente - 
rica 
Psidiumguayava 


Stenocalyx sulcata 
Cresentia cujete 


Philodendron imbé 


Bauhinia 


Davilla rugosa 

Adenocalyum bra- 
teata 

Mimosa unguiscati 


Davilla rugosa ? 
Merechites sulfurea 
Arauja sericifera 
Passiflora sp. 


KAIAPÓ 


pim ii te kreti 
omie kan-o 


kaprã nore 
kuben-mi 
pi kambrikti 


kô nd ko 
nei gro 

pj jo katoid 
uotoid 


ou parecidos com cipó ) 


akrure 


kukrut mut kujek 
m(e) nam 


krare kro 


akro ka iaka 
rojm ni komñi 
tekacotti 


brire 

akro ko kambrik 
akro o kre 

bri 

akro jo 

akro bj gri 


Gramineas, arvores, ete. 


Barba de bode 
Capim 

Capim gordura 
Pé de gallinha 
Carrapicho 


Fedegoso 
Cedro 


Aristidea pallens 


Melinis minutif lo- 
ra 


Panicum sangui- 


nale 
Acanthos permum 
brasilium 
Cassia occidenta- 
lose 


Cedrela fissilis Vel. 


noi mut 
bo 
bo kujure 
bo prire 

pi pa met 


pi o gra gra 
éukru po 


PORTUGUEZ 


— 428 — 


NOMES 


SCIENTIFICOS KAIAPO 


Gramineas, arvores, etc. 


Genipapo 
Chicha 

Pao de cheiro 
Pau duro 


Marmelada 
Marmel:da (fruit 


à écorce rugueuse ) 


Casca dura 
Pinhäo 
Mandacerú 


Bruto (anona) 

Muricy (byrso- 
nima ) 

Murciy do campo 
( campestris ) 

Urucú 

Algodoeiro 

Amendoim 

Castanha do Pará 


Mamona 
Mangaba 


Bambús; leguminosas, plantas diversas 
4 


Taboca 

Taboca grande 

Taboca pequena 
(serve para ras- 
par o cabello ) 

Taboca do matto 

Pimenta mala- 
gueta 

Pimenta de cheiro 


Pimenta de cheiro 
Pimenta do reino 
Musgo 

Cansanção 

Ortiga 


Genipa ameri- 
cana L. 
Sterculia chicha 


m (e) rotti 


akrare 

putotti 

mono 

auorire 

ku kra itti rejo 
pin kok tukre 
ro) krati 

motu 

uage 

murure-i 
Jatropha curcas L. pin okre 


Rubiacea 


Epiphillum trun- mekard no kop 
catum 
ôgrere 
kute (i) 


kute (i) ka 6k 


Bixa orellana L. pi 
Gossipium kajotni 
Arachis hypogea  karire 
Bertholettia ex: 
celsa H. B.. K, pim ore 
Ricinus communis kroroti 
Hancornia spe- 

ciosa bejñ 


Bambusia po-e 
po-ti 
po-re 
po-uto 


po katokre 


Capsicum bacatum  boriü 
Capsicum odori- borikrati 
ferum 
7 boriujojne 


bori tukre 
m (e) ram 
preit 

preit ka ok 


Piper nigrum 


PORTUGUEZ 


Nymphacea (va- 
riété 

Borracha 

Feijão 


Andú 

Fava 

Feijão comprido 

Amendui man- 
dubi 

Inhames 

Inhame comprido 


a0 a 


NOMES 
SCIENTIFICOS 


Hevea discolor 

Phaseolus com- 
munis 

Cajanus indicus 

Vicea 


Arachis hypogea 


Alocasia 


KAIAPO 


tet tekre 


pi ok 
motkrut 


motkrut bori 
motkrut tekopotti 


motkrut kum (e) net 


Kaureô 


mob 

mob kam (e) rotti 
mob jhiero 

mob itto 

mob ja üi 

mob jo 

mob tukre 


Os Cayapós plantam só: 


mandioca, 
milho, 
banana, 
inhame, 
batata, 
mamão. 

Ananaz 

Abacaxi 

Feto 

Cogumelo 

Arum (diversos ) 


Ananas sativus 
Ananas sativus 


muruñi jo 
akrani jo 
pikoire 

pi amak 

kro patti 


ve > 














ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO 





REVISÃO DOS PSITTACIDEOS BRASILEIROS 


TE Fr 4) LE =>)\ >) 
= = = 4 
Seas A Sy 


dir 
did vs a 
Si Unt et 


a? ae 
VAMIE 
AN aki 





Revisão dos Psittacideos hrasileiros 


(RESULTADOS DE ESTUDOS DAS COLLECÇÕES 
Ronpon, Do Museu NACIONAL E DO MUSEU PAULISTA) 


Na conferencia por nós realizada no dia 3 de 
Maio no Museu Nacional, resumimos, para orien- 
tar o auditorio, sobre os Psittacideos brasileiros, os 
dous systemas de taxonomia mais em voga para o 
grupo das aves — o de Gadow e o de Zittel e con- 
stantes dos compendios de zoologia geral — o que 
nos permitte deixar de repetil-os aqui. Como para 
uso proprio empreguemos systema diverso, cujos 
motivos em tempo serão dados mas que são obvios 
da comparação que se queira realizar, démos tam- 
bem publicidade de tal systema que aqui reprodu- 
zimos : 


Scansores ( Cuculiformes >, 


Passeres ( Passeres, Coraciitcr- 
/ Gophilae mes) 
| Cutinares ( Rasores, Tinamifor- 
mes, Falconifor- 
mes ). 


niiformes Chara- 
driiformes ). 


Natatores ( Anseriformes, Lari- 
dae). 
/ Ornithurae \, Hydtophilae'< Tubinares ( Procellarifermes ), 


{ (Lucas) Impennes aay Podicepi- 


didse, Sphenisci- 


| Eupteryges “ Fu (Gruiformes, Cico- 


formes ), 
AVES. a 4 Ichthyornythes 
\ Jasiopteryges . . . . Cursores 
Saururae e . + « Gryphosauri (Gryphosaurus). 
(Haeckel) 


Saururae ou aves com cauda de lagarto, en- 
cerrando até hoje’ uma unica forma conhecida e 


CSS "TS 


e representada por Gryphosauros lithographicus 
( Meyer ). Todas as outras aves admittimol-as, com 
Lucas, sob o nome de Ornithura. Neornithes e 
Archeornithes não são admissiveis, porque todas as 
aves prehistoricas são archeornithes ; e não é possi- 
vel chamar uma /chthyornis d'outro módo. 

As Ornithuras acceitamol-as divididas tambem 
em Eupteryges e Lasiopteryges, estas encerrando 
as avestruzes e seus proximos parentes, aquellas 
subdivididas em dous grupos: Geophilae e Hydro- 
philae, segundo a affinidade psychica respectivamente 
demonstrada como vemos na chave acima. 

Como se vê, os Escansores occupam o alto do 
schema e entre os Escansores estão justamente os 
Psittacideos ou aves em forma de Psittacus 
— o papagaio, genero atè hcje attribuido ao Jacho 
africano. 

São aves cosmopolitas, ausentes comtudo das 
zonas frias. São conhecidas 980 especies das quaes 
competem ao Brasil 73. 

Não andam os zoologos muito de accôrdo de 
como devam classificar os papagaios — termo aqui 
empregado no sentido geral. 

Assim, Gadow considera- -os uma sub-ordem dos 
Cucos, dividida em duas familias — Trychoglosst- 
dae e Psittacidae ; ao passo que Reichnow conside- 
ra-os como ordem especial — Fibulatores com 8 fa- 
milias. 

Ao nosso ver continuamos a considerar os Psi- 
ttacideos como constituintes duina familia, divididos 
em varias sub-familias, de que nos interessam as 
formas brasileiras que poderão ser divididas em 
Conurinae, Pioninae, Urochrominae e Triclariinae, o 
que apenas esboçamos, para verificar depois que me- 
lhores estudos permittirem uma afirmativa cathe- 
gorica. 

A chave mais em voga — para este grupo — 
e constante do Catalogo do Museu Britanuico, ba- 
seia-se principalmente na côr. Assim, pois, preferi- 
mos propôr para as fórmas brasileiras. uma chave 
mais em accôrdo com a morphologia, contornando o 





RENE Gee 


mais pcssivel o emprego do colorido como caracter 
differencial. 

A origem dos Papagaios e Aráras do Brasil é 
attribuida por Goeldi ao Grupo dos Cacatuinae aus- 
tralianos, uma vez que elle pretende filiar as formas 
Deroptyus e consequentemente Triclaria às Caca- 
tuas. A sua opinião baseia-se no cocär de pennas 
erecteis da cervix de Deroptyus. 

Essa referencia se nos afigura erronea; o topete 
das cacatüas é frontal e tem a respectiva musculatura 
em funcção de uma crista mediana, inexistente em De- 
roptyus. O cocar de Deroplyus é, ao contrario, per- 
feitamente comparavel ao de Amazona vinacea. 

Se pretendermos procurar ligações faunisticas, 
devemos antes olhar para a ornis africana, onde en- 
contramos em Agapornis fórmas muito semelhantes 
às nossas Urochromas e Poeocephalus ao de Sal- 
vatoria e Pionus e F'ionites por um lado, emquanto 
Chalcopsittacus faz lembrar perfeitamente todo o 
grupo Conurinae. | 

Se insistirmos em buscar as fórmas mais affins 
de Deroplyus em Gôrris exotica, então scriamos le- 
vados a contemplar os Platycercos e sobretudo os 
Nestores da Oceania. 


Mas isto nadatem de extraordinario, porque os Nes- 
tores são effectivamente os Psittacideos mais antigos. 

Entrando na apreciação da parte systematica 
propriamente dita, temos à dizer. 

Salvadori enumera 17 generos de Psittacideos 
brasileiros ( Cat. Birds in the British Museum, vol. 
XX -- 1891) que, segundo as corrigendas de Hell- 
mayr, Berlepsch e as adopções de lhering, são os 
seguintes : 

10 — Graydidasculus 


11 — Pionus 
12 — Deroptyus 


1 — Anodorhynchus 
2 — Cyanopsittacus 
3 — Ara 


4 — Conurus 

5 — Pyrrhura 

6 — Myopsittacus 
7 — Psittacula 

8 — Brotogeris 

9 — Amazona 


13 — Treclaria 

14 — Pionopsittacus 
15 — Gypopsittacus 
16 — Crochrema 

17 — Pionites 


ns nues none 


RENE 


Comquanto nada se conheça da anatomia in- 
terna dos psittacideos brasileiros e a morphologia 
externa seja o unico criterio admittido, por isso 
mesmo, pelos tratadistas, essa mesma morphologia 
não deixa em paz semelhante grupamento, confor- 
me vamos ver. 


Psittacus 


O genero Ara de Cuvier, (1) para as Aráras 
propriamente ditas, encerra actualmente, não só as 
especies deste typo mas, varias outras formas que 
nelle não podemos incluir. 

Aliás, já Bonaparte retirou-lhe as fórmas que 
se devem grupar em torno de A. auricollis dos 
auctores, sob o nome de Premolius ( 2) eda Ara- 
rauna sob o de Ararauna. (3) O typo de Guvier 
é Ara macão, synonymo de Pszttacus inacdo de 
Linneu, perfeitamente caracterisado pela diagnose 
restrictiva das tectrizes das azas, de côr amarella 
de ouro. A Arára macão de Linneu é a Arára 
acanga dos tapuias. Sua cabeça grande e deprimi- 
da, a posição lateral superior dos olhos, a direcção 
do bico quasi em angulo recto com o plano do 
vertice, a face núa desprovida de séries de pennas 
em semicirculos concentricos dos olhos, marcam-lhe 
posição perfeitamente à parte do que os auctores 
consideram Ara. 

Salvadori restringiu para o Jacho africano o 
genero Psittacus de Linneu, baseado na edição de 
1766; antes desta, porém, já a edição X, de 1798, 
dava Psiltacus encabeçado pela Ardra macdo. 

Por isso, no nosso entender, Psittacus tem por 


typo Ard inacüo dos auctores. As demais formas 


desse typo, com a parte nua da cara recobertas de 
pennas, ficam restringidas à que denomino aqui 
Ardara, viz A. chloroptera empregando a designa- 
ção de Spix, conforme já foi adoptado por Schlegel. 


(1) Index Ornithologieus, I, pag. 84, n. 5, 1790. 
(2) Comptes rendus de Acad. Sci., XLIV, pg. 596, 1857. 
(3) Rev. et Mag. Zoolog., pags. 149 - 1854. 


Pete ate 


Araraúna 


Fundado por Bonaparte e tendo como typo 4. 
araraiúna, comprehende aquelas formas que os au- 
ctores chamaram de Ara araraina, A. canindé, de 
craneo deprimido e olhos altos, como em Psettacus, 
mas tendo a região núa da face percorrida por cir- 
culos concentricos de pennas, como em Ardara, mas 
o mento nu. E” possivel que as especies que lhe- 
ring repete como A. severa, À. maracanã, A. au- 
ricollis, A. manilata, A. nobilis e A. hahni, devam 
ser referidas à quatro generos diversos, tanto quanto 
o induzem os caractéres exteriores. O primeiro sob 
o nome de 


Hemipsittacus 


com o cranes não deprimido, o bico menor que a 
cabeça, narinas parcialmente cobertas com o ramo 
superior fortemente entalhado, os olhos nc plano do 
hiato, as faces percorridas por circulos concentricos 
e a coloração fundamental verde; tendo por typo 
A. severa de Linneu. 


Primolius 


de Bonaparte é o segundo, tendo por typo P. au- 
ricollis e das demais especies acima enumeradas P. 
manilatus. Encerrando ainda formas heterogeneas 
é caratérisado pela moderada depressão do craneo, 
face, lóros e narinas nuas. Subdividimol-o em dous, 
um com o bico normal e outro com mandibula 
mais dilatada que a maxilla. Estes grupos condu- 
zem aos generos Conuros e Brotogerys por C. no- 
bilis e à Pyrr hura por P. auricollis e P. mani- 
latus. Assim, restringida a forma Primolius para P. 
auricollis e P. late auctorum, verificamos ainda 
dever dividil-o em outro mais com caratéres que 0 jus- 
tificam ; Proconurus — para P. nobilis e P. hahni e 


Propyrrhura, nobis 


- com os caractères de Primolius, porém com as na- 
rinas recobertas. Typo — Prop. maracanã. 


Er le 


Conurus 


de Kuhl (1) é outro grupamento heterogeno que 
não póde subsistir como se acha e deve ser subdi- 
vidido. O typo de Kuhi é Conwros leucophthalmus. 
a nossa maracanã commum, ae que Hellmayr dá a 
seguinte «N. B.: €. leucopthalmus mostra, na dis- 
tribuição das cores wma interessante semelhança 
com a Ara nobilis (L.) (= Proconurus nobilis, no- 
bis), de que se separa facilmente pela orla fechada 
dos lóros, a falta da coloração azul da fronte e a 
coloração amarella viva das pennas tectrizes inferiores 
maiores das azas, etc. ». 

Ha, além disso a conformação do bico, cuja 
mandibula temo desenvolvimento caractéristico para, 
com as demais peculariaridades, isolar esta forma 
num grupo especial, intermediario entre Premolius 
e as demais especies de Conuri dos auctores; ex- 
ceptuadas as seguintes que devem ficar adstrictas, 
além de C. leucophtalinus ao genero Conurus pro- 
priamente dito: ©. acuticaudatus, C. haemorrhous 
e C. guarouba. 


Nendayus bp. (2) 


Talvez seja ainda um grupo heterogeneo, se o 


considerarmos como constituídos deN. nenday (Vieill.) 
(typo de Bonaparte). JV. solstitialis, N. jendaya, 
N. auricapillus, em nos occuvando sómente de 
especies brasileiras. 

Os caractères são: Forma geral de Conurus 
tendo porém o bico alongado, a mandibula não di- 
latada e incluida na maxilla; circulo nú perioph- 
thalmico largo, evidente; rectrizes gradativas equis- 
distantemente. 

Conurus cacloruin, aeruginosus, aureus be- 
delli, dos auctores formam dous outros grupos distin- 
ctos, um já assignalado por Bonaparte sob o nome 
de Hupsittula (3) ou melhor dito : 


(1) Conspectus Psittacorum pg. 4. — 1820. 
(2) Rev. & Mag. Zool. pg. 150 — 1854. 
(3) Comptes Rend. Acad. Sci. Paris, pg. 807. - 1853. 


PAR 


E is 


Eupsittacula 


tendo por typo E. canicularis (1) irmã gemea de 
É. aurea, com os caratéres apparentes de Nenday 
e mais as seguintes differenciaes : Circulo nú perio- 
phthalmico indistincto, recoberto de pennas; as re- 
ctrizes desegualmente gradativas. E outro 


Gymnopsittacus nobis (2) 
com aquelles caratéres, porém com a cauda desegual, 
o bico elevado, espesso e fórte, tomia grande- 
mente entalhada ; tarsos curtos, menores que o pol- 
legar (excl. a unha). — Especie typica: G. wed- 
delli, co-typo O. cactoruin. 


Myopsittacus 


de Bonaparte conduz à Tirica de Bonaparte, ge- 
nero que deve ser dissociado de DBrotogeris. 


Brotogeris e Psittacula 


como os comprehendemos aqui, ficarão perfeitamente 
naturaes. Com relativa razão Wagler incluiu em 
Psitracula o Periquito-Rey, do genero Pronopsittacus 
de Bonaparte; e grupado de modo ante-natural por 
Salvadori. Pionopsittacus deve ficar em connexão 
com os Conurus propriamente ditos, por Psztiacula 
e Amazona, como adiante veremos, e jamais ligado 
aos Hucimetes e outros como o fez Salvadori. 


bao 


Pyrrhura de Bonaparte, (3) cujo typo é a 
nossa tiriba, Pyrrhura vittata, é outro grupo muito 
natural e caractérisado pela cauda longa, cerumen 
nú, narinas expostas, 4.º primaria não attenuada, 
annel orbital completo e furcula presente. A região 
periophtalmica é nia como em Gymnopsittacus; e 
a coloração profusamente variegada de sépia, verde 
e vermelho mais ou menos ferugineo. Pyrrhura 
parece retomar posição ao lado de Conurus e par- 


. (1) Do Mexico e da Am. Central. 
(2) Gymos, nú, ops — olhos psittacus, periquito. 
(3) Naumannia. — 1856. 


po RAMO) pen 


tindo de Primolius, conforme já foi dito; e P. rho- 
dogaster, sezuindo o typo principal, parece, no em- 
tretanto, se afastar para um outro typo de cauda 
menos longa e coloração mais viva. 

LR td Gyposittacus, Eucinetes (Pro- 
nites ), Urochroma, Graydidascalus, Pionus e Ama- 
zona, são outros tantos grupos naturaes perfeita- 
mente definidos, porêm encerrando todas as formas 
que lhe attribue Salvadori. As fórmas peculiares 
de Pionopsittacus barrabandi e P. histrio não per- 
tencem à tal genero e não podem permanecer Jun- 
tas, tanto mais quanto esta ultima é um meio termo 
para Gypopsitlacus. Por sua vez Amazona não 
pode conter A. sxanthops; esta forma é perfeita- 

mente alliada de Graydidascalus e, como tal deve 
ir se allojar ao lado de Urochroma. 

Volvendo à Pronopsittacus, ja Ridgway (Proc. 
Biol, Soc. Wash., pg. 100 — 1912 e Chapman, Bird 
Life in Columbie, Bull. Amer. Mus. Nat. History. 
cg. 244 — 1917), frizaram o facto de ser tal ge- 
nero monoty pico. 

Comtudo, Mucineles, não pôde conter a forma 
barrabandr, de que fazemos typo do genero Cha- 
pmania ao lado de Pronites. 

A fórma da cauda, lembrada para as sub-fa- 
milias Conurine e Pionince, não corresponde à uma 
observação exacta, embora o pareça à primeira vista. 
Com effeito, não só essa forma não é exclusiva da 
nossa Ornis, o que já demonstra uma dialvse ante- 
natural, como, ainda a graduação é perfeita entre 
os dous grupos. Considerando-a sob o conjuncto 
quando fechada, a cauda tanto é conica em Ano- 
dorhynchus como em Brotogeris como em Prono- 
psillacus. Aberta, o seu contorno posterior póde se 
filiar à dous typos: 

Bitruncado — Anodorhynehus, Arara, Conurus, 
Psittacula, Graydidascalus, Amazona ete. 

Curvo — Tricluria, Deroptyus. 

GENEROS : 

A chave junta demonstra as relações de todos 
os generos aqui comprehendidos. 


Rectrizes 


attenuando-se “gradativamente para a 
ponta, sendo a sua férma sub-triangular , 


Rectrizes de fórma es- 


patulada, quando muito 
Ogival na ponta das 


medianas 


4 


| Cauda bi-truncada, egual © 
ao comprimento que 
vae da curva da aza 
à ponta das tectrizes 
pecundasias, ou mais 
curta , 


Cauda fechada subqua- / 


drangular, aberta de 
contorno posterior re- 


% 


Cauda eau nds + 
conica . . + 


Quasi egual ou menor que o com- 
primento do corpo e cabeça con- 
siderados juntamente . 5 fe 


Cara emplumada 


“42 prima- 
ria atte- 
nuada 


Cara ves- 


Cauda sub-conica , ( curva à ponta das tectrizes secun- | 


darias, Sexos dissemelhantes 


i : 


4.º prima- 
ria nor- 
, mal F 


nho menor . 


i cara despro- 
à vida de linha | 
de pennas . 


Culmen 
E mia sem entalhe, 
compris À Lóros nús; tomin férte- 
à | mente entalhada. —. 
Culmen subgloboso, pete ay 7 
andibula 
, Cireuto pe- Tarso maior \ mais larga 
EN UR que o pol= que o cul- 
2 eee . 
Sos aS di _ | Bico normal. 
4 Tarso menor que o pollegar, 
Y Culmen nor- 
mal; nari- 


| Circulo periophthalmico em- | 


“Lóros nús ; : “tomia enta- | 
“ada, o, 

Lóros emplumados ; ri to- 
mia sem entalhe, . 


Parte núa da cara percorr da por linhas de pennas. 


| a | 
EN E | ay é aaa de 


éros semirecobertos; tas 


plumado © reduzido a es- | io SXPos 

| treita fimbria; rectrizes Culmen na 
indistinctamente gradati- MRC IHS é 

; 

\ vers P 4 narinas oc- 

cultas 

© Narinas villosas, Fa denegrido, regia 

periophthalmica nia a +) 
Narinas núas, bico alvadio, região ‘perio- 

phthalmica vestida . “ . 


| Egual ao comprimento que yae da curva da mão à ponta da primeira secundaria, 
Egual ao comprimento que vae dessa | Lóros vestidos. 


. | Cauda de transição, Lóros nús ; * canutilho | normal ; tamanho maior A 


Sexos semelhantes 


Rectrizes com a ponta do canutilho saliente ; ; tama- 


Bico kd Dn coma eae ponta do culmen muito Sato do plano do hiato e do entalhe lateral da tomia, não cochlear 


Rectrizes redondas, normaes ; 
Circulo periophthalmico médiocre. Cauda maior que 1/2 da aza; sub-caudaes concolores do corpo a « 
| Circulo periophthalmico nú maior; cauda egual a 1/2 da aza; sub-caudaes ornadas de rubro . 
Rectrizes chanfradas internamente ¢ mais ou menos ponteagudas externamente : 
Toda a cabeça recoberta de pennugem , . . 
Cabeça em- f Fronte e lóros recobertos de pennugens ; gonis da base excavada 4 x 
plumada . { Fronte e lóros normaes : 
Tonia francamente entalhada ; gonis de base excavada . A à k 
Tonia normal, gonis de base truncada à . a 2 
Bico subgloboso alongado; ponta cochlear, hiato e entalhe da tomia mais ou menos no mesmo plano que a ponta ; i tectrizes 
\ laternes subtruncadas ; rectrizes medianas de ponta ogival : 
Região periophthalmica mais ou menos núa em torno das palpebras . : “ . « . . 


{ Região periophthalmica e a anterior aos olhos e a base do bico mias 


Rectrizes medianas truncadas ; região periophthalmica vestida, 


Pennas cervicaes grandes, subtruncadas e erecteis 


dondo, egualando. ao | 
comprimento que vae | 


da articulação do carpo 
à ponta das remiges 
+ secundarias. 


= ( Pennas cervicaes normaes , a a q . : 


30 





rats “a 
{ ago 4 


Propyrrhura oa 


Primolius 
’ Proconurus 


é - 
Conurus 


Nendayus ' 
i Sea 


Eupsittacula 


Myopsittacus 
Pyrrhura 


Tirica 
Brotogerys 


Psittacula 
Pionopsittacus 


Amazona 
Pionus 


Gypopsittacus 
Eueinetee 


Chapmania 
Pionites 


Salvatoria 
Graydidascalus 
Urochroma 


Deroptyus 


Triclaria 








“ 





DIAGNOSES 


Psittacus Linnaeus 
Syst. Nat., pag. 96 — 1758 


Forma grande. Pennas em geral grandes, 
(especialmente as escapulares) rijas, arrumando-se mal 
sobre o corpo: cara completamente despida de pen- 
nas e tendo sómente cerdas finas e irregularmente 
esparsas. Bico muito desenvolvido. Gonis muito 
grande e dilatado para traz, negro. Todo o bico é 
maior que o resto do craneo, cujos ossos superio- 
res são deprimidos e sub-planos, quasi em angulo 
recto com o culmen. O annel orbital é completo 
e a furcula presente. As azas são menores que a 
cauda que é maior que o corpo e a cabeça consi-: 
derados juntamente. Fôrma brasileira : 


1 — Psittacus MACAO, Linnaeus 


Arira Piranga; Ardara Macão; Ardara Acan- 
ga dos brasileiros (incl. tapuias ). Tem a ponta do 
bico denegrida como os lados e a gonis. A cara 
como o resto do culmen carneos, os pés cinéreos e 
as unhas negras. Iris sulfurea. A cor fundamental da 
plumagem é escarlate viva. As coberturas médias, 
maiores e as pennas escapulares maiores são amarellas 
de enxofre com o rebordo superior e terminal verde. 
Corpos supte., remiges, região sacro-coccygeana, 
coberturas superiores e inferiores da cauda e ponta 
das rectrizes medianas e maior parte das lateraes, 
tambem o canutilho no lado superior de todas as 
rectrizes de côr azul cada vez mais extensa para as 
lateraes. 


De AN po a 
O azul do carpo é tambem mais vivo, bem como o 
rubro da pagina inferior da cauda e das azas tem 
cambiante de ouro. 

Dimensões : Bico 0m,047 4 0m,052 ; aza Om,359 
à Om,390 ; cauda 0m,428 à Om,592 ; tarso 0.n,054 
à Om,040 ; ovos 48 e 55 mm. 

Distrib. geogr.: Desde o Mexico, pela Ame- 
rica Central até Bolivia, Guyanna e Valle do Ama- 
zonas. 

Costumes: Segundo Euler (1) (2) a Arara- 
macão põe 2 ovos brancos de 48 e 52 mm. de 
comprimento e 33 à 30 de largura. 


Arara, Spix 
Av. Bras., IT, pg. 27 -- 1824 


Forma e typo como no genero anterior, tendo 
à mais a região núa da cara percorrida por circu- 
los concentricos de pennas. Especie brasileira : 


2 — ARÁRA CHLOROPTERA (Gray) 


Arára- Vermelha Arára-Piranga, com os ca- 
ractères de côr egualmente semelhantes 30s de 
Psittacus macdo ligeiramente mais escura; as pen 
nas tectrizes medianas e escapulares veraes em vez 
de amarellas. 

Dimensões; Bico Om,056 à ‘Om,071; aza 
)m,398 à Om,420 ; cauda um,475 4 Um,990; tar- 
so Om,034 à Um,041. 

Distrib. Geogr.: «De Guatemala as Guyanas, 
Bolivia e Paragnay e Argentina, Valles do Ama- 
zonas, Paraguay e Paraná. 

Costumes: Diz Bertoni que esta ave parece 
que dorme no terit. argentino para comer diaria- 
mente no Paraguay, ondo se nutre especialmente 
de Esembechia guatambi. Põe dous ovos brancos 
em buracos de arvores isoladas. 





(1) Rev. Mus. Paulista, pg. 85 ex Schomburgk. 


, / f 
eee. idée res » di 


it nb té ét die: Dé ‘he de un té: 


+ 
nd Sin mm © fee Éd 6 ae dt 





ER eee 


Araraúna, bp. 
Rev. Magasin de Zoologie, pg. 149 — 1854 


Genero identico à Ardra com a base do gonis 
muito dilatada e desprovida de pennas em toda 
extensão da mandibula. Região nia da cara além 
das pennas em linhas parallelas fortemente pigmen- 
tada de brenco. Bico unicolor, disposto não em 
angulo recto com a cabeça, mas seguindo-lhe a 
curva. Coloração fundamental azul e amarella. 


Especies brasileiras : 


Maior, com uma cinta negra, trans- 


era na Ardant A eos! Lt 1 À. araraúna. 
Menor, com uma cinta azul, trans- 
versa ua Farganta, so qse a 2 À. canindeé. 


3 — ARARAUNA ARARAÚNA (L. ) 
Ardra-Una ; Canindé 


Bico negro, pés cinéreos; pelle da região nüa 
da cara e da base do gonis pigmentada de branvo. 
Iris amarella-sulfurea. Plumazem verde clara na 
fronte, passando à azul celeste no vertex; esta cor 
se estende por toda a parte superior do pescoço ao 
corpo, das azas e da cauda. Linhas de penras da 
cara e pennas da base do gonis, sobre a garganta, 
de côr negra ou negra esverdeada. Toda a parte 
inferior do corpo, desde a região auricular, ama- 
rella de chromo. A pagina inferior das remiges 
e rectrizes mais olivacea. 

Dimensões : Bico Om,037 à Om,050; aza 
Om,362 à 0Om,415; cauda 0m,430 à Om,580; tar- 
so Um,036 à Jm,041. 

Distrib. geogr.: « America tropical do Panama 
à Batavia é Guyana, valle do Amazonas ». 

Costumes: Euler (1) diz que esta arára põe 





(1) Rev. Mus. Paulista — IV, pg. 86. Ihering tran- 
sereve Nehikora (pg. 175) dizendo serem as dimensões 
90 X 35 mm. 


EEE fo En 


ovos brancos de 60 mm. no maior 
diametro Iloehne encontrou ninhos 
cavados no estipe dos Buritys, con- 
forme o croquis junto. 


4 — ARARAUNA CANINDE ( Wagl. ) 


De cores semelhantes à precedente 
da qual differe por ter a fronte do 
azul geral do corpo e a gola verde. 
A região núa da cara é menos ex- 
tensa e suas pennas verdes mais cla- 
ras. 

Distrib. geogr. : Brasil central e 
meridional; Paraguay. 


Cyanopsittacus Bp. 





Rev. et Mag. de Zool., py. 149 — 1854 


Ninho de Araraúna 
, epee 5 
E' um genero de transição cujo cavado no tronco de bu- 


bico de culmen maior que o dobro " sssundo Hoehne. 
da altura, tem um fórte entalhe salientando um den- 
te lateral. Lados da cara (queixo) recobertos. 
Remiges 1 e 5 eguaes, 2, 3 e 4 idem. Especie 
unica. 


9 — CYANOPSITTACUS sPIxII ( Wagl. ) 








Dimensões : 
Comprimento total bico aza cauda tarso 
0,"650 0,"022 | 0,"235 | 0,"362 | 0,023 





Coloração : Azul claro cinereo para a cabeça 
e pescoço; algumas das pennas do dorso com a mar- 
gem terminal negra; bem como a margem externa das 
retrizes do braço; canutilhos e pagina interior das 
pennas da cauda fuliginosos, pagina inferior das re- 
ctrizes e coberturas secundarias inferiores das azas, 
cinéreas, coberturas inferiores das primarias da côr 
azul do thorax e abdomen. Bico e pés negros, Às re- 


4 im 
bal = 


geet OG ES te EG CE BE - 


' 
= 
— 


ee eee ee ee) Ce PRE 


nd. ee ey op ado 





Miranda - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est.l REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XI! 





acer ma, | 
et Dia 
a 
q. 





Araraúna araraúna 


Anodorhynchus hyacinthinus 


Mir. Rib. del. ad. nat. 





SET ME) res 


miges tem o centro de azul mais escnro e a margem 
interna denegrida. As rectrizes lateraes tem o meio 
azul e a margem interna denegrida. 

Habitat: Parece circumscripta ao Estado da 
Bahia. 


Anodorhynchus, Spix 
Av. Bras. I, pg. 47 e est. XI- 1824 


Este genero fundado por Spix à pg. 47 das 
« Avium species novæ» etc., como intermediario 
entre as Araras e Araratingas, baseia-se especial. 
mente sobra o annel orbital incompleto e os lóros 
emplumados, sendo o bico completamente sem entalhe 
no ramo superior, onde ha apenas sinuosidades que 
apparecem com a edade do animal. A coloração 
tende ao typo uniforme constante; a pelle da base 
do gonis nua. 

O annel nú, periophtalmico não se estende por 
toda a face e o bico é muito robusto tendo a face 
trituratoria bastante longa. 

Pouco se conhece do costume das aves deste 
genero que são raras e não foram observadas em 
Natureza. 

Ha tres especies que se distinguem pelo tamanho 
e, colorido confórme a chave junta. 


1 Comp. total 1m,115, côr azul co- 


balto uniforme . . . . . 1 A. hyacinthinus 
2 Compr. total 0,"770, garganta 
; e peito pardacentos , . . 2 À. glaucus 


Compr. total 0,"600, garganta e 
partes inferiores esverdeados 3 A. learz 


[jo] 


6. — ANODORHYNCHUS HYACINTHINUS ( Lath. ) 
Ardra-Una ; Arára-Preta; Ardra-Azul 


E' a maior das aráras; são as seguintes as 
suas dimensões; bico 0,069 4 0,080 e 0,095; aza 
0,403 à 0,442; cauda 0,490 à 0,607; tarso 0,037 
4 0,047; total: 1,080 à 1,135. 


ERA Er puts 


Coloração: bico, iris, tarsos, pés e palpebras 
negros; região periophthalmica e base da mandi- 
bula amarellos chromo; pagina externa de toda a plu- 
magem azul cobalto, ligeiramente mais clara na ca- 
beça, pescoço e no peito; base das pennas cinérea ; 
pagina interior das pennas maiores e margem do 
lado interno das remiges, negra sépiacea. 

Costumes : Encontrei Anodorhynchus hyacin- 
thinus no Estado de Matto Grosso, alimentando-se 
da polpa do côco de burily. 

Distrb. geogr.: Pará, Matto Grosso, Minas e 
São Pauio. 


7. — ANODORYNCHUS GLAUCUS ( Vieill ) 


D mensões : Total 0,770; aza 0,"380 ; cauda 
0,"400 ; bico 0,"069 ; tarso 0,"050. 

Côr : I azul esverdeada; cabeça, pescoço bo- 
chechas cinéraceos; garganta e peito com laivos 
pardacentos ; partes inferiores, coberturas alares in- 
feriores mais verdes — no mais, como a especie pre- 
cedente. (Salvadori). Narinas amarellas ( Reichn ). 

Distrib geogr.: Brasil, Paraguay, Uruguay e 
Argentina. 


S — ANODORYNCIIUS LEARI bp. 


Dimensões : Compr. total 0,"60; aza 0,"36; 
cauda 0,742 ; “bico :0,° 078 5 tarso 07035. 

Cor: Differe da precedente por ter o pescogo 
e as partes inferiores azues esverdeados; as pennas 
dorsaes- e escapulares e coberturas com estreita 
margem mais pallida e as do abdomen distincta- 
mente marginadas de azul esverdeado. Pés dene- 


eridos. Não conheço esta arára sendo os dados 


acima fornecidos por Salvadori de um exemplar 
adulto, macho, da collecçäo Sclatter, Pensa-se que 
a sua patria seja o Brasil. ( Compil. ) 


Hemipsittacus, gen. nov. 


Craneo sub-deprimido, curto, porém maior que 
o bico; este elevado, com a tomia fórtemente enta- 





« 
§ 
| 
E 
4 
b 


a 


Se BT as 


lhada; gonis de tomia sinuosa e base nua. Narinas 
semi-occultas entre cerdas. Cara e mento nus e 
aquella percorrida por linhas parallelas de pennas con- 
centricas aos olhos que ficam no plano do hiato. Pen- 
mas escapulares mediocres. Typo: Petlacus severus. 


9 — HemipsiTTACUS SEVERUS (L. ) 


Maracand-Aci ; Anacan 


Bico e pés negros; pelle nua de cara pigmen- 
tada de branco. Plumagem: Coloração geral verde 
com reflexos amarellados ou pardos, as pennas com 
a base cinérea sépiacea. Linhas de pennas da região 
nua da cara, negra. Pennas e cerdas da fronte e 
base do culmen e uma fimbria dos lados da cara, 
entre 0 bico e o ouvido, cor de terra de Sienne, tirando 
ao sarguineo na base do culmen; alto da cabeça e 
nuca, bem como os lados do pescoço e meio do 
peito e coberturas inferiores da cauda, lavados de 
azul. Articulação carpal e as coberturas inferiores 
menores da aza, de côr rubra sanguinea, com al- 
gumas pennas verdes junto da base das remiges ex- 
ternas. Coberturas inferiores maiores olivaceas ru- 
bescentes. Remiges primarias azues com o canutilho 
e a margem interna da barba interna e ponta negros, 
na pagina superior; remiges secundarias dessa côr 
com a barba externa do verde geral; remiges tercia- 
rias escapulares desse verde. Pagina inferior de 
todas as remiges cuprea, sendo os canutilhos e o 
bordo externo e ponta das primarias enfumado e a 
ponta das secundarias amarellado ; terciarias dessa 
ultima côr. Rectrizes com o canutilho côr de terra 
de Sienne; a parte basilar d’essa cor cambiando ao 
ferrugineo e depois para o azal nas pontas e barbas 
externas. Calgdes. Região perianal e pagina in- 
ferior da cauda vermelhas com cambiantes de cobre. 

Dimensões : Bico 0,"031 ; aza 0,241; cauda 
072095; tarso 0,7024. | 

Nehrkorn obteve ovos que medem 34 X 27 mm. 

Distrib. geogr. «Valle do Amazonas até Bo- 
livia, Guyana, Colombia, Panama, Perú e Equador. 











“E ARY 
Prophyrrhura, gen. nov. 


Forma geral de Hemipsittacus do qual differe 
pela restricção do espaço nú da cara que não é re- 
coberta de filas parallelas de pennas. Bico fórte, 
muito elevado e com a tomia sem entalhe. Gouis 
dilatado posteriormente. Especie brasleira. 


10 — PROPHYRRHURA MARACANAN ( Vieill. ) 
Ararinha 


Bico negro, pelle nua em torno do bico e lados 
da cara carneos. Pés amarellos com as unhas negras. 
Plumagem. Coloração fundamental verde mais ama- 
relladas para a base da cauda. Uma nódoa na base do 
culmen, entre as narinas, de côr escarlate viva, abaixo 
das narinas negras; cabeça azul passando gradativa- 
mente para o verde sobre o pescoço ; uma larga nódoa 
sobre a região sacral de cor escarlate viva e formada 
por fachas dessa côr existente na metade terminal 
das pennas ; outra nódoa escarlate muito menor sobre 
o meio do abdomen, entra as coxas. Pennas do corpo, 
tectrizes médias da mão, remiges primarias e se- 
cundarias azues cum a margem externa mais clara, 
os canutilhos pretos, a margem interna fusca e a 
órla terminal preta; remiges terciarias da côr das 
escapulares, um pouco mais olivaceas. Rectrizes me- 
dianas com a base ferruginea-olivacea e a ponta 
azulada denegrida ; as immediatas tem o ferrugineo 
e o azul mais vivo. Esta ultima côr vae invadindo 
as pennas do centro para os lados de modo à oceu- 
par toda a margem externa da ultima lateral; a 
mudança do azul para o ferrugineo, dá-se por inter- 
medio do verde. Pagina inferior, remiges e tectri- 
zes de côr amarella olivacea com brilho metallico. 
O bordo destas pennas é escuro e as coberturas in- 
feriores, menores, são azuladas. 


Dimensões : Bico, Om, 025 à Om, 026; aza Om, 
207 à Om,-217; cauda Om, 212 4 Om, 224; tarso 
Om, 021, 4 Om, 023. 


#1 


randa - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est. Il REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XII 








2— Primolius auricollis 






1 — Hemipsittacus severus 


5 - Propyrrhura maracanan 4-Proconurus nobilis 


e 


r. Rib. del. ad nat. 





PE ONE 


Nehrkorn dá para o ovo as seguintes dimensões 
86, 9X 29 mm. 

Distrib. geogr.: Brasil ( Rio Grande do Sul) 
e Paraguay. 


Primolius. Bp. 


Comptes Rendus de V Acad. des Sciences de Paris, XLIV 
pq. 596-1857 


Bico elevado, mais alto do que longo, gonis mais 
largo do que o culmen cuja t>mia é entalhada e 
cujo contorno segue o perfil do craneo, moderada- 
mente curvo e não muito deprimido. Base de todo 
o bico, lóros e cara nús. Coloração fundamental 
verde. 

Especies brasileiras dispostas da seguinte forma : 

Culmen comprimido e tomia fértemente enta- 
lhada. 


Um annel amarello sobre o pescoço 
abdomen de côr geral, . . . 1 P. auricollis 
Pescoço sem anne) amarello abdo- 
men vermelho bis o 2 Bo manelatus 


11 — PriMoLIUS AURICOLLIS ( Cass.) 


Bico denegrido na base e alvadio na ponta e 
nas regiões salientes do gonis. Lado nú da cara 
amarello denegrido; pês amarellos, miniaceos. Pluma- 
gem. Fronte, vertex e lados do queixo denegridos 
cambiando para o verde garrafa. Garganta com lai- 
vos ferrugineos. Coloração geral verde garrafa. 
Uma nódoa crescentiforme, transversa, de cor ama- 
rella de chromo, com algumas pennas miniaceas, 
sobre a base do pescoço. Pennas superiores do 
carpo azues. Paginas superiores das remiges azues, 
a primeira tendo o centro, as demais primarias e 
secundarias anteriores tendo o canutilho e o bordo 
interno negros ou denegridos. Secundarias poste- 
riores e terciarias com o bordo externo mais ou 
menos largamente verde garrafa. Paginas superio- 
res das remiges centraes tendo os 3/5 da base fer- 
rugineos, e os 2/5 terminaes azues; as dnas late- 
raes são azues, lavadas de ferrugineo na base e 


RAL ys oe Ge 


nas barbas internas, sendo a gradaçäo perfeita de 
umas para as outras; e todas ellas tem o canutilho 
negro. A pagina interna, das remiges e das rectrizes 
amarella de ouro; e as pontas e canutilhos denegri- 
dos. As pennas perianaes são lavadas de ferrugineo 
e as subcaudaes de azul. 

Dimensões : Bico Om, 021 à Om, 026; aza Om, 
195 4 Om, 215; cauda Om, 171 4 Om, 220; tarso 
Om, 020 à Om, 0233. 

Distreb. geogr.: Brasil — Matto-Grosso, Boli- 
via, Paraguay e Argentina, 

Costumes : Encontrei e colleccionei esta especie 
nas margens do Rio Jaurú ( Matto-Grosso ) nas ar- 
vores altas do campo, aos casaes. Não se lhe .co- 
nhece o ovo, nem a nidificação. 

12 — PRIMOLIUS MANILATUS ( Bodd. ) 
Ararinha 

Bico completamente giabro e lustroso, negro sé- 
piaceo na base com a parte dorsal do culmen e duas 
estrias no angulo do gonis de côr pardacenta al- 
vadia. Narinas, lóros, lados da cara e base do bico 
totalmente nús de côr carnea amarellada. Pês par- 
dos, unhas da mesma côr. Plurragem : Lado supe- 
rior de coloração geral verde olivacea, o canutilho das 
pennas denegrido, o meio com ligeiros reflexos azu- 
lados e as margens amarelladas ou sépiaceas ; urupigio 
mais amarellado. Lado inferior mais um pouco azu- 
lado na cobertura dos ouvidos. Algumas pequeninas 
pennas da garganta avermelhadas ; abdomen e região 
perianal rubro-sanguineos. As tectrizes alares e prin- 
cipalmente as remiges, tem o azul do meio da penna 
muito mais intenso e largamente espalhados do que 
occorre no corpo, onde esta côr só se salienta em 
certas incidencias. No lado inferior das azas e pa- 
gina inferior da cauda domina o amarellado oliva- 
ceo, em certas incidencias dourado. Algumas pennas 
do lado inferior do corpo tem o centro azul indis- 
tincto emquanto a hase de todas as pennas é cine- 
racea lilacinea. O bordo posterior das remiges é 
é enfumado. 





ET fa 


Dimensões: Bico Om, 020 à Om, 022 ; aza Om, 
23 à Om, 269; cauda Dm, 205 4 Om, 254; tarso 
Om, 023 à Om, 030. 
Distrib. geogr.: Valle do Amazonas, até Equa- 
dor e Perú. 
Proconurus, nob. 


Bico mais elevado e sub-globoso, com a ponta 
muito attenuada em estylete ; entalhe da tomia baixo, 
gonis largo e espheroidal, de base semiescavada. 
Olhos quasi no perfil do osso cephalico. Alto do 
craneo muito deprimido, em angulo recto com o 
culmen; narinas lóros e lados da cara e base do 
gonis nús. 4.º remige de ponta chanfrada. 


Culmen branco carneo. 1 P.nobilis 


ESPECIES BRASILEIRAS 
Culmen negro, 4... 3-2) Phalna 


13 — Proconorus NOBILIS (L. ) 
Maracana 


Culmen branco carneo com a ponta denegrida ; 
gonis denegrido ; pelle nua da cara e da base do bico 
amarellada. Pés e unhas denegridos. Plumagem : 
Cor geral verde, mais amarellada do lado. inferior. 
Fronte azul até sobre os olhos; a primeira tectriz 
média e a primeira sempre têm a barba externa azul, 
pagina inferior de todas as remiges e rectrizes 
amareila olivacea com brilho metallico. Articulação 
do carpo e tectrizes inferiores e marginaes da mão 
dum escarlate vivo; pennas perianaes avermelhadas. 

Dimensões : Bico Om, 022 Om, 026; aza Om, 
179 à Om, 195; cauda Om, 162 à Om, 185; tarso 
Om, 018 à Om, 022. 

Distrib. geogr.: Brasil. De São Paulo para o 
Norte e Oeste. 

Costumes : À maracanã vive em grandes bandos, 
nos logares copertos de mattas. E' provavel que ni- 
difique em pãos ôcos; sua postura não é conhecida. 


14 — PROCONURUS HAHNI ( Souancé ) 


Differe da precedente em ter o culmen da côr do 
gonis. E menor. 


SOUDE RES 


Dimensões . Bico, Om, 023 ; aza Om, 172 ; cau- 
da Om, 135; tarso Om; O18. 

Distrib. geogr.: Rio Branco e Guiana. 

Costumes : — Nada se conhece à respeito. 


Conurus Kubl. 
Conspectus psittacorum, pg. 4-- 1820 


Bico elevado sub-globoso, com uma calha me- 
diana superior no culmen, cuja tomia é entalhada 
ou como em Proconurus, de ponta styliforme. Go- 
nis, de base sub-excavada. Narinas semi-occultas nas 
pennas dos lóros, como tambem o fica o cerumen, 
muito pouco evidente. Olhos circumdados por uma 
area periophihalmica rugosa, núa, 4.º primaria atte- 
nuada. Coloração geral verde ou amarella com or- 
natus rubros azues ou amarellos. 


a — Ponta do culmen normal: 
: os \Fronte verde como o corpo. . . . 1. leucophtalmus 
Especies brasileiras /Fronte amarella como o corpo, . . 2 C. guarouba 
b — Ponta do culmen stylliforme 
Frontea zul, bico branco, retrizes ru- 
bescentes na barba interna , . . 3 C. haemorrhous 


15 — Conurus LEUCOPHTHALMUS ( Mull. ) 


Maracanã, Araguahy 


Bico, região nua periophthalmica cárneos alva- 
dios; pés mais escuros com as unhas denegridas. Côr 
geral verde; coberturas menores inferiores escar- 
lates como as vezes O são as pennas do extremo 
das tibias e algumas outras esparsas da cabeça. 
Pagina interior das remiges e rectrizes amarella 
aurea. Um exemplar das culleeções do Museu Nacio- 
nal é quasi totalmente escarlate sanguineo. 

Dimensões: Bico Om, 020 à Om, 023 ; aza Om, 
160 4 Om, 175; cauda Om, 144 4 Om, 198 tar: 
so Om, 020 à Om, 022. 

D strib. geogr.: 

Costumes: Vive ao bandos e nidifica em tócas 
ou grutas de pedras. Em Matto-Grosso encontrei-as 
nidificando nas grutas calcareas de Jacobina, em Se- 
tembro de 1908. 





DS 


[6 — Gonurus GuAROUBA (Gm. ) 


Guaruba, Guarajuba, Tanajuba 

Bico, região periophtlialmica de côr carnea ama- 
relada ; pés pardacentes, unhas denegridas. Pluma- 
gem amarela de ouro, uniforme na curva da aza e 
nos calções. Remiges verdes na pagina superior, 
amarellas le ponta enfumada na inferior. 

Dimensões: Bico Om, 031; aza Om, 200; cau- 
da Om, 160; tarso Om. 021. 

Distrid. geogr.: N. F. do Brasil. 

Costwines : Apezar da sua belleza esta ave não 
tem ainda conhecidos os seus costumes. 


17 — CONURUS HAEMORRHOUS ( Spix. ) 

Bico e pés carneos miniaceos, região periophtal- 
mica mais clara. Plnmagem geral verde. Ironte azul 
clara, algumas pennas da curva da aza com laivos dessa 
cor. Canutilhos azues denegridos ; orla posterior das 
remiges denegridos, barba interna das rectrizes, até 
perto da ponta e nas duas paginas, excluidas as duas 
medianas, vermelha. Pagina inferiur das remiges 
amarellada cinerea clara; extremo e orlas dessas 
pennas enfumados. Algumas vezes as coberturas in- 
feriores méd as das azas com órla vermelha. 

Dim.nsões: Bico Om, 023 à Om, 025; .aza 
Omet7O 4 Om, 193); cauda Om, 191a Om; 174; 
ars - Um, 019: 4 Om, 021: 

Distrib. geogr.: Matto-Grosso à Bahia. 


Nendayus bp. 
Rv. et Mag. de Zoologie, pg. 150 -- 1854 

Bico mais longo do que alto, de cerumem evi- 
dente e base do gonis nti: e sob- excavada. Tomia 
do culmem forremente entalhada. Um circulo pe- 
riophtbalmico largo recoberto de cerdas e plumulas 
rijas e delgadas; só as palpebras verdadeiramente 
nuas. 4.º remige attenuada. Rectrizes equidistan- 
tes, graduadas do meio para tráz. 


Cabeça negra . . 1 N. nenday 


Thorax, ventre e 
Cabeça amarella sacrum amarellos US pe ae EN Naa, NT SOLBLELOG LCS 
ou rubescete Thorax, ventre e f Toda a cabeça amarella 3 N. jendaya 
sacrum miniaceos | Só a fronte amarella , 4 N [auricapillus 


AP fea 


18 — Nexpayus NENDAY ( Vieill. ) 
Maracanã, Nenday 


Bico e região periophtalmica negros. Base do 
gonis e pés, carneos amarellados ; unhas pardas. Plu- 
magem. Cor geral verde mais amarellada para o tho- 
rax, coberturas inferiores das azas, região lombar e 
abdomen. (Cabeça negra até a nuca ( onde passa pa- 
ra o verde geral por uma zona intermediaria fer- 
ruginosa) e até as coberturas auriculares ( exclu- 
sivas ) e base do gonis; lado inferior deste leve- 
mente azulado. As pennas do pescoço accentuada- 
mente desta ultima côr numa larga nódoa sobre o. 
papo. Coberturas superiores maiores das remiges 
primarias azues, denegridas para o centro. As mé- 
dias tem o centro e a barba interna azues e as pe- 
quenas da oria carpal são amarellas. Remiges pri- 


marias, a primeira com a barba externa azul, o ca- 


nutilho e o lado interno negro com reflexos azues. 
As outras tem a metade basilar da barba externa 
verde cambiando para o azul para o centro e para 
a ponta, com a barba interna denegrida com cam- 
biantes azues. Remiges secundarias ; as duas anteri- 
ores azues com o canutilho e a barba interna negros. 
as demais vão augmentando o verde da barba exter- 
na até as tres ultimas que são totalmente desta cor. 
Pennas da metade inferior das tibias e da região 
perianal escarlates. Cauda superiormente verde oli- 
vacea na base e no centro cambiando para o azul 
na ponia e nos lados. Ganutilhos negros. Pagina in- 
ferior das azas e da cauda ardesiacos. 

Dimensões: Bico Om, 02! à Gm, 022; aza Om, 


175 à Om, 177; cauda Om, 171 à Om, 178; tarso 


Om, 19 à Om. 020. 
Distrib. geogr.: Matto-Grosso e Paraguay. 
19 — NENDAYIUS SOLSTITIALIS (L.) 
Jandaya, Guaruba 
Bico, pés e região periophthalmica amarelos. 


carneos. Plumagem : Cor geral amarella de chromo.. 
tirando ao miniaceo nos lados dos da cara, thorax. 


PNR 


SEA LE 


ventre e lombo. A metade basilar das grandes tectri- 
zes e barba externa das remiges e da metade sub- 
terminal das rectrizes de côr verde «ue cambia pa- 
ra o azul na metade terminal e meio da penna nas 
remiges ; e, além disso cambia para o amarello azei- 
tonado na metade basilar das rectrizes. Barba in- 
terna das rectrizes, na pagina inferior e ponta, ama- 
rella sobre o fundo sépiacco de toda a penna. Aza 
bastarda e barba externa da primeira remige azues. 

Dimensões : Bico Om, 019; aza Om, 160 ; cau- 
da Om, 161; tarso Om, 019. 

Distr. Geogr.: Guyanas — Rio Branco. 


NENDAYUS JENDAYA (Gm. ) 
Jandaia 


Bico, região periophthalmica e pés negros; pal- 
pebras branca com as órlas negras. Pluiiagem : Fron- 
te, lóros. pennas em torno do circulo ocular e co- 
berturas aariculares, toda a garganta e regiões in- 
feriores do corpo, flancos e sacrum e tectrizes sub- 
alares médias miniaceos. Pennas das coxas com a 
base verde azeitona e v extremo livre miniaceo. Dor- 
so, desde o pescoço, cobertura das azas, bordo ex- 
terno das remiges verdes; coberturas inferiores e su- 
periores das rectrizes verde um pouco mais claro. 
Lado interno das bastardas, externo e mediano das 
remiges secundarias da primeira primária e meio 
das demais, azues ; tectrizes sub-alares medianas mi- 
niaceas ; pagina inferior das remiges e das rectrizes 
schistecea. Rectrizes de base olivacea depois se trans- 
formando em verde e depois em azul e extremida- 
de denegrida, como o é o bordo interno de todas 
as remiges. Canutilhos azues. 

Dimensões : Bico Om,19 à Om,020 ; aza Om,150 
à Om,160 ; cauda Om,139 à Om,149 ; tarso Om,016 
à Om, 020. | 

Distr. Geogr. : Piauhy, Ceará e Pernambuco. 


21 — NENDAYUS AURICAPILLUS ( Kuhl.) 


Bico, região nua periophthalmica, pés carneos 
denegridos, cineraceos. Plumagem : Fronte e lóros 


AR QU 


sanguineos; para o alto da cabeça essa côr se tor- 
na amarellada viva e para baixo dos olhos e região 
auricular se reduz, mesclando-se ao verde geral do 
corpo; na garganta reapparece esbatida na órla das 
pennas das bochechas e muito mais evidente, com- 
quanto tendendo ao vinaceo sobre o peito, abdomen 
e calções das tibias. O verde é a côr dominante da 
nuca, bochechas, pescoço, região dorsal superior e 
coberturas das azas e parte basilar da barba exter- 
na das remiges maiores. Na parte dorsc-lombar reap- 
parece diffusamente o vermelho vinaceo na região 
sacral; e nas coxas cede terreno ao verde geral — 
ahi mais olivaceos. A aza bastarda as tectrizes inaio- 
res da mão, o meio e órla tarminal externo das re- 
miges, azul escuro, tendo aliás, todas as plumas o 
canutilho e uma ampla órla interna e a ponta ne- 
gros. A cauda tem as duas pennas medianas amarel- 
ladas com o canutilho e a ponta azues, havendo a 
necessaria transição verde de uma côr para outra. 
Nas outras rectrizes lateraes o amarellado foge pa- 
ra a barba interna e desapparece nas ultimas, subs- 
tituindo pelo verde que reapparece na barba exter- 
na das penultimas e pelo azul que quasi as occupa 
em toda a extensão. Inferiormente a curva da aza 
é verde, havendo azul só no meio das pennas 
menores ; as coberturas médias e menores são es- 
carlates, com alguns laivos amarellos; as maiores 
são cinzentas, côr que occupa a pagina inferior das 


remiges, onde ha um tom sulfureo na barba interna. 


O exemplar que servio à presente descripção 
procede de Goyaz. | 

Habitat: Brasil — da Bahia ao Paraná, S. Pau- 
lo e Goyaz. 


Gymnopsittacus gen, nov. 


Férma parecida com a do anterior tendo o bi- 
co muito mais forte e muito mais alto do que lon- 
go; culmen com a tomia entalhada. Tarso muito 
curto. Narinas descobertas, bem como a base de to- 
do o bico. Região periophthalmica largamente nua, 








‘yeu pe “jop “ql IN 





fiepuau snflepuay | I]BPppaM snaeyisdouwfin \ 





snujpujuydoona| sninuog 


. 








Ear Mer 


sendo a pelle rugosa. 4.º remige menos attenuada 
que as duas anteriores. Coloração geral verde. 


Especies brasileiras : 


Bico claro, tectrizes 


Pennas da cober- | auriculares verdes . . . 1 G. cactorum 
tura inferior da cau- 


da verdes amarella- 


das. Thorax ama- Bico denegrido, trectri- 
rellado . . . .. | zes auriculares sépiaceas 2 G. aerugino- 
sus 
Pennas da cobertura inferior da cauda 
com o centro azul, thorax verde . . . . «3 G. weddelli 


22 — GYMNOPSITTACUS CACTORUM ( Wied. ) 


Bico e região periophthalmica cor de carne, pés 
mais cinéreos, unhas denegridas. Plumagem : Alto da 
cabeça, coberturas auriculares parte superior do corpo 
dum matiz olivaceo que é amarellado nos lados do 
papo, no peito eno ventre; cobertura inferior da cau- 
da verde amarellada. Calções verdes com o bordo 
interno e uma órla sub-marginal denegridos; essa 
órla é debruada por uma estreita fimbria branca ; a 
pagina inferior das remiges schistacea. Rectrizes 
verdes com o centro aznlado e a orla da barba in- 
terna das lateraes amarellada ; pagina inferior schis- 
tacea dourada. Os exemplares do Museu offerecem 
dous coloridos que pódem ser indicadores da edade ; 
ou a fronte é verde, ou sépiaceaa zulada, em todo o 
caso as coberturas auriculares são sempre verdes. 

Dimensões: Bico Om, 015 à Om, O17 ; aza Om, 
132 4 Om, 142; cauda Om, 112 à Om, 123 ; tarso 
Oni, 014 à Om, 015. 

Distr. :Geogr.: De Venezuella até Bahia. 


23 — GYMNOPISTTACUS AERUGINOSUS (L.) 


Esta especie quasi se confunde com a anterior 
da qual différe, apenas, pela cor do bico e pelo sépia- 
ceo da parte anterior da garganta que invade todas 
as pennas da cobertura auricuiar. 


CN: ee 


Distr. Geogr.: Venezuela e Guyanas; N. do 
Amazonas. 


24 — GYMNOPSITTACUS WEDDELL ( Deville) 


Bico e pés sépiaceo denegridos; base do bico e cir- 
culo periophthalmico côr de carne. Plumageim: Cabeça 
parda cinérea, mais sépiacea para a3 coberturas au- 
riculares; as pennas do vertice vão ganhando em 
verde para a nuca onde apenas ha laivos cinéreos. 
A côr geral é a verde amarellado claro para o ab- 
domen e cobertures inferiores maiores das azas. Car- 
po verde com poucas pennas azues. O azul encon- 
tra-se depois nas duas tectrizes anteriores médias e nas 
maiores do metacarpo centro e extremo das remiges 
e rectrizes e meio das pennas sub-caudaes. Da se- 
gunda remige primaria em diante o bordo externo 
e da côr verde geral e o interno enfumado. As 
rectrizes tem esse verde nos lados da base para o 
vertice, sendo que a barba inlerna das maiores, cen- 
traes, é sépiacea. Pagina inferior das remiges e re- 
ctrizes denegrida. 

Dimensões : Bico Om, 017 à Om, 019; aza Om, 
131 4 Om, 147; cauda Om, 105 à Om, 124; tarso 
Om, 015 à Om, 017. 


Distrib. geogr. : Equador, Perú, Bolivia; M. 
Grosso, Pernambuco e Amazonas. 


Costumes : Encontrei este periquito sempre em 
pequenos bandos nas lixeiras das catingas, em Mat- 
to-Grosso — chapadão parecis. A's vezes está em 
companhia de Æupsititacula aurea. EK confiante, dei- 
xando-se approximar facilmente. 


Eupsittacula, Bp. 


Comptes Rendus de V Acd. Sciences de Paris—pg. 807-1853. 


Bico fraco, mais alto do qne longo; culmen 
de tomia fortemente entalhada. Região periophthal- 
mica revestida de pennas ficando descoberta uma es- 
treita Órla em torno das palpebras. 4. remige mui- 


Da AA 


to attenuada. Cauda gradativa do 3.º quinto para 
traz. Fôrma brasileira. 


25 — EUPSITTACULA AUREA ( Gm.) 


Bico sépiaceo, parte núa do circulo periophthal- 
mico rubescente; pés e unhas denegridos. Pluma- 
gem : Gor geral verde mais amarellado para a pa- 
gina inferior das azas e da cauda, thorax e abdomen. 
Fronte amarella de chromo, mais intenso perto da 
base do culmen; região periophthalmica amarella 
mais clara; dos lóros para o vertice vae uma facha 
azul que se esbate para a nuca; e das bochechas ao 
thorax se transforma em olivaceo pardacento. Corpo 
amarello esverdeado. As coberturas médias e maio- 
res das remiges primarias com o canutilho negro e 
a ponta azulada. O azul se diffunde da ponta das 
primarias anteriores pela barba externa, occupa as 
secundarias que tem uma Orla interna olivacea e se 
apaga, depois, até as tres ultimas que são verdes. To- 
das essas pennas, bem como as da cauda, têm o canu- 
tilho negro. Tambem as remiges medianas tem a 
ponta lavada de azul. 

Dimensões : Bico Om, O14 à Om, O16 ; aza Om, 
139 à Om, 157; cauda Om, 106 à Um, 146; tarso 
Om, 013 4 Om, O16. 

— Distrib. geogr.: Do Paraguay e Bolivia, ao 
Rio Grande do Sul, M. Grosso, 3. Paulo, Minas, Ba- 
hia até o N. do Brasil e Guyanas. 

Costumes : Vi e collecionei esta ave nos cerra- 
dos de Matto-Grosso onde andava aos pares sobre 
as lixeiras, deixando-se aproximar com facilidade. 


Myopsittacus, Bp. 
Rev. et Mag. de Zool, pg. 150 — 1854 


Bico espesso, entumecido, glabro, culmen de pon- 
ta curta e tomia entalhada, gonis de bordo sinuoso. 
Cerumen largo, descoberto e narinas, região peri- 
ophthalmica e base do gonis recobertos. Primarias 1, 
2 e 3 eguaes, as demais gradativas e não attenuadas. 

Especie brasileira : 


SOU VE 


26 — Myopsirracus MONACHUS ( Bodd. ) 
Catorrita 


Bico amarello carneo, pês cinéreos, unhas par- 
das. Pluinagem : Fronte, lóros, bochechas, garganta 
e papo cinéreos, as pennas da garganta e do papo 
com uma tarja mais clara e terminal. Peito cinéreo 
sulfurino uniforme. Cabeça, coberturas superiores e 
inferiores menores das azas, região lombococcygea- 
na, abdomen e coberturas e base da cauda, verdes ; 
região interescapular olivacea. Azas bastardas, bar- 
ba externa e meio das remiges, meio das rectrizes 
azul. Coberturas das primarias denegridas com a 
fronte basilar das barbas externas azulada olivacea. 
Canutilhos negros, barba interna e ponta das remi- 
ges sépiacea, estas penras são, além disso, finamen- 
te fimbriadas de branco na órla interna. Pagina in- 
ferior das remiges schistacea junto 30 canutilho que 
é a alvadio e schistaceo glauca na margem livre da 
barba interna; vonta das rectrizes lateraes verde 
amarellado. 

Dimensões : Bico Om, O18 à Om, 019; aza Om, 
143 à Om, 151; cauda Om, 126 à Om, 120, tarso 
Om, 017 à Om, 019. 

Habitat : Brasil — Rio Grande do Sul e Matto 
Grosso, Republica Argentina, Paraguay e Bolivia. 


Pyrrhura, Bp. 
Naumannia, Consp. Psittucorum, gen. 14-1856 


Fórma apparente de Gymnopsittacus tendo o 
bico mais fórte, mais elevado e as narinas expostas 
sobre o cerumen que se projecta sobre a base do 
culmen. Gonis geralmente com uma carena media- 
na. Anel orbital completo e furcala presente. Re- 
gião periophthalmica francamente núa, rugosa. 4.º pri- 
masia não attecuada ( caracter que nem sempre é 
constante ). O caracter fundamental da coloração resi- 
de no escamado do collo e coberturas auriculares 
cujas pennas tem c centro denegrido ou, pelo me- 
nos a orla posterior clara e no ferrugineo rubescen- 
te da pagina superior da cauda, do lombo e do ventre. 


vyjyuexodAy "cd SF * d E E z *— ojpirur uswopqy 


VBA “do JE * * DP194 XOZIDA | 


| 


> IPA 77 5 * o1q 
bee eee) “nã aqua 
RR Pra DEN eee | -LUJUapIoou 
yout "= OF uidos XIII A / os os10q 
111940q “d 6 3 * 2P19A XOJ19 A 5 * O929BUIA 
OU[RUADA 9p Op : ë 
-2USI 2PI2A NO 
| | op104 uowopqy ' 
5 BIQUI EZE / 
— vpejiod ‘4 8 ° * vidos X9}19A ' Bp BAND 
ae ) 
owigd “gq Lo: o *  Sepu[NZU OPA S91U[N9IINE sein Iago) q "eooeu | 
| : IA BU[2UI2A 
eopou eum 
ap opindos 
‘opeloesue1} 
IUVIOBI Cd 9 * q . PPA UZE BP BAAN : : souaw no : 
pas ‘ep SIBUL O30BA Onaga 
| ; -neo E Jeqnd WO PIPA OWS \ no opa à 
y= SRIPEATE “Bose OS “je 02981490 
no Ssroueiq -21 Bp ‘o1q x9J10A op 
syoonay “gd € * vidos X9J19 A ) : BIQUI | Ssao1efnorine | -nxoquoweo seuuad sep 
UZBBP BAINT | SB¥INnjJIIqGOD , -UUIF OSIO( | ego o vo | : 
‘ -nu ep sopey / ‘ sonze 
wid cd Ÿ ‘ + o130u xoygoA \ E PACE TS de | 
7 | serivutid | 
JajseSopoys ‘qd € . . . E . A . A : . OOUTULIvD NO JWAOJIUN PIVA Oya / soStuou sep ('! “HAS 
v}e}U9n19 ‘d à ke q o : 8 ; a SOSOVINIM SOT[IIVUIe XOJI2A OP SEUUId SEP IIo 2 BONU Bp SOPET / SBIN}12q0) | 
BANUBIIW “Gq ft à 5 4 : J 2 . E ’ : SPI9BIUIUL SE[[PIEUE SEIIBWIIA SIS SEP SP1NJ19q07 , 





EEN PA 


27. PYRRHURA MELANURA ( Spix ) 


Bico carneo, região nüa periophthalmica um 
tanto amarellada, pés mais escuros. Plumagem. Gôr 
geral verde. Alio da cabeça e nuca tendo o centro 
e a base das pennas sépiacea com a orla verde- 
azulada; as do lado da cara, supercilio e cobertu- 
ras auriculares verdes. Garganta e papo, lados do 
pescoço d'um cinéreo glauco com tarjas transversaes 
sépiaceas. Cobertura das primarias miniacea lutea ; 
as pennas tem o centro e a bass da primeira, a 
ponta e a orla da segunda côr e o canutilho branco. 
À primeira remige e à pagina superior das rectri- 
zes do meio da base para a ponta, negras; as de- 
mais remiges primarias tem o meio da barba ex- 
terna de côr azul e, como as demais, a orla interna 
e a ponta negros. Pagina inferior das remiges 
schistacea, das rectrizes sepiacea. 

Dimensões : Bico Om,019 ; aza Om,124; cauda 
Om,120 ; tarso Om,016. 

Habitat: Pebas. Alto Amazonas, Rios Negro 
e Tocantins. 


28. — PYRRHURA CRUENTATA ( Wied. ) 

Bico alaranjado; circulo nú periophthalmico 
denegrido e palpebra laranja; pés schistaceos. Plu- 
magem. Coe geral verde. Alto da cabeça negro, 
tendo as pennas estreita fimbria laranja que se alarga 
para as dos lados da nuca e fórma nódoa amarella 
nos lados do alto do pescoço. Da fronte parte uma 
estria alaranjada por detraz do cerumen, e se muda 
em vermeliio vinaceo nos lóros, passando depois por 
baixo dos olhos, cobertura auricular. Pennas da 
garganta, na base do gonis alaranjada, alvadias ; 
dahi parte um colorido azul de aço que se extende 
por todo o papo e atravessa o pescoço em collar, 
intromettendo-se entre as duas maculas amarellas 
que ficam atraz das coberturas auriculares; curva 
da aza escarlate vivo. Barba externa das primarias 
“azul, ligeiramente fimbriada de verde; na primeira 
o azul se confunde com o sépiaceo denogrido que 
vem da barba interna; mas tambem nesta, como 


MR Pat 


nas outras a margem interna é lutescente, do schis- 
taceo luteo que vem dessa barba da pagina inferior. 
No dorso como em todo o medio e baixo thorax 
ha o vermelho vinaceo commum das aves deste ge- 
nero; as pennas do dorso, porém, apresentam uma 
nodoa esquamulada com essa côr. Pagina superior 
das rectrizes olivacea bronzea, pagina inferior rubra 
metallica; os canutilhos são negros, tanto aqui como 
nas remiges, sendo a Orla posterior dessas pennas 
desta ultima cor. 

Dimensões: Pode-se dizer que esta forma é a 
maior do genero, entre as especies brasileiras. Bico 
Om,018 à Om,019; aza Om,143 à Om,159; cauda 
Om,132 à Om,147; tarso Um,016 à 0m,0t8. 

Habitat. : Estados littoraneos, da Bahia para 
o Sul até S. Paulo. 


29 — PYRRHURA RHODOGASTER ( Natt. - Sclat.) 


Bico, cerumen, região periophthalmica, iris, 
pés e unhas negros, Plumagem. Cabeça, na face 
do culmen azul, alto e nuca cambiando em azul de 
aço puro e tendo às pennas uma tarja subterminal 
sépiacea, logo seguida d'outra terminal alvadia. Um 
colar azul segue-se 4 este escamado e se dirige à 
base do cuimen, por baixo da região auricular que 
é sépiacea, bochechas verdes olivaceas; collo cine- 
reo glauco com laivos transversaes ochraceos. Manto 
verde olivaceo. Tectrizes e remiges, flancos, tibias 
e coberturas superiores e inferiores da cauda azues. 
As secundarias medianas tem a margem externa 
verde olivacea. Aza bastarda com a penna maior 
violeta. Tectrizes inferiores menores, thorax e ven- 
tre carmineos, côr que apparece externamente no 
carpo ; tectrizes inferiores maiores, pagina inferior 
das remiges e das rectrizes ardeziaca denegrida. 
“Estas ultimas pennas têm a pagina superior sau- 
guinea denegrida, com o meio da base e a ponta 
azues e uma nodoa lateral verde junto do azul da 
base. Canutilhos negros. 

Dimensões : Bico Om,016 4 Om,017 ; aza Om,135 
à Om,142 ; cauda Om,109 à Om.,144 ; tarso Om.015.. 


aay ELA 


Distrib. geogr.: Amazonas ( Borba) Matto- 
Grosso ( À. Jauri). Maranhão. 

Costumes : Encontrei esta bella tiriba duas 
vezes nas margens do Alto Jaurú (acima do Salto 
Alegre ). 

30. — P. prota ( Müll. ) 
( Exempls. do Museu Paulista ) 


2 exemplares da Guiana Ingleza, comprados ao 
sr. Rosemberg e um de Santarém, colleccionado 
pelo sr. Garbe e determinado pelo sr. Hellmayr, 
têm o bico preto ou corneo-denegrido, a região peri- 
ocular denegrida, a fronte azul bem como um li- 
geiro collar nos lados da parte posterior do pesco- 
co; o espaço do alto da cabeça, comprehendido en- 
tre estas duas zonas azues, é negro schistaceo. As 
bochechas e pennas que circumdam o espaço ocu- 
lar nú, são côr de sangue denegrido e os lados do 
queixo seguidos d'uma tarja azul. Pennas auricula- 
res brancas, as da garganta e peito com o centro ne- 
gro schistaceo e a orla branca isabel; a base do 
gonis e as penuas do papo com a parte clara ama- 
rella snlfurea. Curva da aza rubra até junto do inicio 
do patagium alar. Do rubro da curva à barba ex- 
terna das remiges primarias, as pennas são azues; 
nestas vem depois a ponta o:lada de negro, como 
o canutilho. Pagina inferior das reuiges cinerea 
sulfurescente. Remiges com o lado interno ou o 
meio e a ponta ( pagina superior ), bem como uma 
nódoa dorsal e outra abdominal d'um sanguineo-fer- 
rugineo. Sub-caudaes com o centro azulado. Re- 
ctries com pagina inferior externa e terminal- 
mente sépiaceas, depois avermelhadas com laivos 
de cobre e, finalmente, a base das 8 medianas, ama- 
rella olivacea. Um exemplar de Obidos tem algu- 
mas pennas rubras em torno dos olhos. | 

Dimensões: Bico, Om,015 ; aza, 0,112: cau- 
da, 0.114 à 0,116; tarso, U,010. 


31 — PyrrHURA Leucotis ( Licht. ) 


Bico sepiaceo alvadio ; região periophthalmica e 
pés denegridos. Plunagerr. Fronte começando por 





OR us 


uma estreita fimbria vinacea escura que se dilata 
para os ióros e ganha as bochechas, estreito super- 
cilio e facha sub-ocular. Alto da cabeça sépiacso 
pardacento que se cambia para azul esverdeado na 
nuca. Esta ultima côr atravessa em collar o pes- 
coço, vindo esmaecer na garganta, onde uma facha 
ou lusula transversal branca, seguida d'outra facha 
sépiacea denegrida terminal atravessa as pennas. O 
branco puro nota-se melhor na cobertura das orelhas, 
emquanto que o azul metallico da gola passa do preto 
parao verde; esta é a côr geral. A curva da aza é 
escarlate viva; vermelhas vinaceas são duas manchas 
longitudinaes do dorso e do ventre; a primeira ganha 
o meio da cauda que depois invade até a ponta, vindo 
da região escapular ; a segunda abrange tcdo o meio 
do peito. Cobertura das primarias azues, com fina 
órla externa verde e larga interna e ierminal dene- 
gerida ou negra como os canutilhos. Pagina inferior 
das remiges schistacea co « a Órla interna amarellada 
sulphurea. Pagina inferior das rectrizes vermelha 
cobreada. 

Dimensões : Bico 0," 014 40,7016; aza 0,7115 
CRT) cauda OA 200 119; tarso Om O13, á 
0,” 015. 

Distrib geogr.: Estados littoranos, do Ceara 
para o sul até São Paulo. 


32 — PYRRHURA LUCIANI ( Deville) 


Bico e unhas cinereo-carneos, cerumen, região 
periophthalmita e pés denegridos, Plumagem : Alto 
da cabeça e nuca sépiaceo-denegridos tendo as pennas 
ligeira órla clara nos lados da cabeça, em torno dos 
olhos, de côr castanha intensa; lóros azulados, bem 
como as peras das bochechas que, às vezes são negras 
e descrevem tres estrias verticaes na base do gonis. 
Coberturas suriculares achraceas; essa cor que é 
suja torna se mais pardacenta para as pennas do 
pescoço e esverdeada para as do peito, sendo tanto 
aquellas como estas de centro largamente denegrido 
e tendo, depois, uma fimbria inarginal d’essa côr. 


ee MR 


Curva do braço escarlate, tanto externa como inter- 
namente; uma larga facha dorso-coccygeana e outra 
thoraco-anal de um vermelho sanguinec escuro. 
Um collar diffuso sobre o pescoço, azas bastardas, 
remiges primarias, o meio das secundarias anteriores 
de côr azul, todas estas pennas de canutilho e orla 
interna e terminal negros; o verde geral do corpo 
invade as outras secundarias que, às vezes tem uma 
órla terminal azul. Caudaes rubro-denegridas, para 
a ponta sómente, nas duas centr2es, cuja base é verde 
com c centro azul; as lateraes tem apenas as barbas 
lateraes junto a base verdes. Pequenas rectrizes 
inferiores verdes, as grandes e pagina inferior das 
remiges argyreo-amarelladas. 

Dimensões : Bico 0,"014 à 0,"016 ; aza OMIA& 
à 0,2119: cauda 0,401 à 0,7118; 1arsa 0720134 
0," 015. 

Distrib. geogr.: Bacias do Paraguay ( Matto- 
Grosso ) e do Amazonas ( Pert ). 


33 — PYRRHURA PFRIMERI, Mir. Rib. 


Bico, região periophtalmica nia e pés denegri- 
dos. Plumagem. Fronte e alto da cabeça dum azul 
cinéreo com laivos indistictos evermelhados. Lôtos 
supercilio, bochechas e coberturas auriculares de côr 


vermelha sanguinea, escura; o az"l da cabeça passa. 


pelos lados por detraz do vermelho das bochechas 
e se estende sobre o papo e garganta d'onde se dif- 
funde para o verde do alto do peito; estas pennas 
trancadas tem uma fimbria transversal branca se- 
guindo de ontra negra, indistincta. Uma larga facha 
toraco abdominal e outra dorso-coccygeana “de cor 
vermelha sanguinea ferruginosa mais clara que nas 
bochechas, Parte superior do pescoço, coberturas 
superiores das azas e remiges, lados do thorax e 
do hypochondrio e coxas e coberturas inferiores 
da cauda de côr verde azeitonada ; coberturas infe- 
riores da mão d'essa mesma côr com algumas pen- 
nas rubescentes na base da 1.º remige ; curva da aza 
e articulação carpeana rubros. Remiges primarias 
azues com a margem interna e a ponta fimbriadas 


| 
L 
1 
‘ 
‘ 
pi 
i 















ade ated 


de sépia; ha um pouco de verde nas ultimas pennas 
deste grupo. Rectrizes superiormente dum rubro 
escuro ferrugineo com as barbas externas da base 
verdes ; inferiormente rubro-escuro uniforme com os 
canutilhos negros, o que tambem tem as remiges. 
A pagina inferior da aza é ardeziaca sulfuracea. 

Trazido de Santa Maria de Taguatinga — Goyaz, 
pelo sr. Rudolph Pfrimer. 

Medidas : Total 250 mm.; aza 120; bico 13; 
tarso 13; cauda 110. 


34 — PYRRHURA PERLATA (Spix) 


Bico e pès denegridos ; região periophthalmica 
pardacenta. Plumagein. Bochechas, manto e lados 
do abdomen verdes. Alio da cabeça sepiacea, do 
pescoço pardo castanho ; lados mais claros, bem como 
a cobertura dos ouvidos. Estreita fimbria frontal, 
um collar do pescoço ao peito que é transfaciado 
de pardo, cinereo e denegrido; coberturas supe- 
riores e inferiores da cauda azues cinereos. Remiges 
do lado externo azul e interno denegrido, sendo in- 
teiramente dessa ultima côr a primeira; as secun- 
darias tem verde no bordo externo; rectrizes de 
pagina superior vermelha e inferior avermelhada e 
denegrida. Curva do carpo e coberturas inferiores 
pequenas rubras. Peito com a mancha vermelha 
ferruginosa mais ou menos diffusa. 

Habitat. : Estado do Para. 


39 — PYRRHURA BORELLI, Salvadori 


Différe de P. vittata por ter a curva da aza 
rubra. Superiormente verde uniforme até o uropygio, 
com uma tarja frontal castanha intensa; garganta 
verde, tectrizes auriculares fusco-griseas; collo e 
alto do peito olivaceo pardo, as pennas transfacia- 
das de escuro na margem e tendo outra estria cin- 
zenta alvadia suja sub-apical; as manchas dos lados 
do pescoço mais pallidas. Resto do abdomen verde, 
“a nodoa do meio do abdomen rubro-brunnea, as azas 
verdes com a margem radial e carpal rubra; as 
remiges primarias azu?s claras subtilinente margina- 


das de verde; as remiges cinzentas inferiormente 
apenas tinctas de olivaceo; a cauda superiormente 
verde olivacea em baixo rubro-brunnea ; o bico e os 
pés fusco-cinereos e iris castanha. 
Dimensões : Total 280; aza 136; cauda 140; 
bico (culmen ) 0,019: tarso 0,015. ( Salvadori). 
Habitat. : Alto Paraguay — Rio Apa. 


36 — PYRRIURA MOLINE (Mass. & Souancé ) 
Cara-Suja 


Bico, pés e unha sépiaceos ; região nüa perio- 
patbalmica amarella, órla ocular negra. Plumagem : 


Uma estreita fimbria frontal e lóros negros com al-. 


gumas pennas verdes; alto da cabeça e nuca negros, 
supercilio e bochechas verdes ; um collar cervical in- 
distincto e em angulo, azul; algumas pennas da parte 
inferior das bochechas dessa côr; coberturas auricu- 
lares ochraceo-sepiaceas ; pennas da garganta, collo e 
lados do pescoço e papo sépiaceos, com uma facha 
sub-terminal alvadia e depois ochraceas e finalmente 
olivaceas (ao passo que se encaminha para o peito ) 
e outra terminal denegrida, formando barras trans- 
versaes; manto, coberturas superiores da cauda, 
inferiores menores das azas, lados do abdomen e tho- 
rax, vermelhos; no meio do tEorax, verde; ahi o 
verde forma barras indistinctas, entremeadas com 
o amarello olivaceo e no meio do ventre torna- 
se rubescente ferrugineo. Tibias e coberturas in- 
feriores da cauda lavadas de azul. Azas bastardas, 
tectrizes maiores e remiges azues com o canutilho, 
uma Orla marginal interna e outra terminal negros; 
as ultimas rectrizes secundarias tem a margem ex- 
terna verde e finalmente se tornam de todo dessa côr 
conservando apenas uma estreita fimbria e à ponta 
do canutilho azues. Pagina inferior das tectrizes 
alares inferiores e remiges cinerea-schistacea. Cauda 
rubescente ferruginea com os canutilhos negros ; no 
jado superior as pennas medianas tem uma curta 
base verde com o centro azulado. 


EE. 


Bogie) E 


Dimensões : Bico Om, 015 à Om, 016 ; aza Om, 
132 à Om, 135; cauda Om, 135 à Om, 193; tarso 
Om, 014 à Om, OL6. 

Distrib. geogr.: Matto Grosso, Bolivia e Ar. 
gentina. 


37 — PyRRHURA VITTATA (Shaw) 
Tiriba 


Bico e pês de cor pardacenta ; região nua peri- 
ophthalmica carnea alvadia. Plumagem. Uma tarja, 
post-nasal, transversa, rubescente ferruginea; alto 
da cabeça e bochechas verdes, tendo as pennas 
uma nódoa ind'stincta, olivacea, terminal; cobertu- 
ras auriculares sépiaceas; pernas da garganta, papo 
e lados do pescoço, olivaceas com a base sépiacea 
e uma tarja terminal denegrida; nos lados do pes- 
coço o olivaceo cede logar ao alvadio. As remiges 
primarias têm o centro azulado e as rectrizes me- 
dianas o meio e a ponta rubescente olivaceo e as 
lateraes a barba interna dessa cor. A pagina in- 
ferior das remiges é schistacea com a barba inter- 
na sulfurea. O peito, a pagina inferior das rectri- 
zes e às vezes algumas pennas dorsaes, vermelho 
vinaceo ou acobreado. . Nas rectrizes porém, ha lai- 
vos olivaceos para a ponta. O resto da plumagem 
é verde. - 

As pelles que tenho obtido em “Therezopolis, 
quasi sempre têm as pennas do dorso sem o ver- 
melho caracteristico. Em Quebra-Frascos obtive um 
-albinoide que tem o bico branco com a ponta negra ; 
olhos rubros, cabeça até a nuca e coberturas auri- 
culares vermeihas; rectrizes tornando-se dessa côr 
para a ponta; abdomen e parte lombar vermelhos. 
Côr geral amarella de chromo; remiges brancas 
onde na fórma commum se encontra o azul. 

Dimensões : Bico Om,015 à 0,017; aza 0,123 
à 139; cauda 0,027 à 145; tarso 0,014 à 0,017. 

Distr. geogr.: Do Rio Grande do Sul, e N. 
Matto Grosso à Minas e Rio de Janeiro. 


9 1 Ne 


38 — PYRRHURA HYPOXANTHA Salv. 


« Superiormente verde, alto da cabeça fusco, 
cervix lavado de azul, queixo verde, margem das 
pennas mas ou menos amarellada ; margem das do 
urupygio amarella, supracaudaes verdes com a mar- 
gem interna amarella lavada de rubro e extremo 
lavada de cyaneo; garganta e collo anterior bran- 
cos este com laivos roseos e gradativamente pas- 
sando ao amarello no papo e no peito, abdomen até 
as tibias; a macula mediana do abdomen rubra viva : 
as pennas anteriores da garganta com a linha do 
canutilho manchada de fusco e as do peito, abdo- 
men e tibias marginadas de verde. Sub-caudaes 
cyaneas de base amarellada. Azas verdes, remiges 
primarias e resp. tectrizes ceruleas, scapular e limbo 
apical nigrescente; barba externa das remiges pri- 
marias brancas na base; sub-alares amarellas com 
a margem carpal verde. (Cauda rubro-brunnea, mas 
a base das rectrizes rosea ou corallina-pallida ; bico 
e pés dum cinzento-obscuro ; iris castanha e palpe- 
hras brancas. 

Dimensões: Total 280 mm.; aza 135; cauda 
140; culmen 19; tarso 11. 

Habitat.: Urucum—Matto Grosso » (Salvadori). 


Tirica, Bp. 
Rev. et Mag. Zool. pag. 151 — 1854 


Bico fraco, alvadio,.de tomia entalhada e ponta 
proporcional; região periopbthalmica vestida. Re- 
miges 1 à 3 sub-eguaes 4 não attenuada. Rectri- 
zes graduadas, como em Nendayus, as medianas 
attingindo o triplo do comprimento da cabeça. Es- 
pecies : 

/ Remiges secundarias e tectrizes 
coloridas de verde e azul , 1 T. tirica 


Rectrizes francamente DIS AR NATE 


graduadas medianas /Kemiges secun- Tina 9 T. chiriri 
attingindo o triplo do darias e tec- a PAR eon ER 
compr, da cabeça. trizes amarel- 

p hd É E Aza bastarda, 


las ou bran- ; 
( remiges secun- 


son fe ROE à KE darias e resp, 
tectrizes bran- 
cas. « . 3 T. versicolos 
nis 





eer 


39 — TiIRICA TIRICA (Gm. ) 
Periquito; Turin 

Bico e pés carneos. Plumagem : Verde, ama- 
rellada nas axillas e lados do thorax, bronzeada 
na região brachial, azul na cobertura das primarias 
e no meio das primarias, cujo bordo externo é ver- 
de e barba interna denegrida; a pagina inferior 
dessas pennas é verde schistacea. As duas remiges 
medianas tem o centro azul. Iris negra. 

Dimensões; Bico Om,016 à Om,0lT; aza 
Um is a Um Zi cauda, Om, 112: a? Om tose star 
so Om,014 à Om,015. 

Costumes: O Tuim vive em bandos, sendo 
muito sociavel. Emitte um grito de reclamo estri- 
dente e recortado que se póde reproduzir pelo ter- 
mo «criu ». Gosta muito da polpa da’ semente do 
ingá e encontra-se com frequencia nas florestas 
elevadas em proximidade dos rios. 

Distgib. geogr.: Minas, Bahia até Santa Ca- 
tharina pelo littoral; S. Paulo e Rio de Janeiro. 


40 — Tirica cmrirti ( Vieill. ) 


Bico e palpebras carneos, pês carneos, parda- 
centos. Plumagem: Verde clara com incidencias azues 
grisecentes, especialmente no abdomen; a garganta 
ligeiramente amarellada de enxofre bem como as 
tectrizes sub-alares e a pagina inferior das rectrizes. 
Azas bastardas e as tectrizes maiores das azas, al- 
gumas pennas da órla inferior do carpo e uma es- 
treita fimbria da barba interna das 3 primeiras 
remiges, de côr amarelia de enxofre tirando à chro- 
mo. Em certas incidencias essa cor delimita o bordo: 
externo das remiges primarias. As coberturas das 
primarias com a parte terminal azulada denegrida ; 
azul cinerea é a pagina inferior das remiges cuja 
metade externa é denegrida. Canutilhos negros. 

Dimensões: Bico Ov,013 4 Om,0l5; aza 
Cm,109 à Om,117; cauda Om,080 à Om,102; tar- 
se Om,011 à Om.018. 

Habiiat.: Brasil — de Matto-Grosso ao Ama- 
zonas, Bahia e Bolivia. 


LA RES LD 


~ 


41 — TrricA vERSICOLORIS ( Miill. ) 
Periquito-da-Campina 

Bico e pés carneos, amgrellados. Plumagem 
verde. A fronte e a parte anterior da cabeça azu- 
lada. Cobertura das primarias azul. Primarias com 
o canutilho e a metade basilar e margem livre da 
barba interna sépiaceas, o meio azul e a órla da 
barba externa verdes. Aza bastarda e secundarias 
brancas ou com laivos amarellos indistinctos. Num 
individuo da ilha de Marajó vi essas pennas com o 
canutilho e órla marginal pretas, bem como as co- 
berturas maiores das secundarias, amarellas. 

Dimensões: Bico Om, 15; aza Om,119 à Om, 122 ; 
cauda Om,098 ; tarso Om, O14 à 1 Um, 015. 

Habitat : Bacia do Amazonas, Guy anas — Valle 
do S. Francisco. 


Brotogeris Vigors 
Zool. Journ., vol. IL, pag. 400 — 1825 


Bico fraco, de tomia entalhada e ponta propor- 
cional. Cerumen nú, e núas as narinas. Região 
periophthalmica recoberta. Remiges 1-3 sub-eguaes ; 

a 4.º não attenuada. Cauda não graduada. Rectrizes 
tania curtas, pou excedendo as lateraes. Es- 
pecies : 


* Só a fronte, ou quando muito tambem em tor- 
| no e atraz dos olhos de côr amarella . , 1 B. tui 


/ Sóa fronte e a garganta ama- 

rellos de chromo . . ... 2 B. diville 
A fronte, o 
queixo e as 
vezesasazas | 

com placas 


' Azas bastardas 
verdes 3 B. chrysosema 
amarellas ou | 
Coberturas pri- 
marias et 


alaranjadas. 


Azas bastardas 
côr das co- i 
berturas . . 4 B. tuipara 


miniaceo, 


42 — BROTOGERYS TUI ( Gm.) 

Bico e pés carneos. Plumagem : verde, a das 
ametades posterior e inferior do corpo mais ama- 
rellada. Fronte amarella ; esta côr tambem apparece 
num circulo periophthalmico enuma estria post-ocular. 
A barba interna das remiges é enfumada, na pa- 


Le IE hs 


gina superior e na metade externa na inferior; a 
metade interna desta pagina é verde azulada. Pa- 
gina inferior das rectrizes amarellada. 

Dimensões : Bico Om,014 ; aza Om,110 ; cauda 
Om,33 ; tarso Om,015. 

Habitat. : Brasil occidental, septentrional, Equa- 
dor e Perú oriental. 


43 — BROTOGERYS DEVILLEI ( Gray.) 


Exemplares do Museu Paulista. — Bico forte, 
culmen longo, regularmente curvo, com a ponta 
mui evidente, egualando 1/2 do comprimento do 
resto do bico que ê todo côr de carne-amarellado, 
como a orla periophthulmica. Pés dum amarello 
mais miniaceo. Plumagem : Fronte amarella citri- 
na, em facha larga que vai de olho à olho, pelos 
lóros. Pogonio de côr amarella mais miniacea. Ver- 
tex verde azulado claro. Parte superior verde oli- 
vacea e inferior verd: amarellada, especialmente 
para as tectrizes inferiores da cauda. Bastardas e 
_tectrizes maiores das primarias, com a barba exter- 
na azul de cobalto que passa para o schistaceo na 
interna. Remiges, com o centro azul de cobalto 
intenso, marginadas do verde geral e posteriormente 
de schistaceo (des:a cor é a orla posterior das se- 
cundarias ). Rectrizes nas mesmas condições, tendo 
as pennas lateraes muito pouco azul. Na pagina in- 
ferior das azas e da cauda, as tectrizes são de um 
verde intenso, as maiores dis primarias de um ci- 
nereo-glauco. As rectrizes tem a maior parte verde 
e a parte interna da base azulada. No & o bordo 
da aza é finamente amarello. 

Dimensões : Total, 0,170 à 0,180; culmen, 
0,015; .aza, 0,110 2 0,120; cauda, 0,060; tarso, 
OOF 40,012. 

Distr. geogr. : Alto Juruá, Alto R. Negro e Alto 
- Amazonas. 


44 — BROTOGERYS CHRYSOSEMA ( Scl. ) 


Bico, palpebras e pés carneos, aqueïlas mais ou 
menos roseas, em vida. Plumagem : Verde ligeira- 


BOSSY 1 hu 


mente azeitonada no lado dorsal. Fronte, junto à 
base do culmen e pescoço com laivos de azul celes- 
te; esta côr reapparece pura nas coberturas maiores 
da pagina inferior das azas e na metade interra 
das remiges; a metade externa destas é enfumada 
e uma estreita fimbria amarella esverdeada margina 
as tres primeiras remiges pelo lado externo e a 
quarta e quinta pelo interno. Na pagina superior 
da aza as tectrizes maiores são de um amarello de 
chromo menos intenso que o da base do bicc; e 
todas as remiges, verdes, tem o centro azul dene- 
grido. As rectrizes medianas tem o centro azulada 
e todas tem uma fimbria interna e a pagina infe- 
rior amarelladas. 


Dimensões: Bico Om,016 à Om,017; aza 
Om,111 à 01,122; cauda Om,663 à Om.073; tar- 
so Om,012 à Om,014. 


Habitat. : Rio Madeira e Valle do Amazonas 
— S. João do Aripuanan. 


45 — BROTOGERIS TUIPARA (Gm. ) 


Bico e pés carneos. Plumagem : verde olivacea ; 
barras transversaes sobre a base do bico, atraz das 
narinas e atraz do gonis ferruginea. Fronte e alto 
da cabeça azulados. Algumas pennas da aza bas- 
tarda e de coberturas das remiges primarias, ama- 
rellas miniaceas ; Orla interna das rectrizes lateraes 
amarellada. As 7 primeiras remiges com a base 
da barba, externa e interna azul escura ea margem 
livre da barba interna denegrida. Pagina inferior 
das remiges e tectrizes maiores inferiores das re- 
miges, dum azul schistaceo esverdeado na metade 
livre da barba interna, schistacea pura na base dessa 
barba e em toda a barba externa. Canutilhos bran- 


cos. Rectrizes medianas na pagina inferior azula- 


das, mais intensamente que as outras. 


Dimensões : Tot.: 200; culmen, 0,017; aza, 
0,115 rcanda,: 0,072: tarso, 0.012. 


Distrib. geogr.: Bacia do Amazonas, 





PE Ma a 


Psittacula Cuv. fine Illiger 
Prodromus, py. 200 — 1811 
Forma pequena, de bico ligeiramente mais longo 
do que alto, entumecido e glabro com o gonis de base 
truncada e tomia fracamente entalhada. Remiges 1 à 
3 eguaes, as demais gradativas. Rectrizes de ponta at- 
tenuada e canutilho excedente do limbo e rijo. À 
cauda egual a 1/2 da aza e de contorno posterior 
moderadamente arredondado; as remiges, porém, 
jamais a encobrem quando a ave está em repouso. 
Especies : 
Culnem idenesmdon a Ure UT a PT dest 
Região sacro-lombar 
azul deanvilno d 


esmeraldino na q 2 P. passerina 


Culmen e gonis brancos « à 
Região sacro-lombar 


[verde esmeralda no 
o e concolor na o) 3 P. quianens!s 


Savadori, Hellmayr e Ihering attribuem ao pre- 
sente genero P. greggaria de Spix; lendo a dia: 
gnose desta especie, cujos typos são dados como 
perdidos, por Hellmayr, encontra-se a afirmativa, 
por parte de Spix de « Cauda dlis sublongror » ; 
Ora, como se vê acima, as especies deste genero 
têm a cauda egualando 4 1/2 do comprimento da 
aza. O proprio Spix lembra o genero ou a espe- 
cie à que devam ser referidos os exemplares de greg- 


garia, sem duvida nenhuma jovens de Terica terica. 


45 — PsITTACULA MODESTA Cab. 


Différe de P. passerinãa por ter o culmen de- 
negrido, as palpebras e os pés côr de laranja. 
Dimensões : Segundo Salvadori; Bico Om,010 ; 
aza Om,0x3: cauda Om,040 ; tarso Om,008. 
Costumes : Desconhecidos. 
Distrib. geogr.: Amazonas (R. Javary ) Equa- 
dor e Columbia. 
47 — PsITTACULA PASSERINA ( L. ) 
Periquitinho 
Bico e unhas carneo-alvadios. Pés cinereaceos. 
Plumagem : verde, mais clara em toda a parte in- 


DRE 


ferior. O macho tem as tectrizes alares da pagina 
superior como as da inferior da aza, a barba interna 
das remiges primarias e quasi todas as secundarias, 
uma placa radio-humeral e uma larga mancha tri- 
angular sobre o sacrum, de um bello azul de anil. 
Essa côr é mais fraca no joven e falta na femea. 
Em ambos os sexos as remiges tem uma fimbria interna 
denegrida, na pagina superior; a metade externa 
schistacea e a interna azul schistacea na inferior. 

Dimensões: Bico Om,011 à Om,012; aza 
Om,081 4 0m,083; cauda Om,040 à Om,042; tar- 
so Om,01! à Om,012. 

Costumes: Este bello periquito vive em gran- 
des bandos, sendo muito sociavel; comtudo, pela 
epocha dos amores, separa-se aos casaes, cavando 
ninhos esphericos nos troncos podres das arvores 
mortas ou mesmo aproveitando os ninhos do João- 
de-Barro — Furnarins rufus. 

Emitte um grito estridente e dessilabico que 
pode ser imitado por « pur ». 

Distrib. geogr.: Brasil littoral, do Ceara até 
Rio Grande do Sul — S. Paulo e Minas, no interior. 


48 — PsITTACULA GUIANENSIS ( Swainson ) 


Bico e pés brancos roseos, unhas schistaceas. 
Plumagem : verde, ligeiramente pulverulenta sobre 
a cabeça e regiões superiores, no macho. Bordo 
anterior do braço, dragonas humeraes e tectrizes 
alares maiores azues de turqueza; tectrizes maiores 
das primarias, algumas pennas da aza hastada e meio 
da barba externa das secundarias azues. Todas as remi- 
ges finamente fimbriadas de negro (e com o caru- 
tilho dessa côr ) no bordo posterior e interno. Re- 
giao sacro-lombar verde esmeralda. Coberturas 
inferiores menores das azas azues; as maiores e a 
metade interna das remiges, dum verde azulado schis- 
taceo, claro; a metade externa schistacea ; iris cas- 
tanha. A femea tem a fronte amarellada bem como 
a parte inferior. 

Dimensoes: Bico (mm.) 11; aza 80; cauda 
98 ; árso 12. 


CN hes 


Costuines : Pouco se sabe dos costumes desta 
especie; o seu grito differe do de P. passerina, 
sendo menos fórte e não definido. 

Distrib. geogr.: Valle do Amazonas, Guyanas, 
Rio Branco, Venezuela e Columbia. 


Pionopsittacus Bp. 
tev. € Mag. Zool. pg. 152 — 1854 
Bico forte, entumecido, glabro, mais longo do 
que alto. de tomia entalhada, gonis de base truncada ; 
cerumen sinuoso e revestido de pennnngem quasi 
imperceptivel à olhos nús; lóros quasi totalmente 
nus, região periophthalmica mediocremente nüa. Re- 
miges 2e3 as maiores e todas normaes. Rectrizes 
com a base mais larga, attenuando-se gradativa- 
mente para a ponta, as medianas muito mais largas 
que as lateraes e o seu comprimento pouco maior 
que a metade do comprimento da ava. 
Especie unica : 


49 — PIONOPSITTACUS PILEATUS ( Scop. ) 


Periquito-Rer ; Cuiir-Cuiis 

Bico e pés carneo-pardacentos, bem como a 
região nua periophthalmica; com a edade os pésea 
base do bico ec cerumen tornam-se mais denegridos, 
emquanto que a ponta fica amarellada ligeiramente 
miniacea. Plumagem : verde ligeiramente olivacea no 
lado dorsal, o alto da cabeça, até uma inha que 
vem do angulo do hiato às coberturas auriculares e 
transversalmente as liga por detráz dos olhos, de 
côr miniacea sanguinea no macho adulto ; na femea 
e no jovem, a fronte, desde o sinciput e os super- 
cilios são azues e as coberturas auriculares verdes 
mescladas de sépiaceo. Curva da aza, na pagi- 
na superior, aza bastarda, coberturas das remi- 
ges primarias, base da barba externa das primarias, 
excluida a primeira, remiges secundarias em toda a 
barba externa, atê perto da ponta e.meio das se- 
cundarias anteriores, de um azul de cobalto que vae 
desapparecendo para as ultimas secundarias que são 
totalmente verdes como as escapulares ; prime.ra re- 


ERVAS É Lt 


mige com a barba externa e todas as demais re- 
miges, com a gradação acima notada para o azul 
que apparece no meio das rectrizes, diminuindo da 
4.» para a central e para as lateraes; canutilhos 
negros; a pagina inferior das azas tem a mescla de 
azul nas tectrizes menores, cor que forma uma tarja 
junto ao bordo; tectrizes maiores e órla da barba 
interna, azul claro schistaceo ; resto da pennas chis- 
tacea ; pagina inferior das rectrizes verde amarellada. 

Dimensões : Bico 0,"016 à 0,"0 8; aza 0," 139 
à 0,147; cauda 0,078 à 0,"082 ; tarso O,”014 à 
DR ONF. 

Habitat: Littoral. do sul da Bahia ao Rio 
Grande do Sul. Campos do Jordão, em São Paulo. 


Amazona Less. | 
Traitê d Ornithol. pg. 189 — 1831 


Bico normal, sub-comprimido, de comprimento 
e altura correspondentes, a linha dorsal do culmen 
saliente em carena por dous sulcos lateraes que 
partem das narinas; a ponta do culmen muito abaixo 
do plano do hiato e o entalhe lateral da tomia muito 
forte e evidente. ace trituratoria da ponta sub- 
plana, não cochlear. Gonis entalhado na base. Ge- 
rumen curto, sub-villoso; narinas distinctas. Re 
ctrizes 2, 3 e 4 sub-eguaes. Remiges de bordos 
parallelos e ponta redonda on espatulada. Coloração 
dominante: Verde, amarello, escarlate e azul. 

Este genero encerra as fórmas mais intelligentes 
do grupo e que mais facilmente apprendem a re- 
produzir a palavra humana com perfeição jamais 
attingida por qualquer outro animal. Os papagaios 
— pois assim são geralmente cliamados — vivem in- 
differentemente em bandos ou em casaes. Conservam, 
entretanto, a lembrança dos logares preferidos e.embo- 
re se afastem por semanas e mezes, voltamquasi sem- 
pre ao ponto onde nidificaram uma vez. Nidificam 
em buracos que cavam em arvores mortas e velhas. 

Os aibinoides apparecem com frequencia, sendo 
deste caso o colorido fundamental armarello. 

Especies brasileiras : 





BOLINHA 


PJeuscuI 


ESOULIB] 


PILUOZEUIR 
PAIJSIL 
e[24d9301190 
11949781 


ByyALOIOpOYA 


SISU9IJISEIq 


BiloPIP 


1917940 


*esoprAnp 91994S4 (1) 





o189U [Nze ap sovs19ASüC1} Se[Iv) WO9 9 [19919 Ie]JOO OPUEUTIOF ‘sepeount] (SOPUBIS SIPIIAIDO SEUUI 


* [99819 
IBI[O09 
ovu 9 SHJU2PIAD INU 
seisou sonze seliey 
WAS S2B91A199 SEUUIA 


| 


Vv Che: e bd . ? ° 
‘Vy Ir” ’ : {;) 9p154 coros f 1018 ) 
\ > ‘seisou seursod { seouriq seiqadjed 9 porupeyyqdolrad 
VOL : = * æefuezej-opporeme vorio | ovise1 ‘esourief woSewunjd {sepeoun.y ‘Sa1oreu 0509s2d op seuuag 
y6 ° x *  SoPIUIUI 
oyjedss 9 ZE up BAIND 
ye OJ[S Ier ap SOPIIO[09 
ys ° C *  2JB[183S9 ICO EP SOPE[ so WOqUET 
oujodso 9 ze ep BAIND 
VAL é : Oopejrai : À SIMA: 
E UE 9PIJA in D ie o 9 ojpIeur o opueu 
E FETE o . ; -IWO ‘ehoqeo E 
Ç Foro antonio sal soa ee E 
vo” ? ° * ope] ) opuenb vioqeo ep ojparuy jo mt AY 
ZB 9PI9A IOICJUI OPET, 
’ÿ G ‘orqni oyjedsa troo ezy | 
ea i à 2 b * OdUTIBTI[ 
UE a * oyjedsa was Bz no O[[aIvUI-OCOUINSURS SOIO[ 2 ajuol 
Il : : 
E * vorueqydorisd 
'Y E ‘BATA ajrjIvoso aquamos À vu ovI891 o se1qod{ed 
-usnbaajy 18quO] OgIZII sep 109 E uiod OPUE} 
“odio? op Ss1o[o9u09 -SEIJUO9 Opu seuesod 
oSoosed op se ‘r91out9 {epeuojioze no esol 
aseq ap vonu a , * e59qu9 -SNE 2p19A woseund 
gpa Ate Sd * nze foatsnpour | q RES ane 3 I 
ee = eu oaojuos -| {sepelopou no seuanb 
3 ‘ SeTIPIULIA sastuo. se | 
‘Va 4 * Seoul EC q : 7 -o1d oad -ad ooosod op seuuad | 
£ Bored: aye odagorjour op ‘ezy fe 
epelorssuvty  0309sad : -WaS 94P| 
[o “erp ase -1B9S9 109 
ioe dant EE cuits RE ES e! 
+ P d, -UES sol 
. Ê s -O[ 9 9JUOI 
‘VI 2 : É : 8 seIqni 21 Mora 


SEIIBUIIId SPP S91IOIEU SOzLIOM SE oye Jeje opIog 


opuemlor 4 


a 


E Ep ER Le 


50 — AMAZONA PRETREI ( Temm.) 
Chorão 

Bico e região núa periophthalmica e cerumen, 
côr de carne rubescente ou mesmo escarlate na 
base do primeiro. Pés e unhas carneos alvadios. 
Piumagem: verde, todas as pennas transversalmente 
truncadas e marginadas de negro. As coberturas 
superiores e inferiores da cauda amarelladas, bem 
como a metade terminal das remiges. Ironte, lóros 
região periophthalmica, bordo radio-metacarpal, azas 


bastardas e tectrizes maiores das primarias de côr. 


escarlate viva; pennas da artizulação, tibio-tarsal 
formando calção escarlate ou amarello de chromo 
— uma nódoa nessas condições na barba interna da 


base das rectrizes. Primeira remige schistacea; as, 


demais tendo a barba externa verde, tornando-se 
azu) para depois terminar em sépia: a barba 
interna schistacea-sépiacea. 

Dimensões : Bico 0,7027; aza 07212: cauda 
Ove 12.5 tarsoc0 025, 

Habitat : Rio Grande do Sul e São Paulo. 

51 — Amazona DIADEMA ( Spix ) 
Cavacué 

Bico, região nua periophthaimica e pés carneos. 
Plumagem verde. Uma larga faixa das narinas ao 
circulo nú periophtalmico, de côr rubra sangainea. 
As pennas do aito da cabeça, da fronte à nuca, com 
a base amarella esverdeada, uma nódoa subterminal 
azul violacea, e uma tarja amarellada terminal. Nos 
lados das bochechas o verde é azulado, côr que se 
estende pela garganta e se diffunde sobre o papo. 
Na garganta, junto à base do gonis, esse azul se 
mistura com um roseo desmaiado, produzindo ahi 
uma nódoa indistincta lilás. Na parte inferior do 
pescoço o verde geral se torna cineraceo, dominando 
essa cor para o eentro das pennas. Azas bastardas 
d'um verde mais intenso que o geral e tendo uma 
ligeira órla azul escura, na ponta. Aza coma orla 
carpal amarellada, espelho escarlate nas seis pri- 
meiras remiges secundarias, o escarlate sendo mar- 


‘ 





ET RE 


ginado de amarello pelo lado de dentro — no mais 
como em A. amasonica. A cauda tem nas tres rectri- 
zes lateraes uma nódoa escarlate na base e um 
pouco de azul escuro na orla externa -. ainda no 
lado basilar; à excepção das duas pennas medianas, 
as demais tem co terço apical amarellado, o que, na 
pagina inferior só se percebe em certas incidencias 

Distrib. geogr. : Este papagaio passa por ser um 
dos mais raros do valle do Amazonas. 

Dimensões : Bico 6,2031 40,7032; aza 0,"204 
à 0,=252 ; cauda 0,7123 à 07135; tarso 0,2026 4 
Pal A Pl 

O2 — AMAZONA FESTIVA (L.) 


Tavua, Papa Cacäu 


Bico carneo verdoengo para a base, alvadio na 
base da carena do culmen; região nua periophtnal- 
mica, bem como a pelle dos lóros, cerumen e Orla 
palpebrar, denegridos; uma nódoa carnea nas duas 
palpebras, occupando-lhes a extensão ; pês schistaceos. 
Plumagem : verde; uma tarja ferrugino-sanguinea, 
transversa, sobre a fronte, até os olhos, donde se- 
gue um supercilio azul que se diftunde no alto da 
cabeça e sobre a nuca; esse azul occupa o bordo 
das pennas, formando um escamado reguir e appa- 
rece tambem na garganta, donde se diffunde para 
baixo até meio pescoço. As pennas das bcchechas e 
das coberturas auriculares têm o meio da base sé- 
piaceo e as do pescoço o bordo denegrido. Azas bas- 
tardas, grandes tectrizes das remiges primarias e 
remiges primarias, negras pelo lado interno e ponta 
e com a parte exposta azul escura; a primeira re- 
mige é toda negra; as secundarias têm azul na bar- 
ba externa, na base e na ponta da penna; a barba 
interna e o canutilho são respectivamente schistacea 
e negro. As 4 ultimas remiges são de um verde 
mais claro, sendo todes as secundarias fimbriadas 
de amarello na barba externa. Esta càr torna-se mais 
viva na articulação tibio-tarsal e lado interno das 
tibias, havendo, às vezes, manchas escarlates. Tam- 
bem amarellada é estreita fimbria posterior das re- 
ctrizes; as ultimas externas tem o bordo externo 


PT Te 


azul. A nota dominante do colorido d'esta ave é uma 
extensa nódoa rubra viva que vae da região esca- 
pular ao urupygio e que às vezes falta. Estas pen- 
nas escarlates têm a base amarela, 
Dimensões: Bico Om, 050; aza Om, 213 ; cau- 
da Om, 120 ; tarso Om, 027. 
Habitat: Rios Juruá, Rio Branco e Amazonas. 
53 — AMAZONA BRASILIENSIS (L.) 


Fórma semelhante à 4. rhodocorytha, de que 
différe por ter as coberturas auriculares cyaneas e 
as bochechas vinaceas; Orla metacarpal escarlate, 
as remiges secundarias sem o espelho mineaceo-es- 
carlate e a bassa das rectrizes de um rubro vina- 
ceo escuro na pagina inferior. 

Dimensões: Bico Om, 030 ; aza Om, 215; cau- 
da Om, 416; tarso Om, O15. 

Habitat: Do Rio Grande do Sul ao Estado de 
S. Paulo. 


94 — AMAZONA RHODOCORYTHA ( Salv. ) 
Jaud 


Bico de base sanguinea e ponta córnea; ceru- - 


men denegrido e pés olivaceos. Plumagem : verde. 
Fronte e vertex miniaceos. Lóros, na parte inferior, 
supercilio, lados da cara e mentos amarellos ; depois 
vem um matiz azul que se diffunde para os lados das 
bochechas e garganta. Pennas do vertex, por traz 
da linha interocular, marginadas de rubro purpureo ; 
mais para traz até a base do pecoço, sobre o dor- 
so essa fimbria se torna denegrida. Ha laivos de 
azul marginando as pennas do thorax e abdomen, 
bem como as da órla carpal e azas bastardas. As 
3 primeiras remiges secundarias são imineaceas or- 
ladas de amarello. Orla carpal marellada. Primei- 
ra remige negra; as demais primarias d'essa côr 
com a barba externa na metade basilar verde; as 
outras, exceptuada a ultima secundaria, têm a bar- 
ba interna negra ou schistacea e, exceptuadas as 
duas ultimas, a ponta azul. Na pagina inferior, a aza 
é verde veronez para as tectrizes maiores e remiges, 
diminuindo de extensão ao passo que se caminha para 


‘ 
u - 
Dit je 


DA ee 


as ultimas remiges; essas pennas têm a ponta ne- 
gra. Rectrizes na pagina superior verde ligeiramen- 
te amarellada na ponta, se encaramos as pernas me- 
dianas ; as lateraes além do verde, têm a ponta ama- 
rellada; depois vem uma nódoa rubra sanguinea, or- 
lada de amarello pelo lado interno e seguida de uma 
barra sépiacea que, pela barba interna, vae até qua- 
si a base da penna que é amarella; a ultima remi- 
ge têm a orla externa fimbriada de azul. Pela pa- 
gina inferior a cauda é verde amarellada com laivos 
de amarello sanguineo pela barba interna e pel omeio 
da penna; do ponto donde as tectrizes inferiores 
attingem as rectrizes para base, a barba interna des- 
tas é verde. As tectrizes caudaes superiores são do 
verde geral do corpo e as inferiores mais amarella- 
das, com laivos azues pelo centro. O canutilho é negro. 

Dimensões : Bico Om, 029: aza Om, 220 ; cau- 
da Om, 133; tarso Om, 024. 

Habitat : Da Bahia ao Rio de Janeiro. 


99 — AMAZONA NATTERERI ( Finsch. ) 


Segundo Finsch esta especie, descripta por Nat- 
terer de exenplares mortos no rio Mamoré em M. 
Gross», é alliada de A. farinosa, da qual diffère 
pela coréa amarella, pelo azul da parte anterior da 
fronte. dos lóros e da região periophthalmica, e 
pelo vermelho da base das pennas lateraes da cauda. 

Hellmayr dá-lhe a seguinte differencial : 


Base das rectrizes, espelho e encontro alar coloridos 
de vermelho vivo; orla da aza verde : 
a) lados da cabeça mais ou menos 
me ies oa Wer, bia? es bi, ao MES ear) Ae, CESTA 
b) lados da cabeça sem amarello : 
_a’) Estreita órla frontal e lados da 
cabeça verde puro, ganganta verde, lado 
inferior verde amarellado . . . . . . A. ochrocephala 
b') Larga órla frontal, região ocn- ‘ 
lar e facial azulada garganta e lado in- 
forior verde azulado . oa as ares Às nattarerê 
Base das rectrizes verde, espelho 
alar vermelho vivo, curva da aza verde, 
órla alar vermelho roseo . . . . . . À. farinosae À. 
f. inornata 


Provavelmente, diz elle, 4. aesliva, A. ochro- 
cephala e A nallereri devem constituir apenas tres 
sub-especies. 

Pelas contradições supra e falta de material, 
é-me impossivel de julgar do assumpto do módo de- 
finitivo que só bôas séries o permittirão. 

Dimensões: Segundo Natterer, Salvadori dá 
para dimensões, aza cerca de Om, 224 e cauda Om, 140. 

Distrib. geogr.: Estado de Matto-Grosso, Rio 
Mamoré e Amazonas. 


O0 — AMAZONA OCHROCEPHALA (Gm. ) 
Ahôlo ;  Papagaio-Caïnperro 


Bico e cerumen negros ou schistaceos com os 
lados da base do culmen e do gonis alvadios ama- 
reliados ; meio do curva do gonis egualmente alva- 
dio. Região periophtalmica nua, carnea ; pés e unhas 
denegridos. Plumagem . verde. O cerumen com cerdas 
negras. Alto da cabeça amarello, tendo anterior- 
mente uma facha de verde azulado na fronte pendendo 
para os lóros e supercilios. As pennas dos lados do 
pescoço são mais claramente fimbriadas de negro, 
emquanto que as da parte dorsal d'essa região não 
têm tal fimbria, as do queixo e garganta com 
a base vinacea. Orla cubital, curva daaza e os 
34 da barba externa das cinco secundarias anterio- 
res, escarlate vivo; bordo carpal amarellado com 
algumas nódoas sanguineas escuras. (O vermelho 
reappare no terço basilar onde vae sendo substituido 
pelo amarello, dos lados para o meio, até a 4. Nas 
pennas da parte inferior do corpo o verde se torna 
amarellado, havendo manchas e tarjas vinaceas, trans- 
versacs. Egualinente amarellos, manchados de es- 
carlate são os calções tibio-tarsaes. O terço termi- 
nal das cinco rectrizes lateraes é amarello, mais in- 
tenso na barba interna das pennas ; nas medianas essa 
côr só apparece indistinctamente, bem como no la- 
do das coberturas superiores e inferiores das rectri- 
yes e na Orla externa das ultimas remiges. Todas 


a 


ey: Ces 


as remiges aliás, na sua pagina inferior, são colori- 
das como em À. aestiva, sem a fimbria rosea que 
occasionalmente ahi apparece. 

D.mensoes : Bico Om,030 ; aza Oin,226 ; cau- 
da Om, 145; tarso Om, 027. 

Distrib. geogr. : Perú, Equador, Columbia, Ve- 
nezuela, Amazonas e M. Grosso. 

Costumes : Não parece constituir bandos e d'el- 
les vi um par nas catingas da cabeceira do Lam- 
bary, M. Grosso, à 22 de VI de 909. Os parecis 
chamam-r'o Aholo. 


OS — AMAZONA ÆsTIVA (L. ) 
Aiur, Papagaio, Curdo, Papagaio-Grego 


Bict, palpebras e pês denegridos; circulo nú 
periophthalmico côr de carne. Plumagem : Sinciput 
e fronte de côr azul esverdeada ou celeste, confórme 
a edade; alto da cabeça, lados da cara e bochechas 
dum ainarello de ouro que desce mais ou menos so- 
bre a garganta. Orla do metacarpo dum amarello mais 
ou menos intenso, b:m como os calções das tibias, 
as coberturas superiores das rectrizes e uma larga 
tarja marginal destas ultimas pennas Bordo cubital 
da aza e articulação carpal, o espelho na barba ex- 
terna do terço medio das cinco primeiras remiges 
secundarias de côr escarlate viva, havendo na arti- 
culação carpal algumas pennas amarellas. Remiges, 
pagina superior, a primeira negra uniforme, nas de- 
mais o negro occupa a barba interna emquanto a 
barba externa, nos dous terços basilares, ê comple- 
tamente verde e negro azulado purpureo no termi- 
nal. Esta côr se extende um pouco para dentro, nas 
remiges secundarias, logo depois do espelho escar- 
late, sendo apenas vestigiaria, em certas incidencias, 
nas seis ultimas, onde domina o verde. A pagina 
inferior das remiges é negra schistacea na metade 
externa e do meio para a ponta, nas primarias e 
verde esmeralda no resto; as secundarias tem o de- 
“negrido apparecendo mesclado com o azul, no ex- 
tremo livre e, às vezes, no bordo livre das que tem 


— 96 — 


a macula escarlate, estreitamente fimbriada de ré- 


seo, côr que transparece tambem na pagina inferior 


da barba externa, vinda do escarlate vivo do espe- 
lho. Rectrizes medianas quasi totalmente verdes, ha- 
vendo laivos de amarello apenas na ponta livre; as 
lateraes têm o lado interno da base escarlate, o ex- 
terno verde um pouco azulado na órla até o terço 
médio, onde esse verde se extende para o lado in- 
terno, formando uma tarja transversa, em contraste 
com o amarello esverdeado do terço terminal. Ca- 
nutilhos negros ; uma estreita franja d'essa côr, li- 
mita as pennas do pescoço e da região dorsal. Iris 
miniacea. Esta ave é muito sujeita à um tropismo, 
para as cores fundamentaes ficando, neste caso, o 
colorido permanente reduzido ao amarello para côr 
geral e escarlate para as marcas d'esta côr dos indi- 
viduos normaes. 

Dimensões > Bico Om, 025 à Om, 031; aza Om, 
194° 4 Om, 224: cauda 0m,115 4 Om, tooe far 
so Om, 020 4 Om, 028. 

Distrib. geoyr. : Brasil; de Pernambuco ao Rio. 
Grande do Sul, Matto-Grosso e Amazonas, Republi- 
ca Argentina, Paraguay e Bolivia. 


OS — AMAZONA AMAZONICA (L. ) 


Curica ; Aruru-Curuca; Papagaio-do-Mangue ; 
Papagaro-Poayeiro 


Bico de ponta denegrida base e lados do cul- 
men, base e centro do gonis de côr amarella om 
amarello laranja. Gerumen, pés e nnhas negros ; re- 
giao periophthalmica da mesma côr. Plumagem + 
Sinciput e alto da cabeça, até o limite posterior da 
érla nua ocular, amarella ; uma linha que vem das 
narinas, passa pelos olhos e se diffunde no verde dos 
lados da nuca, de côr azul violaceo farinoso; ame- 
tade inferior dos lóros e bochechas amarellos de chro- 
mo; nas pennas do mento reapparecem as órlas vio- 
laceas. o que às vezes tambem occorre nas da nuca,. 
finamente órladas de negro. Bordo do carpo ama- 
rello ou laranja. Um largo espelho miniaceo. consti- 


+ 





Miranda - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est. IV REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XH 







ot Eh î 
Mi 


Amazona amazonica 





ie : 


tuido por nódoas dessa côr no terço mediano da 
barba externa das 5 primeiras remiges secundarias ; 
o extremo terminal das secundarias, lado externo, de 
côr azul intensa denegrida. Todo o terço terminal 
e a barba interna das primarias de côr negra relin- 
ta. Na pagina inferior, o lado externo e o terço ter- 
minal e uma tarja central que acompanha o canutilho 
de côr negra avermelhada; a tarja que acompanha 
o canutilho é, além disso, marginada por uma es- 
treita tarja branca em ambos os lados. Rectrizes la- 
teraes miniaceas no centro, esmaecidos no terço ter- 
minal que se torna amarello-esverdeado claro. Toda 
a cauda transfaciada por um losangulo verde retinto 
que occupa maior extensão nas duas rectrizes cen- 
traes, onde falta o miniaceo; e produz uma nódoa 
circular no meio da barba interna das ultimas late- 
raes. A barba externa d'essas pennas tem uma tarja 
externa verde-negra, parallela 30 canutilho e que se 
estende até a parte verde amarellada, termiral, da 
. penna. Todo o resto da plumagem da ave é verde, 
mais intenso no lado dorsal que no ventral e mais 
claro nas tectrizes alares maiores, nas ultimas remi- 
ges e nas tectrizes superiores e inferiores da cauda. 

Dimensões : Bico Om, 025 à Om, 029 ; aza Om, 
198 à Om, 220 ; cauda Om, 102 à Om, 115; tarso 
Om, 025 à Om, 026. 

Habitat. : Matto-Grosso até Coxim, Perú, Ve- 
nezuela, Columbia, Valle do Amazonas e Trindade. 


59 — AMAZONA FARINOSA ( Bodd. ) 
Moleiro, Juru-Açi 


Bico, pés e região nua periophthalm'ca de côr 
. branca farinosa, unhas schistaceas. Cerumen negro. 
Plumagem verde, como que recoberta de pulveru- 
“Jencia branca. As pennas do alto da cabeça e. do 
pescoço, até os lados, com a base amarellada sub- 
marginada de um laivo azulado e largamente mar- 
ginadas de purpureo ou de negro, côr que se en- 
contra nas pestanas formando um debrum que con- 105 
trasta muito vivamente com o branco da região nua“. 






periophthalmica. Bordo carpal amarello-vermelho, as 
pennas finemente fimbriadas de verde. Primeira re- 
mige na pagina superior negra; as demais prima- 
ER tendo a barba externa no terço terminal azul 
escuro e a barba interna de todas as demais, excep- 
tuadas as 4 ultimas, de côr negra schistacea; as 5 
primeiras secundarias tendo a barba externa nos 5/9 
medianos da penna de côr escarlate vivo; o quinto 
basilar é verde e o terminal em principio verde depois 
azul escuro, côr que occupa a ponta das quatro re 
miges seguintes para depois dar logar ao verde ge- 
ral nas demais. As rectrizes externas tem uta tar- 
ja marginal azul, na barba externa, tarja que vae até 
perto da ponta da penna. O canutilho é negro azu- 
lado e o terço terminal das lateraes é de um verde 
mais amarellado que o das tectrizes inferiores da 
cauda. O verde sub-alar pouco différe do geral; as 
tectrizes maiores tem a ponta amarelada e o lado 
externo das remiges desde a metade da penna e di- 
minuindo a medida que se caminha para as ultimas 
secundarias, de côr negra schistacea. As pennas do 
abdomen são fracamente marginadas de negro. 


Ha exemplares com pennas amarellas e às ve- 
ges marginadas de rubro no alto da cabeça; bem 
assim vi um, da fóz do Castanha, com as pennas da 
cauda vermelhas na base. 

Dimensões : Bico Om, 033 4 Om, 039 ; aza Om, 
229 à Om, 2583 cauda Om, 134 à Om, 160; tarso 
Om; “025,4. 0m, O31. 

Distrib. geogr.: Do Valle do Amazonas ao Rio 
Doce e Matto-Grosso, di Paraná — S. João da Ser- 
ra do Norte. 


60 — AMAZINA INORNATA ( Salv. ) 
Moleiro 


Salvadori creou para as formas de farinosa 
sem amarello no vertex a designação supra. Diz 
elle serem os seus representantes maiores. Traia-se 
uma questão duvidosa que merece melhor estudo. 


AME ES 
61 — Amazona viNACEA ( Kuhl. ) 


Aruruéba ; Corraleiro ; Peito-Roxo 


Bico escarlate vivo na base e amarellado na 
ponta. Região núa periophthalmica rubra; pés ama- 
rellos alvadios. Pluwimagem verde. Uma barra trans- 
versal, estreita, por detraz das narinas e se estendendo 
até os olhos, de côr escarlate sanguinea ; a base das 
pennas das bochechas vermelha-roxa-vinacea; d’ahi 
para a garganta essa côr vae se tornando viva e 
mes ro escarlate, ao passo que para o peito ella se 
torna um tanto cinérea, para depois dar logar à um 
azulado indistincto que mais se define para o abdo- 
men. Sobre a garganta, lados do pescoço, papo e 
peito o arroxeado invade a penna quasi toda, ficando a 
orla sómente de côr diversa — o negro, formando 
um escamado indistincto que vae até o baixo ventre. 
As pennas da nuca e alto do pescoço, grandes e 
formande uma golla analoga a de Deroptuus, têm 
uma tarja transversa vinacea, depois outra azul al- 
bicante e a terminal negra. As pennas da órla 
carpal são amarellas na base e escarlates na ponta. 
As 4 primeiras secundarias têm um largo espelho 
escarlate vivo na barba externa. A barba externa 
das cinco primeiras remiges, parte terminal e dimi- 
nuindo da primeira para a ultima, uzul claro; lado 
interno negro schistaceo. Na pagina inferior as co- 
berturas maiores e a barba interna das remiges, em 
sua maior extensão, de côr verde intensa ; nas pri- 
marias e secondarias, atê a ultima de espelho, o 
meio da penna e barba externa, a ponta e etreita 
fimbria marginal que caminha para cima, denegri- 
dos; nas demais o denegrido & marginal da ponta. 
Tectrizes inferiores, lateraes e superiores proximas 
das rectrizes amarelladas, hem como as pennas das 
tibias que formam calção d'essa côr. Base das rec- 
trizes miniacea tornando-se amarella para a órla in- 
terna; ponta amarellada. Das pennas do corpo só 
as tectrizes caudaes não são marginadas de negro. 
. Dimensões: Bico Om,027 ; aza Om,214; cauda 
Om,123 ; tarso Gm,022. 


ET ue 


Habitat: Da Bahia ao Rio Grande do Sul; 
Missões e Argentina 


Pionus ( Wagl.) 
Monogr. Psitt., py. 497 — 1532 


Aspecto geral de Amazona com o gonis de 
base menos entalhada, a cauda egual ou menor que 
1/2 da aza, subtruncada e tendo a ponta das pen- 
nas medianas ogival e das lateraes de contorno obli- 
quo na barba interna. A constante do seu colorido 
se encontra nas sub-caudaes sempre vermelhas, As 
maitacas são menores que os papagaios, muito so- 
ciaveis, vivendo em grandes bandos nas mattas de 
toda a America do Sul, desde o isthmo de Panamá 
atè a Argentina. Frequentam zonas e arvores predi- 
lectas, que visitam todas as manhãs, hora geral da 
refeição das aves. 

As especies brasileiras dividem-se da seguinte 
forma : 


Corpc verde 
olivaceo 


rea; bico de base negra . 1 Pionus maximi- 


Cabeça verde-negra purpu- 
liani 


Cabeça azul de cobalto ; co- 
berturas auriculares negras ; 
bico de base escarlate . , 2 Pionus mens- 
\ truus 


Corpo sépiacéo-purpureo : . 4 . . = 3d Pionus fuscus 
62 — Proxus MAXIMILIANI ( Kuhl. ) 
Martaca 


Bico com a ponta amarella e a base negra; 
pés denegridos. Plumagem verde olivacea, as pennas 
fimbriadas de negro. As pennas da fronte e dos 
lóros fortemente marginadas de purpureo-denegrido 
que diminue de extensão para as partes superior, 
lateraes e posteriores da cabeça e do pescoço. Na 
garganta torna-se vinaceo. occupando maior exten- 
são da penna e no papo forma uma ampla zona vio- 
lacea. Na pagina superior a ametade interna da 
barba interna das remiges é negra. Na pagina in- 
ferior da aza verde veronez; e negra a ametade 
externa e uma fimbria circumdando a parte poste- 


rior de cada remige. As sub-caudaes são rubras, 


E q um 


ER o (gee 


com o canutilho negro; e tem estreita fimbria terminal 
verde amarellado as que ficam junto das rectrizes, 
cuja pagina superior é verde até as duas externas de 
cada lado, sendo que as barbas externas destas são lar- 
gamente terminadas de azul. Na pagina inferior 
essas pennas são de um verde mais brilhante na 
parte terminal seguido duma facha escura e depois, 
na Orla interna e para a base das cinco lateraes, 
intensamente coradas de carmin. As centraes são 
uniformes. 

P. imaximiliant melanoblepharus. Exempla- 
res procedentes de Therezopolis têm e verde geral 
menos olivaceo, a fronte mais negra a garganta 
mais liläz e o bico menos amarello. A região núa pe- 
riophatalmica é negra em vez de carnea. 

Dimensões: Bico Om,021 à Om,024 ; aza Om,185 
à Om,200 ; cauda 0m,094 à Om,108 ; tarso Om,020 
à Om,021. 

Dim. var. melanoblephara ; Bico Om,023 4 
Om,025 ; aza Nm,179 à Om,182; cauda Om,094 4 
Om,099 ; tarso Om,018. 

Disirib. geogr.: Do Piauhy à Argentina, Pa- 
raguay e Matto-Grosso. 


64 — Prosus MENSTRUUS ( L. ) 
Martaca 


Bico de ponta cornea e base escarlate, cerumen 
negros; pès denegridos. Plumagei verde olivacea. 
Cabeça azul de cobalto, a região núa periophtal- 
mica e a cobertura dos ouvidos negros. Na nuca 
o meio das pennas é verde. Na garganta ha uma 
facha interrompida e de côr carminea logo depois 
da facha terminal azul e no papo esse carmineo se 
diffunde num purpureo que depois se torna olivaseo- 
furrugineo. As remiges, na pagina inferior différem 
das de P. maximiliani por terem uma fimbria verde 
mais ou menos accentuada pelo lado externo. Todas 
as remiges têm azul que se estende de fora para 
dentro até a ponta de cada penna e, nas duas me- 
dianas sómente existe na ponta e de modo diffuso ; 
depois na barba interna ha uma tarja obliqua sé- 


NOR 


piacea que se cambia para o carmineo indo até a 
base da penna; isso na pagina superior, na inferior 
não se nota O sépiaceo de tranziçäo. As sub-cau- 
daes, escarlates, têm uma estreita linha verde azu- 
lada pelo canutilho e a órla verde amarelhada. O 
joven tem uma facha carminea sobre a fronte e 0 
azul da cabeça menos accentuado. ° 

Dimensões: Bico Om,020 à Om,024; aza 
Om,178 à Om,193; cauda Om,079 à Om,088 ; tar- 
so Om,019 à Um,022 


Hab tat.: Desde Costa Rica e Trinidad, pela 
America do Sul até Matto-Grosso, Columbia, Equa- 
dor e Boltvia. 


64 — Pronus ruscus (Mill. ) 
Parauä-y, Papagainho Rôxo 


Ponta do bico negra, base carnea, lóros dene- 
gridos bem como os pés. Alto da cabeça, desde a 
fronte e coberturas auriculares negras. Uma tarja 
nos lóros escarlate. Pennas da parte dorsal sépia- 
ceas cum Orla cinérea na cabeça e avermelhada no 
corpo; pennas da parte inferior avermelhadas com 
Orla grisescente na gargante e a base sépiacea no 
peito e abdomen. Sub-caudaes carmineas, as pennas 
com o canuulho negro e um sombreado sobre o 
lado interno. As remigos têm o lado externo pur- 
pureo e as azas a pagina inferior violacea ; as re- 
miges têm o lado externo dessa pagina negro e 
as da Rr a barba externa sépiacea purpurea, 
na tarja terminal dessa côr e o resto carmineo 
— as duas medianas são unicolores sépiaceas — 
purpureas. 

Os jovens têm os lados da base das pennas 
ariculares alvadics amarellados, a região perioph- 
thalmica mais clara, os lóros fuscos e a cabeça azulada, 

Dimensões : Bico Om,021 ; aza Om,167 ; es 
Om,079 ; tarso Om,017. 


Habitat: Guyanas e Valle do Amazonas, Pará, 
Amazonas e Venezuela. 





7, PI; 


MADER jue 


Gypopsittacus Bp. 
Naumania, 1856 

Iérma mediccre, robusta. Bico forte, de altura 
e comprimento correspondentes, tomia entalhada e 
ponta plana na face trituratoria. Cabeça na parte 
anterior villosa, não emplumada, no mais como em 
Eucinetes. 

Especie conhecida: 


65 — GYPOPSITTACUS VULTURINUS (Ill.) 
Urubü-Faragud, Piri-Piri, Periquito-d' Anta 


« Adulto: Verde, abdomen com laivos azula- 
dos; cabeça núa, ou antes, coberta de cabellos ; 
pelle nüa da cabeça negra, excepto na parte ante- 
rior e nos lóros onde ella é clara, talvez alvadia ; 
os pellos são negros na pelle negra e brancos na 
parte anterior da cabeça e nos ióros; à núa cabeça 
circumdada posteriormente por uma larga facha for- 
mada de pennas amarellas terminando em negro; 
nuca denegrida, papo amarello-olivaceo com as pen- 
nas marginadas de negro; coxas amarellas com 
lavios vermelhos; coberturas alares superiores me- 
nores auranciacas, as mais internas, a margem carpal 
e toda a cobertura inferior da aza vermelha; na curva 
da aza as penas auranciacas são lavadas de vermelho ; 
algumas das coberturas medianas superiores externas 
e maiores da aza azues, marginadas de verde; aza 
bastarda, coberturas primarias e primarias negras com 
a barba externa azul escura; secundarias negras com as 
barbas externas verdes passando ao azul para a ponta ; 
barba interna das remiges em baixo verde; cauda 
verde; com a ponta azul superiormente e verde in- 
feriormente; barba irterna das rectrizes e pennas 
da cauda, excepto a ponta, amarella; bico cinéreo- 
corneo, mais esuro na ponta e ao longo do culmen ; 
cerumen alvadio; pés pardos. Comprimento total 
Rd ara OEA? = cauda: 0070: bico Os O18 ; 
tarso 0,7 012. 

Joven : Cabeça nua na parte anterior e lóros, 
o resto com pennas curtas verdes e de base ama- 


rella ; pennas eguaes na parte posterior do pescoço 
que não é negro; a facha auranciaca ao longo da 
margem do braço e tambem a vermelha carpal, em 
parte verdes; tectrizes maiores da parte inferior da 
aza verdes » ( Salvadori). 

Habitat. : Valle do Amazonas, Pará a Vene- 
zuela. 


Eucinetes, Reichn. 
Jorn. f. Ornith. pg. 393--1881 


Fôrma mediocre. Bico de ponta su-plana na fa- 
ce, trituratoria tomia entalhada e gonis excavado. Ge- 
rumen alongado buscando o hiato e villoso. Pennas 
dos lóros e da parte antorpital reduzidas e de aspe- 
cto villoso. Remiges 2 e 3 eguaes. Rectrizes chan- 
fradas internamente e mais ou menos ponteagudas 
externamente, estreitas e curtas, a cauda muito me- 
nor que 1/2 da aza. Côr dominante verde. 

Especie brasileira : 


66 — Eucinerus CAICA (Lath.) 


Bico e pés alvadios amarellados ; região núa pe- 
riophthalmica e pello dos lóros negros, as palpebras 
alvadias com as pestanas negras. Plumagem verde ; 
a cabeça toda negra, até o queixo e a nuca, dahi 
segue-se um collar amarello alaranjado no lado pos- 
terior do pescoço 6 olivaceo no lado gular. As te- 
ctrizes alares menores têm o lado inferior azul; azues 
são as azas bastardas com o centro negro e bem 
assim as tectrizes maiores das primarias; azuladas 
são as sub-alares menores e as pennas do peito e as 
da articulação tibio tarsal, onde ha um lavo cinéreo 
e pennas auranciacas. 

Sub-caudaes aruarelladas com o canutilho negro 
e o bordo verde azulado. Primeira remige negra 
com brilho azul purpureo, as demais têm a barba 
externa verde sub-marginada de azul purpureo in- 
distincto e dominante junto a ponta dessas pennas. Na 
pagina inferior ellas são de um verde veronez que só 
não existe nas partes externas, mediana e terminal, 
onde tal côr é como geralmente, substituida pelo 


Rd e a its DS 


me ml PE a à 


— ee, 2° 


a a pe 


negro sépiaceo. Rectrizes com uma barra terminal 
azul, uma fimbria dessa côr na barba externa das 
lateraes e o resto amarello citrino dourado, só au- 
sente nas duas medianas. A base das pennas do 
corpo é cinêrea. 

Dimensões : Bico O,"O1R ; aza 0,7 146; cauda 
0,2048 ; tarso 0,"017. 
Habitat. : Guyana Ingleza, Rio jamary e Rio 
Branco. 


Chapmania, nobis 


Forma geral de Bucinetes, tendo a fronte e os 
lóros emplumados normalmente, a região perioph- 
thalmica francamente nua, o cerumen estendendo-se 
até o hiato. a tomia fracamente entalhada, o gonis 
de base excavada, remiges 1.º, 2.º e 3.º eguaes. 

Fispecie brasileira : 


67 — CHAPMANIA BARRABANDI ( Kuhl. ) 
Curica 


Bico corneo denegrido, ligeiramente amarellado 
ou miniaceo no gonis; região nua periophthalmica 
côr de carne, pês schistaceos. Plumagem geral 
verde olivacea. Cabeça negra, pestanas idem, bo- 
chechas até a base do gonis de um amarello mi- 
niaceo, papo e um estreito collar que passa logo 
atráz do negro da cabeça, olivaceos. Bordo alar 
junto da articulação humeral sanguineo, continuando 
dahi amarello de chromo pelas tectrizes menores e 
se estreitandc para as articulações carpaes e meta: 
carpaes ; d'ahi até as tectrizes maiores das primarias 
substituido pelo sanguineo ou a elle misturado. Aza 
bastarda negra com brilho azul escuro e fimbria 
mui fina verde, todas as tectrizes maiores e remi- 
ges secundarias assim; nas secundarias o azul é 
mais definido e intenso e o verde, mais amplo, é o 
unico que apparece quando a aza está fechada; só 
a ultima é totalmente verde. A primeira primaria 
é negra com a metade interna schistacea, a segun- 
da tem a fimbria marginal amarella, a 3.ºe 4.º ver- 
des e as demais azues; essa fimbria amarella appa- 


La 


— 66 — 


rece às vezes na ponta da 2.º à 5.º. Pelo lado in- 
ferior todas as coberturas alares de um escarlate: 
vivo, as remiges têm a metade da barba interna 
verde-mate até perto da ponta e o resto schista- 
ceo. A plumagem da parte inferior do tronco é 
lavada de azul, os calções são de um amarello mi- 
niaceo e as sub-caudaes amarelladas. As rectrizes 
têm uma barra terminal azul schistaceo que se es- ~ 
tende pela barba externa das duas lateraes exterio- 
res; as medianas e a barba externa das latsraes 
verdes e resto de um amarello ligeiramente  oli- 
vaceo. 

Dimensões: Bico Om,019 à Cm,020; aza 
Om,162 à Om,170 ; cauda Om,077 à Um,ONO ; tar- 
so Om,019 à Om,020. 

Habitat. : Valle do Amazonas. até o Equador. 
Matto-Grosso ( Gy-Paraná ). 


Pionites, Heine 

Nomencl. Mus. Hein, Orn. pg. 231 — 1890 
Forma geral de Chapmania, com o bico fór- 
temente entalhado na tomia e o gonis de base: 
truncada. A ponta é sub-cochlear e o cerumen 
attinge o hiato. As narinas nuas, bem como o am- 
plo circulo periophthalmico. As remiges 1, 2, 3: 
e À graaativas, esta a maior. Rectrizes ogivaes, 
as medianas maiores, excedendo as demais. A nóta 
dominante da plumagem é dada pela côr isabel 
quasi branca que apparece sobre o thorax. À plu- 

magem dos jovens não está bem conhecida. 


Especies brasileiras : 


Cabeça e pés negros; estria de sob 
os olhos ao hiato, verde. . . . 1 P. melanocephalus. 


/ Do abdomen as co- 
| xas e pennas sub- 
caudaes a côr é 


eca ochraceo- ta ; 
Cabeç armarella uniforme 2 P. xanthomerus 


furrugento, pés 


carmineos. Car 
Só as pennas do 


baixo ventre e sub- 
caudaes amarellas, 
pennas das coxas 
, verdes, . . . 3P. leucogaster 








‘yeu pe ‘ep “qu JW 


Polpa Sajaulony—¢ enjeudadouejau! sajjuolg —Z ipueqesieg prueudeyo-) 


£ 


\ ( = 
\ 
xr à 








NX “TOA ‘¥LSITOVd * 








OT e 
68. — PIONITES MELANOCEPHALUS ( L. ) 


Maipure; Periquito de Cabeça Preta 


Bico, pès e região nua perivphthalmica negros. 
Gerumen idem. Pluinagem : Alto da cabeça, da 
base do bico à nuca, negro; as pennas rijas, bri- 
lhantes e tendo o meio fuscescente. De sob as na- 
rinas, por trás do hiato, parte uma estria verde 
que vae, as vezes, até a parte posterior dos olhos, 
marginando o espaço nú pelo lado de baixo. Bo- 
chechas e garganta amarello sulfureo, mais vivo 
para baixo. Lados e parte posterior do pescoço de 
côr ochracea-miniacea. Papo, peito e abdomen, até 
as sub-caudaes e por entre as coxas, isabel. Axil- 
lares salmoneas; ancas. coxas, pernas e sub-caudaes 
salmoneos-mesclados de amarello vivo Manto verde 
vivo, junto ao pescoço azulado, as pennas com o ca- 
nutilho negro e a base branco-cinérea. Remiges 
negras, as primarias com a barba externa azul fim- 
briada de verde, as secundarias com brilho metal- 
lico azul e a barba externa verde. Orla carpal ama- 
rella. Coberturas da pagina inferior menores, do 
verde do manto; tectrizes alares maiores e >emi- 
ges plumbagineas, mais negras junto ao: canutilho. 
Remiges sordidamente auromicantes, na pagina in- 
ferior. 


Dimensões : Bico, Om,023 ; aza, Om,135; cau- 
da, Om,072 ; tarso, Om,022. 


Habitat: Alto Amazcnas, Rios Negro e Bran- 
co. Guyanas até Venezuela. 


69. — PIONITES XANTHOMERUS ( Gr.) 


Bico, região nua periophthalmica e pés carneos. 
Cabeça e cervix, da fronte ao dorso ochraceo-mi- 
niaceo, as pennas com a base denegrida. Bochechas, 
garganta, coberturas auriculares e lados do pescoço 
amarello sulfureo. Papo, thorax e abdomen, atê o 
baixo ventre, isabel. Ilancos, coxas, baixo ventre 


ba: 


e sub-caudaes e uma tarja terminal transversa das 
remiges de côr amarella mais viva que a da gola. 
Bordo alar, da curva ao carpo, denegrido. Axilla- 
res amarellas-miniaceas. Remiges negras, as prima- 
rias com a barba externa azul e uma estreita fim- 
bria verde, as secundarias com a barba externa 
verde. Tectrizes sub-alares menores verdes com 
laivos azues e mescladas de amarello de permeio ; 
tectrizes maiores, como as remiges, sépiaceas de 
brilho olivaceo. O resto do celorido verde uniforme. 

Dimensões : Bico, Om,022 ; aza, Om,132; cau- 


‘da, Om,073; tarso, 0,014. 


Habitat: Alto Amazonas, Rio Juruá e Javary. 
70. — PIONITES LEUCOGASTER ( ll.) 
Marianninha ; Periquito d Anta 


Différe do precedente por ter os flancos, as 
coxas e pernas verdes e as rectrizes sem a tarja 
marginal amarella. Um exemplar do Museu tem as 
pennas na cabeça mescladas de ochraceo e negro, 
algum verde do bico as auriculares por sob os 
olhos; o amarello da gola estende-se pelos flancos 
do thorax e axillares, as sub-caudaes estão lavadas 
de verde para o sépiaceo. 

A pagina inferior das remiges é cinérea e as 
tectrizes menores são verdes. 

Dimensões : Bicu, Om,022: aza, Om,133 ; cau- 
da, Om,073; tarso, Om,014. 


Habitat: Baixo Amazonas e Pará. 


Salvatoria, nobis 
Bico sub-globoso, de ponta cochlear e tomia não 
entalhada. Gonis fortemente entalhado. Cerumen 
curto, sub-villoso. Região periophthalmica nia. Re- 
miges attenuadas no terço apical, as tres primeiras 
sub-eguaes. Rectrizes curtas, sub-truncadas. 


Especie unica: 


“eu pe op “qua ‘AIN 


“Snunfiyoeag snjeosepipheug — sdoujuex PIJOJPAJPÇ — 
& S-1 








RS: o a 


11. — SALVATORIA XANTHOPS ( Spix ) 


Papagaro-Goiada 


Bico alvadio, denegrido de junto as narinas até 
o meio; abaixo da macula assim formada outra 
amarella. Cerumen denegrido. Região periophthal- 
mica côr ne carne. Pés e unkas de côr schistacea- 
laranja. Plumagem: verde. O alto da cabeça e la- 
dos da cara de côr amarella, ds vezes laranja na 
regido auricular. Axillas miniaceas, cambiando para 
amarello de ouro para o ventre, ahi formando uma 
tarja transversa e larga. As rectrizes lateraes tém 
uma tarja miniacea na metade basilar, o resto das 
pennas bem como a cobertura superior da cauda 
verde claro amarellada. Essa côr margêa as ulti- 
mas remiges e mais olivacea forma a base das pen- 
nas verde da cabeça no pescoço e no papo, ahi pro- 
duzindo um escamado regular, com o verde dene- 
grido ou em certos cambiantes azulado da margem. 
As tectrizes maiores das primarias com um véo 
marginal azulado. Margem interna. canutilhos e la- 
dos do canutilho de côr negra. Pagina inferior lado 
interno das remiges esverdeado farinoso a metade 
externa, obliquando da base para o bordo interno 
no terço terminal de côr schistacea. Ponta das pri- 
marias e das secundarias anteriores orlada de branco. 

Dimensões : ; Bico, Om,024 4 Om,027; aza, 
Om,184 à Om,197; cauda, Om,091 à Um,095: tar- 
so, Om,021 à Om,023. 

Habitat: Cabeceira do Arinos, Estivado, Mat- 
to Grosso, S. Paulo e Minas. 


Graydidascalus, Bp. 
Rev. Marg. Zooôl., pg. 142 — 1854 


Culmen de ponta curta, cochlear e tomia in- 
distinctamente entalhada ; o bico é sub-globoso, gla- 
bro, quasi tão alto quanto longo. Cerumen curto, 
base do bico descoberto bem como uma estreita 
faixa antocular. Remiges graduadas e deseguaes. 
Remiges curtas de extremo arredondada, não attin- 
gindo a metade «o comprimento da aza. 

Especie unica. 


— 70 — 


72. — (GRAYDIDASCALUS BRACHYURUS 
(Temm. & Kuhl. ) 


Curica Pequena 


Bico verde — sépiaceo lustroso. Cerumen e base 
do bico, região nua dos lóros e em torno dos olhos 
sépiaceos palpebras carneas ; pés e unhas denegridos. 
Plamagem geral verde com laivos de azul, indis- 
tinctos sobre a cabeça e de amarello sobre a parte 
inferior de todo o corpo, Orla das tectrizes e remi- 
ges, pagina superior da cauda e urupygio. Região 
cubital sépiacea-ferruginea. Canutilhos e lado in- 
terno das remiges denegrido sépiaceo e pagina infe- 
rior das remiges ametade interna esverdeado schis- 
taceos externa schistacea. Rectrizes lateraes com 
uma larga tarja vinacea na ametade basilar. 

Dimensões : Bico 0m,022; aza Om,146 ; cauda 
Om,060 ; tarso Om,017. 

Habitat : Alto Amazonas, Rios Madeira e Negro. 


Urochroma, Pp. 
Naumannia — - 1856 


Bico sub-globoso, glabro, de tomia mediocre- 
mente entalhada. Narinas descobertas. Lóros ves- 
tidos; região periophthalmica pouco nua. Remiges 
normaes, graduadas, as 3 primeiras eguaes, tendo 
um encurvamento extrorso. Rectrizes truncadas egua- 
lando ou pouco maiores que metade das azas; co- 
berturas superiores e inferiores da cauda muito des- 
envolvidas, ás vezes passando a ponta das rectrizes. 
Cores dominantes verde e negro. Tamanho mediocre. 


Especies : 


Dordo SEDIA sie Mel 6 SE ca ES Cd ie or A RENTE E ACT LO REC 

Bordo carpal verde , 2 U, surda. 
( Urop. verde , 
? | Bordo carpal escarlate 3 U. hueti, 


Dorso verde, o 
| Uropygio Agus os mi poeme tr At U po UA AAA 


73. — UrocHRoMA wiept, ( Allen) 


Base do bico e pés denegridos, ponta do bico 
e unhas alvadios. Plumagem geral verde grisescente 


para o papo e lados do peito, região sub-alar e la- 
dos das coberturas inferiores da canda. Pennas da 
nuca com a metade basilar sépiacea cinérea ; as do 
dorso sépiceas com a base cinéra. Regiões humero- 
radial e lombo sacral negras. Carpo com o bordo 
indefinidamente rubescente; aza bastarda com a 
maior parte das pennas, para o lado interno dene- 
eridas; tectrizes das primarias e as primarias, ex- 
ceptuando-se estreita fimbria. externa, verdes, as se- 
cundarias exceptuadas as 3 ultimas e o bordo ex- 
terno das duas que a estas são anteriores, denegridas. 
Rectrizes miniaceas, com estreita fimbria negra na 
barba externa, e larga tarja terminal desta côr. 

Dimensões : Bico Gm,012 à Om,018; aza Om,110 
à Om,112; cauda Om,045 à 0m,052; tarso Om,012 
à Om,013. 

Distrib. geogr.: Littoral, desde o estado da 
Bahia até o de S. Paulo — Serra dos Orgãos — The- 
rezopolis. 


74. -— UrocHROMA SURDA (Ill ) 


Base do bico e pés denegridos ; ponta do bico 
amarellada com a tsmia denegrida; região nua em 
torno dos olhos carnea. Plumagem verde brilhante 
indistinctamente azulada no bordo da curva da aza 
junto ao carpo e na região sub-ocular mais ou me- 
nos intensamente olivaceo-amarellada; as pennas 
da cabeça e nuca mais ou menos esquamuladas pela 
coloração do bordo das pennas que é mais verde, 
ao passo que o corpo das mesmas fica ligeiramente 
olivaceo. Pennas humero-escapulares sépiaceas-oli- 
vaceas ; tectrizes médias das secundarias e maiores 
bem como a aza bastarda ( exceptuado o bordo an- 
terior que é verde) e todas as tectrizes das prima- 
rias é remiges (exceptuada estreita fimbria verde 
do bordo externo) negras; barba interna junto à 
ponta das ultimas rectrizes e uma tarja transversa 
terminal das rectrizes, de côr negra absoleta; esta 
tarja se alarga ao passo que marcha para o meio 
da cauda; meio e base das rectrizes, nas duas pa- 
ginas, d’uta amarello dourado fosco. 


veo Se 


Disnensoes : Bico Om,013 à Om,015 ; aza Om,122 
à Om,125 ; cauda Om,055 à Om,057 ; tarso Om,012 
à Om, O14. 

Habitat. : Da Bahia ao estado de S. Paulo 
até Goyaz para o interior. Serra do Orgãos — The- 
rezopolis. 


79. — UROCHROMA HUETI ( Temm. ) 


Bico e região periophthalmica côr de carne. 
Sinciput e lóros azues denegridos, bochechas azula- 
das, alto da cabeça e do dorso e auriculares ligei- 
ramente sépiaceos, taes como as remiges primarias ; 
curva da aza até perto das remiges e axilla escar- 
late sanguineo ; logo depois as tectrizes dessa região 
têm o colorido azul de cohalto. Rectrizes de ponta. 
verde e sub-marginadas de negro; as lateraes 
vermelhas purpureas no & e verdes na Q, com as 
immediatas às duas centraes tendo uma tarja lon- 
gitudinal sépiacea. Demais colorido verde. (Com- 
pilado ). 

Habitat. : Guianas, Venezuela, Peru e Para. 


70. — UROCHROMA PURPURATA (Gm. ) 


« Adulto -- Verde, parte inferior mais clara; 
alto da cabeça pardo-olivaceo, coberturas auriculares 
com laivos pardacentos ; região lombar azul; lados 
dessa região, flancos e coberturas superiores da 
cauda verde brilhante; escapulares negras parda- 
centas; lados do corpo verde amarellados; azas 
bastardas, cobertura das primarias e canutilhos de- 
negridos, com a margem externa marginada de 
verde; Orla meiacarpal marginada de azul purpureo ; 
coberturas alares inferiores maiores e margem in- 


terna das primarias inferiormente esverdeado sujo ; 


as duas rectrizes caudaes medianas verdes margina- 
das de negro, as lateraes rubras-purpureas margi- 
nadas de negro na ponta e na margem exterior ; 
bico côr de chumbo, amarello para a ponta; pés 


cinzentas. A femea é semelhante ao macho do qual. 


différe pcr ter as escapulares pardas mais pallidas 
e uma larga tarja verde na ponta das rectrizes la: 


a 


oy 
(oy = 


teraes ; Ória negra das mesmas pennas confinada à 
ponta e faltandc na magem externa» (Salvadori). 
Dimensões : Bico Om.014 ; aza Om,113 ; cauda 
Om,048 ; tarso Om,009. 
Habitat. : Rio Capim, Parä-N. E. do Brasil 
e Guianas Franceza e Irgleza. 


Deroptyus ( Wagler ) 
Monogr. Psittacorum, pg. 492 — 1832 


Bico elevado de gonis incluido; culmen com 
dous entalhes, delimitando uma saliencia lateral na 
tomia, gonis de base truncada. Narinas e cerumen 
nús; circulo periophthalmico nu. Pennas das bo- 
chechas e auriculares alongadas maiores; as da 
região cervical formam um collar erectil. Remiges 
1.º e 5.º sub-eguaes, as quatro intermediarias eguaes. 
Azas longas, do carpo à ponta, maiores que o corpo. 
Tarso muito curto, menor que o pollegar, excluida 
a unha. Cauda longa. quando fechada, de bordos 
lateraes parallelos e extremidades posterior subtrun- 
cada, rectrizes subgraduadas de 1.º à 4. 

Especies : 


= 
ta 


. — DEROPTYUS ACCIPITRINUS ( L.) 


Anacá. Papagaio de Colleira 


Bico, região periophthalmica nua e pés sépia- 
ceos denegridos. Pluimagem: Pennugem da fronte 
e dos lóros denegrida passando do sépiaceo para a 
cabeça e para as bochechas que são percorridas por 
uma estria ochracea alvadia pelo meio, sobre o ca- 
nutilho. Pennas da nuca de comprimento egualan- 
do ao da cabeça (sem o bico) de côr sépia na 
base, sanguinea em sua maior porção central e azul 
de cobalto em larga tarja marginal. As pennas da 
gargenta, papo, peito, ventre e sub-caudaes anterio- 
res são quasi da mesma cor sendo o vermelho mais 
olivaceo. Manto, inclusive as sub-caudaes superio- 
res, sub-caudaes inferiores maiores de um verde 
intenso de seda. 








74 — 

Azas bastardas, tectrizes maiores: das remiges 
e remiges primarias negras, Com a barba externa 
quasi toda azul e depois marginada finamente de 
verde. As secundarias têm a barba externa verde 
e um pouco azul na ponta das anteriores. Tectri- 
zes alares menores da côr do manto, maiores e 
remiges cinéreas schistaceas. Rectrizes médianas 
superiormente verdes com a ponta azul; nas outras 
o azul ganha em extensão para a base na barba ex- 
terna; na interne o brilho é purpureo. Inferior- 
mente as rectrizes são schistaceas denegridas, tendo 
as duas externas uma nodoa alongada pouco per- 
ceptivel sobre a base da barba interna e de côr 
purpurea-cinnabria. 

Uma femea, morta com o maclio acima des- 
cripto, tem o bico branco e a macula da cauda 
ainda menos perceptivel que a do macho. 


Um exemplar das collecções do Museu repro- 
duz com approximação o colorido dessa femea, tendo 
à maior o colorido azulado das coberturas menores 
das azas que se nota no colorido dado por Spix 
(tab. XXXII) figurando um exemplar colhido em 
Vila-Nova do Amazonas que Helmayr descreveu 
como variedade nóva, observando uma suggestão de 
Salvadori. Parece que nesta questão das variedades 
suppostas, é Ihering quem está com a razão jul- 
gando-as apenas como um producto de edades diversas. 

_ Dimensões : Bico 0.7026 4 0,"028 ; aza 0,"206 
à 0,"209; cauda: 0,7460;4, 0.7164 ;. tarso 10/2020; 

Habitat: Guyanas, até Venezuela; Valle do 

Amazonas, do Maranhão até Juruena. 


Triclaria, Wagl. 


Monogr. Psitt. vg. 499 — 1832 





Bico normal com a ponta sub-cochlear e gonis 
excavado. Cerumen curto, não attingindo o hiato. 
Região periophtalmica restricta. Remiges sub-gra- 
dativas. Sexos differentes. 


Especie conhecida : 





Rte 


‘yeu pe ‘Jap ‘qi ‘JW 


snulajidioae snfiydoseg 








= 
| 


o 


78 — TRICLARIA CYANOGASTER ( Vieill. ) 


Sabri-Cica. Aracu-Ayava 


Bico e palpebras brancos; -cerumen e pês de- 
negridos. Plumagem verde. Remiges com todo o 
bordo externo azul, mais intenso na primeira e di- 
iuso nas demais, onde essa côr passa para o meio 
da barba. Pagina inferior da aza e das coberturas 
maiores azul perola, nas remiges até o meio da 


“barba interna sendo o resto da penna cinzenta. Re- 


ctrizes verdes, as 6 centraes com a ponta azul e as 
demais tambem com a barba externa; na pagina 
inferior ellas são de um azul schistaceo uniforme, em 
contraste com o canutilho sépiaceo cinéreo. O macho 
adulto tem uma faixa azul purpurea do meio do 
thorax ds sub-caudaes anteriores. Em captiveiro, 
depois de alguns annos o sabiá-cica torna-se macu- 


- lado de amarello. EK’ uma ave muito procurada 


pela sua vôz aflautada que faz lembrar perfeitamente 
o canto das Oscisnes. 
Dimensões : Tot. 260 millimetros ; culmen 20 
d azra 150 4 495: cauda; 105; tarso 119. 
Habitat : Do Espirito Santo à Santa Catharina. 





eu 


APPENDICE 


a Revisão dos Psittacideos brasileiros 





Do material constante das colleccôes Rondon 
e do Museu Nacional faltavam, entre outras es- 
pecies, Pyrrhura picta e Brotogeris divillei que 
sabiamos existirem nas collecções do Museu Pau- 
lista, atravez do Catalago elaborado pelo Dr. 
Hermann von the ing. 

Aproveitämos, por isso, a opportunidade d'uma 
visita 4 São Paulo para tambem examinar essas 
formas, ( uma vez que tambem resolveramos ceder 
ao Museu Paulista, para publicação, a Revisão aci- 
ma referida ) e ahi incluil-as; pudemos obervar 
mais, no correr do trabalho, alguns factos inte- 
ressantes na serie ornithologica deste Museu o 
que passamos à relatar. 

Cumpre-nos porém, antes de tudo agradecer 
ao actual director do Museu Paulista, dr. Affonso 
d'E. Taunay, a gentileza de mais este accolhi- 
mento. 





PROCONURUS HAHNI ( Souancé ). 


Além do que ficon dito à pg. 21, um exem- 
plar procedente da Guiana Ingleza, por intermedio 
da casa Rosenberg mostra que as palpebras apre- 
sentam pigmentação avermelhada. 

Dimensões : Culmen 0,024; aza 0,158: cauda 
160 ; tarso 0,015. 


GYMNOPSITTACUS ABRUGINOSUS ( L. ) 


Um exemplar procedente da Venezuella tem o 
amarello periophthalmico bastante evidente e vindo 
em laivos até o bordo do bico. As pennas das bo- 
chechas tem o bordo mais escuro, formando um esca- 
mado muito característico. O azul das pennas do 
vertex passa directamente ao cinzento da base, sem 
verde intermediario como em G. caclorum e G. 
weddelli. 


MyopsitTacus MONACHUS ( Bodd. 


4 exemplares procedentes de Matto-Grcsso, onde 
foram colhidos em Outubro de 1918, tem o cinzento 
da fronte e dos lados da carz e da garganta mais 
puro, de modo a deixar mais mtido o verde da re- 
gião periophthalmica, O branco da orla das remi- 
ges secundarias é mais nitido, bem como o amarello 
ak remiges mais intenso. 


' Dimensões : Gulmen 0,015; aza 0,135 à 0,145 
cauda 0,123 à 0,135; tarso 0,015. Total 24 426 cm' 


PiRRHURA LUCIANI ( Deville) P. picra ( Müll je 
P. ROSEIFRONS. Gray. 


Parece haver razão para que se considere 
P. roseifrons, Gray bona species. Os exemplares 
do Museu Paulista procedentes do Rio Juruá, 


RIT eee 


Amazonas, mostram o colorido dessa forma, como 
se viu pela estampa, bastante differente do que foi 
descripto com P. luciani — a cuja synonymia ella 
toi levada. Dos estudos de Hellmayr e do que 
se póde averiguar pelo confronto: das pelles em se- 
rie, será antes uma separação do que uma reunião 
de taes designações, que ha à fazer. 

Hellmayr tem uma P. prcla amazonum, sem 
vermelho na curva da aza e o Museu possue uma 
P. lucianr do Perú tendo pennas azues e rubras na 
fronte e nos olhos. 


P. MoLINAE ( Mass. & Souancé ) 


Os exemplares de Matto-Grosso ( Sul) com- 
parados com os do Norte ( da descripção a pg. ) por 
ter o colorido da cabeça e do peito muito mais 
esmaecidos e uniformes. O rubro do ventre quasi não 
existe, o escamado do papo, tão evidente naquelles 
quasi tambem desapparece nos exemplares que pro- 
cedem de Corumbá pelo Sr. Garbe, ( 1917 ). 


P. HYPOXANTHA Salv. 


Um exemplar colligido pelo Sr. Garbe em Co- 
rumba, Matto-Grosso, dá idéa de um albinoide de 
P. inoline, : 


PIONOPSITTACUS PILEATUS (Scop. ) 


3 exemplares procedentes de Iguape (1 5) 
e Campos do Jordão (1 4 1 9), differem da de- 
scripção dada por terem os machos as coberturas 
auriculares tambem tinctos de pardo ou vinaceo em 
vez de rubro puro do alto da cabeça. A femea tem 
muito pouco azul ahi, apenas uma fimbria na base 
do bico 


44 Total 0,20 — a 0,215; azas 0,140-145; 
cauda 0,077 - 0,080; tarso 0,010 - 0,013 ; 
culmen 0,017-0,018. 


q Total 0,220 —; azas 0,140; cauda 0,080 ; 
tarso 0,014; culmen 0,017. — 


DIMENSÕES : 


QE tel 
UROCHROMA PURPURATA (Gm. ) 


2 exemplares. Um dos exemplares ( procedentes 
de Demerara ) differe do outro por ter a tarja ter- 
minal das rectrizes muito largas, como sôe ser nos 
de procedencia brasileira. 


* * 


E” commum attribuir-se ao termo — albinismo 
— o colorido amarello que de vez em quando irrom- 
pe nos Psittacideos de coloração verde; e assim ge- 
ralmente são consideradas as bellas formas citrineo - 
rubras de À. aestiva bem como as nodoas amarellas 
que tambem irrompem cá e la nos demais papa- 
gaios daquella côr. 

Devemos, entretanto, não nos esquecer de um 
facto de conhecimento commum dos brasileiros do 
norte: a modificação voluntaria que dos papagaios 
verdes fazem os indios, alimentando-os de maneira 
especial, e attribuida à acção da gordura. Esses pa- 
pagaios assim tornados amarellos, são ditos contra- 
feitos. 

Não é mesmo raro, encontrar-se essas aves com 
o colorido amarello mais ou menos dominante, depois 
de um certo numero de annos de captiveiro, o que 
parece vir dar ganho de causa a alimentação de ba- 
se gordurosa, ou pelo menos à substituição de alimen- 
to puramente vegetal, de seu uso, pela alimentação 
commum do homem, como agente dessa mutação. 

Convem por isso e aqui notar, não só o facto 
da coloração da tiriba ( Pyrrhura vitatta, Shaw ) 
que colligi em Therezopolis e cuja descripção se 
acha à pag. 40, como tambem referir que o Mu- 
seu Nacional possue, entre outros, dous exemplares 
de Amazonia aestiva, completamente amarellos nas 
regiões do verde e brancos nas do azul, tendo 
apenas do seu legitimo colorido o vermelho da ca- 
beça, aza e cauda. Taes aves foram colligidas de 
um ninho (em duas vezes successivas ) que ficava 
à mão, na fazenda da Baroneza de Mamanguape, 
donde foram mandados ao Museu Nacional | Isso 


HG HE 


foi o que me informou o Snr. Eduardo Teixeira de 
Siqueira, naturalista aposentado daquelle Museu. 

O facto da tiriba de Therezopolis não está iso- 
lado; outras mais, amarellas, lá foram vistas, se bem 
que não colligidas. Mas elle indica que essa côr, 
quando apparece, não depende exclusivamente da ali- 
mentação do homem. O facto dos papagaios de 
Mamanguape o comprova, porque o casal que taes 
filhos dera (morador local e de colorido verde ) 
tambem éra selvagem. 

Um facto ainda mais interessante apresentam 
as colleeções do Museu Paulista, em cujos mos- 
truarios ha um Tuim ( Pirica tirica ) de colora- 
ção completamente azul uniforme. 

Esta apresentação de côr, unica de meu conhe- 
cimento em aves deste grupo, parece vir provar que 
se não deve aliribuir ao albinismo, a predominan- 
cia ou tendencia do apparecimento dessas cores fun- 
damentaes da composição do colorido dos psitacideos. 

Parece haver mais, ahi, um certo tropismo bem 
differente da falta absoluta do pigmento, a fixação 
ou tendencia, maior de uma ou duas côres funda- 
mentaes, talvez determinada por qualquer atrophia 
nervosa como por qualquer hypertrophia da mesma 
natureza. 

Seja como for — os papagaios com essa apre- 
sentação de côres, vieram provar uma pratica, em 
Natureza, dos verdadeiros processos da trichromia. 


MIR. RIB. — Appendice aos Psittacideos do Brasil - Est. VIII 
— Rev. do Museu Paulista vol. XI 





Ruo.FiscHer,del 
ad. nat. 


Pyrrhura molinae (Mass. & Souancé), fig. 1, do Sul de Matto Grosso 
fig. 2, do Norte do mesmo Estado. 
Pyrrhura roseifrons, Gray, (fig. 3) procedente do Rio Juruá, 





MIR. RIB. — Appendice aos Psittacideos do Brasil - Est. IX 
REV OMIS PAU NO 


Ruo.FiscHer del. 
ad. naf. 





Tirica-tirica (Gm.) 
Exemplar procedente do Alto da Serra do Cubatäo, S. Paulo; 
e exhibindo colorido azul uniforme. — Coll, Museu Paulista. 





ea 








Triprion, Diaglena, Corythomantis, etc. 
uma subsecção de HYLIDÆ, com duas 
especies novas 


há SE; D 
ER 7 oy 





Triprion, Diaglena, Corythomantis, ete., uma subsecção de Hyhide, 
com duas especies novas 


No anno de 1891, os Profs. Leonhard Stejneger 
e Frederick Test publicaram a diagnose do genero 
Tetraprion, da familia Hylide, cujos caractéres 
éram especialmente baseados sobre a presença d'uma 
serie de dentes nos palatinos e na posição horizontal 
da pupilla: o que permanecia em duvida. A fórma 
da lingua ficära desconhecida por estar imperfeito o 
exemplar examinalo, procedente de Guayquil, Equador 
e que os creadores do genero registaram, no Museu 
Nacional dos Estados-Unidos, em Washington, sob 
o numero 12.214 e nome Tetraprion Jordani, em 
honra do Prof. David Starr Jordan, Presidente da 
Leland Stanford Junior University, da California. 

Em Fevereiro do anno de 1900, Guntber re- 
unio à Triprion, de Cope, o genero dos dois au- 
tores supra mencionados, pelas seguintes razões : 

« Nalguns dos specimens os dentes palatinos 
foram observados, presença que conduzio à separação 
generica ( Tetraprion). Esses dentes se acham 
em tal condição rudimentar, e consequentemente tão 
pouco seguro é o caracter, que esta distincção é 
apenas justificada. O apparecimento desses odon- 
toides morphologicamente não se evidencia e não 
é de valor taxonomico maior do que a classificação 
do tegumento externo da cabeça. As tres especies 
de Triprion são, evidentemente, tão proximas allia- 
das que, n'esta opportunidade, eu não posso ad- 
mittir nem mesmo a differença de forma da pupilla 
como valor generico ». (Günther, Fev. 1900. Biol. 
Centrali-A mericana. — Class. Batrachia, pg. 293). 

Se dermos razão à Gunther, as especies do ge- 
nero Triprion ficarão sendo : 


genial 


7. petasatus, Cope, do Mexico ( Yucatan); 7. 
spaltulatus, Günther, tambem do Mexico, Presidio, 
e T. jordani, ( Stejneger & Test.) 

Não obstante, em 1891, (!) Boulenger assim 
se exprimira sobre o genero de Stejneger & Test: 
« Diaglena jordani, Stejneger — O vol. XIV, actual- 
mente em via de publicação, dos « Proceedings of 
the U. S. National Museum, contem ( pg. 167. est. 
HI) a descripção de uma nova pereréca, para 4 qual 
o sr. Stejneger propõe o novo genero Tetraprion, 
alliado à Triprion e Diaglena, differindo de todos 
os outros pela presença simultanea de dentes vome- 
rinos e palatinos. Triprion spatulatus, o typo do 
genero de Cope — ( Bull. U. S. Nat. Mus., n. 32 — 
1887, pg. 12) foi descripto por Günther ( Ann. & 
Mag. Nat. Hist. 5, X, 1882, pg.’ 279) de exems 
plares vivos; por isso, a dentição não for examinada, 
Devo agora attestar que elle tem os dentes palatinos 
situados como em Tetraprion jordani que, em falta 
de qualquer outro caracter de importancia generica, 
deverá permanecer como Diaglena jordani ». 

Da comparação das datas surge apenas uma 
surpresa, pois póde-se verificar que as palavras 
de Günther, dadas à publicidade em Fevereiro de 
1900, já deviam denotar conhecimento do que dissera 
_Boulenger de um modo tão cathegorico. 

Mas, ainda não é tudo. O mais famoso batra- 
chologista da actualidade, o proprio Boulenger, de- 
screveu e figurou nos mesmos Annals & Magasin, 
(6), vol. 17 — 1896) uma outra pereréca para a 
qual creou o genero « Corythomantis ( pg. 405, est. 
XVII, figs. 3, 8-b) — semelhante à Triprion e 
Diaglena dos quaes differe pela ausencia dos dentes 
parasphenoides ». 


Ora, até ahi nada de nove. Mas o extraordi- 
nario apparece quando nós vamos ver que elle in- 
cluio e deixou como synonymo do genero Hyla, 
Trachycephalus de Tschudi e algumas outras formas 


(1) Annals & Mag. Nat. History, (6) vol. VIII — 
pg. 455 — 1891. 


Per da nt 


evidentemente proximas do grupo de que estamos 
tratando. 

Afim de melhor sentir a orientação dada pelos 
mestres da zoologia systematica. volvemos a trans- 
crever Giinther quando trata de Pfernohyla ( *) de 
Boulenger : | 

« Este genero é intermediario entre as Hylas de - 
cabeça rija e Triprion ». 


Evidentemente o melhor seria considerar reu- 
nidas estas fórmas, em vez de deixal-as em ge- 
neros cuja significação é mais de familia e que, por 
isso mesmo não podem subsistir enormes como estão. 

Estas considerações foram-me suscitadas pelo 
encontro da fórma seguinte, adquirida do sr. Ehr- 
hardt, bem conhecido negociante de objectos de his- 
toria natural — n'uma colleccäo de natrachios do S. 
E. brasileiro. 

Pensamol-a à principio constituindo uma sub- 
secção do genero Diaglena (Tetraprion Stejneger & 
Test) Cope, de que fomos afastados pela conside- 
ração de Corythomantis Boulenger. 

Com effeito, embora representando un Tetra- 
prion sem dentes parasphenoides, a especie em questão 
muito se assemelha da forma descripta por Boulen- 
ger. Mas aqui se levantam os seguintes obices que 
me parecem de valor, pelo menos sub-generico : 

A cabeça fica no mesmo plano do corpo, a pu- 
pilla é transversalmente oblonga, as narinas não se 
afastam do vertice das cristas rostraes. Isto parece 
justificar a diagnose : 


Aparasphenodon 


Forma geral de Diaglena com o craneo no 
mesmo plano do corpo, de pupillas horizontalmen- 
te oblongas, palpebras como em Triprion, lingua 
escutiforme, adnata, entalhada e livre posteriormente. 
Narinas exteriores ao canthus rostralis. Mãos 


(1) Biol. Centr. Am., Batr. pg. 292 — 1900. 


wats: SOR) ee 


e pés semipalmados. Dedos e artelhos providos de 
discos e com a ultima phalange uncinada. 


Dentes vemerinos e nalatinos como em Diaglena, 
estes porem firmes e não apenas cutaneos. 


APARASPHENODON BRUNOI, Sp. NOV. 


Cabeça distincta do corpo, completamente ossea, 
com os ossos reunidos entre si por suturas em gin- 
elyma, os ossos são lamellares, lisos ou radialmen- 
te estriados ; e formam uma caixa craneana depri- 
mida e de plano ogival para cujo vertice concorrem 
duas fortes cristas espiculadas, partindo do angulo 
supero-anterior da orbita, e duas outras marginaes 
do angulo antero inferior. Por tal modo ficam a re- 
gião loreal e a frontal numa depressão que se pro- 
jecte para traz por entre os orbitaes superiores e con- 
tinuam nos fronto -paristaes. 

Pode-se admittir um pseudo-frontal cordiforme, 
irradialmente estriado antes d'aquelles, emquanto que 
os premaxillares e nazaes se reunem numa pyramide 
que é o vertice propriamente dito da ogiva. As na- 
rinas pequenas, obliquas, e lateraes, ficam no angulo 
anterior da região loreal, cujo bordo posterior, sa- 
liente, é tambem espinuloso e constituido pela orla 
orbital anterior. Os fronto-parietaes se expandem pa- 
ra traz em laminas franjadas que quasi attingem, nos 
flancos, os tympanicos, tambem exteriores, em orla 
aciculada que recobre o tympano, exteriormente 
circular e de diametro igual à metade da orbita. Os 
olhos salientes pelas palpebras cyatiformes e obli- 
quamente dispostas, de modo à continuar a superior 
a ruga oculo-rostral superior; e a inferior a que 
forma o contorno do plano cephalico, tem uma am- 
pla nyctitante, diaphana, porém orlada de preto, 
emquanto que a córnea estreitamente ligada à iris, 
com ella se recolhe no alcool, deixando perceber 
uma abertura oblonga horisontal da pupilla. À bocca 
tem o diametro antero-posterior egual ao transverso, 
no hvato. Os primaxillares e dentarios providos de 
densa e unica ordem de dentes pequenos e conicos, 





Mir, Rib. Diaglena, Corythomantis etc. 





Aparasphenodon brunoi, Mir. Rib. 


Rev. Mus, Paulista, vol, XII 





Mir, Rib. del ad nat, 





ficam bem protegides dos choques pela crista ante- 
ro-lateral espinhosa, tendo de permeio larga área. 

Os dentes vomerinos numa curva, retrovertidos, 
ficam entre e ligeiramente posteriores à choanas. 
Dentes palatinos numa curva S- ( forme), como se 
observa na figura dada por Stejneger & Test; mas 
vejo que se não destacam com a facilidade por elle 
indicada, dos ossos respectivos. 

Dentes parasphenoides ausentes em absoluto. 
A lingua é larga, occupando todo o ambito da man- 
dibula; e tem a forma de um escudo, sendo enta- 
lhada posteriormente. A pelle é lisa e brilhante em 
cima, verrucosa no abdomen; e se projecta em es- 
treita fimbria, nos membros posteriores, para melhor 
adherencia. 

As mãos são semipalmadas, tem callos inferiores 
e comc os pés, discos nas pontas dos dedos, discos 
maiores que um quarto do diametro ocular. Ha um 
tuberculo tarsal reduzido e flacido, bem como outro 
carpal semicircular. Sepiacea superiormente, mais 
escura na cabeça, numa estria anterior dos lhumeros 
nos discos digitaes. Parte inferior alvadia-ochracea. 
Flancos densamente maculados de mais escuro. 

Algumas nodoas pequenas pelo lado do dorso 
e meio da face dorsal das pernas. Comprimento ; 68 
millimetros. O exemplar é do sexo feminino. Dedico 
esta especie ao Prof. Bruno Lobo, que adquirio a 
collecçäo para o Mvseu. 


CORYTHOMANTIS APICALIS, Sp. nova ou COR. 
GREENINGI juv? 


Mui semelhante 4 especie de Boulenger, dif- 
ferindo pelos dentes vomerinos entre as choanas 
que são longas, ao passo que as narinas ficam nos 
lados da ponta do focinhc, proporcionalmente mais 
curto. Parda irregularmente manchada de mais es- 
curo; uma estria isabel pela face superior das coxas, 
atravessando o coccyx e precedida doutra' mais es- 
cura que a debrua. Do focinho ao coccyx 5 centi- 
metros. A perna, levada à frente, attinge o bordo 
anterior da orbita com a articulação tibio-carpal. 
Proc. : Espirito Santo — Coll. Mus. Paulista. 


V 


ANSE UN 
FAT A 
Be 





Mir. Rib, Diaglena, Corythomantis etc. Revista Mus. Paulista, vol, XII 





Corythomantis apicalis, Mir. Rib. 


Mir. Rib.o del, ad nat, 





AVES COLLIGIDAS NO ESTADO DE 5. PAULO, MAT- 








O-GROSSO e BAHIA, com algumas formas novas 
eee 


Joao ear die Lima 
Naturalista do Mus aulista 





Aves colisidas nos Estados de São Paulo, Maito Grisso é 
Dali con almas temas novas 


Das diversas viagens realizadas ultimamente 
pelo naturalista viajante do Museu Paulista, sr. Er- 
nesto Garbe, de que resultou para as nossas colle- 
cções, rico material ornithologico, conseguiu o sr. 
Garbe, no Estado de Matto Grosso ( Corunbá e S. 
Luiz), 241 especimens representando 115 especies já 
conhecidas e uma subespecie rova, pertencente ao 
genero Picumnus; e 16 especies conhecidas daquel- 
le Estado e que ainda não estavam representadas 
na collecção seriada do Museu. São estas as se- 
guintes : 


Crypturus scolopax Bp. 
Pipile cumanensis natterer: Reichenb. 
Molybdophanes cœrulescens ( Vieill. ) 
Pyrrhura inoline ( Mass et Souancé ). 
Pyrrhura hypoxantha (Salvad. ). 
Momota momota nattereri Sci. 
Celeus lugubris Malh. 
PICUMNUS LEPIDOTUS CORUMBANUS, Subsp. nova. 
Dysithamnus affinis Pelz, 
Drymophila atrothorax inelanura ( Meénétr.) 
Synalluxis gujanensis inornata Pelz. ( =.Mo- 
tacilla gujanensis Gm. ). 

* Xphorhynchus guttata dorbigneana ( Puch. 
& Lafr. ) H. Oberholser — Smith. Miscell. Coll. vol. 
48, I., p. 64; diz que Dendrornis Eyton deve ser 
substituido por Xiphorhynchus Sws. A primeira es- 


* 
* 
* 
* 
* 
* 
* 


* 
* 


* 


* Este signal indica novos para a collecção seriada 
do Museu. 


pecie blavigaster Sw. descripta sob o nome de 
Xiphorhynchus pertence a Dendrornis aucto. 
Xiphocolaples major castaneus Ridgn. 

(1) Campylorhamphus trochilirostris lafres- 
nayanus, d'Orb. H. Oberholser; Smith. Miscell. 
Coll. vols. 47--48, p. 64, 1905, substitue Xypho- 
rhynchus (que é synonymo de X — Dendrornis ) 
por Xiphornis Oberh. 

Heleodytes unicolor Lafr. 
Tryophilus albipectus minor Pelz. 
Thriothorus genibarbis intercedens Hellm. 


+ 


Picunnus lepidotus corumbanus, subsp. 


Esta subespecie é muito afim à especie typica 
P. lepidotus ( Cab et Heine), da Guyana e Brasil 
septentrional. 

Comparado com um especimen de ?. lepidotus 
que o Museu possue de Surinam, nota-se a diffe- 
rença por ser menor e de colorido em gerai mais 
claro. 

Pequeno e elegante Pica-pão medindo o com- 
primento total de 85 m/m; aza, 50; cauda, 32 1/2; 
bico, 11; dedos sem unhas; ant. ext., 10; ant. 
int., 7; post. ext., 10 1/2; post. int., © m/m. 

Descripção: Lado superior, dorso reg. esca- 
vular e uropygio de côr parda cinzenta, sendo a 
margem das pennas alvadia-amarellada, com o cen- 
tro das pennas denegrido; tectrizes superiores das 
azas de um pardo mais escuro com a margem ama- 
rellada clara; as remiges primarias e secundarias 
pardas denegridas, com a margem int rna alvadia ; 
as secundarias externas alvadias amarelladas mais 
claras na margem interna; as pennas na base da 
mandibula superior alvadias aimarelladas, com as 
pontas denegridas. Alto da cabeça, occiput, nuca e 
supercilios pretos, as pennas da fronte com ponta 
escarlate, as restantes com pingos de um branco 





(1) O genero Campylorhamphus pertence ao sr. Ber 
toni I, 1901. « Aves do Paraguay», p. 70, Campylorham 
phus curvirostris Bert. 


TO ee 


puro marginados de preto. Pennas do ouvido par- 
das denegridas. Uma lista branca corre por trás 
dos olhos e por cima do ouvido; de cada lado do 
pescoço uma macula larga, branca, a franja das pen- 
nas preta. Lado superior: pogonio, garganta, papo 
e thorax brancos, as pennas alongadas e margina- 
das de preto. As lateraes do peito têm às vezes 
listras e faixas centraes de um pardo denegrido ; 
as restantes, do flanco, abdomen e tectrizes inferio 
res da cauda, de um branco levemente amarellado, 
com a franja preta; rectrizes pretas excepto as 
duas superiores ou medianas que têm a barba in- 
terna branca; as iateraes inferiores têm uma Jarga 
listra longitudinal branca; tectrizes inferiores das 
azas brancas amarelladas. Uma nodoa parda escura 
na base das remiges primarias; bico escuro (côr 
de chifre), gonis mais claro e com uma manchinha 
amarellada; tarsos e pés plumbeos; iris parda es- 
cura. | 

Habitat : Estado de Matto Grosso, Corumba. 
E. Garbe leg. XI, 1917. 


Lista das aves colligidas pelo §. E. Garbe no Est. 
da Bahia , Ilheos Fazenda Pontal : Itabuna 
( Faz. Ditosa) e Belmonte ( Faz, Santiago ) 


Fam. CoLUMBIDAE 


Columba speciosa Gm. go . 


Fam. PERISTERIDAE 
Geotrigon violacea (Tem. Knip) w. 
I'am.’ GRYPTURIDAK 
Crypturus rarvegatus Gm. d d. 
Fam. RALLIDAE 
Aramides mangle Spix. Q’¢.¢- 
Fam. CHARADREIDA 
Morinella interpres (L) 9.9. 
Ham. FALCONIDÆ 
Micrastur gilvicollis ( Vieill) à. 
Rupornis magnirostr is nattereri Sel. & Salv. 5. 
Odontriorchir uncinatus ( Tem m.) 
Falco albigularis Daud. ¢. 


Fam. BuBoNIDAS 
Glaucidium brasilianum ( Gm.) 9. 
Iam. Psrrracipa 


Brotogeris terica (Gm. 4) ¢. 
Pyrrhura leucotis ( Kuhl.) 3. 
2 


Urochroma surda ( Kuhl.) (2 4.) (3 9.) 


AESA; 3 


Fam. ALCEDINIDE 
Chloroceryte inda ( Linn.) q. (o genero Ce- 
ryle fica reservado para as esp. Afro in- 
dianos cf. Miller — Classif. of Kingfishers 


— Bull. Am. Mus. Nat. Hist. vol. 81 
1912 pag. 264.) 


Fam. Momorip® 
Baryphthengus ruficapillus ( Vieill) ¢ 02 ¢. 


Fam. TRroGoNIDa 
Trogon viridis Linn. &. 
Trogon curucui Linn. d. 


Fam. (GucuLIDE 


Piaya cayana macroura (Cab. et Heine) 
(P. G. gurania lhering ) 9. 


Fam. RHAMPHASTIDΠ


Rhamphastos arrel Vig. 3 
Pteroglossus aracari Linn. &. 


Selenidera maculirostris gouldü (Natt. 2 Se 
1 9.) Dr. Hellmayr Nov. Zool. vol. XVII 1910 
p. 400. Reune Selenidera maculirostris Lichteine, 
com Selenidera gouldi (Gould); diz que os dous 
especimens obtidos por Pelzeln nas visinhanças de 
Borba, tem o bico um pouco mais longo, e a ma- 
cula preta da base da mandibula superior mais 
restricta do que a typica do Pará. A differença 
mostrada por material addicional de 8. sn. gouldü, 
faz lembrar S. m. maculirostris do Amazonas in- 
ferior. Isto é, o principal caracter consiste na 
grande e continua macula preta que occupa mais 
da metade basal da mandibula, emquanto que nos 
do Sul do Brasil, ellas são variaveis e as maculas 
transversaes distinctamente separadas. O material 
que o Museu possue de Selenidera maculirostros 


DA) À leão 


>, 


gouldi: ( Natt.), e proveniente de diversas localida- : 
des — Est. de S. Paulo; Parana ; Rio Grande do Sul; 
Espirito Santo; Minas Geraes e Bahia. — E mostra 
as maculas pretas da mandibula dessa ave distincta- 
mente separadas. Em um specimen & juv. n. 63%, 
do Espirito Santo, falta completamente a macuia 
preta; variando ainda quanto às dimensões das azas 
e do bico; aza 128--134 m/m., bico 48- 64 m/m. 
Nos especimens da Bahia—ltabuna—a differença é 
maior, tanto no bico que mede, no &, 61--64 m/m 
como na macula preta e na região mediana do dor- 
so do culmen. A cauda, na face inferior é bem 
mais escura do que nos especimens do Est. de 
S. Paulo etc. 


Fam. BUCCONIDAE 
Monasa inorpheus (ilahn ti Küst,)2 q e 
3 9.) Chelidoptera tenebrosa brasiliensis Sel. 


Fam. PiciDAE 


Chloronerpes erylhropsis ( Vieill) 2 d. 
Melanerpes flavifros ( Spix ). 

Veniliornis affinis (Swains) 2 d. 
Celeus flavescens flavescens ( Gm.) 

(1) Crocomorphus flavus Mill. 3 9. 
Ceophloens lineatus ( Linn. ) 

Picumnus minutus ( Linn.) 4 SJ. e 4 9. 


Fam. CONOPOPHAGIDE 
Conopophaga melanops perspicillata ( Licht \ 


Fam. FoRMICARÜDE 
Taraba major ( Vieill. ) 
Thamnophilus ambiguus ambiguus Sws. 
Myrmopagis axillaris luctuosa Pelzeln. 





(1) Novo para o Est. da Bahia. 


feio 9 PAR 


Myrmotherula urosticta Sel. S.d. 
Formicivora squamata (Licht.) 3 4 el 4. 
Rhaimphocaenus melanurus melanurus Vieill. 
erate. 
Pyriglena leucoptera ( Vieill.) &, 
( Papa-formigas ) 
Formicarius ruficepes Spix. d. 
( Gallinha do Matto ) 
Fam. DEUDROCOLAPTID.E 


Automolus leucophthalmus ( Wied.) &. 
Glyphorhynchus cuneatus ( Licht.) &. 


Deudrocinda turdina ( Licht.) ¢ ¢. 


SM 


Sclerurus caudacutus wmbretta ( Licht. ). 

Xiphorhynchus guttatus (= Dreudornis  Ey- 
ton ).( Licht.) ¢. ¢. 

* XIPHOCOLAPTES ALBICOLLIS BELMONTENSIS sub. 
Sp. nov. 

* Picolaptes fuscus tenuirostris ( Licht.) 5 
Nag REA 

CAMPYLORHAMPHUS TROCHILEROSTRIS INTERME- 
DIUS subsp. nov. | 

Deudrocolaptes picumnus Licht. &. 5. 

Fam. TiRANNIDÆ 

Rhynchocyclus flavirostris flavirostris ( Wied. } 
d'. Ge 

Rhynchocyclus poliocephalus sclateri ( Hellm. ) 
Sad, GS jax. | 

Craspidoprion olivaceus Temm. &. g. 

( Guaracava ) 


Elaenia flarogastra Thunb. dd. 


— 100 — 


( Bem-te-vi do bico chato ) 
Megarynchus pitangua ( Linn. ). 
Myebius barbatus mastacalis ( Wied.) % . q" 
Myiarchus tyrannulus bahie Berl. & Leverck: 
Myiarchus tuberculifer Lafr. et. d'Orb. |. 9° 
Tyrannulus inelancholicus Vieill. 


Fam. PipriDÆ 


Pipra rubrocapilla Temm. 3 q. 2 9. 

Pipra leucocilla Linn. 2 g. 2 9. 

Chiroxiphia pareola ( Linn.) «. 

Chiromachaeris gutturosus ( Desm. ). 

* Scolothorus turdinus amazonum { Sel. ). 
I'am. CoTINGIDÆ 

Tityra brasiliensis ( Swins ). 

Lathia cinerea ( Wieill.) 2 0%. 1 q. 

Laniocera hypopyrrha ( Wieill. ). 

Lipaugus semplex ( Licht.) & ¢. 

Attila cinereus ( Gm.) ¢. 

Ampelion melanocephalus (Sw.) d. 

Xipholena atropurpurea ( Wied.) &. 9. 

Pyroderus scutatus ( Shaw. ) 


Fam. TurDIDA 


“ (1) Turdus fumigatus ( Licht.)2 3 .¢. 
Turdus rufiventris { Vieill ). 
" (1) Ciclopsis leucogenys Gab. 3. ¢. 


Fam. MIMIDAE 


" Momus lividus ( Licht.) o”. 


(1) Indica novo para o Estado da Bahia. 


— 101 — 


Fam. UNIOTILTIDAE 
Campsothlypis pibiayumi ( Vieill. ) d. 
Fam. COEREBIDAE 
Dacnis cayana ( Linn. ). 
Chlorophanes spiza (Linn. ) 2 9. 
Cyanerpes cyaneus ( Linn.) 9.. 
Fam. TANAGRIDAE 
Euphonia pectoralis. 
Kuphonia xanihogaster ( Sund. ) 29. 
(= &. aurea violaceicollis Cabanis.) 
Euphona violacea magna ( Berl. ) 
Tanagrella cyanomelena ( Wied.) 8 & 2 9. 
Calospiza flava flava ( Gm.) &. 
Tanagra sayaca (Linn). à. 
Tanagra palmarum Wied. &. ¢. 
Rhamphocelus brasilius ( Linn.) 4. @. 
( Tié-fogo ) 
Saltador maximus Mill. 
Arremon silens ( Bodd. ). 


Fam. ICTERIDAE 

( Japim, Chéchéo) 
Cacicus cela (Linn.) 4 &. 1 q. 

( Guache, Japuira ; 


Cacicus hemorrhoas aphanes Berl. 


Xiphocolaptes albicollis belmontensis, 
subsp. n. 


Este grande Arapassi, é bem parecido com a 
especie typica — X. albicollis divirgindo porém 
desta, por faltarem as fachas denegridas, transver- 
saes, do abdomen e da cobertura inferior da cauda. 
Bico menos curvado e mais alto na porção basal. 
Approxima-se tambem de X. emigrans de Sel, do 
qual tambem differe pela falta do colorido amarello- 
canella, na face inferior das azas ; as estrias no meio 
de cada penna, na cabeça nuca e lados do pescoço, 
são brancas cinzentas em vez de amarelladas canel- 
linas claras, como nas especies citadas. 

Descripção do macho adulto: Lado superior : 
Cabeça e occiput denegridos, com numerosas estrias 
alvadias-cinereas no meio de cada penna, do mesmo 
colorido na nuca e nos lados do pescoço; este pardo- 
rufescente, as pennas com estrias centraes de um 
amarellado -canella-claro ; dorso pardo -olivaceo, leve- 
mente lavado de pardo-avermelhado, que se obscurece 
gradativamente para o avermelhado-castanho; o uro- 
pygia e a cobertura da cauda; tectrizes superior das 
azas, remiges primarias e secundarias da côr do dorso; 
remiges, da mão e do braço de fundo vermelho- 
castanho, sendo as barbulas exteriores pardas ama- 
relladas e a ponta, parda denegrida rectrizes d'um 
vermelho castanho mais claro na face inferior; a 
ultima lateral levemente amarellada nas barbulas ex- 
teriores. Adeante, atraz dos olhos e por baixo do 
ouvido côr alvadia amarellada com a franja das pen- 
nas preta; uma listra denegrida na base do gonis. Lado 
inferior; garganta, branca-amarellada, peito pardo, 
semelhante ao dorso, com largas estrias alvadias 
amarelladas no centro de cada penna; abdomen e 
coberturas infericres da cauda pardas mais claras 
levemente estriados de pardo amarellado-canella ; 


— 103 — 


coberturas inferiores das azas de côr amarella-canella 
com faixas transversaes denegridas ; bico preto, iris 
pardo-castanho ( segundo o collector ; 


Dimensões, m. m.: 

Comprimento total, 290; aza, 127; cauda, 127; 
bicc, 44; tarso, 24. m/m. | 

Habitat : Est. Bahia, Belmonte. Ernesto Garbe, 
leg VIII 1919. 


Campylorhamphus (1) trochilirostris in- 
termedius, subsp. nov. 


« ARAPASSU DE BICO CURVO » 


Esta subspecie é intermediaria entre C. tro- 
chalirotris ( Licht.) e C. falcularius ( Vieill). De 
colorido em geral mais escuro do que em trochali- 
rostris ; aproximando-se um tanto de C. falcularvus, 
porém devergindo deste ultimo, pelo bico pardo-ver- 
melho claro e pelas estrias de amarellado canella- 
claro, mais vivo, no peito e na região abdominal. 


Descripçäo do macho adulto : 


Comprimento total 220 m/m.; aza 100; cauda 
94; bico 60; tarso 19 m/m. Iris pardo escuro. 

No lado superior, cabeça parda mais escura do 
que o dorso ; fronte, alto da cabeça, nuca e pescoço 
listados de amarellado claro no meio das pennas ; inter- 
escapular pardo-amarellado ; uropygio, cobertura su- 
perior da cauda, face exterior das remiges do braço, 
rectrizes d'um vermelho castanho, semelhante ao de 
C. falcularius. As maiores e menores tectrizes su- 


(1) O genero Campylorhamphus Bertoni 1801. Aves 
do Paraguay vol. I., tem sido reconhecido pelos autores an- 
tigos como pertencente ao genero xiphorhinchus Sw. 

H. Oberholser, Smith. Miscell. Coll. 1. vol. 48, p. 64, 
(V. 1905) substitue Xyphorhymbus (que é synonymo de 
Xiph. — Dendrornis Eyton, por Xiphornis Ober. 1905, e Den- 
trornis Eyton diz que deve ser substituido por Xyphorhyn- 
chus pois a 1.º especie flavigaster Sw. descripta sob o nome 
de Xiphorhynchus pertence a Dentrornis, 


— 104 — 


periores das azas pardas avermelhadas, lados do pes- 
coço alvadio com a franja das pennas denegridas. 
No lado inferior pagonio, garganta, cinerios-alvadios 
com a franja das pennas denegrida e levemente ama- 
rellada ; peito, abdomen, cobertura inferior da cau- 
da parda-amarellada, com lista amarella-clara; a 
setta das pennas, ( que gradativamente se vão estrei- 
tando até attingir a cobertura inferior da cauda) 
tectrizes inferiores das azas e a margem interior da 
face inferior das remiges de côr amarella-canella-cla- 
ra. Bico pardo avermelhado, com a pcrção basal 
do culmen pardo denegrido. 

Garbe leg. V. 1919. 

Est. Bahia llheos. 


Xiphocolaptes albicollis villadenovae 
subsp. n. 


ARAPASSU 


Esta subspecie distingue-se da especie typica 
X. albicolis Vieill., pelo collorido em geral mais 
claro, bico mais curto, menos alto na base e ligei- 
ramente mais curvo, superciliar melhor desenvolvido ; 
cobertura do ouvido, alvadio-amarellado em vez de 
cinzento . branquicento como na especie typica; no 
lado inferior, no meio do abdomen, as listas transver- 
saes pardas escuras de cada penna não attirgem a 
setta como na especie typica. 

Descripçäo do macho adulto n. 7593. — Lado 
superior : cabeça parda escura com estrias finas ama- 
relladas canellinas no centro de cada penna, atuin- 
gindo, assim estreitas, até a região occipital. Pes- 
coço, dorso pardo-azeitão com estrias largas amarel- 
ladas no centro das pennas que são marginadas por 
uma sombra escura ;' coberturas, primarias e secun- 
darias das azas pardas com o dorso, levemente la- 
vadas de castanho na margem superior. Face exte- 
rior das remiges secuntarias, uropygio, coberturas 
superiores da cauda dum castanho vermelho; as 
rectrizes castanhas vermelhas, escuras na face supe- 
rior, mais clara na inferior; as remiges primarias e 


— 105 — 


secundarias castanhas-vermelhas, com o bordo do 
lado externo parda cinzento; as pontas d'um pardo 
denegrido . 

Adeante e etraz dos olhos acima e em baixo 
do ouvido alvadio amarellado ; uma lista parda de- 
negrida ( semelhante ao colorido da fronte ) corre na 
hase do gonis; pogonio, garganta, alvadios-amarellados. 
Peito e flancos pardos um pouco mais claro do que 
o dorso; as pennas com largas estrias centraes de 
amarellado-canella-claro todo o abdomen farta e 
transversalmente :istado de denegrido. cujas listas 
não attingem a setta das pennas como se observa na 
especie typica ( X. albicollis Vieil. ). As coberturas 
inferiores da cauda listadas igualmente como o ab- 
domen, porém levemente lavadas de parda amarella- 
da; as coberturas inferiores das azas, as axillares 
de um amarello-canella, percorridas por numerosas 
listas pretas. 4 face inferior das remiges, na parte 
basal, amarellada-canella-clara. Bicc pardo-cinzento 
na ponta, avermelhado denegrido na porção basal, 
tarsos e pés d'um misto de pardo - cinzento e chum- 
bo; iris parda. Comp. total 290; aza 131 1/2 ; cau- 
da 130, bico 46; tarsos 23 1/2 m/m. 

Ernesto Galbe coll. 

Est. Bahia Villa Nova. 


Sporoptula sertanicola, sp. nov. 
Fam FRINGILLIDAE 


Patativa do sertão 


Em Agosto de 1906, remettemos por intermedio 
do então Director do Museu Paulista Sr. Dr. H. 
von Ihering, ao Dr. C. E. Hellmayr, Tring Herts. 
Inglaterra, um especimen desta patativa, sob numero 
6.598, para o qual se pedia a respectiva classificação. 

Como não tivessemos obtido a classificação al- 
ludida julgamos se haja extraviado o passaro. Re- 
correndo à Bibliotheca do Museu, as obras que se. 
referem à ornithologia sul-americana, tanto as pu- 
blicaçües antigas como as recentes, e não encontrando 


— 106 — 


descripção que o contenha, resolvemos fazel-a ; ser- 
servindo co no typo no segundo especimen, obtido 
no mesmo local do anterior (6.558); isto é, as 
densas mattas do Alto da Serra de Santos, 


Descripção. O colorido geral no lado superior, 
lóros, vervice, nuca, dorso, uropygio (!) e a cobertura 
superior da cauda verde-azeitão ; coberturas superior 
das azas, primarias e secundarias de um pardo de- 
negrido, sendo o bordo exterior das pernas pardo 
amarellado. Remiges da mão e do braço denegridas 
“com o .bordo exterior verde-azeitão, interior cinzento 
alvadio, bem visivel na face inferior, alvadio na 
na porção basal, formando uma pequena macula 
branca no lado exterior, macula esta incoberta velas 
bastardas que são denegridas. Região auricular 
amarellada sendo a ponta das pennas, preta. Bochechss 
e coberturas do ouvidu pardacentas--amarelladas. 
Rectrizes pardas denegridas com o bordo exterior 
verde-azeitão. Lado inferior, garganta, alvadia-ama- 
rellada. Nos lados, região gular e peito, francos. 
Coxas pardas-amarelladas, mais clares as coberturas 
inferiores da cauda, medio e baixo ventre de um 
amarello-claro. Coberturas inferiores das azas alva- 
dias amareiladas, axillares amarellas-claras. Bico, 
linha commissural angulado, maxillar superior bem 
mais estreito do que o maxillar inferior, de côr pardo- 
avermelhado, pequeno sulco pouco visivel descendo 
da narina até nas proximidades da tomia, linhas 
onduladas na região mediana do dorso do, culmen, 
e do gonis; tarso e pés pardos-avermelhados. Iris 
parda-cinzenta. 


Dimensões : Comprimento total, 112 m/m. aza 
P 


do: cauda 45; tarso 130; bico 110 m/m. 


Habitat : Alto da Serra do Cubatão São Paulo, 
ou de Paranepiacaba. 





(1) Jim um individuo que ainda vive em captiveiro, 
nota-se uma macula transversal sobre o uropygio de colorido 
amarello-claro ( sulphureo ). , 


RUD, FISCHER, DEL, 
AD, NAT, 





I. Xiphocolaptes albicollis villanovae Subsp. nov. 


II. Xiphocolaptes albicollis belmontensis Subsp. nov. 





+ FISCHER, DEL, 
AD, NAT, 





I. Campylorhamphus trochilirostris intermedius Subsp. nov. 
II. Picumnus lepidotus corumbanus Subsp. nov. 
HI. Sporophila sertanicola sp. nov. 





ERRATA 


«Revista DO Museu Pautista», Tomo 
XII, pag. 14, onde se lê Niphocolaptes albicollis 
villadenovae, leia-se Xiphocolapies albicollis villa- 
novae, e à pag. 15, em vez de Sporoptula leia- 


se Sporophila. 









y ot ma ot ph 
é io - F Fée * 
Re ot, tg mor 
ia MN + o ” N + 
. . ' E 
- is 
E < e = 
J . 4 
- 
+ _ 
- 
b ‘ 
. a 
o 
. 
ré \ - 
+ 
4 
e ‘ 
o \ 
d 
nd ‘ 
k 
‘ 
- à id 
Le 
r D 


ATAAAS - 
| OMT” wavered eu oa, Arealva 
Be fo ais ssitwliniadahh hoz sbno HE 9 
Eater eco no als Aion ls Hilo 221 020 
Casta) alitk(prode. bossy, ie 





Coceuas que Lntestam as Nossas Arvores Fruetileras 








EU POR US 


ADOLPHO HEMPEL 


Entomologista do Instituto Agronomico do Estadc 
em commissão no Museu Paulista 








A actividade actual, evidente em todos os ra- 
mos de negocios, estendeu-se tambem à agricultura, 
e mais particularmente à fruticultura, e com razão, 
pois na medida que a população do nosso Estado se 
aesenvolva, será necessario ou importar os fructos 
de outros estados e paizes, ou então produzil-os aqui, 
pois as terras e o clima paulista adaptam-se mara- 
vilhosamente para a exploração productiva deste ramo 
de agricultura. 


Para conseguir bom exito em esta empreza, o 
fructicultor deverá não sómente escolher terras e 
fructos apropriados às nossas condições e mercados, 
mas deve tambem tratar cuidadosamente o pomar 
que for estabelecido, afim de conserval-o em estado 
. viçoso e productivo. Além dos cuidados culturaes 
que as arvores fructiferas constantemente necessitam, 
é indispensavel tambem proteger e livral-as dos ini- 
migos que as atacam e enfraquecem. 


Os maiores inimigos das arvores fructiferas são 
encontrados entre os membros da familia Coccidee, 
uma familia de percevejos dos vegetaes da ordem 
Hemiptero e da sub-ordem Homoptero. 


Para ajudar o fructiculior no estudo dos in- 
sectos nocivos, resolvemos enumerar e descrever as 
especies mais communs dessa familia que infestam 
as arvores fructiferas em nosso Estado, com indica- 
ções sobre os meios mais praticos para debellal-as. 


— 410 — 


Hemipteros 


Os insectos alados d'esta ordem têm, geral- 
mente, quatro azas; não têm mandibulas, mas as 
partes boccaes são trasformadas em uma tromba ou 
rostro, e a sua metamorphose é, geralmente, in- 
completa. 


Familia CoccIDAE 


Nesta familia a femea adulta tem forma diversa 
podendo ella ser em forma de escudo ou escama, 
de galha, de larva ou coberta de cêra; nunca tem 
azas, e muitas vezes tambem perde as pernas e an- 
tenas, e os olhos. Os machos nunca têm mais do 
que 1 par de azas, e. em alguns casos as azas faltam 
completamente. 

No estudo dos membros da familia Coccide é 
necessario conhecer os caractéres das femeas adultas, 
pois quasi toda a classificação é baseada nestes ca- 
ractéres. 

E' indispensavel um microscopio para distinguir 
os caractères dos generos e das especies, devendo 
os individuos ser convenientemente preparados para 
este estudo. Todos os membros desta familia são 
providos de glandulas, grandes ou pequenas, as 
quaes excrelam céra que obscurecem os seus cara- 
ctères. Na preparação dos individuos para o mi- 
croscopio devem eiles ser destacados das folhas ou 
da casca e fervidos em uma solução de KOH, de 
potassa caustica, de cerca de 2 por cento. até que 
a cêra se dissolva e a derme torne-se mais ou menos . 
transparente. Depois são tirados da solução de po- 
tassa, lavados em agua por algum tempo, transferidos 
para o alcool de 35 por cento, e successivamente 
para outro de concentração maior, até ao alcool abso- 
luto, e por fim, são postos em oleo de cravo. Do oleo 
de cravo são elles transferidos para as laminas de 
vidro e preparados em balsamo de Canada, fazendo se 
assim uma preparação permanente. 

Os individuos recem-nascidos e os machos, 
podem ser preparados directamente, devendo elles 


M Lei 


apenas ser postos em oleo de cravo e, depois de 
transparentes, transferidos para o balsamo de Canadá. 


Na discussão das especies, damos primeiramente 
uma descrinçäo do insecto na sua posição natural 
na planta, seguida por uma descripção dos caractères 
microscópicos dos diversos orgãos, para aquelles que 
têm a paciencia e 2 inclinação de aprofundar-se no 
estudo desta 1amilia importante de insectos. 

Tedas as medidas dos pellos curtos e das arti- 
culações das antennas e pernas são feitas em micro- 
millimetros. 


Damos tambem chaves para as sub-familias e 
os generos, pelos quaes a classificação dos insectos 
torna-se mais facil. 


Chave das sub-familias 


O macho: com olhos? compostos Mie tds! ca el 
O macho com olhos simples . |. 


by 


1.— A femea activa, sendo as pernas bem desenvol- 
vidas e presentes em todas as phases. Nua ou 
coberta com secreção cerosa, geralmente com um 
ov-sacco grande. Annel anal sem pellos. 


MOoNoPHLEBINA. 


2.— A femea coberta com uma secreção empoada ou 
fechada em um sacco; as pernas e antennas au- 
sentes ou presentes. DACTILOPIN A. 


A femea não fechada em um sacco . 


3. — À femea com a extremidade do corpo partida; o 
orificio anal fechado em cima com um par da 
laminas triangulares. A femea núa ou coberta 
de secreção. UoccINA. 


A femea protegida por um escudo o qual é feito, em 
parte, de pelliculas. O abdomen da femea ter- 
mina em um segmento composto, designado py- 
gidium; o orifício anal sem pellos: a femea 
“adulta sem pernas. DrAsPINA. 


— 112 — 


Svb-familia MoNOPHLEBINAE 


À femea activa, com pernas e antennas bem 
desenvolvidas, e presentes em todas as phases. Co- 
berta levemente com uma secreção pulverulenta e 
mostrando muitos fios vitreos.  Ovi-sacco grande, 
branco, com os lados estriados longitudinalmente. 


Icerya purchas: Mask var. cetriperda Hempel. 


As laranjeiras, em muitos pontos do nosso Es- 
tado, como Barretos, Jahu, Soccorro, Jundiahy, 
Sorocaba e São Paulo, estão ameaçadas de ser 
exterminadas pelo «pulgão branco» que foi pri- 
meramente encontrado em 1916, em galhos de la- 
ranjeiras enviados de Soccorro. Os galhos e a pagina 
inferior das folhas perto da nervura mediana, ficam 
cobertos com este insecto, quasi inteiramente branco, 
comum ovi-sacco grande, branco, fortemente estriado, 
nos lados lateraes e superior. 

A femea adulta, logo antes de secretar o ovi- 
sacco, tem cerca de 4,25 m.m, de comprimento, 2,50 
de largura e 1,10 m.m. de altura. A forma do 
corpo é ovato, mais largo atravez do abdomen. A 
côr, no lado ventral, é amarello-aiaranjada, com as 
pernas e antennas castanhas. O lado dorsal é ge- 
ralmente coberto por uma fina camada de cêra 
branca com um tom amarellado-acinzentado. No 
meio do dorso ha diversos tufos de cera dispostos 
em sentido longitudinal, e na margem ha numerosos 
filamentos vitreos, compridos e delgados. 

O ovi-sacco tem até 9 m.m. de comprimento no 
lado dorsal e 6 m.m. de comprimento no lado ventral, 
sendo este lado liso, ao passo que os lados ateraes 
e dorsal estão fortemente estriados em sentido lon- 
gitudinal. 

A femea adulta, fervida em uma solução de 
KOH, torna-se transparente com a derme molle. 
Toda a superficie do corpo está guarnecida com 
pellos compridos, de côr escura, e com pequenas e 
grandes glandulas redondas e compostas, em grande 
numero. Na margem lateral do corpo ha cêrca de 
24 tufos de pellos compridos e escuros. ' 

















Icerya purchasi var. citriperda Hempel. 


As antenas têm a côr pardo-clara, compõe-se 
de 11 articulações, das quaes a ultima é a mais 
comprida, e têm cerca de 0,882, a 1,017 mm. de 
comprimento. As respectivas articulações têm os 
seguintes comprimentos : (1 ) 104-117; (2) 91-110; 
(3) 91-97; (4) 59-65; (5) 52-65; (6) 71-84; 
(7) 11-84; (8) 78-84; (9) 71-84 ; (10 ) 71-78 ; 
(11) 123-143; sendo a formula -approximada 11, 
Rs (o, Gt MOREL O Bodas as -artil 
culações têm pellos compridos. Ha, no lado inferior 
do corpo, perto da base das antennas, dois olhos 
proemiuentes, de forma conica e de côr pardo-escura. 

As pernas são compridas, com o tarso muito 
curvado, tendo as articulações as seguintes dimensões : 


— 114 — 


coxa, 162; femur com trochanter, 435; tibia 403; 
tarso, 208; unha, 56. Os digitulos, tanto do tarso 
como da unha, sao filiformes. 

Tratamento. O pulgão branco é o maior ini- 
migo das larangeiras, e tambem infesta roseiras e 
outras plantas cultivadas, as quaes mata em pouco 
tempo. Apparecendo em grande numero em um 
pomar não ha esperança de salval-o, pois 0 insecto se 
mostra resistente a todo o tratamento empregado, 
sendo impossivel o seu exterminio com os insecti- 
cidas até hoje conhecidos, uma vez que tomou pé 
em uma localidade. 

Se for encontrado em uma ou duas plantas apenas, 
será prudente incinerar estas para evitar a propagação e 
alastramento do pulgão. Para o tratamento de pe- 
quenas plantas e poucas em numero, pode-se empre- 
gar a emulsão de kerosene a 10 /', a qual deve ser 
applicada por meio de um pulverizador appropriado, 
devendo o tratamento ser repetido duas ou mais 
vezes com intervallos de 15 dias. 

Para poder subjugar este pulgão, e restringir a sua 
actividade, será necessario importar sem demora, e 
estabelecer nas regiões infestadas, um pequeno co- 
leoptero denominado Novius cardinalis, o qual, 
tanto no estado larval como no estado de adulto, 
alimenta-se do pulgão branco, atacando e devorando 
grande quantidade delles. Sô com a importação 
deste coleoptero beneficial e util, será possivel do- 
minar este terrivel inimigo das larangeiras, que 
ameaça exterminar por completo os nossos pomares. 


— 115 — 


Sub-familia DACTILOPINAE 


A femea é coberia por uma secreção empoada, 
ou fechada em um sacco; as pernas e antennas au- 
sentes ou presentes. 


Chave dos generos 


1. — A femea secreta um sacco feltrado; as antennas 
compõe-se de sete articulações, o annel anal com 
seis pellos. 


Eriococcus, TARG- 
2. — A femea adulta coberta com uma secreção branca ; 


as antennas compõe-se de nove articulações ; as 
pernas são bem formadas ; o annel anal sem pellos. 


Pseudococcus, WESTW. 


3. — À femea adulta faz uma galha cu não; as an- 
tennas compõe-se de 4 a 6 articulações; só o 
ultimo par das pernas é presente. 


Capulinia, SIGNORET. 


Eriococcus perplexus Hempel. 


Sobre jaboticabeiras 


No lado inferior das folhas e na casca das ja- 
boticabeiras encontram-se pequenos saccos feltrados, 
fusiformes, largos no meio, pontudos, um pouco acha- 
tados, e de cor branca; e com vestígios de estrias 
transversaes. Estes saccos feltrados, têm 
até 11 millimetros de comprimento, 3,9 
de largura e 1,75 de altura, e têm um 
pequeno orifício na extremidade poste- 
rior. Este sacco é geralmente cheio de 
ovos ou larvas recem-nascidas, achando- 
se a femea na extremidade anterior. 

A femea adulta é de cor amarello-ala- 
ranjada com uma listra mediana longi- 
tudinal de côr parda, e mede 4,5 m.m. 
de comprimento, e 2,75 m.m. de largu- 
Eriococcus per- ra. Kervida em uma solução de KO H, 
plexus Hempel. a derme torna-se transparente e molle. 
O liquido tinge-se de côr amarello-clara. As anten- 
nas são grossas, variaveis, de sete articulações, e 
medem 0,275 m.m. de comprimento; sendo o se- 
guinte o comprimento das articulações: (1) 45; 
(2)32; (3)58; (4) 39; (5) 26; (6) 26; (7) 
32. A formula approximada é 314 (27) (56) ou 3 
(14) 27, (0G): 

As pernas são curtas e reforçadas, tendo as arti- 
culações do primeiro par o seguinte comprimento : 
coxa 84; femur e trochanter 253; tibia 120; tarso 
120; unha 29. Os digitulos, tanto do tarso como 
da unha, são compridos e delgados, com a extremi- 
dade dilatada. O annel do anus tem 6 pellos. O 
mento se acha anterior ao primeiro par de pernas. 
Toda a superficie do corpo está coberta com espi- 
nhos grossos, direitos e curvados, e de pequenas. 
glandulas circulares; acabando elle por um par de 
pequenos tuberculos. 





— 117 — 


À larva recem-nascida é de côr de laranja, com 
o corpo piriforme tendo um par de tuberculos ter- 
minaes, cada um com uma cerda comprida. A su- 
perficie do dorso está ornamentada com seis car- 
reiras longitudinaes de espinhos grandes e agudos, 
e numerosos pequenos tuberculos. As antennas têm 
seis articulações, sendo a terceira a mais compri- 
da. Os olhos são pequenos e esphericos. O laço 
rostral extende-se quasi aiè a extremidade do corpo. 

Esta especie foi encontrada no Ypiranga, no 
nosso Estado, e em Bello Horizonte, no Estado de 
Minas Geraes. 

Tratamento. Se este insecto apparecer bastante 
numeroso para fazer prejuizo, pode facilmente ser 
combatido pela appiicaçäo de emulsão de kerosene. 


Capulinta, crateraformans Hempel. 


Sobre jaboticabeiras 


Na casca do tronco, galhos e ramos da jabo- 
ticabeira encontram-se, muitas vezes, pequenas gal- 
has em forma de cratera, as quaes têm cerca de 1,5 
m.m. de altura. A galha compõe-se de um annel 
exterior de 1 a 1,9 mm. de diametro, e uma pe- 
quena eminencia coniiorme no centro, a qual pode 
ser facilmente removida. O insecto vive no centro 
da galha em uma pequena cavidade lisa e forrada de 
um pó branco, sendo elle pequeno. oval, côr de rosa, 
coberto de um pó branco. 

A femea adulta, depois de fervida 
em uma solução de K O H, torna-se 
transparente. Ella tem 0,96 m.m. de 
comprimento e 0,73 m.m. de largu- 
ra. As antennas são variaveis, pe- 
quenas, de 9 a 6 articulações, com 
0,096 mm. de comprimento. As ar- 
ticulações medem o seguinte compri- 

"mento: (MT (2) 13; (5) 353 (4); 

13 ; (5), 9. A formula approximada é 

Capulinia craterafor- (31) (24) 5. A ultima articnlação 
mans Hempel 

acaba em um tufo de pellos gros- 

sos. O primeiro e segundo par de 





a) augmentado 


— 118 — 


pernas faltam ; sendo o terceiro par defeituoso, sem 
articulação visivel e sem unha. As pernas tem 0,177 
mm. de comprimento, e estão collocadas tão perto 
à extremidade do corpo que a metade do com- 
primento se extende além da margem posterior. O 


abdomen é dividido em segmentos, 
e termina em duas cerdas curtas. 
A abertura anal é guardada por 
quatro pequenos espinhos. Na su- 
perficie dorsal e em roda da mar- 
gem do corpo, se acham espalha- 
dos pellos pequenos e aculiformes. 
Os espiraculos são chitinosos e bem 
desenvolvidos, e cada um tem de 
uma a quatro fieiras pequenas e 
circulares. 

Esta especie foi encontrada em 
Campinas, Itatiba e São Paulo, e 
S. João d'El Rei, Minas. 

Tratamento. Todos os galhos e 
ramos já mortos devem ser podados 
e incinerados. O restante da arvore 
infectada deve ser tratada com emul- 
são de kerozene. 





Capulinia crateraformans 
Hempel 


b) tamanho natural. 
Capulinia jaborcabae v. Thering. 


Sobre Jaboticabeiras 


Esta especie 6 maior do que a precedente, e é 
o maior inimigo das jaboticabeiras entre nós. À 
femea adulta é de côr amarello-clara, não faz gal- 
has, mas vive debaixo da casca dos galhos, tronco, 
e até das raizes. O corpo é oval, achatado e ge- 
ralmente envolvido em uma massa de secreção lan- 
osa, cerosa e branca, a qual tambem envolve os 


ae Te 





Capulinia jaboticabae v. Ihering 


ovos. À sua presença nas 
arvores nota-se pela cas- 
ca dura e exfoliada, e 
pela massa branca e floc- 
cosa que se mostra pelos 
intersticios da casca. 

O adulto feminino,fervi- 


“do em uma solução de K 


O H, torna-se transparen- 
te. O corpo tem o com- 
primento de 2,40 mm. 
ea largura de 1,25 mm. 
As antennas têm 0075 
nim. de comprimento e 
compõe-se de 4 a à ar- 
ticulações, tendo a ul- 
tima um tufo terminal 
de pellos. Apenas o ul- 
timo par de pernas está 
desenvolvido. Na super- 
ficie dorsal e nas mar- 
gens lateraes do corpo 
ha diversas carreiras de 
pellos compridos, termi- 
minando o corpo por dois 
pequenos tuberculos,cada 
um com um pello com- 
prido. Em roda das 
aberturas externas de 


cada espiraculo ha um 


grupo de 18 a 25 pe- 
quenas glandulas circu- 
lares. O rostro é grande 
e está situado perto das 
antennas. 

O casulo do macho é 
elliptico, branco, feltra- 
do, com uma abertura na 
ponta posterior, e está 
geralmente collocado en- 
tre as camadas da casca. 


— 120 — 


O macho é preto, tem antennas compridas, tres 
pares de pernas, e um par de azas delgadas. 


As larvas recem-nascidas são pequenas, chatas, 
ellipticas e de côr amarello-clara. 


Temos recebido exemplares deste insecto de 
muitos logares do Estado. como São Paulo, Mogy- 
Guasst, Capoeira Grande, Campinas, etc., onde tem 
feito estragos consideraveis. 


Tratamento. — ‘todos os galhos e ramos mor- 
tos ou enfraquecidos devem ser podados. As raizes 
invadidas devem ser descobertas, e raizes, tronco e 
galhos devem ser raspados com raspadeira ou um 
ferro conveniente, para tirar toda a casca solta e 
exfoliada bem como os insectos, devendo este ser- 
viço ser feito com bastante cuidado para não ferir 
a arvore. Os galhos podados e a casca e insectos 
devem ser ajuntados e incinerados. Em seguida de- 
vem as raizes, 0 tronco e as outras partes infecta- 
das ser tratadas com caldo de sabão, applicado com 
uma brocha ou escova. Depois de tratadas, devem 
as raizes de novo ser cobertas com terra 


Pseudococcus grandis Hempel 


Sobre goyabeiras 


Nas folhas e nos ramos das plantas encontra- 
se este insecto, o qual tem a forma oval, com o 
dorso convexo, e a côr iaranjo-escura, a qual está 
disfarçada por uma secreção branca e pulverulenta 
disposta em quatro carreiras longitudinaes. Além 
destas carreiras, as quaes são sub-medianas e sub- 
lateraes, ha ainda em roda da margem lateral uma 


guarnição de tufos curtos e brancos, sendo os dois 


posteriores compridos e acuminados. A secreção 
branca tem, às vezes, uma tinta de amarello. A 
femea adulta descança sobre uma massa de sub- 
stancia branca, felpuda e adherente, a qual contem 


“JeA ‘U DP19d14J19 ‘18A [[2YS8JA] 2SPy21nd pás] 
8 sn99020pnas, 
(ppdwepH) sypuns 


LEE 








— 121 — 


as larvas. Os exemplares maiores tèm 7,50 mm. 
de comprimento, 5,00 mm. de largura e 3,00 de 
altura. 


Depois de fervida em uma solaçäo de KOH, a 
derme torna-se transparente. As antennas têm, 0,480 
mm. de comprimento, com 8 articulações, sendo a 
ultima a mais comprida. O comprimento das arti- 
culações é: (1) 67; (2) 71 ; (3) 49; (4) 36; (5) 53; 
(6) 47; (7) 49; (8) 98, sendo, porém, estas medi- 
das variaveis. A formula approximada é 8215 (367) 
4. Às pernas são curtas e reforçadas com a unha 
pequena. Os digitulos são delgados e curtos, chegando 
os do tarso apenas até a ponta da unha. 


O annel anal tem seis pellos. Os dois tuber- 
culos terminaes do corpo não são conspicuos, mas 
cada um tem diversos pellos, varias giandulas de 
forma triangular, e cèrca de 15 espinhos curtos, 
grossos e agudos. Na superficie dorsal do corpo, 
perto da margem lateral, ha cêrca de 32 grupos de 
glandulas e espintos, compondo-se cada grupo de 5 
a 8 espinho cvrtos e agudos e de 8 a 12 pequenas 
glandulas ou póros. Na margem lateral ha di- 
versos pellos curtos. A superficie dorsal contem 
muitas glandulas triangulares e espinhos curtos e 
agudos, collocados em fileiras transversaes. A su- 
perficie ventral contem glandulas e muitos pellos 
curtos. 


A larva recem-nascida tem o corpo de fórma 
elliptica, côr amarelia, com 0,460 mm. de compri- 
mento. Os olhos são pequenos e conicos, dé côr par- 
do-escura. As antennas tém 6 articulações, sendo a 
ultima a mais comprida. Em roda da margem do 
corpo ha diversos espinhos curtos e agudos, tendo 
cada um dos ultimos dois segmentos abdominaes 
dois espinhos de cada lado. 


» 


Este insecto não é commum e foi encontrado 
em S. Paulo e Ypiranga: 


Tratamento. — À applicação de emulsão de ke- 


rosene é o tratamento mais recommendavei contra 
esta especie. 


Snb-familia COCCINAE 


A femea com a extremidade do corpo partida : 
o orificio anal fechado em cima com um par de 
chapas triangulares. A femea nua ou coberta de 
secreção. 


Chave dos generos 
A femea adulta secreta um ovi-sacco que se alonga 
para traz, mas que nunca cobre o insecto. 
Pulvinaria, TarG. 
A femea adulta sem ovi-saceo; o dorso é coberto com 
uma secreção vitrea ou -serosa . . . 00 


A femea adulta sem ovi-sacco; o dorso é nú ou com 
uma secreção delgada e pulverulenta, ou com 


delgadas laminas 'cerosas . . |<’, 5) See 

1, — A femea adulta é coberta com cera, às vezes 
grossas ; despida de cera distingue-se um corno 
caudal. 


Cercplastes, Gray. 


A femea adulta é coberta com uma secreção delgada 
e vitrea, ou, ao menos quebradiça. . . . 

2. — A femea adulta com a casca em fórma de um 
cone com estrias radiadas ; as antennas e as per- 
nas bem desenvolvidas. 


Edwallia, HempeL. 


A femea adulta com a casca em duas partes, em fórma 
de um cone duplo ; as antennas e as pernas faltam. 


Pseudokermes, CKLL. 


3. — À femea adulta symetrica; o dose reticulado e 
nú, ou coberto de delgadas placas de cera 


Saissetia, DEPLANCHES. 


A femea adulta asymetrica, com o dorso pouco con 
vexo, dividido em areas distinctas, e coberta de 
uma secreção fina, branca e pulverulenta. 


Stictolecanium, CKLL. 


A femea adulta asymetrica, o dorso homogeneo, não 
dividido em areas distinctas, coberta com uma 
fina secreção cerosa. 


Mesolecanium CKLL. 


Pulvinaria eugeniae Hempel. 


Sobre jaboticabeiras 


Antes da gestação a femea adulta tem a fór- 
ma oval ou elliptica com o dorso pouco convexo, 
finamente encrespado de covinhas glandulcsas, de 
cor pardo-clara com uma estria longitudinal media- 
no de côr amarella. O lado ventral tem a côr ama- 
rella. Os segmentos do corpo são indicados por sul- 
cos transversaes pouco profundos e por linhas finas 
de côr pardo-escura. O corpo tem 3a 4,5 min. 
de comprimento, 2 a 3 mm. de largura e 1 mm. 
de altura. O insecto neste estado acha-se geralmen- 
te nos ramos. Depois de formar o ovi-sacco o in- 
secto fica amarello e enrugado. O ovi-sacco é bran. 
co, feltrado, direito ou um tanto curvado, com a 
extremidade distal um pouco alargada, e tem 5 a7, 
90 mm. de comprimento, 2 a 2,25 mm. de lar- 
gura e | mm. de altura, sendo elle quasi invaria- 
velmente collocado no lado inferior das folhas. 

Fervida em uma solução de IX O H, o liquido 
tinge-se de côr amarello-clara, tornando-se a derme 
delgada e transparente. As antennas têm O, 521 a 
9, 395 mm. de comprimento e compõe-se, geral- 
mente, de 8 articulações com os seguintes compri- 
mentos : (1) 44-53; (2) 44-57; (3) 66-70; (4) 
90 = 55: (0) 80-48; (6) 24-315; (7) 24-31; (8) 
44-48. A formula approximada é 3 (21485) (67). 
A's vezes ha antennas com apenas 7 articulações. 
As articulações do primeiro par de pernas têm o 
seguinte comprimento; coxa 110 ; femure trochan- 
ter 209; tibia 156; tarso 79; unha 26; digitulos 
da unha 48. Os digitulos tarsaes são compridos com 
as extremidades pouco dilatadas, sendo os da unha 
grandes com as extremidades redondas e dilatadas. 
Ao redor da margem lateral do corpo ha uma fileira 
de pellos compridos. laminados e frangidos nas ex- 
tremidades, postos bastante distantes nns dos outros ; 


— 124 — 


e dentro desta ha uma segunda fileira de pellos mais 
curtos e ponteagudos. Cada area estigmal é ca- 
racterizada por dois espinhos bem curtos, e um com- 
prido, curvado, e por uma fileira dupla de 30 a 50 
glandulas circulares que se extende até os espiraculos. 

A larva recem-nascida tem o corpo elliptico, 
amarello-claro, com a margem finamente dentada, 
com poucos pellos muito curtos, e tem 0,356 mm. 
de comprimento e O, 244 mm. de largura. Esta 
especie foi encontrada em S. Paulo. 

Tratamento. Deve-se empregar a emulsão de 
kerosene, applicada antes que o insecto alcance o 
estado adulto. 


Pulvinaria ficus Hempel. 
Sobre goyabeiras 


Nas duas superficies das folhas e na casca dos 
galhos das goyabeiras encontra-se este insecto; o 
qual tem o corpo elliptico ou oval, deprimido, de 
côr pardo-amarellada, com o derme finamente enru- 
gado perto da margem. Mais tarde a femea secre- 
ta o ovi-sacco branco, ficando ella collocada na sua 
extremidade anterior. O insecto tem 5 mm. de com- 
primento e 2,25 de largura, tendo o ovi-sacco & 
mm. de comprimento, 3,25 mm. de largura, e 2 
mm. de altura. A cera do ovi-sacco é branca, floc- 
cosa e adherente. As placas anaes são triangulares, 
de côr pardo-escura. A fissura anal tem 1 mm. de 
comprimento. 

Fervida em uma solução de K O H, o liquido 


tinge-se de cor clara de palha, tornando-se a derme . 


molle e transparente. As antennas são variaveis, 
tendo geralmente 8 articulações, mas, às vezes, ha 
só 7 articulações. O comprimento das antennas é 
de 0,425 a 0,540 mm. tendo as articulações os se- 
guintes comprimentos: (1) 48-53; (2) 66-70; 
(3)97-110;(4)53-70:;(5)53-79;(6)31 -48; 
(7) 31-41; (8) 48-66. 

A formula approximada é 3 ( 524 ) 81 (67). As 
pernas são compridas, com o tarso um tanto cur- 
vado, e o trochanter guarnecido com um pello muito 


comprido. As articulações têm os seguintes compri- 
mentos: coxa 196; troshanter e femur 326; tibia 
267; tarso 120; unha 81; digitulos da unha 62. 
Os digitulos tarsaes são curtos e delgados com as 
extremidades pouco dilatadas. Ao redor da margem 
do corpo ha uma fileira de pellos curtos com as 
bases tuberculadas e as extremidades laminadas, di- 
latadas e franjadas. O corpo tem aiguns pellos com- 
pridos em frente das placas anaes e entre as anten- 
nas; sendo estas ultimas muito compridas e de fór- 
ma caracteristica. À superficie ventral tem ainda 
muitas glandulas pequenas e fieiras grandes e arre- 
dondadas na região anal. Na superficie dorsal ha 
alguns pellos exiguos e uma fileira sub-marginal de 
11 a 12 glandulas pequenas de fôrma conica. Cada 
uma das areas estigmaes é caracterizada por um 
grupo de tres espinhos, sendo dois bem curtos, e 
um comprido e curvado, e por uma fileira dupla de 
_30 a 35 fieiras pequenas. 


Este insecto foi encontrado em Campinas e S. 
Paulo, sobre figueira, goyabeira, mangueira e outras 
plantas, nas quaes produz bastantes estragcs. 


Tratamento. Contra este insecto emprega-se a 
emulsäo de kerosene, que deve ser applicada antes 
que os individuos tenham alcançado o seu completo 
desenvolvimento. 


Ceroplastes campinensis Hempel. 


Sobre goyabeiras 


Nos ramos e no lado inferior das folhas da 
goyabeira encontra-se esta especie de côr amarello- 
clara, oval, irregular, geralmente, com tres nodosi- 
dades no dorso, sendo uma na extremidade anterior 
e duas na posterior. A casca é composta de cera 
quebradiça e não está dividida em placas, sendo os 
tuberculos mais distinctos nos exemplares novos do 
que nos velhos. Ha, porém, outros exemplares que 


mostram grande numero de nodosidades. Ella tem, 


— 126 — 


geralmente, 4 mm. de comprimento, 3 mm. de lar- 
gura, e 2, 500 mm. de altura, sendo os exempla- 
res muito velhos de tamanho maior. 


Fervida em uma solução de K O H, o liquido 
tinge-se côr de carmine. Despida de cera, a Rise 
adulta tem o corpo convexo de côr pardo- clara, co 
o corno caudal muito curto e de côr pardo-escura. 
O corpo tem 3, 250 mm. de comprimentos, 2, 500 mm. 
de largura e 2. 250 mm. de altura, com a derme 
chitinizada e semi-transparente, sem tuberculos; sendo 
elle mais largo na parte posterior do que na ante- 
rior. As antennas tem 0,241 a 0,202 mm. de com- 
primento, e compõe-se de seis articulações, as quaes 
têm os seguintes comprimentos : (1) 42 ; (2) 59 - 42 ; 
(3) 84- 08; (4) 17-21: (5) 21-24: (6) 285 35. 
A formula approximada é 3 (126) (04). As pernas 
são fracas, tendo as articulações do primeiro par, 
os seguintes Ca coxa 77; femur e tro- 
chanter 126; tibia 77; tarso e unha 23. A unha é 
pequena com os di gitulos de tamanhos desiguaes, sen- 
do um muito grande, com a extremidade Targamen- 
te dilatada. Os digitulos tarsaes são delgados com 
a extremidade pouco dilatada. A margem lateral é 
identada na região estigmal, tendo aqui uma area 
circular com 75 a 85 espinhos grandes e pequenos. 


A casca do macho tem 1, 250 mm. de compri- 
mento e O, 750 mm. de largura; tem a forma ellip- 
tica, com o dorso convexo e as extremidades arre- 
dondadas, e uma pequena franja de pedacinhos de 
céra na margem lateral. Ella tem a côr amarello- 
clara, e acha-se geralmente collocada no lado infe- 
rior das folhas. 


Esta especie foi encontrada em Campinas e Bo- 
tucatu, sendo ella e as folhas que infesta, geralmen- 
te cobertas de fumagina, sendo quasi impossivel en- 
contrar exemplares velhos em bom estado. 


Tratamento. Gonve 1 podar e incinerar os ga- 
lhos fortemente infestados e pulverisar o restan- 
te da arvore com a emulsão de kerosene. 


AT 


| 
E 


TRES 


Ceroplastes grandis Hempel 


Sobre goiabeiras 


Como acontece com quasi todos os membros 
desta familia, a femea é muito mais evidente que o 
macho. Ella se encontra nos galhos e ramos das 
arvores, e geralmente fixadas no lado 

inferior delles. A casca da femea 
adulta é muito grande, oval, trunca- 
“da e ligeiramente entalhada na mar- 
gem posterior, acuminada anterior- 
mente, com o dorso muito convexo, 
e convergindo em uma ponta no nu- 
cleo dorsal. A cera é muito molle, 
contem muita agua e tem um chei- 
ro pungente e característico A cas- 
ca é branca no dorso, mas torna-se 
côr de rosa cu de salmão ros la- 
dos e nas margens inferiores, e é 
distinctamente dividida em placas. 
Os nucleos têm a côr parda, sendo 
os lateraes inconspicuos. Ha duas 
Ceropiastes-grandis linhas brancas, calcareas em cada 
Hempel. Tam. natural. Jado até os nucleos lateraes. A su- 
perficie é lustrosa e desigual, sendo deprimida per- 
to dos nucleos e do corno caudal, e ligeiramente 
elevada nos outros pontos. Os maiores individuos 
têm 18 mm. de comprimento, 14 mm. de largura 
e 11 mm. de altura. 

Despida de cera é mais ou menos elliptica em 
forma, de côr vermelho-clara, como o lacre, e tem 
9 mm. de comprimento, 6,50 mm. de largura, e 
5,00 mm. de altura. O corno caudal é preto, gros- 
so e conico, com a ponta um pouco elevada, e tem 
2 mm. de diametro na base e 2,25 mm. de com- 
primento. Ao redor da margem lateral ha uma 
guarnição que é excavada nas areas estigmaes e 
na extremidade posterior, fermando assim cinco lo- 
bulos. Ha seis tuberculos situados, um sobre o dorso, 
um na extremidade anterior e dois lateraes em cada 
lado. A derme é lustrosa e molle, sendo chitinisa- 





— 128 — 


da só perto do corno caudal e das areas estigmaes. 
Fervida em uma solução de KOH, ella tinge o 
liquido de côr vermelha. A derme torna-se mol- 
le e transparente. As antennas têm 0,500 mm. de 
comprimento, e são compostas de 8 articulações com 
os seguintes comprimentos: (1) 66; (2) 66; (3) 
84-88; (4) 40-44; (5) 84-93; (6) 31-40; (7) 
31-40 ; (8) 44-48. A formula approximada é 
os (12) 84 (67) ou (53) (12) 84 (67). As pernas 
são regulares, tendo as articulações do primeiro par 
os seguintes comprimentos: coxa 164; femur e 
trochanter 280; tibia 182, tarso 106; unha 22. 
Os digitulos da unha são grandes com a extremi- 
dade largamente dilatada, e os do tarso são com- 
pridos, delgados, com a extremidade dilatada. 

A derme dorsal @ espessamente coberta de cur- 
tos pellos espiniformes e de glandulas. Ao redor da 
margem ha uma carreira singela de pequenos pel- 
los, “cada um dos quaes nasce de um tuberculo. 
Cada area estigmal é caracterisada por 70 a 73 
espinhos curtos de diversos tamanhos, e por mais 
de cem pequenas glandnlas circulares. 

A casca masculina é pequena, branca, elliptica, 
com sete tufos marginaes e dois tufos dorsaes 
de cêra branca e com alguns filamentos brancos na 
margem posterior. Despida dos tufos, a casca é 
chata e muito fina, tendo ella 4,500 mm. de com- 
primento e 0,800 mm. de largura. As cascas mas- 
culinas achani-se geralmente collocadas no lado in 
ferior das folhas. 

A larva recem-nascida é pequena, elliptica, chata, 
de cor laranjo-amarellada, com 0,425 mm. de compri- 
mento e 0,220 mm. de largura. O corpo tem a margem 
dentada, com uma carreira de pellos finos, e termina em 
duas cerdas compridas. As areas estigmaes são ca- 
racterisadas por 3 ou 4 espinhos curtos e obtutos. 


Este insecto é muito abundante em S. Paulo e 
Ypiranga em muitas arvores, onde causa grandes 
prejuizos. e em Iguape. Foi primeiramente encon- 
trado no jardim da Luz, em uma arvore indigena, 
e actualmente elle infesta a maior parte das arvo- 


res de sombra plantadas nas ruas da Capital, dando 
a preferencia aos platanos. 

Tratamento. A poda dos galhos enfraquecidos 
é recommendavel, bem como a raspagem dos ga- 
lhos restantes quando conveniente, para tirar O 
maior numero possivel de insectos. Depois empre- 
ga-se a emulsão de kerosene em pulverizações. 

Ceroplastes janeirensis Gray 
Sobre goyabeiras 

Esta é uma outra especie de côr branca suja, 
menor que a precedente, que infesta os galhos das 
goyabeiras. À casca da femea adulta 
tem a forma geral de um rectangulo 
com os cantos redondos, a qual tem a 
margem inferior ligeiramente recur- 
vada com as duas linhas calcareas que 
se extendem por cima destas corôas. 
A cêra é dura e distinctamente divi- 
dida em sete placas, sendo uma dor- 
sal, uma anterior. uma posterior, e 
duas laterses de cada lado. O nucleo 
dorsal é pequeno, elevado, geralmente 
de côr branca, mais frequentemente 
de cor pardo-escura de bolcr e de su- 
jeira. Os nucleos lateraes são incors- 
picuos. À superficie da cêra é enru- 
gada e ligeiramente deprimida ao re- 
dor dos nucieos e mostra uma porção 
de anneis concentricos no dorso. A 
casca tem 9 mm. de comprimento, 8 
mm. de largura e 7 mm. de altura. 


Despida de cêra, a femea adulta 
tem a cor pardacenta, com o corno 
caudal reforçado, preto, de cerca de 
1,100 mm. de comprimento, e vi- 
rado directamente para traz. Diver- 
gindo do corno ha duas fileiras de 
pequenas cellulas glandulares de côr 

preta. Ha cinco pequenos tuberculos, 
Ceroplastes janeirensis sendo um anterior e terminal e dois 





— 130 — 


lateraes de cada lado. A derme dorsal é chitinisada, 
e tem uma guarnição estreita perto da margem ven- 
tral, a qual tem cinco lobulos correspondentes aos 
tuberculos do dorso. 

Fervida em uma solução de KOH, ella turva 
o liquido e tinge-o de côr pardo-escura. As anten- 
nas são variaveis, compõem-se de sete articulações, 
e têm cerca de 0,395 mm. de comprimento. As 
articulações têm os seguintes comprimentos: (1) 
07-66; (2) 58-66; (3) 62-66; (4) 97-110; (5) 
26-40; (6) 23-40; (7) 40. A formula approxi- 
mada é 4 (23) 1765. As pernas são curtas, tendo 
as articulações do primeiro par os seguintes com- 
primentos : coxa 120; femur com trochanter 198; 
tibia 158; tarso 97; unha 22. Os digitulos tarsaes 
sio compridos com as pontas abotoadas, e os da 
unha são muito grandes e largos com a extremida- 
de dilatada. As areas estigmaes são caracterisa- 
das por muitos espinhos lanceolados. Ao redor da 
margem lateral ha uma carreira de pequenos pellos. 
A derme contem numerosas glandulas exiguas. 

Este insecto foi encontrado no: Rio E Janeiro, 
S. Paulo e Campinas, mas não em abundancia bas- 
tante para cansar sérios prejuizos. 

Tratamento. — As pulverizações com a emul- 
são de kerosene servirão para combater esta especie. 


Edwallia rugosa Hempel 


Sobre jaboticabeira 


Nos galhos finos das jaboticabeiras encontra-se 
um pequeno insecto com a casca branca, de forma 
conica, de cêra dura e quebradiça, enrugada raaial- 
mente, como a concha de Pecten, e com anneis 
concentricos e finos que rodeiam 
a casca parellamente com a base. 
A casca tem 3 mm. de altura, 
1,50 «mm. de largura, e 2,75 
mm. de comprimento. 

A femea, que tem a derme 
lisa, côr amarella, côr de limão, 
enche completamente a casca. 





Edwallia rugosa Hempel 


— ss DT. 


— 131 — 


Ao redor da margem do corpo ha uma carreira de 
cêrca de 210 pequenos espinhos, de forma conica, 
e perto da margem, na superficie dorsal, ha uma 
carreira dupla de ellos pequenos. As areas esti- 
gmaes são caracterizadas por um grande espisho 
curvado, o qual tem uma pinta redonda na base, e 
um grupo de 13 a 19 glandulas redondas. O ori- 
“ficio anal é cercado de um annel chitinoso, den 
tro do qual está o annel do anus com 6 pellos 
compridos. As placas anaes são curvadas, irregu- 
lares e triangulares, com o lado dorsal mais com- 
prido do que o ventral. Cada uma das placas tem 
19 pellos compridos, sendo 2 direitos e aculiformes 
e os restantes mais compridos e flexiveis. 


As antennas têm cerca de 0,120 mm. de com- 
primento, e compõe-se de cinco articulações com os 
seguintes comprimentos: (1) 22-26; (2) 13-15; 
(3) 31-35; (4) 18-20; (5) 22-24 A formula 
approximada é 31542 ou 3 (51) 42. As vernas 
são regulares, com os seguintes comprimentos : coxa 
62; femur e trochanter 106; tibia &4; tarso 57; 
unha 9: digitulos da unha 17. Os digitulos tarsaes 
são muito compridos e delgados com as extremi- 
“dades dilatadas, tendo os da unha apenas a metade 
do comprimento destes. 


A casca do macho tem 1,750 mm. de compri- 
mento e 0,750 mm. de largura; é branca, delgada, 
elliptica e pouco convexa, e compõe-se de sete placas ; 
sendo uma dorsal com um tufo de cera quebra- 
diça, duas lateraes em cada lado, e uma terminal 
em cada extremidade. 


A larva recem-nascida, que tem 0,375 mm. de 
comprimento e 0,250 inm. de largura, é de côr 
pardo-amarellada, com o corpo oval, dentado na 
margem. As areas estigmaes, no pro-thorax e 
meso-thorax, são caracterizadas por um espinho 
curto e grosso. As antennas têm, apparentemente, 
cinco articulações, tendo a quinta e terceira o com- 
primento quasi egual. A margem do corpo tem 
uma carreira singela de pellos curtos. 


— 132 — 


Esta especie foi unicamente encontrada em S. 
Paulo, porém, em numero pequeno. 

Tratamento. Actualmente não ha receio de 
prejuizos serios occasionados por este insecto. Se, 
porém, elle apparecer em numero avultado, póde ser 
facilmente debellado pelas pulverizações com a emul- 
são de kerosene. 

Pseuiokermes nitens CkIl. 
Sobre jaboticabeiras e goyabeiras 


Nos galhos das jaboticabeiras e goyabeiras en- 
contra-se, raras vezes, grande numero de pequenos 
insectos agruvados na casca por uma extensão de 10 
à 20 em. e acompanhados por uma pequena for- 
miga. A escama da femea adulta é lisa, vitrea, del- 
gada, muito lustrosa e incolor, sub-globosa, em fórma 
de um cone duplo com os apices divergentes, divi- 
dida anterior e posteriormente por um entalho raso. 
A. casca tem 3 mm. de comprimento, 3 mm. de 
largura e 2,25 mm. de altura, sendo ella marcada 
por numerosos anneis concentricos e com os apices 
obtnsos e asperos, com algumas estrias radiadas e 
convergentes. 

A femea adulta, de côr pardo-avermelhada, enche 
completamente a casca, tendo uma linha mediana 
de cor preta passando entre os dois cones, e a ex- 
tremidade posterior ligeiramente fendida, com as 
margens da fenda pretas. Fervida em uma solução 
de KOH, a derme torna-se molle e transparente. 
As pernas e antennas faltam. Os espiraculos são pe- 
quenos e collocados longe um do outro. Ao redor 
da margem lateral ha uma carreira de espinhos 
pequenos e curtos e de orificios glandulares. O annel 
anal tem 6 pellos compridos. As placas anaes são 
pequenas, sendo ellas parcialmente cercadas ante- 
riormente com uma meia-lua chitinosa, larga, de 
côr parda, cuja largura no centro é um pouco maior 
do que o comprimento das placas. E” viviparo 

A casca do macho tem 1,250 mm. de compri- 
mento e 0,500 mm. de largura, é elliptica, convexa, 
branca, delgada e muito fragil. O dorso e a mar- 
gem são ornados de diversos pequenos tuberculos, 





PSEUDOKERMES: NITENS CRLL. 





— 133 — 


tendo a ponta posterior curvada para cima onde con- 
tem, na superficie dorsal, uma pequena placa chata e 
redonda, que e derribada quando o insecto perfeito sae. 

A larva recem-nascida tem o corpo oval, com 
0,500 mm. de comprimento ¢ 0,270 mm. de largura, 
de cor amarella, com olhos pequenos e pretos. As 
anteanas têm 6 articulações, sendo a terceira a mais 
comprida; cada uma das areas estigmaes é cara- 

eterizada por um espinho comprido. Na margem 
do corpo ha uma carreira de cincc nellos. 

Esta Do foi encontraca em S. Paulo e no 
Rio Grande do Sul. Quando os individiss forem 
removidos da casca da arvore, elles deixani uma 
mancha ova: de cêra branca. 

Tratamento. Se o insecto apparecer em nu- 
mero tão grande para causa” vreinizo, póde facil- 
mente ser exterminado com a poda e incineração 
dos geluos por elle infestados. 

Sic'olecarium ornatum Hempel 
Sobre jaboticabeiras 


A femea adulta tem o corpo oval, asymetrico, 
com 4 mm. de comprimento, 3 mm. de largura e 
0,750 mm. de altura, de côr pardo-escura com um 
annel claro na margem. O dorso é pouco convexo. 

Nos individuos mais 


UM velhos a derme é dura 

ERR ees no dorso e traz cerca 

Tue UN de 24 sulcos radiadas 

D pet |S perte da margem, e 
eS ike pe Se haleuns sulcos \irregu- 

Biers Waves ete lares na area central. 
Det us Voda ‘a derme é co- 
sere goer TE Derta de uma secre- 
wore EUR, Se, E ção fina, branca e pul- 
grayed: a Set Penetra verulenta. A fissura 
PE a ee TAS anal Ptem 0,625 10m: 


de comprimento, com 
| os lados contiguos. 
A: Fervida em uma so- 
js à lução de KOH, o li- 
Stictolecanium ornatum : E } 
Hempel, quido tinge-se de cor 


ASE 


pardo-clara, ficando a derme transparente nos 
exemplares mais novos, continuando, porem, parda 
e dura nas mais velhas. A derme tem carreiras de 
glandulas, dispostas em grupos especiaes, de forma 
redonda ou oval, correspondendo aos sulcos, ficando 
assim o dorso dividido em 24 areas marginaes e 
22 a 24 areas centraes. Destes grupos, ha alguns 
grandes e outros pequenos, © cada um contem 10 
a 30 pequenas manchas ellipticas e hyalinas. A 
derme ventral tem muitas glandulas grandes e 
tubiformes, e grupos de glandulas simples e circu- 
lares, especialmente perto da margem. 


As antennas são variaveis, com cêrca de 0,330 
mm. de comprimento, geralmente compostas de 8 
articulações com os seguintes comprimentos: (1) 53; 
(2) 425 (3). 025 49 452045) 965 - (6) 2715400 
(8) 45. A formula approximada é 312 (48) 567 
ou 31 (248) 967. Ha individuos cujas antennas 
têm apenas 7 articulações. As pernas são compri- 
das, tendo as articulações do primeiro par os se- 
guintes comprimentos: coxa 133; femur com tro- 
chanter 244; tinia. 187; tarso e unha 124. Os 
digitulos da unha, tem o duplo do comprimento 
desta, com as extremidades muito dilatadas, sendo 
os do tarso delgados, com as extremidades pouco 
dilatadas. Os espiraculos são muito pequenos. A 
margem está espessamente ornada de pellos com- 
pridos e curtos, dispostos em uma carreira dupla ao 
redor do corpo, cada uma das quaes nasce de um 
tuberculo. Alguns dos pellos são muito delgados e 
têm até 133 de comprimento. 


Este insecto foi encontrado em S. Paulo, no 
lado inferior das folhas das jaboticabeiras. 


Tratamento. Esta especie não é muito abun- 
dante e quasi todos os individuos estam atacados 
por pequenos parasitas hymenopteros; sendo assim 
evitado a seu desenvolvimento e augmento. Se, 
porem, ella for encontrada em grande numero, pode 
ser debellada pela applicação de caldo de sabão ou 
emulsão de kerosene. 


— 135 — 


Mesolecanium jaboticabæ Hempel 
Sobre jaboticabeiras 


A femea tem o corpo asymetrico, sub-circular, 
com 3 mm. de diametro, chato, de cor verda-clara 
amarellada, com algumas marcas de cor pardo-clara 
no dorso, o qual é coberto com uma delgada se- 
creção cerosa. À fissura anal tem 0,445 mm. de 
comprimento, com os lados afastados um do outro. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se molle e transparente. Não é tesselada, 
nem compusta de placas, mas é homogenea e es- 
pessamente coberta de pequenas glandulas tubulares, 
e contem alguns pellos curtos. Ao redor da mar- 
gem lateral ha uma carreira de pellos curtos, e uma 
outra de pellos compridos, cada um nascendo de um 
tuberculo. As areas estigmaes são caracterizadas 
por tres espinhos grossos e obtusos, sendo dois cur- 
tos e um comprido, e de cerca de 70 pequenas 
elandulas circulares, collocadas em diversas carreiras 
irregulares. Na superficie ventral, a derme tem um 
risco marginal um pouco chitinoso, e tem ainda 
muitas glandulas grandes e tubuiares, e outras com- 
plexas e redoudas. De cada lado da abertura ge- 
nital ha um grupo de 50 a 55 destas glandnlas. 

As antennas têm 0.513 mm. de comprimento, e 
compõe-se de 8 articulações com os seguintes com- 
primetitos::. (1)/67:> (2) 4203 (3). 98: (14) 58: (5) 
98; (6) 27; (7) 27; (8) 98. A formula approxi- 
mada é 231 (458) (67). As pernas são compridas 
e finas, tendo as articulações do primeiro para os 
seguintes comprimentos: coxa 111; femur com 
trochanter 293: tibia 213; tarso com unha 164. 
Os digitulos da unha são de tamanho desigual, com 
as pontas nodosas; sendo os do tarso compridos, 
delgados e com as pontas dilatadas. O annel anal 
tem 10 pellos. As placas anaes têm a fórma trian- 
gular, formando as duas juntas, um diamante. Na 
superficie dorsal, perto da margem lateral, ha uma 
carreira de glandulas especiaes de fórma conica. 
Estas glandulas, em numero de 24, têm cêrca de 


— 136 — 


0,018 mm. de largura, e 0,022 mm. de altura, e 
formam um annel ao redor do corpo, facilmente 
distinguindo esta especie de todas as outras deste 
genero. 

= Esta especie foi encontrada no Ypiranga, 
S. Paulo, no tronco da arvore por baixo da casca, 
sendo ella muito rara. 

Tratamento. Se este insecto for encontrado 
em numero bastante para prejudicar seriamente as 
arvores. pode elle ser combatido, raspando a casca 
que o abriga, applicando, em seguida, emulsão de 
kerosene. 


Saissetia discoides Hempel. 
Sobre goyabeiras 


A femea adulta tem o corpo sub-cireular, com 
8 mm. de comprimento, 7,2% mm. de largura, e 
1,50 mm. de altura, chato, de côr pardo-averme- 
lhada, e com um pequeno entalho na margem pos- 
terior. A derme é dura e reticulada, sendo as re- 
ticulações de côr alaranjada, e as repartições gros- 
sas e pardas. A fissura anal 
tem 2,75 min. de comprimento, 
com os lados contiguos. A su- 
perficie é pouco lustrosa, e le- 
vemente enrugada por sulcos 
“raiados e muito rasos; mos- 
trando muitos dos exemplares 
ainda uma ruga mediana longi- 
tudinal. Os individuos mais no- 
vos geralmente são adornados 
Saissetia discotdes de pequenas manchas de cêra 
Hempel. parda, especialmente na margem, 
que contem 16 a 20 peças triangulares, desappare- 
cendo esta cêra nos individuos velhos. 
Fervida em uma solução de KOH, o liquido 
tinge-se de côr vermelho-escura, conservando-se a 
derme grossa e parda. A côr é differenciada em 
uma serie de anneis concentricos de côr parda, 
clara e escura. O annel da margem é estreito, de 





M > 


— 137 — 


côr pardo-clara; dertro delle ha um outro estreito, de 
côr pardo-escura; depois um outro largo, de côr 
pardo -clara, depois um outro estreito, de côr escura; 
depois um claro da mesma largura; e finalmente, 
uma mancha parda central de férma oval. Toda a 
derme contem grandes glandulas irregulares, com 
as aberturas perto de um lado. Tres on quatro 
carreiras das glandulas da margem são menores do 
que as outras. 

As pequenas antennas variaveis tem cerca de 
0,258 mm. de comprimento, e compõe-se de seis 
articnlagdes, com os seguintes comprimentos : (1) 
DOR a LOGS :(4) 27 (O) 275 (Oy iodo DA 
formula approximada é 31 (26) (45) ou 516 (24) 5. 
As pernas são curtes, tendo as articulações do pri- 
meiro par os seguintes comprimentos: coxa 49; 
femur e trochanter 124; tibia 57; tarso com a 
unha 84 A unha é pequena e muito curvada, com 
os digitulos desiguaes, sendo os do tarso compridos 
e delgados com as extremidades dilatadas. O se- 
gundo e o terceiro par de pernas são muito juntos. 
As partes boccaes são pequenas, e são collocadas 
perto do segundo par de pernas. Os espiraculos 
são grandes e discoides, com cerca-de 12 pequenas 
glandulas circulares ao redor do orifício externo. 
Ao redor da margem lateral do corpo ha uma car- 
reira singela de pequenos pellos coniformes. 

Os ovos, de fórma elliptica, são lisos e escuros, 
de côr amarello-alaranjada. 

Este insecto foi encontrado no Ypiranga e São 
Paulo onde se agglomera na casca do tronco das 
goyabeiras e outras plantas desta ordem. Elle é 
acompanhado e protegido por uma formiga (Cam- 
ponotus sp.) a qual frequentemente constroe um 
abrigo de terra ou de gramma, envolvendo as coc- 
cidas e protegendo-as das intemperies do tempo e 
dos ataques dos seus inimigos. 

Tratamento. Esta especie pode ser facilmente 
combatida, raspando a casca das arvores por ella 
invadida, e applicando a emulsão de kerosene as 
partes infestadas. 


ANT 2 


Saissetia hemisphaerica Targ 
Sobre govabeiras 


A femea adulta tem o corpo oval, convexo, 
hemispherico, com as margens achatadas, e de côr 
pardo-ciara até pardo-escura, tendo ella cêrca de 
3,000 mm. de comprimento, > mm. de largura e 
2 mm. de altura. O dorso é liso e lustroso, com 
a derme chitinizada e reticulada, tendo as cellulas 
a fórma oval. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
conserva-se dura. As anteanas compõe-se de 8 ar- 
ticuiações. sendo a terceira a mais comprida. A for- 
mula approximada é 38 (1245) (67). As pernas 
são finas e compridas, 
com os digitulos tarsaes 
delgados e um pouco dila- 
tados nas extremidades, 
serdo os da unha curtos e 
largos com as extremi- 
dades muito dilatadas. O 
annel anal tem & pellos 
compridos. As areas es- 
tiginaes são caracteri- 
zadas por tres espinhos, 
sendo dois curtos, e um 
comprido e curvado. Na 
margem tem uma car- 
reira de muitos pellos : 
compridos com a extre- 
midade dilatada e fran- 
jada. 

Esta especie é larga 
mente espalhada, sendo 
ella encontrada no Pará, 
na Bahia e em S. Paulo 
e (Campinas, infestando as folhas de govabeira e 
de outras plantas. 

Tratamento. Este insecto, que póde tornar-se 
uma praga prejudicial. póde ser combatido pelo em- 
prego da emulsão de. kerosene. : 





Saissetia hemisphaerica Targ 


DR 
Saissetia oleae Bernard. 
Sobre goyabeiras 


A femea adulta tem o corpo quasi hemispheri- 
co, de côr pardo-escura ou preta, com 4 a 5 mm. 
de comprimento e 4 mm. de altura. A superficie 
dorsal é aspera, com pequenas particulas de cêra, 
e tem ama linha mediana longitudinal e duas trans- 
versaes, elevadas formando, às vezes, um | proe- 
minente. 


Fervida em uma solução de KOH, a derme con- 
serva-se dura nos individuos velhos, mas’ torna-se 
molle nos novos. Toda a derme do dorso é reticu- 
lada com glandulas irregulares, as quaes têm o poro 
de um lado. As antennas têm cerca de 0,364 mm. 
de comprimento, e compõe-se de 8 articulações com 
os seguintes comprimentos: (1) 39; (2) 59: (3) 

a (Dea to) das (7) 265 (8) do A 
formula approximada é 354821 (67) ou 3 (45) 8 
(12) 67. As perzas são fortes e compridas, tendo 
as articulações do primeiro par, os seguintes com- 
primentos : coxa 84; femur e trochanter 182; tibia 
124; tarso 84; unha 23. Os digitulos da unha são 
curtos com as extremidades largamente dilatadas ; 
sendo os do tarso delgados e compridos, com as 
extremidades ponco dilatadas. As piacas anaes têm 
os angulos exteriores arredondados e os lados an- 
tero-lateraes mais curtos do que os postero-late 
raes. © annel anal tem 8 pellos compridos. 
A fissura anal tem 0,500 mm, de comprimento, com 
os lados contiguos. As areas estigmaes são ca- 
racterisadas por tres espinhos, sendo um muito com- 
prido e dois muito curtos. Na margem lateral do 
corpo ha uma carreira de pellos compridos com a 
extremidade dilatada e franjada, e ha ainda uina 
outra carreira sub-marginal de pellos simples e 
curtos. 


» 


Este insecto é quasi cosmopolita, sendo elle en- 
contrado em Campinas e no spiraega sobre as fo- 
lhas das goyabeiras. 


— 140 — 


Trataivento. A presença desta especie é imu:- 
tas vezes indicada pelas formigas que a acompanha 
e pelu cheiro dasagradavel que exhala. Seus ataques 
são, quasi sempre, prejudiciaes ; mas ella pode ser 
combatida pelo emprego da emulsäo de kerosene. 


Sub-familia DIASPINAE 


A femea protegida por um escudo o qual é 
feito, em norte, de pelliculas. A femea adulta sem 
pernas, com o orifício anal sem pelios, e com 0 
abdomen terminando em um segmento composto, 
designado pygidivm. 


Chave des generos 


O escudo do macho igual, na fórma e na estructura 
geral, ao escudo da femea. O escudo da femea é 
subcireular, com as pelliculas perfeitamente so- 
prépoRtas Selo! abas ye" 3s on pa RS 

O escudo da femea é largamente elliptico, com as pel- 
liculas sobresahidas e collocadas perto da extre— 
midade anterior. sendo a segunda pellicula grande. 


Pseudoparlatoria, CKLL. 


1.-— À femea com processos chitinosos compridos na 
base dos lobulos do pygidium, os quaes exten- 
dem-se anteriormente. 


Chrysomphalus, ASHMBAD. 
A femea com os processos chitinosos curtos ou ausentes. 


Aspidiotus, Boucré. 
Sub-familia DIASPINAE 


Aspidiotus cydoniæ Comstock. 
Sobre goyabeiras 


O escudo da femea é de côr parda, um tante 
transparente, pouco convexo, de fórma circular. com 
cerca de 1,5 mm. de diametro. As pelliculas, de 
cor parda, estão postas um pouco para um lado 
do centro. 


— 141 — 


A femea adulta é redonda, de côr amarella, 
tornando-se transparente depois de fervida em uma 
solução de KOH. O pygidium tem apenas o par 
mediano de lobos bem desenvolvido, os quaes estão 
incisos em cada lado. A margen do corpo, em 
cada lado dos lobos medianos, tem duas incisões 
largas e profundas, com as margens chitinizadas. 
Na margem posterior do pygidium ha 5 a 6 placas 
transparentes, largas e profundamente incisas. Ha 
quatro grupos de glandulas circumgenitaes, variando, 
o numero das glandulas em cada grupo de 1 a 5. 


O escudo do macho é semilhante ao da femea: 
porém menor. 


Esta especie foi encontrada em S. Paulo sobre 
a casca nos troncos das goyabeiras. 


Tratamento. Por emquanto este insecto causa 
pouco prejuizo, e pode elle ser combatido pela 
applicação da emulsão de kerosene. 


Chrysomphalus personatus Comstock. 


Sobre jaboticabeiras 


O escudo da femea é de côr cinzento-escura ou 
preta, opaco, muito convexo, de forma circular, com 
cêrca de 1 mm. de diametro. As pelliculas, de côr 
preta, estão postas no centro do escudo ; sendo a sua 
posição indicada por uma pequena mancha e um annel 
concentrico de côr branca. 


A femea adulta é redonda, enchendo todo o 
escudo. Fervida em uma solução de KOH, tor- 
na-se transparente. À marca caracteristica desta es- 
pecie é uma projecção grande e larga na extremi- 
dade anterior do corpo. O pygidium tem tres pares 
de lobos e mais tres pares de projecções em fórma 
de lobos, em cada lado. Os lobos medianos estam en- 
talhados na margem lateral, o segundo par é menor 
que os medianos e está entalhado duas vezes; ao 


passo que o terceiro par é maior que o mediano e 
está entalhado tres vezes; o primeiro par de pro- 


NS 


jecções é grande e dentado com 4 a 8 dentes ; sendo 
os dois outros pares menores. Na base dos lobos e 
entre elles ha 12 ou mais processos chitinosos que 
se extendem anteriormente, uns mais, outros menos. 
{ntre os lobos ha diversas placas curtas e delicadas, 
algumas com a extremidade bifurcada. As glandu- 
las circumgenitaes faltam. 


Esta especie foi encontrada em Campinas, nas 
jaboticabeiras, achando-se ella collocada no lado in- 
ferior das folhas. 


Tratamento. Por emquanto é pouco numeroso 
este insecto e devem as arvores ser tratadas com a 
emulsão de kerosene, applicada por meio de um 
pulverizador, para evitar o seu desenvolvimento. 


Pseudoparlatoria parlatorioides Comstock. 
Sobre goyabeiras 


O escudo da feméa é de forma circalar, del- 
gado, de côr amarello-clara, chato, com cêrca de 
1,600 mm. de diametro. As pelliculas, de côr ama- 
rello-clara com uma tinta parda, são marginaes, 
grandes, e extendem-se da margem do escudo ao 
centro. 


A feméa adulta, de forma sub-circular, torna- 
se transparente depois de fervida em uma solução 
de KOH. O pygidium é geralmente guarnecido 
com tres pares de lobos, sendo o terceiro par, às 
vezes, obsoleto. Os lobos do par mediano são gran- 
des e entalhados em cada lado; sendo os do segundo 
e do terceiro par, profundamente incisos, e freqzen- 
temente entalhados no lado exterior. Ha um par 
de placas simples entre o par mediano de lobos; e . 
entre estes e o segundo par, e entre o segundo e 
o terceiro par, respectivamente, ha uma placa sim 
ples. Existem quatro grupos de glandulas circum- | 
genitaes; variando o numero das antero-lateraes 
de 9 a 15; e das postero-lateraes de 7 a 10. 


Esta especie foi encontrada no Estado do Rio 
de Janeiro, em S. Paulo, Cachveira e no Ypiranga 








fob Whoa 


em goyabeiras e outras plantas, cobrindo espessa- 
mente o lado inferior das folhas. 
Tratamento. Este insecto póde ser combatido 


pelo emprego de caldo de sabão ou da emulsão 
de kerosene. 





As pragas e molestias do arroz no Estado 
de São Paulo 


eC 


Adolpho Hempel 


Entomologo do Instituto Agronomico de Campinas 
em commissão no Museu Paulista 








AS PRAGAS E MOLESTIAS DO ARROZ 


ESTADO DE'S. PAULO 


MOLESTIAS CRYPTOGAMICAS 


Alternaria tenuis Nees. E” um fungo com o my- 
celio e os conideos de côr parda, e ataca as 
espigas, notadamente quando a planta já está 
enfraquecida pela falta de humidade, tornando- 
as escuras e chochas. Este fungo é refracta- 
rio aos fungicidas actualmente conhecidos, e 
quando um terreno esta inficcionado, pode cau- 
sar grandes prejuizos, pois ataca muitas plan- 
tas. 

O tratamento consiste em empregar semen- 
tes reconhecidamente boas e isentas de qualquer 
fungo; e na pratica de afolliamento, evitando-se 
de fazer uma plantação de arroz em terreno já 

- inficcionado. 

Piricularia oryzae Cav., é um fungo encontrado 
neste Estado em arroz Krancone. Elle produz 
manchas nas folhas, espigas e nos colmos, tor- 
nando as plantas inficcionadas improducuvas, 
com os grãos pequeros e deformados. 

Para combater este inimigo deve-se seguir 
a pratica de afolhamento, e plantar semente 
boa, pesada e isenta de qualquer fu go. 


INSECTOS NOCIVOS 
LEPIDOPTEROS 


Remigia repanda Fab., a lagarta do milharal, é de 
côr clara, com estrias escuras e longitudinaes 
no corpo, o qual é liso, com apenas os tres ul- 


— 148 — 


timos pares de pernas abdominaes desenvolvi. 
dos, e attinge o comprimento de 42 mm.. A 
borboleta tem cerca de 15 mm. de comprimen- 
to, tem a côr cinzenta e vôa rapidamente quan- 
do perturbada. 


Esta lagarta é muito voraz e pode devo- 
rar um arrozal em poucos dias, se não for im- 
pedida por um tratamento conveniente, que con- 
siste em empregar um insecticida feito pela 
mistura de 500 gr. de verde de Paris, 1 kilo 
de sabão e 500 litros de agua, devendo a plan- 
tação infestada pelas lagartas ser pulverisada 
com esta mistura. (Convém ainda conservar as 
plantações de arroz bem limpas e isentas de 
capim, e logo que a lagarta se mostra em 
qualquer capinzal, deve elle ser conveniente- 
mente tratado. 


Ainda ha a larva de uma outra especie 
de borboleta que vive no interior dos colmos 
perto do chão. Foi apenas encontrada uma 
vez, sendo desconhecido o insecto adulto. 


Os ataques desta lagarta restringem-se qua- 
si exclusivamente ás plantações temporäs, e acs 
pés nas beiras dos caminhos, sendo bastante o 
prejuizo que produz, pois as plantas infestadas 
produzem muitos grãos chochos. 


O tratamento consiste em fazer a planta- 
ção o mais tarde possivel. 


COTEOPTEROS 


Eutheola humulis Burm., é um pequeno coleopte- 


ro escuro, com cerca de 10 mm. de compri- 
mento, que ataca as plantações de arroz feitas 
em pastos velhos e terrenos baixos. O besou- 
ro corta a planta logo em baixo da superficie 
da terra, fazendo o maior estrago nos mezes de 
Outubro e Novembro. Não foi observado em 
terrenos que tinham sido cultivados por diver- 
sos annos 


RE a a 


— 149 — 


O tratamento, quando exequivel, é facil, 
pois consiste em inundar o arrozal na épocha 
quando os adultos apparecem, e em fazer a 
plantação o mais tarde possivel. 


Calandra oryzae L., o caruncho produz bastantes 
estragos no arroz beneficiado, mas como a cas- 
ca deste cereal é bastante dura e protege O 
grão contra o ataque do caruncho, o meio de 
evitar os prejuizos desta praga, consiste em 
guardar o arroz em casca, pratica aliás com- 
mummente seguida neste Estado. 


HYMNOPTEROS 
Atta sexdens L., a saúva é inimiga feróz de todas 
as plantações, e póde causar prejuizo avultado 
ao lavrador que se dedica à cultura de arroz, 
e deve ser tenazmente perseguida por todas as 
pessoas que têm interesse no desenvoivimento 
economico do paiz. 


As providencias a tomar contra este ini- 
migo consiste em exterminar todos os formi- 
gueiros pelo emprego constante e intelligente 
de formicidas que preenchem bem os seus fins, 
conforme a pratica tem demonstrado. 


Acromyrmex sp.,è uma outra formiga cortadeira, me- 
nor do que a saúva, que tem atacado pertinaz- 
mente um arrozal plantado em terreno alto de 
pasto. Esta formiga constrõe pequenos ninhos 
com a profandidade de 15 a 20 cm. por baixo 
da superficie da terra apenas, sendo a sua ac- 
ção especialmente nociva no principio da esta- 
ção, pois corta e carrega para os seus ninhos 
as plantas tenras de arroz, deixando o arrozal 
com grandes manchas aridas. 


O emprego de formicida contra este ini- 
migo será "dispendioso, mas a lavra funda do 
terreno e aração de 20 a 22 cm. de profundi- 
dade attingirä os seus ninhos, constituir do-se 
um bom meio de combatel-o. 


— 150 — 


ISOPTEROS 


Ha uma especie de cupim que ataca as raizes de 


urroz, nas plantações feitas em terras de cam- 
po e pouco cultivadas, tornando-se as plantas 
assim infestadas improductivas, pois muitas mor- 
rem, e as demais não alcançam o seu desen- 
volvimento. 

Para combater este insecto devemos lan- 
car mão do arado e do cultivador, lavrando 
bem o terreno; e praticar a cultura limpa, cri- 
ando condições desfavoraveis para o desenvol- 
vimento deste inimigo da lavoura. 


MOLESTIAS NÃO PARASITARIAS 


Condições meteornlogicas, notadamente a 
falta de chuva, especialmente na épocha da flo- 
ração, traz grandes prejuizos ao lavrador, pois 
o arroz pouco desenvolvimento terá, e as espi- 
gas tornam-se chochas a tal ponto que não 
vale a pena fazer a colheita. A plantação de 
arroz em terreno improprio, ou o emprego de 
semente não adaptada ao terreno, node produ- 
zir o mesmo effeito, e deve ser evitado. 

QO tratamento consiste na irrigação, quan- 
do possivel, na cultura racional, no emprego de 
adubos especiaes, na escolha cuidadosa do ter- 
reno, e no emprego de semente adaptada ao 
« terreno escolhido para a cultura. 


Les abeilles du genre “ Ancyloscelis ” 


— PAR — 


CURT SCHROTTKY 


TER 


ES So 


ELA Ae 
Su M A à. 
+ a 





LES ABEILLEN DU GENRE “ANCYLUSCELIS 
Se HROTT KY 


Le genre Ancyloscelis na pas toujours été bien 
compris par les auteurs qui sen sont occupés. 
Tout au contraire, beaucoup d'espèces ont été dé- 
crites sous ce nom qui doivent être eliminées et 
placées avec les genres auxquels elles appartien- 
nent en réalité. D'autres, auparavant décrites sous 
un nom divers, prendront ici sa place définitive. Il 
me faut donc analyser d’abord les travaux de tous 
ceux qui ont écrit sur ce genre, en même temps 
et d'une man'ère analogue reviser les genres qu'on 
a fait entrer dans sa synonymie plus tard. Après 
avoir éliminé tous les éléments hétérogènes, je don- 
nerai une énumération de toutes les espèces restan- 
tes et un essai de placer à leur lieu correspondant 
les premiers. Enfin je parlerai des espèces trouvées 
jusqu'ici dans le Brésil. 

Le genre Ancyloscelis est attribué par F. Suit 
dans son Catalogue of Hymenopterous Insects in 
the collection of the British Museum, 1854. p. 
361 à LATR&ILLE. Cet auteur, dans Fam. patur. 
du Rêgne Anim., 1825, p. 463 na pas donné, ce- 
pendant, de caractéristique ni mentionné aucune es- 
pèce typique. Seulement en 1836 la première es- 
pèce d'Ancyloscelis a été décrite par HaLIDAY sous 
le nom d'A. ursinus ( Trans. Linn. Soc. XVII, p. 
320 ). Il faut done considérer wrsinus le type du 
genre et interprèter celui-ci dans le sens de Hati- 
DAY. 

Em 1851 Spinoza a décrit les espèces : orna- 
ta, lineata et nigripes du Pará, Brésil ( Mem. 
Accad. Torino, XIII, p. 87 et 88). DuckE a étu- 


— 154 — 


dié quelqnes types de Sprnota au Muséum de Tu- 
rin et a donné les résultats dans Deutsch. entom. 
Zeitschr., 1910, p. 368. D'après lui, les ornata et 
lineata sont des Tetrapedia KLuG, la troisième es- 
pèce, nigripes n'est pas mentionnée par Ducke. 

Em 1854 apparut le catalogue de Situ cité 
ci-dessus. Hors d'une espèce nouvelle, A. armatus, 
Suit se limite à énumérer les autres de IALIDAY 
et SpiNoLA dont je vient de parler. Il semble que 
SMITH ait déjà réconnu que quelques espèces de 
SPINOLA devraient former part du genre Tetrape- 
dia parce qu'il cite celui-ci dans la synonymie du 
genre Ancyloscelis avec un point intérrogatif. 

Pour longtemps aucun auteur ne s’est occupé de 
notre genre. DALLA Torre dans son Catalogue Hy- 
muopeterorum, vol. X, 1896, p. 222 a réuni les An- 
cyloscelis avec le genre Æucera ScopoLr qui com- 
prenait aussi, selon Dati, ToRRE, les espèces des 
genres Macrocera, Tetrclonia et Mellisodes. Mais 
les Æucera wont que deux cellules cubitales dans 
l'aile antérieure, tandis que toutes les espèces bré- 
siliennes dont j'ai vu la description en avaient trois. 
Je les ai réunies alors, toujours en croyant les vues 
de Datta Torre correctes, sous le nom générique 
Macrocera Latr. ( ScroTTKY, Ensaio sobre as abe- 
lhas solitarias do Brasil, Rev. Mus. Paul., V, 1902, 
p. 9!6-- 525), et donnai comme des caractéristi- 
ques distinctifs que les antennes des males étaient 
presqu aussi longues que le corps. C'était, cepen- 
dant, une erreur dont, je ne m'apercevais pas par- 
ce qu'aucun Ancyloscelis du Brésil ne m'était alors 
connu. 

Ducke mentionne égalément, en 1902 aussi, 
l'Ancyloscelis armatus Sm. sous le nom d'Bucera 
— sous -- genre Ancyloscelis — du Pará ( Allgem. 
Zeitschr. f. Entomol., VII, p. 362). 


C'était FRIESE qui corrigeait cette erreur ( Zei- 
tschr. f. Hymen. & Dipter., IV, 1904, p. 20 -- 24). 
Il plaça Ancyloscelis avec Diadasia PATTON en un 
groupe spécial entre Æuwcera Scorort et Podalirius 
LATREILLE. Comme caractères principaux il men- 


— 155 — 


tionne trois cellules cubitales, antennes des males 
courtes, pattes postérieures des mâles grossies et 
armées, des femelles avec la brosse pollinifère lon- 
gue et pas dense et le chaperon prononce: Selon 
FRriese, le genre comprenait les espèces suivantes : 
1) armatus Smirx dont il donne pour la première 
fois une description de la PQ; 2) ecuadorms mn. 
sp. 2 &; 3) duckei n. sp. &, et 4) gigas n. sp. 
os Les trois espèces de SPINOLA et la typique 
de Hazipay sont mises à l’appendice comme appar- 
tenant peut-être à un genre distinct. Mais FRIESE 
reconnut lui-même que ce groupement n était gue- 
re soutenable si l’espèce typique A. ursinus Hal. au- 
rait été d’un genre différent; parce qu'en tout cas 
le nom générique ne peut pas être separé de l'es: 
pêce qui est son type; c'est la raison pour laquel- 
le il a fondé plus tard le genre Dipedia, restant 
dans le doute sur l'espèce de HaLIDAY qu'il croyait 
avec VacHAL voisine de Zhadasra. 


Il me faut encore citer le travail de Horm- 
BERG publié en 1903 ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, 
IX, p. 377-- 517). Dans cette étude HoLmBerG 
donne une clef pour la détermination des genres ar- 
gentins des « Anthophoraria » (p. 429 -- 431 ); An- 
cyloscelis y est inclus, mais aucune espèce n’en est 
citée. (est autant plus remarquable comme le gen- 
re est assez bien placé, même pour les femelles qui 
alors n'étaient pas connues; j'y reviendrai encore. 
Quelques années plus tard BRÈTHES a émis l'opinion 
que ces Ancyloscelis ¢ Hotmpure étaient hypothé- 
tiques ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p. 
222). Moi, je crois que HoLMBERG reconnut bien 
VAncyloscelis armatus Sm. que doit exister pres- 
que partout dans la République Argentine — nous le 
verrons plus tard — et qu'il a simplement oublié de 
la citer; parce qu'on peut parfaitement appliquer 
tous les caractères de la clef, autant pour les a 
que pour les q à cette espèce. Je vois une confir- 
mation de ce point de vue dans le fait que Iorm- 
BERG cite déjà en 1886 ( Bolet. Acad. Nac. Cienc. 
Córdoba, X, p. 225) Ancyloscelis entre les genres 


— 196 — 


d'abeilles argentines en lui donnant pour anteur F. 
SMITH, et nous avons vu plus haut que Suirx ne 
connaissait que l'espèce armatus. 

HotmBerG et FRiese comprenaient donc, à peu 
près, la même chose sous le nom Ancyloscelis ; 
() expliquerai plus bas en m'occupant du genre Lep- 
tergatis Holmbg, le pourquoi de mon terme «à peu 
près» ). Mais un autre auteur prit pour Ancylos- 
celis des abeilles tout à fait différentes: Vacnat dé- 
crivait en 1904 six espèces nouvelles, dans Rev. 
Entom. Franc., XXIII, p. 16 -- 19 dont une seule, 
turmalis, parait appartenir à Ancyloscelis. DUCKE 
Ya déclarée identique avec PA. duche: Wriese 1904 
dans Deutsch. Entom. Zeitschr. 1910, p. 367 d'aprês 
le type de Vacraz au Musée de Paris; une au- 
tre, fililarsis, fut réunie par VacHaL lui-même avec 
le genre melitoma LipeLETIBR & SERVILLE en 1909 
( Rev. Entom. Franc., XXVIII, p. 19), tandis que 
BrbrHEs la déclare identique avec Teleutemnesia 
distincta Holmbg. (Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, 
XIX, 1909, p. 221). La troisième, girarde, a été, 
reconnue par BrÉTHES (loc. cit. ) comme synonyme 
de Leptcmetria bi Holmbg. Je crois que 
ces denx sont du genre Diadasir PaTTON ainsi que 
les trois restantes: baeri, humilis et analis. Va- 
CHAL réunit, en effet, les genres Ancyloscelis et 
Diadisia dans un seul, sans doute sous l'influence 
d'AsHMEAD qui les avait déclarés identiques en 1899 ; 
mais Miadasia et Leptometria ont des affinités si 
grandes qu'il est bien difficile cu même impossible 
de les séparer. 


En 1905 le type, de PA. armatus Sm. fut 
examiné par COCKERELL au British Museum ; d’après 
cet auteur qui donne une déscription complémen- 
taire de l'abeille ( Trans. Amer. Entom. Soc. XXXI, 
1905, p. 325) l'identification d’Arcyloscelis avec 
Diadasia Patt. par AsHMEAD était une méprise. 
CockeRELL parle encore de la q que Smirn, ce 
pendant, n'a jamais mentionnée. 

W. A. Scauzz ( Hymenopt. Stud. 1905, p. 197) 
n'apporte rien de nouveau, sauf qu'il fait ER nom 


id. die cc cad 


Ancyloscelis, use par Hazibay, Sir et FRIESE 
comme masculin, un féminin. 


En. 1906 il y a de nouveau une demi-douzaine 
d'espèces nouvelles d'Ancy'oscelis ; cette fois aucune 
d'elles n'appartenait à ce genre. FRIESE suivait à 
VacHAL en croyant Diadasia le même qu’ Ancylos- 
celis Halid., mais en même temps il croyait celui- 
ci différent d' Ancylosceiis Smith et proposait le couple 
générique Dipedia pour remplacer le dernier ( Flora 
og Fauna, 1906, p. 92— 95). Le nom Ancylos- 
celis est ici employé pour désigner des abeilles des 
genres Emphor et Diadasia. Voilà les noms des 
prétendues nouveautès : tricolor, nigerrima, migri- 
ceps, clypearis, rufipes et facralis. Toutes ces es- 
pêces-ci comme «e nouveau genre Dipedia manquent 
dans le Zoological Record 1906 (et années suivantes). 
Le genre Dipedia comprenait les memes 4 espèces 
décrites par FRriese en 1904 ( voir ci-dessus), les 
6 Ancyloscelis sont devenues ce que suit: iricolor 
a été placé dans Melitoma Lep. & Serv., sous-genre 
Emphor Patt, par VacHaL ( Rev. Entcm. Franc. 
XXVIII, 1909, p. 24); BrèTHEs considérait Æm- 
phor synonyme de Plilothrix Sm. el Vappelait en 
conséquence Ptilothria tricolor ( Anal. Mus. Nac. 
Bs. Aires, X Xj. 1910, p. 295): Quand à ‘moi, je 
considère Æmphor et Ptilothrix séparables ; trecolor 
me parait mieux dans le premier deux. A. mger- 
rima est, selon JoERGENSEN, la même tricolor dé- 
crite d'après des exemplaires vieux qui ont déjà 
perdu les poils cendrés et ferrugineux ( Zool. Jahrb. 
Abt. f. System. XXXII, 1912, p. 157). JOERGEN- 
sEN a observé pendant presque trois ans ces abeil- 
les à Mendoza, République Argentine ; il aura donc 
raison. À. nigriceps est identique avec la Teleutem- 
nesta distincta Holmbg, ( BrérHEs, Anal. Mus. 
Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p. 221) qui, à son tour est 
une Diadasia. A. clypearis n’est autre ( selon Bri- 
THES, loc. cit.) que Leptometria pereurae Holmbg. ; 
A. facialis est la même espèce que Leptometria 
baraderensis Holmbg. (JomRGENSEN, loc. cit. p. 
159) et 4, rufipes, enfin, appartient, comme les 


— 158 — 


antérieures, au genre Diadasia dont Leptometria 
est un simple synonyme. 

CocKERELL (Trans. Amer. Entom. Soc. XXXII, 
1906, p. 105) dit que l’unique espèce d’Ancylos- 
celis qu'il avait vue était distincte de Diadasta mal- 
eré l'aflirmation du Dr. AsHMEAD qui les consi- 
dérait identiques. Il r’a aucun Ancyloscelis dans 
sa liste. des Anthophoridae de l'Amérique Septen- 
trionale et Centrale, cependant VA. armatus Smith 
avait été cité déjà par Friese en 1904 du Mexique. 

Bientôt de nouvelles localités sont apportées 
pour cette espèce. En 1907 elle est trouvée par 
Ducke dans les E'tats brésiliens de Piauhy ( The- 
rezina ) et Maranhão (Sao Luiz, Codó et Caxias ) 
( Rev. Entom. Franc. XXVI, p. 84). En 1908 
FRIESE s'occupe du groupe dans ses « Apiden von 
Argentinien » (Flora og Fauna, p. 51 — 56). Nous 
y trouvons 8 espèces d’Ancyloscelis et 4 de Dipe- 
dia. Les premières se composent des 6 espèces pu- 
bliées par Friesk en 196, de A. turmalis Vach., 
qui est la même que la Dipedia ducker Friese, 
comme je Vai déjà dit, et d’une espèce nouvelle, A. 
minuta Celle-ci est d’après VacHaL identique avec 
A. humilis Vach. (Rev. Entom. Franc. XXVIII, 
1909, p. 22), elle devrait alors prendre sa place : 
dans le gerre Diadasia Patton. La même synonyme 
est indiquée par JOERGENSEN (Zool. Jahrb. Abt. f. 
System. XXXII, 1912, p. 158), et je crois avec 
raison; mais Duckr en fait un synonyme de sa 
Ptlothrix riparia ( Deutsch. Entom. Zeitschr. 1910. 
p. 369), au moins le q. Cela me parait une mé- 
prise. Ducke ne donne aucune raison pour son 
point de vue: 


Les espèces de Dipedia sont les mêmes qu'en 
1906. Friese donne une redéscription d'elles et 
ajoute de nouvelles localités pour D. armata : Rep. 
Argentine, Prov. Mendoza, Pedregal et pour A. 
duchei: Rép. Argentine, Buenos Aires. 

Dès 1908 Ducke abandonne son interprétation 
d' Ancyloscelis et la change complètement. Dans Rev. 
Entom, Franc. XXVII p. 33 il réunit sous ce nom 


— 159 — 


les genres Dradasia Patton, Phlothria Smith et 
Entechnia Patton, quelques espèces décrites aupa- 
paravant par lui comme Podalirius et toutes les An- 
cylocelis de VacHaL 1904 et MRIESE 1906-1908. 

Cette réunion ne sert que pour introduire de 
confusion dans la nomenclature et doit être rejetée 
absolument. Les différences entre Ancyloscelis et les 
trois «synonymes» de Ducke d'un côté, et entre 
ceux-ci de l’autre ont été constatées par BRÈTHES 
en 1910 et j'y reviendrai plus bas. 11 suffit de dire 
que les vrais Ancyloscelis sont appellés par DuckE 
Dipedia. 11 en décrit une espèce nouvelle: 1). frie- 
seana (Rev. Entom. Franc. XXVII, p. 72) qu'il 
dit « voisine» de D. armata : la dêscription, cepen- 
dant, fait penser en une espèce assez éloignée. Dans 
le même travail la D. armata est mentionnée de 
plusieurs endroits de l’E’tat de Ceara: Baturité, 
Serra de Baturité 600 mètres, Quixadá et Humaytá. 

Des six espèces d’Ancyloscelis mentionnées dans 
ce travail, deux sont des Ptilothria: la P. plumata 
Smith et la P. riparia Ducke; les 4 restantes: gri- 
sescens Ducke, taurea Say, Ipomoeae Ducke et os- 
maoides Ducke sont d'une position incertaine à cause 
de leur description insuffisante ;* probablement elles 
sont toutes des Melitoma Lep. et Serv. 


En 1909 la confusion arrivait à son comble. 
VacHaL fait dans Rev. Entom. Franc. XXVIII, 
p. 19-23 d Ancyloscelis un sous genre de Melitoma 
LEPELETIER & SERVILLE. I] est absolument sans 
importance si un auteur désigne avec le nom «gen- 
re» ou avec l’autre «sous-genre» un groupe dé- 
terminé d'animavx. C’est un point de vue indivi- 
duel que je ne veux pas discuter dans cette révision 
systématique. Ce que je trouve critiquable, c'est le 
sens que VacHaL donne à son Ancyloscelis. La 
séparation des «sous genres » Emphor et Melitoma 
(sensu strictu. ) d’Ancyloscelis me parait tres bien 
faite, les caractéristiques distinctifs bien choisis. 
La synonymie des deux premiers, quoique je la 
considère erronée, nous intéresse seulement pour- 
quoi Depedia, qu'il fait synonyme partiel de Meli- 


— 160 — 


toma, reste separée d’Ancyloscelis. Ce dernier a 
ua seul synonyme: Dradasta Patt. Cela peut 
passer si l’on ne connaît pas laftirmation de Cocknr- 
RELL qui avait assuré deux fois (en 1905 et en 
1906) qu'elles étaient différentes. Mais on ne 
conçoit pas pourquoi l’auteur fait entrer son A. fi- 
litarsis, qui a tous les caractères de Dradasra, dans 
Melitoma, tandis que l'espèce A. turmalis, qui est 
une vraie Dipedia, reste avec Ancyloscelis. Sera-t-il 
parce qu’il la considère voisine cu identique avec le 
type du genre, ursinus? Alors il ne devait pas 
y inclure les Teleutemnesto separata Holmbg., 
Ancyloscelis humilis Vach., Leptometria pereyrae 
Holmbg, (le type du genre Leptometria ) et An- 
thophora chilensis Spin. Toutes celles-ci ont des 
caractères trop différents pour pouvoir être réunies 
ainsi étroitement avec wrsinus. Je me suis déjà 
prononcé sur la position de ces espèces, moins de 
l’'Anthophora chilensis qui est placée à tort pour 
ALFKEN (Rev. Chil. VIII, 1904, p 141 et 180) 
dans le genre Ancyla LEPELETILR; ce genre ne 
se trouve pas dans la région néotropique ; la forme 
des antennes « grossissant à partir dn bout du troi- 
siéme article et formant une massue cylindrique » 
( LEPELETIER, Hist. Nat. Hymén. Il, 1841, p. 294) 
suffit pour le distinguer. RIESE la posait d'abord 
dans Exomalopsis ( Ann. k. k. Hofmus. Wien, XIV, 
1399, p. 266); plus tard également dans Ancylos 
celis (Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXIX, 1910, 
p. 696). Enfin Ducke lappeliait Meliloma cha- 
lonsis ( Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXXIV, 1912, 
p. 96 et 112). E'videmment elle ne peut pas res- 
ter avec aucun des genres cités, mais doit étre 
mise dans le genre Diadasia avec les deux espèces 


nouvelles de VacmaL: A. specularis de VArgenti-. 


ne et À. ruficruris du Chili. 


Peu de temps après, BRÈTHES publia ses, «No- 
tas himenopterológicas » dans Anal. Mus. Nac. Bs. 
Aires, XIX, 1909, p. 219-225. Il accepte le gen- 
re Ancyloscelis dans le sens de RIESE qui: était 
à peu près le meme de VacmaL. Les deux genres 


— 161 — 


de HormBera, Teleutemnesta et Leptometria en 
sont déclarés synonymes. Pour les Ancyloscelis 
dans le sens de FF. Smira et de HoLmBera, il em- 
ploie le nom Leptergatis Holmbg , avec le synony- 
me Dipedia Fr.; D. gigas Friese est, selon BRk- 
THES, identique avec Leplergatis halictordes Holmbg. 
La découverte de l'auteur est sans doute d'une 
grande importance. Mais IoLMBERG a les deux 
genres, dncyloscelis et Leptergatis, à la fois, tant 
en 1886 comme en 1903. Les a-t-il considérés 
distincts ? Súrement. Les différences sont, cepen- 
dant, si petites qu elles ne peuvent pas être regardées 
comme génériques. On ne peut faire de comparaisons 
que pour les Q, car HorMBERG re connaissait pas 
les & de ses Leptergatis. Dans la clef, la seule 
différence indiquée est «carpus parvus» pour Le- 
ptergatis et « carpus magnus» pour Ancyloscelis ; 
dans le premier cas, le «carpus» nest qu'un tiers 
ou quart de la partie du bord costal occupé par la 
cellule radiale dans sa part touchant la veine cos- 
tale; dans le second cette partie est seulement de 
la double longueur du carpus. Or, il n'est pas 
três facile de mesurer ces parties de Vaile; le bout 
du carpus passe peu’à peu dans la veine costale et 
n’a pas de limite bien visible; de l’autre côté, le 
point où la veine radiale se sépare de la costale est 
de même difficile à préciser, et, enfin, la veine cos- 
tale, n'étant pas droite mais courbée, il faut calcu- 
ler sa longueur et la partie importante. Si Ion 
fait cela avec beaucoup d'exemplaires d'une même 
espèce, on obtient des résultats très surprenants. 
Tantôt on trouve le carpus presqu'égal à la partie 
des veines radiales et costale unies, tantôt il est un 
peu ou beaucoup plus court. C’est à dire, qu'il y 
a ici des différences individuelles, mais non spécifi- 
ques et moins encore génériques. Dans I’ Ancylos- 
ces arinatus, par exemple, j'ai trouvé le carpus 
= 0,64 mm. et la partie des veines réunies = 0,94 


mm. Un autre exemplaire (du Paraguay ) avait 
0,5 mm, et 1 mm. respectivement; un troisième 
0,6 mm. et 1,2 mm. (En contradiction avec la 


— 162 — 


clef on lit dans la description générique de Lepter- 
gatis, p. 423; «Carpo parve, cellulae radialis par- 
tem coalitam dimidio quoque longitudine æquante» ). 
On voit que ces relations ne sont pas constantes. 
On pourrait, cependant, s'arrêter sur un autre ca- 
ractere. Pour Ancyloscelis 9 Holmberg indique : 
«clypeo gibboso-producto », tandis qu'il ne dit rien 
sur le clypeus de Leptergatis dans la clef; mais 
dans la description minutieuse du genre il dit éga- 
lement: «clypeo gibboso ». En appliquant toute la 
description de Leptergatis à une ¢ d’Ancyloscelis 
armatus, je ne vois rien qui ne fût pas d'accord, 
sauf la deuxième nervure recurrente trop près du 
bout de la troisième cellule cubitale pour en dire: 
«inter medium et apicem », et la longueur rélative 
des articles des palpes. Certainement on ne doit 
pas maintenir des genres distincts basés sur des 
différences d'une importance si moindre. 

Quant à l'identification de Dipedia gigas Frie- 
se avec Leptergatis halictoides Holmbg., je la 
crois exacte, quoiqu'il y ait des différences dans la 
couleur des fascies abdominales. On pourrait, peut- 
ètre, admettre deux sous-espèces, une fois qu'on 
puisse réunir assez d'exemplaires de provenance di- 
verse. Les deux autres espèces de Leptergatis sont 
mesopotamica Holmbg, et romero: Holmbg., cette 
dernière j'avais à tort synonymisée avec Dipedia 
gigas Friese Romeroi est beaucoup plus petite, du 
reste très semblable. Mon opinion, donnée par cor- 
respondence à STRAND, a été publiée par celui-ci 
dans Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXIX, 1910. p. 
459 ; il me faut donc rectifier l'erreur. 

De Uruguay une seule espèce a été citée par 
BréTrues : Ancyloscelis armatus Sm. sous le nom 
de Dipedia ( Anal. Mus. Nac. Buenos Aires, XII, 
1909, p. 81); du Paraguay dans cet an cing: par 
STRAND trois ( Deutsch. entom. Zeitschr. 1909, p. 
239) Dipedia gigas qui doit porter le nom Ancy- 
loscelis halictoides ; Ancyloscelis nigerrimus qui 
doit être nommê Æmphor tricolor et Ancylosceles 
rufipes qui n’était ni Ancyloscelis ni rufipes sinon 


— 163 — 


identique avec l'espèce suivante. Par moi-mème 
une espèce nouvelle, Ancyloscelis emetatriao ( Anal. 
Cient. Argent. LXVII, 1909, p. 223), qui est en 
réalité, d'après mes recherches ultérieures, une Dia- 
dasia. Par BRÈTHES encore une espêce nouvelle, 
Ancyloscelis flebrigi ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, 
XII, 1909, p. 255) qui m'est restée inconnue et 
que je place provisoirement aussi dans le genre Dia- 
dasia. Dans Zoological Record 1909 et années 
suivantes l’Ancyloscelis fiebrigi n'est pas cité ; c’est 
donc bien possible que quelqu'une des espèces dè- 
 crites postérieurement en soit synonyme. 

En 1910 BrbrHes a débrouillé les gerres mélés 
jusqu'ici. Son travail «Sur les Ancyloscelis et 
genres voisins», Paris, Bull. Soc. Entom. p. 211 - 
213, a eu la mauvaise chance d’avoir resté inconnu 
aux auteurs postérieurs. Moi-même, je ne connais- 
sait pas, et récemment, du à la bonté de M. A. de 
W. BEeRToNI qui me l'avait prèté, j ai pu me rendre 
compte de son importance. L'auteur a fait ce qu'on 
devait avoir fait depuis longtemps, c'est d'envoyer 
un exemplaire du même sexe que le type de Ha- 
LIDAY et semblable, au moins apparement, au British 
Museum pour le faire comparer directement avec 
l'espèce typique, wrsinus. Le résultat était que F. 
SmirH et HOLMBERG avaient eu raison avec leur 
interprétation, et tous les autres auteurs avaient eu 

tort. En conséquence, les vrais Ancyloscelis sont 
les insectes nommés par tout le monde Drpedia ou 
Leptergatis. 

Nous verrons que personne n'a tiré profit de 
ce travail. STRAND cite encore 4 espèces du Para- 
guay (Zcol. Jarb. Abt. f. System. XXIX, 1910, p. 
O13 et 914): 1) Ancyloscel s armatitarsis n. sp. 
qui me parait très voisine de l’Ancyloscelis hali- 
ctoides ou mème identique, 2) À. armatus ( STRAND 
écrit «armata » ), 3) A. imitatria Schrottky qui 


est ane Diadasia et 4) A. nigriceps Friese qu'il. 


devait nommer Dradasia dislincta. 
BRèTuEs décrit une espèce nouvelle, Ancylos- 
celis Bonariensis ( Anal Mus. Nac. Bs. Aires, XX 





A AG C A f 


> mew Gye 

o LE 

LIBRARY) 
io BAD 


— 164 — 


1910, p. 294) qui paraît être un vrai Ancyloscels. 
FRiese. s'occupe de 9 espèces dont 7 nouvelles 
( Deutsch. Entom. Zeitschr, 1910. p. 704-710). La 
synonymie du genre donné par FRIESE est três 
curieuse. La voici: Ptilothria Smita Dadasa 
Patton, Ænphor Parron, Thygnter | HoLmBeRG, 
Teleutemnesta HormuBerG et Dipedia Friesx. Je 
suis le dernier qui nie à un auteur le droit de faire 
la réunion de plusieurs genres en an seul, surtout 
s’il apporte des raisons. Précisement dans notre cas 
il n’y en a aucune. Nous avons appris par BRÈTHES 
que les Phlothrix, Emphor et part de Teteutemnesta 
n’ont pas de pulvillus; leur clypeus n'est pas pro- 
noncé et les pattes des mâles pas armées. On peut 
donc les séparer aisément du genre Ancyloscelis 
pourvu que les caractères indiqués soient constants. 
Quelle est alors lespèce qui les a variables? Je 
connais plusieurs espèces d'Emphor et Ptilothrix 
sans y avoir trouvé de variabilité. Les Dradasia 
ont des pulvillus distincts, mais leurs clypeus n'est pas 
prononcé, les pattes des mâles pas armées et leur 
thorax est densément velu comme des Leptometria 
qui est à peine separable de Diadasia; cependant 
Leptometria manque dans la synonymie d' Ancyclo- 
celis établie par FRresE, le même que Leptergatis 
Holmberg ; il paraît que FRIESE ne connaissait point 
les travaux de BRÈTHES. Je ne parlerais pas sur 
la réunion du genre Thygater avec Ancyloscelis, si 
Mr. FRIESE nett pas chargé la responsabilité sur 
moi (p. 704). C’est évidemment une méprise, car 
je ne l’ai jamais affirmé, ni dans mes publications, 
ni dans ma correspondance. Tout au contraire, j'ai 
toujours regardé Thygater en «bon» genre, aise- 
ment séparable de ses voisins Tetralonia, Melissodes 
et Melissoptila ( Bertoni & ScHroTTKY, Zool. Jahrb. 


Abt. f. System. XXIX, 1910, p. 564 et 583 ). Quant 
à la Teleutemnesta j'en ai envoyé à Mr. FRIESE quel- 
ques exemplaires de l’espèce T. relata Holmbg.. sans 
me prononcer sur lenr position générique ; ils ont été 
décrits par FRIESE (1. c. p 705) comme variété 
nouvelle, nigrescens de Ptilothrix plumata Smith. 


— 165 — 


Voyons alors les espèces de FRIESE. Les deux 
premières. A. plumata Sm. et À. nigrita n. sp. 
sont du genre Ptilothrix; la troisième A. bombi- 
formis Patt.. est le type du genre Enphor ; la qua- 
trième A. fuliginosa n. sp. me paraît également 
un Æinphor ; la cinquième, A. hersuta n. sp. est 
comparée avec Diadasia australis ( Cresson ), mais 
le & a le prototarse dilaté et allongé en lobe. L’es- 
pèce ne peut donc pas être une Dradasia et comme 
la description ne mentionne pas les «caractères 1m- 
portants : la forme du clypeus, les ongles sans ou 
avec pulvillus, la nervature alaire etc.. sa position 
générique reste incertaine. La sixième, A. duckei 
n. sp. est une autre espèce que l’Anciyloscelis duckee 
Friese de 1904 Ducxe lui donnait un nom nou- 
veau et l’appelait Melitomu paraensis en 1912. 
 FRIESE la compare avec 4. riparia Ducke, et celle- 
ci, étant probablement du genre Pt/lothrrx, je place 
la paraensis dans le même genre. La septième es- 
pece de FRrrEsE, À. rufogrisea n. sp., nest pas com- 
parée avec aucune autre. Je dirais quelle sera un 
vrai Ancyloscelis pcur les caractères de la ¢ ; mais 
ceux du J s'opposent. C’est encore possible que 
Friese ait marié deux espèces différentes. Pour le 
moment elle doit rester entre les espèces douteuses. 
La huitième, A. latipes, est dite être semblable à 
D adasia australis; par ies pattes intermédiares du 
& démesuremént grossies elle n’est pas une Dradasia 
du tout; elle n'est, d’après la description, un Ancy- 
loscelis non plus. La dernière, enfin, À. nigra n. 
sp. est comparée avec À. nigerrima, c'est à dire, 
avec une espèce du genre Ænphor, mais je la 
croyais plutôt une Diadasia. La seconde cellule 
cubitale, cepandent, est dite par JoërGENsEN ( Zool. 


Jahrb. Abt. f. System. XXXII, 1912. p. 159) tri- 
angulaire que serait en contradiction avec les cara- 
ctères de Diadasia. Je n'ai jamais vu une abeille 
de cette sous-famille avec la deuxième cellule trian- 
gulaire, alors il m'est impossible de trouver une 
place pour elle. Du reste FRiese ne dit rien sur la 
nervation extraordinaire; il est pourtant possible 


MOD Rea 


que l'espèce de JoERGENSEN fusse une autre. Une 
espèce nouvelle de JOERGENSEN, A. hirta, (1. e. p. 
153) a tous les caractères d'une Diadasia. Les au- 
tres citées par cet auteur sous les noms d’Ancylos- 
celis et Leptergatis sont des espèces déjà traitées 
plus haut. 

Ducke reunit tous ‘Tbe genres déclarés par FRIESE 
(1910) synonymes d Ancyloscelis, excepté Thygater, 
et encore cing autres sous le nom générique mie 
ma (Zool. Jahrb. Akt. f. System. XXXIV, 1912, p 
95). Tout ce que j'ai dit sur ce sujet de FRIESE vad 
également pour LuckE; les cing genres complé- 
mentaires sont: Entechnia Patton, Meliphila Schrot- 
tky, Ænergoponus Holmbe., Leptometria Holmbg. 
et Leptergatis Holmbg. Les deux premiers seule- 
ment sont posés avec raison dans la synonymie de 
Meliloina. Energoponus équivaut, d'après BRETHES, 

Ptilothria; Leptometria est, selon moi, identique 
avec Diadasia et Leptergatis est synonyme d’An- 
cyloscelis. 

J'avais déja dit que les Leptometria Holmbg. 
et les Diadasia Patt. sont à peine séparables, co- 
CKERELL. au contraire croit que la nervation des 
ailes postérieures offre un caractère distinctif (Psi- 
che, xtx, 1912, p. 58). A cet égard je suis a’ac- 
cord avec BrÈèTaes (Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, XIX, 
1902, p. 219) que “la distance entre la cellule sub- 
médiale, et l’origine de la nervure cubitale quelque- 
fois plus courte quelquefois plus longuz que la veine 
transverso--submédiale, est un caractère qui varie 
dans une même espèce”. Si l’on trouve d’autres ca- 
ractères supplémentaires distincts pour les uns et pour 
les autres, j'aimerais mieux conserver les deux 
genres ; en ce cas plusieurs espèces de Diadasia 
passeront surement à Leptometria. Jusqu'alors je 
les réunis sous le premier nom, qui a la priorité. 

CocKERELL nous informe de trois espèces de 
Leptergatis trouvées à Guatemala, dont une nou- 
velle, L. wheeleri (Psyche x1x, 1912 p. 109); les 
deux autres sont L. armata Sm. et L. toluca (Cress). 
(Ann. & Mag. Nat. Hist. x, 1912, p. 29). La der-. 





RAT ee 


nière est encore mentionnée par Madame w. P. co- 
CKERELL (Canad. Entom. 1912, p. 281) visitant les 
fleurs de Cordia alba Roem. & Schult. Ge sont de 
vrais Ancyloscelis. 

En 1913 apparut un travail que j'avais présenté 
au Gongrès Scientifique qui avait eu lieu à Buenos 
Aires en 1910: “La Distribucién Geográfica de los 
Himenópteros Argentinos”. Alors, comme je Pai dit 
plus haut, je ne connaissais pas la révision de BRETHES 
de 1910. Celà explique pourquoi les espèces d’An- 
cyloscelis y sont énumérées sous le nom de Lep- 
tergatis et celles de Dradasia sous le nom Bite 
losceles. (Anal. Gient. Argent. LXXV 1913, p. 254/9 
Dans la liste qui suit à la fin, les espèces sont arran- 
gées de nouveau selon les résultats ultérieurs de 
mes études. 

J’ai divisé les Ancyloscelis en trois catégories : 
A). Species generis Ancyloscelis ; ce sont les espé- 
ces que je considère membres vrais du genre. B). 
Species dubia generis Ancyloscelis ; où je place les 
espèces qui probablement n’y appartiennent pas, mais 
qui, selon la description, ne peuvent pas être placées 
mieux avec sûreté. C). Species a genere Ancyloscelis 
delendae ; ce sont las espèces décrites ou mentionnées 
à tort sous ce nom générique; j'ai essavé de leur 
assigner une place dans les genres où elles apparé- 
ment doivent rester. Dans les trois catégories Je 
suis l’ordre chronologique de leur publication. 


A). SPECIES GENERIS Ancyloscelis 


{. A. wrsinus Haliday -- Brésil: São Paulo. 
2. A. armatus Smith -- Brésil. 
= Kucera (Ancyloscelis) armata Ducke, Allgem. 
Zeitschr f. Entomol. VII, 1952. p. 362 -- 
Brésil: Pará (dans les fleurs de Waltheria 
vescosissima ; Nid). 
= Ancyloscelis armatus Friese, Zeitschr. f. Hy- 
menopt. & Dipt IV, 1904, p. 22 -- Brésil: 
Parä. Mexique. 
= Ancyloscelis armatus Cockerell, Trans. Amer. 
Entom. Soc. XXXI, 1905, p. 325 


— 168 — 


— Ancyloscelis armata W. A. Schulz, Hyme- 
nopt. Stnd. 1905, p. 197 -- Brésil: Pará 
(Marco da Lagoa). | 

— Dipedia armataKriese, Flora og Fauna, 1966, 
p. 92 -- Argentine: Mendoza. 

= Ancyloscelis armala Ducke, Rev. tntom 
Caen, 1907, p. 84 - Brésil: Maranhão (São 
Luiz, Codó, Caxias); Piauhy (Therezina) 
(dans les fleurs de /pomoea pes-capre). 





— Dipedia armata Ducke, Rev. Entom. Caen, 
1908, p. 33 -- Brésil: Ceara ( Baturité. 
Serra de Baturitê 600 metres, Quixadá, 
Humaytá ). 

= Dipedia armata Friese, Flora og Fauna, 1968, 
p. 94 —- Argentine: Mendoza (Pedregal). 

= Dipedia armata Jensen -- Haarup, Flora og 
Fauna, 1908, p. 105 (Coutüme des mâles). 

= Dipedia armata Ducke, Rev. Entom. Caen, 
1908, pita. 
= Dipedia armata Brèthes, Anal. Mus. Nac. Bs. 
* Aires, XII, 1909 p. 81 -- Uruguay. 

= Dipedia armata Strand, Zool. Jahrb. Abt. f. 
System. X XIX, 1910, p. 514 -- Paraguay 
(Assunción). 


= Leptergatis armata Joergensen, Zool. Jahrb. 
Abt. f. System. XXXII, 1912, p. 160 
(dans les fleurs de Opuntia sulphurea: Nid). 
— Leptergatis armata Cockere:l, Ann. & Mag. 
Nat. Hist. X, 1912 p. 29 -- Guatemala (Qui- 
ragua). (dans les fleurs de Zexmema vir- 
gulata). 
= Leptergatis armata Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent. LXXV, 1918, p. 255. 
3. A. toluca (Cresson) - Mexique : Basse Californie. 
= Leptergatis toluca Cockerell, Ann. & Meg. 
Nat. Hist. X, 1912, p. 29 -- Guatemala 
(Gualan) (dans les fleurs de Corda alba). 
4. A. halictoides (Holmberg) — Argentine: Cha- 
co-Formosa. 


— 169 — 


= Ancyloscelis gigas Friese, Zeitschr. f. Hy- 
menopt. & Dipt. IV, 1904, p. 24 — Brésil : 
Para ( Rio Aragallo (1); Säo Paulo (Jun- 
diahy ), 

= Dipedia gigas Friese, Flora og Fauna, 1906, 


po? 
= Dipedia gigas Friese, Flora og Fauna, 1908, 
p. 09 


= Dipedia gigas Ducke, Rev. Entom. Caen. 
1908, p. 33 
= Leptergatis halictoides Brèthes, Anal, Mus. 
Nac. Bs. Aires XIX, 1400, p. 222. 
= Dipedia gigas Strand, Deutsch. Entom. Zeit- 
schr. 1909, p. 233 — Paraguay ( San Ber- 
nardino ). 
= Leptergatis romero: Strand, Zool. Jahrb. Abt, 
MST (Ne 4010) py (400. (nec 
Holmberg ! ). 
= Melitoma halictoides Ducke, Zool. Jahrb. Abt. 
ÉSrenn OX REVS 19012 p. 96, 
— Leptergatis halictoides Schrottky, Anal. Soc. . 
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 255. 
— Leptorgatis romero Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 255 (Part). 
(o HAN À mesopolamica ( Holmberg ) — Argentine : 
Buenos Aires ( Las Conchas ). 
= Lepters ‘gatis mesopotamica Brètes, Anal. Mus. 
Nac. Bs. Aires XIX, 1909, p. 222. 
= Leptergatis mesopotamica Schrottky, Anal. 
Soc. Cient. Argent. LXXV, 1918, p. 255. 
6. A. romero: ( Holmberg ) — Argentine: Entre 
Rios ( Santa Elena ). 
= Leplergatis romeroi Brèthes, Anal. Mus. Nac. 
Bs: Aires, XIX, 1909, p. 222. 
= Leplergatis romero: Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent. LXX V, 1913, p. 255 (parte). 
7. A. ecuadorius (Friese)—Ecuador : Guayaquil. 
= Depedia ecuadorius Friese, Flora og Fauna, 
1906, p. 92. 


(1) Araguaya, talvez (N. da R.). 


ac 


— 170 — 


— Dipedia ecuadoria Friese, Flora og Fauna, 
1908, p. 54. 

— Leptergatis ecuadoriana Brèthes, Anal. Mus. 
Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p. 222. 

A. turmalis Vachal — Argentine: Tucuman. 

= Ancyloscelis ducher Friese, Zeitschr. f. Hyme- 
nopt. & Dipt. IV, 1904. p. 23 — Brésil : 
Pará ( Macapá). Argentine: Buenos Aires. 

— Dipedia duckei Friese, Flora og -auna, 1906, 

02: | 

— Dipadiá duche: Friese, Flora og Fauna, 1908, 
p. 99. 

= Dipedia duche; Ducke, Rev. Entom. Caen, 
1908, p. 33. 

— Ancyloscelis turmalis Vachal, Rev. Entom. 
Caen, 1909, p. 21 — Argentine : Santiago 
del Estero. 

= Dipedia duche, Ducke, Deutsch. Entom. Zeit- 
schr. 1910, p. 367. 

= Ancyloscelis turmalis Joergensen, Zool. Jahrb. 
Abt. f. System, XXXII, 1912, p. 158 — 
Argentine: Mendoza (Chacras de Coria). 


— Ancyloscelis turmalis Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 294. 

= Leptergatis duchei Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent, LXXV, 1913, p. 255. 

A. frieseana Ducke — Brésil. Ceara ( Qui- 
xadá ) ( Fleurs d'Eichornia ). 

A bonariensis Brèthes — Argentine: Buenos 





Aires. 

A armatitars's Strand — Paraguay ( Assun- 
cion ). 

A. wheeler: (Cockerell — Guatemala (Escuin- 
tla ). 


— Leptergatis wheeleri Cockerell, Psyche, XIX, 

M LL bap ee. LEE 

A. globulifera ( Gockerell — Venezuela ( Aroa, 
Lagunita de Aroa ). 

= Leptergatis globulifera Cockerell, Ann. & — 
Mag. Nat. Hist, XX, 1917, p. 421. 


Core Se ot 


16 


11. 
VE 


13. 
14. 


15. 


— 171 — 


B. SPECIES DUBIAE. 


A.? hirsuta Friese — Bolivia ( Tarata } ; Pérou 
( Cuzco ). 

A.? rufogr'sea Friese—Paraguay (Villa Rica). 

A.? lat pes Wriese — Paraguay ( Villa Rica ). 

A.? nigra Friese — Argentine: Mendoza. 


C. SPECIES DELENDAE. 

A. ornata Spinola — Brésil : Para. 

= Tetrapedia ornata ( Spinola) Ducke. 

A lineata Spinola — Brésil: Para. 

= Tetrapedia lineata (Spinola) Ducke. 

4. nigripes Spinola — Brésil: Para. 

= Tetrapedia ? nigripes (Spinola) m. 

A. filitarsis VacEal — Argentine: Tucuman. 

= Dradasia d'stincta ( Hoimberg ) m. 

A. girard: Vachal- - Argentine: Tucuman. 

= Diadas a pereyrae ( Holmberg ) m. 

A. baer; Vachal — Argentine: Tucuman. 

= Diadasia baeri ( Vachal) m. 

A. humilis Vachal — Argentine: Tucuman. 

= Diadasia humilis ( Vachal ) m. 

A. analis Vachai — Argentine : Tncuman. 

= Diadasia anal s ( Vachal) m. 

A. tricolor Friese — Argentine: Mendoza : 
Salta. ; 

= Emphcr tricolor ( Friese ) Vachal. 

A. nigerrima Friese — Argentine: Mendoza: 
Salta. 

= Emphor tricolor ( Friese) Vachal. 

A. nigriceps Friese: Argentine: Mendoza ; 

= D'adasia distincta ( Holmberg ) m. 

A. clypearis Friese — Argentine: Mendoza ; 
Salta. 

= Diadasia pereyrae (Holmberg } m. 

A. rufipes Friese—Argentine : Mendoza; Salta. 

= Diadasia rufipes ( Friese) m. 

A. facialis Friese — Argentine: Mendoza. 

= Diadasia baraderensis ( Holmberg ) m. 

A. minuta Friese — Argentine: Salta. 

= Diadasia humilis ( Vachal) m. 


16. A. ripaiva (Ducke) Ducke — Brésil: Maranhão 
( Codó, Caxias ). 
= Ptilothrix riparia Ducke. 
17. A. plumata (Smith) Ducke — Brésil, 
= Plilothria plumala Smith. 
18. A. ducher Friese 1. litt. — voir ie numero 38. 
19. À. taurea ( Say) Ducke — Brésil : Maranhão 
( São Luiz, Caxias ) 
= Melitoma sp. aff. ipomoeae Schrottky. 
20. A. grisescens ( Ducke) Ducke — Brésil: Ma- 
ranhão ( Godó, Caxias ). 
= Melitoma (ou Pt lothria?) gresescens (Ducke). 
21. A. spomoeae ( Ducke) Ducke — Brésil: Ma- 
ranhão ( Codó, Caxias ). 
= Melitoma (ou Ptilothrix ?) ipomoearum 
( Ducke). a 
22. A. osmioides Ducke — Brêsil: Ceará ( Baturi- 
té, Quixadá ). 
= Meliloma (ou Plilothria ?) osmioides ( Du- 
cke ). 
23. A. specularis Vachal — Argentine: Santiago 
del Estero ( Rio Salado ). 
= Diadasia specularis ( Vachal) m. 
24. A. separata ( Holmberg ) Vachal — Argentine: 
Chaco. 
= Diadasia separata ( Holmberg ) m. 
29. A. pereyrae ( Holmberg) Vachal — Argentine 
Santiago del Estero; Tucuman ; Mendoza. 
= Diadasia pereyrae ( Holmberg ) m. 
26. A. chilensis ( Spinola) Vachal — Chili. 
= Diadasia chilensis ( Spinola ) m. 
27. A. ruficruris Vachal — Chili. 
= lnadasia ruficruris ( Vachal ) m. 
28. A. imitatrio Schrottky — Paraguay. 
= Diadasia rinilatrix ( Schrottky ) Cockerell, 
29. A. fiebrige Bréthes — Paraguay. , 
= Diadasia (2) fiebrigi ( Bréthes ) m. 
30. À. nigrila Friese — Bolivia (Tarata ); Ar- 
gentine :. Salta. 
= Ptilothria nigrita ( Friese ) m. a 


it 


31. A. bombiforin’s ( Patton ) Friese — Etats Unis: 
Virginia; Georgia ; Kansas. 
= Emphor bombiformis (Cresson ) Patton. 
32. A. fuliginosa Friese — Mexique ? 
= Emphor puliginosa (Friese) m. 
33. A. duche: Friese — Brésil: Pará. 
= Ptilothria (2) paraenses ( Ducke) m. 
54. A. hirta Joergensen — Argentine: Mendoza. 
= Diadasia hirta ( Joergensen) m. 
35. A. andina (Holmberg) Schrottky — Argentine: 
Salta. 
= Diadasia andina ( Holmberg) m. 


36. A. baradensis (Holmberg ) Schrottky — Ar- 
gentine: Buenos Aires; Mendoza. 
= Diadasia baradensis ( Holmberg ) m. 

37. A. distincta ( Holmberg ) Schrottky — Argen- 
tine: Buenos Aires; Mendoza; Cordoba. Pa- 
raguay. 

= Diadasia distincta ( Holmberg ) m. 

33. A. fruchfera (Holmberg) Schrottky — Ar- 
gentine: Buenos Aires. (L'indication « Pa- 
raguay» dans « Anal. Soc. Cient Argent. 
LXXV, 1913, p. 254» doit étre supprimée ). 

= Emphor fructifer ( Holmberg ) m. 

39. A lynch ( Brétes ) Schrottky — Argentine: 

Chaco. 
= Diadasia lynchi ( Brétes ) m. 

40. A. mendozana ( Brèthes ) Schrottky — Argen- 
tine: Mendoza. : 
Diadasia mendozana ( Brethes) m. 

41. A. patagonica (Brèthes) Schrottky — Argenti- 
ne: Patagonia; Buenos Aires. 
Diadasia patagonica. ( Brêthes ) m. 

42. A. tucumana ( Brèthes ) Schrottky — Argenti- 
ne: Tucuman. 

Diadasia tucumana ( Bréthes ) m. 


Apès avoir fait toutes les corrections et élimi- 
nations nécessaires, nous trouvons qu'il n'y a dans le 
Brésil que cinq espèces du genre Ancyloscelis, à sa- 
voir: 1) wrsinus, 2) armatus, 3) halictordes, À) 


— 174 — 


turmalis, 5) frieseanus. Il faut avouer que, sauf 
l’armatus, toutes les espèces sont connues três im- 
parfaitement. C'est surtout par la ressemblance ex- 
traordinaire des femelles dont, par exemple, CocKE- 
RELL se prononce ainsi ( Ann. Mag. Nat. Hist., X, 
1913, p. 29). C’est presqu'impossible de séparer les 
femelies de celle-ci ( armatus ) de la toluca, mais 
les males sont aisément séparés par leurs pattes pos- 
térieures. La même difficulté existe pour les espèces 


brésiliennes et l’essai suivant de les classifier n’a d’au-: 


tre prétension qu'a inciter de nouvelles recherches 
et comparaisons. Malheureusement j'ai trop peu de 
matériel pour décider toutes les questions et je suis 
d'avis qu'on trouvera encore assez de corrections à 
faire. 


Table pour séparer les mâles des espe-. 
ces bresiliennes 


1 — Tout le corps couvert avec un duvet, couché 
ferrugineux ; abdomen sans fascies de poils 
marquées ; bord antérieur du FE 
jaunes : re 

— Tôte et corselet avec un duvet mince gris : 
abdomen à fascies Me ie de poils 
blancs eu jaunatres . . 3 

2 — Prototarse postérieur avec seulement le 
moucron apical sans vestige de denticule 
inférieure (selon BRÉTHES, Bull. Soc. En- 
tom. France, 1910). 1 A. wrsinus Halid. 

— Prototarse postérieur avec une dent au mi- 
lieu d'arête inferieure, av bout prolongé 
en épine ; tibia grossi, sa face intérieure 
bianguleuse avec une petite dent au tiers 
apical ; segment ventral 6 biparti. bord apical 
du chaperen, le labrum, les mandibules et 
l’article basal des antennes à sa face anté- 


rieure jaunes. . . 4 A. turmalis Vach. 
3 — Longueur du Re ne dépassant pas 7 1/2 
mB. { 5: NN eae) D ee 


— Longueur du corps 11 mm. Prototarse 
postérieur courbé, prolongé en épine, sa 


Table pour séparer les femelles des es- 


TE ye 


face intérieure émarginée et au tiers apical 
avec une petite dent. Tibia postérieur avec 
deux bords tranchants proiongês au bout en 
deux denticules. Segments 2 -- 6 à fascies de 
poils jaunatres. Bord apical du chaperon, 
labre et la base des mandibules jaunes : 
près de la base de celles-ci une grosse 
dent . . 3 . 4. halictodes (Holmbg.) 


Protatarse postérieur à sa base avec une 
grosse dent daus sa face intérieure ; cuisses 
postérieures énormement grossies. Abdomen 
à fascies de poils blancs sur le bord apical 
des segments. Bord antérieur du chaperon, 
labre et base des mandibules jaunes. Les 
tarses, le bout et la base des tibias ferrugi- 
HOUR MO RL A mê mat Smith 


Prototarse postérieur pas denté. Abdomen 
à fascies de poils ochracés sur le bord api- 
cal des segments. Dessin du chaperon, du 
labre et des mandibules d'un jaune saturé. 
Pattes noiratres; seulement les tarses de la 
deuxième et troisième paire ferrugineux 
o. À. freeseanus Ducke. 


pèces b ésiliennes 


(la femelle de " A.ursinus Hal. reste encore inconnue) 


1 — Corps petit, ne dépassant pas 8 mm 
— Corps grand, 10-11 mm. Abdomen à fas- 


cies jaunâtres sur les bords apicaux des 
segments 2-4, sur celui du segment 5 une 
tâche de moils jaunátre de chaque coté, au 
centre et sur le segment suivant avec des 
poils noirâtres. Brosse pollinifère noiratre 
dehors, blanche dedans. Tête et corselet à 
ponctuation rugueuse, couverts avec de 
courts poils gris. Face et mandibules sans 
dessin jaune. 3. A. halictoides ( Holmbg ). 


2 


cp 
RP DT. 


LS ATO a 


Corps couvert avec un duvet ferrugineux. 
Abdomen sans fascies distinctes de poils, 
mais couvert uniformement avec un duvet 
couché. Bord interne de la mandibule à la 
base avec un liseré jaune. 4 A. turma- 
lis Vach. 

Tête et corselet avec un duvet mince gris. 
Abdomen à fascies de poils distinctes 

Tête et corselet avec un duvet blanchatre. 
Antennes ferrugineux. Base des mandi- 
bules blanche. Segments abdominaux 1-4 
à fascies blanches, 5 et 6 à poils noirs. 
Pattes noirs les tarses ferrugineux vêtus 
de poils gris-jaunâtres. Brosse pollinifère 
grande, dehors noire, dedans blanchâtre. 
E'peron tibial grand, noir. 2 A. armatus 
Smith. 

Tête et corselet avec un duvet gris. An. 
tennes noiratres. Segments abdominaux à 
fascies plus larges, ochracées. Pattes noires, 
vêtues de poils blanchâtres. Brosse polli- 
nifère noire. . D À. frieseanus Ducke. 


Ww 


a 


CURT SCHROTTKY 


Himenopteros nuevos o poco conocidos 
sudamericanos 


ono 





Himenopterds nuevos 0 poco conoidos Sudamericanos 


POR 


C. SCHROTTKY 


I. VESPOIDEA 
ELIS ASSUMPTIONES nom. nov. 


== Plesia paraguayensis R. Turner, Zool. Jahrb. 
Abt. f. System. & c. XXIX, 10, p. 221. 


El nombre de TURNER no puede subsistir, por- 
que Plesia Jur. es sinonimo de Elis Fabr. como ya 
lo he demonstrado en « Deutsche Entom. Zeitschr. », 
1910, p. 19%. En el mismo artículo, p. 202, publiqué 
una lis paraguayensis y, aúnque ésta ultima debe 
formar parte del género Scotaena, resultaria homo- 
nimia; por tanto doy ala especie de TURNER el 
nuevo nombre. 


Eis NOTABILIS ( R. Turner) 


g De Puerto Bertoni. Paraguay. Se conocia 
previamente sólo de Assunciôn y San Bernardino. 


Exvis ANDINA ( R. Turner) 


"== Plesia andina R. Turner, Ann. & Mag. Nat. 
Est. cl, 1908s pi -o13: 
— Elis immaculata Schrottky, Deutsch entom. 
Zeitschr., 1919, p. 203. 
De Argentina: Mendoza. 


ELIS PAPYRIFERAE D. Sp. 


2 Nigra, luxurie flavo-picta. Flavae sunt: Fa- 
scia transversalis in medio late interrupta clypei, ma- 


— 180 — 


cula supra utramque antennam, orbitae internae su- 
btus dilatatae, linea parva cum orbitis externes di- 
vergens, macula parva utriusque margine laterali 
pronoti, macula, altera utriusque margine laterali 
mesonoti, postscutellum, Jinea longitudinalis utrius 
que varte declivi segmenti medii, macula oblonga 
utriusque ejusdem lateribus, macula parva margine 
antica coxarum III, linea long tudinalis latere exte- 
riore tibiarum I, fascia transversalis in medio se- 
gmenti primi abdominalis quae utroque marginem 
apicalem versus curvata in maculan magnam ter- 
minat, maculae duae hamatae aliquandum confluen- 
tes utrinque in segmento secundo quarum anterior 
fere in medio sita et posterior pone marginem api- 
calem, fasciae transversalis ad basin et apicem se- 
gmentorum 3-9, ea basalis tertii atque ea apica- 
lis quinti latissimae, ea apicalis tertii atque ea ba- 
salis quinti in medio interruptae, lateribus segmen- 
torum utraeque fasciae (id est basalis cum apicali) 
confluentes ; segmenta ventralia 2 - um et 3 - um utri- 
usque cum macula flava, segmentum quartum utriusque 
cum linea parva transversali flava ornata. Mandi- 
bulae ferrugineae, acuminibus apicalibus nigris. 
Brunnei sunt: Labrum, antennae subtus et pedes 
maximam ad partem. Area pygidialis basi nigra, 
in disco macula magna aurantiaca ornata, apice 
fusco. Alae parum infuscatae ; cellula cubitalis ta- 
men atque radialis nigricantes ; venulae brunneae. 


Caput dense crasseque punctatum; vertex subtilius 
et sparsius punctatus. Pronotum creberrime, meso- 
notum,-pleurae scutellumque crassius sed sparsius 
punctata. Basis segmenti medii carinam longitudi- 
nalem tenuem habet, latera ejusdem subtiliter tran- 
sversim striata; pars declivis concava et longitudi- 
naliter striata. Abdomen sat dense moderate pun- 
ctatum, segmento primo excepto. Pygidium crasse 
longitudinaliter striatum. Venter omnino impucta- 
tus tamen marginibus apicalibus segmentorum crasse 
punctatis, segmentoque secundo toto parce subtili- 
terque punctato. Cellula cubitalis secunda ad radia- 
lem aliquid longior quam tertia. 





— 181 — 


Long. 12-- 15 mm.; lat. abdom., 3 mm.. 

Paraguay, Puerto Bertoni, en flores de Æaisia 
papyrifera ( Hook.), a principios de Junio de 1919. 

Se parece por la disposición del dibujo amaril- 
lo mucho a E. assumptiones, pero es más grande, 
porta una vequeña carena en el segmento medio y 
ditiere por la nervatura alar la cual se acerca mas 
a lh. fiebrige (R. Turner ). 


He tomado la descripciôn del ejem plar que tien” 
mas dibujos amarillos. Tengo otros que tienen ta 
poco amarillo que los tenia por especie distinta, 
tanto mas como aún no vi formas transitorias. Por 
la morfologia aparentemente identica — no me ha 
sido posible hallar diferencias — los describo como 
«forma» de papyriferae y los denomino 


forma PAUPERATA f. nov. 


¢ Ut E. papyriferae forma principalis sed 
sine maculis lineisque flavis in: Pronoto, mesono- 
to, segmento medio tibiisque anticis. Abdomen mi- 
nus luxurie flavo-ornatum ; adsunt: Macula parva 
in segmentu primo utriusque, in secundo nihil, in 
3.º -- 5.º fasciae basalis ut in forma principalis, sed 
fasciae apicalis desunt. Venter ut in forma princi- 
palis. 


Puerto Bertoni. Paraguay, Enero, 1910. 
Puede ser que la forma pauperata sea una 
« forma aestivalis ». 


SCOTAENA PARAGUAYENSIS ( Schrottky ) 

= Elis paraguayensis Schrottky, Deutsche en- 
tom. Zeitschr., 1910, pag. 202, n. 2. 

— Scotaena impressiceps R. Turner, Zool. Jahrb. 
Abt. f. System. & c. XXIX, 1910, p. 185. 


& Puerto Bertoni, Paraguay, en flores de Ha- 
tsia papyrifera (Hook), Junio de 1919. Se co- 
nocia tambien de San Bernardino, Paraguay. 


— 182 —. 


ELAPHROPTERA WERNERI N. Sp. 


2 Nigra, flavo-variegata, mandibulis brunneis 
apice nigro excepto, antennis, clypeo toto vel par- 
tim, pedibus, pygidio ventroque brunneis; coxis an- 
ticis nigris. Flavae sunt: Macula magna supra in- 
sertionem antennarum, altera macula magna pone 
oculos quae arcuatim apicem versus prolongata est, 
margo apicalis scutelli, linea longitudinalis femorum 
omnium extus, fascia lata segmenti abdominalis 
primi, utriusque in segmentis 2 -- 5. 

Mandibulae simplices, falciformes, subtus flavi- 
do, ad basin albido-ciliatre. Palpi maxillares G-- 
articulati 1 --3 fortes, 4 et 5 apice incrassau, clavi- 
formes, 6 tenuis. Clypeus brevis, antice levissime 
emarginatus subtiliterque crebre punctatus. Oculi 
parvi. fere rotundi parum longiores quam lati. Ver- 
tex longitudinaliter sulcatus, sulco antice dilatato, 
utroque flavescenti-hirtus. Occiput rotundatum, la- 
tius quam thorax, parum crebre punctatum. Pro- 
notum antice trilobatum, pars media latior, latera- 
lis acutiores, sparsius quam occiput punctatum ; 
margines lateralis leviter emarginatae, retrorsam 
modice convergentes. Scutellum duplo latius quam 
longum, punctos singulos ferens. Segmentum me- 
dium aliquid brevius quam pronotum, postice dila- 
tatum, paucos punctos crasse rugosum, dimidium 


basale opacum. Margines apicalis segmentorum 1 -- 1. 


et 2--i canaliculati. Epypigium semicylindricum, 
postice oblique truncatum, pars truncata radiatim 
striata. Hypopygium longius quam latum, basi pro- 
funde fissa, a basi marginem versus radiatim stria- 
tum. Dimidium basale segmenti ventralis quinti sub- 
tiliter transversim rugulosum, dimidium apicali crasse 
crebreque punctatnm, postice profundi emarginatum. 
Segmentorum ventralium reliquorum solum dimidium 
apicale punctatum, densitas punctorum basim abdo- 
minis versus decrescens. 
Long. 12 -- 13 mm.. 


Varia algo en el color, pués el vientre es a, 


veces más oscuro, casi negro, y el primer segmen- 





— 183 — 


to abdominal lleva en algunos ejemplares apenas 
una mancha amarilla en cada lado, en vez de una 
faja continua. 


& Niger. Ferruginei sunt: Tegulae, stigma, 
tibiae, tarsi et segmentum abdominale septimum. 
Alae aliauid infuscatae, cellula radialis fusca, venu- 
lis fere nigris. Flavi sunt: Mandibulae apice ni- 
gricante excepto, clypeus linea angusta brunnea 
marginis anticae atque macula parva nigra utrius- 
que prope basin exceptis, macula magna prope or- 
bitam internam oculorum (quae macula triangulum 
rectangulum format: catheta longior ejus est orbi- 
ta interna, catheta brevior basis clypei, hypothenu- 
sa supra denticulum parvum flavum fert ), linea lata 
de margine postica et infera oculorum ad verticem 
ascendens (aliquandum in dnas maculas oblongas 
dissoluta ), macula supra insertionem utraeque an- 
tennae, linea angusta marginis anticae pronoti ( haec 
aliquandum deest) macula oblonga in propleuris, 
macula parva in mesopleuris infra alarum insertio- 
nem (in speciminibus plurimis deest ), macula ma- 
ena in medio scutelli atque altera parva in angulo 
antico ejusdem (haec ultima aliquandum deest ), 
pars integra transversa postscntelli atque macula in 
ejus appendice angusta ad alam posticam directa, 
macula major vel minor utriusque in segmento me- 
dio (in specimine singulo deest ), saacula utriusque 
in tergitis 1 -- 4 et linea in femoribus extus. 


(Nora: La descripciôn se refiere al ejemplar 
que tiene mas disefios amarillos, el cual por lo tanto 
es el typus; en los demas ejemplares falta una u 
otra de las manchas y lineas amarillas 6 varias a 
la vez, enteramente o estan reducidas. Las gue pue- 
den faltar del todo las he mencicnado expressa- 
mente ). 


Mandibulae bidentatae, dens exterior longus 
acuminatus, dens interior brevis, latus e recte trun- 
catus. Clypeus antice late emarginatus, utriusque 
denticulo acuto armatus. Frons carinata; carina 


mass |) pa 


haud alta in clypeum prolongata, paulum ante di- 
midium clypei bifurcata, uterque ramus in denticu- 
lum dictum marginis anticae clypei terminat; tri- 
angulus a ramis carinulae et inargine clyper cir- 
cumscriptus glaber, impunctatus et concavus; cly- 
peus reliquus subtiliter denseque punctatus. Palpi 
maxillares 6 -- articulati at in q formati, sed arti- 
culi singuli multo fortiores ac majores. Caput dense 
rugose punctatum ; tuberculi supraantennales lati et 
humiles, inter eos carinula frontalis interrupta est, 
supra ocellum anticum attingit. Pronotum dense 
subtiliterque punctatum. Mesonotum crasse crebre- 
que punctatum. Segmentum medium latius quam 
longum, postice rotundatum, vix crebrius vel cras- 
sius punctatum quam scutellum. Abdomen plus quam 
sesqui majus capite thoraceque unitis, antice posti- 
ceque attenuatum, sparse punctatum. Segmentum 
pr'mum longitudinaliter sulcatum, sulco de basi ori- 
undo dimidium segmenti superante (tamen in spe- 
cimine singulo dimidium segmenti haud attingente ). 
Epipygium ad basin crasse rugosum. apicem versus 
subtiliter longitrorsus striatum, marginibus laterali- 
bus acutis, avice rotundato. Ilypopygium angustum, 
plurimum longius quam epipygium, hoc casu pars 
superans rotundata et concava videtur. 


Long. 15-- 19 mm.; lat. abdom., 2, 4--2, 
S mm. 


Paraguay, Puerto Bertoni. 


La primera pareja fué observada en copula por 
WERNER ST. BERTONI en flores de Fatsia pa- 
pyrifera (Hook. ), el 10 de Junio de 1919; los 
dias sigwentes cacé en las mismas flores otras pa- 
rejas y algunos oo aisladcs. La especie es muy 
relacionada a la E. anesitsi R. Turner, con la cual 
está de acuerdo en lo que se refiere a la escultura 
de partes del tórax y del abdomen. Las diferencias 
principales estan en la forma del clipeo &, en la 
del hypopygium g, en ambos sexos el colorido di- 
fiere notablemente. 


— 189 — 
B. SPHECOIDEA 


PRIONONYX SEMISTRIATUS N. Sp. 


q Niger, segmentis abdominalibus 1-5 to- 
tis, 4-- O que lateribus rufis. Collum, margines la- 
terales mesonoti, scutellum postscutellamque tenuiter 
argenteo-tomentosa  Pubescentia sparsissima obscura 
solum latere infero capitis et thoracis atque coxis 
tiblisque adest. Alae fere hyalinae, parum flavescen- 
tes; venulae omnino ferrugineae tamen costalis et 
radialis fuscae. Caput latius quam thorex, margine 
postico, superne visum, leviter emarginato. Clypeus 
convexus, impressione conspicua a margire antico 
oriunda dimidium clypei attingente ; lateribus extre- 
mis planis pars media convexa parce haud profun- 
de punctata; latera plana paulum crassius punctata. 
Frons supra insertionem antennarum parum impres- 
sa, opaca, sine scultura conspicua, vestigia tomenti 
albi ferens ( forsan specimen unicam a me visum 
vetustum ). Ocellus anticus reliquis major in fossula 
insertus; laterales minores in tuberculis parvis, in- 
ter se minus distantes quam ab ocuiis (=2:3) 
Vertex parum convexus, cpacus, sine sculptura con- 
spicua. Occiput supra aliquid latius quam dimidium 
oculorum, infra angustius, parce haud profunde pun- 
ctatum. Orbitae interzas clypeum versus parum con- 
vergentes. Articuius secundus funiculi fere eadem 
longitudine quam tertius e quartus uniti (= 55: 
32:33). Mandibulae longae, ferruginae, apice tri- 
dentato nigro; dens apicalis longus, curvatus, pa- 
rum acuminatus; intermedius brevis, latus ; basa- 
lis parem proeeminens; omnes suleis profundis se- 
parati. Collum angustum, valde inflatum, a meso- 
noto sulco profundo separatum ; pars antica declivis 
leviter transversim striata, latera versus fortius obli- 
que striata: sulciculi ibi eis propleurarum fere paralle- 
li; infra recidive subtilius transversim striatum. 
Prosternum parce crasse punctatum. Mesonotum pa- 
rum convexum, sulco longitudinali bipartitum ; sul- 
cus tamen apicem mesonoti haud attingens, dense 
transversim striatulum. Mesopleurae supra crasse obli- 


— 186 — 


que striatae (a scutello prosternum versus), infra 
perfecte transversim striatae. Mesosternum puncta- 
tum, longitudinaliter sulcatum, in sulco carinulatum. 
Metapleurae longitudinaliter striatae. Scutellum in 
medio parum impressum, Opacum, tenuissime dense 
punctulatum, in impressione media vestigium carinae 
longitudinalis. 

Segmentum medium longius quam 1 esonotuw 
scutellumque unita, crasse crebreque transversim 
striatuin, supra uniformiter convexum, sine sulco 
longitudinali. Petiolus brevis, longitudine dimidii 
articali primi tarsorum IIT vel ea articuli secundi 
aequalis ( relatio : Petiolus 72; articulus primus tar- 
sorum III 140 ; articulus secundus 75 ; articulus ter- 
tius 53). Abdomen convexum, glabrum, parce haud 
profunde punctulatum ; margines apicalis segmen- 
torum flavescentes. Apex abdominis sparsim flaves- 
centi-pilosus. 

l'egulae nigraé margine fusca. Cellula cubita- 
lis secunda nervam recurrentem primum magis re- 
mote ab angulo antico accipiens quam cellula tertia 
nervum secundum. Calcar tibiarum posticarum 6 
pectinatum, dens unus asgustus reliqui lati, dao api- 
calis breves. 

Long: 17 my. gla io mk 
Paraguay, Puerto Bertoni, Abril ce 1909. 


( PRION. semistiat. — 2 ) 


Esta especie es comparable con Pr. johannis 
( Fahr.)= Pr. striatus Sm., la cual difiere por la 
escultura muy diferente y sus alas azules. No cabe 
confundirla ni con Pr. striatulus ( Bréth.) ni con 
Pr. subexcisus ( Bréth.), pués de ambas dice: 
« Thorax pubescentia et maculis ceret»; amas, 
ninguna de ellas ostenia estrias en el mesonoto. 
He indicado exactamente la relación entre el peciolo 
y los artejus tarsales, sin embargo, deho advertir 
que, en contradicciôn a otros autores, no la con- 
sidero de importancia porque no es constante. Para 
cerciorarme del valor del carácter subrayado ge- 
neralmente en las descripciones, he examinado mu- 





— 187 — 


chos ejemplares de una especie común, la Pr. pla- 
tensis ( Bréth.), por cuyo examen me creo autori- 
zado para afirmar que esta relaciôn no merece, por 
lo menos en ciertas especies, un valor absoluto. 

En cuanto a Pr. plalensis nc estoy del todo 
convencido que debe ser separado especificamente 
de Pr. thomae (Fabr.). Segün BRETHES ( Anal. 
Mus. Nac. Bs. Aires, XVII, 1908/4444) Pp. 
thomae no existe del todo en Sud-América. No 
obstante, un autor tan concienzudo como H. T. 
FERNALD la cita de la República Argentina ( Bull. 
Mus. Compar. Zool. Harvard College, Vo: L. 1907, 
p. 264), sin mencionar a muchos otros autores an- 
tiguos y modernos. 

Pr. johannis ( abr.) es sin duda alguna la 
misma especie que Pr. striatus Sm., à pesar de la 
protesta de BRETHES (1. c. p. 145). Hay que 
recordar que la especie de FABRICIUS proviene 
de las Antillas ( « habitat in aoe meridionalis 
insulis » — Svstem. Piezat., 1804 208 ); ella es 
obviamente del género Sphew en el ento de KOHL, 
respectivamente “Chlorion en el sentido de FERNALD. 
Ahora bien, teniendo en cuenta el color de las alas 
«alis cyaneis» y el tamaño « Affinis sequenti ejus- 
demque magnitudinis» (*), no hay más que una 
sola especie que puede ser tomada en consideración. 
Es, según mi opinión, de importancia que FABRI- 
CIUS, contra su costambre, insiste sobre el parien- 
tezco cou Pr. thomue. 


C. APOIDEA 
NEOCHELYNIA gen. nov. 


( &4tantum). Statura ut Æpeolus seu Coelio- 
ays. Caput latius quam thorax. Oculi prominentes, 
nudi. Ocelli in triangulum obtusum dispositi | late- 
ralium tangente antica alterum paululum secante ). 


*) Esta especie siguiente, P. crucis, es en realidad 
el otro sexo da la P. johannis. La descripción dice « Aff- 


nis certe P. thomae at duplo major ». 


— 188 — 


Antennae robustae, scutellum attingentes; scapo 
articulis reliquis grossiore, flagelh articulo 2— o 
perbrev:. Genae nullae. Mandibulae 4—dentatae , 
dens basalis a mediis remotissimus, duo intermedii 
approximati, parvi, dens apicalis robustior, longus, 
curvatus et acumiratus. Clypeus latius quam lon- 
gus, pilosus. Thorax brevis. Scutellum paulum 
gibbosum ; pteromata parva, nihilum spinosa. Alae 
anticae cellulis cubitalibus duabus clausis ; prima 
paulum majore, secunda ad radialem dimidio coas- 
tricta, nervos recurrentes ambos accipiente, primum 
post angulum basalem, secundum paululum ante 
angulum apicalem. Cellula radialis oblonga, apice 
obtuse acuminato a costali remoto, haud conspicue 
appendiculata. _Pedes normales ; calcaribus interme- 
diis simplicibus; unguiculis bifidis, dente interno 
breviore ; pulvilli desunt. Abdomen solum 6 segmen- 
ta ostentat, 7—um perparvum sub crista longissima 
sexti absconditum ; segmenta basalia apicalibus la- 
tiora, 6—um longius quam latum, concavum, apice 
emarginato, 7—um in latere ventrali situm, latius 
quam longum, duas appendices diminutas parallelas 
ferens. 


Typus: Veochelynia paulista n. sp. 


Propongo este gênero nuevo muy interessante 
que pueda resultar vecino de Chelynia Provancher, 
género norte-americano que no concozco sind por 
referencias. Sin embargo el abdomen parece ser 
formado de otro modo, las mandibulas tienen un 
diente más; esto y el tipo de coloraciôn son tan 
diferentes que no hesito en crear un género nuevo. 
Entre las abejas sud-americanas se acerca a Pseu- 
depeclus Holmbg. en tener solo 2 células cubitales 
cerradas, pero difiere por sus mandíbulas dentadas 
y la forma singular del abdomen. No puede ser 
identificado con ninguno de los gêneros sud-ame- 
ricanos admitidos por DUCKE (1912); una vez 
conocido el otro sexo será más facil hallar la po: 
siciôn sistemática exacta. 





— 189 — 


NEOCHELYNIA PAULISTA N. Sp. 


& Nigra, tegulis pedibusque ferrugineis, vulto 
aureo-piloso, alis subinfuscatis, venulis fuscis, abdo- 
mine segmentis dorsalibus 1-5 margine a picali albo- 
ciliatis, ventre ferrugineo. Caput crebre punctatum ; 
sculptura faciei a pilis aureis densissimis abscondita ; 
clypei basis translucens crebre et crassius quam ver- 
tex punctata. Oceli laterales minus quam dimidium 
diametrum ab antico remoti, a margine postica ca- 
pitis et ab oculis aeque distantes. Mesonotum subti- 
liter erebreque punciatum; pleuris sternoque albido- 
hirtis. Scutellum ut mesonotum punctatum. Postscu- 
tellum sub scutello absconditum lineam angustam 
sordide albidopilosam formans. Segmentum medium 
perbreve, sine parte horizontali, parte verticali ejus- 
dem nitida, parce punctata atque sparse albido-pilo- 
sa. Pedes breviter albo-hirti. Abdominis segmentum 
primum ad basin latissime excavatum, ibidem niti- 
dum impunctatum, caeterum crebre subtiliterque 
punctatum. Segmenta 2-5 ut in genere Coelioxys 
ciliata modiceque punctata. Segmentum sextum ru- 
gosum, parce nigro-setosum, margibus lateralibus 
cristatis, acutis, margine apicali emarginata. Venter 
punctatus, segmentis, 1-4 margine apicali aloo-cilia- 
tis, segmenta reliqua haud visibilia. 

Long. 9,5 mm; lat. abdom. 2,4 mm. 

Brasil: Est. de S. Paulo (Franca, Enero de 
1903). Typus en el Museu Paulista. 


En esta Revista, Tomo V, p. 420-434, la fami- 
lia Stelididae está representada por 2 géneros: 
Coelioxes y Odyneropsis. En la sistemática moder- 
na se considera Coelyoxes representante de una sub- 
familia dependiente de las Megachilidae, y Odyne- 
ropsis quedé en la familia Nomadidae. No resta- 
ron, pués, en la fauna del Brasil especies pertene- 
cientes a las Stelinidae, ni en todo el resto de Sud- 
América. Recién en 1919 describe COKERELL una 
Stelis sud-americana. St alena Ckil. del Paraguay 
(Canad. Entomol. Vol. LI, p. 27) é insinuaba que 
el Dianthedium nudum Schrottky podria resultar 


— 190 — 


congenérico. La Neochelynia paulista es, pués, la 
tercera especie de la familia del Continentes ud-ame- 
ricano y la primera conocida del Brasil. 


COELIOXYS HOLMBERG MN. Sp. 


q ( Episcolobos, trans. a Oxyepiptyche). Ni- 
gra, segmento abdominali primo rufo, interdum se- 
cundo quoque, vulto dense appresseque albido-piloso. 
Capite mesonotoque sat crebre punctatis, brevissime 
fulvescenti-hirtis; scutello in medio levissimo, spar- 
sim punctato, pilis singularibus fulvescentibus vesti- 
to, apice IMPUNCTATO, IN ANGULUM OBTUSUM PRODU- 
CTO, CARINA MEDIALI HUMILI, DIMIDIUM SCUTELLI AT- 
TINGENTE. Abdomen segmentis 1 -- 5 ciliatis, primo 
et secundo sparsim punctatis, tertio densius, quarto, 
quintoque sparsim subtiliterque, sexto pyriformi, sub- 
tiliter densequ2 punctato, in medio longitrorsus ca- 
RINATO, CARINA APICEM fere ATTINGENTE ; apice epi- 
pygil ROTUNDATO TRUNCATO, angusto, fere acuto vel 
acutiusculo, PILIS ERECTIS DESTITUTO; ventre rufo, 
sat dense albido-hirto, marginibus apicalibus segmen- 
torum albido-ciliatis; hypopygio ACUTO, APICEM EPI- 
PYGII 1 mm. aut magis SUPERANTE, ( superne cum 
duabus carinis, apicem versus in singulam confluen- 
tibus; inferne parallele tricarinato. carinulis humi- 
libus haud valde conspicuis ; aliquando ante apicem 
levissime emarginato ). (1) 

Antennae fuscae; anguli pronoti ferrug'nei, te- 
gulae et pedes rufi, tibilis tarsisque III obscuriori- 
bus ; virgulae duae margine antica mesonoti, sutu- 
ra mesonoto-scutellari et pleurae pubescentia flave- 
scente vestitae; alae subhyalinae, cellula radiali et 
margine distali anteriorum infuscatis. 


Long. 11 mm., lat. abdom., 3 mm. 
Republica Argentina: La Rioja. 
Clo. Dre. Ed. L. Holmberg amice dicata. 





(1) Solamente visible cuando el epi y el hypopygio 
estan en posicion fuertemente divergente. | 


ADA ore 


Var. Statura minore (8 1/2 mm.), segmento 
tertio abdominis haud densius punctato quam reli- 
qua, in medio obscuro rufo. 


— forma menor, forma nova 
Hab. La Rioja, con la forma typica. 


Ay estudiar el material de Coclioxys acumula- 
do durante los últimos años, encuentro que una clas- 
sificaciôn basada en el solorido tiene sus grandes 
inconvenientes. Sin querer quitar nada del mérito 
que reconocidamente tiene el trabajo del Dr. Holm- 
berg ( « Las especies argentinas de Coelioxys », Anal. 
Mus. Bs. Aires, XXVIII, pag. 541 -- 591), debo 
confesar que en varias ocasiones su clave me de- 
sorienté. Citaré algunos ejemplos: 

De Coelioxys quaerens Holmbg. he visto un 
& con el mesonoto completamente rojo, sin trazas 
de negro; seria, pués, del grupo « Erythronotos » | 
(Holmberg. 1 c., pag. 557 ) sin especies argentinas. 
Este ejemplar es de Puerto Bertoni, Paraguay, punto 
separado de la República Argentina por el ancho 
del Rio Parana, 6 sea 300 metros más 6 menos, 
distancia que no es obstáculo para que la forma 
en cuestión no pueda ser hallada en territorio ar- 
gentino izualmente. Non sé si es constante; pro- 
visoriamente la llamo 


var. erythronotos, var. nov. 


Otro: 

La Coelioxys alacris Holmbg. está en su Sec- 
ciôn « Erythrobasis » ; pero un ejemplar que tengo 
4 la vista muy bien se hubiera podido buscar en la 
Secciôn « Melanobasis » porque el rojo dei primer 
segmento abdominal es tan oscuro, casi negro, sien- 
do el ejemplar en si aparentemente bien fresco, que 
la idea de una coloracién no completamente termi- 
nada surgió en seguida. Sabemos que todos los in- 
sectos negros son cuando nacen de la crisálide, 
más 6 menos ferrugineos, algunos hasta casi blan- 
cos; que paulatinamente el quitina se vue've mas 
y más oscuro hasta que la coloracién termina en 


— 192 — 


negro. Non hay motivo para suponer que las Coe- 
hoxys adquieran sus colores definitivos de otro mo- 
do, ni que nacen yá con los colores firmes en ab- 
soluto, sinó su coloraciôn evolucionarä en el mismo 
sentido como en los demás. Pasamos revista otros 
caracteres que puedan servir para hacer una clave 
segura; pero tambien encontramos dificultades. 
He pensado en dividir las especies en las con escu- 
dete punturado y otros con escudete liso; eso es un 
caracter morfológico, tambien empleado por el Do- 
ctor Holmberg ; pero resulta que hay especies que 
aparentemente tienen el escudete bien liso, sin em- 
bargo se descubren por fin en los extremos ângulos 
unos puntos minúsculos, asi que el escudete ya no es 
completamente liso; y de ahi al completamente pun- 
turado hay todas las transiciones posibles; ; donde 
cortar ? Lo mismo pasa si se ensaya 4 dividir las 
especies en las con un dente apical en el escudete 
y otras sin diente; se encuentrarän de nuevo todas 
las transicioaes. Lo mismo pasa ensayando « epi- 
pygio cilado 6 no ciliado, hypopygio tridentado 6 
agudo », siempre habrá formas intermediarias. Sin 
embargo, si bien hay transiciones entre una y otra 
especie, no las hay en la misma especie, y portanto 
tienen todos esos caracteres un valor positivo, sien- 
do dentro de la misma especie constantes, Ic que 
no se puede decir de los colores. Para subsanar las 
dificnltades de componer buenas claves, seria, 4 mi 
modo de ver, preferible incluir lis especies de tal 6 
cual caracter no bien definido en ambas dilemas de 
la clave, à lo de utilisar los colores, porque, si bien 
uno de sus caracteres morfológicos sea transitorio, 
no lo serán todos los demas, y creo que la deter- 
minaciôn de las especies se hará mucho mas facil, 
y sobre todo, más segura, tomando por base la mor- 
fologia e no la coloración. 


CoELIoxYs LATIVALVA Jlolmbg. 


& (Porrhozampyle). Nondam descriptus - C. fri- 
eseana Holmbg. simillimo, differt: ocellis posticis 
ultra duplum diametrum inter se disjunctis et ap. 








as S 


oculis remotis, ab antico fere sesquidiametro.. Ca- 
pite thoraceque crebre punctatis, scutello quoque, 
humiliter in medio carinato, apicem versus cons- 
picueet in angulum obtusum marginis posticae ter- 
minante; segmerto ventrali quarto ad apicem pro- 
cessis duobus, lamella intermedia coalitis, munito; 
quinto apice in lamellam membranaceam  pallide 
ochraceam producto; tergitis sternitisque omnibus 
margive albo-ciliatis; epipygio dense punctato, den- 
tibus basalibus munito, apice quadrispinoso, agolo a 
basi remolissimo, processis divergentibus, inferis lon- 
gioribus et acutioribus. Nigra; capite usque ad ocel- 
los postices ochraceo--pubescente, mesonoto margi- 
nibus omnibus ochraceo--ciliato, tergitu primo om- 
nino, secundo basi lateribusque rufis ; antennis nigris, 
tegulis pedibusque ferrugineis, tarsis posticis fusces- 
centibus ; ventre basi obscure rufo, apicem versus 
nigricante. 
Long. 11 1/2 mm, lat, abdom. 3 1/2 mm. 


Tengo à la vista un ejemplar & de Santa Fé 
(Rosario), Diciembre 1913. Una ¢ de la misma lo- 
calidad fué cazada en flores de sinantéreas. Ambos 
sexos se parecen extraordinariamente. La descrip- 
ciôn de la 9 concuerda en todos los puntos con la 
descripcion del Dr. Holmberg. 


COELIOXYS AGILIS Sm. 


ee ( Palindiestecodonta ) Nigra, segmento abdo- 
minale primo ima basi lateribusque rutis vel lateri- 
bus tantum; vulto dense appresseque aureo-villoso ; 
mesonoto antice posticeque fasciola transversa fulva 
ornata ; abdomine segmentis omnibus sordide albido- 
vel flavescenti-ciliatis, ciliae caducae aliquandum de- 
sunt; ventre obscure rufo vel fere nigro, margini- 
bus apicalibus segmentorum albidociliatis ; antennis 
fuscis, subtus vix dilutioribus; tegulis pedibusque 
ferrugineis vel fusco-f-rrugipeis ; alis paulum infus- 
catis margine distali obscuriore. 

Caput, mesonotum scutellumque UBIQUE crasse 
PUNCTATA, sed intervall inter punctos aliquandum dia- 
metro eorum aequales, aliquandum minores vel ma- 


ee eee 


jores, tamen specimina a me inspecta evidenter 
conspecifica. Scutellum MARGINE POSTICA ROTUNDATA, 
in medio lungitrorsus CARINATUM, carina humili, API- 
cem scutelli attingente atque ibidem aliquid altiore ; 
processis lateralibus creberrime punctatis, a latere 
visum obtusis. Abdomen subtiliter sat dense punc- 
tatum, epipygil eminentia hippocrepidia typo sche- 
matico n. 17 cli. E. 1. HOLMBERG simili, ramis 
divergentibus, processis postico-superis latis obtusis- 
que, postico-inferis multo longioribus, acutis ; dentes 
basales epipygii parvi, acuti. Segmentum ventrale 
quartum ad apicem denticulis duoous minimis lameila 
intermedia coalitis, armatum; lamella aliquandum 
haud bene conspicua neque denticuli semper promi- 
nentes. Long. 9-10,5 mm. ; lat. abdom. 2,5-2,8 mm. 


Por no encontrar caracteres de importancia que 
se opongan a la identificaciôn, refiero a C. aguis 
los 3 ejemplares del Museu Paulista que tengo a la 
vista y que provienen de Santarem, Est. do Para, 
a pesar de la descripción insuficiente de SMITH y de 
ser estos ejemplares mas grandes que “7,9 mm, me- 
dida indicada en la descripción original de êsta es- 
pecie. Sin embargo doy una nueva descripciôn que 
considero tanto mds indispensable como que la es- 
pecie es bastante variable. Ciertamente hubiera sido 
necesario hacer por cada uno de los 3 ejemplares 
una descripcion aparte. No obstante, fuera de duda 
pertenecen todos a la misma especie. Las variacio- 
nes en el colorido son de escasa importancia; pero 
aqui se trata de una diferencia morfológica, teniendo 
un ejemplar los intérvalos entre los puntos de ca- 
beza y tórax casi reducidos a nada, el outro iguales 
al diâmetro de los puntos y el tercero aún mas gran- 
des. En cambio, el aspecto general y la proceden- 
cia idêntica son argumentos para no separarlos, y 
más aún, porque tanto el escudete como el último 
segmento abdominal concuerdan tan bien en los 3 
ejemplares que seria un absurdo querer tenerlos por 
especies distintas. La extenciôn de la pubescencia 
dorada y las fajas abdominales varian tambien hasta 
cierto punto, asi las mencione de paso solamente. 


a 


be") WT eu 





— 195 — 
(2 - Coel. agilis) 


Comparando C. agilis, primeramente conocida 
de S. Paulo de Olivença, Est. do Amazonas, con las 
demäs especies de Amazonia, resultan estas diferen- 
cias: C zonula Sm., igualmente de Santarem, es 
mas grande, 13-15 mm, tiene los 3 primeros se- 
gmentos del abdomen rojos, las fajas sobre el abdo- 
men son de un blanco pure etc. ; C. laevigata Sm. 
de Para defiere por el escudete sin punturas y con 
un dente ancho en el medio; C. rufopicta Sm., sin 
localidad exacta, igualmente por el escudete sin pun- 
turas, además por una carena que pasa sobre los 
primeros 4 segmentos ventrales; C. clypeata Sm. 
de Tunantins, difiere por el clipeo bilobado ; C. 7qna- 
va Sm. de Ega pur las suturas toracales con pu- 
bescencia blanca y el diente mediano del escudete ; 
C. amazonica Schrottky de Manaos por el escudete 
trispinoso C. aculeata Schrottky de Manaos por el 
escudete trispinoso y sin punturas; C. ardescens 
Ckll. de Porto Velho en el Rio Madeira por el es- 
cudete sin punturas en el medio y las 4 espinas 
terminales del último segmento abdominal agudas. 
Comparando C. agilis con especies extra-brasileñas 
se llega a ja proximidad de C. vituperabdelis Holmbg. 


COELIOXYS TABAYENSIS n. SP. 


Q (Orthocolobos ) Nigra, opaca, sparsim sat 
grosse punctata, scutello DENSIS-PUNCTATO, E CARI- 


‘NATO, apice truncato, aliquid rotundato, EDENTATO ; 
“abdomen subtiliter sat dense punctatum, apicem ver- 


sus sparsius; epipygio vix carinulato, post dimidium 
fortiter depresso, in depressione NIGRO-VELUTINO et 
sat DENSE FUSCO-PILOSO, ( PILIS ERECTIS ), apice trun- 
cato; ventre ubique punctato, segmento quinto apice 
producto, hypopygio opaco, epipygio longiore, post 
dimidium ampliato, deinde dense fusco-ciliato, apice 
nudo, spiniformi, teretro. 

Vultus usque ad ocellos posticos sordide fla- 
vescenti-pilosus, genae, pleurae, sternumque albido- 
hirtae, pronotum suturaque scutellaris ochraceo-pi- 


— 196 — 


losa, segmenta omnia albido-ciliata ; mandibulae 
(apice excepto ), articuli duo basales antennarum, 
tegnlae et pedes ferruginei; tergilum primum ru- 
fum, reliqua in parte deflexa quoque, venter fer- 
rugineus. 

Long. 11 mm; lat. ablom. 3 mm. 


Argentina : Missiones, prope flumen Alto-Tabay. 


COELIOXYS PARANENSIS D. Sp. 


Q( Orthecolobos ). C. tabayensi simillima, den- 
sius punctata, scutello SPARSIUS punctato, linea me- 
diali LEVI, IMPUNCTATA, apice OBTUSE ANGULATO ; epi- 
pygio subtiliter densissime' punctato, opaco, post 
SECUNDUM TERTIUM depresso, in depressione fusce- 
scenti-velutino et SPARSIM ALBIDO-piloso ( pilis ere- 
ctis ), apice truncato, aliquid reflexo, sinuoso; ven- 
tre sparsiin punctato, magnitudine punctornm api- 
cem versus decrescenti; hypopygio opaco, ovali, 
apice acutiusculo, in spinam parvam terminante, 
epipygio conspicue long:ore, marginibus breviter ci- 
liatis. Vultus usque ad ocellos posticos flavescenti- 
pilosus, genae, pleurae sternumque albo-vel  albido- 
hirta, sutura antica posticaque mesonoti ochraceo- 
hirtae, segmenta abdominalia albo-ciliata. Nigra, 
mandibulis ( apice fusco excepto ), tegulis pedibusque 
ferrugineis, tergito primo omnino rufu, 2i-di dimi- 
dio apicali, et parte deflexa quoque, extensione rufo-co- 
lorata apicem versus decrescente ; ventre omnino rufo. 

Long. 11 mm; lat. abdom. 2,75 mm. 

Paraguay, Puerto Bertoni. 


COELIOXYS MENTENTOMES n. Sp. 


4 (Metentomes}). Nigra, capite thoraceque 
grosse creberrimeque punctatis, (pone ocellos pos- 
ticos spatio parvo impunctato ), ocellis posticis ma- 
gis ab oculos remotis quam inter se, et dimidium 
diametrum ab antico; capite post oculos pone man- 
dibulas cum impressione lata unguiformi; scutello 
ubique CREBERRIME PUNCTATO, in medio conspicue 
CARINATO, carina altissima, levi; dentibus laterali- 





— 197 — 


bus compressis, longis, subhamatis; apice scutelli 
angulum obtusum formante; segmento medio lon- 
gitudinaliter carinulato. Abdomine leviter sparsim 
punctulato, segmentis ciliatis, tergitis 2° - 3º — qne | 
lateribus transversim cicatricatis ; epipygii eminentia 
hippocrepidea fere typo schematico n. 7 cli. E. L. 
Holmberg (p. 950), ramis parallelis, processis pos- 
tico-superis grossis, acutis, postico-inferis longio- 
ribus acuuoribusque, aliquandum deorsum versus 
deflexis; epipygio omnino segmentis anterioribus 
densius punctulato, fere opaco, punctulis mini nis. 
Ventre regulariter punctato; sternito 4º in medio 
emarginato, lateribns emarginationis denticulo mi- 
nutissimo munitis; 5º in medio depresso. Coxis an- 
ticis dente robusto armatis. 

Nigra, articulis duobus antennarum subtus, man- 
dibulis ( apice excepto ), tegulis pedibusque ferrugi- 
neis; abdominis tergito primo fere toto (imo apice 
excepto) 2º et 3° lateribus rufis; ventre obscure 
rufo. Vulto usqne ad ocellos posticos longe appres- 
seque pallide ochraceo-villoso, capite infra pilis al- 
bidis sat dense vestito ( impressione unguiformi ex- 
cepta); pronoto fascia lata pubescentiæ ochracæ 
ornato, sutura mesonoto-scutellari quoque, pleuris 
fasciis duabis transversalibus pubescenciæ albidæ vel 
alba donatis; segmentis dorsalibus abdominis ful- 
vescenti, — ventralibus albito-ciliatis. Alis byalinis, 
apice infnscato, venulis fuscis. 

Long. 10, 5 mm.; lat. abdom. 3,5 mm. 

Paraguay: Puerto Bertoni. 


MeGacHILE ANISITSI Schrottky 


1 q en el Museu Paulista, de Franca, Est. de 
S. Paulo, 1913. 1 & con la misma indicación : 
Franca, Enero 1913. 2 S 7 de Santarem, Est. 
de Pará, 1901. 

Los S&S fueron descritos muy minnciosamente 
por STRANw en Zool. Jahrb. Abt. f. System. &. 
Vol. XXIX, 1910, p. 542 bajo el nombre J/. hila- 
remorpha n. sp. porque el autor dice no existir 
comprobación alguna de que son los dos sexos de 


— 198 — 


de una y la misma especie. No me parece fundada 
esta duda; pero, aúnque resultasen dos especies 
dstintos, los dd deberän llevar otro nombre: M, 
flabellata Vach., publicado en 1909. STRAND los 
compara con M. hilaris Sm., y efectivamente se 
puede aplicar la descripciôn de ésta a pesar de 
existir cicrtas diferencias en el colorido y que la 
descripciôn de SMITH no menciona los apêndices 
extranos de los trocanteres I y la forma de las 
mandibulas. Dejando de lado la sospecha de SMITH 
de que M. hilaris sea el otro sexo de M. compacta 
Sm., y admitiendo la posibilidad de que lo sea de 
M. laeta Sm., tendremos para la especie la seguiente 
sinonimia, sin perjuício de que talvez algunos de los 
nombres podrán ser conservados para las subespecies : 

M. laeta Sm 1853=M. hilaris Sm. 1879 = 
M. laeta anisitse Schrottky 1908 = M. flabellata 
Vach. 1909 = M. hilarimorpha Strand 1910. 

Pero hay que esperar mãs material y hacer 
comparaciones con los ejemplares tipicos en el Bri- 
tish Museum, para salir de la duda 


MEGACHILE ANTHIDIOIDES Rad. 


1 ¢ de Rio Grande do Sul ( Neu-Wiirtemberg, 
Marzo 1915) es un poquito más pequeno que otras 
del Est. de S. Paulo, pero concuerda en la escultu- 
ra y el colorido perfectamente. Es la primera indi- 
cacion para el Estado Rio Grande do Sul. & del 
Est. de S. Paulo, Alto da Serra, Mayo 1912. Todos 
en el Museu Paulista. 


MAG ACHILE FOSSORIS Sm. 


El Museu Paulista posee varios ejemplares : 
Oq q de “Brasil” sin otra indicación ; 3 de Manaos, 
Est. Amazonas, Bicego leg. 1900; 1 de St. Rita 
de Antas, Est. de Goyaz, 1915. 

Practicamente no hay diferencia entre MM. /os- 
soris y M. leucocentra m., salvo que ësta última 
es un poco más grande (13 contra 11--12 mm). 
Lo mejor será suprimir el nombre leucocentra. 


— 199 — 


MEGACHILE FRIESEI Schrottky 


En el Museu Paulista 1 q de S. Paulo, Enero 
1914. 
MEGACHILE HELICITARSUS Schrottky 


2 & & con la misma indicacién como la pre- 
cedente: S. Paulo, Enero 1914, en la Coleccion del 
Museu Paulista parecen confirmar mi sospecha de 
que sean el otro sexo de M. frieser. 


MEGACHILE MINUSCULA Schrottky 


En el Museu Paulista 1 & de S. Paulo, Cida- 
de, Enero 1910. La especie es nueva para el Es- 
tado de S. Paulo. 


MEGACHILE SUARANITICA FERRUGINEIPES Friese 


1! q en el Museu Paulista del Est. Amazonas, 
Manaos es casi idêntica con la forma paraguaya M. 
guaranitica f. melanopyga m., sólo que el clipeo 
tiene una puntuaciôn mas fuerte y espesa. Gon mis 
material ha de ser posible pronunciarse sobre la 
necesidad de considerar ferrugineipes especie distinta. 


MEGACHILE GUARANITICA Schrottky 


Una q de la República Argentina, Provincia 
de Santa Fé, pertenece a la forma que describi co- 
mo especie, M. catamarcencis. Segün este hallazgo 
no cabe duda que las formas consideradas andinas 
existen lo mismo en las Ilanuras y que, por lo 
tanto, no deberän tener el rango de subespecies. 
Amäs de la especie que FRIESE tenia por M. gom- 
phrenae Holm., inclusive todas sus variedades con 
exepciôn -- quizás -- de la var. saltensis Friese, debe 
incluirse en la sinonimia de la M. guaranttica la 
especie descrita por VACHAL con el nombre JM. 
marcida. 
MEGACHILE FUMICOSTA Strand 


El autor de ésta especie aclaré por correspon- 
dencia un párrafo de la descripciôn que dejaba lu- 


— 200 — 


gar a dudas. Las palabras “Coxen I mit 2... Fort- 
sitzen” (Coxas primeras con dos espinas) las habia 
interpretado del modo que cada una de las coxas 
tenia 2 espinas; pero el sr. STRAND me escrise 
que queria decir que hay 2 espinas por todo. Lo 
hago constar para evitar mala inteligencia; la es- 
pecie descrita por mi con el nombre 37. vernoniae 
resulta entonces ser sinônimo. 1% de Rincão, Est. 
de S. Paulo en el Museu Paulista. Es nueva para 
el Brasil. 


MAGACHILE PAULISTANA Schrottky 


Los “do son bastante variables. De 6 ejempla- 
plares recibidas del Museu Paulista bajo el mismo 
número (17.677), 3 tienen la cresta del sexto seg- 


mento abdominal emarginada en el medio del modo 


que existen 2 pequenos dientes en ella, y 3 ejem- 
plares la tienen no solamente entera sino en un caso 
hasta prominente en el medio. Las espinas de las 
coxas | son tan cortas que es muy dificil verlas de- 
bajo de los pelos blancos que las escuenden. El to- 
mento de la sutura entre el mesonoto y el escudete 
es amarillenta y muy caduca; las fajas del abaomen 
son igualmente amarillentas tulvas ). 

La clave de VACHAL (1909) conduce a AZ. 
acula Vach. en los ejemplares cuya cresta forma 2 
dientes y a M. quadrata Vach. en los ejemplares de 
cresta entera ; ambas son un poco mas grandes v difie- 
ren en casi todos los detalles. La clave de ERIESE 
( Tierreich 1911) conduce a M. xanthura Spin. la 
cual tiene el escudete truncado en línea recta lo que 
no es el caso en los ejemplares de S. Paulo. Mi 
clave en esta Revista, tomo IX, conduce a M. pa- 
ranensis Schrottky, que difiere solamente por el to- 
mento de la satura entre el mesonoto y el escudete 
blanco, y las fajas abdominales que son de un blanco 
sucio. Esto es probabelmente efecto la viejez de los. 
ejemplares respectivos y portanto sin importancia de 
valor específico. 

( Auvierto que en mi clave citada hay un er- 
vor tipográfico : En p. 148 el dilema 20 debe ser 





— 201 


corrigido, pues donde dice « Os metatarsos I pouco 
dilatados ou sae .... 33» en verdad tiene que 
leerse «.. 34 ». 

Para mi no cabe duda de que JM. paranensis 
sea el otro sexo de M. paulistana; sin embargo, 
seria bueno comprobarlo, lo que no sera difícil si el 
nilo descrito por R. von IRERING en esta Revista 
tomo VI. p. 169, era realmente de esta especie. 

En el Museu Paulista hay muchos ejemplares 
de esta Megachile, ambos sexos, del Est. de S. Paulo : 
de Ypiranga, Febrero de 1908, de Franca, 1902 
y Enero de 1903, de Campinas, Enero de 1901; 
ver tambien los datos publicados anteriormente. 


MAGACHILE BRASILIENSIS DT. 


— Megachile denticulata Sm. Cat. Hym. 
Brit. Mus. !, 1853, p. 185 (nec REICHE 

{847 ). 

= Megachile denticulata Schrottky, Rev. 
Mas.” Paul. 1X, 1915, p. 213 


Esta especie representada en el Museu Panlista 
por 2 4d de Santarem, Est. de Pará, está mal en 
mi clave de 1913. En el dilema 20 sigue a n. 21 
( Metatarsos 1 muito dilatados) y debera seguir a 
n. 34 ( Metatarsos 1 pouco dilatados ou simples ). EI 
abdomen termina en una cresta, a veces mny grande 
y con 6 dientes mayores (:3 de cada lado) y uno 
muy pequeño de cada lado, otras veces la cresta 
es corta y todos los dientes tambien ; la forma re- 
cuerda a M. melochice Schrotiky, esta Revista, tomo 
IX, p. 206, fig. 8 G. sólo que el diente exterior 
esta mas separado de los interiores y más aún el 
pequeño diente lateral; pero el metatarso I es meno 
ancho que la tibia 1; las coxas I tienen espinas bien 
distintas. 


MEGACHILE TENUITARSIS Nn. Sp. 


& Nigra, fulvo-hirta; facie densissime aureo 
pilosa; vertice mesonotoque fusco-hirtis, pleuri- 


— 20? — 


sternoque albo-birtis; abdomine segmento apicali 
rufo, fulvescenti-tomentoso, reliquis fulvo-fasciatis ; 
pedibus ferrugineo-fuscoque variegatis; alis snbhya- 
linis, venulis ferrugineis. 


Mandibulae obscure rufae, apice 4—dentatae ; 
dentes omnes inter se fere que distantes, acumi- 
nati; prope basin mandibulae appendice dentiformi, 
magna, hamata, retrorsus directa armatae. Vertex 
sat crebre punctatus, mesonotum quoque; sutura 
inter scutellum et mesonotum fulvescenti-tomentosa. 
Coxae anticae utraque spinam robustam ferens; 
femora I albo-pilosa; tibiae | robustae, latiores 
quam metatarsi 1; articuli 4 basales tarsorum I te- 
nues,flavidi, apice nodoso. obliquo, intus breviter 
fulvescenti-hirti, extus laxe albo-pilosi; articulus 
apicalis niger, ima basi flavida. I'emora Il crassa, 
laxe albo-pilosa ; tibiae I] prope apicem, dente hama- 
to, fere ut M. chamacoco sed subtiliore armatae ; 
tarsi II ferruginei, tenues, longissime sordide albo- 
pilosi; pedes III ut I! formati sed tibiae sine dente 
hamato. Tegulae ferrugineae. subtiliter punctatae. 
Abdomen ante fascias marginales fulvas crebre 


punctatum; crista analis segmenti sexti profunde 


semi-circulariter emarginata; dentes lateralis ejus 
sat longi, acuminati; segmenta 3, 4 et 5 ad basin 
nigro-setosa. 


Long. 10 mm; lat. abdom. 3,5 mm. 


Brasil: Est. de S. Paulo ( Campinas, Enero de 
1901). El Typus en el Museu Paulista. 


Mi clave en esta Revista, tomo IX, conduce a 
M. jundiana Schrottky y M. chamacoco Schrottky; 
de la primera se distingue por el diente de la tibia 
en forma de gancho y las espinas de las coxas I 
menos anchas; de la segunda por los metatarsos 
delegados, sin apéndice; de ambas especies difiere 
por el enorme diente de la base de las mandibulas. 
Por el conjunto de los caracteres se aproxima más 
a la primera de ellas. 


— 203 —. 


MEGACHILE RIOJANA N. Sp. 
Del grupo de M. Limae y M. arecha valetae 


¢ Nigra; mandibulis subtus flavescenti-ciliatis, 
ciliis longis ; tegulis brunneo-maculats ; clypeo utri- 
usque albo-hirto, antice-flavescenti-fimbriato. 

Pubescentia capitis omnino albida, tamen inter 
oculos ocellosque spatio nudo; pubescentia in tri- 
angulo ab ocellis formato fusca. Mesonotum ubique 
pilis albidis circumscriptum ; sutura mesonoto-scu- 
tellaris albido-tomentosa ; fasciculi densi pilorum al- 
borum ante insertionem alarum atque post eam. 
Mesopleurae fusco-pilosae ; sternum  albo-pilosum. 
Segmentum medium pilis longioribus albis donatum. 
Pedes aibo et flavescenti-pilosi, metatarsi antici in- 
termediique antice brunnei-pilosi, nunguam tamen 
pilos nigros ferentes. Calcaria postica flavescenti- 
albida. Alae prope marginem paulum infuscatae. 
Abdomen segmento basali sat longe albo-piloso, se- 
gmentis 1 -95 margine apicali fascias angustas al- 
bas ferentibus; basis segmentorum 2--5 tenuiter 
breviterque nigro-pilosa; segmentum sextuin brevi- 
ter flavescenti-tomentosum. Scopa albido-tlavida. 

Mandibulae extus prope basin opacae, rugosae ; 
pars antica earum prope clypeum fortiter punctata, 
punctis elongatis, obliquis. Clypeus sat dense pun- 
ctatus, margine antica leviter emarginata atque in 
medio denticulo parvo obtuso armata; post margi- 
nem leviter impressus; scutum nasale eodem modo 
ul clypeus punctatum, pilis destitutum. Vertex ubi- 
que densissime punctatus. Mesonotum scutellumque 
opaca, tamen puncti in mesonoto solum antice den- 
sissimi, postice et in scutello intervallis distinctis se- 
parati. Tegulae punctis minimis tamen conspicuis 
obtectae. Abdomen antice densissime, postice spar- 
sius sed fortius punctatum. 

Long. 15 mm.; Jat. abdom., 5 mm. 

Argentina: La Rioja. 


La clave de FRIESE ( Apidae Argent. 1908 ) 
conduce a M. leucografa ; pero ésta es, según la 
descripción, más pequeña, sin tomento blanco en la 


490 


sutura entre el mesonoto y el escudete y sn clipeo 
es gruesamente rugoso. La descripcién de FRIESE 
no elimina todas las dudas porque es demasiado 
corta y, por el otro lado, existen en la región an- 
dina numerosas especies muy parecidas. La clave 
de JOERGENSEN ( Bienen v Mendoza, 1912) con- 
duce también a M. leucografu ; este antor no da 


ninguna descripción de ella. Seguin mi clave en esta 


Revista. tomo IX, se Ilegaria a M. Leinae. la cual 
es més pequeña, tiene los costados com pelos ama- 
rillentos y difiere, en general tanto en la escultura 
como en la pubescencia. Mas parecida aún es JL 
arechavaletae ; pero ésta no tiene en la margen 
anterior del clipeo el psqueno diente ete. la clave 
de VACHAL, enfin, conduce a it aw ns. 20-- 
37 de las cuales unicamente el n. 35, Af. vincla, es 
comparable; aunque la E ea no menciona la 
forma de la margen anterior del clipeo, hay otros 
datos que indican que es diferente; por ejemplo 
« Scutum nasale et chaperon à ponctnation grosse et 
confluente, avec une mince ligne lisse sur le milieu » 
no viene del todo bien a la JL. riojrna. 


MEGACHILE P*EUDOCŒLIOXYS N. Sp. 


¢ Nigra, mandibulis rufis, tegulis pedibusque 
ferrugineis. Caout dense fulvescenti-pilosum vertice 
breviter obscurius fulvo-hirto. Thorax omnino etiam 
fulvesce ti-pilosus, sed mesonotum et scutellum supra 
nuda. Sutura inter mesonotum et scutellum fulve- 
scenti-tomeniosa, tomentum tenue caducum. Fe- 
mora tibiseque laxe breviterque fulvo-hirta, tarsi for- 
tius ferrugineo-hirsuti. Ale subbyalinse margine 
apicali infuscata ; ceilula radialis prope venulam cos- 
talem infuscata. Venulie fusco ferruginese. Abdo- 
men supra nudam ima basi breviter et parce fulvo- 
pilosa, segmento apicali breviter nigro-setoso ; scopa 
sordide alba imo apice nigra atque lateribus se- 
gmentorum 3-5 paucis pilis nigris intermixtis. 

Mandibulie late, 4 — dentate, dentibus 2 api- 
calibus parvis acuminatis, sequente latissimo oktuso, 
basali parvo rotundato. Clypeus crasse crebreque 





— 205 — 


punctatus margine antica dentem minusculum me- 
dianum ferente utriusque paulum sinuosa. Scutum 
nasale sat crebre punctatum sed area perparva im- 
punctata pone clypeum. Caput reliquum creberrime 
sed subtiliter punctatum. Antenne fuscæ, articulus 
secundus funiculi perparvus. Mesonotum et scutel- 
lum subtiliter punctata in medio sparsius, latera ver- 
sus crebrius. Metatarsus posticus tibiæ fere seque 
latus, apicem versus attenuatus. Abdomen nitidum, 
segmentis 1-4 parce punctatis, reliquis densius. 

Long. 12 amm.; lat. abdom. 4 mm. 

Brasil: Est. de S. Paulo (Franca, Enero de 
1903). Zypus en el Museu Paulista. 


Mi clave de 1913 conduce a M. ventralis Sm., 
que debe llamarse, por estar el nombre preoccupado, 
M. dupla Ritsem.; pero ésta tiene la pubescencia 
gris amarillenta en el lado superior del tórax. una 
mancha amarillenta en la célula radial y la scopa 
mayormente negra, sin mencionar otras diferencias. 
M. planula Vach., tiene las alas hialinas con las 
venas negras, el escudete achatado y el cuerpo alar- 
gado com facua de Osmia, todo lo cual se opone 
a una identificacién del ejemplar paulistano com ella. 
M. coelioxifornus Schrotiky, enfin, tiene la célüla 
radial entera y parte de las cubitales enegrecidas, 
fajas de pelos blancos en los segmentos abdominales 
1-5 y la scopa enteramente, blanca. De todas las espe- 
cles que me son conocidas se aproxima mas a ésta 
última; su facha recuerda a una gruesa Coelvoxys. 


MEGACHILE LAMNULA Vach. 


1 4 del Museu Paulista de Estacion, Alto da 
Serra, Est. de S. Paulo, Enero de 1412, Schwebel 
leg., reficro a ésta especie a la cual conduce la 
clave de VACHAL de 1909 y la mia de 1913. El 
clipeo tiene en el medio un pequeno espacio sin 
nunturas; las coxas | no uenen espinas pero son 
densamente pilosas ; el escudete es abultado y tiene 
en el medio algunos pecos puntos microscópicos. 

Es nueva para el Estado de S. Paulo. 


— 206 — 
MEGACHILE PARKINSONIÆ NM. Sp. 


¢ Nigra; tegulis brunneis; calcaribus posticis 
flavescenti-albis. 

Clypeus sparsim nigro-setosus; ab ocello antico 
usque ad basin clypei descendit linea angusta seta- 
rum nigrarum. Vultus utriusque albo-hirtus ; eodem 
modo pars capitis pone oculos. Mesonotum scutel- 
lumque nigro-setosa; margo antica mesonoti parum 
albo-pilosa ; fasciculi parvi pilorum alborum adsant 
in angulis anticis mesonoti et pone tegulas, fascicu- 
lus æqualis tamen aliquid major sub tegulis. Sutura 
mesonoto-scutellaris albo-tomentosa. Margo postica 
scutelli breviter, segmentum medium longius albo- 
pilosa. Pleuræ sternumque  nigro-hirta.  Pedes 
omnino pilis brevibus fuscis obtecti, metatarsi pos- 
tici intus fulvo-ferrugineo-hirti. Iasciae segmento- 
rem 1-5 angustae, albae, pars basalis eorumdem 
paucis setis nigris; segmentum sextum griseo-fla- 
vescenti-pruinosum paucis pilis longioribus nigris 
intermixtis. Scopa aurantia-rubra. 

Mandibulae sparse punctatae, punctis prope 
oculos haud profundis, tamen in parte prope cly- 
peum elongatis atque profundioribus. Ciypeus late- 
ribus dense, in medio parum sparsius punctalus ; 
scutum nasale aliquid levius et sparsius quam cly- 
peus punctatum ; sutura inter clypeum et scutum 
nasalem depressa. Vertex et dimidium anticum 
mesonoti subtiliter densissime punctata, dimidium 
posticum scutellumque aliquid sparsius. Puncti abdo- 
minis antice subtiliores et densiores, postice cras- 
siores atque dispersi. 

Long. 12 mm; lat. abdom. 4 mm. 

Argentina, Provincia Santa Fé ( Typus). Di- 
ciembre en flores de Parkinsonia aculeata 'L.; Prov. 
La Rioja. 


Las claves de FRIESE ( 1908) y JOERGEN- 
SEN (1912) conducen ambas a M. burmeistem 
Friese. Pero, la descripción de esta especie no me 
es comprensible pués dice: «Der M. jenseni nah- 
estehend mit ganzen, weissen Segmentbinden, Me- 


E” 


— 207 — 


tatarsus breiter, von Tibienbreite» ( Vecina a M 
jensent con enteras fajas blancas sobre los segmen- 


tos; metatarso más ancho, tan ancho como la tibia ). 


7 lineas más adelaute afirma de nuevo; « Metatar- 
sus viel breiter als bei jensen: und von Tibienbreite» 
( metatarso mucho más ancho que en jensen: v del 
ancho de la tibia ). Ahora bien, en la descripción 
de M. jenseni dice FRIESE: _« Beine viel breiter | 
als bei garleppr, Metatarsus etwas breiter als die 
Tibien » ( Patas mucho mas anchas que en garleppi, 
metatarso un poco más ancho que la tibia). Final- 
mente de M. garlepp: dice el mismo autor que el 
metatarso tiene 2/3 del ancho de la tibia. De estas 
comparaciones resulta que el metatarso de M. jen- 
seni ya es mas ancho que la tibia, él de M. bur- 
meisteri todavia mas ancho que el de jensenr pero 
solamente tan ancho como la tibia; en consecuencia 
—y admitiendo cierta lógica en estas descripciónes 
— la tibia de JM. burmeister: tiene que ser muy 
ancha, mas que en garleppi y mucha más que en 
jensent. En los ejemplares que describo como J. 
parhinsoniæ no es este el caso, al contrario, las 
tibias no pueden ser llamadas « anchas » de un todo 
y el metatarso es apenas tan ancho que la tibia. 
Por eso y porque tampoco nmguna de las descrip- 
ciônes de VACHAL puede aplicarse a los referidos 
ejemplares, tengo la especie como inédita. 


MEGACHILE PULCHRA Sm. 


2 Jd de Santarem, Est. Pará, en el Museu 
Paulista coinciden en todo detalle con la descripción 
original. Es nueva para el Bajo Amazonas. 


MEGACHILE PULCHRA CACHORIRENSIS n. subsp. 


5 Differt a M. pulchra typica scopa ventral ; 
haec in segmentis 2-4 solum flavescenti-albida, ta- 
men in 5-º 6-º que nigra. 

Log. 12 mm. 

Brasil: list. Espirito Santo, Porto Cachoeira, 
Abril, 1912. 


a (li Tel 


Los 6 ejemplares del Museu Paulista no diffe- 
rem entre si. Em cambio, la forma tipica tiene, 
según su autor, las patas a veces « ferruginous » sin 


manchas oscuras, y otras veces con manchas negras. . 


La nueva subspecie tiene manchas oscuras, no pre- 
cisamente negras, sobre las tibias anteriores y todos 
los metatarsos. Los metatarsos posteriores portan 
además en su cara exterior pelos casi negros. El 
clipeo es densamente punturado y su margen ante- 
rior e marginada. | 


MEGACHILE PROSERPINA Schrottky 


El Museu Paulista tiene, fuera de los mencio- 
nados anteriormente, nuevos ejemplares dei Est. S. 
Panio: ltatiba, Abril 1910; Ypiranga, Febrero 1917. 
t q tambem del Est. Amazonas: Manaos, Bizego 
leg. 1900. 


MEGACHILE FIEBRIGI Schrottky 


A esta especie debo referir una q de Manaos, 


Est. Amazonas, en la Collección del Museu Paulista. 
Por más que la proveniencia nie sorprende, una con- 
paraciôn minuciosa no ha revelado diferencias en- 
tre el ejempiar referido y otros del Est. de S. Pau- 
lo. Es nueva para Amazonia. 


MEGACHILE ANOMALA Schrottky 


4 && de Campinas é Ypiranga, Est. de São 
Paulo. tienen la pubescencia del vértice ferruginea ; 
2 de Manaos, Est. de Amazonas, lo tienen con pube- 
scencia fusca. Otras diferencias parecen no existir. 
Por tan enorme distribuciôn es licito suponer que la 
especie habra sido conocida a uno de los autores 
antigüos. Sospecho que la AZ. susurrans Hal, puede 
referirse a esta epécie, lo que será dificil confirmar 
porque la descripcién de HALIDAY, del año 1836, 
es demasiado breve y aplicable a media docena de 
especies a la vez. Los ejemplares arriba mencionados 
estân en el Museu Paulista. 


PR CES 





AMC, LE 


MAGACHILE STRENUA Sm. 


1 de Santarem, Est. de Pará, en e Museu 
Paulista coincide con la descripción original en to- 
dos los detalles, menos que las patas IL y III ten- 
gan manchas oscuras; en el ejemplar referido son 
uniformemente ferrugineas. Estoy convencido que 
la ausencia de estas manchas no tiene mayor impor- 
tancia. En mi clave, Vol. IX de esta Revista, se 
llega derecho a esta especie; no asi en la clave de 
FRIESE en « Das Tierreich, 1911 » que desvia desde 
el principio, pués está mal en el dilema : último seg- 
mento abdominal entero. 

Las coxas | estan armadas ; cada una lleva una 
espina bastante grande que termina bruscamente en 
una punta. El último segmento abdominal esta cur-, 
vado hacia adelante y termina en dos pequefios dien- 
tes que son partes de una carena transversal que se 
ensancha hacia el medio. Los dos dientes aparecen 
como tales porque la carena tiene,bien en el medio, 
una impresión profunda casi semicircular, Las Ubias 
Il llevan en su lado interior largos pelos amarillen- 
tos, pero no tienen ni diente ni espolones. Las man 
dibulas tienen la mitad apical, con excepción de las 
puntas, ferrugineas y tienen cerca de su base, abajo, 
una enorme dilataciôn redondeada. 


MEGACHILE GOMPHRENOIDES Vach. 


¢ Argentina, Prov. Santa Fé (es la primera 
localidad exacta para esta especie fácil de reconocer ). 
| 


MEGACHILE SUBINFIMA N. SP. 


¢ Parva, nigra; tegulis brunneis; unguiculis 
ferragineis ; calcaribus posticis albidis. 

Mandibula: extus griseo-flavescenti-tomentosa, 
subtus paucis pilis longis flavescentibus. Alae vix 
infuscatæ, nervulis brunneis. Vultus albido-pilosus ; 
clypeus et scutum nasale fere nudi paucis setis bre- 
vibus nigris ; occiput albc-hirtum. Mesonotum an- 
tice, pleuræ, sternum, segmentum medium et pedes 
albido-hirta, mesonotum tamen etiam setas breves 


— Sid 


nigras erectas ferens, atque scutellum pilos nigros 
longiores ante incurvatos. Abdomen segmento primo 
pilis dispersis erectis albis sat longis obtecto, seg. 
mentis 1-5 margine ciliatis, cilise segmenti primi 


brevissimæ, 2i aliquid longiores, ceter:e apicem ver- - 


sus crescentes, segmenti primi fere albæ, 2i albi- 
dae, 31 albido-tlavescentes, 4i et Oi tlavescentes. Cae- 
terum seginenta omnia nigro-setosa, sextum tamen 
griseo-flavescenti-pruirosum. Scopa flavescens. 

Clypeus crasse crebreque punctatus margini an- 
tico crenulato ; scutum nasale fere tam crebre cras- 
seque punctatum quam clypeus. Vertex et mesono- 
tum densissime sed subtiliter punctati. Tegulae fere 
nitidae. Abdomen subtiliter sat dense punctatum. 
Metatarsus Il aliquid angustior quam tibia. 

Long. 8,5 mm; lat. abdom. 2,5 mm. 

Argentina, Prov. Santa Fe. 

La clave de FRIESE (1903) conduce a M. 
simillima Sm. la de JOERGENSEN (1912) a M. 
infima Vach. y la de VACHAL (1909) a M. en- 
fina 6 M. pamperella. Sin embargo ésta ultima 
difere por ser enteramente cubierta con pelos gri- 
ses é infima tiene el clipeo formado de outro modo. 
Estas dos deseripciónes, entretanto, son tam breves 
y poco concisas que es poco menos que impossible 
interpretarla debidamente. La M. simillima de FRIE- 
SE es probabelmente una especie collectiva que abarca 
las especies 2nfima, subinfima, pamperella y parson- 
sie. La M. simillima de SMITH, al contrario no 
tiene que ver con ninguna de las que acabo de ci- 
tar; su procedencia es el Bajo Amazonas. 


DIANTHIDIUM ITAPUENSE nom. nov. 


= Diantidium zebratum Schrottky, Anal. Cient: 
Parag., Série I, N. 4, 1905, p. 7 (nec Creson 1872). 


Segun DUCKE ( Zool. Jahrb. Abt f. System & 
Vol. XXXIV, 1912, p. 99) el género Dianthidium 
Ckll. deberia entrar en la sinonimia de Anthidium 
Fabr. De modo que el Dianthidium sebratum m. y 
e! Anthidium zebratum Cresson resultarian homóni- 


RTE yates 


mos. Pero la opinion de DUCKE, en este caso, es 
bien aislada, pués todos los demas autores separan 
los dos géneros mencionados. Un cambio no hu- 
biera sido necessario. Pero en ura revisión de las 
especies norte-americanas hecha por MYRON H. 
SWENK ( Univ. Stud. Lincoln, Vol. XIV, 1914, p. 
39 ) el Anthidium zebratum Cress. es transportado 
al género Dianthidium resultando necessario que 
mi zebratum de 1905 reciba un nombre nuevo. 
Habiendo sido encontrado por primera vez en En- 
carnaciôn, llamado antiguamente « Itapua », llamo 
mi especie itapuense. 


DIANIHIDIUM ANISITSI Schrottky 


A la sinonimia de esta especie débese agregar : 
Anthidium olympinum Strand. 


CERATINA VERNONIÆ N. Sp. 


q. Nigro-viridis ; flavo-variegata. Caput nigro- 
viride, clypeo orbitisque hic illic purpureo-micanti- 
bus, praecipue orbitis internis oculorum. Thorax 
fere niger. Abdomen obscure olivaceo-viride. Flavæ 
sunt: Macula in medio marginis anticæ clypei, al- 
tera major inter clypeum et partem inferam oculorum, 
stria longitudinalis pone oculos cum eis divergens, 
cuneiformis, apice medium oculorum fere tangente. 
Ferruginea sunt: Truncum articulique tres sequentes 
funiculi antennarum atque tegulæ. Fusci sunt: ar- 
ticuli reliqui antennarum, calli humerales, venulæ 
alarum pedesque. Ale sat infuscat:e. Pubescentia 
corporis sparsa, sordide alba. 

Caput supra crebre punctatum, pars infera ejus 
tamen paucis punctis grossis. Clypeus minus dense 
punctatus quam partes adjacentes, sulco longitudinali 
mediano partitus, sulcus etiam maculam flavam mar- 
ginalem partit. Mesonotum crassius punctatum quam 
caput sed spatio impunctacto post dimidium. Scu- 
tellum subtilius tamen sat crasse punctatum, post- 
scutellum opacum, indistincte rugosum. Segmentum 
medium truncatione subtiliter punctata, area basali 


opaca margine antica subtiliter rugosa. Mesopleur:e 


— 212 — 


grassae punctatæ. Abdominis segmenta 3 prima sat 
crasse punctata, reliqua crasse rugosa. Pygidium in 
acumen obtusum apice aliquid incrassato terminans. 
Venter regulariter punctatus. 

Long. 82 — 8,8 mm; Lat. abdom. 2,7 mm. 


Paraguay, Puerto Bertoni, en el mes de Abril. 


en las flores de Vernonia sp. 


El dibujo de la cara y la escultura son más 6 
menos como en C. foveiclypeata Strand y C. aspera 
Schrottky ; se distingue de ambas muy facilmente 
por el clypeo partido en dos longitudinalmente. 


TETRAPEDIA PERNIGRA Nl. Sp. 


é Nigra, nigro-hirta ; mandibulis flavescentibus 
vel rufescentibus; calcaribus brunneis; unguiculis 
ferrugineis. Ale nigricantes, venulis fuscis. Mar- 
gines apicales segmentorum ventralium ciliis longis- 
simis erectis .vestitæ, ut Megachile cilæ singula 
tamen longiores qram in hoc genere. 

Sculptura a pubscentia densissima obtecta; hac 
causa puncti singuli non distingendi sunt et partes 
translucentes capitis, ut videtur, perfecte impunctatæ, 
Area basalis segmenti medii etiam breviter densissi- 
meque hirta, hac causa opaca tamen impunctata. 
Abdomen a basi visum marginibus apicalibus seg- 
mentorum glabris nitidisque, oblique a latere visu n 
abdomen ubique appresse pilosum videtur, pili sin- 
guli tamen antice tenuissimi, apicem versus fortiores, 
longiores et densiores. Pedes cum scopa complete 
nigro-hirti calcar posticum multi-pectinatum, denti- 
cmi plus minusve 50. Unguiculi fissi, denticulus 
interior brevior quam exterior ; pulvilli parvi, minus 
quam dimidium longitudinis unguiculorum. Tegulæ 
fuscæ, glabræ nitideeque. Cellula cubitalis prima 
parum Jongior quam secanda (in venula cubitali ) 
secunda in venula radiali plus minusve dimidio ejus 
longitudinis in venula cubitali, nervum recurrentem 
primum fere in angulum apicalem accipiens. 

Long 10 mm; lat. ahlom. 4 mm. 

Paraguay, Puerto Bertoni. 


EE 


La descripciôn de 7. nigerrima m. en Anal. 
Soc. Cient. Argent. LXXVII, 1909, p. 225, se re- 
fiere a un &; la indicaciôn «Q » es un error ti- 
pográfico. Por más que sea mas grande, 12 mm.. 
y tenga en las tibias posteriores una pubescencia 
mezclada de negro y blanco es possible que 7° per- 
nigra fuere el otro sexo de 7° negerrima. En todo 
caso ambas especies son mui parecidas. Al compa: 
rar varias especies del gênero en el sentido res- 
tringido, esto es, las con el cälcar pectinado, he ob- 
servado que pueden ser subdivididos en dos grupos. 
Pués las unas tienen distintos pulvill: entre las uñas 
y las otras no tienen traza de ellos ; lo que se deberá 
tener en cuenta al describir las especies. 


CAENOMADA MELANOXANTHA ( Holmbg. } 


El nombre genérico tiene que ser Caenomada 


_Ashm. y no Chacoana Holmbg. a pesar de VacHAL 


( Rev. entom, Caen, 1909, p. 32 ) y de Duoxe ( Zool. 
Jabrb. Abt. f. System. &c. XXXIV, 1912, p. 92). 
Las razones aducidas por estos autores para justifi- 
car el cambio nomenclatórico revelan  arbitrariedad 
y poco respecto a la ley de prioridad; puès As- 
MHEAD propuso su género ya en 1899 y la descri- 
pcion de Chacoana apareció recien en 1903 si bien 
el nombre ya fue publicado en 1887 (6? 1889) 
2 Bol. Acad. Nac. Cordoba, X, p. 225. 


En cuanto al reproche de que AsMHEAD colocó 
su género erroneamente en la familia Nomadidae 
hay que admitir que este error es pequeño en com- 
paraciôn con los cometidos por DuckE qve clasificé 
por ejemplo abejas como Pasiphae y Protomelitur- 
ga con la familia Panurgidae. Amäs, una óbra tan 
gigantesca como la de AsMHEAD no debe ser cen- 
surada con tanto rigor, porque la tarea de clasificar 
todos los himenópteros de la tierra en forma de cla- 
ves dicotômicas hasta la categoria de sub-géneros 
tiene que contener forzosamente uno que otro error. 
La posiciôn sistemática de Caenomada ccmo la in- 
dican VacHaL y Ducke, cerca de Tetrapedia, no 


— 214 — 


esta bien tampoco. Sind debe colocarse, junto con 
Pachycentris, Friese en la immediata pro ximidad de 
Hemisia Klug. En cambio debese alejar los géneros 
Tetraloma Spin. y Nectarodiaeta Holmbg. coloca- 
dos por DuckxE en este grupo, pués ni siquiera per- 
tenecen a la misma subfamilia que he denominado 
Epicharinae, sino a la bien distinta subfamilia 
Eucerinae. 


NEOSCIRTETICA ANTARCTICA ( Ilolmbg. ) 


La sinonimia completa de ésta especie cs la 
siguiente : 


Scirtetica antarctica Holmbg, Anal. Mus. Nac. 
Bs., Aires; (93.16, -1903, p: 9394 Nor. 23. 

Tetralonia antarctica Bréthes, Anal. Mus. Nac. 
Bs. Aires, (3) XII, 1909, p. 221. 

Neoscirtetica antarctica Schrottky, Anal. Soc. 
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 296. 

Holmbergiapis antarctica Cockerell, Trans. Amer. 
entom. Soc. XLIV, 1918, p. 46. 


Patagonia : Santa Cruz. 
THALESTRIA SPINOSA ( Fabr.) 


FABRICIUS describié en 1804 ( Systema Pie- 
zatarum ) una Huglossa spinosa que desde entonces 
aparentemente no fué reconocida. La detallada des- 
cripciôn del escudete prueba que se trata de una 
abeja parasita. Solo dos géneros sudmericanos hay 
con el escudete armado en los lados con fuertes es- 
pinas: Thalestria y Odyneropsis. ( Coelioxys y 
Epeolus, que lo tienen tambien, no son confundibles 
con Euglossa ). El colorido verde, las manchas blan- 
cas en varias partes del cuerpo corresponden, sin 
embargo, unicamente al genéro Thalestria y apli- 
cando la descripciôn à las dos unicas especies de 
Thalestria, se vê claramente que el insecto de Fa- 
bricius era idêntica à la especie bautizada por Fre- 
derick Smith 50 años mas tarde, 


ddr 


— 215 — 


. 


THALESTRIA SMARAGDINA 
Se trata, pués de un simples sinónimo. 
LEIOPODUS BIFASCIATUS 1. Sp. 


9 Parvus, tomentosus ; labro piloso, transverso ; 
clypeo brevi, inflato, apice recte truncato, dense 
punctulato ; genis nullis; fronte inter antennas mo- 
dice carinata ; dense punctata; palpis maxillaribus 
4-articulatis ; ocelli in triangulo obtuso dispositi, pos- 
tico ab oculis et ab anterioribus aequedistantis ; an- 
tennarum articulo primo flagelli sat longo, fere ut 
tertius, secundo iongitudine tertii quartique reunito- 
rum. Pronoto brevissimo, fere invis:bili; mesonoto 
dense tomentoso, snb pubescencia sat dense puncta- 
to; scutello dense panctato, in medio longitudinali- 
ter sulcato, sulco pubescente ; postscutello perparvo ; 
segmento medio ruguloso, inflato, lateribus longe 
pubescentibus. Abdomine tomentoso, sub pubescen- 
cia microscopice punctulato, segmento sexto apice 
semicirculariter emarginato, cilato ; pedibus crassis. 
Alarum cellulis cubitalibus prima tertiaque aeque- 
longis, secunda minore, prima rhomboidali, secunda 
tertiaque ad radialem angustatis; nervo recurrente 
primo cum nervo transversi-cubitali secundo inters- 
titiali, nervo recurrente secundo ante apicem cellulae 
cubitalis tertiae inserto. 

Niger; ferruginea sunt: antennarum articuli 3 
basales, tegulae, calli humerales, scutellum, pedes 
antici ( coxis, trochanteribus apiceque femorum ex- 
ceptis ), pedes intermedii usque ultra dimidium fe- 
morum ; ferruginea et auromaculata sunt femora, 
tibiae et metatarsi pedum posticorum. 

Tomentum capitis album, maculis duabus ver- 
ticis fuscis; mesonoti album maculis plurimis fuscis 
variegatum : macula parva utriusque antice, lineae 
2 longitudinales cum macula magna postica coali- 
tae; suturae inter mesonotum et scutellum album, 
sulci scutellaris quoque ; abdominis fuscum fasciis 
duabus flavescentibus, fascia antica basim tergiti pri- 
mi occupante deinde sinuose et partim dilatata mar- 


Rs qe 


ginem postico-lateralem attingente secunda in se- 
gmenti 2i basi lateres versus latiore. Giliae segmen- 
ti analis fusci; tomentum sterni pleurarumque al- 
bum macula sub callo humerali fusca. Alae subhya- 
linae, venulis stigmateque fuscis. 
Long. 8,5 mm; lat. abdom. 2,8 mm. 
Argentina: Prov, Santa Fé ( Alberdi ). 


El ejemplar tipico fué cazado delante de una 
colonia de Diadasia distincta ( Holmbg.) de la cual 
talvez sea paräsita (20 Nov. 1911.) 


RHATIHYMUS SCOLIAEFORMIS 


d Magnus, robustus; labro lato, rima elevata 
circumdato, in medio impresso, lateribus sparse gros- 
seque punctatis; mandibulis gracilibus, falcatis, ima 
basi bituberculatis ; genis angustissimis parum infla- 
tis; clypeo gibboso, dense punctusato ; scuto nasali 
valdo elevato, in medio longitrorsum carinato; an- 
tennis ex fossa profunda oriundis, scapo robusto, fla- 
gelli articulo primo brevissimo, 2° dimidium tertii 
vix superante, 3° ad 42º subeequalibus, ultimo api- 
ce compresso ; ocellis in linea curvata dispositis, ab 
oculis remotissimis sed inter se haud disjunctis. Me- 
sonoto sat dense punctato, in medio longitrorsum ca- 
rinato, breviter piloso; tegulis nitidis, tenuissime punc- 
tulatis; scutello levi, punctis minimis vix conspi- 
cuis obtecto, apice emarginato, parte perpendiculari 
fortius punctata breviterqae pilosa; sterno nitido spar- 
se punstato, inter coxas posticas in laminam conca- 
vam in medio carinulatam producto. Abdomine te- 
ntiissimo denseque punctulato, microscopice - piloso ;, 
tergito 7° conico basi inflata, apice breviter bi- 
dentato ; sternitis 4 - 5° -- que apice conspicue cilia- 
tis, 9--0 marginibus lateralibus fortius, ciliis peni- 
cillum distinctum formantibus. 

Niger ; labro obscure rufo, margine antica fer- 
vugineo-ciliata ; lateribus faciei albido-pilosis ; verti- 
ce fusco, mesonoto fulvescenti-pilosis, maculis dua- 
bus parum conspicuis in sutura mesonoto-scutellari 
ornato ; segmentum medio pallide piioso ; cilliis ster- 





— 217 — 


nitorum 4i Si -- que fuscis ; pedibus fusco-hirtis. Alis 
flavescenti-hyalinis, venulis fuscis. 

Long. 26 mm; lat. abdom. 6 mm. 

Colombia, Sosomoco, 900 metros ( Fassl leg.) 

Esta especie es vecina do Rh. imechaelis Frie- 
se; su aspecto recuerda à la Scolia hyalina Sauss. 


RHATHYMUS BERTONH N. Sp. 


& Parvus; labre in medio depresso basi bitu- 
berculato, in medio impunctato, lateribus sparse sed 
grosse punctato ; mandibulis falcatis ima basi sat den- 
se punctulatis; genis nullis ; clypeo convexo, dense 
punctulato brevissimeque piloso ; scuto nasali aliquid 
magis convexo quam clypeus, eodem modo sculptu- 
rato; antennis ex fossa haud valde profunda oriun- 
dis, scapo brevi et robusto, flagelli articulo primo 
brevissimo, 2º dimidium tertii haud attingente, 3º 
longiore quam Aus, reliquiis subaequalibus, ultimo 
apice compresso ; ocellis ut in Rh. scohaeformi dis- 
positis ; mesonoto opaco, densissime punctato, anti- 
ce in medio linea longitudinal impressa ; tegulis ni- 
tidis, microscopice puactulatis ; scutello subtiliter pun- 
ctulato, gibbosso, gibbis robustis, latis, subacutis ; 
postscutello angusto sed bene distinguendo ; segmen- 
to medio opaco, area basali subtriangulari nuda, mar- 
ginibus pilis longis vestito; mesosterno apice emar- 
ginato ; abdomine haud sculpturato, pilis brevissimis 
obtecto, tergito TO obtuso; sternitis 5°, 4° et 5° 
apice ciliatis, sexto elongato, apice emarginato, an- 
te apicem longitrorsum carinulato. 

Citrinus, mandibularum apice nigro; antennis 
supra fuscis, subtus apiceque ferrugineis, scapo ci- 
trino; vertice nigro. Mesonotum strigis duabus lon- 
gitudinalibus cum altera transversali apicali unitis n1- 
gris, abbdomen tergitis 3° - 7º atris margineapicali 31 
( reliquorumque aliquandum queque ) flava vel flaves- 
centi; sternitis codem modo coloratis, sede fasciis api- 
calibus segmentorum Sii et 4i latioribus. Pili corpo- 
ris toti fulvescentes. 

Long. 16,5 mm; lat. abd. 3,5 mm. 

Paraguay ( Puerto Bertoni ). 


— 28 — 


RIHATHYMUS PARAGUAYENSIS N Sp. 


Q Ut Rh. bicolor, tamen thorace toto vel mag- 
nam ad partem rufo differt; labro fere pentagonali, 
concavo, area mediana inpunctata ; clypeo producto, 
punctato; geris nullis ; fronte carinata, carina inter 
antennas io tuberculum elevata; ocellis haud dis- 
junctis. Mesonoto punctato, intervallis interpunctos e- 
jus diametro aequalibus aut meajoribus; scutello bi- 
gibboso, gibbis apice rotundato, levi: segmento me- 
dio opaco, rugulosim punctulato et irregulariter prn- 
ctato. Abdomine subtiliter tomentoso, tergito 2-0 
ante apicem utriusque calloso ; epipygio acuto, lon- 
g'tudinaliter carinulato. 

Obscure ferrugineus ; flagello antennarum piceo; 
mandibulis apice et macula mediali nigris. Alis ni- 
gris, splendide aeneo-micantibus. Caput infra et pos- 
tice, sutura pronotalis, segmentum medium et ma- 
cula subalaris albo-hirta ; corpus reliquum nigro-hir- 
tum; abdomen fulvescenti-tomentosum ; pedes fer- 
rugineo fuscoque-hirti. 

Long. 22--25 mm; lat. abd. 6 mm. 

Var. : Capite supra, mesothorace toto vel fere 
toto, postscutelloquer nigris..: do cee 
forma dorsalis nov. forma. 

Hab. ( Forma típica y forma dorsalis ): Para- 
guay ( Puerto Bertoni ). 

Puede resultar que paraguayensis fuera solo 
subespecie de bicolor Lep., aútque su color, à lo me- 
nos en la forma tipica, concuerde mas bien con la 
descripciôn de R. unicolor Sm.; esta ultima está insufi- 
cientemente descrita; sin embargo el tamaño menor 
(17 mm), la pubescencia dorada de la cara y del 
vértice, y las piernas de color mäs pálido que el 
cuerpo la separan suficientemente de paraguayensas. 


ODYNEROPSIS COLUMBIANA N. Sp. 


Q Parva; labro fere rectangulari, paullum trans- 
verso, hirto; clypeo densissime punctulato, apice 
marpinato, in medio subtiliter carinato ; fronte eodem 
modo punctulata, ante ocellum anticum area parva 


— 219 — 


impuctata, inter antennas acute carinata ; ocellis in- 
ter se parum disjunctis, ab oculis sesquidiametrum 
ocelli ; flagelli articulo primo secundoque velutinis, 
primo perparvo, secundo aliqaid longiore, tertio lon- 
gitudinem primi secundique reunitorum superante. 
Mesonoto et scutello densissime reguloso-punctatis, 
scutello apice leviter emarginato, dentibus laterali- 
bus scutellum conspicue superantibus ; segmento me- 
dio fere perpendiculari, sericeo, longitrorsum subti- 
liter carinato ; pleuris densissime punctatis. Abdomine 
subsessili, basi depressa, omnino dense punctulato, 
tergito 9-o basi foveolato apice bipartito, 6 - o par- 
vo semicirculari; ventre apice ciliato. 

Tota nigra, mandibilis ferrugineis, apice cly- 
pei pedibusque obscure ferrugineis; corpus, praeci- 
pue segmentum medinm et coxa posticæ pilis bre- 
vibus aibis obtecta. Ale tertio basali hyalinae, cae- 
terum infuscatae, luce reflecta aeneo-micantes, ve- 
nulis fuscis. 

Long. 10 mm; lat. abdom. 2,8 mm. 

Colombia : Sosomoco ( 900 metros ). 


NoMADA COSTARICENSIS N. Sp. 


& Nigra, flavo-picta : labro transversali, piloso ; 
clypeo levi, sparse punctato, in medio impunctato ; 
genis perangustis, longitudine articuli primi flagelli ; 
facie crasse puuctata parte flava excepta; vertice 
haud dense punctato; ocellis posticis magis ab ocu- 
lis quam inter se remotis. Pronoto levi, impuncta- 
to ; mesonoto crebre grosseque punctato ; scutello in 
medio impresso, omnino haud dense punctato ; post- 
scutello punctulato; segmento medio cpaco, basi 
in medio foveolata ; pleuris grosse punctatis, brevi- 
ter hirtis. Abdomine tergitis primo secundoque opa- 
is, densissime subtiliter punctactis, reliquis sparsita 
punctulatis breviterque hirtis, septimo marginibus 
apicem versus subtiliter convergentibus, apice trun- 
cato, in medio emarginato, toto hirto ; ventre hirto ; 
pedibus sat dense pilosis. 

Ornamenta flava: Clypeos (marginibus pasticis 
exeptis), gens, orbitæ internæ, pronotum, calli hu- 


— 220 — 


merales, macula pleuralis, seutellum, postscatellum, 
fasciae latae transversales ante apicem tergitorum 


los et secundi, fasciae angustae tergitorum Ai et 


, linea transversalis in margine laterali tergiti 3h 
at “angulus coxarum posticarum ; ferruginea : Scapus, 
articuli basales antennarum, articuli reliqui infra et 
pedes omnino; fusca: Articalt apicales antennarum 
supra. Pili corporis toti albescentes. Alae infuscatae, 
apice anali excepto; stigmate ferrugineo, venulis 
fuscatris. 3 

Long. 9 mm; lat. abdom. 2, 5 mm. 

Gentro-America : Costa Rica (San José). 

Las coxas posteriores de esta especie son inu- 
sualmente angulosas, casi carenadas. 


MESOPLIA SIMILLIMA ND. Sp. 


& Robusta, labro rugoso, dense hirto, margine 
apicali inflata; clypeo densissimo punctato, dense 
pabescente; genis nullis; vertice punctulacto ; oce- 
llis in linea-fere recta dispositis, ab oculis diame- 
tram, inter se 1/9 diametrum disjunctis. Vulto et 
occipi:e longe pilosis; antennarum artículo 2.º ( flagelh- 
primo ) brevi, secundo paullo longiore, tertio longi- 
tudinis primi secundique reunitorum. Proportio: 
1 = 10, 2 = 15, 3 = 25. Mesonoto punctis spar- 
sis regularibus, intervallis microscopice punctulatis, 
linea longitudinali mediana scutellum haud attingen- 
ti impressa, antice hirto; scutello biggiboso, gibbis 
mammaeformibus, inter eas pubescente, postice pi- 
loso. Pedibus intermediis calcare marginibus denti- 
culatis, apice bifurcato, lamina interna dentibus 4 
magnis et imo apice 2 minusculis armata ; femori- 
bus posticis simplicibus, angulosis, sine spina cha- 
racteristica Mesopliae biprontis. Pleuris dense pure- 
tatis, hirtis. Abdomine lepidoto-sericeo, segmento 
sexto apice breviter ciliato, septimo bipartito. 

Versicolor : Caput nigrum ; mesonotum nigrum, 
luce reflecta viridicyaneo et purpureo micans, scu- 
tellum magis cyaneo micans. Abdomen cyaneo-viri- 
di-lepidotum, segmentorum margines lateralis primi 
linea longitudinali, 2i - 6i macula parva albo-lepido- 


FL TANT 


ta ornatae. Sternum, venter, pedesque fusca ; anten- 
nae fnscae, flagellum subtus ferrugeneum, calli hu- 
merales tegulaeque ferruginei; labrum ‘obscure fer- 
rugeneum ; mandibulae ferrugineae apice testaceae. 
Pili capitis pallide flavescentes, postice fere albi; 
mesonoti fusci albique variegati, scutelli omnino al- 
bidi; calli humerales pilis albis circumdati ; pleurae 
fusco--pilosae ; sternum albo--pilosum. Ciliae ventri 
fuscae. Tibiae posticae apice metatarsique postici cy- 
aneo-viridi-micantes ; pedes omnino fusco-pilosi. Alae 
hyalinae, imo apice ultra cellulam radialem infus- 
catae; venulae fuscae. 

Long. 17 mm; lat. abdom. 6, 5 mm. 

Puerto Bertoni -- Paraguay. 


Esta especie se parece extraordinariamette 4 la 
L. bifrons ( Fabr.); pero se distingue pronto por 
los femores III que carecen del diente caracteristico 
de ésta. Svimellzma es de mayor tamano y difiere en 
el color del vientre, de las piernas etc. 

El sefior DUCKE insinuó pri nero que la “Cen- 
tris b frons” de Fabricius pueda ser el mismo in 
secto que la Mesoplia azurea de Lepeletier y la 
M. rufipes de Perty. Seguramente pertenecen los 
tres nombres à la misma especie, como tambien ia 
Melissa charruana de Holmberg ; pero quien lea 
las respectivas descripciones, notará pequeñas dife- 
rencias, y eso no es estraño en vista de que los 
ejemplares respectivos provinieron de localidades tan 
distintas. No tengo material snficiente para fallar 
definitivamente; he obbservado en los del Paraguay 
mucha constancia en todos los caracteres inclusive 
el colorido. Si en las otras regiones pasa lo misino, 
se tendra que aceptar 4 subespecies, à lo menos: 
1) Mesoplia bifrons brfrons (Fabr.) de la Guaya- 

na: (? y de la Amazonia ) 

2) Mesoplia bifrons azurea Lep. de las Antillas 
3) Mesoplia bifrons rufipes ( Perty) del Centro del 
Brasil, y del Paraguay y de las Misionis Ar- 


gentinas. 
4) Mesoplia bifrons charruana (Holmberg) del 
Uruguay. 


LT O ONE 


——~ 


La M. bifrons rufipes es bastante común en 
Puerto Bertoni; en la colecciôn que estudio hay va- 
rios ejemplares de ambos sexos que concuerdan per- 
fectamente con la descripción de Perty. 


PSEUDAGAPOSTEMON SANTAFECINUS DN. SP. 


q Cyaneo-viridis. Nigra sunt: Margo anticus 
clypei, scapus antennarum marginesque apicales se- 
gmentorum abdominaiium 1 -- 4. Fusci sunt: Man- 
dibulae, funiculus antennarum, pedes cum trochan- 
teribus ( neque coxae virides ), dimidium apicale se- 
ementi abdominalis quinti et venter. Fulvae sunt: 
Tegulae, venulae alarum et calcaria. 

Clypeus antice pilis longis aureis ciliatus; pu- 
bescentia reliqua alba in facie, thorace tergitisque ; 
partim tamen flavescens in vertice, pedibus ventro- 
que 

Clypeus prominens, margine nigro pauperrime 
punctato atque in medio impresso; basi viridi se- 
ricea impunctata. Genae absunt. Scutum nasale le-: 
viter convexum, in medio nitidius quam lateribus. 
Oculi sinuosi, e go facies latissima paulum supra 
antennarum insertionem. Facies et mesonotum mi- 
croscopice rugosa. Scutellum disperse tenuiter pun- 
ctatum. Area basalis segmenti medii magna, opaca, 
tenuissime granuloso-rugosa, aliquid longius quam 
scutellum. Sculptura abdominis haud conspicua. 
Dentes 3 calcaris postici fortes longique. Unguicoli 
fissi ; pulvilli magni. Cellula cubitalis prima mini- 
me eadem longitudine quam reliquae unitae; ner- 
vus recurrers primus a cellula securda ante apicem 
accipitur, secundus a cellula tertia inter medium et 
apicera. 

Long. 3 mm.; lat. abdom., 2 ram. 


& Dilute viridis. Flavi sunt: Mandibulae, ma- 
cula mgra prope basin et acuminibus ferrugineis 
exceptis, labrum, margo anticus clypei in medio ali- 
quid latius quam lateribus. scapus antennarun: ma- 
cula parva fusca pone apicem excepta, articuli duo 
primi funiculi antice, pedes antici toti linea fusca 


— 223 — 


longitudinali supra apicem femoris et basin tibiae 
excepta, pedes intermedii idem sed linea supra fe- 
mur totum et tibiam totam excepta, pedes intermedit 
idem sed linea supra femur totum et tibiam totam 
excepta, pedes postici ut intermedii coxis viridibus 
exceptis. Fulvi sunt: Articuli 3-- 13 antennarum 
antice, tegulae, venulae alarum, margines apicales 
segmentorum abdominalium 1-- 6, tres primi in me- 
dio dilatati, segmentum 7-- um totum et venter. 
Fusci sunt: Articuli 2 -- 13 antennarum postice. Pu- 
bescentia sparsa corporis toti flavescens. 

Clypeus in margine antico depressione magna 
semicirculari donatus. Sculptura faciei a pubescen- 
tia abscondita, hee pone orbita interna oculorum 
densissima. Sculptura verticis, mesonoti, et areae 
basalis segmenti medii inconspicua, opaca, tenuissi- 
me granulosa. Scuteilum nitidus sculptura indistin- 
cta. Pars reliqua segmenti medii atque pleuræ ali- 
quid fortius granulosæ ; scultura abdominis in parti- 
bus viridibus cadem thoracis nequalis, tenuissime 
granulosa ; tergitum 7--um tamem glaberrimum, 
nitidum, postice truncatum, marginibus, lateralibus 
acutis apicem versu s convergentibus ; sternitum 7-- 
um ad basin utriusque denticulo minusculo armatum. 
Unguiculi et pulvilli ut in ¢. 

Pons, 1,9 mm; lat abdom:,4,7 mm. 

Argentina, Prov. de Santa Fé. 


Se distingue facilmente de todas las demas es- 
pecies del género por sit abdomen que ostenta tajas 
transversales sobre la margen apical de los segmen- 
tos. Sin embargo, considerando la diferencia extra- 
ordinaria de los sexos, queda la posibilidad de que 
se trate de dos especies en vez de una. En tal caso 
el nombre santafecinus deberä quedar a la ¢. 


PANURGINUS ARGENTINUS N. Sp. 
& Niger, abdomine fusco, mandibulis labro mar- 
gineque antica clypei flavis; funiculo, tegulis, venu- 


lis pedibusque magnam ad partem rufo-flavescentibus. 
Pubescentia brevissima, sparsa, alba. 


RR joe 


Caput latum sparse subtiliterque punctatum ; 
prope orbitam internam oculorum superne fossula 
elongata adest. Antennæ dimidium mesonoti attin- 
gentes; articulus primus funiculi fere eadem longi- 
tudina quam secundus atque longior quam quivis 
reliquus. Mesonotum sparse subtiliter punctatum li- 
nea longitudinali impressa parapsidiisque conspicuis. 
Scutellum aliquid crassius et densius punctatum ; 
postscutellum rogosum. Area basalis segmenti medii 
longitudinaliter plicata, tamen plicæ param nume- 
rosæ neque profundæ. Abdomen apice tenuiter pi- 
losum, omnino sparsim tenuissime punctulatum mar- 
ginibus apicalibus segmentorum  depressis multo 
densius punctatis. Femora postica extus irregula- 
riter denticulata; tibiæ omnes aliquid incrassate ; 
unguiculi profunde fissi, denticulus interior fere 
eadem longitudine quam exterior; pulvilli sat ma- 
gni. Ale hyaline; cellula cubitalis prima conspicue 
major quam secunda nervos recurrentes fere æque 
ab angulos antico e postico distantes accipiens ; ap- 
pendix vera cellule radialis brevissima in lineam 
fuscam transiens. 

Long. 5 mm.; iat. abdom., 1.4 mm. 

Argentina, Prev. de Santa Fé: Rosario. 


Parecida a P. brunneicornis Strand y P, so- 
lant, Ducke; se distingue de aquél por el mesono- 
to no opaco y por los pliegues longitudinales del 
segmento medio. Se distingue de P. soluni por la 
escultura y la nervadura~ anaranjada de las alas. 
El P. cagabundes Ckll. que proviene de la misma 
región difiere por el labro negro y las mandibulas 
rojas del d. 


PASIPHÆ FASCIATA N. Sp. 


¢ Nigra; antennis subtus, dimidio apicali man- 
dibularum, tegulis pedibusque fuscis, unguiculis di- 
lutioribus acuminibus fere nigris; ventre fusco; 
alis parum infuscatis stigmate venulisque fuscis. 
Pubescentia faciei sordide alba, ea labri tulva. Man- 
dibulæ subtus flavescente-ciliatæ. Pars capitis post 
oculos albido, post ocelios fulvo-hirta. Pubescentia 


“= ci. E dors 


— 225 — 


thoracis supra fulva, longior densissimeque in scu- 
tello et callis humeralibus. Pleuræ, sternum e fe- 
mora omnino albido-pilose. tibia: et tarsi tamen tulvo- 
pilosi. Abdcmen segmentis 1-4 conspicue fulvo-fa- 
sciatis, fascia segmenti primi laxa brevior quam 
reliquorum. Caeterum segmenta 1-4 etiam basi fulvo- 
hirta, pili singuli segmenti primi longiores, reliquorum 
breviores, tegmentum haud obtegentes ; illi segmenti 
quinti multo densiores, fusci, solum lateribus flavis, 
ubique tegmentum obtegentes. Area pygidialis nuda, 
lateribus breviter fusco-hirta. Segmenta ventralia 
solum marginibus apicalibus laxe longeque flavescenti- 
fulvo-ciliata. 


Clypeus atque pars capitis post ocellos sita 
distincte punctata caeterum, ut videtur, caput im- 
punctatum, Mesonotum antice longitudinaliter sulca- 
tum in disco punctos singulos ferens. In scutello 
sculptura a pubescentia obtecta non visibile. Area 
basalis segmenti medii haud punctata neque abdominis 
tergita; venter tamen subtiliter disperse punctatus 
ex punctis singulis pili oriundi. Area pygidialis 
tenuiter transverse striata. Unguiculi conspicue 
fissi, denticulus interior brevicr quam exterior ; pul- 
villi magni dimidium longitudinis unguiculorum su- 
perantes. Calcar posticum multo-pectinatuin, denticuli 
plures quam 10, paralleli, tenues. Nervus secundus 
recurrens propior angulum apicalem cellulæ cubi- 
talis secundæ quam n.r. primus angulum basalem ; 
cellula radialis apice a margine alæ aliquid remoto 
in nodalum incrassato, sine appendice vera. 

Long. 9 mm.; lat. abdom., 2,5 mm. 


& Differt præcipue fasciis abdominalibus minus 
conspicuis, margines apicales segmentorum etiam 
ciliati sed subtilius et a pubescentia reliqua vix dis- 
tinguendi. Caterum pubescentia ut in 9 tamen di- 
luticr ; ea segmentorum 5-i-7-i albido flavescens. 
Pedes pallide flavescenti-hirti ; unguiculorum I-um 
et Ilum dens interior exteriore fere sequalis, Il-um 
paulum brevior; tibiæ III parum incrassat#, me- 
tatarsi III longi et tenues. 


— 226 — 


Long. 9 mm; lat. abdom. 2,2 mm. 

Argentina, Prov. Santa Fé. 

Muy parecida a P. wagner: Vach., la cua 
tambien tiene fajas de pelos sobre los segmentos 
2-4; pero estas fajas son de un blanco-gris como 
tambien el resto de la pubescencia, los calcares son 
hialiros, la nervatura de las alas casi negra. El & 
de wagner: tiene los tracanteres posteriores alarga- 
dos hacia atras en forma de cono agudo, todo eso 
la distingue facilmente de P. fasciata. 


PASIPHAE BASIRUFA N. Sp. 


S Nigra, antennis ab articulo quinto antice 
fulvis, mandibulis apice fuscis; tarsis calcaribusque 
brunneis ; abdomine tergitis tribus basalibus rubris, 
marginibus apicalibus segmentorum 1-i-4-j fulvis. 
Pubescentia alba, densa in vulto, occipite, scutella, 
pleuris, sterno, segmento medio, marginibus latera- 
libus tergitorum atque sternitis. Pedes breviter al- 
bo-hirti. Margine apicales tergitorum 1-i-6-i tenui- 
ter breviterque alco-pilosi: segmentum 6-um et 7- 
um tota longius albo-hirta. 

Caput latius quam torax. Vertex sat crebre 
punctatus; inter ocellus laterales et oculos spatium 
impunctatum habet. Mesonotum disperse tamen 
crasse punctatum. Area basalis segmenti medii ni- 
tidissima foveola profunda pone postscutellum ins- 
tructa ; segmentum medium caeterum conspicue at- 
que sat dense punctatum. Abdomen impunctatum 
neque etiam venter punctatus. Scapus antennarum 
duplo crassior quam funiculus, rugosissime punctatus. 
Alæ hyalinæ venulis brunneis; apex cellulæ radialis 
a margine antico alee remotus cum appendice brevi. 
Cæterum ut in P. fasciata; unguiculi et pulvilli ut 
MP jascrata a: 

Long. 10 mm.; lat. abdom. 5. mm. 

Argentina: Prov. Santa Fé. 


Hasta ahora se conocia solo una especie de Pa- 
siphae con abdomen rojo, la P. rufiventris Spin. 
Solo se conoce la ¢, portanto una comparaciôn es 


— 227 — 


impraticable. Pero el tamano menor, el colorido 
del abdomen que es rojo sobre todos los segmentos, 
las venas alares negras, la proveniencia « Chile » la 
alejan de la P. basirufa. 

DUCKE ( Zool. Jahrb. Abt. f. System &c. vol. 
XXXIV, 1912, p. 77-79) enumera todas las es- 
pecies conocidas de Pasiphae en número de 24. 
Omitié sin embargo, la P. cheringi m. que habia 
e en Entom. Rundschau Vol. XXII, 1910 

09 y cuya biologia fué descripta por H. LUE- 
DERWAL DT en el mismo año en Zeitschr. f. wis- 
sench. Insektenbiol. Vol VI, p. 297. En cambio, la 
P cestri Ducke de la obra mencionada, p. 77, se 
ha omittido em Zoological Record del ano 1912, 
por mas que todas las otras descripciones del ale-’ 
gado articulo estan correctamente citadas en él. En 
cuanto a P, cameron: Baker que DUCKE no sabia 
colocar, observo que su posiciôn genérica fué acla- 
rada por COCKEREL en Ann. Mag. Nat. Hist., 
Vol. V. 1910, p. 367 inclueyéndola en el género 
Pseudopanurqus Ckll. Esa transposicién está cor- 
rectamente citada en Zoological Record, año 1910, 
p. 270. No obstante en los géneros de abejas sud- 
americanas por DUCKE no figura Pseudopanurqus 
del todo. 








vou i 
E t 
À 
| 
Ê 
Dt 
, 


BY + M JA 
‘ | #1 (QE 


i Vi ast lo 


NUE É 





o 


- jo Ê A Ai > 
E Té! lin j ama COL LT TAN Pad Uai! 
é PRO a perd Ve 
E . | d | 7 ' ‘ar J An is 
E e E E b . | 


HERMANN LUEDERWALDT 








Custos do MUSEU PAULISTA 


Chave para determinar os Dorylineos 
=== brasileiros === 











’ É . LE oft 


Rs 
TRE 20 aniihatad Bibi 5H) 
cer MM il tacae ea 


Chave para determinar os Dorylneos brasileiros 


Neste trabalho de classificação devem ser em- 
pregados de preferencia as formas maiores das for- 
migas. Fôra da indicação especial, os caracteres 
indicados se referem a essas formas. 

Nem sempre me foi possivel estabelecer dia- 
gnoses mais completas, por falta de literatura e 
material. Pelo mesmo motivo pude descrever ape- 
nas um numero restricto de Sd. 

Quanto à literatura refiro-me a Emery « Hy- 
mnoptera, Fam. Formicidæ, Subfam. Dorylinæ » em 
« Genera Insectorum », 1909, fasc. 102, pag. 15 
etc., onde se encontra “completa. Neste trabalho ci- 
tei apenas bibliographia mais recente. 

Com referencia às localidades veja-se: II. Lue- 
derwaldt, « Notas myrmecologicas », na « Revista 
do Museu Paulista », 1918, pag. 4. 


frmiculo | f pe sMooudibula 
5 N a _€lipeo 
capo \ WV 
xs qe CE cAreafrontal 
O: aN ——pirles frontal 
LE, L = paftog ira. 
eQnako as) 
tm Mesenato __ 
Metro . 
è DONA ar Petiate 


AOTILE TI 


Le dp es 


I CHAVE 


PARA AS SUBFAMILIAS DAS FORMIGAS BRASILEIRAS, ÿ E WL 


1 Petiolo com um articulo. 3. 

2—com dois articulos. Com ferrão, que apenas 
certos Myrmicineos empregam para a defesa. 
Nympha sem cocon. 7. 

3 Abdomen entre o primeiro e o segundo se- 
gmento, não restricto. Petiolo geralmente squa- 
miforme. Sem ferrão ou se existe, rudimentar 


então. 9. 


4 — aqui quasi sempre restricto; se não ou indis- 
tinctamente restricto, então as mandibulas in- 
sertas no meio do bordo anterior da cabeça, 
muito proximas, extraordinariamente compri- 
das ( Odontomachini ). Antennas com 12 arti- 
culos. Petiolo geralmente squamiforme. 


Especies monomorphas ou quasi monomorphas- 
Com ferrão. Nympha com cocon : 


1. Subfam.: Ponerinæ 


o. Abdomen (visto de cima) sômente com 4 se- 
gmentos. Abertura cloacal fendiforme, sem co- 
roa de cabellos, ventralmente situada. Anten- 
nas com 12 articulos. Especies monomorphas 
ou um pouco dimorphas ( Azteca). Nympha 
sem cocon : 


4 Subfam. Dolychoderinæ 


6 — com 9 segmentos. Abertura cloacal rotunda- 
da, guarnecida com corôa de pellos, situada à 
ponta do ultimo segmento. Antennas com 9 
até 12 articulos. Especies geralmente dimor- 
phas. Nympha geralmente com cocon: 


O. Subfam. Camponotinæ 


7. Laminas frontaes bem juntas, soldadas com o 
clypeo e curvando-se, anterior e lateralmente em 
volta do fosso antennal. Olhos rudimentares, 
quando não faltam. Antennas com 12 articulos, 


— 233 —- 


geralmente filiformes ; sua base não coberta 
pelas laminas frontaes. Mandibulas do & tri- 
angulares. Sutura do promesonoto ausente ou 
indistincta. Corpo desarmado ou sómente com 
um espinho pequeno em cada lado atrás do 
epinoto, (não metanoto, como diz erroneamente 
a figura pag. 231, e no occiput ). Especies mais 
ou menos dimorphas. Nympha com cocon: 


2. Subfam. Doryline 


S. — frontaes mais ou menos distantes; quando bem 
proximas, então os olhos muito grandes, occu- 
pando pelo menos a metade do lado da cabeça. 
Olhos geralmente bem desenvolvidos. Anten- 
nas com O até 12 artículos, muitas vezes com 
clava; a base coberta das laminas frontaes. 
Corpo frequentemente muito espinhoso. Espe- 
cies monomorphas ou dimorphas. Nymphas 
sem cocon : 

3. Subfam. Myrmicinae 


Subfam : DORYLINÆ 


«CoRREIÇÃO OU GUERREIRO)» 


São insectos de rapina, sem recusar inteira- 
mente os vegetaes. Caçam principalmente todos os 
insectos mais fracos ou a sua criação, a saber nym- 
phas de outras formigas, cupins, aranhas, baratas 
etc. Pegam na presa com as mandibulas, arrastan- 
do-a pendurada por baixo do corpo, repartindo 
exemplares maiores. 

São de utilidade, destruindo muitos insectos no- 
civos, tambem nas habitações, de onde afugentam 
ratos e rãs, como me aisseram pessoas de credito. 

De vez em quando atacam e expoliam cclmeias. 
Vagam em columnas quer maiores, quer pequenas, 
especialmente em tempo de trovoada. 

Labidus praedator e coecum e provavelmente 
tambem as outras especies deste subgenero possuem 
ninhos permanentes, subterraneos. Provavelmente 
tambem Kciton. 


— 234 — 


Acamatus porém vive em columnas migrato- 
rias, em que os $ & transportam a 2 (Torel). 

Das especies brasileiras conhecemos sómente a 9 
de Labidus caecum e predator. A ultima cf. A. Lue- 
erwaldt « Notas myrmecologicas », Rev. Mus. Pan- 
lista; 1916; pag: 20. 


II CHAVE 


PARA DETERMINAR OS SUBGENEROS DOS DORYLINEOS 
BRASILEIROS, 9 E 2 


1. Unhas simples. Laminas frontaes não alarga- 
das. Kpinoto atrás sem espinhos. Os olhos 
faltam ou são muito pequenos. Sem %. Es- 
pecies pequenas e pouco dimorphas : 


3. Acamatus 


to 


— com um pequeno dente por dentro no meio, 
raramente com dois. Laminas front. entre as 
antennas bem alargadas. Epinoto atrás simples 
ou bilateralmente com um pequeno espinho. Es- 
pecies fortes dimorphas, regulares e maiores. 3. 


3.  Epinoto em cima da parte basal ( a parte anterior, 
mais ou menos horizontal do mesmo ( bilateral 
mente com uma carena longitudinal, que se 
termina atrás por uma espinha ou um dente. 
Olhos pequenos, porém distinctos. Occiput, 
pelo menos nas formas maiores, atráz de 
cada lado, com um espinho. Antennas em maior 
(— nos maiores exemplares ) esbeltas, todos os 
articulos do funiculo, excepto talvez o primeiro, 
mais compridos ou muito mais compridos, que 
grossos; em minor ( sempre excepto o ultimo 
articulo ) tão compridos, quanto grossos ou mais 
grossos. Especies com 2%2% de cabeças muito 
grossas, cujas mandibulas são extraordinaria- 
mente compridas ( muito mais que a cabeça ), 
da fórma de tesoura, cylindricas e na ponta, 
recurvadas para dentro. (cf. Emery, Bull. Soc. 
mt Mal, SE, 26, 4 ays 


— 235 — 


{> Betton s. str. 


4. — Posterior mais ou menos arredondado, sem 


carenas longitudinaes, desarmado on ( em cras- 
sicorne ) visto de lado, com uma saliencia den- 
tiforme. Occiput sem espinhos. Sem 2424 com 
mandibulas alongadas : 


2. Labidus 


III CHAVE 


PARA A DETERMINAÇÃO DAS ESPECIES DOS DORYLINBOS 


tam 


À. 


BRASILEIROS 2% E Ÿ 


1. Subgen. ECITON LATR. s. str. 


( Oito especies americanas; as duas, que fal- 
no Brasil, são do Yucatan e do Perú). 


Epincto (visto lateralmente) atráz de cada 
lade com um espinho delgado e agudo; ambos 
os espinhos completamente separados. Bordo 
masticatorio das mandibulas denticulado. Quan- 
do muito, com excepção do abdomen e das 
mandibulas, inteiramente ou quasi inteiramente 
opaco. Primeiro nodo do petiolo ( visto de cima ) 
sempre muito mais comprido que largo 8. — 
aqui dispõe de um dente curto triangular, ge- 
ralmente obtuso ou arredondado. Carenas do 
epinoto (visto de cima) rectas ou quasi re- 
ctas, para tráz mais ou menos convergentes. 
Quasi inteiramente opaco ou c abdomen bri- 
lhante. Mandibulas, no bordo masticatoric, em 
certa distancia da ponta, com um denticulo dis- 
tincto. à. 

Mandibulas no bordo masticatorio inteiramente 
lisas, sómente com o referido denticulo ; ao lado 
exterior não estriadas, sómente pontuadas. Ca- 
renas do epinoto (visto de frente) para tráz 
muito pouco convergentes. Primeiro nodo do 
petiolo, pelo menos na maior, com sulco lon- 
gitudinal bem distincto; o primeiro ( visto do 
lado ) nas formas maiores, quasi sempre tão com- 


8G 


prido quanto alto; no bordo anterior muito 
mais baixo, que no bordo posterior. Cor da 
maior parda ou vermelho-parda ou ambas as 
cores misturadas, cabeça muitas vezes amarello- 
parda; em menor (== os exemplares menores ) 
parda, muitas vezes com o abdomen e os mem- 
bros mais claros. 3 — 11 mm.. 

Soldado: Prelominantemente da cor fer- 
rugineo amarellz ; cabeça e thorax amarellos, 
antennas e manaibulas mais ou menos verme- 
lho pardas. 

Do Mexico até o Uruguay e Paraguay: 


Ke. Burchelli Westw. 


4 — no bordo masticatorio distinctamente denticula- 
das. Carenas do epinoto muito convergentes 
para tráz. Primeiro nodo do petivlo na maior 
e na menor ( vista de lado ) distinctamente mais 
comprido que alto. 9. 

9. Primeiro nodo do petiolo (visto do lado) no 
bordo anterior muito mais alto, que no bordo 
posterior; ( visto de cima) em maior um pou- 
co mais que uma vez e meia tão comprido 
quanto largo; sem o minimo vestigio de um 
sulco longitudinal, bem como o segundo. Man- 
dibuias estriadas e pontuadas. Parte dental do 
epincto mais ou menos cicatrisada, mas não 
alongada, nem restricta na base. Cor quasi in- 
teiramente amarello-vermelha ; antennas, man- 
dibulas e tarsos pardos. 8-- 11 mm. 

Soldado : (Cabeça forte brilhante ( nas ou- 
tras especies opaca). Cor geral amarella; ti- 
bias, femures, tarsos e antennas ferrugineo- 
amarellas. 

Do Mexico ao Amazonas: 


Ee. hamatum F. 


6 — nodo do petiolo no bordo anterior e posterior (vis- 
to de lado) quasi igual na altura ou em maior an- 
teriormente sómente um pouco mais baixo, com 


ne ee 


sulco longitudinal distincto. Carenas do epinoto 

menos convergentes que no typo. Cor mais es- 

cura que a do hamatum. 9.5--10 mm., 7 

exemplares. E. Garbe leg. Besouro do campo. 
S. Luiz de Caceres ( Matto Grosso ): 


Ec. hamatum var. mattogrossensis, nn. 
var. (No. 19.608.) 


— 


— nodo do petiolo no bordo anterior muito mais 
baixo, que no posterior; (v. de cima) pelo 
menos em maior, cerca de duas vezes 0 com- 
primento da largura; com sulco longitudinal 
bem distincto, igualmente no segundo nodo. 
Mandibulas estriadas em maior, pontuadas em 
menor. Parte dental aträz no epinoto inteira- 
mente cicatrisada em forma de lamella; em 
maior, na base restricta. Thorax muito menos 
restricto entre meso—e epinoto, de qie em am- 
bas as especies anteriores. Primeiro articulo 
do funiculo (rectangular no scapo ) sobresa- 
liente ‘entre as especies de Hciton s. str. só- 
mente ainda em vagans ). Pardo-vermelha, com 
pernas mais claras, mandibulas pretas e abdo- 
men amarello -- pardo. A menor às vezes in- 
teiramente amarello -- vermelha, mandibulas par- 
das. 9--8 mm.. 

Soldado : claro -- ferrugineo ; mandibulas 
e antennas pardas. Muito pequeno : incl. das 
mandibulas sómente 12 mm. ( Emery ). 

Do Mexico a Minas, Paraguay. Est. de 
Minas : Pirapora (No. 18.457). E. Garbe 
leg. Sem 2% 2% : 


Ec. roger: D. T. 


8. Thorax entre meso—e epinoto (a saber na 
base das carenas) não restricto, por conse- 
guinte, o perfil dorsal quasi rectilinear. Pri- 
meiro articulo do funiculo ( rectangular no sca- 
po) quasi sempre bem distinctamente sobresa- 
liente. Espinhas do occiput curtas e obtusas. 


10. 


— 238 — 


Carenas do epincto rectas e parallelas. Ambos 
os nodos do petiolo, pelo menos em maior, com 
distincto sulco longitudinal. Abdomen bem bri- 
lhante Mais claro ou escuro -- parda,  uni- 
color ou com abdomen mais claro; muitas ve- 
zes inteiramente ferruginea. 3-- 10 mm. 

Soldado : cor inteiramente ferruginea. 15 
mm.. 
Do Mexico até São Paulo. Est. de São 
Paulo: Franca (15.884). Est. de Matto Gros- 
so: S. Luiz de Cáceres (19.599, 19.618). E. 
Garbe leg. Besouro do matto : 


Ec. vagans Ol. 


aqui distinctamente restricto. Primeiro articulo 
do funiculo não ou quasi não sobresaliente. 
Espinhos do occiput compridos e agudos. 10. 
Carenas do epinoto quasi rectas e parallelas. 
Primeiro nodo do petiolo e o segundo, pelo 
menos em maior, com sulco longitudinal em 
cima. Primeiro segmento do abdomen comple- 
tamente opaco. (Cor variavel: inteiramente fer- 
ruginea, com abdomen mais claro e mandibu- 
las negrejantes ; ou abdomen e pernas ferru- 
gineas, o resto vermelho -- pardo; ou preto -- 
parda, com pernas vermelho -- pardas e abdo- 
men amarello. Maior que vagans. 

Soldado : desconhecido. 

Amazonas : 


Ec. rapax Fr. Sm. 


11 — do mesmo lateralmente mais ou menos cur- 


12: 


vadas para fóra ou rectas, mas sempre bem dis- 
tinctamente convergentes para tráz. 12. 

Abdomen na pagina dorsal no primeiro se- 
gmento opaco. Carenas do epinoto lateralmente 
pelo menos em maior bem curvadas para fora, 
antes dos espinhos fortemente restrictos. Geral- 
mente ambos os nodos do petiolo, em todas as 
formas, em cima com sulco forte, longitudinal ; 


— 239 — 


o primeiro nodo, pelo menos em maior, atraz 
somente pouco estreitado, pediculiforme. Cor 
quasi inteiramente preta ou, porém, mais raras 
vezes, parda; ponta abdominal, tarsos e funi- 
culo em baixo geralmente vermelho -- parda. 
6-- 10 mm.. 

Soldado : Cor predominantemente verme- 
lhe -- parda; mandibulas, antennas, petiolo, ab- 
domen (excepto a ponta mais clara) e pernas 
( excepto os tarsos mais claros ) pretas ou bem 
escuro -- pardas. 


Da Bahia ao Rio Grande do Sul: 
Ec. quadriglume Hal. 


13 — aqui distinctamente brilhante. Carenas do epi- 
noto lateralmente menos curvadas, que em qua- 
driglume ou mesmo rectas; antes dos espinhos 
terminaes não ou menos restrictas; espinhos 
mais curtos. Primeiro nodo do petiolo sem 
sulco longitudinal ou indistincto ; atráz com de- 
clividade mais forte, que em quadriglume e pelo 
menos em maior mais forte estreitado, pedicu- 
liforme. Occiput, entre ambos os espinhos, com 
bordo agudo, distinctamente saliente ( Forel ). 
Geralmente parda, com cabeça (incl. as man- 
dibulas ) mais escuras; abdomen, funiculo, pe- 
tiolo e pernas mais claras; muitas vezes intei- 
ramente ferruginea. No resto é semeihante a 
quadrigl. 4--10 mm. 

Soldado: Cor semelhante a do %, parda 
t cabeça etc. não vermelho -- parda, como em 
quadrigl. 2%. Espinhos occiputaes bem desen- 
velvidos. Mandibulas no bordo interior, antes 
do meio, com um dente ou uma saliencia ac- 
cusadamente variavel (falta sómente em um 
ex. ); às vezes um segundo dente antes da 
ponta encurvada; a pontuação mais fraca, que 
em quadriglume. Cabeça menos grossa. 10 
mm., 7 exemplares. Um % tem a cor intei- 
ramente ferruginea, só os articulos do funiculo 


LE QUA cur 


são no fim annulados mais escuros, 11 mm.. 
Espinhos occiputaes bem desenvolvidos. 

Num especimen de meio-soldado (14.207), 
que possuimos, são as mandibulas tambem mais 
compridas que a cabeça, o bordo interior den- 
ticulado, sem dente antes do meio; lateral- 
mente pouco curvadas, mas o fim para tráz, a 
ponta mesma encurvada um pouco para den- 
tro; antes da parte encurvada, com um den- 
ticulo um pouco maior. Espinhos ccciputaes 
tambem bem desenvolvidos. 

Estado da Bahia: Villa Nova ( 14.207), 
Est. de Minas: Pirapora (18.440, 18.467), 
Est. de S. Paulo: Ituverava (16.192), Franca 
(15.768). Est. do Rio Gr. do Sul: Neu Wiir- 
temberg (19.100, 19.101); Est. de Matto 
Grosso: S. Luiz de Caceres (19.612). E. 
Garbe leg. ; Misiones ( Argent. ): 


Ec. quadriglume Lal. subsp, dulcius For. 


Forel, Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. T. LVI, 
1912 pag. 42; == francanum Ihg. ( No. 15.76€) 
Entomolog. Mitr. B. I Noy. 8, 1912 pag. 229. 
Nao foi descripto. 

Segundo Forel, lc., differe do quadri- 
glume pela falta dos espinhos do occiput. Em 
nossos exemplares ( 40 e tantos) o mesmo no. 
14.207, do qual Forel recebeu material do Mus. 
Paulista e nelle se baseou para crear dulcius, . 
não acho confirmada essa informação. ( Santschi 
Extr. Ann. Soc. Entomol. France Vol. LXXXIV, 
1915 (1916) pag. 510, cujo trabalho recebi 
só mais tarde, confirma a minha observação ). 

A meu ver tem dulcius de subsistir como 
especie. 


2. Subgen. LABIDUS JUR. 


(São conhecidas 7 especies americanas, incl. 
2 da Costa Rica). 


Unhas tendo no meio dois denticulos. Mandibulas 
lisas e brilhantes, com 3 dentes. Cabeça trian- 


as) |, ao 


cular, tão comprida quanto larga em maior, 
distinctamente mais comprida que larga em 
menor. O scapo alcança apenas a metade da 
cabeça. Faltam os olhos. Articulos 3 até 9 
do funiculo em maior uma vez e meia mais 
largos que compridos; em menor duas vezes. 
Thorax em cima aplanado (em contraste do se- 
melhante Labidus coecum com as costas abo- 
badadas ; ) meso-epinoto profendamente restricto. 
-  Ambos os nodos do petiolo mais compridos que 
largos. Liso e brilhante. Cor, em geral, pardo 
vermelha. 2.3-4.4 mm. 
(Gearä : 
Lab. mars For. 
(Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. LVI, 1912 pag. 44). 


2 — aqui com um denticulo. Mandibulas estriadas, 
Meso-epincto distinctamente restricto. 3. 

3. Parte basal do epinoto sobresahe à declividade 
em forma de chapa, que é no bordo posterior, 
pelo menos em maior, mais ou menos emar- 
ginado. Occiput atraz bilateralmente com um 
angulo distincto. Antennas curtas e grossas ; 
a maior parte dos articulos do funiculo (o ul- 
timo articulo sempre exceptuado ) em todas as 
formas, muito mais largos, que compridos. Ca- 
beça, além da finissima esculptura dedaliforme, 
pontuada grossa, mas plena e espaçosa. Ambos 
os nodos do petiolo e o thorax, pelo menos no 
epinoto, longitudinalmente rugoso-estriados. Cor 
geral mais claro ou escuro-parda, antennas e 
mandibulas muito mais escuras; raras vezes 

. inteiramente ferruginea. Abdomen brilhante, 

além disto gerelmente opaco. Sem 2%. 7-9,5 mm. 

De Mexico até o Rio Grande do Sul e o 
Paraguay : 


Lab. crassicorne Fr. Sm. 


4 — basal do mesmo differente, arredondada ou an- 
gulada. Occiput (excepto schlechtendal: ) sem 
angulos distinctos, arredondado. 5. 


242 — 
Primeiro art:culo do funiculo sobresahe distin- 
ctamente o scapo em posição rectangular ( quasi 
a metade). Antennas esbeltas, todos os arti- 
culos do funiculo mais compridos, do que gros- 
sos em maior; tão compridos, quanto grossos 
ou mesmo mais grossos em menor ( tambem nas 
formas pequenissimas ). Brilhante, pouco esculpi- 
do. Cor predominante preta ou tambem escuro- 
pardacom membros mais claros ; raras vezes in- 
teiramente da côr d'azeitona em minor. Com % 
bem cabeçudos. 3. 5-8. D ram. 


or 


Do Mexico até o Rio Grande do Sul e Pa- 
raguay; Misiones ( Argent. ) : 


Lab. praedator Fr. Sin. 


6 — nodo do mesmo não sobrepuja o scapo. 7. 


7. O segundo nodo do petiolo não está assentado 
“ao abdomen com a sua parte inteira posterior ; 
ambos os nodos, pelo menos nos individuos 
maiores, atraz rectangularmente declive. 4 maio- 
ria dos articulos do funiculo em maior, tão com- 
pridos ou um pouco mais compridos do que 
grossos; o contrario em minor. Faltam ge- 
ralmente os olhos. Cabeça atrás sem o minimo 
vestigio de angulo. Cabeça, abdomen e petiolo 
lisos, com pontuação espaçada e fina; thorax 
um pouco rugosc e com esculptura densa e 
dedaliforme. Notavelmente brilhante; thorax 
opaco ou quasi opaco. Cor mais claro ou mais 
escuro-vermelho-parda ; petiolo, abdomen e per- 
nas ainda mais claros; mandibulas em maior 
pretas. 3. 59-10 mm. 


Soldado: Cabeça desproporcionadamente vo- 
lumosa, muito mais, que em qualquer outra es- 
pecie: esta formiga por isto lembra Pheidole 2%. 
Mandibulas na base do bordo interior com um 
forte dente triangular. 16 mm. 


Do Texas até o Rio da Prata; Paraguay, 
Misiones ( Arg. ) : 


— 243 — 


Lab. coecum Latr. 
(== grassator For., Deut. Ent. Zeitschr. 1911 pag. 288) 


8 — nodo do petiolo assentado ao abdomen com a 
sua parte inteira posterior, primeiro nodo de- 
clinando obliquamente atraz em maior ou, em 
menor arredondado. A maior parte dos arti- 
culos do funiculo muito mais larga, que com- 
prida. Olhos presentes tambem nos individuos 
minimos. Occiput atraz com angulo bem fraco, 
mas sómente na maior. Cabeça, thorax, petiolo, 
além da pontuação finissima e dedaliforme, com 
pontas grossas e espaçosas. Maior: Opaca ou 
quasi opaca, pernas e mandibulas brilhantes ; 
menor: quasi inteiramente brilhante. Cor ver- 
melho-parda ; mandibulas pretas e abdomen mais 
claro. Os individuos mais pequenos às vezes 
ferrugineus. 2.5-8 mm. 

SAP aloe cida( 2090172578, Para ; 
Paraguay : 
Lab. Schlechtendali Mayr. 


3. Sub gen. ACAMATUS EM. 


( Especies americanas 33, ertre ellas 6 da 
Argentina e Uruguay e 3 do Paraguay ; as 
outras ex-brasileiras do outro lado dos Andes, 
da America Central e do Norte). 

1. Thorax entre meso — e epinoto mais ou menos 
restricto mas nem o meso — nem o epinoto 
gibiforme. Cabeça entre os olhos sem proemi- 
nencia lisa e distincta. Scapo o occiput não 
alcançando. 5. 

2. — aqui muito fundamente restricto, de modo que, 
pelo menos o mesonoto eleva-se bem alto. Ca- 
beça pelo menos atraz e thorax esculpidos e 
por conseguinte opacos. (Cabeça com 2 pe- 
quenas proeminencias distinctas e lisas, entre 
os olhos e um pouco atraz, de modo que, pa- 
recem existir 4 olhos. O scapo sobrepuja o 
occiput mais ou menos ou pelo menos alcança-o. 


a pa 


Pronoto no bordo anterior com uma pequena 
carena transversal, antes da parte collariforme. 
Pelo menos o primeiro nodo do petiolo muito 
mais comprido, que largo (sempre visto de 
cima). Segundo nodo do petiolo e abdomen 
brilhantes. Mandibulas estriadas. 3. 

Cabeça densamente pontuada dedaliforme, não 
estriada. Parte basal do epinoto (visto do 
lado ) pelo menos tão comprida quanto a me- 
tade do promesonoto em menor, mais comprida 
em maior. Sómente o mesonoto fortemente 
gibiforme. Todos os articulos do funiculo di- 
stinctamente ou muito mais compridos que 


grossos; em maior a maior parte dos articulcs 


têm quasi duas vezes da largura, o segundo duas 
vezes e meia. Em minor os articulos são pro- 
porcionalmente mais curtos. rente e vertice, 
o primeiro nodo do petiolo e o thorax, espe- 
cialmente em cima no meso-epinoto, com nu- 
merosas gibinhas; em menor tudo isto em 
miniatura. Primeiro nodo do petiolo sub-opaco. 
Maior vermelho-parda, thorax mais escuro, 
mandibulas pretas; minor, muitas vezes, intei- 
ramente amarello-vermelha. à-5.5 mm. 

Est. de S. Paulo: Franca (15.881). Minas : 
Pirapora (18.447), Rep. Argentina : 


Ac. pseudops For. var. garbei For. 
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. 1912 pag. 47). 


O typo, conhecido do Paraguay, tem antes 
de tudo, articulos funiculares mais curtos : todos 
são quasi eguaes, um pouco mais compridos, 
que Jargos. 


4 — na frente e vertice com estrias longitudinaes 


distinctas. Parte basal do epinoto, quando 
muito, tão comprida, quanto a metade do pro 
mesonoto. Meso-e epinoto elevados em forma 
de giba bem alta. Articulos do funiculo só- 
mente um pouco mais compridos, que grossos. 
Cabeça etc. sem gibas pequenas; ambas as proe- 


— 245 — 


- minencias muito mais fracas, que em pseudops- 
garbei. Primeiro nodo do petiolo tambem 
brilhante. Thorax fortemente rugoso. Verme- 
lho-parda, com petioio, abdomen e pernas mais 
claras. 3-5 mm. 

Do Pará até o Rio Gr. do Sul: 


Ac. legionis Fr. Sm. 


9. Pronoto simples no bordo anterior. Cor fer- 
ruginea ou vermelho-parda ; petiolo, abdomen, 
pernas mais claras. Mandibulas estriadas, par- 
das, com 3 fortes dentes. Articulos fun'culares 
medianos, quando muito, tão compridos, quanto 
largos. Scapo muito curto, não, ou quasi não, 
sobrepuja a metade da cabeça. Thorex em 
cima denso e fortemente pontuado e por con- 
seguinte sub-opaco, Sutura meso-epinotal bem 
distincta, a do pro-mesonoto rasa e indistincta. 
A parte basal do epinoto tem sómente um terço 
do pro-mesonoto. Pro-mesonoto muito pouco 
abaulado. Primeiro nodo do petiolo opaco, ou bri- 
lhante, o segundo transversal. Brilhante, cabeça 
com pontuação fina. Corpo muito abundante- 
mente provido de pellos; robusto. 4.5-6 mm. 

Pará, Rio; St. Catharina : Itajahy (15.974), 
Rio Gr. do Sul: St. Maria (19.078). E. Gar- 
be leg. : 
Ac. punctaticeps Em. 


6. — aqui com carenicula transversal, distincto ge- 
ralmente tambem nos pequenos individuos; se 
é indistincto, então a côr geral preta. Cabeça 
brilhante, mais ou menos pontuada. 7. 

7. Pro-mesonoto egualmente forte-abaulado, muito 
mais forte, que nas outras especies. Cér con- 
stantemente preta ou muito pardo-escura ; do 
funiculo e dos tarsos mais clara. Meso-epinoto 
fortemente restricto. Primeiro nodo do petiolo 
mais comprido, que largo; o segundo, quando 
muito, tão comprido, quanto largo. Todos os 
artículos funiculares, pelo menos em maior, 


Ss) 


— 246 — 


distinctamente mais compridos do que grossos, 
Mandibuias estriadas. Em geral lisa e brilhan- 
te, sómente o epinoto, pelo menos lateralmente, 
denso-rugoso. Abundantemente vestida de ca- 
bellos brancos e eriçados. 2.5 mm. 


Do Mexico até o Rio Gr. do Sul e Pa- 
raguay : : 
Ac. pilosum Fr. Sm. 


8. — fracamente abaulada. Cor vermelho parda, 


ferruginea, amarellada. 9 


Comprimento da cabeça, em maior, uma vez 
e meia da largura, em minor duas vezes e 
por isto differente de todas as outras especies ; 
na maior adiante distinctamente mais larga, que 
atraz, na minor egual. Mandibulas lisas e 
pontuadas, sem dentes. A largura dos articulos 
6-10 do funiculo é egual à grossura, ou um 
pouco mais grossa. Meso-epinoto pouco restricto. 
Primeiro nodo do petiolo duas vezes mais com- 
prido do que largo; o segundo uma vez e 
meia, um pouco mais largo, que o primeiro. 


Em geral lisa e brilhante. 3,7-4.8 mm. 
Bahia : 


Ac. góldii For. 


10 — muito mais curta. Mandibulas estriadas, pelo 


14; 


menos em maior. 11. 


Cabeça em baixo, no bordo anterior, com dois 
dentinhos agudos; lateralmente, para o terço 
anterior, com saliencia forte; pouco mais com- 
prida que larga. Mandibulas com tres dentes 
no bordo masticatorio (o dente mediano situa- 
do no meio). Scapo para o fim accentuada- 
mente alargado. Articulos 3-- 10 do tuniculo 
muito mais largos que compridos. Primeiro 
nodo do pet:olo mais comprido, que largo ; se- 
gundo mais largo que o primeiro, um ponco 
mais largo que comprido. Meso-epinoto restric- 


Lape 


to. Geralmente liso e brilhante. Amarello- 
vermelha. 4 mm. 
Pará : 
Ac. paraense For. 


( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. T. LVI, 1912, pag. 45) 


12 — aqui simples. 13. 


15. 


Articulos funiculares em maior muito nais com- 
pridos que largos; em minor tão compridos, 
quanto largos, mas geralmente mais compri- 
dos. Scapo delgado. Pro-mesonoto abau'ado. 
Parte basal do epinoto (visto do lado) tem 
dois terços do comprimento do promesonoto. 
Meso -epinoto, em maior, muito distincta — 
em minor muito fracamente restricto. Primei- 
ro nodo do petiolo muito mais comprido, que 
largo; segundo tão comprido quanto largo no 
bordo posterior em maior, mais comprido em 
minor. Lisa e brilhante; sómente o metanoto 
na parte maior opaca, em consequencia da es- 
culptura rugosa. Vermelho-amarella, pernas, pe- 
tiolo e abdomen mais claras. 2.9-4. 5 mm. 


Ituverava (Est. de S. Paulo 16.196) E. 
Garbe leg. 
Ac. diana For. 


Mém. Soc. Ent. Belg. XX, 1912, pag. 31 
É pag 


14— do faniculo, excepto o ultimo e talvez o pri- 


meiro, o decimo e o nono articulo, quando muito 
tão compridos, quanto largos. Primeiro nodo 
do petiolo (sempre visto de cima) distincta- 
mente mais comprido, que largo; o segundo 
liso e brilhante. 15. 

Segundo: nodo do petiolo em cima muito mais 
comprido, que largo. distictamente mais estreito 
que o primeiro. O primeiro opaco. Pro-meso- 
noto fracamente abaulado. Parte basal do epi- 
noto, guando muito, tão comprido, quanto a 


metade do pro-mesoncto. Meso-epinoto em maior, 
distinctamente, em menor não restricto. Tho- 
rax grossamente esculpido. Pro-mesonoto me- 
diocremente brilhante, epinoto cpaco. Inteira- 
mente amarello-vermelha ou cabeça e thorax 
parda. Scapo alargando-se sómente um pouco 
para a extremidade. 1. 5-5. 5 mm. 


Rio Grande do Sul e Paraguay : 


Ac. angustinode Em. 


16 — nodo do mesmo em cima tão comprido, quanto. 


117. 


largo ou sômente um pouquinho mais comprido ; 
não mais estreito, que o primeiro. Corpo farta- 
mente vestido de pellos compridos e eriçados. 17. 


Segundo nodo do petiolo em cima quasi qua- 
drado. O ultimo articulo do funiculo um pouco 
mais, que duas vezes tão comprido, quanto o. 
decimo e o nono juntos. P'ro-mesonoto na parte 
maior polida; epinoto mais ou menos es- 
culpido, sem brilho em maior, com brilho em 
minor. Primeiro nodo do petiolo brilhante e 
quasi liso em menor, parcialmente esculpido em 
maior. Amarello-vermelha. Scapo fortemente 
engrossado para a ponta. 2. 5-4 mm. ( Segundo. 
Mayr, Wien. Ent Zeitschr. 1886 pags. 33 e 120). 

Palmas, Sta. Catharina no antigo contes- 
tado. 


A. hetschkoi Mayr. 


18 — nodo do petiolo não quadrado, adiante distin- 


ctamente mais estreito, que nas outras partes ; 
mais largo, que o primeiro. (Cabeça com an- 
gulos obtuso-agudos. O ultimo articulo do fu- 
niculo, quando muito, tão comprido, quanto o 
decimo e o nono juntos. Mandibulas no bordo- 
masticatorio com 2 ou 3 pequenos dentinhos. 
norax emcima inteira — e fórtemente escul- 
pido ; pro-mesonoto pelo menos em menor bri- 
lhante. Epinoto em maior sempre, em mener. 


— 249 — 


geralmente opaco. ( Em menor o pro-mesonoto 
as vezes quesi liso). Primeiro nodo do petiolo 
mais ou menos esculpido e mais ou menos 
opaco. Meso-epinoto em maior distinctamente, 
em menor fracamente restricto. Pro-mesonoto 
fracamente abaulado. O comprimento da parte 
basal do epinoto tem mais ou menos a metade 
do pro-mesonoto em maior, muito mais compri- 
do em ino. Cor, em maior, pardo-vermelha, 
em minor amarellada. 2.3-4 mm. 


São Paulo: Ypiranga (10.031, 19.704): 
Ac. raptans For. 


(Bull Soc. Vaud. Se: Nat. Vol. XLIX, 1913 pag. 11 = 
raptor For. Deut. Ent. Zeitschr. 1911 pag. 289 — 
abstinens Ihg. Ent. Mitt. B. I, 1912 pag. 232.) 

IV CHAVE 


PARA DETERMINAR DIV. Ÿ d 


(Os caracteres, aqui mencionados, refe- 
rem-se especialmente äs especies descriptas, 
nesta chave. ) 

Especimens proporcional nente bem gran- 
des, da forma distincta, geralmente vestidos 
com cabellos extraordinariamente compridos, 
de côr pardacenta, pesados, mais ou menos de 
1-2 cm. de ccmprimento, que na sua apparen- 
cia sO se assemelham muito pouco aos & 4 de 
outras formigas. Azas geralmente amarelladas. 
Antennas com 13 artículos. 

Capturam-se quasi exclusivamente à luz 
electrica e aqui frequentemente. Todavia forão 
varios exemplares tambem observados nas co- 
lumnas migratorias dos ÿ 9. 

1. Mandibulas consideravelmente mais compridas, 
que o bordo anterior da cabeça, para a ponta 
distinctamente encurvadas para dentro, em geral, 
porém, sómente pouco curvadas. Linha basal 
do triangulo dos ocellos muito mais curta, de 
que a distancia entre os olhos e o ocello mais 


195i) as 


proximo. Face ( lugar entre olho e a base man- 
dibular ) distincta. À frente passa paulatinamente 
para a vertice, estando por conseguinte, os ocellos 
num plano. Petiolo fortemente transversal, no 
meio excavado, os angulos anteriores fortemente 
arredondados; bordo lateral puxado aliforme para 
tráz: os angulos posteriores obtuso-agudos. Es- 
culptura (excepto burchelli ) pelo menos encima 
do thorax, compõe-se de pontos ralos e bas- 
tante grossos. Quasi inteiramente opaco. Pu- 
bescencia, pelo menos no abdomen, muito rica, 
brilhante como a seda: 


Subg. ECITON S. STR. 5. 


2 — quando muito, tão compridas, quanto a margem 
anterior da cabeça ou sómente um pouco mais 
compridas; geralmente fortemente curvadas em 
forma de foice. Linha basal do triangulo 
ocellar sempre consideravel ou muito mais 
comprida, de que a distancia entre o olho e o ocel- 
lo maisp roximo. Falta a face ou é muito curta. 3. 


3. Frente e vertice semelhante a Eciton : Os olhos 
num plano e os lados da cabeça não occupados 
inteiramente. Distancia, entre o olho e o ocello 
mais proximo, pelo menos tão comprida, quanto 
a largura do scapo. Mandibulas relativamente 
quasi tão compridas, quanto o bordo anterior 
da cabeça. Thorax mediocre grossamente pon- 
tuado : 


Subg. LABIDUS. 11. 


+ — separada do vertice, directamente atráz dos 
olhos e dos dois ocellos trazeiros e para tráz for- 
temente declinada. Os olhos occupam os lados 
da cabeça inteira. Linha basal do triangulo 
ocellar muito comprida; a distancia entre O 
olho e o proximo ocello mais estreita, que a 
largura do scapo. Mandibulas distinctamente 
mais curtas, que o bordo anterior da cabeça : 


np. ee 
Subg. ACAMATUS. 17. 


5. Mandibulas muito estreitas. angulo antes do meio 
do bordo interior, às vezes, indistincto. Face 
pelo menos täo comprida, quanto o scapo na 
sua parte mais larga. A parte emarginada 
atraz da cabeça, com dois angulas distinctos. 
Scutello sem sulco longitudinal. Cabeça na vi- 
zinhança dos ocellos, mandibulas e antennas pelo 

menos no scapo, ( scutello ), epinoto, o 

ultimo segmento abdominal encima na 

sua parte maior, os lados dos outros 

segmentos e o petiolo lateralmente, 

bem como as pernas, com cabello eri- 

cados e amarellados. Thorax muito 

denso e muito fino granulado, sem 

pontos mais grossos; com manchas e 

a 4 desenhos pretos. Cabeça, thorax, co- 

xas, femores e antennas geralmente 

pardas ; petiolo, abdomen, tarsos e tibias par- 
cialmente amarello-parios. 17 mm.: 


(As figuras das mandibulas segundo Emery e Santschi ). 
Ec. burchelli Westiv. (= foreli Mayr. $X%) 


6 — largas, no bordo interior com 1 ou 2 angulos 
fortes. 7. 
7. Mandibulas aqui com dois angul.s. Cabeça tão 
larga, quanto o thorax. Petiolo nos 
angulos anteriores arredondado; atráz 
menos alongado, de que nas especies 
aparentadas; sem cabellos eriçados. 
Cor claro-vermelho-parda, costa do ab- 
domen e scutello muito escuros. 14 mm: 


Ec.? hamatum Fabr. é 
À 


Comprimento apenas 14 mm. não falia 
a favor de Hc. hamatum, considerando que os 
dd, do burchell e quadriglume, cujos $ & 
egualam por mais ou menos no comprimento 
aos do hamatum, tem um comprimento de 
16 -- 18 mm. 


252 — 


8 —aqui sómente com um angulo. 9. 

9. “Este angulo antes do meio do bordo interior. 

Face muito mais estreita que o scapo na sua 

parte mais larga. A parte emarginada 

atráz da cabeça sem angulo. Scutello 

no meio com sulco longitudinal fundo 

e largo e por conseguinte com duas gi- 

bas. Petiolo no bordo auterior emargi- 

nado bem fundo. Thorax, além dos 

pontos grossos. com pontuação densa, 

a + dedaliforme. Cabellos eriçados semelhan- 

tes aos de burchelli, mas da cor cin- 

zenta. Thorax e o ultimo segmento do abdo- 

men encima inteiramente cobertos e o penul- 

timo no meio trazeiro de cabellos 

eriçados; o petivlo só lateralmente. 

Cor inteiramente preta, sômente a do 

funiculo, dos tarsos e da ponta do 

abdomen amarello-parda. O abdo- 

men apparece pela pubescencia ama- 

rellada um pouco menos escuro. 16-18 
mm. 


N 





Ec. quadriglume Halid. a ; 


Somente um 4 (N. 19.686 ) de S. Paulo, cidade. 


16 — angulo aträz do meio do bordo interior. Scu- 
tello sem sulco longitudinal. Petiolo antes for- 
temente estreitado, com angulos anteriores bem 

distinctos, no meio fundamente impresso, 


Thorax, além dos pontos grossos, com 
pontuação fina e densa; rectilineo no 
scutello. forte, mas não verticalmente 
declive. Cabellos eriçados curtos no pro- 


mesonoto, mais compridos nas outras 
partes do thorax, bem como no scapo 
4 e nas pernas. Abdomen encima só- 


mente no pygidio com cabellos eriçados. 
Cabeça, thorax, petiolo, mandibulas e antennas muito 
escuro-pardo-vermelhas ; pernas, abdomen e tarsos 
mais claros. 15 mm.: 


= 150) — 
Ee. dubitatum Em. 


Segundo Emery e Ihering, dubitatum & 
pertence a vagans ou rogert &. 


11. Quasi inteiramente brilhante, quando muito, o 
abdomen parcialmente opaco ou subopaco. 13. 


12. — inteiramente opaco, sómente os bordos poste- 
riores dos segmentos do abdomen e o ultimo 
segmento do mesmo brilhante. 15. 


13. Scapo mais curto que os quatro primeiros ar- 
ticulos do funiculo. Therax muito menos que 
duas vezes mais largo, que a cabeça. Mandi- 
bulas simeles. Petiolo forte transversal, seme- 
lhante ao de Æciton s. str., com bordo lateral 
producto em forma de azas para tráz, mas com 
angulos anteriores completamente arredondados 
de maneira que, existem sómente dois bordos : o 
anterior ( junto com os lateraes ) e o posterior. Ga- 
beça e mandibulas, thorax, petiolo (excepto a me- 
tade posterior impressionada ) e o primeiro se- 
gmento do abdomen, pelo menos nos seus lados, o 
ultimo e penultimo tambem em cima, segmen- 
to 2 atê 4 no meio, bem como as coxas, com 
cabellos compridos e eriçados. Pernas e scapos 
com cabellos mais curtos e mais appressos. 
Brilhante; do segundo ao quarto segmento ab- 
dominal com pontuação densa e por’ conse- 
seguinte subopacos. Cor claro-vermelho-parda, 
cabeca parda ou preta. 20--22 mm. : 


Lab. cœccum Latr. 
(Com as var. jurinei Shuck e servillei Westw. ) 


14 — tão comprido quanto os cinco primeiros arti- 
culos do funicuo. Thorax quasi duas vezes 
mais largo, que a cabeça. Mandibulas nos pri- 
meiros dois terços do comprimento, com 3 es- 
trias longitudinaes. Petiolo quatro vezes mais 
largo, que comprido, em cima mediocremente 
aplanado. Vestilura de cabellos semelhante à 


— 294 — 


do coecum, mas a cabeça no meio pelluda. 
Epinoto, petiolo e abdomen pubescente de cor 
amarello -- vermelha; o ultimo muito finamente 
pontuado e brilhante. O resto da cor é muito 
semelhante a do coecum. 20 mm.: 


Lab. praedator Fr. Sm. 


Apesar da frequencia do $,0 & até agora 
não foi encontrado em roda da cidade de S. Paulo. 


15. Parte basal do epinoto no hordo posterior 
arredondado, no meio sem ou sómente com 
uma impressão fraca. Petiolo largo -- quadra- 
do, com uma largura mais de duas vezes su- 
perior ao comprimento; antes um pouco mais 
estreito, que atraz; angulos anteriores e pos- 
teriores arredondados, angulos posteriores não 
aliforme, no bordo anterior um pouco encolhido, 
em cima convexo. Laminas (1) frontaes comple- 
tamente arredondadas. Cabeça, incl. mandibu- 
las, metanoto atráz, petiolo e o primeiro se- 
gmento abdominal nos lados, o ultimo e o pe- 
nultimo em cima inteiramente revestidos com 
cabellos muito compridos, muito densos e eri- 
cados. Tambem o resto do abdomen na pagi- 
na superior com cabellos compridos, mas de 
maneira a deixar uma zona média e lateral do 
segundo segmento até o quarto, ingredindo 
um pouco tambem o quinto. Cabeilos do tho- 
rax mais curtos. Pernas e antennas com cabel- 
los compridos e eriçados. Inteiramente vermelho 
parda, com cabellos amarellados. 17 -- 18 mm.. 


Lab. hartigo Westw. 


(Segundo Ihering hartigi = verosimilmente schlechten- 
dali Magr. 9 ) 


A opinião de Ihering é muito verosimil, 
considerando as proporções do & de schlech- 





(1) Não áreas, 


tendali e crassicorne. Este é indubitavelmente 
o maior. 

Forel descreve mais um & de S. Paulo, 
que receveu do Museu Paulista, de hartigz : 
17 mm. Menor que o typo. Parte basal do 
epinoto convexa e não concava no bordo 
posterior (sómente no meio), angulos la- 
teraes não agudos, mas obtusos, no meio tão 
comprida, quanto nos lados ( muito mais com- 
prida nos lados do typo), quatro vezes mais 
larga, que comprida. Petiolo muito mais estrei- 
to, de que o metanoto e que o 1.º segmento 
abdominal ( apenas em hartigi typo), em cima 
convexo e totalmente arredondado, nos seus 
angulos posteriores, que são agudos. Membros 
somente fracamente pubescenies, sem cabellos eri- 
çados. Cabellos compridos vermelho-amarelados, 
como no typo, mas inteiramente apressos nas cos- 
tas, eriçados para tráz, só no ultimo segmento : 


Lab. hartigi Westro. sub-sp. hansi For. 
9 i 
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. Vol. LVI, pag. 43 ). 


. Todos os nossos exemplares, uns vinte, e 
tambem do mesmo lugar, estão pouco mais ou 
menos de accordo com esta descripção, até os 
cabellos abdominaes, que são em todos os seg- 
mentos eriçados. Este material foi determinado 
por Emery e Waldo por Lab. hartigr Westw: 

16. — basal do metanoto ali rectilineo, no meio 
com uma impressão forte. Petiolo muito mais 
largo, que em schlechtendal: ; no bordo poste- 
rior cerca de duas vezes e meia tão largo, quan- 
to comprido no meio; com angulos posteriores 
aliformes, no bordo anterior fortemente encolhi- 
do, em cima um pouco achatado. Laminas fron- 
taes (visto do lado) adiante com um distincto 
angulo obtuso. Cabeça, incl. mandibulas e sca- 
po, thorax e pernas com cabellos ericados ; 
epinoto atráz tambem, os cabellos porém, são 





(1) Não áreas. 


et 


— 256 — 


muito mais comprides. Petiolo nos angulos pos- 
teriores, segmentos 2 até 6 do abdomen em- 
baixo nos lados, do primeiro ao quarto tam- 
bem em cima lateralmente com um pincel de 
cabellos muito comprido e eriçado; segmento 
cinco até seis em cima bilateralmente com uma 
fileira ininterrupta de cabellos muito densos e 
do mesmo comprimento, que se acha abreviada 
adiante no segmento cinco. Pardo-vermelha, 
incl. cabellos, 18--20 mm. : 


Lab. Æsenbecki Westw. 


Segundo Ihering esenbeski q! == crassicorne 
(6) 


Fr. Sm. $) 


Petiolo nos angulos posteriores muito forte, 
arredondados, não escondidos por cabellos. Man- 
dibulas fracamente curvadas. Espáço entre olho 
e ocello mais proximo. apenas tão largo, que o 
meio diametro do ultimo. Petiolo quasi duas 
vezes mais largo, de que comprido, bordos la- 
teraes quasi parallelos. Abdomen para tráz dis- 
tinctamente avolumado. Orgão sexual: atrás só- 
mente com duas pontas fortes sobresahidas. 
Brilhante, finamente pontuada. Cabeça, mandi- 
oulas, thorax, petiolo e coxas com cabellos com- 
pridos e eriçados, como tambem o abdomen, 
pelo menos lateralmente e em cima no ultimo 
segmento. De resto pubescente. Vermelho-parda, 
cabeça mais escura. 16-17 mm.. 

Os seguintes caracteres são os mesmos entre 
luederwaldti, halidayi e iheringi : escapo não 
relevantemente alargado, não ou apenas alcan- 
cando o ocello lateral. Scutello em cima sem 
sulco ou impressão. Epinoto atráz vertical. 
Petiolo em cima mais ou menos convexo. 


S. Paulo: Ypiranga (15.7484, 19.688). 
Ac. luederwaldti Em. 
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. LV, 1911 pag. 220) 


ARR nee 


& desconhecido (talvez raplans ). 


18. — Nos angulos posteriores bem troncados, es- 
condidos pelos cabellos densos. Mandibulas 
fortemente curvadas em forma de foice. Espaço 
entre olho e ocello muito estreito. Petiolo 
forte transversal, mais largo atráz, de que 
adeante. Abdomen cylindrico. Orgão sexual 
atráz com duas pontas compridas e entre ellas 
com duas pontas curtas. Brilhante, finamente 
ponctuada. Pubescente : cabellos mais compridos 
e eriçados na cabeça, mandibulas, nos bordos 
do thorax e petiolo, como tambem lateralmente 
no abdomen e em cima do ultimo segmento. 
Ferrugineo-parda, cabeça quasi inteiramente 
preta. 15-16 mm. 

Do Mexico ao Brasil, Paraguay : 


Ac. halidayi Shuck 


19. — Com argulos posteriores fortemente agudo- 
dentiformes, sómente um pouco mais largo, 
que comprido. quadrado. Mandibulas forte cur- 
vadas. Espaço entre olho e ocello apenas tão 
largo, que a metade do diametro do ultimo. 
Orgão sexual aträz com duas pontas compridas 
‘e no meio com uma ponta mais curta. Thorax, 
petiolo, abdomen em cima, com cabellos curtos, 
mediocremente inclinados ; cabeça, pernas, sca- 
po com muitos cabellos, mas não compridos e 
eriçados. Amarello-vermelha, cabeça, em sua 
parte maior, pardo-preta. 9 mm. 

Rio Gr. do Sul: 


Ac. theringe For. 






















| i | } A APSRRAD pd; ia | 

é ot Por cine 

CP asian AE nine Or us bat et Pe 

Ce we 447 te lo A oie re uf 
As A 7, ET BAR E 

! LUN TE ON al ; | ttes avian a 


FL y | i | NÉ iJ 1} LU 
Mae o tidas RT, O 
A | Tr UBB EE, 
TRY THA RQ E Tit ey ek PSS à 
ib) wl Abit \h | teh Vth : Lit ta i (ahi E 
Wahi AMEL CNT IEEE" HN i) RAN. To baer a ih 
| ho M | wig 
Rite bee GE Oe USER NE HG) | 
ol or 
À Mate fava iy ph, 


LU 


MAN AN BONNE di tu TENTA el PONTS ME en | 
É PL LR a [AVE] CRI AS! (¥ th PIN f ua TT tie 
A ace hii Be AMEL on Ty hi hal (PY, CM ia 


A ih CORD AN! ei Wa) Ge Gana ike 
| OR roça ha TA ay au nr. 
A : if) Uy) ayn AMP É a’ CAO PONT IEA da LES 

OPEN ACL TL INTRO UNE tite LA 
mt etant Moi let os tt 
PRP at a Nai NE BAT PE: HEV) RTO de 
. cj it AN ee ech ine Vee? Dre ee a (AL 
o tt sto! Te Pot Pai ONT A 
| “hat Qu rot Pos br CE O ink 
À ib Peer tod A A De NE 


no PA a R (HN tall 1 LL 
vi o Che 





eo whl 





ALIPIO DE MIRANDA-RIBEIRO 











O genero Telmatohius já foi consta- 
tado no Brasil? == 














“pianos at emos ova 8 is 
Sims Lait: On ORE 02 


TE 


* 


: y 
7 à k p AA Ti 
MA Po to J À I 
Ê i A 
7 \ | À iy 
iG À 7) A 
A OR 7 Pn aan > 
RR. be 
ANSE à 
Co DONNE | 
, He PUR i AIR 
ful» © NS Er) i 
: ah Cs ae 
mary > 
i ‘ Q 


0 genero Telmatobius já for constatado no Brasil 





Na sua «Contribuição Batrachologica » publi- 
cada em 1864 nos «Verhandlungen der k. k. Zool.» 
— bot. Gesellschaft in Wien, pg. 282, deu Stein- 
dachner a seguinte noticia de um batrachio, levado 
para o Museu de Vienna por João Natterer do Brasil, 
« provavelmente dos arredores do Rio de Janeiro ». 


Eis litteralmente os termos de Steindachner : 


« Telmatobius brasiliensis, nov. sp., Est. XVI, 
figs. 3, 3a--3c. O dr. A. F. Wiegmann não deixa 
perceber, na sua bella obra herpetologica « Beiträge 
zur Zool. gesammelt auf einer Reise um die Erde 
von Dr. T. J. F. Meyen, Amphibien », publicada no 
17 vol, pt. I das Nov. Acta Acad. Caes. Leopold. 
Carol (1835), pg, 263 — se os dentes vomerinos do 
genero Telmatobius estão presentes ou faltam. 


Segundo os exemplares que se encontram no 
Museu, de uma segunda especie nova, creio eu, de 
Telmatobius, ha no referido genero dentes vomeri- 
nos. Estes estão em Telmatobius brasiliensis em 
pequeno numero (6 à 7 em cada lado) sobre pe- 
quenas elevações vomerinas semicirculares que ficam 
em linha recta, interrompida no meio, atraz das 
choanas. Os dedos são além disso totalmente livres, 
não reunidos por qualquer membrana, como tam 
bem o dr. Wiegmann formalmente observa; tão pouco 
acreditou o dr. Gunther corrigir ou privar do ge- 
nero Zelmalob'us os rudimentos de membranas na- 
tatorias entre os dedos (vide o Cat. of the Batr. 
Sal. do dr. Günther, pag. 42). Tetmatobius brast- 


liensis m. é mui proximo alliado de T. peruvianus 
de que differe principalmente pela pelle lisa das ex- 
tremidades, além disso, na supposição de que o con- 
torno de todo o corpo no desenho dado por Wie- 
gmann esteja direito e exacto, pelo comprimento da 
cabeça e pelo comprimento, relativamente mais curto 
das patas anteriores. Além disso ao passo que os 
dedos em Telm. peruvianus sejam totalmente livres, 
os artelhos são totalmente providos de membrana 
( não semi - (?) palmados como em 7. peruvianus ). 


Uma fraca prega glandulosa da pelle, reune o an- 
gulo posterior dos olhos à origem das patas ante- 
riores, o que parece faltar em Telm. peruvianus. 


2 


Toda a pelle do corpo é recoberta de pequenas ver- 
rugas obtusamente conicas que, porém, nao tem a 
ponta endurecida e cornea. Eu não attribuo comtu- 
do, à isso, especial importancia, porque essa parti- 
cularidade mui provavelmente deve apparecer no ma- 
cho, só na épocha dos amores, assim como tambem 
sem duvida alguma, o pollegar do macho só na- 
quella épocha, em poucas rãs e sapos é armado do 
esporão que sempre falta 4 femea. A cabeça da es- 
pecie aqui descripta é curta, indistinctamente mais 
comprida do que larga, ellipticamente arredondada 
na frente, com o focinho mais curto e algo mais 
retrahido para traz, de modo que cahe em rampa 
arqueada para o bordo da bocca. As pequenas na- 
rinas exteriores estão um pouco mais separadas do 
angulo anterior dos olhos do que uma da outra, as 
aberturas nasaes internas distinctamente mais sepa- 
radas ( digamos ainda, de passagem, o dobro maio- 
res) do que as externas. Os dentes supra maxilla- 
res são moderadamente fortes, porém curtos, assim 
como os vomerinos. A orla mandibular mostra no 
seu meio um forte processo ponteagudo. A lingua 
é grande e espessa, papillosa, redonda, do mesmo 
comprimento que largura, estreitada anteriormente 
(v. a est. XVI, fig. 3.º). Os grandes olhos esphe 
roidaes se salietam fortemente para cima e são pro- 
tegidos por espessa palpebra superior que, como a 
pelle da fronte, é densadamente provida de verrugas. 


— 263 — 


As aberturas das trompas de Eustachio são peque- 
nas, egualam em contorno às narinas exteriores. 
Os processos transversos das vertebras sacraes são 
totalmente chatos, estreitos e sOmente muito ponco 
augmentam de largura para fóra. 


A extremidade anterior, distendida para traz, 
passa de pouco o póro anal; a posterior mede 1 1/2 
vezes o comprimento do corpo; os artelhos são to- 
talmente envolvidos por uma membrana natatoria 
( veja-se a est. XVI, fig. 3 e.) os dedos são livres. 
As pontas dos dedos e artelhos são cylindricamente 
espessadas; sob a articulação dos primciros ha cal- 
los arredondados, de tamanho moderado, entre os 
ultimos nota-se, ainda, algumas pequenas verrugas. 
Os callos articulares dos artelhos são algo mais fra- 
camente desenvolvidos do que os dos dedos. Na 
base do metatarso do primeiro artelho ha um tu- 
berculo maior, fortemente alongado, e no quinto 
artelho outro um pouco menor. Os artelhos au- 
gmentam distinctamente do primeiro ao quarto; 0 
quinto é do comprimento do terceiro. 


Uma grande callosidade alongada jaz na base 
do pollegar, outra um tanto menor e fortemente 
deprimida sobre a superficie palmar (veja a tab. 
XVI, fig. 3--b.) Uma pelle rugosa, laxa, envolve 
o corpo e as extremidades e é geralmente, com ex- 
cepção das extremidades, providas de verrugas ( mes- 
mo na região frenal) que, nos lados do tronco são 
mais fortemente, na garganta e no peito mais fra- 
camente desenvolvidas. A pelle nas extremidades é 
lisa e delgada, apenas o lado posterior e inferior das 
coxas, para junto do póro anal, providos de grandes 
verrugas. O lado superior do corpo avermelhado, o 
inferior pardo matte amarellado. A parte anterior 
do dorso com pequenos pontos ou manchas dum 
pardo escuro, na metade posterior espaçadamente 
manchado de nodoas maiores. A parte lateral da 
cabeça indefinidamente tranfacida de pardo claro e 
escuro. Todo lado superior das extremidades até as 
pontas dos dedos e los artelhos, mostrando fachas 
transversaes pardas que são mais claras no meio do 





— 264 — 


que nas orlas debradas de pardo denegrido. Pa- 
tria Brasil ( provavelmente nos arrederes do Rio 
de Janeiro ). (Comprimento do corpo do exemplar 
descripto, 28 mm.; da ext. ant. 15 linhas, da pos- 
terior 42 linhas. No Museu Imp. por Joh. Natte- 
rer » ( Steindachner ). 


+ % 


A’ pag. 190 do seu «Catalogo» Boulenger 
apenas citou, em nota, a especie de. Steindachner, 
talvez por duvidar da sua exacta collocação no ge- 
nero. Mas, em 1907, no n. 19 da 2.º série dos An- 
nals & Mag. of Nat. History, pag. 394, elle dá a 
seguinte noticia : 

« XLVII — Descripção de uma nova rã do ge- 
nero Telmatobius do Brasil. Telmatobius asper. 
Dentes vomerinos em dois grupos redondos por traz: 
do nivel das choanas. (Cabeça um pouco mais larga 
do que longa; focinho redondo, mais comprido que 
os olhos; não ha cantho rostral; narinas mais pro: 
ximas da ponta do focinho do que dos olhos; es- 
paço interorbital um pouco mais largo do que a 
palpebra superior; tympanos ausentes. Dedos mo- 
derados, com as pontas ligeiramente intumecidas, o. 
primeiro não indo tão longe quanto o segundo; ar- 
telhos com as pontas intumescidas, quasi inteira- 
mente palmados ; tuberculos sub-articulares bem des- 
envolvidos, chatos; um tuberculo interno oval e 
outro redondo externo no metatarso. 

A articulação tibio tarsal attinge os olhos. Pel- 
le das partes superiores densamente providas de pe- 
quenas verrugas, cada uma com um tuberculo cor- 
neo margaritoide. Partes inferiores lizas. Pardo. 
denegrido em cima com ou sem grandes manchas 
amarellas nas costas e uma barra transversa entre 
as palpebras superiores; membros com barras trans- 
versas amarelladas ; partes inferiores pardas. Ma- 
cho com um sacco interno vocal. Do focinho ao 
anus 90 mm. Therezopolis, St. Catharina — 4 exem- 
plares ». 

Assim, as differenças entre as duas fórmas 
são : 


— 265 — 


Telm. brasiliensis 


Cabeça indistinctamente mais 
comprida do que larga. 
Focinho mais curto que os 
olhos (na estampa ). 

Canthus rostralis negado na 
descripçäo e dada na es- 
tampa. 


Palpebras superiores maiores 
que o espaço interorbital (es- 
tampa ). 

Artelhos 
dos. 

À articulação tibio tarsal passa 
os olhos. 

Verrugas sem tuberculos mar- 
garitoides. 

Só a pelle do thorax liza. 


totalmente palma- 





Telm. asper 


Cabeça um pouco mais larga 
do que longa. 

Focinho mais comprido que 
os olhos. 

Não ha canthus rostralis. 


Espaço interorbital um pouco 
mais longo que a palpebra 
superior. 

Artelhos quasi 
palmados. 

A articulação tibio-tarsal at- 
tinge os olhos. 

Verrugas com tuberculos mar- 
garitoides. | 

Pelle inferiormente lisa. 


inteiramente 


O Museu Paulista possue sete exemplares de 
batrachios que indubitavelmente pôdem ser referi- 
dos à forma descripta por Steindachner. 























Junto à taes exemplares há as seguintes 

indicações : 

E Procedencia | Data | Collector | & É Mm 
= a | E 

42 || Alto da Serra — S. Paulo, 1901 | Wacket Q 1 0,055 

317 ee) » » » X1-1908 | Luderwaldt | (| 1 | 0,037 
318 DNS Ed > » » » » 0 | 2 | 0,018 0,02 
320! » » » Sax |» » » @ |1 | 0,050 
647 || Ilha de S. Sebastião - S, Paulo 1909 | Pinder et 1 0,058 

754 || Alto da Serra — S. Paulo. 1902 | Bicego S|1 | 0,036 








Na 


1 








O n. 12 é de coloração parda, com uma facha 
branca posteriormente debruada de escuro, no espaço 
interorbital; as manchas do corpo são diffusas in- 
distinctas de modo à parecer à primeira vista unir, 
forme. Entre os olhos e as narinas, corre outra 
estria denegrida com um debrum inferior claro, que 


= topo 


simula um canthus rostralis. As fachas transversaes 
dos membros säo mais escuras nos bordos e depois 
debruadas de claro. No individuo 317 as verrugas 
são cobertas de tuberculos margaritoides muito pe- 
quenos ; as côres são o pardo e o amarello de creme 
quasi branco que avparece na estria inter-orbital, 
n'outra post-ocular, obliqua para traz até as espa- 
duas, n'um ponto mediano da nuca, n'outro do meio 
do dorso, em duas faixas que partem dos flancos 
em combinações com outras transversaes das pernas 
e com o pardo mais escuro. Nos exemplares 318 
ha mais accentuadas ainda as manchas claras, repe- 
tindo porém os desenhos do n.º anterior. 


N.º 320 o pardo geral se obscurece para o de- 
negrido e as manchas brancas se dividem em pon- 
tos muitos pequenos. 


No de numero 647 a côr geral é o negro re- 
tinto — os desenhos são marmoragens brancas, muito 
nitidas na facha interorbital e nas barras das qua- 
tro extremidades. A superficie inferior é parda- 
centa. 


Finalmente o exemplar 754 reproduz com al- 
guma aproximação o colorido dos ns. 317 e 318. 


Assim, baseando-nos na côr, vemos ahi duas 
variações — a — parda-chocolate, querendo ser uni- 
forme, (para os individuos maiores) — desenhando 
uma grande cruz no lado superior, nos individuos 
menores (exemplos 12 4 318 e 754 ). 

b) — denegrida manchada de pontos e riscos 
alvadios (nos 320 e 647). 


Baseando-nos na tórma somos immediatamente 
levados à censiderar a descripção de Steindachner, 
do seu Telinatobius brasiliensis. Mas duas objecções 
surgem logo: O genero Telmatobius, tem sido 
attribuido 4 familia dos Cystignathida pelos mes- 
tres da batrachologia moderna; assim, embora exi- 
tante, collocou Steindachner o seu Telmatobius 
brasiliensis ; assim o referio Boulenger no seu 
Catalago e ainda o parece confirmar com a noticia 
sobre a Telmat. asper. 


a ogy 


E os Telmatobii tem as larvas grandes, de 
corpo quasi egual aos das imagens. 

Acabamos de ver o numero 318 com 2 exem- 
plares (imagos ) medindo respectivamente 18 e 22 
millimetros, quando, o exemplar maior da série 
mede 58 milimetros. O exame dos detalhes anato- 
micos revela os exemplares do Museu Paulista um 
arciferos de familia junta aos generos Acris ou Gry- 
piscus. 

D'ahi portanto a necessidade da creação duma 
diagnose generica (1) para seu perfeito estabeleci- 
mento no quadro dos Batrachios brasileiros, neces- 
sidade que se incrementa à vista dos exemplares 
do sexo masculino, d'essa fórma, apresentarem 
orgam que não é encontrado nos Telinatobw — à 
saber, um amplo disco, perfeitamente glabro e si- 
tuado justamente na prega iliaca e cuja funcção 
desconhecemos por completo. D'ahi o genero : 


à lliodiscus 


Diagnose: 


Arciferos com o omosternum cartilaginoso e o 
esterno ovoide, coracoide presente e diapophyse 
sacral plana e um pouco dilatada. Dentes ma- 
xillares presentes vomerinos em uma serie e ele- 
vação em cada lado interno posterior das choanas. 
Estas reduzidas Trompas de Eustachio de abertura 
isolada e pequena. Lingua sub-ovoide. Pupillas 
horizontaes, a iris provida dum menisco contractil 
superior. Dedos livres; artelhos palmados, com as 
articulações providas de callos e a ultima phalange 
não uncinada e sim dilatada. O macho provido de 
um forte disco lateral na região itiaca. (Fig. 2) 

Agora as especies. Conforme já dissemos não 
exitamos em collocar o exemplar da primeira sob 
a designação especifica dada por Steindachner e 





(1) Veja-se a transcripção de Cycloramphus unico 
genero onde poderia ser incluida a fórma em questão, no 
fim desta nota. 


— 268 — 


iriamos mesmo à ponto de reunir-lhe à synonimia 
T. asper de Boulenger. Mas quem uma vez tra- 
balhou com os batrachios, sabe-lhe as possibilidades 
tanto de mimetismo como de variação. 


Por outro lado o valor dos dois batrachologis- 
tas supramenciorados deixam-nos completamente 
irresolutos sobre o assumpto que só elles dois, 4 
face do aqui exposto e do material de que dispõem 
poderão resolver de maneira cathegorica. 


Assim deixamos.  Telmatobius brasiliensis 
Steind. e Telmatobius asper, Boul. 


1 — livodiscus dubius, sp. nova 


Fôrma aproximada de Acris grillus da Am. 
do Norte e conservando um aspecto accentuadamente 
hylaemorpho. (Fig, 3) Pelle rugosa, laxa, às vezes 
de aspecto escamoso, às vezes recoberta de verrugas 
maiores, Ora simples, ra providas ainda de coucre- 
ções margaritoides externas, em toda a face superior 
ou as vezes deixando lizas as extremidades. Na 
inferior óra é lizo só o meio do peito, braços e 
côxas, Ora tambem o são as extremidades como 
todo esse lado inferior, desde o papo. Bocca ampla 
de diametro antero-posterior pouco maior que 1/2 
do transverso, começando o hiato por detraz da 
orbita. (Fig. 4) A lingua não occupa toda a ex- 
tensão da mandibula, é subovoide, imperceptivelmente 
entalhada ro bordo posterior. As narinas ficam 
numa intumescencia pouco mais proximas do bordo 
rostral do que da orbita; e esta se contem apenas 
de uma vez ou de pouco é excedida pelo comprimento 
do focinho. Não ha canthus rostralis sendo cava a 
região loreal. E do angulo posterior dos olhos parte 
uma prega cutanea que se dirige, como diz Steindach- 
ner para 7. brasiliensis, para a base do braço. O dia- 
metro ocular eguala ao interorbital, sendo contido 3 
vezes e muito pouco no diametro transverso do hiato. 
A ruga da pelle post-ocular parece marcar a região 
tympanica, liza, por elle occulta porêm não distincta. 
Extremidades totalmente livres. As mãos tem os 


— 269 — 


dedos terminados em pequeninas pelotas discoides, 
um callo circular em cada articulação e dois carpaes, 
um interno alongado na base do pollegar e outro 
cordiforme, sobre o 3.ºe 4.º dedos. Os pés tem os 
discos terminaes dos artelhos dando origem à mem- 
brana palmar para os lados, os callos articulares 
alongados, um tuberculo metatarsal interno, estreito 
e pequeno, na base do primeiro artelho e outro 
mediocre na do 4.º. Colorido pardo castanho, mas 
claro e amarellado inferiormente, punctulado de 
branco ou creme-claro, formando as manchas uma 
especie de cruz sobre a parte dcrsal, nos individuos 
de meia idade ou adultos. 
Habitat : Alto da Serra (S. Paulo ). 


2 -— I. PINDERI, sp. nov. 


Differe do precedente por ter o canthus ros- 
tralis quasi pronunciado, a lingua bitruncad« poste- 
riormente e o colorido negro indistinctamente pun- 
ctuladae transfaciada de branco. 

As constantes da forma anterior são o traço 
interocular e as barras transversaes das patas. A 
nyctitante é orlada de negro. 

Habitat : Ilha de S. Sebastião, S. Paulo. 


Typo: exemplar n. 647. 


Ainda a mesma colleção possue 44 outros ba- 
trachivs referiveis ao mesmo genero. 


3 — ILIODISCUS SEMIPALMATUS, Sp. NOV. 


S — Asperamente granuloso como 1. dubious, 
anteriormente descripto, em todo o lado superior e 
na parte posterior das coxas, rugosa na face abdo- 
minal. Narinas equidistantes da ponta do focinho o 
do angulo orbital anterior. Diametro ocular 5/7 de 
focinho, maior que o espaço interocular que corres- 
ponde à 4/6 desse diametro. O menisco da iris mui- 
to pequeno. Bocca de diametro antero posterior cer- 
ca de 15/18 do transverso. Lingua imperfeitamente 
ellipsoidal, entalhada em livre posteriormente. Vo- 
merinos em dois pequenos grupos posteriores às choa- 


nas e contiguos. Dedos livres, porem cora uma pre- 
ga cutanea muito fina em torno de sua extensão. 
Crescem na seguinte ordem: 1, 2, 4, 3. A pata 
posterior levada à frente attinge as narinas com a 
articulação tarsal, os artelhos são fimbriados e cur- 
tamente sub-palmados. Os tuberculos subarticulares 
são fracos tanto nas mãos como nos pés. Os meta- 
carpaes internos são ovaes, e os externos subcordi- 
formes ; o metatarsal interno é oblongo, e o externo 
circular. O disco illiaco é egual ao diametro or- 
bitario. 

Cor parda uniforme (I), uma tarja amphiocu- 
lar e ama nodoa no meio do dorso em barras trans- 
versas nas maxillas mais claras. No extremo dos 
membros anteriores e parie superior dos posteriores, 
fachas transversas mais escuras; face abdominal 
marmorada de claro. Dimensões : Corpo 49 mm; per- 
nas 62 ; dois outros exemplares, menores deixam per- 
ceber o colorido mais nitidamente. 





Exempls, 





Data | 


Numeros 


Procedencia | Collector 





737 | Campo Grande—S.Paulo oe VII-1902 1 
317 | Alto da Serra—S. Paulo |Luderwald| XI-1908 2 


ae 


4 — ILIODISCUS ELEUTHERODACTYLUS sp. nova 














d — Além dos caractères abaixo dados para a 
femea, tem o disco concavo e grande, maior do que 
os olhos. 

q — Differe do macho por ter o granulado da 
pelle quasi imperceptivel; entretanto assim mesmo 
às vezes elle forma uma linha longitudinal rachidia- 
na ou duas linhas ramosas, sobre cada flanco entre 
os olhos e a apophyse transversa. Os dentes vome- 
rinos são menos contiguos. Os artelhos não deixam 
perceber sequer vestigios de membranas. O colorido 





I) Ind.” conservado no alcool e expesto à luz. 


é violaceo denegrido com pintas e barras brancas, 
na parte superior, formando uma tarja anphiocular, 
outras transversas sobre as maxillas e lado supe- 
rior das extremidades. As pintas que sobre o tron- 
co se :eunem, delimitam um À que vem da cabeça 
e cujos ramos caem sobre os lados do thorax; as 
vezes ha linhas brancas sobre a região sacral ou ahi 
formando ocellos. 

No lado inferior o colorido é sepiaceo violeta, 
pintado de branco. Como se poderá avaliar esse co- 
lorido é fórtemente semelhante ao de Hylodes un- 
deriwoodi, Günther. 

Dimensões : Corpo, 48 mm; perna, 43. 


























a | I 

1 Procedencia Data (Collector Exempls. 
24| Alto da Serra — São Paulo 1901 | Wacket 

20 | Alto da Serra — São Paulo 1901 | Wacket 
835 | Rio Grande — São Paulo VI-1902 | Wacket 
572 | Rio Grande — São Paulo VIII-1902| Wacket 
816 | Alto da Serra — São Paulo | VI-1903| Wacket 











Transcripção de Dumeril et Bibron Vol. VII 


Batraciens Anoures 


XE GENRE. CYCLORAMPHE. — CYCLORAMPHUS 
(1). Tschudi. 


Caractères. Langue entiére, disco-ovalaire, li- 
bre à son bord postérieur. Deux groupes ou deux 
rangs de dents palatines, situés entre les arrière- 
narines ou au niveau de leur bord postérieur. Tym- 
pan cachê; trompes d'Eustachi de médiocre gran- 
deur ou excessivement petites. Quatre doigts libres; 
pas de rudiment de pouce extérieurement. Orteils 
réunis par une membrane plus ou moins courte; 
premier os cunéiforme faisant une saillie faible et 
non tranchante. Apophyses transverses de la vertè- 
bre sacrée non dilatées en palettes, 


Les espèces de ce genre n'ont ni la tête pro- 
tègée par un bouclier osseux, ni le tympan visible, 
ni les articulations des phalanges dépourvues de pe- 
tits renflements à leur face inférieure, trois caracté- 
res qui les distinguent éminemment des Calyptocé- 
phales, avec lesquels elles offrent d'ailieurs les plus 
grands rapports : elles leur ressemblent effectivement 
par leur tête courte, très-aplatie et fortement arron- 
die en avant; par lenr bouche largement fendue, 
dont le plafond cependant a une surface parfaite- 
ment plane; par la forme presque circulaire de leur 
langue, par l'absence de rudiment de pouce, par la 
palmure médiocrement dévelopée de leurs pieds, par 


(1) De (cyclos), arrondi, et de ( rhamphes ), bec. 


la conformation des pièces composant la colonre 
vertébrale ei le bassin, en un mot, par l’ensemble 
de leur organisations externe et interne. 


La tête des Cycloramphes, quant à sa structu- 
re, rentre dans la règle générale, c’est-à-dire que 
parmi les os qui la composent, il n’en est point qui 
offrent cette expansion considérable par suite de la- 
quelle, chez les Calyptocéphales et les Pélobates, le 
dessus et les côtés du crane semblent ne plus for- 
mer qu'une seule et même pièce, une sorte de bou- 
clier rugueux, revêtu d'un tissu cutané si mince et 
qui y adhère tellement qu'on [en croirait tout à fait 
dépourvu : ici, comme chez la plupart des Batraciens 
Raniformes, elle est recouverte d'une peau sembla- 
ble à celle du corps, et sous laquelle on trouve de 
grandes orbites et des fosses temporales tout à dé- 
couvert. Les dents vomériennes tantôt sont réunies 
en deux très-petits groupes positivement entre les 
narines inférieures, tantôt disposées sur deux rangs 
en chevron et un peu plus en arrière. Les conduits 
gutturany des oreilles sont ou d’une moyenne gran- 
deur, ou si petits qu'on a de la peine à les aper- 
cevoir; mais la membrane du tympan ne se voit 
jamais extérienrement au travers de la peau. Les 
deux premiers doigts sont les plus courts, le qua- 
trième l’est un peu moins qu'eux, et le troisième 
est le plus long de tous ; les orteils vont en augmen- 
tant de longueur depuis le premier jusqu'au pénul- 
tiéme, et le dernier n'est pas tout à fait aussi long 
que le troisième; leur membrane natatoire est plus 
ou moins développée. Il y a une petite pelote sous 
chaque articulation des phalanges. Une des deux 
espèces qui appartiennent à ce genre a une glande 
sur chaque flanc, l’autre n’en offre sur aucune par- 
tie du corps; les males de celle ci manquent de sacs 
vocaux, mais ceux de celle-là en sont pourvus. 


Les apophyses transverses de la neuvième ver - 
tèbre ne sont nullement dilatées en palettes ou en 
ailes, comme chez les Bombinatores; elles sont 
même plus courtes et plus renflées à leur extrêmité 
que celles des Grenounilles. 


— 274 — 


Nous avons conservé à ce genre le nom de Cy- 
cloramphus, sous lequel M. Tschudi la indiqué dans 
sa classification des Batracins, sans dire que c’est 
dans notre collection qu'il a observé la seule espèce 
qu'il v rapporte et que nous avions d’ailleurs déjà 
désignée comme étant le type d'un genre particulier. 





TABLEAU SYMOPTIQUE DES ESPÉCES DU GENRE CYCLORAMPHE 





Portant chacun une glande , , , 1, C, FULIGINEUX 
Flancs : | 
U sang SIBNGGS ty! nage ates psa 2, C, MARBRE 





1. LE CYCLORAMPHE FULIGINEUX. Cyclo- 


ramphus fuliginosus. 
Nobis 
(Voyez Plisy, fig; 59 


CARACTERES. Dents vomériennes formant 
un fort chevron dont la base touche au bord pos- 
térieur de lentre-deux des arriére-narines. Ouvertu- 
res des trompes d’Eustachi d'une moyenne grandeur. 
Une glande sur chaque flanc. Orteils réunis par une 
membrane dans les deux tiers de leur longueur ; un 
petit renflement lenticulaire sous le métatarse ; deux 
gros renflements de même forme à la face palmaire. 

SYNONYMIE. Pithecopsis fuliginosos. Nob. 
M. S. S. (1) 

Cycloramphus fuliginosos. Tschudi. Classif. Ba- 
trach. Mém. societ. scienc. nat. Neuch. tom. 2, pag. 81. 


Description 


FORMES. La phrase caractéristique qui précé- 
de suffirait seule pour faire reconnaitre cette espèce 


(1) Ce qui signifierait : visage de singe. 


— 275 — 


de Cyclorampbe; cependant nous ajouteruns, que 
hors la glande circulaire et aplatie q'uelle porte sur 
chaque flanc, sa peau est partout parfaitement lisse, 
que ses membres antérieurs offrent la même lon- 
gueur que le tronc, que les postérieurs ont un peu 
plus du double de cette étendue, et que de chaque 
côté de la langue des mâles il existe une grande 
fente longitudinale communiquant avec un sac vocal, 
qui est tout à fait interne 

COLORATION. Un brun fuligineux est répan- 
du sur toutes les parties supérieures et inférieures, 
et celles-ci sont comme piquetées ou finement tache- 
tées de blanc grisatre. 

DIMENSIONS. Téte. Long. 2”. Tronc. Long. 
3.” 5” Memb. antér. Long. 3” 2”- Memb. postér. 
nes Big ° ee 

PATRIE. Cette espèce est originaire du Brésil; 
les deux sujets que nous possédons y ont été re- 
cueiliis par feu Delalande. 

* 
* * 

Estavam já escriptas as linhas acima e entre- 
gues para a impressão, quando o Dr. A. de Taunay 
me trouxe 9 numero 8 do volume LXIII do Bulle- 
tin of the Museum of Comparative Zoology em que 
se lê o bom trabalho de lhomas Barbour e G. K. 
Nohle sobre « Alguns amphibios do N. O. do Peru, 
com uma revisão dos generos TELMATOBIUS e 
PHYLLOBATES, cujas conclusões, em tratando do 
primeiro n'este genero, assim deixam a questão : 

TELMATOBIUS, Wiegmann. O estado do ge- 
nero Telmatobius não foi comprehendido. Suas ver- 
dadeiras relações não podem ser determinadas até 
que a estructura interna do typo, 7. peruvianos seja 
descripta e as conclusões de Cope (Bull 34-U. S. 
Nat. Mus. 1889, pag. 312) confirmadas. Presente- 
mente referiremos seu genero Cophaeus à syrony- 
mia de Zelmatobrus. 

Telmatobius, tem sido confundido tambem com 
Cycloramphus. Não ha especimens deste genero 
disponiveis para estudos, porém, julgando das des- 


cripções publicadas, o genero está bem definido. Elle 
se distingue de Telmatobius pela presença de fortes 
dentes vomerinos dispostos em duas longas series 
atraz (e não entre) das choanas. Estão presentes 
glandulas inguinaes em trez das quatro especies des- 
criptas, porém não estão mencionadas em C. bra- 
stliensis ( Steinaachner ). Em Zelmatobrus, nem uma 
unica especie é assim provida. Os machos do ulti- 
mo genero, ao contrario do primeiro, são providos 
de densas asperezas na epocha da reproducção, so- 
bre o peito, ante-braço e pollegar. Boulenger ( Cat. 
Batr-Sal. British Museum, 1882, pg. 184) aistingue 
Cycloramphus de Telmatobius, pela separação dos 
metatarsos externos. Este caracter não é mencionado 
em muitas descripções; e até que os especimens 
possam ser examinados, parece prudente usar o 
caracter dos dentes para distinguir Cycloramphus 
de Talmatobius. Assim fazendo, vemos que nós 
temos duas associações naturaes, Telmatobius con- 
finado aos Andes e Chaco boliviano, e Cycloram- 
phus aos planaltos brasileiros. Depois de referir Tel- 
matobius brasiliensis, Steindachner e T. dusenr, 
Anderson, à Cycloramphus, e collocar T. asper, 
Boulenger, na synonymia de C. asper Werner, 
temos nós 4 especies de Cycloramphus que podem 
ser separados pela seguinte chave 


Dedos palmados atê menos 


do meio . . . . . . . . dusen: ( Anderson) 
Dedos palmados até mais 

do meio . SEE 
Pelle ‘liza. .). .... «o fuhomosus Tin 


Pelle verrucosa e provida de tuberculos corneos : 


Pelle do corpo solta e encar- 
quilhada, artelhos com- 
pletamente palmados ... brasilrensis (Stein- 
dachner ) 


Pelle adherente no dorso, 
artelhos semi-palmados . . asper Werner. 


# 


lie 


Ora, ha umas tantas considerações à fazer antes 
de acceitar por completo as conclusões dos batra- 
chologistas norte-americanos que viéram, afinal, em 
confirmação do que eu supponbo. 

Em primeiro lugar Telmatobius duseni, An- 
derson, esteve em mãos de Boulenger que o julgou 
especificamente distincto de Telmtobius asper ( An- 
derson, Arkiv. for Zool. Bd. 9 — Helfis | — pg. 3 
— 1914). 

Em segundo lugar o proprio Boulenger informa 
que Telmatobius asper, como Telmatobius duseni 
têm o macho provido de glandulas inguinaes emquan- 
to não as ha na femea ( Anderson, loc. cit. ); e nem 
por isso julgou se no dever de reconsiderar as suas 
descripções e referil-as ao genero Cycloraimphus. E 
verdade que Berg conduz atê certo ponto à estas 
ultimas conclusões dos auctores americanos, pela sua 
afirmativa de que Cycloramphus, (escripto Cyclo- 
rhamphus ), seja em parte synonimo de Telmatobius 
(Anal. Mus. B. Ayres, tomo V, ser.2.º, tomo Il 
pag. 103 — 1896-97 ). 

Mas a diagnose de Cycloraimphus, cujo typo é 
C. fuliginosus (Tschudi Class. Batr. in Mém. Soc. 
Sciences Naturelle New chatel, Il, pg. & — 1838 ) 
têm além do que já vimos, na transcripção de Du- 
meril e Bribon, referidos por Gunther e Boulenger : 


« Dedos livres, artelhos palmados, o primeiro 
cuneiforme formando uma ligeira proeminencia re- 
donda. Pele liza, com uma grande glandula em 
cada lado. Dentes vomerinos em duas serves obli- 
quas ; lingua inteira, livre atraz, oval; trompa de 
Eustachio moderada, tympano occulto. Macho com 
um sacco vocal interno ». ( Günther, pg. 22, 1858). 

« Pupilla horizontal? Lingua oval inteira e li- 
vre atraz. Dentes vomerinos. Tympano occulto. 
Dedos livres, artelhos palmados, as pontas não di- 
latadas Metatarsaes externos separados. Omosterno 
cartilaginoso, esterno uma placa cartilaginosa. Pha- 
lange terminal simples». ( Boulenger, Cat. 159 — 
1882 ). 


RULES 


Assim, os vomerinos posteriores às choanas e 
da grande glandula em cada lado não bastam para 
que seja definitivamente fixado o genero Cycloram- 
phus, cuja especie para maior confusão foi vaga- 
mente indicado: «do Brasil », por Dumeril e « da 
India» por lschudi, loc. cit. pg. 81. 

Aliás, porque tambem não referir ao caso © 
genero Grypiscus de Cope? | 

Por esse motivo não risquei a diagnose de 
ILIODISCUS, que me parece perfeitamente admissivel 
até que auciores dispondo de melhores meios possam 
resolver em definitivo o assumpto, revendo mesmo 
as especies para melhor elucidação. 


Par 


Mir. Rib. — O genero Telmatobius, etc. Rev, Mus. Paulista, vol. XII. 





de 





Iliodiscus dubius. 


Figs. 1 esterno; 2 olho mostrando o menisco; 3 desenho do dorso; 4 b Diapophyse sacral, 


c Ultima phalange de um dedo. 
Mir, Rib. del ad nat. 





“qua “UA - SMANA SNOSIGOITI 





IX ONOL - VISITNVA SNN “AaH ‘913 'SNISOLVINTIL OHINID O - “qlH “JIN 





Mir. Rib. - O GENERO TELMATOBIUS, ETC. REV. MUS. PAULISTA - TOMO XII 





|. DUBIUS 


ILIODISCUS PINDERI 





|. DUBIUS 





|. SEMIPALMATUS 





Mir. Rib.— O genero Telmatobius, etc. 








Iliodiscus pindert 


Figs, b bocca, d mão, e pé e c disco iliaco 


Rev. Mus, Paulista, vol. XII, 








Mir. Fib, del. aa, 


Au f a 


it 
Te Vly 


e 4 o 
— VE ud a 


than 


x 
à 


La 


4 


Th + 








a 
Parts 
jr 


4 





Mir. Rib. - O GENERO TELMATOBIUS, ETC. REV. MUS. PAULISTA - TOMO XII 





ILIODISCUS SEMIPALMATUS - Mir. Rib. ILIODISCUS PINDERI - Mir. Rib. 





ILIODISCUS ELEUTHERODACTYLUS - Mir. Rib. 
(Lado Ventral ) 





‘IH JUN - SALVINTVAIINAIS SNOSIGOIT 





“qa JIN - SATALOVAOHIHINITAI SNOSIAOITI 


HX OWOL - VISITNVA ‘SNW “AIH ‘OLS 'SNISOLVINTIL OHINAD O -“qly IN 





Al pio de Mi anda-Ribeiró 








0S ENGYSTOMATIDEOS DO MUSEU PAULISTA 


(com um genero e tres especies novos ) 

















Sin do matic LV! ÿ! FE 
ATLAS RUN Gt 264d EAN Te RE 


CN CSIR CM LOUE IR, 100) LES 


Ds Encrgstomatideos do Museu Paulista 


(com um genero e tres especies novos) 
ENGYSTOMA, Fitzinger 


Neue Clasification der Reptilien, pg. 65 — 1826) 


« Pupilla erecta. Lingua elliptica, inteira, livre 
posteriormente. Dentes vomerinos nullos. Uma prega 
cutanea atravez do paladar (1), entre as choanas e 
uma outra em frente do cesophago. Tympano oc- 
culto. Dedos e artelhos livres, obtusos ou dilatados 
na ponta. Metatarsaes externos unidos. 


Coracoides unidos por uma cartilagem unica; 
precoracoides nullos; omosterno idem. Wsterno car- 
tilaginoso. Diapophyse da vertebra sacral modera- 
damente dilatada. Phalanges terminaes simples ». 
( Boulenger ). 


Além d’esses caractères pode-se mais ajuntar : 
Forma sub-depremida, apresentando uma ligeira ap- 
parencia com as Hydrocorideos do gerero Neppa‘ 
se olhados de cima; como tambem de uma tartaruga 
se os encaramos de lado, pela formaçäo de um re- 
bordo cutaneo que procede de uma prega cervical e 
percorre os flancos até as coxas. A pelle é liza, 
sem rugas no corpo e nos membros. O focinho 
sempre proeminente sobre a mandibula e a cabeça 
tão pequena, que se contêm umas 8 vezes no corpo. 
À coloração tem sempre um matiz leitoso, 

Das descripções dadas pelos auctores, para formas 
encontradas no Brasil, póde-se concluir a seguinte 
chave : 





(1) Caracter negado por Peracca 


no OB qa 


hos 1/4 do comprimento 


do focinho. — Coxas 
unitormemente colo- 
rides 2a 1% Me MORO: Wom, (EEE 


Olhos 1/2 do comprimento 
do focinho. — Coxas 
estriadas , osterior-- 
mente de branco, 


Artieulaçäo tarso-metatarsal 
não attinge a espadua E. ovale. Schn. 


Articulação tarso-metatarsal 
attinge os olhos. . E. leucostictus. Blgr. 


Olhos eguaes ao compri- 
mento do focinho . E. aibopunctatum. Boett. 


O Museu Paulista possue Æ. ovale, com algumas 
varieuades e uma outra especie que considero nova. 

Dumeril e Bibron, Steindachner e Boulenger, 
dão-lhe duas variedades. A primeira figurada por 
Valenciennes 7n Guerin de Meneville, Est. 27 da sua 
Inconographia do Reino Animal (Figs. 2 e 29) e 
a segunda redescripta e figurada por Steindachner 
na sua Gontribuição Batrachologica (Pg. 285, e Est. 
AVN es e 06 POE XIV aoe Verhandl. 
d. Zool. Bot Gesells. in Wien 1864). 

Boulenger, embora englobando as variedades e 
fazendo a diagnose da especie conforme adiante se 
ve, varias vezes, entretanto, demostrou respeitar as 
variedades referidas, pelas citações que em notas di- 
versas e ulteriores do seu valioso “Catalago” fez de 
cada uma d'ellas. 

A descripção de Boulenger é a seguinte, con- 
vindo que se note que os exemplares do Museu Bri- 
tannico que lhe sarviram de base, procedem de “Bo- 
gota e da America”, ao passo que a segunda va- 
reedade, redescripta e figurada por Steindachner 
procede de Mattu-Grosso, “onde fora trazida por 
Natterer. 

« Focinho pontudo, proeminente, cerca de duas 
vezes o diametro ocular. Membro anterior curto. 
mais comprido do que sua distancia da ponta do 
focinho; dedos curtos, o primeiro mais curto do que 


— 283 — 


o segundo. 6 membro posterior esticado para a fren- 
te ao longo da corpo, a articulação tibio tarsal não 
attinge às espaduas ; dedos inteiramente livres, com 
as pontas obtusas e tuberculos sub-articulares dis- 
tinctos; um tuberculo meta arsal interno muito pe- 
queno ; tuberculo externo ausente; pelle perfeitamen- 
te liza; uma prega atravez da cabeça, por traz dos 
olhos. Pardo em cima, lado inferior mais claro 
marmorado de pardo; uma risca alvadia ao longo 
do lado posterior das coxas. Macho com um sacco 
vocal sub-gular e a garganta negra.» (Boulenger.) 
Consideradas em separado cada uma das variedades 
d'essa especie, teriamos a seguinte chave. 


Parte superior atê uma linha que vae, em recta, 
da ponta do focinho ao maior artelho, passando por 
cima da articulação do braço e todo o lado externo 
d'este, de cor parda unifor ne e finamente punctula- 
da e vermiculada de mais escuro. o resto do corpo 
LEE o ARE) Een en ie enr E.-0.-bicolor (Val.) 
Pardo escuro cineraceo, mui finamente nunc ulado 
de pardo amarellado; as manchas maiores nos ex- 
tremidades. Lado superior das coxas, parte posterior 
do humero e braço, indistinctamente maculados de 
miniaceo. Lado inferior inclusive palmas e plantas, 
cinzento violaceo, com punctulações alvadias, sujas. 
O RAN US SR RS PRES E. o. ovale (Schn.) 


Das collecções do Museu Paulista constam exa- 
ctamente dois exemplares da primeira variedade, 
trazidos de Itaqui, E. do Rio Grande do Sul, pelo 
sr. Garbe, e dois outros do mesmo Estado que fi- 
guram de ha muito em exposição. 


Todos os demais se aproximam da segunda 
variedade, sem comtudo, mostrarem o miniaceo de 
de que falla Natterer, talvez por sua permanencia no 
alcool, nem o ponstuado que se vê na parte dorsal 
‘da figura dada por Steindachner. Poderá ser cha- 
mado de E. - o-cesarii Iher. (!? (Fig. 8). O co- 








(1) Em um dos frascos da série da sala de expos'ção 
“ao publico, havia um exemplar com o seguinte rotulo à ma- 


— 284 — 


lorido geral dos exemplares é o denegrido pureureo 
para o dorso, com occelios ou manchas brancas na 
junta anterior da coxa e parte infericr, que têm por 
côr fundamental o pardo, havendo sempre, embora, 
as vezes interrompida, a linha posterior branca, das 
pernas e coxas. A mancha denegrida do queixo do 
macho apparece aqui, como tambem a observo no 
exemplar da var. bicolor. 


E de manchas brancas no dorso, ha-as esparsas 
na verdade, mais tão pequenas que nem são visiveis 
à olho nú ‘Isso nos exemplares magros, pois que 
este animal engorda muito. 


E nas referidas collecções ha-os verdadeira- 
mente sub-globoides e de coloração parda no lado 
dorsal e apenas mais clara no Jado ventral. Esta 
variedade pôde ser chamada concolor. Neste ulti- 
mo caso, a cabeça como que sahe d'uma prega 
cutanea, que a circumda tanto por baixo como por 
cima. 

Finalmente, outras ha, ainda, em que reappa- 
rece a linha rachidiana tão commum em outros re- 
presentantes da familia, uma finissima linha escura 
que ven das narinas ac orifício anal. Este cara- 
eter poderá designar a var. lineata. Os individuos 
são : 



































Ea 

= + | Numeros do 4 | 

= (gi 

=| | Procedencia | ren q | Collector 

ES | A 

4 || FB. - o - cesarii Piquete: 264 e 529| X[-1896) Zech. 

6 | E.-0- cesarii Os Perús 36| X-1896) Bicego 

1 E.-o-crsarii Alto:da Serra — 715] 1896| Bicego 
S. Paulo 

2 | Æ.- 0 - lineatum | R. da Serra 2! 1896) Bicego 

3 | ÆE.-0o-cesarii | Cubatao--Santos 37| 1897| Bicego 

| 














china: Engystoma cesarii, Iher.; em baixo do fresco, collado 
ao fundo, em manuscripto desconhecido: Lngystuna cesarie 
motte, Iher. 5. Paulo. 


| 
| 











à] | «| Numeros do 
= | Procedencia | © | Collector 
= | Museu 4 
= | | | A 
ES | | | fm 
= = = - 
| Belem (E, S. 2 11 RG > 
1 | Paulo ) 38 I 1898 NCego 
2 | | Ypiranga 33 | 11-1900! Hémpel 
2 E. - 0 - concolor | Ypiranga 41 1906| Luderwaldt 
2 | Æ.-o-cesarii | Ypiranga | 42 | X--1907 Dr 
: | 1 : & Hemper 
2 | E.-0- bicolor Itaqui, Rio 108 | 1914! Garbe 
| | G. do Sul 
| 


























Sua distribuição geographica vae das Guyanas 
à Rep. Argentina, Matto-Grosso e Paraguay. 


ENGYSTOMA SUB-NIGRUM, Sp. nOVa 


Olhos 1/3 do focinho, que eguala em compri- 
mento ao espaço interocular e se projecta de pou- 
co sobre a mandibula, curvando-se para baixo. Nos 
lados do focinho e sobre a ponta da mandibula fi- 
cam as narinas punctiformes. A prega dermica ce- 
phalica desce até os lados do queixo, emquanto o 
cordão lateral, tão evidente em Æ. ovale, apenas ap- 
parece sobre a articulação do praço. Este curto, mal 
attingindo o plano transversso da ponta do focinho. 
Membro posterior distendido para frente attingindo 
a espadua coin a articulação tibio-tarsal. Mãos e pés 
como em E. ovale. Snperiormente plumbeo denegri- 
do, inferiorinente marmorado de isabel; callos das 
pontas dos dedos desta côr, bem como uma nodoa 
nc joelho. Pernas e pês superiormente transfaciados 
de negro, inferiormente da côr do abdomen. Saeco 
vocal disticcto exteriormente. Typo 37 mm. 2 
exemplares do Estado do Rio. Serra de Macahé ; 
Coll. Garbe. 


CHIASMOCLEIS; Méhely 


Precoracoides presentes porém articulados ao 
coracoide e anteriormente apenas ao seu opposto por 


ligamentos conjunctivos que tambem substituem o 
omosterno. Esterno cartilaginoso, xyploide, amplo. 
Pupilla redonda. Palatino sem prega dermica. Ma- 
xillares e vomer enúentulos. Tympano indistincto. 
Dedos livres artelhos indistinctamente sub-palmados. 
Membros livres. 


CHIASMOCLEIS BICEGOI, Sp. nova 
( Figs. 1 200 3°) 


Olhos 1 e 1/2 no focinho cujo canthus rostra- 
jis é evidente e desenha um angulo agudo per- 
feito; palpebras convexas, salientes. Uma prega tym- 
panica até a articulação do humerus. Mão como em 
Atelopus, os dedos ligeiramente sub-globosos na pon- 
ta e na seguinte orde n de crescimento: 1, 2, 4 e 
3; humeras mais longo que o radius. Perna levada 
à frente não attinge o tympano com a articulação 
tibio-tarsal; tuberculos sub-articulares indistinctos ; 
Pelle liza ; callos metatarsaes indistinctos ; cervix sem 
prega cutanea transversa ; côr parda de folha secca, 
cineracea no lado superior; iris negra; fla cos e la- 
do inferior vermiculados de isabel. Uma linha bran- 
ca rostro dorsal, encontrando-se no coccyx com ou- 
tra iransverssa que percorre o lado posterior das 
coxas. 

Comprimento: Corpo 16 mm., perna, 20. Exem 
plar 1; N. 595 — Os Perús, S. Paulo, Coll. Bice- 
go — 1895. 


EMVDOPS, gen. novo 


Corpo de contorno obvoide, deprimido, com a 
pelle muito liza e esticada, não deixando perceber 
a conformação interna. Cabeça deprimida, moderada, 
Nar'nas anteriores. Bocca moderada. Hyato proce- 
dente debaixo do angulo orbital posterior, Pupilla 
horizontal, linga ovoide, inteira, porém concava no 
meio do extremo posterior que é livre. Uma ruga 
ossea, edentula como os maxillares superiores, por 
detraz das choanas, uma ontra anterior ao cesóphago, 
e antes destes numa região oval, correspondente à 


— 


Lee ce 


depressão da lingua; os parasvhenoides nus; (1) 
Tympano occuito. Cintura escapular elevada salien- 
te sobre o thorax. 

Membros anteriores podendo-se incluir n’uma 
prega axillar, sem quebrar o contorno da projeccão 
superior do corpo Membros posteriores deprimidos, 
as pernas recolhendo-se na depressão posterior das 
coxas e da parte posterior do corpo. Mãos e pês 
sem membranas; um tuberculo carpal interno, e ou- 
tro mediano; um tuberculo metatarsal interno. 


EMYDOPS HYPOMELAS, Sp. NOVA. 
Figs. 4,5 e 6 


Contorno superior em ogiva oblonga. A man- 
dibula incluida, tem uma pequena saliencia na sym- 
physe mandibular, constituida por duas depressões 
lateraes d'essa articulação dos ossos da mandibula 
qae se encaixam em depressões correspondentes da 
. maxilla. Hiato de largura egual à 1/2 do diametro 
antero posterior do queixo. Uma ruga da pelle por 
detraz dos clhos, sobre a nuca. Mãos e pês com pe- 
quenos tuberculos nas articulações dos dedos, plan- 
tas lizas. 1.º, 2.º e 4.º dedos sub-eguaes. Superiormente 
cinereo-claro com estrias negras interrompidas e no 
sentido longitudinal do corpo; sobre cada olho ha 
uma longa estria sinuosa que vem do nariz à nuca. 
Membros marmorados. Uma estria muito fina e 
branca vem do meio das narinas ao orifício anal, 
cruzando-se acima desse com outra egual, que vae 
de metatarso à metatarso, ao longo das pernas. La- 
dos da cara até a região post-tympanica e todo o 
lado inferior do corpo, desde o mento até a ponta 
dos artelhos, negra. Uma estria branca, identica a 
do dorso pela linha mediana, cruzando-se sobre o 
peito com outra transversal que vae a base do pri- 
meiro dedo de mão a mão, percorrendo o ante bra- 
co pelo lado posterior e braço pelo inferior. 


(1) Não pude verificar se este facto corresponde a 
ma conservação da mucosa. 


— 288 — 


Comprimento antero-posterior (corpo) 45 mm., 
comprimento da perna, da articulação à ponta do 
maior dedo 58 mm., comprimento do braço, (da 
cintura ao maior dedo 25 mm. 

Procedencia: Espirito-Santo, Porto Cachoeiro 
— Colligido pelo Snr. Garbe em 1916. 


Rd ae. 


“Gly ITA unsgiu-gns pwojshgus 





"TEX “JOA ‘eysyn¥g "SNA "Ada “end ‘SON 22pHewoys {Bu “ghar ‘HA 





“Jeu pe "Jap ‘gray “HN 
JIDS29-2]D(00 wojsisuy — @_‘wniSjuqns puojsásu] — | “spjawodáy sdophwy — q ‘¢ ‘p ‘1082919 sjajoowsDjys) — E CZ 





IX "JOA ‘ESHNEA “SH, ‘AP az YASH “SP 2epyewosá4Bug og "JN 





Alipio de Miranda-Ribeiro 








ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O GENERO 
CERATOPHAYS E SUAS ESPÉCIES 





Aloumas considerações sobre 0 genero CERATOPHRYS 
E SUAS ESBEGIES 


Numa das divisões da fam. Cystignathide 
que Berg com dobrada razão lembra dever ser dita 
Leptodactylidæ, Boulenger, no seu memoravel Ca- 
talogo enumera dez especies de Ceralophrys, do 
Brasil e fora delle, comprehendendo englobadamente 
sob este titulo Odontophrynus, Reinh. & Lutken ou 
Pyxicephalus de Günther. 

As razões do batrachiologista belga são as se- 
guintes: «O desenvolvimento da palpebra superior 
em um appendice ceratoide, foi considerado como 
um dos principaes caractéres do genero Cerato- 
phrys. Porém, C. ornula tem-n'o tão pouco assi- 
gnalado que deveria evidentemente apenas ser usado 
como caracter especifico. » 
| Em posiçäo diametralmente opposta collocou-se 
Cope que, não só reconhece em Pyxicophalus a 
validade de Odontiphrynus de R. & Lutken, como 
é mesmo de opinião de que os grupamentos de 
Boulenger não representam a apresentação natural 
dos factos, os quaes defendem a validade da fami- 
lia Ceratophrydide. 

Não pretendemos discutir este ultimo thema 
que exige detalhes que o tempo agora não permitte ; 
mas so os de opinião de que Odontophrynus re- 
presenta bem uma forma áparte de Ceratophrys, 
onde esta presente, embora em caracter elementar, 
um apparelho glandular parotoide. Eu €. biggibo- 
sa ha uma modificação craneana ainda não estuda- 
da. Isto no que se refere aos generos; no que toca 
ás especies um exame das que contém o Museu 
Paulista, mostra bem a conveniencia de se reformar 
o juizo até agora constituido à respeito. 

A primeira constante de Ceratophrys appare- 
“ce numa linha saliente da pelle, que corre de pal- 


SE es 


pebra à palpebra e dahi se dirige pelos lados do 
corpo até o coccyx, desenhando sobre a face dor- 
sal do batrachio uma ponta de flexa muito alonga- 
da e retrovertida. Quando não seja 4 primeira vista 
evidente, lá deixa ella entretanto os vestigios. Uma 
segunda diferenciação apparece no tamanho, sendo 
que um grupo maior gira em torno de C. cornu. 
ta com 3 ou 4 especies emquanto que a menor de- 
corre de C. boëei, com um maior numero de espe- 
cies. Aqui encontramos não só uma grande muta- 
bilidade nos detalhes das especies conhecidas, como 
nos parecem existir outras ainda não citadas. Co- 
meçaremos pois por esse sub grupo, com o estudo 
do material do Museu Paulista, que é tambem il 
lustrativo no que se refere à distribuição geogra- 
phica. 

| —Ceraroparys sorrel, Wied. 








“owen DO 

















== 

= ] | MUSEU Collector 
E | | 

Is || Se: Paulo ssl us pa 806 M. Beron 
1 Panla(Puacicshn) a 284 |N. Bueno 
1 | Espirito Santo (Porto Cachoerio) 161 | Garbe 

1 | Parana ( Piraquara) . . . . 254 | Bicego 

1 | Hamonie (S. Catharina). . . 73 Liiderwaldt 
11 || Joinville. Coll. Hansa. S. Cath. . 800 | Ehrhardt 
4 » » » > » 783 » 

1 | Pignete, 5-1: Panlos sa Ta da 807 |J. Zech 

21 











Os vinte e um exemplares supra, mostram ama 
grande variedade de colorido em que se nota, desde 
um matiz mas claro que o reproduzido por Wan- 
dolleck e mesmo por Wied, até un denegrido in- 
tenso em que, nas zonas claras, tambem se encon- 
tram laivos de carmin. Esta ultima variedade se 
apresenta nos exemplares de ns. 800 e 783, todos 
procedentes de S. Catharina, Joinville. 

E” tambem notavel o facto de que o menor 
destes exemplares messa um centimetro em todo o 


— 293 — 


corpo, estacdo com os appendices oculares e a li- 
nha dorsal bem desenvolvida e não mais mostrando 
vestigio da cauda larval. 

Esta forma, em apparencia identica à ulterior, 
tem entretanto os tuberculos que se encontram na 
parte superior do corpo conicos e não comprimidos. 
Os que ficam dentro da zona limitada pela ruga 
oculo-dorsal às vezes constituem duas linhas paral- 
lelas da cervix ao sacrum. O colorido variando da 
mesma forma, tem entretanto quasi se npre constan- 
te o debrum escuro da linha cculo-dorsal. O papo 
e o queixo raramente são denegridos e nunca apre- 
sentam a intensidade do colorido encontrado em C. 
appendiculata. O abdomen, ao contrario, é rara- 
mente uniforme, apresentando a maculação negra, 
nitida e desenvolvida. Das raias escuras sub-ocula- 
res, a anterior é ligeiramente esverdeada. Em exem- 
plares de Hansa ( Joinville ), encontrei o mais intenso 
colorido. As raias escuras negras e as claras cinereas, 
havendo-os mesmos em que dessas zonas não estava 
ausente o carmin; pollegar egual ao indicador. O 
maior exemplar medido tem 65 millimetros. Vi ou- 
tros de 1 centimetro, já inteiramente desprovidos da 
cauda larval. Reproduz-se em Novembro. Distribui- 
ção geographica: Bahia, Espirito Santo, Rio de Ja- 
neiro, S. Paulo, Minas Geraes ( Lagôa Santa ), Para- 
na e Santa Catharina. 


2 — CERATOPHRYS APPENDICULATA, Günther 




















= NUMEROS 00 

= | A | NUSEU Collector 
ES 

dei D Nr ARE a) AMI 17 LS LS 806 M. Beron 
11 S.0Panio, Alto da Sema 10: 799 Schuebel V-09 
7 | Serra de Macahé, E. do Rio. . TO Garbe 

1 | Franca, Sa ISERE O 612 | Dreher 

‘| Campo Grande...» > & 0, 798 |M. Wacket 
2 | Santos, Cubatão >» » . . . 483 | Bicego 

1 | Campo do Jordão » » . . .| 8058 | Liiderwaldt. 
14 








Pre 


As mesmas differenças de colorido da especie 
anterior, encontrando-se nos 14 exemplares aqui ci- 
tados, sendo que o de colorido mais intenso e com 
laivos carmineos, procedem dos Campos do Jordão. 
Nenhum exemplar joven do tamanho do menor 
anteriormente citado. Em contraposição uma femea 
(n. 799), apanhada em Junho, estava com ovos a 
termo, medindo o diametro destes cerca de 1 e 1/2 
millimetros. Este exemplar tem uma forte macula 
branca no meio da depressão frontal. 


Esta especie muito se assemelha à anterior, 
não só quanto a forma come quanto ao colorido; 
e eu pensei mesmo que não passasse de uma sua 
variedade. Comtudo, a apresentaçäo dos seus cara- 
cteres é bastante firme, e para maior precisão na 
taxonomia, podemos admittil-a como valida. 


A linha dorso lombar é completa e constitue 
uma ruga continua da pelle, ligeiramente crenulada 
no corpo e denticulada no appendice palpebral. No 
meio d'esta figura só ha outra linha nos appendices 
palpebraes e na sua parte livre os tuberculos são 
pouco frequentes; e quando succeda o contrario, 
nunca elles formam linhas longitudinaes, dispondo- 
se antes em grupos nas regiões mais largas cervi- 
cal e lombo-sacral. Por fóra do perimetro que 
aquella linha delimita, ao contrario, são elles mui 
communs e formam linhas pouco divergentes que 
se dirigem para os lados e para traz, terminando 
nos lados da face dorso-lombar, junto da axilla da 
superficie de applicação dos membros prosteriores. 
Estes como os anteriores são grandemente verru- 
cosos, distribuindo-se os tuberculos ou verrugas em 
linhas obliquas sobre a sua face externa e fóra da 
superficie de applicação, no dobrar dos membros. 
No ponto de articulação dos maxillares ha uma 
projeção dermica anterior, do labio; e d'ahi parte 
uma linha de verrugas que vae morrer no canto da 
bocca, tendo passado em arco sobre os lados de 
cara em tangente à orla inferior dos olhos. Nos 
cantos da bocca e lados do corpo os tuberculos são 
achatados e triangulares. ÆE todo o lado superior, 


comquanto irregularmente granuloso, apresenta um 
aspecto vellutino devido a um fino e denso recobri- 
mento de escamas espiculadas, apenas vizivel à lente 
e que nos pontes mais salientes aparecem como 
pequeninos espinhos coloridos de escuro. Todo o 
lado inferior & coberto de uma granulação muito 
regular em que as escamas se deixam ver mais 
amplas e obtusas e às vezes mesmo sub-esphericas. 


Os olhos são contidos 8 vezes na largura da bocca, 
tomada externamente do angulo à angulo e 1 vez 
e 1/2 no comprimento do appendice palpebral. Os 
dentes maxillares são curtos sub eguaes em uma 
fila, sendo a sua forma conica, curta e obtuza. O 
primeiro maior que o segundo dedo. O individuo de 
maior tamanho de meu conhecimento & uma femea 
e mede 65 mm. do appendice rostral ao coccyx. A 
nota dominante do colorido desta pequena intanha 
são as zebruras pardas ou denegridas transversaes 
sobre o lado externo e dos membros ambulatorios, 
uma tarja alvadia transversa na préga amphiocular 
seguida e precedida de uma pequena barra e de 
uma nodoa negra; por fóra da linha dorso-lombar 
ha um debrum irregular dessa ultima cor e uma a 
tres barras sub-oculares, obliquas de diante para traz. 
No lado superior esse colorido varia do mais claro ao 
mais escuro, conforme o meio e com manchas cinzen- 
tas irregulares; o aspecto, à primeira vista, do con- 
juncto é lichenoso e perfeitamente mimetico com as 
folhas seccas. A's vezes ha uma nodoa argyrea 
entre as narinas e a linha amphiocular, o que occor- 
re nos individuos claros. 


A's vezes, ao contrario, ahi predomina o escuro. 
No lado inferior o colorido é amarello ou cinzento, 
mais ou menos maculado de negro. côr que se ex- 
tende para o papo e região gular que occupa in- 
teiramente. 
_ Esta intanha reproduz-se em Setembro. A sua 


distribuição geographica vem de Macahë, nc Estado 
do Rio, até Cubatão em Santos, — S. Paulo. 


— 296 — 


3 — CERATOPHRYS RENALIS, Sp. NOV. 


Forma semelhante à C. friy. Contorno cepha- 
lico perfeitamente ellipsoidal, sem tuberculos mar- 
gimaes dos premaxillares e maxillares, porém densa- 
mente hispido ; hiato 3:2. Canto da mandibula salien- 
te, largo e tuberculado. Dentes vomerinos em dois 
grupos, entre as choanas e um pouco obliquos. 
Lingua grande, entalhada tambem anteriormente. 
Dentes como em Ceratophrys boier, porém meno- 
res. Olhos 1/5 do hiato ou pouco maiores. 1/2 do 
espaço interorbital que é sub-plano anteriormente 
pouco concavo. Tuberculos dermicos conicos, for- 
mando rugas incompletas no contorno superior que 
vem das narinas ao canto palpebral anterior, numa 
linha amphipaipebral e noutra posterior que termina 
sobre a nuca, ahi curvando-se para dentro, e en- 
contrando-se com a do lado opposto. Depois os 
tuberculos só apparecem fracamente unidos em 4 
estrias convergentes sobre a região ilio-coccygea- 
na e em duas placas lateraes da região liume- 
ral. Essas linhas são muito perceptiveis n'um indi- 
viduo joven, onde apresentam a fórma das de 
C. boier comquanto interrompidas. Outra linha mais 
curta percorre a palpebra, ao lado da linha amphi- 
ocular e tuberculos maiores occupam o canto do. 
maxillar inferior. Sobre o extremo distal da apo- 
physe sacral, a pelle se espessa em um callo ver- 
rucoso e saliente, donde partem duas rugas para 
frente e para baixo, que ficam em symetria mime- 
tica com os olhos do animal. Coloração negra com 
fachos mais claros de laivos rubescentes, sobre as 
pernas, parte posterior e mãos. Palpebra inferior 
clara. Um estreito risco branco antes da prega 
amphipalpebral. Placas intensamente negras vellu- 
tineas sobre o focinho, sob e entre os olhos, e em 
duas placas pequenas sobre os flancos. Lado infe- 
rior cinereo rubescente marmorado de negro. 

Comprimento do exemplar maior, ( 9) 60 mm. 
Collecionado pelo sr. Garbe em Itabúna, Bahia, em 
meiados deste arno Vive em mattas de vegetação 
densa. Não deixa de ser curiosa a forma mimetica 


eo — 


apresentada por essa intanha que em repouso e com 
os membros encolhidos, parece reproduzir uma pe- 
uena ra encolhida, cujos olhos seriam representados 
pelos callos renaes, sendo assim a cabeça represen- 
tada pela parte posterior do seu corpo. Um tal 
mimetismo é duplamente util, pois não só permitte 
a aproximação da victima como a illude de modo 
a se apresentar à intanha com segurança maior para 
esta. Um exemplar menor e da mesma procedencia 
reproduz quasi perfeitamente €. borei; a linha 
occulo-dorsal é porém interrompida e fracamente 
indicada. 


4 ) — CERATOPHRYS DORSATA, Wied 





[ 
| 








= Procedencia NUMEROS | Collector 
= | DO MUSEU 

a | | 

1 | Rio Grande — São Panlo. . | 775 Wacket 

1 | Piquete — Säo: Paulo 179 Zech 

2 | Hansa, Joinville — St.* Cath.º 784 Ehrhardt 
1 780 Garbe 








Rio Doce — Espirito Santo 








Exemplares mediocres ro tamanho. O de n. 
Tio tem ovos à termo, não se sabendo ao certo o 
mez da captura. Evidentemente desta especie é o 
exemplar n. 165 collecionado por Garbe em Porto 
Cachoeiro, Espirito Santo. Não obstante os appen- 
dices das palpebras muito reduzidos e tambem as 
placas dorsaes e nodoas escuras de modo a deixar 
um campo claro muito maior. Æ° um joven de pouco 
mais de pollegada. Nome vulgar: Intanha. A ca- 
beça perfaz por si só 1/3 do corpo, sendo o contorno 
oval paraboloide e a mandibula incluindo se por al- 
tura equivalente a 1/2 da sua altura no mandibular. 
Os dentes são conicos porêm finos e longos, curvos 
para dentro e os do meio da maxilla maiores que 
os lateraes; por sua vez, estes tem a ponta algo 
lanceolada. Os dentes vomerinos occupam uma linha 
no bordo anterior das choanas e são muito pequenos. 


— 298 — 


As mandibulas emittem um processo vertical, 
na symphyse que, atravessando a mucosa e sendo 
cortante, constitue como uma sorte de bico que 
se vai encaixar nos intermaxillares e concorre gran- 
demente a prehensão. A larga lingua, duplamente 
codiforme e esponjosa, mostra as papillas isoladas e 
pedicelladas. As pequenas narinas ficam muito mais 
proximas dos olhos que da ponta do focinho e os 
olhos salientes occupam 2/3 do espaço interorbital 
anterior ou igualam a distancia que medeia entre as 
duas orbitas, sobre o craneo. 

O meio da cabeça, das narinas à nuca é osseo, 
nú e dahi para traz a cervix e o «dorso são reco- 
bertos de finissima epiderme numa zona em cruz, 
cujo eixo fosse duas vezes mais largo que os bra- 
ços. Por traz das orbitas, sobre os tympanos ex- 
postos, ha outra zona ossea, exposta, finamente gra- 
nular: Os lados da area central nua do focinho, 
até essa ultima zona ossea, são occupados por uma 
pelle densamente rugosa e endnrecida que se ex- 
pande até os bordos do maxillar, sendo interrom- 
pida por uma prega ossea sub ocular e sub paral- 
lela à faixa rostral nua que assim delimita os bra- 
ços duma cruz de Malta, envolvendo os olhos. So- 
bre o dorso, nos lados da cervix e do lombo, outra 
vez apparece este espessamento em placas clavifor- 
mes que ahi são percorridas por linhas de elevações 
em cone, de aspecto prismatico ou estrellado. 


Outra placa analoga sobrepujada por uma ruga 
saliente, vae des tympanos aos flancos no abdomen, 
e todo o resto da parte superior do corpo é gra- 
nuloso, mais ou menos esparsamente provido de es- 
tellações espessas da pelle. Para o lado inferior, ao 
contrario, esta disfarça as verrugas e se aliza; e as 
superficies de applicação dos membros, dorso e as 
plantas dos pés, são notavelmente lizas, quasi como 
a pelle das rãs, sendo as suas callosidades revesti- 
das de epiderme. O tuberculo metatarsal é forte e, 
elevado e os artelhos densamente palmados.  pri- 
meiro dedo da mão é maior que o segundo. A 
intanha varia pouce de colorido. As partes unde a 


24290 


pelle & mais espessa são de côr denegrida ou cas- 
tanha, fimbriadas de branco; as zonas intermedia- 
rias ochraceas e as patas interfasciadas de pardo 
rubescente e de verde. A superficie abdominai, desde 
a garganta e parte inferior das pernas, de cor ochra- 
cea uniforme. Uma linha dermica que abrange os 
dois olhos, desde a ponta dos appendices palpebraes 
e passa, pelo meio da cabeça, bem como a metade 
anterior do lado inferior desses appendices, de côr 
denegrida ou sepiacea. Olhos esverdeados. Tenho 
visto exemplares deste batrachio medindo cerca de 
22 à 23 cm. da ponta do focinho à do coccyx. 

São destemidos e reagem à qualquer attaque, 
correndo de bocca aberta atraz de seus perseguido- 
res; e emittem nesta occasião um grito algo pa 
recido com o choro de uma creança. Apanham tudo 
quanto lhes cae ao alcance e que se mova; não 
desprezando mesmo os pintos ainda quasi do volu- 
me do seu proprio corpo. Distribuição geographica : 
Espirito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo, Santa Ca- 
tharina e Rio Grande do Sul. 


ODONTOPHRYNUS AMERICANUS Dum. & Bibr. 














E | | En COLLECCIONADOR 
= | 

1 | Rio Gmnderdo Qui cats ol ie 815 | Dr. H. vou Ihering 
pio Grande do Suliu ys) agile % 813 side res 

1 | Montevideo, Uruguay. . . . 817 Bicego 

5 | Campos do Jordão, S. Paulo. . 821  |Luderwaldt (XII-05) 




















, 


O tacto mais interessante à notar a respeito, 
desta especie, rezide no encontro, pelo Sr. Liider- 
waldt, de uma serie de 5 exemplares nos Campos 
do Jordão, a zona mais septentrional do seu appa- 
recimento no Brasil. Felizmente, nos exemplares 
trazidos, pôde-se constatar até o mesmo colorido que 
mostra o exemplar de Montevidéo, colligido por 


—1300 — 


Bicego, menos o denegrido do papo, frequente em 
todos os demais exemplares das collecções do Museu 
Paulista. 


Muitas variações nóta-se nos outros exemplares 
dos Campos do Jordão, no que se refere ao colo- 
rido, e quanto à robustez maior e maior gordura. 
Egualmente o callo do braço é algo mais desen- 
volvido n'estes exemplares, bem como a pelle é mais 
fortemente granulosa. Nunca, porém na intumes- 
cencia que representa o parotoide, vae esse desenvol- 
vimento ao de P. cullripés. Hiato moderadamente 
amplo, sendo a proporção do comprimento rostral 
para a sua largura de 2:3. Dentes vomerinos em 
dois grupos elevados entre as choanas, os quaes 
por serem muito elevados e de direcção posterior, 
parecem ficar posteriores äquellas. 


Dentes pequenos e cerrados para dentro. A 
cabeça é mediocre na proporção de 1:9 no com- 
primento do corpo. Toda a parte superior grande- 
mente granulada-tuberculada. Os tuberculos às ve- 
zes dispondo-se em ordem, de modo à formarem fi- 
guras regulares; ou se apresentam alongados como 
rugas curtas. ; 


Duas são constantes atraz dos olhos, à guiza 
de parotoides sobre os tympanos e outros se enfilei- 
ram às vezes entre as palpebras, como que for 
mando cristas inter-palpebraes. Os processos ou callos 
do metatarso são duplos, sendo o segundo elevado 
precedido de uma carena à parte da articulação e 
vae zo 1.º artelho pelo lado de fora. Toda a planta 
dos pés e das mãos densamente tuberculadas, em- 
quanto que o punhe mostra um callo externo alon- 
gado que occupa a metade do comprimento dos cu- 
bitos. A pelle dos flancos é flacida e das regiões 
lateraes inguinaes e a posterior da articulação fe- 
muro-tibiana, forma uma especie de patagium del- 
gado que prende os membros posteriores dos flan- 
cos aos joelhos e do meio das coxas ao calcanhar. 
O abdomen é todo regularmente granuloso; as 
granulações não são, porém, aciculadas e sim porozas. 


E ND, ==— 


A coloração varia de padrões claros manchados 
de escuro em nodcas circulares ou oblongas, que 
envolvam as protuberancias da pelle no lado superior, 
sendo uniformemente amarellados no lado inferior, 
ao negro azulado ou ardeziaco no superior, com tres 
listas amarellas de ocre ou creme; uma pelo rachis 
e outra sobre os flancos, havendo uma nodoa d'es- 
sa côr em cada extremidade anterior dos iliacos e 
maculas pelos flancos e lado inferior, onde ha um 
verdadeiro marmorado para o qual concorrem as 
verrugas abdominaes. N'uns e n'outros sempre per- 
manece a linha dorsal clara, que vem do labio su- 
perior, sendo interrompida entre os olhos por outra 
transversa e que vae de palpebra a palpebra. Em 
alguns exemplares o negro inferior ê mais accen- 
tuado e diffuso sobre o queixo. Comprimento dor- 
sal 54 mm. 


Distribuição geographica : E. de S. Paulo (Cam- 
pos de Jordäo), Rio Grande do Sul, Matto-Grosso, 
Republica do Urugay, Argentina, Mexico. 


x 
* * 


Como se vê, apenas 6 formas contem as collec- 
ções do Museu Paulista Ficam pois sendo seus de- 
siderata O. cornuta. C. fryi €. cristiceps, Odon- 
tophrynus cultripes e C. biggibosa. (1) 


Analysando em conjuncto todas as formas bra- 
sileiras, esta ultima especie deve constituir uma di- 
visão à parte: PROCERATOPHR YS, caracteriza- 
da pela dilatação ossea post-tympanica e pela palpe- 
bra espiculada, sem apeudice ceratoide unico. 


Assim, poderiamos tentar comprehender todas 


essas especies ae um modo summario numa chave, 
tanto especifica como generica : 


1 — Cerntophrys ohausi, Wand. Precisa ser compa- 
rada com C. cristiceps, Müll, para que seja constatada a 
sua diversidade. 


]— REGIÃO OTICA SUPRA-OCULAR N9IRMAL, CUTA- 


A — 


q? — 


apt 


NEA : 


Craneo normal sem os- 
sificação exterior; pal- 
pebra superior provida 
de appendice ceratoide, 
cutaneo, singular ou 
multiplo rudimentar. 


Lado dorsal percorrido 
por um cordão cutaneo, 
reunindo os apendices 
ceratoides e se encamin- 
hando depois para o 
coccyx. Appendice ce- 
ratoide presente, singu- 
lar: 


Contorno rostral nor- 
mal; garganta e thorax 
fasecs quando muito o 
ultimo punctulado de ne- 
RL rainy TON B 


Um appendice dermico 
na articulação mediana 
des maxillares ; gargan- 
ta e thorax negros par 
daicentos, mo pg 
Cordão oculo-dorsal pre- 
sente apenas entre os 
olhos ou vestigiario no 
resto do dorso : 


Região renal normal 


Região renal provida de 
um callo dermico papil- 
loso, donde partem duas 


rugas antevertidas 
Appendice ceratoide au- 
sente, substituido por 


papillas multiplas. 


STOMBUS, Boie 


1 S. borer 


2 S. appendiculatus 


3 S. frye 


4 §. renalis 


D S. cristiceps 


— 503 — 


B — Craneo grande, elevado. 

ossificado externamente; 

palpebra superior provi- 

da de appendices cera- 

toides singulares ou mul- 

tiplos. Dorso tubercula- 

do mais ou menos in- 

tensamente, nunca porém 

provido da linha de tu- 

berculos oculo-dorsal, 

que é substituida pelas 

Cores i a CPR ATOS, 

Wied 

a — Appendices palpebras 

presentes, desenvolvidos 

e condiformes. A. dese- 

nhos rostro-cephalico 

perfazendo uma cruz de 

malta que envolve os 

olhos com os braços; 

artelhos exteriores li- 

REGS acu RIR OR O: dons 


b’ — Coloração superior obs- 
cura, garganta negra; 
artelhos exteriores pal- 
DHALOS 0e a a UR COP MULE 


b — Appendice palpebral re- 
duzido à curto tubercu- 
lo. Dorso mais ou me- 
nos recoberto de placas 
duras intensamente va- 
riegadas de verde e de 
MEG TOR Mao pp os GOT RAL 


II — RegiÃo OTICA-SUPRA-OCULAR INTUMESCIDA : 


Appendices palpebraes 
papillares, multiplos. PROCERATOPHRYS 
Dorso normal. . ... 9 P. biggrosa 


— 304 — 


VI — ReGIAO POST-TYMPANICA COM VESTIGIO DE PA- 
ROTOIDE ODONTOPHRYNUS : … R&L 


Paratoide evidente, co- 

loração uniforme . . . 10 0. cultripés 
Paratoide vestigiaria co- 

loração variegada. . . 11 0. americanus 


*joyd 'oyjr sojurg sop sang8urwo *( 


({yied ap esstA) “qny “HJA] 'syjpuas snquojç 





IY "JOA ‘eyszneg ‘SNA “Ay ‘232 ‘sduydojpsa> 032U93 O 21q0S S205P12PISUOT) ‘JA “AFIT 


À A 
L 


Mi 
TI By 


æ 
rar 


NN ONE 


7 q eS , UN 
sR CE 
Fe (D A Va 


. ' 
A 





Mir, Rib.9 Consideracôes sobre o gen, Ceratophrys Rev, Mus Paulista vol. XI 





Stombus renalis, Mir. Rib. (Vista abdominal) 


J. Domingues dos Santos Filho, phot, 


” 


< 


lg Py 
AR ; 
1 

ede bs 
‘ 





Mir Ríb.o Considerações sobre o gen.o Ceratophrys, etc, Revista Mus, Paulista, vol. XII 





Stombus renalis. Mir. Rib, (Vista dorsal) 


J, Domingues dos Santos Filho phot. 







ar > o 
\ ae m6 OS 6 
| ini À 
4 





(ogpJop op sodweg ep se}uapesoid selejduexz) 
1q14 ? ‘WNQ - SANVIOIHINYV SNNAHHIOLNOGO 





IX ONOL - VISITNVI SAN “AIN SAYHAOLWYSS “NSD O 3890S "SNOD - IH IA 





(oepior op sodwed ep se}uepesoid seJejdwexa) 
‘1918 ? “WNQ - SNNVOIYANY SNNAYHdDOLNOGO 





IX OWOL - VLSITNVd SAN “AIM SAYH401VH29 'NID O 3#80S “SNOO - IH “JIN 





Alipio de Miranda-Ribeiro 








0S BRACHYCEPHALIDEOS 
do Museu Paulista 


(Com tres especies novas) 








. x o x 


# 
= 


! 


; “ 

‘nti fsbo’ alo cry ti 

| A? : Pr — il Rea 
À AR 


ws 
En 
70 
4 


RONA NIVA ARA 
E 0ù 0 


beeven CS 3eess BON 41-02 2 


i 


Os Brachycephalideos do Museu Paulista 


(com tres especies novas | 


ATELOPUS MOREIRÆ, Sp. nova 


Forma regular, e muito parecida com a de 
A stelaneri, sendo os membros de comprimento 
proporcional ao corpo, de modo a conservar-lhe per- 
feita apparencia bufoniforme. Cabeça pequena, cerca 
de 1/3 do comprimento do corpo, deprimida e plana 
superiormente, tendo os lados sub-verticaes, excepto 
no focinho que é mais obliquo para traz. 

A bocca tem o angulo posterior quasi sob o 
angulo posterior da orbita e de hiato maior que o 
diametro antero posterior. O diametro ocular 1/3 
do hiato. Tympano indistincto. Todo o corpo pro- 
vido de verrugas mamellonadas, sobrepujadas por 
pequeno cone, de aspecto corneo e baixo como se 
fora otra verruga de forma regular; na face ab- 
dominal apenas permanece nu estas; uma zona fe- 
mural de placas polygonaes baixas. Plantas das 
mãos e dos pès de pelle ampla e glabra, occultan- 
do os callos que assim são pouco evidentes. Colo- 
ração, no alcool, sepiacea denegrida, uma nodoa oc- 
cipital, às vezes uma linha rachidiana, uma zona 
dorso-lombar em cada flanco, o lado posterior do 
braço, garganta, lado do thorax na base do braço, 
lado inferior deste e do terço articular do ante- 
braço, abdomen e planias dos pés e das mãos de 
côr amarella de chromo. Região femoral infero- 


nterna miniacea. As verrugas corneas são amarel- 
adas. 


O sr. Carlos Moreira, determinära este Atelo- 
Pus, como stelznert. Conhecendo os exemplares c 1- 
lgidos por esse meu amigo para o Museu Nacio- 


— 308 — 


nal, exemplares que examinei pouco antes de redi- 
gir este artigo, como os que o sr. Lüderwaldt col- 
ligiu no Itatiaya, verifico não sómente a constancia 
do colorido expresso na diagnose por mim acima 
dada, como o encurtamento dos espiculos das ver- 
rugas da pelle, alisamento das plantas dos membros 
ambulatorics e proporções differentes para o Atelo- 
pus daquella procedencia. 

Assim é elle pelo menos uma variedade local, 
sendo que mesmo os jovens não apresentam nem o 
revestimento de espiculos nem o colorido typico 
da fórma do Sul. A pedido do mesmo meu amigo 
eu tambem estivera no Itatiaya, onde vira o peque- 
nino batrachio em questão, em quantidade tal que 
se não podia andar sem esmagar alguns sob os pés. 
Nessa épocha ( Novembro ) estavam elles em amor. 
O congresso sexual se effectüa longe da agua; e 
muitos machos perseguem uma só femea. Em Ou- 
tubro o sr. Luderwaidt do Museu Paulista colligiu 
exemplares perfeitos de 7 mm., tendo a coloração 
negra dominante e o colorido das regiões claras es- 
boçado. As verrugas nem mostram vestigios das 
pontas corneas. 

29 mm. é a dimensão linear antero-posterior 
de Atelopus morerrre. 


ATELOPUS ATRO-LUTEUS, Sp. nova 
( Atelopus stelzneri?) 


Forma alongada, continuando-se os lados da ca- 
beça na mesma linha recta para traz, pelos flancos, 
sem permittir a sua distincçäo do corpo que só é 
mais largo na região abdominal; assim, anterior- 
mente, a cabeça desenharia com o seu plano, um 
pentagono irregular se desprezassemos o lado occu- 
pado pelo corpo; ella representa 1/4 do compriinen- 
to que vai das narinas ao coccyx. Narinas obliquan- 
do para baixo, algo salientes. Olhos grandes 5/12 
do hiato, que perfaz egualmente o diametro antero 
posterior da bocca. Angulo d'esta, ligeiramente an- 
terior ao do posterior dos olhos. Parte superior 


00 a 


flancos e baixo ventre verrucosos, as rugas provi- 
das de espinhos curtos. Do mento ao baixo ventre 
a pelle é finamente granulosa, porém, sem verrugas 
nem espinhos. As plantas das quatro patas verruco- 
sas, tendo as anteriores um, e as anteriores 2 cal- 
los nas articulações. Levada a perna para a frente 
o tubercnlo ou callo interno do pé, passa o angulo 
posterior dos olhos. Cor (no alcool): Negro retinto 
de pez, os espinhos albicantes ; sobre a cabeça, onde 
não ha espinhos, uma fina punctuação albicante ; 
uma pequena nódoa sobre o bordo da mandibula e 
juncto a articulação, as plantas das quatro patas, 
tres nodoas sobre cada lado do peito, na base do 
braço, uma fina estria no lado dorsal d'este e outra 
no seu lado abdominal, bem como uma dupla pon- 
ctuação n'um lado do ante-braço, uma facha trans- 
versa no meio do abdomen quasi interrompida no 
meio e todo o lado infero-interno das coxas, de um 
branco crême nitido. 

Bocca internamente negra retinta. À lingua lon- 
ga e estreita tem a mucosa negra leitosa. Dois exem- 
plares (nº 814) medindo 21 mm. e procedentes 
do Estado do Rio Grande do Sul (Itaqui) onde fo- 
ram colleccionados pelo Snr. Ernesto Garbe em 1914. 
E” possivel que tenhamos aqui, com estes especimens, 
genuinos representantes de Atelopus stelzner ; en- 
tretanto não sei se esta especie tem a mucosa ne- 
era; como tambem A. atro-luteus não tem os acu- 
leos corneos da especie de Weyenbergh. 


ATELOPUS PACHYRHYNUS, sp. nova 


Cabeça perfeitamente destacada do corpo, sendo 
o angulo da bocca um tanto anterior ao posterior 
da orbita. Diametro antero-posterior da bocca 1/2 
do hiato; olhos 3 e 1/3 neste. Palpebras salientes ; 
o espaço comprehendido entre ellas e as narinas oc- 
cupado por um intumescimento que assim forma um 
rehordo supero-anterior que se extende até a linha 
interocular mediana. 

Toda a pelle densamente verrucosa e espinula- 
da como em Bufo tuberosus Giinther; essas aspe- 


— 810 — 


rezas existem até mesmo na pelle da garganta e de | 
todo o ventre. Palmas das mãos e dos pés, gran- 
demente verrucosas, havendo nm forte tuberculo na 
articulação d'aquelles e dois nas dos pés. A articu- 
lação tarsal não attinge os olhos. Cor geral negra. 
Uma nodoa na symphise e outra no canto da bocca. 
focinho até os olhos, região parotoide, uma estria 
anterior ao braço desde o peito passando para o 
lado posterior do ante-braço, palmas e plantas pon- 
tos esparsos sobre o ventre e zona interna-inferior 
das coxas de cor amarella olivacea. Tres outras 
manchas menores dessa cor dispostas em triangulo 
sobre o dorso, por traz da cintura escapular ( fun- 
didas n'um dos exemplares). Anus amarello. À arti- 
culação tibio-tarsal idem; pelo lado de traz. Bocca 
negra internamente com a lingua alvadia. 

Dois exemplares medindo 30 mm. procedem do 
Rio Granie do Sul ( 752-H. von Ihering coll. 1890 ) 
e 756 — São Lourenço, S. Paulo (Chr. Euler coll. 
1905 ). 


ÁTELOPUS IMITATOR, Sp. Nova 


Fórma alongada, sendo o humero mais curto 
do que o diametro transverso da nuca. Focinho 
comprimido e deprimido com as narinas lateraes e 
proximas da ponta, canthus rostralis evidente, dei- 
xando a região loreal concava e continuando da pal- 
pebra superior. Perna levada à frente attingindo 
quasi o angulo occular posterior com a articulação 
tarsal. Dedos como em A. cruciger ; artelhos idem, 
isto é, conjugados por uma membrana rudimentar ; 
entre os primeiros a ordem em extensão é: 1, pen 
4 e 3; e entre os segundos 1, 2,3. 5 e 4. Corpo 
mais granuloso nos individuos maiores, mais lizo nos 
menores. (or parda cinerea ou amarellada. Uma 
tarja Jarga transversal entre os olhos ; e do vertice 
do triangulo que é posterior sahem dois braços, di 
vergentes para traz, um ou dois mais para traz; 
uma tarja escura, pelos flancos, partindo do focinho 
e morrendo na articulação iliaca, marginada de 
branco nos lados; membros transfasciados. A’s 


vezes uma estreita tinha rachidiana, albicante. Lado 
abdominal marmorado de escuro. Corpo 23 mm., 
perna 28. 

Esta forma muito se approxima de A. cruciger, 
Martens, conforme a estampa dada por Günther, 
mas com o colorido semelhante ao de um joven de 
Bufo crucifer. Embora lembrando Phryniscus ol- 
fersi Meyen, pelo tamanho do humeros e pela tarja 
lateral, e Phryniscus proboscideus de Blgr. pelos 
outros caractéres, separa-se d’aguelle por ter a pelle 
granulosa em todo o lado superior, quando Ph. 
oifersi é liso e de Ph. proboscideus, por ter as 
mãos e pês conformados como em Phr. cruciger, 
e pela forma do focinho. 


























| E 
a | 3 
S PROCEDENCIA COLLECTOR DATA = 
2 E 
Zt [ea 

477 | Santos, Cubatão, São Paulo. . . . | Bicego XII — 1897 1 

485 | Santos, Cubatão, Estado de São Paulo. | Bicego XII — 1897 

Sim RAltO da Serra, 2! o Ce =) || Bicego — 1899 1 

835 | Rio Grande, Estado de São Paulo, . | Wacket VII — 1902 1 

639 | Campo Grande, Estado de São Paulo, | Wacket V — 1902 1 





BRaCHYCEPHALUS, Fitzinger. 
Neue Classification der Reptilien. Wien. pg. 39 — 1826 


Spix descreveu em 1829 ( Anim. sive Species, 
nove Testudinidum et Ranarum ) um pequeno sapo 
que figurou com as côres correspondentes, e até 
hoje permanece como uma fórma perfeitamente de- 
finida, segundo os caracteres por elle dados, mais o 
que todos os austores, inclusive Boulenger puderam 
reconhecer. 

A procedencia que lhe tem sido assignalada, 
vem da Guyana ao Rio de Janeiro — porquanto, ao 
passo que a forma typica procede da Bahia, donde 
a descreveu Spix; outros exemplares foram con- 


— 312 — 


statados por Cocteau em 1#35 do Rio de Janeiro; e 
32 — refere a procedencia de 
Guyana, naturalmente baseado (2) na referencia de 
Girard. Na obra citada, Fitzinger, formára para a 
descripção de Spix, o genero Br achycephalus. To- 
dos os animaes encontrados foram referidos à espe- 
cie typo que Spix disséra: « Cœrulescente--ochra- 
cœus, capite supra dorsoque medio magro fasciatis, 
maxillis oculisque nigro-marginatis ; tympanum 
nigro ». 

Levado por esta descripçäo, Cocteau, chamara 
os exemplares por elle obtidos - Br. aurantiacus. 
isto é, julgára especie nova os exemplares unifor- 
memente coloridos do amarello chromo, das colle- 
cções do Museu de Paris. 

Aliás Günther, (Cat. 1858, pg. 46) que o des- 
creve « Dull yellowish, some times with a large 
black dorsal spot», cita Cocteau mas não reune 

ar; ephippiun, Dr. aurantiacus que Girard to- 
mou 4 sério ; esta tarefa ficou para Boulenger que, nao 
obstante, insiste — Yellowish, bony parts dark. 


Girard, naturalmente obedece ao criterio re- 
gional. E a descripçäo carregada de Spix, deve 
ter contribuido para isto. Uma boa série possue 
do pequeno batrachio em questão o Museu Paulista, 
sob os seguintes numeros e que me suggeriram as 
linhas ulteriores : 





























= S 
= PROCEDENCIA COLLECTOR | DATA | = 
= | = 
= a. | Oe E | cs 
534 || Piquete, S. Paulo, =) ee || Zech 1896 ( Nov.) 31 
29 | -Piquete, "Ss Paulo q q poi) Zech 1897 (Jan.°) 17 
507 || Jundiahy, S, Paulo . , . || Schrotky 1899 (Sept.) 2 
544 || Rio de Janeiro, . . . . i? 1900 1 
809 || Serra Cantareira, S. Paulo. || S. P. Hamer 1902 (Mar. ) 4 
8407 Piquete"; 2 20 a QUI Zech 1909 (Nov.) 15 
811 | Serra de Macahé , . . . || Garbe 1909 ( Nov.) 6 
76 











— 315 — 


Examinando o exemplar 544, guardado em 
alcool à luz, desde 1900, verifica-se sem esforço a 
figura e o colorido dados por Spix. 

Fóra deste exemplar, nenhum mais exhibe se- 
melhante coloração, nem mesmo os de n. 32 que 
são 17. O criterio regional falha ahi d'uma vez 
para deixar o zoologo completamente só. Tem elle 
de pensar na acção de qualquer agente photo-chimico 
exterior ao tempo de vida do animal e admittir que 
Spix tenha feito sua descripção d'um animal con- 
servado em alcool e a acção d'este para o colorido 
escuro attestado pelos auctores mais modernos. 

Na verdade conheço este interessante sapinho 
do vivo, das mattas de Therezopolis — e nunca o 
vi, senão intensamente colorido de amarello aureo 
uniforme. 

A anatomia externa é a mesma desenhada por 
Spix e depois repetida por Cocteau. Mas o extra- 
ordinario & que nos exemplares conservados no 
Museu Paulista é justamente a morphologia externa 
que varia a ponto de justificar uma nova especie 
se apanhada a apresentação sosinha. 

Com effeito, são as modificações exteriores 
apresentadas e se realizara : 


I — No desapparecimento completo dos escudos 
dorsaes e do revestimen'o cephalico. com 
uma substituição concommittante de ver- 
rugas salientes sobre a pelle, numa varie- 
dade perfeitamente atelopoide. Esta varie- 
dade apparece isolada entre os exemplares 
de Piquete, colligidos em Novembro pelo 
Sr. Zech. Um unico individuo entre 30 
que reproduzem Br. ephippium de maneira 
completa. Convem notar que, entre estes 
encontrei femeas com ovos maduros, Uma 
serie de doze ovos grandes (Ca. 2 à 3 mm.) 
dispostos em semi-circulos por cima dos 
intestinos e constituídos, apenas de massa 
de vitellus. Por ahi se verificará, não só 
a epocha, como o limitte de numeros te 
ovos da postura. 


— 314 — 


I — De quatro exemplares colhidos em Serra Can- 
tareira, S. Paulo, um apresentando a forma 
anterior, tem à mais algumas das verrugas 
maiores, alongadas como que ossificadas, 
pela parte superior, aos pares — esta va- 
riedade nodoterga, como a anterior, apa- 
rece em individuo não totalmente desen- 
volvido ( 15 mm. ). Os demais representam 
perfeitamente Br. epluppruin. 


HI — Uma terceira variedade apparece em 3 exem- 
plares de 6 mm. colhidos pelo Snr. Garbe 
na Serra de Macahé, E. do Rio. Differe 
da forma principal pela modificação das 
placas ossificadas externas que säo carena- 
das. As da cabeça mostram duas cristas 
na região tympanica a exterior como que 
figurando, por traz dos olhos uma glandula 
parotoide. 


Esta variedade que designo pelo nome de 
garbeana, mostra apparencia com o gene- 
ro Bufo pela ossiflcaçäo post-ocular; tem 
ainda todo o corpo perfeitamente recober- 
to de grandes verrugas porózas como tu- 
do se vê reproduzido na figura. 


IV — Finalmente os dois ultimos exemplares desta 
procedencia conservando a cabeça da var. 
gurbeana, não tem os escudos dorsaes, 
sendo todo o corpo coberto sômente de 
verrugas prózas da pelle. A’ esta ultima 
variedade será reservado o nome de bu- 
fonoides. 


Considero variedades apenas 2 não especies es- 
sas formas, porque encontro nos demais exemplares 
próvas da sua inconstancia; nos exemplares de Pi- 
quete vejo modificadas as ossificações do escudo e 
do revestimento da cabeça, bem como dentre as 
exemplares de Macahé, um reproduz perfeitamente 
Br. ephippiuin. 

As formas evidenciadas pelas Var. garbeana 
e bufonoides, viriam dar grande força à theorica da 


— 315 — 


influencia de meio; com effzito, Br. ephippium vive 
em geral entre as folhas seccas e humidas das flo- 
restas densas, ao passo que os exemplares de Ma- 
cahé foram todos colligidos em Bromelias epiphitas. 
Mas entre elles, là esti um legitimo representante 
da especie de Spix, collocando a questão no devido 
ponto. 


. 
| 
j 
F 
TM 
) ‘A 
"a si 
À 
| ’ 
1 | od 
Ht ‘ 
a . 
q gi i 
i M 
A i 
re FE 
+ LIVRE 
” Ta . 
“| q 
i ré 
RAT de (7 
A+ A . 
vi 


* id ¥ > ‘ped 
rei’, do ITA aa (ta + ye.) ivy 19,194 Lyf k 


i , " a " 
As Ay O me AB AMA, A 


¥ or: 


bia 


















tied RAE RM ale LU. 
{ 4h Poe ire. NT ER OA a as tom 
HAE O ds A di Ne. Dar eus Mer it 
Meio COTTON TA APP DUR | 
EURO O ee 


PL TDR! 


b 


» 
PAR 


1 be 
; y 
1 ; 
a 
À 
M nl Py 
1 q 
“ i 
Li 
L À 4 Ne + À 
q: à 
Vi | 
4 ao 
RUI, q! | Lu AOC 
+4 
’ À 
+ Fa. i wa 
y ‘ 
- \ ie 


o Po Pian AR» alo a 
a Poeta cae TO + 3 
AR e dio + aA 


(aera 
eae Ai E ‘4 
i 


oe 
ee. a meo ae , 


- da Vali i Ue hs vai mr 5 


NA a PTS LAN ar 
ae RL RAR p A vita a 


‘diy “AMA - SnuAysAyoedg sndoja}y 






IX ONOL - VLSIINVd "SNI “AIH 





ARS 


Mir, Rib, Os Brachycephalídeos do Mus, Paulista 


BRACHYCEPHALUS EPHIPPIUM (Spix) 


Rev Mus Paulista vol XI 





Mir, Rib, del ad nat, 


| 










| 


j 


| 


e | 
+ 
Mir. Rib, Os Brachycephalideos, do Mus, Paulista Rev. Mus. Paulista, vol, XII 
i 
, : Pts à : 5 DE Ne gy cf 





Brachycephalus ephippium (Spix) var. garbeana, Mir. Rib. 


Mir, Rib.o del ad nat. 





Le 
Py 
SCORE 








ALÍPIO DE MIRANDA-RIBEIRO 





Algumas  consideraçôes sobre 
HOLOADEN LUDERWALDTI 
e generos correlatos 


SS — — 






DATE RC A LST INT AT OIT 


é DR ho ut a ana 241fil 
SOTA RAL GRO ION 


“EL AI 


A Lee te 4 


joyd ou; 'S sop sangusuog -( ‘jeu "pe “PP oq ‘HN 
‘ooue]} 2P OJSIA JeuIue - J * oBuejeuyd eunpn - o tod op equeyd ‘P ‘ oeu ep euped -2 + BDD0q = (| ‘ OUI9]ST - B 


“q CIN ‘HPIPTLPN] uappojor] 





IIX ‘JOA ‘eysspneg ‘Sn op “A2ayq ILQIVMAHANT NHQYOTOH — o*gra “AHA 





o 


Algumas considerações sobre Holoaden luderwaldti e generos correlatos 


HoLOADEN, gen. novo 


Cabeça deprimida, porêm grande, cerca de 1/2 
do tronco. Focinho circular, narinas antevertidas ; 
vomnerinós em dois grupos posteriores às chcanas ; 
dentes no maxilla superior presentes. Lingua cordi- 
forme ; abertura das trompas de Eustachio mediocre ; 
tympano occulto. Pupilla circular, iris inteira ; olhos 
antevertidos. Omosterno e externo cartilaginosos, 
coracoides curtos e espessos; diapophyse imperce- 
ptivelmente dilatada. Dedos e artelhos livres; tu- 
berculos metatarsaes quasi indistinctos. Pelle muito 
glandulosa em todo o corpo, especialmente na região 
post-tympanica onde as glandulas affectam à forma 
de grandes parotoides. 


HOLOADEN LUDERWALDTI, Sp. nova 


Aspecto geral de Hyla, com a cabeça depri- 
mida, volumosa, de contorno anterior redondo ; dentes 
na maxilla superior, vomerinos presentes, em dois 
grupos totalmente posterioras ás cioanas. Aberturas 
da trompa de Eustachio muito posteri: res e mediocres. 
Lingua cordiforme, larga. Narinas lateraes, mas an- 
tevertidas ; canthus rostralis pouco evidente. Olhos 
antevertidos, iris circular sem menisco; tympano 
oceulto ; a região tympanica occupada por uma prega 
formada por ampla dilatação parotoide. Omoster- 
num cartilaginoso, esterno idem, lamellar ; coracoides 
curtos e espessos. Dedos livres, o primeiro egual 
ou ligeiramente maior do que o segundo, e o ter- 
ceiro pouco maior que o quarto. Tuberculos sub- 
articulares poucu evidentes ; callos palmares presentes, 
esterno oval, maior que o interno. A perna levada 
a frente mal attinge a região parotoide. Artelhos 


— 320 — 


livres com os dedos terminando em uma ligeira di- 
lataçäo mais perceptivel que naquelles ; callos meta- 
tarsaes de forma semelhante e o exterior quasi do 
tamanho do interno. Nenhum catlo tarsal. Pelle 
totalmente glandulosa, com excepção da orla rostral, 
papo, membros anteriores e parte anterior das coxas. 
As glandulas do abdomen mui pequenas; a pelle ahi 
é mais propriamente rugosa no sentido transversal. 
Coloração: denegrido plumbeo uniforme, no lado 
superior, abdomen mais claro, carneo ou violaceo. 
Dimensões : Corpo 4 mm., perna 50. Dois exem- 
plares de Campos do Jordão, colleccionados pelo sr. 
Luderwaldt. Esta forma é muito proxima das que 
foram descriptas no genero ILIODISCUS ( Cyclo- 
ramphus?) que eu considerei affim ao genero Acris. 
Os auctores, seguindo Boulenger, tem deixado Acris 
entre as Hyias emquanto, para seguir a regra Jio- 
discus, Telmatobius e Holoaden devem ser rele- 
gados para Leptodactylide. Julgo que talvez fosse 
mais acertado reunir em uma familia todos esses 
generos aqui citados que, com os sens caractéres 
seriam considerados TELMATOBIIDAS. Seria um 
grupo natural, perfeitamente intermediario entre Lep- 
todactylide e Hylide. 


Alipio de Miranda-Ribeiro 





As Hylas coelonotas 








do Museu Paulista 













Meh his) 1 En 1 EME Le is Pra 


ne sá a PAT 3 
raat PS TS à bah RN Mar 
E OAR: om + oa | 


pla A ‘ o 


As Hylas celonotas do Museu Paulista 


Gastrotheca ernestot, sp. nova 


Contorno rostral redondo, projecção lateral an- 
terior do focinho perfeitamente vertical. Canthus 
rostralis evidente. Narinas lateraes, proximas da 
ponta do focinho. Diametro ocular 6/7 do focinho, 
egual a distancia que separa o angulo ocular ante- 
rior das narinas e egual a 1/2 da distancia que 
separa esse mesmo angulo do seu opposto. Tympano 
evidente, seu diametro 1/2 do ocular; região tym- 
panica reentrante, o que torna a cabeça mais cir- 
cular. Bocca de perfil lateral curvo; seu diametro 
antero-posterior 1/2 do transverso. Vomerinos sa- 
lientes em dois grupos contiguos e entre as choanas ; 
a sua orla terminal imperceptivelmente posterior a 
orla posterior destas. Lingua larga cordiforme. 
Membro anterior quasi não chegando ao coccyx, 
dedos semi-fimbriados e na seguinte ordem de cres- 
cimento: 2,1, 4 e 3; tuberculos sub-articulares sa- 
lientes; callo carpal interno grande alongado ; 
externo inexistente. Membro posterior levado a 
frente attingindo os olhos com a articulação tibio- 
tarsal. Artelhos fimbriados, na seguinte ordem 
1, 2, 3,9 e 4; a fimbria dc segundo artelho passa 
sobre o primeiro de modo vestigiario e percorre o 
lado interno do tarsc. Tuberculos sub-articulares 
evidentes, o callo metatarsal interno evidente, porèm 
pequeno e oblongo, o externo vestigiario. Pelle do 
craneo solta; toda a parte superior liza, com algu- 
mas verrugas pouco evidentes na região peri-ostial 
do imarsupium ; papo finamente rugoso, abdomen e 
lado inferior das coxas granulosos. Cor de café 
( descorado no alcool para isabel), ornada de negro: 
n'uma ellipse com o centro punctulado sobre as 
palpebras e n'outra sobre cada espadua ; n'uma dupla 


— 324 — 


estria mediana na região sacral e n'uma série de 
pequenos ocellos que vão das ellipses das espaduas 
ao ostium do marsupio onde há um X-negro cujos 
dois breços superiores ( anteriores ) são externos e 
os inferiores ( posteriores ) internos ao ostium. Sobre 
o coccyx outro ocello interrompido. segnido de uma 
larga tarja transversa. Uma estreita linha rostro- 
pleural, vindo da ponta do focinho pelas narinas e 
margem das palpebras emittindo debrum para os 
tympanos ; para traz, curva-se para baixo, de modo 
à attingir os lados do abdomen; nesse trecho 
oculo-abdominal o ornato se alarga numa franja re- 
gular de muito bello effeito; outra linha negra 
margeia o lado inferior do maxillar superior. Mem- 
bro anterior fimbriado externamente d'uma grega 
negra até o dedo externo; membro posterior trans- 
faciado na parte superior das coxas e das pernas e 
depois fimbriado doutra grega analoga à do braço, 
até os aois artelhos externos. Corpo: 79; perna 
105 mm. Um exemplar ©, procedente de Macahé, 
Estado do Rio, pelo Sr. Ernesto Garbe. Tem a 
bolsa cheia por cerca de 24 ovos de 8 mm. no 
maior diametro. 


Coclonotus fissilis ( Ihering ? ) 


Com a determinação Notrotema fissilis, sem as- 


signatura nem nome de auctor, encontrei eu um ro- 
tulo com lettra manuscripta do Snr. Luderwaldt que 
me referio, copiara-o de outro rotulo de cujo ma- 
nuscripto não se recordava. 

Le modo que fico sem saber se tal designação 
é effectivamente de Ihering, se de Boulenger que foi 
por muito tempo quem determinou os batrachios para o 
Dr. lhering. Em todo o caso, como não conheço a 
descripção de Nototrema alguma sob o nome espe- 
cifico acima, quer de Ihering quer de Boulenger, e 
mesmo não a exista em portuguez, aqui a faço, dos 
exemplares com que estava o rotulo. 

¢ —- Focinho redondo com o canthus rostralis 
evidente terminando em um angulo bastante agudo 
e deixando a região loreal sub-concava; narinas 





— 325 — 


punctiformes, proximas da ponta do focinho e mes- 
mo sobre o canthus rostralis, à um diametro orbi- 
tal do angulo anterior dos olhos; estes salientes, 1 
e 1/2 no rostro. 

Choanas circulares, pequenas; os dentes vome- 
rinos ficam-lhe posteriores embora nascendo do seu 
lado interno. Lingua inteira com o bordo posterior 
adelgaçado no meio, porem não entalhado. Membro 
anterior muito curto, mal attingindo a axila ingui- 
nal. Dedos livres com o disco maior que o tyimpa- 
no cujo diametro é contido 3 e f/2 vezes no dia- 
metro orbitario. Ordem de crescimento dos dedos : 
2, 1. 4 e 3. Palmas grandemente verrucosas, uma 
serie de verrugas na linha mediana inferior dos de. 
dos, além dos tuberculos subarticulares; callos car- 
paes confundidos com as verrugas. Membro poste- 
rior levado a frente attingindo os olhos com a ar- 
ticulação tibio-tarsal ; artelhos subpalmados, os de 
numero 3 à 5 mais que os outros; ordem de cres- 
cimento : 1, 2, 3, 5 e 4; tuberculos sub-articulares 
evidentes, as plantas sômente verrucosas; uma se- 
rie indisticta de verrugas, posterior ao tarso; cal- 
lo metatarsal externo ausente. Pelle liza no lado su- 
perior, solta desde o focinho; verrucosa desde o quei- 
xo até ao lado infero-posterior das coxas, sobre a 
face abdominal. [ma prega cutanea evidente do hu- 
merus ao COCCYX. 


Cor de palha (no alcool); duas estrias escuras 
e discontinuas partem dos olhos convergindo para o 
meio do dorso, sobre as espaduas, e d'ahi seguem 
parallelas para traz; barras estreitas transversas 
sobre as mãos e sobre as pernas. 


Focinho, punho e discos violaceo-fuscos. Iris 
negra. Comprimento: corpo 32, perna 43 mm. 


q — Differe do macho por ter os olho, 
ligeiramente menores e a coloração mais fraca. Doi 
exemplares desse sexo trazem o sacco dorsal respe 
ctivamente com 13 e 9 ovos de 5 mm. de diametro: 
O sacco dorsal envolve completamente os ovos, é 
porêm transparente de modo a deixal-os ver distin- 


— 326 — 


ctamente. À sua sutura é ampla, mediana vindo das 
espaduas ao coccyx, de modo à abrir-se justamente 
como em WV. pygmaeum, Bugr. 

Corpo 32, perna 45 mm. O omosterno e q 
esterno são menores do que em G. ernetoi; o se- 
gundo posteriormente entalhado. 


3 exemplares, (n. 30) da Serra do Macahé, 
Estado do Rio. 


O genero NOTOTREMA, não póde evidente- 
mente conter estas duas especies conjunctamente, 
como tambem não póde considerar as N. sensu strictu, 
N. fissilis e a especie de Boettger. Em primeiro 
logar é preciso respeitar a diagnose antecedente de 
Fitzinger ( Class. Rep. pg. 30, 1826— Gartrotheca ). 


Por seu lado parece-me ante-natural deixar no 
genero Hyla o que Boulenger veio a chamar. de 
Hyla goeldi. 

Por isso prefiro reuil-as do seguinte modo : 
Pupilia horizontal; dentes vo- 

merinos em grupos dis 

tinctos entre ou ligeira- 

mente posteriores às cho- 

anas. Palatinos ausentes. 

Lingua inteira, ou ape- 

nas de bordo posterior 

reentrante. Dedos e ar- 

telhos mais ou menos 

palmados e com pelotas 

terminaes. Omosterno 

cartilaginoso, breve e 

claviforme, esterno largo 

e tendinoso. Diapophyse 

sacral moderadamente di- 

latada. Femeas providas 

de um sacco ovifero 

dorsal exterior do es- 

muleta rt wen Casino ( Hyle coonote ). 


A — Pelle da cabeça livre do 
craneo : a ) sacco dorsal 
incompleto, apenas mar- 


ginando os ovos sem os 


cobrir de todo 
(Esp. F. goeldi, F. 
hohausi ) 


Fritzia (1) 


az, Sacco dorsal completo 
abrindo-se na linha me- 
diana uma sutura longi- 


tudinal . 


1)— «I cannot lay claim 
to the first discovery of the 
breeding habits of the above 
mentioned Hyla. On looking 
through some old papers left 
by dr. Fritz Miiller, I recen- 
tly came across some notes 
and a photograph which evi- 
dently refer to the same facts. 
Mr. Boulenger, to whom I sub- 
mitted these documents, infor- 
ms me that dr. Fritz Miiller's 
observations communicated by 
him to Darwin, were publys- 
hed in 1879 in the journal 
« Nature » (Vol. XIX, p. 462). 
with a figure which is now re- 
preduced by kind permission 
of the proprietors, together 
with the original note. «If I 
remember well I have already 
told you to the curious fau- 
na which is to be met with 
between the leaves of our 
Bromeliae. Lately I found in 
a large Bromelia, a little frog 
( Hylodes ? ) bearing its eggs 
on the back. The eggs were 
very large so that nine of them 
covered the whole back, from 
the shoulder to the hind 
end, as you will see in the pho- 
tograh » Góldi. — Pr. Zool. 
Soc. London, pgs. 95, 96, 1895. 


Cœlonotus 


Eu não posso pretender a pri- 
meira (sic) descoberta dos actos 
de creação da supra menciona- 
da Hyla. Vendovelhos papeis 
deixados pelo dr. Fritz Miiller, 
recentemente encontrei algu- 
mas notas e uma photographia, 
que evidentemente se referem 
aos mesmos factos. O Sr. Bou- 
lengerá quem eu submetti estes 
documentos informou-me que 
as observações do dr. Fritz 
Miiller, communicadas por elle 
à Darwin, havião sido publi- 
cadas em 1879, no jornal «Na- 
tura» (Vol. XIX, pg. 462) com 
a figura que presentemente é 
reproduzida, devido a gentil 
permissão dos proprietarios, 
junctamente com a nota ori- 
ginal. 

« Se bem me lembro, eu já 
lhe fallei sobre a curiosa fauna 
que se encontra de permeio 
folhas das nossas Bromeliae. 
Ultimamente, achei numa larga 
Bromelia, a pequena Rã (Hy- 
lodes) trazendo ovos sobre as 
costas; ovos esses muto gran- 
des pois nove d'elles cobriam 
todo o dorso desde os hombros 
até o extremo posterior, como 
o Sr. verá na photographia». 

Goeldi. — Pr. Zool. Soc. 
London, pgs. 95--96, 1895. 


— 528 — 


(Esp. Colonotus fissilis, C. 
pygmaeus ) 


a, Sacco dorsal completo, 
espesso, abrindo-se por 
um poro posterior amplo. Gartrotheca, Fitz. 


( G. marupiata, G. plumbea, 
G. testudinea, G. longipés e 
G. microdiscus ). 


B — Pelle da cabeça intima- 
mente ligada ao craneo. 


Mandibula edentula . . Opistodelphis, Ginth. 
( O. ovifera, O. fissipés ) 
Mandibula dentada. . . . Amphygnatodon, Blgr. 


(A. gunthera ) 


As especies por nós acima descriptas são as 
unicas que o Museu Paulista possue de procedencia 
brasileira. 


A 


Heseripedes de Coceidas Novas é Poco Conhecidas 
— POR — 


ADOLPH HEMPEL 


PRESAS o do Instituto Agronomico do Estado, em commissao 
no Museu Paulista 





x É | ti |] pala é 
} uM 
{ 7; Ao 
Li 4 
(1 0 ny 
d'u us \ a 
wit) HT CIA "a 
14 | Us j ) 
a hy van eee Een CARO OS ol la 





Descripções de coccidas novas e pouco conhecidas 


Sub-familia MoNOPHLEBINAE 


Mononhlebus niveus n. sp. 


A femea adulta tem o corpo de fórma oval, 
com a maior largura atravez do abdomen As di- 
visões do thorax e do abdomen são distinctamente 
demarcadas com sulcos transversaes de côr pardo- 
escura, sendo o restante do corpo de côr vermelho- 
clara. No dorso ha quatro sulcos longitudinaes e 
muitos pellos compridos; e todo o corpo é geral- 
mente empoado com pô branco, e às vezes, o in- 
secto fica inteiramente envolto em uma massa de 
fios finissimos de côr branca. O corpo tem 9,500 
mm. de comprimento, 5 mm. de largura e 2 mm. 
de altura. Não foram observados fios vitreos. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se molle e transparente, ficando o liquido ape- 
nas levemente tingido de côr vermelha. As antennas, 
as pernas e os olhos têm a côr pardo-escura. As an- 
tennas têm de 1,700 mm. a 1,810 mm. de comprimento 
e compõem-se de 11 articulações, todas as quaes estão 
providas com numerosos pellos. As diversas articula- 
ções têm os seguintes comprimentos : (1), 232; (2), 
201--216: (3), 170--186; (4), 124--139; (9), 124-- 
Roo Uae out js Lae e te toe (OM 124. 
(10), 108--124 ; (11), 201; sendo a formula appro- 
Sada ee dito, (o spas (O on 1, (2, 
11) 3, (6,7,8) (4,5,9) 10. As pernas são relativa- 
mente compridas, tendo as articulações do primeiro 
par os seguintes comprimentos : coxa, 341; femur 
e tronchanter, 961; tibia, 812; tarso, 363; unha, 


Todas as medidas de articulações de antennas e pernas, 
pellos, glandulas e outros orgãos, são em micromillimetros. 


ART ea 


108. Os digitulos da nnha são delgados e filifor- 
mes, os do tarso apparentemente faltam. Os dois 
olhos são pequenos, de forma conica e estão situa- 
dos perto da base das antennas. Toda a superficie 
da derme esta provida de numerosos pellos curtos e 
outros, compridos, de côr pardo-clara ; e todos têm 
a sua origem em um tuberculo. Na derme ha tam- 
bem innumeras glandulas compostas, de forma cir- 
cular, com cêrca de 12 | de diametro. Estas glan- 
dulas têm a fórma mais ou menos hemispherica, 
com um orifício e um pequeno cano no centro e 
pelo mencs 18 orificios na peripheria. 

Os ovulos têm a fórma oval, com cêrca de 
700 » de diametro longitudinal e 450 » de diametro 
transversal. A superficie é lisa e luzente; e no prin- 
cipio, tem a côr amarello-clara, mudando-se em ver- 
melha, mais tarde. 


O macho é grande, com o corpo de côr ver- 
melha de laranja e preta, e as antennas e as per- 
nas tambem pretas. O corpo tem cêrca de 3,500 
mm. de comprimento, sem os processos posteriores. 
As antennas tèm cérca de 3,900 mm. de compri- 
mento e compõem-se de 10 articulações, das quaes 
a terceira é a smais comprida. As antennas são 
guarnecidas com numerosos pellos compridos, dis- 
postos em tres ou mais rosetas. As pernas estão 
delgadas e compridas e estão guarnecidas por mui- 
tos espinhos curtos e tambem por pellos. Na ex- 
tremidade posterior do corpo ha dois pares de ap- 
pendices fusiformes, guarnecidos com muitos pellos 
compridos, tendo o par mediano cêrca de 0,976 
mm. de comprimento, e o par exterior 0,827 mm. 
de comprimento. As azas são de côr de fumaça e 
têm cêrca de 4 mm. de comprimento e, além das 
duas nervuras caracteristicas desta familia, ellas têm 
mais duas nervuras falsas indicadas por linhas trans- 
parentes Os halteres são grandes, tendo cada um 
tres ganchos fortes na extremidade distal. A en- 
vergadura das azas é, cêrca de 8 mm. Em vida o 
individuo é ligeiramente empoado de branco. 


Foi observado a copula destes insectos, a qual 


Sd sed 


— 333 — 


se realiza quando a femea jà tem attingido todo o 
seu desenvolvimento, e um ou dois dias antes da 
postura dos ovos quando as femeas estavam descen- 
do dos galhos das arvores para esconder-se nos in- 
tersticios da casca do tronco. 

Hab. São Paulo, Cantareira e Campinas, sobre 
uma planta sylvestre, nas raizes de mandioca doce 
e na Grevillea robusta plantada como: arvore de 
sombra na rua da Consolação, sendo elle primeira- 
mente encontrado pelo sr. Ernesto Schwebel, em Se- 
tembro de 1919, e depois em 1 de Novembro de 
1919 e Janeiro de 1920, pelo autor. O typo está 
incorporado nas collecções do Museu Paulista sob 
o numero 20.069. 


Icerya chilensis n. sp. 


Uma especie pequena, tendo a femea immatura 
um comprimento de cêrca de 2,500 mm. e a largura de 
1,500 mm, com o corpo oval, coberto com uma 
tennissima camada de cêra de côr amarello-clara. 
As antennas são de nove articulações, e têm de 
0,480 mm. a 0,516 mm. de comprimento. As arti- 
culações têm os seguintes comprimentos: (1), TT; 
(2), 93; (3), 62; (4), 31; (5), 46; (6), 38; (7), 
38; (8), 38; (9), 93. A fórmula approximada é 
(2,9), 1,9,9 (6,7,8) 4. As pernas são curtas. Os 2 
olhos são muito pequenos. Toda a derme está guar- 
necida com innumeros pequenos espinhos obtusos, 
alguns direitos, outros um pouco curvados, de 22 a 
25 y de comprimento, e algumas glandulas co impostas. 

A femea adulta é maior, sendo as antennas de 
0,891 mm. a 6,873 mm. de comprimento, com 11 
articulaçõs, as quaes têm os seguintes comprimen- 
Fas (LOS (2) 1240 (5) Ma S4 (4), 625 (0), 
Doo Mod TE Ch). 62 aah 62: (0)5025 (10), 
62; (11), 108. A fórmula approximada é 2 (1,11) 
O LS 10) on 2 GUI) (5,0) (4,9,7,8,9,10). 
Todas as articulações têm bastantes pellos. As per- 
nas sãc relativamente compridas e delgadas; tendo 
as articulações do primeiro par os seguintes ccm- 
primentos : coxa 124; femur e trochanter 387-456; 


— 334 — 


tibia 356 a 402; tarso 170; unha 46. Os dig‘tu- 
los são curtos e delgados. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se molle e transparente. Toda a superficie 
está guarnecida com pellos delgados, uns curtos € 
outros compridos. Entre os pellos ha pequenas glan- 
dulas compostas, de fórma circular, de cerca de 11 
u de diametro, com a peripheria mais espessa, e 
com tres pequenos orifícios na parte central. 


Hab. Chile central. Colleccionada pelo autor 
em Janeiro de 1909, sobre folhas de uma arvore 
sylvestre. Typo incorporado nas collecções do Mu- 
seu Paulista, como preparação microscopica sob o 
n. 20084. 

E' possivel que, depois de ser conhecido o ma- 
cho, esta especie deva ser collocada em ontro ge- 
nero. 


Icerya fluva n. sp. 


A femea adulta junta com o ovisacco, tem até 
16 mm. de comprimento, 7 mm. de largura e 8,5 
mm. de altura. 


O dorso está coberto de cêra amarella dis- 
posta em uma carreira longitudinal, mediana, com 
um tufo grande e um ou dois pequenos, uma carreira 
sub-marpginal, longitudinal em cada lado, com cêrca 
de 3 tufos ds cêra amarella, e uma carreira mar- 
ginal em cada lado com cerca de 9 tufos grossos 
de cêra amarella, havendo ainda um tufo grande 
nas extremidades anterior e posterior do corpo. As 
areas entre os tufos estão tambem cobertas de se- 
creção amarella. Os lados e o dorso do ovisacco 
tambem são amarellos e estriados longitudinalmente. 
O lado inferior, porém, é liso e amarello misturado 
com branco, sendo a sua extremidade posterior 
truncada. Não foram observados fios vitreos. 


O corpo, despido de cêra, tem a cór vermelha e a 
forma oval, com a maior largura atravez do abdomen, 
tendo elle cêrca de 8 mm. de comprimento, 6 mm. 
de largura e 3 mm. de altura. 


— 339 — 


Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se molle, e o liquido fica apenas um pouco 
tingido de côr vermelha. As antennas têm cêrca 
de 1 mm. de comprimento, são compostas de 11 
articulações e têm a côr pardo-escura. Os compri- 
mentos das articulações são os seguintes: (1), 124; 
(290 108; (5), 108; (4), 1057 (9) 02; (6), 
ER ) 705 408), Ti; E GIO), 95; 
(11), 155, sendo a formula approximada 11,1 (2,3) 
10 (8,9) (47) (5,6). | Todas “as. “articulacoes 
estão providas de pellos, sendo cs da ultima mais 
numerosos e compridos. As pernas são curtas, de 
côr pardo-clara, tendo as articulações do primeiro 
par os seguintes comprimentos: coxa, 186; femur, 
EM UD, JOS tarso, 219, unha, 77: - Os digiz 
tulos da unha são curtos e filiformes; os do tarso 
não foram observados. Ha pelo menos dois pares 
de espiraculos abdominaes e talvez tres pares. Toda 
a superficie do corpo estã ornamentada com nume- 
rosos pellos escuros, uns muito compridos, outros 
mais curtos, e com innumeras glandulas compostas, 
de fórma circular, chatas na face exterior 2 con- 
vexas na face interior, com nove orifícios na peri- 
pheria e 3 na parte central. Os dois olhos são pe- 
quenos, conicos, de côr pardo-escura e collocados 
perto da base das antennas. 

Os ovos têm a forma elliptica e a côr vermelha, 
com a superficie lisa. O diametro longitudinal é de 
0,837 mm. e o transversal é de 0,434 mm. mais ou 
menos. 


As larvas recera-nascilas. Os ovos, observados 
no laboratorio, levaram 32 dias até a eclosão, dando 
elles origem a larvas activas de côr vermelha. 

No segundo dia de vida as larvas já têm, na 
superficie dorsal do thorax e do abdomen, pequenos 
tufos de céra de côr de crême, sendo o tufo do 
abdomen inteiro, mas os dois tufos do thorax são 
divididos longitudinalmente, mas só parcialmente, sendo 
o tufo do meta-thorax mais largo do que os demais 
tufos. As antennas têm 0,512 mm. de comprimento, 
e compõem-se de seis articulações, das quaes a ultima 


— 396 — 


é a mais comprida. Todas as articulações estão pro- 
vidas de pellos, tendo a quarta e a quinta cada uma 
um pello comprido, e a sexta sete pellos muito com- 
pridos, além de outros mais curtos. Na margem 
do corpo anterior, entre as antennas, ha um par de 
pellos compridos, no thorax ha um pello comprido 
em cada lado, e na extremidade posterior do abdo- 
men ha seis pellos muito compridos. Os dois pe- 
quenos olhos escuros e conicos são bem visiveis 
perto da base das antennas. 

Hab. Cantareira, perto de São Paulo. Na casca 
de cambará preta e sucará. Colleccionado pelo Snr. 
Ernesto Schwebel. O typo está incorporado nas col- 
lecções do Museu Paulista, sob o n. 20068. 


Icerya paulista n. sp. 


A femea é inteiramente coberta por uma secre- 
ção de cêra branca, com um tom acinzentado, espe- 
cialmente no dorso. No lado ventral, a cera é fina 
e lisa, e no lado dorsal ella é disposta em cinco 
carreiras duplas, longitudinaes, de tufos grossos, 
conicos, curvados para cima e na direcção da extre- 
midade anterior do corpo. Os tufos parecem todos 
do mesmo tamanho e têm cerca de 2 mm. de com- 
primento. Não foram observados fios vitreos. 

Despido de cêra, o corpo da femea é eiliptico, 
com as duas extremidades arredondadas e os segmen- 
tos do abdomen bem marcados, de côr amarella, 
com as antennas e as pernas de côr pardo-escura. 
O corpo tem 10 mm. de comprimento, 5,250 mm. 
de largura e 3,500 mm. de altura. 

Fervida em uma solução de KOH, o corpo fica 
com a derme molle e transparente, tingindo-se o 
lquido de côr amarella. As antennas têm a côr 
pardo-escura, têm 2,088 mm. de comprimento e são 
compostas de 11 articulações. as quaes têm os se- 
guintes comprimentos : (1), 315; (2), 245; (3), 227; 
(dor (0), 140s. (6), tote (To), dove E 
(9), 157; (10), 140; (11), 201. A formula approxi- 
mada é 1,2,3,11,8, (4,6,7,9), (5,10). Todas as arti- 
cuiações estão abundantemente providas de pellos. As 





— 337 — 


pernas são compridas e robustas de cor pardo-escura, 
tendo as articulações do primeiro par os seguintes com- 
primenios : coxa, 907; trochanter e femur, 1,172; 
tibia, 805 ; tarso, 390 ; anha, 87. Os digitulos, tanto 
do tarso como da unha, são curtos e filiformes. 
Toda a superficie do corpo é coberta com irnume- 
ros pellos, alguns compridos, outros mais curtos, 
todos com a base dilatada. Entre os pellos existem 
numerosas glandulas compostas, circulares e de fórma 
discoidea. Estas glandulas têm cêrca de 15 » de 
diametro e têm o desenho de uma estreila de seis 
pontas na parte central dentro do circulo, a qual 
tem um pequeno orifício no centro. No thorax ha 
dois pares de pequenos espiraculos, e no abdomen 
ha, pelo menos, mais sete pares de espiraculos. 
Perto da base das antennas ha um par de pequenos 
olhos escuros. | 

Hab. Caniareira, perto de São Paulo. Colligido 
em Abril de 1912, sobre os espinhos do taquaruçu 
pelos Snrs. Rodolpho v. Ihering e H. Luederwaldt. 
O typo está incorporado nas collecções do Museu 
Baulista, sob-on; 16770; 


Icerya purchast Maskell var. citriperda n. var. 


A femea adulta, quando começa de secretar o 
ovi-sacco, ten cérca de 4,250 mm. de comprimento 
2,900 mm. de largura e 1,100 de altura. A fórma 
do corpo é ovato, sendo mais largo atravez do ab- 
domen. A côr, no lado ventral, é amarello-alaran- 
jada, com as pernas e antennas castanhas. O lado 
dorsal é, geralmente, coberto por uma fina camada 
de cêra cinzenta ou amarellada. No meio do dorso 
ha diversos tufos de cêra dispostos em uma carreira 
longitudinal, e na margem ha numerosos filamentos 
vitreos, compridos e delgados. 

O ovi-sacco é branco, de forma conica, furte- 
mente estriado no sentido longitudinal nos lados 
lateraes e dorsal, mas liso no lado ventral, alcan- 
cando até 9 mm. de comprimento, no lado dorsal, 
e 6 mm. de comprimento no lado ventral, é de 5 
a 6 mm. de largura e outro tanto de altura. Em 


— 338 — 


roda da margem do thorax ha uma franja feita de 
tufos de cêra branca, medindo cada tufo cêrca de 
2,750 mm. a 4 mm. de comprimento, sendo elles di- 
rigidos para a extremidade posterior. 

Toda a superficie do corpo está guarnecida com 
pellos compridos de côr bruno-escura ou preta, e 
em roda da margem lateral ha cêrca de 24 tufos 
destes pellos, tendo cada tufo cérca de 90 a 100 
pellos, ou mais ainda. 


A femea adulta, fervida em uma solução de 
KOH, torna se transparente, com a derme molle. 
As antennas, de côr pardo-clara, compõem-se de 11 
articulações, das quaes a ultima é a mais comprida, 
e tem de 0,882 a 1,017 mm. de comprimento. As 
respectivas articulações têm os seguintes compri- 
mentos: (1), 104-117; (2), 91-110; (3), 91-97; 
(4), 59-65; (5), 52-65; (6), 71-84; (1), 71-84; 
(8), 72-84 ; (9), 71-84; (10), 71-78 ; (11), 123-143 ; 
sendo a formula approximada 11, 1, 2, 3, (8, 6, 
7, 9, 10) (4, 5). Todas as articulações têm pellos 
compridos. No lado inferior do corpo, perto da 
base das antennas. ha dois olhos proeminentes, de 
forma conica e de côr pardo-escura. 


As pernas são compridas, com o tarso muito 
curvado, tendo as articulações os seguintes compri- 
mentos : coxa, 162; femur com trochanter, 435; ti- 
bia, 403; tarso, 208; unha, 56. Os digitulos, tanto 
do tarso como da unha, são filiformes. Toda a su- 
perficie do corpo está guarnecida de pellos escuros, 
alguns curtos, outros mais compridos, e de numero- 
sas glandulas compostas, tambem escuras, de forma 
redonda mas, ás vezes, não perfeitamente circulares, 
com 12 » de diametro transversal e 15 » de dia- 
metro longitudinal, com 8 a 10 orifícios na periphe- 
ra e um orifício elliptico na parte central. Ha 
ainda, perto da margem lateral, outras glandulas 
compostas, da mesma conformação e côr das prece- 
dentes, mas maiores, tendo até 19 p de diametro 
e com o orifício central tambem de forma circular. 

Esta variedade differe da especie typica, na côr 
do dorso, no tamanho maior, especialmente do ovi- 


— 339 — 


sacco, e no numero de pellos escuros em cada tufo 
na margem lateral do corpo. 

Hab. Primeiramente encontrada em Soccorro, 
Estado de S. Paulo, em 1916, e actualmente en- 
contrad2 em muitos logares do Estado, como Jun- 
diahy, Campinas, Jahu, Sorocaba, Barretos e nos 
pomares da Capital, atacando iarangeiras, roseiras 
e outras plantas. O typo está incorporado nas col- 
lecções do Museu Paulista sob o n. 20088. 

Em outubro p.p. publiquei um pequeno artigo 
em O Estado de S. Paulo, chamando a attenção 
dos fazendeiros para esta nova praga, já tão nociva 
para as larangeiras, apontando-o como um parasita 
provavel do caféeiro, e aconselhando a importação 
do besouro, Novus cardinalis, um inimigo natural 
desta praga, para, com o auxilio deste, dar combate 
efficaz ao «pulgão branco», antes que elle fosse esta- 
belecido em todo o Estado. 

No mez de Novembro p. p. já recebemos folhas 
de caféeiro infestado por esta praga. 

Havia uma queixa geral que os estabelecimentos 
de floricultura da Capital, que despachavam mudas 
para o interior do Estado, com estas mudas espa- 
lhavam o «pulgão branco ». 

Em 20 de Fevereiro visitei tres dos maiores 
estabelecimentos que negoceiam com mudas na 
Capital. Verifiquei que as queixas levantadas contra 
estes estabelecimentos eram procedentes, pois em 
duas das chacaras visitadas encontrei a referida 
praga em grande numero infestando as mudas e 
outras plantas, e na outra chacara, encontrei vesti- 
gios da mesma praga. 

E” de admirar que os poderes competentes não 
fiscalizem estes estabelecimentos para impedir a dis- 
seminação desta praga por todo o nosso Estado. 


Icerya Schroitky: Hempel. 


Aos caracteres já publicados em a « Revista do 
Museu Paulista, » vol. IV, pags. 373-379, podemos 
accrescentar os seguintes: A femea adulta está to- 
talmente occulta debaixo de uma secreção de fios 


= CNS 


brancos, muito grossos e encrespados ou ondeados. 
No dorso ha quatro tufos altos e grossos, dos quaes 
dous ou tres são inclinados para a extremidade an- 
terior e os outros para a extremidade posterior. O 
ovi-sacco é muito grande e mais largo do que o 
corpo do insecto. E’ elle composto de fios finos, 
brancos, luzentes e lanudos, ornamentado no seu 
exterior por uma camada de fios muito grossos, 
brancos e ondeados. Muitos individuos velhos tém 
a secreção no lado dorsal suja ou escura. Os indi- 
viduos destacados ou isolados têm a forma mais ou 
menos pyramidal ou conica, cujo diametro longitu- 
dinal, incluindo o ovisacco, é de 20 mm., o diame: 
tro transversal 14 mm. e a altura 9 mm. 

O corpo da femea adulta, despido de cêra, tem 
a fórma oval, um pouco mais largo perto da ex- 
tremidade posterior, e alcança 8.5 mm. de compri- 
mento, 6 mm. de largura e 4 mm. de altura. A 
côr é amarella no exterior e avermelhada no interior, 
com as pernas e as antenas pardo-escuras ou pretas. 
Além de pellos compridos e curtos, a derme tem 
innumeras glandulas compostas, circulares e hemis- 
phericas. Estas glandulas têm cerca de 16 p de 
diametro, e compõem-se de uma parte peripLerica de 
9 a 11 pequenos orifícios redondos, e a parte cen- 
tral, quadrangular, com um pegueno orifício redondo 
no centro. Estas glandulas têm a côr pardo-escura 
e são mais ou menos constantes em tamanho, porém 
o numero de orifícios na peripheria varia de 9 a 
11; e a parte central é, às vezes. triangular ou 
pentangular, sendo porém a forma quadrangular a 
mais abundante e commum. 

Encontrada novamente na Cantareira, perto de 
S. Paulo em «canella poca », «cipó», « Jacaran- 
di», (Legumenose ), e Alchornæ sidaefolia ( Eu- 
phorbiacese ). 

Icerya taunay? n. sp. 


A femea nova e immatura, tem o corpo oval, 
de côr pardo-escura no lado superior e vermelha 
no lado inferior. As antennas e pernas tambem 
são de côr vermelha. Ao redor da margem ha uma 


Me CU NE 


carreira de pequenos tufos brancos, e no dorso ha 
uma carreira longitudinal, mediana e mais tres car- 
reiras entre a mediana e a margem lateral de pe- 
quenos tufos mais ou menos circulares. O corpo 
attinge 9 mm. de comprimento, 5,5 mm. de largura 
e 4 mm. de altura; sendo mais alto no thorax do 
que no abdomen. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme tor- 
na-se molle e transparente, turvando-se o liquido, e 
decantado, tem este a côr amarello-escura. As an- 
tennas, neste estado, têm avenas oito articulações e 
tem de 0,885 mm. a 0,970 mm. de comprimento, 
tendo as articulações os seguintes comprimentos : 
(1), 216; (2), 108; (3), 124; (4), 62; (5), 
REDE CO ANR MD (62160 A formula 
approximada é (81) 32 (56) 74. As pernas sic 
curtas e reforçadas, tendo as articulações do pri- 
meiro par os seguintes comprimentos: coxa, 310; 
femur com trochanter, 883; tibia, 402; tarso, 294 ; 
unha 124. ‘Os digitulos são curtos e filiformes. A 
tibia tem cérca de 16 pequenos espinhos grossos 
na borda posterior, e o tarso tem cêrca de quatro 
destes espinhos. Olhos não foram observados. 


Toda a superficie da derme, tanto no lado ven- 
tral como no dorsal, está guarnecida por espinhos 
fortes, geralmente um pouco curvados, havendo 
porém, alguns direitos. A maioria destes espinhos 
tem cerca de 50 |. de comprimento, mas existem 
outros menores, e alguns, perto da margem do cor- 
po, são mais compridos. Entre os espinhos ha pe- 
quenas glandulas compostas de 12,5 » de diametro 
de forma circular com a margem espessa, e 0 ori- 
ficio central de fórma elliptica. Ha outras glandulas 
maiores, até 17 x de diametro, inteiramente cir- 
culares, com a margem espessa e a borda interna 
crenulada, e com o orifício central em forma de 
uma cruz grega, tendo esta, às vezes, cinco pontas 
em vez de quatro. 

Hab. Bosque da Saude, perto de São Paulo. 
Encontrado em 22 de Novembro de 1919, pelo Sr. 
Julius Melzer, na casca dos galhos de uma planta 


sylvestre. Não foi possivel encontrar exemplares 
adultos, pois todos os individuos estavam infeccio- 
nados por um fungo, morrendo todos antes de 
chegar ao estado de adultos. 

E” com muita satisfação que dedico esta espe- 
cie ao sr. dr. Affonso d'E. Taunay, activo e dedi- 
cado director do Museu Paulista. O typo está in- 
corporado nas collecções do Museu Paulista, sob o 
n. 20087. 

Depois de conhecidos os adultos dos dois sexos, 
é provavel que esta especie deva ser collocada em 
um outro genero. 


Sub-familia ORTHEZIINAE. 
Orthezia grandis n. sp. 


A femea adulta é grande, tendo o corpo cêrca 
de 11,500 m. m. de comprimento e 5,750 mm. de 
largura. O dorso tem uma carreira dupla, longitu- 
dinal e mediana, de tufos curtos de cêra cinzenta, e 
ha tambem uma carreira marginal de tufos triangu- 
lares de cêra cinzenta. Estes tufos marginaes são 
muito curtos na extremidade posterior, e mais com- 
pridos nas margens lateraes. O lado ventral é co- 
berto por uma camada delgada de cêra cinzenta, ha- 
vendo no lado dorsal, entre os tufos, uma camada 
delgada de cêra cinzenta. 

O ovi-sacco é grande, de côr branca ou cinzen- 
to-clara, liso no lado ventral, mas finamente estria- 
do em sentido longitudinal e tambem transversal, 
no lado superior, tem a férma quasi cylindrica e 
tem a extremidade posterior virada para cima. O 
ovi-sacco tem, geralmente, 4 a 5 m. m. de compri- 
mento, mas ha individuos com o ovi-sacco que me- 
de 20 m. m. de comprimento. 

O corpo, despido de cêra, tem a côr parda, com 
as antennas e as pernas mais escuras. Não era pos- 
sivel designar as articulações das antennas, por se- 
rem estas quebradas. 

Os ovos tem a forma oval, de 0,660 mm. de 
comprimento e 0,300 mm. de diametro transversal, 
e têm a côr pardo-clara. 


— 343 — 


A larva recem-nascida é pequena, de côr pardo- 
clara ou amarellada, com as pernas e antennas da 
mesma côr, sendo estas ultimas mais escuras na ex- 
tremidade, e tem, no lado dorsal, cèrca de 20 peque- 
nos tufos de cêra branca, arranjados como no adnl- 
to, em duas carreiras longitudinaes, medianas e uma 
marginal em cada lado, tendo a margem um tufo 
na extremidade posterior, outro na extremidade an- 
terior, e cêrca de 4 tufos em cada lado. A fórma 
do corpo é ovata, tendo elle cérca ds 0,465 mm. de 
diametro transversal e 0,540 mm. de diametro lon- 
gitudinal. As pernas e antennas são muito compri- 
das, tendo estas seis articulações, das quaes a ulti- 
ma é a mais comprida, a qua: tem, na ponta, um 
espinho grosso terminal. As unhas são grandes, com 
a margem interior dentada, geralmente com tres 
dentes, dos quaes aquelie mais proximo à ponta é o 
mais saliente. Os digitulos das unhas são curtos e 
acoliformes. Na margem do corpo, e apparentemen- 
te tambem no lado dorsal, ha numerosos pequenos 
espinhos, grossos e obtusos. 

As antennas têm cêrca de 0,650 mm. de com- 
primento, e o primeiro par de pernas tem 0,883 
mm. de comprimento. Os olhos não foram obser- 
vados. 

Estas larvas, com os corpos quasi circulares e 
as pernas compridas, mais parecem ser carrapatos 
ou aranhas do que coccidas. 

Hab. Cantareira, perto de São Paulo. Encontra- 
da em Maio de 1912 pelos Snrs. R. v. lhering e 
H. Luederwaldt, no exterior de Taquarussi, onde 
existe isoladamente, em baixo das bainhas das fo- 
has. O typo esta incorporado na collecçäo do Mu- 
seu Paulista, sob o n. 16767. 


Orthezia longipes n. sp. 


O corpo da femea adulta tem a côr pardo-clara, 
vom as pernas e as antennas mais claras, com a ex- 
tremidade distal do ultimo segmento das antennas 
quasi preta. O Jado dorsal do corpo está coberto com 
pequenos tufos de cêra branca, disposta em uma car- 


— 344 — 


reira dupla, mediana, longitudinal, na qual os dois 
ultimos tufos são os mais compridos, e uma carrei- 
ra marginal em cada ladc. O corpo tem 2 mm. de 
comprimento, 1,290 mm. de largura e cêrca de 
0,900 mm. de altura. 


O ovi-sacco é fusiforme, branco, com o diame- 
tro da extremidade posterior só um pouco menor 
do que o da base, e tem até 9 mm. de comprimen- 
to. O lado inferior é geralmente liso e o superior, 
finamente estriado no sentido longitudinal, sendo elle 
um pouco curvado para cima. 


Fervida em uma solução de KOH, o liquido fi- 
ca apenas levemente tingido de côr parda. A derme 
torna se transparente e as pernas e antennas pardo- 
claras. As antennas tem 8 articulações e variam de 
1,913 mm. a 4,618 mm. de comprimento. As arti- 
culações tem os seguintes comprimentos: (1), 193- 
170; (2), 108--124 ; (3), 248--263 ; (4), 186--201 ; 
(9), 201--209: (6). 186: (7), 1x0; (8) casa 
219. A formula approximada é 8354 (67) 12 ou 
(83) 5 (467) 12. As pernas são muito compridas 
e delgadas, tendo as articulações do primeiro par os 
seguintes comprimentos: coxa, 201; femur e tro- 
chanter, 837 ; tibia, 837; tarso, 387--410 ; unha 77. 
As unhas são curvadas e dentadas com dois dentes 
na margem interior. Os digitulos da unha são pe- 
quenos, os do tarso não foram observados. Os olhos 
são pequenos, salientes, e insertos na margem da 
cabeça quasi na base das antennas. Toda a superfi- 
cie da derme, tanto o lado dorsai como o ventral, 
esta guarnecida por innumeros pequenos espinhos os 
quaes tem cerca de 17 » de comprimento. A pre- 
sente especie é muito parecida a Orthezia insignis 
Doug. ; mas pode ser distinguida pelo ovi-sacco, que 
é muito mais comprido em esta especie nova do que 
em aquella. 

Os ovulos são de côr pardo-clara no principio 
tornando-se mais escuros depois. Elles tem a forma 
oval, com 0,872 mm. de diametro longitudinal e 
0,201 mm. de diametro transversal. 


— 345 — 


Hab. Petropolis, Estado do Rio de Janeiro, em 
ramos de uma planta sylvestre, onde foi colleccio- 
pada pelo Frei Thomaz Borgmeier. O typo está in- 
corporado nas collecções do. Museu Paulista sob o 
n. 20089. 


Sub-familia DACTYLOPINAE 
Lachnodiella taquarae n. sp. 


A femea adulta tem a côr vermelha de tijolo, 
com toda a superficie do corpo coberta por uma ca- 
mada delgada de pô branco. O corpo tem a fórma 
oval, sendo os segmentos do abdomen bem visiveis, 
e tem 5,000 mm. de comprimento e 4 mm. de lar- 
gura. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme torna- 
se molle e transparente. As antennas compõem-se de 
sete articulações e tem 0,810 mm. de comprimento ; 
sendo o seguinte o comprimento das joia ar- 
Rigulações (PSA (2 92: (5) 92; (4732: 
Wo So (O) Sd (7), 8. A formula approzxi- 
mada é 7216 (345). As pernas são grossas e tem 
todas as articulações guarrecidas com pellos. As ar- 
ticulações do primeiro. par de pernas tem os seguin- 
tes comprimentos: coxa, 114; femur e trochanter, 
279--292 ; tivia, 110--123; tarso, 58--71; unha, 19- 
26. Os digitulos do tarso são compridos e delgados, 
faltando os da unha. Existem quatro pequenos or- 
gãos. de forma elliptica, sendo um par perto da ex- 
tremidade anterior do corpo, e o outro par perto da 
extremidade posterior. O annel anal tem 6 pellos. To- 
da a superficie da derme é guarnecida de pequenos 
pellos, e entre estes, dispersas, ha pequenas glandu- 
las circulares. Na margem posterior ha muitos es- 
pinhos curtos, e perto da base das antennas ha um 
par de pequenos olhos circulares e transparentes. 

Hab. Cantareira, perto de S. Paulo, no interior 
do taquarussú, com espinhos (Guadua distorta Rupr.), 
onde foi collecionada pelos snrs. Rodolpho v. lhe- 
ring e H. Luederwaldt. O typo está incorporado nas 
collecções do Museu Paulista sob o n. 1€768. 


Sub-familia COCCINAE 


Ceroplastes psidii Chavannes 


, 


A femea adulta é coberta de cêra branca, tin- 
sida levemente de crême, com a superficie aspera, 
desigual, sendo ella, geralmente, deprimida ao redor 
do nucleo dorsal, nos lados perto das regiões estig- 
maes e nas duas extremidades; mas ha tambem 
exemplares nos quaes a superficie ao redor do nu- 
cleo dorsal é elevada. O nucleo dorsal é bem visivel 
e de côr branca. À cêra é dura, homogenea, não 
distinctamente dividida em placas, sendo estas ape- 
nas vagamente indicadas, e sem linhas concentricas 
ou raiadas. A margem lateral é um pouco espessa 
e voltada para cima. 

Comprimento 6,750 mm. largura 5 mm., al- 
tura 3,900 mm. 

Despida de céra, a derme é dura, de côr parda 
avermelhada com o corno caudal preto, curto, grosso, 
e ds cêrca de 0,775 mm. de comprimento, dirigido 
directamente para traz. O corpo com o dorso com 
nodosidades mal definidas, tem 4,900 mm. de com- 
primento e 3 mm. de largura, sendo a sua maior 
largura atraz do meio do corpo. 

Recebemos exemplares, por intermedio do Snr. 
Dr. Angelo da Costa Lima, colleccionados pelo Snr. 
Dr. Diogenes Caldas, no municipio de Santa Luzia 
do Sabugy, Estado da Parahyba do Norte, e outros 
de Pernambuco, onde causam serios damnos às 
goiabeiras. Julgavamos, no principio, que se tra- 
tava de uma especie nova, por serem os individuos 
pequenos, achatados, sem placas bem definidas, apezar 
de serem adultos, mas um estudo ulterior mostrou 
que devem os referidos exemplares ser considerados 
como identicos com a presente especie. 


Mesolecaniwm argaformis n. sp. 


A femea tem o corpo oval, chato, com 9 mm: 
de comprimento, 7 mm. de largura e 2,250 mm. de 
altura. O dorso tem a côr verde azeitona, com um 
tom de amarello no centro, e a margem é amarello- 


— 347 — 


clara. No lade inferior a margem tambem é de côr 
amarello-clara, com a parte mais central verde-clara. 
No dorso ha numerosos buracos de pequena profundi- 
dade, tornando a superficie aspera e desigual. Estes 
buracos são Jispostos em duas carreiras longitudinaes 
e em cada lado do centro, e na área entre a margem 
e a segunda carreira mediana. Perto da margem ha 
tambem sulcos radiados. As placas anaes são pe- 
quenas e de cor pardo-escura. A margem posterior 
é levemente entalhada. A fissura anal tem cêrca 
te 1,900 mm. de comprimento e tem os lados uni- 
dos. As listas brancas nas áreas estigmaes são bem 
destacadas. Hm alguns exemplares a borda mar- 
ginal é recurvada para cima. Ha esparsos, no dorso, 
pedacinhos delgados de céra branca. 


Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se molle e transparente. As antennas são atro- 
phiadas, compondo-se apparentemente de 4 articu- 
lacdes, e têm cêrca de 0,094 mm. de comprimento. 
As pernas tambem são atrophiadas, sendo apenas 
notado o primeiro par, em fórma de tuberculos, com 
cérca de 0,094 mm. de comprimento. A margem 
lateral é pouco identada nas áreas estigmaes, sendo 
estas caracterizadas por tres espinhos grosses e cur- 
vados. dos quaes dois são curtos com apenas 44 | 
de comprimento, e o outro é comprido com 75 p de 
comprimento. Os espiraculos são muito afastados das 
margens lateraes ( de 1 a 1,400 mm.) contendo o 
espaço entre aquelles e a margem, centenas de pe- 
quenas glandulas circulares, com cérca de 6 p» de 
diametro. As glandulas dorsaes são alongadas, perto 
da margem e ovaes na área mais central, com cêrca 
de 0,056 mm., de diametro longitudinal. Ha es- 
parsos, perto da margem lateral. alguns pequenos 
pellos com cêrca de 12 4 de comprimento. A derme 
ao redor das piacas anaes, é chitinizada e escura. 
As placas anaes são pequenas, triangulares, escuras, 
com o lado interior com cêrca de 0,219 mm. de 
comprimento; a margem antero-lateral com 0,162 
mm. de comprimento, e a margem postero-lateral 
com 0.169 mm. de comprimento. 


as 


Hab. Na Cantareira, perto de São Paulo, na 
casca de canella poca, uma arvore sylvestre, onde foi 
colleccionada pelo Sr. Ernesto Schwebel. Não é 
commum nem abundante. O typo é incorporado nas 
collecções do Museu Paulista sob o n. 20.092. 


Mesolecanium marmoratum, n. sp. 


A femea adulta tem o corpo de fórma oval ou 
irregular, às vezes um pouco asymetrica, com a su- 
perficie dorsal aspera, com pequenos sulcos radiados. 
A côr é cinzenta mesclada com pardo-escura, côr de 
chocolate. Os individuos maiores têm 6,750 mm. 
de comprimento, 5,500 mm. de largura, e 2 mm. 
de altura. A fissura anal tem de 1,400 a 1,500 
mm. de comprimento, e tem as margens unidas. O 
dorso está coberto por pepuenas particulas delgadas 
de cêra branca. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
torna-se transparente, mas conserva-se espessa, sendo 
ella mais rija nos individuos mais velhos, do que 
nos mais novos. Às antennas são degeneradas em 
pequenos tuberculos, apparentemente de 4 a 6 arti- 
culações, com 0,107 mm. a 0,155 mm. de compri- 
mento. As pernas tambem são atrophiadas, sendo 
ellas representadas por pequenos tuberculos, que têm 
cêrca de 0,186 mm. de comprimento, com as arti- 
culações indistinctas. Os digitulos da unha são del- 
gados, com a extremidade distal um pouco dilatada ; 
os do tarso não foram observados. As áreas esti- 
gmaes são apenas entalbadas, sendo ellas caracteri- 
zadas por dois espinhos grossos e curtos, de 35 p 
de comprimento, e por um outro curvado, de 55 y 
de comprimento. A margem lateral do corpo é 
guarnecida por uma carreira dupla de pequenos pellos 
aculiformes, uns mais compridos, outros mais curtos, 
tendo os maiores cêrca de 50 4 de comprimento. 
As placas anaes são pequenas, triangulares, com o 
angulo exterior arredondado, tendo o lado interior 
de 0,212 mm. de comprimento, o lado antero-lateral 
0,156 mm. de comprimento, e o lado postero-lateral 
0,125 mm. de comprimento. Toda a derme dorsal 


— 349 — 


é cheia de glandulas de fórma irregular, oval ou 
quasi circular, com cêrca de 30 » de diametro. 
Hab. Gantareira, perto de São Paulo. Na casca 
de canella branca e canella poca, onde foi colleccio- 
rada em Outubro e Novembro de 1919, pelo Snr. 
Ernesto Schwebel. O typo está incorporado nas 
colleeções do Museu Paulista sob o n. 20.098. 


Mesolecanium wvicola nov. esp. 


A femea adulta tem o corpo de fórma elliptica, 
chata de côr pardo-clara, tendo os exemplares um 
tom de amarello. Fa em cada lado perto da margem 
na extremidade anterior, uma pequena mancha re- 
donda, como um olho de côr pardo-escura. A derme 
está salpicada de pontinhos escuros, tendo tambem 
no dorso pedacinhos delgados de cêra branca. Os 
exemplares maiores têm 6,250 mm. de compri- 
mento, 2,790 mm. ae largura, e 1,250 mm. de altura. 

Fervida em uma solução de KOH, a derme 
dorsal conserva-se de uma certa rigidez, tornando- 
se transparente e quasi incolor. O liquido fica apenas 
tingido muito levemente de côr amarella. As an- 
tennas são delgadas, com cêrca de 0,862 mm. de com- 
primento e apparentemente compõe-se de sete arti- 
culações, com os seguintes comprimentos: (1 ), 56 ; 
(2), 44; (3), 69-81; (4), 47; (5), 47-56; (6), 
25; (7), 62. A formula approximadaé: 37 (15) 
426 ou 371 (54) 26. As pernas tambem são del- 
gadas e curtas, tendo as articulações do primeiro 
par os seguintes comprimentos: coxa, 87; femur 
com trochanter, 144; tibia, 119; tarso, 09; unha, 
16. Os digitulos, tanto os do tarso como os da 
unha, são compridos e delgados, com as extremidades 
dilatadas. As áreas estigmaes são indicadas por pe- 
quenas concavidades na margem, guarnecidas por 
dois espinhos direitos com cérca de 16 & de com- 
primento, e um outro mais grosso e curvado, com 
cèrca de 20 » de comprimento. Os póros da derme 
dorsal têm a forma oval, com o diametro longitu- 
dinal de cérca de 19 ». Ao redor da margem do 
corpo ha, esparsos, alguns pellos delgados e simples, 


— 350 — 


A fissura anal tem 0,775 mm. de comprimento e 
tem os lados unidos. As placas anaes são pequenas, 
de forma triangular, escuras, com o lado interior 
de cêrca de 0,150 mm. de comprimento, sendo os 
lados antero-lateraes e postero-lateraes iguaes, com 
cêrca de 0,106 mm. de comprimento 

Hab. Tabôas, Estado de Minas Geraes, onde 
foi encontrado infestando videiras importadas do 
Chile, sendo os exemplares remettidos pelo dr. Carlos 
Moreira. (O typo está incorporado nas collecções do 
Museu Paulista sob o n. 19.951. 


Mesolecanium ferum n. sp. 


A femea tem a fórma irregular ou sub-circular 
com o dorso pouco convexo e as margens espessas. 
O corpo tem a côr vermelho-escura, não sendo o dorso 
luzente, mas coberto por uma camada delgada de 
céra branca. 

Fervida em uma solução de KOH, o liquido 
tinge-se de côr castanho-escura, com reflexo verme- 
lho, tornando-se mais escuro quando frio. A derme 
torna-se molle e transparente. com uma área chiti- 
tinizada ao redor do orificio anal, a qual está guar- 
necida de espinhos curtos. As antennas são rudi- 
mentares ou atrophiadas sendo ellas representadas 
por pequenos tuberculos com 0,056 mm. de com- 
primento. As pernas tambem são atrophiadas. 

A margem é grossa, sendo ella entalhada e 
chitinizada, nas áreas estigmaes, onde existe pelo 
menos um espinho curto e grosso. Ha centenas 
de pequenas glandulas circulares na área entre a 
margem e os espiraculos. As trachéas são numero- 
sas e muito grossas. No dorso ha diversas áreas pe- 
quenas e irregulares onde a derme está chitinizada. 
Toda a derme do dorso é ornamentada por grandes, 
glandulas circulares, com um poro excentrico, de 
40 | de diametro, medindo a parte central mais 
transparente, de 28 a 30 p de diametro, as quaes 
são, perto da margem, reunidas em grupos ou ro- 
setas de 2 a 6 glandulas. Espalhadas entre estas, ha 
ainda outras glandulas de fórma circular e de tama- 


nho diminuto. A fissura anal tem 1,150 mm. de com- 
primento com os lados unidos. As placas anaes são 
quasi hemisphericas em fórma com o lado interior com 
cêrca de 0.008 mm. de comprimento. Na margem 
ha uma fileira de pequenos espinhos, grossos e curtos, 
com cêrca de 9 y de comprimento, cada um nascen- 
do de um pequeno tuberculo, e lia ainda pequenas 
glandulas com os póros na margem. 

Hab. Campinas, Estado de S. Paulo. Na casca 
de « Capixingui », Croton floribundus Mart., onde 
foi encontrado peio auctor em Maio de 1912. O typo 
está incorporado nas collecçôes do Museu Paulista, 
sob 9 n.º 20091. 


Eulecanium melzeri n. sp. 


A femea adulta tem o corpo espherico ou glo- 
boso, mais largo na parte posterior do meio, dividi- 
do symetricamente em duas partes, por meio de um 
sulco pouco profundo, longitudinal e largo, mais pro- 
nunciado na extremidade posterior. 

A côr é amarello-clara, com as bordas e uma 
estria longitudinal mediana de côr verde-escuro de 
azeitona. Nos individuos mais velhos a côr é uni- 
formemente pardo-escura. As bordas são espessas e 
reviradas para cima, havendo na extremidade ante- 
rior uma pequena depressão, e em cada lado ha 
mais duas destas depressões. 

Fervida em uma solução de KOH, o liquido 
tinge-se de côr pardo-amarellada continuando a der- 
me de uma consistencia dura. Os exemplares haviam 
sido atacados por um parasita, e não foi encontrado 
nenhum individuo com pernas e antennas, sendo 
bem possivel que estes orgams estejam atrophiados. 
Na derme, perto da margem laterai, ha numerosas 
glandulas, algumas redondas, com cérca de 77 E de 
diametro, e outras de forma elliptica, com cêrca de 
124 » de diametro losgitudinal. Estas glandulas são 
espessas e compostas, contendo ellas, apparentemen- 
te, muitos orifícios na parte central. Na parte mais 
central da derme ha outras glandulas simples, de 
fórma ci cular ou um pouco oval, com cêrca de 25 


er ee 


u de diametro. As placas anaes são relativamente 
pequenas, com o lado interno de 188 | de compri- 
mento, e de forma concava; sendo o argulo exte- 
rior arredondado, e tendo o lado antero-lateral cêr- 
ca de 90 p de comprimento, e o lado postero-lateral 
140 » de comprimento, As áreas estigmaes são mui- 
to entalhadas, mas não foram observados espinhos 
nestas regiões. 

As larvas recem-nascidas têm a côr pardo-cla- 
ra, amareliada, sendo o corpo chato, de forma elli- 
ptica, com cérca de 0,465 mm. de comprimento e 0, 
232 mm. de largura. Os olhos são pretos. A mar- 
gem do corpo é finamente crenulada. A extremida- 
de posterior do corpo e guarnecido por um par de 
espinhos e um par de cerdas muito compridas. Ha, 
no lado dorsal do corpo, uma carreira dupla, media- 
na, longitudinal e outra submarginal em cada lado, 
de pequenos tuberculos. As áreas estigmaes estão 
caracterizadas por um espinho forte. As antennas 
são de fórma usual e guarnecidas por pellos. 

Hab. Bosque da Saude, São Paulo, em um ar- 
busto sylvestre, onde foi colleccionado pelo Snr. Ju- 
lio Melzer, a quem dedico esta especie nova. O typo 
está incorporado nas collecções do Museu Pau- 
lista sob o n. 19938. 

Colloco esta especie provisoriamente neste ge- 
nero, em quanto não houver disponivel material 
novo para estudo. 


Megalecanium n. g. 


Como Mesolecanium porém muito maior, até 
13 mm. de comprimento, o corpo de forma hemis- 
pherica. e brilhantemente pintado. Typo Megaleca- 
mum testudinis n. sp. Os ovos são collocados em 
baixo do individuo em uma secreção lanosa de cêra 
branca. 


Megalecaniuin testudinis n. sp. 


A femea adulta tem a forma irregularmente cir- 
cular e hemispherica, com o dorso luzente. A côr 


y 


geral no dorso é verde-clara, com manchas de par- 


do-escura e amarella, dispostas em cinco estrias longi- 
tudinaes, sendo uma mediana e duas lateraes em ca- 
da lado. ficando as manchas de côr parda e amarel- 
la collocadas transversal e alternadamente nestas es- 
trias. As margens são deprimidas e tambem têm 
algumas manchas de côr pardo-escura. A margem 
posterior é entalhada. A fissura anal tem cèrca de 
1,200 mm. de comprimento com os lados unidos. O 
lado inferior do corpo tem a côr rosea. Em baixo 
dos individuos ha uma porção de secreção branca 
e lanosa que encerra os ovos de côr amarello-clara. 
Os insectos mais novos têm o corpo mais achatado. 
Os maiores exemplares tem 13 mm. de compritnen- 
to, 11,500 mm. de largura e 6,950 mm. de altura. 

Fervida em uma solução de KOH, o liquido 
fica tingido de côr de laranja-escura, tornando-se a 
derme transluzente conservando, porem. a sua rigi- 
dez e consistencia. As antennas são compridas e 
delgadas, com 8 articulações, e têm um compri- 
mento total de 0, 653 a O, 670 mm; tendo as ar- 
ticulações os seguintes comprimentos: (1), 93; (2), 
MOD Wo ess (4) 108 31.¢ 5), 93-100:5: (106); 
62; (7), 46-55; (8), 93-62. A formula approxi- 
mada é 134) (12) 56 (78) ou 84 (15) 2 (68) 
7. As pernas tambem são delgadas e fracas, tendo 
as articulações os seguintes comprimentos: coxa, 
139; femur com trochanter, 325; tibia, 232; tarso, 
162; unha, 31. Os digitulos do tarso são compridos, 
e delgados, com as extremidades um pouco delicadas 
tendo elles 69 | de comprimento; os da unha são 
mais largos, com as extremidades mais dilatadas 
etêm 38 » de comprimento. A margem lateral é pou- 
co identada nas regiões estigmaes, sendo estas ca- 
racterizadas por tres espinhos grossos, dos quaes 
dois são rectos, com 31 | de comprimento eo ou- 
tro é curvado, com 62 | de comprimento. Na mar- 
gem, ao redor do corpo, ha uma carreira simples 
de pellos os quaes têm cérca de 56 a 62 y de com- 
primento, e têm a extremidade distal dilatada e fen- 
dida uma ou duas vezes, sendo mais numerosos os 
pellos com uma só fenda. A distancia entre os pel- 


— 354 — 


los é de 187 a 219 p. As placas anaes são relati- 
vamente pequenas, de côr pardo-escura, e têm o la- 
do interior de O, 279 mm. de comprimento. Toda a 
superficie do dorso é crivada de glandulas grandes, 
de forma oval ou redonda ou sub-circular e de ta- 
manhos diversos; tendo os maiores cêrca de O, 112 
mm. de diametro. 

Os ovos são de forma elliptica, com 0,356 a 
0,418 mm. de diametro longitudinal e 0,106 a 0,116 
mm. de diametro transversal, e têm a côr amarello- 
clara. Os ovos são muito abundantes, pols uma só 
femea põe dezenas de milhares delles. 

As larvas recem-nascidas são pequenas, com 
o corpo chato e de fórma oval, tendo ellas 0,512 
mm. de comprimento e 0,287 mm. de largura, com 
a cor pardo-amareilada e os olhos pequenos e pretos. . 
A margem do corpo é crenulada, e tem ao redor 
34 pellos, dos quaes os dois medianos na extremi- 
dade posterior são os mais compridos. As áreas es- 
tigmaes são caracterizadas por um espinho grosso 
e obtuso, com cêrca de 31 | de comprimento. Na 
extremidade posterior ha ainda um par de cerdas 
delgadas, com cêrca de 0,375 mm. de comprimento. 
As antennas têm, apparentemente, 6 articulações, com 
cêrca de 0,129 mm. de comprimento, sendo a ultima 
articulação guarnecida por diversos pellos lateraes e 
terminaes, dos quaes um destes ultimos tem 94 p 
de comprimento. 

Hab. Cantareira, perto de S. Paulo. Na casca 
de cambará preto e cambará branco, onde foi col- 
leccionado pelo Snr. Erneste Schwebel em Setem- 
bro de 1919. O typo está incorporado nas collec- 
ções do Museu Paulista sob o n. 20095. 

São Paulo, 25 de Março de 1920. 


DESCRIPTIONS OF NEW AND LITTLE KNOWN COCCIDAE 


Family COCCIDAE 
Sub-family MONOPHLEBINAE 
Monophlebus niveus n. sp. 


The body of the adult female is oval in form» 
peing widest across the abdomen. The divisions of 
the thorax and abdomen are distinctly marked by 
dark brown transverse lines. The remainder of the 
body is light red in color. The dorsal surface is 
ornamented by four longitudinal furrows and many 
long hairs, and the entire body is generally cove- 
red with a white powder, and sometimes the entire 
insect is involved in a mass of fine, white threads. 
The body is 9.560 mm. long, 5.000 mm. wide, and 
2.000 mm. high. Glassy rods were not observed. 

Boiled in a solution of KOH, the derm becomes 
soft and transparent, and the liquid becomes slight- 
ly tinged with red. The antennae, legs and eyes 
are dark brown. The antennae are from 1.700 mm. 
to 1.810 mm. long, and are composed of 11 joints, 
all of which are provided with many hairs. The 
lengths of the joints are: (1), 282; (2), 201-216; 
(3), 170-186; (4), 124-139; (5), 124-155; (6), 
Ow je SIC (SA Iodine GO 124%. (40), 
108-124; (11). 201. The approximate formula is : 
Pee eon oso LPS OE cae OP Or iat asa 1") 
3 (6, 7, 8) (4, 5, 9) 10. The legs are relatively 
long, the following being the lenths of the joints of 
the first pair: coxa, 341; femur with trochanter, 


All measurements of antennal and leg joints, hairs, 
glands and other organs are in microns, unless otherwise 
stated. 


— 306 — 


961; tibia, 822 ; tarsus, 363 ; claw, 108. The di- 
gitules of the claw are fine and thread-like ; those 
of the tarsus are apparently wantirg. The two eyes 
are small, conical in form, and are situated near the 
base of the antennae. The entire surface of the derm 
is provided with light brown hairs, some short 
others long, all of which originate in a tubercle. 
In the derm there are also innumerable circular, 
compound glands, about 12 microns in diameter. 
These glands are more or less hemispherical in form, 
and are composed of a fine central tube and no less 
than 18 minute orifices in the marginal portion. 


The eggs are oval in form, and have a long 
diameter of about 700 microns and a transverse 
diameter of about 450 microns. The surface is 
smooth and glistening, and the color, in the begin- 
ning, is light yellow, which changes to red later. 

The male is large with the body black and 
orange red in color; the antennae and legs also are 
black. The body is about 3.500 mm. long, without 
the caudal processes. The antennae are about 3.500 
mm. long, and are composed of 10 joint, of which 
the third joint is the longest. All of the joints are 
ornamented with numerous long hairs arranged in 
three or more whorls. The legs are fine and long 
and are ornamented with many short spines and 
some hairs. At the posterior extremity of the body 
there are two pairs of appendices, fusiform, and 
ornamented with many long hairs; the leng: h of 
the median pair being about 0.976 mm. and that of 
the external pair, about 9.837 mm. 


The wings are smoky in color, are about 4 mm. 
long, and aside from the two nerves caracteristic of 
the family, have also two false nerves, indicated by 
transparent, oblique lines. The halteres are large, 
each one of which has three strong hooks on the 
distal extremity. The spread of the wings is about 
8mm. When alive the individuals are slightly co- 
vered with a white powder. 

Copulation takes place when the females have 
already attained their full growth, and but one or 





— 357 — 


two days before egg laying Legins, as was obsery- 
ed in a number of instances, when the females 
were descending the trees, to hide themselves in the 
interstices of the bark. 

Hab. São Paulo, Cantareira and Campinas, on 
an indigenous forest tree, on the roots of cultivat 
ed cassava ( Manhiot sp. ), and on Grevillea ro- 
busta, planted as a shade tree in this city. The 
first specimens were found by Mr. Ernest Schwebel 
in September 1919, and other specimens were found 
by the author in November 1919 and January 1920, 
The type forms part of the collections in the Museu 
Paulista, and is numbered 20069. 


Icerya chilensis n. sp. 


A small species the immature female of which 
has an oval body about 2.500 mm. long and 1.500 
mm. wide, covered with a very thin layer of light 
yellow wax. The antennae have nine joints and are 
from 0.480 mm. to 0.516 mm. long. The various 
joints have the following lengths: { 1), 77; (2), 
93; (3), 62; (4), 31; (5), 46; (6), 38; (7), 
38 ; (9), 93. The approximate formula is: (2,9) 
Pi) (Oo ue) 4... The less, are), short. The 
two eyes are very small. The entire surface of the 
derm is studded with innumerable short, obtuse spizes, 
some of which are straight, while others are 
slightly curved, which are from 22 to 25 microns 
in length. Interspersed among the spines, there 
are some small, compound glands. 

The adult female is larger, with the antenne 
from 0.851 mm. to 0.873 mm. long, composed of 
11 joints, which have the following lengths: (1), 
LOS te ed: (Sn (eas (4) 625 49),62; 
62; (11), 108 The apprcximate formula is 2 
CM pont 452956, foe 2.40:). or 2) .(1;, 14) 
(SO) Qd 5, TA SO) AI of the. joints 
are ornamented with many hairs. The legs are 
relatively long and fine. The following are the 
lengths of the joints of the first pair: Coxa, 124: 


— 398 — 


femur and trochanter, 387-456; tibia, 356-402 ; 
tarsus, 170; claw, 46. The digitules are short 
and fine. 

Boiled in a solution of KOH, the derm becomes 
soft and transparent. The entire surfaces studded 
with fine hairs, some of which are short, and 
others long. Interspersed among the hairs, there are 
many small, circular, compound glands, ahout 11 
microns in diameter, that have the margin thick- 
ened and have three small, round orifices in the 
central portion. 

Hab. Central Chile. Collected by the author 
in January 1909, on the leaves of an indigenous 
tree. The type is deposited in the collections of 
the Museu Paulista, as a microscopic slide, with 
the number 20084. It is possible that after the 
male is known, this species will have to be trans- 
ferred to another genus. 

Icerya flava n. sp. 

The adult female with the ovisac is 16 mm. 
long, 7 mm. wide and 8.500 mm. high. The dorsum 
is covered with yellow wax, arranged in one lon- 
gitudinal, median line, with one large tuft and one 
or two smaller ones; one sub-marginal, longitadinal 
line on each side, with about 8 tufts of yellow wax 
each; and a marginal line on each side, with 9 
thick tufts of yellow wax. At the anterior and 
posterior extremities there is also one large tuft of 
wax. The areas between the tufts are also covered 
with yellow wax. The lateral and the dorsal sur- 
faces of the ovisac are also yellow, and fluted lon- 
gitudinally; the ventral surface, however, is smooth, 
and the yellow color is mixed with white. The 
posterior extremity of the ovisac is truncated. No 
glassy rods were observed. 

The body, freed from wax, is red in color, 
and oval in form, widest across the abdomen, and 
is about 8 mm. long, 6 mm. wide and 3mm. high. 

Boiled in a solution of KOH, the derm be- 
comes soft, and the liquid is only slightly tinged 
with red. The antenna are about 1 mm. long, and 





— 399 — 


are composed of 41 joints, and are dark brownin 
color. The joints have the following lengths: (1), 
124: (2), 108: (3) OS = (Ana o (5), 62 5. (0h102; 
O > (he TES OUT Peon Go 5 (41), 1455: 
The approxi nate formula is: 11,1 (2,3) 10 (8,9) 
(4, 7) (5, 6). All of the joints are furnished 
with hairs, those of the last being long and: most 
numerous. The legs are short and light brown in 
color. The joints of the first pair have the follow- 
ing lengths: coxa, 186; femur with trochanter, 
973 ; tibia 998; tarsus, QT “Claws, tot e nendigi- 
tules of the claw are short and filiform; those of 
the tarsus were not observed. There are at least two 
pairs of abdominal spiracles present, and possibly 
there are three pairs. The entire surface of the body 
is ornamented with innumerable dark hairs, some 
of which are very long while the others are shorter, 
and with innumerable small, circular, compound 
glands, flat on the external surface, and convex on 
the internal surface, with nine minute orifices in the 
margin and three in the central portion. The two 
eyes are small, dark brown in color, conical in 
shape, and are located near the insertion of the 
antenne. 

The eggs are elliptical in form, red in color. 
and have a smooth surface. The longitudinal diam- 
eter is about 0.837 mm. and the transverse about 
0.434 mm, 

The newly hatched larvæ are very active and 
red in color. The eggs observed in the laboratory, 
hatched in 32 days. On the second day, the larvæ 
had already secreted three tufts of wax on the 
dorsum, one entire on the abdomen, and two, longi- 
tudinally divided, on the thorax. Of these, the tuft 
on the metathorax, is the widest. The antennie are 
0.512 mm. long and are composed of six joints, of 
which the last is the longest. All of the joints are 
provided with hairs; the fourth and fifth joints also 
have one long hair each, and the last joint has seven 
very long hairs, besides the other shorter hairs. On 
the margin, between the antenna, there are two 


— 360 — 


long hairs, on the thorax there is one long hair on 
each side, and at the posterior extremity of the ab- 
domen there are six very long hairs. The two 
small, conical eyes, dark in color, are very visible 
near the insertion of antennæ. 

Hab. Cantareira, near São Paulo. On the bark 
of cambarä preta and sucará, two indigenous trees. 
Collected by Mr. Ernesto Schwebel. The type is 
in the collections of the Museu Paulista with the 
number 20068. 


lcerya paulista n. sp. 


The female is entirely covered by a secretion 
of white wax with an ashy tint, especially on the 
dorsal surface. On the ventral surface the wax is 
thin and smooth, while on the dorsal surface it is 
disposed in three double, longitudinal rows of thick 
tufts, curved or curled upward and directed towards 
the anterior extremity of the body. The tufts appear 
to be all of the same size, and are about 2 mm. in 
length. Glassy rods were not observed. 

Freed from wax, the body of the female is 
elliptical in form, with the two extremities rounded, 
and the segments of the abdomen well marked. The 
color is yellow, with the antennae and the legs dark 
brown. The body is 10 mm. long, 5.250 mm. wide 
and 3.500 mra. high. 

Boiled in a solution of KGH, the derm becomes 
soft and transparent, and the liquid becomes tinged 
“with a yellow color. The antennae are dark brown 
in color, are 2,088 mm. long, and are composed of 
11 joints that have the following lengths: (1 ), 315; 
(23302455 (89), 227 cia MONS dido; 1405 aes 
ATE 7 ), 1575 8) 1025 40) MB TA (ae 
(11), 201, The approximate formula is: 1, 2, 3, 
11, 8 (4, 6, 7, 9) (9, 140): Allvof “the joinis “ars 
abundantly provided with hairs. The legs are long 
and strong, and are dark brown in color. The joints 
of the first pair have the following lengths: coxa, 
007 ; femur with trochanter, 1172; tibia, 805; tar- 
sus 350; claw, 87. Both the tarsal digitules, as well 


= "881 — 


as those of the claw, are short and filiform. The en- 
tire surface of the body is covered with innumerable 
hairs, some long, others shorter, but all with the 
basal portion expanded. Interspersed among the 
hairs, there are numerous compound, circular glands, 
discoid in form. These glands are about 15 microns 
in diameter, with the central portion in the form 
of a six-pointed star that has a minute orifice im 
the center. On the thorax there are two pairs of 
small spiracles, and on the abdomem there are at 
least seven more pairs of spiracles. Near the inser- 
tion of the antennac there is situated a pair of 
small, dark eyes. 

Hab. Cantareira, near São Paulo. Collected in 
April 1912, by Messrs. Rodolpho v. Ihering and 
H. Luederwaldi on the thorns of “taquarassu” The 
type is in the collections of the Museu Paulista with 
the number 16770. 


Icerya purchasi Maskell var. cilreperda n. var. 


The adult female, when it begins to secrete the 
ovisac, is about 4.250 mm. long, 2.500 min. wide 
and 1.400 mm. high. The body is ovate in form, 
being widest across the abdomen. The color, on the 
ventral surface, is orange yellow, with the legs and 
antennae chestnut. The dorsal surface is generally 
covered with a fine layer of gray or yellowish wax, 
and is ornamented by a number of tufts of wax, 
placed in a median, longitudinal row, while on the 
margin there are numerous long, fine, glassy filaments. 

The ovisac is white, conical in form, strongly 
striated longitudinally, on the dorsum and sides, but 
smooth on the ventral surface, and attains a length 
of 9 mm. on the dorsal surface, and 6 mm. on 
the ventral sulface, while the width and height are 
from 5 to 6 mm. Around the margin of the thorax 
there is a fringe composed of tufts of white wax 
directed towards the posterior extremity, each one 
being from 2.750 mm. to 4 mm. long. 

The entire surface of the body is furnished 
with long, dark brown or black hairs, and around 


— 362 — 


the lateral margin there are about 24 tufts of 
these hairs, each tuft being composed of from 90 
to 100 hairs or more. 


The adult female, boiled in a solution of KOH, 
becomes transparent and the derm becomes soft. 
The antennae are light brown in color, and are 
composed of 11 joints, of which the last 1s the long- 
est, and are from 0.882 to 1.017 mm. in length. 
The different joints have the following lengths: 
(1), 104-217 (2), 91-110; (5), 9141-975 (4), 2992695 
(5), 52-69; (6), 71-845 (7 ), 71-84 54( 8) 78/88 
(9), 71-84; (10), 71-78 ; (11), 123-143 ; the appro- 
ximate formula being: 11, 1, 2, 348,6, 7, 0048 
(4, 5). All of the joints have long hairs. The two 
prominent eyes, corical in form and of a dark brown 
color, are situated on the inferior surface near the 
insertion of the antennae. The legs are long with 
the tarsus much curved, the following being the 
lengths of the joints of the first pair: coxa, 162; 
femur and trochanter, 435; tibia, 403 ; tarsus, 208, 
claw,96. The digitules, both those of the tarsus as well 
as those of the claw, are filiform. The entire surface 
of the body is covered with dark hairs, some short 
and others longer; and with numerous dark, com- 
pound glands, round, but sometimes not perfectly 
circular, in form, with a longitudinal diameter of 
13 microns and a transverse diameter of 12 mi- 
crons, with from 8 to 12 small orifices on the mar- 
gin and one orifice, elliptical in form, in the cen- 
tral portion. Near the lateral margin there are other 
elands of the same shape and color as the former, 
but larger, having a diameter of 19 microns, and 
having the central orifice circular in form. 

This variety differs from the typical form in 
the color of the dorsum, the larger size, especially 
of the ovisac, ard in the number of the dark hairs 
composing the marginal tufts of the body. 


Hab. First found in Soccorro, State of Sao 
Paulo, in 1916, it is, at the present time, located 
in many different sections cf the State, as Jundiahy, 


——— 


— 365 — 


Campinas, Jahú. Sorocaba, Barretos and many 
points in the Capital, attacking oranges, roses and a 
host of other cultivated plants. The type is depos- 
ited in the collections ot the Museu Paulista, and 
is numbered 200*3 


Icerya schrotthyi Stempel. 


To the caracters already published in the Re- 
vista do Museu Paulista. Vol. IV, pags. 373-379, 
we can now add the following: The adult female 
is entirely hidden beneath a mass of thick, white, 
curled ou undulated threads. On the dorsuin there 
are four tall, thick tufts of white wax, two or three 
of which are inclined towards the anterior extrem- 
ity, and the remainder towards the posterior ex- 
tremity. The ovisac is very large and wider than 
the body of the insect, and is composed of fine, 
white, glossy, feited threads, ornamented on the ex- 
terior by a layer of very thick, white, undulated 
threads. Many old individuals have the dorsal wax 
dark ou dirty in color. The isolated individuals have 
a pyramidal or conical®form, with a longitudinal 
diameter, including the ovisac, of 20 mm., a trans: 
verse diameter of 14 mm. and a height of 9 mm. 

The body of the adult female, freed from wax, 
is oval in form, a little the widest near the poster- 
ior extremity, and reaches a length of 8.500 mm., 
a width of 6 mm., and a height of 4 mm. The 
color is yellow on the exterior and reddish on the 
interior, with the antennae and legs dark brown or 
black. In addition to the long and short hairs, the 
derm also has innumerable, circular and hemispaer- 
ica' compound glands, which are about 16 microns 
in diameter, and are composed of a peripheral portion 
in which there are from 9 to 11 small, round ori- 
fices, and a quadrangular central portion with a 
small, circular orifice in the center. These glands 
are more or less constant in size, but the number 
of the orifices in the periphery vary from 9 to 41 ; 
and the central part may sometimes be triangular 
or pentangular ; but the form with the central part 


— 364 — 


quadrangular is the most abundant and the com- 
monest. 

Hab. Found again in the Cantareira, near São 
Paulo, on « canella poca », «cipó », Jacarandá, ( Le- 
guminosae ) and Archornae sidaefolia (Euphorbia- 
ceae ). 


lcerya taunayt n. sp. 


The young and immature female has an oval 
body, dark brown in color on the upper surface 
and red on the lower surface. The antennae and 
legs are also red. Around the margin of the' body 
there is a row of small, white tufts, and on the 
dorsal surface there is one median row and three 
other longitudinal rows, between the median and 
the margin, of small, white tufts, more or less cir- 
cular in outline. The largest specimens had a length 
of 9 mm., a width of 5.500 mm., and a height of 
4 mm., being higher on the thorax than on the 
abdomen. 

Boiled in a solution of KOH, the derm be- 
comes soft and transparent,eand the liquid becomes 
turbid, and has a dark yellow color when decanted. 
The antennæ, in this stage, have only 8 joints, and 
are from 0.883 mm. to 0.970 mm. long. The dif- 
ferent joints have the following lengths: (1), 216; 
(2), 108; (3) 124; (4), 62; (5), 84; (6), 
84; (7), 77; (8), 216. The approximate for- 
mula às: (8,1 ),3, 254005, 6), Te) he) tems 
are short and strong, the following being the lengths 
of the first pair: coxa, 310; femur and trochanter, 
883; tibia, 402; tarsus, 294; claw, 124. The 
digitules are short and filiform. The tibia has about 
16 short, thick spines on the posterior margin, and 
the tarsus has about 4 of these spines. The eyes 
were not observed. 

The entire surface of the derm, both the dor 
sal and the ventral surfaces, is covered with strong 
spines, generally curved, although there are some 
that are straight. ‘he majority of these spines 
are about 90 microns long, but there are some 


— 365 — 


that are shorter, and some, near the margin of 
the body, are longer. Interspersed among the spines, 
are many small, circular, compound glands, about 
12,5 microns in diameter, with the margin thickened, 
and an elliptical central orifice. There are also 
other, larger glands, entirely circular in outline, 17 
microns in diameter, with the margin thickned 
and the inner border crenulated, and with the cen- 
tral orifice in the form of a Greek cross, which, 
sometimes, has five points instead of four. 

Hab. Bosque de Saúde, near São Paulo. Col- 
lected on November 22nd, 1919, by Mr. Julius 
Melzer, on the bark of the limbs of an indigenous 
plant. It was not possible to find adult specimens, 
-as all of the individuals, were attacked by a species of 
fungus which killed all of them before they reached 
the adult stage. 

It is with great satisfaction that I dedicate 
this species to Dr. Affonso d’Escragnolle Taunay, 
the active and dedicated Director of the Musea 
Paulista. The type is incorporated in the collections 
of the Museu Paulista with the number 20087. 

After the adults of both sexes are known, it 
is probable that the present species will have to 
be placed in another genus. 


Sub-family ORTHEZUNÆ 
Orthezia grandis n. sp. 


The adult female is large, with the body about 
11.500 mm. long and 5.750 mm. wide. The dor- 
sal surface has a double, longitudinal, median row 
of short tufts of gray wax, and also has a mar- 
ginal row of triangular tufts of gray wax. These 
marginal tufts are very short on the posterior ex- 
tremity, and ionger on the lateral margins. The 
ventral surface is covered by a thin layer of gray 
wax, and the dorsal surface also has a thin layer 
of gray wax on the areas between the tufts. 

The ovisac is very long, white or light gray 
in color, smooth on the ventral surface, but finely 
striated longitndinally and transversely, on the der- 


— 366 — 


sal surface, and is nearly cylindrical in form with 
the posterior extremity turned pen The ovisac 
is generally 4 to 5 mm. in length, but there are 
individuals in which it is 20 mm. long. The body, 
freed from wax, is brown in color, Cit the an- 
tennae and legs darker. It was not possible to 
study the articulations of the antennae, as these 
had been broken off. 

The eggs are oval in torm, light brown in 
color, and are 0.660 mm. long and 0.500 mm. wide. 

The newly hatched larvae are very small, light 
brown or yellowish in color, with the legs and an- 
tennae of the same color, and these last having 
their tips black. On the dorsal surface of the body 
there are about 20 small tufts of white wax, ar- 
ranged as in the adult, in two longitudinal, median 
rows, and one marginal row on each side. The 
margin also has one tuft on the anterior extremity, 
one on the posterior extremity, and four on each 
side. The hody is ovate in form, about 0.590 mm. 
long and 0.465 mm. wide. The legs and antennae 
are very long, the iatter being composea of six 
joints, the last of which is the longest, and which 
has a thick terminal spine. The claws are large 
with the interior margin dentated, generally with 
three small teeth, of which the one nearest the 
distal extremity is the largest. The digitules of 
the claw are short and spine-like. On the margin 
of the body, and apparently also on the dorsal sur- 
face, there are numerous small, thick, obtuse spines, 
The antenae are about 0.650 mm. long, and the 
legs of the first pair are 0.883 mm. long. The eyes 
were not observed. 

These larvae, with their nearly circular body 
and long legs. more nearly resemble ticks or sp'ders 
than coccids. 

Heb. Cantareira, near São Paulo. . Found in 
May 1912, by Messrs. R. v. Ihering and IL. Lue- 
derwaldt, on the exterior of “ Taquarussi ”, ( Gua- 
dua distorta Rupr.)?, where it exists singly be- 
neath the leaf sheaths. The type is incorporated 


— 367 — 


in the collections of the Museu Paulista with the 
number 16767. 


Orthezia longipes n. sp. 


The body of the adult temale is light brown in 
color, with the legs and antennae lighter, and the 
distal extremity of the last joint of the antennae 
nearly black. The dorsal surface of the body is 
covered with small tufts of white wax, arranged in 
a double, longitudinal, median row, in which the 
two last tufis are the longest, and a marginal row 
on each side. The bodv is 2 mm. long, 1.250 m. 
wide and about 0.900 mm. high. 

The ovisac is fusiform, white, with the dia- 
meter of the posterior extremity but slightly small- 
er than that of the base; and can reach a length 
of 9 mm. The ventral surface of the cvisac is gen- 
erally smooth, and the dorsal surface is finely striat- 
ed longitudinally, and las the posterior extremity 
curved upward. 

Boiled in a solution of KOH, the liquid be- 
comes slightly tinged with brown, and the derm be- 
comes transparent and the legs and antennae light 
brown. The antennae vary from 1.018 mm. to 
1.618 mm. in length, and are composed of 8 joints, 
which have the following lengths: (1), 155-170 ; 
(2), 108-124 ; (3), 24%-265 ; (4), 186-201 ; (5), 201- 
204; (6), 186; (7), 186; (8), 248-279. The approx- 
imate formula is: 8,3,5,4 (6,7) 1.2 or (8,3) 9 (4, 
6,7) 1,2. The legs are very long and thin, the fol- 
lowing being the lengths of the joints of the first 
pair: coxa, 201 ; femur with trochanter, 837; ti- 
bia, 837 5 tarsus, 387- 410; claw, 77. The claws are 
curved and dentated on the inner margin with two 
teeth. The digitules of the claw are small; those 
of the tarsus were not observed. The eyes are small 
and bulging, and are situated on the anterior mar- 
gin near the base ot the antennae. The entire sur- 
face of the derm, both the dorsal and the ventral 
surface, is furnished with :nnumerable small spines, 
about 17 microns in length. 


— 368 — 


The present species is very similar to Orthe- 
sia insignis Doug., but can be readily distinguished 
from that species by the ovisac, wich is very much 
longer in this new species. 

The eggs are light brown in color when fresh- 
ly laid, becoming darker later on. They are oval 
in form, and are 0.372 mm. long and 0.201 mm. 
wide. 

Hab. Petropolis, State of Rio de Janeiro, on 
the twigs of an indigenous plant, where it was ob- 
served and collected by Frei Thomaz Borgmeier. 
The type is incorporated in the collections of the 
Museu Paulista with the number 20089. 


Sub-familia DACTYLOPINAE. 
Lachnodiella taquarae n. sp. 


The adult female is brick red in color, with 
the entire surface of the body covered with a thin 
layer of white dust. The body is oval in form, with 
the abdominal segments well marked, and is 5.500 
mm. long and 4 mm. wide. 

Boiled in a solution of KOH, the derm be- 
comes soft and transparent. The antennae are 0.310 
mm. long and are composed of 7 joints, that have 
the following lengths: (1), 45; (2), 52; (3), 92; 
(4), 32: (5), J2s (6), 395 (7, TS. The approx 
mate formula is: 7,2,1,6 (3.4,9). The legs are stout 
and have all of the joints furnished with hairs. 
The following are the lengths of the joints of the 
first pair of legs: coxa, 114; femur and trochan- 
ter, 279-292; tibia, 110-123 ; tarsus, 58-71; claw, 
19-26. The tarsal digitules are long and fine ; those 
of the claw are wanting. There are four small el- 
liptical orgãos, one pair of which is located near 
the anterior extremity of the body, and the other 
pair near the posterior extremity. The anal ring 
has 6 hairs. The entire surface of the derm is pro- 
vided with small hairs, and interspersed among 
these, there are many small, circular glands. On 
the posterior margin there are many short spines ; 


— 369 — 


and near the insertion of the antennae there is a 
pair of small, circular, transparent eyes. 

Hab. Cantareira, near S. Paulo, in the interior. 
of the spiny Taquarussü, (Gradua distorta Rupr.) 
? where it was collected by Messrs. Rodolpho v. 
Ihering and H, Luederwaldt. The type is incorpo- 
rated in the collections of the Museu Paulista with 
the number 16768. 


Sub-familia CocciNAE 
Ceroplastes psidir Chavannes 


The adult female is covered with white wax, 
usually silghtly tinged with cream, and has the 
dorsal surface rough and uneven, usually depressed 
around the dorsal nucleus, on the sides near the 
stigmal areas and at the two extremities. However 
there are individuals in which the surface about 
the dorsal nucleus is elevated. The dorsal nucleus 
is very visible and pure white in color. The wax 
is hard, homogeneous, not distinctly divided into 
plates, fon latter being only vaguely indicated, and 
without any concentric or radiating lines. The lat- 
eral margins are a little thickened and recurved. 
The largest individuals were 6.750 mm. long, 5 
mm. wide, and 3.500 mm. high. | 

Freed from wax, the derm is chitinized and 
rigid in the older specimens, and is reddish brown 
in color, With the caudal horn black, short and thick, 
directed directly backwards, and is about 0.775 
mm. long. The body, with the nodosities of the 
dorsum indefinitely defined, is 4.500 mm. long. 
and 3 mm. wide, being widest posterior of the mid- 
dle. 

We received specimens, through Dr. Angelo 
da Costa Lima, collected by Mr. Diogenes Caldas. 
in the Municipality of Santa Lucia do Sabugy, State 
of Parahyba do Norte, and others from Pernam- 
buco, where they cause serious harm to the guava 
trees. At first we believed chat this was a new 
species, because the individuals were small, flatten- 


— 370 — 


ed, and without well defined plates, even in the 
aduit state; but a more careful study showed that 
the specimens in question, must be considered as 
identical with this species. 


Mesolecaniuin argaformis n. sp. 


The female has the body oval and flat. 9 mm. 
long, 7 mm. wide and 2.250 mm. high. The dor- 
sal surface is olive green in color, tinged with 
yellow in the central portion, and with the margin 
light yellow. The ventral surface is also colored 
light yellow on the margin and light green in the 
central portion. On the dorsal surface there are num- 
erous shallow depressions, which make it rough 
and uneqal. These depressions are arranged in two 
longitudinal rows on each side of the middle, and 
in the area between the margin of the body and 
the second row. Near the margin there are also 
some radiating furrows. The anal plates are small 
and dark brown in color. The posterior margin is 
slightly notched. The anal fissure is about 1.500 
mm. long, with the margins contiguous. The white, 
chalky lines of the stigmal areas are very evident. 
In some specimens the lateral margin of the body 
is recurved. On the dorsal surface there are also 
present small, thin particles of white wax. 

Boiled in a solution of KOH, the derm be- 
comes soft and transparent. The antennae are atro- 
vhied, apparently composed of 4 joints, and are about 
94 microns in length. The legs are also atrophied, 
only the first pair being noted, as small tubercles 
about 94 microns in length. The lateral margin is 
but slightly incised at the stigmal areas, these last 
being caracterized by three thick, curved spines, 
two of which are short, being but 44 microns in 
length, and the other is 75 microns in length. The 
spiracles are greatly removed from the lateral mar- 
gin, (from 1 to 1.400 mm. ), and the space be- 
tween these and the margin is furnished with hun- 
dreds of small, circular glands, about 6 microns in 
diameter. The dorsal glands are elongate near the 


— 9311 — 


lateral margin and oval in the central area, and 
have a longitudinal diameter of about 56 microns. 
Near the lateral margin there are dispersed some 
small hairs which are about 12 microns long. The 
derm is chitinized around the anal plates, and of a 
dark color. The anal plates are small, triangular, 
dark, with the interior margin about 0,219 mm. 
long, the anterior-lateral margin 0,162 mm. long, 
and the posterior-lateral margin 0,169 mm. long. 
The specimens studied were all immature, and it is 
possible that the adult specimens have the body and 
organs larger. 

Hab. Cantareira, near São Paulo, on the bark 
of canella poca, an indigenous tree, where it was 
collected by Mr. Ernesto Schwebei. It is neither 
common ncr abundant. The type is incorporated in 
the collection of the Museu Pazlista with the 
number 20092. 


Mesolecaniuin marimoratum n. sp. 


The adult female has the body oval or irreg- 
ular in form, sometimes slightly asymetrical, with 
the dorsal surface rough and furnished wiih small 
radiating furrows. The color is gray mixed with 
dark brown, or chocolate. The largest individuals 
were 6.750 mm. long, 5.500 mm. wide, and 2 mm. 
high. The anal fissure is from 1.400 mm. to 1.500 
mm. long, with the margins contiguous. The dorsal 
surface is covered with small, thin particles of 
white wax. 

Boiled in a solution of KOH, the derm becomes 
transparent, but remains thick, being more rigid in 
the older individuals than in the younger. The an- 
tennæ are degenerated and represented by small tu- 
bercies. apparertly composed of from 4 to É joints, 
and are from 0.107 mm. to 0.155 mm. long. The 
legs are also atrophied, and are represented by 
small tubercles about 0.186 mm. in length, with 
the various joints not dictinctly indicated. The dig- 
itules of the claw are fine, with the distal extrem- 
ity but slightly dilated; those of the tarsus were not 


Sera 


onserved. The margin of the body is but slightly 
incised at the stigmal areas, these latter being car- 
acterized by two short, thick spines, 35 microns 
long, and by.another curved spine, 55 microns long. 
The lateral margin of the body is ornamented with 
a double row of small, spine-like hairs, some longer, 
others shorter, the longest ones being about 50 mi- 
crons in length. The anal plates are small and tri- 
angular in shape, with the external angle rounded ; 
the interior side being 0.212 mm. long, the anterior- 
lateral 0.156 mm. and the posterior-lateral 0.125 mm. 
long The entire surface of the derm, on the dorsum, 
is full of glands, irregular, oval or nearly circular 
in from, and about 30 microns in diameter. 

Hab. Cantareira, near São Paulo, on the bark 
of canella poca and canella branca, two species of 
indigenous trees, where it was collected in October 
and November of 1919, by Mr. Ernest Schwebel. 
The type is incorporated in the collections of the 
Museu Paulista with the number 20093. 


Mesolecaniwn uvicola n. sp. 


The adult female has the body elliptical in form 
and flat, light brown in color, with a yellow tinge. 
At the anterior extremity, near the margin, there 
is a small, circular, dark brown, eye spot, on each 
side. The derm is spotted with sinall dark spots, 
and on the dorsum there also are thin pieces of 
white ae The largest specimens were 6.250 mm. 
long, 2.750 mm. wide, and 1.250 mm. high. 

Boiled in a solution of KOH, the dorsal derm 
preserves it rigidness, but becomes transpareat and 
nearly colorless. The liquid becomes but slightly 
unged with yellow. The antennæ are iine, about 
0.362 mm. long, and are apparently composed of 
seven joints, that have the following lengths: (1), 
06; (2), 44; (3), 69-81; (4), 47; (5) 47-06; 
(6), 25; (7), 62. The approximate formula is: 
SUA OMR, 6 ior Bd, Ale ea) RER 
legs also are fine and short, the following being the 
lengths of the joints of the first pair: coxa, ST; 


— 373 — 


femur and trochanter, 144; tibia 119; tarsus, 69; 
claw, 16. The digitules of the tarsus, as well as 
those of the claw, are long and fine, with the ex- 
tremities expanded. The stigmal areas are indicated 
by shallow incisions on the lateral margin, furnished 
with two straight spines, 16 microns in length, and 
another spine, ticker and curved, about 25 microns 
in length. The pores of the derm on the dorsal 
surface are oval in form, with a longitudinal dia- 
meter of 19 microns. Around the lateral margin 
of the body there are scattered some fine, simple 
hairs. The anal fissure is 0.775 mm. in length, 
with the edges contiguous. The anal plates are small, 
triangular, dark, with the interior margin 0.150 mm. 
long, and the anterior-lateral and posterior-lateral 
margins equal, and about 0.106 mm. long. 

Hab. Tabôas, State of Minas Gerdes. where it 
was found infesting grape vines that had been im- 
ported from Chile, the especimens having been re- 
mitted by Dr. Carlos Moreira. The type is incor- 
porated in the collections of the Museu Paulista, 
with the number 19951. 


Neolecanium ferum n. sp. 


The adult female is irregular ou sub-circular 
in form, with the dorsal surface but slightly con- 
vex and the lateral margins thickened. The body 
is colored dark red, the dorsum not being shiny, 
but covered with a thin layer of white wax. Boiled in a 
solution of KOH, the liquid becomes colored dark 
chestnut with a red tinge, and becomes darker after 
it has cooled off. The derm becomes soft and trans- 
parent, with a chitinized area around the anal ori- 
fice, ornamented with short spines. The antennae 
are rudimentary or atrophied, and are represented 
by small tubercles 56 microns long. The legs also 
are atrophied. The margin of the body is thick, and is 
incised and chitinized at the stigmal areas, where 
there is at least one short, thick spine. There are 
hundreds of small circular glands in the space be- 
tween the margin and the spiracles. The tracheae 


are thick and numerous, The entire dorsal derm is 
ornamented by large, circular glands, 40 microns 
in diameter, witb an excentric pore. The central 
portion of these glands is more transparent and is 
from 28 to 30 microns in diameter. Near the mar- 
gin these glands are united in small groups or ro- 
settes of from 2 to € glands each, and scattered 
among these glands, there are cther vers small, 
circular glands. The anal fissure is 1.150 mm. long 
with the margins contiguous. The anal plates are 
nearly hemispherical in form, with the interior mar- 
gin about 68 microns long. Around tbe lateral 
margin there is a simples row of short, thick 
spines, each one with a tuberculate base. There 
are also many small glands present with their pores 
opening in the margin. 

Hab. Campinas, State of São Paulo. On the bark 
of “capixingui”, Croton floribundus Mart., where 
it was found by the author in May 1912. The 
type is incorporated in the collections of the Museu 
Paulista with the number 20094. 


Eulecanium melzeri n. sp. 


The adult female has the body spherical or 
globose in form, widest posterior of the middle, 
symetrically divided into two parts by a shallow, 
longitudinal, median furrow, that is wider and more 
pronounced at the posterior extremity. The color is 
bright yellow, with the margin and a longitudinal, 
median stripe, dark olive green. The lateral margins 
are thick and recurved, and slightly depressed on 
the anterior extremity. Two more depressions are 
present on the margin on each side. 

Boiled in a solution of KOH, the liquid becomes 
colored brown with a yellow tinge, while the derm 
retains its hard consistency. All of the specimens 
had been attacked by parasites, and not one was 
found with antennae and legs, and it is possible 
that these organs are atrophied. In the derm, near 
the lateral margin, there, are numerous glands, some 
circular, about 77 microns in diameter, and others 


elliptical in form, with a longitudinal diameter of 
about 124 microns. These glands are thick and 
compound, apparently with many orifices in the 
central portion. In the more central portion of the 
derm there are other simple glands, circular or 
oval in form, with a diameter of about 25 microns. 
The anal plates are relatively small, with the inter- 
ior margin concave, and 188 «microns in length. 
The exterior angie is rounded, and the anterior- 
lateral margin is 90 microns long, and the poste- 
rior lateral margin is 140 microns long. The stig- 
mal areas are very deeply incised, but no spines 
were observed in these regions. 

The newly hatched larvae have the body flat 
and elliptical in form, about 0.469 mm. long and 
0.232 mm. wide, and of a light brown color with 
a reddish tinge. The eyes are black. The margin 
of the body is finely crenulated, with the posterior 
extremity ornamented with a pair of spines and a 
pair of very long setae. On the dorsal surface there 
is a double, median, longitudinal row, and another 
submarginal row on each side, of small tubercles. 
The stigmal areas are caracterized hy one stout 
spine each. ‘he antennae lave the usual form and 
are furnished with hairs. 


Hab. Bosque de Saúde, São Paulo, on an in- 
digenous shrub, where it was collected by Mr. Ju- 
lins Melzer, to whom this species is dedicated The 
type is incorporated in the collections of the Museu 
Paulista with the number 19938. 


I place this species provisionally in this genus, 
pending the reception of new and perfect material 
for further study. 


Megalecaniwm n. g. 


As Mesolecanium, but much larger, up to 13 
mm. long, body hemispherical in form, and brightly 
colored. The eggs are placed in a mass of white, 
woolly secretion, below the individual. Type Me- 
galecanium testudinis n. sp. 


sto 


Megalecanium testudinis n. sp. 


The adult female has the body hemispherical 
and irregularly circular in outline, with the dorsal 
surface very shiny. The general color of the dor- 
sum is light green, with dark brown and yellow 
areas, arranged in five longitudinal rows, of which 
one is median and two lateral on each side; the 
brown and yellow areas being arranged alternately 
in these rows. The lateral margins are depressed, 
and also have some dark brown areas. The pos- 
terior margin is incised. The anal fissure is about 
1.200 mm. long with the margins contiguous. The 
ventral surface of the body is pink in color. Be- 
neath the individuals, there is secreted a mass of 
white, woolly wax, in which the eggs, light yellow 
in color, are placed The younger individuals have 
the body flatter. The largest individuals have the 
body 13 mm. long, 11.500 mm. wide, and 6.600 
mm, high. 

Boiled in a solution of KOH, the liquid he- 
comes colored dark orange, and the derm becomes 
translucent, but retains its rigidity and consistency. 
The antennae are long and slender, from 0.653 mm. 
to 0.670 mm. long, composed of 8 joints, which 
have th? following lengths: (1), 93; (2), 81-93; 
(9), 1085 4 49,:1085 (5) 03-1006 (6-) “025000 
46-53 ; (8), 53-62. The approximate formula is: 
(8, 4) (1; 2% Sp Ot TS ar es ee 
(6, 8) 7. The legs also are slender and weak, 
the following being the lengths of the joints of the 
first pair: coxa, 139; femur and trochanter, 325; 
tibia, 232; tarsus, 162; claw, 31. The tarsal digi- 
tules are long and slender, with the extremity but 
slightly dilated, and are 19 microns in length ; while 
those of the claw are wider with the extremities 
more dilated, and are 38 microns long. The later- 
al margin is but slightly incised at the stigmal 
areas, which are caracterizised by three thick 
spines, two of which are straight and 31 microns in 
length, while the cther js curved, and is 62 microns 
in length. Around the margin of the body there 


Se 


is a simple row of hairs which are from 56 to 62 
microns long, and have the distal extremity dilated 
and with one or two slits; those with but one 
slit being the most numerous. The distance be- 
tween the hairs is from 187 to 219 microns. The 
anal plates are relatively small, and dark brown in 
color, and have the interior margin 0,279 min. 
long. The entire dorsal surface is full of large 
elands, oval, round, or sub-circular in form, and 
of various sizes; the largest being 11? microns in 
diameter. P 

The eggs are elliptical in form, with a longi- 
tudinal diameter of from 0.356 mm. to 0.418 mm. 
and a transverse diameter of from 0.100 mm. to 
0.116 mm., and are light yellow in color. The eggs 
are very abundant, as each female, at one time, lays 
many thousands of them. 

The newly hatched larvae are small, with the 
body flat and cval in form, 0.512 mm. Jong and 
0.287 mm. wide, yellowish brown in color, with 
the eyes small and black. The margin of the body 
is crenulated, and is furnished with a simple row 
of 34 hairs, of which the two median ones, on the 
vosterior extremity, are the longest. The stigmal 
areas are caracterizised by one thick, obtuse spine, 
about 31 microns in length. At the pcstericr ex- 
tremity there is also one pair of terminal setae, 
about 0.275 mm. in length. The antennae appa- 
rently have six joints, and are about 0.129 mm. in 
length. All of the joints have hairs, and the last 
joint has several lateral and terminai hairs, one of 
these last being 94 microns ‘ong. 

Hab. Cantareira, near “São Paulo. On the 
bark of cambará preto and cambará branco, where it 
was collected by Mr. Ernest Schwebel in September 
of 1919. The type is incorporated in the col- 
lections of the Museu Paulista with the number 
20095. 


São Paulo, March .25 th, 1920. 


did 
i) 


Holl 11 A the " leia li neil 
si ile ' ‘nye ik avi i prea jose ap: 
ey 4 4 hi te TION q 

sn sia 


“od ii À ati if rm KI E wf A " 
Le re dl i E ath (á à ; 

j o hy a VE n a. 
É ae t na, til ah re 


vi. ALS, 
a, PAS UE pro 
En … ela iN id Ue Hs. 
ADA (RO a 
Ni 


1 “ue: Ra 


iva EM a 4 uw” 
AT A 2 


« 


Ir 


ny 
à 








AS pragas importantes do milho no 








Estado de São Paulo 





— POR — 


ADOLPHO HEMPEL 


Entomologo do Instituto Agronomico de Campinas, em commissäo no Museu Paulista 


CICS 





As pragas importantes do milho no Estado de, Paul 


PRAGAS VEGETAES 


O carvÃo DO MILHO. Irequentemente encon- 
tra-se em uma plantação de milho uma espiga com 
os grãos deformados, enormemente augmentados em 
volume, de côr pardo-escura ou preta. O pendão 
tambem pode apresentar phenomenos identicos, sen- 
do especialmente visivel a côr preta das flores. Es- 
tes phenomenos são produzidos por uma especie de 
fungo, o Ustilago zeae ( Beckm.) Ung., que, em 
annos favoraveis, tambem vegeta no talo e nos te- 
cidos das folhas, porém menos visivel do que nas 
espigas e nos pendões. 

Este fungo ataca a planta nova, entrando nos 
tecidos por uma fenda qualquer, causada pelo vento 
ou por insectos, e desenvolve-se grandemente nas 
plantações que recebem grande quantidade de ester- 
co animal; pois é propagado por esporos micros- 
copicos, de côr escura, que conservam a sua vita- 
lidade por alguns mezes, e são estes esporos, pre- 
sentes no esterco, que transmittem a molestia às 
plantas novas. 

O tratamento é preventivo, sendo util extirpar 
e iucinerar as plantas atacadas antes que os esporos 
possam ser espalhados. A pratica de afolhamento 
é tambem vantajosa para evitar os prejuizos que 
este fungo possa causar. E, sebretudo, nunca de- 
vem os animaes e o gado ser alimentados com mi- 
lho infeccionado, porque os esporos serão dissemi- 
nados no esterco, e constituirão focos de infecção 
para as novas piantações. 

A Ferrugem DO MiLHo. E’ esta uma moles- 
tia causada por u:n fungo, conhecido pelo nome de 


C9 


82 — 


Puccinia sorght Schw., que produz manchas oblon- 
gas ou irregulares nas folhas do milho, causando a 
morte prematura destas, e impedindo o desenvolvi- 
mento completo da planta. As manchas desenvol- 
vem-se rapidamente apparecendo nellas os pequenos 
esporos, em forma de um pô amarello, que servem 
para propagar o fungo. Como esta molestia ainda 
não se manifestou intensivamente, pouco tem sido o 
esforço feito para combatel-a. 

Nas regiões onde esta molestia é commum, 
será de bom aviso plantar sómente semente prove- 
niente de plantas sans, e se esta pratica for adopta- 
da, produzirá o seu efeito duplamente vantajoso ; 
pois será constituida uma variedade de milho isenta 
ou resistente a este fungo, e será sempre plantada 
semente san e bem desenvolvida. Além das provi- 
dencias acima indicadas, devem ser dispensados 4 
plantação' de milho os cuidados culturaes essenciaes 
para que as plantas se desenvolvam regularmente e 
com rapidez, sendo indispensavel que a plantação 
seja feita em épocha propria. 


PRAGAS ANIMAES 


Entre as pragas animaes lia algumas que annual- 
mente causam grandes prejuizos pelos estragos que 
fazem, ou nas plantas ou nos proprios grãos já co- 
lhidos. Só raras vezes podem ser empregados meios 
curativos contra estes inimigos, porém a pratica de 
cultura limpa e os cuidados culturaes ministrados 
ás plantações, restringem ao minimo os estragos 
ou os evitam por completo. : 


LEPIDOPTEROS 


Ha tres especies de lepidopteros, todas da fa- 
milia Noctuidæ, que atacam a planta de milho. Um, 
o Heliothis armiger Hibn., tambem “ataca as ma- 
cans de algodão, inas dá preferencia ao milho, e 
alimenta-se das folhas novas e tenras do coração da 
planta, e tambem das espigas; pois entra nestas 
pela ponta e vive no seu interior, devorando os 
grãos novos. 


— 385 — 


O emprego de veneno contra estas lagartas da 
pouco resultado, pois, vivem protegidas pelas folhas 
das plantas que infestam. KE’ possivel, porém, evi- 
tar uma grande parte dos seus estragos, fazendo a 
plantação “do milho o mais cedo possivel, porque a 
experiencia tem ensinado que as plantações tardias 
são as mais atacadas. Cortar os talos e arar a 
terra logo depois de ser colhido o milhc, tambem 
trará grandes vantagens, porque assim serão des- 
truidas as crysalidas que, por ventura, existam na 
plantação. 

Ha uma outra especie de Noctuidlee, ainda não 
identificada, que ataca o taio do milho, furando-o 
perto do chão, guando as plantas ainda estão pe- 
quenas. O prejuizo causado é grande, mas não ha 
tratamento curativo a fazer. Os cuidados preventivos 
a observar consistem em plantar o milho o mais 
cedo possivel, e em evitar de fazer plautações deste 
cereal em terrenos de pastos velhos. 

A terceira espacie desta familia que ataca o 
milho é a Remigia repanda Fab., conhecida como 
a «lagarta do milharal », que tambem ataca a canna 
de assucar e outras gramineas. 


A lagarta tem cêrca de 40 mm. de compri- 
mento, sendo o corpo delgado e cylindrico, e or- 
nado com diversas estrias lonyitudinaes, umas lar- 
gas e outras mais estreitas, de côr pardo-escura e 
preta; as quaes se extendem tambem sobre a 
cabeça. 

Depois de alcançar o seu desenvolvimento total, 
a lagarta forma um casulo delgado entre as folhas 
de capim ou de outras plantas, logo transformando- 
se em chrysalida, que tem cérca de 16 mm., de 
comprimento, sendo ella de côr pardo-clara, mais 
escura no lado dorsal. 


A borboleta vôa rapiaamente, tem a côr de fu- 
maça, e quando em repouso, tem ella a fórma trian- 
gular, sendo o segundo par de azas coberto com- 
pletamente pelo primeiro par. 

Esta lagarta é muito voraz, e sendo por ella 
invadida uma plantação de milho, convem applicar 


— 384 — 


äs plantas que lhe servem de alimento um insecti- 
cida composto de 100 gr. de Verde de Paris mis- 
turadas com £00 litros de agua, ao qual pode-se 
ajuatar 1 kilo de sabão, 2 kilos de assucar ou 5 
litros de melaço, para facilitar a sua adhesão ds 
folhas das plantas, devendo o insectecida ser appli- 
cado com um pulverizador. | 

Se a plantaçäo tem pouco valor e pôde ser 
sacrificada com pouco prejuizo, e especialmente de- 
pois que as lagartas transformaram-se em chrysa- 
lidas, convem roçar e incineral-a juntamente com 
as lagartas e chrysalidas, para impedir a propagação 
das futuras gerações da praga. 

Convém ainda limitar o ataque das lagartas a 
uma só plantação, o que póde ser conseguido abrindo 
sulcos a arado em volta da cultura atacada, cuidan- 
do-se que o lado perpendicular do sulco fique na 
parte opposta à plantação, de modo a se offerecer 
mais difficuldades às lagartas que, ra sua marcha, 
tentam passar o sulco. Dous ou tres sulcos podem 
ser feitos parallelamente, havendo entre elles um 
pequeno espaço. Covas abertas no fundo do sulco, 
com distancia de 5 metros uma da vutra, servem 
para prender as lagartas, onde podem ser facilmente 
mortas. Uma camada de cal em pó ao redor de 
uma plantação, tambem serve para protegel-a da 
invasão das lagartas, ou para cercar estas, uma vez 
que já invadiram a plantação. 

As lagartas dentro de um milharal avançam 
rapidamente, e para impedir que invadam toda a 
plantação, convem cortar 2 ou 3 carreiras de milho 
em frente à direcção da linha de marcha e abrir 
um sulco nesta nesga de terra. 


Existe uma pequena borboleta, côr de creme, 
membro da familia Crainbidæ conhecida pelo nome 
Diatraea saccharalis Fab., cuja larva ataca a canna 
de assucar, broqueando-a e causando grandes pre- 
juizos. Esta mesma especie tambem ataca os talos 
de milho, sendo de conveniencia incinerar todas as 
plantas atacadas para impedir a propagação deste 
insecto. Para evitar os prejuizos que elle pode 





REMIGIA REPANDA FAB. 


a. ADULTO, aspecto dorsal d. CHRYSALIDA, aspecto dorsal 
b. LAGARTA, aspecto lateral e. CHRYSALIDA, aspecto lateral 
c. LAGARTA, aspecto dorsal f. CASULOS 





— 385 — 


causar, deve-se evitar de fazer uma plantação de 
milho perto de uma plantação de canna infestada. 

A Gelechia cerealella Oliv.. pertencente à fa- 
milia Gelechidow é@ uma pequena traça que preju- 
dica enormemente o milho, dentro do paiol. 

O meio pratico de evitar os prejuizos deste 
lepidoptero, consiste nas desinfecções dos grãos pelo 
sulfureto de carbono ou pelo calor, como aconse- 
lhado para os carunchos, e de plantar as variedades 
de milho com gräos duros, que são mais resistentes 
aos ataques deste genero de insectos. 


HYMENOPTEROS 


Entre todos os insectos que mais damno causam 
à lavoura, é a formiga sauva o mais terrivel, pelo 
seu modo de viver, a sua intelligencia, e pelos 
estragos que produz. 

Este insecto, conhecido dos cientistas pelo 
nome de Atta sexdens L., deve ser perseguido até 
o seu exterminio total: pois já temos bons formi- 
cidas para este fln. Convem fazer a matança dos 
formigueiros antes do mez de Outubro de cada 
anno, para impedir a sahida e disseminação das 
iças, e o subsequente estabelecimento de novas co- 
lonias deste insecto nocivo. 

A sauva não sômente prejudica o milho na 
plantação, cortando as plantas, mas causa damno 
quando os grãos estam colhidos e dentro de paicl, 
pois tira-os do proprio paiol e os carrega para a 
sua habitação subterranea. 


COLEOPTEROS 


Ha duas especies de carunchos, a Calandra 
oryzae L. e a Calandra granaria L., que são muito 
nocivos, causando annualmente enormes prejuizos 
pelos estragos que fazem nos grãos de milho. Elles 
ja infestam o milho antes de ser elle colhido, e de- 
pois no paiol, continuam a sua obra de destruição. 

As variedades de milho com grãos duros re- 
sistem aos ataques dos carunchos, e o prejuiso cau- 
sado nestas é muito menos do que nas variedades 


— 386 — 


com os grãos mais molles ;:e nas localidades onde 
os prejuizos causados pelos carunchos são avultados 
ha conveniencia em explorar variedades de milho 
com grãos mais duros e resistentes. 

A desinfecção dos grãos pode ser feita uma 
vez que estes estejam bem seccos. Elles devem ser 
collccados em um quarto ou caixão hermeticamante 
fechados, e sujeitos ao gaz de sulfureto de carbono, 
sendo empregadas 500 a 700 grs. de sulfureto por 
5 metros cubicus de espaço. Este processo mata 
todos os carunchos e outros insectos existentes nos 
grãos, e não dá nenhum gosto extranho aos cereaes 
tratados. 

O calor secco é um bom desinfectante e pode 
ser empregado para desinfectar o milho, sendo os 
grãos a tratar collocados em uma estufa e aqueci- 
dos a uma temperatura de 63 a 60 graus cent., 
ficando todos os insectos e os seus ovos mortos e 
os grãos perfeitamente conservados, sem serem pre- 
judicadas. 


RECOMMENDAÇÕES GERAES 


Os cuidados culturaes feitos em tempo, a cul- 
tura limpa e a pratica de afolhamento, concorrerão 
muito para evitar a propagação excessiva das pra- 
gas e molestias,e o prejuizo que elles possam pro- 
duzir. 

Os passaros são cs amigos fieis do lavrador, e 
os massacres das aves têm determinado o desenvol- 
vimento extraordinario dos insectos nocivos, nestes 
ultimos annos. Nenhum lavrador deve consentir 
na matança das aves sylvestres na sua propriedade 
ou nas estradas, pois é sabido que mesmo as aves 
que gostam de comer fructos, alimentam os seus 
filhotes com insectos, diminuindo sensivelmente O 
seu numero. 

O verde de Paris a empregar deve ser desti- 
nado especialmente para insecticida, com 50 por 
cento a 50 por cento de arsenico, pois ha no mer- 
cado diversas marcas de verde de Paris para tinta, 
as quaes não têm nenhum valor insecticida. 


— 387 — 


Os insectos nocivos, além dos prejuizos dire- 
ctos que causam com os seus estragos, tambem le- 
vam as molestias cryptogamicas de planta em planta, 
e pelas feridas que causam nas plantas, promovem 
um meio facil e efficaz para a entrada das moles- 
tias nas plantas por elles atacadas ou frequentadas. 
O melhor meio prophylactico que o lavrador pode 
empregar contra os insectos nocivos, consiste em 
proteger os passaros. 





Notas sohre os costumes 





SÉ PRO — 


Major Dr. Antonio Pyreneus de Souza 


Engenheiro Militar 








RNA ND RO AR LM 


sá ~ 


+) 





NOTAS SOBRE OS COSTUMES DOS INDIOS NIAMBIQUARAS 


( Tomadas pelo 1.0 tenente Pyreneus de Souza, em 191, quando em serviço da Commissão 
Rondon e acompanhadas de dois breves vocabularios ) 





As presentes notas foram registadas sobre a 
perna e aos bocados, aqui e alli, conforme a oppor- 
tunidade, durante a minha permanencia em Campos 
Novos, na Serra do Norte, onde estive, de setembro 
de 1911 a fevereiro de 1912, crganizando a fazenda 
de Campos Novos e dirigindo o serviço de trans- 
porte do material da Commissäo de Linhas Telegra- 
phicas Estrategicas de Matto Grosso ao Amazonas, do 
Juruena a Vilhena. Publicando-as, agora, conservei 
o primitivo desalinho geral, como foram tomadas, 
sem influencia de leitura de trabalhos publicados so- 
bre os Nhambiquäras, por me parecer que dar-lhes 
arranjo mais methodico seria prejudicar a impres- 
são de naturalidade selvatica — que é seu unico valor. 

A grande e valente nação Nhambiquira tem 
por habitat extensa zona das serras dos Perecis e 
do Norte e está muito subdividida em grupos ini- 
migos entre si. Desses grupos conheci em Campos 
Novos, os seguintes: Anonzé, Cocozú, Uainedezé, 
Xaody e Taydpa. 

O indio Nhambiquára, tem a estatura mediana, 
o peito largo, o ventre crescido, os dentes grandes 
e em geral estragados, orelhas curtas e pés peque- 
nos. Seus cabellos são muitos negros, luzidios, abun- 
dantes, grossos e lisos, aparados na testa e no hombro 
e cahindo sobre as orelhas de modo a resguarda-las 
da chuva. Raramente tem barba e, quando a tem, 
é pouca e no queixo. 

São os Nhambiquäras, principalmente as mu- 
lheres, alegres, de physionomia franca, intelligentes, 
muito curiosos, hospitaleiros e extremamente amo- 
rosos dos filhos. 


Fan 


Os homens furam o nariz e o labio superior, 
onde collocam um enfeite ou um pedaço de pão; 
furam tambem as orelhas, nas quaes collocam brincos. 
Este enfeite consiste numa taquarinha — de 8 a 18 
centimetros de comprimento — tendo engastado em 
uma das pontas um penacho de pennas de periquito 
ou uma grande penna de arara. 

Usam como enfeite, homens e mulheres, collar 
de côcos, de conchas e de dentes de animaes. Apertam 
fortemente, os braços e as pernas com ligas de fibras 
de tucum ou de algodão, ordinariamente tecidas pelas 
mulheres. Os homens trazem à cintura uma em- 
bira cujas pontas são compridas e cahem para 3 
frente, cobrindo quando novas, as partes pudentas. 
As mulheres trazem, no mesmo logar, um colar de 
contas de côco, passado em muitas voltas. Os ho- 
mens, às vezes usam bonitos diademas de pennas 
vistosas ou de pelles de onça e raposa. 

- Não usam nenhuma outra vestimenta tanto os 
homens como as mulheres. 

Dormem no chão e de preferencia, na areia, à 
beira de pequeno foguinho, acceso toda a noite, tendo 
por travesseiro, uma cabaça ou alguma perna do 
vizinho ou vizinha mais proximo. 


Ha sempre, na aldeia, um velho, que passa a 
noite acordado, à beira do fogo, contando a historia 
da tribu e suas lendas aos indios mcços, um de cada 
vez. Estas prelecções são feitas em voz baixa, para 
näc perturbar o somno dos outros indios e ouvidas 
sômente pelo indio que está de quarto. . . Este 
educando presta a maxima attenção e vai afirmando 
com a cabeça e com um bum! hum! que está en- 
tendendo ; depois vai dormir e dá logar a outro. E 
a lenga-lenga do pobre velho continua até de manhã 
com o patriotico interesse de não deixar desappa- 
recer as tradições de sua tribu. Emquanto fala, o 
velho come e fuma com o discipulo e atiça o fo- 
guinho .... 

Quando eu pernoitava com os indios, tambem 
eu dormia no chão, ouvindo historias e registrando 
estas notas e as palavras cujo signiflcativo entendia. 


— 393 — 


Alimentam-se, ordinariamente, de mel, fructas 
silvestres, milho assado e beiju feito de mandioca 
ralada; peixe e carne de qualquer animal, bem as- 
sada e, às vezes, socada ( até cobras, insectos, larvas 
e cord extrabido do tronco de palmeira pôdre ). 

Este pitèu — cord — é muito apreciado e pro- 
curado com grande avidez e por elle desprezam 
qualquer outro. Tendo levado ao met acampamento, 
para medicar-se, um menino annonzé, no fim de 
oito dias, elle fugiu, por não haver eu permittido 
que comesse um coró trazido por seu pai. 

Nos dias de fome, que não são poucos. devido 
à sua imprevidencia, comem terra de formigueiro 
e terra torrada ( do local onde fizeram fogo ). 

E, nas horas de lazer, quando as mães catam 
os filhos, comem os piolhos e lendeas, habilmente 
caçadas ma, cabeça... 1 

Aos homens cabem as caçadas e a extracção 
do mel. Em procura da caça e mel andam muito, 
pernoitando, muitas vezes, fora da aldeia. Geral- 
mente a mulher acompanha ao homem. 


Nestas excursões a mulher leva tudo que possue 
a família e mais os filhos menores, que, pela idade, 
ainda não podem caminhar. E’ a mulher quem pre- 
para o rancho provisorio da palha que mais houver 
no local escolhido. Estes ranchos são baixinhos e 
circulares, ficando a metade de cada um aberta. Os 
caibros são fincados no chão e as pontas superiores 
reunem-se em um ponto, dispensando assim o esteio. 
São cobertos de folhas de bacaba, burity, assahy, 
guariroba do campo ou qualquer folhagem, quando 
faltam aquellas palmeiras. Preferem quasi sempre 
as cabeceiras, não fazendo questão de agua cor- 
rente. Fazem pequenas cacimbas donde tiram agua 
com cuia para beber e tomar banho. 

Estes acampamentos provisurios são formados 
de tantos ranchos quantas são as familias, que con- 
stituem o grupo. 

Cada familia faz o seu rancho e ahi tem toda 
sua rica mobilia e toda sua fortuna !... Consistem 
estas no indispensavel samburá com alça, que a 


ae pe = 


mulher carrega, passando a alca na testa. Neste 
samburá acondiciona o machado (outr'ora de pedra), 
a cabaça de fumo, a d'agua, a do mel, a de contas 
de enfiar, pãos de tirar fogo, resina, panella de barro, 
pilão e mão de pilão. E ainda o beijú de mandioca, 
espigas de milho, as fructas que fôr encontrando e 
toda a caça que o homem matar em visgem. Com 
asta pesada carga e mais o filhinho de peito (quando 
o tem) a tiracollo, a pobre mulher anda o dia in- 
teiro, muitas vezes, pelo matto ou pelo emmaranhado 
charravascal; corre e trepa, com admiravel agili- 
dade, em qualquer arvore. 

O homem, apenas conduz o arco com suas fle- 
chas e alguns — os mais gentis — ajudam a carregar 
os filhos pequeninos, que, pela sua pouca idade, 
ainda não os pódem acompanhar em suas longas mar- 
chas, quasi sempre feitas ao trote, porque o indio 
nhambiquára não tem paciencia de andar de vagar 
nem procurar caminho. Quer logo chegar onde 
está a caça, O mel, as fructas:. . 


Com a acquisição de nossos machados de aço 
elles derrubam qualquer pão para tirar mel. Já 
desprezam o machado de pedra que usavam antes 
Jo convivio com a Commissão e hoje fazem troça 
delle... Acham-no ridiculo e imprestavel... 

São habilissimos para descobrir a porta de uma 
abelha; acompanham, de muito longe, as pequeninas 
abelhas atè que ellas, incautas, denunciem suas casas. 
Costumam, em vez de derrubar a arvore que tem 
o mel, fazcr um girau, para subir até alcançar a 
porta da colmeia e abrir um tampo na arvore, Jus- 
tamente, onde se acham os preciosos favos. Outras 
vezes sóbem por um cipó e abrem a colmeia, ma- 
nejando o machado com uma das mãos ( direita ou 
esquerda, pois trabalham habilmente com qualquer 
mão ) emquanto com a outra abraçam-se à arvore, 
para não cahir. 

São processos estes expeditos e muito simples, 
mas que exigem grande gymnastica e muito des- 
prezo pelas doridas mordidelas das abelhas, que, 
bravamente, defendem suas casas ! 


— 395 — 


Aproveitam tudo: mel, larvas, samóra e cêra. 
Não comem geralmente o mel puro; misturam-no 
com agua ou com pôlpa de côco de burity. 

O nhambiquára é tambem pescador ; pesca com 
flechas de tres pontas, desprovidas de pennas. Fica, 
de tocaia, na barranca do rio com o arco armado. 
Quando o peixe passa, lança certeira seita e cai 
nagua para o pegar. Usa tambem cevar o peixe 
com milho ou fructas e flechál-o, quando elle vem 
comer a ceva. ( peixe traspassado pela flecha não 
vai ao fundo; vem à tona d'agua. 

Por mais de uma vez pesquei com os Anonzés 
nos rios Nhambiquára e Doze de Outubro — à bomba 
de dynamite — de que têm muito mêdo. Quando 
eu atirava a dynanite n'agua elles corriam para 
longe, só se approximando depois da explosão Ao 
rebentar a bomba davam gritos de alegria e cahiam 
n’agua — homens, mulheres e meninos — para apa- 
nhar o peixe no fundo. Não perdiam nenhum, nem 
ainda os menores. Nadam e mergulham muito. Não 
têm médo de mergulhar nos poços mais fundos, 
enraizados e de aguas escuras. Pesquei tambem 
com anzões e os ensinei a preparal-os, iscálos e 
puxar o peixe, mas elles apreciam menos o anzol 
do que a dynamite. 


O peixe é moqueado com tripas e escamas. Não 
soffre nenhum preparo prévio e nada se perde... 

E' o peixe a comida predilecta dos nhambi- 
quäras ; preferem-no a qualquer carne, como tive 
occasião de verificar. 

Matam o passarinho com flecha especial de ma- 
deira tendo a ponta redonda e algumas vezes co- 
berta de palha de milho, para não estragar a victima. 

Morto o passarinho depenam-no e o enterram no 
cinzeiro quente com tripa, bico e unhas. 

E assim o comem, depois de moqueado. 

Gostam muito de um coró branco, grande, en- 
contradiço no tronco do burity pôdre. Gomem-no 
vivo, sem assá-lo. 

Não deixam escapar uma lagartixa ou um la- 
garto. Perseguem-nos, tanto no campo como no 





— 396 — 


matto ou charravascal, e, quando os bichos entram 
no buraco, os indios cavam o chão até tirá-los, tão 
apreciadas são essas caças. Do mesmo modo pegam 
ratos para comer assados, com tripas. Assam a ca- 
ça, enterrando-a no borralho e, quando a caça é 
muito grande — uma anta ou um porco e mesmo 
um burro da Commissäo — preparam um buraco e 
ahi fazem fogo, para enterrar a caça com couro e 
tripas... 


Não cozinham a carne, preferem-na assada e 
depois socada no pilão. Cozinham em panella de 
barro o coco da bacaba. O côco de burity elles o 
põem dentro d'agua, um ou dois dias, atè amollecer 
a pôlpa, que comem com mel ou só. Tiram a polpa 
deste côco com os dentes e depois de amassá-la na 
mão, fazendo assim um bolo, comem-no ou offere- 
cem-no, por amabilidade ao hospede, que querem 
agradar... E para ser amavel, tem-se que comer... 

Tem sempre no rancho uma grande provisão 
de beijuú de mandioca e milho. Não comem a man- 
dioca assada nem cosida e sim ralada, em ralo de 
madeira, feita polvilho. 


Plantam na roça mandicca, milho (um milho 


, 


de grão roxo e molle); cará, batata doce ( diffe- 
rente da nossa: é amarella e pouco cresce); fava 
branca e rôxa, muito grande. Plantam tambem 
algodão, de que as mulberes fazem fio e meadas, 
iguaes as que se fazem no sertão de Goyaz, Minas 
e Matto-Grosso. Com este fio tecem ligas para 
apertar os braços e pernas as cintas largas (sore- 
guzé) que as mulheres usam a tiracollo, para nellas 
conduzirem os filhos de peito, cordas de arcos, de 
enfiar contas, etc. 


Cultivam tambem a mamoneira, mas não sei 
que uso fazem do seu fructo. Para andar à noite, 
quando precisam de luz, fazem facho ou então 
accendem um pedaço de resina. 


Junto das roças estão suas aldeias (xycés dos 
Anonzês e æycus dos Cocozüs), a que se recolhem 
depois das grandes caçadas e na época das chuvas. 


ee cy ae 


Nunca a aldeia fica sem um homem de guurda, 
geralmente, um velho. A aldeia se compõe de um 
ou mais ranchos, grandes, bem cobertos de palha. 
Não tem divisões no interior; a vida é em commum. 

Quando um indio quer sanir a passeio, para 
caçar, pescar, extrahir mel e colher fructas, etc., 
diz o resto da aldeia o que vai fazer e quanto tem- 
po demorará. A mesma coisa fazem quando säem 
em grupos. 

Quando os indivs de uma aldeia vão visitar os 
de outra, ao chegar entregam as armas e contam, 
caminhando de um para outro lado, tudo que elles 
têm feito nas caçadas, pescarias, as abelhas que ti- 
raram e si encontraram com outros indios ou ci- 
vilizados. 

Depois deste longo discurso, sentam-se e vão 
comer em commum, falando sempre e fumando mui- 
tos cigarros seguidos. 

As mulheres tem grande amor aos filhos, que 
só depois de homem casam-se e só então se separam. 
As filhas casam-se muito cedo. 


Não vi nem um homem casado com duas mu- 
lheres. São monogamos, parece-me. 

Conheci mais de uma viuva que, no arranchamen- 
to provisoria, vivia sO com seus filhos. 

São muito hospitaleiros: quando eu chegava 
aos seus ranchos offereciam-me mel com agua e 
tudo o mais que tinham. Muitas vezes porém, en- 
contrei-os em completa miseria, famintos. Pobres 
velhas, já sem dentes, chupando torrão de barro 
torrado, como se fora doces bonbons!... 

O bomem nhambiquára é mais forte porque ali- 
menta-se mais de mel e fructas que encontra em 
suas caçadas; a mulher fica na aldeia com os filhos, 
esperando o marido, que,muitas vezes, não traz nala 
e ainda come as pouc»s fructas colhidas pela mu- 
lher. .. Comem a qualquer hora, do dia ou da noite. 

Gostam muito de cachorros que tratam com 
muita estima ; assim como as gallinhas que recebem 
de presente, mas, para ellas não fugir, arrancam- 
lhes as pennas, como fazem aos papagaios, araras e 


—- 398 — 


jacutingas. Criam soins e macacos, que comem e dor- 
mem com elles; nas refeições esses animaesinhos 
roubam beijus e espigas de milho e sobem para o 
tecto da wycé a comer e a brincar com os indios, 
que acham nisso muita graça. Quando algum dos 
macacos os encomoda muito, elles amaram as duas 
mãozinhas do pobre animal nas costas e assim ficam 
quietos. Outras vezes surram os bichinhos que fo- 
gem para cima das wycés a chorar e depois descem 
a agradar os indios. Sobem-lhes na cabeça e pôem- 
se a catá-los... 

Julgam espalhar a chuva, subindo em um cum- 
pim ou toco e soprando para o lado em que as 
nuvens estão mais carregadas. © homem, si está 
famando, tira a fumaça, que espalha, soprando, ou 
com a mão E assim acreditam impedir a chuva 
de cahir ! 


INDIOS ANONZES — Os Anonzés, tribu Nham- 
biquára, chegam à fazenda de Campos Novos pelo 
Norte. São chamados Anonzi pelos Cocozis. Têm 
todo o caractertstico do seu povo, referido paginas 
ecima. são inimigos dos Cocoziús e dos Uamedezês. 

Os Anonzés moram muito distantes de Campos 
Novos, que procuram mais na época das fructas, 
isto é na secca. No inverno recolhem-se às aldeias 
{ xycés ), onde têm suas roças. No tempo das fruc- 
tas elles se approximam, fazendo arranchamentos 
provisorios nas cabeceiras, e ahi passam seis ou oito 
dias, tirando mel, nas proximidades, e todas as fruc- 
tas que encontram : burity, guariroba, ananaz, ba- 
caba, assahy, gravatä, caju, mangaba e outras. 

Acabadas as fructas e arrecadado o mel numa 
cabeceira, mudam-se para outra. 

Vi nas æycés diversos indios e indias, para se 
curarem de febres, tomar quina branca, do matto. 
Tiram a casca da quina, cosinham-na e vão beben- 
do. emquanto dura o accesso da febre. Não têm 
nenhum resguardo.: continuam deitados no chão, 
comem o que encontram e, quando o accesso esta 
muito forte, tomam banho frio. 


248902 


Sempre que eu ia à xycé, si tinham doentes, 
immediatamente, pediam-me remedio. Tomam com 
a maicr facilidade, estando doentes, qualquer medi- 
camento, mesmo amargoso. 

Encontrei em uma æycê de caça um menino 
doentinho ; era um verdadeiro esqueleto. Pedi ao 
pai para levar a criança, afim de tratá-la na fa- 
zenda. O pai, que era muito meu amigo, prompta- 
mente accedeu, mas a mãe poz-se a chorar e, quan- 
do tomei o menino na minha garupa, para partir, 
todas as mulheres começaram a chorar e soltar gri- 
tos lastimosos. . . 

Fiste menino ficou na fazenda oito dias, sendo 
medicado pelo Dr. Espiridiäo Gabinio, nosso medico, 
no fim dos quaes, estando curado e um pouco mais 
forte, fugiu, sósinho, a para æycê, a tres leguas de 
distancia, por haver eu prohibido que elle comesse 
um bolo de polpa de burity azedo e um coró de 
pão podre, que lhe trouxera o pai. Na primeira 
noite que esta criança passou na fazenda chorou 
muito, não obstante não ter febre e estar em bôa 
cama. Saudades da æycê / 


De outra vez encontrei, na mesma æycé, um 
indio moço, muito meu amigo, Lyra, com o braço 
enterrado na areia, para cural-o de um profundo 
corte. que nelle fizera com um machado. Levei-o 
tambem, para a fazenda, onde ficou até cicatrizar, 
de todo a ferida. 

Diversos anonzis sentindc-se doentes nas æycês 
ou nas caçadas, vinham para a fazenda pedir reme- 
dio e dirigiam se immediata vente ao Dr. Espiridião. 
Tinham muita confiança em nossos medicamentos e 
um verdadeiro respeito pela pharmacia, na qual ad- 
miravain tudo, sem tocar em nada! G stavam 
muito de ver o Dr. Espiridião fazer o curativo de 
uma ferida ou dar injecções 

Só doente o anonzé toma leite, estando bom, 
tem nojo; diz que é leite de docê ( mulher ) e que 
elle não é criança de peito.... 

O indio anonzé vai ser um bom vaqueiro na 
fazenda nacional de Campos Novos. Gosta muito 


— 400 — 


de montar e é firme a cavallo. E" admiravel rastejador 
e de muito tino para cortar um rumo, quer no campo, 
quer na matta ou charravascal. 

O Anonzê, inimigo, como já se disse, do Co- 
cozù e do Uwuinedezê, conhece a lingua destes dois 
inimigos, que receia e evita encontrar. 

Por mais de uma vez consegui reunir em Campos 
Novos indios destes grupos adversarios. À principio 
o Anonzé mandava-me fazer fugo no Cocoziy que, 
dizia, me flexava e tambem a elle. Eu respondia 
que não, e procurava fazer os de um bando con- 
versar com os dos outros. Eram sempre discursos 
longos, acompanhados de riscos no chão, onde cada 
um, por sua vez, traçava linhas parallelas, ora, in- 
dicando caminhos, ora rios, como que mostrando 
seus dominios e divisas. Nunca falavam dois ao 
mesmo tempo: emquanto falava um, o outro escu- 
tava, fumando sempre, e prestando muita attenção, 
para depois, tomar a palavra. Faziam muitos gestos 
e mostravam rumos com os braços. Talvez, historias 
de guerras vassadas ! 


Presenciei bonita e interessante scena de re- 
conciliação numa aldeia de Anonzés, cerca de tres 
legoas ao Norte da fazenda Campos Novos. 

Estando commigo, na fazenda, tres Anonsés, 
chegaram, tambem em visita, duis Cocozis, levan- 
do-me presentes de beiju, polvilho e milho. Acceitei 
o polvilho e mandei que dêssem o beijú e milho 
aos Anonzés. Dois destes não estavam satisfeitos, 
não acceitaram os presentes e me pediam que fizesse 
fogo nos Cocosis, que, repetiam, flexavam a elles 
e a mim; mas o outro, um velhinho alegre e bo- 
nachão, acceitou o milho, offereceu cigarro e come- 
çou a conversar muito animado. Aproveitando as 
pazes do velho como Cocos, convidei-os para irmos 
à aldeia dos Anonzés. Levei commigo dois vaqueiros 
armados de Winchester (por precanção ) e muitos 
presentes. 

Em viagem encontrei muitos indios e indias 
Anonzís que iam à fazenda, mas encontrando-me e 
vendo em minha companhia os dois Cocozis volta- 


— 401 — 


ram todos para a aycê, ligeiros, quasi a correr, 
falando muito. As mulheres e alguns indios, man- 
davam que eu atirasse nos Cocozis, que eram mãos. 


Eu lhes dizia que eram meus amigos e delles, 
e para o provar abraçava os dois Cocozus, que não 
se separavam de mim. 

Vencemos tres leguas em pouco mais de duas 
horas e ao chegarmos à aldeia, estavam todas as 
mulheres reunidas e muito agitadas, falando copio- 
samente 


Chamavam-me pelo nome para que eu me ap- 
proximasse e mandavam que os Cocuziss* voltassem 
mostrando-lhes o rumo da aldeia delles. Os Cocozis, 
juntos de mim, não diziam palavra! Estavam com 
mêdo e agarravam-se a mim cada vez mais. Tambem 
tive mêdo. .. Distribui missangas às mulheres, as 
quaes me offereceram mel com agua que eu bebi 
com os dois Cocoziús para mostrar que eramos todos 
amigos. 


Dirigiram-se então, para o pateo central da al- 
deia e ahi fincoram seis estacas dispostas conforme a 
figura ao lado, sentando-se os dois (Cycozws entre 
as estacas C. e D., à sombra 


de folhas de guariroba, adrede ER. 
preparadas. À mulher do chefe 

(este estava ausente ) começou À. B. 
a falar, andando da estaca À para 

a estaca B. Ialou mais de uma EC: 


hora, fazendo muitos gestos | 

e batendo com a mão na cabeça e nas pernas. 
Quando ella acabou de discursar, estava com a bocca 
espumante, e sentou-se junto da estaca E. Levan- 
tou-se então o Cocozù mais velho, foi para o lugar 
da mulher e falou muito caminhando sempre e tam- 
bem batendo na cabeça e nas pernas. Tanto a mu- 
lher como o indio traçavam linhas parallelas na areia 
e apontavam para longe. Quando o £ocoz acabou 
de falar a mulher amarrou-lhe na cintura um collar 
de contas, que eu lhe tirha dado e offereceu-lhe uma 
cuia de hydromel. Estava feita a paz!.... 


— 402 — 


Queriam que os Cocozws dormissem, para vol- 
tar no dia seguinte, mas eu temendo que elles esti- 
vessem tramando ama trahição, levei os Cocozüs e 
alguns Anonzés, para dormirem na fazenda, onde 
chegámos à noite e tivemos um grande jantar em 
commum. Cocoziis e Anonzês, sentados à minha 
mesa, conversavam amigavelmente ! 

Tres dias depois chegou a Campos Novos uma 
outra turma de Cocozis com milho, beiju de man- 
dioca e mel e couvidou-me para ir com elles à al- 
deia dos Anonzés a quem já chamavam nenê (amigo). 

O chefe destes indios Anonzês é um velho, 
mal encarado, de pouca conversa, marido da india 
que fez o discnrso de recepção dos dois Cocozüs e 
pai de um rapaz muito intelligente e muito meu 
amigo, de nome Auciheze, companheiro inseparavel 
de Nuleke, outro meu amigo que passou a morar 
na fazenda de Campos Novos emquanto eu alli estive. 
Quando me retirei, queriam vir commigo, para vêr 
a minha æycé. 


INDIOS COCOZU’S. — Os Anonzés chamam de 
Cocozis a todos os indios que apparecem na fazen- 
da de Campos Novos pela linha telegraphica e que 
habitam além do rio Nhambiquära. Esses indios, 
porém, dão-se o nome de Cocoziis e chamam, a seu 
turno, os Anonzês de Anonziis. 

Os Cocozis, outra tribu da grande nação Nham- 
biquára, têm muitos ranchos ( xycùs) na matta das 
Cangas, nas cabeceiras dos rios Gamararézinho, Pri- 
mavera, Vinte de Setembro e numa e noutra mar- 
gem dos rios Juina, Formiga e Juruena. 

Vão os Cocuziis até à estação telegraphica de 
Utiarity. Visitei duas aldeias (ycirs ) destes indios, 
sendo uma à margem direita de um ribeirão que 
desagua no rio Juina, pela margem esquerda deste, 
acima da passagem da linha telegraphica e a outra 
numa cabeceira que corre para o dito rio. 

Esta ultima æycù fica situada à cavalleiro de 
bonito e extenso chapadão, muito limpo, que se es- 
tende à margem esquerda do rio Juina, para cima 


— 403 — 


da passagem da Linha. Consta de dois ranchos de 
morada, grandes, de dois esteios e cobertos de pa- 
lha de burity e de nm outro rancho menor, redon- 
do, de um esteio só e situado à rectaguarda da- 
quelles. Nos dois ranchos maiores da frente, mo- 
ram diversas familias, que obedecem ao chefe, ain- 
da moço, de nome Acururé. A ayçiy não tem di- 
visão e só tem uma porta, todo o oitão da frente. 

Encontrei nesta aldeia muito mel que os indios 
a toda a hora me offereciam, instando tambem para 
que comesse milho assado, beiju de mandioca, to- 
cura torrada e um bolo feito especialmente para 
mim, ber de mandioca e tal moqueado, com 
tripas e casco e tudo socado no pilão até serem 
triturados todos es ossos. O indio que se encarre- 
gou de fazer este ( para elles ) excellente bôlo ( äa- 
rú) offereceu-me um e sahiu distribuindo o resto 
pelas duas casas. Homens, mulheres e creangas co- 
miam o tal bolo com evidente bom gosto !... Fe- 
lizmente achei um indio que comesse c meu qui- 
nbão. O meu companheiro, Paixão, comeu o dari: 
com mêdo que os indios se melindrassem... 


Fizeram um optimo cuscis de milho verde, 
ralado e envolvido em folha de bacaba e depois en- 
terrado no borraiho. Vi esses indios comerem grillo 
assado, calange e uma cobra coral!... 

Felizmente não mos offereceram. 

Em uma dessas wycits, bavia uma criancinha 
recem-nascida, filha do indio chefe. Estava comple- 
tamente núa e já cheia de enfeites. 

Quando ella sujava, a mãe dava-lhe um banho 
de agua fria e, depois, aquecia-a ao fogo... Não 
acceitou uma camisa de lã que eu offereci para en- 
rolar a criança. A mãe nãc tinha o menor res- 
guardo : comia tudo que o marido. muito solicito, 
lhe apresentava e tambem queria que a criancinha 
comesse com ella... 

As mulheres ( doçús ) Cocuzis são fortes e to- 
das muito gordas e mais sadias do que as docês. 
Ellas nunca chegaram até aos nossos acampamen- 
tos, ficando escondidas a uma certa distancia. Tive 


HU — 


o prazer de ser o primeiro recebido, amistosamente, 
em uma «ycit de Cocoziis sem que as docis fu- 
gissem. 

Atravessam os rios Juina e Juruena, em qual- 
quer ponto, fazndo jangada de quatro ou cinco ta- 
Jos da folha de burity. 


Os homens são muito fortes e de muita resis- 
tencia para cortar de mackado. Na minba passagem, 
de regresso à Capital Federal, em 1912, pelo des- 
tacamento do rio Juina, vi um indio cortar um ca- 
jueiro grosso, destinado à confecção da canda desse 
porto, só de um folego, para ganhar o machado, 
que levou com verdadeira alegria. Quando perce- 
bem cavalleiro ou gente a pé, em viagem, elles le- 
vam milho, beiju e mel para trocar por machado, 
facão, phosphoros, contas de colar, chapéo, calça e 
camisa. Preferem, sobretudo, machado, contas e 
phosphoros. 


INDIOS UAINEDEZES — tribu tambem da 
grande nação Nhambiquára, que chegam em Cam- 
pos Novos, pelo Sul. Eram muito desconfiados, fi- 
cando sempre numerosos indios armados, de arcos 
e flexas, nos cumes dos morros que cercam, pelo 
Sui, a fazenda de Campos Novos. Nunca pernoita- 
ram; tinham sempre pressa de trocar os presentes, 
para voltar a reunir-se acs outros, que os aguarda- 
vam nos morros. Mostravam descontentamentos 
quando encontravam Anonzês ou Cocozüs no meu 
acampamento. 


Traziam-me sempre muitos presentes para tro- 
car por machados, phosphoros e contas — razão por- 
que a maior parte da minha collecção de artefactos 
Nhaimbiquiras, feita em Campos Novos e destinada 
ao Musèo Nacional, pertencia a estes indios. Os 
Anonzés instavam commigo para lhes dar arcos, 
flexas e outros objectos que tinham pertencido aos 
Uainedezés. 

Talvez, para os mostrar na sua æycê, como tro- 
phéos de guerra... 


— 405 — 
As mulheres Uainedezês nunca foram à fazen- 
da de Campos Novos e eu não cheguei a vèl-as. 


INDIOS XAODY E TAYOPAS —- tribus tam- 
bem Nhambiquáras. 

Só visitaram-me uma vez e chegaram a Cam- 
pos Novos, pelo Norte, tendo sahido, marginando o 
rio Doze de Outubro. Logo que entraram na saia, 
onde os recebi, separaram-se, voluntariamente, fican- 
do os Xaody de um Jado e os Taydpas do outro e 
eomeçaram a explicar com palavras e gestos donde 
tinham vindo e o que queriam. Comprehendi pelos 
rumos indicados, ou antes adivinhei que cs Xaody 
habitam as margens do Doze de Outubro, muito 
em baixo, ou do outro lado deste rio, muito além, 
um pouco para Noroëste. Emquanto os Tayópas 
têm sua aldeia para os lados do rio Nhambiquára, 
muito em baixo. 

Todos queriam machados, para tirar mel, e 
para adquiril-os trouxeram arcos, flexas e muitos 
collares, que iam me entregando ao receber o de- 
sejado macliado. 


Vocabulário 


UE eas Ah. of pied ile 
lbs! 2 Ro tune te QUE 
AAA PEUT AMEL EE 
MATEO HUE Det EU sti de 
ALSOUSD a NES Tire 
PU 71) je d RENTE e DO os 
Ariticum . 





Abelha — borá — regina 
Abelha — mandobreu , 
Abelha — tata . ; 
Abelha — mandury sitio 
Abelha — tibuna 
Abelha — mandaguary . 
Eta gro NE NOR ee 
- Basta, não quero mais. 
(BR re athe 
Bebida de 
Bracelete de contas, . 
Bracelete de côco . . 
Braço ( ei DCE RAR 


Braza. . EDU wid atts 
Bot hess Sea ie 
Brineo de cõeo na Goa 
Bape, 15. ins ker <n 


Bastatite cei kc. © Se E ae 
[CAEN dd no o DE ae ee 
CHAMACT SNA coe Oe 
Corda de arco . . . 
Cobertor vermelho , . 
6 e Too DR a BLE is 
Cantinho . 


Cinta (a tiracollo de carregar 


menino) te. ms 
Ca hs ye asi oat DE 
ENT RR oa vale 
CANADA st hie ae 
Colar de penna. : 
Cipim. 5 . us 
Chifre de besouro LUE 
Cacão (fructa). . . 
CABER ie us ca 
COMERU MAD 6 Ca ss 


Anonzé 


Uarazê 
ladenê 
Aranzê 
Tuquezê 
Gozê 
Ariatecê 
Ararê 
Arazi 
Caindezê 
Crainzé 
Arizé 
Cloarizé 
Tarazé 
Tuzê 
(Queregatezê 
Danary 
Carésacandezê 
Naquitazê 
Airicanzê 
Jajaquezé 
Uaré 
Idegaincé 
Aronzé 
Narucuzé 
Uainudezé 
Aaronzé 
Uanuzê 
Acurissina 
Denacuruizé 
Uariquizé 
Urutecê 
Dezoazê 


Sareguzê 
Xycê 
Uricuzê 
Uaniquitezê 
Jranedezê 
(Juirezé 
Dodezé 
Uruguezé 
Sotré 
Uaranzé 


— 407 — 


Cocorde-ftucume ut ee | 

Colar ts. 

Cabo de machado (de pedra ). 

Cordão que prende o machado 
(ide ipedeas a us ras 


Conta branee, O cs tou te IR 
Contalpretal ee da 
Contalazuli: ss ., un MR 
Veras se o we 


Cabeça de aie coberta de 

palha (para passarinho ). 
Cabeça de flecha, sem palha . 
Bento. ei RS fev tan ee A 


Degas UNI) es 

Dari E as EN 0 RS 
Escuta os Ne 
Farinha (de mandioca ) Ve 
HR OR o Ces M, et 
CRT OEM te 
Fogo. :. NS PRE 
Flauta de taquara tir : 


Flecha (parte de taquara ). - 
Flecha (parte de penna). . 
ElechamCfarpa jo Ae Gt! a 
EQ NRA RE TS NR 
CO EME, AO LA Ta 
SORT tag ni Pet TRE 
revata rasteiro.,, q so dia 
‘Gume de machado . , . % 
res embora so 1 so à 
cle Se Que O rã 


HCH se» 42 AQE ear ote 
Lambary ( peixe ) Peer LE 
ACHR Ar a UE de LEE TE 


Lingua Cotgão É ONE 
Mendonca ce, he, wine et MENU 
Peito (orgão) Cd a us aa 
PO Corsão JS ere eu A O 
Ecina torsão) À da ate, de 
OBRA Qui- so ia Ta o a 
Eau (peixe) ar Mo al a 
Pacu (peixe) . 
Eintado (peixe) a ata 
Pão de raiz ( enfeite 
ERpREato: Le Ve igh een os 4 
PPDA Lie ee Lee de 
Coentro sf wos eS tê 
Porco . s CNP CONTRE 
Pulseira de chifre SEINE RE 
MAO) quo ees reas a ão 


LA 
. 
. 
e 


Oroguezé 
Cairizé 
Essacê 


Oroanzê 


Uncanezê 
Iricanzê 
Cedeguiguezê 
Iáyádezê 


Saketunecazê 
Aranguezê 
Uiazê 
Uaniquizê 
Auazanerê 
Nacata 
Urinedezê 
Kadak.zé 
Itecé 

Anicê 
(Juiazé 
Oriquezé 
Denaquianzé 
Ainzé 
Mocaré 
Daquizé 
Tonerezé 
Cuité 

Enizé 

Ira-a 

Oiacé 

Caizé 
Caiezé 
Aiandacé 
Urireré 
Niruquezê 
Uänunguezé 
Uäincuzê 
Niquezê 
(Juiza 
Acurizé 
Mambire 
Uánuncê 
Anainzé 
Cracrassé 
Tuizê 

Itá 

Iáquizê 
Oradaicruzê 
Nutezê 


Panella es 
Periquito, |; 
Pedra. va a 
Palmeira castiçal 
(Juata ( macaco ) 


(Juan-quan ( passaro). 


Rosario de contas 
Rio 12 de 


Outubro. 


Rio Nhambiquaras . 


Roca Ss, eee as 
Ralo dem adeira. 
Rato LS 


Rabicho de palha, enfeite, pen- 
dente do pescoço. 


Solis ee deco dA is 
DESUPd «qa mat os 
Testa (orgão) . 
Tic A0... ; 
Tacape 


(parte de madeira, 


Tacape (parte central e tran- 


cada com palha ). 


Urubu os De Meat 
Uricim er. 
Unha (orgão) . 
Dieters es 
Vas tie 
Vai adeante . 

NCA Sumo yp 588 


» 


Oatarê 
Cacaitezê 
Doriguezê 
Caicê 

Calozê 
Peantezê 
Airocanzê 
Orincandezê 
Oaiéio-a candezé 
Aitié 
Tamaré 
Dodecé 


Taracê 
Iquidazê 
Ideneri 
Uainaquezê 
Anicé 


Tituhy 


Oriqueré 
Uruciti 
Duquezé 
Uicanedezé 
Tritré 

Iana a ( tirira } 
Uarity 


Uiratanzé 


Nomes proprios :: 


Nuleke 
Kucikezê 
Zenikicê 


Vocabulario Cocozu 


Ana: soja 
Arco . 
Abelha- bujuby 
Abelha-jaty 


Rane hnedeoavallon 


Antas hs 
Arara . 0 
Abanador . 
Amigo. 


Agua de mandioca 


Bracelete . 
Botar fóra 


Bolo de beijjú e 


no pilão . 
Barbas. qo! o 
Bigode (orgão) 


tatu 


: pisados 


Orazú 
Roquezú 
Detocu 
Oaiçu 
Aruquitaçu 
Juozu 
Aranzu 
Laquezu 
Néné 
Uriazú 
Coradeçú e Oalateçú 
Aidenarê 


r 
Aart 
Uaietecu e Uatetute 
Uariatu 


Bed ue beets Urinozû 
Boi ou burro Oaquezi 
Braço (orgão) . A Uanedezeçute 
Princo. dededco 4%. sw Daruquizú 
medo co oo o EO ci Carru 
Casnénanehor 2-0. 4 atlas va Xyçu 
Nobsamedia qo sita So 2:10 Tizú e Uairizú 
Cachorro . . Oarezú 
Calango . ARDE Pr Anarrú 
Cós de burity 2 ss a Derro 
Cabello . . . . . . A Uaineteaçú, Uainequitu 
Doma SLA: cor Cairizú 
Cabacaddr. et Oatassú 
Cigarro : Eideçú 
Comer. : Naguezu 
Conforme, duvida ,- Icinará 
Dedo (orgão) . ai So Uaiquizú 
Dente (orgão). 2a sts Uaiçú, Taniçú 
Dá-me, pedindo . . é Inga 
Flécha (ponta de gancho) . Ariquiçatú 

» | (pontarchata). . . « Anêrassú 

» (ponta redonda) . . Doquezû 
Fogo! q "" NS pa Aineçú 
LO kei age A eee Eu 
(O Wa Ride LE Re Baguedaçú 
BBP AUS SELS Ae Durriazu 
HTML, so ala RR er. Durriazu 


— 4140 — 


Imbira, amarrada a cintura 


Jaca. (cesto );.*». 
Latido de cachorro . 
Lagartixa: cos a 
Lembo EE Ls ary vee 
Bina aD rs ee à 
Miuther PORTE 
Mandiocavs a Qu, 
Macae PMs ou" 
Molho PR PAL ro 
Mangaba aura 
Nariz (orgão) . . 
NOT TP Le 
Olho (orgão) +. . 
Orelha (orgão) . . 
Onça TESTS ee 


Para perguntar ( como se chama 
isto ou como se chama ?). 


Pó (orgão) 6 Ger a 


Peqiy fy. MERE 
Pão do nariz (enfeite) 


Pão do labio ( enfeite ). 


Pulse Ut o Se" 
Pão de cavar o chão. 
Dido rs 8. 8k 
Polgulho o Ps us Vs 
Perderso 1º. os 
Peito (orgão) . . 
Panela MA suas 


Quente On, os 
INORATIO, Di M LE 
Ralo. Me 


Colar de dentes de mac 
Tatu gallinha . . 
Unha (orgão) . . 
Vamos ir 2 5 
Vendo MAUA o ay i 
Venha, chamar . . 





aco 


Araçu 
Atiçú 
Indezu 
Janoçú 
Ainêço 
Urinoê 
Doct 
Urindu 
Roteçu 
Quiatu 
Edeguezu 
Uainedezu 
Orenoa 
Uaéquétu 
Uanedezute 
Enarru 


Iridetoá? Déra? Irida ? 
Uaiequecu 

Aru 

Uniuzú, Ecateçu 
Trizu 
Uniguecussii 
Ruque 

Nutu 

Uricanezu 
Nucatiracu 
Tauénoquizu 
Oatarrú 
Aradenerê 
Cainrizú 
Donarrú, Tanarru 
Roçaiçú 

Arrú 
Uaiélaquecu 
Aida 

Atarrú 


Nharham 


Nomes propiros 


Acuruzé 


CH 


Estas Notas foram publicadas na Informação Goyana, de 15 de Agosto de 


1919, de onde, com a devida venia, as transcrevemos, 


___R: P. bonginos Navas, S. 3. 





Algunos insectos del Brasil 


3.° Serie 
















“+ 
à ré areas 
+ ] 
PR ua o 
j x a = | LE) wr 
i AL | . ko ¢ 
“ J 
d'os Ge ME vi none és nd nt SA b 
ASE Role age mn CT INT 
‘ À | UV à 
Fute 


< y 
O 3 E Te 
Pais ' | ACER = 


- 


Lee iV Shi | ; ta pe ur 
RO PN e ia ae 


(tar Fa E 
Rua NA tha i" ee 


aay sank sa 


er anitos 7 pó 
s. ae \ | ane # at 


\ 4 0" an 1 
NUE Du ake qu 
“thay ya: 


PPT alee *e 


on rois 
di, a 
CRE LUS à = À CEE | 
k 7 | k 
dj) NA [Pa 7 


~~ | | a 4 a) +) ie 

> tie) Geena = oie a 

| 28 MORT NET Li 
RENE ne CN. é 

€ A @ Es 

- im, 


ALGUNOS INSECTOS DEL BRASIL 


POR EL 
R. P. bongincs Navas, S. 3. 


3.2 SÉRIE 


— ten 


Los insectos de que voy a dar noticia los he 
recibido casi todos del Dr. Affonso d'E. Taunay, Di- 
rector del Museo de San Pablo, para su estudio, pero 
con permiso de reservar duplicados para mi colección, 
o, propriamente, según me decia en la carta de 20 
de Agosto de 1919, “os specimens unicos queira 
restituir-nos e das duplicatas basta que nos mande 
um exemplar de cada ”. 


Todos ellos pertenecen al antiguo orden de los 
Neurópteros, actualmente desmembrado en varios. 
Y aunque los Odoratos que voy a enumerar son ya 
my conocidos, conviene empero consignarlos para el 
mejor conocimiento de la fauna brasileña. 


PARANEURÓPTEROS ( ODONATOS ) 
Familia LiBkLÜLipos 


1. Erythrodiplax connata, Burm. var. fusca 
Ramb. Caravelas ( Bahia), E. Garbe leg. 
Nov. 1908. 


Erythrodiplax nigricans, Ramb. Theo- 
philo Ottoni ( Minas), Nov., 1908, E. 
Garbe leg. 

3. Erythrodiplax anomala, Brau. Caravelas 
( Bahia) Nov. 1908, E. Garbe leg. 

Erythrodiplax ochracea, Burm. Cara- 
velas (Bahia) Nov. 1908, E. Garbe leg. 


vo 


is 


=) 


11: 


12: 


Se AE 


Ervthrodiplax umbrata, L. Caravelas 
( Bahia), Nov. 1908, E. Garbe leg. 
Orthemis ferruginea, Burm. Theophilo 
Ottoni ( Minas ), Nov. 1908, E. Garbe leg. 
Perithemis waltheri, Ris. Theophilo Ot- 
toni (Minas), Nov. 1908, E. Garbe leg. 
Micrathyria Marcella, Sel. São João da 
Barra ( Estado do Rio ), 1912, E. Garbe leg. 
Lepthemis vesiculosa, I. Villa Nova 
( Bahia) 1908, E. Garbe leg. 
Macrothemis marmorata, Ilag. Theo- 
philo Ottoni ( Minas), Nov. 1908, E. Garbe 
leg. 
Familia Esnipos 
Aeshna bonariensis, Ramb. 
Theophilo Ottoni ( Minas). Nov. 198, E. 
Garbe leg. 


Aeshna confusa Ramb. Theophilo Ottoni 


( Minas ), Nov. 1908, E. Garbe leg. 


16. 


17. 


Familia AGRIONIDOS 
Hetaerina rosea, Sel. Villa Nova ( Bahia), 
Nov. 1908, E. Garbe leg. 
Lais pruinosa, Ilag. Theophilo Ottoni( Ba- 
hia), Nov. 1908, E. Garbe leg. 
Lais pudica, Hag.S. Paulo, Ypiranga, Mayo 
de 1919, E. Schwebel leg. 


EFEMERO'PTEROS 


Familia ErEMÉRIDOS 


Campsurus dorsalis, Burm. S. Pablo, 1912. 
Varios ejemplares. 

Euthyplocia Guntheri, sp. nov. (fig. 1). 
Similis ancipite Eat. Major. 


Caput fuscum ; oculis in sicco fuscis; ocellis 


flavis. 


— 415 — 


Prothorax fusco-violaceus. Meso-et metathorax 
fulvo-flavi. 

Abdomen irferne fulvo-flavum, superne fusco- 
violaceum, linea longitudinali media fulva; urodiis 
seu cercis superioribus longissimis, roseo-vinaceis pal- 
lidis, ad articulationes albidis; cercis inferioribus 
seu forcipe fulvo-albidis, elongatis, cylindricis, sen- 
sim attenuatis, apice obtusis, haud dilatatis, primo 
articulo brevi, secundo longo, leviter arcuato. 

Pedes fuscc-vinosi, tersis pallidioribus. 

Alae hyalinae, reticulatione fusco-ferruginea, 
densa. 

Ala anterior membrana parte anteriore fusco- 
violaceo tincta, obscurius ad basim, distincte in areïs 
costali, subcostali et radiali, basi usque ad cubitum, 
retrorsum sensim diluta ; cubito duobus ramis prin- 











qq 
SEAS 


— 


Cet) 
Euthyplocia Guntheri Nav. d 


Parte posterior del ala anterior. ( Mus. de San Pablo ) 


cipalibus; postcubito (8 Eaton) ramo bis farcato 
(fig. 1), vennla una interna marginali citra ramum ; 
venis axillaribus (9 Eaton) 3-4 venulis inter se con- 
junctis; venulis axillaribus pluribus (fig. 1). 

Ala postericr fere ut in ancipite Eat. ; area cos- 
tali angusta, in sexto basilari latiore, mox lineali, 
in medio apicali paulo latiore, venulis crebris sim- 
plicibus ; area subcostali triangulari e longata, sim- 
plice, venulis in tertio basilari densis. 


Long. corp. & 13 mm. 
— al. ant. 20 mm. 
— — post. 84 mm. 
—  urod DD mm. 


o PD e 


Patria. Brasil. Un ejemplar rotulado asi: Esta- 
ção Piassaguéra ( Santos), 1910-- F, Giinther leg. 
( Mus. de San Pablo). 


NEUROPTEROS 
Familia MIRMELEONIDOS 
18. Glenurus brasiliensis sp. nov. (fig. 2). 
Similis heteropterygidi Gerst. 


Caput fuscum, vertice et occipite flavo macula- 
tis; labro antice flavescente; oculis in sicco fusco- 
cinereis ; palpis nigris, ad articulationis flavis ; arti- 
culo ultimo labialium fusiformi, incressato ; antennis 
thorace longioribus, clava gracili elongata, duobus 
primis articulis fusco-nigris, ceteris ferrugineis. 

Thorax inferne picens, superne fuscus, fascia 
media longitadinali fulva ; meso-et metascutello sub- 
totis fuscis. Prothorax longior quam latior, antror- 
sum angustatus, pilis lateralibus, fuscis, mediocribus. 

Abdomen fuscum, fusco breviter pilosum, se- 
cundo tergito linea media longitudinal fulva, quarto 
(interdum etiam aliis) basi anguste fulvo. 

Pedes flavi, fusco punctati et setosi, apice fe- 
morum, tibiarum et tarsorum fusco ; calcaribus gra- 
cilibus, rectis, apice arcuatis, duos primos tarsorum 
articulos «quantibus. 

Ake hyaline: irideæ, lanceolate, ad stigma di- 
latatee, fusco maculatæ ; reticulatione subtota fusca, 
pallido striata; stigmate roseo-albo; membrana ad 
fascias fuscas apicales aibida, subopaca. 

Ala anterior membrana leviter plicata ubi linea 
plicata in aliis generibus adest; area costali venulis 
plerumque simplicibus ; area apicali lata, venulis vix 
in duas series gradatas dispositis ; area radiali fere 6- 
5 venulis internis, ultima areola fere divisa ; sectore 
radii fere 14 ramis ; area cubitali interna fere sim- 
plice. Fascia lata nigro-fasca transversa in tertio 
apicali, citra sigma a margine costali ad externum, 
interne et externe fortiter sinuosa, cum limbo api- 


— AIT — 


cali conjuncta, ipsum marginem externum sib apicem 
alee haud attingente et in aream apicalem angustius 
excurrente. Praeterea stria oblíqua ad anastomosim 
rami obliqui cubiti, ad marginem posteriorem ; stri- 
ola fuscæ longitudinales in area subcostali. Venulæ 
radiales ad radium, intercubitales subtotæ, internæ 
latius, fusco limbatee. 

Ala posterior (fig. 2) longior angustiorque ; 
area apicali sine venulis gradatis; una venula radiali 














7 6 
(Fig. 2) 
Glenurus brasiliensis Nav. & 


Ala posterior ( esquemática ) ( col. m.) 


interna; sectore radii fere 11-12 ramis. Fascia lata 
nigro-fusca in tertio apicali a costa ad marginem 
externum, interne fortiter sinuosa, antice in duas divisa 
citra et ultra stigma, postice duas grandes areolas 
liberans et usque ad apicem limbo lato excurrens. 
Striolae fuscae longitudinales in area subcostali. 
S 

Eonge corp,’ 28 mm. 2 mm: 

— al. ant. 38 » 41/2 > 

— — post. 402 » D x 

Patria. Brasil. Tomo por tipo un ejemplar ¢ 
que tenia en mi coleccion con el nombre de Gle- 
nurus heteropteryx Gern., procedente de Jaraguá, 
y otro & de San Pablo recibido reisentemente 
del Gonde A. Barbiellini, quien me lo envió para 
mi colección. 

Se parece mucho al Glenurus heteropteryx 
Gern., sobre todo en la estructura y pintura del ala 
posterior; mas en la anteriores muy diverso, pues 
el heteropteryx carece de la banda obscura apical. 


Zaragoza 15 de Enero de 1920. 























11 Tie ATEN Coe. ah ths DT AR Un AU (UE nl dr 
cute HE o AUDI: FTA 
| Ho) e TUT RI QUE EAU His vil a 
Pie Le THIN | Lits Li ey 1 MEME | ‘4 BN } À 
4 o ' | li, E ae 
; | DUT AL A UE | FF ARA UM E 


iy + | A vob | 
a Ae UN an oe 
- cool br vite wer TE Hie te Ee 
| fre (à wit he \% 
’ o” 
LA > 
NT nh ; 

; ii UN a A 
AR] 

ut à PATES 

' } AM f 
M suit ja À] A 
AL ih, 

i A | 

y Ê AU on FR + \ + 

j ANO le } mit 
{ | á x à y 
E ND ROD pe EAR Ns 
i oe QUE PAT ms , t = al 
ity alk OU D LEE UM 1 Í 


EA Lt ery EM d EA a ioe a al , 
TOUL dirons RAM 11 A RA MEDIA RREO | 


—_ 


i P ; ada ete? RO uP, i ie} a on 4 hy ER 
E) PL IL VIEN init a fi nt hy Ts Lt Au ei (MORTE f te 
| ER des RFA CN ANT EURE 
o | E REA Na hi dh. O LEO Lit rst thy eae ‘Ohta 
TA TW Ha (A 4 im i ni qu “ul (HQE JA lg | 
“+ ENA o É RS ui PRINTS a OT. ni RACE" 1 
un ER té VA A i 7 Fi ; ry A po | a 
C yy { AUTRE Lan A i Pr A PT um \ 
o. RAP PR ES 
EE e. Ps RON NR TE ni E RAC hele Je 4%: vi 
o RD = may Wei 
ae RR, Vu | TNT (al 1 Atle Tr EDR À A DMR 
A! A RIA 
4 so en (aD ; a 1h af Am RA Ja os pie LL ES 
RR gde dy | | 
PR 4 | 
RUE fu 7 É N 




















Wit ob ARE don LE tani 
ny va U L po Fu oe A tn i : x 


eu sith 
Te) A AN 






JULIUS MELZER 


Longicorneos novos 
ou pouco 
conhecidos do Brasil. 


Lonelearweas novos ou pouco conhecidos do Brasil 


TEMNOPIS 
Serv. An. Soc. Ent. Fr. 1834, p. 90 


T. SIGNATICORNIS, n. sp. — ( Estampa t, fig. 
3 &, fig. 4 9.) & Hlongata, tenuiter rufo pu- 
bescens, supra opaca, subtus laevia, nigra, capite, 
thorace supra, scutello, elytrisque flavo- ferrugi- 
neis, antennarum articulis S--11 alho flavis ; ca- 
put subtilissime coriaceum, longitudinaliter sulca- 
twin, enter antennas concavum, genis mediocribus ; 
antennae corpore sesqui longiores, subtiliter villo- 
sae, subtus ciliatae, corvaceae ; thorax latitudine 
longior, apicem versus paululum attensatus, sub- 
tillissime coriaceus, das: valde coartatus, dorso 
longitudinaliter sulcatus, lateraliter ante-medium 
angulato dilatatus ; scutellum apice rotundatum ; 
elytraelongata, subparallela, obsolete bicostata, 
apice singulatim rotundata, sat crebre punctata. 

ç. Thorax latitudine haud longior, cmnino 
flavo-ferrugineus, supra necne sulcatus, antennae 
corpore quarta parte longiores. 
. Long. 9 3/4— 16 1/2 mm., lat. hum. 1 3/4 — 
2 3/4 mm.. 

Fab. : 2% exemplares Jd e 99 de Passa 
Quatro, Sul de Minas. 

Os typos se encontram na collecçäo do sr. J. 
F. Zikän, ra do Museu Paulista assim como na 
minha. 

Preta, cabeça, prothorax na ¢ totalmente, no 
& sómente em cima e lateralmente, scutello e ely- 
tros flavo-ferrugineos, os ultimos 4 articulos das an- 
tennas d'um branco amarellado. Opaco em cima, me- 
diocremente lustroso (cabeça em baixo fortemente 


lustrosa excepto) em baixo; o corpo tênue rufo 
pubescente, as pernas e os primeiros sete articulos 
das antennas com uma pubescencia curta e preta. 


Cabeça finamente coriacea em cima, longitudinal- 
mente sulcada e fortamente concava entre os olhos. 


Olhos divididos, a granulação subgrossa como em. 
T. rufothorax, o processo jugular quasi do mesmo 
tamanho que a parte inferior do olho. Antennas 
sobrepessando os elytros com os ultimos 5 articu- 
los no 4, com os ultimos 4 apenas na ©, finamente 
rugosas (mas não crenadas ), e pubescentes, em 
baixo fimbriadas; o 1.º articulo antennar obconico 
e grosso, os articulos 3 até 7 em comprimento qua- 
si iguaes, os restantes decrescendo proporcional e 
gradualmente. Prothorax convexo, finamente co. 
riaceo, no & mais comprido que largo, na ¢ o com- 
primento é de cerca da largura maxima do mesmo, 
fortamente restringido na base, as bordas lateraes 
quasi parallelas, o do 4 no dorso longitudinalmente 
mas bem rasamente sulcado, sendo o sulco flanquea- 
do por uma carena obtusa, lateralmente o protho- 
rax um pouco além da entalha basal está muito li- 
geiramente dilatado, formando um minutissimo tu- 
berculo liso e quasi imperceptivel. O prosterno no 
&, devido a ponctuação e a pubescencia mais densa 
— formando aquella finissimas rugas transversaes, 
— é menos lustroso que na 9. Scutello pequeno, 
arredondado posteriormente. Elytros compridos, 
quasi parallelos, densa e bastante grossamente ponc- 
tuados, cada com uma costella apenas distinguivel 
e com o apice oblongo-arredondado. O metasterno 
lustroso, os episternos metasternaes finamente coria- 
veos e subopacos assim como o mesosterno ; o ab- 
domen bastante sobrepassado pelos elytros, lustroso, 
fina e mui dispersamente ponctuado e assim pubes- 
cente. Pernas compridas e comprimidas, finamente 
coriaceas e pouco lustrosas, com uma pubescencia 
preta, curta e pouco densa; tarsos mediocres, o 
primeiro articulo das pernas entremeiadas e poste- 
riores de cêrca do comprimento dos 2.º e 3.º con- 
junctos. 


A côr do prothorax bem como da cabeça às 
vezes é mais escura que a dos elytros e isto prin- 
cipalmente em exemplares 4 de tamanho maior. 
A côr preta do prosterno, que geralmente distingue 
o & em alguns individuos deste sexo falta comple- 
tamente e este está tinto portanto como a 9; em 
outros exemplares. porém a côr preta occupa além 
do prosterno igualmente quasi toda a parte lateral 
do protkorax e alem disto tambem a parte lateral 
da cabeça, na altura da parte inferior dos olhos, 
formando aqui manchas mais ou menos grandes. 
Estas manchas pretas na cabeça tambem certos in- 
dividuos ¢ mostram, e, neste caso, tambem o pro- 
sterno dellas em contorno da cavidade coxal assim 
esta tinto. O apice dos elytros, em geral da côr 
do resto dos elytros, às vezes está ligeiramente en- 
fuscado e, excepcionalmente, toda a ponta preta. 

A pubescencia do corpo, pouco densa e bem 
curta, é dum rufo claro, a das pernas e dos sete 
primeiros articulos antennares é de côr preta, em- 
quando a dos articulos & até 11 é tinta como estes 
articalos, isto é, d'um branco amarellado. 


Esta especie é bem interessante devido a sua 
forma delgada e comprida, semelhante a das 7. me- 
gacephala Germ. e T. nigripes Auriv., e devido a 
seu processo jugular bem grande, particularidade 
esta, que se observa tambem na 7. rufithorax Auriv. 

E” esta a 6.º especie d'este genero, todas bra- 
sileiras, sobre cujo «habitat» posso participar o 
seguinte: T. magacephala é-me conhecido da ca- 
pital do Estado de S. Paulo, de Cotia do mesmo 
Estado e de Passa Quatro, Sul de Minas; Gounelle. 
( Ann, Soc. Ent. Fr. LXXVII, 1908, p. 592) assi- 
œnala o mesmo de Jatahy, Estado de Goyaz. Os 
exemplares da capital de São Paulo se collecciona- 
ram nos mezes de Dezembro e Janeiro, os de 
Passa Quatro no mez de Novembro. 

T rufoscapus Auriv.; o Snr. Bondar, então 
lente da escola agricola «Luiz de Queiroz», me 
enviou diversos exemplares para serem determinados 
sendo um o& de minha collecção procedente de Mar 


— 424 — 


de Hespanha ( Estado de Minas), colleccionado em 
16. XI. 1911 pelo Snr. J. F. Zikán. O typo desta 
especie era do Estado de Espirito Santo. 

T. rufithorax Auriv., assignalado pelo avctor 
de Petropolis, não é alheio tão pouco ao Estado de 
Espirito Santo. Possuindo eu um 4, procedendo 
de Alegre, e além disto tenho 3 d'a e uma 1 © 
colleccionados pelo Snr. Zikän em Passa Quatro, 
Sul de Minas. Esta ¢ tem os elytros, — a faxa 
flava excepta, — francamente azulados e a mancha 
preta-azulala, que orna o pronoto, é consideravel- 
mente maior que nos oo. As antennas da 9 apenas 
sobrepassam o apice dos elytros. 


Conforme o auctor o habitat de T. nigripes 
Auriv. é Santa Rita (Estado da Bahia) e do 7° cy1- 
nescens Auriv. o Estado de Espirito Santo. Estas 
especies infelizmente não conheço. 


ATENIZUS (2) 
Bates, Ent. Month. Mag. IV. — 1867, p. 27 


Será bem provavel, que para a especie mais 
além descripta deve ser creado um genero novo, 
mas, como não podia até hoje estudar em natura 
o Atenizus laticeps Bates, conhecido do Amazonas, 
e como os dados de Bates e Lacordaire sobre este 
genero não permittem de resolver sem hesitação esta 
questão, limito-me a apresentar os dados seguintes : 

Palpi mediocres, maaxillares labralibus lon- 
giores ; caput productum, prothorace latior, inter 
antennas concavum, inter oculorum lobos superio- 
res tuberculatum, fronte verticali, plana, longitu- 
dinaliter sulcata, trapeziforme, tuberculis anten- 
niferis elevatis, bast contiguis, gens fere nuilis ; 
oculis magnis, grosse granulatis, emarginatis, 
supra late separatis: antennae ( g ?) corpore 
haud longiores, 11 articulatae, graciles, subtiliter 
villosae, sublus ciliatae, scapo breve, obconico, art. 
3.º subaequalt, hoc sequente manifeste breviore, 
4—11 subaequalibus ; thorax latitudine longior, 
supra deplanatus, antice posticeque coartatus, la- 


— 425 — 


teribus in medio rotundatis ; scutelluin muinutum, 
apice rotundatum; elytra elongata, subparallela, 
apice singulatim  oblongo-ovalia ; coxae anticae 
intermediaeque contiguae, illae conicae extus an- 
gulatae ; pedes graciles, femora compressa, sub- 
parallela, tarsorwm art. 1 caeteris valde longiore. 
Acetabula intermedia paululum extus hiantia. 


Os palpos säo de tamanho ao menos mediocre, 
os maxillares quasi do dobro dos labiaes no sen- 
tido do comprimento; a cabeça é bem saliente e 
devido à forma globulosa e o volume dos olhos está 
formando um coll) curto, ficando a mesma tambem 
mais larga que o prothorax. Entre as antennas a 

- cabeça é concava e entre as partes superiores dos 
olhos, existe um tuberculo. A fronte é vertical, 
trapezitorme, plana e longitudinalmente sulcada, os 
tuberculos antenniferos na base contiguos, são me- 
diocremente salientes, o processo jugular é qnasi 
nullo. A parte inferior dos olhos é bem volumoso 
emquanto que a parte superior dos mesmos quasi 
é nulla; os olhos são grossamente granulados e 
sua borda anterior é sinuosa. As antennas são de 
11 articulos e sobrepassam apenas o apice dos ely- 
tros, filiformes, ligeiramente villosas e em baixo um 
pouco ciliadas; o scarpo é curto e obconico e de 
cerca do comprimento do 3.º articulo antennar, este 
é mais curto que o 4.º os restantes, a contar do 4.º 
são subeguaes. O vrothorax é mais comprido que 
largo, eliptico, em cima moderadamente deprimido, 
anterior e posteriormente gradualmente coarctado. 
Os elytros são compridos, quasi parallelos, e cada 
por sim arredondade posteriormente. As coxas an- 
teriores e entremeiadas são contiguas, bem grandes 
e aquellas anguladas lateralmente. A cavidade coxal 
entremeiada é ligeiramente aberta lateralmente. As 
pernas são delgadas, os femora subparallelos e com- 
primidos. Os tarsos, particularmente o 1.º articulo, 
são bem compridos. 


Como se vê existem bastante affinidades com o 
genero Atenizus, mas, ha tambem, parece-me, diffe- 
renças, que justificarão a creação d'um novo genero. 


a a 


Si esta supposição se provar, proponho de denomi- 
nar este genero Ceratoeme. 


A (2) TAUNAYI, n. sp. Estampa n. 2 
Fig. n. 5 e 94 


Rufo-testaceus, linearis, tenuiter flavo-pilosus, 
setisque flavis in elylris serialtim ordinatis spar- 
sim hirtus, antennarum articulés 2—11 (1—11 
base flavo annullatis), apice mandibularum, ely- 
trorum apice nigris vel fuscis ; caput subopacum, 
subtulissime punctulatum, inter antennas conca- 
cum, fronte subliliter sulcata, genis brevissinus, 
oculorum lobis inferioribus semiglobosis, lobis su- 
perioribus inter se valde distantibus ; antennae 
subtiliter flavo villosae, subtus sparsim  flavo- 
cliatae. art. 2-11 opacis. art. 3.º 4.° dimidro 
breviore; thorax latitudine maxima tertia parte 
longior, bast apiceque recte truncatus, dorso de- 
pressus iongitudinaliterque obsolete sulcatus, sub- 
taliter punctatus et sparsim prlosus, prosterno laevi, 
glabro ; scutellum parvum, subquadratum, | apice 
rotundatwm, subtiliter punctatum et pilosum ; ely- 
tra basi thoracis latitudinem maximam aequantia, 
thorace quadruplo longiora, subtilius dense punc- 
tata, dorso subplana, subnitida ; femora postica 
abdominis segmentum tertiun haud superantibus, 
tars: postici elongati, art. 1.º caeteris simul sum. 
ptis duplo longiore; metusternum nitidum, sai 
dense punclatum parsimque flavo hertum ; abdomen 
nitidum, subtiliter punctatum. 

Long. 6-- 7 1/2 mm., lat, hum. 1 1/5--1 1/2 
mm. 4 & (?). 

Hab. 1 exemplar de S. Vicente ( Santos), 1. 
XI, 1915. 2 exemplares do Bosque da Saude. perto 
da Capital, de S. Paulo. 28, XI, 1915,\e 28/05 
1916. Um exemplar do parque Jabaquára igual- 
mente perto da Capital de S. Paulo, 22, XII, 1916. 

Os typos se encontram na minha collecção. 

Todos exemplares encontrei em galhos seccos, 
sacudidos com um pau e providenciando, que os 
insectos nos mesmos agarrados, cahissem num 





ne 


— 427 — 


guarda chuva aberto, collocado por baixo do respe- 
ctivo galho. Elles são bem ageis e procuram logo 
de escapar de sorte que, mal dava o tempo de 
apanhal-os. 


Estes longicorneos são pequenos e delgados, 
dum rufo-testaceo, ligeiramente flavo-pubescente, 
encontrando-se nos elytros cerdas flavas, collocadas 
em linhas, os articulos 2-11 das antennas (os de 
4-1! com a base flavos), o apice das mandibulas 
assim como o dos elytros pretos ou enfuscados. A 
cabeça é quasi opaca, com uma pubescencia muito 
dispersa e muito finamente ponctuada, a frorte é fi- 
namente sulcada e o tuberculo que se encontra entre 
as partes superiores dos olhos é bem saliente. A 
parte inferior dos olhos é quasi semigloboso e em 
cima os olhos são largamente distantes. As antennas 
mostram uma pubescencia flava pouco densa e bem 
curta, sendo em baixo ainda ligeiramente flavo cilia- 
das, os seus articulos 2-11 são opacos e o 3.º é da me- 
tade mais curto que o 4.º. O prothorax é 1/3 mais com- 
prido que largo, na base assim como no apice 
rectamente truncado, o dorso é deprimido e longi- 
tudinalmente porém obsoletamente sulcado, sua pon- 
ctuação é bastante fina e pouco densa, sendo a pu- 
bescencia bastante dispersa, em baixo o prothorax é 
liso, glabro e lustroso. O scutellum é pequeno, 
quasi quadrado e arredondado posteriormente, fina- 
mente ponctuado e pubescente. Os elytros na base 
são da mesma largura que o logar mais largo do 
prothorax e tem quatro vezes c comprimento deste, 
elles são mediocremente lustrosos e fina e densa- 
mente ponctuados, sendo o dorso ligeiramente de- 
primido. Os femoras das pernas posteriores não ou 
apenas sobrepassam o terceiro segmento abdominal. 


Os tarsos das pernas entremeiadas e posteriores 
são bem compridos, sendo seu primeiro articulo do 
dobro dos outros conjunctamente no sentido do com- 
primento, o segundo articulo é mais comprido que 
o terceiro. O metasterno é bem lustroso porém 
densamente ponctuado, sendo o abdomen da mesma 


maneira lustroso mas mais dispersamente ponctuado. 


— 428 — 


Causa-me especial prazer de poder dedicar esta 
nova especie ao meritissimo director do Museu Pau- 
lista o Illmo. Sr. Dr. Affonso d'Escragnolle Taunay. 


COLEOXESTIA 


Auriv. Col. Cat. Tunk-Schenkling, pars. 39, 1912, p. 64. 
Xestia Serv. Ann. Soc. Ent. Fr. III, 1834, p. 16. 


C. SIMILIS, n. sp. Estampa n. 1, fig. n. 2 


S. Subelongata, bruneo-mgra, ntida, elytris 
— vita suturali retrorsum angustata, macula elon- 
gata humerali marginibusque bruneo-nigris ex- 
ceptis — testaceis, femoribus in medio testacers, 
capite, prothorace, scutello pectorisque lateribus 
plus minus dense flavo-aureo tomentosis ; caput co- 
riaceum, grosse punctatum, tuberibus antenniferis 
obtuse dentato-productis, vertice flavo-aureo tomen- 
toso, longitudinaliter carinato, carina glabra, love 
fronte subtiliter flavo-aureo tomentosa, longitudi- 
naliter sulcata; antenæ corpore tertia parte lon- 
giores, subtus laxe fimbrialæ, scapo crasso, pun- 
ctato-rugoso, bast sulcato, art. 3-10 obsolete sulcatis, 
art. 3-7 apice paullum nodoso, 4.° praecedente et 
sequente breviore ; thorax latitudine brevior, antice 
posticeque coarctatus e sulcatus, flavo-aureo  pu- 
bescens, dorso rugis transversis in medio interru- 
plis aratus, carina media levi necnon gibbis duabus 
externis, obtusis, levibus mumnto; scutellum flaro- 
aureo tomentosum, linea media glabra, levi; ely- 
tra subtillisime punctulata, elongata, parallela apice 
conjunctim rotundata, angulis suturalibus breniter 
spinosis ; femora modice clavata, subinermia; pros- 
terno processus intercoxalis postice abrupte declivis, 
mesosternt processus planus, antice excavatus ; ab- 
domen apice setis pr ciliatuin. 

Long. 19-- 20 1/4 mm., lat. hum. 4 3/4 - 5 mm. 

Hab. 1 J por mim colleccionado no dia 26 de 
Novembro de 1914 na Averida Paulista da capital 
do Estado de São Paulo; 1 æ que faz parte da 
collecçäo do Museu Paulista (n.º 12831 \ foi collec- 
cionado pelo Snr. Bicego, em Manäos, Estado do 
Amazonas. 


— 429 — 


Comprida, castanho muito escura ou quasi pre- 
ta, lustrosa, os femora no meio e os elytros säo 
testaceos, tendo estes porém um traço na sutura que 
posteriormente fica gradualmente mais estreito, as 
bordas lateraes estreitamente e uma mancha elon- 
gada na parte lateral das espadoas da mesma côr 
que o resto do corpo; a cabeça, o prothorax, o scu- 
tello e a parte lateral dos sternos são mais ou me- 
nos denso flavo-aureo pubescente. 


A cabeça é grossamente ponctuada, o vertice, 
flavo-aureo pubescente, mostra uma carena longitu- 
dinal glabra e lustrosa, a fronte é longitudinalmente 
e bastante profundamente sulcada e dispersamente 
pubescente, as mandibulas são grossamente rugosas, 
ligeiramente pubescentes e mostram algumas cerdas 
bem compridas e flavas, cerdas identicas circumdam 
a parte inferior dos olhos posteriormente, os tuber- 
culos antenniferos são salientes em dente obtuso ; O 
processo jugular é bem curto, os olhos, grossamen- 
te granulados, fortemente circumdam em baixo os 
tuberculos antenniferos, e as partes superiores dos 
olhos são mediocremente separadas em cima. As an- 
tennas sobrepassam o apice dos elytros com os 10.º, 
11.° e mais a metade do 9.º articulo, ellas são seti- 
formes e em baixo ligeiramente fimbriadas; o seu 
“primeiro articulo é curto e grosso, quasi cylindrico 
e rugosamente ponctuado, mostrando um sulco pou- 
co desenvolvido na base, os articulos 3--10 são 
obsoletamente sulcados em cima assim como em 
baixo e os articulos 3-- 7 tem o apice ligeiramente 
nodoso, o 4.º é da metade cerca do 3.º no sentido 
do comprimento, um tomento flavo e muito curto 
está vestindo os articulos a contar do 5.º. O pro- 
thorax, um pouco mais largo que comprido, anterior 
bem como posteriormente é mediocremente coarcta- 
do e sulcado, a pubescencia é bem densa, ficando 
glabros e lustrosos um callo comprido longitudinal 
e mediano e em cada lado pouco distante do mes- 
mo um tuberculo maior anterior e um outro muito 
pequeno posteriormente; o dorso é transversal e 
grossamente rugoso-ponctuado, ornado com poucas 


Lu ED que 


cerdas flavas bem compridas e em cada lado mostra 
um pequenissimo tuberculo glabro e lustroso, exis- 
tindo um outro e do mesmo tamanho um pouco mais 
alem; o prosterno é grossamente punctado-rugoso 
e munido com dois sulcos muito profundos e trans- 
versaes e destarte formam uma ruga bem grande. 
O scutello densamente pubescente no meio mostra 
espaço longitudinal glabro e liso. Os elytros mos- 
tram uma ponctuação finissima e perceptivel apenas 
com uma lente bem forte, elles são glabros e lus- 
trosos, regularmente convexos, parallelos lateralmen- 
te, conjunctamente arredondados posteriormente e a 
ponta suturo-apical saliente em espinho curto. Os fe- 
mora são moderadamente claviformes, muito disper-' 
sa e finamente ponctuados e a ponta dos enutremei- 
ados e posteriores não saliente em espinho; as ti- 
bias, ligeiramente flavo-hirsutas, são inermes na pon- 
ta externa. O processo prosternal é estreito e abrup- 
tamente declivo posteriormente, o processo mesos- 
ternal é plano e ligeiramente concavo na base; o 
abdomen é lustroso e liso e mostra somente algu- 
mas cerdas muito dispersas, sendo a ponta do ul- 
timo segmento cilliada com cerdas flavas, a ponta 
mesma é ligeiramente sinuosa. 

Indubitavelmente o «habitus» desta especie é com- 
pletamente o duma Coleoxestia, mostrando todos os 
característicos das mesmas, incluindo as cavidades 
coxaes entremeiadas, que são embora só ligeira- 
mente fechadas lateralmente, mas o sulco de cima 
e de baixo no terceiro articulo antennar é uma coisa 
excepcional para este genero e digno de ser desta- 
cado devidamente. De resto esta nova especie mostra 
muitas affinidades com C. pictipes Newm., e C. an- 
nullipes Buq. 

Si não se tratar dum engano de rotulo na es- 
pecie do Museu Paulista, o habitat desta especie 
seria estendido sobre uma região enorme. 


C. DENTICOLLIS, nov, sp. Estampa n. 1, fig. n. 1 


Elongata nitidissima, bruneo-rufa, capite tho- 
raceque saturioribus, setis-pallides, et brevissimis 


— 481 — 


in elytris hirta, pectoris lateribus leviter argenteo 
tomentosis ; caput sparsim grosse punctatum, ver- 
tice inter oculos carinalo, tuberibus antenniferis 
intus productis; antenne %$ corpore breriores, 
scapo obconico, opaco, punctato, art. 5-4 apice no- 
dosis, 5 angulato dentato, 6-70 serratis, 5-11 
entus lateraliter sulcatis ; thorax latitudine paulo 
brevior, antice posticeque valde coarctatus et sul- 
catus. dorso rugis undulatis, transversis profunde 
aratus, satis paucis subtus e lateraliter hirtus, la- 
teraliter utrinque trituberculatus, tuberculo antico 
obtuso, tuberculo medio obconico, mamato, tuber- 
culo postice obsolete calloso ; scutellum triangulare, 
pube-grisea anguste marginatum ; elytra subtillrs- 
seme punctata et vermiculata, apice quadrispinosa, 
spinis saturalibus paulo brevioribus, subtillissine 
griseo-setosa, setis dispersis et brevissumas; femora 
modice clavata, media et postica subdentata, pro- 
sternt processus intercoxalis postice paululum di- 
latatus, abrupte declivis ; mesosternt processus tu- 
berculatus, antice excavatus, abdonunis segmentum 
ultinum apice truncatum. 


Lonz. 32 1/2 mm., lat. hum. 8 1/4 mm. 

Hab.: Um exemplar de Joinville, Estado de 
Santa Catharina. 

Comprida, lustrosa, dum bruneo-rufo, sendo 
porém a cabeça e o prothorax mais escuros, os ely- 
tros dispersamente munidos com cabellos claros e 
muitissimo curtos, os esternos lateralmente são mais 
ou menos denso-griseo-tomentosos. A cabeça é dis- 
persamente grosso-ponctuada, os tuberculos antenni- 
feros são bastante salientes e no vertice, entre as 
partes superiores dos olhos existe uma carena rela- 
tivamente curta ; poucas cerdas compridas e flavas, 
que mais se juntam por traz da parte inferior dos 
olhos, estão espalhadas sobre a cabeça e os mandi- 
bulos. As antennas ( ¢ ) sobrepassam ligeiramente 
o terceiro quarto dos elytros, ellas são ligeiramente 
ciliadas em baixo, o scapo é obconico, opaco, pon- 
ctuado, os articulos 3 e 4 tem a ponta nodosa, o 
5.º na ponta está saliente em dente e os 6-10 den- 


— 432 — 


tados em serra, o 4.º é dum terço sómente do 3.º 
no sentido do comprimento, os articulos 1-3 são li- 
geiramente os restantes densa porem mui curta- 
mente griseo-tomentosos, os articulos 5-11 na borda 
interna são lateralmente ligeiramente sulcados. O 
prothorax é um pouco mais largo que comprido, 
anterior e posteriormente fortemente coarctado e 
transversalmente sulcado, o dorso mostra bastante 
rugas grossas e irregularmente transversaes, em 
cada lado ha tres tuberculos dos quaes um no meio, 
saliente e obconico, um anterior e meio obtuso e o 
terceiro posterior, mais grosso e em fórma de callo ; 
observa-se algumas cerdas compridas e flavas, prin- 
cipalmente em baixo e lateralmente, sendo no dorso 
encontrado pubescencia semelhante a avisada nos 
elytros, porem muito mais escassa. O scutello liso 
e lustroso é finamente griseo pubescente nas bordas 
lateraes. Os elytros são compridos, finamente pon- 
ctuados, cada no apice com dois espinhos compridos 
sendo o da sutura apenas mais curto que o outro ; 
a pubescencia é muitissimo curta, as cerdinhas 
nascem nas pontas, que se vêm espalhadas disper- 
samente sobre os elytros. Os femora são modera- 
damente claviformes, os entremeiados e posteriores 
apenas dentados na ponta, mostrando estes a pube- 
scencia no canto superior, particular a todas as es- 
pecies deste genero; as tibias, mas relativamente 
tambem os femora, são bastante densamente e lon- 
gamente flavo-hirsutas. O processo prosternal é es 
treito e abruptamente declivo posteriormente; 0 pro- 
cesso mesosternal é tuberculado, concavo na base; 
o tuberculo é pouco desenvolvido. O abdomen 
mostra sómente muito poucas cerdinhas bem curtas, 
seu ultimo segmento é truncado e fimbriado com 
cerdas flavas na ponta. 


Esta especie parece muito bem caracterisada, 
mas ella mostra muitas affinidades com a C. Wa- 
terhouser, e não é fora da probabilidade, de se tratar 
talvez somente d'uma variedade desta especie de 
Gounelle. C. Waterhousei não tem o tuberculo me- 
diano lateral do prothorax assim desenvolvido como 


=) AS 


a nova especie, Gounelle nada indica expressamen- 
ta a respeito da pubescencia dos elytros na sua es- 
pecie, avisando somente, que ella for « glabra» eo 
tuberculo do processo menosternal de C. denticollis 
é menos desenvolvido que na outra. 

Tomando em consideração, que na C. femorata 
Gounelle o tuberculo do processo mesosternal esta, 
como o auctor avisa, — sujeito a variar consideravel- 
mente, — ( tenho a vista um & de C. femorata, col- 
leccionado nos Campos do Jordão deste Estado pelo 
conhecido entomologo, Snr. II. Luederwaldt, cujo 
processo mesosternal não mostra o tuberculo) — é 
licito de acreditar, que na nova especie talvez se- 
melhante phenomeno tambem se observará. A pu- 
bescencia nos elytros, que no exemplar de C. den- 
tecollis é assim visivel, mesmo com lente menos for- 
te. evidentemente pode ser observada, porem menos 
distinctamente, em C. Waterhousei. Desta especie 
disponho de tres exemplares, dois dos quaes por 
mim colleccionados na Capital do Estado de São 
Paulo e o 3.º recebido de Joinville, e que corres- 
pondem perfeitamente a diagnose de Gounelle assim 
como ao exemplar do Museu Paulista, que o auctor 
pessoalmente determinou. Em todos estes exempla- 
res alguma pubescencia é indicavel nos elytros, sur- 
gindo dahi as minhas duvidas para com a nova es- 
pecie, pois os tuberculos mediano lateraes do pro- 
thorax somente, — digno porem de ser registrado, 
— decerto apenas seriam sufficientes de fundir esta 
especie. Espero, que um material de mais vulto me 
permittirá, de dizer logo algo definitivo nesta questão. 


C. CONFUSA LACORD. 


Esta especie, que, conforme Gahan avisa, da C. 
vittata differe senão pelas antennas, que são 12 ar- 
ticuladas, encontra-se em Passa Quatro, Sul de Mi- 
nas, de onde recebi uma ©, colleccionada em 18. 
XI, 1917 pelo conhecido naturalista, Snr. J. F. Zi- 
kán. Seu comprimento é de 35 1/2 mm. por 8 mm. 
de larg. nas espadoas, e as affinidades com o C. vit- 
tata, como Gahan já avisa, effectivamente são sur- 


A ANT ES 


—~ 


prehendentes, mas, sendo os elytros em proporção 
muito compridos, esta especie é mais parentesco 
ainda a C. longipennis. As rugas transversaes do 
pronoto da C. confusa em confrontação com C. vit- 
tata são menos grossas e os respectivos sulcos por 
conseguinte menos profundos; o prothorax é um 
pouco mais comprido e antericrmente gradualmente 
mais coarctado naquella de que nesta. As antennas 
chegam ao ultimo quarto dos elytros, os articulos 3 
e 4 são nodosos na ponta, o quinto é ligeiramente 
saliente em dente e o 6.º é francamente dentado, os 
articulos 7-11 são dentados em serra e o 12.º é 
apenas da metade de 11.º no sentido do comprimen- 
to. O scutello, liso e lustroso, é finamente griseo. 
pubescente nas bordas lateraes. Os elytros, finamen- 
te vermiculados, são menos lustrosos que os de C. 
vittata, a cor rufa é predominante, e somente na 
sutura um traço estreito evidentemente é mais en- 
fuscado, emquanto lateralmente apenas se percebe 
uma matiz mais escura. O processo prosternal so- 
brepassa no angulo formado pela abrupta declinação 
posterior, por um tuberculo as coxas anteriores. O 
processo mesosternal é plano e apenas concavo na 
base. O ultimo segmento abdominal é truncado e li- 
geiramente flavo-fimbriado. 


NEOCORUS 
Thoms. System. Ceramb., 1864 p. 220 
N. ZIKANI, n. sp. Estampa n. 2 fig. n. 6 


Brunneo-niger, capite, antennis, elytrorum 
humeris et apice, mososterno pedibusque ferrugi- 
neis, pube argenteo-sericeus vestitus ; caput subti- 
liter alho pubescens, inter antennas longitudinalr- 
ter canaliculatum, tuberibus antenniferis paulo 
productis ; antennae corpore paulo lungiores, scapo 
leniter clavato, arcuato, art. 3 sequente paulo bre- 
viore ; thorax latitudine duplo longior, subtiliter 
argenteo-tomentosus, base constrictus et transversim 
sulcatus, antice sulco angusto transversim ara- 
tus, lateraliter punctis minutis impr'essus ; scu- 


— 435 — 


tellum argenteo-tomentosum ; elytra ad basim tho- 
racis latitudinem maximam via superantia, ibique 
recte truncata, parallela, apice singulatim oblon- 
go-acuminata, base discretin punctata, pube ar- 
genteo vestita, macula paulo ante medium fascia- 
que obliqua post medium albo-sericeis; femora ' 
valde clavata, apice inermia; art. 1 tarsorum 
mediorum et postecorum 2º et 3.° simul sumptis 
longror. 

Long. 7.mm., lat. hum. 1. 3/4 mm. 

Hab. 1 exemplar de Passa Quatro, Sul de Mi- 
nas, colleccionado pelo Sr. J. I’. Zikän, a quem me 
é um prazer de dedicar esta nova especie. 

O typo está na minha collecção. 


Lustroso, escuro, quasi preto, sob dadas condi- 
ções de retlexos com um lustro ligeiramente oliva- 
ceo, a cabeça, as antennas os elytros nas espadoas 
bem como no apice, o metasterno e as pernas, os 
femora no meio mais ou menos enfuscados, da côr 
de ferrugem, coberto com um tomento argenteo e 
sericeo. A cabeça é ligeiramente coberta com o to- 
mento argenteo, o vertice é canaliculado entre as 
antennas e os tuberculos antenniferos são apenas 
salientes, a fronte mostra um sulco longitudinal 
pouco fundo. As antennas são apenas mais com- 
pridas que o corpo, o primeiro articulo antennar é li- 
geiramente claviforme, bastante comprido e arcado, o 
3.º é ligeiramente mais curto que o 4.º sendo o 5.º con- 
sideravelmente mais comprido que cada um d’aquel- 
les, o 11.º articulo é apendiculado. O comprimento 
do prothorax é duas vezes de sua largura maxima, 
posteriormente o prothorax é mui fortemente cons- 
tringido e transversalmente sulcado, anteriormente 
elle é ligeira e gradualmente coarctado, mostrando 
bastante aquem da borda anterior um sulco trans- 
versal e que especialmente aos lados é pouco fundo ; 
assim o engrossamento da parte mediana, que em 
N.ibidionides Serv. devido a constricção excessiva 
anterior e posterior é tão pasmoso e singular, nesta 
especie é muito menos distinguivel. O thorax é li- 
geiramente argenteo tomentoso e lateralmente elle 


— 436 — 


mostra uma ponctuação pouco densa. O scutello, 
arredondado posteriormente, é finamente argenteo- 
tomentoso. Os elytros, na base apenas mais largos 
que a largura maxima do prothorax, são parallelos 
e o apice de cada oblongo oval:a base mostra uma 
“ponctuação bastante dispersa e o tomento argenteo 
e sericeo, que todos os elytros, obtecta na sutura 
um pouco alem do meio forma uma mancha irre- 
gular e um pouco a quem do meio uma faxa trans- 
versal ligeiramente obliqua. Ista mancha assim como 
a faxa porém são nitidas e bem distinguiveis só- 
mente, si a cabeça do insecto fôr virada para a luz, 
como aliás é preciso de proceder tambem com ou- 
tres longicorneos, ornados com uma pubescencia se- 
ricea ; a mancha ferruginea nas espadoas não é ni- 
tidamente circumscripta e provavelmente seu tama- 
nho deve variar consideravelmente como se da 
igualmente no N°. ibidionides. Os femora são muito 
fortemente claviformes e particularmente os entre- 
meados e posteriores mais ou menos enfuscados. O 
primeiro articulo tarsal das pernas entremeiadas e 
posteriormente é ligeiramente mais comprido que o 
2.º e 3.º conjunctos. 

A côr desta nova especie é bem semelhante a 
de N. bidionides a mancha e a faxa sericeas dos 
elytros não se observa nesta. Além d isto a forma 
do prothorax permitte de distinguir facilmente esta 
especie, à qual tambem faltam os callos transver- 
saes e mais ou menos glabros que se observa nos 
elytros de N. sbidionides. 

Não é fora da probabilidade de se tratar da espe- 
cie, que Lacordaire menciona alem da especie de 
Serville (Genera 1869, p. 336) e da qual diz de 
ser igualmente de procedencia brasileira. 


COMPSOCERUS 
Serv. Ann. Soc. Ent. Fr. 1834, p. 62 
C. CHEVROLATI, Gounelle. 


Na minha modesta contribuição do tomo X d'es- 
ta revista tomei em conta a probabilidade, que a 


côr d'esta especie talvez seja menos sujeita a va- 
riar que nas outras especies d'este genero, e que 9 
nitido-purpureo seria a unica matiz. 

Esta supposição porem é erronea, pois 0 exem- 
plar no entretanto recebido de Joinville, Estado de 
Sta. Catharina, com elytros d'um verde metallico 
bem vivo demonstra novamente, que a côr dos ce- 
rambycideos, sendo metallica, está sujeita a variar 
consideravelmente. 

O auctor desta especie não podia informar dados 
certos sobre o habitat desta especie, mencionando 
somente « Brésil méridional ». Agora sabemos que 
2 mesma foi encontrada no Estado de Sta. Ca- 
tharina. 


São Paulo, 18 de Abril de 1920. 





ESTAMPA I 





1. Coleoxestia denticollis. 2. Coleoxestia similis, 
3d e 49 Temnopis signaticornis. 





Pe. 
- 
4 — 
4 
\ ¥ | 
\ - > 4d f 
wetter k 
ik 
‘ 
o 
. 
% 
o . —. Ro 
' 
| * 
« F = 
4 L 4 é . 
” - 
he, AE, ; . 
y é A 
E, + 
a é 
sig : ly 
FD see ae oe + TA 
bios ‘ to 
F À Le [A 12 Ù 
1 
Ê à £ > nas 
+ à F 3 
Fa e, ribet, 
' \ . neath 
} o rt 
EN 5 3 es 
1 | t L 
; E é o 
me : aie 
4 
er! ) t «MARA 
Es pr ee 
5 tu E 
“cê DR ET 
zy un! 
i DT 
e - I Poe 
+ 2 a * 
É, (54 , ” 
4 po N = E 
pi +: a 4 cf) j 
| ol . 
f 14 ‘ ‘ i 
+ à ú 
‘ à ' - Y 
À |] 
' 
i t 
. 1 - ' 
| p \ - 
7 \ 
- 4 i A e 
4 
‘ 
1 i 
Lad M | 
, 
tá i 
LA q 
(1 do À | . 
Le. | q _ 7 
+ a | à 1 
é A i 
. 7 ? 
i à s E 6 ç y cs ud 
As 6 ae re E [= he: | - = 
y L: ’ | | ‘ < | 
ra À | VAE 
PAL. RP TN VEL ire na 
Fr À es 7 7 








ESTAMPA II 





RUD. FISCHER, DEL. 


5, Atenizus Taunayi. 6. Neocorus Zikani. 


F. SOMMER 








0 conceito de metal nos nomes proprios, 


de povos e paizes 





$ 





O conceito de metal nos Nomes proprios, de povos é patzes 


Os interessantissimos trabalhos do Sr. Dr. Al- 
berto Childe sobre « Industrias metallurgicas na an- 
tiguidade », publicados no vol. X da Revista do 
Museu Paulista, däo-me azo offerecer algumas ob- 
servações por mim feitas por occasião de estudos 
sobre a origem e significação dos nomes. 

Os trabalhos do Sr. Childe poem em evidencia 
a magna importancia que tinham os metaes, a sua 
obtenção e preparo, para a vida dos nossos ante- 
passados, desde os tempos immemoriaes. Segundo 
aquelle autor, certos povos de eras antigas guarda- 
ram durante largo espaço de tempo o segredo da 
manipulação dos metaes e aproveitaram taes conhe- 
cimentos para auferir vantagens nas suas relações 
com os outros povos, quer commerciaes, quer de 
outra ordem. Não é, pois, de admirar que os voca- 
bulos creados para a designação de metaes e que 
em seguida serviram de bases para designar instru- 
mentos e utensilios de metal e mais os homens que 
com os metaes operavam, tivessem representado 1m- 
portante papel na formação dos nomes de paizes, 
de povos e de individuos isoladamente considerados, 
de modo que o conceito de metal ainda hoje se en- 
contra com frequencia na nomenclatura de todos os 
povos civilisados. Isso se da, não sómente quanto 
aos nomes geographicos, isto é, aos que designam 
paizes e logares assignalados pela exploração de me- 
taes, mas tambem quanto a nomes de familia. E 
certo que, entre estes, constituem uma notavel par- 
te os nomes de officios, mas aqui só nos occupa- 
remos com os referentes à metallurgia. 

Antes dos nomes familiares de officios deriva- 
dos da metallurgia e que eram adoptados em con- 
sequencia de exercicio de tal arte na mesma familia 


LE AA 


atravez de gerações, houve simples designações de 
officios, constituídas na maioria dos casos pela com- 
binação do conceito de pessôa com o de metal. 

E tão grande o numero de nomes que envol- 
vem a idéa de pessõa, e tão variadas são as suas 
formas, que nos absteremos de penetrar com minu- 
dencia nesse terreno, tentando apenas, por meio de 
alguns exemplos, mostrar a referencia pessoal em 
alguns dos termos relativos à metallurgia. 


latim fab-er portuguez ferr-ezr-o 
celto gob-han portuguez serr-al-herro 
slavo kow-al celto cer-dd 


allemão sch-mi-ed suec. for-ge 
japonez kaji-ya  francez for-ge-ron 


Os conceitos de pessôa nesses nomes de officios 
são postos em notavel evidencia. Refira-se ainda 
que acontece ser eliminada a idéa de pessoa, de modo 
a se poder encontrar nomes proprios referentes 4 
metallurgia nos quaes apenas se depara o de metal. 

Como palavra originariamente designativa de 
mineraes, abrangendo indistinctamente metaes e mi- 
nereos, consideremos a syllaba — ha. 

Qual a forma primitiva real deste vocabulo não 
se poderá jamais determinar com segurança. Sua 
forma variou naturalmente entre os diversos povos 
e nas varias epocas. 

Podem-se. entretanto, firmar sem grandes dif- 
ficuldades as seguintes formas principaes, que é ad- 
missivel tenham resultado da sua forma originaria 
pela natural evolução linguistica : 


ha fa, va, wa, ba, pa, spa, 
scha, sa, za, ma, na, 

ka, ga, ja, qua, la, ra 

ta, sta, da, 


De todas estas formas principaes resultaram 
formas accessorias pela inversão, pela adopção de 
consoantes finaes e pela transformação de vogaes ; 
evidentemente deu-se tambem em alguns casos a elimi- 


Se ke eae 


nação da consoante inicial. Na seguinte enume- 
ração tentou-se pôr em destaque o conceito de metal 
em um certo numero de denominações de mineraes, 
metaes, armas, instrumentos, utensilios e moedas. 


Ha 











scha, sa, za ) hasch, has, haz, scha,-sa, za, ) haf, hav, haw 
ka, ga, ja, qua ) hak, hag, haj, haqu ka, ga, ja, qua ) hab, hap, hasp 
ta, sta, da ) hat, hast, hatz, had ta, sta, da ) ham, han, hal, har 
ara ka-yn (forjar ) a. schau-f-el 
hung. ka-sza ( gavanha ) kaingang ki-f-é (facca) 
a. ki-es ( cascalho ) afr, e-ku-v.a ( machado 
sl. ko-sa ( gavanha ) le sa-w 
afr. go-as ( facca ) amer, toma-ha-w-k 
inglez co-al EE sä-b-el 
hespanhol cu-chill-o a hi-p-pe 
Pp. cu-tell-o a schi-p-pe 
cig. el-khu-sah ( facca ) a. sze-p-ter 
tupy i-ta ( pedra ) a, ku-p-fer 
chinez ta-el ( moeda ) 1. cu-p-rum 
skr. da-tu ( metal) de ’a-m-boss 
cig, si-p-ta ( ferro) a ha-m-mer 
chin. kä-sch atr. ha-m-bura 
turco ta-sch ( pedra) a. meer-schau-m 
a, . sa-ch-s Pp. chu-m-bo 
a, ?a-x-t turc. ka-m-a ( punhal ) 
15 sa-x um ture, gu-m-iisch (prata) 
skr. ka-s-tira ( chumbo ) skr, ga-m-bunada (ouro ) 
a: ca-ss-is ae tal-ku-m 
turc. ca-s-an (caldeira ) a han-tel 
a ke-ss-el a. ha-n-d-schar 
a ha-ck-e E ’e-n-sis 
a. ha-k-en a ze-chi-n-o 
a, *e-g-ge a se-n-se 
a. sae-g-e a zi-n-n 
turc, ya-ta-g-an skt ka-n-ysa ( cobre ) 
Pp. a-da-g-a jap. ka-n-e (ouro, metal) 
a, de-g-en jap aka-ga-n-e ( cobre ) 
cig. be-tu-g ( prata) cig. me-ga-n ( ferro) 
a hii-t-te 1 ar-ge-n-tum 
a pflug-schei-t jap. ki-n (ouro) 
jap. te-t-su ( ferro ) chin. ki-n (ferro) 
gr. s-ta-t-er ( moeda ) grus, r-ki-n-a ( ferro ) 
ar. ha-di-d ( ferro) grus, ki-n-schal ( punhal ) 
jap. gi-n ( prata ) 
hesp. e p. qui-n-tal ( peso ) 
es qui-n-caill-erie 
p. es-ta-n-ho 
1 es-ta-n-n-um 
afr. otyi-te-n-da ( ferro ) 
1: ti-n 
a. stei-n 
Pp. di-n-heir-o 
turc. de-m-ir (ferro ) 
de-n-ar 
a he-l-m 
a. he-ll-e-barde 
1: ori-cha-l-e-um 
a si-che-l 
ar ka-l-k 
gr. cha-l-k-os (mineral, co- 
bre ) 
cig. kha-l-ih ( ferro ) 
p. ca-l-deir-a 
a. ke-l-le 
hebr, se-ke-l 
a. si-l-ber 


a. ge-l-d 


D DU D D Ep — 


Le] 
o . 
- 


a-se-i-ku-l-us ( martello ) 
gu-l-den 

go-l-d 

do-l-ch 
ha-r-pune 
bi-gor-na 
ha-r-n-isch 
ha-r-ke 

ho-r-n ( ferro ) 
*e-r-z 

ar-m-a 

qua-r-z 
pflug-scha-r 
han-d-scha-r 
soi-ssa-r-s 
sche-r-e 
con-ce-r-t-ar 
shi-r ( ferro ) 
te-sou-r-a 
an-co-r-a 
ku-r-schun ( chumbo ) 


(ET 


fasch, faz, fas, 





va, fak, fag, faj, faqu 
wa, fat, fast, fatz, fad 
ba, faf, fav, faw 
pa, fab, fap, fasp 
spa, fam, fan, tal, tar 
a. s-pi-es 
Pp. pa 
d. am-bo-ss 
os va-s-um 
d. seh-wei-ss-eu 
jav. wei-s-i ( ferro ) 
mal be-s-i ( ferro ) 
Sp. pe-s-o 
p- fa-c-c-a 
P. foi-c-e 
egyp. baa-k-es (ferro ) 
turc. ba-k-y (cobre) 
p. ba-c-a-marte 
a. be-c-k-en 
jap. bu-k-i (arma) 
p. pa t-ac-a 
a s-pa-t-en 
do pers pe-t-schaft 
a fe-d-er-messer 
a. sau-fe-d-er 
P. cani-ve-t-e 
Pp. es-pa-d-a 
mal. pe--d--sch--rak 
( prata ) 
a, wa-f-f-e 
Hs p-fa-n-n-e 
a. hirsch-fa-n-g-er 
a, p-fe-n-n-ig 
1. pe-n-n-y 
a. p-fu-n-d 
skr va-n-ga ( chum- 
bo, estanho ) 
jap o-ba-n (moeda ) 
jap ko-ba-n (moeda ) 
hib, ba-n (cobre ) 


na 


masch, maz, mas 

mak, mag, maj 
maqu 

mat, mast, matz, 
mad 

maf, mav, maw 

mab, map, masp 

mam, man, mal, 
mar 


ti-mah (chumbo) 
mo-ed-a 
el- ma--as--far 

{ ouro ) 


to-ma-hawk 
ni-et-e 
me-tall-um 


ma-ch-ad-o 
ma-ch-et-e (ma- 
chado ) 
ma-s ( ouro ) 
me-ss-er 
me-ss-ing 
me-ss-en-dom 
mei-ss-el 
me-g-an (ferro) 
wis-mu-th 


me--d--schi-die 
( moeda ) 


me-d-e-nice (ba- 
cia ) 


na-d-el 

k-ni-f-e 
ca-ni-v-et-e 
na-b-e ( frigi- 

deira ) 

na-p-f 

as-ma-n (pedra) 
dia-ma-n-t 


me-n-d-entze ( ba- 
cia ) 

he-mi-na(moeda) 

mi-n-e 

mii-n-ze 


lasch, laz, las 


lak, lag, laj, laqu 


ra lat, last, latz, lad 

laf, lav, law 
lab, lap, lasp 
lam, lan, lal, lar 

d, b-lei 

skr. si-la(pedra, rocha} 

ar g-ro-sch-en (moeda) 

ar k-ru-sch (moeda) 
gu-ru-sch (moeda) 

hib. le-ch ( pedra ) 

1. si-le-x 

hib, c-lo-ch (pedra) 

gr. d-ra-ch-me‘moeda ) 

P. ro-ch-a 

skr. r-s-ti (cutello) 

qe b-ra-ss 

a. ra-S-en-eisen-stein 

a. k-ri-s-tall 

gr. side-ro-s (ferro) 

hind, lo-k-ta 

a ro-ck 

a, pf-lu-g 

Bt sch-la-g-lot 

Pp. la-t ão 

russ,  Z-la-teaia (ouro) 

Pp. la-t-a 

a. sti-le-t 

ne p-ra-t-a 

ls g-la-dius 

i; lea-d 

p a-ra-d-o 

Pp. a-ro-b-a 


— 415 — 


rum, ba-n-i ( moeda ) p- ma-l-ho a, ru-b-el ¢ moeda ) 
kain- 
gang  be-n (machado) nord. ma-l-m(mineral) p. la-p-is 
kain- 
gang pan ( pedra | cig . nah-l ( ferro ) ae ra-p-p-en (moeda) 
4 s-pa-n-ge Pp. ma-r-tell-o hind, ru-p-ie (moeda) 
aie eruen-s-pa-n a, ma-r-k ( moeda ) 1, cup-ru-m 
sl pe-n-iazi (moeda) Pe la-m-ina 
hung, pe-n-ez a, f-la-m-berg 
Pp. es-pi-n-garda a. p-le-m-pe 
a, har-pu-n-e Ja p-lu-m-bum 
bP. pu-n-hal 
z fe-l-s e av-ru-m 
z fe-l-d-spath a. g-ra-n-it 
2. bei-l pers. k-ra-n (moeda) 
a schie-fe r Te i-ro-n 
o fe-r-rum a. b-ro-n-ze 
ZE sch-we-r-dt an k-ro-n-e (moeda) 
hesp. pe-r-ro (moeda) 


Nas palavras all. am-boss, erz e outras per- 
deu-se evidentemente o h ou k inicial o que não 
se pode dizer com certeza de palavras como 1. aes, 
as, p. aço, all. eisen, skr. as-man, cig. hadid-aish 
(ferro), god-aes (ferro) nas quaes a raiz «as» 
pode corresponder à raiz « sa», em inversão. 

Nas combinações retro é de notar a relação 
entre all. hacke, p. facca, entre os termos all. pfan- 
ne e becken, entre p. caldeira, t. casan e all. kes- 
sel, 2ntre all. spaten e p. pá, entre p. pataca e chin. 
käsch, e entre all. axt, beil e p. machado. 

Ao proprio leitor ter-se-ão deparado outros 
pontos de contacto de muitas expressões em linguas 
diversas. 

As expressões com idéa de metal adeante enu- 
meradas encontram-se em combinação com referen- 
cias pessoaes, locaes ou de paizes, nas expressões 
indicativas de profissões ou nos nomes historicos ou 
geographicos, que se seguem, os quaes em parte 
se contem no já mencionado trabalho do Sr. Dr. 
Childe : 





Ha 








scha,sa za hasch, has, haz scha, sa, za haf, hav, haw 

ka, ga, ja, qua hak, hag, haj haqu ka, ga, ja, qua hab, hap, hasp 

ta, sta, da hat, hast, hatz, had ta, sta, da ham, han, hal, har 

ã. ho-ch-of-en Hai-ph-est-os 

jap. ka-j-i-ya ( forjador ) ngr. gy-ph-ti-co ( forja ) 

[TE Ca-ss-i-ter-i-dæ ar. si-ju-f-t ( forjador ) 

ar. ha-dd-ad ( forjador ) al, ko-w-al ( forjador ) 

hung. ko-v-ath ( forjador ) 

He-b-ra-er 
He-b-ri-da 





— 446 — 


Suec-ia 


fasch, fas, faz, 





va, fak, fag, faj, faqu 

wa, fat, fast, fatz, fad 

ba, faf, fav, faw, 

pa, fab, fap, fasp, 

spa, fam, fan 
fal, far 

a kur-p-fu-sch-er 

je of-fi-c-ina 

Le phi-s-ic-us 

a. schwer-t-fe-g-er 

i fi-t-t-er 

ture, bi-tsch-ak-dschi (cu- 

teleiro ) 

a ba-d-er 

hind, pe-bu-n (metallurgista) 

Pp. fu-n-i-leir-o 

a. fah-n-en-sch-mied 
ba-n-a-us-os ( official ) 

a, Phé-n-iz-ier 

gr. s-pe-n-gler 

A Ba-n-g-ka ( fornecendo 

estanho ) 

le His-pa-n-ia 
Phi-l-ist-er 

a: fa-r-r-ier 
Fa-r-sch-weil-er 

a, schar-we-r-k-er 


celt, 


Ho-b-ab 

gc-b-han ( forjador ) 

Ka-b-ir-os 

Ju-p-it-er 

Ja-p-et 

SY-P-SY 

UE er 

Ae-gy-p-t-en 

Hi-ku p-ta 

Ko-p-ten 

Aeth-io-p-ier 

Cy-p-rus ( fornecedor 
de cobre ) 

ary gro-ko-p-os ( mestre 
da casa da moeda ) 

ha-ki-m ( medico ) 

ross-ka-m-m 

Bo-chu-m 

ka-n-a ( forjador ) 

Quai-n 

Cai-n-it-er 

Tel-chi-n-os 

Zi-geu-n-er 

Vul-ca-n-us 

Ce-l-ti 

Cha-l-y-b-os 

ka-l-a-dschi ( funileiro 

ki-l-idschi 

Bo-cho-l-t 

quack-sa-l-b-er 

scha-r-f-rich-t-er 

car-ras-co 

Co-r-y-ban-tes 

s-ra-ko-r-z ( cuteleiro ) 

jergata-ko-r-z (for - 
jador ) 

chi-r-urg-us 

Ho-r-in 

wos-go-r-itsch (ou - 
rives ) 

gü-r-t-ler 

ce-r-r-d ( serralheiro ) 

se-r-r-al-heir-o 

a-r-z-t 


masch, mas, maz, 
mak, mag, maj, maqu, 
mat, mast, matz, mad 
maf, mav, maw, 

mab, map, masp, 
mam, man, 

mal, mar 





turc. 


egyp. 


a, 


maa-den ( mina ) 


ma-s-niu 


sch-lo-ss-er 
Et-ru-s-c-i 


A-ra-c-o-yaba 
b-la-ck-s-mith 
Lau-ch-hamm-er 
Ma-la-c-ca 

ma-t-jo ( canteiro ) 
Se-mi-t-en 
stein-me-tz ( canteiro 
me-d-ic-us 


Aescu-la-p-ius 
k-le-m-p-n-er 
Ma-l-m-itz 


a. han-d-we-r-k-er 

Pp. fe-r-r-eir-o 

fre fo-r-ge ron 

susc. fo-r-ge ( forjador ) F 








Após estas confrontações poder-se-ão interpre- 
tar como designações de povos metallurgistas os 
nomes dos quainitas, philisteus, hebreus, semitas, 
pheniceos, egypcios, coptas, e ethiopes, e mais O 
dos ciganos. Tambem o nome dos rasenios ou etrus- 
“os e ainda o dos celtas denotam serem esses povos 
metallurgistas. E geralmente sabido que os ciganos 
exercitaram até os tempos modernos e ainda exer- 
citam a arte de caldeireiros ambulantes. Tambem os 
etruscos se celebrisaram na antiguidade pela sua 
industria metallurgica. Na enumeração notam-se 
mais, como fornecedores de metaes, as Cassiteridas 
e as Hebridas, na antiguidade Ebu-dae, assim como 
a Hespanha, a ilha Bangka e mais outros logares 
metaliferos. 

Infere-se tambem que os deuses Japet, Jupiter, 
Haiphestos e Vulcanus tiverani originariamente at- 
tribuições analogas. Os nomes legados pelos antigos, 
dos kabiros, chalybos, corybantos e telchinos, po- 
dem-se interpretar como sendo de gremios e cor- 
porações de officios mechanicos. Deve ainda suscitar 
o nosso interesse que o officio dos antigos metal- 
lurgistas, certamente de alta consideração naquellas 
longinquas epocas, parece identificar-se com « arte 
daquelles que exerceram a medicina entre os pri- 
mitivos povos. As denominações do ferreiro e do 
medico da aldeia contem as mesmas raizes. 

E vasto o campo dos nomes topographicos e 
outros nomes geographicos que denotam a existen- 
cia de mineraes ou de metaes ou talvez o estabele- 
cimento de um ferreiro que serviu de nucleo para 
o logar que na cercancia do mesmo ia crescendo ; 
tocou-se apenas de leve nesse ponto pela apresenta- 
ção de alguns nomes. 

Só é dado pôr em relevo, tambem, alguns dos 
numerosos nomes de familia nos quaes persiste o 
mesmo conceito de metal e delle derivadas as de- 
signações de officios metallurgicos : 


scha, sa, za hasch, has, haz 
ka, ga, ja, qua hak, hag, kaj, haqu 


ta, sta, da hat, hast, had 


Ha 


scha, sa, za 
ka, ga, ja, qua 
ta, sta, da 


haf, hav, haw 
hab, hap, hasp 
ham, han, hal, hat 





Hadd-ad 


Hack-en-sch-midt 


Wahn-scha-f-fe 
Scha-f-r-gotsch 
Schie-f-f-er-decker 
Ho-f-f-mann 
Oel-ha-f-en 
I10-f-meist-er 
Pett-en-ko-f-er 
O’ Kee-f-e 
Wein-kau-f 
Ar-co-f-o-rad-o 
Ays-cou-gh 
O’-shau-gh-ness-y 
Cou-gh 
Ha-v-e-lock 
Ha-v-en-stein 
Ho-w-ard 
Go-w-er 
Hu-b-sch-mied 
Man-ga-b-cir-a 
Ha-b-el 
Gu-b-al-ke 
Es-co-b-ed-o 
Es-co-b-ar 
Man-ko-p-f 
Breit-ko-p-f 
Was-ko-p-f 
Co-p-a-rell-i 
Scho-p-en-hau-er 
Schô-p-p-en-thau 
S-ko-p-w-er 
Ca-p-et 
Ca-b-eça de Vacca 
Co-p-ley 
Ku-p-f-er 
Ha-m-m-er 
Put-ka-m-er 
Go-m-es 
Well-en-ka-m-p 
Scho-m-p-re 
Mar-ko-m-b 
Beau-cha-m-p 
Ers-ki-n-e 
Kü-n-erz 
Ka-n-n-en-giess-er 
Go-l-d-sch-midt 
Ho-l-t-ei 
Ca-l-deir-a 
Ka-l-t-sch-midt 
Ko-r-ta 

Ho-r-ta 
Cha-r-v-o-lin 
Sche-r-bau-er 
Sche-r-kam-p 
La-ce-r-da 
Sch-war-ze-r-d 
Schär-t-lin 
Kel-tzsch 


eee 


fasch, fas, faz 


va, fak, fag, faj, faqu 
wa, fat, fast, fatz, fad 
ba, faf, fav, faw, 
pa, fab, fap, fasp, 
spa, fam, fan 

fal far 


masch, mas, maz 
mak, mag, maj, maqu 


na, mat, mast, matz, mad 
la, maf, mav, maw 
ra mab, map; masp 


mam, man, 
mal, mar 


E — 


‘Reh-weis-gtith 
'P-fe-f-f-er-korn 
‘Mittel-vie-f-haus 
'Fa-f-e 

Fa-v-er-o 

‘Po-p-ham 
P-fa-n-n-en-sch-midt 
Fah-n-en-stock 
Schimmelp-fe-n-n-ig 
'Fo-r-j.az 


Fa-1-r-en-kopf 
iFa-r-a day 
Put-fa-r-k-en 
Fa-r-qu-har 
Fu-r-qu-im 
Fe-r-gu-son 
'Fo-r-b-es 


Ru-sch-e-weyh 
Arm-st-ru-th-er 
Esch-st-ru-th 
Me-ss-torf 
Me-ss-er-sch-midt 
Ma-ss-ing-er 
Thal-me-ss-ing-er 
Quei-ro-z 
Lutten-sca-lä-g-er 
Sied sch-la-g 
Le-g-er-lotz 
La-g-er-lüf 
Me-t-el-er-kam-p 
Ma-tz-dorf 
Me-d-al-ha 
Me-d-eir-os 
Me-d-e-findt 


Al-mei-d-a 





Seria quasi dispensavel referir que nem todos 
os citados nomes geographicos e historicos e menos 
ainda os nomes de familia se podem considerar com 
absoluta certeza como pertencendo à classe dos que 
encerram um conceito de metal. 


Este conceito, no seu desenvolvimento. e devi- 
do à sua antiguidade e extraordinaria diffusão, mes- 
‘clou-se com outros, de maneira que os nomes que 
contem conceito metallurgico permittem em parte 
outra accepção. Em boa parte, porém, a solução 
daquelles nomes de familia como sendo antigos no- 
mes de ferreiros é provada pelos brazões usados 
por certas familias. Estes brazões contêm symbolos 
e atributos referentes ao officio metallurgico exer- 
cido pelas respectivas familias, entre elles cantos, 
machados, martellos, espadas, chaves, flechas, an- 
coras, argolas, foices, ferraduras, corações, trifolios, 
rosas e ramas. 


Para a significição de ferreiros serviram igual- 
mente as figuras de carneiros e bodes, pelicanos e 
pombas como tambem peixes e mais outras marcas, 
que todas em seu tempo e no seu lugar foram uti- 
lisadas para significar com as-suas figuras o artista 
metallurgico nas eras antigas. 

Ássim é possivel determinar com certa segu- 
rança muitos nomes provenientes dacuelia impor- 
tante industria, por sua composição, de modo a 
desvanecer, em relação a consideravel parte delles, 


— 450 — 
as sombras que os envolveram por longos tempos, 
talvez mais de dois mil annos, furtando-se à expli- 


cação. 


S. Paulo. 


F. Sommer 


RELATORIO 


referente ao anno de 1919, apre- 





sentado, a 28 de Fevereiro de 





1920, ao Excellentissimo Se- 





nhor Secretario do Interior, 





Doutor Oscar Rodrigues Alves, 





pelo Director, em Commissão, 
do Museu Paulista, AFFONSO d'ES- 
CRAGNOLLE TAUNAY. 











\ 
' a 
\ 
4 
. 
~ 
“4 ? pa 
- 0 a 
i E CEA 
1 [4 À ‘ ft Gry 
‘ 
f 
K à 
ny? 4 
£ 
Tr 
1 
“ 
[= j f ~ 
mo “ 
j d Loi 
fl 4 : L 
/ À 
Y 
x de 
] mn 
Sih. FE : E: 
| 
‘ 
| he 
f E 4 
| Nu EU TES ENE 
i sl 
e 1 
mA if \ E 1 
i i Eu | Ji DA 138 ‘ 
5 
Deer: es f | 
‘ ‘ ca war 7 
ç 
’ Flu ' i Li 
À ' a Ia | P ya + 
, if A Me À 
v4 | { j 5 
Oy is 5 | ft TOU: 
TAN JW dre LM a 
ju ht y: LATE wh pos ' 
t as 7 À ne Ge. 
' 
y b 
any 


elt, 
f "A ni q E 
inde) «po AA hati l fe 
f \ EURE "En", ir 





EMO, SNR. DR, OSCAR RODRIGUES ALVES, 
DIGNISSIMO SECRETARIO DOS NEGOCIOS DO INTERIOR, 


A V. Excia. tenho a honra de apresentar o relatorio 
das occurrencias principaes do Museu Paulista, referentes ao 
anno de 1919 em que o Instituto teve os seus serviços func- 
cionando com toda a regularidade. 


Directoria 


Mantive-me sempre à testa do Museu no decorrer do 
anno, salvo quanto ao periodo de ferias regulamentares go- 
zadas de 26 de novembro a 13 de dezembro. 


Pessoal 


Não houve alteração algnma no quadro dos funccio- 
narios do Museu nem se registrou pedido algum de licença 
durante o anno, sendo a assiduidade dos funccionarios optima. 
Demittindo-se os jardineiros Paradella e Antonio Pedro no- 
meei para os seus lugares os Surs. Seraphim Brisola e Cae- 
tano Casa Grande que têm dado boas contas de si 

Cum a devida venia de V. Excia. tomei para auxiliar 
o Sur. Luederwaldt pelo periodo de dous mezes o Sur. José 
Gusmack com o fim de alliviar os pesados encargos daquelle 
naturalista o tornar mais rapido o arrolamento do grande 
material ultimamente entrado no Museu devido ás excursões 
scientificas. 

Attendendo a um pedido desta Directoria encaminhado 
e reforçado por V. Excia. permittiu o Exmo. Snr. Dr. Can- 
dido Motta, Digno Secretario da Agricultura, que viesse tra- 
balhar em commissäo no Museu, o Sur. Dr. Adolpho Hem- 
pel, entomologo do Instituto Agronomico de Campinas. Foi 
uma acquisiçäo valioza para o nosso quadro esta do dis~ 
tincto entomologo cujos trabalhos sobre coccidas, sua es- 
pecialidade tem mundial divulgação. Encetando o seu servi- 
ço em junho tem o Sur. Prof. Hempel não só trabalhado no 


— 494 — 


seu ramo especial como respondido a numerosas consultas 
zoologicas ¢ collaborado largamente na Revista. Com verda- 
deiro prazer constatamos a sua presença nos nossos labora- 
torios e os seus serviços relevantes ao Museu no d correr dos 
sete mezes já aqui passados. 


secretaria e Archivo 


O encarregado destes serviços, da Secretaria e Arcki- 
vo, Snr. Henrique Pinto Cardoso, desempenhou-se cabalinen- 
te de seus encargos, achando-se #mbos em perfeita ord: m. 


'isitantes do Museu 


reo 


Teve o Museu uma frequencia de 69.773 visitentes cu 
sejam mais 1.526 do que em 1918. Nada fiz a Ligt para 
melhorar o serviço da linha do Ypiranga nem augmentou o 
numero de bondes, duplicou a via «u a irrigou sequer aos 
domingos. Sempre a mesma poeira, a mesma demóra, a mes- 
ma marcha vagarosa dos bondes! Apezar de tudo cresce a 
frequencia ao Museu, cresce a uttenção do publico pelo nosso 
estabeleciment”, como que acompanhando o desenvolvimento 
do Instituto. Posso repetir as palavras do relatorio que em 
1918 apresentei a V. Excia. 


Bibliotheca 


Continuaram os serviços de catalogação, moros mente, 
pelo facto de ser escasso o tempo e muito subdivididas as 
oceupações do trsductor-bibliothecario Sur. Andréa Do e ain- 
da a exigir o systema decimal uma grande quantidade de 
indicações. 

A grande sala da entrada A 3 está por assim diz'r 
prompta, inteiramente catalogada. Para adeantar o serviço 
determinei que o amanueuse Snr. Cardoso empregasse sem- 
pre as suas horas de fulga na Bibliotheca a auxiliar + bi- 
bliothecario. Este tambem estã bastante carregado de servi- 
ço assim, com a permissão de V. Excia. contractei com a D. 
Maria de Faria Cardoso que escrevesse as fichas indisj en- 
saveis à catalogação, sfim de se ganhar tempo, serviço que 
pode ser feito fora do Museu. Os nossos armarios já estão 
com a sua capacidade esgotada. Ha absoluta falta de mobilia 
na nossa bibliotheca. Quando em 1917 mandou V. Excia, 
que o Almoxarifado da Secretaria do Iuterior firneresse grau- 
des armarios à nossa Bibliotheca, determinei que se lhes 
desse notavel fundo afim de que podessem ser desdobrados. 
Mandei agora avaliar o serviço a fazer-se para .este deside- 
ratum Pediram-me um conto e quinhentos mil réis (1:500$000). 
Pretendo effectuar no futuro exercicio semelhante despesa 
que virá trazer consideravel folga permittindo a localisação 
de alguns milhares de livros h je empilhados. 





Com a cessação da guerra avolumou-se muito a re- 
messa de livros a nossa Bibliotheca. 

Durante o anno as compras feitas pela Bibliotheca 
foram por assim dizer insignificantes, de algumas centenas de 
mil réis. Occorrendo a liquidação da importante Bibliotheca 
Eduardo Prado tive o ensejo de adquirir por excellentes 
preços innumeras obras algumas verdadeiramente preciosas 
cuja ausencia nas nossas e-tantes e vitrinas era sensivel. Tudo 
porém subiu a poucas centenas de mil réis como se verá do 
relatorio do digno Bibliothecario do Museu. Adquiri tambem 
alguns livros de grande utilidade e constante procura como 
Genera Insectorum de Wytsman, o Nouv au Larousse Illustré, 
The Century Dictionary. 


Antigas salas de exposicao 


Ultimou-se a reparação dos moveis das salas antigas 
da exposição, que agora pintados de branco, com as frestas 
tomadas, cuidados e limpos dão outro aspecto ás colleções. 
São comtudo os nossos armarios feios, pesados, desgracivsos. 
Em todo o caso tem agora muito melhor apparencia, sobre- 
tudo se si attender que, havia vinte annos, sº deterioravam 
sem a minima pintura interior e exterior. Attenderdo a um 
pedido meu fez V. Excia. com que o Almoxæifado da Se- 
cretaria do Interior nos fornecesse tres vitrinas, tres arma- 
rios para centro de sala uma grande vitrina armario. Foi esta 
para a sala de entomologia permittindo um enorme reforço 
das collecções expostas; aquelles para a sala dos peixes e 
as vitrinas opporiunamente figurarão na nova sala a inau- 
gurar-se, À 12. A entrada deste mobiliario veio dar outro 
aspecto às salas B 7 e B 6 despidas c m» ss achavam até 
então. Ha enorme falta de mobilia para as salas de zoclo- 
gia. Material possuímos em abundancia, podendo permittir 
grande reforço das exprsições publicas. Espero, obter, do in- 
teresse de V. Excia. pelo Museu o mesmo auxilio que nos 
prestou nos annos anteriores, fazendo com que o Almoxari- 
fado da Secretaria do Interior nos f rneça o mobiliario. 

Comportam as salas de passaros, ophidies, peixes, am- 
phibios, inscetos, mammiferos, ete. encrme augmento das col- 
lecções se o Museu obtiver armarios e vitrinas em numero 
suficiente. Assim outra seria a impressão dos visitantes a 
quem hoje cala desagradavelmente o aspecto nú de taes 
salas. 


Precisamos muitc agora de armarios para as salas das 
aves e dos mammiferos, onde ha consideravel espaço, apro- 
veitavel ainda. 

Os Snrs. Garbe, Luederwaldt, Lima e Lima Junior 
continuaram a cuidar da conservação das colle:ções. O taxi. 
dermista avolumou o numero de exemplares de aves e ma. 
miferos expostos, notavelmente, substituindo muitas peças ve_ 


— 456 — 


lhas ou estragadas. O Snr. Garbe tambem augmentou muito 
as collecçèes expostas de peixes, fazendo o Sur. Luederwaldt 
o mesmo com os insectos, crustaceos, arachnideos, 


Novas salas de exposição 


Nao foi possivel inaugurar a sala A 12 como eu pre- 
tendia, isto por falta de elementos, dada a escassez das vers 
bas. Continuei porém a reforçar as exposições de cartogra— 
vhia e autographos e a que recorda o passado da cidade de 
S. Paulo. Esta ultima colleção tem sido augmentada com 
novos elementos valiosos e embora esteja ainda longe do que- 
deverá ser, já causa boa impressão. 

A seu respeito assim se exprimiu o Sar. Pinheiro Ju- 
nior no « O Estado de São Paulo». 

« Vale a pena ir lá, supportar a caminhada aborreci- 
da, na poeira horrivel do Cambuey para vêr as muitas cousas. 
interessantes que lá se reuniram naquelle bello palacio. Por 
hoje só me occuparei, porém, da sala que o actual director 
Dr. Affonso Taunay consagrou ao passado da cidade de S. 
Paulo motivo principal da minha « viagem » ao Museu. 


Tudo alli é interessante e digno de ver-se. Embora 
iniciada ha pouco tempo, e tendente, portanto, a se accrescer 
de outros objectos, a collecçäo tem já documentos valiosos. 
como sejam os « Livros dos termos de Vereança da Camara 
de Sao Paulo», desde 1575 até 1723, abrangendo assim o. 
mais remoto periodo da historia paulistana. Além dessa série 
preciosa, que já tem servido ao laborioso director do Museu 
para interesantes trabalhos sobre a vida da villa de São 
Paulo naquelles remotos tempos, pódem-se vêr ahi outros do— 
cumentos, taes como a planta da nossa cidade ( uma das. 
quaes data de 1808) e uma nitida reprolucção da carta de. 
Anchieta ao Provincial da sua Ordem em Portugal, con- 
tando-lhe a fundação de São Paulo, e datada daquelle mesmo. 
anno de 1554. Mas o melhor da sala não é nada disso. O 
que mais interessa e attrde o visitante, são os quadros e: 
gravuras. 

Vém-se nas paredes, ao lado de telas e desenhos de 
Wasth Rodrigues, B. Calisto, A. Dutra, Norfini e outros — 
numerosas gravuras de Hercules Florence, cor aspectos e 
scenas da cidade e da provincia entre os annos de 1826 e 
1840. Dos trabalhos de Wasth Rodrigues, que são os mais. 
numerasos, pódem-se destacar: o « Pateo da Sé » em 1840; 
a rua do Rosario, hoje 15 de Novembro, á noite, em 1862 ;. 
o Largo do Thesouro em 1858; o Mosteiro de São Bento. 
em 1830; o Pateo do Collegio em 1840; e a rua de São. 
Bento em 1866, que os leitores vêm reproduzida aqui ao 
lado, e que corresponde a esquina da rua José Bonifacio. 
naquelle tempo chamada ainda de rua do Ouvidor. Por esta. 
rapida resenha já se vê quanto é interessante a sala consa~ 


— 457 — 


grada ao passado de São Paulo no Museu do Estado, e 
quanto é digua de louvores essa iniciativa do Dr. Taunay ». 


A collecçäo de cartographia tambem se accresceu de 
excellentes elementos como sobretudo do curiosissimo Mappa 
Corographico da Provincia de São Paulo, pelo Marechal 
Daniel Pedro Muller, hoje summamente raro. Espero poder 
em 1920 abrir à visita publica a nova sala A-12 com uma 
nova exposição cuja ausencia se faz sobremodo sentir no 
Museu: a de iconographia paulista. 


Visitantes eminentes 


Durante o anno diversas visitas eminentes contou o 
Museu. A 5 de julho, ao se inaugurarem as obras para a 
grande Avenida teve o estabelecimento a honra de ser de- 
tidamente percorrido pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado, 
acompanhado de V. Excia. e dos Srs Secretario da Fazenda, 
Dr. Cardoso de Almeida, e da Agricuitura, Dr. Candido 
Motta. Em sua companhia veio o Exmo. Sr. dr. Washington 
Luis Pereira de Souza então Prefeito de Sao Paulo. Lon- 
gamente permaneceram os il'ustres visitautes no Museu tro- 
cando idéas e aventando suggestões sobre os projectos de 
embellezamento e conclusões de obras de decoração do edi- 
ficio, para as festas centenarias. 


Tivemos ainda a honra e o prazer da visita do Exmo. 
Sr. Dr. C. F. Mello Leitão, dignis imo director da Escola 
Superior de Agricultura de Nitheroy e nosso presado colleby- 
rador, do eminente bacteriologista Prof. Dr. Miyajima do In- 
tituto Kitasato de Molestias Contagiosas de T kio; os dis- 
tinctos hygienistas da Fundação ook fallen Drs. Richard M. 
Pearce, J. Arold Austin a quem acompanhava o Dr. Pal- 
lister 

Recebemos ainda os dipiomatas Srs. Wilfrid A. Smi- 
ther, secretario da legação ingleza, Welden Rosenthal, dele- 
gado especial ‘do ministerio do commercic dos Estados Unidos ; 
Lor Colum Crichton Stuart e Dr. J. Martin Stuart, dis- 
tinctos viajantes inglezes, Frei Antonio M. Sala caridoso 
missionario da Ordem dos Dominicanos, nosso prezado colla- 
borador e real auctoridade em materia de glottologia do 
Brasil Central. Desembargadores Santos Estanisláu da Rocha, 
do Pará, A. Brito, da Relação do Maranhão, Miss L. E, 
Elliot distincta ethucloga ingleza, Drs. Max Fleiuss o de- 
dicadissimo Secretario Perpetuo do Ins'ituto Historico Brasi- 
leiro e Augusto Barata, Engenheiro Civil, e o academico 
Henrique Fleiuss. 


Em novembro estiveram em longa visita ao Museu os 
membros da commissão enviada á America do Sul, pela Uni- 
versidade de Cornell, o douto entomologo Prof. J. Chester 
Bradley e seu auxiliar o Sr. J. Gordon. 


— 498 — 


Lucto do Museu 


Com verdadeira dôr vimos, todos cs que trabalham no 
Museu, o desapparecimento prematuro e cruel do nosso que- 
rido e já eminente companheiro de estudos, Dr. João Flo- 
rencio (Gomes, desapparecido a 29 de maio de 1919. No 
tomo XI da Revista prestei-lhe as homenagens de gratidão 
que Jhe devia o Museu. 


Collecções em série; duplicatas; reservas 


Durante o anno procedeu-se sempre a substituição de 
alcool velho das coll-eções em série por aleovl novo. Pouco 
ha que fazer agora neste sentido para se ultimar tal sub- 
stitu:ção tão importante. Iufelizmente estamos ja faltos de 
vidraria e precisamos pensar ein adquiril-a, o que pelos preços 
actuaes custará elevada somma. 

A conservação das pelles, courcs de aves é mammiferos 
esteve a cargo dus Srs. Lima e Lima Junior e do continuo 
José Barroso. Disso ja a V. Excia frisei no meu relatorio 
de 1919. Infelizmente muitos numeros de taes collecgdes se 
deterioram pelo facto de os atacarem as sub-tancias graxas 
naturaes. Os nossos processos de desengorduramento são 
falhos; precisariamos adquirir uma machina especial para o 
caso. Pensei realizal-o no decorrer de 1918, depois no de 
1919, desisti ae o fazer porém, 4 vista do orçamento que 
me apresentaram. Com a maior gene osidade attendeu sempre 
o Serviço Sanitario aos meus pedido: de productos chimicos, 
por determinação do Sr. Dr. Arthur Neiva, sempre solicito 
pelas cousas da sciencia. Assim nos suppriu #lém do al- 
cool, com ether, bensina, naphtaliua, formoi, acides, ammo- 
niaco, sulfureto de carbcno, etc. Aqui mais uma vez lhe 
consigno os agradecimentos desta Directoria e cs mais reco- 
»h:cidos. O Sr. Dr. Neiva foi nestes tres aunos um amigo 
dedicado do nosso Instituto. 

Os Ses. Garbe e Luederwaldt com grande zelo manti- 
veram em perfeito estado o material em alcool e entomologico. 


A Revista do Museu 


Distribuiu-se em fevereiro o tomo X da Revista do 
Museu Paulista, que nos motivou, de todos os cantos, do 
mundo, muitos calorosos parabens de scientistas e directores 
de grandes iustitutos d+ numerosos paizes. O tomo XI esta 
impresso tendo-se attingido 949 paginas. Devera ser dis- 
t ibuido em principios de 1920. O numero XII ja tem 500 
pagin:s promptas e pretendo fazelo sahir com cerca de cito- 
centas peginas, em julho proximo, afim de pôr em dia a 
nossa publicação tantos annos interrompida. 

No tomo XI apparecem- diversos trabalhos valiosos 
entre us quaes destacaremos a exc-llente memoria do Sr. 





Prof. Alipio de Miranda Ribeiro, os Veados do Brasil se- 
gundo as cullecções Rondon e de varios museus nacionaes e 
extrangerros, em que, com sua grande auctoridade analysa 
os pontos coutrovertidos que sobre as questões referentes aos 
nosso: cervideos existem. 

E” tambem, um trabalho do Museu Paulista pois do 
nosso avultado material, manipulado durante uma estada de 
muitas semanas entre nós, em 1918, serviuse para as suas 
deduções e conelu:ùes 

E” o Sr. Julio Melzer — por assim dizer — naturalista 
honorario do nosso Museu onde, ha longos anuos, estuda, 
com afi-co e amor o ramo de entomologia em que adquiriu 
fundos conhecimentos: a coleopterologia. O seu bello estudo 
vom qne tivemos o prazer de ab ir o volume XI: Os longi- 
cornios brasileiros da familia Prioninae é igualmente um 
trabalh» do Museu Paulista. Realisado em grande parte nos 
nossos Isboratorios e na nossa b bliotheca representa o atu- 
rado esf.rço do nosso brilhante collaborador de cuja compa- 
uhia desde muito nos ufanamos e comprazemos. 


Os Manguezaes de Santos repre entam interessantissimo 
estudo physico-zoo-botanico de uma região de :spectos do 
curiosisssmos e tão mal conhecidos como essa dos mangues 
nos-0 littoral. Levado a cabo com extrema consciencia pelo 
cistiucto e infantigavel naturalista do Museu, o Sr. H. Lue- 
deswaldt, é de leitura a mais amena e agradavel e revela 
uma série de conhecimentos realmente precics s. Verteu-a 
com extrema fitelidade para um portuguez saboroso, dotado 
de verdadeiro realce vernaculo e httersric o D-. Edmur de Souza 
(Queiroz, rerfeito conhecedor da correspondencia dos dois idiomas. 

Além destas tres volumosas memorias que tomam mais 
de 400 paginas do tomo, citemos ainda: as duas contribuições 
do D: J hn T. Nichols, o eminente ichtyolego do American 
Museum of Natural History, em que nos revela a existencia 
de um genero e tres especies novas de cascudos brasileiros, 
descobertos no material do nosso Musen, os tres valiosos ar- 
tiges de Sr. Luederwaidt sobre es crustaceos do Estado de 
São Paulo, a « Influencia da geada sobre a flora indigena e 
estrangeira dos arredores de São Paulo especislmente uo 
Ypirarga » e sbre a biologia de um lepidoptero. 

Duas novas especies de coccidas revelou-nos o Snr. 
Dr. Adolpho Hempel, cuja palavra é tão autorisada no as- 
sumpto, como sab+m todos. O nosso tão presado quanto erudito 
collaberador Dr. Mello Leitão, com a competencia que todos 
the conhecem no assumpto, escreveu uma serie de excellen- 
tes notas sobre uma collecção do Museu anteriormente mani- 
pulada pelo eminente arachnologo E Simon 

A serie de novos trabalhos scientificos liga se o artigo 
do nosso douto e prezado collaborador Dr. F. C. Hoehne, 
que descreve uma Alastroemeria nova dos arredores de S. 
Paulo com a segurança e minucia que lhe são peculiares. 


— 460 — 


A’ grande jornada de Neiva e Penna que tantas reve- 
lações scientificas veio trazer consagrou o siguatario destas, 
consideracd 5 alguas paginas, desjaudo resumir, para que se 
lhe dê maior divulgsção, pelo orgão da Revista, o monumen- 
tal Relotorio dos dous illustres scientistas e patriotas. 

Completaram esta parte do tomo as homenag-ns pres- 
tadas as memorias do nosso joven, inesquecivel e eminente 
colaborador de tantos annos o Dr. João Florencio Gomes, do 
sabio mineralogista patricio o Dr. Costa Sena, do incança- 
vel e douto botanico Alberto Loefgren (cuja vida fiel e ex- 
pressivament» descreveu Julio Conceição ), do notavel paleo- 
ichtyologo Dr. Charles R. Eastman que durante mezes tra- 
balhou comnosco. 


A’ bibliographia relativa aos annos de 1915 a 1919 
precisämos dar larga extensão, resolvendo além de tudo fa- 
zer, dos livros mencionados nos seus diversos artigos um resu- 
mo orientador dos nossos leitores. (remos com isto prestar 
real serviço aos que, no n‘sso paiz se occupam de ssiencias 
naturaes sobretudo pelo facto de lhes apontarmos a existen- 
cia de obras de que talvez não tivessem conhecimento, não 
fossem as nossas indicações. 


N'um paiz como o nosso, immenso, ha a maior disper- 
sividade. Innumeras são as obras, por vezes valiosas, publi- 
cadas nas suas diversas reg'0es e que nem siquer frequente- 
mente chegam aos maiores estabelecimentos para onde na- 
turalmente deviam ter a primazia do encaminhamento e da 
natural concentração como a Bibliotheca e o Museu Nacio- 
nal por exempio. 

Bem sabemos quanto a nossa bibliographia é lacunosa, 
mas acreditamos que em todo o caso representa uma contri- 
ouigao de pequeno valor para a organisação de trabalho iden- 
tico, effeetuado algum dia em larga escala por especialista 
que a elle se consagre de corpo e alma.. Já a seara é immen- 
sa e precisa desde logo ser trabalhada. 


Para a confecção do nosso modesto ensaio tivemos a 
valiosa collaboração dos Snr. Drs. Adolpho Hempel, F. C. 
Hoenhe, H. Luederwaldt e Julio Melzer a quem penhorados 
agradecemos o excellente auxilio que nos prestaram. 

À bibliographia segue-se a relação summaria dos do- 
cumentos pertencentes à doação tão valiosa feita ao Museu 
pela Exma. Snra. D. Lydia de Souza Rezende. A falta de 
tempo — nbservamo-lo na introducçäo a tal catalogo, — não 
pos permittiu fazer o exame dos papeis, de que agora só da- 
mos o arrrolamento. 

Completa emfim o volume o relatorio a que tivemos a 
honra de apresentar a V. Excia. e relativo ao anno de 1918, 
relatorio que traz em appenso o summario das reclamações 
feitas a Directoria do Museu pelo antigo Director do Insti- 
tuto o Dr. Ihering e da solução que tiveram. 


— 461 — 


Desejavamos muito poder illustrar a nossa Revista profu- 
sa e brilhantemente, mas não foi possivel ainda desta vez fa- 
zelo pela extraordinaria carestia das contribuições das artes 
graphicas. 

Penhorados agradecemos aos dignos Snrs. Director e 
Gerente do « Diario Official», Snr. Horacio de Carvalho e 
Dr. Bento Lueas Cardoso o serviçalismo com que nos ajuda- 
ram. Ao Snr. Ruben Leal, zeloso chefe das officinas os nos- 
sos agradecimentos pelo cuidadoso carinho com que caminhou 
o trabalho da impressão do presente volume. Assim tambem 
a seus auxiliares Snrs. P. Gonzalez, José de Castro e An- 
tonio Correia Netto. 

E seja-nos ainda permittido cousignar os nossos agradeci- 
mentos ao digno chefe do serviço de encadernação do “Diario” 
Snr. Julio Mcreira e ao pessoal a quem dirige, pela preste- 
za e amabilidade com que fizeram a encadernação do volu- 
moso tomo X, grosso livro de mais de mil paginas, num lapso 
de tempo realmente curto, antes do prazo anteriormente fi- 
xado como indispensavel para a confecção do volume. Neste 
trabalho desvelou-se o Snr. Moreira em servir ao Museu. Atra- 
zada e muito, como estava a destribuição da Revista foi-nos 
a antecipação muito proveitosa pois geaças a ella pudemos 
dar mais rapidamente aos nossos correspondentes de todo o 
Universo uma nova de real e forte vitalidade do Museu. 

A parte material do tomo XJ ( voltamos a tocar neste 
assumpto ) está euida la com carinho e melhor do que a do 
tomo X graças as illustragdes mais numerosas, onde se des- 
taca uma estampa a cores na memoria do Prf. Miranda 
Ribeiro. 

Para o tomo XII temos excellente material reunido e 
promessa de contrihuições valiosas e extensas que pretende- 
mos logo atacar de modo a dar annualmente um volume da 
nossa Revista de pelo menos 600 paginas. 


Trabalhos Scientificos Realisados 
no Museu 


Muito animados estiveram os tarbalhos szientificos rea- 
lizados no Museu durante o anno de 1919. O Snr. Lueder- 
waldt proseguiu nos seus estudos especiaes sobre formigas, 
filicineas e crutaceos e organisou a grande « magnifica eol- 
leeção de biologia de insectos uteis e nocivos, casos de mi- 
metismo ete, que opulenta hoje a nossa exposição entomolo- 
gica. 

Herborisou e colleccionou nes arredores de S. Paulo. 
O Sur. Julio Melser proseguiu os seus estudos coleoptero- 
logicos havendo determinado numerosas especies nas nossas 
colleeções. 

O Snr. João Leonardo de Lima estudou mammiferos e 
passaros, determinando especies e sub especies novas de 


aves que serão descriptas no tomo XII da Revista O D-. 
Frederico Hoebne estudou o nosso material de melastomace: s 
fazeudo numerosss determinações. O Dr. Adolpho Hempel es- 
tudando avultado material de coccidas teve o en ejo de des- 
cobrir numerosas especies novas que tambem serão descriptas 
no tomo XII. Até a sua ultima semana incansavelmente es- 
tudou o Dr. João Florencio Gomes com a d-dicacão e pro- 
ficiencia que o caracterisavam o nosso material de opbidics. Su- 
bstituiu-o, igua'mente assicuo e competente o Sur. Dr. Afra- 
nio do Amaral, assistente do nstituto de Butantan a quem 
já devia o Museu excelleutes serviços. 


Em dezembro veio realisar o nosso eminente zcologo 
patricio Prof Alipio de Miranda Ribeiro o seu antigo plauo 
de rever a nossa rica colleeção de batrachios; onde já des- 
cobriu diversas especies novas. Pretende o Prof. Miranda Ri- 
beiro demorar-se em S. Paulo pelo menos um trimestre, tem- 
po que reputa indispensavel para a revisão co grupo. 

Além deste naturalista frequentaram com afinco nos 
nos os Jaboratorios diversos estudiosos com intenção de se aper- 
feiçoarem num ou noutro grupo zoologico e botanico como o 
Dr. Rodolpho Hermann (antas) o R. Pe. D. Francisco de 
Assis Empting O. S. B. e Irmão Wolfang Kretz, estudiosos 
da nossa fora eo R. P. Zacharias van der Hoeven (do Gym- 
nasio de S. Antonio, S. João del Rey, Minas) colecptero- 
] go sempre assiduos semanalmente aos seus estudos. 

Além dos meus estudos especiaes de histor a colonial 
de S. Paulo, trabalhei com afinco no sentido de realisar um 
grande resumo bibliograph co brasileiro sobre seiencias natu- 
raes, no Brazil, de 1913 a 1919 estudos que eendensei em 
cento e muitos artigos de resumo publicados no tomo XI da 
Revista. 


Permuta de Material; Material 
Determinado 


Recebemos de diversos scientistas material determina- 
do, assim do Dr. Curt Schrottky, de Puerto Bertoni, Para- 
guay ( hymenopteros ); D-. Johu T. Nichols ( American Mus- 
eum of Natural History) peixes e erutaceos. R. Pe. Lon- 
gino Navas, de Saragoça, Hespanha, ( Neuropteros ). Dra. 
Mary Rathbun, da Smithsonian Institution ( Crustsceos e in- 
vertebrados diversos ). Dr. Lauro Travassos ( helminthos ), Dr. 
Henrique de Beaurepaire Aragão (Ixodidos }; Dr. Miranda 
Ribeiro (batrachios }; Dr. Mello Leitão ( arachnideos ); 
Dr. João Florencio Gomes (ophidios ). 

As permutas foram insignificantes, apenas com o Sur. 
José Decker (insectos); Museu Nacional le Buenos Aires. 
aves: Snr. Julho Melzer, coleopteros; Pe. Miguel W tt , 
grandes avicularideos. 


== Ay — 


O sr. prof. Juan Brethes, de Buenos Aires, devolveu q 
material de pompilideos, que tinha em mãos, determinado. Ac- 
tualmente tem o Museu ainda na Európa, com diversos sci- 
entistas allemäes, material que a guerra fez permanecer lon- 
gos annos tóra do nosso In tituto e quiçá hoje perdido. Re- 
clamei por vezes com insistencia, mas inutilmente, e o excel- 
lente e avultado material de termitos e termitophilos que 
ha cerca de dez annos está em mãos do prof. Silvestri de 
Portici ( Napoles ). 


Consultas 


Foram innumeras, no decorrer do anno de 1919, scbre- 
tudo as entomologicas, ornithologicas, historicas, e numis- 
maticas. Sobre numismatica respondemos às do Dr. Carvalho 
e Silva, do Ministerio de Agricultura, Gomide Ribeiro dos 
Santos, João Vaz da Cesta e Emilio Gallo, Francisco Du- 
rante e Jorge Masabielli, de S. Paulo; Antonio Carlos Cor- 
rea, Leopoldo F. de Faria Cortes, do Kio de Janeiro etc. 
Sobre historia de S. Pauio e do Brasil: Surs. Ignacio Tan- 
tico, de Itapecerica, João Izidro Ferreira, Coimbra dos San- 
tos, Carlos Gomes de Proença e Antenor Figueira de Mou- 
ra, de S. Paulo, etc. 

Sobre entomologia recebem:s maiores copsultes: por 
intermedio das « Chacaras e Quintaes », sobretudo, umas 
quarenta talvez. 


Fornecimento de material 


Durante o anno pouco material fornecemos ás escolas 
do Estado; as ncss:s reservas estavam exgotadas com o que 
haviamos dado a varias escolas normaes, e grupos escolares 
etc. mas brevemente poderemos attender a um pedido. 


Alargamento do Museu 


A este re-peito annexo a este relatorio o projecto que 
a V. Excia tive a honra de apresentar. 


O edificio do Museu 


Está bem conservado e cs reparos foram por assim di- 
zer nullos, as construcções annexas ao Museu tambem estão 
bem conservadas a não ser a casa dos jardineiros que pre- 
cisa de reparos serios no telhado. 


O parque e os terrenos em frente 


Executando-se os trabalhos da grande avenida que sé 
ha de traçar do edificio do Museu à Cidade, deixei de tratar 
do parque em face do nosso Instituto que está sendo des- 
truido. O terreno am frente a elle desde muito figura nas 
plantas como pertencendo ao Estado. Em 1911 o Governo 
por intermedio do empreteiro José Ferreira Vargas felo cer- 


car com excellente cerca de monrões pintados em cinco fios 
de arame. Notando que varios destes mourões estavam cahi- 
dos e outros haviam sido subtrahidos ordenou o dr. Ihering, 
dizem-no tudos os empregados do Museu, que se destruisse 
completamente o resto da cerea ! 

Esta medida foi absolutamente nefasta pois della se 
originou uma perdencia que tem altamente prejudicado os 
interesses do Estado e provocado enorme demora no anda- 
mento dos trabalhos da Avenida. 

Dizendo-se dono do terreno o Cel. Constantino Xavier 
mandou embargar o serviço de desaterro. <A’ vistoria que 
para discutir o caso se requereu compareceu o antigo em- 
preiteiro sr. Vargas então no Rio de Janeiro, para expor aos 
peritos o serviço que no terreno realisara por ordem da Se- 
cretaria da Agricultura. Do archivo do Museu foram desen- 
tranhadas numerosas plantas antigas demonstrando que desde 
longos annos figurara em todos esses mappas o Estado como 
po-suidor «0 terreno lirigioso. Fiz tambem diversas pesqui- 
zas no Archivo do Estado no sentido de defender os direitos 
da Fazenda. 

O Horto Botanico refez-se bastante dos prejuizos enor- 
mes causados pela geada grande de 1918. O sr. Luederwaldt, 
com grante carinho, presidiu a todos os trabalhos nelle rea- 
lisados. Numerosas arvores foram transplautadas vindas da 
Cantareira e das mattas da Serra; cresceu muito a collecção 
de orchideas. Uma grande área está ainda a ser aproveitada 
e estou tratando de ver se até 1922 fica o nosso Horto in- 
teiramente ajardinado. 


Excursões scientificas 


Graças a V. Excia. que abriu ao Museu um credito ex- 
traordinario de quatro contos de réis, realizaram-se tres excel. 
lentes viagens de collecta de material. No Sul da Bahia o sr. 
Ernesto Garbe, o sr. Hermann Luederwaldt ao Estado de Sta- 
Catharina e o sr. José Pinto da Fonseca no Alto Rio Doce, 
Estado de Minas Geraes. 

Em anntxo resumo as noticias publicadas pela imprensa 
a prop sito das excursões do sr. H. Luede:waldt a Sta. Ca- 
tharina e José Pinto da Fonseca ao Alto Rio Doce, assim 
como o relatorio completo do sr. Garbe. 





São estas Exmo. Sr. Dr. as as ponderações que me 
occorre fazer sobre os principaes incidentes da vida do Mu- 
seu no exercicio de 1919. 

A V. Excia. tenho a honra de apresentar a expressão 
de minha alta consideração. 


Arronso DE. Taunay. 


ANNEXOS 


Sih 





ies 





I 


RELATORIO DO TRADUCTOR-BIBLIOTHECARIO 


Não tomamos assignatura alguma de periodicos, man- 
tendo apenas as antigas: Science, The Z ological Record e 
La Nature. A frequencia de leitores o cou durante o anno 


de 1919 por um total de 551. 


Publicações recebidas em 1919 


Brasil . 

ADRIAN MONT RU » à 
Res an a Pet os 
Uruguay 

Paraguay . 

Perú Sie Sa Goer ya yr ne 
ROAD Va 2 Sa ano cs 
Bolivia. sd DE LE 


Columbia . 

Venecutias it RER ur 

Mexico. 

CE e ST CURE CEE ETS MES 

Estados Unidos da America 
do Norte 

Canada. 

Inglaterra, 

Irlanda. 

França. 

Monaco 

H-+spanha , 

Portugal 

Italia 

Allemanha. ae Br ae 

Hollanda ss carga ds 

DÉC Ses o Ne Es 

Dinar. Esc Te on 


CRIS EN 2 OO LE ER Ve 
Noruepa: 1. cs - 
Suissa . Dr Le Ua 
Catalunha. . . EN 
Africa do Sul... 


Hawaii ( Ilhas ) 
AU Os Ago o, wa 
JAP Er 6 ee e « 

POTALS Gus. a 


Manuscriptos . . . . . 
ENS ONRENTE ER Do co 


437 
52 


© 
Qo 


NO 
(sh) 


b 


no 
= 


_ ©9 
OS AW OL GR 


bd 
De 


18 
25 


—_——_ 


15101 


16 
24 


publicações 


Entre as publicações figuram 199 volumes de dadivas 
quasi todas devidas à generosidade do actual Director. 

Foram adquiridas sessenta e uma publicações pelo preço 
de 8898000. 

Realisaram-se 425 consultas mediante retirada dos res- 
pectivos livros da Bibliotheca, além de numerosas consultas 
na Bibliotheca. 

O serviço de catalogação da Bibliotheca conforme o 
systema decimal de Dewey, hoje quasi internacionalmente 
acceito alcançou até 31 de dezembro o numero de 3.274 
volumes. 


Traducções 


Por escripto foram feitas apenas cinco traducções entre 
estas tres trabalhos scientificos de grande volume. Traducçôes 
verbaes de consultantes de alguma importancia se regis- 
traram 87. 


Correspondencia extrangeira 


* Da Bibliotheca sahiram durante o anno 118 corres- 
pondencias para o estrangeiro. 


Distribuição das publicações do Museu 


No anno de 1919 remetteu a Bibliotheca do Museu 
aos correspondentes deste Instituto o volume X, 272 exem- 
plares para o Brasil e 314 exemplares para o estrangeiro, 
Dada a insufliciencia de garantias postaes ainda não foram 
remettidos numerosos volumes para os paizes da Europa 
Central e Oriental. 

Fóra da distribuição do volume X, attendemos ainda 
aos pedidos de Instituições Scientificas a respeito de outras 
publicações do Museu a saber: 157 volumes para diversos 
paizes estrangeiros e 145 volumes a endereços nacionaes. 


(a) ANDREA DO 
Blbliothecario-traductor do Museu 


Il 


Relatorio da viagem ao Sul do Estado da Bahia, apre 
sentado pelo sr. Ernesto Garbe, naturalista 
viajante do Museu Paulista. 


No dia 29 de marco de 1919, encetei a viagem de S. 
Paulo 4 Bahia passando pelo Rio de Janeiro, Iiheos, etc. 
tendo como companheiro e ajudante o ex-foguista de um 
navio allemão que já vivera no sertão de Minas e portanto 
conhecedor da vida local. 


No Rio encontrámos certas dificuldades acerca dos 
passes, apezar de ser -m legalmente vistos e chancellados em 
São Paulo. Felizmente o nosso vapor teve tres dias de 
atrazo e assim as nossas difficuldades puderam ser removidas 
sem grande obstaculo. No dia 3 de abril, às cinco horas da 
tarde, embarcamos e depois de escalar Cabo Frio, chegámos 
a Ilhéos a tarde — nosso primeiro campo de operação — de- 
baixo de uma chuva torrencial. Aqui aiuda reinava o tempo 
chuvoso não podendo por conseguinte pensar em caçar no 
interior devido aos maos caminhos e enchentes dos rios. As 
circumvisinhanças da cidade não eram apropriadas para nossa 
tarefa. Para esperar o tempo mais opportuno e para obviar 
as despesas exhorbitantes dos hoteis da cidade nos estabe- 
lecemos numa aldea chamada Pontal, de fronte de Ilhéos. 
D'ahi pudemos colher na praia, muitas vezes pedregosa e 
penhascosa, carangueijos e outros animaes maritimos, quando 
não chovia torrencialmente. A presa foi porém pequena. A 
praia de Ilhéos offerese mais, so que tinhamos de atrevessar 
sempre o canal em canoa e ainda um caminho de duas e 
meia horas à pé para chegarmos aos pantanos e logares 
de mangue. Inuteis não foram estes caminhos compridos, 
colhendo assim um bom numero de carangueijos, porém, as 
vezes com dificuldades cahindo por exemplo até os joelhos 
no nateiro a pon o de um precisar tirar o outro. Para limpar 
as vestes de lama não precisavamos de agua do mar, melhor 
fazia a chuva abundante. De algumas excursões que fizemos 
de canoa no Rie Cachoeira e no dos Engenhos, que jun- 
tando-se entram no porto de Ilhéos, colhemos alguns caran- 
gueijos e tambem alguns peixes pescando de rede. Mas não 
foi bastante para ficar mais tempo em Pontal, orde demo- 
ramos um mez. Mesmo as barcas e jangadas que em tempo 
opportuno sabiram em numero de 8-12 ao alto mar, voltaram 
muitas vezes sem presa ou colhendo pouca cousa. Os pes- 
cadores dividiam entre si os peixes pequenos e no caso em 
que capturavam alguns maiores repartiam-nos e v-ndiam-nos, 
Em primeiro logar aos compadres e amigos restando alguma, 


— 47) — 


cousa travava-se combate para aleangar algum pedaço. Os 
quarenta até sessenta homens que tinham esperado a volta 
dos pascadores durante tres e mais horas deviam voltar sem 
cousa alguma e assim diariamente. Nunca tive a felicidade de 
receber um peixe que valesse a pena de ser pago. 


Tive como convite visitar uma fazenda perto do Rio 
Engenho; acceitei-o grato. Tres horas de canoa, um ca- 
minho pelo mangue depois incommoda e pedregosa estrada 
cerrada de plantas chegámos 4 casa, situada a 30 até 40 
metros sobre o mar. Uma casa muito pequena e arruinada, 
as paredes de taipa, o tecto de folhas abatendo. Nem havia 
logar para as nossas cargas e a mesa de trabalho. 


Neste casebre havia ainda a cosiuha. O fazendeiro 
devia procurar outra morada. Immediatamente atraz da tal 
cafúa começava a matta immensa da montanha. Um ca- 
minho velho que conduz para o interior do matto foi por 
nós limpo e continuado e ainda fizemos uma picada para 
cenhecer e utilisar melhor tambem os diversos recantos da 
matta. O resultado dos nossos trabalhos era no emtanto 
minimo, depois de ter feito um caminho de cinco ou seis 
horas batendo morros e montanhas, às vezes molhados até 
OS CSSOS. 


Neste matto aninham-se grandes carangueijos de côr 
clara azul-verde. Em logares barrentos perto de riosinhos 
encontram-se colonias inteiras destes animaes. Achamos 
uma porção de armadilhas pequenas armadas com bananas 
para apanhar estes carangueijos comestiveis. Na casa sempre 
tinhamos dous ou tres destes animaes, que subiam de fóra 
pelas paredes entrando assim pelas janellas ou pela folhagem 
do tecto. Voltando ao meio dia da caça achei diante da 
porta alguns destes caranguejos e abrindo de vagar entraram 
logo procurando um esconderijo geralmente debaixo da lenha. 
Certo dia estava eserevendo de tarde, moveu-se de repente 


alguma cousa atraz da lampada correndo sobre a mesa para 


desapparecer debaixo da cama. Era um grande carangueijo. 
Apezar de animaes innocuos não é agradavel quando de noits 
um bicho destes corre sobre a cama. Muito perigosas são as 
cobras venenosas — Jararacas — que não raras vezes de noite 
entram nas casas. Tambem não é para admirar vendo como 
a gente deixa crescer o capim até as janellas. Por isso, 
chegando a uma casa, onde queremos ficar, é meu primeiro 
trabalho escaldar as paredes e o chão com agua fervendo 
misturada com creolina para ficar livre da bicharia, quanto 
possivel. Encontram-se nas casas centopéas, escorpiões, aranhas 
percevejos chamados barbeiros — transmissores de doenças — 
formigas, bichos de pé, baratas e mais ainda. Se a casa é 
no campo ou no matto, então deixo cortar o capim e os ar- 
bustos ao menos numa circumferencia de 10 a 20 metros. 
Meu visinho que tinha a sua casa apenas numa distancia de 


Ta E 


30 a 70 metros, tirou numa tarde, querendo deitar-se, de- 
baixo de sua cama uma jararaca do comprimento de um 
metro e meio. Mas tambem é de confessar que é um destes 
que deixam crescer o capim em redor da casa à vontade. 

Não era para nós pequeno perigo as armadilhas ar- 
madas assim como os fuzis nos rastos. Passando um animal 
vae encontrar-se com o fio que desarma o fuzil, deixando-o 
em geral instantaneamente morto. Sendo que os caçadores 
infelizmente procuram só na hora avançada a sua presa, em- 
quanto nós já ao alvorecer começavamos as nossas excursões, 
existia o perigo exsctamente em não saber os logares onde 
se encontravam as armadilhas. Tambem usei ás vezes deste 
meio para caçar animaes, porém, armei-os para evitar qual- 
quer perigo em lugares onde não passavam outras pessoas ; 
assim matei antas, onças, capivaras, veados, porcos do matto 
e outros animaes. Não se encontrando nestes logares ani- 
maes de maior tamanho caçam os habitantes destas regiões 
ratos sylvestres, roedores etc. mesmo o rato cemmum repre- 
senta para elles uma guloseima. 


Um acontecimento não quero deixar de mencionar, acon- 
tecimento que succedeu ao meu companheiro. No segundo do- 
mingo que passámos aqui no matto, pediu-me elle pelas tres 
horas da tarde a licença de dar um passeio numa picada que 
ahi eu tinha deixado fazer poucos dias antes emquanto eu 
em casa estava occupado com a preparação de aves. Estando 
eu assim impedido de scompanhal-o chamei-lhe a attenção 
sobre a facilidade de perder-se no matto. Nas instrucções que 
lhe dei, pedia-lhe que se não desviasse do caminho mesmo 
se ouvisse no passeio tiros ou qualquer outro signal. Encon- 
trando-se porém, a caça tão perto que pudese alcançal-a do 
caminho e tendo a certeza que acertara o alvo então cortasse 
com o facão um caminho para buscar a presa. Desta manei- 
ra seria o extravio impossivel. Si porém errasse do caminho 
conservasse antes de tudo a calma e não se excitasse dando 
com pequenos intervallos tres tiros e esperando resposta pelo 
mesmo signal que lhe indicaria a direcção oude haveria de 
encontrar gente. Mas estas como ainda outras instrucções de 
nada serviram. Ao anoitecer não tinha ainda voltado meu 
companheiro apezar de haver cahito uma chuva forte. Usei 
do signal convencionado, dando um tiro para indicar assim 
a direeção da nossa casa, mas nenhuma resposta. Entretanto 
ficou escuro e a chuva não cessou. A falta de noticias so- 
bre o paradeiro do meu companheiro deixou surgir em mim 
receios que 2 elle talvez tivesse succedido um desastre. 
Assim passou a noite. Logo ao amanhecer fui em procura do 
meu collega. Chegando ao ponto extremo da picada dei al= 
guus tiros, porém em vão. Tornei immediatamente para casa 
pedindo auxilio dos visinhos. Infelizmente não encontrei o 
vizinho mais proximo que tinha ido a cidade. Para chegar 
ao outro precisei duma canoa e em falta desta procurei cha- 


mar a attenção do t.ansviado desfechando outra vez a espin- 
garda, Eis aqui jae pelas nove horas voltou o perdido, comple- 
tamente ensopado pela chuva, com os vestidos rasgados, mui- 
tos arranhões no rusto, nas mãos, nos braços, provenientes dos 
espinhos, reduzido com uma só palavra a um estado lasti= 
mavel. 

Conforme sua narração deixou elle seduzir ao subir 
uma montanha situada no fim da picada para explorar o 
matto virgem mais para dentro e perdeu desta maneira o 
caminho. Perturbado por esta desorientação e pela cireums- 
tancia que o sol já estava a desapparecer no horizonte co- 
mecou o infeliz a correr pelo matto 4 fora cahindo afinal de- 
vido a escuridão num barranco abaixo num rio. Ahi viu-se. 
forçado de ficar toda a noute e ainda sob uma chuva torren- 
cial. Ao alvorecer tranpoz a nado o rio chegando a uma 
cultura de mandioca onde achou a casa do nosso segundo vi- 
zinho. Apezar da promessa de seguir para o futnro os meus. 
prud-utes conselhos aconteceu-lhe poucas semanas depois o 
mesmo nas mattas de Itabuna, onde porem foi mais feliz por: 
encontrar ainda antes de anoitecer um commodo numa pe-- 
quena choupana. 


Demoramo-nos um mez inteiro na fazenda “Pittoresca”” 
para depois voltar novamente a Pontal a espera de um va- 
por que nos levasse a Belmonte. Um dia antes da nossa par- 
tida recebi um convite para visitar uma fazenda situada um. 
pouco no interior. Fomos com o trem até Itabuna, que atra- 
vessa durante 3 horas só culturas de cacão. Em Itabuna o. 
fazendeiro que me tinha gentilmente convidado, teve a fine-. 
za de mostrar o armazem de cacão. Passei o dia em dirigir: 
as preparações necessarias para a marcha do dia seguinte. 
Como ficou determinado esperou-nos no dia seguinte uma 
bem montada caravana além do Rio Cachoeira. Ao meio dia. 
mais ou menos pozemo-nos em marcha pois a estrada era bôa. 
e não se tinha mais de duas horas de caminhada. 

Infelizmente tal não se deu. Tivemos de palmilhar um, 
caminho horrivel durante tres horas e meia por mattos e 
brejos, atravessando ribeirões sobre pinguelas, numa alter-- 
nativa de chuva e sol, vadeando, em dous pontos, os rios. 
com agua até o corpo. A’s cinco horas em ponto chegámos. 
á fazenda onde tivemos uma recepção affavel por parte do. 
administrador, um italiano, que ja recebera ordens de Itabu-. 
na, por meio de telephone. JInstáilamo-nos na unica sala 
prompta da casa da fazenda, em construcção. Eis-nos abri-. 
gados, mas por pouco tempo, pois que tinhamos de nos en-. 
tranhar na Horesta em alguns dias de jornata, visto não ha- 
ver caça nos arredores da fazenda. Um velho matteiro e ca- 
çador já tinha sido apalavrado para nos construir um rancho. 
em sitio propício. Já na manhã seguinte poz-se o velho a, 
caminho com t-es filhos e dous compadres para arranjar um 
bom logar no matto. Durante alguns dias não deram signali 


de si, mas como se achavam providos de matolotagem para 
muitos dias, nada havia a temer. Decorridos seis dias appa- 
receu finalmente o velho com a noticia de se achar prompto 
o rancho, porém um tanto longe, a tres horas de caminho. 

Falsa tambem essa informação. Gastâmos seis horas na 
viagem. Não ha fiar nas informações dessa gente, primeira- 
mente porque não usam de relogio para medir com exacti- 
dão o tempo, depois porque tomam como base o andar de 
um cavalleiro. O velho estava entividado na fazenda, moti- 
vo pelo qual me foram cfferecidos os seus serviços. Foi aliás 
à fazenda que tive de effectuar o pagamento. 

Tinham os seis homens, em suis dias de trabalho, cons- 
truido a cabana e aberto uma iarga picaia para dar passa- 
gem aos animaes de carga. Ganhou cada um 108000, som- 
mando o pagamento total 6080.0. Nos seis dias da nossa per- 
manencia na fazenda tivemos opportunidade de ver a gran- 
de plantação de cacão que cobria a baixada pantanosa e as 
encostas pouco elevadas dos montes até a consideravel dis- 
tancia. Estendemos as nossas pesquizas acs pequenos trechos 
de mattas remanescentes nos arredores, e tambem o riosinho 
que atravessava o immovel forneceu-nos alguns peixes e ca- 
rangueijos. 

Nosso hospedeiro, o administrador, tinha providenciado 
para que os camaradas contractados para a viagem se apre- 
sentassem de manhã bem cedo com os quatro burros de car- 
ga. Arrumadas as bagagens e mantimentis, poz-se a cara- 
vana em marcha pelas sete horas. Nos —o velho e a minha 
insignificaneia — tinhamos partido mais cedo, constituinlo a 
vanguarda. Nas primeiras horas passámos ainda por algumas 
fazendas de cacao com estradas suppertaveis, mas as cousas 
não tardaram a mudar de figura. Achämo-nos em plena flo- 
resta, na matta virgem em toda a sua pujança. Patinhava- 
mos com agua pelos joelhos em brejos, alguns largos de cen- 
tenas de passos, atendendo-nos as órlas de matto afim de nos 
podermcs agarrar aos arbustos, ou então trepavamos por 
merros empinados ora pedregrosos ora barrentos, recorrendo 
de novo aos arbustos para nos sustentarmos ou nos guindar- 
mos. Assim tinhamos vadeado pantanos e vingado eminencias, 
quando chegaram dous homens da nossa columna, meu aju- 
dante e um filho do guia, trazendo a pequena quantidade 
de mantimentos necessarios para um dia de jornada. Uma 
parada á beira de um curso de agua, uma pequena refeição, 
e proseguio-se. Mais duas horas de marcha morro acima, 
morro abaixo, nova estação junto a um ribeirão, umas fuma- 
çadas dos cigarros e dos cachimbos. Pouco antes tinha eu 
atirado a uma grande preguiça de colleira, que transportá- 
mos comnosco. 


e 
Chegou a nossa caravana. Que lamentavel aspecto ! 
Homens e animaes enlameados, immundos, quasi irreconhe- 
civeis, as bagagens cobertas por uma crosta de lama. Após 


uma breve troea de palavras homens e animaes estugaram 0 
passo com pressa. Transposto o ribeirão, topamos, na margem 
opposta, com um brejo sem ponte. Apenas havia, lançados 
sobre elle, tres ou quatro troncos de palmeiras, mas de tal 
forma cobertos de agua e de barro que se fazia mistér son- 
dar com um pau afim de se ver onde se havia de collorar o 
pé, afim de não se afundar. Numa curva do caminho perde- 
mcs de vista a tropa. De repente, uma enorme gritaria atraz 
da saliencia da matta. Dous burros tendo escorregado nos 
estipites jazem no lodaçal. E” urgente o soccorro, sem o qual 
se afogiriam. Não ha hesitar. Voltamos para o atoleiro cor- 
tamos as correias das cargas, e os burros se erguem, intei- 
ramente c-bertos ce barro, por se terem debatido tornando- 
se pr ciso lhes lavarmos os olhos e as narinas. Neste inte- 
rim os demais cargueiros que tinham vingado o obstaculo, 
talvez espantados pelo reboliço, metteram-se em fuga pelo 
matto denso do morro, até que se enrodilharam nos cipós e 
na trama das trepadeiras sem poderem ir para deante nem 
para traz. Tivemos de livral-os a golpe de facão. Restabele- 
cida a ordem, retomámos o caminho, à frente da tropa, por 
montes ingremes e varzeas abauladas. Uma hora depois per- 
lustraudo uma baixada, defrontamos de repente um rio cau- 
daloso e bravo, com a largura de 25 a 30 metros. Como 
transpol-o ? A montante jazia, lirando as margens, um tron- 
co gigantesco, tres metros acima da agua, liso como se ti- 
vesse sido envernisado. Com a espingarda e sacco as costas 
não é facil passar-se. Acompanhamos o rio e afinal conse- 
guimos attingir a margem opposta, saltando com esforço de 
alpondra a alpondra. Um breve repouso, umas cachimbadas 
para afastar a multidão de mosquitos, outra caminhada de 
uma hora, galgando elevado monte pela picada aberta pelos 
camaradas. 


E' preciso ter-se experimentado uma dessas picadas fei- 
tas pelos roceiros para se fazer uma idéa do quanto é la- 
mentavel o seu trabalho. Cortam-se sem mais arvores e ar- 
bustos, que se deixam ficar no caminho. Ninguem tem idéa 
de puxar para o lado o tronco cu ramo e ainda mesmo quando 
a senda é utilisada diariamente, contentam-se os viandantes 
em saltar por cima delles. E” incrivel a indolencia dessa 
gente, que não mautem em ordem nem mesmo os caminhos 
de que se utilisa quasi diariamente com animaes de sella ou 
de carga. Arvore ou galho que atravanque a estrada, ahi 
fica, ainda mesmo quando véde a passagem a cavallo e ao 
cavalleiro, preferindo este dar uma volta atravez do matto. 
O animal que.se aperte por entre a galharada. Como tra- 
balhavam melhor os indios cujos serviços contractei às vezes 
para me abrirem caminho! Desempenham-se muito bem da 
incumbencia, e não obstante comerem por tres “pessoas nor- 
maes, prefiro-os ao caboclo. Apenas lhes faltava consta’.cia. 
Depois de um labor de um ou dois dias, tendo-se alimentado 


mire 6. 


AO — 


bem umas poucas de vezes, fugia-lhes tambem a elles a von- 
tade de trabalhar. No alto Amazonas deparam se-me trilhos 
de indios absolutamente limpos de ramos, estreitos mas cor- 
, 
rectos. Sobre corredeiras havia invariavelmente uma pequena 
ponte de tres ou quatro caules de pelmeiras collocadas a 
par, sempre provida de um parapeito de varas delgadas. 
Percorri frequentes vezes essas veredas durante horas, fazendo 
boas prisis nas minhas caçadas, porque ellas permittem evi- 
| . + 5 . 
t.rse o ruido que afugenta os auimaes. 
o 


Galgamos afinal o ultimo monte. Já chega até nós a 
vez dos tropeiros que parclam, o fumo côa por entre o arvo- 
redo transpomos um corrego, e, deante da mim, numa cla- 
reira roçida apparece a palhoça, toda verde, cobertos o tecto 
e as p redes lateraes por folhas frescas de palmeiras. Os ca- 
maradas assentaram-se nos troncos de arvores, junto ao fogo, 
as mnlas snarentas espojam-se no solo. Abre-se sem detença 
a caixa dos mantimentos e a breve trecho temos prompto o 
café A tropa precisa retroceder no mesmo dia, porqus não 
ha com que alimental-a. Transporta-se a bagagem para o abri- 
go, armam-se camas de vento e mesas. À tropa inicia a volta. 
Vao-s+ perdendo, ao longe as derradeiras notas das cantigas 
dos tropeiros, ultima despedida per bastante tempo. Acha- 
mo-nos sós, senhores absolutos da floresta. 


Cozinham se logo os feijé +s, procedendo-se a uma limpeza 
perfunctoria das armas, as quaes são azeitadas e carregadas, 
O guia acareti lenha para o fogo que deve arder dia e 
noite no. acampamento, até nos irmos. 


Nos primeir:s dias dá muito serviço o preparo das ca- 
minhos que teremos de trilhar nas excursões diarias. Entrou 
a chover a cantaros, às vezes sem descontinuar dias inteiros, 
impedindo nos a cozinhar ao ac livre. A fumaceira obrigou- 
nos a construir uma cozinha, que ficou prompta em dous dias. 
Pudem»s então nos entregar ao afan diario da caça. Mas 
mes «o elli, onde nos viamos roleados de leguas e leguas de 
magnifica matta, sem obices a não ser, quando muito, a chuva, 
a vida animal como que se tinha esvahido. Passariuhos raros 
obtivemos, aves de porte, nenhuma. Não matámos mammife- 
ro algum, a não ser uma preguiça. Encontrei por vezes pe- 
gadas de onças, sem conseguir avistalas. Era, no emtanto, 
recommendavel a prudencia, pois podia-se ser incpinadamente 
atacado por uma dessas féras. De madrugada, pelas cinco horas, 
tomava-se c:fé, depois sahia-se a caçar atiavez das picadas, 
e voltava-se para casa frequentes vezes sem a menor presa, 
cheios de conçaço e de*fime. Quando a fortuna sorria, pre- 
paravam-se passarinhes cu o que gar que fosse. A’s cinco 
horas da tarde cahiam as trevas no lccal, que arvores enor- 
mes sombreavam. Rodeavamos o fogo, as armas carregadas 
à mão. O meu collega, a quem incumbia preparar o café ás 
quatro e m-ia da manhã, deitava-se à durmir ás sete horas 


da noite. Eu permanecia até as dez ou mais à lareira afim 
de seccar a: roupas encharcadas, para o trabalho do dia se- 
guinte. De cachimbo à bocca, a espingarda encostada ao lado, 
prestava a attenção ao concerto dos sapos no charco proximo. 
Das arvores pujantes ao que cercavam o acampamento, de 
grossos galhos quasi inteiramente revestidos de bromelias, 
resoava o grito das pererecas, as vezes tão extravagante que 
movia ao riso. Cerujas grandes e pequenas attrahidas pelo 
clarão das chammas, grasnavam sobre nossas cobeças. Grillos 
e gafanhotos estriduiavam em toda a parte, a vida enchia a 
matta, mas não ouvimos nem uma só vez o miado da onça 
ou o sibilo e estrupido da anta, como me aconteceu em ou- 
tras mattas, no interior de S. Paulo, de Miuas, Matto Grosso 
e no Estado do Amazonas. Não durava muito o concerto noc- 
turno. Pelas nove horas da noute cahia um silencio de morte. 
Apenas algumas noutes perpassaram bandos ce simios noc- 
turnos pelas altas copas das arvores, mas a escuridão cerrada 
não me permettio matar algum desses auimaes raros. Eta 
rapida a pessagem dos macacos. Em seguinda tudo recahia 
na antiga paz, e nós nos entregavamos as recordações de ou- 
tras caçadas mais productivas. (Quando as teremos de novo ? 
Assim chegava tambem a nossa vez de procurar repouso e 
achegando ach's de lenha ao fogd,davamos por findo o dia 
Chovia tanto que tinhamos de zelar para que elle não se 
extinguisse durante a noute, 


No dia seguinte continuava o aguaceiro. Tres parelhos de 
roupa já se achavam pendurados sobre o tecto da casa, a sec- 
car. Tudo molhado, até a cama. Botinas tiradas na vespera 
á noute, amacheciam verdes emboloravam os colchõ-s, as ar- 
mas e as patronas. A munição norte-americana, já de si de 
ma qualidade, achava-se quasi imprestavel. A espingarda 
negava fogo não raro tres ou mais vezes em seguida, e isso 
augmentava as dificuldades. A área das nossas caçadas, que 
era ruim tinha sido propositalmente percorrida e batida por 
caçadores nossos concurrentes, desejosos de nos verem pelas 
costas. Não era, pois, possivel permanecer-se alli, a desper- 
diçar um tempo precioso. À chuva não descontinuava. Ti- 
nhamo nos domorado tres semanas naquelle sitio com as vestes 
sempre embebidas de agua e os leitos humidos, e nae se 
abria uma perspectiva de matar cousa de valia. Decidimos, 
pois, a volta. Encommendou-se a tropa, e decorrido tres dias, 
ahandonámos a região inhospita, rumo da fazenda Titosa. Só 
lá nos toi dado seccar de todo as roupas meio apodrecidas. 
Aproveitando a estiada emprehendemos dilatadas excursões 
pelo matto e conseguimos trazer uma bôa quantidade de aves, 
mammiferos, cobras e insectos. Mas « com o destino não ha 
firmar alliança eterna ».... Passados alguns dias fizeram-nos 
saber que estavam para chegar visitas, isto é. com outras 
palavras, que precisavam do unico commodo acabado, ou, em 
bom portuguez — ide-vos embora. 





— AT — 


Seguimos portanto com a tropa para Itabuna e toma- 
mos o trem para Ilhéos afim de aguardar o primeiro vapor 
com destino a Belmonte. 

O vapors nho de pequeno calado « Porto Seguro » é o 
unico barco capaz de transpor a Barra de Belmonte, e isso 
mesmo só na maré cheia, portanto na lua nova ou cheia. 
Abunda tanto a carga, que consiste principalmente em cacão 
alguma farinha que tambem pequenos barcos de vélas sáem 
carregados para a Bahia. 

A pequena cidade de Belmonte acha-se na foz do Rio 
Jequitinhonha. Ha alguns armazens, outros menores, cujas mer- 
cadorias, enviadas até pontos distantes do interior são per- 
mutadas sobretudo com cacao, e um modesto hotel, não 
faltando tamb-m o cinema. 

Proximos ao porto fluvial notam-se alguns estabeleci- 
mentos de exportação de cacdo. Alli atracam diariamente 
espçosas canôas carregada de quarenta e mais saccas de cacão, 
depois de terem navegado varios dias, algumas das quaes 
tendo partido do interior do Estado de Minas Geraes. Tive- 
mos uma espera de nove dias no hotel de Belmonte até que 
chegasse de uma fazenda a noticia de que lá seriamos aco- 
lhidos e poderiamos nos dedicar às caçadas durante algum 
tempo. O sr. dr. Paschoal Camelyer, advogado em Bel- 
monte, para o qual eu trazia uma carta de recommendação, 
mas que se achava no momento em uma das suas fazendas 
de cacao, foi-nos buscar em pessoa no hotelem uma grande 
canôa e após uma viagem que durou aproximadamente cinco 
horas, chegámos ao nosso destino, a fazenda S. Diogo, si- 
tuada a montante. Aqui uw bom acolhimento e morada con- 
fortavel nos resarciram até certo ponto os incommodos e 
privações soffridas nas florestas de Itabuna. 


Deccoridos poucos dias tinhamos pesquizado os arredo- 
res e as duas margens do rio, do que resultou a conclusão 
de que não convinha mais prolongada demora na fazenda. 

Nos mezes de janeiro e fevereiro tinham as chuvas for- 
tes e constantes occasionado grandes enchentes em Minas e 
destruido numerosas plantações de cacão ribeirinhas, derru- 
bando até em diversas fazendas as casas de morada, aluindo 
muitas edificações e desbarrancando grandes extensões plan- 
tadas de cacão. Vastas áreas de cultura proximas aos rios 
tinham sido invadidas pela areia, que as esterilisou. 

Nas aguas empoçadas, agora quasi seccas, pegämos 
com as rêdes de arrasto um elevado numero de peixes prin- 
cipalmente trabiras das quaes levämos para casa saccos cheios. 
As poças de agua acabaram de seccar, e os peixes mortos 
começaram a desenvolver um cheiro pestilento. 

Faltando-nos as covas cheias de agua, pescâmos à noi- 
te no rio. Nos bancos de areia onde nada conseguimos de 
dia, apanhámos de noite com arêde centenas de peixes gran- 
pes e pequenos, infelizmente das especies mais communs. 


— 478 — 


Tivemos de voltar às caçadas. Entretanto, pouco exito tive- 
mos tanto nas plantações de cacão como nos mattos. Na inar- 
gem opposta à da séde da fazenda, a cerca de tres horas 
desta, havia uma serra arborisada, onde o nosso amavel hos- 
pedeiro possuia um mandiocal, immenso barracão velho sber- 
to de tres lados, que servia para o preparo de farinha. Uma 
matta virgem de arvores elevadas, atravessada por bons ca- 
mivhos, promettia-nes boas presas. Percorremos-lhe todos os 
trilhos, todas as grotas numa vasta extensão, com resultados 
igualmente escassos. Como uma estadia de tres semanas nos 
convencesse da inutilidade dos nossos esforços, comeg: mcs a 
pensar na volta. 

Estavamos decididamente sem sorte nas nossas excur- 
sões em territorio bahiano. 

Antes da partida projectada fui ainda atacado de fe- 
bre palustre, um contra tempo para a viagem. 

No primeiro vapor seguimos para Ilhéos, e dahi para 
o Rio de Janeiro e São Paulo. 


(a) Ernesto Garbe. 


k HI 
Excursão do Snr. José Pinto da Fonseca 


Partiu o Snr. Pinto da Fonseca, caçador contractado 
para as grandes mattas mineiras do Valle do Rio Doce ; se- 
guindo em junho, demorou-se seis mezes nesta jornada, ten- 
do trazido avultado material para as collecções do Museu, 
sobretudo em aves, mammiferos e insectos. 

Partindo de Marianna, em direcção a Ponta Nova per- 
correu o Snr Pinto da Fouseca um longo trecho de terres 
ferteis, hcje muito cultivadas e onde ha intensa producção 
corealifera, assucareira e cafeeira. Em Ponte Nova. sita á 
margem do Piranga rio que como Xopoto, forma o majestc- 
so Doce tomou o ramal da Leopoldina, em direcção a Cara- 
tinga, em demanda da grande zona florestal ainda existente 
na região fronteira mineiro-espiritosantense. Em S. Sebastião 
do Entre Rios deixou a linha ferrea procurando o arraial de 
Matipo, que atravessou, e as mattas. 

Toda a zona que atravessou é uberrima, segundo refe- 
re vêm-se ali extensos milharaes, arrozaes, canuaviaes e plan- 
tações de café etc. Matipo é um arraial prospero situado no 
municipio de Rio Casca entre os rios Matipó e Sant'Anna. 
E” o ponto mais commercial de toda aquella zona; o seu 
commercio consiste na exportação de madeiras, porcos, banha 
e toda sorte de cereaes. 

O rio Matipó, afluente do Doce, tem as aguas escuras 
e esverdeadas. E” todo encachoeirado e por esta razão muito 
pobre em peixes. Demorou-se o sr. Fonseca um mez no ar- 
raial de Matipó e depois internando-se na selva virgem ins- 
tallou-se na “Fazenda da Floresta”, onde ficou dous mezes 

caçar. 


Dirigiu-se depois, para (Quartel do Sacramento, tendo 
ensejo de atravessar doze leguas de terrenos fertilissimos 
inteusamente cultivados, onde ha muito café e criação, so- 

bretudo de suinos. Sacramento ou Quartel do Sacramento é 
um arraial situado no valle do Manhuassú, onde ainda exis- 
te enorme reserva florestal. 


Percorreu o caçador do Museu a serra da Cabelluda 
para o noroeste, em direcção ao Rio Doce. Embrenhando-se 
naquellas solidões, tentou o Snr. Fonseca visitar um grande 
lago que, apezar de suas dimensões, os nossos melhores map- 
pas não mencionam. Chama-se a L-goa do Boi, e está si- 
tuado a algumas leguas ao norte do Sacramento. 

Totalmente rodeado de espessa mattsria, seu accesso é 
muito difficil, pois que, para se lhe attingir as margens tor- 
na-se necessario atravessar extensos pantanaes. Tem, certa- 


== RD one 


mente. muito mais de doze kilometros de comprido e uma 
largura talvez de 300 a 500 metros. Como é muito sinuoso 
e cheio de braços ainda não se conhece a sua configuração 
total. 


Dizem os raros moradores daquellas paragens, que às 
suas ribanceiras foram ter, que nelle residem enormes ani- 
maes a que chamam sucurijubas © que são provavelmente 
colossaes sucurys. Delles referem uma serie de factos certa- 
mente phantasticos e descrevem-lhe as formas attribuindo- 
lhes feição monstruosa. Seus roncos ouvem-se muito ao lon- 
ge e o Sur. Fonseca estando a caçar e escutando insohto 
ruido foi informado pelo camarada de quem o emittia era um 


dos taes animaes. 
De Sacramento regressou o naturalista viajante a Flo- 
resta, onde ainda caçou um mez. 


Toda a zona percorrida durante a viagem, diz elle, 
tem o mesmo aspecto geral e clima. E’ quente e insalubre 
e nellas as febres palustres são frequentes. Vive a popula- 
ção em condições pessimas, sendo quasi todas as pessoas ôpil- 
ladas e com os pés e mãos inchadas. 


Tambem é difficil ver-se gente mais desleixada em re- 
lação à hygiene. Nas proximidades das habitações conservam 
grandes poças de aguas estagnadas, já esverdeadas, etc, 
Todas as casas são suspensas no minimo um metro acima do 
sólo, ficando assim um espaço de que se aproveitam os mo- 
radores para chiqueiros de que quasi sempre se exhala pessimo 
cheiro. 

A flora de toda a zona é soberba! Colossaes mattas 
virgens, onde as arvores attingem enormes proporções e em 
cujos galhos se apinham parasitas innumeras e bellissimas 
Viu arvores de dois a tres metros de diametro. ! 

Infelizmente a devastação da floresta caminha a passos 
gigantescos; cada anno novas e vastas mattas vão sendo 
derrubadas e com o tempo é de receiar muito em breve o 
desapparecimento de toda aquella immensa riqueza vegetal. 
Em grande parte dos municipios de Caratinga e Manhuassu 
não ha mais florestas: tudo é campo e terreno secco. 

A fauna é rica nas mattas. Entre os mammiferos en- 
contram--se com abundancia as antas, porcos, veados e onças. 


Entre os desdentados não são raros os tamanduas principal- . 


mente o bandeira, tatús e preguiças que se mostram muito 
communs. 

Dentre os roedores notam--se as capivaras que consti- 
tuem verdadeira praga, devastando os arrozaes, abundantes 
os esquilos, cutias, pacas e ratos sylvestres. Frequentes os 
marsupiaes e morsegos. 

Entre as ave são dignas de menção: os papagios e os 
nosssos galiinaceos commuús. Os mutuns e araras são muito 
raros. Entre os vulturideos nota-se em primeiro logar o 


Dita at LV 


RTE 


Urubü-rei que por alli não é hospede raro; communs os 
gaviões de penacho etc. As tyrannidae, dendro--colaptidæ, 
tanagridæ, formicaridie estão bem representadas. 

A zona 'é muito pobre em beija-flores, mas rica em 
insectos, principalmente coleopteros e lepidopteros. Entre os 
hemipteros encontram-se diversos percevejos etc. Em toda 
‘a zona o « barbeiro» é desconhecido; em nenhuma parte 
teve o sr. Fonseca informações sobre este terrivel hematophago. 

Crê elle que o “Barbeiro” nesta região não tem o ha- 
ibito de viver nas paredes das casas, nem o costume de su- 
gar o sangue humano. Os mosquitos, pernilongo, mosces e 
mutucas, constituem verdadeira praga. Poucos os ophidios ; 
delles a mais frequente é o surucucú dourado. 

Os repteis estão pouco representados; dentre estes 
motam--se diversos jacarés. Tambem não avultam os peixes 
‘em numero de especies. 

Povoa-se rapidamente a região mas infelizmente sem 
:a menor previsão para o futuro. Dahi o sacrificio desneces— 
sario, inconsciente e selvagem de milhares de kilometros 
«quadrados cobertos das mais ricas florestas existentes em 
mossso ;paiz. 


IV 


Viagem do Sr. Luederwaldt ao Estado de 
santa Catharina 


De accôrdo com as instrucções recebidas da Directoria 
do Museu procurou o sr. H. Luederwaldt, ra viagem que 
realisou ao Estado de Santa Catharina, visitar os ultimos 
kaingangs que ainda alli se encontram e na opinião dos en- 
tendidos reduzidos a cerca de trezentos, sómente. 

Em Hammonia, municipio de Blumenau, teve o natu- 
ralista o ensejo de avistar um grupo de sessenta homens e 
mulheres. Havia entre elles crianças, mas não velhos. Os 
adultos haviam sido mais ou menos vestidos para se apre- 
sentarem aos civilisados, estavam as crianças porém, œuas, 
Homens de estatura méan mostravam-se geralmente pouco 
musculosos e mediocremente nutridos. Realisava--se em Ham- 
monia uma exposição de gado e os kaingangs alli haviam 
sido chamados pelo dr. Straube que generosamente delles se 
occupa afim de que a sua presença merecesse dos brarcos 
alguma attenção. Com efeito, receberam bastantes presentes, 
roupas, louças, ferramentas, ete. Mostravam-se bastante exi- 
gentes gritando e ameaçando as pessoas que lhes não at- 
tendiam os pedidos. Tinham muitos delles batoques nos 
labios, feitos com ossos de antas ou nós de pinheiros alguns 
delles engenhosamente entalhados. Traziam todos os homens 
em cada braço quatro signaes de ferro em braza. Foi--lhes 
fornecido um boi que mataram a flexadas, em poucos mi- 
nutos, assando--lhe a carne na cinza quente. O principal 
nucleo destes kaingángs acha-se à foz do Rio Plate affluente 
do Rio Hercilio. Alli foram derrubados cerca de" qua:enta 
hectares de matta virgem e iniciadas culturas de cereaes, canna 
etc. ; os indics trabalham mal, preferindo caçar. 

Naquella zona de Santa Catharina, porém, já ba muito 
pouca caça. "Teve o sr. Luederwaldt o ensejo de vêr uma 
mocinha filha do chefe destes indios educada em Blumenau 
pelo medico dr. Gensch. E” muito intelligente fala perfei- 
tamente o portuguez e o allemão conhece o francez e mostra 
muita habilidade para o piano. 

Ha pouco, propoz-lhe o pai a que viesse residir entre 
os seus, recusando--se ella peremptoriamente semelhante al- 
vitre. 

Diz-se em Santa Catharina que o serviço de protecção 
aos indios vai abrir mão do apoio que presta aos aldea- 
mentos do Plate. 

Se tal se de der será um verdadeiro descalabro pois 
os infelizes kaingángs não estão em condições de viver por 
si, achando--se ainda em condição cultural muito rudimentar. 


— 483 — 


O dr. Straube e o sr. Hoermann foram incançaveis em 
proteger estes ultimos representantes do importante grupo 
Gês que como se sabe comprehendia avultados nucleos em 
São Paulo, Paraná e Santa Catharina, hoje quasi extinctos. 

Do seu contacto com os kaingangs conseguiu o natu- 
ralista do Museu por intermedio do dr. Straube apreciavel 
material para as colleeções ethnographicas do Ypiranga e a 
promessa de valiosas notas philologicas. 


V 


Dadivas feitas ao Museu durante o anno 
de 1919 


O Exmo. Snr. Dr. Washington Luis offereceu uma 
aquarella de Oscar Pereira da Silva representando um tre- 
cho da estrada de Cubatão em 1826. 

Completando a valiosa dadiva que fizera ao Museu a 
Exma. Snra. D. Lydia de Souza Resende offereceu ás col- 
lecções do Ypiranga novos e numerosos documentos do ar- 
chivo do seu illustre antepassado Marquez de Valença esta- 
dista do primeiro imperio, notando-se nesta remessa origi- 
ginaes, consultas ao conselho de Estado, memorias in-ditas 
sobre a politica financeira dos nossos primeiros annos, etc. 
Um conjuncto emfim de documentos de real importancia. O 
Snr. Bento Morse doou diversas moedas de prata e cobre 
nacionaes e estrangeiras. O Snr. Dr. Jcão B. Soares de 
de (Queiroz de Barretos, offereceu um bello ninho de vespas 
tapihú; Etelvino Teixeira, de Pedregulho, um grande la- 
mellicorneo raro; Dr. Eloy Lessa uma medalha commemora- 
tiva da Pacificação do Rio G. do Sul; Henrique Pinto Car 
doso, diversas moedas de cobre, prata e ouro brasileiras e 
estrangeiras. 

Dr. Armando Prado, um casulo com braconideos; prof. 
Cabral de Vasconcellos, de Pirassununga, uma nota de 58000 
do tempo do Imperio e diversas moedas de prata e cobre, 
nacionaes e estrangeiras; Dr. Bandeira de Mello, um exem- 
plar de hippocampo; Dr. F. C. Hoehne diversas sementes 
de fructos para a secção botanica, José Garcia Fialho, de 
Piassaguéra, mudas de palmeira de Indayá: E. Schwebel, 
diversas orchidaceas é alguns fructos para a secção botanica ; 
Lied, uma concha; Antonio de Souza Martins um rato syl- 
vestre; Americo Maltese, diversos insectos. 

Tambem offereceu ao Museu um valioso quadro de 
sua lavra, representando a varzea do tarmo o pintor Graci- 
liano Xavier. Do Snr. Marechal Bormann recebeu ainda 
este Instituto varias obras sobre as nossas campanhas plati- 
nas. 


VI 


Resposta a consulta do Governo do Estado sobre um projecto de 
alargamento do Museu, attendendo-se as proximas comme- 
morações centenarias. 


Attendendo ao honrosissimo convite feito por V. Excia. 
e relativo ao preparo ao Museu e do seu edificio, para que 
se apresente para as festas centenarias de 1922 em condi- 
ções dignas do seu papel e da sua posição na collina do 
Ipiranga em que vae servir de termino a grandiosa Avenido 
da Independencia — cujas obras V. Excia. com tanto e tão 
louvavel afinco patriotico superintende — passo a expor o 
que a pratica dos dous annos de administração no Museu 
Paulista me suggere. 

Actualmente, forçoso é confessar, como conjuucto de 
exposições o nosso Museu é ainda pobre, o mobiliario é ve- 
lho e inadequado as colleções zoologicas tem uma taxider- 
mia algum tanto atrazada por falta de apparelhamento, a 
verdadeira riqueza do Museu consiste no seu herbario e nas 
suas colleeções zoologicas em serie. 

A natureza das festas de 1922 colloca porém a Histo- 
ria Natural em segundo plano para pôr em vivo destaque a 
necessidade da glorificação das tradições brasileiras e pau- 
listas sobre-tudo tudo o que se prende de perto aos dias de 7 
de Setembro. Ora, sob este ponto de vista nada, ou pratica- 
mente quasi nada, esta feito. Torna-se pois indispensavel 
dar-se a secção historica do Museu o alargamento que ella 
pede e isto só se pode obter reservando-lhe um certo nu 
mero de salas a mais o que é impossivel, actualmente pois 
no «edificio não ha mais espaço. 


Construcção de um predio annexo 


Se o Estado construir um predio proximo do Museu 
para nelle abrigar a administração, a bibliotheca, os depo- 
sitos, os laboratorios, as officinas, da parte relativa a His- 
toria Natural ficará o Monumento desafugado podendo se 
dispor de doze grandes salas no pavimento terreo e mais 
quatorze de tamanho regular nas torres, e ainda quatro ao 
nivel destas no corpo central. Assim, pois, trinta salas que 
dariam enorme capacidade ao estabelecimento das collecções 
expostas ao Publico. 

Desde que se oceupem estas salas longos annos pode- 
rão passar antes que a grandeza de S. Paulo peça um au- 
gmento do edificio do Museu que estará a altura da nossa 
capital e do nosso Estado. 


— 486 — 


O edificio annexo ao Museu a construir-se 


Este edificio pode ser construido a poucas dezenas de 
metros do monumento, sobre a Avenida Nazareth, devendo- 
se prestar enorme attenção ás suas condições de insolação. 
Esta é defeituosissima no actual Museu, d'ahi a enorme 
humidade de toda a casa tão prejudicial aos que alli traba- 
lham e às collecções. ; 

Precisará comportar : 

a) a bibliotheca, para a qual é preciso observar uma 
area minima de duzentos metros quadrados, dado o seu con- 
tinuo desenvolvimento e as suas proporções actuaes ( perto 
de 30.000 volumes ). 

b) a Directoria-vinte metros quadrados. 

c) a Secretaria e archivo trinta metros quâdrados. 

d) o gabinete de entomelogia-sessenta metros qua- 
drados. 

e) o de ornithologia — quarenta metros quadrados. 

f) o destinado sos mamiferos — oitenta metros qua- 
drados. 

9) o de botanica — dous commodos com cento e vin- 
te metros quadrados. 

h) o de geologia, mineralogia, paieontologia com 
sessenta metros quadrados. 

‘) o de chimica com quarenta metros quadrados. 

j) o de ethnogra, hia com quarenta metros quadrados. 

As collecgdes em alcool poderiam ser collocadas em 
depositos demandando tres salões. 

k) Peixes e crustaceos, quarenta e cinco metros qua 
drados, 

1) Ophidios, batrechios quarenta metres quadracos 

m) arachnideos, vermes, animaes quarenta netics qua 
drados. 

n) a officina do taxidermista — oitenta metios que- 
drados. 

Lembraria ainda a V. Excia. a necessidade imprescin- 
divel de um emphitheatio para ccnferenciss no Museu que 
tanta falta faz actualmente. 


Todos estes numeros apresento-os a V. Excia. pelo facto 
de ja considerar a grande expansäo que certamente tomara 
o nosso Museu. No momento em que escrevo as dimenções 
citadas são quasi exactamente as dos commodos actualme nte 
tomados no Museu pelos gabinetes, depositos, cfficinas, bibli- 
otheca etc. 

Creio que a feliz desposição ideiada pelo Snr. Dr. Ra- 
mos de Azevedo, para o edificio central da Escola Polyte- 
chnica iria muito bem para o novo edificio a fazer-se para 
o Museu. 

No andar terreo por-se-iam as officinas, colleeções em 
alcvol, as camaras escuras, a bibliotheca, os gabinetes de mi- 


AST — 


neralogia e o laboratorio de chimica ( indispensavel, outra 
lacuna grave no actual Museu). O resto deveria vir no 
primeiro andar e o edificio poderia ter 6 as; ecto simples e 
distincto de um dos nossos grandes grupes escolares como 
por exemplo o Grupo Escolar Conselheiro Rodrigues Alves, 
na Avenida Paulista. Na minha opinião não é possivel co- 
gitar-se em installar condignamente o Museu sem lhe dar 
pelo menos mil metros quadrados; um edificio de dous an- 
dares com trinta metros sob.e vinte é o que lhe convem. 


Novas Salas de Exposição no pavimento 
Terreo 


Desafogado o Museu com a construcção do novo edificio 
teriamos espaço em grande quantidade. Vejamos o pavi- 
mento terreo. A sala A 10 é de cartographia antiga e a A 
11 de velhos aspectos de S. Paulo. 


A sala A 12 seria consagrada a antiga iconographia 
paulista que esta toda para ser reunida e cuja reproducção 
em pintura a oleo daria uma collecçäo de evorme valor evo- 
cativo e comparativo A sala A 13 poderia ter mobiliario 
antigo, retratos antyg s de personagens illustres e «mostras de 
arte brasileira colonial. O grande salão A 14, assim como 
na sala A 16 proporia a V. Excia. que os acornassemos com 
quadros historicos sobre o glorioso passado de S. Paulo ao 
passo que va excelente sala A 15 ficara em optimo desta- 
que uma maquette da Cidade de S. Paulo, em gesso, em al- 
to relevo, e de 1822 para contrastar com os a-pectos hodier- 
nos da nossa grande capital. Dos commodcs A 6 podia ser 
utilizado pela botanica, A 5 pelo insectos e A 7 pelas con- 
chas, reservando-se À 1. A 2 e A 3 para a mineralogia e ge- 
ologia até hoje pessim:mente representadas no ncsso Museu. 


Em cima a parte historica occuparia o salão de honra, 
as salas B 7 e B 8 além de B 9e B 10 ja hoje tomados 
pelos objectos historicos. Assim nes dous pavimentos teria- 
mos para 1922 35 salas de exposição promptas, dispondo ainda 
em reserva 15 commodos nas torres e na parte porterior do 
edifício se acaso faltasse o espaço nos dous pavimentos. Se- 
ra um Museu digno de uma grande cidade e c paz de sus- 
tentar coafronto com qualquer outro. 


A ornamentação commemorativa de 1922 


Reservemos para a commemoração de 1922 o grande 
saguão, a escadaria monumental e majestosa, o Salão de 
Honra e as salas B7 B8, B9e B 10. Ahi poderemos de 
golpe fazer a evocação de tod:s os grandes lances da His- 
toria do Brasil revestindo o edificio do Museu de uma feição 
de pantheon, empolgadora ao primeiro contacto da vista dos 
visitantes com as suas pinturas e esculpturas. 


— ASS — 


Salão de Honra: 


Por sobre o bellissimo quadro de Pedro Amerigo, lia 
cinco medalhões deixados pelo architecto para a collocação 
dos retratos dos grandes vultos da Independencia. Para elles 
proponho: Pedro I, José Bomfacio, Feijó, Ledo ( symboli-- 
sando a acção de imprensa, em que incomparavel foi o seu 
papel) e José Clemente Pereira, leader do Fico. Em frente 
ao quadro de Pedro Americo ha espaço para quatro: paneis. 
Acho que estes paineis devem ser occupados por composições 
bistoricas relativas ds acções de guerra para a conquista da 
Independencia, os episodios tão. patrioticos decorridos sobre— 
tudo na Bahia, na lucta com Madeira, a capitulação de Avi- 
lez no Rio de Janeiro, emfim scenas, a meu ver indispen- 
saveis para que os menos sabedores da nossa historia fiquem: 
tendo conhecimento de que a nossa libertação não se fez. 
por meio de conchavos e foi adquirida graças à effusão de 
sangue brasileiro. No centro do Salão de Honra, em elegan-- 
tes vitrinas, collocar-se-ão autographos, retratos, lembranças. 
dos grandes vultos da época. 


A escadaria 


Em torno da escadaria deixou o architecto um grande- 
nicho para uma estatua de proporções alentadas, seis con— 
solos ao longo da parede, para estatuas, e na frisa, em cima, 
ao alto quatro medalhões, nove retabulos semi-cireulares e. 
dous pequenos rectanguios, tudo isto para serem occupados. 
por uma serie de retratos. Poderemos ahi collocar 24 effigies. 
sendo que duas em cada retabulo semi-circular afim de que, 
achando -se elles sobre as estatuas, não haja a continuidade- 
da linha figura sobre figura o que é ante esthetico. 

Para estes retratos fariamos pintar os grandes vultos. 
de Independencia: precursores, propagandistas, os principaes. 
actores, os martyres da idéa etc. 

Restam ainda sete grandes paineis para quadros histo— 
ricos. Com elies completaremos a serie de pinturas allusivas. 
aos grandes acontecimentos proximos do Sete de Setembro, 

Quanto as seis estatuas encostadas às paredes sejam 
de marmore e representem os. nossos maiores bandeirantes, 
cada uma dellas symbolisando a conquista de uma destas. 
circumscripções actuaes da federação brasileira que foram. 
destacadas do territorio de S. Pauio. 

Estas seis estatuas representarão a incorporação de tres- 
e meio milhões de kilometros quadrados feita pelos Paulis-- 
tas ao patrimonio nacional. 

Assim teremos as estatuas de : 

Fernão Dias Paes Leme, significando a conquista de- 
Minas Geraes. 

Antonio Raposo Tavares, a expulsão dos liespanhoes. 
além do Rio Paraná e a conquista das. terras paranaenses, 


489 — 


Bartholomeu Bneno da Silva, o Anhanguera, a con- 
quista de Goyaz. 

Paschoal Moreira Cabral, a de Matto Grosso. 

Gaspar de Godoy Collaço, a do Rio Grande do Sul. 

Francisco de Brito Peixoto, a de Santa Catharina. 

Os quatro paineis grandes da escadaria podem repre- 
sentar cada um um episodio da repulsa do es rangeiro; por 
exemplo: um allusivo a Estacio de Sá e à expulsão dos 
francezes do Rio de Janeiro em 1567; o segundo a D. Marcos 
Teixeira e a repulsa dos hollandezes na Bahia em 1624; o 
terceiro a Jeronymo de Albuquerque Mzranhão e à expulsão 
dos francezes do Maranhão; o quarto a Mathias de Albu- 
querque e à primeira phase da lucta com os hollandezes; o 
quinto a João Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Hen- 
rique Camarão, a ultima phase da guerra hoilandeza ; 0 sexto 
à viagem de Pedro Teixeira levando a fronteiras do Brasil 
pela Amazonia até Tabatinga; o setimo a um episodio das 
guerras do extremo Sul para a fixação das nossas fronteiras. 

Lugar para as estatuas menores ainda ha na escadaria 
encostada à parede. Poderiam representar Phillippe dos San- 
tos, Manuel Beekman, as vietimas da insurreição pernambu- 
cana de 1817, Domingos José Martins, Domingos Theotonio 
Jorge, Padre Roma etc. 

Neste peristylo estão marcados quatro lugares para 4 
retratos paineis e oito para retratos. Para aqui acho que se 
pode reservar o espaço para as primeiras manifestaçõ:s de in- 
dependencia do espirito nacional a uma scena da incofidencia 
Miveira, outra da Guerra dos Emtoabas, outra da Guerra 
dos Masca'es e outra da Rebelião mineira de 1720. Para os 
retratos poremos personagens de destaque nestes grandes lances. 


Galeria dos Chefes de Estado 


Aventou o Exmo. Snr. Dr. Altino Arantes a ideia de 
se fazer uma galeria dos retratos dos Chefes de Estado do 
Brasil. Nada mais justo e bem inspirado. São vinte e um re- 
tratos a se executar; os dous imperadores os sete regentes a 
princeza regente, oito presidentes e tres vice-presidentes em 
exercicio da presidencia até o Exmo. Snr. Dr. Epitacio Pes- 
soa e esta galeria poderiamos installal-a na sala B 7 em face 
do Salão de Honra, onde ha espaço sobejo ainda para qua- 
dros historicos. 


Exposições Novas 


Fazia esta Directoria grande empenho em abrir este 
auno a nova sala de iconographia paulista, com a represen- 
tação de antigas scenas do passado de S. Paulo por meio de 
quadros. A exiguidade das verbas de dotação impede-lhe 
semelhante proposito que importaria numa despesa de dez 
contos de reis. 


— 490 — 


Assim tambem precisaria reforçar a exposição de an- 
tigos aspectos da nossa capital, que ainda é tão resumida. 
Isto custaria uns tres contos de reis e poderia ser feito até 
o fim do anno. 

Pa 

A vista do que ouvi de V. Excia. sobre o desejo de 
preparar o Museu para as festas de 1922 nutrido pelo Exmo. 
Sur. Presidente do Estado e por V Excia., acho que tal 
preparo não se póde fazer de modo condigno sem um dis- 
peudio de uns quinhentos contos de reis, que poderão ser 
gastos em tres annuidades, a saber; duzentos e cincoenta 
contos de reis para o novo predio do Museu e duzentos e 
trinta contos de reis para as pinturas, esculpturas, caiação e 
pequenos reparos do edificio do actual Museu e abertura de 
salas novas e ainda vinte contos para o Jardim Botanico 
annexo ao Museu. 

IX’ © que na minha desvaliosa opinião me parece dever 
observar ao alto criterio de V. Excia. a quem tenho a honra 
de apresentar a expressão de minha alta consideração. 


(a) Arronso D'E. Taunay 


Director, em Commissão, do Museu » 





VII 


Consultas respondidas por cartas desde Junho até Dezembro de 1919 
teitas ao gabinete de entomologia do Museu 


Dos srs. dr. Angelo Moreira da Costa Lima, do Museu 
Nacional do Rio de Janeiro, sob a classificação de uma es-- 
pecie de Ceroplastes que infesta as goiabeiras em Santa 
Luzia do Sabugy. Estado do Parahyba do Norte, e sobre a 
classificação de uma especie de Mesolecanium que infesta 
as videras em Taboas, Est. do Rio. J. Wilmot, gerente da 
Agua Santa Coffe e Comp., Santa Ernestina, scbre a identi- 
ficação da lagarta rosada, Pectinophora gossypiella em capu- 
lhos colhidos nas culturas daquella fazenda. Do Prefeito Mu- 
nicipal de Sorocaba, sobre a identificação do pulgão branco 
Icerya purchasi. Maskell, var. Citriparda Hempel, que in- 
festa as lar ngeiras e outras plantas naquelle muicipio. 


Por intermedio do sr, €. A. Barbiellini 


Do dr. J. Pereira Machado, Resaca, (S. Paulo) sobre 
larangeiras atacadas por uma molestia desconhecida. Henrique 
Baroni, Palmeira, Parauá sobie uma borboletinha que ataca 
os grãos de trigo. Antonio Cereser, Jundiahy, sobre o pul- 
gão branco Icerya purchosi Maskell var. c triparda Hempel 
que infesta o seu pemar de larangeiras Dr. Leopoldo Penna 
Teixeira, de Belém, sobre a identificação de uma larva que 
vive como parasita em vagens do Zuga edulis. Do sr. as- 
signante, de Alegrete, Rio Grande do Sul sobre um fango 
Actinonema rose que ataca as folhas de roseiras. João de 
Carvalho Pedrosa Bello Horizonte, sobre um fungo, Corti- 
cium micheliarum que ataca as larangeiras do seu pomar. 
Josá de Araujo Gomes Amora, Manaos, sobre o melhor pro- 
cesso para o conservação dos couros e pelles seccas, afim de 
evitar que as mesmas sejam atacadas por qualquer bicho. 


D. Elisia Cirio, Capital Federal sobre um fungo. Uro- 
myces cariophillinus (Schrauk ) Winter, que infesta folhas 
e hastes de craveiros. H. Pereira da Silva, Barra do Pirahy, 
sobre uma molestia em folhas e galhos de limoeiro e um li- 
mão contendo uma broca. Amandio Cabral, Est. Santa Ger- 
trudes (S. Paulo) sobre uma larva de um Coleoptero da fa- 
milia Cerambycidae, Hypselomus cristatus, Perty, que ataca 
a batata doce. Pedro Molau, Jahú Est. de S. Paulo sobre o 
pulgão branco que atica as larangeiras e outras plantas fruc 
tiferas e roseiras. 

Benedicto de Toledo Ferraz, Limeira, sobre uma mo- 
lestia que affecta as folhas de larangeiras de umbigo. 


v» 
= 


gap 


H. D. Goulart, Rio de Janeiro, sobre a identificação 
de Lepido saphes beckii Neurmann, Hemzchionaspis minor 
Maskell Coccus hesperidum L. e Aleurodes horridus Hempel 
que infesta as fulhas de larangeiras. Do assignante de Porto 
Alegre, sobre um Hemiptero da fam. Capsidae, que infesta 
e prejudica as Orchidaceas. Emmanuel A. Deslandes, Lavras, 
Minas, sobre um fungo, Trichosphaeria sacchari que ataca a 
canna de assucar, “listada” e está devastando os cannaviaes 
no Est. do Espirito San'o. 

Ernest F. Hammersmith, de Erechin, Rio G. do Sul, 
sobre um coleoptero, Poecilaspis angulata, Germar. var. que 
infesta as folhas da batata doce. Antonio Estevam de Lima, 
de Bezerros, Pernambuco, sobre uma especie de Ceroplastes 
que ataca as goiabeiras que tem prejudicado as safras de 
gotabas 

Mario Treuch, da Est. Rodrigues Alves (5. Paulo ) so- 
bre um Orthoptero, Gryllotalpa s, p. que ataca o pé de arroz 
pela raiz e tem causado bastante prejuizo. Carlos de Almeida 
Leite, de Capivary, sobre os insectos [e nicheonaspis minor 
Maskell e Lepedosaphes beckii Newmann que ataca as folhas 
de larangeiras. 

José Martinho de Novaes, de Prata, Minas, sobre o 
Hemichionaspis aspidistrae Sigu. e moscas da familia Bom- 
byliidae que atacam larangeiras. Thomaz Botelho, de Vas- 
souras, Rio, sobre o Coleoptero, Cantharis excavata Klug, que 
devora as folhas das batatas inglezas. Do Snr. A. A. Bar- 
biellini, Capital, sobre uma especie de Pulvinaria que in- 
festa folhas de mexiriqueiras ; sobre a classificação de sup- 
postas Coccidas em folhas de feijão « QQuandú>. Do mesmo 
Sur. sobre um fungo Erysiphe cichoracearum que infesta as 
folhas das aboboreiras em S. Sebastião, littoral do Estado. O 
Snr. Simon Kotzend, de Jundiahy sobre meios de proteger 
o pomar contra as pragas. 





—s PD VE O SO I UP 


VIII 
Permutas 


NOTA: — Da Universidade de Cornell, trouxe-nos o 
Dr. Bradley em permuta avultado material bem conservado 
e classificado. 
58 especies de peixes. 
qa » de Lacertilios. 
11 > de sapos. 
10 > de cobras. 
4 > de tartarugas. 
8 » de lagartos. 


INSECTOS : 

140 especies — 336 exemplares de Hymenopteros. 
112 » — 274 « de Hemipteros. 

354 > — 601 « le Lepidopteros. 
208 > — 835 « de Coleopteros. 
28 » — 58 « de Orthopteros. 
100 a — 165 « de Dipteros. 


942 2 269 


IX 
Reclamações do ex-director Dr. lhering 


Não renovou Dr. ihering as suas reclamações relativas 
ao preten-o sonegamento ce livros seus por esta Directora e 
a indemuisação que advoga devida a prejuizos recebidos 
com a retenção de objectos que lhe pertencem. 

Ao mesmo tempo cessaram quasi por completo as re- 
messas de impressos com o duplo endereço « Dr. Herman 
von Ihering — Museu Paulista » endereço este pelo ex- 
director propos'talmente introduzido para facilitar a entrada 
em sua bibliotheca particular de milhares de volumes desti- 
nados à livraria do Museu, dando se lhe esta ambiguidade 
afim de se lhe emprestar mais tarde um titulo documental 
de posse. 

Actualmente apenas ha em poder desta Directoria dous 
impressos por terem vindo com o eudereço ambiguo. Escrevi 
aos remettentes perguntando-lhes para quem são. Se forem 
do Dr. Ihering ser-lhes-ào religiosamente remettidos. 

De todas estas irregularidades graves subsistira em nossa 
bibliotheca, por longo tempo, qu çá iasanavelmente, o maior 
inconveniente e motivo de desorganisação: o truncamento 
das collecções de periodicos, a retirada de varios milhares de 
livros muitos dos quaes valiosos, muito valiosos cuja perda 
vivamente deploram os que trabalham no Museu e os que 
reco rem à sua livraria. E a esta causa de pezar se unem 
ainda os metivos de justo protesto pois estes seis mil Jivros 
— em tal numero os computa o nosso Bibliothecario, fune- 
cionario que ha longos annos trabalha no Museu — foram 
doados ao patrimonio do Estado de S. Paulo, em retribui- 
ção da permuta com a Revista do Museu Paulista, publica- 
ção dispendit sa. 











Do Mo LES 


Pude > ir CA ane, 
à re Ap 


dl 24 





ce PU EP 





e 
AR 
5 
$n 
PMS 
E É 
4 
CRT 
4 ¥ 
A 
a 
À a 
o 
se a 
] 
Ve 
a 
a K 
à 
a, 
a 















— DO — 











“TOMO XII 


ir e lh 
EO ARE 


raise 





SÃO PAULO 


_ TYP. DO “DIARIO OFFICIAL" 


920 


# 


A 

















BL WHOI Library - Serials 


INT 


o WHSE O 


| 


“seis 
Pen at Se aa dt 


moinho MG mee: 


de es à 


Les 


docas 





pa 
2e niet. 


ea ' 
tn mana 


+6 ana 
e dese ae pe OR 
pros. 


PEITOS EME Ne MELON IS tal 
Se ceeree ed aaa 


paver 
ge 


Seek pee pe > vende 28 


eee 
Spe een 
oe ca enn mi Pe 
o sro guita 


prende rt 


Led ser den opera à