slg ha ever Se RE =“.
Sn meape tea
CIC Ta arcanes
per
peter mor
ta
Sr pars re
prepa
edt
REVISTA
ME © De
TOMO XII
———
= uta
e
EE
3—
SAO PAULO
TYP. DO “DIARIO OFFICIAL”
I920
Prefacio
Apezar de havermos annunciado, no prefacio do
tomo a este antecedente, que reduziriamos o nume-
ro de paginas do presente volume a 760, sahe elle
com quasi mil. Não nos foi possivel deixar de lhe
incorporar um numero avultado de excellentes ar-
tigos e memorias, cujos originaes receberamos desde
bastante tempo, sob pena de desattenção para com
dedicados e eruditos collaboradores. Assim tal ex-
- tensão tomou o volume que nem lhe podemos an-
nexar a resenha bibliographica já prompta e que no
tomo XIII — em adeantada elaboração — tomará lar-
go espaço.
Entregando ao publico o tomo XII da Revista
do Museu Paulista seja-nos permittido endereçar
aos nossos bons amigos e optimos collaboradores os
nossos muitos agradecimentos pela offerta das con-
tribuições com que tanto vieram abrilhantar o pe-
riodico do nosso Instituto.
Os diccionarios Aainjgang portuguez e Por-
tuguez kainjgang, o Supplemento à grammatica
Kainjgang da lavra do Rev. Pe. Fr. Mansueto de
Val Floriana, constituem dos mais valiosos docu-
mentos da philologia brasilica, quer pela auctoridade
de quem os assigna, quer pela riqueza dos elementos
colligidos.
Não menos valiosa, embora menos extensa, a
collaboração do Rev. Pe. Fr. Antonio Sala, com o
seu Ensaio de grammatica Karapé e Vocabulario.
Conhecedor profundo dos idiomas do Brasil Central
reservou-nos o Rev. Pe. Sala um dos seus bellos
estudos sobre a linguistica brasileira. Em nume-
\
ey
rosas revistas americanistas, e das mais cotadas do
Universo, delle ha bella bagagem scientifica. Muito
generosa contribuição traz-nos, ainda agora, o grande
amigo do nosso Museu que tem sido o Snr. Prof.
Alipio de Miranda Ribeiro, cuja vasta serie de me-
morias sobre a fauna brasiliense já constitue um
acervo de proporções grandiosas.
Honrou-nos com a sua Revisão dos psitiacideos
brasileiros e mais sete memorias em que resume as
descobertas feitas no exame das nossas collecções de
batrachios ; estudos excellentes, visto como, graças
a elles, poude á sciencia incorporar numerosas formas
novas, e discutir com abundancia de argumentos
varios pontos controvertidos e importantes da zoolo-
gia brasileira.
O nosso dedicado e proficiente naturalista Snr.
João Leonardo de Lima concorre ao presente tomo
com um artigo em que descreve algumas formas
novas.
Ao Snr. Prof. Adolpho Hempel devemos quatro
trabalhos valiosos. Em dous estuda ss pragas im-
portantes do milho e do arroz no Estado de S.
Paulo, problemas de grande relevancia; em um ter-
ceiro assignala as coccidas que ameaçam a nossa
pomicultura e no quarto revela a existencia de nada
menos de quatorze formas novas, para a Sciencia,
de coccidas, especialidade em que alcançou a mais
alta auctoridade.
O Snr. Curt Schrottky tem nome feito como
hymenopterologo e solida reputação de entomologo.
Nas suas bellas memorias não só revela muitas novas
formas como em uma dellas faz a revisão de um
grupo importante com a maior abundancia de do-
cumentação. A estes artigos segue-se mais outra
contribuição do nosso dedicado custos, o Snr. Hermann
Luederwaldt, sobre Dorilyneos brasileiros, assumpto
ventilado com a segurança alcançada pelo digno na-
turalista em assumptos da myrmecologia brasileira
e neotropica em geral.
O Rev. Pe. Longinos Navás, hemipterologo
hespanhol de reputação mundial, obsequiou-nos com
DA ET see
um pequeno artigo o primeiro de uma serie de tra-
balhos com que pretende honrar as paginas de nossa
Revista, estudando os hemipteros brasileiros.
O Snr. Julius Melzer versa ainda umas paginas
sobre o seu assumpto predilecto tratando de longi-
corneos- novos ou pouco conhecidos do Brasil e sabem
os nossos leitores quanto este dedicado amigo do
Museu Paulista conhece bem o campo em que com
tanto afinco e resultado trabalha.
Um artigo do nosso prezado collaborador dr.
Alberto Childe, publicado no tomo X da nossa Re-
vista inspirou ao Snr. Frederico Sommer erudito
amante dos estudos de glottologia comparada uma
serie de deducções interessantes no seu Conceito de
metal nos nomes proprios dos povos e paizes.
Com a devida venia transcrevemos da /n/for-
mação Goyana as curiosas e valiosas notas do Snr.
Capitão Dr. Antonio Pyreneus de Souza sobre os
costumes e a lingua dos nhambiquaras. Vivendo
entre estes indios pôde este dedicado civilisador dos
nossos sertões — um dos membros proeminentes da
Commissão Rondon, — colher numerosos elementos
que incorporou, com destaque, à summula dos co-
nhecimentos da rossa ethnographia. Completa ao
volume o relatorio para o anno de 1919 que tivemos
a honra de apresentar ao então Secretario do Interior,
o Exmo. Snr. Dr. Oscar Rodrigues Alves, relatorio
que traz diversos appensos, como as relações das tres
viagens de collecta de material feitas durante o anno
pelos naturalistas do Museu, das dadivas recebidas
pelo Instituto, das consultas por nós respondidas,
permutas realisadas, o relatorio do bibliothecario-tra
ductor, um projecto de alargamento do Instituto,
attendendo-se à proxima commemoração centenaria
de 1922 e afinal os topicos relativos ás reclamações
do ex-director Dr. Ihering, sobre livros e periodicos
sobre que pretende ter direitos.
| Embora já esteja bastante melhorada a parte
ilustrada dos nossos textos muito longe se acha
ainda do que esperavamos venha a ser. Não nos
foi possivel mais fazer dada a extraordinaria carestia
SR ES
das contribuições das artes graphicas, no momento
actual. E, desta vez, ainda, cabe-nos agradecer, pe-
nhorados, o zelo e a delicadeza com que no Drario
Official foi acompanhada a impressão do presente
tomo pelos dignos funccionarios desta repartição.
Fiquem aqui consignados os nossos muito especiaes
agradecimentos aos Snrs. Horacio de Carvalho e Dr.
Bento Lucas Cardoso, D. D. Director e Gerente. O
Snr. Rubem Leal, dedicado chefe das officinas, com
a sua habitual solicitude intelligente muito serviu ao
Museu fazendo o possivel para adeantar a impressão
do volume.
Assim tambem os seus dedicados auxiliares, Snrs.
Paschoal Gonzalez, Albino Gollazzi, e Antonio Corrêa
Netto. Quantc ao chefe da encadernação, Snr. Julio
Moreira e o pessoal a quem dirige, cabem-lhes os
nossos agradecimentos muito sinceros pelo modo com
que se houveram na entrega do.tomo XI, grosso
livro de quasi mil paginas.
S. Paulo 1.º de Novembro de 1920
Arronso D EscrRAGNOLLE TAUNAY
Director do Museu Paulista, em commissão.
Professor na Escola Polytechnica de S. Paulo.
INDICE GERAL
à pda ‘i is, ng
INDICE GERAL
PREFACIO i
PRIMEIRA PARTE
Fret Mansueto BARCATTA DE VAL FLORIANA:
Pgs.
Diccionario Kainjgang-Portuguez. . . . 1
Diccionario Portuguez-Kainjgang. . . . 249
Supplemento ao diccionario Kaimjgang . . 309
Supplemento à grammatica Kainjgang. . 367
de TER Saat Me ILO Pe RR PD OU SIDER pee PS RARES 2
CAE! CHEACEMMISTOTICA NOS, OAL ROBISON
Aparas catechisticas Kamjgang . . . . 379d
Elddenda e rcorrigenda a BSD
Frei ANTONIO MARIA SALA :
Ensaio de grammatica Kaiapo . . . . 398
Reino nei SE RER eee AS
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO :
Revisão dos psittacideos brasileiros . 1
AA Ppendioe nme Pad to. YON sra ee 28
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO:
Triprion, Diaglena, corythomantis, etc.,
uma sub-secção, de Hylide, com duas
BPECles NOVAS pave Fe SKE 83
IT VE
ap QUE
JoÃo LEONARDO LIMA:
Aves colligidas no Estado de S. Paulo,
Matto-Grosso e Bahia, com algumas
formas novas
ADOLPHO HEMPEL:
Coccidas que empestam as nossas arvores
[ructiferas
Apo» Ho HEMPEL : :
Pragas e molestias do arroz no Estado de
8. JPaulo eae ES EB
CURT ScHROTTKY :
Les abeilles du genre « Ancyloscelis »
Curt SCHROTTKY :
Himenopteros nuevos o poco conocidos sud
americanos
HERMANN LUEDERWALDT :
Chave para determinar Dorylineos brasi-
lew'os
ALYPIO DE MIRANDA RIBEIRO:
O genero Telinatobius ja for constatado no
Brasil ?
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO:
Os Engystomatideos do Museu Paulista
(com um genero e tres especies novas).
Azipio DE MIRANDA RIBEIRO:
Algumas considerações sobre o genero «Ce-
ralophr'ys» e suas especves.
Pes.
107:
259
ee See
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO :
Os brachycephalideos do Museu Paulista
(com tres especies novas)
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO :
Algumas considerações sobre « Holoaden
Lüdericaldti » € generos correlatos
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO:
As Hylas cœlonotas do Museu Paulista .
ADOLPHO HEMPEL :
Descripcoes de Coccidas novas ou pouco co-
nhecidas .
ADOLPHO HEMPEL :
As pragas importantes do milho no Estado
de S. Paulo
ANTONIO PyRENEUS DE SOUZA :
Sobre os costuines dos indios nhambiquaras.
R. P. Loncinos Navas, 8. J.:
Algunos insectos del Brasil
JuLius MELZER :
Longicorneos novos ow pouco conhecidos do
Brasil
F. SOMMER :
O conceito de metal nos nomes proprios, de
povos e parzes
Relatorio referente ao anno de 1919, apre-
sentado ao Dr. Secretario do Interior
321
329
389
411
419
— XI —
ANNEXOS AO RELATORIO
I Relatorio do traductor bibliothecario
Il Viagem do naturalista caçador sr.
Hy. Garbe :
Viagem do caçador auxiliar sr. J.
Pinto da Fonseca
IV Viagem do Custos do Museu sr.
Luederwaldt Le GER
V Dadivas feitas, em 1919, ao Mu.
seu.
VI Projecto de alargamento do Museu .
VIT Consultas respondidas
Vill Permutas. ENS EU CI Re
IX Reclamações do ex-director Dr.
lhering .
DS D —— —
DICCIONARIOS
Kamjgang-Portuguez e Portuguez-Kamgang
COMPOSTOS POR
Frei Mansueto Barcatta de Val Floriana
DA
ORDEM DOS MISSIONARIOS CAPUCHINAOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
nee E
al
:
Neo
(Je
Hu
abs
DICCIONARIO KAINJGANG-PORTUGUEZ
ABREVIATURAS
Subs. : substantivo Tel. : Telemaco Borba
Adj.: Adjectivo São Paulo : Diccionario Frei Daniel
Imper.: Imperativo Resp.: Resposta
Sing. : Singular Adv.: Adverbio
Plur.: Plural Posp.: Posposição
Ex., P. Ex.: Exemplo, por exemplo
Vis.: Visconde de Taunay
Vid. App.: Vide Appendice
Ch. L.: Padre Francisco Chagas
Pol
AE | 0 a; à
se ‘
Sars É + j ae
» *
Ths J e ae
~~. à
E] 417 Tu Es
pe St - =
1 4
“o + = - -
i EC at
= aÃ
| : k e pa À = sr n w
Po ss Ta “i as . ] ir
| - 2 AU TANIA
x | È E Em v a o E ui x! E
ss) PAR cê
hp bre à 4
ù , E GC
ine ; RE na | Fat xt dti CET TES at, Calaeth
HET! (x) THA fa IA À
é que De isto TE TR
; E +4 …. RUE HUE A SRE
| | LT
Rade anand.) ose
px
A
A, áma, an, an, at: Tu-1: Ama: ati-ma: a, para (posp)
2- A hôrike : Como vai você? - a, você - hôrike, como : 3-A’ma:
gára fuôre tôn ja? Você não tem mais palhas de milho ? gára,
(g nasalado ) milho-fuôre, palhas (para pitar)-tén, não —
je, estás com. 4- A’ma hü? Você está bom? - Aü, bom. 5
A’ma hô ni ti van? Você é um homem muito bom? - ti,
muito -- van, é. 6 - A’ma tx fi: Eu te dou-ix, eu-fi, dou --
ima,a ti-7- A’ma ori kantin ? Você não vem hoje? - dri:
hoje, agora-kantin, vem. 8- Ex ama to hótiti: Eu preciso
muito fallar com vocé-ex eu-to, fallar - hútiti: preciso
muito, quero muito. 9- Ambré: Junto com você -- am, você —
bré, junto. 10-- A’ma niféia ni: Você está fechado - niféia,
fechado-ni, está. 11-- Tó cima kupáne: Você tem um pedaço
- tô, tem-kupddne, um pedaço. 12 - Exman an déve je: Você
está devendo a mim - exmán, para mim-an, você-deve, de-
vendo-je, estã. 13 - An pén tan at fut tógmo: Tu estás com
os pés levantados - an, pleonasmo - pé tan, com os pés + fu
(1) levantado -- tógm», estás agora.
A, lettra que se antepõe ás vezes aos vocabulos por
harmonia ( prothese ). 1 -- Akékaktin: não entendo -- kikaktin,
não entender. Tambem : sou inimigo de alguem. 2- Aín ton-
gatô ni ti, jonja : Elle está fora de casa, e fica brabo = in, casa,
tônjatô, fóra--ne, está --jôn, brigando - je, está. 3 -- Aningá
agn don ge: Elles tiram das mãos as armas - ningá, mão --
agn, elles -- dôn, arma -- ge, tiram. 4-- Aôn ônet vén: um diz
mentiras para o outro --aôn, um ao outro--ônet, mentira --
ven, diz (em Kaingáng, se põe ás vezes um só membro do
correlativo ). 5- Hix in ra, aix man-hôti ix tingo: Eu vou
de bôa vontade 4 minha casa -- éix, minha -- in, casa -- ra, para
eu--dix, eu--man--hôti, de boa vontade -- ting, vou -- ge, pretendo.
AKTA tin kantin: Trazes a elles todos. Vide App.
Aktan vinera : Convida a todos.
AFANGRURA (AFAngrôra, afangrüre): Calças. Diz-
se tambem degne gôro- fan, pernas -- grôro, cobrir -- dégne.
anus.
AK : Elles. Vide ag. Por methathese Kan, gen.
AKAJITIRI VE: Está fazendo festa--akajíri. Faz
festa -- ti, elle -- ve, está. Vide kanjíri.
AKANENE: Acabar, de--a, kanéne, acabar: a é con-
nectivo.
(1) Vide füinera.
io, ee
AKANKÚTEN: Nascer, sahir, apparecer. Vide kan-
küten. 1-- Arán kankúten: O sol levantou-se. 2 -- Kotxt akan-
kúten: O filho nasceu.
AKOTXÍ: Filho. 1 - Akotxt bre (b de bre, nasalado )
ti nz: Elle está junto com o filho -- bra, junto -- tz, elle — ni, está.
AKRITON: Demonio.
AFANGRÜRA : Calças. Vide App..
AG : Elles, gente. Feminino fag. Singular masculino ti,'
feminino, fi (ella, mulher) 1-- Kan dgn: Todos elles, toda a gente
- kan, todos -- 2 -- E” agn: Muitas pessoas-e, muitos homens -- 3
Tito dgn: A gente da comitiva delle -- ti to, com elle -- 4 -- Vei-
nkangrá agn : Quatro pessoas--veinkangrá quatro -- 5-- Pirá vei-
nkangrá : Quatro peixes-pird, quatro, Xanxi veinkangrá : Qua-
tro passarinhos--xanxí, passarinho--5 bis - Agaôn jenjbre núnti:
alguns delles são preguiçosos -- ag, delles -- adn, alguns--jenjére,
preguiçosos -- 6-- Tag mi ag dra je: Elles estão entrando por
ca-tag mi, por cá -- dra, entrando -- je, estão -- 7 -- Ag kmônera :
Venha a gente--kamônera, imper. plural de kantin--8--Ag kara:
Toda a gente-kdra, tudo - 8 - bis -- Ag kara ta tingex kémo:
Quero que toda gente vá lá-ta, lá -- tin, va-kémo, quero agora -
9-In ag ke ná: Estão fazendo uma casa-in, casa-ke, fa-
zendo-ná, estão - 10 - Tag mi ag korég tavin ti kamôn: Vem
para cá um grande desproposito de gente - tag mi, para cá -
koreg, muito - tavin ti, demais - kamôn, plural de kantin - 2 -
Jantka ki ag e ag ndnti: A’ porta se acham grandes
grupos de gente - jantká ki, à porta-ag repetido, indica
varios grupos - e, muitos - 12 - Kan ag hul hóre vüire: Já
todo o povo se retirou - kan, tudo - hul, já: indica tempo
passado - hore, fóra - viiire, foi-se embora, perfeito de tin -
13 - Ag jéne kôix ni: O camarada delles está comendo -
ag jéne, o camarada delles - kóix, comendo - ni, está - 14 -
Agma kangämo: Elles agora estão doentes - agmá, elles -
kangd, doentes - me, agora 15 - Denum hana agmán hat ton
ni: Elles não estarão fazendo nada - denim... ton, nada -
hdna, particula para fazer o futuro - agmán, elles - hat, fa-
zendo - mi, estão - 15bis- Agmán ix ti aéra kkixno: Eu
digo a elles que o prehendão - kéixn eu digo a elles - ti,
a elles - xéra, imperat. de xe, prehender - 16 - Agmán ix to
han: De certo eu fallo a elles - agmán, a elle-to, fallar -
han, de certo - 17 - On tan agmán je: Homem considerado,
capitão -ôn tan, aquelle que-ag man - muita gente - je,
está com - 18bis - Ag mdn te e: Tem muita gente - te, tem - e,
muita. 18 - ter - Agmún min tdi kagôüüve: agente foi matar
a onça -tái, matar - kagóiive, foram - kagôuve, plural per-
feito de tin - 19 - Ag ôn jenjére: Alguns delles são
preguiçosos - 20 - Ag pén ne: E' pegada delles - ag, delles
-ne, é-21- Agmá javén: signaes delles - 22 - Enkréja
ag mó jen: Elles vão caçar - enkréja, caçar - mójen, vão
- 25 - Kaimbára ag mo kémo: Logo elles querem ir em:
bora - kaimbdra, logo- mo, ir-kémo, querem agora - 24 -
MN Ce
Rairánha ag ta: krot krone kéja : elles trabalham, (e) que-
rem beber - rairânha - trabalham - dgta, elles - krot krone, be-
ber, repetido por serem muitos que trabalham - ke, querem -
ja, agora-25. Akta tin kan tan vínera: Convida a todos
(imper. ) - dkta, a elles - vínera, dize tu - 26 - Agtot xor jägne
géme: Elles querem brigar um com outro - ag tôt, com elles
-xér, querem - jágne, mutuamente - géme: querem brigar —
27 - Ti kokénja, ti ténja ag tôn: O estão ferindo (e) não
o estão matando - kokén, ferir - ti, a elles - ja, agora - agtôn,
elles - 28 - Tx bre ag môjen: Elles vão commigo - bre, junto
- 29 - Kuraôn ki agtón ag xíri: Outro dia delles havia
poucos — kuraôn ki, outro dia - agtôn, delles - ag, gente - xfr?,
poucos - 30 - Ag tôn bre fi kantin: Eila vem junto com
elles - fi, ella-31- Agtôn tavin ten ja ti: Elle agora os
mata de todo - tavín, de todo - tén, mata - ja, particula, que
indica o presente - tavin, de tudo - 32 - Kikján kan ag tégmo:
Todos estão chcrando - kikfán, chorando - kan, - todos - tógmo:
estão agora - kik, pleonasmo - 33 - E ag tógmo: Elles são
muitos - e, muitos - tógmo, estão agora-34- Ag to ix jôn :
Ralho com elles - ag to, com elles ix, eu-jon, ralho, fico
brabo - 35 - In tag hô had ja ag togmo: Elles estão fabri-
cando bem esta casa-in tag, esta casa-hô, bem - had, fa-
zem - ja, agora - tógmo, estão - 36 - Pórco ag tan bitkan:
Estão carregando os porcos - aktän, elles - bútkan, carregam
37 - Gôio bakanttin : Carregam agua - goio, (g vasalado) agua-
bakdntin, trazem dara cá - 38 - Ag tôn ve: E” delles - ve, é -
39 -- Giri ag tovaix: Soltam os meninos -- giri, (g nasalado )
meninos -- tovaix, soltam -- 40 -- Legré ag tin, jagne kak póvo :
Os dois viajam (e) se separam -- lengré, dois - tin, viajam --
jagne kak, um do outro - póvo, separam ( páuo ) - 41 - Ag ren-
gré: Elles dois - 42 - Prôn xéro véve, hára ôn agn pron javdix :
Eu queria casar; mas os outros não queriam que eu casasse —
pron, casar - xôro, querendo -- véve, estava, de ve, estar - hára,
mas - ôn agn, os outros -- jcvaix, não querem -- 42bis -- Ag ve
kAnje ti vére: Até aqui os está vendo --ve, vendo -- känje,
esta -- vére, até aqui (lugar e tempo )--43 - Ex ag anguéz
x tinge: Agora eu vou visita-los -- angvéi, visitar -- tingo, vou
agora- ex, eu--44-- Agn vin: Elles proseião - agn, elles -
vin, proseião -- 45 -- Ti to agn: Fallão a elle--ti to: A elle
- to, fallão - 46 - Kan agn: Toda a gente-- kan, toda -- 47 --
48 - One jog tére titomo ? Resposta: Tó agn -- Quem diz que
meu pai morreu ? Resposta : o diz o povo -- ône, quem -- jog, pai--
ti, elle -- tére, morre -- tómo, falla, agora -- 49 -- Ag bre ix à ixka
(o u se pronuncia nasalado) te kankéi lardte : Ajudei a gente a
tirar do matto a canôa -- bre, (b nasalado ) juuto com elles --
üaixkän te, do matto -- laráte, tirar - 5O - Ag dre môixno : A
gente vai agora (hoje )-- dre, óri: agora, hoje -- móixno, vão
plural de tin -- 41 -- E agtôn mo kémo : Pretendem ir muitos -- e,
muitos -- agtôn elles--mo, ir-- kémo, pretendem -- 52 -- Aktán
ke kémo, ama kofáti niha kémo? Resposta: Han: ag tan ke
a so
hé ve? : Sera verdade que você ja vai envelhecendo muito ? --
aktán, elles -- ke, dizem -hó, verdade - mo-agora- kofá ti,
muito velho - ni, fica - ha, já -- han, sim - ve, é -- 53 — Ag djex
apenitemo: Elles batem em mim -- djex, em mim -- apeníte,
batem -- mo, agora -- 53bis -- Ag r ngré jên kantin: Os dois
vem comer -- ag rengré, os dois -- jén, comer -- kantin, vem.
Vide App. Agéfa: Aguardente. Vide App.
AG HAND: Vos ( Aghande ).
Agh! Não sei!
A’ HANAN? Está bem?--a, você--ha, bom - nan,
pleonasmo.
A HOMAN ? Esta bem ?-- Hô, bem -- Resposta: Hé ix
je: Estou bem je, estou.
A HERA? Onde?--14 héra tin? Aonde vai?--2-
A héra ti tére? Onde morreu? -ti, elle-3 A héra vüire ?
A onde foi ?-- vii. re, perfeito de tin, ir. Vide déto (d nasalado).
AIANKA: Assoprar, accender. -- Tambem azénka, dinke.
AIANG, ag hAnde, aig, die, dia ag: VOS-1 Aiáng
kan kamoje ne: Vos todos estais de viagem-kan, todos-ka-
moje. vindo-ne, estais--2-.Aiing akamôntôn ne: Vos ainda
não vindes - tôn ainda não - 3 - Azang in te, kren fag tânda
ton nAnti: Na vossa casa ha meninas ( familias) pobres -
in te, na casa - kren, dvo, criança - tanda ton, pobres-nanti,
estão. :
A IX: Nos dois-a, tu-ix, eu-I-A dx je: Nos
dois estamos.
Alke: Accender, soprar. Vide aiénka.
AIA’G: Vocês, vos-IAidg men, tang akänti fe:
Vosso animal femea está aqui-ajag men.. fi, vosso animal
femea-tang, aqui, - känti, está — fi, ella.
A’ige. Vide App.
AJORO: Auta-I- Ajér t’nin kói: Comer carne de
anta - t’nin, carne - koi, comer.
AJUTKE: Chegou, quer chegar -de a prothetico, e
de jun, chegar. Vide jun.
ALENGRE : Dois, segundo, ete. Vide arengré -- I -- Em-
pré tag van alengreti kején: Esta estrada será uma vez a
segunda -- tag, esta -- kején será uma vez -- Vide App.
ALUMIA’: Porungo--de a, prothese -- rwmid, rudid,
rud. Vide estes vocabulos. Vide App.
A’MA. Vide a: tú, você.
AME: Anum ( Passaro ).
£N: Tu. Vide a.--I- AN kéke, hômo: O que tu
dizes é verdade -- kéke, repetes - hômo, é bom, é a verdade--
me, agora. Vide App.
An: Prothese --I-- [x ankéke, hi ve: O que eu digo,
é verdade -- kéke, dizer varias vezes, costumar dizer - hô,
verdade, bom -- ve, --2-- Hix pija ône: eu não minto -- pija,
não -- ône, minto.
= o ae
Anankúre, gedeti. Vide App.
ANATO’E: Os paus para produzir, confricando-os, o
fogo. Vide kréie.
ANDO’: Arma -I - An dó tôn ra, ti ming tai:
Embora sem armas, elle mata as onças--tôn, sem -- ra, ape-
zar -- ming, onça -- tai, mata.
A’NGE: PRESO, morto; de an, connectivo, e de
ge, pegar, matar-I- A’nge ja agn ni: A gente esta presa,-
ni, esta - ja. agora. Vide App.
ANGA’: Terra-I- Anga tonjami ti: elle está fora
da sua terra - ongá, terra; de an, connectivo; e de ga, ter-
ra — tônjá, tônjémi, fora - ti, elle. Vide App.
Amgat. Vide App.
ANGU: Muito - Gireangú ve: Ha um grande bando
de meninos -ve, é Angui. Vide App.
ANGVE-I: Visitar, passeiar na casa de alguem:
Hinde fag angvéi xôrmo: Desejo visitar as vossas mulheres
- hânde, vossas - fag, mulheres - aórmo, desejo agora - 2 -
Ag hande raingré angvei xórmo: Desejo de visitar a vós
dois - raingré, dois - ag hande, vós.
ANGE XOGMO: Estou abrindo a bocca - Ange, abrin-
do a bocca. - xogmo, estouagoro. Significa tambem bocejar.
A’NHA: Tu, você - A’nha veinmd ne: Você esta
louco. Tambem: Você está soffrendo - veinmã. louco, dor,
molestia - ne, está. Vide App.
ANHE: Vide App.
ANJARE: SOVACO?-I- Anj ré krénti fi kánti:
Cousa que se carrega a tiracollo.
ANJ AMEN : Adiante - I- Anjamen tin ti: Elle vai
adiante - an, prothese, jamen, adiante.
ANJA’: Dente-I- Anja tôn .grat gétke: Ranger
com os dentes -tôn, te: com - já, dente.
AN: TU-I- Anja veinmäne: Tu estás aborrecido-
veinma, aborrecido ne, estás - ja agora.
ANJEN: Camarada - [ - Anjén pén jen: Os cama-
radas começam a comer - an, connectivo - jen, camarada-pen,
começam jen, comer.
A'NJE: E, pertence-I- On in anje? De quem é
a casa?-ôn, de quem -an, connectivo, je, é.- Resp.: Tx
in dnje: E' casa minha-2- Ain ra anje: A casa está
perto - in, casa - ra, perto.
ANNI: Sentar-I- Annira: Senta-te.
ANTXMO: Criar-I- Jóg tôn anhéje kémo: Quero
criar um orphão -jog tôn, sem pai - anhéje, criar -- kémo,
quero. Vide mim, jeaníxmo. Derivam destes radicaes as
seguintes palavras: Anjén, camarada ; antáinhi, criôlo; veän-
jen, criôlo. , ; t
ANPEN: PÉ? 1-Anpin tan futógmo: Estou com os
pés levantados - pén, pé -- tan, com - fu, levantados -- tog, estou
-- mo -- agora.
SSD
Ampengrú. Vide App.
ANPRON Mulher - 1 -- Anprôn fag: tuas mulheres-an,
prothesi ou tu, teu -- pron, mulher-tag, ellas : (serve para fazer
o plural).
A'NTA: Aquillo que-- A'nta ke, venbédne: aquillo
que diz, é falso-ta, aquillo ke, dizer, venbébn, prosa, falso.
ANTE'RE: Bebado ( porque parece morto ) i-- Antére
jen kan, akakanjéno: En quanto está bebado, fica preso-jen,
esta-kan, emquanto-akakán, preso-jéno, fica--akakan, propria-
mente, dentro.
ANTÉRE: Morrer (tére). 1-Antére javai la, ti térmo,
goifá krot kam’ ton: Elle morre antes do tempo, se não
deixa de beber pinga-javáix, antes do tempo-ra, la: apezar-
térmo, morrerá -- gôiofá, (g nasalado) agua ardente--krôt,
beber -- kamé, temer, deixar -- ton, não.
ANTI: Elle 1-- Anti ma to hürikæno? Como fallarei
a elle? ma, a--to, fallar -- hérzke, somo -- no, agora.
ANTON: Você, tu - 1 -- Antôn grüne veinmá ne: Estou
soffrendo por tua culpa -- grône, por culpa -- veinmá, soffrendo,
ne, estou. 2-- Antôn grün kéve ti: Elle está fazendo por
tna culpa - ke, fazendo - ve, está. 3-- Antôn juniz je : Eu
estou brabo com você- jun, brabo --ix, eu--je, estou. 4-
Anton pirá xápka: Tu pegaste um peixe -- pirá, peixe - xa-
pka, pegaste, de xab. 5- Antôn vanjéne hádno, kixan ti:
A comida que fizeste, não tem sal -- vanjéne, comida -- hádno,
fazer -- xa, sal -- tôn, sem -- ti, está -- ki, pleonasme. 6 - Antôn
jun ij je: Estou brabo com você--an voce -- ton, com -- jun,
brabo ij, eu- je, estou.
A'NTO, déto Aône. Vide déto (d nasalado ).
Antojón. Vide App.
Antotóro. Vide App.
ANTONINI: Came 1-- Antonini jegangára: Asse
varias vezes varias carnes -- jénga, assar, imper., repetido para
indicar varias acções. Torrar se traduz com togn -- Ant, bicho
(tambem de, com d nasalado ).
A
ANVÆT: Visitar 1- Tx alengré xanvei tinmo ve: Eu
venho visitar meu irmão - ix, meu -- alengré, irmão -- ve, estou,
-timno, vindo agora. 2- Ti tan angvei ti, ti. vénke ix:
Eu vi aquelle que passeiava --ti tan. aquelle que -- ti, indica
a mesma cousa, como primeiro ti - vénke, vi-- ke, desinencia
para indicar o tempo passado.
ANVIN: Palavra. Vide vin. 1--Ti tan vin ke ix, hé
ve: O que disse, é verdade - titan, o que -- vin, palavra -- ke,
disse -- hd, verdade - ve, é.
AON Quem-1 Agn adn ne? Quem é delles? agn
- delles -- aôn, quem (on )-me, é.
AON Mentir -- Aôn ne ti: Elle esta mentindo - adn, de
a, connectivo, e de ôn, mentira. 2 -- Ono vdix : Não quer mentir ;
não mente nunca -- vaix, não quer, nunca. Tambem aor, or.
a =
| APA’: Jacaré ( hampa ).
Apáinke. Vide App.
APANT (pani): Costas, espaduas, hombros -- 1 Apani
véti ce: Eu viro as costas -- véti, virar. 2- Apaníte kantin :
Vir de costas -- ap níte -- de costas -- kantin, vir. 3- Apanite
kúten: Cahir de costas -- te, de, kútemn, cahir. Vide App.
APÉ (pe): Pé. 1- A é niten: Percutir com os pés -
níten, percutir.
Apri. Vide App.
APON : Chamma.
APRON (prôn ): Casar, esposa, mulher. 1 -- Aprôn pejú
ja ti ne: Elle está roubando a mulher -- pejú roubando -- ja,
agora -- ti, elle -- ne, está.
A’RA: Apezar de (ra) 1--Jávar) dra: Apezar de
não gostar -- jávaix, não gostar. Vide ra.
A’RA: Então: A'ra à) tin xa mo ha: Agora eu já vou
para o Salto Grande -- xa, Salto -- ra, para - mo, agora - ha, ja.
Ara, ra: Para 1- Aranket Jerônimo dra (ra) viiire.
Hontem fui para São Jeronimo -- arankét, hontem -- viiire, fui:
2-- Jantkàä ara ran: entrar pela porta -- jantká, porta -- ran,
entrar.
Ara: entrar. Vide App.
A’RA!: Prouvéra a Deus! 1--Ic ha hô ne ára!:
Prouvéra a Deu que tivesse boa saude! - ha, bom- hd, muito
- ne, estar.
ARÁN: Sol, quente, calor, maduro, tarde 1-- Aran
kanka känte: Norte --arán, sol--kanká kante, do lado do
vento — kanká, vento. 2-- Arán düro: Eclipse do sol -- diiro,
apagar. 3-Ardn júro: Levantar de sol--jun, levantar.
4-- Aranjúro kante: Leste. 5 - Kaixkangó arän pakæin :
Eclipse do sol--kaixkangó, nuvem -- pakxim, cobrir. 6-
Aran húru pútke: O sol já entrou -- húru, já, indica tempo
passado -- pútke, entrou, do verbo pur, mergulhar -- ke, desi:
nencia para indicar o tempo passado. 7-- Aran puria kante
Occidente. Ja (já) de p riá, significa lugar. 8-- Ardnjun-
ti-mo: O sol está entrondo -- ti, elle--mo, agora. 9-- Aran
angüt : Muito calor; grande secca -- angüt, muito. 10-- Ara-
ka: na secca, no tempo da secca -: ka, no. 11--Arânka kain-
kati: No tempo da secca, venta -- kaiká, ventar - ti, muito
ou está. 12- Arankäxka: Tarde, de Arán, calor -- kaxka,
céu. 13-- Arânke, erdnke: Tarde -- ke, no. 14- Aran inindo
káxka: Meio dia. 15-- Arântiti: Muito calor (em S. Paulo),
verão. 16-- Arânto angüte, kré totógn: Por causa do muito
“calor, as plantas seccam (se torram )--to, por cansa -- krê, as
plantas -- totógn, seccam, de tógn, torrar, repetido por serem
muitas as plantas. 17 -- Gôio ron: Agua quente -- ran, quente.
18 Aran ti je: Está maduro -- ti, elle -- je, está -- 19 Ti ka-
nét aráno ha: A fructa delle ( da arvore ) está madura -- kané-
fructa -- aráno está madurecendo agora-- ha, ja-- 20 Aränhe
— a ==
tavin: Quente demais -- éavin ; demais -- 21 Aranka ka: Tarde.
Aran kaike kankáno: De tarde venta,
ARAN: Febre, Vide App.
ARANARAN: Lima, certo instrumento de ferro.
ARANK ET: Hontem- 1 Arankét ix kangä : Hontem
fiquei doente --2 Arankét kuxän ki: Hontem cedo- ki, non
em. V,de App.
ARANKÉT ONT KA: Ante hontem--ka, no - ônt,
on: outro.
ARANKÉTOT ONT KA: Traz antehontem.
ARANGRETÁRA : coroa feita de pennas.
ARANGRÓ, LANGRO: Feijão-1 Arangró déimo :
Cosinho feijão-déi, cosinhar Tambem arangóro, langóro.
Aränh. Vide App.
ARANJE: Está escrevendo. Melhor arün je-I-Ardn
je x kémo: Vou escrever -- je, estou - x, eu - kémo, pretendo.
“ ARANTITI: Muito quente, verão.
ARARAD: Arrastar. Tambem lardd, rardd.
ARATO: Deverás (haráto)-1 Aráto küjô je: Deve-
ras está magro-kiiio, magro-je, esta- 2 Aráto tx kutügh -
két, ; Eu trabalho tudo o santo dia - kutügh, noite-kéti, tra-
balho - 3 -- Arato xiri ton: Deveras uão é pouca cousa-tôn, não-
ARE: Campo (ré) 1-- Min krin emprii arê: Campo
da estrada da cabeça de onça-ming krin, da cabeça da onga-
emprü, estrada--aré, éré: campo--2 Xaxd ré: Campo da
cascavel -- xaxd, cascavel--3 Kréie buüngh ré: Campo do
pilão grande - kréie, do piläo-rê campo-4 Rê kuran
budngh: Campo claro e grande - kurán, claro.
ARE: Capim. Hervas mais grossas do que o porte da
guanxuma: estas se indicam com o nome de ka, pau-1-
Méin arts kokó nanti; Os animaes estão comendo capim -
méin, animaes - k kd, comem, 1epetido, por serem muitos os
animaes que comem - núnti, estão. Múin, são os animacs
domesticos.
ARENGRE: Irmão. Tambem lengré, langré; dois,
amigo, companheiro; par, junta-1 Arengré bói: Um par,
uma junta de bois- 2 Regré kürôn: Irmão moço, novo -
2- Arengré ag tin: Elles vão de dois em dois - tin, vão - 3
- Arangré handes kémn : Vos dois pretendeis ser companhei-
ros - hdndes, vos--4 Alegré jé: Estar em companhia - jé,
estar - 5 -- Akotxi pére kantin alegré jé: Traz em companhia
o filho - pére kantin, trazer carregando. Vida pére.
ARIKE: Igual--1 Ix javii alegré jágne arikédni: Os
meus dois irmãos são iguaes entre si--javii elengré, dois -
jágne, um à autro-- ni, são. Vide hürike,.
Es
ARIN : Formiga--1. Arin krin buôngh: Formiga ca-
beçuda -- krín, cabeça -- 2 Arin in: Formigueiro -- in, casa --
3 Arin jan: Mandibula da formiga- ja, jan: dente- Arin
én kára ran je, on kakute je: As firmigas algumas en-
trio, outras sahem -- én, alguma -- kara, dentro -- ran, entrando
- kankuten, sahir.
ARO: Cançado - 1 Ama arüdn: Tu estas cançado -- 5
Ix arétiti ha: Eu ja estou muito cançado- ha, ja--3 Ix
lairânha ix arótiti ha: Eu seu cançadissimo de trabalhar -
lairânha, travalhar -- 2 Ix arét æiri ton: Não estou pouco
lançado -- pouco, xiri.
AROD : Jetra, pintura, marca. Vide réd.1-1 Arüd
arédnera. (Imper:) Faça letras: escreve tu. Repetido, por
indicar frequencia de acção -- 2 Aródnera: pinta tu, escreve
tu ( Imper.;-3 Arôd to kin--vemnrâmen ja ne: Ja está
aprendendo a ler--to, pleonasmo -- kinveirämen, aprender -
ja, está. Vide App.
ARO: Paredão --1 Krin arô: Paredão do monte.
ARO: arúng. Vide arú--1. Venharó: Tosquiar, cor-
tar ( cabellos, lan )-2 Kainging venhard : Indio Kaingang
tesquiado -- 3 Ix gáix aréra: Cortam-me os cabellos -- gäix,
(9 nasalado ) cabellos.
ARO: HORTA )-1 Aró kaki: Dentro da horta -- aro,
cerca, lugar cercado -- kaki, dentro --2 Ard kaki pa: Cultivar
a horta -- pa, cultivar. Vide pánktimo, pan: derrubar, cortar.
AROPKIMBÉ: Avançador.
ARUNG: Cortar - 1 Pin rtngara: Corta lenha. Imper.
- 2 Einmá pin rürüng: Elle cortame lenha -- pin, lenha
- ring repetido, costuma cortar, corta frequentemente.
ARÚ TIN: Ir buscar agua - ru, cabeça -- tin, ir.
A-XIN: Espirrar.
AT: Tu. Vide a.
ATANDE: Qual cousa ? -- 1 Atandé ne kangämo ? Que
parte doe ?-- de, qual-- kangámo, doe agora - atandè ne? O
O que?
ATEKRÉ TI: Livrar. Vide kréti.
ATI KANTÍN: Chegar--1 Kaimbára ati cantin pa-
trão: Logo chega o patrão -- kaimbára, logo.
AUNMA, aon ma: alguem --1 Aúnma nôro ton nikte :
Ninguem vive sem dormir --a prothese -- ón, alguem -- nôro
tôn, sem dormir -- nikti vive -- ma, pleonasmo.
A-UTKE: Pitar, fumar. 1- Anjóg ra a-útkémo-
Eu pito agora perto de pai--anjóg, pai-ra, perto - a —- ut-
kémo, pretendo pito - kémo, pretendo.
AVAKUÁ: Roupa. 1- Avakud kavtn fi: Ella exten-
de a roupa -- kavín, extender - fi, ella, a mulher.
UE
AVAJAREBN : Pentear-se.
AVANGRO : Garganta. 1 -- Xavangró: Minha garganta
- aa, minha.
AVÉI: Visitar. Vide angvéi. 1- Ein tan angréi og
kamôn: Elles veem aqui para visitar-nos -- din, a nos - ka-
môn, vem -- ag, elles.
AvÍN: Palavra. 1- Avin kan ix, hô ve: As pala-
vras que digo, são verdadeiras -- ka, digo - hô, verdadeiro --
ve-2- Avin ke na: Está querendo fallar -- ke, querendo --
na está.
B
BA: (o B nasalado) Apanhar. 1- Krenán kren xoro
ma: Apanhei um coelho debaixo do mundéo: krendn, mun-
déo -- krén, debaixo - xôro, coelho.
BA: Carregar. Pronuncia-se quasi como mba nasalado.
1-- Veinkatá ix ba: Ix kangá kan, ix vetkiiktan je: Eu car-
rego remedios: eu me estou curando, porque estou doente --
venkaktá, remedio -- kangá kan, por estar doente -- kan, por --
veinküktän, curando - je, estou-me. 1- Gôio ba ne ti: Está
trazendo agua--ne, esta--t7, elle. 3--Igma gôioba nim:
krôn hôtiti: Me carregue agua; estou com grande sêde --
igmá, para mim -- nim, peço, dê -- krôn kótiti, estou com muita
séde. 4-- A'ma 2x krén mano: Agora trago para você be-
ber- dma, para -- krôn, beber -- máno, trago agora -- no, agora.
5 -- Bara, traze tu. 6 -- Kotxí ba fi je : Está carregando um filho,
Kotxí, filho -- ba, carregando -- fi, ella -- je, esta. 7 -- Bara mon
ou bamonéra : Carregai. Imper. 8-- Dê banje, kaféi ni: O
que está carregando, é flôr -- Dé, a cousa que -- banje, esta car-
regando -- kaféi, flor--ni, é. 9- Ix kaxôrro batin, mage ti:
Elle recebe meu cachorro para carregar -- batin, levar-me, car-
regar-me -- je, está recebendo. 10-- Gôio ba ne: está carre-
gando agua - ne, esta. 14-- Pejú; karka ma: Roubou; de-
pois carregou - kdrka, depois. 12 - Ma ix kaxôrro ma? Ac-
ceita de carregar o cachorro ?--ma, acceita-- ma, carregar.
13 -- Dê néni kanjäm ke ve? Resposta: Antin: tande mano :
Que carne quer comprar ? Kesposta : Trago daquella qualidade
de carne -- dene de que bicho -- ni, carne - kanjam, comprar
-- ke, querendo -- ve, está -- ant, animal -- ini -- carne -- tan de, da-
quella qualidade -- mdno, trago agora--no, agora. 14 -- Anti
ni tande máno ti: Que carne esta trazendo elle ? -- 15 -- Mara:
traze tu.
BA: Dar 4 luz, parir. 1 - Ankrén ba fi: Ella está
dando à luz um filho -- ankrén, krén: filho-- ba, dar a luz--
fi, ella. 2- Prän ki ôn kren ton nik -- fi; prän ôn te akotxin
man -- ff: Da uma cria cada dois annos -- prin ki, no anno --
ôn, um--krén, cria, tôn, não - nz, tem - fi, ella -- 6nte, outro
ak‘oxi, filho -- man, dá à luz.
BA: RECEBER. 1-- Ori patrôn ki ninhéro ba: Hoje
recebe dinheiro do patrão -- ki, do. 2 -- Xinco mil réix ba ix,
ônoá on ba: Eu recebi cinco mil réis, e outro recebeu ou-
tro tanto. 3-- Ti ningé tokfi ba fi: Ella recebe o annel de
Fulano de tal -- Ti ningé tokfin, annel delle -- ningé, da mão —
tokfin, annel-- ba, recebe -- fi, ella. 4-- Tx kaxôrro ba, ma
je ti: Elle carrega o cachorro para eu recebel-o - ba, rece-
PAR fe a,
ber - ma je, está carregando. 5 -- De ( 4 nasalado ) mat kémo ?
Que quer receber ? -- de, cousa -- mat, receber - kémo, queres
agora.
BAKANTI’N: Trazer - I - Bakantin gagrôra: Trazer
barro - grôra, barro ga, terra -2- Pórko gôio bakantin ra:
Traga agua para os porcos - ra, voz imperativa — à - Bakan-
tin ra ningé: Traga um pouco - ningé, um pouco - 4 — Ba-
kantin húri: Já trouxe -- huri, ja; indica o tempo passado-
A -Bara kamón, bakamónera: Trazei imper.- 6 - Arroz
bakamôn ne. Estão carregando arroz -- ne. estão -- 7 -- Venaéra
bakamôn jéve: Estavam carregando um cadaver -- jéve, esta-
vam -- ve, desinencia de imperfeito.
BAN, be: Sogra, avó. Vide App.
BATATA. Vide App.
BATIN: Levar. Plural: Camôn: Déja jen batin tin?
Porque não traz a comida ? -- déja ? porque ?-- jen comida --2
- Porfírio kren venxáre, venakejéto agn vakangoiiven: A gente
levou o cadaver do filho do Porfirio para o cemiterio -- Por-
firio kren, do filho do ‘Porfirio, -- venxére, cadaver -- venake-
jéto, no cemiterio--to, no --agn, a gente -- bakangüvüen ;
trouxeram.
BE: Acontecer
BE: Cabra.
BE, suffixe para indicar perseveranga, costume, habito
-I- Kaimldra ti nô:0 be ne: Elle costuma dormir logo (cedo)
-noro, dirmir-ne, esta--kaimbara, logo--2--Eix be ne
kanigámo kan, lairanha tôn ne: Como estou ordinariamente
doente, não estou trabalhando -- béne, ordinariamente -- kan,
por -- arajarája, trabalhando -- ton ne não estou--3-- En fé
kangán be: Soffremos de estomago de costume - en, nós — fé,
estomago -- bé, constantemente -- 4-- En én bed ne ti: Elle
costuma enganar-nos -- 6», enganar--bed, por costume -- d,
connectivo -- ne, está -- 5 -- Odn be: Enganador -- ôd, mentir.
BE: Acontecer--I-- Kején be: Acontece ás vezes —
kején, às vezes-- 2 -- Tx jomã venxén be: Acontecia uma
vez que eu era malvado -- jomá, malvado -- venxén, uma vez.
BE, büigh : Rabo, cauda.
BE: Sogra.
BEDN, ben, ben: Marido --1-- Ja bedn: Meu marido-
ix, meu--2-- Be tôn: Viuva--3--Bén ha hina? Vai bem
seu marido ?-- ha, bem, -- húna, vai - 4-- Be tôn- Viuva- ton,
sem -- ben, marido. Tambem: Mulher mundana. -
BE TON: Viuva--tôn, sem. Significa tambem mu-
lher atoa, mundana.--I-- Be ton fi: Mulher sem marido,
BEJUJU : Sucury. Tambem beijuji.
BEM: Marido, casar (da mulher com o marido) -- I --
Tx kotxi fi ben: Eu casei minha filha -- hotxi ji, filha.
BENG: Machado --I-- Beng ja: Córte de machado --
ja: córte, dente -- 3 - Beng pu: Cabo de machado -- 3- Beng
tan pó: Pedra lavrada com machado-- tan, com --5-- Pó
tan béng: Machado feito de pedra.
PEÃO <
BERE: Fundo, baixada.
BIRURU”: Especie de berne.
BE TON: Viuva, mulher atõa--I-- Be tôn fi: Mu-
lher sem marido -- fi, mulher.
BO; Espiga -I-- Arangóro 66, langro bó: Espiga,
vagem de feijão --1-- Gara (g nasalado) bd: Espiga de milha.
BOKA’: Espingarda.
BOI: Boi, vacca - I - Bói nônje : leite de vacca.
: BOGN : Crescer. Tambem bong--I-- Ix b'gn Jatay:
Eu me criei em Jatahy--2-- Kré bóng bóng ja ti ne: A
roça está crescendo -- kré, plantas -- bóng, repetido, por serem
muitas as plantas -- ja, na hora presente -- ne, está. Vide App.
BOI: Boi, vaca--I- Bot tanté: Vacca--tantü,\ fêm-
mea.
BOKA’: Espingarda -- 1 -- Boká do: Espingarda - do,
arma -- 2 -- Boká kané: Bago de chumbo para espingarda --3-
Boká fun: Polvora para espingarda.
BUNG: Crescer, criar-se.
BONG. -- I -- hejéje bong: Nervo.
BORNIA. Vide App.
BRA’: Junto. Vide bré (b de bre nasalado ).
BRAKTE: Atravessar --I-- Emprü to brükte kééra
he: Veja de não atravessar a estrada --emprii to, na estra-
da -- kéêra, veja -- he, não.
BRAIA BRA'IA, mraia mráia: Nadar.
BRAN: Cipó.
BRAN: Surrar. 1--Ti bran bran ag: Surraram a
elle. Bran, repetido para significar que o sujeito apanhou
mais de uma varada —- t', a elle. 2- A'ma bran kémo: Vou
surrar-te.
BRARO: Takápe.
BRE: Junto. 1--Ti bre jéne ix: Eu como junto
com elle; me hospedo junto com elle--ti bre, junto com
elle -- jéne, como - 2 —- Jíri (j nasalado) bre kajúno: Agora
acaricio o menino- gíri bre, junto com o menino -- kajúno,
brinco. 3-- Le prôn bre tin tx: Eu vou junto com minha
mulher -- ix pron, minha mulher - tin, vou. 4 -- Pão bre eixman
denéni nim: denéni, carne -- den, animal --ni, carne, nim,
dá. 5 - Jágne bréne tanke kéve: Estamo-nos ajudando-nos
um a outro --jagne bre: Um junto com outro -- tânke, fa-
zendo -- ve, estämos -- ke, querendo. 6 - Ambré x tin kémo:
Eu quero ir junto com você -- am, vocé-- x, eu.
BR@ION: Machuear.
BREION: Cipó. Vide bran.
BRE'IX (braix): (Quebrar. 1 -- E'ix méin pen, brén-
bra ja ti ne: Esta quebrando os pés dos meus animaes -
éix méin, meus animaes -- méin, animaes — brenbrá, fazer va-
rias quebraduras -- ja, agora -- ti, elle -- ne, está.
BRE'NE: Cinza. Tambem bréje.
a | as
BRERE: Molha tu - 2-- Brére korég ti: Muito hu-
mido - korég, demais -- ti, elle. Brére me: Pouco molhado,
humido -- me, pouco. 4-- Emprii van brére ti: O caminho
está molhado -- emprii, caminho -- van, está. 5 -- Brére me há-
nera : kíri bren han he: Humedeça-o; veja de não molhal-
o - hdnera, faze tu -- kiri... he, veja de não -- bren han, fazer
humido. 6- Brérti: muito molhado.
BRYRI: RASGADO 1--Kurú briri; Panno rasgado,
trapo. 4
BRO: Partir, quebrar. 1-- Ex fan brô je ti: Elle
está partindo minha perna -- fan, perna. 2- Ka brô je: A
arvore está cahida, quebrada. 3--Ti pen brô je: Está que-
brado o pé delle -- pen, pé.
BROGN BRO JE, braiabráia, mrdia-mraia: Nadar.
BRON : Veia.
BUA’: Mau ( Visc. ).
BUDN: Vesgo, olho torto - 1- Jr ki budno: Me
olha torto -- Ix ki, em mim -- búdno, me olha agora.
BUONGH, biiogn: Grande, demais. Para indicar parte
grande de alguma cousa, se traduz como fosse o grande de
alguma cousa. 1--Ka buüngh: Pau grande. 2-- Kambé buôngh :
Veado grande. 3 -- Kré buôngh: Coxa, a saber parte infe-
rior da coxa. 4-- Krin buôngh: Estrella grande. 5-- Kron
buôngh gra: Beba muito. 6-- Góio buôngh: Rio Grande. 7 --
Dun buôngh: Tripas--dung, ventre. 8--Jantdbudngh kupri :
Urubu rei (nome de passaro )-- kuprí, Ningé féie buüngh :
Dedo pollegar - Ningeféie, folha do dedo. 10-- On buongh :
Capitão -- ôn, homem, algum que é. 1
BUONGHTITI: A lua esta cheia -- ti, muito.
BUICH: RAbo--1-büigh kan, varéja je: No rabo
delle ha uma thesoura -- kan, no -- ve, tem -- 2 -- Jong jo büigh :
Cauda de gavião - 3-- Xanxi büigh: Cauda de passarinho -
Ti biüirgh: Cauda delle.
BUITKE: Pitanga--1.-Ixó búitke: Minha pitanga
- Iró, minha.
BURO : Brotar, brote -- 1 -- Fumo buro : Broto de fumo,
planta de fumo -- 2 -- Gara búro: Broto de milho -- 3 — Ti bur-
buro: Varias qualidades de plantas ; varias plantas -- 3 -- Bun-
búro joa: Esta brotando a barba-- joa, barba-- 5 -- Ti buro:
Planta delle--6-- Búrn hô: Plantação boa--7-- Burt ne:
Esta brotando.
BURRO: O burro (animal )--1-- Búrro kajére agn :
A gente amanga o burro -- kajére, amanga.
BUTKAN: Carregar-- 1 -- Pórko agtôn bütkan : A gen-
te carrega um porco -- dgtôn, a gente.
BU TON: Sem rabo, pitôco -- bu, rabo.
Nora. — O b com uma linha encima, se pronuncia
nasalado, mais ou menos como mb, e tambem em principio
de palavra.
K
KA: Arvore-- pau, baculo, poste -- 1 -- Ka budngh: Pau
grande -- 2 -- Nakiiii: Takápe, maça para percutir a gente -
3-- Ka fódn: Atirar um pau - 4- Ka feingrá: Levantar um
pau --feingrá, levantar -5-- Ka fuüre: Casca de pau, cor-
tiça de arvore - 6-- Ka húti: Aquelle que trabalha em pau
- häti, de han, fazer --t', elle--7-- Na jaré: Raiz de pau -
8-- Kan nite: Bater com um pau ou simplesmente bater --
8bis -- Ka pandó: Pau curvo--9- Ka pen: Pé de pau. E'
feito de uma tala de taquara, e serve para mecher nas brazas. E'
curvo feito em forma de pinça, forcipe--10 -- Ka rôro : bola ( ru-
ro, lúro ), redondo -- 11 -- Ka xin : Pau pequeno, pausinho -- 12
- Kan tan téje; ône horiké je: Este pau é grande: este
outro é igual em tamanho - téje, alto -- horike, igual -- je. é --
ône, e outro. -- Hara ontan pantet känje: Mas este outro é
mais alto ainda -- pdnte, mais -- 13-- Ka tan xoro tate: Eu
mato um coelho com um pau -- tan, com -- xôro, coelho -- táis,
mato -- 14 -- Kan tan hi je, ône ti fari je: Este pau é grande,
este outro é maior -- hi, grande -- ône ti, este outro -- far, far:
maior --je, é-- 15 -- Ka tara: Pau duro--16- Kin tan téje
gu je: Esta arvore é muito alta -- gú, muito -- 17 -- Ka téje:
Pau cumprido -- 18-- A korég tavinti: Muitissimos paus --
korég, muitos -- tavin, demais -- 19 - Kané han: Toco de pau
- 20 -- Ka kané gétimo: Tiro fructas do pau agora -- hané,
fructa -- ge, colho -- mo. agora--21.- Vuig ka ti: Elle move
o pau - vuüg, move -- ka, pau -- 22-- Dejegrúmt ka éix ka kané :
Eu procurei meu pau com a luz de de cera -- déje, cera --
grum, accender ka, com -- kané, procuro - 23 -- Na feingra:
Levantar um pau.
KA, kan: Dentro, em--1-- Kanké brex ti in ka hani:
Elle mora junto com seu irmão na casa delle -- kanké bre,
junto com seu irmão--ti in ka: na casa delle -- in, casa --
kanké, irmão mais velho --2- In kara ara: Entrar em casa --
kara, dentro - ara, entrar -- 3 -- Jiirirutka: Dentro do carro
-- jürérût, carro --ka, dentro -4-- Venharô ka pan ti: Elle
amarra no papel -- venharé, papel -- pan, envolver.
KA: ficar -1-- Xa ix jéne: Estou ficando - jéne, estou.
Ka: Mosquito da terra--1-- Ka ran: Borrachoudinho
do rio - ran, pintado -- 2-- Naxin kupri: mosquito pequeno
branco; pernilongo -- xin, pequeno -- kupri, branco.
— Ka, KAN: Tudo--1-- Ka ag hul kara, hora: O povo
ja foi-se embora--ka ag: Toda a gente -- hul, ja, indica tempo
passado ~ hora, sahiu.
oo.
KAKA: Dentro--1--O puz numa rede: Tanja kakak
ti fi--tdnja kaka, numa rede - k, connectivo -- fi, por.
KAKA: Logo, em -- 1-- Jong jut kaka, ix am n kan-
jamo: No chegar o pai, eu te pago -- jong jut, chegar -- Aman,
a você -- kanjamo, pagarei.
KAKÁN : Rosto -- 1 -- Kakán korég : Rosto carrancudo
- korég, feio. Tambem kakän júno -- juno, de jun, brabo, e
de no, esta--2--En kakan kupé je: Estamos lavando o rosto
- kupé, lavando -- je estamos - en, nós -- 3 - Kaká ro: Fronte
pellada -- ro, tosquiar, aparar - 4 -- Kaká korég togn ne: Esta
com cara feia -- tóng ne, está estando.
KAKAN: Aguia.
KAKANE: Fructa de pau-- kané, fructa- ka, pau --
muitas -- 1 -- kakané e ko ma ix ne: Eu estou comendo fructas de
pau muitas -- ko ma, comendo muito -- ne, estou -- 2 -- Nakané ko
ha tavintiti: Eu como fructas muito boas -- ha boas -- tavin, de
tudo (latino, prorsus ). Vide App.
KAKANT : Matta (Tel.) Deriva de ka, pau (varios
paus, arvores ).
KAKANERE: Armar. Vide App.
KAKA RO: FRONTE pellada -- ré, tesquado, aparado.
KÂKE, kóke: Estragar - 1- Ex kuró káke ti: Elle es-
traga o meu vestuario -- kuró, kurv, vestuario.
KAKEN : Vide App.
KAKI: Dentro -- 1 -- Vexkakt dinhéro fónd: (tambem
fodn ) Por dinheiro dentro ( na algibeira ) -- fond, pôr, atirar -
Inkafiididn kaki ix nôro: Eu durmo no quarto -- inkafii-
dúnd, immuafiidúdn : Quarto -- nôro durmo.
KAKJÚJ : Takápe.
KAKO :perto -- Nako ra viiire: Elle andou perto - ra,
para -- viiive, perfeito de tin - 2 -- Kako ken móixno: Vamos
perto -- k, connectivo -- móixno, vamos agora -- en, nós -- 3 -- Ka-
ko te: Na visinhança -- ten, na.
KAKRÁN: Sogro -- 1 -- Ix kakra: Meu sogro. - 2 -- Ka-
kré : sogro, jóng kakré.
KAKRE: Mesa, cama, taboa, girdo. De ka, pau, kre,
KAKRE KIN: Tamanduä mirim.
KAKRO: Fita, corda--1-. Kakré jokéti; A corda bambeia.
KAKTA: Salutar. Adject. Vide veinkata-1-- Kujafá
kaktä : Remedio contra os vermes -- kujafa, kajafii: vermes.
KAKTU: Silencioso. 1-- Kakti ag ti: Estão silen-
ciosos -- ti, estão. Vide kati.
KAKUTEN, kankúten: Nascer, apparecer, levantar-se.
1- Niiva kankúte ton ne: A lua ainda não nasceu -- kürd,
lua - kankúten, sahiu -- ton, não.
KAKUU: Macete para percutir homem ou animal.
KADERE, kajére: Liso.
KADJUNO, kajuno : Divertir-se. 1-- Kajun emane:
Gosta de divertir-se -- ema, gostando -- ne, está.
KAÉI: Arara. Especie de papagaio.
KAFA’: Pulso ( São Paulo).
KAFAJA'TITE: Que gruda.
KAFA'N: Além de alguma cousa. 1--Kofan ta (te)
ka tije: Esta de lá (do rio)ta, te: De lá - ka, estando -- je,
esta. 2--Gôio kafan ir ta ka ix ni: Estou morando além
do rio -- gôio, (g nasalado) rio -- kan’, morando -- ix, eu, estou.
3 Goto buüng kafán te: Além do rio grande. 4-- Kafan te
langró van: No outro lado ka feijão -- langró, feijão. Vide App.
KAFLEI grin: Tabaco, fumo.
KAFÉ: Kafé. 1-- Kafé tüdüre: Pó de café. Kafe
tüdera : Socca tu o café. 3 - Xafé ti düro xe: Esta sujo de
café -- kafé dii ii: De po de café -- xo, sujo.
KAF LI, kaféê : Flor, ramo. 1-- An krin ka kaféje
ten kanje: Está com uma flôr na cabeça -- krin ka, na cabeça
- ten, com--kanje, está estando. 2 -- Xanxi kaféje kakan venpejú
kanjen ti: O passarinho se esconde no ramo (na flôr)-
æanxi, passarinho -- kakan, dentro -- venpeju, escondido -- kingen
fica --ti, elle. Wafeje ga (ge) vüire: Elle foi colher flôres -
ga, ge: Colher--viiire, foi, andou. 4-- Kafejete ti tore je:
Esta cercado de flores - tore, cercado. 5-- Noféx féje kurän
ton ne: Ainda não é tempo de flôrear -- kwrdn, tempo - ton,
ne, ainda não é. 6. Fi krin kan, kaféja finne: Na cabeça
della estão postas flores -- fi krin. cabeça della -- kan, na -- fi,
postas -- ne, estão. Tambem: Ella esta com flôres na cabeca
- kaféje fin, cerca de flores, corôa de flores.
KAFENJA: Cunha--ka, de páu--já, instrumento -
fén, rachar.
KAFEXF AJA: Florear.
KAFÆTI: Carregar. 1-- Akotxin kafe ti: Carrega o
filhinho.
KAFINBE NT: Casamento da mulher com o homem:
do homem com a mulher é pron.
KA’FI NIN: Remendar. 1-- Venxupóix kafi nin: Ella
esta remendando um vestido -- venxupóix, vestido -- ka, está —
nin, remendando.
KAFO, kafé: Pulso.
KAGA’N: Pisar. 1--Ix aró had ke; pórceo nifèn je:
gira kagan: Eu quero fazer uma cerca; eu fecho os porcos ;
pisam meu milho -- aro, cerca -- had, fazer -- ke, quero -- nifen,
fechando -- je, estou-- van, meu--gara, milho (g nasalado )
Di
- kagán, pisam. 2- Porco gara kokéktimo: Os porcos es-
tragam o milho - kóke, estragar - mo, agora - ti, elle.
KAGENJO : Resina.
KAGBA’: Ponte. 1--Nagbá kre pa je. Está pas-
sando debaixo da ponte -- pa, passando -- je, está.
KA’GMI: Agarrar com força, tirar-- I-- 7% nanja kr
ag kágmi: O tirão a força da cama delle -- tz nángja, cama
delle - nan, deitar -- ja : lugar, instrumento -- kr’, acima, em --
ag, elles -- 2 -- One kagmi ag: Elles pegam outro -- ône, outro.
KAGN: Agarrar com lorça--I - Kagn ôn ti ma:
Elle aperta muito o outro --ma, muito -- 2 -- Nengé hagmo ti:
Elle aperta a mão--ningé: mão - 3-- Nágnora: Aperta tu,
esfrega tu. ;
KAGRA’ IX: Eu como tudo--ka, ko: Como - gra,
tudo. Tambem komgrá, kangra.
KAGOUVE: Elles fôram para algum lugar. Perf.
plur. de tim, ir. Serve para todas as pessoas--I-- Xré ra
ag kogóiive: foram para a roça plantada--ra, para- ag, a
gene--2--Ag ming táix kagüüve: A gente foi matar a
onça -- ming, onça.
KA--T': Cbheirar--I-- Ka-ira: Cheira tu.
KAJA’: Amargo. '
KAJATU'N :. Esquecer? . (Tel):
KAJANKUA’: Verme de criação, bixeira.
KAJARE: Raiz de pau--I-- Komin jaré: Raiz de
mandioca. -- ka, pau. 3
KAIKA’: Amigo, parente, irmão mais velho, membro
da nossa tribu, collega -- 1 -- Jógn kaiká: Tio paterno mais
velho - 2 -- Katka pron: Cunhada, e exactamente, a mulher
do irmão mais velho -- prôn, esposa -- 3 -- Katka ton: Sem pa-
rentes, sem amigos, sem collegas, etc.
KAIKA’N: Céu)--I-- kaikan kuti ne: O céu está
preto, coberto de nuvens -- kut, obscuro -- ne, esta -- 2 --Xaikän
tii: Céu azul--tói, verde, azul, preto -- haikán, céu.
KAIKAÏ GÓGN: Nuvem --I-- Kuiká gogn aran paxin
ti: Ecclipse do sol -- pakxin, envolver-- ti, elle -- 2-- Kaikän
gogn kiixá paxin ti: Ecelipse de lua -- kiixá, lua.
KAIKÉ: Trovoada; irmão mais velho. Vide kanké.
KA--I: Mastigar, cheirar -- 1.- Ka-ierá: Mastiga tu.
KAIERE: Manco; macaco. Vide kajére, kanhére.
KAINBA’RA: Logo, logo que-I-- Naimbara ix me
wiri, agto ix penoa vüvre: Logo que eu percebi, eu fui pro-
cura-los --me, ouvi, percebi -- ágto, a elles -- penoá, procurar --
vitire, fui.
KAIMIRA. Imper. de kaimi: pegar--I- Niifé hai-
mira: Pega tu na faca.
KA'IN : Esquerdo-I- Tx pen káin: Pé, braço es.
querdo, pé esquerdo - 2 -- Jakáin : Minha esquerda -- ja, minha.
25 —
KA-PN: Cheirar, farejar--I-- Xaïrc : Fareja tu --
2-- Ajent ka-inti: Elle fareja a comida - jen comida - 6, t,
são lettras connectivas. Vide App.
KAINK E: Caixa canôa. Vide App.
KAINGA NG: Homem, sujeito, Indio Coroado de São
Paulo e do Paraná. Tambem Kazegáng, Kajgéng -1 - Kaïxyäng
kamé kan, ag uäika (u nasalado) ra mó ton: A gente não
vai no matto, de medo dos Indios Kaingang-kamé -- kan, de
medo -- ag, a gente -- muditka ra, para o matto-- 2 -- Naixgéng
jukremä : Homem ajuizado -- 3 -- Naijgéng hô: Sujeito bom --
4-- Timá Kaijgáng kéxno: O homem falla agora com elle --
kéxno, falla agora. Vide App. e Xaingüt.
KAINPAN: Inchar. 1-- Pen kaïjpa ra ti; Elle está
com o pé inchado -- ra, está. :
KAIO’: Magro.
KAIO E: Periquito ( Visc.)
KAIRA’ME: Altivo, soberbo, sabio (kh a-i-rd-me ).
KAIRO'NI: Saber. Vide kevenhara, kevanhéra, kive-
irinmen.
KAIRON: Manco: On jun ne, kairon ni ha: Quem era
brabo, agora está manço--ôn jun ne, quem estava brabo - ón,
quem -- ne, estava -- nt, esta-- ha, já.
KAIXK 4’: Irmão mais velho. 1 - His kaixká kangamo
ha: Meu irmão já esta doente -- kangámo, agora está doente.
KAIXKANGON. Vide App.
KAIXNI: Morar. 1- Kuvara legua piri kadxni: Moro
longe uma legua - kwvara, longe.
KAIXO’: Aguti: (bixo ).
KAIXO'N : Kaixôn. 1--Naixôn kri ni ti: Elle está
sentado num caixão -- kri, em cima -- ni esta sentado.
KAIU'I: Leve (tambem k ju) ).
KAJA’: Amargo.
KAJAKUA: Verme: especie de berne.
KAJAF A’: Verme. Tambem hujafá. 1-- Nut hkajafá
van ne: Está sendo cheio de vermes -- kut, cheio, com, dentro
- van, sendo -- ne, está. 2--Ti ni kajafá, jan ne: A carne
do tal bixo está bixada--:i ni, a carne do tal bixo --jan ne,
está sendo.,
KAJAN, kanjám : Comprar, pagar -- Eix man kanjam,
ranha--rânha ; éix má kanjim tôn, lanha--ránha ton: Se me
paga, trabalho; se não me paga não trabalho -- ezrmdn, para
mim -- 2 -- Hixmdn kajám ke ton ne: não me quer pagar -- ke,
querer -- 3 -- Kajdme ix xíntini: Eu compro muito barato --
cintini, muito barato -- 4-- Kurt kajáme tin: Vou comprar
umo fazenda -- tin, ir, -- 5 -- Kajám buôngh titi: Comprar muito
caro - buüngh, muito grande,--6-- Kanda kanjam. Eix man
tan, kanôa húru kanjám : Aquelle me comprou uma canoa -
tan, aquelle - hAúru, particula para fazer o passado - 7 -- Aa-
jano vaio titi: Elle não tem nenhuma vontade de pagar --
vdix, não ter vontade--8-- Véri kajdm: Alugar--véri, por
pouco tempo -- Ti ranharänha kajdm: Pagar o trabalho de
Fulano de tal--ti, de Fulano de tal.
KAJARÉ : Vide App.
KAJE: Estä--1- Krin kri kaje: Esta: no cimo do
monte -- krin kri, no alto do monte - kri, acima -- krin, monte.
KAJERE: Manco. Vide kanhére.
KAJÍRI: Fazer um festim. Vide kanjíri.
KAJÚJ, kajúi : Leve.
KAJÚNO : Bricar, divertir-se - 1 - Najtin emäne : Gosta
de brincar - emdne, gosta - 2 - Najúnmo ra, jatu jen ti: Em-
bora brinque, elle está quieto - ra embora - jatú quieto,
pacifico - jen, está - 2 - Kanjúno, kanjiri: Eu me devirto - 3
- Kenjútôn grá: Não te divirtas. Impr. negativo.
KAMARON : CIPO imbé.
KAMBA: Noticia. Vide Kambé, Kambú, Kambü.
KAMBA: Subir. 1- Kambá kanti gére: está subindo
vapor — känti, está - gére, ( q nasalado ) vapor, ar.
KAMBE: Veado - 1- Kambé buông: Veado grande.
2- Kambé füore: Pelle de veado. 3 - Kembé ningrú: Unha
de veado -- mingrú, unha.
KAMBE: Noticia: contar, conto. Tambem Kambe-
nex, Kabünéx. 1--Ti kambiinex: Noticia delle. 2--Ti kan-
bi me ix: Eu ouvi uma noticia--me, ouvi. 3-- On kambô
ti: (Quem conta historias -- ôn, cousa falsa--ti, elle. Tam-
bem: on, aquelle que -- kambé - conta.
KAMBU : Noticia, contar. Vide Nambé.
KAMBÚT: Pesar, medir peso.
KAMBUT: estar aprumado --i-- Kambut ke ti na:
Elle o está fazendo aprumado -- Je, fazendo --ti, elle -- na,
esta.
KAME': Temer, prohibir, medo. 1-- Ix nerénje kamé
ti: Elle me prohibe as laranjas. 2-- 1x kamén e ti togmo:
Elle me está temendo muito --e, muito - tógmo, está. 3 --
Antére javaix ra, ti térmo; gôiofá buüngh krôt hamén ton:
Morrerä antes do tempo, si não tem medo (não deixa) de
beber demais aguardente -- antére javdix ra, embora antes do
tempo de morrer -- tére, morrer -- javdix, antes do tempo -- ra,
apesar -- ti, elle -- térmo, morrerá -- gôtofá, aguardente -- budngh,
demais -- kamén, ter medo, deixar - tôn, não. 4-- Min kamé-
nera: (ruarda-te da onça. 5-- An kamét ketônhe: eu não
tenho medo de você-- an, você -- ke to à) ne, não estou — ké,
quero -- to, não -- 2), estou -- je. 6-- On kamé ton: Um que não
tem medo: corajoso. Vide App..
KA'ME: Pegar a fazer. Vide kam/.
/ : A
KAME: Provar, experimentar -- 1 - Kamera: re Ne
menta tu. Vide de App. Lu LIBRARY j:
KÁMI: Abraçar, pegar, tomar por empreitada - 1 -- x
vein lairânha kämé han: Principio o trabalho que tomei por
empreitada -- vein lazrdnha trabalho -- han, começo - 2 -- Gôio
kami apén kanküten: Emprehender a passar o rio de a pé
- pen, de a pé -- kankuten, passer -- 3 -- Goto ka mi lkankúten :
passar no rio de a pé- ka mi, por dentro -- ka, dentro, em --
mi, por-- 4-- Prúnja kamix ken: (Quero pegar na vassoura --
prúnja, vassoura -- 5 -- Rairânha kamix ti: Elle trabalha por
empreitada -- 6 -- 1-- Jagne lkâmi: Abracar-se um com outro --
jagne, um com outro -- 7-- Vin hamé ke ha: Ja quer começar
a fallar -- ke, fallar -- ha.
KAML: Buscar: Kavarú kdmèr tin: Eu vou buscar
o cavallo - x, eu.
KAMON : Eïles veem. Plural de tin por todas as
pessoas -- 1 -- Hérike ka lkamôinho? Quando elles vem ? -- hé-
rike ka, no quando - ka, no -- kamóinho, vira -- nho, desinencia
de futuro -- 2.- Ag veirkadiri han kamône: Elles vem para
fazerem uma festa -- veixhadiri, fazer festa - had, fazer -- 3 —
Ha jént kamon jént: Venham os camaradas, para comer —
ha, voz imperativa -- jent, jen: comer --4-- Kamônera: Ve-
nham Imper.-- Namônera kan: Venham todos --5-- Ag ka-
monera: Venha a gente -6 -- Kamôn tôn kan agn: Não
vem toda a gente -- Gbis - Angvéi kamônve : Vinhamos fazer
visita -angvéi, fazer visita -- kamônve, imperfeito -- 7 -- Hen
tan agvéix ag kamnôve: Veio gente aqui para fazer-nos vi-
sita -- éin, nos -- tan, aqui
KAMPA’RA: Ficar inchado - kampädn, inchar -- ra,
estar. Significa tambem arrebentar, p. ex.: do sarampo, va-
riola, etc.
KAMPO’: Pulga. 1- Kampó êrê: Campo da pulga
(isto é: do bicho do pé ).
KAN (Logar): De. Responde à pergunta: de onde?
1--7% kant húru povo: Se separeu delle--ti ant, delle --
póvo, pduo: separou-se -- húru, ja: indica tempo passado. 2 --
Ain ta ka hóro: Sahe desta casa -- in, casa -- ta, em -- ka, de —
hóro, sahir 3--Lengré ag tin; jágne hak póvo: Os dois
viajam ; depois se separam -- lengré, dois -- ag, elles - tin, vão --
jadgne kal, um de outro -- póvo, separam.
KAN: De (modo: responde à pergunta: De que
modo 2). 1-- En pet kan ha mo: Vamos de a pé - en, nos —
pet, pé--kan, com, de--ha, voz imper., mo, vamos: plural
de tin, ir. ;
KAN: Do que (nos comparativos). 1-- 7% kan fore
( fore) hô nz: E muito maior do que elle --¢i han, do que
elle - fóro, maior -- Aü, muito - ni, é.
KAN: Em - Jiiriirut ka: No carro. 2-- Ro kan kanhe
kan: Todos estão presos na cadeia -- kânhe, estão -- kan, to-
dos. 3- Xanxi hânde kanki tôn ne: O passarinho não esta
ae e.
mais na gaiola-hande gaiola - kanki, na - tz, elle - ton,
não ne, esta. 4-- Fi krin kan kafènje fin ne: Na cabeça
della se acha um ramalhete de flores - fi hrén kan, na cabeça
della - fi, della -- kaféjefin - ramalhete de flores - ne, esta. 5 —
Ie jogn kanen dôro kan jen kan, ivéiæmo : Meu pai, emquanto
está na janella, me esta vendo — jogn, pai - kanendôro, janella --
jen, essä-- kan, emquanto-7, a mim- véixmo, está vendo
agora. 6-- Venharüt ka pan ti: Elle embrulha no papel -
venharôt ka, no papel - pan, embrulha -- tz, elle. 7-- Burro 2x
kan pe nite: o burro deu um coice em mim com o pé - kan,
em mim - kan, com o pé -mite, bateu. 8 - Aran karka ka >
No calor, na tarde. 9- Orekdn ti hanje: Está atolado no
brejo -- orekan, no brejo- ti, elle--ire, preso -- hinje, esta.
10 -- Ti büigh kan, varéja je: Na cauda delle está uma the-
soura - 7 büigh kan, na cauda -- vareja, thesoura - je, esta.
11 -- Jantka kan, va fi je: kanen je: Estava na porta, e espe-
rava -- jantká, na porta -- kan ( gan )--va, estando -- fi, ella —
je, estava -- kanén je, estava esperando. 12--Góio kan mi,
apen kanküten ; passar por meio do rio a pé -- goto kan, no
rio -- m2, por meio -- kankúten, passar. 13 -- Antere kéka, ti ke.
No que ia morrer. elle fallou -- ke, querer - ko, no —- ke, fal-
lou -- tz, elle. 14-- Anäix ke ka, veixhatá krone: No que
queria deitar, bebeu o remedio -- náix, deitar - veirkatä, re-
medio: Arôd veixkatà ; kira nani: Bebo o remedio; depois
vou deitar -- krôd, bebo - kara, depois -- na, deitar -- nz, estou.
15 - Anais kék , reza ic kéti: No que quero deitar — Kéti,
faço. Kéino, tambem significa fazer.
KAN: Em quanto-1-A tin kan, paxké ti: Em-
quanto andava, se curvava-atin kan, emquanto andava, no
andar - paxkéti, curvar-se - 2 - Akanga lan, tamin tine ke:
Emquanto estavas doente, queria, passar por aqui-a, tu —
kanga, n9 que, emquanto - ta mim, por aqui - ta, aqui - tine,
ir - ke, queria.
KAN: Entao-1- Nan kotxin mankantin man he tô
ni ha? Então não quer já trazer outra vez o filho? — man-
kantin, bakántin : Trazer - mat, mais, outra vez - ke, quer -
ni, esta ha, já-2- Kan e fa ix ke tôn nive? Então não
devia eu chorar outra vez muito ? - e, muito - fa, chorar - he,
devia = ni, estar - ve, desinencia do imperfeito - 3 - Kan xon
déje timá ke ton 77: Então porque eu não devia fallar para
elle ? - xôn, eu, déje, porque - tima, para elle - ke, devia fallar -
4- Kanxóg, hüritke laird éin mo? Então como devemos tra-
balhar ? - hóritke, como - éin, nós - mo, agora
KAN: Estar-1- Inindó ka, húru kurânke: E' meio
dia: passou a manhã - inindô, meio dia - kurânke : manhã -
húru, ja: indica acção passada - 2 - Kan hirw: Já passou —
3- Ninhéro vavá kan emâne: Gosta de pôr fora dinheiro -
vava, por fóra - emáne, gosta-4- Ie fé kan tógn tog: Meu
coração está batendo - fé, coração - tógn tógn, batendo — han,
está-5 HG ix kan éti: Eu estou muito bom - été, muito —
6 - Kan æiri: Está pequeno - xiri, pequeno - 7 - Ot kan, vin
Leg:
ke nai: está querendo dizer o que é mentira - 6¢, falso - kan,
é — vin, fallar - ke, querendo - na, está - 8 - Ix jong bre kanje:
Eu fico com meu pai- jong bre ( B. de bré nasalado ): Junto
com meu pai- kan je, estou ficando - kn, ficando - 9 - Kan-
endôro kanje kan,vevéndn : Emquanto estava na jauella, se
apresentava - kanendôro kan, na janella - kanje, estar ficando -
vevéndn, se apresentava. 10 - Vin me kan nanti : Estão fallando
pouco - vin, fallar - me, pouco - kan nanti, estão. 11 — Ot kanti
nänté: Elles estão ficando mentirosos -- ôt, mentiroso -- 12 Kurú
kanti na tôn ti: Elle não tinha vestuario -- kuru. vestuario —
kanti na tôn, estava com -- ti, elle -- 13 -- Kavaruü dére kanni :
Elle está sentado na garupa do cavallo -- dére. parte poste-
rior -- nº, sentado -- kan, esta--14-- Jén ti Kkânti tógmo: O
almoço está prompto -- jénti, almoço -- kânti tógmo, está es-
tando -- 15 -- Ori tan kanive ; hara húru vitre: Hoje esteve
aqui; mas foi-se embora -- óri, hoje - tan, aqui - kaníve, es-
tava -- hdra, mas -- viiire, foi-se embora.
KAN: Fora (em composição )- 1 -- Nanhkúten: Sahir
fora, nascer, levantar-se, passar.
KAN: Para cá (em composição como prefixo ): Aantin :
vir-{èn, ir - kan, para cá.
KAN: Por meio-1-- Pédn kan ha mo: Vamos de a
pé--pedn, de a pé--ha, voz imper.- m0, vamos -- 2 -- Vaji
kan, t» tére: Morreu numa cilada -- vaji kan, numa cilada -
ti, elle -- tére, morreu.
KAN ; Porque - 1- Kaixgáng kamé kan ag tiáixka (w na-
salado) ra kangdiive ton: A gente não foi no matto de medo dos
Kaingangs - kamk kan, de medo - k:mk, medo - ag, a gente
— vdixka matto - ra, para - kangóiive, foram, perfeito plural
de tin - 2- Han fágmo kan, ix man hüti: Eu estou muito
contente, por as mulheres estarem melhor - han, melhor -
figmo, as mulheres estarem agora — man -- hóti, muito con-
tente - 3 -Ij fa krünge kan, tot pútka: Porque minhas
pernas não batem (não acham fundo ); afundo outra vez - fa,
perna - krénye, bater - kan, por - tót, outra vez - pútke, mer-
gulhou, afundo - 4 - Pi kotxi tére kan, Fidénxio mankan-
gamo: O Fidencio está muito triste, porque morreu e seu
filho - ti kotxi, o filho delle - tére, morreu -- mankangá, triste -
e, muito - d, connectivo - nt, está - 5 - Kanga kan, à) kantin
ton ne: Por estar doente, eu não venho ainda - 6 - À kangá
kan, ij man -hAóti ton: Por estar tu doente, eu não estou
contente — a, tu - kangá kan, por estar tu - 7 - 15 jog ton ne
kan, à) mankangati: Hu estou triste, porque não tenho
pai - tôn ne, não tenho - ne, tenho - mankangáti, triste estou -
ti, estou - 8 - Jôntitimo kan, xet xôrmo: De tão brabo que
estou, te quero matar (pegar) - jôntiti, muito brabo - ti,
estou - xet, pegar, matar. — E” proprio da lingua dos Kain-
gangs significar as vezes a acção incipiente p la completa,
e a completa pela incipiente. Assim xe, significa propria-
mente pegar; e, como pegar é acção incipiente de matar -
significa tambem matar. - xôro; querer, desejar - 9 - Ei
faix hotiti kan, sog fágmo: Estou chorando, porque desejo
muito de chorar - faix, de chorar - hótiti, preciso muito —
xog, estou (tog)-fdmo, chorando agora - 10 - Kokire kan,
tére: Morre de fome - kokire kan, por estar com fome - tére
morre - 11 - Ton jon kan, tére ve: Por estar com raiva com
Fulano de tal, está morrendo - {ôn, com Fulano de tal - jôn,
estar com raiva - ve, está - 12 — Por estar eu tendo dinheiro,
eu sou contente: Ex ninhéro jént kan tógn, ex manhüti-
jent, tendo -- togn, estar - man — hóti, sou contente — 13 - Lara-
nhiränha kan, kangatiti: Por trabalhar, elle ficou muito
doente --14-- Pirá kuka rog kan, ti tére: Morreu por ter
engulido um osso de peixe -- kuka, osso - rog, log: engulir --
15 -- Gôiofà krid kan, ti tére je: Elle esta bebado, porque
bebeu pinga -- gôiofá, aguardente -- krôd, bebeu -- tére, bebado
— je, está-16-- 4 jôn kemäne kan tog, pron fi ten: Por
estar inclinado 4 raiva, matou a mulher -- jon kemane, incli-
nado à raiva--togn, estar - prôn fi, a mulher -- ten, matou —
i7:--Kréd buüngh kan, togn tógn kémo: por elle beber
demais, vai ficar torrado -- buüngh demais -- togn, torrado —
togn, ficar -- kémo, vai -- 18-- Ma hadn kan, kuxon ag nänti :
Elles estão vermelhos de vergonha --ma hadn, sentem ver-
gonha - kuxôn, vermelhos -- nánti, estão.
KAN: Quando-1-Antän kekakti kan, ijmân to nes
Quando elle não entende, elle está fallando para mim-antán,
aquelle ahi-kikaktin, não entender, não saber-ijmá, para, a
mim-to, fallando, perguntando-ne, está. 2-Hürike kan jogn
kantin, ij man hôti: Quando vier meu pai, serei contente—
hürike kan, quando-käntin, vier-man-héti, serei contente.
3-Emprii veg kan, prére ti: Quando apparecia na rua, gri-
tava - vey, apparecer - prére, gritar. 4- Xan mdn ninhéro
nikti kan, ij man hôti: Quando me deu dinheiro, eu fiquei
contente - xenman, para mim - nem, dar - k, connectivo, kan,
no, quando. 5-/jman vét kan, timá tibré vembé: Quando
se apresentou a mim, eu fallei a elle junto com Sicrano de
tal - vét, apresentar - tibre (o B é nasalado ), junto com Si-
crano (com elle ) vembé conversei. Vide app.
KAN: Tudo: Kamôn kan: Vêm todos - kamon, plural
de kantin. 2- Tan déje rog kane ke? Porque quiz engulir
tudo aquelle ahi? - tan, aquelle ahi - déje, déja: porque —
rog, enguliu - káne, tudo -ke, quiz. 3- Jenjét kan hari:
Estão pendurados todos; os penduraram todos - húrí, par-
ticula para exprimir o tempo passado. 3 bis - Jj kotæine
taktôn je va, hára kan tére: Meus filhos são tres, mas todos
morrem — kotwin, filho - va, são - hara, mas - kan, todos - tére,
morrem. 4-On tag kanje ma, ij kotne tôn ne; tére ke
ton nt: Aquelle que fica, não é meu filho; elle não morre -
én tag, aquelle que - kánje, fica-ma, ainda - ke, vai. 5-
Kokire kän, kan téremo : Todos morrem de fome - kan téremo,
Re re
todos morrem. 6-Jn hat kan kren t{ ni ha: Elle ja fez
quasi toda a casa - /n hat, fez a casa - kren, quasi - ti, elle
— ni, mora, ha, ja. (1)
KANA: Estar: 7% tin kurän ha rot käna : Está marcado
o dia (tempo, hora) da sahida delle - ti kuran, delle - ha,
ja - rôt, marcado - kana, esta. 2? - Noatat ki kana: Esta de
bruço — noátat de bruço - ki, no. 5 - Küixma lire kana: Está
olhaudo para cima - kúixmá, para cima-lire, olhando. 4-
Kana de lagrá na: A cousa está ficando bamba - de, (0 D
- é nasalado ), cousa - langrá, bambo - na. 5 - Veinkri ti kana
ne: Está“coberto - veinkri, coberto — ti, elle - kana ne, esta
sendo - ne, está,
KANKA: Dentro. Posp.
KANKA: Vento--1-- Kanka ran: Vento quente -- 2
Kanká kuxa: Vento frio - 3-- Kankda fag gáix mon: O vento
levanta cs cabellos das mulheres — fag gaix, cabellos das mu-
lheres -- fag, mulheres.
KANKÉ, kaika ; Irmão mais velho--1-- Kanké bre
vi in ka, kane: Elle mora junto com seu irmão mais velho na
casa delle -- bre, junto -- tí in ka, na casa delle -- kane, mora
- 2 - Akanké kofá je: O irmão mais velho, fica velho -- kofd,
velho -- je, fica -- Zx jogn kanké : O meu tio paterno mais velho.
KANK FUORE ( fuôre ): Orvalho ( pelle de vento ).
KANKÉI: Mesa, canôa, -- 1 -- Nanké kri: na mesa --
kri, acima, em -- 2 - Kankéi kre ni: Está sentado debaixo da
mesa -- kre, debaixo -- mt, está--3-- Kankéi rumid, remo da
canõa -- 4 -- Kankéi prin: Proa.
KANKI: Dentro ( kankä kan)--1--In kanki: Dentro
da casa - 2 -- Ande kankt ti ton ne: não esta mais na gaiola
-dnie kankt. na gaiola.
KANKRÉ : Copo -- 1 -- Kankré tag fürifen, metade deste
copo - tag, deste -- fürifen, metade.
KANKRO - FUORE : Lambary -- kankrô, pequeno,
fudre, pelle -- [.- Kankrô fudre xamb ij: Eu peguei um lam-
bary -- «amb, pegar.
KANKRO -- FUORE-- RÉRE : Cascudo, mandy - rére,
ferrão. Segundo R de rêre, nasal.
KANKÚTEN: Desembarcar, nascer, desapparecer, sahir,
transportar -- 1 - Hixma kanôa ha bakankúten: traga aqui a
canôa para mim -- eismá, para mim -- ha, voz imperativa — b:-
kanküten, traga aqui--2-- Azdg tôt kafän ra kankúten: Vos
passastes outra vez para la--addg, vos -- tôt, outra vez -- kafänra,
para-la -- ra, para--kunkuten, passastes — 3 -- On kankúte vémo :
O outro nasce agora primeiro -- ôn, o outro -- kankúte, pri-
meiro -- mo, agora -- 4-- 1) jogma to ij kankute tôn: Eu digo
(1) Ag kan pager: Todos elles estão passando — ag, elles — pa, passar =
jen, estão. ( Vide App, )
a meu pai qre eu não saio -- to, digo -- 5-- Kanküten ve ti:
Elle nasce primeiro -- 6 -- Gire tag kanhúte, javai ra konkúten:
Este menino nasceu antes do tempo 7 -- Gire tag (o G de gire,
nasalado ), este menino -- javái ra, embora antes do tempo --
javáix, antes do tempo. Vide App.
KANDIE, krúnge, veixkikánge: Emendar, unir. Vide
App.
E KANDO: Vallo--1-- Ga kandó: Vallo de terra -- ga,
terra. O G de ga, nasalado. Ti kandon na: Esta furado -
na, esta.
KANDON: Furar. .
KANDON NIAFA: Trado -- niafú, instrumento.
KANE: E-te vocabulo tem muitos sentidos, que serão
explicados separadamente. O sentido geral é: bolhinha.
KANE: Bago de espingarda ( tambem kané fá.)
KA'NE: Bater. Tambem háni, nite, kanite : percutir,
surrar. , <
KANE: Cicatriz.
KANE: Esperar. Vide kamhém--I- Xan hané ton
ra, hárato kantinmo: Embora não esperado, eu venho - xan,
eu -- ra, apezar - hárato, contudo - kantinmo, venho agora -
2 - Jantká to ti neanprôn ankanén je: Elle se acha na
porta, (e) espera a mulher -- iartká to, va porta - to, na -
ti. elle--ni está-anprôn, a mulher -- ar, connectivo -- anka-
nén je, espera, está esperando - je, está -- 3 1j kané ag nanti:
Elles me estão esperando -- kané, esperando -- 4 Xen kané ve:
Elles me estão esperando --xen, a mim - ve, está — DER
ja ha: Está esperando -- ja, agora- ha, ja.
KANE: Estar. Vide ka, kan, kannz- 1 Ti kré titam
pri k né: Elle é melhor do que Fulano de tal-ti ré,
acima delle -- tampri, melhor-kané, é -- 2 -- Fi kri atampri kané:
Tu es melhor do que ella fi kri, do que ella -- atampri, me-
lhor -- a -- connectivo -- 3-- Kangá kan agn kane ?: Todos el-
les estão doentes ?.-- Resposta: He (ha): kangá kané - mo
Sim; todos estão doentes -- he, ha: sim -- kanémo, estão doen-
tes agora --e, connectivo - mo, agora, podese tambem dizer
kangaga, para indicar o plural.
KANE: Fructo -- 1-- Kané fuüre. (O R. de fuüre na-
salado, como tambem o G, de gára): Casca de fructa --
2 -. Gara kané: Fructo do milho -- 3-- Kané gára: Milho de
grão, em grão-- 4 Ka kanémo: A arvore está produzindo
fructas -- kanémo, fructifica agora - 5 Tiign buüngh kané: Ba-
nana, tiign buüngh, caeté grande -- kané, fructo. 6 -- Bandna
kané: Banana. 7-- Kané kupré ( kupré \: Escolher fructas --
8 -- Gara kané piri: um grão de milho - piri, um. 9 Ka-
kané gétimo : Esta colhendo fructas -- ge, colher - ti, elle - mo,
agora. 10-- Kané växti je: Esteril-va, váix: Nunca --ti,
elle -- je, está com. 11-- Ka buro kané: A fructasahe da ar-
vore - ka, da arvore - búro, nascer, sahir. 12- Ti kané ará-
Ra
no ha: As fructas de Fulano de tal estão madurecendo - aráno,
madurecem agora - no, agora. 13 -- Lúnhára kané gére (o g na-
salado): Aroma do ananaz -- lanhára, planta do ananaz -- gére,
cheiro. -- 14-- Tiig hané: Banana. 15-- Té kané: Lugar de
fructas, pomar.
KANE: Grão, bago, fructo. Kané géra (o g nasalado) :
Grão de milho, milho em grão: 1--Gára van kanémo: O
milho esta cachando -- van, esta - kanémo, cachando agora.
KANE: Nó.(latino nodus ).
KANE: Olhar, ver, enchergar. 1--kané tôn: Não vê,
não enxerga, cego. 2-- Núnera: Olha tu. 3 - Kané tôn gra:
Não enxergues. Imper. negativo.
KANE: Olho. 1-- Kané jokü : Pestanas - jo, guardar --
2-- Kané dôgn kanni ha: Já está com os olhos furados, cego --
dügn, furado - käni, está--ha. 3- Kané pire: Monoculo --
pire, um. 4-- Ti kané dip ti: Elle está furando os olhos de
Fulano de tal. 5--Ti kané vandüve: Elle estava furando
os olhas delle. 6 -- Jagne kane’ dé van: Se furam os olhos um
a outro -- jágne, um à outro -- van, estão. T--Tj kanén kren:
menina dos meus olhos -- Aven: menina, ovo, familia, pupilla.
8-- Kané kan ni: Está no olho-- kan, no--ni, esta. 9--T;
kané kri fi: Osulos-- kri, no, sobre -- fi, collocados. 10 -- Nota
kané me: Olha pouco alto -- kóix, no alto -- me, pouco. 11 --
1x kané van raran kémo: Meus olhos vac ficar com verti-
gem--— van kémo, vão ficar -- rardn, com vertigem. — 11
(bis )-- Rencd ti kané kri fore: O lenço está posto nos
olhos delle -- fóre, está posto -- fóre, de fodn, pôr. 12- Kané
rit (lit. ): Olho vivo, vivaz, aberto, de lire: acordar, ter o
o olho aberto. 13-- Hijmän to hané jo tx vin ne: Elle falla
para mim com as pestanas -- e/jmdn, para mim -- to, pleonas-
mo -- kané jo, com as pestanas, pestanejando - vin ne, esta
fallando. 14-- Kané fudre: Pestanas - fuôre, pelle. 15 -- Kané
tôn : não enxerga, não vê. 16 - Mané nôt: Olhos fechados --
not, de nôro, dormir, estar de olhos fechados. 17.- Kané
korég: Quasi cego -- korég: ruim, doente. 18 Kané jum bu-
ong: Pestanas-- jum, guardar - buüngh, grande. 19 -- Kané
peju ti: Elle cobre os olhos -- pejut, esconder. 20-- Kané ni:
olho d'agua. (1) Vide App..
KANE: Perseguir - 1 Ti kdnera: Persegui-o tu. Imper.
KANE: Procurar -- Kanén ja: Esta procurando agora --
“ja, agora.. 2-- Aidg kanén ja ij kantin ve: Eu venho pro-
curar-vos — azag, vós -- kantin, vindo-ve, estou. Vide App.
KANE: Provar, experimentar.
Kane KREN: Menina do olho, pupilla-- krén: ovo.
criança, filhote -- kané, olho.
KANE DORO: Janella -- Vide kanendôro.
(1) Tambem : Gôio ni,
La]
— 9 —
KANE FA’: Bagos de chumbo,-- fa em geral signifi-
ca meio, instrumento.
KANEFUORE: Pestanas -- kané, olho--fuüre, pelle.
KANE’ han -- Toco de arvore. Tambem kan hin --kan,
arvore -- han, principio.
KANE JOKI: Sobrancelhas -- kané, do olho -- joli,
guarda - ki, em. Tambem : kané jokii.
KANE MA’JE: Gostar, ser inclinado a fazer alguma
cousa -- 1 -- Dinheiro vavá, kenemá je: Gosta de botar fora
o dinheiro -- vavá, botar fora -- 2-- Kufúru kenemäje : Tem
propensão a tussir -3-- De kenama je: Gostar de alguma
cousa -- de, cousa. (O D de de nasalado) Diz-se tambem ;
ema, emane.
KANE'MO: Dar frncto--1-- Na kanémo: A arvore da
fructa agora -- mo, agora.
KANENDORO : Janella - kanén, para olhar -- dôro,
buraco -- 1-- 1j jogn kanendôro lünjen kan jan, ix vegn: Meu
pai, emquanto agora esta na janella, elle me ve-- kan-
jen, esta -- kan, no momento emquanto -- jan, agora -- ij, a mim
vegn, ve. -2- Kanën dôro kanjer kan, vevédn: Emquanto
estava na janella, me via-vevedn, forma do imperfeito -3
Aran kanendôro kin erarino: O sol bate na janella - arán,
sol - kin, na - erino, arino, bato - 4 Kanendôro hanjen han,
kané 2j: Estando ua janella, eu olho - kané, olho. 5 - Na-
nén dôro kre ti je:. Elle esta debaixo da janella - kre, de-
baixo — ti, elle - je, esta.
GOIO KANE NI: Olho de agua 1 -- Gôio kané ni han-
gja : Cabeceira do olho d'agua.
KANE PANDO: Tumor - pando, torto.
KANE TON: Cégo, sem olhos.
KAN ENE, kanére: acabar.
KANFORO: Maior-1- On tan kanfôro ne: Ele é
maicr do que outro - on tan, aquelle lá - ne, é - kan do que
- fôro, maior
KANGA: Doente ( korég) doença - 1 - Nangagá emá
kan ne: Todos os paizes são insalubres - kangaga, doentes.
Repetido para fazer o plural - kan, tudo - emd, paiz, cidade,
bairro. .2- It hanga re 7j koi: Eu assisto um doente - re,
perto - ko’, como. 3- Kangati ne: Elle esta doente. 4-
Kangati 1) kotxine: Meu filhinho está doente - kotaine, fi-
lhinho - kangd, doente - ti, está, 5- Kangä kemane, Doentio
- kemáne, inclinado - kangá, a doença. 5 bis- Ama kangá
kan ti ni: Você fica doente - ni, está - kanti, estando. 6-
Veinkanga kiiktan: Curar um doente - küktan, curar. 7-
Ankanga ra, raira 7j tinmo: Embora doente, eu vou agora
trabalhar - an, prothesi-ra, apezar. 8- Kangä ij ma ne:
Eu estou muito doente: ma muito. 9- Akotæi fi kanga an-
gvéi kantin ti: Elle vem para ver sua filha doente - ahotxi .
fi, filha - angvéi, visitar. 10- Ankangâmo éne kan, à) t ema
35 —
ra tin ke: emquanto aquelle está doente, eu pretendo ir para
o povoado - éne, aquelle - kan, emquanto - ixt, eu-ema ra,
para o povoado - ra, para - tin ke, pretendo ir. 11- Eng fé
kanga be ne: Estamos sempre scffrendo de estomago - en,
nós — be: sempre, habitualmente - fé, estomago - q, connectivo.
12 - Déja fâne? Ij kanga kan, ij fa ne: Porque choras?
Eu choro, porque estou doente - déja, porque - fo, chorando
- ne, estar - kan, porque. 14- Kangá buüngh, háti mo: Eu
estava muito doente, e sarei - hatimo, agora estou bom - mo,
agora. 15- KNangá kan agn : Todos elles estão doentes — kan
todos. 16- Aze taktôn kang*mo : Vos tres estaes doentes -
taktôn, tres. 17 - Ankangan be ti ti: Elle está habitual-
mente muito doente - ti, muito. 18- Vaixkatá dun kanga
kat’: Este remedio é bom para a dôr de ventre - vaixkatá,
remedio - tang, este-du (o Dé nasalado) kanga, dôr de
ventre — kata, bom para curar. 19 -- Aie ag taktôn mankangagá
kanémo: Vos tres estaes muito doentes (ou tristes ) - aie
ag, vós - mankangagá repetido para indicar o plural. 20--
Kanga ij angü titi: Ru estou muito doente ( Ahi! que dôr !).
21 - Kanga veg tog ne: Parece muito doente - veg togn, está
parecendo. 22 - Kangá veg ja ne: Parece que agora esteja
doente - ja, agora. 23 - Kanga angvéi tinmo: Eu vou agora
ver um doente. 24-Fag kangá húru hadn: As mulheres
que estavam doentes, ja sararam - fag, mulheres - huru, já,
indica acção passada. 25- Ella está doente: Nengáfi ne.
— 26 — On kánga tôn ni ha: Nao tem mais doentes - on...
tôn, nenhum. 27 - Kangá kan agn: Todos estão doentes.
28 - 1; jogn kanga van ke ton: Meu pai não ficará doente —
ke serve para fazer o futuro. 29 Jongjo, kangá ton ni,
karaka penói ton: Gavião, se não ficar doente, não ma-
tarei ( atirarei ) mais - káraka, depois - penói, atirar, matar"
Propriamente significa atirar; em força porém da proprie-
dade que tem as vezes o Kaingang, de indicar a acção
incipieute por palavras que indicam a acção completa e vice-
versa, aqui significa matar. 30- Vexén kanga ij: Ha tempo
estive doente — venxén, ha tempo. 31 - Aranha-rdnha kan, ti
kanga ti mo: De tanto trabalhar, ficou muito doente - kan,
por, porque -kanga ti mo, está doente agóra - ti. muito -
mo, agora. 32-- Kanga kan agn? He, kangá kanemo: A
gente está doente ? Sim, estão doentes. 33 - Hanya hati húri :
O doente já sarou - húri, particula para indicar o tempo
passado. Vide App.
KANGA KEMA’NE: Doentio -- kemâne, emäne: incli-
nado. 1- Ema ta ki kangá emane ag: Neste lugar a gente
é inclinada à doença - tag ki, neste - ema, localidade, villa.
KANGÁMO : Estar doente agora -- 1 -- Atán de kangâmo :
O que é que doe ?-- Dun kangämo: E” o ventre que doe --
atán de, qual cousa ?-- de, cousa (qual parte )-- dun, ventre
- 2-- Venxa ( venxé) ti dun kangamo: Uma vez elle soffria
de ventre -- venxd, uma vez -- 3 -- Nerénja ko kan, ti dun kan-
— 36 —
gamo: O ventre delle doe, por ter comido laranjas -- 4 -- Ti
kangámo ma ra, kenkét hürikéxno : Embora elle esteja doente
muito, elle proseia-- ra, apezar de-- kenkét, fallar muito --
kentkét, compôsto de ke, fallar duplicado, para exprimir mul--
tiplicidade da acção - hórilkésno, da mesma forma -- 5 -- Kan-
gamo kan, One kotii te nôro ton: A outra noite não dormi,
porque estava doente - ône, a outra -- te, na -- 5 bis -- Hz) kaxkä
kangámo : Meu parente, collega esta doente - 6 - Jj jogn van
kangdmo: Meu pae agora está doente, vein -- prefix ( van ).
KANGÃO: Aperto de mão. Vide ge.
KANGATI: Muito doente muito triste -- ti, muito -- 1 --
Tére: ma ha ne kangáti: Morre: elle está muito triste -- ma,
muito -- ha, ja -- ne, está -- 2 - Ef) iog tôn ne kan, ip man kan-
gat/: Eu estou muito triste, porque não tenho mais meu pai
- tôn ne, estão tendo -- tôn, tendo -- tôn, não -- kan, porque.
KANGÁ TON: Salubre, sadio - tôn, não.
KANGAXI: Um pouco doente, --xí, um pouco--1 -
Ontantó kangaxi ha ti can, 77 man- hóti: Eu sou muito
contente porque a mulher, que estava algo doente, sarou -
éntanté, mulher, -- háti, ficou boa -- kan, porque.
KANGO : Vide App.
KANGOUVE: Fomos, fostes, foram; plural passado
de tin, ir-1-- Vitpkéie kangüuve : Foram pescar.
KANGRÁ: Arremedar, imitar, imagem -- 1 - Om vin
kangrá kenemane: Gosta de arremedar a voz dos outros - 6n,
dos outros -- vin, voz, palavra ---kangra, imitar -- kenemdne,
gosta. 2-- Lakangra: relogio, talvez por ser semelhante ao sol --
la, do sol-- kangrá, imagem. É
KANGRÁ : Comer tudo - 1 -- Kangra ij: Eu como tudo--
2-- Pores min kangrá ne; A onça come os porcos -- ming, onça
- 3 Tigère van tônjet ke tôn? O cheiro daquella cousa não
desapparecerá ? Resposta: Janta kangrät kan, tônjet, kémo:
Desapparecerá, quando © corvo tiver comido tudo - ti gére, o
cheiro -- tônjet ke ton, não estará mais -- jantá, corvo - kan,
quando -- tônjet, estar fora -- van, prefixo. Vide. App.
KANGRA : Quatro -- 1 -- Veinkangrá: Uns quatros -- 2 --
Veinkangra agn : Quatro pessoas -- 3 -- Pirá veinkangrá: Quatro
peixes -- 4 -- Xanxi veinkangra: Quatro passarinhos -- 5 -- Kan-
gra fag: Quatro mulheres - 6 Vein kangräti: (Quatro pes-
soas -- 6 bis -- Veinkagrá, veinkangrá én: Oito -- veinkrangrá
ôn, outros quatros -- 7 -- Veinkangrá, ôn kofdnte: Cinco - ôn
outro -- kafún, além--te, no-8-- Ona veinkangrá venxéra
vuttka: Carregavam o cadaver outras quatio pessoas -- ôna,
outras -- venxéra, cadaver -- buitka, carregar.
KANGRATKO ( Kkangrôóve ): Retrato - 1- Vérex kan-
grátko kantin tôn ne; Ainda o retrato não veio -- veret, ate-
gôra - kantin, vir.
KANGRÉ, kungré: Louça, trens domestico.
Te —
KANGROVE: Retracto, imagem. Vide kungra, arre-
medar -- 1 -- Déne kangréve into nanti: Na parede estão os
retractos dos bichos- déne, dos bichos-- into, parede -- núnti
estao.
A QUE : Extender. Vide kavin--1-- Kangvira: Ex-
tende tu -- 2 -- Vexupóia kangvin: Extender o vestuario.
KANH ÉM : Esperar, ficar -- 1--1j bre kanhmæi: Fica
um pouquinho commigo -- xi, um pouco.
KANHERA'M : Amançar, mango (tambem ) kaiére — 1
— Xanxi kanherän tôn ti ne: O passarinho não está ainda
amansado -- æanxi, passarinho -- tn ti ne, ainda elle não esta
— ti, elle E
KANHERE: Macaco ( kajére ).
KANHEROI: Conhecer ( vide kiveirnémen etc. ) -- 1
- De kára ti k nherói: elle conhece todas as cousas - de
kara, todas as cousas.
KANH EMIX: Resina. -
KANHU'E: Pulmão--1 -- Fé Eanhúe : Pulmão dos
peito -- fé, do peito.
KA’NI: Está--1-- Ankré kri fi kdnz: A criança esta
nella (nas costas della )--ankré, kré: eriança-- kr? fi, nella.
KANIET, kané: No--1--En kaniért ke: EO pre-
tendemos fazer um nó - er, nos -- ke, pretendemos - 2 -- Kané
hadn : Fazer um nó --hadn, fazer
KANT TE, Ones Bater, percurtir -1-- Spora hanite:
Tocar com a espora - 2 -- Ka nite: Bater com um pau, dar
pauladas -- ka, pau.
KA’NJA: Ficar, estar de pé. Vide kan, kane — 1 —
Kanja ori akémo: Quero hoje ficar de pé--ori, hoje -- 2 -- Ij
arût, kin 77 tan kanja: Eu estou cançado, (e) eu descanço-
em pé - arût, cançado - kin, descançar - tan, la-- kanja es-
tando de pé.
KANJA'M, kajdm; Comprar, custar, pagar e, com o
afixo vére, alugar - 1 - Ti horég kanjám ja à) je: Eu estou
comprando cousa que não presta - korég: que não presta - ja
agora - 2) je--eu estou -- je, estou -2-- T'ampére 7) hanjam
2) krenóje: Eu compro uma enxada: faço a carpa, limpo -
_ tampére, enxada - 3 - Vére João kanôa ij kanjäm: Eu alu-
guei uma canôa do João - vérex, por algum tempo - 4 - Kan-
jam buôngh, hanjám «xin: comprar caro, comprar barato -
xin, pouco —- 5 -- Bimán, tan hiro kanda kanjám : Aquelle já
comprou uma canôa para mim -- tan, aquelle -- huro, particula
adverbial para significar o tempo passado
KA’NJE: Emendar, Vide App.
KANJE: Estar, fear 1 - Kanendôro kdnjen kan,
vednvédn : Estando na janella, se apresentou - kanendôro,
janella - kan, emquanto -- vednvédn, apresentar-se --2-- Ex
ningé feie, pire on kinje: Os dedos da minha mão, mais
um: seis—3- Küixmäne péne viet känje: Esta carregando
“o
v —
os pés para riba: está com os pés levantados -- kürman, para
cima -- vúét, carregar -- 4 - Maria kri ti tamprí känje : Elle é
melhor do que Maria -- Maria kri, do que Maria -- ti, Fulano
de tal -- tampri, melhor, superior
KANJTRI, kanjúno: Divertir-se -- 1 -- Akaji ti ri ve:
Elle está brincando --ve, está- ti elle-2- Gíre akanjiri:
Divertimento de crianças, meninos -- gíre, menino. Vide App.
KANJUNO: Brincar, estar brincando -- 1 - Kanjut
kemá: Gosta de brincar - kema, ser inclinado -- 2 -- Kanjiré ij
jént tan: En estou lá na festa -- jen, estou - tan, lá — 3 —
Kanjút kenmane: Está gostando de brincar - 4 - Ha kanjit
tin: Va brincar -- ha, particula imperativa - 5 -- On brex
kajúno vüire: Foi brincar junto com outro -- ônbré, junto
com outro -- bré, junto -- viiire, foi -- 6 -- Veix kandiri: Diver-
timento -- 7 -- Veixkandiri kurän ki judn: Elle chegou no
dia da festa--kurdn, dia}, no --judn, chegou -- 8 -- Gire
kanjin niafá : Brinquedo de meninos -- niafú : objecto, instru-
“mento - 9 -- VEIxkandíri kirk: ja, in ki nanti: Agora de-
‘pois da festa, elles estão em casa - hárka, depois -- ja, agora
— in ki, em casa -- núnti, estão - 9 -- Bré kanjúti: Elle brinca
em companhia.
KA'NMI: Pegar; puchar. Vide mi -- 1-- Empriigh
kami: Pega, pucha na estrada. Vide ge.
KANNANTI: Estão--1 Ga kri ankrin fi kan nanti:
Elles estão com as cabeças collocadas na terra-- ga kri, na
terra, sobre a terra — ankrin, cabeça -- fi, collocadas -- kannäntf,
estão. Tambem -- han, todos nánti, estão.
KAN NI: Estar, estando -- 1 -- Ankré fi kré fi kanni:
A filhinha está nas costas dellas -- ankré fi, filhinha -- kri fi,
posta acima -- fi, posta - lanni, está
KANNÍN: Estou sentado -- 1 - Einbré ha kanni mr
hadn: Fique sentado um pouco comnosco -- ézn bré, comnosco
- ha, voz imperativa -- xi, um pouco -- hain, fazer -- 2 -- Perógn
tokfin kännin : O sacco fica amarrado -- perógn, sacco -- tokfin,
amarrado -- 5 -- Emén ti kinni: Elle fica quieto.
KANNITE. Vide kannite: Bater, percutir, surrar,
cotucar -- kiifé re kdnnite: Dar facadas -- kiifé, faca - re, com -
2-- Ti fé kannite ja: O coração delle está batendo -- fé, co-
ração -- ja, agora -- 3 -- kannite lengré hadn: Bater duas vezes |
- lengré -- duas vezes -- hadn, fazer.
KANO’URA: Esfrega tu.
KANOA, kankéi: Canôa 1 - Nanda gôio jengura tére:
A canôa desceu rio abaixo - jengúra, pelo -- tere, descer -- ka-
noa dôn ij: Eu furei a canôa-3-- Vérez kanôa lanjäm ex
kémo: Eu pretendo alugar a canôa -- Vére kanjúm, comprar
por algum tempo.
KANPA'DN: Inchar, arrebentar (da variola, sarampo,
ete. )-- 1-- Bexiga kampädn húri: A bexiga já arrebentou -
húrt, particula adverbial para indicar o tempo passado.
KA'NXE: Nó de pinho, preso ao pau.
— 39
KANXON: Então--1-- K.nxôn déje tima ke ton ij?
Então, porque eu não devia fallar a elle ?-- déje, porque --
tima, a elle-- ke, fallar -- 2 - Kan xôn hüritket lairá éinmo :
Então como trabalhamos agora ? -- hóritket, como -- lairá, tra-
balhamos -- éir, nos -- mô, agora.
KANXU: Taraquatiá.
KANXTRI: Pequeno. Tambem --aíri--1--Garz kan-
œiri: Milho pequeno, arréz--2-- Det kanxiri kré: Plantas
pequenas de varias qualidades -- det, cousa.
KANTARARADN : Apertado -- 1 -- Pentoró kantara-
radi: Calçado, botinas apertadas -- pen ord, botinas -- {or6, o
que cobre.
KANTARERA : Desce. Imper, de kantére-, Tam-
bem kanteréra, kantaléra - I kantérejafi jambá: Desce pela
escada -- kantérejafd, escada -- jambá, descer.
KANTE: Do lado (posp.)— 1-- Aranjüro känte :
Oriente — -- júro, sahir -kdnte. do lalo--2-- Aran kanka
kánte: Norte (sol do lado do vento )--3 - Aran puria hk nte:
Occidente -- puriá, lugar onde o sol mergulha -- pur, mergu-
lhar -- ja, id: lugar - 4 Kura kanka känte : Sul-- kuaa. frio --
D-- Are kant: janthii fuire: Labio superior -- jant kii fudre,
pelle da bocca, labio-- Jimi Júnte, do lado superior -- 6 -- Gu
kiinte jant kit fubre: Labio infarior -- gu, em baixo.
KANTE: Dentro--1--Tn kante ti ni: Elle está dentro
de casa -- ni, está -- 2 -- Gôio hante tam for e: Sumiu-se na agua —
wamfóre : desapparecer, perder-se - 3 - Imafédiidn (inkafidiidn);
kdnte à) nôro : Eu durmo no quarto -- nôro, durmo.
KANTEGARAJENGO: Azeite -- kdnte, ficar - gára, mi-
lho -jérgo, cousa torrada. Não seria o residuo que deixa o
milho torrado na panella ?
KANTERE: Descer, morrer todos-- 1 -- Góio ki ag
kantére: Elles morreram (desceram) na agua -- ki, na- 2 --
Krin to ij hantére: Eu desci do monte -- J:rim to, do monte --
o- Nrin 7) tamprügh: Eu subi no monte -- 4-- Nantére kan
kredn : Morreram quasi todos -- kan, todos -- kred, quasi -- 5 --
Kanoa gôio jengúra tére: A canôa desceu rio abaixo -- jen-
gira, pelo -- 6 -- T) ke tanki nanté tére ketôn aôrmo: -Não
quero que as crias. que estão ahi, morram -- i kre mi-
nhas crias -- tan ki, no ahi--nänti, estão -- le ton ni, que não
vão morrer -- xôrmo, quero -. 7 -- Ip Jogn Jenga kanje ha: ja
estou no lugar em que estava meu pai--jénjo, lugar, cadeira -
8-1; lantére jafa jamba, kantére jafá ti tamprügh: Eu
descia da escada e elle subia -- kantére jafá. escada -- jambd,
descia -- tampriigh, subia -- 10 - Ha mi kantéremo : Agora elle
esta descendo pela mesma estrada - ha, mesma -- mi, pela --
ha, (mesma cousa). |
KANTI : Estar -- 1-- Tán kanti ni: elle está ahi -- kanti
ni, está estado -- 2-- Ag xapé ij känti ni: Eu estou com o
ES ESS
chapeu delles -- ag, delles --3 - Noro kaänti mi ti: Elle esta
dormindo -- nôro, dormindo. Tambem: Elle está de olhos
fechados -- 4 -- Zn te há ti ni ti: Elle está dentro de casa - in
casa -- te, em - 5 -- Ni anti: Esta sentado - ni, sentado - 6 --
Veran vog hkânti ti: Uma vez elle estava em movimen-
to -- vexán, uma vez -- vog, mover-se -- 7 -- Jagne dé kánti tu ki:
Estão aqui um depois do outro -- do, atraz -- jägne, um, outro
— take, no aqui --8-- Néntimo ra, getka: embora fique. bas-
ta -- ra, ainda que -- yétha, basta -- 8 (bis) -- Namba kánti gére:
O vapor sone, e fica alto-- kambá, sobe-- kanti fica, gére,
vapor, ar--9-- Anpron tára kan ti fore: Elle é mais forte
que tua mulher-an, tua-- tara kan, forte do que -- fore,
mais ---10 -- Ontantô kri ungré tara kanti fore: O homem
é mais forte do que a mulher -- ôntantô kr2, do que : mu-
lher -- ungré, o homem - tara, forte -- fore, mais -- 10 b -- Ungré
ve ontanto tára kri känti fore: O homem parece mais for-
te do que a mulher - 11 - Veinpeju kánti jéne ti: Elle man-
dou que ficasse escondino -- v-inpeju, escondido -- hânti, ficar--
jéne, mandon--12-- Nanti tiix ti: Elle fica verde -- tia,
verde -13- Ot kant? nôro: Está dormindo fingidamente —
ôt, on: fingidamente- 14-- Tan hánti ij je: Eu estou fi-
cando lá --tan, là-—je, estou-- 15 -- In te kánti ninho: Eu
agora estou em casa--nínho, estou agora -- 16 -- Jóix hanti:
Está girando -- jóix, girar -- 17 -- Janjét kanti: Esta pendura-
do-- 18 -- Xe kdnti: Está preso - 19-- Ti vuét kánti, fodn:
(O carregava e o jogou fora - vuét, carregando -- kânti, esta-
va -- fódn, atirou, jogou fora --20-- Tan kanti rid, nim: Dé
a marca que está ahi--tan kánti, que está ahi--7déd, mar-
ca-- nim, da tu - 21-- Jénti Ela tógmo ? Elle e tá estando
almoçando ? -- jén, almoçar -- ti, elle -- kânti, estando -- tógmo,
esta agora -- 22 -- Kurú kanti nénti ton: Nao’ tinha mais
panno -- kuru, panno -- nánti, estavam com - 22 bis -- Agtä do
ti kanti ne: Elle E atraz daquella gente -- ag, gente -- ta,
aquella - do, atraz--23 - Put kre kúnti na: Estava quasi
mergulhando -- put, mergulhar-- kanti na, estava estando -
kre, quasi--24- Va hüti húri: hé kanti: Ja elle sarou ; elle
está bom -- va, prefixo -hati, bom -- húri, ja, indica tempo
passado - hô, bom -- kdnti, esta Vide App.
KANTIN: Vir. Plural: Namôn, môkan--1- Nar mi
agton mokan: De todos os lados vem gente para cá - kara,
kar: tudo--mi, por--ag ton Cae gente --2-- Ha kantin,
tag, ‘gma nim: venha para cé, (e) me oda isto -- ha, voz imper.
- tang, isto -- nim, de -- 3 -- pm te 7) kantin: Eu venho da
serra -- te, da-- ri, serra, monte -- 4 -- Ha vére hantin: Venha
cá um pouco-- vére, voz imper.--5-- Ag ta dô ti kuntin ne:
Elle vem vindo atraz daquella gente -- ag ta, daquella gente
- dé, atraz -- 6 -- Akotxi pére lantin alegréje: carrega teu filho
em tua companhia -- perekantin, carregar, para ca -- alegréje,
em companhia--7--IHa tag mi kantin: Venha para ca-
tágmi, por ci--8-- Bakantin ningé: Traga uma mão (traga
ainda )--9-- Im te kantin: vir de casa -- 10-- Ajóg kan ti hô-
EE 7 q a
re, kantin: Elle se separou do pae e vem ajóg, do
pai-- kan, do-ti, ele-hóre, sahiu, kantin, elle vem
-11- Lengré ag jen kantin: Os dois vêm comer -- lengré ag,
os dois- jén, comer-12- José pirá buüngh bakantin — José
traz um grande peixe -- 13 -- Ha kôix kantin: Venha comer
- kóix, comer -- 14 —- Akantin kevenhéra ij: Eu sabia que voce
vinha -- a, voce -- kevenhéra, sabia -- 15 -- Venxé te kantin: Vir
de longe -- venxé te. de longe -- te. de — 16 -- Ama óri kantin ?
Voce vem hoje? óri, hoje -- 17 -- Ag jo à) kantin: Eu venho
adiante delles -- 79, adiante - 18 - One éneki kantin ne? Quem
é quem vem la? ône, quem -- éns Iii, lá -- ki, em -- 19 -- Numêra
kantin ne: Elle vem vindo de vagar -- nº, está -- 20 -- Naim-
bara tot kantin ne: Logo venho outra vez - tot, de novo -
21 -- Ha kamójen: Venham - ha, voz imper.- 22 - Tima to, in
tonjaki ha kantinje: Diga a elle que venha fora de casa --
timá, elle --to, falle--in, casa --tônjdki, tora-- ki em - 25 --
Kurän ha tot kantin: Volte de madrugada, de dia -- kwran,
dia -- 24 -- Grété ix cantin: Eu volto improvisamente -- 25 --
Veinkangra kuran hat kanje ( kánti): Está já a quatro dias
-- hat, ja-- kánje, está -- 26 -- X unguéi kantinoue: Eu vinha
visitar-vos -- x, eu -- angvéi, visitar-vos — kantinove, vinha -- 27
- Prin kantin tan, epangh buüngh hádmo: No anno que vem
faço uma grande roça -- prin hantin, anno que vem -- fan,
neste -- épangh, roça -- budngh. grande -- hadmo, farei -- 28 -- Ag
nängja tot kantin jin ne: Estão voltando no lugar, onde
costumão deitar -ag ninja, cama delles-- nan, deitar -- ja,
lugar -- tót, de novo --29-- Vem vindo para ca esconder-se :
Tan ra veinpejt kantin jan ne-tan ra, para cá -- veinpe-jú,
esconder-se -- ja, agora -- ne, está -- 30 -- S. Jerénymo tot kon-
tin: Voltar de S. Jeronymo - 31 -- Gara in kara bahantin:
Trazer o milho em caga-- kira, dentro - bakantin, trazer.
32 -- Anjognbrég ni, à kantin: Eu venho para morar
junto com meu pai--bre, junto --mi, morar. 33 — Prdn
kentin toki, aj gára korégn tavinti jo: Eu neste anno
que vem, guardarei muito millho -- pran kantin t hi, neste
anno que vem-taki, neste--hki em --Kkoreg, muito - tavi-
tin, demais -- jd, guardo. 34 -- Gire, eèxmän ha hantin: Menino
venha para mim -- gire, menino -- eixmám, para mim - ha voz
imperativa. 35--Pakti kupéix kantin ti: Elle vem lavar
os pratos -- paktii, pratos -kunéix lavar. 36 -- Kan kotxim
mat kantin ke tin ui ha: Então o filho não voltará ja
outra vez? -- kan, então -- kotxin, filho - mat, outra vez -- ke,
querendo --n7, está--ha, ja. 37-- Pôrko butha, aktôn goio
bakamôn : Elle carrega os porcos, os cutros trazem agua —
agtôn, os outros. 38-- Kaimbara dti kantin patrão: Logo vem
para cá o vatrão--áti kantin, vem para cá. Xan angvée
kantin: Vem fazer uma visita para mim--xan, a mim -
angvéi, visitar. 39-- Fi kantin ton grad: Não venha ella --
ton grá, sufixo para fazer o imperativo negativo. 40 -. Venxa
kofa fi, ij ve, à kato fi te kantin: Uma vez veio ao meu
encontro uma velha para ver-me -- venxá, uma vez -- kofa fi,
— 42 —
uma velha-7) ve, para ver-me--7) lato te, me encontrou -
fi, (no meio da palavra), ella. 41- Tag miha kantin: Ve-
rha por esta estrada -- tag mi, por esta estrada — ha, voz impe-
rativa. 41 bis--Jj bre kantin ti: Elle vem junto commigo.
42 -- Timan to, kur kantin kemane : Diga a elle que queira vir
depressa --/0, dizer -- wr. voz imperativa --kemane, queira.
43 ~ Ha kantin, tag ijman nim: Venha (e) me dé isto -
ha, voz de mando--tey, isso--nim, dê. Tag mi kantin;
kirka in ténja ma van ti: Elle vem para cá, depois con-
tinua a ficar fora de casa--tag mi, por c&-- karka, depois --
tónja, fora-- van, fica-- #i, elle. 45- Ein gagrora bakantin :
Nós carregamos barro -- én, nós - gagrora, barro. 46 -- Lengré
ag jen kantin? Resposta: Déja! on jen kara kantin : Vem
todos dois comer ? Nao, um vem comer depois -- lengré ag,
os dois -- je, comer -- déja, não quero -- dn, um outro — kara,
depois. 47-- Kamôn ton kan. ain? Nas vem toda a gente ?
48 -- Janjanjét kantin: Vem cambaleando. 49 - On vex kan-
tin, húru vütre: O outro que veio ver-me, foi-se embora --
on, o outro -- ve, ver- x, a mim -- Aúr», já —viiire, foi-se em-
bora. 50- Anvéi kontin mo, hurw viiére: Eu venho visital-o ;
já se foi embóra -- anvéi, visitar -- ti, elle. . 51--Jj xin, uaix-
hate kantin: Eu vim em pequeno matto -- x n, pequeno —
ude uaixka, nasalado — waixrha, matto -- te, do -- Æcntin, vir. —
53 -- Ha atikontin:-- Venha até aqui--ha, voz imperativa.
53 -- Akanénja tx kontivve: Eu vim procurar-vos -- a, você --
kanén ja, procurar-vos--ja agora-- kantinve, vinha. 54 --
Gara ningé à) bakantin: Ku trago uma mão de anilho --
mangé, mão —- gara, milho. Vide App. É
KANTO: Logo -I - Kanto, jmán ke, kanjámo: Logo
que elle me falla, eu pagarei -- ixmán, para mim - ke, falla-
“Kkanjamo, vagarei - 2 - Eix venhard kevenhdra kemo? Apren-
derei a ler? Resposta: Nurânke kantó: Logo com o tempo
venherô, ler - hemo, poderei - kurdn ki com o tempo -- hanto,
logo.
KANTO’: Papagaio -1-- Engje hk n kanté xá: Com
a rede pego o papagaio -- éngje, rede -- kan. com -- xa, pego
KANTO: Com o porrete-- ka, porrete -- to, com.
KANTON : Vide App.
KANTOGN : Então (tambem an)I- Kantôgn ha 2)
xe: Então me pegue -- ha, voz imper.-- xe, pegue -- 2 -- Nan-
tog 1) xedn tr: Então elle me pega.
KANTOGN -- TO'GN: Então está batendo - Ij fé ij
kantogn tógn: Eu me bato o coração, o peito-- fé. coração
peito -- hanrógm, bato, tógn, estou.
kantóje: AnNULAR ( dedo ).
KANTOXA’: Uma cousa presa a outra-- xa, preso --
to, a elle - Jan esta.
KANVIN: Fxtender (p. e. roupa). Vide / vin.
KAP,GAP : Quebrar. Melhor: Æap, ka hke.-I-- Pakti
gapti: Elle quebrou um prato -paktii, prato -- ti elle.
KAOXIA’: Vide App.
“o
— o —
KAPE’KE ( Telemaco ) : Quebrar.
KAPA'RA: Ficar inchado; tirar, arrancar. Vide kam-
pádn.--I NWoix ka pára: Destripe -- kóix, tripas - kapära,
arranque.
KAPE’N: Ramo; pinça feita de uma tala de itáqua-
ra curvada sobre si para mexer nas brazas; é trem do co-
sinha -- 1 -- Ka pen irá kampáti: Do ramo brota o nó -- irá, no
-- kampádn, brota - ti, elle.
KAPOTE: Encruzilhada - I - Emprü venkampoie : En-
. cruzilhada da rua -- ven kan, um de outro -- kan, de póie, pôvo :
separação.
KAPORO'N ( Telemaco ), alengré: Companheiro.
KAPORO': Preto -- I -- Kaporó ti n2; Esta preto.
KAR: O mesmo que kúra com os respectivos sentidos.
KA’RA: Acabar - I-- Arén tavin, krôn kara váix : Elle
bebe demais, e nunca deixa de beber-- tavin, demais -- hára,
deixa vaix, nunca --2 - On vin kdra vdix: (Quem nunca aca-
ba de fallar, quem -- vi fallar - 3- Kara à) hind: Estou prom-
to, acabei - 4 Kara vaix tógmo : Esta demorando, tógmo, esta
5- Ti kérni kan, enkrét karaväix ne: Elle está triste por-
que morreu Fulano de tal -- ti, Fulano de tal--Xer, morrer
ni, está - kan, porque - enkrét, pensar - kéra, deixa - väir,
nunca. Vide App.
KÁRA, kárka: Depois, em segundo logar, dentro, aca-
bar. 1- Kara arán hddno: Daqui por diante fará calor —
kara, daqui por diante -- arán, calor -- kddno, fará -- no, no fu-
turo. 2-- Nárka dma xampé hddno: Farei um chapéu para
você -- kärka, particula para exprimir o tempo futuro. 3 -
Karka tinmo ha: Irei ja--hdrka tinmo, irei. 4-- Nárka en
porko taixno: Iremos matar um porco - em», nós -- {diæno, ma-
tar. 5-- Kurdn taktôn kárka: Depois de tres dias -- takton
tres. 6 -- Kara 7 tin mano: Depois continúo a viagem -- man,
mais, continuar. 7-- Tagmi kantin; karka en te ma tonja,
vanti ton ti: passa daqui; depois não quer mais sahir de
casa -- tágmi, gor ca--in te, de casa -- ma, mais - tonja, fora --
van, estar --tôn, não -- ti, elle. 8-- Ij gent; har tx tin: eu
almoço ; depois vou-me embora-- jet, almoçar. Tore kején ;
fésta kärka ij tin: Espero um peuco; depois da festa vou-
me embora -- tore, espero -- hején, as vezes. 10-- Fésta har-
kan ti dinéro ma hano: Depois da festa, elle receberá ja
muito dinheiro -- ma, receberá - ma, muito -- ha, ja -- no, sufixo
para exprimir o tempo futuro. 11-. Nafê krôd ; kara ix tin-
go: Bebo o café; depois vou-me embora -- kvdd, bebo. 12 Aära
kin kamôn ne: Depois elles vêm vindo -- ki, em -- kamôn, vem ;
plural - ne, vem. 13-- Nárax tin máno : Depois continuarei a
viagem -- tin man, continuar a viagem - x, eu. 14-- Jen; kara
in ara tin: Como; depois vou para casa in dra, para casa.
15 -- Kurdn taktôn kar, ti judn : Depois de tres dias, chega --
judn, chegar. 16-- A’ma à) kára um féno: Jogo eu troco
para você--ima, para vocé- um, outro - féno, troco. 17 --
Kara hidmo: Logo farei-- mo, suflixo do futuro. 18 -- Nara ij
tin múno: Logo vou continuar a viagem. 19-- Karka ij tôt
tin mán ne; arankaska venharô timo: Eu quero voltar logo;
de tarde vou na escola --tôt tin, voltar -- man, quero - venha-
rô, ler -- tinmo, vou -- arankaxka, de tarde.
KARA: Entrar, dentro. 1-- Kainké ki kara: Entrar
na canôa-- ki, na. 2 -- Venxén ti ro kara kéja: Agora esta
dizendo que uma vez entrou na horta -- venrén, uma vez ti ro —
horta delle -- keja, está dizendo agora. 3 - Ij ti vin ki kara ne:
Eu entrei por ordem delle -- fi vin ki, por ordem delle -- Ji,
por -- kdra ne, estive entrando -- ne, estive. 4-- Ha kardra :
Entre para dentro, ka, voz imper. — kra, dentro -- ra, ran,
entre. 5-- Arin on kára, 6n kanktüen: Das formigas, umas
entram, outras sahem - arin, formigas -- ôn, umas -- kira, den-
tro -- ran, entram -- kankuten, sahem. 6--In kára rara: En-
tra dentro da casa -- rára, imper. de ran. T-- Ha kira. En-
tra tu-- ha, voz de mando. 8-- Gdra in kara batin: Levar
dentro da casa o milho, Gara, milho -- in kara, dentro da
casa. 9-- Muanfé (M de muafé nasalado ) te préje kára ran :
Evtia a linha na agulha -- wanfé, linha -- te, com -- préje kara,
dentro da agulha - ron, entrar. 10 -- Tnkafódidn kdrka ra:
Entra dentro do quarto -- inkafôdiin, quarto. 11 -- Tágmi kara:
Entra por aqui. 12 -- Jontká niféiera ; kiri kaxôrro kara hé :
Fecha a porta: veja que o cachorro não entre -- nifeiera, fe-
cha tu — Kiri, veja he, não. 13 -- Gôio kuxa kára pen ra na:
O calcanhar esta dentro da agua fria-- kuxá, fria -- penra
calcahar -- na, esta. Küra 2) húri: Estou prompto. 15--
Karka nôro: Dormirei. 16 -- Karka ha: Logo, ja. Vide App.
KAXKAKRANJA: Horizonte - kranja, limite, união --
haxka, de céu.
ARANKAXKA: Tarde -- Tambem -- háxiva.
Arán inindó káxka; meio dia. Vide kdxka. Tnindó
meio ? ardn, dia?
KAIXKAPNG: Nevoa--kaxkaing krin romke: A ne-
voa cobriu as estrelias -- krin, estrella -- róômke, cobriu.
KAXKAINGOTI: Nuvemzinha.
KAXDIRI, kanjiri: Festa, divertimento, festim.
KAXGEN: Vide App.
KAXTNE: Ratinho --1-- K xine xan vendiimo ( ven-
drümo ): Ratinho me dá prejuizo -- xan, para mim,
KAXINE: Vide App.
KAXPA'RA : inchar, tumor, leicenço -- 1 -- Ti kaxpára :
Tumor de Fuläno de tal.
KAT..: Remedio (subs. ), medicinal ( adjec. ) -- 1 --
Indi veinkati: Remedio para a dôr de ventre -indu, du:
ventre -- 2-- kanga kati: Medicinal -- kangá, doente -- 3 Vein-
kata ba ij: Eu carrego remedio -- ba, trago--4--Ij hanga
kan, ijo veinkatá ni e: como estou doente, estou com muitos
remedios -- kangd kan, porque estou doente -- 7j0, eu - mi, esa
— 45 —
tou -- e, muito -- 5-- Aujafa kati: Bom contra os vermes -
kujafá, verme ( kajankuá, kajafa ).
KATA’. Vender ( Vise. )
KATAMP ERE: Taboa -- ka, pau -- tampére, largo.
KATANKO’PKE: Fuzilar.
KANTARERA: Desce tu ( imper. )
KATXPN: RATO(haxin) --1-- Katxin buüngk: Ra-
tão -- budngh, grande.
KATERE, o mesmo que Jantére :descer, morrer todos.
KATITO’RA: Vestir--1--Ti jan kotxi katitóra; A
mai delle veste o filhinho -- jan, mai -- kotxi, filhinho -- tora,
katitóra. vestir cobrir.
KATO. Vide App.
KATOI: Mosca verde - 1- Xan katiri veixpratiti :
Me mordeu muito muito a mosca verde -- ran, a mim -- veix-
prá, morder -- titi, muito muito.
KARA: Tudo. 1 - Nrôjo kara tinkti: Todo homem vive
fraco -- krôjo, fraco-- tin, viver - k, connectivo -- ti, elle. 2 --
En nore kuran kára: Nós dormimos todo o dia--en, nós --
nôro, dormimos --kuran, dia--kdra, inteiro. 3-- War mi ag-
tôn kamôn: De toda a parte vem gente--kára mi. de toda
a parte. 4--T; ningê féie kara pire on kanje: todos os de-
dos da minha mão (e) outro está: seis - mingé féie, dedos --
kara, todos -- piré, um -- ôn, outro - kanje, está. 5-- Ag kara:
Toda a gente. 6--76 do kar agn: Toda a gente tem es-
pingarda -- tô, tem -- do, espingarda. Vide App.
KARAN: Maduro -- Naingáng kardn ha ti: O homem
ja está maduro -- kaingáng, homem - ha, já -- ti, elle.
KARAN : Mosquito, borrachudinho da beira dos rios.
KARAN: Suor, ealor-- Ex kare: O meu suor; eu
suo -- 2-- Arankét karaneve: Hontem fazia calor -- arankét,
hontem -- karán, calor -- eve, esvava -- ve, desinencia do imper-
feito. — Aranké ti kardn kánti ti: hontem fazia muito calor --
kan, era -- titi, muito - 3 - Ij karântiti : Estou suando muito --
titi, muito.
KARAN: Passar, acabar -- 1-- Kuaxa karan húri: Ja
passou o frio -- kuæd, frio -- hurd, já: indica tempo passado --
2-- Vajá ôntka japan karamo ha: Depois de amanhã, terei
acabado a roça -- vajadntka, depois de amanhã -- vajá, amanhã --
ônt ka, no outro -- japan, minha roça -- kardmo : o mo final
siguifica o futuro -- ha, ja.
KARARA: Acaba tu. Impr.
KARANGU. V. App.
KARAV 4’IX : SER DIFFICIL, levar tempo; -- 1 -- Ti
kéæ (kré) ni kan, enkré karaväix ne: Eu sinto que elle
morreu -- kex, morrer -- ni, estar-- cn, porque -- enkrét, pen-
sar -- karavaix ne, esta custando -- 2 -- Vejéne lkaraváix hádno :
Ep
O almoço demora muito - hddno, se faz agora -- 3 -- karavaix
ha tógmo: Já esta demorando -- tógmo, está agora - 4-- Ow
pirit epângh hásno, kara vdix hati: Se fazaroça uma pes-
soa só, demora muito a fazela--ôn pirit, uma pessoa só —
epangh, xoça - hdd ne, está fazendo -- hati, faz - 5 -- haraváis
ti tógmo: Elle esta demorando -- tógmo, está -- mo, agora
KAXAKT” : Sobrancelhas -- 1 -- Naxakii kren ti evairno:
Elle olha debaixo das sobrancelhas : olha para baixo -- kaxalii
krén, de baixo das sobrancelhas -- krén, debaixo -- evaixno,
olha agora. ,
KAXKA: Céu. Tambem haiká -- Aran inindd kaxkà :
Meio dia --arán, sol--inindd, braço ? - 2 - Kaxká tii je: O
céu está azul, verde - tóz, azul - je, esta
KATOIXTE: Enconirar- 1-- Ti katóixte ix alengré.
O meu amigo encontrou-se com Fulano de tal--ix alengré,
o meu amigo -- ti, Fulano de tal--2-- A’ma ti katoite: Elle
se encontrou com você -- ima, você -- 3 -- 1j jógn kofá katoite
77: Eu me encontrei rom o velho meu pai -- kofa, velho -- 5
— Akatóste à) ke ve; hérax xa katóite ton ne: Eu queria
encontra-lo ; mas não o encontro - ke ve, estou querendo -- ve,
estou -- härar, mas -- xa, eu — hatoi ten ne, estou encontrando.
KATGRO : Tosquiado -- 1 - Krin katoro: Cabeça
tosquiada.
KATO'TE: Encontrar. Vide katóixte, -- 1 -- Emprii
krid ji ôn hkatóten tôn ne: Não encontrou a ninguem na
estrada -- emprit kri, na estrada -- d, connectivo - 72, ao longo--
én tôn, ninguem -- hatóten ne, esta encontrando.
KATORO : Limpo -- 1-- In katôro ja ne: Agora a casa
está limpa.
Katxine : Tenázes.
KATO’: Tonto.
KAUT’: Costella ( kavui) 1-1j kaui: Minha costella.
KAVA’: Especie de mosca -- 1-- Kavd aninhé ki pran-
go: Uma mosca está mordendo no nariz -- aninhé ki, no na-
riz, -- ki -- no prángo, morde agora.
KAVA FU’: Figueira--I- Kava fú krén ag nánti:
Elles estão debaixo da figueira -- kren, debaixo -- nânti, estão.
KAVARE’: Desatar.
KAVARU' Cavalo -- I -- Ankavar! ra; kara vüire:
Deixou o cavallo, e se foi embora -- ra, deixar -- kara, depois
viiire, foi-se embora -- Ibis -- Navarú kri ni hari: Ja mon-
tou a cavallo -- kavarú ri, no cavallo -- mi, sentou -- hurd in-
dica o passado - 2 Kavarú kr: ti ni: Elle está montado a
cavallo — ni, está -- 3 -- Novarú kri ni, tin: Elle está no ca-
vallo (e) viaja--tin, viaja. Vide App.
KAVE'I: Sujo--I-- Xôvo ten veixkavéi ja ne: Esta
agora sujo de lama xóvo. lama -- ten, com -- veirkavéi, sujo —
ja, agora - ne, esta-- 2-- Ningé kavéi: Mão suja--3--on pét
kavéi ij je: Wu estou com um pé sujo-- on, um je, estou.
Kavin : Dar. Vide App.
KAVIDN: Passaro thesoureiro - kav/dn, extender.
=a
KAVIDN, kanvín: Extender ( kagvin)-I Avakuá ka-
gvin fi fi: Ella jùe a extender roupa--avakua, roupa- - fi,
poe ji, ella.
KAVO": Banha -- Porco kavó: Banha de porco.
KAVU: Especie de mosca. Vide App.
KAVUZ, kauigh: Costella. 1-1; kattigh: Minha
costella. Vide App.
KE: Fallar. 1--Há ke: Falle- ha, voz de mando.
2-- Ti man ke kan, vin xínko had ij: Emquanto lhe falo,
digo cinco palavras - Ti mn, a elle -- kan, emquanto -- ke,
tallo -- vin hadn ij, faço palavras -- hadn faço. 3-- Kuméra ti
ke taktóixte: Fallou de vagar tres vezes -- kwméra, de vagar,
com respeito -- taktóixte, tres vezes --he, fallou. 4- Eixma
ha ko ke ti: Klle me mandou comer -- eixmá, para mim -
ha, voz imperativa -- ko, comer -- ke, disse -- ti, elle. 5 -Ixma
îj in ra moje ag ke: Me fallaram que elles vão para minha
casa -- in ra, para casa -- ra, para - moje, vão indo -- mo, indo
- ag, elles -- ke, fallaram. 6 -- Vim me ke nanti: Estão dizendo
poucas palavras -- Xe näntin, estão dizendo -- ke, dizendo. 7 -
Horitke, a tere kan, ke? Como disse ao morrer? -- hüritke,
como --¢ére kan, ao morrer -- kan, ao, emquanta -- ke, disse.
Resposta: 17 man ti, hüti tére ke: Respondeu que morria
de bôa vontade -- timan, a elle -- ti, elle -- hóti tére, que morria
de boa vontade. 8-- An héke hi ne: O que dizes é verdade
- an, tu-- kéke, fallar varias vezes --hé bom, verdade, ne, é.
9-- Ex tan ke, hô ve: O que digo é verdade -- ex tan, aquillo
que eu- Xe, digo --ve, é. 11- Ex man ag ke: Elles fallam
para mim.
KE: Fazer. 1--Pão arankét ke ve: Hontem estava
fazendo pão -- arankét, hontem - ve, estava. 2 - Japan ij kéve:
Estou fazendo minha roça --japámn, minha roça--ve, estou,
3 - Reza ke ti: Elle faz reza. Vide App.
KE: Querer (tambem ge), estar para fazer, ser im-
minente -- L-- Fua (fá g 7j kémo: Ea quero chorar agora --
Jfud, chorar, g, connectivo kémo, quero agora -- 2 -- Anton {jo
joma ne: Você está mal commigo -- anton, você, (jo, commigo
o, com ?-- joma, muito bravo - 1, está. -- 2 bis -- Hiamdn dinhéro
nimo ke: Elle pretende dar-me dinheiro — nim, dar. 3 -- Naim-
bara tag ijman nim kémo: Logo elle pretende dar-me isto --
tag, isto. 4--Venxére ke ton nôro ton ij: Não quero vigiar o
defuncto -- venxére, defuncto — ke tôn, nio quero - nôro tôn -- vi-
giar -- nôro, dormir -- tôn, não. 5 -- Pergunta: Tigére(o g nasa-
lado ) van tonja ke tôn ? Este cheiro desapparecera ? Resposta :
Han: van tonjé kémo, jantá kangrat ka: Sim: desapparecerä,
quando os corvos tiverem devorado tudo --ti gére, (o g nasala-
do) cheiro deste animal ( carniça )--van tônjá, fora daqui ;
ke ton, não vai ser - han, sim --kémo, vai -- jantá, corvo -- kan-
grat, comer tudo -- ka, quando. 6 -- Ex in te ke tinôro? Ele
pretende dormir na minha casa? ex in te, na minha casa --
ke, pretende. 8-- Ex in tin ke ne ha: Já pretendo ir na mi-
nha casa. 9- T'ére ke ti na: vai morrer. 10- Aiâng bré tan,
SAR -—
lairânha ke ij ne: Eu pretendo trabalhar aqui comvosco -- aiing
bre, comvosco - bre, com -- tan, aqui -- lairánha, trabalhar -- ke
ij ne, estou pretendendo - ke, pretendendo : quero ajudar-vos
a trabalhar. 11 -- iv in ra naix tin ke ve: Eu pretendo ir dei-
tar em minha casa -- ax, deitar -- ve, estou-/e, querendo. 12 -
Tima ij ti nim keve: Eu pretendo dar a elle a tal cousa --
ti md, a elle -- ti, a tal cousa -- nim, dar -- ve, je, estou. 13--
One ker tin--O outro quer ir embora-- one, o outro -x, con-
nectivo. 14-- hex enkré tôn nº: Não quer pensar - ke, quer --
x, conuectivo, enkré, pensar.
KE: Poder-1-- Mentfu ton, emin hadn ni ke ton:
Sem farinha, não se póde fazer pao-- mentfu, farinha -- tôn,
sem -- emin, bolo —- hadn ni, estar fazendo -- ke ton, não poder.
KE : Dizer.
KE: Suffixo para indicar acção imminente -- 1-- Ahantin
ke, kevenhira: Eu sabia que você devia vir a qualquer
momento -- akantin, vir -- kevenhdra, sabia -- ke, era immi-
nente - 2 = Kuranke: Amanhece - kurdn, dia -- ke, é immi-
nente -- 5 - Kurán ké ti ne: Esta clareando - kurán, claro --
ke, imminente -- ti, elle--ne, está--4-Jrór kéxno: Já vai
enfraquecendo. Vide App.
Ke, suffixo para indicar o verbo passado -- 1 - S. Jero-
nymo to van ke: Eu estive em S. Jeronymo - to, em — 2 --
Küxa hul lirke: A lua cheia já passou --hul, ja, indica
tempo passado ( hüru ) -- Niicá, lua, da lua, hul, redondc--ke, foi.
KE KA: No tempo que (latino simulac ) -(1)--1-
Antére ke kan, ti ke: Estando para morrer, elle fallou --
antére, morrer -- an, connectivo - kekdn, no tempo que -- ke,
sendo imminente -- kan, quando -2-- Andix ke ka, veikata
krône : No deitar, bebo remedio -- ndix, deitar -- kréne, bebo --
2bs -- Krod veixkatà ; kara nan ni: Bebo remedio, depois me
sento para deitar -- krod, bebo -- mi, sento --3-- Andix ke ka
reza 1) kéti: Autes de deitar, eu faço a reza-- kéti, fazer,
Vide App.
KÆKE: Fallar muito, ecchichar. Deriva de ke (fallar)
repetido, para indicar pluralidade de acção -- 1 -- Neké ti mo:
Elle está fallando muito, esta cochichando -- Kek indica tam-
bem o cochichar dos irracionaes, como passaros, ete. -- 2 --
Akotx: lardi kéke ti: Elle fallou repetidamente ao filho que
trabalhasse -- kotxi, filho -- lardáí, trabalhar -- 3 - 7% kangamo
ra, keké titi: Elle apezar de estar doente, falla muito -- ra,
apezar -- tita, muito -- 4-- Hex má ag kek; vi hi ne: Elles estão
prosiando para mim (e) estão fallando bem -- ag, elles -- vê...
ne, estão fallando -- ví, fallando -- hó, bem - 5 -- An kéke hô ve:
ej píja ôno: O que digo é verdade: eu não minto -: hd, ver-
dade -- ve. é -- pija, não -- ôno, mentira.
KEKFUa’: Limpo, lavado --1-- Vexupôix kekfua :
Roupa lavada -- vexupóix, vestuario, roupa. Vide mafud.
(1) Composto de ke: ser imminente, queres; e ka em ( posposição ),
age
KEKI’: Pello - 1- Keké fudrä: Pelle com pello-
kel:i, de pello -- fuôre, pelle.
KEKORA : Apaga tu. (A mancha, p. ex.) Limpar.
Vide App. .
KEKR/#: Empolado -- 1 -- Gôio kekréve: O rio estava
empolado -- ve, está.
KEFÆ: Leite ( Thel ).
KEJ£JE :: Nervo:--1-- Kejéje buôngh: Nervo gran-
de - buôngh, grande.
KEFTNI: Balaio.
KEIO’: Tatu.
KE IRE ou kire, kéra : Acautela-te, acautelai-vos, imper.
-1-- Kix lairdnha, kéira é vógmo he: Não me amoles,
emquanto eu trabalho -- lairínha, trabalho -- kéira, serve para
fazer o imperativo -- vogmo, amolar agora -- he, não.
KEIXNO: Trabalhar, tazer agora, de ke, faço - no-
agora. Hix potrão vin kir kéino: Veja de fazer o que man-
da o meu patrão — vin, ordem, palavra --kir, veja.
KEJE'N: A's vezes, no futuro, talvez. 1-- Kején 2)
käno : Vou fazer no futuro -- Gire tag venxén hi je ve; hára
jon mdje; kején ton jônmo: Este menino uma vez era bom ;
mas agora é malvado; e no porvir não será mau --gire (0 g
nasalado ) tag, este menino -- jéve, era -- hara, mas -- jonmd, mal-
vado -- tôn, não. 2 -- Tore kején; fésta kárka à) tingo: Espero
um pouco; depois da festa eu vou-me embora -- tóre, espero --
kején, um pouco. 3-- Kején ixó kangdmo: A's vezes fico
doente -- ixó, eu. 4-- Kején ixôn hino: A's vezes eu faço -—
hdno, faço. 5-- Kejene xon jon ti: A's vezes elle fica brabo
commigo -- xôn, commigo —- ;ôn, biabo. Vide App..
KEMA’: Um que é inclinado a fazer alguma cousa,
ou gosta de fazer alguma cousa; que tem o vicio de fazer
alguma cousa. 1-- Denúm tavin kemá je: Um que não gosta
absolutamente de cousa nenhuma -- dentim, cousa nenhuma -- ta-
vin, absolutamente -- ema je, esta gostando. 2-- Kanga kema
ne: Doentio, insalubre. 3-- Tj jent kema ne: Eu sou comi-
lao - jent, comer. 4- Kajún kema ne ti: Elle gosta de brin-
car. 5-- Kema ke tôn ix: Não sou inclinado; tenhe repu-
gnancia — ke, não posso, não quero -- tv, não--), eu. 6-- On
tan vin kema: Mentiroso -- ôn, mentira -- vir, mentir -- kemá,
gosta -- tan. aquelle.
KEMA': Pegar. 1-- Ajua kema tógmo: Elle está pe-
gando a barba -- togmo, está -- jua, barba,
KEMA': Trabalhador, um que faz muita cousa. 1 --
Ontantô kema -- mulher trabalhadeira, sacudida. 2 -- Noné ke-
ma: Lingua falladora. 3 - Kema hôtiti: Trabalhador muito
muito: muito trabalhador. Deriva de ke. fazer-ma, muito.
KE'MO, ke: Quero, quererei. Kója ij kemo: Quero
comer, vou comer — ko, comer -- ja, agora. 2-- Kod keton nt:
Não quero comer -- ke ton nz, não estou quereudo. 3- 1j ki
déve; kanjám ton kamen jex kemo: elle me deve; tenho
50 —
medo que não me pague -- 7 ki, para mim -- kamén, ter medo —
kanjam ton, não me pague — kém», vou (ter medo ). 4-- Kóix
kemo ha: Jávou comer - ha, ja 5 - Ixôn antôn qumá ne kan,
fag ex emo: Yu vou chorar, yorque você está brabo com-
migo: 7x. commigo - anton, você -- —- jomá ne, esta brabo -
jomá, brabo - kan, porque - fa, chorar - g, connectivo, Jémo,
vou.
KEMA’: Cortar. Vide App.
KEN: Tudo. Vide keneke.
KEN: Ler. 1 — Nixkéra lengré: Lê duas vezes -
lengré, duas vezes. 2-- Vexkén kara ton ne: Não está lendo
ainda tudo -- kira, tudo, ton ne, ainda não esta.
KEN: Querer. Vide App.
KEN 4’: Cortar ( Telemaco). Vide hemd.
KENKAT : Vento (em vez de kankd). Vide App.
KEN 4’: Vide Xené.
KÉNE: Ir. Vide App.
KENKI: Cantar--1- Ti kangómo ra, kénki: Em-
bora elle esteja doente, elle canta -- ra, apesar.
KENKTEREMO. Vide App. ( Suffocar ).
KENHÉRA : Vide App.
KENTK : Papagaio pequeno -- maracanan -- 1 -- Kéntié-
rê kanxire: Campo pequeno do papagaio pequeno -- kanxire,
pequeno.
KE PEN: (Querer seriamente: = 1 - Tan pia xan he
pé: Isto não quero seriamente - Tan, aquilo -- pia, não --
xan, eu
KERA, KEREN: Vide App.
KÉRA, KIRA: Guarda-te, sejas cauto -- 1 — Kera: pana
pra: Acautela-te: a cobra morde —- pan, pana, cobra — pra,
morde -- 2-- Ker idmä, veinmá hadn: Vejas de não fazer-me
mal -- idmá, para mim - venmã, mal--had, fazer - 3 — Kéra
ara tin he: Veja que não entre - ara, dentro -- tn, ar -- he,
não (só com kéra ).
KERON, kirôn, kürôn: Moço novo, cousa nova (p.
e. vestido )-1-- Ankerón kâánti küdne: O moço está des-
cançando ~ kánti, está -- küdn, descançar. Vide App.
KEX, gex: Tomar, pegar
KEX, kreæ : Morrer -- 1-- Néx ni: esta morto -- 2 -- Kex
ni. ja: Está morrendo.
KEXONG: Aguti ( Kexônge.
KERÆK, krü: Ferido, machucado -- On kerék tavinte
fi, ha van tan: Aquella que estava muito ferida, está ahi --
on... fi, aquella — favinti, muitissimo -- ha, ja-- tan, lá — van,
esta. ,
KÆTI: Fazer. Vide kéæno, ke, kéino-- 1 - Anáix ke
ka, réza ij kéti: No deitar, eu faço a reza — núix, deitar — a,
connectivo - ke, ira, no-2--Prdn alengrét ki, fi kren
DL ea
kéti: Ella dá uma cria cada dois annos- prin alengrét ki,
em dois annos -- ki, em -- fi, ella- kren, cria-- keti, faz
KETKA: No que, emquanso : Vide kéka.
KE TON: Não quero, não posso - 1 - Zn ra ij tin ke
ton: Não posso ir para casa-- in ra, para easa-- 7), eu-- 2 --
Laranha ränha ij mat ke tô ij je kotüghte: Não posso mais
trabalhar de noite -- mat, mais--ke tô ij je, não estou po-
dendo -- 7), eu-- kotiigh te, de noite -- te, de
KETI: Morrer. Vide App.
KÆVE: Pretendo fazer--1--T; japdn ij ke ve: Eu
estou pretendendo fazer minha roça -- japan, minha roça -- ve,
estou -- 2 - Kajdm kéve: pretendo comprar, pagar -- 3 -- Xen
empriiru hat ke ve: Pretendo fazer um terreiro, uma rua --
xen, eu--emprüru, rua, terreiro — Adt, fazer - 4 -- Id naix tin
ke ve ha: pretendo ja ir deitar -- nix, deitar -- tin, ir -- ha
ja-5— Arankét pão) hat ke ve: Hontem eu queria pão --
arankét, hontem -- 6 -- Ato grin kéve: Eu estou fazendo por
tua culpa -- ato, de ti-- grin, por culpa ( posp. ) (tambem grin).
Talves composto de G convectivo-ren, surrar.
KEVE: Estar querendo -- 1- Arankét pão hat lréve :
Hontem queria fazer pao -- hat, fazer - 2 - Ti kubé lex keéve :
Eu estou querendo tomar caldo -- ti, do tal bixo, kube, caldo ?
- kex, ge: tomar --3-- Kuvord hô tin kevénve: Eu queria
ir muito longe -- lkuvará hd, muito longe -- A6, muito -- kevénve,
queria, imperfeito — 4 -- Xéve ton je kafê: Não quero mais ter
café -- je, estar com.
KEVENHA'RA, kevenhéra, kevanhéra, kinveinrâmen :
Conhecer, ser amigo, lembrar-se; aprehender -- 1.- Fong ke-
venhára 77: Eu conheço, eu sou amigo dos Brancos -- fông,
gente branca. Assim chamaram os Kaingangs a gente de
sangue europeu, por ouvirem que estes ultimos, quando
davam tiros de espingardas, diziam: Fogo! Vide App.
KEVO’: Cego. Tambem vd, küvo.
KI: Em, de--1-- Avaxdtke fédn: Por no sal -- xat, sal --
ki, us - fódn, por --2-- Emprüru ki prére ti: Grita na rua --
emprüru, rua -- ki, na-- prére, grita - 3 - Gôio ki ti tére :
Morreu na agua; desceu na agua --tére: morrer, descer -- 4 —
Emi ki gôio ti je: No pão tem agua - «mí ki. no pão -- je,
tem -- 5 -- Ló kaki porko kúten: Tocar os porcos no potreiro
— lo, potreiro -- kaki, no — kitten, tocar -- 6 —- One éne ki kanti
ne ?: Quem está estando lá ? -- ône, quem — éne ki, no lá -- ene,
lá — kánti nº, está estando -- kdnti, estando -- 7 -- Empriiru lei
jantiká: Porta da rua -- jantká, porta - 8-- Kurän lengré li ti
tére: Morreu em dois dias -- kurán, dia -- léngré ki, em dois --
9-Ga ki ti nan ti: Elle está deitado no chão--ga ki, no
chão -- nan, deitado -- ti, elle -- 10 - Ori 2j patrão ki dinhéro
ma: Hoje recebi dinheiro do meu patrão -- óri, hoje -- patrão
ki, do patrão -- ma, receber -- 11 Kurdn taktôn ki: em tres
dias --taktôn ki, em tres-12-Iantká ki fag e ag-nânti:
Na porta ha muitas mulheres (e ) homens -- fag, mulheres -- e,
52 —
muitas -- ay, homens -- jantká Jr, na porta -- 13 -- Néafa ki, no
dormitorio -- niafá : cama, lugar de dormir, instrumento para
dormir -- 14 -- Aaënké ki goio ni: Na canoa ha agua -- engôio
agua--ni, he-15- Emá buingh ki ag nanti: Elles estão
numa grande povoação -- ag nanti, se acham -- 16 -- Xón ni ki,
kaiankua ni: Na minha carne ha vermes -- won, minha - ni,
carne -- kaiankuá, verme -- 17--(ra ki euñèx : olhar no chão - ga,
terra. (g uasalado ) chão -- euáix, olhar -- 18 - Gôro hi eréin:
pular na agua --eréin, pular -- 19 - Aôpo kid gôio ma ne:
No copo ha muita agua - ma, muita - ne, ha - 20 - Pin
ki jógdno: Atiçar no fogo? - pin, fogo - 21 - Niri lakangrá
ga ki küten he: Veja que o relogio não caia no cho - kiri,
veja--ga. chão -- húte, cahia-- 22 -. Kavarü péne kangrá je:
ônte jo nant: ; on, dó ki nanti: O cavallo tem quatro per-
nas: umas adiante, outras atraz -- pene kangrd je, esta com
quatro pernas -- je, está com- Ônte, algumas -- 70, adiante —
nânti, estão -- do ki, no atraz -- ki, no -- 23 -- Aran kanendoro
kin araríno (eraríno ): O sol bate na janella -- kanendôro
ki, na jauella - ararino, bate agora - 24-- Larânhe kin gôio
ma vê: Nas laranjas ha muita agua (sumo )-- ma, muita-ve,
ha -- 25 Engôio kin hiruw judn: Ja chegou na agua (no rio)
—húru,, ja -- judn, chegou -- gôio ki: agua, porto -- 26 Engôio
kin vák ti: Elle está (corre) no porto -- van, está ( corre -
— |, connectivo )-- 27 -- Kurd ôn ki agtô wire nants: Nou-
tro dia havia pouca gente - kurán, dia-ôn ki, noutro — airi-
pouca --agton, gente -- nánti, havia. Plural .- 28 -- Prim grei-
ki kixkangäti : Todo o anno fica mutio doente -- prin, anno
- gret, tudo -- contracção de kare, gare: tudo--/7, em --ti,
muito -- 29 - Perdgn kia nimmo : Guardo na patrona - perogn
ki, na patrona -- nimmo, guardo agora -- 30 -- Aningét ti lerem
ki taix : Bater com a mão na cabeça de alguem -- ningé, mão
-- ti krin ki, na cabeça delle -- tt, delle -- táix, bater -- 31 -- Gôio
ki ren: Pular na agual —- 32 - Kainké ki kara : Entrar no na-
vio -- kara, entrar - 33 -- Ama kive ij: Eu olho em você — dma
ki, em você -- ve, olho -- 34 --Ij kito lirije : Elle está olhando
em mim--2) ki to, em mim --liri je, esta olhando ~ je, esta.
KI. Pleonasmo, prefixo. Parece dar às vezes ao verbo
uma vaga significação de dentro. 1 -- Kin don ij tingo: Eu vou
para traz: recuo -- don, atraz. 2-- hi ag kankéi kan tére:
Desceram com a canôa; desceram da canôa —- ki ag, elles --
kanoa kan -- da canôa, com a canôa -- tére, descer. 3 -- Jagne
man ki nija ve agn: Elles se mostram um ao outro a ca-
deira, o lugar de sentar -- jagne man, um a outro -- nija, lugar
de sentar, cadeira. 4-- Kiri goio ra tin he, kin geixno:
Veja de não ir na agua, ficarias enroscado -- kiri, veja -- govo
ra, para o rio--he, não --ge, enroscar. 5-- Kin ränho: en-
tra agôra--ränho, de ran. 6-- Ki prego: Pregar. 7 - Kix
enkre: Pensar. 8-- Aix kangáti: Está muito doente. Xix-
kéra alengré: Leia duas vezes -- alengré, duas vezes. 9-- A7-
æéra: Amarre, pegue. 10-- Kix enkré ton ne: Não está
pensando -- enkré, pensar --ne, está. Tambem: ken kré ton
ne. 11- Kixnigé: Trabalhar. 12- Kir kangá kané: O
olho está doente - kangá, doente. 13-- Ka tan ti krili tai :
Bater com o porrete em alguem -- ka, porrete -- tan, com — ti
kri, nelle -- táix, bater. 14 - Ki venjéxmo : Como agora. 15 -
Kin ägmo ha; eij bre tin ti ha: Elles vão embora ; elle ja
vai commigo -- mo, vão - ha, já — etx bre, commizo -- bre, com,
junto - tin, ir. 16-- Kidn venharü hi ti ni: EK’ cousa boa
aprehender a ler-venharü, aprehender a ler -- hi, bom -- tí,
muito -- ni, é. 17-- Ki ag hur náix kara: Elles acabaram
de puchar--hwr, ja-- náix, pachar. Kara: Elles acabaram.
18-- Ki ay kankéie naix no ha: Elles ja pucham a canõa --
ha, já. Vide App.
KIDVEINRA'MEN. Vide App.
KIXKAIRONE : Conhecer, ser amigo. 1 -- Kix kairô fi:
Eu sou amigo della, a conheço -- fi, ella. 2-- Kixkairómme :
Me lembro. Vide App.
KIXKAKTTYT'N: Não entendo, me esqueço, não conheço,
tenho odio de alguem. 1-- Ti jame ij kaktin : Eu extranhei o
cara delle -- jamé, cara. 2-- An tan kiskantin kan, ix man
to ne: Quando tu não entendes, tu me fallas -- an, tu -- kan,
quando -- ijmán, a mim -- to, fallas -- ne, estás. 3 -- Ixán kikatin
ti ha: Já o esqueci-ij. eu--ti, a elle - ha, já. 4-- Ti ij ki-
katin: Eu não o conheço. 5 -- Xemá hikaktin ra, vitire hirike :
Embora me fosse desconhecido o lugar, todavia eu fui- x, a
mim -- ema, lugar, villa -- vitére, fui -- hórile, todavia, da mesma
forma. 6- 1j emprü kikakti ne: Eu não conheço a estrada -
emprü, estrada -- kikakti ne, estou desconhecendo.
CAJATÚM : Esquecer.
KIKI: Pelo. Te kiki: Pello delle.
KIKI: Especie de aguardente, cerveja feita com milho
torrado, - 1 Aikibe: Cousa que tem sempre pello -- be, hab-
tualmente. 2 - Déne kikibe: Pello de animal -- déne, animal.
KIKIKOPTI : Desapparecer - 1-- Veingrin kt goto ki-
kikôpti: A agua desapparece no pote - veingrin ki, no pote --
verngrin, cousa feita em casa.
KIKTANGH, melhor kitktdngh : Curar -- 1 -- Kitktdngh
ex kémo : Quero curar -- kémo, quero -- 2 -- Kiiktdinja: Medico.
KIENKA: Soprar (no fogo ). Tambem aiénka, hiankd.
KIFA : Coração.
KIFÉ, kifé: Faca.
KIFANTEIE, kiifé teie: Refle, espada — küfé, faca --
teie, cumprida. ,
KIFA KRE: Cannivete-- kifá, küfé: faca-- kre, pe-
quena. à
KIFOIA : Verme. Vide App.
KIGMA, kóúixmá, küxæmä: arriba, encima, no alto.
KIJAKA, kidnka: Fazer fogo, soprar. Tambem aiénka,
krenhko, kijénka.
Re AR
KIJÉRE, kiijére: Liso - 1 -- Pandoói küjére : Monte liso
KIJO: Magro--1-- Nijó ja ti ni: Ellejá está magro
-- ja, agora - ni esta.
KINGRÉ : kiingré: Brigar, fazer guerra ~ 1 -- Giri
küngré ne: Os menines brigam -- ne, estão.
KINVEINRÁN : Entender.
KIVINKE: Fechar com chave. Vide App.
KIR, hire. kéra : Guardar-se, acautelar-se -- 1 -- Vin patrão
kir kéino: Veja de guardar a ordem do patrão - vin, ordem
- Jéino, fazer agora-- 2 - Prün ônte, ker ôn ve hana: Veja
que no outro anno seja outro o primeiro -- prin ônte, outro
anno -- ônte, no outro -- te, no ôn. outro -- ve, primeiro -- hdna,
seja - 3-- Kori lakangrá ga kute he: Veja que o relogio não
caia no chão -- lakangrd, relogio -- ga, chão, kúte, caia-- 4 --
Kire kajatún: Veja de não esquecer -- 5 -- Nire práxke he:
Veja de não bocejar — préske, bocejar - 6 — Ari ord: Guar-
da-te do atoledo -- oró, atoledo--7-- Néra pdna prá: Veja
que a cobra não morda-- pina pan: Cobra -- prá, morder -
8 - Kéra tan ra tin ne: Veja que elle não va indo lá--tan,
lá -- ra, para tin ne, va indo. Vide App. |
KIOGN A'IN : Choupar. Vide App.
KIRON, keron kiirôn: Moço, novo ( adjectivo e nome)
I- Venharô kirôn: Livro novo-2 Gre(ungré) kürôn : Ho-
mem moço.
KINVEINRA'N, kinveinrâmen: Ensinar -- T-- Venha-
ro linveirämen : Ensinar a ler -- venharô, lettra, livro, cousa
escripta.
KINVEIRA’MEN: Conhecer, ser amigo, lembrar-se,
entender, ensinar 1-- Pedro hinveinrdmen: hara José kinvein-
ramen tavin: Amo a Pedro, porém a José amo immensamente-
tavin, enormemente -- 2 -- Kaimbára à) ti kinveirâmen: Logo
elle me conheceu--3--Ij jog .ij keinveirâmen: Eu amo a
meu pai--4-- Venxá jágne linveinrämen ; hara óri jágne ki-
kaktin: uma vez eram amigos; mas agora são inimigos —
jágne, um a outro -- venxá, uma vez --hára, mas-5-- Kin-
veirdmen kdra jen ti: Ele está amando a todos -- hára, a
todos -- kiveinrdmen ... jen, está amando a todos. Diz-se tam-
bem hevenhéra -- 6 -- Harcto kiveinramen: Na verdade já co-
nheço -- hdrato, na verdade - 7 - Ex kit kanherôn ne: Sou
amigo - 8 -- Tjánt kikairé : meu amigo -- ijant, meu - 9 -- Ven--
hari, kidvenhéra: Ensinar a ler - 10 - Ændäix hiveinramen :
Ensinar a cosinhar -- daíx, cosinhar -- 11 Ninveinramen ij tingo :
Eu vou ensinar.
KIXKAKTI’N: Não conheço, não gosto, tenho odio.
Vide kikaktin. I-- Aikaktan húru ; hara veinrámen ha: Eram
inimigos; mas agora são amigos --. Tambem: Me tinha es-
quecido ; mas agora me lembrei.
KIEVA'IX: Olhar. Vide evdix..
KIXKANHERA'N, kixkairón, kikairó: Conhecer. Vi-
de kanherán. Vide App. >
KIXENKRE’DN: Pensar. Vide enkrédn.--I-- Ix kot-
xi ki enkrédn : Tenho cuidado de meu filho -- kixentrédn,
tenho cuidado.
KIXFAKRE': Vide App.
KIXU'T. Vide App.
KITARE : planicie, campo, kit prothese -- aré, campo.
KITA'RE, kitéra : he --I- Kitérema, kitára ma:
Muito firme -- ma, muito -- 2 -- Ajéma kitáre ma: A cadeira é
muito firme -- jénja, cadeira.
KITKAJAFA’: Verme. Tambem Jajafá.
KITITA’ : Bater --I-- Martello tan ki tita: Bater com
o martello — tanki neste, ti elle, -- ta, bate.
KITITE'RE. Vide App.
KITION : Não esta presente.
KITONE : Vide App.
KITUDN: Berne - I -- Akitúdn: Teu berne.
KIVT : Leicenço. Especie de tumor.
KIVO’, kevo, kiivó: Cego.
TIKLA’ERA: Cinto. Vide App.
KO: FRE -1- Ko xi hadn ij: Coni pouco - xi,
pouco -- hadn, fiz - 2 -- Koi n ti: Come muito - #5, muito -- »,
connectivo -- tz, oe Ij ro kun ki naréje koixno: Eu
como agora laranja no meu quintal--ro kanki, dentro do
meu quintal -- 4-- Ko korégtiti : Muito ruim para comer -- ti, --
titi, muito muito — 5 -- Ria ke tôn ne: Ainda não vai co-
mer, ke, vai-6--Ij) ankó : Eu como -- íjan, eu-- 7 - Ko má-
mera: Continua tu a comer -- man, continuar -- 8 - Kói Aúri >
Ja comi - tri, ja. Gétka: Basta--9- Kó ke: Vou comer -
1- Koi emúne: Gosto de comer - 2 - On kre hi kóix: Um
come mais do que outro -- On kri hd, um mais do que ou-
tro -- kóix, come--12- Jambalón kó hô ne tt: O jambalón
é muito bom para comer - ne, é — ti, muito -- 13 - Kó tôn éix:
Não como ainda -- tôn, ainda. não -- 14 -- Pão hoi ketôn, ni kói
ketôn : Não como nem pão nem carne -- Xe tôr, não posso —
ni, carne -- 15 -- Ag jéni, à) kói ni: Elles comem, eu como.
Tambem não simplesmente - jéne, comem --kóia ni, estou
comendo -- 16 -- Arê kó kd mo: Comem herva agora - arê, her-
va kókó, comem varios. Repetido para indicar o plural -- mo,
agora -- 17 - 1) md ha ko ke ti: Elle me manda comer - ha,
voz imper.- ke, diz --ti, elle--18--Ti ha pije kómo: Elle
ainda não come--ha, voz imper. -- péje, não.
KO: Ao lado. Vide App.
KOBRAR: Cobrar.
KOKA’ME: Pacca.
KOKE: Flauta de itaquara.
KOKE: Destruir, comer, estragar -- 1 -- Tn kokéktimo :
Elle agora destroôe a casa--in, casa -- 2 --Gára kokéktimo :
Agora elle destroe o milho 3 -- Ixjan ro hat ke (kie); pôrko
fénje: gára kokéktimo : Eu faço uma cerca; eu fecho os
porcos: estragam o milho -- ijan, eu - rd, cerca -- had ke, pre-
tendo fazer -- fénje, fecho -- 4 -- E) vexupóir húru koké ti:
-— 56 —
Estragou o meu vestido -- vexupóix, vestido -húru, ja: in-
dica tempo passado. Vide App..
KOKE: Ferir--1-- Ka ti kokét já ne: Está ferido com
um pau--ka, pau--ja nº, está agora -- 2 -- Ti kokén ja, ti
ténja ag ton: O feriram; não o mataram -- ja, indica passado
-- tén, bater, matar -- 3 — Kokékt, kokéltimo : Firo agora.
KOKFU’: V espa. Tambem: feindi.
KOKIKE: Chamma-1- Pin ten kokike: Chamma
feita com o fogo - pin, fogo - ten, com. Vide apôn.
KOKIRE : Estou com fome--1- Kokire han ij: Eu
sinto fome -- han, padecer -- 2 Kokire kan, lantéremo: Elle
morre de fome -- kan, porque --kan téremo, morrem todos --
kan, todos -- 3 -- Iján kokire me: Eu soffro fome -- jan, eu --
me, sinto. Vide App.
KOKO: Pedregulho. Nokó
KOK--O’: Especie de fructa vermelha ( Xo/--6 ).
KOKORA : ( kokré ). Vide App.. Apagar (uma man-
cha, p. ex.). Vide Kekonra.
KOKOE': Colibri.
KOKRE': Tenho nojo, fedor. -- 1 -- Imá kokré: me cau-
sa nojo - imá, para mim--2-- Déne kok E Carniça -- déne,
animal - kokré, fedorento.
KUKRON : kokrén: Panella.
KOKRT RE: Geada, frio, inverno, gear.
KO”D: Descançar -1 Vaix kid je: Está descançando --
je, está — vaix, prefixo - 2 Venküdne kémo ha: Já quero des-
cançar -- kemo, vou -- ha, já -- 3 -- Ij arôt kan, 1x küd tan kánja :
Porque estou cançado, eu estou descançando aqui - arôt, can-
cado -- kan, porque -- tan, aqui - kánja, estou agora — 4 - Ein
küd je: Estamos descançando -- éin, nós.
KOFÁ: Velho - 1- Kofá ne váix : Nunca fica velho -
váix, nunca - 2 - Tj prôn kofáne: Minha mulher fica velha -
pron, mulher - ne, fica - Jj, minha.
KOFU: Pesado - 1 - Kofüitete : Muito pesado: tete,
titi, étiti, (titi, muito, muito - 2 -- Vetnlaerai kofú má ve: O tra-
balho é muito pesado: é porco - ma, muito - vé. Tambem :
Veinlairái korég ve: O trabalho é porco, ruim - 3 - Kofi
angiititi: Pesadissimo,
KOFURO: Estar tussinde - 1- Ij kofúro: estou tus-
sindo.
KOGN: Salto. V. App.
KOGN: Varzea; insultar -- 1 -- 77 hogn nánti: O in-
sultam -- núnti, estão.
KONFOIA: Bixo ( kifóia ).
KONJOORA: Misturar -- 1 - Gôio kan, vinho” -konjo-
éra: Eu misturo agua no vinho - kan, no.
KO-U: Vento brabo ( Ko-kux ).
KOIAMPÉPE: Perdiz.
KOIX : Tripas.
Re
KOTJ, KUI'J, kôúj: Jacú ( Koi ).
KOIJGRIN : Encrespado, escolhido - 1 -- Gáix hoijgrí:
Cabello encrespado -- 2 - Gdix koëxgri ni: O cabello esta en-
crespado — mí, está. G de gaix nasalado.
KOIXMÁ, küxma, kéix: No alto, encima -- I -- Adixmd
evaix : Olhar para cima - eudix, olhar - 2 -- Ka ti tampriigh
kite hômanr ti ne: Elle subiu pelo pau (escada), e está
muito alto - kóix hd, muito alto ( Aümad )- ti, elle -- ne, está -
ka, pau - tampriigh, subir - 3 - Küzæman ti ma ve: Ele está
estando muito alto -- ma, muito -- ve, está -- 4 - Xüzæmuine péne
vuét kdnje: Está com os pés virados para cima - péne, pés -
vuét, carregar - kánje, está - 5 - Nodt ki kana; küixma lire
kdna: Estar de costas; estar de bruços - nodt Ji, de brucos
- kána, estar - lire, olhar para cima -- 6 - Kü/jman ti krdn ja:
Elle agora planta lá em cima -- Aran, planta -- ja, agora -- 7 —
Koijman tt kánje: Esta lá em cima--8-- Táphe hii ná ti:
esta de bruço? - tápke kri, acima do... ?- na, deitado- 9 -
Kojmá lire kindti: Esta de costas -- kind, deitado - ti, elle -
10 -- Kôixmd 1j veg ton nik ti: 7 kiivóti: Eu não estou
vendo a ello em cima: eu su muito cego --veg, ver- ni;
estou -- tí, a elle -- kiivd, cego -- ti, muito.
KOIXKAPARA: Destripar - kóix, tripas -- kapdra, ar-
rancar ? ( inflammar ).
KOIJGRIN, koingrin: Encolber se -- 1 -- Ti fina koin-
gré nanté: As pernas delle estão encolhidas -- fana, pernas -
nanti, estão.
KOIXNPNI: Ran pequena -- kóix, alto -- ni, sentado -
ni, esta. ,
KOIXE: Roer.
KOIO : Magro Kojo.
KOJON: Especie de perdiz.
KOJU : Tempestade -- 1 -- Kojú kópke: Relampago da
tormenta : repetido para siguificar a repetição dos relampagos,
se diz: hkokópka.
KOMA : São da mesma idade - 1.- Jágne komd héve:
Diz um a outro que são da mesma idade -- jagne, um a on-
tro -- ke ve: está dizendo -- ke, dizendo - ve, esta.
KOM, ko: Ao lado?-1 Jágne kom kdnti: Um esta
ao Jado do outro -- kúnti: um senta ao lado do outro -- kom,
ao lado -- jágne, um do outro -- Anti, está.
KUMIN: Mandioca.
KON, kôót: descançar - 1 -- Kôn ij akamétiti : Eutenho
muito medo de descançar -- a, connectivo -- kamé, temo -- titê,
muito, muito -- 2-- T; ve vditkin neve; hára x nôro tin kémo
ha: Eu queria deitar; mas já não dormirei -- 770, eu -- vaithôn,
descançar -- hára, mas -- x, eu -- nôro, dormir -- kémo. não posso
- ha, ja. :
KON: Ponte --1-- Ga kôn: ponte de barro -- ga, barro.
58 —
KONAN: Xingar--1 -- Ti kognänera: Xinga tu;
atormenta tu. -- 2-- Deje ix méix vogkoná ne? Porque estaes
atormentando a minha criação ? - deje, porque -- méix, animaes,
criaçào. .
KONKO FEERE: Rocio, Konko, vento -- fééré, pelle.
Vide hanka.
KONKFO’IA: Verme. Vide App.
KONDMA’ (kéixma ). Vide App.
KONGE, Trem domestico--1-- Kongé rü: Trem do-
mestico pintado. Vide App. "Tambem hungé.
KONGOI'N: Herva matte.
KONGRA: Coma tudo -- ko, comer -- gra ( kara), tudo.
KONGRE : Mandicea domestica. Aumfn, é a man-
dioca braba-- 1 -- Kongré jaré: Raiz de mandioca. Tambem
hkongjaré: Raiz de mandioca.
KONJE: Timbo.
KONO’N: Arraucar -- 1 - Kendra po: Arranca a pedra.
Vide Kuno.
KO’P: Resplandecer - 1 - Aüfé tagn kopkópke ti na:
Esta faca está muito resplandecente - kiife tog, esta faca —
ti, muito -- na, esta. ;
KORAN (kurán ): Claro, dia, tempo.
KORE: Durar -.1-- Prän langrét ki kóre: Dura dois
annos -- prim, anno -- langrét, dois -- ki, por.
KOREG: Difficil-1- Korég tin ti: Elle anda com
difficuldade -- tin, anda--2-- Vut Kkorég: Difficil para carre-
gar - vut, carregar -- 3-- Nún x korég ti: Muito difficil para
arrancar -- ti, muito -- 4 Vedlazrinha korég ve: O trabalho é
dificil, ingrato -- ve, é - 5 -- Ninhéro vanhár korég ti: E muito
dificil ganhar dinheiro -- 6 -- Kané korégn: Vista, olhos
ruins -- 7 -- Korég ton jon kémo: Com dificuldade fica brabo
com alguem -- 1ôn, com alguem --7ôn, brabo -- kemo, quer ficar.
KORE'G: Estragado, inutil: Benéka korég ve: A
boneca está estragada - 2 -- CHapéu tag korég tôn ne: Este
chapeu não está ainda estragado -- tôn, ainda não está — 3
— CHapéu tag korég váio ton häna: Este chapeu nunca
ficará estragado -- váix, nunca — hán, será, ficará, de certo -- 4 --
Korég ti ne ha: Ja está muito estragado -- ti, muito -- ne, está —
ha, ja -- à -- Dét korég : Cousa inutil -- ae, cousa -- t, conneetivo —
6-- Ti horég kanjám: Compro cousa inutil -- kanjám, com-
pro-7--Ga korég ve: A terra está estragada - ga, terra -- ve,
esta --8-- Ti ni korég je, A carne está estragada- ti ni, a
carne do tal animal--9-- Det korég ni: A carne deste bixo
atoa -- det. bixo.
KORE'G: Doente- 1- Kané korég ne: Está com dor
de olhos -- kané, olho --2-- 7j fé koréqg ne: Meu estomago
está doente - fé: estomago, coração - 3 -- Nrin korégn : Doente
de cabeça, louco -- 4-- Norég tavintr ne: Elle está doente
como ninguem -- tavínti, muito demais -- ne, esta.
KORE’G: Falso. Vide ôn, ôt, dd, Gdn. -- 1 -- Pandé-
re korég ve: Elle é padre falso.
KORE’G: Feio--1-- Korég tôn je: Não é feio — 2
— Korég togn ni: Ele é feio -- tógn, sendo - ni, esta -- 3 —
Kakan korég togne: Elle esta ficando com cara feia -- /:a-
kan, cara-- tog ne, esta estando.
KOREG, jon: Mau, ruim. brabo, mal--1- Korégn
agn nanti: Elles estão ruins - agn, elles -- 2-7) jan horég
ti ni: Minha mai é muito braba -- jan, mãi--ti, muito, ni,
é--3-- Ti korégne ke ij vénve: Eu via que elle queria ser
ruim -- ke, queria -- vénve, via.
KOREG: Inimigo-1--4gmán orég ti ni: Elle
esta mal com elles --agmdn, com eiles - 2 -- Timan korég ti:
Elle está mal com Fulano de tal.
KORE'G: Muito: Prin hantin taki, tj gara korég
tavinti jo: Eu neste anno que vem, guardo um grande
desproposito de milho -- prin, anno -- kantin, vir -- talkí, nesti--
tavin ti, muito demais -- ¢7, muito -- jo, guardar.
KORPO, (hi) Corpo — 1 — Ij kôrpo, 7) hô : meu corpo.
KOX: Comer. Vide App.
KOTE: Perder--1--1; kuran kote: Eu perdi meu
tempo.
KOTXT : Filhinho-1- 1; kotixin kangá ti je: Meu
filho esta doente - ti, elle -- 2 -- Kotxin fi kotxt: Netto,
filho da filha -- Zotxt fi, filha - 3 -- Kotxt prôn: Nora —
pron, mulher, esposa -- 4 -- Notowí tantô fin ne: Ella é mulher
do filho - ontanté, mulher -- fi, ella - ne, é -- 5 -- Rengré kotxt:
Sobrinho -- rengré, do irmão -- 6 -- Sobrinha -- Rengré kotxi fi:
Sobrinha: filha de irmão - 7 -- Rengré kotxi tantô fi: Sobri-
nha: filha do irmão --tantô fi, femea -9-- Ahotxí jogmán
kúnti tínti: O filho trata do pai -- jogmán, pai - kánti tínti,
trata-- 10-- 7j kote fi ben ij: Eu casei uma filha -- bén,
casei.
KÓVEIX, küvé/x: San gue --1-- Aküvéix: Sangue
teu--a, teu:-2-- Akiivéix ti tiimátimo : Chupao sangue — ti,
elle, bixo -- tiima, chupa -- mo, agora - 3 -- Ta gud van kiivéir :
A barba delle esta ensanguentada -- juà, barba - van, está.
KOU: Jacú--1-- Koi déiera: Cosinha tu jacú -- déi,
cosinhar. Vide kuín. Vide App.
KOVO: Cova--1-- Aréx kovo: Cova de defuneto --
krex, de defuncto.
KRA: Pau superior, que esfregado com o inferior,
produz fogo.
Vide kréie. anatóe.
KRA'IE: Pequeno pilão.
KRAN : Bastar, Vide App.
KRAN: Planta- 1-- Ante kran van tôgn: A tua
planta não está secea - ante, tua - kran, planta - wan, esta—
togn, secca.
— 60 —
KRAN: Plantar-- 1 - O'rititôn, vaid ti tôn vdinkren-
ke: Não se pode plantar nem hoje nem amanhã -- or7, hoje —
ti, elle -- vai, amanhã — vaikrán, plantar --2 - Kurd 7) tingo
kranja: Amanhã cedo vou e planto -- /wra, amanhã cedo.
Vide App. J
KRAN : Ter feitio, chegar -- 1 -- Ij hota/ hran känti ne =
Meu filho já é homem maduro -- /:ran, tem feitio, maduro--
kant, estando -- nº, está -- ungré, gré : homem.
KRANKE: Unir -1.- Aningét veitkrintôn kranke :
Unir uma mão acima da outra -- ningé, mão -- t, connectivo =
kri, acima -- ôn, outra -- 2 -- Vetthantin, kranke: veirkantin,
um vem para outro -- krdnke, (e) se une.
KRANHA: Logo? Vide App.
KRANJA VEG TOK TI: Onde elle está principiando
a limitar -- se -- kranja, unir limite -- vég, principiar -- tóg, esta.
KRANJA: Limite, união.
KRANGE: Adiar, diferir.
KRANGE: Esticar ? -- 1 - Krdnge kinja: Agora está
esticado -- kánja, está.
KRÁNGE : Parar--1-- Atin gafút ki jut kan, krénge :
Ao chegar na ponte, parou --áti,: elle--gofút, ponte -- jut,
chegar -- kan, quando.
KRANGÉMO : Dar signal ?
KRANINIM : Especie de camisa sem manga para homen
e para mulher.
KRANHE : Parar. Vide App.
KRANJA : Limite -- kran, limitar -- ja, lugar -- 1 -- Arèn
kran ja: Raiz do monte, união do monte.
KRAN JA: Estou plantando. Vide Jran -1-- Nuxa
kranja ij tingo: Amanhã cedo vou plantar - ued, amanhã
cedo.
KRE : Ter inveja ( Krimáje ). Vide App.
KRE: BAIXO, em baixo, adject. e adverb. e posp.- 1
- Kangba kre pa: Passar por baixo da ponte -- hangbd, ponte —
kre, por baixo -- pa, pdje : está passando. Nangbda hr? pdje:
Está passando por cima da ponte, J:rí, por cima -- 2 - Nulirôn
kre pin fi: Per lenha debaixo da panella. Tambem: Ave
pin fi, com o mesmo sentido -- kukrén, panella - 3 -- Are te
kankúten : Sahe do lugar baixo -- te, do -- re, lugar baixo -
kanküten, sabe.
KRE : Choupana, toca -- 1 -- Okxá kré: Toca do tatétu --
okxá, tatétu (especie de porco ).
KRE : Cortar -- 1 -- Ka buüngh kre ij: Eu corto um pau
grande -- ka, pau. Vide krii.
KRÉ: Coxa da perna, e exactamente a anterior -1 —
Kre buüngh: Coxa posterior -- budngh, grande.
AOL ae
KRE : OVO, filho, criança.
KRE: Livrar, escapar do perigo, salvar, salvar-se - 1 -
A ti kre ti: Fulano de tal salvou a Sicrano de tal- a, pro-
thesi --ti, a elle, a Sicrano de tal--ti, Fulano de tal. Vide
App.
KRE : Peneira.
KRÉ : Planta, plantar; herva, capim, cresciuma. Vide
enk ré. } y
KRE : Quasi-- 1-- Kan kré: Quasi tudo - kan, todos —
2-- Kantére kan kred ni ha: Morreram quasi todos -- kantére,
morreram -- kan, todos -- ni, estão -- ha, ja. Vide App.
KRE: Roça - 1 -- Gara kré: Roça de milho, milharal --
2-- Gira kanxíre kré: Arrozal -- kanxtre, pequeno - 3 -- Are ra
ag kagéuve: A gente foi para a roça-ra, para kagóuve,
foram, andaram. Nota. Are, japan, significam ambos roça:
diferem em que kre, significa roça plantada; ao passo que
japén significa só roça derrubada -- de pan, derrubar —- 4- Je
&ré: Minha plantação.
KRE: Vaso --1-- Kré lanketére: Vaso largo, raso.
KRE: Morrer - 1 - Kréndnia vate ra. ij kren: Apezar
de ser tempo de não morrer ainda, eu morro -- kre; morrer -
d, connectivo -- javáix, antes do tempo - ra, apezar de.
KREK : Ensinar. V. App.
KREIE: Pau, que esfregado com outro, dá fogo. O
superior se chama kra; os dois se chamam anatôe.
KREN : Cova-- Okxd kren: Cova do tatétu.
KREN : Cresciuma, planta. Com as talas de cresciuma
os Kaingang tecem os chapeus--1- Kren kuké: ‘ala de
crescuma.
KREN : Criança, filho, ôvo, ( kren fi - filha) -- Ix kren,
veinrimen hótiti: Eu em criança, aprendi muito muito
- veirimen, aprendi - hótiti, muito muito. 2-- Ankre fi, jog
núnti: estava a familia e o pai -- kre fi, filha -- jog, pai - nant,
estão. 3-- Ajdg in, kren fag tandatôn nánti: Na vossa casa
ha familias pobres -- ajdg, vossa -- kren fag, meninas -- tandatôn,
pobres. 4- Ankren fi kri ti káni: O menino está nas costas
della -- fi kri, emcima della -- ti, elle: serve para indicar o
genero de kren; a saber, que neste caso, se deve tomar como
masculino. 5- Ankrén kára fágma nánti? Todas as familias
são mulheres ? -- kdra, todas -- fagma, ellas, mulheres -- nánti,
são. 6-- Bóix kre: Bezerro, bóix: boi, vacca. T-- Priin kri
krén fi, pron ôn ki kréx tôn nik fi: Da cria cada dois annos
-- prin kri, num anno--krén, cria -- ji, ella-- ôn, outro — ki,
em - ni, está - k, conneetivo -- fi, ella. 8-- Akrén jog fi ni?
A menina tem pai?--kren ... fi, menina -- jog, pai, ni, está.
9- Garit kren ocê tan, garit kren buôngh kajäm : Com uma
gallinha pequena, compro uma gallinha grande -- garit krén,
ovo de gallinha, pinto-- tan, com -- ai, pequeno -- kajdm,
compro. 10-- Krén fag nánti: As mulheres, as femeas estão
dO, em
x
prenhes, fag, mulheres, femeas - Jk:rón nanti, estão com cria.
11 -- Navarú kren, kre vidn : Dar capim ao poldro -- kre, capim
-vidn, dar. 12-- An kre cut kan ni: Esta carregando uma
criança -- vútkan, carregando, mi, está -- an, prothesi.
KREN : Debaixo. 1-- Kava fá lren: Debaixo da fi-
gueira -- kavafu, figueira. 2 - Arendin kren xóro ud a: Eu pe-
guei um coelho no mundéu -- krendn kren, debaixo do mundéu --
xóro, coelho -- tia, ba: pegar. 3-- Kren ti lankuten: Cahiu
debaixo -- kankúten, cahiu. 4-- Ga kren, debaixo da terra.
D Venxupôix kren ti je: Está debaixo do seu vestido --
venxupóix. vestido --je, esta. 6--Eix pen kren: Debaixo
de meus pés. 7-- Pin krén pin fi; engôio venuvôre je: Por
lenha debaixo do fogo; a ägua ferve-- pin lren, debaixo do
fogo -- pin, lenha — fi, por - venuvóre -- fervendo, je - está,
Vide App.
KREN : Dentro. 1--Nrenin kren xoro tia: Pegar um
coelho no mundeu -- krenán ren, no mundeu -- da, ma, ba :
pegar.
KREN : De frente? 1-- Ti; in kren ti je: A casa delle
esta de frente --ti in, a casa delle -- je, está.
KREN : Escapar do perigo.
KREN: No fundo de alguma cousa. 1--Ga ren :
No fundo do meu quintal -- ga, terra, quintal, terreno.
KRÉN: Livrar, escapar. 1-- Antére ké mo ra, kren:
Embora estivesse perto de morrer, escapei -- antére lémo, vou
morrer - ra, perto. 2- Atit krété: Elle livrou a Fulano de
de tal--ati, tt: A Fulano de tal -- ré ti, eile livrou.
KREN: Morrer. 1-- Venjéne javaix kan, krén: Por
que não quero comer, morro -- venjéne, comer -- jávaix, não
quero -- kan, porque. Aréx kovo: cova de defuncto -- konvo.
kôvo: cova.
KREN, krédn: pensar. Vide enkredn. 1-- Kixkré :
pensar. 2- Kregmo: Estou com cuidado. 3 - Noxiti ki x
krégmo : Tenho cuidado do filho- kz, no--x, eu. 4-- Ongré
kréd ni: O homem está pensaudo, esta com cuidado.
KREN : Planta, plantar. 1--Ro, On kret, ôn kret ton
ti: Da horta, uma parte está plantada; outra parte não -- vó,
da horta--6n, uma parte--kret, plantada - ôn, outra - tôn,
não. 2--Nrén kre: Planta de cresciuma. 3-- Xren t gn:
Planta secca.
KREN: Salvar, livrar, escapar. 1- Veinkatd te ti ij
krén: Eu o salvei com o ramedio - ve/nkatd, remedio -- te,
com--ti, a elle. 2-- Ti krén ti hami: Ele emprehende a
salvar x Fulano de tal- ti, a Fulano de tal - himi, empre-
hende, começa - ti, elle. 3--1j goi ki tére kre: Me salvou
de afogar na agua - goi ki, na agua -- tére, morrer.
KREN : Itaquara.
KRENDE’NG, krundimg : Capivara-dung, barriga ?
Krun, de porco.
63
RAA: RES
KRENGH, kréngh: Porco--I-Xrüngh buüngh : Porco
do matto-buüngh, graude ; javaly-2-Krôngh kanheroi : Porco
domestico-kanherói, manço.
KRENO’JE: Carpir limpar a terra, as plantas - I -
Tampére kanjdm, venkrendjen kémo : Comprei uma enchada :
pretendo carpir - tampére, enchada - kémo, pretendo.
KREXKOVO : Cova de defuneto - kréx, defuncto.
KRET: Livrar, escapar -I Kret javdixtité: Escapa
muito dificilmente -- javdixtiti, com muita dificuldade - tite,
uffixo para fazer o superlativo.
KRE VAN, kré va: Esta em baixo - van, esta - I - I;
ningé veikré tane kréva kri On pire : Deseseis-- 7) ningé,
minha mão - verkrí, encima - connectivo - an, - on: outra --
veikré tan, encima de outra —- krévat kris, e a de baixo esta
em cima. On peré, mais um. Tambem kre, em baixo -- kri,
além, mais uma em baixo.
KRE'VA: Empolado, que esta em cima--I --Gézo k--
kre va: A agua esta empolada.
KRI: Salvar. Vide App.
KRI: Acima, em--l Jj ningé veikritane kri: Minha
mão acima da outra -- veikrét dne, veitkrit On, acima do outro,
on, outro -- veitkri, acima. Esta locução indica o numero dez
2- 1j ningé veitkritäne kri ij ninha on piré: Deseseis : mi-
nha mão acima da outra, e de novo a minha mão em cima,
mais um- 7) ninhd,a mão --2) ningé veekrit dne, minha mão
posta sobre a outra — kerf 1) ninha dn peré - posta de novo a
minha mão - ôn piré, mais um. — No lugar de ôn piré. se
ponha on lengre, on taktôn, on veinkangrá; e se terão os
numeros dezesete, dezoito, dezenove -- 4-- J) ningé veikrit on
keri piré:, Onze. — Em lugar de piré, se ponha alengré, ta-
kton, veinkangrá , e teremos os numeros doze, treze, quator-
ze -- O -- 1j ningé veikrit ôn rengré: Vinte: minhas mãos pos-
tas uma sobre as outras duas vezes. — Substituam-se ao
rengré, as palavras taktôn, veikangrá, petkdra (patekrá); e
se obterá trinta, quarenta, cincoenta- 6 -- Ka éne fódne
emprii kri: Elle colloca aquelle pau na estrada -- Au, pau
éne, aquelle -- fodne, colloca--kri, na -7- Krin kra: Acima
do monte --Jrín, monte --8--kri fi: Posto em cima- fi,
pesto --9-- Nrin krè venman kan, ti tére: Elle morreu de
dor de cabeça -- krin kri, na cabeça -venman, soffria, an,
porque, por -- tére, morreu -- IO -- Goto kri ti tin ti: Caminha
na superficie da agua, caminha na beira do rio -tin ti, ca-
minha --Il-- Nrin kri nôro ij kémo: Pretendo dormir no
morro -- kémo, pretendo - 12 - Empri kri noromo : Estou dor-
miado no caminho -- 13 -- Ti kré ti van: Elle está acima de
tal cousa--ti kré, acima de tal cousa--van, está- 14- J}
jogma kakré kri nd ni: Meu pae está deitado na taboa, no
girão - na, deitado -- ni, estä - 15 - Goto kré lairânha: Praia
do rio -- lairänha, areia -- 16 -. Kavarú kri ti ni: elle está no
cavallo -- kavarûu kri, no cavallo--ti, elle--ni, está - 17 --
Girt tag kri prin piri ni: Este menino tem um anno -- gi-
BUT" TT
ri krè, no menino -- tag. este --18-- Emprit kra rénço xa:
Peguei um lenço na rua --emprir, rua -- xa, peguei - 19 -- kri-
ne romke: A estrella está coberta -- krine, estrella - romké,
está coberta -- 20 -- Ti kri, prän hôrike ne? (Quantos annos
tem 2--ti kr7, uelle -- pran, annos -- hórike, quantos -- ne, esta
21 -- Ari fi kani, está em cima della -- fi, ella - 22 -- Kavaru kri
húru ni: Ja montou (sentou) a cavallo -- húru, particula
para indicar o tempo passado — ni, sentar -- 23 -- Kavarú kan-
tére húri: Já apeou do cavallo, kavaru te: do cavallo - te,
do -- kantére, descer, 24 - Ex gáix ra (rd) ij ni: Eu es-
tou cortando os meus cabeilos-- gáix, cabellos ra, krira:
cortar -- 2) ni, eu estou -- 25 -- Hkri, aran tógmo: Em mim tem
calor (raiva ?)--arán, calor - togmo, tem. — Ga kri kute:
Cahe no chão--ga kri, no chão -- kite, cahiu.
KRI: Estar mal. Vide krimáje, odiar.
KRIPKE : Para cae para lá-- I- Arike hak péte: Voa
para cá e para lá - kan, em -k, connectivo - péte, voar -- 2
Krike kan ag kagóuve. A gente'foi para cá e para lá -- ag,
gente -- kan, toda -- kagüuve, foram.
KRIKFE,: Morcego. Vide kiikfé--1-- Krikféje: E'
morcego — je, é
KRU, kri: ferido--I-- Arék ij: Eu sou ferido -- 2
Kridna: Está ferido.
KRIKOTO : Miolo.
KRIKRIJE: Periquito.
KRIMA : estar com odio, estar mal com alguem. Tam-
bem - krz. 1-- Jot tot kri je: Elle está mal com o pai guga
pai — t, connectivo -- to, com -- t, connectivo -- Je, esta -- 2 -- Jæot
ti krinmá ne: Elie está mal commigo -- 7xdn, coince
connectivo -- ne, esta —- 3 - On kri figmo : Ella está mal com
o outro -- én, outro — fi, ella, a mulher - mo, agora. Vide App..
KRIN : Cabeça —- 1 -- Bix krin van kofüéti: minha ca-
beça está muito pesada, van, esta--2-- Nangáti 1j krine:
Minha cabeça está muito doente - ti, muito--3-Arin gaix
tim: Cabeça sem cabell:s-- gáix tôn, sem cabellos -- 4 - Krin
péto : Carrapato -: krin, cabeça - pe to, no pé -- to, no 5 -- Krin
tampré : Cabeça larga, especie de barata - 6-- Krin kri: Na
cabeça, no monte -7-- Krin tdramo: A cabeça agora esta
dura. obstinada -- 8 -- Arvin vo éin kémo: Pretendemos mover
a cabeça -- vo, mover - éin, nós - kémo, pretendemos.
KRIN: Estrella - 1 -- Arvin hé: estrella bonita - 2 --
Krin fiii: As Tres Marias, o Orion -- 3 - Krin aran irója:
Via Lactea (Tel.)-- 4 - Nrin-pan : Pleiades - pan, corôa, amar-
rar.
KRIN : Monte --1-- Xapé krin: copa do chapéu -- 2 --
Krinjijibé: Serra, que não foi alcançada bee aguas do di-
luvio no seu cume -- j/j/, nome -- be, perpetuo -- 2 -- I krèn kré
nore kémo : Ku pretendo dormir no monte -- Pet pretendo --
kri, no-- 4- Krin tôn ni: Não tem montes - 5- Arin téie :
Monte alto, monte comprido -- 6 -- Kyën kri je kan, ij kanga-
ti húri: Emquanto eu estive no monte, eu estava muito
=e Gat ==
doeute - je, estava -- kan, emquanto-- húri, particula que in-
dica tempo passado--7-- Krin kr: kanje: Está no monte -- 8
Krin te à) kantin: Eu venho do monte -- te, do - 10 -- Ij vaiaka
krin ra tingo: Eu amanhã vou para o monte -- vaiaká, no
amanhã -- há, no. Vide App..
JANTKU, KRINA. Bigode -- jantkü, becca, kri, enci-
ma - na, estas. Poderia tambem ser na (gaix): Cabellos acima
da bocca.
KRINARO” : Paredão -- ard, cortado ( rü ).
KRINKE: Topar--1-- Po tan krinke 1): Topei numa
pedra - tan, em — pó, pedra.
KRINMA’: kóixmá, krima: Em cima - 1 - Arénma
vin näné agn: La em cima estão fallando - vin, fallando
nanti, estão - agn, gente.
KRIONGH: Ratão.
KRIRA'N : Paca. Tambem hokame - ran, pintada - ko-
comer — kamé, ter medo.
KRINTA’VE: Chapéu - krin ta, na cabeça, ve, esta.
Tampa de caldeira, etc.
KRIN TEIE REM BUU”GH: Nome de um passaro --
krin, cabeça -- teie, longa, grande -- rem, pintada -- bwiigh, rabo,
cauda.
KROGN, krüuv, krügn : Cachoeira.
KRO"GN, kriign: Porco do matto -1 -'Xrügn vendé
éin húri: Nos ja vendemos um porco -- éin, nós -- krügn,
porco do matto, e tambem domestico. :
KROJO: Especie de barata. Outra variedade se cha-
ma tirixi.
KROJO : Fraco -1-- Arôjo kara tinta: Todos vivem
fracos — kdra, todos -- tint/: vivem.
KRONE: Beber. 1 -- Xrôtkrôt hé an éin tógmo : Nos es-
tamos bebendo muito -- krôt repetido, significa multiplicidade |
de acção -- hd, muito -- «x, connecti\o -- tógmo, estamos. 2 -- Ti-
má ha kron ke: Mandar «a alguem que beba: timá. a alguem--
ha, voz demando --ke, dizer. 3 -- Antére javair ra, ti térmo, goio-
fa krôtke buüngh kaméngo tôn: Elle morrerá antes do tempo,
si não deixar de beber pinga -- javáix ra, apezar de prema-
turamente -- juváix, antes do tempo--ra, apezar - ti térmo,
elle morre -- goirjá, aguardente - krôt, beber -- ke. querer -
buúngh demais -- kamén, temer -- go, agora - ton, não. Króne
buüngh : beber demais. 6-- Aron hütiti: Beber muito muito.
Desejar muito de beber: ter sede. 7-1) krô hütiti húri:
Já passou a minha sede -- húri, indica acção passada. 8-
Krôn ix tive; hara x krén man ke ton ne: Eu bebia muito;
mas pretendo não beber mais, muito -- ti, muito -- ve, estar -
hára, mas, man, muito - ke, pretender -- ne, estou. 9 -- Krod
koreg titi: Elle bebe muito demais -- korég, muito -- títi, serve
para fazer o superlativo. 10-- Aréd manaera: Beba mais -
man, mais -- era, terminação do imperativo - de de mandera,
connectivo. 11-- Aréne ke to ij ni ha: Eu não quero ainda
OUR
beber -- ke, pretendo -- ni, estou--ha, já. 12--Krôd buüngh
kan, togn tógn: Porque bebe demais, esta ficando torrado -
tôgn, torrado -- togn, esta ficando. 13--Ta krôn tongrá: Não
beba isso -- tôn gra, terminação do imperativo negativo. 14 -.
Orit veikatã krôn kémo: Hoje pretendo tomar remedio -
t de o'rit, connectivo -- veikatá, remedio. 15-- Kafé krôt
kenema je: kurarét ki ij krôn: Eu gosto de beber café: eu
bebo todo dia -- kenema, gostando -- je, estou -- kurarét ki, cada
dia -- kurd, dia -- re, cada -- ki, em. Vide App.
KRONHON: Nevoeiro. Ao contrario kaixkangogn,
significa nuvem alta.
KRON--KRON : Mugido dos porcos, grunhir.
KRU, kriigh, kiig, kégmo: Cortar, feridas, cortes -- Xrü-
krii: Coriar repetidamente -- 1 -- Kriira: Faça ferida, corta tu.
KRUG: Bater. Vide krông -- 1 -- Krông 2 fa ton kan,
putke: A minha perna afundou, porque não batia ( no firme )
7) fa, perna - kan, porque -- pútke, mergulhou, afundou - 2 -
Pin krug: Bater fogo.
KRUGH GRA MA: Bata com força - gra, desinencia
do imper. -- ma, mais.
KRÚJO : Variedade de barata. Vide Ierôjo.
KRUNDUGH: Capivara.
KRUNGH: Porco, principalmente o do matto. Vide.
kreng, krüngh, krendengh -- 1 -- Krüngh kanherói: Porco manso,
KRUN, krüngh: Cachoeira--1-- Gôio krüngh: Salto.
do rio. E
KRUURA : Paca (animal ).
KRUURA : Corte, fira, faça ferida. Imper.
KTURN: Berne-1- Jj kturn: Meu berne. Tambem :
Ktudn.
KU, ki: Em-1- Kurän taktôn ki judn ti: Elle che-
gou em tres dias -- kurán, dia -- judn, chegar.
KU: Soecar -- 1 -- Méin kum bre: Os animaes se cho-
cam um a outro - méin, animaes -- bre, junto, com.
KUÁNKA: Accender. Vide kidnka, kaiénka, aiénka,
KUAIN VIN, wäinvin: Um que não pede fallar -- vin,
fallar -- váin, não pode.
KUANKEPXÍNHA : Tira de panno ?
KUARAN, kuvarán git: Muito longe.
KUK : Torar, cortar arvores -- 1-- Kuk cgn: Elles fa-
bricam tiros de madeiras--agn, elles--2 - Kukug: Acção
multiplice de torar.
KUK 4°: Osso, queixada de qualquer animal --1-- 77
nid kukd: osso do lombo -- ¢/, do tal animal -- nid, carne -- d,
connectivo.
KUKE: Tala - 1 -- Xrén kúke: Tala de cresciuma.
KUKFE’: Descascar -- 1 -- Kan kufééra: Descasca tudo-
- kan, tudo-- kukfééra, imperativo.
MESO A
KUKFÉ : Morcego --1 Kukfé kürikéixno : Eu sou si-
milhante a um morcego -- hórike, como --ij, eu--no, agora,
Se diz tambem kukféze.
KUKFEN : Descascar. Vide Kukfé: kukféiera: Des-
casque o pau -- han, pau.
KUKI: Poste, morrão -- i -- Taboa to, xa kuki prégo ij”:
Prego um poste a uma taboa--táboa to, a uma taboa -- to
com, à -- xa -- unir -- prégo, prego.
KUKO'DEN : Não tem tempo? Vide App.
KUKRIPRE: GEADA, gear -1 - Kura hukrire : Tre-
mer de frio -- kuad, frio.
KUKRON: Panella -- 1 -- kukrôn ró: Panella pintada.
KUKRIJA: Panella, Vide App.
KUKXE: ARRANHAR.--1-- Ningrú kukxé : Arranhar
as unhas- ningru, unha
KUKX/: Enredado--1-- Ven kukxéjá ti ja ni: Está
enredado -- ja, agora -- ti, elle -- ni, esta.
VENKUKX EXE: Varias cousas enredadas. A syl-
laba axe posta duas vezes, iudica multipiicidade de acção.
KUKTA'NG: Curar - 1 - Ijmá pe fóke küktangh : Cu-
ra para mim o branco o pé ferido -- 2jma, para mim -- foke; bran-
co — küktängh, curar -- 2 - Venkanga kiiktang : Curar um enfer-
mo -- Foke, significa Branco, estrangeiro. Vide App.
KUKTO'IJNO: Rachar.
KUD: Cortar. Vide App.
KUD em lugar de kurv: De ligeiro. Serve pare fazer
o imperativo com a ideia de pressa- 1 - Kud mora : Rs
os olhos de pressa -- nóra, dnrma. feche os olhos - 2 -- Géio
ki ti térmo : kud nim, kud nim: ij bre kankúte ni: O Moro
na agua: faça-me logo o favor de ajudar-me a sahir - gôio
ki, na agua -- térmo, morro agora - kud nim, faça o favor —
ij bre, commigo--kankuten, sahir: ajudar-me a sahir.
Vide App.
KU'DJE: Enleado, no -- 1-- Ti tandéne kudjéjé ? Por-
que está amarrado ? -- ti, elle -- tandéne, porque -- kúdje, amar-
rado -- je, está.
KU’D: Mái. Vide App.
KUDMA: Azul, preto --1-- Kaikan kudma: O céu
esta preto. Vide tid .
* KUDN: Espirrar--1-- Hix ninhé vant kudbédno:
Meu nariz espirra por costume -- ninhé, nariz - kudn, espir-
ra -- be, por costume -- no, agora.
KUDN: "Tocar musica--1-- Ag tan kúdnora: Esta
gente toca musica - 2 -- 7% tandéne kudn? Porque elle as-
sobia ? — ti, elle -- tandéne, porque.
KUDNORORA : Pousa, imper. - kud, kur: de pressa
nôrora, durma.
KUND: Cortar, descoser -- 1 - Kurán kudn va ti : A cos-
tura esta oortada -- Doria. costura -- kudn, cortar -- va, está - ti,
ella.
— 68 —
KUBJA, kujéja: Arranhar --1-- 7j kujéja à): Eu me
arranho - 2 - A’ma akuéja: Tu te arranhas.
KÜFAN KRE: Faca pequena; ré, pequeno.
KUFA'N TÉIE: Espada, refle-- kiifé, espada -- téie,
comprido.
KU”FE: Faca--1--Kufé kan nite: Pereutir com a
espada -- kan, com -- nite, bater-2- Kiifé re ran: Cravar a
faca -- re, com-- ran, entrar.
KUFE'N, kukfén: Arrancar-1-Ti fudre kukfén:
Arrancar a pelle -- ti, da tal cousa.
KUFU’RO: Tussir -- 1 - T7 kufuro kenema ne: Está in-
clinado a tussir -- tt, elle -- kenema, inclinado.
KUGMA'RA: Um bocado ?
KUGNA: Errar ?.-1- Emprü kugna ij tôn: Eu erro
o caminho. Ki, em — na estão - tôn, não
KUTNHE: Cinta de embirra com que as Kaingäng
sustentam nas costas as crianças embrulhadas em um manto.
A dita embirra é emendada nes cabos; corre adiante pela
fronte, e atraz cahe pelas costas prehendendo e envolvendo
as crianças pelo assento ds costas da mãe.
KUIANFÁ : Verme. Vide kujafà - 1- Kujafa kakta :
Vermicida -- kaktá, remedio
KUJARE RE: Garfo -- rére, ferrão.
KUJATUN: Esquecer--1-- Kire kujatún: Veja de
não esquecer -- kire, veja. Tambem -- kajatan.
KUJLJE: Arranbar.
KUJEJE: Veia.
KUJ EN, extender-1-- Kujénera: Extenda. Imper.
Tambem -- kavinera, véra.
KUJERE: Plano, plaino -- 1 - Emprü kujére : Estrada
plaina
KUJO': Pardo -- Min kujó: Onça parda.
KUJO: Magro --1-- Kujén à): Eu estou magro —- 2 -
Kujo ti ne: Elle está magro -- ti, elle - ne, está.
KUJO: Moélla das arvores, ou dos ossos dos animaes
(tutano )--1-- Ti kujó.
TI KUJO’: Moélla da tal consa.
KUJU’: Meio--1- Kuju éix ne: Eu estou no meio -
éix, eu--2-- Kuju hi pânte vin hadn: Fazer uma palavra
do meio para cima -- v/, palavra -- hadn, fazer -- pdnte, do lado
- hô, para cima -- 3 -- Kujú dôro ti: Oco no meio -- dôro, fu-
rado -- ti, elle -- 4-- Ema kujú mink tinikti: No meio do bairro
vive uma onça -- emá kuju, no meio do bairro -- mink, mi, min :
onça --t, elle--nikti, vive--5-- Vexupóix kujú ka fi je fi:
Ella põe no meio um vestido -- verupdix, vestido - ka, no -
fi je, está pondo- fi, ella--6-- Tupén vá xo kujúk: Eu já
estou no meio da semana -- Tupén kujuk, meio da semana -
FU RES
xd, eu va, estou -T -- Ag kujü mi à) vüire: Eu andei pelo
meio do povo -- ag kujú, meio do povo -- mi, pelo -- vüsre, fui -
ix, eu.
KUJU: Pardo-1--Min kuju: Onça parda - min,
nça.
KUJU': Sobrar- Kuran kujú: Me sobra tempo —
kuran, tempo.
KUJUJ: Leicenco.
KUL em vez de kur, kúri: de ligeiro.
KUMAIA’: Podre.
KUMEËRA: Vagarosamente, com delicadeza, com
respeito, levemente -- 1 — Kumééra d-jafa lan viiire: Foi de
vagar na cosinha -- dejafá, cosinha -- (an, para -- vitére, foi -- 2
— Kuméêra hinera: Faça de vagar --hânera, faça. Imper.
— 3 - Kumééra vendü : Rir delicadamente, sorrir - vendii, rir --
4 Kuméêra han tin: Va de vagar - ha, voz de mando - tin,
ir - 5 -- Kumééra ij timá ke ha: Ja lhe fallo respeitosamen-
te -- timd, a elle -- ke, fallo -- ha, ja
KUMTI'N: Mandioca -- 1 -- Kumin jaré: Raiz de man-
dioea -- joré, raiz.
KUMUIA’: Podre. Vide kumaiá, kokré.
KUNBE'DNO : Espirrar--1--1; ninha van ti kwn-
bédno : Meu nariz está espirrando -- van, esta -- ti, elle.
KUNDU'NO: Socar-.1--Gara kundunera: Soca tu
o milho.
KUNGRE’: Trens de cosinha. Tambem kungé, gun-
gé.—1- Ti kungé ho te van kara ti: “Os trens delle esta-
vam bem collocados--hó, bem--va, estar -- ti, elle -- kdra,
todos. Vide Aonjé.
KUNGR#’: Bater, combater, brigar -- 1 -- One venxá
veenkugré: Quem brigou outro dia?--ône, quem -: venxen,
outro dia, no tempo passado -- 2 -- (rire kungré ne: O me-
nino esta brigando - géré, menino - ne, estã -- 3 — Kungré ag
kan je: Elles estão fazendo guerra. Vide App.
KUNGRON : Bater -- 1 -- Janthá kungrôn ij: Eu bato
a porta - 7), eu.
KUNO : Arrancar --I-- Férro kun hore já ne: O ferro
esta arrancado, e esta fora — hore, esta fora -- jáne, está agora
2 -- Aveixupoix kino: Agora tiro o vestido --a, connectivo --
veixupoix. vestido.
KUPA’DN : Pedaço, pa - I-To kupádne ti: Elle
tem um pedaço - to, tem - 2 - Eixmã kupidne nim: Me de
um pedaço - nim: dar - 2 - pa jo tê kupara nim hadn:
Elle guarda um pedaço para mim - ijmá, para mim - jo nim
hadn, guardar - kupára, um pedaço.
KUPA’DN : Cortar -1- Pó kupára: corta tu a pedra
- pó, pedra. |
KUPE’: Adorno - I- Nhatkúá kupé: Adorno do peito.
KUPE’: BAPTIZAR-I-- Kupé kuran te karka, ag
mon kémo: Depois do dia do baptisado, pretendem ir em-
a TP es
bora = kurán, dia - te, connectivo - kdrka, depois-- min, vao
kémo, pretendem -- 2 - Ti kupéti: Elle é padrinho de Fula-
no de tal -- Æupé, baptizou - tí, Fulano de tal - 3 - Nurdn te,
kupé ag mônke: Com o tempo pretendem ir bantizar - ku-
rán te, com o tempo - ke, pretendem - ag, elles - 4 - Onte 1j
kiupégmo : Eu bapuzo outro - ônte, outro - te, connectivo - 5
Tj kotxin ix kupé: Ea baptizo meu filho. Usa-se tambem kepé.
KUPE’, kupéia: Lavar, fazer banho - I - Lavar roupa :
Mafua - Ibis - Ti ningé féie kupé, ti pen ku é: Lavar os
dedos das mãos e os pés de alguem - ningét féie, dedos -
pen, pés.
PENKUPE’: Ratão. Tambem hkriông.
KUPEJAF A’: Escova pira lavar, instrumento qual-
quer para lavar - jafá, instrumento -- kupé, lavar.
KUPRA’: Vasio: Kupré ag nänti: Elles estão desoc-
cupados, vasios - 2--In kupra: Casa desoccupada, tapéra -
3-- Kuprà ti ne: Elle está vasi)-- ti, elle.
KUPRI : Branco, alvo. novo --1 = Jantan buüngh ku-
pri: Urubü rei --janta, corvo, urubt-- buôngh, grande - ku-
pri, branco -- 2 -- Kupri ti ne: Elle esta branco - 3 -- Xuprik-
timo, kuprkfimo: Elle está com amarellão, ella está com ama-
relläo -- k, connectivo -- ti, elle -- fi, ella - 3 — Kur kupri, panno
novo.
KUPR7 : 1- Nakám kupri: Cara limpa.
KUPRÍ KUXON: Amarello - kuxôn, vermelho -- Au-
pri, branco.
KUPTE, kúpe: Cortar. Tambem kupá - 1 - Ven kujú
kan kuna ti: Elle cortou no meio -- kan, no -- venkugú, meio
2-- Ti duix kupte (fuixte): Cortou o pescoço delle - du x,
pescoço (d nasalado )--3-- Ti ningét féie, ti pen kupte: lhe
cortou os dedos das mãos e os pés -- ningét feie: Dedos das
mãos -- 4 - Ka kúptimo : Corta elle agora um pau.
KUR: Falar, cantar de homeus, de passarinhos e
de outros animaes -- 1 Nurán te kur kara ti, kotü te kur
kara ti: Canta o dia inteiro e a noite inteira -- kuran, dia --
te, por -- kara, tudo - kotiigh, noite - 2 - Kürot On gétha: Falla
o outro bastante -- kúro, falla --t, connectivo -- ôn, outro -- gé-
tha, basta (g nasalado ) -- 2 -- Gallo popotke kat, kur: O gallo,
no que pretenfia bater, cantou -- popótke, bater - ka, emquan-
to 3 - Ti kur: Voz de enimal -- 4 -- Nanci kut kur: Os pas-
sarinhos cantam -- kwr, repetido para indicar o plural ou re-
petição de acção-4--Garit kur: Canto da gallinha - 5 --
Xanxi tandéne kúru kémo? Porque o passaro pretende can-
tar? -- tan, aquelle, déne, porque, kúru, cantar — kémo, preten-
de-- Ti kur: A voz de tal cousa -- 6 - Nur ti: Elle canta.
KUR: De ligeiro. Serve para fazer o imperativo -- 1 --
Kur kôij ni: Senta-te para comer depressa -- ni, sentar -- kóix,
comer -- 2 -- Kur ban ni: Esteja trazendo logo - ban, trazen-
do - ni, estar - 3 -— Kur ijma nim: iján koje: De para mim,
eu como -- nim, dar - iján eu. Tambem: Minha mãe - Iróje,
— 71
como -- 5 -- Nur toréra : anda lijeiro -- toréra de tona - 6 =. Nur
ij) goto nim: Me dê agua --7-- Aur krôn má ne: Esteja tra-
zendo para beber--ma ne, esteja trazendo - 8 - Nur IJrôn
alengré : Beba duas vezes - 9 -- Kur gôio ma ne: Esteja logo
trazendo agua - 10- Kúri xama kamôjen ; aiâng brek ti ni;
ma ara ti: Venham para mim; está comvosco; elle entra
mais — xama, para mim - kamojen, elles vem - ajang bre, com-
VOSCO -- ajang, vos -- bre, com - k, connectivo, ti, elle -- ni, es-
ta--ma, mais - dra,entra -- Lt - Aur nino jengäÿe Shan :
Cosinhe bem a carne de ligeiro -- antonini, carne = jengage,
cosinhar -- han, bem -- 12 -- Auru igmá nim: Dê para mim,
depressa, Vide App.
KUR N: Dia, tempo, claro, hora -1-- Kuran tag:
Este dia -- 2 - Kurän bongh érê: Campo grande e claro -- éré,
campo -- 2 - NKuran kantin : Approximar-se a alva -- kwran, dia,
alva - kan! in, vem - 3 — Eij kuran te húru kran: Eu plantei
em tempo --kwrán, tempo - húru, particula para indicar o
tempo passado - kram, plantar -- 5 -- Eixmán ke kuran kanti :
Elle me diz que é tempo de plantar -- ke, diz -- kanti, é - 6-
Antére ke ton kuran tôn ki, gôtoft kré tôn: Não tendo che-
gado o tempo, elle nãs morrerá, si não beber pinga -- antére
ke tôn, não morrerá -- kurán ton ki, não sendo o tempo -
gôiofá, pinga - kro tôn, si não bebe - 7 - Nurân ke (ki), de
manhã -- 8 Auran ke ton jon kémo: De manhã eu fico brabo
com elle -- tonjôn, brabo com elle - kémo, pretendo -- 9 -- Ku-
rain te, kotiigh te môro tôn ne: Não estou dormindo nem de
dia nem de noite -- nôro . . . me, estou dormindo -- 10 -- Aura
te tag fi nôromo : Ella durante este dia dorme - fi, ella -- nô-
romo, dorme agora -- 11 -- Kwran ja ti ni: Ja está claro -- ja,
agora -- nz, está-- 12 Xurän taktôn kürka: Depois de tres
dias -- karka, depois - 13 Kuran kuxa: De madrugada -- zur,
frio — 14 -— Akurd kan, éin ti tax : De dia matamos a elle -- a
connectivo -- han, durante — é/n, nos --ti, a elle--táix, matar
- 15 Kuraônki: Noutro dia -- ôn, outro - ki, em-- 16 -- Véret
kuran ti na: Até agora é cedo -- ver t, até agora -- 17 — Nurán
taktôn hadn éij, kuran taktôn kár ka, ati in : Eu sarei
em tres dias; depois de tres dias voltei --hodn, sarar,
trabalhar -- dti kantin, voltar - 18-- Kuradn ki: No futuro -
ôn, outro -- ki, em -- 19 Kuran ki, à) tén ton ne: De dia eu não
estou viajando -- ki, no -- tin, viajaudo -- ne, estou -- 20 - Nurán,
takton hati: Ja são tres dias- ha, jà- ti, elle - 21 - Kurá-
rét ki vaikupéje : Elle se esta Javando todo o dia, cada dia
-rét, cada-- ki, em-- vaihupé, lavar--je está - 22 -- Aura
arengré ki ti tére: Morreu em dois dias - arengré, dois -- 25
Kuran timo ha: ja amanhece -- ha, já -- 24- Ti kuran ki ti
térmo : Elle está morrendo agora no seu tempo -- ti kwran ki,
eo tempo delle -- térmo, morre -- 25 -- E'ix kikairone ? Nurante
éix kilkairône: Aprehenderei ? Com o tempo aprehenderei --
kika/rone, apprehender -- Kura ôn ke känte : No futuro -- kante,
do lado -- 27 - Vaia ka kurän korég: Amanhã é dia ruim
(dia santo: ruim, porque não se trabalha nem se ganha) -
ABS: SRE
vaia, amauhã -- ká, no --28-- Naimbára hurd 6n ki, termo:
Logo morro no tempo -- 29-- In tan kurá e kárka háno: Eu
acabarei esta casa depois de muito tempo --7n tan, esta
casa — huri e. muito tempo -- harka, depois -- háno, farei —
30 - Nurán ki ema ra, ij tinve: No tempo passado, eu estive
na villa -- ema, villa - ra, para -- tínve, passado de tin, ir - 31
- Kuran li, ae madrugada. Vide App.
KURAN: Costurar - 1 - Murdn fi ne: Ella está costu-
rando - fi ne, ella--ne, esta--2-- Kurán Judn va ji: Ella
esta cortando a costura -- udn va, está cortando -- fi, ella.
KURAN: Voltar -1-- Ranhkáxka ix kurdi ne: Eu
volto de tarde -- rankdala, de tarde - 2 - Kurdngra ha: Volte
ja- ha, ja-- gré, desinencia do imper. -- 3 - Rankáxka 7) hku-
ráino: De tarde eu volto--4-- Kurd ij ha kémo: Pretendo
voltar ja. |
KURE: Limpo, direito - 1 -- Emprü leuré : Caminho
limpo -- 2-- Nurídnera: Limpa tu, concerta tu -- 3 -- Tóna em-
prii kurdra: Vamos, Jimpemos o caminhe-- téna, vamos -
kurdra, imper. Significa propriamente endereitar.
KURE : Voz -- 1- Kaxôrro kúre: Voz de cachorro. Vide
kur. )
KURI, kur, voz imper.- 1-- Kur ixmá nim: De para
mim -- mim, dê. Vide App.
KURO, kiiron, keron: Moço, novo--1-- Ont Kerôn:
Outro moço -- 2-- Veuharé kiirôn ni: O livro está novo.
KURPORO : Isca -- kur, penno-- póro, queimar.
KURU : Depressa. Vide App.
KURU : Panno --1-- Kuri ton: Um que esta sem vestido,
pellado -- tôn, não. E” o nome de uma tibiide Kaingáng
que não usa de nenhum vestido--2-- Kurt brérèxi: Trapo
pequeno - bríri, rasgado--3-- Kur kiirén: Panno branco,
panno novo -4-- Kurt xi : Panninho -- 5 = Kura kiirén : Panno
novo-- 6 -- Kuri pé! Oh! panno legitimo ! bom !. Deste exem-
plo se deprende que os Kaingáng fazem menor uso das in--
terjecções do que nós--7-- Kurt tang: Este panno novo,
tang : este — 5 — Kurt kanjim, comprar novo panno -- 6 -- Tj kur
jadjara: Meu panno está rasgado em varios pontos -- jad, ras-
gar - ra, está - 7-- Nején kurt tôn âne ti: As vezes elle está
com vestido, as vezes nao--kején, às vezes--áne, está-a,
prothesi - k, connectivo -- ti, elle -- 8-- Kurt Fü: Roupa boa
-9-- Kurt na ix: Eu deito com o manto--na, deito -- 10 --
Kuru tan wampé: Chapeu feito com panno--tan, com -- 11
Kurt xe: Ponche preso, amarrado -- xe, amarrado.
-KURUDE: Canastra — kuri, panno - dê, canastra.
KURU Xt JANJÉRE: Bandeira, estandarte - janjére
pendurado. 1
KURU XI TAN FUORE: Santo do mastro -- kurt xi
tan, feito de um panninho -- fuüre, folha.
>
— 7 —
KUXA: Frio--1-- Kuxd men kaxnemäne: Gosto de
sentir frio - men, sentir - kaxnemane, kenemane: gosto -- 2 -
Ta ki kuxá ne: Aqui faz frio --ta ki, em aqui-- kt, em - ne,
esta--3-- Ta ki kuxa na ti je: Aqui eile está deitado no
freseo — na, deitado -- ti, elle - je, esta -- 4 -- Gôio kuxän ti ne:
A agua está fria muito -- ti. muito --5-- Auxa karan húri:
O frio já passou -- húri, particula para indicar o tempo pas-
sado -- 6 -- Kuxá kukrire: Tremer de frio.
KUXA: Manhã, inverno --1-- Kuxä van jun ha: Ja
chega o inverno - van juin, chegar -- ha, jà-- 2-- Kuxá van jun
ja: O inverno chega agora.
KUXÁTITI: In verno, muito frio.
KUXA: Lua, mez-- Kiixá hullirke: Já passou a cheia
- hul, húri, ja--lur, ruro, redondo - ke, suffixo para indicar
o tempo passado -- 2 -- Kiixá kupira: Quarto de lua -- kupara,
cortado - 3 -- Niixa ton: Lua nova --tôn. sem.
KUXAN KI, kuxá ki: De madrugada - 1 - Nuxâán à)
ninho: Eu me levanto de madrugada - ninho, agora me le-
vante --2-- Ori kuxan ki ij lire, hoje me accordei de ma-
drugada -- ôre, hoje -- lire, acordar.
KUXA : Mez--1-- Ta kúte taktóix küxd: Choveu por
tres mezes -- ta, chuva -- taktóix, tres.
KUXEKEX : Pegar? -- Kuxékex kemá ne: Elle gosta
de agarrar-se.
KUXMBE': Lagrimas ( Küxmbé ).
KUXON : Vermelho.
KUT, kur kud: Correr. Voz imper.- 1- Kutära: En-
tre imper.- ára, entra - 2 = Kut tin: Va depressa - tin, ir - 3
- Ku tin ha: vanuvore: Va depressa ja: elle corre - ha,
ja -- vanuvóre, está correndo -- vanuvó, corre- re, esta. Vanu-
vore sigmfica tambem está fervendo - 4-- Jan, kut tin: va-
nuvoremo: Mãe, corra, ja estão fervendo -- jan, mãe.
KUTÁRA: Occupado --1-- Nutára 77 je: Eu estou
oceupado - je, estou.
KUTE: Apparecer-- 1 - Küten ke tôix ni: hanga
buôngh hadéixno: Não p sso apparecer: eu me sinto muito
doente -- ke, posso - to, não -- kuten... ni, estou apparecendo --
kanga buôngh, muito doente -- had, sentir-se -- 7), eu -- no, agora.
Vide kakuten.
KUTE: Cahir-1-- Kavallo tic kúten: Eu cahi de
cavallo --2 - Ti kúte: O barulho produzido pela queda do
alguma cousa.
[4
KUTE : Tha.
KU'TE, kúten: Nascer - 1 -- Akuüten vaix ra, kankuüten:
Nasceu antes do tempo --akúten váix ra, apezar de não ser
tempo de nascer ~ vai, antes - kankúten, nasceu -- 2 -- Ahura
ton ki. kúten: Apezar de antes do tempo, nasceu -- a, con-
nectivo -- kurá tôn. tempo ainda não -- 17, no.
KU'TEN : Obseuro. Melhor Æut#, kutüigh (o G H pro-
nuncia-se em voz submissa )
KO'TE: Perder - 1 -- kurän kite: Perder o tempo.
KUTE, kúten: Tocar--1-- Lo kaki pôrko kuüten: To-
car os porcos na horta —- lo, ro: horta, lugar fechado -- kaki,
dentro.
KUXON: Vermelho.
KUT, kur, kud: Correr. Voz imper. — 1 - Xutara :
Entre (imper ), entrar-2 — Nut tin: Va depressa - tin, ir -
3- Nu tin ha: vanuvore: Va depressa já: elle corre - ha,
já - vanuvóre, está correndo - vanuvó, corre -re, está. Va-
nuvóre significa tambem esta fervendo -4- Jan, kut tin:
vanuvoremo : Mai, corra: ja está fervendo - Tan, mdi.
KUTARA : Oceupado - I Nutára 7) je: Eu estou oc-
cupado - je, estou.
KÚTE: Apparecer - 1 - Kuten he tôix n°: hanga buôngh
had éixno: Não posso apparecer : eu me sinto muito doente ;
posso = to, não - hiten... ni, estou apparecendo - hanga
buüngh, muito doente - had, sentir-se -1), eu- no. Vide kan-
karen. .
KUTE: Cahir-1 Kavdllo éix küten: Eu cahi de ca-
vallo - 2 - 7% kúte: O barulho produzido pela queda de al-
guma consa.
KÚTE: Ilha.
KUTE, kúten: Nascer -1- Akúten váira, kanküten :
Nasceu antes do tempo - akúten vaix ra, apezar de não ser
tempo de nascer - va. x, antes - hankuten, nasceu - 2 — Akurá
ton hi, kúten: Apesar de antes do tempo, nasceu -- a, conne-
ctivo = Jurá ton, tempo ainda não -- kz, no.
KÚTE Perder-1-- Kurán kite: Perder o tempo.
KUTE, kuten: Tocar -1-Lo kaki pôrko küten:
Tocar os porcos na horta- Jo, ro: horta, lugar fechado -
kaki, dentro.
KOTU : Kutiigh, noite (gh de kutüigh profere-se sub-
missamente, obscuro). - 1 - Notúiite mémen hadn : Sentir medo
de noite - mómen, temor - te, de — hadn, sentir - 2 - Notwiite tag
nôro ton ne: Esta noite não dormi --tog, esta -- ne, estou.
Tambem : Esta noite ainda não estou dormindo -- 3 -- Lairánha
ij tin: kotü kéti: Eu vou trabalhar, eu trabalho de noite --
kéti, trabalho -- 4 -- Kotuiite 7j kampó me: De noite sinto
as pulgas :- kampó pulga-me, sinto as mordeduras - 5 -
Koti tag, kampo kanxiri me: Esta noite me judiaram os
bixos do pé--kampó kanairi, bixos do pé -- me, soffri -- 6 --
hoth étiti ha: Ja é muito obscuro -- 7 -- Kutiigh xi hi:
Meia noite -- 8 -- Larai kut kéti: Elle pretende trabalhar de
noite -- ke, pretende - ti, elle.
KUTU : Atoa, estultamente -- 1 - Æixmän ut to tí:
Elle me ‘alla atoa -- to, falla. Tambem surdo (Thel.) Kut
de: E” surdo -- de, ê
KUTU’: Obseuro-- 1 -- Eijmán kutuü ti: Para mim
é muito obscuro -- ti, te: muito --2 - Kutuken húri:s Ja foi
anoitecendo -- ke, querer -- 3 -- Kotiigh hütiti: Obseuro muito
muito -- gh, connectivo. |
KUTUXZ: De tardinha, a noite avançada -- 1 -- Ko-
tuxi ha ne: Ja é tardinha --ha, ja - ne, é.
KUTUX/7 HO: Meia noite-- 1 -- Kutüxi hô vitire:
Elle sahia a meia noite-2-- Kuti xi hot 77 nôro: Eu
durmo a meia noite -- t, de hüt, connectivo -- nôro, duxmo.
KUVARA': Distante. Tambem kunrá--1-- Kuvara ka
légua ij) ni: Eu moro a distancia de uma legua -- ka, no - nº,
moro - Nuvarán qu ka ij ni: Eu moro muito longe -- gii,
muito. Tambem kuvara hôti-3- Nuvará hó to éin veg ti:
Elle nos ve de muito longe -- to, de - éin, a nós--ve, ve -— À,
connectivo -- 4-- Nuvará hô to i) tin ve: Elle me ve, estando
muito longe - ti, elle -n, de tin, connectivo -- 5 -- Nuvará-
hü to in ve: Ver a e:sa de muito longe --2n, casa.
KUVEIX, kovéix: Sangue — I — Kiivéix kid ma ne:
Está muito ensanguentado, 5 no — md muito ne, está.
KUVO’: Embirra — I — Auvo fé: Corda, fita de em-
birra.
KUVO’: Cego — I Küvod ij kankúten : Nascí cego —
d, connectivo — 2 -— Ij kiivótiti ni: kóix to veg ton ni: Eu
sou muito cego: eu não posso ver de cima, no alto - hiivó-
titi, cego muito muito - ni estou -- kóix, emeima, - to, de -- ve,
ver, -- connectivo — tôn. não.
KUUARA’: Longe. Vide Kuvará.
D
Nota: No principio da palavra, a lettra d é nasal. P.
ex: Timotheo, é pronunciado como fosse escripto Ntimotheo.
Isso vale tambem rela ivamente às lettras b, p, g, guttural.
DA: Animal.
DA MONE: Cousa desarrumada -- da, cousa -- mon, le--
vantado. postas em movimento — ne, esta.
DA'RA : Fralda - 1 Tindára : Fralda do homem.
DATON : Atoa. Vide App.
DE : Cousa, armario, caixa.
DE: Armario - 1-- Denim: Armario para alguma cou-
sa-- um, om, ôn, 6t: alguma cousa -- 2-- Xuru de, armario,
caixa de panno. Vide App.
DE: Caixa--I- Kurú de: Caixa de panno - kurt: pan-
no; mala de couro.
DE, da: Cousa, bixo - 1 - Da tôn ki ti tére: Morreu por
nenhum motivo, atôa- ki, por? - ti, elle - t, connectivo -- 6»,
algum - 2 - Denim van ko tôn: Não está comendo nada -
denim... ton, noda - veinkó, come - 3 - Det kára: Toda cou-
sa - kára, tudo -- 4-- Denúm kara ni jenga agn: Elles assam
carne de toda a qualidade de animaes -- denúm. animaes — hára,
todos -- nz, carne -- jénga, assam -- 3 -— De ton ijamá nim: Elle
não me dá nada -- de tôn, nada-- #jamd, para mim -- nim, dá
-5 Den géka: Pegou a cousa -- géka, pegou -- ka, suffixo para
fazer o. passado -- 6 -- An tó 30 à) ketô ij je: Não quero estar
brigando com você - ánto, com você-to, com - jó, brigar --
ke, pretendo --to, não -- 7) je, eu estou --Y — Ande por dia —
kémo? O que queres diariamente - an, tu--de? que cousa ?
quanto ? - 8 -- De núm kenema je: Gosta de tudo - denúm, tudo
- kenemá, gostando -- je, está - 9 -- Déne ix prá: O biro me
morde -- pra, morde -- 16 -- Aningét te déne? -O que está na
‘tua mão ? - «a, tua -- ningé, mão -- t, connectivo - ne, está - 11
-- Denúm ôt ve agn jéne: Elles mandam outro para ver tudo
- denúm, tudo -- 6t, outro -- ve, ver - jéne. mandam - 12 -- De-
nim, significa tambem outra cousa - ón, outra — 12 bis -- De-
nim tavin krimá je: Não esta gostando absolutamente de
ninguem, de nenhuma cousa -- tavin, de tudo. absolutamente
-- krimá je, está aborrecido -- 13 - Dét koré: Cousa ruim, dia-
bo - koré, ruim -- 14- De non ijmá nim: Me dê alguma cousa
- nim, de - ôn, alguma -- 15 -- Denúm ton te, kara had kant? :
Tudo está feito do nada - denum ton - nada --te, do - had,
feito -- káânti, está -- 16 -- Det kára ti kanherói: Ele conhece
todas as cousas -- det Kkára. todas as cousas - ti, elle -- 17 -- Dét
korég ne: FE’ cousa inutil -- ko, ég, inutil, ruim -- 18 - De tim
77
ve kema: Gosta de ver tudo; é curioso -- kemá, é inclinado -
19 -- Det koré ni ágto kémo: Elles querem carne desta por-
caria, deste bixo ruim --n/, carne-agto, elles -- 20 -- Garin
kré tan, dene kupré: O branco deste ovo da gallinha -- garin
kré, ovo da gallinha -- tan, de -- déne, a cousa -- kuprí, branca
21--In to na ti: Encostarse a casa - in to, à casa -- to, à -- na,
encostar-se - ti, elle - 22 - Déne kokré gére: Fedor de carni-
ça-déne kokré, de animal podre -- ni, carne - 23 -- Denúm
tok tin já ne: Elle está com nada - denúm to, nada -- k, conne-
etivo - ja ne, está - 24 - Dene ni kanjam kéve ? -- Que qualida-
de de carne quer comprar ?--déne?-- de que animal ?-- ke ve,
esta querendo -- ke, pretendendo -- ve, está -- 25 -- An ti ni tan,
de bin»? Porque tu trazes agora carne daquella qualidade ?
- an. tu--tr ni -- carne do tal bixo --tanr, aquella - de? por-
que ? -- báno, trazes agora - 26 -- Ag ta déto móne ? -- Aonde é
que vão elles ? - ágta, elles — déto, aonde -- móne, vão: plural
de tin-- 27 -- Detan ti tokfi ne ?-- Porque elle está amarra-
do ? -- detan, porque tz, elle - tokfin, amarrado -- ne, está -- 28
- An tan deto tinge: Aonde vaes tu ? -- dntan, tu -- déto, aon-
de--tin ge, pretendes ir -- ge, pretendes -- 29 -- Déja vin ke?
Porque quer fallar ? -- déja, porque -- vin, fallar - 50 -- Léje ti
je ti kanémo ? O que está procurando ? -- ti elle - kanémo, vro-
cura agora -- 31 - Zxmän ama denum nim ; ixán koje: Me dê
alguma cousa: eu como - denúm, alguma -cousa - dma, você
- nim, de -- ixdn, eu -- hoje, eu como - 52 - Den hd: Cousa bôa
33 - Den jun ( jon): Bixo brabo: féra - 34 - Denéne tan, bói
ve je: Aquelles bixos estão parecendo bois -- tan, lá - je, es-
tão -- ve, pareceudo - 35 -- Det kara kóti ti: Elle come muito
de tudo -- kótr, come muito -- #, elle -- 36 -- Denén tére: Bixo
morto — 37 -- Hijman ti déne to: Elle me disse uma cousa - to,
disse -- 38 Tirô tandéne ni?--O que é a letra da tal cousa ?
-- ti rd, a letra da tal cousa --tandéne, o que?--ni, é?-39
- De núm de: Armario para alguma cousa -- denúm, para al-
guma cousa -- de, armario - 40 -- Hijman deve ne: O que me
estás mostrando ?-ve ne, estás mostrando -- 41 -- De háno ?
Que estás fazendo agora ?--42-- Déto ti ne: Onde está elle ?
-- déto, onde -- ne, está -- 43 -- De xo jon ne: Porque está brabo
commigo ?-- xo, commigo - jon, brabo -- 44 - A xo jon ne, taix
kémo: Si estás brabo commigo, vou matar-te -- fäix, matar -
kémo, pretendo -- 45 Venharô de: Cousa escripta. Vide App..
DE: Estar (ervez de je). Vide App.
DE? Porque? Interrogagivo.
DE ? Que cousa? que 6? --1-- De ti jama nim? O que
é que elie me da?-- jdmd, para mim-- nin, dá tu-2-- Ti
tande hat ke? O que é, que pretende fazer ? ti, elle -- tande,
o que -- hat, fazer - ke, pretende --3-- Ti ta had ij, ro ni: O
que faço eu, é cerca -- ti ta, o que — had, faço - ro, cerca - ni, é.
DEGNE : Anus, bunda.
DEGNENGORO : Calças - 1 -- Degnengôro to tj, perógn,
hat kie: Eu pretendo fazer sacco das calças -- to, com - pe-
rôgn, sacco -- hat, fazer -- kie, ke: pretendo - 2 -- Degnengôrc
NO
küren to kantin ge: Elle pretende vir com calças novas —
kiirôn, novo -- ge, pretende -- to, com - 3- Franxíxko degnen-
gôro tavin tôn je; veinpefine pire ne: Francisco não tem
absolutamente calças; elle anda só de xiripa- tavin absolu-
tamente -- je, está com -- veinpefin, xiripá - píri, só -- ne, esta.
DEL: Cosinhar--1-- Dejafa, cosinha -- já : instrumento, lu-
gar onde se faz alguma cousa -- 4 -- Déiera: Cosinha tu - 3 - 1;
prôn arangré dérmo : Minha mulher cosinha agora feijão — 7)
pron, minha mulher -- arangró, feijão -- déimo, cosinha agora
--4-- Kéii déiera : Cosinha tu jacú -- hóii jacu -- 5 -- Dejafa han
fagn húri: Ellas ja arrumaram a cosinha -- fag, ellas -- húri, já :
indica tempo passado -- 6 -- Déi tin fi: Ella vai cosinhar.
DEIKEMÁ : Avarento -- kemd, gosta--de, de alguma cou-
sa ( Tel. ).
DEIA, déja : Não quero ; porque -- 1 -- Déia kaxorro tag
ti batin ton ke? Porque E não quer levar este cachorro ?
- butin, levar -- ke, quer -- 2 - Déja agtôn ti jon? Porque elle
está brabo com a gente -- Va tôn, com a gente jen ne, está
brabo -- 2 -- Lengré agn jen kantin ? Os dois vêm para comer ?
Déja ! On jén kara kantin: Não! não quero! Um vem comer
antes, outro depois -- /engré agn, os dois -- jen, comer -- kantin,
vem ( kamón ) - On, outro -- jen, para comer -- kara, depois —
kantin, vem -3 - Déja! mag ne 77: Não quero! estou com
vergonha -- ma, vergonha - q, connectivo -- 7, eu.
DEJAFA’: Cosinha. Vide dé/: cosinhar.
DEJE: Cera -- Dejegrú : Be de cera - grt. luz, ac--
cender, resplandecer, illuminar -- 2 -- Déje fén jafa: Castiçal --
déje, vela - -fen, fechar - jafú, instrumento -3- Deje grú ra
nira: Sente perto da luz -- ra, perto -- mira, senta tu — 4 - Déje
grúnera: Accenda a cera.
DE'JE Não quero! porque? Vide déia.
DEN : Casa do botão ( Ch. L. )
DENE, den: Bixo-I Dene ij prá: Um bixo me
morde -- 2 - Dene tan bói véje: aquelle bixo está parecendo
boi -- tan, aquelle -- je, está - ve, parecendo -- 3 -- Déne ni: Car-
ne de bixo - ni, carne - 4 -- Dét hore tini agton kémo: Elles que-
rem carne de bixo ruim -- dét koré, bixo ruim --tíni, carne
ág'on, elles -- kémo, querem agora -- 5 -- Déne tére : Bixo mor-
to - 6 - “en jun: Bixo brabo -- jun brabo.
DENE: Atraz--1- Vog dénera: Vira tu atraz -- vog,
mover-se — 2 -- Tan denéra: Vire cambota.
DENE: Deixar. Vide App. ( dere ).
DE’NE NI: Carne de bicho - ni carne--1- Déne ni
jénga agn: Elles assaram carne de bicho --jénga, assaram.
Diz-se tambem dané ni.
DENMA, denemá, devemna: uruti - denmá : bixo forte,
mau - venmá, mal.
DENUM : Alguma cousa, tudo -- 1 -- Denúm tok tin ja
ne : Elle não tem nata - denim to, nada -- k, connectivo — té
elle - n, connectivo - já ne, está agora - já, agora. Vide App.
DENPAN: Urutu ( Vise) Vide Den man.
DERE: Parte posterior, assento, cauda, banco -- 1 —
Kankéi à) dére: Meu assento da canda — kankéi, canda.
DERÓTKE: Fundo de alguma cousa (do copo, p. e. ).
DERE: Deixar-1 - Dére enkré: Deixar de pensar.
DET KORE: Cousa ruim, diabo, bich) ruim - de,
cousa, bicho -- t, connectivo.
DETO: Aonde--1-- Ti te arankét déto tin ne? A onde
ia indo Fulano de tal e Sicrano de tal hontem ? -- tite, elle —
arankét, hontem -- tin ne, ia indo--tin, ir - 2 -- Agn déto mo
mo ne? A onde vão indo elles ? - mo, repetido, para significar
multiplicidade de acção -- 3-- Ag hânde déto nanti? Onde
estais vós? -- Ag hdnde, vós. Vide App.
DETUM: Tudo--1-- Detúm brija ti: Elle esmigalha
tudo - brüja, esmigalha, quebra.
: DEVENMÁN: Urutú -- de, bicho -- venmdn, mau.
DI (em logar de ti): Elle. Vide App.
DIK, ding: Fundo --1 Dik de: Cousa funda -- de, cousa
-2- Oré dik (ding) tag dik hô ne: Esta lagôa é muito
funda — tag, esta -- hd, muito -- ne, é -- oré, brejo.
DID: Costas. Vide App. (lombo ).
DJI: Ao longo -- 1 - Emprü dji ôn katóite ton ( katôte ):
Ao longo da estrada não se encontrou ninguem - emprü, estra-
da--ôn... ton, ninguem -- katóite, encontrou.
DING: Profundo. Vide dik. Contrario de palêre, raso.
DINHERO : Dinheiro -- 1 - Dinhero tag korég jd ne:
Este dinheiro agora não vale mais-- ja, agora -- korég ruim --
ne, está.
DIO, em vez de do, espingarda, arma.
DITXU’: Lebre.
DIU’, ju, jon: Brabo, mau, feio: Kakän diú: Cara
feia (jun).
DO: Arma, flexa, espingarda--1-- A ningá agn don
ge: A gente tira a arma de tuas mãos--a, da tua ninga,
mão -- dón, arma -- ge, tiram - 2 - Dó jek fin: Ponta da fle-
xa -- jek, corte ?-- Hixman ix do hádno: Agora estão con-
certando a minha espingarda -- cixmán, em meu favor -- hádno-
estão concertando agora, de ha, bom-4- Wire pan dó:
Guarda-te da arma da cobra -- kíre, guarda-te -- pan, da ser-
pente - 5 -- Dó féére: Pennas de flecha -- 6 - Dó réêre : ferrões,
dentes da flecha --8-- Do kané fa: Sortimento de bagos
para esgingarda--kané fa, bagos - 9 -- Do rúro: a arma cur-
ta: garrucha -- 10 - 1; dó: Minha arma -- 11 -- Do téie: Arma
comprida : espingarda -- téie, comprido -- 11 -- Dó ten min,
ta‘x 77: Eu matei uma onça com a arma -- ten, com -- min,
onça — k, ronnectivo -- taza, matar -- ix, eu.
DO: Atraz-1-Do ti na ti: Elle está atraz de
Fulano de tal-- dó ti, atraz de Fulano de tal-- na, esta -- ti,
ES a) —
ele--z--Jógn do 7) tin ge: Eu quero ir atráz de meu
pai--jógmu do, atraz de meu pai--ge, quero--3-- Kin do ti
veinvó: Elle corre atraz -- ki, prothesi -- veanvd, corre. Vi-
de App.
DO TI KETI: E' mais moço.
DO: Raio-1- Ran dó: Raio do sol-rán, ardn:
sol.
DO: Abrir. Vide dôro.
DUDN: Proeminencia, maçà - 1 -- Du didn: Umbigo
- du, veutre. |
DOGNDO : Furado nos olhos, cego--1-- Dign do ja
ne ha: Esta já cou os olhos furados -- 2 -- Dign do ni ha: Já
ficas cego.
DOGN DO: Triangulo. Tambem: Ti pe dügn do.
DON: Abrir. Vide dôro--1-- Donera: Abra. Tam-
bem abriu a porta (ellipsi. Ch. L. ).
DON, do: Atraz--1-- 12 don venvo ra: Está correndo
atraz delle -- ti don, atraz delle -- venvó, correndo -- ra, está -- 2 --
Ti dine tx tinmo ha: Bu já vou atraz delle - tínmo, vou agora
-3--7i don ij viiire: Eu fui atraz delle -- viiere, foi -- 4 —
Jägnin dine agmo ha: Elles ja vão uns atraz dos outrcs --
jágnin, um a outro-dgmo, elles agora -- 5 -- Andot ké ve:
Mais moço -- ke ve, esta feito atraz ? -- Ajut keve: Mais velho
- ju. adiante -- t, connectivo - 6 -- Ti dot kaxoro fodn: Atirar
o cachorro atraz delle - fódn, atirar, açular -- 7 - Ti dé ti ni:
Fulano de tal está atraz de Sicrano de tal -- 8-- Done ágmo :
Elles vão atraz -- done, atraz -- e, epenthesi -- mo, vão — 9 - 7%
do ti veiva: Elle corre atraz de Fulano de tal - veivá, corre -
10-- Aqu do xóldado jéne ti: Elle manda soldados atraz
da gente -- jéne, manda.
DORO: Fure, buraco -- 1 -- ningrén dôro: Entradas
dos ouvidos - mngrén, orelhas. Tambem : furos dos brincos -
2 -- Perógn tokfin kanin : kire done he: O sacco está amar-
rado; veja que não fique aberto -- tokfín, amarrado -- kanin,
fica -- kíri, veja -- dóne, abrir -- he, não -- 3 -- Jantka dón ja ti
ne ha: A porta já está aberta a esta hora -- jantká, porta -
ja... ne, está--ha, já -ti, elle. Tambem: Elle já abriu a
porta--4-- Ka côro: Pau turedo, ôco. Tambem: Ka janké
- 5 -- Dôro ti: Cousa aberta -- 6-- Préja dóro: Fundo da
agulha - 7-- Donera: Abre tu--8-- Dôro ti je: esta aberto
- ti je, elle está - 9 - Arankét kainké ij) dôn: Hontem eu
abri a canôa -- arankét, hontem - kaénké, caixa, canôa - 11 -
Kuji dôro ti: Elle esta ôco no meio - kujú, no meio -- 12 —
Ti kanén dip ti: Elle fura os clhos de Fulano -- düp, furar
-13-- Ti kanén van dé ve: Os olhos delle estão furados —
van dé, furados - ve, estão - 14 - Jägnen kanén di: Se fu-
ram os olhos mutuamente -- Jagnen, mutuamente.
DA GENS PE
DORO: Algibeira - 1- Dôro kaki fodn: Por na algi-
beira -- kaki, dentro - fódn, por. Tambem: Veinxkaki fódn :
Por na algibeira -- veinxkaki, dentro.
DORO, koké non: Coruja.
DORO, duro: Apagado. Vide dun. Tambem jun ?
DOXE: Doce--1--1j jo dôxe nim hadn: Eu guardo
doce para mim - Jo nim hadn, guardar.
DU: Palma ou parte inferior de alguma cousa - 1 -
Ningé du: Palma da mão -- Ningé pakxim: Costa da mão.
DUD: Costas -- 1 -- Dud kuka?: Ossos das costas -- kukd,
osso. Dud kuhá, espinhaço.
DUIX: Pescoço - 1- Ti dúix fúixte: Cortou o pes-
coco delle - ti, delie - 2 -- Duix kxire: Deu risadas de arre-
bentar o pescoço -- À, connectivo - xire, arrebentar - Dúix ge
zc ne: Eu estou rouco - ge, pegado - 7) ne, eu estou - Duix
ka ag ten: Elles b teram no pesenço delle- ka, no- ag,
elles -- ten, bateram. Vide App. Significa tambem collarinho
da camisa.
DUN: Batata.
DUNG, dun: Ventre--1--T; dun dôgn: O meu um-
bigo -- dügn, proeminencia --2-- Ij dun van kangamo: Meu
ventre esta doente -- veinkagámo, esta doente agora -- 3 -- Dun
kanga, ti: O ventre está com grande dôr--ti, muito -- 4 --
Nerénj à) ko kan, eix dun kangati: Porque eu comi laranja,
o meu ventre esta doente -- ko kan, porque eu comi -- Dung --
buingh: Tripas-- 6 - An dun éin kangâmo: Estamos agora
soffrendo de ventre - an, connectivo -- é2n, nós -- 77 Dun uafé :
Cos, cintura, cinto das calças.
DUR: Pó. Vide App.
DURO : Apagar--1 -- Aran duro: Se apaga o sol.
DURU: Pó. Vide tudére -- Kafê ti duro xo: Sujeira
do po de café - sugn, xo: Sugeira.
E
E’: muito -- 1 -- Ti kotaxi tére kan, Fidenxio mankanga ed
ni: Fidencio está muito triste, porque lhe morreu o filho - ti ko-
ti, O filho delle -- tére kan, porque morreu - han, por -- mankan-
ga, triste — e, muito -- d, connectivo -- ni, esta --2- E agtôg mo
l:émo : pretende ir muita gente -agtó, gente - q, connectivo
--mo, ir-3-- Agmán to e: Tem muita gente, ou fallou muito
a elles--to, ter, fallar--4-- Xoldádo e ag nanti: Os sol
dados são muito — núnti, são — 5 -- Kanendôro ki, og ene: Na
janella ha muita gente - kanendôro, janella -- ki, na - n°, tem
-6-Gôi ki e kitten ke: Cahiu muito na agua-- kiten,
cahir -- ke, sufilxo para indicar o passado -- Dón ag e kamôn:
Atraz vem muita gente - don, atraz -- kamôn, plural de kan-
tin, vir -- 8 - Norég tavin ag e kamôn : Vem deveras um grande
desproposito de gente -- korég, muito -- tavín, deveras -- 8 bis —
Nôr ke e ni ha: Elle: quer muito dormir -- nor, nóro: dormir
-- ke, querendo - ni, está --ha, ja--9-- To ij edn gara: Eu
tenho muito milho -- 10 -- Antére ton ni, e ko: Para não mor-
rer, eu como muito — antére... ni, estar morrendo -- ko, como --
11 -- Jagne ton jônmo é: Elles estão brabos um com outro --
jônmo, estão brabos agora- 12- In tag ti kurän te e hano:
Elle faz esta casa em muito tempo -- in, casa -- ti, elle — ku-
rán, tempo, ki, em - húno, fará. Tambem: Kurdn ki han et
kémo -- et, muito -- t, connectivo - 16 -- In tag e ho je: Esta
casa é muito alta -- hô, alta--je, 6-17-- Pin tan ki ed ne:
Aqui tem muita lenha --tan ki, no aqui, ki, no. Vide App.
E, he: Não. Usa-se com o verbo kire, guarda-te -- 1 -
Kiri perógn don ne e (he: Veja que o sacco não fique aberto
- perógn --, saceo -- dôn, aberto - ne, fique -- he, não -- 2 -- Kiri
goira tin he: kingééxno: Veja de não ir ao rio; do con-
trario ficas enroscado nelle -- gôi ra, para o rio - ra, para -- ti
ki, nelle -- géixno, te pegaras -- ge, pegar -- 7, connectivo -- no-
no futuro.
EKTOA’: Perto. Tambem to, tohd-I Tima to ektôn
tonjaki hakantin ge: Diga a elle: Queira ir fora da visinhan-
ça-tima a elle - to diga, - ékto, perto -- tonjoki, fora da ( vi-
sinhança )-- ha kantin, vir ha, voz de mando - ge, ke: queira.
EKTONJAKZ’: Fora da visinhança - tônjaki, fora.
EKURA’N: Dia, tempo, hora, claro. Vide kurán.
E’IX, ix, ig tj, ex, x, xan,: Eu, meu-I - Gonoá me
avin tivin ne àj: O sabid é para mim um animal bonito
-- gonoá, sabia, me, animal - ain, bonito - tavin, deveras -
ne, 6-7), para mim - 2 - Ha ‘ema ix cinhéro nim: Me dê
o meu dinaeiro. Ha voz imper, - nm, dè-3- Hix já fi
ve, jéx tinmo ha: Eu vou ver minha mai já--jom, mai
fi, ella- ve, ver--jéx, eu-- tinmo, vou agora -- ha, já - 4 Kia
man ge veiketá : Eu e lho remedios para mim -- ge, colher --
veiketa, remedios -- 5 -- Amd ix ninmo veiketá : Eu dou remedio
para você - dma, para você - nínmo, dou agora.
EIN: Nós ( Tambem en)-1- Ein ninhé: Nosso nariz
(nijé)-2- Ein jomá: Nossa aldeia- ema, aldeia jama,
nossa aldeia -- 4 -- Ein hkainkã ton ti: Elle não é nosso irmão,
collega, contribulo -- kaënkd, irmão -- 5-- Hin ve kan togmo:
Nos estamos vendo tudo -- ve, ver -- kan, tudo - tógmo. esta --
mos agora -- 6-- On cin bre tankéxno : O outro nos está aju-
dando -ôn,o outro -- éin bre, com nosco --tankéxno, trabalha
agora - 7 — Ein jan dnto jon: A nossa mii fica braba com você
- anto, com você - an, tu - 8 - Ein kakan kupé ja: Nos agora
lavamos a cara - kakán, cara - kupé, lavar - ja, estamos - 9 —
Ein tan ag angvéix kamônve: Elles estão vindo aqui visi-
tar-nos — tan, aqui - angvéix, visitar - kamôn, vindo - ve, es-
tão -- 10 - Hinman to ôno to: Elle nos conta mentiras -- to-
falla -- ônô, mentira -- ti, elle - 11 - E'in arôtiti nanti: Nós es-
tamcs muito cançados -- nânti, estamos -- arôtiti, muito cança-
dos - 12 - Veindü éinmo : Nos estamos rindo -- mo agora.
EINJIN : Canto de casa, angulo da casa.
EINRA'N, Einragn: Copo--1-- Einrântog, tog fudn:
Este copo esta cheio -- tag, este -- tog, está -- fudn, cheio (fan)
EJEN, Jen: Comida, almoço, refeição -- 1 - Ejént
kanjan kémo: Eu pretendo pagar a comida -- kanjam, com-
prar — kémo, pretendo.
EJUVEN, enjuvén: Conselhos --1-- Eij jog tinkte
kan, «njuvént hati: Meu pai, quando estava vivo, dava
bors conselhos -- tinkti, viver - hati, fazia--2-- Enjuvén ra:
Dé bons conselhos. Imper. *
EMA: Vide jama: Povoação, cidade, mundo, villa,
bairro - 1 -- Emá kara: tudo o mundo, todos os povos-- 2 —
Ema vet ka ix ni: Eu estou vendo tudo o mundo -- vet,
vejo -- t, connectivo -- ka, tudo -- ni, estou - 3 -- Ema tag korég
ne: Este lugar é ruim--tag, este - korég, ruim --4 - Hüri-
ken ti ( Tupén) emá kara hat húri: Como fez Elle (Deus)
o mundo ?-- hürike, como --ti, elle -- Tupén, Deus -- ema.
mundo -- hat húri? Fez: o passado é indicado por húri - 5
—Jamd: Minha terra, meu bairro, minha morada. Terra,
bairro, etc. se traduzem com ema, ama--6- Ema ôn te ton
fuixfúio ni: Não tem xupim nem em um nem em outro
lugar -- emã On te? Noutro lugar--tôn, não -- fuixfuix,
chupim (passarinho) -- n7, tem. Em Kasngang basta pôr um
membro da correlação para indicar os dois, e assim esta
expressão significa: Nem num nem noutro lugar tem chu-
pim -7-- Ema ôn te gara ton ne: Nem num nem noutro
lugar tem milho -- gára, milho - ne, tem --8-- Ema kara mi:
Por todo o mundo -- mi, por--9-- Emãá buünçh: Cidade —-
E A o
buongh,, grande - 10-- Jama to ij je: Não tenho morada - to,
não -- 1) je, estou tendo -- 11 Jama ki judn judn: kura éne
ka kamôme: Continuam a chegar na povoação : elles vêm
naquelle dia -- ki, na--judn, chegar: a repetição indica plu-
ralidade de acção-- éne ka, naquelle dia -- ka, em-- 12 - Emã
ta ki kangi emá ne: Este lugar é insalubre, ou: este
lugar é pestivo a ficar doente - ki, em - emd, inclinado —
ne, está -— 13 -- Kanganga kan ema ndnti: ‘Yodos os lugares
são insalubres - kangá, com a repetição no fim, é um dos
modos para indicar o plural -- nanti, são.
EMA'N: Tempo de secca ( Thelemacô ).
EMA: Um que tem inclinação, que gosta, que tem
propensão. -— Vide kemá -- 1 - Ema taki kangá ema ne: Este
lugar traz doenças: este lugar não é saudavel para elle --
emá ta ki, neste lugar -- ne, está.
IMANIE: Obediente ?
EMBEKTO’: Um certo modo de pegar os ratos —
1-- Ambektó: Salto, onde se pegam os peixes com o me-
thodo de pegar os ratos - xa, salto ( kroun). Tel.
EMBRA’: Junto -- Ein bra ko: Elle come comnosco —
éin, nós -- bre, junto -- 2 -- Hin bré vin hô ne: Está fallando
cousas boas comnosco - vin... ne, está fallando. Vide App..
EME’: Quieto - 1-- Emé ij) kani ni: Eu estou senta-
do quieto -- káni, sentando.
E-ME': Sacudido -- e, muitu -- mé, forte.
EME JUR: Fusil? ( Visc., Vide App.). Parece signi-
fique antes: Dé para mim, e--me, para mim--jur, dé.
EMIN: Bolo, pão (emin ).
EMIN: Caminho, estrada.
EMPA'NGH: Roça--1-- Empangh wri: A roça esta
feita - pangh, derrubar, fazer roça -- húri, indica tempo passado.
EMPRA'N: Em baixo -- Emprán evaix : Olhar em bai-
xo -- eväix, olhar - 2 - Ta kane emprane: Está la em baixo --
ta ka, lá -- ka, em -- ne, está ( pran ).
EMPRUGH, emprü : Estrada, caminho - 1 -- Min krin
emprügh ré: Campo da estrada da cabeça da onça -- min krin,
cabeça da onça --rê, arê: campo -- 2 -- Emprügh joro: Estra-
da quebrada, que dá voltas - 3 -- Emprii ki (kri): Na estra-
da -- 4-- Emprii veinkanpóvo je: Uma estrada se separa da
outra - veinkan, da outra --je, está --vein, um do outro, mu-
tuamente - kan, de-- povo, separar-se - 5 - Emprügh kanmi:
pegar um caminho. (Vide App.).
EMPRU KI JANTKA': Porta da ruo -- ki, na.
EMPRURU : Terreiro, rua - 1-- Empriiru mi ha nanti :
Já se acham na rua - mi, na -- ha, já - nánti, estão - 2 -- Emprü-
ru hat kéve: Estou querendo fazer limpar a rua — hat, fazer
- ke, querendo - ve, estou -- 3 -- Emprüru mi jantkà : Porta da
rua -- mi, na jantká, porta. Póde-se usar tambem empriiru
ki--4- Emprüru pri: Varrer a rua.
OR Gay Nc
2- Emprü hat kéve: Estou querendo fazer, limpar a
rua - hat, fazer - ke, querendo - ve, estou - 3 - emprüru mi
jantka: Porta da rua - mi, na - jantká, porta.
Pode-se usar tambem empriirw ki - 4-- Empriiru prá:
Varrer a rua.
EMU: Diligente, sacudido. Vide e - mé.
EN: Nós. Vide éin- 1 - Entôn kara in: Casa de
nós todos - entôn kara, de nos todos - kára, todos - 2 - En
kara vankangámo : Nos todos agora estamos doentes - van-
kangamo, estamos doentes agora - 4-- En tére kan, veikupri
en hô hóro ti: Quando morrermos, a nossa alma sahe do
corpo -- k, connectivo -- kan, quando -- en hé, do nosso corpo -
hero ti, elle sahe - ti, elle. No conceito dos Kaingdngs, a
alma é de genero masculino -- 5 -- E’nk xf hdtiti: Faz pouco
caso de nós-- k, connectivo -- xi, pouco -- hati, elle faz - ti,
elle -- 6 -- Enk tan angvéix kamon ne: Elles vem vindo vi-
sitar-nos aqui--tan, aqui - angvéix, visitar - kamôn, veem,
plural - ne, estão.
ENKAGBE’: Cova.
ENKFT : Anzol-1-Ænkfi buüngh: Anzol grande -
buüngh, grande -- 2 - Enkfi xône: Linha de anzol.
ENREDN : Pensar, ter cuidado de alguma cousa - 1 -
Kix ix krédn: Eu penso, reflicto - 2 -- Koxit ki x enkrédmo :
Eu penso no filho -- ki, no, tenho cuidado do filho -- 3 -- Ungré
engré: O homem pensa, é sisudo. Vide App.
ENKREJ: Caçar--1-- Enkréx ki kanti nanti: Elles
estão estando caçando-enfkré) ki, na caça -agne, elles -
käntr, estando -- nânti, estão -- 2 -- Enkréj hütiti: Elle deseja
muito de caçar -- hótiti, muito deseja: tem a paixão da caça —
3 - Entré jan: O caçador está caçando agora -- jan, agora 4 -
Xanxi enkré je ti: Elle está caçando passarinhos -- xanxi,
passarinho.
ENKRE: Plantação. Vide kré.-1- Kre van ton ti:
Não ha ainda planta -- van, esta -- ti, elle.
ENKTON: Nós--k, connectivo. Vide éin, en --t,
connectivo -- ôn, outros (nos outros )- 1 -- Enktôn kara kérex
kônvo: Cova para todos os cadaveres de nós -- kara, todos—
kérex, cadaveres.
ENKU'K: Rachar. Vide kuk.
ENDE, de: Cousa.
ENDEJAFA': Cosinha -- 1 -- Endejafá Iuméra viiire
ti: Elle foi de vagar na cosinha -- kuméra, de vagar.
ENDENÚM, denúm: Alguma cousa -- 1 - Endenúm
kenema je ton: Não gosta de nada, é insupportavel -- ende-
num... tôn, nada -- kenema je, . está gostando -- 2 -- Endeniim
ve tót agn jén ne: Estão mandando elles outros para ver
alguma cousa -- ve, ver--ôt, outro --t, antes de dt, connecti-
vo - agn, elles -- je ne, está mandando -- ne, está.
NOR
ENDORTI: Elle apaga. Vide duno, duro, dórti. O
contrario de aénka, accender.
ENE: Aquelle lá, lá (adverbio )--1-- Ton éne ra:
Vamos para lá --tón, vamos--ra, para -2- On éne ni, fi:
Quem está ahi, é mulher --ôn, quem - ni, está --fi: ella,
mulher - 3 - E'ne korég je, éne ha hi je: Aquelle é mau;
aqueile outro é muito bom -- kurég, ruim - je, é-- ha, bom —
hé, muito - 4--Krin éne to tamprügh ti: Elle sobe naquelle
alto -- to, em--ti, elle--5-- Nângja kri gire enent fi: Pôr
aquelle menino na cama--nängja; cama - nan, deitar — Jr,
em cima, na-ja, instrumento. logar - 6 - E'ne fi ni: Ella
está ahi -- fi, ella.
ENHORIKEMON : Póde ser, talvez. Vide hôrike-1 -
Enhüriké mon kantinmo: Talvez eu venho agora -- 2 -- Exhi-
rikeno: Por exemplo ? |
k NGA’: Piolho.
2 ENGA', ga: Terra --1-- Jj engäto : Na minha terra -
to, na-2-1; jama kan, ga ha hô ni: Na minha terra, ba
terra boa-jamä, minha terra - Lan, na, ha, boa-hé, muito
ni, tem.
ENGAJE: Laco--1-- Engáje tan kantó xa: Ficou
preso num laço um papagaio -- tan, pum — kantó, papagaio -
aa, preso. Tambem: Com um laço pega um papagaio.
ENGA'RA: Milho. Tambem gára - 1 -- Gara tôt: Milho
verde. A
ENGARA xfre, engdra kanæire - gára kanæire : Arrôz
- xi-e, kanxire: pequeno - 1 -- Gáraxire kré: Arrôzal-kre,
roca plantada - 2-- Gara xi pantfi: Montão de arroz. (G de
gára nasalado ). ;
ENGARIT : Gallinha -- 1 -- Engarit kur: Falla, canto de
gallinha.
ENGARIT krén : Ovo, pinto, filho de gallinha.
ENGA'XKA : Parte? Gente? (Vis).
ENGDEXTIFI’: Cosinheira. Tambem dextifi- dèx,
déi: cosinhar -- fi, ella.
ENGETKA, gétka: Basta! Chega !
ENGHU’ - 1: Assobiar, assobio ( engu - hi, engu -- i ).
EGJAME': Adiante de nós--en, nós -- jamé, face — 1 -
Girt engjamé môjen: Os meninos vão adeante de nós - giré,
menino -- môjen, vão.
ENGJE: aropouca. Vide énje. Diz-se tambem eng-
janje--1- Engjanje xa känti : Está preso no laço -- xa, preso
kanti, está -- 2 - Engjé to xa nikti: Está preso no laço -- to,
no -- n/, está - k, connectivo -- ti, elle. Tambem: Engje to xa
tógmo-tógmo, está agora.
ENGMA’NJE, ôn ag men je : Capitão, cachique -- 6n,
quem - ag, gente -- man, muita-jé, esta. Tambem eng budn-
h je-budngh, grande.
ENGO-- hu: Capoeira, matto pequeno.
Don À
ENGOIO, gôio : Agua, rio - 1 -- Gôio tx: Agua verde
2 - Engôio ijma nim: Me dê agua - 7jama, para mim - nim,
dê. Ija krône: Eu bebo - ixa,eu3-gôio gu: Agua baixa -
4- Gôio kri : Sobre a agua, a flor da agua, à beira do rio
leri, acima - 5 -- Gôio fuüre te: No barranco do rio - te, no -
6 - Gôio kuxan ti: Agua muito fria - ti, muito - 7 -- Gozo xo:
Rio Tieté - xo, sujo--8-- Goio buôngh: Rio do Peixe--8
-Gôio kupri : Rio Feio, Rio Aguapehy -- kupri branco -- 10--
Gôio Tacró: Rio Feio-- 11 Goió aränti: Agua muito quente
12 Goto arântim»: A agua está quente agora-- 13 Goro ni:
Tem agua, agua parada --14--Gôio hé: Tem agua boa -
hi, boa -- 15 Géio kané: Olho de agua (tambem gôio ni).
ENGORO, grôra grôro: Barro - 1 Engôro grin: Barro
amassado, artefacto de barro -- grin, artefacto caseiro.
ENGRA’, gra, gre: Macho, varão. - I - Gire engra: Me-
nino macho -- I -- Gra ij ni: Eusou varão - 7), eu - [- A’ma
gra ns: Você é varão.
ENGRE’KA: Tanga (S. Paulo.)
ENGREND4A’: Peneira.
ENGRENDT : Debulhar (milho ete. ).
ENGRET : Salvarse. Vide kre, kren - 1 - Engrét ja --
väextiti : EK’ n'uito difficil salvar-se -- javäix, contra vontade,
difficilmente.
ENGRI’N: Festa, festim -- 1- Engrin ke na: Esta
querendo fazer festa -- ke. querendo -- n”, está.
ENGR!”, grt: Illuminar-1-- Engrá fi ve: Ella esta
allumiando -- fi, ella -- ve, esta.
ENHORIKE: Mais ou menos, talvez.
ENHENDIE: Capitão. Tambem enhuündie.
ENINDO : Meio dia — Vide 2nind6 - 1 -- Enindó käxka:
O meio dia -- 2 -- Inindó húru kaxka: Ja passou de meio dia -
húru, particula para indicar o tempe passado.
ENJE'N: Refeição, almoço. — Vide jen -- 1 -- Enjén
kokré : Comida podre -- 2 -- Enjén ti kanti togmo: Elle esta
comendo — kanti tógmo, esta.
ENJENIAFÁ, jeniafa: Lugar de comer; mesa, i’ s-
trumento para comer -- niafá : instrumento, lugar.
ENJUVE'N: Conselho - Enjuvên hé (ha): Bom con-
selho -- 2 - Enjuvên hatiti: Conselho muito bom. Vide App.
ENMANJE: Capitão.
ENTAJA: Rede.
ÉNTO : Aonde. Tambem déto - 1 - déto jog tin: Aon-
de vai o pae?-2-Ti xapé déto (4 nasulado ) ni? Onde
está o chapéu delle ?
ENTON: Vos, vos outros.
ENTONGA’: parede. Vide intongá - inton, parede -
ga, terra. - 1 -- Entenga dôro: Fresta da parede - dôro, bu-
raco, abertura.
8 O rms
EPANGH, empógh: Roça-1 - Japanpángh: Minhas
roças. Repetido, para indicar o plural. Deriva de pan,
derrubar. GH de epangh pronuncia-se aspirado e com voz
submissu.
EPA'NI: Costas--1-- Epâni te: Nas costas - te, nas.
4 . “ , r
ERA, irá: Queixo, protuberancia--1 - 1; irá: Meu
queixo - 2 - Ka irá: Nó de pau.
ERAKÉ: De tardinha.
ERANK FRA: Tarde -- 1 - Arankét erankéra: Hontem
de tarde - arankét, hontem.
ERE: Fora? Vide App.
ERE, arê, rê: Campo - 1 -- Hré buüngh: Campo
grande - 2 -- Kampó érê: Campo da pulga - kampo. pulga.
ERE: Capim. Tambem arê--1-- Erê bóix hoi húri :
Já o boi, a vacca comeu capim - kóij, comeu -- 7, connectivo —
húri, particula para indicar o passado.
ERÉIN : Pular --1-- Góio kin eréin : Pular na agua—
kin, na.
ERIN, arin: Formiga--1-- Erin ru kan, pran: A
formiga morde com o ferräo-ru kan, com o ferrão - kan,
com--pran, morde -2-- Pran e arin: A formiga morde
muito -- e, muito.
ERIKE, hérike: Como, quanto, qual, igual, seme-
lhante, quando --1-- Min ten ag hüriket ni? Como elles
estão matando o tigre? -- min, tigre--ten, matando - og,
elles -- kiréke, como-t, connectivo -ni, estão -- 2-- Xanxi
hóreket ni: De que tamanho é o passaro -- xanxi, passaro —
hirike, de que tamanho -- 3 - João hürikex ke je: João esta
querendo ser igual -- ke, querendo -- je, está - 4 -- José tara
ritke ton ne: Não é forte como José - tára, forte -- ritke,
como -- ne, é.
EXON: Cousa minha é - ôn, é. Tambem ixôn.
ETA'NGH: Paracanjuba ( peixe ).
E'TI: Muito - 1 - Jambalôn vankô hi ne ti: O jamba-
lon é muito bom para comer - vankó, ve'nk6, para comer -
van, prefixo -hô, . . . ti, muito bom, ne, é--2-- Gara étiti :
Muitissimo milho -- 3--São Jeronymo tô agn éti ne : Em São Je-
ronymo tem muita gente -- tô, em -- agn, gente -- ne, tem -- 4 —
Pira étiti: Muitissimo peixe.
F
FA: Anus. (Vis)--1-- Tifa: Anus do tal sujeito.
FA: Chorar--1-- Kuran te fi fan ti, kutiite fi fan:
Ella chora muito de dia e de noite--kwrán te, de dia -- te,
em~ fi: ella, a mulher -- Jotii, noite. Nota. Em lugar da co-
pulativa, se repete a proposição -- 2-- Akangän bé titikan, fi
tog fa kémo: Porque está sempre muito doente, ella quer
chorar - «, connectivo --kanga, doente -- be, constantemente -
titi, muito -- kan, porque -- fi, ella - tóg, está -- kémo, quer -- 3
- Fi fa: Chôro fella -4- ]j fon bé titi: Eu Chou sempre e
muito -- be, sempre titi, muito - 5 - Déja fa ne ? Porque está
chorando ? -- déja, porque - ne, está. ( Vide App.)
FA, fé: Estomago ne kajé, fa kajé: Estomago
azedo, nace do estomago - kajé, azedo, azedume. Tam-
bem /aja, amargo.
FA: Perna. Tambem fuä.-1-1; fá: Minha perna .
2-1) fá rúro : Barriga da minha perna -- rúro, redondo -
3-1; fa krin: Joelho -kren, cabeça -- 4-- Afan grúra, afan-
grôra: Calças. Vide App.
FA: Sortimanto para alguma cousa, instrumento - I --
Kané fá: Sortimento para espingarda -- kané, bago. Vide
niafa, jafa.
FAKRIN : Almofada.
FA, fon! Quebrar. Vide App.
FAKRIN : Joelho --1-- Ty fakrin: Meu joelho.
FACTON : Ellas, - ¢- connectivo -- én, outras.
FAG: Ellas, as mn RU Fag ven-à ha: Ellas já
criam -- ven-a, criar-ha, ja--2-- Fag in la vúire: Foi à casa
das mulheres -- lá, rá: para in. casa 3 Fag gáix: Cabellos
das mulheres -- 4 -- Jagnen dot tin fag: Ellas vão uma atraz
das outras -- jágnen dot, uma atraz da outra - dot, atraz -- t,
connectivo -- 5-- Fag to xa: Avental-to, a-- xa, preso -- 6 -
Fag veinpefin: Avental -- veinpefin, chiripd. Fag fé veinpe-
fim: Xiripa do peito dellas -- fé, peito (avental). HA'Nno
fagmá kan, à) manhüti: Eu estou muito contente, porque
as mulheres estão boas -- hano, estão boas agora -- fagmd, as mu-
lheres, ellas -- ka, porque - manhéti, estou contente.
FAGRIN : Presente - I Tima fagrin mavidn: Dar um
presente a Fulano de tal - timã, para elle - mavidn, dar -- 2
Fagrin madamôn ne: O presente está largado, desarrumado
2 - damôn, desarrumado.
FAG: ferida. Vide Appendice éfoke.
FAIA: Lavar roupa. Vide App.
FAN: Encher (fón, fór): -- 1 -- Fánera: Encha: Imper.
aa eus
FAN : Apaubar - 1 - Ta veiekri fan: Apanhar chuva -
veinaleri, encima - ta, chuva. Tambem: A chuva molha a
cabeça -- ‘veinackri, cabeça — fan, molhar.
FAN: Derrubar -1-- E’2j in fan kre ti: Elle quasi
derrubou minha casa - in, casa -- kre, quasi - ti, elle.
FAN: Quebrar -1 - Japán fan tin: Ir quebrar a
minha roça -- japan, minha roça - fan, quebrar, colher -- 2 -
Ejapän fan hütéti : lorégti : Eu tenho precisão de colher
minha roça; senão fica ruim -- hôteti, preciso muito — korég,
ruim — ti, ella.
FAN: Encher--1-- Ta fuán: Tempo chuvoso - ta, chu-
va --fun, fuan : cheio, molhar.
FÂNERA: Enche tu. Tambem fonera, de foro.
FANGRIN: Presente. Vide fagrin - 1 -- Fagrin ijmd
nimve: Elle me está dando um presente, ou elle me dava
um presente--7 ma nimve: me dava, ou me está dando —
ve, está; eu senão partícula do imperfeito. -- 2 -- Vimá fagrin
mavidn: Dar um presente a Fulano de tal -- mavidn, dar.
FANGRURA: Calças. Vide afangriira.
FAN TON: Fixo - 1 -- Kané fantón: Olhos fixos -
fantón, fixo.
FAR, for, foro: Grande, grosso, cheio, maior - 1 -- Ka
tagn e hije; ône ti ka fari je: Este pau é alto: o outro é
mais alto -- ka, pau-- tog, este--é, muito --hó, alto -- je, é -
ône, outro -- ti, o- ka, pau -- far, maior -- 7, connectivo -- je, é.
FA'TI, fé: Ponte-1-Ga fati: ponte de terra —
ga, terra.
PÉ: Coração, peito - 1-- Fé kajé, kaja : coração triste.
FE, fe Ella -- 1 -- Fe ningét : Mão della -- ningé, mao -é,
connectivo -2-- Fé fa: Choro della -- fa, choro.
FE’ : Folha. Tambem féie--1- Fuél: fé: Folha de
Rubens - Fuénk féje: O pinheiro está com folha - je,
está. Vide App.
FE’: Peito, estomago - 1 -- 4g fé :peito deiles -3-. A
fé: O teu peito-a, tew-4- 7j fé langa: O meu peito
está doente.
FE KANH - U'E: pulnäo.
FÉÈRE : Penna, aza--1-- Fi féêre kren nonnôron -
ti: Estão dormindo debaixo das azas della -- kre, detran
nôro, com a syllaba repetida, indica o plural -- tz, estão --
D6 féêre: pennas de flexa - do, flexa - 3 - Pirá féère : wae
dana de peixe-4-- Den féére: Pennas azas de bixo -- den,
bixo. (R de féêre nasalado ).
FEBRE: orla do vestido do panno.
FE FÉ: barulho.
FÉIE: Folha. Tambem fé-1- Fuék fé je: Os pi
uheiros estão com folha -- je, estão.
ROC:
FÆIE: Dedos-1- Ningét féie: Dedos das mãos —
2-- Te ningét féie küpte : Cortou os dedos das mãos--3-- Ti
. ningét téie kiipte; ti pén féie küpte: Cortou os dedos das
mãos e dos pés (os artelhos ).
FEINGR 4’: Levantar -1--Na fecngra: levantar um pau.
FEIRA'NG: Grillo (Jrújo, barata ).
FEN: Fechar. Vide nifé.
FEN: Levantar-1-- Ti fén ag: Elles o levantam -
ag, elle .
FEN: Curvo, quebrar - 1 -- Jakrin fen kânti ja ne: Elle
agora está estando ajoelhado -- jakrin, joélho -- kânti, sendo -
Je, esta.
FE'NE: Aza -1-- Ti féne: Aza delle. Vide féêre.
FENE -- é: Palma, gissura --1 - Arangro kanni ; arô-
nhe länné; fene--é bre: Haia feijão e arrôz com palmito
arangró, feijão - arrônhe arrôz -- bre, ( Aqui o bré se poderia
traduzir com e conjuncção ).
FE'NJA: Sombra, fresco--1-- Na fénja: Sombra de
arvore.
FENJE: Monjeo - 1 -- Fénje han je kémo: Quero fa-
zer um monjôlo -- han, fazer -- jer, eu -- kémo, pretendo. Vide
App. Deriva de fen, queb:ar.
FENEIN: Tatu ( Tel.)
FENJE’N, venjen: Almoço, refeição.
FENO, péno : Trocar, vender -1--In unféno: Vendo
a casa in -- un, casa uma. Vide App.
FEPARO’: Collo-- fé, do peito - paró, o que cobre ?
FERRO: Ferro -- 1-- Férro je: E' ferro -- 2 -- Férro grúti
na: O ferro resplandece muito ( quando acceso ).
FE TO XA: Cousa presa ao peito, à cintura - fé, cin-
tura, peito - tó, ao -- xa, preso.
FI, fe: Ella mulher, femea de animal qualquer. O
plural é fag--1-- Fi féére krén, fi kren nônôronti: O pin-
tinho muitas vezes dorme debaixo das azas deila (da gal-
linha )-- fi féêre, azas della -- krén, debaixo -- fi krén, filho della
- nônôro, dorme frequentemente. O verbo com alguma syl-
laba repetida, é frequentativo --2- (rére fi váix togmo: Ella
esta respirando com dificuldade -- gére, respirava - váix, com
dificuldade - tógmo, esta agora - 3-- Notxi tuntô fi: Nora --
tantô fi, mulher otxi, do filho - 4 -- Notxi fi kotxi fi: Neta,
filha da filha - 5 - Rengré kotxi fi: Sobrinha, filha do irmão.
Tambm javü kotai fi--ja-vii, irmão -- 6 - Ex vexi fi: Irman-
zinha minha - xi, pequeno --ve, irmã-7- Fi kotxi: Filho
della, filho da mulher -- 8-- Ki nongúje: Ubre della. Nonje,
significa leite-9-- Jan fi jogn: Avô materno - janfi, da
mai -jogn, pai--9 bis- Jan fi jan: Avó materno - janfi,
mãe - 10 - Ag ton bre fin kantin: Ella vem junto com
elles, com os homens - agtôn brê, com elles -- kantin, vem --
11- Fin bet ke ve: Ella pretende casar - bet, casar - ben, bet,
marido - ke, pretendendo - ve, esta--12--Gire tantô fi ni: A
criança é mulher, é femea -- gire. - menino - tantô fi, femea- 13
Be 9h cj; 670
-- Ij kotxi fi bén: Meu genro: marido de minha filha -- ben,
marido - kotwxi fi, filha - 14 - An kotxi van fine: ella esta gra-
vida -- an, connectivo - fi n>, ella esta com -- hotxi filho -- vein,
van, prefixon. Tambem Krenfini-15 - Kuran nôro fin ton
ne: kotü te noro fin ton ne: Ella não dorme nem de dia nem
de noite -- kurán, dia--nôro, dormindo - tôn ne, não está -
kutü te, de noite -16-- #7 in janthá piri ne: A casa della
está com uma só porta -- fi in, a casa della jantká porta -- ne,
está píri, uma só - 17 -- Avakua kavin fi ne: esta extenden-
do a roupa lavada -- kavin, extender -- 18 -. Nongje hô fi ne:
Ella está com muito leite -- nóngje, leite -- hô, muito -- je, esta
com -- 19-- In tonjaté fi: Ella está fora de casa - tonja, fora
- tô, em — in, casa -- 20 -- Ontantô, fimá ij ke: Senhora, eu
fallei a ella - fimá, a ella -- ke, fallei, fallo -- 21 -- Prin grét ki
fi krén kéti: Ella da uma cria cada anno - prin, anno -- kré,
gré, ledre, kdra : cada -- ki, em -- krén, cria -- kéti, faz.
FI: Dar--1 -- Ijmá fi: Me dê — cjmá, para mim - 2 -- Timá
agn do fi: Lbe dão a arma -- timá, elle -- dó, arma -- agn, elles -
3-- Tima ixôn dó fi: Eu lhe dou minha arma, espingarda --
4- Ama ixôn tj fi: Eu te dou o meu--5-- Eixmá a fi: Tu
me das--a, tu--6- Eijmán ti fi: Elle me dá.
FI: Por, collocar - 1- Avi fi: Posto em cima -- kri, en-
cima --2--W; kri fi: Posto acima della - 3 -- Ti kri ij figmo:
Eu ponho encima delle agora - 4 - Gara fuvre xa ki ijmá fi
ti: Elle põe palha de milho para mim no salto -- fuére; palba
- gára, de milho - xa ki, no salto -- kz, no--7jmd, para mim
-5-- Ténja kakak ti fi ti: Fulano pôz a Sicrano na rede --
ténja kaka, na. rede -- kaka, dentro -- k, connectivo - ti, Fulano
--6-- Véin dôn agn apén fi: Elles poem pé atraz do outro
- veindôn, atraz um do outro - apén, o pé.
Fin, uin, vin: Amarrar, fallar.
Fin, Coroa. Vide App.
FOA’: Perna, caneila. Tambem fa, fuá--1-- 1; fod:
minha perna.
FOAFU’: Figueira. Vide App.
FO’KE: Boneca, Branco.
FOKE: Ferida - 1 -- Eixmd ij pént foke küktan : Curar
uma ferida do meu pé -- cijmá, para mim -- ij) pént, o meu pé
--t, connectivo - fóle, ferida -- kuktän, curar. Tambem: O
branco me curou o pé-- foke, branco. Cfr. fúxno, vúxno.
FOKFÉIE : Lontra, loudra.
FÓD: Fazer mudança-- 1- Ga fód: Fazer mudança
de uma terra para outra -- ga, terra.
FODN: Mudar, vender. Vide App.
FOD : Atirar, pinchar, pôr arrebentar. Vide fón,
fodn-1-- Ka fódn: Atirar um pau. Vide App.
FOG, vog: Maltratar - 1 -- Kix in méin fog : Maltra --
tar os animaes de minha casa - éix in, de minha casa -- méin-
animaes, criação. Vide App.
nda RES
FOIANNA: Faca. ( Koingangs de S. Paulo).
FON, fódn: Expulsar, tocar, atirar -1-- Lo kaki pôr-
ko féin: Tocar os porcos dentro do potreiro — lo, potreiro --
kaki, dentro - Ibis - Fód 75: Pinchei--7j, en--2-- Ti ararat
agn, rég ti fódn agn: O arrastaram, e o expulsaram fora --
ararát, arrastar -- agn, elles - re, fora -- ti, a elle - 3 - Ka fódn:
Atirar um pau--4-- Rénco ti akané kri fore: O Jengo está
collocado nos olhos delle -- ti ak né, os olhos delle - J:ri, nos --
fon, collocado -- re, está --5-- Léti ti fon ne: Elle está jo-
gando fóra-6--Dó fonera: Joga tu fora a flexa--7-- Ti
epin ki foi: Elle atira nas costas de Fulano de tal — epán,
costas — ki, nas -- fon, atira - ti, elle - 8-- Ti fodn: Elle mu-
da para outro lugar -- 9 -- Vaia ka ij in fone ha: Amanhã já
eu mudo de casa -2) in, minha casa ---, connectivo — ha, já.
FONXIFT : Menina neo brasileira. Vide App.
FON: Vencer- 1-4 fódn éix: Eu te vengo--a,
a ti.
FONG: Homem branco, fogo. Nota. Esta denomi-
nação, dada à raça européa pelos Kaingéngs, tem sua origem
nos commandantes dos soldados, que usavam nos commandos
a palavra fogo, para mandar aos seus subordinados que dis-
parassem as suas armas de fogo - 1 -- Fógn agn: Gente branca --
2- Fog kangro : Immagem, retracto de branco.
FORO: Cheio, grande, maior--1- Kan tag e hõje;
ône tag ka far i je: Este pau é alto, este outro é mais
alto ainda -- ka, pau - tag, este--é, muito -- hô, alto - je, é -
One tag, este outro--far i je, é mais alto- far, maior -.,
connectivo -- je, é-- 2 -- Féro à) ha: Já estou cheio, farto - 75,
eu. Tambem :.F6ro igmo ha, mo, agora - 3 -- Fóro ij ne: Es-
tou cheio -- ne, estou - 4-- Ori gôio foro (váre) ja ne: Hoje
o rio esta cheio--ja, agora-5--Ti kri tan foro hô ni:
Aquelle ahi é muito maior do que Fulano de tal -ti kre,
acima de Fulano de tal - tan, aquelle ahi- foro hé, muito
maior -- kri, do que -- 6 -- On tan kan foro tine: Elle é maior
do que este outro - ôn tan kan, maior do que quem está ahi --
ti, elle- kan (kri), do que.
FO, fot: Mudar, largar, fazer mudança - 1 - Ka œanæi
fot: O passarinho muda para outro pau, poleiro - ka, pau --
2- Ex prôn fóte: Eu mudo de mulher -- prôn, mulher (1)--
3--Ij junmo ra, ix jógn in fóti jati: Estando eu para
chegar, meu pai estava passando para outra casa -- júnmo,
chego agora -- ra. perto - jd, indica aeção contemporanea -- tê,
elle--4-- Ainxi fóti: Mudei para a casa pequena — conne-
ctivo -- inxi, casa pequena, nova -- továix, significa largar.
FORO: Maior--1-- On tan kan foro ti nº: Este pau
é maior — ôntán, est'outro -- kan, pau -- ti, elle - ne, é.
(1) Os Kaingáng costumam mudar de mulher muito frequentemente,
UT ie
FOVE: Torto --1-- Fôve ti pé v2: OG pé delle é torto
- tipé, o pé delle - ve, é.
FU: Anus ( Visc.) Vide App..
FUA’: Armario--1 - Venjénia fud te nim hat: Guar-
da tu comida no armario - venjén, comida-- te, na-- nem...
had ; guarda.
FUA’: Chorar. Tambem -- fa - 1 -- Fua ma fitimo: Ella
está chorando continuamente -- ma, continuamente - ti, muito
- mo, agora--2--Ij fuá kára kuti: Eu chóro toda a noite --
kara, toda.
FUADN : Temporal, molhar.
FUOGN: Pinheiro.
FUÔRE, fütre, vüire: Elle andou, foi. Vide viiire.
FUIGH : Trança -- 1 -- Xampe fuigh: Trança de cha-
peu. Os kaingangs fabricam os chapeus com tranças de ta-
las de cresciúma, costuradas entre si.
FUIGH : Semente -- 1 -- Ti füigh: Semente da arvore
tal -- ti, delle.
FUIGH: Galho - 1- Fudngh fugih: Galho de pinheiro.
FUI, fu: Levantar - 1 -- Apén ten fúinera: Levanta
tu o pé, o braço -- 2 -- Tant füinera: Levanta tu isto -- tan,
isto -- t, connectivo - 3 - An pén tang atfutdgmo: Estar com
os pés suspensos -- an, connectivo -- tan, -- tan, com -- at, con-
nectivo — tôgmo, estar.
FU'IRA: Tecer.
FUIRE, viizre : Foi, andou -- 1 -- Aro karat à) véi fúire:
Eu entrei no horto para ver -- rd, horto = kara, dentro -- vêi,
ver. Vide App.
FUIX: Cortar -- Ka fúix agn: A gente corta uma
arvore -- ka, pau - agn, a gente -- 2 - Médico pén fúix: O
medico corta o pé -- 3 -- Porko fuix ti: Elle cora um purco.
FUIX: Assobiar. Dahi fuixfúiz, chupim, noto pas-
sarinho.
FUIXFU IX: Chupim ( passarinho conhecido ).
FUN: Polvora de espingarda,
FUN : Encher. Vide App..
FUOK, fuüngh: Pinheiro - 1 -- Fubk pé: Pé de pinhei-
ro -- 2 -- Fubk fé je: O pinheiro está com folha - fé, folha --
je, está - 4 - Fuük: fé: Folha de pinheiro. Fuüre: Folha.
Vide fuire.
FUTFORO : Cheio varias vezes -- fut, a syllaba for
repetida, para indicar repetição de acção.
FU KTIMO : Elle está com ferida. Tambem fóktimo.
Vide fóke.
FUTRE, fuüre: Pelle, casca, palha - 1 - Arin kánte
jantkii fubre: Labio superior -- kré känte, do lado de cima --
känte, do lado -- jantkii, bocea - fuüre, pelle -- ? - Gu kante
jantkü fuüre : Labio inferior - qu, de baixo - 3 - Kané fuüre :
Casca de fructa - 4 -- 77 fuire vaixkukfén : Descascou a pelle
delle, do animal -- vuiwhul:fén, descascar -- 5 -- Fuire tag, gara
RO ee
fuüre ni: Esta palha é palha de milho - #4, esta -- gára,
milho. Vide App.
FUURE: fuóre, Terreiro, barranco -- 1 -- Nem van xan
fuiire te: O bosque virgem está no meu terreiro -- ném, mat-
to virgem - ram, meu - te, no. V de App.
FUXNO: Chaga ? - 1 - Venxat fino: Chaga puru-
lenta? Vide Appe foke.
G -
Nota - G em Kainganges se pronuncia às vezes nasa-- .
lado, em principio de palavra quasi sempre. Serve as vezes
de connectivo. Vide App.
GA: Terra, chão, barro. Vide gagrôro I Ga toväiæ
ti ne; gafoti: Elle está abandonando a terra ; está passando
para outra terra - fovaix, abandonar -- ti, elle-- ne, esta fóti,
muda, passa para outra terra -- 2 -- Emá tovaze: Abandonar o
bairro — 3 -- Ij ga kren : Debaixo do meu terreno -- kren, debaixo
-4- Ga hüd ni: A terra é boa--hô, boa -- d, connectivo — ni,
é-5-Ta ki ga hótiti ne: Aqui tem terra muito boa- ta,
aqui -- ki, em -- tiii, muito muito -- ne, tem -- 6 -- Ga kri ti nini:
Está sentado no chão -- kr7, no — nini, esta sentado -- ni, esta —
ni, sentado - 7 - Ga tonjamitité : Está fora da sua terra -- toja-
miti, fora — ti, elle -8--T; jamá kan, ga ha hi ne: Na mi-
nha terra tem terra boa--jamd kan, na minha terra -- ha, boa
hé, muito -- ne, tem. Vide App.
GA : Tudo, em vez de kan.
GAKON : Vallo, fossa, terra escavada -- I --In pednim
gakôn : Vallo, em redor da casa -- im -- casa -- péd, pé -- d, conne-
ctivo -- nim, redor -- ga, terra, kôn - escavação.
GAKON: Cova: I--Gakôn hadno: Faço agora uma
cova -- hádno, faço agora.
GAKONBRA’: Buraco.
GAKONVO: Sepultura, cova.
GAKONDORO : Abertura da cova -- dôro, buraco aber-
tura, j :
GADORO: Buraco de terra, sepultura.
GAFA'TI: Ponte de terra, estiva- fati, ponte. Tam-
bem gofuti.
GAFUTI : Ponte- 4'ti gafúti ij ki jut kan, kranje:
Elle ao chegar na ponte, parou -- ati, elle -- a, connectivo - ki,
connectivo - jul, chegar -- kan, quando - krdnje, parou.
GAGRT gagrin : Telha - ga, de terra -- grin, artefacto,
obra - 1- Ga gringrin tag ij jo: Eu guardo, aproveito estas
telhas -- gagringrin, telhas, plural por ser reduplicada a syl-
laba tag, estas -- jó, guardo - 2 - gagringrin tag krén: de-
baixo destas telha, debaixo deste télhado -- krén, debaixo.
GAIN: Fino? Vide App.
GAIX, NAIX; Cabellos (à --nhaix À e góix, com n
nasalado ).
2 ,
GAN: Bater, derrubar -- 1 - One kane gan ? Quem esta,
batendo ? -- dn, quem -- kdne, esta.
Es o Re)
GAN: No, em vez de kan. Vide App.
GAN: Fstragar, derrubar -- 1 - Inonda gan: Derrubar
os esteios --/nonda, esteio, parede — 2 - Te gara gan: Derrubar
o milhal- te gara, milhal. Vide App.
GAN, kan: Posposição em vez de kan: em, no tempo
que. Vide App.
GAN: Errar -1-- Emprii gan: Errar o caminho,
GAN-GRE: Lagarto.
GAP, kap: (Quebrar.
GA’RA: Milho. Vide Zara, engára -- 1-- Gara kren tin:
Ir plantar milho -- tin, plantar (ii nhära, à -- gára com N na-
saludo ).
GARIN: Gallinha - 1 - Garin kren: Ovo de gallinha —
krén, ovo.
GA : Gritar - 1 -- Ayman, to gáti: Elle grita para elles --
agman, to, para elles -- to, para -- ti, elles.
GE: Assim--1-- Topén ge hat: Deus faz assim -- hat,
fazer.
GE: Apanhar, tirar a força, segurar com as mãos,
arrojar-se, depor, pegar, tomar, choupar, querer.
GE Apanhar--1-- Kafé gékfimo: Ella agora está
apanhando café -- k de gékfimo, connectivo - ji, ella -- mo, ago-
ra -- 2 -- Kaféje géhjimo: Ella apanha flores agora, -- kaféje,
flor - mo, agora -3-- Kafé javaix la ge, kafé ge ti: Elle
apanha café, apezar de não ser ainda o tempo de colhêr café -
javaix, antes do tempo - la, ra: apezar.
GE: Brigar--1-- Jagne ge agn: Elles brigam entre
si -- jágne, entre si--agn, elles. Vide App.
GE: Choupar - 1 - Kin gôiogeti: Elle choupa agua -
kin, prothesi.
GE: Entrar com forga-1--Ij in kren ti ge: Elle
entra com força debaixo da minha casa - 7) im kren, debaixo
da minha casa - kren, debaixo - ij in, da minha casa.
Vide App.
GE: Pegar, matar - 1 - Nó ge kemane: Estou gos-
tando de pegar para comer — iv, comer — kemä ne, estou
gostando -- kema, gostando -- ne, estou -- 2 —- Nan get mara:
Continua tu a arrastar e pegar — nan, arrastar - ma, conti-
nuar -- ra, particula imper. -- 3 - Ta ki van ge: Aqui esta
preso -- ta, aqui -- ki, em — van, esta, ou prefixo sem sentido —
ge, preso, matado -- 4 - Ge tind ti: Ja o está pegando — na,
está -- ge, pegando.
GE: (Querer em vez de ke.
GE:. Segurar: Venhari ge x kára ij je: Eu estou
segurando todos os livros -- venharó, livro -- kára, todos — x,
eu-ij je, eu estou -- je, estou. Vide App.
GE: Tirar, roubar -1- Aningé agr do ge: Elles
tiram a arma das mãos - aningé, mão - agn, a gente — dé,
arma — 2 -- Gé ti mo: Elle esta tirando agora -- ti, elle —
mo, agora - 3 -- Jengére gimo ( géxmo ) tix: Não tiro, não
posso tirar o respiro -- jengére, respiro -- x, eu.
— 98 —
GE: Tirar, separar uma cousa de outra -- 1 - Kuka to
ix Enin gex han: Eu faço separação da carne do osso - kuka
to, do osso -- to, do - t'nin, carne -- ge... han, separar - x, eu
- han, faço. Vide App.
GE: Tomar, tomar por bocea -- 1 - Eix ge ma veiketa :
Eu continúo a tomar remedios -- ma, continuo -- veikéta, re-
medio - 2 -- TP; kubé he x ke ve: Estou querendo tomar sopa
-- ti kubé, sopa - ke, tomar -- kémo, pretendo — x, eu - 3 -
Jágnen to ge: Tomam um de outro - jägnen to, um de outro
to, de -- 4 -- Nankré fuôre œabm tx; hára agtôn van ge:
Eu pego lambary ; mas a gente toma ( rouba ) -- agtôn, a gente
-- van ge, toma de. Podia dizer-se tambem só bango, de ba,
tomar - go, agora.
GEDETI: gostar.
GEMO : Depor - 1 - Garin kren gégmo: A gallinha
agora põe ovos -- kren, ovos — mo, agora.
G&'GO : Assar-1-- Ti nin gégo: Asso carne do tal
bixo -- ti, do tal bixo.
GENE : Ir embora. Vide App.
GERE: Cheiro -- 1-- Gére korégtiti : Cheiro muito ruim
-- titi, muito muito -- 2 -- Gére hüti nänti: Elles estão muito
cheirosos -- nanti, estão - 3 -- Laranha kané gére: Cheiro da
frueta do ananaz -- kané, frueta - 4 -- Den gére hó: Fragrancia
de alguma cousa -- den. de alguma cousa.
GERE : ran (animal conhecido ). Vide App.
GE'TKA : Basta - 1 -- Gétk2z: hurd: Basta; ja passou
tudo - ka, kan: tudo, húri, ja, indica tempo passado.
GI: Tirar. Vide ge.
GYRI: Menino - 1-- Ij) giri ve: Eu sou menino - ve,
sou - 2 - Giri tang kuxa ki gmi ti ne: Este menino esta
aqui desde cedo - tang, este -- kuxä: frio, manhã -- ki, desde
-- J, connectivo -- mi, aqui - ti, elle -- ne, está--3 -- Ti gire
(nire) jiji hôrike ti? Qual é o nome do menino de Fulano
de tal? - ti gire, menino de Fulano de tal -- jijí, nome — hü-
rike ? qual -- ti, elle. Vide níre (ñ-nhire, n - gire, sendo o
n nasalado ).
GLIKE : Vide App.
GNA’VO: Vide gnóvo, góvo.
GLAKO’TIMO : está gottejando (S. Paulo).
GNO'VO, yovo: Quebrar (gnávo) -- 1 -- Ona paktü gnóvo?
(Quem quebrou o prato ? -- dna, quem -- paktü, prato, tijella.
GO: Ramo. Vide ngo.
GO: Muito. Vide App.
GOG, krü: Torar, cortar -- 1 - Pin gigmo: Está agora
torando lenha -- mo, agora.
GOIO, engôio : Agua, rio -- 1 ~ Goto buüngh : Rio gran-
de; agua demais -- buüngh, grande - 2 -- Gôio ain: Rio pe-
queno, riacho -- xin, pequeno -- 3 -- Gôio kin eréino: Pulo na
agua -- kin, na -- eréin, pular -- no, agora -- 4 -- Gô/ to, veix-
kupé ton ni: Está no rio e não se lava -to, no -- vaixkupé,
+
00
lavando -- ton, não -- ni, está - 5 - Gôio kupri: agua branca
--kupri, brauco. — E” uma especie de cerveja feita de milho
com uma fermentação especial, que consiste em préviamente
sujeitar o milho á torrefação. Tambem significa o Rio do
Peixe, que tem aguas claras - 6 -- Gôio kikré-- Rio Tieté --
kakr6, fedorento (kokré) -- 7 - Gozo xd: Rio Aguapey -- xd,
preto -- 8 - Kanda goto kafan ra tin ne: A canôa vai indo
para lá do rio -- goto kafän - além do rio - ra, pera - tin,
indo -- ne, vai.
GOIGA: Pedaco--1-- Ti nin góiga: Pedaço de carne
-ti nin, carne do tal bicho -- nin, carne. Vide gig.
GONO..: Sabiá -- 1- Gonoá ij ni: Eu estou com um
sabia -- ni, estou com.
GOPKE: Chover -- 1 - Gôpke váix háti: Demora a
chover -- vdéx, demora -- hdti, faz. Vide glakotimo.
GORO, grôro, gróra: Barro. Tambem gagrôra -- 1 --
Goro grin ke ve: Está fazendo artefactos de barro -- grin,
artefacto -- ke, fazendo -- ve, esta.
GOVO: Quebrar—1-- Poktii lanktére góvo: Quebrar
um prato -pcktii lantere: Tigella larga, prato. Vide gdvo
gnóvo.
GRA: Bola. Tambem gro - 1 - Dúix gra: Maçã do
pescoço, papo -- dúix, pescoço.
GRAKG: Pingar --1--Glako ti mo: Está pingando
muito -- #7, muito -- mo, agora.
GRE’: Homem, macho. Tambem ungrét. -- Bóix gré:
Boi macho -- 2-- Bóix tanti: Boi femea, vacea -- 3 -- Gire tay
hirike ti? Tim ôngra je, ti m ontantô je, O que são estes
meninos ? O delle é varão, a delle é femea -- hirike ? o que ? --
je, é--m, connectivo, ongrá, varão -- ontantô, femea.
GRE, jaré: Raiz--1-- Numin ard gré (jaré): Raiz
de mandioca pintada. Tambem: Kumin ard jaré-aré, pintado.
GRE : Peneira, em vez de kré.
GRE : Rã.
GRE en vez de kré: Salvar, livrar, escapar -- 1 -- Gré
javäiætiti : Muito difficilmente escapa (se salva ).
GRE, kére, kdra: Tudo. Vide grétki - 1 -- Kan grat
ka : Quando come tudo - kan, ko, come -- gra, gre: tudo -
kan, quando. a, come.
GR&KA : Tanga ( São Paulo ).
GRÉGN : Arara. Tambem Keag (Martiues e outros).
GRE'IN : Doce -- 1 -- On ve ti gréin : E' outro doce --
on, outro - ve, é -- ti, de tal cousa -- gréin, doce.
GREN : Baixo em vez de krén-- 1 - Gren te ti kan--
kúten : Elle vem de baixo -- te, de -- ti, elle -- kankuüten, sahe,
apparece. |
GRENDE : Debulhar. Vide engrénde - 1 - Grénde
gate : Peneira de crina para debulhar milho, ete. gáix, ca--
bellos, crinas.
GRENKE ( krénke): Unir, traçar o limite.
— 100 —
GRE'RE : Ariranha; bixo semelhante à phoca.
GRETKI, gré, kara: Cada, ki, em -- 1 -- Prin gretki:
Todo o anno -- +, connectivo -- gre, todo, cada-- ki, em -- 2 —
Kan grát ka: Quando come tudo - kan, ko: Comer -- ka,
quando.
GRIN : Festa, baile -- 1 - Grin ké je: Está querendo
fazer um festim - ke, pretendendo -- je, esta.
GRIN : Manufacto, obra --1 - Kaféi grin : Fumo, tabaco
- ka, de pau - fé, folha -- 7, connectivo- grin, manufacto — 2
- Ga grin: Telha -- ga, de terra -- grin, obra-- 3 -- Gôrogrin,
gróro grin, gróra, grin: Pote.
GRIX: Debulhar -1- Xan gara grix ke ve: Estou
pretendendo debulhar milho -- xan, eu -- gára, milho -- ke, pre-
tendendo -- ve, estou.
GRODN: Amassar. Vide App.
GRO'GN : Bater: Grógn éix: Eu bato. Vide krug.
GRÓN : Tucano.
GRO”NE: Por culpa, grin. Vide App.
GRORO, Debulhar - 1-- Hin gára grôre: Nós debu-
lhamos milho — éin, nós.
GROTO : Improvisamente - 1-- Grété ij kantin: Eu
venho improvisamente. Gre, pensar-to, sem.
GRURO: Iluminar. Vide gru.-1-- Pin grúnmo -
O fogo está illuminando agora -- mo, agora -- 2 - Ka, grünmo:"
O pau (accendido, se entende) illumina agora - ka, pau —
3- Pin gri: O fogo esclarece - 4 - Grúnera: Esclarece tu,
faça luz -- 5 -- Férro gru ti na: O ferro está muito resplande-
cente — ti, muito--ne, está — 6 — Vai-ú gru : Accender o cigarro.
GRUMTXI: Jaguatirica (especie de jaguar pequeno).
GRU’RA, grüro gréra: Cobrir -- 1 -- Afangrúra : Cal-
gas - afin, pernas. Tambem se diz degnengôro, degnenrôro--
dégne, nadegas.
GU: Baixo, em baixo, parte inferior .- 1 -- Gu kante: Do
lado de baixo --2-- Gu känte jantkii fuôre : Labio inferior —
jantkii, da boca -- fudre pelle - 3- Pen gu: Sola do pé -- 4 -
Gu ve, kdnti tin ti: Elle está em baixo e caminha -- ve,
esta -- kantz, está - tin, caminhando -- tz, elle --5 - Kanda jengu
ra tére: A canôa desce --jengú ra, para baixo -- tére, desce
-ra, para--6-Godio qu ti té je: O rio está muito baixo
-- titi, muitissimo - je, está. Vide App.
GU: Muito -1-- Tara gu é dni: Elle é muito forte —
tara, forte. duro - é, muito -- d, connectivo -- ni, é -- 2 -- Kuti
gu étiti ha: Já é muitissimo escuro -- kuti, obseuro -- étiti
muitissimo -- ha, já -- 3 -- Aran angiit: Muito quente -- arán,
quente -- angiit, muito - 4 - Kofi angüt: Muito pesado + 5 —
Ko qu ij kema ne: Eu estou gostando de comer muito —
kema, gostando - ne, estou - 5 -- Tar gu é: Muitissimo forte
- é, muito - 7 -- Kuvarin qu ij) jama ni: Minha morada está
muito longe -- kuvarän, longe -- jam’, minha morada -- ni, está
- 8 -- Kan tag téie qu je: Esta arvore é muito alta -- ka, ar-
— 101 —
vore — tay, esta -- téic, alta -- qu, muito - je, é - 9 - Kania
winek ti, hara tok téje qu je: A canôa é muito estreita, mas
é muito comprida - xéne, estreita - k, connectivo -- ti, muito
-- hárato, mas na verdade - k:, connectivo - je, é - 10 - Ningé
güje : E” o dedo indicador - ningé, dedo -- gu, grande - je, é
-11- Ko gu kema ne: Elle gosta de comer muito -- ko, co-
mer -- kema, gostando -- ne, está. Vide App.
GU'I: Caxim. Vide App. ( Variedade de euphorbia ).
GUI: Finear -- 1- Gúiera: Finca tu.
GUITXU : Candimba (especie de bixo).
GUJE: Acostumado -- 1 -- Ixon guje: Eu estou acos-
tumado -- ixôn, eu.
GU'GE : Trem, utensilios - 1 -- Ti guge va hi kanti:
Os utensilios delle estão postos em ordem - gúnge, quüge:
Trens - va, estão -- hd, bem -- kânti, estão. Vide honge, kunge.
GUORE grin: Pote de barro.
Em tempo: Antes de E, I, o G se pronuncia como
em Portuguez, antes das outras vogaes. Vide a minha gram-
matica.
[el
Nota. O IT se pronuncia aspirado. As vezes muda-se
em M.
HA: Bom--1-- Ha hé: muito bom -- hé, muito. Tambem
significa: Esta bom?--2- A haman: Você continua bom ?
--a, vocé -- ha; bom -- man, mais, continua - 4 - Ha tavin: Bom
devéras ! -- tavin, demais, devéras-- 4 bis - Ti kané ko ha ta-
vintiti: As fructas delle são devéras boas para comer -- ti
kané, as fructas delle - kó, para comer -- tavintiti, optimas
-- 5 - Ha had ne: Esta preparando, fazendo bom -- ne, está.
Vide App.. 4
HA: Bonito -- 1 -- Ene kurég ne, éne ha hô je: Aquele
é feio, aquelle é muito bonito, -- éne, aquelle- ne, é--ha hd,
muito bom -- je, é.
HA: Estar -- 1 -- Ha hürike jógn?-- Como está o pai?
- hürike, como -- jógn, pai.
HA: Particula prepositiva que serve para fazer o impe-
rativo--1-- Ja kantin: Vem tu -- kantin, vir - 2 - A'ma ha
enkréx tin: Você vá caçar - enkréx, caçar -- tin, vá--3-- Ha
tin: Va embóra-4- Ha ve dn: Veja cutro, outra cousa -- ve,
ver - ôn: outra cousa, outras pessoas -- 5 -- Hat in te ti hore:
Saia elle de casa -- t, connectivo -- in te, de casa -- hóre, fora,
sahir -- 6 -- Kuméêra an ti mone: elles vão de vagar - kwmé-
tra, de vagar - han, voz imper. -- ti, connectivo -- mône, vão
T- Ha ve on: veja outro--8-- Timá to ha krôn ke: Mande
a elle que beba; diga a elle: Beba -- timá, a elle--to, falla
tu--ha ke, queira -- krôn, beber--9-- In tan ha lirino: Este-
ja vigiando dentro da casa--in tan, dentro da casa — lírino,
vigia agora-- 10-- Ha kara: Entre -- kara, entrar -- 11 -- En
pé kan ha mo: Vamos de pé--en, nos--k:n, com - mr, ir-
12-- Ha ke: Diga--ke, faliar--13- Ha kamôn je: Venham
— kamôn, vir, plural de tin -- je, estão -- 14 -- Ha tin; antére
tx kémo: Va, ( senão) te mato --an, a ti-- tére, mato -- je, eu
- 15 - Hla tan ra tin: Vá para la--tan, lá-ra, para - 16 —-
Ha kovx kantin: Venha comer -- kóix, comer -- 17 -- Eixmän
ha ko, ke ti: Elle me diz: Coma: Elle me manda comer —
ke, diz -- ti, elle -- 18-- Ha kanjú ti: Que elle vá brincar -
kanju, kanjúno: brincar --19-- On kerék tavin fi, ha van
nira: Aquella que está ferida demais, que fique sentada -
On... fi; aquella que -- kerék, ferida -- tavin, demais —- van, es-
tar -- nz, sentada -- nira, imper. -- 20 -- Ha tá mi kantére: Dega
por cá-- tí mi, por cá--tá, cá -- kantére, descer -- 21 - Ha ti
ten: Mata-o -- ten, matar-- 22 -- Ila beng: Dê de machado --
bengh, machado - 23 -- Ha cénha: Acceuda -; 24 -- Venhari
ha vin: Pronuncie bem a letra escripta -- «enharô, escripto
_- vin, fallar.
— 103 —
HAD: bonito, bom.
HA: Ja. Adverbio, que em geral, se põe no fim da
proposição ; indica tempo presente, futuro ou contemporanec —
1- Javii vavevéngo ha: Meu irmão ja se apresenta frequen-
temente - va, esta - ve, apresentar-se, repetido para indicar plu-
ralidade de acção - go, agora- 2 - Tara ij) ne ha: Eu ja es-
tou forte -- tara, forte, duro --n2, sou--3-- Ti ha pije komo:
Elle não come aiuda -- pije, não - mo, agora --4-- Xan in ra
langré ni ha: Elle esteve já duas vezes em minha casa -
xan in, minha casa -- ra, para- langré, duas vezes -- ni, es
teve--5-- Hix pé pakxin ti ha: Meu pé ja esta me-
lhor -- pakxin, melhor -- ti, muito -- 6 -- Kofa 2j je ha: Eu já
estou velho - kofa, velho -- je, sou - 7 -- On ha ne ko ?: Quem
ja está comendo ? ne, está -- ko, come -- 8 -- Ag tan ke hômo :
ama kofa ni ha kémo? Não dizem agora a verdade que você
está envelhecendo ? - agtán, elles -- ke, dizem -- hd, a verdade -
mo, agora - áma, você - kofa, LIEN ni, estar -- kémo, quer,
pretender. — Resposta : Han: Agtan ke hi ve: Sim: é ver-
dade -- han, sim - ve, é- 9 - Enhirike mon ta kutéixno ha:
Talvez já chova -- enhirike mon, talvez, pode ser -- ta, chuva -
kúte, cahir -- ixno, agora - 10- Gara van kanémo ha: O
milho está já rachando -- gára, milho - var kanémo, racha
agora - 11-- Ag mo ha; einbré ti ni ha: Elles já vão; elle
fica comnosco -- mo, vão -- éin brê, comnosco -- ti, elle -- ni, fica -
ha, jà - 12 - Kurangréte éin ha: Nos ja voltamos - éin, nós. -
Ha kurangréie: Volta tu já-13- Ara ja ag mo ha: Já
estão entrando - áran, entrar - ja, presentemente -- mo, vão —
ha, ja.
HA: Mesmo -1- Aré tag ha van ni: Esta letra esta
sendo a mesma — arô, letra -- van, sendo -- ni, está -- 2 — Ha mi
cantére : Descer pelo mesmo caminho -- mi, por - ha, mesmo -
kantére, descer. Cf. hórike.
HA: Sim-1- Ha, Sle, je: Sim esta cosido - ta-
näia, cosido, tenro, maduro--2-- Xá tan je? - Ha: hana: E
cha este? Com certeza é - xa, cha - je, é-- hana (tambem
mana ) é- ha, com certeza.
HAD: Fazer a colheita -- 1 - Arroz had: Colher arroz
- Ha ti mo: Klle esta colhendo -ti, elle - 3 - Arroz hat
kémo: Elle pretende colher arroz - kémo, pretende.
HAD, hat, han --1-- Hadera: Faze tu - 2 - Japan han
tin: Vou fazer minha roça -- japan, minha roça - 3 -- In had
ex kémo: Pretendo agora fazer minha roça -- ex, eu--4 -
Jua had ja ti ne: Elle está agora fazendo a barba -- juá
À ?
barba -- ja, agora -- 4 bis -- Veinketá hadn éix: Eu estou pre-
parando um remedio --veinketa, remedio--éix, eu.-- 5 - Ix
jentæi hadn ij: Eu como pouco - jentæ{, pouca comida -- 5 b-
Ein bré kanhém xi hadn : Espere aqui um pouco comnosco --
ein bre, comnosco -- bre, com - kanhém, esperar -- 6 -- Veinxa
ôntanto veinhanne: Uma vez fez de mulher -- vernxá, vein-
æé: uma vez- ôntantó, mulher -- vein han, fazendo - ne,
QUE
esteve -- 7 -- Det kara hodn hat kanti: Está fazendo todas
as cousas -- det kara, todas as cousas -- de, cousa -- t, connecti-
vo--han hat, repetição para indicar pluralidade de acção --
kanti, esta--8-- Ha hadn: Fazer bem, preparar -- ha, bem —
9 - Nur antonini jengaje han: Vaassar carne -- kur, particula
imper. que da a proposição a idéa de pressa -- antonini, car-
nes, plural por ser repetida a syllaba--10-- Nangja haté >
Fazer a cana -— 11 - Ti to hän de? Que faz elle ? -- ue ? que?
-11b- Hat ke na: Está querendo fazer -- ke, querendo -- na,
está-- 11c- Dinhéro ma ha ti: Elle faz, ganha muito di-
nheiro -- ma, muito -- 11 d-- Ha hadn: Fazer bonito, embel-
lezar - ha, bonito, bom -- 12 -- Jengére buüngh had acógmo : Eu
estou arfando -- jen,ére, respiro -- buüngh, grande -- cógmo, es-
tou agora. -- 12 bis -- Jengére ton gixmo ha: Ainda não pega o
respiro -- tôn, não -- gizmo, eu não tiro -- ge, gi,: Puchar -- ha,
ja. -- Jengére ton ti ne: Elle ainda não respira -- 13 -- Anti
hat in kren kan, in to ni ha: Quando elle tiver quasi feito
a casa, ja morará nella --an, prothesi--ti, elle --in, casa --
kren, quasi -- kan, no momento, quando - to, em -- ni, estará -
ha, ja--14-Ko xi hadn ij: Eu preparo pouca comida -- hoc,
pouca comida -- 15 -- Ama negóxio had: Você faz negocio —
16 - Ono ro täng hadn ? Quem fez esta cerca ? - ônc, quem =
ro, lo: cerca--17- Had hi: Bem feito-- hé, bem — 18) --
Hádni ha ton ti ne: Ainda não fez--7, connectivo -- ha,
ja - hadn, fazendo = ne, está, esteve - 19 - Emprü hadn:
Fazer estradas -- 20 -- Kwran taktôn hadn éix, kuran taktón
karka atikantin : "Trabalhei tres dias; depois de tres Mt
vim até aqui--kurdn, dia-taktôn, tres -- hadn, trabalhei;
káraka, depois -- atikantin, vir para ca -- 21 -- Hadn ij ke ton! Ê
Não posso fazer, não quero fazer -- he, querer, poder -- 22 —
Hadi hititi je: E' muito facil de fazer -i de hadni, con-
nectivo -- hútiti, facilimo -- je, é-. 23 - had manera: Faça mais,
continue a fazer - man: continuar, mais:-- era, desinencia
do imper. -- 24 -- Dejafá hadn ha húri: Ja fez a cosinha - ha,
ja - húri, particula adverbial para indicar o passado do ver-
bo -- dejafa, cosinha -- 25 -- Brére me hanera: kiri bran han
hé he: Humedeça-o: veja de não molhal-o demais -- brére
me, pouco molhado -- me, poneo - Jkíri, veja -- brán, molhado -
hô, muito -- he, vão -- 26 - Vaj-ú han je: Está fazendo um
cigarro -- vaj-ú. cigarro--je, está--27-- Empri hat ma ti:
Contam a: construcção da estrada elle -- ma, continua -- tê,
elle--28- 7j man pin hat: Faço fogo para mim -- man,
para mim -- pin, fogo -- 29 -- Vuig hat ti: Elle poe em movi-
mento -- vudg, por em movimento. Vide App.
HADN : Concertar - I -- Hixmän do hadna : Esta con-
certando aula espingarda para mim, eixmán do : minha arma,
espingarda - 2 - Ij don hat mat ke to ij ni : Não estou mais que-
rendo concertar minha espingarda -- mat, mais -- ke -- querendo
ni, estou -- 3 - Vérex kangrdtka hadn ton ne: Ainda o re-
tracto não está acabado - verex, até agóra -- han, feito -- ton,
não, ne, está.
CREDO >
HAD: Sarar, estar bom de sande--I-- Iládno váix
hati : ian a sarar -- vais, difficil -- hdti, sara - hddno, agora
esta bom-- 2 - Hand kan fagma, ij man hôti: Eu estou muito
satisfeito, porque as mulheres sararam -- hano, estão boas — kan
porque -- ij, eu -- manho i, estou satisfeito --3--Veinkatá te hadi
ja ne: Com o mec esta sarando -- veinkata, remedio -- te
com -- ja, agora -- 4-- hadn ixón húri: Ja sarei --ixôn, eu húri,
particula para ar av o passado--5-- Hadn hadi agtôn
Elles estão bons -- hadn é repetido para indicar pluralidade --
agtôn: elles-- 6-- Ij häntiti : Eu estou com muita saude --
titi, sufhxo superlativo -- 7 -- Kaimbára hano: Logo fico bom
9 - Hati húri: Ja sarou--8-- Veixkuktan ti kan, had ja ne:
Porque me curou, eu ja estou bom -- veixkuktán, curar -- kan:
por, porque. Vide App.
AD: Sentir, -soffrer - 1 - Kukire hadn: Sentir fome -
kokire, sentir fome.
HAG : Não sei (agh). Tambem Kgha.
HAG ja: Lugar, onde e meça. Vide App.
HAHE’? De onde?-1- Hahé kantin? De onde vem ?
HA’LA, hdra: Mas - 1-7) jog 7 jén kémo ; halato ij
lairänha vaixti: Meu pai pretende mandar-me; mas eu não
quero trabalhar - jéne, mandar - kémo, pretende - váixti, sou
muito contrario ao trabalho - tz, muito.
HAM: De certo - Ki han kéixno: De certo faz agora --
ki, prothesi - kéixno, faz agora.
HAME : Começar.
HAM: Primeiro, começar - 1 - Hame fag fa: Primeiro
ellas choram, começam a chorar — fog, ellas — fa, chorar. Tam-
bem: Ellas começam a chorar - 2 - En han tojôn: Nós prin-
cipiamos a brigar = en, nos - to, com - jon, jun: ficar brabo,
brigar. Vide App.
HA'MJA: Cabeça, principio (subs. )- ja, lugar onde
começa uma cousa - 1 - Gôio ni hang ja: Cabeceira da agui-
nha - gôio ni, aguinha.
HAMPA': Jacaré.
HAN : Preparar. Vide App.
HAN: Certo - 1 - Ti han kéixno: De certo elle agora
trabalha — tz, elle. |
HAN : Fazer. Vide App.
HAN: Sim-1- Han: agmän to ha i: Sim: ja contei
para elle - agmán, a elles - to, contei - ha, ja.
HAN : Mesmo - : - Ti han ne: Elle é o mesmo - ne, é.
HA’NA ? Que 6?-1- Lana jog? Que é do pai: iy - 599;
pai - Ib- Djon ve tin; ajavii hina: Não sou eu: é o irmão
com certesa ( que fez )- vjôn, ixôn: eu - ve, sou — javii, irmão
- häna é - 2 Hana à do? Que é da tua espingarda ? - a, tua,
- dó, arma, espingarda.
HA'NA ? Que é? Vide App.
HA'NA, serve para fazero futuro, propriamente signi-
fica de certo.-1- Ta ma hána kutéiæno : Chovera mais - ta,
chuva - ma, mais ( continuará a chover ) - küte, cahir - 2 - Ta
— 106 —
häna kiten: Choverä - 3 - Tami hana jog angvéi ti: Aqui
elle visitará o pai-ta, aqui- m?, por - 4 - Ti; tan déja, rog
ne hina’ Porque elle engulirá isto ? ti, elle, tan, isto - déja,
porque - rogne, está engulindo.
HANBE’KTIMO: Costumar de fazer - 1 - Veinmá han
bektimo : Elle costuma fazer mal - veinmá, mal.
HA'NDE, ag húnde, aiang, die: Vôs - 1 - Ag ititi hânde
nanti: Vos sois muitissimos.
HAN HON: Flauta com diversos canos.
HANJA : Lugar onde começa alguma cousa. Vide App.
HA'NTO, deto: Onde - 1 - Hanto ij ti fixmo? Onde
ponho a elle agora - fi, por- x, eu- mo, agora.
HA'RA, hdla: Mas, porém - 1 - Kanda xine ti: hala-
tok téien gu ne: A canoa é estreita, mas é muito comprida -
xüne, estreita - k, connectivo - qu, muito - téie, cumprida -
ne, 6-2-NX n ra tin ti; hara dni i taki kata ti: Elle vai
ao Salto grande; porém eu fico triste - X n ra, para o Salto
- ra, para-tin, vai-d, connectivo - nº, fico - katu, triste -
ti, muito - 3 - Xan ve ton ra, harato kantinmo: Embora não
visto, eu venho agora -- xan, eu - ve ra, apezar de visto - ra,
apezar -- harato, todavia.
HA'RATO Assim mesmo! Deveras!
HA’TI: Faser. Vide App.,
HAT, had: Sentir, perceber, soffrer - 1 - Fébre had --
éixno: Agora eu soffro de febre - éix, eu, no, agora-2-
Kaimbára febre hadn ke ti: Logo vai soffrer de febre - ke,
vai -ti, elle-3- Konga budngh hadéixno: Agora padeço
grande dôr - kangá, dor - 4- Kotü te kampón e hadéix no:
De noite soffro muito as pulgas, kotii te, de noite -te, de-
kampó pulga.
HA’TI: Ir embora - 1 - Ix in nôro háti ha: Eu ja vou
dormir em minha casa - in, casa - ha, ja.
HA - HURA : Inteiro ( ha-hiira ).
HAU háu: Cão. Vide App.
HE: Não, com kíre-- 1 -- Kiri perógn din he: Veja de
não abrir o sacco - perógn, sacco - dôn, abrir - 2 - Niri gôio
ra tin he: ti kin géixno: Veja de não ir ao rio; ( senão )
ficas enroscado nelle - gééo ra, para o rio-ra, para-ti hi,
nelle, ge, pegar.
HE: Sim. Tambem het, han, ha-1- Ti veixkarü jo
kéira nim. He: ajo nimmo: Veja de guardar um pedaço
para mim — Resposta: Sim o guardo - ti veixkarú, um pe-
daço de tal cousa - jo... mim, guarda, (para mim), ajo ..
nim guardo para ti-a,a ti-2- Ijmá jo ti kupára nim had:
Elle guarda um pedaço para mim -7jma. para mim - é, elle
- kupára, um pedaço (de kupan, cortar ).
NEGO, jénga: Assado-1- 7% nin hégo: Carne as-
sada de tal qualidade, do tal animal - #/, do tal animal -- nin,
carne. .
E HEHE: De onde--1-- Iléhe ti kantin?: De onde vem
elle ?
Rn
HEN! Ahi!-1-Hen kuxátiti: Ai! faz muito frio!
Ai! que frio!
HEN, hénto, déto: Onde - 1-1) xampé hénto ni:
Onde se achao men chapeu ?- ni, esta -- 2 - Hénto ajama ne:
Oade se ach: minha morada?--a connectivo -- Jama, morada
ne, esta.
HENHORIKE MON: Talvez; mais ou menos -- I -- He-
nkéreke mon kantimo : Talvez eu venho agora -- kantimo, ve-
nho agora -- 2 -- Henhdrike mon tj jogn Xa ra tingo: Talvez
meu pai va para o Salto Grande--jogn, pai-- Xa, Salto
Grande - ra, para - fingo, vai sgora - 3 -- Henhôrike mon ijma
if déve deix mil reis : Me deve mais on menos dez mil réis
ijma, para min -- vi, elle.
HE’RA: Aonde-I- Héra móix aiäng? Aonde ides
vos ? móix, ir -- aiding, vos.
HO’RIKE, Hôrika : Como, quanto, quando, qual -- seme-
lhante, igual - 1 - à) jan koréke ne? Como vai minha mii ? jan,
ne. é. Tambem: Jj jan ha hórike? Minha mii está boa ? - ha,
mai boa. = /1ü fi ne: Ella esta boa -- hd, boa - fi ella - ne, esta —
2--- 1j jogn hérike: Como vai meu pai. Tambem: Hórike
jogn ? -- 3 - Hórike ka en vex kamôn ne? Q ando virão ver-
nos ?-ka quando - en, nos-7e, ver - ne, esta ~ kamôn, vindo
4- Ti hórike je kotxi ? Quantos filhos tem? -Jje, estar
com, possuir, ter — kotxi filhos -- 5 -- 77 jururut horike ne: Elle
é semelhante a um carro-ne, é ti, elle-6- Grre tag agn,
timongra je hor kéti, timôn tanto je hôriketi ? Destas crian-
ças, quantos são os meninos de fulano de tal, e quantas
são as meuinas de sicrano de tal, -- gire tag, destes meninos
- ag, elles, serve para formar o plurar--ti, de fuäno de
tal -- m, connectivo -- ongrá, varão -- ôntantô, femlea - 7 -
Kaféi hortke ? Que flôr é ? - 8 - Nuxá hôrike nº prán ki tan?
Quantos mezes tem neste anno ? prán ki, no anno - tan, este
9-1; javu alengré jagne hôriked ni: Os meus dois irmãos
são semelhantes um com outro--javú, irmao-- jágne, um a
outro - 10 -- Xanxi hôritke? De -que tamanho é o passari-
nho?-11-- Aanjam horiked je: Quanto custa? -- kanjäm,
comprar - jé é--hórike, quanto-12-- Nire jiji hóriketi ?
Qual é nome do menino? 7/5, nome--13-- Aran ke hôreke
ne ? Como se deve plantar ?-- ke se deve - 14 - Hôriket kan-
tére, kémo ? Como pret ndem de morrer todos? kan, todos
tere, morrer -- kémo, pretendem -- 15 - Hürikétka jógn kantin
ni? (Quando é que vem vindo o pai ?-- ka, quando -- ni,
vem está -- 16 —- One hirike hadn: Fazer de um modo di-
verso -- ône, diverso -- hadn fazer -- 17-- Hérike eman hat tó-
gmo ? Como está fazendo o mundo ? -- eman : mundo, villa -- hat,
fazendo -- tógmo, está agora-- 18 -- Jagne hôrile en ne: Nós so-
mos iguazs -- jágne, um a outro. O ô de hüriske deve sempre
carregar o trema (ô).
HEVE'T, hevéi: Veia.
HI !: Oh!--I- Hi! hé té One kaixká ra tan! Oh!
como é feliz quem vai para o céu! hd, feliz-- ti, muito -
— 108 —
kaixká, ceu--ra, para - tin, vai. Hü deve sempre carregar o
trema (6).
HIJE RE: Planicie. Tambem kijére, kiijere.
HIX : Tatu.
HO”: Todas as syllabas HO que seguem até HOM
inclusive se pronunciam HO””: Agradavel - I -- 7) ma ho hadn :
Faz uma cousa agradavel para mim -- hadn, fazer -- 2 - Kuxa
ki ni hit: E agradavel levantar cedo - kuxá cedo -- ki, em -
ni, levantar.
HO’: Alto-T--In tage hó je: Esta casa é muito alta
— in, casa é, muito — hô, alta - je, é. Vide App.
HO : Forte, alto. Vide App.
HO : Novo. Vide App.
HO: Amigo -- 1 -- Hô ij jen ti: Elle é meu amigo; é
amavel para mim —jen, é--ti, elle-- 2 - Hô ti jen ti: Elle é
amavel com fulano de tal--ti, fulano de tal-3-- Himá ti
ho je: elle está bom commigo.
HO: Bem--1- Mot ij ni: Eu estou bom--t, conne-
ctivo -- ni, estou.
HO: Bom--1--Hô hadn ha ij: Eu já fiz bom negocio
- hadn, fazer - ha, já —- 2 -- Ixôn nangja hot hanera: Prepare
minha cama --ixôn, meu--nänja, cama --hôt hanera: prepa-
re - 2 bs- Jambalôn can ko hôn eti: O jambalon é muito
bom para comer -- van, sendo -- kd, comer - hd, bom — ne, está
-ti, elle -3--Jj fa tin hô: Minhas pernas são boas, ser:
vem para viajar - tin, viajar - servem - 4 -- Larânha hô nanti:
São muito bonus para trabalhar - hó : bom, sacudido — 5 -- A’ma
hot ni? Você está bom ?--6- HG ij je: Eu estou bom -- je,
estou --T-- Bijmán ti hd je: Elle está bom commigo - 7 -- Hô
à) kan eté: Ku estou muito bom -- kan, estou -- éti, muito -- 8.-
Venxén hid ni ktive; harato óri joma ne: uma vez era bom,
mas agora é ruim -- venxén, venxin: uma vez- hd, bom -- k,
connectivo -- ti, elle -- ve, era - jomä, malvado -- 9 - Kakané tag
jéne hé ne: Esta fructa é boa para comer - kakané, fructa
de arvoro--ka, pau, arvore--jéne, comer - 10 - Ex kurä on
ki, hôd ni: Eu outro dia estava bom -- ex, eu -- kwra, dia -- 6n,
outro --11-- H6 ti ne; hô fi ne: Elle está bom; ella está boa
- fi, ella-12-- Arangro pr hüti ne: Tambem só feijão é
muito bom -- arangró, feijão -- pir, só -- ne, é -- 13 -- Ha hô man:
Está muito bom - man, muito -- 14 -- Kitveinran hôdnt: E' bom
para ensinar -- 15 -- On hô. E” bom -- ôn, é -- 15 b--Kren ti campé
hé ne: O chapéu de cresciúma é bom -- ti xampé, o chapéu
delle -- krén, resciuma - 16 -. Padre hé ij je : Eu sou padre bom -
17 -- Ko hô ne: E' bom para comer -- 18 - Kix hô hadn ja: Eu
agora preparo, preparei já, --k, prothesi--ij, eu--hadn ho,
preparar -- ja, agora ou já. Indicar o passado tambem - 19 --
Ig jogma hé tinkti: Meu pai vive muito bem --jog, pai
-- tinkti, vive--20 -- Denhü: Cousa boa--den, cousa - 21
- Pi nin go hd: Carne boa para comer- tz nin, carne do
tal bicho, da tal qualidade--ko, go: para comer - ho, boa
- 22.- Aixmä vi hi ne agn kéke: A gente diz palavras que
— 109 —
são boas para mim--aiæma, para mim- vi, palavras -- hd ne,
que são boas -- agn, a gente -- héle, fallam: repetido para in-
dicar o plural. Significa me querem bem.
HO: Bonito -- 1 -- Kaxka hi ne: A tarde é bonita -- ka-
aka, taxde- ne, é--2-- Pa (po) hi: pedra bonita --3 -- On
hi: E” bonito -- én, é--4-- On hô fi: Ella é bonita - fi, ella
-5- À hô ni: Tu és bonito - a, tu - 6 -- Bandaawhé Carlito !
Que linda banana, Carlito! - 6 - Nhatiká hóti nz: O enfeite
do peito é muito bom - nhatikà, enfeite do peito -- húti, muito
bom -- nhatilá, nhatka: adorno do peito em forma de rosario
ou de outra cousa-7-- Ningrü hin hanera: Corte as unhas
- ningrú, unhas - hin, bonitas -- hánero, de han: faze tu--8
- Kaxká van hód ne: O céu está bonito - kaxká, céu (katka)
-- van, estando -- ne, esta.
HO”: © rpo-1--T; hi: Meu corpo - 2-- Ti ho korég
ne: O corpo delle é feio -- korég: feio, ruim -- gi seu, delle --
3-1; hô kangã ti ha: Meu corpo já esta doente = kangé,
doente -- ti, muito - ha, ja.
HOT HAN: Preparar -t, connectivo - hô, bom -- han,
fazer.
HO: Engraçado - 1 -- On hô ve: O outro é engraçado
- ôn, outro, pessoa — ve, é.
HO: Feliz--1-- Hô had ij: Fiz bem; fui feliz no ne-
gocio -- had, fazer.
HO: Facil.
HO: Grande--1-- Kan tag hô je: Este pau é grande
- ka, pau -- n, connectivo -- tag, este -- je, 6-- hd: grande, grosso.
HO: Mais - 1- Veixkatá ee. e hije: Este remedio
é muito mais--e, muito--je, é--2- Kupri hd: Mais branco
- Kuprí ve: Menos branco -- ve, menos--3-- Ka e hô je: O
pau é muito maior - 4 - Ka tang e hô je; ôns ti ka fari je:
Este pau é grande; o outro é maior--ône ti, > outro - ka,
pau -- far, maior -- 7, connectivo -- je, é.
HO: Muito-1-Krin kri je kdn, tami hé pandôi
véltimo : Quando está no alto do monte, verá muito de longe
um espigão--kri, encima, posp.-je, está--kan, quando
.- tami, ao longe, por lá--pandói, espigão -- véktimo, vê
agora, verá - 2 -- Veikatá hi je kan, kténo; xin kan, krone,
kiéno ton: O remedio, sendo muito; mata: bebendo pou-
co, não mata -- vezketá, remedio-je kan, quando é -- kténo.
mata -- xin, pouco - krone, bebe -3--Linhero hô ti ne:
Elle está com muito dinheiro --ti ne, elle esta com --ti,
elle--4- Jaktára hé! Muito miseravel! Oh! miseravel -
5- Taréja jaktára hó!: Aquelie sujeito miserabilissimo,
está morrendo -- ja, está em acto --tére. de morrer - 6 - Kutii
aci hót, ix nôromo: A’ tarde muito avançada, à meia noite,
eu domirei -- kutu, noite -- xi, pequena -- nôro, durmo -- 7 - 7%
hô ti kri tampri kane: Elle é muito melhor do que fu-
lano de tal--ti hô... tampri, elle é muito melhor - ti kere
— 110 —
do que elle-8- Ti ant foro hô ne: Elle é muito maior
do que fulano de tal-- 7% kant, mais do que elle - kan,
do que elle--t, connectivo - fóro, maior - hd, muito - ne, é —
9-- Nôngje ho fi ne: Ella está com muito leite - nóngje,
leite -- hd... ne, está com muito-- fi, ella- 10- Jama hárato
n:: O meu bairro está muito perto --jamá, meu bairro -
re, perto -- hárato. deveras -- 10-b -- Rejar hé to ij kâni : Eu sou
muito acostumado a rezar --t , acostumado -- kdnz, estou - 11
- Hálato laranhard ij hiti: Deveras eu trabalho muitissimo -
hälato, deveras -- húti, muitissimo.
HO: Quero - 1 -- Joi hé ij: Quero urinar - 2 - Noro
hôütiti: Estou com muito somno, quero muito dormir -- 3 -- Jj
krôn hôtiti húri: Já passou a minha séde-- húri, particula
para indicar o passado. Vide App.
HO: Verdade -- 1 -- 7j hô vin ke: tj pija dno: Eu digo
a verdade: eu não digo mentire - hd vin, palavra verdadeira —
ke, digo -- pija, não--ôno, falso--2-- Agtán hé vin ke kéma
ne: Elles gostam de dizer a verdade --agtân, elles -- kema,
gostam. Vide App.
4): Verdade. Vide App.
HO: De boa mente, de boa vondade - 1- Pirã œamb
hôti tin ti; jógn jen Dot kênti: Elle vai de boa vontade
caçar peixes; o pai janta de muito boa vontade = pira, peixe -
æamb, pegar - hiti, de muito boa vontade - tin, ir--jen, jan-
tando - kánti, está-2-ljmá hd han: Para mim o faz de
boa vontade - ijmá, para mim - han, faz.
HO, hid: Capaz. Vide App.
HOM: Pular--1-- Hémkera: Pula tu-2--Gôio órit
hémke kémo: Hoje pretendo pular na ‘agua -- órit, hoje -
kémo, pretendo.
HÓRE: Fora (posp.), separar, sahir -- 1 -- En tére kan.
veikuprin 7) hô horo tí: Quando morrermos-- no momento
(de nos morrer) da alma se separar do meu corpo — en, nós —
tére, morre -- kan, no, quando, -- veikuprin, alma -- 77, meu -— hé,
corpo -- tí, elle. -- Alma em Kaingáng é masculino -- 2 -- An
jog lean! hore: Esta separado do pai- an, connectivo -- kant,
do --3 -- Hat in te hore: Ja esta fora de casa -- ha, ja -- t,
connectivo.
HO”RIKE: Qual, quanto, ete. Vide hérike. - 1 - Kaféi
hórile? Que fôr 6?-2--7% kangdmo ra, kenk hôrikéxno :
Embora esteja elle doente, com tudo elle qrer prosear -- kan-
gámo, doente agora - ra, apezar -- kenk, fallar muito, cantar.
E a red uplicação de ke, fallar para indicar intensidade de acção -
hérike, igualmente -- x, connectivo - no, agora esta.
HO’RO: em vez de huru, Ja, fora.
HOT: Onde. Vide App.
HOTITI: Desejar muito, precisar - 1 - Kron hôtiti àj:
Eu preciso muito de beber: tenho muita sede -- krôn, beber
Se fi ques
-2 - Xan kamixa kun hôtiti: Preciso muito de tirar a ca-
misa -- van, eu -- kun, tirar
HO’BO, hóvo, h6obo : Lobo.
HUKE! Soprar. Vide aike, aiénka.
HUIK: Cabo de caldeira, arco de caldeira ou de ou-
tra cousa -- ti Aik: Cabo da tal cousa. Vide pu.
HU: Apitar.
HUIK KRIN: Especie de aranha -- krin, cabeça,
HUIX: Sopro--1-- Ti hüx : Sopro delle. Vide azénka.
HU"OU: Sapo. Tambem bi (Sao Paulo ).
HUPO’NERE: Tocha. - Pónera: Queima tu.
HURI: HURO, hur, hul: particula adverbial para
significar acção passada do verbo que modifica - 1 - Autú
ken hurt: Ja passou o obscuro, a noite-- kutú, noite -- ken,
connectivo — 2 - Venjén hat hut: O almoço esta feito -- hat,
feito -- 3--T) krén hüôtiti húri : Ja passou a seae-- krén, be-
ber -- hütité, ter precisão - 4 -- Ij kokire húru hadn : Não sotfro
mais fome - kokire, fome --hadn, sentir- 5-- Kron ij huri:
Ja bebi--6- Jan, hur kara venjén? Mai, a comida esta
prompta ? -- kara, acabar -- venjén, comida--7-- In hur kara:
Acabou a casa -- in, casa--8-- On ag jamen (ju) húru viiire:
Elle foi adiante dos outros-dn ag, dos outros -- jamén,
adiante -- viizre, andou--9-- Agn jamén tin ti: Elle vai
adiante dos outros-— tin, ir--10--Fagn kanga haru hadn:
As mulheres que estavam doentes, ja sararam ~ fagn, mulhe-
res - kanga,, coentes -- hadn, sarar, estar boas.
HURO’MKE: Cobrir - 1 -- Kaix kangón krid hurómke :
A nuvem (nevoa) cobriu o monte -- kr{d, monte. Vide romke.
IAMPRT : Limpo, puro. Vide App.
IX, IJ, éix, ej, ex, aix — can, je: Eu, meu: pronome
pessoal E possessivo — 1 — 1j kafi Significa tambem, sala: Meu
pulso -2-- 1) je, ix ne: Eu sou, estou com, possúo, tenho algu-
ma cousa -- 3 - Krin te id kantin: Eu venho da serra — it, eu
--te, da-- kantin, vir-- krin: serra, monte--4-- Jj) ambre tin:
Eu vou com você -- ambré, com você - am, você--5 - Ix ôn: E'
meu-ôn, é- 6-1) jógn kanyáti: Meu pai esta muito
doente -- ti, esta -- 7 -- Tampére kanjam, ix veinkréno je:
Eu compro uma enxada, eu estou carpindo -- tampére, enxada —
lxnjäm, compro - ixó, eu - krendje, estou carpindo -- 8 - O'ri in
hadn ij: Agora eu faço uma casa — 677, hoje -- hadn, faço -9-
Ga grin ij jo: Eu guardo as telhas - ga grin, telhas — 70, guar-
do - 10 -- Ij gama te piju ma ti: No meu bairro elle continua
roubar -- jamá, hairro-te, no-piju, roubar - ma -- continua
11- 1) anti kekaird: Eu amo a elle-an, connectivo-- ti, a
elle -- kilairé, amo --12--1) in ra ix tin ke: Eu pretendo ir
na minha casa -- ix in, minha easa--ra, para — ke, pretendo
13--Je vaju grú: Eu accendo o meu cigarro -- je, meu -- vajú
- cigarro - 14 -- E'ix men vog konána agtógmo: Elles estão
jadiando dos meus aniinaes -- men, animaes -- vog, vogkonana,
RE - ag, elles - tógmo, estão -- 15 - Ij erá (irá ): Meu
queixo -- 16 -- 1) ningé féie ado : Dedo indicador - ningé
féie, dedo -- 16 bis -- B ning xi: Dedo pequeno - ningé. mão --
17-Ixôn ij kóij : Eu como o que é meu -- kóij: como - 18 -- [jon
avangró: A minha garganta -- 1º -- Tjôn pu, vel: ton ti ne:
Eu escondo (e) elle não me vê -- pejú, escondo -- ve, vendo --
k, connectivo -- ne, está. — Tambem eu roubo, e elle não me
vê--20--T; hadn veijmá; ag kid nanti: Eu soffro doença;
elles estão descançando -- hedn, soffrer -- veiamá, doença, mal
-- kid, kün: deseangando -- nánti, estão --21-- Ixó to joma:
E' malvado commigo -- to, com -- jomá, malvado -- jôr, brabo
- 22 -- Ixô ton, ag ton ve: Não é nem meu nem delles -- ve,
é - ag, delles -- to, não -- 23 -- Ixôn hô hô hanera: Prepara tu
o meu corpo -- hó, corpo -- hi han, preparar -- 24 -- 1j jógn ja-
mu ve je: E' meu tio paterno mais moco-jogn javü, irmão
de meu pai--ve, menor--je, 6--25--Jj langré ve: Minha
cunhada -- Jangré, do irmão -- ve, irmã, mulher -- 26 -- Tx prén
fi javú: Meu cunhado -- 7) prôn fi, de minha mulher -- javu,
irmão -- 27 -- Ix kotaxi fi kotwi: Meu netto- kvtxifi, da filha
-- 28 -- Ij jenma: Hombros -- jen, costa - ba, ma, grande-- 29 -- Ij
kikairé fi: Minha amiga -- kikairó: amo, conheço — 30 -- Jj
pron javaiix ra, ij jan pron te acórmo: Embóra eu não queira
— 115 —
casar, minha mai quer que eu case--prôn, casar -
javáix, não queira--ij jonminha mãi-xórmo, quer
que eu case--ra, apesar-31--1) Ki eréino (erén) ag
xormo: Elles desejam pular em mim--7) ki, em mim-
ki, em--32- Eijma de ve ne?--O que é que me apresen-
ta?-dé, que cousa--ve, apresentando -- ne, está--33 - Ix
a ij japan ra tin ne: Eu estou indo para a minha roça
--a, connectivo-- japan, minha roça--ra, para--ne, estou
-- 34 -- Tin ven ix: Eu vou primeiro — ven, primeiro - 35 -- Ix
veindii javáia ra, veindii: Apesar que não queria rir, eu ri
veindü, rir- 36--1) a hürike van tôn ti: Elle não está como
eu--a, connectivo - hôrike, como --van, esta --tôn, não -- ti,
elle--37 -- Ij alengré angvéix tinove: Eu ia visitar meu ir-
mão, companheiro, amigo - alengré, amigo, ete. -- angvéix, vi-
sitar -- tínove, ia 38- Tx kitdún : O berne que estä em mim
— kétdún, berne - 39 — Tj hô kaugati ha: O meu corpo já está
doente - Ad, corpo - kangäti, muito doente - ha, já -- 40 — E;
ankomo kan, javii ti penót ten: Emquanto eu como, o irmão
vai procural-o -- an, connectivo -- kómo, como agora -- A em-
quanto — pene, buscar, matar, pegar -- 41 -- Ninhé à) kujé : O
meu nariz é direito -- Æujé, direito. — Torto, se diz pando,
te, ve-- 41 bis Ninhé te à je: Eu estou com o nariz torto -- 7,
eu -42--Ij jognma hô tinkti: Meu pai vive feliz tinkti,
vive - 43 -- Eijm os fuinfúi. x v6g ti mo: Elle agora toca o chu-
pim para mim --fuixfúix, choupin, 2specie do passarinho
damninho -- vog, toca — ti, elle - mo, agora — 44 -- Níre fi, eix-
man ha kantin: Menina, venha para mim -- nire a menina --
ha, voz de mando - 45 -- Gire fi, eixmän paktü lanktére kupé
hakantin : Menina, venha para lavar meus pratos -- pakti, pa-
nella — lanktére, largo -- kupé, lavar -- 46 - Ij vin pije (rija)
hô je: À sine palavra não é boa-—win, palavra -- pije, não
- je, é-47-- Tx an kokire me ra, lairânha ve: Eu, embóra
soffra fome, trabalho -- kokire, fóme -- ra, apesar — 48 — Txan
on mua hô man ex kémo: Para mim tudo servirá --
tocam, para mim--on mua, (o m se prouuncia nasalado )
qualquer cousa 2--hó, bom -- man, muito — ex-connectivo --
kémo, vai ser ~49--Laranharanha, ij an kó je: Eu
trabalho e estou comendo -- kóje, estou comendo — 50 --
Exa hi ne ara! Oh! si tivesse saúde! -- ho ne, estar bom --
ne, estar — ara, interjecção de desejo -- 51 —- E'ix káxka kan-
gamo: Eu des tarde fico doente-- kä:: ka, de tarde -- 52 - Tj
da ti tin: Elle vai perto de mim -- la, perto -53-- Kin don
4) tin ge: Eu quero ir atraz -- ki, p othesi--don, atraz — ge,
pretendo -- 54 -- Fód ij : Pinchei, atirei, colloquei -- 55 -- Ij prôn
veixkuranti kiveinrämen : Minha mulher aprende a costurar
— veixkuranti, costurar - kiveinramen, aprender. -- Minha mu-
lher sabe costurar: Jj pron veixkuränti kevenhéra -- 56 — Ij
Jógn bre ix vivre: Eu fui junto com meu pai -- jog brê, com
o pai — viiire, fui - 57 -- Veixküdje ij: Eu estou descançando
— je, estou — kon, kod: descançar -- 58 -- Tj jon: Eu brigo; eu
estou brabo - 59 -- Ti katóite ix aleng gré: O meu amigo o en-
— 114 —
controu -- hatóite, encontrou - 60 -- Ir hivotiti han, ta to ig veg
ton ti ni: Como eu sou muito cégo, eu não estou enxergando
lá -- kiivd, kivo: cégo - kan, porque -- ta to, no la-- ta, Já - ve,
ver -- g, connectivo - ni, estou-- 61-- 1) pén jakän kante: A
minha esquerda -- 7) pén, do meu pé-jakän esquerda, kante,.
do lado -- 62 -- Iv arütitr : Eu estou muito cançado - titi, muito
63 -- Timé tampére judn: Me dê a enxada~idma, para mim
-- tampére, enxada -- judn, dê, me chegue- 64-- 1) hô: Meu
corpo -- 65 -- ( ningé, ininhá, ut, pire, ete., vide App.) Jogma
min tag tan (ten) ja ve: Meu pai esti matando esta onça
— jogmã, pai -- min, onça -- ja, agora -- ve, esta — 66 -- Ij langré
kotæi : filho de meu irmão, meu sobrinho -- langré, irmão -- 66
bis -- Eiama emin nin: Me dê um bolo, um pão -- n/m, dê -- 67
Hé ix ne: Eu estou bom--hô, bom -- 68-- Tx jan bre jogn:
Meu pai junto com minha mii -- jan bre. junto com minha
mai -- 69 -- Zj jan küfé küpti: A faca de minha mãi corta —
kiifé, faca - küpti, kiipti: corta -- 70 -- Tx jénja : Minha mesa
de comer -- (x, minha -- jen, de comer -- ja, logar, instrumente
- 71 -- Jx din: Meu ventre -- 72 - Ix dúin: Meu pescoço --
72 bis -- Emprü ki ix kúte: Eu cahi na estrada, ki, na -- 73 -
Iv kauigh: A minha costella -- 74 -- Du kanga kata: Reme-
dio para a dor de barriga -- du, ventre — kanga, doente, dôr
-- kata, salutar -- 75 - Ti tang timan ke ve ix: Eu vejo aquelle
que falla a Fulano --ti tang, aquelle que -- man, Fulano --
ke, falla -- ve, vejo -- 76 -- Ij bre jiji: Aquelie que tem o meu
nome: xará, tocaiu -- 2j bre, junto commigo - jiji, nome -- 17
- Ix be: Minha avo -- 78 -- Kôix to ix veg ton ni kti: Eu
não vejo muito em cima — kúix, cima -- to, em -- veg, vendo
-- ni, estou -- ti, muito -- 79 -- De à) jo: Eu guardo a cousa --
de, cousa -- jo, jo nim, jo nim had: eu guardo -- 80 - Ga grin
ix jo: Eu guardo as telhas ~ ga grin, artefacto de terra, te-
has -- 81 — Ix je: Eu sou.
IN . Casa - 1-Inempran kuúte : Cohim no chão da casa -- in
empran, chão = prán, Bante baixa - kite, cahiu -- 1-b-- E'ix in:
Minha casa --2-- Ag in: A casa delle--3-- Ori in ix hadn:
Hoje eu faço uma casa -- óri, agora -- 4 -- In ton ve ix ha viiire:
Ainda eu não fui ver a casa--ha, já -- viiire, fui --ton, não -
4-b -- Int anguéi ha ti vüire: Elle ja foi ver a casa -t, con-
nectivo- ha, ja--angvéi, ver--viiire, foi-5- If tn ti hur
tra: Já elle acabou a minha casa - hur, particula adver-
bial para indicar o passado do verbo - kara, acabar -- 6 -- In
tonjá ra hüru vüire: Já sahiu para fora da casa -- tonja,
fora -- ra, para--7--In xi: Rancho, casa pequena, choça - 8 -
Im dn han mánera: Faça mais outra casa -- ôn, outra -- md-
nera, mais -- era, terminação para indicar o imperativo -- 9 -
In on ne: E' outra casa -- ôn, outra - ne, é-- 10 - Xan xi in:
Gaiola, casa de passarinho - 11 -- dx jama te tan, denim pejú
ma: Elle no meu bairro rouba tudo -- jamá, meu bairro -- te,
no -- tan, aquelle -- denim, tudo -- pejú, roubar -- ma, continua
- tí, muito -- 12 -- Aiáng in: Vossa casa -- 13 -- Ag in te nórumo:
Está dormindo agora na casa delles -- te, na -- 15 -- Ainkafé --
/ — 115 —
düdn kara ra ix: Eu entrei no quarto -- a, connectivo, inhka-
fédiidn, quarto -- kúra, dentro - ra, ran: entrar -- 16 -- Inka-
fodiidn kdra ne: Está dentro do quarto - 17 - Onn te ne?
(Quem está dentro da casa?-ôn, quem--ne, está -- 18 -— In
ton hat kren, ni ha: Ainda não fez quasi a cisa (e), e ja
mora nella--tôn, ainda não - hat, fez--krén, quasi-ni,
habita - ha, ja-19-In in: Varias casas - 20 - A jog in te
ti ni: O pai se acha em casa-in te, em casa -- 20-b -- In
tagn tx já vénve; haraori kton ve: Esta casa era minha -
mas agora não é mais -- tagn, esta — ij - minha, (já, particula
para indicar o passado )-- vénve, era - óre, agora. hoje -- ki,
connectivo -- ôn, de outros --vé, 6 - 21 - Kix iju in kantin :
Eu venho a minha a -- ÉiX, eu — ju, minha -- 22 -- In in
hadn : Fazer casas--23-- In ka me prin: Varrer um pouco
dentro da casa -- ka, dentro -- me, um pouco - prin, varrer -- 24
-- Inprüru : Terreiro, rua da casa - priirw rua.
INKAFODUDN, imafôdüdn (O M de imafódudn é na-
salado ): Quarto da casa -- in, casa - ka, dentro -- fod, atirar --
dudn, maçã, protuberancia. Kafó, sala.
ÍNERE: Sovaco.
INIVA: Sentar ( Visc. ).
IN-HUÍ, eng-huí : Assobiar, assobio.
ININDO : Meio dia -- 1 -- Inindó kan, xa: Esta no meio
dia -- kan, no - xá, esta -- 2 -- Inindó kaxka: Meio dia -- 3 -,
Aran inindó káxka: Meio dia - aran, sol-- 4 -- Aran inindoó
känti xa: O sol está preso no meio dia-- kantz, está -- xa ;
preso - 5 -- Innindo to: No meio dia - to, em -- dó, raio.
INIRIL : Hombro ( Vis. ).
INJÚJO : Papagaio. Tambem kanté.
INPRU : Terreiro.
IPE’DN: A direita. - Jakan, jakdin: A’ esquerda.
IRA’: Queixo, no:-1-- Ka pe irá (era) hampa ti:
Do galho erompe o no -- kapé, galho - kampa, brotar - tz, elle,
-2-- Ix irá (era): Meu queixo.
INTO: Parede de casa - 1 -- Into na ti: Elle se encosta
à parede -- na, encostar-se -- 2 -- Déne kangréve into nänti : Na
parede sa acham retractos de bichos -- déne, bichos, cousas --
kangrôve, retractos -- nânti, estão.
PNTO fóro: Fuligem.
INTON GA: Barrear, pôr barro na parede -- 1-- Intôn
ga ti: Elle põe barro na parede.
IXION : Calças ( Vis. ).
PTITI: Muitissimo -- 1 -- Veilairá kof ítiti: Trabalho
pesadissimo -- vcilairá, trabalho -- kof, pesado -- 2 -- ’titd aiág :
Vo sois muitissimos -- aidg, vos.
PTITI: Mais de vinte (muitos ).
J
Nota 1. Suffixo para indicar que faz alguma cousa,
Vide App.
Nota 2. O J pode-se pronunciar como em Portuguez
um pouco nasalado, ou senão como o Y Espanhol um tanto
nasalado. Os Kaingang que não podem, por defeito physico,
falar fanhosamente, o pronunciam como o J portuguez.
JA: Bico--1-- Janón : Bico torto.
JA: Corte (jan )--1-- Béngh já: Corte do machado.
JA: Eu. Vide App.
JAN, ja: Dente--1- Jan uamfore: (U se pronuncia
nasalado). Perder os dentas--2-- Ajan jejét kéma ne: Gosta
de ranger os dentes -- a, connectivo -- jejét, ranger -- kema, gosta
--3-~Japo: pedra do dente -- po, pedra -- 4 —- Ja pando: Dente
torto. — Tambem ja nôn--on, torto--5--Ja joxke: Dente
podre, 6co--6-- An jan kupé jafa: Escova para lavar os
dentes, instrumento para lavar os dentes - an, connectivo --
kupé ; lavar -- jafá, instrumento -- 7 - Jan tôn: Quem é sem
dentes -- tôn, não -- 8-- Buromo ha jan : Ja brota o dente- bú-
. romo, brota agora.
JA: Estar. Tambem je, ne, ni, na--1-- Tx alengré véi
tin ja ix: Eu vou visitar meu irmão -tin... ja, vou indo —
véi, ver.
JA: Suffixo para indicar instrumento - 1 - Tokfin ja:
liame - togfin, amarrar - ja, instrumento -- 2 - Jafa: Instru-
mento.
JA : Particula adverbial para significar acção presente
ou contemporanea a outra ou passada, ou simplesmente acção
passada -- I -- Venxan ti ró kara kéja : Outrhora eu queria
entrar na horta delle - venxân, uma vez-ti ro, horta delle --
ro, cerca, lugar fechado, horta - kara, entrar -- ke, queria — 2 —
To ti vinki, kara ran je ja : Eu estou entrando com licença
delle -- ti vin, ordem delle -- kz, por - kara, dentro — ran, entrar
- je, estou -- ja, agora -- 3 - Ti nin kajafà ja ne: A carne
do tal animal está bixada--ti nin, a carne -- kajafá, bixo -
jane: Está agora com -- 4 - Ix ve ja ti känti : Elle agora me
está vendo--ve, ver -- kanti, está-- 5-- Noro ti ten ja ne ha:
Eile ja vai dormir--nôro, dormir -tin, vai-ja, ne, esta
agora -- 6 - A jan jog junmo kan, porko ati ta ja agn: Quan-
do chegavá vosso pai, elles matavam os porcos - ajáng, vosso
- júnmo kan, quando chegava -- kan, quando -- atita, matavam,
de tain -- ja, então -- agn, elles -- 7 -- Gire van tére fati: O me-
nino então estava morrendo -- tére, morrendo--ja, então-- ti,
ome Fy aoe
elle --8--In tag ix vénve ja; hava ori agtôn ve: Esta casa
era minha; mas agora é de outra gente - ix minha - vénve,
era -- ja, então —- ori, agora -- agtôn, dos outros -- ne, é-- 9 -- Ti
nindó xe ja agr: A gente então lhe amarra os braços - ti,
nindó, o braço, os braços delle -- xe, amarrava - ja, então -
agn, a gente -- 10- Akajúno ra, jatu jenti : Embora agora
brinque, esti quieto, pacifico, não é barulhento - ra, apezar
jatú, quieto -- jen, está. Vide App.
JA: Lugar -I--Tg jénja : Meu lugar de comer, meza
jen, comer.
JA, jan: Mäi-I- 7) jan fi javu ve: E meu tio ma-
terno; meu tio materno menor -- fi, della -- ve, é, menor — 2 —
Tx jampé fi ave: Ella é minha mii legitima -- pé, verdadeiro,
bom, legitimo -- ave, é--a, connectivo - 3-- ama jan hi ni:
Tua mii está boa-ama, tua--hd, esta-4-- A jan hôrike ?
Como está tua mai ? -- a, tua-- hórike, como -- 5 -- Fid mahüni :
Ella esta muito boa; ella continua muito boa-- fi, ella--d
connectivo. Vide App.
OA’ : Old :! Serve para chamar pessoas do sexo mas-
culino; para chamar pessoas do sexo feminino, precisa usar
a voz ja!
JAK: Roca. Vide App.
JAKA’: Em caza, lar. Vide App.
JAKA'IN, jakän : Esquerda -- Ipédn, direita. Vide App.
JARXUNDE: Assar (Sao Paulo). :
JAKFE’: Ninho -- I - Déto jakfé ni? -- Takan kowcmá :
Onde está o ninho ?-- Lá encima -- déto, onde -- ni, estã -- tá,
lá — kan, no, em -- kiexma, em cima.
JA KRrén: Eu planto--ja, eu--kran, kren, planto:
JAKRIN, fakrin: Joelho - krin, monte -- fa, perna
Tambem significa junta dos dedos, pulso, munhéca, nó -- 1 -
Ix ningé féie jakrin: A junta do meu dedo - 2 - Jakrin ti
je: Elle está de joelho --te, elle- je, está-3- Ka ki tan
ajakrin fen kánjen ti: Neste pau elle se ajoelha -- ka,
pau - ki, em fén, torto -- kánjen, esta-- ti, elle -- 4 -- Jakrin
tanje: Está de joélho - tan, com -- 5 -- Akan tagn jakrinkrin
na: Este pau está com nós- a, connectivo -- kan, pau —
jakrinkrin, nó: a repetição da syllaba indica o plural
ou multiplicidade de oração, porém feita em lugar e tempo
proxima uma da outra --na, está -- 6 - Ningé jakrin: Mu-
nhéca, pulso - 7 - Jakrin tan, tin: Andar de joelho. Vide
App.
JAKTA’RA: Miseravel, coitado, compaixão -- 1 -- Ex
man tog jaktära je: Para mim é um coitado -- tog, a, para
--je, é. Tambem: Tenho dó do coitado.
JAKUÁ : Sugeira, cabellos
JAKUA' TUG TÉIE. É uma ou mais tribus de Kain-
gangs que andava de cabellos compridos. Deriva de jakud,
cabellos, sujeira, vermes ( porque entre os selvagens que não
- 118 —
dispõem dos recursos que nós temos, o uso dos cabellos é in-
separavel da sujeira! )- tug, estar com-- téie, cumprido. O
nome seria dado por escarneo? Vide App. São cs'Kain-
gang de São Paulo e do Rio dos Cinzas.
JADJA’RA: Que está rasgado em varias partes — ra,
está. Rasgado em uma parte só, se diz jara--1--Id kur
jadjára: Meu manto esta rasgado em varias partes -- 2 - Jj
kur já ti: Meu manto rasgado -- kur, panno -- ti, elle — 3 -
Veixupóix jad já ne: O vestido está rasgado -- 4 - Ij rénxo
jadjänera : Rasga tu o meu lenço.
JAFA': Instrumento, lugar, trem, escada, utensilio -
1-T; kantére jafá jamba tere kan, j fa ti tamprügh: Em
quanto eu descia pela escada, elle subia -- kantére, descia —
jamba, pela - tampriigh, subir, tére, descer - 2-- Noro jafan
te: No lugar de dormir -- te, em,
JAGME, jakxúnde: Assar--1-- Atri, kren pn fi:
antonini jdgme: Ponha lenha debsixo: a carne está assada --
kurz, voz imper. tendo annexa a idéa de pressa -- krén, de-
baixo (do fogo)- fi, pôr -- pin, lenha --antonini, carne. Nota.
Os Kaingangs assam a carve sobre a lenha ou no espeto. -
Han, toco de lenha.
JA'GNE: Um a outro--1-- Jagne bre ag mo: Elles
vão junto uns com outros -2-- Jagne véra: Olhai-vos um a
outro. - 3-- Jágne bre lairânhamo: Nós trabalhamos junto
um com outro -- bre, junto -- 4 - Jágne kungré agn: Elles bri-
cam, guerreiam-se um a outro--kungré, brigam ete. - agn,
elles --5-- Jagne gémo: O mesmo sentido, como o antece-
dente -- ge, pegar, brigar 5 b -- Jágne ton bra ke vüire: Não
quizeram ir junto uns com outros --tôn, não --ke, querer --
vüire, foi-- 6 -- Jagne dot tin fag: Ellas vão uma atraz da
outra --dó, atraz--tin, vão--t, connectivo- fag, ellas -- 7 —
Jagne ge: Elles se agarram um com outro -- 8-- Jágne kom
kanti: São da mesma idade; estão sentado um ao lado do
outro -- 9 -- Jagn hirike nek ti: Um é do tamanho do
outro -- hórike, igual--ne, é--lk, connectivo -- ti, elle -- 10 -
Jagn ningé: Pegar-se, brigar -- ningé, mão, pegar, tambem -
11-- Paraguay jagn ningé ij: Eu combati no Paraguay -- ge,
combater -- 12 -- Jagnin to agn gêmo: Elles combatem, estão
brigando um com outro -- to, com -- 12 b- Jagnin done ágmo
ha: Elles ja vão um atraz do outro -- dó, dón, don’: atraz -
ag, elles -- mo, väo- ha, ja--13--Jagne ran je agn: Elles
estão uns perto dos outros -- nânti, estão. — Nota: No nu-
mero antecedente, são só dois que estão um perto do outro;
no presente são mais de dois--15--Jágne agn déne bano:
kiré ju he: Elles carregam as cousas um de outro: veja
que não guardem (alguma cousa)--máno, bdno: carregar -
déne, cousa -- kiri, veja -- ju, jo: guardar -- he, não - 16 -- Jag-
nin to jon: Elles ficam brabos (brigam) uns com outros -- to,
com -- jon, brabo -- 17 -- Jagnen ton ge ha: Ja brigam um
com outro -- ge, brigar--tôn, com-18- Jägnen bre nänti:
Elles estão junto um com outro -- 19 —- Jágne kevenhara ni:
— 119 —
Elle se conhecem um a outro - #7, estão —- kevenhara, conhe-
cendo -- 20 -- Jágne kanti ta ki: Um está com outro lã -- kan,
com --ti, elle-ta, lá -- ki, no--21-Jdgne kiveinrämen agn
ra, jagne ti jôn: Embora sejam amigos, elles brigam entre
si- kive/nramen, ser amigo - ra, apezar -- ti, elle - 22 -- Jagne
to tangrénke ( tangranke, tankrénke ): Se unem um a outro
com -- 23 -- Jágne kan póvo ha: Já se separam um de vutro —
kan, de -- róvo, separar-se -- 24 -- Jágne hôrile ton nänti : Elles
não são iguaes um a outro -- hórike, igual -- nânti, são -- 25 -
Jägne ra na agnagn: Elles estão deitados perto uns de outros
em grupos - jágne ra, perto uns de outros -- na, deitar -- agn
agn : elles, elles -- 26 -- Jágne to jon kemá agn agn : Elles gos-
tam de brigar um com oatro em grupos — hema, gostam -- 27 --
Jágnema cn verkaridn : Elles se dividem entre si alguma cou-
sa - ôn, alguma cousa -- 28 -- Porko ting alengré jagne rath je :
Estes dois porcos são iguaes entre si--alenyré, dois -- je,
são -- tang, estes -- 29 -- Jagn hiritke je ton: Não são iguaes,
não são a mesma cousa. Vide App.
JAGOT: Pendurado - 1- Jagüt kan, x2: Está preso e
pendurado -- kan, esta.
JAJA’N: Armar- Ténja jajanera: Arma tu a rêde -
téja, réde — jajanera, extende tu.
JAJA’RA: Rasgado em varias partes, de jad -- 1 -- Ix-
kur jadjára: Meu vestuario esta rasgado - va, esta.
JAM, ham: Primeiramente, principiar - 1 -- Jam jen
yra; karka rexéi ; ix do ranharânha viúire: Primeiro levan-
tei; depois rezei; afinal fui trabalhar - jengra, levantar -
kárka, depois -- dó, atraz, afinal -- viitre, fui --2-- Emprü tag
van heja (kején) ja ki: Esta rua será a primeira -- van ke-
Jén, será -- kején, uma vez (serve para fazer o futuro )-- ju
primeira -- ki, na.
JAMA: Minha terra de ja, minha -- ema, terra, bairro -
2-- An jamä anfóti: Tu mudas de bairro --an, tu --jóti,
mudas -- 3 -- Déto jamá ue? Onde está o bairro ? -- déto, onde.
Vide App.
JAMBA: Por--1-- Gôio jamba ti tére: E desceu
agua abaixo, rio abaixo -- jambd, pelo -- tére, desceu -- 2 -- Gôio
jamba ti tamprügh : Elle subiu agua acima, rio acima - DA
pelo. Vide App.
JAMBO, jambé: Sogra de minha mii, avo -- jam, mai.
JAMBRE: Cunhado, genro - jam, mai-- bre, junto - 1 -
Jambré kotxin: Filho do cunhado -- 2-- Jambré bre tin: Ir
junto vom o cunhado -- bre, junto -- tin, ir.
JAMBRE JOG: Meu pai e minha mai. Vide App:
JAME: Face, adiante-1-- Ag jamé: adiante delle -
jamé, adiante.
JAMJÉT: Sentir (Tel. ).
— 120 —
JAM’, AJAME : Adiante — 1 - Franxico jôrürut jami
tin ti: Francisco vai adiante do carro -- jürürué, carro — ti,
elle. — José dó tin ti: José vai atraz -- do, atraz.
JAMPRI : Limpo, puro, -- 1 -- Empri dai ga Rua limpa,
boa. - Jamprü, significa tambem a minha rua -- 2 - Mentfú jam-
pri: Farinha pura, limpa.
JAN: Dente. Vide ja. Tambem bico - 1 - Jan pandó :
Dente, bivo torto.
JAN: Mai--1—Jan fi jan: Mai da mii, avó -- fi, ella,
mulher.
JANKA’, jantha : Porta -- 1 - Jantha ta ran: Entrar
dentro da porta -- ara, ra: para — ran, entrar — 2 -- Jantha dôro
ve ix: Eu vejo a porta aberta -- dôro, aberta -- ve, vejo. Tam-
bem vejo a abertura da porta - dôro, abertura, buraco. Vide
App.
E J'ANKE: Oco- Ka janke: Pau ôco. Tambem ka dôro
- ka, pau.
JANK ERA: Tarde: jankéra jex krén: Plantei de
tarde -- jer, eu. Vide eränkéra.
JANKODI'T: Costella (Sao Paulo ).
JANGJANJE'T: Cambalear - 1 - Jagnjanjét kanti:
Elle está cambaleando.
JA'NJA: Rasgar - 1 - Venharô janja agn : Elles rasgam
um livro - vanharô, livro - 2 - Venharü jadjára : Livro rasgado.
JANJA: Misturar -- 1- Arrdz langro tan, jánja ge =
Mistura arroz com feijão -- langró, feijão -- tan, com -- 7e, esta
-jénja, misturando--2-- Vinho tan janja je ti: Elle está
misturando com vinho -- tz, elle.
JANJA'JET : Cambalear - Janjajet kanti: Está cam-
baleando -- hânti; esta.
JANJE: pendurar - 1 -- Janjénera : Pendura tu.
JANTA”: Corvo. Tambem ihantá -- 1 - Nhanta buüngh :
Urubú rei -- buingh, grande. Jantá; aba de chapeu -- 1 -- Cha-_
peu jantá : Aba de chapéu.
“JATKA': Porta. Vide janka — 1 -- Jantká nifé ja: Ins-
trumento pare abrir a porta: chave -- nifé, fechar -- ja, ins-
trumento -- 2 - Jantha ki, fagn e, agn núánti: Na porta ha
muitas ANT MER e homens -- kz, na -- fagn, mulheres -- e, muitas.
-- «gn, homens.
. JANTKU”: Boca -- 1 -- fantkü néféira: Fecha a boca
tu -- 2 —- Jontkii ka na: Está na boca, freio - ka, na -- na, está
- 3 - tte it kri gdix: Cabellos acima da boca: bigodes -- kr?,
encima -- 4 - Kriz kante jantkii fudre: Labio superior — kri
kânte, do lado de cima -- kúnte, do lado - 4 — Gu kánte jantkié
fuvre : Labio, inferior -- gu, inferior. Vide App.
JAPA’NGH: Minha roça. — Roça simplesmente: epangh,
de púngh, derrubar -- Ix japan (ane Eu quebro aroga, colho
a roca-- fan, quebrar.
JARA’: Saliva, euspo - 1- Zr jará: Minha saliva -- 2
- Jara kokré: Cuspo fedorento, gamba. Vid. App.
— 121 —
JARA’ KOKRE : Raposa, gamba. Não é a raposa
da familia dos cães; senão a dos marsupiaes.
JARE': Raiz-- Kumin jaré: Raiz de mandioca -- 2! --
Kumin jaré mentfa: Farinha de raiz de mandioca -- 3 -- Az
jaré: Raiz de pau--4-- Ka jaré ko je: Está comendo raiz
de píu -- je, esta.
JATU’: Pacifico, quieto, silencioso, socegado - 1 -- Aka-
juno mo ra,jat* jen ti: Embora elle esteja brincando, elle
é quieto -a, connectivo — kajunm, brincando agora -- jen,
esta --2-- Jatu agn nänti ha: Elles já estão socegados — ha,
já -- nanti, estão -3-- E jatü ra, tog xon jon ne: Apezar
que eu sou pacifico, comtudo com elle estou muito brabo --
e, muito -- tog, com elle - xon, eu--jon, brabo --ne, estou.
JATITI: Um pouco cantando ?
JAVA'IX: Não gostar, não poder, ser difhcil, ter repug-
nancia, antes do tempo. Tambem se diz váix -- 1- Pejú tan déto
ve javáio ke: Escondeu aquelle onde era dificil achar -- peju,
escondeu -- tar, daquelle, déto onde -- ve, achar -- sufixo para
indicar o passado - 2 - lj inva javäæ ra, 1j tin ge: Eu preten-
do deir para casa contra meu gosto -- javáix ra, contra meu
gosto -- ra, contra -- ge, ke, quero — 3 — Antére javáix ra, ti tér-
mo ; goiofá krôt kamé je ton: Se elle não está com medo (se
não larga) de beber pinga, elle morrerá, apezar de não ser
ainda tempo ( antes do tempo ) -- antére javäix, antes do tempo
de morrer -- wa, apezar -- ti térmo, elle morrerá -- goiofá, aguar-
dente — hrot, kron : beber - kamén, temer, deixar -- je, esta --
tôn, não -- 4 — Javaexrtiti: Muito difheil.
JAU’UE: Irmão menor -- ve, menor. Tambem jaüigh.
JAVE’, jaué: Cuia, colher.
JA VE: Tia materna -- jan, mãi-- vé, irmã--I--T; ja
ve ori juno: Hoje chega minha tia-
JAVE AN: Signaes?-1- Agmo já ve an: Siguaes
delles -- gino, delles.
JAU, javú: Irmão. - Tambem jaüigh-1- 1x prôn fi
javú: Irmão de minha mulher, conhado -- prôn, pron fi mu-
lher, esposa -- fi, ella -- 2 -- Javu fi: Mulher do irmão - fi, mulher
-3-- Javu ve : Irmão menor -- ve, menor.
JAVU'XI: Irmãosinho - x7, pequeno - I -- Tx jan gpavúxi
Ori jut húri: Hoje chegou o irmão menor de minha mãi (o
tio materno mais moço )-- jut, jun: Chegou -- hurd, ja.
JAU'E, javu ve: O irmão mais moço -- ué ve,: Menor
I-- Ix jôgn javú ve : O meu tio paterno mais moço -- jogn
javú, irmão de meu pai. :
JEANTXXMO. Vide jenaníxmo: Criar. Jen, comer —
nixmo, dou.
JE: Estar--I--Jéro tôn ti je : Elle não tem dinheiro
jéro, dinheiro -- 2 - Pin buôngh hadn je: Está fazendo um
grande fogo - pin, fogo -- hadn je: Está fazendo -- 3 -- Kaim-
bara ag kofá je: Logo a gente fica velha -- ag, gente sofa,
velho -- je, fica -- ag, gente -4-- Javú lengré ix je : Eu tenho
dois irmãos -- lengré, dois -- /j je, estou com -- 5 - Ka jovú ix je:
122
Eu tenho um galho de arvore -- jovu, galho — 6 -- Kavarû péne
kangra je: O cavallo está com quatro pés -- péne, pé- je, es-
ta com - 7 — Ahotaifi kangajan tôn ve kantin je : Vem ver
a filha que nao esta mais doente -- re doente agora --
ton, não mais kantin je vem vindo -- 8 - Nore jex kémo ha:
Eu pretendo dormir já --jex, eu -- a pretendo - ha, ja--9
Jamá ton ix je: Eu não tenho morada - jamá, minha morada
- 10 - Déne kan, ni je: Eu tenho carne de todo animal, de
toda qualidade — déne, animal - kan, tudo - ni, carne -- IT - Tz
ni kajafa ja ne: Agora a carne do tai bixo, está bixada — ti,
do tal bixo — ni, carne -- ja ne, agora esta, então estava -- 12 --
Lengré agt je : Elles são dois -- lengré, dois -- 13 -- Ene veiæ-
má buingh je: Aquelle ahi me esta fazendo grande mal -
éne, aquelle ahi -- vaixmá mal -- hadn, fezendo -- je, está -- 14
- Gire tag venxén hüjeve: Este menino uma vez era bom -—
- tag, este, venxén, uwa vez -- hi, bom -- jéve, era -- 15 - Ka-
kan kupé je: Está lavando a cara - kupé je, está lavando —
16-I-- Ir dijéro je kan, ix man hôti: Eu sou muito conten-
porque tenho dinheiro -- je, estou com, tenho -- kan, por-
que -- x manhüti : Eu estou muito contente - 17 - Ta kaix
ja ne: Agora estou aqui--ta, aqui --ka, em--ja, agora-ne,
je: estou-18--T/ agn vava je: A gente delle é vagabun-
da -- vavai, vagabundo. Vide ne,--19-- Tx jen je: Eu estou
comendo.
JE: Comer. Vide jen--1-- Xan jéne hütiti: Eu até
agora estou com fome.
JE: Eu. Je kré: Eu planto, minha plantação.
JE!: Qual! Não é verdade! Interrupção de desap-
provação.
JEA'N, jenan, veän: Criar -- 1 -- Mavaru je dn ti: Elle
cria um cavallo. |
JEKE, chamar: --I--X ag jéke ke ve: Eu estou
querendo chamar a minha gente -- 11-#, -- minha ag, a
elles - je, eu ke, querendo -- ve - estou,
JEKE: Passo. Subs. --1-- Jéke alengré: Dois passos --
2- Tx jek ke ni: Eu estou fazendo passos -- ke, fazendo - na,
estou - 3 -- Jek -- jénkera : Ande. Repetido para indicar que os
passos são muitos.
JED: largo--1-- Emprii 9 jét man ag: Elles fazem
a estrada mais larga - man, mais. Tambem jedn jedn.
J@J: Urina, verter urina.
TAME JEJ: Fel-- tamé, de figado -- jéj, urina.
JE'N: Comer, almoçar - 1 -- Ajén me kóir, tínti: Elle
vive comendo pouco -- a, connectivo -- me, pouco -- tinti, vive
— 2 Venjén väix kan, ix tére: Por eu não querer comer, eu
morro -- váix, não quero -- por -- tére (kren :) morro -- 3 -- Jén je
ha ti ve: le hire ti : Elle está almoçando : elle esta com fome
-- je, está -- ha, | ja-- ve, esta--4-- Ha jent : Almoga tu, janta
tu -- ha, voz imper. -- E conneetivo - 5 -- Tj jén javáio : Eu não
gosto de comer -- jávair, não gostar - 6 -- Ha kamon jént:
x
Dre
Venham comer --kamon, plural de tin, ir,-7-- Ti jen gémo.
Tomo o almoço delle (tiro a força )-- 8. ÂMA HU'RI JEN.
Você ja comeu -- húri, particula para indicar o tempo pas-
sado -- 9-- Jen tôn ne: Ainda não estou comen o --10-- Ta
ka tx jéno ha: Eu aoe aqui ja-- taka, termo composto de
ta, aqui e de ka, ld,em-11 Jénja agn ha: Elles estão co-
mendo -- ja, estão--12-- Véri jen ton ne: Ainda não estor
comendo -- véri, até agora--13-- Abré ix jen: Eu almoço
com vocé--an bré, com você-an, você —-14- Yan vére
jen hütiti: Eu estou até agora com muita fome -- xan, eu -
hôtiti, tenho muita precisão -- 15 -- Ninjén ti mo: Elle está
comendo -- kin, prothese -- 16 - Pôrco jénera: Come tu o porco
-17 -- Jen ton hótiti: Não ter muita precisãe —- 18 -- Vetxkanga
na, húru jen: O doente, que estava deitado, ja comeu --
hüru, particula para indicar o passado - na, deitado 19) -.
Áma Iniru jen: Vocêja comeu -- 20 -- Kavarú jen nânti: Os
cavallos estão comendo — nânti, estão. Vide App.
JEAN: Criar--1-- Agire je anixmo: Eu crio uma
criança -- ix, eu - mo, agora -- 2 -- Porko jein ix mo: Eu agora
crio um porco--- Jennán gire kémo: pretendo criar um menino.
JEN: Paträo-1-7x jen ti vin ki, karára ve: Eu
estou entrando per ordem do meu patrão: --jénti vin ki, por
ordem do patrão -- ki, por--kdra, dentro -- «ra, entrar -- 2 --
Jenfi: patrôa.
JEN, jéne: Mandar, ordem, mando -- 1 -- Reu ln?
Jéne: Manda que fique escondido -- kanti, fique -- 2 -- Xan jéne
me vaia: Não me quer obedecer -- xan jéne, minha orden —
me, ouvir, guardar — víix, não quer --3-- Girejénera: Manda
ta o menino -4-- Hj vin jéne ix: Eu mando a minha pa-
lavra, a cousa — vin, -- palavra, cousa, mandamento -- 6 -- Tg tan
jén liri: Eu guardo o mandamento daquelle -- {an jen, ordem
daquelle —- /íri, guardo --7-- Denúm ve tôt agn jéne: Eles
mandam outra vez para ver os animaes -- dem, animaes -- ve,
ver -8-- Aga do ti xoldado jéne jáne: Fulano de tal manda
soldados atraz delles - agn do, atraz da gente - ti, elle —- jéne,
mandando-,j4 ne, está agora-- 9- Xan jene me váiati
ti: Elle não quer tender a ordem -- me, ouvir, atten-
der -10-- Tx man jen ti liri: Elle guarda o meu manda-
mento -- liri, guardar, Cn ne -- ixmün jen, a minha ordem.
JEN: Encima. Vide jengitd.
JEN: Camarada, trabalhador -- 1 -- Ha ix jent kamó je
jen: Venham para comer os meus camaradas - ha, voz
imper., -- kamójen, venham vindo -- jen, para comer -- 2 -- Ix
jogn ix jen kémo; halato lânh: ranha vaixti no: Meu pai
quer que eu me empregue; mas eu não quero trabalhar --
kémo, pretende--halato, mas na verdade -- váixtino, não
quero agora.
JENK : Ponta de osso-1--Do jenk: Ponta de osso
da flexa - dó, flexa.
a NE Si
JENE: Ficur. Vide App.
JE'NE; Comer. Vide App.
JENGA: Assar-1--Ti ni jénga je: Está assando
carne do tal bixo--ti ni, carne do tal bixo--je, está -- 2 —
Antonini jengagira: Assa tu as carnes do tal bixo -- antont-
ni, carnes -- jénga, repetido para indicar pluralidade de aeção —
3-. Ti jénga je: Elle está torrando. Vide App.
JENGBA’: Ao longo-1-- Gôio jengbä: Ao longo
do rio, pelo rio.
JENGE'RE: Respirar, ar--1-- Jengére kémo ra, ve —
aman ti: Embora queira respirar, soffre -- kémo, queira -
ra, embora -- vexmän tz, elle soffre -- veixmdn, soffrer, dor -- 2
- Ie jengére: Eu respiro, meu respiro --3 -- Jengère kuxä :
ar frio.
JENGI, jengú: Encima, no alto. Tambem se diz
koix, hoixmá--1--Gôio jengii ta: kantin: A agua vem de
cima -- ta, de -- 2 -- Jengót, mais alto-- hd, mais. Vide Jengü.
JÉNGJA: Cadeira -- 1 -- Ag jéngja tira ma ki: Na
cadeira muito forte delles -- ki, na -- ma, muito -- táro, forte —
Jógn jénja: assento do pai.
JENGJA : Mesa. Vide jénja.
JENGRA’: Levantar-se - 1 - Ix ham jengrá, kara réxéi,
do ranharanhz vüire: Primeiro levantei; depois rezei; afinal
fui trabalhar -- kara, depois — do, atraz, afinal -- vire, fui.
JENGRA’: Resto da comida? Almoça tu.
JENGU’: jengi: Em cima -- Kanda jengu tére: A ca-
nôa desce de cima-- tc, de-- 2 - Ungré jengii te kantin: O
homem vem de cima - ungré, homem -- te, de.
JENINBAI (Thel); Hombros. Tambem jenma, jen,
costa - bai, grande.
JENJA : Mesa, corte --1-- Beng ti jénja: Corte feito
com machado -- beng, machado. — Ja, dente.
JENJERE: Preguiçoso, vadio.
JENGMIRA: Expremer.
JENMO’JEN : Mascar.
JENMA’: Hombros. Vide jenimbai.
JENVENIA, enquvénia: Conselhos. Vide enjuvén - I --
Jenvénia me je ti: elle está attendendo os conselhos -- me,
ouvir, attender -- je, esta -- ti, elle.
JENTKT: Em pé?
JENTA'IN : Gostar - 1 - Kanjiri ix jentain: Eu gosto
de festar -- kanjri, festar. Tambem se diz kema, emia.
JETKE: Bacia. Vide App.
JIJT : Nome --I Tijigi hórike ti: Qual é o nome delle ?
- hirike, qual-- tí, elle-- 2 -- Jiji tôn: Não tem ainda nome --
tôn, não - 3--Imbre jiji: Tocaio, xará --ím bre, commigo --
jiji, nome: que tem o mesmo nome como eu.
JÍRE. gire, níre: Menino. Vide este vocabulos (ii —
nhire. .
—— ET qo
E
— 125 —
JÍRI: Festa, divertimento, brinquedo. Tambem kan-
jtri, kanjuno.
JO’: Antes, adiante -- 1 -- Jó ix kantin: Eu venho
adiante -- hantíin, vir.-2 - Ti kotxine j6gn jo, tére : O filho de
Fulano de tal morreu antes do pai -tí, delle, de Fulano de
tal -- kotaine, filho - jógn jo, antes do pai - 3 - Ag jo ix kanti:
Eu estou adiante delles - 4 Kavart péne kangra je: dn te
jo nanti: O cavallo esta com, (tem) quatro pés: dois
adiante, dois atraz — péne, pés -kingra, quatro - je, está --
ôn te, uns - te, o ad - jó, diante -- nánti, estão -- do, atraz
- lei, no — 5-- Ajut kéve: Mais velho — jut, adiante - 6 - Ti jó
veiva : Elle corre adiante -- veivá, corre -- 7 -- Jo ix tin ve: Eu
vou indo adiante; eu ia adiante Ses ae pode ser presente
e imperfeito, conforme a traducçäo -- 8 -- Jo ti ke ti ni: Elle
é mais velho. Vide App.
JO, jon, gun: Brabo.
JO, jo nim, jo nim hadn guardár (alguma cousa ) 1 - Ix
jo ti emt kupara nim hadn : Elle me guarda um pedaço de
pão -- (x, tama — para mim -- ti, elle -- emin, bolo -- 2 -- Ix jó nim
veæupôiæ : Eu guardo o vestido -- vexupóix, o vestido — 3 --
Te veixpeju, jó nim: Eu escondi e guardei -4- Ti tan jo
nim hat ké ve: Elle pretende guardar esta cousa — tí, elle --
tang, esta cousa — kéve, esta pretendendo - 5 -- Gara jo in:
paiol de milho -- gára, milho - jo im, casa de guardar — in,
casa -- 6 -- Eixmän vin to ne kané jo: Elle me falla com as
pestanas -- eixmän, para mim, vin, palavra -- to, diz-- kané jo
ki: com as pestanas--jo, guardar - 7- Topé jo in kofá: A
Egreja velha -- topé, Santos - jo in, deposito -- .Jó venjén jafuà
te nim had: Guardar a comida no armario -- venjén, comida
—- jafuá, armario --te, no.
JO: Meu. Tambem ix.—1--In tag jo vénve, hara
óri agtôn ve: Esta casa era minha, mas agora é delles -- in
tag, esta casa -- hára, mas -- 6r/, agora -- agtôn, delles.
JO: Urina---- 2x jo hé: Eu tenho precisão de urinar --
hd, tenho precisão.
JO TI KE TI NI: É mais velho -- jó, adiante.
JOA: Barba--1-- Joá (jud) téte: Barba cumprida -
2 -- Joá búro: A barba desponta, brota - 3 -- Judá kuxôn : Barba
vermelha.
JOARI’A: Thesoura. Tambem vezkuré ja - ja, instru-
mento. Tambem varéja -- joa, barba -- ard, cortar - ja, instru-
mento.
JOKE; o - 1- Kakré joké ti: A cama, a taboa
bambeia. ;
JOKI’, jo Kii -kii, em cima: O que guarda ?--1-
Kané joki: O que guarda os olhos: pestanas. |
JOKIXNINGE: Especie de minhoca - ningé, mão -
jokix, guardar.
JOKRIN : Lombriga -- jo, guardar —- krin, cabeça.
— 126 —
JOD: Cinta--1-- Perógn jô!: Cinta do sacco, do sur-
rio, da patrona. Vide ven dd.
JODJORO: Angulo:
JOHI: Mijar, verter urina. Tambem jon. — 1 -- Jonei
hôtiti: Tenho muita precisão de verter urina. ,
JÓGN: Pai--1-- Jégn kakré: Sogro do pai; por con-
seguinte avô materno. Jogne kakré significa conhado do pai,
e por conseguinte tio materno - kokré, irmão mais velho -- 3 —
Jogn arengré: Tio paterno -- alengré, irmão — 4 -- Ungré jogn:
Pai do homem --ungré, ongré, homem -- 4-b-- Jogne ve: Tia
paterna — ve, irmã - 5 - Jógn jógn: Pai do pai: avd - 6 - Jógn
hailké: Irmão paterno mais velho: tio paterno mais velho --
6-b - Anjóg lan a -- útke mo: Eu agora pito perto do pai- an,
connectivo -- lu, perto --a--útke. pitar- mo, agora --7 ~- Janfi
jégn: Pai da mai: avô materno - Jan, mãi--fi, ella - 7-b —
Jogn jan: Mai do pai: avó paterna --8-- Ix jogn javü ve: O
meu tio paterno mais moço - ve, menor -- 9 - Jogn tôn : Sem pai,
orphão -- 10 -- Jj Jogmá ix jan bre hangâmo : Meus pais estão
doentes -- 1) jogma ix jam bré, meu pai junto com a minha
mai - jam bré, com minha mai (e minha mai) -- 11-1) jogn
kanga buigh, han»: Meu pai, (que estava) muito doente,
agora está bom --hangd buüngh, que estava muito doente --
hino, agcra esta bom - no, esta--12--Jég v , ve: E' o pai
-ve, va: é-13-Ix jógn jen kan, ta kd kanje ha: Eu es-
tou aqui por ordem do meu pai - jen, ordem, mandar — kan;
por, porque -- ta ka, aqui--ha, já--13--Tx jog ton ne kan,
ix mankangati: Eu estou muito triste, porque não tenho
pai -- ne, estou — kan, porque -- mankangaté, estou muito triste
-- tr, muito -- 14 -- Jógn jutke kan, ix aman kanjámo: Logo
que chegue o pai, eu te pago —- jut, chegar - ke, estar immi-
nente alguma acção -- kan, quando --ama. ti--hkanjam, pa-
gar -- 15-- Karka ix jogkaiké bre ix ni. Daqui por diante,
(no futuro) eu moro com o tio paterno mais velho -- karka,
depois -- kaiké, irmão mais velho -- bre, junto com -- ni, estou.
Vide App.
JOIXKE: Girar, mover-se em reder de si, por em mc-
vimento rotatcrio alguma cousa, moer. -- 1 -- Gé7o tan joixke :
E” tocado, pesto em movimento à agua -- gôio tan, a agua.
JOIXNI: Torto - Jo/wni ti känti na: Elle está ficando
torto -- kanta, ficando -- na, esta.
Acid : Moer, moinho -- Jóia hkantín : Elle vem para
moer - 2 - Joix jinera: Moe tu — 3 - Joixni je: Está moendo
~ je, esti-4-Ja joixke, pedaço de dente. Vide App. -
JOM 4’ TI NE: E' corajoso.
JOIX NIN AREL: Rodar. Vide, App.
JON: Brabo, brigar, ralhar. Tambem jun, jo - 1 -- Ti
to jon je: Está brabo com elle -- ti to, com elle - je,esta — 2
- On jon má ne: Quem é muito brabo -- én... ne, quem é -
jonma, malvado, brabo --3-- Den jun: Animal brabo - den,
EO
animal--4-- Jó váix: Não gostade ser brabo: é paciente.
manço -- váix, não quer-4b--Jováix tavin ti ne: Elle não
está brabo de modo nenhum -- tavin, absolutamente, de modo
nenhum -- 5 — Ti pid jun t{ : Elle nao é brabo -- pia, não - 6 —
Júnti -- mo: Elle agora está brabo -- mo, agora -- 1 - Ungré jun-
mo: O homen está brabo agora - 9 - Jon kema : Inclinado a
ira — ema, inclinado, que gosta--10-- Jun ne ti: Elle esta
comraiva - 11 -- Kején ti jun buüngh : As vezes, no futuro elle
( é) muito brabo -- kején : ás vezes, no futuro -- buüngh, muito
= 12 Agtôn à) jôn ton je: Eu não estou brabo com elles
- ag, elles tôn, com - 13-- Ti jon ve: Elle está brabo -- ve,
está -14--76n jon: Vamos brigar -- tóna, vamos - 15 -- Jon
venxén be: Uma vez elle era habitualmente brabo -- venrén,
uma vez -- be, habitualmente -- jormá : brabo, malvado -- 16 --
Jun ton gra; Não te embrabeças ! - 17 — Bói jon venma xóro
ti: O boi brabo quer fazer mal - venmä, mal--góro, quer --
ti, elle - 18-- Ajôn kemane kan togn, pron fi ten: De tão
brabo que era,matou a mulher - kemáne, gostava, era inclinado-
kan, porque -- tôgn, estava -- prôn, mulher -- fi ella -- ten, matou-
19 - Fag ex kémo ; an tog ixó jon mane : Eu quero chorar : eu
estou brabo com você--fa, chorar -g, connectivo, ex eu--
antôg, com você -- am, você -- tog, com — jonma, muito brabo, ne,
estou -- 20 - Junmá ti ne: Elle está muito brabo -- 21 -- Ti to
jonmá ne: Está muito brabo com elle -- ti to, com elle -- 21-b
- Fi to jonmd ne: Está muito brabo com ella -- 23 -- Kejéne
xôn jon ti: As vezes elle fica brabo commigo -- kejéne, às
vezes -- von, commigo -- 24 -- Kurän te ton jon ti: Com o tempo
fica brabo com os outros - -tôn, com os outros - kuran, tempo
- te, com -- 25 -- E jatu ra, tog xin jonne : Embóra eu seja muito
pacifico, estou brabo com elle, e muito -- jatú, pacifico -- ra, em-
bora -- tól:, com elle --k, connectivo -- xôn, eu - 26 -- Gire tag
venxén his je ve ; hára jonm je; kején jonmo ton: Este menino
uma vez era bom; mas agora é malvado; no futuro não será
brabo -- gire tag, este menino -- venxén, uma vez--hé, bom -- géve,
era -- hára, mas -- jonmd, malvado-- kején, no futuro -- 27 -- Agton
ix jon: Eu ralhei com elle --agtôn, com elle -- 28 -- Jo vaix
titi: Elle é muito paciente - 90, ficar brabo - váix, não quer.
JONGJO’ : Gavião - 1 - Jongjô biiigh: Cauda de ga
vião -- 2 -- Jongjó kangá ton ne; kárka panó ton: Gavião, si
não ficar doente, eu não matarei mais depois -- hangá, doerte
- ton, não--ne, ficar -- kdrka, karaka, depois -- panó, peno:
atirarei, matarei.
JOGN JOGN: Axô, pai do pai-1-- On tôn ène ni?
De quem é quem está ahi? -Jogn jógn én éne ni: EB do
avô quem está ahi -- dn ? de quem ? -- tôn, quem -- t, connectivo,
ahi -- ni, está -- éne, aquélle.
JON: Urina. Vide jej-1-Ix jon hütiti: Eu preciso
muito de verter urina.
JONJE: Especia de abelha de côr preta -- jon, braba --
je, é.
A =
JONJO'N: Tremer.
JONJOJO": Riscado de cima para baixo - 1 Venharô
tag jonjojó ni: Este livro esta riscado de cima para baixo -
venharô, livro.
JONJO'N : Uma especie de verme.
JONJO'NG: Tremer.
JONJORO ; gonjúro : Tremor, calafrio, febre -- I -- Jon-
jóro kan, kuxantimo: Por causa da febre, estou com frio -
kan, por causa -- kuxá, frio.
JONPRA'DIT : Preguiçoso ( São Paulo ).
JOPE’: Antebraço-- Jopén diidn, cotovello - dudn
maçã, protuberança — jo, antes - ro, esta.
JO'RO: Rasgado, cortado - I - Emprü joro: Caminho
cortado, caminho que dá voltas.
JO”RU” RU’: Carro. Vide jürüru.
JO’RO : Torto, que dá voltas. Vide App.
JOXLIRE : Ter inveja - jo, brabo - lire, olhar.
JOTI: Tamanduá bandeira.
JO'TITI : Tamanduá, esquilo, serelepi.
JAVE’: Barba. Vide App.
JOVUTJE : Galho pequeno -- I- Ka jovuije: Pequeno
galho de nma arvore.
JUJO: Adiante- 1- Jantká nifeie ju, jo: Adiante
do portão -- nifeie, fechado -— jantka, porta - 2 -- ajut kéve: E'
mais velho. Tambem: Ajutké je.
JU’: Barba. Tambem joá--1 Kürôn tan jod ton ne:
Aquelle moço não está ainda com barba — kiiron, moço -- tan
la -- ne, está.
JUKE: Dar coices - Kavarú ti tan kri jutke ne: O
cavallo da coices naquelle homem -- ti tan kri, naquelle -- 2
An kri ti jukéixno: Elle dá coices em você-an, vecê--
kri, em —- 3 — Juké ti: Elle dá coices. Segundo Thelemaco,
significa tambem afiar. Vide App.
JUKREM 4’: Sisudo - 1 - Kaixgang jukremä : Homem
ajuizado.
JUKFUT : Sentar em carreira - 1- Xanæi julkfuigti :
Os passarinhos sentavam em carreira.
JUDN, juno, juro: Chegar, apagar a luz, p.eu--1 - Judn
judn edn ag Chega muita gente -- judn, repetido para signifi-
car multiplicidade de acção -- e, muita -- dn, connectivo -— agn,
gente -2- Ti judn: Elle chega-- 3 -- Veixkandiri kurän ki
judn: Veio no dia da festa -- veixkandiri, festim -- kurán ki,
no dia - 4- 7% judn judn : Os cabos da linha do fio -- ti, delle.
Vide App.
JUDN: Dar-1--7Jxmà tampére judn: Me dê a en-
chada -- tampére, enchada -- 2 -- Kavaru jankii kan na judn :
Dê o freio do cavallo - jantkii, bocca- ka na, o que está —
3-- Kur igmá judn: Me dê de pressa - kur, voz imper. para
indicar pressa -- igmá, para mim -4-- Ti judn, igmán kami:
Eu pego o que elle me deu -- kâmi, pego. Vide App.
JUKRA'IX : Gengiva. |
an —
KANÉ JUGVE: Tumor ?
JUINPYRE: Pulso. (São Paulo).
KANE JUMBI’: Pestana-- kané, dos olhos -- ju, guar-
dar -- bi, buüngh: grande ( São Paulo ). Vide kané jokt, kané
jokit.
JUN: Chegar. Vide judn--1-- Arankét Antonio juno
hüri: Antonio chegou hontem -- arankét, hontem -- húri, par-
ticula adverbial para indicar o passado-- Rio da Xinxa jute
Juri: Chegou ao Rio da Cinza- ti, elle. — Tambem: Rio
da Xinxa ten húru katampriigh: Chegou o pau no Rio da
Cinza -- ka, pau ( canôa)-- ten, em -- tampriigh, subju -- 3 --
Juri: Chega tu--4-- Tx junmo ra, jogn in fot ja ti: Perto
de eu chegar, meu pai estava mudando para outra casa --
ra, perto - in fot, mudar para outra casa - in, casa.
JUN: ee brabo. Vide jon.--1-- Kakan jun (diu):
Cara braba -- 2 - To jun ne: Esta brabo com alguem - to, com
alguem -- ne, ta -3--Junma ti ne: Elle é malvado -— junmä,
malvado. Vide App.
JURA’NA: Ponta--1-- Ka jurina: Ponta de pau.
JURO, júno: Levantar-se, sahir, nn chegar -- 1
Kuxa juro tôn: A lua não aoe tae ainda -- 2- Jura: Le-
vanta tu-3-- Nid, (nijá) jut ke: A fumaça vai ade -- ke,
pretende, vai-- 4 --Gdzo ten jut kehúri: Ja soe da agua -
tan, da--ke, suffixo para indicar .o passado -- 5 -- A’ran jut
ke kan, ix vütre: No levantar do sol, eu fui embora -- arán,
sol -- ke, queria-- kan, no que — O contrario de júro é pur,
mergulhar, entrar, afundar. Vide App.
JURURU: Carro. Vide jériiré -1-- Jiiriirikré hiru
kantére: Ja desceu do carro -- J:ri, no -- huru, particula para
indicar o passado -- 2 -- Jiiriiru tétite, bdi van je reréii: Pas-
sava o carro; os bois estavam puxando - tétite, passava - van,
estando -- je, estavam -- reréti, eraréti: puxando - 3 — Jürüruüt
hôritke ne: JF semelhante a um carro -- ne, é.
JÚXKE, jôiæke: Cambalear.- 1 - Júxke tog ti ni:
Elle está cambaleando -- tog, estando -- ti, elle -- ni, esta.
JUVA’, joa, jua: Barba -1-Juvd kid: Bigode, kii
kru, de cima -2- A’ma kevanhéra juválii: Você sabe o que
é bigode —- ima,você -- kevenhéra, sabe.
JUTKE: Está subindo, apparecendo. Vide App.
L
Nota. — Os kaingangs indifferentemente usam nas
iniciaes, e muitas vezes tambem no corpo das palavras, J por
r, @ viceversa; e, por esta razão, se registram aqui poucas
iniciaes com /: muitas serão registradas sob a letra r.
LA: Deixar. Tambem ra, re-1-- Ir nôro la; ix liri:
Eu deixo de dormir: eu acórdo -- liri, acordar do somno. ter
os olhos abertos.
LA: Pára. Vide ra.
LA: Perto. Vide ra.
LA: Sol. Vide aran.
LAKANGRA’: Relogio -- kangrá, retracto - lan, do sol.
LAI: Trabalhar Vide rairânha - 1 - Ix lai javáixtiti :
Tenho muita repugnancia de trabalhar -- javaixtiti, tenho
muita repugnancia.
LAN: Entrar. Vide ran.
LAN: Rasgar--1- Ix fuüre lânera: Rasgue minha
pelle -- fuüre, pelle.
LANGRA’: Bambo--1-- Jantkii kana langra ni: O
freio esta bambo -- jantkii, da bovea--hdna, o que esta -- nú,
esta.
LANKTE’RE: Largo - 1 - Patkü lanktére ni: panella
larga prato.
uANGEN DO’ KAXA’: Meio dia, lan, sol. Vide arán
kaka.
LANGRE’, lengré, rengré : Duas vezes -- 1 - Elle esteve
duas vezes ua minha casa: Xan in ra ti langré vüire- xan
in ra- para minha casa - xan, minha--ra, para -- viiire, elle
foi--2-- Ki ten lengré: Bater com o pau duas vezes -~ ka,
pau ten -- com.
LANHARA’NHA: Areia-I-- Lanharánha ka mi ix
tin: Eu vou pela areia -- ka mi, pela.
LANHARA'NHA: Trabalhar. Tambem lairânha, rai-
rânha, lara --I-- Larânha -- rânha kan ti, kangäti ti: Por
que elle trabalha, fica muito doente -- kan, porque ti, elle —
kangáti, muito doente.
LE, la: Fora--I-- Le ke kaféi vavâmo tr: Elle esta
atirando, jogando fora flores -- 7, em -- vavämo, atira agora.
Repetido para indicar pluralidade de acção -2-- Ha le ra
kite: Toque para fóra -- ha, voz imperativa - kúte, tocar- ra,
para - 3-- Le ti fore: Elle joga fora.
LENGRE': langré, rengré: Dois, duas vezes - I -- Ka
ten lengré: Bater duas vezes com o pau - ka, pau -- 2 -- Lan-
— 131 —
gré ki, kara langré ki : De dois em dois; ki, em -- kira, de-
pois ( primeiro em dos, depois em dois ).
LANGRO’: Imagem —-I-- Fog langrô : Imagem de
branco ; boneca -- fog, branco, estrangeiro de sangue europeu,
langró, retrato.
LIKE: Depressa (Sao Paulo ) -- I -- Tona like: Vamos
de ligeiro. Este vocubulo o dou como incerto.
LI'RI : Abrir os olhos, accordar do somno, ter vivaci-
dade, gouvernar ‘vijiar, estar vivo-I-- Lire ke ti: ha-
rax káraxi nôro : Elle vai accordar ; mas pouco depois
dorme -- ke, vai --hára, mas -- káro, depois -- xi, pouco -- nôro,
dorme - 2 -- Jógn fagn lirt ne: O pai está governando a ellas
- fagn, as mulheres -- ne, está -- 3 .- An pron jantha to lire ne:
tua mulher está vigiando na porta -- an, tua -- jantká, porta
to, na-4-Wix te lire kémo: Elle pretende de olhar em
mim --’e, em - 5 —- Ori kuxan ki lire: Hoje acordei cedo --
kusxán, cedo -- lire, acordar -- ki, em -- 6 -- Aran lire ne: O sol
está apparecendo -7 -- Kavariú kané lire ne: Os olhos do
do cavallo são vivazes -- kané, olhos - 8 - Tx nóro la; ix lire:
Eu largo do somno; eu acordo -- la, largar -- 9 -- Lire ne ti:
Elle está vivo.
LO”, em vez de rü: Escrever, marcar, pintar -- 1 --
Lünera : Escreve tu.
LO, em vez de do. Vide App.
LORO: Cousa redonda. Vide App.
LU, ru, rudia, rumiä: Cabaça, porungo - 1 - Lu ti
viizre: Foi buscar agua. Tambem rumia, rudia viiire--lu
... tin; ir com a cabaça: ir aguar -- viiire, foi
-
M
Nora. — Muitas vezes se permutam mas palavras as
letras m e b. Principalmente no começo da palavra o B se
pronuncia mb.
MA: A, para. — Vide tambem man --1-- Irmä nim:
Dê para mim - nim, de-2 Ix ma vin ton: Não falla- win,
fallar -- 3 -- Ivamak to: Falla para mim -- k, connectivo -- to,
fallar - 4-- Enmã vin hô to: Para nós falla uma conversa béa
- en md, para nós —- vin hd, conversa boa --to, falleu -- Enmá to,
vin hé hadn : Fallou para nós e fez uma conversa bôa -- hadn,
fazer - 5 - Eix dma tox hótiti: Eu preciso fallar muito com
você -- Ama, para você -- to, fallar -- x, eu - hütiti, preciso muito
- 6 -- Hixman xa tan kajám : javäix, exman dinhéro kajám : Me
pode pagar com sal ou com dinheiro. Propriamente : Me podem
pagar com sal; sifnäo querem, com dinheiro -- xa, sal - tan, com
-- javain, si não quer- 7-- A’ma ix krôn mano: Agora eu te
carrego de beber --múno, bino: Carrego agora --8-- A’ma
denúm mäno? Agora eu te levo (te devo levar) alguma
cousa ? denúm, alguma cousa - de, cousa -- n, connectivo -- um,
alguma -- 8 -- Denúm man ke toi ne: Eu não quero cousa
alguma - ke, querendo -- tói) ne, eu não estou - 9 -- Agman te
vin ke: Elle falou ao povo --agman, ao povo -- vin ke: dizer
palavras -- 11 - Bijám tan húri kanjäm: Elle ja pagou para
mim -- tan, aquelle--huro, ja, indica tempo passado -- 12 --
Timano veixmän ti hat: Fuiano de tal fez mal a Sicrano de
tal - timán, Sicrano de tal -- o, connectivo -- hat, fez -- veizmán,
mal, hat, fazer -- 13-- An kren kara fágma ninti ? Todos seus
filhos são mulheres? en, seus-- kren, filhos -- fay, mulheres --
nanti, são - 14 -- Xanman nim javäix ra, ix ma nim: Apezar
que lhe repugne de dar para mim, elle dä--xa man, para
mim -- javaix, repugnar- ra, apezar -- 15-- Eixmá to kan, ix
fa: Quando elle falla para mim, eu choro-- to, falla-- kan,
quaudo -- fa, chorar -- 16 -- Kixma pin nim: Me dê fogo -- pin,
fogo -- 17 - E'ixma pin hit: Faz fogo para mim - hat, faz —
18 - Eixma to kaka, ix fa: No que elle fallou, eu chorei --
kaka, no momento de--19-- Timá tora kotxifi továix: Diga
para ella que solte a filha -- tora, diga -- kotxi ft, tlha--t véia:
largue -- 20 -- A’mak to ti: Elle falla para você -- a, você - ma,
para - k, connectivo -- 21-- Timd to tan ra tin: Diga a elle
que va para lá -- tan, lá - ra, para -- 22 -- Jágne ma ag vin: Elles
fallam um a outro -- jdégne man, um a outro - vin falam -- 23 --
Fagn ixmakto: As mulheres me dizem -- fag, as mulheres --
k, connectivo -- Fagn ixmäkto vin mo ne: Estas mulheres
— 135 —
me dizem que vão conversar - vin, falar - mo, vão -- ne, es-
tão - 24-- To mandera?: Continue a falar -- mandera, conti-
nua tu.
MA: Apanhar — 1 - Krenän kré aóro ma: Apanhar
um coelho num mundéo--krendn, mundéo -- kre, debaixo -
aóro, coelho.
MA: Capim--1-- Makri: Canna -- krz, mais alto -- ma,
do que o capim.
MA: Carregar--1-- Ma je (ba je), ix kaxôrro ba: Eu
recebo o meu cachorro para carregal-o -- Ma je, estou rece-
bendo -- ba, carregar -- 2 -- Gôio ba ne: Esta carregando agua --
ne, esta--2-- Veinkatá ba ti: ix kanga kan, ixó veinkata ni:
Elle traz remedio: por eu estar doente, eu estou com re-
medio -- kan, porque ~ 2x6, eu -- veinkata, remedio -- 3 -- Bara:
Carrega tu--4-- Peju ; karka magvüire : Roubou, depois car-
regou -- pejti, roubou -- magviitre, bagriiire: carregou. Tempo
presente bdatin - 5-- Ama ix kaxôrro matin? Você carrega
o meu cachorro ? -- 6 -- Déne ni kanján ke ve? — Resposta:
Antini tande mano (denteni)? Que carne quer comprar?
Resposta: Carregue carne daquelle bicho -- déne, animal -- ni,
carne -- kajám, comprar -- keve, está querendo -- dntidene: Do
bicho -- ni, carne -- tan, daquelle - de, cousa -- máno, carrego
agora. Vide App.
MA: Jaboticaba, guaiaba.
MA: Mais, muito -- Ix jan irma tag man nim: Minha
mai me da mais daquillo - jun, mãi -- tag, daquillo -- nim, da
- 2-- Min kantin mr, ta ka ja ni ni: A onça tornou a vir:
ella está de séde aqui- min, onça- hantin, vem --ma, mais
outra vez--ja, agora -ni ni, está estando -3-- Tin ma: Va
(mais ligeiro )--4-- Kantin man ton: Não vem mais -- outra
vez -- 5 -- São Jernymo to ix vin ke; mara ix tin ton ne: Eu
pretendo ir até São Jeronymo; mais ( adiante ) não vou indo
— to, em -- van, ir — ke, pretendo - ma, mais -- 6-- Ix ki evaix ;
kara kulrôn ve; do rairanha mátimo: Olhou em mim; de-
pois olhou a panella (0 tacho), afinal continuou o trabalho
-ix ki, em mim -- eváix, olhar -- kara, depois - kukroén, tacho
- ve, olhou --do, afinal- ma, mais, continua - ti, elle -- Mo,
agora -- 10 - Ta kute ma ti: Chove mais; continua a chover
- kúte, cahir--ti, elle (impessoal) --11 -- Veinvó manera:
Corra mais -- manera, mais. Imper.--12 - Ta man ha khú-
teixno: De certo chovera mais - ha, de certo -- 13 -- Man
tin ho: KH’ melhor ir outra vez — tin, ir - 14 - Kijmanim man:
Dê outra vez para mim --ki, prothesi -nim, dê-- 15 -- Man
hô hano: Está agora muito melhor -- man... ha, se sente me-
lhor -- hô, muito -- 16 -- Lairânha mat ke tô ix ne: Eu não
quero mais continuar a trabalhar - to, não; querendo -- ke,
querendo -: ne, estou - 17 -- Denúm mat ke tôij ne: Eu não
quero mais nada -- denúm... ton, nada-18-- To mandera:
Continua a fallar-- d, mandera, connectivo.
MA: Muito -- 1 -- Karka ti dinhéro ma hanno: Logo elle
terá muito dinheiro kdrka, depois-hänno, fará--2--Fuá mat fimo : :
— 134 —
agora ella chora muito -- fut, fa : chora -- fi, ella -- mo, agora -5--
Anjan ma hi nl: Tua mai está muito bôa -- an, tua -- jan, mai -
hi, boa -- ni, está -- 4 - Kakané ko ma ix ne: Eu estou co-
mendo muitas fructas de arvore -- ka kané, fructas de arvores —
ka, arvore -- ko, comer - 5 -- Laranja ki gôio ma ve: Nas la-
ranjas tem muito sumo -- ki, na -- gôio : sumo, caldo, agua — ve,
é, tem -- 6-- Nángja to ti me xe ma ti ni: No lugar onde
costumam deitar, esta elle pegando muitos animaes. Ti, Fulano
de tal - nángja, séde, lugar de deitar - nan, deitar - ja, lugar
-- to, no — men, animaes -- xe... ni, esta pegando -- 7 -- Ninhéro
ma ha ti. Elle faz, recebe muito dinheiro -- 8 -- Féve ma ti ne:
Está com muitas folhas -- 9 -- Intan ma had já ne: Aquella
casa se faz com muita pressa - in, casa -- tan, aquella -- ma, com
muita pressa -- had,... ni, se está fazendo -- ja, agora -- 10 --
Ti kotxine tére kan, Fidènxio mankangamo: Fidencio está
muito triste, porque o seu filho morreu -- tére, morreu -- kan,
porque -- man, muito -- kangdmo, está triste agora — 11 -- Ma hé:
Muito bom --12-- Arennãn vanuvóremo: De baixo (da panel-
la) ferve muito agora -- 13 - Jonjúro kan, kuxán témo: Por cau-
sa da maleita, está com muito frio -jonjúro, maleita -- kan,
porque -- ti, elle -- 14 -- Gire tag enkréj xóromatógn je: Este
menino esta tendo muito desejo de caçar -- enkréj., caçar —
xóro, vontade -- tógn, tendo -- je, esta.
MA: Para. Vide ma: a.
MA: Parir, dar à luz. Vide ba -- 1 -- Priin ki kren ton
nik fi, prin ôn te akotxin man fi: Um anno não da cria,
outro anno da-- prdn, anno -- ki, no --ton, nàâo-- nt... fi, ella
está. com -- k, connectivo -- on te, noutro -- akotxin, filho -- man
da à luz.
MA: Pleonasmo -- 1 -- Jogma, pai - 2 -- Nren ma venu-
vóre: Debaixo ferve -- kren, de baixo (da panella), na la-
reira.
MA: Promto -- 1 -- Venjén ma hut : O almoço está promto
venjén, almoço -- hut, particula adverbial para indicar o pas-
sado. Tambem, hur kara.
MA: Receber--1-- Ori patrón ki ninhéro ma: Hoje
recebo dinheiro do patrão -- ki, do-2-- Ma ton ix: Não re-
cebo. Vide Ba.
MA: Vergonha - 1-- Irma ma hat: Me faz vergonha -
ijma, para mim -- hat, faz, causa -- 2 -- Tx ma hadn: vergonha,
soffro vergonha -- ma, - 3-- Fix ma hati ti: Eu soffro muita
vergonha.
MAKRI’: Canna, bambu-- md, capim--kri, acima
m,--a (m nasalado ).
MAKURE : Busina; (M, nasalado).
MAFE’: Linha, trança, corda, ortiga, fio - 1 - Mafé
hadn : Fabricar linha. m de m--a fé, nasalado.
MAFUIGH: Trança. M, nasalado.
MA" (M, nasaladc): Bosque, matto. Vide mditka - 1 --
Xumai: Meu bosque -- x, meu --u, connectivo -- 2 -- Mai van
|
|
— 135 —
ee ore te: O bosque está no terreiro -- van, esta -- ran, meu
jiore, terreiro, extremidade de qualquer cousa -- te, no.
M’AL: Nunca, faz muito tempo -- 1 - Tére máix : Nunca
morre, é immortal -- tére, morre. (M, nasalado).
MA’IXKA, maika : (m, nasalado) matto, bosque -- Vide
mais — 1 -- Maixka ra mójen : Vão indo para o matto - ra, para --
mo,indo -- Jen, vão 2 2 Maixkan te: No sertão, no matto -- 3 -- Mai-
jika man vúire: Andou pelo matto -- mi, pelo -- n, connectivo --
viiire, foi. Perfeito de tin -4- Mazjkan te ka kane: Fru-
ctas das arvores do matto -- te, no - 5-- Múixkan te muan:
(m anasalado). Canna do matto -- 6- Mazjka ji pejú: Se escon-
deu no matto- peju, escondeu-se - ji, pelo.
MAN: A, para. Vide ma, para, a--I-- Eixmão tive:
Elle me está respondendo, fallando -¢:, fallando -- ve, esta --
2--Eixman to ti ha: Elle me responde ja-t, elle--ha, ja
- to, falla, responde -- 3 -- Hj man ti ke: Elle me falla -- ke,
fallar - 4 -- Agmán ke tngrá: Não falle para elle -- tongrá,
terminação do imper. negativo - 5 - Timán to ton: Não fal-
le para elle -- 6 — Kumééra iman ke: Me falla com respeito
kumééra, com respeito, de vagar -- 7 -- Timdn x he kan, cinco
de ix hid: Emquanto falla a elle, eu fiz cinco cousas - x,
eu -- kan, emquanto -- de, cousas -- 8 -- Birman to hóti tin ti:
Elle precisa muito ce fallar commigo -- hótiti, precisa muito
de fallar --9 - Ya jogma vin x ke ve : Estou querendo fallar
com meu pai - va, meu - vin, fallar -- x, eu -- 10 -- Timan to kani:
Diga a elle que fique -- kind, ficar -- ‘11— Eix man, akané joix
vin ne: Commigo falla com as pestanas ( pestanejando ) --
kané -- jóix, pestanas - vin ne, está fallando -- ne, está -- 12 -
Eixmán ôn» to: Para nós diz mentiras -- en, nós -- ôno. men-
tira - 13 - To manera: Falle mais -14- Ant n kik: ktin kan,
iæmän ton ne: Quando tu não entendes, perguntas para
mim -- anton, tu -- kikaktin, não entendes -- kan, quando --
jéman, para mim--to, fallas--15-- Ti tanman ke ve ix: Eu
pretendo fallar para elle ahi--ti tanmán, a elle ahi-- 16 -
Enmän to, vin hé hadn: Elle falla para nós. (e) conversa
bem -- enmdn, para nôs--vin hd, conversa boa--hadn, faz -
17 - Eixmún ti nengé to: Elle falia a mim com a mão --
ningé, mão -- 18 -- Gara pórkoma vidn -- Dar milho aos porcos --
vidn, dar - 19 - Timän vembé to: Elle diz uma conversa para
elle -- vembé, conversa.
MAN: Mais. Vide ma, mais -- 1 - Nin mdne kémo:
Vou sentar mais — nim, sentar - man, mais--e, connectivo --
kémo, vou - 2 -- Kix nim man: Dê mais para mim -- Jk, pro-
these -- x, eu - 3 - Denum man ke to je: Eu não tenho mais
nada - denúm... to, nada — ke, vou -- je, estou com.
MAN: Muito -- 1 -- fio foie man aro: Horta de JUS
flores -- kaféje, flores -- ar6, ró: horta, logar fechado -- 2 -- Ku-
vará man je ni: Eu moro muito longe. Tombem: Pare
gu ix ni kuvard, longe. Vide ma, muito - 3 — Man hô hüno :
Me sinto muito bom -- hino me sinto -- hd, bom.
MAN: Receber. Vide ma, receler!
— 156 —
MAMFORE : Perder, desapparecer, ter prejuizo. Pri-
meiro M, nasalado.
MANG : Abelha, mel.
MAN ne Alegre, contente - 1 -- Bigmám hôti : Bw
sou contente -- 2 -- É cmd hotiti: Eu sou muito contente.
MAHO isto - 1-- Man ho hino? — Resposta: Mán-
tin hô: Está melhor ?: hano, sentir-se -- man, mais -- hô, bom
-- ti, elle -- n, connectivo - 2 Hino fagmã kan, ix man hott:
Eu sou muito contente, por estarem melhor as mulheres --
häno, estão boas -- fagmá, as mulheres -- kan, porque -- maw
hóti, estar contente, satisfeito.
MA'NO. ba, ma, man: Carregar- 1-- An tini tande
mano : ape carne trazes agora ?-- am, tu-- tind, carne -- tan,
de que--2-- Mara: Traze tu.
MA’ ‘NO : M. uasalado. Canna, bambú - 1-- Máixkan te
mudno: Canna, bambu do matto -- te, no.
MÃO: Em redor.
MARAMBRÁTA, barambráia: Nadar.
MARÉIA; besouro (São Paulo ).
MAT: Mais. Vide ma, man -- 1 - Larânha mat ke
toix ne: Não quero mais trabalhar -- ke, quero -- laránha ...
ne, estou trabalhando - to ix, eu não -- 2 -- Denúm mat ke tô
ix ne: Eu não quero mais nada -- denúm... to, nada.
MAT: Molho ?--1- Mátka ix ko: Eu come com mo-
lho -- ka, com
MAT: Receber. Vide ma, receber — 1 -- De mat kémo ?
O que é que quer receber ?-- lémo, quer--2 - Laranja mat
kémo: Quero receber laranja -- de, que cousa.
MA’TIMO: Estar pendurado -- 1 -- Apén ten mátimo :
Elle esta com os braços pendurado - pen, braços —- ten, com.
ME, méin: Ouvir, perceber - 1 - In kafididn kaki,
veexprére me: Ouço um barulho dentro do quarto -- inka-
fôdudn, quarto -- kaki, dentro -- veixprére, grito - 2 - Ti pen,
ti ningé méin ton ti: Elle não percebe nada nos pés e nas
mãos -- ti pén, os pés delle -- ringé mão -- 3 - Wi) amé Kaka, tax
fa: Logo que eu ouvi, eu chorei -- a de mé, connectivo -- kaka,
logo -- fa, chorar -- 4 -- Kutt te tag, ix kampó me, (had ): Esta
noite percebi (e soffri) as pulgas -- te, em -- kampó, pulga -
had, soffri -- 5 - Agn vin me ix: Eu ouvi a conversa deles --
vin, conversa -- 6 -- A’ma vin me väix : Você não quer ouvir a
palavra (não quer estar attento, obedecer) -- váix, não querer
-7- E amé ha, ix fa: Logo que eu ouvi, chorei - ka, no mo-
mento de-- me, ouvir--fa, chorar-8 -- Veixpré me ix: Eu
ouvi um clamor -- 9 -- Ti kambu me ix: Eu ouvi noticia delle --
kambú, noticia. Vide App.
MEN, me: Animal, bixo --1 - Gonoû men xin tavin
me: O sabiá é um animal deveras bonito - xin, pequeno,.
bonito -- tavin, deveras --ne, 6-2--Hixman ti mén xi ne:
ey || ee
Para mim o animal delle é bonito -- t2 men, bixo delle -- 3 --
Amèin re; kdra uiizre: Deixou o animal, (e) depois foi-se
embora - a, connectivo--méin, animal--re, largar -- kira,
depois -- 4 -- Déje «x méin vog kunâne: Porque está judiando
dos meus animaes ? - deje, porque -- ne, está -- 5 -- Ti méix had
ja ti ni: O animal delle está sarando--¢/ méix, o animal
delle -- had, sarando -- ja... ni, esta agora - 6 -- Eix mén : Meus
animaes, minha criação -- 7 -- Men konan ix: Eu judio da
criação, nos animaes--8-- Ex men pau kémo: Elle agora
pretende roubar meus anima-s -- pzju, roubar - 9 - Aiáng méin
ax ra ton: Eu não abandonei os vossos animaes -- aiang, de
vós - ra, abandonar - 10 - Min ti me kangrá: A onça comeu
todos os meus animaes-- min, onça--ti me, animaes delle -
kangra, comer tudo -- 11 -- Méin humbré: Socar de animaes --
cocar-se -- 12 -- En mén venma hi ti: Elle faz mal aos nossos
animaes -- venma, mal -- hat/, faz.
ME: Morada-- Tx me (jama) kuvaran qu ni: A mi-
nha morada é muito longe -- qu, muito -- ni, esta.
ME: Ouvir, perceber -- 1 -- A’ma vin me väix : Você não
gosta de ouvir a palavra, as ordens, é desobediente — 2 -- Auxa
me ix kenema ne: Eu estou gostando de sentir o frio -- huxá,
frio -- kenemá, gostando -- ne, estou.
ME: Pouco - 1 -- Brére me nimera: Guarda-o humido
— brére me, pouco molhado -- nimera, guarda-o - 2 -- Tord mé
ix ne: Eu estou esperando um pouco -- tóri, esperando. Vide
App.
M*MBRE’, memberé: Borboleta (São Paulo).
ME'IA : Meia.
MEN: Baixo, torto -- 1 - Dui mén xa: O pescoço esta
torto -- duin, diz, pescoço -- xa, preso.
MENFU’, mentfu: Faricha.
MÉN : Animal.
MI: Pelo meio. Vide App.
MI: Aqui-1-- Kuxá ki tag mi ti ne: Está aqui desde
cedo -- hwxa hi, desde cedo - ki, em -- tag, este - mi, aqui --
ti, elle.
MI: Por, em-1-- Emprig mi móijen: Elles vão
pela estrada -- moijem, vão-2-- Tag mi ha kantin: Ve-
nha ca, venha por cá--ha, voz de mando - 3 - In mit
kantin : Vir em casa - in, casa - 4--Gôio ka mi apén kan-
kúten . Passar pelo rio de a pé - ka, no - mi, pelo -- apén, de
a pé — kankuüten, passar - 5 - Engo huxi ka mi mójen: Estão
passando na e pela capoeirasinha - engo-hüxi, capoeirasinha
- xi, pequena — ka, em - mi, pela - mójén, vão, plural de tin,
ir--6-Ta mi ve, hüti ni: Olhar para lá, é bonito - ta, lá -
ve, ver, olhar -- hóti, muito bem -- Ema kara ay tag mi ka-
môn : Vem por cá gente de todo mundo - ema kara, de todo
mundo -- ay, gente - kamôn, vem: plural de kantin, vir -- 5 --
Ta mi ag korég tavin ti ne: Aqui se acha um povão - ag,
korég, muito -- tavin, extraordinario.
ee BR
MIK XIN: Onça pequena, gato. Vide o subsequente
termo.
MIN: Lugar. Vide App.
MI, min mink: Onça, jaguär-1- Min kujo: Onça
parda - 3 - Min tin ja ni ha: A onça já está-se retirando --
tin, já vai embora agora-- 4-- Emã kuju mi ti nik ti: No
meio do bairro, vive, esta uma onça -- ema, bairro — kwju, meio -
mi, onça -- ni, esta-- ti, elle--4-- Mm kogéré: Onca pintada
5 Min vu: Onça preta-- 6 - Min kiixôn: Onça amarella,
vermelha, loura--7- Min krin emprü aré: Campo da es-
trada da cabeça da onça -- min kren, cabeça da onça — emprii
aré, campo da estrada -- 8 -- Mink táix: Matar uma onça —
9- Mink tdi kagóuve: Foram matar a onça. Vide App.,
MITIN sabão: Ensaboar ?
MO, terminação dos verbos para indicar o tempo pre-
sente ou o futuro-1--Góio kin eréimo (eréino ): Pulo
agora na agua -- ki, na--créin, pular.
MO, plural de tin: Ir. Tambem moi, moje: Haka-
mo jen: Venham vindo --ha, voz imper. — kainôn, vem -- 2
- Aix kamonja kuran kan, 1x kran: Porque agora vem os
dias (de plantar), eu planto--áix, para mim -ja, agora --
kwran, dias - kran, planto -- 3-- Mon kan kre: Sahem quasi
todos -- kan, todos - kre, quasi-4- Aiâng kuvara lairdnha
mono: Vocês vão longe para trabalhar -- aiâng, vocês -- ku-
vara, longe -- 5 - Enkréja mó kan já ne: Vão indo agora todos
caçar — enkréja, caçar -- jd ne, estão agora -- 6 -- Ag mon kran :
Elles vão plantar - 7 -- Mo kinânti: Vão indo -- ki, connecti-
vo - nanti, estão, plur. de né--8-- Eng mo ja kuvarangu :
Já estamos em caminho para uma longa viagem - en, nós -
g, connectivo - ja, agora -- kuvarangu ; muito longe -- gu, mui-
to -- 9 Vaiak aiâng airanha mon ne: Amanhã vos ides tra-
balhar - vaiaka, amanhã - rairânha, trabalhar -- mon ne, vais
indo - 10 - Mon venxén, kärka kamojen: Vão por algum
tempo; depois vem - venxén, por algum tempo --hárka, de-
pois -- À môn, vem - 11 -- Emprüru mi og mojen: Elles estão
viajando pela rua--emprüru, rua-- m2, pela-mu jen: vão
indo - 12 -- Venxén mon, venxén kamon: Ora vão, ora vêm
- 15 - Mó kara hüru: Todos já foram embóra -- kára, todos
- hûru, já indica tempo passado -- 15 — Batata bakantin, mo:
mora ag pepije ay kémo: Traga as batatas; a gente vai
perto; a gente vai roubar -- bakantin, trazer -- ra, perto --
pejt) -- roubar -- kémo, vai -- Ein venbédn, ém mon: Nós con-
versamos; nós viajamos -- venbédn, conversar-- éin, nós -- 16
- Ti jaré tamén mojen: As raizes da tal arvore vão longe
- ti, da tal arvore -- tamén, longe -- mójen, vão -- 17 - E’in ve
nharô miafá ra mógen: Nós vamos para a escola - venha-
ro, letra, livros -- livros -- néafa, logar, instrumento -- ra,
para -- 18 -- E77 man ke ij in ra mó ke agn: Eles me fal-
laram que querem ir para minha casa -- ke, fallaram - in ra,
para minha casa -- he, pretendo ir--19-- Janka nifé ag mo
— 139 —
ke: Pretendem passar o portão -- janká nifé, portão, ke - pre-
tendem -- nifé, fechado -- 20 -- Lairânha ag mó ha: Elles ja
vão trabalhar -- lairânha, trabalhar - ha, já -- 21 -- Mon, karka
kamoje: V:0, depois vêm -- karka, depois -- 22 - Mon ipédn ;
kárka jakain: Vão à direita; depois à esquerda - ipédn, di-
reita -- karka, depois -- jakáin, esquerda. Vide App.
MO, suffixo de presente. Vide App.
MOKE': Garrucha (S. Paulo). Deriva de boka: es-
piugarda, garrucha.
MO'MEN : Temer, deixar de fazer alguma cousa por
medo, prohibição, ser cobarde --1-- Mómen kankutin: Sahiu
(de alguma cousa ) de medo -- 2 -- Kutú tag mômen had: Esta
noite sinto medo -- kwtu, noite - tag, esta -- had, sentir, soffrer
- 3-- Mômen airi kan: Medroso - xiri kan, por causa leve -
æiri, pequeno - 4 - Je momentiti: Eu estou muito assustado —
5 - Momen ix had: Eu fiquei assustado - 6 Xavarû momen
kema: Cavallo passarinheiro -- kema, inclinado.
MON: Levantar --1-- Veg món:' Levanta primeiro --
veg, primeiro - 2 - Kanka fag gaix mon: O vento levanta os
cabellos dellas, das mulheres - kanká, vento -fag, das mu-
lheres - gáix, cabellos.
MON: 1.- Enhirike món: Pode ser. — Serve tambem
para fazer o futuro.
MONKO’PO: Alampada (S. Paulo }.
MONTXI: Fino. Tambem torije.
MBARAMBRAIA: Nadar. Vide barambraca.
MRAN, mran: Surrar (bran ).
MRENE, bréne: Cinza. Vide bréne.
MRÉION : Machucar, surrar.
MUA: Trazer.
MUAITTRA: Matto.
MUANFÉ: Trançar. Vide App.
MUA'N: Itaquarai - 1 - Muän ki nanti: Estão no
itaquaral - ki, no - nänti, estão.
MUANFK: Trança; caxim de espinho.
N
NA: Deitar-1- Aix na kanti je: Eu estou deitado
- kânti, estando - je, estou-a, prothese - 2 - Na ix ke kan,
réza ia kéti: No momento de eu deitar, eu faço a reza—
ke, pretender - kan, no momento de -kéti, faço - 3 - Kuxá
tag ki na ti je: Elle está deitado nesta fresca — kuxd, frio —
ki, em-4-Nôro na ix ke ne ha: Eu estou querendo já
deitar - ke ne, estou querendo - 5 - Le (re) krin na ix: Eu
deito no capim - le ri, no capim, le, capi - 6 Kurúg na ix:
Eu deito com o kurt kurt, lençol, manto - g, connectivo
- 6- Anta ra kaxôrro hi nákti: O cachorro quer deitar
perto de você - duta, de você - ra, perto - hd, quer - na, dei-
tar - k, connectivo - ti, elle.
NA, ja, je ne, ni, de: Ser ficar. Vide estas palavras —
1-Ona giri tag pejú je: Quem destes meninos está rou-
bando ? -ôna, quem - giri meninos - pejt, roubando - je, está
-2- On pejú tag jén: Quem roubou, é este - ta, este — jen,
é-3- Kutiixi hd na: Já é meia noite, é já noite avan-
cada - kuti xi hd, meia noite, etc.-4- Brüje ti na: Elle
está quebrado - brüje, quebrado - tí, elle - 5 - Kadére, kajére
ti na: Elle está liso - 6 - Ti fa, koingrin: As pernas delle
estão encolhidas - fa, perna - ne, estão.
NA: Eu.
NA: Mai.
NAFU : nofwii: Chuva de pedra.
NAG: Puchar - 1 - Kanda magnara: Pucha tu a ca-
nôa - 2 - Ningréin nag hi titimo: Elle está com muita von-
tade de puchar as orelhas -- ningréin, orelhas -- hüti, tem pre-
cisão, tem vontade -- 3 -- Nagnäg: puchar varias cousas, puchar
repetidas vezes.
NAGNINGE: Picapau (Sao Paulo ).
NA'IX, gáix, ngáix: Cabells--1--Gaix téie ti ne
fag güix hürikeri : Elle tem cabellos compridos como aquel-
les das mulheres -- téie, compridos -- fag, mulheres -- hürike,
como -- ti «lle--2-- Gaze kuxôn: Cabellos louros -- 3 - Géix
téta (téle) ag päni kri ti nanti: Os cabellos compridos es-
tão nas costas delies--ag pani, costas delles -- kr, acima -
nänti, estão -- 4 -- Gate ij) je: Eu estou com cabellos -- je,
estou - 5 - Bj géie nagnána ti: Elles estão puchando repe-
tidas vezes os meus cabellos -- nagna, puchar repetidas vezes —
6 - Jantkú ri gate: Cabellos acima da bocca: bigodes —
=
eae
— 141
jantki, bocca - 7 - Gaix kupri: Cabellos brancos -- 8 -- Gäix
koiagrin : Cabellos crespos, encarapinhados. Vide App.
NAÂIX : Puchar--1-- Elles já estão puchando: Kiig
näixno ha:-ki, connectivo--no, agora- ha, ja -- 2 -- Kidg
hüru ndie hára: Já acabaram de puchar -- kara, acabar -
húru, particula para indicar o passado.
NA'IX : Paineira ( arvore ).
NAM: Arrombar, puchar. Vide nag - 1 - Jantká nam:
Arrombar a porta - 2 Nanera: Empurra tu -3-- Ix gaix nd-
nera: Pucha tu pelos meus cabellos.
NAN: Deitar-- 1- Nóro nan ix: Eu deito para dor-
mir--2-- Tx jogma kakré kri nd ni: Meu pai está deitado
ua cama-kakrê, taboa, mesa, cama, girdo - kri, na-- na,
deitado - nz, está --3-- Krôt; kara nambra: Beba; depois
deita -- númbra, imper.
NANIKOVAIX : Laranja azeda (2)-- ko, comer - váiz,
não querer, repugnar.
NA'NGA: Puchar--1-- Tx gaix nängnera : Pucha tu
meus cabelos.
NA'NGJA: Cama--ndng, de deitar --ja, lugar--1-
Nängja kri gire énent fi fi: Ella põe aquella criança para
dormir -- kri, na, acima--ênent, aquella -t, connectivo -- fi,
poe - fi, ella -- 2 -- Nangja kri ti van ne: Elle está na cama -
van ne: Está estando.
NA'NTI: Estamos, aaa estão -- 1 -- Pir ag nanti:
Elles são poucos -- pir, poucos - ag, elles--2-- Jam bré ag
ndnti: Elles estão junto com a mii -- jam, mai - bre, junto -
- Ix kanén nänti agn: Eles me estão esperando -- kanén,
esperando -- 4 Maika te nanté agn: Elles moram no matto -
muaitka, matto -- te, no.
NARA’N: Tecer ? - 1 - Engjénuarán ken ja ti: Elle
agora está tecendo um laço -- engjén, laço -- k n, pretendendo —
ja, agora.
NAX: Cabellos--1-- Nax teis tine: Elle está com
cabellos cumpridos. Vide App. }
NDE, de; Cousa.-- Interrogativo: Que cousa? o que
é?-1- Dé ti te arankét hat tin ja ne: O que é que foi
fazer hontem ? ti te, elle - te, connectivo -- arankét, hontem -
de, que cousa- tin, ir-- ne, estar. Vide App.
NDEI, déi: Cosinhar -- 1 -- Déiera: Cosinha tu.
NDEJEN: Cera. -- Melhor déie--1- Déjen gru ra ni
ti: Ella senta perto da luz de cera -- gru, luz--ra, perto —
ni, senta -- ti, elle.
NDENON: Outra cousa-- 1 - Denôn to xa; Uma
cousa presa a outra --t», a-- xa, presa --ôn, um a outro.
NDENUM: 'Tado, de -- de, cousa -- n, connectivo -- um,
én: um, algum - 1 - Nnenum peju kenema ne: Quer roubar
tudo -- peju, roubar - kenema, gostando -- ne, está.
ie ee
NDETO: Aonde. Tambem déto--1-- Ndéto mó ne:
Aonde vão indo ?-- mó, indo.
NDING, ding: Profundo -- 1 - Oré ding (dik): Lagoa
profunda, brejo profundo, pogo.
NDO: Atraz.
NDOGN: Cego. Vide App.
NDON, dón: Furado, furar--1-- Kanda don ix: Eu
furo uma canôa.
NDUDN: Caramujo.
NDU'1: Pescoço. Tambem dui, Vide App.
NOLURU: A agar.
NE, je, ni, na de: Ser, estar com alguma cousa. ter
alguma cousa. Vide estes ns Ninhéro tôn ti je:
Elle não tem dinheiro --ti, elle--2-- Pm buôngh had ne:
Está fazendo um grande fogo -- pin, RAE grande -
had, fazendo --3 -- Kaimbära ag kofa ne: Logo a gente fica
velha -- kaimbára, logo -- agn, a gente -- kofa, vel 10. Tambem :
Logo se fica velho -. 4 -- Javii lengré ne ix: Eu estou com
dois irmãos, tenho dois irmãos - javii, irmão.
NENGEKA? Como é que foi?
NENGRA', jengrá: Levanta -- te tu.
NEIAXPM, nija vim: Banquinho -- ni, sentar -- ja, ins—
trumento.
NEM, nen: Matta virgem -- 1 - Nen van xan fuüre te:
O matto está no meu terreiro -- van, está -- can, meu -- fudre,
terreiro -- te, no - 2 — Nen buüngh ti na: Elle esta com exten-
sas mattas - buüngh, grande-3- Nen pänktim:: Elle esta
fazendo derrubada - pan, cortar, fazer roça.
Ngé: COMO? - Ngé ka? Como foi?-kan, foi, esta.
NÉNI, ndéni: Animaes, alguma cousa: Déne kankrôve
into núnti: Os retratos dos animaes estão nas paredes -
déne, retractos dos animaes, das cousas - hangrôve, retractos
ínto, parede.
NENMA”, denma: Bicho mau, urutú. Tambem denema ~
1-kire pij neumd: guarda-te do urutú escondido - pi),
pijú, escondido. k
NENTÁIN, jentäin : Gostar - 1 - Kanjtri tx mentäin :
Eu gosto de brincar.
NEN UM : Qualquer cousa, de - de, coisa -- n connectivo
-ôn, um: algum - 1-- Denum Ko javäixtit': Lhe repugna
toda a comida - ko, comer -- javairteti, não gosta.
NERE'NJE: Laranjas.
NE'TEL: Saci: Supposto animal supersticioso.
NGAN: Derrubar. Tambem gan-1-Gau hütiti ti
nho: Agora é facillimo derrubar - hé, facil - t? à, muito - nho,
agora.
NGANDORO : Canôa (Sao Paulo ) ga, ka: pau - dôro,
furado. Significa tambem arvore ôca.
— 145 —
NGA’RA: Milho, mais - 1 - Gára tagn: Este milho -
2-- Gára togn: Milho secco -- 3 -- Gira toi: Milho verde (7 -
nhára ).
NGDO, do: Furado - 1- Arangró do ni: O feijão esta
furado -- nº, esta.
NGERE: Cheiroso - Denúm yére hi: Alguma cousa de bom
cheiro -- denúm, alguma cousa, hô- bom -- gére, cheiro - 2 -
Gére kokré: Cheiro fedorento -- kokré, fedorento.
NGTRE : Menino. Vide gire--1--Gire ki ti tére: O
menino morreu -- ):7, connectivo — tére, morrer -- 2 -- Gire into
ag nänti: Os meninos estão em casa --to, em -- núnti, estão
-3- Give fi: Menina. — Gire fay, meninas - 4 -- Ene gire fag:
Aquellas meninas --5--Gire fag ta ki nant‘: As meninas
estão aqui--ta, aqui - ki, em-6-Gire ba fi je: Ella esta
carregando a criança - ba, carregando - fl, ella — je, esta.
GIREXT : Criancinha.
NGOIO, gôio: Agua. — Vide gô/0 - i - Gôio ni: Agua
parada.
NGO: Ramo de arvore -1 - Gonoa go ki ti ne: O
sabia esta no ramo = 7, no - tí, elle.
NGOP: Chover - 1 - Ngôp ke vaic hati: Custa a cho-
ver - váix, difficil - ke, querer - had, fazer,
NGORNOA : Pennas de ave.
NGRE: Macho, varão. Vide gra, gre.
Ngre: RAn. — Vide gré.
NGREN: Doce. Vide gren: Doce, gostoso, adoçar - 1 -
- On ve ti ngré: Parece doce de outra qualidade - 6%, outro
ve, parece - ti, elle - 2 - Tin yréra: Adoce-o tu.
NGREN : JAgutirica. Pequena onça.
NGRENKA: Jagutirica de São Paulo.
NGRO : Tucano (Sao Paulo ).
NGRORO : Debulhar - 1 - Gara ngrôro: Debulhar
milho. Vide grôro.
Ngrú: Accendido.
NHA: Bico (de passarinho ) Vide ja, dente - Xanxi
ja: Bico de passarinho.
NHA: Corte. Vide ja-1- Kiifé nha: Córte da faca
- kiifé, faca. :
NHAPA: Foice. Vide App.
NHA: Dente. Vide ja.
NHA: Deitar. Vide na--1--Nhá agmän nz: Elles
estão deitados -- ni, estão -- 2 -- Noro ja: Deito para dormir --
3- Nha ag nanti: Elles estão deitados -- núnti, estão - ag.
elles.
NHA: Mãe. Vide ja, jan --1.- Jamanhé ni?: A mãe
está bôa ? - ma, pleonasmo -- hd, bôa -- ni, esta - 2 - A nha hü-
rike? Tua mãe como está ?--«, tua -- hórike, como -- 3 -- Vid
ma hô ni: Ella está bôa- fi, ella -- d, connectivo -- 4 - Nham
nhà ne: E” a avó materna, a mãe da mãe.
-— 144 —
NHA# A’: Instrumento, escremento, esterco, lugar,
Vide Jafae.
NHAMNHAMA: Estreitar (ao peito, por exemplo ).
NHANTA: Corvo. Vide janiá -1-- Nhanta kupri
buüngh: Urubu rei - kupri, branco - bnôngh, grande.
NHA’RA: Milho, pipoca. Vide gára--1 - Nhda kané:
Grão de milho--kane, grão, fructo--2 Nhära pen: Pé de
milko --3-- Nava kran tin: Ir plantar milho -- kran, kre:
plantar --4-- Gara fuóre: Folhas, palhas de milho -- 5 - Ama
gára fuóre ton ja? Você não tem palha de milho ? -- je, esta
com, tem.
NHARA KANXTRE: Milho pequeno, arroz -- kanxire
xire: pequeno.
NHATK A4, jantka: Porta- Nhatká ra je: Está perto
da norta--ra, perto.
NHATIK 4, nhantka: Adorno do peito, que consiste
em geral de rosarios de contas, missangas. Tambem nhatká
ku pé.
NHATIKAMBU"T: Rico--hambút, dinheiro, peso, prumo.
NHEKFIN: Ponta de osso -- Dó nhekfin: Ponta de
osso da flexa-- do, flexa ( jekhfen ).
NHEMOJEN : Lagarto grande: um pequeno se chama
lungro.
NHMOJEN : Mascar.
NHEGA’RA: Levantar-se. Impr. Tambem e melhor
jengára, jengra.
NHERE : Aquelle.
NHENHUM : Aza do vaso.
NHETIKARANHE: Parte do vestido que cobre o
hombro.
NHIN : Em redor - 1 -- Vehinhin tin: Ir em redor.
NHIRJRE: Costado.
NHO: Afiar--1-- Pânho: Pedra de afiar.
NHON, jôn : Brabo -- Nhon ti ni: Elle esta brabo — 2 -
Nhôn be: Habitualmente brabo -- be, constantemente -- 3 Nhon
be ti ni: Elle está habitualmente brabo.
NHORO, somno, dormir Vide nôro.
NHORO : Maleita ( S. Paulo).
NHOU: Cabeça de arvore-I- Tól mhoû : Cabeça de
coqueiro — tói, coqueiro (nho - % ).
NI: Carne-I- Pérco ni: Carne de porco - 2 - Xon
ni li, von kajanguá: Na minha carne tem bichos - xôn, mi-
nba -- ki na van, está - kajankudá, bicho, bixeira - 3 - Ni tói:
Carne crua, verde - 4 - Ni déi: Carne cosida -- dei, coser — 5
Ti ni t' ni: carne do tal bicho -- ti dotal bixo. Vide App.
NI: Estar, ter- alguma cousa, morar, ficar--I -- Aitt
ti tôn ni: Elle não está - ki, connectivo -- ti, elle-2- Ta
ka ti ni: Aqui mora alguem--ta, aqui - ka, em -3- Gôio
ni hangjd kuvarangi e dni: As cabeceiras do riacho estão
muitissimo longe -- goioni, riacho -- hangjd, lugar onde come-
ça - hang, começar -- já, lugar -- kuvara, longe--gu, muito — e,
— 145 —
muito -- d, connectivo — ne, estiio--4--Jatohy to tx ni: Eu mo-
ro no Jataby-to, no-- 5- Xux ti ni: Elle está sujo - 6
Kakan korég ix tog ne: Eu estou com cara feia-kakan,
cara - korég, feia - tóg, ficando, nz, estou —- 7 - Kofá ix ni:
Eu estou ficando velhe --kofa, velho--8- Nor ke ni é ha:
Elle já está com muita vontade de dormir -- nor, dormir -- ke
querendo -- é, muito --ha, ja-9-- Méxa ra ti ni: Elie está
perto da mesa- ra, 10 Venxán hid ntktivi ; hárato jomá ne
ori: Uma vez era bom; mas agora é malvado — renan, uma
vez - hd, bom -- nik., ve, era-- i: connectivo - óri, agora, hoje
jomd, malvado - ne, é--to, de harato, certamente -- 11 Gonoa
ix ni : Eu estou, tenho um sabiá -- gonod, sabia - 12 -- Kan-
ga kan, veixmä fi ne: Por estar doente, elle está com dor-
kan, por -- veixæmd, dor -- fi, esta -- ne, ella -- 13. -- Ti bre ix ni-
nho: Eu agora moro com elle-- tz bre, com elle - bre junto
14-- Ta ix kurän taktôn ni: Eu morei ahi tres dias - ta,
ahi - kiran, dias --taktôn, tres. ;
NI: Dar em vez de nim. Vide App.
NI: Sentar--1-- Kaxôn ré ni: Sentar no caixão -
lré, no--2--Nira: Senta tu--3-- Nz mane kémo : Quero sen-
tar mais -- mcéne, mais - kémo, pretendo - 4-- Méxa krén ni:
Estar sentado debaixo da mesa - Jrén, debaixo 5 Emprii la
ni: Estar sentado na rua- ka, na.
NIA’: Fumaça. Tambem nijá--1- Nia nin (veinin ):
Em redor da fumaça.
NIA’. nijá: Ninho--I-- Xanæi nijá ve ix: Eu achei
um ninho, melhor um pouso de passarinhos, ni, ter séde -
jd, lugar -- ve, descobrir.
NIAKUK 4A’: Sabugo de milho - kwka, osso-
NIAF A’: Instrumento, lugar, meio, escremento. Diz-
se tambem niafud, nhafa--1 Venbédn niafd ; lugar de prosa,
conversa, locutorio - 2 - Kron néafa govo: O vaso para be-
ber está quebrado -- krdn, beber-- góvo, quebrado - 3 -- Venha-
ró niafá ra mo jen: Elles vão indo na escola -- venharü-
livros -- ra, para -- mo, indo -- jen, vão -- 4 -- Xanxi ag nai nia-
fa: Poleiros dos passarinhos - canxi ag, os passarinhos -- ag,
elles: se põe para indicar o plural --naz, deitar -- niafá, lu-
gar, instrumento -- 5 -- Ka don niafd : Trado -- ka, pau, -- don,
furar -- 6 -- Noro niafan te: Lugar de dormir--te, no - néro,
dormir ( dormitorio ). Propriamente : No lugar de dormir.
NIK 4’: Chifre.
NIKRE’ : Ler, contar ( dinheiro ). Tambem veinkré -
1- Nikré ti is Elle agora esta fazendo contas --ti, elle -
mo, agora -- 2 - Ningé féie nekré ti: Conta os dedos - ti, elle
— 3 - Veinrô us ti: Elle lê as cartas — veinrô, livro, carta,
papel eseripto - 4-- Nikrén to tógmo: Não estou prompto
para ler -- to, prompto ? - tógmo, estou agôra- 5 -- Ix veinran
nileren hótiti: Eu tenho grande paixão de aprender a ler—
veinrän, avrender -- Aétiti, tenho muita paixão. V. App.
NIKTI: Viver:--1- Venæän niktive: Uma vez vivia —
venxän, uma vez ve, terminação do imperfeito. Vid. App.
— 146 —
NIKTE: Engatinhar - 1-- Nikténo ha: Já engatinha
--ha, já -- 2 Ti nk ‘ite: O engatinhar delle - 3 -- Nikte ti: Elle
engatiuha - 4 -- Ti nikte; O engatinhar delle.
NIDKUKA’: Lombo --ni, da carne--d, connectivo --
hukad, osso -- 1 -- Ti nidkukd: Lombo do tal animal.
NIFE’: Fechar, fechado. - 1 -- Janka nifé je: A porta
está fechada -- je, está. -- Jantha niféje ti je: Elle esta fe-
chando a porta -- ti, elle -- je, está -- niféje, fechando - 2 - Gôio
nifé: Agua parada, fechada, tanque, açude -- Jantka nitéiera:
kirè kaxórro he kara: Fecha a porta: veja que não entre
o cachorro -- jantka, porta - niférera, fecha tu-- kara, entrar
- he, não-4- Ti nifé: cousa fechada delle; a cousa enfiada
(na agulha) delle; a tampa da panella ou de outra cousa
- 5- Topé jo in ix nifèx no: Agora eu fecho a Egreja-
Topé. Santos - jo, guardar - in, casa -- 6 -- Jantká nifé: Por-
tão -- 7 - Nifêja: Chave -- ja, instrumento. Vide App.
NYJA: Lugar, pouso - nº, sentar - ja, lugar. Significa
tambem .cadeira - 1 - Jayne man déne kadnija ve: Eles se
indicam um a outro o lugar onde pousam os bixos + jágne,
um a outro - déne, animaes — kid, connectivo - ve, indicam.
NIM, anixmo: Criar-1- Ti kején kren nimmo: Eu
criarei uma familha delle - kején, particula para fazer o fu-
turo = kré, familha - nímmo, vou criar.
NIGUJA: Dedo indicador -- ni, mão ?- qu, grande.
NIJA, nia: Fumaça -- 1 Nija ve ix : Eu vejo a fumaça.
NIJT : Nome. Vide App.
NIM: Dar,-1-- Vére nim: Dar por algum tempo, em-
prestar gratuitamente -- 2 -- Nifá krin vére nim had tx: Eu
emprestei por algum tempo o travesseiro -- vére, por algum
tempo -- 3 - Evxma emim nim: Me de pão -- enim, bolo —- 4- -
A’ma veixkatà ix nimmo: Eu te dou, te darei remedio -- ama
para você - veixkata, remedios -- 5-- Tima veirupóio nim:
Elles lhe dão vestido -- tima, lhe -- 6 -- Eixmá dinheiro nim ke:
Elle pretende de dar-me dinheiro - ke, pretende --7 Xanmán
dinheiro nimkti kan, ix man hóti: Porque me deram di-
nheiro, eu estou contente -- canman, para mim -- kan, porque -
nikti, k, eonnectivo -- kan, porque -- manhüt’, contente-8 - Jo-
gmá ti húru dinhéiro nim: Ja deu dinteiro ao pai-húru,
particúla para exprimir o passado. Vide App.
NIM: Emendar, por ex. um vestido: - 1 - Veinæupôix
ka fi, nim nim: Emendar um vestido - vein upóim, vestido --
Ji, ella -- ka, no.
NIM: Guardar. Tambem: Jo nim-1-Ix jo dóxe
nim hed: Eu guardo o doce--tjó, eu - 2 - Venjén niafua
te nim hat: Guardo no armario da comida -- niafá, lugar --
venjén,, comida--te, no- Timá ke: Venjén nim hânera :
Diga a elle: Guarda tu a comida -- tima, a elle -- ke, dizer --
hänera, imper.- 3 - Inman fakré nim han ti: Elle me guar-
da o meu travesseiro.
— 147 —
NIM: Ordenhar - 1 -- Vacca léite nim nim ton ne:
Ainda não tirou o ro das vaccas--leite, nongje,: leite,
nim, repetido para significar pluralidade de actcs.
NIM: Pedir -- 1 Goio ki térmo : kud nim! Kud mim!
im bre kankiten: Eu afundo na agua- rogo acuda ! acuda !
ajuda-me a sahir - goio ki, na agua -- térmo, afundo agora -- kur,
kud ; corre tu - nim, te rogo- in bre kankuten, sahir com-
migo: ajuda-me a sahir - 2 - Ermé te grafà no te nim: Eu
te rogo de capar o tal animal para mim-exmaä, para mim —
tz grafü, a parte do corpo que deve sar tirada para capar
um animal de genero masculino -- 20, arrancar -- nim, te rogo.
NIM, ni: Carne.
NIN : Estar -- 1-- Pexpeje ti ni je: Elle está sendo
fraco -- pexpé je, fraco -- ti, elle- mi je, está sendo. Vide je,
ni, nane.
NIN: Em log:r de ningé, mão. Vide App.
NIN: Em redor--1-- Pin nin: Em redor do fogo -
pin, fogo-2--Péd nin: Em redor do pé-3- In péd nin:
Em redor dos alicerces da casa - d, connectivo - 4 - Péd nin:
Tartaruga.
NIN: Sentar, vide ni- 1 - Kir pit ag nin: Veja que
elles sentem em poucos - kir, veja - pit, pir, poucos — ag, el-
les - 2 - Nini venkokot an húri: Já nós sentämos para des-
cançar - ni ni, estamos sentados - venküt, descançar, Rapetido
para significar pluralidade de acção - an, en, éin nos -- : húri,
particula para indicar o passado do verbo.
NINAF A’: Munheca, pulso.
NINKA': Chifre. Tambem niki - 1 - Bóix ninka:
Chifre de boi - 2 - Bóix ninká legré ti ne: O boi está com
dois chifres - t;, elle - ne, esta.
NINKFE'IX: Fechar. Vide nifé, nifé je - 1 - Kanda
ninkfé ix: Eu obturo a canôa.
NINDO': Braço - 1 -- Anindó tokfin kan je fi: Ella
esta com o brago amerrado - a, connectivo -tokfin, amarra-
do - kánje, está - fi, ella-2- Nindô kin et: Amarrado no
braço - ki, no-n, connective - xe, amarrado - t, connectivo
- 3-- Nindó tokfin téje ni: O liame de amarrar o braço é
comprido. Vide App.
NINDO’: Meio dia-1--4rán inindó kaxka: Meio
dia — aransol -- káxká, céo.
NINDONI’VE: Verti e-1- Krin nindônive: Vertice
da cabeça -- 2 - Nindó nive katóro: Vertice da cabeça tos-
quiado.
NINDUIX, dúix: Pescoço - 1 - Duëx men xa: é uma
fórmula de juramento, que mais ou menos significa: Fique
eu amarrado pelo pescoço, seja eu enforcado.
NINCA’M: Fazer signal - Eixmán ti tin ningám:
Elle me faz signal de ir embóra - ezrman, para mim.
NINGL’: Mão -- x - Ningé du: palma da mio - du,
palma, parte inferior -2- Ningé petkara: cinco -3 - Ningé
ônta on: sete-4- coe veitkritôva : dez-5- Hix ningé
— 148 —
feie kira pire onkanje: seis - 6-- Ningé pire: Uma mão - 7
— Ningé rengré: Duas mãos-- 8 - Hix ningé kamira: Péga
minha mão -- 9 - Akané ningé te pejú ti: Elle cobre os olhos
com as mãos-a, connectivo - kané, olhos --te, com -- 10 --
“Ningé wu ti ni: Elle esta com as mãos pretas de fuligem;
esta com mãos sujas --ss- Ninjé pan je: Está com a mão
coberta ; esta com luvas — pan, coberto - 12 - Ningé pan: Cos-
tas da mão -- pan, costas - 13 -- Ningé jakrina?: Pulso, mu-
nheea-- jakrin, pulso - 14 - Ningé kagmo ti: Ele aperta: a
mão — ti, elle - 15 - Nin ti tinje: Elle está esfregando a mão
- tin, esfregar. — Explicação dos exemplos 2, 3, 4, 5. Ningé
pet kdra-pet, uma - ningé, mão - kdra, inteira, a saber, todos
os dedos de uma mão - Ningé veitkritóva, uma mão está aci-
ma da outra--veikri, acima — t, connectivo--6, outro--va,
esta a saber, os dedos das duas mãos - ningé, cinco dedes —
ônte, com um -- ôn, outro um- ra, depois-- pire, um --ôn,
outro -- kanje, está.
NINGE’: Tambem. --1-- Hoó fi ningé: Ella tambem: é
boa--fi, ella. Vide App.
NINGFEIE, niféie, nifége, nifé: Fechar.
NINGE’ FE'IE : Dedo.--1-Ix ningé féie, kara piré
on kanje: seis.- 2 .- Tx ningé féie kára, todos os dedos da
minha mão -- ôn kanje, esta outro -- pire, um -- 3 -- Ningé féie
buôngh: Dedo pollegar - buüngh, grande--4-- Ningé gija,
dedo indicador - gu, grande --ja, que é? - 5 -- Ningexin kan-
tóje: Anullar -- xin, pequeno -- kantoje, que esta ao lado? --
to, perto -- je, está -- kan, estando -- 6 -- Ningé xin: Dedo mi-
nimo.
NINGNIE : Sentar. V. App.
NINGRE'N: Orelha, ouvido -- 1 -- Ningréin buôngh:
Lobis-homem -- buüngh, grande. Nome de um ser supersti-
cioso -- 2 -- Ningrèin dôro: Entrada da orelha--dôro, furo,
buraco -- 3 -- Ningréin nak: Puchar as orelhas.
NINGREINTOX : Brinees-to. aoxa, preso. |
NINGRU’: Unha- 1- Te ningru je: E' minha unha.
NINHA'M, nam: Puchar. Tambem mnijám.
NINGU'IA : Dedo indicador, ponta do dedo. Vide App.
NINHE': Nariz -- 1 -- Ninhóé koke: Flauta para ser
tocada com o nariz. -- 2 -- Ix ninhé: Narizes, ventas.
NINHE: Está. Vide App.
NINHE’RO: Dinheiro - 1 -- Nenhéro tag hürike ta ké
ni? Como este dinheiro está ahi? -- tag, este - hiréke, Como?
--ta, abi-- ki, no -- ni, esta -- 2 —- Ninhéro vavai kenema je:
Gosta de botar fóra. dinheiro -- vava, botar fora, jogar fora--
kencmá, gostando - ne, está -- 3 -- Ninhéro ton ti ne: Elle não
tem dinheiro - Ninhéro man húri: Elle recebeu dinheiro --
man, receber - húri, particula para indicar o passado.
NINHO: Eu agora estou; eu agora sento - 1- Am-
bré ix ninho: Eu agora moro junto com Você --an, você.
Tambem: Eu agora me sento junto com Vocé- bre, junto.
— 149 —
NINHO: Levantar-1--Kuxrä ki ix minho: Eu me
levanto cedo - kuxd, frio - ki, em, de.
-NTNHO, terminação do verbo, para indicar tempo
presente ou futuro.
TININTVI; Ponto no escripto.
NINJA: Cadeira -- nin, sentar --ja, lugar ou instru-
mento para sentar -- 1 - Ninja hat ti: Elle arruma a cadeira -
hat, faz --ti, elle--Ixôn ninja kri ni ix ke ve: Estou pre-
tendendo ir sentar na minha cadeira -- ke ve, estou preten-
dendo -- 2 -- Giri ninja: Cadeira de menino -- gíri, menino -- 4
Ninja kri gire «xi fi: Por a criança na cadeira -- iri, na -
girexi, meninosinho -- fi, por.
NINJA: Fumaça. Tambem #24, nija,
NINTORNI VE: Coroa da cabeça, feita cortando os
cabellos à uso franciscano -- tóro, tosquiar.
NIO'RO : Quebrado, rasgado --1 - Kurt Rionidro ( jo-
jóro ): Panno com varios rasgos. Vide App.
NIRA: Senta tu--1--Anira jéngve: Levantar-se da
cadeira -- jéngve, levantar-se.
NIRE: Menino. O N se pronuncia 2--g ou w--nh
nasalada e fanbozamente. Vide gíre, ñhire, jire--1-- Gire ix
in kamti ed ni: Tem muitos meninos em minha casa - ní
kan, em casa -- ti, connectivo -- e. muitos -- d, connectivo -- ni,
estão -- 2 - Gíre bakantin fi: Ella traz o menino -- fi, ella - 3
- Nire tantô fi ne: Ela é menina - tantô, femmea -- 4 -- Gi-
reman jiji ne: O menino tem nome --jijí, nome -- 5 - Gire
jigi ton ne: O menino ' não tem nome ainda--tôn, ainda
não --6-- Gire tag ankankúten, javdie ra kankuten: Este
“menino nasceu antes do tempo - hankúten, nasceu -- javáiz,
antes - ra, apesar - 7 -- Kire gire fag tan goira kamôn he:
Veja que aquellas meninas não venham na agua, no rio --
kire, veja — gíre fag, meninas - gôi, agua - ra, para - he,
não --8-- Giri ag tay en jamé mójen: Estes meninos vão
adiante de nós -- giri ag, meninos -- tag, estes --en, de nós-
jamé, jami : adiante -- mójem, vão--10-- Giri ki ti tére: A
criança morreu — X/, pleonasmo -- ti, elle. Pôde-se pronunciar
h-ihiri.
NITE: Bater, percutir - 1- Ka bengh nite: Bater
com o machado no pau--béngh, machado -- 2 -- Titin níti
kan, ti ton ge: Porque o bateu, com elle briga - ti tan,
aqueile lá -- kan, porque -- ti to, com elle -- ge, briga.
NIX: Sentar. Vide App.
NO: Mostrar -1- Irma no jan kangrüve : Elle me
mostrou o retrato da mãi -- jxmá, paro mim -- jan da mai.
- NOATOT: Costas-1 -- Noatüt he na, kóixma lire:
Estar deitado de costas e olhar para cima -- ki, em -- na, deita-
do -- Xüéxma, para cima -- lire, olhar.
NOIX : Tirar, arrancar. Vide App.
NOIO: Orla do vestido -- nóio: Orla do vestido delle.
— 150 —
NONDU”GN: Umbigo, corda umbilical.
NONE’: Lingua -I-- Noné krumd: Cortar a lingua.
NONGUJE: Peito, seio, ubre --I-- Tanti nongüje
krin: Bico do ubre. Vide App. da mulher - ¢anté, da mu-
her, da femea - krin, cabeço -- 2 - Finé mongú je: Ubre da
mulher - fi, della - 3 - Nongúje kotæi: Filho de peito -- hotxi,
filho.
NONGJE : Leite ( nonje ) - I- Langrá nongjé : Aquen-
ta o leite - 2 - Vacca nonje nin nin tôn ne: Ainda não foi
tirado o leite da vacca- nim, ordenar, tirar o leite. Aqui a
repetição da syllaba indica pluralidade de acção.
NONJO’RO: Amontoado-I- Arrox panfi nongóro :
Feixes de arroz amontoado -- panfi, feixes.
NHONNO'N, jonjón : Minhoca.
NORO: Fechar os olhos, dormir - I - Noro ix tinmo :
Eu vou dormir -- tinmo, vou agora - 2 - Noro kémo: Preten-
do ir dormir- 3 - Eix noro hütiti: Eu tenho muita precisão
de dcrmir- hüt{ti, estou com precisão - 4 - Máitkan te ti
nóro to: Elle não dorme no matto - maitka, matto -— te. no -
to, nio--5- Venxére to ke nóro to: (Quero vigiar o de-
funto - venxere, defunto - to, perto -- ke, pretendo - 6 -- No-
ro xór -- mo, cochilar - xormo, quero, desejo - 7 - Nórora: Fe-
cha tu os olhos 8- Aané not känti : Esta de olhos fechados
- kané, olhos - kdnti, esta. Vide App.
NO'TI: Tirar, arrancar --I- Pentoró mnóti: Tirar as
botinas -- pentoró, botina--tord, coberta--2 - Ti grafu nóti :
Capar um macho -- grafú, membro .viril-3 - Ti jua not:
Arrancar a barba de alguem -- ti, de alguem.
O
O: Com -I -- De xo jon ne ? Porque esta brabo com-
migo ? de, porque - x, eu,-- 0, com — jôn, brabo.
OA’! OLA’ oh! senhor Fulano. Se é mulher que se
chama, se diz Ji-I- Od! déto tin kemá ne: Aonde gosta
de ir ? dêto, aonde, - kema, gostando -- ne está. V. App.
OAKA’: Amanhã.
OAIX : Nunca. Vide App.
OAT : Taquara.
OINKANTIN : Tabre. Vide App.
OAKTKE : Instrumento de musica vocal de bambú ou
de chifre de boi - oa (u-ain), bambu - Awré voz, falla tolice.
OA'KTIMO: Apodrecer.
OKX 4’: Tatetu, especie de porco - 1 -- Ora kré: Cova
do tatetu. Vide App.
ODN: Mentiroso ( Ot on), falso, mentira - I-- 77 ode
kangá ve: Elle é doente fingido -- vé, é.
ODNBE'DN, odnbé: Mentiroso por habito - T- Ærmä
ddne bédne ne: Elle me passa a perna - coxmá, para mim -
ne, está. Oenbédn. Vide App.
OJO'RO : Anta, tapyr.
OMQUIETI: Pula. Vide App.
ON : QUEM, aquelle cujo, aquelle que - I - On vin
hé ve : Aquelle ja conversa é boa -- Gn, de quem - vin, win:
conversa -- ve, é. Vide App.
ON: Algum - On ven húri: Appareceu alguem -- ven,
apparecer -- húri, particula para exprimir o passado. Vide
App.
À ON: Aquelle que--1 - On tan giri fag nants: Aquellas
ahi são femeas ( aquelles meninos ahi são femeas )-- on tan
aquelles ahi -- giri, meninos -- fag, mulheres, femeas --nänte, são.
ON: Outro, um, algum - 1 -- Onma: a, para alguem --
ma, para -- 2 -- On veg to ix ni: Não estou vendo ninguem -
én. . . tô, ninguem -- veg, vejo - ni, estou -- 3 -- On ve ti gren :
E” outro doce --on, outro --ve, é -gren, doce - 4 - On pire:
Um só--pire, s0--5- On ay mó: Alguns delles vão -- mó,
vão -- 6 -- Onte kavarú kri né ti, On te kite: Um que estava
no cavallo, ficou; outro cahiu--ônte, um-- te, connectivo --
kri, no -- ni, ficar - ti, elle --Irúte, cahiu -7 - Onve váix: Me
repugna de ver outro -- ôn, outro -- váix, me repugua -- 8 - On
ton ve vaix: Nunca vejo alguem -ôn tô, nenhum - var,
nunca -- 8-b -. On hü: Algum homem bom -- kd, bom -- 9 - On hi
fi: Alguma mulher bôa- on... fi, alguma mulher - 10 -- Aon
ma no ro tôn: Ninguem dormiu--a, conuectivo - ma pleo—
nasmo -- nôro, dormindo - ne, ficou -- aônma. . . ton, ninguem
11- Aon ônet vin: Um diz mentira para outro - ônet, men-
tira -- vin, falla. Em hkaingâng às vezes se exprime um só
membro do correlativo, sendo o outro subentendido -- 12 -- On
bré juno viiire: Foi brincar com outro - bré, junto - júno,
brincar -- viiire, foi -- 13 Ag aon jenjére nänti: Alguns delles
são preguiçosos - ag, delles -- adn, alguns -- jenjére, preguiçoso
-- nânti, são -- On tantôü : Alguma mulher, outra mulher, mu-
lheres simplesmente -- 15 -- On buôngh: Um homem grande,
um capitão. Tambem: On ag buôngh ve: Um que está com
muita gente, um grande AN -- 16- Maria otanti bre nôro :
Maria dorme com uma mulher -- 17 -- Nonguje ontxin : Criação
de peito --nongúje, peito, ubre-ont, homem, algum -- xn,
pequeno -- 18 -- On tag ti kri tampri kane: Este outro é me-
lhor do que elle (do que Fulano de tal) -- on tag, este outro
- ti kri, do que elle -- tampri, melhor -- kane, é - On tô ix vin
väix ne: Eu não quero fallar com outro - to, com -- vin, fallar
- vai, repugnando - ne, está --20-- On ve váix ag ne: À
gente repugna de ver alguom -- 21 - On kuxôn: Uma cousa
vermelha -- Æuxôn, vermelho -- 22-- On kuxôn je: E” uma
cousa vermelha -- 23 -- On koix hé ne: Uma coisa que é bôa
para comer -- kóix, comer -- ôn, uma cousa —- ne, esta — 24 -- Rd:
én kret, On kret tôn ti: Elle planta uma horta, outra não
planta-- ro, horta--kré, plantar --25-- On tiie Uma cousa
verde -- 26 -- On kanga tôn ni ha: Não ha mais doente -- ôn
ton, ninguem -- ni, tem — ha, já - 27 - Veinkangra ôn kafán te:
Cinco -- veinkangra, quatro -- 6n, outro - kafén, alem -- te, no —
28-— On kara vin vate: Um que não acaba nunca de fallar,
que não pôde fallar, gago -- kara, acabar -- váix, munca, não-
póde -- vin, fallar -- 29 -- Ontento: ti, ontento vegmo; Teste-
munhas ? -- 30 -- On Je kré ni ma ix to no: Dou parte
ao juiz--onjekéni, juiz-- ma, ao--to, digo-- ix, eu -- no, ago-
ra-31-- Venkanjiré ôn had mn ne: Elle está fazendo.
mais uma festa — venkanyjiri, festa - On, outra -- had, fazendo --
man, mais -- ne, está -- 32 -- A’ma pirma kantin: ondgn ka-
mon ton jane: Vem você sósinho: os outros ainda não
vêm -- pirma, só -- amo, você -- partícula para indicar o ver—
bo passado --ôn agn, os outros --kamôn, vem --ja, estão --
à3 -- Ontanté finma tx ke: Eu tallo para a mulher -- on tanti-
ji, mulher: usa-se o pronome para indicar o singular - ma,
a,*para -- ke, fallo -- 34- On tin ti: Uma cousa toca a outra
- On, um a cutro-35-- On tag? Quem esta la? -- 36-- Aôn
ône vin: Dizem mentira um & outro--côn, um a outro-a,
connectivo -- dnc, mentira -- vin, aizem -- 36 b -- On ag man je:
Que tem muita gente -- ôn, quem -- ag, gente--je, tem, está
com — 37 -- On hürike hadn to: Elle faz como o outro -- ôn,
outro -- hiréke, como -- hadn, faz --ti, elle - 38 -- On kri timi:
Quem está acima delle -- kri, acima —- nz, esta -- 39 -- On pirit
empangh had ne, kara väix hati: Se alguem está fazendo
a roça sósinho, demóra muito a fazel-a - empángh, roça - dn,
PC >
MRE + A
algnem - pirit, sósinho --empangh, roça -- kara, acabar - vaix,
demóra — hati, faz — 40 -- Ontantd hi fi ni: Alguma mulher é
boa -- ôn, alguma -- tanté, mulher -- hi, boa -- fi, ella - 41 -
Ema ontke togn fuir. fuix ni e mo: Nem um mem outro
logar, agora não tem muito xupim -tog. não, de tô com on
conpeetivo -- ema, bairto, logar -- ônte, num e noutro -- te, em
- fuix fúix, cupim (especie de passarinho )-- ni, tem —e,
muito -- mo, agora -- 42 - One ve váix: Algum desconhecido —
ve, ver-- ône, algum -- ve, que visto - váix, nunca -- 45 — One
kan foro ne: Um é maior do que outro -- ône, um outro - kan,
do que -- foro, maior -- ne, é — 44 -- On tag kan foro ne: O ou-
tro é maior do que este -- tay kan, do que aste--on, 0 outro
- 45 -- One kangämo kan, kôtü te nore tôn: Outro, porque
esta doente, não dormiu de noite - kangämo, estar doente
agora — kan, porque -- kutii, noite -- te, de -- 46 — One vin hi ve:
O outro está fallando bem -- ôno, o outro -- vin, fallando -- Jó.
bem -- ve, está —- 47 -- Aprôn xóro ix véve, hira ônag ix pron
javèix : Eu queria casar, mas os outros não queriam - q, con-
nectivo -- pron, casar -- coro ix, quero, desejo -- véve, estava --
hára, mas--6n ag, os outros -- javáix, não gostam -- 48 — On
kujó: Um macillento -- 49 -- Ont hi: Sujeito bom -- dn, um -
50 -- Vaid ka ôntka: Depois de amanhã - vaiaka, amavha —
Ont ka, no outro - ka, em --51-- On jo: Sujeito furioso — jd, :
jon: brabo -- 52 b-- Ono luro : Sujeito baixo--lúro, ruro : baixo,
redondo -- 52 - Ono ve ha: Algum já vê-- 53 - On tan: Aquel-
le que -- 54 -- Onmän tankéixno: Algum faz aquillo -- ônman,
algum -- tan, aquillo -- kéixno, faz agora -- 55 - On ve: E' dif
ferente -- ôn, difterente - ve, é —- 56 — Ongré ontüi : Um homem
preto -- tôz, preto -57-- On ven húri: Ja descobriu c outro --
ven, descobrir -- húri, particula para indicar o passado do
verbo -- 58 -- Ont xin: Criança -- vin, pequeno -- 59 -- One vin
vaio: Mudo, sujeito que não póde fallar -- ôno : algum, sujei-
to -váix, não poder -- 60 -- On ja batin kanje: Está agora car-
regando algum -- ja batin kânje : está -- 61 -- On ben tére ja fi:
Viuva-- on, de quem - be, marido -- ja, agora -- fi, ella, mulher :
62 - On ven hari: Appareceu algum - ven, apparecer 63 - Ti
tan kri péin on: O outro atira naquelle ahi - kr, em - péin,
atirar -- 64 - Vin kri tôn, vein kri tan: Um acima do outro -
vein kri, acima - On, outro -- 65 —- Aningét vaikri tan kánge:
Umo mão está acima da outra - tar, ton: outra, de t. con-
-nectivo, e de an-on--66-- On tan éne ni? Quem é que
está sentado ahi?- On, quem-tan, lá--éne, aquelle -- ni.
sentado -- 67 -- On ag nänti? Quem são elles? On, quem -
68 -- On tan venharô kikairôn ne: Um que conhece letras -
én tan, aquelle que - venharô, letras -- hilkairôn, conhece -- 69
-ôn... ton: Ninguem - tôn, não--70-- On vin tin váix:
Mudo -- vin, falar -- tôn, não -- váix, não póde-- 71 -- Pejú dn
ve gaváio ke: Escondeu o que não se podia descobrir - jo-
váix, não poder -- 72-- One éne ni, fin ni: Aquela ahi, é
mulher -- éne ni, está ahi-- fi, mulher - nº, ¢- 73 -- On kupri :
Homem branco - én, homem - 74 -- On tauit piri: seis. — A
— 154 —
explicaçäo deste numeral e de outro se deve procurar na
grammatice.--75-- On tanuit alengré: sete— 76 - On tanuit
taktôn : oito 77 - On tanuit kangra: nove -- 78 -- Ningé on
tauit veinkangra: quaterze-- on, outra mão. T'auf: unica-
meute, só ( Cfretavin ) - on, outro,
ON: Quem: Interrogativo, afirmativo, relativo - 1 --
On dre kajúno viiire: Com quem foi brincar ? -bré, com -
kajúno, brincar -- vüire, foi -- 2--One éne kikanti ne ix: Eu não
sei quem é aquele -- éne, aquelle -- kékaktin, não sei--ne,
estou -- 3 -- One jog tére ti togmn?: Quem é que está dizendo
que meu pai murreu ?--ti, elle - to, fallar - m», agora. Res -
posta: To agr: O diz o povo --agn, povo-to, o diz- 4 — On
in an je: De quem é a casa--an, connectivo — je, pertence
5- Icôn: E minha--6-- On tan ni ni: Quem que está sen-
tado ahi?-- ton, ahi--mi ni, está sentado - 7 -- Jógn jógn On
tan ni ni: E’ o avô quem está sentado ahi--8- Ona giri
tag peju ? Quem é que roubou este menino ?-- peju, roubou
-giri, menino --tag, este-9--On ga na ni: A quem está
pertencendo o terreno ?- ya, terra -— na, pertencendo ~ nz, está
- 10-- On agn ne: Quem são elles - agn, elles - ne, são - 11
- One tére?: Quem msrreu?--12--One goiofá tira ne: De
quem é « pinga forte?--tára, forte--ne, é, goiofá, aguar-
dente -- 12 - Ona paktii gnân? (Quem quebrou o póte, a ti-
jella ? — 14 - Ou ay buüngh ve: Quem está com muita gente:
grande capitão -- ve, está -- buüngh, muita.
ON, óne: Falso--1-- On váix be: Homem veridico -
on. falsidade -- vai. não gosta -- be, por habito - 2 - On ven
«óro: Quer dizer nma mentira - ve, dizer - wéro, gosta de-
seja - 3-- Einmán ot ti vin: Elle nos diz uma mentira - e/-
man, para nos-- dt, mentira--vin diz - 4 - Onbed ne: E
mentiroso, d connectivo -- 5 -- Ad ne: Está mentindo, a, con-
nectivoo - 6-- Vein on ve: E' mentira -- vezmôn, mentira — 7
Oti kánti jan: A mii é falsa -- hânti, está- 8--Ot Kkânti noro:
Finge de dormir -- nôr>, dormir-- 9 - Zæman fay on to ne:
Para mim ellas estão fallando mentiras - fay, ellas -- to, di-
zendo — ün, mentiras -- ne, estão -- 10 -- Jan On kânti na: Ella
é mai falsa - na, é.
ON: Ser?-I- Had ix Gn húri: Ja estou bom -- had,
bom -- on, estou ?-- húri particula para indicar o passado ( já
sarei)-2-Titôn: E delle ôn, é (2), cousa(?)- On éne
fi: Aquella é mulher -- ôn, é ? - éne aquella -- fi, mulher, ella.
Vide App.
OOKE : Rumor, barulho.
OOKIRE: Busina (uan küre )-m - ain, bambú -- kiire ;
falla. ‘ E
OPA: Gafanhoto.
ORA, oró: Atolar--1-- Kiri oró he: Veja de nãa ato-
lar - he, não.
ORE, ora: Brejo -- 1 - Oré dik ( ding ): Brejo profundo :
Poço, lagoa -- 2 -- Ord titi: Muito brejento - 3 -- Oré tan : Mar-
155 —
reca -- tan, no (que esta no brejo )--4-- Oré kógn: Salto da
lagoa. E
ORI, ore: Hoje, agora -- 1- Or; Trpé ne: Hoje é dia
santo -- Topé, Deus, cousa religiosa -- ne, é.-- Ori kuran korég
ne: Hoje é dia ruim, é dia santo (ruin, porque não se ganha
nada) -- 2-Or/ timán veixmd ne: Hoje para elle é ruim -- timan,
para elle -- vetwmd, mal -- ne, é--3 — Ori ti tôn, vaicka ti ton
vainkrén ke tôn ne: Nem um nem outro não : lantam nem
hoje nem amanhã--ti to--um —- vaiaká, amanhã -- vainkrén,
plantar - ke tôn ne: Não preteude - 4 -- Ori moi ketôn, vaiaká
moi ke: Não pretende ir hoje, mas amanhã -- mdz, elles vão
- ke; pretender.
ORE: Banhar-se.
ORÓ, ora: Atolar, atoledo -- 1 - En 6r6 kan tére:
Atolamos na lama -- ex, Aa -- kan, no -- tére, afundar.
ŒRO : O que cobre - 1 - Pent óro: O que cobre o pé,
botinas -- pent, pé-2- Depuengina: : Calças -- dégne, trazeivo --
9, connectivo -- óro, cobre -- 3 -- Afrangroro: O que cobre as
pernas: calças-- fa, perna - a, connectivo. -
OT, én: Falso-1 -- Ot venbéd ne: Elle está ordinaria-
mente mentindo -- ven, fallar - be, ordinariamente -- ne, esta.
OT: Algum, outro. Vide ôn.- 1 —- Ningé ôt pire: Seis
- ningé, cinco, com os numeros superiores a cinco -- ot, outro
— pire, um -- 2 -- Ningé Ot, rengré: Sete.
OT : Cinco ( nos numeros super.oresa cinco ). Vide App.
OTORE'RE: Instrumento musico, feito de itaquara,
encabado num porungo.
OVO’ Corredeira.
P
PA: Embrulhar -1-- Ti kuká pa: Embrulhar o tal
osso, o osso da tel cousa -- kuká, osso. Vide pan.
PA: Passar - 1- Pa korég ti mo: Elle agora passa
com dificuldade -- korég, difficil -- ti, elle -- mo, agora -. 2 -- Rake
ton ja ne: Não pretende passar agora - ke, pretender -- ja,
agora - 3 -- Kagba kri paje: Esta passando na (sobre) ponte
4-- Pa jen fag hari: As mulheres já passaram — fag, mulheres
-- huri, particula para indicar o passado -- 5- Pan ti ton gra:
Não passe elle lá --t ngrá, terminação do imperativo nega-
tivo — 6 - Pajen: Está passando - 7 -- Kan pa jen: estão pas-
sando todos.
PA: Pedra. Vid. App.
PANKXI'M: Passar bem -1- Dinhéro tag to, kren
pakæinti: Com este dinheiro mal se passa, apenas se passa —
to, com -- kren. com dificuldade, quasi.
PATRON : Vide App.
PAKXIN : Coberto. Vide paxim.
PAKX7M: Costas -- 1- Ningé pakxim: Costas das
mãos. Vide ponim.
PAKTU”: Panella, prato, tigella.
PAKTU” LANKTE'RE: Prato- lankiére, largo -1 —
Paktii lanktére buingh kupén kan ti ne: Elle está lavando
o prato grande -- kupé, lavar -- känti, estando -- ne, está.
PAFA': Ama, mammar.
PAFYM: Saia- pa, pe: pé--fin, amarrar -1- [x
pafin : Minha saia.
PAHT: homem, chefe da tribu,-1- Pai buingh:
Capitão .mór, governo. Significa tambem homem ?.
PAHI FRE: Firanha ( peixe ).
PA'IXKE : Curvar-se -- 1 - Páixikéra : Curva-te tu — 2--
A tin kan, páixkéte ti: Emquanto andava se curvava-- a,
connectivo -- tin, anda - kan, emquanto -- paíxkéte, curvou.
PAIXI’M : Menino.
PAINPA’RO: Piolho. Vide App.
PAN: Amarrar -- 1 - Veixkantin pan: Amarrar 0 sur-
rio -- veixkantin, patrona--2--Ix kvrin pam: Eu amarro a
cabeça; Pénara: Embrulha tu--3-- Ti pan krin tan vopke :
Aquelle descobriu a cabeça amarrada delle --ti, delle - tan,
aquelle.
PAN: Atraz-1- Emprii buüngh krin pan tétiti: A
estrada grande passa atraz do monte -- emprii, estrada -- buüngh,
grande -- krin pan, atraz do monte - téti. passa -- ti, elle.
E E E E NT E o DO O E dn -
di met nd dote ne e A à dt Éd
-— 157 —
PAN-: Cobra --1-- Pan óiaprá: Mordedura de cobra -
pra, morde -- 2 Pant fuüre : Pelle de cobra ( casca ). Vide App.
PAN: Cortar, derrubar. Vide App.
PAN: Pedra. Vide pó--1-- Pan buéngh: Pedra gren-
de--2-- Pan kupri: Pedra branca--kupri,, branco -- 3 -- Pan
ten pin: Pedra para fazer fogs -- ter, com -- pin, fogo -- 4 -
Pinho: pedra de afiar -- nho, afiar.
PANDFRE: Padre (do Portuguez ).
PANDO’; pandórx : Corcunda, monte, espigão, costa
eurva--1-- Fa pandó: perna torta-2- Kané pandó: Olho
torto, tumor --3 -- Ka pandó: Pau torto, porrete torto - 4 --
Ja pando: Dente torto, bico torto.
PANKRINHERA ; Cobre tu.
PAGXINTI: Melhor. Vide pakxinté-- 1 - Arankét
pankxint?: Hontem passava melhor -- 3 - Panxinti ha: Ja
estou melhor -- ha, ja.
PANDO'IX : Espigão -- torto, morro, monte -- 1 -- Pan-
doix hi: Espigão bonito.
PANGH: Cultivar, derrubar, fazer roçe -- 1 --4rô kaki
pan: Trabalhar na horta .- ró, horta -- kaki, dentro - 2 -- Nem
pantimo: Elle agora faz roga--nem: Matto virgem - pan,
derruba — ti, elle - mo, agora.
PANI'M: Parte poster.or, costas, de traz-- 1-- Ningé
panim : Costas, parte posterior das mãos. -- Ningé du: Palma
da mão. Tambem pani.
PANO’, panói: Atirar, flexar - 1 -- Jonjo, kanga ton ni
karaka panó ix iôn: O gavião, se eu sarar depois não fle-
xarei mais -- jongjô gavião - kangd, doente -- nº, ficar -- kd-
raka, depois -- ka, no.
PANOA. Guabiroba.
PANPAN : Sandalha. Repetido para indicar que a
sandalha é feita de varios liames - pan, amarrar.
PANTAHO”: Caninhana -- pan, serpente -- hd, grande.
PA'NTE: Do lado- 1 - Kujo hô pante vin hadn : Fa-
zer à palavra do meio para cima — Æw0, meio -- hd, acima —
vin, palavra -- hadn, fazer ( escrever ).
PANTE : Mais-1--Ka tan téie ni: hára ôn tan tê
pante kinje: Esta arvore é alta, mas estoutra é mais alta
ainda -- ka, pau -- téie, alta - ôn tan, est'outra ( tambem outra
lá) ~ ôn, outra -- ti, elle känje, mais.
PANTHIE: Passaro cachique - 1 - Pantéie buiiigh ve:
Amareilo, como o rabo do passaro cachique -- biiigh, rabo --
ve, como ( tem rabo amarello ).
PAN TEN: Passar lá ( pan, passar - ten, lá )--1 -- Pan
tenra: Passa tu para lá - ra, terminação imperativa — 2 -- Pa
_ tentôn gra: Não passe para lá--tôn gra, terminação imper.
negativa. Vide App.
PANT: Pedra--t, connectivo--1- Ti kri pant fo ti:
_ Elle atira uma p dra em Fulano de tal--ti kri, em Fulano
“de tal.-fódn, atirar.
— 158 —
PANLFT: Montäo--1-- Arróz pantfi nonjoro : Montão
de arroz amontoado -- 2 -- Pó pantfi: Montão de pedra.
PARA': Premer.
PARANDORO : Caverna -- dôrn, buraco.
PARE’RE, palére: Baixo, raso.
PARE VÍRI: Jararaca ( Vise. ).
PARY: Pary. logar no rio em que se caçam cs pei-
xes, feito artificialuente de pedras.
PAXI’M: Coberto. Vide pakæim -- 1 - Kuikangó kiixa
pakxim: Lua coberta de nuvens, eclinse de Jua -- haik ng6,
nuvem -- 2 -- Nakano aran pakxim: Sol coberto de nuvem,
eclipse de sol-arún, sol--3-- Ningé pakxim: Dorso da mão,
costas da mão.
PAKXIM, pakæin : Costas -- Ningé pakwxim : Costas das
mãos.
PAT: Olhar fixo - 1 -- Tx hit pat ke ton: Não pode olhar
fixo em mim --2x kit, em mim —t, connectivo -- ke, poder.
PAKTU”, patkü : Prato, panela, tigela ~ 1 -- Paktü lan-
ktére: Prato lanktére, lergo.
PATEKLI: Monte de alguma cousa. — Vide pantfi -
1-- Pin panifi: Monte de lenha.
PATFÍ: Aranha. Vide App.
PAUO, póvo: Separar--1-- Ti kdnt húru pauo: Se
separou delle -- kan, de -- ti, elle -- húru, partícula para indi-
car o passado -- 2 - Emprii véikan póvo: Logar onde se se-
param as estradas -- vé/n, prefixo que serve para substantivar
as palavras. |
PE’: Braço, pé. Tambem pén--1-- Pé buüngh: Bra-
ço posterior -- buüngh, grande ( omoplata ).
PE’, pén: pé-1 - Kafé ti pén: Pé de café --t', delle
-2- Eix pén pakxinti: Meu pé esta melhor --3-- Ti pén
proéja ne: O pé delle está com uw callo agora --nº, está -
pr'éja -- callo -- 4 -- Pé panim: Parte superior do pé, costas do
pé--5-- Pé du: Sola do pé, parte inferior do pé - 6 -- Pén ra:
Caléanhar, talão -- 7 Pén féie: Artelho, dedo do pé -- 8-- Pén
ningrii: Unha do pá de homem e de animal -.9-- Pén pan:
Sandalha -- pan, o que cobre -- 10-- Pén ord: Botinas do pé ~
dro, o que cobre - 11 -- Penoró tôn: Sem botinas -- 12 -- Pén
tan kur: Marreco -tan, no -- kur, panno. — Vide oré tan --
13- Ex pén ten, hoxin táre: Com um meu pé matei um
rato -- ten, com - katxin, ratinho -- 14 -- On pén kavéia: Um
dos pés está sujo -- dn, um dos- 15-- Pén kit férro je: Esta
com o ferro no pé--hit, no--je, está- 16- An pén kanti:
Estar de pé - 17-- Pént hur, pénti kurú: marreco- 18 -- Pént
kur kanriri: Marreco pequeno -- 19 - Hix pén krén (kran) :
Debaixo dos meus pés - 20 -- Fag péne xegaé nánti: Os pés
dellas estão presos -- fay, das mulheres -- xe, presos. Repetido
para siguificar repetição de acção -- nänti, estão -- 21 —- Kavaru
péne kangra je: ônte jo nanti; ônte do ki nânti: O cavallo
— 159 —
tem quatro pés: uns adiante, outros atras -- péne, pés - kan-
gra, quatro -- je, tem -- ônte, uns -- jo, adiante -- do, atraz - ki,
no -- nanti, estão.
PE’: pé de arvore--1-- Fuénk pé: Pé de pinheiro,
de araucária.
PE’: Verdadeiro, legitimo, bom-1- 7x jama pé: A
minha verdadeira morada - jamà, morada -- 2 - Kurt pé! Oh!
fazenda boa! - kum, panno, fazenda -- 3 -- Ter pé: Morre de-
véras--4-- Ha tin: ante péx kémo: Va exabora, senão te
mato devéras!-- ha, voz de mando -- tin, ir-- an, a ti-- te, ma-
tar -- kémo, pretendo--5-- Ter pen ha ti: Morreu ja devéras
ho, ja. ;
PEDNBEN : Marreco--1-- Pednbén kanxiri : Marreco pe-
quenc.
PE’DNBUONGH!: Pato grande.
PEDNÍM : Tartaruga, kágado.
PÉDNIM : Em redor do pé, do alicerce -- nim, em re-
dor - 1-- In pèdnim ga kôn: Vallo em redor da casa ga-
kôn, vallo.
PÉDNO, péno, pano: Acertar, atirar--1-- Po ten pé-
dno: atiro uma pedra, dou uma pedrada -- pó, pedra --tén.
com --2-- Pó ten pedn gra: Apedreja tu. Vide App.
PED-O: Batata.
PEDPURE: Urú
PEFÍN, pofin: Xiripá, perizoma, tanga - pé, perna,
PE-HU: Ababora.
PEIN: Jacú. — Tambem, pedkuün, kuiin, küin.
PHIN: Tiros - 1- Agpéin hôrike n°: Quantos são os
tiros delles ? - hórike, quantos ? - ne, são - 2 - Péink to 2x ne:
Não estou com nenhum tiro - |, connectivo - tu. não - ne,
estou com -- 3-- Alengré éix pén nanti: Os meus tiros são
dois - ndnti, são.
PEIMBANG: Mutum, passaro -- péim, né -- bang, buingh,
grande. Vide App.
PÉINKUPÉ KRIÔNG: Ratão.
PEJU’: Roubar, esconder, enterrar, sepultar. cobrir.
PEJU’: Cobrir - 1 - Kané pejú ti: Elle cobre os olhos
- 2 -- Ningé ten akané pejuxti: Elle cobriu os olhos com as
mãos -- ten, com.
PEJU : Enterrar, sepultar - 1 -- 7% peju kuno ti: Elle
arranca a cousa enterrada -- ti, a cousa — kúno, arranca agora -
2-Tx jógn pejú ix tin: Eu vou enterrar meu pai- tin, ir-
— Ti peju ag hari: Já o enterraram- ag, a gente.
PEJU: Esconder - 1 -- Pejú o tin: Eu vou esconder -
æ, eu--2-- Pepi ôn ta ve jováixke: Esconder alguma cousa
onde não se podia achar -- ta, onde -- ve, achar .- javáís, não
214060 =
poder, não querer- 3-- Tivo peji veg ton ti ne: Elle não me
esta vendo, quando o escondo -- ixó, eu — veg, ver -- q, connectivo.
PEJÚ: Roubar -- 1- Pejuá: Ladrão - 2-- Pejú korég-
titi: Roubar é cousa muito ruim -- 3 -- Pejú ti: Elle rouba -
4- Peju denúm be: Ladrão habitual de toda cousa - denúm,
toda cousa - be, habitualmente -- 5 -- Det pejú ag: Eles rou-
bam tudo. Vide App.
PEJUA': Ladrão - pejúja.
PEN: Arrebatar.
PEN: Pé. Vide pé.
PEN: Braço-1- Pen buôngh: A parte posterior do
braço, omoplata -- 2 - Pen kandiidn, pendiidn: Cotovello --
didn bola-3- Pen ja: Braço direito, mão direita -- 4 -- Pen |
kain: Braço esquerdo -- 5 -- Pen ton: Sem braços -- 6 -- Ex pén
van hid ne: Meus braços estão bons--hô, hom--d, conne-
ctivo -- me, estão -- 7- Nindó : Ante braco -- 8 -- Ex pén brabra
hü iæ ne: Eu estou melhor do braço quebrado -- bra, quebrado --
Ad, bom - d, connectivo -- ne, estou - # —- Pen grüra: Mangas.
Vide App.
PEN , pan, péno pano: Atirar, dar tiros = 1-- Pó ten
péngra: Dê pedradas você -- pó, pedra- ten, com --g, conne-
tivo - ra, terminação do imper. (apedreja tu )-- 2- Hix dót
tan pén, kamé: Tenho medo de atirar com a minha arma —
do, arma -- tan, com -- kamé, tenho medo -- 3 -- Kix do pen ag
kami: Elles pegam atirar com a minha arma -- kami, pegam -
4- Ti tot pén: Elle atira em Fulano de tal- ti to, em Fu-
lano de tal--to, em--5 - Pen hô ve; hara ke tôn ne: Ati-
rava bem; mas agora não sou capaz -- 1d, bem -- ve, sou, era -
hdrat, mas- ke... ni, estou podendo -- tôn, não.
PEN, PENI: Costas.
PEN: Comegar. Vide App.
PENKUPE: Ratão.
PENINJA: A direita.
PENI BRADN: Curvar-se.
PÉNJA: A direita- 1-- Ki Pa kénte: Do meu
lado direito -- kúnte, do lado.
PENJE: Começar -- 1 -- Kix pénge, ae pénje: Eu co-
mego, elle começa--2- An jen lairânha pénjen ha: Os ca-
maradas já começam a trabalhar - an, connectivo --jen, ca-
maradas.
PENO, féno: Trocar, comprar-- 1 -- A’ma ix kára um
féno: Ein troca depois te dou outro -- dma, para você -- kára,
depois - um, 6n, Onv: outro ( compar. ).
PENOA’. Buszar, procurar.
PENOA’: Guabiroba, fructa. -
PENOÍ: Dar tiros em alguem, matal-o -- 1- Xangi
Cale ot |
pet ne TO de ES fee à
à
— 161 —
“penot x ke: Ea pretendo matar o passarinho -- x, eu -- ke,
pretendo - 2 -- Gôgn pendix: Matar um bujio.
PENOI: Procurar - 1-- Navarú penói tin ti: Ele
vai procurar um cavallo -tin, vai-- 2 -- Ajógn ti penói tin
ke ha: Meu pai já pretende ir procura'-0 -- ke, pretende.
PENRA': Caleanhar, taläo--1 -- Goto kuxá penrá kara
ne: O calcanhar se acha dentro da agua fria --Jkuxá, frio -
ne, esta— kdra. dentro.
PÆNTAN KUR: Marreco. Vide App,
PENTKUU: Pombo, jacú, jacutinga.
PETFANG: Saracura ( Thel).
PENTFUA'N: Periquito -- fudn, cheio, quebrado, curvo.
PEPA'N: Pavão.
PÆPO: Sapo-1-- Pépo tóix : Sapo verde.
PERA’ NMA: Serpente venenosa.
PÆRE: Prefixo, que dá aos verbos o sentido de car-
regar. Vide ba, bakantin- 1 -- Jog péreix kantin: Eu trago
meu pai -- jog, pai - perekantin, trazer- 2-- Tx in javáisx ra
ic ting?, ix in ag ix père mojem: Apezar que eu vou de
ma vontade para casa, elles me carregam em casa -- in, casa --
javaix, de ma vontade -- ra, apezar -- tingo. vou agora -- pere-
môjem : Carregam--3-- Ain ra ti tx pereviire: Eu o car-
reguei para casa -- a, connectivo -- vü/re, perfeito de tin, ir.
Vide Ap».
LA
PERET: Bater palmas--1-- Péret--perét ke ti: Elle
pretende bater varias vezes as palmas -- ke, pretender -- péret
perét, bater palmas.
PERGEIN: Esfregar.
PERO'GN : Surräo, sacco, bolso, patrona.
PERORO: Camisa de mulher.
PEXPEJE: Fraco-1-- Pexpéjetiti: Muito fraco.
PETKA’RA: Cinco, está acabado -- pé, uma ( mão )-
kara, inteira (os cinco dedos). "Tambem géfka: está acaba-
do, basta.
PETKUIN: Pombo, jacu--1--Petküin ni kd tx:
Eu como carne de jacu-- ni, carne.
PHTE: Correr, voar. Vide veinvo - 1-- Kavará ki-
“kekál: péte: O cavallo corre para cá e para lá -Jíke, ea e
Já -- kak, em vez de kr, em--2 — Ti do péien me: O animal
corre atraz delle -- do, atraz -- me, animal -- 3 — Kaxkango pé-
ten: A nuvem voa, corre - ka xkangó, nuvem.
PETPUERE. Uru. ú
PIA’, pié pij: Não. Vide tôn-1--Tx pid ranha-
ränha : Ew não trabalho -2-- Nrôd pir ix kémo; e2x pt)
krôn langréno: Eu pretendo beber uma vez; não bebo duas
vezes -- pir, uma vez -langréno, duas vezes agora--no de
langréno, agora --3-- An pije eix vin to hé je: Voce nao
=
— 162 —
está fallando bem a minha lingua --amn, você -- vin, lingua -
to, fallar-- hd, bem -je, estas--4-- Jx anke hé ve: éix pige
dno: Eu digo a verdade: eu não minto --úínke, digo -- an,
connectivo -- ôno, mentir - 5 -- Pije timbré ve hô ne: Eu não
me dou com elle -- tvmbré, com elle -- hd, bem -- ve, fallar -- ne,’
estou -- hd, de boa vontade -- 6 -- One nénjéro ni, hára man-
kangáti; pie hé ti: Quem tem dinheiro, mas está doente ;
não é feliz--ône, quem -ni, tem--hára, mas -- mankangáti,
muito doente, triste -- hd, feliz.
PIANXO’: Brazas.
PIY'JA: Não. Vide App.
PIN: Fogo, leuaa--1- Eixman pin ix perekantin:
Eu trago a lenha para mim-2- Pinmän vé/n ix: Eu estou
em redor do fogo -- man, pleonasmo -- vé/n, em redor -- 3 -- Pin
ra húri ni: Ja sentei perto do fego-- ra, perto -- nz, sentei -
húri, particula para indicar o passado--4-- Pan ten pin:
Pedra para fazer fogo-- pan, pedra -- tén, com -- 5 -- Pinmant
ag van ra, kéke na: Elles estavam perto de fogo (e) pro-
siavam -- van, wan: estar--ra, perto--kéke, deriva de ke,
fallar: aqui é repetida a syllaba para significar multiplici-
dade de accao--6-- Pin tug togn agm, pin ag tug togmo:
Elles estão em redor do fogo —{ug, em redor -- tógn, estar -
ägmo, elles agora -- mo, agora.
PINFE: Fogueira grande (nas festas ) -- 1 -- Pin gr :
Fogo que esclarece. Vide gru-2 - Pin tokfin: Archote,
feixe de Jenha--3-- Pen joije tckfin: Weixes de ramos miu-
dos de lenha -- pin, lenha,
PINGO'GN : Cinza.
PINNTNJA : Fumaça, fuligem de fogo -- ninja, fuligem.
PINJPRE, pinkanjire: Divertimento do fogo --jire,
kanjire, festim, divertimeuto. Este jogo consiste em comba-
ter contra uns suppcstos inimigos, atirando contra elles paus,
cobertos com cêra de abeihas do matto, accendidos.
PINXO’: Braza.
PINTOKFPN: Feixe de lenha.
PIPIRÆTITI: Pouquissinos, deriva de pire, com
uma sillaba repetida para indicar pluralidade de acção, de
cousa -- 1 -- Na piretiti: Pouquissimos paus.
PIR, pire, pit, pet: Um só, pouco--1-- Ka pipirititi:
Pouquissimas arvores- ka, pau -2-- K1 korég tavinti: Um
desproposito de paus = korég, muito - tavin, deveras -- 2-bis —
On piré: um só, um homem, algum só-3-- Piri ag nânti:
Elles são poucos -- nint?, são -- 3-bis -- Eig pirmá xtimo ha:
Eu agora estou já sosinho -- pirmá, sosinho -- ma, suflixo sem
sentido - 4: E'ix pir in te ni: Eu estou sosinho em casa -
in te, em casa--te, em--5-- Vin pire: Falla pouco -- 6 -
Farinha ón pit: Um pouco de farinha
PIRÁ: Peixe -1- Pirá biiigh: Rabo de peixe- 2 -
Pira kulá : Osso, espinha de peixe, costra de peixe - kuká :
osso -- 3 -- Pird kuká rog kan, ti tére: Elle morreu, porque
— 163 —
enguliu um osso de peixe -- rog, enguliu -- kan, porque - tére,
morreu — 4 -- Pira buüngh: Peixe grande -5-- Piré pó: Pedra
do peixe -- pó, pedra, rochedo -- 6-- Pirá fuÿüre : Casca, esca-
ma de peixe.
PIRAJU’: Peixe. E tambem palavra Guarany. bem
como a anterior.
PIX’: Milho moido.
PITEN KO’K: Chamma de fogo.
PITPU”RE: Uru ( passaro ).
PLAN: Anno. Vide App.
PIRMA’: Sosinho--1-- Pirma lairänha : Eu trabalho
sosinho.
PO’: Pedra--1-- Pó ten bengh: Machado de pedra -
ten, de (latim ex )-- 2 -- Bengh tan po: Pedra lavrada com
machado -- bengh, machado -- 3 -- P6 ta krinke (kranke ): Tapar,
unir com pedra - kránke, unir. Pó significa tambem penhasco,
penha. Vide App.
PO'N : Atirar ( pono, peno A - 1-- Pónera : Atira tu -- 2 -
Pon hô vénve (véve), hara ke ton ni ha: Era bom atirador :
mas agora não pode mais -- hô, bom vénre, era -- hára, mas -
ketôn, não podendo - ni, esta -- ha, ja.
PO'N: Queimar. Vide por --1- Pónerá: Queima tu.
POP: Bater-1--Eix ningét ten odes Vou bater
palmas -- néngé, mão -- ten, com -- ke, vou -- 2 -- Popte ka, gailo
kur: No que batia, o gallo cantava -- ka, no momento -- kur,
cantar, de homens ou de animaes -- 3 - Jágne ki poptke: Batia
um noutro -- jagné, um outro -- ki, em -- ke, suffixo do passado.
Vide Apr.
PORO : PATES Vide pon — 1 -- Kur poro : Isca -- kur,
panno--2--Tx in poró pin ha: O fogo ja queimou a minha
casa -- pin, fogo.
: POT: Mais. Vide App.
POVEJE: Samambaia.
PO'VO, páuo: Separar -- 1 -- Jagne kana póvo ha: Elles
ja se separam um do outro - j gne kan, um de outro - a, con-
nectivo.
PRA: Morder--1--Kéra: pana pra: Acautela-te : a cobra
morde -- pan, serpente -- a, connectivo (1) -- 2--Pra ti ne Je : Está
estando mordendo -- tz, elle-- ne je, esta estando - 3 -- Jágni
pran ‘fagmo: Elias estão mordendo-se uma a outra a as
mulheres -- mo, estão -- 4 -- Panoia ix pra: A cobra me morde -
o, connectivo -- 5 -- Pra buügh : Comilao--budngh, muito — 6 -- XZ
in pra: O pernilongo me morde -- xz. pernilongo -- in, a mim.
PRAKA'NI: Bocejar, gemer, espreguigar-se -- praka ni: |
Querer gemer.
PRa’KTIMO: Elle esta gemendo, de pra, gemer -- k,
connectivo -- 119, agora -- 1. — Veinprá mén: O animal geme
“-mén, animal.
= a
(1) Tambem: Veja que não te morda sc cobra,
— 164 — à
PRA'IXKE : Escorregar - 1- Kavarú praixke: O ca-
vallo escerrega.
PRA’MXOKA’ TE: Senhor ?.
PRAN : Anno--1--Krintave print ed ni: O chapeu é de
muitos annos- kríntáue, chapéu --t, connectivo — e, muitos --
d, connectivo -- ni, é (0 chapéu é de muitos )-2-- Gíri tag
prin kré ti ni: Este menino tem um anno completo - tag,
este - prin, anno--kri, acima--12, elle -ni, está --3 — Prän
kantin tan, epangh budngh hadmo: Neste anno que vem,
farei uma grande roça -- kantin, vir-- tan, este -- epangh, roca
- háimo, vou fazer - 4 -- Priin rengré jo, ix taki ton ni: Eu
antes de dois annos. não estava aqui — jo, antes -- rengré, dois
- taki, aqui--5-- Prin tin ven monte: O primeiro anno que
vem -- tin, vir -- venmón, primeiro agora -- mon, agora — te, em
-- 6 -- Prän énete: Naquelie anno -- éne, aquelle -- te, em — 7 --
Prün ônte, outro auno--8 - Prän gret ki kixkangáti: Todo o
anno fico muito doente -- gre; todo -- t, connectivo -- ki, em — k,
connectivo -kanga, doente --ti, muito --9-- Prän ki kren ti,
prin ki kren ti :ôn: Um anno planta, outro não planta --
lren, plantar --10-- Giri tag prin piri ni ha: Este menino
ja está com um anno — giri, menino.
PRAN: Baixo. Vide App. Tambem, emprán.
PREGO: Prego.
PREJA: Agulha, ferrão (préje) Tambem 7é-- 1-
Uafän te préje kara rän: Entiar com a linha na agulha -
mafän, linha. O M se pronuncia nasal. — te, com - dra, den-
tro-- ran, entrar--2-- 1% préja: Ferrão do tal bicho (p. ex.
da vespa ).
PREN : Bradar -- 1 -- Prénera : Brada tu -2- On veinma,
ras Um louco está gritando -- dn veinmá, um louco -- dn,
um --3-- Jágnen bre pre préra: Gritam juntos um para outro
ge um a outro- bre, junto—prére com syllaba repe-
tida significa multiplicidade de acção — 4 -- Plénera: Grita tu.
PRENFPN: Tornezelos.
PRERE, préle: Gritar, clamar. Vide prén.
PREXPR#’ JE: Cacar, obrar.
PRI: Encima?-1-- Pri ni: Esta encima - nº, esta.
PRIN: Prôa-1- Tr kanké prin: Proa da minha canôa.
PRINBRE’K ; Lavrar, fabricar -- 1 -- Prinbrék ti mo:
Ella Javra-- 2 - Ka prinbrék ti mo: Elle está lavrando um
pau--ka, pau-5- x dó ka prin brék ti mo: Elle lavra o
pau ( corunha) da minha espingada -- ao, arma. Vide App.
PRINE: Casal, um par-- 1 -- Pentküün prine: Um casal
de pombos--2- Ajay jo prin tin: Vai adiante de vos um
casal -ojáng, vos--j0, adiante. Tambem: Vão adiante de
vos de dois em dois, em casal.
PRIRI: Colla, grude--1-. Priri kan tó te: Elle gruda
com a colla a tal cousa -- kan, com--to, a alguma cousa.
PROEJA: Callo.
PRO’IX: Carvão, brasa--1-- Próix perógn: Sacco de
carvão.
>
E
x
yet
>
;
— 165 —
PRON: Cas r do homem com a mulher, mulher, es-
posa. — Fin bet é o casar da mulher com o homem -- 1 -- 77
proxke: Elle preteude casar, é noivo -- ke, pretender -- 2 --
Kaika prôn : Cunhada -- kailá, o irmão mais velho -- 3 -- Kota
pron: Nora -- kotxí, filho--4 Ix prôn kotxi ne: Meu enteadoi
-5- An prôn jamé tinkti: Vai adiante da mulher - an, con-
nectivo — jamé, adiante -- k, connectivo — 6 -- Ir pron j vaixtiti,
tx j6gn ix prôn xoro kéma: Eu não gosto de casar; meu
pai deseja que queira eu casar -javívx, não querer -- para
fazer o superlativo -- 6r0, querer, desejar -- hémo, quer -- t:ti,
terminação para fazer o superlativo --T-- Prôn ton: Sem
mulher, solteiro --tôn, sem. Vide App.
PRUNJA’, prundja : Vassoura -- prún, varrer - ja, ins-
trumento — 1 - Prunja kâmix ke: Pretende pegar na vassoura
-- kâmi, pegar - ke, quer--2- Prudjá pu: Cabo de vassoura
-3- Aix prudjà ve: E' minha varsoura-- a, connectivo.
PRU, prun: Varrer, limpar com vassoura -- 1 -- Em-
prüru mi prúnera: Limpe o terreiro, a frente da casa -- m2
pelo -- 2- Eix prut ke: Eu pretendo limpar.
PRURU : Frente da casa ( Tel).
PRURU, emprüru: Terreiro, quintal-1-7rüru fa
Lixo do t-rreiro.
PXO : Mongango, mogango. ( Vise.).
PUGN : Amarrado.
PUO"RE: Ortiga--1- Puôre fé: Linha de ortiga.
PUR: Mergulhar, afundar, descer, entrar ( do sol)-1
- Fin ki dó pútke: Merguliou nella a espada - fin ki, nella
- ke, sufixo do passado - 2 -- Arán purjá känte: Occidente —
arán, sol- ja, lugar -- kân'e, do lado --3-- Aran putke : O sol
entrou --4-- Aran purú já ne: O sol está estando entrando -
ja ne, está estando —- 5 -- Put ke jc: Está querendo entrar -
“ke ja, está querendo. Tambem, entrou.-- 6 -- Aran put Ie
kan: No momento de o sol querer entrar -- kan, no momento
-- ke, querer - 7 -Putkára : Mergulha tu -- 8 -- Aran húru pútke :
O sol ja entrou- húru, particula para indicar o passado — 9 -
Pútke krén:kanti nânti: Estavam quasi todos mergulhados --
krén, quasi - kánti nänti, estão estando.
PUT: Mergulhar. Vide o antecedente. Vide App.
PUTPORE, putpüre : Uri. Talvez porque se abaixa
frequentemente.
FR
Nora. — As letras L e R, especialmente quando são
iniciaes, se substituem frequentemente umas às outras.
RA: Apezar de, embora, sem embargo de; vermelho ;
para; perto; abandonar. Vide App.
RA: Apezar, embora, sem embargo -- 1 -- Ti tére ton ra,
pejú. agn: Embora não tenha ainda morrido, o enterraram —
tére, morrido -- tôn, ainda não -- pejú, enterrar --agn, a gente
-2- Ie injaváixratin, ix tin ge: Apezar que eu vou para
minha casa de ma vontade, eu pretendo ir-- vou -- javáíx, de
ma vontade -- ge, pretendo - 3 -- 77 tin javáix: Elle não quer
ir -- 4 -- Erankéra ra, ix kran: Apezar de ser tarde, eu planto
- erankéra, tarde-- ra, apezar -- kran, planto -- 5 - Kajän buüngh
ra, ix kajim: Apezar que seja caro, eu compro -- kajam
buüngh, caro -- ra, apezar -- 6 — Jénti javaix ra, in ra tin xoro:
Apezar que o patrão não queira, eu vou para casa — jen, patrão
- 20/0, quero, desejo --7-- Ix qudn ja ra, ix kanga: Apezar
que cu esteja chegando, eu soffro dôr. Melhor: Estando
certo de eu chegar, scffro dôr-- judn, chegando - ja, estar —
ra: apezar no momento -- 8-- Ag méntôn ra enkréje : Embora
sem animaes ( cachorros ), elles caçam -- ay, elles -- mén, ani-
maes -- tôn, sem — ra, apezar -9-- An ti térera,peju ton: Nem
que elle morra, não roubo -- an, connectivo -- peju, roubar -- 10
Xan hkanén tôn ra, kantin ti mo: Embora eu não o espere,
elle vem agora -- ran, eu-- kanén, esperar -- mo, agora — 11 --
Gôio kuxa ra, kara na penra: Embora a agua seja fria, O
calcanhar está dentro -- kuxá, fria -- ra, apezar - kara, dentro
--na, está --penrá, calcanhar -- 12 - Kajám buôngh ra, «xa,
rangró kajim lé ve: Eu pretendo comprar feijão, embora
seja caro - xa, eu -- rangró, feijão - ke ve, estou pretendendo
- 13 -Veiketa krônmo ra, ti térmo : Embora elle tome remedios,
elle morre -- veniketä, remedio -- krénmo, bebe agora -- 14 —
Jengéra ra, veixmanti hadn : Embora elle respire, soffre dôr -
jengére, respirar - ra embora — veinamã, dor -- had, soffre - 15
- Ix tére ra, peju ton: Nem que eu morra, eu não roubo.
Vide App.
RA,: Largar, abandonar - I- Ankavarú ra: kara vüi-
re: Largou o cavailo, depois foi-se embora - kdra, depois - 2
Ajäng mêin ton ra ix: Eu não abandono os vossos animaes
- ajáng, vossos.
RA: Para-1 - Nairgán tin kan, ix vaixka ra tin ke
ton ne: Porque viaja o Kaingang, eu não quero ir para o
matto - ka, porque - ketone: estou querendo - müuä/rka, matto
- ra, para--2- Nré à te viúire: Elle foi para a lavoura plaa- |
-- 167 —
tada - ré, terreno plantado - 3 - Zx in ra ix tin: Eu vou
para casa — in, casa --4- À in ra ix pére viiire ti : Elle me
carregou eim casa -a, connective -- peretin, carregar - 5 - Xa
väixtka ra ix tin ke ve: Eu estou querendo ir para o matto
xa, eu —- keve, estou querend» - ke querendo - 6 - Arankét to,
ic in ra kantién : Eu vinha em casa hontem - t»,, no. - Vol-
tar: Tot kantin -7-- Tx jénti vin ki kara ve: Eu estou
entrando por ordem do patrão — jênti, do patrão -- vin, ordem
ki, por - kira dentro - ra, para - ve, estar -. 8 -- Lo kara ra tin
ra: Entra tu no logar cercado - lo, logar cercado, horta -
tin ra : Entra tu --9-- Ha ta latin: Va p ra lä- ha, voz im-
per. -ta, tan: la.
RA: Perto - 1 - Pin ra ti nôro: Ele dorme perto do
fogo -- pin, fogo-nôro, dorme -- 2 -- Jagne ra en nai, vin en nán-
ti: Estamos deitados um perto do outro,e conversamosn- jd-
gne ra, um merto do outro - ra, perto na’, deitar - en, nos -
vin, fallar - 3 -- Méxa ra ti ni: Elle está perto da mesa -- 4 - An
tin kémo ra, ti tére: Perto de elie ir embora, elle morre -- An
connectivo - kémo, querer - 5 - Ix jun mo ra, ix jogn-in
fóti ja ti: Perto de eu chegar, meu pai estava mudando de
casa - junmo, chego agora -- ra, perto - fóti, já está mudando
6 -- Jagneran je: Um está perto do outro - je, está - 7 - Ix
jun ja ra, ix kangáti: Perto, pouco antes de eu chegar, eu
estava muito doente -- jun ja, estar chegando -- ti, muito —
8- Tag vúitha je ra, ti tére : Estando perto de carregal-o,
morreu -- tag, este -- viiitka. carregando -- je, estava - 9 — E'ix
in ra van ni: Minha casa está perto - van nº, esta estando
RA: SOL. Vide arán-- I-- Kotügta kaxdíri ra van ne:
Está ficaudo a se divertir até o romper do dia ( toda noite).
a dançar - kotüg ta, de noite - kaxdiri, divertir-se - ra, até o
sol -- va ne, esta ficando -- haxdire, dançar.
RA: Vermelho - I - Gara ra : Milho vermelho.
RA, sufixo para exprimir o estado de uma cousa.
Põe-se depois dos verbos. Assim do meu vestido que se está
rasgando, digo: Ix kur jadjäne ; ao contrario do habito ja
rasgado, digo: Ix kur jadjára-jad, rasgado -- ja ne, está fi-
cando -- ja ficando - ja ra, está sendo.
RAKFUU” : Gancho de anzol.
RAINGRE-: Dois - I- Raingré hände : Vos dois.
RAN: Entrar. Vide ranho-I-- Lan vüire ti: Elle
entrou -- /am, dentro - 2 -- T; jantkii ran: utrou na bocca
delle - 3 - Zx janka ran: Eu entro pela porta -- janká, porta.
Vide App.
RAN :: Môrno, quente. Vide arán, calor -- I -- Gôi ran:
Agua morna.
RAN: Rasgar -1 -- Ix fuüre lanara: Rasga tu o meu
couro, a minha pelle.
RAN: Sol, dia-I-- Ran púru hiri : O sol ja entrou
- húri, particula para indicar o passado --2-- Ran kuti: Um
dia (e) uma noite --3-- Ran kara: Um dia inteiro - 4 - Ran
dó: Raio do sol.
— 168 —
RAN: Dia--I-- Ren grétiti: Cada dia -- 2 - Lan lan-
grétite : Cada dois dias -- langré, dois.
LAN : Calor-I--Lan ka: No tempo do calor - ka, em.
LANKANGRE’: Relojo -- lan, do sol ~ kdngrë, imagem,
retrato.
LANKA’XKA: Tarde -- lan, calor -- kaxka, ceu.
LANKTE’RE: Raso, largo -- I -- Paktii lanktére : Prato
largo.
RA'NE, rine, rén: Escrever. pintar, marcar. Vide rÿ..
Desta palavra deriva a palavra venharo escriptura, livro. carta.
LA'NHA: Areia--I- Ranha perógn: Saeco de areia.
Vide raranha, larânha. |
LA'NHA: Trabalhar. Vide ránha ranha, leirânha,
larái.
LANHA’RA: Annanaz--1-- Lanhära kané gére : Chei-
ro da fructa do annanaz -- kané, frueta -- gére : cheiro.
RA’NHO: Estou entr:ndo -- 1 -- Kanôa kara ix ranho:
Eu entro dentro da carôa -- kara, dentro.
sd raräg: Arrastar--1-- Larág ne: Usta arras-
tando -- 2 -- Ka lurag-larag: Arrastar um pau. Repetido para
sean be pluralidade de acgao--3-- Ti rorag: Arrastar a
elle --4-- Ag bre ix waixka te kanôa laráte: Eu junto com
elles arrastei a cauôa do matto: Eu ajudei a elles a arras-
tar a canôa do matto--ag bre, com eiles-- waixka te, do
matto -- te, do. U de wartka, nasalado. ;
RARANJÉRA : Laranjeira.
RARAN : Ficar torto - 1 -- Ir lané rarän kémo: Meus
olhos vão fisando tortos - kémo, vão.
LARÁNHA : Areia - 1 -- Gôio laränha : Praia (do mar,
do rio, etc. )--2-- Ranha rainha: praia. Repetido para si-
gnificar multiplicidade de cousas.
LANHARANHA: Trabalhar. Tambem lanha, raira
ad lara’, ranharanha, larénha. -- 1 -- Lanharanhamo pir nan
i Se à poucos que trabalham -- mo, agora -- pir, poucos -- nant?
são -- 2 -- Lanharanha kk weg ti ns: tile nao presta para tra-
bahar -korég, ruim-ne, é-3- Ti rari kajim: Pagar o
trabalho de alguem - kajäm, pagar. comprar -4--Tx larái
javáistiti ha: Eu já nada gosto de tr-balher — titi, termina-
ção do superletivo — javadr, não gosto, não quero - 5 — Laira-
nharânha hôó: Sa-udido para travalbar -- hô, bom, sacudido -
6 -- Veinlarrar kami: Tomar um trabalho por empreitada --
kämi, empreitar, pegar.
RE: Abandonar - 1 -- Amé n ré; kara vüire: Abando-
nou o animal; depois foi-se embôra - mé n, animal--a, con-
nectivo -- kdra. depois.
RE: Cada - 1 - Kurd rét ki: Cada dia - kura, dia-
ki, em.
RE: Caw pr Vide &è aê-1-Rê tuüngh: Campo
grande --2-- Numpó vê: Campo da pulga - kampó, pulga
(bixo do pé ).
ondes. (his >< VE a ae E
£
ee PO eee TE FOR
+
.
y
— 169 —
RE: Cortado -- 1 - Je ré je: Ew estou cortado -- je. eu
- je, estou.
RE: Grama, capim - 1-- Re kri ti nd ti: Elle se deita
no capim -- kri, scima, em -- na, deitar -- 2 -- Léi œéra: Amar
ra tu o capim -- 2, connectivo -- xéra, amarra tu - 3 — Ii kré:
Capinzal -- kré, plantação.
RE: Penta, ferrão - 1-- Niúfé re kan nite: Bater com
a ponta da faca -- kan, com - nite! bater, percutir.
RO, re: Escrever, vintar, marcar. Vide ra so. -1-
Kongé ré: Trem, utensilio pintado -- 2 -- Kul:rôn rù : Panela
piniada -- Arônera: Pinta tu, escreve tu.
REN: Vesgo. Vide App.
REN : Casa de botão. ( Visc. ).
REN : Pular. Vide App.
RE: Estar --1-- Kuruxi jenjér e: A bandeira esta ex-
tensa - kuruxi, bandeira - 2-- Jadjá ra: Que está rasgado —
jadjád, . varios rasgos- 3-- Venuvó re: Que es à fervendo.
Tambem veinvóre, venvóre:
RE’: Fora--1-- Le ki kaféi vavâmo ti: Elle esta ati- -
rando fora as flores - ki, em - kaféi, flores -- va, atirar. Re-
petido para significar repetição de acção.
REM: Pintar. Vide ra, 76, re, rôn. Significa tam-
bem escrever, marcar -- 1-- Ten kuran rem ti húri: Ja mar-
cou o dia de partir -- tin, de partir - kurán, dia-- ti, elle--
huri, partícula para exprimir o passado - 2 -- Arénera: Pinta
tu. a-- connectivo -- 3 -- Krin téie rem buiigh: Cauda do ca
beça cumprida pintada: Provavelmente nome de algum pas-
saro ou ave--téie, comprida -- buiigh, cauda.
REN: Pular. Vide erén, eréin- 1 -- Tx kri rén: Pula
em mim -- J:ri, em.
RENGRE : Dois, irmão, amigo, companheiro, col-
lega. Tambem lengré, alengré, langré--1-- Aiãg lengré:
Vos dois -- 2 - Rengré kotxim : Sobrinho -- rengré, do irmão -
koxim, filho - 3 - Ag renyré: Os dois - ag, elles -- 4 -- Kengré
kotat tantü fi: Sobrinha -- kotxi taniü fi, filho mulher — tanéi
fi, mulher, femea-5- 7x langré: Meu companheiro — 6 -
Ti k tóixte ix lengré: O meu companheiro se «ncontrou
“com Fulano de tal--t;, Fulano de tal--7-- A'ma rénço ren-
gré nim ix: Eu te dou dois lenços -- nin, dou.
RENTI: Surrar--1 -- Ako'xine rénti: Surrar o filho
2- Langro rénti-ma: Continua a bater 0 feijão - ma, conti-
nua. Tambem: Bräntr, mränti, mrére.
RERE: Ferrões, de re: ferrão, ponta -- 1 - Nankrô
fudre rêre: mandy —- kankrô fubre, alambary -- rêre, ferrões
-2- Lo rére: Ferrões da flexa -- dó, flexa.
LETITI: Liquido ?
RIKETI: Como. Vide App.
RIAVOT: Viver ( Thelemaco) ( ?)
RINDIA’: Fronte.
— 170 —
RING: Cupim, termita.
LIRI, riri: Estar de olhos abertos, acordar do dor-
mir, olhar, fazer a guarda, ter vivacidade, esperteza -- 1 -- Fag
jong lire jo: O pai dellas esta acordado, está de olhos aber-
tos, vijia -- fag, dellas - je, está-- 2-- Ix leito lire je: : Elle esta
olhando em mim - ki, em — to, connectivo -- 3 - Tx ôn ag man
je ta liri: Eu observo este capi itão -- 6m agman je quem tem
muita gente -- On, quem - agmän, muita gente -- je, tem, esta
com.
RIRIRINGIi: Rachar -- 1 -- Pin réréringh : Rachar lenha.
RITKE, hórike: Come-- Ze José tara ritke tôn ne:
Eu não sou forte como José-- tara, forte --2-- Te rikéd ni:
E’ como elle em quantidade e qualidade -- d, connectivo -- nº, é
RO: Cerca, sebz, horto, lugar fechado, prisão. Vide ló :.
-- 1 -- Nós fazemos uma cerca: Lo hin en h dn, fazemos -- en, nós
-2- Ro had ne: Está fazendo uma cerca -- 3 -- Ro mféiera: 6
Fecla tu a cerca- 4 - Ró ka je: Está na cadeia -- ku, na - 5 —
Ró ka xe je: Está preso na cadeia — re, preso -- 6 -- Ti tan dê
han ne: O que esta fazendo elle ahi? Resposta; Ti tan ard
hadn ve: Elle ahi esta fazendo uma cerca - ti tan, aquelle
ahi -- de, que cousa -- han, fazendo nº, está -- ard, ro :cerca —
ne, esta - 7-- Ló dôro: Abertura da cerca-8 - Ló dôro
toväix : Deixar uma abertura na cerea -- 9 - Ono aró
tang hadn ? Quem faz esta cerca? - ôno, quem - tang,
esta -- 10 -- Tx ro kanki anarénje kóixno: Eu como agora
laranjas no meu horto - kanki, dentro -- kó?, como -- x, eu — no,
agora -- 11 - Ro kanki ovelha bakangóuve : Carregaram a ovelha
dentro da mangueira -- rd, mangueira -- balangôuve, plural de
bakantin, perfeito -- 12 -- Ló kaki pôrko küten: Tocar dentro
do potreiro os porcos -- 13 - Ló kaki kren nanti: Na horta ha
plantas, plantações - kren, plantas - 14- Ló kara ti ran: Elle
entra no lugar fechado -- kára, dentro -- ran, entra. Vide App
RO’: Estar. Se usa como sufixo para significar es-
tado. Exemplo: De dôn, furar; se faz dôro, que significa
buraco cu uma cousa que está aberta - 1 - Emprii jodjôro :
A estrada tortuosa, que está torta.
RO: Marca, escrever, pintar --1-- Venharü : Cousa es-
cripta, livro, p ntura, carta - 2 -- Rô ne: Está escrevendo = 3
Lünera : Escreve tu, marca tu--4- Ta anti rid nim: Da
tu a marca que está ahi--ta kánti, que esta ahi -- rôd, marea
nim, da tu--5-- Tin kura rôd kinti ha: Já está marcado o
dia de partir - tin, de partir Æurän, dia -- kânti, esta hr, ja.
Vide App.
RO’G. log, lóng, rôk: Engulir, engasgar -- 1 - Lóngara
lógera: Engcle tu--2-- Ti tan deja rog ne kane ke : Por-
que elle ahi pretende engulir tudo? -ti tan, squelle ahi --
déja, porque rogne. engulir káne, tudo -- ke, pretende-- 3 --
Agn on kuka rog kan, kantére : Alguns delles morrem, por-
que enguliram ossos - 6n, alguns- kan, porque --4-- Lokte:
TAN
Enguliu - 5 -- Titin deja rógne hana ?: Porque elle ja está
engulindo ? ti tan. aquelle la - ha, ja -- na, está. Vide App.
RO'I : Cortar--1-- Krin vói korég : Cabeça cortada
mal, cabelios mal cortados -- krin, cabeça. Vide rüg, rün.
ROMBA'RA: Remar. E” palavra Guarany.
RO’MKE, tarômke: Cobrir.
RON: Redondo ( Thelemaco ).
ROUPRA’ Formiga - pran, morder. Tambem arin,
erin, «ring.
ROVA’: Cara ( Th. ).
RU: Trinca, corte, parte, de riing. cortar -1-- Kiixá;
ti vii; Da lua um pedaço della (meia lua ).- kiixá, lua - ti,
della (masculino )--2-- Kira prin rü ni: O mez é uma
parte do anno -- pran, do anno- ni, é.
RUD: abreviação de rudiá, cabeça, porúngo — 1 -- Rudiá
tag to gôio hô váix ti ne: Neste porung» não pode ter muita
agua -- to, no -- tag, este --hô, muita - vii, não póde -- ti. elle
(agua )- ne, ter, estar.
RUMERURO : Serra. ( Visc ).
RUMIA’: Cabaça-1- Ru tin: Ir buscar agua (ir
com a cabaça )- 2 - Arumia ti vüire: Elle foi buscar agua,
foi com a cabaça
RUNG: Cortar--1-- To rü: Um córte, um pedaco da
tal cousa --ti, da tal cousa. Vide arüng,
RUPRIN: Formiga. Vide App.
RU RO: Redondo, curto, baixo, pequeno - 1 -- Kiixá
muro: Lua redonda, cheia- 2- Niixá iúro heilké: Quarto
e-escente -- 3 -- Ona lúr.: Homem pequeno --ônra, quem é -
4-Rúro ti na: Elle é pequeno --na, é. Vide App.
RÚRO: Camisa curta.
RURIA: Via lactea ( Thelemaco ).
RURÚJA: Luctar ( Vise ).
a
x
Nota. Em geral os Kaingáugs pronunciam os chiante
como ch em chegar. Por isso em vez de o $, nós ado-
ptamos o X.
XA:. Aguentar. Vide App,
XA, x, ze: Eu, meu--1-On xa tara rike je: Eu
sou forte como o autro -- ôn, outro -- rike, como -- je, sou -- 2 —
Xangvéi kantin : Venho para passeiar - x, eu -- angvé?, visi-
tar, passeiar--3-- Xa méix tôn ti ne: Elle não me está
ouvindo -- mééx, méin : ouvir -- ne, esta -- 4 -- Xa arangro kajám
ke ve: Eu estou pretendendo comprar feijão -- kajám, com-
prar — ke, que endo -- ve, estou. - 5 - Pi hajám buôngh ra, ix
kajam ke ve: Embora custe caro, quero compral-o -- kajam
buüngh, caro -- ra, apezar - 6 -- Xa kran mat ke ve: Eu estou
pretendendo plantar mais, estou pretendendc continuar a
plantar -- kran, plantar -- mat, continuar -T-- Xa tan la tin
langré ni hr: Eu ja estou andando duas vezes para lá --
tan, lá -- ra, para -- langaré, langré: duas vezes -- 8-- Kanga
can gu ti ne: Eu estou muito doeute -- gúti. muito -- kanga,
doente --9 -- Xanové? kantino ve: Eu estou vindo para pas-
seiar, fazer visitas -- O de kantino, connectivo -- ve, estou -- 10 - -
Nan tan keke kant, ex kéxno: Porque me falla aquelle, eu
faço (a cousa)-- tan, aquelle -- kéke, falla muito, de - ke
fallar -- kant, porque --kéano, fago--i1-- Xav.ngro: Minha
garganta--12-- Xa véno : Eu agora sou 6 primeiro -- ven,
primeiro - 729, agora -- 13 Xa gara ton ti ne kan, porko ven-
dér kémo : Porque não tenho mais milho, quero vender os
porcos — gára, milho -- ti, connectivo - kan, purque.
XA: Estar--1-- Vavar xd. Está jogado fora -- vava
Jogar fora, correr --2-- Janjét ken xa: Está pendurado -- 3 —
Xux ti va: Esta sujo-- ti, é elle-4--Akrindne pin gógn
aa: Está com cinza na cxbeça -- krin, cabeça -- ane, conneti-
vos -- pin gogn, cinza de lenha -- pin, lenha -- 6 -- Jenjét kan
wa: Está desfraldado tudo -- kan, tudo --7-- Enjáje kan, xa
kantó: O papagaio esta preso no laço -- engjaje, laço - kan
no -- kantó, papagaio.
XA: Grudar--1- To ti va: Gruda a elle alguma cousa=
to, a elle -- ti, o homen.
XA: Estar preso--1-- Akrin pin gogn xa: Na cabeça
está presa cinza - pingógn, cinza - pin, fogo.
XA: Pegar--1-- Empri kri lénxo xa: Na estrada pe-
guei um lenço - kri: na, sobre.
XA: Sal-1- Eixmá xo tan kajám; javdix taxman
ninhéro tam kanjam: Me pagam com sal ou com dinheiro.
Propriamente: Me pagam com sal; não gostam, me pagam
com dinheiro -- kanjim, pagar - eixmá, para mim - tan, com -
Javaix, não gostam.
XA: Salto do rio. — O Salto dos ribeirões se chama
krôwngn.
XAKRI’N : Gafanhôto. ( Vis. ).
XAKKINGO’: Picapau - go, eome.
XAKXO’: Gralha branca.
XA'IG: Preto. ( Vis. ).
XA IX: Amarrar. Vide App.
XEN : rte Vide App.
XANXO": Gralha. Vide App.
XAB, sent samb: Pegar, caçar alguma cousa - 1 -
Anton pira xabka: Tu pre petes um peixe -- anton, tu -- ke,
ka: suffixo do passado --2--Pira xable ha: Já esta pegando
um peixe - ha, ja--3- nr fudre xamb ix; hara agtôn
banmo: Eu pego lambary ; mas o povo carrega (tira ) - hára,
mas -- dgton, a gente - binmo, carregam agora--4--Pira ix
xamb e hima’, Agora vou caçar muitos peixes -- e, muitos —
tinmo, vou agora--5-- O'ri pirá ix xabmmo: Hoje eu pego
um peixe.
X A'IX : Bater - 1 - Ix xaix ti; hára kuran ke eirmän
kajäm : Elle bateu em mim; mas com o tempo elle me paga
-kuran ke, com o tempo -- ke, ki: com - kajdm, pagar.
XAM: Pegar. Vide xab.
XAN: Eu-1- Xan gara tôn ne: Nao tenho milho,
- ton ne, não tenho -- kémo, pretendo.
XAN: Pisar--1-- Gara i pen xan: Eu piso o milho
com o pé--7, meu-- pen, pé-- 2 -- Arrôz tit à wan fa ne: Eu
estou pisando ae verde com o pé--tóz, verde - jane, estou
agora.
XANX 4’: Vectra (cobra )-- 1 -- Xanxa aré: Campo
do cascavel -- erê, campo ( érê ).
XANXT': Passarinho -- 1 - Xanxi( xeaxi ) buüngh : Pas-
sarinho grande -- 2 -- Xanxi tét/ hurd: O passarinho ja passou
voando -- Auré, particula para fazer o passado do verbo.
XATKETI: Boiar - 1-- Xatkéti ka: O pau boia ~ ha,
pau.
XARA'MPO: Sarampo--1-- Xarampo húru kampádn :
O sarampo ja arcebentou -- kampand, artebentar -- húru, ja.
XA’VE: Chave--1-- Xave korég: Chave ruim, chave
falsa -- 2 -- Xave hii je: A chave é boa - ve, é -- hi, boa.
XAVANGRO": Garganta. Vide App.
XE: Quatí, bicho de especie dos ursos.
XE : Preto. Vide App.
XE: Pegar, prender. Vide xa-1--Ti xe: Preso,
captivo delle-2- Xe agn: O prendem --agn, a gente — 5 —
Ti nindó van xe je: O braço delle está preso -- nendó, braço
- van, está -- je, está --4-- Ti xe ha: Elle já está preso — ha,
— 174 —
ja--5--Kantogn a ha à xe: Então pega-me tu - kantógn,
então --a, tu--2, a mim--o-- KZ xéra: Amarra tu -- ki, pro-
thesi -- { - Agma ix ti xe ra kéixno: Eu quero que o deixem
preso -- kéixno, quero -- agmá, elles - ra, deixar -- 8 -- Ge, xedn:
Pega (e) mata--9-- 77 xe ix, gex kémo : Pretendo prendel-o
e amarral-o —- gex, pegar, matar. Este verbo propriamente
faliando significa pegar, porém como em Kainging as vezes
as palavras que significam o principio de uma acção, signi-
ficam tambem a execução do escopo porque ella se faz e
vice-versa; por isso gex significa pegar e tambem matar — 11
- Vetxkuk æéixtémo : A linha está amarrada -- veixkuk, a linha
- 12-- Ágmo ix te xéra kéixno: Eu quero que o deixem preso
- ra, deixar. Vide App.
XE: Peroba.
X ENE: Linha, corda - 1 -- Enkfi xéne (xine): Linha
de anzol -- 2 - Ujje xine: Linha do arco de atirar flexa -- udje,
arco para atirar flexa
XHRE: Pesado — i - Noro æéro : Somno pesado -- nôro
dormir. , |
XHRE: Cadaver. Vide tére, morrer-- 1 -- Xére ton à,
lairänha-ranha ix: Eu não sou cadaver, eu não estou mor- 7
rendo : eu trabalho -- 2 -- Laranharânha ix ha: xére tôn je ha:
Eu trabalho: eu ainda não estou morrendo.
XI: Instrumento musical, eu--1-- Xi gara tôn je: Eu
não tenho milho -- je, tenho -- gara, milho.
XI, xin: Pequeno, bonito -- 1 -- Méix mantxi à) je: Eu
tenho animaes muito bonitos -- mééx, méix: animal -- mantxi,
muto bonito -- man, muito.
XT: Pernilongo -- 1.- Xi win, pra: Os pernilongos zunem
(e) mordem - win, zanem--pra, mordem--2-- Xin kupri:
peruilongo branco.
XIP: Maracá. Instrumento musical. |
XIN: Criança -- 1-- Ag ain kafé ti: Fulano de tal ca- “4
rega a criança delles - knfé, carrega- ti, elle.
XIN: Ir (São Paulo). Ex xin kéne ha: Eu já estou | 4
querendo ir embora-- ke, querendo--ne, estou-- ha, já --xin | À.
em vez de fem. VA
XIN: Pequeno. Tambem me. Vide xci--1 -- Perog xi
mantkatin: Trazer a malinha -- peróg, sacco -- xi, pequeno --
matkontin, takantin: trazer --2-- Küxa xin: Quarto min-
guonte (lua pequena )-3--Gonoa me avin tavin ne: O sabia
é um animalzinho deveras bonito -- gonoa, sabia - me, animal
tavin, deveras -- ne, 6 = 4 - Gôio xin: Ribeirãozinho -- 5 - Niúxa
cin ti ni: A lua estã no quarto minguante --t;, elle - mi,
está -- 6 - Ix xin maztha te kantin: Ku vim pequeno do matto
métthka, matto - te, do - kantin, vim=-T-- Le fa win ti nt:
Minha perna está muito pequena - fa, perra--ti, muito --S =.
Küxä xin: A lna diminue - in, diminuir -- 9 -- Mixin : Onça
pequena, gato - 10-- Min xin œu: Pequena onça preta - xu,
preta.
cate Urey pd
XIN KUPRT: Pernilongo branco.
XI'NTKA: De pouco em pouco-- ka, com-#, con-
nectivo.
XPO: De vagar.
XPRE: Pequeno. Vide kanxire--1 - Ti xire, jog tére:
O pai delle morreu, quando elle era moço -- ti xire, quando
elle era moço - j6g, pai--2-- Ag xíri: Pouca gente.
DIXKXTRE: Dar gargalhadas, arrebentar de tanto
rir -- dix, pescoço ? - k, conneetivo — xire, arrebentar.
XPRI: Pouco depois -- Hat xiri, ix lairanha viúire:
Pouco depois. eu fui trabalhar -- 2 - Zx-me xir?, ag to ix virire:
Logo que eu subi, eu fui contal-o a elles - me, ouvir -- to,
contar.
XIX A’ KANXTRI: Beijú, mistura de farinha cosida.
XO: Commigo - 1- Ama xo jôn ne: Você esta brabo
commigo - xo, de x, eu--o, com -- jon, brabo.
XO, x01, xu: Preto--1-- Kaixká van xüdn ne: O céo
esta preto - kaíxká, céo - van ne, está sendo - van, sendo -
2- Totó xo: Borboleta preta.
XO, ruido que é produzido pela lenha, quando se
apaga ya agua.
XÓ pin: A-lenha faz ruido.
XOG : Então, estar -- 1 - Lx fáin hititi kan, xóg fágmo :
Porque eu tenho muita vontade de chorar, por isso eu choro -
fain, chorar - kan, porque--fágmo, choro agora -- hütiti, de-
sejo muito -- 2 -- Tx kré tan ki nanti kantére ke xogmo: Os
meus filhos. que estão ahi, estão pretendendo morrer -- kré,
filho, ôvo, familia -- tan nant’, que estão ahi-- tan, ahi -- ki,
em -- ke, querer - xógmo, estão agore.
XOGN :-1-- Kré xógn: Clara de ôvo--kré, ôvo--2
- Garin kre xógn: Clara de ôvo de gallinha.
XOGN: Agitar? Vide App.
XO'T: Espinho -- X6/ gw: Muito espinhoso -- gw, muito.
- Diz-se também «xo/t.
XO'IN : Mosca. Vide App.
XON: Chocar da gallinha--1-- Xón gu ja fi ne: Ella
ja esta chocando muito -- gu, muito--j1 ne, está agora -- fi,
ella.
XONE: Estricto, estreito -- 1 - Kanôa xônek ti; hárato
téje angu je: A cauda é estreita; porém é muito comprida --
k, connectivo -- ti elle -- hárato, porém. Vide tara.
XO’RO: Cheio--1- Fuink xor ve: Está cheio de
pinheiro -- fudnk, pinheiro -- ve, está -- 2 - Fuünk kara: Dentro
dos pinheiros; tudo pinheiros -- kara: tudo, dentro.
XORO: Coelho-1-- Ka tan xóro tate: Eu mato
um coelho com um cacete -- ka, cacete -- tan, com - taix, bater,
matar -- 2 -- Xóro kré: Cóva de coelho - 3 -- Krenan kre xoro
— 116 —
jz ma: Eu apanho um coelho no murdéu-/renär, mun-
déu — J:rén, debaixo - ma pego.
XYRO: Desejar, querer, gostar. -- O contrario de váix,
eg --1-- Dinhéro mat xormo: Agora deseja mais dinheiro
— 2 Aian jog angvéi fay «wormo: Ellas agora desejam vi-
sitar vosso pai —- angvéí, visitar- fag, ellas, as mulheres — 3 —
Veixinän xórmo: Quer fazsr mal -- ve/eman, mal, loucuras,
. Jouco -- 4 -- Gire tag enkréj mat æxoro ton je: Este menino
não quer mais continuar a caçar -- gire, menino -- tag, este --
enkréj. enkréi: caçar - mat, continuar - je, estar - 5 -- Aiâng
raingré angoëéi corms: Ea desejo ver o vosso irmão -- raingré,
irmão -- anvei, visitar - 6 - Ama rairánha xórmo: Você quer
trabalhar -- dma, você -- 7 -- Kúten xóro tâmo: Está com geito
de chover -- kuten, cahir -- ta, chuva -- mo, agora.
XORE: Sapé. Vide App.
X9 VO: Sujo, lamacento.
XU : Aquecer. Vide xut.
XU: Negro, preto. Vide xô, xüd-- 1-- Min xu: Onça
preta -- min, onça--2 -- Xu ti ne: EK’ mulato, é preto -- ti,
elle.
DITXU : Lebre. det, det: bixo-- xu, preto.
XUPTN : A LENHA Se apaga - au; ruido da lenha.
que se apaga -- pin, lenha--I-- Pin cw: O ruido da lenha
que se apaga -- pin, da lenha. .
XU: Maracá. Iustrumento musico.
XUG : Saliva, escarro, cuspir. Confére jára, baba- 1
Xugna : Cospe tu-2- Xug féin : Jogar fora (da bocca)
a sa iliva -- fodn: jogar fora, atirar - 5 - Tx kw faro,cugn: Eu
msso (e) escarro.
; NUMPRT: Roda de moinho.
XUPO'IX : Camisa. Vide app.
ae Sujar--I-- Gôio xux ti xa: A agua esta suja
za, esta--2--Xux ti. Elle suja--3-- Xux ti ni: Elle esta
sujo.
XUT: Aquecer, esquentar --I-- Ningé xu ti: Elle
esquenta a mão -- ningé, mão.
e Oda
Se
a. eee ae IT
tee Car!
nd LE oi
a
T usa-se muito como connectivo. Exemplo: Ungrét
agn, em vez de ungré agr: Os homens.
TA: Lugar. Vide App. Vide te.
TA: Aqui, la--1-- Ta ra ti viire: Elle foi para lá -
ra, para --viiiré, foi -2- Ta ti ni ti: Elle esta sentado lá —
ni, sentado - ti, está — 3 — Ta ka ti rô ni: Elle esta marcando
la--ka, no -- rô, marcando - Ta ka ti rôm nim: Faça o fa-
vor elle de marcar aqui -- nin, faça o favor - 3-b- Ta ra vein-
peu kantin ja ne : Elles agora vem para cá afim de rou--
bar -- veinpejú esconder, roubar — kantin, vir -- já ne, estão vin-
do-4- Ta ka né, kuprá ni: Esta aqui (e) está desoccupado
ne, esta - kwpra, vasio - 5 — Ori tan ka nive; hára húru viiire:
Elle esteve aqui; mas agora foi-se embora -- 677, agora, hoje
nive, imperfeito de mi, estar --hára. mas--húru, particula
para fazer o passado -- 6 - Min tay ix jogn táix ja ve: Meu
pai está matando esta onça -- min, onça -- tag, esta (tan) --ja
ve: está agora- 7 - Taerén húri: Ja pulou aqui - erén, pu-
lou-8- Ta e ra ix tinmo: Eu agora vou mvito para lá -- e,
muito -- ra, para - 9 - Tag mê kantin Vir aqui, vir por cá -- mi,
por - g, connectivo - 10 — Tag mi kantin ti, karak xin mi ton
ha van tr: Veio por cá: depois ja não estava mais - kdra,
depois -- xin, pouco -- ma, continuar - ha, ja-van, estar - 11
Arô tan há van ni: Esta letra é à mesma--arü, letra -
tan, esta -- ha, mesma -- van ni, esta sendo - 12 -- Tag mi ag
ara je: A gente entra por ed-- mi por -- ara, entrando -- je,
esta--15- Tag mi ag tére je: A gente está descendo aqui
mi, em-- tére, descer - 14-- Tag mi karára: Entra tu por cá,
kara, entrar - 15 - Ta ki ix kankit-n: Eu nasei aqui - ki, em
- 16 - Ta ki wanxvi man je: Aqui esta pegando pas-
sarinhos -- min, pegando -- je, está -- 17 - Ta ka ni e ve:
Esteve aqui muito tempo -- ni, ve, esteve -- e, muito ka,
kan: em — 18 - Tu kó ti ni: Elle esta ahi comendo - ko
comendo --19- Emá van ta ki: Aqui ha uma povoação -- ema,
povoação - van, ha-- 20 - Tak te ix kantin ne: Eu venho
vindo de lá -- |), de tál:te, connectivo -- te, de - ne, venho - kan-
tin, vindo -- 21 -- Ta kante: Do lado de lá = kánte, do lado -
- 22- Ama Korod ta ki kikairôn ni: Você aqui está apren=
dendo o Coroado -- kikairôni, aprender -- 25 -- Ta ki xi ed ne:
Aqui tem muitos pernilongos - xi, pernilongo --e, muito -d:
connectivo - ne, tem -- 24 -.Xan ra tn, nara dni e ta ki ka-
iu ti: Se eu vou para Salto Grande, com certeza aqui fica-
ra muito triste-- Yan, Salto-7ra, para--tin, ir-hára, mas
— 178 —
porem, com certeza -- dni, conaectivo - katü ti, elle triste -- ti,
elle--25-- Ta ki ni ke ve: Eu estou pretendendo morar aqui
ke v , estou pretendendo -- ve, estou --ni, morar - 26 - Ema
ta ki kangà kemá ne: neste lugar é (elle) inclinado a doeu-
ca -- ema: localidade, bairro -- ki, em -- kemá, inclinado - ne,
esta. Tambem: Este lugar é insalubre --27-- Ta ki fénja
had ne: Aqui está fazendo sombra -- fenja sombra - hadn, fa-
zer -- 28 - Ta mi ag koréy tavinti ne: Aqui ha muita gente
de mais - mi, em = korég, muita -- tavin, demais - ti. termina-
cho do superlativo --29-- Tag mi ha na, angvéig ti: Elle já
esta aqui( e) passeia-- ha, ja -- na, está -- angvéi, passeia -- ti
elle -- 30 - Ta mi euair, kanémo: Eu estou olhando por lá
(e) esperando -- éuäix. olhar -- kanémo, espero - 31 - Tan tét
kantin : Voltar de lä- tt, de novo vir -- kanti, vir -- 32 -- Ta
ki mana ken ne: File esta querendo continuar aqui -- mana,
continuar -- ke, querendo --ne está--23- Ta On inrá mo agn:
Elles vão Ja na casa de outros.
TA: Chuva-1- 7% fan: Tempo chuvoso -- fan, mo-
Jha--2 - Ta tôn ti mo: Agora não chove - m6, agora-3-
Ta kiten ke ton: Nao quer chover- Jkúten, cahir -- k>, que-
rer-- 4 Ta na kie: Está querendo chover - na, está — ki -
e, ke: querendo. Vide App.
TA: De ( preposição que indica relação de materia ) -
1-- Kur ta in: Casa de panno, barraca --hkur, pauno-- in,
casa.
TA: Bater, matar - 1 - Tanhera: Bata, mate. Vide tas.
TAKE: Fazer-1- Tê vin ki tankéixno: Eu agora
faço conforme a ordem delle -- vin, palavra,- ordem -- kz, con-
forme -- tankéixno, faço agora. Vide tanke.
TA, preposição indicante relação de tempo e de lugar
-1- Kotü te: De noite.
TAKE: Pancada.
TAKTON: Tres--1-- Taktôn, taktôn: Seis. Tombem
taktôn, taktdixts - -- Emprüru tag van kején taktônti: Esta
rua será uma vez a terceira -- emprurii, rua-- tag, esta -- van
kején, será uma vez-- kején, particula para fazer o futuro -
3-- Ankané hadn ix kuran taktôn: Eu estou esperando ha
tres dias- an, conuectivo -- kané, esperando -- hadn, fazer --
kuran, dia--4-- Ag taktôn hande: Vos tres-- ag...hande
vos -- 5-- vraktôn ag: Elles tres.
TA'DO: Relampago -- ta, de chuva -- dó, raio.
TAG: Cahir. é
TAG: Este, esta 1 - Tag liri: Este vijia -- 2 - Ku-
ran tag: Este dia --3-- Tag gára fuüre ni: Esta é a palha
de milho --gára fuôre. palha de milho -- fuire, palha - ni,
6--4-- Emi tag korég ne: Este lugar é perigoso - ema: villa,
cidade, lugar -- korég, perigoso, mau -- 5 - Ti vin ki, tag kétx-
no: Eu agora faço isto por ordem delle - ti, de Fulano de
tal - vin, ordem -: his. por ---kézano, faço - 5 —- Ard tag ha van
ni: Esta letra é a mesma -- a, connectivo - ha, mesma — vin
ni, esta sendo -- 6 - Auxàä t.g ki: Neste fresco.
eee RE O E
thèses dé
a,
— 179 —
TA'I, tain, t', ten, ta: Bater, matar, golpear, ferir.
Tambem tiix-1-:De xo jôn? Axo jon ne, taix kémo -
Porque estás brabo commigo ? Se te embrabeces commigo,
eu te bato -- de, porque — vo, commigo -- jôn, brabo —- n2, ficas -
a, você -- x), commigo -- x, eu--o, com -- kémo, quero — taire,
bater-2-- A táix kémo: Pretendo bater — te, matar --te —- 3 -
Ti táix ti ka ten: Elle bate Fulano de tal com um cacete -
ka, cacete -- ten, com --4-- Ka tag taixktáino: Eu dou uma
porção de porretada com este cacete -- taixht táino, repetida a
syllaba, para significar multiplicidade de acção - 5 — Tt táin-
ra: Bata tu à elle.
TAIN: Jaríva Especie do palma, Tambem táion.
TAIN: Cantar--1-- Tainra, tanh2ra : Canta tu -- 2 —
Taintänhera : Canta tu, repetidamente.
TAIN, THIE: Cumprido--1--Táin gu: Muito cum-
prido.
TAINTA'NIA: Instrumento de musica. Vide App,
TAJA: Laçar- 1- Kambé tája One: Alguem laçou
um veado -- kambé, veado -- ône, alguem.
TAM: Com. Tambem te, ta -- 1 -- Béng tamp pó: Pedra
lavrada com machado -- beng, machado -- pó, pedra -2 -- Pó
tam béng : Machado de pedra.
TAME: Figado -- 1 -- Tamé je) : Fel - 2 - Ti tamé : Bago
do tal animal.
TAME: Lonje--1-- Ti joré tamé mo Jen : As raizes da
tal arvure vão page --t/, da tal (arvore )--jaré, raiz-- mo,
indo —- jen, estão - 2 -- Tamé jejénkimo: Estão esparramados.
TAMPERE: Enchada -- 1 -- Jama tampére judn: Me
dê a enchada -- judn, dê.
TAMPÆRE: Largo -- Küæma ti ne, to tampére ve:
Elle esta encima e vê 1658? - küixma, em cima--ti, elle -
ne, está --ve, vê, enxerga -- 2 - Kren tampére: Cabeça largas
TAMPRI' : : Bom, ae. mais, superior -- 1 -- Arangró
kotéti tampri kine: O rae é muito bom para comer -- ko,
comer -- titz, muito -- kane, é -- 2 - Detôn kri, ti tampri kane:
O tal animal é melhor do que a outra cousa para comer —
de, cousa -- ôn, outra--kri, do que--tampri, melhor -- kani, é
3 -- Exôn kof: van ton kre tampri : : O meu é mais pesado para
carregar do que o do outro -- exôn, meu -- Je fu, pesado -— ban,
carregar — tôn kri, do que o outro -- tôn, o outro -- tampr i, mais
4 Ungré ontanté tara kri tampri kánti: O homen é mais
forte do que a mulher - ungré, homem -- ôntantô, mulher --
tára, forte -- kri, do que -- tamprí, mais- känti, é--5--Ti hô
tê kri tampri kän2: Fulano de tal é melhor do que Sisrano
de tal -t;, Fulano de tal -hé, bom --ti, Sicrano de tal -- kr,
do que -- tamprí, mais--6-- 77 kri ti tampri kane: Elle é
melhor do que Fulano de tal kane, káni: 6-- 7 -- Exon küfé
va ton kri tampri : A minha faca é superior a do outro --
küfé, faca - va, é —- tôn, a outra -- kri, do que -- 8 -- An pron tara
— 180 —
kri kanti fo e: Tu és mais forte do que a mulher- an, tu
- fore, mais--9-- Ka kané kri, ti tâmpri kane: Aquillo é
melhor do que a fructa da arvore — ka, da arvore ~ kané, fructa.
TAMPRIN: Subir--1- Avine ti tamprin: Elle sóbe
no morro -- 2-- Ka tampri: Sobe na arvore. Vide tampriigh.
TAMPRUGH: Subir—1-- Ka ti tamprügh: Elie sobe
na arvore —- ti elle --2-- Kantére jafa ti tampriigh: Elle sóbe
pela escada -- kantére jafa, escada--kantére, descer — jafa,
instrumento -- 3 -- Rio da Xinxa ten, ka tampriigh: O pau
(a canôa) sóbe até o Rio da Cinza -- ten, em, no -- ka, canéa,
pau--4-- T'amprüra: Sobe tu (imper. ).
TAN: A, preposição de meio -- 1 - Gôio tan joixke: E”
tocade a agua -gôio tan, a agua --jóixke, gira, põe-se em
movimento rotatorio.
TAN: Aquelle -- 1 - Van krot ra, jen tí : Embora aquelle
não beba, elle come--tan, aquelle -- krôt, kron, beba - jen,
come --2-- rma tan nim: Me dê aquillo - nim, da tu — 3 —
Tan kéra: Faze tu aquillo -- ke, fazer - 4-- On van tankéiæno :
Alguem está fazendo aquillo:-ôn, alguem -- van, está - tan,
aquillo -- kéixno, fazendo agora -- 5 - Ti tan foro: O que está
cheio -- ti tan, aquillo que-- Tan ra ix ting ge: Eu pretendo
de ir perto daquelle, tan, aquelle -- g, conuectivo — ra, perto
-- ge, ke, pretendo -- 7 - Tan vére via ke ve: Está querendo
emprestar aquillo -- tan, véra ban, vére vui, vére nim: em-
prestar — vére, por algum tempo -- vid, ba, carregar -- nim, dar
- 8-- Antán déto tin ge?: Aonde quer elle ir ? -- antän, aquelle
— QN, connectivo -- ge. quer.
TAN: Com-1- Kiifé ten tx arino: Eu corto com a
faca -- küfé, faca - arino, corto — 2 - On tan akujanja: Mistu -
rar uma cousa com a outra - ôn tan, uma cousa com a outra
-3--Hixma xa tin kajám ; javaix, ercmã dinhéiro tan kan-
jam: Tu me pagas com sal ou com dinheiro - xa, sal - tan,
com -- kanjäm, pagas - javáix, não gostas (se não gostas ) —
4-- Vinho tan janjan je: Está misturado com vinho -- je, está
- 5 Langró arróz tan jajan je: Está misturando feijão com
arroz -- 6 -- Nurú tan ix nija: Aecampamento de barracas de
panno -- kurv, panno-- in in, casas. Repetida a syllaba para
indicar o plural -- nija, sede--7-- An pent tan atfi tógmo:
Está levantando os braces, esta com os br gos levantados -
pén, braços -- at, connectivo — fut, levantar -- tógmo, estou -- 8
- Uafé tan tokfin: Amarrado com linha -- mafé, linha — tokfin,
amarrarado, feixe - 9-- An pén tan fúínera: Levanta os bra-
ços- 10 Aur tan fun: Levantar por meio de um panno -
kur, panno -- tan, com-- fun, levantar. Talvez em lugar de
fun, se diga tanfún, levantar.
TAN: Em--1.- Jatahy tan ogn: A gente de Jatahy -
ang, gente -2-- Oré tan: Marreco (o que está na agua )-
oré, brejo - 3 -- Fesndú tan kren nänti: Na vespa tem ovos
feindú, vespa--tan, em krén, óvos — nânti, estão -- 4 -- Jama
tan denim pejú nanti tan: Lá na minha villa aquelles rou-
— 181 —
bam tudo—)äma, meu, bairro, minha terra -- tan, em -- denúm,
tudo — peju, roubando -- nánti, estão -- tan, aquelles.
TAN: Com elle-1- Tan jon kan, tére ve: Porque
esta brabo com elle, está morrendo -- kan, porque -- ve, está.
TAN: Lá--1- Tan tôt kantin: Elle volta de lá - tôt,
de novo — kantin, vir- 2-- Tan tô ti ni: Elle sta lá--tô, em
- 3 Ie xampé déto ti ni? O meu chapeo onde está? —
Resposta: Tan té ti ni: Elle está lá--4-- Tang On te kantin
i: Elle vem de lá, do outro lugar — tan, de lá -- g, connectivo
- ôn te, de outro --5-—- Tan juru ke: Esta chegando de lá -
ke, quer — 6-- Tan ki: Alli -- ki, em -7- Tan té ni: Está alli
- tô, em--8-- Tan de brujéja ti: Alli elle está esmigalhando
as cousas -- de, cousas -- bruje, esmigalhar -— ja, está -- ti, elle,
TAN: Ter--1- Tan de tôn, tända ton: Que não tem
nada, pobre -- de, cunsa — tôn, não.
TANAIA: Molle, cosido, maduro - 1 -- Tânciatiti :
Muito molle — 2 — Arangró tanäia : Feijão cosido.
TA’NKE: Trabalhar, fazer --1 —- Jágnen bre tante :
Ajudar-se um a outro — bre tanke, trabalhar junto, ajudar -
jagne, um a outro -- 2 — Ti bre tânkét kantin ix : Eu vim para
ajudal-o — kantin, vim -- 3 -- Jágnen bré t tânke eve: Elles es-
tão pretendendo ajudar-se um a outro -- ke, pretendendo -- ve,
estão - 4- Empri hadn tim bre tankéêra: Ajuda a elle a
fazer a estrada -hadn, fazer--bre tankééra, ajuda tu - 5 —
On ix bre tankéixno: Outro trabalha commigo -- ôn, outro
(me ajuda )-
TANKE: Estar em pé? Vide App.
TANKRANKE: Largar - 1- Lairänha tankränke :
Deixar, largar de trabalhar,
TANGR'ANGE: Unir. Tambem tankranke.
TANKUJESA: Misturar.
TANKURIKI: Linha recta, direita.
TÁNDA TON: Pobre--tan, ter da, cousa -- tôn, não,
nada. £
TANÆ: Raio (tade, tado, tate: raio ).
TANDENE: Este o que é --tan, este -- de, o que -- ne,
é--1- Xanxí tan de ne kiirw kémo ? Este passaro que quer
cantar, de que qualidade é 2 - xanxi, passaro — tan, este, aquel-
le -- kuru, canta — kémo, quer.
TANDO": Arco-iris, arco da velha -ta, chuva - dó,
raio.
TANG: Gordo -- T; tang: Gordura do tal animal, do
tal sujeito -2-- Tang ja ti ni: Elle agora está gordo -- 3 -
Tangara: Engraxa tu-5- Tangiäno ag: Elles engordam.
Repetido para significar multiplicidade de acção.
TANG: Novo-1--Kurú t ng: Panno novo. Tam-
bem: Kurt küron-küron, novo, moço.
TANGRENKE, tangranke, tankränke : Unir --1 -
Jägnen tangrénke : Se unem uma cousa com outra - AE
— 182 —
um a outro-tan, com-grénke, unir-- 2 - Anfáte venxôn
tangrénke, kó kánti: Elle está com as pernas unidas uma
à outra, (e) está comendo -- anfáte, com as pernas — te, com -
fa, perna - ar, connectivo-venxôn, uma com outra -- tan-
grénke, unidas — kd, comer.
TANKITA’NHERA: Canta tu.
TA'NDAON: Alguma cousa. ( Vide App.)
TANDA'N: Morjélo. ( Vise. ). ;
TANDANTINO: Elle socca.
TANDENE: Rico.
TANDENE: O que é. ( Vide App.)
TANDL'TO? Onde? (Vide App.).
TA'NG: LA’: (Vide App. ).
TANIA: Matar( Vide App.)
TANG: Gordo, ( Vide App. ).
TA'NJA, ténja: Réde.
TANPRI’. Vide tampri: bom, superior, mais, melhor.
-1-F% kri ti tanpri kane: Elle é melhor do que a mulher
- fi kri, do que a mulher - kane, é.
TANTA: letra do alphabeto --1-- Tanta D buüngh,
küxà ve xa: A letra grande D é parecida com a lua -- kiixa,
lua -- ve, parecendo -- xa, esta.
TANTO: Mulher, femea--1--On tantü fi ni: Ella é
mulher de outro - ôn, de outro -- fi, ella -- 2 -- Gire tantô: Me-
nina -- gire, menino - 3-- Tanti nongüje krin: Bico dos pei-
tos da mulher — nanguje, ubre -- krin, cabeça ~ 4 -- Tanti kofa:
Mulher velha--5-- Tantô jógn: Pai da mulher - 6 -- Tanté
jan: Mai da mulher --7 -- Bói, moi tanti: Vacca. Tambem
boi fi--fi, ella.
TA’PKE: De costas--1-- Tapke kri nati: Elle esta
deitado de costas -- tapke kr: Sobre as costas -- na, deitado --
ti, está--2-- Tapke kri na ti, koijman ti liri: Elle está
deitado de costas e olha para cima - kd? man, para cima - ti,
elle -lir?, olha :°
TARA: Forte, força, coragem, valente, duro, aperta”
do, estreito --1-- Tara ma ti ne: Elle esta muito forte -- ma,
muito -- 2 -- Tara mati mo: Agora elle esta muito forte, ago-
ra continua muito forte -- 3 -- Tara titi: Muito duro - 4 - Tar-
tino ag: Elles são fortes egora. Repetido para significar
multiplicidade de acção,de cousa - 5 -- Tara gud ni: Está muito
duro -- gu, muito -- d, connectivo — nz, esta -- 6 -- Tara tonti ne:
Não está duro -- ti, elle --7-- Tárax ni ha: Eu ja estou forte
- x, eu--ha, ja-- 8-- Tara jax ni ha: Eu ja estou ficando forte --
ja... ni, estar ficando --9-- J'éra ma: Muito forte, venenoso --
Pana tara ma: Cobra braba--10-- Turumáni ti raméni:
Aquelle que é muito forte, o capitão. Vide tújo.
TA’RAMA: Venenoso, brabo -- 1 - Tárama xanxa: Cas-
cavel venenosa. q
TARE'RA, kantaréra: Desce tu.
———— ll ".
TALPRI, tariri: Vijiar - ta, là --lir’, olher, abrir os
olhos.
TARO’MKE: A chuva cobre, fecha -- 1- Kren kri ta
rômke: A chuva cohriu emcima da estrella - krin kri, acima
da estrella--ta, a chuva — 1ômke, cobriu.
TARO’RO, tortro: Trovão -- ta, chuva -- rôro, trovoar.
TARURO : Trovão. cheio -1.- Kuxá tarúro: Lua
cheia -- 2-- Kiixá tulurke: A lua-pretende ficar cheia, está
proxima da cheia.
TARANE: Conservar (Vide App.)
TARREN ke titini: trovão. ( vis.)
TANJA : Fino.
TATE KOKOPTKE : Relampago (v)
TATENAKE: A chuva gutteja.
TA’TIRE: Rebanho -- Porko tätire : Rebanho de porcos.
TAVA'N: Esquina - 1 - Emprüru ta van kején pira ki
ni : Será aquella a primeira esquina da rua - kején, no tuturo -
pira, primeira -- ki, connectivo -- ni, ser --2 - Empriiru ta van
alengré ti: E' a segunda esquina da rua - 3 - Emprüru ta van
taktóixti: E” a terceira esquina da rua.
TAVIN: Unicamente, de tudo, devéras (é empha
tico ), absolutamente --1-- Món kan kret tavin: Quasi todos
vão embóra -- món, vão -- kan, todos —- krét, quasi -- tavin, mes-
mo--2--Gonoa mé xin tavin: O sabia é devéras um bixo
bonito - y noa, sabia -- mé, animal - xin, pequeno, bonito - 3
- Joc kotxæi piri tavin ti ne: Meu filho esta de todo sósinho
-- kotai, filho -- pirz, sósinho -- tavin ti ne: Está de todo sósi-
nho -- 4-- Kura v-inkangrá tavin ti ri: Elle só fica quatro
dies, nem mais nem menos- kurá, dia -- tavin, nem mais nem
menos -- 5 - Kura tó veinkangra tavin judn: Chega só no
quarto dia--to, no-- judn, chega. Diz-se tambem tauin,
tauit-
TE: Aquelle. Tambem tan, ta--I--Ti te aranké,
déto tin ne: Aonde ia indo aquelle ahi hontem ? - ti te-
aquelle ahi -- déto, aonde -- arankét, hontem -- tin ne, ia indo.
TE: Com*-I -Ix jogma tx ka kuptimo : ti te in hadn
je: Eu corto um pau para meu pai: com elle faz uma
casa-- ma, para-ka, pau--kuptimo, eu corto kup, cortar -
ti, elle -- mo, agora.
TE: De Prep. de lugar -I--Nrin te ix kantin: Eu
venho do monte--krin, monte-2- Ta: te ix kantin: Eu
venho de la--ta, lá k, connectivo -- 3 -- O'ri in te judno : Hoje
elle chega de casa--7n te, de casa--oré, hoje.
TE: Dentro, em--I-- Tégtan in te käni: A moça está
em casa -- tigtan, moça - kâni, está--2- Tx prôn in te ni:
Minha mulher está em casa-- pron, mulher-- ni, esta--3 -
Maitkan te nôro : Eu durmo no matto -- muáitha, matto -- 4
Epan te ix ni: Eu moro na roça -- epangh .roca - n/; moro —
D - Kurän te, k tii h te: De dia (e) de noite.
TE: Elle(¢i)-I- Te xéra: Prende-o tu.
— 184 —
TO, te: Lugar- I-- Te kané: pcmar-2- Ti ten gara:
Milhal delle--gára, milho --3-- Ten ema ton ti : Deserto --
emá, povoação. Vide App.
TE: ten: Bater, matar. Vide ta, táix - I-- Ti ten agn:
Elles o mataram -- agn, elles -- 2 -- Ha tin: ante jex kémo: Va
embora, senão te matto -- ha, voz imper.--tin, ir a ti jex, eu
--te matar -- kémo, pretendo. Tambem: Tingrá : ja an tan
kémo: Va: eu prerendo matar-te - j, eu --an, a ti-- tan, ma- |
|
|
tar -- 3 -- Ka ten lengré: Bater duas vezes com o porrete --
ka, porrete -- lengré, duas vezes -4-- Ka ten ti fa ten: Bate
a perna com o pau duas vezes -- ka, porrete — ten com — tí fa,
a perna delle.
TE: Ter.-I-Te «xan kupádn: Eu tenho um pedaço -
can, eu--kupadne, um pedaço -- 2- Te gire hérikd ni ? q
(Quantos meninos tem ? -- géré, meninos — hôrike, quantos -- d, |
connectivo -- 22, tem — te, elle - 3 - Amate venharó: Voce tem 1
livros. 4
TE: Torto -- Ninhé te ix je: Eu estou tendo o nariz
torto -- ninhé, nariz — ix je, estou tendo.
TEKUXIA’: Matto virgem. Vide nem. --I-- Jex pan
tekuaxia: Eu derrubo o matto virgem -- jex, eu -- pan, derrubar. 24
5 Je, :
TEIA : Camisa comprida. (Chl. ) 1
TEIA: Alto, comprido, largo - I -- Tan ti téie he: Elle
faz longo aquilo - tan, aquillo - #, elle -- he, faz -- 2 -- ka teie :
Arvore alta -- 2 -- Ninhé téie: Nariz comprido -- 4 - Téze qu ton
je: Não está muito alto - gu, muito - 5 - Emprú teje gu: Estra- 4
da muito larga. Tambem; lanktére, largo. 7
TEERE: Morto, bebado-I-- Téicra ti na: Elle esta E
morto, bebado -- na. ! Ws)
TEIN : Jacutinga ? |
2 À M
TÆMO, especie de palmito. /
S|
TEN: Voar--1-- Téntenmónk ti: Elle.esta esvoaçando à
agora--ten, vepetido, indica multiplicidade de acção — món, :
agora -- ti, elle--2-- T'en xi had ti: Elle faz pequenos vôos à
--tenxi, vôo pequeno -- had, faz -- ai, pequeno -- 3 - Ténxi hat: |
Elle vôz pouco, faz pequeno vôo. 4
TEN: Bater, percutir, matar--1-- Pó ten xaxi ten: .
Matar um passarinho com uma pedra-- pó, pedra - xanæi,
passarinho -- 2 -- Guarany ix ten: Eu mato um Guarany -- 3 -
Min tan ten hirike ti? Como elle matou aquella onça ? -- min
onça -- tan, aquella -- hürike, como - 4 -- Ti taix ti: Elle matou
--5- Na ten ti táio: Elle bate com um páu--ka, pau- ten,
com--6-- A ten ix kémo: Eu pretendo matar -- kémo, pre-
tendo --a, connectivo. Tambem: Tére ix kémo -- tére, matar
--7- la tin: an ten jex kémo : Va embora; ( senão) te mato
- ha, vóz imper.-an, você--jex, eu-8-- Odn bedn tenra:
Mata tu o mentiroso -- ôódnbédn, mentiroso -- 9 -- Ir patrão ix
t xno: Meu patrão me bate -- te, bate -- x, a mim -- no, agora.
Vide App.
— 185 —
TEN: Com -- 1 - Pó ten xanxi tén : Matar um passarinhe
com uma pedra -- xanxi ten, matar um passarinho - 2? Pó ten
pengra: Atirar pedras -- pó ten, com pedras --3 Na ten t ix
taie : Eu mato com um porrete -- ka, porrete--táix, matar,
THEN: significa a materia LE que é frita uma cousa
- 1-- Po ten mesa: Mesa de pedra - 2 -- Pó ten beng: Machace
feito de pedra.
TEN: De. Vide App.
TEN: Em-1--KRo da Xinxa ten kanõa tamprigh:
A canôa subio no Rio da Cinza -- ten, no - tampriigh, subir. -
Na jut? hurt: À canoa já chegou - Ary, parueula para
designar o passado e verbo -- ju chegar, de jun.
TEN: Roga--1 -- T° ten gara : Milharal de Fulano de tal.
TEN: Ter -- ra de tôn: Pobre, que não tem nada -
de, cousa -- tôn, vão -- 2 - Denúm ton ti ten: Elle não tem
nada - denúm. . . ron, ias
TEN: Voar--1-- Xanxi ten ten món: O passarinho
esta esvcaçando -- ten, repetido, para significar repetição
de acção --món, agora. Vide depois de témo palmito — 2 -
Tenxi ha ti te: Aqueile lá ja vôa pouco -- tenxi, voar pouco -
ti te, aque!le là.
TEN: Ir (tin) Vide App.
TENJA: Rede para pescar e para deitar nella.
TERE: Descer, afundar--1--Gôi pó hri ti tére: A
agua desce acima das pedras -- po ri, acima das pedras -- 2 -
Gôio kara ra, tamprügh tére ti: A agua entra dentro, sóbe
(e) desce--ra, entra - kara, deutro--tompriigh, sobe -- 3--
Kanûa jengú ta tére: A canôa desce de cima -- jengii, ne
alto -- ta. ae -- 4 - Julio goto ma tére ke: Julio pretende descer
para buscar agua -- ma, carregar -4-- Veixvál: ti tére: Elle
desce correndo - vexva, veixvo, vo, correr -- k, connectivo — 5
- Ningrén tére : Orelha cahida - 5-- Aran tére: O sol entra.
Tambem: Aran putke : O sol está para entrar.
TE'RE: Morrer -- 1 -- Téreketiná: Elle esta para mor-
rer -- ke, vai, quor -- na, está -- 2 -- Ti tére : Cadaver -- 3 -- Tére
“vaix ha ti: Elle ja custa para morrer — cáix, dificil — ha. ja -
3- Ti tére tôn ra, ag ti pejú: Apezar de ainda nao. estar
morto. a gente o enterrou -- ra, apezar - reju, enterrar -- 5 —
Tére ix jógn: Meu pai morreu -- 6 -- 7% kotxine ti tére: O
filho delle morreu -7- Enk tére, veinkupri en hd hóro ti:
(Quando morremos, a nossa alma sahe do corpo -- em, nos -- k,
connectivo -- veinkupri, alma -- hd, corpo — hóro, sahe -- ti, elle -
8- Tére ti, tére fi: O morto, a morta-9-- Ter pé: Morta
deveras - pé, verdadeiramente ( não apparentemente oa 19 -
Antére ke kurdn tin ki, ti tére goio fá kro kamén je ton:
Embora antes do tempo, morrerá; si não temer de be beber
pinga ( largar de beber pinga) an, connectivo -- ke, querer -
kurän, tempo -- tôn, não -- ki, no -- gdiofa, . aguardente -- kro,
beber -- kKamén, temer, deixar :- je, estar--11-- Tére váix té-
— 186 —
Elle custa morrer - váix, custa--12- F2 kotwine fi tére: A
filha della morreu--13-- Antère ke mo ra ti krén: O filho
delle está para morrer --ra, perto - kémo, pretendo — kren,
menino, filho, familha 14 -- Tére ke ti ne ha: Elle ja esta para
morrer -- ke, querer, estar, proximo — La, ja — 15 - Antére kémo
ra, ti kren, significa tambem : Embora eu estivesse preximo
a morrer, elle me Jivrou -- émo, estar proximo - ra, embora -
kren, livrar - 16 - Larânharânha ha: ix xére (tére) tôn je
ha: Eu ja trabalho: eu ainda não morro - ha, ja -- xére, mor-
rer — aére je, estcu morrendo — 17 -- Tére ti húri : Elle ja mor-
reu -- húri, ja- 18-- Tére tógn ha: Ja está morrendo -- tógn,
está -- 19 -- Veixketá kronmo ra, térmo: Embora beba remedio,
elle morrerá -- veixketá, remedio -- krônmo, bebe agora — ru,
embora -- mo, terminação por indicar o presente e o futuro -
20 - Kurän ki ti térmo: Durante o dia elle morre -- kurdn,
dia -- ki, no -- 21 Denúm tére: Animal morto, carniça — denúm,
auimal -- 22 - Tipéne tére je: Os pes delles estão ficando es-
quecidos -- tére je, estão morrendo —- 23 -- Kura rengré ki ti
tére: Elle morre em dois dias--/, em — rengré, dois - 24-
Ti tére kan, man hôt : Elle está satisfeito, porque morre --
man hóti, ser contente - 25 -:Tére váix Não gosta de morrer,
não murre nunca -- váix, não gostar, nunca. Vide App.
THRE: Bebado.
TETA'N, tógtan tetang,: Menina, moça -- 1 -- Tügtän
ki péin ôn: O outro atira na moça -- ki, na--péin, atira -
on, o outro.
THTI: Voar, passar correndo -- 1 -- Emprü buôngh krin
pa téti ti: A estrada grande passa atraz do monte -- pa, |
atraz --ti, elle. Vide App.
TÆVI: Oliacto.
TI: Elle, homem. o tal animal, a tal cousa. — F%, ella;
ag, elles, a gente, o povo; fag, ellas, as mulheres, as femeas
~ fi, a femea - 1 - Kaktu titi: Elle está maito silencioso -- tit?,
muito--muito--2- Titan vernxvd, timbra hadnje: Aquelle
lá corre e ajuda a Fulano de tal -- ti tan, aquelle lá - veinxva,
corre (veinavó )--timbra hadn, trabalhar junto com alguem,
ajudar alguem -- je. estä -- 3-- Ti ta rire (lire): Aquelle ahi
guarda, faz a guarda --líre, fazer a guarda, abrir os olhos —
A-- Ti tan de hi vida hadn kénti nánti: As cousas da-
quelle ahi estão bem distribuidas -- de, cousas -hô. bem -
vidn, distribuir, dar--hadn, fazer-- kânti, sendo -- nânti, es-
tho--5-- Ti xe ho: Ele já está preso -- 6 -- 1% makangátimo :
Elle está muito triste -- t; mo, elle agora -- mankanga, triste —
7- Timä tó tôn: Não conte para elle--to, conte--timá, a
elle --8-- Ti féére: Aza do do animal tal --9-- T7 tan e hôti
ni; ôn ti tan hanxíri ti ni: Aquelle ahi é muito grande ;
aquelle outro ahi é pequeno --e, muito -- hó, grande - ti, elle
- ni, é - ôn, outro -- kanæiri, pequeno -- 10-- Timá tin ti: Fu-
lano vai para Sicrano--timá, para elle--11- Ti tan joixke
je: Aquele lá está peneirando -- jóixlke, caminhar em roda,
— 187 —
peneirar — 12 -- On ten ti ti: A tal cousa vai para outra -- 13
- Ti kó: A comida delle-- ko, comida-- 14-- 77 vuétka, ti
fodn: Lhe deu um empurrão - vudtha, carregou -- ti, elle --
fódn, atirar, jogar -- 15 - Rezar tóix ta ti ne: Aquelle ahi
está acostumado a rezar -- tóix, acostumado -- ta, aquelle -- ti,
elle -- 16 -- Rezar hi toix kdnni: Elle está muito acostumado
a rezar -- hô, muito -- 17 -- Tigére me agn: A gente percebe
o cheiro do tal animal -- gére, cheiro - me, percebe -- 18 — 7?
pantfi: Montão da tal cousa - 19 -- Ti rü: Letra, marca,
pintura da tal cousa - 20 -- Ti tan ix jogn ne: Aquelle ahi
é meu pai-- ne, é-21-- Kix men pen brexbra ja ti ni: Os
pés do meu animal estão quebrado -- én, animal -- brexbra,
quebrado em varios lugares -- 22 -- Denúm tóg tin ja ne: Elle
vai ficar com alguma cousa -- denim, alguma cousa -- tog, fi-
ear -- ti, elle --n, connectivo -- ja ne, está agora - 23 -- Ti keré é
Peneira delle .- 24.- Krenóje: Carpir--25-- Ajoro tnin ko,
kémo: Pretendo comer carne de anta - «jôro, de anta -- E nin:
earne -- kóí, comer -- 26 -- Uaitká im Enin koi kémo: Amanhã
pretendo comer carne -- vaika, amanhà -- 27 -- 1% ix bre: Elle
junto commigo --bre, junto-- 28-77 rü: Letra, linha geo-
metrica. — Vide ari - 29 - Kiiva ti rii: Meia lua--ti, delle
- rü, corte — kiixá, lua. Tambem hiixá kupara-kupara, corte
de Æupädn, cortar --30-- Ti jo vaxi (vaji): Cilada delle,
que está adiante - jó adiante- 31-77 jara: Saliva delle --
32 — Potrão, ti jén: Camarada do patrão - Putrão fi, patrôa
— jen, camarada - 33 -- Kanén dôro kré ix je: Eu estou de-
baixo da janella-- kré, debaixo --je. estou--34-- Ti gôvo.
Caco de tal cousa -- gôvo, quebrar -- 35 - Ti küfé: Faca del-
Je -- 36 -- Ti fubre: Pelle de alguma cousa casca -- 37
- Ti füro: Orla do vestuario de alguem - 38-- Ti prôn
ke (prox ke): Elle pretence casar-se -- 39 - Ti prôn ke ve:
Elle está pretendendo casar-se .- ke ve, está querendo -- 40 --
Ti korég ne: Elle é mau-- ne é-41-- Ti to agn: A gente
que esta com ello--to, com -- agr, gente --42-- Ti tó ix vin
korégn hat: Eu com elle fiz um discurso ruim --tó, com --
vin h t, fazer uma conversa — korég, ruim -- 43 - Ti tére : Elle
desce. elle merre-- 44 -- Veinxaré ti tinkti: Elle vive desoc-
cupado -- veinxaré. desoccupado -- tinkti, vive — 45 -- Jenjére tog
ni: Elle está sendo preguiçoso -- jenéjre, preguiçoso -- mi, esta
- tóy, sendo -- 46 -- 77 kambu jofá (n afã): Balança. -- ti kam-
bu, do peso delle jafs, instrumento -- 47 -- Ti kambuno: Ni-
. vel, instrumento para nivelar, linha para nivelar -- 48 -- Ti
bre x tanke: ajudar alguem. ti bre, junto com alguem - »,
tânke, trabalhar -- 49 - Tz kubé: Stpa-50- Ti tan kri pó
ia fód: Eu atiro pedra naquelle ahi--ti tan kri, naquelle
ahi -- pó, pedra - fódn. lançar --5l .-óri ti ni hot ix: Hoje
eu como carne do tal bixo, da tal qualidade-- óri, hoje -- ti,
do tal bixo -- Æd/, como - 52 = Vaed ka ti ni kôi ix: Amanhã
comerei carne do tal bixo --vaií, amanhã--ka, em--ti ni,
carne do tal bixo -- 53 -- 77 tan kur me: Aquelle ahi perce-
— 188 —
be a voz--kur, vóz - me, percebe -- 54 Ti done ix tinmo: Eu
vou atraz delle -- dón, atraz - e, connectivo -- 55 -- Ti tan krê:
A planta daquelle ahi — ré, planta - 56 - Ti to kúten: Tran-
sportar. Vide. App.
TI: Estar - 1 - Manga ti: Esta doente - kanga, doente,
TI, serve para fazer, como sufixo o superlativo - 1 —
Ix jógn man ho titi tinkti: Meu pai vive muito feliz - man
hót:, contente -- {/, muito -- tin, vive, vai - k, connectivo -- ti,
elle. É
TIA’RA: Buraco.
TIK?: Tala de cresciuma ou de outra cousa.
TIKIT’: Collarinho da camisa. Vide App.
TIGRIN: Voltas-- 1 -- Xapé tag ti grin petekra ni:
Este chapeu tem cinco voltas —ti, elle-- petekra, petkara:
cinco -- wi, tem. A saber: é feito com uma ou mais tranças
que dão cinco voltas para costuradas uma com outra formar
um chapéo.
TIFUORE: Pelle delle--1-- Pirá fuüre: Costra de
peixe.
TIN: Esfregar- 1 -- Nin tintin je: Está esfregando a
mão - nin, ningé: mao-- tin, repetido para designar multi-
plicidade de acção. À
TIN: Ir-1-- Tin ix kémo ha: Eu pretendo ir em-
bora ja - ja, ha--2-- Ag ta tin kan tan vinera: Convida tu
toda a gente -- ag, gente, = tin, ir -- tan, la. - vinera,
falla tu--3- Tin korég: Caminha mal--4-- Ti hubé. ti
kubü : Pello, crina, sopa. Kavaru ta ten ti: Elle vai de a
cavalo -- ta, com -- 5 -- Ag karatag tin géx kémo: Toda esta
gente pretonde ir embora -- kara, toda — kémo, pretende — 6 -
lc in ara tin: Vai em minha 'casa--áre, ra; para--in,
casa -- 7 -. Kuxá ix tingo, ija krén je: Eu vou amanhã: eu
estou plantando- kwaa, amanhã cedo --ijá, eu--je, estou -
8-- Prán tin ja ne éki: O anno passado — prin, anno -- én»,
aquelle -- kz, em-9-7x Xan ra, karka ra ix tin ke ve:
Eu pretendo daqui a pouco ir para o Salto Grande - Xan
ra, para o Salto Grande -- ra, para -- karka ra, pouco depeis -
ra, perto -- ke ve, pretendo ir--ve, estou -- 10 -- Kafé ix krôd ;
‘kara ix tingo: Eu bebo café; depois eu vou-me embora-
kród, bebo - 11 - Kaixgâng tin kan, ix waixka ya tin ke
ton ne: Eu não vou indo para o matto, por o Kaingdng
ir -- máithka, matto -- ra, para - ke, querendo -- ne, estou -- 12 -
Kuvarangú tin ix kevénve: Eu queria ir longe -- kuvaranguü,
muito longe -- gu, muito -- vénve, estava. O plural de tin
é mó, món. O perfeito singular é vüire, o plural é kagúuve. |
TIN: Prompto - 1 - Ten tôn: Não estar prompto.
TIN: Tocar-1--On tin tinti: Uma cousa toca a
outra -- tin, é repetido para significar multiplicidade de acção
- On, um a outro. ’
TIN: Passar, viver-1-- Anprôn tonjá mi ti tink ti
Elle vive separado da mulher -- an, connectivo -- tonjá,
fora - mi, aqui --ti, elle - tin, vive -- k, connectivo -- ti, elle -
— 189 —
2-- Te jógn man hóti tink ti: Meu pai vive contente -
jogn, pai- man hôüti, contente — 3 -- Kaféie na totogn tink ti:
A borboletta vive deitar nas fores -- kaféie, flor- na, dei-
tada -- totógn, borboleta -- 4.- Tx kokire me tin kan, laira-
nharânha ve: Porque eu vivia soffrendo fome, eu estou tra-
balhando - kokire, fome -- me, sentir, soffrer -- kan, porque -- ve,
estou -- 5 -- Ajóg bre tin ix: Eu vivo junto com meu pai -- a:
connectivo -- bré, juuto-- 6 - Tére je ti tin; vére ti tinkti:
Ainda não esta morrendo; vive ainda--tére, orrendo -- je,
está -- vére, até esta hora.
TINDARA': Fralda.
TTRE : Carrapato (tíri)- 1 - Tiré kanxiri: Carrapato
pequeno — 2 - Tir? maimantike: Carrapato grande.
TITA'N: Galho. Outras palavras. Vide App.
TITA'N: Aquelle ahi, aquelle Já.
TITIGA'RA: Roça de milho. Melhor: Tô gara.
TÍTIRE, o acto de a roda rodar.
TITE, sufixo do superlativo. Vide App
TO: Com, junto-1-- Tó ti na ti: Elle está pegado a
alguma cousa--to, a--ti, elle, na, está-- 2-- To tangrénke:
Esta unilo a elle-- {angrénke. unido- 3 - To ti wa: Está
preso a elle--xa, preso - 4 - Ti tô agn: A gente ( que está )
com elle--agn, gente-5-- Ti ton krima je: Está mal com
elle x, connectivo-- je, está -- 6 — An ton juin ne ix: Eu estou
brabo com elle - am, connectivo - jun, brabo - ne, está -- 7 -
Kaféi tan, toro je in: A casa está cercada com aquella
at -- lafér, flor - tan, aquella -- tóro cercada — je, esta -- 8 -- To
: Sal com aquella cousa --to, com aquella cousa - 9 -- 77
ia jon ne ix: Eu estou mal com elle, estou brabo com elle
-- jon, brabo -- 10 -- Degnengôro to ix perógn hat ie: Eu pre-
tendo com as calças fazer sacco -- degnengôro, as calças -
perógn, de saeco kie, ke: pretendo -- hat, fazer --11-- Xon ton
jaräixtiti: Não quer ficar brabo commigo -- xôn to, commigo
-- javdix, não querer-- ti, terminação do superlativo. Vid. App.
TO’: Atraz, em lugar de do.
TO: De-1-- Krin to ix kantére: Eu desci do monte
— kerin, descer -- 2 — Kaimbara tôt kantin ne: Logo volta aqui
- kantin, vir--tôt, de novo - 3-- Kuvará to hô éin vek ti
Elle nos ve de longe — hé, muito.
To: Acostumado-- 1 -- Rejár hô to ix känni: Eu estou
muito acostumado a rezar -- hd, muito -- kannz, estou.
TO: Certamente, de certo--1-- Hala to: Certamente,
porém.
TO: Dizer, explicar - 1 -- Timant» to: Não diga a elle,
não explique -- to, não - 2 - To manera: Falla tu mais, con-
tinua tu a fallar -- man, mais, continuar -- era, particula impér.
- 3-- One jog tére ti tomo? ( Resposta) To agn (ag kara):
(Quem falla que meu pai morreu? Resposta: O povo --ôn,
quem - jóy, o pai - tére, morreu -- tomo, diz agora -- ag, povo —
ag kara, toda a gente -4-- Exxma tog hott: Elle quer muito
fallar para mim -- 4, connectivo — Aüf, mort muito -- ti, elle
— 190 —
-5-- Akoxi jiji to te Antonio: Elle chamou o filho de An-
tonio -- a, connectivo -- kotri, filno -- jiji, nome -- to, disse -- te,
elle --6-- Ex ama to ti hótiti: Eu teuho muita vontade de
de fallar para você--ám”, para você, ti, connectivo -- hútiti,
quero muito -- 7 -- Aman to ixô húri: Eu já fallei para você
-ixó, eu--húri, já -8 = Toréra: Falla tu --9 -- Tongra: Não
diga. Imperativo negativo. Vide App.
TO: Em--1--Gô% to vaixkupé ton ni: Não se está la-
vando no rio -- gôio to, na agua -- vaixkupé, lavar-se - ni, estar
2. Kuvara hi to ix ni: Eu moro muito longe - kuvara,
longe -- hd, muito -- to, em -- nz, morar —- 2 -- Arankét to ix tot
kantin in ra: Huntem voltei em casa--arankét, hontem -
to--no -tót, de novo -in, casa--ra, para--3- Ag in to ix
nôromo: Agora eu durmo na casa deiles -- in, casa -- nôromo,
durmo -- 4 -- In tonjatü in jénno: Agora eu como fora de casa
-- tonjaté, fora -- jénno, como agora --5-- Ti to ti pén: Fulano
atira em Sicrano--¢ to, nelle--ti pé», elle atira -- pén, atira
- 6-- Ex into ix jégn ix ve: Eu vejo meu pai em casa -
ex into, em minha casa -- ve, vejo - 7 -- Verexi to nognóro je:
Elle dorme frequentemente no pouso -- verexi, pouso -- nôro,
repetido para significar repetição dos actos --je, está -- 8—
Hénto aiag mnánti? ( Resposta) Jatahy to éin nanti: Nós
moramos em Jatahy - hénto, onde --aiag, vôs--éin, nos - 9 -
Venxére tan;ag, Por firio veixkéje to bakangôuve ( vakangoii-
ve): O povo levou aquelle defuncto no cemiterio do Porfírio |
-- venxéra -- cadaver, tan - aquelle, ag --o povo -- veixkéje, ce-
miterio -- to, no -- bak mgéuve: Carregaram, de bakanté -- 10 —
Emprü to brakééra: Atravessa a estrada tu - empri, estrada
-11- 8. Jerónymo to te van ke. Má ra ix tin ke tun ne:
Eu pretendo ir até S. Jeronymo: não quero ir mais adiante
-- to, em- van, estar -- ke, pretendo -- ma, mais -- ra, para — ke
ne, estou querendo -- tin, ir --12-- Jama hô ra tôn ne: O meu
bairro está muito perto -- jamá, o meu bairro -- hd, muito -- ra,
perto -- tôn, no --ne, está - 13 - Ka to pén: Atirar, acertar ne
pau -- ka, pau - 14-- O'r7 2n to júdno: Hoje chegarei em casa --
ri, hoje - jüdno, chegarei - no, terminação do presente e do
futur) - 15 -- Ti toh ta ti feindu, p. e.: Elle bateu no ou-
tro. ( Por ex.: a vespa. quando finca o aculeo, aguilão na
gente que fere com seu veneno )-- ti tok, nelle -- k, conne-
ctivo -- ta, bater, percutir. Tambem ten.
TO: Lugar Vide te-I- To éin vear kangiuve: Nos
fomos ver o lugar--éin, nos -- 2 -- Tótigára: O milhal delle
- gara, milho - 3 -- Tó kre: Lugar baixo - 4- Tô miga ve w:
Eu vejo a fumaça do lugar - nija, fumaça.
TO: Não, em vez de tôn por harmonia - I Laranhará-
nha kotii te mat ke to ix ne: Eu não estou mais querendo
trabalhar de noite - kotii, noite -- mat, mais- ke, querendo —
nz, estou = 2 Pao kó ke tó ix ni, ti nin ko ke to tx ni: Eu
não quero comer nem pão nem garne - ko, comer — tinin, car-
une -- 3 Anto jôn tog ne ix: Eu não estou brabo com Você -
“
— 191 —
ânto, com você - jon, brabo - g, connectivo- nº, estou -- ar
eu. Vide App.
TO: Para- 1 - Ti ton veinva, timbrá ha je: Ele
corre para Fulano de tal: elle trabalha com Fulano de tal -
Ti ton, para elle--ve/nva, corre -- timbrá, com elle - had je,
está fazende - 2 -- Agmaän ti ga tr: Elle clama para a gente -
agmán to, para a gente -— ay, elles -- ga, gritar -- ti, elle.
TO, ton: Ter--1--T6 gara to ix ne: Eu não tenho
milho -- gára. milho -- tô, ter -- to, não -- ix, eu- ne estou — 2 -
Tô agn éti: Tem muita gente -- agn, elles, gente -- e, muito -
ti, serve para fazer o superlativo -- 3 —- Tô aa: Tem sal - 4 -
Ágma tô e: Tem muita gente - ¢, muita -- 5 -- São Jeronymo
tô agn éti: Em São Jeronvmo tem muita gente -- 6 -- Fari-
nha ton ti tô ti: Elle não tem farinha -- ton, não -- ti, elle.
Vide App.
TO: De lado. Vide App.
TOA’; Perto--1--In toa ix ne: Eu estou perto de
casa - in, casa--2- Ti toa ix ve kama ne: Eu estou gos-
tando de velo perto-- ve, ver-- kema, gosto -- ne, estou--5-
Pin totogn tod mi: Torra no fogo: está perto-- pin, fogo -
totógn. torrar - ni, esta--4-- Min toa ve ix: Eu vejo uma
onça perto-- min, onça. Vide ektua.
TOK (tog): Amarrar--1- Tokira: Amarra tu.
TOKE: Em (posp.) de to, em: e de ke, connectivo
ou paragogico -1-- Afé ti tok tair täic kémo: Elle quer
bater varias vezes no peito - a, prothese — fé, peiro -- ti, elle -
tazx repetido, bater varias vezes -- kémo, vai. Serve para
fazer o futuro.
TOK: Ficar, estar - 1 -- Kofa ra tok ti mo, lanha ra-
nha ti tinkti: Embora esteja velho, comtudo vive traba-
lhando -- kofa, velho - ra, apesar — tóltimo, agora esta. fica —
lanharânha, trabalha --tinkti elle vive, vai--2-- Juxke tok
ti ni: Elle vai cambaleando -- jiixcke, rodeando -- tz, elle -- nz,
esta -- 3 -- H6 tok ti: Elle vai bem --hô, bem--4-- Xâma di,
nhéro nim ti kon, tokt ixmän hóti: Eu sou contente, por-
que elle me deu dinheiro -- nim, dar--xäma, para mim -- kt-
connectivo -- kan, porque -- 7x, eu--man héti, contente -- tok:
fico, estou..
TOK: Não--1--Denúm tok tin jane: Elle não tem
mais naia-- de, cousa -- n, connectivo -- um, alguma -- tok, não,
de ton e de k. paragegico.
LOK, tog: Secco-1- T'ni tok kd faria to: Como
carne secca com farinha-- ?ni, carne de tal qualidade -- ti,
de tal animal, qualidade -- kó, como - to, com.
TOKFI’N: Fita de chapeu, e tudo que serve de
liame.
TOFIN, togfin: Atar, ligar -- 1 — Perógn tokfin känni:
O sacco esta amarrado -- kanni, está -- 2 —- Pin togfin: Feixe
de leuha -- 3 -- Dúitogfin : Gravata -- dud, pescoço -- 4 - Anindd
192 —
bokfin kan je fi: Ella está com braçalete no braço -- anindó,
aindó: braço --kon, estando --je, esta-- fi, ella - 5 -- Detun
tan ti tok fi ne? Com que cousa elle está amarrado ? -
detún, cousa -- tan, com, ne. está.
TOKFZNE: Ludra, loudra ( mammifero aquatico ) da
classe dos roedores.
PORFIY'NJA: Arco, liame de aiguma cousa - tokfin,
amarrar — ja, instrumento, correia para cingir 0 corpo.
TOKUT (tok fiu): Feixe--1--Pin to kui: Feixe de
lenha
TORTENO: Cosinhar. Vid. App.
TOKUTEN : Transportar --1-- 77 toktúen: O trans-
porte delle.
TOFINE, tofine, tokfine: O annel -- 1 -- Ningé tokfine:
O anel da mao, do dedo. À
TOG: Bater-1-=-Tx fé ix kintogn-tôgn : Eu bato no
coração -- fé, coração -- kan, no -- tógn repetido, bato mais de
ama vez, frequ entemente.
TOG: Estar - 1-- Kanga ve tóg ne: Parece que está ‘
doente -- kanga, aoente- ve, parece -- ne, esta -- 2 -. Jênti kanté
tógmo: O almoço está prompto -- jen, almoço — kanti, está -
togmo, esta prompto — 3-- Veinxaré ti tinkté: Jenjére tógmo :
Está desoccupado: é preguiçoso - veinxaré, desoccupado —
binkt?, vive — je jére, ocioso -- tógmo, está agora - 4-- Jon kema
ne kar tógn pron fi tén: Porque elle é brabo, matou a mu-
Mer; de tão brabo que é, matou a mulher -- jôn, brabo -
kema, inclinado -- ne, estando - pronfi, mulher -- fi, ella - 5 -
Niiema dirt kan tógn na ni: Ele está olhando para cima ;
está deitado -- kuxms, para cima -- liré, olhando -- kan
-tógn, esta estando — na, deitado -- ni, esta -- 6 — Korég
tog ni: Está feio, mau, ruim - ni, esta -- 7 - Ix di-
nhóiro je kan toy, ix man hõi: Eu estou contente,
porque tenho dinheiro - man hóti, contente ( lê-se man héti
-8- 7/16 tog ti: Elle esta bom - ho, bom - 9 - Ti vog tog ti
ja nº: Elle está judiando -- vog, judiar-- 10 - Eix jatu va,
tog, æ jon já ne: Embora eu esteja quieto, comtudo estou
brabo -- jutu, quieto -- ra, embora --x, eu--11-- Xan déne ni.
ko, tére tin ti: Porque comi carne de animal estou mor-
rendo, ni, carne--tére, morrer--12-- Japân arengré niafa
tôgni : Eu estou tendo roça em dois lugares - japan, minha
roça -- crengré, dois -- niafa, lugares--13-- Ti vog konana
tógmot ti: Fulano está judiando de Sicrano -- vogkonana,
judiar -- 14 — Karaváio ha tógmo : Ja está demorando — kara,
demoram -- ha, já --15-- Ajuá kemá tógmo: Está pegando.
a barba — kemá, pegar --juá, barba -- 16 - Kanga ve tog nº:
Parece doente -- ve, parecendo -- ne, está -- 17 -- Binrá tag
tog fuan: Este cópo parece cheio -- tag, este - tog, esta -- 18
- Tegtonja: Frigiteira-- tog, frigir -- ja, lugar, instrumento
de frigir. L
TOG: Falla, fallar, dizer: de to, fallar; e de g, con-
nectivo -- 1 -- On jog tére ti tógmo?: Quem é que está di-
— 193 —
zendo que o pai morreu? To agn: O povo diz--agn, povo
— ón, quem - jog, pai--tére, morreu--ti, elle -- tógmo, esta
fallando agora.
TOG: Secco -- 1 -- Arangró tog : Feijão secco - 2 -- Krod
budngh tog kan, togn togn kémo: Porque bebe demais, fica
torrado -- buôngh, demais.
TOG: Torrado. Vide o antecedente - 1 - Tugtógnja :
Frigideira.
TOHA’, toha, ektoa, toháixr: Perto - In toha ix lai-
ranha : Eu trabalho perto de casa — in, casa — lairânha, tra-
balho — 2 - Ei in tohá ix tin ge: Eu pretendo ir perto de
casa --éix, minha -- ge, ke: pretendo. Vide App
TOL: Verde --1-- Tói korég: Azul-- korég : ruim, feio
—2- Toi éti je: E' muito azul — “ti, muito --9e, 6-3 -- Tite
ti ne: Está verde --4-- Tüix ti nanti: Estão muito verdes -
ti, muito -- nant, estão. Vide App.
TOI: Cru, verde-1-- Ni tóix ti na: A carne esta
verde, crua — ni, carne -- na, esta.
TOI: Faca de pedra ( de crystal, quartzo, ete. ).
TO: Coqueiro -- 1 -- Tói féie: Folha de coqueiro.
TO'IJ : Acostumado (toixtan)-1--Tóixta kix kafé
krone kwrarét ki: Sou acostumado a beber café todos os
dias - kix, eu -- k, prothesi - cura, dia -- rétki, cada.
TON, to: Elle-1-- Ton ra ix ting ge: Eu pretendo
ir perto delle -- ge, pretendo -- ra, perto -2- Ir jan ton ju
ne: Miuha mai está braba com elle, ralha com elle -- jan,
mãi -- jun, braba.
TONA: Vamos - 1 - Tona empri kuru je: Vamos
pelo caminho direito, pelo caminho concertado, limpo -- emprii,
caminho -- 2 -- Kur toréra : Anda ligeiro -- kwr, ligeiro -- toréra,
imper. -- 3 - Ton énera: Vai tu para lá --éne, la-ra, para.
TON: Junto - 1- Véinkangra ve ôn kafânte: São cin-
co -- veinkangrä, quatro -- ve, são --ôn. outro -- kafânte, além.
TON: Nao-1--Anto jon tôn ne ix: Eu não estou
brabo com você-- an, você -- to, com -- jôn, brabo- tôn, não -
ne, estou -- 2 - Tôn fi ni: Ella não está -- fi, ella -- 3 - Be ton
ji: Solteira; viuva, mulher da rua -- be, marido -- fi, ella -- 4 -
Tonk ton ti ni: Não tem mais - ton, ter -- k, connectivo -- nº,
está -- 5 -- Venjén ma tonk tôn: Não tem mais comida - ven-
jén, comida -6- Kuxa tôn: Novilunnio -- kwxa, lua -7-
Kaika ton ne: Não é nosso irmão, parente, contribulo, socio,
conterraneo -- 8 -- Ton ti tén: Nao bate mais - tén, bate -- ti,
elle (não mata )--9-- Ankurán tôn ki kankuten: Nasceu
antes do tempo -an, connectivo - lkurán, dia- ki, em-
kankuten, nasceu -- 10 -- Paxke ton ja ne: Não está passando,
não pode passar -- pa, passar -- ke, querer, poder - ja, agora -
me, está -- 11 - Pax korégtimo: Elle passa com difficuldade -
pa, passa- korég, difficilmente -- ti, elle - mó, agora -- 12 -
Góio pa je ti: Elle está passando o rio -- gôio, agua, rio — je,
está -- 13 - Laranha van ton ni: Não tem mais laranja - van,
— 194 —
estando -- 14- Agman ke tôn ti: Elle não fala para a gente
- ke, falla--15-- Jagne vütre ton bra: Um não foi junto com
outro -- jágne, um outro -- bram, junto -- viizre, foi.
TON: Ter. Vide to, 16:--1- Tôn tavinti ti: Elle tem
muitissimo, de tudo -- tavin, de tudo, demais.
TO'NG: Andar. Vide App.
TONJA’: Fora--1- 1x jama tônjá ra vüire: Sahiu
do meu bairro-ra, para--jamá, meu bairro -- ema, bairro
simplesmente -- 2 - Tima to in tônja ki ha kantin ge: Diga
a elle que queira vir fóra de casa-to, diga -- ki, em -ge,
queira - kantin, vir--ha, voz imper.--3--Gôi tonjaki pirá
ve: Eu vejo um peixe fora da agua -- gôi. agua --pirá, pei-
xe--ve, vejo-4--In tonjami ti ne: Elle está fóra da agua -
in, casa -- 5 -Angá tonjamitite: Elle esta fora da terra -- angá,
terra - 6 -- Anprôn tonjamitéti: Está separado da mulher -- an,
prothesi -- prôn, mulher -- 7 -- Fi tonjatô ti: O homem está
separado da mulher -- fi, da mulher--ti, homem - 8 -- In
tonjatô ha kantin: Venha fora de casa - ha, voz imperativa
- kantin, venha--9-- In tonjutô io jen: Eu sou hospedado,
empregado fora de casa -- jen, hospedado, empregado -- 10 -- Ain
tonjatô ne; ti jon ja ne: Elle está fora de casa: está brabo
- jon, brabo -- ne; está -- ja, agora 11 --Gôi tonjatü : Fora da
agua ( gôi kúnte, dentro da agua). Vide App.
TONJU’N : Brabo com elle, ralha - I-- Ix jan ton jun
ne: Minha mai esta braba com elle- jan, mai (briga).
TONiO’: Vomitar - 1 - Tontó van ti: Elle esta vo-
mitando -- van, esta.
TOO: Par) Vide ste, on
TOPEN, kampidn: Arrebentar - I -- Kakané topén:
Arrebentou da arvore uma fructa -- ka, arvore - kané, fructa-
TOPE'N : Santo, dia santo, Deus, objecto religioso,
semana -- I - O'ri topén ne: Hoje é dia santo-ne, 6-2 -
Topé jan : Mai de Deus - jan, mãi - 3-- Topé join: Egreja
- join, deposito - topé, de Santos -- jo, guardar - in, casa -- 4 -
Topé méin: Andorinha -- mein, animal -5 -- Topén kujt
ki: No meio da semana -- kujú semana -- ki, em.
TO'RE : Esperar - I - Tore, méix ne: Espere e esteja
ouvindo -- méix, ouvir -- ne, estar - 2 -- Tori ai: Espera um
pouco -- xi, pouco - 3-- Tore kején féxta karkd ix tin ge:
Espero um pouco; depois da festa pretendo ir embora -- ke-
jen, serve para fazer o futuro -- kárka, depois.
TORERA : Trovejar ( Vise. )
TORI, montxi: Fino (mantoi ).
TORO’: Vestir-I- Pentoró: Botinas -- pén, pé-2 -
Ti jan kotxi katitora: A mai de Fulano de tal veste o filhinha
-- jan, mai = kori, filhinho - 3 -- In toró--a--barote - b - quintal.
TORO’: Tosquiar, aparar cabellos, lan, ete.
TORORE: Trovão ( Vise ).
TORO’RO: Tambor ( Vise ).
TORO: Vestido. Vide App.
TORURU : Trovejar, "Trovão.
— 195 —
TOXA': Uma cousa unida a outra, de to, ae XO
presa -- 1 -- Nengrén toxaa: Brinco -- ningrén, orelha -- 2 - Táboa
to xa ka kipréix: Eu prego a uma tabva um pau - ka, pau,
-- préix, prego.
TOXA’: Carne seccada ao sol - 1 - Ti toxa farix tan
bre ko: Elle come carne secca com esta farinha -- ti, elle --
toxa, xarque -- tan, esta — bre, junto. Vide App.
TOXON: Socar.
TOT: Atraz--1- Tót koxôrro fódn : Acular o cachorro
atraz (de alguem )-- fédn: atirar, açular.
TOT: Com--1-- Tot krimaje: Esta mal com alguem
-- krima, mal--je, esta.
TOT: De novo- 1- E’in, ag kanfà ra kanküten : Nos
(e) elles He paro la -- éin, nós -- kafan, além — ra, para
kankúten, passar -- 2-- Tot kantin: Voltar - kantin, vir -- 3 -
Tot tin: Ir outra vez-4-- Xa jan tot tin ke ve: Minha mãe
pretende ir outra vez -- xa, minha -- jan. mãe -- ke, pretendendo
-- ve, esta -- 5 -- Alankaxka ix tôt tin kiveinrétimo: De tarde
vou de novo e apprendo a lêr- alankäxka, de tarde -- ki-
veinrótimo, apprendo a lêr, leio -- 6 -- Dére loin vüire: Re-
cuou -- dére, atraz.
TOT: Não. Vide tôn- 1 - Denuúm tot agn venjéne :
Elles não comem nada--denum tof, nada -- venjéne, estão
comendo -- ne, estão.
TOTO’: Mariposa, horboleta -- 1 -- Toto kámi : Pego uma
borboleta -- 2 -- Totóg xu: Borboleta preta --3 - Totóg kupri:
Borboleta branca.
TOTTAMPRE, tottampriigh : Subir -- 1 -- Küirman tot-
tamprügh : Elle esta subindo lá encima -- küiæmdän, em cima
-- ne, esta.
TOTOGN: Derreter, torrar, fritar - 1 -- Mentfu totóg-
nera: Frita tu a farinha--mentfu, farinha -- totognera, im-
per.--2-- Ti toto ré: Esta derretendo -- ré, esta. Tambem:
Van tóy: Derreter -- vein, prefixo - 3 -- Totó ré : Está derretido.
Vide tógn tóg.
TOTOGMA BUONGH: Forno.
TOTOT VAN: Assucar -- van, canna --totot, torrada.
V de van, ( nasalado ).
TOVA'IX: Soltar, abandonar -- 1 -- In tovaixväix : Aban-
donam a casa. HK’ repetida a ultima syllaba para significar
pluralidade de pessoas que fazem a acção -- 2 -- Xanæi toráiz :
Soltar o passarinho -- 3 - Goirfá tovade húri: Já largou da
pinga -- húri, ja: indica tempo pssado.
TOU: Cedro. (V 2
TOVAJT : De vagar--1-- Tovajil: tin: Ir de vagar - k,
connectivo.
TU: Carregar:-1-- Tug korég ti Gee : Esta carregando
com dificuldade -- korég, com dificuldade -- 2-- Jahkua tug téie :
que usa cabellos compridos adiante das a -- jakua, cabel-
los -- tug, trazer -- téic, comprido. Nome que Kaingávg tos-
— 196 —
quiados dão às tribus do Kaingáng não tosquiados, por escar-
neo--3-- De tu ix: Eu carrego uma cousa - de, uma cousa
--4--Ti tan gara tug: Aquelle lá carrega milho ou: Quem
carrega milho -- ti tan, aquelle que - gára, milho -- 5 - Xapén
türa: Va de chapéu. Imper.
TUA'IN: Soltar. Vide App.
TU, tôn: Não-1--Tu ra: Apezar de não.
TUDE: Gordura.
TUDN : Berne.
TUDN : Pisar -- 1 - Gara túdera: Pisa tu o milho-- 2
-- Kafé túdera: Soque o café--53 -- Nafé tudére, po de café,
TUG: Redor--1-- Pin tug ton agmo: Elles vão em
redor do fogo -- pin, fogo - ton, em — ag, elles -- mó, vão - 2 -
Pint ag tug tog mô : Vão em redor do fogo -- t, counectivo -
ag, elles.
TU”GN : Caieté - 1 -- Tiign buôngh : Caieté grande, ba-
naneira -- 2 -- Tiing buôngh kané: Banana -- kané, fructa.
TUGND: Taquara - 1 -- Gringréin tugnd: Taquara
para tocar musica na dança -- gringrém, dança.
TUJO, túru, tara, tivo: Duro ( túra), forte, estreito.
TURU, tara: Duro - 1- Tarátiti, turátiti: Durissimo
-2-Turw ma ni: Que é muito duro - ma, muito -- 7, é. Si-
guifica valente, capitão.
Se
4
U
Nota. U seguido de vogal que não seja U, permuta-se
com V, e viceversa.
U connectivo -- 1 -- Hix in uakantin: Eu trago à minha
casa -- éèr, minha — in, ca a-- wakantin, bakantin, trazer.
UA’: Bosque (uát). O U, é ( nasalado ).
ee Estar: Bra in ra ud: Minha casa está perto -
ra, perto - 2 — Eix in a in ra ud: Minha casa está perto da
tua a, tua — E - On udn tankéixno : Alguem trabalha, ou está
trabalhando -- ôn, alguem -- uän: está ou prefixo -- 4 -- Hix in
va in ra je: Minha casa está perto da tua -- je, está.
UAKRI’: Canna de assucar, taquara, Vide vakri. *
UAKRO’: Taquara para fabricar flechas (vide vakró). *
UAFA': Lavar roupa. Vide muafa.
UAFL, mafé, vafè: Fio, linha. *
UA'I, vaza: Nuuca, faz muito tempo.
UAI, vái: Amanhã-1- Uaëz ka: No amanba, ama-
nhã cedo.
UA'IN: Matta. Vide main. *
UAINKRIV &’DNIA: Guarda sol, guarda chuva.
UAIU: Pitar-1- Tóna vaiú: Vamos pitar.
U 4’IX : Não querer. ser contra a vontade de alguem
- 1 -- Antére vaix ra, tére ti: Embora antes do tempo, morre
- váix, não querer, antes do tempo.
UA’M: Matto. *
UA'NGE: Perigoso, matar. Vide App.
UANXA’: Noutro tempo.
UE: Irmã. Vide App. tambem outras palavras.
UA'N: Taquara, canna. Vide Apn. *
UEKANTIN : Trazer. Vide bakantin, vakantin --1 —
Bakantin pirá büungh: Carrega um grande peixe -- pirá,
peixe. Vide App.
UTJE : Arco para atirar flexas -- 1 -- Ix uije: Meu arco
-2-- Uije xône: Linha de arco.
UWE’, melhor, jiji: Nome--1-- Imbré jiji: Tocäio,
xará -- in, meu -- bré, junto.
UPN vin: Palavra, fallar, amarrar -. 1 -- Uin vaix:
Mudo -- vazx. não pode -- vin. fallar --2-- Uin kikaktin: Não
sabe fallar -- kikaktin, não saber ( tartamudo ). Significa tam-
bem EU. Vide App
UM, én: Algum, outro -- 1 - Moéda um: Alguma moeda
- 2- Um ag budngh ve, um bubngh ve: Capitão -- buôngh,
* O Ué (nasalado ).
LAB EE
muita -- eg, gente -- ve, está com -- 3 -- On tan venharô kikairôn
e: Um que sabe ler -- likairôn, saber -- 4 - On xex je: Um
que esta preso -- xé, prender - je, está- 5 - On agn: Os ou-
tros, elles
UM, Gn: Quem (interrogativo e correlativo )-- 1 -- On
pen agr tag ne: le quem é esta pégada, este pé?--tag,
esta -- 2-- On budngh qu ve: Quem é muito grande -- ve, é -
gu, muito.
UMA, ama: tu, você.
UMAG: Os outros? Vide App.
UNGRE, nesgas: (Vide App.) Homem, varão - dn,
algum -- gré, varão Coppeste de femea ), homem - 1 — Ongré
jogn: Pae ‘do homem - 2 - Ongré jan: Mai do homem -- 3
- Ungré anprôn kânti fóren: O homem é superior à mulher -
an, prothesi - prôn (ontantô ), mulher -- fóren, superior -- 4 -
Ongré ôntanto tara kri tampri kanti: O homem é mais
forte do que a mulher tara ré, mais forte. Vide umgrat app.
Um ag: Os outros. Vide App.
UMUAK À : Bosque. Vide App.
UM buüng ve: Capitão. Vide App.
UO. Macuco ( passaro ).
UOAXI’M: Nhambu. ( Visc).
UÔ: Não, não quero.
UOG: Tocar. Vide vog--1-- Krégn epangh te ró uóg :
Tcear os porcos da roça fechada -- krôgn, porcos -- epangh te,
da roça -- ró, fechado -- wég, tocar.
UO’O: Corredeira, rapido (nos rios). Tambem wo.
nos a Correr (vó), ferver - 1-- Uó re: Esta fervendo -
re, esta--2-- Kur wore a: Corra depressa. Vide venwvora
venuora.
URMÔNO: Fumaça ( São Paulo).
URUGURÚ: Lança.
UM, ôn, ôt, ut: Outro, algum -- 1 -- Ix ninga ut pire
Minha mão (e) um outro: seis. A saber: Os dedos de uma
mão, mais outro dedo.
UUA: Estar, em lugar de vuá, va. Vide. App.
|
|
V
Nora. V antes de vogal se nronuncia como o nosso
V on como o W inglez. Ex.: Vó pronuncia-se como vó e
como wd.
V counectivo --1-- Jan vaix tag nim: Minha mii me
da isto -v, connectivo -- dix, para mim -- tag, isto (tambem
diz-se uäix, para mim ).
VA, ba: Carregar - 1 - Akotxi va fi ne: Ella esta car-
regando um filhinho -- nata filhinho -- fi, ella -- ne, está - 2 -
Venxére tag agn, Porfirio venkéjeto bakangouve: A gente
levou este cadaver para o cimiterio do Porfirio ~ venxére,
aefuncto -- tag, este -- agn, gente -- venkéje, cimiterio -- to, ao -
bakangôuve, carregou, perfeito plural de bakantin -- 3 -- Eixma
kanoa bakankuten: Elle me faz passar a canôa para cá -
eiaman, para mim -- bakankuten, carregar para cá.
VA: Correr. Vide vó-1-Gôi ki vá ke: Pretende
eorrer na agua —qôi ki, na agua- ke, pretende. Vavángo
Vide App.
VABRA: Esparramar, transbordar, jogar fora -- 1 - Ti
kuka vovábra: Joga fora os ossos dos taes bichos -- kuka,
ossos. A repetição das syllabas va. indica pluralidade de
cousas ou de acções. Vide vam.
VAEKA: Amanhã. Vide App.
VAGUA’ Coxo, manco--1-- Vacca vagua fi mo: A
vacca agora está mancando - fi, ella - mo, está agora. Vide
App. É
VAGUO: Coxo--1-- Tanda tôn vagui ti ni: O pobre
anda coxo -- ti, elle.
VAT: Prefixo que ás vezes não altera o sentido da
palavra, e às vezes a transforma em substantivo. Ex: kuw-
pri, branco ; com © prefixo vad, significa alma. Pronuncia-
se tambem váix, váin, vêin, véix, véi, vén, oa, oi, Ex: Vai-
kukfén, Morcego - kukfén, descascar.
VAIAK A’: Amanhã - vaiá, amanhã -- ka, no - 2 -- Vai-
éntka: Depois de amanhã -- én, outro -- ka, em --3-- Vaiaká,
arankaxka : Amanhã de tarde -- 4 - Vaiaká rairânha ton ti :
Ele amanbã não trabalha - rairânha, trabalha - 5 - Vaike-
ran káxika : Amanhã de tarde. ( Vaikerankaxka) Vide App.
VAI - Rodear -1-- Vai ninja: Rodear a fumaça.
VAIKENE : Embirra. Vaikokenfi ( Vise): Dança
Vailkréti: Perder ( vise ).
— 200 —
VAINGRIN : Festim caseiro. Tambem vaikoké fu.
Ambos significam baile -I- Ix jógn ti in, veingrm han ne:
Meu pai faz festa em sua casa -- 2x, meu -- ti in, na casa del-
le --han, fazendo - ne, esta.
VAIL” : Cigarro, charuto --I-- Vatu koi ix: Eu pito
um cigarro -- kói, como--2--Vaiu gru: Accender um cigarro.
VAIJU'DN: Chegar, de vái e de jun.
VEINCANGRA’ : Quatro --1-- Péin veinchangra :
Quatro pés.
VEIKAT 4: : Remedios -- kata, salutar, medicinal. Vi-
de veinketd, vainketá,
VAIS EIE, vexkéje: Cimiterio - I -- Venxére tag agn
Porfirio veixkeje to bakangóuve: A gente levou para o cemi-
terio do Porfirio este cadaver - venxére tag, este cadaver -
agn, a gente -- bakangüuve levaram, plural perfeito de ba--
kantin -- venxkéje cemiterio -- to, para.
VAIKOKEFU’: Dança. Vide vaigrin.
VAINKRIVE'DNIA ( VEINKRIVE'DNIA ): Guarda-
chuva -- J:r?, acima -- ve, proteger, apresentar -- ja, instrumento.
VEINKRA'N: Plantar, bastar - 1 -- Ore ti tôn, vaia ti
tôn vainkran ti ke ti tôn ne: Elle não planta nem hoje
nem amanhã --óre, hoje --ti, elle--tôn, não. (Tambem nao
basta nem para hoje nem para amanhã. )
- VEIKRI FI: Uma cousa posta acima da cutra -- Ji,
acima -- fi, pôr- 1 - An ngé vaikri fi: Pôr uma mão acima da
outra - 2-- Vain done apéin fé: Pôr um pé atraz do outro --
- apén, pé -- fé, pôr.
VAIXKUPEN : Lavarse -- 1 - Kurarétki vaixkupéx
ke: Pretende lavar-se todos dias - kupén, lavar -- kwran, dia --
rátki, cada ( réthi ).
VAIKUPRIN, veikuprin, vaikupri: Alma--va, prefi-
xo - kupri, branco.
VE KUREJA: Pente.
VAINDU”: Rir- Vaindi vaix ne: Não gosta de rir --
váix, não gostar -- ne, esta.
VAINPRA’: Gemer, gritar - 1 - Veixpraktimo: Estou
gemendo - 2-- Veixpran man ti: Elle continua a gemer -
man: mais, continuar.
VAINLO’: Ler. Vide App.
VAINMANTITI: Responder.
VEINVO’: Correr. Vide vo, uôd--1 - Kavarú vainvo:
O cavallo corre (petén): corre depressa.
VAIONTKA: Depois de amanhã -- vaia, amanhã -- ôn,
outro -- ka, em. Vide vata.
VAINPEF7N: Tanga, perizoma, xiripá, saia. .
VAINRO’: Livro. Vide App.
: VA IX: Não gostar, não querer, ser dificil, nunca, ser
impossivel.) - Vin vaix t/ té ni: Não pode falar, é mudo - vin,
falar -- ti, elle - 2 -- Anjan vair tini: Nav gosta de brincar --
kajúm, brincar - 3 - Hat ne váix: Faz com dificuldade -- had,
fazer -- 4 -- Vin kidv eramen váix: Eu aprehendi a falar com
ad
— 201 —
dificuldade -- vin, falar -- kidvezramen, aprehender - 5 -- Tére
vaix: Nunca morre -- 6 - On jaktara váix : Alguem, que nunca
é miseravel -- jaktara, miseravel -- 7 -- One vin kara váix : Tar-
tamudo -- kara, acaba - vin, fallar--vaix, nunca--8 - One vin
vaio: Taciturno — vä/x, não gosta -- 9 - Ninhéro vanhã (x ke
æôro váix ti ne: Eu não gosto de ganhar dinheiro -- ke, quero
- x0 0, desejo -- 10 -- Denim kajame váix ti ne: Elle não quer
comprar nada - kajáme, comprar -- 11 - Tére váix tog nt:
Não gosta de morrer — tére, morrer -- váix, não gosta -
tógn, está — 12 —- Kova vdix tógn ni: Elle não gosta
de comer - k6/, comer - 13 - Luix laranha vaix hadno: A
Luiz repugna agora o trabalho -- hadno, faz -- 14-- Nan lirá-
nha vdie tégn: Eu gosto de trabalhar -- xan, eu - togn, estou -
15 -- Kané vaix tije : Não quer dar fructas, & esteril --kané, fruc-
tas — ti, elle -- je, está -— 16 - Gôix ki tére váia had: Foi difheil
livrar-me da morte na agua (de escapar de ser afogado) -
ki, dentro -- tére, m rrer--váix had. difficil a fazer -- 17 -- On
pirit epangh hdd ne, kara vais hati: Fazer uma roça um só
homem, é cousa que nunca se acaba--ôn, um - pirit, só -
pángh, roça - kdra, acabar -- had, fazer -- 13 - Ixá kiv inrá-
men javaix titi: Elle me entende com dificuldade -- kivein
rdmen, entender, comprehender -- 19 -- Hadno vaix hati:
Difficil a fazer -- 20 - One vin váix: Não quer mentir, quer
ser veridico - ôno, mentir -- vin, falar--21 -- Venbéno vaix ti ni:
Elle não é enredador - venbéno, enredar agora -- vad ti ni,
não gosta (venbéd ne). Vide App.
VA IX: Amanhã, no tempo futuro.
VA'IX : Difficil, não poder-- 1-- Aréd nia váix ra, ix
krén: Apezar de ser difficil salvar-me, eu me salvei -- kré,
salvar - d, connectivo -javaéx ra, apezar de ser difücil - 2 -
Ama vin vdix ix: Eu não te posso falar -- amd, para você
-- vin, falar -- vdix, posso.
VAIX: Ha muito tempo--1-- Lx jogn tere ti váix
hüri: Meu pai morreu ha muito tempo - húri, particula para
indicar o tempo passado -- ix, meu.
Vdixkdni VE: Está de cabeça baixa - 1 -- Krin váix
kâni ve: Esta de cabeça baixa.
VAIU’ Cigarro. Vide App.
VAIV ÉIE : Espelho.
VAJI’ Cilada.
VAM: Jogar fora-1-- Ti ni vavamba: Jogar fora a
carne do tal animal--2-- Lé ki kaféi vavéimba: Atirar fora
as flores, esparramar as flôres no capim -- lé, fora, capim.
VAN: Estar, prefixo em lugar de véin - 1-- Kura
vanjuno: Chega o inverno --kuxd: frio, inverno — júno, che-
ga agora - 2-- Ta ag vanjuno: Aquella gente ahi, chega -
ta, lá -- 3-- Ti nindó vanxe je: O braço delle está preso --
nindó, braço -- ve nxé, preso - je, esta-4-- Eix pé van hid
ne: Mea pé está -melhor - hôd, melhor -- d, connectivo -- ne,
”
= 902 =
está- 5 - Ama hô ne ti van: Você é muito bom- 6 -- Kurán
van ton ti: Elle não tem tempo -- kurán, tempo - 7 —- Gôio
ki van ke: Vai estar no porto -- góio ki, na agua, no porto
- ke, vai--8-- Ta vankúte taktóixti: Chove tres vezes - ta,
chuva - veínkúte, cahe- faktôirti, tres vezes -- 9 -- Vanfuüre
tog núnti: As folhas estão seccas -- vanfudre, fudre: folhas
- tógn, seccas -- nanté, estão .- 10 - Éix fé vankangámo: Me
dóe o estomago -- fé, estamago -- veinkangâmo, está doente
agora--11-- Ta van ki judn: A chuva está chegando -- judn,
chegar -12-- Venharô van judn: O correio vai chegando -
venharó: Livro, cartas, cousa escripta - 13 - Ninhéro van
húri : Teve dinheiro no passado -- 14 -- To venharé van nánti:
Elles vão tendo livros -- to, ter -- 15 - Exôn küfé vat ôn kri
tampri kané: A minha faca é melhor do que a outra - exôn,
minha -- kiifé, faca -- ôn, outra -- kri, do que — tampri, melhor -
kane, é-- 16 - Ti géra van ton jatô ke ton? Resp.: Tonjan
(tônjen) kémo, jantan kangrat ka: O cheiro delle não des-
apparecerä ? Resposta: Affastar-se-ha, quando o corvo tiver
comido tudo -- gére, cheiro -- v2), estar -- tónja, fóra -- ke, vai:
serve para fazer o futuro -- tôn, não -- tônjen, esta fora -- kémo,
serve para fazer o futuro - jantá, corvo -- lan, comer -- grat,
tudo - ka, quando-17- Jantka van dôro ja ix: Eu vejo
que a porta esta aberta - jantká, porta -- van, esta -- dôro,
aberto - /x, eu-- ve, vejo-19-On kerét tavin fi, ha nira:
Aquella que está demais ferida, fique sentada -- ôn, fi, aquel-
la que -- kerét, ferida - tavin, demais -- ha, voz imper. -- nira,
fique sentada - 20 - Kiixá pirá van ton ni ha: Não faz ainda
um mez -- kiixá, lua, mez - pirá, um -- van está, faz -- ha, já.
21 -- Horténxio vankanga ra, rairânha tin mó: Hortencio,
apesar de estar donte, vai trabalhar -- kangá, doente - ra,
apesar -- tinmo: vai agora - 22 - Kamét veinkata veingémo :
Tem medo de tomar o remedio - kamé, ter medo - t, conne-
ctivo - gémo, tomo agora. Vide App.
VAN, em vez de fodn: Atirar.
VAN: Rapaziada, rapaz, -- 1-- Ki hadra van! Oh! ra-
paziada ! trabalhai ! -- hádra, imper. de hadn, fazer. |
VANKÜRE: Variedade de moscas -- kiire, falar, voz.
VANDON: Atraz. — ane dôn -1-- Vandône evatx:
Olhar atraz -- coiái, olhar -- 2 -- Franxixko joriirut jami ti tin,
Joxé va-dô ti tin: tis vai adiante do carro. José atraz -
jóriimút, carro - jami adiante - ti, elle.
VANFO’RE: Perder. V, (nasalado ).
VANGRO’: Garganta.
VANHA’: Ganhar -- 1 - Ninhéro venhi ix ke x6ro
váio ti ne: Eu não quero ganhar muito dinheiro -- ke, quero,
vou - xóro, desejar -- váix, não gostar.
VANXO":--1-- Vanxó Topén kujike: No meio da se-
mana -- kujuke, meio.
AO pt eS
VENUVO’: rerver- 1-- Kuk:rôn venúvóre: A panella
esta fervendo -- re, esta -- 2 — Krén (1) venuvoremo : No fundo
esta fervendo -- kren, krenman: No fundo-3- Kafé vanu-
vóremo: O Café esta fervendo. — Significa tambem correr.
VARA: Circulo - 1-- Vára hátimo: Elle está fazendo
um circulo -- hati, fazer - 2 - Ori gozo vara juno: Hoje chega
um rego de agua - 3 —- Ex in man varant nänti: Em redor
de minhas casas tem um fosso - 2, casa -- man, redor —
nanti, tem.
VARANTA’TA: Fazer roda com o corpo, ir em roda --
1- Varantate fagmo: Ellas correm em roda--2--E’ix in man
varantate he kant agn: Elles estão rodeando a minha casa-
ma, em redor -- kana, estão - agn, elles. Varan: Circulo --
tata -- correr.
VÁRE: Cheio em vez de fóre, maior -- 1 - Ori, goio
vare jane, está: Hoje o rio está cheio (é maior ).
VA'RE: Pouso--1-- Vare je kuran ha: Ja é hora de
ir no pouso-- je, é-ha, ja--2-- Varexi te nognorje: Estão
deitados no pouso para dormir -- varexi, pouso pequeno -- te,
no -- nan, deitado -- q, -- connectivo - nôr je, esta ( dormindo ).
VAREJA: Thesoura--1- Ti buügh kan varéja je:
No rabo delle tem uma thesoura -- ti, delle -- buügh, cauda -
kan, na -- je, esta.
VAVA'I: Vagabundo -1- Ti agn vavai je: A gente
delle é vagabunda.
VAVA’: Botar fora, transbordar. Vide vam -- 1 -- Ni-
nhéro vava kenema je: Gosta de botar fora dinheiro - kenema
je; esta gostando--2-- Ti nz vavamdra: Joga tu fora a
carne do tal bixo--t/ nz, carne do tal bixo-3- Ti Luka
vavambra: Joga fora o osso de tal bixo--4--Lé ko kaféi
vav-mo: Atirar fora as flores, esparamar as flores no cam-
po -- lé, fora, campo, capim -- kafé?, flor - 5 -- Gôio vavar xa:
O rio está transbordando, está empolado, faz vanzeiro -- 6 -
Gôio kri vavakte goio: A agua vai transbordar no porto --
goto kri, porto. Vide App.
VAXT': Cilada. Vide waji.
VEVA'NGO: Correr muito, correr varias vezes. Vi-
de App.
VE: Achar--1-- Xan kané, ix ve: Procurando, achei --
wan, eu-- kané, procurar --2-- Peju dn tan ve javäix ke:
Escondeu onde não se podia achar - pejit, esconder -- ôntan,
onde -- ve, desecbrir -- javáixke, não se podia. Vide App.
VE: Virar. Vide App.
VE: Torto. Vide App.
VE--1-- Ono ve ha: Antigo.
VE: Apresentar - 1 - T; ve ix: Eu apresentei a elle -
2- Ixan ti ve kan, ti bré vembé ix: Quando elle se apre-
(1) Kren significa tambem vaso,
— 204 —
sentou, prosiei com elle - #rdn, a mim-- kan, quando - bré -
com -- vembé, conversar.
VE: Como, semelhante, parece -- 1 - Pantéie bwiigh ve :
Parece-se com a cauda do passaro cachique ( amarella ) -
buügh, cauda - 2 -- Aran ve: semelhante ao sol - 3 -- Tanta D,
kixá ve: A letra D, é semelhante à lua -- Jiixá, lua -- tanta,
letra.
VE: Fallar-1- Tx pije ti bre ve hi ne: Não me dou
com elle --píje, não--bre, com--ve, palavra --hô, boa — ne,
está.
VE: Descobrir -1-- Ama kix ve: Eu descubro, para
Você - k, connectivo -- ix, eu -- dma, você -- 2 -- Tive agn húri :
Elles o descobriram -- hurd, particula que indica o passado
-3- Ajôro ve agn húri: Elles descobriram uma anta -
ajoro, anta.
VE: Menos-- 1 -- Kupri ve: Menos branco - 2 -- Javú
ve: Irmão menor.
VE: Ser, estar - 1 -- Kupri ve: E” branco - 2 -- Antôjo
ve: E' Antonio--3- T; têre ve: Esta morto -- têre, morto —
4 -- Gire tag venxén hi je ve: hára ori, jomma ne; kején
tonjonmo: Este menino uma vez era bom; mas agora é
malvado; no futuro não será mau -- gire, menino -- t7g, este -
venxén, uma vez -- hd, bom — jéve, era -- hara, mas -- Óri, agora —
jonma, malvado- je, é--kején, no futuro — tôn, não - jônmo,
será brabo -- 5-- Navarü ton ve: agn v2: Nao é cavallo: é
gente - 6 -- Veiôtn ve: KE historia!- 04, falso, mentira -- 7 --
Kofa fi ve: Ella esta velha -- kofá, velha.
VE: Extender-1- Ningé véra: Extende tu a mão.
VE: Ganhar-1-- Emi ve ix: Ganhei um pão, um
bolo -- emi, pão.
VE: Irma--1-- Ve waz: Irmã primogenita - 2-- Ve tô-
gtang: Irmã moça - 3-- 1x veg: Minha irma -- 5 -- Ix jog ve:
Minha tia paterna -- 6 -- Zx ve fi: Minha irma - 7 -- Vexi:,
Irmanzinha -- xi, pequeno - 8 -- Ilangré ve: Mulher do ineu ir-
mão, cunhada -- 9 - Tx pron fi javii: Irmão de minha mulher,
cunhado -- pron, mulher -- 10- Ve: Prima.
VE: Mostrar--1-- Hicmán de ve ne: Elle me esta
mostrando uma cousa-- de, cousa-- ne, esta. Vide vevénd. —
2-- Jagne man ag den nija ve: Hiles mostram um a outro
o logar onde estaciona o bicho -- jagne man, um a outro - déne,
o bicho -- nija, logar, morada.
VE: Parecer--1--Ungré ve ontantô tara kri tampri
kánti: (O homem parece ser mais forte do que mulber -- ungré,
homem -- ve, parece--tára, forte--kri, do que --tampri, me-
lhor, superior -- känti, está--2-- Ve ti hari hi känti: Parece
que já ficou melhor -- húri, ja: indica o tempo passado -- hd,
bom -- kanti, esta.
VE: Primeiro, principiar --1-- Veg mén: Quem le-
vanta primeiro -- mon, levantar -- 2 -- On kankúte vémo: Quem
nasce primeiro -- kanküte, nascer -- vémo, agora primeiro - 3 -
ee ee ee eS ee ee
Xa vémo: Eu agora sou o primeiro -- xa, eu -4-- Vejéne:
Primeira refeição, refeição, almoço. Vide App.
VE: E.
VE: Ver, cuidar - 1-- Véra: Vetu. Imper.- 2-- Tantká
dôro véra: Ve tu si a porta esta aberta -- iantkä, porta — adro,
esta aberto -- 3-- Véra: Cuida tu (p. ex.: do serviço )--4-
Xanxi veg ti je ne: Elle está olhando o passarinho -- xanxi,
passarinho -- vég, olhando -- ne, esta -- 5 -- Tantká van dôro véra :
Ve tu se a porta está aberta -- van, está -- 6 -- Agn ve tôn ix
kantin : Eu venho sem ver-vos - agn, vos -- ve, ver - tôn, não
-7-- Angringe vex ting ge: Eu pretendo ir ver o baile --
angringe, baile -- x, eu--tin, ir-- ge, pretendo -- 8 - Kanga ve
ix tin ge: Eu pretendo ir ver um doente - kanga, doente --
9--Éim ve ti: Elle nos ve-#, elle 10 -- Empriiri to veg
kan, prére ti: Ao velo na rua, gritou - Emprüri, rua -- te,
na -- veg, ver -- kan, emquanto -- prére, gritou -- 11 - Ve ton, ix
tot kantin: Eu volto sem ser visto--12-- 77 momen ve ix:
Eu o vi atropellado, com medo -- ti, a elle -- 15 -- Ix kin evaix ;
karana kukrôn ve; rairânha man fimo ha: Olhou para mim ;
depois viu a panella; agora continua a trahalhar - ix kin,
em mim -- karana, depois -- kukrén, panella -- ve, olhou -- rai-
ranha, trabalhar - man. continuou -- fi, ella --mô, agora -- 14
- Ve gôio kenemä ne (je): Gosta de ver agua -- kanemá je,
esta gostando -- 15 -- Ti tan ke ve ix: Eu vi aquelle que fala-
va--ti tan, aquelle que - ke, falava. Vide veg. Vide App.
VE: Virar--1-- Apâni ve ti: Elle virou as costas -- a,
prothesi -- pani, costas.
VE, Desinencia do imperfeito. Vide App. .
VE’AN: Criôlo--1-- Veanfi: Criôla - 2- En veanfi:
Nossa criôla -- 3 -- Pórco veaniæmo, jeanixmo: Crio um porco.
Vide jeanixmo, anixmo. Vide App.
VEKE: Presente -1-- Véke ixma nim: Me dê um
presente -- nim, da tu.
VEG: Ver-1-Ix jogn kanendôro kanjen. kan, ix
veon: Eu vi meu pai, estando na janella -- kanendôro, ja-
nella-- kan, na-2--Xanxi veg ti ja ne: Está vendo um
passarinho -- xanxi, passarinho -- já ne, esta. Vide App.
VEG : Primeiro.
VEDN, em vez de vini. Fallar.
VEI: Apparecer --1-- Ta ki véi pandére: Appareceu
aqui um sacerdote -- ta kz, aqui -- pandére, sacerdote.
VEL: Ganhar, receber -- 1 -- Emin véi: Ganhar um pão,
um bolo.
VEI: Ver--1-- Kaiká ix véi kantin: Eu venho visitar
os parentes - k«ikä, parentes, contribulos, socios -- 2 -- [xo ti
véix hôti: Eu tenho saudade de velo - ixôn, eu-- tz, a elle
- hôti, quero muito -- 3 -- São Jerónimo féxia véio kangôuve :
Elles foram ver a festa em São Jeronimo -- kangóiúve, plural
de tin, perfeito.
QGICA7
N S
(Qu da Ha €
a Ÿ se aoa ee
LI LIBRARY) pe
em
> 6 “Sy, / Bs
/
eo he a D: AE
‘fp ABS
2 OG oe
VEIKETAI: Remedio.
VEINKRIT: Uma cousa acima da outra - 1 - Apéin
veinxkri fi ti: Elle poz um pé acima do outro -- fi, por - 2
- Veinkri pan fin ti: Elle amara uma cousa acima da
outra -- pan, amarrar -- fi, ligar.
VEINKAKTIM : Não sabe, é bobo.
VEINKANGRA'JE on kafänte : Cinco.
Nota. Os seguintes nomes, etc. podem-se escrever
com as sillabas iniciaes veix ( nasal), ven; dando a mesma
pronuncia, como quando se pronuncia j ou » nasalados, á |
ultima letra. Por isso nós escrevemos as palavras seguintes
indifferentemente com uma ou outra sillaba. Póde-se escre-
ver tambem veinx, ben, béinx, van.
VEIN: Em redôr--1-- Pin man véin ix tin: Eu vou
em redor do fogo.
VEINA'E: Prisioneiro, criôlo, escravo -- véin, um -- de,
anixmo, criar.
VEINKAKT: Dentro -1-- Veinkaki dinheiro fódn :
Por dentro, pôr no bolso dinheiro -- kaki, deutre -- fodn,. pôr --
2- Andôro veixkaki fódn: Ponha no bolso -- dôro, buraco,
bolso.
VEIKAT 4’ veinkata: Remedio -- 1-- Veinhoktân ge,
veinkiiktan je: Está curando -- 2 -- Veinkakta korégn: Reme-
dio que não presta, ruim, atôa -- 3 -- Ono veinkaktá ( veinketá )
krôno ti kuxa: Elle bebe frio o outro remedio -- dn, outro --
krôn, bebe -- o, connectivo. -- Aran krôn ké ton: Não o pode
beber quente -- arän, quente -- ke, pode-- 4 - Veixkakta korégn
krô ti: Elle bebe o remedio ruim -- korégn, ruim — 5 -- Vein-
kata ho je, k'éno ; xin, krone: Si o remedio é muito, mata,
si é pouco, se pode beber -- 6 -- Vernkaktá dun kanga kata:
Remedio que cura a dor de ventre--dun, ventre - kanga,
doente -- kata, salutar -- 7 - Veinkat&a ko ja fi ni: Ella esta
tomando remedio -- ko, comendu -- jc, agora -- fi, ella-- ni, está
-8-- Veinkata koja kan, tonjara mo: Porque tomaram reme-
dio, sahiram para fora - kan, porque .- tônja, fora-- ra, para -
mo, vão, plural de tin, ir--9-- Veinkatá hi: Remedio bom --
hé, bom.
VEIKAKTI’ : (veikakti ) : Tolice -- 1 - Onu veikaktin :
Outro louco -- ôno, outro -- 2 -- Veikakti hati: Elle faz de bobo
a Fulano de tal -- hat, faz -- ti, a elle.
VEINKANE: Olho de agua -- kané, olho.
VEINKA'NE: Bolso -- 1 -- Veinkané to ningé känje: A
mão esta no bolso -- to, no - ningé, mão - 1 - kanje, esta.
VEINKANGA’: Doente -- 1-- 7% veinkanga küktäng :
Curar um doente -- kiiktin, curar.
VEINKANGRA’: (Quatre -- 1 -- Veinkangra én kafante
Cinco -- On, ontro -- kafan, alem -- te, em -- 2 -- Veinkangra ti
(Quatro pess: as. |
VEINKANJT'RI: Festa.
=< SCT
— 207 —
VEINKANPO'VO : Eneruzilhada -- 1 -- Emprü veinkan-
pov»: Encruzilhada da rua--póro, pawo, separar -- emprii,
estrada.
VEINK A’NTEN : Um a outro -- 1 -- Veinkanten kränje:
Está unido um a outro -- kranje, unido.
VEINK A’NTI: Ser -- 1 - Niixã veinkânti prin ru: Um
mez é ama parte do anno - kiixá : mez, lua — prin, anno - ru,
corte, parte.
VEINKARTDN : Repartir no meio -- 1 -- Ti veixkaridn:
Metade de alguma cousa. Vide App.
VEINKARU’: O resto de alguma cousa - 1 -- Ti vein-
kara je nim: Me guarde o resto daquillo -- je nim, guarda tu.
VEINXKARA’: Polo. Vide App.
VEINK &’ JE, uankéi : Cemiterio -- kéje, defuncto ? — 1 —
Veinkéje to: No cemiterio -- to, no.
VEINKRE'ME, veinkrâme: Em baixo -- 1 - Veinkréme
eoûtx : Olhar em baixo.
VEINKENEMA' NE: Que gosta. -- 1 - Veinrô veinkene-
ma ne: Que gosta de letras, estudioso - veinrô, livro, letra.
VEINK? : Matto.--1- Vein ki dij vein pejú: Escon-
deu-se no matto -- dij, no -- veixpejú, escondeu.
VEIKANJA, veinkranja: Unir, emendar ( veinkranja,
veinki kränja ).
VEINKIJU'DN: Lugar de chegada -- 1 - Gozo veinki-
judn: Lugar de chegada da agua -- júdn, chegar.
VEINKLIVEDNIA : Guarda-chuva. Vide App.
VEINKODJE: Descançar - 1 -- Venixküti: Elle des-
cança -- ti, elle.
VEINXKRBE : Para baixo - 1 -- Veenxkré eovaix : Olhar
“para baixo -- cováix, olhar--2-- Veinxkré to ve: Está em
baixo -- to, em -- ve, está -- 3 -- Veinkrénti codi jen ti: Elle está
olhando em baixo -- jén está.,
VEINKRE'N : Familha, criança.
VEINKE, veznkré: Ler, contar, fazer contas -- 1 -
Veinkré kara ton ne: Ainda não está lendo tudo. Tambem :
Não acabar de ler ~ kara, acabar tôn, ainda não.
VEIKRE’N, vemmkrédn : Pensar.
VEINKRE'NOIX : Carpir.
VEINKRI’: Encima--1- Veinkri fi fa ti: Elle põe
uma perna acima da outra -- fi, collocar -- fa, perna -- 2 -- Apéin
veinkri fi: Pôr um pé acima do outro -- a, connectixo -- péin,
pé-3- Ti pén veinkri fi kin ne: Um pé delle está posto
encima do outro pé -- kane, está - 4 -- Anpén ti veinkri fi kan
ni: Está com os pés postos encima dos pés do outro -- tê,
delle --5-- Veinkri tan ne: Aquelle esta posto encima do.
outro -- fan,aquelle -- 6 -- Aningé veinkritôn, kranke: Uma mão
posta encima da outra (e unidas ) -- tôn, outro ~kranke, uni-
das -- 7 — Veinkri tôn: um posto encima do outro
VEINKRI: Coberto-1-- Veinkrí ti kané ne: Está
ficando coberto - kané ficando -- ne, esta,
a JOB =
VEINKRIVE DNIA, veinkliuédnia: Guarda chuva, taxo
( Vise ).
VEINKUK: Linha--1-- Vethukextimo: A linha esta
presa agora—e presa - x, connectivo -- ti, elle -- mo, agora,
ONVEIKUKTA'NJE: O medico. Vide App.
VEINKUPE’VE: Sou padrinho. Vide App.
VEINKUKXE’X: Enleado -- 1 -- Vekúkxéxe: muito
enleado.
VEINKUJE’NTIMO: Elle esta derramando, derramar.
VEINKUPE’: Fazer banho -- 1 -- Veinkupéktimo: Elle
agora toma banho -- 2 -- Kwrarékte (kuraräkti) -veinkupétimo :
Yoma banho todo o dia--kwra, dia -- rátki, rétki, cada—-3-
Veinkupé ve: E' meu atilhado — ve. é.
VEINKURA'N: Costurar, costura - 1 -- Veinkurän tí
kiveirämen : Aprehende a costurar, sabe costurar.
VEINKUREJA: Pente
VEINMA'NE: Mai. Vide App.
VEIXMAN : Cousa. Vide App.
VEIXPORO, aran : Febre.
VE'IX : Não gostar. Vide App.
VEINDER: Vender -- 1 -- Eix vendér: Eu vendo.
VEINDON 4’: Um atraz do outro -- Véindona apéin fe
(fi): Por um pé atraz do outro -- fe, por.
VEINDU: Rir--1-- Veindú vaix ti ne: Não gosta de
rir -- ti, elle - ne, esá-—- váix, não gostar - 2 -- Veindü javaiæ
ra, 2x veindü: Apezar de eu não gostar de rir, eu ri-- ra,
apezar -- javáix, não gostar. Diz-se tambem veinjii, rir. Vide
App.
VEINDUMO, vendriimo: Causar prejuizo -- 1 - Katxine
kan, veindriimo: Por causa do rato, eu estou com prejuizo -
kan, por causa.
VEINGRIN, veingrére: Baile, dança - 1 -- Veingrin je
hadex kémo: (Quero dançar -- fazer -- x, eu -- kémo, pretendo -
2-- Agringe ve jex tinmo: Eu agora vou ver o baile - an,
prothesi — ve, vêr -- jex, eu -- tinmo, vou agora.
VEINGRIN : Brinco (veingrine, veingreiin) Melhor:
Veingrin ningréin to xa-veingrin, artefacto -- ningréin, orelha
- to xa, preso à (orelha )--to, a - xa, preso.
VEINGRIN : Enleado -- 1 -- Pan veingrin: Cobra en-
leada — pan, evbra. .
VEINGRIN: Gratuitamente, sem ganhar.
VEINGRIN : Moringa, artefacto qualquer -- 1 -- Veingrin
govo külti: A agua da moringa esta secca -- kélti, secco — 2
- Veingrin ki goto hékti: A agua no pote esta secca — ki, no.
VEINKANJIRI: Festa - 1-- Vetnkanjire karka in ki mo
nânti: Depois da festa, elles estão casa -- aria, depois
- in, casa -- kt, em-- mo, indo -- nânti, estão.
VEINMA'N: Não gostar.
VEIXM4A’: Mal. Vide App.
V£EINPEJU’: Roubar. Vide App.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
or si 7" -
= ao =
VEIRAI: Duas vezes. Vide App., tambem outras pa-
lavras.
VENHARO: Escrever. aprehender a lêr, lêr — 1 -- Kar-
kax tôt tin man alankáska venharütimo : Logo de tarde elle
volta na escola para continuar a aprehender - kárka. logo
depois -- tôt tin, voltar -- man, mais - alankaxka, de tarde -- ti
elle - 2 - Venharô timo: Elle esta escrevendo -- vétr, prefixo
arô, letra -- mo, agora -- 3 -- Venharô ti ni ni: Elle está sen-
tado para escrever -- ni, sentado -- ni, está -- 4 - On tan venharô
kikairôone : (Quem sabe ler, mestre -- ôn tan, aquelle que - kz-
kairôn, sabendo, ne, esta -- 5 -- Ixman vaiaka venharü : Eïle
me escreve amanhã -- ixmãm, para mim -- vaiá, manhã -- ka, em
—- 6- Venharô had dix: Eu escrevo cartas - had, faço -- 7 -
Venharô niafa: Tinta para escrever --jafã: meio, instru-
mento, materia para fazer uma cousa - 8 — Veinrô venkma je:
Um que gosta de estudar - venkmá, que gosta.
VENHARO: Cousa escripta, livro, carta, papel es--
cripto, pintado.
VENHARO DE: Cousa escripta-- de, cousa-- 2 - Ve--
nharô van jédn: Esta chegando o correio ~ veinjudn, che--
gar.
VENHARO: O Rio Tibagy. Talvez por ser a di-
visa do territorio dos Kaingangs tosquiados.
VENHARO: Tosquiado -- I - Kaingang venharó:
Kaingang de cabellos cortados. — Os que tem cabellos cum-
pridos, são appellidados de Jaquá tug téie. Veja esta voz.
Jakuë: porearia, lagarta.
VENHARO” BEN : Pentear.
VENHAROT PU: O cabo do pente -- pu, cabo.
VENHON: Falso -- ven, prefixo ôn, falso ( veinôn ).
VENXU JAKUA’: Ferrugem, sujeira, de alguma
cousa.
VENHARO: Pelle, tosquiado (venlé)--I -- Venharü
grant tógmo : Estou raspando a pelle -- gran, raspar -- tó-
gmo, estou. ,
VEJENE: Venjéne. Refeição - I -- Venjéne, kara
“váix: A refeição demora. — Ao contrario: Venjéne hur kara:
O almoço esta prompto — vái uunca-- kára acaba -- hur, ja -
2-- Venjéne : Primeira refeição -- ve primeira -- 3 — Ven-
jen hat: Preparar o almoço -- hat, preparar -- 4 -- Venjén
hátimo : Estou preparando o almoço -- 5-- Venjén kanjám ti :
Compra mantimentos -- kanjam, comprar -- 6 - An tan ven-
jére hadmo, ki xan tôn ti: A comida que está preparando,
esta sem sal — antán, a que -- venjén, comida -- ki, pleo--
nasmo -- xan, sal - tôn, não -- ti elle -- 7 - Venjén ma
hut: A comida esta feita - hut, ja. Vide App.
VENJENMTRA: Estreitar ao peito.
VtNJO”’DN: Faixa de casca de goivira de que se
servem as Kaingangs para carregar as crianças nas costas
Eee (ij
fazendo--a passar adiante pela frente, e atraz deixando-a
cahir pelas costas unida pelos seus cabos, onde, atraz das
costas, seguram pelo assento a criança envolvida num Jençôl.
VENJOMA'TIMO: Esta brabo -- vein, prefixo -- jôn,
brabo -- ma, muito — ti, elle -- mo, agora,
VENJU: Rir. Vide App.
VENJUTFUIT: Fileiras .- 1 - Venjutifuit fag ti fag:
Ellas faziam duas fileiras -- fay, ellas.
VEINLAIRA'NHA, veinlairáia: Trabalhar -- I -- Ve-
inlairái kofú ma ve: O trabalho é muito pesado -- kofu
pesado - ma. muito -- vei, é.
VEINMA’: Aberrecido -- I — Ixma veinlairânha vein-
ma: Para mim o trabalho é aborrecido -- eixmá, para mim
2 -— Venma vin je ne: Está aborrecido de fallar -- vin,
fallar -- jéne, esta -- 3 -- Veinmáântimo : Elle esta aborrecido.
VEINMA’N: Ajuntamento - I - Ta ka veinman ti
ne: Aqui tem um ajuntamento -- ta ka, em aqui - 2 — Ve-
Zeman agn: Elles se ajuntam — agn, elles -- 3 - Pósko ve-
zxmi: Ajuntamento de porcos, manadas de porcos -- 4 -,
Agn veixma : Ajuntamento de gente — 5 -- Pombá veixmä-
veirmo: Ajuntamento de nombos - 6 - Veirma agn nânti:
Elles estão em bando -- 7 E'ix méix veixmä batin ti ne:
Elle está carregando o mem rebanho -- méix, animaes -- ba-
tin, carregar - ne, está. ‘
VENMA'N ( venmin) Doença -- I - Krü Jrii ven- :
man: Lepra -- krú krú. varias feridas, repetido, para indi-
car pluralidade de feridas - 2 -- Krii krü venman hat kan,
ti tére : Elle morreu de lepra - hot, sottrer -- kan, porque
tére, morreu -- 3 -- Veixmã kan ti tére : Elle morreu de
molestia -- veixmã kan, por estar doente. a
VEIXMA’: Soffrer -- 1 -- Vezxma fi ne: Ella está doente,
esta softrendo -- 2 -- Anton grône veinma ne ix: Eu estou sof-
frendo por tua culpa-antôn,de ti--grône, culpa-3-- Ag
grône veinma ne ti: Elle soffre por causa dos taes sujeitos.
VEIXMA'N: Louco--1-- Veinman timo: Elle esta
louco -- 2 -- Ti veinmá : Loucura delle - 3 - A’nha veinma ne :
Você esta louco -cnha, você --4- Ag veinmá hat xóro:
(Querem fazel-o louco, querem enganal-o - 5 -- Ti weixmü
hat: Fazer de louco alguem enganal-o -- 6 -- Veixmã ti ne:
Elle esta louco, exquisito -- 7 -- Veixmá kan, góio ti tére
afogou, porque era louco — kan, porque - tére, morreu.
VEIXMA' Mal--1-Ix méix veerma hat ti ne: Elle
está fazendo mal acs meus auimaes -- méix, animal-- hati,
faz -- ti, elle -- 2 - Eixmã veinma hat ag mo: Elles vão fazer
mal para mim.
VEXMA': Presente -- 1-- Tx jan veixma: Presente de
minha mãi--ja, mii.
V .IN-NINGREIN-TO'XA: Brincos-- vein ningréin,
orelhas -- to, a -- xa, preso.
VEIXPA'NTE: Atraz das costas-- 1-- Veixpânte ki
evaio : Olhar atraz das costas -- 7, em -- eváix, olhar.
a O
Sato ir
VEIXPEFPN: Tanga, saia, perizoma, xiripa - 1 -
Franxixko degnengôro ton je ton: veinpefin tavin ton je:
Francisco não está com calças: só está com perizoma -- ton,
com -- tôr, não.
VEINPEJU : Esconder, fugir - 1 - Um agno veinpejú
kan: Toda outra gente se escondeu -- wm, outra - ayn, gente
-- 0, connectivo -- kan, todos -- 2 -- Veixcpegúd ix: Eu escondi - d,
connectivo.
VEIXPEJU’: Roubar.
VEIXPE'TI: Sonhar -- 1 -- 2x veixpéti kején enkréxti :
Eu sonhei que ia cacar--kején, particula para fazer o futu-
ro -- enkréxti, caçar -- ti, elle.
VEINPO’RO: Febre -- poro, queimar.
VEINPREN: Gritar, clamar - Veinprére ti: Elle deu
um grito-2-- Veinprére mé ix: Eu oiço um grito -me, ou
vir-3-- Veinpréktimo: Grito, dou gemidos --4 - Veinprán :
Gemer.
VEINPRON: Casamento: Veinprôn hur kara: O ca-
samento está acabado, está feito -- hwr, particula para indica-
o passado.
VEIPFUGRIN : Coberto -- 1 -- Veinpugréra : Cobre-te tu.
VEINRON, venharô : Aprender -1- Tx veinrôn ni-
krén hôótiti: Eu tenho muita vontade de aprehender a ler
-3-- Kickantin húru; hara kiveinrämen ha: Tinha-me es-
quecido ; mas já me lembrei -- kékuktin, esquecer -- hiveinrá-
men, lembrar — 3 -- Veinlô kenemá je: (rosto muito de estu-
dar — kenemä, gosto -- 4 -- Kiveinra «x tinge: Eu pretendo ir
estudar, ensinar -- ge, pretendo.
VEIXVINE: E' verdade - vin, palavra - ve, é.
VEIXVO'G: Correr - 1 -- Veixvóg ti tére:. Elle desce
correndo — tére, desce.
VENBE'NO: Enredar, enganar - 1 -- Vendéno väir ti
ni: Não quer enredar -- váix, não quer.
VENXA': Uma vez, ha muito tempo -- 1 -- Venxán ix
jog tére: Meu pai morreu ha muito tempo--jég, pai -- tére,
morreu -- 2 -- Venwat kénvd: Uma vez fez força ? - kenva, fa-
zer força? -- 3-- Venxät ti ró kara ja: Uma vez entrei na
horta de Fulano de tal--tz, de Fulano de tal--ró, horta -
kara, entrei --ke, queria - ja, eu -4- Venrá ix ve ti:
Uma vez elle me viu-- ve, ver - 5 -- Venxát ke ve: Está fa-
zendo ha muito tempo -- ke ve, está fazendo - 6 -- One veinkun-
gré ne veinxé: Aquelle que brigou outro dia--ôn , aquelle
que -- veinkungré, brigou --ne, estava -- 7 -- Venxat te tag mo
viiire: Passou ha muito tempo por cá -- tag, aqui -- mi, por, aqui —
vügre, foi, perfeito de tin, ir- 8-- Venxá ix kofá fi ve: Uma
vez me vin uma velha. - Ix kato fi te: Elia me encontrou
— fá fi, velha — ve, ver - kató... te, me encontrou - 9 - Ver é
réix ti: Outro dia elle surrou - réix, surrou - 10 — Venré
kangá ix: Outro dia eu fiquei doente - kangä, doente - 11 -
1
— 212° —
Venxat dntanti had ja ne: Outro dia se fingiu mulher -
ôntanto, mulher -- rat, fazer.
VENXARE’: Desvecupad»--1-- Venxaré ti tink ti:
Vive desoceupado ~ 2 -- Jenjére tng ni: EK pregaiçoso - tinkti,
vive -- jenjére, preguiçoso — tógn, #stamdo - ni, esta.
VENXAT KENVA: Fazer força ?
VENXA'NTI VUNO: Chaga purulenta. V. App.
VENXE: Uma vez. Vide venxá.
VENXEN KATI’NTI: Puxa contra o geito.
VENX ERE: Defuneto -- 1 -- Venxére ko tôn nôro ton
ni: Não quero vigiar o defuneto- nôro ton, vigiar -- leo, ao
lado -- tôn, não quero -- 27, estar.
VEIXENBURU FE: Ortiga de cipó -- búru, nascer —
fé: fita, linha.
VEINX KARU mi ne kânje: Por a mão no holso -
ne, mão. Vide App..
VEIXKA'NTE KRA'NJE: Unido um ao outro -- hranje,
unido.
VEINXT?: Ha pouco tempo - 1 - Veinxiâma ko je: Você
está comendo ha pouco tempo - ám”, você.
VEIXO’: Um a outro—1-- Veixo ag ra ninti: Eiles
moram uns perto dvs outros -- ra, perto - nin ti, estão - 2 —
Anton grin (grône) veinxo réix ne: Por tua culpa batem
um no outro - grin, culpa - réix ne, surram-se- veinró, um
a outro -- 3 -- Anfate veinxó tangranke kantin: Vem com as.
pernas unidas uma à outra -- tangrânke, unida -- hantin, vem.
VEINXOGFINJA, veintogfinga : Cinto, correia, cintura
- fin, amarrar -- ja, instrumento.
VEINXUPOIX : Vestimento, vestuario - 1 - Veinzupóix
porn: (Queimar a roupa -- porn, queimar -- 2 - Ti venixupôiæ
jakuá: Sujeira do vestido delle -3-- Aix veixxupóir erin
éiæno : Estou vestido de vestuario — erin, coberto -- éixno,
sou --4-- Veixupoix janjáti: O vestido está rasgado -- ti elle -
D -- Veixatupôix kurég ne: O vestudo esta ruim -- korég, ruim —
ne, está - 6 —- Aveixrupwx kúno ti: Eile despe o vestido,
roupa -- a, connectivo -- kúno, tirar, arrancar.
VEINVIN : Conversar — vin, fallar. palavra -- vein, pre-
fixo--1-- Vein vin kiveirâmen: Um que sabe falar, inter
prete, lingua - kinveirâmen, que conhece--2-- Véix vin ve:
E' palavra, é verdade.
VEINVO, venuvé : Correr, médica er--1-- Veinvóg ti tére :
Desceu correndo -- tére, desceu --2-- Veinvó ma tí je: Elle
continua a correr - ma, mais, eontinnar — je, está --3-- Ti jon
veinvé: Elle corre adeaute de Fulano de tal - jo, adeante -
ti, de Fulano de tal -4 -- Ix vevo vüire: Eu fui-me embora
correndo -- viré, fui - me, embera.
VEINVOTI: Elle corre-- 6 - Kavorú veinvó: O ca
vallo corre - 7 -- Ve/vog tére, desce correndo -- k, connectivo.
— 215 —
Tambem veivak tére-3- Te javu hãor veinvig: O mesmo
meu irmão (de que falamos) corre -- javú, irmão -- hava, mesmo
-9- Nut tin: venvora: Va depressa: ferve - kut, voz imper.
- tin, ir -- venvora, ferve.
VEINVO: Fazer qualquer barulho, ferver--1- Veru-
vore: Está fervendo -- re, esta: Pode-se tambem dizer: ve-
NUO, venuvo, venuvóra.
VEJENE: Refeição - 1 —- Venjéne kara vaic: O al-
moço demora. Vide veijéne, váix. não gosta - kara, de ser
prompto.
VEMBZÆ: Conversar, contar, enredar -- 1 -- Einbré ven-
bédn hat xéro emane: Grasta de conversar comnosco — einbré,
comnosen — .córn, desejar -- emane, gosta — hat, fazer - 2 - Ven-
bédn niafa: Logar de conversa - néafa, logar - 3 -- Timan
to vembé ti: Fulano de tal conversa com Sicrano de tal -
timän, a elle-- to, falar -- 4 -- Ajágne enkréxhe to renbédne :
Conversavam um com outro sobre a caça -- jágnen, um a outro —
enkréx, caça — 5 -- Ivan ti ve te kan, timhré x vembé : Quando
eu o vi, eu conversei com elle-ixán, eu--ve. vi- kan,
quando (no momento ) de vel-o timbré, com elle -- 6 -- Eixman
venbédn : Elle conversa commigo — 7 -- On vembédn ag tc:
Elle conta historias a gente - ôn, falso — venbédn, conta - ágio,
a gente-8- On kamhét venbéd ne: Um que está contando
historias - 6n, falso, um - kambét, noticia - 9 - Venbéne váix
ti ni: Elle não gosta de enredar — váix, não gostar — ti, elle -
ni, está — 10 — Venbét kenemá ne: Está gostanto de enredar -
kenema, gosta.
VEMPRE: Poeira.
VEM: Mostrar.
VENDER: Vender.
VENDUNO: vendriimo: Estragar. dar prejuizo, apa-
gar-1- Katxine xan vendüno: O ratinho agora me dá
prejuizo - katxine, rato - xan, a mim.
VEN-A: Criar-!--Fag ven-á: As mulheres criam -
fay, ellas - 2 - Vená dn: Um eridlo.
VENGRIRT : De graça — 1 - Vengriri ranharânha :
Trabalho de graça.
VENHARO Pelle- 1 - Venhard gran tógmo: Está ras-
pando a pelle - gran, raspar - tógmo, estou.
VENO VE: E falso-ren, prefixo - ôn, falso - ve, é
(E historia! Ora isso!)
VENXA’ Uma vez. — Vide weinxä.
VENX FE: Uma vez, outrora. Vide veinxó.
VENXÉ... VENXÉ: Ora... óra: já... já-1-
Venxé kamôn, venxé kakamón je: Ora vão, oura vem - ha
món, elles vem de -- kantin, vir - 2 - Varantá te fagmo: Ellas
correm fazendo rodas, circulos - mo, agora.
VENX!7 : Ha noaco tempo. — Vide veixi.
ETA
VENXKI’: Um a outro-1- Venxki kranje: Unir
um a outro, emendar.
VENXO’: Uma outro-1- Venxd kid ren ved: Uma
surra ao outro (e) mata-o - ki, em, d, paragoge - rén, sur-
ruar - xed, bater, matar.
VÉRA: Extende tu. Vide App
VÉRA: Aqui.
VERE: Um pouco.
VERE: Até agora. Vide App. tambem cutras pa-
lavras.
VEVÉDN: Apresentar - 1 - Kanendôro kanje kan, ven-
cédn: Ele se apresentou, estando na janella - kanendôro,
janella - kan, na - känje, estar.
VENVE, véve: Terminação do imperfeito do verbo
ve, ser, estar -- 1 -- Ti agi ke vénve : Elle queria ser ruim -
korég, ruim -- ke, querer - 2 - Hat airi vénve kn, l'iränha
vitire: Logo depois que sarou, foi de novo trabalhar -- hati,
estar bom-xiri, pouco depois, logo que-- kan, quando -- lai-
ranha, trabalhar - viiire, foi -- vénve, estava 32 Ta horég
vénve : Elle era ruim -- vénve, era -- 4-- Prôn xoro ix vénve ;
hara On prôn javaix ágno: Eu queria casar; mas a gente
não quer que eu case -- prôn, casar -- coro, quero -- hára, mas —
én agn, mas a gente javäix, não quer --5-- Pén hô ti vén-
e; hara ke tin nz ha: Atirava elle bem; mas agora não
vóde mais- pén, atirava-- hd, bem--ke tôn, não póde -- 6 -
Kizkaktin vénve; hárat hüru kiveinramen: Eu me tinha
esquecido; mas agora me lembro -- kivkaktin, esquecer -- huru,
ja: indica tempo passado - kinveinrâmen, me lembro.
VERE: Até esta hora, até aqui (tempo e lugar )-
1- Ha vére kantin: Venha até aqui -- ha, voz imper. -- kantin,
vir--2 - Vére kuxà ki ke na: Ainda está querendo amanhe-
cer -kz, em--ke, pretender, querer--kwra, cedo--3-- Véri
jen tôn ne: Ainda não tem almoço, refeição -- jén, almoço --
ton, não--4-- Vére x kürôn ne: Eu estou ainda moço--2,
eu--kiirôn, moço ( kerôn), novo -- ne, estou -- 5 -- Pergunta :
Jan, hur kára venjén? Resposta: Vére kara hádn ton ne. Per-
gunta: Mai, o almoço esta prompto? Resp.: Ainda não
acabei de preparal-o --jan, mii -- hur, particula adverbial, para
indicar o tempo passado -- kara, acabar -- venjén, almoço -
hadn, fazer -- ton, ainda não -- no, está -- 6 -- Vérex kangratka
kára ton ne: Ainda o retrato não está acabado -- kangratka,
retrato -- ara, acabar. Tambem: Ainda não acabou de comer
tudo -- 7 -- Vér-x São Paulo ama ra tin ton ne? Ainda você
não vai para São Paulo ?-- dma, você--ra, para-- tin, vei
ton, não--8-- Vére ti tara je: Elle ainda esta forte -- tara,
forte.
VERE: por algum tempo, não por sempre -- 1 - Ha
vére kantin: Venha para ca um pouco -- ha, voz imper.-
|
te hf li. à nd
= as o,
eS à. e
— 215 —
kantin, vir - 2 - Vére nim: Empresta-me -- nim, da-- vére, por
algum tempo - 3-- Véréx akanoa kanjám ex kémo: Quero
alugar ( comprar por algum tempo) a canda--4-- Vére me
kanõa kanjám ix: Eu preteudo alugar por pouco tempo a
canôa- me, pouco--5-- Kur ixmän vére nim: Empreste-
me -- kur, de pressa, voz imper.-- 6 -- Vere tora: Guarda tu
por algum tempo -- tora, guarda, imper.
VERI: Um pouco--1- Véri kupéra: Lavate um
pouco -- 2 -- Véri ranharânha ai: Trabalha um pouco - ai,
um pouco.
VERE: Primeiramente - 1 -- Ixdn vére jen kütiti: Te
nho muita vontade de almoçar primeiro - je, almoçar -- hôtiti,
tenho muita vontade,
VETKA'N Uma cousa unida à outra-1- Anengét ve-
tkan: Uma mão unida a outra--a, prothese - ningé, mão -- t,
paragoge -- 2 -- Aningét vetkan tr jénti: Um que está de mãos
postas -- jen, está.
VEXA': Parecer --1-- Tanta D, küxa ve xa: A letra
D parece-se com a lua -- tanta, letra -- Jriicá, lua -- xa, esta.
VEXA'N: longe --1-- Vexaän kanti fódn: esta posta
longe -- fodn, atirar, pôr --2-- On vexän kanti tin: Viaja
affastado do outro -- ôn, cutro.
VEXA': Uma vez--( Vide venxa, venxé)--1-- Venxá
mi hüti ix ne: Eu aqui era muito bom uma vez -- mz, aqui -
hôti, muito bom.
VEXA: Irmã primogenita.
VEXKURU JA, vexkuréja: Pente.
VEXÉN: Uma vez—1--In pen du ki, kané vexén
kénve: Uma vez queria elle procurar alguma cousa uo canto
da casa -- impendó, canto da casa--ín, casa--pén, pé-- do,
canto -- kané, procurar -- ti, elle -- kénve, queria.
VEXF LJE, fexféje: Florescer -- 1 -- Kafê vexféje mo:
O café está florecendo.
VENXKRÆDN : Combinar, pensar. Vide enkrédn.
VEXUPO'IX : Vestido -- 1 -- Vexupóir jadnjadn: Ves-
tido rasgado em varias partes - )1dn, repetido para significar
pluralidade de rasgos.
VE TI NE: E' menor. Vide ve.
VETOIXTO: Improvisamente. Vide App.
VEVE: Era. Vide vénve.
VI: Palavra, falar (vide vin). Nandameto
VIDNBEDN : Conversação. Vide védnbedn -- 1 -- Vidn-
bédn éimo: Estamos agora em conversação -- éimo, nós agora.
- 2 - Vidnbédn, mo éin: Nos conversamos (e) caminhamos -
mó, caminhar.
VIDN : Dar, distribuir, fornecer, guardar -- 1 -- Kavaru
kré vida: Dar herva ao cavallo -- ré, herva - 2 -- Farinha
zema vidn : Dá tu farinha para mim —- 3 -- Vidn hat ix húri:
Já distribui -- Aúri, já: indica o passado do verbo. Vide App.
— 216 —
VIERI'N : Volta ?
VIN: Falar, mandamento, ordem, recado - 1 - Vin ki
ti, mi ta? viiire ix: Eu fui matar uma onça por ordem delle
_- vin, ordem — ki, por —- mi, onça — tái, matar -- viiire, foi--2 -
Vin jéne ix: Eu mandei recado - jéne, mandei -- 3 - Fagn
iamak to vin veixmá ne: Ellas dizem para mim palavras
atôas -- fagn, ellas -- iama, para mim --k, connectivo — to, fal-
lam -- veixmá, ruim, atoa, louco -- 4 -- Eimá vin ti kémo: Elle
quer falar commigo -- kémo, quero -- 5 — Eirma ti vin hô je:
Está bom commigo -- eixmá, para mim --hô, bom -- je -- esta -
6-- Vin váix ti ni ha: Não pode mais falar - váix, não pode
-ha, ji-7-- To to ix vin korég hat : Eu disse uma pala-
vra ruim para elle-- to, fallar- hat, fazer--S--Ir vin: Eu
falo --9- Vin váix ti ni: Não quer falar - váix, não quer —
ti ni, elle está - 10 -- Vin kamém kémo ha: Ja elle de medo
pretende de deixar de fallar -- kamém, deixar de mado -- kémo,
pretender - ha, já - 11 -- Ti vin konana: Elle escarnece - vin,
palavra -- konäna : atormenta, judia - 12 -- Xa jogmá ix ke ve:
Eu pretendo falar a meu pai - xa, eu-- jog, pai-- ma, a — ke,
querendo -- ve, estou -- 13 - Vi hé ti nik ti: Elle está dizendo
palavras boas, é manço — hüti, muito bom -- x, connectivo -14 --
Jágne ra nai vin ti nanti: Estão deitados um perto de outro
(e) proseiam -- jágne ra, um perto do outro -- nad, deitar — nánti,
estão-15 -- Eixmá vin tôn : Não me falou — tôn, não -- 16 -- Xa
jogma vi x ké ve: Eu pretendo falar a meu pai--xa, meu
- ke, querendo -- ve, estou --x, eu--17--Vin tôngra: Nao fale
- 18-- Vin pire: Fala pouco- pire, pouco -- 19 -- Vin hé ti ne:
Elle está falando bem -- hô, bem — 20 -- Pi vin ki, tag kérxno :
Eu faço isto por ordem, com licença delle -- ti, delle — ki, por
— kéixno, faço agora - 21 -- Eixmäno vin kémo tin: Elle quer
fallar para mim -- eéxmän, para mim — 0, connectivo -- 22 - An
pije vin to hô je: Tu não estas falando bem - an, tu -- pije,
não — vin to, dizer palavras -- je, estas - 23 -- Déne ve kaniin
vine ti: Elle me convidou para ver o bicho -- dé ne, aéne,
bicho -- kantin vine, dizer que venha. convidar - ve, ver -- 24-
Eimanto akané joer vin ne: Elle me fala pestanejando com
os olhos -- eixman, para mim -- akané jodx, pestanas -- vin ne ;
esta falando -- 25 - Einbré vin hô ne ti: Elle está bom com-
nosco -- einbré, comnosco - vin, falando -- hd, bem -- ne, esta —
26 -- Akta ha tin kan tan vinera: Diga a todos que andem
lá, convide a todos -- akta, a elles-- ha, voz impr. -- tin, ir —
tan, la-- vinera, dize tu-- 27 -- Eixma ti vin kémo ton: Elle
está mal commigo--eixmä, para mim-- vin, falar - hémo, :
pretendo -- tôn, não. Vide krémä je — 28 -- Ix jogn tink ti kan,
enjuvén hati: Meu pai, quando estava vivo, dava bons con—
selhos — tinkti, vivo -- kan. quando -- tinkti kan, quaudo vivia
- enjuvén, conselhos -- húti, fazer, dar -- 29 -- Xa jegmá vi a
ké ve: Eu pretendo falar a meu pai. Já explicado. Vê tam-—
bem sob a palavra seguinte. Vide App.
VIN KARA VA'IX : Tartamudo, nunca acaba de falar
- váix, dificilmente -- 1 -- Vin korég ti je: Está falando mal,
dis fa ii e
PSS id e dd Do
4
,
balbueiante (On vin korég ti je, balbuciante )-- 2 — Vin hema:
Prosiador -- kema, que gosta--3-- Vin korég ti je: E' maroto
-4- Vin kuair: Caládo, taciturno -k, counectivo -- uia,
vai, não gostar. Tambem Vin vaix -- 5 - On to dx vin vaix i
Com outro eu estou mudo, caladao — ôn, outro -- ni, estou - &
- Agtôn mim to vm jéne: Elles estavam falando sobre uma
onça — agtôn, elles -- mim to, sobre uma onça -- vin, falando -
jéne, estavam -- 7 - Vinton: Silencioso -- 8--Gôio vin ton : Agua
parada, silenciosa.
VIN: Amarrar. Vide App.
VITPK BIB: 1-Pesear -- Vitpkéie kangóiúve: Elles fo-
ram pescar -- hangiiive, foram: perfeito plural de tin.
VIRI’N: Virar-1- Kavaru kri ninja virit ke: Virou
o arreio do cavallo - kr7, do - ninja, arreio — 2 -- Kankéi viri,
ke: Virou a canõa--3-- Vérit kara: Virar de tudo - karat
tudo -- 4-- Virin ti: Vira elle.
VIVT : Solidéo, berrete.
VO, ve: Imã --1-- Tx ve fi: Minha irmã, minha prima
- fi, ella.
VO: Correr. Vide veinvó. Tambem significa fazer
bulha, ferver -- 1 -- Vora: Corre tu. Tambem wora -- 2 - Uo ton
gra: Não corras tu: fiques quieto, não te movas-- 3 -- Gozo
ki vorókte: Corria frequentemente no porto --gõio ki, no
porto - ke, suffixo para indicar o passado.
VOHN: Falar. Vide App.
VOG : Amolar, judiar.
VOG: Corredeira dos rios-1--Gôi vog ki judn:
Chegar na corredeira do rio - ki, na -- judn, chegar.
VOG : Judiar, amolar, atormentar - 1 -- Ix vog tôngrá :
Não me amoles - 2 -- Déja tr vôg ?: Porque atormentas a elle
-3- Ie pia ti vog: Eu não faço mal a elle - pia, não — 4 -
Tx lairanharânha kéira ix vog ma he: Não me amoles, em-
quanto eu trabalho -- kira, veja: serve para fazer o impera-
tivo. Vide App.
VOG: Mover--1-- Vóg dénera: Vire para traz -- déne
dére, para traz.
VOG KONA'NA: Judiar--1 -- Déje ix méix vog ko-
nana? Porque judias dos meus animaes ? -- déje, porque -
méix, animées.
VOG : Expulsar, tocar -- 1 - Vognera: Toca fora. Imp.
- 1- Bixmn füir-fü/x vognera : Tota tu o xupim para mim -
füix-füiæ, xupim, passarinho conhec do, de côr preta — 2 - Ti
vôg ti: Fulano de tal (elle ) toca a Sicrano de tal - 3 - Xanri
vógn ja ix tin ge: Eu pretendo ir afugentar os passarinhos
- xanxi, passarinho.
VÓPKE: Tirar -1-- Ti krin pan vóp ke ti: Fulano de
tal pretende tirar o lenço, liame da cabeça de Sicrano de tal.
VORA: Traspassar. Vide App.
— 218 —
VORE: Correr, ferver, fazer bulha, mover -- 1 -- Veín-
fuire tógn kainká ti keti: O vento faz mover as folhas seccas
- veinfuore, folhas -- tógn, seccas — vóre, mover -- kéti, faz.
VU: Empinado - Vu éne te ni : Lá está empinado -
vu, empinado, éne, lá — te, no.
VUA’ vué vué: Carregar -- I -- Kankrô fuôre «amb
; hára agtôn vuámo: Eu pego alambary; mas o povo car-
rega (tira a saber ) - kankrô fuôre, alambary -- ide sa
ix, eu-hára mas - agtôn, a gente - vuámo, carrega -- 2 -- Em-
bra vuü ne: Estão nos ajudando a carregar - en, nos bra,
junto — ne, está - 3 -- Ixôn kaxorro vuüd ja ne: Ja está
carregando o meu cachorro -- ixôn, meu- jane, está agora -
4 - Ti anguéi œuôn ke ix: Eu pretendo trazel-o para pas--
sear - anguéi, passei - ke, pretendo - 5 - Onw veinkangra
dgn venxére vúitha : Traziam o defunto quatro pessoas - ôn,
algum -- venxére, defundo -- 6 -- Gire vidtkan fi ne: Ella
esta carregando o menino -- gire, criança -- 7 -- Ti viitka kan,
xére : Emquanto o carregavam, morreu - kan, no momento
- xére, morreu - 8 -- Vuüt kan ja ti: Elle esta carregando -- 9
Vuüt ke tôn kara ix ne: Eu não estou sendo capaz de car-
regar tudo - ke ton, não posso -- kara, tudo, acabar - 10 -. Ti
vutkje ra,ti tere: Apezar de elle carregal-o, elle morreu -- ti
elle -- je esta ra, apezar - 11 - Vuô corég: Difficil para carre-
gar - korég, dificil -- 12 -- Vudt kan ti : Elle carrega. Vide App.
VUO’G: Mover (vuég)-1--vuég vuoeg: Varias
movimentos -- 2-- Vuég haté: Fazer movimento -- 3 -- Ti vuét
kinti fodn : Deu-lhe um empurrão -- fôd atirar -- 4 -- Vuét ti
jéne : Elle se move — jéne, está.
VUO"T: Virado -- 1 - Néixmd péne vudt kanje: Está
com os pés virados para cima -- küirmän, para cima -- péne,
pes -- kanje, está-- 2 -- Hix ki lire vuüd ne: Estou virado
olhando para cima-- ki. em - lirz, olhar. Vide App.
VU" IRE: Fui, foste, foi. Perfeito de tin, ir, singular --
1- Arót kára anvéi vüvre: Entrei na horta para passear -- q
de ard, prothese -- 7), horta -- kara, entrar dentro -- 2 -- Ti bré
viiire ix: Eu fui junto com elle-- bré, junto -3-- Lx jógn
angvéi viiire: Met pae foi, passeiar--4-- Vüère ti húri: Ja
foi-se embora - ti, elle -- húri, já : indica tempo: passado -- 5 -
A’ma São Paulo la hiro viiire tôn ne? Você ainda não foi
para São Paulo -- ama, você -- la, ra, para? - hurd, ja. serve para
fazer o tempo passado -- tôn, não - né esteve (foi indo ).
PERE TIN: Prazer, levar para algum logar -- 1 -- Intonjá --
ra pére viiire ix: Eu o carreguei fóra da casa -- in, casa —
tonjá, fóra -- ra, para.
TOTNVÜIRE : Voltou ( voltei voltaste ) -- 1-- mera totn-
vivre: Voltou atraz -- dére, atraz.
|
‘
E
|
|
L
L
L
.
F
DICCIONARIO
Portuguez-Kainjgang
hy
t
ha
À: 2 dl
Ê ao Pant
1
Oty
ADS: a.
A
A’ prep., para indicar o complemento de meio, ins-
trumento. Ex: Moinho movido a agua; exprimese o A
com tan, ta-1--Gôio ta joixke: E” movido, é tocado, mo-
ve-se em gyic, tocado à agua --2-- Pótan de han: Fazer
uma cousa com uma pedra - de: consa -- han, fazer.
A: a, para, compiemento de termo: traduz-se, com
ma, ou sem elle, pondo o nome ou pronome ou complemento
de termo antes do verbo: Elle me da dinheiro: Eixmã
dínheiro ti nim -- ti, elle. -- nim dá.
ABA (p. ex.: do chapéu ): Janta.
ABANDONAR: Ré, továix, ra - 1-- Men ré : Aban-
donar o animal - mén, animal - 2 - Ga tovaix : Abandonar
a terra.
ABELHA : Mang: é o nome geral da especie. Jónje
é uma variedade.
ABERTURA: Doro -1 -- Abertura da cova, gakôn
dôro — ga, terra -- kox, cova - dôro, buraco abertura.
ABOBORA : Pe- Au, Pakon ( Vise ).
ABORRECIDO : Venmá.
ABRAÇAR : K Anmi.
ABRIR : Dô, dôro, dôn -- 1 -- Abrir a porta: Don ( Ch.
L.).-2-- Jenjére (p. ex., os braços ) -- 3 -- Abrir os olhos:
Beithe, mbriinke ?
ABSOLUTAMENTE: Tavín.
ACABAR: Kénere, kanéne, kara, kardn -- 1--Kanénera :
Acaba tu -- 2 -- Petkára, acabar.
ACHAR, descobrir: Ve.
ACAUTELAR-SE: Kéra, kira, kéira, kére, kéêra, (o
cave latino ).
ACCENDER: Azénka, aianka, kiénka, lIeáka, kiânka
( soprar ), kuanka.
ACERTAR: Pén--1-- Ti ti pén, acerta em Fulano de
tal -- elle, tz, Fulano de tal -- pén, acertar.
ACIMA: Kétxma ( adverbio ) küæmu.
ACIMA ( Posp.): Kri--1-- Véi kri fi känti : Está posto
um cima do outro —- véi, prefixo que serve muitas vezes para
reduzir o nome outra palavra -ji, posto. Tambem veikri,
veckriton servem para fazer o correlativo ou reciproco — Jeri,
acima -- t, connectivo — ôn, outro.
— 222 —
ACONTECER: Be--1-- Acontece às vezes: Néjen be
- kejen, as vezes.
ACORDAR: Liri (do somno). Significa tambem abrir
os olhos, como, nôro, dormir, siguifica fechar os olhos.
ACOSTUMADO: Toi, to, guje, toéxtan.
AÇUDE: Gôio nafé - góin, agua -- nifé, fechada.
AÇULAR (o cachorro ): Fódn.
ACUSAR. Vide dar parte ao juiz.
ADIANTE (tempo e lugar): Jo, ju, jamé. jami, jut
-1-- Anjamé tin: Ir adiante (anjomén tin ).
ADOCAR: Gren -- 1 -- Adoça tu: Grénra.
ADORNO: Kupé--1-- Adorno de peito: Nhatka (ro-
sario), ete.
ADULTO: Karan.
AFFASTAR: Vexen kanti fôdn -- vexén, longe - fódn,
atirar. y
AFILHADO : Venkupé -- kupé, lavar, baptizar.
AFINCAR: Gui.
AFOGAR (morrer na agua): Gôio ki tére, engdio
rog kan, kantére -- ki, na -- tére, morrer.
AFUNDAR: Putke, pur.
AGARRAR, pegar, matar: Ge. Agarrar com força,
hagmi.
AGRADAVEL: Hô.
AGUA: Gôio- 1 -Gôio ni hângja: Cabeceira da agua
parada -- nº, parada -- hingja, lugar onde uma cousa começa,
de han, começar - jo, lugar - 2 -- Ir buscar agua: Aru tin -
aru, cabaça--tin, ir—3- Agua baixa: Gôio gu - 4-- Gôio
nifé : Agua fechada -- 5 -- Gôio ni: Agua parada.
AGUAR (ir aguar): Arútin. alú tin. aru tin — ru, ca-
baca--tin, ir. Ru, rumiá, rudia: Cabaça. Os Kaigang não
tem outro vaso para ir aguar, a não ser a cabaça.
AGUARDENTE: Gôio fá. Uma variedade della se
chama kiki (é feita de milho ou de pinhão ).
AGUIA: Ave de rapina: Kakán.
AGULHA : préja, :
AGUTZ : Bixo conhecido: Kaixo.
; AH! (interjecção ): Hen !
AINDA: Vére (até este tempo, até este lugar, até
aqui )--1-- Vére x küron ne: Sou ainda moço - kiiron, moço
- 2-- Ainda não -- ton, ainda -- ningé.
AJUDAR, traduz-se com bré e com a palavra que exprime
aacção com que se ajuda alguem -- 1 -- Embrá vud ne: Está
ajudando a carregar -- vue, carregar - 2-- Jagne bre kéte:
Ajudar-se um a outro -- júgne, um a outro -- két/, fazer--3 -
Jágne bre ix muaitka te kankéi larái: Ajudo a elle a ar.
DR" ?.
rastar a canoa fora do matto - ag, a elles -- ix, eu -- m--uäitka,
matto -- te, do - kankéi, canôa- laräi, rarai: arrastar -- 4 - Ti
bra denim hadn: Ajudar alguem a fazer tudo -- hadn, fazer
- denúm, tudo -5- Ajuda-me tu a sahir da agua: Ix bré
gôio kan he kankiiten-kon, na -- ha, voz de mando -- kankúten,
sahir -- 6 -- Jagne bré tanke: Ajudar-se um a outro - tanke,
fazer.
AJUIZADO : Jukremá.
AJUNTAMENTO: Veixmá ( manada de porcos p. e.)
-1- Giri veirmi: Ajuntamento de meninos -- 2 -- Agn verx-
ma : Ajuntamento de geute.
AJUNTAR: Bakant/n -- 1 -- Arroz bakamonera (arroz
bdra kamó ): Ajuntai vos arroz. -- 2 -- Ajuntar 0 povo: -- Agn
tong vajeto keka (?)
ALAMPADA: Monkópo ( São Paulo ).
ALLARGAR : Jedn- jedn (p. e. a estrada ).
ALEGRE: Man - hô, mahó.
ALE'M: Bré: Além de pão, me deu carne :Pão bre
lemân denéni nim -- ixmán, para mim -- pão, pão -- déne, de
bixo -- 27, carne -- nim, deu.
ALE’M: Kafán - 1-- Além do rio: Gôio kafan te-te,
em-2--Gôio kafan ra tin: Ir além do rio -- ra, para (indica
movimento para lugar ).
ALGIBEIRA : Déro, kakí. (dentro )--1 - Pôr alguma
cousa na algibeira: Veixkaki fódn--fódn, por, atirar, lançar -
veixkaki, dentro.
ALGUM: On, ônt-ôt, um. On, ete. significa tambem
outro, e tambem um e outro. Neste ultimo sentido, se es-
creve ás vezes uma vez só, visto ser uso dos Kaingáng de
usar, porém não sempre, um só membro da correlação. Al-
gum se traduz tambem com cunmá composto de a prothese -
um, algum —- ma, paragoge. -- Traduz-se tambem com ut--1 -
Alguma cousa, tudo: Denúm -- de, cousa -- n, connectivo — um,
algum.
ALGUMA COUSA: Tánda, tanda on.
ALMA: Veikuprí ( cousa branca ).
ALMOÇO : Jen, venjén, fenjén - 1 -- Aimoga tu : Jéngra.
ALMOFADA: Fakrín - krin, cabeça -- fa, instrumento
ALTIVO: Kairdme.
ALTO: Koixmá (em cima), téie, téje, ( cumprido ),
téi, tai, kri, hé - 1 — Koi ( küx ) kané mé : Olhou pouco alto -
me, pouco -- 2 -- Mais alto. Vide mais.
ALVO: Titankare ja vo ve (?). Vide App.
224 —
ALLUMIAR: Gru (resplandecer ).
ALUGAR: Vére kanjém-vére, por algam tempo - kan-
jam, comprar.
AMA: Pafá, (mulher de criar crianças, ama de leite ).
AMANÇAR: Kairónhi, kanherdn, kajére, kanhére.
AMANHA: Váix, vajá, vai kd; vae kd, oa ka, vae-
ka, vai -- 1-- No amanhã: Veia ka-ka, em — 2 -- Amanhã de
tarde: Vaia hd aran káxka-arán, sol, calor-- kdxka, ceu.
Tambem se diz vaka, uaika, waia -3-- Vaikéra kâxka :
Amanhã de tarde.
AMAR: Kikairone, kevenhéra, kevenbéra -- 1 - Em
kikairône te: Elle nos ama--en, nos. Tambem se diz kivein-
ramen.
AMARGO : Fa, fod, fud, kaj, kajé. Fa, propriamente
significa azedo.
AMARELLO: Kuprí kuxóa (branco-vermelho ) - 1 -
Pan téie buiigh ve: Como a cauda (amarella) do passaro
cachique -- pantéie, passaro cacique--p n, amarrado -- téie,
cumprido — buügh, cauda, rabo - ve: é. como.
AMARELLÃO - 1-- Está com amarellão Kupriktimo,
de Æupri, branco -- mo, agora. —
AMARRADO, feixe: Toku/ntokf/m.
AMARRAR: Xe, tog, pugn, pan, kixé--1-- Tokira:
Amarra tu-- 2 -- Xe-- a, um preso -- 3 -- Kixéra: Pega tu - 4 -
Krin pan: Fita para amarrar a cabeça -- kren, cabeça — 5 —
Vein krin pm fin ti: Elle amarra uma cousa acima da
outra -- ti, elle.
AMASSAR: Ngrvudn.
AMIGO: Jágne kiveinrémen — jágné, um a outro — ki-
veinrimen: conhece-se, ama-se -- 1 -- Venxán jagne k.veinra-
men; Ori kikaktin jagne: Uma vez eram amigos, agora são
inimigos -- venxén, uma vez -- vri, agora. hoje - kékaktin: não
se conhecer, ser inimigos. Diz-se tambem: Jágne kikaióne,
- Amigo simplesmente se traduz com as palavras alengré.
rengré, hd, kitkanherône, kaika ( este é substantivo )-- 1 —
Kairé fi, kixkatrofi: Amiga --fi, ella.
AMOLAR (alguem) bulir com alguem: Vog.
AMONTOADO: Nonjéro.
ANANAZ : Lanhára.
ANDORINHA: Topé méin - Topé, de Deus - méin,
animal :
ANGULO : Dógn dó, pen dô, jodjóro.
ANIMAL: Mé, méin (animal domestico ): de, da: ani
mal domestico e selvagem -- 1-- Animal brabo: Dén jun-
Tambem se diz mén, déne.
a a RUE
ANNEL: Tokfine - 1 -- Ningé tokfine: Annel (do
dedo) da mão - ningé, mão.
ANNO: Prim, plan -- O auno passado: Priin tin ja
éne ki-- éne, aquelle - ki, no -- 2 -- Cada anno: Prin grét ki
- 3 - Um anno completo: Prim kri ti ni -4-O anno que
vem: Prän kantin -5 - Prin ont ki... Prin Ont ki 1ôn: Um
anno sim, outro não -- ki, em -- t -- connectivo.
ANTA: Ojôro, ajôro.
ANTEBRAÇO: Nindó jopé (de jo, adiante) -- pé
braço (3. Paulo).
ANTES, adiante: Jo, jamé, jami ( posposição ), ka
(esta propriamente significa no tempo que)--1--Ir adiante
da gente: Ag jo tin -- ag, elles -- 2 - Pouco antes: RA (perto),
-- 3- Pouco antes de chegar: Jut ra-jut, chegar -- 4 -- Antes
de deitar: Anáix ke ka--a, prothese, náix, deitar -- ke, que-
rer -- ka, no--5 — Antes de um anno: Präân jo--prin, anno
-- 6 -- Antes do tempo: Kuran ton (tempo não) - 7 -- Antére
ke kan ke, ti ke: No que morria, fallava -- an, de antére, pro-
these -- ke, querer -- ti, elle -- ke, fallava.
ANTES DO TEMPO: Kurän ton javarx - 1 - Anku-
ran ton, ki kankúten: Nasceu antes do tempo -- ki, no -- kan-
kúten, nasceu, appareceu - 2 -- Antére javaix ti tére: Elle
morreu antes do tempo: — ti, elle.
ANTIGO : Onove ka.
ANUM: Amé (passaro).
ANUS: Tafa.
ANZOL: Enkfi.
AONDE: Déto, énto, héra.
APAGAR: Kekóra (1), dun, dur, dôr, dúru, - 1 - Dor
ti: Elle apaga--2-- Pin duro: Apagaro fogo - pin, apagar.
APANHAR, RECEBER: Ma, ba - 1 - Apanbar chuva:
Ta váin krimá--ta, chuva. Tambem ta fan--fan, apanhar.
APERTAR: Kagn. venjenmira - 1 -- Calçado apertado
(estreito): Pentoró kantararadn.
APERTADO ( estreito ): Tara.
APERTO : Kangão.
APITAR: Kudn, in húi, eng--hui--in, eu-- eng, nós.
APEZAR DE: Ra ( posposição ), ara.
APODRECER: Oäktimo - 1 -- Podre, kokré.
APPARECER, (vir) Vem.: Do sol, jud, jun
APPARECER: Ve (ter apparencia ), liri, vei, kanku-
ten, kuten, akankúten -- 1-- Aran liri: O sol apparece ( lir/,
_ propriamente acordar do somno, abrir os olhos) -- 2 - Kankuten
propriamente sahir ).
APPARENCIA: 1- Ter apparencia: ve, véi.
APPARECIDO, semelhante: ve, véi
APPETITE: 1- Não tem appetite: Jent kamé.
APPRENDER: Veinrämen, veinran, kiveinran - 1 ~
Eix veinrán nikrén hôtiti: Eu desejo muito apprender a ler,
(1) Kekóra, kekónra : apagar ( p. e, a tinta ) limpar,
E 990
a fazer contas -- nilern, fazer contas -- hútiti, desejar muito —
9 - Endäix kiveinramen: Apprender a cosinhar -- däix, cosi-
phar -- 3 -- Venharé: Ler, appreuder a ler--aré, letra -- 4-
Kikairéne: apprender -- 5 - Apprender a escrever: Venha-
ri -- 6 - Ontán venharé timo: aqnelle que apprende a ler
ou escrever: discipulo. ;
APPRAZER: 1-- Appraza a Deus: Ara!
APRESENTAR: Ve-1-- Vevédn ( sendo varias as ve-
zes em que se apresentam as cousas ).
APRUMAR: Kambúno, kambudne.
AQUECER: Xut (a mao), xu; aran.
AQUELLE: E'ne, tan, Néhne - On éne fi: aquella é
mulher -- dn, é-- fi, ella.
AQUI: Taka, tag, ta, dti, mé--1- Tágmi: por aqui --
mi, por.
AR, RESPIRO: Jengére.
ARANHA; Hukrin (é uma variedade), patekle, pa-
tekri.
ARAPONGA: Aügn.
ARARA: Crogn, kaéi.
ARCO, KRECHA: Uije-1-- Arco da caldeira: Hugh,
vue.
ARCO-IRIS: Tandé (raio da chuva)- fan, chuva--
dó, raio, espada. Tambem significa relampago.
ARCO DA PANELLA, DO CALDEIRÃO : Telefinjas
de tokfin, amarrar, e de ja, instrumento ( huigh ).
AREIA: Lanharanha ( ranharanha )-- 1 - Praia do rio:
gôio lanharânha.
ARIRANHA : Grére.
ARMA: Do, andó--1 -- Arma curta: do ruro.
ARMAR (EXTENDER): Jajan, ka kané (?).
ARMARIO: Fua, kurt de - kuru, panno -- de, ar-
mario, jénde: armario de mantimentos.
ARAPUCA: E'ngje.
ARKANCAR: Konôn, imperativo -- konônera - 1 -- Kuk-
féra: arrancar (a pelle) imper. de Julifén, kufén, küns,
nôti, ( arrancar as botinas ).
ARRANHAR: Kuéja, kudjéja, kulxé.
ARRASTAR: Laräg, ararád (a canôa do matto ).
ARREBENTAR: Topên, kaxpan -- 1 -- Arrebentar a
cerca: Ro fodn.
ARREMEDAR : Kangrá.
ARRIBA: Kügmd. kiiemd, küixmd (no alto, em cima).
ARROJARSE: ge.
ARROMBAR: Nam.
ARROZ: Gara kanxire, ou gara xire-xire, kanæire,
pequeno -- gára, milho.
ARROZAL: Arroz kre, gara kanxire kre, tô gara
kanxire, kre, planta -- tô, logar.
ARRUMAR: Häti--1- Ninja hati: arrumar a cadeira.
o
ii di co ti is Ai it dd Dc dd dd a ESS
MOY E
ARTELHO : Penféie -- féie, dedo, pén, pé.
ARVORE: Ka-1-- Arvore grande: Kan téie - téie
alto, grande.
ASSAR: Jagmé, jenga.
ASSADO : Jéngo, tógn.
ASSAR: Jéngo, jángo, tógn.
ASSENTO : Dére, nija.
ASSIM : Ge.
ASSISTIR: (Um doente): Manga re ix koi -- kanga,
doente - ra, perto -- kói, comer. Vide trabalhar, ajudar.
ASSOPRAR : Hui, hu.
ASSOBIAR: Fix, hui.
ASSOBIO : Enghui.
ASSUAR : Kunbédne, kud.
ASSUCAR : Toto van.
ATAR : Tokfin.
ATE AQUI (lugar e tempo ): Vére.
ATE AGORA: Vére--1-- Até agora não: Tôn-2--
Ainda não: tôn.
ATICAR (a lenha): Jod, jodno.
ATIRAR (no sentido de dar tiros ): Pén, penó:, péne,
pén, péne, panno
ATIRAR NO SENTIDO DE PINUHAR: Fédn--1 -
Léti fodn- le, fora ii--elle--2-- Pó fonera: Atire pedras -
fónera, imper.. Tambem létiti fóre-3-- Vavá: atirar fora -
4 - Vavarxa: Atirar fora.
ATOLAR: Ora. oré.
ATOLEDO : Oro, oré, ora.
ATORMENTAR: Xonäneru ( imper- ), vog.
ATRAVESSAR: Bran--1-- Emprii tan bran kééra:
Tenha cautela em atravessar a estrada--emprii tan, ha estrada --
kééra, veja ( imper. ).
TRAZ das costas: Apani te, de a prothesi -- pani,
costas -- te, em--1-- Veixpänti eoâèx : Olhar atraz das costas
-2-- Krin pin: Atraz do monte -- krin, monte. Xrin pan
siguifica tambem : Correia das estrellas ( as tres estrellas do
Orion ( Tel).
ATRAZ: Dére, do, ndo, to -- 1 -- Voltar atraz : Dére viiire
-- viiire, foi, perfeito de tin-2-- Vira atraz: Vog dénera
( imper. )-- vdg, mover - ra, de denera, terminação do imper.
Tambem se diz: vdég dônera.
ATRAZ: TO'T, dót, do, dén--1-- Vog donera: Volte
atraz -- 2-- Van dor: Atraz -- van, prefixo. Tot significa tam-
bem de novo. Ex.: tot-kantin, voltar -- k: mtín, vir.
ATROPELADO : ( confuso pelo temor ): momen (te-
mer, estar espantado ).
ATTENDER O PEDIDO: Atan kéx, hat kike.
ATOA: Denun ton (tok), kutú: bobo, atoa, -- korég :
mau, atoa.
?
— 228 —
AUSENTE: Está ausente: Tonjamititi--tonjá, ausente
fora-ti, está
AVARENTO : Deikemä ( Tel.) de, cousa -- kémá, gosta.
- AVENTAL: Toxä--1- Fé toxá: avental de peito -
fé, peito - 3 - Fag veinpefin: Avental das mulheres -- veinpe-
fin, avental ou xiripá -- fag, dellas.
AVO’ (a avó): Jog-jan (avó paterna )--jog, de pai -
jan, mai--2-- Janján (janfijän), avé materna, mai da mai -
i, ella.
: AVO: Ben, bon--1-- Avô paterno: Jognjogn -- 2 -- Avó
materno: Jan jogn-jan, mai.
AZA: Féére - 1-- Debaixo das azas: Féêre krén-- 2 -
Dénféére: Aza de bicho ( passaro )-- 3 -- Diz-se tambem fééne.
AZA DO VASO -(e tambem de passaro): Jenbung
(genjung ?).
kajé.
AZEITE: Konte gara jéngo ( milho, que esta assado ?).
AZUL: Toi koreg (toi, verde -- korég, feio), küdna.
ZEDO, amargo. Laranja azeda : Núáni kovaix, kajá,
B
BABA : Jara.
BACO: Tamé (tambem figado ).
BACULO : Ka.
BAGO: ( fructo): Kané.
BAGO (DE CHUMBO PARA A ESPINGARDA ):
Kané fa; boka kané fa; dé kané fa-- boka, espingarda - dó,
arma. é
BAILE: GRINGE : veingrin, veingrire, veingrére, kren,
gren.
BAIRRO : Ema (villa, povoação, cidade ) - 1 - Meu
bairro : Jamá. 4
BAIXADA : BERE.
BAIXAR: Gu.
"BAIXO, curto, pequeno: Ruro, lúro, pran, emprán,
ren -- 1 - Homem pequeno: Ungré lúro, ônô luro.
BAIXO: Krén, kré--1-- Em baixo: Ven krén, enkran
- 2-- Está em baixo: Ave va-va, van, está -- 3 -- Para baixo:
Veixkré - 4 - Veinxkré ve: Elle olha em baixo. Diz-se tam-
bem gre. Olhar para baixo: Vein kréno eváix, veinprán eväiæ.
: BAIXO (opposto de em cima): Gu--1--Gu kante:
Lado de baixo -- kante, do lado ( pospos. ) -- 2 -- Gu fi ti xa ha:
Já está ella muito funda -- gu, fundo -- fi, ella -- ti, muito --
ca, está -- ha, ja. ©
BAIXO. RASO: Paiére, parêre-.1- Rio que não é
profundo : Goio palêre.
BALAIO: Keëni.
BALANÇA: Ti kambú jafá-kambú, peso --ti, da tal
cousa -- jofá, instrumento.
BAMBEAR: Joké -- 1 -- bambo: langra.
BAMBU": Tugnd uakró (esta ultima é uma variedade
que serve para fazer flexas). U de wakrd, nasalado.
BANANA: Banana, Tiign buông kané -- tiign, caeté --
budng, grande -- kané, fructa.
BANANEIRA : Tügn buông.
BANCO, CADEIRA: Ninja, ninjafà -- nn, sentar -- ja,
instrumento, logar, jafa, instrumento
BANDEIRA : Auruxi-kurt, panno, xi, pequeno.
BANDO, ajuntamento: Veixma.
BANHA : Kavo.
BANHAR--SE: Ore.
BANHO : Kupé, kupéia ( lavar-se ).
BANQUINHO: Nin xin-nin, sentar -- xi, pequeno.
BAPTIZAR : Nupé (lavar ).
BB EE
BARATO: Kanjam xm-hkanjam, compra -- xin, pouco —
1- Kanjim wintin: Comprar muito barato — t7, muito.
BARATA: Nrôjo, krmújo, ( uma variedade ) tirixi.
BARBA: JUA”, Joá--1-- Barba de pau (raiz): Ka
jare.
: BARRANCO DO RIC: Gozo fudre.
BARREAR : Intongá -- ga, barro -- 1 -- In tonga ti: Elle
barreia.
BARRIL: Gôio fd de.
BARRIGA DUN, du -- 1 -- Barriga da perna: vide perna.
BARRO: Ga, engá ( terra )-- 1 - Goro, grôro, grôra -- 2
- Groro grin: Artefacto de barro ( artefacto caseiro ).
BARROTE DA CASA: Intoró, de into, parede -: ro,
cerca. Into, deriva de in, casa--to, parede --ou de in, casa
— tóro, veste, o que encobre.
BARULHO: Oéke--1-- Barulho de uma cousa que
cahe; Ti kute--ti, de tal cousa - kúte queda --2- Fazer ba-
rulho qualquer: Veinvó -- 3 -- Fefé-- 4 - Não faz barulho : Vin
ton - vin, polavra -- tôn, não.
BASTA : Gétka.
BASTAR: Aran. Vide dar.
BATATA: Ped-é, dun.
BATER: tain, táix, ten (percutir matar), nite--1 -
Ka nite: Bater com porrete -- 2 -- A vespa bate em alguem:
Titó kiti ta feindú -ti to, em alguem -- feinduú, vespa. Ki,
em, ta, bater. Significa isto, que a vespa bate com a parte
posterior do corpo em alguem, enfiando-lhe dentro o ferrão
(rere, ferrão ).
BATER: Kréngn, grôngn--1-- Tantha krügn: Bater
na porta -- iantká, porta--2-- Kriing’ gra ma: Bata mais -
kriingrd, imperativo (tambem Æüngré ).
BATER (pisar): Gan.
BATER: Póp-1--O passarinho bate as azas : Xanæi
féêra pop - xanxi, passarinho -- fééra, aza -- pop, bate.
Ba (de coração ): Tügn. Esta batendo : Kamtogre
- kan, está -- 2 -- Bater repetido: Togn togn.
BEBADO : Tére--1-- Tére ti: Esta bebado. Tambem o
bebado - 2 - Tére fi: A bebada--f, ella. Tambem téêre.
BEIJU : Mistura de farinha com cousas doces: Xixá
kaxire.
BEM: Ho”, ho” t, pakxin,- 1- Pakxinti: Elle está
bom -- 2 -- Ha hé man: Passe bem - ha, voz imper. -- man, con-
tinue.
BERGANHAR, VENDER: Péno, féno -- Un péno:
Troco outro - wn, outro.
BERNE: Kturn, hutúdn - 1 -- Tx kitúdn: O berne que
está em mim -- 7x, meu. Especie de berne bikurt, bekuru.
BARRETE, solideu: Vivú.
BESOURO : Maréia (S. Paulo ).
BICO: Ja, jan (dente )--1-- Bieo de passarinho :
Xan ai ja.
Gé mit ln
ots db
BIGODE: Jantkit kri gaix (da boca em cima cabel-
los). Tambem: Jantkü kri ndix.
BICHEIRA : Kaiankuá. Bicho (animal): Me ( cavallo,
sabia ).. Ka, de mosca -- iakua, lagarta.
BICHO : Den -- 1 -- Den jun : bicho bravo -- 2 -- Déne tan:
Aquelle bicho. Tambem: Déne éne-éne, lá - 3 - Den ne ni:
Carne de bicho -- de, bicho. Diz-se tambem de, déne -- 4 -- De-
num: Algum bicho, outro bicho -- 5 -. Verme: Najafa, kaian-
hua, konfoia, kifoia - ka, mosca.
BOCA: Juntki”, jenthii.
BOCADO: Kugmára, krugmara.
BOCEJAR : A’nge -- 1 - Ange xogmo: Estou bocejan-
do -- 2 - Angémo, o mesmo sentido.
BOIAR: Xat.
BOLA : Gra, gro, jakrin. PAT
BOLO : Emin ( pão ). AR:
BOLSA : Perógn ( patrona, sacco ). Ee a ie
BOLSO: Veinkané. Le LIBR
. BOM: Ha-1--Ha tavin: Bom de tudo -- 2 - Ha hé tal
vinti ti: Muito bem de tudo. ene :
BOM (melhor: ) Tampri ( superior ).
BOM: Hé--1-- Man ho”: Muito bom -- man, muito.
BOM (que tem serventia para alguma cousa ): Hé -- 1
Ko ho” ti: Muito bom para comer -- ko, comer - ti, muito - 2
Lairânha hone ti: Elle é muito bom para trabalhar - lazra-
nha, trabalhar -- ti, elle.
BOM (estar bom, ficar bom de saude) Had, pakxin,
ho” - 1 - Had, sarar, ficar bom --’’ - 2 Pakxin : Ficar bom. me-
lhor -- 3-- Está bom ? : Ma hé pa, mais; cin, bom.
BONITO: Ha, xin, hé -1-- Ha tavin (xin tavin):
Devéras bonito!--2- Casa bonita: In xin-in, casa - xi,
xin, bonito.
BONECA : Foke, fou.
BORBOLETA : Totógn. Outras variedades : mebüré,
membré -- 1 -- Borboleta preta: Totó aw.
BORRACHUDINHO : Kran, karan.
BOSQUE: Ua, úáitka, dai. (1) Vide matta.
BOTAO: Den.
BOTAR FORA: Le fore, vava -- Léti ti fóre: -- elle jo-
ga fora -- le, fora -- ti, elle -- fódn, atirar - 2 -- Vavárxa: Esta
botado fora -- xa, está.
BOTINA : Pentoró ( vestido do pé )-toró, vestir.
BRABO : Korég, diun, jun, jon, - 1 - Bixo brabo. Vide
bixo -- 1 -- Estar brabo : junne -- ne, estar. Diz-se tambem jo, ju.
BRAÇALETE : Nendo tokfin
BRAÇO: Pen, jen -- 1-- Braço posterior: Pé buo’’ngh --
bnôngh, grande -- 2 -- Braço esquerdo : Pe káin -- 3 - Braço ante-
rior: Jó pé - jo, anterior. Braço tambem se traduz com nindo.
(1) U nasalado,
Sat FBO! 2
BRADAR: Pran, prén, préra, préle.
BRANCO: Kupri--1- Homem branco: Fong (deriva
da palavra fogo, portugueza ) -- 2 -- Branco de ovo: Garin kré,
déne kupri-—gqurin, gallinha, kré, ôvo -- dene, cousa - kupri,
branco.
BRAZA: Pianxo, pro"ix ngrii, prove.
BREJO: Oré. Vide lagôa.
BRIGAR: Kungré, ge--1-- Brigar um com outro: Ja-
gne ge. jagne kungré, jagne ton ge--ton, com -- t, conenctivo.
BRINCAR: Kajuno, kanjúno.
BRINCOS: Ningréin toxá -- ningréin, ouvido - to, a al-
guma cousa - xa, preso. Tambem. Veinnigréin toxá.
BRINQUEDO: Kanjun niafá -- niafá, instrumento --
kanjún, brincar.
BROTAR: Búro -- 1 -- Broto de fumo: Fimo buro.
BRUCO, de bruço: Tapke.
BUGIO: Gogn.
BULHA: Vó (fazer bulha ).
BULIR COM ALGUEM: Vog.
BUNDA: Dégne.
BURACO : Dôro -- 1 -- Entrada da orelha: Ningréin dô-
ro-ningréin. orelha -- dôro, entrada, buraco -- 2 - Buraco na
terra. Gakom -- bra--de ga, terra e kom, buraco -- bra, que-
brado. Tambem se diz: Gadôro.
BURRO ( jumento ): Burro.
BUSCAR: Penoá. kané, penói -1-- Ir buscar: Pen?
tin; kané tin-2--Ir buscar agua: Vide ir aguar. Kämi
significa pegar.
Busina : Ma(1) (oa, vdin, uain) kéire-vain, itaquara —
kiire, busina.
(1) M, V, U, nasalados,
|
|
C
CA (aqui) : Tag, taki, mi-I-Para cá : verá: Vexá kan-
tin: vir para cá-l - Kikeká vó : Correr para cá e para lá -
ka, em = vó, correr -- kike -- para cá e para lá.
CABAÇA: Lu, ru, vrudiá, rumia--1- Ru tin: Ir bus-
car agua com a cabaça, ou simplesmente: IR buscar agua.
CABEÇA: Krin--1 -- Cabeça de arvore (copa): Nhoú
-- 2 -- Uma cabeça a cima da outra: Arin vaixkritôve -- krin,
. cabeça -- vaixkri, acima -- t, connectivo-o, outro -- ve, está — 3 --
Nindo nive: Vertice da cabeça.
CABECEIRA : (do rio): Gôto hangja, de han, começar
- q connectivo - ja, lugar. L be
CABELLOS: Gdix, Jakua, Vide Appe, Nax. --1-
Cabellos cortados : Krin rô (jeri) -- krin, cabeça ri, cortada.
CABO: (da linha): TIJUD died
CABO: Pu-1--da espada: Dó pu--2- Cabo de pen- '
te: Venharô pu.
CABRA: Cabra, be.
CACAR (exonerar o corpo): Prexpréje.
CAÇAR: Enkréje, enkré).
CACHAR: Kanémo (a acção de certas plentas emittir
o cacho).
Cachím (variedade de Euphorbiacea) : Gui (Vise).
Cachim de espinho : Uamfé (vise.)
CADA: Gré - 1-- Prin grétki: Cada anno - prin,
anno -— ki, em-2- Aura grétki ou kura rét ki: Todo dia
- 3-- Kura langgra rétki: Cada dois dias.
CADAVER: XERE, ti téra, venxére ( defuncto ) - ti-
tére, de ti, elle, tere, morto.
CADEIA : Ró (cercado) - 1-- Livrar da cadeia: Venx-
kanjam (comprar, remir alguem)
CADEIRA : Jenja, nija, ninja.
CAFE: Kcfè.
CAGADO : Pednín.
CACHO : Kané -- 1 - Cacho de banana; Banana hané,
tügnbügn kané-tügnbüghn, caeté grande.
CACHOEIRA : Krógn.
CADEIRA : Jénjr, nija.
CACHORRO : Hogn-hóg.
CAHIR: XKúte, taq--1--Cahir por detraz: Apanitô
kuten, apaníte ou panitó, de costas-- 2 -- Apanitô tagne:
Cahir de costas.
CAIXA: De, kainké (canôa).
CAIXÃO : Kairão.
CAIETE: Tügn.
CALCANHAR: Penra. .
CALÇAS: Afangrôro, afangrüro, degnengóro, ixion --
fin, perna-dégne, bunda.
CALLO : Praéja.
CALOR: Arán - 1 -- Teuho calor: Avi aran togmo-
kri, encima-tógmo, estou. Diz-se tambem lan.
CAMA: Nänja de nan, deitar - ja, logar ou instru-
mento. Tambem se diz kakré.
CAMARADA: Jen, ajén.
CAMBALEAR : JUXKE (jéérké), girar, janjet.
CAMINHO: Emprü, emin. Concertar o caminho. Em-
prii hat hadn.
CAMISA CURTA: Roro. Camisa: Xupoin. Camisa
comprida, téie.
CAMPO : E'rê, ré, arê.
CANASTRA : Kurt de- kurt, panno - de, caixa.
CANÇADO : Aré.
CANELLA (perna): Foá, fá.
CANINANA: Panta hé-panta, cobra--hé grande ou
bonita.
CANNA (bambu): Uäno -- Canna de assucar : Makri. (1)
CANIVETE: Küfà kré, kiifekré-kiifé, faca. Tambem-
havankré.
CANOA (S Paulo) Kagndóro -- de ka, pau - dôro,
buraco - Ka tamprü: A canôa sóbe. Tamkem, kainké.
CANTAR: Táinra (imper.); kur, canto dos homens e
de passarinhos; kenk/ -- 1 -- Taintânhera Canta tu.
CANTO (angulo da casa): Ge -- 1-- Ingé: Angulo da
casa.
CAO: Vide cachorro ): Hau-háu.
CAPAR: Gratá nóti--grafú, testiculo -- nóti, tirar --
gra, macho.
CAPAZ: Hé--1-- Ix kiveinrâmen vaix titi: Eu não
sou capaz de aprehender -- váixtiti, não ser capaz -- 2 -- Hô-
ton: Não ser capaz.
CAPIM: Kre, arê, éré. Planta, como a guanchuma
por ser algo lenhosa, se chamam ka, pau. Tambem se diz,
ud -- 1 -- Uakrin : Canna.
CAPINZAL: Rei kré-réi, planta -- kre, plantação.
CAPITAO ( cachique ): Ontan ag man je-ôn quem -
ag, gente -tem--je, está. Tambem turumán -- ni -- turú
forte (tara) -- man, muito = nt, é. Tambem : On buüngh
ve: Aquelle que é grande -- on, quem -- ve. Tambem: On ag
man je. enhundie, engmanhe.
CAPIVARA: Krü ndii ngh, krondéngh.
CAPOEIRA (MATTO ): engo--hu.
( 1) M, nasalado
— a”
EE ec dé
|
É
— 235 —
CARA: Kakan, rova, gakan, jamé ( faces ).
CARAMUJO: Dudn. Dudn, significa pretuberancia.
Talvez se nomeie assim o caramujo, por causa da casa que
carrega comsigo.
CARNE: NY, ti nz, carne delle - 1 -- Dé mi, dene ni,
antoni ni, daneni : Carne de animal, de bicho -- 2 -- Carne
crua: Ni tói (verde )--3-- Ni dei ! Carne cosida -- 4 - Car--
ne secca: Ni toxá, tog, secco -- xd. está -- 5 -- Déne kan ni:
Carne de todos os bichos -- Nan, todos.
CARO: Kajam buôngh - kajám, comprar -- buüngh, caro.
CARPIR: KRENOJEN, veinkrendjen, veinkrenóin.
CARRAPATO: Tiré, tiri, Tirt kaxine -- 1 -- Carra-
pato grande: Tiri mainmáânti ke.
CARREGAR: Ma, ba, bu, butkan ( carregar e mover-
se). batin, matin, van, vuän, vué, ve, vuétkan, vu, tug, viet
vüat; -- 1 - Matin: carregar.-- 2-- Mano, bano: estou carre-
gando --3-- Vuét kan ni: Está cargando-nz, está -- 4 -- Vu ix:
Eu carrego --5-- TU, tug -- Perfeito singular de batin, é ba-
vüire ; plural é bakangüuve- 6 - Carregar para cá: Ba-
kantin. Plural, bakamojen -- 7 - Vuetkantin : Trazer (vetkan-
tin) - 8 -- Bara, bare: Carregue. Imper. -- 9 -- Akotxin vuet
kan feti: Carrega um filho no collo -- akotxin, filho -- fé,
collo - tí, elle - 10-- Pego alambary, mas o povo leva (rouba) :
Kankrifuére xabm ix hara ag vué-xabm, pegar -- kankro
fuére, aiambary-hara, mas -- ag, elles--vué, tiram -- 11 -- Pere tin:
Carregar. PERFEITO : Péreviiire, carreguei; perekangduve
carregamos, carregastes, etc.
CARREIRA: Jukfui
CARRO: Jürürut, jüréru.
CARVAO: Prüix.
CASA: In--1 - Hix in hkóke ti: Elle destroe a mi-
nha casa- éix, minha-kôke, destruir -- 2 -- Casa de botão: Ren.
CASACA : Casaca --1-- Casaca tug: Ir de casaca-tug,
carregar.
CASAL: Prine.
CASAMENTO : Veinprôn ( de hemem com a mulher ),
kafinbét (da mulher com o homem).
CASO: Faz pouco caso de nós: Enkwxin. Vide acon-
tecer.
CASAR: (do homem com a mulher): Prôn.- Da mu-
lher com o homem: Finbét l:éve-fin ella-bént, marido ke, es--
ta querendo -- ve, esta.
CASCA : Fuóre (pelle) -1 - Ka fuére: Casca de
pau: ka, pau.
CASCAVEL: Xanxá, xaxá.
CASINHA : Inxi.
CASCUDO : Kankrüfuôrére. Nankrô», pequeno peixe --
fuüre, pelle (para significar que é peixe que não tem es-
pinho), rére, ferrão.
CASTICAL: Déje fen jafi--déje, cera-jafá, instru--
mento-fen, fechar.
CASO: 1-- Fez pouco caso de nós: Einxi. Vide acon-
tecer.
CAVALLO: Kavaru.
CAVERNA : Parandôro.
CEDRO : Tou.
CEGO: Dégn dé, küvo, kané tôn, ndôgu.
CERA : Déja, déje-- 1-- Dejgrú: Luz de cera.
CERCA: Ló, ro, aró. (a, prothesi). - Tambem signi-
fica lugar fechado, prisão, CERCADO: Toró. -- 1-- A casa está
cercada de flores: Kaféi in tord je-kaféi, flor-in, casa-je, esta
CEREBRO: KOJO, krixkóio.
CERTO: Han, hana - 1 -- E’ certo, é verdade: Ma
hé --2 - Com certeza, sem duvida: Harato, hara - 3-- Ta
hana kite: De certo chove-tz, chuva ute, cahe -4- De
certo faço: Athan kéixno-kéirno, faço.
CEU: Kaixka, kaika.
CHAMAR: Ke -- 1-- Eu chamo: Je ke, de je, eu-ke,
chamo --2-- Keke: Chamar varias vezes -- Chamam varias
vezes a comer: Ko kék .
CHAMMA : Apon, pôn - queimar, pin ten kóp-ké.
CHÃO : Ga, enga.
CHAPÉU : Krintave, klintáve, xampé.- Voltas do cha-
péu: Krintawegrin. Nota. Os Kaingang fabricam chapéus com
tranças de cresciuma.
CHEGA ! (basta !): Gétka !
CHAVE: Niféja-nifé, fechar-ja, instrumento -- 1 -- Cha-
ve falsa: Niféja korég -- Chave verdadeira: xave hô.
CHEFE: Pu-i (parece palavra portugueza ).
CHEGAR: Judn, júro, juno -- 1 -- Chegam varios um de-
pois do outro: Judn judn. A repetição indica multiplicida-
de de acção -- 2 -- Esta rua chega até aqui: Emprii tag taki
kränje-emprü, estrada - tag esta — krdnje, chega - 3 -- Chegou :
Jütke - 4-- Está chegando: Van juno-jino, chega - van
véin, prefixo.
CHEIO: Fotfóro-futfóro ( repetido para significar varias
cousas cheias ) váre, fur, foro, for, xóro -- 1-- O rio está cheio
hoje: Ori gôio váre-- ori, hoje -- gto, rio.
CHEIRAR: Kain, -- Kainra : imperat. -- 1 -- Na káin : Eu
cheiro.
CHEIRO : Géré(1)- 1 - Gére hô: Bom cheiro -- 2 - Gére
kôleré : Mau cheiro, kokré, podre.
CHEIROSO : Gére.
CHIFRE: Nika, Ninka.
CHOÇA: In xi - in, casa - xi, pequena
CHOCAR: Xôn ( das gallinhas ):
CHORAR: Fa, fua, foa.
CHUPAR: Xiœut ( Vise), náix ( puchar ).
CHOVER : Ta kite-ta, chuva, cahir -- kite -- Güp, gopeke.
CHOUPANA (toca): Kré.
(1) G, nasalado,
-1
bo
[oo]
CHUPAR: Ge (1).
CHUPIM: ( passaro) Füixfüéæ -- fúix, assobiar Repe-
tide, para significar o frequente assobiar do chupim.
HUVA: Ta--1--Chuva de pedra: Nafu --2 -- Tem-
poral: Ta fan-fan, cheio.
CICATRIZ: Kané.
CIDADE : Ema budngh -- ema, povoação buüngh, grande.
CIGARRO: Vai-ù -- 1 -- Pitar cigarro: Vari kói-kói,
comer.
CILADA: Vaji.
CIMA: Pânte--1-- Para cima: Pänte- 2.- Do meio
para cima; Kujú hd.
CIN O: Patekra, patekdra, petkara, veinkangra ôn ka -
fante--veinkangra, quatro - ôn, outro -- kafän, além-te, em — 2 --
Ot (com os numeros acima de cinco ):
CIN-OENTA: Vide grammatica.
CINTA (correia, cintura ): Jéd, dung muafé-dung,
ventre, mafé, correia. klaera ( Vise. ).
CINZA: Bréne, mréne, pingógn.
CIPO: Mréion, bréion, bran -- 1 -- Cipo imbé: Na-
maron.
CLARO: Kuran. Adj. (dia claro, tempo claro ).
COBARDE : Mômen haan-mómen, temor -- hand, sentir.
COBERTO : Pakxin ( coberto pouco ) veingrin, vein-
krim - 1 - Pakxin, de pan, coberto-xim, pouco -- 2 -- O céo está
coberto: Naxka venxkud ne--kaxká, ceu - vexkw'd, coberto --
ne, está. Venxkud sigaifica propriamente preto, azul ( VEN-
XO, venxu D, connectivo cobrir: Pugn.
COBRA: Pan--1-- Pan fuüre: Pelle de cobra.
COBRA CORAL: Pan kongarü ( comgeré ).
COBRAR: Ix kajám ke ti: Elle quér que eu pague :
me quer cobrar.
COBRIR: Rémke, tarómke, veinpu, grúro tóró, pon,
orô - 1 -- Kaiká taromke: Ceo coberto -- 2 -- Veinpú grin: Ca-
beça coberta -- grin, caboça -- 3- Kané peju: Olho coberto -
kané, olho -- 4-- Afangrura, afangróra : Calças -- fan, perna -
5 -- Pentoro: Botina -- pen, pé--toró, cobrir - 6 -- Hurômpke.
COCHIÇAR ( palrar): Kéke--de ke, fallar, repetido
por ser frequente a palavra no cochichar.
COCHILAR: Noro xórmo--nôro, dormir -- órmo, desejo.
COXO ( mancn ): Vaguá, vaguü.
COELHO : Xóro.
COETANEO: Jágne koma (comé) -- jogne, um a
outro -- ko, ao lado. |
COLHER: Had (fazer a colheita). Cuia ( colber ),
juué, javé, jaué.
COLIBRI: Kakóe.
COLLA ( grude ): priré.
COLLARINHO DE CAMISA: Tindúi
(1) G, nasalado,
238 —
COLLO: Fé paro -- fé, coração.
COM, prep. que indica instrumento : Tan -- 1 -- Beng tam
pó: Pedra lavrada com machado -- beng, machado -- tam, com,
COM: ( posp. de companhia, logar, contra ): To, bra,
bré, ten, ta, ton.--1--Ix to jim ne ti: Elle se brabo
commigo -- jun, brabo --ito, commigo-ne, esta -- 2 -- Ixbré
tin ti: Elle vai commigo -- tin, vai -- ixbré, Coming -- 3- De
xo ama jun ne? porque está brabo commigo -- de, porque - xo,
commigo -- ima, você -- juno, está brabo -4:- Ka tan in
hádno: Com pau faço uma casa-- ka, pau--tan, com -- in,
casa ( instrumento ).
COM (instrumento ): Re--1-- Küfé re tan: Matar com
faca -- Life, faca -- re, com -- tan, matar.
COM : Materia, ten, tan --1-- Pó ten méza : Meza de pedra.
COMA (imper.) XKongra, haco, kangrai--ha co, de
ha, voz imper. e de ko, comer. -- 1 -- Coma mais: komanera --
ma, mais.
COMBATER: Niingré, gé.
COMBINAR: Vewxenkrédn, de vex e de krédn, pensar.
COMEÇAR: Kami, han, pén.
COMER: Jo, kó a - 1 -- Exon komo: Eu estou comendo
-m>- de como, agora -- 2 - Comer tudo: Kangra, de ka, ko,
comer -- gra, mem DAE e venjén, kevenjén: Comer, tomar
a refeição -- 4 - Como um pouco: Jentxi.
COMIDA: Venjén -- 1 -- Pouca comida: Ko xi.
COMILAO: Pra buéngh-budngh, muito.
COMMIGO: Xo.
COMO: Déja, hürike ? -- 1 - Déja rog ne ha? Como ja
esta engulindo? og, engulir--ha, ja--2-- Tx Joxé hürtke
tara: Eu sou forte como José:)-- Como esta o pai? Hu hô-
“vike jogn ? -- ha, bom-- hórike, como - 3 -- Hürike : Semelhante —
4 -- Como está elle: Haman ti ?
COMPANHEIRO : Arengré, rengré, langré, kaporon
( Telamaco ).
COMPANHIA: Brincar em companhia: Bré kanju, ti-kan-
ju, brincar -- ti, elle-bre, junto --1- Vamos em companhia: Alen-
gré tôna -- aléngré, dois -- tóna, ir.
COMPRAR: Kanjam, kajam.
COMPRIDO : Téie - 1 - Camisa comprida: Teie. Tam-
bem tai. :
CONCERTAR : H dn. ha hadn - hadn, fazer -- ha, bom
1-- Dó hadn: Concertar a espingarda -- dó, espingarda
CONHADA : /avuñi-f, ella, mulher. Katka pron:
Mulher do irmão -- prôn, mulher -- kaiká, irmão mais velho -
1 -- Ilangré ve: Irmã do meu irmão -- ve, irmà-- À, meu, langré
irmão.
CONHADO : Jambré, ilanivré --1-- Tx pron javú; ix
pron fi gavú - pron, mulher - fi ella -- javú, irmão.
CONHECER: Kevenhara, kinveinramen, kanheroë, ke-
venhar a.
”
ee a a ee
€
PA CN
|
4
Ee tes
CONNECTIVOS: 1-- Mankanga ed ni: Está muito
doente -- e, muito - d, connectivo - nz, está -- 2 - Veinpejud ix :
Eu me escondo -- d, convectivo -- 3 - Æïx in ui kantin : Venho
para minha casa -- ui, eu -- 4 - Ungré grét agn: Gente mas-
culina -- t, connectivo -- 4 -- Hiinz em vez de hôni: Está bom
- d, connectivo.
CONSECUTIVO: (prep.) Se traduz com kan, por-
que. Exemplo: E’ tão bom, que deu tudo de esmola; se
traduz nesta forma: Porque é muito bcm, deu tudo em esmola
CONSERVAR: Véle titaráne.
CONSELHO : Enjuvén. :
CONSIDERADO : ( Homem considerado) On tan ag
man je-on tag: aquelle que- ag, gente -- man, muita — je,
está.
CONTAR: Nikré (fazer contas ).
CONTAR (narrar): Vambé, to.
CONTAS: Nikré
CONTENTE: Mahüti : - 1 - Ix mahôti ; eu estou muito
satisfeito.
COMTINUAR : Ma--1-- Continuar a comer: Human,
imper. manera
CONTRIBULO: Kaka. Esta palavra tambem signi-
fica irmão, gente de meu parentesco, da mesma liga, ami-
os.
CONVERSAR: Veinvin, vembé. vimbé, venbé, vembédn,
vimbédn - oinbédn - 1 -- Vi je ne: Está conversaudo - vin,
conversar -- jéne, estar sendo.
CONVIDAR:--1-- Akta tin kantan vinera: Convida-
os todos -- vinera, falla tu -- ag, elles - ta, aqui - kan, todos -
tin, vir-2- Ag kara ta ting ex kémo: Quero que todos
venham para cá -- kara, todos -- kémo, quero.
COPO: Kankré, einran -- 1 -- Eirdn fuän: Cepo cheio.
Tambem einragn: E
COQUEIRO : Tó.
CORAÇÃO : Fé, kifé, kifd, fé.
CORDA: Kuinhe. E' uma tira de embira com os
cabos atados que passa na fronte das mulheres com a qual
as mais Kaigang seguram nas costas pelo assento as crian-
gas. -- 1 -- Uafé, mafé, fe, xine (linha de anzól).
CORAGEM: Tara, kamé ton - kamé, medo -- ton, não.
CORAJOSO: Jom tine.
COROA :--1--Corda de penuss: Arangretára -- 2 --
Corôa feita com o córte dos cabellos como aquella de padres
franciscanos: Nindó nive.
COROADO: Kaingâng (significa tambem homem) -1
-- Jaquatugtézé : uma tribu de kaingang, que deixa crescer
os cabellos nas fontes da cabeça -- jaquä, cabello (1) -- tug, car-
regam --téie, compridos.
(1) Propriamente porcarias, vermes,
— 240 —
CORPO: Hü-1-Meu corpo: Zx hi. 2-Pintar o
corpo: Rô, ard.
CORREDEIRA: Ovô, ud, uôg, vó, veixvo. - 1 -- Gôio vó
ki judnti: Elle chegou na corredeira -- ti, elle.
CORREIA: Venjódn. As Kaingang com estas cor-
reias de goivira apoiadas adiante da fronte e amarradas atraz
das costas, carregam atraz das costas as crianças embrulha-
das num lençol, fazendo sentar a criança sobre esta embira --
2-- Togfinja: Correia, civto para amarrar as calças, a saia
ao corpo. Diz-se tambem: veintokfinja, veinrogkfinja.
CORREIO : - Chega o correio : Venharü van judn - ve-
nharô, carta, van -- judn, chegam. Van, vein: prefixo.
CORRELATIVO: On: um e outro.
CORRER: Veinvó, ud, vo, veivól:, uai, vó, petén, veinva.
CORRER FORA, TRANSBORDAR: Vava-- 1-0 rio
está transbordando : Goio vavária.
CORTAR: Fiix (a cabeça), pan, kema - 1 -- Kemán -
2 -- Krit (ferida) krü -krü, varias feridas - 3 -- Ariing ou rüng
-- 4 -- Ariino -- 5 - Krü, - 6 - Nre, --7-- Niúpte (o pau) -- 8--Cortar |
(os cabellos ): Ro, rói-- 9 -- Corta tu: Kriira - 10 -- Cortar
matto, fazer roca; pan. Pan tekuxiá: Cortar o matto virgem --
- 11 -- Cortar: Nupára. Imper. -- 12 -- Cortar os cabellos -- Gaix
ri ro- gatx, cabello -- kri, acima.
CORTADO:--1-- Kurán küdn: A costura está corta-
da - kúdna, de kur, cortar -- na, esta.
CORTE: Já ( dente )-- 1-- Beng ja: Corte do machado.
CORTIÇA : Ka fuôre -- ka, pau - fuôre casca.
CORUJA: Dôro kenon: orelha puchada, arrancada.
CORVO: Jantá -- 1-- Jantá buôngh: Urubu rei.
COSIDO : ( cosinhado ): Tanáia ( molle ).
COSINHA : Déja fa-fa: instrumento, lugar
COSINHAR: Déi. ih
COSINHEIRA : Déixti fi-fi, mulher -- ti, connectivo.
COSTAS: Panim, pani, epâni ( espaduas ), apáni (par-
te posterior de qualquer cousa) -- 1 -- Estar de costas : Noa-
tot -- 2 -- Costas das mãos: Ningé pakxim-pakaxim, de pan, cos-
tas--xin, pequenas. Tambem: Ningé pan, ningépanim - 3
- Osso das costas ( do lombo ); indid kuka.
COSTELLA: Kavüi, jankád-ot (S. Paulo), kauigh.
COSTRA DE PEIXE: Pirá kuká -- pirá, peixe -- kuka,
osso.
COSTUME: Be. Propôe-se a palavra que indica a cou-
sa que se costuma fazer -- 1 -- Noro be ti: Elle costuma dor-
mir -- ti, elle.
COSTURAR : Veinkw dn, vainkurán, kurdn.
COTOVELLO : Jopén düdn-jopén, braço anterior --
didn, protuberancia, maçan. Tambem nindô dúdn-nindo, |
braço.
£
RR TES Ts ERES
— 241 —
COURO: Fuüre (pelle )--1--Couro de veado: Kam-
bé fudre. À
COUSA : De -1-- Outra cousa : Denum - denim, on,
algum. Significa tambem tudo --2 -- Dé koré (korég): Cou-
9
sa ruim (o diabo) -3-- Ti det k.rég: Cousa ruim delle.
COUSA: Veixmá--1 -- Ti jan veixmä tag eixmä fi:
A mãe delle me dá esta cousa - jan, mãe - tag, esta - fi, da.
COVA: gakônvo -- 1 -- Okxa kré: Cova de taté-
tu --2-- Kréx kovo: Cova de defuncto - kréx, defuncto.
COXA: Are -1-- Parte inferior da coxa: Kre buô-
ngüh--buüngh, grande.
CRAVAR (a faca.) : Küfé re ran-küfé, faca-re, com -
ran, entrar, küfé kan nite: Bater com a faca- kiifé; faca,
kanite, bater. Tambem: Kan, com-nite bater.
CRESCER : Bógn (de plantas e pessõas).
CRESPO : (encarapinhado): Koingrin (torto).
- CRIA: --1-- Dar cria: Kren ke ti-kren, cria-ke, fazer-
ti, elle.
CRIAR: - 1 - Jeanixmo, jen anixmo (criar um menino,
um animal) -- 2 -- Criar-se, crescer: Bógn. Exemplo: Eu me criei
em Jatahi: [x Jatahy bôgn--3- Anhe ge (criar um menino
ou um animal)-- 4 -- Venäe: Criôlo --5 - Ven - a: criar.
CRIANÇA: Girexi, gire, menino-xi, pequeno. Xin:
pequeno, criança. - Hrén (ovo, familha, criança). -- Veen-
kren. Nongüjè ontxt: Criança de peito - nonguje, peito - ont.ri,
criança. - Ontxí. - Ven kren.
CRIAR: Anhe.
CRINA : Niibé, rére-rére, ferrão - Ti kube (kubé):
Crina delle.
CRIOLO : Veän, venãi -- 1-- Vena on: Um criôlo -- um,
on -- 2 -- Criôla; Veanfi.
CRU’: Tüix (verde)--1-- Ni tô” Carne verde -- ni,
carne -- tó?, verde.
CUIA : Javé, jaué.
CUIDAR: Ve - 1 -- Estar com cuidado : Xrêgmo pensar.
Enkrégmo. .
CULPA: Grin, gréne--1-- Por tua culpa: Antén grin,
anton grône, aton grône--2 - Anton grin kéve: Fiz por tua
culpa - fiz, kéve.
CULTIVAR: P. ng, pan -- 1 -- ; an, epdng ( propriamente,
derrubar ).
CUMPRIDO: Téie -- 1 -- Muito comprido: Téie qu, taie
gu, táon gu-gu, muito. Téie, téi; significa tambem alto,
fallando-se de arveres em pé. Tambem tai.
CUNHA: K fénja-fen, quebrar - ka, pau- ja, instru-
mento.
CUPIM: Arin (especie de formiga), rin.
CURIOSO: Detun ve kemá -- detun, tudo -- ve, ver --
kema, ser inclinado, gostar.
\
— 242 —
CURAR: Kiiktang (um doente ).
CURCUNDA: Pando ( curvo ).
CURTO: Ruro.
CURVAR-SE: Páixke, Apainke, bradn -- 1 - Panim
(pan) bráin: Curvar as costas.
CURVO: Fen --1 -- Jakrin fen: Curvar o joelho.
CUSPO : Xug ( escarro), jara (saliva, baba ).
CUSPIR: Engondra ?
CUSTAR, SER DIFFICIL: Vaix háti--háti, fazer --
vaiax, difheil.
EP a”
,
jae po
D
DANÇA: Veingrin, grin, réin (pular). vaikokefu (Visc.).
DAQUI POR DIANTE: XKára--1--daqui a pouco:
kara, kar, karaxi -- xi, pouco.
DAR: Nim, judn, vidn, mavidn -- 1 -- Não me dou com
elle: Pije ti bre ve hô ne- pije, não -ti bre, com elle -
ve, fallo -- hô, de boa vontade -- ne, estou - 2 - Dar coice : Juke
- 3-- Dar capim (herva) ao cavallo; HKovarú kre vidn-kre,
herva -- vidn, dar -- 4 - Dar presents: Fi. Em sentido de bas-
tar -- kran. Dar, se traduz tambem com kur, jur, kaxidn,
moteke. (Visc.)
DE ( proposição ): Kan ( separação ) -- 2 - Ki (origem ).
Recebi pão do patrão: Patron ki emi ma--emi, pão - ma,
recebi -- ‘5 -- Jagne kan povo : Separou-se um de outre -- jagne,
um de outro-pôvo, separar - 4 - Te, ten, partida de lugar.
Krinte ix kantin: Venho do monte -- krin, monte - te. do --
kantin, vir - 5 -- Kan, causa. -- Morre de fome: kokire kan,
tére -- kan, por -- tére, morrer -- 6 -- Tan, em (lugar). Jatahy
t n agn: O povo de jatahy -- agn, povo - tan, ne--7-- Ta: com
(materia). -- Casa de pau: Ka tan (te) in-ka, pau -- fe, tan
de -- in, casa - 8-- Kan -- de, (com: modo). Pé kan tin: Ir de
a pé-9-- Te, ta (tempo): Kotii te: De noite — kotii, noite
- 10 - Te, de (Lugar): Venho do monte: Nrinte kantingo.
DE BAIXO: Arén, kran ; pran.
DEBULHAR : Grénde (milho p. ex.), grüro, grij,
gréndi.
DEDO : Féie, ningé féie - 1 -- Dedo annular: Ningé-
féie kantégé-ningé, mão. Tambem: Ningé xin kantéje-xin,
pequeno -- 2 - Dedo indicador: Ninguúja - 3 -- Dedo mediano :
Ningé féie güje- qu, grande--je, está -4-- Dedo minimo :
Ningé xm--xin, pequeno -- 6 -- Ningé féie buüngh: Dedo
pollegar - buôngh, grande ( Telemaco ).
DEFUNCTO: Krex, venxére, tére.
DEIXAR: La, ra, re, dére--1-- Deixar o cavalo, e
ir embora: Me re, kara viiire-- me, mén, animal ( cavallo )
-- kara, depois -- vüzre, foi embora -- 2 - Lairânha tangréke vais :
Não gosta de deixar de trsbalhar : larrânha, trabalhar - tan-
grénke, deixar -- váix, não gostar. -- 3 -- Deixar de fazer algu-
ma cousa por medo: kamé -- 4-- Tr kéxni enkrét kara väix ne :
Não deixo de pensar na morte delle -- Ti kéxæni, morte delle
--enkrét, pensar -- karaväix, deixando --ne, estou (sinto a
morte delle.
DEITAR: Na (na cama, p. ex.). Imper.: Námbra --
1--Deitar agua (deixar cahir agua). Ton-á,
MCE MERS
DELICADEZA : Auméra ( kumééra ).
DEMAIS: E hô.
DEMONIO: Det koré--dét, cousa -- koré, ruim. Tam-
bem akr/tôn.
DEMORAR: KARAVA4'IX (nunca acabar, demorar,
custar acabar ) -- kara, acabar -- váix, dificilmente, nunca,
DE NOVO: Tot--1-- Ein tot konfá ra kankuüten : Nos
passamos de novo para lá -- én, nós — kanfän, além - ra, para
- kon, em -- kúten. passar -- 2 -- Tót kantin: Vir de novo, vol-
tar para cá.
DENTE: Ja, jan, anja (an, prothese) -- 1 -- Toco de den-
te: Jajóxike - ja, dente — jóixke, toco.
DENTRO: LAN, kanki, k1kà, kara, veixkaki, ka, kan,
kon, te, ta; kren--1- In kanki: Dentro de casa - in, casa
--In kanka. -- 2 - In kara vüire: Foi em casa — viiire,
perfeito de tin--4-- Veixkaki fódn: Por dentro ( no bolso )
- 5--In kanti kanje: Está em. casa-- ti, elle - kanje, está --
6 -- Esta em casa: In te kan ni- kan, estando - nt, esta -- 7 —
Dentro da gaiola: Xanxi in kren-xanæi, passarinho -- zn,
casa. gaiola -- £ren, dentro.
DUNUNCIAR: Vide dar parte.
DE PE’ NO CHAO: Pentoró tôn - pentoró, botina —
tôn, sem.
DEPENNAR: huúgnóre.
POUCO DEPOIS: Kara, xiri, kar, karka -- 1 - Kaim-
bara xiri: Pouco depois -- 2 -- Festa kirka: Depois da festa —
3 -- Kara ki: No depois -- ki, no - 4-- Dó: Depois (logar e tem-
po)-5- Xiri: Logo depois -- Háti xíri: Logo depois que
sarou -- hati, sarou - 6 -- Vaiônt ka: Depois de amanhã -- va7-
amanhã -- ôn, outro -- ka ( noutro amanhã ).
DEPOR: Ge, gégmo (a gallinha pôs ovos ).
DERRAMAR: Veznkujén.
DERRETER : Tógn (assar )-- 1 -- Está derretido : Totó
re--totó. repetido para indicar multiplicidade de acção -- re,
está. Totót, totógn, toto, indicam multiplicidade de acção.
Está derretido : Toto ré -- re, esta.
DERRUBAR; Gan, pan, fan--1-- Derrubar a casa;
In fan -- 2 -- Derrubar o matto - Nem pânktimo -- nem, matto
- pânktimo, derrubado agora. Dahi a palavra epän, roça,
DESAPPARECER (perder). Mamfore, tonjet kémo
(de tonjet, estar fora-. kémo, quero agora ) -- Desappareceu a
agua do pote: Góio kikiküp -- ti.
DESARRUMADO: Damo -- da, cousa.
DESATAR (soltar o cavallo): Ra.
DESCANCAR: Vensküje, vekidje, kin.
DESCASCAR: Veixkukfén, kukfén, kuldé.
DESCER; Tére, kantére, katére, jambá-- 1 -Imper.:
Taréra (teréra, kantaréra-- 2 -- Kankéie ki ag tére: Elles
descem da canõa; desembarcam - ki, da - ag, elles -- tére -
descem.
BH) Ts 2e
DESCOBRIR: Ve--1- Descobrir uma anta: ojóro ve
- 2 - Descobrir o chapéu: Krintâue vopke.
DESCONHECIDO : One ve vais -- dre, um -- ve, visto
-- váix, nunca.
DESCUIDADO : ÆXïliriton -- liri, acordado -- tôn, não.
DESEJAR: Xóro, kexoro.
DESEMBARCAR: Kampäje, kankiten, kampáje : To-
dos passam -- pa, passar.
DESERTO : Emi tôn- em. povooção -- ton, sem -- 1 --
Ten emátôn: logar sem povoação -- 2 -- Min ema ton ti -- Mim,
gente --ema ton ti, ema ton, sem morada.
DESENTERRAR: Peju, kuno--peju, roubar - kuno,
arrancar -- peju, escondido.
DEZESEIS: Vide grammatica. Vide App..
DEZENOVE. Vide grammatica.
DEZESETE. Vide grammatica.
DESCOSER, DESCOSTURAR: Kudnvati, kugvânti.
DEZOITO. Vide grammatica.
DESLIZAR: Tére-1- Pó kri goto tére: A agua des-
liza sobre as pedras - pô, pedra — kri, acima.
DESOCCUPADO : Veinxaré (sem trabalho ). VASIO :
Kuprá--1 -- A casa está desoccupada: In van kupra- van,
está.
DESPICHAR: Tankränje.
DESTRUIR: Wokék - 1 - Nokéktimo: Destruo agora -
2 - Destruir a casa - In kokéktimo. Significa tambem estragar.
DESTRIPAR: Kóix kaixpára, kôix kapara.
DE TARDE: Jankéra.
DEUS: Topén.
DEVAGAR: Xio, kuméra ( melhor kumééra ).
DEVER. Me deve dinheiro: Jama dinheiro déve.
DEVERAS : Zlälato, härato ( certamente, na verdade )
Tavin, tauit - 1 - Hatavin: Deveras bonito! - ha, bonito.
DEZ. ( Vide grammatica } - 1 - Ningé veikrit on: Uma
mão acima da outra.
DIA: Kura, koran (tempo claro), mais raro arán
(sol), ou lan, ran - 1 - Outro dia no tempo passado : Venxar
-2- Dia Santo: Topén, kurän korég-kuran, dia -- korég,
ruim (assim consideram os Kaingäng o dia santo, porque
nelles näo ganham nada)-3--Um dia e uma noite. Vide
noite.
DIABO: Det koré-de, bixo-t, connectivo -- koré, feio.
Vide demonio. F
DIFFERENTE : Onve--ôn, outro -- ve, é
DIF ICIL: Väir,.korég, kara váix -kára, acabar - väéx,
dificil -- 2 -- Difficil de carregar: Tug vdix--tug, carregar -- 3 -
Difficil de passar: Pa korégtir.o-pa, passar -- korégtimo, dif-
ficil agora -- 4 -- Javáir : Difheil.
DINHEIRO : Jéro, nhinhero, nhatikambu.
— 246 —
DIREITA :--1--A' direita: Pénja känte-pénja, di-.
reita -- tante, de lado--2-- A direita: Ipédn-i, meu -- pedn,
direita. Tambem peninja
DIREITO : Nuré, jejét, jet, kujé- 1 - Estrada direita :
Emprit kuré -- 3 -- Fazer a estrada direita: Emprii jetjét ké
ve-ke, fazendo = ve, está -- 3 -- Nariz direito: Ninhé kujé - ni-
nhé, nariz -- kujé, direito.
DISCIPULO : On tan venharó ti-venharü, ler, es-
crever; apprender a ler.
DISPARAR (espingarda ): Pen, pedn.
DISTANTE: Kivará, kucrà -- 1 -- Muito distante: Mu-
varan gu, kuvara ho.
DISTRIBUIR: Mavidn, vidn. Significa tambem dar
simplesmente.
DIVERTIR-SE: Najúno, kanjuno, kadjúno, kadjiri
kanjiré, kaxdiri - 1- Pinjiri: Divertimento do fogo.
DIVIDIR: Veix haridn.
DIZER: Tó, ke, vin, ven, ven bédn, win -- 1 -- Cochi-
char: Néke--2-- Imperativo de to, é toréra- 3 -- Ti korégn
ex kéixno vénve: Eu digo que elle era ruim -- ti, elle -- ko-
rég. rum -- ex, eu -- héixno, digo agora -- vénve, era.
DO’ ( compaixão ): Me causa dó: Ex man tóg jaktara
je-exman, para mim -- jaktára, miseravel -- je, é.
DOCE: Doce ( subst.), (adj. ) grén, gréin.
DOENÇA: Veinmá,--1-- Veixmäfi ne: Ella está doen-
te -- fi, ella -- ne, esta com.
DOENTE: Kanga (adj.), veinkanga, korég - 1 -- Va-
rios doentes: Kangagá -- 2 -- Kangáti : Esta doente -- ti, esta.
DOENTIO: Kangambé (‘sempre doente ) - be, sempre.
DOIS: Lengré, raingré, alengré, arengré, alengré,
langrê--1-- Vôos dois: Aiang lengré-aiáng, vos. Tambem:
Ag raingré hande-ag... hände, vós.
DOM, presente, donativo: Fagrin.
DONO: To non poko: Dono do porco.
DORMIR: Noro, nôt -- 1 -- Logar de dormir: Nôr ja--ja,
logar -- 2 -- Dormitorio : Nôro niafa--niafa: logar, objecto que
serve para fazer uma cousa, instrumento.
DORSO DA MÃO: Ningé pakæin. Vide costas da mão.
DOUTO: On tan venhrô kilairóne-ôn tan, aquelle
que sabe lettras -- venharô, lettras -- lizkairône, sabe.
DOZE. Vide grammatica.
DURAR (ser dem muito tempo): Este chapéu dura
um anno: Krintave tag prin ed ni--lkrintávetag, este chapéu --
tag, este -- priin, anno -- ¢, muito -- d, connectivo -- ni. é. Tam-
bem se diz koré.
DURMO: Noro. -- Norora. kudnôrora. Imper.
DURO: Tara, tiju, two, tira, thru -1 ~- Tartâno, tan-
gtano: Ser forte, ficar duro.
DUVIDA :--1--Sem duvida ( certamente ): //arato.
E
E, conjuncção, não ha em Kaingang. A’s vezes se
suppre com kdra, depois Ex.: Trabalho e durmo : Lairânha,
kara norômo. A's vezes se repete a prosposição. Canta de
dia e qe noite; se traduz como fosse escripto: Canta de
dia, canta de noite: Auran kiir ti, kotü te kur ti--kurán,
dia - kur, cantar -- kutii, noite. As vezes se traduz com a
posposição embre, bre, quando é possivel. Ex.: Meu pai e
minha mai. Ix jogn, ix janbré, meu pai junto com minha
mai.
E', verbo do verbo ser: O--1-- Tit dn: E' delle - ti,
delle -- ¢, connectivo - 6, ôn: é--2--Ixôn: E' meu - 3 - Ag
ton: EK’ delles- ag, delles -- t, connectivo -- 4 -- Hana, é - 5 -
Vénve, era--6-- Ve: E” ( presente ).
ECCLIPSE: -- 1-- Ecelipse de lua: Katkango kiixa
pakxim-kaixkangé nuvem -- kiixa, lua -- pakaim, cobrir -- 2 -
Ecclipse de sol: Kaixkangó aran pakxin-aran, sol--3 -
Arän dúro - arán, sol - dúro, se apaga.
EGREJA: Topé -- join, -- topé, dos Santos -- join, casa
de guardar; de jo, guardar, e de in, casa.
ELLA: Fi (femea, mulher ).
ELLAS: Fag ( femeas, mulheres), fagtôn.
ELLE: Ti; - 1 -- Com elle, to.
| ELLES : Ag, ( gente ), agtôn -- 1 - Elles deis : Ag rengré.
- 2 - Com prothesi : - 1 - Kiág to: Com elles--X/, prothesi -
to, com.
EM: Kan. ki, ka, tan, te, to, tog, ta, te, to, gan, gri;
kri.--1-- Kan, iudica tempo. Ex.: No dizer isto, motreu
( emquanto disse isto, morreu): Tag to kan, ti tére--tag,
isto - to, dizer -- ti, elle -- tére, morreu. Diz-se tambem gan -
2- Ki: Prazo de tempo em que se faz uma cousa. Ex.:
Kuran takton ki judn: Chegar em tres dias -- kurán, dia -
taktôn, tres - judn, chegar (no prazo )- 3 - Ka, kan: tempo
e lugar. Ex.: Responde ás perguntas: Onde? quando ? -- 4
- Tan: Em (lugar). Responde à pergunta: Onde ?--5 - TE:
para onde? onde? de onde ?. Vai em casa, vem de casa,
esta em casa: In te tinti, in te kánni, in te kantin--känni,
esta -- kantin, vem -- 6 -- Te, indica quietude. Ex.: Gio te ni:
Está no rio-- ni, está. Outro: Ag in to nänti: A gente esta
em casa -- ndnti, estio--ag, gente. Se diz tambem tóg -- 7 -
Kafan ta (te): Além de alguma cousa. Ex.: Gôio kafânte :
Além do rio --8 -- Krinto ix tempriig: Eu subo no monte.
— 218 —
EMBAIXO: Veinkrán te-te, em - veinkrán, embaixo :
veinprän, empra.
EMBIRRA: Avvo, vaibéne ( Vise ).
EMBORA. Apezar de: Ra ( Posp. )
EMBRULHAR: Pa, pan.
EMENDAR: Nándie, véixki kran je; (unir uma cousa
com outra ). Kanye.
EMPINADO: Vu ve-vu, empinado -- ve, é. |
EMPOLADO : Kréva, kriva (que corre acima )- kre,
kri : acima--va, corre - 1 -- Gôio kekréva: A agua está em.
polada. Repetido para significar multiplicidade de acção.
EMPREGADO : Jén.
EMPRESTAR: Vére nim --vére, por algum tempo -
nim, dar.
EMPURRAR: Nam.
EMQUANTO: Kan (posp.). Ex.: Emquanto comia,
morreu: Ko kan, tére ti-ko kan, no comer - tére, morreu --
ti, elle.
KA’ML: Tomar por empreitada.
ENCHADA : Tampére.
ENCHER : Fan, fuan, for, tokfuan, van, var. Imper.:
Fanera, fonera.
ENCHUTO: Kagná.
ENCIMA: Veinkri, jengi ta, küixma. krinma.-1-
Jengi ta: De cima-jen gu, acima - ta, em--2- Aüixma :
No alto.
ENCOLHIDO, torto, encarapinhado ( pernas, cabellos):
Koingrin:
ENCONTRAR: Natóite, ka... tóte (o pronome se
põe no meio entre kato e to)-1 - Nato fi te ij: Eu encon-
trei a ella --fi. ella.
ENCOSTAR-SE, deitar: Na --1-- Encostar-se à pare-
de: Into na--into, parede.
ENGRAXAR: Tang.
ENCRESPADO : Koingrin.
ENDIREITAR: Kuridnera ( Imperativo ).
ENCRUZILHADA : Veinkanpóvo, veinkanpauo, pauo,
póuo
ENDURECER: TARTA'NO, DE TARA’, duro.
ENGANAR: Ti veinmá háti-ti, a elle -- venma: lou-
co -- had, fazer -- ti, Fulano de tal-- 1 - Onbédn : Enganar.
ENGATINHAR ; Nikte.
ENGANADOR: Odnbé - 1 -- Odnbéd ne : E” enganador
- ne, 6--d, connectivo.
ENGRAXAR: Tang. Imper.: Tangara.
ENGULIR: Log, reg, log, god.
ENLEADO: Veixkukæxé, veingrin, kukæxé, kulrxéxe,
quando são varias as cousas enleadas, ou se repete varias
vezes a acção de enlear.
ENLOUQUECER: Veinmáã ne -- ne, está.
ENREDAR, enganar: Vembé.
Ss RD 2 eS med
E EE
— 249 —
ENROSCAR, ficar enroscado: Xéixno.
ENSABOAR: Mitin sabão (?).
ENSINAR: Kénveiramen, Kikairän -- 1 -- Ensinar a ler :
Veinarô kinveiramen.
ENTÃO: Kan, kanton, ara--1-- Então eu: Nog.
ENTEADO: Ix prôn kotxi; ix bén kotxi - ix prôn, de
minha mulher -- kotxi, filho -- ix bén, de meu marido.
ENTERRAR ( defunctos ): Peju.
ENTRAR (penetrar): Ran, lan; kara, ara, gen - 1 -
Ränho : Entro agora --2--O sol já entrou: Aran (lan) húru
pura - arän, sól-- Ahúru, já - purú, entrou --3-- Aran purja :
O sól entrou--ja, particula para indicar acção passada -
4- Ran ten: Entrar.
ENTRADA DO OUVIDO. Vide ouvido.
ENXERGAR: Kané.
ERA : Vénve, do verbo ser.
ERRAR (o caminho ): kugn, gan.
ESCADA: kantérejafa, tamprü jafa -- kantére, descer
- jafà, instrumento -- tamprii, subir.
ESCAPAR, (salvar-se ): kre, kret ( livrar-se do perigo).
ESCOLA : Venharô niafa ( jafa ) - riafa, lugar -- venha-
rô, lêr. |
ESCONDER: Pejú (escondido), péj, pej, vainpaju,
veinpeju. —
ESCORREGAR: Paixke ( significa tambem curvar-se ).
ESCOVA : Kupé jafa -- kupé, lavar -- jafá, instrumento
-1-- Aján kupé jafa: Escova de dentes -- jan, dente - a, ai,
connectivo.
ESCRAVO : Antãij, änjen (antainhi), ve há —- ( eriolo ).
ESCREMENTO : Nhafä.
ESCREVER: Venharë, ri, ra, arû, lü - 1- Rb ne: Esta
escrevendo -- ne, está -- 2 -- Rô, significa tambem pintar, marcar
—- 3- Arônge : Está escrevendo -- 4 - Cousa escripta: Ve-
nharô -- 5 -- Escrever uma carta: Venharô had 7) -- had, faço
-- tx, eu -- 6 -- Aprender a escrever: Venharô kiveinrâmen.
ESFREGAR: kanoiira, pergéin, tin tin ti.
ESPADA : Dó -- 1 -- Cabo da espada: Dó pu -- 2 - Espada,
refe: Nifé téic--kufé, faca--téie, comprida, grande -- dó,
arma. ( Kiúfantéie ).
ESPARRAMANO ( Aqui e acolá): Tamé janjénkimo
- tamé, aqui e acolá, longe.
ESPELHO : Vaivéie.
ESPERAR: Tore--1 -- Esperar um pouco: Nanén x2 -
kanén, esperar -- xi, pouco -- 2 -- Hannhóa ( Vis. )- 3 -- Uanha-
wanha ?
ESPETO : Jenga gré.
ESPIAR: Kikokan ( Vis. ).
ESPIGA: Bo.
— 250 —
ESPINGARDA : Boká, boké. Significa tambem este
vocabulo, garrucha; dótéie-- dó, arma --téie, comprida, dió
(São Paulo moké ).
ESPINHA DORSAL: Gitka.
ESPINHO : X02, «ot.
ESPIRRAR : A-xim.
ESPOSA : aprôn -- a, connectivo -- prôn, mulher.
ESQUECER: Kikaktin, kajatún, kixkaktin, akikaktin
1-- Veixketá kajatún : Esquecer o remedio -- verxketa, remedio.
ESQUECIDO : Membro insensivel do corpo ( esque-
cido) Méin ton.
ESQUENTAR: Aran, togn--1-- Pin to agn togn, to
ini: Se esquentam ao fogo, e estão perto -- pin, fogo -- to, ao
- «gn, elles - to, perto -- dnz, estão.
ESQUERDA : Kain -- 1 -- Minha esquerda : Jakdin -- ja,
minha. Direita é 2pédn.
ESQUILO ( serelépe ): Jótiti.
ESQUINA (da rua): Tavan.
ESTA (adj. indicativo): Tagfi-tag, esta-- fi, ella,
mulher. mh ne
ESTAR: Je, ne, ve, na, ja, ni (plural, nanti ) kanje,
kénje, kan, kana, ként, kane; ha, re ( resultado de uma acção )
tog, tógmo (significa tambem ter); van, wan, mó (é desi=
nencia ds verbos): significa acção no tempo presente ou
futuro; aa (signfica resultado de uma acção ); kánti--1 -
Está bom ?: Ha hôóne?--ha, bom - hô, muito -- ne, está - 2 --
Rúru te na: Está pequeno (baixo )-- tz, eile--3-- Ha hi?
Está bom ?-- 4 -- Kurd ai jadjà re (ra): O lenço está estra-
gado -- kuriai, lenço -- jadjá, estragado -- 5 -- Xéixtimo: Está
preso -- xe, preso -- x, connectivo -- ti, elle -- 6 -- Xua ti xa: Está
sujo -- xu, sujo--x, connectivo = 7 -- Vavarxa: Está jogado
tora - 8-- Jan Ôt kanti na: A mãe está falsa -- jan, mãe -- ot,
falsa - kántina, está. Tambem uán. Como está elle? Hanan ?
(que é delle?) À
ESTE, esta, pronome demonstrativo e adject. demonstra-
tivo: Teg, tag fi-fi, ella. !
ESTEIO : Inondá -- 1 - Derrubar o esteio: Inondá gan.
ESTICAR: Kranje.
ESTOMAGO : Fé, fa.
ESTRADA: Emprii.
ESTRAGADO : Korég, kóke.
ESTRAGAR : Kokéktimo (elle estraga ) - kóke, estraga
- #7, elle -- mo, agora ou no futuro.
ESTRELLA : Krin.
ESTREITAR: Namñhäna.
ESTREITO : Tára ( estreitado, apertado ). O contrario
de largo ( xéne, veinxrüne : estreito ).
ESTUDAR: Veinlá, veinlé, veinran.
ESTUDIOSO : Veinrá kenemá je -- kenema, gosta -- je,
esta.
.
i
|
|
1
-
É
— 251 —
EU : 4%, éix, ga. je, tc, ex, æ, ju, 27d, œdn.æu, me,
xo, na, nan --1-- Xôn, irôn: E' meu --on, é --2-- Ja kran:
Eu planto - kran, planto. Tambem: Nakrdn, na, eu.
EXEMPLO -- 1 -. Por exemplo: Enhiréke mon.
EXPERIMENTAR: Kami (a espingarda ).
EXPLICAR (dizer): To. |
EXPREMER : Jenmira (imper.).
EXPERIMENTAR: Kame.
EXPULSAR : Kuten, vuóg.
ESQUINA (da rua}: Taván
EXQUISITO (louco ): Veixman -- 1 -- Veixman ti ne:
Esta louco -- ti, elle - ne, esta.
EXTENDER: Kavin; janjan, kavin, kanvi; kujé; ve
— 1 - Extender roupa: Vetrupoixr kanvin --2-- Janján: Está
extendido, largo, pendente -- 3 -- Kujénera : Extende tu (im-
per. )-- 4-- Néndo véra : Extende o braço -- » ra, imper. - nando,
braço. |
EXTENDIDO ( deitado ): Na na-- na, extendido - na,
está = 1 - Está extendida (a bandeira): Janjanjét.
EXTRANHAR (não conhecer ): Ti jamé ix kikaktin
— ti jamé, a face delle - kikaktin, desconhecer.
E
FABRICAR: Prin breg.
FACA: Kiifé-- 1-- Faca de pedra: Toi. Faca; Foiána
(S. Paulo ).
FACADA: Küfé jénga -- jénga, golpe.
FACES (as faces da cara ): Jamé.
FACIL: Hô.
FALLAR: Vin, ven, voén, kur, to, ke, tog - 1 - Kané
joie vin ne: Está falando com as pestanas -- kanéjoix,
pestanas -- vin, fallar -ne, esta--2- Kur, falla dos homens
e dos animaes - 3 -- To: Dizer, explicar, contar. O mesmo
se diga de tóg - 4 -- Kéke : fallar repetidamente, cochichar -- 5 —
Kéve : está fallando -- ve, esta.
FALSO: On, ôdn, ôt, kambhé, veinôn-- 1 -- Aôn net *
Está mentindo -- a, connectivo -- on, falso --ne, está --t, con-
nectivo - “-- 4ór ne: Diz mentira - or, em vez de or, men-
tira - veinó ven: Diz o falso -- ven, diz - veinôn, falso, falsi-
dade -- 3-- Veinône, veinôn ve: E' falso--ne, ve--4-- Ot jan
ne: E mãe falsa -- jan, mãe.
FALTAR - 1-- Ton tavinti ti: Aacabou com tudo.
FAMILIA (criança): Veinkrén, krén (filho, menino,
ôvo )-- Krén má: muita familha (filhos ).
FARINHA : Mentfu.
FAVOR (faça 0 favor): Nim--1-- Eisman ti grafú no
ix nim: Eu te rogo (faça o favor de) que me capes a elle
(o animal )-- eixmän, para mim --ti, do tal animal — grafü, as
partes sexuaes de macho (de grá, gre: macho -- fu, a parte
sexual )-- no, arrancar -- nim, faça o favor.
FEBRE: Veixpõro - 1 -- Estou doente de febre: Febre
hadéixno - had, soffcer - éix, eu--no, agora. Tambem: Aran.
FAZER: Hadn, hâte; tanke, take; kéti. ke, ge--1 -
Reza ke ti: Elle faz reza -- ti, elle - 2 - Kéæno : Estou fazendo
x, eu--mo, agora. Tambem, kéino-- 3 - Fazer festa: Kangiri
-4--Fazer banho: Veijkupé -- 5-- Está fazendo um póte:
Goro grin kéve - ve, fazendo, ve, está - gôrogrin, obra de barro,
FECHAR: Ninféie, nikféie, nengféie, nifé - 1 - Lugar
fechado, cercado, murrado : Lo, ró, -- 2 -- Fechar os olhos: Kané
not (de nóro, dormir ) --3-- Abrir os olhos: Nané liri, liri,
acordar, abrir os olhos--4-- Fecha os olhos: Norora -- 5 --
Fechar com chave: Kinvinké (?) Fechar a porta: Nifé
(Ob E)
FEDOR. Vide mau cheiro.
FEIJAO: Alangró, arangró rangrô, langr6. langoro.
«
4
|
|
a
:
4
|
SR - . = o
PTD TE E E E DD PN ee o né din Ed
me E o si MO ot ét te > ré ee D E A de.
Lt
AO cl
FEIO: Aorég, diu (?)--1- Rio Feio: ( Aguapey)
Goio Kupri: agua branca, -- 2 -- Esta feio: Norég tog ni-tóg,
estando -- ni, está.
FEITIO: Ve, kranke--1--O filho ja tem o feitio do
pae: Jogma kotxi kranke - jogmá, pae - kotæi, filho -- kranke,
é semelhante.
FEIXE: Panfin, - | -- Molho de arroz: Arroz panfin.
Tambem - to--kvim, to kuën, tokfin.
FEL: Tumé jéj-tamé, figado ~ jé, fel, urina :
FELIZ: Hô.
FEMEA : Tantô, ôntantô -- ôn, algum.
FERA, animal bravio: De--1-- Féra braba; De jun.
FERIDA: Ari, foke--1- Krii krü veixma : Lepra --
veemd, molestia, doença -- kriikrii, chagas, repetição para in-
dicar o plural. Tambem fokta.
FERIDO : Arü -- 1 - Esta ferido: Krüd na - krii, ferido
- d, connectivo -- na, esta.
FERIR: XKukén, tai, krüt, fut (cortar), kerét, ten,
koke -- 1-- Kukenja : Está ferindo, está querendo ferir -- kwk,
ferir -- ke querendo -- já, está -- 3-- Táix : Bater, matar -- 4 —
Krüra: Fere tu ( Imper.)--5-- On keréki: Um ferido --
on, um, algum.
FERRO: Ferro.
FERR:0 : Préja( aguilhão ), rére, ru - 1-- Rére: Fer
rio do garfo--2-- Préje ou préja: Ferrão das vespas -- 3 --
Ferrão da formiga: Ru. |
FERRUGEM (sujeira): Jakua--1-- Ti venxu jakuá :
Ferrugem do tal objecto preto - ti, do objecto tal-- venxu,
preto.
FERVER: U6, vó, veinvo -- 1 -- Vénvo re: Esta ferven-
do, rê, está Tambem venuvo ra, venuora.
FESTA: Veinkanjiri ( divertimento ): veingrin (baile),
veinkókefin (baile), veingrin, jiri, gran, kanjun -- 1 -- Elle
fazia festa: Akoju ti nive -- ti, elle -- nive, terminação do im--
perfaito, de ni, estar - a, prothese.
FICAR: Ka, kanja, tógmo, tog, kanje, nz, jéne, ne - 1
- Elle fica brabo: Jun tógmo-- jun, brabo -- tógmo. esta
agora - 2-- Kujo ja ti ni: Elle fica magro -- kujó, magro --
ja, agora - ti, elle -- ni, fica.
FIGADO, baço: Tamé.
FIGO: Fod, fukané.
FIGUEIRA: Kava fu (figueira).
FILEIRA: Venjútfuit - 1 - Em fileira: Pré (?)
FILHO: Kotxi, kren (ovo), kotxin, akotxi--1 --
Kotxinfi: Filha -- fi, ella.
FINCAR: gui. Impr.: qui-era ( um moräo. um poste).
FINGIR : On. Vide falso, mentira -- ddn, dt -- 1 - Ven-
xan tandatôn had ja ne: Uma vez se fingiu pobre -- tanda-
tôn, pobre -- venxan, uma vez. Tambem kangranove.
— 954 —
FINO, bonito: Montxi -- 1 - Panno fino: Kuru gain-
kurú, panno. Tambem tarijá.
FIRME: Tara, kitara, kitare -- 1 -- Muito firme: Kita-
ra ma-ma, muito.
FITA, linha, corda: Kakrô, muafé.
FIXO :-1- Kané fantôn: Olhos fixo -- kané, olhos.
FLAUTA: Kóke--1 - Flauta para ser tocada com o
nariz: Ninhé kôke- 2-- Flauta com varios tubos: Kan hon.
FLEXA: D6--1- Ponta de osso da flexa: Dó jénk.--
jénk, ponta de osso. Osso simplesme te se traduz com kuka —
2- Ferrão da flexa: Do rêre.
FLOR: Kafexféje, fexféje vexféje.
FOGO: Pin (significa tambem lenha )-- 1 -- Fogueira
grande: Pin fé, pin grà--grû, accend'do, que illumina. -- 2 --
Kren pin fi ti: Elle põe lenha no fogo.--3-- Kren pin fi:
Por lenha debaixo da pannella -- kren, debaixo - fi, por.
FUI: foste, foi: Viiire, üere, itire, perfeito singular do
verbo tin ir. Vide fomos, foram, foste, Usa-se tambem fiiire --
1- Foi meu irmão que fez isto: Tag ix javu hadn hâna-tag.
isto -- javú, irmão -- hadn, fazer -- hana, com certeza.
FOICE: Nhcpa.
FOLHA: Fe, féie féx --1-- Folha de pinheiro: Tara
TO Nay es). |
FOME: Kokire--1-- Ter fome: Kokire -- 2 -- Soffrer fo-
me: Kokire me-me, soffrer. Tambem : Kokire had -- 3 -- Tenho
muita vontade de comer: Jx jen hütéti-- jen, comer -- hétiti,
desejo muito.
FOMOS, fostes foram (vide foi): Kagüuve. (O o se
pronuncia fechado ou estreito ) kangüuve.
FORA: Tonja, tonje ( posp.)--1 - Tonja tô: Em fora --
ton, em -- 2 -- Tonjaki : e mesmo sentido - ki? em - 3 - Tonja-
mi: Por fora -- mz, por ( vosp.), aqui.
FORA: Lé, ré, hore, ére, horo--1-- Léra fodn: Pu-
char para fora - ra, fóra -- fodn, pinchar, atirar. -- 2 -- Hore: Ir
para fora, sahir; fora (adv.) --3-- Le ra ti küten : Tocar pa-
ra fora alguem -- kuten, tocar - 4-- In ere: Fora de casa.
FORÇA: Tára--1-- Fazer força: Nenvá -- 2-- Entrar
por força: Ge ( significa tambem apanhar, brigar, matar, pe-
gar alguem a força ).
FORMA. De formas que. Vide consecutivos.
FORMIGA: Ru, arin, erin--1-- A formiga morde :
Arin rupran-rupran, morde -- 3-- Formiga cabeçuda: Arin
krin buvengh-krin cabeça, buôngh, grande. Tambem ruprin.
FORNECER: Vida, mavidn.
FORNO: Totognia buông.
FORTE : Tára, túru, tur, tar.
FRALDA: Tindara ( Vise. ).
FRACO: Krójo-- 1-- Esta fraco: Pexpéje.
FREIO : Jantkii kan na--jantkü, boca-kan, estando-na,
esta.
FRENTE: De frente: Aven (?).
E
4
e.
:
‘
sb o es ee
FRESCO: Kuxá ( frio, inverno ).
FRESTA da parede: intongá dóro, intongá, parede
-- dôro, abertura, buraco -- intonga, de intôn parede -- ga, terra.
FRIO: Auxä, kukrüre (este ultimo significa tambem
gear ).
FRIGIDEIRA : Toton ja--tuton, torrar--ja, instrumento,
lugar.
FRIGIR “assar ): Totógn, jegme.
FRONTE : Rindiá, kakan--1-- Kaka rô--rù, pellado,
tosquiar.
FRUCTIFICAR: Kakanémo, kanémo, kakané, kane.
FRUCTA: Kané, kakané -- ka, pau-- 1 -- Kok -- 6, espe-
cie de fructa vermelha.
FUGIR: Pejú, veinpeju.
FULIGEM : Intufóro, peninja.
FUMAÇA: Ninja, nija, niiá (S. Paulo, wrnüno ur-
muno ).
FUNDO (adij.): Dik, ding-- 1 - Oré ding: Lagôa
funda -- 2 - Fundo do quintal: Ro krén-ro, quintal--krén, em
baixo - 3 -- Fundo da agulha: Préja dôro-dôro buraco -- 4 -
Fundo de alguma cousa: Duritke.
FUNDO : Bére ( subst. ).
FURADO: Dén--1- O olho delle está furato : Ti ka
né van düpti-- ti kané: Olho delle -- van, esta. Diz-se tam
bem dign, dügn, kandon ( furado), -- Dign dó: Bolbo do olho
furado.
FUTURO, Se faz accrescentando a syllaba mo ao ver-
bo, e assim tambem se faz o presente. Pode-se fazer o futu-
ro com a particula enhürike mon, e tambem accrescentando
ao verbo um adverbio do tempo futuro, como: kurdn, dia;
kurá opki, noutro dia; vaiaká, amanhã; kején, kárka, depois.
Ex.: Karka krintaue hadno: Logo farei um chapeu -- hádno,
farei.
FUZILAR: Natankôpke ( resplandecer ).
G
GAFANHOTO: Opa, Xukrin
GANCHO : de anzol: Rakfuii.
GALLÃO, fita de chapéu: Tokfin.
GALLINHA : Garit (engarít).
GALHO : Fuigh, jovuije, ramo miudo--1 - Galho de
café: Nafé ti pe-pén, pé-2-- (Galho secco: Titan tara
(Vide). ;
GAMBA : JARA (cuspo).
GANHAR: Vanha, véi.
GARFO : Kuja rére-rére, ferrão.
GARGALHADA: Ti dut diira-ti, delle, düi, pescoço-
doira, arrebenta. Tambem: Ti dui ire.
GARRUCHA: Dó múro, do, arma-ruro, curto. S. Paulo:
Moke.
GARGANTA: Avangró, vangró, kado -- 2 - Minha gar-
ganta: Xavangró- x, minha.
GASTAR: -1-- Gastar atôa: Vava.
GATO: Mini, minkæi; de min: onça, jagudr-æ{, pe-
queno.
GAVIÃO : Jongjó.
GEADA: Kokriire (tambem inverno).
GENGIVA: ju kráix (?).
GEITO : Está com geito de chover: Ta kúten sxóro-
ta, chuva-kuten, cahir-góro, deseja.
GEMER: Prá, veinprá.
GENTE : Ag (elles). Serv para indicar homens e mu-
lheres. quando estão misturados -- 1 - Gente delle : Tito agn,
ti to: Com elle-agn, gente --2 - Tem muita gente: Ag gu
ve-gu, muita-ve, tem.
GERIVA : Táion (Vide).
GIRÃO : kakré.
GIRAR : (mover em giro): Júxke, j6ixke.
GISSURA : (especie de palma): Fénê-é.
GOIÁBA : Ma.
GOLPE: Jénja - 1 -- eins de machado (ra patates
Beny jénja - 2 - Golpe de faca:. Küfé jénja (facada).
GOLPEAR : Täix (bater, matar).
GORDO : Tang.
GORDURA: Tide tide. É
GOSTAR: Emá, hema, kenema, venkenema, kenmá,
jentáim --1-- Kenemá ne: Está a nao ne, está. Tambem
nentdin, gedé ti.
PP PETER POA
opt
GOSTAR. Não gostar: Váix, javáix, wier, jauaix.
Estas palavras significam tambem nao querer, ter repug--
nancia.
GOSTOSO : Grent (doce) -- 1 -- Gostosissimo para co-
mer: Ko ha tavin-ko, comer -- ha, bom-tavin, de tudo -- Não
gostar: Xrimäje.
GOTEJAR: Glakó ti mo, nató ti mo, tate, náke.
GOUVERNAR: Líri. Significa tambem accordar, es-
tar de olhos abertos.
GRALHA branca: Xakxó, Xanxó.
GRAMMA: Rê, érê.
GRANAR, CACHAR: Kené, kanémo.
GRANDE: Buüngh -1- Maior: Foro, for, fare, hé
--2-- Muito grande, demais: E hô.
GRO : Kané--1- Grão de milho: Gara kané.
GRAVATA : / ud tokfin-düin, pescoço tokfin, liame.
GRAVIDA: Ankotxi van fi ne: Ella esta com filho -
tan, sendo-fi, -- fi, ella-ne, esta. Tambem kren.
GRILLO : Feirâng.
GRAÇA. Trabalhar de graça: Veingrin lairânha-lai-
ranha, trabalhar.
GRITAR: Veimprá, pra, pre, préle, veinpréin. Imper. :
Prénera, prélera, prérera
GROSSO : Fór.
GRUDAR: Xa; to tangrénke-to, a elle - tangranke,
unir.
GRUDE: Priri, kafa ja ti.
GRUPO --1- Grupo de gente: Agnagn -- 2 -- Vão
em grupos: Ag nó mó-mo, ir, repetido para significar mul-
tiplicidade de acção, plural.
GUABIROBA : Pano-á.
GUARDA: Fazer guarda: Lire.
GUARDA (depositario) : Jo, jo, nim -- 1 -- Me dê pão
e guarda-o para mim: Emin jo nim-emin, pão - nim, guardar
- 2- Nim hat: Elle guarda a cousa.
GUARDAR: Vidn had.
GUARDAR: Kire, kéra, kéira, kamén (temer) -- 1 ~
Guardar a ordem: Tin vin hadn.
GUARDA-CHUVA: Vaixkrivédnia, venkrivédnia, uain-
klivédnia-ja, ia, instrumento.
GUELLA : Xavangro.
GUERRA: Küngré - 1 - Guerrear-se, brigar um com
outro: Jagne küngré.
H
HA (do verbo haver): Ni. Em sentido de ter: To--1
Outro dia: Kura ôn ki-kura, dia-ôn, outro-ki, em.
HABIL (para alguma cousa) : Jó.
HERVA: Kré, arê, ré -1- Herva mate: Hongóin.
HISTORIA. - 1 -- Contar historias (mentiras) Vezôtn
ve-veidt, veiôn : historias! - ve, conta -- 2-- Historia : kambet,
kambút (noticia) 3- Ot kambét: Conta historias.
AGORA : Ori, hoje.
HOMBROS : Jenimbai (Telemaco) Peinbuüng. (Vide.)
pani, epani, veixpäni, jenmän, iniril (Visc.).
HOMEM : Gré, ungré, ongré, on, kaixgang, kaingang,
kaingôó - 1 - Homem baixo: Ono lúro (rúro) - ôno, algum
rúro : baixo, redondo -- 2 -- Homem de um só olho (monó-
culo): Kané pire ni-kané, olho-pire, um, nz. está com - 3 —
Os homens: Ag; as mulheres, fag--4-- Homem corcunda :
ungré pando - pandó, curvo - 5- Homem preto: On tó.
Tambem pa-i.
HONTEM : Arankét.
HORA -- 1 - Na hora de morrer: Ti kuran ki termo
-ti. delle -- kuwran, hora-ki, na-termo, esta morrendo agora.
HORIZONTE: Karka kränja-kaikan, ceu-kranja, li-
Oie,.
" HORTA: Ar6, (cerca), ro, lo.
HOTEL: Enjenniafá.
HUMIDO : Brére me-brére, molhado-me, um pouco.
IDADE: -- 1- Da mesma idade: Jagne kômo-jägne,
um a outro - ko, ao lado -- 2-- Mais moço de idade: Andot
kéve-dot, atraz -- 3 -- Mais velho : Anjut keve - an, connectivo --
jut, jot, adiante.
INCHAR: Kamp.idn.
IGNORAR: Kixkaktin.
IGUAL: Hórike, hérike.
ILHA: Kute.
ILLUMINAR: Gru.
IMAGEM: Langré--1-- Fog langré: Imagem de bran-
co -- fog, branco.
IMMORTAL: Tére váix--tére, morre--váix, nunca.
IMPERATIVO: Sefaz: - 1 -- Accrescentando ra, era,
ao verbo. O imperativo negativo se faz pondo depois do ver-
bo a negação tôn, a syllaba ra -- 2 -- Se faz pondo adiante
do verbo a particula ha-- 3-- Prepõe-se a particula kur, dan-
do ao verbo seguinte, além da significação imperativa, a de
que a cousa imperada seja feita com pressa. Além de kur,
se usa Æut, kul, lkúri. -- Exemplos -- 1 -- Hako: Come tu.
IMPOSSIVEL: Váix, koréy, javáix-- 1 -- Impossivel
dormir: Nôro ke tôn-- nôro, dormir, ketôn, não poder.
IMPROVISAMENTE: Grito, vetóixto ( improvisa-
mente).
INDICAR ( fallar ): To.
INFERNO: Det koré jamä-det koré, demonio - jamá,
casa, bairro, morada.
INFLAMMADO : Kaënpän, kainpara (inchado. )
INIMIGO: Kikaktin; katka tôn-kaikà, da nossa tribu,
liga. Vide amigo.
INSALUBRE: Kanga kema ne--kanga, doença - kema,
que gosta -- ne, esta.
INSECTO. Uma variedade: Toniôn.
INSTRUMENTO: Jafà, já. Significam tambem lo-
gar - 1 -- Instrumento musical; Oakire, otorére ; xi, xii - 2 —
Instrumento do canto: Taintânia.
INSULTO : Kagn.
INTERJECÇÃO - 1 -- Ara! Apraza a Deus!--2-- Hi!
Oh! Indicam desejo.
Além destas, quasi não ha interjecção em Kaingäg, a
não ser alguma monosyllaba para exprimir a dôr. Suppre-se
dando às palavras, em pronunciando-as, a expressão do af-
— 260 —
fecto que aliás se exprimiria pela interjecção. Ex.: Kurú
pé! Ob! panno bom! -- kurt, panno -- pé, legitimo.
INTEIRO: Ha-úra.
INTERPRETE, lingua: Veinvin kiveinrâmen-vein-
vin, lingua, falla -- kiveinrâmen, conhece -- vin, palavra.
INTRACTAVEL: Juma ti ne-ju, jo: brabo - ma, muito
- ti, elle -- ne, é.
INUTIL: Korég -- 1 -- Dét korég: Cousa inutil - det,
cousa -- korég, inutil, ruim.
INVERNO: Kuxá, kokrüre (gelo): kuxântiti (S.
Paulo ).
INVEJA:--1--Titon ix krimaje: "Tenho inveja delle.
IR: Tin, singular; mó, món, móij mot. mojen, plural
do presente ( Mu.) Perfeito: U singular, vüire, fúire; plu-
ral: Kangôuve; Imperfeito tinve -- 1 -- Tona: Vamos. Imper. :
Toréra -- 2- Kur toréra: Vamos de pressa - kur, de pressa -
3- Ton énera: Vamos para lá--éne, la--ra, para - 4-- Ir
embora: Tin-5-Ix in kén: ha: Ja quer ir embora em
casa -- in, casa-- ke, vou - ne, estou-- ha, ja--5-- Ix in ra
nôro ha tin ha: Va ja para minha casa dormir -- ix in, mi-
nha casa--ra, para-- ha, voz imperativa -- ha, ja —- 7 -- Como
vai meu pai? Ix jog hôrike? -- jog, pai - hórike, como vai -
8 -- Hô tok ti? Vai bem ?-- hi, bem -- tog, está -- ti, elle -9 -
Kéne: Ir--10 - Iô tong ti: A cousa vai bem. Tambem ha.
Ha hô rike? Como vai? Hatin: Vai embora.
IRASCIVEL: Jom kema - jom, bravo - kema, gosta.
IRMA: Ve, vô, veg--1-- Véfi: irmai- fi, ella - 2 - Ve
titany ; Irmã moça -- tótang, moça -- 2 -- primogenita : Veacái -
3 - Irmã de irmão: Javü ve-javü, irmão. Tambem ve.
IRMANZINHA : Vexi, váxi fi - fi, ella.
IRMÃO : Javü, arengré, rengré, langré ; kainké, irmão
mais velho. Tambem Janké, kaiká, que tambem tem o sen-
tido de parentes, da mesma tribu--1-- Javii--ve: Irmão
mais novo -- vc, menor -- 2 -- Irmãosinho : Javuxi -- xi, pequeno
(jauve : irmão menor. Tambem, javüich ).
ISCA: Kur póro -- kur, panno -- póro, queimado.
ITAQUARAL: Muän (1).
r
(1). OM, é nasalado,
|
|
;
|
|
J
JA (adv.): Ha, húri, - Ha, significa uma acção que
nao demora para effectuar-se. Ex.: Teu pai vem amanhã?
Não: elle vem já: An jóg vaidka kantin? Resp.: Ud: dri
kantin ti ha--an, teu -- jog, pai -- vajaka, amanhã -- kantin,
vem. Húri, indica o passado da acção. Ex.: Kangã hati
húri: O doente ja sarou -- hati, sarou - húri, ja.
JABOTICABA : Ma.
JACARE : Apd, hampd.
JACU: Pen, koiin, küüy, koi, peintkúin, pei.
JACUTINGA. Se traduz como jacu.
JAGUAR, onça: Min, mink, mi.
JAGUATIRICA: Grouuntxi. Em S. Paulo, grénha.
JANELLA: Kanén dôro-kané, olho-dôro, buraco, aber-
tura.
JARARACA: Pareviri.
JARDIM: Kaféje ro. (V.)
JARIVA: Tain (especie de palma).
JOELHO : Jakrin, fakrin - 1 -- Curvar o joelho: Ja-
krin fan - 2 -- Estar de joelho: Jakrin tan je-jakrin, joelho--
tan, com--je, esta -- 3-- Fakrin - fa, perna-krin, cabeça ( joe-
lho ).
JOGAR FORA: Va, vava, vavâmbra ( Imper.), vimba--
1-- Vavár xa: Está jogando fora, wa -- esta.
JUDIAR : Vog, vogkonáne, konána - 1 -- Veinmá had
- veinmá, mal - had, fazer.
JUDIACÇAO : Kogn, konána.
JUIZ: Onje kreni--1-- Dou parte ao juiz: Onje kré-
ni mato ix--ma, ao -- to, fallo-z, eu.
JUNTA, PAR: ( casal): Arengré (dois), prine, -1 -
Junta de bois: Boixprine.
JUNTA DOS DEDOS: Ningé féie jakrin.
JUNTO: Bra, bre--1-- Junto commigo: Ixbre.
; KAGADO: Pednim. : |
eee — KAINGA'NG: Kuingäng, kaingi, kaingit,
\
we
EL
LA: Ene, tan-1- Ta kan. Naquelle logar - kan, em
-2- Eneki: Naquelle logar - ki, em -- 3 -- Para cá, para la:
Krinke - 4 - Ta ra vütre: Ir para lá- ra, para.
LABIO : - 1 - Labio inferior: Gu kânté iantkü fudre-
qu, haixo -- kante, lado -- jantkii, bocca -- fuüre, pelle - 2 Arix
kante jantkii fudre, labio superior - kri, acima.
LAÇO: Énje, éngje ; taja (laço, laçar ).
LADO :-1- Do lado de cima: Av? kante-kri, acima —
2 - Do outro Jado do rio (além do rio): Gozo kafän te-gõio,
agua - kafan, de lá -- te, em -- 3-- Passar para o outro
lado do rio: Gôio kafan ra kanküten-ra, para -- gôio, rio -
kankúten, desembarcar -- 4-- Ao lado do rio: Gôio kri--5-
Ao lado de alguem: ro.
DE TODO LADO: (de toda parte): Kármi-kar, tudo
— mi, por- 6 - Tamin eváix : Olhar por todos os lados - ta-
min, por todos os lados, longe.
LADRÃO : Péju - à -- a, final, serve para mudar o ver-
bo em nome. — Outro exemplo: Tixe-á, um preso -- 2 -- De-
num pejú: Rouba tudo -- denim, tudo.
LAGARTO : Jenmojen (nhemmójen ); gangré.
LAGO (1): Oré dingh (dig) --oré, brejo -- ding, pro-
fundo.
LAGOA: Oré ding; ord ding -- ding, profundo -- ora,
brejo.
LAMBER: Tuma-- Pan küveix tumati mo -- Aquelle
esta lambendo sangue.
LANÇA: Rugurt, urugura. !
LANÇAR: Vangémo - 1 -- hamét kata vangémo : Teme
de lançar o remedio -- kamét, temer -- kata, remedio.
LAGRIMA : Kiúxbé.
LAMACENTO : Xôvo.
LARGO: Lanktére (ranktére)- 1 -- Estrada larga
Emprú téie -- emprú, estrada.
LAMBARY : Kankrü fuére (o estreito ).
LARANJA: Nerénje.
LARANJEIRA: Larangéira.
LARGAR: La, ra, re; tovaix -- 1 -- Largar do somno :
Ie noro ra-nóro, dormir --2 --In továix vain agn : A gente
largou a casa uns depois dos outros - in, casa--tovain, re--
(1) Kapen, lago ( Martins).
— 264 —
petido, ae indicar multiplicidade de acção -- Ayn, elles, a
gente - 2-- Largar do trabalho Tanke kranke - tanke, trabalho
krânie, limniter: Fangrimada mone -- Esta tudo largado, des-
arrumado. a
LARGO: Tampére, lanktére : Estrada larga: Emprú
téie, téie, enmprido.
LAVAR: Kupé, kupén, kupéia, veinkupén; kekfua,
Suan, faia - 1 - Lavar ropa: Muafuäiten.
LAVRAR (paus): Prin breg - 1 - Elle lavra paus: Ka
prinbréktimo -- ka, pau -- ti elle - k, connectivo -- mo, agora.
LEBRE: Ditxu, de dén, bicho - xt, preto.
LEGITIMO : Pé, pospostivo--1-- Kurúpé! Panno le-
gitimo ! bom !
LEICENÇO : Kujuj.
LEITE: Nônje -1- Bo nonje: Leite de vacca -- bo,
boi, vacca ( nônhe )-- 2 -- Tirar leite osdenhar: Min.
LETRA: Aro, tanda.
LEMBRAR: Kinveinrämen -- 1 -- Lembrar-se; Kinvein-
ramen.
LENHA: Pin, --1-- Ruido de lenha que se apaga (ac-
cendida ): Xó.
LEPRA: Krii kri veinmán -- krii krii, feridas -- venma,
doença.
LER: Venharÿ ; kin, veikén, ken ; nikrén ( contar, ler),
venharo.
LEVANTAR: Fén ; Jengr ; fii; feng; mon; jur:
kankuten -- 1 -- On ani na, jengra : Quem esta sentado, levan-
te -- on, quem -- nº, sentado — na, está — jengrá ( imper:), levan-
te --2-- Fuinera: Levanta tu (alguma cousa), activo -- 3 --
Fengra, feingrá: Levanta tu. Imper. -4-- Se diz fut, em
vez de fun-- 5 -- Veg môn: Se levanta primeiro -- vég, pri-
meiro -- 6 -- Kiixd júro: A lua se levanta -- kiixá, lua -- jur,
levanta -- o, agora - 7 -- Níjá jutke: Vae levantar-se a fuma-
ça -- nijá, fumaça -- ke, vai -- 8 - Küxd jútke (kankúten): A
lua se levanta -- kankuten, apparecer, sahir -- 9 -- Mon.
LEVAR: Ud, ué, va, ve, ba- 1 -- Batin : Carregar trans-
portando. Plural: Bamón baratin: Transporta tu (sngu-
lar): bdra: móne: transportai ( plural ).
LEVE: Kajuj.
LEVEMENTE : Kumééra.
LIAME: Tokfin.
LIGAR: Tokfin.
LIGEIRO: 1--De ligeiro : Kur, hud, kul, serve esta pala-
vra para fazer o imperativo, accrescentando a idéa de presteza.
LIMA (instrumento para limar o ferro, etc. ): Aranarän.
LIMITE: XKránje-- 1 -- Limite, raiz do monte: XKrin
kranja -- krin, monte.
(1) Fagrinma, objecto, da, tudo - mon, largado - ne, esta,
ni
etats do Ennio Eee je me dé Sd dû nr du
ea CIS ETR q
— 265 —
LIMPAR: Kupé (lavar)--1-- In katóro jéne ha: A
casa ja esta limpa -- in, casa -- katóro, limpo -- jéne, este -- ha,
ja -- 2 -- Kuré: Limpo, direito.
LIMPO: Kupri, katoro, kuré, iampri, kekônra.
LINGUA: Noné. Em sentido de linguagem, vin--1
-- Lingua de serpente: Pando -- pan, serpente -- dó, arma.
LINGUAGEM : Vin (fallar ).
LINGUA: ( interprete) Vei vin kinveirämen -- kivein-
ramen, saber.
LINHA: (fio para costurar ) Uafé, vafé, veixkúk -- 1 -
Mafé nifé: Linha enfiada na agulha --nifé, fechado -- 2 -
Cabo delinha: Ti judnjudn -- judn, chegar -- ti, delle — 3 -
Linha de anzól: Enkfi xüne--xün, linha -- 4 -- Linha do arco
de atirar flechas: Uij aúne -- wij, arco - 5 -- Linha recta: Tan-
kurike -- tan, lá -- kuri, direito -- ke, no.
LIQUIDO : Létiti (2).
LISO : Kadére, kadndére, kajére, kiijére, kijére.
LISTRADO (pintado): ÆKongarü. Panno listrado:
Kurt kongaro.
LIVRAR: kré (escapar do perigo ), hrén.
LIVRO: Vanharü, vairi.
LIXO: Fá-1-Lixo do quintal: Pruru fa-prüru,
quintal, ( empriirw ).
LOBISHOMEM: Ningréin buüngh-ningréin, orelha -
buongh, grande.
LOCUTORIO : Venbednniafa-venbédn, conversar - nia-
fa, lugar, instrumento.
LOGO, logo que: Kaimbara, karaxi, kanti.
LOGO DEPOIS: Xiri, krânhe ( kara ).
LOMBO: Nidkuka-kukd, osso.
LONBRIGA : Jokrin ( cabeça adiante ).
LONGE: Auvarä - 1 - Muito longe: Kuvaran qu,
kuvará hô - ? - Ao longe (do rio, da estrada): Dji ( posp. )-
3 - Emprü dji: Ao longo da estrada - 4 - Ao longo do matto :
Maitka dji - 5 - Extenso: Tamé - 6 - Kuvarangu.
LOUCO: Vexkaktim, veikaktim: véixmaän - 1 - Onu
veinkaktin : Um louco. |
LOUDRA : Animal roedor aquatico: Tokféie, tokfine.
LUA: Kiixa-1- Lua cheia: Xüxà rúro-rúro. re-
dondo ( taruro ). Tambem: Niixá talurke ; küxà buônghtiti-
titi, muito - buüngh, grande - 2 - Meia lua: Kiixá ti
ru-tirú, corte -- 3 - (Quarto minguante, vide Ap.: Quarto cres-
cente.
LUCTAR: Rurúja.
LUGAR: Jafa, niafá: ja, nia; to, te, ta; ema; ti-
1- N/jà: Lugar para sentar, cadeira, banco -- 2 - Lugar de
dormir: Noro niafá -- 3 -- Lugar de deitar: Nanjo - 4 -- Lugar
de fructas: Tô kané - 5 - Lugar pestivo: To kangá -- 6 - Roca
de milho: Tó gára - 7 - Lugar da chegada: Vankijudn-judn,
— 266 —
chegar - 8-- On ta: No lugar em que--9 - No bancs de meu
pai: Ix jog jén ja, jog - pai. - 10 - Lugar de comer: Jér ja
- jen, comer — 11 - Neste lugar: Taki.
LUGAR ONDE COMEÇA UMA COUSA: Hängja-
hang, principio.
LUGAR BAIXO: Tó hren--kren, baixo - tô, lugar.
LUVA: Ningé pa-pa, amarrar -- ningé, mão.
LUZ: Gru-1- Luz de cêra: Déje gru, deje, cêra -
2 - Dar a luz, parir: Ba. ma.
M
MAÇÃ (bola, proeminencia) - 1-- Maçã de pescoço:
Duin diidn-dúin, pescoço - diidn, bola. .
MACACO: Kajére, kanhare, haiére.
MACETE: (para bater nos homens e nos animaes ):
Kakjuÿ, kakuü, kakii.
MACHADADA : Bengh jénja--jénja : corte, golpe.
MACHADO: Seng - 1 -- Machado feito com pedra: Pó
tan beng-pó tan, de pedra - 2 - Béng tan pó: Pedra lavrada
com machado - tan. com.
MACHO: Gré ( varão ); engré, gré : homem.
MACHUCAR (surrar ). Bréion, mréion, de bran cipó.
MACUCO: Uo.
MADRUGADA: Kurän kuxra-kuran, dia -- huxá, frio
- 1 - De madrugada: Kuran kuxá kan--kan, em. Tambem:
Kuna ki--ki, em -- kuxa, frio.
MADURO (molle, cosido) : Tanaäia ; karan - 1 - Homem
maduro: Kaxgang karan-kaixgáng, homem - karán, maduro.
MAGRO : Kiijó, kojó, kato.
MAI: Jan, ñhan, fia.
MAIOR: For, fóre, kantfore, kanfore (kant, esta);
fore, vara. fare.
MAIS: Man, mat, ningé; pante, pot, kri-- 1 -- O homem
é mais forte do que a mulher; Ontantô kri ungré tara
fore kanti- ôntantü kri, do que - ungré, homem -- tara,
forte - kânti fore, mais esta -- 2 - Mais ou menos: Enhôrike
mon ( cinco mais ou menos ) -- 3 -- Melhor: Tampri -- 4 - Mais
alto: Púnte téte-téie, alto. Ka tan téie ni; hara, dn tan,
pant kanje: Aquelle pau é alto; mas aquelle outro está
mais alto ainda -- ka, pau -- tan, aquelle -- ni, esta-- hara, mas
- ôntân, aquelle outro --kánje, está -5-- Veinvó madera:
Corra mais -- venvo, correr--ma, mais-- d, connectivo -- ra,
desinencia do imperativo.
MAL: Veinma (doença e qualquer mal), veinmá --
1 -- Está mal commigo: ( tem odio de mim): Jama krima je
(tema kri je)--erma, commigo -- kr, krimá: mal --je, es-
ta --2- Kixkaktin: Está mal, é inimigo. Tambem: Pijá
kairon ne: Não me conhece, é meu inimigo -- pijá, não — ne, é
MALLEOLO DO PE: Pre fi.
MALEITA : Nhoro, nôro ( durmo ).
MALTRATAR : Vóg, konane, fog.
MALVADO: Jonma, jôn kema--jon, brabo (jun) - ma,
muito -- kema, gosta.
SUS
MANADA -- 1 -- Manada de porcos: Porco veinma ; por-
co tatire.
MANCO ( coxo): Vagua, vaguÿ, tin koré.
MANSO: Jo vair --jo, brabo, - váix, não quer, nho
vaixti ne.
MANSO (não selvagem ): Kanherói, kanhére, kajére.
MANDAMENTO : Jen, vin.
MANDAR: Jéne, jen, vin -1--Ti vin ti tin: Elle o
mandou ir embora-- tin, ir embora -- 2 - Elle me mandou
comer: Eixmá ha ko ke ti:-eixma, para mim- ha, voz im-
perativa -- kd, comer -- ke, disse -- ti, elle.
MANDY (peixe): Kankré fuore rére - kankrô, peixe
pequeno -- fuire, pelle (sem espinho)--rére, ferrão. Vide
cascudo.
MANDIBULA: Ja (dente)--1-- Arin ja: Mamdibula
da formiga -- arin, formiga.
MANDIOCA :-- 1 -- Kumin.
MANGAS DO VESTUARIO : Apengrüra ( Vis.);
anindó to kfim ; anindó grüra.
MANHÃ: Kuxá ( frio)
MANTIMENTOS: Venjéne, vejéne--1-- Te (ti) jen --
Mantimentos delle.
MANTOS DOS KAINGANGS: Kurt ( é semelhante a
um lençol ).
MANUFACTO : Grin.
MAO: Ningé, aninga, ningam, nin, ne, négi -- 1 -- Nin-
gé pire: Uma mão - pire, uma --2-- Palma da mão: Ningé
du -- 3-- Ningé petkdra : Toda a mão.
MARACÁ ( instrumento de musica): Xi, xu ( Vise. )
MARACANAM : ( pequeno papagaio ): Kentkeré.
MARCA: Aro, rô.
MARRECO : 1 -- Pentan kur -- pentan, no pé -- kur, pan-
no -- 2 -- Marreco pequeno: Pedn ben kanxiri -- kanxiri, pe-
queno. Tambem se traduz a palavra marreco com as pala-
vras pélnben, pent kwr, oretan — 3 -- Pent kur hanwir/ : Mar-
reco pequeno.
MARIDO: Ben, bedn, bem.
MARIPOSA ( Borboleta ); Totógn.
MAROTO: Vin korég ti je-vin, fallando-korég, mal-
ti, elle-je, está.
MAS ( conj.): Hara, hala.
MASCAR: Nhemojen, jenmojen-jen, comer.
MASTIGAR : Kaiéra.
MASTRO (Santo do mastro ): Kuruxi tan fuire-ku- .
ruxi, pannozinho-tan, de-fuire, folha.
MATAR (bater): Taix, te, ten, tan, penói ; ge; xe ; té-
re ; udnge. Deprehender-se-ha do que aqui dissemos, que
muitas vezes, em Kaingäng,a palavra que exprime acção in-
cipiente, tem sentido tambem de acção acabada ; e a acabada
de incipiente. Ex.: Nôro, significa dormir, e tambem fechar
dis ee HO
r
EP O
dd bte 7
|
S969)
os olhos — 1 — Táixra : Mata - imper.: bate — 2 — Te, ten:
Bater, matar — 3 — Penói, propriamente, dar um tiro de fle-
xa ou de outra arma; matar — 4 — Ge: Brigar e matar — 5
— Xe, prender e matar.
MATTO : Véix, váix, tan, müar, muaitha; te lkuxiá ;
nem; wasn — 1 Váix ki: No matto-ki, no - 2 - Tekuxid : Mat-
to virgem, e bem assim nem.
MAU: koréy, bua ( Vise. )
MEDICINAL: Kata, kaktá (bom para tal ou tal in-
commodo ).
MEDICO: Ontan küktän j2, ônküktan je-0n tan, aquel-
le que-küktän, curar-je, está. Tambem vezkiiktdn je.
MEDIDA: Kambut.
MEDIO (o dedo grande): Ningtya.
“MEDO: Momen (temer) — 1 — Momen hadn: Soffrer
médo - hadn, soffrer.
MEDROSO: Momen ti xiri-ti, elle-xiri, pouco.
MEIA: Fa pan-fa, perna-pan. o que enleia.
MEIA (adj. feminino de meio) — 1 — Meia noite:
Kutuxi hi-kuti, noite-xi pequeno-hé, meio. Vide meio.
MEIO: #6; kujá — 1 — Hô pante: de meio para ci-
ma — pante, para cima — 2 — Aran inindd káxca: Meio dia
— arán, sol — kdxka, ceu — inindo, ( 1) braço. Tambem nindó,
enindó — 3 — Kujú hi: Do meio para cima — hi, para cima.
MEIO ( instrumento ): Niafa — 1 — Kantére niafá : Es-
cada para descer.
MEIO (POSP.): De, com ( Complemento de meio ):
Kan — 1 —Ir de a pé: Pe kan, tin - pé, pe-kan, de -'tin, ir -
2 — Ir por meio da cidade: Ema kara mi tin.
MELHOR: Tampri — 1 — Está melhor? Resposta:
Sim: está melhor: Man hi hana? Resposta: Han: man hi
hano-man muito-hi, mais-han, estar bom-no, agora-han, sim
— 2 — Elle está melhor de saude: Had ti-had, está bom—
ti, elle — 3 — Muito melhor: E hi je-e, muito - hi, melhor-
je, está— 4 — Pankxin ti: Elle está melhor de saude. Tam-
bem se usa pakaí.
MENINA : Gire fi-gire, menino - fi, ella — 1 — Meni-
nas: Gire fag-fag, ellas — 4 — Menina: Gire tanti-tanti,
fêmmea — 5 —Fongæifi ( pequena branca ).
MENINO : Gire, giri; paixin, niri— 1 — Menino de
peito: Nongüje giri-nangúje, peito (n-nhgiri ).
MENOR: Ve; ke ti ne; — i — Elle é menor: Ve ti
ne-ne, esta — 2 — Irmão menor: Javii ve.
MENOS: Kéti, ve ( vide anterior ). — 1 — Mais ou me-
nos: Enhôürike mon.
MENTIR: On, ôt, aôt, adn, onbédn ; venbéd, ônet - 1
— Ot venbédne: Falla mentira-ôn, mentira venbédn, fallar
sempre-no, agora — 2 — Está mentindo: Aôn ne-a, conne-.
ctivo — on, mentira — ne, está — 3 — One ven: Diz mentiras.
(4) ou coroa, de nh-gain, cabellos - do, abertura (no vestice da cabeça).
— 210 —
MENTIRA : On veiôtn ven -- 1 -- Veiôtn ven--veiôt.
cousa falsa--ven, diz--2-- Venôn ve: Falla mentira - ve,
falla.
MENTIROSO: ODN BEN, odnbé.
MERGULHAR: Put, pur; vetkambúno - 1 -- Fin te
dû pútke: Mergulhou a espada nella -- fin te, nella -- dó, es-
pada -- putxie; mergulhou, enterrou.
MESA: Jénja, jen néafa, kankéi, kakré - 1 -- jenja, de
jen, comer -- ja, lugar, instrumento -- 2 -- Kakré: Taboa -3 -.
Mesa de pedra: kHóten, mesa — pó, pedra.
MESMO : Ha, han -- 1 -- Pelo mesmo caminho: Ha mi
- mi, posp.--2-- Ti ha ve: K' delle mesmo -- ti, delle -- vé, é
(ué ). E
MESTRE: On tan venharô kikairone -- on tan, aquelle
que -- venharô, ler, escrever -- kikairone, sabe.
MEU, minha: Tx, éix, xa, ja, id, jo - 1 -- Ixôn : E
meu--ôn, é--2 -- Jo ve: Minha irmã - ve, irmã.
MEZ : Kiúxá (lua ).
MILHAL: Tô gára: (Roça de milho), gára kre--tü,
logar -- kré, plantação.
MILHO: Gara, engara - 1 -- Milho moido; Pixi-:
Milho torrado: Antotóro.
MINHA: Vide meu -- 1 -- Cousa minha: Ix de-de, cousa
- 2-- Minha roca: Japän-ja, meu - pan, epdn : roça ( derru-
bada ) -- 3 - Meu bairro, minha eidade : Jama -- ema, povoação,
roça, cidade, bairro.
MIJAR: Jó, jón, joéi--1 - Ter precisão de mijar:
Nai joéi hé - nai, eu.
MINHOCA: Nhonhôn. Uma variedade: Jokix ningé
(mãos no armario ).
MIOLO: Krixkóio, koio.
MISERAVEL: Jaktara -- 1 -- Me faz compaxão, me causa
dó: Ix má jaktára ti je-ixmä, para mim - ti, elle -- jaktára,
compaixão - ti, elle -- je, é.
MISSANGA : Nhatiká, jatká adorno do peito : em geral
é um rosario de capiá.
MISTURAR: Janjan; tankujéja, akujanja, kanjanja
-1--Akujanja je ti: Elle esta misturando -- a, connectivo —
Je, esta.
MOÇA: Tütang, tetang, tigtan.
MOCO: Niirón, kerón, ( significa tambem cousa nova )
- 1-- Mais moço: Andôt kéve - a, connectivo- do, atraz -- t,
connectivo -- ke ve--2-- Dóti ti ke ti ni: E’ mais moço elle
- ti, elle.
DE MODO QUE: A proposição consecutiva se exprime
em Kaingáng com um complemento causativo. Ex.: Chovia
de modo, que se não podia mover ; exprime-se assim : Por cho-
— 271 —
ver muito, não se moviam: Ta kiite buongh kan, vue ke,
ton ti -- takute, cahia chuva -- buüngh, demais -- kan ( porque)
- vud ke, poder mover-se -- té7, não -- ti, elle.
MODO: --1-- De que modo ? Hürike ?
MOELLA (Dos ossos, das arvores). Auju ( meio,
centro). | .
MOER : Jóix, jóixke ; fénje joixjinera.
-MONGANGO : Pxô. ( Especie de abobora )
MOINHO: Joixnim--1-- Moinho a agua: Gôi tan
jotxke — gôi, agua -- tan, com -- joixke, se move, em giro, ro-
d ndo.
MOLHADO: Brêre.
MOLHO : Mat (?).
MOLESTIA : ( doença) Veinma, veixma.
MOLLE: Tanafa.
MONJO’LO: Fénje( 1); Tandán ( Vise). (1)
MONO’CULO: Kané piré -- kané, olho.
MONTÃO: Pantfi -- patfi.
MONTE: Ærin -- 1 -- Acervo de alguma cousa: Pantfi ;
krid (monte).
MOSTRAR: Ve.
MORADA: Me, ma, emá-- 1 -- Minha morada: Jama -
ja, minha.
MORAR: Núixni, ni, nanti-- 1 - Ninho: Estou mo-
rando -- nho, agora.
MORCEGC : Kükfé, vaikükfé, vein kukfé, vakükfé
( descascador ), krikfé.
MORDER: Pra. Morder das vespas. Vide bater.
MORINGA : Vèéngrin -- véin, cousa -- grin, artefacto.
MORNO: Ran, arän ( quente, sol ).
MORRER: Tére, kalére, kantéere ; krén ; kex - 1 --
Cadaver: Kréx; kititére : morre elle.
MORRER afogado: kitére.
MORTA, defunta: Tére fi- fi, ella.
MORTO, cadaver : Xére subst.) ; téere, téera - 1 - Morto
devéras: Tér pé-pé, devéras -- 2 -- Somno de morto: Noro
xére ( somno pesado ).
MOSCA: Ka--1 - Mosca verde: Aa tói-tói, verde - 2
-- Borrachudinho do rio: Karan-ran, pintado ?-- 3 -- Variedade
de mosca: Vankiire -- 4-- Mosquito da terra: Ka --5-- Xóin.
MOVER: Vuüg, vudre, vog, vueg, kéti ? -- 1 -- Mover-se
em roda: Jóixke -- 2 -- Immovel: Vúoton--tôn, não - 3 - Vuig
kanti g020 tan joixke : E” posto em movimento pela agua, e se
move - tan, pela -- vuüg, é posto em movimento - jóiscke, se move.
MUDANÇA: Ti fódn (o mudar delle )-ti, delle - fodn,
mudar.
MUDAR (mudar de casa, de mulher): Fod, fon, fot
-- 1 -- Mudar para outra terra: Ga fódn--ga, terra. Nota. —
Os Kaingâng são polygamos.
(1) Os dois vocabulos significam : lugar de quebrar.
— 272 —
MUDO: Kuáin vin, vai vin, uäix win, win vax - váir,
não poder -- vin, fallar--1-- Ven kikaktin-vin, fallar -- kika-
ktin, não saber -2- Um mudo: One vin váix —- ône, um.
MUGIDO de porco: Arôn--krôn.
MUITO: HG, é, ma, éti, titi (estes dois ultimos se
pospõem ao adjectivo para fazer o superlativo ); gu, man ;
angu, angutiti (este ultimo é superlativo )--1--Tára gu:
Muito forte -- 2 -- Aran angütiti: muito quente -- 3-- Gire gu
ve: Tem muitos meninos -- gire meninos -- ve, está com, tem —
4-- Muito: uma quantidade muito grande: Korég - 5 - De
mais: Buôngh -- 6 -- Kron buôngh tôn gra: Não beba demais
-- kro, beber -- tôn, não --g, connectivo -- ra, desinencia do im-
per. -- 7 -- Muito mais: E hd.
MULHER: Tanté, ôntanto ( femea tambem do animal ),
fi (ella), fag (ellas) fágma, ellas -- 1 -- Mulher do filho do
meu irmão (sobrinho fraterno ): Rengré kotxi tantô fi - ko-
tê, filho -- rengré, dois, irmãos -- tontô, esposa - fi, ella -- 2 —
Mulher mundana: Be tôn -- be: marido, tôn: não, sem.
MULTIDÃO : Agmonagmôn.
MUNDO: Ema kára-emá, povoacio-kara, toda.
MUNHECA: Nindo jakrin,-nindo, braço - jakrin, joelho.
Tambem nina faem S. Paulo, juin pire..
MURCHAR: UA’, m--ua.
MURO de pedra: Paro, porc.
MUTÚM: Péin buüngh.
N
NADA: De tôn, denim ton de -- cousa - tôn, não - 1 -
Denúm - de, cousa- n, connectivo -- um -- algum.
NADAR: Braia-brdia, breg -- bréje, mbraia -- mraia-
mraia, marambráia.
NAO: Ton; pia, pijá; vós pie. tóg, tot, tó, pè = 1 - Ton
ra: Apezar de não. Com o verbo kire usa se he.
NARIZ: Ninhé.
NASCENTE (oriente): Ardy júru kante-aran, sol -
juru, levantar -- kante, do lado.
NASCER: Auten, kankuten (apparecer), kakuten,
akúten, akankuten; born, bogn.
NEM em sentido de ainda que: Ra-1- Nem que
deva morrer, não roubo: 1x têre ra, ix peju tôn-ix, eu-tére,
morra -- peju, roubo.
NEM - NEM: Para se traduzir esta comjuncção, se
repete a proposição. Ex.: Não come pão nem carne ; se traduz :
Não come pão, não come carne: Emim ko ton, nº kói ton --
pio, emin--come, kót -- carne, ni.
NENHUM: On tôn-ôn, algum ton, não.
NERVO: Keiéie -- 1-- Kejéje buôngh: nervo grande.
NESGAS : Tungré. ( Vise. )
NETTA: Kotxifi--kotxifi (filha da filha), filha-Jotoifí.
NETTO: (filho da filha) Kotaifé kotre.
NEVOA: Kaxká ing--kaixká, céu.
NHAMBU’ Oaxim.
NINGUEM : On tôn--on, alguem -- 1 -- Não esta ninguem:
On ua ton -- ua, está.
NINHO Jakfé;. nia.
NO’: Kudjé kané - 1 -- No de pau: Ira --2-- Ka pé irá,
kampáti: Do galho do pau, arrebenta um nó: -ka pé, pé
do pau----kampadn, arrebentar, nascer -- 3-- No de pau:
Jakrin (curva, joêlho ) - 4 - Fazer um no: Kaniét, kanét hadn.
NOITE : Kotiigh, kotu, kuti -1-- Um dia e um noite ;
Ardn, kutú; ran, kutú -- 2 -- Meia noite: Kutt xz hô -- 3 -- Quer
trabalhar de dia e de noite: Lairai kutii ké ti -- lairái, tra-
balhar, - kutii noite - ke, quer - ti, elle.
NOIVO:- 1--Ser noivo: ti prôæke- pron, casar -- ke,
quer -- ti, elle.
NOJO : - 1 -- Cousa que faz n6jo : De kokré -- de, cousa.
NOME :Jiji, uiji, “ai.
NORA: Kotxin pron, kotxi tdntô fi -- prôn, esposa.
kotxi, do filho
NORTE: Aran kanka kante-kante, do lado -- kanka,.
vento -- aran, sol.
NOS ( Pronome pess. ) Ein, en -- 1-- Entôn, enke ton -
i: - connectivo -- ôn, é, pertence - 2 - Nós dois; (eu e tu): A
ix -- a, tu-ix, eu -5- Emo: Nós agora.
NOSSO: Ein, en, entôn.
NOTICIAS: Kambét, kambut; kambé, kambu. Estas
palavras tem tambem sentido de fabula, invencionice.
NOVE: Ontauit veenkangrd. Vide grammatica.
NOVO: Tang, kürôn (panno novo), hé — 1 — Irmão
mais novo: Javü ve — ve, menor. Tambem javii dó--dó, atraz
— 2 — Irmão novo: javu kürôn — 3 — Irmão menor: Javit
ke ti ne--ke, menor-ti, elle--ne, é.
NOVILUNIO: Kiixatôn--kiúxa, lua — ton, não.
NU: Vide pellado: Kurt ton-kurú, panno -- tôn, sem.
NUNCA: Vaix, uäzr, vad — 1 — Nunca comerei: /a-
raka kótx tôn--káraka, em seguida — kôix, comerei — to, ton:
não.
NUVEM: Kaixkan--gôgn--kaixkän, do ceu -- cogn, véu ?
NUVEMZINHA : Kaixrkaingoti, kaixkangógn ai-mxi,
pequeno.
O
OBEDIENTE : Vin liri kemane; xanjéne kemdne-vin,
ordem -- (iri, observar -- kemane, gostar, -- xan, meu -- jéne, man-
damento.
OBRA, manufactura: Grin.
OBRAR, evacuar o ventre: Prexpréje.
OBSCURO: Kuti, kotii (noite)
OBSERVAR (a lei): Vin liri--vin, preceito = liri, ob-
servar, por em pratica.
OBTURAR: Ninféie, ninkféie ( fechar ).
OCCIDENTE: Aran puriá kante-puria, lugar do sol
pôr (de pur, mergulhar -- ia, logar ), kante, do lado.
OCCUPADO : Kutára.
OCIOSO : Venxaré.
OCO : Jonke ; kujó dôro-kujó, no meio -- dôro, furado,
— tê, elle.
OCULOS: Kané kr: fi-kané, dos olhos -- kri, acima - fi,
collocado.
ODIAR: Krima, kri--1 - Krima je: Esta brabo; esta
com odio — je, esta.
OH! (affecto, admiração ): Hi!
OH! (desejo): A’ra (prouvéra a Deus! ).
OH! (compaixão ): Jaktara ! ( pobresinho !).
OITO: Veinkangra, vetnkangra ; veinkangra, On vein-
kangrã; ontauit taktôn- venkangrá, quatro - ontauit, (1)
cinco — taktôn, tres.
OLA: Od (quando se chama homem ); já ( quando se
chama mulher ).
OLFATO : Tevi.
OLHAR: Ve; eváix, kievaix; liri (estar de olhos
abertos ): kané; eudi, evái— 1 — A mulher na porta esta
olhando: Ontantô jantká kan, liri-ontantô, mulher -- jantká,
porta--kan, na -- liri, olha — 2 — Olhar fixo: Pat — 3 — Elle
nos olha: Ein kané (ve ).
OLHAR, no sentido de ter cuidado de alguma cousa :
Liri.
OLHO: Kané — 1 — Olho d'agua: Goto ni -- ni, tem.
Tambem gôio kané--gôio, agua. Tambem gôio veinkané — 2
— Abrir os olhos: Liri — 3 — Olho quasi cego: Kané ko-
rég--korég, ruim — 4 — Fechar os olhos: Nôro ( durmo ), ka-
(1) On, uma ( subentendida mão ), tauit, tavin; só unicamente.
LOT. =
né not — 5 — Olho furado: Kané düpti — 6 — Menina dos
olhos: Kané kren-kren: ovo, criança. Tanbem kané kré —
7 — Olhos vivazes: Kané lire.
ONÇA: Mink, min, mi--1- Onça pequena: Mik xin
- 1-- Onça pequena preta: Mink vin xú--xu, preto,
ONDE: Déto, éntó; tandétó; hanto, ténto, hit - 1 -- De
onde: He hi --2-- Para onde: Ahéra.
OU... o, disjunctivo. Se traduz trausformando a pro-
posição conforme o exemplo seguinte: Me pague com di-
nheiro: si não queres, paga-me com sal: Dinhéro tan ha
kajäm : javäix, xa tan ha kajametan, com - kajam, pagar —
javäix, não queres --xa, sal. (Me pague com dinheiro ou
com sal).
ONZE: Ix ningé on tauit píre. Vide grammatica. I
ningé vei kritôn kr pire.
OPTIMO : Iotiti.
ORA!-1- Ora! não devia eu fazer assim? Kanxôn'
déje ge ix han tan ?--kanxôn, ora, então - déje, porque - ge’
assim - han, fazer - tan, isto. Ora... ora: kara; venxé'
Se constrôe como fosse: Faço isso, depois faço isso.
ORDENHAR: Mim, min ( Tirar o leite da ubre das
vaccas ).
ORDEM, mandamento: Jen, vin.-- 1 - Estou aqui por
ordem do pai-- Ix jógn jen kan, t1 ki kanje-kan, por ( por-
que )- jen, mandar - taki, aqui -- kánje, estou.
ORELHA: Níngréin - 1 - Orelha cahida: Nengréin
tére.
ORLA de vestido: Féêre, nóio.
ORPHAO: Jóg ton--jog, pai-- tôn, sem.
ORTIGA : Muafé (tambem linha para coser )- 1 - Or-
tiga de cipó: Venxénhúru--búru, brotar. Tambem ; pudre fé
(ortiga de cipó ).
ORVALHO: Kankfuôre.
OH! Si (interjecçäo de desejo ): Ara-1-Oh! si ti-
vesse saude ! Ir a hô ne ara! -- ixa, eu - hô, estivesse bem -
ara, prouvera a Deus!
OSSO: Kuka.
OUTRO: Ut, dt, ôn, 6m, ôn, ton, um - 1 - On: Algum,
outro - 2 -- On ma: Para algum — para -- ma (posp.) - 3 - Ou-
tra cousa: De non, dentin, denûm - de, cousa - 7, convectivo
- ôm, outro-- 4 - Outro dia: Kura On ki--kurán, dia - ôn,
outro -- ki, em -- 5 -- E’ outro: on uá-uá (van), é - 6 - Em sen-
tido correlativo, se põe muitas vezes, uma vez só, ex.: Um
foi ferido, outro não; se traduz como fosse: Outro foi ferido
-7-Um a outro - Venx6. Ex.: Venxó kid ren: Um pulou
no outro -- kz, no - d, connectivo -- rem, pular -- 8 -- Veinxó ag
rad nanti: Moram um perto do outro -- ag, elles -- ra, perto
- d, connectivo -- nanti, moram --9-- On, ut: Um e outro -
10- On kan to xa: Uma cousa presa a outra-- xa, presa -
to, a- kan, está - 11 -- Os outros: Ona agn (latino cacteri )
- 12 - Jagnemán déne nija ve: Mostram-se um a outro o posto
do bixo -- jagnemän, um a outro -- déne, bixo -- nija, posto - ve,
mostram - 3-- Um a outro: Jagnin - 4- Um ágno: Todos
os outros. Uanxi: Noutro tempo.
OUVIR, perceber: Mé, méin, auguë ( Vise. ).
OVO: Kren--1 -- Clara de ôvo: Xôgn.
P
PACA: Krüra, kriran (Tel): kamé( que tem medo ) ;
ko kamé (que tem medo de comer) - ko, comer.
PACIENCIA: Tenha paciencia um pouco: Vere me
kejéne.
PACIFICO ( quiéto ): Jatt.
PAGAR: Kajam, kanjam (significa tambem comprar ).
PAI: Jogn, jog, jong--1--Ix jogn, ix jambré: Meu
pai e minha mai -- jan, mii -- bré, junto (meus paes). Tam-
bem: Ir jambré jogn: O pai junto com minha mii ( os paes ).
PAINEIRA: Náix.
PAIOL: Juin, de j», guardar--in casa--1-- Gara
join : Paiól de milho.
PALAVRA: Vin, win, vi--1-- Palavra atõa: Vin vei-
ama -- veixma, louco -- 2 -- Palavra ruim: Vin veixma -- veixmä,
ruim -- 3 -- Palavra: Veívin.
PALMA da mão: DU. Tambem significa planta do pé -
1-- Ningé du - mão, ningé -- 2 -- Bater palma: pret--prét ké ti.
PALMA (variedades) Témo; féne--é, táin.
PANCADA : Dar pancadas: Popekéra. Pancada: Take.
PANELLA : Patkü, kukrôn -- 1 -- Patkii lanktére : Prato
— lanktére, largo - 2 -- Kukrija ( Vis. ). MEN:
PANNO : Aur“ (fazenda) - 1 -- Panno grosso: Júrubre
( Visc ).
PÃO: Ka--1-- Pãos que se esfregam um a outro para
fazer fogo: Anatõe ( Tel.)
PAPAGAIO: Kantó, angúio ( Vis.)(1)--1-- Variedade
que mora no campo: Kentl: érê kanæire -- kentk, papagaio -- érê,
campo -- kanxire, pequeno ( maracänà ).
PAPEL ( Especialmente escripto ): Venharü.
PAPO : Dúix gra -. dúix, pescoço -- grd, bola.
PAR: Prine, alengré: (dois), casal.
PARA ( Posp.): Man; to--1--Ir para casa: In ra ix
tingo -- in, casa -- ra, para -- tingo, vou agora.
PARACANJUBA: (especie de peixe ): Efängh. Angh
de etängh, pronuncia-se com som metallico.
PARAR: Kranje --1-- Anti gafut ki judn, kranje: quando
chegou na ponte, parou -- anti, elle (an, prothesi ) gafút, ponte
de terra ( estiva ) --k/, na -- kan, quando -- kranje :parar, parou.
PARDO: Kuju, kujó -- Onça parda: Min kujo.
PARECER: Ve--1-- Parece que está melhor: Játi
húri ve-- hati, sarar, húri, particula para fazer o passado.
(1) E” o mesmo que jongjó. Kantó, papagaio domesticado, de kan, pau-to,
gavião, ne, Jonjó, papagaio selvagem, corvo,
|
diet e
PAREDÃO: Ari, krin ari -- lerin, monte.
PAREDE: Pendó; entonya; intôn.
PARENTES: Kaiká ( contribalos, consocios ).
PARIR: Ma, ba; kren k-ti; kren, cria -- ke, fazer -- ti,
elle.
PARTE: Egarka, kupádn ( pedaço ), rii, riid (corte )
- 1 Que parte está doendo ? (o que está doendo? ): fan-
déne Kangâmo? --tandéne, o que--kangámo, está doendo
agora - 2-- Rii, parte, de rüng, cortar-3-A parte baixa da
casa: In pé--pe, pé-- 4- Dou parte ao juiz: Onjekrenma to
temo - onjekréni, juiz- ma, para, ao-- to, fallo -- 7x, eu -- mo
agora -- 5 -- Parte posterior : Panim. Ex. Ningé panim ( pan Je
Costas da mão. Pé panim (pan): parte superior do pé -- 6
— Kiicã prän vii ni: O mez é uma parte do anno -- hiixa,
mez -- prin, anno - rü, pe -n/, é--7-- Olha longe: Tamin
evaix - tamin, longe--8- Atan déne kangâmo?. Que parte
doe ?
PARTIR: Quebrar: Brüéx.
PARIS Par:
PASSAR: Pa, paxke, paje; kanküten; kurän-1 -
Passar o rio: Gôio are kankuten -- gio, rio -- kafan,
outro lado -- ra, para -- 2 -- Fazer passar : canôa : Xankéi ba-
hankuten -- 3 -- Passar E e Téti--4-- O carro passou:
Jurürut tetite - 5 — Passar ( viver ): Tia.
PASSARINHO: Nani.
PASSARO : Xanxi-- 1 -- passaro cachique: Pantéie -
2 -- Passaro grande de cabeça grande e pintada; Arin téie
rô buüngh- krin cabeça --téie, alta-- rd, pintada -- buôngh,
grande.
PASSEIAR (fazer visita para alguem ): Angvé?,,an-
quéi.
PATO GRANDE: Pedn buingh -- pedn, ph buongh,
grande.
PATRAO: Jénti, patrão (Jem mandar ) -- ti, elle.
PATRIA: Jama -ja, minha - ema, terra, povoação, —
2 -- Hix engd : (minha terra)
PATROA : Jenfi-fi ella -- jen manda.
PATRONA: Perógn (sacco )-- 1 -- A tiracollo: Anharé
Jeren -- anharé, sovaco--krén, debaixo. Tambem: Anharé
kren tin.
_ PAU (arvore, madeira): Ka.
PAVAO: l'epän--pan, coberto -- pé, pé.
PE: Pé, anpé, pén, apé--1-- Pé de arvore: Pé--2-
De pé no chão. Vide descalço -- 3-- Estar de pé: Anpén
kânti-- 4 -- Pegada de gente: Pén.
PE’: Suffixo para indicar que uma cousa é boa, legi-
tima--1-- Kurt pé: Panno legitimo, bom.
PEDAÇO: Kupädn ; góiga; veixkarmá ; lkupára.
PEDIR, se traduz com o verbo judn, ete. - 1 -- Lema
nim: Dé para mim--2--Temá jidn: Dê para mim. Tam-
bem: Ixmá jure.
à — 280 —
PEDRA: Pá, pan, pó--1-- Pedra de afiar: Pänh6 - 2
- Pedra de fogo: Pan ten pin-ten, com---- pin, fogo - 3 --
Pedra lavrada com machado: Beng tan pó-beng -- machado
- tan, com -- 4 -- Machado lavrado com pedra: Pó tan beng -
5 Pó ten pénd: Deu tiros de pedra -- pénd, atirar, matar
com tiros.
PEDREGULHO: Kokü.
PEGAR, começar, agarrar: Mami, kânmi. Imper. kaë-
mira -- 1 -- Pegar a fallar: Vin kame ke ha-vin, fallar -- ke
querer, pretender. Pegar, prender: Xe (fazer prisioneiro
matar ).
PEGAR, no sentido de tocar: Kénera, kuxé.
PEGAR, no sentido de brigar, colher flôres, etc.: Ge
-1--Jágne ge--jágne, um a outro -- ge, pegar ( brigar ).
PEGAR, carregar: Ua, ba, ma.
PEGAR, no sentido de prender caça, etc. : xabm, xam
PEGADAS : Péne.
PEITO: Fé. No sentido de ubre, nongiye, nonguue.
PEIXE: Pirá, péraju -- 1 -- Casca de peixe: Pirá fudre
- 2 - Rio do Peixe (em S. Paulo: ) Gôio buongh ( rio grande ).
PELLADO. ( Cabeça pellada ): Ro.
PELLADO (Nu): Kurútôn-hkurú, vestuario - ton, não
sem.
PELLE: Ffuüre; venharü -- 1-- Pelle de cobra: Pam
fuüre -- 2 -- Raspar a pelle: Venharé grantogmo-grant, raspar
- toy, estar -- mo, agora.
PELLO : Kiki, keki 1 -- Kiki be: Tem sempre pello --
be, habitualmente.
PENDURADO : Jaróje.
PENDURADO : Jagét.
PENEIRA : Kre, grendá -- 1 -- Grendé gaix : Crinas de
peneira -- gáix, cabellos (ñ-nhjaëx ).
PENETRAR: (entrar): Ranho, ran.
PENHA: Po.
PENHASCO : Po.
PENNAS (de passaro): Féére - 1 -- Pennas da flexa :
Do Féêre; Ngornoa. °
PENSAR: Krédn, enkrén, veinkrédn, kienkré, kexkré,
kred, kixenkrédn ; tore. ( Vise. ).
PENTE: Vaikuréja, veixkuréja-kuré, limpar - ja, ins
trumento.
PENTEAR-SE: Venharébn, avenharébn.
PEQUENO : Xi, xin, wire, ( re, estã), wird, kan.riri ; me.
PERCEBER ( sentir ): Had, me.
PERCUTIR: Nite; ten -- 1 -- Percutir com um pau:
Ka nite-- ka, pau.
PERDER: Mamfore, vamfore, vanfóre; hutén, kote -
1-Ix kuran ix kote: Eu perco meu tempo - ix kuran, meu
tempo --2- Kokéktimo :: Perde agora -- ti, elle -- koke, perder,
estragar. Tamhem vaikréti. ( Vise. ).
— 281 —
PERDIZ : Kojon, koiómpépe.
PERIGOSO (que mata): uänge, adnge.
PERIQUITO : Krikrije, pént fuan -- fuän, perna. Tam-
bem kaio-é. ( Vise. ).
PERIZOMA, saia, xiripá: Pe fin-fin, cobrir.
PERNA: Fa, fua, foá,--1-- Barriga da perna: Fa
rúru -- rúro, redondo.
PERNILONGO ( variedades ): Naxin kupri, xin ku-
pri -- ka, mosca -- xin, pequeno -- kupri: branco.
PERSEGUIR : Kané.
PERTENCER: A’nje, na ni; ôn je-- on, de alguem -
je, é.
PERTO: Ektoá, to- 4 (adverbio ): ra (posp.). Ra,
indica relação de logar e de tempo (está perto de morrer ).
Em vez de ra, se diz tambem re; e em vez de to - a, se
diz tambem kaké; to-hi; ektonjaki (ki, em), kak--ka.
Tambem to -- hdix.
PESAR: Kambut -- 1 -- Pesado, kofu.
PESCAR: Vitpkéie, vipkéie.
PESCOÇO: Duin.
PES‘): Kambut.
PESSOA: Ti, fi (elle, ella) -- 1--Quatro pessoas :
Veinkangrá djn--agn, homens. Sendo muiheres, se diz
fagn.
PESTANA : Kané jo--kané, olho--jo, o que guarda
(o olho). Tambem: kané joki, kanéjum buüngh -- jum, que
guarda -- budngh. grande: Tambem : kané fudre -- fudr , pelle.
PESTANEJAR ( fallar pestanejando ): Æzxmä to kané
jo vin ne: Elle me falla com as pestanas -- eicmä, para mim -
to, a-— vin, fallando -- ne, estã -- kané jo, pestanas.
PICAPAU: Xankringô, nagningé.
PILAO: Kraze ( pequeno pilão ).
PINÇA PARA APANHAR as brazas: Ka pen--ka, de
pau--pen, pé.
PINGA, aguardente: Goiofá, agefa ( Vise. )
PINGAR: Glakótimo--glakô, pinga --ti, elle -- ma, ago-
ra. Tambem nakótimo.
PINHAL: Fuügn te, te fuiink.
PINHAO: Fuügn.
PINHEIRO: Fuék, fuôek, fuénk.
PINTAR: Aré, r6 — 1 — Cousa pintada; Venharô —
2 — Kungé ari: Trem de cosinha, etc. pintado -- kungé, trem.
PINTURA : Aro.
PIOLHO: Engd, ti krin pan paro (? ).
PIPOCA: Gára (milho), nh-gára.
PIRANHA ( Peixe ): Pazére, pa-iére.
PISAR: Kagan, xan, tud, — 1 — Kagan : Pisar (a ro-
ça p. ex. )— 2 — Kafé tud: Pisar o café no pilão para re-
duzil-o em po — 3 — Pó ce café; Kafé túdere.
PITANGA: Búit-e.
— 282 —
PITAR: Aútke — 1 — Pitar cigarro: Vatu ho-vaiú,
cigarro-ko, comer.
PITOCO (sem rabo): Bu ton--bu, rabo--ton, não ( buü-
gh, raho ).
PLANICIE ; Kitaré. kujére.
PLANO: Nugére.
PLANTA: Kré— 1 — Planta do pé: Pe du-du, par-
te inferior. à
PLANTAÇÃO: Kré — 1 — Plantação pequena: Búru
hô-buru, brotar — 2 — Minha plantação : Je kre (Ja kran --
Je, ja: eu.
PLANTAR: Kre, kren, vetnkré, veinkrán, kran, krank.
PLEONASMO: Ma, (em jogma) : ki, em kikéra (leia) : e
outros. :
PO: Vembré — 1 — Nafé diirw: Pó de café. Tambem
Kafé túdere, kafé tudúre, kafé dúru. Vide pisar.
POBRE: Tanda tôn-tan, ter-da, cousa-tôn, sem.
PODER: -1- Javáix, vaix : Não poder - 2 - Não se
pode fazer: Hat ketôn-had, fazer - ke, poder - tov, não.
PODRE: Kokré, kumia, kokrd - 1 - Fedor de um bi-
cho morto: Déne kokré gére-gére, cheiro.
POEIRA: Vembré.
POLEIRO : Xanxi agn nan niafá-xanxi, passarinho
- ayn, elles (serve para fazer o plural de passarinho ) - nan,
deitar - jafa: logar, instrumento.
POLLEGAR : (dedo pollegar): Ningé féie buingh-nin-
geféie, dedo - buüngh, grande.
POLVORA : ( para espingarda) Fun, boká fun-boka,
espingarda.
POMAR: Te kané - lugar - kané, fructas ( fructas não
colhidas ).
POMBA : Petküin, penkiiin.
- POMBO: Pethiiin.
PONTA: Juräna - 1 - Ponta de pau: Ka juräna = 2 -
Ponta de flecha: Dó jekfin -3 - Ponta de osso da flecha:
Do jek (nhék) fin--fin, amarrar - 5 - Dar um ponta-pé: Pe.
nite-nite, percutir, bater-pé, com o pé.
PONTA DO DEDO: Ningúja.
PONTO (na escripta ): Ninive.
POPA (da nau, séde do pilôto ): Nanhéi deré-kankéi,
ndo-dére : assento, parte posterior
POR ( posp. ) - 1 - Elle passa por aqui: Tag mi tin-tag,
aqui - mi, por - tin, ir.
POR ( posp.): Jamba (ao longo de alguma cousa ).
POR (posp.): ( Kri )--1-- Passar pela ponte: Nágm-
ba kri tin -- kagmbá, ponte -- kri, acima -- tin, ir.
POR (verbo, atirar ): Fódn, fóre--1-- Rênco ti kané
kri fore: Pôr o lenço (atiral-o) nos olhos de Fulano de
tal --kané, olhos--kri, acima--2-- Xa ki fódn: Atirar no
sal -- ki, no -- 3 - Van.
POR, collocar : Fi, fé.
— 283 —
PORCO: Krôgn, kriúign--1 - Porco manso: Króúgn
kajére ( kajéror ).
PORCARIA: Déne kokré - déne, bixo -- kokré, podre,
PORISSO: TO'GN, kantogn--1-- Togn togn kémo:
Por isso quero assar -- togn, por isso -- togn, assar -- kémo :
quere, pretendo.
PORQUE: De, detún, detan ; kan, kantogn -- 1 -- Ma-
tou a mulher, porque era raivosa : Jun Ji kan togn, ti prôn
tén--jun, braba - fi, ella -- tógn, era - tí prôn, a mulher delle -
tén, matou.
PORQUE. Se resolvem com porque as proposições
consecutivas. Exemplo. Era tão raivosa, que a matou: as
sim se transforma: Porque era muito raivosa, a matou:
Jon fi kan, fi ten--jón, braba -- fi, ella --kan, por ( porque }
- ti, elle -- ten, matou.
PORQUE ? (interrogativo ): Déje,? dê? -1-- De xo
jôn ne? Porque esta brabo commigo ?-- 29, commigo, eu --
jon, brabo -- ne, estás.
PORTA: Jantká ( Nhantkä), janká - 1 -- Porta da rua:
Emprü ki jantká - emprü, rua - ki, na - jantkà, porta.
PORTÃO: Jantkä niféia-niféia, fechado -- 1 - Janthá
nifé 9 I, (gm ) je: Está adiante do portão -- jo, adiante -- je, esta
RTO: Gôio ki-gõio, rio -- ki, no.
RR Rudia, alumia, rumia, ru.
POSTE: Ná ( pau), kuki.
POSTERIOR: ( parte posterior ): Panim.
POTE DE BARRO: Guüre grin.
POTREIRO : Lo, ro-lo, ro: lugar fechado.
POUCO: Pir, pire; me; xire - 1 -- De pouco em pouco :
Xin kan-kan, com - 2 - Pouquissimo: Pipirétiti-- 3 -— Pit :,
pouco -- 4 -- Lava um pouco: Vér2 lkupéra-véri, pouco -- ku-
péra, lava tu ( imper. ).
POUSO: Vére--1-- Pouso pequeno: Varét wri.
POVO: Agn (elles)--1--Ag kara: Todo o povo-
kara, todo--2-- To dgn: A comitiva delle -- to, com elle (o
povo). (1)
POVOAÇÃO : ema (villa, bairro, cidade ) - 1 - Jama :
Minha povoação - ja, minha.
PRATO: Paktii lanktére, largo.
PRECISO: Hótiti- 1 - Japan fana hôtiti : E’ preciso co-
lher a roga- japan, roça - fan: colher, quebrar - 2 -- Preciso
urinar : Jon hótiti.
PREGO : Prégo.
PREGUIÇOSO : Jénje -- 1 -- Está preguiçoso : Jenjére-
re, está -- 1 -- Jén pridit.
PREJUIZO: --1-- Ter prejuizo: Uanfore -- 2 -- Causar
prejuizo: Vendúmo, vendrümo.
PREMER: Par-a.
PRENDER : Xe (tambem matar ).
(1) Kan ag, povo do matto.
ro ge
PREPARAR: Han hadn--han, bom -- hadn, fazer -- 1 -
Hé han--hô, bem - han, fazer.
PRESENTE: (estar presente ): Nititon ( Vise. ).
PRESENTE, donativo: Véke, fágrin (1) -- 1 -- Déne fi:
Dar alguma cousa -- dére, cousa -- fi, dar--2-- Ir jan ixmã
veixma tay mim: Minha mai me deu este presente -- jan,
mai - veixma, presente (1)-- tag, este - nim, deu.
PRESO : Xe--1-- Preso a um pau: Han xe--kan, pau
- xe, preso - 2-- Preso, captivo: Ti xe-á-3-- Estar preso:
Xe, xa -- 4-- Um que está preso: Tixe ra-ra, está - ti, elle -
5 - Captivo, escravo: Xéja.
PRESSA ; Kur, kúri, kud - 1 -- Correr de pressa : Kutin
vanuvôre--kut, de pressa -- venuvó, correndo -- re, esta - 2 - Kud.
PRESTAR: Cousa que não presta: Vide cousa. ruim.
PRETO: Xu, x6, xôd; kaporo, kiidma (azul), xáig
(Misc) ed ter
PRIM A IRMA: Ve, ve ji.
PRIMEIRAMENTE : han--han: começar.
PRIMEIRO : Ham: jam, ja ki; ve, vére, vémo, veg - 1 -
Tin vén ix: Eu vou primeiro -- tin, ir- ven ; primeiro.
PRIMOGENITO : Kaiké --1-- Irma primogenita- Vexäi.
PRINCIPIAR: Jam, han, ve, kâmi ( pegar ) -- 1 - Tx
ham: Eu começo.
PRINCIPIO : Lugar onde começa alguma cousa: Häng-
ja-ja, lugar -- hängh, principio. Vide lugar.
PRISÃ O ( Lugar fechado ): Ro, lo.
PROA : Kankéi prin--kankéi, não.
PROCURAR: Penói, kané, péno — 1 — Xan kané kan,
ix ve: Achei, porque procurei - xan, eu - kan, por ( porque )
- ve, achar.
PRODUZIR : Kanémo ( fructificar, cachar ).
PROEMINENCIA: Diidn, didn ( Maçã, bola) — 1 —
Umbigo: Dun diidn.
PROFUNDO: Dik, ding — 1 — Lagoa profunda : Oré
ding.
PROHIBIR : Kamét ( causar temor para que alguem
não faça uma cousa ).
PROMETTER: kejemora (?).
PROMPTO: 1 — Está prompto o almoço? Jénti kan-
ti tógmo? jen, almoço -- kanti tógmo, prompto — 2 — Ma-
hut: Está prompto - Aut, ja significa acção passada — 3 —
Kara ix húri: Ja estou prompto-- kara, acabado - húrz :
indica passado.
PROPENSO : Kemdäne, kenemâáne, emâne ; hútiti,
PROSEAR: Kenkét, repetição de ket, fallar para indi-
car repetição da acção.
PROTHESI. Em principio de periodo se accrescenta d
palavra, a letra a ou outra, para suavizar a pronuncia. Exem-
plo: Ain--a, prothesi -- in, casa.
(1) Significa antes objecto,
— 285 —
PROVAR, experimentar uma cousa: kané, kamé.
PRUMO: Kambut — 1 — Aprumar: Kambúdno.
PUCHAR: Ninham, nam, nham, nanga, nag.
PUNHO : Inzndo. ( Vis.)
PULAR: Ren, eréin — 1 — Pula tu: Hómkera, hom-
ge ( Visc.)
PULGA: Nampó.
PULMÃO: Kanhüe, fe kanhãe ( fé, peito ).
PULSO: Kaji, kafúi, kafa, ninafá ; jakrin ( munheca ).
PUNHO : Pu (cabo de faca, etc.)
PURO: Jampri.
PURULENTO — 1 — Chaga purulenta: Vúxno, fúa-
no (2)
Q
QUAL ( Interjecção de reprovação ): Je! — 1 — Tem
dinheiro elle? Resposta: Qual! Je!
QUAL: Hórike. je; tandéne — 1 — Qual é o passaro
que canta de noite ? Xanrai tandéne kotit kur ? xanai, passa-
ro -- tandéne, qual, kotü, de noite, kur, canta — 3 — (Qual cou-
sa: Atandé ne ?
QUALIDADE: Det-t, connectivo — 1 — Det kanxirè
kre: Planta pequena de varias qualidades -- kanæiri, pequeno
-- kré, planta — 2 — De que qualidade é isto ? Tandéne ? —
3 — Carne de toda a qualidade: De num ni-ni, carne - de-
núm, de todo animal.
QUALQUER COUSA: NENHUM, denúm.
QUALQUER: On muän, algum -- mua, ma, pleonasmo.
QUANDO: Posposiçäo : Kan, hôrike, hórike kan. As ve-
zes se traduz sem particula nenhuma -1-- Ixó peju, vék ton
ti ne: Elle não me viu, quando me escondi -- ixo, eu -- pejú,
escondi -- ve, viu -- k, connectivo - tôn não -- ti, elle-- ne, es-
tava.
QUANTO : Hürike, de -- 1 - Quanto ganha por dia? De
ganha kurarékt: ? rékti, cada -- 2 -- Quantos annos tem? Ti kr
prin hórike?--ti kri, sobre eile -- prân, annos - 3 -- Quanto
custa esta cousa? Tag kanjam hürike je? - kanjám, custa,
compra -- tag, isto -- je, está.
QUARENTA: Vide grammatica.
QUARTO (sala ) de uma casa: Inkafidudn ( imuafo-
dudn ).
QUARTO de lua -- 1 -- Quarto crescente de lua: Kiúrá
rúro keiké -- küxä, lua - ruro, redonda -- kezké, vai ser ? ( Tel)
- 3-- Quarto de lua; Xüxa kupádn--kupádn, pedaço, cortar--
4-- Quarto min guante: Kixá xin--xin, pequeno.
QUASI: Kré, kred--1-- Put kré: Quasi mergulhou,
afogou-se - put, mergulbar.
QUATI: Xé.
QUATORZE : Vide grammatica.
QUATRO : Veinkangrá, kangra -- 1 -- Quatro pessoas :
Vein kangra ti.
QUE ( Pronome relat.) --1-- Um que (algum que):
On tan --2-- A criança que está ahi: Ire tan ki van-kré,
criança -- tan, que estão ahi -- van, está -- ti, elle -- 3-- O que:
Ti ta. -- Aquelle que viste, é meu irmão: Titan, dma véi, tx
javü ni--âma, você -- véi, ver -- javú, irmão - nz, e-- 4-- Ot kan,
vin ke na: Está dizendo o que é falso-- dt kan, o que é fal.
DPS ou
E
— 287 —
so -- vin ke, quer fallar ( ke, quer )- na, está -- 5-- Tx jog kan-
gam buôngh, hino: Meu pai, que estava muito doente, esta
sarando -- kangá, doente -- buôngh, muito -- hat, sara -- no, ago-
ra- 6-- Aquelle que esta preso: On tan xe je--ôntán, um
que -- xe, preso -- je, está -- 7 -- Aquelle que: Ti tan --8 -- One
éne kantin : Aquelle que vem lá -éne, lá — kantin vir -- 9 --
De ban je, kaféi ni: O que carrega, é flor - de, o que -- ban,
carregando -- je, esta -- hkaféi, flor- ni, é--10-- Ti tan péin
ôn: Aquelle em que outro atira -- ti tan, aquelle em quem --
péin, atira -- on, algum que.
QUE? que cousa? De? Hüna ?
QUE E'?: Hórike? atandéne? de? hana?--1 -- Que
flor é esta? Kaféi tag hirike ? -- tag. esta -- 2 -- Qual é a parte
que doe? Atandéne kangâmo hürike ? tandéne ? o que ?-- kan-
gämn,dée agora -- 3 -- Que carne está trazendo ? Anti ni bak:an-
tin ne ? -- anti? de que bicho ?--nz, carne -- bakantin, trazer -- ne,
está -- 4 -- (Que esta fazendo elle? Titânde han ne? -- ti, elle --
tânde, qual cousa - han, fazendo -- ne, está -- 5 -- Que estas fa-
zendo ? De hana ?- de? que cousa ? - 6 - Que ganha ( quanto
ganha)? Ande ganha -- an, connectivo--7--O que? Déje ?
Tandéne ? -- 8 -- Que letra é esta? Tiriôtandéne ni?-- Ti ri,
letra de tal cousa - 9 -- Que queres por dia? Ande, por dia
kémo ? - ânde, quanto -- kémo, queres -- 10 -- Aktan ka ke ix --
Eu quero o pau delles : agian, delles -- ka, pau - ke, quero -- 11
- Anton venjéne hadno, ki xan ton ti: A comida que fizeste,
não tem sal -- venjéne, comida -- hádno, fizeste -- ki, pleonasmo
-- xan, sal -- ton. sem - ti, esta -- antän, a que - 12 -- Que é
do pai? Hana jogn? - jógn, pai -- 13 -- Iórike tag ve? Que
é isto ? -- ve, é.
QUEBRAR: Fan, gap, gapke, gapki, brod; gnovo,
gnavo, gnan ; gôva ; bré, bréi - Estragar (roupa): jara, jad --
jara (este ultimo, quando ha muitas rasgaduras).
QUEIMAR : Pôn, poro.
QUEIXO: Ira, era.
QUEM : Om, an, im - Quem é delles ? Agn adn ne?
agn, delles -- adn, quem (a connectivo ) -- ne, é -- 2 -- On agn
ne: Quem são elles -- ôx, quem.
QUENTE : Ran, aran.
QUERER: Xóró; ke, kémo; kemane (ser inclinado,
gostar ), ge; hé- 1 - Queria (imperfeito ): Kevénve--2 ~
(Querer sériamente: Ke pén - pén, devéras -- 3 -- Está queren-
do: Ke ne -- ne, está - 4 -- Não quero! Déjá, ud (não) - 5-
Kéve : Estou querendo - ve, estou - 6 - Ot kan, vin hema:
Gosta de dizer o que é mentira -- 6¢ kan, o que é mentira -
vin, fallar -- kemá, gosta - 7 -- Ke tógmo: Estou querendo --
tog, estar -- ke, querer ( tambem ke xégm) ) -- 8 -- Não querer :
Váix, véix.
QUIETO : Katu; emé; jatu - Elle está quieto: Emé
kan ni- kan ni, está estando -- 2 -- Kitône ( Vise. ).
.
— 288 —
QUINTAL: In to ro a da casa -- to, dent |
cerca ): émprüru; emprüru.
QUINZE: Ix ningé on tauit petkara: vas grame
matica. Tambem: ningé veikritâne kri petkära, ry
R
RABO: Bü, bügh, büëgh, bü.
RACHAR: Riring, rürüngh ; kuktoixno, kuktoino ;
apri ( Vise.).
RACHADO : Féra ?
RAIO (do sol): randó--ran, do sol--d», raio, setta.
RAIO (relampago ): Ta né- ta, chuva.( 1)
RAIZ: Jaré - 1 -- Raiz de mandioca: Nwmin jaré -
2 -- Raiz de pau: Ka járé -- 5 -- Raiz (Tel. ): Gre — 4 - Raiz
do monte: Krin kranja - krin, do monte - kranja, limite união.
RAIVA: Jôn -- 1 -- Estar com raiva: Tonhú ne-to, com
elle - nhu, ju, jo, nhô: brabo - ne, estar.
RAMO: Pen; go, jovi -- Ka jovi: Ramo de arvore -
2-. Ka pén: ramo de arvore -- à -- Jovuige: Ramo pequeno.
RAN: Gre - Ran pequena: Koixnin.
RAPADO: XKatôro -- 1 -- Cabeça rapada: Nrin katôro.
RAPAZ: Niiron -- Rapaziada: Van.
RAPIDO ( corredeira do rio): Uo.
RAPOSA (gamba): Jara.
RASGADO : Jadjara, jara; briri.
RASGAR : Ran, Jan, lan, jad.
RASPAR (a pelle): Gran.
RASO : Palére, parére ( pouco profundo ); lanktére, largo.
RATAO : Pen kupé, kriông.
RATINHO : Kaxin, katxin.
REBANHO : Tatzre.
RECADO, ordem, mando: Vin, jen - 1 - Vin jen ne
ix: Eu mando um recado -- jen, mandando -- nº, estou.
RECEBER: Ba, ma, man, ban, véi, mat ( t, connectivo ).
PRONOME RECIPROCO: Vide um, outre.
RECUAR: Dére tit tin - dére, atraz — tit, de novo - t/n, ir.
REDE para caçar passarinhos e peixes: ténja, entânja
taja.
: REDONDO: Ruro, lóro, roro.
REDOR: Tug; mão, nèm--1- Pin nim: Em redor do
fogo -- 2 - In ped nin: Em redor do pé da casa - in, da casa
-- pé, alicerce. _
REFEIÇÃO :Fjén, jin, vejéne, venjéne.
REFLE (Espada) Wiité téie-- kiifé, faca--téie, com-
prida.
REGO: vara, varat.
(1) Tambem: tade, tadó - Ne de ta me, é o mesmo que dó : mudou-se ©
demn,eooeme,
— 290 —
RELAMPAGO: Kopke --1-- Nokópke: relampagos:
Tad6 -- ta, chuva--do, setta. "Tambem: Tate hohkópke - te,
( do) raio ( parece que significa tambem arco iris ).
RELIGIOSO. Objecto religioso: Topén.
RELOGIO: Lankangrá -- lan, sol -- kangra, retracto ?
Tambem lakanyri. Tambem sd la, lan.
REMEDIO: Veikatá veinkata -- Medicinal ( adject. )
kata. Tambem se diz: venkata, veinhalkta, veiketa.
REMENDAR: Kanim, nim nim.
REMO: Natampére.
REPARTIR, dividir: Veinkaridn.
REPETIÇÃO “e acção. Indica-se duplicando a pa--
lavra ou syllaba de palavra. Ex.: Judn judn ayn: Chegam
varios grupos de gente -- jud, chegam - agn, gente.
REPUGNAR: Väsx.
RESINA : Na jénjo -- ka, páu; déve, hambmic.
RESPEITO : Aumétra (de vaga ).
RESPIRAR, respiro: Jengére.
RESPLANDECER: X6p--1- Fuziiar do raio: Vado
kokópke -- tádo, raio.
RESPONDER: To, veinman ? mcto.
RESTO: Veinkaru.
RETRATO: Kangrüve, langrü, hangrátha, kangra,
kangretkô, vereskangrat.
REMIR (resgatar): Venakanjâm -- kanjäm, comprar.
RIBEIRÃOSINHO : Goioxim -- xin, pequeno.
RICO: Nhatikambút ni--ni, está com -- nhatekambut,
dinheiro; tandéne, ( Visc ).
RINS: Ti hanxkra-- ti, delle.
RIO: Gôrm--1--Ir para lá do rio: Goto kafän ra tim
- kafán, além--ra, para--2-- Morar para lá do rio: Gôto
kafan te ni--te, em- ni, morar.
RIR: Veindi, vaindü, vendi, venjü, vendüt.
RISCADO : Jónje--1-- Papel que está riscado: Ve-
nharô jonje je -- je, está.
ROÇA: Epängh ; te; kre--1-- Minha reça: Ja pangh
- 94, minha -2- Fazer roça: Nem panktimo -- nem, matto
virgem -- pan, derrubar -- tí, elle -- mo, agora — 3 -- Né, propria-
mente plantação -- 4-- Te gára. Roça de milho - 5 = 77 ten-
gara ou titógára: Roça de milho delle.
ROCHA ( pedra): Pó.
RODA: Xumiri-- 1 -- Fazer giros em roda com o corpo:
Varantáte -- 2 -- Rodar, descer: Téêre -- 3 -- Rodear alguma
cousa: Vahi--4-- Rúru ke: Rodar -- ke, ir.
RODAR: Tére, joixninarei ( Vise. ).
RODEAR (alguma cousa) : Vahi.
ROER : Aire.
ROCIO (orvalho ): Aonk6 féére.
ROGAR: Nim. Vide dar.
sel b MT nn ht
E “o
— 291 —
ROSTO: Kakan.
ROUCO: Duigéia ( Vise. ).
ROUBAR: Peju, ge (tirar), gen.
ROUPA: Venxupóir, vexupôir, avakua - 1 -- Lavar
roupa: Wucfuäite.
RUIDO do fôgo que apaga ( na agua): Xúpim - pin,
lenha - xw, ruido.
RUIM, mau dificil: Norég, jôn, jun - 1 -- Brabo: Jon,
jin -- 2 -- Difficil para carregar: Vut hkorég.
S
SABÃO: M-uanfáia ( Vise. ).
SABER: Kevenhéra, kiveinramen, hevenhara, k{xkar —
róne-- 1-- Não saber. Não sei! Hagh! agh! Desconhecer :
Kixkaktin ; veixkikaktin; pre katrone -- pie, não.
SABIA": Gonoá.
SABOREAR: Nankané; gedéti.
SABOROSO (bom para comer ): Ho.
SABUGO: Nin kuká -- kukd, osso.
SACERDOTE: Pandére.
SACCO : Perogn.
SACUDIDO : Emé -- 1 -- Sacudido (bom para traba-
lhar): Hô.
SAHIR : Kankúten ; horo, hore; akankúte-1--O sol
sahe: Aran kankuten (juno ).
SAIA, æœéripi, perizoma: Pafin, pefin.
SAL: Xa.
SALIVA (cuspo): Jara, œug ( escarro ).
SALTO (do rio): Xa.
SALUBRE: Kanga tôn - kanga, doente -- tôn, não.
SALVAR (de um perigo) Gre. kre, gret, kret--1-
Javaix ra, tx krén: Embora com difficuldade, eu escapei --
javärx, com dificuldade -- krén: me salvei, escapei.
SAMAMBÁIA : Povéje.
SANDALHAS : Panpan ( cousa amarrada ).
SANGUE: Küvéix, kôüvéix, aküvéix.
SANTO : Topén. Vide dia.
SAPE’ : Xóro.
SAPO: Pépo--1--Sapo verde: Pépo tóix -- tóix, ver-
de -- 2 -- Hiidii.
SARACURA : Pet fang.
SARAIVA: (Chuva de pedra) Nafuüi (as proprias
pedras da saraiva ).
SARAMPO : Sarämpo.
SARAR: Had Vide ficar bom.
SASSI’: NETEL.
SAUDADE--1--Tenho saudade. Ix hé vetamdngo -- hd,
quero - vetrmdngo, eu fico louco (de querer ).
SAUDE - 1 -- Tenho saúde: Hü ix je-- Ho, bom - ge,
estou.
SE : pronome impessoal da terceira pessoa indefinito :
Ag (elles), fag (ellas )--1-- Kaimbara ag kofá je: Logo se
Sh velho -- kaimbira, logo--ag, a gente -- kofá, velho - je,
ca. |
SEBE : Ro, lo ( cerca, lugar fechado ).
SECCA : Arankà, - 1 - Tempo da secca: Emd(?)
SECCAR: Tógn, tóg, tok.
SECCO: Aran, ko (2), tógn - 1 - Fôlhas seccas de ar-
vores: Ka féje togn -- ka, arvore -- féje, folhas - 2 - Kren tógn :
Planta secca.
SEDE , cadeira, assento: Nija.
SEDE: Krén hititi-krén, beber-httiti, precisar muito.
SEGUNDO ( NUMERO ORDINAL ): Alengréti-ti, elle.
- lengréti, lengrélei.
SEGUNDO (ao longo, posposição ): Jénga.
SEGURAR (com as mãos ): Ge.
SEIO (peito) Nongúje.
SEIS: -1- Ix ningé féie, kara pire on kanje - Ix
ninge fêie, os dedos da minha mão - kara, depois - pire,
um -kanje, esta-2- Ix ningé ut pire-ut, outro, pire, um
-3- Taktôn, taktôix-taktôn, tres - 4 - Ix ningé, kara on piri.
Tambem: Zx ningé pire on kanje-5- On tduit piré - dn
tauit, cinco - piri, (e) um-6- Ix ningé fére, kara on pir
— ningé féie, dedos da minha mão - 7 - Ic ningé pet kara -- peti
um - ningé, cinco, kara, depois-8- Ix ningé, kdra on pir,
-9- Ninhä ut pire.
SERELEPI, esquilo: Jótiti.
SEM: Tén-1-- Kané ton: Sem olhos.
SEMANA: Topén - 1 - Meio da semana: Topén venxd
kujuke -- topén, cousa santa - kujuke, meio.
SEMELHANTE. Vide como: Hérike; ve ( parece-se
com )--1-- Arán ve: Como o sol--ve, se parece -- arán, sol.
SEMENTE: Fuzgh, fuügh.
: SEMPRE: Be ( pospostivo ); váix - 1 - Jaktára vain:
sempre miseravel,
SENHOR: Prainxikite.
SENHORA : Ontanto.
* SENAO--1-- Va; senão já te mato: Ha tin: ten kémo
- ha, voz imperativa -- tin, ir -- tén, matar -- kémo, quero ( senão,
não se traduz ).
SENTADO: Kanim--l:an, está - ni, sentado.
SENTAR: Nim, ni--1 - Senta -te: Anira-a, prothesi
= nira, imper. Tambem inira ( Vise. ).
SENTIR: Had, me; jangé ti (Tel.)- Estar sentido,
triste - Enhtrét : Kára vaix ne (não pode deixar de pensar)
- encrét. pensar -- kara váix, não pode acabar.
"SEPARAR: Povo, páuo -- 1 -- Separar de alguem: On
kak povo--onkak, de alguem -- 2 -- Está separado da mulher :
Fi kak póvo-fi kak, della, da mulher. Tambem: Fi tonjatü
ti--tonjatô, fora - fi, della.
SEPULTURA: Gadôro, gakônvo - 1 - Vexkexkéx had
ne prin ka tag: Estou fazendo varias sepulturas este anno
- Vexkerkéx, sepultura (e) sepulturas -- had, fazer - prdnka,
no anno.
= HOU
SER: Na, ne, ni; ja; on, tog; hana; ve--1-- Onje: E'
de alguem -- dn, de alguem -- je, é--2 - To á ni: Estas tendo
-tó, ter--a, tu--ni, estas - 3 - Hana bet ? (Que é do marido ?
- hána, que é-- bet, marido -- 4 -- De, em vez de je.
SERPENTE: Pan, pina -- 1 - Serpente venenosa: Pe-
ránma.
SERRA: Rumeroro.
SERVIR para alguma cousa, ter serventia: Jó (ser
bom ).
SETE: Ningé dn ta dn; ningé ôn dn; Ningeféie
ônôn. Vide seis. Otalengré.
SI, conj neção: Kan, posposto.
SIGNAES : Véen - 1 -- Dar signal: Krangémo; mnin-
gam, jave an.
SILENCIO: Vinton - vin, palavra -- tôn, sem. Tambem :
kakta, jatu, hkatu.
SIM: He! ha! han!
SITIO: Æpangh - 1- Epáângh to ix ni ( anga terra):
Moro no sitio -- to, no - ni, moro.
SO’: Pir (um só), pirma; tavin (só de tudo )--1 -
Ka pipirititi: Poquissimos paus--ka, pau--2-- Anda só de
calças: Dégne gôro tavin ti ne: dégne - gôro, calças -- ti, elle
- ne, esta.
SOBRA: (de sobrar de alguma cousa): Tóke, tike.
SOBRANCELHAS: Naxakii.
SOBRAR: Aujü -- 1-- Sobra tempo: Xurän kuju.
SOBRINHO : Rengré kotxi -- rengré, irmão -- kotæi, filho
- 2- Sobrinha fraterna: Rengré kotxi tantô fi--tantó fi,
mulher.
SOCAR: Kundúro ; ‘oxén; kumbré--1-Os animaes
se chocam: Mézn kumbré--méin, animaes - 2 -- Tandan
( Vise. )
SOFFRER: Veixma ; me (sentir ). |
SOGRA: Ban, be, jambé, bengám -- jam, mãe - ben,
marido.
SOGRO: Nokrá, kakran.
SOL: Aidn, ran, lan, ra- 1 - Entra o sol: Arad tére.
SOLIDEU : Vivú.
SOLTAR: Toväix - Soltar um passarinho: Xanæi to-
vite -- ranxi, passarinho - 2 -- Käuëén ( Vise.)- Tuáin.
SOLTEIRA: Be ton-tôn, sem-be, marido. Tambem
beton fi--fi, ella.
SOLTEIRO : Prôn ton-prôn, mulher -- tôn, sem.
SOMBRA : Fénja - 1-- Sombra de arvore: Ka fénja.
SOMNO : Nôro.
SOMOS, sois, são: Nanti.
SONHO : Veixpéti.
SONHAR: Veixpéti.
SOPA: Ti kubé.
SOPRAR: Adénka, alinha, húke, kuënka (accender o
fogo soprando ). |
sde ds né à né M ee
a"
‘
tire à
14995 E.
SOPRO: Zitix. Tambem fux
SORRIR: Auiméêra vendü - kumécra docemente -- ven-
dit. rir.
SOSINHO : Pirma, pérema.
SOVACO: Inére.
SUBIR: Tampri, tampriigh, tutampré, tampré: jut, Jur.
SUBIR do vapor: Kamba.
SUCURY : Bejuji.
SUFFIXO para indicar o passado do verbo, ou futuro
imminente : Ne.
SUFFIXO para indicar o estado de uma cousa: Ra -
1-- Te kur jadjà ra: Meu vestido está rasgado -- kur, vestido
- jadjád, varias rasgaduras - ra, está.
SUFFOCAR: Nantéremo,
SUJAR: Xuy.
SUJEIRA : Jokuá--1-- Ti veixupoix jakua: Sujeira
do vestido delle -- verxupóix, vestido--ti, delle--2-- Jakua
tug téie: Os que estão com sujeira - jakuá, sujeira ( cabel-
los) tug, com - téie, comprido.
SUJEITO: On--1 -- Sujeito bom: Ont hé -- 2 - Sujeito
furioso : On jon, on jo -jôr, brabo -- 3 - Sujeito bom: Nar-
gon hô -- kaxgôn, homem.
SUJO: Xux; kavéi, kuti -- 1 -- Cousa suja: Det xdvo --
xóvo, sujo -- det, cousa.
SUOR: Narán ( significa tambem calor )-- 1 -- Tx karan :
Meu suor-- 2-- Eu suo muito: Ir haratiti.
SUPERLATIVO, se faz accrescentando é, ti, titi, étiti,
gu, aos adjectivos como suffixos.
SURRAR: Rénti, brénti, bréion, mbérion, bran, mran.
É &
TABACO: Naféi, grin.
TABOA: ha tampére--ha, päu-1- Kakré: Taboa
( girão ).
TAKA'PE: KAakukü. Macete para bater e matar a
gente. Tambem brarü.
TACITURNO: One vin vaix : vin kuáin ; vinkuáir,
vinvaix -- ône, quem -- vin, fallar -- vai, não póde -- k, conne-
Ômvinkuäix -- váix, não pode.
TALA: Kukë - 1-- Tala de cresciuma ; Kré kuké. Serve
para fazer os chapéus. Tambem Juli.
TALVEZ: Enerikemôn, enérike, enhürilee.
TAMANDU A’ BANDEIRA : Joti - 1 - Tamanduá mi-
rim: kakré kin.
TAMBEM: Ningá, ningé.
TAMBOR: Toróro.
TAMPA (da panella, etc.): Ti nifé-nifé, fechar —
ti kritava.
TANGA: Veinpefin, vainpefin, veixpefin ; gréla.
TANQUE: Gôio nifé (agua parada )-- nifé, fechado.
TAPAR : Krinke.
TAPIR: Ojôro.
TAQUARA: Tugnd - 1 Instrumento musical de taquara
para tocar nas dancas : Gringréin tuynd-gringréin dança
( grin, divertimento )- 7, connectivo -- réin, pular.
TAQUARA: Arén; odt, muat, wan.
TAQUARAL: m--uáitho v-uan.
TARAQUATIÁ : Konaú.
TARDE: Arankäxka ; erankéra; lankäæka ; jankéra
(opposto de manhã): erenké.
TARTARUGA: Pednim.
TARTAMUDO: Vin kekaktin ; 6n vin kara váir. on vin
korégtzje -- win fallar -- kikäl:tèn, não saber -- karavaia, não aca-
bar nunca ou nao poder acabar - One com difficuldade -- je,
esta.
TATETU:.Okra:
TATU: Ke, fene -- éin, hix.
TAXO (caldeira) Veinkrindéia (Vise.), kukrôn.
TECER : Varan; fúira.
TELHA : Ga grin -- ga, de terra--grin, artefacto. ee gri.)
TEVER: Kamét : momen.
TEMPESTADE: XKoju.
dt dis
oy
a» ee ee ES ee ee ee ee ee ee eS A
à
E
dá
Mb ES re
TEMPO: Kurän- 1-- Antes do tempo. Vide antes.
«- 2-- Tempo chuvoso; Ta fan (fudn)--ta, chuva- fan,
cheio -- 3 -- Ha muito tempo: Vaix--4--Ha tempo: Venxá
(uma vez), veinxi, venai--5-- Por algum tempo (não para
sempre ); Vére. Vére kanjám : Comprar por algum tempo:
alugar.
TEMPORAL: Ta fan (fuän)-ta, chuva -- fan, cheio.
Tambem fuadn ( Visc. ).
TENAZES : Katxine.
TER: Tóg--1--Jenjére tog ni: Esta com preguiça -
jenjére, preguiçoso -- nz, esta - 2 - Gara tóg ni: Tem milho - .
gara, milho --3 - Nokire tug ni: Estou com fome - kokire,
ter fome -- 4 -- Parece que esteja doente: Kanga véi tog ni-
kanga, doente -- véi, parece -- tog ni, estar sendo doente — 5 -
Korég tog ni: Estou tendo fealdade.
TER (possuir): Te, to, ton-1- Ton gira tavinti :
Ter um desproposito de milho -- gára, milho -- tavin, demais
- 2 - Imper.: Tóra, tore. -- Vére tora: Tenha por algum tem-
po--vére, por algum tempo--3-- Vocé tem: To a ni-a,
você — ni, tem.
TERRA: Ga, angá ---1 -- Minha terra: Jama - ja, mi-
nha - ema, villa.
TERREIRO : Fuüre; impriru; priv.
TERMINAÇÃO PARA No O TEMPO PRE-
SENTE E O FUTURO: Mo--1-- Kémo : Quero agora, ou
quererei.
TESTEMUNHA : Ontentóti ; ontenvégmo.
. TETA DO UBRE: Nonguje krin-- nongúje, ubre --
krin, cabeça.
PEU, TUA: An.
THESOURA : Varéja, joaria ('Tel.) -- joa, barba - ro,
cortar -- ja, instrumento.
TIA (materna): Ja ve--ja, mai-- ve, irmã. Tambem
jan ne.
TIBAGY (rio): Venharü.
TIETE” (rio): Goio x6 : -- xo, preto, sujo.
TIGRE (rio): Goto ialeró.
TIMEO: Konjé.
TIGELLA : Faktii (prato ).
TINTA: Venharô nzafa- niafá, instrumento -- venhari, de
escrever ( materia de escrever ).
TIA ( paterna): Jógn ve--ve, irmã.
TIO (paterno): Jógn alengré -- alengrè, irmão -- j0gn,
pai--1 - Tio paterno mais Mr Ta jogn kanke ( kaiké ) --
kanké, irmão mais velho --2- Jogn java ve; Tio paterno mais
moço -- ve, menor.
TIRA (de panno): Awanké xin ha.
TIRAR: Ge, gi; nóti ( Arrancar, p. e. um prego ); vó-
pke--1-- Ti krinpan vopke: Tirou-lhe o lenço de cobrir a
cabeça -- kren pan, embrulho da cabeça -- pan, envolver.
TIRO (de espingarda, de flexa, etc. ): Péin.
— 298 —
TOCAR (musica): Nudnora.
TOCAR, expulsar: Aute, kitn: vogn; fodn - 1 -- To-
car os porcos no potreiro : ro kaki, poreo vogn -- Ro, lagar fe-
chado - kaki, dentro.
TOCAR, estar em contacto: Tin.
TOXA: Hupónere-pon, queimar.
POCO de pau: (toro) Wanehcn.
TODAVIA: Hara (mas), ärato-1- Xan koné tonra,
harato kantinmo: Embora não esperado, eu venho -- ran, eu-
kanén, esperar - ton, não - kantin, vir -- mo, agora.
TOIXINHO : # ang.
TOLICE : Veixkaktin, oinkikaktin ( Vise. ).
TOMAR: To; gé-1-- Toma tu: Tora -- 2-- Tomar
agua: Gôio ge, gôio krône--krône, beber -- 2-- Veixkatá hro-
ne: Bebo remedios ( veixkata gémo )
TORAR (cortar toros ): Nuk.
TORMENTA: Koju.
TORO (de pau ): Kané han.
TORQUEZ (pinça, tanazes ) da cosinha para pegar
as brazas: Na pen--ka, de pan -- pén. pé,
TORRADO: Tog--1-- Jénti kanti tógmo: O almoço
está torrado agora -- kant?, está -- tógmo, torrado agora. Tor-
rado se traduz tambem com oq.
TORTO: Men; ve; jóiwni; te; rarän -1- Dui mén:
Pescoço torto - 2 -- Ninhé te: Nariz torto -- 3 -- Kané raran :
Olhos tortos -- 4-- Pé torto: Penve, fove. -- Fove, perna torta.
TOSQUIADO : Venhari, ari, aru, katoro - 1 -- Krin
katóro : Cabeça tosquiada.
TRABALHAR: Lairânha ; rairanha, lenharânha, ra-
nharänha ; kixningé ; lanha, ranha, veinlairan, lairán, rai- -
ran, larái, lai; take, tânke --1-- Trabalhar por empreitada :
Véi lairai kâmi-kâmi, emprehender --2- Trabalhar gratui-
tamente : Véin grin lairái.
TRABALHADOR, sacudido; Kema --1-- Ontantü ke-
ma: Mulher trabalhadeira, sacudida.
TRABALHO, Pagar o trabalho de alguem: Tê vein:
lairái kajam--ti, delle -- kajam, pagar
TRADO: Kandôn niafá - don, furar - ka, pau - niafa,
instrum ento.
TRANÇA: Uafé, wafüigh - 1 -- Trança de tala de
cresciúma para tecer chapéus: Wiiigh.
TRANSBORDAR: Vavárxa.
TRASPASSAR: Vore.
TRASPORTAR: Bakantin - 1 - Bakamônera: Tran
sportai aqui, imper., plural de bakantin, que significa pro-
priamente trazer aqui; transportar simplesmente, se exprime
pela palavra batin - 2 -- Bara mone: transpertai vós. De-
riva de bamone, plural de batin. Transportar se traduz tam-
bem com o verbo tolkúten.
TRAVESSEIRO : Nuakré.
O te:
399 —
TRAZ: 1- De traz: Panim -- 2-- Do.
TRAZER: Uakantin, bakantin, vakantin, makantin,
vuetkantin, bakankuten -- 1 - Eixmã kanûôa bokankuüten : Elle
me traz a canôa - esemám, para mim - 2 - Plural bakamon
- 3 - Por abreviação: ma, ba - 4 - Bara: Traga -- 5 -- Bara
mone: Trazei -- 6 -- Praz a todos:-Agtat in känti ne.
TREM de cosinha: Guje, kúnge, konje, kúnge.
TREMER: Wokrir: (tremer de frio), kulrire; jong
jong, jonjoro, junjuro, junjôn -— 1--Elle treme de febre:
Kuxântimo - kwxá, tremer — ti, elle -- mo, agora -- kuxá, frio.
TRES: Toktôn - 1 - Ajany taktôn : Vós trés - ajang,
vós - 2 - Ag taktôn hande: Vos tres - ag... hande, vos --3 -
Elles tres, os tres: Ay taktôn.
TREZE: Vide doze e grammatica.
TRIPA, intestino: | 07).
TRINTA: Vide grammatica.
TRIPAS: Dung buingh - dung, ventre - buüngh, grande.
TRIANGULO: Ti pé dign do.
TRINCA : Ru.
TRISTE: Veinmaä, katu, monkanga tr.
TROCAR: Péno, umpén:, féno, win féno (vender ).
TROVÃO: Tarúro. tórere ( Vise ).
TROVOADA: Nainka, hankd.
TROVEJAR: Tarúro, toréra.
TU: A (você), ama; ane; ati; antôn--1-- A ne: Tu
és (a nz).
TUCANO: Grogn. gro.
TUDO: Kan, ga, kára, ka, ken, denut, “eae denúm
- 1- Detúm broéja ‘te Eee esmigalhando todas as cousas -
boéja, esmigalha -- ti, elle -- 2 -- Det dra kevenhrára: Conhece
tudo -- ares ND
TUMOR: kané, kané pando.
TURVO: Kaoxiá.
TUSSIR: Aufire.
17
UBRE : Nongúje.
UM: Pire, pir, pit, piri, pirit- 1-On pire: Um só
--2--Um e outro. Vide outro--3- Jágne: um e outro ( mu-
tuamente ). Tambem jágnin.
UMBIGO: Dung dügn--dung, ventre -- dügn, pretu-
berancia, cousa furada ?
UNHA: Ningru.
UNIR: Kranke, veinkekranja, veinkikanja, veinkikandie,
veënkilänje, krinke, tagrénke, granke, tangrake -- 1 -- Ningé vet
kan: Uma mão unida à outra -- 2 -- 77 veinkânti : um está unido
á outro --3-- Aningét veit kritôn kranke: uma mão acima
da outra ( pode -se assim exprimir o numero dez ) -- 4 -- Tok tan-
grénke: O que une, gruda - 5-- Vei kánti kranje, verxhanten-
kranje, verkikranje: Se unem. se ligam um a outro.
URINA: Je), jon (je). significa fél), jo, 762.
URU: ( Passaro): Pedpiire, pudpüre, pudpüre, pidpüre,
pitpüre.
URUBU’ rei: Jantá buüngh kupri--jantä, corvo-
buüngh, grande -- kupri, branco. |
URUTU’: Denmi, denema, nenma -- den, animal -- ma,
mau ( Confr. tardma ). venenoso. Tambem denpän.
UTENSILIO : Jafá (instrumento ).
UTIMAM (prouvera à Deus): A'ra!
E:
V
VACCA: Boi tantü (tantô, femea) --1 -- Leite de
vacca : Boi nônje- 2 -- Ubre de vacca : Boi nongüje (mondnje,
bononguje . Boi fi: Vacea.
M eae Vavaje--1--A gente delle é vaga-
bunda: Ti ayn v vadaxje.
VAGAROSAMENTE (com delicadeza) AMuméèra - Ir
vagarosamente : tovaji tin-- tin, ir- tovrji, sem fazer bulha.
VAGAR: Vide: Vagarosamente.
VAGEM: Bi - Vagem de teijão: Arungró bü.
VALENTAO: Jonmá -- jon, brabo -- ma, muito.
VALENTE: Tára.
VALLO: Nandó (fossa), gakôn -- ga, terra.
VAMOS: Môiæno (indicativo), ides, vão - 1 - Imper,
Tona.
— VAI-1- Elle vai bem: Hi tcg ti -- tog, está -- ti, elle
VARRER: Prun.
VARZEA: Kügn. Oré kügn --oré, lagoa.
VASIO desocupado: Aupra.
VASO: Aré--1- Kré lanktére: Vaso largo
VASSOURA: Pr únja, prúnja - ja, instrumento -- 1 --
E' a minha vassoura: A “in prunja ve - a, connectivo -- ve, é.
VEADO : Nambé.
VEIA: Aevéi, brôn, kujèje. kevét. Küveëx, significa
sangue.
VEJA (que não te succeda isto ): Wirz he, kéra he -- he,
não.
VELHO: Nofa--1 - Mais a Jo ti kéti ne -- jo,
adiante -- ke, fazer -- ti, elle--ne, está --2-- Ajút kéve: Está
mais velho -- a, connectivo -- jut, eita ei beta Ajôt heve.
Vide do, ko: atraz, ao lado.
VELHACO : Vemma hôti :
VEM, de vir: Xamôn. Todas as pessôas do presente indi-
cativo plural.
VENCER: Fodn ( propriamente atirar, jogar longe ).
VENDER: Péno, féno (trocar ), fudn, fot, kata ( Vis. ).
VENENOSO: Tara ma--tára, forte -- ma, mau.
VERMELHO : Kuxûôn -- Vermelho do ovo: Garin kren
Aewxon,
VENTAR: Kenké, kankati - 1 -- Kankamo: Venta
agora - 2-- Arankaxka kanki: Venta de tarde -- arankaxka,
de tarde.
VENTAS (do nariz ): Nénhé.
VENTO: Aanka- 1 -- Vento brabo: Aoû. ho -- hix.
VERÃO: Aräntiti (S. Paulo }:
VERDE: Tôóir. Significa tambem não maduro, azul
- 1-- Naxka tóix: Céu azul -- 2 - Verde. não maduro: Naja,
VERDADE: Hô -1--E' verdade: Hô ve--ve, é-2-
Elles dizem a verdade: Altán ke, hô ve-- aktan, elles -- ke,
dizem - hô ve, o que é verdade --3--O que digo, é verdade
Ex anke, hi ve- ex, eu -- an, connectivo -- ke, digo -- hd, ver-
dade -- ve, é - 5-- Na verdade, ja sabe: Jarato hiveinramen -
harato, na verdade.
VERDADEIRO, bom, legitimo: Pe, pospositivo -- 1 —
Kurû pe: panno legitimo -- kuru, panno.
VERGONHA: Ma--1--Sem vergonha: ma vaix.
VERME: Nujafa, hajafa, kifóia. kitkajafa. Significa
tambem bixeira- 1 Verme da criação: Najankud -- jakud,
sujeira, ha, de mosca.
VERME, insecto: Konfoia, kifoia.
VERMELHO: Ra, kurôn.
VERTICE da cabeça: Nindo. (1)
VERTIGEM -- 1-- E-tou com vertigem: Vanraran ix -
2-- Vou ter vertigem -- Vanraran kémo.
VESGO : Budno ( que tem os olhos tortos ), ren ( Vise. ).
VESPA: Feindú - 1-- Uma variedade: Nokfu-- 2 -- Xo
niôn -- co}. mosca -- jon, braba.
VESTIDO: Vexuwnóix - 1- Pa te do vestido que cobre
o hombro: Nhetikarânke --2-- Estar vestido: Erineixno.
Tambem, toró--3-- Está rasgado o vestido della: Fi tóin
jati -- to n, vestido ?
VESTIR: Nititóra, hkatitóra, tora -1-- Vestir um me-
nino: (rire kititóra.
VESTUARIO : Vexupóis.
VEZ, uma vez: Venxén, venxa, venxat - 1 -- Duas
vezes: Lungréno, alengré, alengréni -- 2-- A’s vezes: Kenjén.
(significa tambem no futuro ) -- 3 -- Ir outra vez: Tot tm -- tôt,
outra vez, de novo -- 4 -- Duas vezes: Alengréti -- Tres vezes :
Taktôixti.
VIA LACTEA: Ruria | Tel. ).
VICIO, se traduz com ema, ser inclinado a alguma cousa.
VIGIAR: Nôro tôn -- nôro, durmo -- tôn, não. Tambem
com liri, vigiar, taliri, tariri.
VILLA: Ema.
VINTE. Vide grammatica - 1-- Mais de vinte: Tiit;
( Muitissimos ). +
VINTE E UM. Vide grammatica. Tambem : ningé vei -
kritôn rengré, kripire.
VIRADO: Venhaôn ( viatico para comer na viagem).
VIR: Nantin, okantin. Plural komon -- Perfeito singu-
lar hanviiire -- plural khagiuve -- 1 -- Vir até aqui: Atikakagüuve
-2-- Vem tu: Nantingrá, ha kantin.
(1) Tambem nindôni ve, de nh-gdix, cabellos -- do, abertura.
|
|
:
nn de AA ce
VIRAR: Virin, vôg, ve, vudt -- Virar atraz: Vog dénera-
déne, dére: atraz -- ra, sufixo do imperativo -- 2 -- Apani vé
ti: Vira as costas. Tambem writ.
VISITAR: Angvé, avéi, anvéi, angvéz.
VIUVA: Beton fi -- betôn, sem marido -- fi, ella. Beton
fi significa tambem mulher atõa -- 1-- Viuva: On ben tére ja
fifi: ella, mulher -- ôn ben, cujo marido -- teréja, agora está
morto. :
VIVER: Tin--1- Não mor:eu : agora vive ainda; Te-
réja ti tôn: vére ti tin ti-ti, elle -- vére, ainda ete. aqui.
VIVO: Riavoi (Tel. ) -- 1 - Olho vive, vivaz: Kané lit-
lit-- acordado, vivaz, de liré, acordar -- 2 -- Vivo ( contrario de
morto ): lire.
VOAR: Peté, petén; téte, ten-1-- Tenxi: Voar pouco
- 2 -- Broe ( Vise. ).
VOCATIVO. Interjecção para chamar um homem: oa /
Para chamar uma mulher: ja /
VOCE: Anha, ama; umá--1 -- Você está louco; Anhä
veenma ne-veinmá, louco - ne, esta.
VOLTA: Pierin, kuran--1-- Emprü góro: O caminho
dá uma volta -- emprii, caminho -- jor, da volta - 2 -- Nionióro,
jojóro: varias voltas.
à VOLTAR:--1-- Voltar para cà- Tot kantin -- tot, de
novo -- kantin, vir --2-- Voltar: agraje (significa tambem :
Ellles entram ).
VOMITAR : Tonto.
VONTADE -- 1 -- De boa vontade: Hü -- 2 -- De ma von-
tade : Javaix, vain.
VOO --1-- Vôo pequeno: Tenæi.
VO'S (Segunda pessôa do pronome pessoal): JIáânde,
die, aiag, aiang, ag... hande aiag, ata, ag,
VOZ (falla dos homens ou dos animaes): Niir, küre,
ke-- 1 -- Kéke : Fallar repetido.
XARA’ (tocaio): émbré jiji --imbra, commigo 2 J jé
nome (que tem 6 mesmo nome que eu tenho). Tel.
XARQUE: Toxá, de toy, torrar - xa, esta. i’
vie
MA ict
{
LOMBAR fom, dog, Em
— APPENDICE —
| Supplemento ao Diccionario Kainigang
| Supplemento à Grammatica Kainigang
Ill Notas
NUS
As
|
Supplemento ao diccionario
Kaingang
NOTA. Este supplemento demonstra de modo espe-
cial a flexibilidade do dialecto kaingáng do Tibagy. (1 )
A, em vez de ha, voz de mando; ja-1-Krôn tén nia;
Ainda não come.
A, prothese - 1 - Aningé pite fari aixmd vidn: Me
dê um punhado de farinha — 2 - Ainxi : casinha (2)-3-- Ajur
ke ve: É mais moço, velho - jut, adiante.
A: você--1-- Fi kri a tamprí kine: Voce é melhot
do que Fulana de tal - fi kri, do que ella.
AKRITON : demônio.
ANTA: povo ~1-- A’kta tin kantin vinera: Convida
todo o povo; vinera, falla tu --2-- Akt én tavinti: Elles
acabam com tudo, destroem tudo — tôn, destruir, matar.
ADN : fazer, em lugar de hadn.
AFANCRURA : calças.
AG: elles -1-- Ag táin tavinti: Elles os matam de
tudo -- fin, matar.
AGEFA’: agua ardente, em vez de gôiofa. Vise.
AGH! Nao sei!
AG LENGRE: os dois.
AG NA’NGJA: morada delles, séde delles - nangja,
lugar de deitar. |
A’GTO: com elles -1- Agto jo tôn je: Eu não estou
brabo com elles.
| A’GTAN: povo-1- Ag ta kantin vinera: Convida ao
povo -2- Agta tin tin: O pôvo vem de um lado e de outro
AG TON: Elles destroem, acabam - 1 - Ag ton tavin
ja ti: Elles ja destruiram tudo.
AI GE: Ea pego.eu mato ---Ti ai ge: Eu pego,
mato a elle - A. connectivo.
AI AMA’NKE: Eu pergunte de você - 1 - Az amanke
héra tin. Eu pergunto de você para onde vai ? - héra, para
onde — ra, para. |
AI KORAN: Eu costuro.
AJUDAR: traduz-se com bre e com o verbo que sig-
nifica a qualidade da acção em que se ajuda - 1 - Imbre tânke :
( 1) Esta flexibilidade lhe é emprestada pelo uso frequente das figuras de
dicção, e pelas liberdades orthoepicas.
(©) Casa bonita.
— 310 —
ajudar a trabalhar - 2 - Vuet kantin bre; Ajudar a carregar
- vuet, carregar -- kantin, vir.--Tambam só vuel kantin, e
embré vuet kantin.
AJURU': agudo.
ALENKÉIRE : rispo.
AMA’: você. -1- Te xama emin kupádne: Tome um
pedaço de pão de mim - x, eu - te, toma tu - kupad, pedaço.
AMPRI : caminho ( emprü, ) depois do pronome J, eu
-1- Jampri: caminho de mim.
ALENGRE’: em companhia ---- En alengré tôna:
Vamos em companhia - tôna, vamos,
ALU'DN: ir buscar agua --1-- Jona alidn: Vamos
buscar agua.
AN, ON: aquillo que -1-- Ex anke, hi ve: O que
digo, é verdade - ke, digo -- hó verdade -- 2 -- Atan ke x, hat
ke ve: Disse que fazia o que eu dizia-ke, dizer- hat, fa-
zer -- ve, indica tempo passado.
ANA: de certo, em vez de hana--1-- Taki ana tog
enkréx, di hi ni: De certo aqui está caçando bem -- tog,
está — enkréx, cacar -- hôni, bem - nz, está -- di (ti), elle.
ANAKU’RE, gedétr: gostar.
ANKIXKAIRO'N NE: sou amigo.
ANKO'KE NE: E coetaneo -- ko, lado -- ne, esta.
ANKÜVEIX : sangue —--- Anküvéix ti tumátimo:
O bixo lambe muito sangue -- ti, elle.
ANDA: porque ----- A’nda kangra ke? Porque quer
comer tudo ?
ANDO'T KE’VE, ajut kéve: E’ mais moço, é mais
idoso -- do, atraz -- jut, adiante - ank6 ke ve : E’ coetaneo -- ko,
ao lado.
ANGA’: sitio. terra.
ANGA'T: passar pitos em alguem.
Aº'NGE UA'NGE: perigoso. Propriamente, matam.
ANGUI: ouvir. Vide me.
ANGUIA'MEN : adiante. Vide jamé. -- - -- Anguiâmen
húru vüire : Foi adiante.
ANHA-A'NHA : Esperar. Vide uânha-uânha.- Visc:
anhoa.
A'NHA : você ----- Anka veinam’: Você está aborrecido.
ANHANGU’T: muito -- -- -- Aran to anhangút, kre togn
togn : Com o muito sol ( calor ), as plantas seccam -- kre, plantas.
N'NHE: criar -- 1 - Anhe anti jog ton kémo: Elle quer
eriar um orphão -- anti, elle.
A’NI: aquele (éne) - 1-- On dni kânje: aquelle que
está ahi.
ANJA'NJA: FILEIRA. Tambem: fui - 1 - Anjanja (pri):
Em fileira.
ANJUVE'N: sabio, conselho, aconselhar com tino. Tam-
bem enjuvén.
APANGH: roça. Tambem epangh.
— 511 —
ANPTE: Você não --1-- Anpie kairôone : Você não sabe
nada -- pie, não.
APENGRU’RA: mangas dos braços -- pé, braços.
ANTOJO’G : brigar ------ Antojóg tog ne: Não briga
-- tog, não.
ANXT : pequeno------ Anxi ra, tog téie: Apezar de
pequeno, está comprido.
ANTA'INHE : escravo, criôlo, de únhe, criar.
ANTERE: morrer -- 1 - JJüritke antére kena? Como
quer morrer ?
ANTOJO'N : brigar, ralhar.
ANTO’ NI: carne de bicho -- ánto, de: animal.
ANTO’RO: milho torrado.
AOMA’: verdade. Em lugar de ha hi ma.
AO’RNE: mentir. Tambem ône.
AO'TKE, auútke: pitar.
APANITO: de costas-- 1 -- Apanito kanti: Está vira
do de costas.
APRI’: rachar.
ARA! oh!--1-- An ha hône ara! Oh! si tivesse saude !
ha hô, melhor.
ARA: entrar--1-- Kainké ka ton, po kit ara: A ca-
noa entrou com o pau na pedra. - ka, pao--ton, com-pó kJ,
na pedra. -2- Ama in ra ara kémo: (Quero entrar em tua
casa -- Ama, tua - 3 -- Aranh agmo ha: O povo ja entra -- ag, povo
ARA'N: (oré) brejo -- 1--A ran ding: lagôa.
ARANKA'I: de tarde -- 1 -- Arankat éin kirdino: Vol-
tamos de tarde -- éin nós.
ARANKA'IKA, arankärkü : no calor do dia, na tarde.
ARA'N, veinpõro : febre - 1 - Arano : Eu estou com febre.
A’RAN KE: no calor------ Aran ke tavin: No maxi-
mo do calor
ARANGRA’: companheiro - 1 - Arangra kirkairônhe :
Eu amo o meu companheiro.
ARANH: entrar -- ---- Aranh agmo ha; O povo ja en-
tra -- ha, já.
ARIKE: como, igual--1-- Na tan táje qu je, ont tag
arike je: Aquella arvore é muito alta, esta outra é ignal-
mente alta -- táje, alta -- gu, muito -- on, outra.
ARO: penhasco, paredão.
AXMAN : para mim.-- I-- Aaman ton ha: Ja diz para
mim -- 67. dizer. | t
ATEN: Elle -. Aten kiirôn ra, kédne: Apezar de mo-
ço, elle morre - Ate in xet Ikéve. Me quer matar -- kéve, quer
- Atet kré ti: Fulano de tal salvou a Sicrano de tal-- dre,
salvar.
ATI: preparar, lavrar ( háti)-- K2 ag átimo: Os ho-
mens preparam o pau.
ATITI: precisar mnito, desejar - Ir japan fan átati :
Eu muito preciso de colher a roça. Mais commum, hótiti.
B
BA: carregar - 1-- Akantin ba nim: Te rogo “venhas
carregar -- nim, TOO.
BA: dar a luz--1-- Akoxin ba fi: Ella dá à luz uma
criança.
BA : roubar --1-- Pejt, kar tit On ba; ba vüire: Es-
condeu ; depois, o que roubou, levou - tit, elle ---ultimo, ba,
carregou -- 2 -- Ti ningé tokfin ja ba te: Elle roubou o annel
de Fulano de “tal - ningé togfinja, snnel.
BAKANTTN : trazer, convidar -1- Agta ti bakantin
e: Elle convida o povo.
BAN : scgra ---Jn ban: Minha sogra.
BATATA : --1-- Batata ba ti ne: ag mo ra, pejú : Esta
carregando as batatas - a gente vai perto e rouba :
- ag, a gente -- mo, vão- ra perto, -- pejú, roubam.
BANGH, bak, ban, buüngh : grande -- 1 -- Pirá mbang :
Grande ee
BE: sogra.
BE: Acme sempre, habitualmente. -- Posto depois
dos verbos «de acção, significa profissão, officio--- 1 -- Veinmdt
kan, tére be: Por estar doente, ‘as vezes desmaia -- 2 -- Kuté
ne ketó ix ne: kangán be hadéix no: Não saio: me sinto
habitualmente doente -- ute, sahir--Jketo, não -- had: sentir,
soffrer -- 2 -- Tx be: Estou acostumado--- 4 -- Kuran be ve; cos-
tureiro-- Nour, costurar --5 -- Joma verén be ve: Uma vez
eu cestava sempre brabo.
BEKIKI: Lan -- be, ovelha — kiki, pello.
BK, ‘posposto a han, significa fabricar, fazer -- 1 -- Tie
veixmã hambréktimo ( béktimo ) : Eu faço mal.
BEIKTE (MBÉIKTE ), mrinkéti vabrir os olhos. Vise.
BEIN-BE'IN : apalpar - 1-- Mbein béin, in ra: Entrei
apalpando.
BO : habitualmente --'1 -- Déne kiki bo: Animal péllu-
do -- déne, animal.
BOG, vuog: fazer mal --1-- Jog tére toni, à mato in
bog 6: Meu pai, quando estava vivo, me dizia que não qui-
zesse fazer mal -- tére ton, vivo - mato, dizia -- oi, não querer
vaio ).
'BORNIA : nascer, crescer. Tambem bogn --1 ---Taki bor.
nea : Nasci caqui.
BRE: junto --1-- Nengé brex, kanjuti: Elle briga e
brinca.
BREKTIVO (Vibe béktimo ) : fabricar - 1 - Kame
nibréletimo : “Prepara, lavra pau.
‘BUA: mau, Visc.
” .
ee cn O SR D dd E nn sr es À du id
K
Nota. Nas palavras portuguezas, usamos o C.
KA: comer - Kakane kema ix ne: Au sou amante de
comer ‘frugtas — kama, leemcd : amante.
KA: porque -- Anprôn pejú ka, brane ne: O está sur-
rando, porque roubcu a mulher.
KA: Em-1- Ti vut kaje ra, tére: Morreu, embora
estivesse no collo -- je, estar -- ra, apezar.
KA : quando --1 - Er amé ka, ix fa: Logo que ouvi,
chorei -- ka, em -- me, ouvir --2 - Véra ka. hadn ton ne: Até
agora não fez. +
KA AG: o povo-- ka, matto - 1 - Na ag hul hore viiire
(fúire): O povo ja se retirou -- hal, huru : particula para in-
dicar o passado -- hóro, fora -- 2 -- Venjén ka agn hat: O po-
vo prepara a comida --3-- Na ag ten: O povo o mata.
KAKEN : dentro - Lo kakén porko fodn : Tocaro por-
co no potreiro.
KAKNA FOI: figueira.
KAKRE : travesseiro, girão - ka, pau-- kre, em baixo
KADN : pau -- 1 -- Kadn kadére: Pau liso.
KAERA: cinto. Vide klaera, kulaerc.
KAFAJATITI: gruda muito.
KAFAN : para la--1-- Okada dôro kafán ra, ara: Pas-
sa além do buraco do tatétiú=dôro, caverna.
KAFU : sala. Tambem: Jemfi, muafi--1- Kafu va hul
vüsra : Ja foi para sala -- In kafú: Sala de casa.
KAGAN: dentro, debaixo. Tambem kakan--1 -- Ti vei-
xupsix kagän, jén ti: Esta debaixo do vestuario delle -- jen,
esta — ti, elle.
KAGMBA: pinguela, ponte:
KAGNA : enxuto ?
KAGON : aterro -- ga, terra - gon, mexida.
KAIKAN: amigo. Vide kaka.
KAIGOT : homem--1 -- Naigót tan ham bôgen : Aquel-
le homem nasceu primeiro -- ham, am: primeiro.
KAJU'D : brincar - À -- Kajúd kenemá ne: Elle gosta
de brincar. à |
KATN: cheirar- 1-- Na hain: Eu cheiro -- na, eu.
Bd
KAIN : comprar. Tambem kajäm--1- Ama káin, lai-
ranha: Se me pagas, trabalho, - 2-- Kaim big: Comprar ca-
ro -- 3-- Kain ton: Comprar barato.
KAINGOT ( Kaënjgäng ); homem,-- 1 - Kaingit kar
ix kairóte: Todos os Kaingang me querem bem - Jar, todos-
kairôte, kikazrote, amar.
KAIO-E': periquito.
KAION: pagar - Azma kaidn, lairânha: Se me paga,
trakalho -- Kain ton: Não pagar.
KAIXGANG: homem--1- Kaïjgang korég: Homem
mau. .
KAIXKANGOG: nuvem- 1-- Kaixkangog kri ; Nu-
vens aitas - kri, em cima.
KA JAFÁ: larva de mosca. porcaria -- ka, mosca.
KA JARÉ: barba de pau, raiz de pau.
KAJUD: brinear--1-- Kajúd kenema ne: Gosta de
brincar. E
KAMAXMARA ( kaimbára ): logo.
KAMEN: temer, guardar-se, deixar de fazer, prohibir.
KAMBU’RO: prumo.
KAMUN, hkamôn : vem elles. Plural de kantin--1 --
Kamun ge agn: Elles vem agora.
KAN: comer. Tambem kó--1-- Ti nin kan gra: Co-
mer toda a carne de tal bicho -- gra, tudo - 2 -- Kan gra ix:
eu como tudo.
KAN: em, quando ( posp. ) --1- Inindó kan: No meio
dia --2-- Anti ket kan, ti alengré kané: No partir procura
o seu companheiro.
KAN: para, fim--1-- Tx ko ton, tere kan, ix ko: Por
eu, si não comer, morrer; eu como (visto eu dever morrer,
si não como; por isso eu como )- ix ko ton, se eu não como.
KAN: por isso. Vide kan xog.
KAN : porque- 1 - Ko kan, ti tére ton: Por elle co-
mer, não morre ainda--2-- Veixma kan, ti tére: Morreu de
doença -- tére, morreu.
KaN: tudo--1-- Kan han gütka ton: Nem todos bas-
tam para fazer -- gé‘ka, bastar -- 2 -- Kan da mo húri: Todos
os bichos foram embora -- da, bichos- mo, ir. Os bichos do
watto foram embora -- ka, do matto.
KANKTE’REMO : suffocar, afogar.
KA'NDE : estar, envez de kanje.
KA'NDIE : emendar, unir. Tambem kranje.
KANDO?’: valla.
KANE’: estar bom de saude ? -- Hex kané ti: Eu estou
muito bem de saude.
KANÉ : gaardar-se -- 1-- Min kanera: Guarda-te da
onça.
KANE TON: morcego, que não enxerga. Tambem
kulfén.
1
Pur id
ane sol big ee dc
TO EEE Se LS à os dt nt PN O de PN E
KANGA'NGA : doentes -- 1 -- Xunganga hütèti : Elles es-
tão mu to doentes - 2 -- Kanganga han ainmo: ‘Yodos esta-
mos doentes.
KANGA TON: sarar. Tambem não estar doente.
KANGO : homem -- 1 -- Kongi ve ga tan bóg: O pri.
meiro homem nasceu da terra -- ve, primeiro - ga tan, da terra-
KANGRA : fingir -- Titan kangra: Aquelle ahi finge.
KANGRA’T KA; Comer tudo.
KANGRPN: dançar.
KANHAMBÉT : noticia. Tambem kambut.
KANHERODN : Aprender.
KANHEM: estar --1-- Ine ône kanhém, ônta tan ka-
nhém: Das casas, umas estão la, outras estão acolá.
KANIÉTI: estar de pé.
KANJA : acabar -- Kanja ori kémo: Quero acabar hoje.
KA'NJE: emendar ( kräje, kränja ).
KANJTRI: brincar.
KA'NME: Experimentar, saborear ( kamé ) - 1 -- Naren-
je känmi: saborear laranjas. Hx aniot tan pen kanmi : Ex-
perimenta atirar com esta minha expingarda -- do, espingar-
da - pén, atirar.
KANXKRA': rins.
KANXO’G, kan: porisso-- 1-- Kane fa ix ketôn ve:
Não é porisso que chore - ix, eu-- je, é.
KANTKTÉREMO : sufocar, afogar na agua. Tambem
kantéremo - kan, em.
à KA'NTE: debaixo, dentro --1 - Engôio kánte kite: Cahiu
dentro da agua —- kúte, cahiu.
KA'NTI: estar -- 1- Tx œampé dgta kdänti ne: Elles
estão com o meu chapeu.
KANTPN: vir-1-- Vaxkä te ti kantin: Elle vem do
matto--2-- Hantingrá: Vem tu.
KANTON: entäo-1- Kantôn ka ix xe ag: Então
elles me amaram a um pau--xe, amarram - ka, pau.
KAOXIA’: Turvo -- Goto Kaoxii: Rio Turvo.
KAPO’: pulga --1- Kapó kanxíre: pulga pequena
( pulga de pé).
KAR, kdra: depois -- 1-- Kar à jen, in ra tin: Depois
da comida, eu vou para casa-- jen, comida --2-- Karâne à
kexógmo: Depois eu farei -- ke, fazendo -- x6gmo, estou - 3 —
Kar igmá nim: Depois dê para mim --4-- Kar à dma xapé
háanns: Depois eu farei um chapeu para vocé--5-- Kar à
hádn» hana: Depois eu sararei com certeza -- 6 -- Kar igmá
ba ne: Depois traz para mim -- ne, está - 7 -- Nar igmá nim
mané : Depois te peço que dês para mim mais.
KARA: logo--1-- Kara à kanhambet, tanket kantin :
Logo que soube, vim ajudar.
316 —
KA'RA: livrar (kre)-1--Ix kava: Eu livro, eu es-
capo (do perrgo ).
KA’RA: acabar--1-- Narat húri lairdnha ketôn: O
serviço não esta ainda acabado --2-- Vére kdra tôn ne: Não
está ainda acrbado. não esta prompto -- 3-- Fagrin vuet Ietôn
ne kira in ne: Qualquer não carrega o objecto.
KA’RA: tudo — 1 - Kára ti kanherói : Elle conhece tudo
- kanheró», conhece.
KARA'NE: plantar (kre ).
KAX AG: o povo--kax, matto?-1- Kox ag mi tin
e: O povo está aqui - ti, artigo.
KA'XKA: elaro- 1- Aran kaxka: Dia elaro, sol claro
-2- Kaxk: hi ne: E” mais claro -- hi, mais.
KAXGON ( kainigäng) : Homem, sujeito — 1 - Kaxgôn
ho: Homem bom; sujeito bom.
KAXT'NI: carrapato.
KATA’: vender ( Visc. ).
KATITORA: vestir-- 1 - Ti na kotitéra: A mãe o veste
- na, mai.
KATO’: mosquito -- 1 -- Xan ható veixpré ti: O mos-
quito me morde -- ti, artigo -- xan, a mim.
KAVA’: mosca ~ 1 -- Navá len: A mosca pula -- ren, len:
ula.
à KAVEN: soltar. Vise.--1--Ti kavéntimo: O solta
agora.
KAVIDN : virar -1-- Kaënké kavidn ke: A canoa virou.
KAVIN: dar-1-- Eemd emin kavin: Me dê um bolo
—2- Imd fari aningét pite kavin: Me dê um punhado de
farinha -- aningét. um punhado.
KE, prefixo, -1-- Dinhéro ganhá kexéro vaix ti ne:
Elle não quer ganhar dinheiro - xóro, querer.
KE, suffixo, que serve para indicar o passado e o fu-
turo: neste ultimo sentido se traduz com querer, ir. Ex.:
quero deitar, vou deitar - 1 - Pird xabm ke ha ti: Elle ja vai
pegar peixes -- xabm, pegar -- ha, ja--2-- Anta ot ke vended
: Tu vais dizer mentiras -- venhéd, diz:r.
KE: dizer--1- Antan ke x, ha, ti kek te: Elle falla
que fuläno de tal faz o que eu digo —- ke, digo- ha, faz - ti,
elle--te, elle--2- Tima ix ni ke ja: Eu disse a elle que
dava —- timá, a elle -- ja, particula para indicar o passado -- 3
- Atan ke, hänera: Faze tu o que elle fallar. |
KE: ir, querer, pretender -- 1 -- Ixô veixmá ke ndnti:
Elles me querem fazer mal -- ixó, a mim -- 2 - Ant in ket kan, .
ti alengré kané:No acto de partir, procurava um companheiro
- adengré, companheiro.
KE. in (kan, posp.)- Ti krin ke táix: Bate na ca-
beça delle -- fix, bater. :
KE: particula para indicar o Pasian -1--Aran ke
tavin : Passou de tudo o calor.
KEKA’: no momento que queria -- 1 - Entája mon de-.
néni ke kan, jatu je ti: No momento de levantar o bixo da
ia
ty
‘
”
— 317 — à
rede, estava quieto - entája, rede, laço - mon, lavantar -- 2 -
A jen ke kan, temd vi hô ne: Em quanto quer almoçar, me
diz palavras boas: é bom commigo -- 3 - Agntôn va je ti kéka,
rére: No momento de ajuntar o povo, grita — va, ba: trazer.
KEKO’RA, kekônra: limpar, apagar, por ex, a tinta.
KE’KA: dizer--1-- A jént kéka: Elle manda de comer
-a (ha), voz de mando -- jent, comer.
KEKRE'N (kúngre, brigar )-- 1 -- Jagne kekrén: Bri-
gar junto.
KEFE': leite. Vise.
KEPXNI: estou querendo - 1 - Emdán ve ké ix nt: Es-
tou querendo ver o mundo -- emin, mundo.
KEMA': cortar.
KEMA’: gostar -- 1 -- Kúna tin kemane : Todos gostam
de ir embora --2 - Ranha-ranha kema: Ter inclinação a tra-
balhar, ser muito trabalhador -- 3 -- Arót kemd: Ser sujeito à
canceira.
KENKA'T : vento - 1 — Fan gáix kenkdt vuôti : O vento
agita os cabellos das mulheres ( kanká )--ti, artigo - gdix,
mulheres, ellas.
KENDA’: querer estar, de ke, querer - da, na: estar
-1-In te ag nôro ken da: Elles querem dormir em casa,
KEN: em, quando --1-- Antin ken, alengré kané: Na
hora de partir, procurava um companheirc.
KE'NE, o mesmo que kdra: acabar.
KE'NE : ir--1-- Inin kéne ha kéti Elle diz que ja quer
ir para casa -- ha, ja -- ke, diz -2--Ix kéne kémo: Quero ir
embora.
KE’NE: estar querendo, de ke, estar querendo, e de ne,
estar -- 1-- Kuvará hé na tin kéne: Pretende fazer longa via-
gem --2-- Tati ke ne: Está querendo chover.
KENHE'RA : acostumado.
KE'NHO : quero agora - 1 -- Koi ti nin kénho: Quero
comer carne de tal qualidade.
KENTKERÉ : campo que canta. Tambem maracanã,
KENTKERE KANXIVREs maracanã.
KEPE': lavar. Tambem kupé
KER: depois - 1-- Ker ara tin: Entra tu logo -- tin, ir.
KER: guarda-te, ve de não fazer - 1- Ker idma hat:
Ve tu de não fazer para mim.
KERA’: dia-1-- 72 kerá ti kren: Chegou o tempo
delle. O segundo ti, é o artigo.
KE'RA : entrar, embarcar.
KE'RA : guarda-te, veja de não fazer, ponha sentido
“que não aconteça. - Nes dois ultimos sentidos, afim de que o
verbo exprima a negação, deve ser seguido da particula he.
KE’RE: conta tu - 1 - Kére ton: Não contes.
KE’RE: depois - Ti lo, kére tr la: Primeiro entra um ;
depois outro ( Fuláno de tal, depois Sicrano de tal ).
CRE
KE’REN, o mesmo que kiren : tenha cuidado, guarda-
te -1 - Relójo kéren kite he: Veja que não cahia o relogio -
he, não - 2 - Kéren ixmá veinma hadn: Veja de não me fa-
zer mal - veijmá, mal - had, fazer.
KEXA’N: lua. Tambem heixa, lixa.
KE’XNO: morro agora - 1 - Xan ton ke vaix, kéxno:
Si não quero comer, agora morro.
KE’XNO: morro, quero agora - 1 - A’man kara kéxno:
Voce quer que eu entre agora - hava, entrar.
KETA'N, kúktán : curar - 1 - Ati ketánagn : O curam.
KE'TI: mover, agitar - 1 - Fang nh-gaiax kankat kéti : O
vento agita os cabellos das mulheres - gáix, cabellos - faq, dellas.
KEºTI: fazer - 1 - A'tan kex, ha kéti: Faze tu o que
queres - a, tu -- an, aquillo que.
KETON : não - Xe, affixo - 1 - Fangrin vuet k ton ne:
Não carrega o objecto.
KEVE: disse-2- Tima ¢ nit kéve: Eu disse, promet-
ti que dava a elle,
KE’VE: fui, foste, foi -1- Hat kéve: Fui trabalhar -
2- Ta kéve: Foi lá.
KEVE'IX (húveix ): sangue.
KEVO": cego.
KI: aqui-1-- Ni ti ton ni: Não está aqui.
KI: em (pos.) -1-- Jágni ki pran fagmo: Ellas se
mordiam uma com outra -- mo, agora - 2- Do kin xet : Amar-
rar atraz -- xet, amarrar — do, atraz.
KI: por-- 1-- Ti vink ti mi tai viiére: Elle foi matar
onças por ordem de Fulano de tal -- vin, ordem -- tã?, matar.
KI: prefixo-- 1-- KZ nim man: Dê mais.
KIKE : fallar, dizer -- 1-- Antan kex, hat kike: Elle
fallou que fazia o que queria. Pelo contrario: Antan kex,
ha hat hike, significa: Faze o que queres.
KIKOKAN : espiar ( Vise. ).
KIKTAN : curar.
KIDVENHERA'N : ensinar
KIFA’: coração. Tambem : fé.
KIFO'TA : bixo -- 1-- Txôn win kifoia ne: A nossa car
ne está bixada-- nin, carne--2-- Van kifoia nin hadno: A
carne cria bixo -- van, prefixe. Tambem honféza.
KIFU HO (kihw hi): soprar.
KIGMBE”: lagrimas. Tambem fiigmbé.
KINORA : brejo - 1 -- Kinorá putke : Afundou no brejo.
KINVPNKE: fechar com chave -- 1 - Kinvivikte : Fe-
chou varias cousas com chave.
KIOGNA’INGE: choupar.
KIR : guarda-te -- 1-- Kir ag pit vin: Veja de fallar
pouco a elles -- pit, pouco.
KIXE’RA: amarra tu.
KIXFAKRE’: travesseiro - 1 -- Nixfakré had ir: Eu
guardo o travesseiro.
=
» .
TPE ed
ses Éotitiéhite
E,
ne lt ot die aci Dear A ad e ee
NT a VTT
À é o di A ee ii ee à
KIXU’TI: ckoupar.
KIXVENHERA'NGO : ensinar
KITKAIRO'JE, Avtkanherdje : ser amigo.
KITITE’RE: morre afogado.
KITITONE : não está presente.
KLAERA, hulãera : cinto, cintura.
KO: comer --1-- Venjenma ko vaer kren: Quasi não
quero comer o alimento -- váix, não quero -- kren, quasi -- ven-
jenma, alimento.
KO: ao lado - 1 -- Jágne ko kant; : Esta ao lado um de
outro -- känti, está. -- 2 - Are ko fay, ko a fag nânti: As vaccas
comem capim, e estão ao lado uma aa outra -- fag, ellas --
nânti, estão. -- 3 -- Kangáti ko ic ni: Eu estou ao lado do
doente: o assisto --4 -- Jágne kó nänti: São da mesma idade.
KANJA’M: comprar, pagar--1-- Eixmán kanjám ke-
ton ne: Não me cobra.
KOKE’, kokét : perder, destruir, estragar -- 1 -- In koket :
Destruir a casa-- 2-- Kurän koke: Perder o tempo.
KOKE’RE: estar com fome--1-- Kokerétiti: Elle esta
com muita fome.
KOKO’: gemer.
KOKRE': podre -- 1 -- Endéne kokré: Carne podre.
KOGFUORE, kankafuvre: orvalho.
KOGN : saito -- 1-- Oré kogn: Salto do brejo. Fu, pa-
rece que significa tronco
KOGNAFU’I : figueira.
KOHU’X: vento brabo, Tambem Av fi.
KOINGRIN: crespo, encrespado -- 1 -- Näix koingrin :
Cabellos encrespados.
COMPANHIA -- 1-- Em companhia: bre.
COMPARAÇAO. Exemplo de comparação -1-- Exûx
kofú vatôn kri ti tampri kine: O meu é mais pesado do
que o outro -- vctôn, outro -- kofu, pesado.
KODNMA’: para cime. Tambem kiixma.
KONFO'IA: verme.
KONGARO : pintado.
KONGERE': Pintado.
CONNECTIVOS. Exemplos. -- 1 --Venjenmät tonk tôn :
Não tem comida. -- Serve o k para distinguir aqui uma pa-
lavra da outra.
CONVIDAR: Exemplos -- 1 - Tin kan vinera tán ke:
Dê ordem tu para que venham -- ke, disse -- tin, ir -- kan, todos
- tan, lá .-ken, fallou -- 2 -- Ag ta tin agr : Convidar a todos.
COPUL ATIVOS. Vê tambem os Copulativos do Sup-
plemento grammatical: Exemplos de proposições copulativas.
- 1 -- Kengrex bre kanji ti: Briga e brinca -- kengré, brigar
- bré, junto, e -- kanji ti, brincar -- 2 - Dénum háno vdix tavin,
tinge vaix tavin: Não quer absolutamente fazer nada, e não
quer andar -- denúm, alguma cousa --hdn, fazer -- váix, não
quer; tavin, absolutamente - 3 -- Iv jogn, ix jamtré ha ti to
HAT é ge
tinge: Meu pai e minha mai me mandaram de ir com elle -- ha,
voz de mando -- to, com -- tinge, ir agora-- 4-- Ex ningé kupé,
kan ex pé kupé: Lavo as mãoseos pés lan, depois:-- 5 --
Kanoa engôio kafän ra ten ja, ne: A canôa.passou o rio; e fica
- kofdn, além-- ra, para-ne, fica-ja, particula. para indicar
o passado -- 6- Ex néngé, ex pé bré kupé: Lavo minhas mãos
e meus pés.
KORA’ ; claro, dia.
KORE'G: feio, ruim, mau--1- Ixó vin korég hat ja
ne: Ja fallow mal de mim -- vin, palavra- hat, fazer:
KOX : comer-- 1-. Kox ti ne: Elle está comendo:
KOXOG: vermelho. Tambem ku.con.
KOTU”: obscuro -- 1-- Vein kutñte: Vista ruim -- véin,
vista. ig
KOTUIGH: noite--i-- Mord, hotiigh: dia e noite.
2 Kara kotüsgh: toda a noite. Tambem tarde e noite.
KOVOFE’: cabo--1-- Novo fé to xa grenti: Dança.
estando na corda de embirrato, na--xa, estou - Kagrin,
dança -- ti, elle. -
KOU: jacú - 1- Koti déiera: Cosinha tu jacú.
KRA: Depois. Tambem ra -- 1 - Kranhe wapé hddno :
Depois faço um chapéu.
KRA'INHE, krénóje: carpir.
KRAN, gren: homem--1- Aran ka ja ti: O homem
está aqui-- ka, aqui -- ti, está.
KRAN : plantar --1-- Kra à nhe: Eu planto agora, nhe,
+
estou.
KRAN : chegar --1-- Ti kurdn te kran: Chegou no
tempo delle -- te, no.
KRAN : ser sufficiente -- 1 -- Enjén ti hrdn ti tônje: A
comida não dá, não basta para nós; enjén, comida -- tôn, não.
| KRANHA, karanhe: logo- 1- Xränha xapé hádno:
Logo faço um chapéu.
KRA’NJA: limite, de kran, chegar, e de ja, logar - 1
- Kaxkankranja: horizonte.
KRA'NHE : parar--1--Laranha tan kranke vdix : Aquel-
le não quer parar de trabalhar - tan, aquelle.-- vdéx; não querer.
KRE : livrar, escapar.
KRE, kára: tudo inteiro - 1 -- Antan kiran te kre ha,
xæéiæno : Si o não o fizer a até o fim do dia, mato-o.
KRE : cresciuma:-- 1 - Kren kre: Planta de cresciuma,
KRE : filho, familha-- L- Ave ton ne kan, mankangá
ti: Sou triste, porque: não tenho filhos -- kan, porque -- 2 - On
hé kre, ti koré kre: A familhado outro é boa, a delle é ruim.
KREN : debaixo, em baixo -— 1 -- Engôio l:ren ( kante ) ;
kite: cahiw na agua - 2. - Veixkren te ve; veixkrvin leanénge :
Ve em baixo; olha para cima.
KREN : no fogo--1--Kur antôni kren, jagme ha:
Ponha a carne no fogo depressa para coser -- 2.-- Kren ka pin fi:
venuvóre: Ponha lenha no fogo: ferve - ka, nopin, lenhai-
EE AR
3 -- Veixkran te ve; Veixkrin kanén je: Ve em baixo, olha
em cima 4-- Kur antóni kren: jagme húru tôn. Põe tu a
carne ao fogo: ainda não está assada.
KREN : mulher, esposa - 1 -- Ixon kren bré, hädno : Faço
eu e minha mulher,
KREN : parar, chegar-- 2 -- Lanharánha tan krénje vdix
ni: Não quer parar de trabalhar aquelle -- tan, aquelle — váix,
nunca.
KREN : Estar mal, differente com alguem. Tambem
krimáje, kri--1- Ti ton ix krentité: Eu estou muito mal
com elle--tôn, com -- 2 -- Ti tan ix kren: Eu tenho inveja
delle.
KREN : quasi-- 1 -- Ti ni kangra kan kréni ogn: Co-
meram quosi toda a carne de tal bixo — kangrá, comer tudo
- nin, carne -- 2 -- Kran kred nim: quasi todos pedem -- nim,
pedir.
KRI: acima--1-- Aningé veikri ten kránhe: Unir as
mãos juntas -- krdnke: unir,
KRI, kré: Salvar, escapar do perigo.
KRPKE: para cá, para la--1-- Krike ag petén : Elles
correm para cá, para lá, para todos os lados.
KRIKRI-VEINMA’ : lepra.
KRIMA’JE: Ter inveja, estar desgostoso - 1 -- Denum
tavin krimd je: Não gosta de nada-- denim, tudo -- 2 -- Ti ti
krimá ne: Esta desgostoso com fulano de tal.
KROD : beber -- 1 -- Krod korégtiti: Bebida muito ruim
- 2 -- Krodéra: Bebe tu.
KRO’NE: beber -- 1-- Zemd nim arengré krône: Me dê
para o meu companheiro beber - 2 -- Krôn tôn ni a: Ainda
não bebe -- ha, a: ja.
KUAKRE': travesseiro, girdo.
KU: Bom. Tambem hô.
KUA’NKA : accender.
KUARA': longe.
KUKFE’RE, kukfén: arrancar, por exemplo, a pelle.
KUKRTJA : panella (Vise.).
KUKXE”: arranhar, p. ex.: as unhas.
KUKTA’NGH: curar -- 1 - Ati kuktang ex kémo: Eu
quero curar a elle -- kémo, quero.
KUD : cortar -- 1 - Ajuá kud ja tôn ti ni: Não cor-
tou ainda a barba -- ja, particula para indicar o passado —
juá, barba.
KUD : de pressa, em vez de kur -- 1 -- Kud nôra : Durma
de pressa,
KUD : cahir.
KUDN : tocar musica - 1 - Anton kudn: Aquelle toca
- 2-- Ngirexi kudn : O meninosinho toca.
KU'FA': faca - Kiufá tan: Aquella faca.
KUGNA'I: choupar - 1 -- Kugnaz gére : Aspirar ar.
KUJEJE: veia.
— 322 —
KUJU’: metade, resto. - 1-- Kafi kuju je: Está no
meio da sala.
KULA’ERA: cinto, cintura -- 1 - Ti kuläera: Cinto
delle.
KUN : soccar - 1 - Engára kun, dúnera: Socea tu o mi-
lho, e faze-o em po.
KUNGRE : brigar -- 1 - Kungré brex j kanju ti: Bri-
ga e brinca -- bre, junto.
KUNVA’TI: desmanchar a costura, descoser.
KUPRI’: limpo, branco - ku, prefixo.
KUR: depressa --1-- Kur tama dinheiro: Me dé
dinheiro.
KURA’ KUXA’: de madrugada.
KURAONKI: noutro tempo--1-- Kura-6n ki et ag
nikte tag: Noutro tempo aqui vivia muita gente -- et, muita
-- ag, gente. ;
KURE': direito. Em sentido derivado, limpo.
KURE’TKE: de vez em quando.
KURANGARA'JE : voltar.
KURI-E’: prompto -- é, muito
KU'RU : depressa -- 1 -- Anton: jagme ha: kuru kren
pin fi: A carne já esta-se assando: ponha lenha depressa
-- antóni, carne -- jagme, assar — fi, por--kren significa tambem
vaso.
KURUTGH: direito, endereitado, corrigido - 1 -- Empriigh
kuriiigh: caminho endereitado. Tambem kuré, kuru.
KUXA: mez, lua -- 1 -- Kiixán te xeix han ex kémo:
Vou trabalhar seis mezes (seis luas).
KUTA'RA : estreito - 1 - Eman kutara: Caminho es-
treito. Tambem tára; Ku, de kutara, prefixo.
KUTE KU’TE : passar -- 1 - Kafan ra kuüte-kuüte: Pas-
sar alem de alguma cousa; tocar para la de alguma cou-
sa-2- Ti to kúte: Dar passagem a alguem - to, a.
KUTU’: surdo, bobo, atoa - 1-- Kutt de: EK’ surdo
- de, je: é
KUTUIGH : noite ( kutu ) -- Kutu te: De noite.
KUUARAN, kuvarän : longe.
KUVEIX, anküvéix : sangue -- 1 Ti küvéix tavin ti
ne: O sangue delle é demais - tavin, demais-- ti, artigo,
» sp
D
D. raras vezes se usa por T. Exemplos. -- 1 -- Xüix kan
da krin hid ne: La em cima as estrellas são bonitas -- kéix,
alto -- kan, em -- da, ta: lá -- hüd, bonito--2-- Tx kokérediti :
Eu estou com muita fome.
DA, de: animal.
DA: estar, em lugar de na -- 1 -- Inte age nôro ken
da : Elles pretendem dormir em casa -- ken, pretendem.
DA: em, em lugar de te, ta --1 -- Kaikan da krin:
Estrellas no céu
DAG: este, em vez de tag --1 -- Andag xié, andäg é
téia : Este é muito pequeno, este é muito longo, alto - ai é,
muito pequeno.
DAI, em lugar de nai: deitar--1--Ign dai ke na:
Pretendo deitar - ke na, estou querendo.
DARA: fralda-- 1-- Tin dara; Fralda de tal causa.
DATAN TON: atéa--1-- Da tan ton ki ti tére: Elle
morreu atoa -- ki, pleonasmo.
DE, do: atraz. Vide dére.
DE: bicho.
DE: E’ --1- Venharé de: E' livro.
DE, em vez de ti, elle -- 1-- De vin méix: Ouvi prosa
delle -- me, ouvir.
DE: em--1- Kaixkán de krin hôd ma nánti: No céu
as estrellas são muito bonitas.
DE'GNE, em lugar de iágne: mutuamente - 1 -- Lagré
ágte húru dégne kak póvo: Os dois se separaram um de
outro -- legré agte, os dois.
DE’IA : não querer - 1 -- Ahé déia, afi tônho : Não quer
estar boa, quer brigar -- afi, ella -- tônho, briga agora.
DEIXAR: Eixmár vin ti ha ti na: Elle me disse de
partir -- ha, voz de mando, de permissão.
DEN : casa de botão ( Vise. ).
LE'NE: atraz --1-- Vog dénera: Empurra tu para traz.
DE'NE : bixo -- 1 -- Déne ag: bixos.
DENOMINAÇAO : Akoxi jiji to te: Elle disse o nome
ao filho: denominou o filho - to, fallar -- te, elle.
DENU’M: alguma cousa, tudo -- 1 -- Kin pran dénum :
Morde alguma cousa levemente.
DENU'M TON: atôa -- 1- Denwm tén tin jo ne: Fica
brabo atoa.
DE’RE, déire : atraz -1-- Deire na: Está atraz - 2 --
Tin dére kto: Atraz, no fundo -- k, connectivo -- to, em.
/
ME Oo pedi
DESERTO: Min emá ton ti-min, aqui--emd, po-
voação -- ton, não--ti, está. Tambem: Enkré van ton ti:
Nao ha plantação. Min, não significaria gente ? onça ?
DESOBDIENCIA : Ajéne me váix -- jene, mandamento
-- me, ouvir--vaix, não quer. Latim: Obaudire. Patrão vin
kikaktin: Não conhecer a voz do patrão: não obedecer ao
patrão. Na lingua kaingáng, a palavra que indica o prin-
cipio da acção, indica ás vezes tambem a acção completa.
DET?: que cousa? O que?--1- Det igma nim? O
que me dá?
DI: cousa. Tambem de-1-- Kan di akémo: Quero
tudo -- 2 - On di ke ton: Não quer outra cousa -- ôn, outra
cousa -- 3 -- Ex man di ni ketôn: Não me da nada.
DI: sentado -1--Ign di kena : Eu não quero estar
sentado -- kend, estou querendo.
DIN: fundo -- 1 - Engôio din: Agua funda, lagõa.
DING: profundo, contrario de palére, raso.
DINHEIRO : DIJE’RO--1-- Hix man dijéro nim ke
ja: Elle fallou para mim que lhe dê dinheiro -- ke ja, fallou.
DIO’: espingarda, em vez de do.
DIU’M: brabo, em vez de jun.
DO’: espingarda - 1 -- Dó kanén guefa: Bago para es-
pingarda. Vide nhafá.
DO’, to: fallar - 1-- Jagne do kikaktin : Um não en-
tende o outro -- jágne, um a outro.
DOG: Estar - 1 -- Akrin küvéix pugn dog: A cabeça
está unsanguentada. Tambem tog.
DOGN DO: cego.
DON JA TI NE: A porta está aberta -- ja, indica o
passado -- ti, elle.
DO’RE: aberto - 1 -- Dóre ti je: Elle está abrindo.
DORMITORIO : noro jafá -- atá, lugar.
DUI: collarinho de camisa ( ellipse ). pescoco.
DUR: po-1-- Kafé ti dur ja é ni: Elle esta com
muito pé de café -ja, particula para indicar o passado -- é,
muito -- nz, esta.
rm
Pe ft dl De né: mi, à» RÃ eee E O ee niet +
|
E
E: eu. meu-1-E nái kéne ha: Eu vou deitar - nde
deitar -- ha, já - 2-- E bakantin engangróra: Eu trago barro--
bakantin, trazer -3-- E on fan kre ti: Elle quasi derrubou
minha casa -- kre, quasi - fan, derrubar. -
E”: muito--1-- Agmi é te: Tem muita gente -- te, tem
--1-- Korég tan ni é: Aquelle é muito ruim -- tan, aquelle -
2--In tag é hô je: esta casa é muito grande -- hô, grande --
é, muito.
EKTOA’: perto ( Pos.)--1-- Ngire ektod ag nánti:
Perto dos meninos ha muita gente -- ngène, -- ngire, nh -- giire
meninos —- ag, gente.
EE: muitos. Tambem II (ii)-- 1 - Kuraôn ks ag ée nikti :
Noutro tempo havia muita gente -- ôn, outro -- nik té, havia -
ti, artigo.
E HO: demais -- In tag e Ad je: Esta casa é grande
demais :
HG: eu, meu -- 1 -- Hix náin eg náne: Eu pucho pelos
meus cabellos -- nine, puchar.
EIA'T : eu -- Eiát pirmá in te ninho: Eu estou sósinho
em casa -- pirmá, sósinho.
EINGRA’N : Copo - 1 -- Eingrán tag fuán : Encher este
copo -- fudn, encher.
HOTEL: e jen niafá -- jen, comer - niafd, lugar -- Eman
buüngh jen niafa: Hotel de uma cidade grande.
EMBUONGH : grande -- 1 - Embuongh joá búro: Des-
ponta uma grande barba -- búro, brotar.
EME JUR: fuzil (Visc.). Talvez signifique: Dé
para mim -- jwr, chegue, venha para mim.
EMPRA'N: em baixo--1 - Emprán eváix: olhar em
baixo.
EMPRE’, emprég: estrada, caminho -- 1 - Emprég mi
mojen: Vão pela estrada. Vide empri -- 2 - Empre gri nô-
romo: Durmo agora na rua, ao lado da rua --gri, kri: em
cima, ao lado.
ENKRE’: estar com cuidado -- 1 -- Ti enkrén ix: Eu
estou com cuidado delle.
ENKRE : roça plantada -- 1 -- Enkré ra ti ag bakagóuve:
Carregaram para a roça o homem - ra, para.
ENDENE... ketôn: Nada:-1 - Endéne emá ketôn
jane: Eu não gosto de nada - emá, gostar
ENDENIAGO'RO : calças ( degnengôro ) - dégne, tra-
zeiro - góro, vestir.
PR ua
ENDET: animal - 1 Endét kára kre: Toca, caverna,
para tudo o animal - kára, tudo.
ENE: aquelle - 1 - Jn ené: Aquella casa.
E’NE: la-1- E’nera ti vüire: Elle foi para lá - ra,
para - ti, elle
ENGA'N : todos. Tambem kan.- 1 Engán ônbed ne:
Elle está enganando a todos - ne, está.
ENGA’XKA: gente - 1 - Kavarú ting ve, engáxka ve:
Não são cavallo, são gente.
E'NGE: mandar.
ENGO’: Subir - 1 - Engó xóro krin: Quero subir o
monte -- góro, quero. Tambem: Engú xoro krin.
ENGR'EN : adoçar - 1 - Engrén gra: Adoça tu.
ENGRE’N: em baixo - 1-- Engrén gu: Muito em
baixo.
ENGRE'T : salvar-se - 1 - Engrét javdixtiti: E difh-
cillimo salvar-se, escapar.
ENGU’E: mandar, capitão.
ENGUL’: encima Tambem jengu, jengi.-1-- Engui
hé: Muito encima.
ENGVE’: visitar. Tambem angvéi.
ENHA'M: principiar. Tambem ham - 1 - Enham an-
tonhoi: Principiam a brigar - antonhoi, brigar.
ENHU'NDIE, enmán je: capitão -1 - Enhundie ren je
ne: O capitão surra - te, ren: surrar.
ENJUVE’N: sabio, sisudo, conselho - 1 - Enjuvén tô
ni kan, veiamd tink ti: Por falta de juizo, vive estulto —
ni kan, por não ter--tin, vive -- k, connectivo - 2 - On nánti
tán, enjuvén je me: Os que estão aqui, ouvem o conselho —
on, aquelle que - je, estão - me, ouvem.
ENMA’NJE: capitão.
ERANHERE' : companheiro, em companhia. Tambem
alengré. é
ERE’ ( posp.): fora--1-- In eré tin bré vüire: Sahiu
fóra de casa junto com elle.
ERE’N: pular, matar --1-- Ti erén hurw: ja pulou
nelle -- Izon de éremo: Elle me mata -- de, elle. Acção inci-
piente, que significa acção completa.
ERIKE’TI: Como, igual. Tambem hürikéti. .
ERO’: Muro, parede. -- 1 -- Hadn eró: Fazer uma
parede.
EX: eu-1-Ex in kéne ha: Já quero ir embora.
E’TI: muito--1 - Kamé eti tink ti: Elle vive com
muito medo - kamé, medo.
F
Nota. Esta letra, as vezes, muda-se em H. Exemplo :
Fi, ella, muda-se em Hi.
FA’: anus- Ti fa: Anus do tal sujeito.
FA: instrumento, materia, lugar. - Niafa: instrumento
de sentar, lugar de sentar.
Fa: azedo -- Engôio fa: Agua azeda, vinho, aguardente.
Fa: perna- Ti fa ve ne: A perna delle é torta — ve,
torto - Ti fana koingrin: Encolher as pernas.
FAG: mulheres - Ex fagn : Minhas mulheres.
FA'A : lavar roupa ( kupé, fazer banho ). - Kuru faia fi
ni: Ella está lavando roupa.
FAN: destruir -- 1-- Hix in fan kre ti: Elle quasi des-
truiu minha casa - kré, quasi.
FANG: ellas, mulheres.
FAN: encher - Fánera: Enche tu. Tambem fuän.
FAN: quebrar.
FANGRIXMONE : está largado, desarrumado. Ya-
grin -- objecto, mo, desarrumado -- ne, esta.
FE: dar. Tambem fi.
FE, fi: folha, grimpa de pinheiro.
FEERE: penna--1-- 7% féère: pennas de passarinho.
FE'N: sombra, fresco --1-- Vat fénje hadno: Aqui faz
sombra, fresco.
FEN: quebrar-- Fen je « kémo: Eu quero moer --
1- Ku kri jakri fen kan, jén ti: Elle está com o joelho
quebrado no pau: Está ajoe.hado.
FEN: levantar -- 1 -- 1% fen agn: o levantam, o re-
colhem.
FEN: ramalhete - 1 - Kaféje fen: ramalhete de flores.
FE’NO, péno: vender--1 -- Ama kára umfe no: De-
pois eu quero vender para você -- dma, para você.
FIN: unir, amarrar. Tambem win.
FIN : corôa - 1 — Kaféje fin : Corôa de flores.
FINVA'IX : mudo, não pode fallar.
FIM.. Proposições de fim, se podem fazer com a posp.
kan, por motivo de - 1 - Peju tôn, hárato gen xoro kan,
tin já ne: Não roubou, mas foi para roubar -- hárato, mas,
na verdade -- gen roubar - xóro, queria-kan, por -- tin ja ne,
já foi indo - 2 -- Ag anvéi æoro kan, ja ti vúire: Elle foi para
visitar as taes pessoas - xóro, desejar (porque queria visitar
as taes pessoas, elle foi).
— 328 —
FO : perna. Tambem fa. -- 1 - FO ve : Perna torta -
ve, torto.
FOA’ (fu): figueira -- 1 - Fod fu kané: figo. Vide
kava fu-fu parece significar tronco
FODN : arrebentar, atirar -- 1 -- Ró fon húri: Arre-
bentou uma cerca - ro, cerca.
FO'DN : mudar, vender - 1 - Ga fodn: Mudar de ter-
ra, morada; vender a terra: Fot in huri : Ja vendeu a
casa.
' FOG : Branco - 1 - Kix pén fog ta küktan ti ne =:
Aquelle branco cura o meu pé -- kiiktan, curar. (1 )
FOG, vog. maltratar - 1 -- Eix in méin afog gna agn :
Elles estão maltractando os animaes da minha casa -- gna-
estão — méin, criação.
FONGXT : Branquinha, menina branca.
FOR : atirar - Le fore : Jogar fora.
FOT : mudar - 1 - Pron fot ti: Elle muda de mulher.
FOT : vender - 1 -- Fot ti : elle vende.
FU : Semente.
FUA’ : lavar -- 1 - Venxupoéx fudra: Lava tu a
roupa - Venxupoix fud : Roupa lavada.
FUA'DN : temporal, cheio.
FUAMBE’ : chorão.
FUEK : pinheiro.
FUICH : caroço, semente -- 1 - Tí füigh : Semente
da tal cousa.
FU” IRE, viiire : fui, fostes, foi.
: FUORE : extremidade de alguma cousa, por conse-
guinte tambem terreiro - 1 - Máix xan fuôre te: O bosque
no meu terreiro, te, em. (2)
FU'XNO, vúxno : chaga purulenta.
FUTFO’RO : cheio: repetição de acção.
FUUIGH : fileira - 1 - Krin fuüigh: O Orion-krin,
estrella.
(1) Tambem: Elle está curando aquella ferida do meu pé -- fógia,
aquella ferida.
(2) M de máix, nasalado e fanhoso.
oe “SS
G
G. serve ás vezes de connectivo - 1 - Kofá tx gni
ha : Eu ja estou velho - ha, ja-ni, estou. -- 2 -- Empré gmi
ha mójen : Audem pelo mesmo caminho -- ha, v6z de man-
do -- mi, pelo.
GA: entrar 4 força. Tambem ge.
GA: terra-1- Nhe ga hüdni: A minha terra é boda,
nhe, minha - 2 - Ga kôn dôrô; Abertura da fossa.
GA: tudo. Tambem kan - 1- Ko ga ti ru: Come tu-
do o pedaço do animal - tz, do animal - ru, pedaço.
GAFON: estiva - ga, terra - fôn, quebrada
GAGRI'N: telha-1- Ga grin grin tag gino: Pego,
aproveito estas telhas — tag, estas.
GAIN: fino-1 - Kuru gáin: Panno fino ( vise. ).
GAN: derrubar - 1 - Ka gan agn : Elles derrubam uma
arvore.
GAN: elles. Tambem kan - 1 - Empri ki gan ton: Não
estão no caminho, erram o caminho - kz, em.
GAN: em. ( Pospos. de tempo ) - 1 - Inindó gan: No
“meio dia.
GAN: em. ( Posp. de lugar )- 1 - Oré gan, ko: Como
no brejo.
GAN: quebrar - 1- Ka gan ag: Derrubam a arvore.
Tambem : kon, gon, com o mesmo sentido.
GANT, garfn: gallinha - 1 - Gani kre: pintinho.
GE: brigar, entrar à força, fazer força - 1 - Kare ge
jen: Entrar e forçar.
GE: pegar, matar.
GEDE’TI: gostar.
GEN: roubar à torça, usar rapina.
GENE: ir embora-1 - Gen kan, ti gene: Foi embo-
ra, porque queria roubar.
GEJE, gúje: estar acostumado - 2 - Ix angu je: Ha
estou acostamado.
GERE'RA: pega tu - 1- Méin-méin geréra: Pega tu
“os animaes - méin, repetido para fazer o plural.
GER - hé: sovaco.
GI: pego - 1 - Ga grin grin tag gino: Pego, aproveito
estas telhas. .
GI: pegar, matar - 1 - Ton vaji gingo : O mato às es-
condidas, por ciladas. Tambem kéngo.
GIFE : faca - 1- Ti gifé: faca delle. Tambem kiifé.
GLIKE, hürike : igual - 1 - Fag gaix gliké ti: Como
os cabellos das mulheres - fog, mulheres.
— 230 —
GNA'IX : cabellos - 1 - Ira gnäix : Cabellos do queixo
barba.
GNAN, góvo, gnovo, gan, gon: quebrar - 1 - Paktii
gnan : Quebrar o prato.
GOGN: bujio - 1- Ga ka páno à kan, kit gogn : O bu-
gio cahiu, porque foi flexado na arvore - ga, arvore - kan, na-
pano, flexar - ix, eu - kan, porque.
GO: comer-1- Ti nin go i ga: Quero comer carne
do bicho - ga, quero - 1, eu. - 2 - Go gu kemane: Gosto mui-
to de comer - gu, muito
GO: muito. Tambem gu -1- Engôio ni hangja kuvarán go
ti ni: As cabeceiras da aguinha estão muito longe - kuvarä,
lonje - ha. principio - ja, lugar - ti, artigo.
GOIO-EN, corrupção de goio-cint : rio difficil, suben-
tendido, de passar, a váu.
GO'NVO : quebrar.
GOP : quebrar.
GORE'GN : ruim. Tambem korégn - 1 - Kané korégn :
Olho ruim, quasi cego.
GOXI ( KOTXI ): filho - 2 - Timan óri é goxi fi to-
vai: Ella hoje abandonou meu filho a Fulano de tal - ti-
man, a Fulano de tal -- fi, ella -- továix, abandonar.
GO'VO: quebrar. Tambem fan, góvo, konvo. Significa
tambem caco.
NIRE GRA: menino macho. Tambem nire tz.
GRA: Tudo. Tambem kära - 1 - Kan gra ix: Eu co-
mo tudo - kan, como.
GRA'O, SEMENTE: fu, füigh
GRE’: debaixo.
GRE’: peneira. Tambem kre.
GRE'N, krén: debaixo - 1 - Engrên ti kankuten : Sahe
debaixo.
GROTO : sem pensar, improvisamente.
GRIN, grôn: por culpa -1- Ato grin ké ve: Fiz por
tua culpa - ato, tu.
GRODN : amassar - 1 - Engá grodn : amassar a terra.
GROIX : sotejar - 1 - Gróix ké no: Vai gotejar. Vide
glakótimo.
GRONE: por culpa - 1 - Anton grône ix veixmä ne:
Eu soffro por tua cuipa.
GRU : cortar - Tambem kru - 1 - Pen grónmo: Corto lenha.
GRU: pedaço -1-Jen gru: Pedaço de comida.
GUET: RANJER - Anjo tan grat, quet quet kéve:
Elle quiz ranger com todos os dentes — an, prefixo - tan, com
- grat, todo, kéve, quiz.
GUI: cachin. E' uma planta euphorbiacea (visc.).
GUIAKE’: amanhã.
GUI: muito - 1- Ténjen qui: Muito alto.
GÔGUO'RE GRIN: pote de bsrro - go guôro ; barro -
grin, artefacto.
ims
H
Nota. A’ vezes o F se muda em H.Exemplo: F7. ella:
muda-se em Hi.
HA: bem - Emprü had hadn: Caminho bem feito.
HA: bem -1- Ko ha tavintiti: Muito bom para co-
mer — ko, comer.
HA, voz imperativa - 1- Tan krot ton mo ro, jent
ha, fer: Embora não beba agora, diga-lhe que coma - tan,
aquelle - ra, apezar, jent, comer - fen, fallar - krôt ton mo,
não beba. Fen por vin.
HA : verdade. Tambem Jó.
HA: bom de saude - 1 -- Ha hürike : Como vai de sau-
de? Está bom ? - hôrike, como ?
HA, inclinado. Tambem hi - 1- Enjuvén hi hôtit;:
E’ muito inclinado a dar bons conselhos - Enjuvén, conselho.
HAD: bem - 1 - Tive hadn ix, ve sx dn mamfére: Olhan-
do bem. vi o que perdera.
HAD: bonito - 2 - Agtôn had nanti: Elles são bonitos
- agtôn, elles.
HAD: fazer - 1- De ti had ne? Que faz elle? - de,
cousa — ne — está. Resposta: On ti had ni, ro ni: O que elle
faz, é cerca.
HADN : sarar - 1- Kara ix had ne: Eu sarei - kira,
depois: serve para fazer o futuro.
HADN : sentir, aperceber. Tambem me. - 1 - Had hôrike ?
Como apercebe ?
HAG : não sei ( Vise. ). Tambem agh.
HA’GJA: Lugar onde começa uma cousa - ha, come-
gar - ja, lugar - 1 - Engôio ni hagja : Cabeceira, onde começa
a aguasinha.
HAMA: começar -1- Hame fag kik fag: Começam
a chorar — fa, chorar - kil, prefixo.
HAME: começar - 1 - Hóma fag fud: Começaram a
chorar - fag. ellas.
HAN : beneficiar, fazer bem
HAN: certo-1-Ti hon ne: E' certo.
HAN: Fazer, concertar - 1 - In Kkofá hánera: Con-
certa tu a casa velha-2- Ti vin hdnera: Faze, guarda a
ordem delle - vin, ordem. |
HAN: ja-1- Ti ve han ix: Ja o achei.
HAN: preparar - 1 - Veinketá han ix: Eu preparo
um remedio.
HANA: certo. Vide hana, verdade.
En ABIN
HANA: principio, primeiro-1-T hana jengra: Eu
levanto primeiro -7, eu
HANA? O que é? onde está? - Hana ben? Que é
do marido ? Tambem : Onde esta o marido ? - 2 - Bedn hôrike ti
Como está o marido ? — ti, esta.
Nota. Ha, hána, no principio, siguificam: O que? o
que é? no fim, certamente, ja.
HANA: verdade, certo - 1 - Agmá ix to häna : Eu con-
tei certo para elles - to, contei -2 - Ta hana kite : De certo
chove - ta, chuva - 3-- Ankéke, häna : O que dizes, é verda-
de--an, ôn: aquillo que--kéke: dizes, repetes; duplicado,
para significar multiplicidade de acção -- 4 -- Kar i hädno
hina: Depois eu sararei com certeza -- kar, depois.
HA'NGJA: lugar onde começa uma cousa.
HARA: na verdade--1-- In hára xi ni ton ti: Não é
certamente pequeno para mim -- xin, pequeno --ti, elle. _
HA'TI: Fazer--1-- Ve‘xkre ix hati. Eu faço a roça.
HAT: ja--1-- In véi hat vüire: Eu ja fui ver a casa.
HAT: estar bom--1-- Hix nat hótin ha: Ja estou me-
lhor -- hô, mais -- tin, muito -- 2 -- Hix méin eix hat hô tin ha:
Eu sinto que estou muito melhor -- méin, perceber -- na, estou.
HAT : preparar -- 1 - Venjenma ha ágmo ha: Elles pre-
param a comida - Kan, ag hatimo: Elles preparam a ma-
deira -- kan, madeira.
HATI: depois --1-- Kurdn taktôn háti : Depois de tres
dias. |
HA’TI: preparar. Veja hatimo.
HENA: onde--1-- 4 manke hena ra tin? Pergunto
para onde ia.? -- múnke, pergunto.
HENAN ? que é?-- 1-- Hénan bet ? que é do marido ?
HI: ella. Tambem fi.
HO: bom - 1-- Jog tére tôn, mbog hé i: Quando o pai
estava vivo, eu crescia bom -- mbog, crescer.
HO: capaz - 1 -- Taki enkrédj hidne van ton han: De
certo aqui não ha bons caçadores -- enkrédj, caçador - van,
estäo -- han, de certo.
HO: forte, alto -- 1 -- Jamá hô tora: Falla tu alto para
mim.-jamd, para mim.
HO : grosso.
HO: longe--1-- Tág mi ven hô ti ne: Daqui se avista
muito longe -- ven, ver.
HO: muito--1- Ti hô kri ti tampri kéne: Este é
muito melhor do que aquelle - ti hé kri, acima deste bom -
ti, elle -tampri, superior -- kéne, é.
HO: onde-1- Hô ti jamá ne? Onde é a morada
delle ? - ti, delle - ne, é.
HO: querer --1-- Ti gnin hô go: tenho vontade de co-
mer carne -- 2 -- Eix hat hôti ha: Ja tenho muita vontade de
sarar -- hat, sarar.
, NT
———— 7
NIET DUT OR NES DNS ad ee di ii eee
ÈS ne
ee ns de ee mon à
» 4
dé Pe do nt pis A A Se
— 333 —
HO: sacudido -- 1 -- Laranha-ránha hô agtôn nanti:
Elles são sacudidos para trabalhar.
HO: verdade -- 1 -- Agtan ke hd, ama kofá ti ne akémo ?
A gente falla a verdade que você está envelhecendo ? agtan,
a gente, o povo--ke, falla--akémo; vai - kofa, velho -- #5,
muito —- ne, fica. — Resposta: Han agtan ke hô ve: Sim: a
gente diz a verdade -- han, sim. Tambem ágta ke hima.
HO: novo--1-- Kurú hô: Panno novo.
HO: querer -- Ka tang hô ktáino: (Querer matar com
este pau - ktáino, matar -- 2 -- Ix in ve kan, veirmángo, ha: De
eu tanto querer ver minha casa, fico louco -- veixmángo, fico lou-
co, porque quero ver minha casa -- 3 - In ha hü vaew : Não quer
mais ficar em casa - vaix, querer.
HODN: bom, mais--1-- Hédn ha nána: De certo é
melhor -- ha, bom -- hédn, mais -- nána, de certo, envez de hana.
HORO : fora--1-- Hóro tin: Ir embora--2-- Ti nin
hórv ti fodn: Elle joga fora a carne -- nin, carne — fodn, jogar
-3--In te ti ni: hóro vaix: Elle fica em casa: elle não
quer sahir -- te, em.
HORO : ( húri), particala para indicar o passado -- 1-
Ka ag h6ro viiire ( fuire): Todo o povo foi-se embora -- ka
ag, povo -- ka, do matto ?
HOT: onde -- 1-- Hét cjama ne? Onde está a minha
morada. ;
HU: bom-- 1 -- Veixkatá hud ni: O remedio é bom -
2--Hu hud.nz: Ha muita cousa boa--3-- Huk hud ni: Ha
muita cousa boa.
HU: assobiar. Tambem fu.
HU’ME: assobiar.
HUR RAX KE : Ja passou o sol -- hur, particula para
indicar o passado -- 7a, -- sol ke, passou.
HUR ROM KE: ja cofriu -- rôm, cobrir - ke, particula
para indicar o passado - 1 - Kaixkangó krin hur rom ke,
A nuvem cobriu a estrella, o monte - krin : estrella, monte,
I
I: eu, meu-1- Ningruja: E’ minha ponta da unha -
G% dente.
IAMPRI : limpo, puro - Mentfu iampri: Farinha pura:
PNHO: meu, eu-1-inho ué: Minha irmã.
PI (ée): muitos-1 - São Jeronymo fog it nänti : Em
São Jeronymo ha muitos brancos - nánti, ha - 2 -- Gôio ii: Mar.
IN: casa-- Kuru tan in in ja: Acampamento -- kuru
tan, de panno - ja. lugar. -- 2-- Int anvéi ti vüire: Elle foi
ver as casas.
PNKENE: ir embora - 1 -- Ex inkene ha: Eu já vou
- me, embora.
TNE (jägne): um, outro (correlativo)- 1 - Ine kengré
ne: Um briga com outro.
INGENE, ingéna: ir embora.
INH: meu-1-Inh arengré: Meu irmão.
INITAMBUITKE : pitanga.
PNHE: eu-1- Karg inhe la tin: Irei para lugar
desconhecido -- karg, depois-- la, para.
PNI: sentar -Inira: Senta tu.
ININHA’ UT PPRE: Seis - ininha, minha mão - ut,
outro — pire, um.
ININHA’ UT PETKA’RA: dez -- petkára, cinco.
ININHA' VEIKRITONE, ininhá kri pire: deseseis -
veikritône, encima da outra - ininhã kri, mais uma mão -
Tambem : Iningé veikritône, ininha kréva kri pire--ininhã kre
va, estando uma mão em baixo. Em lugar de pire, se ponha
alengré, tokton, veinkangra: e se obterão os numeros dese-
sete, desoito, desenove.
ININGE' veikritâne kri petkara: Quinze-- petkara, cinco.
Veja-se a explicação antecedente.
ININGE’ veikritôn ut pire: onze - veikritôn, um en-
cima do outro- ut, outro. — Ponha em lugar de pire, as
vozes: alengré, taktôn, veinkangra ; e o leitor terá doze, treze,
quatorze.
ININGE veikritôn lengré: vinte, ou senão: uma mão
posta duas vezes sobre a outra. Substituam-se ao lengré, os
vocabulos taktôn, veinkangra, petkára, e se obterão as pala-
vras correspondentes a trinta, quarenta, cincoenta.
INIRIL: hombro. |
INJU'JO : E' o mesmo que jongjó: gavião, corvo,
papagaio. Vise.
— 335 —
IMPRU': terreiro, frente da casa. - 1 - Imprú prúne-
ra: Varre tu o terreiro.
INTORO': parede da casa.
IRA’: queixo-1-Irá gáix: barba -- gáix, cabellos -
irá — queixo.
IXION: Calças. Vise.
IXO': eu, meu.
JA (jo): adiante.
JA: dente - 1 - Iningrúja: Preto da unha - 27, minha
— ia, dente.
JA. suflixo para indicar quem faz a acção. — Exem-
plo: enkréja, pejuju : caçador, ladrão.
JA: eu--1--De te jama nim? O que é que elle da
para mim ?--te, elle-- jamá, para--2- Japán tekuxiá: Eu
corto matto virgem.
JA: particula que indica o passado --1-- Jénia ag:
Ja almoçaram -- jen, almoçar -- ag, elles -- 2 -- Nôroga tin ti:
Elle já foi dormir -tz, elle.--3-- Kupéja: Se lavou -: 4 —
Dijéro tag korég jan ni: Este dinheiro não tem mais va-
lor. - 5 -- Vexkajiri kärka ja: in ki nanti: Já possou a festa :
elles estão em casa-karka, depois--in ki, em casa. -- 6 --
A'kto ua ja ti kéka: Fallou que elle já ajuntou o povo -
kéka, falou --7-- Noro tin ja ni: Já foi dormir. -- 8 - Em
pri veinkanpovo ja: Ja passou a encruzilhada —- empriú, es-
trada. -- 9 Krôntôn ja: Não bebeu.
JAK: roça -- 1-- Jak fan: Colher a roça -- fan; quebrar:
JAKA': encostar -- 1 -- Jaki intoná: Encostar à parede-
JAK A’IX : braço esquerdo, esquerda.
JAKRTN : bola -- 1 -- Xavangró jakrin: Bola da gar-
ganta.
JAKTA'RA: miseravel, compaixão -1- Jaman ti
jaktára je: Me faz compaixão - 2 - Jaktara väir: Alegre —
váix, não quer--jaktára, triste--3--Jaktára tére: Morre o.
coitado !
JAKUA’: verme, porcaria - 1 - Jakua tug téie: fracção
de Indios kaingáng, que andam de cabellos compridos nas
fontes da cabeça. — São os de São Paulo e do Rio da
Cinza do Paraná = jakuá, bixo - tug, trazer, téie, comprido -
2 - Ka jakua: larva de moscas - ka, mosca.
JAD: cortar- 1- Pin jad vüire: Foi cortar lenha.
JA'GNE : um outro - 1 - Ajágnin krexké to, agn ven-
bédn: Elles conversavam um com outro de caça -- krex,
caçar -- to, de -- venbedn, conversar.
JAGNTA’RA: miseravel.
JAMA’: morada--1- Jr jamá pé: A minha legitima
morada - 2- Ix jamän tora viiire: Eu sahi fore da minha
morada, da minha terra -torá, fora--3--Jamag hô ke ton:
O meu bairro não é bom.
— 337 —
JAMBA’: descer, para baixo-1-- 7x kantére jafa
jambá: Eu dego da escada. - 2 - Engôio jambá ti tere: Des-
ceu rio abaixo.
TANKEIRA: ponta do dente -jan, dente, corte.
Veja alenkéire
JANTKA’: porta- 1-- Emprii ki janthá: Porta da
rua.
JA’NIA: rasgar -- 1- Venharô jänia: Rasgar papel.
JARE'RA : Corta-me tu os cabellos.
J A’'TI TI: Elle canta.
JATONRA’: fóra-l--Emám jatonra viiire: Sahiu
do bairro:
JAUTGH, jawégh, javá: irmão - 1 - Jauégh ve: irmão
menor.
JAUU’ MI: irmão menor -- mi, ve: menor:
JE, ja: particnla adverbial para indicar o passado — 1
— Xa ag je ke ve: Eu disse 4 minha gente.
JE: ir. - Vide jéne.
JEKE: passos. Veja: kéne ha.
JE'GNEN, jéne: mandar para alguma parte.
JEN: assado -- 1 --Ti ni jen à ko: Como carne assada,
JEN: braço. Tambem jin.
JEN: comer - 1 - Jénja ag ha: Elles já comeram.
JENA'N: crioulo; a saber: escravo de casa. — Tam-
bem significa criar homem ou animal - 1 - Patrão ti jenän :
Escravo do patrão. — Tambem jean.
JENTKA': dinheiro. Tambem nhatka.
JE'NE: ficar, estar--1--In tonjatô jéne: Eu fico
fora de casa - tonjaté, fora
JE'NE : Alimento - Jen kamé: Não tem appetite (tem
medo de comer) - Ag jéne ko ix ni: Eu estou comendo ali-
mentos delles.
JENE: ir- Veixpeju kan, ti jen: Elle foi para se
esconder — vexpeju kan, para se esconder.
JENGA GRE; espeto - jénga, torrar.
JENNIANIA AG: Elles cantam.
JENGBA': descer, para baixo. -1-E tin ke na
jemba: Eu pretendo descer para baixo.
JENE: mandar -1- Eix vin jéne ix: Eu mandei
meu recado.
JENGE’RE: respirar.
JENGU’: alto--1--Jen gu je: E” alto.
| JENJE’K : estar esparramado -- 1 -- Ta men jenjélimo :
Aquelles animaes estão esparramados -- ta, lá.
JENJ ENJE : Fazer passos
JENMA’: hombros. — Tel.: jenimbái. -- Ti janman ti
kami: Elle pega os hombros.
JENNIAF4’: hotel. Veja enjenniafa.
JÉNO : virar -- 1-- Jéno van ti: Elle vira-se.
— 338 —
JERE: extender, abrir - 1-- Apéie jére: Abrir os
braços. — Tambem nzére.
JETK E: bocea. Veja jantkii.
JETK É KRINA': labio superior.
JEVENIA: conselhos, aconselhar. Tambem enjuvén
- 1-- An ti tan jevéma me: Aquelle ouve os conselhos : obe-
dece-me, ouve.
JINGITA , jengita: no alto.
JO: pai--1--Ori jo maixkän te ton ti ne: Hoje o
pai não esta no matto -- ti, artigo -- te, no.
JO: mais velho--1- Jo ti-ke ti ne: E' mais velho.
JOG: pai- 1 - Jog ve: E’ o pai- 2 -- Jog jamé tin ge:
Pretende ir adiante de meu pai--jamé, adiante -- 3 - Ix jog,
jambré kangämo : Meus pais (meu pai e minha mai) estão
doentes -- bre, junto - 4 -- Ix jogn, ix jan junmo kan, porko
atita agn: No chegar meu pai e minha mai, a gente matava
o porco - 5 - Jogva va, kantin: Meu pai carrega e vem.
JOGN : apagar - 1-- Pin jogn: Apagar o fogo.
JOIXKE: toco de alguma cousa-1--Jan jóixke:
Toco de dente.
JOIXKE : girar, moer, quebrar.
JOIXJT NE: moer,girar quebrar --1 -- Engara joixjinera :
Moe tu milho -- 2 -- Engôio ti joijine: gira tocado 4 agua.
JOIXNING E: lesma -- ningé, dedos -- jóix, guardados :
allusão aos tentaculos que retrae e esconde na cabeça ?
JOIXNINARÉI: rodar.
JOM 4’: corajoso.
JO’RO: torto, que dá volta--1- Emprü jóro: A es-
trada dá voltas.
JOX LIRE: ter inveja, jo, brabo -- lire, olhar.
JOT: pai--1-- A'ra jot tot krima je: Na verdade não
desgosto o pai -- tot, não.
JORO : torto.
JOVE’: barba. Tambem: java, joa.
JU : adiante - 1-- Jantká nifé ju je: Esta adiante do
portão -- je, esta.
JU: brabo. Tambem: jun, diú - 1 -- Kakán ju: Cara
braba -- 2.- Nho vaix ti ne: paciente-- nho, brabo -- váix, não
quer -- 3 -- Etxmaän ton june hádmo : Elle já briga commigo -
ha, ja-- mo, agora -- 4 -- Ju ne ti: Elle é brabo.
JUKE: bambear - 1 - Kakré juke ti: O girão bambeia.
JUDN : apagar - 1- Ta van pin judn: A chuva apaga
o fogo -- ta, chuva
JUDN: chegar, dar -- 1 - Pingógn ixmà judn : Me dê
cinza.
JUFU’: fileira. Tambem: jukfu-1-Ti jufu tan:
Aquella fileira delle.
=,
a di do de À
— 359 —
JURA’: agudo (re, ra).
JURURUK : ir em redor -- 1 - Tan jiúriirúke : Aquelle
gira em redor.
JURE: dar--1 - Júre ti: Dé a tal cousa.
JUT : apagar.
JUT : apparecer -- 1 -- Jútken húri: Appareceu.
L,
LA : agudo, ponta. Tambem: ra, ja, re.
LA: dia, sol, claro, relojo--La kantinge: Eu chego
num dia -- 2 -- La, kúten kan: Num dia e numa noite -- 3 - Koti
te kaxdiri la van ne: Dançaram até o romper do dia -- kota
noite -- Ja van ne, o sol estava -- 4 -- Jul lax ke: O sol pas-
sou — hul - particula para indicar o passado -- la, sol -- x, pa-
ragoge - k2, particula tambem para indicar o passsado.
LA: fora. Tambem: le, re - 1 -- Ta la ti tin: Elle vai
para fora-ta la, para. .
LA: para - 1 - Ene la ti vütre : Elle foi para la - éne, lá.
LA: perto - 1 - Topé la ix in nhe: Minha casa está
perto da egreja - topé la, perto da egreja - nhe, está. :
LA: relogio - 1 - La rótimo: O relojo marca,
LAKANGRO”GH : relojo.
LAIARU’: ananaz.
LAN: dia-1- Lan jud ix: Cheguei num dia - 2 - Lan
kantin ge: Chega num dia.
LAN: relogio.
LAN: sol - 1- Lan puri: O sol entrou.
LANKANGRO’GH : relojo.
LAGNERA'NHA : areia. - Tambem : erê, lairânha.
LARA’NHA: areia- 1 - Laranha kan, ix tin: Eu via-
jo na areia.
LEN: bater, surrar - 1 - Ix len ti kémo: Elle quer sur-
rar-me. |
LPRI: vivo, vivaz.
“LO, do: Atraz - Ti lo ti tin: Elle vai atraz de Fu-
lano de tal.
LO’RO: cousa redonda. Tambem lúro, rúro.
LORI, ir: vivo, acordado, etc. Veja lirí.
M
MA: para - 1 - Engára ta porko ma vidn : Dá tu aquel-
le milko aos porcos - vidn, dar.
MA. ha : bom — 1 — A'ma ve ix ma hé: Eu vejo que
você é muito bom- 2- Féxta ma hi ti: A festa esta muito
boa.
MA, ha: certamente - 1 - Kofa ma ve: De certo pesa.
MA, ha: fazer-1- Venjén ma hut: A comida esta
feita -- hut, particula que indica o passado -- ma, fez, -2- Ma hul
kiixa lur ke: Passou a lua cheia - lwr, redondo - hal, ja,
indica o passado.
MA : grande -- 1 -- Kiixa ma hulurke : Passou a lua cheia.
MA: maito-1- Féie ma ti: Muitas folhas - 2 - In ja-
ma te, dendn piju ma ti: No meu bairro um sujeito roubou
muitas cousas - den, cousa - on, um sujeito — pzju, roubou --
ti, elle.
MA: para mim-1- Ma fi: Dê para mim.
MA: roubar - 1 - Xen ma, xen koja: Roubei e comi -
wen, eu.
MA, ha: verdade-1- Ma ho: FE’ certo.
MAKE’: dizer - 1- Ona hi ma ke: Quem diz a ver-
dade - ôna, quem - hô, verdade.
MAN, ma: sufixo de pir-1- Arengré kofa apirima
in ra viiire: O velho foi duas vezes sósinho em casa - kofa,
velho.
MAN, ma, ha: bonito - 1 - Mantxine: bonitinho.
MAN, ma: buscar.
MAN, ma: carregar - 1 - Maran vére: Carrega tu para
ca — vére, para ca,
MAN : concertar - 1 - Emprü ag man mox kéve. Elles
pretendem ir concertar um caminho - mo, ir- x, paragoge. --
Tambem diz-se han.
MAN, han: fazer-1 - Kaféje aró man: Faz um jar--
dinzinho - kaféje, de flores -arô, cereado - 1 -- Veixmá ixó
man xóro: Elle quer fazer-me mal -- eéxma, mal.
MA: muito - 1 -- O'ri ta veixmaä man ti: Hoje a chuva
faz mal -- veixma, mal.
MAN : HULL tomar -- 1-- Kankrófuôre xabm ix, hara
agtôn m-ángo ( 1): Eu pego lambary, mas a gente toma -- xabm,
pegar -- hára, mas.
MA'NA,hána : de ete -1-Ta mana kutéixno: De
certo chove -- idos cal — 2-- DS tére mana: Com cer-
teza morre logo -- tére, morre.
1) M. de m-uango, pronuncia-se fanhosamente
342 —-
MA’NKE: responder, dizer -- 1 - Az manke: H6 ra tin ?
Pergunto: Para onde vão ?--ra, para.
MANDAR, se traduz com a voz de mando ha, e com
o verbo significando a cousa que se manda fazer. [Exemplo :
Antán ke, hat ké ke: Fallou que faça o que quer -- antán ke,
o que quer- hat, voz de mando -- ke, fazer -- ke, disse.
MANTXI'NE, hantxine : bonitinho.
xa hati: fazer --1-- Ninja mati: Arranjar a ca-
deira -- 2 -- In don mat ketô i ne: Eu não concerto a minha
pra o -- don, espingarda -- ketô, não.
MBA: Trazer -- 1 - Mbára mán ne : Traga mais - ne, estar.
MBOIN TAIN BE VE: carniceiro -- mbôi, boi - táin,
matar -- be, habitualmente -- ve, está ( Vocabulario Bugre ).
ME: perceber, ouvir, cheirar - 1 - Ajéne me váix ti ne:
Desobediente - ajéne, mandamento -- me, ouvir -- váix, não
quer - 2 -- Mééra: Tenha paciencia.
ME: pouco -- 1 -- Tx jen me ko, ix tínti : Eu como pouco,
eu vivo. ,
MHI, véi: ver-1-- Xan méi ton nik ti: Elle não
esta vendo -- ni, esta.
MEN : apercebo, oiço--1.- Ix jogn ix in ha ni men:
Eu oiço que meu pai está em casa ja-ha, ja--2- Kuxá
men kenemä ne: Eu gosto de sentir o fresco -- kuaa, fresco.
MEN : animal - Éÿx men ix mano: Eu trago meu
animal.
MENE, hana: certamente - 1- Ta méne kutéixno:
Chove com certeza.
MENFT : farinha. Tambem mentfu.
MI: pelo meio--1--Hma kara mi ag kamôn: Vem
gente pelo meio da cidade.
MIN : gente ? - o -- Veixán min hité tin ti: Uma vez
havia muita gente -- 2 -- Min ema tôn ti: deserto -- emá, mo-
rada -- ti, tem - 3 -- oes tan hé ti? Esta gente é boa?
MINK: onça, jaguar--1- Agtôn mink ven to ix: Eu
estou dizendo ao povo que appareceu uma onça -- ven, appa-
recer -- to, dizer -- k, connectivo -- ne, estou.
M-IRID: virar--1-- On m-irid kankéi: Uma canôa
virou --2- Tan m-iritke: Aquella virou.
MO, sufixo do presente. — Usa-se tambem com o im-
perativo -- 1 --Akanjúnmora : Brinca tu.
MOAFU’ (1): fio, linha.
MOIA, plural de tin-1-- Pron móia: As mulheres vão.
MON : atôa, em desordem, desarrumado -- 1 -- Fog ixmá
to vin mon ne: Os Brancos me estão fallando palavras atôæ
- vin, palavras -- ne, está -2-- Fagrinmá da mon ne: O ar-
tefacto, o objecto está lá desarrumado - da, ta: lá aquelle.
MO NO'NJE: leite de vacca.
MU, mo: plural de tin -- 1 -- Mu kan da húri : Os ani-
maes do matto foram embora -- da, animal.
(1) OM, é nasalado,
PER a
Rr o.
MUA"(t): bambu. — Melhor : mua -- 1 -- Tambem vudn.
M-U A’: roubar -- 1 - Xen kóia, m-ua : Eu como e roubo
-2- M-uángo : Eu roubo.
M-UA”: trazer--1--M-ua, kantin ningé: Trazer um
pouco -- kantin, vir.
M-UAFUIGH : trança.
M-UA4'I: nunca -- 1 -- Kanganho m-uéno: Eu nunca fico
doente. À
M-UANFÆ: Cachim de espinho: especie de euphor-
biacea. ;
M-UANFUAITE : molhar, lavar.
M-UANXA': uma vez. Tambem venxén.
M-U &: ganhar, receber -- 1 -- Emi m-ué i: Eu ganhei
um pão.
(1) OM inicial, nasalado,
N
NA, ha: certamente -- 1 -- Kwaa taki na haté: Aqui cer-
tamente faz fresco -- taki, aqui - 2 - Tx jogn kakré kri nana
ni: Meu pai com certeza está deitado no giräo.
NA, ta: Chuva--1-- Na kótimo: A chuva goteja -- 2 —
Na ke: Vai chover.
NA: Estar -- 1-- M-uaixka te na ti: Elle está no matto
- 2 - Empri ki nai tôn: Eu não estou no caminho: errei o
caminho.
NA: eu--1-- Na kran: Eu planto--2-- Nan kanjam:
Compro para mim.
NA, voz imperativa. Tambem ha - 1- Exan kemo kan,
na ti péno atin: Emquanto, eu como, que elle va procurar
a Fulano de tal - exán, eu - kan, emquanto - péno, procurar
- tin, ir. - 2 Oa, na ka lairanha kantin : Ehi! Fulano de tal,
venha cá trabalhar - ka, aqui.
NA, ja: Mai-1- Tina pé fi ne; Ella é mai verda- ;
deira de Fulano de tal - pé, legitima -2- Ti na eixma fi:
A mai de Fulano de tal deu um presente - fi, dar.
NA, ja ; particula adverbial para indicar e tempo passado
-1- Pénta hórike hadn na? Quanta tiros deu aquelle ? - pen,
tiro - ta, aquelle.
NA’KTIMO: está chovendo, está molhado.
NAFU': chuva de pedra -na, ta: chuva; fu, bago ?
bola ? semente ?
NA4'I: encostar-se - 1 - Ag ro ix nai: Eu me encosto
à parede delles. À
NA'IX : algodão, cabellos - 1 - Eix nhgäir nana ne:
Elle estä puchando pelos meus cabellos.
NANTKAMBU’ : dinheiro - natka, jantka: ornamento
do peito em forma, as mais de vezes, de rosario - bu, gran-
de -1- Endéia nkatkambüititi, hára kangan be: Não que-
ro muitissimo dinheiro, e estar sempre doente - endéia, não
quero - tití, muitissimo - hara : mas.
NAX : cabelos - 1 - Nax téie ti: Esta elle com cabel-
los compridos - ti, elle.
NATO'TIMO : pingar - na, chuva - któ, gotejar, pingar.
NDEKEKTAKA'RA : insecto ?
NDEN MA TON: nada - 1- Nden ma ko tôn ne: Nao
está comendo nada.
ND#’NE: bicho - 1 - Ndéne van kan ti hi ne: Elle esta
comendo muitos bichos - van, está, - ko, ko: comer - hô, mui-
to - ne, está (van... ne: está estando).
NDE'NE FE’: cordão que se põe atraz.
4
r 4
-
4
|
pre”.
E AG
NDO : atraz.
NDOGN : furado - 1 - 7% kané ndign: Os olhos de
Fulano de tal são furados : cego. |
NDU'LI: apagar - 1 - Nduli ya hadn: Apagaram
NDU’RU: apagar - 1 - Ndúru ja ti ne: Elle apagou.
NE, éne : aquelle - 1 - 7% ne: Aquelle Fulano.
NEDO’: um, cutio?-1- Nedô kikaktin ne: Um não
entende ao outro.
NEDO: alguem ? - 1 - Nedó pan: Amarrar alguem.
NEM: matto - 1 - Nembra vüire: Foi para o matto.
NENA'NE: puchar - 1 - Ex nade nenáne: Pucha pe-
los meus cabellos.
NENDIMA': urutu. Tambem : denman.
NH-GAIX : cabellos - 1 - Jantkü nh -- gaix: bigodes -
jantkü, bocca.
NGERE-HO : cheiroso - hô, bom - 1 - Ngére hô ne ti:
Elle é cheiroso.
NGO'P: quebrar, arrombar - 1 - Jantka 1 ti: Elle
arromba a porta.
NGÔRE-HO : cheireso
NGORNOA’: penna de ave.
NGRE'N : doce, gostoso - 1- Ngrén hi dit: Muito
gostoso — di, em lugar de titi.
NGRU : accender, accendido - 1 - Prüix ngru: brozas
- 2 - Deja ngrúndra : Accende tu a cera.
NHAN : cabellos - 1 - Nhan dó: coroa da cabeça, obti-
da cortando os cabellos. - do, abertura. - Parece por conseguinte
que a expressão: inindó kax ka; significa: que se acha na
minha coroa, no vertice da cabeça. - Vide: aran inindó kax-
ka: meio dia. - Talvez; O sol estä a prumo da corôa da mi-
nha cabeça.
NHAP 4’: foice - pa, pedra -nha, dente.
NHE: está--1--.Jent ton nhe : Ainda não almoçou.
NHENE: aquelle--1-- Nhéne korég, nhéne ha hi:
Aquelle é feio, aquelle é muito bonito - ha, bonito -- 26, muito.
NHENGR F: levantar.
NHETU : bocea -- 1 -- Nhetii gére : REA - "Tambem
gantki.
NHE : comer - 1 - Am bré à nhen: Eu como com você - am,
você.
NHO’: estar brabo -- 1 -- Nho vaix: paciente, manso --
vain, não quer. Tambem significa: bom -- 2-- Inhó éne väix :
Aquelle esta brabo commigo.
NI: dar.
NI: parar-1 - Gôio ni: agua parada.
NI: viver, estar - 1 - Ema kuju mi ti nik ti: No meio
do povoado vive uma ouça - kujú, meio - mí, onça.
© NI A: esta querendo--ni, está - a, hd: querer - 1 Aron
ton ni a: Não quer beber mais.
— 346 —
NIA, níja: habitação -- ja, lugar —- ni, de habitação - 1
Xanxi nia: habitação de passarinhos.
NIAF 4’: lugor -- 1 -- Néafan te: no lugar
NIANIA’N: cantar - 1 - Fog nianiin: Os brancos can-
tam, rezam cantando.
NIAVA'IX : contra a vontade - 1 - 77 niaváio peremojem
ag: Elles o transportam por força, contra a vontade.
NIAVA'IX: dificil, impossivel - 1 - Engrét néavaix-
titi: KE’ difficilimo salvar-se, elle versa em grave perigo.
NIKRE'N: calcular, contar-1- Nikrén ton tógmo:
Não está caleulando.
N'KTI: viver. Veja ni.
NIENIE'RE : abrir, dilatar- 1 - Apén nieniére: Abrir
os braços.
NIFE': fechar -- 1- Lo ne féicra: Fecha a cerca, a cadeia.
NIJI': nome. — Tambem jrji--1-- Kotxi niji hóriké
ti: (Qual é o nome do menino ?
NPJA: séde, habitação, morada --1 - Te nija ve ix:
Eu vejo a habitação delles - n7, habitar -- ja, lugar -- 1-- Jágne
man déni nija ve: Um mostra ao outro a séde do bicho.
NIN: mão--1-- Nin ton tingé: Pega a mão -- to, em --
tinge, pegar.
NINDO": panho - 1 - Tnindo: meu punho - 1 -- Anindó
tokfin : mangas. Tambem: Anindó grúra.
NINDONE'NI: coroa que se faz na cabeça com o cor-
te dos cabellos. Tambem: Nindonive. .
NINGE': mais, ainda - 1 - Muakantin ningé: Traga mais.
NPGNIA, ninja: banco,
NINHZ’: estã-- 1 - Mi tan ninhé: Esta matando uma
onça -- ni, esta. nhe, agora.
NINGU'JA : o dedo mediano.
NIONIO’RO: torto, que dá voltas -- 1 - Emprü nionzo-
ro: caminho torto, que dá voltas
NIX: sentar--1-- Tag nix ti: Elle senta la.
NI’RI, melhor, #h-giri, nh-giiri : menino - 1 -- Nh - gitri
tantô : menina.
NITE: bater--1-- Aa t/ nite lengré: Bateu com o
pau duas vezes- 2-- Ka ti nite han: Deu um golpe com um
pau--3-- Ka ti ni te lengré: Deu duas porretadas.
NO'I: verter urina-- 1 -- Nót hi: Quero mijar, tenho
precisão de mijar. Tambem : 904, jon.
NO'IX: tirar, arrancar -- 1 -- Eixman ti ngrafu nóix
nim: Faça o favor de me capar o tal bicho -- grafú, parte ge-
nital do macho
NONGUE, nongúje: Ubre, peito.
NORO : dormir - 1 -- Ag nonôrja : Elles dormiram -- 2 —
Xanxi ag nonoro jafá: poleiros de passarinhos.
NORO : fechar os olhos -- 1 -- Kané not känti ni: Elle
está de olhos fechados.
NUN: apertar ?--1-- Ti dúix kag nun ir : Bu estran-
culo a elle - kag, em -- dúix, pescoço
dt nica i
O
OA’: vocativo para chamar homen --1--Oa, tin kema
ne? Olá, gosta de ir embora ?
OAK 4’: amanhã. Tambem vaiaka.
OAKUA’, avakua: lavar-1-- Mafua avakua: lavar
roupa.
OAIA’: amanha-- 1 - Oafd ôn: Depois de amanhã.
OA’IN. vein: suffixo--1--HW’ix in orinkantin: Vem
em minha casa.
OA’IX: nunea-1-- Topé tére oair : Deus não morre
nunca. Tambem óin. ,
OAXE, venra: uma vez, outróra, de ionge -- 1 - O'rí
en oaxé komôn: Nos hoje viemos de longe - en, nós.
OA”T: taquara. — Tambem - wan, m-uänt.
ODN: mentir-- 1 - Imá ôdn: Me conta mentiras.
OEK 4° : amanhã. - Tambem : vaia ka, vaiaki, vaiantha.
OEP, ve: irmã--1-- In oéi: minha irmã.
OENBE DN: conversar.
OE'NI, vin: fallar.
OI: não querer-1--T jon tog ne 6? : Eu não quero ser
ruim - jon, ruim - 2 - Laranha-rânha 6, embré tin m-uái :
Não quer nem trabalhar nem ir em companhia comnosco —
en bre, comnosco.
OIA’ (aiáng): vos -- 1- Oiá tin kemá ne! Quereis ir ?
OIKATI’N : tolice. — Tambem : veinkaktin.
OINKLUBINA, veinkri védnia: guarda chuva. E” um
exemplo este dos mais frisantes para demonstrar a grande
flexibilidade do Kaingang no que diz respeito 4 mudança de
letras.
O’IN : nunca - 1 -- Topé ter óin: Deus não morre nunca
- tere. morrer. Tambem vdix.
OINKANTIN : to'ice.
O MGUIE : pular. — Tambem: homke, ómge.
ON: algum, uns--1- Ixôn nin ôn du hadno: A minha
carne cria algum bixo - hddno, cria - da, bicho -- 2 -- On veix-
vin korég agno vair: Elles não gostam da palavra ruim de
algurs -- veixvin, palavra -- váix, não gostam.
ON: mentira - 1 -- On kambét: Conta mentiras.
ON: outro-1-- On pejú ti: Elle roubou de outro.
ON: um--1-- On tauit: um só.
ON... ON : uns... uzs (correlativo ) -- ne on éne kanhén,
én tan kanhén : Das casas, umas estão esparramadas) para la,
outras para cá — 1 - kanhén, esparamada - éne, lá - 2 - Fuüre,
348 —
ôn kara jagne kúten: As folhas cahem umas depois das ou-
tras - On kára, umas depois das outra
ONE: mentira - 1 - Aôn ônet ve: Um que diz men-
tiras - adn, um - ve, diz.
ONE: palavra atoa - 1- Fag iamak to vin one: Fal-
laram ellas para mim palavras atoa - to, fallar - vin, palavra..
ONBUONGH VE: capitão. ,
(.NMA’: todos - 1 - Onma tankéixno : Eu ajudo a todos.
ONMA’... ton: ninguem. |
ONM - uédn: conversar. ‘ q
ONE ..! to: nenhum - 1 - One tantô vek to à ne kafi
|
je fi:Eu não vejo nenhuma mulher que está na sala -- tanto, 1
mulher — kafi, sala-- je fi, ella está.
ONRU’RO: um baixo, homem pequeno. |
ONTENTO’TI : testemunha.
ONTXT: criança.
ORE’: banhar-se.
ORNBE': mentiroso.
OT: cinco. -- Entra em circumlocução para inidear os
numeros superiores a cino.
P
PA: pedra - 1 - Pa kancæiri : pedra pequena -- 2 -- Pa ró
ki ti tére : Desce pelo cercado de pedra -- ki, pelo.
PAKON : abobora.
PAFU A’: mammar.
PAHI’: homem, capitão - 1 -- Paimbang: capitão gran-
de, governo - pazxim, menino.
PAIN, pan: cobrir, amarrar Dahi pan, cobra, porque
se enrola. Tambem xe.
PAN: amarrar.
PAN: cortar --1-- Japan tekuxia : cortar o matto virgem.
PAINPA’RO: piolho. Tambem: ti krin painpäro.
Tambem : ga, nh-ga.
PAN: mais - 1 - Arankét punkxin ti: Hontem estava
melhor -- xin, bom -- pan, mais.
PANDO’, pandó: : torto, espigão ( Bug ).
PAN: cobra - 1-- Pan konare ( kongarü ): boi coral -
2 - Panepé : cotiara.
PANT: pedra -- 1-- Pant xi: pedra pequena.
PA'NTE, pot: mais -- 1 -- Pante tôngrá : Não faça mais
-2- A'ra ontát ti pante kanje: Na verdade este é mais do
que aquelle - ara, na verdade -- ontát, aquelle outro -- ti pante
mais do que--3-- Kuju hd pante vi hadn: Escreva o voca-
bulo mais alto do que a metade - hô, mais alto -- Kuju, metade.
PANXO': braza.
PAREVI’RI: jararaca.
PATEKLT': aranha.
PE”: braço-1 -.Jo pé: braço anterior.
PEDNO: acertar - 1-- Ti krintave jog pédno: O pai
acertou no chapéu delle -- krintave, chapéu -- 2 -- Pot ti pédno:
Elle acerta com as pedras -- te, con.
PEIN, pein buôngh: pato:
PHIN : jacu. |
PEJU’: esconder, roubar -1-- 77% peu; kara ti ma;
vüire: O escondeu; depois o carregou, e foi-se embora - ma
carregar -- viiire, foi-se embora.
PEJU' : sepultar - 1 - Ati tére ti ton la, ag peju: Em-
bora estivesse aindo vivo, o enterraram -- tere tôn, vivo --la,
apezar.
PEN : arrebentar -- 1 - Kakané ti pen: Arrebenta uma
fructa.
PEN: braço - 1 -- Apén nieniére: abrir os braços -- nie-
niére, abrir. Tambem jenjére-- 2 - Ti pen, neji ti méin ktôn
— 350 —
ti: Os pés e as mãos delle são esquecidos -- néji, mão -- méin,
aperceber.
PEN: começar - 1-- Ex pen je: Eu estou começando.
PEN, péni : costas - Péni brod : quebrar as costas.
PEN: dar tiros, bater -- 1 - Aka ix pen: Eu dou por-
retadas -- 2 -- Pen tan erikédni? (Juantos tiros deu aquelle ?
-- tan, aquelle ?
PEN : jacu.
PEN, pia: näo-- 1- On pé ti fódn: Ninguem o vence
- on pé, ninguem -- fodn, derruba ( vence )
PENOA': procurar - Ix jogn, ha ti penoa tin ke: Meu
pai me mandou buscal-o - ha, voz de mando - ke, fallar.
PENJEN: começar.
PEREMA': trazer- 1- Ex perema, à lairânha: Eu
trago, eu trabalho.
PENTA'N: marreco - 1-- Pentin gat ko: (O marreco
come terra -- ga, terra.
PETENKHITA: espantar--1- T2 petenkéita: Ile
ficou espantado.
PETENK U'R : marreco.
PETFA'NG: saracura.
PIA’: não-1- Tan pia xan ke pen: Eu não principio
fazer aquella cousa -- xan, eu -- ke, fazer.
PI'JA, pije: não--1--Pija kofu hit: Não é muito
pesado - 2 -- Ti pije kairéne: Elle trata mal, não ama.
PINXO’, panxd : biaza. Tombem: pianx6.
PIRMA': sosinho -- 1 - Bix pirema lairanha: Eu tra-
balho sosinho.
PIXI': milho moido.
PITENKO’K: chama de fogo.
PLA’N: anno--1-- Plan taingu : Anno muito comprido
— qu, muito.
PLERE: gritar.
PO’: pedra - 1 - Jama emprii po é ete: O caminho da
minha casa tem muitissimas pedras -- e éte, muitissimas.
POD, fod: jogar fora, largar.
PONE: pedra -- 1 -- Pone kofiiititi : pedra muito pesada.
POPO’KERA: Da pancadas tu.
POT: fazer pontaria, acertar -- 1- lx ki pot ketone:
Erraram o tiro em mim.
POT: afundar -- 1 -- Ken 6ro pot ken; Afundaram no
brejo -- oró, brejo. Tambem se diz put, pur.
POT : mais - 1 - On tag téje pot kanje: Este é mais
alto -- téje, alto.
PRAN : abrir a bocca, espreguiçar-se, gritar -- 1 --
Veinprák ti : Elle abre a bôca, geme - 2 - Pran buôngh :
Abre a bocca demais, come demais.
PRAN : baixo -- 1 -- Ardn pran ti je: O sol está
baixo -- ti, o (artigo).
‘ému à go
RE EN ee
PRAN : morder -- 1 — Kava aninhé ki prango: A
mosca morde no nariz -- kava, mosca. -- ki, no.
PREJA : folha de sapé - 1 -- Xóro préja ta in:
casa de sapé, ta, de.
PRENE : gritar. Tambem plére, prére.
PRI : branco, bom, bonito. -- Tambem kupri.
PRINBRE'G : fabricar - 1 -- Iman do ka prinbrég :
Elle me fabrica a coronha da espingarda -- do ka, coronha,
pau da espingarda --2 - Emán kara, de prinbrég : Fez
as cousas de tudo mundo -- emän kara, de todo o mundo --
de, cousas.
PRIMEIRO - 1 -- 7% ra, kére ti ra : Primeiro entrou
um, depois outro - kére, depois.
PRON : mulher, esposa - 1 -- Une prôn téreja : viu-
vo -- teréja, morreu.
PRU’ : pentear -- 1 ~ Venharô pru : pentear a ca-
beça tosquiada.
PRURU : frente da casa.
PXO’ : mongango.
PUGN : amarrado ? ensanguentado ? - 1 -- Akrin
pugn : cabeça ensanguentada -- 1 -- Veixpúgn dog : Está
ensanguentado -- dok, tog : esta.
PUTKA’RA, putkéira : entrou. - Jutkára : sahiu
fora
R
RA: abandonar - 1 -- Ti man méin ra: abandonar
o animal a elle -- man, a.
RA: apezar, embora - 1 - À Ad ra, ti téére: Apezar
que estivesse bom, morreu. - 2 = Atan kiirôn ra, ti kéd ne ra:
Apezar de moço, quasi morre -- tan, aquelle -- ra, quasi, perto.
RA: embora --1-- Xemá akiain ra, ix viiire: Embora
eu não conheça a povoação, eu fui -- x, eu - ema, povoação,
RA: entrar-1--Td kara ra: Eu entro -- 2 -- M-udit-
ka ra ra x kéve: Eu pretendia de entrar no matte --ra,
para -- kéve, pretendia.
RA: fora--1-- Akajuno ra ti jen ti: Elle esta fora
do brinquedo - jen ti, elle esta.
RA: nerto-1- Mo ra ag: Elles vão perto - 2 -- Janka
ra: perto da porta. |
RA : pintado - 1 -- Nh-gára ra: Milho pintado.
RAN: entrar--1-- Do in rano: Eu entro atraz delle -
dó, atraz.
RAN: quente-- 1 - Kanká ran: vento quente.
RANHERE' : irmão, amigo, companheiro, dois. Tam-
bem alengré -- 1 -- Iranheré véi, tin: Eu vou ver meu irmão.
RANJENDOK 4’XKA : meio dia. :
RE: para-1-Véixka re ti tin: Elle vae para o
matto.
RE: ferrão. — Plural rére.
REM : pular, tombo -- 1 -- Eugôio ke rem: tombo, salto
no rio.
REN: casa de botão.
REN : vesgo--1- Tx ki ren ved ne: Está olhando obli-
quamente em mim -- ved ne, esta olhando.
RE'RE, liri : accordar -- 1 -- Kotúiigh nha rére : De noite
a mãi acorda.
RIKE'TI: igual -- 1 - Jagne rékéti kéje: Um é igual
ao outro -- 2 -- Tine jiji rikéti? Qual é o nome delle ?
RIRE, liri: acordar, fazer guarda, estar de olhos
abertos - 1 -- Tv tan rire: Aquelle la faz guarda.
RTTKE : igual--1-- Anga rítke ton je: As terras não
são iguaes. |
RO: muro, cerca -- 1 -- Kaféje ro: jardim.
RO: cortar -- 1 - Ti fuüre küfé ro: Cortar a pelle de
alguem com a faca.
RO: pintar, pintar o corpo-1-Arû ritke ton ne:
Não é da mesma côr, não está igualmente pintado, corado.
ROG engasgar -1 — Ajéno rog kan, téremo: Morre,
“porque ficou engasgado com a comida. K
~ ROG: engulir. ARS a
RONG: engasgar. \
RUPR?N : formiga - ru, cortar.
RU’RO : camisa curta.
- RURU'JA : luctar . Vise.
x
x
XA: assentar- 1 -- Ningé kan to ti «a: Uma mosca
assenta no nariz — to, no — ti, elle (a mosca ) -- 2 -- Akrin tan
hôd ne pingógn xa: Adheriu muita cinza na cabeça -- tan,
lá -- hid, muita.
XA: estar--1-- Engôio van gu vu ti xa ha: O rio
está ja muito baixo -- vu, baixo ( fi).
XAKRIN: gafanhôto. Vise.
XA’I: adulto?--1-- Ve vai: irmã mais velha.
XA’'IG: preto. Vise.
XAM, wan: pisar --1-- Ex pen katxin xan: piso com
os meus pés um ratinho.
XAMB: pegar-1-- Pirá xamb ix: Eu pego um peixe.
XANXO": gralha.
XAP: pisar.
XAVANINGRO": garganta, guella.
XE, xin: bom, bonito, pequeno — 1 -- Xe taui: sacudido
- taui, de tudo.
XE: prender - 1 -- Ti xéja: preso delle - ja, indica o
tempo passado -- 2 -- Eman jatô, ti, ti xe hima ti: Fora da
povoação, fulano de tal e sicrano de tal pega muita caça -—
gato, fora --hôma ; muita. Tambem hôma significa verdade -
2 Ti xe ha: Já o mata - 3-- Ag œéxe : Prende a elles. Visc.
XEM, xemb: pegar--1-- Pirá xemb ke: pegou um
peixe.
XEN: en-- 1 - Xend alengré véix tin ve: Venho vindo
ver o amigo -- véix, ver-- 2 - Xen veg: Eu primeiro.
XENXT : passarinho.
XE’RE: defuncto. -— Tambem veirére -- 1 -- Veixére ix
hati: O faço cadaver, o mato.
XEVANGRO': garganta.
XO: eu-1-Xo nho: Eu fico brabo -2- Arengré
kikairônhe: Eu amo o meu companheiro - 3 -- A'nge xógmo :
Eu estou abrindo a bocca.
XOGN : agitar-se ? -- 1 -- Avin kan, xogn bre ti: Agi-
ta-se, emquanto falla -- kan, emquanto.
XO'IN : mosca.
XOIN JO'N : vespa, mosca braba.
XO’RO: sapé--1- Xóro préja ta in: casa de sapé —
préja : agulha, espinho -- ta, de.
XU'M -- uai : Meu matto -- udi, matto.
XUPO'IX : camisa.
di ta) “ud. oe
|
|
|
~
TA: la--1- Ta je tt: Elle esta ahi - 1 -- Oré ndig mi
ta rem : Desceram lá no lago-- mi, por qui.
TA: lugar--1--Ta taki kangämo: Neste lugar fica
doente.
TA: aqui--1-- Ta ko tr ni: Neste lugar. ha gente ? -
ko, comer.
TA: com -1 - ‘Kaféi ta ti toro je: Esta cercado de
flores - tôrô, cercado.
TAK : bater--1-- Jagne kan ti tak: Elles se batem
mutuamente -- 2 -- Ti kri tak tôn ti ne: Elle não bate no
outro.
TA’ERE: descer — 1 -- Po kri taere : Desce pelas pedras.
TAG: Aqui, ali.
TAG: este -1-- Xapé tag tan ne: Este chapeu é novo
~ 2-- One tag: Este sujeito.
TAIO’N : geriva.
TAINTA'NIA : instrumento de canto.
TA JEN: comprido--1-- Tajen gu je: Esta muito
comprido, alto, se se trata de uma arvore em pé.
TA’LA: para fora--1--Ha ta la tim!--ha; voz de
comando.
TAMBA'NG : bananeira. Tambem: tugn buongh :
caeté grande
TAME'N : longe -- 1 -- Tamén evaix : olhar longe - 2 -
Tamén ve hi ti: Ve muito para lá--3- Krin kri nhe ka,
tamé pondôi ve hô ti: é muito facil ver ao longe espigões
de cima do monte -- krinkri, acima do monte -- Ad, facil - kan,
no-- 4- Ti jaré tamén moje: as raizes de tal arvore vão
longe -- ti, pronome masculino. — Isto prova que tudo nome
de ser insensivel é de genero masculino.
TA'MI: neste mundo -- mi, ema: lugar--1- Tami ag
korég tavin ti: Neste mundo tem, ha muita gente demais -
korég, muito.
TANPRE': subir -1 - Tampréra, tamprira: Sobe tu -
2 -- Krin te tampré : subir no monte.
TANE': faisca -- ta, da chuva -- ne, do raio.
TANGRA’: para la: Tangra anvéi tin: Vai para lá
passeiar, fazer visita.
TA'NKE KA’NJE: estar de pé-1- Inharit ki tx
tanke kanje: Eu descanço estando em pé -- ki, kin: descançar.
TANKTA'NHERA ; canta tu.
TA'NDA ON: alguma cousa--1-- Tanda ôn xo je:
Tenho alguma cousa. |
— 356 —
TANDA'N: monjolo. Vise.
TANDA’NTIMO: socar.
TADE'NE: rico.
TANDE'NE ? o que?--1-- Atandéne kangâmo? O
que é que dóe? ;
TANDETO: onde --1 - Atandéto ne? Onde está.
TANG: gordo--1-- Tang ja ti ni na: Elle ficou já
gordo. Na por ha, ja.
TANG : lá - 1 - Xan tang angvéi ti ne: Elle. me
visita la -- anvéi, visitar.
TA’NIA : matou, de tan, matar ; , ia particula para
fazer o passado.
TA'NGE : cahir.
TA'NTO : onde -- 1 -- Tantü i ni ? Onde estou eu ? y
TARA'NE : conservar - 1 -- Véle ti tard ne: Elle
até agora esta forte -- véle, até agora -- ne, está.
TARARA'N : trovão. 4
TARTJA : fino.
TA’TE : relampago -- 1 - Táte kópke : o relampago
resplandece. -- Kokópke, significa a repetição do fuzilar. --
De ta, chuva -- ne, do : raio. (1)
TAUTN : absolutamente, unicamente. -- Vide tavin
1 On tauit : cinco -- 2 - Aranké taui : passou de todo
o calor. Ke, particula para indicar o passadc.
TE, tt: Elle; o, (artigo) -- 1 -- Te nija ve ix ‘ Eu
vejo a cadeira delle,
TE : lugar plantado de slguma cousa. - 1 - Ten
Juôgn : pinhal -- 1 - Ten nh -- gára to ix ne : Eu não te-
nho milho na roça, milho não colhido -- 2 - Tekuxiá ; mat-
to virgem -- kuaia, frio ?
THIN : jacutinga.
TEN : de - 1 - Ro ten krôugn vog : tocar os porcos
da horta.
TEN : matar - 1 -- Ix jogn mink ten: Meu pae ma-
ta uma onça -- 2 -- Ti me ten : Elle mata um animal.
TEN : ter - 1 - Ten ema ton ti: deserto - ema,
villa -- ti, artigo masculino.
TE, ti: elle - Ten tuktá ti ( feindüu) martella (a
vespa) a elle -- tuktá, martellar. -- Quando a vespa enfia o
ferrão, faz como quem bate o martello.
TEN: tin: ir-1--Ijéne te, jonmo: Eu vou e estou
muito brabo.
TEN: voar. — Tambem petén - 1- M-uaixká te téte :
Voou do matto--2- Ténten monk ti: Vão voando.
THRE: - 1 - Teréja: morreu - 2 -- Ki ag tére: Mor-
rem afogados:
TETA’N: meninas -- 1 -- Tetan fag: as meninas.
TETE: voar - 1-- Xanxi téte húri : O passarinho voou.
= TT
a
|
|
|
7
(1) No vocabulario Bugre significa bater,
‘
es st)
po
BLS PU
TI: elle, o (artigo). - Usa-se no masculino com .os no”
mes de plantas e com os que designam seres inanimados. --
Exemplo. : In ag: As casas -- 1 -- Ti kritave: a tampa de tal
cousa -- 2 -- Te in kant ag nanti: Na casa delles tem muita
gente -- 3 - Arán ti jutke; O sol sahiu -- ti, artigo -4 — Ka ti
kôket jani : Elle já estragou o pau--5-- Arangró ko ti ti
tampri kánti: O feijão é melhor para comer do que a tal
cousa -- ti kri, mais do que a tal cousa -- tampri: superior,
melhor. -- 6 -- Tinh - erá : queixo delle.
TIKTZ : martello -- 1 -- Tikti ti rem: elle bate com o
martello.
TIDU'I : collarinho da camisa. Ch. L.
TIN : carregar - 1 - Ag tr tin kan ti ne: Elletraz tudo aqui.
TIN : tocar --1-- Nin tinga: Toca as mãos.
TIN : viajar --1-- Legré ag tin: Os dois viajam.
TIN KORE’G : coxo.
TPNDARA : fralda.
TITA’N : Galho --1-- Titân tara: galho secco.
TITA’N: aquelle que--an, ôn: quem-1-- Titan ka
réja, vóve : Aquelle pau que pintaram, corre - re, pintar (1 ) -ja,
indica o passado -- vo, correndo -- ve, está -- 2 -- Ti tan jon je:
aquelle que é meu pai.
TITA'NG: toicinho de tal animal.
TPTE, titi: suffixo do superlativo -- 1 - Eixma: Hix
kokirétiti, ke: Elle me fallou: Eu estou com muita fome -- 2
- Bix kevotite: Eu estou mnito cego.
TITUKTA’TE: martella elle -1- Ton ti tugtá te (feindu) :
Ella (a vespa) enfia o veneno em alguem --tón, em algum)
-- tugtáte, martella -- ti, ello.
TO: ao--1-- Kan to xa: está no pau--kan to, no pau.
- 2 Tima to, tin tx: Eu disse a elle o caminho.
TO: atraz. Tambem do - 1- To ti na ti: Está atraz.
TO: conversar -1 -Ex ama to hütiti: (Quero muito
conversar com você -- hútiti : quero muito -- 2 -- Tima tox tin:
Fulana de tal fallou a elle.
TO: com--1- Ti ni langio to koixno : como carne com
feijäo. Tambem: Como carne e feijão - 2 -- Tx tini ko faria
to: Eu como carne e farinha -- 3 -- Jágnin to ag juno: elles
brigam um com outros.
TO: em--1- Apanitô ti tógne: ella cahiu de costas.
TO: estar - 1 -- Vexupóir koreg tonho: estou com ves-
tido ruim.
TO: fallar -- Kuro tôn guitka: falla o que basta -- kuró,
voz de mando --2-- Tan jiji tóra: Dize tu o nome daquel-
la cousa--3-- Agtán jog tómo éix: Eu agora fallo de al-
- guns delles-- 4 -- 4'man tónho: Eu digo para você. -- Tam-
bem : Em fico brabo com você.
TO : verde--1-- Gran to: milho verde.
TO KAMONE, to agmón: o povo.
(1) Tambem ré,
-— 358 —
TOKTENO: assar, frigir, cosinhar -- l-- Langoro
tokténo: Cosinho feijäo.
TOGN : torrado - 1 - Ti ni togtognera : Torra tu a carne.
TOI: azul - 3 - Toi je: E' azul.
TOIN: vestido --1-- Fi tóin jati: Elle rasga e vesti-
do da mulher.
TOJON: brigar - 1-- Fágn jagne tojôn : As mulheres
brigam junto.
TOJU'N: ralhar, brigar --1-- To ju ne ti: Elle está
brigando,
TON: aquelle.-- Plural: ag ton.
TON: destruir, acabar com esta ou aquella cousa - 1 --
Ema buôngh ki agta tonk ti: Destruiram uma grande cidade
- em& buôngh, cidade. Ag ton tavin ja ti: Elle matou
toda a gente.
TON HA: não querer-- 1- Krôn ton ni ha: Não quer
beber. - Tambem ton hi.
TONA: ide 1 -- Alengré tona venbédn : Os dois andam
e conversam -- 2 -- Tonk te: Vai elle -- te, ti: elle.
TON: ter -1-- Ténket húri: Tinha (mas não tem
mais). -- 2 -- Ton tavinti ti: Elle tem tudo o que quer: não
lhe falta nada.
TON : fallar.
TONG: estar - 1 -- Xa jéne tong ; kara tog tin já ne:
Eu mandei, dei ordem; mas elle não foi.
TO'NK TE: andar) - 1 - Hôtonkte: A cousa andou bem.
TO’NHO : ralhar, brigar-- 1 - Afi tônho à: Eu ralho
com a mulher -: afi, ella, Agtôn tavin ja ti: Elle matou
a toda gente.
TONHOU: brigar, ralhar = i - Tonhú ne: Está brigan-
do, ralhando -- 2 -- Eixmán tonhú vaix hadno: Elle não quer
brigar commigo ; quer fazer i pazes commigo.
TONJAMPTI: fora -- 1 -- Angá tonjrmiti ti: Elle es-
tá fora da terra.
TONJARA’: fora -- 1-- Eman tonjara viiire; Sahiu da
terra, da villa. à
TONJATO : fora-1- In tonjati i je no: Eu estou
fora de casa.
TONJÔN : brigar --1-- Xan tonjôn nhaváixtiti: Nao
quero absolutamente brigar.
TON ÔN PORCO: dono do porco.
TONVANJI'NGO: chegar de mansinho.
TO’RE: pensar. -- Tambem Jredn.
TO’RE: ir. Tambem tóna -- 1 -- Kur toréra : Vá deprésio
TORO: vestido- 1 - Ti toro à gránti: Eu raspo o.
vestido -- ti, artigo que se refere a tóro.
TORO'RE : trovão.
TOX 4’: carne assada - 1 - Fari toxábre kéra: Come
tu farinha e carne assada.
, à
eme à be ee di o E CN Dr, SP im fie €
ee or Dead dns si Cape mi ee ee ee
ee a : did da a édtinl
da =
ON MO
CA
CE vw
— 359 —
TO’XTO : improvisamente - 1-- Hix venvo, tóxto i
vüire : Eu corri e fui-me embora improvisamente.
TOT: em--1- 7% to- pen: Eu atiro nelle ; atirar nelle.
TOT: com--1-- Anjó tot kri je: Está mal com o pai
- anjo tot, com o pai --j=, está.
TOTO'G: der:eter, torrar--1 -- Titang totog fag: As
mulheres derretem a banha - titâng, banha - 2 -- Totógnera :
Frita tu--3 -- Totog m - wan: assucar.
TOTO'GMA, totónja : forno -- ja, instrumento-- 1 -- Totóg-
ma buüngh : foruo grande.
TOV A’IX : perto-1-- Ti tovaix ti ve kema ne: Elle
gosta de vel-o perto.
TOVE'J, tovaji: de vagar -- 1 - Tovéj ktin : Ir de vagar
TUMA’. tumba: lamber-- 1 Anküvéix tumátimo: Elle
lambe sangue -- 2 -- Twmbara: Lambe tu.
U
UAINKA’ : amanhã.
UA'N : canna. Tambem oan. - 1 - Uazkant uän:
taquaral.
UA’NGE: pegam, matam, perigoso -- 1 - Taki uange:
Aqui matam, é perigoso. Tambem ange, ge.
UANXA’ venxä : noutro tempo -- 1 -- Uaxa nix ti
ve : Antigamente havia o tal sujeito.
UAXTN, vaxin: Ha pouco tempo.
UE’ : irmã - 1 - Ué fag : As irmãs - 2 -- Inh uéi:
Minha irmã.
UEINMA' : mal.
UENHARB : ler.
UENUO'RE : ferver.
UBT : parecer -- 1 -- Xend uét ke peju : parece que
eu queria roubar.
UIN : eu - 1 -- Ex in uin kantin : Eu venho em
minha casa.
virou.
UM : outro-- 1 -- Um ag: Os outros - 2 - Um agno
veixpejü kan : Todos os outros fugiram -- kan, todos.
UMBE'NG VE : capitão. -- Tambem : umbuôngh ve,
umbengu ve.
UMBA4’ : lamber - 1 - Ankiiveix umbára : Lambe tu
o sangue.
UMFE'NO : vender: barganhar -- 1 - Xanxi à um-
féno, um batin : vendo um passarinho, e carrego outro —
um, outro.
UNGRA’T AG : os homens.
UX : eu -- 1 - Kur uxmd nim : Dê para mim,
ace
PO ee NE AP ee
UIRTTKE : virar -- 1 -- Uiritke kankéi : A canôa
Gt id sea = nd AS ee ee a dé
V
VA: correr-- 1-- Ti kambé va, O veado corre.
VAK : primeiro - 1 -- Xan vak: Eu primeiro.
VAKAGOUVE, bakagüüve: carregamos, carregastes,
carregavam -- 1 - Enkré ra ti vakagüüve : O carregaram para
a roça- ra, para.
VAKEXO’GMO: Saber -- 1 -- Enkré tan kinânti, mana
kantére ketôn ni, vakexégmo : Não sei si os filhos que ficam, es-
tão vivos ainda -- tan, ôn: o que - entré, filho -- mana, certo --
kantére, morrer -- ketôn, não.
VAEKE': amanhã, duas vezes.
VAFO, kafô, m-uafô: sala.
VAGUO: coxo, manco--1-- Ti vagüd kemá: Soffre de
manqueira.
VA'I: amanhã, duas vezes.
VAIAK 4’: amanhã, no futuro.
VAIAKE': amanhã, duas vezes, no futuro.
VAIK 4’ RAN KAX KA, vainkéra, eranké lan käxka :
amanhã de tarde.
VAIBE’NE: amarrar, embirra.
VAIKRETI: perder.
VAIMA'NTI, vainmänti : elle responde.
VAINKPE': lavar-se, ser padrinho de baptismo.
VAINLO : ler, livro -- 1 — Vainlé kikaktin : não saber ler.
VAINTN : em redor.
VAIR?7N': livro.
VAIRO : livro -- 1 -- Xan vairü ni: Eu estou com livros.
VA'IX : ser dificil, impossivel, não gostar, ser contra-
a vontade, demorar, nunca — 1 --T jénia váixtíti: Me repug-
nava alimentar-me - jénia, comi. - Tambem: Comi com re-
pugnancia -- 2 - Väixman ti: Elle não pode fazer - man, han :
fazer - 3 - Ix, ôn ve váix, peju : Eu escondi aquillo que era
difficil achar--ôn, aquillo que —- ve, achar --4 - Ma váix : sem
vergonha. — Facil é hé.
VA'IX HA’DNO: custar -- 1 - Nonôro väix hádno: cus-
ta para elles dormirem.
VA'IXKA : matto. - Tambem m-uáixka - 1 -- Vaixká te
en nonôromo : nós dormimos no matto.
VAIXMA': mal--1-- Antán man kaxôrro vaixmä: o
cachorro faz mal áquelle.
VAJI'N : de vagar, sem que se apercebam, armar cila
das - 1 - Tônvanjingo : Eu vou sem fazer bulha.
VAN : por -- 1 -- Xa ten ki van: por no sal -- ten, com — ki,
em (salgar ). - Tambem fodn.
VAN, fodn: atirar.
VAN: canna de assucar- 1 - Totó van m-wan): as-
succar — toto, derretido.
VAN: estar-1- On van fudre tógn, vare ti ke: Elle
agita as folhas seczas (subentendido o vento) -- 1 -- Ngára van
häno ha: o milho principia a ficar bom - hano, bom agora --
ha, ja.
VAN: receber -- 1- Ninhéro van (man, ban ): receber
dinheiro.
VANFO'RE: perder.
VANUVO'RA: está fervendo.
VA'RA: cireulo--1 - Vara háti huri: ja fez um cir-
culo. - Tambem varet.
VA'RE: maior. — Tombem fóre.
VA’RE: pouso — 1 -- Varéja ha: ja está feito o pouso —
ja, indica o passado.
VA'XKA. m-uaitka: matto -- 1 -- Vaixká te kantin ti
tan: Aquelle vem do matto -- tan, aquelle.
VA THRE JA FI: viuva - va, marido ( ba )-- fi, ella --
téreja, morreu.
VAVA’: dilator - 1 - Kaixkangógn vava: a nuvem se
dilata.
VAVA'MBRA, vavâmra: atira tu e carrega.
VAVA’NGO: correr --1-- Ir java vavängo : meu irmão
corre.
VAVA'RÇA: fazer vanzeiro -- vava, atira repetidamen-
te- xa, está.
VE: achar-1- Ti ve hadn,(1)ôn m-uamfore, ve : Eu
olhando bem, achei o que perdera, achar.
VE: apresentar -- 1 - Véke imânie: se apresentou ao
capitão - ke, particula para indicar o passado.
VE: irmã-1-- Hix ve feg: minhas irmãs.
VE: primeiro--1-- One ve hr: antigo - ône, aquelle.
que-ha, ja-2- Xon ve vek: Eu vi primeiro -- veh, primeiro.
VE: principiar -- 1 -- Prax on küron ha ve: ja principia
anno novo.
VE: ser-1- Ungré ve: E’ homem -- 2 -- Xoldado jo ve:
c soldado é mais velho.
VE: torto--1 Pen ve: pétorto - 2 - Fo ve: perna torta.
VE: ver-1-- Endéne kantin ve te: elle vem ver uma
cousa -- endéne, cousa.
VE: visitar- 1 - Avang éin ve kamôn ve: viemos vi-
sitar-vos - ve, sufixo para indicar o passado -- 2 - Ti evéix ix
vé: Eu o vi que olhava -- evéix, olhar.
VEG: principiar - 1 -- Xon ve vek : Eu vi primeiro.
VED: apresentar, mostrar -- 1 - E’ixman tokfinja ved
ne: Elle me apresenta o aunel.
VEG: principiar, primeiro -- 1 -- Xend veg: Eu prin-
cipiei. :
(1) Ti, a elle -- ve, olhar -- hadn, bem -- on, aquillo que -- ve, achei.
as
PTT
ei o VE
qe
E aço
— 363 —
VED: apresentar, monstrar : Eicmán togfinja ved ne:
Elle me mostra o annel.
VEDN: dizer -- 1 -- Lairanha vanha, xa, on vedn : Al-
guem disse que eu trabalho para ganhar -- 2 -- Rairanha ni
kemá «xan, On ved ne: Alguem disse que eu gostava de
estar trabalhando -- ni, estar.
VEG: primeiro -- 1 -- Xen veg : Eu primeiro.
VE HA: criolo. - Tambem: ve--a.- 1 - Fag veha: es-
cravo dellas.
VEILENGRE’: um par--1-- Veilengré toxá: Um par
de brincos.
VE: conversar--1-- Véin nhaváia : Não quer con-
versar.
VEINKLIVE’DNIA, veinkrivédnia: guarda chuva --
veinkri, cobrir.
VEINKRENO'IN : carpir.
VEINGRE, veingrire: baile.
VEINGRIRA, veingrin: sem salario, como o trabalhar
dos escravos, que não se paga--1 - Veingrira lairânha : Tra-
balhar de graça.
VEINLO : livro -- 1 Veinlô nikré ti: Elle lê o livro,
VEINLO: couro de gente, pelle de gente - 1 - Veinli
grantógmo : Estou raspando couro.
VEINKRE’N: criança, ovo.
VEINKRENO'IN : carpir.
VEIXKUNGE': trens de cosinha, etc. -- 1 -- Katxin ix
veikungé vendiino : Vs ratos estragam os meus trens.
VEINMA'N : faz mal - 1 - Ima veinmá ne venjéne :
Me faz mal a comida.
VEIXKA, UA IXKA, m-udixka : matto -- 1 - Véixka te
ti kantin tang: Aquelle ahi vem do matto --ti tan, aquelle
ahi. -- 2 -- Véixka re ti tin : Elle vai para o matto -- re, ra : para.
VEIXKARPDN: dividir - 1-- Jagne man veixkaridn :
Dividir do com outro.
VEIXKARU": bolso--1-- Veixkaru mi ne känje: A
mão está no bolso -- me, mão.
VEIXKE'PEVE : padrinho de baptismo - veixkepé : la-
var, baptizar.
VEIXKIKRA'N : unir, emendar. -- Tambem kánje, kran-
je --1-- Veixkikrä je: Esta emendando.
VEIXKRA’NKE: chegar a algum lugar, bastar, ser
suficiente.
VEIXKUMBRE': esfregar, chocar-se mutuamente, co-
mo fazem os cavallos, etc. |
VEINKU'KTAN: curar -- 1-- On veikúktan je: Aquel-
le que cura, medico --2-- On veikuktan je, ti gre ja: O
medico o salvou --ti, o (artigo )-- gre ja, o salvou.
VEXT : ha pouco tempo -- 1 -- Veixkandiri karka, vexi
ag ga ki, nanti: Logo depois da festa, elles estão na sua ter-
ra ( propriedade ).
— 364 —
VEIXMA’: mal--1-- A’ntan man cachorro véixma : O
cachorro fez mal áquelle sujeito -- 2 —- Ixôn veixmaä ag nanti:
Elles estão mal commigo.
VEIXMA’: cousa --1-- Ti jan veixma ven: A mii del-
le mostrou uma cousa, objecto.
VEIXMA’: louco --1-- Veixmango hot tin: Tenho tan-
ta vontade de ir, que fico louco.
VEIXPA’NTE : atraz das costas - 1 -- Veixpan te
ki evaix : Olhar atraz das costas — ki, em.
VEIXPEJU’ : roubar -- 1 -- Veixpejud ix : Eu roubo.
VEIXPO’RO, aran : febre.
VEIXVIN: não gostar de fallar - 1 -- Eixmän ti tan
véia vinti: Aquelle outro não gosta de fallar commigo.
VEMBRE : cisco, poeira.
VEN: extender - 1- Ningé vénera: Extende tu a
mão.
VEN: fallar-1- Ven nhavaix ti ti: Não gosta de
fallar.
VEN, fi: pôr--1--Tampri jafa into ven: Encosta
a escada à parede. (1)
VEN-á: criolo-- 1 -- Fag ven-á: criolo ; escravo, criado
pelas Fulanas de tal.
VENBEDN : conversar -- 1 -- Venbéd nim: Peço con-
verses.
VENBE'T: enganar --1-- Venbét kema: Um que tem
o vicio de enganar.
VENKAJA'M: comprar, livrar, remir.
VENKRE'N: criança--ovo- 1--Ti; veinkren ké ti:
A criança delle falla.
VEINKRENO'IN : carpir.
VENKUJO’: magro -- 1 - One tang vexkujó je : Aquel-
le outro está magro.
VEMK UMBRE : chocar-se - 1 - Méin veinkumbré: A
criação, os animaes se chocam.
VENKURE: especie de mosca -- kiire, falla, canta.
VENDUT : rir-- 1 -- Vendüt émo: Rimo-nos agora.
VENHA ON: virado, criar.
VENHARO : livro--1-- Venharé de: E' livro - de,
je: 6. E
VENHARO : ler.
VENHARO KIVEINRA'MEN : ensinar a ler.
VENHA RO : Tibagy.
VENJENMA' : alimento -1-- Venjenmá väix kan
kren: Não querer quasi comer nada -- kan kren, quasi de
tudo -- kan, tudo.
VENJU’: rir. Tambem vendu.
(1) Ven: primeiro: --1- Tin ven ix: Eu o vi primeiro -- 1 -- Janeiro
küxa ven, Dezembro kúxá ndo: ti : Janeiro é o primeiro mez, Desemblo o ultimo.
à pi
Da a
VENJUKFU'IT : fileira.
VENXA'N: longe:--1-- Venxán Kantinve: Vir de
longe.
VENXE'T: morrer - 1 - Veinxkute kan, venxét : Mor-
reu, porque cahiu.
VENTKIKAKTPN: não saber.
VENUVORA: passar correndo -- 1 -- Kaixkangôgn ve-
nuvo húri: A nuvem passou correndo.
VERA, VEN ERA : extender -- 1 - Ningé véra : Exten-
de tua a mão.
VERA: aqui - 1-- Ha vira kantin: Venha aqui.
Tambem só: ha véra.
VERA: um pouco -- 1 -- Véra véinke.
VERA: até agora-- 1 - Vére kangratka húru kan tin
ne: Ainda não está feito o retrato -- 2 -- Vére kara hadn ton
ne: Ainda não está feito -- 3-- Ixán vére jen hôtiti: Eu até
agora estou com muita vontade de comer.
VERE ME KEJENE: Tenha paciencia; espere um
pouco.
VERIXM 4’: sem geito, louco --1-- O'nrz ti man ve-
rixma te: Hoje elle estava muito sem geito, louco. Tam-
bem veirma.
VEX: mandar. Tambem vin.
VEXKEX: defuneto.
VEXKUJU': no meio --1-- Verkuji ka kupèn ; Cor-
tar pelo meio - ka, no.
VEXE : de longe--1-- Vexé kantinte: Elle vem de
longe.
VETI: viar-.1-- Apenitôó véti: Virar as costas.
VI: palavra, ordem, recado, mandamento - 1 - Ex vin
jéne ix: Eu mando o meu recado.
VIDN: guardar -1-- Vidn hed ix hari: Eu guardei
- vidn had, guardar.
VIHOTL, vikóti: amigo.
VIN : amarrar.
VIN: fallar -- 1 - Tx jan ti vin ki, kára já ne: Minha
mai entrou por ordem de Fulano de tal- #7 vin ki: por or-
dem de Fulano de tal.--2-- A’ma Kaingáng to vin kikairôn
ne? Você conhece o Kaingang ?--3-- Igmá pirt vin väix:
Só não quer fallar commigo -- péré, só -- 4 -- Eixmaän vin mank
tin ha: Elle já profere a ordem de partir já - mank, fallar
- A’ma vin me váix: Você não obedece.
VINK: ordem, mandamento, palavra -- 1 -- Vink ti ko-
tugh kéæno : Elle me manda de trabalhar de noite.
VINKOTI, vinhóti : amigo -- vin, palavra -- hô, boa.
VINVA'IX : mudo -- váix, não póde.
VIX: fallar - 1 -Tx dma vir kiveinrâmen váix: Eu
com difficuldade te sei dizer. |
VIRPTKE: virar -- Viritke kankéi: A canôa virou.
VO: correr - 1 - Xanæi jingita vô: O passarinho vôa alto.
— 366 —
VOEJA: vouje, vuije. uije: arco.
VOE'N: fallar-- 1 -- Krin voén kémo: Pretendo fallar
com a cabeça ( meneando a cabeça ).
VOG: judiar--1--77 jen vogmo: Tratar mal o ca-
marada -- jen, camarada - 2 -- Ima vcg tôn : Não me amoles — 4 -
Ti vog kona togmo: Elle está tratando mal a Fulano de tal.
VOG: tocar--1-- Fuix-fix vog: tocar o chupim (co-
nhecido passarinho preto ).
VORA: traspassar--1-- Ti vora, ti la: transpassa, e
entra tu nelle.
VOTO'IXTO : improvisamente -- Votóixto kantin: Vir
improvisamente. :
VU: carregar:-- 1 - Ba tin hi kan, vu ti ne: Por ser
facil de carregar, elle carrega.
VU: empinado-1- Vu ve: E’ empinado -2- Vu ve
éne te: La esta empinado.
VUA: esta-1-- Kaxka vua-hé ne ! Oh! como está bo-
nito o céu! - hô bonito.
VUA'RA: circulo, em redor, ir em redor, fazer rodas
andando -1-- Pin vuara: Em redo: do fogo. - 2 -- Ag vuóra
(vuära ): Circulo de homens.
VUA’RA: lava tu--1-- Verupo.© vuara: Lava tu a
roupa.
VUE : carregar - 1 -- Embré vué: Elie ajuda a carte-
gar --2-- Kainké vué ti ne: Elle agora carrega a canoa.
VUE’: é--1-- On vué: E' differente.
VUE’: olhar-1- Ex kilén vuédno: Eu olho obli-
quamente.
VUE’: roubar-- E’ix vué já ne: Eu ja roubei.
VUETKANTIN : ajudar a carregar.
VUNO, suppurar, chaga purulenta -- 1 -- Venxant ti vino
(vüxno ): Uma vez elle tinha uma chaga purulenta. -- Tam-
bem fuæno.
VUO', vudg: amolar-1- Ja ama vuó tôngra: Tu
não me amoles.
VUO'RA, vudra: circulo--1-- 4g vudra: circulo de
gente.
VUORET : circulo.
VUOTKANTI’N BRE: ajudar a carregar - vuô, car-
regar.
To
ÿ
\
x
q
4
¢
R
le) Sle
Supplemento a grammatica
kainjgang
ADJECTIVOS VERBAES. — Constam do verbo de
que se occupa o profissional, da palavra be, que significa
habitualmente, e da palavra ve: é. Exemplo: — kurán be
ve: alfaiate - de kurán, costurar, be, etc.
ADVERBIOS. — Xzm, além de pequeno, significa tam-
bem bom e bonito. Exemplo : pank xin ti: Ele está
melhor - pan, mais - xin, bom - tz, esta ?
AFFIRMAÇAO. — A afirmação se exprime tambem
com a negação não só do contradictorio, mas tambem do
contrario. Exemplo: — kangá tôn, não só significa não es-
tar doente, mas tambem estar são, sarar.
ARTIGO. — No dialecto kainjgáng do Tibagy. usa-se
tambem o artigo determinativo, como o demonstram os exer1-
plos seguintas: (O artigo é o mesmo pronome pessoal da
terceira pessoa. )
1-- Ti kotxine ti tére: Morreu o seu filho. O artigo
é o ultimo ti. Consulte o meu Ensaio de Grammatica. « Re-
vista do Museu Paulista », vol. X, pag. 546, no fim. A mi-
nha separata, pag. 8, no fim. 2-- Kiva ti ru: Uma parte
do mez — ru, parte. 3 - Gôio œux ti xa: a agua está turva --
aux, sujo - xa, está. 4- Ka ju ti húri: A canôa chegou -- ka:
pau, cauôa- ju, chegar - ti, a. 5- Ka kané ti kri ti tam-
pri kané: A fructa é melhor do que a outra cousa -- ka kané,
fructa, ti kri, do que a outra cousa -- ti, a, artigo. 6 - Pron
fi: A mulher - prôn, mulher -- fi, artigo feminino.
CONNECTIVOS. — Chamo de connectivos uma ou
mais letras, postas entre duas palavras afim de suavisar a
aspereza da pronuncia ou para evitar o perigo de conside-
rar duas palavras como sendo uma só de differente sentido
das duas; emfim, para evitar equivocos. Os grammaticos de-
nominam estes accrescimos de epenthese e paragoge. Exem-
plos :
1- Ti krin tavink ti jog pédno: O pai acertou o
golpe exactamente. O connectivo aqui é o ultimo K. — Se
fosse tavínti, seria superlativo de tavin. No primeiro exem-
plo, ti é artigo, no segundo suffixo do superlativo. 2- Vink
hôti: Amigo - de vin, fallar - húti, muito bem. — O k é o
connectivo. 3-Venjem mat tônk tôn: Não ha comida -
tôn, tem -- tôn, não. — O k é o connectivo.
— 368 —
COPULATIVAS. — Vide Notas Varias N.º III e Sup-
plemento ao Vocabulario.
APHERESI. — Em logar de hórike com H aspirado,
póde-se dizer érike, ritke: igual. Exemplo: Jágne ritke:
Um egual a outro. — Em logar de hana, póde-se dizer ana,
sem aspiração no principio. Assim succede com muitos ou-
tros vocabulos que principiam por H, como o demonstra o
Supplemento ao Vocabulario deste Appendice.
GENERO DOS NOMES. — Os seres inanimados se
consideram como masculinos, e se designam, quando é o caso,
com pronomes pessoaes masculinos. Exemplos :
1-- Ka ti kóket jin ni: O pau está estragado - ka,
pau -- ti, artigo masculino.
2-- Kiixa ti rw: Parte da lua ou do mez- ru, corte -
ti, artigo masculino.
3-- Gôio xux ti xa: A agua está suja.
4-- Ka ju ti húri: A canôa chegou.
Mudança de letras
1 -- Ai, se põe em vez de vein. Exemplos - 1 -- Aikorán,
costurar, em vez de veinkorán -- 2 - Ainkréd, pensar, em vez
de veinkréd.
2-- Buôngh, grande, mesmo no dialecto de Tibagy,
admitte as seguintes mudanças: ban, buügh, buôgn.
3-0 K, as vezes substitue o M. Exemplo: Kafé,
sala; em lugar de muafé.
4- O D, ás vezes substitue o N. Exemplo -- 1 - Da, em
logar de na, estar -- 2 -- Venharô de: KE” livro. De em vez de
ne -- 3 -- Ign dai: Eu deito, em vez de naz.
5- O D, ás vezes substitue o T. Exemplo: De vin
me ix: Eu oiço prosa delle. Aqui é de em lugar de ti,
delle.
6--O E, as vezes substitue o I. Exemplos: Ti-ngdix
eg náno: Eu pucho os cabellos delle -- eg, em lugar de zg, eu.
7-E, ás vezes substitue Ja. Exemplo: On pé ti fudn:
Ninguem o derruba, o vence -- pé, não, em lugar de piá--fodn
vencer, atirar derrubar.
8-- E, as vezes substitue o O. Exemplo: De, atraz,
em lugar de do.
9-- E, ás vezes substitue o U. Exemplo: Kevó, cego,
em lugor de kiivd--kexd, em lugar de kiixá.
10-O H, as vezes substituie o F. Exemplos: Hi,
ella, em lugar de fi. Húix, assobiar, em lugar de fia. -
Kohüx, tempestade, em lugar de kofúo.
11--O I, às vezes substitue o U. Exemplo: Ndúli,
apagou, em vez de dúru.
12--O M, ás vezes substitue o H, aspirado. Exemplos :
- 1- Engára ta porco ma vidn: Dá aquelle milho aos por-
cos--ta, aquelle -- ma, voz imperativa em lugar de ha -- 2 -
Ninja máti: Arranjar a cadeira. Máti, arranjar; em vez de
pa f ad
=
a 4
— 369 —
hati -- 3 - Mantxi ni: E” bonitinho, em lugar de han'xi ni-
han, bonito -- xin, um pouco.
13--O M, às vezes substitue o V. Exemplos- 1 - M-
virid, virar, em lugar de virid-2- Fexrta m-ud hô ti: A
festa está boa -- mua, estar, em vez de van--3-- Ambré tin
m-ãi : Não quer ir juuto-m-ái, não quer, em logar de
vaix.--4- Jauu mi: Irmão menor, em lugar de javw ve--ve,
menor.
14 -N, às vezes substitue o G. Exemplo: Nijí, nome,
em lugar de 274.
15-- N, as vezes substitue o H. Exemplo: na, em vez
de ha.
16- N, as vezes substitue o T. Exemplo: na fu, chuva
de pedra; em lugar de ta fu--ta. de chuva-- fu, bola? —
Tambem; Naká, em lugar de taká, aqui.
17--N, no fim da palavras às vezes substitue o R.
Exemplo: don, abrir; em vez de dor.
18-O O, ás vezes substitue 9 VE, VA, - Exemplos. -
1 - Oikluéima em lugar de veinkrivédnia, guarda chuva - 2
- Ranha -- rânha ói: Não quer trabalhar -- oz, não quer, em
vez de váix -- 3 - Oeka em vez de vataka, amanhã.
19-O R, substitue às vezes o N. Exemplo: O'rn
be, em vez de ôn be, ódnbe: mentiroso.
20-0 U, ás vezes substitue o O. Exemplo: Munje
agn: A gente vai. Munje, em vez de mônje.
21-O U, ás vezes substitue o V. Exemplos - 1 -
Uaxd nix ti ve: Antigamente existia Fulano de tal -- uaxa.
antigamente, em vez de vaxd, venxd-- 2 -- Udg, atormentar,
em vez de vog.
22-0 U, as vezes substitue o I. - Exemplo : Oikluéi-
ma, em vez de veinkrivédnia: guarda-chuva.
23-O V, ás vezes substitue o F. Exemplo: Van,
atirar, em vez de fodn.
24-O V, ás vezes substitue o M. Exomplo : -- vafó,
em vez de m--afô, sala, que tambem se chama kafo.
- OMMISSÃO DE LETRAS. - Diz-se kra ás vezes em
vez de kara, depois.
POSPOSIÇÕES '- 1- KI, em. Exemplo: Jagne ki
pran fágmo: Se mordem mutuamente : uma à outra - 2 - Ki,
por. causa: Ti vin ki: Por ordem delle.
23 -- Horo; fora. Exemplo: - Nin à hóroto fodn: Eu
jogo fora a carne -- fodn, atirar -- to, em.
24 - Tóra: fora. Exemplo-- Ix jama tora viire ti:
Elle sahiu da minha terra -- jáma, minha terra
NOTA. — Não seriam em origem os sufixos das de-
clinaçôes das linguas classicas e não classicas, posposições 2 ( 1)
(1) Cfr, o latino: mecum, tecum, etc,
NT: QE
PREFIXOS. — As palavras ran, dia; pri, branco; va,
vára: longe; tára, estreito: com o prefixo ku, se trans-
formam em kurán, kupri, ete. (1)
PRONUNCIA. — O GH final pronuncia-sa aspirado
como ich em allemão, e submissamente.
REPETIÇÃO DE SYLLABAS E PALAVRAS. — A's
vezes, repetindo a syllaba e palavra, não só se Indica a plu-
ralidade de cousa ou acção, mas tambem proxima distancia
de lugar ou de tempo em que se acham e effectuam, deixando-
lhes uma certa unidade commum. (2)
VERBOS. — A’ vezes, quando o sentido é claro, se
ommittem. Exemplo: Aranké ti korég tavin! Hontem foi
bem ruim !
O perfeito às vezes parece ter sentido de acção com-
pleta como em grego. Exemplo: Tonk húri: Tevi; mas
não tem mais -- tok, tevi -- húru, já. — Tambem: Ha ti hiri:
Está bom de saúde. Propriamente: Sarou, e por conseguinte
agora esta bom -- hdti, sarar.
(1) Pronome pessoal da terceira pessoa, No Kaingang, quando a clari-
dade da clocuçäo o permitte, usa-se sempre o pronome pessoal de terceira pes-
soa em lugar do nome. Exemplo: Buôngh ti ni: lua crescente — buông, gran-
de — ti, elle, em vez de lua, que é do genero masculino — ni, fica.
(2) Por outra, formando, por assim dizer, um só quadro,
Notas
I
O Kainjgang é uma lingua de orthographia muito fle-
xivel. Exemplos :
1. Krénini, krânini : camisa.
2. Kofa ix gni ha: Eu ja estou velho. Em vez de ni
ha--gni, estou -- ha, ja.
3. To kamôn : A gente. Em vez de: to agmôn-agn : el”
les, gente.
4. Palavras que acabam em U, às vezes depois do u,
tomam a sillaba igh. Ex.: bu, biizgh: rabo. Fu, füigh, se-
mente - Kavu, kaviiigh, costellas. Javu, javiiigh, irmão. Nes-
te caso o u se transforma em ii.
PT
Exemplos da emmissäo do verbo. Arankéti korég ta.
vin : Hontem foi muito ruim. -- Korég, ruim - tavin, de tudo-
ET
EXEMPLO DE TRADUCÇÃO DA CONJUNCÇÃO E:
1. Ix jambré, jog kangamo : Meu pai e minha mãe estão
doentes -- jambré, junto com minha mii.
2. Aran lan, púru : O sol entra e mergulha.
3. Ex ningé, ex pé kupé ix: Eu lavo minhas mãos e
meus pés.
4. Kungré bre, kanjúti: Briga e brinca.
5. Expére me, lairanha: Transposto e trabalho -- me,
ma, carregar -- pére, prefixo.
6. O sufixo JA pode significar o agente. Ex.: Pejúja,
ladrão.- Enkréja. Fes a
IV
Tamaikaxpe. E’ o nome de uma arvore do Perú que
admitte uma traducçäo kainjgang ; a saber: Tama, de muita
chuva -- ka, pau - pé, legitimo.
Cantiga kainjgang : Bajubét, xoro, muafang, vue, véira
von, vai, van, brét, xóro.
DESTA CANTIGA entendo os seguintes vocabulos, mas
não o sentido complexivo. --ba carregar -- bet, marido — xóro,
quero - muafáng, lavar -- vue, carregar -- von, correr -- va, car-
rego - 2, eu--va, está -- bret, junto.
VI |
Uma critica historica
Antigo morador do sertão paulista, (1 ) competente aliás
em assumptos sertanejos, externcu-me sua opinião certa vez
ácerca da epoca em que os Kainjgang Jakuatugtéie acaso
hajan invadido a parte do territorio de São Paulo em que
hoje tem sua séde. Fora, conforme me dizia, lá pelo anno
de 1235 mais ou menos. Dava elle como movel desta tras-
migração do territorio do Paraná para o de São Paulo, um
conflicto occorrido à margem esquerda do rio Paranapanema,
ajusante da barra do Tibagy. A memoria deste facto teria
permanecido no nome dado a uma pedra no local onde se
desenrolára o acontecimento, e que tambem hoje se chama
Pedra do Coroado. — Antes deste conflicto, Kainjgang Ve-
nharô 2 Kainjgang Jakuatugtéie formavam, conforme a opi-
nião do amigo, uma confederação, habitando identico territorio.
Não nego a possibilidade de tal acontecimento, com-
tudo acho-lhe dificil explicação na parte que se refere 4
pretendida confederação e cohabitação no mesmo territorio.
A razão é, que indios de differentes denominações e, não
digo linguas, mas dialectos tambem, habitam ordinariamente
em localidades differentes, formando cireumscripgdes com fren-
teiras distinctas, que os separam uns de outros. Pois bem,
os Kainjgang Venharô se distinguem dos Jakuatugtéie pelo
habito destes não cortarem os cabellos, ao passo que elles
andam sempre de cabellos aparados. Em geral entre os in-
dios de differentes costumes, nascem frequentemente sangren-
tos conflictos por causa de injurias mutuas, especialmente de
invasões territoriaes. Suas relações diplomaticas quasi nunca
são amigaveis. — O nome de Venharô, dado ao Rio Tibagy
pelos Kainjgang Venharó, não significaria talvez Rio dos Tos-
quiados ? ( Poderia tambem significar « pintado»). E isso
talvez pela razão de constituir hoje e no passado, a linha
divisoria entre os Jakuatugtéie e os Venharé ?. — Com efeito,
os hodiernos Kainjgáng, ainda selvagens do Rio da Cinza, a
direita do Tibagy, são Jakuatugtéie. — Conforme verifiquei de
visu, odeiam-se de odio inveterado entre si estas duas frac--
ções dos Kainjgág. Conheci homens Venharü de idade de
trinta annos ignorando de que os Jakuatugtéie e os Venharü
fallam a mesma lingua. — Estes nada sabem da pretendida
federação, cousa quasi inexplicavel, a prevalecer a opinião
do amigo. — Jckuatugtéie é uma alcunha escarninha, que dão
(1) O Rev. P. Serôdio,
pe ra ie
os Venharé aos seus inimigos. Uns e outros, embora fallem
a mesma lingua, a fallam com tantas differenças que consti--
tuem dois dialectos perfeitamente distinctos : outra razäo que
não abona a opinião contestada. — Ha em Santa Catharina
tribus de Kainjgdng, denominados Kamé, palavra que poderia
significar medrosos. São comprehendidos sob a denominação
de Jakuatugtéie não só os Kainjgang do Rio da Cinza, mas
tambem, como deixei entrever no principio, os de São Paulo
VII
Goio--en é nome kainjgäng de uma cidade do Rio
Graude do Sul, banhada pelo Alto Uruguay. Alguns inter-
pretes a querem composta dos dois vocabulos GOTO, agua, :
e EN, grande. Contesta porém esta opinião o defuncto Te-
lemaco Borba quanto ao vocabulo EN, dizendo que, como o
ouvira narrar dos Kainjgáng, deriva de OINT (vdint), que
elle diz significar invadavel. — Por minha conta, accrescento
que quanto ao sentido, se póde acceitar esta interpretação,
mas grammaticalmente, não. Neste ultimo sentido deve-se
traduzir dificil ou impossivel, sub-entende-se, a passar. por
ser ahi o rio além de caudaloso, muito correntoso, de forma
que não dá váu.
VII
Aparas Catechisticas Kainjgang
Extrahidas do Vocabulorio Bugre, fazendo seguir à
cada um deiles uma explicação.
1- Deus: Topén. Para evitar equivocos, se usa a pa-
lavra portugueza
2 - Homem: kata, kato. Homem bom: Kaiá ke (ho)
Homem mau: Kai korém (korég). O homem bom, depois
da morte, vai para o céo, 0 mau para o inferno, no fogo;
de onde não sahirá mais: Kaio ke tére, kraka kaiké ra
tamprü ; kai korém numbé ra, pin kri kote; kara ka kekotim
ven.
Explicação. Tére, morrer -ke:(hé.), bom - kra ka, no
depois -- kra, kara: depois-ka, em - kaiké, céu- ra, para -
tamprü, sobe - numbé : fuma, gruta profunda, inferno - ra,
para - pen kri, no fogo — kri, em = pin, fogo - kote, cahe - ke-
kotim, é, ao que parece. o mesmo como kankuten, sahir -
vén, nunca.
3- Céu: Kuiké - 1 - Kaiké tére: descer do céu.
- Veinma ( tambem det koré ), diabo.
5 - Cruz: Ka vaikofi, marim (marém)--ka, de páu -
vaiko (ko, ka), linha - fi, amarrada - marim, transversalmente.
Por conseguinte: Linhas de pét, amarradas transversalmente
ou pregadas transversalmente. Vaz, de vaikó; parece prefixo.
Katké rem: fazer o signal da Cruz - kaiké, fronte (céu)
- rem, traçar, fazer um traço, marcar.
Onde morreu Christo? Jesus Christo éna ki tére?
Resposta: Pregado na Cruz: Ka vaikó fi marim toe fin.
Explicação. E'na. onde - ki, em —- toe fin, pregado na
- to, na-e, parece errado, deveria ser k. E’ improvavel que
o erro seja do Auctor, que se revela muito versado no Ka--
énjgang; deve ser erro de segunda mão, como ha varios
outros neste trabalho. Opiuo que o copiador tomou o C do
Auctor por É, talvez por achal-o um pouco semelhante ao
E. No mais, parece-se este trabalho á uma musica classica
reproduzida num phonographo, de onde sempre sahe defei-
tuosa; a saber: o transcriptor deste trabalho commetteu
varios erros.
6.-- Cousas do primeiro mandamento da lei de Deus.
Adorar: kamé tin-- kamé; respeitar, temer. -- Adorar
um so Deus grande: Topé piri on banc kamé tin -- piri on
um só -- banc, grande.
mA TA
Cousas do sexto mandamento da lei de Deus. Oikó
ton ban (tambem oinkoton, onko tôn) : casto.
Explicação. Oikó, parece composto do prefixo 67 (ven,
vein) e de ka, ko, que significa o acto conjugal, quando fei-
to entre marido e mulher; fornicação, ete., noutros casos --
ban: grandementa. fora da regra.
Pro tôn ni ou kauën, ban tôn ni ou kauen: Não
sendo casada. não conheças homem ; não sendo casado, não
conheças mulher.
Explicação. prôn, mulher casada, nº, é (verbo) - ton. nao
- ou kauen: não podes conhecer. -- On kauen, parece-me erra-
do: deveria ser onka uen--onka (o mesmo como oika, oiko) :
não commettas o acto deshonesto, ne coeos. em latim--ko,.
coire, em latim -- uén : não queiras, vão podes, não te é Jicito.
Forniear: Oikn ban. Vide explicação em casto. -- Tam-
bem: bra nan ti: elle deita junto - bra, junto - nan, deita
- tí, elle.
Baptismo, designa-se pelas palavras: Topén goto kupé
- topén, bento - góio, agua - kupé, lavado.
Você foi baptizado ? A’ma topén gôio kupé ke. Se po-
deria tambem traduzir: Você quer baptizar-se ? O segundo
sentido liga melhor com a resposta que é a seguinte
Ketetim (hôtitim), que significa: Quero muito. ;
IX
Alguns reparos ainda
Seja-me permittido aqui um exame de tres trabalhos
sobre cousas kaingang. A elles sou devedor de não poucos
conhecimentos linguisticos desta raça de indios. Não posso
porém occultar o facto, que nelles se me depararam, a meu
ver inexactidões ou, mesmo, erros. EE’ escusado lembrar que
o erro é obscurantista: não favorece o progresso, impede-o ;
só a verdade é progressista. Ninguem portanto, espero, ser-
me-ha mais grato, do que os Auctores citados, visto como os
seus estudos, unicamente visaram o progresso da sciencia
em geral, e da linguistica em particular.
Fallemos primeiro do trabalho do meu amigo Dr. Af-
fonso A. de Freitas, dignissimo 1.º secretario do Instituto
Historico de São Paulo; depois, por ordem chronologica de
outro do Dr. Ermellino de Leão, ex-director do Museu Pa-
randense; e afinal sobre um terceiro da lavra do illustrissi-
mo dr. Geraldo H. de Paula Sousa.
X
O illmo. dr. Affonso A. de Freitas, num folheto inti-
tulado «O Guayanaz de Piratininga » ( Typographia Laein-
mert & Comp., São Paulo, 1910), em que defende com pro-
ficiencia, these contraria a do saudoso Dr. João Mendes de
Almeida, que Tupys-Guaranys, e não Tapuyas eram, nos
primordios da oceupação portuguesa, os habitantes de Pira-
tininga, teve que recorrer á lexicologia kaingang para pro-
var mais cabalmente a sua these. ‘Ao lado de observações
muito criteriosas, fructo do seu engenho, lhe cahiram da
penna algumas apreciações, a meu ver, pouco exactas; e
outras que, em sentido universal, não são acceitaveis. Seria
de admirar, si a cousa tivesse succedido diversamente, si se
considera que o Auctor se serviu de trabalhos directos alheios,
aliás muito incompletos.
Sustenta, baseando-se na auctoridade de um dicciona-
rio colligido pelo saudoso Antonio Goncalves, que os Kain-
gang de São Paulo chamam a si Vaicha gan (vaichä, do
matto -- gan, gente ); sendo esta denominação privativa des-
tes indios, e não commum aos Kaingang do resto do Brasil
e de outros paizes da America do Sul; e que vaicha é vo-
cabulo usado por elles exclusivamente. Principalmente esta
ultima observação não corresponde 4 verdade, porquanto este
So aye ex
vocabulo é usado por todas as tribus kaingang dentro e fora
do Brasil. Em Tibagy, usa-se a palavra v--waitka, m-uäitka ;
e no Vocabulario Bugre, váiken.
Mas então será pelo menos peculiar a estes indios a
denominação de Vacha gan (deve ser Vakagan), dirá al-
guem. Ponho em duvida a certesa e a verdade desta affir-
mação. Noto, por incidencia, de ter ouvido dizer em ‘Pen-
napolis, que tambem os indios do Rio Feio, e por conse-
guinte de Säo Paulo em geral, se intitulam a si mesmos de
Kaingang. Ha, porém, outra consideraçäo a fazer, e é, que
não é absurdo identificar o vocabulo vaika gan com kaën-
gang. Com effeito, no Supplemento Grammatical deste Ap-
pendice, e no meu Diccionario, se pode verificar que nesta
lingua, ás vezes o V. e o M. se mudam em K. Exemplo :,
— vuafô (muafé): sala; póde mudar-se em kafü; então
m-uáitka se pode transformar em káika. Cumpre notar que
além de m-uaitka, usa-se tambem o vocabulo v-uáin (vem
no trabalho do Dr. Geraldo H. de P. Sousa, que citarei
abaixo ), para designar o matto. Dahi então, sem recorrer-
mos aos esforços acrobaticos de Heckel, teriamos a transfor-
mação de váin em káin; por conseguinte, tambem de Vailk:
gan em kaingán. Portanto, creio, não se póde geralmente
affirmar que vaikagän é denominação privativa dos Coroados
de S. Paulo. Affirma ainda o Auctor, que os vocabulos :
ojoro, goto, aim, tindôro (buraco delle), tindu (barriga
delle), ikrin (minha cabeça), tiniká (chifre delle), inoné
(minha lingua ), kanhére, goto, ni, inaprôn, kotwin, che ( xe),
gôio, buüngh, ingá (terra), mi (onça). grôn: são privati-
vas dos Kaingáng de São Paulo; mas é erro; pois lhes são
communs aos Venharô do Tibagy (1).
E aqui cahe a proposito ventilar o assumpto sobre o
qual fallei outra vez ( veja-se o meu Ensaio de Grammatica
Kaingáng, na minha separata á pag. 48, no vol. X da « Re-
vista do Museu Paulista », pag. 576) a saber, si a palavra
kaingang significaria: gente do matto, ou não.
No predicto trabalho, seguindo a opinião a que pare-
ce inclinar-se o douto Dr. Hermann von Ihering ( Vol. VI da
« Revista » citada, pag. 25 e segs. ), impugnei a parte affir-
mativa; porém, com o progresso dos estudos, me convenci
que convinha tambem defendel-a. Na realidade, lendo uma
parte da minha collecçäo de phrases tomadas da bocea dos
indios (não me tinha aproveitado dellas na organisação do
meu Diccionario por suspeital-as no principio, mas não em
seguida, pouco exactas ) deparei que as expressões: ka agn,
kan agn, foram traduzidas tambem com as palavras: « gente.
do matto » pelo indio de quem as ouvira. Pois, assim sen-
do, está provada, a meu ver, a probabilidade da afirmativa.
No meu Diecionario, ao lado de kaingang, encontra-se tam-
bem: kaxgen, kaxgan, kangan. Mais: como em logar de
4
pie dido PRES NET IT SP EE D OO UT Te
(1) Tambem kré: casa, toca.
— 319
ko (comer), posso dizer Kkoix; assim em vez de kan agn,
posso dizer kaixging. Temos pois toda inteira a palavra
kaixgang itentica à de kan agn, mudaudo-se por metathese
agn em gang. A mais forte dificuldade que se poderia op-
pôr, seria talvez que, tambem no singular, esta palavra si-
gnifica homem Nao é ella comtudo insoluvel, se se consi-
dera a grande força transformativa que tem nas linguas, os
traslados. — Notamos por incidencia, que, como arê significa
grama e gramal ou campo onde ella cresce; da mesma tór-
ma ka, sigaificaria arvore, e arvoredo ou matto. Mais con-
soante, porém, com a expressão que kaxgan, como dissemos,
significa homem, seria fazel-a derivar kaz (kata), que con.
forme o Vocabulario Bugre, significa homem; e gang, elles
ou melhor os ( artigo ).
Afirma ainda o mesmo Auctor, que gééo, não signifi-
ca rio, mas o significa, si a este vocabulo se accrescenta um
adjectivo que se possa traduzir como « grande ». Diz mais
que os Kaingang do Paraná indicam a palavra rio com
gôio-en. Ensinaram-me pelo contrario os indios, como se
pode ver em varias phrases do meu Diccionario, que gôio
simplesmente significa agua e tambem rio; que gõio buôngh
significa rio grande, e gôio xin, significa rio pequeno. —
Emquanto a gôio-en, veja-se o que disse nestas notas sob o
numero......
XI
Passemos agora ao exame do trabalho do Dr. Erme-
lindo de Leão. Encontra-se este douto trabalho no Vol. XV
da « Revista do Instituto Historico de São Paulo», à pag.
243 e seguintes. Não trata só de linguistica, mas tambem
de questões archeologicas, ete. Eu me limito a fallar sobre
a parte linguistica.
Elle ensina que esta lingua é syllabica e agglutinante.
Para proval-o, basta analysar a palavra kaxin (rato). Ka,
na lingua Æixod, fallada no Perú, significa animal; em ka-
ingäng porém, isolada, nada significa; então em kaingang,
é agglutinante. — Xin, pelo contrario, em kaingang, signi-
fiea pequ no; então é syllabica. — Em kambé ( veado ), kan,
em kixoá, significa animal -- be, em kaingang significa grande.
A mesma conclusão. — O mesmo se poderia provar com mzi-
tos outros exemplos. Ao lado porém destas doutissimas ob-
servações, accrescenta evidentes erros, aliás desculpaveis em
quem, como elle diz, fez só estudos de gabinete, louvando-
se unicamente em fontes alheias, às vezes viciosas.
Diz portanto em primeiro logar que pandói significa
planicie, e que é contrario de pando, torto. I final seria
para elle negação agglutinante. O Auctor sem duvida foi
enganado pela leitura dos trabalhos do saudoso Telemaco
Morosini Borba; porém faço aqui salientar que pando ?,
pandoix, não siguifica planicie: mas espigão, outeiro, ou,
— 380 —
conforme o Bugre, coxilha. A ser verdade o que diz o Au-
ctor. tambem koz, koix, seriam negações de ko, comer e si-
gnificariam : não comer, o que é falso.
Opina tambem que existe nesta lingua o exogenismo.
Tenta proval-o com um exemplo que de nenhum modo abo-
na a sua opinião. Para elle, o sexo feminino designaria a
mulher com a palavra fag, e o sexo masculino com a pala-
vra tante. Observo que fag, no sentido primitivo, é artigo
determinativo e pronome pessoal plural. Significa: «as, el-
las ». — Ontantô fag traduziam os meus indios com a ex-
pressão: «< As mulheres». Conforme o Auctor, precisaria
traduzil a : mulher, mulheres. Isto é simplesmente um contra-
senso. Fra um indio que me traduzia este periodo: Estou
muito satisfeito, porque as mulheres sararam, com estas pa-
lavras: Hadn fag húri kan, eix man--hôti -hadn, estão boas--
húri, particula para indicar o passado--kan, porque-eix, eu.
Usa-se tambem do pronome fag, para designar, pronominal-
mente, as vaccas (veja-se o Supplemento primeiro deste
Appendice sobre a palavra: ko, ao lado. Tambem a nota
marginal do Supplemento Grammaiical, sob o titulo : Prefixos.)
A’ pag. 343, diz que não existe em kaingang, formu-
lario para designar o sexo, numero ou grão. Não se póde,
em sentido universal, admittir semelhante doutrina. O pro-
prio Anctor à pag. 348, escreve que filho é kKotxi, filha é
kotæifu. Veja o meu Ensaio, acima citado, e o Supplemento
Grammatical deste Appendice (1).
XII
Demos agora, só no que diz respeito à linguistica,
um relance ao trabalho do Illmo. Dr. Geraldo H. de Sousa.
E” parte integrante de Vol. X da « Revista do Museu Pau-
lista ». Consta de vocabulos tomados da bocca dos Kain-
gang de Pennapolis, no Estado de São Paulo.
Estes indios indicam o relogio com os vocabulos rex
txin ( xin), que significam: ren, sol--xin, pequeno. Coin-
cidencia notavel com os do Paraná -- Tibagy, que o indicum
com os vocabulos ran ou lan, que significam sol!
Para o nosso Auctor, iapurú, significa molhar. Esta
traducção. em sentido derivado, é exacta; em sentido ori-
ginal só póde traduzir-se com as palavras mergulhar, afun-
dar, etc.
Revela-nos este trabalho, que tambem os Kaingang de
São Paulo tratam a nós brancos de fog, fong, fogn. Con-
clio deste facto, que somos assim denominados vor todas as
tribus de Kaingang dentro e fóra do Brasil. Veja-se a ex-
plicação no Diccionario. Deprehende-se dahi que nenhum
outro vocabulo é tão apropriado como este, para conservar
(1) Diz que na de nára (milho) vem de na, dente: Porém na, (dente),
se deve escrever ja, e pronunciar o j nasalado ; na, ra, se deve escrever e pro-
nunciar nh, - ga ra, « então»...
ee Mae A,
E O AN,
4
we eae eee ee ee ee ee el ee ee ds
a ee oe PE DES UT PE
os 1
a o
— 381 —
viva a memoria dos antigos resentimentos, e para alimentar
a inimizade secular e o odio contra os brancos. Por inci-
dencia, noto que o cavallo é chamado, segundo o Auctor,
por estes indios, de men buüngh, que significa: animal
grande.
XIII
Aran inindélax ka: a meu ver, esta proposição deve
ser traduzida assim: O sol está na corôa da minha cabeça.
Este é o seutido literal: aliás significa: meio-dia. Deve
ser composta dos vocabulos; arän, sol-- 2, minha -- nindo,
corôa -- kax, no -- ka, esta. Nindó, por sua vez, parece ser
composto de nh--gáix, nos cabellos--de, abertura. O voca-
bulario Bugre diz que deriva de ngan, cabellos - don, aber-
tura e de vi, que não explica. Não projecta por acaso esta
denominação uma restea de luz que explique talvez o mo-
tivo porque estes indios abrem a corôa na cabeça? Não se-
ria esta corôa imagem do sol, a quem elles no tempo pas-
sado. ou mesmo talvez no presente, prestavam, ou ainda
prestam culto? Creio que, embora fraca seja esta escóra
sobre a qual pousa esta supposição, não se possa comtudo
rejeitar sem justo motivo.
XIV
O dr. Hermann von Ihering, no trabalho acima cita-
do, reprehende a Hensel de ter ter usado o vocabulo ngôi
em vez de gôio (agua); porém injustamente, como pode
verificar quem compulsar o meu Ensaio, acima citado, e o
meu Diccionario.
AV
O celebre Martius, no seu ¢ Glossarium linguarum bra-
siliensium », deixou consiguada uma nota em allemão, que
eu só transcrevo em parte na traducção portugueza. « Estes
Kames, escreve o dito Auctor, conhecido entre os colonos
de São Paulo, sob a denominação de Bugres ou de indios
do matto, se denominam de kaingáng, e, caso elles se esta-
beleçam como mansos entre os brancos, se chamam kazki ».
Até aqui o Auctor citado. Entendo que kazki é a mesma
paiavra kaika, que significa: amigo, alliado, ete. No Vo-
cabulario Bugre, porém, burro kaikí, significa burro manso.
FIM
%
of 4 ¥
DA ee a Sa
ee
VA a
Le
Pag.
»
»
d 0 O AR)
ADDENDA E CORRIGENDA
Diz
linha 14 kupdne.
» 17 Kmonera
cael IME à
» 37 prehender.
» { geme
at ee dors :
» 52 kémo
SOU IN EMA Mc
wy 25 ind ti)».
DRM Cam Qu IE
"A SR) TEA
» 43 angute. .
» 11 lançadc.
» -a0. cabeça .
> d+ goiobai,. —.
» DRC Gti ioe ie
> 20 bakangóiivuen
» 2 piraru ..
een, Bea
> 28 buónghtiti :
> MPR PTE
e alhures linha 11 kcni, morar
linha; UM xe, .:
a ur énE >, -
a pain dois
=» 21 ka ix ni, mora
» 2h mingrú. .
my pba came) 270
e alhures linha 10 manhôti
‘linha 47 kotne . .
» 3 Jerrão . |
» 39 transportar
» kG kamhén. .
» 36 buongh .
> 44 inclinado .
> 9) spretine') six.
» 13 kiveirnamen
» 14 penoró. .
.
Leia
. kupádne
Kamónera
mo
. prender
. gémo
. pára
. hémo
. mo
. ki xan tôn ti
. cómo 0 |
Xa ra
. anangúte
. cançado
. cabaça
. gôio ba
. hôtiti
. bakangüüven
. bikurá
depois de nim, se acerescente : Me dê carne
. buônghtiti
- pôr
. ka, em-ix, eu-ni, moro
2160
. gente
. pakxín
. ka, em-ix, eu-ni, moro
. ningrú
DE
. man-hóti
. kotxine
. ferrões
- transportar, passar
. kanhém
. buôngh
. inclinado, sujeito
- prefixo
. kiveinrdmen
. pentoré
Pag. 42 linha 49 Ne
6 curvada sobre'si.
43
»
»
>
»
e alhures, linha 38 ketôn: não
posso, não quero .
linha 16 e 19 sles
nectivo E 5
linha 27 mutio
» 18 pana, pan.
» 21 koin. à
» 36 Tambem não.
» 47 kokux .
» 44 ix ve vaikén neve.
» 8 kondma. i
» 38 e 39 Kow, kum.
» à rômke . ;
» 6 jantkü, kriná
» 3 demando
» 23 estrangeiro
» 87 “kud mars
» 14 na, estão .
» 21 kuprkfimo.
>» DO da a 6
» 35 venharo
» 25 panno novo
» 1D ea ane:
» 20 huten
» AB e A
» 2 Dé nasale
» 42 esguingarda .
» 5 Doro, kokonôn .
» 23 kanga, ti.
» 38 egjame.
> + AT iguen +
e alhures linha 28 canada
linha 24 fon.
»
2
— 386 —
Diz
kake.
10 kan, de poie.
18 quem
26 kadno .
50 queres .
50 ka em’.
36 insalubre .
19 Ôôno to.
7 fica doente
40 da, desar rumado.
41 efoke
Leia
. kápke
. curvada em forma de
pinça
. kan, de-póie
. On, quem
. hádno
. querer
. ka, em
. insalubre,
sujeito a
doença,
são
Con-
. quer/a fazer. Connec-
tivo
. muito
. pdna, pan
. kótin
. Tambem jéu
. ko-h#x
ix jo vaikéno no ve
. kéndmd
. Koi, kiién
. romke
. jantkiikrind
. de mando
. estrangeiro, ferida
. kudmái
. na, estao
. kuprékfimo
. ki ti tére
. venharô
. panno (novo)
Jan
. küten
. gu
. D e T são nasaes
. espingarda
. Doro koko nôn
. kangá ti
. Ono ti
. Neste lugar, o pôvo
é sujeito a doença
. engjdme
. quem
en-hérike
. fan
. da, tudo-mén,
de-
sarrumado
. fóke
Pag.
yo y
ÿ
MONO ME MC UM ME M
— 387 —
Diz Leia
93 linha 11 foi. se PAU Lodi, “ti
96 » 39 N e gaix. com na-
salado . . Ne G de nh-gdix, na-
salados
ae 7 errou o caminho . no caminho-ki, no-na,
esta
97 » 16 e 17 agman, to. . agmán to
100 » 24 ka, grummo. . ka grúmmo
102 » 2 aspirado . . aspirado, fora o caso
que seja precedido
de N : então se pro-
nuncia como em
portuguez
104 > 46 hadna. . hddno.
105 » 16 kgha!. . kagh !
105 » 20 manda-me . empregar
107 » ty Ra o, “Jan ha
107 » 46 hóriske . hórike
JOS, > GF cho . bd
108 » 46 indicar M7 imdica
110 » 33 da alma se separar. a alma se separa
Mao is 4 Significa tambem
sala . . (significa tambem
sala )
RP AQ” Jem, costas . jen, parte posterior
do braço
113,» 24 | Eixmos . Exmá
PES > 4 Onn te ne . On in te ne
Pipe! M22. Enya o . Iníra
fae) ». 29º Ingújo . Jongjó: gavião, pa-
pagaio, corvo
LEGS + 2 que . queria
ie. mun al tere, fa . teré ja
Pie To horike:. . hürike
Tih. > > 138 oráção:. al a ACÇÃO
120 e albures linha 32 Janta
buongh ERES ae . Janta buông kuprí
121 linha 18 daquele . . aquelle
RE rade ve, . ué, vé
122 » 50 por. . kan, por
123 » 13º precisão . precisäo de comer
124 » 17 jengüt. . Jenghot
124 » 42 Bacia. . boca
266 3 8 kokré . sat kakKré
127 » 40 não fica doente. . sarar
1290 = 12 no, está ~ . 14 voltas-ro, esta
TIS ART UE. oy. ETA quilo
1298473002 kuxa . küxd, lua. Tambem
alhures.
133 » 1 vão conversar . . palavras atoa
vo yr ÿ
.
[a ji bed bed co RR o ce jud
. a
O O
34 linha 39
35 1 Betto
E 5 » 46
58 » 40
39 > 1
39 » 3
39 » a2
39 » 33
140 » 2
14h =» 9
148 » (32
WA » 44
TAR sow USE
142 on Za
1490 5 aa
1420» 35
149 #, 42
143 > 6
TAGS = ES
143 > 45
144 » 1
144 » 3
144 > 7
144 » 8
JA >» 12
AZ (uti MI
144 » 44
AA >: ara
144 » 48
145 » 8
145) > HO
PAS pt Ronee
VAG) vo ee
148 » ao
49 07
150 » 5
150 >» 30
151 » 9
151: vom
Wal QUE
LOT oa ak
192 » 33
1550 » UM
155 » 1
ss" dar BE
156 » £36
257 » 2
157. au COR
158 e alhures
— 388 —
Diz
hadn : vergonha
Erxmae . .
KRaïeïje Lu ui
bakantin, mo .
kankútin .
M-uaitra .
Muan .
Muanfé . .
magnára . .
hara
BOLO Us esd
Nnenun
Nduru: a gar.
kankrüve.
neuma.
mentain
gau.
e 28 yére
fl
Jamanhôni
ee
jamid . .
Nhaa. .
Nhahra
Jekhfiu
Tol nhou .
ki na van
Ti ni tri
Kititi .
ntktivi ;
Dale AV qa as nn
éin nós
ninçam son
ningreintox, aoxa
mi kan . ;
cabeço...mongúje
ordenar . « .
BO re
Leia
. 40 ma, vergonha
. Eixmá to
. Kaféje
bakantínmo
. kankúten
. M-uditka
. M-udn
. M-uanfé
. nagnára
. kara
. téie
. Ndenúm
. Ndúru: apagar
. kangróve
. nenmá
. jentdin
. gan
. gére
pit
. Jamdn hô ni
. jafd
. jantd
. Nh-géra
. Nh-gára
. jekfin
. Toi-nhoú
. ki: em, na, em a-van,
está
Dk mai, ting
Se fegal
. niktíve
. niktíve
. éin, nos
ningdm
ningréin toxd...toxd
. in kan
. cabega... nongúje
. ordenhar
. Tolíce
kure voz, falla tolice
IN sie de tae
kô, bom de
Onjekéni. . .
traxbire "x «10! da
Afrangrôro . .
lankiére . « .
ROT a
Pan oiapra. .
LOD, deu
linha 36 pen ôró
kúre: voz, falla
cuja
hé, bom,
onjekréni
trazéiro
Afrangrôro
lanktére:
krin
pandia pra
ton
pentôró
Pag. 163 linha 40
>
>
163
165
165
169
170
170
170
Lee
173
>
»
49
8
EN
11
15
49
44
15
29
31
32
18
39
22" O ee
Diz
mulheres. . +
se cobra .
Leia
. gallinhas
. as cobras
kéma . ‘ . kémo
kren : kanti. . kren kánti
piniada . pintada
en ham , ; . ên-han
kinti . kaänti
rog. - rog
cabeça . cabaça
kémo . . porco vendér kémo
fane . já ne
milho . . arroz
xéro . xére
mantkatin . matkantin
depois . . pouco depois
Téo us hd
tan. . . tan, aquillo
Re ES EE + in, in
tankitanbera . tanktdnhera
turuma ni taramani
e alhures linha 7 kuxa, lua.
linha 11
»
Bevwpevyryvyvvveyy
Y Ÿ
40
tarren .
turumá ni, tardmani
küxd, lua
. tarardn
prep. . . posp.
ir . ir, ante
quor . quer
krei . kre
jenjre . . jengjére
ja ne eki - jan éneki
hott . héti
Br te tele te ae OTR
Aa! aban hacks had
kama . . kemá
fiu . . fin
kuxma . kiixmd
ko . . ho
bram . ; . bra
(, DREGE, rer . (jon, briga )
it Pe sa
bounh," +. . buôngh
vaikokenfi
. vaikokefú
e 46 vainlo . . . vainlô
CUT sina LUE EC.
jane, esta . . . jdme
vevang . vavdngo
ontan, onde. . . 6n tan, aquelle que
veiketai . veiketá
porque tomaram re-
medio . . afim detomar remedio
VOIRE ys. ss
veinkliuvédnia. .
. veinkré
veinkrivédnia
208
209 »
210
210 »
JL 1a >
DAS RUE
Bi! id
215 »
26 a»
PA UGS
2 KEINE
218) 1
DAME
DD e
Do Ao
Pops NO
2202 a>
PP dE
226 “>
DOM >
BUM io
298 >
23 »
Piola): >.
Dal >
Do 5
les 5
236 »
236 »
Don eS
237 »
208: »
298 0 06
239 »
239 »
250, ee
240 »
240 »
PAO »
241 >
241 . >»
248 »
240.2
244
DAA. tas
244 »
47
15
q
23
37
45
— 390 —
Diz
e. 208 linha 3 veinkukéxtimo.
estão . . o
e 16 venkmáje.
venjutifuit . .
mem
kara .
ora vem .
k6titi .
vexa .
Toto
mado
Em o RR
tira a saber.
cima
Ou SIR Estad
tokuin tokfin
kikaione .
nindó jopé
onoveka .
Nehne
pannos + —.
fora ti.
amargo
Ei, em! à:
bem Rs
Ma hô pa
buscar, kané
jexke .
kek.
Nain, VEIN.) 4 ds
taromke, cobrir.
come
posp.
kanju, ti.
Vambé
COPO apo shale
JOM Ro ENS
Dôro kenon.
jankad-üt
Propõe-se. . .
buünhüh .
kube, réére. .
kaxidn
kantéje . + «
kúgnóra .
Gio. 5. any
da, cousa.
a
Leia
. veinkukxéxtimo
vão indo
. venkemdje
venjutfui
- meu
. kara kéja
ora väo todos,
vem todos
hótiti
ora
. vexdi
Shri ito)
. medo
. Eixmán
. (tira, a saber )
. encima
1
. toku/n, tokfin
. kikairóne
. nindd, jopé
. ônove ha
. Nhéne
. páno, pédno
. fora-ti
. amargo: kajd, kajé
. ki, prefixo
. bom
. Ma hô-pa
. kané, näo tem este
sentido
. Jóixke
. kéke
. vdin, véin
. ta, chuva-rómke, co-
bre
. kómo
. prep.
. kanjú ti
. Vembé
.
copo
. jon
. Dôro konôn
. jaukadôüt
. Pospõe-se
. budngh
. kübü réêre
kavidn
. kantóje
kúgnora
Veingrín ki gôio
da, tudo
ÿ
VV A RE TMC br -W
245
246
249
250
252
253
254
VV Y VE yw 6
. 244 linha 44
— 391 —
Diz
kukde. oe
kankute, kanpa je.
arengré, alengre
tin tin ti.
veinlo.
em vez de or .
foa, fu kané
ti, ir
jouije, ramo miudo
Leia
kukxé
kankúte. Kampdje
. alengré, alegré
. tin, tin ti
. veinlü
. em vez de 6n
. foafú kané
. tin, ir
jouíje (ramo miudo )
Tude tide . Túde, tíde
tan. . van
jo, nim . jo ním
liOie . limite
langré. . langrô
Quer UA DRE RR . quero
Tambem ve. . Tambem ué
fan . . fen
AGA . Arû
venharo . venharó
Bamôn, bara tin
veinma
hana
vestice.
kanjänja .
kudjé kané .
enke
Oni. 7.0
anguid
to, gavião .
. Bamôn. Baratin
. ueinmá
. háno
. vertice
. konjánja
. kudjé, kané
. enk
ava OU
. jongujo
. corvo, gavião, papa-
gaio
Onjekrenmá. . Onjekréni ma
kren tin . . kren ti
aange . . odnge
fuür . fudre
largo . lanktére, largo
gova : gôvo
an . . on
Fera . Féro
Fjén . Ején
tamé MEANS" o tané
péti - pét
Kaféi, grin. . Kaféi grin
Kakükü . . Kakütü
ne. ue
boéja . . broéja
Nhetikanhe .
kkgüüve .
Ajur
moço
. Nhetikardne
. kagóiive
. Ajút
. ommittido
Diz Leia
Pag. 311 linha 50 Kkôtiti . . . » bôtiti
» 320 » 15 Hkotusch . » kotäigh
» 320 » 20 Roney erro
> 32 49 no pin e «MO, Bin
2», 321 13 Comeram . . . Comeram todos:
> Dove ND Brel, O UN LEE BATE
» 336. » . LS possou. . . '. passou
» 352 » MG dakisin.. .. se. akkakin
a aD. 2»: 28 do maio |. . dó. raio
>» 861 » 22 vainkpé . 1. .! .wvaimküpé
>. SOS DP dO, Com 4 . um do
A SE) END bE sy E SECTE
DO DOD DA ANR TIR ats RER
> (911: » 20, Kaïinvang. <i. + do Raingóne
» 13191015 18 Mnumer0:.. 0e aero: VI
» 2001 bs 1040 na rats re Te na
» 380. » 50 mh, gara . . . . mh-gára
NB.— 1 — Ketôn, parece que não significa: estar immi-
nente, poder, querer; mas simplesmente « não ».
2. — Ja, quando adverbio, não significa agora, presente-
mente ; mas indica tempo passado.
3. — Existe algum nome abstracto em Kaingang. Exem-
plos: Momen, ma hadn: Ter medo, soffrer vergo-
nha - hadn, soffrer - mómen, temor. 2. Kokire me:
sinto fome — me, sinto.
|
«
L
Ensaio de grammatica Kalapó
COPELO
Rev. P® Antonio Maria Sala, O, P.
Lingua dos Indios Kaiapós Brasil Central
|
|
Ensaio de Grammatica Kaiapó (*)
1.º — Convém notar o titulo do nosso modesto tra-
balho. E’ apenas um ensaio; não será uma grammatica
completa e definitiva. Desculpar nos-äo portanto os defeitos
e lacunas.
2.º — Tomámos por base observações particulares re-
gistadas por missionarios competentes. Collecciondmos mais
de quinhentas phrases, ouvimos nossos Indios fallarem; fo-
mos notando aos poucos diversas particularidades e só tirá-
mos conclusões depois de termos, minuciosa e conscienciosa-
mente, observado factos numerosissimos.
3.º — Para a escripturação dos nomes kaiapós servimo-
mo-nos do excellente. « Antropos-Alphabeto » A difficuldade
para tomar apontamentos exactos é grande: (1) um Indio por
exemplo, pronunciará de tal modo, outro já prouunciarä dif-
ferentemente : aquelle que vae tomando notas, mesmo já tendo
o ouvido affeito e a lingua habituada, deixa às vezes esca-
par um accento, ou um espirito rude -ou alguma consoante
surda. De modo que, para chegar-se a um resultado satis-
factorio é necessario fazer-se sobre a mesma palavra ao me-
nos uma dezena de observações.
(A) Este artigo não foi revisto pelo autor (N, da R, )
(1)— O P. Antonio Vieira (1608-1697) descreveu admiravelmente as difh-
culdades com que têm de luctar os missionarios para comprehender os Indios:
«Por muitas vezes, me aconteceu estar com o ouvido applicado à bocca do bar-
baro e ainda do interprete, sem poder distinguir as syllabas, nem perceber as
vogaes ou consoantes de que se formavam, equivocando-se a mesma lettra com
duas ou tres semelhantes, ou compondo-se, o que é mais certo, com mistura de
todas ellas, umas tão delgadas e subtis, outras tão duras e escabrosas, outras
tão inteiras e escuras e mais afogadas na garganta que pronunciadas na lingua:
outras tão estendidas e multiplicadas que não percebem os ouvidos mais que a
confusão, sendo certo em todo o rigor que as taes linguas não se ouvem, pois
que se não ouve dellas mais que o sonido e não palavras articuladas e huma-
nas.» (Sermão do Espirito-Santo, prégado em São Luiz do Maranhão. T. 3).
E” necessario tomar o barbaro a parte e estar e instar com elle muito só
por só e muitas horas e muitos dias: é necessario trabalhar com os dedos,
escrevendo, apontando e interpretando por acenos o que se não póde alcançar
das palavras: é necessario trabalhar com a lingua, dobrando-a, torcendo-a e
dando-lhe mil voltas para que chegue a pronunciar os accentos tão duros e tão
estranhos : é necessario levantar os olhos aos céos uma e muitas vezes com a
oração, e outras quasi com desesperação ; é necessario finalmente gemer com toda
a alma ; gemer com o entendimento, porque em tanta escuridade não vê sahida;
gemer com a memoria, porque em tanta variedade não acha firmeza; e gemer
até com a vontade, porque no aperto de tanta difficuldade desfallece e quasi
desmaia. (Sermão da Epiphania prégado em Lisbôa a 6 de Janeiro de 1662).
— 396 —
4.º — Os Kaiapós (1) cuja lingua estudämos são os
commumente designados pelo nome de Caiapós do Norte.
Acham-se divididos em duas povoações. Ha tres annos, uns
habitavam nas margens do rio Arraias, 03 outros nas do rio
Páu d'Arco. Actualmente estão morando à beira das Ar-
raias, uns para cima do ponto em que a estrada do Novo
Horizonte atravessa o rio, e outros para baixo. Em que pa-
ragens habitarão elles no anno vindouro? Apressein-se os
ethnologos. Daqui ha dez ou vinte annos a raça talvez já
tenha desapparecido.
Para clareza da exposição servir-nos-hemos das divi-
sões ordinarias das grammaticas. Trataremos successivamente :
1 — DA PHONOLOGIA
6
2 — DA TAXINOMIA
3 — DA SYNTAXE
(2) Donde lhes vem este nome de Kaiapés? Já no reinado de D. Maria I
(1777--1816) os Kaiapós do Sul eram conhecidos por este nome. (Cf. Aug. de
St. Hilaire « Viagem ás nascentes do S, Francisco e ao Estado de Goyaz», 1524,
Cf. Martius, etc.
Os KEaiapós entre si dão-se o nome de «Meibenokre» (homens valorosos
os Carajás appelidam-nos de «Kradaü».
e
=
I-PHONOLOGIA
O effectivo phonetico da lingua kaiapó estabelece-se
da maneira seguinte :
Vogaes
| AS u
a) e is)
0) e. 0 .
q €,00,1 aa
a
Kgè)
tds) Erez
EMA
p- b. m.
O accento tonico geralmente, se acha no fim da pa-
lavra, de sorte que, só indicaremos o accento nas palavras
escriptas, quando fizerem excepçao à regra.
(1) O espirito que collocamos antes de certas palavras serve para repre-
sentar o som «g» muito surdo.
I1— TAXINOMIA
Ha nove partes do discurso: Nome, artigo, adjectivo,
pronome, verbo, adverbio, preposição, conjuncgao, interjeição.
1.º - NOME ;
O nome póde ser commum ou proprio.
A — Nome commum. — Ex. :
Abäm, pae | kuka, semblante
niri, mãe | néakre, nariz
and, mãe niakrekre, narinas
krã, filho ama, orelha
kra, cabeça jua, dente
diunu, pae kvkre, casa
ama, queixo ko, cacete
pa. braço mut, sol
juje, arco na, chuva
kurua, flexa puka, terra
B. Genero. — Propriamente fallando, só ha genero
para os sêres animados; distingue-se o macho e a femea.
Todos os demais nomes de arvores, de mineraes, de rics, de
cousas são neutros
O. Numero. — Tudo é indeterminado. Ex.: um me-
nino, meoprire; meninos, meoprire.
D. Nome proprio. — (1) — Os Kaiapós formam seus
nomes proprios com nomes communs. Os modos de formação
são multiplos.
Tiram-nos 1.º Dos nomes de animaes. Ex.: wako,
maki, krokrokie, especie de esquilo.
2.º Dos nomes de membros de animaes, Ex.: kapra-
pa, pata de jaboti, kapra-k cti, cabeça de jaboti, mekra,
cabeça de jacaré; miko, pelle de jacaré, ok-/, osso de ave
de rapina, rop-jua, dente de onça ete.
3.° Dos nomes designando um estado em que se acham
animaes. Ex.: kukreit kain, anta amarrada.
(1) Não é aqui o lugar de tratar a questão sob o ponto de vista
ethnologico. Quem dá o nome á criança ? Quando se lh'o da? Quem é que
determina a escolha de tal ou tal nome? Quantos nomes têm cada individuo ?
etc...
PRET =
am
|
=
O a i e» mo et a
— 399 —
4.º Dos nomes de arvores de plantas. Ex.: boi--krat,
herva.
5.º Dos nomes de cousas. Ex.: Æurua--puji, uma
flécha, Æurua-nibo, fiécha envergada.
6.º Dos nomes que exprimem acções. Ex.: jujeno,
levanta teu arco, kakoru, elle toca trombeta, etc.
E’ o caso de dizer-se que fazem flécha de todo pão e
que inventam todas as combinações possiveis
Uma particularidade interessante é ouvil-os dar o nome
a certos objectos que vêm pela primeira vez.
Um guarda chuva tornar-se-a niep à ara, aza de mor-
cego; os oculos, nokam kot, ferro que se põe nos olhos ;
um annel, mkra kam kot, terro na mão. Uma rolha ficou
sendo «a cabeça da garrafa », um gramophone, um harmo-
nium, « ferro que canta >.
E. Grãau. - Formam-se os diminuitivos accrescentan-
do-se ao substantivo o suffixo re Ex.: diunu, pae, diwnure,
paesinho.
Acrescentam tambem depo's de certos nomes os suffi-
xos a, e. Ex.: diunua, neri. mãe; dimune, niriua, mãesinha.
Formam-se os augmentativos accrescentando-se o sufh-
xo ti. Ex.: kra, cabeça; irati, cabeção.
2.º — O ARTIGO
Propriamente fallando não existe artigo em kaiapó.
Comtudo, quando se quer determinar uma cousa, um facto,
uma pessoa emprega-se a palavra tu. Seria mais razoavel,
talvez classifical-o como uma especie de adjectivo demons-
trativo. Ex.: O menino de quem fallâmos, que estaes
vendo | tu meoprire.
As vezes tambem faz o papel do artigo esperanto la.
8.º — O ADJECTIVO
A... Qualificativo. — Não concorda com o nome, nem
em genero, nem em numero. Pode-se distinguir qualifica-
tivos simples e qualificativos compostos.
Exemplos de qualificativos simples :
met, bom, bonito | juakini, ladrão
oùt, forte kubeget, velho
kane, doente eni, mentiroso
prik, grande
Exemplos de qualificativos compostos :
kabe krok, gago krat kut, coxo
no ngru, cego nibum tu, corcunda
noi kie ngru, zarolho | kra keket, louco
pa-i addu, maneta kabe ket, mudo
iamakre ket, surdo
— 400 —
B... Grão. — Para indicar o comparativo, os Kaiapós
empregam uma periphrase Tu és maior que eu
ga (n) ga prik, buban ne ba à pri.
Ao pé da lettra: Tu grande, porém eu pequeno.
O superlativo forma-se pelo acerescimo do adverbio
acue : met, bom; acue met, optimo.
Quando querem dar mais força ao superlativo, repetem
o adjectivo. Ex.: acue met met, excessivamente bello.
O... Possessivos
ino juje, meu arco
ano kikre, tua casa
ano kurua, sua flécha
guaiabano ko, nosso cacete
guaiabano rop--pre, vosso cachorro
arino kilri, suas casas.
D... Não empregam adjectivos demonstrativos. Ser-
vem-se da particula tu, para determinarem mais especial-
mente um objecto.
E... Adjectivos indefinitos.
kunz, tudo ;
kumet, muito;
om quo, outro ;
ngrire, pouco.
F... Adjectivos numeraes. Só existem os cardinaes
pudi, um
amaikrut, dois
amaikrut-à keket, tres
amaikrut amazkrut, quatro
amaikrut amaikrut-2 keket, cinco
amaikrut amaikrut amaikrut, seis
Não sabem contar dahi para deante. Os Karajás, seus
visinhos contam até vinte.
4º —O PRONOME
A.... Pronome pessoal
Eu. (ba) kane, eu estou doente
acue (à) met, eu sou muito bonito.
Tu (ga) prire, tu és pequeno
acue (a) prik, tu és muito grande.
Bille. ella (amu) kane, elle ou ella está doente.
7 { (ama) punu, elle ou ella é feia.
Nés 14 guiaba) kane ou (amguaiba ) kane, nós es-
3 { tamos doentes.
— 401 —
Vos { (amura, ire, vos sois magros.
Elles, ellas (ari) jua, elles estão se banhando.
Como acima se notou ha duas ífórmas de pronomes
pessoaes. Parece que a euphonia só é a regra a seguir-se
no emprego destas formas.
B. . . Pronomes demonstrativos:
tam ia, este, esta | tan ia, aquelle, aquella
No plural os pronomes conservam-se tambem invariaveis.
O. . . Pronomes possessivos :
Ba-noia, o meu guiaba noia, o nosso
bu noia, o teu joara-noia, o vosso
bw tania, noia, o seu Joara-noia, o seu
No plural estes pronomes ficam tambem invariaveis.
D. . . Pronomes indefinitos, relativos, interrogativos :
Kuni, todo, todos kati, nada
tu mo?, que cousa ? tu nium?, quem’ de quem ?
tu ma?, quanto ? para quem ?
nuna ?, quanto ?
Exemplos :
tu nium kra?, de quem é filho ?
nuna à à kurua?, quantas flexas tem elle?
nuna poi ?, Quanto custa isso ?
tu nia & ia krare?, Quantos filhos tendes ?
5.º — O VERBO
Só existem tres modos e tres tempos; o infinito, o in-
dicativo e o imperativo; o presente, o passado e o futuro,
Os modos
A... -Ocinímito :
Kuma, temer nabi, subir
tu, morrer emt, cobrir
amin, enfeitar-se amju, esconder-se
onua, ferir “po, partir
amua, seguir apto, escarrar
omu, vêr kak, tossir
muite, fugir eni, mentir
amikakrure pentear-se ikoaie, vestir-se
qua, descer kakie, rachar
Le AOD
B. .. O indicativo:
O verbo fica invariavel no indicativo ; só se distinguem
as pessoas pelo emprego dos pronomes pessoaes. Existe uma
forma do indicativo. presente que corresponde ä forma por-
tugueza « estou fazendo » :
ne-bam kum kra ike oja, estou cortando os cabellos.
tw moina ga oja?, que estás fazendo ? ( actual-
mente no momento em que fallo ).
Esta forma é caracterisada pelo accrescimo da palavra
oja.
O... O imperativo tem duas formas:
a) a forma familiar que é nem mais nem menos o in—
finito e que se distingue na conversação, pela simples into-"
nação da voz.
b) a forma regular que se compõe do verbo e da pa-
lavra amu.
Exemples: amuabi, sóbe; amu apto, escarra; amar
miute, fóge.
Os tempos
D... O presente se designa pela fórma ordinaria de
verbo.
E... O passado se reconhece pelo emprego da for—
mula a rum na que no estylo familiar é abreviado ora em
arum ora em na.
Dahi tres fórmas ha para indicar o passado :
a rum na— arum — na ~
Ex.: arum na juje amikuin, o arco’ quebrou-se.
F... O futuro emprega a formula gota. Ex.: bo
jujé goia kwin, eu quebrei o arco.
6.0 — ADVERBIO
A. ++ De lugar:
jai, aqui niari,. la
koi ma, rio acima apari-ma, rio abaixo.
kan, dentro kapot kan, fora
uarema, deante kateri, atraz
taumaia, perto onia, longe
B.:.. De tempo:
krura, hoje akaatélée, amanhã
one, agora pruro, cedo
anubeit, depressa
— 403 —
C. .. De quantidade :
aite, mais aie jd, chega
kumet, muito ngrige, pouco
D. .. De affirmação:
tua, sim (1) kati, nada
no, não arambri, certamente
ket, nada
Notam-se tres adverbios de negação — no, é a negação
simples; ket se emprega quasi sempre com outra palavra.
Ex.: Não ha peixe, {ep ket — peixe, não.
O modo de negação mais energico é esse; nom et, de
nenhum modo.
7.0 — PREPOSIÇÃO
A principal preposição, é a preposição kam que signi-
fica: em, sobre, por, em casa de, para; colloca-se depois do
complemento. Ex.: Xikre kan na casa.
Ha excepções a esta regra, exigidas em particular pe-
las regras da euphonia. Ex.: Vou ao Pará ( Belem ) ba ham,
Pará mo.
8.º — CONJUNCÇÃO
A principal conjuneçäo é me, colloca-se tambem de-
pois do nome que ella deve ligar a outro. Ex.. dot éuruti
me kuoro me batatas e bananas e mandioca.
9.º — INTERJEIÇÃO
As principaes interjeições são gok, pok; bok ; exprimem
ora a admiração, c desejo, o prazer, ora a aversão, etc. . de-
pende da intonação da voz.
(1) As mulheres pronunciam «uã». Porque? Será por indolencia ?
Habito já adquirido e conservado por tradição? Nao achamos entre os Kaia
pós mma lingua feminina particular, como julgaram achar entre os Carajás.
Um modo differente de pronunciar não constitue uma lingua.
HI— SYINTAXE (1)
1.º O complemento determinativo do nome põe-se sem-
pre depois do nome. Ex: mi kra, a cabeça do jacaré ( mi,
jacaré, kra cabeça): rob jua o dente da onça. (rob onça,
qua dente ).
2.º O adjectivo se colloca sempre depois do nome que
elle qualifica.
3.º O objecto de uma acção se põe sempre antes do
sejeito e verbo: kukrizt meo kubi o homem matou a anta
(kukriit anta, meo homem, kubi matar ); amu kukrizt uabi
mata esta anta. ( Julriit anta, amuabi mata. )
4.º Regras de euphonia. (2) Entre certas palavras que
se chocam e torna dura a elocução colloca-se uma vogal ou
uma consoante que torna a pronuncia mais suave.
Parece que não ha regra fixa para o emprego de tal
ou tal vogal, de tal ou tal consoante.
Vogaes euphonicas 7, o, u.
Consoantes euphonicas m, n, p, 0.
Podem-se ver exemplos nas phrases Kaiapos que citamos
no fim deste opusculo.
5.° Algumas considerações geraes. ~
Na conversação os Kaiapós supprimem as syllabas.
E o que augmenta a difficuldade de entendel-os.
Acontece as vezes que n'uma phrase de dez palavras,
cinco são truncadas.
Encontram-se poucos nomes extrangeiros. Da lingua
Carajá só encontramos uarukoko (3) cachimbo, ibim, mau.
Da lingua guarany encontramos atorore especie de jahà
(crypturus sui ).
(1) Um excellente meio de interar-se das regras da syntaxe kaiapó é
escutar os Indios fallarem o portuguez. As palavras são portuguezas, a syntaxe
é caiapó, Não dizem elles? O gamo comeu a onça, O capim pastou o
veado, etc,
(2) Essas regras são rigorosameute observadas, Os Kaiapós, chamam
por zombaria de “Carajás"' os extrangeiros que não ás observam.
. (3) A respeito desse nome não se pode saber bem se é de origem
Carajá ou Kaiapó.
|
1
|
VOCABULARIO
PORTUGUEZ
Partes do corpo
Lingua
Bocca
Labio superior
Labio inferior
Dente
Nariz
Narinas .
Olho
Orelha
Agulheiro da ore-
lha
Orificio do
auditivo
Fronte
Cabeça
Craneo
Cabello
Sobrancelhas
Pestanas
Barbas
Bochecha
Hombro
Braço superior
Antebraço
Cotovello
Mão
Dorso da mão
Palma da mão
Dedo
Dedo pollegar
Dedo mediano
Dedo annular
Dedo minimo
Unha
Perna
Parte superior da
coxa
ducto
FRANCEZ
Parties du corps
Langue
Bouche
Lèvre sapérieure
Lèvre inférieure
Dent
Nez
Narines
Oeil
Oreille
Trou de l'oreille
Orifice du canal
auditif
Front
Tête
Crâne
Cheveux
Sourcils
Cils
Barbe
Joue
Epaule
Bras
Avant-bras
Coude
Main
Dos de la main
Paume de la main
Doigt
Pouce
Doigt du milieu
Doigt annulaire
Petit doigt
Ongle
Jambe
Cuisse
KAIAPÓ
inoto
iaikua
ikruot ko
iako
ijua
niakre
niakrekre
inno
iamak
borijua
iamakrekre
inine
inikrei
ipakrat
ipanot
ipanop
inikra
irkraibum
ikrakrat
nikra
ikrã
ikratekumokra
ikraatona
ikratano-o
nikop
aa
no
ikie
PORTUGUEZ
Partes do corpo
Joelho
Pé
Dorso do pé
Planta do pé
Calcanhar
Dedo do pé
Unha do pé
Unha do cervo
Corpo
Cadaver
Colo
Pescoço
Garganta
Axilla
Omoplata
Costelletas
Peito
Mamelão
Teta
Seio ( mulher )
Ubre ( de animal)
Ventre
*Umbigo
Cordäo umbilical
Espaduas
Pelle
Pelle ( vellosa )
Osso
Sangue
Veia
Pulso
Carne
Coraçäo
Figado
Pulmäo
Estomago
Tripa
Saliva
Urina
Suor
Lagrima
Excremento
Halito
Bico
— 406 —
FRANCEZ
Parties du corps
Genou
Pied
Dos du pied
Plant
e du pied
Talon
Orteil
Ongle du pied
Sabot du cerf
Corps
Cadavre
Col
Cou
Gorge
Aisselle
Omoplate
Côtes
Poitrine
Mamelon
Mamelle
»
Pis
( femme )
Ventre
Nombril
Cordon ombilical
Epaules
Fesses
Peau
Peau
DE
( poilue )
Sang.
Veine
Pouls
Chair
Coeur
Foie
Poumon
Estomac
Boyau
Saliv
e
Urine
Sueur
Larme
Excrément
Haleine
Bec
KAIAPÓ
ikokra
pari
iparibum
iparinopkre
iparikrat
iparikra
iparikop
niajono
ini
natu
inokré-nu
imut
inokré-ni
ierakre
ijukeit
inokua
inokot
inomekra
iko
inomiekrã
kokã-o
inin
inot
not
inikre-i
itokreni
hi
0
i
kamro
ikujek
itotok
ini
inanoro iagot
ima
iborikaikrut
itu
ikrajo
apto
ho
iago
no kãgo
ni
baako
akruotu
Le) ae
PORTUGUEZ FRANCEZ
Elementos e natureza Éléments et nature
Agua Eau
Rio Fleuve
Ribeiro Rivière
Fogo Feu
Fumo Fumée
Cinza ‘Cendre
Chuva Pluie
Nuvem Nuage
‘Orvalho Rosée
Vento Vent
“Tempestade Tempête
Relampago Eclair
“Trovão Tonnerre
Arco-iris Arc-en-ciel
Sol E Soleil
Sombra (de gente) ‘Ombre (des gens)
Sombra (das cou-
sas )
Sol nascente
Sol de meio dia
Ombre (des choses)
Soleil levant |
Soleil du midi
Sol poente Soleil couchant
Norte Nord
Sul Sud
Leste Lest
Oeste ‘Ouest
Estaçäo das chu-
vas Saison des pluies
Estação da secca Saison aride
Dia Jour
Noite Nuit
Manhã Matin
Lua Lune
Lua nova Nouvelle lune
Lua cheia Pleine lune
Eclipse de lune
Eclipse da lua
Eclipse de soleil
Eclipse do sol
Estrella Etoile
Pleiades (as sete
cabrinhas ) Pléiades
Estrada ou carrei- ‘Chemin de S. Ja-
ro de Santiago cques
Solo Sol
Terra Terre A
Campo ‘Champ
KAIAPO
uo
pari
pakreti
kuo
kuo-kum
kakrä
attoro
kokre
kok jabere toid
nanajie-ne
nanakrikri
Juo oiti
mut
ikaro
amukra
mut kato
arumna kaikua po-
kri mut
arumna mu kriin
kaikua iamak
kaikua iamak
mut apuijo
mut niejo
no
naipokri
ameipokri
arumna kati
arumna kamo
arumna kaikua kam-
bri
mutturu o
mutturug nu
mutturug ti
arumna mutturuô tu
arumna muttuu
kanieti (pequena)
umaioroti (grande)
ngrot
moigro
puka
puka
kapot
PORTUGUEZ
Elementos e natureza
Planicie
Caminho
Picada
Selva, matto
Morro pelado
Carrascal
Outeiro
Pedrisco
Serra
Morrcte
Caverna
Ilha
Thota
Praia, costa
Areia
Pedra
Ferro
Ouro ( não tem no-
me )
Prata
Cobre
Casas, utensilios, al-
deia
Casa
Cumieira
Porta
Parede
Almofada
Banquinho
Maca, rêde de al-
godão
Maca, réde de fi-
bras
Panno
Forquilha
Travessa
Caibro
Fuso
Fio
Cesta para viveres
Peneira para a fa-
rinha
Isca
— 408 —
FRANCEZ
Eléments et nature
Plaine
Chemin
Sentier
Forêt
Mont pelé
Fourré
Monticule
Petits cailloux
Chaine
Petit mont
Caverne
Ile
Dôt
Plage, rivage
Sable
Pierre
Fer
KAIAPO:
ipokri kapot:
ikiekei e
borikopti
ikeine
ko no
krãi
krã iagot:
inpuore
apeiti
apeit
pukatingrü:
pukati
ke
koit
Or (n’a pas de nom)
Argent
Cuivre
Maison, ustensiles, ha-
meau
Maison
Faite
Porte
Mur
Coussin
Petit bane
Hamae de coton
Hamac de fibres
Étoffe
Fourche
Traverse
Chevron
Fuseau
Fil
Corbeille pour vi-
vres
Tamis
Amorce
mekurujo
koit
Kribé
kikre
ikokokot
kkre ie kukekre:
Ó
kren aparijo
krijo
kajoni beputui
ujeje beputu,
kajot
pari
kiinorojo.
pi-ie
kurua-no.
kajot
kaitkok
juükapijo,
roro
PORTUGUEZ
Casas, utensilios, al-
deia
Cesto (para guar-
dar milho, man-
dioca)
Cesto (para guar-
dar comida)
Cesto (para trans-
portar os obje-
ctos de viagem)
Patrona
Cesto (para guar-
dar pennas)
Esteira (de palha
de bacaba)
Esteira de palha
de burity
Pãos para produ-
zir fogo
a) Pão superior
b) Pão inferior
Folle
Cabaça para beber
Cabaça para botar
Ossos
Pennasmiudas,
Cabaça para pen-
nugem
Panella
Cuité
Cabacinha
Cuia
Colher
Machado
Folha do machado
Machado de pedra
Enxada
Cavador
Faca
Instrumento para
furar (espinho
de tucum )
Instrumento para
cortar ( dente de
piranha )
Pedra de afiar
— 409 —
FRANCEZ
Maison, ustensiles, ha-
meau
Corbeille (pour
mettre du mais,
du manioc)
Corbeille (seule-
ment pour gar- :
der de quoi man-
ger
Corbeille ( pour por-
ter les objets de
voyage )
Giberne
Corbeille ( pour con-
KAIAPO
Kribé
kaigre
kaitkok
kait kum (e) net
rara
server des plumes ) rere kopro
Natte ( de paille de
bacaba )
Natte de paille de
burity
Bois pour produire
le feu
a) Bois supérieur
b) Bois inférieur
Souflet
Calebasse pour boire
Calebasse pour
mettre des os
de petites plumes,
Calebasse pour du-
vet
Poêle
Sorte de calebasse
Petite calebasse
Fruit de callebas-
sier ( sec et vidé)
Cuillère
Hache
Lame de la hache
Hache de pierre
Houe
Pioche
Couteau
Instrument perfo-
rant (épine de
tucum )
Instrument tran-
chant (dent de
piranha )
Pierre 4 aiguiser
kupip kokti
kupip kumenet
roro
put-ore
rore
kumakaribe
uokon
uokon nikat
jo uo jo
nuoi
uotoid
ongrejo
kurüjo
omono kurüjo
kra me)
na jua
kot jua
purure
kikrékrejo
kotuagri
roikokreñi
gop
ken kokrajie
PORTUGUEZ
Barcos e armas
3arco de cortiça
( uba )
Barco de madeira
( canôa )
Montaria
Vapor
Remo
Leme
Arco
Corda do arco
Frecha
Frecha com ponta
de taquara
Frecha com ponta
de osso
Lança
Anzol
Espingarda
Espoleta
Vestidos
Pente
Mascara
Maraca
Baile
Canto
Festim
Boneca
Familia etc,
Homem
Gente
Marido
Pae
Sogro ( pae do ma-
rido )
Sogro pae da mu-
lher )
Mãe
Homem que tem
filhos
Rapaz
Sogra (mãe do ma-
rido )
Sogra (mãe da mu-
lher )
— 410 —
FRANCEZ
Barques et armes
Barque d'écorce
Canot
Embarcation
Bateau à vapeur
Rame
Gouvernail
Are
Corde de Varc
Fléche
Fléche avec pointe
de taquara
Fléche a pointe
d'os
Lance
Hameçon
Fusil
Capsule
Hakits
Peigne
Masque
Maracá
Bal
Chant
Festin
Poupée
Famille etc,
Homme
Gens
Mari
Pére
Beau-pére ( pére du
mari )
Beau-pére ( pére de
la femme )
Mére
Homme qui a des
enfants
Jeune homme
Belle-mére ( du ma-
ri)
Belle-mére (de la
femme )
KAIAPÓ
ko
ko
ko kamo kuô
kopore
kokratei kam o ka-
kejo
Juje
Juje-je
Kurua
po
Kurua fi kop
ropi
tep arijo
katogre
katégre amak
pijoare
kumarina
otoid
metoro
ngrere
meôdkukre
nud mekarû
arabatoid
mco
amiei
abam
parmareñiet
imônet
Jui
mekrare
meroroni
pamerenet
poponet
ni.
PORTUGUEZ
Familia ete.
Criança
Genro -
Neto
Irmão
Irmão primogenito
Caçula
Cunhado
Irmã
Irmã primogenita
Cunhada
Mulher
Esposa
Moça
Filha
Nora
Neta
Viuva
Tio paterno
Tio materno
Compadre
Comadre
Tia paterna
Tia materna
Sobrinho
Sobrinha
Velho
Velha
Primo
Avô paterno
Avô materno
Avó paterna
Avó materna
Casa dos bailes
Chefe
Branco
Negro
Indio
Medicina, religião
Medico
Remedio
Doença
Tabaco
— 411 —
FRANCEZ
Pamille ete,
Enfant
Geudre
Petit-fils
Frère
Frère aîné
Dernier né
Beau-frére
Soeur
Soeur aînée
Belle-soeur
Femme
E’pouse
Jeune fille
Fille
Bru
Petite fille
Veuve
Oncle paternel
Oncle maternel
Compère
Commère
Tante paternelle
Tante maternelle
Neveu
Nièce
Vieux
Vieille
Cousin
Aieul (père du pè-
re )
Aieul ( pére de la
mère )
Aieule (mére du
père )
Aieule ( mère de la
mère )
Maison des bals
Chef
Blanc
Nègre
Indien
Médecine, religion
Médecin
Reméde
Maladie
Tabac
KAIAPÓ
meprire
krotko
itomjuo
tom
kateua
kutapure
ikrotko
aoit
kuteua
popoi
ni
prô
kurerere
kra
krañure
tonjuo
bicangri
diunua kam o
niriua kam o
kromjuô
kromñet
diunua kanikuoi
niriua kanikuoi
kranno
kranure
mekbeñet
mekbeinet
itonjuô
kuatui
anakuatui
inet
nirinã
urukuamkam
kute meô
kokajo
kotuk
mekoket
uaiiga
pijo
kane
kariño
PORTUGUEZ
Medicina, religião
SAMI
FRANCEZ
Médicine, religion
Cachimbo
Charuto
Rapé
Phantasma
Sombra
Nome
Imagem
Palavra
Somno
Numeros
Um
Dois
Tres
Quatro
Cinco
Seis
Muito
Pronomes
Ella
Nos dois
Nós tres
Vós dois
Vos tres
Todos
Este
Aquelle
Outros
Adejectivos
Grande
Pequeno
Alto
Fundo
Longo
Gordo
Magro
Pipe
Cigarre
Tabac à priser
Fantôme
Ombre
Nom
Image
Parole
Sommeil
Nombres
Un
Deux
Trois
Quatre
Cinq
Six
Beaucoup
Pronoms
Je
Tu
Il
Elle
Nous deux
Nous trois
Vous deux
Vous trois
Tous
Celui-ci
Celui-la
Autres
Adjectifs
Grand
Petit
Haut
Profond
Long
Gras
Maigre
KAIAPO
uarikoko
kariño ipeit
karino bei
nominomaikure
ikarô
ii
karo
mekabe
inonjua
putire
amaikrut
ikieket
amaikrukt amai-
krukt
amaikrukt amai-
krukt ikieket
amaikrukt amai-
krukt amaikrukt
atue kumet
ba
ga
temua
tamio
tu guaiba
tu guaiba
ga me tamia me
ga me tamia me
tamnia me
arakuni
tamnia
tamuia
ari O juo
atue rat
amgrire
prik
ubom
prik
rat
ire
PORTUGUEZ
Adjectivos
Ligeiro
Velho
Feio
Quente
Secco
Podre
Doente
Morto
Cego
Mudo
Coxo
Gravida
Bom
Tonto
Mão
Valente
Cobarde
Cores
Branco
Preto
Escuro
Sujo
Vermelho
Azul
Tempo
Hontem
Ante-hontem
Amanhã
Depois d'amanhã
Hoje
Sempre
Agora ~
Logo
Lugar
A” direita
A’ esquerda
Cá, aqui
Proximo
Longe, ao longe
Para lá
Para cá
Adeante
AND ve
FRANCEZ
Adjectifs
Agile
Vieux
Laid
Chaud
Sec
Pourri
Malade
Mort
Aveugle
Muet
Boiteux
Enceinte
Bon
E'tourdi
Mauvais
Vaillant
Lâche
Couleurs
Blane
Noir
Sombre
Sale
Rouge
Bleu
Temps
Hier
Avant hier
Demain
Aprés-demain
Aujourd'hui
Toujours
Mainterant
Bientôt
Lieu
À droite
-- gauche
Ici
Près de
Au loin
Au delà
En deçã
En avant
KAIAPÓ
amibeit
kubenguet
punu
kagro
amet
kro
kane
arum na tu
nojgro
Kaben ket
te ket
arumna on
met
bibaj
okri
okri
mare
aka
tuk
kotuk
tuk
kambrik
gragra
a akati à
amu akati à
akatibe
amuia à
hia kam à
kuni à
one
one
ubok
iu
nia)
tamnaia
onia
onia amu
am (e) re
ma
PORTUGUEZ
Lugar
Para traz
Arriba
Sobre
Debaixo
Fóra
Dentro
Sim
Não
Talvez
Verbos
Trabalhar
Respirar
Levantar-se
Atar
Ficar
(Queimar
Trazer
Pensar
Comer
Cahir
Voar
Correr
Temer
Bocejar
Dar
Parir
Agarrar, tomar
Bater
Ouvir
Ter fome
Tossir
Defecar
Mascar
Rastear
Rir
Pintar
Costurar
Espirrar
Ourinar
Cheirar
Remar
Chamar
Vêr
Estar sentado
— 414 —
FRANCEZ
Lieu
En arrière
En haut
Sur
En bas
Dehors
Dedans
Oui
Non
Peut-être
Verbes
Travailler
Respirer
Se lever
Attacher
Rester
Brúler
Porter
Penser
Manger
Tomber
Voler
Courir
Craindre
Bailler
Donner
Accoucher
Prendre
Battre
Entendre
Avoir faim
Tousser
E'vacuer les excre-
ments
Macher
Suivre à la piste
Rire
Peindre
Coûdre
E'ternuer
Uriner
Flairer
Ramer
Appeler
Voir
Etre assis
KAIAPÓ
oniabum
koima
ibu
krakri
katou
kajuo jkam
tuã
no
tukon
goia peit
ijakoro
kaimoja
kubäto
uaija
cere
amoro
go pajum
kukre
tu
to
pron
iman
akiere
amu
ruô
amoitu
amutak
kuma
inore
kari
ikuo
kamña
pore
kekei
krori
kai
avi
itu
kro
mo ure
makia
omu
ho
PORTUGUEZ
Verbos
Dormir
Afiar
Tatuar
Matar
Estar triste
Beber
Espreitar
Crescer
Tecer
Chorar
Deitar
Contar
Mostrar
Vamos !
PORTUGUEZ
Mammiferos
Macaco prego
Macaco de cheiro
Cuxiú
Macacão
Macaco da noite
Sahuim branco
Guariba de mão
branca
Morcegos
Onça preta
Onça pintada
Onça vermelha
Cão
Raposa
Guará
Coati de bando
Lontra
Coandú
A is) re
FRANCEZ KAIAPÓ
Verbes
Dormir ngre
Aiguiser nägri
Tatuer kiori
Tuer kubi
Etre triste jumari
Boire ikon
Filer kajot kigre
Croitre prik ane
Tissser kajot ipei oja
Pleurer amui
Coucher no
Compter abenakre
Montrer kumakre
Allons! guai on
mr NOMES x ,
FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO
Mammiféres
Singe Cebus libidinosus Kukoi
Chauve-
souris
Jaguar
Chien
Renard
Loup du
Brésil
Coati
Loutre
Saimiris sciurea. L. Kukoi pa
Pithecia satanas
Aotus trivirgatus
( Humboldt. )
Callithrix mela-
nura, E. Geoffr
Alouata belzebub
Felis onssa (var
preta L.)
Felis onssa L.
Felis concolor L.
Canis
Canis
Canis jubatus
Desm.
Nasua narica L.
Lutra paranensis
Rungg.
Cercolabes pre-
hensilis
gore
iek
kuben ku-
koit
niakon
kukoi akare
kubut
niep
rop tuk
rop krori
rop kambrik
rop re
joti
bu
uakon
ne
ngroi
— 416 —
NOMES
PORTUGUEZ FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO
Mammiferos Mammiféres
Capivara Cabiai Hydrochoerus hy- kunnu
drochoerus L.
Paca Agouti paca L. ngra
Preá Cavia aper-ia Erxl. kro
Cutia vermelha Agouti Dasyprocta agu- kuk@i
LA DT
Preguiça grande Ai, pares: Bradypus tridac- pot kok
seux tylus
Preguiça peque- Bradipus marmo- pot kokre
na ratus Gray.
Tatú verdadeiro Tatou Tatus novencinc- tôti
tus
Tatu peba Dasypus setosus apiet
Tatu canastra Priodontes gigon- apieti
teus E. Geoffr.
Tatú de rabo Cabassou gymnu- apiet kôi rot
molle rus Ill.
Tatu bola Tyropeutes conu- gnure
rus
Zambu fedorento angre ka ok
Tatu china rare
Tamandua ban- Myrmecophaga tri- pot
deira Tamanoir dactyla L.
Anta Tapir Tapirusterres kukrit
tris L.
Caitetü Pécari Tajaçi tajaçú agrure
Queixada Tajagu albirostris agro
Sussuapara Doreclaphus di- moti
chotomus
G uassú-apara Odocelus swas- ajoti
suapara
Galheiro
Catingueiro Mazama simplici- niajô
cornis
Matteiro Mazama america- karikrat
ne Lil. kuno
Campeiro Dorcelaphus be- mo i aka
zoaticus L.
Aves Oiseaux
Urubú commum Catharista atra- noi
tus ( Bp. )
Urubu rei Gypagus papa (L) kukrut
Pinhé uagogo
Gavião de peixe E’pervier uokro
,
d'eau
PORTUGUEZ
Aves
Koam
Cara- cara
Repina miudo
Caburé
— 417 —
Papagaio perroquet
Curica
Periquito estrella
Periquito verde
Papagaio peque-
no de rabo cur-
to
Camboata
Ararinha de rabo
vermelho
Arara vermelha
Arara azul
Arara canindé
Tucanos
Picapão do cam-
po
Picapão grande
Picapão pequeno
Cabeça vermelha
Alma de gato
Assu commum
Pombo
Rola
Mutum
Mutum verdadei-
ro
Mutum castanho
NOMES E ,
FRANCEZ SCIENTIFICOS KAIAPO
Oiseaux
guuoi
Milvago chima- kré krep
chima ( Vieill )
Falco albigulares kririre
Daud.
Glaucidium bra- bare
ztlianum (Gm.)
Amozona brazili kroiti
ensis (L.)
kréti
Perrache Brotogerys versi- krere
coloris: (| PL,
S. Mill)
Brotogerys tirica kete
( Gm.)
Perroquet oire
ke
Pyrrhura vittota mo-gnure
Ara rou- Ara chloroptera mé kambuk
ge
Ara bleu
Ara canin-
dé
Toucans
Pivert
Colombe
Tourte-
relle
Gray
Anodorhynchus
hyacinthinus
( Lath )
Ara arauna (L)
Colaptes camptris-
( Vieill)
Campephilus ro-
bustus ( Licht )
Piaya cayana
Crotophaga ani
Columba livia
Olaravis pretiosa
Crax sclateri
Crax blumenba-
chi Spix.
Cras sclateri ( fe-
mea ) ?
mo kotukti
mo aroire
ngrôti
cot-cot
noiti
uauati
noi kranko
kambrik
pekore
borire
tutti
tutte
tutti
kanoroti
krut kambrik
PORTUGUEZ
Aves
Jaci
Jaho
Turury
Azulona
Ema
Jacamim
Seriema
Colhereiro
Jabiru
Garça
Patos
Mergulhão
Gaivota
Tico-tico
Thesoura
Curiango
Andorinha
João Congo
Mãe da lua
Anum preto
Especie de car-
deal
Beija-flôr
Nambé
Sabiá
Gralha
— 418 —
a NOMES A TA ES
FRANCEZ SCIENTIFICOS KATAPO)
Oiseaux
Pénélope Penelope (crista- muteik
ta?) surpecili-
aris ?
Cripturus notiva- muteikre.
gus (wied. )
Crypturus soui atorore
( Herm )
atoroti
Nandou Rhea americana moti
( Linn )
Psophius crepi- múro-moro:
tans Lim.
Cariama crista-- múrek
tus (L)
Ajajd ajaja kambri kam-
( Linn. ) brikre
Marabout Mycteria micteria kambrikti
Héron Pilherodins pi-
leatus ( Bodd.) kanbriktukre:
Canards nokajotti
Plongeon Sula lencogastra
( Bodd. ) bori
Mouette Sterma maxima
( Bodd ) boi-boi
Brachyspiza ca--
pensis kra noire.
Mucivora tyran--
nus kagote
Caprinulgus ce- poro pottà
riceocaulatus-
( Cass. )
Hirou- Diplochelidocia-
delle noleucus ( Vieill) iporore
Caprimulgidae ? piore al
Pyrocephalus ru-
binou ? gnua
Crotophaga ani borire
Paroaria ?
me kamrure-
Colibri Trochilidae ini
Myópiza manin-
bé Licht krã top
nuúkre
Corne-
ille Cyanocorax krata
PORTUGUEZ
Reptis
Jabotis
Jaboti assú
Mata-mata
Casca de junta
Lagartos
Cameleão
Jacaré ( amarel-
lo )
Giboia
Jararaca
Cascavel
Cobra azul
Cobra major
Peixes
Tucunaré
Curimata
Cruvina
Jaraquy
Aruana
Cachorra
Surubim
Pintado
Bicuda
Piranha
Piranha verme-
lha
Piaba
Piaba comprida
Pirarucú
Mandi
Pacú
Trahyra
— 419 —
FRANCEZ
Reptiles
Lézards
Camé-
léon
Crocodile
(jaune)
Boa
Jararaca
Serpent a
sopnettes
Serpent-
bleu
Poissons
NOMES
Testudo tabulata
Chelis fimbriata
Tupinambis
Enyalius bilinea-
tus
Caiman latiros-
tris Daud,
Constrictor cons-
trictor
Bothrops
lens
éndo-
Crotalus
Boa constrictor
Cichla temensis
Prochilódus ?
Sciena ?
Osteoglossum ?
Platystoma ?
Platyetoma ?
Serrasalmo
Tetragonopterus ?
Arapaima gigas
Pimelodus ?
Myletes rhomboi-
dalis ?
Hoplias malaba-
ricus,
SCIENTIFICOS
KAIAPÓ
kaprã
kaprã kotti
konire
kobi kei
uet
kometi
konkinü
mi
kanüti
puka itéka-
moro
abat
kamóútukti
ikoti
Eep
tep i kot
ngroti
krã iti
tep paritikre
kopoti
tep na tire
konron
tep ibire
tep krutu
tatutti
kuka
bik
tep proro
tep ua
muriarotire
kroro
kam-
tep o
kru üt
— ADD
PORTUGUEZ
Peixes Poissons
Yu
Mandubé
Poraquê Poison-
torpil-
le
Acará
Piau
Mandi
Sardinha
Pataca
Sardine
Acara-boi
Cara
Avoadeira
Bicuda pequena
Pirarara
Barbado
Piau de pinta
Cuyú-cuyú
Cuyú-cuyú pin-
tado
Mandi
Pataquinha
Cari
Cará
Sabão
Pacú prata
Pacú vermelho
Chipita
Trahyra preta
Cangiran
Arraia Raie
Raie
Gr a nde-
raie
Arraia pintada
Arraia grande
Insectos Insectes
Insectes
Cigale
Insectos
Cigarra
FRANCEZ
NOMES
SCIENTIFICOS
Erythrinus ?
Electrophorus-
electricus
Geophagus
Leporinus
Phractocephalus-
hemiliopterus
Oxydores ?
Oxydoras ?
Mileus ?
Ellipesurus
Ellipesurus
Ellipesurus
KAJAPO
Eep
kunap
tep parikua.
po
mokokti
kraïn
noia
ikarürü
okrétu
krain amu
noti
kura-kura
kraintekre-
apari
tep agot
tep krutu-
katiet
ñiapokti
kameron ka
ok
tepua noia
kru ikoti
rop kroire
kruppi
papa
oi
mutkrã
pari mut
diororotti
tep ua ko-
nokti
kriri-kriri
krué tuk ~
tep noket
mientet
mientet kro
ri
nuoi krit
moi-go
kokot
PORTUGUEZ
Insectos
Grillo
Barata
Barata grande
Barata de casa
Borboleta azul
grande
Vespa amarella
Mar:bondo de sur-
rão
Maribondo de casa
branca
Maribondo vaquei-
ro
Maribondo tatú
Maribondo de cha-
péo
Maribondo pinta-
dinho
Maribondo de car-
ne
Besovro
Abelhas
Tiuba
Tatahira
Bora
Beijoin
Chupé
Bocca de vidro
Mambuquinha
Jatahy
Abelha de macaco
Arapuá preto
Olho azul
Abelha de cupim
Abelha pequena
Bocca de barro
Limão
Mandaçaia
Arapuä verdadeiro
Tubi bravo
EAD ee
FRANCEZ
Insectes
Grillon
Blatte
grande-
blatte
blatte-
domesti-
tique
Grand
papillen-
bleu
Guépe-
jaune
scarabée
Abeilles
abeille de singe
Petite abeille
KAIAPO
irekate
kopoti
moro
veve notti
kräñere
krã eti
noiborore
Turu kaprere
apieti
tei iaka
amiu poire
pi kre kam amiu
Ku-ngô
gnoire
ka (g) drô
ikvit ko
immoreti
krã iti
muure
noroti
mukrü úte
on i
kukra ire
nururai
jo
mejt mamã
kukoi kuka
ton mu
uojihu tukti
he kambnk
immorére
PORTUGUEZ
Insectos
Tubi de fogo
Enxu
Miruiré
Uruçú boi
Tubi manso
Mel
Sambora
Céra
Formigas
Formiga preta
de rabo
Formiga de por-
co
Cupim macho
Formigão
Corta folha
Correição
Formiga de fogo
Formiguinha
Formigueiro
(c-aa)
Cupim vermelho
Cupim de casa
Ninho no páu
duro
( Campo ) verme-
lho
( Campo) ninho
com ponta fina
(matto) ninho no
pão
Morissoca
Mosquito polvo-
ra
Muruim
Mucuim
Mosquito
Mosca
Pulga
Bicho de pé
Piolho
ce NOMES
FRANCEZ sorENTIFICOS
Insectes
Miel
Cire
Fourmis
Fourmi
noire
Fourmi
de pore
Grande Formica hercula-
fourmi nea
Pe titre
fourmi
Fourmili-
ére
Psocus domes-
ticus
Acaridea (do ge-
nero) trombidium
Moustique
Mouche
Puce Pulex irritans
Chique Pulex penetrans
Pou Sarcopilla
KAIAPO
immóreno
kambrik
amiuti
mej ko
mej uti
immôreti
me}
mei nu
me) 6
ruru
murum not
murum joa-
tukti
murum kriri
mururiti
murum krâti
murum krore
murum ore
murum kru
re
murum ae
roro
roro ts
roro toiate
roro kre
roro iamak
roro tukre
pure
putukre
pukrure
te kumbri-
kre
kob (e) re
kob (e) re
tep noti
tep nore
nuore
49
PORTUGUEZ FRANCEZ
Arachnideos, etc. Arachnides
‘Carrapato (redo- Tique
leiro)
Carrapatinho
vermelho
‘Carrapato miudi-
nho
_ Lacraia Scorpion
Aranha Araignée
Carangueijo Ecrevisse
Escolopendro Scolopen-
dre
Minhoca Ver de ter-
re
‘Caracol pequeno Petit li-
maçon
Caracol grande Grand li-
maçon
Caracol d'agua Limaçon
d'eau
NOMES
SCIENTIFICOS
Todes
Astacus fluviati-
lis
Scolopendra
KAIAPÓ
teti
te kambri-
kre
tep ore
makre
ei
na aijo
mürükreruti
tep prã jo
nu on ne
nu 6k
nop
Flora Kaiapó
PORTUGUEZ
Piassaba
Coco
Paty
Paty
Burity
Burityrana
Burityrana grande
Macahuba
Naja
Bacaba
Assahy
Tucum
Joary
Tamareira
Bananeiras
branquinha
comprida
verde
roxa
goyana
comprida
NOMES
SCIENTIFICOS
Palmeiras
( Attalea funifera
M.)
( Cocos nucifera,
M
a Cocos botryopho-
ra M.)
( Mauritia vinife-
ra M.)
(Mauritia aculeata)
(Mauritia)... ?
( Acrocomia sclero-
carpa M.)
( Maximiliana re-
gia M.)
( Oenocarpus disti-
chus )
( Euterpe oleracea
L.
( Astrocaryum tu-
cuma M.)
( Phenix deutylife-
ra )
Bananeiras
( Musa violacea L. )
KAIAPÓ
ronne
rôtire
uoti
uore
ngroa
ngroarore
ngroarüre kaük
ngroin
rikre
kam (e) re
kam (e)re kokre
roire
roiti
ro ka 6k
turuti
tukaiagot
abieti
iüetti
toka kambrik
toka kokuk kreti
kaimaure
ee
PORTUGUEZ
Bananeiras, etc.
naja
bananeira do ma-
tto
cacho
Batatas
Cara
Batata roxa
Batata vermelha
Batata de leite
Mandivca
Macaxeira
Arroz
Milho
Milho branco
Espiga
Boneca
Flores ( fleurs )
Palha
Colmo ( chaume )
Abobora
Girimú
— 425 —
NOMES
SCIENTIFICOS
( Heliconia ) -paco-
va —
( Convolvulus bata-
ta )
( Dioscorea batata
D. C.)
Manihot utilis-
simas
Oryza sativa
Zea mais
Cucurbita maxima
KAIAPO
tukre
turure
o po
iot
lot
abieti
kambrikre
kotoid
krererekti
koiroid
okti
iot kre okati
iot gran gran
iot tukre
iot kre tukre
kuürü
nobere
kuürüjoi
kuürô kambrik
kuürü kre akare
ñiroire
agragrati
kéti amu
imot tukre
aiakati
bauñure
bai
oka
katorogrere
notuktire
kamrekti
baé gra gra
bad prire
te
aboro
iu
pro
kako
katere
kate) potti
PORTUGUEZ
Meläo
Melancia
Mamões
Barriguda
Baru
Jatoba
Aroeira
Sambaiba
Landim
Pao Brazil
. Bruto
Pao doce
Pao d’arco
Pão d'arco rôxo
Capitão do campo
Angico
Taipoca
Mamoim
Embaúba
Cuturuba
Oity
Piquizeiro
Caja
Cajueiro
Louro
— 426 —
NOMES
SCIENTIFICOS
Cucumis melo, 1.
Citrullus vulga-
TES, Ty.
Caricapapa-
ya L.
Bombax ventricosa
Dipterix ptero-
pus M.
Hymenea strigono-
carpa, Hayne L.
Schinus terebinthi-
folius Raddi
Cecropia concolor
( embauba )
Callophillum bras.
Coesalpinia echi-
nata Lam.
Araticum ( Ano-
na sp. )
Vochysia
rum
Tecoma ipé
Tecoma impetigi-
nosa
Nectandra myrian-
tha meison
tucano-
Piptadenia rigida
Benth. |
Cecropia
Moquilea tomento-
tosa Benth.
Caryocar brasi-
liensis
Spondias lutea
Anacardium occi-
dentale
Cordia
Cham.
alliodora
KAIAPÓ
kate] inure
katej tom kuru
kate} ieti
orokubereke
kate)
katejbori
pititi
krep
moid
praógrare
krare
boijum
pi kambrik
mejmrot
rurók
cukrã
tukrã po
romgre
rom
romti
romtoid
krute
ture
boriimpre
atuorôó
kamok
prin é
prin
boi rerekre
akruét
pim kam grêgrêre
=a
EL UL LULU mr
PORTUGUEZ
Sapucaia
Gamelleira branca
Cagaita
Canduru
Canduru de fructo
Goiaba ( da beira
do rio)
Goiaba do matto
Pitanga
Coité
Cipós (
Cipó de tingui-
imbé
Bauhinia sarmen-
tosa
Cipé de escada
Sambahibinha-ci-
po d'agua
Cipó de amarrar
Unha de gato
Cipó de sapo pe-
queno
Cipó vermelho
Cipó de leite
Cipó de sapo
Maracujá
Malpighiacea
ME" D AS
NOMES
SCIENT: FICOS
Lecytys ornigera
Ficus olearia
Myrtus dysente -
rica
Psidiumguayava
Stenocalyx sulcata
Cresentia cujete
Philodendron imbé
Bauhinia
Davilla rugosa
Adenocalyum bra-
teata
Mimosa unguiscati
Davilla rugosa ?
Merechites sulfurea
Arauja sericifera
Passiflora sp.
KAIAPÓ
pim ii te kreti
omie kan-o
kaprã nore
kuben-mi
pi kambrikti
kô nd ko
nei gro
pj jo katoid
uotoid
ou parecidos com cipó )
akrure
kukrut mut kujek
m(e) nam
krare kro
akro ka iaka
rojm ni komñi
tekacotti
brire
akro ko kambrik
akro o kre
bri
akro jo
akro bj gri
Gramineas, arvores, ete.
Barba de bode
Capim
Capim gordura
Pé de gallinha
Carrapicho
Fedegoso
Cedro
Aristidea pallens
Melinis minutif lo-
ra
Panicum sangui-
nale
Acanthos permum
brasilium
Cassia occidenta-
lose
Cedrela fissilis Vel.
noi mut
bo
bo kujure
bo prire
pi pa met
pi o gra gra
éukru po
PORTUGUEZ
— 428 —
NOMES
SCIENTIFICOS KAIAPO
Gramineas, arvores, etc.
Genipapo
Chicha
Pao de cheiro
Pau duro
Marmelada
Marmel:da (fruit
à écorce rugueuse )
Casca dura
Pinhäo
Mandacerú
Bruto (anona)
Muricy (byrso-
nima )
Murciy do campo
( campestris )
Urucú
Algodoeiro
Amendoim
Castanha do Pará
Mamona
Mangaba
Bambús; leguminosas, plantas diversas
4
Taboca
Taboca grande
Taboca pequena
(serve para ras-
par o cabello )
Taboca do matto
Pimenta mala-
gueta
Pimenta de cheiro
Pimenta de cheiro
Pimenta do reino
Musgo
Cansanção
Ortiga
Genipa ameri-
cana L.
Sterculia chicha
m (e) rotti
akrare
putotti
mono
auorire
ku kra itti rejo
pin kok tukre
ro) krati
motu
uage
murure-i
Jatropha curcas L. pin okre
Rubiacea
Epiphillum trun- mekard no kop
catum
ôgrere
kute (i)
kute (i) ka 6k
Bixa orellana L. pi
Gossipium kajotni
Arachis hypogea karire
Bertholettia ex:
celsa H. B.. K, pim ore
Ricinus communis kroroti
Hancornia spe-
ciosa bejñ
Bambusia po-e
po-ti
po-re
po-uto
po katokre
Capsicum bacatum boriü
Capsicum odori- borikrati
ferum
7 boriujojne
bori tukre
m (e) ram
preit
preit ka ok
Piper nigrum
PORTUGUEZ
Nymphacea (va-
riété
Borracha
Feijão
Andú
Fava
Feijão comprido
Amendui man-
dubi
Inhames
Inhame comprido
a0 a
NOMES
SCIENTIFICOS
Hevea discolor
Phaseolus com-
munis
Cajanus indicus
Vicea
Arachis hypogea
Alocasia
KAIAPO
tet tekre
pi ok
motkrut
motkrut bori
motkrut tekopotti
motkrut kum (e) net
Kaureô
mob
mob kam (e) rotti
mob jhiero
mob itto
mob ja üi
mob jo
mob tukre
Os Cayapós plantam só:
mandioca,
milho,
banana,
inhame,
batata,
mamão.
Ananaz
Abacaxi
Feto
Cogumelo
Arum (diversos )
Ananas sativus
Ananas sativus
muruñi jo
akrani jo
pikoire
pi amak
kro patti
ve >
ALIPIO DE MIRANDA RIBEIRO
REVISÃO DOS PSITTACIDEOS BRASILEIROS
TE Fr 4) LE =>)\ >)
= = = 4
Seas A Sy
dir
did vs a
Si Unt et
a? ae
VAMIE
AN aki
Revisão dos Psittacideos hrasileiros
(RESULTADOS DE ESTUDOS DAS COLLECÇÕES
Ronpon, Do Museu NACIONAL E DO MUSEU PAULISTA)
Na conferencia por nós realizada no dia 3 de
Maio no Museu Nacional, resumimos, para orien-
tar o auditorio, sobre os Psittacideos brasileiros, os
dous systemas de taxonomia mais em voga para o
grupo das aves — o de Gadow e o de Zittel e con-
stantes dos compendios de zoologia geral — o que
nos permitte deixar de repetil-os aqui. Como para
uso proprio empreguemos systema diverso, cujos
motivos em tempo serão dados mas que são obvios
da comparação que se queira realizar, démos tam-
bem publicidade de tal systema que aqui reprodu-
zimos :
Scansores ( Cuculiformes >,
Passeres ( Passeres, Coraciitcr-
/ Gophilae mes)
| Cutinares ( Rasores, Tinamifor-
mes, Falconifor-
mes ).
niiformes Chara-
driiformes ).
Natatores ( Anseriformes, Lari-
dae).
/ Ornithurae \, Hydtophilae'< Tubinares ( Procellarifermes ),
{ (Lucas) Impennes aay Podicepi-
didse, Sphenisci-
| Eupteryges “ Fu (Gruiformes, Cico-
formes ),
AVES. a 4 Ichthyornythes
\ Jasiopteryges . . . . Cursores
Saururae e . + « Gryphosauri (Gryphosaurus).
(Haeckel)
Saururae ou aves com cauda de lagarto, en-
cerrando até hoje’ uma unica forma conhecida e
CSS "TS
e representada por Gryphosauros lithographicus
( Meyer ). Todas as outras aves admittimol-as, com
Lucas, sob o nome de Ornithura. Neornithes e
Archeornithes não são admissiveis, porque todas as
aves prehistoricas são archeornithes ; e não é possi-
vel chamar uma /chthyornis d'outro módo.
As Ornithuras acceitamol-as divididas tambem
em Eupteryges e Lasiopteryges, estas encerrando
as avestruzes e seus proximos parentes, aquellas
subdivididas em dous grupos: Geophilae e Hydro-
philae, segundo a affinidade psychica respectivamente
demonstrada como vemos na chave acima.
Como se vê, os Escansores occupam o alto do
schema e entre os Escansores estão justamente os
Psittacideos ou aves em forma de Psittacus
— o papagaio, genero atè hcje attribuido ao Jacho
africano.
São aves cosmopolitas, ausentes comtudo das
zonas frias. São conhecidas 980 especies das quaes
competem ao Brasil 73.
Não andam os zoologos muito de accôrdo de
como devam classificar os papagaios — termo aqui
empregado no sentido geral.
Assim, Gadow considera- -os uma sub-ordem dos
Cucos, dividida em duas familias — Trychoglosst-
dae e Psittacidae ; ao passo que Reichnow conside-
ra-os como ordem especial — Fibulatores com 8 fa-
milias.
Ao nosso ver continuamos a considerar os Psi-
ttacideos como constituintes duina familia, divididos
em varias sub-familias, de que nos interessam as
formas brasileiras que poderão ser divididas em
Conurinae, Pioninae, Urochrominae e Triclariinae, o
que apenas esboçamos, para verificar depois que me-
lhores estudos permittirem uma afirmativa cathe-
gorica.
A chave mais em voga — para este grupo —
e constante do Catalogo do Museu Britanuico, ba-
seia-se principalmente na côr. Assim, pois, preferi-
mos propôr para as fórmas brasileiras. uma chave
mais em accôrdo com a morphologia, contornando o
RENE Gee
mais pcssivel o emprego do colorido como caracter
differencial.
A origem dos Papagaios e Aráras do Brasil é
attribuida por Goeldi ao Grupo dos Cacatuinae aus-
tralianos, uma vez que elle pretende filiar as formas
Deroptyus e consequentemente Triclaria às Caca-
tuas. A sua opinião baseia-se no cocär de pennas
erecteis da cervix de Deroptyus.
Essa referencia se nos afigura erronea; o topete
das cacatüas é frontal e tem a respectiva musculatura
em funcção de uma crista mediana, inexistente em De-
roptyus. O cocar de Deroplyus é, ao contrario, per-
feitamente comparavel ao de Amazona vinacea.
Se pretendermos procurar ligações faunisticas,
devemos antes olhar para a ornis africana, onde en-
contramos em Agapornis fórmas muito semelhantes
às nossas Urochromas e Poeocephalus ao de Sal-
vatoria e Pionus e F'ionites por um lado, emquanto
Chalcopsittacus faz lembrar perfeitamente todo o
grupo Conurinae. |
Se insistirmos em buscar as fórmas mais affins
de Deroplyus em Gôrris exotica, então scriamos le-
vados a contemplar os Platycercos e sobretudo os
Nestores da Oceania.
Mas isto nadatem de extraordinario, porque os Nes-
tores são effectivamente os Psittacideos mais antigos.
Entrando na apreciação da parte systematica
propriamente dita, temos à dizer.
Salvadori enumera 17 generos de Psittacideos
brasileiros ( Cat. Birds in the British Museum, vol.
XX -- 1891) que, segundo as corrigendas de Hell-
mayr, Berlepsch e as adopções de lhering, são os
seguintes :
10 — Graydidasculus
11 — Pionus
12 — Deroptyus
1 — Anodorhynchus
2 — Cyanopsittacus
3 — Ara
4 — Conurus
5 — Pyrrhura
6 — Myopsittacus
7 — Psittacula
8 — Brotogeris
9 — Amazona
13 — Treclaria
14 — Pionopsittacus
15 — Gypopsittacus
16 — Crochrema
17 — Pionites
ns nues none
RENE
Comquanto nada se conheça da anatomia in-
terna dos psittacideos brasileiros e a morphologia
externa seja o unico criterio admittido, por isso
mesmo, pelos tratadistas, essa mesma morphologia
não deixa em paz semelhante grupamento, confor-
me vamos ver.
Psittacus
O genero Ara de Cuvier, (1) para as Aráras
propriamente ditas, encerra actualmente, não só as
especies deste typo mas, varias outras formas que
nelle não podemos incluir.
Aliás, já Bonaparte retirou-lhe as fórmas que
se devem grupar em torno de A. auricollis dos
auctores, sob o nome de Premolius ( 2) eda Ara-
rauna sob o de Ararauna. (3) O typo de Guvier
é Ara macão, synonymo de Pszttacus inacdo de
Linneu, perfeitamente caracterisado pela diagnose
restrictiva das tectrizes das azas, de côr amarella
de ouro. A Arára macão de Linneu é a Arára
acanga dos tapuias. Sua cabeça grande e deprimi-
da, a posição lateral superior dos olhos, a direcção
do bico quasi em angulo recto com o plano do
vertice, a face núa desprovida de séries de pennas
em semicirculos concentricos dos olhos, marcam-lhe
posição perfeitamente à parte do que os auctores
consideram Ara.
Salvadori restringiu para o Jacho africano o
genero Psittacus de Linneu, baseado na edição de
1766; antes desta, porém, já a edição X, de 1798,
dava Psiltacus encabeçado pela Ardra macdo.
Por isso, no nosso entender, Psittacus tem por
typo Ard inacüo dos auctores. As demais formas
desse typo, com a parte nua da cara recobertas de
pennas, ficam restringidas à que denomino aqui
Ardara, viz A. chloroptera empregando a designa-
ção de Spix, conforme já foi adoptado por Schlegel.
(1) Index Ornithologieus, I, pag. 84, n. 5, 1790.
(2) Comptes rendus de Acad. Sci., XLIV, pg. 596, 1857.
(3) Rev. et Mag. Zoolog., pags. 149 - 1854.
Pete ate
Araraúna
Fundado por Bonaparte e tendo como typo 4.
araraiúna, comprehende aquelas formas que os au-
ctores chamaram de Ara araraina, A. canindé, de
craneo deprimido e olhos altos, como em Psettacus,
mas tendo a região núa da face percorrida por cir-
culos concentricos de pennas, como em Ardara, mas
o mento nu. E” possivel que as especies que lhe-
ring repete como A. severa, À. maracanã, A. au-
ricollis, A. manilata, A. nobilis e A. hahni, devam
ser referidas à quatro generos diversos, tanto quanto
o induzem os caractéres exteriores. O primeiro sob
o nome de
Hemipsittacus
com o cranes não deprimido, o bico menor que a
cabeça, narinas parcialmente cobertas com o ramo
superior fortemente entalhado, os olhos nc plano do
hiato, as faces percorridas por circulos concentricos
e a coloração fundamental verde; tendo por typo
A. severa de Linneu.
Primolius
de Bonaparte é o segundo, tendo por typo P. au-
ricollis e das demais especies acima enumeradas P.
manilatus. Encerrando ainda formas heterogeneas
é caratérisado pela moderada depressão do craneo,
face, lóros e narinas nuas. Subdividimol-o em dous,
um com o bico normal e outro com mandibula
mais dilatada que a maxilla. Estes grupos condu-
zem aos generos Conuros e Brotogerys por C. no-
bilis e à Pyrr hura por P. auricollis e P. mani-
latus. Assim, restringida a forma Primolius para P.
auricollis e P. late auctorum, verificamos ainda
dever dividil-o em outro mais com caratéres que 0 jus-
tificam ; Proconurus — para P. nobilis e P. hahni e
Propyrrhura, nobis
- com os caractères de Primolius, porém com as na-
rinas recobertas. Typo — Prop. maracanã.
Er le
Conurus
de Kuhl (1) é outro grupamento heterogeno que
não póde subsistir como se acha e deve ser subdi-
vidido. O typo de Kuhi é Conwros leucophthalmus.
a nossa maracanã commum, ae que Hellmayr dá a
seguinte «N. B.: €. leucopthalmus mostra, na dis-
tribuição das cores wma interessante semelhança
com a Ara nobilis (L.) (= Proconurus nobilis, no-
bis), de que se separa facilmente pela orla fechada
dos lóros, a falta da coloração azul da fronte e a
coloração amarella viva das pennas tectrizes inferiores
maiores das azas, etc. ».
Ha, além disso a conformação do bico, cuja
mandibula temo desenvolvimento caractéristico para,
com as demais peculariaridades, isolar esta forma
num grupo especial, intermediario entre Premolius
e as demais especies de Conuri dos auctores; ex-
ceptuadas as seguintes que devem ficar adstrictas,
além de C. leucophtalinus ao genero Conurus pro-
priamente dito: ©. acuticaudatus, C. haemorrhous
e C. guarouba.
Nendayus bp. (2)
Talvez seja ainda um grupo heterogeneo, se o
considerarmos como constituídos deN. nenday (Vieill.)
(typo de Bonaparte). JV. solstitialis, N. jendaya,
N. auricapillus, em nos occuvando sómente de
especies brasileiras.
Os caractères são: Forma geral de Conurus
tendo porém o bico alongado, a mandibula não di-
latada e incluida na maxilla; circulo nú perioph-
thalmico largo, evidente; rectrizes gradativas equis-
distantemente.
Conurus cacloruin, aeruginosus, aureus be-
delli, dos auctores formam dous outros grupos distin-
ctos, um já assignalado por Bonaparte sob o nome
de Hupsittula (3) ou melhor dito :
(1) Conspectus Psittacorum pg. 4. — 1820.
(2) Rev. & Mag. Zool. pg. 150 — 1854.
(3) Comptes Rend. Acad. Sci. Paris, pg. 807. - 1853.
PAR
E is
Eupsittacula
tendo por typo E. canicularis (1) irmã gemea de
É. aurea, com os caratéres apparentes de Nenday
e mais as seguintes differenciaes : Circulo nú perio-
phthalmico indistincto, recoberto de pennas; as re-
ctrizes desegualmente gradativas. E outro
Gymnopsittacus nobis (2)
com aquelles caratéres, porém com a cauda desegual,
o bico elevado, espesso e fórte, tomia grande-
mente entalhada ; tarsos curtos, menores que o pol-
legar (excl. a unha). — Especie typica: G. wed-
delli, co-typo O. cactoruin.
Myopsittacus
de Bonaparte conduz à Tirica de Bonaparte, ge-
nero que deve ser dissociado de DBrotogeris.
Brotogeris e Psittacula
como os comprehendemos aqui, ficarão perfeitamente
naturaes. Com relativa razão Wagler incluiu em
Psitracula o Periquito-Rey, do genero Pronopsittacus
de Bonaparte; e grupado de modo ante-natural por
Salvadori. Pionopsittacus deve ficar em connexão
com os Conurus propriamente ditos, por Psztiacula
e Amazona, como adiante veremos, e jamais ligado
aos Hucimetes e outros como o fez Salvadori.
bao
Pyrrhura de Bonaparte, (3) cujo typo é a
nossa tiriba, Pyrrhura vittata, é outro grupo muito
natural e caractérisado pela cauda longa, cerumen
nú, narinas expostas, 4.º primaria não attenuada,
annel orbital completo e furcula presente. A região
periophtalmica é nia como em Gymnopsittacus; e
a coloração profusamente variegada de sépia, verde
e vermelho mais ou menos ferugineo. Pyrrhura
parece retomar posição ao lado de Conurus e par-
. (1) Do Mexico e da Am. Central.
(2) Gymos, nú, ops — olhos psittacus, periquito.
(3) Naumannia. — 1856.
po RAMO) pen
tindo de Primolius, conforme já foi dito; e P. rho-
dogaster, sezuindo o typo principal, parece, no em-
tretanto, se afastar para um outro typo de cauda
menos longa e coloração mais viva.
LR td Gyposittacus, Eucinetes (Pro-
nites ), Urochroma, Graydidascalus, Pionus e Ama-
zona, são outros tantos grupos naturaes perfeita-
mente definidos, porêm encerrando todas as formas
que lhe attribue Salvadori. As fórmas peculiares
de Pionopsittacus barrabandi e P. histrio não per-
tencem à tal genero e não podem permanecer Jun-
tas, tanto mais quanto esta ultima é um meio termo
para Gypopsitlacus. Por sua vez Amazona não
pode conter A. sxanthops; esta forma é perfeita-
mente alliada de Graydidascalus e, como tal deve
ir se allojar ao lado de Urochroma.
Volvendo à Pronopsittacus, ja Ridgway (Proc.
Biol, Soc. Wash., pg. 100 — 1912 e Chapman, Bird
Life in Columbie, Bull. Amer. Mus. Nat. History.
cg. 244 — 1917), frizaram o facto de ser tal ge-
nero monoty pico.
Comtudo, Mucineles, não pôde conter a forma
barrabandr, de que fazemos typo do genero Cha-
pmania ao lado de Pronites.
A fórma da cauda, lembrada para as sub-fa-
milias Conurine e Pionince, não corresponde à uma
observação exacta, embora o pareça à primeira vista.
Com effeito, não só essa forma não é exclusiva da
nossa Ornis, o que já demonstra uma dialvse ante-
natural, como, ainda a graduação é perfeita entre
os dous grupos. Considerando-a sob o conjuncto
quando fechada, a cauda tanto é conica em Ano-
dorhynchus como em Brotogeris como em Prono-
psillacus. Aberta, o seu contorno posterior póde se
filiar à dous typos:
Bitruncado — Anodorhynehus, Arara, Conurus,
Psittacula, Graydidascalus, Amazona ete.
Curvo — Tricluria, Deroptyus.
GENEROS :
A chave junta demonstra as relações de todos
os generos aqui comprehendidos.
Rectrizes
attenuando-se “gradativamente para a
ponta, sendo a sua férma sub-triangular ,
Rectrizes de fórma es-
patulada, quando muito
Ogival na ponta das
medianas
4
| Cauda bi-truncada, egual ©
ao comprimento que
vae da curva da aza
à ponta das tectrizes
pecundasias, ou mais
curta ,
Cauda fechada subqua- /
drangular, aberta de
contorno posterior re-
%
Cauda eau nds +
conica . . +
Quasi egual ou menor que o com-
primento do corpo e cabeça con-
siderados juntamente . 5 fe
Cara emplumada
“42 prima-
ria atte-
nuada
Cara ves-
Cauda sub-conica , ( curva à ponta das tectrizes secun- |
darias, Sexos dissemelhantes
i :
4.º prima-
ria nor-
, mal F
nho menor .
i cara despro-
à vida de linha |
de pennas .
Culmen
E mia sem entalhe,
compris À Lóros nús; tomin férte-
à | mente entalhada. —.
Culmen subgloboso, pete ay 7
andibula
, Cireuto pe- Tarso maior \ mais larga
EN UR que o pol= que o cul-
2 eee .
Sos aS di _ | Bico normal.
4 Tarso menor que o pollegar,
Y Culmen nor-
mal; nari-
| Circulo periophthalmico em- |
“Lóros nús ; : “tomia enta- |
“ada, o,
Lóros emplumados ; ri to-
mia sem entalhe, .
Parte núa da cara percorr da por linhas de pennas.
| a |
EN E | ay é aaa de
éros semirecobertos; tas
plumado © reduzido a es- | io SXPos
| treita fimbria; rectrizes Culmen na
indistinctamente gradati- MRC IHS é
;
\ vers P 4 narinas oc-
cultas
© Narinas villosas, Fa denegrido, regia
periophthalmica nia a +)
Narinas núas, bico alvadio, região ‘perio-
phthalmica vestida . “ .
| Egual ao comprimento que yae da curva da mão à ponta da primeira secundaria,
Egual ao comprimento que vae dessa | Lóros vestidos.
. | Cauda de transição, Lóros nús ; * canutilho | normal ; tamanho maior A
Sexos semelhantes
Rectrizes com a ponta do canutilho saliente ; ; tama-
Bico kd Dn coma eae ponta do culmen muito Sato do plano do hiato e do entalhe lateral da tomia, não cochlear
Rectrizes redondas, normaes ;
Circulo periophthalmico médiocre. Cauda maior que 1/2 da aza; sub-caudaes concolores do corpo a «
| Circulo periophthalmico nú maior; cauda egual a 1/2 da aza; sub-caudaes ornadas de rubro .
Rectrizes chanfradas internamente ¢ mais ou menos ponteagudas externamente :
Toda a cabeça recoberta de pennugem , . .
Cabeça em- f Fronte e lóros recobertos de pennugens ; gonis da base excavada 4 x
plumada . { Fronte e lóros normaes :
Tonia francamente entalhada ; gonis de base excavada . A à k
Tonia normal, gonis de base truncada à . a 2
Bico subgloboso alongado; ponta cochlear, hiato e entalhe da tomia mais ou menos no mesmo plano que a ponta ; i tectrizes
\ laternes subtruncadas ; rectrizes medianas de ponta ogival :
Região periophthalmica mais ou menos núa em torno das palpebras . : “ . « . .
{ Região periophthalmica e a anterior aos olhos e a base do bico mias
Rectrizes medianas truncadas ; região periophthalmica vestida,
Pennas cervicaes grandes, subtruncadas e erecteis
dondo, egualando. ao |
comprimento que vae |
da articulação do carpo
à ponta das remiges
+ secundarias.
= ( Pennas cervicaes normaes , a a q . :
30
rats “a
{ ago 4
Propyrrhura oa
Primolius
’ Proconurus
é -
Conurus
Nendayus '
i Sea
Eupsittacula
Myopsittacus
Pyrrhura
Tirica
Brotogerys
Psittacula
Pionopsittacus
Amazona
Pionus
Gypopsittacus
Eueinetee
Chapmania
Pionites
Salvatoria
Graydidascalus
Urochroma
Deroptyus
Triclaria
“
DIAGNOSES
Psittacus Linnaeus
Syst. Nat., pag. 96 — 1758
Forma grande. Pennas em geral grandes,
(especialmente as escapulares) rijas, arrumando-se mal
sobre o corpo: cara completamente despida de pen-
nas e tendo sómente cerdas finas e irregularmente
esparsas. Bico muito desenvolvido. Gonis muito
grande e dilatado para traz, negro. Todo o bico é
maior que o resto do craneo, cujos ossos superio-
res são deprimidos e sub-planos, quasi em angulo
recto com o culmen. O annel orbital é completo
e a furcula presente. As azas são menores que a
cauda que é maior que o corpo e a cabeça consi-:
derados juntamente. Fôrma brasileira :
1 — Psittacus MACAO, Linnaeus
Arira Piranga; Ardara Macão; Ardara Acan-
ga dos brasileiros (incl. tapuias ). Tem a ponta do
bico denegrida como os lados e a gonis. A cara
como o resto do culmen carneos, os pés cinéreos e
as unhas negras. Iris sulfurea. A cor fundamental da
plumagem é escarlate viva. As coberturas médias,
maiores e as pennas escapulares maiores são amarellas
de enxofre com o rebordo superior e terminal verde.
Corpos supte., remiges, região sacro-coccygeana,
coberturas superiores e inferiores da cauda e ponta
das rectrizes medianas e maior parte das lateraes,
tambem o canutilho no lado superior de todas as
rectrizes de côr azul cada vez mais extensa para as
lateraes.
De AN po a
O azul do carpo é tambem mais vivo, bem como o
rubro da pagina inferior da cauda e das azas tem
cambiante de ouro.
Dimensões : Bico 0m,047 4 0m,052 ; aza Om,359
à Om,390 ; cauda 0m,428 à Om,592 ; tarso 0.n,054
à Om,040 ; ovos 48 e 55 mm.
Distrib. geogr.: Desde o Mexico, pela Ame-
rica Central até Bolivia, Guyanna e Valle do Ama-
zonas.
Costumes: Segundo Euler (1) (2) a Arara-
macão põe 2 ovos brancos de 48 e 52 mm. de
comprimento e 33 à 30 de largura.
Arara, Spix
Av. Bras., IT, pg. 27 -- 1824
Forma e typo como no genero anterior, tendo
à mais a região núa da cara percorrida por circu-
los concentricos de pennas. Especie brasileira :
2 — ARÁRA CHLOROPTERA (Gray)
Arára- Vermelha Arára-Piranga, com os ca-
ractères de côr egualmente semelhantes 30s de
Psittacus macdo ligeiramente mais escura; as pen
nas tectrizes medianas e escapulares veraes em vez
de amarellas.
Dimensões; Bico Om,056 à ‘Om,071; aza
)m,398 à Om,420 ; cauda um,475 4 Um,990; tar-
so Om,034 à Um,041.
Distrib. Geogr.: «De Guatemala as Guyanas,
Bolivia e Paragnay e Argentina, Valles do Ama-
zonas, Paraguay e Paraná.
Costumes: Diz Bertoni que esta ave parece
que dorme no terit. argentino para comer diaria-
mente no Paraguay, ondo se nutre especialmente
de Esembechia guatambi. Põe dous ovos brancos
em buracos de arvores isoladas.
(1) Rev. Mus. Paulista, pg. 85 ex Schomburgk.
, / f
eee. idée res » di
it nb té ét die: Dé ‘he de un té:
+
nd Sin mm © fee Éd 6 ae dt
ER eee
Araraúna, bp.
Rev. Magasin de Zoologie, pg. 149 — 1854
Genero identico à Ardra com a base do gonis
muito dilatada e desprovida de pennas em toda
extensão da mandibula. Região nia da cara além
das pennas em linhas parallelas fortemente pigmen-
tada de brenco. Bico unicolor, disposto não em
angulo recto com a cabeça, mas seguindo-lhe a
curva. Coloração fundamental azul e amarella.
Especies brasileiras :
Maior, com uma cinta negra, trans-
era na Ardant A eos! Lt 1 À. araraúna.
Menor, com uma cinta azul, trans-
versa ua Farganta, so qse a 2 À. canindeé.
3 — ARARAUNA ARARAÚNA (L. )
Ardra-Una ; Canindé
Bico negro, pés cinéreos; pelle da região nüa
da cara e da base do gonis pigmentada de branvo.
Iris amarella-sulfurea. Plumazem verde clara na
fronte, passando à azul celeste no vertex; esta cor
se estende por toda a parte superior do pescoço ao
corpo, das azas e da cauda. Linhas de penras da
cara e pennas da base do gonis, sobre a garganta,
de côr negra ou negra esverdeada. Toda a parte
inferior do corpo, desde a região auricular, ama-
rella de chromo. A pagina inferior das remiges
e rectrizes mais olivacea.
Dimensões : Bico Om,037 à Om,050; aza
Om,362 à 0Om,415; cauda 0m,430 à Om,580; tar-
so Um,036 à Jm,041.
Distrib. geogr.: « America tropical do Panama
à Batavia é Guyana, valle do Amazonas ».
Costumes: Euler (1) diz que esta arára põe
(1) Rev. Mus. Paulista — IV, pg. 86. Ihering tran-
sereve Nehikora (pg. 175) dizendo serem as dimensões
90 X 35 mm.
EEE fo En
ovos brancos de 60 mm. no maior
diametro Iloehne encontrou ninhos
cavados no estipe dos Buritys, con-
forme o croquis junto.
4 — ARARAUNA CANINDE ( Wagl. )
De cores semelhantes à precedente
da qual differe por ter a fronte do
azul geral do corpo e a gola verde.
A região núa da cara é menos ex-
tensa e suas pennas verdes mais cla-
ras.
Distrib. geogr. : Brasil central e
meridional; Paraguay.
Cyanopsittacus Bp.
Rev. et Mag. de Zool., py. 149 — 1854
Ninho de Araraúna
, epee 5
E' um genero de transição cujo cavado no tronco de bu-
bico de culmen maior que o dobro " sssundo Hoehne.
da altura, tem um fórte entalhe salientando um den-
te lateral. Lados da cara (queixo) recobertos.
Remiges 1 e 5 eguaes, 2, 3 e 4 idem. Especie
unica.
9 — CYANOPSITTACUS sPIxII ( Wagl. )
Dimensões :
Comprimento total bico aza cauda tarso
0,"650 0,"022 | 0,"235 | 0,"362 | 0,023
Coloração : Azul claro cinereo para a cabeça
e pescoço; algumas das pennas do dorso com a mar-
gem terminal negra; bem como a margem externa das
retrizes do braço; canutilhos e pagina interior das
pennas da cauda fuliginosos, pagina inferior das re-
ctrizes e coberturas secundarias inferiores das azas,
cinéreas, coberturas inferiores das primarias da côr
azul do thorax e abdomen. Bico e pés negros, Às re-
4 im
bal =
geet OG ES te EG CE BE -
'
=
—
ee eee ee ee) Ce PRE
nd. ee ey op ado
Miranda - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est.l REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XI!
acer ma, |
et Dia
a
q.
Araraúna araraúna
Anodorhynchus hyacinthinus
Mir. Rib. del. ad. nat.
SET ME) res
miges tem o centro de azul mais escnro e a margem
interna denegrida. As rectrizes lateraes tem o meio
azul e a margem interna denegrida.
Habitat: Parece circumscripta ao Estado da
Bahia.
Anodorhynchus, Spix
Av. Bras. I, pg. 47 e est. XI- 1824
Este genero fundado por Spix à pg. 47 das
« Avium species novæ» etc., como intermediario
entre as Araras e Araratingas, baseia-se especial.
mente sobra o annel orbital incompleto e os lóros
emplumados, sendo o bico completamente sem entalhe
no ramo superior, onde ha apenas sinuosidades que
apparecem com a edade do animal. A coloração
tende ao typo uniforme constante; a pelle da base
do gonis nua.
O annel nú, periophtalmico não se estende por
toda a face e o bico é muito robusto tendo a face
trituratoria bastante longa.
Pouco se conhece do costume das aves deste
genero que são raras e não foram observadas em
Natureza.
Ha tres especies que se distinguem pelo tamanho
e, colorido confórme a chave junta.
1 Comp. total 1m,115, côr azul co-
balto uniforme . . . . . 1 A. hyacinthinus
2 Compr. total 0,"770, garganta
; e peito pardacentos , . . 2 À. glaucus
Compr. total 0,"600, garganta e
partes inferiores esverdeados 3 A. learz
[jo]
6. — ANODORHYNCHUS HYACINTHINUS ( Lath. )
Ardra-Una ; Arára-Preta; Ardra-Azul
E' a maior das aráras; são as seguintes as
suas dimensões; bico 0,069 4 0,080 e 0,095; aza
0,403 à 0,442; cauda 0,490 à 0,607; tarso 0,037
4 0,047; total: 1,080 à 1,135.
ERA Er puts
Coloração: bico, iris, tarsos, pés e palpebras
negros; região periophthalmica e base da mandi-
bula amarellos chromo; pagina externa de toda a plu-
magem azul cobalto, ligeiramente mais clara na ca-
beça, pescoço e no peito; base das pennas cinérea ;
pagina interior das pennas maiores e margem do
lado interno das remiges, negra sépiacea.
Costumes : Encontrei Anodorhynchus hyacin-
thinus no Estado de Matto Grosso, alimentando-se
da polpa do côco de burily.
Distrb. geogr.: Pará, Matto Grosso, Minas e
São Pauio.
7. — ANODORYNCHUS GLAUCUS ( Vieill )
D mensões : Total 0,770; aza 0,"380 ; cauda
0,"400 ; bico 0,"069 ; tarso 0,"050.
Côr : I azul esverdeada; cabeça, pescoço bo-
chechas cinéraceos; garganta e peito com laivos
pardacentos ; partes inferiores, coberturas alares in-
feriores mais verdes — no mais, como a especie pre-
cedente. (Salvadori). Narinas amarellas ( Reichn ).
Distrib geogr.: Brasil, Paraguay, Uruguay e
Argentina.
S — ANODORYNCIIUS LEARI bp.
Dimensões : Compr. total 0,"60; aza 0,"36;
cauda 0,742 ; “bico :0,° 078 5 tarso 07035.
Cor: Differe da precedente por ter o pescogo
e as partes inferiores azues esverdeados; as pennas
dorsaes- e escapulares e coberturas com estreita
margem mais pallida e as do abdomen distincta-
mente marginadas de azul esverdeado. Pés dene-
eridos. Não conheço esta arára sendo os dados
acima fornecidos por Salvadori de um exemplar
adulto, macho, da collecçäo Sclatter, Pensa-se que
a sua patria seja o Brasil. ( Compil. )
Hemipsittacus, gen. nov.
Craneo sub-deprimido, curto, porém maior que
o bico; este elevado, com a tomia fórtemente enta-
«
§
|
E
4
b
a
Se BT as
lhada; gonis de tomia sinuosa e base nua. Narinas
semi-occultas entre cerdas. Cara e mento nus e
aquella percorrida por linhas parallelas de pennas con-
centricas aos olhos que ficam no plano do hiato. Pen-
mas escapulares mediocres. Typo: Petlacus severus.
9 — HemipsiTTACUS SEVERUS (L. )
Maracand-Aci ; Anacan
Bico e pés negros; pelle nua de cara pigmen-
tada de branco. Plumagem: Coloração geral verde
com reflexos amarellados ou pardos, as pennas com
a base cinérea sépiacea. Linhas de pennas da região
nua da cara, negra. Pennas e cerdas da fronte e
base do culmen e uma fimbria dos lados da cara,
entre 0 bico e o ouvido, cor de terra de Sienne, tirando
ao sarguineo na base do culmen; alto da cabeça e
nuca, bem como os lados do pescoço e meio do
peito e coberturas inferiores da cauda, lavados de
azul. Articulação carpal e as coberturas inferiores
menores da aza, de côr rubra sanguinea, com al-
gumas pennas verdes junto da base das remiges ex-
ternas. Coberturas inferiores maiores olivaceas ru-
bescentes. Remiges primarias azues com o canutilho
e a margem interna da barba interna e ponta negros,
na pagina superior; remiges secundarias dessa côr
com a barba externa do verde geral; remiges tercia-
rias escapulares desse verde. Pagina inferior de
todas as remiges cuprea, sendo os canutilhos e o
bordo externo e ponta das primarias enfumado e a
ponta das secundarias amarellado ; terciarias dessa
ultima côr. Rectrizes com o canutilho côr de terra
de Sienne; a parte basilar d’essa cor cambiando ao
ferrugineo e depois para o azal nas pontas e barbas
externas. Calgdes. Região perianal e pagina in-
ferior da cauda vermelhas com cambiantes de cobre.
Dimensões : Bico 0,"031 ; aza 0,241; cauda
072095; tarso 0,7024. |
Nehrkorn obteve ovos que medem 34 X 27 mm.
Distrib. geogr. «Valle do Amazonas até Bo-
livia, Guyana, Colombia, Panama, Perú e Equador.
“E ARY
Prophyrrhura, gen. nov.
Forma geral de Hemipsittacus do qual differe
pela restricção do espaço nú da cara que não é re-
coberta de filas parallelas de pennas. Bico fórte,
muito elevado e com a tomia sem entalhe. Gouis
dilatado posteriormente. Especie brasleira.
10 — PROPHYRRHURA MARACANAN ( Vieill. )
Ararinha
Bico negro, pelle nua em torno do bico e lados
da cara carneos. Pés amarellos com as unhas negras.
Plumagem. Coloração fundamental verde mais ama-
relladas para a base da cauda. Uma nódoa na base do
culmen, entre as narinas, de côr escarlate viva, abaixo
das narinas negras; cabeça azul passando gradativa-
mente para o verde sobre o pescoço ; uma larga nódoa
sobre a região sacral de cor escarlate viva e formada
por fachas dessa côr existente na metade terminal
das pennas ; outra nódoa escarlate muito menor sobre
o meio do abdomen, entra as coxas. Pennas do corpo,
tectrizes médias da mão, remiges primarias e se-
cundarias azues cum a margem externa mais clara,
os canutilhos pretos, a margem interna fusca e a
órla terminal preta; remiges terciarias da côr das
escapulares, um pouco mais olivaceas. Rectrizes me-
dianas com a base ferruginea-olivacea e a ponta
azulada denegrida ; as immediatas tem o ferrugineo
e o azul mais vivo. Esta ultima côr vae invadindo
as pennas do centro para os lados de modo à oceu-
par toda a margem externa da ultima lateral; a
mudança do azul para o ferrugineo, dá-se por inter-
medio do verde. Pagina inferior, remiges e tectri-
zes de côr amarella olivacea com brilho metallico.
O bordo destas pennas é escuro e as coberturas in-
feriores, menores, são azuladas.
Dimensões : Bico, Om, 025 à Om, 026; aza Om,
207 à Om,-217; cauda Om, 212 4 Om, 224; tarso
Om, 021, 4 Om, 023.
#1
randa - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est. Il REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XII
2— Primolius auricollis
1 — Hemipsittacus severus
5 - Propyrrhura maracanan 4-Proconurus nobilis
e
r. Rib. del. ad nat.
PE ONE
Nehrkorn dá para o ovo as seguintes dimensões
86, 9X 29 mm.
Distrib. geogr.: Brasil ( Rio Grande do Sul)
e Paraguay.
Primolius. Bp.
Comptes Rendus de V Acad. des Sciences de Paris, XLIV
pq. 596-1857
Bico elevado, mais alto do que longo, gonis mais
largo do que o culmen cuja t>mia é entalhada e
cujo contorno segue o perfil do craneo, moderada-
mente curvo e não muito deprimido. Base de todo
o bico, lóros e cara nús. Coloração fundamental
verde.
Especies brasileiras dispostas da seguinte forma :
Culmen comprimido e tomia fértemente enta-
lhada.
Um annel amarello sobre o pescoço
abdomen de côr geral, . . . 1 P. auricollis
Pescoço sem anne) amarello abdo-
men vermelho bis o 2 Bo manelatus
11 — PriMoLIUS AURICOLLIS ( Cass.)
Bico denegrido na base e alvadio na ponta e
nas regiões salientes do gonis. Lado nú da cara
amarello denegrido; pês amarellos, miniaceos. Pluma-
gem. Fronte, vertex e lados do queixo denegridos
cambiando para o verde garrafa. Garganta com lai-
vos ferrugineos. Coloração geral verde garrafa.
Uma nódoa crescentiforme, transversa, de cor ama-
rella de chromo, com algumas pennas miniaceas,
sobre a base do pescoço. Pennas superiores do
carpo azues. Paginas superiores das remiges azues,
a primeira tendo o centro, as demais primarias e
secundarias anteriores tendo o canutilho e o bordo
interno negros ou denegridos. Secundarias poste-
riores e terciarias com o bordo externo mais ou
menos largamente verde garrafa. Paginas superio-
res das remiges centraes tendo os 3/5 da base fer-
rugineos, e os 2/5 terminaes azues; as dnas late-
raes são azues, lavadas de ferrugineo na base e
RAL ys oe Ge
nas barbas internas, sendo a gradaçäo perfeita de
umas para as outras; e todas ellas tem o canutilho
negro. A pagina interna, das remiges e das rectrizes
amarella de ouro; e as pontas e canutilhos denegri-
dos. As pennas perianaes são lavadas de ferrugineo
e as subcaudaes de azul.
Dimensões : Bico Om, 021 à Om, 026; aza Om,
195 4 Om, 215; cauda Om, 171 4 Om, 220; tarso
Om, 020 à Om, 0233.
Distreb. geogr.: Brasil — Matto-Grosso, Boli-
via, Paraguay e Argentina,
Costumes : Encontrei e colleccionei esta especie
nas margens do Rio Jaurú ( Matto-Grosso ) nas ar-
vores altas do campo, aos casaes. Não se lhe .co-
nhece o ovo, nem a nidificação.
12 — PRIMOLIUS MANILATUS ( Bodd. )
Ararinha
Bico completamente giabro e lustroso, negro sé-
piaceo na base com a parte dorsal do culmen e duas
estrias no angulo do gonis de côr pardacenta al-
vadia. Narinas, lóros, lados da cara e base do bico
totalmente nús de côr carnea amarellada. Pês par-
dos, unhas da mesma côr. Plurragem : Lado supe-
rior de coloração geral verde olivacea, o canutilho das
pennas denegrido, o meio com ligeiros reflexos azu-
lados e as margens amarelladas ou sépiaceas ; urupigio
mais amarellado. Lado inferior mais um pouco azu-
lado na cobertura dos ouvidos. Algumas pequeninas
pennas da garganta avermelhadas ; abdomen e região
perianal rubro-sanguineos. As tectrizes alares e prin-
cipalmente as remiges, tem o azul do meio da penna
muito mais intenso e largamente espalhados do que
occorre no corpo, onde esta côr só se salienta em
certas incidencias. No lado inferior das azas e pa-
gina inferior da cauda domina o amarellado oliva-
ceo, em certas incidencias dourado. Algumas pennas
do lado inferior do corpo tem o centro azul indis-
tincto emquanto a hase de todas as pennas é cine-
racea lilacinea. O bordo posterior das remiges é
é enfumado.
ET fa
Dimensões: Bico Om, 020 à Om, 022 ; aza Om,
23 à Om, 269; cauda Dm, 205 4 Om, 254; tarso
Om, 023 à Om, 030.
Distrib. geogr.: Valle do Amazonas, até Equa-
dor e Perú.
Proconurus, nob.
Bico mais elevado e sub-globoso, com a ponta
muito attenuada em estylete ; entalhe da tomia baixo,
gonis largo e espheroidal, de base semiescavada.
Olhos quasi no perfil do osso cephalico. Alto do
craneo muito deprimido, em angulo recto com o
culmen; narinas lóros e lados da cara e base do
gonis nús. 4.º remige de ponta chanfrada.
Culmen branco carneo. 1 P.nobilis
ESPECIES BRASILEIRAS
Culmen negro, 4... 3-2) Phalna
13 — Proconorus NOBILIS (L. )
Maracana
Culmen branco carneo com a ponta denegrida ;
gonis denegrido ; pelle nua da cara e da base do bico
amarellada. Pés e unhas denegridos. Plumagem :
Cor geral verde, mais amarellada do lado. inferior.
Fronte azul até sobre os olhos; a primeira tectriz
média e a primeira sempre têm a barba externa azul,
pagina inferior de todas as remiges e rectrizes
amareila olivacea com brilho metallico. Articulação
do carpo e tectrizes inferiores e marginaes da mão
dum escarlate vivo; pennas perianaes avermelhadas.
Dimensões : Bico Om, 022 Om, 026; aza Om,
179 à Om, 195; cauda Om, 162 à Om, 185; tarso
Om, 018 à Om, 022.
Distrib. geogr.: Brasil. De São Paulo para o
Norte e Oeste.
Costumes : À maracanã vive em grandes bandos,
nos logares copertos de mattas. E' provavel que ni-
difique em pãos ôcos; sua postura não é conhecida.
14 — PROCONURUS HAHNI ( Souancé )
Differe da precedente em ter o culmen da côr do
gonis. E menor.
SOUDE RES
Dimensões . Bico, Om, 023 ; aza Om, 172 ; cau-
da Om, 135; tarso Om; O18.
Distrib. geogr.: Rio Branco e Guiana.
Costumes : — Nada se conhece à respeito.
Conurus Kubl.
Conspectus psittacorum, pg. 4-- 1820
Bico elevado sub-globoso, com uma calha me-
diana superior no culmen, cuja tomia é entalhada
ou como em Proconurus, de ponta styliforme. Go-
nis, de base sub-excavada. Narinas semi-occultas nas
pennas dos lóros, como tambem o fica o cerumen,
muito pouco evidente. Olhos circumdados por uma
area periophihalmica rugosa, núa, 4.º primaria atte-
nuada. Coloração geral verde ou amarella com or-
natus rubros azues ou amarellos.
a — Ponta do culmen normal:
: os \Fronte verde como o corpo. . . . 1. leucophtalmus
Especies brasileiras /Fronte amarella como o corpo, . . 2 C. guarouba
b — Ponta do culmen stylliforme
Frontea zul, bico branco, retrizes ru-
bescentes na barba interna , . . 3 C. haemorrhous
15 — Conurus LEUCOPHTHALMUS ( Mull. )
Maracanã, Araguahy
Bico, região nua periophthalmica cárneos alva-
dios; pés mais escuros com as unhas denegridas. Côr
geral verde; coberturas menores inferiores escar-
lates como as vezes O são as pennas do extremo
das tibias e algumas outras esparsas da cabeça.
Pagina interior das remiges e rectrizes amarella
aurea. Um exemplar das culleeções do Museu Nacio-
nal é quasi totalmente escarlate sanguineo.
Dimensões: Bico Om, 020 à Om, 023 ; aza Om,
160 4 Om, 175; cauda Om, 144 4 Om, 198 tar:
so Om, 020 à Om, 022.
D strib. geogr.:
Costumes: Vive ao bandos e nidifica em tócas
ou grutas de pedras. Em Matto-Grosso encontrei-as
nidificando nas grutas calcareas de Jacobina, em Se-
tembro de 1908.
DS
[6 — Gonurus GuAROUBA (Gm. )
Guaruba, Guarajuba, Tanajuba
Bico, região periophtlialmica de côr carnea ama-
relada ; pés pardacentes, unhas denegridas. Pluma-
gem amarela de ouro, uniforme na curva da aza e
nos calções. Remiges verdes na pagina superior,
amarellas le ponta enfumada na inferior.
Dimensões: Bico Om, 031; aza Om, 200; cau-
da Om, 160; tarso Om. 021.
Distrid. geogr.: N. F. do Brasil.
Costwines : Apezar da sua belleza esta ave não
tem ainda conhecidos os seus costumes.
17 — CONURUS HAEMORRHOUS ( Spix. )
Bico e pés carneos miniaceos, região periophtal-
mica mais clara. Plnmagem geral verde. Ironte azul
clara, algumas pennas da curva da aza com laivos dessa
cor. Canutilhos azues denegridos ; orla posterior das
remiges denegridos, barba interna das rectrizes, até
perto da ponta e nas duas paginas, excluidas as duas
medianas, vermelha. Pagina inferiur das remiges
amarellada cinerea clara; extremo e orlas dessas
pennas enfumados. Algumas vezes as coberturas in-
feriores méd as das azas com órla vermelha.
Dim.nsões: Bico Om, 023 à Om, 025; .aza
Omet7O 4 Om, 193); cauda Om, 191a Om; 174;
ars - Um, 019: 4 Om, 021:
Distrib. geogr.: Matto-Grosso à Bahia.
Nendayus bp.
Rv. et Mag. de Zoologie, pg. 150 -- 1854
Bico mais longo do que alto, de cerumem evi-
dente e base do gonis nti: e sob- excavada. Tomia
do culmem forremente entalhada. Um circulo pe-
riophtbalmico largo recoberto de cerdas e plumulas
rijas e delgadas; só as palpebras verdadeiramente
nuas. 4.º remige attenuada. Rectrizes equidistan-
tes, graduadas do meio para tráz.
Cabeça negra . . 1 N. nenday
Thorax, ventre e
Cabeça amarella sacrum amarellos US pe ae EN Naa, NT SOLBLELOG LCS
ou rubescete Thorax, ventre e f Toda a cabeça amarella 3 N. jendaya
sacrum miniaceos | Só a fronte amarella , 4 N [auricapillus
AP fea
18 — Nexpayus NENDAY ( Vieill. )
Maracanã, Nenday
Bico e região periophtalmica negros. Base do
gonis e pés, carneos amarellados ; unhas pardas. Plu-
magem. Cor geral verde mais amarellada para o tho-
rax, coberturas inferiores das azas, região lombar e
abdomen. (Cabeça negra até a nuca ( onde passa pa-
ra o verde geral por uma zona intermediaria fer-
ruginosa) e até as coberturas auriculares ( exclu-
sivas ) e base do gonis; lado inferior deste leve-
mente azulado. As pennas do pescoço accentuada-
mente desta ultima côr numa larga nódoa sobre o.
papo. Coberturas superiores maiores das remiges
primarias azues, denegridas para o centro. As mé-
dias tem o centro e a barba interna azues e as pe-
quenas da oria carpal são amarellas. Remiges pri-
marias, a primeira com a barba externa azul, o ca-
nutilho e o lado interno negro com reflexos azues.
As outras tem a metade basilar da barba externa
verde cambiando para o azul para o centro e para
a ponta, com a barba interna denegrida com cam-
biantes azues. Remiges secundarias ; as duas anteri-
ores azues com o canutilho e a barba interna negros.
as demais vão augmentando o verde da barba exter-
na até as tres ultimas que são totalmente desta cor.
Pennas da metade inferior das tibias e da região
perianal escarlates. Cauda superiormente verde oli-
vacea na base e no centro cambiando para o azul
na ponia e nos lados. Ganutilhos negros. Pagina in-
ferior das azas e da cauda ardesiacos.
Dimensões: Bico Om, 02! à Gm, 022; aza Om,
175 à Om, 177; cauda Om, 171 à Om, 178; tarso
Om, 19 à Om. 020.
Distrib. geogr.: Matto-Grosso e Paraguay.
19 — NENDAYIUS SOLSTITIALIS (L.)
Jandaya, Guaruba
Bico, pés e região periophthalmica amarelos.
carneos. Plumagem : Cor geral amarella de chromo..
tirando ao miniaceo nos lados dos da cara, thorax.
PNR
SEA LE
ventre e lombo. A metade basilar das grandes tectri-
zes e barba externa das remiges e da metade sub-
terminal das rectrizes de côr verde «ue cambia pa-
ra o azul na metade terminal e meio da penna nas
remiges ; e, além disso cambia para o amarello azei-
tonado na metade basilar das rectrizes. Barba in-
terna das rectrizes, na pagina inferior e ponta, ama-
rella sobre o fundo sépiacco de toda a penna. Aza
bastarda e barba externa da primeira remige azues.
Dimensões : Bico Om, 019; aza Om, 160 ; cau-
da Om, 161; tarso Om, 019.
Distr. Geogr.: Guyanas — Rio Branco.
NENDAYUS JENDAYA (Gm. )
Jandaia
Bico, região periophthalmica e pés negros; pal-
pebras branca com as órlas negras. Pluiiagem : Fron-
te, lóros. pennas em torno do circulo ocular e co-
berturas aariculares, toda a garganta e regiões in-
feriores do corpo, flancos e sacrum e tectrizes sub-
alares médias miniaceos. Pennas das coxas com a
base verde azeitona e v extremo livre miniaceo. Dor-
so, desde o pescoço, cobertura das azas, bordo ex-
terno das remiges verdes; coberturas inferiores e su-
periores das rectrizes verde um pouco mais claro.
Lado interno das bastardas, externo e mediano das
remiges secundarias da primeira primária e meio
das demais, azues ; tectrizes sub-alares medianas mi-
niaceas ; pagina inferior das remiges e das rectrizes
schistecea. Rectrizes de base olivacea depois se trans-
formando em verde e depois em azul e extremida-
de denegrida, como o é o bordo interno de todas
as remiges. Canutilhos azues.
Dimensões : Bico Om,19 à Om,020 ; aza Om,150
à Om,160 ; cauda Om,139 à Om,149 ; tarso Om,016
à Om, 020. |
Distr. Geogr. : Piauhy, Ceará e Pernambuco.
21 — NENDAYUS AURICAPILLUS ( Kuhl.)
Bico, região nua periophthalmica, pés carneos
denegridos, cineraceos. Plumagem : Fronte e lóros
AR QU
sanguineos; para o alto da cabeça essa côr se tor-
na amarellada viva e para baixo dos olhos e região
auricular se reduz, mesclando-se ao verde geral do
corpo; na garganta reapparece esbatida na órla das
pennas das bochechas e muito mais evidente, com-
quanto tendendo ao vinaceo sobre o peito, abdomen
e calções das tibias. O verde é a côr dominante da
nuca, bochechas, pescoço, região dorsal superior e
coberturas das azas e parte basilar da barba exter-
na das remiges maiores. Na parte dorsc-lombar reap-
parece diffusamente o vermelho vinaceo na região
sacral; e nas coxas cede terreno ao verde geral —
ahi mais olivaceos. A aza bastarda as tectrizes inaio-
res da mão, o meio e órla tarminal externo das re-
miges, azul escuro, tendo aliás, todas as plumas o
canutilho e uma ampla órla interna e a ponta ne-
gros. A cauda tem as duas pennas medianas amarel-
ladas com o canutilho e a ponta azues, havendo a
necessaria transição verde de uma côr para outra.
Nas outras rectrizes lateraes o amarellado foge pa-
ra a barba interna e desapparece nas ultimas, subs-
tituindo pelo verde que reapparece na barba exter-
na das penultimas e pelo azul que quasi as occupa
em toda a extensão. Inferiormente a curva da aza
é verde, havendo azul só no meio das pennas
menores ; as coberturas médias e menores são es-
carlates, com alguns laivos amarellos; as maiores
são cinzentas, côr que occupa a pagina inferior das
remiges, onde ha um tom sulfureo na barba interna.
O exemplar que servio à presente descripção
procede de Goyaz. |
Habitat: Brasil — da Bahia ao Paraná, S. Pau-
lo e Goyaz.
Gymnopsittacus gen, nov.
Férma parecida com a do anterior tendo o bi-
co muito mais forte e muito mais alto do que lon-
go; culmen com a tomia entalhada. Tarso muito
curto. Narinas descobertas, bem como a base de to-
do o bico. Região periophthalmica largamente nua,
‘yeu pe “jop “ql IN
fiepuau snflepuay | I]BPppaM snaeyisdouwfin \
snujpujuydoona| sninuog
.
Ear Mer
sendo a pelle rugosa. 4.º remige menos attenuada
que as duas anteriores. Coloração geral verde.
Especies brasileiras :
Bico claro, tectrizes
Pennas da cober- | auriculares verdes . . . 1 G. cactorum
tura inferior da cau-
da verdes amarella-
das. Thorax ama- Bico denegrido, trectri-
rellado . . . .. | zes auriculares sépiaceas 2 G. aerugino-
sus
Pennas da cobertura inferior da cauda
com o centro azul, thorax verde . . . . «3 G. weddelli
22 — GYMNOPSITTACUS CACTORUM ( Wied. )
Bico e região periophthalmica cor de carne, pés
mais cinéreos, unhas denegridas. Plumagem : Alto da
cabeça, coberturas auriculares parte superior do corpo
dum matiz olivaceo que é amarellado nos lados do
papo, no peito eno ventre; cobertura inferior da cau-
da verde amarellada. Calções verdes com o bordo
interno e uma órla sub-marginal denegridos; essa
órla é debruada por uma estreita fimbria branca ; a
pagina inferior das remiges schistacea. Rectrizes
verdes com o centro aznlado e a orla da barba in-
terna das lateraes amarellada ; pagina inferior schis-
tacea dourada. Os exemplares do Museu offerecem
dous coloridos que pódem ser indicadores da edade ;
ou a fronte é verde, ou sépiaceaa zulada, em todo o
caso as coberturas auriculares são sempre verdes.
Dimensões: Bico Om, 015 à Om, O17 ; aza Om,
132 4 Om, 142; cauda Om, 112 à Om, 123 ; tarso
Oni, 014 à Om, 015.
Distr. :Geogr.: De Venezuella até Bahia.
23 — GYMNOPISTTACUS AERUGINOSUS (L.)
Esta especie quasi se confunde com a anterior
da qual différe, apenas, pela cor do bico e pelo sépia-
ceo da parte anterior da garganta que invade todas
as pennas da cobertura auricuiar.
CN: ee
Distr. Geogr.: Venezuela e Guyanas; N. do
Amazonas.
24 — GYMNOPSITTACUS WEDDELL ( Deville)
Bico e pés sépiaceo denegridos; base do bico e cir-
culo periophthalmico côr de carne. Plumageim: Cabeça
parda cinérea, mais sépiacea para a3 coberturas au-
riculares; as pennas do vertice vão ganhando em
verde para a nuca onde apenas ha laivos cinéreos.
A côr geral é a verde amarellado claro para o ab-
domen e cobertures inferiores maiores das azas. Car-
po verde com poucas pennas azues. O azul encon-
tra-se depois nas duas tectrizes anteriores médias e nas
maiores do metacarpo centro e extremo das remiges
e rectrizes e meio das pennas sub-caudaes. Da se-
gunda remige primaria em diante o bordo externo
e da côr verde geral e o interno enfumado. As
rectrizes tem esse verde nos lados da base para o
vertice, sendo que a barba inlerna das maiores, cen-
traes, é sépiacea. Pagina inferior das remiges e re-
ctrizes denegrida.
Dimensões : Bico Om, 017 à Om, 019; aza Om,
131 4 Om, 147; cauda Om, 105 à Om, 124; tarso
Om, 015 à Om, 017.
Distrib. geogr. : Equador, Perú, Bolivia; M.
Grosso, Pernambuco e Amazonas.
Costumes : Encontrei este periquito sempre em
pequenos bandos nas lixeiras das catingas, em Mat-
to-Grosso — chapadão parecis. A's vezes está em
companhia de Æupsititacula aurea. EK confiante, dei-
xando-se approximar facilmente.
Eupsittacula, Bp.
Comptes Rendus de V Acd. Sciences de Paris—pg. 807-1853.
Bico fraco, mais alto do qne longo; culmen
de tomia fortemente entalhada. Região periophthal-
mica revestida de pennas ficando descoberta uma es-
treita Órla em torno das palpebras. 4. remige mui-
Da AA
to attenuada. Cauda gradativa do 3.º quinto para
traz. Fôrma brasileira.
25 — EUPSITTACULA AUREA ( Gm.)
Bico sépiaceo, parte núa do circulo periophthal-
mico rubescente; pés e unhas denegridos. Pluma-
gem : Gor geral verde mais amarellado para a pa-
gina inferior das azas e da cauda, thorax e abdomen.
Fronte amarella de chromo, mais intenso perto da
base do culmen; região periophthalmica amarella
mais clara; dos lóros para o vertice vae uma facha
azul que se esbate para a nuca; e das bochechas ao
thorax se transforma em olivaceo pardacento. Corpo
amarello esverdeado. As coberturas médias e maio-
res das remiges primarias com o canutilho negro e
a ponta azulada. O azul se diffunde da ponta das
primarias anteriores pela barba externa, occupa as
secundarias que tem uma Orla interna olivacea e se
apaga, depois, até as tres ultimas que são verdes. To-
das essas pennas, bem como as da cauda, têm o canu-
tilho negro. Tambem as remiges medianas tem a
ponta lavada de azul.
Dimensões : Bico Om, O14 à Om, O16 ; aza Om,
139 à Om, 157; cauda Om, 106 à Um, 146; tarso
Om, 013 4 Om, O16.
— Distrib. geogr.: Do Paraguay e Bolivia, ao
Rio Grande do Sul, M. Grosso, 3. Paulo, Minas, Ba-
hia até o N. do Brasil e Guyanas.
Costumes : Vi e collecionei esta ave nos cerra-
dos de Matto-Grosso onde andava aos pares sobre
as lixeiras, deixando-se aproximar com facilidade.
Myopsittacus, Bp.
Rev. et Mag. de Zool, pg. 150 — 1854
Bico espesso, entumecido, glabro, culmen de pon-
ta curta e tomia entalhada, gonis de bordo sinuoso.
Cerumen largo, descoberto e narinas, região peri-
ophthalmica e base do gonis recobertos. Primarias 1,
2 e 3 eguaes, as demais gradativas e não attenuadas.
Especie brasileira :
SOU VE
26 — Myopsirracus MONACHUS ( Bodd. )
Catorrita
Bico amarello carneo, pês cinéreos, unhas par-
das. Pluinagem : Fronte, lóros, bochechas, garganta
e papo cinéreos, as pennas da garganta e do papo
com uma tarja mais clara e terminal. Peito cinéreo
sulfurino uniforme. Cabeça, coberturas superiores e
inferiores menores das azas, região lombococcygea-
na, abdomen e coberturas e base da cauda, verdes ;
região interescapular olivacea. Azas bastardas, bar-
ba externa e meio das remiges, meio das rectrizes
azul. Coberturas das primarias denegridas com a
fronte basilar das barbas externas azulada olivacea.
Canutilhos negros, barba interna e ponta das remi-
ges sépiacea, estas penras são, além disso, finamen-
te fimbriadas de branco na órla interna. Pagina in-
ferior das remiges schistacea junto 30 canutilho que
é a alvadio e schistaceo glauca na margem livre da
barba interna; vonta das rectrizes lateraes verde
amarellado.
Dimensões : Bico Om, O18 à Om, 019; aza Om,
143 à Om, 151; cauda Om, 126 à Om, 120, tarso
Om, 017 à Om, 019.
Habitat : Brasil — Rio Grande do Sul e Matto
Grosso, Republica Argentina, Paraguay e Bolivia.
Pyrrhura, Bp.
Naumannia, Consp. Psittucorum, gen. 14-1856
Fórma apparente de Gymnopsittacus tendo o
bico mais fórte, mais elevado e as narinas expostas
sobre o cerumen que se projecta sobre a base do
culmen. Gonis geralmente com uma carena media-
na. Anel orbital completo e furcala presente. Re-
gião periophthalmica francamente núa, rugosa. 4.º pri-
masia não attecuada ( caracter que nem sempre é
constante ). O caracter fundamental da coloração resi-
de no escamado do collo e coberturas auriculares
cujas pennas tem c centro denegrido ou, pelo me-
nos a orla posterior clara e no ferrugineo rubescen-
te da pagina superior da cauda, do lombo e do ventre.
vyjyuexodAy "cd SF * d E E z *— ojpirur uswopqy
VBA “do JE * * DP194 XOZIDA |
|
> IPA 77 5 * o1q
bee eee) “nã aqua
RR Pra DEN eee | -LUJUapIoou
yout "= OF uidos XIII A / os os10q
111940q “d 6 3 * 2P19A XOJ19 A 5 * O929BUIA
OU[RUADA 9p Op : ë
-2USI 2PI2A NO
| | op104 uowopqy '
5 BIQUI EZE /
— vpejiod ‘4 8 ° * vidos X9}19A ' Bp BAND
ae )
owigd “gq Lo: o * Sepu[NZU OPA S91U[N9IINE sein Iago) q "eooeu |
| : IA BU[2UI2A
eopou eum
ap opindos
‘opeloesue1}
IUVIOBI Cd 9 * q . PPA UZE BP BAAN : : souaw no :
pas ‘ep SIBUL O30BA Onaga
| ; -neo E Jeqnd WO PIPA OWS \ no opa à
y= SRIPEATE “Bose OS “je 02981490
no Ssroueiq -21 Bp ‘o1q x9J10A op
syoonay “gd € * vidos X9J19 A ) : BIQUI | Ssao1efnorine | -nxoquoweo seuuad sep
UZBBP BAINT | SB¥INnjJIIqGOD , -UUIF OSIO( | ego o vo | :
‘ -nu ep sopey / ‘ sonze
wid cd Ÿ ‘ + o130u xoygoA \ E PACE TS de |
7 | serivutid |
JajseSopoys ‘qd € . . . E . A . A : . OOUTULIvD NO JWAOJIUN PIVA Oya / soStuou sep ('! “HAS
v}e}U9n19 ‘d à ke q o : 8 ; a SOSOVINIM SOT[IIVUIe XOJI2A OP SEUUId SEP IIo 2 BONU Bp SOPET / SBIN}12q0) |
BANUBIIW “Gq ft à 5 4 : J 2 . E ’ : SPI9BIUIUL SE[[PIEUE SEIIBWIIA SIS SEP SP1NJ19q07 ,
EEN PA
27. PYRRHURA MELANURA ( Spix )
Bico carneo, região nüa periophthalmica um
tanto amarellada, pés mais escuros. Plumagem. Gôr
geral verde. Alio da cabeça e nuca tendo o centro
e a base das pennas sépiacea com a orla verde-
azulada; as do lado da cara, supercilio e cobertu-
ras auriculares verdes. Garganta e papo, lados do
pescoço d'um cinéreo glauco com tarjas transversaes
sépiaceas. Cobertura das primarias miniacea lutea ;
as pennas tem o centro e a bass da primeira, a
ponta e a orla da segunda côr e o canutilho branco.
À primeira remige e à pagina superior das rectri-
zes do meio da base para a ponta, negras; as de-
mais remiges primarias tem o meio da barba ex-
terna de côr azul e, como as demais, a orla interna
e a ponta negros. Pagina inferior das remiges
schistacea, das rectrizes sepiacea.
Dimensões : Bico Om,019 ; aza Om,124; cauda
Om,120 ; tarso Om,016.
Habitat: Pebas. Alto Amazonas, Rios Negro
e Tocantins.
28. — PYRRHURA CRUENTATA ( Wied. )
Bico alaranjado; circulo nú periophthalmico
denegrido e palpebra laranja; pés schistaceos. Plu-
magem. Coe geral verde. Alto da cabeça negro,
tendo as pennas estreita fimbria laranja que se alarga
para as dos lados da nuca e fórma nódoa amarella
nos lados do alto do pescoço. Da fronte parte uma
estria alaranjada por detraz do cerumen, e se muda
em vermeliio vinaceo nos lóros, passando depois por
baixo dos olhos, cobertura auricular. Pennas da
garganta, na base do gonis alaranjada, alvadias ;
dahi parte um colorido azul de aço que se extende
por todo o papo e atravessa o pescoço em collar,
intromettendo-se entre as duas maculas amarellas
que ficam atraz das coberturas auriculares; curva
da aza escarlate vivo. Barba externa das primarias
“azul, ligeiramente fimbriada de verde; na primeira
o azul se confunde com o sépiaceo denogrido que
vem da barba interna; mas tambem nesta, como
MR Pat
nas outras a margem interna é lutescente, do schis-
taceo luteo que vem dessa barba da pagina inferior.
No dorso como em todo o medio e baixo thorax
ha o vermelho vinaceo commum das aves deste ge-
nero; as pennas do dorso, porém, apresentam uma
nodoa esquamulada com essa côr. Pagina superior
das rectrizes olivacea bronzea, pagina inferior rubra
metallica; os canutilhos são negros, tanto aqui como
nas remiges, sendo a Orla posterior dessas pennas
desta ultima cor.
Dimensões: Pode-se dizer que esta forma é a
maior do genero, entre as especies brasileiras. Bico
Om,018 à Om,019; aza Om,143 à Om,159; cauda
Om,132 à Om,147; tarso Um,016 à 0m,0t8.
Habitat. : Estados littoraneos, da Bahia para
o Sul até S. Paulo.
29 — PYRRHURA RHODOGASTER ( Natt. - Sclat.)
Bico, cerumen, região periophthalmica, iris,
pés e unhas negros, Plumagem. Cabeça, na face
do culmen azul, alto e nuca cambiando em azul de
aço puro e tendo às pennas uma tarja subterminal
sépiacea, logo seguida d'outra terminal alvadia. Um
colar azul segue-se 4 este escamado e se dirige à
base do cuimen, por baixo da região auricular que
é sépiacea, bochechas verdes olivaceas; collo cine-
reo glauco com laivos transversaes ochraceos. Manto
verde olivaceo. Tectrizes e remiges, flancos, tibias
e coberturas superiores e inferiores da cauda azues.
As secundarias medianas tem a margem externa
verde olivacea. Aza bastarda com a penna maior
violeta. Tectrizes inferiores menores, thorax e ven-
tre carmineos, côr que apparece externamente no
carpo ; tectrizes inferiores maiores, pagina inferior
das remiges e das rectrizes ardeziaca denegrida.
“Estas ultimas pennas têm a pagina superior sau-
guinea denegrida, com o meio da base e a ponta
azues e uma nodoa lateral verde junto do azul da
base. Canutilhos negros.
Dimensões : Bico Om,016 4 Om,017 ; aza Om,135
à Om,142 ; cauda Om,109 à Om.,144 ; tarso Om.015..
aay ELA
Distrib. geogr.: Amazonas ( Borba) Matto-
Grosso ( À. Jauri). Maranhão.
Costumes : Encontrei esta bella tiriba duas
vezes nas margens do Alto Jaurú (acima do Salto
Alegre ).
30. — P. prota ( Müll. )
( Exempls. do Museu Paulista )
2 exemplares da Guiana Ingleza, comprados ao
sr. Rosemberg e um de Santarém, colleccionado
pelo sr. Garbe e determinado pelo sr. Hellmayr,
têm o bico preto ou corneo-denegrido, a região peri-
ocular denegrida, a fronte azul bem como um li-
geiro collar nos lados da parte posterior do pesco-
co; o espaço do alto da cabeça, comprehendido en-
tre estas duas zonas azues, é negro schistaceo. As
bochechas e pennas que circumdam o espaço ocu-
lar nú, são côr de sangue denegrido e os lados do
queixo seguidos d'uma tarja azul. Pennas auricula-
res brancas, as da garganta e peito com o centro ne-
gro schistaceo e a orla branca isabel; a base do
gonis e as penuas do papo com a parte clara ama-
rella snlfurea. Curva da aza rubra até junto do inicio
do patagium alar. Do rubro da curva à barba ex-
terna das remiges primarias, as pennas são azues;
nestas vem depois a ponta o:lada de negro, como
o canutilho. Pagina inferior das reuiges cinerea
sulfurescente. Remiges com o lado interno ou o
meio e a ponta ( pagina superior ), bem como uma
nódoa dorsal e outra abdominal d'um sanguineo-fer-
rugineo. Sub-caudaes com o centro azulado. Re-
ctries com pagina inferior externa e terminal-
mente sépiaceas, depois avermelhadas com laivos
de cobre e, finalmente, a base das 8 medianas, ama-
rella olivacea. Um exemplar de Obidos tem algu-
mas pennas rubras em torno dos olhos. |
Dimensões: Bico, Om,015 ; aza, 0,112: cau-
da, 0.114 à 0,116; tarso, U,010.
31 — PyrrHURA Leucotis ( Licht. )
Bico sepiaceo alvadio ; região periophthalmica e
pés denegridos. Plunagerr. Fronte começando por
OR us
uma estreita fimbria vinacea escura que se dilata
para os ióros e ganha as bochechas, estreito super-
cilio e facha sub-ocular. Alto da cabeça sépiacso
pardacento que se cambia para azul esverdeado na
nuca. Esta ultima côr atravessa em collar o pes-
coço, vindo esmaecer na garganta, onde uma facha
ou lusula transversal branca, seguida d'outra facha
sépiacea denegrida terminal atravessa as pennas. O
branco puro nota-se melhor na cobertura das orelhas,
emquanto que o azul metallico da gola passa do preto
parao verde; esta é a côr geral. A curva da aza é
escarlate viva; vermelhas vinaceas são duas manchas
longitudinaes do dorso e do ventre; a primeira ganha
o meio da cauda que depois invade até a ponta, vindo
da região escapular ; a segunda abrange tcdo o meio
do peito. Cobertura das primarias azues, com fina
órla externa verde e larga interna e ierminal dene-
gerida ou negra como os canutilhos. Pagina inferior
das remiges schistacea co « a Órla interna amarellada
sulphurea. Pagina inferior das rectrizes vermelha
cobreada.
Dimensões : Bico 0," 014 40,7016; aza 0,7115
CRT) cauda OA 200 119; tarso Om O13, á
0,” 015.
Distrib geogr.: Estados littoranos, do Ceara
para o sul até São Paulo.
32 — PYRRHURA LUCIANI ( Deville)
Bico e unhas cinereo-carneos, cerumen, região
periophthalmita e pés denegridos, Plumagem : Alto
da cabeça e nuca sépiaceo-denegridos tendo as pennas
ligeira órla clara nos lados da cabeça, em torno dos
olhos, de côr castanha intensa; lóros azulados, bem
como as peras das bochechas que, às vezes são negras
e descrevem tres estrias verticaes na base do gonis.
Coberturas suriculares achraceas; essa cor que é
suja torna se mais pardacenta para as pennas do
pescoço e esverdeada para as do peito, sendo tanto
aquellas como estas de centro largamente denegrido
e tendo, depois, uma fimbria inarginal d’essa côr.
ee MR
Curva do braço escarlate, tanto externa como inter-
namente; uma larga facha dorso-coccygeana e outra
thoraco-anal de um vermelho sanguinec escuro.
Um collar diffuso sobre o pescoço, azas bastardas,
remiges primarias, o meio das secundarias anteriores
de côr azul, todas estas pennas de canutilho e orla
interna e terminal negros; o verde geral do corpo
invade as outras secundarias que, às vezes tem uma
órla terminal azul. Caudaes rubro-denegridas, para
a ponta sómente, nas duas centr2es, cuja base é verde
com c centro azul; as lateraes tem apenas as barbas
lateraes junto a base verdes. Pequenas rectrizes
inferiores verdes, as grandes e pagina inferior das
remiges argyreo-amarelladas.
Dimensões : Bico 0,"014 à 0,"016 ; aza OMIA&
à 0,2119: cauda 0,401 à 0,7118; 1arsa 0720134
0," 015.
Distrib. geogr.: Bacias do Paraguay ( Matto-
Grosso ) e do Amazonas ( Pert ).
33 — PYRRHURA PFRIMERI, Mir. Rib.
Bico, região periophtalmica nia e pés denegri-
dos. Plumagem. Fronte e alto da cabeça dum azul
cinéreo com laivos indistictos evermelhados. Lôtos
supercilio, bochechas e coberturas auriculares de côr
vermelha sanguinea, escura; o az"l da cabeça passa.
pelos lados por detraz do vermelho das bochechas
e se estende sobre o papo e garganta d'onde se dif-
funde para o verde do alto do peito; estas pennas
trancadas tem uma fimbria transversal branca se-
guindo de ontra negra, indistincta. Uma larga facha
toraco abdominal e outra dorso-coccygeana “de cor
vermelha sanguinea ferruginosa mais clara que nas
bochechas, Parte superior do pescoço, coberturas
superiores das azas e remiges, lados do thorax e
do hypochondrio e coxas e coberturas inferiores
da cauda de côr verde azeitonada ; coberturas infe-
riores da mão d'essa mesma côr com algumas pen-
nas rubescentes na base da 1.º remige ; curva da aza
e articulação carpeana rubros. Remiges primarias
azues com a margem interna e a ponta fimbriadas
|
L
1
‘
‘
pi
i
ade ated
de sépia; ha um pouco de verde nas ultimas pennas
deste grupo. Rectrizes superiormente dum rubro
escuro ferrugineo com as barbas externas da base
verdes ; inferiormente rubro-escuro uniforme com os
canutilhos negros, o que tambem tem as remiges.
A pagina inferior da aza é ardeziaca sulfuracea.
Trazido de Santa Maria de Taguatinga — Goyaz,
pelo sr. Rudolph Pfrimer.
Medidas : Total 250 mm.; aza 120; bico 13;
tarso 13; cauda 110.
34 — PYRRHURA PERLATA (Spix)
Bico e pès denegridos ; região periophthalmica
pardacenta. Plumagein. Bochechas, manto e lados
do abdomen verdes. Alio da cabeça sepiacea, do
pescoço pardo castanho ; lados mais claros, bem como
a cobertura dos ouvidos. Estreita fimbria frontal,
um collar do pescoço ao peito que é transfaciado
de pardo, cinereo e denegrido; coberturas supe-
riores e inferiores da cauda azues cinereos. Remiges
do lado externo azul e interno denegrido, sendo in-
teiramente dessa ultima côr a primeira; as secun-
darias tem verde no bordo externo; rectrizes de
pagina superior vermelha e inferior avermelhada e
denegrida. Curva do carpo e coberturas inferiores
pequenas rubras. Peito com a mancha vermelha
ferruginosa mais ou menos diffusa.
Habitat. : Estado do Para.
39 — PYRRHURA BORELLI, Salvadori
Différe de P. vittata por ter a curva da aza
rubra. Superiormente verde uniforme até o uropygio,
com uma tarja frontal castanha intensa; garganta
verde, tectrizes auriculares fusco-griseas; collo e
alto do peito olivaceo pardo, as pennas transfacia-
das de escuro na margem e tendo outra estria cin-
zenta alvadia suja sub-apical; as manchas dos lados
do pescoço mais pallidas. Resto do abdomen verde,
“a nodoa do meio do abdomen rubro-brunnea, as azas
verdes com a margem radial e carpal rubra; as
remiges primarias azu?s claras subtilinente margina-
das de verde; as remiges cinzentas inferiormente
apenas tinctas de olivaceo; a cauda superiormente
verde olivacea em baixo rubro-brunnea ; o bico e os
pés fusco-cinereos e iris castanha.
Dimensões : Total 280; aza 136; cauda 140;
bico (culmen ) 0,019: tarso 0,015. ( Salvadori).
Habitat. : Alto Paraguay — Rio Apa.
36 — PYRRIURA MOLINE (Mass. & Souancé )
Cara-Suja
Bico, pés e unha sépiaceos ; região nüa perio-
patbalmica amarella, órla ocular negra. Plumagem :
Uma estreita fimbria frontal e lóros negros com al-.
gumas pennas verdes; alto da cabeça e nuca negros,
supercilio e bochechas verdes ; um collar cervical in-
distincto e em angulo, azul; algumas pennas da parte
inferior das bochechas dessa côr; coberturas auricu-
lares ochraceo-sepiaceas ; pennas da garganta, collo e
lados do pescoço e papo sépiaceos, com uma facha
sub-terminal alvadia e depois ochraceas e finalmente
olivaceas (ao passo que se encaminha para o peito )
e outra terminal denegrida, formando barras trans-
versaes; manto, coberturas superiores da cauda,
inferiores menores das azas, lados do abdomen e tho-
rax, vermelhos; no meio do tEorax, verde; ahi o
verde forma barras indistinctas, entremeadas com
o amarello olivaceo e no meio do ventre torna-
se rubescente ferrugineo. Tibias e coberturas in-
feriores da cauda lavadas de azul. Azas bastardas,
tectrizes maiores e remiges azues com o canutilho,
uma Orla marginal interna e outra terminal negros;
as ultimas rectrizes secundarias tem a margem ex-
terna verde e finalmente se tornam de todo dessa côr
conservando apenas uma estreita fimbria e à ponta
do canutilho azues. Pagina inferior das tectrizes
alares inferiores e remiges cinerea-schistacea. Cauda
rubescente ferruginea com os canutilhos negros ; no
jado superior as pennas medianas tem uma curta
base verde com o centro azulado.
EE.
Bogie) E
Dimensões : Bico Om, 015 à Om, 016 ; aza Om,
132 à Om, 135; cauda Om, 135 à Om, 193; tarso
Om, 014 à Om, OL6.
Distrib. geogr.: Matto Grosso, Bolivia e Ar.
gentina.
37 — PyRRHURA VITTATA (Shaw)
Tiriba
Bico e pês de cor pardacenta ; região nua peri-
ophthalmica carnea alvadia. Plumagem. Uma tarja,
post-nasal, transversa, rubescente ferruginea; alto
da cabeça e bochechas verdes, tendo as pennas
uma nódoa ind'stincta, olivacea, terminal; cobertu-
ras auriculares sépiaceas; pernas da garganta, papo
e lados do pescoço, olivaceas com a base sépiacea
e uma tarja terminal denegrida; nos lados do pes-
coço o olivaceo cede logar ao alvadio. As remiges
primarias têm o centro azulado e as rectrizes me-
dianas o meio e a ponta rubescente olivaceo e as
lateraes a barba interna dessa cor. A pagina in-
ferior das remiges é schistacea com a barba inter-
na sulfurea. O peito, a pagina inferior das rectri-
zes e às vezes algumas pennas dorsaes, vermelho
vinaceo ou acobreado. . Nas rectrizes porém, ha lai-
vos olivaceos para a ponta. O resto da plumagem
é verde. -
As pelles que tenho obtido em “Therezopolis,
quasi sempre têm as pennas do dorso sem o ver-
melho caracteristico. Em Quebra-Frascos obtive um
-albinoide que tem o bico branco com a ponta negra ;
olhos rubros, cabeça até a nuca e coberturas auri-
culares vermeihas; rectrizes tornando-se dessa côr
para a ponta; abdomen e parte lombar vermelhos.
Côr geral amarella de chromo; remiges brancas
onde na fórma commum se encontra o azul.
Dimensões : Bico Om,015 à 0,017; aza 0,123
à 139; cauda 0,027 à 145; tarso 0,014 à 0,017.
Distr. geogr.: Do Rio Grande do Sul, e N.
Matto Grosso à Minas e Rio de Janeiro.
9 1 Ne
38 — PYRRHURA HYPOXANTHA Salv.
« Superiormente verde, alto da cabeça fusco,
cervix lavado de azul, queixo verde, margem das
pennas mas ou menos amarellada ; margem das do
urupygio amarella, supracaudaes verdes com a mar-
gem interna amarella lavada de rubro e extremo
lavada de cyaneo; garganta e collo anterior bran-
cos este com laivos roseos e gradativamente pas-
sando ao amarello no papo e no peito, abdomen até
as tibias; a macula mediana do abdomen rubra viva :
as pennas anteriores da garganta com a linha do
canutilho manchada de fusco e as do peito, abdo-
men e tibias marginadas de verde. Sub-caudaes
cyaneas de base amarellada. Azas verdes, remiges
primarias e resp. tectrizes ceruleas, scapular e limbo
apical nigrescente; barba externa das remiges pri-
marias brancas na base; sub-alares amarellas com
a margem carpal verde. (Cauda rubro-brunnea, mas
a base das rectrizes rosea ou corallina-pallida ; bico
e pés dum cinzento-obscuro ; iris castanha e palpe-
hras brancas.
Dimensões: Total 280 mm.; aza 135; cauda
140; culmen 19; tarso 11.
Habitat.: Urucum—Matto Grosso » (Salvadori).
Tirica, Bp.
Rev. et Mag. Zool. pag. 151 — 1854
Bico fraco, alvadio,.de tomia entalhada e ponta
proporcional; região periopbthalmica vestida. Re-
miges 1 à 3 sub-eguaes 4 não attenuada. Rectri-
zes graduadas, como em Nendayus, as medianas
attingindo o triplo do comprimento da cabeça. Es-
pecies :
/ Remiges secundarias e tectrizes
coloridas de verde e azul , 1 T. tirica
Rectrizes francamente DIS AR NATE
graduadas medianas /Kemiges secun- Tina 9 T. chiriri
attingindo o triplo do darias e tec- a PAR eon ER
compr, da cabeça. trizes amarel-
p hd É E Aza bastarda,
las ou bran- ;
( remiges secun-
son fe ROE à KE darias e resp,
tectrizes bran-
cas. « . 3 T. versicolos
nis
eer
39 — TiIRICA TIRICA (Gm. )
Periquito; Turin
Bico e pés carneos. Plumagem : Verde, ama-
rellada nas axillas e lados do thorax, bronzeada
na região brachial, azul na cobertura das primarias
e no meio das primarias, cujo bordo externo é ver-
de e barba interna denegrida; a pagina inferior
dessas pennas é verde schistacea. As duas remiges
medianas tem o centro azul. Iris negra.
Dimensões; Bico Om,016 à Om,0lT; aza
Um is a Um Zi cauda, Om, 112: a? Om tose star
so Om,014 à Om,015.
Costumes: O Tuim vive em bandos, sendo
muito sociavel. Emitte um grito de reclamo estri-
dente e recortado que se póde reproduzir pelo ter-
mo «criu ». Gosta muito da polpa da’ semente do
ingá e encontra-se com frequencia nas florestas
elevadas em proximidade dos rios.
Distgib. geogr.: Minas, Bahia até Santa Ca-
tharina pelo littoral; S. Paulo e Rio de Janeiro.
40 — Tirica cmrirti ( Vieill. )
Bico e palpebras carneos, pês carneos, parda-
centos. Plumagem: Verde clara com incidencias azues
grisecentes, especialmente no abdomen; a garganta
ligeiramente amarellada de enxofre bem como as
tectrizes sub-alares e a pagina inferior das rectrizes.
Azas bastardas e as tectrizes maiores das azas, al-
gumas pennas da órla inferior do carpo e uma es-
treita fimbria da barba interna das 3 primeiras
remiges, de côr amarelia de enxofre tirando à chro-
mo. Em certas incidencias essa cor delimita o bordo:
externo das remiges primarias. As coberturas das
primarias com a parte terminal azulada denegrida ;
azul cinerea é a pagina inferior das remiges cuja
metade externa é denegrida. Canutilhos negros.
Dimensões: Bico Ov,013 4 Om,0l5; aza
Cm,109 à Om,117; cauda Om,080 à Om,102; tar-
se Om,011 à Om.018.
Habiiat.: Brasil — de Matto-Grosso ao Ama-
zonas, Bahia e Bolivia.
LA RES LD
~
41 — TrricA vERSICOLORIS ( Miill. )
Periquito-da-Campina
Bico e pés carneos, amgrellados. Plumagem
verde. A fronte e a parte anterior da cabeça azu-
lada. Cobertura das primarias azul. Primarias com
o canutilho e a metade basilar e margem livre da
barba interna sépiaceas, o meio azul e a órla da
barba externa verdes. Aza bastarda e secundarias
brancas ou com laivos amarellos indistinctos. Num
individuo da ilha de Marajó vi essas pennas com o
canutilho e órla marginal pretas, bem como as co-
berturas maiores das secundarias, amarellas.
Dimensões: Bico Om, 15; aza Om,119 à Om, 122 ;
cauda Om,098 ; tarso Om, O14 à 1 Um, 015.
Habitat : Bacia do Amazonas, Guy anas — Valle
do S. Francisco.
Brotogeris Vigors
Zool. Journ., vol. IL, pag. 400 — 1825
Bico fraco, de tomia entalhada e ponta propor-
cional. Cerumen nú, e núas as narinas. Região
periophthalmica recoberta. Remiges 1-3 sub-eguaes ;
a 4.º não attenuada. Cauda não graduada. Rectrizes
tania curtas, pou excedendo as lateraes. Es-
pecies :
* Só a fronte, ou quando muito tambem em tor-
| no e atraz dos olhos de côr amarella . , 1 B. tui
/ Sóa fronte e a garganta ama-
rellos de chromo . . ... 2 B. diville
A fronte, o
queixo e as
vezesasazas |
com placas
' Azas bastardas
verdes 3 B. chrysosema
amarellas ou |
Coberturas pri-
marias et
alaranjadas.
Azas bastardas
côr das co- i
berturas . . 4 B. tuipara
miniaceo,
42 — BROTOGERYS TUI ( Gm.)
Bico e pés carneos. Plumagem : verde, a das
ametades posterior e inferior do corpo mais ama-
rellada. Fronte amarella ; esta côr tambem apparece
num circulo periophthalmico enuma estria post-ocular.
A barba interna das remiges é enfumada, na pa-
Le IE hs
gina superior e na metade externa na inferior; a
metade interna desta pagina é verde azulada. Pa-
gina inferior das rectrizes amarellada.
Dimensões : Bico Om,014 ; aza Om,110 ; cauda
Om,33 ; tarso Om,015.
Habitat. : Brasil occidental, septentrional, Equa-
dor e Perú oriental.
43 — BROTOGERYS DEVILLEI ( Gray.)
Exemplares do Museu Paulista. — Bico forte,
culmen longo, regularmente curvo, com a ponta
mui evidente, egualando 1/2 do comprimento do
resto do bico que ê todo côr de carne-amarellado,
como a orla periophthulmica. Pés dum amarello
mais miniaceo. Plumagem : Fronte amarella citri-
na, em facha larga que vai de olho à olho, pelos
lóros. Pogonio de côr amarella mais miniacea. Ver-
tex verde azulado claro. Parte superior verde oli-
vacea e inferior verd: amarellada, especialmente
para as tectrizes inferiores da cauda. Bastardas e
_tectrizes maiores das primarias, com a barba exter-
na azul de cobalto que passa para o schistaceo na
interna. Remiges, com o centro azul de cobalto
intenso, marginadas do verde geral e posteriormente
de schistaceo (des:a cor é a orla posterior das se-
cundarias ). Rectrizes nas mesmas condições, tendo
as pennas lateraes muito pouco azul. Na pagina in-
ferior das azas e da cauda, as tectrizes são de um
verde intenso, as maiores dis primarias de um ci-
nereo-glauco. As rectrizes tem a maior parte verde
e a parte interna da base azulada. No & o bordo
da aza é finamente amarello.
Dimensões : Total, 0,170 à 0,180; culmen,
0,015; .aza, 0,110 2 0,120; cauda, 0,060; tarso,
OOF 40,012.
Distr. geogr. : Alto Juruá, Alto R. Negro e Alto
- Amazonas.
44 — BROTOGERYS CHRYSOSEMA ( Scl. )
Bico, palpebras e pés carneos, aqueïlas mais ou
menos roseas, em vida. Plumagem : Verde ligeira-
BOSSY 1 hu
mente azeitonada no lado dorsal. Fronte, junto à
base do culmen e pescoço com laivos de azul celes-
te; esta côr reapparece pura nas coberturas maiores
da pagina inferior das azas e na metade interra
das remiges; a metade externa destas é enfumada
e uma estreita fimbria amarella esverdeada margina
as tres primeiras remiges pelo lado externo e a
quarta e quinta pelo interno. Na pagina superior
da aza as tectrizes maiores são de um amarello de
chromo menos intenso que o da base do bicc; e
todas as remiges, verdes, tem o centro azul dene-
grido. As rectrizes medianas tem o centro azulada
e todas tem uma fimbria interna e a pagina infe-
rior amarelladas.
Dimensões: Bico Om,016 à Om,017; aza
Om,111 à 01,122; cauda Om,663 à Om.073; tar-
so Om,012 à Om,014.
Habitat. : Rio Madeira e Valle do Amazonas
— S. João do Aripuanan.
45 — BROTOGERIS TUIPARA (Gm. )
Bico e pés carneos. Plumagem : verde olivacea ;
barras transversaes sobre a base do bico, atraz das
narinas e atraz do gonis ferruginea. Fronte e alto
da cabeça azulados. Algumas pennas da aza bas-
tarda e de coberturas das remiges primarias, ama-
rellas miniaceas ; Orla interna das rectrizes lateraes
amarellada. As 7 primeiras remiges com a base
da barba, externa e interna azul escura ea margem
livre da barba interna denegrida. Pagina inferior
das remiges e tectrizes maiores inferiores das re-
miges, dum azul schistaceo esverdeado na metade
livre da barba interna, schistacea pura na base dessa
barba e em toda a barba externa. Canutilhos bran-
cos. Rectrizes medianas na pagina inferior azula-
das, mais intensamente que as outras.
Dimensões : Tot.: 200; culmen, 0,017; aza,
0,115 rcanda,: 0,072: tarso, 0.012.
Distrib. geogr.: Bacia do Amazonas,
PE Ma a
Psittacula Cuv. fine Illiger
Prodromus, py. 200 — 1811
Forma pequena, de bico ligeiramente mais longo
do que alto, entumecido e glabro com o gonis de base
truncada e tomia fracamente entalhada. Remiges 1 à
3 eguaes, as demais gradativas. Rectrizes de ponta at-
tenuada e canutilho excedente do limbo e rijo. À
cauda egual a 1/2 da aza e de contorno posterior
moderadamente arredondado; as remiges, porém,
jamais a encobrem quando a ave está em repouso.
Especies :
Culnem idenesmdon a Ure UT a PT dest
Região sacro-lombar
azul deanvilno d
esmeraldino na q 2 P. passerina
Culmen e gonis brancos « à
Região sacro-lombar
[verde esmeralda no
o e concolor na o) 3 P. quianens!s
Savadori, Hellmayr e Ihering attribuem ao pre-
sente genero P. greggaria de Spix; lendo a dia:
gnose desta especie, cujos typos são dados como
perdidos, por Hellmayr, encontra-se a afirmativa,
por parte de Spix de « Cauda dlis sublongror » ;
Ora, como se vê acima, as especies deste genero
têm a cauda egualando 4 1/2 do comprimento da
aza. O proprio Spix lembra o genero ou a espe-
cie à que devam ser referidos os exemplares de greg-
garia, sem duvida nenhuma jovens de Terica terica.
45 — PsITTACULA MODESTA Cab.
Différe de P. passerinãa por ter o culmen de-
negrido, as palpebras e os pés côr de laranja.
Dimensões : Segundo Salvadori; Bico Om,010 ;
aza Om,0x3: cauda Om,040 ; tarso Om,008.
Costumes : Desconhecidos.
Distrib. geogr.: Amazonas (R. Javary ) Equa-
dor e Columbia.
47 — PsITTACULA PASSERINA ( L. )
Periquitinho
Bico e unhas carneo-alvadios. Pés cinereaceos.
Plumagem : verde, mais clara em toda a parte in-
DRE
ferior. O macho tem as tectrizes alares da pagina
superior como as da inferior da aza, a barba interna
das remiges primarias e quasi todas as secundarias,
uma placa radio-humeral e uma larga mancha tri-
angular sobre o sacrum, de um bello azul de anil.
Essa côr é mais fraca no joven e falta na femea.
Em ambos os sexos as remiges tem uma fimbria interna
denegrida, na pagina superior; a metade externa
schistacea e a interna azul schistacea na inferior.
Dimensões: Bico Om,011 à Om,012; aza
Om,081 4 0m,083; cauda Om,040 à Om,042; tar-
so Om,01! à Om,012.
Costumes: Este bello periquito vive em gran-
des bandos, sendo muito sociavel; comtudo, pela
epocha dos amores, separa-se aos casaes, cavando
ninhos esphericos nos troncos podres das arvores
mortas ou mesmo aproveitando os ninhos do João-
de-Barro — Furnarins rufus.
Emitte um grito estridente e dessilabico que
pode ser imitado por « pur ».
Distrib. geogr.: Brasil littoral, do Ceara até
Rio Grande do Sul — S. Paulo e Minas, no interior.
48 — PsITTACULA GUIANENSIS ( Swainson )
Bico e pés brancos roseos, unhas schistaceas.
Plumagem : verde, ligeiramente pulverulenta sobre
a cabeça e regiões superiores, no macho. Bordo
anterior do braço, dragonas humeraes e tectrizes
alares maiores azues de turqueza; tectrizes maiores
das primarias, algumas pennas da aza hastada e meio
da barba externa das secundarias azues. Todas as remi-
ges finamente fimbriadas de negro (e com o caru-
tilho dessa côr ) no bordo posterior e interno. Re-
giao sacro-lombar verde esmeralda. Coberturas
inferiores menores das azas azues; as maiores e a
metade interna das remiges, dum verde azulado schis-
taceo, claro; a metade externa schistacea ; iris cas-
tanha. A femea tem a fronte amarellada bem como
a parte inferior.
Dimensoes: Bico (mm.) 11; aza 80; cauda
98 ; árso 12.
CN hes
Costuines : Pouco se sabe dos costumes desta
especie; o seu grito differe do de P. passerina,
sendo menos fórte e não definido.
Distrib. geogr.: Valle do Amazonas, Guyanas,
Rio Branco, Venezuela e Columbia.
Pionopsittacus Bp.
tev. € Mag. Zool. pg. 152 — 1854
Bico forte, entumecido, glabro, mais longo do
que alto. de tomia entalhada, gonis de base truncada ;
cerumen sinuoso e revestido de pennnngem quasi
imperceptivel à olhos nús; lóros quasi totalmente
nus, região periophthalmica mediocremente nüa. Re-
miges 2e3 as maiores e todas normaes. Rectrizes
com a base mais larga, attenuando-se gradativa-
mente para a ponta, as medianas muito mais largas
que as lateraes e o seu comprimento pouco maior
que a metade do comprimento da ava.
Especie unica :
49 — PIONOPSITTACUS PILEATUS ( Scop. )
Periquito-Rer ; Cuiir-Cuiis
Bico e pés carneo-pardacentos, bem como a
região nua periophthalmica; com a edade os pésea
base do bico ec cerumen tornam-se mais denegridos,
emquanto que a ponta fica amarellada ligeiramente
miniacea. Plumagem : verde ligeiramente olivacea no
lado dorsal, o alto da cabeça, até uma inha que
vem do angulo do hiato às coberturas auriculares e
transversalmente as liga por detráz dos olhos, de
côr miniacea sanguinea no macho adulto ; na femea
e no jovem, a fronte, desde o sinciput e os super-
cilios são azues e as coberturas auriculares verdes
mescladas de sépiaceo. Curva da aza, na pagi-
na superior, aza bastarda, coberturas das remi-
ges primarias, base da barba externa das primarias,
excluida a primeira, remiges secundarias em toda a
barba externa, atê perto da ponta e.meio das se-
cundarias anteriores, de um azul de cobalto que vae
desapparecendo para as ultimas secundarias que são
totalmente verdes como as escapulares ; prime.ra re-
ERVAS É Lt
mige com a barba externa e todas as demais re-
miges, com a gradação acima notada para o azul
que apparece no meio das rectrizes, diminuindo da
4.» para a central e para as lateraes; canutilhos
negros; a pagina inferior das azas tem a mescla de
azul nas tectrizes menores, cor que forma uma tarja
junto ao bordo; tectrizes maiores e órla da barba
interna, azul claro schistaceo ; resto da pennas chis-
tacea ; pagina inferior das rectrizes verde amarellada.
Dimensões : Bico 0,"016 à 0,"0 8; aza 0," 139
à 0,147; cauda 0,078 à 0,"082 ; tarso O,”014 à
DR ONF.
Habitat: Littoral. do sul da Bahia ao Rio
Grande do Sul. Campos do Jordão, em São Paulo.
Amazona Less. |
Traitê d Ornithol. pg. 189 — 1831
Bico normal, sub-comprimido, de comprimento
e altura correspondentes, a linha dorsal do culmen
saliente em carena por dous sulcos lateraes que
partem das narinas; a ponta do culmen muito abaixo
do plano do hiato e o entalhe lateral da tomia muito
forte e evidente. ace trituratoria da ponta sub-
plana, não cochlear. Gonis entalhado na base. Ge-
rumen curto, sub-villoso; narinas distinctas. Re
ctrizes 2, 3 e 4 sub-eguaes. Remiges de bordos
parallelos e ponta redonda on espatulada. Coloração
dominante: Verde, amarello, escarlate e azul.
Este genero encerra as fórmas mais intelligentes
do grupo e que mais facilmente apprendem a re-
produzir a palavra humana com perfeição jamais
attingida por qualquer outro animal. Os papagaios
— pois assim são geralmente cliamados — vivem in-
differentemente em bandos ou em casaes. Conservam,
entretanto, a lembrança dos logares preferidos e.embo-
re se afastem por semanas e mezes, voltamquasi sem-
pre ao ponto onde nidificaram uma vez. Nidificam
em buracos que cavam em arvores mortas e velhas.
Os aibinoides apparecem com frequencia, sendo
deste caso o colorido fundamental armarello.
Especies brasileiras :
BOLINHA
PJeuscuI
ESOULIB]
PILUOZEUIR
PAIJSIL
e[24d9301190
11949781
ByyALOIOpOYA
SISU9IJISEIq
BiloPIP
1917940
*esoprAnp 91994S4 (1)
o189U [Nze ap sovs19ASüC1} Se[Iv) WO9 9 [19919 Ie]JOO OPUEUTIOF ‘sepeount] (SOPUBIS SIPIIAIDO SEUUI
* [99819
IBI[O09
ovu 9 SHJU2PIAD INU
seisou sonze seliey
WAS S2B91A199 SEUUIA
|
Vv Che: e bd . ? °
‘Vy Ir” ’ : {;) 9p154 coros f 1018 )
\ > ‘seisou seursod { seouriq seiqadjed 9 porupeyyqdolrad
VOL : = * æefuezej-opporeme vorio | ovise1 ‘esourief woSewunjd {sepeoun.y ‘Sa1oreu 0509s2d op seuuag
y6 ° x * SoPIUIUI
oyjedss 9 ZE up BAIND
ye OJ[S Ier ap SOPIIO[09
ys ° C * 2JB[183S9 ICO EP SOPE[ so WOqUET
oujodso 9 ze ep BAIND
VAL é : Oopejrai : À SIMA:
E UE 9PIJA in D ie o 9 ojpIeur o opueu
E FETE o . ; -IWO ‘ehoqeo E
Ç Foro antonio sal soa ee E
vo” ? ° * ope] ) opuenb vioqeo ep ojparuy jo mt AY
ZB 9PI9A IOICJUI OPET,
’ÿ G ‘orqni oyjedsa troo ezy |
ea i à 2 b * OdUTIBTI[
UE a * oyjedsa was Bz no O[[aIvUI-OCOUINSURS SOIO[ 2 ajuol
Il : :
E * vorueqydorisd
'Y E ‘BATA ajrjIvoso aquamos À vu ovI891 o se1qod{ed
-usnbaajy 18quO] OgIZII sep 109 E uiod OPUE}
“odio? op Ss1o[o9u09 -SEIJUO9 Opu seuesod
oSoosed op se ‘r91out9 {epeuojioze no esol
aseq ap vonu a , * e59qu9 -SNE 2p19A woseund
gpa Ate Sd * nze foatsnpour | q RES ane 3 I
ee = eu oaojuos -| {sepelopou no seuanb
3 ‘ SeTIPIULIA sastuo. se |
‘Va 4 * Seoul EC q : 7 -o1d oad -ad ooosod op seuuad |
£ Bored: aye odagorjour op ‘ezy fe
epelorssuvty 0309sad : -WaS 94P|
[o “erp ase -1B9S9 109
ioe dant EE cuits RE ES e!
+ P d, -UES sol
. Ê s -O[ 9 9JUOI
‘VI 2 : É : 8 seIqni 21 Mora
SEIIBUIIId SPP S91IOIEU SOzLIOM SE oye Jeje opIog
opuemlor 4
a
E Ep ER Le
50 — AMAZONA PRETREI ( Temm.)
Chorão
Bico e região núa periophthalmica e cerumen,
côr de carne rubescente ou mesmo escarlate na
base do primeiro. Pés e unhas carneos alvadios.
Piumagem: verde, todas as pennas transversalmente
truncadas e marginadas de negro. As coberturas
superiores e inferiores da cauda amarelladas, bem
como a metade terminal das remiges. Ironte, lóros
região periophthalmica, bordo radio-metacarpal, azas
bastardas e tectrizes maiores das primarias de côr.
escarlate viva; pennas da artizulação, tibio-tarsal
formando calção escarlate ou amarello de chromo
— uma nódoa nessas condições na barba interna da
base das rectrizes. Primeira remige schistacea; as,
demais tendo a barba externa verde, tornando-se
azu) para depois terminar em sépia: a barba
interna schistacea-sépiacea.
Dimensões : Bico 0,7027; aza 07212: cauda
Ove 12.5 tarsoc0 025,
Habitat : Rio Grande do Sul e São Paulo.
51 — Amazona DIADEMA ( Spix )
Cavacué
Bico, região nua periophthaimica e pés carneos.
Plumagem verde. Uma larga faixa das narinas ao
circulo nú periophtalmico, de côr rubra sangainea.
As pennas do aito da cabeça, da fronte à nuca, com
a base amarella esverdeada, uma nódoa subterminal
azul violacea, e uma tarja amarellada terminal. Nos
lados das bochechas o verde é azulado, côr que se
estende pela garganta e se diffunde sobre o papo.
Na garganta, junto à base do gonis, esse azul se
mistura com um roseo desmaiado, produzindo ahi
uma nódoa indistincta lilás. Na parte inferior do
pescoço o verde geral se torna cineraceo, dominando
essa cor para o eentro das pennas. Azas bastardas
d'um verde mais intenso que o geral e tendo uma
ligeira órla azul escura, na ponta. Aza coma orla
carpal amarellada, espelho escarlate nas seis pri-
meiras remiges secundarias, o escarlate sendo mar-
‘
ET RE
ginado de amarello pelo lado de dentro — no mais
como em A. amasonica. A cauda tem nas tres rectri-
zes lateraes uma nódoa escarlate na base e um
pouco de azul escuro na orla externa -. ainda no
lado basilar; à excepção das duas pennas medianas,
as demais tem co terço apical amarellado, o que, na
pagina inferior só se percebe em certas incidencias
Distrib. geogr. : Este papagaio passa por ser um
dos mais raros do valle do Amazonas.
Dimensões : Bico 6,2031 40,7032; aza 0,"204
à 0,=252 ; cauda 0,7123 à 07135; tarso 0,2026 4
Pal A Pl
O2 — AMAZONA FESTIVA (L.)
Tavua, Papa Cacäu
Bico carneo verdoengo para a base, alvadio na
base da carena do culmen; região nua periophtnal-
mica, bem como a pelle dos lóros, cerumen e Orla
palpebrar, denegridos; uma nódoa carnea nas duas
palpebras, occupando-lhes a extensão ; pês schistaceos.
Plumagem : verde; uma tarja ferrugino-sanguinea,
transversa, sobre a fronte, até os olhos, donde se-
gue um supercilio azul que se diftunde no alto da
cabeça e sobre a nuca; esse azul occupa o bordo
das pennas, formando um escamado reguir e appa-
rece tambem na garganta, donde se diffunde para
baixo até meio pescoço. As pennas das bcchechas e
das coberturas auriculares têm o meio da base sé-
piaceo e as do pescoço o bordo denegrido. Azas bas-
tardas, grandes tectrizes das remiges primarias e
remiges primarias, negras pelo lado interno e ponta
e com a parte exposta azul escura; a primeira re-
mige é toda negra; as secundarias têm azul na bar-
ba externa, na base e na ponta da penna; a barba
interna e o canutilho são respectivamente schistacea
e negro. As 4 ultimas remiges são de um verde
mais claro, sendo todes as secundarias fimbriadas
de amarello na barba externa. Esta càr torna-se mais
viva na articulação tibio-tarsal e lado interno das
tibias, havendo, às vezes, manchas escarlates. Tam-
bem amarellada é estreita fimbria posterior das re-
ctrizes; as ultimas externas tem o bordo externo
PT Te
azul. A nota dominante do colorido d'esta ave é uma
extensa nódoa rubra viva que vae da região esca-
pular ao urupygio e que às vezes falta. Estas pen-
nas escarlates têm a base amarela,
Dimensões: Bico Om, 050; aza Om, 213 ; cau-
da Om, 120 ; tarso Om, 027.
Habitat: Rios Juruá, Rio Branco e Amazonas.
53 — AMAZONA BRASILIENSIS (L.)
Fórma semelhante à 4. rhodocorytha, de que
différe por ter as coberturas auriculares cyaneas e
as bochechas vinaceas; Orla metacarpal escarlate,
as remiges secundarias sem o espelho mineaceo-es-
carlate e a bassa das rectrizes de um rubro vina-
ceo escuro na pagina inferior.
Dimensões: Bico Om, 030 ; aza Om, 215; cau-
da Om, 416; tarso Om, O15.
Habitat: Do Rio Grande do Sul ao Estado de
S. Paulo.
94 — AMAZONA RHODOCORYTHA ( Salv. )
Jaud
Bico de base sanguinea e ponta córnea; ceru- -
men denegrido e pés olivaceos. Plumagem : verde.
Fronte e vertex miniaceos. Lóros, na parte inferior,
supercilio, lados da cara e mentos amarellos ; depois
vem um matiz azul que se diffunde para os lados das
bochechas e garganta. Pennas do vertex, por traz
da linha interocular, marginadas de rubro purpureo ;
mais para traz até a base do pecoço, sobre o dor-
so essa fimbria se torna denegrida. Ha laivos de
azul marginando as pennas do thorax e abdomen,
bem como as da órla carpal e azas bastardas. As
3 primeiras remiges secundarias são imineaceas or-
ladas de amarello. Orla carpal marellada. Primei-
ra remige negra; as demais primarias d'essa côr
com a barba externa na metade basilar verde; as
outras, exceptuada a ultima secundaria, têm a bar-
ba interna negra ou schistacea e, exceptuadas as
duas ultimas, a ponta azul. Na pagina inferior, a aza
é verde veronez para as tectrizes maiores e remiges,
diminuindo de extensão ao passo que se caminha para
‘
u -
Dit je
DA ee
as ultimas remiges; essas pennas têm a ponta ne-
gra. Rectrizes na pagina superior verde ligeiramen-
te amarellada na ponta, se encaramos as pernas me-
dianas ; as lateraes além do verde, têm a ponta ama-
rellada; depois vem uma nódoa rubra sanguinea, or-
lada de amarello pelo lado interno e seguida de uma
barra sépiacea que, pela barba interna, vae até qua-
si a base da penna que é amarella; a ultima remi-
ge têm a orla externa fimbriada de azul. Pela pa-
gina inferior a cauda é verde amarellada com laivos
de amarello sanguineo pela barba interna e pel omeio
da penna; do ponto donde as tectrizes inferiores
attingem as rectrizes para base, a barba interna des-
tas é verde. As tectrizes caudaes superiores são do
verde geral do corpo e as inferiores mais amarella-
das, com laivos azues pelo centro. O canutilho é negro.
Dimensões : Bico Om, 029: aza Om, 220 ; cau-
da Om, 133; tarso Om, 024.
Habitat : Da Bahia ao Rio de Janeiro.
99 — AMAZONA NATTERERI ( Finsch. )
Segundo Finsch esta especie, descripta por Nat-
terer de exenplares mortos no rio Mamoré em M.
Gross», é alliada de A. farinosa, da qual diffère
pela coréa amarella, pelo azul da parte anterior da
fronte. dos lóros e da região periophthalmica, e
pelo vermelho da base das pennas lateraes da cauda.
Hellmayr dá-lhe a seguinte differencial :
Base das rectrizes, espelho e encontro alar coloridos
de vermelho vivo; orla da aza verde :
a) lados da cabeça mais ou menos
me ies oa Wer, bia? es bi, ao MES ear) Ae, CESTA
b) lados da cabeça sem amarello :
_a’) Estreita órla frontal e lados da
cabeça verde puro, ganganta verde, lado
inferior verde amarellado . . . . . . A. ochrocephala
b') Larga órla frontal, região ocn- ‘
lar e facial azulada garganta e lado in-
forior verde azulado . oa as ares Às nattarerê
Base das rectrizes verde, espelho
alar vermelho vivo, curva da aza verde,
órla alar vermelho roseo . . . . . . À. farinosae À.
f. inornata
Provavelmente, diz elle, 4. aesliva, A. ochro-
cephala e A nallereri devem constituir apenas tres
sub-especies.
Pelas contradições supra e falta de material,
é-me impossivel de julgar do assumpto do módo de-
finitivo que só bôas séries o permittirão.
Dimensões: Segundo Natterer, Salvadori dá
para dimensões, aza cerca de Om, 224 e cauda Om, 140.
Distrib. geogr.: Estado de Matto-Grosso, Rio
Mamoré e Amazonas.
O0 — AMAZONA OCHROCEPHALA (Gm. )
Ahôlo ; Papagaio-Caïnperro
Bico e cerumen negros ou schistaceos com os
lados da base do culmen e do gonis alvadios ama-
reliados ; meio do curva do gonis egualmente alva-
dio. Região periophtalmica nua, carnea ; pés e unhas
denegridos. Plumagem . verde. O cerumen com cerdas
negras. Alto da cabeça amarello, tendo anterior-
mente uma facha de verde azulado na fronte pendendo
para os lóros e supercilios. As pennas dos lados do
pescoço são mais claramente fimbriadas de negro,
emquanto que as da parte dorsal d'essa região não
têm tal fimbria, as do queixo e garganta com
a base vinacea. Orla cubital, curva daaza e os
34 da barba externa das cinco secundarias anterio-
res, escarlate vivo; bordo carpal amarellado com
algumas nódoas sanguineas escuras. (O vermelho
reappare no terço basilar onde vae sendo substituido
pelo amarello, dos lados para o meio, até a 4. Nas
pennas da parte inferior do corpo o verde se torna
amarellado, havendo manchas e tarjas vinaceas, trans-
versacs. Egualinente amarellos, manchados de es-
carlate são os calções tibio-tarsaes. O terço termi-
nal das cinco rectrizes lateraes é amarello, mais in-
tenso na barba interna das pennas ; nas medianas essa
côr só apparece indistinctamente, bem como no la-
do das coberturas superiores e inferiores das rectri-
yes e na Orla externa das ultimas remiges. Todas
a
ey: Ces
as remiges aliás, na sua pagina inferior, são colori-
das como em À. aestiva, sem a fimbria rosea que
occasionalmente ahi apparece.
D.mensoes : Bico Om,030 ; aza Oin,226 ; cau-
da Om, 145; tarso Om, 027.
Distrib. geogr. : Perú, Equador, Columbia, Ve-
nezuela, Amazonas e M. Grosso.
Costumes : Não parece constituir bandos e d'el-
les vi um par nas catingas da cabeceira do Lam-
bary, M. Grosso, à 22 de VI de 909. Os parecis
chamam-r'o Aholo.
OS — AMAZONA ÆsTIVA (L. )
Aiur, Papagaio, Curdo, Papagaio-Grego
Bict, palpebras e pês denegridos; circulo nú
periophthalmico côr de carne. Plumagem : Sinciput
e fronte de côr azul esverdeada ou celeste, confórme
a edade; alto da cabeça, lados da cara e bochechas
dum ainarello de ouro que desce mais ou menos so-
bre a garganta. Orla do metacarpo dum amarello mais
ou menos intenso, b:m como os calções das tibias,
as coberturas superiores das rectrizes e uma larga
tarja marginal destas ultimas pennas Bordo cubital
da aza e articulação carpal, o espelho na barba ex-
terna do terço medio das cinco primeiras remiges
secundarias de côr escarlate viva, havendo na arti-
culação carpal algumas pennas amarellas. Remiges,
pagina superior, a primeira negra uniforme, nas de-
mais o negro occupa a barba interna emquanto a
barba externa, nos dous terços basilares, ê comple-
tamente verde e negro azulado purpureo no termi-
nal. Esta côr se extende um pouco para dentro, nas
remiges secundarias, logo depois do espelho escar-
late, sendo apenas vestigiaria, em certas incidencias,
nas seis ultimas, onde domina o verde. A pagina
inferior das remiges é negra schistacea na metade
externa e do meio para a ponta, nas primarias e
verde esmeralda no resto; as secundarias tem o de-
“negrido apparecendo mesclado com o azul, no ex-
tremo livre e, às vezes, no bordo livre das que tem
— 96 —
a macula escarlate, estreitamente fimbriada de ré-
seo, côr que transparece tambem na pagina inferior
da barba externa, vinda do escarlate vivo do espe-
lho. Rectrizes medianas quasi totalmente verdes, ha-
vendo laivos de amarello apenas na ponta livre; as
lateraes têm o lado interno da base escarlate, o ex-
terno verde um pouco azulado na órla até o terço
médio, onde esse verde se extende para o lado in-
terno, formando uma tarja transversa, em contraste
com o amarello esverdeado do terço terminal. Ca-
nutilhos negros ; uma estreita franja d'essa côr, li-
mita as pennas do pescoço e da região dorsal. Iris
miniacea. Esta ave é muito sujeita à um tropismo,
para as cores fundamentaes ficando, neste caso, o
colorido permanente reduzido ao amarello para côr
geral e escarlate para as marcas d'esta côr dos indi-
viduos normaes.
Dimensões > Bico Om, 025 à Om, 031; aza Om,
194° 4 Om, 224: cauda 0m,115 4 Om, tooe far
so Om, 020 4 Om, 028.
Distrib. geoyr. : Brasil; de Pernambuco ao Rio.
Grande do Sul, Matto-Grosso e Amazonas, Republi-
ca Argentina, Paraguay e Bolivia.
OS — AMAZONA AMAZONICA (L. )
Curica ; Aruru-Curuca; Papagaio-do-Mangue ;
Papagaro-Poayeiro
Bico de ponta denegrida base e lados do cul-
men, base e centro do gonis de côr amarella om
amarello laranja. Gerumen, pés e nnhas negros ; re-
giao periophthalmica da mesma côr. Plumagem +
Sinciput e alto da cabeça, até o limite posterior da
érla nua ocular, amarella ; uma linha que vem das
narinas, passa pelos olhos e se diffunde no verde dos
lados da nuca, de côr azul violaceo farinoso; ame-
tade inferior dos lóros e bochechas amarellos de chro-
mo; nas pennas do mento reapparecem as órlas vio-
laceas. o que às vezes tambem occorre nas da nuca,.
finamente órladas de negro. Bordo do carpo ama-
rello ou laranja. Um largo espelho miniaceo. consti-
+
Miranda - Ribeiro — PSITTACIDEOS DO BRASIL — Est. IV REV. DO MUS. PAULISTA, VOL. XH
ot Eh î
Mi
Amazona amazonica
ie :
tuido por nódoas dessa côr no terço mediano da
barba externa das 5 primeiras remiges secundarias ;
o extremo terminal das secundarias, lado externo, de
côr azul intensa denegrida. Todo o terço terminal
e a barba interna das primarias de côr negra relin-
ta. Na pagina inferior, o lado externo e o terço ter-
minal e uma tarja central que acompanha o canutilho
de côr negra avermelhada; a tarja que acompanha
o canutilho é, além disso, marginada por uma es-
treita tarja branca em ambos os lados. Rectrizes la-
teraes miniaceas no centro, esmaecidos no terço ter-
minal que se torna amarello-esverdeado claro. Toda
a cauda transfaciada por um losangulo verde retinto
que occupa maior extensão nas duas rectrizes cen-
traes, onde falta o miniaceo; e produz uma nódoa
circular no meio da barba interna das ultimas late-
raes. A barba externa d'essas pennas tem uma tarja
externa verde-negra, parallela 30 canutilho e que se
estende até a parte verde amarellada, termiral, da
. penna. Todo o resto da plumagem da ave é verde,
mais intenso no lado dorsal que no ventral e mais
claro nas tectrizes alares maiores, nas ultimas remi-
ges e nas tectrizes superiores e inferiores da cauda.
Dimensões : Bico Om, 025 à Om, 029 ; aza Om,
198 à Om, 220 ; cauda Om, 102 à Om, 115; tarso
Om, 025 à Om, 026.
Habitat. : Matto-Grosso até Coxim, Perú, Ve-
nezuela, Columbia, Valle do Amazonas e Trindade.
59 — AMAZONA FARINOSA ( Bodd. )
Moleiro, Juru-Açi
Bico, pés e região nua periophthalm'ca de côr
. branca farinosa, unhas schistaceas. Cerumen negro.
Plumagem verde, como que recoberta de pulveru-
“Jencia branca. As pennas do alto da cabeça e. do
pescoço, até os lados, com a base amarellada sub-
marginada de um laivo azulado e largamente mar-
ginadas de purpureo ou de negro, côr que se en-
contra nas pestanas formando um debrum que con- 105
trasta muito vivamente com o branco da região nua“.
periophthalmica. Bordo carpal amarello-vermelho, as
pennas finemente fimbriadas de verde. Primeira re-
mige na pagina superior negra; as demais prima-
ER tendo a barba externa no terço terminal azul
escuro e a barba interna de todas as demais, excep-
tuadas as 4 ultimas, de côr negra schistacea; as 5
primeiras secundarias tendo a barba externa nos 5/9
medianos da penna de côr escarlate vivo; o quinto
basilar é verde e o terminal em principio verde depois
azul escuro, côr que occupa a ponta das quatro re
miges seguintes para depois dar logar ao verde ge-
ral nas demais. As rectrizes externas tem uta tar-
ja marginal azul, na barba externa, tarja que vae até
perto da ponta da penna. O canutilho é negro azu-
lado e o terço terminal das lateraes é de um verde
mais amarellado que o das tectrizes inferiores da
cauda. O verde sub-alar pouco différe do geral; as
tectrizes maiores tem a ponta amarelada e o lado
externo das remiges desde a metade da penna e di-
minuindo a medida que se caminha para as ultimas
secundarias, de côr negra schistacea. As pennas do
abdomen são fracamente marginadas de negro.
Ha exemplares com pennas amarellas e às ve-
ges marginadas de rubro no alto da cabeça; bem
assim vi um, da fóz do Castanha, com as pennas da
cauda vermelhas na base.
Dimensões : Bico Om, 033 4 Om, 039 ; aza Om,
229 à Om, 2583 cauda Om, 134 à Om, 160; tarso
Om; “025,4. 0m, O31.
Distrib. geogr.: Do Valle do Amazonas ao Rio
Doce e Matto-Grosso, di Paraná — S. João da Ser-
ra do Norte.
60 — AMAZINA INORNATA ( Salv. )
Moleiro
Salvadori creou para as formas de farinosa
sem amarello no vertex a designação supra. Diz
elle serem os seus representantes maiores. Traia-se
uma questão duvidosa que merece melhor estudo.
AME ES
61 — Amazona viNACEA ( Kuhl. )
Aruruéba ; Corraleiro ; Peito-Roxo
Bico escarlate vivo na base e amarellado na
ponta. Região núa periophthalmica rubra; pés ama-
rellos alvadios. Pluwimagem verde. Uma barra trans-
versal, estreita, por detraz das narinas e se estendendo
até os olhos, de côr escarlate sanguinea ; a base das
pennas das bochechas vermelha-roxa-vinacea; d’ahi
para a garganta essa côr vae se tornando viva e
mes ro escarlate, ao passo que para o peito ella se
torna um tanto cinérea, para depois dar logar à um
azulado indistincto que mais se define para o abdo-
men. Sobre a garganta, lados do pescoço, papo e
peito o arroxeado invade a penna quasi toda, ficando a
orla sómente de côr diversa — o negro, formando
um escamado indistincto que vae até o baixo ventre.
As pennas da nuca e alto do pescoço, grandes e
formande uma golla analoga a de Deroptuus, têm
uma tarja transversa vinacea, depois outra azul al-
bicante e a terminal negra. As pennas da órla
carpal são amarellas na base e escarlates na ponta.
As 4 primeiras secundarias têm um largo espelho
escarlate vivo na barba externa. A barba externa
das cinco primeiras remiges, parte terminal e dimi-
nuindo da primeira para a ultima, uzul claro; lado
interno negro schistaceo. Na pagina inferior as co-
berturas maiores e a barba interna das remiges, em
sua maior extensão, de côr verde intensa ; nas pri-
marias e secondarias, atê a ultima de espelho, o
meio da penna e barba externa, a ponta e etreita
fimbria marginal que caminha para cima, denegri-
dos; nas demais o denegrido & marginal da ponta.
Tectrizes inferiores, lateraes e superiores proximas
das rectrizes amarelladas, hem como as pennas das
tibias que formam calção d'essa côr. Base das rec-
trizes miniacea tornando-se amarella para a órla in-
terna; ponta amarellada. Das pennas do corpo só
as tectrizes caudaes não são marginadas de negro.
. Dimensões: Bico Om,027 ; aza Om,214; cauda
Om,123 ; tarso Gm,022.
ET ue
Habitat: Da Bahia ao Rio Grande do Sul;
Missões e Argentina
Pionus ( Wagl.)
Monogr. Psitt., py. 497 — 1532
Aspecto geral de Amazona com o gonis de
base menos entalhada, a cauda egual ou menor que
1/2 da aza, subtruncada e tendo a ponta das pen-
nas medianas ogival e das lateraes de contorno obli-
quo na barba interna. A constante do seu colorido
se encontra nas sub-caudaes sempre vermelhas, As
maitacas são menores que os papagaios, muito so-
ciaveis, vivendo em grandes bandos nas mattas de
toda a America do Sul, desde o isthmo de Panamá
atè a Argentina. Frequentam zonas e arvores predi-
lectas, que visitam todas as manhãs, hora geral da
refeição das aves.
As especies brasileiras dividem-se da seguinte
forma :
Corpc verde
olivaceo
rea; bico de base negra . 1 Pionus maximi-
Cabeça verde-negra purpu-
liani
Cabeça azul de cobalto ; co-
berturas auriculares negras ;
bico de base escarlate . , 2 Pionus mens-
\ truus
Corpo sépiacéo-purpureo : . 4 . . = 3d Pionus fuscus
62 — Proxus MAXIMILIANI ( Kuhl. )
Martaca
Bico com a ponta amarella e a base negra;
pés denegridos. Plumagem verde olivacea, as pennas
fimbriadas de negro. As pennas da fronte e dos
lóros fortemente marginadas de purpureo-denegrido
que diminue de extensão para as partes superior,
lateraes e posteriores da cabeça e do pescoço. Na
garganta torna-se vinaceo. occupando maior exten-
são da penna e no papo forma uma ampla zona vio-
lacea. Na pagina superior a ametade interna da
barba interna das remiges é negra. Na pagina in-
ferior da aza verde veronez; e negra a ametade
externa e uma fimbria circumdando a parte poste-
rior de cada remige. As sub-caudaes são rubras,
E q um
ER o (gee
com o canutilho negro; e tem estreita fimbria terminal
verde amarellado as que ficam junto das rectrizes,
cuja pagina superior é verde até as duas externas de
cada lado, sendo que as barbas externas destas são lar-
gamente terminadas de azul. Na pagina inferior
essas pennas são de um verde mais brilhante na
parte terminal seguido duma facha escura e depois,
na Orla interna e para a base das cinco lateraes,
intensamente coradas de carmin. As centraes são
uniformes.
P. imaximiliant melanoblepharus. Exempla-
res procedentes de Therezopolis têm e verde geral
menos olivaceo, a fronte mais negra a garganta
mais liläz e o bico menos amarello. A região núa pe-
riophatalmica é negra em vez de carnea.
Dimensões: Bico Om,021 à Om,024 ; aza Om,185
à Om,200 ; cauda 0m,094 à Om,108 ; tarso Om,020
à Om,021.
Dim. var. melanoblephara ; Bico Om,023 4
Om,025 ; aza Nm,179 à Om,182; cauda Om,094 4
Om,099 ; tarso Om,018.
Disirib. geogr.: Do Piauhy à Argentina, Pa-
raguay e Matto-Grosso.
64 — Prosus MENSTRUUS ( L. )
Martaca
Bico de ponta cornea e base escarlate, cerumen
negros; pès denegridos. Plumagei verde olivacea.
Cabeça azul de cobalto, a região núa periophtal-
mica e a cobertura dos ouvidos negros. Na nuca
o meio das pennas é verde. Na garganta ha uma
facha interrompida e de côr carminea logo depois
da facha terminal azul e no papo esse carmineo se
diffunde num purpureo que depois se torna olivaseo-
furrugineo. As remiges, na pagina inferior différem
das de P. maximiliani por terem uma fimbria verde
mais ou menos accentuada pelo lado externo. Todas
as remiges têm azul que se estende de fora para
dentro até a ponta de cada penna e, nas duas me-
dianas sómente existe na ponta e de modo diffuso ;
depois na barba interna ha uma tarja obliqua sé-
NOR
piacea que se cambia para o carmineo indo até a
base da penna; isso na pagina superior, na inferior
não se nota O sépiaceo de tranziçäo. As sub-cau-
daes, escarlates, têm uma estreita linha verde azu-
lada pelo canutilho e a órla verde amarelhada. O
joven tem uma facha carminea sobre a fronte e 0
azul da cabeça menos accentuado. °
Dimensões: Bico Om,020 à Om,024; aza
Om,178 à Om,193; cauda Om,079 à Om,088 ; tar-
so Om,019 à Um,022
Hab tat.: Desde Costa Rica e Trinidad, pela
America do Sul até Matto-Grosso, Columbia, Equa-
dor e Boltvia.
64 — Pronus ruscus (Mill. )
Parauä-y, Papagainho Rôxo
Ponta do bico negra, base carnea, lóros dene-
gridos bem como os pés. Alto da cabeça, desde a
fronte e coberturas auriculares negras. Uma tarja
nos lóros escarlate. Pennas da parte dorsal sépia-
ceas cum Orla cinérea na cabeça e avermelhada no
corpo; pennas da parte inferior avermelhadas com
Orla grisescente na gargante e a base sépiacea no
peito e abdomen. Sub-caudaes carmineas, as pennas
com o canuulho negro e um sombreado sobre o
lado interno. As remigos têm o lado externo pur-
pureo e as azas a pagina inferior violacea ; as re-
miges têm o lado externo dessa pagina negro e
as da Rr a barba externa sépiacea purpurea,
na tarja terminal dessa côr e o resto carmineo
— as duas medianas são unicolores sépiaceas —
purpureas.
Os jovens têm os lados da base das pennas
ariculares alvadics amarellados, a região perioph-
thalmica mais clara, os lóros fuscos e a cabeça azulada,
Dimensões : Bico Om,021 ; aza Om,167 ; es
Om,079 ; tarso Om,017.
Habitat: Guyanas e Valle do Amazonas, Pará,
Amazonas e Venezuela.
7, PI;
MADER jue
Gypopsittacus Bp.
Naumania, 1856
Iérma mediccre, robusta. Bico forte, de altura
e comprimento correspondentes, tomia entalhada e
ponta plana na face trituratoria. Cabeça na parte
anterior villosa, não emplumada, no mais como em
Eucinetes.
Especie conhecida:
65 — GYPOPSITTACUS VULTURINUS (Ill.)
Urubü-Faragud, Piri-Piri, Periquito-d' Anta
« Adulto: Verde, abdomen com laivos azula-
dos; cabeça núa, ou antes, coberta de cabellos ;
pelle nüa da cabeça negra, excepto na parte ante-
rior e nos lóros onde ella é clara, talvez alvadia ;
os pellos são negros na pelle negra e brancos na
parte anterior da cabeça e nos ióros; à núa cabeça
circumdada posteriormente por uma larga facha for-
mada de pennas amarellas terminando em negro;
nuca denegrida, papo amarello-olivaceo com as pen-
nas marginadas de negro; coxas amarellas com
lavios vermelhos; coberturas alares superiores me-
nores auranciacas, as mais internas, a margem carpal
e toda a cobertura inferior da aza vermelha; na curva
da aza as penas auranciacas são lavadas de vermelho ;
algumas das coberturas medianas superiores externas
e maiores da aza azues, marginadas de verde; aza
bastarda, coberturas primarias e primarias negras com
a barba externa azul escura; secundarias negras com as
barbas externas verdes passando ao azul para a ponta ;
barba interna das remiges em baixo verde; cauda
verde; com a ponta azul superiormente e verde in-
feriormente; barba irterna das rectrizes e pennas
da cauda, excepto a ponta, amarella; bico cinéreo-
corneo, mais esuro na ponta e ao longo do culmen ;
cerumen alvadio; pés pardos. Comprimento total
Rd ara OEA? = cauda: 0070: bico Os O18 ;
tarso 0,7 012.
Joven : Cabeça nua na parte anterior e lóros,
o resto com pennas curtas verdes e de base ama-
rella ; pennas eguaes na parte posterior do pescoço
que não é negro; a facha auranciaca ao longo da
margem do braço e tambem a vermelha carpal, em
parte verdes; tectrizes maiores da parte inferior da
aza verdes » ( Salvadori).
Habitat. : Valle do Amazonas, Pará a Vene-
zuela.
Eucinetes, Reichn.
Jorn. f. Ornith. pg. 393--1881
Fôrma mediocre. Bico de ponta su-plana na fa-
ce, trituratoria tomia entalhada e gonis excavado. Ge-
rumen alongado buscando o hiato e villoso. Pennas
dos lóros e da parte antorpital reduzidas e de aspe-
cto villoso. Remiges 2 e 3 eguaes. Rectrizes chan-
fradas internamente e mais ou menos ponteagudas
externamente, estreitas e curtas, a cauda muito me-
nor que 1/2 da aza. Côr dominante verde.
Especie brasileira :
66 — Eucinerus CAICA (Lath.)
Bico e pés alvadios amarellados ; região núa pe-
riophthalmica e pello dos lóros negros, as palpebras
alvadias com as pestanas negras. Plumagem verde ;
a cabeça toda negra, até o queixo e a nuca, dahi
segue-se um collar amarello alaranjado no lado pos-
terior do pescoço 6 olivaceo no lado gular. As te-
ctrizes alares menores têm o lado inferior azul; azues
são as azas bastardas com o centro negro e bem
assim as tectrizes maiores das primarias; azuladas
são as sub-alares menores e as pennas do peito e as
da articulação tibio tarsal, onde ha um lavo cinéreo
e pennas auranciacas.
Sub-caudaes aruarelladas com o canutilho negro
e o bordo verde azulado. Primeira remige negra
com brilho azul purpureo, as demais têm a barba
externa verde sub-marginada de azul purpureo in-
distincto e dominante junto a ponta dessas pennas. Na
pagina inferior ellas são de um verde veronez que só
não existe nas partes externas, mediana e terminal,
onde tal côr é como geralmente, substituida pelo
Rd e a its DS
me ml PE a à
— ee, 2°
a a pe
negro sépiaceo. Rectrizes com uma barra terminal
azul, uma fimbria dessa côr na barba externa das
lateraes e o resto amarello citrino dourado, só au-
sente nas duas medianas. A base das pennas do
corpo é cinêrea.
Dimensões : Bico O,"O1R ; aza 0,7 146; cauda
0,2048 ; tarso 0,"017.
Habitat. : Guyana Ingleza, Rio jamary e Rio
Branco.
Chapmania, nobis
Forma geral de Bucinetes, tendo a fronte e os
lóros emplumados normalmente, a região perioph-
thalmica francamente nua, o cerumen estendendo-se
até o hiato. a tomia fracamente entalhada, o gonis
de base excavada, remiges 1.º, 2.º e 3.º eguaes.
Fispecie brasileira :
67 — CHAPMANIA BARRABANDI ( Kuhl. )
Curica
Bico corneo denegrido, ligeiramente amarellado
ou miniaceo no gonis; região nua periophthalmica
côr de carne, pês schistaceos. Plumagem geral
verde olivacea. Cabeça negra, pestanas idem, bo-
chechas até a base do gonis de um amarello mi-
niaceo, papo e um estreito collar que passa logo
atráz do negro da cabeça, olivaceos. Bordo alar
junto da articulação humeral sanguineo, continuando
dahi amarello de chromo pelas tectrizes menores e
se estreitandc para as articulações carpaes e meta:
carpaes ; d'ahi até as tectrizes maiores das primarias
substituido pelo sanguineo ou a elle misturado. Aza
bastarda negra com brilho azul escuro e fimbria
mui fina verde, todas as tectrizes maiores e remi-
ges secundarias assim; nas secundarias o azul é
mais definido e intenso e o verde, mais amplo, é o
unico que apparece quando a aza está fechada; só
a ultima é totalmente verde. A primeira primaria
é negra com a metade interna schistacea, a segun-
da tem a fimbria marginal amarella, a 3.ºe 4.º ver-
des e as demais azues; essa fimbria amarella appa-
La
— 66 —
rece às vezes na ponta da 2.º à 5.º. Pelo lado in-
ferior todas as coberturas alares de um escarlate:
vivo, as remiges têm a metade da barba interna
verde-mate até perto da ponta e o resto schista-
ceo. A plumagem da parte inferior do tronco é
lavada de azul, os calções são de um amarello mi-
niaceo e as sub-caudaes amarelladas. As rectrizes
têm uma barra terminal azul schistaceo que se es- ~
tende pela barba externa das duas lateraes exterio-
res; as medianas e a barba externa das latsraes
verdes e resto de um amarello ligeiramente oli-
vaceo.
Dimensões: Bico Om,019 à Cm,020; aza
Om,162 à Om,170 ; cauda Om,077 à Um,ONO ; tar-
so Om,019 à Om,020.
Habitat. : Valle do Amazonas. até o Equador.
Matto-Grosso ( Gy-Paraná ).
Pionites, Heine
Nomencl. Mus. Hein, Orn. pg. 231 — 1890
Forma geral de Chapmania, com o bico fór-
temente entalhado na tomia e o gonis de base:
truncada. A ponta é sub-cochlear e o cerumen
attinge o hiato. As narinas nuas, bem como o am-
plo circulo periophthalmico. As remiges 1, 2, 3:
e À graaativas, esta a maior. Rectrizes ogivaes,
as medianas maiores, excedendo as demais. A nóta
dominante da plumagem é dada pela côr isabel
quasi branca que apparece sobre o thorax. À plu-
magem dos jovens não está bem conhecida.
Especies brasileiras :
Cabeça e pés negros; estria de sob
os olhos ao hiato, verde. . . . 1 P. melanocephalus.
/ Do abdomen as co-
| xas e pennas sub-
caudaes a côr é
eca ochraceo- ta ;
Cabeç armarella uniforme 2 P. xanthomerus
furrugento, pés
carmineos. Car
Só as pennas do
baixo ventre e sub-
caudaes amarellas,
pennas das coxas
, verdes, . . . 3P. leucogaster
‘yeu pe ‘ep “qu JW
Polpa Sajaulony—¢ enjeudadouejau! sajjuolg —Z ipueqesieg prueudeyo-)
£
\ ( =
\
xr à
NX “TOA ‘¥LSITOVd *
OT e
68. — PIONITES MELANOCEPHALUS ( L. )
Maipure; Periquito de Cabeça Preta
Bico, pès e região nua perivphthalmica negros.
Gerumen idem. Pluinagem : Alto da cabeça, da
base do bico à nuca, negro; as pennas rijas, bri-
lhantes e tendo o meio fuscescente. De sob as na-
rinas, por trás do hiato, parte uma estria verde
que vae, as vezes, até a parte posterior dos olhos,
marginando o espaço nú pelo lado de baixo. Bo-
chechas e garganta amarello sulfureo, mais vivo
para baixo. Lados e parte posterior do pescoço de
côr ochracea-miniacea. Papo, peito e abdomen, até
as sub-caudaes e por entre as coxas, isabel. Axil-
lares salmoneas; ancas. coxas, pernas e sub-caudaes
salmoneos-mesclados de amarello vivo Manto verde
vivo, junto ao pescoço azulado, as pennas com o ca-
nutilho negro e a base branco-cinérea. Remiges
negras, as primarias com a barba externa azul fim-
briada de verde, as secundarias com brilho metal-
lico azul e a barba externa verde. Orla carpal ama-
rella. Coberturas da pagina inferior menores, do
verde do manto; tectrizes alares maiores e >emi-
ges plumbagineas, mais negras junto ao: canutilho.
Remiges sordidamente auromicantes, na pagina in-
ferior.
Dimensões : Bico, Om,023 ; aza, Om,135; cau-
da, Om,072 ; tarso, Om,022.
Habitat: Alto Amazcnas, Rios Negro e Bran-
co. Guyanas até Venezuela.
69. — PIONITES XANTHOMERUS ( Gr.)
Bico, região nua periophthalmica e pés carneos.
Cabeça e cervix, da fronte ao dorso ochraceo-mi-
niaceo, as pennas com a base denegrida. Bochechas,
garganta, coberturas auriculares e lados do pescoço
amarello sulfureo. Papo, thorax e abdomen, atê o
baixo ventre, isabel. Ilancos, coxas, baixo ventre
ba:
e sub-caudaes e uma tarja terminal transversa das
remiges de côr amarella mais viva que a da gola.
Bordo alar, da curva ao carpo, denegrido. Axilla-
res amarellas-miniaceas. Remiges negras, as prima-
rias com a barba externa azul e uma estreita fim-
bria verde, as secundarias com a barba externa
verde. Tectrizes sub-alares menores verdes com
laivos azues e mescladas de amarello de permeio ;
tectrizes maiores, como as remiges, sépiaceas de
brilho olivaceo. O resto do celorido verde uniforme.
Dimensões : Bico, Om,022 ; aza, Om,132; cau-
‘da, Om,073; tarso, 0,014.
Habitat: Alto Amazonas, Rio Juruá e Javary.
70. — PIONITES LEUCOGASTER ( ll.)
Marianninha ; Periquito d Anta
Différe do precedente por ter os flancos, as
coxas e pernas verdes e as rectrizes sem a tarja
marginal amarella. Um exemplar do Museu tem as
pennas na cabeça mescladas de ochraceo e negro,
algum verde do bico as auriculares por sob os
olhos; o amarello da gola estende-se pelos flancos
do thorax e axillares, as sub-caudaes estão lavadas
de verde para o sépiaceo.
A pagina inferior das remiges é cinérea e as
tectrizes menores são verdes.
Dimensões : Bicu, Om,022: aza, Om,133 ; cau-
da, Om,073; tarso, Om,014.
Habitat: Baixo Amazonas e Pará.
Salvatoria, nobis
Bico sub-globoso, de ponta cochlear e tomia não
entalhada. Gonis fortemente entalhado. Cerumen
curto, sub-villoso. Região periophthalmica nia. Re-
miges attenuadas no terço apical, as tres primeiras
sub-eguaes. Rectrizes curtas, sub-truncadas.
Especie unica:
“eu pe op “qua ‘AIN
“Snunfiyoeag snjeosepipheug — sdoujuex PIJOJPAJPÇ —
& S-1
RS: o a
11. — SALVATORIA XANTHOPS ( Spix )
Papagaro-Goiada
Bico alvadio, denegrido de junto as narinas até
o meio; abaixo da macula assim formada outra
amarella. Cerumen denegrido. Região periophthal-
mica côr ne carne. Pés e unkas de côr schistacea-
laranja. Plumagem: verde. O alto da cabeça e la-
dos da cara de côr amarella, ds vezes laranja na
regido auricular. Axillas miniaceas, cambiando para
amarello de ouro para o ventre, ahi formando uma
tarja transversa e larga. As rectrizes lateraes tém
uma tarja miniacea na metade basilar, o resto das
pennas bem como a cobertura superior da cauda
verde claro amarellada. Essa côr margêa as ulti-
mas remiges e mais olivacea forma a base das pen-
nas verde da cabeça no pescoço e no papo, ahi pro-
duzindo um escamado regular, com o verde dene-
grido ou em certos cambiantes azulado da margem.
As tectrizes maiores das primarias com um véo
marginal azulado. Margem interna. canutilhos e la-
dos do canutilho de côr negra. Pagina inferior lado
interno das remiges esverdeado farinoso a metade
externa, obliquando da base para o bordo interno
no terço terminal de côr schistacea. Ponta das pri-
marias e das secundarias anteriores orlada de branco.
Dimensões : ; Bico, Om,024 4 Om,027; aza,
Om,184 à Om,197; cauda, Om,091 à Um,095: tar-
so, Om,021 à Om,023.
Habitat: Cabeceira do Arinos, Estivado, Mat-
to Grosso, S. Paulo e Minas.
Graydidascalus, Bp.
Rev. Marg. Zooôl., pg. 142 — 1854
Culmen de ponta curta, cochlear e tomia in-
distinctamente entalhada ; o bico é sub-globoso, gla-
bro, quasi tão alto quanto longo. Cerumen curto,
base do bico descoberto bem como uma estreita
faixa antocular. Remiges graduadas e deseguaes.
Remiges curtas de extremo arredondada, não attin-
gindo a metade «o comprimento da aza.
Especie unica.
— 70 —
72. — (GRAYDIDASCALUS BRACHYURUS
(Temm. & Kuhl. )
Curica Pequena
Bico verde — sépiaceo lustroso. Cerumen e base
do bico, região nua dos lóros e em torno dos olhos
sépiaceos palpebras carneas ; pés e unhas denegridos.
Plamagem geral verde com laivos de azul, indis-
tinctos sobre a cabeça e de amarello sobre a parte
inferior de todo o corpo, Orla das tectrizes e remi-
ges, pagina superior da cauda e urupygio. Região
cubital sépiacea-ferruginea. Canutilhos e lado in-
terno das remiges denegrido sépiaceo e pagina infe-
rior das remiges ametade interna esverdeado schis-
taceos externa schistacea. Rectrizes lateraes com
uma larga tarja vinacea na ametade basilar.
Dimensões : Bico 0m,022; aza Om,146 ; cauda
Om,060 ; tarso Om,017.
Habitat : Alto Amazonas, Rios Madeira e Negro.
Urochroma, Pp.
Naumannia — - 1856
Bico sub-globoso, glabro, de tomia mediocre-
mente entalhada. Narinas descobertas. Lóros ves-
tidos; região periophthalmica pouco nua. Remiges
normaes, graduadas, as 3 primeiras eguaes, tendo
um encurvamento extrorso. Rectrizes truncadas egua-
lando ou pouco maiores que metade das azas; co-
berturas superiores e inferiores da cauda muito des-
envolvidas, ás vezes passando a ponta das rectrizes.
Cores dominantes verde e negro. Tamanho mediocre.
Especies :
Dordo SEDIA sie Mel 6 SE ca ES Cd ie or A RENTE E ACT LO REC
Bordo carpal verde , 2 U, surda.
( Urop. verde ,
? | Bordo carpal escarlate 3 U. hueti,
Dorso verde, o
| Uropygio Agus os mi poeme tr At U po UA AAA
73. — UrocHRoMA wiept, ( Allen)
Base do bico e pés denegridos, ponta do bico
e unhas alvadios. Plumagem geral verde grisescente
para o papo e lados do peito, região sub-alar e la-
dos das coberturas inferiores da canda. Pennas da
nuca com a metade basilar sépiacea cinérea ; as do
dorso sépiceas com a base cinéra. Regiões humero-
radial e lombo sacral negras. Carpo com o bordo
indefinidamente rubescente; aza bastarda com a
maior parte das pennas, para o lado interno dene-
eridas; tectrizes das primarias e as primarias, ex-
ceptuando-se estreita fimbria. externa, verdes, as se-
cundarias exceptuadas as 3 ultimas e o bordo ex-
terno das duas que a estas são anteriores, denegridas.
Rectrizes miniaceas, com estreita fimbria negra na
barba externa, e larga tarja terminal desta côr.
Dimensões : Bico Gm,012 à Om,018; aza Om,110
à Om,112; cauda Om,045 à 0m,052; tarso Om,012
à Om,013.
Distrib. geogr.: Littoral, desde o estado da
Bahia até o de S. Paulo — Serra dos Orgãos — The-
rezopolis.
74. -— UrocHROMA SURDA (Ill )
Base do bico e pés denegridos ; ponta do bico
amarellada com a tsmia denegrida; região nua em
torno dos olhos carnea. Plumagem verde brilhante
indistinctamente azulada no bordo da curva da aza
junto ao carpo e na região sub-ocular mais ou me-
nos intensamente olivaceo-amarellada; as pennas
da cabeça e nuca mais ou menos esquamuladas pela
coloração do bordo das pennas que é mais verde,
ao passo que o corpo das mesmas fica ligeiramente
olivaceo. Pennas humero-escapulares sépiaceas-oli-
vaceas ; tectrizes médias das secundarias e maiores
bem como a aza bastarda ( exceptuado o bordo an-
terior que é verde) e todas as tectrizes das prima-
rias é remiges (exceptuada estreita fimbria verde
do bordo externo) negras; barba interna junto à
ponta das ultimas rectrizes e uma tarja transversa
terminal das rectrizes, de côr negra absoleta; esta
tarja se alarga ao passo que marcha para o meio
da cauda; meio e base das rectrizes, nas duas pa-
ginas, d’uta amarello dourado fosco.
veo Se
Disnensoes : Bico Om,013 à Om,015 ; aza Om,122
à Om,125 ; cauda Om,055 à Om,057 ; tarso Om,012
à Om, O14.
Habitat. : Da Bahia ao estado de S. Paulo
até Goyaz para o interior. Serra do Orgãos — The-
rezopolis.
79. — UROCHROMA HUETI ( Temm. )
Bico e região periophthalmica côr de carne.
Sinciput e lóros azues denegridos, bochechas azula-
das, alto da cabeça e do dorso e auriculares ligei-
ramente sépiaceos, taes como as remiges primarias ;
curva da aza até perto das remiges e axilla escar-
late sanguineo ; logo depois as tectrizes dessa região
têm o colorido azul de cohalto. Rectrizes de ponta.
verde e sub-marginadas de negro; as lateraes
vermelhas purpureas no & e verdes na Q, com as
immediatas às duas centraes tendo uma tarja lon-
gitudinal sépiacea. Demais colorido verde. (Com-
pilado ).
Habitat. : Guianas, Venezuela, Peru e Para.
70. — UROCHROMA PURPURATA (Gm. )
« Adulto -- Verde, parte inferior mais clara;
alto da cabeça pardo-olivaceo, coberturas auriculares
com laivos pardacentos ; região lombar azul; lados
dessa região, flancos e coberturas superiores da
cauda verde brilhante; escapulares negras parda-
centas; lados do corpo verde amarellados; azas
bastardas, cobertura das primarias e canutilhos de-
negridos, com a margem externa marginada de
verde; Orla meiacarpal marginada de azul purpureo ;
coberturas alares inferiores maiores e margem in-
terna das primarias inferiormente esverdeado sujo ;
as duas rectrizes caudaes medianas verdes margina-
das de negro, as lateraes rubras-purpureas margi-
nadas de negro na ponta e na margem exterior ;
bico côr de chumbo, amarello para a ponta; pés
cinzentas. A femea é semelhante ao macho do qual.
différe pcr ter as escapulares pardas mais pallidas
e uma larga tarja verde na ponta das rectrizes la:
a
oy
(oy =
teraes ; Ória negra das mesmas pennas confinada à
ponta e faltandc na magem externa» (Salvadori).
Dimensões : Bico Om.014 ; aza Om,113 ; cauda
Om,048 ; tarso Om,009.
Habitat. : Rio Capim, Parä-N. E. do Brasil
e Guianas Franceza e Irgleza.
Deroptyus ( Wagler )
Monogr. Psittacorum, pg. 492 — 1832
Bico elevado de gonis incluido; culmen com
dous entalhes, delimitando uma saliencia lateral na
tomia, gonis de base truncada. Narinas e cerumen
nús; circulo periophthalmico nu. Pennas das bo-
chechas e auriculares alongadas maiores; as da
região cervical formam um collar erectil. Remiges
1.º e 5.º sub-eguaes, as quatro intermediarias eguaes.
Azas longas, do carpo à ponta, maiores que o corpo.
Tarso muito curto, menor que o pollegar, excluida
a unha. Cauda longa. quando fechada, de bordos
lateraes parallelos e extremidades posterior subtrun-
cada, rectrizes subgraduadas de 1.º à 4.
Especies :
=
ta
. — DEROPTYUS ACCIPITRINUS ( L.)
Anacá. Papagaio de Colleira
Bico, região periophthalmica nua e pés sépia-
ceos denegridos. Pluimagem: Pennugem da fronte
e dos lóros denegrida passando do sépiaceo para a
cabeça e para as bochechas que são percorridas por
uma estria ochracea alvadia pelo meio, sobre o ca-
nutilho. Pennas da nuca de comprimento egualan-
do ao da cabeça (sem o bico) de côr sépia na
base, sanguinea em sua maior porção central e azul
de cobalto em larga tarja marginal. As pennas da
gargenta, papo, peito, ventre e sub-caudaes anterio-
res são quasi da mesma cor sendo o vermelho mais
olivaceo. Manto, inclusive as sub-caudaes superio-
res, sub-caudaes inferiores maiores de um verde
intenso de seda.
74 —
Azas bastardas, tectrizes maiores: das remiges
e remiges primarias negras, Com a barba externa
quasi toda azul e depois marginada finamente de
verde. As secundarias têm a barba externa verde
e um pouco azul na ponta das anteriores. Tectri-
zes alares menores da côr do manto, maiores e
remiges cinéreas schistaceas. Rectrizes médianas
superiormente verdes com a ponta azul; nas outras
o azul ganha em extensão para a base na barba ex-
terna; na interne o brilho é purpureo. Inferior-
mente as rectrizes são schistaceas denegridas, tendo
as duas externas uma nodoa alongada pouco per-
ceptivel sobre a base da barba interna e de côr
purpurea-cinnabria.
Uma femea, morta com o maclio acima des-
cripto, tem o bico branco e a macula da cauda
ainda menos perceptivel que a do macho.
Um exemplar das collecções do Museu repro-
duz com approximação o colorido dessa femea, tendo
à maior o colorido azulado das coberturas menores
das azas que se nota no colorido dado por Spix
(tab. XXXII) figurando um exemplar colhido em
Vila-Nova do Amazonas que Helmayr descreveu
como variedade nóva, observando uma suggestão de
Salvadori. Parece que nesta questão das variedades
suppostas, é Ihering quem está com a razão jul-
gando-as apenas como um producto de edades diversas.
_ Dimensões : Bico 0.7026 4 0,"028 ; aza 0,"206
à 0,"209; cauda: 0,7460;4, 0.7164 ;. tarso 10/2020;
Habitat: Guyanas, até Venezuela; Valle do
Amazonas, do Maranhão até Juruena.
Triclaria, Wagl.
Monogr. Psitt. vg. 499 — 1832
Bico normal com a ponta sub-cochlear e gonis
excavado. Cerumen curto, não attingindo o hiato.
Região periophtalmica restricta. Remiges sub-gra-
dativas. Sexos differentes.
Especie conhecida :
Rte
‘yeu pe ‘Jap ‘qi ‘JW
snulajidioae snfiydoseg
=
|
o
78 — TRICLARIA CYANOGASTER ( Vieill. )
Sabri-Cica. Aracu-Ayava
Bico e palpebras brancos; -cerumen e pês de-
negridos. Plumagem verde. Remiges com todo o
bordo externo azul, mais intenso na primeira e di-
iuso nas demais, onde essa côr passa para o meio
da barba. Pagina inferior da aza e das coberturas
maiores azul perola, nas remiges até o meio da
“barba interna sendo o resto da penna cinzenta. Re-
ctrizes verdes, as 6 centraes com a ponta azul e as
demais tambem com a barba externa; na pagina
inferior ellas são de um azul schistaceo uniforme, em
contraste com o canutilho sépiaceo cinéreo. O macho
adulto tem uma faixa azul purpurea do meio do
thorax ds sub-caudaes anteriores. Em captiveiro,
depois de alguns annos o sabiá-cica torna-se macu-
- lado de amarello. EK’ uma ave muito procurada
pela sua vôz aflautada que faz lembrar perfeitamente
o canto das Oscisnes.
Dimensões : Tot. 260 millimetros ; culmen 20
d azra 150 4 495: cauda; 105; tarso 119.
Habitat : Do Espirito Santo à Santa Catharina.
eu
APPENDICE
a Revisão dos Psittacideos brasileiros
Do material constante das colleccôes Rondon
e do Museu Nacional faltavam, entre outras es-
pecies, Pyrrhura picta e Brotogeris divillei que
sabiamos existirem nas collecções do Museu Pau-
lista, atravez do Catalago elaborado pelo Dr.
Hermann von the ing.
Aproveitämos, por isso, a opportunidade d'uma
visita 4 São Paulo para tambem examinar essas
formas, ( uma vez que tambem resolveramos ceder
ao Museu Paulista, para publicação, a Revisão aci-
ma referida ) e ahi incluil-as; pudemos obervar
mais, no correr do trabalho, alguns factos inte-
ressantes na serie ornithologica deste Museu o
que passamos à relatar.
Cumpre-nos porém, antes de tudo agradecer
ao actual director do Museu Paulista, dr. Affonso
d'E. Taunay, a gentileza de mais este accolhi-
mento.
PROCONURUS HAHNI ( Souancé ).
Além do que ficon dito à pg. 21, um exem-
plar procedente da Guiana Ingleza, por intermedio
da casa Rosenberg mostra que as palpebras apre-
sentam pigmentação avermelhada.
Dimensões : Culmen 0,024; aza 0,158: cauda
160 ; tarso 0,015.
GYMNOPSITTACUS ABRUGINOSUS ( L. )
Um exemplar procedente da Venezuella tem o
amarello periophthalmico bastante evidente e vindo
em laivos até o bordo do bico. As pennas das bo-
chechas tem o bordo mais escuro, formando um esca-
mado muito característico. O azul das pennas do
vertex passa directamente ao cinzento da base, sem
verde intermediario como em G. caclorum e G.
weddelli.
MyopsitTacus MONACHUS ( Bodd.
4 exemplares procedentes de Matto-Grcsso, onde
foram colhidos em Outubro de 1918, tem o cinzento
da fronte e dos lados da carz e da garganta mais
puro, de modo a deixar mais mtido o verde da re-
gião periophthalmica, O branco da orla das remi-
ges secundarias é mais nitido, bem como o amarello
ak remiges mais intenso.
' Dimensões : Gulmen 0,015; aza 0,135 à 0,145
cauda 0,123 à 0,135; tarso 0,015. Total 24 426 cm'
PiRRHURA LUCIANI ( Deville) P. picra ( Müll je
P. ROSEIFRONS. Gray.
Parece haver razão para que se considere
P. roseifrons, Gray bona species. Os exemplares
do Museu Paulista procedentes do Rio Juruá,
RIT eee
Amazonas, mostram o colorido dessa forma, como
se viu pela estampa, bastante differente do que foi
descripto com P. luciani — a cuja synonymia ella
toi levada. Dos estudos de Hellmayr e do que
se póde averiguar pelo confronto: das pelles em se-
rie, será antes uma separação do que uma reunião
de taes designações, que ha à fazer.
Hellmayr tem uma P. prcla amazonum, sem
vermelho na curva da aza e o Museu possue uma
P. lucianr do Perú tendo pennas azues e rubras na
fronte e nos olhos.
P. MoLINAE ( Mass. & Souancé )
Os exemplares de Matto-Grosso ( Sul) com-
parados com os do Norte ( da descripção a pg. ) por
ter o colorido da cabeça e do peito muito mais
esmaecidos e uniformes. O rubro do ventre quasi não
existe, o escamado do papo, tão evidente naquelles
quasi tambem desapparece nos exemplares que pro-
cedem de Corumbá pelo Sr. Garbe, ( 1917 ).
P. HYPOXANTHA Salv.
Um exemplar colligido pelo Sr. Garbe em Co-
rumba, Matto-Grosso, dá idéa de um albinoide de
P. inoline, :
PIONOPSITTACUS PILEATUS (Scop. )
3 exemplares procedentes de Iguape (1 5)
e Campos do Jordão (1 4 1 9), differem da de-
scripção dada por terem os machos as coberturas
auriculares tambem tinctos de pardo ou vinaceo em
vez de rubro puro do alto da cabeça. A femea tem
muito pouco azul ahi, apenas uma fimbria na base
do bico
44 Total 0,20 — a 0,215; azas 0,140-145;
cauda 0,077 - 0,080; tarso 0,010 - 0,013 ;
culmen 0,017-0,018.
q Total 0,220 —; azas 0,140; cauda 0,080 ;
tarso 0,014; culmen 0,017. —
DIMENSÕES :
QE tel
UROCHROMA PURPURATA (Gm. )
2 exemplares. Um dos exemplares ( procedentes
de Demerara ) differe do outro por ter a tarja ter-
minal das rectrizes muito largas, como sôe ser nos
de procedencia brasileira.
* *
E” commum attribuir-se ao termo — albinismo
— o colorido amarello que de vez em quando irrom-
pe nos Psittacideos de coloração verde; e assim ge-
ralmente são consideradas as bellas formas citrineo -
rubras de À. aestiva bem como as nodoas amarellas
que tambem irrompem cá e la nos demais papa-
gaios daquella côr.
Devemos, entretanto, não nos esquecer de um
facto de conhecimento commum dos brasileiros do
norte: a modificação voluntaria que dos papagaios
verdes fazem os indios, alimentando-os de maneira
especial, e attribuida à acção da gordura. Esses pa-
pagaios assim tornados amarellos, são ditos contra-
feitos.
Não é mesmo raro, encontrar-se essas aves com
o colorido amarello mais ou menos dominante, depois
de um certo numero de annos de captiveiro, o que
parece vir dar ganho de causa a alimentação de ba-
se gordurosa, ou pelo menos à substituição de alimen-
to puramente vegetal, de seu uso, pela alimentação
commum do homem, como agente dessa mutação.
Convem por isso e aqui notar, não só o facto
da coloração da tiriba ( Pyrrhura vitatta, Shaw )
que colligi em Therezopolis e cuja descripção se
acha à pag. 40, como tambem referir que o Mu-
seu Nacional possue, entre outros, dous exemplares
de Amazonia aestiva, completamente amarellos nas
regiões do verde e brancos nas do azul, tendo
apenas do seu legitimo colorido o vermelho da ca-
beça, aza e cauda. Taes aves foram colligidas de
um ninho (em duas vezes successivas ) que ficava
à mão, na fazenda da Baroneza de Mamanguape,
donde foram mandados ao Museu Nacional | Isso
HG HE
foi o que me informou o Snr. Eduardo Teixeira de
Siqueira, naturalista aposentado daquelle Museu.
O facto da tiriba de Therezopolis não está iso-
lado; outras mais, amarellas, lá foram vistas, se bem
que não colligidas. Mas elle indica que essa côr,
quando apparece, não depende exclusivamente da ali-
mentação do homem. O facto dos papagaios de
Mamanguape o comprova, porque o casal que taes
filhos dera (morador local e de colorido verde )
tambem éra selvagem.
Um facto ainda mais interessante apresentam
as colleeções do Museu Paulista, em cujos mos-
truarios ha um Tuim ( Pirica tirica ) de colora-
ção completamente azul uniforme.
Esta apresentação de côr, unica de meu conhe-
cimento em aves deste grupo, parece vir provar que
se não deve aliribuir ao albinismo, a predominan-
cia ou tendencia do apparecimento dessas cores fun-
damentaes da composição do colorido dos psitacideos.
Parece haver mais, ahi, um certo tropismo bem
differente da falta absoluta do pigmento, a fixação
ou tendencia, maior de uma ou duas côres funda-
mentaes, talvez determinada por qualquer atrophia
nervosa como por qualquer hypertrophia da mesma
natureza.
Seja como for — os papagaios com essa apre-
sentação de côres, vieram provar uma pratica, em
Natureza, dos verdadeiros processos da trichromia.
MIR. RIB. — Appendice aos Psittacideos do Brasil - Est. VIII
— Rev. do Museu Paulista vol. XI
Ruo.FiscHer,del
ad. nat.
Pyrrhura molinae (Mass. & Souancé), fig. 1, do Sul de Matto Grosso
fig. 2, do Norte do mesmo Estado.
Pyrrhura roseifrons, Gray, (fig. 3) procedente do Rio Juruá,
MIR. RIB. — Appendice aos Psittacideos do Brasil - Est. IX
REV OMIS PAU NO
Ruo.FiscHer del.
ad. naf.
Tirica-tirica (Gm.)
Exemplar procedente do Alto da Serra do Cubatäo, S. Paulo;
e exhibindo colorido azul uniforme. — Coll, Museu Paulista.
ea
Triprion, Diaglena, Corythomantis, etc.
uma subsecção de HYLIDÆ, com duas
especies novas
há SE; D
ER 7 oy
Triprion, Diaglena, Corythomantis, ete., uma subsecção de Hyhide,
com duas especies novas
No anno de 1891, os Profs. Leonhard Stejneger
e Frederick Test publicaram a diagnose do genero
Tetraprion, da familia Hylide, cujos caractéres
éram especialmente baseados sobre a presença d'uma
serie de dentes nos palatinos e na posição horizontal
da pupilla: o que permanecia em duvida. A fórma
da lingua ficära desconhecida por estar imperfeito o
exemplar examinalo, procedente de Guayquil, Equador
e que os creadores do genero registaram, no Museu
Nacional dos Estados-Unidos, em Washington, sob
o numero 12.214 e nome Tetraprion Jordani, em
honra do Prof. David Starr Jordan, Presidente da
Leland Stanford Junior University, da California.
Em Fevereiro do anno de 1900, Guntber re-
unio à Triprion, de Cope, o genero dos dois au-
tores supra mencionados, pelas seguintes razões :
« Nalguns dos specimens os dentes palatinos
foram observados, presença que conduzio à separação
generica ( Tetraprion). Esses dentes se acham
em tal condição rudimentar, e consequentemente tão
pouco seguro é o caracter, que esta distincção é
apenas justificada. O apparecimento desses odon-
toides morphologicamente não se evidencia e não
é de valor taxonomico maior do que a classificação
do tegumento externo da cabeça. As tres especies
de Triprion são, evidentemente, tão proximas allia-
das que, n'esta opportunidade, eu não posso ad-
mittir nem mesmo a differença de forma da pupilla
como valor generico ». (Günther, Fev. 1900. Biol.
Centrali-A mericana. — Class. Batrachia, pg. 293).
Se dermos razão à Gunther, as especies do ge-
nero Triprion ficarão sendo :
genial
7. petasatus, Cope, do Mexico ( Yucatan); 7.
spaltulatus, Günther, tambem do Mexico, Presidio,
e T. jordani, ( Stejneger & Test.)
Não obstante, em 1891, (!) Boulenger assim
se exprimira sobre o genero de Stejneger & Test:
« Diaglena jordani, Stejneger — O vol. XIV, actual-
mente em via de publicação, dos « Proceedings of
the U. S. National Museum, contem ( pg. 167. est.
HI) a descripção de uma nova pereréca, para 4 qual
o sr. Stejneger propõe o novo genero Tetraprion,
alliado à Triprion e Diaglena, differindo de todos
os outros pela presença simultanea de dentes vome-
rinos e palatinos. Triprion spatulatus, o typo do
genero de Cope — ( Bull. U. S. Nat. Mus., n. 32 —
1887, pg. 12) foi descripto por Günther ( Ann. &
Mag. Nat. Hist. 5, X, 1882, pg.’ 279) de exems
plares vivos; por isso, a dentição não for examinada,
Devo agora attestar que elle tem os dentes palatinos
situados como em Tetraprion jordani que, em falta
de qualquer outro caracter de importancia generica,
deverá permanecer como Diaglena jordani ».
Da comparação das datas surge apenas uma
surpresa, pois póde-se verificar que as palavras
de Günther, dadas à publicidade em Fevereiro de
1900, já deviam denotar conhecimento do que dissera
_Boulenger de um modo tão cathegorico.
Mas, ainda não é tudo. O mais famoso batra-
chologista da actualidade, o proprio Boulenger, de-
screveu e figurou nos mesmos Annals & Magasin,
(6), vol. 17 — 1896) uma outra pereréca para a
qual creou o genero « Corythomantis ( pg. 405, est.
XVII, figs. 3, 8-b) — semelhante à Triprion e
Diaglena dos quaes differe pela ausencia dos dentes
parasphenoides ».
Ora, até ahi nada de nove. Mas o extraordi-
nario apparece quando nós vamos ver que elle in-
cluio e deixou como synonymo do genero Hyla,
Trachycephalus de Tschudi e algumas outras formas
(1) Annals & Mag. Nat. History, (6) vol. VIII —
pg. 455 — 1891.
Per da nt
evidentemente proximas do grupo de que estamos
tratando.
Afim de melhor sentir a orientação dada pelos
mestres da zoologia systematica. volvemos a trans-
crever Giinther quando trata de Pfernohyla ( *) de
Boulenger : |
« Este genero é intermediario entre as Hylas de -
cabeça rija e Triprion ».
Evidentemente o melhor seria considerar reu-
nidas estas fórmas, em vez de deixal-as em ge-
neros cuja significação é mais de familia e que, por
isso mesmo não podem subsistir enormes como estão.
Estas considerações foram-me suscitadas pelo
encontro da fórma seguinte, adquirida do sr. Ehr-
hardt, bem conhecido negociante de objectos de his-
toria natural — n'uma colleccäo de natrachios do S.
E. brasileiro.
Pensamol-a à principio constituindo uma sub-
secção do genero Diaglena (Tetraprion Stejneger &
Test) Cope, de que fomos afastados pela conside-
ração de Corythomantis Boulenger.
Com effeito, embora representando un Tetra-
prion sem dentes parasphenoides, a especie em questão
muito se assemelha da forma descripta por Boulen-
ger. Mas aqui se levantam os seguintes obices que
me parecem de valor, pelo menos sub-generico :
A cabeça fica no mesmo plano do corpo, a pu-
pilla é transversalmente oblonga, as narinas não se
afastam do vertice das cristas rostraes. Isto parece
justificar a diagnose :
Aparasphenodon
Forma geral de Diaglena com o craneo no
mesmo plano do corpo, de pupillas horizontalmen-
te oblongas, palpebras como em Triprion, lingua
escutiforme, adnata, entalhada e livre posteriormente.
Narinas exteriores ao canthus rostralis. Mãos
(1) Biol. Centr. Am., Batr. pg. 292 — 1900.
wats: SOR) ee
e pés semipalmados. Dedos e artelhos providos de
discos e com a ultima phalange uncinada.
Dentes vemerinos e nalatinos como em Diaglena,
estes porem firmes e não apenas cutaneos.
APARASPHENODON BRUNOI, Sp. NOV.
Cabeça distincta do corpo, completamente ossea,
com os ossos reunidos entre si por suturas em gin-
elyma, os ossos são lamellares, lisos ou radialmen-
te estriados ; e formam uma caixa craneana depri-
mida e de plano ogival para cujo vertice concorrem
duas fortes cristas espiculadas, partindo do angulo
supero-anterior da orbita, e duas outras marginaes
do angulo antero inferior. Por tal modo ficam a re-
gião loreal e a frontal numa depressão que se pro-
jecte para traz por entre os orbitaes superiores e con-
tinuam nos fronto -paristaes.
Pode-se admittir um pseudo-frontal cordiforme,
irradialmente estriado antes d'aquelles, emquanto que
os premaxillares e nazaes se reunem numa pyramide
que é o vertice propriamente dito da ogiva. As na-
rinas pequenas, obliquas, e lateraes, ficam no angulo
anterior da região loreal, cujo bordo posterior, sa-
liente, é tambem espinuloso e constituido pela orla
orbital anterior. Os fronto-parietaes se expandem pa-
ra traz em laminas franjadas que quasi attingem, nos
flancos, os tympanicos, tambem exteriores, em orla
aciculada que recobre o tympano, exteriormente
circular e de diametro igual à metade da orbita. Os
olhos salientes pelas palpebras cyatiformes e obli-
quamente dispostas, de modo à continuar a superior
a ruga oculo-rostral superior; e a inferior a que
forma o contorno do plano cephalico, tem uma am-
pla nyctitante, diaphana, porém orlada de preto,
emquanto que a córnea estreitamente ligada à iris,
com ella se recolhe no alcool, deixando perceber
uma abertura oblonga horisontal da pupilla. À bocca
tem o diametro antero-posterior egual ao transverso,
no hvato. Os primaxillares e dentarios providos de
densa e unica ordem de dentes pequenos e conicos,
Mir, Rib. Diaglena, Corythomantis etc.
Aparasphenodon brunoi, Mir. Rib.
Rev. Mus, Paulista, vol, XII
Mir, Rib. del ad nat,
ficam bem protegides dos choques pela crista ante-
ro-lateral espinhosa, tendo de permeio larga área.
Os dentes vomerinos numa curva, retrovertidos,
ficam entre e ligeiramente posteriores à choanas.
Dentes palatinos numa curva S- ( forme), como se
observa na figura dada por Stejneger & Test; mas
vejo que se não destacam com a facilidade por elle
indicada, dos ossos respectivos.
Dentes parasphenoides ausentes em absoluto.
A lingua é larga, occupando todo o ambito da man-
dibula; e tem a forma de um escudo, sendo enta-
lhada posteriormente. A pelle é lisa e brilhante em
cima, verrucosa no abdomen; e se projecta em es-
treita fimbria, nos membros posteriores, para melhor
adherencia.
As mãos são semipalmadas, tem callos inferiores
e comc os pés, discos nas pontas dos dedos, discos
maiores que um quarto do diametro ocular. Ha um
tuberculo tarsal reduzido e flacido, bem como outro
carpal semicircular. Sepiacea superiormente, mais
escura na cabeça, numa estria anterior dos lhumeros
nos discos digitaes. Parte inferior alvadia-ochracea.
Flancos densamente maculados de mais escuro.
Algumas nodoas pequenas pelo lado do dorso
e meio da face dorsal das pernas. Comprimento ; 68
millimetros. O exemplar é do sexo feminino. Dedico
esta especie ao Prof. Bruno Lobo, que adquirio a
collecçäo para o Mvseu.
CORYTHOMANTIS APICALIS, Sp. nova ou COR.
GREENINGI juv?
Mui semelhante 4 especie de Boulenger, dif-
ferindo pelos dentes vomerinos entre as choanas
que são longas, ao passo que as narinas ficam nos
lados da ponta do focinhc, proporcionalmente mais
curto. Parda irregularmente manchada de mais es-
curo; uma estria isabel pela face superior das coxas,
atravessando o coccyx e precedida doutra' mais es-
cura que a debrua. Do focinho ao coccyx 5 centi-
metros. A perna, levada à frente, attinge o bordo
anterior da orbita com a articulação tibio-carpal.
Proc. : Espirito Santo — Coll. Mus. Paulista.
V
ANSE UN
FAT A
Be
Mir. Rib, Diaglena, Corythomantis etc. Revista Mus. Paulista, vol, XII
Corythomantis apicalis, Mir. Rib.
Mir. Rib.o del, ad nat,
AVES COLLIGIDAS NO ESTADO DE 5. PAULO, MAT-
O-GROSSO e BAHIA, com algumas formas novas
eee
Joao ear die Lima
Naturalista do Mus aulista
Aves colisidas nos Estados de São Paulo, Maito Grisso é
Dali con almas temas novas
Das diversas viagens realizadas ultimamente
pelo naturalista viajante do Museu Paulista, sr. Er-
nesto Garbe, de que resultou para as nossas colle-
cções, rico material ornithologico, conseguiu o sr.
Garbe, no Estado de Matto Grosso ( Corunbá e S.
Luiz), 241 especimens representando 115 especies já
conhecidas e uma subespecie rova, pertencente ao
genero Picumnus; e 16 especies conhecidas daquel-
le Estado e que ainda não estavam representadas
na collecção seriada do Museu. São estas as se-
guintes :
Crypturus scolopax Bp.
Pipile cumanensis natterer: Reichenb.
Molybdophanes cœrulescens ( Vieill. )
Pyrrhura inoline ( Mass et Souancé ).
Pyrrhura hypoxantha (Salvad. ).
Momota momota nattereri Sci.
Celeus lugubris Malh.
PICUMNUS LEPIDOTUS CORUMBANUS, Subsp. nova.
Dysithamnus affinis Pelz,
Drymophila atrothorax inelanura ( Meénétr.)
Synalluxis gujanensis inornata Pelz. ( =.Mo-
tacilla gujanensis Gm. ).
* Xphorhynchus guttata dorbigneana ( Puch.
& Lafr. ) H. Oberholser — Smith. Miscell. Coll. vol.
48, I., p. 64; diz que Dendrornis Eyton deve ser
substituido por Xiphorhynchus Sws. A primeira es-
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
* Este signal indica novos para a collecção seriada
do Museu.
pecie blavigaster Sw. descripta sob o nome de
Xiphorhynchus pertence a Dendrornis aucto.
Xiphocolaples major castaneus Ridgn.
(1) Campylorhamphus trochilirostris lafres-
nayanus, d'Orb. H. Oberholser; Smith. Miscell.
Coll. vols. 47--48, p. 64, 1905, substitue Xypho-
rhynchus (que é synonymo de X — Dendrornis )
por Xiphornis Oberh.
Heleodytes unicolor Lafr.
Tryophilus albipectus minor Pelz.
Thriothorus genibarbis intercedens Hellm.
+
Picunnus lepidotus corumbanus, subsp.
Esta subespecie é muito afim à especie typica
P. lepidotus ( Cab et Heine), da Guyana e Brasil
septentrional.
Comparado com um especimen de ?. lepidotus
que o Museu possue de Surinam, nota-se a diffe-
rença por ser menor e de colorido em gerai mais
claro.
Pequeno e elegante Pica-pão medindo o com-
primento total de 85 m/m; aza, 50; cauda, 32 1/2;
bico, 11; dedos sem unhas; ant. ext., 10; ant.
int., 7; post. ext., 10 1/2; post. int., © m/m.
Descripção: Lado superior, dorso reg. esca-
vular e uropygio de côr parda cinzenta, sendo a
margem das pennas alvadia-amarellada, com o cen-
tro das pennas denegrido; tectrizes superiores das
azas de um pardo mais escuro com a margem ama-
rellada clara; as remiges primarias e secundarias
pardas denegridas, com a margem int rna alvadia ;
as secundarias externas alvadias amarelladas mais
claras na margem interna; as pennas na base da
mandibula superior alvadias aimarelladas, com as
pontas denegridas. Alto da cabeça, occiput, nuca e
supercilios pretos, as pennas da fronte com ponta
escarlate, as restantes com pingos de um branco
(1) O genero Campylorhamphus pertence ao sr. Ber
toni I, 1901. « Aves do Paraguay», p. 70, Campylorham
phus curvirostris Bert.
TO ee
puro marginados de preto. Pennas do ouvido par-
das denegridas. Uma lista branca corre por trás
dos olhos e por cima do ouvido; de cada lado do
pescoço uma macula larga, branca, a franja das pen-
nas preta. Lado superior: pogonio, garganta, papo
e thorax brancos, as pennas alongadas e margina-
das de preto. As lateraes do peito têm às vezes
listras e faixas centraes de um pardo denegrido ;
as restantes, do flanco, abdomen e tectrizes inferio
res da cauda, de um branco levemente amarellado,
com a franja preta; rectrizes pretas excepto as
duas superiores ou medianas que têm a barba in-
terna branca; as iateraes inferiores têm uma Jarga
listra longitudinal branca; tectrizes inferiores das
azas brancas amarelladas. Uma nodoa parda escura
na base das remiges primarias; bico escuro (côr
de chifre), gonis mais claro e com uma manchinha
amarellada; tarsos e pés plumbeos; iris parda es-
cura. |
Habitat : Estado de Matto Grosso, Corumba.
E. Garbe leg. XI, 1917.
Lista das aves colligidas pelo §. E. Garbe no Est.
da Bahia , Ilheos Fazenda Pontal : Itabuna
( Faz. Ditosa) e Belmonte ( Faz, Santiago )
Fam. CoLUMBIDAE
Columba speciosa Gm. go .
Fam. PERISTERIDAE
Geotrigon violacea (Tem. Knip) w.
I'am.’ GRYPTURIDAK
Crypturus rarvegatus Gm. d d.
Fam. RALLIDAE
Aramides mangle Spix. Q’¢.¢-
Fam. CHARADREIDA
Morinella interpres (L) 9.9.
Ham. FALCONIDÆ
Micrastur gilvicollis ( Vieill) à.
Rupornis magnirostr is nattereri Sel. & Salv. 5.
Odontriorchir uncinatus ( Tem m.)
Falco albigularis Daud. ¢.
Fam. BuBoNIDAS
Glaucidium brasilianum ( Gm.) 9.
Iam. Psrrracipa
Brotogeris terica (Gm. 4) ¢.
Pyrrhura leucotis ( Kuhl.) 3.
2
Urochroma surda ( Kuhl.) (2 4.) (3 9.)
AESA; 3
Fam. ALCEDINIDE
Chloroceryte inda ( Linn.) q. (o genero Ce-
ryle fica reservado para as esp. Afro in-
dianos cf. Miller — Classif. of Kingfishers
— Bull. Am. Mus. Nat. Hist. vol. 81
1912 pag. 264.)
Fam. Momorip®
Baryphthengus ruficapillus ( Vieill) ¢ 02 ¢.
Fam. TRroGoNIDa
Trogon viridis Linn. &.
Trogon curucui Linn. d.
Fam. (GucuLIDE
Piaya cayana macroura (Cab. et Heine)
(P. G. gurania lhering ) 9.
Fam. RHAMPHASTIDŒ
Rhamphastos arrel Vig. 3
Pteroglossus aracari Linn. &.
Selenidera maculirostris gouldü (Natt. 2 Se
1 9.) Dr. Hellmayr Nov. Zool. vol. XVII 1910
p. 400. Reune Selenidera maculirostris Lichteine,
com Selenidera gouldi (Gould); diz que os dous
especimens obtidos por Pelzeln nas visinhanças de
Borba, tem o bico um pouco mais longo, e a ma-
cula preta da base da mandibula superior mais
restricta do que a typica do Pará. A differença
mostrada por material addicional de 8. sn. gouldü,
faz lembrar S. m. maculirostris do Amazonas in-
ferior. Isto é, o principal caracter consiste na
grande e continua macula preta que occupa mais
da metade basal da mandibula, emquanto que nos
do Sul do Brasil, ellas são variaveis e as maculas
transversaes distinctamente separadas. O material
que o Museu possue de Selenidera maculirostros
DA) À leão
>,
gouldi: ( Natt.), e proveniente de diversas localida- :
des — Est. de S. Paulo; Parana ; Rio Grande do Sul;
Espirito Santo; Minas Geraes e Bahia. — E mostra
as maculas pretas da mandibula dessa ave distincta-
mente separadas. Em um specimen & juv. n. 63%,
do Espirito Santo, falta completamente a macuia
preta; variando ainda quanto às dimensões das azas
e do bico; aza 128--134 m/m., bico 48- 64 m/m.
Nos especimens da Bahia—ltabuna—a differença é
maior, tanto no bico que mede, no &, 61--64 m/m
como na macula preta e na região mediana do dor-
so do culmen. A cauda, na face inferior é bem
mais escura do que nos especimens do Est. de
S. Paulo etc.
Fam. BUCCONIDAE
Monasa inorpheus (ilahn ti Küst,)2 q e
3 9.) Chelidoptera tenebrosa brasiliensis Sel.
Fam. PiciDAE
Chloronerpes erylhropsis ( Vieill) 2 d.
Melanerpes flavifros ( Spix ).
Veniliornis affinis (Swains) 2 d.
Celeus flavescens flavescens ( Gm.)
(1) Crocomorphus flavus Mill. 3 9.
Ceophloens lineatus ( Linn. )
Picumnus minutus ( Linn.) 4 SJ. e 4 9.
Fam. CONOPOPHAGIDE
Conopophaga melanops perspicillata ( Licht \
Fam. FoRMICARÜDE
Taraba major ( Vieill. )
Thamnophilus ambiguus ambiguus Sws.
Myrmopagis axillaris luctuosa Pelzeln.
(1) Novo para o Est. da Bahia.
feio 9 PAR
Myrmotherula urosticta Sel. S.d.
Formicivora squamata (Licht.) 3 4 el 4.
Rhaimphocaenus melanurus melanurus Vieill.
erate.
Pyriglena leucoptera ( Vieill.) &,
( Papa-formigas )
Formicarius ruficepes Spix. d.
( Gallinha do Matto )
Fam. DEUDROCOLAPTID.E
Automolus leucophthalmus ( Wied.) &.
Glyphorhynchus cuneatus ( Licht.) &.
Deudrocinda turdina ( Licht.) ¢ ¢.
SM
Sclerurus caudacutus wmbretta ( Licht. ).
Xiphorhynchus guttatus (= Dreudornis Ey-
ton ).( Licht.) ¢. ¢.
* XIPHOCOLAPTES ALBICOLLIS BELMONTENSIS sub.
Sp. nov.
* Picolaptes fuscus tenuirostris ( Licht.) 5
Nag REA
CAMPYLORHAMPHUS TROCHILEROSTRIS INTERME-
DIUS subsp. nov. |
Deudrocolaptes picumnus Licht. &. 5.
Fam. TiRANNIDÆ
Rhynchocyclus flavirostris flavirostris ( Wied. }
d'. Ge
Rhynchocyclus poliocephalus sclateri ( Hellm. )
Sad, GS jax. |
Craspidoprion olivaceus Temm. &. g.
( Guaracava )
Elaenia flarogastra Thunb. dd.
— 100 —
( Bem-te-vi do bico chato )
Megarynchus pitangua ( Linn. ).
Myebius barbatus mastacalis ( Wied.) % . q"
Myiarchus tyrannulus bahie Berl. & Leverck:
Myiarchus tuberculifer Lafr. et. d'Orb. |. 9°
Tyrannulus inelancholicus Vieill.
Fam. PipriDÆ
Pipra rubrocapilla Temm. 3 q. 2 9.
Pipra leucocilla Linn. 2 g. 2 9.
Chiroxiphia pareola ( Linn.) «.
Chiromachaeris gutturosus ( Desm. ).
* Scolothorus turdinus amazonum { Sel. ).
I'am. CoTINGIDÆ
Tityra brasiliensis ( Swins ).
Lathia cinerea ( Wieill.) 2 0%. 1 q.
Laniocera hypopyrrha ( Wieill. ).
Lipaugus semplex ( Licht.) & ¢.
Attila cinereus ( Gm.) ¢.
Ampelion melanocephalus (Sw.) d.
Xipholena atropurpurea ( Wied.) &. 9.
Pyroderus scutatus ( Shaw. )
Fam. TurDIDA
“ (1) Turdus fumigatus ( Licht.)2 3 .¢.
Turdus rufiventris { Vieill ).
" (1) Ciclopsis leucogenys Gab. 3. ¢.
Fam. MIMIDAE
" Momus lividus ( Licht.) o”.
(1) Indica novo para o Estado da Bahia.
— 101 —
Fam. UNIOTILTIDAE
Campsothlypis pibiayumi ( Vieill. ) d.
Fam. COEREBIDAE
Dacnis cayana ( Linn. ).
Chlorophanes spiza (Linn. ) 2 9.
Cyanerpes cyaneus ( Linn.) 9..
Fam. TANAGRIDAE
Euphonia pectoralis.
Kuphonia xanihogaster ( Sund. ) 29.
(= &. aurea violaceicollis Cabanis.)
Euphona violacea magna ( Berl. )
Tanagrella cyanomelena ( Wied.) 8 & 2 9.
Calospiza flava flava ( Gm.) &.
Tanagra sayaca (Linn). à.
Tanagra palmarum Wied. &. ¢.
Rhamphocelus brasilius ( Linn.) 4. @.
( Tié-fogo )
Saltador maximus Mill.
Arremon silens ( Bodd. ).
Fam. ICTERIDAE
( Japim, Chéchéo)
Cacicus cela (Linn.) 4 &. 1 q.
( Guache, Japuira ;
Cacicus hemorrhoas aphanes Berl.
Xiphocolaptes albicollis belmontensis,
subsp. n.
Este grande Arapassi, é bem parecido com a
especie typica — X. albicollis divirgindo porém
desta, por faltarem as fachas denegridas, transver-
saes, do abdomen e da cobertura inferior da cauda.
Bico menos curvado e mais alto na porção basal.
Approxima-se tambem de X. emigrans de Sel, do
qual tambem differe pela falta do colorido amarello-
canella, na face inferior das azas ; as estrias no meio
de cada penna, na cabeça nuca e lados do pescoço,
são brancas cinzentas em vez de amarelladas canel-
linas claras, como nas especies citadas.
Descripção do macho adulto: Lado superior :
Cabeça e occiput denegridos, com numerosas estrias
alvadias-cinereas no meio de cada penna, do mesmo
colorido na nuca e nos lados do pescoço; este pardo-
rufescente, as pennas com estrias centraes de um
amarellado -canella-claro ; dorso pardo -olivaceo, leve-
mente lavado de pardo-avermelhado, que se obscurece
gradativamente para o avermelhado-castanho; o uro-
pygia e a cobertura da cauda; tectrizes superior das
azas, remiges primarias e secundarias da côr do dorso;
remiges, da mão e do braço de fundo vermelho-
castanho, sendo as barbulas exteriores pardas ama-
relladas e a ponta, parda denegrida rectrizes d'um
vermelho castanho mais claro na face inferior; a
ultima lateral levemente amarellada nas barbulas ex-
teriores. Adeante, atraz dos olhos e por baixo do
ouvido côr alvadia amarellada com a franja das pen-
nas preta; uma listra denegrida na base do gonis. Lado
inferior; garganta, branca-amarellada, peito pardo,
semelhante ao dorso, com largas estrias alvadias
amarelladas no centro de cada penna; abdomen e
coberturas infericres da cauda pardas mais claras
levemente estriados de pardo amarellado-canella ;
— 103 —
coberturas inferiores das azas de côr amarella-canella
com faixas transversaes denegridas ; bico preto, iris
pardo-castanho ( segundo o collector ;
Dimensões, m. m.:
Comprimento total, 290; aza, 127; cauda, 127;
bicc, 44; tarso, 24. m/m. |
Habitat : Est. Bahia, Belmonte. Ernesto Garbe,
leg VIII 1919.
Campylorhamphus (1) trochilirostris in-
termedius, subsp. nov.
« ARAPASSU DE BICO CURVO »
Esta subspecie é intermediaria entre C. tro-
chalirotris ( Licht.) e C. falcularius ( Vieill). De
colorido em geral mais escuro do que em trochali-
rostris ; aproximando-se um tanto de C. falcularvus,
porém devergindo deste ultimo, pelo bico pardo-ver-
melho claro e pelas estrias de amarellado canella-
claro, mais vivo, no peito e na região abdominal.
Descripçäo do macho adulto :
Comprimento total 220 m/m.; aza 100; cauda
94; bico 60; tarso 19 m/m. Iris pardo escuro.
No lado superior, cabeça parda mais escura do
que o dorso ; fronte, alto da cabeça, nuca e pescoço
listados de amarellado claro no meio das pennas ; inter-
escapular pardo-amarellado ; uropygio, cobertura su-
perior da cauda, face exterior das remiges do braço,
rectrizes d'um vermelho castanho, semelhante ao de
C. falcularius. As maiores e menores tectrizes su-
(1) O genero Campylorhamphus Bertoni 1801. Aves
do Paraguay vol. I., tem sido reconhecido pelos autores an-
tigos como pertencente ao genero xiphorhinchus Sw.
H. Oberholser, Smith. Miscell. Coll. 1. vol. 48, p. 64,
(V. 1905) substitue Xyphorhymbus (que é synonymo de
Xiph. — Dendrornis Eyton, por Xiphornis Ober. 1905, e Den-
trornis Eyton diz que deve ser substituido por Xyphorhyn-
chus pois a 1.º especie flavigaster Sw. descripta sob o nome
de Xiphorhynchus pertence a Dentrornis,
— 104 —
periores das azas pardas avermelhadas, lados do pes-
coço alvadio com a franja das pennas denegridas.
No lado inferior pagonio, garganta, cinerios-alvadios
com a franja das pennas denegrida e levemente ama-
rellada ; peito, abdomen, cobertura inferior da cau-
da parda-amarellada, com lista amarella-clara; a
setta das pennas, ( que gradativamente se vão estrei-
tando até attingir a cobertura inferior da cauda)
tectrizes inferiores das azas e a margem interior da
face inferior das remiges de côr amarella-canella-cla-
ra. Bico pardo avermelhado, com a pcrção basal
do culmen pardo denegrido.
Garbe leg. V. 1919.
Est. Bahia llheos.
Xiphocolaptes albicollis villadenovae
subsp. n.
ARAPASSU
Esta subspecie distingue-se da especie typica
X. albicolis Vieill., pelo collorido em geral mais
claro, bico mais curto, menos alto na base e ligei-
ramente mais curvo, superciliar melhor desenvolvido ;
cobertura do ouvido, alvadio-amarellado em vez de
cinzento . branquicento como na especie typica; no
lado inferior, no meio do abdomen, as listas transver-
saes pardas escuras de cada penna não attirgem a
setta como na especie typica.
Descripçäo do macho adulto n. 7593. — Lado
superior : cabeça parda escura com estrias finas ama-
relladas canellinas no centro de cada penna, atuin-
gindo, assim estreitas, até a região occipital. Pes-
coço, dorso pardo-azeitão com estrias largas amarel-
ladas no centro das pennas que são marginadas por
uma sombra escura ;' coberturas, primarias e secun-
darias das azas pardas com o dorso, levemente la-
vadas de castanho na margem superior. Face exte-
rior das remiges secuntarias, uropygio, coberturas
superiores da cauda dum castanho vermelho; as
rectrizes castanhas vermelhas, escuras na face supe-
rior, mais clara na inferior; as remiges primarias e
— 105 —
secundarias castanhas-vermelhas, com o bordo do
lado externo parda cinzento; as pontas d'um pardo
denegrido .
Adeante e etraz dos olhos acima e em baixo
do ouvido alvadio amarellado ; uma lista parda de-
negrida ( semelhante ao colorido da fronte ) corre na
hase do gonis; pogonio, garganta, alvadios-amarellados.
Peito e flancos pardos um pouco mais claro do que
o dorso; as pennas com largas estrias centraes de
amarellado-canella-claro todo o abdomen farta e
transversalmente :istado de denegrido. cujas listas
não attingem a setta das pennas como se observa na
especie typica ( X. albicollis Vieil. ). As coberturas
inferiores da cauda listadas igualmente como o ab-
domen, porém levemente lavadas de parda amarella-
da; as coberturas inferiores das azas, as axillares
de um amarello-canella, percorridas por numerosas
listas pretas. 4 face inferior das remiges, na parte
basal, amarellada-canella-clara. Bicc pardo-cinzento
na ponta, avermelhado denegrido na porção basal,
tarsos e pés d'um misto de pardo - cinzento e chum-
bo; iris parda. Comp. total 290; aza 131 1/2 ; cau-
da 130, bico 46; tarsos 23 1/2 m/m.
Ernesto Galbe coll.
Est. Bahia Villa Nova.
Sporoptula sertanicola, sp. nov.
Fam FRINGILLIDAE
Patativa do sertão
Em Agosto de 1906, remettemos por intermedio
do então Director do Museu Paulista Sr. Dr. H.
von Ihering, ao Dr. C. E. Hellmayr, Tring Herts.
Inglaterra, um especimen desta patativa, sob numero
6.598, para o qual se pedia a respectiva classificação.
Como não tivessemos obtido a classificação al-
ludida julgamos se haja extraviado o passaro. Re-
correndo à Bibliotheca do Museu, as obras que se.
referem à ornithologia sul-americana, tanto as pu-
blicaçües antigas como as recentes, e não encontrando
— 106 —
descripção que o contenha, resolvemos fazel-a ; ser-
servindo co no typo no segundo especimen, obtido
no mesmo local do anterior (6.558); isto é, as
densas mattas do Alto da Serra de Santos,
Descripção. O colorido geral no lado superior,
lóros, vervice, nuca, dorso, uropygio (!) e a cobertura
superior da cauda verde-azeitão ; coberturas superior
das azas, primarias e secundarias de um pardo de-
negrido, sendo o bordo exterior das pernas pardo
amarellado. Remiges da mão e do braço denegridas
“com o .bordo exterior verde-azeitão, interior cinzento
alvadio, bem visivel na face inferior, alvadio na
na porção basal, formando uma pequena macula
branca no lado exterior, macula esta incoberta velas
bastardas que são denegridas. Região auricular
amarellada sendo a ponta das pennas, preta. Bochechss
e coberturas do ouvidu pardacentas--amarelladas.
Rectrizes pardas denegridas com o bordo exterior
verde-azeitão. Lado inferior, garganta, alvadia-ama-
rellada. Nos lados, região gular e peito, francos.
Coxas pardas-amarelladas, mais clares as coberturas
inferiores da cauda, medio e baixo ventre de um
amarello-claro. Coberturas inferiores das azas alva-
dias amareiladas, axillares amarellas-claras. Bico,
linha commissural angulado, maxillar superior bem
mais estreito do que o maxillar inferior, de côr pardo-
avermelhado, pequeno sulco pouco visivel descendo
da narina até nas proximidades da tomia, linhas
onduladas na região mediana do dorso do, culmen,
e do gonis; tarso e pés pardos-avermelhados. Iris
parda-cinzenta.
Dimensões : Comprimento total, 112 m/m. aza
P
do: cauda 45; tarso 130; bico 110 m/m.
Habitat : Alto da Serra do Cubatão São Paulo,
ou de Paranepiacaba.
(1) Jim um individuo que ainda vive em captiveiro,
nota-se uma macula transversal sobre o uropygio de colorido
amarello-claro ( sulphureo ). ,
RUD, FISCHER, DEL,
AD, NAT,
I. Xiphocolaptes albicollis villanovae Subsp. nov.
II. Xiphocolaptes albicollis belmontensis Subsp. nov.
+ FISCHER, DEL,
AD, NAT,
I. Campylorhamphus trochilirostris intermedius Subsp. nov.
II. Picumnus lepidotus corumbanus Subsp. nov.
HI. Sporophila sertanicola sp. nov.
ERRATA
«Revista DO Museu Pautista», Tomo
XII, pag. 14, onde se lê Niphocolaptes albicollis
villadenovae, leia-se Xiphocolapies albicollis villa-
novae, e à pag. 15, em vez de Sporoptula leia-
se Sporophila.
y ot ma ot ph
é io - F Fée *
Re ot, tg mor
ia MN + o ” N +
. . ' E
- is
E < e =
J . 4
-
+ _
-
b ‘
. a
o
.
ré \ -
+
4
e ‘
o \
d
nd ‘
k
‘
- à id
Le
r D
ATAAAS -
| OMT” wavered eu oa, Arealva
Be fo ais ssitwliniadahh hoz sbno HE 9
Eater eco no als Aion ls Hilo 221 020
Casta) alitk(prode. bossy, ie
Coceuas que Lntestam as Nossas Arvores Fruetileras
EU POR US
ADOLPHO HEMPEL
Entomologista do Instituto Agronomico do Estadc
em commissão no Museu Paulista
A actividade actual, evidente em todos os ra-
mos de negocios, estendeu-se tambem à agricultura,
e mais particularmente à fruticultura, e com razão,
pois na medida que a população do nosso Estado se
aesenvolva, será necessario ou importar os fructos
de outros estados e paizes, ou então produzil-os aqui,
pois as terras e o clima paulista adaptam-se mara-
vilhosamente para a exploração productiva deste ramo
de agricultura.
Para conseguir bom exito em esta empreza, o
fructicultor deverá não sómente escolher terras e
fructos apropriados às nossas condições e mercados,
mas deve tambem tratar cuidadosamente o pomar
que for estabelecido, afim de conserval-o em estado
. viçoso e productivo. Além dos cuidados culturaes
que as arvores fructiferas constantemente necessitam,
é indispensavel tambem proteger e livral-as dos ini-
migos que as atacam e enfraquecem.
Os maiores inimigos das arvores fructiferas são
encontrados entre os membros da familia Coccidee,
uma familia de percevejos dos vegetaes da ordem
Hemiptero e da sub-ordem Homoptero.
Para ajudar o fructiculior no estudo dos in-
sectos nocivos, resolvemos enumerar e descrever as
especies mais communs dessa familia que infestam
as arvores fructiferas em nosso Estado, com indica-
ções sobre os meios mais praticos para debellal-as.
— 410 —
Hemipteros
Os insectos alados d'esta ordem têm, geral-
mente, quatro azas; não têm mandibulas, mas as
partes boccaes são trasformadas em uma tromba ou
rostro, e a sua metamorphose é, geralmente, in-
completa.
Familia CoccIDAE
Nesta familia a femea adulta tem forma diversa
podendo ella ser em forma de escudo ou escama,
de galha, de larva ou coberta de cêra; nunca tem
azas, e muitas vezes tambem perde as pernas e an-
tenas, e os olhos. Os machos nunca têm mais do
que 1 par de azas, e. em alguns casos as azas faltam
completamente.
No estudo dos membros da familia Coccide é
necessario conhecer os caractéres das femeas adultas,
pois quasi toda a classificação é baseada nestes ca-
ractéres.
E' indispensavel um microscopio para distinguir
os caractères dos generos e das especies, devendo
os individuos ser convenientemente preparados para
este estudo. Todos os membros desta familia são
providos de glandulas, grandes ou pequenas, as
quaes excrelam céra que obscurecem os seus cara-
ctères. Na preparação dos individuos para o mi-
croscopio devem eiles ser destacados das folhas ou
da casca e fervidos em uma solução de KOH, de
potassa caustica, de cerca de 2 por cento. até que
a cêra se dissolva e a derme torne-se mais ou menos .
transparente. Depois são tirados da solução de po-
tassa, lavados em agua por algum tempo, transferidos
para o alcool de 35 por cento, e successivamente
para outro de concentração maior, até ao alcool abso-
luto, e por fim, são postos em oleo de cravo. Do oleo
de cravo são elles transferidos para as laminas de
vidro e preparados em balsamo de Canada, fazendo se
assim uma preparação permanente.
Os individuos recem-nascidos e os machos,
podem ser preparados directamente, devendo elles
M Lei
apenas ser postos em oleo de cravo e, depois de
transparentes, transferidos para o balsamo de Canadá.
Na discussão das especies, damos primeiramente
uma descrinçäo do insecto na sua posição natural
na planta, seguida por uma descripção dos caractères
microscópicos dos diversos orgãos, para aquelles que
têm a paciencia e 2 inclinação de aprofundar-se no
estudo desta 1amilia importante de insectos.
Tedas as medidas dos pellos curtos e das arti-
culações das antennas e pernas são feitas em micro-
millimetros.
Damos tambem chaves para as sub-familias e
os generos, pelos quaes a classificação dos insectos
torna-se mais facil.
Chave das sub-familias
O macho: com olhos? compostos Mie tds! ca el
O macho com olhos simples . |.
by
1.— A femea activa, sendo as pernas bem desenvol-
vidas e presentes em todas as phases. Nua ou
coberta com secreção cerosa, geralmente com um
ov-sacco grande. Annel anal sem pellos.
MOoNoPHLEBINA.
2.— A femea coberta com uma secreção empoada ou
fechada em um sacco; as pernas e antennas au-
sentes ou presentes. DACTILOPIN A.
A femea não fechada em um sacco .
3. — À femea com a extremidade do corpo partida; o
orificio anal fechado em cima com um par da
laminas triangulares. A femea núa ou coberta
de secreção. UoccINA.
A femea protegida por um escudo o qual é feito, em
parte, de pelliculas. O abdomen da femea ter-
mina em um segmento composto, designado py-
gidium; o orifício anal sem pellos: a femea
“adulta sem pernas. DrAsPINA.
— 112 —
Svb-familia MoNOPHLEBINAE
À femea activa, com pernas e antennas bem
desenvolvidas, e presentes em todas as phases. Co-
berta levemente com uma secreção pulverulenta e
mostrando muitos fios vitreos. Ovi-sacco grande,
branco, com os lados estriados longitudinalmente.
Icerya purchas: Mask var. cetriperda Hempel.
As laranjeiras, em muitos pontos do nosso Es-
tado, como Barretos, Jahu, Soccorro, Jundiahy,
Sorocaba e São Paulo, estão ameaçadas de ser
exterminadas pelo «pulgão branco» que foi pri-
meramente encontrado em 1916, em galhos de la-
ranjeiras enviados de Soccorro. Os galhos e a pagina
inferior das folhas perto da nervura mediana, ficam
cobertos com este insecto, quasi inteiramente branco,
comum ovi-sacco grande, branco, fortemente estriado,
nos lados lateraes e superior.
A femea adulta, logo antes de secretar o ovi-
sacco, tem cerca de 4,25 m.m, de comprimento, 2,50
de largura e 1,10 m.m. de altura. A forma do
corpo é ovato, mais largo atravez do abdomen. A
côr, no lado ventral, é amarello-aiaranjada, com as
pernas e antennas castanhas. O lado dorsal é ge-
ralmente coberto por uma fina camada de cêra
branca com um tom amarellado-acinzentado. No
meio do dorso ha diversos tufos de cera dispostos
em sentido longitudinal, e na margem ha numerosos
filamentos vitreos, compridos e delgados.
O ovi-sacco tem até 9 m.m. de comprimento no
lado dorsal e 6 m.m. de comprimento no lado ventral,
sendo este lado liso, ao passo que os lados ateraes
e dorsal estão fortemente estriados em sentido lon-
gitudinal.
A femea adulta, fervida em uma solução de
KOH, torna-se transparente com a derme molle.
Toda a superficie do corpo está guarnecida com
pellos compridos, de côr escura, e com pequenas e
grandes glandulas redondas e compostas, em grande
numero. Na margem lateral do corpo ha cêrca de
24 tufos de pellos compridos e escuros. '
Icerya purchasi var. citriperda Hempel.
As antenas têm a côr pardo-clara, compõe-se
de 11 articulações, das quaes a ultima é a mais
comprida, e têm cerca de 0,882, a 1,017 mm. de
comprimento. As respectivas articulações têm os
seguintes comprimentos : (1 ) 104-117; (2) 91-110;
(3) 91-97; (4) 59-65; (5) 52-65; (6) 71-84;
(7) 11-84; (8) 78-84; (9) 71-84 ; (10 ) 71-78 ;
(11) 123-143; sendo a formula -approximada 11,
Rs (o, Gt MOREL O Bodas as -artil
culações têm pellos compridos. Ha, no lado inferior
do corpo, perto da base das antennas, dois olhos
proemiuentes, de forma conica e de côr pardo-escura.
As pernas são compridas, com o tarso muito
curvado, tendo as articulações as seguintes dimensões :
— 114 —
coxa, 162; femur com trochanter, 435; tibia 403;
tarso, 208; unha, 56. Os digitulos, tanto do tarso
como da unha, sao filiformes.
Tratamento. O pulgão branco é o maior ini-
migo das larangeiras, e tambem infesta roseiras e
outras plantas cultivadas, as quaes mata em pouco
tempo. Apparecendo em grande numero em um
pomar não ha esperança de salval-o, pois 0 insecto se
mostra resistente a todo o tratamento empregado,
sendo impossivel o seu exterminio com os insecti-
cidas até hoje conhecidos, uma vez que tomou pé
em uma localidade.
Se for encontrado em uma ou duas plantas apenas,
será prudente incinerar estas para evitar a propagação e
alastramento do pulgão. Para o tratamento de pe-
quenas plantas e poucas em numero, pode-se empre-
gar a emulsão de kerosene a 10 /', a qual deve ser
applicada por meio de um pulverizador appropriado,
devendo o tratamento ser repetido duas ou mais
vezes com intervallos de 15 dias.
Para poder subjugar este pulgão, e restringir a sua
actividade, será necessario importar sem demora, e
estabelecer nas regiões infestadas, um pequeno co-
leoptero denominado Novius cardinalis, o qual,
tanto no estado larval como no estado de adulto,
alimenta-se do pulgão branco, atacando e devorando
grande quantidade delles. Sô com a importação
deste coleoptero beneficial e util, será possivel do-
minar este terrivel inimigo das larangeiras, que
ameaça exterminar por completo os nossos pomares.
— 115 —
Sub-familia DACTILOPINAE
A femea é coberia por uma secreção empoada,
ou fechada em um sacco; as pernas e antennas au-
sentes ou presentes.
Chave dos generos
1. — A femea secreta um sacco feltrado; as antennas
compõe-se de sete articulações, o annel anal com
seis pellos.
Eriococcus, TARG-
2. — A femea adulta coberta com uma secreção branca ;
as antennas compõe-se de nove articulações ; as
pernas são bem formadas ; o annel anal sem pellos.
Pseudococcus, WESTW.
3. — À femea adulta faz uma galha cu não; as an-
tennas compõe-se de 4 a 6 articulações; só o
ultimo par das pernas é presente.
Capulinia, SIGNORET.
Eriococcus perplexus Hempel.
Sobre jaboticabeiras
No lado inferior das folhas e na casca das ja-
boticabeiras encontram-se pequenos saccos feltrados,
fusiformes, largos no meio, pontudos, um pouco acha-
tados, e de cor branca; e com vestígios de estrias
transversaes. Estes saccos feltrados, têm
até 11 millimetros de comprimento, 3,9
de largura e 1,75 de altura, e têm um
pequeno orifício na extremidade poste-
rior. Este sacco é geralmente cheio de
ovos ou larvas recem-nascidas, achando-
se a femea na extremidade anterior.
A femea adulta é de cor amarello-ala-
ranjada com uma listra mediana longi-
tudinal de côr parda, e mede 4,5 m.m.
de comprimento, e 2,75 m.m. de largu-
Eriococcus per- ra. Kervida em uma solução de KO H,
plexus Hempel. a derme torna-se transparente e molle.
O liquido tinge-se de côr amarello-clara. As anten-
nas são grossas, variaveis, de sete articulações, e
medem 0,275 m.m. de comprimento; sendo o se-
guinte o comprimento das articulações: (1) 45;
(2)32; (3)58; (4) 39; (5) 26; (6) 26; (7)
32. A formula approximada é 314 (27) (56) ou 3
(14) 27, (0G):
As pernas são curtas e reforçadas, tendo as arti-
culações do primeiro par o seguinte comprimento :
coxa 84; femur e trochanter 253; tibia 120; tarso
120; unha 29. Os digitulos, tanto do tarso como
da unha, são compridos e delgados, com a extremi-
dade dilatada. O annel do anus tem 6 pellos. O
mento se acha anterior ao primeiro par de pernas.
Toda a superficie do corpo está coberta com espi-
nhos grossos, direitos e curvados, e de pequenas.
glandulas circulares; acabando elle por um par de
pequenos tuberculos.
— 117 —
À larva recem-nascida é de côr de laranja, com
o corpo piriforme tendo um par de tuberculos ter-
minaes, cada um com uma cerda comprida. A su-
perficie do dorso está ornamentada com seis car-
reiras longitudinaes de espinhos grandes e agudos,
e numerosos pequenos tuberculos. As antennas têm
seis articulações, sendo a terceira a mais compri-
da. Os olhos são pequenos e esphericos. O laço
rostral extende-se quasi aiè a extremidade do corpo.
Esta especie foi encontrada no Ypiranga, no
nosso Estado, e em Bello Horizonte, no Estado de
Minas Geraes.
Tratamento. Se este insecto apparecer bastante
numeroso para fazer prejuizo, pode facilmente ser
combatido pela appiicaçäo de emulsão de kerosene.
Capulinta, crateraformans Hempel.
Sobre jaboticabeiras
Na casca do tronco, galhos e ramos da jabo-
ticabeira encontram-se, muitas vezes, pequenas gal-
has em forma de cratera, as quaes têm cerca de 1,5
m.m. de altura. A galha compõe-se de um annel
exterior de 1 a 1,9 mm. de diametro, e uma pe-
quena eminencia coniiorme no centro, a qual pode
ser facilmente removida. O insecto vive no centro
da galha em uma pequena cavidade lisa e forrada de
um pó branco, sendo elle pequeno. oval, côr de rosa,
coberto de um pó branco.
A femea adulta, depois de fervida
em uma solução de K O H, torna-se
transparente. Ella tem 0,96 m.m. de
comprimento e 0,73 m.m. de largu-
ra. As antennas são variaveis, pe-
quenas, de 9 a 6 articulações, com
0,096 mm. de comprimento. As ar-
ticulações medem o seguinte compri-
"mento: (MT (2) 13; (5) 353 (4);
13 ; (5), 9. A formula approximada é
Capulinia craterafor- (31) (24) 5. A ultima articnlação
mans Hempel
acaba em um tufo de pellos gros-
sos. O primeiro e segundo par de
a) augmentado
— 118 —
pernas faltam ; sendo o terceiro par defeituoso, sem
articulação visivel e sem unha. As pernas tem 0,177
mm. de comprimento, e estão collocadas tão perto
à extremidade do corpo que a metade do com-
primento se extende além da margem posterior. O
abdomen é dividido em segmentos,
e termina em duas cerdas curtas.
A abertura anal é guardada por
quatro pequenos espinhos. Na su-
perficie dorsal e em roda da mar-
gem do corpo, se acham espalha-
dos pellos pequenos e aculiformes.
Os espiraculos são chitinosos e bem
desenvolvidos, e cada um tem de
uma a quatro fieiras pequenas e
circulares.
Esta especie foi encontrada em
Campinas, Itatiba e São Paulo, e
S. João d'El Rei, Minas.
Tratamento. Todos os galhos e
ramos já mortos devem ser podados
e incinerados. O restante da arvore
infectada deve ser tratada com emul-
são de kerozene.
Capulinia crateraformans
Hempel
b) tamanho natural.
Capulinia jaborcabae v. Thering.
Sobre Jaboticabeiras
Esta especie 6 maior do que a precedente, e é
o maior inimigo das jaboticabeiras entre nós. À
femea adulta é de côr amarello-clara, não faz gal-
has, mas vive debaixo da casca dos galhos, tronco,
e até das raizes. O corpo é oval, achatado e ge-
ralmente envolvido em uma massa de secreção lan-
osa, cerosa e branca, a qual tambem envolve os
ae Te
Capulinia jaboticabae v. Ihering
ovos. À sua presença nas
arvores nota-se pela cas-
ca dura e exfoliada, e
pela massa branca e floc-
cosa que se mostra pelos
intersticios da casca.
O adulto feminino,fervi-
“do em uma solução de K
O H, torna-se transparen-
te. O corpo tem o com-
primento de 2,40 mm.
ea largura de 1,25 mm.
As antennas têm 0075
nim. de comprimento e
compõe-se de 4 a à ar-
ticulações, tendo a ul-
tima um tufo terminal
de pellos. Apenas o ul-
timo par de pernas está
desenvolvido. Na super-
ficie dorsal e nas mar-
gens lateraes do corpo
ha diversas carreiras de
pellos compridos, termi-
minando o corpo por dois
pequenos tuberculos,cada
um com um pello com-
prido. Em roda das
aberturas externas de
cada espiraculo ha um
grupo de 18 a 25 pe-
quenas glandulas circu-
lares. O rostro é grande
e está situado perto das
antennas.
O casulo do macho é
elliptico, branco, feltra-
do, com uma abertura na
ponta posterior, e está
geralmente collocado en-
tre as camadas da casca.
— 120 —
O macho é preto, tem antennas compridas, tres
pares de pernas, e um par de azas delgadas.
As larvas recem-nascidas são pequenas, chatas,
ellipticas e de côr amarello-clara.
Temos recebido exemplares deste insecto de
muitos logares do Estado. como São Paulo, Mogy-
Guasst, Capoeira Grande, Campinas, etc., onde tem
feito estragos consideraveis.
Tratamento. — ‘todos os galhos e ramos mor-
tos ou enfraquecidos devem ser podados. As raizes
invadidas devem ser descobertas, e raizes, tronco e
galhos devem ser raspados com raspadeira ou um
ferro conveniente, para tirar toda a casca solta e
exfoliada bem como os insectos, devendo este ser-
viço ser feito com bastante cuidado para não ferir
a arvore. Os galhos podados e a casca e insectos
devem ser ajuntados e incinerados. Em seguida de-
vem as raizes, 0 tronco e as outras partes infecta-
das ser tratadas com caldo de sabão, applicado com
uma brocha ou escova. Depois de tratadas, devem
as raizes de novo ser cobertas com terra
Pseudococcus grandis Hempel
Sobre goyabeiras
Nas folhas e nos ramos das plantas encontra-
se este insecto, o qual tem a forma oval, com o
dorso convexo, e a côr iaranjo-escura, a qual está
disfarçada por uma secreção branca e pulverulenta
disposta em quatro carreiras longitudinaes. Além
destas carreiras, as quaes são sub-medianas e sub-
lateraes, ha ainda em roda da margem lateral uma
guarnição de tufos curtos e brancos, sendo os dois
posteriores compridos e acuminados. A secreção
branca tem, às vezes, uma tinta de amarello. A
femea adulta descança sobre uma massa de sub-
stancia branca, felpuda e adherente, a qual contem
“JeA ‘U DP19d14J19 ‘18A [[2YS8JA] 2SPy21nd pás]
8 sn99020pnas,
(ppdwepH) sypuns
LEE
— 121 —
as larvas. Os exemplares maiores tèm 7,50 mm.
de comprimento, 5,00 mm. de largura e 3,00 de
altura.
Depois de fervida em uma solaçäo de KOH, a
derme torna-se transparente. As antennas têm, 0,480
mm. de comprimento, com 8 articulações, sendo a
ultima a mais comprida. O comprimento das arti-
culações é: (1) 67; (2) 71 ; (3) 49; (4) 36; (5) 53;
(6) 47; (7) 49; (8) 98, sendo, porém, estas medi-
das variaveis. A formula approximada é 8215 (367)
4. Às pernas são curtas e reforçadas com a unha
pequena. Os digitulos são delgados e curtos, chegando
os do tarso apenas até a ponta da unha.
O annel anal tem seis pellos. Os dois tuber-
culos terminaes do corpo não são conspicuos, mas
cada um tem diversos pellos, varias giandulas de
forma triangular, e cèrca de 15 espinhos curtos,
grossos e agudos. Na superficie dorsal do corpo,
perto da margem lateral, ha cêrca de 32 grupos de
glandulas e espintos, compondo-se cada grupo de 5
a 8 espinho cvrtos e agudos e de 8 a 12 pequenas
glandulas ou póros. Na margem lateral ha di-
versos pellos curtos. A superficie dorsal contem
muitas glandulas triangulares e espinhos curtos e
agudos, collocados em fileiras transversaes. A su-
perficie ventral contem glandulas e muitos pellos
curtos.
A larva recem-nascida tem o corpo de fórma
elliptica, côr amarelia, com 0,460 mm. de compri-
mento. Os olhos são pequenos e conicos, dé côr par-
do-escura. As antennas tém 6 articulações, sendo a
ultima a mais comprida. Em roda da margem do
corpo ha diversos espinhos curtos e agudos, tendo
cada um dos ultimos dois segmentos abdominaes
dois espinhos de cada lado.
»
Este insecto não é commum e foi encontrado
em S. Paulo e Ypiranga:
Tratamento. — À applicação de emulsão de ke-
rosene é o tratamento mais recommendavei contra
esta especie.
Snb-familia COCCINAE
A femea com a extremidade do corpo partida :
o orificio anal fechado em cima com um par de
chapas triangulares. A femea nua ou coberta de
secreção.
Chave dos generos
A femea adulta secreta um ovi-sacco que se alonga
para traz, mas que nunca cobre o insecto.
Pulvinaria, TarG.
A femea adulta sem ovi-saceo; o dorso é coberto com
uma secreção vitrea ou -serosa . . . 00
A femea adulta sem ovi-sacco; o dorso é nú ou com
uma secreção delgada e pulverulenta, ou com
delgadas laminas 'cerosas . . |<’, 5) See
1, — A femea adulta é coberta com cera, às vezes
grossas ; despida de cera distingue-se um corno
caudal.
Cercplastes, Gray.
A femea adulta é coberta com uma secreção delgada
e vitrea, ou, ao menos quebradiça. . . .
2. — A femea adulta com a casca em fórma de um
cone com estrias radiadas ; as antennas e as per-
nas bem desenvolvidas.
Edwallia, HempeL.
A femea adulta com a casca em duas partes, em fórma
de um cone duplo ; as antennas e as pernas faltam.
Pseudokermes, CKLL.
3. — À femea adulta symetrica; o dose reticulado e
nú, ou coberto de delgadas placas de cera
Saissetia, DEPLANCHES.
A femea adulta asymetrica, com o dorso pouco con
vexo, dividido em areas distinctas, e coberta de
uma secreção fina, branca e pulverulenta.
Stictolecanium, CKLL.
A femea adulta asymetrica, o dorso homogeneo, não
dividido em areas distinctas, coberta com uma
fina secreção cerosa.
Mesolecanium CKLL.
Pulvinaria eugeniae Hempel.
Sobre jaboticabeiras
Antes da gestação a femea adulta tem a fór-
ma oval ou elliptica com o dorso pouco convexo,
finamente encrespado de covinhas glandulcsas, de
cor pardo-clara com uma estria longitudinal media-
no de côr amarella. O lado ventral tem a côr ama-
rella. Os segmentos do corpo são indicados por sul-
cos transversaes pouco profundos e por linhas finas
de côr pardo-escura. O corpo tem 3a 4,5 min.
de comprimento, 2 a 3 mm. de largura e 1 mm.
de altura. O insecto neste estado acha-se geralmen-
te nos ramos. Depois de formar o ovi-sacco o in-
secto fica amarello e enrugado. O ovi-sacco é bran.
co, feltrado, direito ou um tanto curvado, com a
extremidade distal um pouco alargada, e tem 5 a7,
90 mm. de comprimento, 2 a 2,25 mm. de lar-
gura e | mm. de altura, sendo elle quasi invaria-
velmente collocado no lado inferior das folhas.
Fervida em uma solução de IX O H, o liquido
tinge-se de côr amarello-clara, tornando-se a derme
delgada e transparente. As antennas têm O, 521 a
9, 395 mm. de comprimento e compõe-se, geral-
mente, de 8 articulações com os seguintes compri-
mentos : (1) 44-53; (2) 44-57; (3) 66-70; (4)
90 = 55: (0) 80-48; (6) 24-315; (7) 24-31; (8)
44-48. A formula approximada é 3 (21485) (67).
A's vezes ha antennas com apenas 7 articulações.
As articulações do primeiro par de pernas têm o
seguinte comprimento; coxa 110 ; femure trochan-
ter 209; tibia 156; tarso 79; unha 26; digitulos
da unha 48. Os digitulos tarsaes são compridos com
as extremidades pouco dilatadas, sendo os da unha
grandes com as extremidades redondas e dilatadas.
Ao redor da margem lateral do corpo ha uma fileira
de pellos compridos. laminados e frangidos nas ex-
tremidades, postos bastante distantes nns dos outros ;
— 124 —
e dentro desta ha uma segunda fileira de pellos mais
curtos e ponteagudos. Cada area estigmal é ca-
racterizada por dois espinhos bem curtos, e um com-
prido, curvado, e por uma fileira dupla de 30 a 50
glandulas circulares que se extende até os espiraculos.
A larva recem-nascida tem o corpo elliptico,
amarello-claro, com a margem finamente dentada,
com poucos pellos muito curtos, e tem 0,356 mm.
de comprimento e O, 244 mm. de largura. Esta
especie foi encontrada em S. Paulo.
Tratamento. Deve-se empregar a emulsão de
kerosene, applicada antes que o insecto alcance o
estado adulto.
Pulvinaria ficus Hempel.
Sobre goyabeiras
Nas duas superficies das folhas e na casca dos
galhos das goyabeiras encontra-se este insecto; o
qual tem o corpo elliptico ou oval, deprimido, de
côr pardo-amarellada, com o derme finamente enru-
gado perto da margem. Mais tarde a femea secre-
ta o ovi-sacco branco, ficando ella collocada na sua
extremidade anterior. O insecto tem 5 mm. de com-
primento e 2,25 de largura, tendo o ovi-sacco &
mm. de comprimento, 3,25 mm. de largura, e 2
mm. de altura. A cera do ovi-sacco é branca, floc-
cosa e adherente. As placas anaes são triangulares,
de côr pardo-escura. A fissura anal tem 1 mm. de
comprimento.
Fervida em uma solução de K O H, o liquido
tinge-se de cor clara de palha, tornando-se a derme .
molle e transparente. As antennas são variaveis,
tendo geralmente 8 articulações, mas, às vezes, ha
só 7 articulações. O comprimento das antennas é
de 0,425 a 0,540 mm. tendo as articulações os se-
guintes comprimentos: (1) 48-53; (2) 66-70;
(3)97-110;(4)53-70:;(5)53-79;(6)31 -48;
(7) 31-41; (8) 48-66.
A formula approximada é 3 ( 524 ) 81 (67). As
pernas são compridas, com o tarso um tanto cur-
vado, e o trochanter guarnecido com um pello muito
comprido. As articulações têm os seguintes compri-
mentos: coxa 196; troshanter e femur 326; tibia
267; tarso 120; unha 81; digitulos da unha 62.
Os digitulos tarsaes são curtos e delgados com as
extremidades pouco dilatadas. Ao redor da margem
do corpo ha uma fileira de pellos curtos com as
bases tuberculadas e as extremidades laminadas, di-
latadas e franjadas. O corpo tem aiguns pellos com-
pridos em frente das placas anaes e entre as anten-
nas; sendo estas ultimas muito compridas e de fór-
ma caracteristica. À superficie ventral tem ainda
muitas glandulas pequenas e fieiras grandes e arre-
dondadas na região anal. Na superficie dorsal ha
alguns pellos exiguos e uma fileira sub-marginal de
11 a 12 glandulas pequenas de fôrma conica. Cada
uma das areas estigmaes é caracterizada por um
grupo de tres espinhos, sendo dois bem curtos, e
um comprido e curvado, e por uma fileira dupla de
_30 a 35 fieiras pequenas.
Este insecto foi encontrado em Campinas e S.
Paulo, sobre figueira, goyabeira, mangueira e outras
plantas, nas quaes produz bastantes estragcs.
Tratamento. Contra este insecto emprega-se a
emulsäo de kerosene, que deve ser applicada antes
que os individuos tenham alcançado o seu completo
desenvolvimento.
Ceroplastes campinensis Hempel.
Sobre goyabeiras
Nos ramos e no lado inferior das folhas da
goyabeira encontra-se esta especie de côr amarello-
clara, oval, irregular, geralmente, com tres nodosi-
dades no dorso, sendo uma na extremidade anterior
e duas na posterior. A casca é composta de cera
quebradiça e não está dividida em placas, sendo os
tuberculos mais distinctos nos exemplares novos do
que nos velhos. Ha, porém, outros exemplares que
mostram grande numero de nodosidades. Ella tem,
— 126 —
geralmente, 4 mm. de comprimento, 3 mm. de lar-
gura, e 2, 500 mm. de altura, sendo os exempla-
res muito velhos de tamanho maior.
Fervida em uma solução de K O H, o liquido
tinge-se côr de carmine. Despida de cera, a Rise
adulta tem o corpo convexo de côr pardo- clara, co
o corno caudal muito curto e de côr pardo-escura.
O corpo tem 3, 250 mm. de comprimentos, 2, 500 mm.
de largura e 2. 250 mm. de altura, com a derme
chitinizada e semi-transparente, sem tuberculos; sendo
elle mais largo na parte posterior do que na ante-
rior. As antennas tem 0,241 a 0,202 mm. de com-
primento, e compõe-se de seis articulações, as quaes
têm os seguintes comprimentos : (1) 42 ; (2) 59 - 42 ;
(3) 84- 08; (4) 17-21: (5) 21-24: (6) 285 35.
A formula approximada é 3 (126) (04). As pernas
são fracas, tendo as articulações do primeiro par,
os seguintes Ca coxa 77; femur e tro-
chanter 126; tibia 77; tarso e unha 23. A unha é
pequena com os di gitulos de tamanhos desiguaes, sen-
do um muito grande, com a extremidade Targamen-
te dilatada. Os digitulos tarsaes são delgados com
a extremidade pouco dilatada. A margem lateral é
identada na região estigmal, tendo aqui uma area
circular com 75 a 85 espinhos grandes e pequenos.
A casca do macho tem 1, 250 mm. de compri-
mento e O, 750 mm. de largura; tem a forma ellip-
tica, com o dorso convexo e as extremidades arre-
dondadas, e uma pequena franja de pedacinhos de
céra na margem lateral. Ella tem a côr amarello-
clara, e acha-se geralmente collocada no lado infe-
rior das folhas.
Esta especie foi encontrada em Campinas e Bo-
tucatu, sendo ella e as folhas que infesta, geralmen-
te cobertas de fumagina, sendo quasi impossivel en-
contrar exemplares velhos em bom estado.
Tratamento. Gonve 1 podar e incinerar os ga-
lhos fortemente infestados e pulverisar o restan-
te da arvore com a emulsão de kerosene.
AT
|
E
TRES
Ceroplastes grandis Hempel
Sobre goiabeiras
Como acontece com quasi todos os membros
desta familia, a femea é muito mais evidente que o
macho. Ella se encontra nos galhos e ramos das
arvores, e geralmente fixadas no lado
inferior delles. A casca da femea
adulta é muito grande, oval, trunca-
“da e ligeiramente entalhada na mar-
gem posterior, acuminada anterior-
mente, com o dorso muito convexo,
e convergindo em uma ponta no nu-
cleo dorsal. A cera é muito molle,
contem muita agua e tem um chei-
ro pungente e característico A cas-
ca é branca no dorso, mas torna-se
côr de rosa cu de salmão ros la-
dos e nas margens inferiores, e é
distinctamente dividida em placas.
Os nucleos têm a côr parda, sendo
os lateraes inconspicuos. Ha duas
Ceropiastes-grandis linhas brancas, calcareas em cada
Hempel. Tam. natural. Jado até os nucleos lateraes. A su-
perficie é lustrosa e desigual, sendo deprimida per-
to dos nucleos e do corno caudal, e ligeiramente
elevada nos outros pontos. Os maiores individuos
têm 18 mm. de comprimento, 14 mm. de largura
e 11 mm. de altura.
Despida de cera é mais ou menos elliptica em
forma, de côr vermelho-clara, como o lacre, e tem
9 mm. de comprimento, 6,50 mm. de largura, e
5,00 mm. de altura. O corno caudal é preto, gros-
so e conico, com a ponta um pouco elevada, e tem
2 mm. de diametro na base e 2,25 mm. de com-
primento. Ao redor da margem lateral ha uma
guarnição que é excavada nas areas estigmaes e
na extremidade posterior, fermando assim cinco lo-
bulos. Ha seis tuberculos situados, um sobre o dorso,
um na extremidade anterior e dois lateraes em cada
lado. A derme é lustrosa e molle, sendo chitinisa-
— 128 —
da só perto do corno caudal e das areas estigmaes.
Fervida em uma solução de KOH, ella tinge o
liquido de côr vermelha. A derme torna-se mol-
le e transparente. As antennas têm 0,500 mm. de
comprimento, e são compostas de 8 articulações com
os seguintes comprimentos: (1) 66; (2) 66; (3)
84-88; (4) 40-44; (5) 84-93; (6) 31-40; (7)
31-40 ; (8) 44-48. A formula approximada é
os (12) 84 (67) ou (53) (12) 84 (67). As pernas
são regulares, tendo as articulações do primeiro par
os seguintes comprimentos: coxa 164; femur e
trochanter 280; tibia 182, tarso 106; unha 22.
Os digitulos da unha são grandes com a extremi-
dade largamente dilatada, e os do tarso são com-
pridos, delgados, com a extremidade dilatada.
A derme dorsal @ espessamente coberta de cur-
tos pellos espiniformes e de glandulas. Ao redor da
margem ha uma carreira singela de pequenos pel-
los, “cada um dos quaes nasce de um tuberculo.
Cada area estigmal é caracterisada por 70 a 73
espinhos curtos de diversos tamanhos, e por mais
de cem pequenas glandnlas circulares.
A casca masculina é pequena, branca, elliptica,
com sete tufos marginaes e dois tufos dorsaes
de cêra branca e com alguns filamentos brancos na
margem posterior. Despida dos tufos, a casca é
chata e muito fina, tendo ella 4,500 mm. de com-
primento e 0,800 mm. de largura. As cascas mas-
culinas achani-se geralmente collocadas no lado in
ferior das folhas.
A larva recem-nascida é pequena, elliptica, chata,
de cor laranjo-amarellada, com 0,425 mm. de compri-
mento e 0,220 mm. de largura. O corpo tem a margem
dentada, com uma carreira de pellos finos, e termina em
duas cerdas compridas. As areas estigmaes são ca-
racterisadas por 3 ou 4 espinhos curtos e obtutos.
Este insecto é muito abundante em S. Paulo e
Ypiranga em muitas arvores, onde causa grandes
prejuizos. e em Iguape. Foi primeiramente encon-
trado no jardim da Luz, em uma arvore indigena,
e actualmente elle infesta a maior parte das arvo-
res de sombra plantadas nas ruas da Capital, dando
a preferencia aos platanos.
Tratamento. A poda dos galhos enfraquecidos
é recommendavel, bem como a raspagem dos ga-
lhos restantes quando conveniente, para tirar O
maior numero possivel de insectos. Depois empre-
ga-se a emulsão de kerosene em pulverizações.
Ceroplastes janeirensis Gray
Sobre goyabeiras
Esta é uma outra especie de côr branca suja,
menor que a precedente, que infesta os galhos das
goyabeiras. À casca da femea adulta
tem a forma geral de um rectangulo
com os cantos redondos, a qual tem a
margem inferior ligeiramente recur-
vada com as duas linhas calcareas que
se extendem por cima destas corôas.
A cêra é dura e distinctamente divi-
dida em sete placas, sendo uma dor-
sal, uma anterior. uma posterior, e
duas laterses de cada lado. O nucleo
dorsal é pequeno, elevado, geralmente
de côr branca, mais frequentemente
de cor pardo-escura de bolcr e de su-
jeira. Os nucleos lateraes são incors-
picuos. À superficie da cêra é enru-
gada e ligeiramente deprimida ao re-
dor dos nucieos e mostra uma porção
de anneis concentricos no dorso. A
casca tem 9 mm. de comprimento, 8
mm. de largura e 7 mm. de altura.
Despida de cêra, a femea adulta
tem a cor pardacenta, com o corno
caudal reforçado, preto, de cerca de
1,100 mm. de comprimento, e vi-
rado directamente para traz. Diver-
gindo do corno ha duas fileiras de
pequenas cellulas glandulares de côr
preta. Ha cinco pequenos tuberculos,
Ceroplastes janeirensis sendo um anterior e terminal e dois
— 130 —
lateraes de cada lado. A derme dorsal é chitinisada,
e tem uma guarnição estreita perto da margem ven-
tral, a qual tem cinco lobulos correspondentes aos
tuberculos do dorso.
Fervida em uma solução de KOH, ella turva
o liquido e tinge-o de côr pardo-escura. As anten-
nas são variaveis, compõem-se de sete articulações,
e têm cerca de 0,395 mm. de comprimento. As
articulações têm os seguintes comprimentos: (1)
07-66; (2) 58-66; (3) 62-66; (4) 97-110; (5)
26-40; (6) 23-40; (7) 40. A formula approxi-
mada é 4 (23) 1765. As pernas são curtas, tendo
as articulações do primeiro par os seguintes com-
primentos : coxa 120; femur com trochanter 198;
tibia 158; tarso 97; unha 22. Os digitulos tarsaes
sio compridos com as pontas abotoadas, e os da
unha são muito grandes e largos com a extremida-
de dilatada. As areas estigmaes são caracterisa-
das por muitos espinhos lanceolados. Ao redor da
margem lateral ha uma carreira de pequenos pellos.
A derme contem numerosas glandulas exiguas.
Este insecto foi encontrado no: Rio E Janeiro,
S. Paulo e Campinas, mas não em abundancia bas-
tante para cansar sérios prejuizos.
Tratamento. — As pulverizações com a emul-
são de kerosene servirão para combater esta especie.
Edwallia rugosa Hempel
Sobre jaboticabeira
Nos galhos finos das jaboticabeiras encontra-se
um pequeno insecto com a casca branca, de forma
conica, de cêra dura e quebradiça, enrugada raaial-
mente, como a concha de Pecten, e com anneis
concentricos e finos que rodeiam
a casca parellamente com a base.
A casca tem 3 mm. de altura,
1,50 «mm. de largura, e 2,75
mm. de comprimento.
A femea, que tem a derme
lisa, côr amarella, côr de limão,
enche completamente a casca.
Edwallia rugosa Hempel
— ss DT.
— 131 —
Ao redor da margem do corpo ha uma carreira de
cêrca de 210 pequenos espinhos, de forma conica,
e perto da margem, na superficie dorsal, ha uma
carreira dupla de ellos pequenos. As areas esti-
gmaes são caracterizadas por um grande espisho
curvado, o qual tem uma pinta redonda na base, e
um grupo de 13 a 19 glandulas redondas. O ori-
“ficio anal é cercado de um annel chitinoso, den
tro do qual está o annel do anus com 6 pellos
compridos. As placas anaes são curvadas, irregu-
lares e triangulares, com o lado dorsal mais com-
prido do que o ventral. Cada uma das placas tem
19 pellos compridos, sendo 2 direitos e aculiformes
e os restantes mais compridos e flexiveis.
As antennas têm cerca de 0,120 mm. de com-
primento, e compõe-se de cinco articulações com os
seguintes comprimentos: (1) 22-26; (2) 13-15;
(3) 31-35; (4) 18-20; (5) 22-24 A formula
approximada é 31542 ou 3 (51) 42. As vernas
são regulares, com os seguintes comprimentos : coxa
62; femur e trochanter 106; tibia &4; tarso 57;
unha 9: digitulos da unha 17. Os digitulos tarsaes
são muito compridos e delgados com as extremi-
“dades dilatadas, tendo os da unha apenas a metade
do comprimento destes.
A casca do macho tem 1,750 mm. de compri-
mento e 0,750 mm. de largura; é branca, delgada,
elliptica e pouco convexa, e compõe-se de sete placas ;
sendo uma dorsal com um tufo de cera quebra-
diça, duas lateraes em cada lado, e uma terminal
em cada extremidade.
A larva recem-nascida, que tem 0,375 mm. de
comprimento e 0,250 inm. de largura, é de côr
pardo-amarellada, com o corpo oval, dentado na
margem. As areas estigmaes, no pro-thorax e
meso-thorax, são caracterizadas por um espinho
curto e grosso. As antennas têm, apparentemente,
cinco articulações, tendo a quinta e terceira o com-
primento quasi egual. A margem do corpo tem
uma carreira singela de pellos curtos.
— 132 —
Esta especie foi unicamente encontrada em S.
Paulo, porém, em numero pequeno.
Tratamento. Actualmente não ha receio de
prejuizos serios occasionados por este insecto. Se,
porém, elle apparecer em numero avultado, póde ser
facilmente debellado pelas pulverizações com a emul-
são de kerosene.
Pseuiokermes nitens CkIl.
Sobre jaboticabeiras e goyabeiras
Nos galhos das jaboticabeiras e goyabeiras en-
contra-se, raras vezes, grande numero de pequenos
insectos agruvados na casca por uma extensão de 10
à 20 em. e acompanhados por uma pequena for-
miga. A escama da femea adulta é lisa, vitrea, del-
gada, muito lustrosa e incolor, sub-globosa, em fórma
de um cone duplo com os apices divergentes, divi-
dida anterior e posteriormente por um entalho raso.
A. casca tem 3 mm. de comprimento, 3 mm. de
largura e 2,25 mm. de altura, sendo ella marcada
por numerosos anneis concentricos e com os apices
obtnsos e asperos, com algumas estrias radiadas e
convergentes.
A femea adulta, de côr pardo-avermelhada, enche
completamente a casca, tendo uma linha mediana
de cor preta passando entre os dois cones, e a ex-
tremidade posterior ligeiramente fendida, com as
margens da fenda pretas. Fervida em uma solução
de KOH, a derme torna-se molle e transparente.
As pernas e antennas faltam. Os espiraculos são pe-
quenos e collocados longe um do outro. Ao redor
da margem lateral ha uma carreira de espinhos
pequenos e curtos e de orificios glandulares. O annel
anal tem 6 pellos compridos. As placas anaes são
pequenas, sendo ellas parcialmente cercadas ante-
riormente com uma meia-lua chitinosa, larga, de
côr parda, cuja largura no centro é um pouco maior
do que o comprimento das placas. E” viviparo
A casca do macho tem 1,250 mm. de compri-
mento e 0,500 mm. de largura, é elliptica, convexa,
branca, delgada e muito fragil. O dorso e a mar-
gem são ornados de diversos pequenos tuberculos,
PSEUDOKERMES: NITENS CRLL.
— 133 —
tendo a ponta posterior curvada para cima onde con-
tem, na superficie dorsal, uma pequena placa chata e
redonda, que e derribada quando o insecto perfeito sae.
A larva recem-nascida tem o corpo oval, com
0,500 mm. de comprimento ¢ 0,270 mm. de largura,
de cor amarella, com olhos pequenos e pretos. As
anteanas têm 6 articulações, sendo a terceira a mais
comprida; cada uma das areas estigmaes é cara-
eterizada por um espinho comprido. Na margem
do corpo ha uma carreira de cincc nellos.
Esta Do foi encontraca em S. Paulo e no
Rio Grande do Sul. Quando os individiss forem
removidos da casca da arvore, elles deixani uma
mancha ova: de cêra branca.
Tratamento. Se o insecto apparecer em nu-
mero tão grande para causa” vreinizo, póde facil-
mente ser exterminado com a poda e incineração
dos geluos por elle infestados.
Sic'olecarium ornatum Hempel
Sobre jaboticabeiras
A femea adulta tem o corpo oval, asymetrico,
com 4 mm. de comprimento, 3 mm. de largura e
0,750 mm. de altura, de côr pardo-escura com um
annel claro na margem. O dorso é pouco convexo.
Nos individuos mais
UM velhos a derme é dura
ERR ees no dorso e traz cerca
Tue UN de 24 sulcos radiadas
D pet |S perte da margem, e
eS ike pe Se haleuns sulcos \irregu-
Biers Waves ete lares na area central.
Det us Voda ‘a derme é co-
sere goer TE Derta de uma secre-
wore EUR, Se, E ção fina, branca e pul-
grayed: a Set Penetra verulenta. A fissura
PE a ee TAS anal Ptem 0,625 10m:
de comprimento, com
| os lados contiguos.
A: Fervida em uma so-
js à lução de KOH, o li-
Stictolecanium ornatum : E }
Hempel, quido tinge-se de cor
ASE
pardo-clara, ficando a derme transparente nos
exemplares mais novos, continuando, porem, parda
e dura nas mais velhas. A derme tem carreiras de
glandulas, dispostas em grupos especiaes, de forma
redonda ou oval, correspondendo aos sulcos, ficando
assim o dorso dividido em 24 areas marginaes e
22 a 24 areas centraes. Destes grupos, ha alguns
grandes e outros pequenos, © cada um contem 10
a 30 pequenas manchas ellipticas e hyalinas. A
derme ventral tem muitas glandulas grandes e
tubiformes, e grupos de glandulas simples e circu-
lares, especialmente perto da margem.
As antennas são variaveis, com cêrca de 0,330
mm. de comprimento, geralmente compostas de 8
articulações com os seguintes comprimentos: (1) 53;
(2) 425 (3). 025 49 452045) 965 - (6) 2715400
(8) 45. A formula approximada é 312 (48) 567
ou 31 (248) 967. Ha individuos cujas antennas
têm apenas 7 articulações. As pernas são compri-
das, tendo as articulações do primeiro par os se-
guintes comprimentos: coxa 133; femur com tro-
chanter 244; tinia. 187; tarso e unha 124. Os
digitulos da unha, tem o duplo do comprimento
desta, com as extremidades muito dilatadas, sendo
os do tarso delgados, com as extremidades pouco
dilatadas. Os espiraculos são muito pequenos. A
margem está espessamente ornada de pellos com-
pridos e curtos, dispostos em uma carreira dupla ao
redor do corpo, cada uma das quaes nasce de um
tuberculo. Alguns dos pellos são muito delgados e
têm até 133 de comprimento.
Este insecto foi encontrado em S. Paulo, no
lado inferior das folhas das jaboticabeiras.
Tratamento. Esta especie não é muito abun-
dante e quasi todos os individuos estam atacados
por pequenos parasitas hymenopteros; sendo assim
evitado a seu desenvolvimento e augmento. Se,
porem, ella for encontrada em grande numero, pode
ser debellada pela applicação de caldo de sabão ou
emulsão de kerosene.
— 135 —
Mesolecanium jaboticabæ Hempel
Sobre jaboticabeiras
A femea tem o corpo asymetrico, sub-circular,
com 3 mm. de diametro, chato, de cor verda-clara
amarellada, com algumas marcas de cor pardo-clara
no dorso, o qual é coberto com uma delgada se-
creção cerosa. À fissura anal tem 0,445 mm. de
comprimento, com os lados afastados um do outro.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se molle e transparente. Não é tesselada,
nem compusta de placas, mas é homogenea e es-
pessamente coberta de pequenas glandulas tubulares,
e contem alguns pellos curtos. Ao redor da mar-
gem lateral ha uma carreira de pellos curtos, e uma
outra de pellos compridos, cada um nascendo de um
tuberculo. As areas estigmaes são caracterizadas
por tres espinhos grossos e obtusos, sendo dois cur-
tos e um comprido, e de cerca de 70 pequenas
elandulas circulares, collocadas em diversas carreiras
irregulares. Na superficie ventral, a derme tem um
risco marginal um pouco chitinoso, e tem ainda
muitas glandulas grandes e tubuiares, e outras com-
plexas e redoudas. De cada lado da abertura ge-
nital ha um grupo de 50 a 55 destas glandnlas.
As antennas têm 0.513 mm. de comprimento, e
compõe-se de 8 articulações com os seguintes com-
primetitos::. (1)/67:> (2) 4203 (3). 98: (14) 58: (5)
98; (6) 27; (7) 27; (8) 98. A formula approxi-
mada é 231 (458) (67). As pernas são compridas
e finas, tendo as articulações do primeiro para os
seguintes comprimentos: coxa 111; femur com
trochanter 293: tibia 213; tarso com unha 164.
Os digitulos da unha são de tamanho desigual, com
as pontas nodosas; sendo os do tarso compridos,
delgados e com as pontas dilatadas. O annel anal
tem 10 pellos. As placas anaes têm a fórma trian-
gular, formando as duas juntas, um diamante. Na
superficie dorsal, perto da margem lateral, ha uma
carreira de glandulas especiaes de fórma conica.
Estas glandulas, em numero de 24, têm cêrca de
— 136 —
0,018 mm. de largura, e 0,022 mm. de altura, e
formam um annel ao redor do corpo, facilmente
distinguindo esta especie de todas as outras deste
genero.
= Esta especie foi encontrada no Ypiranga,
S. Paulo, no tronco da arvore por baixo da casca,
sendo ella muito rara.
Tratamento. Se este insecto for encontrado
em numero bastante para prejudicar seriamente as
arvores. pode elle ser combatido, raspando a casca
que o abriga, applicando, em seguida, emulsão de
kerosene.
Saissetia discoides Hempel.
Sobre goyabeiras
A femea adulta tem o corpo sub-cireular, com
8 mm. de comprimento, 7,2% mm. de largura, e
1,50 mm. de altura, chato, de côr pardo-averme-
lhada, e com um pequeno entalho na margem pos-
terior. A derme é dura e reticulada, sendo as re-
ticulações de côr alaranjada, e as repartições gros-
sas e pardas. A fissura anal
tem 2,75 min. de comprimento,
com os lados contiguos. A su-
perficie é pouco lustrosa, e le-
vemente enrugada por sulcos
“raiados e muito rasos; mos-
trando muitos dos exemplares
ainda uma ruga mediana longi-
tudinal. Os individuos mais no-
vos geralmente são adornados
Saissetia discotdes de pequenas manchas de cêra
Hempel. parda, especialmente na margem,
que contem 16 a 20 peças triangulares, desappare-
cendo esta cêra nos individuos velhos.
Fervida em uma solução de KOH, o liquido
tinge-se de côr vermelho-escura, conservando-se a
derme grossa e parda. A côr é differenciada em
uma serie de anneis concentricos de côr parda,
clara e escura. O annel da margem é estreito, de
M >
— 137 —
côr pardo-clara; dertro delle ha um outro estreito, de
côr pardo-escura; depois um outro largo, de côr
pardo -clara, depois um outro estreito, de côr escura;
depois um claro da mesma largura; e finalmente,
uma mancha parda central de férma oval. Toda a
derme contem grandes glandulas irregulares, com
as aberturas perto de um lado. Tres on quatro
carreiras das glandulas da margem são menores do
que as outras.
As pequenas antennas variaveis tem cerca de
0,258 mm. de comprimento, e compõe-se de seis
articnlagdes, com os seguintes comprimentos : (1)
DOR a LOGS :(4) 27 (O) 275 (Oy iodo DA
formula approximada é 31 (26) (45) ou 516 (24) 5.
As pernas são curtes, tendo as articulações do pri-
meiro par os seguintes comprimentos: coxa 49;
femur e trochanter 124; tibia 57; tarso com a
unha 84 A unha é pequena e muito curvada, com
os digitulos desiguaes, sendo os do tarso compridos
e delgados com as extremidades dilatadas. O se-
gundo e o terceiro par de pernas são muito juntos.
As partes boccaes são pequenas, e são collocadas
perto do segundo par de pernas. Os espiraculos
são grandes e discoides, com cerca-de 12 pequenas
glandulas circulares ao redor do orifício externo.
Ao redor da margem lateral do corpo ha uma car-
reira singela de pequenos pellos coniformes.
Os ovos, de fórma elliptica, são lisos e escuros,
de côr amarello-alaranjada.
Este insecto foi encontrado no Ypiranga e São
Paulo onde se agglomera na casca do tronco das
goyabeiras e outras plantas desta ordem. Elle é
acompanhado e protegido por uma formiga (Cam-
ponotus sp.) a qual frequentemente constroe um
abrigo de terra ou de gramma, envolvendo as coc-
cidas e protegendo-as das intemperies do tempo e
dos ataques dos seus inimigos.
Tratamento. Esta especie pode ser facilmente
combatida, raspando a casca das arvores por ella
invadida, e applicando a emulsão de kerosene as
partes infestadas.
ANT 2
Saissetia hemisphaerica Targ
Sobre govabeiras
A femea adulta tem o corpo oval, convexo,
hemispherico, com as margens achatadas, e de côr
pardo-ciara até pardo-escura, tendo ella cêrca de
3,000 mm. de comprimento, > mm. de largura e
2 mm. de altura. O dorso é liso e lustroso, com
a derme chitinizada e reticulada, tendo as cellulas
a fórma oval.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
conserva-se dura. As anteanas compõe-se de 8 ar-
ticuiações. sendo a terceira a mais comprida. A for-
mula approximada é 38 (1245) (67). As pernas
são finas e compridas,
com os digitulos tarsaes
delgados e um pouco dila-
tados nas extremidades,
serdo os da unha curtos e
largos com as extremi-
dades muito dilatadas. O
annel anal tem & pellos
compridos. As areas es-
tiginaes são caracteri-
zadas por tres espinhos,
sendo dois curtos, e um
comprido e curvado. Na
margem tem uma car-
reira de muitos pellos :
compridos com a extre-
midade dilatada e fran-
jada.
Esta especie é larga
mente espalhada, sendo
ella encontrada no Pará,
na Bahia e em S. Paulo
e (Campinas, infestando as folhas de govabeira e
de outras plantas.
Tratamento. Este insecto, que póde tornar-se
uma praga prejudicial. póde ser combatido pelo em-
prego da emulsão de. kerosene. :
Saissetia hemisphaerica Targ
DR
Saissetia oleae Bernard.
Sobre goyabeiras
A femea adulta tem o corpo quasi hemispheri-
co, de côr pardo-escura ou preta, com 4 a 5 mm.
de comprimento e 4 mm. de altura. A superficie
dorsal é aspera, com pequenas particulas de cêra,
e tem ama linha mediana longitudinal e duas trans-
versaes, elevadas formando, às vezes, um | proe-
minente.
Fervida em uma solução de KOH, a derme con-
serva-se dura nos individuos velhos, mas’ torna-se
molle nos novos. Toda a derme do dorso é reticu-
lada com glandulas irregulares, as quaes têm o poro
de um lado. As antennas têm cerca de 0,364 mm.
de comprimento, e compõe-se de 8 articulações com
os seguintes comprimentos: (1) 39; (2) 59: (3)
a (Dea to) das (7) 265 (8) do A
formula approximada é 354821 (67) ou 3 (45) 8
(12) 67. As perzas são fortes e compridas, tendo
as articulações do primeiro par, os seguintes com-
primentos : coxa 84; femur e trochanter 182; tibia
124; tarso 84; unha 23. Os digitulos da unha são
curtos com as extremidades largamente dilatadas ;
sendo os do tarso delgados e compridos, com as
extremidades ponco dilatadas. As piacas anaes têm
os angulos exteriores arredondados e os lados an-
tero-lateraes mais curtos do que os postero-late
raes. © annel anal tem 8 pellos compridos.
A fissura anal tem 0,500 mm, de comprimento, com
os lados contiguos. As areas estigmaes são ca-
racterisadas por tres espinhos, sendo um muito com-
prido e dois muito curtos. Na margem lateral do
corpo ha uma carreira de pellos compridos com a
extremidade dilatada e franjada, e ha ainda uina
outra carreira sub-marginal de pellos simples e
curtos.
»
Este insecto é quasi cosmopolita, sendo elle en-
contrado em Campinas e no spiraega sobre as fo-
lhas das goyabeiras.
— 140 —
Trataivento. A presença desta especie é imu:-
tas vezes indicada pelas formigas que a acompanha
e pelu cheiro dasagradavel que exhala. Seus ataques
são, quasi sempre, prejudiciaes ; mas ella pode ser
combatida pelo emprego da emulsäo de kerosene.
Sub-familia DIASPINAE
A femea protegida por um escudo o qual é
feito, em norte, de pelliculas. A femea adulta sem
pernas, com o orifício anal sem pelios, e com 0
abdomen terminando em um segmento composto,
designado pygidivm.
Chave des generos
O escudo do macho igual, na fórma e na estructura
geral, ao escudo da femea. O escudo da femea é
subcireular, com as pelliculas perfeitamente so-
prépoRtas Selo! abas ye" 3s on pa RS
O escudo da femea é largamente elliptico, com as pel-
liculas sobresahidas e collocadas perto da extre—
midade anterior. sendo a segunda pellicula grande.
Pseudoparlatoria, CKLL.
1.-— À femea com processos chitinosos compridos na
base dos lobulos do pygidium, os quaes exten-
dem-se anteriormente.
Chrysomphalus, ASHMBAD.
A femea com os processos chitinosos curtos ou ausentes.
Aspidiotus, Boucré.
Sub-familia DIASPINAE
Aspidiotus cydoniæ Comstock.
Sobre goyabeiras
O escudo da femea é de côr parda, um tante
transparente, pouco convexo, de fórma circular. com
cerca de 1,5 mm. de diametro. As pelliculas, de
cor parda, estão postas um pouco para um lado
do centro.
— 141 —
A femea adulta é redonda, de côr amarella,
tornando-se transparente depois de fervida em uma
solução de KOH. O pygidium tem apenas o par
mediano de lobos bem desenvolvido, os quaes estão
incisos em cada lado. A margen do corpo, em
cada lado dos lobos medianos, tem duas incisões
largas e profundas, com as margens chitinizadas.
Na margem posterior do pygidium ha 5 a 6 placas
transparentes, largas e profundamente incisas. Ha
quatro grupos de glandulas circumgenitaes, variando,
o numero das glandulas em cada grupo de 1 a 5.
O escudo do macho é semilhante ao da femea:
porém menor.
Esta especie foi encontrada em S. Paulo sobre
a casca nos troncos das goyabeiras.
Tratamento. Por emquanto este insecto causa
pouco prejuizo, e pode elle ser combatido pela
applicação da emulsão de kerosene.
Chrysomphalus personatus Comstock.
Sobre jaboticabeiras
O escudo da femea é de côr cinzento-escura ou
preta, opaco, muito convexo, de forma circular, com
cêrca de 1 mm. de diametro. As pelliculas, de côr
preta, estão postas no centro do escudo ; sendo a sua
posição indicada por uma pequena mancha e um annel
concentrico de côr branca.
A femea adulta é redonda, enchendo todo o
escudo. Fervida em uma solução de KOH, tor-
na-se transparente. À marca caracteristica desta es-
pecie é uma projecção grande e larga na extremi-
dade anterior do corpo. O pygidium tem tres pares
de lobos e mais tres pares de projecções em fórma
de lobos, em cada lado. Os lobos medianos estam en-
talhados na margem lateral, o segundo par é menor
que os medianos e está entalhado duas vezes; ao
passo que o terceiro par é maior que o mediano e
está entalhado tres vezes; o primeiro par de pro-
NS
jecções é grande e dentado com 4 a 8 dentes ; sendo
os dois outros pares menores. Na base dos lobos e
entre elles ha 12 ou mais processos chitinosos que
se extendem anteriormente, uns mais, outros menos.
{ntre os lobos ha diversas placas curtas e delicadas,
algumas com a extremidade bifurcada. As glandu-
las circumgenitaes faltam.
Esta especie foi encontrada em Campinas, nas
jaboticabeiras, achando-se ella collocada no lado in-
ferior das folhas.
Tratamento. Por emquanto é pouco numeroso
este insecto e devem as arvores ser tratadas com a
emulsão de kerosene, applicada por meio de um
pulverizador, para evitar o seu desenvolvimento.
Pseudoparlatoria parlatorioides Comstock.
Sobre goyabeiras
O escudo da feméa é de forma circalar, del-
gado, de côr amarello-clara, chato, com cêrca de
1,600 mm. de diametro. As pelliculas, de côr ama-
rello-clara com uma tinta parda, são marginaes,
grandes, e extendem-se da margem do escudo ao
centro.
A feméa adulta, de forma sub-circular, torna-
se transparente depois de fervida em uma solução
de KOH. O pygidium é geralmente guarnecido
com tres pares de lobos, sendo o terceiro par, às
vezes, obsoleto. Os lobos do par mediano são gran-
des e entalhados em cada lado; sendo os do segundo
e do terceiro par, profundamente incisos, e freqzen-
temente entalhados no lado exterior. Ha um par
de placas simples entre o par mediano de lobos; e .
entre estes e o segundo par, e entre o segundo e
o terceiro par, respectivamente, ha uma placa sim
ples. Existem quatro grupos de glandulas circum- |
genitaes; variando o numero das antero-lateraes
de 9 a 15; e das postero-lateraes de 7 a 10.
Esta especie foi encontrada no Estado do Rio
de Janeiro, em S. Paulo, Cachveira e no Ypiranga
fob Whoa
em goyabeiras e outras plantas, cobrindo espessa-
mente o lado inferior das folhas.
Tratamento. Este insecto póde ser combatido
pelo emprego de caldo de sabão ou da emulsão
de kerosene.
As pragas e molestias do arroz no Estado
de São Paulo
eC
Adolpho Hempel
Entomologo do Instituto Agronomico de Campinas
em commissão no Museu Paulista
AS PRAGAS E MOLESTIAS DO ARROZ
ESTADO DE'S. PAULO
MOLESTIAS CRYPTOGAMICAS
Alternaria tenuis Nees. E” um fungo com o my-
celio e os conideos de côr parda, e ataca as
espigas, notadamente quando a planta já está
enfraquecida pela falta de humidade, tornando-
as escuras e chochas. Este fungo é refracta-
rio aos fungicidas actualmente conhecidos, e
quando um terreno esta inficcionado, pode cau-
sar grandes prejuizos, pois ataca muitas plan-
tas.
O tratamento consiste em empregar semen-
tes reconhecidamente boas e isentas de qualquer
fungo; e na pratica de afolliamento, evitando-se
de fazer uma plantação de arroz em terreno já
- inficcionado.
Piricularia oryzae Cav., é um fungo encontrado
neste Estado em arroz Krancone. Elle produz
manchas nas folhas, espigas e nos colmos, tor-
nando as plantas inficcionadas improducuvas,
com os grãos pequeros e deformados.
Para combater este inimigo deve-se seguir
a pratica de afolhamento, e plantar semente
boa, pesada e isenta de qualquer fu go.
INSECTOS NOCIVOS
LEPIDOPTEROS
Remigia repanda Fab., a lagarta do milharal, é de
côr clara, com estrias escuras e longitudinaes
no corpo, o qual é liso, com apenas os tres ul-
— 148 —
timos pares de pernas abdominaes desenvolvi.
dos, e attinge o comprimento de 42 mm.. A
borboleta tem cerca de 15 mm. de comprimen-
to, tem a côr cinzenta e vôa rapidamente quan-
do perturbada.
Esta lagarta é muito voraz e pode devo-
rar um arrozal em poucos dias, se não for im-
pedida por um tratamento conveniente, que con-
siste em empregar um insecticida feito pela
mistura de 500 gr. de verde de Paris, 1 kilo
de sabão e 500 litros de agua, devendo a plan-
tação infestada pelas lagartas ser pulverisada
com esta mistura. (Convém ainda conservar as
plantações de arroz bem limpas e isentas de
capim, e logo que a lagarta se mostra em
qualquer capinzal, deve elle ser conveniente-
mente tratado.
Ainda ha a larva de uma outra especie
de borboleta que vive no interior dos colmos
perto do chão. Foi apenas encontrada uma
vez, sendo desconhecido o insecto adulto.
Os ataques desta lagarta restringem-se qua-
si exclusivamente ás plantações temporäs, e acs
pés nas beiras dos caminhos, sendo bastante o
prejuizo que produz, pois as plantas infestadas
produzem muitos grãos chochos.
O tratamento consiste em fazer a planta-
ção o mais tarde possivel.
COTEOPTEROS
Eutheola humulis Burm., é um pequeno coleopte-
ro escuro, com cerca de 10 mm. de compri-
mento, que ataca as plantações de arroz feitas
em pastos velhos e terrenos baixos. O besou-
ro corta a planta logo em baixo da superficie
da terra, fazendo o maior estrago nos mezes de
Outubro e Novembro. Não foi observado em
terrenos que tinham sido cultivados por diver-
sos annos
RE a a
— 149 —
O tratamento, quando exequivel, é facil,
pois consiste em inundar o arrozal na épocha
quando os adultos apparecem, e em fazer a
plantação o mais tarde possivel.
Calandra oryzae L., o caruncho produz bastantes
estragos no arroz beneficiado, mas como a cas-
ca deste cereal é bastante dura e protege O
grão contra o ataque do caruncho, o meio de
evitar os prejuizos desta praga, consiste em
guardar o arroz em casca, pratica aliás com-
mummente seguida neste Estado.
HYMNOPTEROS
Atta sexdens L., a saúva é inimiga feróz de todas
as plantações, e póde causar prejuizo avultado
ao lavrador que se dedica à cultura de arroz,
e deve ser tenazmente perseguida por todas as
pessoas que têm interesse no desenvoivimento
economico do paiz.
As providencias a tomar contra este ini-
migo consiste em exterminar todos os formi-
gueiros pelo emprego constante e intelligente
de formicidas que preenchem bem os seus fins,
conforme a pratica tem demonstrado.
Acromyrmex sp.,è uma outra formiga cortadeira, me-
nor do que a saúva, que tem atacado pertinaz-
mente um arrozal plantado em terreno alto de
pasto. Esta formiga constrõe pequenos ninhos
com a profandidade de 15 a 20 cm. por baixo
da superficie da terra apenas, sendo a sua ac-
ção especialmente nociva no principio da esta-
ção, pois corta e carrega para os seus ninhos
as plantas tenras de arroz, deixando o arrozal
com grandes manchas aridas.
O emprego de formicida contra este ini-
migo será "dispendioso, mas a lavra funda do
terreno e aração de 20 a 22 cm. de profundi-
dade attingirä os seus ninhos, constituir do-se
um bom meio de combatel-o.
— 150 —
ISOPTEROS
Ha uma especie de cupim que ataca as raizes de
urroz, nas plantações feitas em terras de cam-
po e pouco cultivadas, tornando-se as plantas
assim infestadas improductivas, pois muitas mor-
rem, e as demais não alcançam o seu desen-
volvimento.
Para combater este insecto devemos lan-
car mão do arado e do cultivador, lavrando
bem o terreno; e praticar a cultura limpa, cri-
ando condições desfavoraveis para o desenvol-
vimento deste inimigo da lavoura.
MOLESTIAS NÃO PARASITARIAS
Condições meteornlogicas, notadamente a
falta de chuva, especialmente na épocha da flo-
ração, traz grandes prejuizos ao lavrador, pois
o arroz pouco desenvolvimento terá, e as espi-
gas tornam-se chochas a tal ponto que não
vale a pena fazer a colheita. A plantação de
arroz em terreno improprio, ou o emprego de
semente não adaptada ao terreno, node produ-
zir o mesmo effeito, e deve ser evitado.
QO tratamento consiste na irrigação, quan-
do possivel, na cultura racional, no emprego de
adubos especiaes, na escolha cuidadosa do ter-
reno, e no emprego de semente adaptada ao
« terreno escolhido para a cultura.
Les abeilles du genre “ Ancyloscelis ”
— PAR —
CURT SCHROTTKY
TER
ES So
ELA Ae
Su M A à.
+ a
LES ABEILLEN DU GENRE “ANCYLUSCELIS
Se HROTT KY
Le genre Ancyloscelis na pas toujours été bien
compris par les auteurs qui sen sont occupés.
Tout au contraire, beaucoup d'espèces ont été dé-
crites sous ce nom qui doivent être eliminées et
placées avec les genres auxquels elles appartien-
nent en réalité. D'autres, auparavant décrites sous
un nom divers, prendront ici sa place définitive. Il
me faut donc analyser d’abord les travaux de tous
ceux qui ont écrit sur ce genre, en même temps
et d'une man'ère analogue reviser les genres qu'on
a fait entrer dans sa synonymie plus tard. Après
avoir éliminé tous les éléments hétérogènes, je don-
nerai une énumération de toutes les espèces restan-
tes et un essai de placer à leur lieu correspondant
les premiers. Enfin je parlerai des espèces trouvées
jusqu'ici dans le Brésil.
Le genre Ancyloscelis est attribué par F. Suit
dans son Catalogue of Hymenopterous Insects in
the collection of the British Museum, 1854. p.
361 à LATR&ILLE. Cet auteur, dans Fam. patur.
du Rêgne Anim., 1825, p. 463 na pas donné, ce-
pendant, de caractéristique ni mentionné aucune es-
pèce typique. Seulement en 1836 la première es-
pèce d'Ancyloscelis a été décrite par HaLIDAY sous
le nom d'A. ursinus ( Trans. Linn. Soc. XVII, p.
320 ). Il faut done considérer wrsinus le type du
genre et interprèter celui-ci dans le sens de Hati-
DAY.
Em 1851 Spinoza a décrit les espèces : orna-
ta, lineata et nigripes du Pará, Brésil ( Mem.
Accad. Torino, XIII, p. 87 et 88). DuckE a étu-
— 154 —
dié quelqnes types de Sprnota au Muséum de Tu-
rin et a donné les résultats dans Deutsch. entom.
Zeitschr., 1910, p. 368. D'après lui, les ornata et
lineata sont des Tetrapedia KLuG, la troisième es-
pèce, nigripes n'est pas mentionnée par Ducke.
Em 1854 apparut le catalogue de Situ cité
ci-dessus. Hors d'une espèce nouvelle, A. armatus,
Suit se limite à énumérer les autres de IALIDAY
et SpiNoLA dont je vient de parler. Il semble que
SMITH ait déjà réconnu que quelques espèces de
SPINOLA devraient former part du genre Tetrape-
dia parce qu'il cite celui-ci dans la synonymie du
genre Ancyloscelis avec un point intérrogatif.
Pour longtemps aucun auteur ne s’est occupé de
notre genre. DALLA Torre dans son Catalogue Hy-
muopeterorum, vol. X, 1896, p. 222 a réuni les An-
cyloscelis avec le genre Æucera ScopoLr qui com-
prenait aussi, selon Dati, ToRRE, les espèces des
genres Macrocera, Tetrclonia et Mellisodes. Mais
les Æucera wont que deux cellules cubitales dans
l'aile antérieure, tandis que toutes les espèces bré-
siliennes dont j'ai vu la description en avaient trois.
Je les ai réunies alors, toujours en croyant les vues
de Datta Torre correctes, sous le nom générique
Macrocera Latr. ( ScroTTKY, Ensaio sobre as abe-
lhas solitarias do Brasil, Rev. Mus. Paul., V, 1902,
p. 9!6-- 525), et donnai comme des caractéristi-
ques distinctifs que les antennes des males étaient
presqu aussi longues que le corps. C'était, cepen-
dant, une erreur dont, je ne m'apercevais pas par-
ce qu'aucun Ancyloscelis du Brésil ne m'était alors
connu.
Ducke mentionne égalément, en 1902 aussi,
l'Ancyloscelis armatus Sm. sous le nom d'Bucera
— sous -- genre Ancyloscelis — du Pará ( Allgem.
Zeitschr. f. Entomol., VII, p. 362).
C'était FRIESE qui corrigeait cette erreur ( Zei-
tschr. f. Hymen. & Dipter., IV, 1904, p. 20 -- 24).
Il plaça Ancyloscelis avec Diadasia PATTON en un
groupe spécial entre Æuwcera Scorort et Podalirius
LATREILLE. Comme caractères principaux il men-
— 155 —
tionne trois cellules cubitales, antennes des males
courtes, pattes postérieures des mâles grossies et
armées, des femelles avec la brosse pollinifère lon-
gue et pas dense et le chaperon prononce: Selon
FRriese, le genre comprenait les espèces suivantes :
1) armatus Smirx dont il donne pour la première
fois une description de la PQ; 2) ecuadorms mn.
sp. 2 &; 3) duckei n. sp. &, et 4) gigas n. sp.
os Les trois espèces de SPINOLA et la typique
de Hazipay sont mises à l’appendice comme appar-
tenant peut-être à un genre distinct. Mais FRIESE
reconnut lui-même que ce groupement n était gue-
re soutenable si l’espèce typique A. ursinus Hal. au-
rait été d’un genre différent; parce qu'en tout cas
le nom générique ne peut pas être separé de l'es:
pêce qui est son type; c'est la raison pour laquel-
le il a fondé plus tard le genre Dipedia, restant
dans le doute sur l'espèce de HaLIDAY qu'il croyait
avec VacHAL voisine de Zhadasra.
Il me faut encore citer le travail de Horm-
BERG publié en 1903 ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires,
IX, p. 377-- 517). Dans cette étude HoLmBerG
donne une clef pour la détermination des genres ar-
gentins des « Anthophoraria » (p. 429 -- 431 ); An-
cyloscelis y est inclus, mais aucune espèce n’en est
citée. (est autant plus remarquable comme le gen-
re est assez bien placé, même pour les femelles qui
alors n'étaient pas connues; j'y reviendrai encore.
Quelques années plus tard BRÈTHES a émis l'opinion
que ces Ancyloscelis ¢ Hotmpure étaient hypothé-
tiques ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p.
222). Moi, je crois que HoLMBERG reconnut bien
VAncyloscelis armatus Sm. que doit exister pres-
que partout dans la République Argentine — nous le
verrons plus tard — et qu'il a simplement oublié de
la citer; parce qu'on peut parfaitement appliquer
tous les caractères de la clef, autant pour les a
que pour les q à cette espèce. Je vois une confir-
mation de ce point de vue dans le fait que Iorm-
BERG cite déjà en 1886 ( Bolet. Acad. Nac. Cienc.
Córdoba, X, p. 225) Ancyloscelis entre les genres
— 196 —
d'abeilles argentines en lui donnant pour anteur F.
SMITH, et nous avons vu plus haut que Suirx ne
connaissait que l'espèce armatus.
HotmBerG et FRiese comprenaient donc, à peu
près, la même chose sous le nom Ancyloscelis ;
() expliquerai plus bas en m'occupant du genre Lep-
tergatis Holmbg, le pourquoi de mon terme «à peu
près» ). Mais un autre auteur prit pour Ancylos-
celis des abeilles tout à fait différentes: Vacnat dé-
crivait en 1904 six espèces nouvelles, dans Rev.
Entom. Franc., XXIII, p. 16 -- 19 dont une seule,
turmalis, parait appartenir à Ancyloscelis. DUCKE
Ya déclarée identique avec PA. duche: Wriese 1904
dans Deutsch. Entom. Zeitschr. 1910, p. 367 d'aprês
le type de Vacraz au Musée de Paris; une au-
tre, fililarsis, fut réunie par VacHaL lui-même avec
le genre melitoma LipeLETIBR & SERVILLE en 1909
( Rev. Entom. Franc., XXVIII, p. 19), tandis que
BrbrHEs la déclare identique avec Teleutemnesia
distincta Holmbg. (Anal. Mus. Nac. Bs. Aires,
XIX, 1909, p. 221). La troisième, girarde, a été,
reconnue par BrÉTHES (loc. cit. ) comme synonyme
de Leptcmetria bi Holmbg. Je crois que
ces denx sont du genre Diadasir PaTTON ainsi que
les trois restantes: baeri, humilis et analis. Va-
CHAL réunit, en effet, les genres Ancyloscelis et
Diadisia dans un seul, sans doute sous l'influence
d'AsHMEAD qui les avait déclarés identiques en 1899 ;
mais Miadasia et Leptometria ont des affinités si
grandes qu'il est bien difficile cu même impossible
de les séparer.
En 1905 le type, de PA. armatus Sm. fut
examiné par COCKERELL au British Museum ; d’après
cet auteur qui donne une déscription complémen-
taire de l'abeille ( Trans. Amer. Entom. Soc. XXXI,
1905, p. 325) l'identification d’Arcyloscelis avec
Diadasia Patt. par AsHMEAD était une méprise.
CockeRELL parle encore de la q que Smirn, ce
pendant, n'a jamais mentionnée.
W. A. Scauzz ( Hymenopt. Stud. 1905, p. 197)
n'apporte rien de nouveau, sauf qu'il fait ER nom
id. die cc cad
Ancyloscelis, use par Hazibay, Sir et FRIESE
comme masculin, un féminin.
En. 1906 il y a de nouveau une demi-douzaine
d'espèces nouvelles d'Ancy'oscelis ; cette fois aucune
d'elles n'appartenait à ce genre. FRIESE suivait à
VacHAL en croyant Diadasia le même qu’ Ancylos-
celis Halid., mais en même temps il croyait celui-
ci différent d' Ancylosceiis Smith et proposait le couple
générique Dipedia pour remplacer le dernier ( Flora
og Fauna, 1906, p. 92— 95). Le nom Ancylos-
celis est ici employé pour désigner des abeilles des
genres Emphor et Diadasia. Voilà les noms des
prétendues nouveautès : tricolor, nigerrima, migri-
ceps, clypearis, rufipes et facralis. Toutes ces es-
pêces-ci comme «e nouveau genre Dipedia manquent
dans le Zoological Record 1906 (et années suivantes).
Le genre Dipedia comprenait les memes 4 espèces
décrites par FRriese en 1904 ( voir ci-dessus), les
6 Ancyloscelis sont devenues ce que suit: iricolor
a été placé dans Melitoma Lep. & Serv., sous-genre
Emphor Patt, par VacHaL ( Rev. Entcm. Franc.
XXVIII, 1909, p. 24); BrèTHEs considérait Æm-
phor synonyme de Plilothrix Sm. el Vappelait en
conséquence Ptilothria tricolor ( Anal. Mus. Nac.
Bs. Aires, X Xj. 1910, p. 295): Quand à ‘moi, je
considère Æmphor et Ptilothrix séparables ; trecolor
me parait mieux dans le premier deux. A. mger-
rima est, selon JoERGENSEN, la même tricolor dé-
crite d'après des exemplaires vieux qui ont déjà
perdu les poils cendrés et ferrugineux ( Zool. Jahrb.
Abt. f. System. XXXII, 1912, p. 157). JOERGEN-
sEN a observé pendant presque trois ans ces abeil-
les à Mendoza, République Argentine ; il aura donc
raison. À. nigriceps est identique avec la Teleutem-
nesta distincta Holmbg, ( BrérHEs, Anal. Mus.
Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p. 221) qui, à son tour est
une Diadasia. A. clypearis n’est autre ( selon Bri-
THES, loc. cit.) que Leptometria pereurae Holmbg. ;
A. facialis est la même espèce que Leptometria
baraderensis Holmbg. (JomRGENSEN, loc. cit. p.
159) et 4, rufipes, enfin, appartient, comme les
— 158 —
antérieures, au genre Diadasia dont Leptometria
est un simple synonyme.
CocKERELL (Trans. Amer. Entom. Soc. XXXII,
1906, p. 105) dit que l’unique espèce d’Ancylos-
celis qu'il avait vue était distincte de Diadasta mal-
eré l'aflirmation du Dr. AsHMEAD qui les consi-
dérait identiques. Il r’a aucun Ancyloscelis dans
sa liste. des Anthophoridae de l'Amérique Septen-
trionale et Centrale, cependant VA. armatus Smith
avait été cité déjà par Friese en 1904 du Mexique.
Bientôt de nouvelles localités sont apportées
pour cette espèce. En 1907 elle est trouvée par
Ducke dans les E'tats brésiliens de Piauhy ( The-
rezina ) et Maranhão (Sao Luiz, Codó et Caxias )
( Rev. Entom. Franc. XXVI, p. 84). En 1908
FRIESE s'occupe du groupe dans ses « Apiden von
Argentinien » (Flora og Fauna, p. 51 — 56). Nous
y trouvons 8 espèces d’Ancyloscelis et 4 de Dipe-
dia. Les premières se composent des 6 espèces pu-
bliées par Friesk en 196, de A. turmalis Vach.,
qui est la même que la Dipedia ducker Friese,
comme je Vai déjà dit, et d’une espèce nouvelle, A.
minuta Celle-ci est d’après VacHaL identique avec
A. humilis Vach. (Rev. Entom. Franc. XXVIII,
1909, p. 22), elle devrait alors prendre sa place :
dans le gerre Diadasia Patton. La même synonyme
est indiquée par JOERGENSEN (Zool. Jahrb. Abt. f.
System. XXXII, 1912, p. 158), et je crois avec
raison; mais Duckr en fait un synonyme de sa
Ptlothrix riparia ( Deutsch. Entom. Zeitschr. 1910.
p. 369), au moins le q. Cela me parait une mé-
prise. Ducke ne donne aucune raison pour son
point de vue:
Les espèces de Dipedia sont les mêmes qu'en
1906. Friese donne une redéscription d'elles et
ajoute de nouvelles localités pour D. armata : Rep.
Argentine, Prov. Mendoza, Pedregal et pour A.
duchei: Rép. Argentine, Buenos Aires.
Dès 1908 Ducke abandonne son interprétation
d' Ancyloscelis et la change complètement. Dans Rev.
Entom, Franc. XXVII p. 33 il réunit sous ce nom
— 159 —
les genres Dradasia Patton, Phlothria Smith et
Entechnia Patton, quelques espèces décrites aupa-
paravant par lui comme Podalirius et toutes les An-
cylocelis de VacHaL 1904 et MRIESE 1906-1908.
Cette réunion ne sert que pour introduire de
confusion dans la nomenclature et doit être rejetée
absolument. Les différences entre Ancyloscelis et les
trois «synonymes» de Ducke d'un côté, et entre
ceux-ci de l’autre ont été constatées par BRÈTHES
en 1910 et j'y reviendrai plus bas. 11 suffit de dire
que les vrais Ancyloscelis sont appellés par DuckE
Dipedia. 11 en décrit une espèce nouvelle: 1). frie-
seana (Rev. Entom. Franc. XXVII, p. 72) qu'il
dit « voisine» de D. armata : la dêscription, cepen-
dant, fait penser en une espèce assez éloignée. Dans
le même travail la D. armata est mentionnée de
plusieurs endroits de l’E’tat de Ceara: Baturité,
Serra de Baturité 600 mètres, Quixadá et Humaytá.
Des six espèces d’Ancyloscelis mentionnées dans
ce travail, deux sont des Ptilothria: la P. plumata
Smith et la P. riparia Ducke; les 4 restantes: gri-
sescens Ducke, taurea Say, Ipomoeae Ducke et os-
maoides Ducke sont d'une position incertaine à cause
de leur description insuffisante ;* probablement elles
sont toutes des Melitoma Lep. et Serv.
En 1909 la confusion arrivait à son comble.
VacHaL fait dans Rev. Entom. Franc. XXVIII,
p. 19-23 d Ancyloscelis un sous genre de Melitoma
LEPELETIER & SERVILLE. I] est absolument sans
importance si un auteur désigne avec le nom «gen-
re» ou avec l’autre «sous-genre» un groupe dé-
terminé d'animavx. C’est un point de vue indivi-
duel que je ne veux pas discuter dans cette révision
systématique. Ce que je trouve critiquable, c'est le
sens que VacHaL donne à son Ancyloscelis. La
séparation des «sous genres » Emphor et Melitoma
(sensu strictu. ) d’Ancyloscelis me parait tres bien
faite, les caractéristiques distinctifs bien choisis.
La synonymie des deux premiers, quoique je la
considère erronée, nous intéresse seulement pour-
quoi Depedia, qu'il fait synonyme partiel de Meli-
— 160 —
toma, reste separée d’Ancyloscelis. Ce dernier a
ua seul synonyme: Dradasta Patt. Cela peut
passer si l’on ne connaît pas laftirmation de Cocknr-
RELL qui avait assuré deux fois (en 1905 et en
1906) qu'elles étaient différentes. Mais on ne
conçoit pas pourquoi l’auteur fait entrer son A. fi-
litarsis, qui a tous les caractères de Dradasra, dans
Melitoma, tandis que l'espèce A. turmalis, qui est
une vraie Dipedia, reste avec Ancyloscelis. Sera-t-il
parce qu’il la considère voisine cu identique avec le
type du genre, ursinus? Alors il ne devait pas
y inclure les Teleutemnesto separata Holmbg.,
Ancyloscelis humilis Vach., Leptometria pereyrae
Holmbg, (le type du genre Leptometria ) et An-
thophora chilensis Spin. Toutes celles-ci ont des
caractères trop différents pour pouvoir être réunies
ainsi étroitement avec wrsinus. Je me suis déjà
prononcé sur la position de ces espèces, moins de
l’'Anthophora chilensis qui est placée à tort pour
ALFKEN (Rev. Chil. VIII, 1904, p 141 et 180)
dans le genre Ancyla LEPELETILR; ce genre ne
se trouve pas dans la région néotropique ; la forme
des antennes « grossissant à partir dn bout du troi-
siéme article et formant une massue cylindrique »
( LEPELETIER, Hist. Nat. Hymén. Il, 1841, p. 294)
suffit pour le distinguer. RIESE la posait d'abord
dans Exomalopsis ( Ann. k. k. Hofmus. Wien, XIV,
1399, p. 266); plus tard également dans Ancylos
celis (Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXIX, 1910,
p. 696). Enfin Ducke lappeliait Meliloma cha-
lonsis ( Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXXIV, 1912,
p. 96 et 112). E'videmment elle ne peut pas res-
ter avec aucun des genres cités, mais doit étre
mise dans le genre Diadasia avec les deux espèces
nouvelles de VacmaL: A. specularis de VArgenti-.
ne et À. ruficruris du Chili.
Peu de temps après, BRÈTHES publia ses, «No-
tas himenopterológicas » dans Anal. Mus. Nac. Bs.
Aires, XIX, 1909, p. 219-225. Il accepte le gen-
re Ancyloscelis dans le sens de RIESE qui: était
à peu près le meme de VacmaL. Les deux genres
— 161 —
de HormBera, Teleutemnesta et Leptometria en
sont déclarés synonymes. Pour les Ancyloscelis
dans le sens de FF. Smira et de HoLmBera, il em-
ploie le nom Leptergatis Holmbg , avec le synony-
me Dipedia Fr.; D. gigas Friese est, selon BRk-
THES, identique avec Leplergatis halictordes Holmbg.
La découverte de l'auteur est sans doute d'une
grande importance. Mais IoLMBERG a les deux
genres, dncyloscelis et Leptergatis, à la fois, tant
en 1886 comme en 1903. Les a-t-il considérés
distincts ? Súrement. Les différences sont, cepen-
dant, si petites qu elles ne peuvent pas être regardées
comme génériques. On ne peut faire de comparaisons
que pour les Q, car HorMBERG re connaissait pas
les & de ses Leptergatis. Dans la clef, la seule
différence indiquée est «carpus parvus» pour Le-
ptergatis et « carpus magnus» pour Ancyloscelis ;
dans le premier cas, le «carpus» nest qu'un tiers
ou quart de la partie du bord costal occupé par la
cellule radiale dans sa part touchant la veine cos-
tale; dans le second cette partie est seulement de
la double longueur du carpus. Or, il n'est pas
três facile de mesurer ces parties de Vaile; le bout
du carpus passe peu’à peu dans la veine costale et
n’a pas de limite bien visible; de l’autre côté, le
point où la veine radiale se sépare de la costale est
de même difficile à préciser, et, enfin, la veine cos-
tale, n'étant pas droite mais courbée, il faut calcu-
ler sa longueur et la partie importante. Si Ion
fait cela avec beaucoup d'exemplaires d'une même
espèce, on obtient des résultats très surprenants.
Tantôt on trouve le carpus presqu'égal à la partie
des veines radiales et costale unies, tantôt il est un
peu ou beaucoup plus court. C’est à dire, qu'il y
a ici des différences individuelles, mais non spécifi-
ques et moins encore génériques. Dans I’ Ancylos-
ces arinatus, par exemple, j'ai trouvé le carpus
= 0,64 mm. et la partie des veines réunies = 0,94
mm. Un autre exemplaire (du Paraguay ) avait
0,5 mm, et 1 mm. respectivement; un troisième
0,6 mm. et 1,2 mm. (En contradiction avec la
— 162 —
clef on lit dans la description générique de Lepter-
gatis, p. 423; «Carpo parve, cellulae radialis par-
tem coalitam dimidio quoque longitudine æquante» ).
On voit que ces relations ne sont pas constantes.
On pourrait, cependant, s'arrêter sur un autre ca-
ractere. Pour Ancyloscelis 9 Holmberg indique :
«clypeo gibboso-producto », tandis qu'il ne dit rien
sur le clypeus de Leptergatis dans la clef; mais
dans la description minutieuse du genre il dit éga-
lement: «clypeo gibboso ». En appliquant toute la
description de Leptergatis à une ¢ d’Ancyloscelis
armatus, je ne vois rien qui ne fût pas d'accord,
sauf la deuxième nervure recurrente trop près du
bout de la troisième cellule cubitale pour en dire:
«inter medium et apicem », et la longueur rélative
des articles des palpes. Certainement on ne doit
pas maintenir des genres distincts basés sur des
différences d'une importance si moindre.
Quant à l'identification de Dipedia gigas Frie-
se avec Leptergatis halictoides Holmbg., je la
crois exacte, quoiqu'il y ait des différences dans la
couleur des fascies abdominales. On pourrait, peut-
ètre, admettre deux sous-espèces, une fois qu'on
puisse réunir assez d'exemplaires de provenance di-
verse. Les deux autres espèces de Leptergatis sont
mesopotamica Holmbg, et romero: Holmbg., cette
dernière j'avais à tort synonymisée avec Dipedia
gigas Friese Romeroi est beaucoup plus petite, du
reste très semblable. Mon opinion, donnée par cor-
respondence à STRAND, a été publiée par celui-ci
dans Zool. Jahrb. Abt. f. System. XXIX, 1910. p.
459 ; il me faut donc rectifier l'erreur.
De Uruguay une seule espèce a été citée par
BréTrues : Ancyloscelis armatus Sm. sous le nom
de Dipedia ( Anal. Mus. Nac. Buenos Aires, XII,
1909, p. 81); du Paraguay dans cet an cing: par
STRAND trois ( Deutsch. entom. Zeitschr. 1909, p.
239) Dipedia gigas qui doit porter le nom Ancy-
loscelis halictoides ; Ancyloscelis nigerrimus qui
doit être nommê Æmphor tricolor et Ancylosceles
rufipes qui n’était ni Ancyloscelis ni rufipes sinon
— 163 —
identique avec l'espèce suivante. Par moi-mème
une espèce nouvelle, Ancyloscelis emetatriao ( Anal.
Cient. Argent. LXVII, 1909, p. 223), qui est en
réalité, d'après mes recherches ultérieures, une Dia-
dasia. Par BRÈTHES encore une espêce nouvelle,
Ancyloscelis flebrigi ( Anal. Mus. Nac. Bs. Aires,
XII, 1909, p. 255) qui m'est restée inconnue et
que je place provisoirement aussi dans le genre Dia-
dasia. Dans Zoological Record 1909 et années
suivantes l’Ancyloscelis fiebrigi n'est pas cité ; c’est
donc bien possible que quelqu'une des espèces dè-
crites postérieurement en soit synonyme.
En 1910 BrbrHes a débrouillé les gerres mélés
jusqu'ici. Son travail «Sur les Ancyloscelis et
genres voisins», Paris, Bull. Soc. Entom. p. 211 -
213, a eu la mauvaise chance d’avoir resté inconnu
aux auteurs postérieurs. Moi-même, je ne connais-
sait pas, et récemment, du à la bonté de M. A. de
W. BEeRToNI qui me l'avait prèté, j ai pu me rendre
compte de son importance. L'auteur a fait ce qu'on
devait avoir fait depuis longtemps, c'est d'envoyer
un exemplaire du même sexe que le type de Ha-
LIDAY et semblable, au moins apparement, au British
Museum pour le faire comparer directement avec
l'espèce typique, wrsinus. Le résultat était que F.
SmirH et HOLMBERG avaient eu raison avec leur
interprétation, et tous les autres auteurs avaient eu
tort. En conséquence, les vrais Ancyloscelis sont
les insectes nommés par tout le monde Drpedia ou
Leptergatis.
Nous verrons que personne n'a tiré profit de
ce travail. STRAND cite encore 4 espèces du Para-
guay (Zcol. Jarb. Abt. f. System. XXIX, 1910, p.
O13 et 914): 1) Ancyloscel s armatitarsis n. sp.
qui me parait très voisine de l’Ancyloscelis hali-
ctoides ou mème identique, 2) À. armatus ( STRAND
écrit «armata » ), 3) A. imitatria Schrottky qui
est ane Diadasia et 4) A. nigriceps Friese qu'il.
devait nommer Dradasia dislincta.
BRèTuEs décrit une espèce nouvelle, Ancylos-
celis Bonariensis ( Anal Mus. Nac. Bs. Aires, XX
A AG C A f
> mew Gye
o LE
LIBRARY)
io BAD
— 164 —
1910, p. 294) qui paraît être un vrai Ancyloscels.
FRiese. s'occupe de 9 espèces dont 7 nouvelles
( Deutsch. Entom. Zeitschr, 1910. p. 704-710). La
synonymie du genre donné par FRIESE est três
curieuse. La voici: Ptilothria Smita Dadasa
Patton, Ænphor Parron, Thygnter | HoLmBeRG,
Teleutemnesta HormuBerG et Dipedia Friesx. Je
suis le dernier qui nie à un auteur le droit de faire
la réunion de plusieurs genres en an seul, surtout
s’il apporte des raisons. Précisement dans notre cas
il n’y en a aucune. Nous avons appris par BRÈTHES
que les Phlothrix, Emphor et part de Teteutemnesta
n’ont pas de pulvillus; leur clypeus n'est pas pro-
noncé et les pattes des mâles pas armées. On peut
donc les séparer aisément du genre Ancyloscelis
pourvu que les caractères indiqués soient constants.
Quelle est alors lespèce qui les a variables? Je
connais plusieurs espèces d'Emphor et Ptilothrix
sans y avoir trouvé de variabilité. Les Dradasia
ont des pulvillus distincts, mais leurs clypeus n'est pas
prononcé, les pattes des mâles pas armées et leur
thorax est densément velu comme des Leptometria
qui est à peine separable de Diadasia; cependant
Leptometria manque dans la synonymie d' Ancyclo-
celis établie par FRresE, le même que Leptergatis
Holmberg ; il paraît que FRIESE ne connaissait point
les travaux de BRÈTHES. Je ne parlerais pas sur
la réunion du genre Thygater avec Ancyloscelis, si
Mr. FRIESE nett pas chargé la responsabilité sur
moi (p. 704). C’est évidemment une méprise, car
je ne l’ai jamais affirmé, ni dans mes publications,
ni dans ma correspondance. Tout au contraire, j'ai
toujours regardé Thygater en «bon» genre, aise-
ment séparable de ses voisins Tetralonia, Melissodes
et Melissoptila ( Bertoni & ScHroTTKY, Zool. Jahrb.
Abt. f. System. XXIX, 1910, p. 564 et 583 ). Quant
à la Teleutemnesta j'en ai envoyé à Mr. FRIESE quel-
ques exemplaires de l’espèce T. relata Holmbg.. sans
me prononcer sur lenr position générique ; ils ont été
décrits par FRIESE (1. c. p 705) comme variété
nouvelle, nigrescens de Ptilothrix plumata Smith.
— 165 —
Voyons alors les espèces de FRIESE. Les deux
premières. A. plumata Sm. et À. nigrita n. sp.
sont du genre Ptilothrix; la troisième A. bombi-
formis Patt.. est le type du genre Enphor ; la qua-
trième A. fuliginosa n. sp. me paraît également
un Æinphor ; la cinquième, A. hersuta n. sp. est
comparée avec Diadasia australis ( Cresson ), mais
le & a le prototarse dilaté et allongé en lobe. L’es-
pèce ne peut donc pas être une Dradasia et comme
la description ne mentionne pas les «caractères 1m-
portants : la forme du clypeus, les ongles sans ou
avec pulvillus, la nervature alaire etc.. sa position
générique reste incertaine. La sixième, A. duckei
n. sp. est une autre espèce que l’Anciyloscelis duckee
Friese de 1904 Ducxe lui donnait un nom nou-
veau et l’appelait Melitomu paraensis en 1912.
FRIESE la compare avec 4. riparia Ducke, et celle-
ci, étant probablement du genre Pt/lothrrx, je place
la paraensis dans le même genre. La septième es-
pece de FRrrEsE, À. rufogrisea n. sp., nest pas com-
parée avec aucune autre. Je dirais quelle sera un
vrai Ancyloscelis pcur les caractères de la ¢ ; mais
ceux du J s'opposent. C’est encore possible que
Friese ait marié deux espèces différentes. Pour le
moment elle doit rester entre les espèces douteuses.
La huitième, A. latipes, est dite être semblable à
D adasia australis; par ies pattes intermédiares du
& démesuremént grossies elle n’est pas une Dradasia
du tout; elle n'est, d’après la description, un Ancy-
loscelis non plus. La dernière, enfin, À. nigra n.
sp. est comparée avec À. nigerrima, c'est à dire,
avec une espèce du genre Ænphor, mais je la
croyais plutôt une Diadasia. La seconde cellule
cubitale, cepandent, est dite par JoërGENsEN ( Zool.
Jahrb. Abt. f. System. XXXII, 1912. p. 159) tri-
angulaire que serait en contradiction avec les cara-
ctères de Diadasia. Je n'ai jamais vu une abeille
de cette sous-famille avec la deuxième cellule trian-
gulaire, alors il m'est impossible de trouver une
place pour elle. Du reste FRiese ne dit rien sur la
nervation extraordinaire; il est pourtant possible
MOD Rea
que l'espèce de JoERGENSEN fusse une autre. Une
espèce nouvelle de JOERGENSEN, A. hirta, (1. e. p.
153) a tous les caractères d'une Diadasia. Les au-
tres citées par cet auteur sous les noms d’Ancylos-
celis et Leptergatis sont des espèces déjà traitées
plus haut.
Ducke reunit tous ‘Tbe genres déclarés par FRIESE
(1910) synonymes d Ancyloscelis, excepté Thygater,
et encore cing autres sous le nom générique mie
ma (Zool. Jahrb. Akt. f. System. XXXIV, 1912, p
95). Tout ce que j'ai dit sur ce sujet de FRIESE vad
également pour LuckE; les cing genres complé-
mentaires sont: Entechnia Patton, Meliphila Schrot-
tky, Ænergoponus Holmbe., Leptometria Holmbg.
et Leptergatis Holmbg. Les deux premiers seule-
ment sont posés avec raison dans la synonymie de
Meliloina. Energoponus équivaut, d'après BRETHES,
Ptilothria; Leptometria est, selon moi, identique
avec Diadasia et Leptergatis est synonyme d’An-
cyloscelis.
J'avais déja dit que les Leptometria Holmbg.
et les Diadasia Patt. sont à peine séparables, co-
CKERELL. au contraire croit que la nervation des
ailes postérieures offre un caractère distinctif (Psi-
che, xtx, 1912, p. 58). A cet égard je suis a’ac-
cord avec BrÈèTaes (Anal. Mus. Nac. Bs. Aires, XIX,
1902, p. 219) que “la distance entre la cellule sub-
médiale, et l’origine de la nervure cubitale quelque-
fois plus courte quelquefois plus longuz que la veine
transverso--submédiale, est un caractère qui varie
dans une même espèce”. Si l’on trouve d’autres ca-
ractères supplémentaires distincts pour les uns et pour
les autres, j'aimerais mieux conserver les deux
genres ; en ce cas plusieurs espèces de Diadasia
passeront surement à Leptometria. Jusqu'alors je
les réunis sous le premier nom, qui a la priorité.
CocKERELL nous informe de trois espèces de
Leptergatis trouvées à Guatemala, dont une nou-
velle, L. wheeleri (Psyche x1x, 1912 p. 109); les
deux autres sont L. armata Sm. et L. toluca (Cress).
(Ann. & Mag. Nat. Hist. x, 1912, p. 29). La der-.
RAT ee
nière est encore mentionnée par Madame w. P. co-
CKERELL (Canad. Entom. 1912, p. 281) visitant les
fleurs de Cordia alba Roem. & Schult. Ge sont de
vrais Ancyloscelis.
En 1913 apparut un travail que j'avais présenté
au Gongrès Scientifique qui avait eu lieu à Buenos
Aires en 1910: “La Distribucién Geográfica de los
Himenópteros Argentinos”. Alors, comme je Pai dit
plus haut, je ne connaissais pas la révision de BRETHES
de 1910. Celà explique pourquoi les espèces d’An-
cyloscelis y sont énumérées sous le nom de Lep-
tergatis et celles de Dradasia sous le nom Bite
losceles. (Anal. Gient. Argent. LXXV 1913, p. 254/9
Dans la liste qui suit à la fin, les espèces sont arran-
gées de nouveau selon les résultats ultérieurs de
mes études.
J’ai divisé les Ancyloscelis en trois catégories :
A). Species generis Ancyloscelis ; ce sont les espé-
ces que je considère membres vrais du genre. B).
Species dubia generis Ancyloscelis ; où je place les
espèces qui probablement n’y appartiennent pas, mais
qui, selon la description, ne peuvent pas être placées
mieux avec sûreté. C). Species a genere Ancyloscelis
delendae ; ce sont las espèces décrites ou mentionnées
à tort sous ce nom générique; j'ai essavé de leur
assigner une place dans les genres où elles apparé-
ment doivent rester. Dans les trois catégories Je
suis l’ordre chronologique de leur publication.
A). SPECIES GENERIS Ancyloscelis
{. A. wrsinus Haliday -- Brésil: São Paulo.
2. A. armatus Smith -- Brésil.
= Kucera (Ancyloscelis) armata Ducke, Allgem.
Zeitschr f. Entomol. VII, 1952. p. 362 --
Brésil: Pará (dans les fleurs de Waltheria
vescosissima ; Nid).
= Ancyloscelis armatus Friese, Zeitschr. f. Hy-
menopt. & Dipt IV, 1904, p. 22 -- Brésil:
Parä. Mexique.
= Ancyloscelis armatus Cockerell, Trans. Amer.
Entom. Soc. XXXI, 1905, p. 325
— 168 —
— Ancyloscelis armata W. A. Schulz, Hyme-
nopt. Stnd. 1905, p. 197 -- Brésil: Pará
(Marco da Lagoa). |
— Dipedia armataKriese, Flora og Fauna, 1966,
p. 92 -- Argentine: Mendoza.
= Ancyloscelis armala Ducke, Rev. tntom
Caen, 1907, p. 84 - Brésil: Maranhão (São
Luiz, Codó, Caxias); Piauhy (Therezina)
(dans les fleurs de /pomoea pes-capre).
— Dipedia armata Ducke, Rev. Entom. Caen,
1908, p. 33 -- Brésil: Ceara ( Baturité.
Serra de Baturitê 600 metres, Quixadá,
Humaytá ).
= Dipedia armata Friese, Flora og Fauna, 1968,
p. 94 —- Argentine: Mendoza (Pedregal).
= Dipedia armata Jensen -- Haarup, Flora og
Fauna, 1908, p. 105 (Coutüme des mâles).
= Dipedia armata Ducke, Rev. Entom. Caen,
1908, pita.
= Dipedia armata Brèthes, Anal. Mus. Nac. Bs.
* Aires, XII, 1909 p. 81 -- Uruguay.
= Dipedia armata Strand, Zool. Jahrb. Abt. f.
System. X XIX, 1910, p. 514 -- Paraguay
(Assunción).
= Leptergatis armata Joergensen, Zool. Jahrb.
Abt. f. System. XXXII, 1912, p. 160
(dans les fleurs de Opuntia sulphurea: Nid).
— Leptergatis armata Cockere:l, Ann. & Mag.
Nat. Hist. X, 1912 p. 29 -- Guatemala (Qui-
ragua). (dans les fleurs de Zexmema vir-
gulata).
= Leptergatis armata Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent. LXXV, 1918, p. 255.
3. A. toluca (Cresson) - Mexique : Basse Californie.
= Leptergatis toluca Cockerell, Ann. & Meg.
Nat. Hist. X, 1912, p. 29 -- Guatemala
(Gualan) (dans les fleurs de Corda alba).
4. A. halictoides (Holmberg) — Argentine: Cha-
co-Formosa.
— 169 —
= Ancyloscelis gigas Friese, Zeitschr. f. Hy-
menopt. & Dipt. IV, 1904, p. 24 — Brésil :
Para ( Rio Aragallo (1); Säo Paulo (Jun-
diahy ),
= Dipedia gigas Friese, Flora og Fauna, 1906,
po?
= Dipedia gigas Friese, Flora og Fauna, 1908,
p. 09
= Dipedia gigas Ducke, Rev. Entom. Caen.
1908, p. 33
= Leptergatis halictoides Brèthes, Anal, Mus.
Nac. Bs. Aires XIX, 1400, p. 222.
= Dipedia gigas Strand, Deutsch. Entom. Zeit-
schr. 1909, p. 233 — Paraguay ( San Ber-
nardino ).
= Leptergatis romero: Strand, Zool. Jahrb. Abt,
MST (Ne 4010) py (400. (nec
Holmberg ! ).
= Melitoma halictoides Ducke, Zool. Jahrb. Abt.
ÉSrenn OX REVS 19012 p. 96,
— Leptergatis halictoides Schrottky, Anal. Soc. .
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 255.
— Leptorgatis romero Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 255 (Part).
(o HAN À mesopolamica ( Holmberg ) — Argentine :
Buenos Aires ( Las Conchas ).
= Lepters ‘gatis mesopotamica Brètes, Anal. Mus.
Nac. Bs. Aires XIX, 1909, p. 222.
= Leptergatis mesopotamica Schrottky, Anal.
Soc. Cient. Argent. LXXV, 1918, p. 255.
6. A. romero: ( Holmberg ) — Argentine: Entre
Rios ( Santa Elena ).
= Leplergatis romeroi Brèthes, Anal. Mus. Nac.
Bs: Aires, XIX, 1909, p. 222.
= Leplergatis romero: Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent. LXX V, 1913, p. 255 (parte).
7. A. ecuadorius (Friese)—Ecuador : Guayaquil.
= Depedia ecuadorius Friese, Flora og Fauna,
1906, p. 92.
(1) Araguaya, talvez (N. da R.).
ac
— 170 —
— Dipedia ecuadoria Friese, Flora og Fauna,
1908, p. 54.
— Leptergatis ecuadoriana Brèthes, Anal. Mus.
Nac. Bs. Aires, XIX, 1909, p. 222.
A. turmalis Vachal — Argentine: Tucuman.
= Ancyloscelis ducher Friese, Zeitschr. f. Hyme-
nopt. & Dipt. IV, 1904. p. 23 — Brésil :
Pará ( Macapá). Argentine: Buenos Aires.
— Dipedia duckei Friese, Flora og -auna, 1906,
02: |
— Dipadiá duche: Friese, Flora og Fauna, 1908,
p. 99.
= Dipedia duche; Ducke, Rev. Entom. Caen,
1908, p. 33.
— Ancyloscelis turmalis Vachal, Rev. Entom.
Caen, 1909, p. 21 — Argentine : Santiago
del Estero.
= Dipedia duche, Ducke, Deutsch. Entom. Zeit-
schr. 1910, p. 367.
= Ancyloscelis turmalis Joergensen, Zool. Jahrb.
Abt. f. System, XXXII, 1912, p. 158 —
Argentine: Mendoza (Chacras de Coria).
— Ancyloscelis turmalis Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 294.
= Leptergatis duchei Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent, LXXV, 1913, p. 255.
A. frieseana Ducke — Brésil. Ceara ( Qui-
xadá ) ( Fleurs d'Eichornia ).
A bonariensis Brèthes — Argentine: Buenos
Aires.
A armatitars's Strand — Paraguay ( Assun-
cion ).
A. wheeler: (Cockerell — Guatemala (Escuin-
tla ).
— Leptergatis wheeleri Cockerell, Psyche, XIX,
M LL bap ee. LEE
A. globulifera ( Gockerell — Venezuela ( Aroa,
Lagunita de Aroa ).
= Leptergatis globulifera Cockerell, Ann. & —
Mag. Nat. Hist, XX, 1917, p. 421.
Core Se ot
16
11.
VE
13.
14.
15.
— 171 —
B. SPECIES DUBIAE.
A.? hirsuta Friese — Bolivia ( Tarata } ; Pérou
( Cuzco ).
A.? rufogr'sea Friese—Paraguay (Villa Rica).
A.? lat pes Wriese — Paraguay ( Villa Rica ).
A.? nigra Friese — Argentine: Mendoza.
C. SPECIES DELENDAE.
A. ornata Spinola — Brésil : Para.
= Tetrapedia ornata ( Spinola) Ducke.
A lineata Spinola — Brésil: Para.
= Tetrapedia lineata (Spinola) Ducke.
4. nigripes Spinola — Brésil: Para.
= Tetrapedia ? nigripes (Spinola) m.
A. filitarsis VacEal — Argentine: Tucuman.
= Dradasia d'stincta ( Hoimberg ) m.
A. girard: Vachal- - Argentine: Tucuman.
= Diadas a pereyrae ( Holmberg ) m.
A. baer; Vachal — Argentine: Tucuman.
= Diadasia baeri ( Vachal) m.
A. humilis Vachal — Argentine: Tucuman.
= Diadasia humilis ( Vachal ) m.
A. analis Vachai — Argentine : Tncuman.
= Diadasia anal s ( Vachal) m.
A. tricolor Friese — Argentine: Mendoza :
Salta. ;
= Emphcr tricolor ( Friese ) Vachal.
A. nigerrima Friese — Argentine: Mendoza:
Salta.
= Emphor tricolor ( Friese) Vachal.
A. nigriceps Friese: Argentine: Mendoza ;
= D'adasia distincta ( Holmberg ) m.
A. clypearis Friese — Argentine: Mendoza ;
Salta.
= Diadasia pereyrae (Holmberg } m.
A. rufipes Friese—Argentine : Mendoza; Salta.
= Diadasia rufipes ( Friese) m.
A. facialis Friese — Argentine: Mendoza.
= Diadasia baraderensis ( Holmberg ) m.
A. minuta Friese — Argentine: Salta.
= Diadasia humilis ( Vachal) m.
16. A. ripaiva (Ducke) Ducke — Brésil: Maranhão
( Codó, Caxias ).
= Ptilothrix riparia Ducke.
17. A. plumata (Smith) Ducke — Brésil,
= Plilothria plumala Smith.
18. A. ducher Friese 1. litt. — voir ie numero 38.
19. À. taurea ( Say) Ducke — Brésil : Maranhão
( São Luiz, Caxias )
= Melitoma sp. aff. ipomoeae Schrottky.
20. A. grisescens ( Ducke) Ducke — Brésil: Ma-
ranhão ( Godó, Caxias ).
= Melitoma (ou Pt lothria?) gresescens (Ducke).
21. A. spomoeae ( Ducke) Ducke — Brésil: Ma-
ranhão ( Codó, Caxias ).
= Melitoma (ou Ptilothrix ?) ipomoearum
( Ducke). a
22. A. osmioides Ducke — Brêsil: Ceará ( Baturi-
té, Quixadá ).
= Meliloma (ou Plilothria ?) osmioides ( Du-
cke ).
23. A. specularis Vachal — Argentine: Santiago
del Estero ( Rio Salado ).
= Diadasia specularis ( Vachal) m.
24. A. separata ( Holmberg ) Vachal — Argentine:
Chaco.
= Diadasia separata ( Holmberg ) m.
29. A. pereyrae ( Holmberg) Vachal — Argentine
Santiago del Estero; Tucuman ; Mendoza.
= Diadasia pereyrae ( Holmberg ) m.
26. A. chilensis ( Spinola) Vachal — Chili.
= Diadasia chilensis ( Spinola ) m.
27. A. ruficruris Vachal — Chili.
= lnadasia ruficruris ( Vachal ) m.
28. A. imitatrio Schrottky — Paraguay.
= Diadasia rinilatrix ( Schrottky ) Cockerell,
29. A. fiebrige Bréthes — Paraguay. ,
= Diadasia (2) fiebrigi ( Bréthes ) m.
30. À. nigrila Friese — Bolivia (Tarata ); Ar-
gentine :. Salta.
= Ptilothria nigrita ( Friese ) m. a
it
31. A. bombiforin’s ( Patton ) Friese — Etats Unis:
Virginia; Georgia ; Kansas.
= Emphor bombiformis (Cresson ) Patton.
32. A. fuliginosa Friese — Mexique ?
= Emphor puliginosa (Friese) m.
33. A. duche: Friese — Brésil: Pará.
= Ptilothria (2) paraenses ( Ducke) m.
54. A. hirta Joergensen — Argentine: Mendoza.
= Diadasia hirta ( Joergensen) m.
35. A. andina (Holmberg) Schrottky — Argentine:
Salta.
= Diadasia andina ( Holmberg) m.
36. A. baradensis (Holmberg ) Schrottky — Ar-
gentine: Buenos Aires; Mendoza.
= Diadasia baradensis ( Holmberg ) m.
37. A. distincta ( Holmberg ) Schrottky — Argen-
tine: Buenos Aires; Mendoza; Cordoba. Pa-
raguay.
= Diadasia distincta ( Holmberg ) m.
33. A. fruchfera (Holmberg) Schrottky — Ar-
gentine: Buenos Aires. (L'indication « Pa-
raguay» dans « Anal. Soc. Cient Argent.
LXXV, 1913, p. 254» doit étre supprimée ).
= Emphor fructifer ( Holmberg ) m.
39. A lynch ( Brétes ) Schrottky — Argentine:
Chaco.
= Diadasia lynchi ( Brétes ) m.
40. A. mendozana ( Brèthes ) Schrottky — Argen-
tine: Mendoza. :
Diadasia mendozana ( Brethes) m.
41. A. patagonica (Brèthes) Schrottky — Argenti-
ne: Patagonia; Buenos Aires.
Diadasia patagonica. ( Brêthes ) m.
42. A. tucumana ( Brèthes ) Schrottky — Argenti-
ne: Tucuman.
Diadasia tucumana ( Bréthes ) m.
Apès avoir fait toutes les corrections et élimi-
nations nécessaires, nous trouvons qu'il n'y a dans le
Brésil que cinq espèces du genre Ancyloscelis, à sa-
voir: 1) wrsinus, 2) armatus, 3) halictordes, À)
— 174 —
turmalis, 5) frieseanus. Il faut avouer que, sauf
l’armatus, toutes les espèces sont connues três im-
parfaitement. C'est surtout par la ressemblance ex-
traordinaire des femelles dont, par exemple, CocKE-
RELL se prononce ainsi ( Ann. Mag. Nat. Hist., X,
1913, p. 29). C’est presqu'impossible de séparer les
femelies de celle-ci ( armatus ) de la toluca, mais
les males sont aisément séparés par leurs pattes pos-
térieures. La même difficulté existe pour les espèces
brésiliennes et l’essai suivant de les classifier n’a d’au-:
tre prétension qu'a inciter de nouvelles recherches
et comparaisons. Malheureusement j'ai trop peu de
matériel pour décider toutes les questions et je suis
d'avis qu'on trouvera encore assez de corrections à
faire.
Table pour séparer les mâles des espe-.
ces bresiliennes
1 — Tout le corps couvert avec un duvet, couché
ferrugineux ; abdomen sans fascies de poils
marquées ; bord antérieur du FE
jaunes : re
— Tôte et corselet avec un duvet mince gris :
abdomen à fascies Me ie de poils
blancs eu jaunatres . . 3
2 — Prototarse postérieur avec seulement le
moucron apical sans vestige de denticule
inférieure (selon BRÉTHES, Bull. Soc. En-
tom. France, 1910). 1 A. wrsinus Halid.
— Prototarse postérieur avec une dent au mi-
lieu d'arête inferieure, av bout prolongé
en épine ; tibia grossi, sa face intérieure
bianguleuse avec une petite dent au tiers
apical ; segment ventral 6 biparti. bord apical
du chaperen, le labrum, les mandibules et
l’article basal des antennes à sa face anté-
rieure jaunes. . . 4 A. turmalis Vach.
3 — Longueur du Re ne dépassant pas 7 1/2
mB. { 5: NN eae) D ee
— Longueur du corps 11 mm. Prototarse
postérieur courbé, prolongé en épine, sa
Table pour séparer les femelles des es-
TE ye
face intérieure émarginée et au tiers apical
avec une petite dent. Tibia postérieur avec
deux bords tranchants proiongês au bout en
deux denticules. Segments 2 -- 6 à fascies de
poils jaunatres. Bord apical du chaperon,
labre et la base des mandibules jaunes :
près de la base de celles-ci une grosse
dent . . 3 . 4. halictodes (Holmbg.)
Protatarse postérieur à sa base avec une
grosse dent daus sa face intérieure ; cuisses
postérieures énormement grossies. Abdomen
à fascies de poils blancs sur le bord apical
des segments. Bord antérieur du chaperon,
labre et base des mandibules jaunes. Les
tarses, le bout et la base des tibias ferrugi-
HOUR MO RL A mê mat Smith
Prototarse postérieur pas denté. Abdomen
à fascies de poils ochracés sur le bord api-
cal des segments. Dessin du chaperon, du
labre et des mandibules d'un jaune saturé.
Pattes noiratres; seulement les tarses de la
deuxième et troisième paire ferrugineux
o. À. freeseanus Ducke.
pèces b ésiliennes
(la femelle de " A.ursinus Hal. reste encore inconnue)
1 — Corps petit, ne dépassant pas 8 mm
— Corps grand, 10-11 mm. Abdomen à fas-
cies jaunâtres sur les bords apicaux des
segments 2-4, sur celui du segment 5 une
tâche de moils jaunátre de chaque coté, au
centre et sur le segment suivant avec des
poils noirâtres. Brosse pollinifère noiratre
dehors, blanche dedans. Tête et corselet à
ponctuation rugueuse, couverts avec de
courts poils gris. Face et mandibules sans
dessin jaune. 3. A. halictoides ( Holmbg ).
2
cp
RP DT.
LS ATO a
Corps couvert avec un duvet ferrugineux.
Abdomen sans fascies distinctes de poils,
mais couvert uniformement avec un duvet
couché. Bord interne de la mandibule à la
base avec un liseré jaune. 4 A. turma-
lis Vach.
Tête et corselet avec un duvet mince gris.
Abdomen à fascies de poils distinctes
Tête et corselet avec un duvet blanchatre.
Antennes ferrugineux. Base des mandi-
bules blanche. Segments abdominaux 1-4
à fascies blanches, 5 et 6 à poils noirs.
Pattes noirs les tarses ferrugineux vêtus
de poils gris-jaunâtres. Brosse pollinifère
grande, dehors noire, dedans blanchâtre.
E'peron tibial grand, noir. 2 A. armatus
Smith.
Tête et corselet avec un duvet gris. An.
tennes noiratres. Segments abdominaux à
fascies plus larges, ochracées. Pattes noires,
vêtues de poils blanchâtres. Brosse polli-
nifère noire. . D À. frieseanus Ducke.
Ww
a
CURT SCHROTTKY
Himenopteros nuevos o poco conocidos
sudamericanos
ono
Himenopterds nuevos 0 poco conoidos Sudamericanos
POR
C. SCHROTTKY
I. VESPOIDEA
ELIS ASSUMPTIONES nom. nov.
== Plesia paraguayensis R. Turner, Zool. Jahrb.
Abt. f. System. & c. XXIX, 10, p. 221.
El nombre de TURNER no puede subsistir, por-
que Plesia Jur. es sinonimo de Elis Fabr. como ya
lo he demonstrado en « Deutsche Entom. Zeitschr. »,
1910, p. 19%. En el mismo artículo, p. 202, publiqué
una lis paraguayensis y, aúnque ésta ultima debe
formar parte del género Scotaena, resultaria homo-
nimia; por tanto doy ala especie de TURNER el
nuevo nombre.
Eis NOTABILIS ( R. Turner)
g De Puerto Bertoni. Paraguay. Se conocia
previamente sólo de Assunciôn y San Bernardino.
Exvis ANDINA ( R. Turner)
"== Plesia andina R. Turner, Ann. & Mag. Nat.
Est. cl, 1908s pi -o13:
— Elis immaculata Schrottky, Deutsch entom.
Zeitschr., 1919, p. 203.
De Argentina: Mendoza.
ELIS PAPYRIFERAE D. Sp.
2 Nigra, luxurie flavo-picta. Flavae sunt: Fa-
scia transversalis in medio late interrupta clypei, ma-
— 180 —
cula supra utramque antennam, orbitae internae su-
btus dilatatae, linea parva cum orbitis externes di-
vergens, macula parva utriusque margine laterali
pronoti, macula, altera utriusque margine laterali
mesonoti, postscutellum, Jinea longitudinalis utrius
que varte declivi segmenti medii, macula oblonga
utriusque ejusdem lateribus, macula parva margine
antica coxarum III, linea long tudinalis latere exte-
riore tibiarum I, fascia transversalis in medio se-
gmenti primi abdominalis quae utroque marginem
apicalem versus curvata in maculan magnam ter-
minat, maculae duae hamatae aliquandum confluen-
tes utrinque in segmento secundo quarum anterior
fere in medio sita et posterior pone marginem api-
calem, fasciae transversalis ad basin et apicem se-
gmentorum 3-9, ea basalis tertii atque ea apica-
lis quinti latissimae, ea apicalis tertii atque ea ba-
salis quinti in medio interruptae, lateribus segmen-
torum utraeque fasciae (id est basalis cum apicali)
confluentes ; segmenta ventralia 2 - um et 3 - um utri-
usque cum macula flava, segmentum quartum utriusque
cum linea parva transversali flava ornata. Mandi-
bulae ferrugineae, acuminibus apicalibus nigris.
Brunnei sunt: Labrum, antennae subtus et pedes
maximam ad partem. Area pygidialis basi nigra,
in disco macula magna aurantiaca ornata, apice
fusco. Alae parum infuscatae ; cellula cubitalis ta-
men atque radialis nigricantes ; venulae brunneae.
Caput dense crasseque punctatum; vertex subtilius
et sparsius punctatus. Pronotum creberrime, meso-
notum,-pleurae scutellumque crassius sed sparsius
punctata. Basis segmenti medii carinam longitudi-
nalem tenuem habet, latera ejusdem subtiliter tran-
sversim striata; pars declivis concava et longitudi-
naliter striata. Abdomen sat dense moderate pun-
ctatum, segmento primo excepto. Pygidium crasse
longitudinaliter striatum. Venter omnino impucta-
tus tamen marginibus apicalibus segmentorum crasse
punctatis, segmentoque secundo toto parce subtili-
terque punctato. Cellula cubitalis secunda ad radia-
lem aliquid longior quam tertia.
— 181 —
Long. 12-- 15 mm.; lat. abdom., 3 mm..
Paraguay, Puerto Bertoni, en flores de Æaisia
papyrifera ( Hook.), a principios de Junio de 1919.
Se parece por la disposición del dibujo amaril-
lo mucho a E. assumptiones, pero es más grande,
porta una vequeña carena en el segmento medio y
ditiere por la nervatura alar la cual se acerca mas
a lh. fiebrige (R. Turner ).
He tomado la descripciôn del ejem plar que tien”
mas dibujos amarillos. Tengo otros que tienen ta
poco amarillo que los tenia por especie distinta,
tanto mas como aún no vi formas transitorias. Por
la morfologia aparentemente identica — no me ha
sido posible hallar diferencias — los describo como
«forma» de papyriferae y los denomino
forma PAUPERATA f. nov.
¢ Ut E. papyriferae forma principalis sed
sine maculis lineisque flavis in: Pronoto, mesono-
to, segmento medio tibiisque anticis. Abdomen mi-
nus luxurie flavo-ornatum ; adsunt: Macula parva
in segmentu primo utriusque, in secundo nihil, in
3.º -- 5.º fasciae basalis ut in forma principalis, sed
fasciae apicalis desunt. Venter ut in forma princi-
palis.
Puerto Bertoni. Paraguay, Enero, 1910.
Puede ser que la forma pauperata sea una
« forma aestivalis ».
SCOTAENA PARAGUAYENSIS ( Schrottky )
= Elis paraguayensis Schrottky, Deutsche en-
tom. Zeitschr., 1910, pag. 202, n. 2.
— Scotaena impressiceps R. Turner, Zool. Jahrb.
Abt. f. System. & c. XXIX, 1910, p. 185.
& Puerto Bertoni, Paraguay, en flores de Ha-
tsia papyrifera (Hook), Junio de 1919. Se co-
nocia tambien de San Bernardino, Paraguay.
— 182 —.
ELAPHROPTERA WERNERI N. Sp.
2 Nigra, flavo-variegata, mandibulis brunneis
apice nigro excepto, antennis, clypeo toto vel par-
tim, pedibus, pygidio ventroque brunneis; coxis an-
ticis nigris. Flavae sunt: Macula magna supra in-
sertionem antennarum, altera macula magna pone
oculos quae arcuatim apicem versus prolongata est,
margo apicalis scutelli, linea longitudinalis femorum
omnium extus, fascia lata segmenti abdominalis
primi, utriusque in segmentis 2 -- 5.
Mandibulae simplices, falciformes, subtus flavi-
do, ad basin albido-ciliatre. Palpi maxillares G--
articulati 1 --3 fortes, 4 et 5 apice incrassau, clavi-
formes, 6 tenuis. Clypeus brevis, antice levissime
emarginatus subtiliterque crebre punctatus. Oculi
parvi. fere rotundi parum longiores quam lati. Ver-
tex longitudinaliter sulcatus, sulco antice dilatato,
utroque flavescenti-hirtus. Occiput rotundatum, la-
tius quam thorax, parum crebre punctatum. Pro-
notum antice trilobatum, pars media latior, latera-
lis acutiores, sparsius quam occiput punctatum ;
margines lateralis leviter emarginatae, retrorsam
modice convergentes. Scutellum duplo latius quam
longum, punctos singulos ferens. Segmentum me-
dium aliquid brevius quam pronotum, postice dila-
tatum, paucos punctos crasse rugosum, dimidium
basale opacum. Margines apicalis segmentorum 1 -- 1.
et 2--i canaliculati. Epypigium semicylindricum,
postice oblique truncatum, pars truncata radiatim
striata. Hypopygium longius quam latum, basi pro-
funde fissa, a basi marginem versus radiatim stria-
tum. Dimidium basale segmenti ventralis quinti sub-
tiliter transversim rugulosum, dimidium apicali crasse
crebreque punctatnm, postice profundi emarginatum.
Segmentorum ventralium reliquorum solum dimidium
apicale punctatum, densitas punctorum basim abdo-
minis versus decrescens.
Long. 12 -- 13 mm..
Varia algo en el color, pués el vientre es a,
veces más oscuro, casi negro, y el primer segmen-
— 183 —
to abdominal lleva en algunos ejemplares apenas
una mancha amarilla en cada lado, en vez de una
faja continua.
& Niger. Ferruginei sunt: Tegulae, stigma,
tibiae, tarsi et segmentum abdominale septimum.
Alae aliauid infuscatae, cellula radialis fusca, venu-
lis fere nigris. Flavi sunt: Mandibulae apice ni-
gricante excepto, clypeus linea angusta brunnea
marginis anticae atque macula parva nigra utrius-
que prope basin exceptis, macula magna prope or-
bitam internam oculorum (quae macula triangulum
rectangulum format: catheta longior ejus est orbi-
ta interna, catheta brevior basis clypei, hypothenu-
sa supra denticulum parvum flavum fert ), linea lata
de margine postica et infera oculorum ad verticem
ascendens (aliquandum in dnas maculas oblongas
dissoluta ), macula supra insertionem utraeque an-
tennae, linea angusta marginis anticae pronoti ( haec
aliquandum deest) macula oblonga in propleuris,
macula parva in mesopleuris infra alarum insertio-
nem (in speciminibus plurimis deest ), macula ma-
ena in medio scutelli atque altera parva in angulo
antico ejusdem (haec ultima aliquandum deest ),
pars integra transversa postscntelli atque macula in
ejus appendice angusta ad alam posticam directa,
macula major vel minor utriusque in segmento me-
dio (in specimine singulo deest ), saacula utriusque
in tergitis 1 -- 4 et linea in femoribus extus.
(Nora: La descripciôn se refiere al ejemplar
que tiene mas disefios amarillos, el cual por lo tanto
es el typus; en los demas ejemplares falta una u
otra de las manchas y lineas amarillas 6 varias a
la vez, enteramente o estan reducidas. Las gue pue-
den faltar del todo las he mencicnado expressa-
mente ).
Mandibulae bidentatae, dens exterior longus
acuminatus, dens interior brevis, latus e recte trun-
catus. Clypeus antice late emarginatus, utriusque
denticulo acuto armatus. Frons carinata; carina
mass |) pa
haud alta in clypeum prolongata, paulum ante di-
midium clypei bifurcata, uterque ramus in denticu-
lum dictum marginis anticae clypei terminat; tri-
angulus a ramis carinulae et inargine clyper cir-
cumscriptus glaber, impunctatus et concavus; cly-
peus reliquus subtiliter denseque punctatus. Palpi
maxillares 6 -- articulati at in q formati, sed arti-
culi singuli multo fortiores ac majores. Caput dense
rugose punctatum ; tuberculi supraantennales lati et
humiles, inter eos carinula frontalis interrupta est,
supra ocellum anticum attingit. Pronotum dense
subtiliterque punctatum. Mesonotum crasse crebre-
que punctatum. Segmentum medium latius quam
longum, postice rotundatum, vix crebrius vel cras-
sius punctatum quam scutellum. Abdomen plus quam
sesqui majus capite thoraceque unitis, antice posti-
ceque attenuatum, sparse punctatum. Segmentum
pr'mum longitudinaliter sulcatum, sulco de basi ori-
undo dimidium segmenti superante (tamen in spe-
cimine singulo dimidium segmenti haud attingente ).
Epipygium ad basin crasse rugosum. apicem versus
subtiliter longitrorsus striatum, marginibus laterali-
bus acutis, avice rotundato. Ilypopygium angustum,
plurimum longius quam epipygium, hoc casu pars
superans rotundata et concava videtur.
Long. 15-- 19 mm.; lat. abdom., 2, 4--2,
S mm.
Paraguay, Puerto Bertoni.
La primera pareja fué observada en copula por
WERNER ST. BERTONI en flores de Fatsia pa-
pyrifera (Hook. ), el 10 de Junio de 1919; los
dias sigwentes cacé en las mismas flores otras pa-
rejas y algunos oo aisladcs. La especie es muy
relacionada a la E. anesitsi R. Turner, con la cual
está de acuerdo en lo que se refiere a la escultura
de partes del tórax y del abdomen. Las diferencias
principales estan en la forma del clipeo &, en la
del hypopygium g, en ambos sexos el colorido di-
fiere notablemente.
— 189 —
B. SPHECOIDEA
PRIONONYX SEMISTRIATUS N. Sp.
q Niger, segmentis abdominalibus 1-5 to-
tis, 4-- O que lateribus rufis. Collum, margines la-
terales mesonoti, scutellum postscutellamque tenuiter
argenteo-tomentosa Pubescentia sparsissima obscura
solum latere infero capitis et thoracis atque coxis
tiblisque adest. Alae fere hyalinae, parum flavescen-
tes; venulae omnino ferrugineae tamen costalis et
radialis fuscae. Caput latius quam thorex, margine
postico, superne visum, leviter emarginato. Clypeus
convexus, impressione conspicua a margire antico
oriunda dimidium clypei attingente ; lateribus extre-
mis planis pars media convexa parce haud profun-
de punctata; latera plana paulum crassius punctata.
Frons supra insertionem antennarum parum impres-
sa, opaca, sine scultura conspicua, vestigia tomenti
albi ferens ( forsan specimen unicam a me visum
vetustum ). Ocellus anticus reliquis major in fossula
insertus; laterales minores in tuberculis parvis, in-
ter se minus distantes quam ab ocuiis (=2:3)
Vertex parum convexus, cpacus, sine sculptura con-
spicua. Occiput supra aliquid latius quam dimidium
oculorum, infra angustius, parce haud profunde pun-
ctatum. Orbitae interzas clypeum versus parum con-
vergentes. Articuius secundus funiculi fere eadem
longitudine quam tertius e quartus uniti (= 55:
32:33). Mandibulae longae, ferruginae, apice tri-
dentato nigro; dens apicalis longus, curvatus, pa-
rum acuminatus; intermedius brevis, latus ; basa-
lis parem proeeminens; omnes suleis profundis se-
parati. Collum angustum, valde inflatum, a meso-
noto sulco profundo separatum ; pars antica declivis
leviter transversim striata, latera versus fortius obli-
que striata: sulciculi ibi eis propleurarum fere paralle-
li; infra recidive subtilius transversim striatum.
Prosternum parce crasse punctatum. Mesonotum pa-
rum convexum, sulco longitudinali bipartitum ; sul-
cus tamen apicem mesonoti haud attingens, dense
transversim striatulum. Mesopleurae supra crasse obli-
— 186 —
que striatae (a scutello prosternum versus), infra
perfecte transversim striatae. Mesosternum puncta-
tum, longitudinaliter sulcatum, in sulco carinulatum.
Metapleurae longitudinaliter striatae. Scutellum in
medio parum impressum, Opacum, tenuissime dense
punctulatum, in impressione media vestigium carinae
longitudinalis.
Segmentum medium longius quam 1 esonotuw
scutellumque unita, crasse crebreque transversim
striatuin, supra uniformiter convexum, sine sulco
longitudinali. Petiolus brevis, longitudine dimidii
articali primi tarsorum IIT vel ea articuli secundi
aequalis ( relatio : Petiolus 72; articulus primus tar-
sorum III 140 ; articulus secundus 75 ; articulus ter-
tius 53). Abdomen convexum, glabrum, parce haud
profunde punctulatum ; margines apicalis segmen-
torum flavescentes. Apex abdominis sparsim flaves-
centi-pilosus.
l'egulae nigraé margine fusca. Cellula cubita-
lis secunda nervam recurrentem primum magis re-
mote ab angulo antico accipiens quam cellula tertia
nervum secundum. Calcar tibiarum posticarum 6
pectinatum, dens unus asgustus reliqui lati, dao api-
calis breves.
Long: 17 my. gla io mk
Paraguay, Puerto Bertoni, Abril ce 1909.
( PRION. semistiat. — 2 )
Esta especie es comparable con Pr. johannis
( Fahr.)= Pr. striatus Sm., la cual difiere por la
escultura muy diferente y sus alas azules. No cabe
confundirla ni con Pr. striatulus ( Bréth.) ni con
Pr. subexcisus ( Bréth.), pués de ambas dice:
« Thorax pubescentia et maculis ceret»; amas,
ninguna de ellas ostenia estrias en el mesonoto.
He indicado exactamente la relación entre el peciolo
y los artejus tarsales, sin embargo, deho advertir
que, en contradicciôn a otros autores, no la con-
sidero de importancia porque no es constante. Para
cerciorarme del valor del carácter subrayado ge-
neralmente en las descripciones, he examinado mu-
— 187 —
chos ejemplares de una especie común, la Pr. pla-
tensis ( Bréth.), por cuyo examen me creo autori-
zado para afirmar que esta relaciôn no merece, por
lo menos en ciertas especies, un valor absoluto.
En cuanto a Pr. plalensis nc estoy del todo
convencido que debe ser separado especificamente
de Pr. thomae (Fabr.). Segün BRETHES ( Anal.
Mus. Nac. Bs. Aires, XVII, 1908/4444) Pp.
thomae no existe del todo en Sud-América. No
obstante, un autor tan concienzudo como H. T.
FERNALD la cita de la República Argentina ( Bull.
Mus. Compar. Zool. Harvard College, Vo: L. 1907,
p. 264), sin mencionar a muchos otros autores an-
tiguos y modernos.
Pr. johannis ( abr.) es sin duda alguna la
misma especie que Pr. striatus Sm., à pesar de la
protesta de BRETHES (1. c. p. 145). Hay que
recordar que la especie de FABRICIUS proviene
de las Antillas ( « habitat in aoe meridionalis
insulis » — Svstem. Piezat., 1804 208 ); ella es
obviamente del género Sphew en el ento de KOHL,
respectivamente “Chlorion en el sentido de FERNALD.
Ahora bien, teniendo en cuenta el color de las alas
«alis cyaneis» y el tamaño « Affinis sequenti ejus-
demque magnitudinis» (*), no hay más que una
sola especie que puede ser tomada en consideración.
Es, según mi opinión, de importancia que FABRI-
CIUS, contra su costambre, insiste sobre el parien-
tezco cou Pr. thomue.
C. APOIDEA
NEOCHELYNIA gen. nov.
( &4tantum). Statura ut Æpeolus seu Coelio-
ays. Caput latius quam thorax. Oculi prominentes,
nudi. Ocelli in triangulum obtusum dispositi | late-
ralium tangente antica alterum paululum secante ).
*) Esta especie siguiente, P. crucis, es en realidad
el otro sexo da la P. johannis. La descripción dice « Aff-
nis certe P. thomae at duplo major ».
— 188 —
Antennae robustae, scutellum attingentes; scapo
articulis reliquis grossiore, flagelh articulo 2— o
perbrev:. Genae nullae. Mandibulae 4—dentatae ,
dens basalis a mediis remotissimus, duo intermedii
approximati, parvi, dens apicalis robustior, longus,
curvatus et acumiratus. Clypeus latius quam lon-
gus, pilosus. Thorax brevis. Scutellum paulum
gibbosum ; pteromata parva, nihilum spinosa. Alae
anticae cellulis cubitalibus duabus clausis ; prima
paulum majore, secunda ad radialem dimidio coas-
tricta, nervos recurrentes ambos accipiente, primum
post angulum basalem, secundum paululum ante
angulum apicalem. Cellula radialis oblonga, apice
obtuse acuminato a costali remoto, haud conspicue
appendiculata. _Pedes normales ; calcaribus interme-
diis simplicibus; unguiculis bifidis, dente interno
breviore ; pulvilli desunt. Abdomen solum 6 segmen-
ta ostentat, 7—um perparvum sub crista longissima
sexti absconditum ; segmenta basalia apicalibus la-
tiora, 6—um longius quam latum, concavum, apice
emarginato, 7—um in latere ventrali situm, latius
quam longum, duas appendices diminutas parallelas
ferens.
Typus: Veochelynia paulista n. sp.
Propongo este gênero nuevo muy interessante
que pueda resultar vecino de Chelynia Provancher,
género norte-americano que no concozco sind por
referencias. Sin embargo el abdomen parece ser
formado de otro modo, las mandibulas tienen un
diente más; esto y el tipo de coloraciôn son tan
diferentes que no hesito en crear un género nuevo.
Entre las abejas sud-americanas se acerca a Pseu-
depeclus Holmbg. en tener solo 2 células cubitales
cerradas, pero difiere por sus mandíbulas dentadas
y la forma singular del abdomen. No puede ser
identificado con ninguno de los gêneros sud-ame-
ricanos admitidos por DUCKE (1912); una vez
conocido el otro sexo será más facil hallar la po:
siciôn sistemática exacta.
— 189 —
NEOCHELYNIA PAULISTA N. Sp.
& Nigra, tegulis pedibusque ferrugineis, vulto
aureo-piloso, alis subinfuscatis, venulis fuscis, abdo-
mine segmentis dorsalibus 1-5 margine a picali albo-
ciliatis, ventre ferrugineo. Caput crebre punctatum ;
sculptura faciei a pilis aureis densissimis abscondita ;
clypei basis translucens crebre et crassius quam ver-
tex punctata. Oceli laterales minus quam dimidium
diametrum ab antico remoti, a margine postica ca-
pitis et ab oculis aeque distantes. Mesonotum subti-
liter erebreque punciatum; pleuris sternoque albido-
hirtis. Scutellum ut mesonotum punctatum. Postscu-
tellum sub scutello absconditum lineam angustam
sordide albidopilosam formans. Segmentum medium
perbreve, sine parte horizontali, parte verticali ejus-
dem nitida, parce punctata atque sparse albido-pilo-
sa. Pedes breviter albo-hirti. Abdominis segmentum
primum ad basin latissime excavatum, ibidem niti-
dum impunctatum, caeterum crebre subtiliterque
punctatum. Segmenta 2-5 ut in genere Coelioxys
ciliata modiceque punctata. Segmentum sextum ru-
gosum, parce nigro-setosum, margibus lateralibus
cristatis, acutis, margine apicali emarginata. Venter
punctatus, segmentis, 1-4 margine apicali aloo-cilia-
tis, segmenta reliqua haud visibilia.
Long. 9,5 mm; lat. abdom. 2,4 mm.
Brasil: Est. de S. Paulo (Franca, Enero de
1903). Typus en el Museu Paulista.
En esta Revista, Tomo V, p. 420-434, la fami-
lia Stelididae está representada por 2 géneros:
Coelioxes y Odyneropsis. En la sistemática moder-
na se considera Coelyoxes representante de una sub-
familia dependiente de las Megachilidae, y Odyne-
ropsis quedé en la familia Nomadidae. No resta-
ron, pués, en la fauna del Brasil especies pertene-
cientes a las Stelinidae, ni en todo el resto de Sud-
América. Recién en 1919 describe COKERELL una
Stelis sud-americana. St alena Ckil. del Paraguay
(Canad. Entomol. Vol. LI, p. 27) é insinuaba que
el Dianthedium nudum Schrottky podria resultar
— 190 —
congenérico. La Neochelynia paulista es, pués, la
tercera especie de la familia del Continentes ud-ame-
ricano y la primera conocida del Brasil.
COELIOXYS HOLMBERG MN. Sp.
q ( Episcolobos, trans. a Oxyepiptyche). Ni-
gra, segmento abdominali primo rufo, interdum se-
cundo quoque, vulto dense appresseque albido-piloso.
Capite mesonotoque sat crebre punctatis, brevissime
fulvescenti-hirtis; scutello in medio levissimo, spar-
sim punctato, pilis singularibus fulvescentibus vesti-
to, apice IMPUNCTATO, IN ANGULUM OBTUSUM PRODU-
CTO, CARINA MEDIALI HUMILI, DIMIDIUM SCUTELLI AT-
TINGENTE. Abdomen segmentis 1 -- 5 ciliatis, primo
et secundo sparsim punctatis, tertio densius, quarto,
quintoque sparsim subtiliterque, sexto pyriformi, sub-
tiliter densequ2 punctato, in medio longitrorsus ca-
RINATO, CARINA APICEM fere ATTINGENTE ; apice epi-
pygil ROTUNDATO TRUNCATO, angusto, fere acuto vel
acutiusculo, PILIS ERECTIS DESTITUTO; ventre rufo,
sat dense albido-hirto, marginibus apicalibus segmen-
torum albido-ciliatis; hypopygio ACUTO, APICEM EPI-
PYGII 1 mm. aut magis SUPERANTE, ( superne cum
duabus carinis, apicem versus in singulam confluen-
tibus; inferne parallele tricarinato. carinulis humi-
libus haud valde conspicuis ; aliquando ante apicem
levissime emarginato ). (1)
Antennae fuscae; anguli pronoti ferrug'nei, te-
gulae et pedes rufi, tibilis tarsisque III obscuriori-
bus ; virgulae duae margine antica mesonoti, sutu-
ra mesonoto-scutellari et pleurae pubescentia flave-
scente vestitae; alae subhyalinae, cellula radiali et
margine distali anteriorum infuscatis.
Long. 11 mm., lat. abdom., 3 mm.
Republica Argentina: La Rioja.
Clo. Dre. Ed. L. Holmberg amice dicata.
(1) Solamente visible cuando el epi y el hypopygio
estan en posicion fuertemente divergente. |
ADA ore
Var. Statura minore (8 1/2 mm.), segmento
tertio abdominis haud densius punctato quam reli-
qua, in medio obscuro rufo.
— forma menor, forma nova
Hab. La Rioja, con la forma typica.
Ay estudiar el material de Coclioxys acumula-
do durante los últimos años, encuentro que una clas-
sificaciôn basada en el solorido tiene sus grandes
inconvenientes. Sin querer quitar nada del mérito
que reconocidamente tiene el trabajo del Dr. Holm-
berg ( « Las especies argentinas de Coelioxys », Anal.
Mus. Bs. Aires, XXVIII, pag. 541 -- 591), debo
confesar que en varias ocasiones su clave me de-
sorienté. Citaré algunos ejemplos:
De Coelioxys quaerens Holmbg. he visto un
& con el mesonoto completamente rojo, sin trazas
de negro; seria, pués, del grupo « Erythronotos » |
(Holmberg. 1 c., pag. 557 ) sin especies argentinas.
Este ejemplar es de Puerto Bertoni, Paraguay, punto
separado de la República Argentina por el ancho
del Rio Parana, 6 sea 300 metros más 6 menos,
distancia que no es obstáculo para que la forma
en cuestión no pueda ser hallada en territorio ar-
gentino izualmente. Non sé si es constante; pro-
visoriamente la llamo
var. erythronotos, var. nov.
Otro:
La Coelioxys alacris Holmbg. está en su Sec-
ciôn « Erythrobasis » ; pero un ejemplar que tengo
4 la vista muy bien se hubiera podido buscar en la
Secciôn « Melanobasis » porque el rojo dei primer
segmento abdominal es tan oscuro, casi negro, sien-
do el ejemplar en si aparentemente bien fresco, que
la idea de una coloracién no completamente termi-
nada surgió en seguida. Sabemos que todos los in-
sectos negros son cuando nacen de la crisálide,
más 6 menos ferrugineos, algunos hasta casi blan-
cos; que paulatinamente el quitina se vue've mas
y más oscuro hasta que la coloracién termina en
— 192 —
negro. Non hay motivo para suponer que las Coe-
hoxys adquieran sus colores definitivos de otro mo-
do, ni que nacen yá con los colores firmes en ab-
soluto, sinó su coloraciôn evolucionarä en el mismo
sentido como en los demás. Pasamos revista otros
caracteres que puedan servir para hacer una clave
segura; pero tambien encontramos dificultades.
He pensado en dividir las especies en las con escu-
dete punturado y otros con escudete liso; eso es un
caracter morfológico, tambien empleado por el Do-
ctor Holmberg ; pero resulta que hay especies que
aparentemente tienen el escudete bien liso, sin em-
bargo se descubren por fin en los extremos ângulos
unos puntos minúsculos, asi que el escudete ya no es
completamente liso; y de ahi al completamente pun-
turado hay todas las transiciones posibles; ; donde
cortar ? Lo mismo pasa si se ensaya 4 dividir las
especies en las con un dente apical en el escudete
y otras sin diente; se encuentrarän de nuevo todas
las transicioaes. Lo mismo pasa ensayando « epi-
pygio cilado 6 no ciliado, hypopygio tridentado 6
agudo », siempre habrá formas intermediarias. Sin
embargo, si bien hay transiciones entre una y otra
especie, no las hay en la misma especie, y portanto
tienen todos esos caracteres un valor positivo, sien-
do dentro de la misma especie constantes, Ic que
no se puede decir de los colores. Para subsanar las
dificnltades de componer buenas claves, seria, 4 mi
modo de ver, preferible incluir lis especies de tal 6
cual caracter no bien definido en ambas dilemas de
la clave, à lo de utilisar los colores, porque, si bien
uno de sus caracteres morfológicos sea transitorio,
no lo serán todos los demas, y creo que la deter-
minaciôn de las especies se hará mucho mas facil,
y sobre todo, más segura, tomando por base la mor-
fologia e no la coloración.
CoELIoxYs LATIVALVA Jlolmbg.
& (Porrhozampyle). Nondam descriptus - C. fri-
eseana Holmbg. simillimo, differt: ocellis posticis
ultra duplum diametrum inter se disjunctis et ap.
as S
oculis remotis, ab antico fere sesquidiametro.. Ca-
pite thoraceque crebre punctatis, scutello quoque,
humiliter in medio carinato, apicem versus cons-
picueet in angulum obtusum marginis posticae ter-
minante; segmerto ventrali quarto ad apicem pro-
cessis duobus, lamella intermedia coalitis, munito;
quinto apice in lamellam membranaceam pallide
ochraceam producto; tergitis sternitisque omnibus
margive albo-ciliatis; epipygio dense punctato, den-
tibus basalibus munito, apice quadrispinoso, agolo a
basi remolissimo, processis divergentibus, inferis lon-
gioribus et acutioribus. Nigra; capite usque ad ocel-
los postices ochraceo--pubescente, mesonoto margi-
nibus omnibus ochraceo--ciliato, tergitu primo om-
nino, secundo basi lateribusque rufis ; antennis nigris,
tegulis pedibusque ferrugineis, tarsis posticis fusces-
centibus ; ventre basi obscure rufo, apicem versus
nigricante.
Long. 11 1/2 mm, lat, abdom. 3 1/2 mm.
Tengo à la vista un ejemplar & de Santa Fé
(Rosario), Diciembre 1913. Una ¢ de la misma lo-
calidad fué cazada en flores de sinantéreas. Ambos
sexos se parecen extraordinariamente. La descrip-
ciôn de la 9 concuerda en todos los puntos con la
descripcion del Dr. Holmberg.
COELIOXYS AGILIS Sm.
ee ( Palindiestecodonta ) Nigra, segmento abdo-
minale primo ima basi lateribusque rutis vel lateri-
bus tantum; vulto dense appresseque aureo-villoso ;
mesonoto antice posticeque fasciola transversa fulva
ornata ; abdomine segmentis omnibus sordide albido-
vel flavescenti-ciliatis, ciliae caducae aliquandum de-
sunt; ventre obscure rufo vel fere nigro, margini-
bus apicalibus segmentorum albidociliatis ; antennis
fuscis, subtus vix dilutioribus; tegulis pedibusque
ferrugineis vel fusco-f-rrugipeis ; alis paulum infus-
catis margine distali obscuriore.
Caput, mesonotum scutellumque UBIQUE crasse
PUNCTATA, sed intervall inter punctos aliquandum dia-
metro eorum aequales, aliquandum minores vel ma-
ee eee
jores, tamen specimina a me inspecta evidenter
conspecifica. Scutellum MARGINE POSTICA ROTUNDATA,
in medio lungitrorsus CARINATUM, carina humili, API-
cem scutelli attingente atque ibidem aliquid altiore ;
processis lateralibus creberrime punctatis, a latere
visum obtusis. Abdomen subtiliter sat dense punc-
tatum, epipygil eminentia hippocrepidia typo sche-
matico n. 17 cli. E. 1. HOLMBERG simili, ramis
divergentibus, processis postico-superis latis obtusis-
que, postico-inferis multo longioribus, acutis ; dentes
basales epipygii parvi, acuti. Segmentum ventrale
quartum ad apicem denticulis duoous minimis lameila
intermedia coalitis, armatum; lamella aliquandum
haud bene conspicua neque denticuli semper promi-
nentes. Long. 9-10,5 mm. ; lat. abdom. 2,5-2,8 mm.
Por no encontrar caracteres de importancia que
se opongan a la identificaciôn, refiero a C. aguis
los 3 ejemplares del Museu Paulista que tengo a la
vista y que provienen de Santarem, Est. do Para,
a pesar de la descripción insuficiente de SMITH y de
ser estos ejemplares mas grandes que “7,9 mm, me-
dida indicada en la descripción original de êsta es-
pecie. Sin embargo doy una nueva descripciôn que
considero tanto mds indispensable como que la es-
pecie es bastante variable. Ciertamente hubiera sido
necesario hacer por cada uno de los 3 ejemplares
una descripcion aparte. No obstante, fuera de duda
pertenecen todos a la misma especie. Las variacio-
nes en el colorido son de escasa importancia; pero
aqui se trata de una diferencia morfológica, teniendo
un ejemplar los intérvalos entre los puntos de ca-
beza y tórax casi reducidos a nada, el outro iguales
al diâmetro de los puntos y el tercero aún mas gran-
des. En cambio, el aspecto general y la proceden-
cia idêntica son argumentos para no separarlos, y
más aún, porque tanto el escudete como el último
segmento abdominal concuerdan tan bien en los 3
ejemplares que seria un absurdo querer tenerlos por
especies distintas. La extenciôn de la pubescencia
dorada y las fajas abdominales varian tambien hasta
cierto punto, asi las mencione de paso solamente.
a
be") WT eu
— 195 —
(2 - Coel. agilis)
Comparando C. agilis, primeramente conocida
de S. Paulo de Olivença, Est. do Amazonas, con las
demäs especies de Amazonia, resultan estas diferen-
cias: C zonula Sm., igualmente de Santarem, es
mas grande, 13-15 mm, tiene los 3 primeros se-
gmentos del abdomen rojos, las fajas sobre el abdo-
men son de un blanco pure etc. ; C. laevigata Sm.
de Para defiere por el escudete sin punturas y con
un dente ancho en el medio; C. rufopicta Sm., sin
localidad exacta, igualmente por el escudete sin pun-
turas, además por una carena que pasa sobre los
primeros 4 segmentos ventrales; C. clypeata Sm.
de Tunantins, difiere por el clipeo bilobado ; C. 7qna-
va Sm. de Ega pur las suturas toracales con pu-
bescencia blanca y el diente mediano del escudete ;
C. amazonica Schrottky de Manaos por el escudete
trispinoso C. aculeata Schrottky de Manaos por el
escudete trispinoso y sin punturas; C. ardescens
Ckll. de Porto Velho en el Rio Madeira por el es-
cudete sin punturas en el medio y las 4 espinas
terminales del último segmento abdominal agudas.
Comparando C. agilis con especies extra-brasileñas
se llega a ja proximidad de C. vituperabdelis Holmbg.
COELIOXYS TABAYENSIS n. SP.
Q (Orthocolobos ) Nigra, opaca, sparsim sat
grosse punctata, scutello DENSIS-PUNCTATO, E CARI-
‘NATO, apice truncato, aliquid rotundato, EDENTATO ;
“abdomen subtiliter sat dense punctatum, apicem ver-
sus sparsius; epipygio vix carinulato, post dimidium
fortiter depresso, in depressione NIGRO-VELUTINO et
sat DENSE FUSCO-PILOSO, ( PILIS ERECTIS ), apice trun-
cato; ventre ubique punctato, segmento quinto apice
producto, hypopygio opaco, epipygio longiore, post
dimidium ampliato, deinde dense fusco-ciliato, apice
nudo, spiniformi, teretro.
Vultus usque ad ocellos posticos sordide fla-
vescenti-pilosus, genae, pleurae, sternumque albido-
hirtae, pronotum suturaque scutellaris ochraceo-pi-
— 196 —
losa, segmenta omnia albido-ciliata ; mandibulae
(apice excepto ), articuli duo basales antennarum,
tegnlae et pedes ferruginei; tergilum primum ru-
fum, reliqua in parte deflexa quoque, venter fer-
rugineus.
Long. 11 mm; lat. ablom. 3 mm.
Argentina : Missiones, prope flumen Alto-Tabay.
COELIOXYS PARANENSIS D. Sp.
Q( Orthecolobos ). C. tabayensi simillima, den-
sius punctata, scutello SPARSIUS punctato, linea me-
diali LEVI, IMPUNCTATA, apice OBTUSE ANGULATO ; epi-
pygio subtiliter densissime' punctato, opaco, post
SECUNDUM TERTIUM depresso, in depressione fusce-
scenti-velutino et SPARSIM ALBIDO-piloso ( pilis ere-
ctis ), apice truncato, aliquid reflexo, sinuoso; ven-
tre sparsiin punctato, magnitudine punctornm api-
cem versus decrescenti; hypopygio opaco, ovali,
apice acutiusculo, in spinam parvam terminante,
epipygio conspicue long:ore, marginibus breviter ci-
liatis. Vultus usque ad ocellos posticos flavescenti-
pilosus, genae, pleurae sternumque albo-vel albido-
hirta, sutura antica posticaque mesonoti ochraceo-
hirtae, segmenta abdominalia albo-ciliata. Nigra,
mandibulis ( apice fusco excepto ), tegulis pedibusque
ferrugineis, tergito primo omnino rufu, 2i-di dimi-
dio apicali, et parte deflexa quoque, extensione rufo-co-
lorata apicem versus decrescente ; ventre omnino rufo.
Long. 11 mm; lat. abdom. 2,75 mm.
Paraguay, Puerto Bertoni.
COELIOXYS MENTENTOMES n. Sp.
4 (Metentomes}). Nigra, capite thoraceque
grosse creberrimeque punctatis, (pone ocellos pos-
ticos spatio parvo impunctato ), ocellis posticis ma-
gis ab oculos remotis quam inter se, et dimidium
diametrum ab antico; capite post oculos pone man-
dibulas cum impressione lata unguiformi; scutello
ubique CREBERRIME PUNCTATO, in medio conspicue
CARINATO, carina altissima, levi; dentibus laterali-
— 197 —
bus compressis, longis, subhamatis; apice scutelli
angulum obtusum formante; segmento medio lon-
gitudinaliter carinulato. Abdomine leviter sparsim
punctulato, segmentis ciliatis, tergitis 2° - 3º — qne |
lateribus transversim cicatricatis ; epipygii eminentia
hippocrepidea fere typo schematico n. 7 cli. E. L.
Holmberg (p. 950), ramis parallelis, processis pos-
tico-superis grossis, acutis, postico-inferis longio-
ribus acuuoribusque, aliquandum deorsum versus
deflexis; epipygio omnino segmentis anterioribus
densius punctulato, fere opaco, punctulis mini nis.
Ventre regulariter punctato; sternito 4º in medio
emarginato, lateribns emarginationis denticulo mi-
nutissimo munitis; 5º in medio depresso. Coxis an-
ticis dente robusto armatis.
Nigra, articulis duobus antennarum subtus, man-
dibulis ( apice excepto ), tegulis pedibusque ferrugi-
neis; abdominis tergito primo fere toto (imo apice
excepto) 2º et 3° lateribus rufis; ventre obscure
rufo. Vulto usqne ad ocellos posticos longe appres-
seque pallide ochraceo-villoso, capite infra pilis al-
bidis sat dense vestito ( impressione unguiformi ex-
cepta); pronoto fascia lata pubescentiæ ochracæ
ornato, sutura mesonoto-scutellari quoque, pleuris
fasciis duabis transversalibus pubescenciæ albidæ vel
alba donatis; segmentis dorsalibus abdominis ful-
vescenti, — ventralibus albito-ciliatis. Alis byalinis,
apice infnscato, venulis fuscis.
Long. 10, 5 mm.; lat. abdom. 3,5 mm.
Paraguay: Puerto Bertoni.
MeGacHILE ANISITSI Schrottky
1 q en el Museu Paulista, de Franca, Est. de
S. Paulo, 1913. 1 & con la misma indicación :
Franca, Enero 1913. 2 S 7 de Santarem, Est.
de Pará, 1901.
Los S&S fueron descritos muy minnciosamente
por STRANw en Zool. Jahrb. Abt. f. System. &.
Vol. XXIX, 1910, p. 542 bajo el nombre J/. hila-
remorpha n. sp. porque el autor dice no existir
comprobación alguna de que son los dos sexos de
— 198 —
de una y la misma especie. No me parece fundada
esta duda; pero, aúnque resultasen dos especies
dstintos, los dd deberän llevar otro nombre: M,
flabellata Vach., publicado en 1909. STRAND los
compara con M. hilaris Sm., y efectivamente se
puede aplicar la descripciôn de ésta a pesar de
existir cicrtas diferencias en el colorido y que la
descripciôn de SMITH no menciona los apêndices
extranos de los trocanteres I y la forma de las
mandibulas. Dejando de lado la sospecha de SMITH
de que M. hilaris sea el otro sexo de M. compacta
Sm., y admitiendo la posibilidad de que lo sea de
M. laeta Sm., tendremos para la especie la seguiente
sinonimia, sin perjuício de que talvez algunos de los
nombres podrán ser conservados para las subespecies :
M. laeta Sm 1853=M. hilaris Sm. 1879 =
M. laeta anisitse Schrottky 1908 = M. flabellata
Vach. 1909 = M. hilarimorpha Strand 1910.
Pero hay que esperar mãs material y hacer
comparaciones con los ejemplares tipicos en el Bri-
tish Museum, para salir de la duda
MEGACHILE ANTHIDIOIDES Rad.
1 ¢ de Rio Grande do Sul ( Neu-Wiirtemberg,
Marzo 1915) es un poquito más pequeno que otras
del Est. de S. Paulo, pero concuerda en la escultu-
ra y el colorido perfectamente. Es la primera indi-
cacion para el Estado Rio Grande do Sul. & del
Est. de S. Paulo, Alto da Serra, Mayo 1912. Todos
en el Museu Paulista.
MAG ACHILE FOSSORIS Sm.
El Museu Paulista posee varios ejemplares :
Oq q de “Brasil” sin otra indicación ; 3 de Manaos,
Est. Amazonas, Bicego leg. 1900; 1 de St. Rita
de Antas, Est. de Goyaz, 1915.
Practicamente no hay diferencia entre MM. /os-
soris y M. leucocentra m., salvo que ësta última
es un poco más grande (13 contra 11--12 mm).
Lo mejor será suprimir el nombre leucocentra.
— 199 —
MEGACHILE FRIESEI Schrottky
En el Museu Paulista 1 q de S. Paulo, Enero
1914.
MEGACHILE HELICITARSUS Schrottky
2 & & con la misma indicacién como la pre-
cedente: S. Paulo, Enero 1914, en la Coleccion del
Museu Paulista parecen confirmar mi sospecha de
que sean el otro sexo de M. frieser.
MEGACHILE MINUSCULA Schrottky
En el Museu Paulista 1 & de S. Paulo, Cida-
de, Enero 1910. La especie es nueva para el Es-
tado de S. Paulo.
MEGACHILE SUARANITICA FERRUGINEIPES Friese
1! q en el Museu Paulista del Est. Amazonas,
Manaos es casi idêntica con la forma paraguaya M.
guaranitica f. melanopyga m., sólo que el clipeo
tiene una puntuaciôn mas fuerte y espesa. Gon mis
material ha de ser posible pronunciarse sobre la
necesidad de considerar ferrugineipes especie distinta.
MEGACHILE GUARANITICA Schrottky
Una q de la República Argentina, Provincia
de Santa Fé, pertenece a la forma que describi co-
mo especie, M. catamarcencis. Segün este hallazgo
no cabe duda que las formas consideradas andinas
existen lo mismo en las Ilanuras y que, por lo
tanto, no deberän tener el rango de subespecies.
Amäs de la especie que FRIESE tenia por M. gom-
phrenae Holm., inclusive todas sus variedades con
exepciôn -- quizás -- de la var. saltensis Friese, debe
incluirse en la sinonimia de la M. guaranttica la
especie descrita por VACHAL con el nombre JM.
marcida.
MEGACHILE FUMICOSTA Strand
El autor de ésta especie aclaré por correspon-
dencia un párrafo de la descripciôn que dejaba lu-
— 200 —
gar a dudas. Las palabras “Coxen I mit 2... Fort-
sitzen” (Coxas primeras con dos espinas) las habia
interpretado del modo que cada una de las coxas
tenia 2 espinas; pero el sr. STRAND me escrise
que queria decir que hay 2 espinas por todo. Lo
hago constar para evitar mala inteligencia; la es-
pecie descrita por mi con el nombre 37. vernoniae
resulta entonces ser sinônimo. 1% de Rincão, Est.
de S. Paulo en el Museu Paulista. Es nueva para
el Brasil.
MAGACHILE PAULISTANA Schrottky
Los “do son bastante variables. De 6 ejempla-
plares recibidas del Museu Paulista bajo el mismo
número (17.677), 3 tienen la cresta del sexto seg-
mento abdominal emarginada en el medio del modo
que existen 2 pequenos dientes en ella, y 3 ejem-
plares la tienen no solamente entera sino en un caso
hasta prominente en el medio. Las espinas de las
coxas | son tan cortas que es muy dificil verlas de-
bajo de los pelos blancos que las escuenden. El to-
mento de la sutura entre el mesonoto y el escudete
es amarillenta y muy caduca; las fajas del abaomen
son igualmente amarillentas tulvas ).
La clave de VACHAL (1909) conduce a AZ.
acula Vach. en los ejemplares cuya cresta forma 2
dientes y a M. quadrata Vach. en los ejemplares de
cresta entera ; ambas son un poco mas grandes v difie-
ren en casi todos los detalles. La clave de ERIESE
( Tierreich 1911) conduce a M. xanthura Spin. la
cual tiene el escudete truncado en línea recta lo que
no es el caso en los ejemplares de S. Paulo. Mi
clave en esta Revista, tomo IX, conduce a M. pa-
ranensis Schrottky, que difiere solamente por el to-
mento de la satura entre el mesonoto y el escudete
blanco, y las fajas abdominales que son de un blanco
sucio. Esto es probabelmente efecto la viejez de los.
ejemplares respectivos y portanto sin importancia de
valor específico.
( Auvierto que en mi clave citada hay un er-
vor tipográfico : En p. 148 el dilema 20 debe ser
— 201
corrigido, pues donde dice « Os metatarsos I pouco
dilatados ou sae .... 33» en verdad tiene que
leerse «.. 34 ».
Para mi no cabe duda de que JM. paranensis
sea el otro sexo de M. paulistana; sin embargo,
seria bueno comprobarlo, lo que no sera difícil si el
nilo descrito por R. von IRERING en esta Revista
tomo VI. p. 169, era realmente de esta especie.
En el Museu Paulista hay muchos ejemplares
de esta Megachile, ambos sexos, del Est. de S. Paulo :
de Ypiranga, Febrero de 1908, de Franca, 1902
y Enero de 1903, de Campinas, Enero de 1901;
ver tambien los datos publicados anteriormente.
MAGACHILE BRASILIENSIS DT.
— Megachile denticulata Sm. Cat. Hym.
Brit. Mus. !, 1853, p. 185 (nec REICHE
{847 ).
= Megachile denticulata Schrottky, Rev.
Mas.” Paul. 1X, 1915, p. 213
Esta especie representada en el Museu Panlista
por 2 4d de Santarem, Est. de Pará, está mal en
mi clave de 1913. En el dilema 20 sigue a n. 21
( Metatarsos 1 muito dilatados) y debera seguir a
n. 34 ( Metatarsos 1 pouco dilatados ou simples ). EI
abdomen termina en una cresta, a veces mny grande
y con 6 dientes mayores (:3 de cada lado) y uno
muy pequeño de cada lado, otras veces la cresta
es corta y todos los dientes tambien ; la forma re-
cuerda a M. melochice Schrotiky, esta Revista, tomo
IX, p. 206, fig. 8 G. sólo que el diente exterior
esta mas separado de los interiores y más aún el
pequeño diente lateral; pero el metatarso I es meno
ancho que la tibia 1; las coxas I tienen espinas bien
distintas.
MEGACHILE TENUITARSIS Nn. Sp.
& Nigra, fulvo-hirta; facie densissime aureo
pilosa; vertice mesonotoque fusco-hirtis, pleuri-
— 20? —
sternoque albo-birtis; abdomine segmento apicali
rufo, fulvescenti-tomentoso, reliquis fulvo-fasciatis ;
pedibus ferrugineo-fuscoque variegatis; alis snbhya-
linis, venulis ferrugineis.
Mandibulae obscure rufae, apice 4—dentatae ;
dentes omnes inter se fere que distantes, acumi-
nati; prope basin mandibulae appendice dentiformi,
magna, hamata, retrorsus directa armatae. Vertex
sat crebre punctatus, mesonotum quoque; sutura
inter scutellum et mesonotum fulvescenti-tomentosa.
Coxae anticae utraque spinam robustam ferens;
femora I albo-pilosa; tibiae | robustae, latiores
quam metatarsi 1; articuli 4 basales tarsorum I te-
nues,flavidi, apice nodoso. obliquo, intus breviter
fulvescenti-hirti, extus laxe albo-pilosi; articulus
apicalis niger, ima basi flavida. I'emora Il crassa,
laxe albo-pilosa ; tibiae I] prope apicem, dente hama-
to, fere ut M. chamacoco sed subtiliore armatae ;
tarsi II ferruginei, tenues, longissime sordide albo-
pilosi; pedes III ut I! formati sed tibiae sine dente
hamato. Tegulae ferrugineae. subtiliter punctatae.
Abdomen ante fascias marginales fulvas crebre
punctatum; crista analis segmenti sexti profunde
semi-circulariter emarginata; dentes lateralis ejus
sat longi, acuminati; segmenta 3, 4 et 5 ad basin
nigro-setosa.
Long. 10 mm; lat. abdom. 3,5 mm.
Brasil: Est. de S. Paulo ( Campinas, Enero de
1901). El Typus en el Museu Paulista.
Mi clave en esta Revista, tomo IX, conduce a
M. jundiana Schrottky y M. chamacoco Schrottky;
de la primera se distingue por el diente de la tibia
en forma de gancho y las espinas de las coxas I
menos anchas; de la segunda por los metatarsos
delegados, sin apéndice; de ambas especies difiere
por el enorme diente de la base de las mandibulas.
Por el conjunto de los caracteres se aproxima más
a la primera de ellas.
— 203 —.
MEGACHILE RIOJANA N. Sp.
Del grupo de M. Limae y M. arecha valetae
¢ Nigra; mandibulis subtus flavescenti-ciliatis,
ciliis longis ; tegulis brunneo-maculats ; clypeo utri-
usque albo-hirto, antice-flavescenti-fimbriato.
Pubescentia capitis omnino albida, tamen inter
oculos ocellosque spatio nudo; pubescentia in tri-
angulo ab ocellis formato fusca. Mesonotum ubique
pilis albidis circumscriptum ; sutura mesonoto-scu-
tellaris albido-tomentosa ; fasciculi densi pilorum al-
borum ante insertionem alarum atque post eam.
Mesopleurae fusco-pilosae ; sternum albo-pilosum.
Segmentum medium pilis longioribus albis donatum.
Pedes aibo et flavescenti-pilosi, metatarsi antici in-
termediique antice brunnei-pilosi, nunguam tamen
pilos nigros ferentes. Calcaria postica flavescenti-
albida. Alae prope marginem paulum infuscatae.
Abdomen segmento basali sat longe albo-piloso, se-
gmentis 1 -95 margine apicali fascias angustas al-
bas ferentibus; basis segmentorum 2--5 tenuiter
breviterque nigro-pilosa; segmentum sextuin brevi-
ter flavescenti-tomentosum. Scopa albido-tlavida.
Mandibulae extus prope basin opacae, rugosae ;
pars antica earum prope clypeum fortiter punctata,
punctis elongatis, obliquis. Clypeus sat dense pun-
ctatus, margine antica leviter emarginata atque in
medio denticulo parvo obtuso armata; post margi-
nem leviter impressus; scutum nasale eodem modo
ul clypeus punctatum, pilis destitutum. Vertex ubi-
que densissime punctatus. Mesonotum scutellumque
opaca, tamen puncti in mesonoto solum antice den-
sissimi, postice et in scutello intervallis distinctis se-
parati. Tegulae punctis minimis tamen conspicuis
obtectae. Abdomen antice densissime, postice spar-
sius sed fortius punctatum.
Long. 15 mm.; Jat. abdom., 5 mm.
Argentina: La Rioja.
La clave de FRIESE ( Apidae Argent. 1908 )
conduce a M. leucografa ; pero ésta es, según la
descripción, más pequeña, sin tomento blanco en la
490
sutura entre el mesonoto y el escudete y sn clipeo
es gruesamente rugoso. La descripcién de FRIESE
no elimina todas las dudas porque es demasiado
corta y, por el otro lado, existen en la región an-
dina numerosas especies muy parecidas. La clave
de JOERGENSEN ( Bienen v Mendoza, 1912) con-
duce también a M. leucografu ; este antor no da
ninguna descripción de ella. Seguin mi clave en esta
Revista. tomo IX, se Ilegaria a M. Leinae. la cual
es més pequeña, tiene los costados com pelos ama-
rillentos y difiere, en general tanto en la escultura
como en la pubescencia. Mas parecida aún es JL
arechavaletae ; pero ésta no tiene en la margen
anterior del clipeo el psqueno diente ete. la clave
de VACHAL, enfin, conduce a it aw ns. 20--
37 de las cuales unicamente el n. 35, Af. vincla, es
comparable; aunque la E ea no menciona la
forma de la margen anterior del clipeo, hay otros
datos que indican que es diferente; por ejemplo
« Scutum nasale et chaperon à ponctnation grosse et
confluente, avec une mince ligne lisse sur le milieu »
no viene del todo bien a la JL. riojrna.
MEGACHILE P*EUDOCŒLIOXYS N. Sp.
¢ Nigra, mandibulis rufis, tegulis pedibusque
ferrugineis. Caout dense fulvescenti-pilosum vertice
breviter obscurius fulvo-hirto. Thorax omnino etiam
fulvesce ti-pilosus, sed mesonotum et scutellum supra
nuda. Sutura inter mesonotum et scutellum fulve-
scenti-tomeniosa, tomentum tenue caducum. Fe-
mora tibiseque laxe breviterque fulvo-hirta, tarsi for-
tius ferrugineo-hirsuti. Ale subbyalinse margine
apicali infuscata ; ceilula radialis prope venulam cos-
talem infuscata. Venulie fusco ferruginese. Abdo-
men supra nudam ima basi breviter et parce fulvo-
pilosa, segmento apicali breviter nigro-setoso ; scopa
sordide alba imo apice nigra atque lateribus se-
gmentorum 3-5 paucis pilis nigris intermixtis.
Mandibulie late, 4 — dentate, dentibus 2 api-
calibus parvis acuminatis, sequente latissimo oktuso,
basali parvo rotundato. Clypeus crasse crebreque
— 205 —
punctatus margine antica dentem minusculum me-
dianum ferente utriusque paulum sinuosa. Scutum
nasale sat crebre punctatum sed area perparva im-
punctata pone clypeum. Caput reliquum creberrime
sed subtiliter punctatum. Antenne fuscæ, articulus
secundus funiculi perparvus. Mesonotum et scutel-
lum subtiliter punctata in medio sparsius, latera ver-
sus crebrius. Metatarsus posticus tibiæ fere seque
latus, apicem versus attenuatus. Abdomen nitidum,
segmentis 1-4 parce punctatis, reliquis densius.
Long. 12 amm.; lat. abdom. 4 mm.
Brasil: Est. de S. Paulo (Franca, Enero de
1903). Zypus en el Museu Paulista.
Mi clave de 1913 conduce a M. ventralis Sm.,
que debe llamarse, por estar el nombre preoccupado,
M. dupla Ritsem.; pero ésta tiene la pubescencia
gris amarillenta en el lado superior del tórax. una
mancha amarillenta en la célula radial y la scopa
mayormente negra, sin mencionar otras diferencias.
M. planula Vach., tiene las alas hialinas con las
venas negras, el escudete achatado y el cuerpo alar-
gado com facua de Osmia, todo lo cual se opone
a una identificacién del ejemplar paulistano com ella.
M. coelioxifornus Schrotiky, enfin, tiene la célüla
radial entera y parte de las cubitales enegrecidas,
fajas de pelos blancos en los segmentos abdominales
1-5 y la scopa enteramente, blanca. De todas las espe-
cles que me son conocidas se aproxima mas a ésta
última; su facha recuerda a una gruesa Coelvoxys.
MEGACHILE LAMNULA Vach.
1 4 del Museu Paulista de Estacion, Alto da
Serra, Est. de S. Paulo, Enero de 1412, Schwebel
leg., reficro a ésta especie a la cual conduce la
clave de VACHAL de 1909 y la mia de 1913. El
clipeo tiene en el medio un pequeno espacio sin
nunturas; las coxas | no uenen espinas pero son
densamente pilosas ; el escudete es abultado y tiene
en el medio algunos pecos puntos microscópicos.
Es nueva para el Estado de S. Paulo.
— 206 —
MEGACHILE PARKINSONIÆ NM. Sp.
¢ Nigra; tegulis brunneis; calcaribus posticis
flavescenti-albis.
Clypeus sparsim nigro-setosus; ab ocello antico
usque ad basin clypei descendit linea angusta seta-
rum nigrarum. Vultus utriusque albo-hirtus ; eodem
modo pars capitis pone oculos. Mesonotum scutel-
lumque nigro-setosa; margo antica mesonoti parum
albo-pilosa ; fasciculi parvi pilorum alborum adsant
in angulis anticis mesonoti et pone tegulas, fascicu-
lus æqualis tamen aliquid major sub tegulis. Sutura
mesonoto-scutellaris albo-tomentosa. Margo postica
scutelli breviter, segmentum medium longius albo-
pilosa. Pleuræ sternumque nigro-hirta. Pedes
omnino pilis brevibus fuscis obtecti, metatarsi pos-
tici intus fulvo-ferrugineo-hirti. Iasciae segmento-
rem 1-5 angustae, albae, pars basalis eorumdem
paucis setis nigris; segmentum sextum griseo-fla-
vescenti-pruinosum paucis pilis longioribus nigris
intermixtis. Scopa aurantia-rubra.
Mandibulae sparse punctatae, punctis prope
oculos haud profundis, tamen in parte prope cly-
peum elongatis atque profundioribus. Ciypeus late-
ribus dense, in medio parum sparsius punctalus ;
scutum nasale aliquid levius et sparsius quam cly-
peus punctatum ; sutura inter clypeum et scutum
nasalem depressa. Vertex et dimidium anticum
mesonoti subtiliter densissime punctata, dimidium
posticum scutellumque aliquid sparsius. Puncti abdo-
minis antice subtiliores et densiores, postice cras-
siores atque dispersi.
Long. 12 mm; lat. abdom. 4 mm.
Argentina, Provincia Santa Fé ( Typus). Di-
ciembre en flores de Parkinsonia aculeata 'L.; Prov.
La Rioja.
Las claves de FRIESE ( 1908) y JOERGEN-
SEN (1912) conducen ambas a M. burmeistem
Friese. Pero, la descripción de esta especie no me
es comprensible pués dice: «Der M. jenseni nah-
estehend mit ganzen, weissen Segmentbinden, Me-
E”
— 207 —
tatarsus breiter, von Tibienbreite» ( Vecina a M
jensent con enteras fajas blancas sobre los segmen-
tos; metatarso más ancho, tan ancho como la tibia ).
7 lineas más adelaute afirma de nuevo; « Metatar-
sus viel breiter als bei jensen: und von Tibienbreite»
( metatarso mucho más ancho que en jensen: v del
ancho de la tibia ). Ahora bien, en la descripción
de M. jenseni dice FRIESE: _« Beine viel breiter |
als bei garleppr, Metatarsus etwas breiter als die
Tibien » ( Patas mucho mas anchas que en garleppi,
metatarso un poco más ancho que la tibia). Final-
mente de M. garlepp: dice el mismo autor que el
metatarso tiene 2/3 del ancho de la tibia. De estas
comparaciones resulta que el metatarso de M. jen-
seni ya es mas ancho que la tibia, él de M. bur-
meisteri todavia mas ancho que el de jensenr pero
solamente tan ancho como la tibia; en consecuencia
—y admitiendo cierta lógica en estas descripciónes
— la tibia de JM. burmeister: tiene que ser muy
ancha, mas que en garleppi y mucha más que en
jensent. En los ejemplares que describo como J.
parhinsoniæ no es este el caso, al contrario, las
tibias no pueden ser llamadas « anchas » de un todo
y el metatarso es apenas tan ancho que la tibia.
Por eso y porque tampoco nmguna de las descrip-
ciônes de VACHAL puede aplicarse a los referidos
ejemplares, tengo la especie como inédita.
MEGACHILE PULCHRA Sm.
2 Jd de Santarem, Est. Pará, en el Museu
Paulista coinciden en todo detalle con la descripción
original. Es nueva para el Bajo Amazonas.
MEGACHILE PULCHRA CACHORIRENSIS n. subsp.
5 Differt a M. pulchra typica scopa ventral ;
haec in segmentis 2-4 solum flavescenti-albida, ta-
men in 5-º 6-º que nigra.
Log. 12 mm.
Brasil: list. Espirito Santo, Porto Cachoeira,
Abril, 1912.
a (li Tel
Los 6 ejemplares del Museu Paulista no diffe-
rem entre si. Em cambio, la forma tipica tiene,
según su autor, las patas a veces « ferruginous » sin
manchas oscuras, y otras veces con manchas negras. .
La nueva subspecie tiene manchas oscuras, no pre-
cisamente negras, sobre las tibias anteriores y todos
los metatarsos. Los metatarsos posteriores portan
además en su cara exterior pelos casi negros. El
clipeo es densamente punturado y su margen ante-
rior e marginada. |
MEGACHILE PROSERPINA Schrottky
El Museu Paulista tiene, fuera de los mencio-
nados anteriormente, nuevos ejemplares dei Est. S.
Panio: ltatiba, Abril 1910; Ypiranga, Febrero 1917.
t q tambem del Est. Amazonas: Manaos, Bizego
leg. 1900.
MEGACHILE FIEBRIGI Schrottky
A esta especie debo referir una q de Manaos,
Est. Amazonas, en la Collección del Museu Paulista.
Por más que la proveniencia nie sorprende, una con-
paraciôn minuciosa no ha revelado diferencias en-
tre el ejempiar referido y otros del Est. de S. Pau-
lo. Es nueva para Amazonia.
MEGACHILE ANOMALA Schrottky
4 && de Campinas é Ypiranga, Est. de São
Paulo. tienen la pubescencia del vértice ferruginea ;
2 de Manaos, Est. de Amazonas, lo tienen con pube-
scencia fusca. Otras diferencias parecen no existir.
Por tan enorme distribuciôn es licito suponer que la
especie habra sido conocida a uno de los autores
antigüos. Sospecho que la AZ. susurrans Hal, puede
referirse a esta epécie, lo que será dificil confirmar
porque la descripcién de HALIDAY, del año 1836,
es demasiado breve y aplicable a media docena de
especies a la vez. Los ejemplares arriba mencionados
estân en el Museu Paulista.
PR CES
AMC, LE
MAGACHILE STRENUA Sm.
1 de Santarem, Est. de Pará, en e Museu
Paulista coincide con la descripción original en to-
dos los detalles, menos que las patas IL y III ten-
gan manchas oscuras; en el ejemplar referido son
uniformemente ferrugineas. Estoy convencido que
la ausencia de estas manchas no tiene mayor impor-
tancia. En mi clave, Vol. IX de esta Revista, se
llega derecho a esta especie; no asi en la clave de
FRIESE en « Das Tierreich, 1911 » que desvia desde
el principio, pués está mal en el dilema : último seg-
mento abdominal entero.
Las coxas | estan armadas ; cada una lleva una
espina bastante grande que termina bruscamente en
una punta. El último segmento abdominal esta cur-,
vado hacia adelante y termina en dos pequefios dien-
tes que son partes de una carena transversal que se
ensancha hacia el medio. Los dos dientes aparecen
como tales porque la carena tiene,bien en el medio,
una impresión profunda casi semicircular, Las Ubias
Il llevan en su lado interior largos pelos amarillen-
tos, pero no tienen ni diente ni espolones. Las man
dibulas tienen la mitad apical, con excepción de las
puntas, ferrugineas y tienen cerca de su base, abajo,
una enorme dilataciôn redondeada.
MEGACHILE GOMPHRENOIDES Vach.
¢ Argentina, Prov. Santa Fé (es la primera
localidad exacta para esta especie fácil de reconocer ).
|
MEGACHILE SUBINFIMA N. SP.
¢ Parva, nigra; tegulis brunneis; unguiculis
ferragineis ; calcaribus posticis albidis.
Mandibula: extus griseo-flavescenti-tomentosa,
subtus paucis pilis longis flavescentibus. Alae vix
infuscatæ, nervulis brunneis. Vultus albido-pilosus ;
clypeus et scutum nasale fere nudi paucis setis bre-
vibus nigris ; occiput albc-hirtum. Mesonotum an-
tice, pleuræ, sternum, segmentum medium et pedes
albido-hirta, mesonotum tamen etiam setas breves
— Sid
nigras erectas ferens, atque scutellum pilos nigros
longiores ante incurvatos. Abdomen segmento primo
pilis dispersis erectis albis sat longis obtecto, seg.
mentis 1-5 margine ciliatis, cilise segmenti primi
brevissimæ, 2i aliquid longiores, ceter:e apicem ver- -
sus crescentes, segmenti primi fere albæ, 2i albi-
dae, 31 albido-tlavescentes, 4i et Oi tlavescentes. Cae-
terum seginenta omnia nigro-setosa, sextum tamen
griseo-flavescenti-pruirosum. Scopa flavescens.
Clypeus crasse crebreque punctatus margini an-
tico crenulato ; scutum nasale fere tam crebre cras-
seque punctatum quam clypeus. Vertex et mesono-
tum densissime sed subtiliter punctati. Tegulae fere
nitidae. Abdomen subtiliter sat dense punctatum.
Metatarsus Il aliquid angustior quam tibia.
Long. 8,5 mm; lat. abdom. 2,5 mm.
Argentina, Prov. Santa Fe.
La clave de FRIESE (1903) conduce a M.
simillima Sm. la de JOERGENSEN (1912) a M.
infima Vach. y la de VACHAL (1909) a M. en-
fina 6 M. pamperella. Sin embargo ésta ultima
difere por ser enteramente cubierta con pelos gri-
ses é infima tiene el clipeo formado de outro modo.
Estas dos deseripciónes, entretanto, son tam breves
y poco concisas que es poco menos que impossible
interpretarla debidamente. La M. simillima de FRIE-
SE es probabelmente una especie collectiva que abarca
las especies 2nfima, subinfima, pamperella y parson-
sie. La M. simillima de SMITH, al contrario no
tiene que ver con ninguna de las que acabo de ci-
tar; su procedencia es el Bajo Amazonas.
DIANTHIDIUM ITAPUENSE nom. nov.
= Diantidium zebratum Schrottky, Anal. Cient:
Parag., Série I, N. 4, 1905, p. 7 (nec Creson 1872).
Segun DUCKE ( Zool. Jahrb. Abt f. System &
Vol. XXXIV, 1912, p. 99) el género Dianthidium
Ckll. deberia entrar en la sinonimia de Anthidium
Fabr. De modo que el Dianthidium sebratum m. y
e! Anthidium zebratum Cresson resultarian homóni-
RTE yates
mos. Pero la opinion de DUCKE, en este caso, es
bien aislada, pués todos los demas autores separan
los dos géneros mencionados. Un cambio no hu-
biera sido necessario. Pero en ura revisión de las
especies norte-americanas hecha por MYRON H.
SWENK ( Univ. Stud. Lincoln, Vol. XIV, 1914, p.
39 ) el Anthidium zebratum Cress. es transportado
al género Dianthidium resultando necessario que
mi zebratum de 1905 reciba un nombre nuevo.
Habiendo sido encontrado por primera vez en En-
carnaciôn, llamado antiguamente « Itapua », llamo
mi especie itapuense.
DIANIHIDIUM ANISITSI Schrottky
A la sinonimia de esta especie débese agregar :
Anthidium olympinum Strand.
CERATINA VERNONIÆ N. Sp.
q. Nigro-viridis ; flavo-variegata. Caput nigro-
viride, clypeo orbitisque hic illic purpureo-micanti-
bus, praecipue orbitis internis oculorum. Thorax
fere niger. Abdomen obscure olivaceo-viride. Flavæ
sunt: Macula in medio marginis anticæ clypei, al-
tera major inter clypeum et partem inferam oculorum,
stria longitudinalis pone oculos cum eis divergens,
cuneiformis, apice medium oculorum fere tangente.
Ferruginea sunt: Truncum articulique tres sequentes
funiculi antennarum atque tegulæ. Fusci sunt: ar-
ticuli reliqui antennarum, calli humerales, venulæ
alarum pedesque. Ale sat infuscat:e. Pubescentia
corporis sparsa, sordide alba.
Caput supra crebre punctatum, pars infera ejus
tamen paucis punctis grossis. Clypeus minus dense
punctatus quam partes adjacentes, sulco longitudinali
mediano partitus, sulcus etiam maculam flavam mar-
ginalem partit. Mesonotum crassius punctatum quam
caput sed spatio impunctacto post dimidium. Scu-
tellum subtilius tamen sat crasse punctatum, post-
scutellum opacum, indistincte rugosum. Segmentum
medium truncatione subtiliter punctata, area basali
opaca margine antica subtiliter rugosa. Mesopleur:e
— 212 —
grassae punctatæ. Abdominis segmenta 3 prima sat
crasse punctata, reliqua crasse rugosa. Pygidium in
acumen obtusum apice aliquid incrassato terminans.
Venter regulariter punctatus.
Long. 82 — 8,8 mm; Lat. abdom. 2,7 mm.
Paraguay, Puerto Bertoni, en el mes de Abril.
en las flores de Vernonia sp.
El dibujo de la cara y la escultura son más 6
menos como en C. foveiclypeata Strand y C. aspera
Schrottky ; se distingue de ambas muy facilmente
por el clypeo partido en dos longitudinalmente.
TETRAPEDIA PERNIGRA Nl. Sp.
é Nigra, nigro-hirta ; mandibulis flavescentibus
vel rufescentibus; calcaribus brunneis; unguiculis
ferrugineis. Ale nigricantes, venulis fuscis. Mar-
gines apicales segmentorum ventralium ciliis longis-
simis erectis .vestitæ, ut Megachile cilæ singula
tamen longiores qram in hoc genere.
Sculptura a pubscentia densissima obtecta; hac
causa puncti singuli non distingendi sunt et partes
translucentes capitis, ut videtur, perfecte impunctatæ,
Area basalis segmenti medii etiam breviter densissi-
meque hirta, hac causa opaca tamen impunctata.
Abdomen a basi visum marginibus apicalibus seg-
mentorum glabris nitidisque, oblique a latere visu n
abdomen ubique appresse pilosum videtur, pili sin-
guli tamen antice tenuissimi, apicem versus fortiores,
longiores et densiores. Pedes cum scopa complete
nigro-hirti calcar posticum multi-pectinatum, denti-
cmi plus minusve 50. Unguiculi fissi, denticulus
interior brevior quam exterior ; pulvilli parvi, minus
quam dimidium longitudinis unguiculorum. Tegulæ
fuscæ, glabræ nitideeque. Cellula cubitalis prima
parum Jongior quam secanda (in venula cubitali )
secunda in venula radiali plus minusve dimidio ejus
longitudinis in venula cubitali, nervum recurrentem
primum fere in angulum apicalem accipiens.
Long 10 mm; lat. ahlom. 4 mm.
Paraguay, Puerto Bertoni.
EE
La descripciôn de 7. nigerrima m. en Anal.
Soc. Cient. Argent. LXXVII, 1909, p. 225, se re-
fiere a un &; la indicaciôn «Q » es un error ti-
pográfico. Por más que sea mas grande, 12 mm..
y tenga en las tibias posteriores una pubescencia
mezclada de negro y blanco es possible que 7° per-
nigra fuere el otro sexo de 7° negerrima. En todo
caso ambas especies son mui parecidas. Al compa:
rar varias especies del gênero en el sentido res-
tringido, esto es, las con el cälcar pectinado, he ob-
servado que pueden ser subdivididos en dos grupos.
Pués las unas tienen distintos pulvill: entre las uñas
y las otras no tienen traza de ellos ; lo que se deberá
tener en cuenta al describir las especies.
CAENOMADA MELANOXANTHA ( Holmbg. }
El nombre genérico tiene que ser Caenomada
_Ashm. y no Chacoana Holmbg. a pesar de VacHAL
( Rev. entom, Caen, 1909, p. 32 ) y de Duoxe ( Zool.
Jabrb. Abt. f. System. &c. XXXIV, 1912, p. 92).
Las razones aducidas por estos autores para justifi-
car el cambio nomenclatórico revelan arbitrariedad
y poco respecto a la ley de prioridad; puès As-
MHEAD propuso su género ya en 1899 y la descri-
pcion de Chacoana apareció recien en 1903 si bien
el nombre ya fue publicado en 1887 (6? 1889)
2 Bol. Acad. Nac. Cordoba, X, p. 225.
En cuanto al reproche de que AsMHEAD colocó
su género erroneamente en la familia Nomadidae
hay que admitir que este error es pequeño en com-
paraciôn con los cometidos por DuckE qve clasificé
por ejemplo abejas como Pasiphae y Protomelitur-
ga con la familia Panurgidae. Amäs, una óbra tan
gigantesca como la de AsMHEAD no debe ser cen-
surada con tanto rigor, porque la tarea de clasificar
todos los himenópteros de la tierra en forma de cla-
ves dicotômicas hasta la categoria de sub-géneros
tiene que contener forzosamente uno que otro error.
La posiciôn sistemática de Caenomada ccmo la in-
dican VacHaL y Ducke, cerca de Tetrapedia, no
— 214 —
esta bien tampoco. Sind debe colocarse, junto con
Pachycentris, Friese en la immediata pro ximidad de
Hemisia Klug. En cambio debese alejar los géneros
Tetraloma Spin. y Nectarodiaeta Holmbg. coloca-
dos por DuckxE en este grupo, pués ni siquiera per-
tenecen a la misma subfamilia que he denominado
Epicharinae, sino a la bien distinta subfamilia
Eucerinae.
NEOSCIRTETICA ANTARCTICA ( Ilolmbg. )
La sinonimia completa de ésta especie cs la
siguiente :
Scirtetica antarctica Holmbg, Anal. Mus. Nac.
Bs., Aires; (93.16, -1903, p: 9394 Nor. 23.
Tetralonia antarctica Bréthes, Anal. Mus. Nac.
Bs. Aires, (3) XII, 1909, p. 221.
Neoscirtetica antarctica Schrottky, Anal. Soc.
Cient. Argent. LXXV, 1913, p. 296.
Holmbergiapis antarctica Cockerell, Trans. Amer.
entom. Soc. XLIV, 1918, p. 46.
Patagonia : Santa Cruz.
THALESTRIA SPINOSA ( Fabr.)
FABRICIUS describié en 1804 ( Systema Pie-
zatarum ) una Huglossa spinosa que desde entonces
aparentemente no fué reconocida. La detallada des-
cripciôn del escudete prueba que se trata de una
abeja parasita. Solo dos géneros sudmericanos hay
con el escudete armado en los lados con fuertes es-
pinas: Thalestria y Odyneropsis. ( Coelioxys y
Epeolus, que lo tienen tambien, no son confundibles
con Euglossa ). El colorido verde, las manchas blan-
cas en varias partes del cuerpo corresponden, sin
embargo, unicamente al genéro Thalestria y apli-
cando la descripciôn à las dos unicas especies de
Thalestria, se vê claramente que el insecto de Fa-
bricius era idêntica à la especie bautizada por Fre-
derick Smith 50 años mas tarde,
ddr
— 215 —
.
THALESTRIA SMARAGDINA
Se trata, pués de un simples sinónimo.
LEIOPODUS BIFASCIATUS 1. Sp.
9 Parvus, tomentosus ; labro piloso, transverso ;
clypeo brevi, inflato, apice recte truncato, dense
punctulato ; genis nullis; fronte inter antennas mo-
dice carinata ; dense punctata; palpis maxillaribus
4-articulatis ; ocelli in triangulo obtuso dispositi, pos-
tico ab oculis et ab anterioribus aequedistantis ; an-
tennarum articulo primo flagelli sat longo, fere ut
tertius, secundo iongitudine tertii quartique reunito-
rum. Pronoto brevissimo, fere invis:bili; mesonoto
dense tomentoso, snb pubescencia sat dense puncta-
to; scutello dense panctato, in medio longitudinali-
ter sulcato, sulco pubescente ; postscutello perparvo ;
segmento medio ruguloso, inflato, lateribus longe
pubescentibus. Abdomine tomentoso, sub pubescen-
cia microscopice punctulato, segmento sexto apice
semicirculariter emarginato, cilato ; pedibus crassis.
Alarum cellulis cubitalibus prima tertiaque aeque-
longis, secunda minore, prima rhomboidali, secunda
tertiaque ad radialem angustatis; nervo recurrente
primo cum nervo transversi-cubitali secundo inters-
titiali, nervo recurrente secundo ante apicem cellulae
cubitalis tertiae inserto.
Niger; ferruginea sunt: antennarum articuli 3
basales, tegulae, calli humerales, scutellum, pedes
antici ( coxis, trochanteribus apiceque femorum ex-
ceptis ), pedes intermedii usque ultra dimidium fe-
morum ; ferruginea et auromaculata sunt femora,
tibiae et metatarsi pedum posticorum.
Tomentum capitis album, maculis duabus ver-
ticis fuscis; mesonoti album maculis plurimis fuscis
variegatum : macula parva utriusque antice, lineae
2 longitudinales cum macula magna postica coali-
tae; suturae inter mesonotum et scutellum album,
sulci scutellaris quoque ; abdominis fuscum fasciis
duabus flavescentibus, fascia antica basim tergiti pri-
mi occupante deinde sinuose et partim dilatata mar-
Rs qe
ginem postico-lateralem attingente secunda in se-
gmenti 2i basi lateres versus latiore. Giliae segmen-
ti analis fusci; tomentum sterni pleurarumque al-
bum macula sub callo humerali fusca. Alae subhya-
linae, venulis stigmateque fuscis.
Long. 8,5 mm; lat. abdom. 2,8 mm.
Argentina: Prov, Santa Fé ( Alberdi ).
El ejemplar tipico fué cazado delante de una
colonia de Diadasia distincta ( Holmbg.) de la cual
talvez sea paräsita (20 Nov. 1911.)
RHATIHYMUS SCOLIAEFORMIS
d Magnus, robustus; labro lato, rima elevata
circumdato, in medio impresso, lateribus sparse gros-
seque punctatis; mandibulis gracilibus, falcatis, ima
basi bituberculatis ; genis angustissimis parum infla-
tis; clypeo gibboso, dense punctusato ; scuto nasali
valdo elevato, in medio longitrorsum carinato; an-
tennis ex fossa profunda oriundis, scapo robusto, fla-
gelli articulo primo brevissimo, 2° dimidium tertii
vix superante, 3° ad 42º subeequalibus, ultimo api-
ce compresso ; ocellis in linea curvata dispositis, ab
oculis remotissimis sed inter se haud disjunctis. Me-
sonoto sat dense punctato, in medio longitrorsum ca-
rinato, breviter piloso; tegulis nitidis, tenuissime punc-
tulatis; scutello levi, punctis minimis vix conspi-
cuis obtecto, apice emarginato, parte perpendiculari
fortius punctata breviterqae pilosa; sterno nitido spar-
se punstato, inter coxas posticas in laminam conca-
vam in medio carinulatam producto. Abdomine te-
ntiissimo denseque punctulato, microscopice - piloso ;,
tergito 7° conico basi inflata, apice breviter bi-
dentato ; sternitis 4 - 5° -- que apice conspicue cilia-
tis, 9--0 marginibus lateralibus fortius, ciliis peni-
cillum distinctum formantibus.
Niger ; labro obscure rufo, margine antica fer-
vugineo-ciliata ; lateribus faciei albido-pilosis ; verti-
ce fusco, mesonoto fulvescenti-pilosis, maculis dua-
bus parum conspicuis in sutura mesonoto-scutellari
ornato ; segmentum medio pallide piioso ; cilliis ster-
— 217 —
nitorum 4i Si -- que fuscis ; pedibus fusco-hirtis. Alis
flavescenti-hyalinis, venulis fuscis.
Long. 26 mm; lat. abdom. 6 mm.
Colombia, Sosomoco, 900 metros ( Fassl leg.)
Esta especie es vecina do Rh. imechaelis Frie-
se; su aspecto recuerda à la Scolia hyalina Sauss.
RHATHYMUS BERTONH N. Sp.
& Parvus; labre in medio depresso basi bitu-
berculato, in medio impunctato, lateribus sparse sed
grosse punctato ; mandibulis falcatis ima basi sat den-
se punctulatis; genis nullis ; clypeo convexo, dense
punctulato brevissimeque piloso ; scuto nasali aliquid
magis convexo quam clypeus, eodem modo sculptu-
rato; antennis ex fossa haud valde profunda oriun-
dis, scapo brevi et robusto, flagelli articulo primo
brevissimo, 2º dimidium tertii haud attingente, 3º
longiore quam Aus, reliquiis subaequalibus, ultimo
apice compresso ; ocellis ut in Rh. scohaeformi dis-
positis ; mesonoto opaco, densissime punctato, anti-
ce in medio linea longitudinal impressa ; tegulis ni-
tidis, microscopice puactulatis ; scutello subtiliter pun-
ctulato, gibbosso, gibbis robustis, latis, subacutis ;
postscutello angusto sed bene distinguendo ; segmen-
to medio opaco, area basali subtriangulari nuda, mar-
ginibus pilis longis vestito; mesosterno apice emar-
ginato ; abdomine haud sculpturato, pilis brevissimis
obtecto, tergito TO obtuso; sternitis 5°, 4° et 5°
apice ciliatis, sexto elongato, apice emarginato, an-
te apicem longitrorsum carinulato.
Citrinus, mandibularum apice nigro; antennis
supra fuscis, subtus apiceque ferrugineis, scapo ci-
trino; vertice nigro. Mesonotum strigis duabus lon-
gitudinalibus cum altera transversali apicali unitis n1-
gris, abbdomen tergitis 3° - 7º atris margineapicali 31
( reliquorumque aliquandum queque ) flava vel flaves-
centi; sternitis codem modo coloratis, sede fasciis api-
calibus segmentorum Sii et 4i latioribus. Pili corpo-
ris toti fulvescentes.
Long. 16,5 mm; lat. abd. 3,5 mm.
Paraguay ( Puerto Bertoni ).
— 28 —
RIHATHYMUS PARAGUAYENSIS N Sp.
Q Ut Rh. bicolor, tamen thorace toto vel mag-
nam ad partem rufo differt; labro fere pentagonali,
concavo, area mediana inpunctata ; clypeo producto,
punctato; geris nullis ; fronte carinata, carina inter
antennas io tuberculum elevata; ocellis haud dis-
junctis. Mesonoto punctato, intervallis interpunctos e-
jus diametro aequalibus aut meajoribus; scutello bi-
gibboso, gibbis apice rotundato, levi: segmento me-
dio opaco, rugulosim punctulato et irregulariter prn-
ctato. Abdomine subtiliter tomentoso, tergito 2-0
ante apicem utriusque calloso ; epipygio acuto, lon-
g'tudinaliter carinulato.
Obscure ferrugineus ; flagello antennarum piceo;
mandibulis apice et macula mediali nigris. Alis ni-
gris, splendide aeneo-micantibus. Caput infra et pos-
tice, sutura pronotalis, segmentum medium et ma-
cula subalaris albo-hirta ; corpus reliquum nigro-hir-
tum; abdomen fulvescenti-tomentosum ; pedes fer-
rugineo fuscoque-hirti.
Long. 22--25 mm; lat. abd. 6 mm.
Var. : Capite supra, mesothorace toto vel fere
toto, postscutelloquer nigris..: do cee
forma dorsalis nov. forma.
Hab. ( Forma típica y forma dorsalis ): Para-
guay ( Puerto Bertoni ).
Puede resultar que paraguayensis fuera solo
subespecie de bicolor Lep., aútque su color, à lo me-
nos en la forma tipica, concuerde mas bien con la
descripciôn de R. unicolor Sm.; esta ultima está insufi-
cientemente descrita; sin embargo el tamaño menor
(17 mm), la pubescencia dorada de la cara y del
vértice, y las piernas de color mäs pálido que el
cuerpo la separan suficientemente de paraguayensas.
ODYNEROPSIS COLUMBIANA N. Sp.
Q Parva; labro fere rectangulari, paullum trans-
verso, hirto; clypeo densissime punctulato, apice
marpinato, in medio subtiliter carinato ; fronte eodem
modo punctulata, ante ocellum anticum area parva
— 219 —
impuctata, inter antennas acute carinata ; ocellis in-
ter se parum disjunctis, ab oculis sesquidiametrum
ocelli ; flagelli articulo primo secundoque velutinis,
primo perparvo, secundo aliqaid longiore, tertio lon-
gitudinem primi secundique reunitorum superante.
Mesonoto et scutello densissime reguloso-punctatis,
scutello apice leviter emarginato, dentibus laterali-
bus scutellum conspicue superantibus ; segmento me-
dio fere perpendiculari, sericeo, longitrorsum subti-
liter carinato ; pleuris densissime punctatis. Abdomine
subsessili, basi depressa, omnino dense punctulato,
tergito 9-o basi foveolato apice bipartito, 6 - o par-
vo semicirculari; ventre apice ciliato.
Tota nigra, mandibilis ferrugineis, apice cly-
pei pedibusque obscure ferrugineis; corpus, praeci-
pue segmentum medinm et coxa posticæ pilis bre-
vibus aibis obtecta. Ale tertio basali hyalinae, cae-
terum infuscatae, luce reflecta aeneo-micantes, ve-
nulis fuscis.
Long. 10 mm; lat. abdom. 2,8 mm.
Colombia : Sosomoco ( 900 metros ).
NoMADA COSTARICENSIS N. Sp.
& Nigra, flavo-picta : labro transversali, piloso ;
clypeo levi, sparse punctato, in medio impunctato ;
genis perangustis, longitudine articuli primi flagelli ;
facie crasse puuctata parte flava excepta; vertice
haud dense punctato; ocellis posticis magis ab ocu-
lis quam inter se remotis. Pronoto levi, impuncta-
to ; mesonoto crebre grosseque punctato ; scutello in
medio impresso, omnino haud dense punctato ; post-
scutello punctulato; segmento medio cpaco, basi
in medio foveolata ; pleuris grosse punctatis, brevi-
ter hirtis. Abdomine tergitis primo secundoque opa-
is, densissime subtiliter punctactis, reliquis sparsita
punctulatis breviterque hirtis, septimo marginibus
apicem versus subtiliter convergentibus, apice trun-
cato, in medio emarginato, toto hirto ; ventre hirto ;
pedibus sat dense pilosis.
Ornamenta flava: Clypeos (marginibus pasticis
exeptis), gens, orbitæ internæ, pronotum, calli hu-
— 220 —
merales, macula pleuralis, seutellum, postscatellum,
fasciae latae transversales ante apicem tergitorum
los et secundi, fasciae angustae tergitorum Ai et
, linea transversalis in margine laterali tergiti 3h
at “angulus coxarum posticarum ; ferruginea : Scapus,
articuli basales antennarum, articuli reliqui infra et
pedes omnino; fusca: Articalt apicales antennarum
supra. Pili corporis toti albescentes. Alae infuscatae,
apice anali excepto; stigmate ferrugineo, venulis
fuscatris. 3
Long. 9 mm; lat. abdom. 2, 5 mm.
Gentro-America : Costa Rica (San José).
Las coxas posteriores de esta especie son inu-
sualmente angulosas, casi carenadas.
MESOPLIA SIMILLIMA ND. Sp.
& Robusta, labro rugoso, dense hirto, margine
apicali inflata; clypeo densissimo punctato, dense
pabescente; genis nullis; vertice punctulacto ; oce-
llis in linea-fere recta dispositis, ab oculis diame-
tram, inter se 1/9 diametrum disjunctis. Vulto et
occipi:e longe pilosis; antennarum artículo 2.º ( flagelh-
primo ) brevi, secundo paullo longiore, tertio longi-
tudinis primi secundique reunitorum. Proportio:
1 = 10, 2 = 15, 3 = 25. Mesonoto punctis spar-
sis regularibus, intervallis microscopice punctulatis,
linea longitudinali mediana scutellum haud attingen-
ti impressa, antice hirto; scutello biggiboso, gibbis
mammaeformibus, inter eas pubescente, postice pi-
loso. Pedibus intermediis calcare marginibus denti-
culatis, apice bifurcato, lamina interna dentibus 4
magnis et imo apice 2 minusculis armata ; femori-
bus posticis simplicibus, angulosis, sine spina cha-
racteristica Mesopliae biprontis. Pleuris dense pure-
tatis, hirtis. Abdomine lepidoto-sericeo, segmento
sexto apice breviter ciliato, septimo bipartito.
Versicolor : Caput nigrum ; mesonotum nigrum,
luce reflecta viridicyaneo et purpureo micans, scu-
tellum magis cyaneo micans. Abdomen cyaneo-viri-
di-lepidotum, segmentorum margines lateralis primi
linea longitudinali, 2i - 6i macula parva albo-lepido-
FL TANT
ta ornatae. Sternum, venter, pedesque fusca ; anten-
nae fnscae, flagellum subtus ferrugeneum, calli hu-
merales tegulaeque ferruginei; labrum ‘obscure fer-
rugeneum ; mandibulae ferrugineae apice testaceae.
Pili capitis pallide flavescentes, postice fere albi;
mesonoti fusci albique variegati, scutelli omnino al-
bidi; calli humerales pilis albis circumdati ; pleurae
fusco--pilosae ; sternum albo--pilosum. Ciliae ventri
fuscae. Tibiae posticae apice metatarsique postici cy-
aneo-viridi-micantes ; pedes omnino fusco-pilosi. Alae
hyalinae, imo apice ultra cellulam radialem infus-
catae; venulae fuscae.
Long. 17 mm; lat. abdom. 6, 5 mm.
Puerto Bertoni -- Paraguay.
Esta especie se parece extraordinariamette 4 la
L. bifrons ( Fabr.); pero se distingue pronto por
los femores III que carecen del diente caracteristico
de ésta. Svimellzma es de mayor tamano y difiere en
el color del vientre, de las piernas etc.
El sefior DUCKE insinuó pri nero que la “Cen-
tris b frons” de Fabricius pueda ser el mismo in
secto que la Mesoplia azurea de Lepeletier y la
M. rufipes de Perty. Seguramente pertenecen los
tres nombres à la misma especie, como tambien ia
Melissa charruana de Holmberg ; pero quien lea
las respectivas descripciones, notará pequeñas dife-
rencias, y eso no es estraño en vista de que los
ejemplares respectivos provinieron de localidades tan
distintas. No tengo material snficiente para fallar
definitivamente; he obbservado en los del Paraguay
mucha constancia en todos los caracteres inclusive
el colorido. Si en las otras regiones pasa lo misino,
se tendra que aceptar 4 subespecies, à lo menos:
1) Mesoplia bifrons brfrons (Fabr.) de la Guaya-
na: (? y de la Amazonia )
2) Mesoplia bifrons azurea Lep. de las Antillas
3) Mesoplia bifrons rufipes ( Perty) del Centro del
Brasil, y del Paraguay y de las Misionis Ar-
gentinas.
4) Mesoplia bifrons charruana (Holmberg) del
Uruguay.
LT O ONE
——~
La M. bifrons rufipes es bastante común en
Puerto Bertoni; en la colecciôn que estudio hay va-
rios ejemplares de ambos sexos que concuerdan per-
fectamente con la descripción de Perty.
PSEUDAGAPOSTEMON SANTAFECINUS DN. SP.
q Cyaneo-viridis. Nigra sunt: Margo anticus
clypei, scapus antennarum marginesque apicales se-
gmentorum abdominaiium 1 -- 4. Fusci sunt: Man-
dibulae, funiculus antennarum, pedes cum trochan-
teribus ( neque coxae virides ), dimidium apicale se-
ementi abdominalis quinti et venter. Fulvae sunt:
Tegulae, venulae alarum et calcaria.
Clypeus antice pilis longis aureis ciliatus; pu-
bescentia reliqua alba in facie, thorace tergitisque ;
partim tamen flavescens in vertice, pedibus ventro-
que
Clypeus prominens, margine nigro pauperrime
punctato atque in medio impresso; basi viridi se-
ricea impunctata. Genae absunt. Scutum nasale le-:
viter convexum, in medio nitidius quam lateribus.
Oculi sinuosi, e go facies latissima paulum supra
antennarum insertionem. Facies et mesonotum mi-
croscopice rugosa. Scutellum disperse tenuiter pun-
ctatum. Area basalis segmenti medii magna, opaca,
tenuissime granuloso-rugosa, aliquid longius quam
scutellum. Sculptura abdominis haud conspicua.
Dentes 3 calcaris postici fortes longique. Unguicoli
fissi ; pulvilli magni. Cellula cubitalis prima mini-
me eadem longitudine quam reliquae unitae; ner-
vus recurrers primus a cellula securda ante apicem
accipitur, secundus a cellula tertia inter medium et
apicera.
Long. 3 mm.; lat. abdom., 2 ram.
& Dilute viridis. Flavi sunt: Mandibulae, ma-
cula mgra prope basin et acuminibus ferrugineis
exceptis, labrum, margo anticus clypei in medio ali-
quid latius quam lateribus. scapus antennarun: ma-
cula parva fusca pone apicem excepta, articuli duo
primi funiculi antice, pedes antici toti linea fusca
— 223 —
longitudinali supra apicem femoris et basin tibiae
excepta, pedes intermedii idem sed linea supra fe-
mur totum et tibiam totam excepta, pedes intermedit
idem sed linea supra femur totum et tibiam totam
excepta, pedes postici ut intermedii coxis viridibus
exceptis. Fulvi sunt: Articuli 3-- 13 antennarum
antice, tegulae, venulae alarum, margines apicales
segmentorum abdominalium 1-- 6, tres primi in me-
dio dilatati, segmentum 7-- um totum et venter.
Fusci sunt: Articuli 2 -- 13 antennarum postice. Pu-
bescentia sparsa corporis toti flavescens.
Clypeus in margine antico depressione magna
semicirculari donatus. Sculptura faciei a pubescen-
tia abscondita, hee pone orbita interna oculorum
densissima. Sculptura verticis, mesonoti, et areae
basalis segmenti medii inconspicua, opaca, tenuissi-
me granulosa. Scuteilum nitidus sculptura indistin-
cta. Pars reliqua segmenti medii atque pleuræ ali-
quid fortius granulosæ ; scultura abdominis in parti-
bus viridibus cadem thoracis nequalis, tenuissime
granulosa ; tergitum 7--um tamem glaberrimum,
nitidum, postice truncatum, marginibus, lateralibus
acutis apicem versu s convergentibus ; sternitum 7--
um ad basin utriusque denticulo minusculo armatum.
Unguiculi et pulvilli ut in ¢.
Pons, 1,9 mm; lat abdom:,4,7 mm.
Argentina, Prov. de Santa Fé.
Se distingue facilmente de todas las demas es-
pecies del género por sit abdomen que ostenta tajas
transversales sobre la margen apical de los segmen-
tos. Sin embargo, considerando la diferencia extra-
ordinaria de los sexos, queda la posibilidad de que
se trate de dos especies en vez de una. En tal caso
el nombre santafecinus deberä quedar a la ¢.
PANURGINUS ARGENTINUS N. Sp.
& Niger, abdomine fusco, mandibulis labro mar-
gineque antica clypei flavis; funiculo, tegulis, venu-
lis pedibusque magnam ad partem rufo-flavescentibus.
Pubescentia brevissima, sparsa, alba.
RR joe
Caput latum sparse subtiliterque punctatum ;
prope orbitam internam oculorum superne fossula
elongata adest. Antennæ dimidium mesonoti attin-
gentes; articulus primus funiculi fere eadem longi-
tudina quam secundus atque longior quam quivis
reliquus. Mesonotum sparse subtiliter punctatum li-
nea longitudinali impressa parapsidiisque conspicuis.
Scutellum aliquid crassius et densius punctatum ;
postscutellum rogosum. Area basalis segmenti medii
longitudinaliter plicata, tamen plicæ param nume-
rosæ neque profundæ. Abdomen apice tenuiter pi-
losum, omnino sparsim tenuissime punctulatum mar-
ginibus apicalibus segmentorum depressis multo
densius punctatis. Femora postica extus irregula-
riter denticulata; tibiæ omnes aliquid incrassate ;
unguiculi profunde fissi, denticulus interior fere
eadem longitudine quam exterior; pulvilli sat ma-
gni. Ale hyaline; cellula cubitalis prima conspicue
major quam secunda nervos recurrentes fere æque
ab angulos antico e postico distantes accipiens ; ap-
pendix vera cellule radialis brevissima in lineam
fuscam transiens.
Long. 5 mm.; iat. abdom., 1.4 mm.
Argentina, Prev. de Santa Fé: Rosario.
Parecida a P. brunneicornis Strand y P, so-
lant, Ducke; se distingue de aquél por el mesono-
to no opaco y por los pliegues longitudinales del
segmento medio. Se distingue de P. soluni por la
escultura y la nervadura~ anaranjada de las alas.
El P. cagabundes Ckll. que proviene de la misma
región difiere por el labro negro y las mandibulas
rojas del d.
PASIPHÆ FASCIATA N. Sp.
¢ Nigra; antennis subtus, dimidio apicali man-
dibularum, tegulis pedibusque fuscis, unguiculis di-
lutioribus acuminibus fere nigris; ventre fusco;
alis parum infuscatis stigmate venulisque fuscis.
Pubescentia faciei sordide alba, ea labri tulva. Man-
dibulæ subtus flavescente-ciliatæ. Pars capitis post
oculos albido, post ocelios fulvo-hirta. Pubescentia
“= ci. E dors
— 225 —
thoracis supra fulva, longior densissimeque in scu-
tello et callis humeralibus. Pleuræ, sternum e fe-
mora omnino albido-pilose. tibia: et tarsi tamen tulvo-
pilosi. Abdcmen segmentis 1-4 conspicue fulvo-fa-
sciatis, fascia segmenti primi laxa brevior quam
reliquorum. Caeterum segmenta 1-4 etiam basi fulvo-
hirta, pili singuli segmenti primi longiores, reliquorum
breviores, tegmentum haud obtegentes ; illi segmenti
quinti multo densiores, fusci, solum lateribus flavis,
ubique tegmentum obtegentes. Area pygidialis nuda,
lateribus breviter fusco-hirta. Segmenta ventralia
solum marginibus apicalibus laxe longeque flavescenti-
fulvo-ciliata.
Clypeus atque pars capitis post ocellos sita
distincte punctata caeterum, ut videtur, caput im-
punctatum, Mesonotum antice longitudinaliter sulca-
tum in disco punctos singulos ferens. In scutello
sculptura a pubescentia obtecta non visibile. Area
basalis segmenti medii haud punctata neque abdominis
tergita; venter tamen subtiliter disperse punctatus
ex punctis singulis pili oriundi. Area pygidialis
tenuiter transverse striata. Unguiculi conspicue
fissi, denticulus interior brevicr quam exterior ; pul-
villi magni dimidium longitudinis unguiculorum su-
perantes. Calcar posticum multo-pectinatuin, denticuli
plures quam 10, paralleli, tenues. Nervus secundus
recurrens propior angulum apicalem cellulæ cubi-
talis secundæ quam n.r. primus angulum basalem ;
cellula radialis apice a margine alæ aliquid remoto
in nodalum incrassato, sine appendice vera.
Long. 9 mm.; lat. abdom., 2,5 mm.
& Differt præcipue fasciis abdominalibus minus
conspicuis, margines apicales segmentorum etiam
ciliati sed subtilius et a pubescentia reliqua vix dis-
tinguendi. Caterum pubescentia ut in 9 tamen di-
luticr ; ea segmentorum 5-i-7-i albido flavescens.
Pedes pallide flavescenti-hirti ; unguiculorum I-um
et Ilum dens interior exteriore fere sequalis, Il-um
paulum brevior; tibiæ III parum incrassat#, me-
tatarsi III longi et tenues.
— 226 —
Long. 9 mm; lat. abdom. 2,2 mm.
Argentina, Prov. Santa Fé.
Muy parecida a P. wagner: Vach., la cua
tambien tiene fajas de pelos sobre los segmentos
2-4; pero estas fajas son de un blanco-gris como
tambien el resto de la pubescencia, los calcares son
hialiros, la nervatura de las alas casi negra. El &
de wagner: tiene los tracanteres posteriores alarga-
dos hacia atras en forma de cono agudo, todo eso
la distingue facilmente de P. fasciata.
PASIPHAE BASIRUFA N. Sp.
S Nigra, antennis ab articulo quinto antice
fulvis, mandibulis apice fuscis; tarsis calcaribusque
brunneis ; abdomine tergitis tribus basalibus rubris,
marginibus apicalibus segmentorum 1-i-4-j fulvis.
Pubescentia alba, densa in vulto, occipite, scutella,
pleuris, sterno, segmento medio, marginibus latera-
libus tergitorum atque sternitis. Pedes breviter al-
bo-hirti. Margine apicales tergitorum 1-i-6-i tenui-
ter breviterque alco-pilosi: segmentum 6-um et 7-
um tota longius albo-hirta.
Caput latius quam torax. Vertex sat crebre
punctatus; inter ocellus laterales et oculos spatium
impunctatum habet. Mesonotum disperse tamen
crasse punctatum. Area basalis segmenti medii ni-
tidissima foveola profunda pone postscutellum ins-
tructa ; segmentum medium caeterum conspicue at-
que sat dense punctatum. Abdomen impunctatum
neque etiam venter punctatus. Scapus antennarum
duplo crassior quam funiculus, rugosissime punctatus.
Alæ hyalinæ venulis brunneis; apex cellulæ radialis
a margine antico alee remotus cum appendice brevi.
Cæterum ut in P. fasciata; unguiculi et pulvilli ut
MP jascrata a:
Long. 10 mm.; lat. abdom. 5. mm.
Argentina: Prov. Santa Fé.
Hasta ahora se conocia solo una especie de Pa-
siphae con abdomen rojo, la P. rufiventris Spin.
Solo se conoce la ¢, portanto una comparaciôn es
— 227 —
impraticable. Pero el tamano menor, el colorido
del abdomen que es rojo sobre todos los segmentos,
las venas alares negras, la proveniencia « Chile » la
alejan de la P. basirufa.
DUCKE ( Zool. Jahrb. Abt. f. System &c. vol.
XXXIV, 1912, p. 77-79) enumera todas las es-
pecies conocidas de Pasiphae en número de 24.
Omitié sin embargo, la P. cheringi m. que habia
e en Entom. Rundschau Vol. XXII, 1910
09 y cuya biologia fué descripta por H. LUE-
DERWAL DT en el mismo año en Zeitschr. f. wis-
sench. Insektenbiol. Vol VI, p. 297. En cambio, la
P cestri Ducke de la obra mencionada, p. 77, se
ha omittido em Zoological Record del ano 1912,
por mas que todas las otras descripciones del ale-’
gado articulo estan correctamente citadas en él. En
cuanto a P, cameron: Baker que DUCKE no sabia
colocar, observo que su posiciôn genérica fué acla-
rada por COCKEREL en Ann. Mag. Nat. Hist.,
Vol. V. 1910, p. 367 inclueyéndola en el género
Pseudopanurqus Ckll. Esa transposicién está cor-
rectamente citada en Zoological Record, año 1910,
p. 270. No obstante en los géneros de abejas sud-
americanas por DUCKE no figura Pseudopanurqus
del todo.
vou i
E t
À
|
Ê
Dt
,
BY + M JA
‘ | #1 (QE
i Vi ast lo
NUE É
o
- jo Ê A Ai >
E Té! lin j ama COL LT TAN Pad Uai!
é PRO a perd Ve
E . | d | 7 ' ‘ar J An is
E e E E b . |
HERMANN LUEDERWALDT
Custos do MUSEU PAULISTA
Chave para determinar os Dorylineos
=== brasileiros ===
’ É . LE oft
Rs
TRE 20 aniihatad Bibi 5H)
cer MM il tacae ea
Chave para determinar os Dorylneos brasileiros
Neste trabalho de classificação devem ser em-
pregados de preferencia as formas maiores das for-
migas. Fôra da indicação especial, os caracteres
indicados se referem a essas formas.
Nem sempre me foi possivel estabelecer dia-
gnoses mais completas, por falta de literatura e
material. Pelo mesmo motivo pude descrever ape-
nas um numero restricto de Sd.
Quanto à literatura refiro-me a Emery « Hy-
mnoptera, Fam. Formicidæ, Subfam. Dorylinæ » em
« Genera Insectorum », 1909, fasc. 102, pag. 15
etc., onde se encontra “completa. Neste trabalho ci-
tei apenas bibliographia mais recente.
Com referencia às localidades veja-se: II. Lue-
derwaldt, « Notas myrmecologicas », na « Revista
do Museu Paulista », 1918, pag. 4.
frmiculo | f pe sMooudibula
5 N a _€lipeo
capo \ WV
xs qe CE cAreafrontal
O: aN ——pirles frontal
LE, L = paftog ira.
eQnako as)
tm Mesenato __
Metro .
è DONA ar Petiate
AOTILE TI
Le dp es
I CHAVE
PARA AS SUBFAMILIAS DAS FORMIGAS BRASILEIRAS, ÿ E WL
1 Petiolo com um articulo. 3.
2—com dois articulos. Com ferrão, que apenas
certos Myrmicineos empregam para a defesa.
Nympha sem cocon. 7.
3 Abdomen entre o primeiro e o segundo se-
gmento, não restricto. Petiolo geralmente squa-
miforme. Sem ferrão ou se existe, rudimentar
então. 9.
4 — aqui quasi sempre restricto; se não ou indis-
tinctamente restricto, então as mandibulas in-
sertas no meio do bordo anterior da cabeça,
muito proximas, extraordinariamente compri-
das ( Odontomachini ). Antennas com 12 arti-
culos. Petiolo geralmente squamiforme.
Especies monomorphas ou quasi monomorphas-
Com ferrão. Nympha com cocon :
1. Subfam.: Ponerinæ
o. Abdomen (visto de cima) sômente com 4 se-
gmentos. Abertura cloacal fendiforme, sem co-
roa de cabellos, ventralmente situada. Anten-
nas com 12 articulos. Especies monomorphas
ou um pouco dimorphas ( Azteca). Nympha
sem cocon :
4 Subfam. Dolychoderinæ
6 — com 9 segmentos. Abertura cloacal rotunda-
da, guarnecida com corôa de pellos, situada à
ponta do ultimo segmento. Antennas com 9
até 12 articulos. Especies geralmente dimor-
phas. Nympha geralmente com cocon:
O. Subfam. Camponotinæ
7. Laminas frontaes bem juntas, soldadas com o
clypeo e curvando-se, anterior e lateralmente em
volta do fosso antennal. Olhos rudimentares,
quando não faltam. Antennas com 12 articulos,
— 233 —-
geralmente filiformes ; sua base não coberta
pelas laminas frontaes. Mandibulas do & tri-
angulares. Sutura do promesonoto ausente ou
indistincta. Corpo desarmado ou sómente com
um espinho pequeno em cada lado atrás do
epinoto, (não metanoto, como diz erroneamente
a figura pag. 231, e no occiput ). Especies mais
ou menos dimorphas. Nympha com cocon:
2. Subfam. Doryline
S. — frontaes mais ou menos distantes; quando bem
proximas, então os olhos muito grandes, occu-
pando pelo menos a metade do lado da cabeça.
Olhos geralmente bem desenvolvidos. Anten-
nas com O até 12 artículos, muitas vezes com
clava; a base coberta das laminas frontaes.
Corpo frequentemente muito espinhoso. Espe-
cies monomorphas ou dimorphas. Nymphas
sem cocon :
3. Subfam. Myrmicinae
Subfam : DORYLINÆ
«CoRREIÇÃO OU GUERREIRO)»
São insectos de rapina, sem recusar inteira-
mente os vegetaes. Caçam principalmente todos os
insectos mais fracos ou a sua criação, a saber nym-
phas de outras formigas, cupins, aranhas, baratas
etc. Pegam na presa com as mandibulas, arrastan-
do-a pendurada por baixo do corpo, repartindo
exemplares maiores.
São de utilidade, destruindo muitos insectos no-
civos, tambem nas habitações, de onde afugentam
ratos e rãs, como me aisseram pessoas de credito.
De vez em quando atacam e expoliam cclmeias.
Vagam em columnas quer maiores, quer pequenas,
especialmente em tempo de trovoada.
Labidus praedator e coecum e provavelmente
tambem as outras especies deste subgenero possuem
ninhos permanentes, subterraneos. Provavelmente
tambem Kciton.
— 234 —
Acamatus porém vive em columnas migrato-
rias, em que os $ & transportam a 2 (Torel).
Das especies brasileiras conhecemos sómente a 9
de Labidus caecum e predator. A ultima cf. A. Lue-
erwaldt « Notas myrmecologicas », Rev. Mus. Pan-
lista; 1916; pag: 20.
II CHAVE
PARA DETERMINAR OS SUBGENEROS DOS DORYLINEOS
BRASILEIROS, 9 E 2
1. Unhas simples. Laminas frontaes não alarga-
das. Kpinoto atrás sem espinhos. Os olhos
faltam ou são muito pequenos. Sem %. Es-
pecies pequenas e pouco dimorphas :
3. Acamatus
to
— com um pequeno dente por dentro no meio,
raramente com dois. Laminas front. entre as
antennas bem alargadas. Epinoto atrás simples
ou bilateralmente com um pequeno espinho. Es-
pecies fortes dimorphas, regulares e maiores. 3.
3. Epinoto em cima da parte basal ( a parte anterior,
mais ou menos horizontal do mesmo ( bilateral
mente com uma carena longitudinal, que se
termina atrás por uma espinha ou um dente.
Olhos pequenos, porém distinctos. Occiput,
pelo menos nas formas maiores, atráz de
cada lado, com um espinho. Antennas em maior
(— nos maiores exemplares ) esbeltas, todos os
articulos do funiculo, excepto talvez o primeiro,
mais compridos ou muito mais compridos, que
grossos; em minor ( sempre excepto o ultimo
articulo ) tão compridos, quanto grossos ou mais
grossos. Especies com 2%2% de cabeças muito
grossas, cujas mandibulas são extraordinaria-
mente compridas ( muito mais que a cabeça ),
da fórma de tesoura, cylindricas e na ponta,
recurvadas para dentro. (cf. Emery, Bull. Soc.
mt Mal, SE, 26, 4 ays
— 235 —
{> Betton s. str.
4. — Posterior mais ou menos arredondado, sem
carenas longitudinaes, desarmado on ( em cras-
sicorne ) visto de lado, com uma saliencia den-
tiforme. Occiput sem espinhos. Sem 2424 com
mandibulas alongadas :
2. Labidus
III CHAVE
PARA A DETERMINAÇÃO DAS ESPECIES DOS DORYLINBOS
tam
À.
BRASILEIROS 2% E Ÿ
1. Subgen. ECITON LATR. s. str.
( Oito especies americanas; as duas, que fal-
no Brasil, são do Yucatan e do Perú).
Epincto (visto lateralmente) atráz de cada
lade com um espinho delgado e agudo; ambos
os espinhos completamente separados. Bordo
masticatorio das mandibulas denticulado. Quan-
do muito, com excepção do abdomen e das
mandibulas, inteiramente ou quasi inteiramente
opaco. Primeiro nodo do petiolo ( visto de cima )
sempre muito mais comprido que largo 8. —
aqui dispõe de um dente curto triangular, ge-
ralmente obtuso ou arredondado. Carenas do
epinoto (visto de cima) rectas ou quasi re-
ctas, para tráz mais ou menos convergentes.
Quasi inteiramente opaco ou c abdomen bri-
lhante. Mandibulas, no bordo masticatoric, em
certa distancia da ponta, com um denticulo dis-
tincto. à.
Mandibulas no bordo masticatorio inteiramente
lisas, sómente com o referido denticulo ; ao lado
exterior não estriadas, sómente pontuadas. Ca-
renas do epinoto (visto de frente) para tráz
muito pouco convergentes. Primeiro nodo do
petiolo, pelo menos na maior, com sulco lon-
gitudinal bem distincto; o primeiro ( visto do
lado ) nas formas maiores, quasi sempre tão com-
8G
prido quanto alto; no bordo anterior muito
mais baixo, que no bordo posterior. Cor da
maior parda ou vermelho-parda ou ambas as
cores misturadas, cabeça muitas vezes amarello-
parda; em menor (== os exemplares menores )
parda, muitas vezes com o abdomen e os mem-
bros mais claros. 3 — 11 mm..
Soldado: Prelominantemente da cor fer-
rugineo amarellz ; cabeça e thorax amarellos,
antennas e manaibulas mais ou menos verme-
lho pardas.
Do Mexico até o Uruguay e Paraguay:
Ke. Burchelli Westw.
4 — no bordo masticatorio distinctamente denticula-
das. Carenas do epinoto muito convergentes
para tráz. Primeiro nodo do petivlo na maior
e na menor ( vista de lado ) distinctamente mais
comprido que alto. 9.
9. Primeiro nodo do petiolo (visto do lado) no
bordo anterior muito mais alto, que no bordo
posterior; ( visto de cima) em maior um pou-
co mais que uma vez e meia tão comprido
quanto largo; sem o minimo vestigio de um
sulco longitudinal, bem como o segundo. Man-
dibuias estriadas e pontuadas. Parte dental do
epincto mais ou menos cicatrisada, mas não
alongada, nem restricta na base. Cor quasi in-
teiramente amarello-vermelha ; antennas, man-
dibulas e tarsos pardos. 8-- 11 mm.
Soldado : (Cabeça forte brilhante ( nas ou-
tras especies opaca). Cor geral amarella; ti-
bias, femures, tarsos e antennas ferrugineo-
amarellas.
Do Mexico ao Amazonas:
Ee. hamatum F.
6 — nodo do petiolo no bordo anterior e posterior (vis-
to de lado) quasi igual na altura ou em maior an-
teriormente sómente um pouco mais baixo, com
ne ee
sulco longitudinal distincto. Carenas do epinoto
menos convergentes que no typo. Cor mais es-
cura que a do hamatum. 9.5--10 mm., 7
exemplares. E. Garbe leg. Besouro do campo.
S. Luiz de Caceres ( Matto Grosso ):
Ec. hamatum var. mattogrossensis, nn.
var. (No. 19.608.)
—
— nodo do petiolo no bordo anterior muito mais
baixo, que no posterior; (v. de cima) pelo
menos em maior, cerca de duas vezes 0 com-
primento da largura; com sulco longitudinal
bem distincto, igualmente no segundo nodo.
Mandibulas estriadas em maior, pontuadas em
menor. Parte dental aträz no epinoto inteira-
mente cicatrisada em forma de lamella; em
maior, na base restricta. Thorax muito menos
restricto entre meso—e epinoto, de qie em am-
bas as especies anteriores. Primeiro articulo
do funiculo (rectangular no scapo ) sobresa-
liente ‘entre as especies de Hciton s. str. só-
mente ainda em vagans ). Pardo-vermelha, com
pernas mais claras, mandibulas pretas e abdo-
men amarello -- pardo. A menor às vezes in-
teiramente amarello -- vermelha, mandibulas par-
das. 9--8 mm..
Soldado : claro -- ferrugineo ; mandibulas
e antennas pardas. Muito pequeno : incl. das
mandibulas sómente 12 mm. ( Emery ).
Do Mexico a Minas, Paraguay. Est. de
Minas : Pirapora (No. 18.457). E. Garbe
leg. Sem 2% 2% :
Ec. roger: D. T.
8. Thorax entre meso—e epinoto (a saber na
base das carenas) não restricto, por conse-
guinte, o perfil dorsal quasi rectilinear. Pri-
meiro articulo do funiculo ( rectangular no sca-
po) quasi sempre bem distinctamente sobresa-
liente. Espinhas do occiput curtas e obtusas.
10.
— 238 —
Carenas do epincto rectas e parallelas. Ambos
os nodos do petiolo, pelo menos em maior, com
distincto sulco longitudinal. Abdomen bem bri-
lhante Mais claro ou escuro -- parda, uni-
color ou com abdomen mais claro; muitas ve-
zes inteiramente ferruginea. 3-- 10 mm.
Soldado : cor inteiramente ferruginea. 15
mm..
Do Mexico até São Paulo. Est. de São
Paulo: Franca (15.884). Est. de Matto Gros-
so: S. Luiz de Cáceres (19.599, 19.618). E.
Garbe leg. Besouro do matto :
Ec. vagans Ol.
aqui distinctamente restricto. Primeiro articulo
do funiculo não ou quasi não sobresaliente.
Espinhos do occiput compridos e agudos. 10.
Carenas do epinoto quasi rectas e parallelas.
Primeiro nodo do petiolo e o segundo, pelo
menos em maior, com sulco longitudinal em
cima. Primeiro segmento do abdomen comple-
tamente opaco. (Cor variavel: inteiramente fer-
ruginea, com abdomen mais claro e mandibu-
las negrejantes ; ou abdomen e pernas ferru-
gineas, o resto vermelho -- pardo; ou preto --
parda, com pernas vermelho -- pardas e abdo-
men amarello. Maior que vagans.
Soldado : desconhecido.
Amazonas :
Ec. rapax Fr. Sm.
11 — do mesmo lateralmente mais ou menos cur-
12:
vadas para fóra ou rectas, mas sempre bem dis-
tinctamente convergentes para tráz. 12.
Abdomen na pagina dorsal no primeiro se-
gmento opaco. Carenas do epinoto lateralmente
pelo menos em maior bem curvadas para fora,
antes dos espinhos fortemente restrictos. Geral-
mente ambos os nodos do petiolo, em todas as
formas, em cima com sulco forte, longitudinal ;
— 239 —
o primeiro nodo, pelo menos em maior, atraz
somente pouco estreitado, pediculiforme. Cor
quasi inteiramente preta ou, porém, mais raras
vezes, parda; ponta abdominal, tarsos e funi-
culo em baixo geralmente vermelho -- parda.
6-- 10 mm..
Soldado : Cor predominantemente verme-
lhe -- parda; mandibulas, antennas, petiolo, ab-
domen (excepto a ponta mais clara) e pernas
( excepto os tarsos mais claros ) pretas ou bem
escuro -- pardas.
Da Bahia ao Rio Grande do Sul:
Ec. quadriglume Hal.
13 — aqui distinctamente brilhante. Carenas do epi-
noto lateralmente menos curvadas, que em qua-
driglume ou mesmo rectas; antes dos espinhos
terminaes não ou menos restrictas; espinhos
mais curtos. Primeiro nodo do petiolo sem
sulco longitudinal ou indistincto ; atráz com de-
clividade mais forte, que em quadriglume e pelo
menos em maior mais forte estreitado, pedicu-
liforme. Occiput, entre ambos os espinhos, com
bordo agudo, distinctamente saliente ( Forel ).
Geralmente parda, com cabeça (incl. as man-
dibulas ) mais escuras; abdomen, funiculo, pe-
tiolo e pernas mais claras; muitas vezes intei-
ramente ferruginea. No resto é semeihante a
quadrigl. 4--10 mm.
Soldado: Cor semelhante a do %, parda
t cabeça etc. não vermelho -- parda, como em
quadrigl. 2%. Espinhos occiputaes bem desen-
velvidos. Mandibulas no bordo interior, antes
do meio, com um dente ou uma saliencia ac-
cusadamente variavel (falta sómente em um
ex. ); às vezes um segundo dente antes da
ponta encurvada; a pontuação mais fraca, que
em quadriglume. Cabeça menos grossa. 10
mm., 7 exemplares. Um % tem a cor intei-
ramente ferruginea, só os articulos do funiculo
LE QUA cur
são no fim annulados mais escuros, 11 mm..
Espinhos occiputaes bem desenvolvidos.
Num especimen de meio-soldado (14.207),
que possuimos, são as mandibulas tambem mais
compridas que a cabeça, o bordo interior den-
ticulado, sem dente antes do meio; lateral-
mente pouco curvadas, mas o fim para tráz, a
ponta mesma encurvada um pouco para den-
tro; antes da parte encurvada, com um den-
ticulo um pouco maior. Espinhos ccciputaes
tambem bem desenvolvidos.
Estado da Bahia: Villa Nova ( 14.207),
Est. de Minas: Pirapora (18.440, 18.467),
Est. de S. Paulo: Ituverava (16.192), Franca
(15.768). Est. do Rio Gr. do Sul: Neu Wiir-
temberg (19.100, 19.101); Est. de Matto
Grosso: S. Luiz de Caceres (19.612). E.
Garbe leg. ; Misiones ( Argent. ):
Ec. quadriglume Lal. subsp, dulcius For.
Forel, Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. T. LVI,
1912 pag. 42; == francanum Ihg. ( No. 15.76€)
Entomolog. Mitr. B. I Noy. 8, 1912 pag. 229.
Nao foi descripto.
Segundo Forel, lc., differe do quadri-
glume pela falta dos espinhos do occiput. Em
nossos exemplares ( 40 e tantos) o mesmo no.
14.207, do qual Forel recebeu material do Mus.
Paulista e nelle se baseou para crear dulcius, .
não acho confirmada essa informação. ( Santschi
Extr. Ann. Soc. Entomol. France Vol. LXXXIV,
1915 (1916) pag. 510, cujo trabalho recebi
só mais tarde, confirma a minha observação ).
A meu ver tem dulcius de subsistir como
especie.
2. Subgen. LABIDUS JUR.
(São conhecidas 7 especies americanas, incl.
2 da Costa Rica).
Unhas tendo no meio dois denticulos. Mandibulas
lisas e brilhantes, com 3 dentes. Cabeça trian-
as) |, ao
cular, tão comprida quanto larga em maior,
distinctamente mais comprida que larga em
menor. O scapo alcança apenas a metade da
cabeça. Faltam os olhos. Articulos 3 até 9
do funiculo em maior uma vez e meia mais
largos que compridos; em menor duas vezes.
Thorax em cima aplanado (em contraste do se-
melhante Labidus coecum com as costas abo-
badadas ; ) meso-epinoto profendamente restricto.
- Ambos os nodos do petiolo mais compridos que
largos. Liso e brilhante. Cor, em geral, pardo
vermelha. 2.3-4.4 mm.
(Gearä :
Lab. mars For.
(Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. LVI, 1912 pag. 44).
2 — aqui com um denticulo. Mandibulas estriadas,
Meso-epincto distinctamente restricto. 3.
3. Parte basal do epinoto sobresahe à declividade
em forma de chapa, que é no bordo posterior,
pelo menos em maior, mais ou menos emar-
ginado. Occiput atraz bilateralmente com um
angulo distincto. Antennas curtas e grossas ;
a maior parte dos articulos do funiculo (o ul-
timo articulo sempre exceptuado ) em todas as
formas, muito mais largos, que compridos. Ca-
beça, além da finissima esculptura dedaliforme,
pontuada grossa, mas plena e espaçosa. Ambos
os nodos do petiolo e o thorax, pelo menos no
epinoto, longitudinalmente rugoso-estriados. Cor
geral mais claro ou escuro-parda, antennas e
mandibulas muito mais escuras; raras vezes
. inteiramente ferruginea. Abdomen brilhante,
além disto gerelmente opaco. Sem 2%. 7-9,5 mm.
De Mexico até o Rio Grande do Sul e o
Paraguay :
Lab. crassicorne Fr. Sm.
4 — basal do mesmo differente, arredondada ou an-
gulada. Occiput (excepto schlechtendal: ) sem
angulos distinctos, arredondado. 5.
242 —
Primeiro art:culo do funiculo sobresahe distin-
ctamente o scapo em posição rectangular ( quasi
a metade). Antennas esbeltas, todos os arti-
culos do funiculo mais compridos, do que gros-
sos em maior; tão compridos, quanto grossos
ou mesmo mais grossos em menor ( tambem nas
formas pequenissimas ). Brilhante, pouco esculpi-
do. Cor predominante preta ou tambem escuro-
pardacom membros mais claros ; raras vezes in-
teiramente da côr d'azeitona em minor. Com %
bem cabeçudos. 3. 5-8. D ram.
or
Do Mexico até o Rio Grande do Sul e Pa-
raguay; Misiones ( Argent. ) :
Lab. praedator Fr. Sin.
6 — nodo do mesmo não sobrepuja o scapo. 7.
7. O segundo nodo do petiolo não está assentado
“ao abdomen com a sua parte inteira posterior ;
ambos os nodos, pelo menos nos individuos
maiores, atraz rectangularmente declive. 4 maio-
ria dos articulos do funiculo em maior, tão com-
pridos ou um pouco mais compridos do que
grossos; o contrario em minor. Faltam ge-
ralmente os olhos. Cabeça atrás sem o minimo
vestigio de angulo. Cabeça, abdomen e petiolo
lisos, com pontuação espaçada e fina; thorax
um pouco rugosc e com esculptura densa e
dedaliforme. Notavelmente brilhante; thorax
opaco ou quasi opaco. Cor mais claro ou mais
escuro-vermelho-parda ; petiolo, abdomen e per-
nas ainda mais claros; mandibulas em maior
pretas. 3. 59-10 mm.
Soldado: Cabeça desproporcionadamente vo-
lumosa, muito mais, que em qualquer outra es-
pecie: esta formiga por isto lembra Pheidole 2%.
Mandibulas na base do bordo interior com um
forte dente triangular. 16 mm.
Do Texas até o Rio da Prata; Paraguay,
Misiones ( Arg. ) :
— 243 —
Lab. coecum Latr.
(== grassator For., Deut. Ent. Zeitschr. 1911 pag. 288)
8 — nodo do petiolo assentado ao abdomen com a
sua parte inteira posterior, primeiro nodo de-
clinando obliquamente atraz em maior ou, em
menor arredondado. A maior parte dos arti-
culos do funiculo muito mais larga, que com-
prida. Olhos presentes tambem nos individuos
minimos. Occiput atraz com angulo bem fraco,
mas sómente na maior. Cabeça, thorax, petiolo,
além da pontuação finissima e dedaliforme, com
pontas grossas e espaçosas. Maior: Opaca ou
quasi opaca, pernas e mandibulas brilhantes ;
menor: quasi inteiramente brilhante. Cor ver-
melho-parda ; mandibulas pretas e abdomen mais
claro. Os individuos mais pequenos às vezes
ferrugineus. 2.5-8 mm.
SAP aloe cida( 2090172578, Para ;
Paraguay :
Lab. Schlechtendali Mayr.
3. Sub gen. ACAMATUS EM.
( Especies americanas 33, ertre ellas 6 da
Argentina e Uruguay e 3 do Paraguay ; as
outras ex-brasileiras do outro lado dos Andes,
da America Central e do Norte).
1. Thorax entre meso — e epinoto mais ou menos
restricto mas nem o meso — nem o epinoto
gibiforme. Cabeça entre os olhos sem proemi-
nencia lisa e distincta. Scapo o occiput não
alcançando. 5.
2. — aqui muito fundamente restricto, de modo que,
pelo menos o mesonoto eleva-se bem alto. Ca-
beça pelo menos atraz e thorax esculpidos e
por conseguinte opacos. (Cabeça com 2 pe-
quenas proeminencias distinctas e lisas, entre
os olhos e um pouco atraz, de modo que, pa-
recem existir 4 olhos. O scapo sobrepuja o
occiput mais ou menos ou pelo menos alcança-o.
a pa
Pronoto no bordo anterior com uma pequena
carena transversal, antes da parte collariforme.
Pelo menos o primeiro nodo do petiolo muito
mais comprido, que largo (sempre visto de
cima). Segundo nodo do petiolo e abdomen
brilhantes. Mandibulas estriadas. 3.
Cabeça densamente pontuada dedaliforme, não
estriada. Parte basal do epinoto (visto do
lado ) pelo menos tão comprida quanto a me-
tade do promesonoto em menor, mais comprida
em maior. Sómente o mesonoto fortemente
gibiforme. Todos os articulos do funiculo di-
stinctamente ou muito mais compridos que
grossos; em maior a maior parte dos articulcs
têm quasi duas vezes da largura, o segundo duas
vezes e meia. Em minor os articulos são pro-
porcionalmente mais curtos. rente e vertice,
o primeiro nodo do petiolo e o thorax, espe-
cialmente em cima no meso-epinoto, com nu-
merosas gibinhas; em menor tudo isto em
miniatura. Primeiro nodo do petiolo sub-opaco.
Maior vermelho-parda, thorax mais escuro,
mandibulas pretas; minor, muitas vezes, intei-
ramente amarello-vermelha. à-5.5 mm.
Est. de S. Paulo: Franca (15.881). Minas :
Pirapora (18.447), Rep. Argentina :
Ac. pseudops For. var. garbei For.
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. 1912 pag. 47).
O typo, conhecido do Paraguay, tem antes
de tudo, articulos funiculares mais curtos : todos
são quasi eguaes, um pouco mais compridos,
que Jargos.
4 — na frente e vertice com estrias longitudinaes
distinctas. Parte basal do epinoto, quando
muito, tão comprida, quanto a metade do pro
mesonoto. Meso-e epinoto elevados em forma
de giba bem alta. Articulos do funiculo só-
mente um pouco mais compridos, que grossos.
Cabeça etc. sem gibas pequenas; ambas as proe-
— 245 —
- minencias muito mais fracas, que em pseudops-
garbei. Primeiro nodo do petiolo tambem
brilhante. Thorax fortemente rugoso. Verme-
lho-parda, com petioio, abdomen e pernas mais
claras. 3-5 mm.
Do Pará até o Rio Gr. do Sul:
Ac. legionis Fr. Sm.
9. Pronoto simples no bordo anterior. Cor fer-
ruginea ou vermelho-parda ; petiolo, abdomen,
pernas mais claras. Mandibulas estriadas, par-
das, com 3 fortes dentes. Articulos fun'culares
medianos, quando muito, tão compridos, quanto
largos. Scapo muito curto, não, ou quasi não,
sobrepuja a metade da cabeça. Thorex em
cima denso e fortemente pontuado e por con-
seguinte sub-opaco, Sutura meso-epinotal bem
distincta, a do pro-mesonoto rasa e indistincta.
A parte basal do epinoto tem sómente um terço
do pro-mesonoto. Pro-mesonoto muito pouco
abaulado. Primeiro nodo do petiolo opaco, ou bri-
lhante, o segundo transversal. Brilhante, cabeça
com pontuação fina. Corpo muito abundante-
mente provido de pellos; robusto. 4.5-6 mm.
Pará, Rio; St. Catharina : Itajahy (15.974),
Rio Gr. do Sul: St. Maria (19.078). E. Gar-
be leg. :
Ac. punctaticeps Em.
6. — aqui com carenicula transversal, distincto ge-
ralmente tambem nos pequenos individuos; se
é indistincto, então a côr geral preta. Cabeça
brilhante, mais ou menos pontuada. 7.
7. Pro-mesonoto egualmente forte-abaulado, muito
mais forte, que nas outras especies. Cér con-
stantemente preta ou muito pardo-escura ; do
funiculo e dos tarsos mais clara. Meso-epinoto
fortemente restricto. Primeiro nodo do petiolo
mais comprido, que largo; o segundo, quando
muito, tão comprido, quanto largo. Todos os
artículos funiculares, pelo menos em maior,
Ss)
— 246 —
distinctamente mais compridos do que grossos,
Mandibuias estriadas. Em geral lisa e brilhan-
te, sómente o epinoto, pelo menos lateralmente,
denso-rugoso. Abundantemente vestida de ca-
bellos brancos e eriçados. 2.5 mm.
Do Mexico até o Rio Gr. do Sul e Pa-
raguay : :
Ac. pilosum Fr. Sm.
8. — fracamente abaulada. Cor vermelho parda,
ferruginea, amarellada. 9
Comprimento da cabeça, em maior, uma vez
e meia da largura, em minor duas vezes e
por isto differente de todas as outras especies ;
na maior adiante distinctamente mais larga, que
atraz, na minor egual. Mandibulas lisas e
pontuadas, sem dentes. A largura dos articulos
6-10 do funiculo é egual à grossura, ou um
pouco mais grossa. Meso-epinoto pouco restricto.
Primeiro nodo do petiolo duas vezes mais com-
prido do que largo; o segundo uma vez e
meia, um pouco mais largo, que o primeiro.
Em geral lisa e brilhante. 3,7-4.8 mm.
Bahia :
Ac. góldii For.
10 — muito mais curta. Mandibulas estriadas, pelo
14;
menos em maior. 11.
Cabeça em baixo, no bordo anterior, com dois
dentinhos agudos; lateralmente, para o terço
anterior, com saliencia forte; pouco mais com-
prida que larga. Mandibulas com tres dentes
no bordo masticatorio (o dente mediano situa-
do no meio). Scapo para o fim accentuada-
mente alargado. Articulos 3-- 10 do tuniculo
muito mais largos que compridos. Primeiro
nodo do pet:olo mais comprido, que largo ; se-
gundo mais largo que o primeiro, um ponco
mais largo que comprido. Meso-epinoto restric-
Lape
to. Geralmente liso e brilhante. Amarello-
vermelha. 4 mm.
Pará :
Ac. paraense For.
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. T. LVI, 1912, pag. 45)
12 — aqui simples. 13.
15.
Articulos funiculares em maior muito nais com-
pridos que largos; em minor tão compridos,
quanto largos, mas geralmente mais compri-
dos. Scapo delgado. Pro-mesonoto abau'ado.
Parte basal do epinoto (visto do lado) tem
dois terços do comprimento do promesonoto.
Meso -epinoto, em maior, muito distincta —
em minor muito fracamente restricto. Primei-
ro nodo do petiolo muito mais comprido, que
largo; segundo tão comprido quanto largo no
bordo posterior em maior, mais comprido em
minor. Lisa e brilhante; sómente o metanoto
na parte maior opaca, em consequencia da es-
culptura rugosa. Vermelho-amarella, pernas, pe-
tiolo e abdomen mais claras. 2.9-4. 5 mm.
Ituverava (Est. de S. Paulo 16.196) E.
Garbe leg.
Ac. diana For.
Mém. Soc. Ent. Belg. XX, 1912, pag. 31
É pag
14— do faniculo, excepto o ultimo e talvez o pri-
meiro, o decimo e o nono articulo, quando muito
tão compridos, quanto largos. Primeiro nodo
do petiolo (sempre visto de cima) distincta-
mente mais comprido, que largo; o segundo
liso e brilhante. 15.
Segundo: nodo do petiolo em cima muito mais
comprido, que largo. distictamente mais estreito
que o primeiro. O primeiro opaco. Pro-meso-
noto fracamente abaulado. Parte basal do epi-
noto, guando muito, tão comprido, quanto a
metade do pro-mesoncto. Meso-epinoto em maior,
distinctamente, em menor não restricto. Tho-
rax grossamente esculpido. Pro-mesonoto me-
diocremente brilhante, epinoto cpaco. Inteira-
mente amarello-vermelha ou cabeça e thorax
parda. Scapo alargando-se sómente um pouco
para a extremidade. 1. 5-5. 5 mm.
Rio Grande do Sul e Paraguay :
Ac. angustinode Em.
16 — nodo do mesmo em cima tão comprido, quanto.
117.
largo ou sômente um pouquinho mais comprido ;
não mais estreito, que o primeiro. Corpo farta-
mente vestido de pellos compridos e eriçados. 17.
Segundo nodo do petiolo em cima quasi qua-
drado. O ultimo articulo do funiculo um pouco
mais, que duas vezes tão comprido, quanto o.
decimo e o nono juntos. P'ro-mesonoto na parte
maior polida; epinoto mais ou menos es-
culpido, sem brilho em maior, com brilho em
minor. Primeiro nodo do petiolo brilhante e
quasi liso em menor, parcialmente esculpido em
maior. Amarello-vermelha. Scapo fortemente
engrossado para a ponta. 2. 5-4 mm. ( Segundo.
Mayr, Wien. Ent Zeitschr. 1886 pags. 33 e 120).
Palmas, Sta. Catharina no antigo contes-
tado.
A. hetschkoi Mayr.
18 — nodo do petiolo não quadrado, adiante distin-
ctamente mais estreito, que nas outras partes ;
mais largo, que o primeiro. (Cabeça com an-
gulos obtuso-agudos. O ultimo articulo do fu-
niculo, quando muito, tão comprido, quanto o
decimo e o nono juntos. Mandibulas no bordo-
masticatorio com 2 ou 3 pequenos dentinhos.
norax emcima inteira — e fórtemente escul-
pido ; pro-mesonoto pelo menos em menor bri-
lhante. Epinoto em maior sempre, em mener.
— 249 —
geralmente opaco. ( Em menor o pro-mesonoto
as vezes quesi liso). Primeiro nodo do petiolo
mais ou menos esculpido e mais ou menos
opaco. Meso-epinoto em maior distinctamente,
em menor fracamente restricto. Pro-mesonoto
fracamente abaulado. O comprimento da parte
basal do epinoto tem mais ou menos a metade
do pro-mesonoto em maior, muito mais compri-
do em ino. Cor, em maior, pardo-vermelha,
em minor amarellada. 2.3-4 mm.
São Paulo: Ypiranga (10.031, 19.704):
Ac. raptans For.
(Bull Soc. Vaud. Se: Nat. Vol. XLIX, 1913 pag. 11 =
raptor For. Deut. Ent. Zeitschr. 1911 pag. 289 —
abstinens Ihg. Ent. Mitt. B. I, 1912 pag. 232.)
IV CHAVE
PARA DETERMINAR DIV. Ÿ d
(Os caracteres, aqui mencionados, refe-
rem-se especialmente äs especies descriptas,
nesta chave. )
Especimens proporcional nente bem gran-
des, da forma distincta, geralmente vestidos
com cabellos extraordinariamente compridos,
de côr pardacenta, pesados, mais ou menos de
1-2 cm. de ccmprimento, que na sua apparen-
cia sO se assemelham muito pouco aos & 4 de
outras formigas. Azas geralmente amarelladas.
Antennas com 13 artículos.
Capturam-se quasi exclusivamente à luz
electrica e aqui frequentemente. Todavia forão
varios exemplares tambem observados nas co-
lumnas migratorias dos ÿ 9.
1. Mandibulas consideravelmente mais compridas,
que o bordo anterior da cabeça, para a ponta
distinctamente encurvadas para dentro, em geral,
porém, sómente pouco curvadas. Linha basal
do triangulo dos ocellos muito mais curta, de
que a distancia entre os olhos e o ocello mais
195i) as
proximo. Face ( lugar entre olho e a base man-
dibular ) distincta. À frente passa paulatinamente
para a vertice, estando por conseguinte, os ocellos
num plano. Petiolo fortemente transversal, no
meio excavado, os angulos anteriores fortemente
arredondados; bordo lateral puxado aliforme para
tráz: os angulos posteriores obtuso-agudos. Es-
culptura (excepto burchelli ) pelo menos encima
do thorax, compõe-se de pontos ralos e bas-
tante grossos. Quasi inteiramente opaco. Pu-
bescencia, pelo menos no abdomen, muito rica,
brilhante como a seda:
Subg. ECITON S. STR. 5.
2 — quando muito, tão compridas, quanto a margem
anterior da cabeça ou sómente um pouco mais
compridas; geralmente fortemente curvadas em
forma de foice. Linha basal do triangulo
ocellar sempre consideravel ou muito mais
comprida, de que a distancia entre o olho e o ocel-
lo maisp roximo. Falta a face ou é muito curta. 3.
3. Frente e vertice semelhante a Eciton : Os olhos
num plano e os lados da cabeça não occupados
inteiramente. Distancia, entre o olho e o ocello
mais proximo, pelo menos tão comprida, quanto
a largura do scapo. Mandibulas relativamente
quasi tão compridas, quanto o bordo anterior
da cabeça. Thorax mediocre grossamente pon-
tuado :
Subg. LABIDUS. 11.
+ — separada do vertice, directamente atráz dos
olhos e dos dois ocellos trazeiros e para tráz for-
temente declinada. Os olhos occupam os lados
da cabeça inteira. Linha basal do triangulo
ocellar muito comprida; a distancia entre O
olho e o proximo ocello mais estreita, que a
largura do scapo. Mandibulas distinctamente
mais curtas, que o bordo anterior da cabeça :
np. ee
Subg. ACAMATUS. 17.
5. Mandibulas muito estreitas. angulo antes do meio
do bordo interior, às vezes, indistincto. Face
pelo menos täo comprida, quanto o scapo na
sua parte mais larga. A parte emarginada
atraz da cabeça, com dois angulas distinctos.
Scutello sem sulco longitudinal. Cabeça na vi-
zinhança dos ocellos, mandibulas e antennas pelo
menos no scapo, ( scutello ), epinoto, o
ultimo segmento abdominal encima na
sua parte maior, os lados dos outros
segmentos e o petiolo lateralmente,
bem como as pernas, com cabello eri-
cados e amarellados. Thorax muito
denso e muito fino granulado, sem
pontos mais grossos; com manchas e
a 4 desenhos pretos. Cabeça, thorax, co-
xas, femores e antennas geralmente
pardas ; petiolo, abdomen, tarsos e tibias par-
cialmente amarello-parios. 17 mm.:
(As figuras das mandibulas segundo Emery e Santschi ).
Ec. burchelli Westiv. (= foreli Mayr. $X%)
6 — largas, no bordo interior com 1 ou 2 angulos
fortes. 7.
7. Mandibulas aqui com dois angul.s. Cabeça tão
larga, quanto o thorax. Petiolo nos
angulos anteriores arredondado; atráz
menos alongado, de que nas especies
aparentadas; sem cabellos eriçados.
Cor claro-vermelho-parda, costa do ab-
domen e scutello muito escuros. 14 mm:
Ec.? hamatum Fabr. é
À
Comprimento apenas 14 mm. não falia
a favor de Hc. hamatum, considerando que os
dd, do burchell e quadriglume, cujos $ &
egualam por mais ou menos no comprimento
aos do hamatum, tem um comprimento de
16 -- 18 mm.
252 —
8 —aqui sómente com um angulo. 9.
9. “Este angulo antes do meio do bordo interior.
Face muito mais estreita que o scapo na sua
parte mais larga. A parte emarginada
atráz da cabeça sem angulo. Scutello
no meio com sulco longitudinal fundo
e largo e por conseguinte com duas gi-
bas. Petiolo no bordo auterior emargi-
nado bem fundo. Thorax, além dos
pontos grossos. com pontuação densa,
a + dedaliforme. Cabellos eriçados semelhan-
tes aos de burchelli, mas da cor cin-
zenta. Thorax e o ultimo segmento do abdo-
men encima inteiramente cobertos e o penul-
timo no meio trazeiro de cabellos
eriçados; o petivlo só lateralmente.
Cor inteiramente preta, sômente a do
funiculo, dos tarsos e da ponta do
abdomen amarello-parda. O abdo-
men apparece pela pubescencia ama-
rellada um pouco menos escuro. 16-18
mm.
N
Ec. quadriglume Halid. a ;
Somente um 4 (N. 19.686 ) de S. Paulo, cidade.
16 — angulo aträz do meio do bordo interior. Scu-
tello sem sulco longitudinal. Petiolo antes for-
temente estreitado, com angulos anteriores bem
distinctos, no meio fundamente impresso,
Thorax, além dos pontos grossos, com
pontuação fina e densa; rectilineo no
scutello. forte, mas não verticalmente
declive. Cabellos eriçados curtos no pro-
mesonoto, mais compridos nas outras
partes do thorax, bem como no scapo
4 e nas pernas. Abdomen encima só-
mente no pygidio com cabellos eriçados.
Cabeça, thorax, petiolo, mandibulas e antennas muito
escuro-pardo-vermelhas ; pernas, abdomen e tarsos
mais claros. 15 mm.:
= 150) —
Ee. dubitatum Em.
Segundo Emery e Ihering, dubitatum &
pertence a vagans ou rogert &.
11. Quasi inteiramente brilhante, quando muito, o
abdomen parcialmente opaco ou subopaco. 13.
12. — inteiramente opaco, sómente os bordos poste-
riores dos segmentos do abdomen e o ultimo
segmento do mesmo brilhante. 15.
13. Scapo mais curto que os quatro primeiros ar-
ticulos do funiculo. Therax muito menos que
duas vezes mais largo, que a cabeça. Mandi-
bulas simeles. Petiolo forte transversal, seme-
lhante ao de Æciton s. str., com bordo lateral
producto em forma de azas para tráz, mas com
angulos anteriores completamente arredondados
de maneira que, existem sómente dois bordos : o
anterior ( junto com os lateraes ) e o posterior. Ga-
beça e mandibulas, thorax, petiolo (excepto a me-
tade posterior impressionada ) e o primeiro se-
gmento do abdomen, pelo menos nos seus lados, o
ultimo e penultimo tambem em cima, segmen-
to 2 atê 4 no meio, bem como as coxas, com
cabellos compridos e eriçados. Pernas e scapos
com cabellos mais curtos e mais appressos.
Brilhante; do segundo ao quarto segmento ab-
dominal com pontuação densa e por’ conse-
seguinte subopacos. Cor claro-vermelho-parda,
cabeca parda ou preta. 20--22 mm. :
Lab. cœccum Latr.
(Com as var. jurinei Shuck e servillei Westw. )
14 — tão comprido quanto os cinco primeiros arti-
culos do funicuo. Thorax quasi duas vezes
mais largo, que a cabeça. Mandibulas nos pri-
meiros dois terços do comprimento, com 3 es-
trias longitudinaes. Petiolo quatro vezes mais
largo, que comprido, em cima mediocremente
aplanado. Vestilura de cabellos semelhante à
— 294 —
do coecum, mas a cabeça no meio pelluda.
Epinoto, petiolo e abdomen pubescente de cor
amarello -- vermelha; o ultimo muito finamente
pontuado e brilhante. O resto da cor é muito
semelhante a do coecum. 20 mm.:
Lab. praedator Fr. Sm.
Apesar da frequencia do $,0 & até agora
não foi encontrado em roda da cidade de S. Paulo.
15. Parte basal do epinoto no hordo posterior
arredondado, no meio sem ou sómente com
uma impressão fraca. Petiolo largo -- quadra-
do, com uma largura mais de duas vezes su-
perior ao comprimento; antes um pouco mais
estreito, que atraz; angulos anteriores e pos-
teriores arredondados, angulos posteriores não
aliforme, no bordo anterior um pouco encolhido,
em cima convexo. Laminas (1) frontaes comple-
tamente arredondadas. Cabeça, incl. mandibu-
las, metanoto atráz, petiolo e o primeiro se-
gmento abdominal nos lados, o ultimo e o pe-
nultimo em cima inteiramente revestidos com
cabellos muito compridos, muito densos e eri-
cados. Tambem o resto do abdomen na pagi-
na superior com cabellos compridos, mas de
maneira a deixar uma zona média e lateral do
segundo segmento até o quarto, ingredindo
um pouco tambem o quinto. Cabeilos do tho-
rax mais curtos. Pernas e antennas com cabel-
los compridos e eriçados. Inteiramente vermelho
parda, com cabellos amarellados. 17 -- 18 mm..
Lab. hartigo Westw.
(Segundo Ihering hartigi = verosimilmente schlechten-
dali Magr. 9 )
A opinião de Ihering é muito verosimil,
considerando as proporções do & de schlech-
(1) Não áreas,
tendali e crassicorne. Este é indubitavelmente
o maior.
Forel descreve mais um & de S. Paulo,
que receveu do Museu Paulista, de hartigz :
17 mm. Menor que o typo. Parte basal do
epinoto convexa e não concava no bordo
posterior (sómente no meio), angulos la-
teraes não agudos, mas obtusos, no meio tão
comprida, quanto nos lados ( muito mais com-
prida nos lados do typo), quatro vezes mais
larga, que comprida. Petiolo muito mais estrei-
to, de que o metanoto e que o 1.º segmento
abdominal ( apenas em hartigi typo), em cima
convexo e totalmente arredondado, nos seus
angulos posteriores, que são agudos. Membros
somente fracamente pubescenies, sem cabellos eri-
çados. Cabellos compridos vermelho-amarelados,
como no typo, mas inteiramente apressos nas cos-
tas, eriçados para tráz, só no ultimo segmento :
Lab. hartigi Westro. sub-sp. hansi For.
9 i
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. Vol. LVI, pag. 43 ).
. Todos os nossos exemplares, uns vinte, e
tambem do mesmo lugar, estão pouco mais ou
menos de accordo com esta descripção, até os
cabellos abdominaes, que são em todos os seg-
mentos eriçados. Este material foi determinado
por Emery e Waldo por Lab. hartigr Westw:
16. — basal do metanoto ali rectilineo, no meio
com uma impressão forte. Petiolo muito mais
largo, que em schlechtendal: ; no bordo poste-
rior cerca de duas vezes e meia tão largo, quan-
to comprido no meio; com angulos posteriores
aliformes, no bordo anterior fortemente encolhi-
do, em cima um pouco achatado. Laminas fron-
taes (visto do lado) adiante com um distincto
angulo obtuso. Cabeça, incl. mandibulas e sca-
po, thorax e pernas com cabellos ericados ;
epinoto atráz tambem, os cabellos porém, são
(1) Não áreas.
et
— 256 —
muito mais comprides. Petiolo nos angulos pos-
teriores, segmentos 2 até 6 do abdomen em-
baixo nos lados, do primeiro ao quarto tam-
bem em cima lateralmente com um pincel de
cabellos muito comprido e eriçado; segmento
cinco até seis em cima bilateralmente com uma
fileira ininterrupta de cabellos muito densos e
do mesmo comprimento, que se acha abreviada
adiante no segmento cinco. Pardo-vermelha,
incl. cabellos, 18--20 mm. :
Lab. Æsenbecki Westw.
Segundo Ihering esenbeski q! == crassicorne
(6)
Fr. Sm. $)
Petiolo nos angulos posteriores muito forte,
arredondados, não escondidos por cabellos. Man-
dibulas fracamente curvadas. Espáço entre olho
e ocello mais proximo. apenas tão largo, que o
meio diametro do ultimo. Petiolo quasi duas
vezes mais largo, de que comprido, bordos la-
teraes quasi parallelos. Abdomen para tráz dis-
tinctamente avolumado. Orgão sexual: atrás só-
mente com duas pontas fortes sobresahidas.
Brilhante, finamente pontuada. Cabeça, mandi-
oulas, thorax, petiolo e coxas com cabellos com-
pridos e eriçados, como tambem o abdomen,
pelo menos lateralmente e em cima no ultimo
segmento. De resto pubescente. Vermelho-parda,
cabeça mais escura. 16-17 mm..
Os seguintes caracteres são os mesmos entre
luederwaldti, halidayi e iheringi : escapo não
relevantemente alargado, não ou apenas alcan-
cando o ocello lateral. Scutello em cima sem
sulco ou impressão. Epinoto atráz vertical.
Petiolo em cima mais ou menos convexo.
S. Paulo: Ypiranga (15.7484, 19.688).
Ac. luederwaldti Em.
( Extr. Ann. Soc. Ent. Belg. LV, 1911 pag. 220)
ARR nee
& desconhecido (talvez raplans ).
18. — Nos angulos posteriores bem troncados, es-
condidos pelos cabellos densos. Mandibulas
fortemente curvadas em forma de foice. Espaço
entre olho e ocello muito estreito. Petiolo
forte transversal, mais largo atráz, de que
adeante. Abdomen cylindrico. Orgão sexual
atráz com duas pontas compridas e entre ellas
com duas pontas curtas. Brilhante, finamente
ponctuada. Pubescente : cabellos mais compridos
e eriçados na cabeça, mandibulas, nos bordos
do thorax e petiolo, como tambem lateralmente
no abdomen e em cima do ultimo segmento.
Ferrugineo-parda, cabeça quasi inteiramente
preta. 15-16 mm.
Do Mexico ao Brasil, Paraguay :
Ac. halidayi Shuck
19. — Com argulos posteriores fortemente agudo-
dentiformes, sómente um pouco mais largo,
que comprido. quadrado. Mandibulas forte cur-
vadas. Espaço entre olho e ocello apenas tão
largo, que a metade do diametro do ultimo.
Orgão sexual aträz com duas pontas compridas
‘e no meio com uma ponta mais curta. Thorax,
petiolo, abdomen em cima, com cabellos curtos,
mediocremente inclinados ; cabeça, pernas, sca-
po com muitos cabellos, mas não compridos e
eriçados. Amarello-vermelha, cabeça, em sua
parte maior, pardo-preta. 9 mm.
Rio Gr. do Sul:
Ac. theringe For.
| i | } A APSRRAD pd; ia |
é ot Por cine
CP asian AE nine Or us bat et Pe
Ce we 447 te lo A oie re uf
As A 7, ET BAR E
! LUN TE ON al ; | ttes avian a
FL y | i | NÉ iJ 1} LU
Mae o tidas RT, O
A | Tr UBB EE,
TRY THA RQ E Tit ey ek PSS à
ib) wl Abit \h | teh Vth : Lit ta i (ahi E
Wahi AMEL CNT IEEE" HN i) RAN. To baer a ih
| ho M | wig
Rite bee GE Oe USER NE HG) |
ol or
À Mate fava iy ph,
LU
MAN AN BONNE di tu TENTA el PONTS ME en |
É PL LR a [AVE] CRI AS! (¥ th PIN f ua TT tie
A ace hii Be AMEL on Ty hi hal (PY, CM ia
A ih CORD AN! ei Wa) Ge Gana ike
| OR roça ha TA ay au nr.
A : if) Uy) ayn AMP É a’ CAO PONT IEA da LES
OPEN ACL TL INTRO UNE tite LA
mt etant Moi let os tt
PRP at a Nai NE BAT PE: HEV) RTO de
. cj it AN ee ech ine Vee? Dre ee a (AL
o tt sto! Te Pot Pai ONT A
| “hat Qu rot Pos br CE O ink
À ib Peer tod A A De NE
no PA a R (HN tall 1 LL
vi o Che
eo whl
ALIPIO DE MIRANDA-RIBEIRO
O genero Telmatohius já foi consta-
tado no Brasil? ==
“pianos at emos ova 8 is
Sims Lait: On ORE 02
TE
*
: y
7 à k p AA Ti
MA Po to J À I
Ê i A
7 \ | À iy
iG À 7) A
A OR 7 Pn aan >
RR. be
ANSE à
Co DONNE |
, He PUR i AIR
ful» © NS Er) i
: ah Cs ae
mary >
i ‘ Q
0 genero Telmatobius já for constatado no Brasil
Na sua «Contribuição Batrachologica » publi-
cada em 1864 nos «Verhandlungen der k. k. Zool.»
— bot. Gesellschaft in Wien, pg. 282, deu Stein-
dachner a seguinte noticia de um batrachio, levado
para o Museu de Vienna por João Natterer do Brasil,
« provavelmente dos arredores do Rio de Janeiro ».
Eis litteralmente os termos de Steindachner :
« Telmatobius brasiliensis, nov. sp., Est. XVI,
figs. 3, 3a--3c. O dr. A. F. Wiegmann não deixa
perceber, na sua bella obra herpetologica « Beiträge
zur Zool. gesammelt auf einer Reise um die Erde
von Dr. T. J. F. Meyen, Amphibien », publicada no
17 vol, pt. I das Nov. Acta Acad. Caes. Leopold.
Carol (1835), pg, 263 — se os dentes vomerinos do
genero Telmatobius estão presentes ou faltam.
Segundo os exemplares que se encontram no
Museu, de uma segunda especie nova, creio eu, de
Telmatobius, ha no referido genero dentes vomeri-
nos. Estes estão em Telmatobius brasiliensis em
pequeno numero (6 à 7 em cada lado) sobre pe-
quenas elevações vomerinas semicirculares que ficam
em linha recta, interrompida no meio, atraz das
choanas. Os dedos são além disso totalmente livres,
não reunidos por qualquer membrana, como tam
bem o dr. Wiegmann formalmente observa; tão pouco
acreditou o dr. Gunther corrigir ou privar do ge-
nero Zelmalob'us os rudimentos de membranas na-
tatorias entre os dedos (vide o Cat. of the Batr.
Sal. do dr. Günther, pag. 42). Tetmatobius brast-
liensis m. é mui proximo alliado de T. peruvianus
de que differe principalmente pela pelle lisa das ex-
tremidades, além disso, na supposição de que o con-
torno de todo o corpo no desenho dado por Wie-
gmann esteja direito e exacto, pelo comprimento da
cabeça e pelo comprimento, relativamente mais curto
das patas anteriores. Além disso ao passo que os
dedos em Telm. peruvianus sejam totalmente livres,
os artelhos são totalmente providos de membrana
( não semi - (?) palmados como em 7. peruvianus ).
Uma fraca prega glandulosa da pelle, reune o an-
gulo posterior dos olhos à origem das patas ante-
riores, o que parece faltar em Telm. peruvianus.
2
Toda a pelle do corpo é recoberta de pequenas ver-
rugas obtusamente conicas que, porém, nao tem a
ponta endurecida e cornea. Eu não attribuo comtu-
do, à isso, especial importancia, porque essa parti-
cularidade mui provavelmente deve apparecer no ma-
cho, só na épocha dos amores, assim como tambem
sem duvida alguma, o pollegar do macho só na-
quella épocha, em poucas rãs e sapos é armado do
esporão que sempre falta 4 femea. A cabeça da es-
pecie aqui descripta é curta, indistinctamente mais
comprida do que larga, ellipticamente arredondada
na frente, com o focinho mais curto e algo mais
retrahido para traz, de modo que cahe em rampa
arqueada para o bordo da bocca. As pequenas na-
rinas exteriores estão um pouco mais separadas do
angulo anterior dos olhos do que uma da outra, as
aberturas nasaes internas distinctamente mais sepa-
radas ( digamos ainda, de passagem, o dobro maio-
res) do que as externas. Os dentes supra maxilla-
res são moderadamente fortes, porém curtos, assim
como os vomerinos. A orla mandibular mostra no
seu meio um forte processo ponteagudo. A lingua
é grande e espessa, papillosa, redonda, do mesmo
comprimento que largura, estreitada anteriormente
(v. a est. XVI, fig. 3.º). Os grandes olhos esphe
roidaes se salietam fortemente para cima e são pro-
tegidos por espessa palpebra superior que, como a
pelle da fronte, é densadamente provida de verrugas.
— 263 —
As aberturas das trompas de Eustachio são peque-
nas, egualam em contorno às narinas exteriores.
Os processos transversos das vertebras sacraes são
totalmente chatos, estreitos e sOmente muito ponco
augmentam de largura para fóra.
A extremidade anterior, distendida para traz,
passa de pouco o póro anal; a posterior mede 1 1/2
vezes o comprimento do corpo; os artelhos são to-
talmente envolvidos por uma membrana natatoria
( veja-se a est. XVI, fig. 3 e.) os dedos são livres.
As pontas dos dedos e artelhos são cylindricamente
espessadas; sob a articulação dos primciros ha cal-
los arredondados, de tamanho moderado, entre os
ultimos nota-se, ainda, algumas pequenas verrugas.
Os callos articulares dos artelhos são algo mais fra-
camente desenvolvidos do que os dos dedos. Na
base do metatarso do primeiro artelho ha um tu-
berculo maior, fortemente alongado, e no quinto
artelho outro um pouco menor. Os artelhos au-
gmentam distinctamente do primeiro ao quarto; 0
quinto é do comprimento do terceiro.
Uma grande callosidade alongada jaz na base
do pollegar, outra um tanto menor e fortemente
deprimida sobre a superficie palmar (veja a tab.
XVI, fig. 3--b.) Uma pelle rugosa, laxa, envolve
o corpo e as extremidades e é geralmente, com ex-
cepção das extremidades, providas de verrugas ( mes-
mo na região frenal) que, nos lados do tronco são
mais fortemente, na garganta e no peito mais fra-
camente desenvolvidas. A pelle nas extremidades é
lisa e delgada, apenas o lado posterior e inferior das
coxas, para junto do póro anal, providos de grandes
verrugas. O lado superior do corpo avermelhado, o
inferior pardo matte amarellado. A parte anterior
do dorso com pequenos pontos ou manchas dum
pardo escuro, na metade posterior espaçadamente
manchado de nodoas maiores. A parte lateral da
cabeça indefinidamente tranfacida de pardo claro e
escuro. Todo lado superior das extremidades até as
pontas dos dedos e los artelhos, mostrando fachas
transversaes pardas que são mais claras no meio do
— 264 —
que nas orlas debradas de pardo denegrido. Pa-
tria Brasil ( provavelmente nos arrederes do Rio
de Janeiro ). (Comprimento do corpo do exemplar
descripto, 28 mm.; da ext. ant. 15 linhas, da pos-
terior 42 linhas. No Museu Imp. por Joh. Natte-
rer » ( Steindachner ).
+ %
A’ pag. 190 do seu «Catalogo» Boulenger
apenas citou, em nota, a especie de. Steindachner,
talvez por duvidar da sua exacta collocação no ge-
nero. Mas, em 1907, no n. 19 da 2.º série dos An-
nals & Mag. of Nat. History, pag. 394, elle dá a
seguinte noticia :
« XLVII — Descripção de uma nova rã do ge-
nero Telmatobius do Brasil. Telmatobius asper.
Dentes vomerinos em dois grupos redondos por traz:
do nivel das choanas. (Cabeça um pouco mais larga
do que longa; focinho redondo, mais comprido que
os olhos; não ha cantho rostral; narinas mais pro:
ximas da ponta do focinho do que dos olhos; es-
paço interorbital um pouco mais largo do que a
palpebra superior; tympanos ausentes. Dedos mo-
derados, com as pontas ligeiramente intumecidas, o.
primeiro não indo tão longe quanto o segundo; ar-
telhos com as pontas intumescidas, quasi inteira-
mente palmados ; tuberculos sub-articulares bem des-
envolvidos, chatos; um tuberculo interno oval e
outro redondo externo no metatarso.
A articulação tibio tarsal attinge os olhos. Pel-
le das partes superiores densamente providas de pe-
quenas verrugas, cada uma com um tuberculo cor-
neo margaritoide. Partes inferiores lizas. Pardo.
denegrido em cima com ou sem grandes manchas
amarellas nas costas e uma barra transversa entre
as palpebras superiores; membros com barras trans-
versas amarelladas ; partes inferiores pardas. Ma-
cho com um sacco interno vocal. Do focinho ao
anus 90 mm. Therezopolis, St. Catharina — 4 exem-
plares ».
Assim, as differenças entre as duas fórmas
são :
— 265 —
Telm. brasiliensis
Cabeça indistinctamente mais
comprida do que larga.
Focinho mais curto que os
olhos (na estampa ).
Canthus rostralis negado na
descripçäo e dada na es-
tampa.
Palpebras superiores maiores
que o espaço interorbital (es-
tampa ).
Artelhos
dos.
À articulação tibio tarsal passa
os olhos.
Verrugas sem tuberculos mar-
garitoides.
Só a pelle do thorax liza.
totalmente palma-
Telm. asper
Cabeça um pouco mais larga
do que longa.
Focinho mais comprido que
os olhos.
Não ha canthus rostralis.
Espaço interorbital um pouco
mais longo que a palpebra
superior.
Artelhos quasi
palmados.
A articulação tibio-tarsal at-
tinge os olhos.
Verrugas com tuberculos mar-
garitoides. |
Pelle inferiormente lisa.
inteiramente
O Museu Paulista possue sete exemplares de
batrachios que indubitavelmente pôdem ser referi-
dos à forma descripta por Steindachner.
Junto à taes exemplares há as seguintes
indicações :
E Procedencia | Data | Collector | & É Mm
= a | E
42 || Alto da Serra — S. Paulo, 1901 | Wacket Q 1 0,055
317 ee) » » » X1-1908 | Luderwaldt | (| 1 | 0,037
318 DNS Ed > » » » » 0 | 2 | 0,018 0,02
320! » » » Sax |» » » @ |1 | 0,050
647 || Ilha de S. Sebastião - S, Paulo 1909 | Pinder et 1 0,058
754 || Alto da Serra — S. Paulo. 1902 | Bicego S|1 | 0,036
Na
1
O n. 12 é de coloração parda, com uma facha
branca posteriormente debruada de escuro, no espaço
interorbital; as manchas do corpo são diffusas in-
distinctas de modo à parecer à primeira vista unir,
forme. Entre os olhos e as narinas, corre outra
estria denegrida com um debrum inferior claro, que
= topo
simula um canthus rostralis. As fachas transversaes
dos membros säo mais escuras nos bordos e depois
debruadas de claro. No individuo 317 as verrugas
são cobertas de tuberculos margaritoides muito pe-
quenos ; as côres são o pardo e o amarello de creme
quasi branco que avparece na estria inter-orbital,
n'outra post-ocular, obliqua para traz até as espa-
duas, n'um ponto mediano da nuca, n'outro do meio
do dorso, em duas faixas que partem dos flancos
em combinações com outras transversaes das pernas
e com o pardo mais escuro. Nos exemplares 318
ha mais accentuadas ainda as manchas claras, repe-
tindo porém os desenhos do n.º anterior.
N.º 320 o pardo geral se obscurece para o de-
negrido e as manchas brancas se dividem em pon-
tos muitos pequenos.
No de numero 647 a côr geral é o negro re-
tinto — os desenhos são marmoragens brancas, muito
nitidas na facha interorbital e nas barras das qua-
tro extremidades. A superficie inferior é parda-
centa.
Finalmente o exemplar 754 reproduz com al-
guma aproximação o colorido dos ns. 317 e 318.
Assim, baseando-nos na côr, vemos ahi duas
variações — a — parda-chocolate, querendo ser uni-
forme, (para os individuos maiores) — desenhando
uma grande cruz no lado superior, nos individuos
menores (exemplos 12 4 318 e 754 ).
b) — denegrida manchada de pontos e riscos
alvadios (nos 320 e 647).
Baseando-nos na tórma somos immediatamente
levados à censiderar a descripção de Steindachner,
do seu Telinatobius brasiliensis. Mas duas objecções
surgem logo: O genero Telmatobius, tem sido
attribuido 4 familia dos Cystignathida pelos mes-
tres da batrachologia moderna; assim, embora exi-
tante, collocou Steindachner o seu Telmatobius
brasiliensis ; assim o referio Boulenger no seu
Catalago e ainda o parece confirmar com a noticia
sobre a Telmat. asper.
a ogy
E os Telmatobii tem as larvas grandes, de
corpo quasi egual aos das imagens.
Acabamos de ver o numero 318 com 2 exem-
plares (imagos ) medindo respectivamente 18 e 22
millimetros, quando, o exemplar maior da série
mede 58 milimetros. O exame dos detalhes anato-
micos revela os exemplares do Museu Paulista um
arciferos de familia junta aos generos Acris ou Gry-
piscus.
D'ahi portanto a necessidade da creação duma
diagnose generica (1) para seu perfeito estabeleci-
mento no quadro dos Batrachios brasileiros, neces-
sidade que se incrementa à vista dos exemplares
do sexo masculino, d'essa fórma, apresentarem
orgam que não é encontrado nos Telinatobw — à
saber, um amplo disco, perfeitamente glabro e si-
tuado justamente na prega iliaca e cuja funcção
desconhecemos por completo. D'ahi o genero :
à lliodiscus
Diagnose:
Arciferos com o omosternum cartilaginoso e o
esterno ovoide, coracoide presente e diapophyse
sacral plana e um pouco dilatada. Dentes ma-
xillares presentes vomerinos em uma serie e ele-
vação em cada lado interno posterior das choanas.
Estas reduzidas Trompas de Eustachio de abertura
isolada e pequena. Lingua sub-ovoide. Pupillas
horizontaes, a iris provida dum menisco contractil
superior. Dedos livres; artelhos palmados, com as
articulações providas de callos e a ultima phalange
não uncinada e sim dilatada. O macho provido de
um forte disco lateral na região itiaca. (Fig. 2)
Agora as especies. Conforme já dissemos não
exitamos em collocar o exemplar da primeira sob
a designação especifica dada por Steindachner e
(1) Veja-se a transcripção de Cycloramphus unico
genero onde poderia ser incluida a fórma em questão, no
fim desta nota.
— 268 —
iriamos mesmo à ponto de reunir-lhe à synonimia
T. asper de Boulenger. Mas quem uma vez tra-
balhou com os batrachios, sabe-lhe as possibilidades
tanto de mimetismo como de variação.
Por outro lado o valor dos dois batrachologis-
tas supramenciorados deixam-nos completamente
irresolutos sobre o assumpto que só elles dois, 4
face do aqui exposto e do material de que dispõem
poderão resolver de maneira cathegorica.
Assim deixamos. Telmatobius brasiliensis
Steind. e Telmatobius asper, Boul.
1 — livodiscus dubius, sp. nova
Fôrma aproximada de Acris grillus da Am.
do Norte e conservando um aspecto accentuadamente
hylaemorpho. (Fig, 3) Pelle rugosa, laxa, às vezes
de aspecto escamoso, às vezes recoberta de verrugas
maiores, Ora simples, ra providas ainda de coucre-
ções margaritoides externas, em toda a face superior
ou as vezes deixando lizas as extremidades. Na
inferior óra é lizo só o meio do peito, braços e
côxas, Ora tambem o são as extremidades como
todo esse lado inferior, desde o papo. Bocca ampla
de diametro antero-posterior pouco maior que 1/2
do transverso, começando o hiato por detraz da
orbita. (Fig. 4) A lingua não occupa toda a ex-
tensão da mandibula, é subovoide, imperceptivelmente
entalhada ro bordo posterior. As narinas ficam
numa intumescencia pouco mais proximas do bordo
rostral do que da orbita; e esta se contem apenas
de uma vez ou de pouco é excedida pelo comprimento
do focinho. Não ha canthus rostralis sendo cava a
região loreal. E do angulo posterior dos olhos parte
uma prega cutanea que se dirige, como diz Steindach-
ner para 7. brasiliensis, para a base do braço. O dia-
metro ocular eguala ao interorbital, sendo contido 3
vezes e muito pouco no diametro transverso do hiato.
A ruga da pelle post-ocular parece marcar a região
tympanica, liza, por elle occulta porêm não distincta.
Extremidades totalmente livres. As mãos tem os
— 269 —
dedos terminados em pequeninas pelotas discoides,
um callo circular em cada articulação e dois carpaes,
um interno alongado na base do pollegar e outro
cordiforme, sobre o 3.ºe 4.º dedos. Os pés tem os
discos terminaes dos artelhos dando origem à mem-
brana palmar para os lados, os callos articulares
alongados, um tuberculo metatarsal interno, estreito
e pequeno, na base do primeiro artelho e outro
mediocre na do 4.º. Colorido pardo castanho, mas
claro e amarellado inferiormente, punctulado de
branco ou creme-claro, formando as manchas uma
especie de cruz sobre a parte dcrsal, nos individuos
de meia idade ou adultos.
Habitat : Alto da Serra (S. Paulo ).
2 -— I. PINDERI, sp. nov.
Differe do precedente por ter o canthus ros-
tralis quasi pronunciado, a lingua bitruncad« poste-
riormente e o colorido negro indistinctamente pun-
ctuladae transfaciada de branco.
As constantes da forma anterior são o traço
interocular e as barras transversaes das patas. A
nyctitante é orlada de negro.
Habitat : Ilha de S. Sebastião, S. Paulo.
Typo: exemplar n. 647.
Ainda a mesma colleção possue 44 outros ba-
trachivs referiveis ao mesmo genero.
3 — ILIODISCUS SEMIPALMATUS, Sp. NOV.
S — Asperamente granuloso como 1. dubious,
anteriormente descripto, em todo o lado superior e
na parte posterior das coxas, rugosa na face abdo-
minal. Narinas equidistantes da ponta do focinho o
do angulo orbital anterior. Diametro ocular 5/7 de
focinho, maior que o espaço interocular que corres-
ponde à 4/6 desse diametro. O menisco da iris mui-
to pequeno. Bocca de diametro antero posterior cer-
ca de 15/18 do transverso. Lingua imperfeitamente
ellipsoidal, entalhada em livre posteriormente. Vo-
merinos em dois pequenos grupos posteriores às choa-
nas e contiguos. Dedos livres, porem cora uma pre-
ga cutanea muito fina em torno de sua extensão.
Crescem na seguinte ordem: 1, 2, 4, 3. A pata
posterior levada à frente attinge as narinas com a
articulação tarsal, os artelhos são fimbriados e cur-
tamente sub-palmados. Os tuberculos subarticulares
são fracos tanto nas mãos como nos pés. Os meta-
carpaes internos são ovaes, e os externos subcordi-
formes ; o metatarsal interno é oblongo, e o externo
circular. O disco illiaco é egual ao diametro or-
bitario.
Cor parda uniforme (I), uma tarja amphiocu-
lar e ama nodoa no meio do dorso em barras trans-
versas nas maxillas mais claras. No extremo dos
membros anteriores e parie superior dos posteriores,
fachas transversas mais escuras; face abdominal
marmorada de claro. Dimensões : Corpo 49 mm; per-
nas 62 ; dois outros exemplares, menores deixam per-
ceber o colorido mais nitidamente.
Exempls,
Data |
Numeros
Procedencia | Collector
737 | Campo Grande—S.Paulo oe VII-1902 1
317 | Alto da Serra—S. Paulo |Luderwald| XI-1908 2
ae
4 — ILIODISCUS ELEUTHERODACTYLUS sp. nova
d — Além dos caractères abaixo dados para a
femea, tem o disco concavo e grande, maior do que
os olhos.
q — Differe do macho por ter o granulado da
pelle quasi imperceptivel; entretanto assim mesmo
às vezes elle forma uma linha longitudinal rachidia-
na ou duas linhas ramosas, sobre cada flanco entre
os olhos e a apophyse transversa. Os dentes vome-
rinos são menos contiguos. Os artelhos não deixam
perceber sequer vestigios de membranas. O colorido
I) Ind.” conservado no alcool e expesto à luz.
é violaceo denegrido com pintas e barras brancas,
na parte superior, formando uma tarja anphiocular,
outras transversas sobre as maxillas e lado supe-
rior das extremidades. As pintas que sobre o tron-
co se :eunem, delimitam um À que vem da cabeça
e cujos ramos caem sobre os lados do thorax; as
vezes ha linhas brancas sobre a região sacral ou ahi
formando ocellos.
No lado inferior o colorido é sepiaceo violeta,
pintado de branco. Como se poderá avaliar esse co-
lorido é fórtemente semelhante ao de Hylodes un-
deriwoodi, Günther.
Dimensões : Corpo, 48 mm; perna, 43.
a | I
1 Procedencia Data (Collector Exempls.
24| Alto da Serra — São Paulo 1901 | Wacket
20 | Alto da Serra — São Paulo 1901 | Wacket
835 | Rio Grande — São Paulo VI-1902 | Wacket
572 | Rio Grande — São Paulo VIII-1902| Wacket
816 | Alto da Serra — São Paulo | VI-1903| Wacket
Transcripção de Dumeril et Bibron Vol. VII
Batraciens Anoures
XE GENRE. CYCLORAMPHE. — CYCLORAMPHUS
(1). Tschudi.
Caractères. Langue entiére, disco-ovalaire, li-
bre à son bord postérieur. Deux groupes ou deux
rangs de dents palatines, situés entre les arrière-
narines ou au niveau de leur bord postérieur. Tym-
pan cachê; trompes d'Eustachi de médiocre gran-
deur ou excessivement petites. Quatre doigts libres;
pas de rudiment de pouce extérieurement. Orteils
réunis par une membrane plus ou moins courte;
premier os cunéiforme faisant une saillie faible et
non tranchante. Apophyses transverses de la vertè-
bre sacrée non dilatées en palettes,
Les espèces de ce genre n'ont ni la tête pro-
tègée par un bouclier osseux, ni le tympan visible,
ni les articulations des phalanges dépourvues de pe-
tits renflements à leur face inférieure, trois caracté-
res qui les distinguent éminemment des Calyptocé-
phales, avec lesquels elles offrent d'ailieurs les plus
grands rapports : elles leur ressemblent effectivement
par leur tête courte, très-aplatie et fortement arron-
die en avant; par lenr bouche largement fendue,
dont le plafond cependant a une surface parfaite-
ment plane; par la forme presque circulaire de leur
langue, par l'absence de rudiment de pouce, par la
palmure médiocrement dévelopée de leurs pieds, par
(1) De (cyclos), arrondi, et de ( rhamphes ), bec.
la conformation des pièces composant la colonre
vertébrale ei le bassin, en un mot, par l’ensemble
de leur organisations externe et interne.
La tête des Cycloramphes, quant à sa structu-
re, rentre dans la règle générale, c’est-à-dire que
parmi les os qui la composent, il n’en est point qui
offrent cette expansion considérable par suite de la-
quelle, chez les Calyptocéphales et les Pélobates, le
dessus et les côtés du crane semblent ne plus for-
mer qu'une seule et même pièce, une sorte de bou-
clier rugueux, revêtu d'un tissu cutané si mince et
qui y adhère tellement qu'on [en croirait tout à fait
dépourvu : ici, comme chez la plupart des Batraciens
Raniformes, elle est recouverte d'une peau sembla-
ble à celle du corps, et sous laquelle on trouve de
grandes orbites et des fosses temporales tout à dé-
couvert. Les dents vomériennes tantôt sont réunies
en deux très-petits groupes positivement entre les
narines inférieures, tantôt disposées sur deux rangs
en chevron et un peu plus en arrière. Les conduits
gutturany des oreilles sont ou d’une moyenne gran-
deur, ou si petits qu'on a de la peine à les aper-
cevoir; mais la membrane du tympan ne se voit
jamais extérienrement au travers de la peau. Les
deux premiers doigts sont les plus courts, le qua-
trième l’est un peu moins qu'eux, et le troisième
est le plus long de tous ; les orteils vont en augmen-
tant de longueur depuis le premier jusqu'au pénul-
tiéme, et le dernier n'est pas tout à fait aussi long
que le troisième; leur membrane natatoire est plus
ou moins développée. Il y a une petite pelote sous
chaque articulation des phalanges. Une des deux
espèces qui appartiennent à ce genre a une glande
sur chaque flanc, l’autre n’en offre sur aucune par-
tie du corps; les males de celle ci manquent de sacs
vocaux, mais ceux de celle-là en sont pourvus.
Les apophyses transverses de la neuvième ver -
tèbre ne sont nullement dilatées en palettes ou en
ailes, comme chez les Bombinatores; elles sont
même plus courtes et plus renflées à leur extrêmité
que celles des Grenounilles.
— 274 —
Nous avons conservé à ce genre le nom de Cy-
cloramphus, sous lequel M. Tschudi la indiqué dans
sa classification des Batracins, sans dire que c’est
dans notre collection qu'il a observé la seule espèce
qu'il v rapporte et que nous avions d’ailleurs déjà
désignée comme étant le type d'un genre particulier.
TABLEAU SYMOPTIQUE DES ESPÉCES DU GENRE CYCLORAMPHE
Portant chacun une glande , , , 1, C, FULIGINEUX
Flancs : |
U sang SIBNGGS ty! nage ates psa 2, C, MARBRE
1. LE CYCLORAMPHE FULIGINEUX. Cyclo-
ramphus fuliginosus.
Nobis
(Voyez Plisy, fig; 59
CARACTERES. Dents vomériennes formant
un fort chevron dont la base touche au bord pos-
térieur de lentre-deux des arriére-narines. Ouvertu-
res des trompes d’Eustachi d'une moyenne grandeur.
Une glande sur chaque flanc. Orteils réunis par une
membrane dans les deux tiers de leur longueur ; un
petit renflement lenticulaire sous le métatarse ; deux
gros renflements de même forme à la face palmaire.
SYNONYMIE. Pithecopsis fuliginosos. Nob.
M. S. S. (1)
Cycloramphus fuliginosos. Tschudi. Classif. Ba-
trach. Mém. societ. scienc. nat. Neuch. tom. 2, pag. 81.
Description
FORMES. La phrase caractéristique qui précé-
de suffirait seule pour faire reconnaitre cette espèce
(1) Ce qui signifierait : visage de singe.
— 275 —
de Cyclorampbe; cependant nous ajouteruns, que
hors la glande circulaire et aplatie q'uelle porte sur
chaque flanc, sa peau est partout parfaitement lisse,
que ses membres antérieurs offrent la même lon-
gueur que le tronc, que les postérieurs ont un peu
plus du double de cette étendue, et que de chaque
côté de la langue des mâles il existe une grande
fente longitudinale communiquant avec un sac vocal,
qui est tout à fait interne
COLORATION. Un brun fuligineux est répan-
du sur toutes les parties supérieures et inférieures,
et celles-ci sont comme piquetées ou finement tache-
tées de blanc grisatre.
DIMENSIONS. Téte. Long. 2”. Tronc. Long.
3.” 5” Memb. antér. Long. 3” 2”- Memb. postér.
nes Big ° ee
PATRIE. Cette espèce est originaire du Brésil;
les deux sujets que nous possédons y ont été re-
cueiliis par feu Delalande.
*
* *
Estavam já escriptas as linhas acima e entre-
gues para a impressão, quando o Dr. A. de Taunay
me trouxe 9 numero 8 do volume LXIII do Bulle-
tin of the Museum of Comparative Zoology em que
se lê o bom trabalho de lhomas Barbour e G. K.
Nohle sobre « Alguns amphibios do N. O. do Peru,
com uma revisão dos generos TELMATOBIUS e
PHYLLOBATES, cujas conclusões, em tratando do
primeiro n'este genero, assim deixam a questão :
TELMATOBIUS, Wiegmann. O estado do ge-
nero Telmatobius não foi comprehendido. Suas ver-
dadeiras relações não podem ser determinadas até
que a estructura interna do typo, 7. peruvianos seja
descripta e as conclusões de Cope (Bull 34-U. S.
Nat. Mus. 1889, pag. 312) confirmadas. Presente-
mente referiremos seu genero Cophaeus à syrony-
mia de Zelmatobrus.
Telmatobius, tem sido confundido tambem com
Cycloramphus. Não ha especimens deste genero
disponiveis para estudos, porém, julgando das des-
cripções publicadas, o genero está bem definido. Elle
se distingue de Telmatobius pela presença de fortes
dentes vomerinos dispostos em duas longas series
atraz (e não entre) das choanas. Estão presentes
glandulas inguinaes em trez das quatro especies des-
criptas, porém não estão mencionadas em C. bra-
stliensis ( Steinaachner ). Em Zelmatobrus, nem uma
unica especie é assim provida. Os machos do ulti-
mo genero, ao contrario do primeiro, são providos
de densas asperezas na epocha da reproducção, so-
bre o peito, ante-braço e pollegar. Boulenger ( Cat.
Batr-Sal. British Museum, 1882, pg. 184) aistingue
Cycloramphus de Telmatobius, pela separação dos
metatarsos externos. Este caracter não é mencionado
em muitas descripções; e até que os especimens
possam ser examinados, parece prudente usar o
caracter dos dentes para distinguir Cycloramphus
de Talmatobius. Assim fazendo, vemos que nós
temos duas associações naturaes, Telmatobius con-
finado aos Andes e Chaco boliviano, e Cycloram-
phus aos planaltos brasileiros. Depois de referir Tel-
matobius brasiliensis, Steindachner e T. dusenr,
Anderson, à Cycloramphus, e collocar T. asper,
Boulenger, na synonymia de C. asper Werner,
temos nós 4 especies de Cycloramphus que podem
ser separados pela seguinte chave
Dedos palmados atê menos
do meio . . . . . . . . dusen: ( Anderson)
Dedos palmados até mais
do meio . SEE
Pelle ‘liza. .). .... «o fuhomosus Tin
Pelle verrucosa e provida de tuberculos corneos :
Pelle do corpo solta e encar-
quilhada, artelhos com-
pletamente palmados ... brasilrensis (Stein-
dachner )
Pelle adherente no dorso,
artelhos semi-palmados . . asper Werner.
#
lie
Ora, ha umas tantas considerações à fazer antes
de acceitar por completo as conclusões dos batra-
chologistas norte-americanos que viéram, afinal, em
confirmação do que eu supponbo.
Em primeiro lugar Telmatobius duseni, An-
derson, esteve em mãos de Boulenger que o julgou
especificamente distincto de Telmtobius asper ( An-
derson, Arkiv. for Zool. Bd. 9 — Helfis | — pg. 3
— 1914).
Em segundo lugar o proprio Boulenger informa
que Telmatobius asper, como Telmatobius duseni
têm o macho provido de glandulas inguinaes emquan-
to não as ha na femea ( Anderson, loc. cit. ); e nem
por isso julgou se no dever de reconsiderar as suas
descripções e referil-as ao genero Cycloraimphus. E
verdade que Berg conduz atê certo ponto à estas
ultimas conclusões dos auctores americanos, pela sua
afirmativa de que Cycloramphus, (escripto Cyclo-
rhamphus ), seja em parte synonimo de Telmatobius
(Anal. Mus. B. Ayres, tomo V, ser.2.º, tomo Il
pag. 103 — 1896-97 ).
Mas a diagnose de Cycloraimphus, cujo typo é
C. fuliginosus (Tschudi Class. Batr. in Mém. Soc.
Sciences Naturelle New chatel, Il, pg. & — 1838 )
têm além do que já vimos, na transcripção de Du-
meril e Bribon, referidos por Gunther e Boulenger :
« Dedos livres, artelhos palmados, o primeiro
cuneiforme formando uma ligeira proeminencia re-
donda. Pele liza, com uma grande glandula em
cada lado. Dentes vomerinos em duas serves obli-
quas ; lingua inteira, livre atraz, oval; trompa de
Eustachio moderada, tympano occulto. Macho com
um sacco vocal interno ». ( Günther, pg. 22, 1858).
« Pupilla horizontal? Lingua oval inteira e li-
vre atraz. Dentes vomerinos. Tympano occulto.
Dedos livres, artelhos palmados, as pontas não di-
latadas Metatarsaes externos separados. Omosterno
cartilaginoso, esterno uma placa cartilaginosa. Pha-
lange terminal simples». ( Boulenger, Cat. 159 —
1882 ).
RULES
Assim, os vomerinos posteriores às choanas e
da grande glandula em cada lado não bastam para
que seja definitivamente fixado o genero Cycloram-
phus, cuja especie para maior confusão foi vaga-
mente indicado: «do Brasil », por Dumeril e « da
India» por lschudi, loc. cit. pg. 81.
Aliás, porque tambem não referir ao caso ©
genero Grypiscus de Cope? |
Por esse motivo não risquei a diagnose de
ILIODISCUS, que me parece perfeitamente admissivel
até que auciores dispondo de melhores meios possam
resolver em definitivo o assumpto, revendo mesmo
as especies para melhor elucidação.
Par
Mir. Rib. — O genero Telmatobius, etc. Rev, Mus. Paulista, vol. XII.
de
Iliodiscus dubius.
Figs. 1 esterno; 2 olho mostrando o menisco; 3 desenho do dorso; 4 b Diapophyse sacral,
c Ultima phalange de um dedo.
Mir, Rib. del ad nat.
“qua “UA - SMANA SNOSIGOITI
IX ONOL - VISITNVA SNN “AaH ‘913 'SNISOLVINTIL OHINID O - “qlH “JIN
Mir. Rib. - O GENERO TELMATOBIUS, ETC. REV. MUS. PAULISTA - TOMO XII
|. DUBIUS
ILIODISCUS PINDERI
|. DUBIUS
|. SEMIPALMATUS
Mir. Rib.— O genero Telmatobius, etc.
Iliodiscus pindert
Figs, b bocca, d mão, e pé e c disco iliaco
Rev. Mus, Paulista, vol. XII,
Mir. Fib, del. aa,
Au f a
it
Te Vly
e 4 o
— VE ud a
than
x
à
La
4
Th +
a
Parts
jr
4
Mir. Rib. - O GENERO TELMATOBIUS, ETC. REV. MUS. PAULISTA - TOMO XII
ILIODISCUS SEMIPALMATUS - Mir. Rib. ILIODISCUS PINDERI - Mir. Rib.
ILIODISCUS ELEUTHERODACTYLUS - Mir. Rib.
(Lado Ventral )
‘IH JUN - SALVINTVAIINAIS SNOSIGOIT
“qa JIN - SATALOVAOHIHINITAI SNOSIAOITI
HX OWOL - VISITNVA ‘SNW “AIH ‘OLS 'SNISOLVINTIL OHINAD O -“qly IN
Al pio de Mi anda-Ribeiró
0S ENGYSTOMATIDEOS DO MUSEU PAULISTA
(com um genero e tres especies novos )
Sin do matic LV! ÿ! FE
ATLAS RUN Gt 264d EAN Te RE
CN CSIR CM LOUE IR, 100) LES
Ds Encrgstomatideos do Museu Paulista
(com um genero e tres especies novos)
ENGYSTOMA, Fitzinger
Neue Clasification der Reptilien, pg. 65 — 1826)
« Pupilla erecta. Lingua elliptica, inteira, livre
posteriormente. Dentes vomerinos nullos. Uma prega
cutanea atravez do paladar (1), entre as choanas e
uma outra em frente do cesophago. Tympano oc-
culto. Dedos e artelhos livres, obtusos ou dilatados
na ponta. Metatarsaes externos unidos.
Coracoides unidos por uma cartilagem unica;
precoracoides nullos; omosterno idem. Wsterno car-
tilaginoso. Diapophyse da vertebra sacral modera-
damente dilatada. Phalanges terminaes simples ».
( Boulenger ).
Além d’esses caractères pode-se mais ajuntar :
Forma sub-depremida, apresentando uma ligeira ap-
parencia com as Hydrocorideos do gerero Neppa‘
se olhados de cima; como tambem de uma tartaruga
se os encaramos de lado, pela formaçäo de um re-
bordo cutaneo que procede de uma prega cervical e
percorre os flancos até as coxas. A pelle é liza,
sem rugas no corpo e nos membros. O focinho
sempre proeminente sobre a mandibula e a cabeça
tão pequena, que se contêm umas 8 vezes no corpo.
À coloração tem sempre um matiz leitoso,
Das descripções dadas pelos auctores, para formas
encontradas no Brasil, póde-se concluir a seguinte
chave :
(1) Caracter negado por Peracca
no OB qa
hos 1/4 do comprimento
do focinho. — Coxas
unitormemente colo-
rides 2a 1% Me MORO: Wom, (EEE
Olhos 1/2 do comprimento
do focinho. — Coxas
estriadas , osterior--
mente de branco,
Artieulaçäo tarso-metatarsal
não attinge a espadua E. ovale. Schn.
Articulação tarso-metatarsal
attinge os olhos. . E. leucostictus. Blgr.
Olhos eguaes ao compri-
mento do focinho . E. aibopunctatum. Boett.
O Museu Paulista possue Æ. ovale, com algumas
varieuades e uma outra especie que considero nova.
Dumeril e Bibron, Steindachner e Boulenger,
dão-lhe duas variedades. A primeira figurada por
Valenciennes 7n Guerin de Meneville, Est. 27 da sua
Inconographia do Reino Animal (Figs. 2 e 29) e
a segunda redescripta e figurada por Steindachner
na sua Gontribuição Batrachologica (Pg. 285, e Est.
AVN es e 06 POE XIV aoe Verhandl.
d. Zool. Bot Gesells. in Wien 1864).
Boulenger, embora englobando as variedades e
fazendo a diagnose da especie conforme adiante se
ve, varias vezes, entretanto, demostrou respeitar as
variedades referidas, pelas citações que em notas di-
versas e ulteriores do seu valioso “Catalago” fez de
cada uma d'ellas.
A descripção de Boulenger é a seguinte, con-
vindo que se note que os exemplares do Museu Bri-
tannico que lhe sarviram de base, procedem de “Bo-
gota e da America”, ao passo que a segunda va-
reedade, redescripta e figurada por Steindachner
procede de Mattu-Grosso, “onde fora trazida por
Natterer.
« Focinho pontudo, proeminente, cerca de duas
vezes o diametro ocular. Membro anterior curto.
mais comprido do que sua distancia da ponta do
focinho; dedos curtos, o primeiro mais curto do que
— 283 —
o segundo. 6 membro posterior esticado para a fren-
te ao longo da corpo, a articulação tibio tarsal não
attinge às espaduas ; dedos inteiramente livres, com
as pontas obtusas e tuberculos sub-articulares dis-
tinctos; um tuberculo meta arsal interno muito pe-
queno ; tuberculo externo ausente; pelle perfeitamen-
te liza; uma prega atravez da cabeça, por traz dos
olhos. Pardo em cima, lado inferior mais claro
marmorado de pardo; uma risca alvadia ao longo
do lado posterior das coxas. Macho com um sacco
vocal sub-gular e a garganta negra.» (Boulenger.)
Consideradas em separado cada uma das variedades
d'essa especie, teriamos a seguinte chave.
Parte superior atê uma linha que vae, em recta,
da ponta do focinho ao maior artelho, passando por
cima da articulação do braço e todo o lado externo
d'este, de cor parda unifor ne e finamente punctula-
da e vermiculada de mais escuro. o resto do corpo
LEE o ARE) Een en ie enr E.-0.-bicolor (Val.)
Pardo escuro cineraceo, mui finamente nunc ulado
de pardo amarellado; as manchas maiores nos ex-
tremidades. Lado superior das coxas, parte posterior
do humero e braço, indistinctamente maculados de
miniaceo. Lado inferior inclusive palmas e plantas,
cinzento violaceo, com punctulações alvadias, sujas.
O RAN US SR RS PRES E. o. ovale (Schn.)
Das collecções do Museu Paulista constam exa-
ctamente dois exemplares da primeira variedade,
trazidos de Itaqui, E. do Rio Grande do Sul, pelo
sr. Garbe, e dois outros do mesmo Estado que fi-
guram de ha muito em exposição.
Todos os demais se aproximam da segunda
variedade, sem comtudo, mostrarem o miniaceo de
de que falla Natterer, talvez por sua permanencia no
alcool, nem o ponstuado que se vê na parte dorsal
‘da figura dada por Steindachner. Poderá ser cha-
mado de E. - o-cesarii Iher. (!? (Fig. 8). O co-
(1) Em um dos frascos da série da sala de expos'ção
“ao publico, havia um exemplar com o seguinte rotulo à ma-
— 284 —
lorido geral dos exemplares é o denegrido pureureo
para o dorso, com occelios ou manchas brancas na
junta anterior da coxa e parte infericr, que têm por
côr fundamental o pardo, havendo sempre, embora,
as vezes interrompida, a linha posterior branca, das
pernas e coxas. A mancha denegrida do queixo do
macho apparece aqui, como tambem a observo no
exemplar da var. bicolor.
E de manchas brancas no dorso, ha-as esparsas
na verdade, mais tão pequenas que nem são visiveis
à olho nú ‘Isso nos exemplares magros, pois que
este animal engorda muito.
E nas referidas collecções ha-os verdadeira-
mente sub-globoides e de coloração parda no lado
dorsal e apenas mais clara no Jado ventral. Esta
variedade pôde ser chamada concolor. Neste ulti-
mo caso, a cabeça como que sahe d'uma prega
cutanea, que a circumda tanto por baixo como por
cima.
Finalmente, outras ha, ainda, em que reappa-
rece a linha rachidiana tão commum em outros re-
presentantes da familia, uma finissima linha escura
que ven das narinas ac orifício anal. Este cara-
eter poderá designar a var. lineata. Os individuos
são :
Ea
= + | Numeros do 4 |
= (gi
=| | Procedencia | ren q | Collector
ES | A
4 || FB. - o - cesarii Piquete: 264 e 529| X[-1896) Zech.
6 | E.-0- cesarii Os Perús 36| X-1896) Bicego
1 E.-o-crsarii Alto:da Serra — 715] 1896| Bicego
S. Paulo
2 | Æ.- 0 - lineatum | R. da Serra 2! 1896) Bicego
3 | ÆE.-0o-cesarii | Cubatao--Santos 37| 1897| Bicego
|
china: Engystoma cesarii, Iher.; em baixo do fresco, collado
ao fundo, em manuscripto desconhecido: Lngystuna cesarie
motte, Iher. 5. Paulo.
|
|
à] | «| Numeros do
= | Procedencia | © | Collector
= | Museu 4
= | | | A
ES | | | fm
= = = -
| Belem (E, S. 2 11 RG >
1 | Paulo ) 38 I 1898 NCego
2 | | Ypiranga 33 | 11-1900! Hémpel
2 E. - 0 - concolor | Ypiranga 41 1906| Luderwaldt
2 | Æ.-o-cesarii | Ypiranga | 42 | X--1907 Dr
: | 1 : & Hemper
2 | E.-0- bicolor Itaqui, Rio 108 | 1914! Garbe
| | G. do Sul
|
Sua distribuição geographica vae das Guyanas
à Rep. Argentina, Matto-Grosso e Paraguay.
ENGYSTOMA SUB-NIGRUM, Sp. nOVa
Olhos 1/3 do focinho, que eguala em compri-
mento ao espaço interocular e se projecta de pou-
co sobre a mandibula, curvando-se para baixo. Nos
lados do focinho e sobre a ponta da mandibula fi-
cam as narinas punctiformes. A prega dermica ce-
phalica desce até os lados do queixo, emquanto o
cordão lateral, tão evidente em Æ. ovale, apenas ap-
parece sobre a articulação do praço. Este curto, mal
attingindo o plano transversso da ponta do focinho.
Membro posterior distendido para frente attingindo
a espadua coin a articulação tibio-tarsal. Mãos e pés
como em E. ovale. Snperiormente plumbeo denegri-
do, inferiorinente marmorado de isabel; callos das
pontas dos dedos desta côr, bem como uma nodoa
nc joelho. Pernas e pês superiormente transfaciados
de negro, inferiormente da côr do abdomen. Saeco
vocal disticcto exteriormente. Typo 37 mm. 2
exemplares do Estado do Rio. Serra de Macahé ;
Coll. Garbe.
CHIASMOCLEIS; Méhely
Precoracoides presentes porém articulados ao
coracoide e anteriormente apenas ao seu opposto por
ligamentos conjunctivos que tambem substituem o
omosterno. Esterno cartilaginoso, xyploide, amplo.
Pupilla redonda. Palatino sem prega dermica. Ma-
xillares e vomer enúentulos. Tympano indistincto.
Dedos livres artelhos indistinctamente sub-palmados.
Membros livres.
CHIASMOCLEIS BICEGOI, Sp. nova
( Figs. 1 200 3°)
Olhos 1 e 1/2 no focinho cujo canthus rostra-
jis é evidente e desenha um angulo agudo per-
feito; palpebras convexas, salientes. Uma prega tym-
panica até a articulação do humerus. Mão como em
Atelopus, os dedos ligeiramente sub-globosos na pon-
ta e na seguinte orde n de crescimento: 1, 2, 4 e
3; humeras mais longo que o radius. Perna levada
à frente não attinge o tympano com a articulação
tibio-tarsal; tuberculos sub-articulares indistinctos ;
Pelle liza ; callos metatarsaes indistinctos ; cervix sem
prega cutanea transversa ; côr parda de folha secca,
cineracea no lado superior; iris negra; fla cos e la-
do inferior vermiculados de isabel. Uma linha bran-
ca rostro dorsal, encontrando-se no coccyx com ou-
tra iransverssa que percorre o lado posterior das
coxas.
Comprimento: Corpo 16 mm., perna, 20. Exem
plar 1; N. 595 — Os Perús, S. Paulo, Coll. Bice-
go — 1895.
EMVDOPS, gen. novo
Corpo de contorno obvoide, deprimido, com a
pelle muito liza e esticada, não deixando perceber
a conformação interna. Cabeça deprimida, moderada,
Nar'nas anteriores. Bocca moderada. Hyato proce-
dente debaixo do angulo orbital posterior, Pupilla
horizontal, linga ovoide, inteira, porém concava no
meio do extremo posterior que é livre. Uma ruga
ossea, edentula como os maxillares superiores, por
detraz das choanas, uma ontra anterior ao cesóphago,
e antes destes numa região oval, correspondente à
—
Lee ce
depressão da lingua; os parasvhenoides nus; (1)
Tympano occuito. Cintura escapular elevada salien-
te sobre o thorax.
Membros anteriores podendo-se incluir n’uma
prega axillar, sem quebrar o contorno da projeccão
superior do corpo Membros posteriores deprimidos,
as pernas recolhendo-se na depressão posterior das
coxas e da parte posterior do corpo. Mãos e pês
sem membranas; um tuberculo carpal interno, e ou-
tro mediano; um tuberculo metatarsal interno.
EMYDOPS HYPOMELAS, Sp. NOVA.
Figs. 4,5 e 6
Contorno superior em ogiva oblonga. A man-
dibula incluida, tem uma pequena saliencia na sym-
physe mandibular, constituida por duas depressões
lateraes d'essa articulação dos ossos da mandibula
qae se encaixam em depressões correspondentes da
. maxilla. Hiato de largura egual à 1/2 do diametro
antero posterior do queixo. Uma ruga da pelle por
detraz dos clhos, sobre a nuca. Mãos e pês com pe-
quenos tuberculos nas articulações dos dedos, plan-
tas lizas. 1.º, 2.º e 4.º dedos sub-eguaes. Superiormente
cinereo-claro com estrias negras interrompidas e no
sentido longitudinal do corpo; sobre cada olho ha
uma longa estria sinuosa que vem do nariz à nuca.
Membros marmorados. Uma estria muito fina e
branca vem do meio das narinas ao orifício anal,
cruzando-se acima desse com outra egual, que vae
de metatarso à metatarso, ao longo das pernas. La-
dos da cara até a região post-tympanica e todo o
lado inferior do corpo, desde o mento até a ponta
dos artelhos, negra. Uma estria branca, identica a
do dorso pela linha mediana, cruzando-se sobre o
peito com outra transversal que vae a base do pri-
meiro dedo de mão a mão, percorrendo o ante bra-
co pelo lado posterior e braço pelo inferior.
(1) Não pude verificar se este facto corresponde a
ma conservação da mucosa.
— 288 —
Comprimento antero-posterior (corpo) 45 mm.,
comprimento da perna, da articulação à ponta do
maior dedo 58 mm., comprimento do braço, (da
cintura ao maior dedo 25 mm.
Procedencia: Espirito-Santo, Porto Cachoeiro
— Colligido pelo Snr. Garbe em 1916.
Rd ae.
“Gly ITA unsgiu-gns pwojshgus
"TEX “JOA ‘eysyn¥g "SNA "Ada “end ‘SON 22pHewoys {Bu “ghar ‘HA
“Jeu pe "Jap ‘gray “HN
JIDS29-2]D(00 wojsisuy — @_‘wniSjuqns puojsásu] — | “spjawodáy sdophwy — q ‘¢ ‘p ‘1082919 sjajoowsDjys) — E CZ
IX "JOA ‘ESHNEA “SH, ‘AP az YASH “SP 2epyewosá4Bug og "JN
Alipio de Miranda-Ribeiro
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O GENERO
CERATOPHAYS E SUAS ESPÉCIES
Aloumas considerações sobre 0 genero CERATOPHRYS
E SUAS ESBEGIES
Numa das divisões da fam. Cystignathide
que Berg com dobrada razão lembra dever ser dita
Leptodactylidæ, Boulenger, no seu memoravel Ca-
talogo enumera dez especies de Ceralophrys, do
Brasil e fora delle, comprehendendo englobadamente
sob este titulo Odontophrynus, Reinh. & Lutken ou
Pyxicephalus de Günther.
As razões do batrachiologista belga são as se-
guintes: «O desenvolvimento da palpebra superior
em um appendice ceratoide, foi considerado como
um dos principaes caractéres do genero Cerato-
phrys. Porém, C. ornula tem-n'o tão pouco assi-
gnalado que deveria evidentemente apenas ser usado
como caracter especifico. »
| Em posiçäo diametralmente opposta collocou-se
Cope que, não só reconhece em Pyxicophalus a
validade de Odontiphrynus de R. & Lutken, como
é mesmo de opinião de que os grupamentos de
Boulenger não representam a apresentação natural
dos factos, os quaes defendem a validade da fami-
lia Ceratophrydide.
Não pretendemos discutir este ultimo thema
que exige detalhes que o tempo agora não permitte ;
mas so os de opinião de que Odontophrynus re-
presenta bem uma forma áparte de Ceratophrys,
onde esta presente, embora em caracter elementar,
um apparelho glandular parotoide. Eu €. biggibo-
sa ha uma modificação craneana ainda não estuda-
da. Isto no que se refere aos generos; no que toca
ás especies um exame das que contém o Museu
Paulista, mostra bem a conveniencia de se reformar
o juizo até agora constituido à respeito.
A primeira constante de Ceratophrys appare-
“ce numa linha saliente da pelle, que corre de pal-
SE es
pebra à palpebra e dahi se dirige pelos lados do
corpo até o coccyx, desenhando sobre a face dor-
sal do batrachio uma ponta de flexa muito alonga-
da e retrovertida. Quando não seja 4 primeira vista
evidente, lá deixa ella entretanto os vestigios. Uma
segunda diferenciação apparece no tamanho, sendo
que um grupo maior gira em torno de C. cornu.
ta com 3 ou 4 especies emquanto que a menor de-
corre de C. boëei, com um maior numero de espe-
cies. Aqui encontramos não só uma grande muta-
bilidade nos detalhes das especies conhecidas, como
nos parecem existir outras ainda não citadas. Co-
meçaremos pois por esse sub grupo, com o estudo
do material do Museu Paulista, que é tambem il
lustrativo no que se refere à distribuição geogra-
phica.
| —Ceraroparys sorrel, Wied.
“owen DO
==
= ] | MUSEU Collector
E | |
Is || Se: Paulo ssl us pa 806 M. Beron
1 Panla(Puacicshn) a 284 |N. Bueno
1 | Espirito Santo (Porto Cachoerio) 161 | Garbe
1 | Parana ( Piraquara) . . . . 254 | Bicego
1 | Hamonie (S. Catharina). . . 73 Liiderwaldt
11 || Joinville. Coll. Hansa. S. Cath. . 800 | Ehrhardt
4 » » » > » 783 »
1 | Pignete, 5-1: Panlos sa Ta da 807 |J. Zech
21
Os vinte e um exemplares supra, mostram ama
grande variedade de colorido em que se nota, desde
um matiz mas claro que o reproduzido por Wan-
dolleck e mesmo por Wied, até un denegrido in-
tenso em que, nas zonas claras, tambem se encon-
tram laivos de carmin. Esta ultima variedade se
apresenta nos exemplares de ns. 800 e 783, todos
procedentes de S. Catharina, Joinville.
E” tambem notavel o facto de que o menor
destes exemplares messa um centimetro em todo o
— 293 —
corpo, estacdo com os appendices oculares e a li-
nha dorsal bem desenvolvida e não mais mostrando
vestigio da cauda larval.
Esta forma, em apparencia identica à ulterior,
tem entretanto os tuberculos que se encontram na
parte superior do corpo conicos e não comprimidos.
Os que ficam dentro da zona limitada pela ruga
oculo-dorsal às vezes constituem duas linhas paral-
lelas da cervix ao sacrum. O colorido variando da
mesma forma, tem entretanto quasi se npre constan-
te o debrum escuro da linha cculo-dorsal. O papo
e o queixo raramente são denegridos e nunca apre-
sentam a intensidade do colorido encontrado em C.
appendiculata. O abdomen, ao contrario, é rara-
mente uniforme, apresentando a maculação negra,
nitida e desenvolvida. Das raias escuras sub-ocula-
res, a anterior é ligeiramente esverdeada. Em exem-
plares de Hansa ( Joinville ), encontrei o mais intenso
colorido. As raias escuras negras e as claras cinereas,
havendo-os mesmos em que dessas zonas não estava
ausente o carmin; pollegar egual ao indicador. O
maior exemplar medido tem 65 millimetros. Vi ou-
tros de 1 centimetro, já inteiramente desprovidos da
cauda larval. Reproduz-se em Novembro. Distribui-
ção geographica: Bahia, Espirito Santo, Rio de Ja-
neiro, S. Paulo, Minas Geraes ( Lagôa Santa ), Para-
na e Santa Catharina.
2 — CERATOPHRYS APPENDICULATA, Günther
= NUMEROS 00
= | A | NUSEU Collector
ES
dei D Nr ARE a) AMI 17 LS LS 806 M. Beron
11 S.0Panio, Alto da Sema 10: 799 Schuebel V-09
7 | Serra de Macahé, E. do Rio. . TO Garbe
1 | Franca, Sa ISERE O 612 | Dreher
‘| Campo Grande...» > & 0, 798 |M. Wacket
2 | Santos, Cubatão >» » . . . 483 | Bicego
1 | Campo do Jordão » » . . .| 8058 | Liiderwaldt.
14
Pre
As mesmas differenças de colorido da especie
anterior, encontrando-se nos 14 exemplares aqui ci-
tados, sendo que o de colorido mais intenso e com
laivos carmineos, procedem dos Campos do Jordão.
Nenhum exemplar joven do tamanho do menor
anteriormente citado. Em contraposição uma femea
(n. 799), apanhada em Junho, estava com ovos a
termo, medindo o diametro destes cerca de 1 e 1/2
millimetros. Este exemplar tem uma forte macula
branca no meio da depressão frontal.
Esta especie muito se assemelha à anterior,
não só quanto a forma come quanto ao colorido;
e eu pensei mesmo que não passasse de uma sua
variedade. Comtudo, a apresentaçäo dos seus cara-
cteres é bastante firme, e para maior precisão na
taxonomia, podemos admittil-a como valida.
A linha dorso lombar é completa e constitue
uma ruga continua da pelle, ligeiramente crenulada
no corpo e denticulada no appendice palpebral. No
meio d'esta figura só ha outra linha nos appendices
palpebraes e na sua parte livre os tuberculos são
pouco frequentes; e quando succeda o contrario,
nunca elles formam linhas longitudinaes, dispondo-
se antes em grupos nas regiões mais largas cervi-
cal e lombo-sacral. Por fóra do perimetro que
aquella linha delimita, ao contrario, são elles mui
communs e formam linhas pouco divergentes que
se dirigem para os lados e para traz, terminando
nos lados da face dorso-lombar, junto da axilla da
superficie de applicação dos membros prosteriores.
Estes como os anteriores são grandemente verru-
cosos, distribuindo-se os tuberculos ou verrugas em
linhas obliquas sobre a sua face externa e fóra da
superficie de applicação, no dobrar dos membros.
No ponto de articulação dos maxillares ha uma
projeção dermica anterior, do labio; e d'ahi parte
uma linha de verrugas que vae morrer no canto da
bocca, tendo passado em arco sobre os lados de
cara em tangente à orla inferior dos olhos. Nos
cantos da bocca e lados do corpo os tuberculos são
achatados e triangulares. ÆE todo o lado superior,
comquanto irregularmente granuloso, apresenta um
aspecto vellutino devido a um fino e denso recobri-
mento de escamas espiculadas, apenas vizivel à lente
e que nos pontes mais salientes aparecem como
pequeninos espinhos coloridos de escuro. Todo o
lado inferior & coberto de uma granulação muito
regular em que as escamas se deixam ver mais
amplas e obtusas e às vezes mesmo sub-esphericas.
Os olhos são contidos 8 vezes na largura da bocca,
tomada externamente do angulo à angulo e 1 vez
e 1/2 no comprimento do appendice palpebral. Os
dentes maxillares são curtos sub eguaes em uma
fila, sendo a sua forma conica, curta e obtuza. O
primeiro maior que o segundo dedo. O individuo de
maior tamanho de meu conhecimento & uma femea
e mede 65 mm. do appendice rostral ao coccyx. A
nota dominante do colorido desta pequena intanha
são as zebruras pardas ou denegridas transversaes
sobre o lado externo e dos membros ambulatorios,
uma tarja alvadia transversa na préga amphiocular
seguida e precedida de uma pequena barra e de
uma nodoa negra; por fóra da linha dorso-lombar
ha um debrum irregular dessa ultima cor e uma a
tres barras sub-oculares, obliquas de diante para traz.
No lado superior esse colorido varia do mais claro ao
mais escuro, conforme o meio e com manchas cinzen-
tas irregulares; o aspecto, à primeira vista, do con-
juncto é lichenoso e perfeitamente mimetico com as
folhas seccas. A's vezes ha uma nodoa argyrea
entre as narinas e a linha amphiocular, o que occor-
re nos individuos claros.
A's vezes, ao contrario, ahi predomina o escuro.
No lado inferior o colorido é amarello ou cinzento,
mais ou menos maculado de negro. côr que se ex-
tende para o papo e região gular que occupa in-
teiramente.
_ Esta intanha reproduz-se em Setembro. A sua
distribuição geographica vem de Macahë, nc Estado
do Rio, até Cubatão em Santos, — S. Paulo.
— 296 —
3 — CERATOPHRYS RENALIS, Sp. NOV.
Forma semelhante à C. friy. Contorno cepha-
lico perfeitamente ellipsoidal, sem tuberculos mar-
gimaes dos premaxillares e maxillares, porém densa-
mente hispido ; hiato 3:2. Canto da mandibula salien-
te, largo e tuberculado. Dentes vomerinos em dois
grupos, entre as choanas e um pouco obliquos.
Lingua grande, entalhada tambem anteriormente.
Dentes como em Ceratophrys boier, porém meno-
res. Olhos 1/5 do hiato ou pouco maiores. 1/2 do
espaço interorbital que é sub-plano anteriormente
pouco concavo. Tuberculos dermicos conicos, for-
mando rugas incompletas no contorno superior que
vem das narinas ao canto palpebral anterior, numa
linha amphipaipebral e noutra posterior que termina
sobre a nuca, ahi curvando-se para dentro, e en-
contrando-se com a do lado opposto. Depois os
tuberculos só apparecem fracamente unidos em 4
estrias convergentes sobre a região ilio-coccygea-
na e em duas placas lateraes da região liume-
ral. Essas linhas são muito perceptiveis n'um indi-
viduo joven, onde apresentam a fórma das de
C. boier comquanto interrompidas. Outra linha mais
curta percorre a palpebra, ao lado da linha amphi-
ocular e tuberculos maiores occupam o canto do.
maxillar inferior. Sobre o extremo distal da apo-
physe sacral, a pelle se espessa em um callo ver-
rucoso e saliente, donde partem duas rugas para
frente e para baixo, que ficam em symetria mime-
tica com os olhos do animal. Coloração negra com
fachos mais claros de laivos rubescentes, sobre as
pernas, parte posterior e mãos. Palpebra inferior
clara. Um estreito risco branco antes da prega
amphipalpebral. Placas intensamente negras vellu-
tineas sobre o focinho, sob e entre os olhos, e em
duas placas pequenas sobre os flancos. Lado infe-
rior cinereo rubescente marmorado de negro.
Comprimento do exemplar maior, ( 9) 60 mm.
Collecionado pelo sr. Garbe em Itabúna, Bahia, em
meiados deste arno Vive em mattas de vegetação
densa. Não deixa de ser curiosa a forma mimetica
eo —
apresentada por essa intanha que em repouso e com
os membros encolhidos, parece reproduzir uma pe-
uena ra encolhida, cujos olhos seriam representados
pelos callos renaes, sendo assim a cabeça represen-
tada pela parte posterior do seu corpo. Um tal
mimetismo é duplamente util, pois não só permitte
a aproximação da victima como a illude de modo
a se apresentar à intanha com segurança maior para
esta. Um exemplar menor e da mesma procedencia
reproduz quasi perfeitamente €. borei; a linha
occulo-dorsal é porém interrompida e fracamente
indicada.
4 ) — CERATOPHRYS DORSATA, Wied
[
|
= Procedencia NUMEROS | Collector
= | DO MUSEU
a | |
1 | Rio Grande — São Panlo. . | 775 Wacket
1 | Piquete — Säo: Paulo 179 Zech
2 | Hansa, Joinville — St.* Cath.º 784 Ehrhardt
1 780 Garbe
Rio Doce — Espirito Santo
Exemplares mediocres ro tamanho. O de n.
Tio tem ovos à termo, não se sabendo ao certo o
mez da captura. Evidentemente desta especie é o
exemplar n. 165 collecionado por Garbe em Porto
Cachoeiro, Espirito Santo. Não obstante os appen-
dices das palpebras muito reduzidos e tambem as
placas dorsaes e nodoas escuras de modo a deixar
um campo claro muito maior. Æ° um joven de pouco
mais de pollegada. Nome vulgar: Intanha. A ca-
beça perfaz por si só 1/3 do corpo, sendo o contorno
oval paraboloide e a mandibula incluindo se por al-
tura equivalente a 1/2 da sua altura no mandibular.
Os dentes são conicos porêm finos e longos, curvos
para dentro e os do meio da maxilla maiores que
os lateraes; por sua vez, estes tem a ponta algo
lanceolada. Os dentes vomerinos occupam uma linha
no bordo anterior das choanas e são muito pequenos.
— 298 —
As mandibulas emittem um processo vertical,
na symphyse que, atravessando a mucosa e sendo
cortante, constitue como uma sorte de bico que
se vai encaixar nos intermaxillares e concorre gran-
demente a prehensão. A larga lingua, duplamente
codiforme e esponjosa, mostra as papillas isoladas e
pedicelladas. As pequenas narinas ficam muito mais
proximas dos olhos que da ponta do focinho e os
olhos salientes occupam 2/3 do espaço interorbital
anterior ou igualam a distancia que medeia entre as
duas orbitas, sobre o craneo.
O meio da cabeça, das narinas à nuca é osseo,
nú e dahi para traz a cervix e o «dorso são reco-
bertos de finissima epiderme numa zona em cruz,
cujo eixo fosse duas vezes mais largo que os bra-
ços. Por traz das orbitas, sobre os tympanos ex-
postos, ha outra zona ossea, exposta, finamente gra-
nular: Os lados da area central nua do focinho,
até essa ultima zona ossea, são occupados por uma
pelle densamente rugosa e endnrecida que se ex-
pande até os bordos do maxillar, sendo interrom-
pida por uma prega ossea sub ocular e sub paral-
lela à faixa rostral nua que assim delimita os bra-
ços duma cruz de Malta, envolvendo os olhos. So-
bre o dorso, nos lados da cervix e do lombo, outra
vez apparece este espessamento em placas clavifor-
mes que ahi são percorridas por linhas de elevações
em cone, de aspecto prismatico ou estrellado.
Outra placa analoga sobrepujada por uma ruga
saliente, vae des tympanos aos flancos no abdomen,
e todo o resto da parte superior do corpo é gra-
nuloso, mais ou menos esparsamente provido de es-
tellações espessas da pelle. Para o lado inferior, ao
contrario, esta disfarça as verrugas e se aliza; e as
superficies de applicação dos membros, dorso e as
plantas dos pés, são notavelmente lizas, quasi como
a pelle das rãs, sendo as suas callosidades revesti-
das de epiderme. O tuberculo metatarsal é forte e,
elevado e os artelhos densamente palmados. pri-
meiro dedo da mão é maior que o segundo. A
intanha varia pouce de colorido. As partes unde a
24290
pelle & mais espessa são de côr denegrida ou cas-
tanha, fimbriadas de branco; as zonas intermedia-
rias ochraceas e as patas interfasciadas de pardo
rubescente e de verde. A superficie abdominai, desde
a garganta e parte inferior das pernas, de cor ochra-
cea uniforme. Uma linha dermica que abrange os
dois olhos, desde a ponta dos appendices palpebraes
e passa, pelo meio da cabeça, bem como a metade
anterior do lado inferior desses appendices, de côr
denegrida ou sepiacea. Olhos esverdeados. Tenho
visto exemplares deste batrachio medindo cerca de
22 à 23 cm. da ponta do focinho à do coccyx.
São destemidos e reagem à qualquer attaque,
correndo de bocca aberta atraz de seus perseguido-
res; e emittem nesta occasião um grito algo pa
recido com o choro de uma creança. Apanham tudo
quanto lhes cae ao alcance e que se mova; não
desprezando mesmo os pintos ainda quasi do volu-
me do seu proprio corpo. Distribuição geographica :
Espirito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo, Santa Ca-
tharina e Rio Grande do Sul.
ODONTOPHRYNUS AMERICANUS Dum. & Bibr.
E | | En COLLECCIONADOR
= |
1 | Rio Gmnderdo Qui cats ol ie 815 | Dr. H. vou Ihering
pio Grande do Suliu ys) agile % 813 side res
1 | Montevideo, Uruguay. . . . 817 Bicego
5 | Campos do Jordão, S. Paulo. . 821 |Luderwaldt (XII-05)
,
O tacto mais interessante à notar a respeito,
desta especie, rezide no encontro, pelo Sr. Liider-
waldt, de uma serie de 5 exemplares nos Campos
do Jordão, a zona mais septentrional do seu appa-
recimento no Brasil. Felizmente, nos exemplares
trazidos, pôde-se constatar até o mesmo colorido que
mostra o exemplar de Montevidéo, colligido por
—1300 —
Bicego, menos o denegrido do papo, frequente em
todos os demais exemplares das collecções do Museu
Paulista.
Muitas variações nóta-se nos outros exemplares
dos Campos do Jordão, no que se refere ao colo-
rido, e quanto à robustez maior e maior gordura.
Egualmente o callo do braço é algo mais desen-
volvido n'estes exemplares, bem como a pelle é mais
fortemente granulosa. Nunca, porém na intumes-
cencia que representa o parotoide, vae esse desenvol-
vimento ao de P. cullripés. Hiato moderadamente
amplo, sendo a proporção do comprimento rostral
para a sua largura de 2:3. Dentes vomerinos em
dois grupos elevados entre as choanas, os quaes
por serem muito elevados e de direcção posterior,
parecem ficar posteriores äquellas.
Dentes pequenos e cerrados para dentro. A
cabeça é mediocre na proporção de 1:9 no com-
primento do corpo. Toda a parte superior grande-
mente granulada-tuberculada. Os tuberculos às ve-
zes dispondo-se em ordem, de modo à formarem fi-
guras regulares; ou se apresentam alongados como
rugas curtas. ;
Duas são constantes atraz dos olhos, à guiza
de parotoides sobre os tympanos e outros se enfilei-
ram às vezes entre as palpebras, como que for
mando cristas inter-palpebraes. Os processos ou callos
do metatarso são duplos, sendo o segundo elevado
precedido de uma carena à parte da articulação e
vae zo 1.º artelho pelo lado de fora. Toda a planta
dos pés e das mãos densamente tuberculadas, em-
quanto que o punhe mostra um callo externo alon-
gado que occupa a metade do comprimento dos cu-
bitos. A pelle dos flancos é flacida e das regiões
lateraes inguinaes e a posterior da articulação fe-
muro-tibiana, forma uma especie de patagium del-
gado que prende os membros posteriores dos flan-
cos aos joelhos e do meio das coxas ao calcanhar.
O abdomen é todo regularmente granuloso; as
granulações não são, porém, aciculadas e sim porozas.
E ND, ==—
A coloração varia de padrões claros manchados
de escuro em nodcas circulares ou oblongas, que
envolvam as protuberancias da pelle no lado superior,
sendo uniformemente amarellados no lado inferior,
ao negro azulado ou ardeziaco no superior, com tres
listas amarellas de ocre ou creme; uma pelo rachis
e outra sobre os flancos, havendo uma nodoa d'es-
sa côr em cada extremidade anterior dos iliacos e
maculas pelos flancos e lado inferior, onde ha um
verdadeiro marmorado para o qual concorrem as
verrugas abdominaes. N'uns e n'outros sempre per-
manece a linha dorsal clara, que vem do labio su-
perior, sendo interrompida entre os olhos por outra
transversa e que vae de palpebra a palpebra. Em
alguns exemplares o negro inferior ê mais accen-
tuado e diffuso sobre o queixo. Comprimento dor-
sal 54 mm.
Distribuição geographica : E. de S. Paulo (Cam-
pos de Jordäo), Rio Grande do Sul, Matto-Grosso,
Republica do Urugay, Argentina, Mexico.
x
* *
Como se vê, apenas 6 formas contem as collec-
ções do Museu Paulista Ficam pois sendo seus de-
siderata O. cornuta. C. fryi €. cristiceps, Odon-
tophrynus cultripes e C. biggibosa. (1)
Analysando em conjuncto todas as formas bra-
sileiras, esta ultima especie deve constituir uma di-
visão à parte: PROCERATOPHR YS, caracteriza-
da pela dilatação ossea post-tympanica e pela palpe-
bra espiculada, sem apeudice ceratoide unico.
Assim, poderiamos tentar comprehender todas
essas especies ae um modo summario numa chave,
tanto especifica como generica :
1 — Cerntophrys ohausi, Wand. Precisa ser compa-
rada com C. cristiceps, Müll, para que seja constatada a
sua diversidade.
]— REGIÃO OTICA SUPRA-OCULAR N9IRMAL, CUTA-
A —
q? —
apt
NEA :
Craneo normal sem os-
sificação exterior; pal-
pebra superior provida
de appendice ceratoide,
cutaneo, singular ou
multiplo rudimentar.
Lado dorsal percorrido
por um cordão cutaneo,
reunindo os apendices
ceratoides e se encamin-
hando depois para o
coccyx. Appendice ce-
ratoide presente, singu-
lar:
Contorno rostral nor-
mal; garganta e thorax
fasecs quando muito o
ultimo punctulado de ne-
RL rainy TON B
Um appendice dermico
na articulação mediana
des maxillares ; gargan-
ta e thorax negros par
daicentos, mo pg
Cordão oculo-dorsal pre-
sente apenas entre os
olhos ou vestigiario no
resto do dorso :
Região renal normal
Região renal provida de
um callo dermico papil-
loso, donde partem duas
rugas antevertidas
Appendice ceratoide au-
sente, substituido por
papillas multiplas.
STOMBUS, Boie
1 S. borer
2 S. appendiculatus
3 S. frye
4 §. renalis
D S. cristiceps
— 503 —
B — Craneo grande, elevado.
ossificado externamente;
palpebra superior provi-
da de appendices cera-
toides singulares ou mul-
tiplos. Dorso tubercula-
do mais ou menos in-
tensamente, nunca porém
provido da linha de tu-
berculos oculo-dorsal,
que é substituida pelas
Cores i a CPR ATOS,
Wied
a — Appendices palpebras
presentes, desenvolvidos
e condiformes. A. dese-
nhos rostro-cephalico
perfazendo uma cruz de
malta que envolve os
olhos com os braços;
artelhos exteriores li-
REGS acu RIR OR O: dons
b’ — Coloração superior obs-
cura, garganta negra;
artelhos exteriores pal-
DHALOS 0e a a UR COP MULE
b — Appendice palpebral re-
duzido à curto tubercu-
lo. Dorso mais ou me-
nos recoberto de placas
duras intensamente va-
riegadas de verde e de
MEG TOR Mao pp os GOT RAL
II — RegiÃo OTICA-SUPRA-OCULAR INTUMESCIDA :
Appendices palpebraes
papillares, multiplos. PROCERATOPHRYS
Dorso normal. . ... 9 P. biggrosa
— 304 —
VI — ReGIAO POST-TYMPANICA COM VESTIGIO DE PA-
ROTOIDE ODONTOPHRYNUS : … R&L
Paratoide evidente, co-
loração uniforme . . . 10 0. cultripés
Paratoide vestigiaria co-
loração variegada. . . 11 0. americanus
*joyd 'oyjr sojurg sop sang8urwo *(
({yied ap esstA) “qny “HJA] 'syjpuas snquojç
IY "JOA ‘eyszneg ‘SNA “Ay ‘232 ‘sduydojpsa> 032U93 O 21q0S S205P12PISUOT) ‘JA “AFIT
À A
L
Mi
TI By
æ
rar
NN ONE
7 q eS , UN
sR CE
Fe (D A Va
. '
A
Mir, Rib.9 Consideracôes sobre o gen, Ceratophrys Rev, Mus Paulista vol. XI
Stombus renalis, Mir. Rib. (Vista abdominal)
J. Domingues dos Santos Filho, phot,
”
<
lg Py
AR ;
1
ede bs
‘
Mir Ríb.o Considerações sobre o gen.o Ceratophrys, etc, Revista Mus, Paulista, vol. XII
Stombus renalis. Mir. Rib, (Vista dorsal)
J, Domingues dos Santos Filho phot.
ar > o
\ ae m6 OS 6
| ini À
4
(ogpJop op sodweg ep se}uapesoid selejduexz)
1q14 ? ‘WNQ - SANVIOIHINYV SNNAHHIOLNOGO
IX ONOL - VISITNVI SAN “AIN SAYHAOLWYSS “NSD O 3890S "SNOD - IH IA
(oepior op sodwed ep se}uepesoid seJejdwexa)
‘1918 ? “WNQ - SNNVOIYANY SNNAYHdDOLNOGO
IX OWOL - VLSITNVd SAN “AIM SAYH401VH29 'NID O 3#80S “SNOO - IH “JIN
Alipio de Miranda-Ribeiro
0S BRACHYCEPHALIDEOS
do Museu Paulista
(Com tres especies novas)
. x o x
#
=
!
; “
‘nti fsbo’ alo cry ti
| A? : Pr — il Rea
À AR
ws
En
70
4
RONA NIVA ARA
E 0ù 0
beeven CS 3eess BON 41-02 2
i
Os Brachycephalideos do Museu Paulista
(com tres especies novas |
ATELOPUS MOREIRÆ, Sp. nova
Forma regular, e muito parecida com a de
A stelaneri, sendo os membros de comprimento
proporcional ao corpo, de modo a conservar-lhe per-
feita apparencia bufoniforme. Cabeça pequena, cerca
de 1/3 do comprimento do corpo, deprimida e plana
superiormente, tendo os lados sub-verticaes, excepto
no focinho que é mais obliquo para traz.
A bocca tem o angulo posterior quasi sob o
angulo posterior da orbita e de hiato maior que o
diametro antero posterior. O diametro ocular 1/3
do hiato. Tympano indistincto. Todo o corpo pro-
vido de verrugas mamellonadas, sobrepujadas por
pequeno cone, de aspecto corneo e baixo como se
fora otra verruga de forma regular; na face ab-
dominal apenas permanece nu estas; uma zona fe-
mural de placas polygonaes baixas. Plantas das
mãos e dos pès de pelle ampla e glabra, occultan-
do os callos que assim são pouco evidentes. Colo-
ração, no alcool, sepiacea denegrida, uma nodoa oc-
cipital, às vezes uma linha rachidiana, uma zona
dorso-lombar em cada flanco, o lado posterior do
braço, garganta, lado do thorax na base do braço,
lado inferior deste e do terço articular do ante-
braço, abdomen e planias dos pés e das mãos de
côr amarella de chromo. Região femoral infero-
nterna miniacea. As verrugas corneas são amarel-
adas.
O sr. Carlos Moreira, determinära este Atelo-
Pus, como stelznert. Conhecendo os exemplares c 1-
lgidos por esse meu amigo para o Museu Nacio-
— 308 —
nal, exemplares que examinei pouco antes de redi-
gir este artigo, como os que o sr. Lüderwaldt col-
ligiu no Itatiaya, verifico não sómente a constancia
do colorido expresso na diagnose por mim acima
dada, como o encurtamento dos espiculos das ver-
rugas da pelle, alisamento das plantas dos membros
ambulatorics e proporções differentes para o Atelo-
pus daquella procedencia.
Assim é elle pelo menos uma variedade local,
sendo que mesmo os jovens não apresentam nem o
revestimento de espiculos nem o colorido typico
da fórma do Sul. A pedido do mesmo meu amigo
eu tambem estivera no Itatiaya, onde vira o peque-
nino batrachio em questão, em quantidade tal que
se não podia andar sem esmagar alguns sob os pés.
Nessa épocha ( Novembro ) estavam elles em amor.
O congresso sexual se effectüa longe da agua; e
muitos machos perseguem uma só femea. Em Ou-
tubro o sr. Luderwaidt do Museu Paulista colligiu
exemplares perfeitos de 7 mm., tendo a coloração
negra dominante e o colorido das regiões claras es-
boçado. As verrugas nem mostram vestigios das
pontas corneas.
29 mm. é a dimensão linear antero-posterior
de Atelopus morerrre.
ATELOPUS ATRO-LUTEUS, Sp. nova
( Atelopus stelzneri?)
Forma alongada, continuando-se os lados da ca-
beça na mesma linha recta para traz, pelos flancos,
sem permittir a sua distincçäo do corpo que só é
mais largo na região abdominal; assim, anterior-
mente, a cabeça desenharia com o seu plano, um
pentagono irregular se desprezassemos o lado occu-
pado pelo corpo; ella representa 1/4 do compriinen-
to que vai das narinas ao coccyx. Narinas obliquan-
do para baixo, algo salientes. Olhos grandes 5/12
do hiato, que perfaz egualmente o diametro antero
posterior da bocca. Angulo d'esta, ligeiramente an-
terior ao do posterior dos olhos. Parte superior
00 a
flancos e baixo ventre verrucosos, as rugas provi-
das de espinhos curtos. Do mento ao baixo ventre
a pelle é finamente granulosa, porém, sem verrugas
nem espinhos. As plantas das quatro patas verruco-
sas, tendo as anteriores um, e as anteriores 2 cal-
los nas articulações. Levada a perna para a frente
o tubercnlo ou callo interno do pé, passa o angulo
posterior dos olhos. Cor (no alcool): Negro retinto
de pez, os espinhos albicantes ; sobre a cabeça, onde
não ha espinhos, uma fina punctuação albicante ;
uma pequena nódoa sobre o bordo da mandibula e
juncto a articulação, as plantas das quatro patas,
tres nodoas sobre cada lado do peito, na base do
braço, uma fina estria no lado dorsal d'este e outra
no seu lado abdominal, bem como uma dupla pon-
ctuação n'um lado do ante-braço, uma facha trans-
versa no meio do abdomen quasi interrompida no
meio e todo o lado infero-interno das coxas, de um
branco crême nitido.
Bocca internamente negra retinta. À lingua lon-
ga e estreita tem a mucosa negra leitosa. Dois exem-
plares (nº 814) medindo 21 mm. e procedentes
do Estado do Rio Grande do Sul (Itaqui) onde fo-
ram colleccionados pelo Snr. Ernesto Garbe em 1914.
E” possivel que tenhamos aqui, com estes especimens,
genuinos representantes de Atelopus stelzner ; en-
tretanto não sei se esta especie tem a mucosa ne-
era; como tambem A. atro-luteus não tem os acu-
leos corneos da especie de Weyenbergh.
ATELOPUS PACHYRHYNUS, sp. nova
Cabeça perfeitamente destacada do corpo, sendo
o angulo da bocca um tanto anterior ao posterior
da orbita. Diametro antero-posterior da bocca 1/2
do hiato; olhos 3 e 1/3 neste. Palpebras salientes ;
o espaço comprehendido entre ellas e as narinas oc-
cupado por um intumescimento que assim forma um
rehordo supero-anterior que se extende até a linha
interocular mediana.
Toda a pelle densamente verrucosa e espinula-
da como em Bufo tuberosus Giinther; essas aspe-
— 810 —
rezas existem até mesmo na pelle da garganta e de |
todo o ventre. Palmas das mãos e dos pés, gran-
demente verrucosas, havendo nm forte tuberculo na
articulação d'aquelles e dois nas dos pés. A articu-
lação tarsal não attinge os olhos. Cor geral negra.
Uma nodoa na symphise e outra no canto da bocca.
focinho até os olhos, região parotoide, uma estria
anterior ao braço desde o peito passando para o
lado posterior do ante-braço, palmas e plantas pon-
tos esparsos sobre o ventre e zona interna-inferior
das coxas de cor amarella olivacea. Tres outras
manchas menores dessa cor dispostas em triangulo
sobre o dorso, por traz da cintura escapular ( fun-
didas n'um dos exemplares). Anus amarello. À arti-
culação tibio-tarsal idem; pelo lado de traz. Bocca
negra internamente com a lingua alvadia.
Dois exemplares medindo 30 mm. procedem do
Rio Granie do Sul ( 752-H. von Ihering coll. 1890 )
e 756 — São Lourenço, S. Paulo (Chr. Euler coll.
1905 ).
ÁTELOPUS IMITATOR, Sp. Nova
Fórma alongada, sendo o humero mais curto
do que o diametro transverso da nuca. Focinho
comprimido e deprimido com as narinas lateraes e
proximas da ponta, canthus rostralis evidente, dei-
xando a região loreal concava e continuando da pal-
pebra superior. Perna levada à frente attingindo
quasi o angulo occular posterior com a articulação
tarsal. Dedos como em A. cruciger ; artelhos idem,
isto é, conjugados por uma membrana rudimentar ;
entre os primeiros a ordem em extensão é: 1, pen
4 e 3; e entre os segundos 1, 2,3. 5 e 4. Corpo
mais granuloso nos individuos maiores, mais lizo nos
menores. (or parda cinerea ou amarellada. Uma
tarja Jarga transversal entre os olhos ; e do vertice
do triangulo que é posterior sahem dois braços, di
vergentes para traz, um ou dois mais para traz;
uma tarja escura, pelos flancos, partindo do focinho
e morrendo na articulação iliaca, marginada de
branco nos lados; membros transfasciados. A’s
vezes uma estreita tinha rachidiana, albicante. Lado
abdominal marmorado de escuro. Corpo 23 mm.,
perna 28.
Esta forma muito se approxima de A. cruciger,
Martens, conforme a estampa dada por Günther,
mas com o colorido semelhante ao de um joven de
Bufo crucifer. Embora lembrando Phryniscus ol-
fersi Meyen, pelo tamanho do humeros e pela tarja
lateral, e Phryniscus proboscideus de Blgr. pelos
outros caractéres, separa-se d’aguelle por ter a pelle
granulosa em todo o lado superior, quando Ph.
oifersi é liso e de Ph. proboscideus, por ter as
mãos e pês conformados como em Phr. cruciger,
e pela forma do focinho.
| E
a | 3
S PROCEDENCIA COLLECTOR DATA =
2 E
Zt [ea
477 | Santos, Cubatão, São Paulo. . . . | Bicego XII — 1897 1
485 | Santos, Cubatão, Estado de São Paulo. | Bicego XII — 1897
Sim RAltO da Serra, 2! o Ce =) || Bicego — 1899 1
835 | Rio Grande, Estado de São Paulo, . | Wacket VII — 1902 1
639 | Campo Grande, Estado de São Paulo, | Wacket V — 1902 1
BRaCHYCEPHALUS, Fitzinger.
Neue Classification der Reptilien. Wien. pg. 39 — 1826
Spix descreveu em 1829 ( Anim. sive Species,
nove Testudinidum et Ranarum ) um pequeno sapo
que figurou com as côres correspondentes, e até
hoje permanece como uma fórma perfeitamente de-
finida, segundo os caracteres por elle dados, mais o
que todos os austores, inclusive Boulenger puderam
reconhecer.
A procedencia que lhe tem sido assignalada,
vem da Guyana ao Rio de Janeiro — porquanto, ao
passo que a forma typica procede da Bahia, donde
a descreveu Spix; outros exemplares foram con-
— 312 —
statados por Cocteau em 1#35 do Rio de Janeiro; e
32 — refere a procedencia de
Guyana, naturalmente baseado (2) na referencia de
Girard. Na obra citada, Fitzinger, formára para a
descripção de Spix, o genero Br achycephalus. To-
dos os animaes encontrados foram referidos à espe-
cie typo que Spix disséra: « Cœrulescente--ochra-
cœus, capite supra dorsoque medio magro fasciatis,
maxillis oculisque nigro-marginatis ; tympanum
nigro ».
Levado por esta descripçäo, Cocteau, chamara
os exemplares por elle obtidos - Br. aurantiacus.
isto é, julgára especie nova os exemplares unifor-
memente coloridos do amarello chromo, das colle-
cções do Museu de Paris.
Aliás Günther, (Cat. 1858, pg. 46) que o des-
creve « Dull yellowish, some times with a large
black dorsal spot», cita Cocteau mas não reune
ar; ephippiun, Dr. aurantiacus que Girard to-
mou 4 sério ; esta tarefa ficou para Boulenger que, nao
obstante, insiste — Yellowish, bony parts dark.
Girard, naturalmente obedece ao criterio re-
gional. E a descripçäo carregada de Spix, deve
ter contribuido para isto. Uma boa série possue
do pequeno batrachio em questão o Museu Paulista,
sob os seguintes numeros e que me suggeriram as
linhas ulteriores :
= S
= PROCEDENCIA COLLECTOR | DATA | =
= | =
= a. | Oe E | cs
534 || Piquete, S. Paulo, =) ee || Zech 1896 ( Nov.) 31
29 | -Piquete, "Ss Paulo q q poi) Zech 1897 (Jan.°) 17
507 || Jundiahy, S, Paulo . , . || Schrotky 1899 (Sept.) 2
544 || Rio de Janeiro, . . . . i? 1900 1
809 || Serra Cantareira, S. Paulo. || S. P. Hamer 1902 (Mar. ) 4
8407 Piquete"; 2 20 a QUI Zech 1909 (Nov.) 15
811 | Serra de Macahé , . . . || Garbe 1909 ( Nov.) 6
76
— 315 —
Examinando o exemplar 544, guardado em
alcool à luz, desde 1900, verifica-se sem esforço a
figura e o colorido dados por Spix.
Fóra deste exemplar, nenhum mais exhibe se-
melhante coloração, nem mesmo os de n. 32 que
são 17. O criterio regional falha ahi d'uma vez
para deixar o zoologo completamente só. Tem elle
de pensar na acção de qualquer agente photo-chimico
exterior ao tempo de vida do animal e admittir que
Spix tenha feito sua descripção d'um animal con-
servado em alcool e a acção d'este para o colorido
escuro attestado pelos auctores mais modernos.
Na verdade conheço este interessante sapinho
do vivo, das mattas de Therezopolis — e nunca o
vi, senão intensamente colorido de amarello aureo
uniforme.
A anatomia externa é a mesma desenhada por
Spix e depois repetida por Cocteau. Mas o extra-
ordinario & que nos exemplares conservados no
Museu Paulista é justamente a morphologia externa
que varia a ponto de justificar uma nova especie
se apanhada a apresentação sosinha.
Com effeito, são as modificações exteriores
apresentadas e se realizara :
I — No desapparecimento completo dos escudos
dorsaes e do revestimen'o cephalico. com
uma substituição concommittante de ver-
rugas salientes sobre a pelle, numa varie-
dade perfeitamente atelopoide. Esta varie-
dade apparece isolada entre os exemplares
de Piquete, colligidos em Novembro pelo
Sr. Zech. Um unico individuo entre 30
que reproduzem Br. ephippium de maneira
completa. Convem notar que, entre estes
encontrei femeas com ovos maduros, Uma
serie de doze ovos grandes (Ca. 2 à 3 mm.)
dispostos em semi-circulos por cima dos
intestinos e constituídos, apenas de massa
de vitellus. Por ahi se verificará, não só
a epocha, como o limitte de numeros te
ovos da postura.
— 314 —
I — De quatro exemplares colhidos em Serra Can-
tareira, S. Paulo, um apresentando a forma
anterior, tem à mais algumas das verrugas
maiores, alongadas como que ossificadas,
pela parte superior, aos pares — esta va-
riedade nodoterga, como a anterior, apa-
rece em individuo não totalmente desen-
volvido ( 15 mm. ). Os demais representam
perfeitamente Br. epluppruin.
HI — Uma terceira variedade apparece em 3 exem-
plares de 6 mm. colhidos pelo Snr. Garbe
na Serra de Macahé, E. do Rio. Differe
da forma principal pela modificação das
placas ossificadas externas que säo carena-
das. As da cabeça mostram duas cristas
na região tympanica a exterior como que
figurando, por traz dos olhos uma glandula
parotoide.
Esta variedade que designo pelo nome de
garbeana, mostra apparencia com o gene-
ro Bufo pela ossiflcaçäo post-ocular; tem
ainda todo o corpo perfeitamente recober-
to de grandes verrugas porózas como tu-
do se vê reproduzido na figura.
IV — Finalmente os dois ultimos exemplares desta
procedencia conservando a cabeça da var.
gurbeana, não tem os escudos dorsaes,
sendo todo o corpo coberto sômente de
verrugas prózas da pelle. A’ esta ultima
variedade será reservado o nome de bu-
fonoides.
Considero variedades apenas 2 não especies es-
sas formas, porque encontro nos demais exemplares
próvas da sua inconstancia; nos exemplares de Pi-
quete vejo modificadas as ossificações do escudo e
do revestimento da cabeça, bem como dentre as
exemplares de Macahé, um reproduz perfeitamente
Br. ephippiuin.
As formas evidenciadas pelas Var. garbeana
e bufonoides, viriam dar grande força à theorica da
— 315 —
influencia de meio; com effzito, Br. ephippium vive
em geral entre as folhas seccas e humidas das flo-
restas densas, ao passo que os exemplares de Ma-
cahé foram todos colligidos em Bromelias epiphitas.
Mas entre elles, là esti um legitimo representante
da especie de Spix, collocando a questão no devido
ponto.
.
|
j
F
TM
) ‘A
"a si
À
| ’
1 | od
Ht ‘
a .
q gi i
i M
A i
re FE
+ LIVRE
” Ta .
“| q
i ré
RAT de (7
A+ A .
vi
* id ¥ > ‘ped
rei’, do ITA aa (ta + ye.) ivy 19,194 Lyf k
i , " a "
As Ay O me AB AMA, A
¥ or:
bia
tied RAE RM ale LU.
{ 4h Poe ire. NT ER OA a as tom
HAE O ds A di Ne. Dar eus Mer it
Meio COTTON TA APP DUR |
EURO O ee
PL TDR!
b
»
PAR
1 be
; y
1 ;
a
À
M nl Py
1 q
“ i
Li
L À 4 Ne + À
q: à
Vi |
4 ao
RUI, q! | Lu AOC
+4
’ À
+ Fa. i wa
y ‘
- \ ie
o Po Pian AR» alo a
a Poeta cae TO + 3
AR e dio + aA
(aera
eae Ai E ‘4
i
oe
ee. a meo ae ,
- da Vali i Ue hs vai mr 5
NA a PTS LAN ar
ae RL RAR p A vita a
‘diy “AMA - SnuAysAyoedg sndoja}y
IX ONOL - VLSIINVd "SNI “AIH
ARS
Mir, Rib, Os Brachycephalídeos do Mus, Paulista
BRACHYCEPHALUS EPHIPPIUM (Spix)
Rev Mus Paulista vol XI
Mir, Rib, del ad nat,
|
|
j
|
e |
+
Mir. Rib, Os Brachycephalideos, do Mus, Paulista Rev. Mus. Paulista, vol, XII
i
, : Pts à : 5 DE Ne gy cf
Brachycephalus ephippium (Spix) var. garbeana, Mir. Rib.
Mir, Rib.o del ad nat.
Le
Py
SCORE
ALÍPIO DE MIRANDA-RIBEIRO
Algumas consideraçôes sobre
HOLOADEN LUDERWALDTI
e generos correlatos
SS — —
DATE RC A LST INT AT OIT
é DR ho ut a ana 241fil
SOTA RAL GRO ION
“EL AI
A Lee te 4
joyd ou; 'S sop sangusuog -( ‘jeu "pe “PP oq ‘HN
‘ooue]} 2P OJSIA JeuIue - J * oBuejeuyd eunpn - o tod op equeyd ‘P ‘ oeu ep euped -2 + BDD0q = (| ‘ OUI9]ST - B
“q CIN ‘HPIPTLPN] uappojor]
IIX ‘JOA ‘eysspneg ‘Sn op “A2ayq ILQIVMAHANT NHQYOTOH — o*gra “AHA
o
Algumas considerações sobre Holoaden luderwaldti e generos correlatos
HoLOADEN, gen. novo
Cabeça deprimida, porêm grande, cerca de 1/2
do tronco. Focinho circular, narinas antevertidas ;
vomnerinós em dois grupos posteriores às chcanas ;
dentes no maxilla superior presentes. Lingua cordi-
forme ; abertura das trompas de Eustachio mediocre ;
tympano occulto. Pupilla circular, iris inteira ; olhos
antevertidos. Omosterno e externo cartilaginosos,
coracoides curtos e espessos; diapophyse imperce-
ptivelmente dilatada. Dedos e artelhos livres; tu-
berculos metatarsaes quasi indistinctos. Pelle muito
glandulosa em todo o corpo, especialmente na região
post-tympanica onde as glandulas affectam à forma
de grandes parotoides.
HOLOADEN LUDERWALDTI, Sp. nova
Aspecto geral de Hyla, com a cabeça depri-
mida, volumosa, de contorno anterior redondo ; dentes
na maxilla superior, vomerinos presentes, em dois
grupos totalmente posterioras ás cioanas. Aberturas
da trompa de Eustachio muito posteri: res e mediocres.
Lingua cordiforme, larga. Narinas lateraes, mas an-
tevertidas ; canthus rostralis pouco evidente. Olhos
antevertidos, iris circular sem menisco; tympano
oceulto ; a região tympanica occupada por uma prega
formada por ampla dilatação parotoide. Omoster-
num cartilaginoso, esterno idem, lamellar ; coracoides
curtos e espessos. Dedos livres, o primeiro egual
ou ligeiramente maior do que o segundo, e o ter-
ceiro pouco maior que o quarto. Tuberculos sub-
articulares poucu evidentes ; callos palmares presentes,
esterno oval, maior que o interno. A perna levada
a frente mal attinge a região parotoide. Artelhos
— 320 —
livres com os dedos terminando em uma ligeira di-
lataçäo mais perceptivel que naquelles ; callos meta-
tarsaes de forma semelhante e o exterior quasi do
tamanho do interno. Nenhum catlo tarsal. Pelle
totalmente glandulosa, com excepção da orla rostral,
papo, membros anteriores e parte anterior das coxas.
As glandulas do abdomen mui pequenas; a pelle ahi
é mais propriamente rugosa no sentido transversal.
Coloração: denegrido plumbeo uniforme, no lado
superior, abdomen mais claro, carneo ou violaceo.
Dimensões : Corpo 4 mm., perna 50. Dois exem-
plares de Campos do Jordão, colleccionados pelo sr.
Luderwaldt. Esta forma é muito proxima das que
foram descriptas no genero ILIODISCUS ( Cyclo-
ramphus?) que eu considerei affim ao genero Acris.
Os auctores, seguindo Boulenger, tem deixado Acris
entre as Hyias emquanto, para seguir a regra Jio-
discus, Telmatobius e Holoaden devem ser rele-
gados para Leptodactylide. Julgo que talvez fosse
mais acertado reunir em uma familia todos esses
generos aqui citados que, com os sens caractéres
seriam considerados TELMATOBIIDAS. Seria um
grupo natural, perfeitamente intermediario entre Lep-
todactylide e Hylide.
Alipio de Miranda-Ribeiro
As Hylas coelonotas
do Museu Paulista
Meh his) 1 En 1 EME Le is Pra
ne sá a PAT 3
raat PS TS à bah RN Mar
E OAR: om + oa |
pla A ‘ o
As Hylas celonotas do Museu Paulista
Gastrotheca ernestot, sp. nova
Contorno rostral redondo, projecção lateral an-
terior do focinho perfeitamente vertical. Canthus
rostralis evidente. Narinas lateraes, proximas da
ponta do focinho. Diametro ocular 6/7 do focinho,
egual a distancia que separa o angulo ocular ante-
rior das narinas e egual a 1/2 da distancia que
separa esse mesmo angulo do seu opposto. Tympano
evidente, seu diametro 1/2 do ocular; região tym-
panica reentrante, o que torna a cabeça mais cir-
cular. Bocca de perfil lateral curvo; seu diametro
antero-posterior 1/2 do transverso. Vomerinos sa-
lientes em dois grupos contiguos e entre as choanas ;
a sua orla terminal imperceptivelmente posterior a
orla posterior destas. Lingua larga cordiforme.
Membro anterior quasi não chegando ao coccyx,
dedos semi-fimbriados e na seguinte ordem de cres-
cimento: 2,1, 4 e 3; tuberculos sub-articulares sa-
lientes; callo carpal interno grande alongado ;
externo inexistente. Membro posterior levado a
frente attingindo os olhos com a articulação tibio-
tarsal. Artelhos fimbriados, na seguinte ordem
1, 2, 3,9 e 4; a fimbria dc segundo artelho passa
sobre o primeiro de modo vestigiario e percorre o
lado interno do tarsc. Tuberculos sub-articulares
evidentes, o callo metatarsal interno evidente, porèm
pequeno e oblongo, o externo vestigiario. Pelle do
craneo solta; toda a parte superior liza, com algu-
mas verrugas pouco evidentes na região peri-ostial
do imarsupium ; papo finamente rugoso, abdomen e
lado inferior das coxas granulosos. Cor de café
( descorado no alcool para isabel), ornada de negro:
n'uma ellipse com o centro punctulado sobre as
palpebras e n'outra sobre cada espadua ; n'uma dupla
— 324 —
estria mediana na região sacral e n'uma série de
pequenos ocellos que vão das ellipses das espaduas
ao ostium do marsupio onde há um X-negro cujos
dois breços superiores ( anteriores ) são externos e
os inferiores ( posteriores ) internos ao ostium. Sobre
o coccyx outro ocello interrompido. segnido de uma
larga tarja transversa. Uma estreita linha rostro-
pleural, vindo da ponta do focinho pelas narinas e
margem das palpebras emittindo debrum para os
tympanos ; para traz, curva-se para baixo, de modo
à attingir os lados do abdomen; nesse trecho
oculo-abdominal o ornato se alarga numa franja re-
gular de muito bello effeito; outra linha negra
margeia o lado inferior do maxillar superior. Mem-
bro anterior fimbriado externamente d'uma grega
negra até o dedo externo; membro posterior trans-
faciado na parte superior das coxas e das pernas e
depois fimbriado doutra grega analoga à do braço,
até os aois artelhos externos. Corpo: 79; perna
105 mm. Um exemplar ©, procedente de Macahé,
Estado do Rio, pelo Sr. Ernesto Garbe. Tem a
bolsa cheia por cerca de 24 ovos de 8 mm. no
maior diametro.
Coclonotus fissilis ( Ihering ? )
Com a determinação Notrotema fissilis, sem as-
signatura nem nome de auctor, encontrei eu um ro-
tulo com lettra manuscripta do Snr. Luderwaldt que
me referio, copiara-o de outro rotulo de cujo ma-
nuscripto não se recordava.
Le modo que fico sem saber se tal designação
é effectivamente de Ihering, se de Boulenger que foi
por muito tempo quem determinou os batrachios para o
Dr. lhering. Em todo o caso, como não conheço a
descripção de Nototrema alguma sob o nome espe-
cifico acima, quer de Ihering quer de Boulenger, e
mesmo não a exista em portuguez, aqui a faço, dos
exemplares com que estava o rotulo.
¢ —- Focinho redondo com o canthus rostralis
evidente terminando em um angulo bastante agudo
e deixando a região loreal sub-concava; narinas
— 325 —
punctiformes, proximas da ponta do focinho e mes-
mo sobre o canthus rostralis, à um diametro orbi-
tal do angulo anterior dos olhos; estes salientes, 1
e 1/2 no rostro.
Choanas circulares, pequenas; os dentes vome-
rinos ficam-lhe posteriores embora nascendo do seu
lado interno. Lingua inteira com o bordo posterior
adelgaçado no meio, porem não entalhado. Membro
anterior muito curto, mal attingindo a axila ingui-
nal. Dedos livres com o disco maior que o tyimpa-
no cujo diametro é contido 3 e f/2 vezes no dia-
metro orbitario. Ordem de crescimento dos dedos :
2, 1. 4 e 3. Palmas grandemente verrucosas, uma
serie de verrugas na linha mediana inferior dos de.
dos, além dos tuberculos subarticulares; callos car-
paes confundidos com as verrugas. Membro poste-
rior levado a frente attingindo os olhos com a ar-
ticulação tibio-tarsal ; artelhos subpalmados, os de
numero 3 à 5 mais que os outros; ordem de cres-
cimento : 1, 2, 3, 5 e 4; tuberculos sub-articulares
evidentes, as plantas sômente verrucosas; uma se-
rie indisticta de verrugas, posterior ao tarso; cal-
lo metatarsal externo ausente. Pelle liza no lado su-
perior, solta desde o focinho; verrucosa desde o quei-
xo até ao lado infero-posterior das coxas, sobre a
face abdominal. [ma prega cutanea evidente do hu-
merus ao COCCYX.
Cor de palha (no alcool); duas estrias escuras
e discontinuas partem dos olhos convergindo para o
meio do dorso, sobre as espaduas, e d'ahi seguem
parallelas para traz; barras estreitas transversas
sobre as mãos e sobre as pernas.
Focinho, punho e discos violaceo-fuscos. Iris
negra. Comprimento: corpo 32, perna 43 mm.
q — Differe do macho por ter os olho,
ligeiramente menores e a coloração mais fraca. Doi
exemplares desse sexo trazem o sacco dorsal respe
ctivamente com 13 e 9 ovos de 5 mm. de diametro:
O sacco dorsal envolve completamente os ovos, é
porêm transparente de modo a deixal-os ver distin-
— 326 —
ctamente. À sua sutura é ampla, mediana vindo das
espaduas ao coccyx, de modo à abrir-se justamente
como em WV. pygmaeum, Bugr.
Corpo 32, perna 45 mm. O omosterno e q
esterno são menores do que em G. ernetoi; o se-
gundo posteriormente entalhado.
3 exemplares, (n. 30) da Serra do Macahé,
Estado do Rio.
O genero NOTOTREMA, não póde evidente-
mente conter estas duas especies conjunctamente,
como tambem não póde considerar as N. sensu strictu,
N. fissilis e a especie de Boettger. Em primeiro
logar é preciso respeitar a diagnose antecedente de
Fitzinger ( Class. Rep. pg. 30, 1826— Gartrotheca ).
Por seu lado parece-me ante-natural deixar no
genero Hyla o que Boulenger veio a chamar. de
Hyla goeldi.
Por isso prefiro reuil-as do seguinte modo :
Pupilia horizontal; dentes vo-
merinos em grupos dis
tinctos entre ou ligeira-
mente posteriores às cho-
anas. Palatinos ausentes.
Lingua inteira, ou ape-
nas de bordo posterior
reentrante. Dedos e ar-
telhos mais ou menos
palmados e com pelotas
terminaes. Omosterno
cartilaginoso, breve e
claviforme, esterno largo
e tendinoso. Diapophyse
sacral moderadamente di-
latada. Femeas providas
de um sacco ovifero
dorsal exterior do es-
muleta rt wen Casino ( Hyle coonote ).
A — Pelle da cabeça livre do
craneo : a ) sacco dorsal
incompleto, apenas mar-
ginando os ovos sem os
cobrir de todo
(Esp. F. goeldi, F.
hohausi )
Fritzia (1)
az, Sacco dorsal completo
abrindo-se na linha me-
diana uma sutura longi-
tudinal .
1)— «I cannot lay claim
to the first discovery of the
breeding habits of the above
mentioned Hyla. On looking
through some old papers left
by dr. Fritz Miiller, I recen-
tly came across some notes
and a photograph which evi-
dently refer to the same facts.
Mr. Boulenger, to whom I sub-
mitted these documents, infor-
ms me that dr. Fritz Miiller's
observations communicated by
him to Darwin, were publys-
hed in 1879 in the journal
« Nature » (Vol. XIX, p. 462).
with a figure which is now re-
preduced by kind permission
of the proprietors, together
with the original note. «If I
remember well I have already
told you to the curious fau-
na which is to be met with
between the leaves of our
Bromeliae. Lately I found in
a large Bromelia, a little frog
( Hylodes ? ) bearing its eggs
on the back. The eggs were
very large so that nine of them
covered the whole back, from
the shoulder to the hind
end, as you will see in the pho-
tograh » Góldi. — Pr. Zool.
Soc. London, pgs. 95, 96, 1895.
Cœlonotus
Eu não posso pretender a pri-
meira (sic) descoberta dos actos
de creação da supra menciona-
da Hyla. Vendovelhos papeis
deixados pelo dr. Fritz Miiller,
recentemente encontrei algu-
mas notas e uma photographia,
que evidentemente se referem
aos mesmos factos. O Sr. Bou-
lengerá quem eu submetti estes
documentos informou-me que
as observações do dr. Fritz
Miiller, communicadas por elle
à Darwin, havião sido publi-
cadas em 1879, no jornal «Na-
tura» (Vol. XIX, pg. 462) com
a figura que presentemente é
reproduzida, devido a gentil
permissão dos proprietarios,
junctamente com a nota ori-
ginal.
« Se bem me lembro, eu já
lhe fallei sobre a curiosa fauna
que se encontra de permeio
folhas das nossas Bromeliae.
Ultimamente, achei numa larga
Bromelia, a pequena Rã (Hy-
lodes) trazendo ovos sobre as
costas; ovos esses muto gran-
des pois nove d'elles cobriam
todo o dorso desde os hombros
até o extremo posterior, como
o Sr. verá na photographia».
Goeldi. — Pr. Zool. Soc.
London, pgs. 95--96, 1895.
— 528 —
(Esp. Colonotus fissilis, C.
pygmaeus )
a, Sacco dorsal completo,
espesso, abrindo-se por
um poro posterior amplo. Gartrotheca, Fitz.
( G. marupiata, G. plumbea,
G. testudinea, G. longipés e
G. microdiscus ).
B — Pelle da cabeça intima-
mente ligada ao craneo.
Mandibula edentula . . Opistodelphis, Ginth.
( O. ovifera, O. fissipés )
Mandibula dentada. . . . Amphygnatodon, Blgr.
(A. gunthera )
As especies por nós acima descriptas são as
unicas que o Museu Paulista possue de procedencia
brasileira.
A
Heseripedes de Coceidas Novas é Poco Conhecidas
— POR —
ADOLPH HEMPEL
PRESAS o do Instituto Agronomico do Estado, em commissao
no Museu Paulista
x É | ti |] pala é
} uM
{ 7; Ao
Li 4
(1 0 ny
d'u us \ a
wit) HT CIA "a
14 | Us j )
a hy van eee Een CARO OS ol la
Descripções de coccidas novas e pouco conhecidas
Sub-familia MoNOPHLEBINAE
Mononhlebus niveus n. sp.
A femea adulta tem o corpo de fórma oval,
com a maior largura atravez do abdomen As di-
visões do thorax e do abdomen são distinctamente
demarcadas com sulcos transversaes de côr pardo-
escura, sendo o restante do corpo de côr vermelho-
clara. No dorso ha quatro sulcos longitudinaes e
muitos pellos compridos; e todo o corpo é geral-
mente empoado com pô branco, e às vezes, o in-
secto fica inteiramente envolto em uma massa de
fios finissimos de côr branca. O corpo tem 9,500
mm. de comprimento, 5 mm. de largura e 2 mm.
de altura. Não foram observados fios vitreos.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se molle e transparente, ficando o liquido ape-
nas levemente tingido de côr vermelha. As antennas,
as pernas e os olhos têm a côr pardo-escura. As an-
tennas têm de 1,700 mm. a 1,810 mm. de comprimento
e compõem-se de 11 articulações, todas as quaes estão
providas com numerosos pellos. As diversas articula-
ções têm os seguintes comprimentos : (1), 232; (2),
201--216: (3), 170--186; (4), 124--139; (9), 124--
Roo Uae out js Lae e te toe (OM 124.
(10), 108--124 ; (11), 201; sendo a formula appro-
Sada ee dito, (o spas (O on 1, (2,
11) 3, (6,7,8) (4,5,9) 10. As pernas são relativa-
mente compridas, tendo as articulações do primeiro
par os seguintes comprimentos : coxa, 341; femur
e tronchanter, 961; tibia, 812; tarso, 363; unha,
Todas as medidas de articulações de antennas e pernas,
pellos, glandulas e outros orgãos, são em micromillimetros.
ART ea
108. Os digitulos da nnha são delgados e filifor-
mes, os do tarso apparentemente faltam. Os dois
olhos são pequenos, de forma conica e estão situa-
dos perto da base das antennas. Toda a superficie
da derme esta provida de numerosos pellos curtos e
outros, compridos, de côr pardo-clara ; e todos têm
a sua origem em um tuberculo. Na derme ha tam-
bem innumeras glandulas compostas, de forma cir-
cular, com cêrca de 12 | de diametro. Estas glan-
dulas têm a fórma mais ou menos hemispherica,
com um orifício e um pequeno cano no centro e
pelo mencs 18 orificios na peripheria.
Os ovulos têm a fórma oval, com cêrca de
700 » de diametro longitudinal e 450 » de diametro
transversal. A superficie é lisa e luzente; e no prin-
cipio, tem a côr amarello-clara, mudando-se em ver-
melha, mais tarde.
O macho é grande, com o corpo de côr ver-
melha de laranja e preta, e as antennas e as per-
nas tambem pretas. O corpo tem cêrca de 3,500
mm. de comprimento, sem os processos posteriores.
As antennas tèm cérca de 3,900 mm. de compri-
mento e compõem-se de 10 articulações, das quaes
a terceira é a smais comprida. As antennas são
guarnecidas com numerosos pellos compridos, dis-
postos em tres ou mais rosetas. As pernas estão
delgadas e compridas e estão guarnecidas por mui-
tos espinhos curtos e tambem por pellos. Na ex-
tremidade posterior do corpo ha dois pares de ap-
pendices fusiformes, guarnecidos com muitos pellos
compridos, tendo o par mediano cêrca de 0,976
mm. de comprimento, e o par exterior 0,827 mm.
de comprimento. As azas são de côr de fumaça e
têm cêrca de 4 mm. de comprimento e, além das
duas nervuras caracteristicas desta familia, ellas têm
mais duas nervuras falsas indicadas por linhas trans-
parentes Os halteres são grandes, tendo cada um
tres ganchos fortes na extremidade distal. A en-
vergadura das azas é, cêrca de 8 mm. Em vida o
individuo é ligeiramente empoado de branco.
Foi observado a copula destes insectos, a qual
Sd sed
— 333 —
se realiza quando a femea jà tem attingido todo o
seu desenvolvimento, e um ou dois dias antes da
postura dos ovos quando as femeas estavam descen-
do dos galhos das arvores para esconder-se nos in-
tersticios da casca do tronco.
Hab. São Paulo, Cantareira e Campinas, sobre
uma planta sylvestre, nas raizes de mandioca doce
e na Grevillea robusta plantada como: arvore de
sombra na rua da Consolação, sendo elle primeira-
mente encontrado pelo sr. Ernesto Schwebel, em Se-
tembro de 1919, e depois em 1 de Novembro de
1919 e Janeiro de 1920, pelo autor. O typo está
incorporado nas collecções do Museu Paulista sob
o numero 20.069.
Icerya chilensis n. sp.
Uma especie pequena, tendo a femea immatura
um comprimento de cêrca de 2,500 mm. e a largura de
1,500 mm, com o corpo oval, coberto com uma
tennissima camada de cêra de côr amarello-clara.
As antennas são de nove articulações, e têm de
0,480 mm. a 0,516 mm. de comprimento. As arti-
culações têm os seguintes comprimentos: (1), TT;
(2), 93; (3), 62; (4), 31; (5), 46; (6), 38; (7),
38; (8), 38; (9), 93. A fórmula approximada é
(2,9), 1,9,9 (6,7,8) 4. As pernas são curtas. Os 2
olhos são muito pequenos. Toda a derme está guar-
necida com innumeros pequenos espinhos obtusos,
alguns direitos, outros um pouco curvados, de 22 a
25 y de comprimento, e algumas glandulas co impostas.
A femea adulta é maior, sendo as antennas de
0,891 mm. a 6,873 mm. de comprimento, com 11
articulaçõs, as quaes têm os seguintes comprimen-
Fas (LOS (2) 1240 (5) Ma S4 (4), 625 (0),
Doo Mod TE Ch). 62 aah 62: (0)5025 (10),
62; (11), 108. A fórmula approximada é 2 (1,11)
O LS 10) on 2 GUI) (5,0) (4,9,7,8,9,10).
Todas as articulações têm bastantes pellos. As per-
nas sãc relativamente compridas e delgadas; tendo
as articulações do primeiro par os seguintes ccm-
primentos : coxa 124; femur e trochanter 387-456;
— 334 —
tibia 356 a 402; tarso 170; unha 46. Os dig‘tu-
los são curtos e delgados.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se molle e transparente. Toda a superficie
está guarnecida com pellos delgados, uns curtos €
outros compridos. Entre os pellos ha pequenas glan-
dulas compostas, de fórma circular, de cerca de 11
u de diametro, com a peripheria mais espessa, e
com tres pequenos orifícios na parte central.
Hab. Chile central. Colleccionada pelo autor
em Janeiro de 1909, sobre folhas de uma arvore
sylvestre. Typo incorporado nas collecções do Mu-
seu Paulista, como preparação microscopica sob o
n. 20084.
E' possivel que, depois de ser conhecido o ma-
cho, esta especie deva ser collocada em ontro ge-
nero.
Icerya fluva n. sp.
A femea adulta junta com o ovisacco, tem até
16 mm. de comprimento, 7 mm. de largura e 8,5
mm. de altura.
O dorso está coberto de cêra amarella dis-
posta em uma carreira longitudinal, mediana, com
um tufo grande e um ou dois pequenos, uma carreira
sub-marpginal, longitudinal em cada lado, com cêrca
de 3 tufos ds cêra amarella, e uma carreira mar-
ginal em cada lado com cerca de 9 tufos grossos
de cêra amarella, havendo ainda um tufo grande
nas extremidades anterior e posterior do corpo. As
areas entre os tufos estão tambem cobertas de se-
creção amarella. Os lados e o dorso do ovisacco
tambem são amarellos e estriados longitudinalmente.
O lado inferior, porém, é liso e amarello misturado
com branco, sendo a sua extremidade posterior
truncada. Não foram observados fios vitreos.
O corpo, despido de cêra, tem a cór vermelha e a
forma oval, com a maior largura atravez do abdomen,
tendo elle cêrca de 8 mm. de comprimento, 6 mm.
de largura e 3 mm. de altura.
— 339 —
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se molle, e o liquido fica apenas um pouco
tingido de côr vermelha. As antennas têm cêrca
de 1 mm. de comprimento, são compostas de 11
articulações e têm a côr pardo-escura. Os compri-
mentos das articulações são os seguintes: (1), 124;
(290 108; (5), 108; (4), 1057 (9) 02; (6),
ER ) 705 408), Ti; E GIO), 95;
(11), 155, sendo a formula approximada 11,1 (2,3)
10 (8,9) (47) (5,6). | Todas “as. “articulacoes
estão providas de pellos, sendo cs da ultima mais
numerosos e compridos. As pernas são curtas, de
côr pardo-clara, tendo as articulações do primeiro
par os seguintes comprimentos: coxa, 186; femur,
EM UD, JOS tarso, 219, unha, 77: - Os digiz
tulos da unha são curtos e filiformes; os do tarso
não foram observados. Ha pelo menos dois pares
de espiraculos abdominaes e talvez tres pares. Toda
a superficie do corpo estã ornamentada com nume-
rosos pellos escuros, uns muito compridos, outros
mais curtos, e com innumeras glandulas compostas,
de fórma circular, chatas na face exterior 2 con-
vexas na face interior, com nove orifícios na peri-
pheria e 3 na parte central. Os dois olhos são pe-
quenos, conicos, de côr pardo-escura e collocados
perto da base das antennas.
Os ovos têm a forma elliptica e a côr vermelha,
com a superficie lisa. O diametro longitudinal é de
0,837 mm. e o transversal é de 0,434 mm. mais ou
menos.
As larvas recera-nascilas. Os ovos, observados
no laboratorio, levaram 32 dias até a eclosão, dando
elles origem a larvas activas de côr vermelha.
No segundo dia de vida as larvas já têm, na
superficie dorsal do thorax e do abdomen, pequenos
tufos de céra de côr de crême, sendo o tufo do
abdomen inteiro, mas os dois tufos do thorax são
divididos longitudinalmente, mas só parcialmente, sendo
o tufo do meta-thorax mais largo do que os demais
tufos. As antennas têm 0,512 mm. de comprimento,
e compõem-se de seis articulações, das quaes a ultima
— 396 —
é a mais comprida. Todas as articulações estão pro-
vidas de pellos, tendo a quarta e a quinta cada uma
um pello comprido, e a sexta sete pellos muito com-
pridos, além de outros mais curtos. Na margem
do corpo anterior, entre as antennas, ha um par de
pellos compridos, no thorax ha um pello comprido
em cada lado, e na extremidade posterior do abdo-
men ha seis pellos muito compridos. Os dois pe-
quenos olhos escuros e conicos são bem visiveis
perto da base das antennas.
Hab. Cantareira, perto de São Paulo. Na casca
de cambará preta e sucará. Colleccionado pelo Snr.
Ernesto Schwebel. O typo está incorporado nas col-
lecções do Museu Paulista, sob o n. 20068.
Icerya paulista n. sp.
A femea é inteiramente coberta por uma secre-
ção de cêra branca, com um tom acinzentado, espe-
cialmente no dorso. No lado ventral, a cera é fina
e lisa, e no lado dorsal ella é disposta em cinco
carreiras duplas, longitudinaes, de tufos grossos,
conicos, curvados para cima e na direcção da extre-
midade anterior do corpo. Os tufos parecem todos
do mesmo tamanho e têm cerca de 2 mm. de com-
primento. Não foram observados fios vitreos.
Despido de cêra, o corpo da femea é eiliptico,
com as duas extremidades arredondadas e os segmen-
tos do abdomen bem marcados, de côr amarella,
com as antennas e as pernas de côr pardo-escura.
O corpo tem 10 mm. de comprimento, 5,250 mm.
de largura e 3,500 mm. de altura.
Fervida em uma solução de KOH, o corpo fica
com a derme molle e transparente, tingindo-se o
lquido de côr amarella. As antennas têm a côr
pardo-escura, têm 2,088 mm. de comprimento e são
compostas de 11 articulações. as quaes têm os se-
guintes comprimentos : (1), 315; (2), 245; (3), 227;
(dor (0), 140s. (6), tote (To), dove E
(9), 157; (10), 140; (11), 201. A formula approxi-
mada é 1,2,3,11,8, (4,6,7,9), (5,10). Todas as arti-
cuiações estão abundantemente providas de pellos. As
— 337 —
pernas são compridas e robustas de cor pardo-escura,
tendo as articulações do primeiro par os seguintes com-
primenios : coxa, 907; trochanter e femur, 1,172;
tibia, 805 ; tarso, 390 ; anha, 87. Os digitulos, tanto
do tarso como da unha, são curtos e filiformes.
Toda a superficie do corpo é coberta com irnume-
ros pellos, alguns compridos, outros mais curtos,
todos com a base dilatada. Entre os pellos existem
numerosas glandulas compostas, circulares e de fórma
discoidea. Estas glandulas têm cêrca de 15 » de
diametro e têm o desenho de uma estreila de seis
pontas na parte central dentro do circulo, a qual
tem um pequeno orifício no centro. No thorax ha
dois pares de pequenos espiraculos, e no abdomen
ha, pelo menos, mais sete pares de espiraculos.
Perto da base das antennas ha um par de pequenos
olhos escuros. |
Hab. Caniareira, perto de São Paulo. Colligido
em Abril de 1912, sobre os espinhos do taquaruçu
pelos Snrs. Rodolpho v. Ihering e H. Luederwaldt.
O typo está incorporado nas collecções do Museu
Baulista, sob-on; 16770;
Icerya purchast Maskell var. citriperda n. var.
A femea adulta, quando começa de secretar o
ovi-sacco, ten cérca de 4,250 mm. de comprimento
2,900 mm. de largura e 1,100 de altura. A fórma
do corpo é ovato, sendo mais largo atravez do ab-
domen. A côr, no lado ventral, é amarello-alaran-
jada, com as pernas e antennas castanhas. O lado
dorsal é, geralmente, coberto por uma fina camada
de cêra cinzenta ou amarellada. No meio do dorso
ha diversos tufos de cêra dispostos em uma carreira
longitudinal, e na margem ha numerosos filamentos
vitreos, compridos e delgados.
O ovi-sacco é branco, de forma conica, furte-
mente estriado no sentido longitudinal nos lados
lateraes e dorsal, mas liso no lado ventral, alcan-
cando até 9 mm. de comprimento, no lado dorsal,
e 6 mm. de comprimento no lado ventral, é de 5
a 6 mm. de largura e outro tanto de altura. Em
— 338 —
roda da margem do thorax ha uma franja feita de
tufos de cêra branca, medindo cada tufo cêrca de
2,750 mm. a 4 mm. de comprimento, sendo elles di-
rigidos para a extremidade posterior.
Toda a superficie do corpo está guarnecida com
pellos compridos de côr bruno-escura ou preta, e
em roda da margem lateral ha cêrca de 24 tufos
destes pellos, tendo cada tufo cérca de 90 a 100
pellos, ou mais ainda.
A femea adulta, fervida em uma solução de
KOH, torna se transparente, com a derme molle.
As antennas, de côr pardo-clara, compõem-se de 11
articulações, das quaes a ultima é a mais comprida,
e tem de 0,882 a 1,017 mm. de comprimento. As
respectivas articulações têm os seguintes compri-
mentos: (1), 104-117; (2), 91-110; (3), 91-97;
(4), 59-65; (5), 52-65; (6), 71-84; (1), 71-84;
(8), 72-84 ; (9), 71-84; (10), 71-78 ; (11), 123-143 ;
sendo a formula approximada 11, 1, 2, 3, (8, 6,
7, 9, 10) (4, 5). Todas as articulações têm pellos
compridos. No lado inferior do corpo, perto da
base das antennas. ha dois olhos proeminentes, de
forma conica e de côr pardo-escura.
As pernas são compridas, com o tarso muito
curvado, tendo as articulações os seguintes compri-
mentos : coxa, 162; femur com trochanter, 435; ti-
bia, 403; tarso, 208; unha, 56. Os digitulos, tanto
do tarso como da unha, são filiformes. Toda a su-
perficie do corpo está guarnecida de pellos escuros,
alguns curtos, outros mais compridos, e de numero-
sas glandulas compostas, tambem escuras, de forma
redonda mas, ás vezes, não perfeitamente circulares,
com 12 » de diametro transversal e 15 » de dia-
metro longitudinal, com 8 a 10 orifícios na periphe-
ra e um orifício elliptico na parte central. Ha
ainda, perto da margem lateral, outras glandulas
compostas, da mesma conformação e côr das prece-
dentes, mas maiores, tendo até 19 p de diametro
e com o orifício central tambem de forma circular.
Esta variedade differe da especie typica, na côr
do dorso, no tamanho maior, especialmente do ovi-
— 339 —
sacco, e no numero de pellos escuros em cada tufo
na margem lateral do corpo.
Hab. Primeiramente encontrada em Soccorro,
Estado de S. Paulo, em 1916, e actualmente en-
contrad2 em muitos logares do Estado, como Jun-
diahy, Campinas, Jahu, Sorocaba, Barretos e nos
pomares da Capital, atacando iarangeiras, roseiras
e outras plantas. O typo está incorporado nas col-
lecções do Museu Paulista sob o n. 20088.
Em outubro p.p. publiquei um pequeno artigo
em O Estado de S. Paulo, chamando a attenção
dos fazendeiros para esta nova praga, já tão nociva
para as larangeiras, apontando-o como um parasita
provavel do caféeiro, e aconselhando a importação
do besouro, Novus cardinalis, um inimigo natural
desta praga, para, com o auxilio deste, dar combate
efficaz ao «pulgão branco», antes que elle fosse esta-
belecido em todo o Estado.
No mez de Novembro p. p. já recebemos folhas
de caféeiro infestado por esta praga.
Havia uma queixa geral que os estabelecimentos
de floricultura da Capital, que despachavam mudas
para o interior do Estado, com estas mudas espa-
lhavam o «pulgão branco ».
Em 20 de Fevereiro visitei tres dos maiores
estabelecimentos que negoceiam com mudas na
Capital. Verifiquei que as queixas levantadas contra
estes estabelecimentos eram procedentes, pois em
duas das chacaras visitadas encontrei a referida
praga em grande numero infestando as mudas e
outras plantas, e na outra chacara, encontrei vesti-
gios da mesma praga.
E” de admirar que os poderes competentes não
fiscalizem estes estabelecimentos para impedir a dis-
seminação desta praga por todo o nosso Estado.
Icerya Schroitky: Hempel.
Aos caracteres já publicados em a « Revista do
Museu Paulista, » vol. IV, pags. 373-379, podemos
accrescentar os seguintes: A femea adulta está to-
talmente occulta debaixo de uma secreção de fios
= CNS
brancos, muito grossos e encrespados ou ondeados.
No dorso ha quatro tufos altos e grossos, dos quaes
dous ou tres são inclinados para a extremidade an-
terior e os outros para a extremidade posterior. O
ovi-sacco é muito grande e mais largo do que o
corpo do insecto. E’ elle composto de fios finos,
brancos, luzentes e lanudos, ornamentado no seu
exterior por uma camada de fios muito grossos,
brancos e ondeados. Muitos individuos velhos tém
a secreção no lado dorsal suja ou escura. Os indi-
viduos destacados ou isolados têm a forma mais ou
menos pyramidal ou conica, cujo diametro longitu-
dinal, incluindo o ovisacco, é de 20 mm., o diame:
tro transversal 14 mm. e a altura 9 mm.
O corpo da femea adulta, despido de cêra, tem
a fórma oval, um pouco mais largo perto da ex-
tremidade posterior, e alcança 8.5 mm. de compri-
mento, 6 mm. de largura e 4 mm. de altura. A
côr é amarella no exterior e avermelhada no interior,
com as pernas e as antenas pardo-escuras ou pretas.
Além de pellos compridos e curtos, a derme tem
innumeras glandulas compostas, circulares e hemis-
phericas. Estas glandulas têm cerca de 16 p de
diametro, e compõem-se de uma parte peripLerica de
9 a 11 pequenos orifícios redondos, e a parte cen-
tral, quadrangular, com um pegueno orifício redondo
no centro. Estas glandulas têm a côr pardo-escura
e são mais ou menos constantes em tamanho, porém
o numero de orifícios na peripheria varia de 9 a
11; e a parte central é, às vezes. triangular ou
pentangular, sendo porém a forma quadrangular a
mais abundante e commum.
Encontrada novamente na Cantareira, perto de
S. Paulo em «canella poca », «cipó», « Jacaran-
di», (Legumenose ), e Alchornæ sidaefolia ( Eu-
phorbiacese ).
Icerya taunay? n. sp.
A femea nova e immatura, tem o corpo oval,
de côr pardo-escura no lado superior e vermelha
no lado inferior. As antennas e pernas tambem
são de côr vermelha. Ao redor da margem ha uma
Me CU NE
carreira de pequenos tufos brancos, e no dorso ha
uma carreira longitudinal, mediana e mais tres car-
reiras entre a mediana e a margem lateral de pe-
quenos tufos mais ou menos circulares. O corpo
attinge 9 mm. de comprimento, 5,5 mm. de largura
e 4 mm. de altura; sendo mais alto no thorax do
que no abdomen.
Fervida em uma solução de KOH, a derme tor-
na-se molle e transparente, turvando-se o liquido, e
decantado, tem este a côr amarello-escura. As an-
tennas, neste estado, têm avenas oito articulações e
tem de 0,885 mm. a 0,970 mm. de comprimento,
tendo as articulações os seguintes comprimentos :
(1), 216; (2), 108; (3), 124; (4), 62; (5),
REDE CO ANR MD (62160 A formula
approximada é (81) 32 (56) 74. As pernas sic
curtas e reforçadas, tendo as articulações do pri-
meiro par os seguintes comprimentos: coxa, 310;
femur com trochanter, 883; tibia, 402; tarso, 294 ;
unha 124. ‘Os digitulos são curtos e filiformes. A
tibia tem cérca de 16 pequenos espinhos grossos
na borda posterior, e o tarso tem cêrca de quatro
destes espinhos. Olhos não foram observados.
Toda a superficie da derme, tanto no lado ven-
tral como no dorsal, está guarnecida por espinhos
fortes, geralmente um pouco curvados, havendo
porém, alguns direitos. A maioria destes espinhos
tem cerca de 50 |. de comprimento, mas existem
outros menores, e alguns, perto da margem do cor-
po, são mais compridos. Entre os espinhos ha pe-
quenas glandulas compostas de 12,5 » de diametro
de forma circular com a margem espessa, e 0 ori-
ficio central de fórma elliptica. Ha outras glandulas
maiores, até 17 x de diametro, inteiramente cir-
culares, com a margem espessa e a borda interna
crenulada, e com o orifício central em forma de
uma cruz grega, tendo esta, às vezes, cinco pontas
em vez de quatro.
Hab. Bosque da Saude, perto de São Paulo.
Encontrado em 22 de Novembro de 1919, pelo Sr.
Julius Melzer, na casca dos galhos de uma planta
sylvestre. Não foi possivel encontrar exemplares
adultos, pois todos os individuos estavam infeccio-
nados por um fungo, morrendo todos antes de
chegar ao estado de adultos.
E” com muita satisfação que dedico esta espe-
cie ao sr. dr. Affonso d'E. Taunay, activo e dedi-
cado director do Museu Paulista. O typo está in-
corporado nas collecções do Museu Paulista, sob o
n. 20087.
Depois de conhecidos os adultos dos dois sexos,
é provavel que esta especie deva ser collocada em
um outro genero.
Sub-familia ORTHEZIINAE.
Orthezia grandis n. sp.
A femea adulta é grande, tendo o corpo cêrca
de 11,500 m. m. de comprimento e 5,750 mm. de
largura. O dorso tem uma carreira dupla, longitu-
dinal e mediana, de tufos curtos de cêra cinzenta, e
ha tambem uma carreira marginal de tufos triangu-
lares de cêra cinzenta. Estes tufos marginaes são
muito curtos na extremidade posterior, e mais com-
pridos nas margens lateraes. O lado ventral é co-
berto por uma camada delgada de cêra cinzenta, ha-
vendo no lado dorsal, entre os tufos, uma camada
delgada de cêra cinzenta.
O ovi-sacco é grande, de côr branca ou cinzen-
to-clara, liso no lado ventral, mas finamente estria-
do em sentido longitudinal e tambem transversal,
no lado superior, tem a férma quasi cylindrica e
tem a extremidade posterior virada para cima. O
ovi-sacco tem, geralmente, 4 a 5 m. m. de compri-
mento, mas ha individuos com o ovi-sacco que me-
de 20 m. m. de comprimento.
O corpo, despido de cêra, tem a côr parda, com
as antennas e as pernas mais escuras. Não era pos-
sivel designar as articulações das antennas, por se-
rem estas quebradas.
Os ovos tem a forma oval, de 0,660 mm. de
comprimento e 0,300 mm. de diametro transversal,
e têm a côr pardo-clara.
— 343 —
A larva recem-nascida é pequena, de côr pardo-
clara ou amarellada, com as pernas e antennas da
mesma côr, sendo estas ultimas mais escuras na ex-
tremidade, e tem, no lado dorsal, cèrca de 20 peque-
nos tufos de cêra branca, arranjados como no adnl-
to, em duas carreiras longitudinaes, medianas e uma
marginal em cada lado, tendo a margem um tufo
na extremidade posterior, outro na extremidade an-
terior, e cêrca de 4 tufos em cada lado. A fórma
do corpo é ovata, tendo elle cérca ds 0,465 mm. de
diametro transversal e 0,540 mm. de diametro lon-
gitudinal. As pernas e antennas são muito compri-
das, tendo estas seis articulações, das quaes a ulti-
ma é a mais comprida, a qua: tem, na ponta, um
espinho grosso terminal. As unhas são grandes, com
a margem interior dentada, geralmente com tres
dentes, dos quaes aquelie mais proximo à ponta é o
mais saliente. Os digitulos das unhas são curtos e
acoliformes. Na margem do corpo, e apparentemen-
te tambem no lado dorsal, ha numerosos pequenos
espinhos, grossos e obtusos.
As antennas têm cêrca de 0,650 mm. de com-
primento, e o primeiro par de pernas tem 0,883
mm. de comprimento. Os olhos não foram obser-
vados.
Estas larvas, com os corpos quasi circulares e
as pernas compridas, mais parecem ser carrapatos
ou aranhas do que coccidas.
Hab. Cantareira, perto de São Paulo. Encontra-
da em Maio de 1912 pelos Snrs. R. v. lhering e
H. Luederwaldt, no exterior de Taquarussi, onde
existe isoladamente, em baixo das bainhas das fo-
has. O typo esta incorporado na collecçäo do Mu-
seu Paulista, sob o n. 16767.
Orthezia longipes n. sp.
O corpo da femea adulta tem a côr pardo-clara,
vom as pernas e as antennas mais claras, com a ex-
tremidade distal do ultimo segmento das antennas
quasi preta. O Jado dorsal do corpo está coberto com
pequenos tufos de cêra branca, disposta em uma car-
— 344 —
reira dupla, mediana, longitudinal, na qual os dois
ultimos tufos são os mais compridos, e uma carrei-
ra marginal em cada ladc. O corpo tem 2 mm. de
comprimento, 1,290 mm. de largura e cêrca de
0,900 mm. de altura.
O ovi-sacco é fusiforme, branco, com o diame-
tro da extremidade posterior só um pouco menor
do que o da base, e tem até 9 mm. de comprimen-
to. O lado inferior é geralmente liso e o superior,
finamente estriado no sentido longitudinal, sendo elle
um pouco curvado para cima.
Fervida em uma solução de KOH, o liquido fi-
ca apenas levemente tingido de côr parda. A derme
torna se transparente e as pernas e antennas pardo-
claras. As antennas tem 8 articulações e variam de
1,913 mm. a 4,618 mm. de comprimento. As arti-
culações tem os seguintes comprimentos: (1), 193-
170; (2), 108--124 ; (3), 248--263 ; (4), 186--201 ;
(9), 201--209: (6). 186: (7), 1x0; (8) casa
219. A formula approximada é 8354 (67) 12 ou
(83) 5 (467) 12. As pernas são muito compridas
e delgadas, tendo as articulações do primeiro par os
seguintes comprimentos: coxa, 201; femur e tro-
chanter, 837 ; tibia, 837; tarso, 387--410 ; unha 77.
As unhas são curvadas e dentadas com dois dentes
na margem interior. Os digitulos da unha são pe-
quenos, os do tarso não foram observados. Os olhos
são pequenos, salientes, e insertos na margem da
cabeça quasi na base das antennas. Toda a superfi-
cie da derme, tanto o lado dorsai como o ventral,
esta guarnecida por innumeros pequenos espinhos os
quaes tem cerca de 17 » de comprimento. A pre-
sente especie é muito parecida a Orthezia insignis
Doug. ; mas pode ser distinguida pelo ovi-sacco, que
é muito mais comprido em esta especie nova do que
em aquella.
Os ovulos são de côr pardo-clara no principio
tornando-se mais escuros depois. Elles tem a forma
oval, com 0,872 mm. de diametro longitudinal e
0,201 mm. de diametro transversal.
— 345 —
Hab. Petropolis, Estado do Rio de Janeiro, em
ramos de uma planta sylvestre, onde foi colleccio-
pada pelo Frei Thomaz Borgmeier. O typo está in-
corporado nas collecções do. Museu Paulista sob o
n. 20089.
Sub-familia DACTYLOPINAE
Lachnodiella taquarae n. sp.
A femea adulta tem a côr vermelha de tijolo,
com toda a superficie do corpo coberta por uma ca-
mada delgada de pô branco. O corpo tem a fórma
oval, sendo os segmentos do abdomen bem visiveis,
e tem 5,000 mm. de comprimento e 4 mm. de lar-
gura.
Fervida em uma solução de KOH, a derme torna-
se molle e transparente. As antennas compõem-se de
sete articulações e tem 0,810 mm. de comprimento ;
sendo o seguinte o comprimento das joia ar-
Rigulações (PSA (2 92: (5) 92; (4732:
Wo So (O) Sd (7), 8. A formula approzxi-
mada é 7216 (345). As pernas são grossas e tem
todas as articulações guarrecidas com pellos. As ar-
ticulações do primeiro. par de pernas tem os seguin-
tes comprimentos: coxa, 114; femur e trochanter,
279--292 ; tivia, 110--123; tarso, 58--71; unha, 19-
26. Os digitulos do tarso são compridos e delgados,
faltando os da unha. Existem quatro pequenos or-
gãos. de forma elliptica, sendo um par perto da ex-
tremidade anterior do corpo, e o outro par perto da
extremidade posterior. O annel anal tem 6 pellos. To-
da a superficie da derme é guarnecida de pequenos
pellos, e entre estes, dispersas, ha pequenas glandu-
las circulares. Na margem posterior ha muitos es-
pinhos curtos, e perto da base das antennas ha um
par de pequenos olhos circulares e transparentes.
Hab. Cantareira, perto de S. Paulo, no interior
do taquarussú, com espinhos (Guadua distorta Rupr.),
onde foi collecionada pelos snrs. Rodolpho v. lhe-
ring e H. Luederwaldt. O typo está incorporado nas
collecções do Museu Paulista sob o n. 1€768.
Sub-familia COCCINAE
Ceroplastes psidii Chavannes
,
A femea adulta é coberta de cêra branca, tin-
sida levemente de crême, com a superficie aspera,
desigual, sendo ella, geralmente, deprimida ao redor
do nucleo dorsal, nos lados perto das regiões estig-
maes e nas duas extremidades; mas ha tambem
exemplares nos quaes a superficie ao redor do nu-
cleo dorsal é elevada. O nucleo dorsal é bem visivel
e de côr branca. À cêra é dura, homogenea, não
distinctamente dividida em placas, sendo estas ape-
nas vagamente indicadas, e sem linhas concentricas
ou raiadas. A margem lateral é um pouco espessa
e voltada para cima.
Comprimento 6,750 mm. largura 5 mm., al-
tura 3,900 mm.
Despida de céra, a derme é dura, de côr parda
avermelhada com o corno caudal preto, curto, grosso,
e ds cêrca de 0,775 mm. de comprimento, dirigido
directamente para traz. O corpo com o dorso com
nodosidades mal definidas, tem 4,900 mm. de com-
primento e 3 mm. de largura, sendo a sua maior
largura atraz do meio do corpo.
Recebemos exemplares, por intermedio do Snr.
Dr. Angelo da Costa Lima, colleccionados pelo Snr.
Dr. Diogenes Caldas, no municipio de Santa Luzia
do Sabugy, Estado da Parahyba do Norte, e outros
de Pernambuco, onde causam serios damnos às
goiabeiras. Julgavamos, no principio, que se tra-
tava de uma especie nova, por serem os individuos
pequenos, achatados, sem placas bem definidas, apezar
de serem adultos, mas um estudo ulterior mostrou
que devem os referidos exemplares ser considerados
como identicos com a presente especie.
Mesolecaniwm argaformis n. sp.
A femea tem o corpo oval, chato, com 9 mm:
de comprimento, 7 mm. de largura e 2,250 mm. de
altura. O dorso tem a côr verde azeitona, com um
tom de amarello no centro, e a margem é amarello-
— 347 —
clara. No lade inferior a margem tambem é de côr
amarello-clara, com a parte mais central verde-clara.
No dorso ha numerosos buracos de pequena profundi-
dade, tornando a superficie aspera e desigual. Estes
buracos são Jispostos em duas carreiras longitudinaes
e em cada lado do centro, e na área entre a margem
e a segunda carreira mediana. Perto da margem ha
tambem sulcos radiados. As placas anaes são pe-
quenas e de cor pardo-escura. A margem posterior
é levemente entalhada. A fissura anal tem cêrca
te 1,900 mm. de comprimento e tem os lados uni-
dos. As listas brancas nas áreas estigmaes são bem
destacadas. Hm alguns exemplares a borda mar-
ginal é recurvada para cima. Ha esparsos, no dorso,
pedacinhos delgados de céra branca.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se molle e transparente. As antennas são atro-
phiadas, compondo-se apparentemente de 4 articu-
lacdes, e têm cêrca de 0,094 mm. de comprimento.
As pernas tambem são atrophiadas, sendo apenas
notado o primeiro par, em fórma de tuberculos, com
cérca de 0,094 mm. de comprimento. A margem
lateral é pouco identada nas áreas estigmaes, sendo
estas caracterizadas por tres espinhos grosses e cur-
vados. dos quaes dois são curtos com apenas 44 |
de comprimento, e o outro é comprido com 75 p de
comprimento. Os espiraculos são muito afastados das
margens lateraes ( de 1 a 1,400 mm.) contendo o
espaço entre aquelles e a margem, centenas de pe-
quenas glandulas circulares, com cérca de 6 p» de
diametro. As glandulas dorsaes são alongadas, perto
da margem e ovaes na área mais central, com cêrca
de 0,056 mm., de diametro longitudinal. Ha es-
parsos, perto da margem lateral. alguns pequenos
pellos com cêrca de 12 4 de comprimento. A derme
ao redor das piacas anaes, é chitinizada e escura.
As placas anaes são pequenas, triangulares, escuras,
com o lado interior com cêrca de 0,219 mm. de
comprimento; a margem antero-lateral com 0,162
mm. de comprimento, e a margem postero-lateral
com 0.169 mm. de comprimento.
as
Hab. Na Cantareira, perto de São Paulo, na
casca de canella poca, uma arvore sylvestre, onde foi
colleccionada pelo Sr. Ernesto Schwebel. Não é
commum nem abundante. O typo é incorporado nas
collecções do Museu Paulista sob o n. 20.092.
Mesolecanium marmoratum, n. sp.
A femea adulta tem o corpo de fórma oval ou
irregular, às vezes um pouco asymetrica, com a su-
perficie dorsal aspera, com pequenos sulcos radiados.
A côr é cinzenta mesclada com pardo-escura, côr de
chocolate. Os individuos maiores têm 6,750 mm.
de comprimento, 5,500 mm. de largura, e 2 mm.
de altura. A fissura anal tem de 1,400 a 1,500
mm. de comprimento, e tem as margens unidas. O
dorso está coberto por pepuenas particulas delgadas
de cêra branca.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
torna-se transparente, mas conserva-se espessa, sendo
ella mais rija nos individuos mais velhos, do que
nos mais novos. Às antennas são degeneradas em
pequenos tuberculos, apparentemente de 4 a 6 arti-
culações, com 0,107 mm. a 0,155 mm. de compri-
mento. As pernas tambem são atrophiadas, sendo
ellas representadas por pequenos tuberculos, que têm
cêrca de 0,186 mm. de comprimento, com as arti-
culações indistinctas. Os digitulos da unha são del-
gados, com a extremidade distal um pouco dilatada ;
os do tarso não foram observados. As áreas esti-
gmaes são apenas entalbadas, sendo ellas caracteri-
zadas por dois espinhos grossos e curtos, de 35 p
de comprimento, e por um outro curvado, de 55 y
de comprimento. A margem lateral do corpo é
guarnecida por uma carreira dupla de pequenos pellos
aculiformes, uns mais compridos, outros mais curtos,
tendo os maiores cêrca de 50 4 de comprimento.
As placas anaes são pequenas, triangulares, com o
angulo exterior arredondado, tendo o lado interior
de 0,212 mm. de comprimento, o lado antero-lateral
0,156 mm. de comprimento, e o lado postero-lateral
0,125 mm. de comprimento. Toda a derme dorsal
— 349 —
é cheia de glandulas de fórma irregular, oval ou
quasi circular, com cêrca de 30 » de diametro.
Hab. Gantareira, perto de São Paulo. Na casca
de canella branca e canella poca, onde foi colleccio-
rada em Outubro e Novembro de 1919, pelo Snr.
Ernesto Schwebel. O typo está incorporado nas
colleeções do Museu Paulista sob o n. 20.098.
Mesolecanium wvicola nov. esp.
A femea adulta tem o corpo de fórma elliptica,
chata de côr pardo-clara, tendo os exemplares um
tom de amarello. Fa em cada lado perto da margem
na extremidade anterior, uma pequena mancha re-
donda, como um olho de côr pardo-escura. A derme
está salpicada de pontinhos escuros, tendo tambem
no dorso pedacinhos delgados de cêra branca. Os
exemplares maiores têm 6,250 mm. de compri-
mento, 2,790 mm. ae largura, e 1,250 mm. de altura.
Fervida em uma solução de KOH, a derme
dorsal conserva-se de uma certa rigidez, tornando-
se transparente e quasi incolor. O liquido fica apenas
tingido muito levemente de côr amarella. As an-
tennas são delgadas, com cêrca de 0,862 mm. de com-
primento e apparentemente compõe-se de sete arti-
culações, com os seguintes comprimentos: (1 ), 56 ;
(2), 44; (3), 69-81; (4), 47; (5), 47-56; (6),
25; (7), 62. A formula approximadaé: 37 (15)
426 ou 371 (54) 26. As pernas tambem são del-
gadas e curtas, tendo as articulações do primeiro
par os seguintes comprimentos: coxa, 87; femur
com trochanter, 144; tibia, 119; tarso, 09; unha,
16. Os digitulos, tanto os do tarso como os da
unha, são compridos e delgados, com as extremidades
dilatadas. As áreas estigmaes são indicadas por pe-
quenas concavidades na margem, guarnecidas por
dois espinhos direitos com cérca de 16 & de com-
primento, e um outro mais grosso e curvado, com
cèrca de 20 » de comprimento. Os póros da derme
dorsal têm a forma oval, com o diametro longitu-
dinal de cérca de 19 ». Ao redor da margem do
corpo ha, esparsos, alguns pellos delgados e simples,
— 350 —
A fissura anal tem 0,775 mm. de comprimento e
tem os lados unidos. As placas anaes são pequenas,
de forma triangular, escuras, com o lado interior
de cêrca de 0,150 mm. de comprimento, sendo os
lados antero-lateraes e postero-lateraes iguaes, com
cêrca de 0,106 mm. de comprimento
Hab. Tabôas, Estado de Minas Geraes, onde
foi encontrado infestando videiras importadas do
Chile, sendo os exemplares remettidos pelo dr. Carlos
Moreira. (O typo está incorporado nas collecções do
Museu Paulista sob o n. 19.951.
Mesolecanium ferum n. sp.
A femea tem a fórma irregular ou sub-circular
com o dorso pouco convexo e as margens espessas.
O corpo tem a côr vermelho-escura, não sendo o dorso
luzente, mas coberto por uma camada delgada de
céra branca.
Fervida em uma solução de KOH, o liquido
tinge-se de côr castanho-escura, com reflexo verme-
lho, tornando-se mais escuro quando frio. A derme
torna-se molle e transparente. com uma área chiti-
tinizada ao redor do orificio anal, a qual está guar-
necida de espinhos curtos. As antennas são rudi-
mentares ou atrophiadas sendo ellas representadas
por pequenos tuberculos com 0,056 mm. de com-
primento. As pernas tambem são atrophiadas.
A margem é grossa, sendo ella entalhada e
chitinizada, nas áreas estigmaes, onde existe pelo
menos um espinho curto e grosso. Ha centenas
de pequenas glandulas circulares na área entre a
margem e os espiraculos. As trachéas são numero-
sas e muito grossas. No dorso ha diversas áreas pe-
quenas e irregulares onde a derme está chitinizada.
Toda a derme do dorso é ornamentada por grandes,
glandulas circulares, com um poro excentrico, de
40 | de diametro, medindo a parte central mais
transparente, de 28 a 30 p de diametro, as quaes
são, perto da margem, reunidas em grupos ou ro-
setas de 2 a 6 glandulas. Espalhadas entre estas, ha
ainda outras glandulas de fórma circular e de tama-
nho diminuto. A fissura anal tem 1,150 mm. de com-
primento com os lados unidos. As placas anaes são
quasi hemisphericas em fórma com o lado interior com
cêrca de 0.008 mm. de comprimento. Na margem
ha uma fileira de pequenos espinhos, grossos e curtos,
com cêrca de 9 y de comprimento, cada um nascen-
do de um pequeno tuberculo, e lia ainda pequenas
glandulas com os póros na margem.
Hab. Campinas, Estado de S. Paulo. Na casca
de « Capixingui », Croton floribundus Mart., onde
foi encontrado peio auctor em Maio de 1912. O typo
está incorporado nas collecçôes do Museu Paulista,
sob 9 n.º 20091.
Eulecanium melzeri n. sp.
A femea adulta tem o corpo espherico ou glo-
boso, mais largo na parte posterior do meio, dividi-
do symetricamente em duas partes, por meio de um
sulco pouco profundo, longitudinal e largo, mais pro-
nunciado na extremidade posterior.
A côr é amarello-clara, com as bordas e uma
estria longitudinal mediana de côr verde-escuro de
azeitona. Nos individuos mais velhos a côr é uni-
formemente pardo-escura. As bordas são espessas e
reviradas para cima, havendo na extremidade ante-
rior uma pequena depressão, e em cada lado ha
mais duas destas depressões.
Fervida em uma solução de KOH, o liquido
tinge-se de côr pardo-amarellada continuando a der-
me de uma consistencia dura. Os exemplares haviam
sido atacados por um parasita, e não foi encontrado
nenhum individuo com pernas e antennas, sendo
bem possivel que estes orgams estejam atrophiados.
Na derme, perto da margem laterai, ha numerosas
glandulas, algumas redondas, com cérca de 77 E de
diametro, e outras de forma elliptica, com cêrca de
124 » de diametro losgitudinal. Estas glandulas são
espessas e compostas, contendo ellas, apparentemen-
te, muitos orifícios na parte central. Na parte mais
central da derme ha outras glandulas simples, de
fórma ci cular ou um pouco oval, com cêrca de 25
er ee
u de diametro. As placas anaes são relativamente
pequenas, com o lado interno de 188 | de compri-
mento, e de forma concava; sendo o argulo exte-
rior arredondado, e tendo o lado antero-lateral cêr-
ca de 90 p de comprimento, e o lado postero-lateral
140 » de comprimento, As áreas estigmaes são mui-
to entalhadas, mas não foram observados espinhos
nestas regiões.
As larvas recem-nascidas têm a côr pardo-cla-
ra, amareliada, sendo o corpo chato, de forma elli-
ptica, com cérca de 0,465 mm. de comprimento e 0,
232 mm. de largura. Os olhos são pretos. A mar-
gem do corpo é finamente crenulada. A extremida-
de posterior do corpo e guarnecido por um par de
espinhos e um par de cerdas muito compridas. Ha,
no lado dorsal do corpo, uma carreira dupla, media-
na, longitudinal e outra submarginal em cada lado,
de pequenos tuberculos. As áreas estigmaes estão
caracterizadas por um espinho forte. As antennas
são de fórma usual e guarnecidas por pellos.
Hab. Bosque da Saude, São Paulo, em um ar-
busto sylvestre, onde foi colleccionado pelo Snr. Ju-
lio Melzer, a quem dedico esta especie nova. O typo
está incorporado nas collecções do Museu Pau-
lista sob o n. 19938.
Colloco esta especie provisoriamente neste ge-
nero, em quanto não houver disponivel material
novo para estudo.
Megalecanium n. g.
Como Mesolecanium porém muito maior, até
13 mm. de comprimento, o corpo de forma hemis-
pherica. e brilhantemente pintado. Typo Megaleca-
mum testudinis n. sp. Os ovos são collocados em
baixo do individuo em uma secreção lanosa de cêra
branca.
Megalecaniuin testudinis n. sp.
A femea adulta tem a forma irregularmente cir-
cular e hemispherica, com o dorso luzente. A côr
y
geral no dorso é verde-clara, com manchas de par-
do-escura e amarella, dispostas em cinco estrias longi-
tudinaes, sendo uma mediana e duas lateraes em ca-
da lado. ficando as manchas de côr parda e amarel-
la collocadas transversal e alternadamente nestas es-
trias. As margens são deprimidas e tambem têm
algumas manchas de côr pardo-escura. A margem
posterior é entalhada. A fissura anal tem cèrca de
1,200 mm. de comprimento com os lados unidos. O
lado inferior do corpo tem a côr rosea. Em baixo
dos individuos ha uma porção de secreção branca
e lanosa que encerra os ovos de côr amarello-clara.
Os insectos mais novos têm o corpo mais achatado.
Os maiores exemplares tem 13 mm. de compritnen-
to, 11,500 mm. de largura e 6,950 mm. de altura.
Fervida em uma solução de KOH, o liquido
fica tingido de côr de laranja-escura, tornando-se a
derme transluzente conservando, porem. a sua rigi-
dez e consistencia. As antennas são compridas e
delgadas, com 8 articulações, e têm um compri-
mento total de 0, 653 a O, 670 mm; tendo as ar-
ticulações os seguintes comprimentos: (1), 93; (2),
MOD Wo ess (4) 108 31.¢ 5), 93-100:5: (106);
62; (7), 46-55; (8), 93-62. A formula approxi-
mada é 134) (12) 56 (78) ou 84 (15) 2 (68)
7. As pernas tambem são delgadas e fracas, tendo
as articulações os seguintes comprimentos: coxa,
139; femur com trochanter, 325; tibia, 232; tarso,
162; unha, 31. Os digitulos do tarso são compridos,
e delgados, com as extremidades um pouco delicadas
tendo elles 69 | de comprimento; os da unha são
mais largos, com as extremidades mais dilatadas
etêm 38 » de comprimento. A margem lateral é pou-
co identada nas regiões estigmaes, sendo estas ca-
racterizadas por tres espinhos grossos, dos quaes
dois são rectos, com 31 | de comprimento eo ou-
tro é curvado, com 62 | de comprimento. Na mar-
gem, ao redor do corpo, ha uma carreira simples
de pellos os quaes têm cérca de 56 a 62 y de com-
primento, e têm a extremidade distal dilatada e fen-
dida uma ou duas vezes, sendo mais numerosos os
pellos com uma só fenda. A distancia entre os pel-
— 354 —
los é de 187 a 219 p. As placas anaes são relati-
vamente pequenas, de côr pardo-escura, e têm o la-
do interior de O, 279 mm. de comprimento. Toda a
superficie do dorso é crivada de glandulas grandes,
de forma oval ou redonda ou sub-circular e de ta-
manhos diversos; tendo os maiores cêrca de O, 112
mm. de diametro.
Os ovos são de forma elliptica, com 0,356 a
0,418 mm. de diametro longitudinal e 0,106 a 0,116
mm. de diametro transversal, e têm a côr amarello-
clara. Os ovos são muito abundantes, pols uma só
femea põe dezenas de milhares delles.
As larvas recem-nascidas são pequenas, com
o corpo chato e de fórma oval, tendo ellas 0,512
mm. de comprimento e 0,287 mm. de largura, com
a cor pardo-amareilada e os olhos pequenos e pretos. .
A margem do corpo é crenulada, e tem ao redor
34 pellos, dos quaes os dois medianos na extremi-
dade posterior são os mais compridos. As áreas es-
tigmaes são caracterizadas por um espinho grosso
e obtuso, com cêrca de 31 | de comprimento. Na
extremidade posterior ha ainda um par de cerdas
delgadas, com cêrca de 0,375 mm. de comprimento.
As antennas têm, apparentemente, 6 articulações, com
cêrca de 0,129 mm. de comprimento, sendo a ultima
articulação guarnecida por diversos pellos lateraes e
terminaes, dos quaes um destes ultimos tem 94 p
de comprimento.
Hab. Cantareira, perto de S. Paulo. Na casca
de cambará preto e cambará branco, onde foi col-
leccionado pelo Snr. Erneste Schwebel em Setem-
bro de 1919. O typo está incorporado nas collec-
ções do Museu Paulista sob o n. 20095.
São Paulo, 25 de Março de 1920.
DESCRIPTIONS OF NEW AND LITTLE KNOWN COCCIDAE
Family COCCIDAE
Sub-family MONOPHLEBINAE
Monophlebus niveus n. sp.
The body of the adult female is oval in form»
peing widest across the abdomen. The divisions of
the thorax and abdomen are distinctly marked by
dark brown transverse lines. The remainder of the
body is light red in color. The dorsal surface is
ornamented by four longitudinal furrows and many
long hairs, and the entire body is generally cove-
red with a white powder, and sometimes the entire
insect is involved in a mass of fine, white threads.
The body is 9.560 mm. long, 5.000 mm. wide, and
2.000 mm. high. Glassy rods were not observed.
Boiled in a solution of KOH, the derm becomes
soft and transparent, and the liquid becomes slight-
ly tinged with red. The antennae, legs and eyes
are dark brown. The antennae are from 1.700 mm.
to 1.810 mm. long, and are composed of 11 joints,
all of which are provided with many hairs. The
lengths of the joints are: (1), 282; (2), 201-216;
(3), 170-186; (4), 124-139; (5), 124-155; (6),
Ow je SIC (SA Iodine GO 124%. (40),
108-124; (11). 201. The approximate formula is :
Pee eon oso LPS OE cae OP Or iat asa 1")
3 (6, 7, 8) (4, 5, 9) 10. The legs are relatively
long, the following being the lenths of the joints of
the first pair: coxa, 341; femur with trochanter,
All measurements of antennal and leg joints, hairs,
glands and other organs are in microns, unless otherwise
stated.
— 306 —
961; tibia, 822 ; tarsus, 363 ; claw, 108. The di-
gitules of the claw are fine and thread-like ; those
of the tarsus are apparently wantirg. The two eyes
are small, conical in form, and are situated near the
base of the antennae. The entire surface of the derm
is provided with light brown hairs, some short
others long, all of which originate in a tubercle.
In the derm there are also innumerable circular,
compound glands, about 12 microns in diameter.
These glands are more or less hemispherical in form,
and are composed of a fine central tube and no less
than 18 minute orifices in the marginal portion.
The eggs are oval in form, and have a long
diameter of about 700 microns and a transverse
diameter of about 450 microns. The surface is
smooth and glistening, and the color, in the begin-
ning, is light yellow, which changes to red later.
The male is large with the body black and
orange red in color; the antennae and legs also are
black. The body is about 3.500 mm. long, without
the caudal processes. The antennae are about 3.500
mm. long, and are composed of 10 joint, of which
the third joint is the longest. All of the joints are
ornamented with numerous long hairs arranged in
three or more whorls. The legs are fine and long
and are ornamented with many short spines and
some hairs. At the posterior extremity of the body
there are two pairs of appendices, fusiform, and
ornamented with many long hairs; the leng: h of
the median pair being about 0.976 mm. and that of
the external pair, about 9.837 mm.
The wings are smoky in color, are about 4 mm.
long, and aside from the two nerves caracteristic of
the family, have also two false nerves, indicated by
transparent, oblique lines. The halteres are large,
each one of which has three strong hooks on the
distal extremity. The spread of the wings is about
8mm. When alive the individuals are slightly co-
vered with a white powder.
Copulation takes place when the females have
already attained their full growth, and but one or
— 357 —
two days before egg laying Legins, as was obsery-
ed in a number of instances, when the females
were descending the trees, to hide themselves in the
interstices of the bark.
Hab. São Paulo, Cantareira and Campinas, on
an indigenous forest tree, on the roots of cultivat
ed cassava ( Manhiot sp. ), and on Grevillea ro-
busta, planted as a shade tree in this city. The
first specimens were found by Mr. Ernest Schwebel
in September 1919, and other specimens were found
by the author in November 1919 and January 1920,
The type forms part of the collections in the Museu
Paulista, and is numbered 20069.
Icerya chilensis n. sp.
A small species the immature female of which
has an oval body about 2.500 mm. long and 1.500
mm. wide, covered with a very thin layer of light
yellow wax. The antennae have nine joints and are
from 0.480 mm. to 0.516 mm. long. The various
joints have the following lengths: { 1), 77; (2),
93; (3), 62; (4), 31; (5), 46; (6), 38; (7),
38 ; (9), 93. The approximate formula is: (2,9)
Pi) (Oo ue) 4... The less, are), short. The
two eyes are very small. The entire surface of the
derm is studded with innumerable short, obtuse spizes,
some of which are straight, while others are
slightly curved, which are from 22 to 25 microns
in length. Interspersed among the spines, there
are some small, compound glands.
The adult female is larger, with the antenne
from 0.851 mm. to 0.873 mm. long, composed of
11 joints, which have the following lengths: (1),
LOS te ed: (Sn (eas (4) 625 49),62;
62; (11), 108 The apprcximate formula is 2
CM pont 452956, foe 2.40:). or 2) .(1;, 14)
(SO) Qd 5, TA SO) AI of the. joints
are ornamented with many hairs. The legs are
relatively long and fine. The following are the
lengths of the joints of the first pair: Coxa, 124:
— 398 —
femur and trochanter, 387-456; tibia, 356-402 ;
tarsus, 170; claw, 46. The digitules are short
and fine.
Boiled in a solution of KOH, the derm becomes
soft and transparent. The entire surfaces studded
with fine hairs, some of which are short, and
others long. Interspersed among the hairs, there are
many small, circular, compound glands, ahout 11
microns in diameter, that have the margin thick-
ened and have three small, round orifices in the
central portion.
Hab. Central Chile. Collected by the author
in January 1909, on the leaves of an indigenous
tree. The type is deposited in the collections of
the Museu Paulista, as a microscopic slide, with
the number 20084. It is possible that after the
male is known, this species will have to be trans-
ferred to another genus.
Icerya flava n. sp.
The adult female with the ovisac is 16 mm.
long, 7 mm. wide and 8.500 mm. high. The dorsum
is covered with yellow wax, arranged in one lon-
gitudinal, median line, with one large tuft and one
or two smaller ones; one sub-marginal, longitadinal
line on each side, with about 8 tufts of yellow wax
each; and a marginal line on each side, with 9
thick tufts of yellow wax. At the anterior and
posterior extremities there is also one large tuft of
wax. The areas between the tufts are also covered
with yellow wax. The lateral and the dorsal sur-
faces of the ovisac are also yellow, and fluted lon-
gitudinally; the ventral surface, however, is smooth,
and the yellow color is mixed with white. The
posterior extremity of the ovisac is truncated. No
glassy rods were observed.
The body, freed from wax, is red in color,
and oval in form, widest across the abdomen, and
is about 8 mm. long, 6 mm. wide and 3mm. high.
Boiled in a solution of KOH, the derm be-
comes soft, and the liquid is only slightly tinged
with red. The antenna are about 1 mm. long, and
— 399 —
are composed of 41 joints, and are dark brownin
color. The joints have the following lengths: (1),
124: (2), 108: (3) OS = (Ana o (5), 62 5. (0h102;
O > (he TES OUT Peon Go 5 (41), 1455:
The approxi nate formula is: 11,1 (2,3) 10 (8,9)
(4, 7) (5, 6). All of the joints are furnished
with hairs, those of the last being long and: most
numerous. The legs are short and light brown in
color. The joints of the first pair have the follow-
ing lengths: coxa, 186; femur with trochanter,
973 ; tibia 998; tarsus, QT “Claws, tot e nendigi-
tules of the claw are short and filiform; those of
the tarsus were not observed. There are at least two
pairs of abdominal spiracles present, and possibly
there are three pairs. The entire surface of the body
is ornamented with innumerable dark hairs, some
of which are very long while the others are shorter,
and with innumerable small, circular, compound
glands, flat on the external surface, and convex on
the internal surface, with nine minute orifices in the
margin and three in the central portion. The two
eyes are small, dark brown in color, conical in
shape, and are located near the insertion of the
antenne.
The eggs are elliptical in form, red in color.
and have a smooth surface. The longitudinal diam-
eter is about 0.837 mm. and the transverse about
0.434 mm,
The newly hatched larvæ are very active and
red in color. The eggs observed in the laboratory,
hatched in 32 days. On the second day, the larvæ
had already secreted three tufts of wax on the
dorsum, one entire on the abdomen, and two, longi-
tudinally divided, on the thorax. Of these, the tuft
on the metathorax, is the widest. The antennie are
0.512 mm. long and are composed of six joints, of
which the last is the longest. All of the joints are
provided with hairs; the fourth and fifth joints also
have one long hair each, and the last joint has seven
very long hairs, besides the other shorter hairs. On
the margin, between the antenna, there are two
— 360 —
long hairs, on the thorax there is one long hair on
each side, and at the posterior extremity of the ab-
domen there are six very long hairs. The two
small, conical eyes, dark in color, are very visible
near the insertion of antennæ.
Hab. Cantareira, near São Paulo. On the bark
of cambarä preta and sucará, two indigenous trees.
Collected by Mr. Ernesto Schwebel. The type is
in the collections of the Museu Paulista with the
number 20068.
lcerya paulista n. sp.
The female is entirely covered by a secretion
of white wax with an ashy tint, especially on the
dorsal surface. On the ventral surface the wax is
thin and smooth, while on the dorsal surface it is
disposed in three double, longitudinal rows of thick
tufts, curved or curled upward and directed towards
the anterior extremity of the body. The tufts appear
to be all of the same size, and are about 2 mm. in
length. Glassy rods were not observed.
Freed from wax, the body of the female is
elliptical in form, with the two extremities rounded,
and the segments of the abdomen well marked. The
color is yellow, with the antennae and the legs dark
brown. The body is 10 mm. long, 5.250 mm. wide
and 3.500 mra. high.
Boiled in a solution of KGH, the derm becomes
soft and transparent, and the liquid becomes tinged
“with a yellow color. The antennae are dark brown
in color, are 2,088 mm. long, and are composed of
11 joints that have the following lengths: (1 ), 315;
(23302455 (89), 227 cia MONS dido; 1405 aes
ATE 7 ), 1575 8) 1025 40) MB TA (ae
(11), 201, The approximate formula is: 1, 2, 3,
11, 8 (4, 6, 7, 9) (9, 140): Allvof “the joinis “ars
abundantly provided with hairs. The legs are long
and strong, and are dark brown in color. The joints
of the first pair have the following lengths: coxa,
007 ; femur with trochanter, 1172; tibia, 805; tar-
sus 350; claw, 87. Both the tarsal digitules, as well
= "881 —
as those of the claw, are short and filiform. The en-
tire surface of the body is covered with innumerable
hairs, some long, others shorter, but all with the
basal portion expanded. Interspersed among the
hairs, there are numerous compound, circular glands,
discoid in form. These glands are about 15 microns
in diameter, with the central portion in the form
of a six-pointed star that has a minute orifice im
the center. On the thorax there are two pairs of
small spiracles, and on the abdomem there are at
least seven more pairs of spiracles. Near the inser-
tion of the antennac there is situated a pair of
small, dark eyes.
Hab. Cantareira, near São Paulo. Collected in
April 1912, by Messrs. Rodolpho v. Ihering and
H. Luederwaldi on the thorns of “taquarassu” The
type is in the collections of the Museu Paulista with
the number 16770.
Icerya purchasi Maskell var. cilreperda n. var.
The adult female, when it begins to secrete the
ovisac, is about 4.250 mm. long, 2.500 min. wide
and 1.400 mm. high. The body is ovate in form,
being widest across the abdomen. The color, on the
ventral surface, is orange yellow, with the legs and
antennae chestnut. The dorsal surface is generally
covered with a fine layer of gray or yellowish wax,
and is ornamented by a number of tufts of wax,
placed in a median, longitudinal row, while on the
margin there are numerous long, fine, glassy filaments.
The ovisac is white, conical in form, strongly
striated longitudinally, on the dorsum and sides, but
smooth on the ventral surface, and attains a length
of 9 mm. on the dorsal surface, and 6 mm. on
the ventral sulface, while the width and height are
from 5 to 6 mm. Around the margin of the thorax
there is a fringe composed of tufts of white wax
directed towards the posterior extremity, each one
being from 2.750 mm. to 4 mm. long.
The entire surface of the body is furnished
with long, dark brown or black hairs, and around
— 362 —
the lateral margin there are about 24 tufts of
these hairs, each tuft being composed of from 90
to 100 hairs or more.
The adult female, boiled in a solution of KOH,
becomes transparent and the derm becomes soft.
The antennae are light brown in color, and are
composed of 11 joints, of which the last 1s the long-
est, and are from 0.882 to 1.017 mm. in length.
The different joints have the following lengths:
(1), 104-217 (2), 91-110; (5), 9141-975 (4), 2992695
(5), 52-69; (6), 71-845 (7 ), 71-84 54( 8) 78/88
(9), 71-84; (10), 71-78 ; (11), 123-143 ; the appro-
ximate formula being: 11, 1, 2, 348,6, 7, 0048
(4, 5). All of the joints have long hairs. The two
prominent eyes, corical in form and of a dark brown
color, are situated on the inferior surface near the
insertion of the antennae. The legs are long with
the tarsus much curved, the following being the
lengths of the joints of the first pair: coxa, 162;
femur and trochanter, 435; tibia, 403 ; tarsus, 208,
claw,96. The digitules, both those of the tarsus as well
as those of the claw, are filiform. The entire surface
of the body is covered with dark hairs, some short
and others longer; and with numerous dark, com-
pound glands, round, but sometimes not perfectly
circular, in form, with a longitudinal diameter of
13 microns and a transverse diameter of 12 mi-
crons, with from 8 to 12 small orifices on the mar-
gin and one orifice, elliptical in form, in the cen-
tral portion. Near the lateral margin there are other
elands of the same shape and color as the former,
but larger, having a diameter of 19 microns, and
having the central orifice circular in form.
This variety differs from the typical form in
the color of the dorsum, the larger size, especially
of the ovisac, ard in the number of the dark hairs
composing the marginal tufts of the body.
Hab. First found in Soccorro, State of Sao
Paulo, in 1916, it is, at the present time, located
in many different sections cf the State, as Jundiahy,
———
— 365 —
Campinas, Jahú. Sorocaba, Barretos and many
points in the Capital, attacking oranges, roses and a
host of other cultivated plants. The type is depos-
ited in the collections ot the Museu Paulista, and
is numbered 200*3
Icerya schrotthyi Stempel.
To the caracters already published in the Re-
vista do Museu Paulista. Vol. IV, pags. 373-379,
we can now add the following: The adult female
is entirely hidden beneath a mass of thick, white,
curled ou undulated threads. On the dorsuin there
are four tall, thick tufts of white wax, two or three
of which are inclined towards the anterior extrem-
ity, and the remainder towards the posterior ex-
tremity. The ovisac is very large and wider than
the body of the insect, and is composed of fine,
white, glossy, feited threads, ornamented on the ex-
terior by a layer of very thick, white, undulated
threads. Many old individuals have the dorsal wax
dark ou dirty in color. The isolated individuals have
a pyramidal or conical®form, with a longitudinal
diameter, including the ovisac, of 20 mm., a trans:
verse diameter of 14 mm. and a height of 9 mm.
The body of the adult female, freed from wax,
is oval in form, a little the widest near the poster-
ior extremity, and reaches a length of 8.500 mm.,
a width of 6 mm., and a height of 4 mm. The
color is yellow on the exterior and reddish on the
interior, with the antennae and legs dark brown or
black. In addition to the long and short hairs, the
derm also has innumerable, circular and hemispaer-
ica' compound glands, which are about 16 microns
in diameter, and are composed of a peripheral portion
in which there are from 9 to 11 small, round ori-
fices, and a quadrangular central portion with a
small, circular orifice in the center. These glands
are more or less constant in size, but the number
of the orifices in the periphery vary from 9 to 41 ;
and the central part may sometimes be triangular
or pentangular ; but the form with the central part
— 364 —
quadrangular is the most abundant and the com-
monest.
Hab. Found again in the Cantareira, near São
Paulo, on « canella poca », «cipó », Jacarandá, ( Le-
guminosae ) and Archornae sidaefolia (Euphorbia-
ceae ).
lcerya taunayt n. sp.
The young and immature female has an oval
body, dark brown in color on the upper surface
and red on the lower surface. The antennae and
legs are also red. Around the margin of the' body
there is a row of small, white tufts, and on the
dorsal surface there is one median row and three
other longitudinal rows, between the median and
the margin, of small, white tufts, more or less cir-
cular in outline. The largest specimens had a length
of 9 mm., a width of 5.500 mm., and a height of
4 mm., being higher on the thorax than on the
abdomen.
Boiled in a solution of KOH, the derm be-
comes soft and transparent,eand the liquid becomes
turbid, and has a dark yellow color when decanted.
The antennæ, in this stage, have only 8 joints, and
are from 0.883 mm. to 0.970 mm. long. The dif-
ferent joints have the following lengths: (1), 216;
(2), 108; (3) 124; (4), 62; (5), 84; (6),
84; (7), 77; (8), 216. The approximate for-
mula às: (8,1 ),3, 254005, 6), Te) he) tems
are short and strong, the following being the lengths
of the first pair: coxa, 310; femur and trochanter,
883; tibia, 402; tarsus, 294; claw, 124. The
digitules are short and filiform. The tibia has about
16 short, thick spines on the posterior margin, and
the tarsus has about 4 of these spines. The eyes
were not observed.
The entire surface of the derm, both the dor
sal and the ventral surfaces, is covered with strong
spines, generally curved, although there are some
that are straight. ‘he majority of these spines
are about 90 microns long, but there are some
— 365 —
that are shorter, and some, near the margin of
the body, are longer. Interspersed among the spines,
are many small, circular, compound glands, about
12,5 microns in diameter, with the margin thickened,
and an elliptical central orifice. There are also
other, larger glands, entirely circular in outline, 17
microns in diameter, with the margin thickned
and the inner border crenulated, and with the cen-
tral orifice in the form of a Greek cross, which,
sometimes, has five points instead of four.
Hab. Bosque de Saúde, near São Paulo. Col-
lected on November 22nd, 1919, by Mr. Julius
Melzer, on the bark of the limbs of an indigenous
plant. It was not possible to find adult specimens,
-as all of the individuals, were attacked by a species of
fungus which killed all of them before they reached
the adult stage.
It is with great satisfaction that I dedicate
this species to Dr. Affonso d’Escragnolle Taunay,
the active and dedicated Director of the Musea
Paulista. The type is incorporated in the collections
of the Museu Paulista with the number 20087.
After the adults of both sexes are known, it
is probable that the present species will have to
be placed in another genus.
Sub-family ORTHEZUNÆ
Orthezia grandis n. sp.
The adult female is large, with the body about
11.500 mm. long and 5.750 mm. wide. The dor-
sal surface has a double, longitudinal, median row
of short tufts of gray wax, and also has a mar-
ginal row of triangular tufts of gray wax. These
marginal tufts are very short on the posterior ex-
tremity, and ionger on the lateral margins. The
ventral surface is covered by a thin layer of gray
wax, and the dorsal surface also has a thin layer
of gray wax on the areas between the tufts.
The ovisac is very long, white or light gray
in color, smooth on the ventral surface, but finely
striated longitndinally and transversely, on the der-
— 366 —
sal surface, and is nearly cylindrical in form with
the posterior extremity turned pen The ovisac
is generally 4 to 5 mm. in length, but there are
individuals in which it is 20 mm. long. The body,
freed from wax, is brown in color, Cit the an-
tennae and legs darker. It was not possible to
study the articulations of the antennae, as these
had been broken off.
The eggs are oval in torm, light brown in
color, and are 0.660 mm. long and 0.500 mm. wide.
The newly hatched larvae are very small, light
brown or yellowish in color, with the legs and an-
tennae of the same color, and these last having
their tips black. On the dorsal surface of the body
there are about 20 small tufts of white wax, ar-
ranged as in the adult, in two longitudinal, median
rows, and one marginal row on each side. The
margin also has one tuft on the anterior extremity,
one on the posterior extremity, and four on each
side. The hody is ovate in form, about 0.590 mm.
long and 0.465 mm. wide. The legs and antennae
are very long, the iatter being composea of six
joints, the last of which is the longest, and which
has a thick terminal spine. The claws are large
with the interior margin dentated, generally with
three small teeth, of which the one nearest the
distal extremity is the largest. The digitules of
the claw are short and spine-like. On the margin
of the body, and apparently also on the dorsal sur-
face, there are numerous small, thick, obtuse spines,
The antenae are about 0.650 mm. long, and the
legs of the first pair are 0.883 mm. long. The eyes
were not observed.
These larvae, with their nearly circular body
and long legs. more nearly resemble ticks or sp'ders
than coccids.
Heb. Cantareira, near São Paulo. . Found in
May 1912, by Messrs. R. v. Ihering and IL. Lue-
derwaldt, on the exterior of “ Taquarussi ”, ( Gua-
dua distorta Rupr.)?, where it exists singly be-
neath the leaf sheaths. The type is incorporated
— 367 —
in the collections of the Museu Paulista with the
number 16767.
Orthezia longipes n. sp.
The body of the adult temale is light brown in
color, with the legs and antennae lighter, and the
distal extremity of the last joint of the antennae
nearly black. The dorsal surface of the body is
covered with small tufts of white wax, arranged in
a double, longitudinal, median row, in which the
two last tufis are the longest, and a marginal row
on each side. The bodv is 2 mm. long, 1.250 m.
wide and about 0.900 mm. high.
The ovisac is fusiform, white, with the dia-
meter of the posterior extremity but slightly small-
er than that of the base; and can reach a length
of 9 mm. The ventral surface of the cvisac is gen-
erally smooth, and the dorsal surface is finely striat-
ed longitudinally, and las the posterior extremity
curved upward.
Boiled in a solution of KOH, the liquid be-
comes slightly tinged with brown, and the derm be-
comes transparent and the legs and antennae light
brown. The antennae vary from 1.018 mm. to
1.618 mm. in length, and are composed of 8 joints,
which have the following lengths: (1), 155-170 ;
(2), 108-124 ; (3), 24%-265 ; (4), 186-201 ; (5), 201-
204; (6), 186; (7), 186; (8), 248-279. The approx-
imate formula is: 8,3,5,4 (6,7) 1.2 or (8,3) 9 (4,
6,7) 1,2. The legs are very long and thin, the fol-
lowing being the lengths of the joints of the first
pair: coxa, 201 ; femur with trochanter, 837; ti-
bia, 837 5 tarsus, 387- 410; claw, 77. The claws are
curved and dentated on the inner margin with two
teeth. The digitules of the claw are small; those
of the tarsus were not observed. The eyes are small
and bulging, and are situated on the anterior mar-
gin near the base ot the antennae. The entire sur-
face of the derm, both the dorsal and the ventral
surface, is furnished with :nnumerable small spines,
about 17 microns in length.
— 368 —
The present species is very similar to Orthe-
sia insignis Doug., but can be readily distinguished
from that species by the ovisac, wich is very much
longer in this new species.
The eggs are light brown in color when fresh-
ly laid, becoming darker later on. They are oval
in form, and are 0.372 mm. long and 0.201 mm.
wide.
Hab. Petropolis, State of Rio de Janeiro, on
the twigs of an indigenous plant, where it was ob-
served and collected by Frei Thomaz Borgmeier.
The type is incorporated in the collections of the
Museu Paulista with the number 20089.
Sub-familia DACTYLOPINAE.
Lachnodiella taquarae n. sp.
The adult female is brick red in color, with
the entire surface of the body covered with a thin
layer of white dust. The body is oval in form, with
the abdominal segments well marked, and is 5.500
mm. long and 4 mm. wide.
Boiled in a solution of KOH, the derm be-
comes soft and transparent. The antennae are 0.310
mm. long and are composed of 7 joints, that have
the following lengths: (1), 45; (2), 52; (3), 92;
(4), 32: (5), J2s (6), 395 (7, TS. The approx
mate formula is: 7,2,1,6 (3.4,9). The legs are stout
and have all of the joints furnished with hairs.
The following are the lengths of the joints of the
first pair of legs: coxa, 114; femur and trochan-
ter, 279-292; tibia, 110-123 ; tarsus, 58-71; claw,
19-26. The tarsal digitules are long and fine ; those
of the claw are wanting. There are four small el-
liptical orgãos, one pair of which is located near
the anterior extremity of the body, and the other
pair near the posterior extremity. The anal ring
has 6 hairs. The entire surface of the derm is pro-
vided with small hairs, and interspersed among
these, there are many small, circular glands. On
the posterior margin there are many short spines ;
— 369 —
and near the insertion of the antennae there is a
pair of small, circular, transparent eyes.
Hab. Cantareira, near S. Paulo, in the interior.
of the spiny Taquarussü, (Gradua distorta Rupr.)
? where it was collected by Messrs. Rodolpho v.
Ihering and H, Luederwaldt. The type is incorpo-
rated in the collections of the Museu Paulista with
the number 16768.
Sub-familia CocciNAE
Ceroplastes psidir Chavannes
The adult female is covered with white wax,
usually silghtly tinged with cream, and has the
dorsal surface rough and uneven, usually depressed
around the dorsal nucleus, on the sides near the
stigmal areas and at the two extremities. However
there are individuals in which the surface about
the dorsal nucleus is elevated. The dorsal nucleus
is very visible and pure white in color. The wax
is hard, homogeneous, not distinctly divided into
plates, fon latter being only vaguely indicated, and
without any concentric or radiating lines. The lat-
eral margins are a little thickened and recurved.
The largest individuals were 6.750 mm. long, 5
mm. wide, and 3.500 mm. high. |
Freed from wax, the derm is chitinized and
rigid in the older specimens, and is reddish brown
in color, With the caudal horn black, short and thick,
directed directly backwards, and is about 0.775
mm. long. The body, with the nodosities of the
dorsum indefinitely defined, is 4.500 mm. long.
and 3 mm. wide, being widest posterior of the mid-
dle.
We received specimens, through Dr. Angelo
da Costa Lima, collected by Mr. Diogenes Caldas.
in the Municipality of Santa Lucia do Sabugy, State
of Parahyba do Norte, and others from Pernam-
buco, where they cause serious harm to the guava
trees. At first we believed chat this was a new
species, because the individuals were small, flatten-
— 370 —
ed, and without well defined plates, even in the
aduit state; but a more careful study showed that
the specimens in question, must be considered as
identical with this species.
Mesolecaniuin argaformis n. sp.
The female has the body oval and flat. 9 mm.
long, 7 mm. wide and 2.250 mm. high. The dor-
sal surface is olive green in color, tinged with
yellow in the central portion, and with the margin
light yellow. The ventral surface is also colored
light yellow on the margin and light green in the
central portion. On the dorsal surface there are num-
erous shallow depressions, which make it rough
and uneqal. These depressions are arranged in two
longitudinal rows on each side of the middle, and
in the area between the margin of the body and
the second row. Near the margin there are also
some radiating furrows. The anal plates are small
and dark brown in color. The posterior margin is
slightly notched. The anal fissure is about 1.500
mm. long, with the margins contiguous. The white,
chalky lines of the stigmal areas are very evident.
In some specimens the lateral margin of the body
is recurved. On the dorsal surface there are also
present small, thin particles of white wax.
Boiled in a solution of KOH, the derm be-
comes soft and transparent. The antennae are atro-
vhied, apparently composed of 4 joints, and are about
94 microns in length. The legs are also atrophied,
only the first pair being noted, as small tubercles
about 94 microns in length. The lateral margin is
but slightly incised at the stigmal areas, these last
being caracterized by three thick, curved spines,
two of which are short, being but 44 microns in
length, and the other is 75 microns in length. The
spiracles are greatly removed from the lateral mar-
gin, (from 1 to 1.400 mm. ), and the space be-
tween these and the margin is furnished with hun-
dreds of small, circular glands, about 6 microns in
diameter. The dorsal glands are elongate near the
— 9311 —
lateral margin and oval in the central area, and
have a longitudinal diameter of about 56 microns.
Near the lateral margin there are dispersed some
small hairs which are about 12 microns long. The
derm is chitinized around the anal plates, and of a
dark color. The anal plates are small, triangular,
dark, with the interior margin about 0,219 mm.
long, the anterior-lateral margin 0,162 mm. long,
and the posterior-lateral margin 0,169 mm. long.
The specimens studied were all immature, and it is
possible that the adult specimens have the body and
organs larger.
Hab. Cantareira, near São Paulo, on the bark
of canella poca, an indigenous tree, where it was
collected by Mr. Ernesto Schwebei. It is neither
common ncr abundant. The type is incorporated in
the collection of the Museu Pazlista with the
number 20092.
Mesolecaniuin marimoratum n. sp.
The adult female has the body oval or irreg-
ular in form, sometimes slightly asymetrical, with
the dorsal surface rough and furnished wiih small
radiating furrows. The color is gray mixed with
dark brown, or chocolate. The largest individuals
were 6.750 mm. long, 5.500 mm. wide, and 2 mm.
high. The anal fissure is from 1.400 mm. to 1.500
mm. long, with the margins contiguous. The dorsal
surface is covered with small, thin particles of
white wax.
Boiled in a solution of KOH, the derm becomes
transparent, but remains thick, being more rigid in
the older individuals than in the younger. The an-
tennæ are degenerated and represented by small tu-
bercies. apparertly composed of from 4 to É joints,
and are from 0.107 mm. to 0.155 mm. long. The
legs are also atrophied, and are represented by
small tubercles about 0.186 mm. in length, with
the various joints not dictinctly indicated. The dig-
itules of the claw are fine, with the distal extrem-
ity but slightly dilated; those of the tarsus were not
Sera
onserved. The margin of the body is but slightly
incised at the stigmal areas, these latter being car-
acterized by two short, thick spines, 35 microns
long, and by.another curved spine, 55 microns long.
The lateral margin of the body is ornamented with
a double row of small, spine-like hairs, some longer,
others shorter, the longest ones being about 50 mi-
crons in length. The anal plates are small and tri-
angular in shape, with the external angle rounded ;
the interior side being 0.212 mm. long, the anterior-
lateral 0.156 mm. and the posterior-lateral 0.125 mm.
long The entire surface of the derm, on the dorsum,
is full of glands, irregular, oval or nearly circular
in from, and about 30 microns in diameter.
Hab. Cantareira, near São Paulo, on the bark
of canella poca and canella branca, two species of
indigenous trees, where it was collected in October
and November of 1919, by Mr. Ernest Schwebel.
The type is incorporated in the collections of the
Museu Paulista with the number 20093.
Mesolecaniwn uvicola n. sp.
The adult female has the body elliptical in form
and flat, light brown in color, with a yellow tinge.
At the anterior extremity, near the margin, there
is a small, circular, dark brown, eye spot, on each
side. The derm is spotted with sinall dark spots,
and on the dorsum there also are thin pieces of
white ae The largest specimens were 6.250 mm.
long, 2.750 mm. wide, and 1.250 mm. high.
Boiled in a solution of KOH, the dorsal derm
preserves it rigidness, but becomes transpareat and
nearly colorless. The liquid becomes but slightly
unged with yellow. The antennæ are iine, about
0.362 mm. long, and are apparently composed of
seven joints, that have the following lengths: (1),
06; (2), 44; (3), 69-81; (4), 47; (5) 47-06;
(6), 25; (7), 62. The approximate formula is:
SUA OMR, 6 ior Bd, Ale ea) RER
legs also are fine and short, the following being the
lengths of the joints of the first pair: coxa, ST;
— 373 —
femur and trochanter, 144; tibia 119; tarsus, 69;
claw, 16. The digitules of the tarsus, as well as
those of the claw, are long and fine, with the ex-
tremities expanded. The stigmal areas are indicated
by shallow incisions on the lateral margin, furnished
with two straight spines, 16 microns in length, and
another spine, ticker and curved, about 25 microns
in length. The pores of the derm on the dorsal
surface are oval in form, with a longitudinal dia-
meter of 19 microns. Around the lateral margin
of the body there are scattered some fine, simple
hairs. The anal fissure is 0.775 mm. in length,
with the edges contiguous. The anal plates are small,
triangular, dark, with the interior margin 0.150 mm.
long, and the anterior-lateral and posterior-lateral
margins equal, and about 0.106 mm. long.
Hab. Tabôas, State of Minas Gerdes. where it
was found infesting grape vines that had been im-
ported from Chile, the especimens having been re-
mitted by Dr. Carlos Moreira. The type is incor-
porated in the collections of the Museu Paulista,
with the number 19951.
Neolecanium ferum n. sp.
The adult female is irregular ou sub-circular
in form, with the dorsal surface but slightly con-
vex and the lateral margins thickened. The body
is colored dark red, the dorsum not being shiny,
but covered with a thin layer of white wax. Boiled in a
solution of KOH, the liquid becomes colored dark
chestnut with a red tinge, and becomes darker after
it has cooled off. The derm becomes soft and trans-
parent, with a chitinized area around the anal ori-
fice, ornamented with short spines. The antennae
are rudimentary or atrophied, and are represented
by small tubercles 56 microns long. The legs also
are atrophied. The margin of the body is thick, and is
incised and chitinized at the stigmal areas, where
there is at least one short, thick spine. There are
hundreds of small circular glands in the space be-
tween the margin and the spiracles. The tracheae
are thick and numerous, The entire dorsal derm is
ornamented by large, circular glands, 40 microns
in diameter, witb an excentric pore. The central
portion of these glands is more transparent and is
from 28 to 30 microns in diameter. Near the mar-
gin these glands are united in small groups or ro-
settes of from 2 to € glands each, and scattered
among these glands, there are cther vers small,
circular glands. The anal fissure is 1.150 mm. long
with the margins contiguous. The anal plates are
nearly hemispherical in form, with the interior mar-
gin about 68 microns long. Around tbe lateral
margin there is a simples row of short, thick
spines, each one with a tuberculate base. There
are also many small glands present with their pores
opening in the margin.
Hab. Campinas, State of São Paulo. On the bark
of “capixingui”, Croton floribundus Mart., where
it was found by the author in May 1912. The
type is incorporated in the collections of the Museu
Paulista with the number 20094.
Eulecanium melzeri n. sp.
The adult female has the body spherical or
globose in form, widest posterior of the middle,
symetrically divided into two parts by a shallow,
longitudinal, median furrow, that is wider and more
pronounced at the posterior extremity. The color is
bright yellow, with the margin and a longitudinal,
median stripe, dark olive green. The lateral margins
are thick and recurved, and slightly depressed on
the anterior extremity. Two more depressions are
present on the margin on each side.
Boiled in a solution of KOH, the liquid becomes
colored brown with a yellow tinge, while the derm
retains its hard consistency. All of the specimens
had been attacked by parasites, and not one was
found with antennae and legs, and it is possible
that these organs are atrophied. In the derm, near
the lateral margin, there, are numerous glands, some
circular, about 77 microns in diameter, and others
elliptical in form, with a longitudinal diameter of
about 124 microns. These glands are thick and
compound, apparently with many orifices in the
central portion. In the more central portion of the
derm there are other simple glands, circular or
oval in form, with a diameter of about 25 microns.
The anal plates are relatively small, with the inter-
ior margin concave, and 188 «microns in length.
The exterior angie is rounded, and the anterior-
lateral margin is 90 microns long, and the poste-
rior lateral margin is 140 microns long. The stig-
mal areas are very deeply incised, but no spines
were observed in these regions.
The newly hatched larvae have the body flat
and elliptical in form, about 0.469 mm. long and
0.232 mm. wide, and of a light brown color with
a reddish tinge. The eyes are black. The margin
of the body is finely crenulated, with the posterior
extremity ornamented with a pair of spines and a
pair of very long setae. On the dorsal surface there
is a double, median, longitudinal row, and another
submarginal row on each side, of small tubercles.
The stigmal areas are caracterized hy one stout
spine each. ‘he antennae lave the usual form and
are furnished with hairs.
Hab. Bosque de Saúde, São Paulo, on an in-
digenous shrub, where it was collected by Mr. Ju-
lins Melzer, to whom this species is dedicated The
type is incorporated in the collections of the Museu
Paulista with the number 19938.
I place this species provisionally in this genus,
pending the reception of new and perfect material
for further study.
Megalecaniwm n. g.
As Mesolecanium, but much larger, up to 13
mm. long, body hemispherical in form, and brightly
colored. The eggs are placed in a mass of white,
woolly secretion, below the individual. Type Me-
galecanium testudinis n. sp.
sto
Megalecanium testudinis n. sp.
The adult female has the body hemispherical
and irregularly circular in outline, with the dorsal
surface very shiny. The general color of the dor-
sum is light green, with dark brown and yellow
areas, arranged in five longitudinal rows, of which
one is median and two lateral on each side; the
brown and yellow areas being arranged alternately
in these rows. The lateral margins are depressed,
and also have some dark brown areas. The pos-
terior margin is incised. The anal fissure is about
1.200 mm. long with the margins contiguous. The
ventral surface of the body is pink in color. Be-
neath the individuals, there is secreted a mass of
white, woolly wax, in which the eggs, light yellow
in color, are placed The younger individuals have
the body flatter. The largest individuals have the
body 13 mm. long, 11.500 mm. wide, and 6.600
mm, high.
Boiled in a solution of KOH, the liquid he-
comes colored dark orange, and the derm becomes
translucent, but retains its rigidity and consistency.
The antennae are long and slender, from 0.653 mm.
to 0.670 mm. long, composed of 8 joints, which
have th? following lengths: (1), 93; (2), 81-93;
(9), 1085 4 49,:1085 (5) 03-1006 (6-) “025000
46-53 ; (8), 53-62. The approximate formula is:
(8, 4) (1; 2% Sp Ot TS ar es ee
(6, 8) 7. The legs also are slender and weak,
the following being the lengths of the joints of the
first pair: coxa, 139; femur and trochanter, 325;
tibia, 232; tarsus, 162; claw, 31. The tarsal digi-
tules are long and slender, with the extremity but
slightly dilated, and are 19 microns in length ; while
those of the claw are wider with the extremities
more dilated, and are 38 microns long. The later-
al margin is but slightly incised at the stigmal
areas, which are caracterizised by three thick
spines, two of which are straight and 31 microns in
length, while the cther js curved, and is 62 microns
in length. Around the margin of the body there
Se
is a simple row of hairs which are from 56 to 62
microns long, and have the distal extremity dilated
and with one or two slits; those with but one
slit being the most numerous. The distance be-
tween the hairs is from 187 to 219 microns. The
anal plates are relatively small, and dark brown in
color, and have the interior margin 0,279 min.
long. The entire dorsal surface is full of large
elands, oval, round, or sub-circular in form, and
of various sizes; the largest being 11? microns in
diameter. P
The eggs are elliptical in form, with a longi-
tudinal diameter of from 0.356 mm. to 0.418 mm.
and a transverse diameter of from 0.100 mm. to
0.116 mm., and are light yellow in color. The eggs
are very abundant, as each female, at one time, lays
many thousands of them.
The newly hatched larvae are small, with the
body flat and cval in form, 0.512 mm. Jong and
0.287 mm. wide, yellowish brown in color, with
the eyes small and black. The margin of the body
is crenulated, and is furnished with a simple row
of 34 hairs, of which the two median ones, on the
vosterior extremity, are the longest. The stigmal
areas are caracterizised by one thick, obtuse spine,
about 31 microns in length. At the pcstericr ex-
tremity there is also one pair of terminal setae,
about 0.275 mm. in length. The antennae appa-
rently have six joints, and are about 0.129 mm. in
length. All of the joints have hairs, and the last
joint has several lateral and terminai hairs, one of
these last being 94 microns ‘ong.
Hab. Cantareira, near “São Paulo. On the
bark of cambará preto and cambará branco, where it
was collected by Mr. Ernest Schwebel in September
of 1919. The type is incorporated in the col-
lections of the Museu Paulista with the number
20095.
São Paulo, March .25 th, 1920.
did
i)
Holl 11 A the " leia li neil
si ile ' ‘nye ik avi i prea jose ap:
ey 4 4 hi te TION q
sn sia
“od ii À ati if rm KI E wf A "
Le re dl i E ath (á à ;
j o hy a VE n a.
É ae t na, til ah re
vi. ALS,
a, PAS UE pro
En … ela iN id Ue Hs.
ADA (RO a
Ni
1 “ue: Ra
iva EM a 4 uw”
AT A 2
«
Ir
ny
à
AS pragas importantes do milho no
Estado de São Paulo
— POR —
ADOLPHO HEMPEL
Entomologo do Instituto Agronomico de Campinas, em commissäo no Museu Paulista
CICS
As pragas importantes do milho no Estado de, Paul
PRAGAS VEGETAES
O carvÃo DO MILHO. Irequentemente encon-
tra-se em uma plantação de milho uma espiga com
os grãos deformados, enormemente augmentados em
volume, de côr pardo-escura ou preta. O pendão
tambem pode apresentar phenomenos identicos, sen-
do especialmente visivel a côr preta das flores. Es-
tes phenomenos são produzidos por uma especie de
fungo, o Ustilago zeae ( Beckm.) Ung., que, em
annos favoraveis, tambem vegeta no talo e nos te-
cidos das folhas, porém menos visivel do que nas
espigas e nos pendões.
Este fungo ataca a planta nova, entrando nos
tecidos por uma fenda qualquer, causada pelo vento
ou por insectos, e desenvolve-se grandemente nas
plantações que recebem grande quantidade de ester-
co animal; pois é propagado por esporos micros-
copicos, de côr escura, que conservam a sua vita-
lidade por alguns mezes, e são estes esporos, pre-
sentes no esterco, que transmittem a molestia às
plantas novas.
O tratamento é preventivo, sendo util extirpar
e iucinerar as plantas atacadas antes que os esporos
possam ser espalhados. A pratica de afolhamento
é tambem vantajosa para evitar os prejuizos que
este fungo possa causar. E, sebretudo, nunca de-
vem os animaes e o gado ser alimentados com mi-
lho infeccionado, porque os esporos serão dissemi-
nados no esterco, e constituirão focos de infecção
para as novas piantações.
A Ferrugem DO MiLHo. E’ esta uma moles-
tia causada por u:n fungo, conhecido pelo nome de
C9
82 —
Puccinia sorght Schw., que produz manchas oblon-
gas ou irregulares nas folhas do milho, causando a
morte prematura destas, e impedindo o desenvolvi-
mento completo da planta. As manchas desenvol-
vem-se rapidamente apparecendo nellas os pequenos
esporos, em forma de um pô amarello, que servem
para propagar o fungo. Como esta molestia ainda
não se manifestou intensivamente, pouco tem sido o
esforço feito para combatel-a.
Nas regiões onde esta molestia é commum,
será de bom aviso plantar sómente semente prove-
niente de plantas sans, e se esta pratica for adopta-
da, produzirá o seu efeito duplamente vantajoso ;
pois será constituida uma variedade de milho isenta
ou resistente a este fungo, e será sempre plantada
semente san e bem desenvolvida. Além das provi-
dencias acima indicadas, devem ser dispensados 4
plantação' de milho os cuidados culturaes essenciaes
para que as plantas se desenvolvam regularmente e
com rapidez, sendo indispensavel que a plantação
seja feita em épocha propria.
PRAGAS ANIMAES
Entre as pragas animaes lia algumas que annual-
mente causam grandes prejuizos pelos estragos que
fazem, ou nas plantas ou nos proprios grãos já co-
lhidos. Só raras vezes podem ser empregados meios
curativos contra estes inimigos, porém a pratica de
cultura limpa e os cuidados culturaes ministrados
ás plantações, restringem ao minimo os estragos
ou os evitam por completo. :
LEPIDOPTEROS
Ha tres especies de lepidopteros, todas da fa-
milia Noctuidæ, que atacam a planta de milho. Um,
o Heliothis armiger Hibn., tambem “ataca as ma-
cans de algodão, inas dá preferencia ao milho, e
alimenta-se das folhas novas e tenras do coração da
planta, e tambem das espigas; pois entra nestas
pela ponta e vive no seu interior, devorando os
grãos novos.
— 385 —
O emprego de veneno contra estas lagartas da
pouco resultado, pois, vivem protegidas pelas folhas
das plantas que infestam. KE’ possivel, porém, evi-
tar uma grande parte dos seus estragos, fazendo a
plantação “do milho o mais cedo possivel, porque a
experiencia tem ensinado que as plantações tardias
são as mais atacadas. Cortar os talos e arar a
terra logo depois de ser colhido o milhc, tambem
trará grandes vantagens, porque assim serão des-
truidas as crysalidas que, por ventura, existam na
plantação.
Ha uma outra especie de Noctuidlee, ainda não
identificada, que ataca o taio do milho, furando-o
perto do chão, guando as plantas ainda estão pe-
quenas. O prejuizo causado é grande, mas não ha
tratamento curativo a fazer. Os cuidados preventivos
a observar consistem em plantar o milho o mais
cedo possivel, e em evitar de fazer plautações deste
cereal em terrenos de pastos velhos.
A terceira espacie desta familia que ataca o
milho é a Remigia repanda Fab., conhecida como
a «lagarta do milharal », que tambem ataca a canna
de assucar e outras gramineas.
A lagarta tem cêrca de 40 mm. de compri-
mento, sendo o corpo delgado e cylindrico, e or-
nado com diversas estrias lonyitudinaes, umas lar-
gas e outras mais estreitas, de côr pardo-escura e
preta; as quaes se extendem tambem sobre a
cabeça.
Depois de alcançar o seu desenvolvimento total,
a lagarta forma um casulo delgado entre as folhas
de capim ou de outras plantas, logo transformando-
se em chrysalida, que tem cérca de 16 mm., de
comprimento, sendo ella de côr pardo-clara, mais
escura no lado dorsal.
A borboleta vôa rapiaamente, tem a côr de fu-
maça, e quando em repouso, tem ella a fórma trian-
gular, sendo o segundo par de azas coberto com-
pletamente pelo primeiro par.
Esta lagarta é muito voraz, e sendo por ella
invadida uma plantação de milho, convem applicar
— 384 —
äs plantas que lhe servem de alimento um insecti-
cida composto de 100 gr. de Verde de Paris mis-
turadas com £00 litros de agua, ao qual pode-se
ajuatar 1 kilo de sabão, 2 kilos de assucar ou 5
litros de melaço, para facilitar a sua adhesão ds
folhas das plantas, devendo o insectecida ser appli-
cado com um pulverizador. |
Se a plantaçäo tem pouco valor e pôde ser
sacrificada com pouco prejuizo, e especialmente de-
pois que as lagartas transformaram-se em chrysa-
lidas, convem roçar e incineral-a juntamente com
as lagartas e chrysalidas, para impedir a propagação
das futuras gerações da praga.
Convém ainda limitar o ataque das lagartas a
uma só plantação, o que póde ser conseguido abrindo
sulcos a arado em volta da cultura atacada, cuidan-
do-se que o lado perpendicular do sulco fique na
parte opposta à plantação, de modo a se offerecer
mais difficuldades às lagartas que, ra sua marcha,
tentam passar o sulco. Dous ou tres sulcos podem
ser feitos parallelamente, havendo entre elles um
pequeno espaço. Covas abertas no fundo do sulco,
com distancia de 5 metros uma da vutra, servem
para prender as lagartas, onde podem ser facilmente
mortas. Uma camada de cal em pó ao redor de
uma plantação, tambem serve para protegel-a da
invasão das lagartas, ou para cercar estas, uma vez
que já invadiram a plantação.
As lagartas dentro de um milharal avançam
rapidamente, e para impedir que invadam toda a
plantação, convem cortar 2 ou 3 carreiras de milho
em frente à direcção da linha de marcha e abrir
um sulco nesta nesga de terra.
Existe uma pequena borboleta, côr de creme,
membro da familia Crainbidæ conhecida pelo nome
Diatraea saccharalis Fab., cuja larva ataca a canna
de assucar, broqueando-a e causando grandes pre-
juizos. Esta mesma especie tambem ataca os talos
de milho, sendo de conveniencia incinerar todas as
plantas atacadas para impedir a propagação deste
insecto. Para evitar os prejuizos que elle pode
REMIGIA REPANDA FAB.
a. ADULTO, aspecto dorsal d. CHRYSALIDA, aspecto dorsal
b. LAGARTA, aspecto lateral e. CHRYSALIDA, aspecto lateral
c. LAGARTA, aspecto dorsal f. CASULOS
— 385 —
causar, deve-se evitar de fazer uma plantação de
milho perto de uma plantação de canna infestada.
A Gelechia cerealella Oliv.. pertencente à fa-
milia Gelechidow é@ uma pequena traça que preju-
dica enormemente o milho, dentro do paiol.
O meio pratico de evitar os prejuizos deste
lepidoptero, consiste nas desinfecções dos grãos pelo
sulfureto de carbono ou pelo calor, como aconse-
lhado para os carunchos, e de plantar as variedades
de milho com gräos duros, que são mais resistentes
aos ataques deste genero de insectos.
HYMENOPTEROS
Entre todos os insectos que mais damno causam
à lavoura, é a formiga sauva o mais terrivel, pelo
seu modo de viver, a sua intelligencia, e pelos
estragos que produz.
Este insecto, conhecido dos cientistas pelo
nome de Atta sexdens L., deve ser perseguido até
o seu exterminio total: pois já temos bons formi-
cidas para este fln. Convem fazer a matança dos
formigueiros antes do mez de Outubro de cada
anno, para impedir a sahida e disseminação das
iças, e o subsequente estabelecimento de novas co-
lonias deste insecto nocivo.
A sauva não sômente prejudica o milho na
plantação, cortando as plantas, mas causa damno
quando os grãos estam colhidos e dentro de paicl,
pois tira-os do proprio paiol e os carrega para a
sua habitação subterranea.
COLEOPTEROS
Ha duas especies de carunchos, a Calandra
oryzae L. e a Calandra granaria L., que são muito
nocivos, causando annualmente enormes prejuizos
pelos estragos que fazem nos grãos de milho. Elles
ja infestam o milho antes de ser elle colhido, e de-
pois no paiol, continuam a sua obra de destruição.
As variedades de milho com grãos duros re-
sistem aos ataques dos carunchos, e o prejuiso cau-
sado nestas é muito menos do que nas variedades
— 386 —
com os grãos mais molles ;:e nas localidades onde
os prejuizos causados pelos carunchos são avultados
ha conveniencia em explorar variedades de milho
com grãos mais duros e resistentes.
A desinfecção dos grãos pode ser feita uma
vez que estes estejam bem seccos. Elles devem ser
collccados em um quarto ou caixão hermeticamante
fechados, e sujeitos ao gaz de sulfureto de carbono,
sendo empregadas 500 a 700 grs. de sulfureto por
5 metros cubicus de espaço. Este processo mata
todos os carunchos e outros insectos existentes nos
grãos, e não dá nenhum gosto extranho aos cereaes
tratados.
O calor secco é um bom desinfectante e pode
ser empregado para desinfectar o milho, sendo os
grãos a tratar collocados em uma estufa e aqueci-
dos a uma temperatura de 63 a 60 graus cent.,
ficando todos os insectos e os seus ovos mortos e
os grãos perfeitamente conservados, sem serem pre-
judicadas.
RECOMMENDAÇÕES GERAES
Os cuidados culturaes feitos em tempo, a cul-
tura limpa e a pratica de afolhamento, concorrerão
muito para evitar a propagação excessiva das pra-
gas e molestias,e o prejuizo que elles possam pro-
duzir.
Os passaros são cs amigos fieis do lavrador, e
os massacres das aves têm determinado o desenvol-
vimento extraordinario dos insectos nocivos, nestes
ultimos annos. Nenhum lavrador deve consentir
na matança das aves sylvestres na sua propriedade
ou nas estradas, pois é sabido que mesmo as aves
que gostam de comer fructos, alimentam os seus
filhotes com insectos, diminuindo sensivelmente O
seu numero.
O verde de Paris a empregar deve ser desti-
nado especialmente para insecticida, com 50 por
cento a 50 por cento de arsenico, pois ha no mer-
cado diversas marcas de verde de Paris para tinta,
as quaes não têm nenhum valor insecticida.
— 387 —
Os insectos nocivos, além dos prejuizos dire-
ctos que causam com os seus estragos, tambem le-
vam as molestias cryptogamicas de planta em planta,
e pelas feridas que causam nas plantas, promovem
um meio facil e efficaz para a entrada das moles-
tias nas plantas por elles atacadas ou frequentadas.
O melhor meio prophylactico que o lavrador pode
empregar contra os insectos nocivos, consiste em
proteger os passaros.
Notas sohre os costumes
SÉ PRO —
Major Dr. Antonio Pyreneus de Souza
Engenheiro Militar
RNA ND RO AR LM
sá ~
+)
NOTAS SOBRE OS COSTUMES DOS INDIOS NIAMBIQUARAS
( Tomadas pelo 1.0 tenente Pyreneus de Souza, em 191, quando em serviço da Commissão
Rondon e acompanhadas de dois breves vocabularios )
As presentes notas foram registadas sobre a
perna e aos bocados, aqui e alli, conforme a oppor-
tunidade, durante a minha permanencia em Campos
Novos, na Serra do Norte, onde estive, de setembro
de 1911 a fevereiro de 1912, crganizando a fazenda
de Campos Novos e dirigindo o serviço de trans-
porte do material da Commissäo de Linhas Telegra-
phicas Estrategicas de Matto Grosso ao Amazonas, do
Juruena a Vilhena. Publicando-as, agora, conservei
o primitivo desalinho geral, como foram tomadas,
sem influencia de leitura de trabalhos publicados so-
bre os Nhambiquäras, por me parecer que dar-lhes
arranjo mais methodico seria prejudicar a impres-
são de naturalidade selvatica — que é seu unico valor.
A grande e valente nação Nhambiquira tem
por habitat extensa zona das serras dos Perecis e
do Norte e está muito subdividida em grupos ini-
migos entre si. Desses grupos conheci em Campos
Novos, os seguintes: Anonzé, Cocozú, Uainedezé,
Xaody e Taydpa.
O indio Nhambiquára, tem a estatura mediana,
o peito largo, o ventre crescido, os dentes grandes
e em geral estragados, orelhas curtas e pés peque-
nos. Seus cabellos são muitos negros, luzidios, abun-
dantes, grossos e lisos, aparados na testa e no hombro
e cahindo sobre as orelhas de modo a resguarda-las
da chuva. Raramente tem barba e, quando a tem,
é pouca e no queixo.
São os Nhambiquäras, principalmente as mu-
lheres, alegres, de physionomia franca, intelligentes,
muito curiosos, hospitaleiros e extremamente amo-
rosos dos filhos.
Fan
Os homens furam o nariz e o labio superior,
onde collocam um enfeite ou um pedaço de pão;
furam tambem as orelhas, nas quaes collocam brincos.
Este enfeite consiste numa taquarinha — de 8 a 18
centimetros de comprimento — tendo engastado em
uma das pontas um penacho de pennas de periquito
ou uma grande penna de arara.
Usam como enfeite, homens e mulheres, collar
de côcos, de conchas e de dentes de animaes. Apertam
fortemente, os braços e as pernas com ligas de fibras
de tucum ou de algodão, ordinariamente tecidas pelas
mulheres. Os homens trazem à cintura uma em-
bira cujas pontas são compridas e cahem para 3
frente, cobrindo quando novas, as partes pudentas.
As mulheres trazem, no mesmo logar, um colar de
contas de côco, passado em muitas voltas. Os ho-
mens, às vezes usam bonitos diademas de pennas
vistosas ou de pelles de onça e raposa.
- Não usam nenhuma outra vestimenta tanto os
homens como as mulheres.
Dormem no chão e de preferencia, na areia, à
beira de pequeno foguinho, acceso toda a noite, tendo
por travesseiro, uma cabaça ou alguma perna do
vizinho ou vizinha mais proximo.
Ha sempre, na aldeia, um velho, que passa a
noite acordado, à beira do fogo, contando a historia
da tribu e suas lendas aos indios mcços, um de cada
vez. Estas prelecções são feitas em voz baixa, para
näc perturbar o somno dos outros indios e ouvidas
sômente pelo indio que está de quarto. . . Este
educando presta a maxima attenção e vai afirmando
com a cabeça e com um bum! hum! que está en-
tendendo ; depois vai dormir e dá logar a outro. E
a lenga-lenga do pobre velho continua até de manhã
com o patriotico interesse de não deixar desappa-
recer as tradições de sua tribu. Emquanto fala, o
velho come e fuma com o discipulo e atiça o fo-
guinho ....
Quando eu pernoitava com os indios, tambem
eu dormia no chão, ouvindo historias e registrando
estas notas e as palavras cujo signiflcativo entendia.
— 393 —
Alimentam-se, ordinariamente, de mel, fructas
silvestres, milho assado e beiju feito de mandioca
ralada; peixe e carne de qualquer animal, bem as-
sada e, às vezes, socada ( até cobras, insectos, larvas
e cord extrabido do tronco de palmeira pôdre ).
Este pitèu — cord — é muito apreciado e pro-
curado com grande avidez e por elle desprezam
qualquer outro. Tendo levado ao met acampamento,
para medicar-se, um menino annonzé, no fim de
oito dias, elle fugiu, por não haver eu permittido
que comesse um coró trazido por seu pai.
Nos dias de fome, que não são poucos. devido
à sua imprevidencia, comem terra de formigueiro
e terra torrada ( do local onde fizeram fogo ).
E, nas horas de lazer, quando as mães catam
os filhos, comem os piolhos e lendeas, habilmente
caçadas ma, cabeça... 1
Aos homens cabem as caçadas e a extracção
do mel. Em procura da caça e mel andam muito,
pernoitando, muitas vezes, fora da aldeia. Geral-
mente a mulher acompanha ao homem.
Nestas excursões a mulher leva tudo que possue
a família e mais os filhos menores, que, pela idade,
ainda não podem caminhar. E’ a mulher quem pre-
para o rancho provisorio da palha que mais houver
no local escolhido. Estes ranchos são baixinhos e
circulares, ficando a metade de cada um aberta. Os
caibros são fincados no chão e as pontas superiores
reunem-se em um ponto, dispensando assim o esteio.
São cobertos de folhas de bacaba, burity, assahy,
guariroba do campo ou qualquer folhagem, quando
faltam aquellas palmeiras. Preferem quasi sempre
as cabeceiras, não fazendo questão de agua cor-
rente. Fazem pequenas cacimbas donde tiram agua
com cuia para beber e tomar banho.
Estes acampamentos provisurios são formados
de tantos ranchos quantas são as familias, que con-
stituem o grupo.
Cada familia faz o seu rancho e ahi tem toda
sua rica mobilia e toda sua fortuna !... Consistem
estas no indispensavel samburá com alça, que a
ae pe =
mulher carrega, passando a alca na testa. Neste
samburá acondiciona o machado (outr'ora de pedra),
a cabaça de fumo, a d'agua, a do mel, a de contas
de enfiar, pãos de tirar fogo, resina, panella de barro,
pilão e mão de pilão. E ainda o beijú de mandioca,
espigas de milho, as fructas que fôr encontrando e
toda a caça que o homem matar em visgem. Com
asta pesada carga e mais o filhinho de peito (quando
o tem) a tiracollo, a pobre mulher anda o dia in-
teiro, muitas vezes, pelo matto ou pelo emmaranhado
charravascal; corre e trepa, com admiravel agili-
dade, em qualquer arvore.
O homem, apenas conduz o arco com suas fle-
chas e alguns — os mais gentis — ajudam a carregar
os filhos pequeninos, que, pela sua pouca idade,
ainda não os pódem acompanhar em suas longas mar-
chas, quasi sempre feitas ao trote, porque o indio
nhambiquára não tem paciencia de andar de vagar
nem procurar caminho. Quer logo chegar onde
está a caça, O mel, as fructas:. .
Com a acquisição de nossos machados de aço
elles derrubam qualquer pão para tirar mel. Já
desprezam o machado de pedra que usavam antes
Jo convivio com a Commissão e hoje fazem troça
delle... Acham-no ridiculo e imprestavel...
São habilissimos para descobrir a porta de uma
abelha; acompanham, de muito longe, as pequeninas
abelhas atè que ellas, incautas, denunciem suas casas.
Costumam, em vez de derrubar a arvore que tem
o mel, fazcr um girau, para subir até alcançar a
porta da colmeia e abrir um tampo na arvore, Jus-
tamente, onde se acham os preciosos favos. Outras
vezes sóbem por um cipó e abrem a colmeia, ma-
nejando o machado com uma das mãos ( direita ou
esquerda, pois trabalham habilmente com qualquer
mão ) emquanto com a outra abraçam-se à arvore,
para não cahir.
São processos estes expeditos e muito simples,
mas que exigem grande gymnastica e muito des-
prezo pelas doridas mordidelas das abelhas, que,
bravamente, defendem suas casas !
— 395 —
Aproveitam tudo: mel, larvas, samóra e cêra.
Não comem geralmente o mel puro; misturam-no
com agua ou com pôlpa de côco de burity.
O nhambiquára é tambem pescador ; pesca com
flechas de tres pontas, desprovidas de pennas. Fica,
de tocaia, na barranca do rio com o arco armado.
Quando o peixe passa, lança certeira seita e cai
nagua para o pegar. Usa tambem cevar o peixe
com milho ou fructas e flechál-o, quando elle vem
comer a ceva. ( peixe traspassado pela flecha não
vai ao fundo; vem à tona d'agua.
Por mais de uma vez pesquei com os Anonzés
nos rios Nhambiquára e Doze de Outubro — à bomba
de dynamite — de que têm muito mêdo. Quando
eu atirava a dynanite n'agua elles corriam para
longe, só se approximando depois da explosão Ao
rebentar a bomba davam gritos de alegria e cahiam
n’agua — homens, mulheres e meninos — para apa-
nhar o peixe no fundo. Não perdiam nenhum, nem
ainda os menores. Nadam e mergulham muito. Não
têm médo de mergulhar nos poços mais fundos,
enraizados e de aguas escuras. Pesquei tambem
com anzões e os ensinei a preparal-os, iscálos e
puxar o peixe, mas elles apreciam menos o anzol
do que a dynamite.
O peixe é moqueado com tripas e escamas. Não
soffre nenhum preparo prévio e nada se perde...
E' o peixe a comida predilecta dos nhambi-
quäras ; preferem-no a qualquer carne, como tive
occasião de verificar.
Matam o passarinho com flecha especial de ma-
deira tendo a ponta redonda e algumas vezes co-
berta de palha de milho, para não estragar a victima.
Morto o passarinho depenam-no e o enterram no
cinzeiro quente com tripa, bico e unhas.
E assim o comem, depois de moqueado.
Gostam muito de um coró branco, grande, en-
contradiço no tronco do burity pôdre. Gomem-no
vivo, sem assá-lo.
Não deixam escapar uma lagartixa ou um la-
garto. Perseguem-nos, tanto no campo como no
— 396 —
matto ou charravascal, e, quando os bichos entram
no buraco, os indios cavam o chão até tirá-los, tão
apreciadas são essas caças. Do mesmo modo pegam
ratos para comer assados, com tripas. Assam a ca-
ça, enterrando-a no borralho e, quando a caça é
muito grande — uma anta ou um porco e mesmo
um burro da Commissäo — preparam um buraco e
ahi fazem fogo, para enterrar a caça com couro e
tripas...
Não cozinham a carne, preferem-na assada e
depois socada no pilão. Cozinham em panella de
barro o coco da bacaba. O côco de burity elles o
põem dentro d'agua, um ou dois dias, atè amollecer
a pôlpa, que comem com mel ou só. Tiram a polpa
deste côco com os dentes e depois de amassá-la na
mão, fazendo assim um bolo, comem-no ou offere-
cem-no, por amabilidade ao hospede, que querem
agradar... E para ser amavel, tem-se que comer...
Tem sempre no rancho uma grande provisão
de beijuú de mandioca e milho. Não comem a man-
dioca assada nem cosida e sim ralada, em ralo de
madeira, feita polvilho.
Plantam na roça mandicca, milho (um milho
,
de grão roxo e molle); cará, batata doce ( diffe-
rente da nossa: é amarella e pouco cresce); fava
branca e rôxa, muito grande. Plantam tambem
algodão, de que as mulberes fazem fio e meadas,
iguaes as que se fazem no sertão de Goyaz, Minas
e Matto-Grosso. Com este fio tecem ligas para
apertar os braços e pernas as cintas largas (sore-
guzé) que as mulheres usam a tiracollo, para nellas
conduzirem os filhos de peito, cordas de arcos, de
enfiar contas, etc.
Cultivam tambem a mamoneira, mas não sei
que uso fazem do seu fructo. Para andar à noite,
quando precisam de luz, fazem facho ou então
accendem um pedaço de resina.
Junto das roças estão suas aldeias (xycés dos
Anonzês e æycus dos Cocozüs), a que se recolhem
depois das grandes caçadas e na época das chuvas.
ee cy ae
Nunca a aldeia fica sem um homem de guurda,
geralmente, um velho. A aldeia se compõe de um
ou mais ranchos, grandes, bem cobertos de palha.
Não tem divisões no interior; a vida é em commum.
Quando um indio quer sanir a passeio, para
caçar, pescar, extrahir mel e colher fructas, etc.,
diz o resto da aldeia o que vai fazer e quanto tem-
po demorará. A mesma coisa fazem quando säem
em grupos.
Quando os indivs de uma aldeia vão visitar os
de outra, ao chegar entregam as armas e contam,
caminhando de um para outro lado, tudo que elles
têm feito nas caçadas, pescarias, as abelhas que ti-
raram e si encontraram com outros indios ou ci-
vilizados.
Depois deste longo discurso, sentam-se e vão
comer em commum, falando sempre e fumando mui-
tos cigarros seguidos.
As mulheres tem grande amor aos filhos, que
só depois de homem casam-se e só então se separam.
As filhas casam-se muito cedo.
Não vi nem um homem casado com duas mu-
lheres. São monogamos, parece-me.
Conheci mais de uma viuva que, no arranchamen-
to provisoria, vivia sO com seus filhos.
São muito hospitaleiros: quando eu chegava
aos seus ranchos offereciam-me mel com agua e
tudo o mais que tinham. Muitas vezes porém, en-
contrei-os em completa miseria, famintos. Pobres
velhas, já sem dentes, chupando torrão de barro
torrado, como se fora doces bonbons!...
O bomem nhambiquára é mais forte porque ali-
menta-se mais de mel e fructas que encontra em
suas caçadas; a mulher fica na aldeia com os filhos,
esperando o marido, que,muitas vezes, não traz nala
e ainda come as pouc»s fructas colhidas pela mu-
lher. .. Comem a qualquer hora, do dia ou da noite.
Gostam muito de cachorros que tratam com
muita estima ; assim como as gallinhas que recebem
de presente, mas, para ellas não fugir, arrancam-
lhes as pennas, como fazem aos papagaios, araras e
—- 398 —
jacutingas. Criam soins e macacos, que comem e dor-
mem com elles; nas refeições esses animaesinhos
roubam beijus e espigas de milho e sobem para o
tecto da wycé a comer e a brincar com os indios,
que acham nisso muita graça. Quando algum dos
macacos os encomoda muito, elles amaram as duas
mãozinhas do pobre animal nas costas e assim ficam
quietos. Outras vezes surram os bichinhos que fo-
gem para cima das wycés a chorar e depois descem
a agradar os indios. Sobem-lhes na cabeça e pôem-
se a catá-los...
Julgam espalhar a chuva, subindo em um cum-
pim ou toco e soprando para o lado em que as
nuvens estão mais carregadas. © homem, si está
famando, tira a fumaça, que espalha, soprando, ou
com a mão E assim acreditam impedir a chuva
de cahir !
INDIOS ANONZES — Os Anonzés, tribu Nham-
biquára, chegam à fazenda de Campos Novos pelo
Norte. São chamados Anonzi pelos Cocozis. Têm
todo o caractertstico do seu povo, referido paginas
ecima. são inimigos dos Cocoziús e dos Uamedezês.
Os Anonzés moram muito distantes de Campos
Novos, que procuram mais na época das fructas,
isto é na secca. No inverno recolhem-se às aldeias
{ xycés ), onde têm suas roças. No tempo das fruc-
tas elles se approximam, fazendo arranchamentos
provisorios nas cabeceiras, e ahi passam seis ou oito
dias, tirando mel, nas proximidades, e todas as fruc-
tas que encontram : burity, guariroba, ananaz, ba-
caba, assahy, gravatä, caju, mangaba e outras.
Acabadas as fructas e arrecadado o mel numa
cabeceira, mudam-se para outra.
Vi nas æycés diversos indios e indias, para se
curarem de febres, tomar quina branca, do matto.
Tiram a casca da quina, cosinham-na e vão beben-
do. emquanto dura o accesso da febre. Não têm
nenhum resguardo.: continuam deitados no chão,
comem o que encontram e, quando o accesso esta
muito forte, tomam banho frio.
248902
Sempre que eu ia à xycé, si tinham doentes,
immediatamente, pediam-me remedio. Tomam com
a maicr facilidade, estando doentes, qualquer medi-
camento, mesmo amargoso.
Encontrei em uma æycê de caça um menino
doentinho ; era um verdadeiro esqueleto. Pedi ao
pai para levar a criança, afim de tratá-la na fa-
zenda. O pai, que era muito meu amigo, prompta-
mente accedeu, mas a mãe poz-se a chorar e, quan-
do tomei o menino na minha garupa, para partir,
todas as mulheres começaram a chorar e soltar gri-
tos lastimosos. . .
Fiste menino ficou na fazenda oito dias, sendo
medicado pelo Dr. Espiridiäo Gabinio, nosso medico,
no fim dos quaes, estando curado e um pouco mais
forte, fugiu, sósinho, a para æycê, a tres leguas de
distancia, por haver eu prohibido que elle comesse
um bolo de polpa de burity azedo e um coró de
pão podre, que lhe trouxera o pai. Na primeira
noite que esta criança passou na fazenda chorou
muito, não obstante não ter febre e estar em bôa
cama. Saudades da æycê /
De outra vez encontrei, na mesma æycé, um
indio moço, muito meu amigo, Lyra, com o braço
enterrado na areia, para cural-o de um profundo
corte. que nelle fizera com um machado. Levei-o
tambem, para a fazenda, onde ficou até cicatrizar,
de todo a ferida.
Diversos anonzis sentindc-se doentes nas æycês
ou nas caçadas, vinham para a fazenda pedir reme-
dio e dirigiam se immediata vente ao Dr. Espiridião.
Tinham muita confiança em nossos medicamentos e
um verdadeiro respeito pela pharmacia, na qual ad-
miravain tudo, sem tocar em nada! G stavam
muito de ver o Dr. Espiridião fazer o curativo de
uma ferida ou dar injecções
Só doente o anonzé toma leite, estando bom,
tem nojo; diz que é leite de docê ( mulher ) e que
elle não é criança de peito....
O indio anonzé vai ser um bom vaqueiro na
fazenda nacional de Campos Novos. Gosta muito
— 400 —
de montar e é firme a cavallo. E" admiravel rastejador
e de muito tino para cortar um rumo, quer no campo,
quer na matta ou charravascal.
O Anonzê, inimigo, como já se disse, do Co-
cozù e do Uwuinedezê, conhece a lingua destes dois
inimigos, que receia e evita encontrar.
Por mais de uma vez consegui reunir em Campos
Novos indios destes grupos adversarios. À principio
o Anonzé mandava-me fazer fugo no Cocoziy que,
dizia, me flexava e tambem a elle. Eu respondia
que não, e procurava fazer os de um bando con-
versar com os dos outros. Eram sempre discursos
longos, acompanhados de riscos no chão, onde cada
um, por sua vez, traçava linhas parallelas, ora, in-
dicando caminhos, ora rios, como que mostrando
seus dominios e divisas. Nunca falavam dois ao
mesmo tempo: emquanto falava um, o outro escu-
tava, fumando sempre, e prestando muita attenção,
para depois, tomar a palavra. Faziam muitos gestos
e mostravam rumos com os braços. Talvez, historias
de guerras vassadas !
Presenciei bonita e interessante scena de re-
conciliação numa aldeia de Anonzés, cerca de tres
legoas ao Norte da fazenda Campos Novos.
Estando commigo, na fazenda, tres Anonsés,
chegaram, tambem em visita, duis Cocozis, levan-
do-me presentes de beiju, polvilho e milho. Acceitei
o polvilho e mandei que dêssem o beijú e milho
aos Anonzés. Dois destes não estavam satisfeitos,
não acceitaram os presentes e me pediam que fizesse
fogo nos Cocosis, que, repetiam, flexavam a elles
e a mim; mas o outro, um velhinho alegre e bo-
nachão, acceitou o milho, offereceu cigarro e come-
çou a conversar muito animado. Aproveitando as
pazes do velho como Cocos, convidei-os para irmos
à aldeia dos Anonzés. Levei commigo dois vaqueiros
armados de Winchester (por precanção ) e muitos
presentes.
Em viagem encontrei muitos indios e indias
Anonzís que iam à fazenda, mas encontrando-me e
vendo em minha companhia os dois Cocozis volta-
— 401 —
ram todos para a aycê, ligeiros, quasi a correr,
falando muito. As mulheres e alguns indios, man-
davam que eu atirasse nos Cocozis, que eram mãos.
Eu lhes dizia que eram meus amigos e delles,
e para o provar abraçava os dois Cocozus, que não
se separavam de mim.
Vencemos tres leguas em pouco mais de duas
horas e ao chegarmos à aldeia, estavam todas as
mulheres reunidas e muito agitadas, falando copio-
samente
Chamavam-me pelo nome para que eu me ap-
proximasse e mandavam que os Cocuziss* voltassem
mostrando-lhes o rumo da aldeia delles. Os Cocozis,
juntos de mim, não diziam palavra! Estavam com
mêdo e agarravam-se a mim cada vez mais. Tambem
tive mêdo. .. Distribui missangas às mulheres, as
quaes me offereceram mel com agua que eu bebi
com os dois Cocoziús para mostrar que eramos todos
amigos.
Dirigiram-se então, para o pateo central da al-
deia e ahi fincoram seis estacas dispostas conforme a
figura ao lado, sentando-se os dois (Cycozws entre
as estacas C. e D., à sombra
de folhas de guariroba, adrede ER.
preparadas. À mulher do chefe
(este estava ausente ) começou À. B.
a falar, andando da estaca À para
a estaca B. Ialou mais de uma EC:
hora, fazendo muitos gestos |
e batendo com a mão na cabeça e nas pernas.
Quando ella acabou de discursar, estava com a bocca
espumante, e sentou-se junto da estaca E. Levan-
tou-se então o Cocozù mais velho, foi para o lugar
da mulher e falou muito caminhando sempre e tam-
bem batendo na cabeça e nas pernas. Tanto a mu-
lher como o indio traçavam linhas parallelas na areia
e apontavam para longe. Quando o £ocoz acabou
de falar a mulher amarrou-lhe na cintura um collar
de contas, que eu lhe tirha dado e offereceu-lhe uma
cuia de hydromel. Estava feita a paz!....
— 402 —
Queriam que os Cocozws dormissem, para vol-
tar no dia seguinte, mas eu temendo que elles esti-
vessem tramando ama trahição, levei os Cocozüs e
alguns Anonzés, para dormirem na fazenda, onde
chegámos à noite e tivemos um grande jantar em
commum. Cocoziis e Anonzês, sentados à minha
mesa, conversavam amigavelmente !
Tres dias depois chegou a Campos Novos uma
outra turma de Cocozis com milho, beiju de man-
dioca e mel e couvidou-me para ir com elles à al-
deia dos Anonzés a quem já chamavam nenê (amigo).
O chefe destes indios Anonzês é um velho,
mal encarado, de pouca conversa, marido da india
que fez o discnrso de recepção dos dois Cocozüs e
pai de um rapaz muito intelligente e muito meu
amigo, de nome Auciheze, companheiro inseparavel
de Nuleke, outro meu amigo que passou a morar
na fazenda de Campos Novos emquanto eu alli estive.
Quando me retirei, queriam vir commigo, para vêr
a minha æycé.
INDIOS COCOZU’S. — Os Anonzés chamam de
Cocozis a todos os indios que apparecem na fazen-
da de Campos Novos pela linha telegraphica e que
habitam além do rio Nhambiquära. Esses indios,
porém, dão-se o nome de Cocoziis e chamam, a seu
turno, os Anonzês de Anonziis.
Os Cocozis, outra tribu da grande nação Nham-
biquára, têm muitos ranchos ( xycùs) na matta das
Cangas, nas cabeceiras dos rios Gamararézinho, Pri-
mavera, Vinte de Setembro e numa e noutra mar-
gem dos rios Juina, Formiga e Juruena.
Vão os Cocuziis até à estação telegraphica de
Utiarity. Visitei duas aldeias (ycirs ) destes indios,
sendo uma à margem direita de um ribeirão que
desagua no rio Juina, pela margem esquerda deste,
acima da passagem da linha telegraphica e a outra
numa cabeceira que corre para o dito rio.
Esta ultima æycù fica situada à cavalleiro de
bonito e extenso chapadão, muito limpo, que se es-
tende à margem esquerda do rio Juina, para cima
— 403 —
da passagem da Linha. Consta de dois ranchos de
morada, grandes, de dois esteios e cobertos de pa-
lha de burity e de nm outro rancho menor, redon-
do, de um esteio só e situado à rectaguarda da-
quelles. Nos dois ranchos maiores da frente, mo-
ram diversas familias, que obedecem ao chefe, ain-
da moço, de nome Acururé. A ayçiy não tem di-
visão e só tem uma porta, todo o oitão da frente.
Encontrei nesta aldeia muito mel que os indios
a toda a hora me offereciam, instando tambem para
que comesse milho assado, beiju de mandioca, to-
cura torrada e um bolo feito especialmente para
mim, ber de mandioca e tal moqueado, com
tripas e casco e tudo socado no pilão até serem
triturados todos es ossos. O indio que se encarre-
gou de fazer este ( para elles ) excellente bôlo ( äa-
rú) offereceu-me um e sahiu distribuindo o resto
pelas duas casas. Homens, mulheres e creangas co-
miam o tal bolo com evidente bom gosto !... Fe-
lizmente achei um indio que comesse c meu qui-
nbão. O meu companheiro, Paixão, comeu o dari:
com mêdo que os indios se melindrassem...
Fizeram um optimo cuscis de milho verde,
ralado e envolvido em folha de bacaba e depois en-
terrado no borraiho. Vi esses indios comerem grillo
assado, calange e uma cobra coral!...
Felizmente não mos offereceram.
Em uma dessas wycits, bavia uma criancinha
recem-nascida, filha do indio chefe. Estava comple-
tamente núa e já cheia de enfeites.
Quando ella sujava, a mãe dava-lhe um banho
de agua fria e, depois, aquecia-a ao fogo... Não
acceitou uma camisa de lã que eu offereci para en-
rolar a criança. A mãe nãc tinha o menor res-
guardo : comia tudo que o marido. muito solicito,
lhe apresentava e tambem queria que a criancinha
comesse com ella...
As mulheres ( doçús ) Cocuzis são fortes e to-
das muito gordas e mais sadias do que as docês.
Ellas nunca chegaram até aos nossos acampamen-
tos, ficando escondidas a uma certa distancia. Tive
HU —
o prazer de ser o primeiro recebido, amistosamente,
em uma «ycit de Cocoziis sem que as docis fu-
gissem.
Atravessam os rios Juina e Juruena, em qual-
quer ponto, fazndo jangada de quatro ou cinco ta-
Jos da folha de burity.
Os homens são muito fortes e de muita resis-
tencia para cortar de mackado. Na minba passagem,
de regresso à Capital Federal, em 1912, pelo des-
tacamento do rio Juina, vi um indio cortar um ca-
jueiro grosso, destinado à confecção da canda desse
porto, só de um folego, para ganhar o machado,
que levou com verdadeira alegria. Quando perce-
bem cavalleiro ou gente a pé, em viagem, elles le-
vam milho, beiju e mel para trocar por machado,
facão, phosphoros, contas de colar, chapéo, calça e
camisa. Preferem, sobretudo, machado, contas e
phosphoros.
INDIOS UAINEDEZES — tribu tambem da
grande nação Nhambiquára, que chegam em Cam-
pos Novos, pelo Sul. Eram muito desconfiados, fi-
cando sempre numerosos indios armados, de arcos
e flexas, nos cumes dos morros que cercam, pelo
Sui, a fazenda de Campos Novos. Nunca pernoita-
ram; tinham sempre pressa de trocar os presentes,
para voltar a reunir-se acs outros, que os aguarda-
vam nos morros. Mostravam descontentamentos
quando encontravam Anonzês ou Cocozüs no meu
acampamento.
Traziam-me sempre muitos presentes para tro-
car por machados, phosphoros e contas — razão por-
que a maior parte da minha collecção de artefactos
Nhaimbiquiras, feita em Campos Novos e destinada
ao Musèo Nacional, pertencia a estes indios. Os
Anonzés instavam commigo para lhes dar arcos,
flexas e outros objectos que tinham pertencido aos
Uainedezés.
Talvez, para os mostrar na sua æycê, como tro-
phéos de guerra...
— 405 —
As mulheres Uainedezês nunca foram à fazen-
da de Campos Novos e eu não cheguei a vèl-as.
INDIOS XAODY E TAYOPAS —- tribus tam-
bem Nhambiquáras.
Só visitaram-me uma vez e chegaram a Cam-
pos Novos, pelo Norte, tendo sahido, marginando o
rio Doze de Outubro. Logo que entraram na saia,
onde os recebi, separaram-se, voluntariamente, fican-
do os Xaody de um Jado e os Taydpas do outro e
eomeçaram a explicar com palavras e gestos donde
tinham vindo e o que queriam. Comprehendi pelos
rumos indicados, ou antes adivinhei que cs Xaody
habitam as margens do Doze de Outubro, muito
em baixo, ou do outro lado deste rio, muito além,
um pouco para Noroëste. Emquanto os Tayópas
têm sua aldeia para os lados do rio Nhambiquára,
muito em baixo.
Todos queriam machados, para tirar mel, e
para adquiril-os trouxeram arcos, flexas e muitos
collares, que iam me entregando ao receber o de-
sejado macliado.
Vocabulário
UE eas Ah. of pied ile
lbs! 2 Ro tune te QUE
AAA PEUT AMEL EE
MATEO HUE Det EU sti de
ALSOUSD a NES Tire
PU 71) je d RENTE e DO os
Ariticum .
Abelha — borá — regina
Abelha — mandobreu ,
Abelha — tata . ;
Abelha — mandury sitio
Abelha — tibuna
Abelha — mandaguary .
Eta gro NE NOR ee
- Basta, não quero mais.
(BR re athe
Bebida de
Bracelete de contas, .
Bracelete de côco . .
Braço ( ei DCE RAR
Braza. . EDU wid atts
Bot hess Sea ie
Brineo de cõeo na Goa
Bape, 15. ins ker <n
Bastatite cei kc. © Se E ae
[CAEN dd no o DE ae ee
CHAMACT SNA coe Oe
Corda de arco . . .
Cobertor vermelho , .
6 e Too DR a BLE is
Cantinho .
Cinta (a tiracollo de carregar
menino) te. ms
Ca hs ye asi oat DE
ENT RR oa vale
CANADA st hie ae
Colar de penna. :
Cipim. 5 . us
Chifre de besouro LUE
Cacão (fructa). . .
CABER ie us ca
COMERU MAD 6 Ca ss
Anonzé
Uarazê
ladenê
Aranzê
Tuquezê
Gozê
Ariatecê
Ararê
Arazi
Caindezê
Crainzé
Arizé
Cloarizé
Tarazé
Tuzê
(Queregatezê
Danary
Carésacandezê
Naquitazê
Airicanzê
Jajaquezé
Uaré
Idegaincé
Aronzé
Narucuzé
Uainudezé
Aaronzé
Uanuzê
Acurissina
Denacuruizé
Uariquizé
Urutecê
Dezoazê
Sareguzê
Xycê
Uricuzê
Uaniquitezê
Jranedezê
(Juirezé
Dodezé
Uruguezé
Sotré
Uaranzé
— 407 —
Cocorde-ftucume ut ee |
Colar ts.
Cabo de machado (de pedra ).
Cordão que prende o machado
(ide ipedeas a us ras
Conta branee, O cs tou te IR
Contalpretal ee da
Contalazuli: ss ., un MR
Veras se o we
Cabeça de aie coberta de
palha (para passarinho ).
Cabeça de flecha, sem palha .
Bento. ei RS fev tan ee A
Degas UNI) es
Dari E as EN 0 RS
Escuta os Ne
Farinha (de mandioca ) Ve
HR OR o Ces M, et
CRT OEM te
Fogo. :. NS PRE
Flauta de taquara tir :
Flecha (parte de taquara ). -
Flecha (parte de penna). .
ElechamCfarpa jo Ae Gt! a
EQ NRA RE TS NR
CO EME, AO LA Ta
SORT tag ni Pet TRE
revata rasteiro.,, q so dia
‘Gume de machado . , . %
res embora so 1 so à
cle Se Que O rã
HCH se» 42 AQE ear ote
Lambary ( peixe ) Peer LE
ACHR Ar a UE de LEE TE
Lingua Cotgão É ONE
Mendonca ce, he, wine et MENU
Peito (orgão) Cd a us aa
PO Corsão JS ere eu A O
Ecina torsão) À da ate, de
OBRA Qui- so ia Ta o a
Eau (peixe) ar Mo al a
Pacu (peixe) .
Eintado (peixe) a ata
Pão de raiz ( enfeite
ERpREato: Le Ve igh een os 4
PPDA Lie ee Lee de
Coentro sf wos eS tê
Porco . s CNP CONTRE
Pulseira de chifre SEINE RE
MAO) quo ees reas a ão
LA
.
.
e
Oroguezé
Cairizé
Essacê
Oroanzê
Uncanezê
Iricanzê
Cedeguiguezê
Iáyádezê
Saketunecazê
Aranguezê
Uiazê
Uaniquizê
Auazanerê
Nacata
Urinedezê
Kadak.zé
Itecé
Anicê
(Juiazé
Oriquezé
Denaquianzé
Ainzé
Mocaré
Daquizé
Tonerezé
Cuité
Enizé
Ira-a
Oiacé
Caizé
Caiezé
Aiandacé
Urireré
Niruquezê
Uänunguezé
Uäincuzê
Niquezê
(Juiza
Acurizé
Mambire
Uánuncê
Anainzé
Cracrassé
Tuizê
Itá
Iáquizê
Oradaicruzê
Nutezê
Panella es
Periquito, |;
Pedra. va a
Palmeira castiçal
(Juata ( macaco )
(Juan-quan ( passaro).
Rosario de contas
Rio 12 de
Outubro.
Rio Nhambiquaras .
Roca Ss, eee as
Ralo dem adeira.
Rato LS
Rabicho de palha, enfeite, pen-
dente do pescoço.
Solis ee deco dA is
DESUPd «qa mat os
Testa (orgão) .
Tic A0... ;
Tacape
(parte de madeira,
Tacape (parte central e tran-
cada com palha ).
Urubu os De Meat
Uricim er.
Unha (orgão) .
Dieters es
Vas tie
Vai adeante .
NCA Sumo yp 588
»
Oatarê
Cacaitezê
Doriguezê
Caicê
Calozê
Peantezê
Airocanzê
Orincandezê
Oaiéio-a candezé
Aitié
Tamaré
Dodecé
Taracê
Iquidazê
Ideneri
Uainaquezê
Anicé
Tituhy
Oriqueré
Uruciti
Duquezé
Uicanedezé
Tritré
Iana a ( tirira }
Uarity
Uiratanzé
Nomes proprios ::
Nuleke
Kucikezê
Zenikicê
Vocabulario Cocozu
Ana: soja
Arco .
Abelha- bujuby
Abelha-jaty
Rane hnedeoavallon
Antas hs
Arara . 0
Abanador .
Amigo.
Agua de mandioca
Bracelete .
Botar fóra
Bolo de beijjú e
no pilão .
Barbas. qo! o
Bigode (orgão)
tatu
: pisados
Orazú
Roquezú
Detocu
Oaiçu
Aruquitaçu
Juozu
Aranzu
Laquezu
Néné
Uriazú
Coradeçú e Oalateçú
Aidenarê
r
Aart
Uaietecu e Uatetute
Uariatu
Bed ue beets Urinozû
Boi ou burro Oaquezi
Braço (orgão) . A Uanedezeçute
Princo. dededco 4%. sw Daruquizú
medo co oo o EO ci Carru
Casnénanehor 2-0. 4 atlas va Xyçu
Nobsamedia qo sita So 2:10 Tizú e Uairizú
Cachorro . . Oarezú
Calango . ARDE Pr Anarrú
Cós de burity 2 ss a Derro
Cabello . . . . . . A Uaineteaçú, Uainequitu
Doma SLA: cor Cairizú
Cabacaddr. et Oatassú
Cigarro : Eideçú
Comer. : Naguezu
Conforme, duvida ,- Icinará
Dedo (orgão) . ai So Uaiquizú
Dente (orgão). 2a sts Uaiçú, Taniçú
Dá-me, pedindo . . é Inga
Flécha (ponta de gancho) . Ariquiçatú
» | (pontarchata). . . « Anêrassú
» (ponta redonda) . . Doquezû
Fogo! q "" NS pa Aineçú
LO kei age A eee Eu
(O Wa Ride LE Re Baguedaçú
BBP AUS SELS Ae Durriazu
HTML, so ala RR er. Durriazu
— 4140 —
Imbira, amarrada a cintura
Jaca. (cesto );.*».
Latido de cachorro .
Lagartixa: cos a
Lembo EE Ls ary vee
Bina aD rs ee à
Miuther PORTE
Mandiocavs a Qu,
Macae PMs ou"
Molho PR PAL ro
Mangaba aura
Nariz (orgão) . .
NOT TP Le
Olho (orgão) +. .
Orelha (orgão) . .
Onça TESTS ee
Para perguntar ( como se chama
isto ou como se chama ?).
Pó (orgão) 6 Ger a
Peqiy fy. MERE
Pão do nariz (enfeite)
Pão do labio ( enfeite ).
Pulse Ut o Se"
Pão de cavar o chão.
Dido rs 8. 8k
Polgulho o Ps us Vs
Perderso 1º. os
Peito (orgão) . .
Panela MA suas
Quente On, os
INORATIO, Di M LE
Ralo. Me
Colar de dentes de mac
Tatu gallinha . .
Unha (orgão) . .
Vamos ir 2 5
Vendo MAUA o ay i
Venha, chamar . .
aco
Araçu
Atiçú
Indezu
Janoçú
Ainêço
Urinoê
Doct
Urindu
Roteçu
Quiatu
Edeguezu
Uainedezu
Orenoa
Uaéquétu
Uanedezute
Enarru
Iridetoá? Déra? Irida ?
Uaiequecu
Aru
Uniuzú, Ecateçu
Trizu
Uniguecussii
Ruque
Nutu
Uricanezu
Nucatiracu
Tauénoquizu
Oatarrú
Aradenerê
Cainrizú
Donarrú, Tanarru
Roçaiçú
Arrú
Uaiélaquecu
Aida
Atarrú
Nharham
Nomes propiros
Acuruzé
CH
Estas Notas foram publicadas na Informação Goyana, de 15 de Agosto de
1919, de onde, com a devida venia, as transcrevemos,
___R: P. bonginos Navas, S. 3.
Algunos insectos del Brasil
3.° Serie
“+
à ré areas
+ ]
PR ua o
j x a = | LE) wr
i AL | . ko ¢
“ J
d'os Ge ME vi none és nd nt SA b
ASE Role age mn CT INT
‘ À | UV à
Fute
< y
O 3 E Te
Pais ' | ACER =
-
Lee iV Shi | ; ta pe ur
RO PN e ia ae
(tar Fa E
Rua NA tha i" ee
aay sank sa
er anitos 7 pó
s. ae \ | ane # at
\ 4 0" an 1
NUE Du ake qu
“thay ya:
PPT alee *e
on rois
di, a
CRE LUS à = À CEE |
k 7 | k
dj) NA [Pa 7
~~ | | a 4 a) +) ie
> tie) Geena = oie a
| 28 MORT NET Li
RENE ne CN. é
€ A @ Es
- im,
ALGUNOS INSECTOS DEL BRASIL
POR EL
R. P. bongincs Navas, S. 3.
3.2 SÉRIE
— ten
Los insectos de que voy a dar noticia los he
recibido casi todos del Dr. Affonso d'E. Taunay, Di-
rector del Museo de San Pablo, para su estudio, pero
con permiso de reservar duplicados para mi colección,
o, propriamente, según me decia en la carta de 20
de Agosto de 1919, “os specimens unicos queira
restituir-nos e das duplicatas basta que nos mande
um exemplar de cada ”.
Todos ellos pertenecen al antiguo orden de los
Neurópteros, actualmente desmembrado en varios.
Y aunque los Odoratos que voy a enumerar son ya
my conocidos, conviene empero consignarlos para el
mejor conocimiento de la fauna brasileña.
PARANEURÓPTEROS ( ODONATOS )
Familia LiBkLÜLipos
1. Erythrodiplax connata, Burm. var. fusca
Ramb. Caravelas ( Bahia), E. Garbe leg.
Nov. 1908.
Erythrodiplax nigricans, Ramb. Theo-
philo Ottoni ( Minas), Nov., 1908, E.
Garbe leg.
3. Erythrodiplax anomala, Brau. Caravelas
( Bahia) Nov. 1908, E. Garbe leg.
Erythrodiplax ochracea, Burm. Cara-
velas (Bahia) Nov. 1908, E. Garbe leg.
vo
is
=)
11:
12:
Se AE
Ervthrodiplax umbrata, L. Caravelas
( Bahia), Nov. 1908, E. Garbe leg.
Orthemis ferruginea, Burm. Theophilo
Ottoni ( Minas ), Nov. 1908, E. Garbe leg.
Perithemis waltheri, Ris. Theophilo Ot-
toni (Minas), Nov. 1908, E. Garbe leg.
Micrathyria Marcella, Sel. São João da
Barra ( Estado do Rio ), 1912, E. Garbe leg.
Lepthemis vesiculosa, I. Villa Nova
( Bahia) 1908, E. Garbe leg.
Macrothemis marmorata, Ilag. Theo-
philo Ottoni ( Minas), Nov. 1908, E. Garbe
leg.
Familia Esnipos
Aeshna bonariensis, Ramb.
Theophilo Ottoni ( Minas). Nov. 198, E.
Garbe leg.
Aeshna confusa Ramb. Theophilo Ottoni
( Minas ), Nov. 1908, E. Garbe leg.
16.
17.
Familia AGRIONIDOS
Hetaerina rosea, Sel. Villa Nova ( Bahia),
Nov. 1908, E. Garbe leg.
Lais pruinosa, Ilag. Theophilo Ottoni( Ba-
hia), Nov. 1908, E. Garbe leg.
Lais pudica, Hag.S. Paulo, Ypiranga, Mayo
de 1919, E. Schwebel leg.
EFEMERO'PTEROS
Familia ErEMÉRIDOS
Campsurus dorsalis, Burm. S. Pablo, 1912.
Varios ejemplares.
Euthyplocia Guntheri, sp. nov. (fig. 1).
Similis ancipite Eat. Major.
Caput fuscum ; oculis in sicco fuscis; ocellis
flavis.
— 415 —
Prothorax fusco-violaceus. Meso-et metathorax
fulvo-flavi.
Abdomen irferne fulvo-flavum, superne fusco-
violaceum, linea longitudinali media fulva; urodiis
seu cercis superioribus longissimis, roseo-vinaceis pal-
lidis, ad articulationes albidis; cercis inferioribus
seu forcipe fulvo-albidis, elongatis, cylindricis, sen-
sim attenuatis, apice obtusis, haud dilatatis, primo
articulo brevi, secundo longo, leviter arcuato.
Pedes fuscc-vinosi, tersis pallidioribus.
Alae hyalinae, reticulatione fusco-ferruginea,
densa.
Ala anterior membrana parte anteriore fusco-
violaceo tincta, obscurius ad basim, distincte in areïs
costali, subcostali et radiali, basi usque ad cubitum,
retrorsum sensim diluta ; cubito duobus ramis prin-
qq
SEAS
—
Cet)
Euthyplocia Guntheri Nav. d
Parte posterior del ala anterior. ( Mus. de San Pablo )
cipalibus; postcubito (8 Eaton) ramo bis farcato
(fig. 1), vennla una interna marginali citra ramum ;
venis axillaribus (9 Eaton) 3-4 venulis inter se con-
junctis; venulis axillaribus pluribus (fig. 1).
Ala postericr fere ut in ancipite Eat. ; area cos-
tali angusta, in sexto basilari latiore, mox lineali,
in medio apicali paulo latiore, venulis crebris sim-
plicibus ; area subcostali triangulari e longata, sim-
plice, venulis in tertio basilari densis.
Long. corp. & 13 mm.
— al. ant. 20 mm.
— — post. 84 mm.
— urod DD mm.
o PD e
Patria. Brasil. Un ejemplar rotulado asi: Esta-
ção Piassaguéra ( Santos), 1910-- F, Giinther leg.
( Mus. de San Pablo).
NEUROPTEROS
Familia MIRMELEONIDOS
18. Glenurus brasiliensis sp. nov. (fig. 2).
Similis heteropterygidi Gerst.
Caput fuscum, vertice et occipite flavo macula-
tis; labro antice flavescente; oculis in sicco fusco-
cinereis ; palpis nigris, ad articulationis flavis ; arti-
culo ultimo labialium fusiformi, incressato ; antennis
thorace longioribus, clava gracili elongata, duobus
primis articulis fusco-nigris, ceteris ferrugineis.
Thorax inferne picens, superne fuscus, fascia
media longitadinali fulva ; meso-et metascutello sub-
totis fuscis. Prothorax longior quam latior, antror-
sum angustatus, pilis lateralibus, fuscis, mediocribus.
Abdomen fuscum, fusco breviter pilosum, se-
cundo tergito linea media longitudinal fulva, quarto
(interdum etiam aliis) basi anguste fulvo.
Pedes flavi, fusco punctati et setosi, apice fe-
morum, tibiarum et tarsorum fusco ; calcaribus gra-
cilibus, rectis, apice arcuatis, duos primos tarsorum
articulos «quantibus.
Ake hyaline: irideæ, lanceolate, ad stigma di-
latatee, fusco maculatæ ; reticulatione subtota fusca,
pallido striata; stigmate roseo-albo; membrana ad
fascias fuscas apicales aibida, subopaca.
Ala anterior membrana leviter plicata ubi linea
plicata in aliis generibus adest; area costali venulis
plerumque simplicibus ; area apicali lata, venulis vix
in duas series gradatas dispositis ; area radiali fere 6-
5 venulis internis, ultima areola fere divisa ; sectore
radii fere 14 ramis ; area cubitali interna fere sim-
plice. Fascia lata nigro-fasca transversa in tertio
apicali, citra sigma a margine costali ad externum,
interne et externe fortiter sinuosa, cum limbo api-
— AIT —
cali conjuncta, ipsum marginem externum sib apicem
alee haud attingente et in aream apicalem angustius
excurrente. Praeterea stria oblíqua ad anastomosim
rami obliqui cubiti, ad marginem posteriorem ; stri-
ola fuscæ longitudinales in area subcostali. Venulæ
radiales ad radium, intercubitales subtotæ, internæ
latius, fusco limbatee.
Ala posterior (fig. 2) longior angustiorque ;
area apicali sine venulis gradatis; una venula radiali
7 6
(Fig. 2)
Glenurus brasiliensis Nav. &
Ala posterior ( esquemática ) ( col. m.)
interna; sectore radii fere 11-12 ramis. Fascia lata
nigro-fusca in tertio apicali a costa ad marginem
externum, interne fortiter sinuosa, antice in duas divisa
citra et ultra stigma, postice duas grandes areolas
liberans et usque ad apicem limbo lato excurrens.
Striolae fuscae longitudinales in area subcostali.
S
Eonge corp,’ 28 mm. 2 mm:
— al. ant. 38 » 41/2 >
— — post. 402 » D x
Patria. Brasil. Tomo por tipo un ejemplar ¢
que tenia en mi coleccion con el nombre de Gle-
nurus heteropteryx Gern., procedente de Jaraguá,
y otro & de San Pablo recibido reisentemente
del Gonde A. Barbiellini, quien me lo envió para
mi colección.
Se parece mucho al Glenurus heteropteryx
Gern., sobre todo en la estructura y pintura del ala
posterior; mas en la anteriores muy diverso, pues
el heteropteryx carece de la banda obscura apical.
Zaragoza 15 de Enero de 1920.
11 Tie ATEN Coe. ah ths DT AR Un AU (UE nl dr
cute HE o AUDI: FTA
| Ho) e TUT RI QUE EAU His vil a
Pie Le THIN | Lits Li ey 1 MEME | ‘4 BN } À
4 o ' | li, E ae
; | DUT AL A UE | FF ARA UM E
iy + | A vob |
a Ae UN an oe
- cool br vite wer TE Hie te Ee
| fre (à wit he \%
’ o”
LA >
NT nh ;
; ii UN a A
AR]
ut à PATES
' } AM f
M suit ja À] A
AL ih,
i A |
y Ê AU on FR + \ +
j ANO le } mit
{ | á x à y
E ND ROD pe EAR Ns
i oe QUE PAT ms , t = al
ity alk OU D LEE UM 1 Í
EA Lt ery EM d EA a ioe a al ,
TOUL dirons RAM 11 A RA MEDIA RREO |
—_
i P ; ada ete? RO uP, i ie} a on 4 hy ER
E) PL IL VIEN init a fi nt hy Ts Lt Au ei (MORTE f te
| ER des RFA CN ANT EURE
o | E REA Na hi dh. O LEO Lit rst thy eae ‘Ohta
TA TW Ha (A 4 im i ni qu “ul (HQE JA lg |
“+ ENA o É RS ui PRINTS a OT. ni RACE" 1
un ER té VA A i 7 Fi ; ry A po | a
C yy { AUTRE Lan A i Pr A PT um \
o. RAP PR ES
EE e. Ps RON NR TE ni E RAC hele Je 4%: vi
o RD = may Wei
ae RR, Vu | TNT (al 1 Atle Tr EDR À A DMR
A! A RIA
4 so en (aD ; a 1h af Am RA Ja os pie LL ES
RR gde dy | |
PR 4 |
RUE fu 7 É N
Wit ob ARE don LE tani
ny va U L po Fu oe A tn i : x
eu sith
Te) A AN
JULIUS MELZER
Longicorneos novos
ou pouco
conhecidos do Brasil.
Lonelearweas novos ou pouco conhecidos do Brasil
TEMNOPIS
Serv. An. Soc. Ent. Fr. 1834, p. 90
T. SIGNATICORNIS, n. sp. — ( Estampa t, fig.
3 &, fig. 4 9.) & Hlongata, tenuiter rufo pu-
bescens, supra opaca, subtus laevia, nigra, capite,
thorace supra, scutello, elytrisque flavo- ferrugi-
neis, antennarum articulis S--11 alho flavis ; ca-
put subtilissime coriaceum, longitudinaliter sulca-
twin, enter antennas concavum, genis mediocribus ;
antennae corpore sesqui longiores, subtiliter villo-
sae, subtus ciliatae, corvaceae ; thorax latitudine
longior, apicem versus paululum attensatus, sub-
tillissime coriaceus, das: valde coartatus, dorso
longitudinaliter sulcatus, lateraliter ante-medium
angulato dilatatus ; scutellum apice rotundatum ;
elytraelongata, subparallela, obsolete bicostata,
apice singulatim rotundata, sat crebre punctata.
ç. Thorax latitudine haud longior, cmnino
flavo-ferrugineus, supra necne sulcatus, antennae
corpore quarta parte longiores.
. Long. 9 3/4— 16 1/2 mm., lat. hum. 1 3/4 —
2 3/4 mm..
Fab. : 2% exemplares Jd e 99 de Passa
Quatro, Sul de Minas.
Os typos se encontram na collecçäo do sr. J.
F. Zikän, ra do Museu Paulista assim como na
minha.
Preta, cabeça, prothorax na ¢ totalmente, no
& sómente em cima e lateralmente, scutello e ely-
tros flavo-ferrugineos, os ultimos 4 articulos das an-
tennas d'um branco amarellado. Opaco em cima, me-
diocremente lustroso (cabeça em baixo fortemente
lustrosa excepto) em baixo; o corpo tênue rufo
pubescente, as pernas e os primeiros sete articulos
das antennas com uma pubescencia curta e preta.
Cabeça finamente coriacea em cima, longitudinal-
mente sulcada e fortamente concava entre os olhos.
Olhos divididos, a granulação subgrossa como em.
T. rufothorax, o processo jugular quasi do mesmo
tamanho que a parte inferior do olho. Antennas
sobrepessando os elytros com os ultimos 5 articu-
los no 4, com os ultimos 4 apenas na ©, finamente
rugosas (mas não crenadas ), e pubescentes, em
baixo fimbriadas; o 1.º articulo antennar obconico
e grosso, os articulos 3 até 7 em comprimento qua-
si iguaes, os restantes decrescendo proporcional e
gradualmente. Prothorax convexo, finamente co.
riaceo, no & mais comprido que largo, na ¢ o com-
primento é de cerca da largura maxima do mesmo,
fortamente restringido na base, as bordas lateraes
quasi parallelas, o do 4 no dorso longitudinalmente
mas bem rasamente sulcado, sendo o sulco flanquea-
do por uma carena obtusa, lateralmente o protho-
rax um pouco além da entalha basal está muito li-
geiramente dilatado, formando um minutissimo tu-
berculo liso e quasi imperceptivel. O prosterno no
&, devido a ponctuação e a pubescencia mais densa
— formando aquella finissimas rugas transversaes,
— é menos lustroso que na 9. Scutello pequeno,
arredondado posteriormente. Elytros compridos,
quasi parallelos, densa e bastante grossamente ponc-
tuados, cada com uma costella apenas distinguivel
e com o apice oblongo-arredondado. O metasterno
lustroso, os episternos metasternaes finamente coria-
veos e subopacos assim como o mesosterno ; o ab-
domen bastante sobrepassado pelos elytros, lustroso,
fina e mui dispersamente ponctuado e assim pubes-
cente. Pernas compridas e comprimidas, finamente
coriaceas e pouco lustrosas, com uma pubescencia
preta, curta e pouco densa; tarsos mediocres, o
primeiro articulo das pernas entremeiadas e poste-
riores de cêrca do comprimento dos 2.º e 3.º con-
junctos.
A côr do prothorax bem como da cabeça às
vezes é mais escura que a dos elytros e isto prin-
cipalmente em exemplares 4 de tamanho maior.
A côr preta do prosterno, que geralmente distingue
o & em alguns individuos deste sexo falta comple-
tamente e este está tinto portanto como a 9; em
outros exemplares. porém a côr preta occupa além
do prosterno igualmente quasi toda a parte lateral
do protkorax e alem disto tambem a parte lateral
da cabeça, na altura da parte inferior dos olhos,
formando aqui manchas mais ou menos grandes.
Estas manchas pretas na cabeça tambem certos in-
dividuos ¢ mostram, e, neste caso, tambem o pro-
sterno dellas em contorno da cavidade coxal assim
esta tinto. O apice dos elytros, em geral da côr
do resto dos elytros, às vezes está ligeiramente en-
fuscado e, excepcionalmente, toda a ponta preta.
A pubescencia do corpo, pouco densa e bem
curta, é dum rufo claro, a das pernas e dos sete
primeiros articulos antennares é de côr preta, em-
quando a dos articulos & até 11 é tinta como estes
articalos, isto é, d'um branco amarellado.
Esta especie é bem interessante devido a sua
forma delgada e comprida, semelhante a das 7. me-
gacephala Germ. e T. nigripes Auriv., e devido a
seu processo jugular bem grande, particularidade
esta, que se observa tambem na 7. rufithorax Auriv.
E” esta a 6.º especie d'este genero, todas bra-
sileiras, sobre cujo «habitat» posso participar o
seguinte: T. magacephala é-me conhecido da ca-
pital do Estado de S. Paulo, de Cotia do mesmo
Estado e de Passa Quatro, Sul de Minas; Gounelle.
( Ann, Soc. Ent. Fr. LXXVII, 1908, p. 592) assi-
œnala o mesmo de Jatahy, Estado de Goyaz. Os
exemplares da capital de São Paulo se collecciona-
ram nos mezes de Dezembro e Janeiro, os de
Passa Quatro no mez de Novembro.
T rufoscapus Auriv.; o Snr. Bondar, então
lente da escola agricola «Luiz de Queiroz», me
enviou diversos exemplares para serem determinados
sendo um o& de minha collecção procedente de Mar
— 424 —
de Hespanha ( Estado de Minas), colleccionado em
16. XI. 1911 pelo Snr. J. F. Zikán. O typo desta
especie era do Estado de Espirito Santo.
T. rufithorax Auriv., assignalado pelo avctor
de Petropolis, não é alheio tão pouco ao Estado de
Espirito Santo. Possuindo eu um 4, procedendo
de Alegre, e além disto tenho 3 d'a e uma 1 ©
colleccionados pelo Snr. Zikän em Passa Quatro,
Sul de Minas. Esta ¢ tem os elytros, — a faxa
flava excepta, — francamente azulados e a mancha
preta-azulala, que orna o pronoto, é consideravel-
mente maior que nos oo. As antennas da 9 apenas
sobrepassam o apice dos elytros.
Conforme o auctor o habitat de T. nigripes
Auriv. é Santa Rita (Estado da Bahia) e do 7° cy1-
nescens Auriv. o Estado de Espirito Santo. Estas
especies infelizmente não conheço.
ATENIZUS (2)
Bates, Ent. Month. Mag. IV. — 1867, p. 27
Será bem provavel, que para a especie mais
além descripta deve ser creado um genero novo,
mas, como não podia até hoje estudar em natura
o Atenizus laticeps Bates, conhecido do Amazonas,
e como os dados de Bates e Lacordaire sobre este
genero não permittem de resolver sem hesitação esta
questão, limito-me a apresentar os dados seguintes :
Palpi mediocres, maaxillares labralibus lon-
giores ; caput productum, prothorace latior, inter
antennas concavum, inter oculorum lobos superio-
res tuberculatum, fronte verticali, plana, longitu-
dinaliter sulcata, trapeziforme, tuberculis anten-
niferis elevatis, bast contiguis, gens fere nuilis ;
oculis magnis, grosse granulatis, emarginatis,
supra late separatis: antennae ( g ?) corpore
haud longiores, 11 articulatae, graciles, subtiliter
villosae, sublus ciliatae, scapo breve, obconico, art.
3.º subaequalt, hoc sequente manifeste breviore,
4—11 subaequalibus ; thorax latitudine longior,
supra deplanatus, antice posticeque coartatus, la-
— 425 —
teribus in medio rotundatis ; scutelluin muinutum,
apice rotundatum; elytra elongata, subparallela,
apice singulatim oblongo-ovalia ; coxae anticae
intermediaeque contiguae, illae conicae extus an-
gulatae ; pedes graciles, femora compressa, sub-
parallela, tarsorwm art. 1 caeteris valde longiore.
Acetabula intermedia paululum extus hiantia.
Os palpos säo de tamanho ao menos mediocre,
os maxillares quasi do dobro dos labiaes no sen-
tido do comprimento; a cabeça é bem saliente e
devido à forma globulosa e o volume dos olhos está
formando um coll) curto, ficando a mesma tambem
mais larga que o prothorax. Entre as antennas a
- cabeça é concava e entre as partes superiores dos
olhos, existe um tuberculo. A fronte é vertical,
trapezitorme, plana e longitudinalmente sulcada, os
tuberculos antenniferos na base contiguos, são me-
diocremente salientes, o processo jugular é qnasi
nullo. A parte inferior dos olhos é bem volumoso
emquanto que a parte superior dos mesmos quasi
é nulla; os olhos são grossamente granulados e
sua borda anterior é sinuosa. As antennas são de
11 articulos e sobrepassam apenas o apice dos ely-
tros, filiformes, ligeiramente villosas e em baixo um
pouco ciliadas; o scarpo é curto e obconico e de
cerca do comprimento do 3.º articulo antennar, este
é mais curto que o 4.º os restantes, a contar do 4.º
são subeguaes. O vrothorax é mais comprido que
largo, eliptico, em cima moderadamente deprimido,
anterior e posteriormente gradualmente coarctado.
Os elytros são compridos, quasi parallelos, e cada
por sim arredondade posteriormente. As coxas an-
teriores e entremeiadas são contiguas, bem grandes
e aquellas anguladas lateralmente. A cavidade coxal
entremeiada é ligeiramente aberta lateralmente. As
pernas são delgadas, os femora subparallelos e com-
primidos. Os tarsos, particularmente o 1.º articulo,
são bem compridos.
Como se vê existem bastante affinidades com o
genero Atenizus, mas, ha tambem, parece-me, diffe-
renças, que justificarão a creação d'um novo genero.
a a
Si esta supposição se provar, proponho de denomi-
nar este genero Ceratoeme.
A (2) TAUNAYI, n. sp. Estampa n. 2
Fig. n. 5 e 94
Rufo-testaceus, linearis, tenuiter flavo-pilosus,
setisque flavis in elylris serialtim ordinatis spar-
sim hirtus, antennarum articulés 2—11 (1—11
base flavo annullatis), apice mandibularum, ely-
trorum apice nigris vel fuscis ; caput subopacum,
subtulissime punctulatum, inter antennas conca-
cum, fronte subliliter sulcata, genis brevissinus,
oculorum lobis inferioribus semiglobosis, lobis su-
perioribus inter se valde distantibus ; antennae
subtiliter flavo villosae, subtus sparsim flavo-
cliatae. art. 2-11 opacis. art. 3.º 4.° dimidro
breviore; thorax latitudine maxima tertia parte
longior, bast apiceque recte truncatus, dorso de-
pressus iongitudinaliterque obsolete sulcatus, sub-
taliter punctatus et sparsim prlosus, prosterno laevi,
glabro ; scutellum parvum, subquadratum, | apice
rotundatwm, subtiliter punctatum et pilosum ; ely-
tra basi thoracis latitudinem maximam aequantia,
thorace quadruplo longiora, subtilius dense punc-
tata, dorso subplana, subnitida ; femora postica
abdominis segmentum tertiun haud superantibus,
tars: postici elongati, art. 1.º caeteris simul sum.
ptis duplo longiore; metusternum nitidum, sai
dense punclatum parsimque flavo hertum ; abdomen
nitidum, subtiliter punctatum.
Long. 6-- 7 1/2 mm., lat, hum. 1 1/5--1 1/2
mm. 4 & (?).
Hab. 1 exemplar de S. Vicente ( Santos), 1.
XI, 1915. 2 exemplares do Bosque da Saude. perto
da Capital, de S. Paulo. 28, XI, 1915,\e 28/05
1916. Um exemplar do parque Jabaquára igual-
mente perto da Capital de S. Paulo, 22, XII, 1916.
Os typos se encontram na minha collecção.
Todos exemplares encontrei em galhos seccos,
sacudidos com um pau e providenciando, que os
insectos nos mesmos agarrados, cahissem num
ne
— 427 —
guarda chuva aberto, collocado por baixo do respe-
ctivo galho. Elles são bem ageis e procuram logo
de escapar de sorte que, mal dava o tempo de
apanhal-os.
Estes longicorneos são pequenos e delgados,
dum rufo-testaceo, ligeiramente flavo-pubescente,
encontrando-se nos elytros cerdas flavas, collocadas
em linhas, os articulos 2-11 das antennas (os de
4-1! com a base flavos), o apice das mandibulas
assim como o dos elytros pretos ou enfuscados. A
cabeça é quasi opaca, com uma pubescencia muito
dispersa e muito finamente ponctuada, a frorte é fi-
namente sulcada e o tuberculo que se encontra entre
as partes superiores dos olhos é bem saliente. A
parte inferior dos olhos é quasi semigloboso e em
cima os olhos são largamente distantes. As antennas
mostram uma pubescencia flava pouco densa e bem
curta, sendo em baixo ainda ligeiramente flavo cilia-
das, os seus articulos 2-11 são opacos e o 3.º é da me-
tade mais curto que o 4.º. O prothorax é 1/3 mais com-
prido que largo, na base assim como no apice
rectamente truncado, o dorso é deprimido e longi-
tudinalmente porém obsoletamente sulcado, sua pon-
ctuação é bastante fina e pouco densa, sendo a pu-
bescencia bastante dispersa, em baixo o prothorax é
liso, glabro e lustroso. O scutellum é pequeno,
quasi quadrado e arredondado posteriormente, fina-
mente ponctuado e pubescente. Os elytros na base
são da mesma largura que o logar mais largo do
prothorax e tem quatro vezes c comprimento deste,
elles são mediocremente lustrosos e fina e densa-
mente ponctuados, sendo o dorso ligeiramente de-
primido. Os femoras das pernas posteriores não ou
apenas sobrepassam o terceiro segmento abdominal.
Os tarsos das pernas entremeiadas e posteriores
são bem compridos, sendo seu primeiro articulo do
dobro dos outros conjunctamente no sentido do com-
primento, o segundo articulo é mais comprido que
o terceiro. O metasterno é bem lustroso porém
densamente ponctuado, sendo o abdomen da mesma
maneira lustroso mas mais dispersamente ponctuado.
— 428 —
Causa-me especial prazer de poder dedicar esta
nova especie ao meritissimo director do Museu Pau-
lista o Illmo. Sr. Dr. Affonso d'Escragnolle Taunay.
COLEOXESTIA
Auriv. Col. Cat. Tunk-Schenkling, pars. 39, 1912, p. 64.
Xestia Serv. Ann. Soc. Ent. Fr. III, 1834, p. 16.
C. SIMILIS, n. sp. Estampa n. 1, fig. n. 2
S. Subelongata, bruneo-mgra, ntida, elytris
— vita suturali retrorsum angustata, macula elon-
gata humerali marginibusque bruneo-nigris ex-
ceptis — testaceis, femoribus in medio testacers,
capite, prothorace, scutello pectorisque lateribus
plus minus dense flavo-aureo tomentosis ; caput co-
riaceum, grosse punctatum, tuberibus antenniferis
obtuse dentato-productis, vertice flavo-aureo tomen-
toso, longitudinaliter carinato, carina glabra, love
fronte subtiliter flavo-aureo tomentosa, longitudi-
naliter sulcata; antenæ corpore tertia parte lon-
giores, subtus laxe fimbrialæ, scapo crasso, pun-
ctato-rugoso, bast sulcato, art. 3-10 obsolete sulcatis,
art. 3-7 apice paullum nodoso, 4.° praecedente et
sequente breviore ; thorax latitudine brevior, antice
posticeque coarctatus e sulcatus, flavo-aureo pu-
bescens, dorso rugis transversis in medio interru-
plis aratus, carina media levi necnon gibbis duabus
externis, obtusis, levibus mumnto; scutellum flaro-
aureo tomentosum, linea media glabra, levi; ely-
tra subtillisime punctulata, elongata, parallela apice
conjunctim rotundata, angulis suturalibus breniter
spinosis ; femora modice clavata, subinermia; pros-
terno processus intercoxalis postice abrupte declivis,
mesosternt processus planus, antice excavatus ; ab-
domen apice setis pr ciliatuin.
Long. 19-- 20 1/4 mm., lat. hum. 4 3/4 - 5 mm.
Hab. 1 J por mim colleccionado no dia 26 de
Novembro de 1914 na Averida Paulista da capital
do Estado de São Paulo; 1 æ que faz parte da
collecçäo do Museu Paulista (n.º 12831 \ foi collec-
cionado pelo Snr. Bicego, em Manäos, Estado do
Amazonas.
— 429 —
Comprida, castanho muito escura ou quasi pre-
ta, lustrosa, os femora no meio e os elytros säo
testaceos, tendo estes porém um traço na sutura que
posteriormente fica gradualmente mais estreito, as
bordas lateraes estreitamente e uma mancha elon-
gada na parte lateral das espadoas da mesma côr
que o resto do corpo; a cabeça, o prothorax, o scu-
tello e a parte lateral dos sternos são mais ou me-
nos denso flavo-aureo pubescente.
A cabeça é grossamente ponctuada, o vertice,
flavo-aureo pubescente, mostra uma carena longitu-
dinal glabra e lustrosa, a fronte é longitudinalmente
e bastante profundamente sulcada e dispersamente
pubescente, as mandibulas são grossamente rugosas,
ligeiramente pubescentes e mostram algumas cerdas
bem compridas e flavas, cerdas identicas circumdam
a parte inferior dos olhos posteriormente, os tuber-
culos antenniferos são salientes em dente obtuso ; O
processo jugular é bem curto, os olhos, grossamen-
te granulados, fortemente circumdam em baixo os
tuberculos antenniferos, e as partes superiores dos
olhos são mediocremente separadas em cima. As an-
tennas sobrepassam o apice dos elytros com os 10.º,
11.° e mais a metade do 9.º articulo, ellas são seti-
formes e em baixo ligeiramente fimbriadas; o seu
“primeiro articulo é curto e grosso, quasi cylindrico
e rugosamente ponctuado, mostrando um sulco pou-
co desenvolvido na base, os articulos 3--10 são
obsoletamente sulcados em cima assim como em
baixo e os articulos 3-- 7 tem o apice ligeiramente
nodoso, o 4.º é da metade cerca do 3.º no sentido
do comprimento, um tomento flavo e muito curto
está vestindo os articulos a contar do 5.º. O pro-
thorax, um pouco mais largo que comprido, anterior
bem como posteriormente é mediocremente coarcta-
do e sulcado, a pubescencia é bem densa, ficando
glabros e lustrosos um callo comprido longitudinal
e mediano e em cada lado pouco distante do mes-
mo um tuberculo maior anterior e um outro muito
pequeno posteriormente; o dorso é transversal e
grossamente rugoso-ponctuado, ornado com poucas
Lu ED que
cerdas flavas bem compridas e em cada lado mostra
um pequenissimo tuberculo glabro e lustroso, exis-
tindo um outro e do mesmo tamanho um pouco mais
alem; o prosterno é grossamente punctado-rugoso
e munido com dois sulcos muito profundos e trans-
versaes e destarte formam uma ruga bem grande.
O scutello densamente pubescente no meio mostra
espaço longitudinal glabro e liso. Os elytros mos-
tram uma ponctuação finissima e perceptivel apenas
com uma lente bem forte, elles são glabros e lus-
trosos, regularmente convexos, parallelos lateralmen-
te, conjunctamente arredondados posteriormente e a
ponta suturo-apical saliente em espinho curto. Os fe-
mora são moderadamente claviformes, muito disper-'
sa e finamente ponctuados e a ponta dos enutremei-
ados e posteriores não saliente em espinho; as ti-
bias, ligeiramente flavo-hirsutas, são inermes na pon-
ta externa. O processo prosternal é estreito e abrup-
tamente declivo posteriormente, o processo mesos-
ternal é plano e ligeiramente concavo na base; o
abdomen é lustroso e liso e mostra somente algu-
mas cerdas muito dispersas, sendo a ponta do ul-
timo segmento cilliada com cerdas flavas, a ponta
mesma é ligeiramente sinuosa.
Indubitavelmente o «habitus» desta especie é com-
pletamente o duma Coleoxestia, mostrando todos os
característicos das mesmas, incluindo as cavidades
coxaes entremeiadas, que são embora só ligeira-
mente fechadas lateralmente, mas o sulco de cima
e de baixo no terceiro articulo antennar é uma coisa
excepcional para este genero e digno de ser desta-
cado devidamente. De resto esta nova especie mostra
muitas affinidades com C. pictipes Newm., e C. an-
nullipes Buq.
Si não se tratar dum engano de rotulo na es-
pecie do Museu Paulista, o habitat desta especie
seria estendido sobre uma região enorme.
C. DENTICOLLIS, nov, sp. Estampa n. 1, fig. n. 1
Elongata nitidissima, bruneo-rufa, capite tho-
raceque saturioribus, setis-pallides, et brevissimis
— 481 —
in elytris hirta, pectoris lateribus leviter argenteo
tomentosis ; caput sparsim grosse punctatum, ver-
tice inter oculos carinalo, tuberibus antenniferis
intus productis; antenne %$ corpore breriores,
scapo obconico, opaco, punctato, art. 5-4 apice no-
dosis, 5 angulato dentato, 6-70 serratis, 5-11
entus lateraliter sulcatis ; thorax latitudine paulo
brevior, antice posticeque valde coarctatus et sul-
catus. dorso rugis undulatis, transversis profunde
aratus, satis paucis subtus e lateraliter hirtus, la-
teraliter utrinque trituberculatus, tuberculo antico
obtuso, tuberculo medio obconico, mamato, tuber-
culo postice obsolete calloso ; scutellum triangulare,
pube-grisea anguste marginatum ; elytra subtillrs-
seme punctata et vermiculata, apice quadrispinosa,
spinis saturalibus paulo brevioribus, subtillissine
griseo-setosa, setis dispersis et brevissumas; femora
modice clavata, media et postica subdentata, pro-
sternt processus intercoxalis postice paululum di-
latatus, abrupte declivis ; mesosternt processus tu-
berculatus, antice excavatus, abdonunis segmentum
ultinum apice truncatum.
Lonz. 32 1/2 mm., lat. hum. 8 1/4 mm.
Hab.: Um exemplar de Joinville, Estado de
Santa Catharina.
Comprida, lustrosa, dum bruneo-rufo, sendo
porém a cabeça e o prothorax mais escuros, os ely-
tros dispersamente munidos com cabellos claros e
muitissimo curtos, os esternos lateralmente são mais
ou menos denso-griseo-tomentosos. A cabeça é dis-
persamente grosso-ponctuada, os tuberculos antenni-
feros são bastante salientes e no vertice, entre as
partes superiores dos olhos existe uma carena rela-
tivamente curta ; poucas cerdas compridas e flavas,
que mais se juntam por traz da parte inferior dos
olhos, estão espalhadas sobre a cabeça e os mandi-
bulos. As antennas ( ¢ ) sobrepassam ligeiramente
o terceiro quarto dos elytros, ellas são ligeiramente
ciliadas em baixo, o scapo é obconico, opaco, pon-
ctuado, os articulos 3 e 4 tem a ponta nodosa, o
5.º na ponta está saliente em dente e os 6-10 den-
— 432 —
tados em serra, o 4.º é dum terço sómente do 3.º
no sentido do comprimento, os articulos 1-3 são li-
geiramente os restantes densa porem mui curta-
mente griseo-tomentosos, os articulos 5-11 na borda
interna são lateralmente ligeiramente sulcados. O
prothorax é um pouco mais largo que comprido,
anterior e posteriormente fortemente coarctado e
transversalmente sulcado, o dorso mostra bastante
rugas grossas e irregularmente transversaes, em
cada lado ha tres tuberculos dos quaes um no meio,
saliente e obconico, um anterior e meio obtuso e o
terceiro posterior, mais grosso e em fórma de callo ;
observa-se algumas cerdas compridas e flavas, prin-
cipalmente em baixo e lateralmente, sendo no dorso
encontrado pubescencia semelhante a avisada nos
elytros, porem muito mais escassa. O scutello liso
e lustroso é finamente griseo pubescente nas bordas
lateraes. Os elytros são compridos, finamente pon-
ctuados, cada no apice com dois espinhos compridos
sendo o da sutura apenas mais curto que o outro ;
a pubescencia é muitissimo curta, as cerdinhas
nascem nas pontas, que se vêm espalhadas disper-
samente sobre os elytros. Os femora são modera-
damente claviformes, os entremeiados e posteriores
apenas dentados na ponta, mostrando estes a pube-
scencia no canto superior, particular a todas as es-
pecies deste genero; as tibias, mas relativamente
tambem os femora, são bastante densamente e lon-
gamente flavo-hirsutas. O processo prosternal é es
treito e abruptamente declivo posteriormente; 0 pro-
cesso mesosternal é tuberculado, concavo na base;
o tuberculo é pouco desenvolvido. O abdomen
mostra sómente muito poucas cerdinhas bem curtas,
seu ultimo segmento é truncado e fimbriado com
cerdas flavas na ponta.
Esta especie parece muito bem caracterisada,
mas ella mostra muitas affinidades com a C. Wa-
terhouser, e não é fora da probabilidade, de se tratar
talvez somente d'uma variedade desta especie de
Gounelle. C. Waterhousei não tem o tuberculo me-
diano lateral do prothorax assim desenvolvido como
=) AS
a nova especie, Gounelle nada indica expressamen-
ta a respeito da pubescencia dos elytros na sua es-
pecie, avisando somente, que ella for « glabra» eo
tuberculo do processo menosternal de C. denticollis
é menos desenvolvido que na outra.
Tomando em consideração, que na C. femorata
Gounelle o tuberculo do processo mesosternal esta,
como o auctor avisa, — sujeito a variar consideravel-
mente, — ( tenho a vista um & de C. femorata, col-
leccionado nos Campos do Jordão deste Estado pelo
conhecido entomologo, Snr. II. Luederwaldt, cujo
processo mesosternal não mostra o tuberculo) — é
licito de acreditar, que na nova especie talvez se-
melhante phenomeno tambem se observará. A pu-
bescencia nos elytros, que no exemplar de C. den-
tecollis é assim visivel, mesmo com lente menos for-
te. evidentemente pode ser observada, porem menos
distinctamente, em C. Waterhousei. Desta especie
disponho de tres exemplares, dois dos quaes por
mim colleccionados na Capital do Estado de São
Paulo e o 3.º recebido de Joinville, e que corres-
pondem perfeitamente a diagnose de Gounelle assim
como ao exemplar do Museu Paulista, que o auctor
pessoalmente determinou. Em todos estes exempla-
res alguma pubescencia é indicavel nos elytros, sur-
gindo dahi as minhas duvidas para com a nova es-
pecie, pois os tuberculos mediano lateraes do pro-
thorax somente, — digno porem de ser registrado,
— decerto apenas seriam sufficientes de fundir esta
especie. Espero, que um material de mais vulto me
permittirá, de dizer logo algo definitivo nesta questão.
C. CONFUSA LACORD.
Esta especie, que, conforme Gahan avisa, da C.
vittata differe senão pelas antennas, que são 12 ar-
ticuladas, encontra-se em Passa Quatro, Sul de Mi-
nas, de onde recebi uma ©, colleccionada em 18.
XI, 1917 pelo conhecido naturalista, Snr. J. F. Zi-
kán. Seu comprimento é de 35 1/2 mm. por 8 mm.
de larg. nas espadoas, e as affinidades com o C. vit-
tata, como Gahan já avisa, effectivamente são sur-
A ANT ES
—~
prehendentes, mas, sendo os elytros em proporção
muito compridos, esta especie é mais parentesco
ainda a C. longipennis. As rugas transversaes do
pronoto da C. confusa em confrontação com C. vit-
tata são menos grossas e os respectivos sulcos por
conseguinte menos profundos; o prothorax é um
pouco mais comprido e antericrmente gradualmente
mais coarctado naquella de que nesta. As antennas
chegam ao ultimo quarto dos elytros, os articulos 3
e 4 são nodosos na ponta, o quinto é ligeiramente
saliente em dente e o 6.º é francamente dentado, os
articulos 7-11 são dentados em serra e o 12.º é
apenas da metade de 11.º no sentido do comprimen-
to. O scutello, liso e lustroso, é finamente griseo.
pubescente nas bordas lateraes. Os elytros, finamen-
te vermiculados, são menos lustrosos que os de C.
vittata, a cor rufa é predominante, e somente na
sutura um traço estreito evidentemente é mais en-
fuscado, emquanto lateralmente apenas se percebe
uma matiz mais escura. O processo prosternal so-
brepassa no angulo formado pela abrupta declinação
posterior, por um tuberculo as coxas anteriores. O
processo mesosternal é plano e apenas concavo na
base. O ultimo segmento abdominal é truncado e li-
geiramente flavo-fimbriado.
NEOCORUS
Thoms. System. Ceramb., 1864 p. 220
N. ZIKANI, n. sp. Estampa n. 2 fig. n. 6
Brunneo-niger, capite, antennis, elytrorum
humeris et apice, mososterno pedibusque ferrugi-
neis, pube argenteo-sericeus vestitus ; caput subti-
liter alho pubescens, inter antennas longitudinalr-
ter canaliculatum, tuberibus antenniferis paulo
productis ; antennae corpore paulo lungiores, scapo
leniter clavato, arcuato, art. 3 sequente paulo bre-
viore ; thorax latitudine duplo longior, subtiliter
argenteo-tomentosus, base constrictus et transversim
sulcatus, antice sulco angusto transversim ara-
tus, lateraliter punctis minutis impr'essus ; scu-
— 435 —
tellum argenteo-tomentosum ; elytra ad basim tho-
racis latitudinem maximam via superantia, ibique
recte truncata, parallela, apice singulatim oblon-
go-acuminata, base discretin punctata, pube ar-
genteo vestita, macula paulo ante medium fascia-
que obliqua post medium albo-sericeis; femora '
valde clavata, apice inermia; art. 1 tarsorum
mediorum et postecorum 2º et 3.° simul sumptis
longror.
Long. 7.mm., lat. hum. 1. 3/4 mm.
Hab. 1 exemplar de Passa Quatro, Sul de Mi-
nas, colleccionado pelo Sr. J. I’. Zikän, a quem me
é um prazer de dedicar esta nova especie.
O typo está na minha collecção.
Lustroso, escuro, quasi preto, sob dadas condi-
ções de retlexos com um lustro ligeiramente oliva-
ceo, a cabeça, as antennas os elytros nas espadoas
bem como no apice, o metasterno e as pernas, os
femora no meio mais ou menos enfuscados, da côr
de ferrugem, coberto com um tomento argenteo e
sericeo. A cabeça é ligeiramente coberta com o to-
mento argenteo, o vertice é canaliculado entre as
antennas e os tuberculos antenniferos são apenas
salientes, a fronte mostra um sulco longitudinal
pouco fundo. As antennas são apenas mais com-
pridas que o corpo, o primeiro articulo antennar é li-
geiramente claviforme, bastante comprido e arcado, o
3.º é ligeiramente mais curto que o 4.º sendo o 5.º con-
sideravelmente mais comprido que cada um d’aquel-
les, o 11.º articulo é apendiculado. O comprimento
do prothorax é duas vezes de sua largura maxima,
posteriormente o prothorax é mui fortemente cons-
tringido e transversalmente sulcado, anteriormente
elle é ligeira e gradualmente coarctado, mostrando
bastante aquem da borda anterior um sulco trans-
versal e que especialmente aos lados é pouco fundo ;
assim o engrossamento da parte mediana, que em
N.ibidionides Serv. devido a constricção excessiva
anterior e posterior é tão pasmoso e singular, nesta
especie é muito menos distinguivel. O thorax é li-
geiramente argenteo tomentoso e lateralmente elle
— 436 —
mostra uma ponctuação pouco densa. O scutello,
arredondado posteriormente, é finamente argenteo-
tomentoso. Os elytros, na base apenas mais largos
que a largura maxima do prothorax, são parallelos
e o apice de cada oblongo oval:a base mostra uma
“ponctuação bastante dispersa e o tomento argenteo
e sericeo, que todos os elytros, obtecta na sutura
um pouco alem do meio forma uma mancha irre-
gular e um pouco a quem do meio uma faxa trans-
versal ligeiramente obliqua. Ista mancha assim como
a faxa porém são nitidas e bem distinguiveis só-
mente, si a cabeça do insecto fôr virada para a luz,
como aliás é preciso de proceder tambem com ou-
tres longicorneos, ornados com uma pubescencia se-
ricea ; a mancha ferruginea nas espadoas não é ni-
tidamente circumscripta e provavelmente seu tama-
nho deve variar consideravelmente como se da
igualmente no N°. ibidionides. Os femora são muito
fortemente claviformes e particularmente os entre-
meados e posteriores mais ou menos enfuscados. O
primeiro articulo tarsal das pernas entremeiadas e
posteriormente é ligeiramente mais comprido que o
2.º e 3.º conjunctos.
A côr desta nova especie é bem semelhante a
de N. bidionides a mancha e a faxa sericeas dos
elytros não se observa nesta. Além d isto a forma
do prothorax permitte de distinguir facilmente esta
especie, à qual tambem faltam os callos transver-
saes e mais ou menos glabros que se observa nos
elytros de N. sbidionides.
Não é fora da probabilidade de se tratar da espe-
cie, que Lacordaire menciona alem da especie de
Serville (Genera 1869, p. 336) e da qual diz de
ser igualmente de procedencia brasileira.
COMPSOCERUS
Serv. Ann. Soc. Ent. Fr. 1834, p. 62
C. CHEVROLATI, Gounelle.
Na minha modesta contribuição do tomo X d'es-
ta revista tomei em conta a probabilidade, que a
côr d'esta especie talvez seja menos sujeita a va-
riar que nas outras especies d'este genero, e que 9
nitido-purpureo seria a unica matiz.
Esta supposição porem é erronea, pois 0 exem-
plar no entretanto recebido de Joinville, Estado de
Sta. Catharina, com elytros d'um verde metallico
bem vivo demonstra novamente, que a côr dos ce-
rambycideos, sendo metallica, está sujeita a variar
consideravelmente.
O auctor desta especie não podia informar dados
certos sobre o habitat desta especie, mencionando
somente « Brésil méridional ». Agora sabemos que
2 mesma foi encontrada no Estado de Sta. Ca-
tharina.
São Paulo, 18 de Abril de 1920.
ESTAMPA I
1. Coleoxestia denticollis. 2. Coleoxestia similis,
3d e 49 Temnopis signaticornis.
Pe.
-
4 —
4
\ ¥ |
\ - > 4d f
wetter k
ik
‘
o
.
%
o . —. Ro
'
| *
« F =
4 L 4 é .
” -
he, AE, ; .
y é A
E, +
a é
sig : ly
FD see ae oe + TA
bios ‘ to
F À Le [A 12 Ù
1
Ê à £ > nas
+ à F 3
Fa e, ribet,
' \ . neath
} o rt
EN 5 3 es
1 | t L
; E é o
me : aie
4
er! ) t «MARA
Es pr ee
5 tu E
“cê DR ET
zy un!
i DT
e - I Poe
+ 2 a *
É, (54 , ”
4 po N = E
pi +: a 4 cf) j
| ol .
f 14 ‘ ‘ i
+ à ú
‘ à ' - Y
À |]
'
i t
. 1 - '
| p \ -
7 \
- 4 i A e
4
‘
1 i
Lad M |
,
tá i
LA q
(1 do À | .
Le. | q _ 7
+ a | à 1
é A i
. 7 ?
i à s E 6 ç y cs ud
As 6 ae re E [= he: | - =
y L: ’ | | ‘ < |
ra À | VAE
PAL. RP TN VEL ire na
Fr À es 7 7
ESTAMPA II
RUD. FISCHER, DEL.
5, Atenizus Taunayi. 6. Neocorus Zikani.
F. SOMMER
0 conceito de metal nos nomes proprios,
de povos e paizes
$
O conceito de metal nos Nomes proprios, de povos é patzes
Os interessantissimos trabalhos do Sr. Dr. Al-
berto Childe sobre « Industrias metallurgicas na an-
tiguidade », publicados no vol. X da Revista do
Museu Paulista, däo-me azo offerecer algumas ob-
servações por mim feitas por occasião de estudos
sobre a origem e significação dos nomes.
Os trabalhos do Sr. Childe poem em evidencia
a magna importancia que tinham os metaes, a sua
obtenção e preparo, para a vida dos nossos ante-
passados, desde os tempos immemoriaes. Segundo
aquelle autor, certos povos de eras antigas guarda-
ram durante largo espaço de tempo o segredo da
manipulação dos metaes e aproveitaram taes conhe-
cimentos para auferir vantagens nas suas relações
com os outros povos, quer commerciaes, quer de
outra ordem. Não é, pois, de admirar que os voca-
bulos creados para a designação de metaes e que
em seguida serviram de bases para designar instru-
mentos e utensilios de metal e mais os homens que
com os metaes operavam, tivessem representado 1m-
portante papel na formação dos nomes de paizes,
de povos e de individuos isoladamente considerados,
de modo que o conceito de metal ainda hoje se en-
contra com frequencia na nomenclatura de todos os
povos civilisados. Isso se da, não sómente quanto
aos nomes geographicos, isto é, aos que designam
paizes e logares assignalados pela exploração de me-
taes, mas tambem quanto a nomes de familia. E
certo que, entre estes, constituem uma notavel par-
te os nomes de officios, mas aqui só nos occupa-
remos com os referentes à metallurgia.
Antes dos nomes familiares de officios deriva-
dos da metallurgia e que eram adoptados em con-
sequencia de exercicio de tal arte na mesma familia
LE AA
atravez de gerações, houve simples designações de
officios, constituídas na maioria dos casos pela com-
binação do conceito de pessôa com o de metal.
E tão grande o numero de nomes que envol-
vem a idéa de pessõa, e tão variadas são as suas
formas, que nos absteremos de penetrar com minu-
dencia nesse terreno, tentando apenas, por meio de
alguns exemplos, mostrar a referencia pessoal em
alguns dos termos relativos à metallurgia.
latim fab-er portuguez ferr-ezr-o
celto gob-han portuguez serr-al-herro
slavo kow-al celto cer-dd
allemão sch-mi-ed suec. for-ge
japonez kaji-ya francez for-ge-ron
Os conceitos de pessôa nesses nomes de officios
são postos em notavel evidencia. Refira-se ainda
que acontece ser eliminada a idéa de pessoa, de modo
a se poder encontrar nomes proprios referentes 4
metallurgia nos quaes apenas se depara o de metal.
Como palavra originariamente designativa de
mineraes, abrangendo indistinctamente metaes e mi-
nereos, consideremos a syllaba — ha.
Qual a forma primitiva real deste vocabulo não
se poderá jamais determinar com segurança. Sua
forma variou naturalmente entre os diversos povos
e nas varias epocas.
Podem-se. entretanto, firmar sem grandes dif-
ficuldades as seguintes formas principaes, que é ad-
missivel tenham resultado da sua forma originaria
pela natural evolução linguistica :
ha fa, va, wa, ba, pa, spa,
scha, sa, za, ma, na,
ka, ga, ja, qua, la, ra
ta, sta, da,
De todas estas formas principaes resultaram
formas accessorias pela inversão, pela adopção de
consoantes finaes e pela transformação de vogaes ;
evidentemente deu-se tambem em alguns casos a elimi-
Se ke eae
nação da consoante inicial. Na seguinte enume-
ração tentou-se pôr em destaque o conceito de metal
em um certo numero de denominações de mineraes,
metaes, armas, instrumentos, utensilios e moedas.
Ha
scha, sa, za ) hasch, has, haz, scha,-sa, za, ) haf, hav, haw
ka, ga, ja, qua ) hak, hag, haj, haqu ka, ga, ja, qua ) hab, hap, hasp
ta, sta, da ) hat, hast, hatz, had ta, sta, da ) ham, han, hal, har
ara ka-yn (forjar ) a. schau-f-el
hung. ka-sza ( gavanha ) kaingang ki-f-é (facca)
a. ki-es ( cascalho ) afr, e-ku-v.a ( machado
sl. ko-sa ( gavanha ) le sa-w
afr. go-as ( facca ) amer, toma-ha-w-k
inglez co-al EE sä-b-el
hespanhol cu-chill-o a hi-p-pe
Pp. cu-tell-o a schi-p-pe
cig. el-khu-sah ( facca ) a. sze-p-ter
tupy i-ta ( pedra ) a, ku-p-fer
chinez ta-el ( moeda ) 1. cu-p-rum
skr. da-tu ( metal) de ’a-m-boss
cig, si-p-ta ( ferro) a ha-m-mer
chin. kä-sch atr. ha-m-bura
turco ta-sch ( pedra) a. meer-schau-m
a, . sa-ch-s Pp. chu-m-bo
a, ?a-x-t turc. ka-m-a ( punhal )
15 sa-x um ture, gu-m-iisch (prata)
skr. ka-s-tira ( chumbo ) skr, ga-m-bunada (ouro )
a: ca-ss-is ae tal-ku-m
turc. ca-s-an (caldeira ) a han-tel
a ke-ss-el a. ha-n-d-schar
a ha-ck-e E ’e-n-sis
a. ha-k-en a ze-chi-n-o
a, *e-g-ge a se-n-se
a. sae-g-e a zi-n-n
turc, ya-ta-g-an skt ka-n-ysa ( cobre )
Pp. a-da-g-a jap. ka-n-e (ouro, metal)
a, de-g-en jap aka-ga-n-e ( cobre )
cig. be-tu-g ( prata) cig. me-ga-n ( ferro)
a hii-t-te 1 ar-ge-n-tum
a pflug-schei-t jap. ki-n (ouro)
jap. te-t-su ( ferro ) chin. ki-n (ferro)
gr. s-ta-t-er ( moeda ) grus, r-ki-n-a ( ferro )
ar. ha-di-d ( ferro) grus, ki-n-schal ( punhal )
jap. gi-n ( prata )
hesp. e p. qui-n-tal ( peso )
es qui-n-caill-erie
p. es-ta-n-ho
1 es-ta-n-n-um
afr. otyi-te-n-da ( ferro )
1: ti-n
a. stei-n
Pp. di-n-heir-o
turc. de-m-ir (ferro )
de-n-ar
a he-l-m
a. he-ll-e-barde
1: ori-cha-l-e-um
a si-che-l
ar ka-l-k
gr. cha-l-k-os (mineral, co-
bre )
cig. kha-l-ih ( ferro )
p. ca-l-deir-a
a. ke-l-le
hebr, se-ke-l
a. si-l-ber
a. ge-l-d
D DU D D Ep —
Le]
o .
-
a-se-i-ku-l-us ( martello )
gu-l-den
go-l-d
do-l-ch
ha-r-pune
bi-gor-na
ha-r-n-isch
ha-r-ke
ho-r-n ( ferro )
*e-r-z
ar-m-a
qua-r-z
pflug-scha-r
han-d-scha-r
soi-ssa-r-s
sche-r-e
con-ce-r-t-ar
shi-r ( ferro )
te-sou-r-a
an-co-r-a
ku-r-schun ( chumbo )
(ET
fasch, faz, fas,
va, fak, fag, faj, faqu
wa, fat, fast, fatz, fad
ba, faf, fav, faw
pa, fab, fap, fasp
spa, fam, fan, tal, tar
a. s-pi-es
Pp. pa
d. am-bo-ss
os va-s-um
d. seh-wei-ss-eu
jav. wei-s-i ( ferro )
mal be-s-i ( ferro )
Sp. pe-s-o
p- fa-c-c-a
P. foi-c-e
egyp. baa-k-es (ferro )
turc. ba-k-y (cobre)
p. ba-c-a-marte
a. be-c-k-en
jap. bu-k-i (arma)
p. pa t-ac-a
a s-pa-t-en
do pers pe-t-schaft
a fe-d-er-messer
a. sau-fe-d-er
P. cani-ve-t-e
Pp. es-pa-d-a
mal. pe--d--sch--rak
( prata )
a, wa-f-f-e
Hs p-fa-n-n-e
a. hirsch-fa-n-g-er
a, p-fe-n-n-ig
1. pe-n-n-y
a. p-fu-n-d
skr va-n-ga ( chum-
bo, estanho )
jap o-ba-n (moeda )
jap ko-ba-n (moeda )
hib, ba-n (cobre )
na
masch, maz, mas
mak, mag, maj
maqu
mat, mast, matz,
mad
maf, mav, maw
mab, map, masp
mam, man, mal,
mar
ti-mah (chumbo)
mo-ed-a
el- ma--as--far
{ ouro )
to-ma-hawk
ni-et-e
me-tall-um
ma-ch-ad-o
ma-ch-et-e (ma-
chado )
ma-s ( ouro )
me-ss-er
me-ss-ing
me-ss-en-dom
mei-ss-el
me-g-an (ferro)
wis-mu-th
me--d--schi-die
( moeda )
me-d-e-nice (ba-
cia )
na-d-el
k-ni-f-e
ca-ni-v-et-e
na-b-e ( frigi-
deira )
na-p-f
as-ma-n (pedra)
dia-ma-n-t
me-n-d-entze ( ba-
cia )
he-mi-na(moeda)
mi-n-e
mii-n-ze
lasch, laz, las
lak, lag, laj, laqu
ra lat, last, latz, lad
laf, lav, law
lab, lap, lasp
lam, lan, lal, lar
d, b-lei
skr. si-la(pedra, rocha}
ar g-ro-sch-en (moeda)
ar k-ru-sch (moeda)
gu-ru-sch (moeda)
hib. le-ch ( pedra )
1. si-le-x
hib, c-lo-ch (pedra)
gr. d-ra-ch-me‘moeda )
P. ro-ch-a
skr. r-s-ti (cutello)
qe b-ra-ss
a. ra-S-en-eisen-stein
a. k-ri-s-tall
gr. side-ro-s (ferro)
hind, lo-k-ta
a ro-ck
a, pf-lu-g
Bt sch-la-g-lot
Pp. la-t ão
russ, Z-la-teaia (ouro)
Pp. la-t-a
a. sti-le-t
ne p-ra-t-a
ls g-la-dius
i; lea-d
p a-ra-d-o
Pp. a-ro-b-a
— 415 —
rum, ba-n-i ( moeda ) p- ma-l-ho a, ru-b-el ¢ moeda )
kain-
gang be-n (machado) nord. ma-l-m(mineral) p. la-p-is
kain-
gang pan ( pedra | cig . nah-l ( ferro ) ae ra-p-p-en (moeda)
4 s-pa-n-ge Pp. ma-r-tell-o hind, ru-p-ie (moeda)
aie eruen-s-pa-n a, ma-r-k ( moeda ) 1, cup-ru-m
sl pe-n-iazi (moeda) Pe la-m-ina
hung, pe-n-ez a, f-la-m-berg
Pp. es-pi-n-garda a. p-le-m-pe
a, har-pu-n-e Ja p-lu-m-bum
bP. pu-n-hal
z fe-l-s e av-ru-m
z fe-l-d-spath a. g-ra-n-it
2. bei-l pers. k-ra-n (moeda)
a schie-fe r Te i-ro-n
o fe-r-rum a. b-ro-n-ze
ZE sch-we-r-dt an k-ro-n-e (moeda)
hesp. pe-r-ro (moeda)
Nas palavras all. am-boss, erz e outras per-
deu-se evidentemente o h ou k inicial o que não
se pode dizer com certeza de palavras como 1. aes,
as, p. aço, all. eisen, skr. as-man, cig. hadid-aish
(ferro), god-aes (ferro) nas quaes a raiz «as»
pode corresponder à raiz « sa», em inversão.
Nas combinações retro é de notar a relação
entre all. hacke, p. facca, entre os termos all. pfan-
ne e becken, entre p. caldeira, t. casan e all. kes-
sel, 2ntre all. spaten e p. pá, entre p. pataca e chin.
käsch, e entre all. axt, beil e p. machado.
Ao proprio leitor ter-se-ão deparado outros
pontos de contacto de muitas expressões em linguas
diversas.
As expressões com idéa de metal adeante enu-
meradas encontram-se em combinação com referen-
cias pessoaes, locaes ou de paizes, nas expressões
indicativas de profissões ou nos nomes historicos ou
geographicos, que se seguem, os quaes em parte
se contem no já mencionado trabalho do Sr. Dr.
Childe :
Ha
scha,sa za hasch, has, haz scha, sa, za haf, hav, haw
ka, ga, ja, qua hak, hag, haj haqu ka, ga, ja, qua hab, hap, hasp
ta, sta, da hat, hast, hatz, had ta, sta, da ham, han, hal, har
ã. ho-ch-of-en Hai-ph-est-os
jap. ka-j-i-ya ( forjador ) ngr. gy-ph-ti-co ( forja )
[TE Ca-ss-i-ter-i-dæ ar. si-ju-f-t ( forjador )
ar. ha-dd-ad ( forjador ) al, ko-w-al ( forjador )
hung. ko-v-ath ( forjador )
He-b-ra-er
He-b-ri-da
— 446 —
Suec-ia
fasch, fas, faz,
va, fak, fag, faj, faqu
wa, fat, fast, fatz, fad
ba, faf, fav, faw,
pa, fab, fap, fasp,
spa, fam, fan
fal, far
a kur-p-fu-sch-er
je of-fi-c-ina
Le phi-s-ic-us
a. schwer-t-fe-g-er
i fi-t-t-er
ture, bi-tsch-ak-dschi (cu-
teleiro )
a ba-d-er
hind, pe-bu-n (metallurgista)
Pp. fu-n-i-leir-o
a. fah-n-en-sch-mied
ba-n-a-us-os ( official )
a, Phé-n-iz-ier
gr. s-pe-n-gler
A Ba-n-g-ka ( fornecendo
estanho )
le His-pa-n-ia
Phi-l-ist-er
a: fa-r-r-ier
Fa-r-sch-weil-er
a, schar-we-r-k-er
celt,
Ho-b-ab
gc-b-han ( forjador )
Ka-b-ir-os
Ju-p-it-er
Ja-p-et
SY-P-SY
UE er
Ae-gy-p-t-en
Hi-ku p-ta
Ko-p-ten
Aeth-io-p-ier
Cy-p-rus ( fornecedor
de cobre )
ary gro-ko-p-os ( mestre
da casa da moeda )
ha-ki-m ( medico )
ross-ka-m-m
Bo-chu-m
ka-n-a ( forjador )
Quai-n
Cai-n-it-er
Tel-chi-n-os
Zi-geu-n-er
Vul-ca-n-us
Ce-l-ti
Cha-l-y-b-os
ka-l-a-dschi ( funileiro
ki-l-idschi
Bo-cho-l-t
quack-sa-l-b-er
scha-r-f-rich-t-er
car-ras-co
Co-r-y-ban-tes
s-ra-ko-r-z ( cuteleiro )
jergata-ko-r-z (for -
jador )
chi-r-urg-us
Ho-r-in
wos-go-r-itsch (ou -
rives )
gü-r-t-ler
ce-r-r-d ( serralheiro )
se-r-r-al-heir-o
a-r-z-t
masch, mas, maz,
mak, mag, maj, maqu,
mat, mast, matz, mad
maf, mav, maw,
mab, map, masp,
mam, man,
mal, mar
turc.
egyp.
a,
maa-den ( mina )
ma-s-niu
sch-lo-ss-er
Et-ru-s-c-i
A-ra-c-o-yaba
b-la-ck-s-mith
Lau-ch-hamm-er
Ma-la-c-ca
ma-t-jo ( canteiro )
Se-mi-t-en
stein-me-tz ( canteiro
me-d-ic-us
Aescu-la-p-ius
k-le-m-p-n-er
Ma-l-m-itz
a. han-d-we-r-k-er
Pp. fe-r-r-eir-o
fre fo-r-ge ron
susc. fo-r-ge ( forjador ) F
Após estas confrontações poder-se-ão interpre-
tar como designações de povos metallurgistas os
nomes dos quainitas, philisteus, hebreus, semitas,
pheniceos, egypcios, coptas, e ethiopes, e mais O
dos ciganos. Tambem o nome dos rasenios ou etrus-
“os e ainda o dos celtas denotam serem esses povos
metallurgistas. E geralmente sabido que os ciganos
exercitaram até os tempos modernos e ainda exer-
citam a arte de caldeireiros ambulantes. Tambem os
etruscos se celebrisaram na antiguidade pela sua
industria metallurgica. Na enumeração notam-se
mais, como fornecedores de metaes, as Cassiteridas
e as Hebridas, na antiguidade Ebu-dae, assim como
a Hespanha, a ilha Bangka e mais outros logares
metaliferos.
Infere-se tambem que os deuses Japet, Jupiter,
Haiphestos e Vulcanus tiverani originariamente at-
tribuições analogas. Os nomes legados pelos antigos,
dos kabiros, chalybos, corybantos e telchinos, po-
dem-se interpretar como sendo de gremios e cor-
porações de officios mechanicos. Deve ainda suscitar
o nosso interesse que o officio dos antigos metal-
lurgistas, certamente de alta consideração naquellas
longinquas epocas, parece identificar-se com « arte
daquelles que exerceram a medicina entre os pri-
mitivos povos. As denominações do ferreiro e do
medico da aldeia contem as mesmas raizes.
E vasto o campo dos nomes topographicos e
outros nomes geographicos que denotam a existen-
cia de mineraes ou de metaes ou talvez o estabele-
cimento de um ferreiro que serviu de nucleo para
o logar que na cercancia do mesmo ia crescendo ;
tocou-se apenas de leve nesse ponto pela apresenta-
ção de alguns nomes.
Só é dado pôr em relevo, tambem, alguns dos
numerosos nomes de familia nos quaes persiste o
mesmo conceito de metal e delle derivadas as de-
signações de officios metallurgicos :
scha, sa, za hasch, has, haz
ka, ga, ja, qua hak, hag, kaj, haqu
ta, sta, da hat, hast, had
Ha
scha, sa, za
ka, ga, ja, qua
ta, sta, da
haf, hav, haw
hab, hap, hasp
ham, han, hal, hat
Hadd-ad
Hack-en-sch-midt
Wahn-scha-f-fe
Scha-f-r-gotsch
Schie-f-f-er-decker
Ho-f-f-mann
Oel-ha-f-en
I10-f-meist-er
Pett-en-ko-f-er
O’ Kee-f-e
Wein-kau-f
Ar-co-f-o-rad-o
Ays-cou-gh
O’-shau-gh-ness-y
Cou-gh
Ha-v-e-lock
Ha-v-en-stein
Ho-w-ard
Go-w-er
Hu-b-sch-mied
Man-ga-b-cir-a
Ha-b-el
Gu-b-al-ke
Es-co-b-ed-o
Es-co-b-ar
Man-ko-p-f
Breit-ko-p-f
Was-ko-p-f
Co-p-a-rell-i
Scho-p-en-hau-er
Schô-p-p-en-thau
S-ko-p-w-er
Ca-p-et
Ca-b-eça de Vacca
Co-p-ley
Ku-p-f-er
Ha-m-m-er
Put-ka-m-er
Go-m-es
Well-en-ka-m-p
Scho-m-p-re
Mar-ko-m-b
Beau-cha-m-p
Ers-ki-n-e
Kü-n-erz
Ka-n-n-en-giess-er
Go-l-d-sch-midt
Ho-l-t-ei
Ca-l-deir-a
Ka-l-t-sch-midt
Ko-r-ta
Ho-r-ta
Cha-r-v-o-lin
Sche-r-bau-er
Sche-r-kam-p
La-ce-r-da
Sch-war-ze-r-d
Schär-t-lin
Kel-tzsch
eee
fasch, fas, faz
va, fak, fag, faj, faqu
wa, fat, fast, fatz, fad
ba, faf, fav, faw,
pa, fab, fap, fasp,
spa, fam, fan
fal far
masch, mas, maz
mak, mag, maj, maqu
na, mat, mast, matz, mad
la, maf, mav, maw
ra mab, map; masp
mam, man,
mal, mar
E —
‘Reh-weis-gtith
'P-fe-f-f-er-korn
‘Mittel-vie-f-haus
'Fa-f-e
Fa-v-er-o
‘Po-p-ham
P-fa-n-n-en-sch-midt
Fah-n-en-stock
Schimmelp-fe-n-n-ig
'Fo-r-j.az
Fa-1-r-en-kopf
iFa-r-a day
Put-fa-r-k-en
Fa-r-qu-har
Fu-r-qu-im
Fe-r-gu-son
'Fo-r-b-es
Ru-sch-e-weyh
Arm-st-ru-th-er
Esch-st-ru-th
Me-ss-torf
Me-ss-er-sch-midt
Ma-ss-ing-er
Thal-me-ss-ing-er
Quei-ro-z
Lutten-sca-lä-g-er
Sied sch-la-g
Le-g-er-lotz
La-g-er-lüf
Me-t-el-er-kam-p
Ma-tz-dorf
Me-d-al-ha
Me-d-eir-os
Me-d-e-findt
Al-mei-d-a
Seria quasi dispensavel referir que nem todos
os citados nomes geographicos e historicos e menos
ainda os nomes de familia se podem considerar com
absoluta certeza como pertencendo à classe dos que
encerram um conceito de metal.
Este conceito, no seu desenvolvimento. e devi-
do à sua antiguidade e extraordinaria diffusão, mes-
‘clou-se com outros, de maneira que os nomes que
contem conceito metallurgico permittem em parte
outra accepção. Em boa parte, porém, a solução
daquelles nomes de familia como sendo antigos no-
mes de ferreiros é provada pelos brazões usados
por certas familias. Estes brazões contêm symbolos
e atributos referentes ao officio metallurgico exer-
cido pelas respectivas familias, entre elles cantos,
machados, martellos, espadas, chaves, flechas, an-
coras, argolas, foices, ferraduras, corações, trifolios,
rosas e ramas.
Para a significição de ferreiros serviram igual-
mente as figuras de carneiros e bodes, pelicanos e
pombas como tambem peixes e mais outras marcas,
que todas em seu tempo e no seu lugar foram uti-
lisadas para significar com as-suas figuras o artista
metallurgico nas eras antigas.
Ássim é possivel determinar com certa segu-
rança muitos nomes provenientes dacuelia impor-
tante industria, por sua composição, de modo a
desvanecer, em relação a consideravel parte delles,
— 450 —
as sombras que os envolveram por longos tempos,
talvez mais de dois mil annos, furtando-se à expli-
cação.
S. Paulo.
F. Sommer
RELATORIO
referente ao anno de 1919, apre-
sentado, a 28 de Fevereiro de
1920, ao Excellentissimo Se-
nhor Secretario do Interior,
Doutor Oscar Rodrigues Alves,
pelo Director, em Commissão,
do Museu Paulista, AFFONSO d'ES-
CRAGNOLLE TAUNAY.
\
' a
\
4
.
~
“4 ? pa
- 0 a
i E CEA
1 [4 À ‘ ft Gry
‘
f
K à
ny? 4
£
Tr
1
“
[= j f ~
mo “
j d Loi
fl 4 : L
/ À
Y
x de
] mn
Sih. FE : E:
|
‘
| he
f E 4
| Nu EU TES ENE
i sl
e 1
mA if \ E 1
i i Eu | Ji DA 138 ‘
5
Deer: es f |
‘ ‘ ca war 7
ç
’ Flu ' i Li
À ' a Ia | P ya +
, if A Me À
v4 | { j 5
Oy is 5 | ft TOU:
TAN JW dre LM a
ju ht y: LATE wh pos '
t as 7 À ne Ge.
'
y b
any
elt,
f "A ni q E
inde) «po AA hati l fe
f \ EURE "En", ir
EMO, SNR. DR, OSCAR RODRIGUES ALVES,
DIGNISSIMO SECRETARIO DOS NEGOCIOS DO INTERIOR,
A V. Excia. tenho a honra de apresentar o relatorio
das occurrencias principaes do Museu Paulista, referentes ao
anno de 1919 em que o Instituto teve os seus serviços func-
cionando com toda a regularidade.
Directoria
Mantive-me sempre à testa do Museu no decorrer do
anno, salvo quanto ao periodo de ferias regulamentares go-
zadas de 26 de novembro a 13 de dezembro.
Pessoal
Não houve alteração algnma no quadro dos funccio-
narios do Museu nem se registrou pedido algum de licença
durante o anno, sendo a assiduidade dos funccionarios optima.
Demittindo-se os jardineiros Paradella e Antonio Pedro no-
meei para os seus lugares os Surs. Seraphim Brisola e Cae-
tano Casa Grande que têm dado boas contas de si
Cum a devida venia de V. Excia. tomei para auxiliar
o Sur. Luederwaldt pelo periodo de dous mezes o Sur. José
Gusmack com o fim de alliviar os pesados encargos daquelle
naturalista o tornar mais rapido o arrolamento do grande
material ultimamente entrado no Museu devido ás excursões
scientificas.
Attendendo a um pedido desta Directoria encaminhado
e reforçado por V. Excia. permittiu o Exmo. Snr. Dr. Can-
dido Motta, Digno Secretario da Agricultura, que viesse tra-
balhar em commissäo no Museu, o Sur. Dr. Adolpho Hem-
pel, entomologo do Instituto Agronomico de Campinas. Foi
uma acquisiçäo valioza para o nosso quadro esta do dis~
tincto entomologo cujos trabalhos sobre coccidas, sua es-
pecialidade tem mundial divulgação. Encetando o seu servi-
ço em junho tem o Sur. Prof. Hempel não só trabalhado no
— 494 —
seu ramo especial como respondido a numerosas consultas
zoologicas ¢ collaborado largamente na Revista. Com verda-
deiro prazer constatamos a sua presença nos nossos labora-
torios e os seus serviços relevantes ao Museu no d correr dos
sete mezes já aqui passados.
secretaria e Archivo
O encarregado destes serviços, da Secretaria e Arcki-
vo, Snr. Henrique Pinto Cardoso, desempenhou-se cabalinen-
te de seus encargos, achando-se #mbos em perfeita ord: m.
'isitantes do Museu
reo
Teve o Museu uma frequencia de 69.773 visitentes cu
sejam mais 1.526 do que em 1918. Nada fiz a Ligt para
melhorar o serviço da linha do Ypiranga nem augmentou o
numero de bondes, duplicou a via «u a irrigou sequer aos
domingos. Sempre a mesma poeira, a mesma demóra, a mes-
ma marcha vagarosa dos bondes! Apezar de tudo cresce a
frequencia ao Museu, cresce a uttenção do publico pelo nosso
estabeleciment”, como que acompanhando o desenvolvimento
do Instituto. Posso repetir as palavras do relatorio que em
1918 apresentei a V. Excia.
Bibliotheca
Continuaram os serviços de catalogação, moros mente,
pelo facto de ser escasso o tempo e muito subdivididas as
oceupações do trsductor-bibliothecario Sur. Andréa Do e ain-
da a exigir o systema decimal uma grande quantidade de
indicações.
A grande sala da entrada A 3 está por assim diz'r
prompta, inteiramente catalogada. Para adeantar o serviço
determinei que o amanueuse Snr. Cardoso empregasse sem-
pre as suas horas de fulga na Bibliotheca a auxiliar + bi-
bliothecario. Este tambem estã bastante carregado de servi-
ço assim, com a permissão de V. Excia. contractei com a D.
Maria de Faria Cardoso que escrevesse as fichas indisj en-
saveis à catalogação, sfim de se ganhar tempo, serviço que
pode ser feito fora do Museu. Os nossos armarios já estão
com a sua capacidade esgotada. Ha absoluta falta de mobilia
na nossa bibliotheca. Quando em 1917 mandou V. Excia,
que o Almoxarifado da Secretaria do Iuterior firneresse grau-
des armarios à nossa Bibliotheca, determinei que se lhes
desse notavel fundo afim de que podessem ser desdobrados.
Mandei agora avaliar o serviço a fazer-se para .este deside-
ratum Pediram-me um conto e quinhentos mil réis (1:500$000).
Pretendo effectuar no futuro exercicio semelhante despesa
que virá trazer consideravel folga permittindo a localisação
de alguns milhares de livros h je empilhados.
Com a cessação da guerra avolumou-se muito a re-
messa de livros a nossa Bibliotheca.
Durante o anno as compras feitas pela Bibliotheca
foram por assim dizer insignificantes, de algumas centenas de
mil réis. Occorrendo a liquidação da importante Bibliotheca
Eduardo Prado tive o ensejo de adquirir por excellentes
preços innumeras obras algumas verdadeiramente preciosas
cuja ausencia nas nossas e-tantes e vitrinas era sensivel. Tudo
porém subiu a poucas centenas de mil réis como se verá do
relatorio do digno Bibliothecario do Museu. Adquiri tambem
alguns livros de grande utilidade e constante procura como
Genera Insectorum de Wytsman, o Nouv au Larousse Illustré,
The Century Dictionary.
Antigas salas de exposicao
Ultimou-se a reparação dos moveis das salas antigas
da exposição, que agora pintados de branco, com as frestas
tomadas, cuidados e limpos dão outro aspecto ás colleções.
São comtudo os nossos armarios feios, pesados, desgracivsos.
Em todo o caso tem agora muito melhor apparencia, sobre-
tudo se si attender que, havia vinte annos, sº deterioravam
sem a minima pintura interior e exterior. Attenderdo a um
pedido meu fez V. Excia. com que o Almoxæifado da Se-
cretaria do Interior nos fornecesse tres vitrinas, tres arma-
rios para centro de sala uma grande vitrina armario. Foi esta
para a sala de entomologia permittindo um enorme reforço
das collecções expostas; aquelles para a sala dos peixes e
as vitrinas opporiunamente figurarão na nova sala a inau-
gurar-se, À 12. A entrada deste mobiliario veio dar outro
aspecto às salas B 7 e B 6 despidas c m» ss achavam até
então. Ha enorme falta de mobilia para as salas de zoclo-
gia. Material possuímos em abundancia, podendo permittir
grande reforço das exprsições publicas. Espero, obter, do in-
teresse de V. Excia. pelo Museu o mesmo auxilio que nos
prestou nos annos anteriores, fazendo com que o Almoxari-
fado da Secretaria do Interior nos f rneça o mobiliario.
Comportam as salas de passaros, ophidies, peixes, am-
phibios, inscetos, mammiferos, ete. encrme augmento das col-
lecções se o Museu obtiver armarios e vitrinas em numero
suficiente. Assim outra seria a impressão dos visitantes a
quem hoje cala desagradavelmente o aspecto nú de taes
salas.
Precisamos muitc agora de armarios para as salas das
aves e dos mammiferos, onde ha consideravel espaço, apro-
veitavel ainda.
Os Snrs. Garbe, Luederwaldt, Lima e Lima Junior
continuaram a cuidar da conservação das colle:ções. O taxi.
dermista avolumou o numero de exemplares de aves e ma.
miferos expostos, notavelmente, substituindo muitas peças ve_
— 456 —
lhas ou estragadas. O Snr. Garbe tambem augmentou muito
as collecçèes expostas de peixes, fazendo o Sur. Luederwaldt
o mesmo com os insectos, crustaceos, arachnideos,
Novas salas de exposição
Nao foi possivel inaugurar a sala A 12 como eu pre-
tendia, isto por falta de elementos, dada a escassez das vers
bas. Continuei porém a reforçar as exposições de cartogra—
vhia e autographos e a que recorda o passado da cidade de
S. Paulo. Esta ultima colleção tem sido augmentada com
novos elementos valiosos e embora esteja ainda longe do que-
deverá ser, já causa boa impressão.
A seu respeito assim se exprimiu o Sar. Pinheiro Ju-
nior no « O Estado de São Paulo».
« Vale a pena ir lá, supportar a caminhada aborreci-
da, na poeira horrivel do Cambuey para vêr as muitas cousas.
interessantes que lá se reuniram naquelle bello palacio. Por
hoje só me occuparei, porém, da sala que o actual director
Dr. Affonso Taunay consagrou ao passado da cidade de S.
Paulo motivo principal da minha « viagem » ao Museu.
Tudo alli é interessante e digno de ver-se. Embora
iniciada ha pouco tempo, e tendente, portanto, a se accrescer
de outros objectos, a collecçäo tem já documentos valiosos.
como sejam os « Livros dos termos de Vereança da Camara
de Sao Paulo», desde 1575 até 1723, abrangendo assim o.
mais remoto periodo da historia paulistana. Além dessa série
preciosa, que já tem servido ao laborioso director do Museu
para interesantes trabalhos sobre a vida da villa de São
Paulo naquelles remotos tempos, pódem-se vêr ahi outros do—
cumentos, taes como a planta da nossa cidade ( uma das.
quaes data de 1808) e uma nitida reprolucção da carta de.
Anchieta ao Provincial da sua Ordem em Portugal, con-
tando-lhe a fundação de São Paulo, e datada daquelle mesmo.
anno de 1554. Mas o melhor da sala não é nada disso. O
que mais interessa e attrde o visitante, são os quadros e:
gravuras.
Vém-se nas paredes, ao lado de telas e desenhos de
Wasth Rodrigues, B. Calisto, A. Dutra, Norfini e outros —
numerosas gravuras de Hercules Florence, cor aspectos e
scenas da cidade e da provincia entre os annos de 1826 e
1840. Dos trabalhos de Wasth Rodrigues, que são os mais.
numerasos, pódem-se destacar: o « Pateo da Sé » em 1840;
a rua do Rosario, hoje 15 de Novembro, á noite, em 1862 ;.
o Largo do Thesouro em 1858; o Mosteiro de São Bento.
em 1830; o Pateo do Collegio em 1840; e a rua de São.
Bento em 1866, que os leitores vêm reproduzida aqui ao
lado, e que corresponde a esquina da rua José Bonifacio.
naquelle tempo chamada ainda de rua do Ouvidor. Por esta.
rapida resenha já se vê quanto é interessante a sala consa~
— 457 —
grada ao passado de São Paulo no Museu do Estado, e
quanto é digua de louvores essa iniciativa do Dr. Taunay ».
A collecçäo de cartographia tambem se accresceu de
excellentes elementos como sobretudo do curiosissimo Mappa
Corographico da Provincia de São Paulo, pelo Marechal
Daniel Pedro Muller, hoje summamente raro. Espero poder
em 1920 abrir à visita publica a nova sala A-12 com uma
nova exposição cuja ausencia se faz sobremodo sentir no
Museu: a de iconographia paulista.
Visitantes eminentes
Durante o anno diversas visitas eminentes contou o
Museu. A 5 de julho, ao se inaugurarem as obras para a
grande Avenida teve o estabelecimento a honra de ser de-
tidamente percorrido pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado,
acompanhado de V. Excia. e dos Srs Secretario da Fazenda,
Dr. Cardoso de Almeida, e da Agricuitura, Dr. Candido
Motta. Em sua companhia veio o Exmo. Sr. dr. Washington
Luis Pereira de Souza então Prefeito de Sao Paulo. Lon-
gamente permaneceram os il'ustres visitautes no Museu tro-
cando idéas e aventando suggestões sobre os projectos de
embellezamento e conclusões de obras de decoração do edi-
ficio, para as festas centenarias.
Tivemos ainda a honra e o prazer da visita do Exmo.
Sr. Dr. C. F. Mello Leitão, dignis imo director da Escola
Superior de Agricultura de Nitheroy e nosso presado colleby-
rador, do eminente bacteriologista Prof. Dr. Miyajima do In-
tituto Kitasato de Molestias Contagiosas de T kio; os dis-
tinctos hygienistas da Fundação ook fallen Drs. Richard M.
Pearce, J. Arold Austin a quem acompanhava o Dr. Pal-
lister
Recebemos ainda os dipiomatas Srs. Wilfrid A. Smi-
ther, secretario da legação ingleza, Welden Rosenthal, dele-
gado especial ‘do ministerio do commercic dos Estados Unidos ;
Lor Colum Crichton Stuart e Dr. J. Martin Stuart, dis-
tinctos viajantes inglezes, Frei Antonio M. Sala caridoso
missionario da Ordem dos Dominicanos, nosso prezado colla-
borador e real auctoridade em materia de glottologia do
Brasil Central. Desembargadores Santos Estanisláu da Rocha,
do Pará, A. Brito, da Relação do Maranhão, Miss L. E,
Elliot distincta ethucloga ingleza, Drs. Max Fleiuss o de-
dicadissimo Secretario Perpetuo do Ins'ituto Historico Brasi-
leiro e Augusto Barata, Engenheiro Civil, e o academico
Henrique Fleiuss.
Em novembro estiveram em longa visita ao Museu os
membros da commissão enviada á America do Sul, pela Uni-
versidade de Cornell, o douto entomologo Prof. J. Chester
Bradley e seu auxiliar o Sr. J. Gordon.
— 498 —
Lucto do Museu
Com verdadeira dôr vimos, todos cs que trabalham no
Museu, o desapparecimento prematuro e cruel do nosso que-
rido e já eminente companheiro de estudos, Dr. João Flo-
rencio (Gomes, desapparecido a 29 de maio de 1919. No
tomo XI da Revista prestei-lhe as homenagens de gratidão
que Jhe devia o Museu.
Collecções em série; duplicatas; reservas
Durante o anno procedeu-se sempre a substituição de
alcool velho das coll-eções em série por aleovl novo. Pouco
ha que fazer agora neste sentido para se ultimar tal sub-
stitu:ção tão importante. Iufelizmente estamos ja faltos de
vidraria e precisamos pensar ein adquiril-a, o que pelos preços
actuaes custará elevada somma.
A conservação das pelles, courcs de aves é mammiferos
esteve a cargo dus Srs. Lima e Lima Junior e do continuo
José Barroso. Disso ja a V. Excia frisei no meu relatorio
de 1919. Infelizmente muitos numeros de taes collecgdes se
deterioram pelo facto de os atacarem as sub-tancias graxas
naturaes. Os nossos processos de desengorduramento são
falhos; precisariamos adquirir uma machina especial para o
caso. Pensei realizal-o no decorrer de 1918, depois no de
1919, desisti ae o fazer porém, 4 vista do orçamento que
me apresentaram. Com a maior gene osidade attendeu sempre
o Serviço Sanitario aos meus pedido: de productos chimicos,
por determinação do Sr. Dr. Arthur Neiva, sempre solicito
pelas cousas da sciencia. Assim nos suppriu #lém do al-
cool, com ether, bensina, naphtaliua, formoi, acides, ammo-
niaco, sulfureto de carbcno, etc. Aqui mais uma vez lhe
consigno os agradecimentos desta Directoria e cs mais reco-
»h:cidos. O Sr. Dr. Neiva foi nestes tres aunos um amigo
dedicado do nosso Instituto.
Os Ses. Garbe e Luederwaldt com grande zelo manti-
veram em perfeito estado o material em alcool e entomologico.
A Revista do Museu
Distribuiu-se em fevereiro o tomo X da Revista do
Museu Paulista, que nos motivou, de todos os cantos, do
mundo, muitos calorosos parabens de scientistas e directores
de grandes iustitutos d+ numerosos paizes. O tomo XI esta
impresso tendo-se attingido 949 paginas. Devera ser dis-
t ibuido em principios de 1920. O numero XII ja tem 500
pagin:s promptas e pretendo fazelo sahir com cerca de cito-
centas peginas, em julho proximo, afim de pôr em dia a
nossa publicação tantos annos interrompida.
No tomo XI apparecem- diversos trabalhos valiosos
entre us quaes destacaremos a exc-llente memoria do Sr.
Prof. Alipio de Miranda Ribeiro, os Veados do Brasil se-
gundo as cullecções Rondon e de varios museus nacionaes e
extrangerros, em que, com sua grande auctoridade analysa
os pontos coutrovertidos que sobre as questões referentes aos
nosso: cervideos existem.
E” tambem, um trabalho do Museu Paulista pois do
nosso avultado material, manipulado durante uma estada de
muitas semanas entre nós, em 1918, serviuse para as suas
deduções e conelu:ùes
E” o Sr. Julio Melzer — por assim dizer — naturalista
honorario do nosso Museu onde, ha longos anuos, estuda,
com afi-co e amor o ramo de entomologia em que adquiriu
fundos conhecimentos: a coleopterologia. O seu bello estudo
vom qne tivemos o prazer de ab ir o volume XI: Os longi-
cornios brasileiros da familia Prioninae é igualmente um
trabalh» do Museu Paulista. Realisado em grande parte nos
nossos Isboratorios e na nossa b bliotheca representa o atu-
rado esf.rço do nosso brilhante collaborador de cuja compa-
uhia desde muito nos ufanamos e comprazemos.
Os Manguezaes de Santos repre entam interessantissimo
estudo physico-zoo-botanico de uma região de :spectos do
curiosisssmos e tão mal conhecidos como essa dos mangues
nos-0 littoral. Levado a cabo com extrema consciencia pelo
cistiucto e infantigavel naturalista do Museu, o Sr. H. Lue-
deswaldt, é de leitura a mais amena e agradavel e revela
uma série de conhecimentos realmente precics s. Verteu-a
com extrema fitelidade para um portuguez saboroso, dotado
de verdadeiro realce vernaculo e httersric o D-. Edmur de Souza
(Queiroz, rerfeito conhecedor da correspondencia dos dois idiomas.
Além destas tres volumosas memorias que tomam mais
de 400 paginas do tomo, citemos ainda: as duas contribuições
do D: J hn T. Nichols, o eminente ichtyolego do American
Museum of Natural History, em que nos revela a existencia
de um genero e tres especies novas de cascudos brasileiros,
descobertos no material do nosso Musen, os tres valiosos ar-
tiges de Sr. Luederwaidt sobre es crustaceos do Estado de
São Paulo, a « Influencia da geada sobre a flora indigena e
estrangeira dos arredores de São Paulo especislmente uo
Ypirarga » e sbre a biologia de um lepidoptero.
Duas novas especies de coccidas revelou-nos o Snr.
Dr. Adolpho Hempel, cuja palavra é tão autorisada no as-
sumpto, como sab+m todos. O nosso tão presado quanto erudito
collaberador Dr. Mello Leitão, com a competencia que todos
the conhecem no assumpto, escreveu uma serie de excellen-
tes notas sobre uma collecção do Museu anteriormente mani-
pulada pelo eminente arachnologo E Simon
A serie de novos trabalhos scientificos liga se o artigo
do nosso douto e prezado collaborador Dr. F. C. Hoehne,
que descreve uma Alastroemeria nova dos arredores de S.
Paulo com a segurança e minucia que lhe são peculiares.
— 460 —
A’ grande jornada de Neiva e Penna que tantas reve-
lações scientificas veio trazer consagrou o siguatario destas,
consideracd 5 alguas paginas, desjaudo resumir, para que se
lhe dê maior divulgsção, pelo orgão da Revista, o monumen-
tal Relotorio dos dous illustres scientistas e patriotas.
Completaram esta parte do tomo as homenag-ns pres-
tadas as memorias do nosso joven, inesquecivel e eminente
colaborador de tantos annos o Dr. João Florencio Gomes, do
sabio mineralogista patricio o Dr. Costa Sena, do incança-
vel e douto botanico Alberto Loefgren (cuja vida fiel e ex-
pressivament» descreveu Julio Conceição ), do notavel paleo-
ichtyologo Dr. Charles R. Eastman que durante mezes tra-
balhou comnosco.
A’ bibliographia relativa aos annos de 1915 a 1919
precisämos dar larga extensão, resolvendo além de tudo fa-
zer, dos livros mencionados nos seus diversos artigos um resu-
mo orientador dos nossos leitores. (remos com isto prestar
real serviço aos que, no n‘sso paiz se occupam de ssiencias
naturaes sobretudo pelo facto de lhes apontarmos a existen-
cia de obras de que talvez não tivessem conhecimento, não
fossem as nossas indicações.
N'um paiz como o nosso, immenso, ha a maior disper-
sividade. Innumeras são as obras, por vezes valiosas, publi-
cadas nas suas diversas reg'0es e que nem siquer frequente-
mente chegam aos maiores estabelecimentos para onde na-
turalmente deviam ter a primazia do encaminhamento e da
natural concentração como a Bibliotheca e o Museu Nacio-
nal por exempio.
Bem sabemos quanto a nossa bibliographia é lacunosa,
mas acreditamos que em todo o caso representa uma contri-
ouigao de pequeno valor para a organisação de trabalho iden-
tico, effeetuado algum dia em larga escala por especialista
que a elle se consagre de corpo e alma.. Já a seara é immen-
sa e precisa desde logo ser trabalhada.
Para a confecção do nosso modesto ensaio tivemos a
valiosa collaboração dos Snr. Drs. Adolpho Hempel, F. C.
Hoenhe, H. Luederwaldt e Julio Melzer a quem penhorados
agradecemos o excellente auxilio que nos prestaram.
À bibliographia segue-se a relação summaria dos do-
cumentos pertencentes à doação tão valiosa feita ao Museu
pela Exma. Snra. D. Lydia de Souza Rezende. A falta de
tempo — nbservamo-lo na introducçäo a tal catalogo, — não
pos permittiu fazer o exame dos papeis, de que agora só da-
mos o arrrolamento.
Completa emfim o volume o relatorio a que tivemos a
honra de apresentar a V. Excia. e relativo ao anno de 1918,
relatorio que traz em appenso o summario das reclamações
feitas a Directoria do Museu pelo antigo Director do Insti-
tuto o Dr. Ihering e da solução que tiveram.
— 461 —
Desejavamos muito poder illustrar a nossa Revista profu-
sa e brilhantemente, mas não foi possivel ainda desta vez fa-
zelo pela extraordinaria carestia das contribuições das artes
graphicas.
Penhorados agradecemos aos dignos Snrs. Director e
Gerente do « Diario Official», Snr. Horacio de Carvalho e
Dr. Bento Lueas Cardoso o serviçalismo com que nos ajuda-
ram. Ao Snr. Ruben Leal, zeloso chefe das officinas os nos-
sos agradecimentos pelo cuidadoso carinho com que caminhou
o trabalho da impressão do presente volume. Assim tambem
a seus auxiliares Snrs. P. Gonzalez, José de Castro e An-
tonio Correia Netto.
E seja-nos ainda permittido cousignar os nossos agradeci-
mentos ao digno chefe do serviço de encadernação do “Diario”
Snr. Julio Mcreira e ao pessoal a quem dirige, pela preste-
za e amabilidade com que fizeram a encadernação do volu-
moso tomo X, grosso livro de mais de mil paginas, num lapso
de tempo realmente curto, antes do prazo anteriormente fi-
xado como indispensavel para a confecção do volume. Neste
trabalho desvelou-se o Snr. Moreira em servir ao Museu. Atra-
zada e muito, como estava a destribuição da Revista foi-nos
a antecipação muito proveitosa pois geaças a ella pudemos
dar mais rapidamente aos nossos correspondentes de todo o
Universo uma nova de real e forte vitalidade do Museu.
A parte material do tomo XJ ( voltamos a tocar neste
assumpto ) está euida la com carinho e melhor do que a do
tomo X graças as illustragdes mais numerosas, onde se des-
taca uma estampa a cores na memoria do Prf. Miranda
Ribeiro.
Para o tomo XII temos excellente material reunido e
promessa de contrihuições valiosas e extensas que pretende-
mos logo atacar de modo a dar annualmente um volume da
nossa Revista de pelo menos 600 paginas.
Trabalhos Scientificos Realisados
no Museu
Muito animados estiveram os tarbalhos szientificos rea-
lizados no Museu durante o anno de 1919. O Snr. Lueder-
waldt proseguiu nos seus estudos especiaes sobre formigas,
filicineas e crutaceos e organisou a grande « magnifica eol-
leeção de biologia de insectos uteis e nocivos, casos de mi-
metismo ete, que opulenta hoje a nossa exposição entomolo-
gica.
Herborisou e colleccionou nes arredores de S. Paulo.
O Sur. Julio Melser proseguiu os seus estudos coleoptero-
logicos havendo determinado numerosas especies nas nossas
colleeções.
O Snr. João Leonardo de Lima estudou mammiferos e
passaros, determinando especies e sub especies novas de
aves que serão descriptas no tomo XII da Revista O D-.
Frederico Hoebne estudou o nosso material de melastomace: s
fazeudo numerosss determinações. O Dr. Adolpho Hempel es-
tudando avultado material de coccidas teve o en ejo de des-
cobrir numerosas especies novas que tambem serão descriptas
no tomo XII. Até a sua ultima semana incansavelmente es-
tudou o Dr. João Florencio Gomes com a d-dicacão e pro-
ficiencia que o caracterisavam o nosso material de opbidics. Su-
bstituiu-o, igua'mente assicuo e competente o Sur. Dr. Afra-
nio do Amaral, assistente do nstituto de Butantan a quem
já devia o Museu excelleutes serviços.
Em dezembro veio realisar o nosso eminente zcologo
patricio Prof Alipio de Miranda Ribeiro o seu antigo plauo
de rever a nossa rica colleeção de batrachios; onde já des-
cobriu diversas especies novas. Pretende o Prof. Miranda Ri-
beiro demorar-se em S. Paulo pelo menos um trimestre, tem-
po que reputa indispensavel para a revisão co grupo.
Além deste naturalista frequentaram com afinco nos
nos os Jaboratorios diversos estudiosos com intenção de se aper-
feiçoarem num ou noutro grupo zoologico e botanico como o
Dr. Rodolpho Hermann (antas) o R. Pe. D. Francisco de
Assis Empting O. S. B. e Irmão Wolfang Kretz, estudiosos
da nossa fora eo R. P. Zacharias van der Hoeven (do Gym-
nasio de S. Antonio, S. João del Rey, Minas) colecptero-
] go sempre assiduos semanalmente aos seus estudos.
Além dos meus estudos especiaes de histor a colonial
de S. Paulo, trabalhei com afinco no sentido de realisar um
grande resumo bibliograph co brasileiro sobre seiencias natu-
raes, no Brazil, de 1913 a 1919 estudos que eendensei em
cento e muitos artigos de resumo publicados no tomo XI da
Revista.
Permuta de Material; Material
Determinado
Recebemos de diversos scientistas material determina-
do, assim do Dr. Curt Schrottky, de Puerto Bertoni, Para-
guay ( hymenopteros ); D-. Johu T. Nichols ( American Mus-
eum of Natural History) peixes e erutaceos. R. Pe. Lon-
gino Navas, de Saragoça, Hespanha, ( Neuropteros ). Dra.
Mary Rathbun, da Smithsonian Institution ( Crustsceos e in-
vertebrados diversos ). Dr. Lauro Travassos ( helminthos ), Dr.
Henrique de Beaurepaire Aragão (Ixodidos }; Dr. Miranda
Ribeiro (batrachios }; Dr. Mello Leitão ( arachnideos );
Dr. João Florencio Gomes (ophidios ).
As permutas foram insignificantes, apenas com o Sur.
José Decker (insectos); Museu Nacional le Buenos Aires.
aves: Snr. Julho Melzer, coleopteros; Pe. Miguel W tt ,
grandes avicularideos.
== Ay —
O sr. prof. Juan Brethes, de Buenos Aires, devolveu q
material de pompilideos, que tinha em mãos, determinado. Ac-
tualmente tem o Museu ainda na Európa, com diversos sci-
entistas allemäes, material que a guerra fez permanecer lon-
gos annos tóra do nosso In tituto e quiçá hoje perdido. Re-
clamei por vezes com insistencia, mas inutilmente, e o excel-
lente e avultado material de termitos e termitophilos que
ha cerca de dez annos está em mãos do prof. Silvestri de
Portici ( Napoles ).
Consultas
Foram innumeras, no decorrer do anno de 1919, scbre-
tudo as entomologicas, ornithologicas, historicas, e numis-
maticas. Sobre numismatica respondemos às do Dr. Carvalho
e Silva, do Ministerio de Agricultura, Gomide Ribeiro dos
Santos, João Vaz da Cesta e Emilio Gallo, Francisco Du-
rante e Jorge Masabielli, de S. Paulo; Antonio Carlos Cor-
rea, Leopoldo F. de Faria Cortes, do Kio de Janeiro etc.
Sobre historia de S. Pauio e do Brasil: Surs. Ignacio Tan-
tico, de Itapecerica, João Izidro Ferreira, Coimbra dos San-
tos, Carlos Gomes de Proença e Antenor Figueira de Mou-
ra, de S. Paulo, etc.
Sobre entomologia recebem:s maiores copsultes: por
intermedio das « Chacaras e Quintaes », sobretudo, umas
quarenta talvez.
Fornecimento de material
Durante o anno pouco material fornecemos ás escolas
do Estado; as ncss:s reservas estavam exgotadas com o que
haviamos dado a varias escolas normaes, e grupos escolares
etc. mas brevemente poderemos attender a um pedido.
Alargamento do Museu
A este re-peito annexo a este relatorio o projecto que
a V. Excia tive a honra de apresentar.
O edificio do Museu
Está bem conservado e cs reparos foram por assim di-
zer nullos, as construcções annexas ao Museu tambem estão
bem conservadas a não ser a casa dos jardineiros que pre-
cisa de reparos serios no telhado.
O parque e os terrenos em frente
Executando-se os trabalhos da grande avenida que sé
ha de traçar do edificio do Museu à Cidade, deixei de tratar
do parque em face do nosso Instituto que está sendo des-
truido. O terreno am frente a elle desde muito figura nas
plantas como pertencendo ao Estado. Em 1911 o Governo
por intermedio do empreteiro José Ferreira Vargas felo cer-
car com excellente cerca de monrões pintados em cinco fios
de arame. Notando que varios destes mourões estavam cahi-
dos e outros haviam sido subtrahidos ordenou o dr. Ihering,
dizem-no tudos os empregados do Museu, que se destruisse
completamente o resto da cerea !
Esta medida foi absolutamente nefasta pois della se
originou uma perdencia que tem altamente prejudicado os
interesses do Estado e provocado enorme demora no anda-
mento dos trabalhos da Avenida.
Dizendo-se dono do terreno o Cel. Constantino Xavier
mandou embargar o serviço de desaterro. <A’ vistoria que
para discutir o caso se requereu compareceu o antigo em-
preiteiro sr. Vargas então no Rio de Janeiro, para expor aos
peritos o serviço que no terreno realisara por ordem da Se-
cretaria da Agricultura. Do archivo do Museu foram desen-
tranhadas numerosas plantas antigas demonstrando que desde
longos annos figurara em todos esses mappas o Estado como
po-suidor «0 terreno lirigioso. Fiz tambem diversas pesqui-
zas no Archivo do Estado no sentido de defender os direitos
da Fazenda.
O Horto Botanico refez-se bastante dos prejuizos enor-
mes causados pela geada grande de 1918. O sr. Luederwaldt,
com grante carinho, presidiu a todos os trabalhos nelle rea-
lisados. Numerosas arvores foram transplautadas vindas da
Cantareira e das mattas da Serra; cresceu muito a collecção
de orchideas. Uma grande área está ainda a ser aproveitada
e estou tratando de ver se até 1922 fica o nosso Horto in-
teiramente ajardinado.
Excursões scientificas
Graças a V. Excia. que abriu ao Museu um credito ex-
traordinario de quatro contos de réis, realizaram-se tres excel.
lentes viagens de collecta de material. No Sul da Bahia o sr.
Ernesto Garbe, o sr. Hermann Luederwaldt ao Estado de Sta-
Catharina e o sr. José Pinto da Fonseca no Alto Rio Doce,
Estado de Minas Geraes.
Em anntxo resumo as noticias publicadas pela imprensa
a prop sito das excursões do sr. H. Luede:waldt a Sta. Ca-
tharina e José Pinto da Fonseca ao Alto Rio Doce, assim
como o relatorio completo do sr. Garbe.
São estas Exmo. Sr. Dr. as as ponderações que me
occorre fazer sobre os principaes incidentes da vida do Mu-
seu no exercicio de 1919.
A V. Excia. tenho a honra de apresentar a expressão
de minha alta consideração.
Arronso DE. Taunay.
ANNEXOS
Sih
ies
I
RELATORIO DO TRADUCTOR-BIBLIOTHECARIO
Não tomamos assignatura alguma de periodicos, man-
tendo apenas as antigas: Science, The Z ological Record e
La Nature. A frequencia de leitores o cou durante o anno
de 1919 por um total de 551.
Publicações recebidas em 1919
Brasil .
ADRIAN MONT RU » à
Res an a Pet os
Uruguay
Paraguay .
Perú Sie Sa Goer ya yr ne
ROAD Va 2 Sa ano cs
Bolivia. sd DE LE
Columbia .
Venecutias it RER ur
Mexico.
CE e ST CURE CEE ETS MES
Estados Unidos da America
do Norte
Canada.
Inglaterra,
Irlanda.
França.
Monaco
H-+spanha ,
Portugal
Italia
Allemanha. ae Br ae
Hollanda ss carga ds
DÉC Ses o Ne Es
Dinar. Esc Te on
CRIS EN 2 OO LE ER Ve
Noruepa: 1. cs -
Suissa . Dr Le Ua
Catalunha. . . EN
Africa do Sul...
Hawaii ( Ilhas )
AU Os Ago o, wa
JAP Er 6 ee e «
POTALS Gus. a
Manuscriptos . . . . .
ENS ONRENTE ER Do co
437
52
©
Qo
NO
(sh)
b
no
=
_ ©9
OS AW OL GR
bd
De
18
25
—_——_
15101
16
24
publicações
Entre as publicações figuram 199 volumes de dadivas
quasi todas devidas à generosidade do actual Director.
Foram adquiridas sessenta e uma publicações pelo preço
de 8898000.
Realisaram-se 425 consultas mediante retirada dos res-
pectivos livros da Bibliotheca, além de numerosas consultas
na Bibliotheca.
O serviço de catalogação da Bibliotheca conforme o
systema decimal de Dewey, hoje quasi internacionalmente
acceito alcançou até 31 de dezembro o numero de 3.274
volumes.
Traducções
Por escripto foram feitas apenas cinco traducções entre
estas tres trabalhos scientificos de grande volume. Traducçôes
verbaes de consultantes de alguma importancia se regis-
traram 87.
Correspondencia extrangeira
* Da Bibliotheca sahiram durante o anno 118 corres-
pondencias para o estrangeiro.
Distribuição das publicações do Museu
No anno de 1919 remetteu a Bibliotheca do Museu
aos correspondentes deste Instituto o volume X, 272 exem-
plares para o Brasil e 314 exemplares para o estrangeiro,
Dada a insufliciencia de garantias postaes ainda não foram
remettidos numerosos volumes para os paizes da Europa
Central e Oriental.
Fóra da distribuição do volume X, attendemos ainda
aos pedidos de Instituições Scientificas a respeito de outras
publicações do Museu a saber: 157 volumes para diversos
paizes estrangeiros e 145 volumes a endereços nacionaes.
(a) ANDREA DO
Blbliothecario-traductor do Museu
Il
Relatorio da viagem ao Sul do Estado da Bahia, apre
sentado pelo sr. Ernesto Garbe, naturalista
viajante do Museu Paulista.
No dia 29 de marco de 1919, encetei a viagem de S.
Paulo 4 Bahia passando pelo Rio de Janeiro, Iiheos, etc.
tendo como companheiro e ajudante o ex-foguista de um
navio allemão que já vivera no sertão de Minas e portanto
conhecedor da vida local.
No Rio encontrámos certas dificuldades acerca dos
passes, apezar de ser -m legalmente vistos e chancellados em
São Paulo. Felizmente o nosso vapor teve tres dias de
atrazo e assim as nossas difficuldades puderam ser removidas
sem grande obstaculo. No dia 3 de abril, às cinco horas da
tarde, embarcamos e depois de escalar Cabo Frio, chegámos
a Ilhéos a tarde — nosso primeiro campo de operação — de-
baixo de uma chuva torrencial. Aqui aiuda reinava o tempo
chuvoso não podendo por conseguinte pensar em caçar no
interior devido aos maos caminhos e enchentes dos rios. As
circumvisinhanças da cidade não eram apropriadas para nossa
tarefa. Para esperar o tempo mais opportuno e para obviar
as despesas exhorbitantes dos hoteis da cidade nos estabe-
lecemos numa aldea chamada Pontal, de fronte de Ilhéos.
D'ahi pudemos colher na praia, muitas vezes pedregosa e
penhascosa, carangueijos e outros animaes maritimos, quando
não chovia torrencialmente. A presa foi porém pequena. A
praia de Ilhéos offerese mais, so que tinhamos de atrevessar
sempre o canal em canoa e ainda um caminho de duas e
meia horas à pé para chegarmos aos pantanos e logares
de mangue. Inuteis não foram estes caminhos compridos,
colhendo assim um bom numero de carangueijos, porém, as
vezes com dificuldades cahindo por exemplo até os joelhos
no nateiro a pon o de um precisar tirar o outro. Para limpar
as vestes de lama não precisavamos de agua do mar, melhor
fazia a chuva abundante. De algumas excursões que fizemos
de canoa no Rie Cachoeira e no dos Engenhos, que jun-
tando-se entram no porto de Ilhéos, colhemos alguns caran-
gueijos e tambem alguns peixes pescando de rede. Mas não
foi bastante para ficar mais tempo em Pontal, orde demo-
ramos um mez. Mesmo as barcas e jangadas que em tempo
opportuno sabiram em numero de 8-12 ao alto mar, voltaram
muitas vezes sem presa ou colhendo pouca cousa. Os pes-
cadores dividiam entre si os peixes pequenos e no caso em
que capturavam alguns maiores repartiam-nos e v-ndiam-nos,
Em primeiro logar aos compadres e amigos restando alguma,
— 47) —
cousa travava-se combate para aleangar algum pedaço. Os
quarenta até sessenta homens que tinham esperado a volta
dos pascadores durante tres e mais horas deviam voltar sem
cousa alguma e assim diariamente. Nunca tive a felicidade de
receber um peixe que valesse a pena de ser pago.
Tive como convite visitar uma fazenda perto do Rio
Engenho; acceitei-o grato. Tres horas de canoa, um ca-
minho pelo mangue depois incommoda e pedregosa estrada
cerrada de plantas chegámos 4 casa, situada a 30 até 40
metros sobre o mar. Uma casa muito pequena e arruinada,
as paredes de taipa, o tecto de folhas abatendo. Nem havia
logar para as nossas cargas e a mesa de trabalho.
Neste casebre havia ainda a cosiuha. O fazendeiro
devia procurar outra morada. Immediatamente atraz da tal
cafúa começava a matta immensa da montanha. Um ca-
minho velho que conduz para o interior do matto foi por
nós limpo e continuado e ainda fizemos uma picada para
cenhecer e utilisar melhor tambem os diversos recantos da
matta. O resultado dos nossos trabalhos era no emtanto
minimo, depois de ter feito um caminho de cinco ou seis
horas batendo morros e montanhas, às vezes molhados até
OS CSSOS.
Neste matto aninham-se grandes carangueijos de côr
clara azul-verde. Em logares barrentos perto de riosinhos
encontram-se colonias inteiras destes animaes. Achamos
uma porção de armadilhas pequenas armadas com bananas
para apanhar estes carangueijos comestiveis. Na casa sempre
tinhamos dous ou tres destes animaes, que subiam de fóra
pelas paredes entrando assim pelas janellas ou pela folhagem
do tecto. Voltando ao meio dia da caça achei diante da
porta alguns destes caranguejos e abrindo de vagar entraram
logo procurando um esconderijo geralmente debaixo da lenha.
Certo dia estava eserevendo de tarde, moveu-se de repente
alguma cousa atraz da lampada correndo sobre a mesa para
desapparecer debaixo da cama. Era um grande carangueijo.
Apezar de animaes innocuos não é agradavel quando de noits
um bicho destes corre sobre a cama. Muito perigosas são as
cobras venenosas — Jararacas — que não raras vezes de noite
entram nas casas. Tambem não é para admirar vendo como
a gente deixa crescer o capim até as janellas. Por isso,
chegando a uma casa, onde queremos ficar, é meu primeiro
trabalho escaldar as paredes e o chão com agua fervendo
misturada com creolina para ficar livre da bicharia, quanto
possivel. Encontram-se nas casas centopéas, escorpiões, aranhas
percevejos chamados barbeiros — transmissores de doenças —
formigas, bichos de pé, baratas e mais ainda. Se a casa é
no campo ou no matto, então deixo cortar o capim e os ar-
bustos ao menos numa circumferencia de 10 a 20 metros.
Meu visinho que tinha a sua casa apenas numa distancia de
Ta E
30 a 70 metros, tirou numa tarde, querendo deitar-se, de-
baixo de sua cama uma jararaca do comprimento de um
metro e meio. Mas tambem é de confessar que é um destes
que deixam crescer o capim em redor da casa à vontade.
Não era para nós pequeno perigo as armadilhas ar-
madas assim como os fuzis nos rastos. Passando um animal
vae encontrar-se com o fio que desarma o fuzil, deixando-o
em geral instantaneamente morto. Sendo que os caçadores
infelizmente procuram só na hora avançada a sua presa, em-
quanto nós já ao alvorecer começavamos as nossas excursões,
existia o perigo exsctamente em não saber os logares onde
se encontravam as armadilhas. Tambem usei ás vezes deste
meio para caçar animaes, porém, armei-os para evitar qual-
quer perigo em lugares onde não passavam outras pessoas ;
assim matei antas, onças, capivaras, veados, porcos do matto
e outros animaes. Não se encontrando nestes logares ani-
maes de maior tamanho caçam os habitantes destas regiões
ratos sylvestres, roedores etc. mesmo o rato cemmum repre-
senta para elles uma guloseima.
Um acontecimento não quero deixar de mencionar, acon-
tecimento que succedeu ao meu companheiro. No segundo do-
mingo que passámos aqui no matto, pediu-me elle pelas tres
horas da tarde a licença de dar um passeio numa picada que
ahi eu tinha deixado fazer poucos dias antes emquanto eu
em casa estava occupado com a preparação de aves. Estando
eu assim impedido de scompanhal-o chamei-lhe a attenção
sobre a facilidade de perder-se no matto. Nas instrucções que
lhe dei, pedia-lhe que se não desviasse do caminho mesmo
se ouvisse no passeio tiros ou qualquer outro signal. Encon-
trando-se porém, a caça tão perto que pudese alcançal-a do
caminho e tendo a certeza que acertara o alvo então cortasse
com o facão um caminho para buscar a presa. Desta manei-
ra seria o extravio impossivel. Si porém errasse do caminho
conservasse antes de tudo a calma e não se excitasse dando
com pequenos intervallos tres tiros e esperando resposta pelo
mesmo signal que lhe indicaria a direcção oude haveria de
encontrar gente. Mas estas como ainda outras instrucções de
nada serviram. Ao anoitecer não tinha ainda voltado meu
companheiro apezar de haver cahito uma chuva forte. Usei
do signal convencionado, dando um tiro para indicar assim
a direeção da nossa casa, mas nenhuma resposta. Entretanto
ficou escuro e a chuva não cessou. A falta de noticias so-
bre o paradeiro do meu companheiro deixou surgir em mim
receios que 2 elle talvez tivesse succedido um desastre.
Assim passou a noite. Logo ao amanhecer fui em procura do
meu collega. Chegando ao ponto extremo da picada dei al=
guus tiros, porém em vão. Tornei immediatamente para casa
pedindo auxilio dos visinhos. Infelizmente não encontrei o
vizinho mais proximo que tinha ido a cidade. Para chegar
ao outro precisei duma canoa e em falta desta procurei cha-
mar a attenção do t.ansviado desfechando outra vez a espin-
garda, Eis aqui jae pelas nove horas voltou o perdido, comple-
tamente ensopado pela chuva, com os vestidos rasgados, mui-
tos arranhões no rusto, nas mãos, nos braços, provenientes dos
espinhos, reduzido com uma só palavra a um estado lasti=
mavel.
Conforme sua narração deixou elle seduzir ao subir
uma montanha situada no fim da picada para explorar o
matto virgem mais para dentro e perdeu desta maneira o
caminho. Perturbado por esta desorientação e pela cireums-
tancia que o sol já estava a desapparecer no horizonte co-
mecou o infeliz a correr pelo matto 4 fora cahindo afinal de-
vido a escuridão num barranco abaixo num rio. Ahi viu-se.
forçado de ficar toda a noute e ainda sob uma chuva torren-
cial. Ao alvorecer tranpoz a nado o rio chegando a uma
cultura de mandioca onde achou a casa do nosso segundo vi-
zinho. Apezar da promessa de seguir para o futnro os meus.
prud-utes conselhos aconteceu-lhe poucas semanas depois o
mesmo nas mattas de Itabuna, onde porem foi mais feliz por:
encontrar ainda antes de anoitecer um commodo numa pe--
quena choupana.
Demoramo-nos um mez inteiro na fazenda “Pittoresca””
para depois voltar novamente a Pontal a espera de um va-
por que nos levasse a Belmonte. Um dia antes da nossa par-
tida recebi um convite para visitar uma fazenda situada um.
pouco no interior. Fomos com o trem até Itabuna, que atra-
vessa durante 3 horas só culturas de cacão. Em Itabuna o.
fazendeiro que me tinha gentilmente convidado, teve a fine-.
za de mostrar o armazem de cacão. Passei o dia em dirigir:
as preparações necessarias para a marcha do dia seguinte.
Como ficou determinado esperou-nos no dia seguinte uma
bem montada caravana além do Rio Cachoeira. Ao meio dia.
mais ou menos pozemo-nos em marcha pois a estrada era bôa.
e não se tinha mais de duas horas de caminhada.
Infelizmente tal não se deu. Tivemos de palmilhar um,
caminho horrivel durante tres horas e meia por mattos e
brejos, atravessando ribeirões sobre pinguelas, numa alter--
nativa de chuva e sol, vadeando, em dous pontos, os rios.
com agua até o corpo. A’s cinco horas em ponto chegámos.
á fazenda onde tivemos uma recepção affavel por parte do.
administrador, um italiano, que ja recebera ordens de Itabu-.
na, por meio de telephone. JInstáilamo-nos na unica sala
prompta da casa da fazenda, em construcção. Eis-nos abri-.
gados, mas por pouco tempo, pois que tinhamos de nos en-.
tranhar na Horesta em alguns dias de jornata, visto não ha-
ver caça nos arredores da fazenda. Um velho matteiro e ca-
çador já tinha sido apalavrado para nos construir um rancho.
em sitio propício. Já na manhã seguinte poz-se o velho a,
caminho com t-es filhos e dous compadres para arranjar um
bom logar no matto. Durante alguns dias não deram signali
de si, mas como se achavam providos de matolotagem para
muitos dias, nada havia a temer. Decorridos seis dias appa-
receu finalmente o velho com a noticia de se achar prompto
o rancho, porém um tanto longe, a tres horas de caminho.
Falsa tambem essa informação. Gastâmos seis horas na
viagem. Não ha fiar nas informações dessa gente, primeira-
mente porque não usam de relogio para medir com exacti-
dão o tempo, depois porque tomam como base o andar de
um cavalleiro. O velho estava entividado na fazenda, moti-
vo pelo qual me foram cfferecidos os seus serviços. Foi aliás
à fazenda que tive de effectuar o pagamento.
Tinham os seis homens, em suis dias de trabalho, cons-
truido a cabana e aberto uma iarga picaia para dar passa-
gem aos animaes de carga. Ganhou cada um 108000, som-
mando o pagamento total 6080.0. Nos seis dias da nossa per-
manencia na fazenda tivemos opportunidade de ver a gran-
de plantação de cacão que cobria a baixada pantanosa e as
encostas pouco elevadas dos montes até a consideravel dis-
tancia. Estendemos as nossas pesquizas acs pequenos trechos
de mattas remanescentes nos arredores, e tambem o riosinho
que atravessava o immovel forneceu-nos alguns peixes e ca-
rangueijos.
Nosso hospedeiro, o administrador, tinha providenciado
para que os camaradas contractados para a viagem se apre-
sentassem de manhã bem cedo com os quatro burros de car-
ga. Arrumadas as bagagens e mantimentis, poz-se a cara-
vana em marcha pelas sete horas. Nos —o velho e a minha
insignificaneia — tinhamos partido mais cedo, constituinlo a
vanguarda. Nas primeiras horas passámos ainda por algumas
fazendas de cacao com estradas suppertaveis, mas as cousas
não tardaram a mudar de figura. Achämo-nos em plena flo-
resta, na matta virgem em toda a sua pujança. Patinhava-
mos com agua pelos joelhos em brejos, alguns largos de cen-
tenas de passos, atendendo-nos as órlas de matto afim de nos
podermcs agarrar aos arbustos, ou então trepavamos por
merros empinados ora pedregrosos ora barrentos, recorrendo
de novo aos arbustos para nos sustentarmos ou nos guindar-
mos. Assim tinhamos vadeado pantanos e vingado eminencias,
quando chegaram dous homens da nossa columna, meu aju-
dante e um filho do guia, trazendo a pequena quantidade
de mantimentos necessarios para um dia de jornada. Uma
parada á beira de um curso de agua, uma pequena refeição,
e proseguio-se. Mais duas horas de marcha morro acima,
morro abaixo, nova estação junto a um ribeirão, umas fuma-
çadas dos cigarros e dos cachimbos. Pouco antes tinha eu
atirado a uma grande preguiça de colleira, que transportá-
mos comnosco.
e
Chegou a nossa caravana. Que lamentavel aspecto !
Homens e animaes enlameados, immundos, quasi irreconhe-
civeis, as bagagens cobertas por uma crosta de lama. Após
uma breve troea de palavras homens e animaes estugaram 0
passo com pressa. Transposto o ribeirão, topamos, na margem
opposta, com um brejo sem ponte. Apenas havia, lançados
sobre elle, tres ou quatro troncos de palmeiras, mas de tal
forma cobertos de agua e de barro que se fazia mistér son-
dar com um pau afim de se ver onde se havia de collorar o
pé, afim de não se afundar. Numa curva do caminho perde-
mcs de vista a tropa. De repente, uma enorme gritaria atraz
da saliencia da matta. Dous burros tendo escorregado nos
estipites jazem no lodaçal. E” urgente o soccorro, sem o qual
se afogiriam. Não ha hesitar. Voltamos para o atoleiro cor-
tamos as correias das cargas, e os burros se erguem, intei-
ramente c-bertos ce barro, por se terem debatido tornando-
se pr ciso lhes lavarmos os olhos e as narinas. Neste inte-
rim os demais cargueiros que tinham vingado o obstaculo,
talvez espantados pelo reboliço, metteram-se em fuga pelo
matto denso do morro, até que se enrodilharam nos cipós e
na trama das trepadeiras sem poderem ir para deante nem
para traz. Tivemos de livral-os a golpe de facão. Restabele-
cida a ordem, retomámos o caminho, à frente da tropa, por
montes ingremes e varzeas abauladas. Uma hora depois per-
lustraudo uma baixada, defrontamos de repente um rio cau-
daloso e bravo, com a largura de 25 a 30 metros. Como
transpol-o ? A montante jazia, lirando as margens, um tron-
co gigantesco, tres metros acima da agua, liso como se ti-
vesse sido envernisado. Com a espingarda e sacco as costas
não é facil passar-se. Acompanhamos o rio e afinal conse-
guimos attingir a margem opposta, saltando com esforço de
alpondra a alpondra. Um breve repouso, umas cachimbadas
para afastar a multidão de mosquitos, outra caminhada de
uma hora, galgando elevado monte pela picada aberta pelos
camaradas.
E' preciso ter-se experimentado uma dessas picadas fei-
tas pelos roceiros para se fazer uma idéa do quanto é la-
mentavel o seu trabalho. Cortam-se sem mais arvores e ar-
bustos, que se deixam ficar no caminho. Ninguem tem idéa
de puxar para o lado o tronco cu ramo e ainda mesmo quando
a senda é utilisada diariamente, contentam-se os viandantes
em saltar por cima delles. E” incrivel a indolencia dessa
gente, que não mautem em ordem nem mesmo os caminhos
de que se utilisa quasi diariamente com animaes de sella ou
de carga. Arvore ou galho que atravanque a estrada, ahi
fica, ainda mesmo quando véde a passagem a cavallo e ao
cavalleiro, preferindo este dar uma volta atravez do matto.
O animal que.se aperte por entre a galharada. Como tra-
balhavam melhor os indios cujos serviços contractei às vezes
para me abrirem caminho! Desempenham-se muito bem da
incumbencia, e não obstante comerem por tres “pessoas nor-
maes, prefiro-os ao caboclo. Apenas lhes faltava consta’.cia.
Depois de um labor de um ou dois dias, tendo-se alimentado
mire 6.
AO —
bem umas poucas de vezes, fugia-lhes tambem a elles a von-
tade de trabalhar. No alto Amazonas deparam se-me trilhos
de indios absolutamente limpos de ramos, estreitos mas cor-
,
rectos. Sobre corredeiras havia invariavelmente uma pequena
ponte de tres ou quatro caules de pelmeiras collocadas a
par, sempre provida de um parapeito de varas delgadas.
Percorri frequentes vezes essas veredas durante horas, fazendo
boas prisis nas minhas caçadas, porque ellas permittem evi-
| . + 5 .
t.rse o ruido que afugenta os auimaes.
o
Galgamos afinal o ultimo monte. Já chega até nós a
vez dos tropeiros que parclam, o fumo côa por entre o arvo-
redo transpomos um corrego, e, deante da mim, numa cla-
reira roçida apparece a palhoça, toda verde, cobertos o tecto
e as p redes lateraes por folhas frescas de palmeiras. Os ca-
maradas assentaram-se nos troncos de arvores, junto ao fogo,
as mnlas snarentas espojam-se no solo. Abre-se sem detença
a caixa dos mantimentos e a breve trecho temos prompto o
café A tropa precisa retroceder no mesmo dia, porqus não
ha com que alimental-a. Transporta-se a bagagem para o abri-
go, armam-se camas de vento e mesas. À tropa inicia a volta.
Vao-s+ perdendo, ao longe as derradeiras notas das cantigas
dos tropeiros, ultima despedida per bastante tempo. Acha-
mo-nos sós, senhores absolutos da floresta.
Cozinham se logo os feijé +s, procedendo-se a uma limpeza
perfunctoria das armas, as quaes são azeitadas e carregadas,
O guia acareti lenha para o fogo que deve arder dia e
noite no. acampamento, até nos irmos.
Nos primeir:s dias dá muito serviço o preparo das ca-
minhos que teremos de trilhar nas excursões diarias. Entrou
a chover a cantaros, às vezes sem descontinuar dias inteiros,
impedindo nos a cozinhar ao ac livre. A fumaceira obrigou-
nos a construir uma cozinha, que ficou prompta em dous dias.
Pudem»s então nos entregar ao afan diario da caça. Mas
mes «o elli, onde nos viamos roleados de leguas e leguas de
magnifica matta, sem obices a não ser, quando muito, a chuva,
a vida animal como que se tinha esvahido. Passariuhos raros
obtivemos, aves de porte, nenhuma. Não matámos mammife-
ro algum, a não ser uma preguiça. Encontrei por vezes pe-
gadas de onças, sem conseguir avistalas. Era, no emtanto,
recommendavel a prudencia, pois podia-se ser incpinadamente
atacado por uma dessas féras. De madrugada, pelas cinco horas,
tomava-se c:fé, depois sahia-se a caçar atiavez das picadas,
e voltava-se para casa frequentes vezes sem a menor presa,
cheios de conçaço e de*fime. Quando a fortuna sorria, pre-
paravam-se passarinhes cu o que gar que fosse. A’s cinco
horas da tarde cahiam as trevas no lccal, que arvores enor-
mes sombreavam. Rodeavamos o fogo, as armas carregadas
à mão. O meu collega, a quem incumbia preparar o café ás
quatro e m-ia da manhã, deitava-se à durmir ás sete horas
da noite. Eu permanecia até as dez ou mais à lareira afim
de seccar a: roupas encharcadas, para o trabalho do dia se-
guinte. De cachimbo à bocca, a espingarda encostada ao lado,
prestava a attenção ao concerto dos sapos no charco proximo.
Das arvores pujantes ao que cercavam o acampamento, de
grossos galhos quasi inteiramente revestidos de bromelias,
resoava o grito das pererecas, as vezes tão extravagante que
movia ao riso. Cerujas grandes e pequenas attrahidas pelo
clarão das chammas, grasnavam sobre nossas cobeças. Grillos
e gafanhotos estriduiavam em toda a parte, a vida enchia a
matta, mas não ouvimos nem uma só vez o miado da onça
ou o sibilo e estrupido da anta, como me aconteceu em ou-
tras mattas, no interior de S. Paulo, de Miuas, Matto Grosso
e no Estado do Amazonas. Não durava muito o concerto noc-
turno. Pelas nove horas da noute cahia um silencio de morte.
Apenas algumas noutes perpassaram bandos ce simios noc-
turnos pelas altas copas das arvores, mas a escuridão cerrada
não me permettio matar algum desses auimaes raros. Eta
rapida a pessagem dos macacos. Em seguinda tudo recahia
na antiga paz, e nós nos entregavamos as recordações de ou-
tras caçadas mais productivas. (Quando as teremos de novo ?
Assim chegava tambem a nossa vez de procurar repouso e
achegando ach's de lenha ao fogd,davamos por findo o dia
Chovia tanto que tinhamos de zelar para que elle não se
extinguisse durante a noute,
No dia seguinte continuava o aguaceiro. Tres parelhos de
roupa já se achavam pendurados sobre o tecto da casa, a sec-
car. Tudo molhado, até a cama. Botinas tiradas na vespera
á noute, amacheciam verdes emboloravam os colchõ-s, as ar-
mas e as patronas. A munição norte-americana, já de si de
ma qualidade, achava-se quasi imprestavel. A espingarda
negava fogo não raro tres ou mais vezes em seguida, e isso
augmentava as dificuldades. A área das nossas caçadas, que
era ruim tinha sido propositalmente percorrida e batida por
caçadores nossos concurrentes, desejosos de nos verem pelas
costas. Não era, pois, possivel permanecer-se alli, a desper-
diçar um tempo precioso. À chuva não descontinuava. Ti-
nhamo nos domorado tres semanas naquelle sitio com as vestes
sempre embebidas de agua e os leitos humidos, e nae se
abria uma perspectiva de matar cousa de valia. Decidimos,
pois, a volta. Encommendou-se a tropa, e decorrido tres dias,
ahandonámos a região inhospita, rumo da fazenda Titosa. Só
lá nos toi dado seccar de todo as roupas meio apodrecidas.
Aproveitando a estiada emprehendemos dilatadas excursões
pelo matto e conseguimos trazer uma bôa quantidade de aves,
mammiferos, cobras e insectos. Mas « com o destino não ha
firmar alliança eterna ».... Passados alguns dias fizeram-nos
saber que estavam para chegar visitas, isto é. com outras
palavras, que precisavam do unico commodo acabado, ou, em
bom portuguez — ide-vos embora.
— AT —
Seguimos portanto com a tropa para Itabuna e toma-
mos o trem para Ilhéos afim de aguardar o primeiro vapor
com destino a Belmonte.
O vapors nho de pequeno calado « Porto Seguro » é o
unico barco capaz de transpor a Barra de Belmonte, e isso
mesmo só na maré cheia, portanto na lua nova ou cheia.
Abunda tanto a carga, que consiste principalmente em cacão
alguma farinha que tambem pequenos barcos de vélas sáem
carregados para a Bahia.
A pequena cidade de Belmonte acha-se na foz do Rio
Jequitinhonha. Ha alguns armazens, outros menores, cujas mer-
cadorias, enviadas até pontos distantes do interior são per-
mutadas sobretudo com cacao, e um modesto hotel, não
faltando tamb-m o cinema.
Proximos ao porto fluvial notam-se alguns estabeleci-
mentos de exportação de cacdo. Alli atracam diariamente
espçosas canôas carregada de quarenta e mais saccas de cacão,
depois de terem navegado varios dias, algumas das quaes
tendo partido do interior do Estado de Minas Geraes. Tive-
mos uma espera de nove dias no hotel de Belmonte até que
chegasse de uma fazenda a noticia de que lá seriamos aco-
lhidos e poderiamos nos dedicar às caçadas durante algum
tempo. O sr. dr. Paschoal Camelyer, advogado em Bel-
monte, para o qual eu trazia uma carta de recommendação,
mas que se achava no momento em uma das suas fazendas
de cacao, foi-nos buscar em pessoa no hotelem uma grande
canôa e após uma viagem que durou aproximadamente cinco
horas, chegámos ao nosso destino, a fazenda S. Diogo, si-
tuada a montante. Aqui uw bom acolhimento e morada con-
fortavel nos resarciram até certo ponto os incommodos e
privações soffridas nas florestas de Itabuna.
Deccoridos poucos dias tinhamos pesquizado os arredo-
res e as duas margens do rio, do que resultou a conclusão
de que não convinha mais prolongada demora na fazenda.
Nos mezes de janeiro e fevereiro tinham as chuvas for-
tes e constantes occasionado grandes enchentes em Minas e
destruido numerosas plantações de cacão ribeirinhas, derru-
bando até em diversas fazendas as casas de morada, aluindo
muitas edificações e desbarrancando grandes extensões plan-
tadas de cacão. Vastas áreas de cultura proximas aos rios
tinham sido invadidas pela areia, que as esterilisou.
Nas aguas empoçadas, agora quasi seccas, pegämos
com as rêdes de arrasto um elevado numero de peixes prin-
cipalmente trabiras das quaes levämos para casa saccos cheios.
As poças de agua acabaram de seccar, e os peixes mortos
começaram a desenvolver um cheiro pestilento.
Faltando-nos as covas cheias de agua, pescâmos à noi-
te no rio. Nos bancos de areia onde nada conseguimos de
dia, apanhámos de noite com arêde centenas de peixes gran-
pes e pequenos, infelizmente das especies mais communs.
— 478 —
Tivemos de voltar às caçadas. Entretanto, pouco exito tive-
mos tanto nas plantações de cacão como nos mattos. Na inar-
gem opposta à da séde da fazenda, a cerca de tres horas
desta, havia uma serra arborisada, onde o nosso amavel hos-
pedeiro possuia um mandiocal, immenso barracão velho sber-
to de tres lados, que servia para o preparo de farinha. Uma
matta virgem de arvores elevadas, atravessada por bons ca-
mivhos, promettia-nes boas presas. Percorremos-lhe todos os
trilhos, todas as grotas numa vasta extensão, com resultados
igualmente escassos. Como uma estadia de tres semanas nos
convencesse da inutilidade dos nossos esforços, comeg: mcs a
pensar na volta.
Estavamos decididamente sem sorte nas nossas excur-
sões em territorio bahiano.
Antes da partida projectada fui ainda atacado de fe-
bre palustre, um contra tempo para a viagem.
No primeiro vapor seguimos para Ilhéos, e dahi para
o Rio de Janeiro e São Paulo.
(a) Ernesto Garbe.
k HI
Excursão do Snr. José Pinto da Fonseca
Partiu o Snr. Pinto da Fonseca, caçador contractado
para as grandes mattas mineiras do Valle do Rio Doce ; se-
guindo em junho, demorou-se seis mezes nesta jornada, ten-
do trazido avultado material para as collecções do Museu,
sobretudo em aves, mammiferos e insectos.
Partindo de Marianna, em direcção a Ponta Nova per-
correu o Snr Pinto da Fouseca um longo trecho de terres
ferteis, hcje muito cultivadas e onde ha intensa producção
corealifera, assucareira e cafeeira. Em Ponte Nova. sita á
margem do Piranga rio que como Xopoto, forma o majestc-
so Doce tomou o ramal da Leopoldina, em direcção a Cara-
tinga, em demanda da grande zona florestal ainda existente
na região fronteira mineiro-espiritosantense. Em S. Sebastião
do Entre Rios deixou a linha ferrea procurando o arraial de
Matipo, que atravessou, e as mattas.
Toda a zona que atravessou é uberrima, segundo refe-
re vêm-se ali extensos milharaes, arrozaes, canuaviaes e plan-
tações de café etc. Matipo é um arraial prospero situado no
municipio de Rio Casca entre os rios Matipó e Sant'Anna.
E” o ponto mais commercial de toda aquella zona; o seu
commercio consiste na exportação de madeiras, porcos, banha
e toda sorte de cereaes.
O rio Matipó, afluente do Doce, tem as aguas escuras
e esverdeadas. E” todo encachoeirado e por esta razão muito
pobre em peixes. Demorou-se o sr. Fonseca um mez no ar-
raial de Matipó e depois internando-se na selva virgem ins-
tallou-se na “Fazenda da Floresta”, onde ficou dous mezes
caçar.
Dirigiu-se depois, para (Quartel do Sacramento, tendo
ensejo de atravessar doze leguas de terrenos fertilissimos
inteusamente cultivados, onde ha muito café e criação, so-
bretudo de suinos. Sacramento ou Quartel do Sacramento é
um arraial situado no valle do Manhuassú, onde ainda exis-
te enorme reserva florestal.
Percorreu o caçador do Museu a serra da Cabelluda
para o noroeste, em direcção ao Rio Doce. Embrenhando-se
naquellas solidões, tentou o Snr. Fonseca visitar um grande
lago que, apezar de suas dimensões, os nossos melhores map-
pas não mencionam. Chama-se a L-goa do Boi, e está si-
tuado a algumas leguas ao norte do Sacramento.
Totalmente rodeado de espessa mattsria, seu accesso é
muito difficil, pois que, para se lhe attingir as margens tor-
na-se necessario atravessar extensos pantanaes. Tem, certa-
== RD one
mente. muito mais de doze kilometros de comprido e uma
largura talvez de 300 a 500 metros. Como é muito sinuoso
e cheio de braços ainda não se conhece a sua configuração
total.
Dizem os raros moradores daquellas paragens, que às
suas ribanceiras foram ter, que nelle residem enormes ani-
maes a que chamam sucurijubas © que são provavelmente
colossaes sucurys. Delles referem uma serie de factos certa-
mente phantasticos e descrevem-lhe as formas attribuindo-
lhes feição monstruosa. Seus roncos ouvem-se muito ao lon-
ge e o Sur. Fonseca estando a caçar e escutando insohto
ruido foi informado pelo camarada de quem o emittia era um
dos taes animaes.
De Sacramento regressou o naturalista viajante a Flo-
resta, onde ainda caçou um mez.
Toda a zona percorrida durante a viagem, diz elle,
tem o mesmo aspecto geral e clima. E’ quente e insalubre
e nellas as febres palustres são frequentes. Vive a popula-
ção em condições pessimas, sendo quasi todas as pessoas ôpil-
ladas e com os pés e mãos inchadas.
Tambem é difficil ver-se gente mais desleixada em re-
lação à hygiene. Nas proximidades das habitações conservam
grandes poças de aguas estagnadas, já esverdeadas, etc,
Todas as casas são suspensas no minimo um metro acima do
sólo, ficando assim um espaço de que se aproveitam os mo-
radores para chiqueiros de que quasi sempre se exhala pessimo
cheiro.
A flora de toda a zona é soberba! Colossaes mattas
virgens, onde as arvores attingem enormes proporções e em
cujos galhos se apinham parasitas innumeras e bellissimas
Viu arvores de dois a tres metros de diametro. !
Infelizmente a devastação da floresta caminha a passos
gigantescos; cada anno novas e vastas mattas vão sendo
derrubadas e com o tempo é de receiar muito em breve o
desapparecimento de toda aquella immensa riqueza vegetal.
Em grande parte dos municipios de Caratinga e Manhuassu
não ha mais florestas: tudo é campo e terreno secco.
A fauna é rica nas mattas. Entre os mammiferos en-
contram--se com abundancia as antas, porcos, veados e onças.
Entre os desdentados não são raros os tamanduas principal- .
mente o bandeira, tatús e preguiças que se mostram muito
communs.
Dentre os roedores notam--se as capivaras que consti-
tuem verdadeira praga, devastando os arrozaes, abundantes
os esquilos, cutias, pacas e ratos sylvestres. Frequentes os
marsupiaes e morsegos.
Entre as ave são dignas de menção: os papagios e os
nosssos galiinaceos commuús. Os mutuns e araras são muito
raros. Entre os vulturideos nota-se em primeiro logar o
Dita at LV
RTE
Urubü-rei que por alli não é hospede raro; communs os
gaviões de penacho etc. As tyrannidae, dendro--colaptidæ,
tanagridæ, formicaridie estão bem representadas.
A zona 'é muito pobre em beija-flores, mas rica em
insectos, principalmente coleopteros e lepidopteros. Entre os
hemipteros encontram-se diversos percevejos etc. Em toda
‘a zona o « barbeiro» é desconhecido; em nenhuma parte
teve o sr. Fonseca informações sobre este terrivel hematophago.
Crê elle que o “Barbeiro” nesta região não tem o ha-
ibito de viver nas paredes das casas, nem o costume de su-
gar o sangue humano. Os mosquitos, pernilongo, mosces e
mutucas, constituem verdadeira praga. Poucos os ophidios ;
delles a mais frequente é o surucucú dourado.
Os repteis estão pouco representados; dentre estes
motam--se diversos jacarés. Tambem não avultam os peixes
‘em numero de especies.
Povoa-se rapidamente a região mas infelizmente sem
:a menor previsão para o futuro. Dahi o sacrificio desneces—
sario, inconsciente e selvagem de milhares de kilometros
«quadrados cobertos das mais ricas florestas existentes em
mossso ;paiz.
IV
Viagem do Sr. Luederwaldt ao Estado de
santa Catharina
De accôrdo com as instrucções recebidas da Directoria
do Museu procurou o sr. H. Luederwaldt, ra viagem que
realisou ao Estado de Santa Catharina, visitar os ultimos
kaingangs que ainda alli se encontram e na opinião dos en-
tendidos reduzidos a cerca de trezentos, sómente.
Em Hammonia, municipio de Blumenau, teve o natu-
ralista o ensejo de avistar um grupo de sessenta homens e
mulheres. Havia entre elles crianças, mas não velhos. Os
adultos haviam sido mais ou menos vestidos para se apre-
sentarem aos civilisados, estavam as crianças porém, œuas,
Homens de estatura méan mostravam-se geralmente pouco
musculosos e mediocremente nutridos. Realisava--se em Ham-
monia uma exposição de gado e os kaingangs alli haviam
sido chamados pelo dr. Straube que generosamente delles se
occupa afim de que a sua presença merecesse dos brarcos
alguma attenção. Com efeito, receberam bastantes presentes,
roupas, louças, ferramentas, ete. Mostravam-se bastante exi-
gentes gritando e ameaçando as pessoas que lhes não at-
tendiam os pedidos. Tinham muitos delles batoques nos
labios, feitos com ossos de antas ou nós de pinheiros alguns
delles engenhosamente entalhados. Traziam todos os homens
em cada braço quatro signaes de ferro em braza. Foi--lhes
fornecido um boi que mataram a flexadas, em poucos mi-
nutos, assando--lhe a carne na cinza quente. O principal
nucleo destes kaingángs acha-se à foz do Rio Plate affluente
do Rio Hercilio. Alli foram derrubados cerca de" qua:enta
hectares de matta virgem e iniciadas culturas de cereaes, canna
etc. ; os indics trabalham mal, preferindo caçar.
Naquella zona de Santa Catharina, porém, já ba muito
pouca caça. "Teve o sr. Luederwaldt o ensejo de vêr uma
mocinha filha do chefe destes indios educada em Blumenau
pelo medico dr. Gensch. E” muito intelligente fala perfei-
tamente o portuguez e o allemão conhece o francez e mostra
muita habilidade para o piano.
Ha pouco, propoz-lhe o pai a que viesse residir entre
os seus, recusando--se ella peremptoriamente semelhante al-
vitre.
Diz-se em Santa Catharina que o serviço de protecção
aos indios vai abrir mão do apoio que presta aos aldea-
mentos do Plate.
Se tal se de der será um verdadeiro descalabro pois
os infelizes kaingángs não estão em condições de viver por
si, achando--se ainda em condição cultural muito rudimentar.
— 483 —
O dr. Straube e o sr. Hoermann foram incançaveis em
proteger estes ultimos representantes do importante grupo
Gês que como se sabe comprehendia avultados nucleos em
São Paulo, Paraná e Santa Catharina, hoje quasi extinctos.
Do seu contacto com os kaingangs conseguiu o natu-
ralista do Museu por intermedio do dr. Straube apreciavel
material para as colleeções ethnographicas do Ypiranga e a
promessa de valiosas notas philologicas.
V
Dadivas feitas ao Museu durante o anno
de 1919
O Exmo. Snr. Dr. Washington Luis offereceu uma
aquarella de Oscar Pereira da Silva representando um tre-
cho da estrada de Cubatão em 1826.
Completando a valiosa dadiva que fizera ao Museu a
Exma. Snra. D. Lydia de Souza Resende offereceu ás col-
lecções do Ypiranga novos e numerosos documentos do ar-
chivo do seu illustre antepassado Marquez de Valença esta-
dista do primeiro imperio, notando-se nesta remessa origi-
ginaes, consultas ao conselho de Estado, memorias in-ditas
sobre a politica financeira dos nossos primeiros annos, etc.
Um conjuncto emfim de documentos de real importancia. O
Snr. Bento Morse doou diversas moedas de prata e cobre
nacionaes e estrangeiras. O Snr. Dr. Jcão B. Soares de
de (Queiroz de Barretos, offereceu um bello ninho de vespas
tapihú; Etelvino Teixeira, de Pedregulho, um grande la-
mellicorneo raro; Dr. Eloy Lessa uma medalha commemora-
tiva da Pacificação do Rio G. do Sul; Henrique Pinto Car
doso, diversas moedas de cobre, prata e ouro brasileiras e
estrangeiras.
Dr. Armando Prado, um casulo com braconideos; prof.
Cabral de Vasconcellos, de Pirassununga, uma nota de 58000
do tempo do Imperio e diversas moedas de prata e cobre,
nacionaes e estrangeiras; Dr. Bandeira de Mello, um exem-
plar de hippocampo; Dr. F. C. Hoehne diversas sementes
de fructos para a secção botanica, José Garcia Fialho, de
Piassaguéra, mudas de palmeira de Indayá: E. Schwebel,
diversas orchidaceas é alguns fructos para a secção botanica ;
Lied, uma concha; Antonio de Souza Martins um rato syl-
vestre; Americo Maltese, diversos insectos.
Tambem offereceu ao Museu um valioso quadro de
sua lavra, representando a varzea do tarmo o pintor Graci-
liano Xavier. Do Snr. Marechal Bormann recebeu ainda
este Instituto varias obras sobre as nossas campanhas plati-
nas.
VI
Resposta a consulta do Governo do Estado sobre um projecto de
alargamento do Museu, attendendo-se as proximas comme-
morações centenarias.
Attendendo ao honrosissimo convite feito por V. Excia.
e relativo ao preparo ao Museu e do seu edificio, para que
se apresente para as festas centenarias de 1922 em condi-
ções dignas do seu papel e da sua posição na collina do
Ipiranga em que vae servir de termino a grandiosa Avenido
da Independencia — cujas obras V. Excia. com tanto e tão
louvavel afinco patriotico superintende — passo a expor o
que a pratica dos dous annos de administração no Museu
Paulista me suggere.
Actualmente, forçoso é confessar, como conjuucto de
exposições o nosso Museu é ainda pobre, o mobiliario é ve-
lho e inadequado as colleções zoologicas tem uma taxider-
mia algum tanto atrazada por falta de apparelhamento, a
verdadeira riqueza do Museu consiste no seu herbario e nas
suas colleeções zoologicas em serie.
A natureza das festas de 1922 colloca porém a Histo-
ria Natural em segundo plano para pôr em vivo destaque a
necessidade da glorificação das tradições brasileiras e pau-
listas sobre-tudo tudo o que se prende de perto aos dias de 7
de Setembro. Ora, sob este ponto de vista nada, ou pratica-
mente quasi nada, esta feito. Torna-se pois indispensavel
dar-se a secção historica do Museu o alargamento que ella
pede e isto só se pode obter reservando-lhe um certo nu
mero de salas a mais o que é impossivel, actualmente pois
no «edificio não ha mais espaço.
Construcção de um predio annexo
Se o Estado construir um predio proximo do Museu
para nelle abrigar a administração, a bibliotheca, os depo-
sitos, os laboratorios, as officinas, da parte relativa a His-
toria Natural ficará o Monumento desafugado podendo se
dispor de doze grandes salas no pavimento terreo e mais
quatorze de tamanho regular nas torres, e ainda quatro ao
nivel destas no corpo central. Assim, pois, trinta salas que
dariam enorme capacidade ao estabelecimento das collecções
expostas ao Publico.
Desde que se oceupem estas salas longos annos pode-
rão passar antes que a grandeza de S. Paulo peça um au-
gmento do edificio do Museu que estará a altura da nossa
capital e do nosso Estado.
— 486 —
O edificio annexo ao Museu a construir-se
Este edificio pode ser construido a poucas dezenas de
metros do monumento, sobre a Avenida Nazareth, devendo-
se prestar enorme attenção ás suas condições de insolação.
Esta é defeituosissima no actual Museu, d'ahi a enorme
humidade de toda a casa tão prejudicial aos que alli traba-
lham e às collecções. ;
Precisará comportar :
a) a bibliotheca, para a qual é preciso observar uma
area minima de duzentos metros quadrados, dado o seu con-
tinuo desenvolvimento e as suas proporções actuaes ( perto
de 30.000 volumes ).
b) a Directoria-vinte metros quadrados.
c) a Secretaria e archivo trinta metros quâdrados.
d) o gabinete de entomelogia-sessenta metros qua-
drados.
e) o de ornithologia — quarenta metros quadrados.
f) o destinado sos mamiferos — oitenta metros qua-
drados.
9) o de botanica — dous commodos com cento e vin-
te metros quadrados.
h) o de geologia, mineralogia, paieontologia com
sessenta metros quadrados.
‘) o de chimica com quarenta metros quadrados.
j) o de ethnogra, hia com quarenta metros quadrados.
As collecgdes em alcool poderiam ser collocadas em
depositos demandando tres salões.
k) Peixes e crustaceos, quarenta e cinco metros qua
drados,
1) Ophidios, batrechios quarenta metres quadracos
m) arachnideos, vermes, animaes quarenta netics qua
drados.
n) a officina do taxidermista — oitenta metios que-
drados.
Lembraria ainda a V. Excia. a necessidade imprescin-
divel de um emphitheatio para ccnferenciss no Museu que
tanta falta faz actualmente.
Todos estes numeros apresento-os a V. Excia. pelo facto
de ja considerar a grande expansäo que certamente tomara
o nosso Museu. No momento em que escrevo as dimenções
citadas são quasi exactamente as dos commodos actualme nte
tomados no Museu pelos gabinetes, depositos, cfficinas, bibli-
otheca etc.
Creio que a feliz desposição ideiada pelo Snr. Dr. Ra-
mos de Azevedo, para o edificio central da Escola Polyte-
chnica iria muito bem para o novo edificio a fazer-se para
o Museu.
No andar terreo por-se-iam as officinas, colleeções em
alcvol, as camaras escuras, a bibliotheca, os gabinetes de mi-
AST —
neralogia e o laboratorio de chimica ( indispensavel, outra
lacuna grave no actual Museu). O resto deveria vir no
primeiro andar e o edificio poderia ter 6 as; ecto simples e
distincto de um dos nossos grandes grupes escolares como
por exemplo o Grupo Escolar Conselheiro Rodrigues Alves,
na Avenida Paulista. Na minha opinião não é possivel co-
gitar-se em installar condignamente o Museu sem lhe dar
pelo menos mil metros quadrados; um edificio de dous an-
dares com trinta metros sob.e vinte é o que lhe convem.
Novas Salas de Exposição no pavimento
Terreo
Desafogado o Museu com a construcção do novo edificio
teriamos espaço em grande quantidade. Vejamos o pavi-
mento terreo. A sala A 10 é de cartographia antiga e a A
11 de velhos aspectos de S. Paulo.
A sala A 12 seria consagrada a antiga iconographia
paulista que esta toda para ser reunida e cuja reproducção
em pintura a oleo daria uma collecçäo de evorme valor evo-
cativo e comparativo A sala A 13 poderia ter mobiliario
antigo, retratos antyg s de personagens illustres e «mostras de
arte brasileira colonial. O grande salão A 14, assim como
na sala A 16 proporia a V. Excia. que os acornassemos com
quadros historicos sobre o glorioso passado de S. Paulo ao
passo que va excelente sala A 15 ficara em optimo desta-
que uma maquette da Cidade de S. Paulo, em gesso, em al-
to relevo, e de 1822 para contrastar com os a-pectos hodier-
nos da nossa grande capital. Dos commodcs A 6 podia ser
utilizado pela botanica, A 5 pelo insectos e A 7 pelas con-
chas, reservando-se À 1. A 2 e A 3 para a mineralogia e ge-
ologia até hoje pessim:mente representadas no ncsso Museu.
Em cima a parte historica occuparia o salão de honra,
as salas B 7 e B 8 além de B 9e B 10 ja hoje tomados
pelos objectos historicos. Assim nes dous pavimentos teria-
mos para 1922 35 salas de exposição promptas, dispondo ainda
em reserva 15 commodos nas torres e na parte porterior do
edifício se acaso faltasse o espaço nos dous pavimentos. Se-
ra um Museu digno de uma grande cidade e c paz de sus-
tentar coafronto com qualquer outro.
A ornamentação commemorativa de 1922
Reservemos para a commemoração de 1922 o grande
saguão, a escadaria monumental e majestosa, o Salão de
Honra e as salas B7 B8, B9e B 10. Ahi poderemos de
golpe fazer a evocação de tod:s os grandes lances da His-
toria do Brasil revestindo o edificio do Museu de uma feição
de pantheon, empolgadora ao primeiro contacto da vista dos
visitantes com as suas pinturas e esculpturas.
— ASS —
Salão de Honra:
Por sobre o bellissimo quadro de Pedro Amerigo, lia
cinco medalhões deixados pelo architecto para a collocação
dos retratos dos grandes vultos da Independencia. Para elles
proponho: Pedro I, José Bomfacio, Feijó, Ledo ( symboli--
sando a acção de imprensa, em que incomparavel foi o seu
papel) e José Clemente Pereira, leader do Fico. Em frente
ao quadro de Pedro Americo ha espaço para quatro: paneis.
Acho que estes paineis devem ser occupados por composições
bistoricas relativas ds acções de guerra para a conquista da
Independencia, os episodios tão. patrioticos decorridos sobre—
tudo na Bahia, na lucta com Madeira, a capitulação de Avi-
lez no Rio de Janeiro, emfim scenas, a meu ver indispen-
saveis para que os menos sabedores da nossa historia fiquem:
tendo conhecimento de que a nossa libertação não se fez.
por meio de conchavos e foi adquirida graças à effusão de
sangue brasileiro. No centro do Salão de Honra, em elegan--
tes vitrinas, collocar-se-ão autographos, retratos, lembranças.
dos grandes vultos da época.
A escadaria
Em torno da escadaria deixou o architecto um grande-
nicho para uma estatua de proporções alentadas, seis con—
solos ao longo da parede, para estatuas, e na frisa, em cima,
ao alto quatro medalhões, nove retabulos semi-cireulares e.
dous pequenos rectanguios, tudo isto para serem occupados.
por uma serie de retratos. Poderemos ahi collocar 24 effigies.
sendo que duas em cada retabulo semi-circular afim de que,
achando -se elles sobre as estatuas, não haja a continuidade-
da linha figura sobre figura o que é ante esthetico.
Para estes retratos fariamos pintar os grandes vultos.
de Independencia: precursores, propagandistas, os principaes.
actores, os martyres da idéa etc.
Restam ainda sete grandes paineis para quadros histo—
ricos. Com elies completaremos a serie de pinturas allusivas.
aos grandes acontecimentos proximos do Sete de Setembro,
Quanto as seis estatuas encostadas às paredes sejam
de marmore e representem os. nossos maiores bandeirantes,
cada uma dellas symbolisando a conquista de uma destas.
circumscripções actuaes da federação brasileira que foram.
destacadas do territorio de S. Pauio.
Estas seis estatuas representarão a incorporação de tres-
e meio milhões de kilometros quadrados feita pelos Paulis--
tas ao patrimonio nacional.
Assim teremos as estatuas de :
Fernão Dias Paes Leme, significando a conquista de-
Minas Geraes.
Antonio Raposo Tavares, a expulsão dos liespanhoes.
além do Rio Paraná e a conquista das. terras paranaenses,
489 —
Bartholomeu Bneno da Silva, o Anhanguera, a con-
quista de Goyaz.
Paschoal Moreira Cabral, a de Matto Grosso.
Gaspar de Godoy Collaço, a do Rio Grande do Sul.
Francisco de Brito Peixoto, a de Santa Catharina.
Os quatro paineis grandes da escadaria podem repre-
sentar cada um um episodio da repulsa do es rangeiro; por
exemplo: um allusivo a Estacio de Sá e à expulsão dos
francezes do Rio de Janeiro em 1567; o segundo a D. Marcos
Teixeira e a repulsa dos hollandezes na Bahia em 1624; o
terceiro a Jeronymo de Albuquerque Mzranhão e à expulsão
dos francezes do Maranhão; o quarto a Mathias de Albu-
querque e à primeira phase da lucta com os hollandezes; o
quinto a João Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Hen-
rique Camarão, a ultima phase da guerra hoilandeza ; 0 sexto
à viagem de Pedro Teixeira levando a fronteiras do Brasil
pela Amazonia até Tabatinga; o setimo a um episodio das
guerras do extremo Sul para a fixação das nossas fronteiras.
Lugar para as estatuas menores ainda ha na escadaria
encostada à parede. Poderiam representar Phillippe dos San-
tos, Manuel Beekman, as vietimas da insurreição pernambu-
cana de 1817, Domingos José Martins, Domingos Theotonio
Jorge, Padre Roma etc.
Neste peristylo estão marcados quatro lugares para 4
retratos paineis e oito para retratos. Para aqui acho que se
pode reservar o espaço para as primeiras manifestaçõ:s de in-
dependencia do espirito nacional a uma scena da incofidencia
Miveira, outra da Guerra dos Emtoabas, outra da Guerra
dos Masca'es e outra da Rebelião mineira de 1720. Para os
retratos poremos personagens de destaque nestes grandes lances.
Galeria dos Chefes de Estado
Aventou o Exmo. Snr. Dr. Altino Arantes a ideia de
se fazer uma galeria dos retratos dos Chefes de Estado do
Brasil. Nada mais justo e bem inspirado. São vinte e um re-
tratos a se executar; os dous imperadores os sete regentes a
princeza regente, oito presidentes e tres vice-presidentes em
exercicio da presidencia até o Exmo. Snr. Dr. Epitacio Pes-
soa e esta galeria poderiamos installal-a na sala B 7 em face
do Salão de Honra, onde ha espaço sobejo ainda para qua-
dros historicos.
Exposições Novas
Fazia esta Directoria grande empenho em abrir este
auno a nova sala de iconographia paulista, com a represen-
tação de antigas scenas do passado de S. Paulo por meio de
quadros. A exiguidade das verbas de dotação impede-lhe
semelhante proposito que importaria numa despesa de dez
contos de reis.
— 490 —
Assim tambem precisaria reforçar a exposição de an-
tigos aspectos da nossa capital, que ainda é tão resumida.
Isto custaria uns tres contos de reis e poderia ser feito até
o fim do anno.
Pa
A vista do que ouvi de V. Excia. sobre o desejo de
preparar o Museu para as festas de 1922 nutrido pelo Exmo.
Sur. Presidente do Estado e por V Excia., acho que tal
preparo não se póde fazer de modo condigno sem um dis-
peudio de uns quinhentos contos de reis, que poderão ser
gastos em tres annuidades, a saber; duzentos e cincoenta
contos de reis para o novo predio do Museu e duzentos e
trinta contos de reis para as pinturas, esculpturas, caiação e
pequenos reparos do edificio do actual Museu e abertura de
salas novas e ainda vinte contos para o Jardim Botanico
annexo ao Museu.
IX’ © que na minha desvaliosa opinião me parece dever
observar ao alto criterio de V. Excia. a quem tenho a honra
de apresentar a expressão de minha alta consideração.
(a) Arronso D'E. Taunay
Director, em Commissão, do Museu »
VII
Consultas respondidas por cartas desde Junho até Dezembro de 1919
teitas ao gabinete de entomologia do Museu
Dos srs. dr. Angelo Moreira da Costa Lima, do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, sob a classificação de uma es--
pecie de Ceroplastes que infesta as goiabeiras em Santa
Luzia do Sabugy. Estado do Parahyba do Norte, e sobre a
classificação de uma especie de Mesolecanium que infesta
as videras em Taboas, Est. do Rio. J. Wilmot, gerente da
Agua Santa Coffe e Comp., Santa Ernestina, scbre a identi-
ficação da lagarta rosada, Pectinophora gossypiella em capu-
lhos colhidos nas culturas daquella fazenda. Do Prefeito Mu-
nicipal de Sorocaba, sobre a identificação do pulgão branco
Icerya purchasi. Maskell, var. Citriparda Hempel, que in-
festa as lar ngeiras e outras plantas naquelle muicipio.
Por intermedio do sr, €. A. Barbiellini
Do dr. J. Pereira Machado, Resaca, (S. Paulo) sobre
larangeiras atacadas por uma molestia desconhecida. Henrique
Baroni, Palmeira, Parauá sobie uma borboletinha que ataca
os grãos de trigo. Antonio Cereser, Jundiahy, sobre o pul-
gão branco Icerya purchosi Maskell var. c triparda Hempel
que infesta o seu pemar de larangeiras Dr. Leopoldo Penna
Teixeira, de Belém, sobre a identificação de uma larva que
vive como parasita em vagens do Zuga edulis. Do sr. as-
signante, de Alegrete, Rio Grande do Sul sobre um fango
Actinonema rose que ataca as folhas de roseiras. João de
Carvalho Pedrosa Bello Horizonte, sobre um fungo, Corti-
cium micheliarum que ataca as larangeiras do seu pomar.
Josá de Araujo Gomes Amora, Manaos, sobre o melhor pro-
cesso para o conservação dos couros e pelles seccas, afim de
evitar que as mesmas sejam atacadas por qualquer bicho.
D. Elisia Cirio, Capital Federal sobre um fungo. Uro-
myces cariophillinus (Schrauk ) Winter, que infesta folhas
e hastes de craveiros. H. Pereira da Silva, Barra do Pirahy,
sobre uma molestia em folhas e galhos de limoeiro e um li-
mão contendo uma broca. Amandio Cabral, Est. Santa Ger-
trudes (S. Paulo) sobre uma larva de um Coleoptero da fa-
milia Cerambycidae, Hypselomus cristatus, Perty, que ataca
a batata doce. Pedro Molau, Jahú Est. de S. Paulo sobre o
pulgão branco que atica as larangeiras e outras plantas fruc
tiferas e roseiras.
Benedicto de Toledo Ferraz, Limeira, sobre uma mo-
lestia que affecta as folhas de larangeiras de umbigo.
v»
=
gap
H. D. Goulart, Rio de Janeiro, sobre a identificação
de Lepido saphes beckii Neurmann, Hemzchionaspis minor
Maskell Coccus hesperidum L. e Aleurodes horridus Hempel
que infesta as fulhas de larangeiras. Do assignante de Porto
Alegre, sobre um Hemiptero da fam. Capsidae, que infesta
e prejudica as Orchidaceas. Emmanuel A. Deslandes, Lavras,
Minas, sobre um fungo, Trichosphaeria sacchari que ataca a
canna de assucar, “listada” e está devastando os cannaviaes
no Est. do Espirito San'o.
Ernest F. Hammersmith, de Erechin, Rio G. do Sul,
sobre um coleoptero, Poecilaspis angulata, Germar. var. que
infesta as folhas da batata doce. Antonio Estevam de Lima,
de Bezerros, Pernambuco, sobre uma especie de Ceroplastes
que ataca as goiabeiras que tem prejudicado as safras de
gotabas
Mario Treuch, da Est. Rodrigues Alves (5. Paulo ) so-
bre um Orthoptero, Gryllotalpa s, p. que ataca o pé de arroz
pela raiz e tem causado bastante prejuizo. Carlos de Almeida
Leite, de Capivary, sobre os insectos [e nicheonaspis minor
Maskell e Lepedosaphes beckii Newmann que ataca as folhas
de larangeiras.
José Martinho de Novaes, de Prata, Minas, sobre o
Hemichionaspis aspidistrae Sigu. e moscas da familia Bom-
byliidae que atacam larangeiras. Thomaz Botelho, de Vas-
souras, Rio, sobre o Coleoptero, Cantharis excavata Klug, que
devora as folhas das batatas inglezas. Do Snr. A. A. Bar-
biellini, Capital, sobre uma especie de Pulvinaria que in-
festa folhas de mexiriqueiras ; sobre a classificação de sup-
postas Coccidas em folhas de feijão « QQuandú>. Do mesmo
Sur. sobre um fungo Erysiphe cichoracearum que infesta as
folhas das aboboreiras em S. Sebastião, littoral do Estado. O
Snr. Simon Kotzend, de Jundiahy sobre meios de proteger
o pomar contra as pragas.
—s PD VE O SO I UP
VIII
Permutas
NOTA: — Da Universidade de Cornell, trouxe-nos o
Dr. Bradley em permuta avultado material bem conservado
e classificado.
58 especies de peixes.
qa » de Lacertilios.
11 > de sapos.
10 > de cobras.
4 > de tartarugas.
8 » de lagartos.
INSECTOS :
140 especies — 336 exemplares de Hymenopteros.
112 » — 274 « de Hemipteros.
354 > — 601 « le Lepidopteros.
208 > — 835 « de Coleopteros.
28 » — 58 « de Orthopteros.
100 a — 165 « de Dipteros.
942 2 269
IX
Reclamações do ex-director Dr. lhering
Não renovou Dr. ihering as suas reclamações relativas
ao preten-o sonegamento ce livros seus por esta Directora e
a indemuisação que advoga devida a prejuizos recebidos
com a retenção de objectos que lhe pertencem.
Ao mesmo tempo cessaram quasi por completo as re-
messas de impressos com o duplo endereço « Dr. Herman
von Ihering — Museu Paulista » endereço este pelo ex-
director propos'talmente introduzido para facilitar a entrada
em sua bibliotheca particular de milhares de volumes desti-
nados à livraria do Museu, dando se lhe esta ambiguidade
afim de se lhe emprestar mais tarde um titulo documental
de posse.
Actualmente apenas ha em poder desta Directoria dous
impressos por terem vindo com o eudereço ambiguo. Escrevi
aos remettentes perguntando-lhes para quem são. Se forem
do Dr. Ihering ser-lhes-ào religiosamente remettidos.
De todas estas irregularidades graves subsistira em nossa
bibliotheca, por longo tempo, qu çá iasanavelmente, o maior
inconveniente e motivo de desorganisação: o truncamento
das collecções de periodicos, a retirada de varios milhares de
livros muitos dos quaes valiosos, muito valiosos cuja perda
vivamente deploram os que trabalham no Museu e os que
reco rem à sua livraria. E a esta causa de pezar se unem
ainda os metivos de justo protesto pois estes seis mil Jivros
— em tal numero os computa o nosso Bibliothecario, fune-
cionario que ha longos annos trabalha no Museu — foram
doados ao patrimonio do Estado de S. Paulo, em retribui-
ção da permuta com a Revista do Museu Paulista, publica-
ção dispendit sa.
Do Mo LES
Pude > ir CA ane,
à re Ap
dl 24
ce PU EP
e
AR
5
$n
PMS
E É
4
CRT
4 ¥
A
a
À a
o
se a
]
Ve
a
a K
à
a,
a
— DO —
“TOMO XII
ir e lh
EO ARE
raise
SÃO PAULO
_ TYP. DO “DIARIO OFFICIAL"
920
#
A
BL WHOI Library - Serials
INT
o WHSE O
|
“seis
Pen at Se aa dt
moinho MG mee:
de es à
Les
docas
pa
2e niet.
ea '
tn mana
+6 ana
e dese ae pe OR
pros.
PEITOS EME Ne MELON IS tal
Se ceeree ed aaa
paver
ge
Seek pee pe > vende 28
eee
Spe een
oe ca enn mi Pe
o sro guita
prende rt
Led ser den opera à